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MICROESTRUTURA

PROP. DE REDAÇÃO: Enem – A importância do turismo para o desenvolvimento do Brasil;


Fuvest - O modelo de vida ocidental contemporâneo e a crise climática;
Vunesp - Se considerar os saberes indígenas, o Brasil pode construir um futuro sustentável?

I. DINÂMICA DA MICROESTRUTURA

REPRESENTAÇÃO DA MACROESTRUTURA

Introdução: É apresentado o problema que vai ser discutido, portanto o tema surge desde o início da redação. O aluno
deverá emitir a sua opinião/tese clara e objetiva sobre esse tema.

Desenvolvimento (parágrafos argumentativos): Nesta parte, são apresentados argumentos que comprovam o
problema e a tese apresentados Precisa haver uma boa ordenação das ideias, uma análise objetiva dessas concepções
e exemplos claros.

Conclusão: Deve-se reiterar a tese ou resumir todas as ideias apresentadas e discutidas no desenvolvimento do texto.

Considere agora que a constituição de cada parágrafo da dissertação representa uma microestrutura, ou seja, em escala
menor, deve seguir uma linha de desenvolvimento que se assemelha ao da macroestrutura dissertativa. Para isso, deve ser
utilizado o parágrafo-padrão, que é uma unidade de composição constituída por mais de um período, em que se desenvolve
uma ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e lógica
decorrentes do seu tópico frasal. Todos os parágrafos da dissertação devem estar dentro desse modelo de composição.

REPRESENTAÇÃO DAS MICROESTRUTURAS

Introdução
1º e 2º períodos: Contextualização do tema (alusão histórica, citação, repertório artístico);
3º período: Transição – associação da contextualização com a tese pretendida;
4º período: Conclusão da introdução: TESE.

Desenvolvimento 1
1º período: Tópico frasal argumentativo – afirmação que expõe o problema e necessita de comprovação;
2º período: Desenvolvimento do tópico frasal – aprofundamento do problema; comprovação a partir de um
argumento de autoridade, dados, fatos, etc. (esse item pode ser desdobrado em dois períodos).
3º período: Conclusão do tópico frasal – reflexão e finalização do parágrafo.

Desenvolvimento 2
1º período: Tópico frasal argumentativo – afirmação que expõe o problema e necessita de comprovação;
2º período: Desenvolvimento do tópico frasal – aprofundamento do problema; comprovação a partir de um
argumento de autoridade, dados, fatos, etc. (esse item pode ser desdobrado em dois períodos)
3º período: Conclusão do tópico frasal – reflexão e finalização do parágrafo.

Conclusão
1º período: Reiteração do tema
2º período: Ênfase no aspecto defendido ao longo do texto. (Possível retomada de referências trazidas no corpo da
redação).

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II. A MICROESTRUTURA NO ENEM

▪ Análise de organização do texto ENEM a partir do planejamento de conclusão proposto acima:

Tema: “A democratização do acesso ao cinema no Brasil” (Enem 2019)

Durante a primeira metade do século XX, as obras cinematográficas de Charlie Chaplin atuaram como fortes
difusores de informações e de ideologias contra a exploração e o autoritarismo no continente americano. No contexto
atual, o cinema permanece como um importante veículo de conhecimento, mas, no Brasil, não há o acesso
democrático a essa mídia em decorrência das disparidades socioeconômicas nas cidades, as quais fomentam a
elitização dos ambientes de entretenimento, e da falta de investimentos em exibições populares, as quais, muitas
vezes, são realizadas em prédios precários e não são divulgadas. Portanto, é imperativo promover mecanismos
eficientes de integração dos telespectadores para facilitar o contato com filmes, proeminentes na introdução dos
cidadãos.
Tendo em vista a realidade supracitada, destaca-se a crescente discrepância entre as classes sociais nos
grandes centros habitacionais, o que leva a modificações no espaço. Essa visão condiz com as ideias de Henri
Lefebvre, uma vez que, para o sociólogo, o meio urbano é a manifestação de conflitos, o que pode ser relacionado à
evidente segregação socioespacial dos cinemas. Nesse viés, a concentração de salas de exibição em áreas nobres
está vinculada às desigualdades sociais e configura a elitização do acesso aos filmes em locais públicos em função
do encarecimento dos serviços ao longo dos anos. Dessa forma, para uma grande parte dos brasileiros, o
entretenimento e o aprendizado por meio das obras cinematográficas, como visto no início do século XX, se tornam
inviáveis, restringindo o contato com novos ideais e inibindo a mobilização da sociedade em prol de seus valores.
Além disso, a insuficiência de recursos destinados a exibições em teatros populares é um fator que dificulta
a democratização do cinema no Brasil. Isso porque, apesar de Steve Jobs, um dos fundadores da empresa “Apple”,
ter corroborado com a ideia do mundo virtual como influenciador ao constatar que a “tecnologia move o mundo”, as
redes sociais não são utilizadas pelos órgãos públicos para divulgar apresentações cinematográficas nos centros
culturais, presentes em diversas regiões do país. Aliada à falta de visibilidade, a precariedade infraestrutural dos
prédios onde tais eventos ocorrem reduz a qualidade de experiência e desencoraja muitos de frequentarem os locais,
apesar dos menores preços. Assim, torna-se clara a necessidade de investimentos para garantir o contato com os
filmes, essenciais para a instrução e para a integração dos indivíduos.
Desse modo, é imprescindível democratizar o acesso ao cinema no Brasil. Para isso, cabe às prefeituras
disponibilizar a experiência cinematográfica à população urbana menos privilegiada, por meio de eventos de exibição
em áreas periféricas – os quais devem fornecer programações internacionais e nacionais a custos reduzidos -, com o
intuito de evitar o processo de elitização cultural em virtude de disparidades socioeconômicas. Ademais, compete ao
Ministério da Cidadania promover a visibilidade dos centros culturais nas redes sociais e investir em reformas
periódicas, a fim de assegurar a manutenção dos locais. Com essas medidas, assim como na época de Charlie
Chaplin, a sociedade terá o maior contato com as novas ideias e as informações do mundo contemporâneo.
Redação de Eduarda Amorim, disponível na Cartilha de Redação a Mil 2.0, p. 33.

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III. A MICROESTRUTURA NA VUNESP

▪ Análise de organização do texto Vunesp, com ênfase para a conclusão:

Tema: “Eutanásia: entre a liberdade de escolha e a preservação da vida“ (Unifesp 2019)

Caminhos individuais (50/50)


[Falar sobre a morte e suas causas, como a depressão e o preconceito, continua sendo um tabu na
atual sociedade brasileira, já que não se discute sobre isso o que promove uma marginalização de questões
acerca deste assunto, por exemplo, a eutanásia. Essa prática, ainda não regulamentada no Brasil, trata-se da
Introdução

opção pela morte medicamente assistida, tendo em vista a condição tanto médica, quanto psicológica do
paciente.] CONTEXTUALIZAÇÃO [Há, por um lado, médicos, psicólogos e antropólogos que enxergam
nesse método a defesa da liberdade de escolha, sendo a favor da regulamentação, entretanto, por outro
lado, muitos juízes se opõem a essa despenalização, posto que vai contra a preservação da vida.] PONTE
[Tendo em vista essa dualidade, a eutanásia é, por certo, uma liberdade de escolha uma vez que defende
a opção individual (X) e contribui para a preservação dos direitos humanos (Y).] TESE
[De fato, a morte assistida é uma liberdade de escolha, visão que representa uma vontade pessoal
daquele que está optando por fazê-la e não uma obrigatoriedade para aqueles que se encontram em condição
1º Argumento X

semelhante, ou seja, sob uma perspectiva dolorosa de vida, decorrente de graves acidentes, que causam
sofrimento tanto ao paciente quanto à família.] EXPLICAÇÃO [Como é o caso de Fabiano Antoniani, o qual
sofreu um acidente grave, em 2014, que o deixou tetraplégico, cego e confinado em sua casa, tanto que ele
mesmo afirma, “sinto-me preso numa jaula”. Fabiano recorreu à Suíça, onde a eutanásia é legalizada, para
dar fim à condição na qual vivia.] COMPROVAÇÃO - EXEMPLO [Por essa razão, a eutanásia é uma garantia
para o estabelecimento da liberdade de escolha, a partir do fato de que é uma opção individual realizá-la.]
FINALIZAÇÃO – RETOMAR O TEMA/TESE
[Além dessa pessoalidade (X), esse auxílio ao suicídio contribui para a preservação dos direitos
humanos (Y), já que, embora a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) afirme que todo ser
2º Argumento Y

humano tem direito à vida, cada pessoa não possui o dever de viver sob qualquer aspecto, transformando o
vivido em uma condenação. Essa garantia de direitos se dá por meio da eutanásia possibilitar a liberdade de
escolha sobre o que fazer com a própria vida.] EXPLICAÇÃO [Tanto é que o psicólogo Adriano Facioli, que
há seis anos trabalha em UTI no Distrito Federal, defende que sem a eutanásia as pessoas sofrem e, muitas
vezes, estão submetidos a uma distanásia – “morte lenta com grande sofrimento”.] COMPROVAÇÃO -
AUTORIDADE [Portanto, a eutanásia, ao livrar as pessoas dessa condição, é uma liberdade de escolha a
qual contribui para a preservação dos direitos humanos.] FINALIZAÇÃO
[Sendo assim, a eutanásia representa uma liberdade de escolha devido a defesa da opção individual,
Conclusão

para que a pessoa encerre um sofrimento com auxílio médico – método já legalizado em países mais
desenvolvidos, como a Suíça.] RETOMADA DE X [Somada à contribuição gerada para a preservação dos
direitos humanos, posto que a eutanásia surge como a liberdade de escolher o que fazer com a própria vida,
ratificando o direito à vida e possibilitando o direito a ela.] RETOMADA DE Y [Em suma, ter acesso a uma
morte medicamente assistida é um direito individual e humanista.] RETOMADA DA TESE
Redação de aluna da Terceira Série do Anglo Campinas.

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IV. A MICROESTRUTURA NA FUVEST

Tema: “O papel da ciência no mundo contemporâneo” (Fuvest 2020)

Limite entre claro e escuro


A produção de conhecimento acompanha o ser humano desde as origens da espécie, paulatinamente, foi
possível transformar a roda em carro e este em avião. No entanto, algumas épocas históricas elucidam mais
claramente a valorização da razão e da ciência, fazendo uma ruptura com o passado, como o Renascimento. Inscrito
em um quadrado e em um círculo, o “Homem-Vitruviano” de Leonardo da Vinci sintetiza essa exaltação do saber e da
potencialidade humana, opondo-se, assim, aos saberes dogmáticos da “Idade das Trevas”. Contudo, a sociedade
contemporânea caminha ao contrário da história da humanidade: vem desvalorizando a luz da ciência, retornando às
sombras do passado.
Os produtos oriundos da razão humana são parte constitutiva do meio social atual. A tecnologia, a qual criou
os celulares e os computadores, e a medicina, a qual permite que vivam sete bilhões de indivíduos na terra, são
alguns dos aspectos que moldam e sustem a humanidade do século XXI. Todavia, uma crescente desvalorização da
ciência tem criado uma descrença nesta, levando sujeitos negarem as teorias e as informações produzidas por vias
científicas. Segundo Descartes, a dúvida é o elemento essencial gerar conhecimento, visto que, a partir dela, é
possível sempre chegar a nova informações mais próximas da verdade. Em contraposição com o filósofo, alguns
grupos contemporâneos negam a ciência em prol de verdade imutáveis, fazendo ressurgir a antiga visão dogmática
que por séculos guiava a humanidade. Portanto, embora fundamentais ao “status quo”, a ciência e o uso da razão
estão sendo trocados pelos conhecimentos inquestionáveis.
Os movimentos negacionistas surgem tanto devido ao afastamento entre os indivíduos e a produção científica
como devido ao medo da ciência, fazendo os sujeitos, dessa forma, facilmente manipuláveis. Nesse sentido, a
população comum está distante da Academia, o que torna a ciência algo distante, fazendo com que os indivíduos não
entendam a produção científica. Associado a isso, o medo dos usos negativos de todo esse conhecimento produzido,
como em guerras ou em manipulação genética de seres humanos, favorece a descrença para com o uso da razão
humana. Os sujeitos, assim, deixam de usar essa razão para questionar, mantendo-se em sua “menoridade”, tal como
teorizada pro Kant. Imersos na tutela alheia, massas são manipuladas para oporem-se a todo conhecimento científico.
Desse modo, surgem teorias e movimentos que há anos ou séculos foram refutados, como o movimentos anti-vacina
e a teoria sobre a terra ser plana. Assim sendo, os antigos dogmas voltam a assombrar, mesmo diante da onipresença
da ciência no meio social.
Em suma, a ciência construiu o mundo contemporâneo, a humanidade existe devido aos produtos dela.
Entretanto, a luz do Renascimento e do Iluminismo não foi capaz de afugentar o retorno dos dogmas amparados na
negação da razão e do conhecimento. O medo, a manipulação externa e o abismo entre conhecimento e população
fortalecem discursos e teorias que se baseiam em premissas indiscutíveis. O Homem-Vitruviano regressa às trevas.
Conclusão retirada de texto nota 48/50 na Fuvest 2020. Disponibilizado pela Turma 108 da Medicina USP.
http://is.gd/notas_pinheiros

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PROPOSTA MODELO ENEM

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija
um texto dissertativo-argumentativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema A importância do turismo
para o desenvolvimento do Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize
e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa do seu ponto de vista.

Texto I
O Brasil é um país com enorme potencial turístico em razão da diversidade cultural e, principalmente, das belezas naturais do imenso
território, mas esse potencial ainda não é explorando em sua totalidade.(...) O turismo tem um altíssimo potencial econômico, social, cultural
e ambiental, esses itens são elementos extremamente ligados ao turismo, pois estabelecem reciprocidade entre os elementos. Ele é,
principalmente, grande gerador de receita, é social por gerar grande número de postos de trabalho direto e indireto; cultural, pois preserva
a identidade do lugar, como monumentos históricos; e ambiental, por aliar renda e preservação, um exemplo disso é o ecoturismo, que só
existe com a preservação do meio ambiente.
Adaptado de https://brasilescola.uol.com.br/brasil/o-turismo-no-brasil.htm

Texto II

Fonte: https://pt.slideshare.net/praticas_sustentabilidade/turismo-sustentvel-apresentao-16092011

Texto III
De todas as diferenças existentes entre o turismo clássico e o turismo ecológico ressalta-se o fato de que no turismo tradicional as
pessoas contemplam os monumentos e paisagem sem de fato interagir com elas, sem ter uma participação ativa. Já no ecoturismo existe
ação, movimento e, principalmente, pessoas em busca de uma experiência e contato mais próximo com a natureza.
Fonte: https://etica-ambiental.com.br/o-que-e-turismo-ecologico/

Texto IV

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Fonte: https://pt.slideshare.net/praticas_sustentabilidade/turismo-sustentvel-apresentao-16092011

Texto V
Você certamente já ouviu falar bastante sobre os males causados pela agricultura ou exploração de petróleo, por exemplo. Mas será que
tem noção do impacto negativo que pode ajudar a provocar nas suas viagens?

Quem ganha a vida falando sobre viagens – blogueiros como eu e “influenciadores digitais” – dificilmente problematiza essas questões.

Tanto na mídia digital quanto na imprensa tradicional, a norma é encontrar textos que se assemelham a uma propaganda dos destinos, ou
narrativas que vendem viagens como um ideal de “lifestyle” que todo mundo deveria almejar.

Tá, mas de que tipo de impactos negativos estou falando? Infelizmente, os problemas provocados pelo turismo de massa se esten dem
a vários âmbitos, como ambiental, econômico e cultural. Olha só alguns exemplos:

• Vários ecossistemas muito frequentados por turistas já estão tão degradados que as autoridades estão tomando medidas
(provavelmente atrasadas) pra protegê-los de ainda mais danos;
• De acordo com a Proteção Animal Mundial, mesmo quando os animais estão em seu habitat natural, eles sofrem sempre que há
interação com humanos. Fazer carinho ou dar comida para atraí-los pode tornar os animais dependentes da alimentação por humanos, fazê-
los brigar entre si, provocar doenças ou acelerar a reprodução de uma espécie de forma anormal, alterando o ecossistema do lugar.
• No aspecto cultural, turistas também podem causar prejuízos, ainda que geralmente sejam mais difíceis de mensurar. O que acon tece
muitas vezes é uma mercantilização de manifestações tradicionais, que são transformadas em espetáculos ou espécies de “zoológicos
humanos”.
• Outro problema grave que muitas vezes está conectado ao turismo é a exploração sexual infantil. A Unicef calcula que 1,8 milhão de
meninos e meninas são vítimas de turismo sexual no mundo, e isso não é de hoje.

De acordo com especialistas, a questão é fazer com que o poder público administre destinos turísticos de uma forma mais responsável
ambientalmente, culturalmente e socialmente.
Alguns itens importantes são reduzir a sazonalidade, diversificar os destinos e atividades turísticas, reforçar a proteção ao meio ambiente
e levar as opiniões dos moradores em consideração. E, é claro, fazer com que entidades privadas do setor acatem as regulações.
Adaptado de: https://papodehomem.com.br/o-turismo-pode-estar-fazendo-muito-mal-ao-mundo-saiba-o-por-que/

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Texto VI

Fonte: https://pt.slideshare.net/praticas_sustentabilidade/turismo-sustentvel-apresentao-16092011

Instruções:
• A redação deve ser uma dissertação-argumentativa escrita de acordo com a norma padrão da língua portuguesa.
• Deixe claro o seu posicionamento acerca do recorte temático indicado.
• Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível. Não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação.
• Utilize caneta de tinta preta.

Receberá nota zero, em qualquer uma das situações expressas a seguir, a redação que:
• Fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
• Apresenta parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

SUGESTÕES COMPLEMENTARES

Guia do viajante responsável


https://drive.google.com/file/d/1yWfCOQehbp7KeQtlXwcz12egMS3BYpUu/view

Os impactos e danos ambientais do turismo ecológico, artigo de Roberto Naime


https://www.ecodebate.com.br/2014/10/21/os-impactos-e-danos-ambientais-do-turismo-ecologico-artigo-de-
roberto-naime/

Turismo de isolamento é a nova tendência de viagem. Mas para onde "fugir


https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2020/08/28/turismo-de-isolamento-e-nova-tendencia-entre-
viajantes-durante-a-pandemia.htm

Site – Sustentabilidade
https://www.santander.com.br/sustentabilidade

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PROPOSTA MODELO FUVEST

Texto I
“Como é que, ao longo dos últimos 2 mil ou 3 mil anos, nós construímos a ideia de humanidade? Será que ela não está na base
de muitas das escolhas erradas que fizemos, justificando o uso da violência?
A ideia de que os brancos europeus podiam sair colonizando o resto do mundo estava sustentada na premissa de que havia uma
humanidade esclarecida que precisava ir ao encontro da humanidade obscurecida, trazendo-a para essa luz incrível. Esse
chamado para o seio da civilização sempre foi justificado pela noção de que existe um jeito de estar aqui na terra, uma certa
verdade, ou uma concepção de verdade, que guiou muitas das escolhas feitas em diferentes períodos da história.
Agora, no começo do século XXI, algumas colaborações entre pensadores com visões distintas originadas em diferentes culturas
possibilitam uma crítica dessa ideia. Somos mesmo uma humanidade?
Ideias para adiar o fim do mundo. Aílton Krenak

Texto II
Nós, os jovens, estamos profundamente preocupados com o nosso futuro. A humanidade está, atualmente, causando a sexta
extinção em massa de espécies e o sistema climático global está à beira de uma crise catastrófica. Seus impactos devastadores
já são sentidos por milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, estamos longe de alcançar as metas do Acordo de Paris.
Nós, jovens, somos mais da metade da população global. Nossa geração cresceu com a crise climática e teremos que lidar com
isso pelo resto de nossas vidas. Apesar disso, a maioria de nós não está incluída no processo decisório local e global. Nós somos
o futuro sem voz da humanidade.
Carta aberta escrita pela liderança do grupo de coordenação global da Juventude pelo Clima

Texto III

Fonte: http://www.posterfortomorrow.org/en/gallery

Texto IV
"A gente brincou que queremos fazer um grande repositório de ideias para adiar o fim do mundo. Queremos ter esse relatório
do fim do mundo para realmente conversar com os líderes mundiais e falar: 'ó, está aqui, não pode dizer que nunca leu porque
estou te entregando em mãos. É uma questão de escolha, você vai garantir uma humanidade, a nossa existência ou vai
escolher fazer parte desse projeto de morte?'. Acho que é por aí a nossa prioridade."
"A única forma de libertar nosso futuro é começar a entender todas as questões que fazem a gente estar nesse estado de
emergência climática. As crises são fruto da nossa relação com o meio ambiente. O mais impressionante é que todas elas
foram multiplicadas por cem nos últimos 11 anos. Desde 1970 a gente produz dados, faz análises sobre desmatamento nos
limites florestais, uso sustentável de energia e parece que nada disso é escutado."
A política de produção e distribuição de alimentos também se relaciona à causa. "Do jeito que a gente come, se a gente não
morrer pelo clima, vamos morrer um pouco antes pelos agrotóxicos. Por isso, é super importante termos esse entendimento
mais geral de sobrevivência."
Fonte: https://www.uol.com.br/ecoa/reportagens-especiais/causadores-paloma-costa/index.htm

Texto V
O homem, bicho da terra tão pequeno Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Chateia-se na terra Toca para a lua
Lugar de muita miséria e pouca diversão, Desce cauteloso na lua

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Pisa na lua Não-vê que ele inventa
Planta bandeirola na lua Roupa insiderável de viver no sol.
Experimenta a lua Põe o pé e:
Coloniza a lua Mas que chato é o sol, falso touro
Civiliza a lua Espanhol domado.
Humaniza a lua. Restam outros sistemas fora
Lua humanizada: tão igual à terra. Do solar a col-
O homem chateia-se na lua. Onizar.
Vamos para marte - ordena a suas máquinas. Ao acabarem todos
Elas obedecem, o homem desce em marte Só resta ao homem
Pisa em marte (estará equipado?)
Experimenta A dificílima dangerosíssima viagem
Coloniza De si a si mesmo:
Civiliza Pôr o pé no chão
Humaniza marte com engenho e arte. Do seu coração
(...) Experimentar
O homem funde a cuca se não for a júpiter Colonizar
Proclamar justiça junto com injustiça Civilizar
Repetir a fossa Humanizar
Repetir o inquieto O homem
Repetitório. Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
Outros planetas restam para outras colônias. A perene, insuspeitada alegria
O espaço todo vira terra-a-terra. De con-viver
O homem chega ao sol ou dá uma volta
Só para tever? “O homem, as viagens”. Carlos Drummond de Andrade.

Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma
dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema:

O modelo de vida ocidental contemporâneo e a crise climática

Instruções:
• A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
• Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação.
• Dê um título a sua redação.

PROPOSTA MODELO VUNESP

Texto I
Assim pode-se dizer que o mundo do homem branco existe na exterioridade de um mundo natural e verdadeiro que é o mundo
do índio, da onça, do macaco, enfim, dos animais em geral.
De acordo com o velho Porri, o indígena deve se manter em seu “lugar” apropriado. Para ele os índios não destruíam e ainda
hoje não destroem o mundo ao seu redor. Em contrapartida o mundo hoje é um lugar terrível. A cultura do homem branco tornou -
se completamente dominante, e o equilíbrio com o meio ambiente foi destruído. Por isto, nada mais está em seu lugar. A
distribuição das coisas já não correspondem mais à distribuição natural.
“O fogo já não se faz mais com lenha, se faz com gás. Fogo frio. É um fogo que não esquenta como o fogo verdadeiro. Esquenta
muito pouco. E o branco vive assim, num mundo encaixotado, engarrafado, embalado. (...) Sempre foi muito claro para ele que o
mundo hoje está sendo substituído por um “mundo artificial”. Para Porri o simulacro corresponde a uma “degradação do mundo”.
Não se trata de um “desencantamento do mundo”. Trata-se sim, de uma “decadência”. O mundo está se acabando. E só está
sobrando o artificial: O mundo fabricado pelo homem branco.
Porri vê o “homem branco” como um fabricador de um mundo próprio, não compartilhado com os outros seres, exceto sob
condições estabelecidas por ele. Os outros seres vão gradativamente entrando para os zoológicos ou parques e vão sendo de
alguma forma fabricados. Tornam-se objetos e perdem o status de sujeito que a filosofia indígena atribui a todos os seres.
Hoje o cupen pega o leite da Mãe Terra, que é água, bota numa garrafa de plástico e vende. De onde? Onde é que existe fábrica
de água mineral? Aquilo é o leite de nossa a mãe Terra, não se pode vendê. Agora, ela não proíbe, não fala pra ninguém não
vende o leite dela. De onde vem essa água? Essa água que tá poluída? De onde vem essa água mineral? Que não existe fábrica,
mas que estão fabricando água mineral, mesmo não existindo fábrica? Toda água vem da Terra.
DOMINGUES, Sérgio Augusto. Notas sobre o pensamento futuro e o saber indígena. Fonte:
https://www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/a%20(in)sustentabilidade.indd.pdf

Texto II

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Para uma parcela da população brasileira, a Amazônia é longe demais em múltiplos sentidos, o que torna mais fácil
perpetuar os crimes contra povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Assim como continuar ignorando, apesar dos sinais
inequívocos que já determinam a vida cotidiana, que a crise climática marca o momento em que o homem deixa de temer a
catástrofe para se tornar a catástrofe que temia.
Brum, Eliane. Brasil, construtor de ruínas (p. 60). Arquipélago Editorial. Edição do Kindle.

Texto III
Ao se manifestar sobre as teorias do desenvolvimento sustentável, Edgar Morin (2013, p. 32) faz a seguinte ressalva:
[…] a ideia de “suportabilidade” (ou sustentabilidade) acrescenta ao desenvolvimento um conjunto de ações voltado à salvaguarda
da biosfera e, correlativamente, à salvaguarda das gerações futuras. Essa noção contém um componente ético importante, mas
não poderia aperfeiçoar em profundidade a própria ideia de desenvolvimento. Ela não faz senão suavizá-la, recobri-la com uma
pomada calmante.
A construção complexa do desenvolvimento: uma análise pelo prisma da teoria da complexidade. Fonte:
https://seer.imed.edu.br/index.php/revistadedireito/article/view/2667/1835

Texto IV
A economia solidária já é realidade, em diferentes partes do mundo, gestada a partir de iniciativas, sobretudo de natureza
cooperativista e associativista, oriundas da sociedade civil e dos meios populares. Mostra-se sob diferentes configurações: criação
coletiva do próprio circuito de produção e consumo, alimentando cadeias socioprodutivas autônomas e, em alguns casos, não-
monetarizadas, ou diferentes tipos de parcerias com os poderes públicos. Como exemplos, projetam-se os bancos populares,
clubes de trocas e as cooperativas sociais
A preservação ambiental, ainda que eventualmente não se configure como uma consequência intencional da economia solidária,
é, assim, uma consequência intrínseca, pois sustentabilidade e comunidade são partes inerentes e inseparáveis desse sistema,
e não uma reflexão tardia ou um suplemento.
A construção complexa do desenvolvimento: uma análise pelo prisma da teoria da complexidade. Fonte:
https://seer.imed.edu.br/index.php/revistadedireito/article/view/2667/1835

Texto V
Jamais se pode esquecer, em qualquer análise, sobre qualquer tema, que o Brasil foi fundado sobre corpos humanos: primeiro
os dos indígenas, depois os dos negros africanos escravizados. Este não é apenas um dado histórico, é um pilar de sustentação
que se mantém até hoje.
(...)
Como o país vive aos soluços, a memória é curta, um espasmo apaga o anterior. No tempo da velocidade, o presente se expande
e vira absoluto. O agora é tudo. É importante perceber, porém, que “o intenso agora” não começou agora.
Brum, Eliane. Brasil, construtor de ruínas Arquipélago Editorial. Edição do Kindle.

Com base em seus conhecimentos e nos textos apresentados, escreva uma dissertação argumentativa em até
30 linhas, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

Se considerar os saberes indígenas, o Brasil pode construir um futuro sustentável?

Instruções:
• A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
• Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação.

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