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ANTROPOLOGIA GERAL | 41098

Período de Realização

Decorre de 10 a 19 de novembro de 2023

Data de Limite de Entrega

19 de novembro de 2023, até às (23.55) de Portugal Continental

Tema

1. O campo e o método da antropologia; 2. Teorias e práticas


antropológicas

Objetivos

• Compreender como o conhecimento antropológico foi e é pensado•


aprender a perceber a realidade cultural a partir do acervo conceptual
da antropologia • analisar os vários campos de estudo • compreender
a especificidade do processo de investigação em antropologia, seus
métodos e técnicas •

Competências

1. Analisar, selecionar e cruzar informação relevante para responder


às questões.

2. Elaborar respostas estruturadas e significativas.

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Trabalho a desenvolver

A. Assistir ao documentário “Antropólogos”, acessível aqui . Construir


a sua argumentação a partir dos conteúdos letivos utilizados em
nossa sala de aula virtual, Sousa (2024) e Batalha (2005), e
responder às duas questões propostas.

B. Leia com atenção e respondas as seguintes questões:

1 - Logo ao início do vídeo, as pessoas entrevistadas nos apresentam uma série


de definições de antropologia, onde cada definição realça alguns dos seus
aspectos mais importantes.

No minuto 1m50s, João Pina Cabral aborda a questão do estatuto


epistemológico da antropologia, mencionando que a área viveu um
desencontro consigo própria, e que deveria agora conciliar-se. Explique este
comentário, argumentando a partir da trajetória histórica das teorias
antropológicas. *A fundamentação a partir dos conteúdos trabalhados na UC é
imprescindível) [A resposta deve conter 200-250 palavras] (1,5 valores)

2 - Quando pensamos na prática antropológica, percebemos que o processo de


produção do conhecimento implica, tradicionalmente, a subjetividade do/a
investigador/a enquanto um indivíduo que afeta e é afetado pela realidade
sócio-cultural que o rodeia, situação distinta do positivismo sociológico. No
trecho compreendido entre 23min33s até 38min13s, assistimos a quatro
depoimentos sobre o trabalho de campo e a prática antropológica, que nos
convida a refletir sobre o modo como afetamos e somos afetados no trabalho
de campo; cada evento ou circunstância, por mais fortuita que pareça, pode
conter significados muito profundos e que ajudam a desvelar a realidade de
maneiras mais profundas.

Componha um pequeno texto comentando pelo menos 1 dos quatro


depoimentos, entrelaçando o modo como a subjetividade do/a investigador/a
influencia e é influenciada em sua relação com a prática etnográfica,
dialogando necessariamente com o acervo teórico estudado nos temas 1 e 2.
[A resposta deve conter 350-400 palavras] (2,5 valores)

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Recursos

Documentário “Antropólogos” (2016), produzido pela Associação


Portuguesa de Antropologia e Realizado por Humberto Martins e João
Balsa.

Sousa, Lúcio. (2023). Textos de Antropologia Geral. Lisboa:

Universidade Aberta.

Batalha, Luís. (2005). Antropologia – Uma perspectiva holística.

Lisboa: ISCSP – UTL

Critérios de avaliação e cotação

1)abordagem correta do tema; 2) utilização de todos os recursos


envolvidos, o vídeo e os textos;3) organização das ideias e
capacidade de síntese; 4) apresentação formal: clareza, correção de
linguagem, contagem de palavras, citações e referências
bibliográficas corretas, especialmente caso sejam utilizadas fontes
exteriores ao conteúdo trabalhado na unidade curricular.

NOTA: Os programas antiplágio estarão ativados, contendo também


mecanismos de detecção do uso de Inteligência Artificial (IA). O
plágio total ou parcial de fontes bibliográficas/netgráficas ou de
colegas (intra/inter-turmas) dará lugar à anulação da questão.

Total: 4 valores

Normas a respeitar

• Deve redigir o seu E-fólio na Folha de Resolução e preencher


todos os

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dados do cabeçalho. As páginas devem ser numeradas. O número de
palavras para cada questão.

• O número de palavras deve ser respeitado e assinalado ao final


de cada questão. O E-fólio deve ter entre 550 - 650 palavras no
total. A bibliografia não conta no total das palavras.

• Nomeie o ficheiro com o seu sobrenome, número de estudante,


seguido da identificação do E-fólio, ex.: sousa_000000efolioA.

• O ficheiro a ser submetido deve estar em formato DOC ou PDF,


não excedendo 8 MB

• Deve carregar o ficheiro no dispositivo E-fólio A até à data e


hora limite de entrega. Evite a entrega próximo da hora limite.

Votos de bom trabalho!

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UNIDADE CURRICULAR: Antropologia Geral

CÓDIGO: 41098

DOCENTE: Caio Novaes

A preencher pelo estudante

NOME: TP

N.º DE ESTUDANTE:

CURSO: Ciências Sociais

DATA DE ENTREGA: 17 de Novembro de 2023

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

1)

O comentário aborda um desafio na antropologia devido à longa oposição


entre o natural e o cultural, o individual e o grupal. Essa divisão ao longo da
história resultou em duas abordagens distintas: uma social e outra física. A
abordagem holística destacada no texto propõe superar essas divisões, na
procura por uma compreensão integrada da condição humana, e isso
relaciona-se com as quatro principais teorias da antropologia.
Na referência feita à condição humana incorporada pode associar-se ao
Evolucionismo ao sugerir uma abordagem que reconhece a evolução biológica
como parte integrante da compreensão da humanidade (Batalha, 2005).
O Difusionismo destaca como as características culturais se espalham entre
sociedades. Quando mencionamos a diferença entre disciplinas
antropológicas focadas no social ou no físico, referimo-nos às diferentes
influências culturais e teóricas que moldaram a disciplina (Batalha, 2005).
O Funcionalismo destaca como as diferentes partes de uma sociedade
contribuem para o seu funcionamento (Batalha, 2005). Ao ser mencionado
que a antropologia segue direções diferentes devido às oposições destacadas,
pode interpretar-se como uma falha no funcionamento da abordagem
funcionalista.
Na menção a uma oposição entre coisas como natural e cultural, individual
e grupal, destaca-se o Estruturalismo, numa tentativa de entender as regras
que organizam a vida das pessoas e a forma como as sociedades funcionam
(Batalha, 2005).
É criticada a abordagem atual da antropologia, propondo a necessidade de
uma visão mais integrada da condição humana. Isso reflete mudanças na
antropologia, de modo a compreender de forma abrangente a diversidade
humana.

nº de palavras: 244

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2)

Catarina Frois, ao adentrar o intricado universo das reuniões de famílias


anónimas, de alcoólicos e narcóticos anónimos, onde assistia
maioritariamente a relatos de mães cujos filhos enfrentavam a dependência
de drogas, a antropóloga vê-se imersa não apenas nas narrativas dessas
mulheres, mas também num profundo processo de reflexão sobre a
interseção entre a sua própria subjetividade e a complexidade do campo.
Esse testemunho proporciona uma rica reflexão sobre como afetamos e
somos afetados no trabalho de campo, enquanto a lente da etnografia e o
conceito de alteridade ampliam a compreensão dessa experiência.
A antropóloga, como observadora participante, entra num espaço de
vulnerabilidade compartilhada. A dor expressa nas reuniões transcende o
puramente académico; é uma narrativa viva de mães que se veem diante de
desafios inimagináveis. Ao mergulhar nesse contexto, a antropóloga não pode
permanecer objetiva ou distante. Cada história, cada lágrima, afetam-na de
maneira profunda, revelando a impossibilidade de uma neutralidade
completa.
A prática da etnografia, nesse cenário, torna-se um exercício de empatia
ativa. Ir além da simples observação para participar ativamente da vida das
mães permite que a antropóloga compreenda não apenas as nuances do vício,
mas também a resiliência dessas mulheres. A recolha de dados vai além de
anotações objetivas; é uma imersão subjetiva, uma experiência
compartilhada. Nesse processo, a antropóloga não documenta apenas a dor
alheia, como também se torna parte dessa narrativa (Batalha, 2005).
A noção de alteridade surge como um fio condutor nesse tecido complexo
de relações. A antropóloga, ao testemunhar as experiências das mães, é
desafiada a transcender as suas próprias perspetivas culturais e pré-
conceitos. A alteridade, nesse contexto, não é apenas sobre reconhecer a
diferença, mas sobre mergulhar na experiência do "outro" e reconhecer a
humanidade compartilhada nas lutas e nas esperanças (Batalha, 2005).
Assim, a antropóloga, ao assistir às referidas reuniões, não é apenas uma
observadora distante, mas sim uma participante envolvida. O trabalho de

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campo não é uma mera recolha de dados, mas uma experiência
enriquecedora que desafia preconceitos e conecta corações. A etnografia,
então, transcende a análise académica para se tornar um ato de testemunho,
respeito e compreensão mútua, alimentado pela consciência da nossa própria
vulnerabilidade e humanidade compartilhada.

nº de palavras: 359

Bibliografia

Batalha, L. (2005). Antropologia - Uma Perspectiva Holística

Martins, H., & Balsa, J. (Diretores). (2016). Antropólogos


[Documentário]. Associação Portuguesa de Antropologia.

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