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Enfim, há diferenças entre os três cursos das Ciências Sociais que resumidamente posso dizer
que a Sociologia se ocupa do estudo a sociedade através de conceitos como relações sociais,
mercado, relações jurídicas, família, etc. A Ciência Política estuda as relações de Estado e as
relações do Estado com as pessoas, dentro de sistemas de governo. É mais relacionada com as
instituições públicas. A Antropologia estuda as pessoas a partir da ideia de que as culturas são
muito diferentes e apresentam relações diferentes entre as pessoas e a forma de viver. Com as
teorias mais recentes, como o perspectivismo, se percebeu que os marcos variam (como os
usados na sociologia), então ao se estudar uma sociedade indígena, por exemplo, não se pode
usar as mesmas chaves que se usa para estudar uma sociedade não indígena, como a
economia, religião etc, pois são tipos diferentes de relações e linguagens. Tudo muito
explicitado nos trabalhos de Lévi-Strauss e Viveiros de Castro.
Para falar sobre a Arqueologia entrevistei um aluno do 5º período de Antropologia que vai se
formar definindo-se pela primeira e, nas palavras dele,
A Arqueologia, a mais fantástica de todas, realiza seus estudos a partir do que chamamos de
“cultura material”, de diferentes temporalidades. A arqueologia pode estudar praticamente
tudo, pois todo conhecimento produzido no mundo pela humanidade é fruto de uma
materialidade experimentada pelos sentidos. Mas daí quando juntamos com antropologia,
por exemplo, o conceito do que é tido como materialidade e como o corpo experimenta esse
mundo também varia conforme a cultura. Diferentes temporalidades na Arqueologia pode ser
presente, passado ou até futuro. A discussão em torno do tempo é que este também é fruto de
construção social. Paulino, Hugo S.R.
A Antropologia Social estuda os povos do mundo, indaga o que eles fazem, como se
sustentam, como pensam e como se organizam socialmente. Estabelecendo contato
aprofundado com outros povos do mundo (mesmo que eles sejam nossos vizinhos),
aprendendo a conversar e a interagir com os diferentes (mesmo que eles sejam nossos
parentes), ou seja, realizando pesquisas de campo, os antropólogos e as antropólogas sociais
geralmente produzem etnografias, isto é, descrições aprofundadas dos costumes e dos modos
de vida de outros coletivos humanos. Como preconizara Malinowski em sua época. A técnica
da observação participante sendo plenamente utilizada em nossos tempos e em locais
diversos.
Há também, e muitas vezes se pode participar já nos primeiros períodos da graduação, dos
grupos de pesquisa em antropologia da UFMG. São bastante diversos e, alguns deles,
transdisciplinares. São eles:
1 - GESEX Grupo de Pesquisa em Gênero e Sexualidades
Reúne pesquisas sobre gênero e sexualidades e suas interfaces com outros marcadores sociais
da diferença (tais como classe, raça, etnia, sexualidade e geração), num viés interseccional.
Neste trabalho eles apresentam o resultado parcial dos trabalhos que a equipe de Iniciação
Científica tem desenvolvido ao longo dos últimos meses alinhada ao projeto "Sobre as marcas
do passado: Arqueologia e conhecimento indígena na Amazônia", coordenado pela
arqueóloga Mariana Petry Cabral em conjunto com os povos indígenas Wajãpi, povo Tupi da
Amazônia, que ocupam a Terra Indígena Wajãpi (TWI), localizada no Estado do Amapá,
Brasil.
Trechos:
“Parte dos objetivos é desenvolver e discutir a capacidade de praticar uma arqueologia que
seja sensível a outros modos de conhecimento, evidenciando as diferentes formas de produzir
e reproduzi-los, sem sobrepor o conhecimento científico ao conhecimento indígena.”