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André Singer, Cicero Araujo e Leonardo Belinelli, mediados pelo canal de Youtube da Companhia das

letras vão contar a história da política e da democracia, a partir da cidade de Atenas há 2.500 anos até os
nossos dias. Segundo Cícero Araújo, há uma ordem hierárquica no social, nas famílias, nas escolas, em
todos os lugares em que há grupos humanos e os democratas atenienses já queriam contrapor a forma de
pirâmide que representaria o social a uma imagem de círculo em que todos os seres teriam a mesma
distância do centro, da democracia. O debate em igualdade de condições, a paridade ou isonomia. A
liberdade de discutir assuntos comuns, a isegoria. Estas duas unidas formariam a democracia grega mas e
os conflitos? Estes gerariam tensões e transformações, sem destruir a forma. Para o autor a ideia de
democracia é como este círculo tensionado. A tensão social sem que seja destruído o círculo é a democracia
resistindo “firme e forte” a esses conflitos inevitáveis. Com um processo de perda de resistÊncia do círculo,
a democracia grega vai perdendo terreno, foram menos de 200 anos de experiência democrática na
antiguidade e quase dois mil anos depois a democracia retorna aos ares contemporâneos. Quando ela
ressurge, vem diferente, mas no fundo nada dela desaparece, apenas se transforma.
Leonardo Belinelli continua expondo que a cidadania era restrita e que ficavam de fora as mulheres, os
escravos e os estrangeiros. A “igualdade” não era para todos os seres humanos mas para os “cidadãos”.
Foram as revoluções da idade moderna que serviram de base para as democracias que se seguiriam. A
revolução inglesa, a instituição do Bill of Rights, o governo ancorado no consentimento do povo e ao
mesmo tempo o poder limitado pelos direitos dos cidadãos. Valores e regras com sustentação popular. Uma
outra revolução foi exatamente contra os ingleses, a revolução americana. A declaração de independência
americana é outro documento importante emanado deste período. A partir daí a igualdade caminha mais um
passo. Agora era preciso encontrar uma resposta para a questão de quem governaria e daí nascem os
fundamentos republicanos. Esta nova forma traz a ideia de auto-governo, ainda que por representação.
Surge ainda a preocupação da não opressão das minorias e isto foi tratado na constituição, na divisão dos
poderes e no federalismo. As três caminham no sentido de limitar o poder. Daí vem a revolução francesa e
sua ênfase social e a Declaração dos direitos do homem e do cidadão. Contrapondo a nobreza e a população
comum. O desafio era integrar o povo francês a esta nova ordem social que estava nascendo.

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