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Aula 06
994060
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Sumário
Liderança ............................................................................................................................... 4
Liderança X Chefia ........................................................................................................................ 5
Tipos e Fontes de Poder ................................................................................................................ 8
Abordagens de Liderança .............................................................................................................. 9
Teoria dos Traços de Liderança ................................................................................................... 10
Teorias Comportamentais ........................................................................................................... 11
Os Estilos de Liderança ................................................................................................................................................... 12
Estudos da Universidade de Ohio................................................................................................................................... 14
Os Estilos de Liderança de Likert .................................................................................................................................... 15
Continuum da Liderança................................................................................................................................................. 16
Grid Gerencial de Blake e Mouton ................................................................................................................................. 17
Abordagens Situacionais/Contingenciais..................................................................................... 21
Teoria da Contingência de Fiedler ............................................................................................... 21
Teoria Caminho-Meta ................................................................................................................. 22
Teoria Situacional ....................................................................................................................... 25
Liderança Transacional x Transformacional ................................................................................ 28
Liderança Carismática ................................................................................................................. 30
Liderança Visionária .................................................................................................................... 33
Empreendedorismo ............................................................................................................. 35
O Governo Catalisador navegando e não remando .................................................................................................... 37
O Governo é da Comunidade dar poder ao cidadão, ao invés de servi-lo. ................................................................. 37
Governo Competitivo Injetando competição na prestação de serviços...................................................................... 37
O Governo Orientado para Missões transformando os órgãos orientados para normas ........................................... 37
Governo de Resultados preocupação com resultados, e não recursos....................................................................... 38
Governo e sua Clientela atendendo às necessidades do cliente e não da burocracia ................................................ 38
Governo Empreendedor gerando receitas e não despesas......................................................................................... 39
Governo Preventivo prevenção ao invés da cura ........................................................................................................ 39
Governo Descentralizado da hierarquia à participação e ao trabalho de equipe ....................................................... 39
Governo Orientado para o Mercado construindo mudanças através do mercado .................................................... 39
Gabarito .............................................................................................................................. 77
Bibliografia .......................................................................................................................... 78
LIDERANÇA
Um líder ideal deve saber conduzir sua equipe de modo a que todos atinjam seus resultados
esperados. Para isso, deve se utilizar do conhecimento sobre sua equipe e de uma comunicação
eficaz para guiá-los ao encontro dos objetivos da organização.
Naturalmente, o processo de liderança é um dos mais importantes no trabalho de um administrador.
Além disso, é um dos mais difíceis. Milhares de livros são lançados anualmente em todo mundo,
tentando ensinar os gestores a serem melhores líderes.
Basicamente, a liderança envolve a habilidade para influenciar pessoas para que sejam alcançados
determinados objetivos. Dentre os elementos da liderança, podemos citar: o poder, a influência e
as pessoas.
Liderança é mostrar o caminho a ser seguido. É vender uma visão de futuro sobre a organização. É
incentivar os membros da empresa em torno dos objetivos que são almejados.
Algumas definições de Liderança podem ser vistas abaixo:
O ento de outras pessoas1
L 2
É A
como uma influência interpessoal em uma dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a
consecução de um ou mais objetivos específicos3
Ao buscar liderar nossos subordinados e colegas, estamos lidando com seres humanos, pessoas. E
cada indivíduo responde de maneira diferente a cada estímulo. Alguns colegas provavelmente
precisarão de um contato mais constante, uma atenção maior do líder.
Já outros, provavelmente, têm maior maturidade e não demandam muita supervisão e atenção de
seus superiores, pois tem maior iniciativa e capacidade de autogerenciamento. Com isso, o líder
deve ter uma percepção de como cada in à à à à à à à à à
contribuir o seu máximo.
Desta forma, O exercício da liderança é algo dinâmico e que envolve diversos fatores das relações
pessoais, como a influência pessoal, o poder, a comunicação, para que os objetivos organizacionais
da instituição sejam alcançados.
1
(Zaleznik, 1992)
2
(Daft, 2005)
3
(Chiavenato, Administração Geral e Pública, 2008)
LIDERANÇA X CHEFIA
A liderança não é um papel executado exclusivamente pelos chefes ou gerentes. Isto muitas vezes
acontece assim, mas não sempre. Naturalmente, a capacidade de liderar uma equipe é um dos
aspectos que leva alguém a ser promovido a um cargo de chefia.
Muitos indivíduos que chegam nestas posições, como vocês devem imaginar, não têm o perfil e as
capacidades necessárias para liderar pessoas. Alguns não gostam de falar em público, outros têm
dificuldades nas negociações e no envolvimento dos seus subordinados.
Não é incomum, por exemplo, que o líder de um grupo seja um colega, alguém mais experiente ou
envolvente, que consegue com seu comportamento guiar os membros em direção dos objetivos.
Assim sendo, não é absolutamente necessário que o chefe de uma equipe seja o seu líder, na prática.
Muitos chefes não querem fazer esse papel. O líder pode ser uma pessoa sem poder hierárquico ou
de comando, sem problema.
Prestem atenção nesse ponto: O líder não é, necessariamente, o superior hierárquico, o chefe. Isto
à à à à à à à à à à à , apesar de estar errado.
Liderança
Chefia
De acordo com Chiavenato4, estas são as principais diferenças entre os líderes e os gerentes:
Gerente Líder
Administra Inova
Mantém Desenvolve
Imita É original
(CESPE TRT-17 - PSICOLOGIA) Liderança é definida como a influência exercida por aqueles
que possuem autoridade formal na organização.
Comentários:
Pegadinha na área! Como já vimos, não é sempre que o chefe (quem tem autoridade formal)
será o líder de um grupo. A liderança não é necessariamente realizada por este chefe, pois ele
pode não ter perfil para isto, por não dar atenção a este fator, dentre outros motivos.
Gabarito: errada
4
(Chiavenato, Comportamento Organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações, 2014)
(CESPE PF - ADMINISTRADOR) Nas organizações, o líder define-se pela autoridade que lhe é
delegada.
Comentários
Negativo! O líder não é definido pelo nível de autoridade delegado pela instituição. Ou seja, o
líder não precisa ser um chefe, uma autoridade hierárquica frente seus liderados. Ele pode, ou
não, ter essa autoridade delegada.
Pode ocorrer de o líder ser apenas um colega de trabalho que tem ascendência perante seus
pares.
Gabarito: errada
A autoridade não é a única fonte do poder dentro de uma organização. Segundo Sobral e Alketa5, o
conceito de poder é mais abrangente que o conceito de autoridade, visto que pessoas sem nenhuma
autoridade têm, às vezes, muito poder na organização. Quem tem autoridade tem poder, porém,
nem todo poder deriva da autoridade.
O poder pode ser conceituado como a possibilidade de influenciar pessoas ou um grupo de pessoas
e modificar seu comportamento. Entre os principais tipos de poder estão6:
5
(Sobral & Peci, 2008)
6
(Sobral & Peci, 2008)
As teorias de liderança são muitas, mas iremos ver aqui as que são recorrentemente citadas em
provas. Abaixo, podemos ver as principais:
ABORDAGENS DE LIDERANÇA
Esta teoria não é mais aceita pelos principais teóricos da área, mas ainda é cobrada em provas, ok?
Por isso, vamos conhecê-la um pouquinho. Mas vocês verão que este tema é bem gostoso!
A teoria dos traços ou das características é uma das mais antigas no estudo da administração. Ela se
baseia em uma noção antiga de que os lí à à à à à à à à
definiriam, que seriam característicos destas pessoas.
O à à à à à à à à à à à à à à à à
e, após isso, poderíamos buscar pessoas semelhantes na população, para que fossem alçadas ao
papel de liderança7.
E quais seriam estes traços, professor?
Basicamente, seriam características pessoais como a inteligência, a capacidade de oratória, a
confiança, os valores, dentre outros aspectos vistos como positivos para que um líder possa
desempenhar este papel.
De acordo com Krumm8,
O
constituinte da personalidade do administrador. Essa posição foi, posteriormente, modificada para indicar que os traços
podem ser desenvolvidos pela experiência; mas os traços eram considerados como aspectos centrais da personalidade do
7
(Chiavenato, Administração nos novos tempos, 2010)
8
(Krumm, 2005)
Além disso, muitas vezes uma característica que tinha sido muito positiva em um caso, poderia ser
à à à àU à à à à à à à à à à à à
um caso de um general na segunda guerra mundial, mas seria um fracasso em um líder de governo
no Senado, por exemplo.
I à à à à à à à à àáà à à à
considerando o ambiente externo, o contexto, dentro de sua análise. Não existiria um líder perfeito
para todas as situações.
Desta maneira, o modelo aos poucos foi sendo desacreditado e superado por novas teorias que
buscaram analisar a influência do meio externo no papel do líder.
TEORIAS COMPORTAMENTAIS
Com a rejeição das teorias que buscavam os traços de liderança mais adequados, os principais
estudiosos começaram a pesquisar o que se chamou de perspectiva comportamental da liderança.
Basicamente, eles passaram não mais a analisar o que os líderes eram, mas o que eles faziam. Ou
seja, passaram a buscar entender as características comportamentais dos líderes eficazes9.
Uma diferença importante entre essas abordagens, em comparação com a teoria dos traços, é a de
que o comportamento do líder pode ser aprendido.
9
(Sobral & Peci, 2008)
Os Estilos de Liderança
A pesquisa realizada por Kurt Lewin e demais autores na Universidade de Iowa foi uma das primeiras
tentativas de identificar os estilos de liderança dos gestores.
Eles estudaram o comportamento de grupos de pessoas, principalmente em relação ao controle de
à à à à à à àautocrático, democrático e liberal.
O líder autocrático seria aquele que controla mais rigidamente seus empregados. Ele toma todas as
decisões e não delega autoridade nenhuma para seus funcionários.
Na empresa dele, até compra de caneta Bic tem que ser autorizada por ele antes! Ele define em
detalhes como será a atuação de cada pessoa em seu departamento. A participação dos funcionários
à à à à à à à
Já o líder democrático seria aquele que contaria com a participação de sua equipe na tomada de
decisões. Seria um controle compartilhado, feito em conjunto. Existiria um nível de delegação de
autoridades e responsabilidades pelo líder.
Alguns autores dividem esse estilo de liderança em dois: o modo consultivo e o participativo.
Democrático Consultivo
Líder toma a decisão depois
de ouvir
Democrático Participativo
Decisão é feita em conjunto
A diferença básica entre os dois tipos é sobre quem toma a decisão final. No caso do tipo consultivo,
como o nome já indica, a decisão à à à à à à à à
No caso do tipo participativo, a equipe participa da decisão. A tomada de decisão é feita pelo grupo,
em conjunto com o líder.
Finalmente, a liderança liberal (também chamada de - à à à à à à
francês) é o estilo em que existe pouco ou nenhum controle do líder sobre seus empregados.
áà à à à à à à à à à à à àáà à à
somente um papel consultivo, de um esclarecedor de dúvidas e de fornecedor dos recursos para as
tarefas.
Os autores buscavam determinar qual seria o melhor estilo de liderança. As descobertas foram um
pouco decepcionantes. Os empregados se mostraram mais satisfeitos em trabalhar para os líderes
democráticos (nenhuma surpresa, não é mesmo?).
Mas os resultados objetivos do trabalho pareciam indicar que para muitas situações os líderes
à à à à à à à à àJ à à à à à à
nem satisfação aos empregados nem resultados práticos.
Assim sendo, uma das críticas à esta teoria foi a à à à à à à à à
que o melhor estilo dependeria da situação em que o líder estivesse envolvido. Abaixo, podemos ver
um resumo dos estilos:
L -
Autocrático Democrático
(CESPE - FUB PSICÓLOGO) A liderança Laissez-Faire é eficaz quando os subordinados não são
dotados de capacidade de auto-organização, gerando desempenho nas tarefas satisfatórias.
Comentários
Oà à à à à à à à à à à à à à membros
da equipe são capacitados e têm capacidade de auto-organização. Seria o contrário do que a
banca afirmou no enunciado.
Gabarito: errada
Categoria de
Descrição
Liderança
Corresponde ao grau em que um líder define o trabalho que deve ser feito,
Estrutura de
a forma como o trabalho deve ser feito, a organização do trabalho, os canais
Iniciação de comunicação, dentre outros aspectos relacionados com a tarefa.
Os estudos identificaram que os líderes orientados para as tarefas (estrutura de iniciação) ou para
as pessoas (consideração) nem sempre eram eficazes 11.
Essa descoberta abriu espaço para a ideia de que deveriam existir outros fatores situacionais que
deveriam ser levados em consideração no estudo da liderança.
Outra teoria comportamental ligada aos estilos de liderança é a criada por Likert, que se baseou no
estilo de autoridade do líder. Para ele, os quatro estilos de liderança são os seguintes: autoritário-
coercitivo, autoritário-benevolente, consultivo e participativo.
Abaixo, podemos ver uma descrição de cada estilo:
10
(Ribas & Salim, 2013)
11
(Sobral & Peci, 2008)
Estilo de
Descrição
Liderança
O líder tem uma postura mais democrática e cria um ambiente em que todos
participam na tomada de decisões.
A comunicação entre a equipe é boa e as pessoas sentem real responsabilidade
Participativo pelo seu trabalho. A motivação é claramente superior.
Costuma ser utilizada em empresas de setores de tecnologia e com profissionais
altamente capacitados que atuam em atividades complexas.
Continuum da Liderança
Esta teoria foi chamada de Continuum da Liderança, pois tinha uma visão antagônica ou a
liderança era focada em pessoas ou seria focada nas tarefas, e não nas duas! 12
Para que os gestores pudessem escolher qual estilo seguir, eles recomendaram analisar
fatores como o nível de conforto do líder com o estilo de liderança (muitos chefes não têm o perfil
para atuar no estilo democrático!), características dos liderados (são pessoas que estão
acostumadas a assumir responsabilidade? Estão acostumadas a decidir?) e a pressão do tempo
(quanto tempo teríamos para tomar uma decisão?).
Esta é uma das teorias comportamentais da liderança mais conhecidas. A grade gerencial de Blake e
Mouton foi uma evolução da teoria de Tannenbaum e Schmidt, que postulava que a liderança era
à à à à à à pessoas e a orientada para tarefas, pois
questionou esta visão antagônica (ou era focada em pessoas ou tarefas, e não nas duas!) 13.
Para Blake e Mouton, tanto a preocupação com as pessoas e com a produção são fundamentais
para se alcançar um bom resultado14. Eles montaram a grade gerencial baseada nas duas dimensões
comportamentais: preocupação com as pessoas e preocupação com a produção (por isso é
chamada visão bidimensional do estilo de liderança) 15.
12
(Daft, 2005)
13
(Daft, 2005)
14
(Robbins & Coulter, Administração, 1998)
15
(Blake e Mouton, 1985) apud (Clegg, Kornberger, & Pitsis, 2008)
A ideia por trás da teoria é a de que o líder não deveria ser totalmente focado nas pessoas, pois
provavelmente tenderia a não atingir os resultados da empresa (oferecendo benefícios em excesso
e cobrando pouco os resultados).
Por outro lado, também não poderia ser totalmente voltado para os resultados (ou para a produção),
pois poderia alienar as pessoas e criar um ambiente desmotivador e afastar os melhores
empregados16.
Abaixo podemos ver mais facilmente o grid gerencial:
Cada uma das dimensões é avaliada por meio de uma escala de 1 a 9, contendo 81 posições possíveis
para o estilo de liderança. As cinco posições chaves que Blake e Mouton identificaram foram 17:
16
(Clegg, Kornberger, & Pitsis, 2008)
17
(Chiavenato, Introdução à teoria geral da administração, 2011)
A teoria de Blake e Mouton foi muito importante por sintetizar as teorias comportamentais de
liderança, mas os estudos posteriores não confirmaram que o estilo líder-equipe seja realmente o
mais eficaz em todos os casos.
A falha de não levar em consideração os fatores situacionais acabou levando ao desenvolvimento
posterior das teorias contingenciais ou situacionais de liderança.
(CESPE MTE - ADMINISTRAÇÃO) O managerial grid (grade gerencial) proposto por Blake e
Mouton pressupõe que o administrador deva se preocupar apenas com os resultados.
Comentários
O grid (ou grade) gerencial de Blake e Mouton mostra uma relação entre duas variáveis na
liderança: o enfoque em pessoas e o enfoque na produção. Para os autores a melhor situação
seria uma alta preocupação com os dois fatores (produção e pessoas).
Gabarito: errada
ABORDAGENS SITUACIONAIS/CONTINGENCIAIS
Depois das falhas encontradas na teoria comportamental (ou dos estilos de liderança), a
preocupação voltou-se para a influência do ambiente ou do contexto no processo de liderança.
N à à à à à à à s as situações. A liderança deveria incluir também
à à à à à à à à à à à à à uação específica.
Além do aspecto do ambiente que envolve a situação, as teorias contingenciais também consideram
como importantes tanto o comportamento dos líderes, bem como a maturidade dos liderados 18.
De acordo com o autor, as características das personalidades são desenvolvidas durante diversas
experiências vividas durante a vida e dificilmente são alteradas19.
18
(Cavalcanti, Carpilovsky, Lund, & Lago, 2009)
19
(Krumm, 2005)
Para Fiedler, existem dois tipos de líderes: líderes orientados para tarefas e líderes orientados para
pessoas. Os primeiros seriam mais focados nos resultados e nos objetivos organizacionais. Já os
segundos, naturalmente, estariam mais voltados para o bem-estar de sua equipe.
A teoria engloba três aspectos principais: o relacionamento entre o líder e seus empregados, o
poder de autoridade que este líder detém e a estrutura da tarefa/atividade. Os fatores combinados
formam oito dimensões, desde a mais desfavorável a mais favorável para o líder.
O conceito principal da teoria é que o gestor deve analisar qual é o perfil do líder para que possa
posteriormente inseri-lo dentro do contexto que mais se adapte ao seu comportamento 20.
A conclusão do trabalho foi interessante. O autor percebeu que a liderança orientada para tarefas
era mais eficaz na maioria das situações (ver gráfico acima).
Tanto em situações altamente favoráveis quanto nas altamente desfavoráveis, o líder focado na
tarefa se saía melhor. Somente em situações intermediárias era que a liderança orientada para
pessoas era a mais adequada.
TEORIA CAMINHO-META
Esta teoria da contingência afirma que os líderes devem ser flexíveis e, portanto, devem moldar o
tipo de liderança à situação, envolvendo fatores contingenciais ambientais e fatores contingenciais
do subordinado.
20
(Sobral & Peci, 2008)
Seus autores postulam que o líder tem a responsabilidade de aumentar a motivação dos funcionários
mostrando os comportamentos necessários para o alcance das metas e as recompensas disponíveis
no caso de sucesso.
Uma das principais ideias da teoria Caminho-Meta é de que o líder será aceito pelos liderados
quando estes o virem como fonte de satisfação, imediata ou futura.
Fonte: Bass, Bernard. Leadership: good, better, Best. Organizational Dynamics, Winter 1985.
O trabalho do líder é o de esclarecer quais são os comportamentos adequados para que os objetivos
sejam atingidos e mostrar quais são as recompensas disponíveis, além de equalizar as recompensas
com as reais necessidades dos empregados (eles querem recompensas materiais ou buscam
recompensas intrínsecas, como melhor ambiente de trabalho, trabalho mais gratificante e maior
realização?).
O desafio, para o líder, seria o de usar o estilo de liderança que seria o mais adequado às
necessidades motivacionais dos seus liderados. Os autores classificam os estilos de liderança em
quatro:
Estilo Descrição
TEORIA SITUACIONAL
A teoria da liderança situacional de Hersey e Blanchard pôs o foco da liderança nos subordinados,
e não nos líderes21 àP à à à à à à à à à àescolha correta de um estilo
de liderança que esteja adequado ao nível de maturidade dos funcionários.
Para os autores, os líderes devem analisar o nível de maturidade para saber como devem se
comportar em relação a eles. Um conceito muito importante nesta teoria é o de adaptabilidade. Um
líder é adaptável (ou adaptativo) quando consegue variar o estilo de liderança de acordo com o
contexto22.
Ao contrário, um líder rígido só consegue ser eficaz quando seu estilo de liderança é adequado ao
ambiente que o cerca. Naturalmente, os líderes adaptáveis são mais adequados aos nossos tempos.
Isto acontece porque os funcionários não são todos iguais. De acordo com Hersey e Blanchard, eles
têm um nível de maturidade variável. Aqui estamos definindo maturidade não só de acordo com o
aspecto psicológico do trabalhador, mas também em relação à sua capacidade de realizar o
trabalho.
Figura 7 - Estágios de Maturidade. Fonte: (Cavalcanti, Carpilovsky, Lund, & Lago, 2009)
21
(Cavalcanti, Carpilovsky, Lund, & Lago, 2009)
22
(Cavalcanti, Carpilovsky, Lund, & Lago, 2009)
Assim, um funcionário com alta maturidade seria capaz de fazer suas tarefas de forma
independente, de se autogerenciar e de buscar as metas necessárias.
Já um funcionário com baixa maturidade demandaria uma maior atenção do líder, de modo a
compensar sua baixa capacidade de realizar as atividades, somado com sua pouca disposição de
assumir responsabilidades.
Os autores montaram um quadrante com dois fatores: comportamento focado nas tarefas e
comportamento focado nos relacionamentos.
Oà à à à à à à à à à à à à
destes fatores (tarefa e relacionamento): direção, delegação, persuasão e participação.
De acordo com Schermerhorn23, os estilos seriam os seguintes:
➢ Direção (ou Determinação) determinar o que cada subordinado fará em detalhes, com
rígida supervisão. Um estilo com alta preocupação com a tarefa e baixa preocupação com o
relacionamento;
➢ Persuasão explicar a necessidade de cada tarefa de forma persuasiva e dar um suporte ao
empregado sempre que possível. Um estilo com alta preocupação com a tarefa e também
alta preocupação com o relacionamento;
➢ Participação (ou compartilhamento) enfatizar o compartilhamento de ideias e a
participação dos funcionários na tomada de decisões em relação ao trabalho que será
desenvolvido. Seria um estilo com baixa preocupação com a tarefa e alta preocupação com o
relacionamento;
➢ Delegação deixar o funcionário ou o grupo tomar suas próprias decisões em relação ao
trabalho e assumir suas responsabilidades. Seria um estilo com baixa preocupação com a
tarefa e baixa preocupação com o relacionamento.
O conceito da teoria é bem simples: o líder deve perceber em que situação está seu empregado e
aplicar o estilo adequado. Para funcionários que tenham sido recentemente contratados, com pouca
experiência prática, o líder deve adotar um comportamento mais focado no que deve ser feito, sem
dar muita autonomia, supervisionando de perto.
Já com funcionários com muito tempo de casa e com experiência prática nas tarefas, o líder deve
dar autonomia e delegar autoridade e responsabilidade. Estes empregados têm capacidade para se
autogerenciar.
23
(Schemerhorn Jr., 2008)
(FCC TRT-15 TÉCNICO) Uma das conhecidas teorias sobre liderança, desenvolvida por
Robert House, é a Teoria Caminho-meta ou Caminho-objetivo. A principal ideia dessa teoria é
de que o líder será aceito pelos liderados quando estes o virem como fonte de satisfação,
imediata ou futura. House destacou quatro comportamentos de liderança, entre os quais NÃO
se inclui:
a) Líder carismático: comunica expectativas e expressa confiança nos liderados de que vão
conseguir alcançá-las.
b) Líder diretivo: deixa claro o que espera dos liderados, organiza e proporciona diretrizes claras
e objetivas.
c) Líder apoiador: é receptivo e sensível às necessidades dos liderados.
d) Lider participativo: antes de tomar decisões, consulta os liderados.
e) Líder orientado para a conquista ou líder voltado para a realização: estabelece desafios e
espera que os liderados demonstrem desempenho máximo.
Comentários
House apontou quatro estilos de liderança na Teoria do Caminho-Meta: compreensivo (ou
apoiador), diretivo, participativo e realizador. A única alternativa que não está associada a
Teoria Caminho-Meta é a letra A, que descreve a liderança carismática.
Essa teoria está centrada na noção de que certos líderes podem, pelo poder de seu carisma,
motivar as pessoas a atingir seus objetivos.
Gabarito: letra A
Grande parte das teorias de liderança se baseia no relacionamento entre líderes e subordinados.
Existem, porém, estudos que abordam o tipo de recompensa que o líder oferece, ao invés de
analisar o comportamento do líder em relação aos liderados. Estes estudos apontam dois tipos de
líderes: líderes transacionais e transformacionais.
Liderança transacional é aquela onde existe uma relação de troca entre líder e subordinado. Seu
nome vem exatamente desta troca, de transação! O líder define as metas que devem ser alcançadas
à à à à à à à à
O líder transacional deve então esclarecer quais serão as tarefas e os objetivos, motivar seus
funcionários para que eles atinjam suas metas, e fornecer apoio aos liderados no trabalho, buscando
suprir suas necessidades.
De acordo com muitos autores, a liderança transacional funciona bem quando a organização está
em um ambiente estável. Para que ela seja eficaz, ambos os lados (líder e liderado) devem estar
à à à à à à à à à à à à à à à
Lembre-se!
Abaixo, podemos ver um quadro comparativo entre os líderes transacionais e transformacionais 24:
Gerenciamento pela exceção (ativa): observa e Inspiração: comunica altas expectativas, utilizando
procura por desvios das regras e padrões, toma as símbolos para focar os esforços e expressa os
ações corretivas. objetivos mais importantes de forma simples.
Tabela 1 - Quadro comparativo entre líderes transacionais e transformacionais. Adaptado de: (Robbins, Organizational
Behavior, 2004)
LIDERANÇA CARISMÁTICA
A teoria da liderança carismática está centrada na noção de que certos líderes podem, pelo poder
de seu carisma, motivar as pessoas a atingir seus objetivos. Eles formariam grupos coesos e voltados
para esses objetivos, com um alto grau de confiança no líder. 25
De acordo com Clegg et al,26
A liderança carismática é o tipo de liderança que faz uma ênfase na articulação de uma visão e de uma missão que promete
De certa forma, a teoria da liderança carismática aponta o carisma como uma característica que
fariam os subordinados dedicarem-se mais e a seguirem fielmente o líder em torno de uma meta
idealizada por ele.
24
(Robbins, Organizational Behavior, 2004)
25
(Clegg, Kornberger e Pitsis 2008)
26
(Clegg, Kornberger e Pitsis 2008)
Mas como um líder torna-se um líder carismático? Ou melhor, como desenvolvemos um carisma?
Segundo uma análise de Conger e Kanengo, as principais características de um líder carismático
seriam:27
Características Descrição
Deste modo, os líderes carismáticos são vistos pelos seus subordinados como obstinados,
autoconfiantes e agentes de mudança em sua organização. Não se comportam como chefes
conservadores e buscam o risco, o novo, a mudança.
27
(Conger e Kanengo) apud (Robbins, 2002) apud (Cavalcanti, et al. 2009)
De acordo com Robbins,28 existem três passos principais para que um líder possa desenvolver
carisma:
Naturalmente, existem adeptos e críticos deste tipo de liderança. Pesquisas mostram que pessoas
que trabalham com líderes carismáticos são mais motivadas e dedicam-se mais. Além disso, como
gostam de seus chefes, são mais felizes no ambiente de trabalho.29
Entretanto, alguns apontam que este estilo pode criar problemas. A autoconfiança e busca
à à à à à à à à à à à à à à íticas e sugestões
30
de pessoas com outras visões. Assim, esse tipo de líder seria mais adequado a empresas
emergentes ou que necessitem de uma grande mudança.
28
(Robbins, Organizational Behavior 2004)
29
(Robbins, Organizational Behavior 2004)
30
(Cavalcanti, et al. 2009)
LIDERANÇA VISIONÁRIA
Da mesma forma que a liderança carismática, o próprio nome da liderança visionária indica qual é o
seu enfoque. Os autores que criaram esse termo, Bennis e Nanus, apontaram que a capacidade de
criar e compartilhar uma visão de futuro seria fundamental na atuação de um líder.31
Mas afinal, o que seria uma visão? Esse conceito está relacionado com o destino desejado um
à à“ à à à à à à à à à à à
à à à
Para Albrecht,32 para chegar à visão, uma empresa deve perguntar: como queremos ser vistos pelas
pessoas e pelo mercado?
M à à à à à à à à à à àU
aos membros da organização àE à à à à à à à à à à à
e que cria uma coesão no grupo.
Essa visão serve para que todos tenham uma noção clara de quais são os objetivos buscados e auxilia
na priorização de esforços e de recursos. De acordo com Bennis e Nanus, 33
É e esforços, filtrar as
Assim sendo, um líder visionário não só escolhe uma visão correta para a empresa, mas também
comunica essa visão a todo
dediquem ao máximo para que a mesma vire realidade.
31
(Bennis e Nanus, 1988) apud (Cavalcanti, et al. 2009)
32
(Albrecht) apud (Boyett e Boyett, 1999) apud (Cavalcanti, et al. 2009)
33
(Bennis e Nanus, 1988) apud (Cavalcanti, et al. 2009)
(B) o líder transformacional busca uma estrutura hierárquica mais horizontal, em que os
subordinados se veem no direito de participar das decisões societárias da organização;
(C) o líder transacional encara as relações com os subordinados como uma troca, em que se vê
como o responsável por traçar metas e atribuir recompensas por seu alcance;
(D) o líder transformacional, por buscar um ambiente de constante mudança, é associado a
pior desempenho, alta rotatividade e baixa motivação na organização;
(E) o líder transacional é um especialista em questões de transações financeiras da organização,
frequentemente fixando metas associadas a bônus salarial aos funcionários.
Comentários
A única alternativa que descreve corretamente os conceitos de liderança transacional e
transformacional é a letra C. O líder transacional encara, realmente, o relacionamento com
seus subordinados como uma troca. Nesta relação, ele oferece recompensas em troca de um
desempenho negociado.
As demais alternativas estão equivocadas e não mostram relação com os conceitos.
Gabarito: letra C
EMPREENDEDORISMO
O primeiro conceito que deve ser entendido é o que realmente significa a palavra
empreendedorismo. O empreendedor não pode ser confundido com empresário!
Empreender é manejar os recursos disponíveis da melhor maneira, de forma que sejam maximizados
a eficiência e os resultados da organização. Empreender é basicamente fazer acontecer.
U à à à à à à à à à à à à à
que favorece a busca pela inovação, pelo aperfeiçoamento, e pelo melhor modo de se fazer as coisas
do dia a dia34.
De acordo com Pessoa e Oliveira35, para criar essa cultura é fundamental que os dirigentes aprovem
o comportamento empreendedor e reconheçam a importância da proatividade e da inovação em
suas organizações.
Desta forma, o empreendedorismo governamental não ocorre quando o governo cria e opera
empresas públicas, quando vende produtos e serviços ao mercado.
34
(Paludo, 2010)
35
(Pessoa & Oliveira, 2006)
Ele ocorre sempre quando os gestores públicos aproveitam os recursos disponíveis de novas e
melhores formas, buscando a satisfação e o benefício dos cidadãos36.
A gestão empreendedora busca envolver diversos atores (públicos ou privados) para uma atuação
conjunta focada em resolver os problemas e anseios da sociedade.
Fique atento!
Para que a gestão empreendedora possa funcionar, precisa de um sistema de controle e avaliação
voltado para os resultados efetivos das ações governamentais.
O processo de avaliação deve ser contínuo e informar a sociedade em uma linguagem acessível, de
modo que esta participe.
O conceito de empreendedorismo governamental surgiu inicialmente com o livro de Osborne e
Gaebler Reinventando o Governo como o espírito empreendedor está transformando o setor
à37.
Estes autores se basearam em estudos de caso norte-americanos de órgãos e setores
governamentais, como escolas e hospitais, que estavam buscando modificar o modelo burocrático
então em voga.
O contexto da época (anos 80) era de grande descrença da população nas capacidades da
Administração Pública de suprir as necessidades da sociedade relativas aos bens públicos e de
vencer os desafios que apareciam.
N à à à à à à à à à à à à à à à
público que se tornou cada vez mais difícil fornecer serviços de qualidade para a população com
eficiência.
A burocracia criava problemas na gestão dos serviços públicos, pois tornava a máquina estatal lenta,
à à à à à à à à à à à os cidadãos!
Este cenário trouxe muitos problemas de governabilidade e governança, levando aos autores em
questão a sugerir vários princípios que deveriam fazer parte de um governo empreendedor. Estes
princípios, de acordo com Osborne e Gaebler 38, são:
36
(Paludo, 2010)
37
(Osborne & Gaebler, 1992)
38
(Osborne & Gaebler, 1992)
De acordo com os autores, o governo deve ter o papel de indutor da sociedade, de regulador, não
mais de executor dos serviços. Assim, ele pode melhor modelar e regular a atividade econômica, de
forma a ser mais efetivo e chegar à à à à à à à à
Desta forma, ao navegar em vez de remar, os governos podem ser mais flexíveis e atingir um grau
de qualidade e eficiência maior. Ao comprar os serviços e produtos no mercado, usando a
competição, pode exigir maior qualidade e menor custo, pois seus fornecedores sabem da
possibilidade de substituição (enquanto os funcionários públicos não convivem com esta ameaça).
De acordo com os autores, devem ser transferidas responsabilidades para as comunidades locais,
pois estas são mais flexíveis e vivenciam mais de perto os seus diversos problemas.
Desta forma, a burocracia transfere para as comunidades o poder decisório e o controle sobre os
serviços públicos locais, mas mantém a responsabilidade final de que estes serviços sejam prestados,
ou seja, a garantia de que estará vigilante para que a comunidade efetivamente preste o serviço.
A promoção da competição é outro fator considerado fundamental pelos autores. Para estes, a
competição leva ao aumento da eficiência, força os agentes (públicos ou privados) a suprir melhor
as necessidades dos clientes, aumenta a inovação e a criatividade e melhora o clima organizacional
dentro dos órgãos públicos.
Os autores, porém, não vislumbravam apenas a competição do setor público versus privado! Os
próprios órgãos públicos deveriam ser postos em situação de competir com outros órgãos públicos,
de forma a quebrar o monopólio da prestação dos serviços públicos e a forçá-los a se aprimorar.
Outra noção trazida pelos autores é a de redefinir a orientação dos servidores. Ao invés de se
trabalhar para cumprir normas, eles devem ser guiados por missões. A administração burocrática
leva a uma desmotivação do servidor, pois define de antemão tudo o que ele deve fazer e como
deve executar este trabalho.
O funcionário que atende ao público e lida diretamente com os problemas específicos deve ter mais
poder e liberdade para atuar 39. De certo modo, os governos prejudicam a autonomia da grande
à à à à à à à à à stores que são desonestos.
Se o funcionário tem mais liberdade e flexibilidade, pode utilizar sua criatividade e poder de inovação
para alcançar seus objetivos e cumprir a missão do seu setor de forma mais efetiva.
A administração e o controle dos resultados são fundamentais para que os governos possam atender
melhor aos seus cidadãos. Para atingir seus resultados desejados, o monitoramento e a avaliação
constante dos resultados das ações e políticas governamentais é fundamental.
Normalmente, os governos burocráticos não controlam resultados - somente os recursos
destinados. Desta forma, acabam incentivando não os órgãos eficientes, mas os ineficientes.
Um hospital, por exemplo, deveria ser remunerado não pelo número de atendimentos, mas pela
redução do número de casos de doença em sua localidade. Uma delegacia de polícia deveria ser
avaliada por reduzir a criminalidade, e não por número de prisões. Ou seja, os órgãos devem ser
avaliados pelos resultados concretos, e não pelos recursos que dispõem.
O mesmo deve acontecer com os servidores. Como os governos não sabem medir resultados,
remuneram por outros critérios, como tempo de casa e volume de recursos ou empregados
subordinados, de modo que os servidores não buscam atingir resultados melhores, mas crescer sua
esfera de poder e manter seus cargos.
De acordo com Valente40:
O focalizar e investir no insucesso ao invés de se investir nos resultados: mais
polícia quando a taxa de criminalidade atinge níveis altíssimos, mais médicos e vacinas quando as epidemias grassam, etc.
O
Assim, a preocupação deve deixar de ser nos recursos investidos (os inputs) e se preocupar com os
resultados (os outputs) do processo governamental.
Como os órgãos públicos não recebem seus recursos diretamente dos seus clientes (cidadãos), e sim
do Legislativo, normalmente não se importam com eles e muitas vezes nem sabem direito quem são
39
(Osborne & Gaebler, 1992)
40
(Valente)
ou quais são suas necessidades. Outro fator é que normalmente os clientes não têm escolha, ou
seja, existe um monopólio na prestação daquele serviço.
A administração deve criar mecanismos que façam os servidores voltarem suas atenções aos clientes
de seus serviços e que estes tenham condições de escolha na prestação destes serviços.
A busca de novas receitas deve ser incentivada para que o governo recupere sua capacidade de
investir e de gerar mais receitas no futuro. Uma das ideias de Gaebler e Osborne é de que deve
existir uma instituição de taxas para os serviços públicos.
Outra noção é a de que devemos considerar os gastos sob uma perspectiva de investimento, ou seja,
considerando o benefício futuro de cada despesa.
Os governos devem deixar de se preocupar apenas com a resolução dos problemas para se
concentrar nas causas dos problemas. Ao invés de tratar os sintomas, deve-se buscar evitar que os
problemas apareçam.
O estudo e o enfrentamento da origem dos principais problemas levam o governo a gastar seus
recursos de maneira mais eficiente.
Os governos devem buscar atuar através de mecanismos de mercado, em vez de tentar atuar
diretamente. Ao criar incentivos e direcionar a iniciativa privada, eles podem ser mais efetivos na
solução dos problemas da sociedade.
Desta forma, um governo empreendedor direciona a maior parte da execução dos serviços públicos
para a iniciativa privada 41 àO à à à à à à à à
Os mercados não são perfeitos, e existem serviços que não se prestam à iniciativa privada, mas,
sempre que possível, o governo deve induzir e não executar, ou seja, estruturar e induzir o mercado,
e não administrar sozinho.
Fique atento!
Oà à à à à E à à à à E à à
mas um Estado forte, visionário, que lidere a sociedade e que mostre o
à à à à
De acordo com os autores, existem slogans e atitudes que representam cada um dos princípios do
empreendedorismo governamental42:
Princípios Slogan Atitude
Não focam em apenas um único objetivo; reconhecem as
Catalisador Melhor dirigir do que remar múltiplas possibilidades e buscam equilíbrio entre
recursos e necessidades.
Melhor empoderar os atores Transferem a responsabilidade de trazer as soluções
Da comunidade
que os servir públicas para a comunidade.
Inculcar competição entre os Fomentam a competição para alcançar maior eficiência,
Competitivo
prestadores de serviços melhor responsividade e ambiente propício à inovação.
Orientado para Transformar organizações Focam a missão para definir o orçamento, recursos
Missões movidas por regras humanos e outros sistemas.
Melhor financiar resultados que Orientam os sistemas para os resultados; não enfatizam o
De resultados
recursos controle de gastos.
Melhor satisfazer as
Voltado ao
necessidades do consumidor Focam o consumidor e não a estrutura.
cliente
que as da burocracia
Melhor gerar receitas que Agregam valor e garantem resultados com a instituição
Empreendedor
despesas do conceito de lucro no setor público.
Preventivo Melhor prevenir que remediar Buscam barrar os problemas na origem.
Compartilham a tomada de decisão utilizando-se dos
Da hierarquia à participação e
Descentralizado recursos da tecnologia e da melhor formação dos
ao trabalho em equipe
trabalhadores.
Reestruturam o ambiente para que o mercado possa
Orientado para Alavancar mudanças via
atuar de forma eficaz como objetivo de propiciar
o mercado mercado
qualidade de vida e oportunidade econômica.
41
(Paludo, 2010)
42
(Osborne & Gaebler, 1992)
Já os fatores que devem ser combatidos para que a gestão empreendedora possa florescer são: a
inflexibilidade do modelo burocrático tradicional, a hierarquia excessiva, o crescimento da área
pública, o paternalismo, a descontinuidade e as práticas patrimonialistas.
43
(Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2000)
O paternalismo,
A descontinuidade e
As práticas patrimonialistas.
INTRAEMPREENDEDORISMO
(CGE-MA AUDITOR) Acerca dos princípios que norteiam o governo e os gestores a agirem
como empreendedores, assinale a afirmativa correta.
(A) Governo centralizado: hierarquiza a participação e o trabalho de equipe dando mais
autonomia a servidores como forma de democratizar a gestão
(B) Governo catalisador: promove a atuação conjunta pública, privada e voluntária e o governo
é coordenado
(C) Governo de resultados: financia resultados e recursos
(D) Governo preventivo: planeja suas ações a fim de minimizar problemas, o que acarreta
melhores resultados e economia de recursos
(E) Governo clientelista: atende às necessidades do cliente e da burocracia
Comentários
O governo não deve ser clientelista, mas sim focar no cliente (e não na burocracia). Um dos
à à à à à G à à àC entela atendendo às
à à à à à à à
A alternativa que está correta na questão é a que menciona o governo preventivo. Os governos
devem deixar de se preocupar apenas com a resolução dos problemas para se concentrar nas
causas dos problemas. Ao invés de tratar os sintomas, deve-se buscar evitar que os problemas
apareçam.
O estudo e o enfrentamento da origem dos principais problemas levam o governo a gastar seus
recursos de maneira mais eficiente.
Gabarito: letra D
RESUMO
Conceito de Liderança
• A liderança envolve a habilidade para influenciar pessoas para que sejam alcançados
determinados objetivos; é mostrar o caminho a ser seguido. Um líder ideal deve saber
conduzir sua equipe de modo a que todos atinjam seus resultados esperados.
• O exercício da liderança é algo dinâmico e que envolve diversos fatores das relações
pessoais, como a influência pessoal, o poder, a comunicação, para que os objetivos
organizacionais da instituição sejam alcançados. Não é absolutamente necessário que
o chefe de uma equipe seja o seu líder, na prática.
Tipos e Fontes de Poder
A teoria dos estilos de liderança (ou comportamental) buscou analisar a liderança não pelas
características dos líderes, mas pelo seu comportamento em relação aos seus subordinados.
• O líder autocrático: seria aquele que controla mais rigidamente seus empregados.
• O líder democrático: seria aquele que contaria com a participação de sua equipe na
tomada de decisões. Alguns autores dividem esse estilo de liderança em dois: o modo
consultivo (onde a decisão é tomada pelo líder após consultar a equipe) e o
participativo (onde as decisões são tomadas em conjunto).
• A liderança liberal: à à à - à à à à à à
francês) é o estilo em que existe pouco ou nenhum controle do líder sobre seus
empregados. A liderança teria somente um papel consultivo, de um esclarecedor de
dúvidas e de fornecedor dos recursos para as tarefas.
U à à à à à à à à à à à à à à à à à à
melhor estilo dependeria da situação em que o líder estivesse envolvido
Para Blake e Mouton, tanto a preocupação com as pessoas e com a produção são
fundamentais para se alcançar um bom resultado, criando a grade gerencial baseada nas
duas dimensões comportamentais: preocupação com as pessoas e preocupação com a
produção.
Para Fiedler, existem dois tipos de líderes: líderes orientados para tarefas e líderes orientados
para pessoas. Os primeiros seriam mais focados nos resultados e nos objetivos
organizacionais. Já os segundos, naturalmente, estariam mais voltados para o bem-estar de
sua equipe.
A teoria engloba três aspectos principais: o relacionamento entre o líder e seus empregados,
o poder de autoridade que este líder detém e a estrutura da tarefa/atividade. Os fatores
combinados formam oito dimensões, desde a mais desfavorável a mais favorável para o líder.
Teoria Caminho-Meta
Afirma que os líderes devem ser flexíveis e, portanto, devem moldar o tipo de liderança à
situação, envolvendo fatores contingenciais ambientais e fatores contingenciais do
subordinado.
O líder será aceito pelos liderados quando estes o virem como fonte de satisfação, imediata
ou futura.
Estilo Descrição
Teoria Situacional
áà à à à à àH à àB à à à à à à à
liderança está na escolha correta de um estilo de liderança que esteja adequado ao nível de
maturidade dos funcionários.
Um líder é adaptável (ou adaptativo) quando consegue variar o estilo de liderança de acordo
com o contexto.
Os líderes à à à à à à à à à à
combinação dos fatores tarefa e relacionamento: direção, delegação, persuasão e
participação.
A teoria da liderança carismática está centrada na noção de que certos líderes podem, pelo
poder de seu carisma, motivar as pessoas a atingir seus objetivos. Eles formariam grupos
coesos e voltados para esses objetivos, com um alto grau de confiança no líder.
Os líderes carismáticos são vistos pelos seus subordinados como obstinados, autoconfiantes
e agentes de mudança em sua organização
Liderança Visionária
U à à à à à à à à à à
Os autores que criaram esse termo, Bennis e Nanus, apontaram que a capacidade de criar e
compartilhar uma visão de futuro seria fundamental na atuação de um líder.
Um líder visionário não só escolhe uma visão correta para a empresa, mas também comunica
à à à à à à à à à à à à à à à à
ao máximo para que a mesma vire realidade.
Memorex
✓ Foco no resultado;
✓ Autonomia e responsabilização;
✓ Construção de boas parcerias;
✓ Trabalho em rede;
✓ Gestão da informação;
✓ Transparência,
✓ Diálogo público e
✓ Avaliação
QUESTÕES COMENTADAS
44
(Daft, 2005)
45
(Robbins & Coulter, Administração, 1998)
46
(Blake e Mouton, 1985) apud (Clegg, Kornberger, & Pitsis, 2008)
47
(Sobral & Peci, 2008)
Analisando a questão em si, podemos ver que cada um dos agentes tem seus tipos de poder. Aldo,
o delegado titular, tem o poder legítimo (é o ocupante do cargo) e o poder de referência (é visto
à à à à à à à à à à à
Já Paulo tem o poder de competência (tem grande conhecimento da área). Deste modo, a única
alternativa possível é a letra E.
Gabarito: letra E.
Como podem ver, a liderança associada ao poder legítimo (ou legitimado) está relacionada com a
posição hierárquica da pessoa, com o seu cargo. Seria o poder de competência (também chamado
de poder do conhecimento) que seria relacionado com as capacidades técnicas do indivíduo.
Gabarito: errada
48
(Sobral & Peci, 2008)
A) Recompensa contingente.
B) Motivação inspiracional.
C) Estimulação intelectual
D) Consideração individualizada.
E) influência idealizada.
Comentários
A única dimensão que está relacionada com a liderança transacional é a remuneração contingente.
As demais alternativas estão associadas à liderança transformacional.
Gabarito: letra A
Comentários
A abordagem dos traços realmente entende a liderança a partir de características individuais que
seriam congênitos, ou seja, que nasceriam com a pessoa. Essa afirmação está certa.
Uma dúvida que pode aparecer em à à à à à à à à à à à
à à à“ à à à à à à à à à
Gabarito: correta
temos outro erro: os estudos não comprovam que o estilo de liderança democrática sempre alcance
melhores resultados. Ou seja, existem situações onde ele não seria o indicado.
Gabarito: errada
á à à à à à à à à à - à à à à
é baseada no carisma do líder e na sua capacidade de fazer sua equipe transcender. O líder
transformacional é um agente de mudanças e inovações na organização.
Gabarito: correta
49
(Osborne & Gaebler, 1992)
De acordo com os autores, existem slogans e atitudes que representam cada um dos princípios do
empreendedorismo governamental50:
Princípios Slogan Atitude
Não focam em apenas um único objetivo; reconhecem
Catalisador Melhor dirigir do que remar as múltiplas possibilidades e buscam equilíbrio entre
recursos e necessidades.
Melhor empoderar os atores Transferem a responsabilidade de trazer as soluções
Da comunidade
que os servir públicas para a comunidade.
Inculcar competição entre os Fomentam a competição para alcançar maior eficiência,
Competitivo
prestadores de serviços melhor responsividade e ambiente propício à inovação.
Orientado para Transformar organizações Focam a missão para definir o orçamento, recursos
Missões movidas por regras humanos e outros sistemas.
Melhor financiar resultados que Orientam os sistemas para os resultados; não enfatizam o
De resultados
recursos controle de gastos.
Melhor satisfazer as
Voltado ao
necessidades do consumidor Focam o consumidor e não a estrutura.
cliente
que as da burocracia
Melhor gerar receitas que Agregam valor e garantem resultados com a instituição
Empreendedor
despesas do conceito de lucro no setor público.
Preventivo Melhor prevenir que remediar Buscam barrar os problemas na origem.
Compartilham a tomada de decisão utilizando-se dos
Da hierarquia à participação e
Descentralizado recursos da tecnologia e da melhor formação dos
ao trabalho em equipe
trabalhadores.
Reestruturam o ambiente para que o mercado possa
Orientado para Alavancar mudanças via
atuar de forma eficaz como objetivo de propiciar
o mercado mercado
qualidade de vida e oportunidade econômica.
C à à à à à à à à à à à
Gabarito: Letra C
50
(Osborne & Gaebler, 1992)
Outra noção é a de que devemos considerar os gastos sob uma perspectiva de investimento, ou seja,
considerando o benefício futuro de cada despesa. Eles, entretanto, não limitam a busca de novas
receitas às empresas públicas. A ideia é a de gerar receitas sempre que possível, de maneira criativa.
Gabarito: errada
De acordo com eles, o governo deve ter o papel de indutor da sociedade, de regulador, não mais de
executor dos serviços. Assim, ele poderia melhor modelar e regular a atividade econômica, de forma
à à à à à à à à à à à à à à
Gabarito: errada
51
(Osborne & Gaebler, 1992)
A questão está incorreta, pois a políticas públicas são voltadas para resolver os problemas da
sociedade. Quando falamos de políticas públicas, estamos nos referindo às políticas de saúde, de
educação, dentre outras necessárias e desejadas pela população.
Assim, um governo empreendedor deve sim estar focado em alcançar resultados nas políticas
públicas, naturalmente.
Gabarito: errada
O empreendedor é aquele que busca o novo, que está orientado para resultados e aos clientes da
organização. Da mesma forma que no setor privado, temos empreendedores no setor público. Esse
empreendedorismo envolve a busca por parceiras para melhorar os serviços prestados aos cidadãos.
Gabarito: certa
52
Fonte: (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2000)
Gabarito: correta
correção de desvios; e programas de recompensas que permitam, por exemplo, que liderados
exerçam outras atividades no horário de trabalho.
financeira para a polícia da localidade. Nessa situação, é correto afirmar que tal atitude é
característica de uma gestão tradicional de governo.
GABARITO
1. E 15. C 29. E
2. C 16. E 30. E
3. E 17. E 31. C
4. E 18. E 32. E
5. E 19. E 33. C
6. E 20. C 34. E
7. E 21. E 35. C
8. A 22. E 36. E
9. E 23. C 37. E
10. E 24. E 38. C
11. E 25. E 39. E
12. C 26. C 40. C
13. E 27. E 41. E
14. C 28. C
BIBLIOGRAFIA
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Rennó, R. (2013). Administração Geral para Concursos. Rio de Janeiro: Campus Elsevier.
Ribas, A., & Salim, C. (2013). Gestão de Pessoas para Concursos. Brasília: Alumnus.
Robbins, S. P. (2004). Organizational Behavior (11° ed.). Upper Saddle River: Pearson Prentice Hall.
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Schemerhorn Jr., J. R. (2008). Management (9° ed.). Hoboken: Wiley & Sons.
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Valente, A. (s.d.). Governo empreendedor e Estado rede na gestão pública brasileira. Cadernos Flem
n°1.
Zaleznik, A. (1992). Managers and Leaders - are they different? Harvard Business Review.
Por hoje é só pessoal! Estarei disponível no e-mail abaixo para qualquer dúvida.
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