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“ENSINANDO A PALAVRA NO PODER DO ESPÍRITO”

GESTÃO PESSOAL, TEOLOGIA E PRÁTICAS

MINISTERIAIS

PROFº. DELMO GONÇALVES1

BELO HORIZONTE
2010

1
Bacharel em Teologia (STEB-HOKEMÃH), Especialista em Docência e Gestão do Ensino Superior (PUC-
MINAS)- Especialista em Psicanálise (NEPP-UNIDA) – Especialista em Ciências da Religião (UNIDA)-
Especialista em psicopatologia psicanalista (CESP)- Mestrado em Teologia Pastoral (FTSA).
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SUMÁRIO

I - GESTÃO

1 -INTRODUÇÃO............................................................................................. .........04

2 - MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS DE SUCESSO . ...................................05

3 - DESENVOLVIMENTO E APERFEIÇOAMENTO DE LIDERANÇA ............... ...07

4 - O LÍDER DO PASSADO...................................................................................... 09

5 - O LÍDER CONTEMPORÂNEO......................................... ..................................09

6 - PAPEL ESTRATÉGIO DO NOVO LÍDER ............................................................09

7 - O LÍDER E SEUS COLABORADORES .............................................................. 11

8 - O PROCESSO DA CONSTRUÇÃO DE UM LÍDER ......... ..................................13

9 - O MODELO ADEQUADO DE LIDERANÇA CRISTÃ ...... ....................................14

10 - A ESTABILIDADE PRODUZ CAPACIDADE.......................................................15

II - PRÁTICAS MINISTERIAIS ................................................................................. 18

1- INTRODUÇÃO ......................................................................................................19

2-TEOLOGIA PASTORAL ........................................................................................20

3- CASAMENTO ....................................................................................................... 23

4- BATISMO ..............................................................................................................25

5-A CEIA DO SENHOR .............................................................................................27

6-RECEPÇÃO DE NOVOS MEMBROS ................................................................... 39

7- DEDICAÇÃO DE CRIANÇAS ...............................................................................40

8- MINISTRAÇÃO AOS ENFERMOS ...................................................................... 41

9-CULTO FÚNEBRE ............................................................................................... 43


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10- DEDICAÇÃO DO TEMPLO ................................................................................ 43

11- APRESENTAÇÃO DE OBREIROS .................................................................... 45

12-ORDENAÇÃO DE MINISTROS............................................................................47

13-BODAS................................................................................................................ 48

14- ANIVERSÁRIOS..................................................................................................49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................50
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1- INTRODUÇÃO

Gestão pessoal, Teologia e Práticas Ministeriais é a matéria que norteia as ciências


responsáveis pela orientação do líder cristão quanto a sua prática, seus liderados e
quanto a si mesmo em relação às suas pespectivas e teologia ministerial. O(a) líder
deve olhar para si mesmo numa visão crítica, responsável e ética, que lhe possibilite
uma liderança equilibrada, saudável e humanizada. Quanto às práticas ministeriais e
propostas de liderança, o mundo deseje encontrar um referencial honesto, digno,
capaz e essencalmente cristão.

Alguns se tornam líderes porque possuem qualidades natas de liderança. Outros,


que não possuem, vêm a ser excelentes líderes mediante treinamento específico.
Contudo, mesmo os líderes natos precisam de aperfeiçoamento, pois ninguém
nasce totalmente preparado para tal incumbência.

(Joyce Meyer)

É necessário compreender que devemos estar sempre atentos à oportunidade de


desenvolver o nosso potencial. Há pessoas que gostariam de desenvolver o seu
potencial, porém não sabem por onde começar. Outros até o sabem, mas não
sabem como avançar para alcançar a linha de chegada. Devemos aprender que o
líder é tão-somente alguém que está no comando das coisas em seu âmbito de
influência. Liderança é fruto de relacionamento. Uma liderança jamais permanecerá
se for imposta. Liderança se conquista.

Líderes e pastores não são sinônimos. Podem às vezes significar a mesma coisa,
mas põem também representar realidades distintas. Um líder cristão não deve se
posicionar como um micro-pastor.
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2- MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS DE SUCESSO

Levando em consideração as mudanças que ocorrem no ambiente da sociedade e


nas relações institucionais, as organizações precisam ter estratégias claras,
sustentadas por uma liderança promovida por uma gestão participativa. Deve-se
criar um laço estreito entre todos os nivéis de relacionamento, tanto interno, capaz
de privilegiar departamentos e ministérios, quanto externo, do universo das
pespectivas do alcance eclesial. Diante das novas tendências de lideranças
observaremos como a gestão por competências pode ser útil para a realidade da
igreja.

O principal modelo de gestão de pessoas que obsrvamos atualmente é a gestão


por competências.

Gestão por Competências adaptado para a realidade da igreja

A Gestão por Competências visa instrumentalizar os líderesres das instituições para


realizar Gestão e Desenvolvimento, qualificação de Pessoas, com foco, critério e
clareza. As ferramentas da Gestão por Competências são totalmente alinhadas às
atribuições dos cargos e funções de cada organização.

Através do Mapeamento e Mensuração por Competências são identificadas as


competências comportamentais e técnicas (CHA) necessárias para a execução das
atividades de um cargo/função e mensurado o grau ideal para cada grupo de
competências para que uma pessoa que assuma o cargo/função atinja os objetivos
da instituição.
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O Mapeamento e Mensuração por Competências é a base da Gestão por


Competências, portanto, deve-se tomar muito CUIDADO com as metodologias
subjetivas existentes baseadas na ―achologia‖, gosto e não gosto, pode e não pode,
o ideal seria, etc. Essas metodologias promovem grandes equívocos na obtenção do
perfil ideal de uma função de um ministério.

Uma das metodologia mais consistentes na realização do Mapeamento e


Mensuração das competências de um cargo é a criada por Maria Odete Rabaglio, já
que é totalmente alinhada as atividades do cargo/função.

Através da Seleção por Competências será realizada a observação comportamental,


visando identificar se o candidato possui o perfil ideal para um vocacionado, para
uma determinada função

Através do Planejamento Ministérial por Competências será aperfeiçoado e


potencializado o perfil individual de cada futuro líder através de ações de
desenvolvimento e aperfeiçoamento.
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3- DESENVOLVIMENTO E APERFEIÇOAMENTO DE LIDERANÇA

Um dos aspectos mais importantes no processo de liderança em qualquer ambiente


inclusive o cristão é a delegação. O objetivo primário da delegação é conseguir que
o trabalho seja feito pelo outro, ou seja, a valorização do outro, a privilegiação do
corpo mediante o indivíduo. Delegar começa por tarefas simples como compreender
instruções e atitudes operacionais, mas deve objetivar avançar também numa
relação de amadurecimento até alcançar tomadas de decisão e mudanças que
dependem de novas informações. Com delegação, líderes pederão estar preparados
para reagir a situações sem ter que consultá-lo a todo instante sobrecarregando-o
mais que o necessário.

A arte de saber delegar é cada vez mais uma necessidade dentro de uma
instituição, principalmente no que se refere à sua gestão.

Delegação é, fundamentalmente, confiar sua autoridade a outros, guardando as


devidas proporções. Isto significa que eles poderão agir e tomar iniciativas; e que
eles assumem responsabilidade com você na realização das tarefas. Se algo dá
errado, você também é responsável uma vez que você é o gestor; o segredo é
delegar de tal modo que coisas sejam feitas mas não dêem errado.

Para habilitar uma pessoa para fazer um determindado trabalho, você deve
assegurar que:

Ela sabe o que você quer.


Ela tem a autoridade para fazer isso.
Ela sabe como fazer isso.
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Esses três fatores dependem de:

Comunicar claramente a natureza da tarefa;


A extensão de sua descrição;
As fontes de informações e conhecimento relevantes.

Abaixo temos um comparativo do antigo modelo de liderança e do modelo


contemporâneo, mais próximo e mais participativo com as atividades de toda a sua
equipe.
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4- O LÍDER DO PASSADO

Ser um chefe
Controlar as pessoas
Centralizar a autoridade
Estabelecimento de objetivos
Dirigir com regras e regulamentos
Confrontar e combater
Mudar por necessidade e crise
Ter um enfoque ―eu e meu‖ departamento

5 O LÍDER CONTEMPORÂNEO

Ser um ―coach‖ e facilitador


Distribuir a liderança
Conciliar visão e estratégia
Guiar com valores compartilhados
Colaborar e unificar
Ter um enfoque mais amplo
Ter um enfoque da instituição

6- PAPEL ESTRATÉGICO DO NOVO LÍDER

No Ambiente estável

Avaliação da operosidade a respeito da estratégia


Protegem-se contra a variação erros e acertos
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Diminuir as lutas de poder entre departamentos e ministérios

Papel do líder

Definir estratégias e definir o orçamento


Controlar o desempenho de indivíduos e atitudes
Tomar ação corretiva quando a conduta está fora do esperado

No Ambiente em constante mudança

Nas instituições

Abordagem de contingência a respeito da estratégia


Maximizam o rítimo, flexibilidade e inovação
Protegem-se contra as turbulências
Tem altos níveis de comunicação, colaboração e paceria entre os
departamentos buscando promover unidade

Papel do Líder

Interpretar a realidade emergente


Focalizar os recursos existentes de uma forma eficiente
Desenvolver e promover novas capacidades em resposta às
mudanças
Facilitar criação, captação e ampliação de novas idéias

Todas estas habilidades expressam a importância na valorização do ser humano,


possibilitando não somente o desenvolvimento de suas potencialidades, mas
também da superação dos seus limites.
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7- O LÍDER E SEUS COLABORADORES

Segundo o dicionário, Liderança é o ato de liderar pessoas e Motivação, entre várias


definições, é uma ―espécie de energia psicológica ou tensão que põe em movimento
o organismo humano, determinando um dado comportamento‖. Então, Liderança é o
ato de direcionar pessoas em busca dessa força, de forma a aplicá-la em benefício
da própria pessoa e do grupo no qual esse membro está inserido.

Motivar pessoas e mantê-las motivadas é um desafio a ser enfrentado diariamente


por lideres de quaisquer organizações. E não é um desafio qualquer. Liderar equipe
requer conhecimentos e habilidades para que se possa identificar em cada
colaborador (pessoa que colabora – trabalham de iguais iniciativas), isoladamente e
na equipe como um todo, pontos fortes, pontos fracos e oportunidades.

―Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e
paciência herdam as promessas‖. Hebreus 6.12

Seres humanos são muito diferentes entre si na maneira de pensar, agir e expressar
seus sentimentos. E muitas vezes, diferente de si mesmo, conforme o momento que
está vivendo. Diversos fatores interferem no estado físico e psicológico do indivíduo.
Tais influências refletem diretamente no desempenho do trabalho dessa pessoa e
conseqüentemente no resultado final do grupo.

―E, acabada a ceia, tendo o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de
Simão, que o traísse‖, João 13.2
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No entanto, sabemos que é muito difícil definir e identificar quais fatores são
motivacionais ou não para determinado indivíduo, ou para um grupo. O que motiva
uma pessoa pode desmotivar outra.

Um problema pessoal reflete na produtividade de um colaborador de maneira


diferente. Podemos observar uma queda na operosidade em razão de tal problema,
ou um aumento no rendimento em resposta à dificuldade enfrentada. Do mesmo
modo, uma grande alegria pode levar a pessoa a produzir mais e melhor, ou
simplesmente, passar o dia todo (ou grande parte dele) pensando na boa notícia e
assim prejudicar seu desempenho na realização de suas tarefas e no
relacionamento com seus irmãos.

―E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um
espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de
não me exaltar‖. 2ª Coríntios 12.7

E quando a alegria de um se torna a tristeza do outro? Ou, ainda, da maioria do


grupo? Um exemplo clássico nesse caso é a escolha de Deus por uma pessoa em
determinada função.

―E a nuvem se retirou de sobre a tenda; e eis que Miriã ficou leprosa como a neve; e
olhou Arão para Miriã, e eis que estava leprosa‖. Números 12.10

Por isso que administrar pessoas é tão desafiante. Quanto mais preparado estiver o
líder e seus colaboradores, maiores as chances de se obter os resultados
esperados.
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8- O PROCESSO DA CONSTRUÇÃO DE UM LÍDER

Entre tantos desafios precisamos nos atentar para a capacidade de agregar valores
à nossa liderança. John C. Maxwell considerado hoje um dos maiores treinadores de
líderes da atualidade, aponta alguns aspectos importantes para a nossa reflexão
quanto líderes. Segundo Maxwell desenvolver liderança é exigente e complexo. No
processo da construção de um líder devemos entender que liderança é:

A disposição de assumir riscos.

É o desejo apaixonado de fazer diferença.

É se sentir incomodado com a realidade.

É assumir responsabilidades enquanto outros inventam justificativas.


É enxergar as possibilidades de uma situação enquanto outros só conseguem ver as
dificuldades.

É a disposição de se destacar no meio da multidão

É abrir a mente e o coração.

É a capacidade de subjugar o ego em benefício daquilo que é melhor.

É evocar em quem nos ouve a capacidade de sonhar.

É inspirar outras pessoas com uma visão clara da contribuição que elas podem
oferecer.

É o poder de potencializar muitas vidas.

É falar com o coração dos liderados.

É a integração do coração, da mente e da alma.

É a capacidade de se importar com os outros e, ao fazer isso, liberar as idéias, a


energia e a capacidade dessas pessoas.

É o sonho transformado em realidade.

É, acima de tudo coragem.


― Os bons líderes levam outros consigo para o topo‖ (MAXWELL, 2008.p.18)
―Todos os líderes possuem duas características em comum: primeiro, estão indo a
algum lugar; segundo, são capazes de persuadir outras pessoas a acompanhá-los‖
(MAXWELL l p.93).
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9- O PERFIL ADEQUADO DE LIDERANÇA CRISTÃ

Diante dos novos paradigmas de liderança, alicerçados na competitividade (nunca


se compete numa igreja), autoconfiança, imagem de magnata, descarte das
dimensões humanas, qual seria o perfil ideal para a Igreja.

O perfil ideal para a liderança cristã deve ser encontrado em Cristo. Imitar Cristo
continua sendo a opção de todo cristão comprometido com o Reino.

―(...) Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração (...)‖ (Mateus.
11.28).

―... Assim como Tu me enviastes ao mundo, também eu os enviei ao mundo...‖.


João. 17.18)

Não temos permissão para alterar este modelo de liderança na vida da Igreja.
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10 - A ESTABILIDADE PRODUZ CAPACIDADE

Cada um de nós tem potencial porque Deus compartilha a sua própria essência
conosco, colocando dons e alentos em nós. Mas, assim como a mistura para o bolo
precisamos pegar esses dons e talentos e trabalhá-los para que se desenvolvam.

Para permanecer estável, simplesmente continue fazendo a obra para qual Deus o
chamou. Não somente para um bom líder, mas para qualquer pessoa, é
indispensável que estabilidade seja desenvolvida.

A única maneira de ter o nosso potencial planamente liberado é ter-mos


estabilidade. Devemos parar com o ―Iôiô emocional‖. A confiança é decorrência da
estabilidade. Como cristãos em vez de nos concentrarmos no que sentimos, temos
de nos concentrar naquilo em que cremos. Os líderes não fogem das coisas que os
perturbam; ao contrário, ficam e as resolvem. Para sermos estáveis, temos de
decidir que iremos fazer o que é certo, não importando se estamos dispostos ou não
a fazê-lo.

Devemos tomar decisões baseando-nos na direção do Espírito Santo, e não em


sentimentos.

1) O coração de um líder
Deus sempre demonstrou preocupação com o nosso ―homem interior‖, o nosso
coração. Este deve ser belo, pois isto é valioso diante do Senhor (I Pedro.3.3,4). O
coração de um líder precisa priorizar:

Uma vida reta


Um espírito manso e tranqüilo
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Paz durante a tempestade


Um coração guardado

Jamais podemos cultivar:

Um coração endurecido (Hebreus. 3.7-8)


Um coração perverso (Hebreus. 3.12)
Um coração enganado (Deuteronômios. 11.16,17)
Um coração orgulhoso (Salmo. 101.5)
Um coração soberbo (Deuteronômios. 17.12-13)
Um coração hipócrita (Romanos. 2.1)
Um coração desdenhoso (Provérbios. 512)
Um coração tolo (Provérbios. 15.7)
Um coração ferido (Salmo. 109.22)
Um coração desanimado (Deuteronômios. 20.1-4)

Como líderes, devemos saber para onde estamos indo e o que estamos querendo.
Quando um líder não sabe o que quer perde a confiança dos seus liderados.
Quando um líder não sabe para onde vai não terá que deseje segui-lo. Um bom
líder respeita o trabalho de outro líder.

A ética na liderança

A ética na liderança cristã passe definitivamente pela capacidade de refletir,


entender e absolver os valores cristãos na forma, condição e expressão da
liderança. O líder cristão tem como claro o fato de que Deus é aquele que institui a
liderança e esta lhe deve submissão, temor e liberdade de atuação. Cabe ao líder
cristão um compromisso real com a identidade e os valores do Reino.
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É importante compreender que na liderança, contam tanto cargos quanto os


relacionamentos. Pessoas merecem respeito, dignidade e atenção. É necessário no
exercício da liderança estar:

Atento tanto aos fracassos quanto aos aspectos negativos do sucesso.

Compeender que a liderança se baseia no relacionamento.

Tornar-se participante da lei da relevância.

No universo da ética precisamos:

Aprender a nos submeter à autoridade dos outros.

Desenvolver a autodisciplina.

Exercitar a paciencia.

Desenvolver o hábito de prestar contas.

Vivemos um momento onde a ética está cada vez mais esvaziada,


atropelada,perdida e comprometida. Quando percebemos que estas realidades se
encontram cada vez mais dentro de nossas igrejas percebemos que a catastrofe
está cada vez maior. Deus está buscando homens e mulheres comprometidos com
Seu caráter e Reino. Devemos estar prontos para dar uma resposta ao nosso
Senhor.

A ética cristã deve passar pelo exercício de uma nova mente renovada nos valores
(Romanos 12.1,2), razão esta que nos levará a provar coisas boas e agradáveis a
Deus, dentro do ambiente da sua boa e perfeita vontade.
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PRÁTICAS MINISTERIAIS
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1. INTRODUÇÃO

Práticas ministeriais é uma matéria de fundamental importância para o ofício


ministerial. Uma matéria que trata especificamente da prática litúrgica e cerimonial.
Práticas ministeriais têm por objetivo preparar o (a) líder para sua jornada ministerial.
O objetivo desta matéria é fornecer ao aluno os passos necessários para o exercício
diário do ministério.

Práticas ministeriais oferecem ao aluno (a) dicas e orientações necessárias para o


cumprimento do ofício sacerdotal. O (a) aluno (a) terá acompanhamento real para
aprender a lidar com os diversos desafios do ofício ministerial.
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2. TEOLOGIA PASTORAL

―A Teologia Pastoral é uma forma especial de Teologia Prática, pois se concentra


no exercício do ministério, com atenção especial à definição sistemática do ofício
pastoral e à sua função‖ , dizia Thomas C. Oden. Em seu plano maravilhoso de
reconciliar consigo em Cristo aqueles que cressem em Deus confiou ao seu povo o
ministério da reconciliação baseado em sua Palavra (II Co. 5:18-19 ). O ofício de
pastor ocupa um lugar importante nesse ministério de proclamar a piedade. Suas
funções estão associadas à Igreja, à coluna e firmeza da verdade (I Tm. 3:15-16 ).

PASTOR: DEFINIÇÃO, CONCEITOS, ETMOLOGIA E HISTÓRIA

Na Bíblia, ―pastor‖ pode ser alguém que literalmente cuida de ovelhas. A forma
singular acha-se no Antigo testamento somente em Jr.17:16. A forma plural aparece
por dezessete vezes, dentre os quais os trechos de Jr.2:8 ; 3:15 ; 10:21 ; 23:1-2
servem como exemplo. No hebraico a palavra corresponde a raah, baseada na idéia
de ―cuidar dos rebanhos‖, ―dar pasto‖. Já no Novo testamento, o termo grego
correspondente é poimén, um substantivo que figura somente em Ef. 4:11, onde o
pastor aparece como alguém que Deus deu à Igreja como um dom. Jesus é o
principal pastor segundo se vê no décimo capítulo do evangelho de João; sendo que
todos os demais pastores são na realidade subpastores. Uma palavra grega
correlata é poimaine, ―pastar‖ ( Jo.21:15 ) e outra forma verbal, poimanate significa
―pastoreai‖, ―dai o pasto‖ ( I Pe. 5:2 ).

Esse pastoreio espiritual deve incluir um ensino sério, além do trabalho de cuidar
das ovelhas em todos os sentidos. Jesus é chamado de ―o grande pastor‖ em Hb.
13:20. Pedro, por sua vez, chamou-o de ―Pastor e Bispo (supervisor) das vossas
almas‖ (I Pe. 2:25 ). Assim, os bons pastores são imitadores de Jesus Cristo e da
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parte dele recebem sua inspiração e orientação. Ele é o Bom Pastor que deu a sua
vida pelas suas ovelhas ( Jo. 10:2,11,14,16 ).

O termo aparece pela primeira vez em Gn.4:7 afim de descrever a ocupação de Abel
que junto com a de agricultor de seu irmão Caim constitui-se na mais antiga
profissão do mundo. Abraão, Isaque e Jacó foram identificados como pastores
(Gn.13:7; 26:20; 30:36; 37:22). Os filhos de Jacó foram isolados dos egípcios por
serem considerados abominação por serem pastores (Gn. 46:34). Alimentavam e
protegiam seus rebanhos (Jr.31:10 ; Ez.34:2), procuravam ovelhas perdidas
(Ez.34:12) e as livravam dos animais ferozes (Amós 3:12). Moisés (Ex.3:1), Davi (I
Sm.16:11) e Amós (Amós 1:1) eram pastores antes de serem levantados pelo
Senhor para liderança dentre o povo de Israel como libertador, rei e profeta.

CARÁTER DO PASTOR

O caráter nunca é comprovado por uma declaração escrita ou oral de convicções;


antes é demonstrado pelo modo que vivemos, pelo comportamento, pelas escolhas
e decisões que são feitas. Caráter é virtude vivida!

Vejamos o que diz o Salmo 15:

1. Vida íntegra;

2. Justiça prática;

3. Coração verdadeiro (verdade objetiva e não subjetiva);

4. Não calunia prejudicando assim o próximo;

5. Honra a retidão e age segundo suas propostas dignas.


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DOM PASTORAL

O ofício pastoral é um dom de Deus à Igreja. Se expressa na vida do pastor pelo


governo, fé, profecia etc. Deve ser capaz de ensinar ( I Tm.3:2 ―b‖ ), apesar de não
ser um mestre em essência ( I Tm.5:17 )e muitas vezes não ser dotado de facilidade
de expressão. No entanto é revestido de apreciável dose de compaixão e simpatia,
misturando-se bem com as pessoas e gostando da companhia dos seus
semelhantes.

A palavra ―cuidado‖ resume bem o estímulo que nasce sempre num coração que
possua o dom pastoral.

OBRA PASTORAL

É uma obra vivenciada em meio a uma geração difícil. É fundamental a benção da


graça de Deus sobre os servos fiéis para o cumprimento de tão grande proposta.

Alguns perigos para o líder em sua obra pastoral:

1-Falta de diligência e habilidade

2-Falta de atitude sacrificial

3-Falta de respeitabilidade mútua ( pastor e igreja )

4-Falta de compromisso ministerial

5-Acepção de pessoas
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3. CASAMENTO

Ministro (a) deve estar atento à realidade que envolve um casamento, pois o se trata
de uma instituição civil e religiosa, o que o coloca sujeito a regulamentos jurídicos.

A cerimônia pode ser celebrada em um templo o que exige uma liturgia mais solene.
Em uma casa onde se respeita o ambiente de privacidade. Num sítio permitindo uma
liturgia menos ortodoxa ou em um salão. Mas sempre deverá ser realizado na
presença de testemunhas.

O (a) Celebrante (e) precisa estar consciente das leis vigentes que regulam o
matrimônio. Faz-se necessário manter um livro de registros com todos os dados
necessários e as assinaturas dos cônjuges, testemunhas e do (a) ministro (a)
oficiante.

Caso o casamento não seja com efeito civil o (a) ministro (a) deve requerer dos
noivos antecipadamente a certidão de casamento civil. Em casos de efeitos Civis
deve se exigir a certidão de habilitação para eles poderem se casar. Essa certidão
será requerida junto ao cartório do distrito de residência de um dos noivos.

De posse deste documento, o (a) ministro (a) poderá realizar a cerimônia de


Casamento com efeito Civil.
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Passos a serem dados:

Preparar os noivos com o curso de noivos.

1. Saber com antecedência a hora e local do casamento, bem como a situação


sexual real dos noivos.
2. Preparar junto com os noivos a liturgia a ser executada.
3. Definir que a noiva, suas testemunhas e pais deverão ocupar o lado direito do
templo. O noivo, suas testemunhas e pais o lado esquerdo do templo.
4. A ministração deverá ser clara e objetiva. Será de bom tom lembrar que
normalmente a noiva, vestida para a ocasião, estará usando roupas pesadas.
5. Tomar cuidado com os termos e discurso aplicado na cerimônia.

Cerimônia:

Recebidos e devidamente cumprimentados deverá fazer uma oração


abençoando o casal que chega ao altar do Senhor para receber a benção
matrimonial sobre suas vidas.
Faz-se a leitura do texto bíblico e ministra-se a Palavra de Deus para o casal e
os convidados.
Pronunciam-se os votos de fidelidade no ato de colocação das alianças.
Ministram-se as bênçãos da aliança.
Pronuncia-se a declaração do casamento e a benção pastoral.
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4. BATISMO

O batismo é uma das ordenanças que o Senhor deixou para sua Igreja. A palavra
―batizar‖, empregada na forma do batismo significa literalmente ―submergir‖. O
batismo por imersão está de acordo com o significado simbólico, ou seja, morte,
sepultamento e ressurreição (Rom.6.1-14).

Quem deve ser batizado?

Só devem ser batizadas as pessoas que tiverem reconhecido seu pecado, tiverem
se arrependido e aceitado Jesus como seu Senhor e Salvador pessoal. É importante
se certificar de que os candidatos ao batismo tenham tais convicções e demonstrem
mudança de vida perante a Igreja e a Sociedade.

É importante que o (a) Ministro (a) tenha consciência de ter ensinado as doutrinas
cristãs para os candidatos ao batismo e que estes dêem sua pública profissão de Fé
perante a Igreja e se comprometam em manter fidelidade aos princípios e valores da
Fé. A cerimônia de batismo lembra nossas obrigações para com Deus e para com os
demais.

O batismo deverá ser ministrado em nome: Do Pai, do Filho e do Espírito Santo


conforme nos ensina a Palavra do Senhor Jesus (Marcos 16.14-16).

O batismo deverá ser ministrado após o batizando declarar perante todos a sua Fé
no Senhor Jesus como seu único e suficiente salvador.
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Cuidados a serem tomados:

É importante se certificar do abandono dos vícios do candidato ao batismo.


É necessário verificar a condição das becas bem como a necessidade dos
batizandos levarem roupas grossas para a cerimônia.É importante realizar um
breve culto devocional antes da cerimônia do batismo.

O batismo pode ser realizado em:

Batistério
Rio
Lagoa
Praia
Onde haja água suficiente para imergir.

É importante levar em consideração o estado do local e da água para se prevenir


quanto a doenças e perigos de afogamentos que possam transformar a festa em
tragédia.
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5. A CEIA DO SENHOR

O Senhor Jesus instituiu duas ordenanças para serem observados pela igreja.
Vamos dissertar sobre a ceia do Senhor, ordenança que deve ser observada
repetidamente ao Longo de toda a nossa vida cristã como sinal de continuidade na
comunhão com Cristo.

Devemos comer na presença de Deus

Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o, e o deu aos seus
discípulos dizendo:

―Tomem e comam; isto é o meu corpo‖. Em seguida tomou o cálice, deu graças e o
ofereceu aos discípulos, dizendo:

Bebam dele todos vocês. Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado
em favor de muitos, para perdão de pecados. Eu lhes digo que, de agora
em diante, não beberei deste fruto da videira até aquele dia em que beberei
o vinho novo com vocês no Reino de meu Pai (Mt 26.26-29)

Paulo acrescenta as seguintes frases da tradição que recebeu (lCo 11.23): ―Este
cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isso, sempre que o beberem em
memória de mim‖ (1 Co 11.25).

O significado da ceia do Senhor


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O significado da ceia do Senhor é complexo, rico e amplo. Há diversos símbolos


afirmados na ceia do Senhor.

1. A morte de Cristo.

Quando participamos da ceia do Senhor, simbolizamos a morte de Cristo, porque


nossas ações delineiam um quadro de sua morte por nós. Quando o pão é partido,
simboliza o partir do corpo de Cristo; e quando o conteúdo do cálice é derramado,
simboliza o sangue de Cristo vertido por nós. Essa é a razão pela qual a
participação na ceia do Senhor é também uma espécie de proclamação: ―Porque,
sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte
do Senhor até que ele venha‖ (lCo 11.26).

2. Nossa participação nos benefícios da morte de Cristo.

―Jesus ordenou aos discípulos: Tomem e comam; isto é o meu corpo‖ (Mt 26.26).
Quando fazemos isso, estamos fornecendo um símbolo do fato de que participamos
ou partilhamos dos benefícios obtidos pela morte de Cristo por nos.

3. A unidade dos crentes.

Quando os cristãos participam juntos da ceia do Senhor, também dão um sinal claro
de sua unidade um com o outro. De fato, Paulo diz: ―Como há somente um pão, nós,
que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão‖ (1
Co 10.17). Quando participo, venho à presença de Cristo, lembro que ele morreu por
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mim, participo dos benefícios de sua morte, me sinto unido com todos os outros
crentes que participam dessa ceia. Que grande motivo de ação de graças e alegria
deve ser achado nessa ceia do Senhor!

4. Cristo afirma seu amor por mim.

O fato de que sou capaz de participar da ceia do Senhor - na verdade, Jesus me


convida a vir — é um lembrete vivido e um sinal visível e seguro de que Jesus me
ama individual e pessoalmente. Quando venho participar da ceia do Senhor,
encontro desse modo uma certeza renovada do amor pessoal de Cristo por mim.

5. Cristo afirma que todas as bênçãos da salvação estão reservadas para mim.

O fato de que sou convidado à sua presença me assegura de que ele tem bênçãos
abundantes para mim. Nessa ceia, estou realmente comendo e bebendo um
antepasto do grande banquete do Rei. Venho a essa mesa como membro de sua
família eterna. Quando o Senhor me dá boas-vindas a essa mesa, ele me assegura
que me receberá com todas as demais bênçãos da terra e do céu, e especialmente
para a grande ceia das bodas do Cordeiro, na qual um lugar foi reservado para mim.

6. Eu afirmo a minha fé em Cristo.

Finalmente, enquanto como o pão e bebo o cálice, com essas ações estou
proclamando: ―Preciso de ti e confio em ti, Senhor Jesus, para perdoar os meus
pecados e dar vida e saúde para a minha alma, porque somente pelo teu corpo
30

partido e pelo teu sangue vertido eu posso ser salvo‖. De fato, quando participo do
partir do pão e o como e quando participo do verter do sangue e o bebo, proclamo
repetidamente que os meus pecados foram parte da causa dos sofrimentos e morte
de Jesus. Desse modo a tristeza, a alegria, a ação de graças e o profundo amor por
Cristo são ricamente misturados na beleza da ceia do Senhor.

Como Cristo está presente na ceia do Senhor?

1. Posição católica romana:

Transubstanciação. De acordo com o ensino da Igreja Católica Romana, na


eucaristia o pão e o vinho realmente se tornam o corpo e o sangue de Cristo. Isso
acontece no momento em que o sacerdote diz ―isto é o meu corpo, durante a
celebração da missa. Ao mesmo tempo em que o sacerdote diz isso, o pão é
elevado e adorado. Essa ação de elevar o pão e pronunciá-lo como o corpo de
Cristo pode unicamente ser feita por um sacerdote. Quando isso acontece, de
acordo com o ensino católico romano, a graça é comunicada aos presentes ex opere
operato, a saber, ‖pela obra representada‖, mas a quantidade de graça dispensada é
proporcional à disposição subjetiva do destinatário da graça. Além disso, cada vez
que a missa é celebrada, o sacrifício de Cristo é repetido (em algum sentido), e a
Igreja Católica Romana é zelosa em afirmar que tal sacrifício é real, ainda que não
seja o mesmo sacrifício que Cristo efetuou na cruz.

Com respeito ao sacrifício real de Cristo na missa, a obra de Ludwig Ott,


Fundamentals of catholic dogma, ensina o seguinte:
31

A santa missa é um sacrifício apropriado e verdadeiro (p. 402).

O propósito do sacrifício é o mesmo tanto no sacrifício da missa como no sacrifício


da cruz; primariamente a glorificação de Deus, secundariamente a expiação, ação
de graças e apelo (p. 408).

Como um sacrifício propiciatório [...] o sacrifício da missa efetua a remissão de


pecados e a punição pelos pecados; como um sacrifício de apelo [...] produz a
concessão de dons naturais e sobrenaturais. O sacrifício de propiciação da
eucaristia pode ser oferecido, como o Concílio de Trento expressamente asseverou,
não meramente para os vivos, mas também para as pobres almas no purgatório (p.
412-3).

A palavra eucaristia significa simplesmente a ceia do Senhor. Ela é derivada da


palavra grega (eucharistia), ―ação de graças‖. O termo eucaristia é muitas vezes
usado também pelos anglicanos (episcopais). Entre muitas igrejas protestantes o
termo mais usado para referir-se à ceia do Senhor é comunhão. [No Brasil, a
designação protestante mais comum é santa]

Em resposta ao ensino da Igreja Católica Romana sobre a ceia do Senhor, deve ser
dito primeiramente que ele falha em reconhecer o caráter simbólico das afirmações
de Jesus quando declarou ―isto é o meu corpo, ou isto é o meu sangue‖. Jesus falou
de modo simbólico muitas vezes quando se referiu a si mesmo. Ele disse, por
exemplo: ―Eu sou a videira verdadeira‖ (Jo 15.1), ou ―Eu sou a porta; quem entra por
mim, será salvo‖ (Jo 10.9), ou ―Eu sou o pão que desceu do céu‖ (Jo 6.4 1). De
modo similar, quando Jesus diz ―isto é o meu corpo‖, ele está falando de modo
simbólico, não de modo literal, físico. De fato, quando ele estava junto aos discípulos
32

segurando o pão, o pão estava na sua mão, mas esse pão era distinto do seu corpo,
e isso, é claro, era evidente para os discípulos. Eles naturalmente teriam entendido a
afirmação de Jesus de modo simbólico. Semelhantemente, quando Jesus disse:
―Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês‖ (Lc
22.20), ele certamente não quis dizer que o cálice era realmente uma nova aliança,
mas que o cálice representava a nova aliança.

Ademais, a posição católica romana falha em reconhecer o ensino claro do NT sobre


a finalidade e a perfeição do sacrifício de Cristo feito uma única vez pelos nossos
pecados. O livro de Hebreus enfatiza isso muitas vezes, quando diz: ‖Pois Cristo [...]
entrou nos céus [...] não, porém, para se oferecer repetidas vezes, à semelhança do
sumo sacerdote que entra no Santo dos Santos todos os anos, com sangue alheio.
Se assim fosse, Cristo precisaria sofrer muitas vezes, desde o começo do mundo.
Mas agora ele apareceu uma vez por todas no fim dos tempos, para aniquilar o
pecado mediante o sacrifício de si mesmo.

―Da mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois
disso enfrentar o juízo, assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única
vez, para tirar os pecados de muitos; e aparecerá segunda vez, não para tirar o
pecado, mas para trazer salvação aos que o aguardam‖ (Hb 9.24-28).

Dizer que o sacrifício de Cristo continua ou é repetido na missa tem sido, desde a
Reforma, uma das doutrinas católicas mais questionáveis de acordo com a
perspectiva protestante. Quando percebemos que o sacrifício de Cristo pelos nossos
pecados está terminado e completo (―Está consumado‖, Jo 19.30; cf. Hb 1.3), isso
nos dá a grande certeza de que os nossos pecados foram todos pagos e que não
permanece nenhum sacrifício a ser pago. Mas a idéia da continuação do sacrifício
de Cristo destrói a segurança de que o pagamento foi feito por Cristo, aceito por
Deus Pai e de que ―já não há condenação‖ (Rm 8.1) sobre nós.
33

2. Posição luterana:

―em, com e sob‖. Martinho Lutero rejeitou a posição católica sobre a ceia do Senhor,
todavia insistiu em que a frase ―isto é o meu corpo‖ tinha de ser tomada em algum
sentido como afirmação literal. Sua conclusão não foi que o pão realmente se
transforma no corpo físico de Cristo, mas que o corpo físico de Cristo está presente
―em, com e sob‖ o pão da ceia do Senhor. Os elementos não são transformados em
corpo e sangue de Cristo, mas estes estão presentes com os elementos. O exemplo
algumas vezes sugerido é dizer que o corpo de Cristo está presente no pão como a
água está presente em uma esponja — a água não é a esponja, mas está presente
―em, com e sob‖ a esponja, e está presente onde quer que a esponja esteja. Outros
exemplos dados são o do magnetismo no magneto ou o da alma no corpo. Uma
passagem que pode ser usada para dar apoio a essa posição é l Coríntios 10.16:
―Não é verdade que [...] o pão que partimos é uma participação no corpo de Cristo?‖.

Em resposta à posição luterana pode ser dito que ela também falha em perceber
que Jesus está falando de uma realidade espiritual, más usando objetos físicos para
ensinar-nos, quando trata da expressão ―isto é o meu corpo‖. Devemos tomá-la não
mais literalmente que tomamos a frase correspondente: ―Este cálice é a nova aliança
no meu sangue, derramado em favor de vocês‖ (Lc 22.20). De fato, Lutero realmente
não faz justiça às palavras de Jesus em um sentido literal. Berkhof corretamente
objeta que Lutero de fato faz com que as palavras de Jesus signifiquem ―isto
acompanha o meu corpo‖. Sobre esse assunto ajudaria ler novamente João 6.27-59,
onde o contexto mostra que Jesus está falando em termos literais e físicos sobre o
pão, mas o está explicando continuamente em termo; de realidade espiritual.

3. O restante do protestantismo:

Presença simbólica e espiritual de Cristo. Diferentemente de Martinho Lutero, João


Calvino e outros reformadores argumentaram que o pão e o vinho da ceia do Senhor
34

não se transformaram em corpo e sangue de Cristo, nem de algum modo contêm o


corpo e o sangue de Cristo. Ao contrário, o pão e o vinho simbolizavam o corpo e o
sangue de Cristo e deram um sinal visível do fato de que o próprio Cristo estava
verdadeiramente presente. Calvino disse:

Confesso, naturalmente, que a [fração] do pão é um símbolo, não a própria


cousa. Mas, isto posto, concluiremos corretamente que pela exibição do
símbolo, no entanto, a própria cousa é exibida, Pois, a menos que haja
alguém de querer chamar a Deus enganador, nunca ouse dizer ser por Ele
proposto um símbolo [vazio]. [...] E aos pios esta regra é absolutamente de
suster-se: que vezes quantas vêem os símbolos instituídos pelo Senhor, aí
cogitem e se persuadam por certo estar presente a verdade da cousa
representada. Pois, a que propósito à mão te estenda o Senhor o símbolo
de Seu corpo, senão para que mais certo te faça de sua verdadeira
participação?

Todavia, Calvino foi cuidadoso em diferir tanto do ensino católico romano (que dizia
que o pão se tornava o corpo de Cristo) como do ensino luterano (que dizia que o
pão continha o corpo de Cristo).

...‖Porém, nos importa na Ceia tal presença de Cristo [estabelecer] que [...] nem O
afixe ao elemento do pão, nem no pão [O] encerre, nem de qualquer modo [O]
circunscreva, [cousas estas] todas que manifesto é derrogarem-1he à celeste
glória‖...

Hoje a maioria dos protestantes diria, em adição ao fato de que o pão e o vinho
simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, que Cristo está também presente
espiritualmente de modo especial quando participamos do pão e do vinho. De fato,
Jesus prometeu estar presente onde quer que os crentes adorassem:

―Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles‖ (Mt
18.20). E se ele está especialmente presente quando os cristãos se reúnem para
adorar, então devemos esperar que ele estivesse presente de modo especial na ceia
35

do Senhor. Nós o encontramos na sua mesa, à qual ele vem para dar-se a si mesmo
a nós. À medida que recebemos os elementos do pão e do vinho na presença de
Cristo, assim participamos dele e de todos os seus benefícios. Nós nos
―alimentamos dele em nosso coração‖ com ação de graças. De fato, mesmo uma
criança que conhece Cristo vai entender isso sem que lhe seja dito e vai esperar
receber uma bênção especial do Senhor durante a cerimônia, porque o significado
dela está bastante implícito nas simples ações de comer e beber. Todavia, não
devemos dizer que Cristo está presente independentemente de nossa fé pessoal,
mas somente nos encontra e nos abençoa de acordo com a nossa fé nele.

De que modo, então, Cristo está presente? Certamente há uma presença simbólica
de Cristo, mas ela é também uma presença espiritual genuína e há bênção espiritual
genuína nessa cerimônia.

Quem deve participar na ceia do Senhor?

A despeito das diferenças sobre alguns aspectos da ceia do Senhor, a maioria dos
protestantes haverá de concordar, primeiro, que somente os que crêem em Cristo e
o seguem devem participar dela, porque ela é um sinal de que a pessoa é cristã e
continua firme na vida cristã. Paulo adverte que quem come e bebe indignamente
enfrenta conseqüências sérias: ―Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do
Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso há entre vocês muitos
fracos e doentes, e vários já dormiram‖ (1 Co 11. 29,30).

A segunda qualificação para a participação na ceia é o auto-exame: ―Portanto, todo


aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de
pecar contra o corpo e o sangue do Senhor. Examine-se cada um a si mesmo, e
36

então coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem discernir o corpo
do Senhor, come e bebe para sua própria condenação‖(l Co 11.27-29). No contexto
de l Coríntios 11, Paulo repreende os coríntios por seu egoísmo e conduta irrefletida
quando eles se reuniam como igreja: ―Quando vocês se reúnem, não é para comer a
ceia do Senhor, porque cada um come sua própria ceia sem esperar pelos outros.
Assim, enquanto um fica com fome, outro se embriaga‖ (1 Co 11.20,21). Isso nos
ajuda a entender o que Paulo quer dizer quando fala a respeito daqueles que
comem e bebem ―sem discernir o corpo‖ (l Co 11.29). O problema em Corinto não
era uma falha em entender que o pão e o cálice representavam o corpo e o sangue
do Senhor — eles certamente sabiam disso. Ao contrário, o problema era o egoísmo
deles, a conduta irrefletida que uma pessoa tinha para com a outra enquanto
estavam diante da mesa do Senhor. Eles não estavam entendendo ou ―discernindo‖
a verdadeira natureza da igreja como corpo. Essa interpretação de ―sem discernir o
corpo‖ é apoiada pela menção que Paulo faz da igreja como o corpo de Cristo
exatamente um pouco antes, em l Coríntios 10.17: ―Como há somente um pão, nós,
que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participaram de um único pão‖.
Assim, a frase ―sem discernir o corpo‖ significa ―o não entendimento da unidade e
interdependência das pessoas na igreja, que é o corpo de Cristo‖. Significa
negligenciar nossos irmãos e irmãs quando vamos à ceia do Senhor, diante da qual
devemos refletir o caráter dele.

O que significa, então, comer ou beber ―indignamente‖ (1Co 11.27)? A princípio


podemos pensar que essa palavra se aplica estritamente e diz respeito apenas ao
modo como nos conduzimos quando realmente comemos e bebemos o pão e o
vinho. Mas quando Paulo explica que a participação indigna envolve ―não discernir o
corpo‖, ele está dizendo que devemos refletir sobre todos os nossos
relacionamentos dentro do corpo de Cristo: Estamos agindo de um modo pelo qual
retratamos vividamente não a unidade de um pão e de um corpo, mas desunião?
Estamos nos conduzindo deforma a proclamar não o sacrifício da auto-entrega ao
Senhor, mas a inimizade e o egoísmo? Em um sentido mais amplo, então, ―examine-
se cada um a si mesmo‖ significa que devemos perguntar se os nossos
37

relacionamentos no corpo de Cristo estão de fato refletindo o caráter do Senhor com


quem nos encontramos na ceia e a quem representamos.

Com relação a isso, o ensino de Jesus a respeito de vir para adorar também deveria
geralmente ser mencionado: ―Portanto, se você estiver apresentando sua oferta
diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua
oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e
apresente sua oferta‖ (Mt 5.23,24). Jesus aqui nos diz que onde quer que venhamos
a adorar devemos estar certos de que os nossos relacionamentos com os outros
estão corretos e se não estão, devemos agir rapidamente para corrigi-los e, então,
vir para adorar a Deus. Essa admoestação deveria ser especialmente verdadeira
quando nos apresentamos para a ceia do Senhor. A ceia é para aqueles que já
assumiram a condição real de servos perante o corpo e a sociedade, ou seja, se
batizaram.

Outras interrogações

Quem deve administrar a ceia do Senhor? A Escritura não traz nenhum ensino
explícito sobre essa matéria, de forma que somos encarregados, de decidir, de
forma sábia e apropriada para o benefício dos crentes na igreja. Para guardar-se do
abuso da ceia do Senhor, o pastor deve assumir o encargo de administrá-la, mas
não parece que a Escritura requeira que somente os ministros ordenados ou os
oficiais escolhidos pela igreja possam fazer isso. Em situações normais é natural
que o pastor ou outro líder delegado de tal autoridade que em geral dirige os cultos
de adoração da igreja oficie a cerimônia da comunhão.

Com que freqüência a ceia do Senhor deve ser celebrada?


38

A Escritura não nos diz nada a respeito disso. Jesus simplesmente disse: ―sempre
que comerem deste pão e beberem deste cálice. ’ (lCo 1 l.26).A orientação de Paulo
aqui com respeito ao culto deveria também ser levada em consideração: ―Tudo seja
feito para a edificação da igreja‖ (lCo 14.26). Na realidade, tem sido a prática da
maioria da igreja através de toda sua história celebrar a ceia do Senhor
semanalmente, quando os crentes se reuniam. Contudo, em muitos grupos
protestantes desde a Reforma tem havido uma celebração menos freqüente da ceia
do Senhor — normalmente uma vez por mês ou duas vezes, ou, em muitas igrejas
reformadas, somente quatro vezes por ano. Se a ceia do Senhor for planejada,
explicada e levada a efeito de tal modo que seja um tempo de auto-exame, de
confissão, de ação de graças e de louvor, então não parece que celebrá-la uma vez
por semana seja um exagero, e certamente ela poderia ser observada de forma
mais freqüente ―para a edificação da igreja‖.
39

6. RECEPÇÃO DE NOVOS MEMBROS

Receber novos membros em nossos ministérios se tornou uma rotina devido à alta
rotatividade da nossa sociedade. Os passos nesta situação devem primar pelo bom
senso e respeito. É importante que os novos congregados sejam apresentados à
frente da Igreja para que todos possam identificá-los afim evitar constrangimentos
como não reconhecê-los fora do ambiente do templo.

A apresentação deverá ser formal e valorizando a situação de fidelidade e


respeito ao corpo de Cristo.
É importante entrar em contato com o antigo ministério para saber o
procedimento do candidato antes da transferência ser requerida.
De preferência deixe o candidato conhecer melhor o ministério antes de tomar
a decisão de membrar na Igreja.
40

7. DEDICAÇÃO DE CRIANÇAS

Talvez esta seja uma das cerimônias mais agradáveis de ministrar na Igreja. Espera-
se do ministro que este tenha carinho e paciência ao receber a criança levando em
consideração que o ambiente é novo para a criança e ela irá estranhar a situação
podendo chorar por causa de: barulho do microfone, instrumentos, luminosidade etc.

Normalmente os pais convidam parentes, querem fotografar. É de bom tom que faça
deste momento um momento único para a família. A honra é um princípio cristão e
sempre será lembrada com alegria.

Cerimônia

Apresenta-se um hino especial na entrada dos pais com a criança.


Recepciona-se o casal com carinho
Apresenta a criança com amor
Faz-se a leitura da Bíblia.
Ministra-se uma palavra direcionada para a família e a importância de
apresentar a criança no Altar do Senhor.
Ora apresentando e abençoando a criança.
Abençoa os pais.
Pousa com os pais e a criança para uma foto de registro.
41

8. MINISTRAÇÃO AOS ENFERMOS

A ministração aos enfermos é algo que requer todo cuidado e atenção. Quando
enfermos os crentes esperam que seus pastores (as) os visitem. O Senhor requer
com amor que seus ministros (as) visitem os enfermos, demonstrando-lhes
compaixão e oferecendo-lhes a ajuda espiritual de que necessitam. O (a) pastor (a)
indiferente à dor alheia não é digno (a) representante daquele que levou as suas
enfermidades sobre si, e olha para nós com compaixão eterna (João 21.15-17; João
3.11-16; 4.7-21).

O serviço de Deus é também o do (a) ministro (a) como embaixador (a) do grande
Rei (2 Coríntios 5.20). O (a) ministro (a) deve ajudar o enfermo a aproximar-se de
Deus (Salmo 34.18; 145.18).

É importante que o (a) ministro (a) ajude o enfermo a aprender a lição que Deus
procura lhe ensinar através da enfermidade. É possível que Deus queira lhe dar uma
lição de disciplina ou mostrar-lhe sua fidelidade na prova. O enfermo deve ser
ajudado a discernir o que pode estar acontecendo recebendo o amor e carinho do
pastor (a) (Jó 23.10; Daniel 3.19-28).

O (a) pastor (a) não deve censurar os enfermos de sua congregação que consultam
médicos, muito menos retirar prescrição médica. O (a) pastor (a) deve crer na cura,
orar para que o enfermo seja curado; porém não deve motivar o enfermo a
abandonar os remédios, deve sim, esperar que o médico ateste a cura e retire a
medicação. Quando o Senhor cura o milagre se torna público e é atestado por todos.
42

É função do (a) ministro (a) visitar os enfermos e aflitos (Tiago 1.27), e ler para eles
passagens bíblicas que certamente o Espírito Santo usará para confortá-los e
fortalecê-los. É prudente escolher com bom senso e direção de Deus a Palavra a ser
ministrada.

Quando visitar um enfermo o (a) ministro (a) deve ser breve. Nos casos em que o
paciente estiver hospitalizado, o (a) ministro (a) deve averiguar junto ao hospital se é
possível visitar o enfermo.

O propósito primordial da visita é estimular a Fé do enfermo com a esperança que


Jesus Cristo traz ao coração. O (a) ministro (a) deverá manter sempre uma atitude
cordial e afetuosa para com o enfermo. É importante evitar dizer qualquer coisa que
dê impressão negativa quanto à condição do enfermo.
43

9. CULTO FÚNEBRE

É de extrema importância que o (a) ministro (a) assim que saiba da notícia do óbito
vá para o lar do falecido para oferecer ajuda e consolo espiritual. Deverá o (a)
ministro (a) averiguar discretamente os planos da família para o sepultamento. Em
momentos como estes é muito comum infelizmente as pessoas aproveitarem dos
familiares abalados para levar vantagem.

O culto fúnebre sempre será uma oportunidade para evangelizar; porém neste
momento os cuidados deverão ser redobrados. A mensagem deverá ser breve e de
fácil entendimento, capaz de respeitar todos os presentes.

O local do culto fúnebre e horário do culto deverá ser acertado com a maior
antecedência possível para facilitar os avisos e a preparação da mensagem.

O (a) ministro (a) deverá ter o cuidado devido na hora de fazer a entrega do corpo
caso tenha ―ciência‖ da não salvação do falecido (a). O culto fúnebre é um dos mais
delicados que existe. As pessoas estão bastante alteradas e algumas aparecem em
condição inadequada para expressar a sua dor. Nem sempre as coisas seguem o
curso esperado e o (a) ministro (a) deverá estar atento aos acontecimentos e ter um
pouco de tolerância para preservar ao máximo as pessoas.

A liturgia deverá valorizar o ambiente solene. O (a) mensageiro (a) deverá estar
presente no horário determinado e deverá aguardar a autorização da família para
iniciar o culto.
44

10. DEDICAÇÃO DE TEMPLO

A cerimônia de dedicação de templo deverá honrar membros do ministério e corpo


executivo. O convite para a cerimônia deve ser cuidadosamente observado. A
liderança da Convenção e Ormiban deverão ser convidadas para tal evento bem
como ocupar lugar de destaque recebendo oportunidade para falar à Igreja na
cerimônia.

O programa geral poderá incluir hinos apropriados, cânticos especiais seguidos da


leitura da Palavra. Poderá ter oportunidade para dar testemunho sobre a construção
do templo. A parte principal da mensagem consta de uma mensagem entregue
normalmente por um líder da denominação. Após a mensagem é celebrada a
cerimônia de dedicação do Templo ao Senhor.

É importante salientar que a conclusão do templo é uma conquista de todos. Todos


deverão sentir valorizados e vitoriosos com a conclusão do templo. A dedicação do
templo priorizará o agradecimento ao Senhor e a honra ao seu nome.

A liturgia procederá com louvores em ações de graça e cânticos de vitória. Após a


mensagem haverá a dedicação do templo precedida do convite para que os
membros ofertem ao Senhor em expressão de gratidão. A benção final será
ministrada sobre a Igreja coma ênfase de que este lugar é santo ao Senhor.
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11. APRESENTAÇÃO DE OBREIROS (OBREIROS LOCAIS)

Novos líderes são de fundamental importância para um ministério. Uma Igreja


próspera se preocupa em prepara novos líderes, valorizando-os e frutificando-se.
Toda Igreja consciente reconhece a importância de líderes.

Diáconos, líderes de células, grupos familiares, professores de Escola Bíblica e


cargos semelhantes estão incluídos neste tipo de cerimônia.

A cerimônia deverá ser festiva e solene conscientizando o líder de sua importância


para o rebanho e necessidade no Reino de Deus.

O (a) pastor (a) deverá perguntar aos líderes se eles aceitam de coração a
responsabilidade que têm recebido do Senhor. Após a resposta positiva o (a) pastor
(a) deverá enfatizar que esta posição nova requer zelo e amor preservados pelo
Reino de Deus. A fidelidade ao Senhor deverá receber ênfase e notoriedade.

A oração dedicatória fará necessário que os novos líderes se coloquem de joelhos


diante do altar. Uma oração será então elevada ao Senhor, para que o bom Deus os
dirija em seus deveres futuros, e para que eles se mantenham fiéis em cada tarefa
conscientes de trabalham para o Senhor.

Em seguida, os líderes se colocarão de pé e se posicionarão em ambos os lados do


(a) pastor (a), enquanto os professores se aproximam do altar. Estes últimos se
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ajoelharão, e o (a) pastor (a) pedirá ao superintendente da Escola Dominical que ore
por eles.

Ao terminar a oração, os líderes se cumprimentarão e desejarão as mais ricas


bênçãos. É importante que registrem em ata e com fotos para o histórico da Igreja.

11.1 A CONSAGRAÇÃO DE DIÁCONOS

Deverá ser valorizado o caráter de serviço. É necessário que as credenciais bíblicas


sejam respeitadas para este ofício (Atos 6.1-7) – boa reputação, cheios do Espírito
Santo e de sabedoria. Os novos diáconos deverão se ajoelhar diante do altar do
Senhor, receber as orientações para o exercício do ofício (1 Timóteo 3.8-13). Após
as orientações será feita a oração consagratória e ministração da benção pastor.
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12. ORDENAÇÃO DE MINISTROS

A ordenação de ministros deverá ser marcada com bastante antecedência. Depois


de cumprido os requisitos legais e formais da denominação o ministro deverá ter
tempo suficiente para convidar seus parentes e amigos formalmente. A liderança da
denominação deverá ser convidada com tempo hábil para planejar a sua presença,
por tanto se faz necessário observar o calendário de eventos da denominação.
Devemos nos lembrar que líderes têm agenda cheia e não poder ser surpreendidos
pela nossa desorganização. Por se tratar de uma cerimônia que terá a presença de
diversos líderes deverá ter tudo bem organizado e em tempo suficiente para permitir
a presença dos diversos líderes.

A cerimônia deverá ser conduzida em comum acordo com o presidente da ORDEM


e do (a) pastor (a) presidente da Igreja.

A cerimônia deverá ter assembléia aberta e redação de uma ata que será registrada
em cartório devidamente assinada por todos que comporem o conselho de pastores.

Cerimônia

A cerimônia será de bom tom se obedecer à estrutura de culto solene:

Prelúdio musical
Apresentação do concílio ordenatório
Entrada dos candidatos ou do (a) candidato (a) com cônjuge.
Oração
Leitura de uma passagem bíblica de adoração
Louvor e adoração
Mensagem
Apresentação dos candidatos
Oração consagratória
Oração pela família dos candidatos
Benção ordenada pelo novo (a) ministro (a)
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13. BODAS

A cerimônia de bodas é um momento de agradecimento e honra ao Senhor pelas


conquistas de uma família vitoriosa. Este momento é diferenciado por se tratar de
um casal que permanece fiel guardando a Palavra do Senhor no seu coração,
zelando pelo amor e respeito. Um casal que chaga neste ponto é vitorioso perante a
Igreja e a sociedade, sendo motivo de testemunho.

O (a) ministro (a) receberá o casal com alegria e orgulhoso por sua condição. É
importante enfatizar a permanência da benção do Senhor sobre o casal e o desejo
do casal em tornar público e notório tal situação. Faz-se necessário deixar clara a
importância da presença do Senhor na família, para que esta alcance tal condição
principalmente em dias como os nossos.

O (a) pastor (a) deverá se informar acerca das bodas e seu significado para a
família. O valor da permanência de um lar edificado e consolidado para a sociedade
deverá ser salientado. O propósito de Deus para a família e suas conseqüências de
bênçãos sobre os filhos daqueles que permanecem zelando por um amor verdadeiro
e cristão deverá ser também enfatizado.

Cerimônia

A cerimônia deverá ser solene por se tratar de uma ocasião de honra e ações de
graças.

Hino solene de abertura


Recepção do casal
Recepção da família ( frutos da benção do Senhor)
Palavra de ações de graças
Renovação dos votos
Entrega das alianças
Benção do casal
Benção sobre a família
Encerramento
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14. ANIVERSÁRIOS

Aniversários normalmente são festas mais descontraídas permitem um ambiente


mais descontraído. É importante que o (a) pastor (a) tome cuidado com os riscos de
ambientes como estes. Brincadeiras e piadinhas podem gerar um ambiente
desconfortável e de constrangimento. Certos ambientes podem trazer surpresas
desagradáveis pelo excesso de alegria. Todo cuidado é pouco.

14.1. ANIVERSÁRIO DE 15 ANOS

Esta também é uma festa solene, temos uma apresentação formal de uma nova
moça à sociedade. Não podemos nos esquecer que se trata de uma adolescente e
devemos ter cuidado com tudo o que iremos dizer. Adolescentes requerem de nós
todo carinho, é uma faze especial e maravilhosa; porém delicada e que requer
discernimento.

É importante orientar a família, normalmente toda empolgada, a família deseja


abraçar o mundo e às vezes se esquece que o caráter cristão não aceita certos
comportamentos. A ética cristã não pode ser desprezada em momentos como estes.

Cerimônia

Apresentação da moça
Oração de recepção
Leitura do texto bíblico
Mensagem
Apresentação do anel pelos pais (símbolo da mudança de fase de vida)
Palavra dos pais
Benção para os novos desafios
Benção final
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REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (Gestão pessoal; Teologia)

MAXWELL, C. John. O livro de ouro da liderança, Ed.Thomas Nelson Brasil. Rj.


2008.

THRALL, Bill. Mc Nicol, Bruce. Mc Elrath, Ken. A escalada de um líder, Ed. Mundo
Cristão.SP.2005.

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CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: novo papel dos recursos


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RABAGLIO, Maria Odete. Gestão por Competências - Ferramentas para


atração e captação de talentos humanos. Editora QualityMark, 2008.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (Práticas Ministeriais)

GRUDEM, Wayne. Teologia do autor, Ed. Vida Nova

MANUAL DO MINISTRO Editora Vida, Edição revista e ampliada. 20ª impressão,


editora Betânia, 1976

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