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Aula 08
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Sumário
Organização, Sistemas e Métodos ..................................................................................... 4
Manualização .................................................................................................................... 4
Gerenciamento por Processos ........................................................................................... 6
Gestão Funcional versus Gestão por Processos ................................................................................ 9
O Gestor de Processos ..................................................................................................................... 13
Cadeia de Valor ............................................................................................................................... 14
Tipos de Processos ........................................................................................................................... 15
Processos Transversais ................................................................................................................................................... 18
Bibliografia ...................................................................................................................... 86
A função de Organização, Sistemas e Métodos engloba diversas técnicas e ferramentas que são
utilizadas na Administração. Seu objetivo é o de aprimorar o funcionamento e operação das
instituições.
Essa função também é conhecida por suas siglas (OSM e O&M) e esteve muito em voga nos anos 70
e 80 do século passado. De acordo com Cury1,
“A função de Organização e Métodos é uma das especializações de Administração que tem como objetivo a renovação
organizacional. Ela modela a empresa, trabalhando sua estrutura (organograma), seus processos e métodos de trabalho”.
Desta forma, os principais “eixos” da função OSM estão: a estrutura organizacional, a gestão de
processos e os métodos de trabalho que os administradores utilizam.
A função do analista de O&M é conseguir a eficiência e a eficácia da estrutura administrativa por
meio da aplicação de certas técnicas científicas de redução de tempo, esforços e custos2.
Assim, o profissional de OSM realiza o que chamamos de análise administrativa, em que identifica
os problemas da organização, coleta os dados e informações e propõe mudanças que melhorem o
funcionamento da empresa ou órgão público.
Estas melhorias podem ocorrer, por exemplo, com a mudança da estrutura organizacional da
empresa, com a revisão e melhoria dos processos de trabalho e com a manualização e padronização
de procedimentos e técnicas de trabalho.
MANUALIZAÇÃO
Os manuais de uma instituição servem para informar os diversos agentes que se relacionam com a
mesma e para padronizar a atuação destes agentes.
Um manual, de acordo com Oliveira3, é
“Todo e qualquer conjunto de normas, procedimentos, funções, atividades, políticas, objetivos, instruções e orientações que
devem ser obedecidos e cumpridos pelos executivos e funcionários da empresa, bem como a forma como esses assuntos
devem ser executados, quer seja individualmente, quer seja em conjunto”.
Os manuais administrativos servem para detalhar e normatizar uma série de assuntos em uma
instituição. Como exemplos de manuais, temos:
1
(Cury, 2007)
2
(Chinelato Filho, 2008)
3
(Oliveira, 2011)
✓ Manual do funcionário,
✓ Manual de normas e procedimentos,
✓ Manual de políticas e diretrizes,
✓ Manual de instruções, etc.
Um manual pode servir para facilitar o treinamento de novos funcionários, pode facilitar a
disseminação de boas práticas na organização como um todo, bem como auxiliar os empregados na
adaptação a um novo sistema operacional.
Entretanto, a manualização não só apresenta algumas vantagens, mas também algumas
desvantagens. Dentre as principais vantagens da utilização de um manual, temos as seguintes 4:
Vantagens da manualização
• Correspondem a uma importante e constante fonte de informações sobre
os trabalhos na empresa;
• Facilitam o processo de efetivar normas, procedimentos e funções
administrativas;
• Ajudam a fixar critérios e padrões;
• Possibilitam treinamento aos novos e antigos empregados;
• Aprimoram o sistema de autoridade da empresa, pois possibilitam melhor
delegação mediante instruções escritas, proporcionando ao superior
controlar apenas os fatos que saem da rotina normal, ou seja, o controle
por exceção.
4
(Oliveira, 2011)
5
(Oliveira, 2011)
Desvantagens da manualização
• Constituem um ponto de partida, porém não a solução para todos os
problemas administrativos que possam ocorrer na empresa;
• O custo de preparação e de atualização pode ser elevado, dentro de uma
relação de custos versus benefícios identificada pela empresa;
• Quando não são utilizados adequada e permanentemente, perdem
rapidamente sua validade;
• São, em geral, pouco flexíveis;
• Incluem, somente, os aspectos formais da empresa, deixando de lado os
aspectos informais, cujas vigência e importância para o dia a dia da
organização são muito grandes;
• Quando muito sintéticos, tornam-se pouco úteis e, por outro lado, quando
muito detalhados, correm o risco de se tornarem obsoletos diante de
quaisquer mudanças pequenas;
• diminuem a incidência do julgamento pessoal, tornando-se, muitas vezes,
um freio para a iniciativa e a criatividade individuais.
A gestão de processos é uma das ferramentas de gestão mais utilizadas ultimamente. Além disso, é
um dos temas mais cobrados em concursos de Administração nos últimos anos.
Vamos ver então do que se trata?
Todos nós sabemos o que é uma atividade, não é verdade? Quando carimbamos um papel, por
exemplo, estamos executando uma atividade. O mesmo acontece quando telefonamos para um
cliente, quando preenchemos um formulário, dentre diversas atividades que são necessárias para
fazermos nosso trabalho.
Mas as atividades normalmente têm uma lógica, um encadeamento necessário para que as
empresas consigam fazer e vender seus produtos. Este “encadeamento” das atividades é que
chamamos de um “processo”.
Fique Atento!
De acordo com a norma ISO 9001:2008, processo é ”um conjunto de atividades inter-relacionadas
ou interativas que transforma insumos (entradas) em produtos (saídas) ”.
Já Palvarini descreve um processo como6:
“Conjunto integrado e sincrônico de insumos, infraestruturas, regras e transformações, que adiciona valor às pessoas que
fazem uso dos produtos e/ou serviços gerados”.
Um processo é, assim, um conjunto de atividades e tarefas que são estruturadas para que a
organização possa oferecer seus produtos e serviços aos seus clientes.
Portanto, nenhuma organização existe sem a existência de processos e todo tipo de trabalho
importante em uma organização faz parte de algum processo 7. Sem eles, as empresas não teriam
como ter uma consistência na oferta de produtos ou serviços.
Muitos autores conhecem um processo como um fluxo de trabalho. Vamos ver na prática como isso
funciona?
Você chega em uma sapataria e vê um sapato bonito na vitrine. Ao entrar na loja, o vendedor vem
ao seu encontro e você mostra o modelo que lhe interessou.
Este vendedor logo lhe perguntará seu número para que possa checar no estoque se este par está
disponível. Ele poderá solicitar ao estoquista o modelo pedido. Se estiver disponível, ele trará o par
para que você possa experimentá-lo. Se o par não estiver no estoque, o vendedor lhe oferecerá
outro modelo semelhante.
Após sua escolha, ele o encaminhará para o caixa. Este profissional solicitará seu modo de
pagamento, e procederá com o processo de cobrança. Finalmente, outro profissional fará o
empacotamento do produto para que você possa leva-lo para casa.
Reparou que neste processo de compra existiram várias atividades? Todas elas são
interdependentes e interligadas, pois não adianta o vendedor lhe atender bem se o caixa te insultar,
não é mesmo?
Todos os envolvidos neste processo devem fazer seu trabalho com qualidade para que a venda tenha
sucesso. O importante é que o cliente final seja bem atendido e saia satisfeito.
Isto é o que chamamos de processo organizacional. Uma definição adequada de processo seria: a
utilização de recursos da empresa para oferecer resultados objetivos aos seus clientes 8.
Para facilitar a visualização do que ocorre em um processo, podemos imaginá-lo como um fluxo. Na
entrada existem demandas e recursos (informações, materiais, ferramentas, etc.), ou seja, os inputs.
Estas demandas e recursos serão trabalhados de diversas formas para gerar valor. Assim, várias
atividades são executadas dentro do processo. Finalmente, o processo gera algum produto ou
serviço para um cliente, que pode ser interno ou externo. Este produto ou serviço é o que chamamos
de outputs.
6
(Palvarini, 2010)
7
(Gonçalves, As empresas são grandes coleções de processos, 2000)
8
(Harrington, 1991) apud (Gonçalves, As empresas são grandes coleções de processos, 2000)
Naturalmente, cada uma destas tarefas ou atividades pode agregar ou não valor ao processo. O
cliente não está interessado em uma atividade isolada, pois esta não lhe “serve” sem que as outras
sejam bem executadas.
Basta um destes “atores” envolvidos em nosso exemplo “pisar na bola” para que o atendimento não
atinja o resultado desejado. Assim, dizemos que um processo envolve atividades interligadas e
interdependentes.
Assim sendo, a gestão por processos traz um enfoque no “como” os produtos e serviços são
entregues aos clientes, e não um foco no “quê” é produzido.
Abaixo podemos ver melhor os “passos” que são dados para que o processo de atendimento acima
seja realizado:
Vendedor solicita
Vendedor inicia o
ao estoquista o Estoquista entrega
atendimento ao
modelo de sapato o par ao vendedor
cliente
pedido pelo cliente
Embalador finaliza
Caixa processa o o pacote e entrega
pagamento o produto ao
cliente
Claro que este é um exemplo muito simplificado, mas nos serve para entendermos que um processo
de trabalho envolve uma série de atividades relacionadas.
Continuando, vamos agora entender melhor a diferença entre a gestão de um processo e a gestão
por processos?
Quando falamos de gestão de processo, estamos nos referindo ao gerenciamento de um processo
específico, ou seja, a análise e melhoria de um fluxo de trabalho, como o de atendimento em uma
sapataria que mencionamos acima.
Já a gestão por processos significa muito mais do que isso. É uma forma diferente de gerenciarmos
uma empresa ou instituição. Neste modelo, não ficamos focados nas necessidades de cada
departamento, mas nas interdependências entre eles e nos fluxos de trabalho (os processos).
A gestão por processos tenta mudar bastante o enfoque utilizado pelas empresas, tradicionalmente
chamada de gestão funcional. Na gestão funcional tradicional, as organizações funcionam com uma
visão verticalizada, com cada área ou setor se preocupa somente com suas necessidades – sem uma
visão sistêmica.
Com isso, muita energia se perde e muitas vezes as pessoas perdem de vista os interesses dos seus
clientes, sejam eles internos (outros órgãos da instituição) ou externos (os clientes finais).
Assim, os departamentos trabalham isolados uns dos outros e a coordenação dos trabalhos é difícil.
As empresas que trabalham de forma verticalizada são mais voltadas para dentro, ou seja,
preocupadas com seus problemas internos9.
A gestão por processos não deixa de ser então um novo direcionamento – a organização volta suas
atenções para os seus clientes e como satisfazê-los. Devem estabelecer seus processos mais críticos
para que os clientes sejam bem atendidos e definir quais tarefas geram ou não valor para esse
cliente.
De acordo com Nunes10,
“O modelo de organização orientado por processos passou a ser considerado como alternativa mais adequada para
promover uma maior efetividade organizacional. ”
A ideia principal dos autores que propõem a gestão por processos é a de uma derrubada geral das
barreiras internas da empresa, de maior interação entre as diversas áreas (além de fornecedores e
clientes), gerando uma visão do todo e um melhor resultado11.
9
(Davenport, 1992)
10
(Nunes, 2010)
11
(Nunes, 2010)
Para que as empresas possam funcionar neste novo modelo, necessitam rever o seu modo de
trabalhar. Todos os executores envolvidos no processo precisam se conhecer e saber qual é a
necessidade de cada um. Cada ator precisa saber qual é o seu papel e como seu trabalho influência
no resultado final.
Esta nova visão deve alterar a divisão das pessoas em departamentos e setores. De acordo com
Hammer e Stanton12,
“Ao procurar se estruturar por processos, as empresas acabam descobrindo que é impossível sobrepor um processo
integrado a uma organização fragmentada pelo desenho funcional tradicional. “
Dessa maneira, as organizações tradicionais, ou seja, que são estruturadas por departamentos,
precisam ser remodeladas e redesenhadas para que possam passar a ser gerenciadas por processos.
De acordo com Gonçalves13, as principais mudanças necessárias para que estas organizações mudem
de uma gestão tradicional para uma gestão por processos envolvem:
Figura 3 - Passos para que uma organização tradicional se adapte para a gestão por processos
Desta maneira, a gestão por processos visa à melhoria dos processos críticos e o melhor
aproveitamento dos recursos e profissionais envolvidos. Quando isso ocorre, menos tempo é
necessário para que os produtos e serviços fiquem prontos e menor é o gasto de energia (dinheiro,
esforço, materiais, etc.) no processo.
12
(Hammer e Stanton, 1999) apud (Gonçalves, As Empresas são Grandes Coleções de Processos, 2000)
13
(Gonçalves, Processo, que Processo?, 2000)
Além disso, estas organizações passam a se conhecer melhor e conhecer a fundo as necessidades de
seus clientes. Com isso, ficam mais ágeis e mais focadas nas mudanças externas. Tornam-se mais
competitivas e ampliam sua capacidade de aprendizado14.
Abaixo, temos as principais diferenças entre a gestão funcional e a gestão por processos:
14
(Gonçalves, 1997) apud (Gonçalves, As Empresas são Grandes Coleções de Processos, 2000)
Tabela 1 - Principais diferenças entre a gestão por processos e a gestão funcional. Fonte: (De Sordi, 2008)
(FGV – IBGE – ANALISTA – 2016) Determinada organização adotou uma nova perspectiva de
gestão, assumindo o Gerenciamento de Processos de Negócio – BPM. Assim, é possível inferir
que ela:
a) reforçou a visualização das operações de negócios com base nas áreas funcionais e
localizações envolvidas.
b) adotou uma nova forma de visualizar as operações de negócios que vai além das estruturas
funcionais tradicionais
c) reforçou a visualização das operações de negócios com base nas competências de seus
colaboradores.
d) adotou uma nova forma de visualizar as operações de negócios que está baseada nas
estruturas funcionais e hierárquicas.
e) reforçou a visualização das operações de negócios com base nas estruturas funcionais
tradicionais.
Comentários:
O enfoque ou abordagem de processos engloba uma visão da organização baseada em seus
processos, e não em seus departamentos – a visão tradicional da gestão.
Esta gestão tradicional causa uma dificuldade na coordenação entre os vários setores
envolvidos em um processo de trabalho. Cada área funcional busca apenas seus objetivos
internos e perde o foco nas necessidades dos clientes.
(CESPE – TCE-ES - ACE) O foco no processo, a promoção de uma visão sistêmica da organização
e a melhor compreensão da cadeia de valor da organização caracterizam a gestão por
processos.
Comentários
Perfeito. A gestão por processos envolve, naturalmente, um foco nos processos críticos das
organizações. Esta visão engloba desde os fornecedores até os clientes e possibilita uma visão
do “todo”, ou seja, uma visão sistêmica da instituição.
Para gerenciar estes processos críticos, devemos ter em mente quais são as cadeias de valor –
quais são os processos e atividades que geram benefícios para os clientes - e buscar melhorá-
los de forma contínua.
Gabarito: correta
O GESTOR DE PROCESSOS
Em organizações que estão focadas em processos, existe um responsável por cada processo, o gestor
de processos. De acordo com De Sordi15,
“O aspecto mais visível de diferenciação entre as organizações tradicionais estruturadas por funções empresariais e as
empresas orientadas a processos de negócios é a existência do gestor, o dono do processo de negócios (em inglês chamado
de process owner).”
O gestor de processos, ao contrário do gerente funcional, não lida apenas com profissionais
especializados em uma função ou área, mas sim com todos os profissionais envolvidos no processo.
Desta forma, sua equipe envolve pessoas de diversas especialidades e funções, que podem estar em
diversos setores da empresa. Deste modo, deve ser um profissional que saiba gerir conflitos e tenha
uma visão sistêmica da organização.
15
(De Sordi, 2008)
Outro aspecto importante é que sua posição é perene, não temporária. Ao contrário do gerente de
projetos, que lida com seu projeto durante um tempo determinado, o gestor de processos não tem
um prazo determinado para gerir seu processo.
Dentre suas responsabilidades e atividades, temos16:
✓ Assegurar os recursos necessários para atender às demandas do processo de negócios
conforme seu projeto em vigor;
✓ Realizar a medição contínua do desempenho de aspectos críticos do processo;
✓ Assegurar a capacitação dos profissionais que cooperam com o processo por meio de
programas de treinamento;
✓ Definir e coordenar as alterações necessárias para a evolução contínua do processo.
CADEIA DE VALOR
Quando falamos de valor gerado ou agregado pelos processos, não estamos necessariamente
falando de valor financeiro. Estamos nos referindo ao benefício gerado para seus clientes com as
diversas atividades de um processo.
De acordo com Maranhão e Macieira17,
“A agregação de valor em um processo é a diferença de valor entre o produto (na saída de um processo) e a soma dos
valores das entradas (matérias-primas ou insumos), acrescida dos custos intrínsecos de transformação. ”
Desta maneira, quando estamos vendo que alguma atividade ou processo não agrega valor para os
clientes, devemos eliminá-los. O conceito de “valor” está ligado com as entregas finais, ou seja, o
que é “entregue” para o cliente, seja ele um cliente interno ou externo.
A preocupação de um gestor na abordagem por processos deve ser a de visualizar qual é a cadeia
de valor – as atividades e processos que efetivamente agregam benefícios aos clientes. De acordo
com Porter18,
“Cadeia de Valor é o conjunto de atividades tecnológicas e econômicas distintas que uma organização utiliza para entregar
produtos e serviços aos seus clientes. ”
Dentro desta ideia de cadeia de valor, devemos analisar quais são as atividades que geram valor para
que possamos melhorá-las. Já as atividades que não agregam valor devem ser reduzidas ou
eliminadas.
16
(De Sordi, 2008)
17
(Maranhão & Macieira, 2010)
18
(Martins, Humberto Falcão & Marini, 2010)
Quanto mais valor agregado, mais competitiva ficará a empresa, de acordo com o conceito de
vantagem competitiva de Porter. Mas este conceito também é usado no setor público – a criação
de valor público.
Este valor público, de acordo com Maranhão e Macieira,
“Vai muito além do ponto de vista meramente financeiro. Nesta linha, estariam enquadrados resultados mensuráveis como
a redução da pobreza e do analfabetismo, ou a melhoria das condições do meio ambiente, entre outros aspectos. ”
Por isso que a gestão por processos é fundamental também para o setor público: para que o Estado
consiga utilizar da melhor forma possível seus recursos na geração de serviços desejáveis pela
população.
(TCDF - ACE) De acordo com a abordagem por processos, o fato de um auditor procurar reduzir
os custos financeiros dos insumos envolvidos no desenvolvimento de suas atividades de
fiscalização constitui um exemplo de auditor que busca melhorar a cadeia de valor do seu
processo de fiscalização.
Comentários:
O erro da frase está no seguinte: a cadeia de valor não está ligada diretamente ao custo dos
produtos e serviços. O conceito não é financeiro, mas sim ligado aos benefícios gerados para
os clientes. Um bom atendimento pode custar até menos do que um atendimento ruim.
Um custo reduzido pode identificar uma empresa ou órgão do governo como eficiente na sua
gestão interna, mas não necessariamente uma que está oferecendo um melhor serviço ao seu
cliente.
Gabarito: errada
TIPOS DE PROCESSOS
As bancas costumam cobrar diversas classificações ou tipos de processos nas provas. Abaixo, vou
citar os principais tipos cobrados para que vocês não esqueçam na hora “H”.
O primeiro tipo divide os processos em três: processos de negócios, os processos organizacionais e
os processos gerenciais19.
19
(Gonçalves, As empresas são grandes coleções de processos, 2000)
Os processos de negócio são aqueles mais “centrais” para que a organização cumpra sua missão e
atenda aos seus clientes. São, portanto, os que caracterizam a atuação da empresa.
Como exemplo, poderíamos citar o processo de atendimento em um hotel. Estes processos são,
naturalmente, suportados pelos outros tipos de processos que existem na organização.
Já os processos organizacionais são aqueles que integram todos os setores da instituição e
viabilizam os subsistemas da organização. São processos que não “aparecem” para os clientes
externos, mas são vitais para que a organização funcione.
Como exemplos destes processos poderíamos citar: o processo de contratação de funcionários, o
processo de faturamento, o processo de treinamento dos novos funcionários, dentre outros.
Finalmente, teríamos os processos gerenciais. Estes últimos incluiriam todos os processos que
facilitam a tomada de decisão gerencial, como os processos de avaliação de desempenho, bem como
as pesquisas de opinião.
Sem estes processos, a vida de um gestor seria muito complicada, pois não teriam informações de
qualidade para que pudessem gerenciar as instituições. Abaixo, podemos ver as principais
características dos três tipos de processo, de acordo com Gonçalves:
Processos de negócio
São os principais processos da empresa, que geram os produtos e serviços desejados
pelos clientes.
Processos organizacionais
Processos gerenciais
Facilitam a tomada de decisão dos gestores.
Desta forma, os processos de negócio estão ligados à cadeia de valor (que veremos a seguir), ao
negócio da empresa ou o que é chamado de seu “core business”. Sem eles, nenhuma organização
atinge seus objetivos estratégicos e alcança sucesso.
Outra classificação envolve a geração de valor para o cliente. Esta classificação divide os processos
em processos primários e processos de suporte20.
Os processos primários são aqueles que geram os produtos e serviços. Seriam os processos principais
e que “definem” o sucesso da organização.
Já os processos de suporte são todos os demais, que naturalmente são necessários para que os
processos primários possam existir. Em um hotel de veraneio, por exemplo, o processo de
atendimento seria um processo primário.
Já o processo de compra dos materiais seria um exemplo de processo de suporte. Sem que os
materiais estejam comprados, seria muito difícil que o atendente consiga satisfazer o cliente, não é
mesmo?
Fazendo uma correlação com a classificação anterior, os processos primários seriam os mesmos dos
que os processos de negócio. Já os processos de suporte englobariam tanto os processos
organizacionais e os processos gerenciais.
Abaixo temos um resumo destes tipos de processos:
Processos Primários
Processo de suporte
20
(Martin, 1996) apud (Gonçalves, As empresas são grandes coleções de processos, 2000)
21
(Gonçalves, As empresas são grandes coleções de processos, 2000)
Estes processos estariam classificados como processos horizontais. Seriam todos os processos
principais, ou de negócio, que geram os produtos e serviços das instituições.
São eles que integram as diversas áreas e profissionais da empresa na produção destes bens e
possibilitam a satisfação dos clientes finais.
Processos Transversais
Um ponto que temos de entender, quando falamos de gestão de processos no setor público, é que
muitos processos não estão limitados a um só órgão ou ministério. Na verdade, os principais
processos no setor público (aqueles que entregam serviços à sociedade) envolvem diversos órgãos
diferentes, o que torna sua gestão e melhoria muito mais complexa.
No jargão da área, chamamos esses processos que envolvem várias áreas de “processos
transversais”, pois eles “atravessam” a estrutura dos órgãos e envolvem diversos setores. De acordo
com o Ministério do Planejamento22,
“Uma característica importante dos processos é a interfuncionalidade, segundo Gonçalves. Embora existam processos
realizados inteiramente em uma unidade funcional, os principais processos de uma instituição (sobretudo os processos de
negócio) atravessam as fronteiras das áreas funcionais, sendo conhecidos como processos transversais,
transorganizacionais (crossorganizational), interfuncionais, interdepartamentais ou horizontais. Tais processos são
executados de forma transversal à estrutura “vertical”, típica das organizações estruturadas funcionalmente. Além disso,
no caso da Administração Pública, deve ser dada importância especial aos processos que ultrapassam as fronteiras das
instituições, como ocorre na execução de políticas públicas. ”
Deste modo, no setor público devemos sempre estar atentos a esses processos que geram maior
impacto na vida da população e que envolvem mais de um órgão na sua execução.
(FCC – TRT-9º REGIÃO – ANALISTA) Conforme apontado pela doutrina especializada, a gestão
por processos possibilita que a organização seja vista, não como um conjunto de
departamentos estanques, mas sim como um fluxo contínuo de atividades encadeadas visando
satisfazer a necessidade dos clientes. Nesse contexto, a diferenciação entre os processos
principais ou primários e os secundários, consiste, basicamente, na circunstância de que os
(A) secundários são uma sequência lógico-temporal dos principais e agregam valor para o
produto ou serviço finais.
(B) primários resultam na entrega de algum bem ou serviço ao cliente final, enquanto os
secundários são processos internos.
(C) secundários podem ser dispensados no contexto da gestão por processos, eis que não
contribuem para a execução dos principais.
(D) principais são de natureza eminentemente gerencial, ligados à estratégia e utilizados na
tomada de decisões.
(E) secundários são ligados à produção de bens ou serviços e os primários à gestão de pessoas.
Comentários
22
(Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011)
A letra A está errada, pois os processos secundários não ocorrem depois dos processos
primários. E são os processos primários que agregam valor aos produtos e serviços oferecidos
aos clientes finais.
Desta forma, a letra B está perfeita e é o gabarito da banca. Os processos secundários ou de
suporte estão associados a atividades fins da instituição e os processos principais geram os
produtos e serviços oferecidos aos clientes finais.
A letra C é absurda, pois os processos secundários suportam os processos principais. Nenhuma
empresa pode dispensar seus processos secundários.
A letra D está equivocada, pois essa descrição está relacionada com os processos gerenciais,
não com os processos principais. Finalmente, a letra E inverte os conceitos e está incorreta.
Gabarito: letra B
Podemos dizer que os processos sempre podem ser inseridos em algum processo mais amplo, ou
que os processos podem ser decompostos em outros subprocessos 23.
Naturalmente, alguns processos são mais abrangentes e complexos e outros são mais simples. Além
disso, os processos podem ser descritos em detalhes e outros apenas em um “plano” mais
superficial. É isto o que dizemos quando falamos em “nível de detalhamento” de um processo.
Quanto mais complexo for um processo, ou seja, quanto maior for este processo (envolvendo mais
áreas, atividades e decisões), maior será a nossa necessidade de “decompô-lo” em subprocessos
para que possamos analisa-lo e compreendê-lo.
O nível de detalhamento dos processos, do maior para o menor, pode ser definido assim:
macroprocesso, processo, subprocessos, atividade e tarefa.
23
(Maranhão & Macieira, 2010)
De acordo com o guia CBOK24, a prática de gerenciamento de processos de negócio pode ser
caracterizada como um ciclo de vida contínuo (processo) de atividades integradas.
Só que a nossa vida não é fácil e existem duas classificações cobradas pelas bancas: a do próprio
CBOK e a da SDPS. Veremos a seguir cada uma delas.
Ciclo do CBOK
Etapa Descrição
Nessa etapa são vistas as necessidades de alinhamento estratégico dos
Planejamento processos. Deve-se desenvolver um plano e uma estratégia dirigida a
processos para a organização, onde sejam analisadas suas estratégias e
metas, fornecendo uma estrutura e o direcionamento para gerenciamento
contínuo de processos centrados no cliente. Além disso, são identificados
papéis e responsabilidades organizacionais associados ao gerenciamento
de processos, aspectos relacionados a patrocínio, metas, expectativas de
desempenho e metodologias.
A análise tem por objetivo entender os atuais processos organizacionais no
Análise contexto das metas e objetivos desejados. Ela reúne informações oriundas
de planos estratégicos, modelos de processo, medições de desempenho,
mudanças no ambiente externo e outros fatores, a fim de compreender os
processos no escopo da organização como um todo.
Durante essa etapa são vistos pontos como: objetivos da modelagem de
negócio, ambiente do negócio que será modelado, principais stakeholders
e escopo da modelagem (processos relacionados com o objetivo geral).
O desenho de processo consiste na “criação de especificações para
Desenho e processos de negócio novos ou modificados dentro do contexto dos
Modelagem objetivos de negócio, objetivos de desempenho de processo, fluxo de
trabalho, aplicações de negócio, plataformas tecnológicas, recursos de
dados, controles financeiros e operacionais, e integração com outros
processos internos e externos".
Já a modelagem de processo é definida como "um conjunto de atividades
envolvidas na criação de representações de um processo de negócio
24
(ABPMP - Association of Business Process Professionals, 2014)
25
(Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011)
Ciclo da SDPS
Etapa Descrição
Nessa etapa são identificados os valores que o processo em estudo deverá
Modelagem gerar. Após a identificação dos itens que compõem a “cadeia de valores” do
processo, verifica-se os papeis assumidos por tais elementos, ou seja, valores
adicionados (resultados do processo), insumos (que são transformados),
referências (que orientam a transformação) ou infraestruturas (que são
consumidos pelo processo).
Ainda na modelagem são verificadas as sincronias necessárias entre insumos,
referências e infraestruturas para a geração do valor esperado, sendo que
devem ser compatibilizadas as expectativas entre as várias partes que
produzem cada um dos elementos. Também são previstas as condições que
os elementos do processo podem assumir e as respectivas ações a serem
tomadas, planejando-se para possíveis contingências e melhorias.
26
(Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011)
O primeiro passo na gestão de um processo é sabermos afinal quais são seus passos ou atividades,
ou seja, é conhecermos seu funcionamento. Não podemos melhorar o que desconhecemos, não é
mesmo?
Quais são os envolvidos? Quais são as atividades? Quem toma decisões e quando? Todas estas
questões devem ser conhecidas. Isto é chamado de mapeamento de um processo.
Para que os gestores consigam “pôr no papel” estas informações, é geralmente utilizada uma
ferramenta chamada fluxograma. Um fluxograma, como o próprio nome diz, é utilizado para
descrever um fluxo de trabalho.
O mapeamento gera diversos benefícios para as organizações. Dentre elas teríamos:
✓ Conhecer e entender quais são os diversos agentes internos e externos envolvidos no
processo
✓ Uma melhor compreensão do real impacto que o processo tem para a organização e seus
clientes;
✓ Saber quais são as interdependências e as relações entre as diversas áreas envolvidas no
processo;
✓ Identificar quais são os fatores críticos no processo;
✓ Avaliar se o processo é bem executado e se é necessário;
✓ Propor alterações no processo;
Isto pode ser feito “na mão” ou através de ferramentas tecnológicas, como os programas Bizagi ou
Microsoft Visio. Veremos um exemplo de fluxograma em breve.
Existem diversas técnicas que devem ser utilizadas. As principais que normalmente são usadas
envolvem27:
✓ Entrevistas e reuniões;
✓ Observação das atividades “in loco”;
✓ Análise da documentação e dos sistemas existentes;
✓ Coleta de dados e evidências
Um processo normalmente se inicia com uma demanda de um cliente ou uma decisão de produzir
algum produto. Após isto, ele atravessa todas as etapas necessárias para que este produto e/ou
serviço seja entregue ao cliente.
Assim, o profissional envolvido no mapeamento analisará diversos elementos. Alguns autores
chamam estes envolvidos pela sigla FEPSC, que se refere aos elementos relacionados no
mapeamento de um processo: fornecedores, entradas, processos, saídas e clientes.
Após o mapeamento de um processo, devemos buscar melhorá-lo sempre que possível. Isto é feito
através do redesenho do processo ou da modelagem de processos. Este pode ser definido assim28:
“a modelagem de processos da organização pode ser compreendida como o conjunto de atividades necessárias para
redesenhar e documentar os processos de trabalho anteriormente mapeados.”
O padrão atualmente utilizado para a modelagem (ou redesenho) de processos é o BPMN (Business
Process Modeling Notation). Este é um modo de facilitar a visualização de um processo e construir
o fluxograma.
27
(Rennó, 2013)
28
(Maranhão & Macieira, 2010)
Este padrão engloba uma série de “notações gráficas”, ou seja, diversos símbolos padronizados que
a atividade de descrever um processo seja simples e que estes documentos gerados sejam
facilmente interpretados por outras pessoas.
As principais “notações” são as seguintes:
Inicio e fim de um
Eventos
processo
Indicam a direção do
Linha de Sequência
fluxo
Indicam a
Linha de Mensagem comunicação entre os
processos
Desta forma, as notações são usadas para que um profissional possa descrever graficamente um
processo através do uso de símbolos e linhas.
Abaixo podemos ver um de um processo mapeado e disposto em forma de um fluxograma:
Normalmente, fazemos dois tipos de diagrama: um antes de propormos modificações e outro com
as mudanças propostas. Eles são identificados como “AS-IS” E “TO-BE”.
O primeiro deles é chamado de “AS-IS” (“como está” em inglês) e descreve como o processo
funciona no momento, sem nenhuma alteração proposta. Serve como uma “linha de base” para
entendermos quais são os atores que atuam no processo e quais as decisões tomadas.
Após a análise da equipe, é proposto um segundo diagrama que contém as modificações propostas:
o diagrama “TO-BE” (“como será” em inglês). Este novo fluxograma vai incorporar, portanto, as
melhorias necessárias para que o processo funcione melhor.
Com os dois diagramas na mão, os gestores terão maior facilidade para verem quais são as
deficiências no processo atual e buscar alterá-lo e melhorá-lo.
Além do Fluxograma, existem diversas técnicas conhecidas para fazermos o mapeamento dos
processos de trabalho. Cada uma apresenta um enfoque distinto. De acordo com Mello, as principais
técnicas de mapeamento são29:
✓ SIPOC: é uma ferramenta usada por um time para identificar todos os elementos pertinentes
de um projeto de melhoria de processo antes de o trabalho começar.
✓ Blueprinting: representa um fluxograma de todas as transações integrantes do processo de
prestação de serviço;
✓ Fluxograma: técnica que permite o registro de ações de algum tipo e pontos de tomada de
decisão que ocorrem no fluxo real.
✓ Mapofluxograma: segundo Barnes (1982), o mapofluxograma é um fluxograma desenhado
sobre a planta de um edifício ou layout para visualizar melhor o processo.
✓ Diagrama homem-máquina: tem por objetivo o estudo da inter-relação entre o trabalho do
homem e o da máquina, identificando os tempos ociosos de ambos e balanceando a atividade
do posto de trabalho.
✓ IDEF0 a IDEF9: Diagramas que representam um desenho do comportamento dos clientes.
29
(De Mello, 2008)
De acordo com o CBOK, existem diversas técnicas para a captura das informações necessárias ao
mapeamento e modelagem de processos de trabalho. As principais são 30:
➢ Observação direta - é uma boa alternativa para entender em detalhes o processo atual.
Possibilita descobrir atividades e tarefas que não poderiam ser reconhecidas de outra maneira
e pode ser efetiva para identificar variações e desvios que ocorrem no trabalho diário.
Entretanto, por ser limitada necessariamente a uma pequena amostragem, pode não
capturar o intervalo de variações ao longo de grupos e localizações. Observação direta
também envolve o risco de que os executores possam fazer o que pensam que se deseja ver,
em vez do que normalmente fazem.
➢ Entrevistas - podem criar um senso de propriedade e participação no processo de modelagem
e documentação de processos de negócio. Tal abordagem requer um mínimo de tempo e
interrupção do trabalho do dia-a-dia dos participantes. Entretanto, pode tomar mais tempo
agendando e conduzindo entrevistas do que outros métodos. Pode ser difícil, mais tarde,
construir um fluxo de processo coeso e mapear as diferentes visões em uma visão única. Essa
técnica geralmente requer acompanhamento e, às vezes, não identifica todas as atividades
para descrever completamente o processo.
➢ Observação e feedback por escrito - requer tempo e interrupção na execução das tarefas.
Normalmente, informações podem ser coletadas dessa forma. Entretanto, frequentemente
tende a apresentar as mesmas dificuldades encontradas em entrevistas individuais, tais como
tomada de mais tempo, falta de alguma informação, tempo gasto reconciliando diferenças
de opinião ou quando o mesmo trabalho tem sido descrito de forma diferente por pessoas
diferentes, podendo demandar acompanhamento.
➢ Workshops estruturados - são focados, facilitando reuniões quando houver suficientes
profissionais com conhecimento e pessoas impactadas pelo assunto, reunidos para criar o
modelo de forma interativa. Oferece a vantagem de encurtar tempo necessário para
desenvolver os modelos, criando maior senso de propriedade pelos participantes do workshop
do que outras técnicas. Workshops estruturados podem também apresentar a vantagem de
um facilitador habilitado em técnicas de modelagem normalmente não conhecidas pelos
participantes do processo. Entretanto, devido ao eventual custo com viagem e despesas que
podem ser requeridos, workshops tendem a ser mais caros do que outros métodos.
Geralmente, os modelos produzidos em workshops exigem menos acompanhamento e geram
uma descrição comum acordada de um processo de maneira mais rápida e com melhor
qualidade do que outras técnicas.
30
(Association of Business Process Management Professionals, 2009)
➢ Videoconferência - pode ser utilizada para ganhar muitos dos mesmos benefícios que os
workshops presenciais oferecem, mas funciona melhor com resultado com grupos menores.
Videoconferência pode ser mais conveniente e menos cara quando os participantes estão
muito distantes um do outro. Utilizar esse tipo de tecnologia realmente depende da existência
de facilitadores que tenham habilidade no uso dessas técnicas. Nos workshops realizados
dessa forma, pode ser mais difícil de monitorar e gerenciar a participação individual no
trabalho em grupo.
Visão do CBOK
O CBOK, em sua versão 2.0, trazia um modelo dividido em cinco níveis de maturidade. Os estágios
eram os seguintes: inicial, gerenciado, padronizado, previsível e otimizado. Abaixo, podemos ver
cada um destes estágios com mais detalhes:
Níveis de Maturidade
31
(Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011)
Tabela 2 - Maturidade de Processos. Adaptado de: CBOK 2.0. Fonte: (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011)
Este modelo, entretanto, foi revisado na terceira versão do CBOK. Deste modo, este guia de
conhecimentos no gerenciamento de processos de trabalho atualmente indica outros cinco estágios
de maturidade: inicial, gerenciado, definido, gerenciado quantitativamente e em otimização.
Neste modelo, a maturidade da organização é medida por um conjunto de processos, não só cada
processo isoladamente. Desta forma, é necessário que todos os processos atinjam nível de
maturidade “definido” para que a empresa seja certificada com nível “definido”.
Este modelo é derivado do CMMI (Capability Maturity Model – Integration ou Modelo de
Maturidade em Capacitação - Integração). Abaixo, podemos ver um gráfico com os cinco níveis de
maturidade do CBOK V 3.0:
Inicial
Gerenciado
Definido
Gerenciado Quantitativamente
Em Otimização / Otimizado
Tabela 3 - Níveis de Maturidade do CBOK V 3.0. Fonte: (ABPMP - Association of Business Process Professionals, 2014)
Visão da SDPS
Outra classificação é a da SDPS (Society for Design and Process Science). Esta visão de maturidade
de processos segue a definição de seu ciclo de gestão, ou seja, os níveis estão relacionados com cada
uma das etapas do conhecimento dos membros envolvidos e da minimização dos riscos de efeitos
indesejados nos processos.
Abaixo, podemos ver cada um dos níveis de maturidade na visão da SDPS32:
32
(Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2011)
(FCC – TRE-AP – ANALISTA) O grau de maturidade dos processos de uma organização pode ser
descrito a partir de determinados modelos conceituais. Um deles é a visão do BPM CBOK, que
indica como nível mais avançado de maturidade dos processos o
(A) gerenciado, quando a gestão equilibra os esforços nas unidades de trabalho, garantido que
sejam executados de forma eficiente.
(B) interoperado, onde os processos são identificados a partir de seus valores, de seus
impactos, das sincronias envolvidas e efeitos colaterais.
(C) otimizado, onde ações pró-ativas buscam inovações que possam fechar as lacunas entre a
capacidade atual da organização e a capacidade requerida para alcançar seus objetivos.
(D) padronizado, quando os processos são realizados a partir de modelos desenhados,
simulados e emulados, reduzindo as desconformidades e ineficiências.
(E) avançado, quando os processos são executados de maneira ad hoc, de acordo com as
necessidades identificadas para o momento.
Comentários
O CBOK, em sua versão 2.0, trazia um modelo dividido em cinco níveis de maturidade. Os
estágios eram os seguintes: inicial, gerenciado, padronizado, previsível e otimizado.
O nível otimizado seria o estágio de maturidade mais avançado, em que as ações de melhorias
seriam proativas e buscariam eliminar o "gap" entre as capacidades atuais e as necessárias para
atingir os objetivos de negócio.
Gabarito: letra C
A gestão por processos está muito relacionada com a gestão da qualidade, pois a gestão dos
processos de trabalho é fundamental para que uma organização mantenha seus clientes satisfeitos.
As ISO 9000 são, portanto, normas internacionais que estabelecem requisitos para sistemas de
qualidade. Este nome (ISO) é derivado do próprio nome da instituição que criou as normas (em
inglês: International Organization for Standardization).
Essa organização foi criada em 1947 e conta com mais de 130 países membros. Aqui no Brasil, é
representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
Segundo a ISO 900033, gestão da qualidade é conjunto de
“Atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito à qualidade”
De acordo com a ABNT, os oito princípios de gestão da qualidade que devem ser seguidos pelos
gestores para melhorar o desempenho são34:
33
(ABNT, 2000) apud (Valls, 2004)
34
(ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2000)
Abordagem
Abordagem de
sistêmica para a
processo
gestão
Envolvimento Melhoria
de pessoas contínua
Abordagem
factual para
Liderança
tomada de
decisão
Princípios Benefícios
mútuos nas
Foco no cliente da relações com os
Qualidade fornecedores
Vejam que a gestão por processos é um dos princípios da gestão da qualidade. A ISO 9000:2000,
existe um foco ainda maior na gestão por processos. Os itens mais importantes são 35:
✓ Satisfação do cliente;
✓ Melhoria contínua;
✓ Processos.
Assim sendo, o enfoque ou abordagem de processos engloba uma visão da organização baseada em
seus processos, e não em seus departamentos – a visão tradicional da gestão.
Esta gestão tradicional causa uma dificuldade na coordenação entre os vários setores envolvidos em
um processo de trabalho. Cada área busca apenas seus objetivos internos e perde o foco nas
necessidades dos clientes.
A dificuldade na comunicação e na harmonização dos esforços gera desperdícios e perda de
competitividade, além da insatisfação dos clientes.
Na abordagem de processos, os profissionais envolvidos em um processo devem trabalhar juntos e
conhecer as demandas e problemas de cada área.
35
(Zacharias, 2001) apud (Valls, 2004)
Esta seria uma visão horizontal da instituição, que olha para seus fluxos de trabalho e não apenas
para as “caixinhas” ou departamentos.
As normas ISO 9000 buscam, através de uma maior padronização dos processos, uma previsibilidade
no fornecimento de bens e serviços, a redução dos custos de operação e dos riscos envolvidos no
negócio.
Agora, a adoção destas normas não garante nenhum produto com qualidade. Prestem atenção
nisso! Em provas, é muito recorrente que as bancas afirmem algo como: a observância das normas
ISO 9000 “garantem” um produto de qualidade.
Estas normas ISO 9000 não são suficientes, por si só, para que uma empresa garanta a qualidade de
seus produtos. São requisitos necessários, mas não suficientes!
Além disso, estas normas não são limitadas ao setor privado! Podem e devem ser utilizadas no setor
público, bem como diversos tipos de empresas (como indústria, serviços, comércio etc.), bem como
podem ser utilizadas por organizações de tamanhos variados.
População e Amostra
Quando queremos estudar algum fenômeno, devemos entender e identificar a população envolvida.
Este conceito significa todos os “eventos” ou integrantes do fenômeno trabalhado. Alguns autores
também chamam esse conceito de universo.
Assim sendo, se estivermos analisando o comportamento dos brasileiros perante o casamento, por
exemplo, o universo englobaria todos os cidadãos brasileiros.
Quando estamos nos referindo a um processo de trabalho, a população poderia ser descrita como
todos os resultados apresentados pelo processo (produtos, serviços, etc.).
Naturalmente, o controle ou a avaliação de toda uma população seria extremamente cara e
demorada (como ocorre no Censo). Com isso, utilizamos ferramentas estatísticas para podermos
analisar partes da população. Estas “partes” são chamadas de amostras.
Uma amostra é, portanto, um subconjunto qualquer da população36. De acordo com Maranhão e
Macieira,
“Usualmente há grande dificuldade e por vezes até há impossibilidade de tratar com toda a população. Isso se dá por uma
questão de custos ou até mesmo por impossibilidade técnica. ”
Assim, ao analisarmos um processo, deveremos escolher uma amostra que represente de maneira
correta o processo como um “todo”.
População
Amostra
36
(Maranhão & Macieira, 2010)
Média e Variabilidade
Quando estudamos os processos, temos dois tipos de medidas estatísticas importantes: as medidas
de tendência (ou posição) e as medidas de variabilidade (ou dispersão).
As principais medidas de tendência são:
✓ Moda,
✓ Média,
✓ Mediana.
A moda é o resultado mais frequente de um rol de dados. Pelo próprio nome, é o resultado que mais
aparece. Vamos ver isso na prática? Imagine que estamos analisando o tempo de produção, em
minutos, de um brinquedo. Os resultados analisados são os abaixo:
Vejam que o resultado que mais aparece é o de 38 minutos. Essa seria a moda desses dados. Já a
média mostra o ponto exato em que a soma dos valores à esquerda seria o mesmo da soma dos
valores à direita. A soma dos resultados do processo citado seria o abaixo:
32+35+36+38+38+38+39+42+45=38,11
Já a mediana apontaria o ponto “médio” dos resultados. A diferença para a média é de que aqui não
estamos falando dos resultados somados, mas da quantidade dos resultados. Ou seja, se nosso rol
de dados aponta nove “resultados” ou dados, a mediana é o quinto dado da amostra.
Assim sendo, o quinto dado seria a “posição central” dos dados da amostra. Portanto, nossa mediana
seria 38 minutos, como descrito abaixo:
Já as medidas de variabilidade apontariam quanto os dados são dispersos em relação à média 37.
Assim, quanto mais “espalhados”, maior sua variabilidade. As medidas de variabilidade mais
importantes são: a amplitude, a variância e o desvio padrão.
Esse último é considerado um indicador importante na análise dos processos. De acordo com
Maranhão e Macieira,
37
(Maranhão & Macieira, 2010)
“Quando os valores dos resultados de um processo são significativamente dispersos em torno da média, podemos suspeitar
que o desvio-padrão é “grande” (ou a variabilidade do processo é “grande”) e que o processo é impreciso ou irregular”.
32+35+36+38+38+38+39+42+45=38,11
Dessa forma, o ideal é produzir em menos tempo, não é mesmo? Assim, ao reduzirmos o tempo
médio de fabricação, ganharemos eficiência.
Outro objetivo importante é o da redução da variabilidade. Isto decorre do fato de que não nos
adianta muito ter uma boa média se os resultados variam muito.
No caso em questão, a redução da variabilidade do tempo gasto na produção nos forneceria uma
maior previsibilidade do processo de fabricação – auxiliando no planejamento.
Além disso, a previsibilidade também é fundamental quando estamos falando dos requisitos de
qualidade e do tempo de entrega ao cliente, por exemplo.
A moderna gestão da qualidade é focada exatamente na redução da variabilidade dos processos de
trabalho. Dentre os programas mais conhecidos que focam nesse ponto, podemos citar o Six Sigma,
programa desenvolvido na Motorola nos anos 80 que tem como objetivo reduzir o número de
problemas para menos de 3,4 partes por milhão.
38
(Maranhão & Macieira, 2010)
LEAN MANAGEMENT
Uma Gestão Enxuta está baseada no modo “lean” ou enxuto de produzir e gerenciar. E o que é isto?
Basicamente, uma instituição que deseja ser “enxuta” deve estar baseada em três objetivos:
entregar valor ao cliente, eliminar desperdícios e melhorar continuamente os processos.
O Lean Management está relacionado com a filosofia “Lean”, que busca reduzir desperdícios e focar
esforços no que realmente os clientes desejam. O modelo de produção enxuta foi desenvolvido
inicialmente pela empresa Toyota e é conhecido pelo termo “Toyotismo”.
Este modelo é muito associado com a produção puxada, um modo de produção em que a empresa
só começa a fabricação daqueles itens que estão sendo demandados pelo mercado no momento,
reduzindo consequentemente os seus estoques e suas perdas.
Apesar de ter sido desenvolvida nas fábricas japonesas, a filosofia Lean não ficou restrita ao modelo
de fabricação, às indústrias. Da produção enxuta (Lean Manufacturing), as empresas evoluíram para
a gestão enxuta, que está relacionada com gastar menos energia e oferecer valor aos clientes, em
todos os setores econômicos e produtivos, inclusive no de serviços.
A gestão enxuta, ou Lean Management, busca alinhar as estratégias da organização, e por meio de
uma estrutura apropriada e do fortalecimento das forças competitivas, garantir a melhoria dos
processos39.
De acordo com Jackson e Jones, existem nove diretrizes (ou áreas-chave) para a implementação do
Lean Management em uma organização40:
1. Foco no cliente: alinha-se com a ideia de um nível zero de insatisfação dos clientes.
2. Liderança e estratégia: é a capacidade do time gerencial de traduzir os requerimentos dos
clientes em uma política concreta e objetiva, com metas claras e comunicáveis.
3. Organização enxuta: refere-se à estrutura de interação entre times e áreas, que deve ser
estabelecida para minimizar redundâncias e capacidade administrativa requerida pelas
operações.
4. Parcerias: é o conjunto de relacionamentos e alianças de longo prazo, baseado na confiança
e que envolve empregados, fornecedores e sociedade.
5. Arquitetura da informação: refere-se à estrutura de criação e distribuição de informações
que dê suporte à estrutura organizacional.
6. Cultura de melhoria: diz respeito à capacidade de times e indivíduos analisarem as
defasagens em relação à estratégia e problemas de qualidade para encontrar as causas raízes
e conceber, implementar e padronizar as soluções efetivas.
7. Produção enxuta: inclui a utilização de técnicas para a redução de perdas.
39
(Jackson e Jones, 1996) apud (Borchardt, Sellitto, & Pereira, 2007)
40
(Jackson e Jones, 1996) apud (Borchardt, Sellitto, & Pereira, 2007)
REENGENHARIA
Ao contrário da perspectiva da gestão da qualidade, que busca melhorias contínuas dos processos,
a Reengenharia busca mudanças radicais destes processos. De acordo com Hammer e Champy 41, a
reengenharia é:
“O repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais que visam alcançar drásticas melhorias
em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho, tais como custos, qualidade, atendimento e velocidade. ”
Desta maneira, a Reengenharia não está pensando em melhorar aos poucos e de modo contínuo o
que já existe. Ela parte do ponto zero, ou seja, o processo deve ser analisado desde seu princípio.
Até mesmo a necessidade ou não do processo deve ser analisada. Talvez o processo deva ser até
eliminado totalmente. A empresa deve “começar de novo”.
O objetivo deve ser o de questionar o que é feito, por quem é feito, porque é feito, para quem, etc.
Reengenharia
Envolve mudanças radicais, através de uma reestruturação
dos processos, para conseguir melhorias drásticas.
Neste processo de Reengenharia, os principais processos da organização devem ser revistos
totalmente. E devem ser desenhados de modo a enfrentar da melhor forma os desafios atuais da
organização, ao contrário de buscar melhorias em processos já existentes (que talvez não tenham
mais valor).
Para conseguir alcançar estas mudanças radicais nos processos, as empresas devem utilizar as novas
tecnologias da informação disponíveis para melhorar os fluxos de informação.
Assim, muitas atividades e tarefas podem ser eliminadas, pois o fluxo de informação passa a ser mais
rápido, possibilitando a tomada de decisão mais rápida e o andamento mais célere (rápido) do
processo.
41
(Hammer & Champy, 1994)
Reengenharia
42
(Hammer & Champy, 1994)
43
(Hammer & Champy, 1994)
Com isso, a gestão passa a focar nos processos e não nos departamentos envolvidos.
Gabarito: correta
Desde a criação dos computadores, em meados do século XX, a Tecnologia da Informação tem
revolucionado diversas áreas, seja no campo das organizações ou mesmo na sociedade em geral.
A gestão de processos não deixou de ser impactada pelas inovações tecnológicas. As novas
ferramentas auxiliam no monitoramento, no mapeamento e no armazenamento das informações
referentes aos processos.
E uma das áreas de maior importância se deu exatamente na automação dos processos repetitivos.
Desde que haja produção em escala, há inúmeras razões para substituir o homem pela máquina nos
processos repetitivos44:
44
(Maranhão & Macieira, 2010)
Motivos Descrição
De natureza O preço do trabalho manual tende a ficar cada vez mais caro
econômica do que o trabalho automatizado. Em muitos países observa-
se o encarecimento da mão-de-obra, enquanto que a
tendência global é de barateamento da tecnologia, tanto
em hardwares quanto de softwares. Além disso, a
produtividade do trabalho automatizado supera em muito
a produtividade do trabalho manual, com a vantagem de
manter uma qualidade superior.
A cultura de uma organização pode ser definida como o conjunto de suas crenças, valores e
pressupostos básicos que são compartilhados por seus membros e indicam o modo de
comportamento considerado adequado e o modo como a organização responde aos seus desafios.
Qual é a importância dessa cultura organizacional para a gestão de processos?
Ora, como a gestão por processos costuma buscar implementar mudanças no modo de operar de
uma organização, precisamos conhecer e compreender sua cultura antes de implementar a gestão
por processos, para que as resistências às mudanças sejam menores.
De acordo com Maranhão e Macieira45:
“Deve haver um ponto de equilíbrio razoável entre os novos paradigmas e a cultura anterior, para que o processo de
mudanças evolua satisfatoriamente, sem criar barreiras insuperáveis. Alcançar esse ponto de equilíbrio é sempre muito
incerto e delicado. ”
De modo geral, quanto mais “burocratizada” for a cultura da instituição, mais apegada a normas,
hierarquias e regulamentos, mais difícil será a mudança de seu modo de atuar.
Organizações com culturas conservadoras são também menos receptivas a novas ideias. Desta
forma, o gestor de processos deve comunicar bem quais serão as áreas afetadas, quais são os
objetivos envolvidos nas mudanças para buscar quebrar ao máximo as reações negativas da equipe
e conseguir implementar as mudanças necessárias.
Os conceitos de integração “para trás” e de integração “para frente” estão associados ao conceito
de integração vertical, que ocorre quando uma empresa domina toda a cadeia produtiva de um
produto.
Como uma empresa integrada verticalmente, por exemplo, poderíamos pensar em uma cervejaria
que plante a cevada e o lúpulo, fabrique a cerveja e ainda detenha os bares e restaurantes que
vendem a cerveja para os clientes finais.
Utilizando o mesmo exemplo, vamos imaginar que estamos falando da Ambev, grande empresa do
ramo. Se a Ambev resolver comprar fazendas para plantar a cevada, por exemplo, estaria com uma
estratégia de integração para trás.
A integração para trás ocorre quando a empresa busca montar empresas que produzam suas
matérias-primas ou adquirir seus fornecedores.
Uma estratégia dessa daria maior poder de negociação com seus outros fornecedores (pois ficaria
menos dependente deles) e daria maior controle sobre a qualidade de seus insumos.
Já um caso de integração para a frente seria o caso da própria Ambev comprar supermercados ou
bares que vendam cervejas. Com isso, estaria atuando também como um cliente do seu negócio
original “cerveja” e teria maior controle sobre a venda do seu produto e o relacionamento com seus
clientes finais.
45
(Maranhão & Macieira, 2010)
RESUMO
Memorex
Definição de Processo
Tipos de Processo
Verticais
Processos de negócios Processos primários
Processos gerenciais
Cadeia de Valor
Videoconferência
46
(Martins, Humberto Falcão & Marini, 2010)
Gerenciado
Nível 4 – Previsível Nível 4 – Processos encenados
Quantitativamente
As normas de qualidade ISO 9000 buscam, através de uma maior padronização dos processos,
uma previsibilidade no fornecimento de bens e serviços, a redução dos custos de operação e
dos riscos envolvidos no negócio.
Atenção: a adoção destas normas não garante nenhum produto com qualidade. São
requisitos necessários, mas não suficientes!
Além disso, estas normas não são limitadas ao setor privado! Podem e devem ser utilizadas no
setor público.
Reengenharia
QUESTÕES COMENTADAS
O padrão atualmente utilizado para a modelagem (ou redesenho) de processos é o BPMN (Business
Process Modeling Notation). Este é um modo de facilitar a visualização de um processo e construir
o fluxograma.
Este padrão engloba uma série de “notações gráficas”, ou seja, diversos símbolos padronizados que
a atividade de descrever um processo seja simples e que estes documentos gerados sejam
facilmente interpretados por outras pessoas.
Desta forma, as notações são usadas para que um profissional possa descrever graficamente um
processo através do uso de símbolos e linhas. Os símbolos indicam as diversas atividades existentes
em um processo. Por exemplo, uma bola indica o início ou o fim de um processo. Já um retângulo
indica uma etapa do processo.
Gabarito: letra D
47
(Gonçalves, As empresas são grandes coleções de processos, 2000)
Sem estes processos, a vida de um gestor seria muito complicada, pois não teriam informações de
qualidade para que pudessem gerenciar as instituições.
Gabarito: letra C
Desta maneira, a Reengenharia não está pensando em melhorar aos poucos e de modo contínuo o
que já existe. Ela parte do ponto zero, ou seja, o processo deve ser analisado desde seu princípio.
Até mesmo a necessidade ou não do processo deve ser analisada. Talvez o processo deva ser até
eliminado totalmente. A empresa deve “começar de novo”.
Gabarito: letra B
48
(Hammer & Champy, 1994)
(C) Um relatório que armazena dados do fluxo de pessoas que entram e saem de uma
organização.
(D) Um formulário que registra os horários de entrada e saída de funcionários.
(E) Uma representação gráfica que ilustra a sequência de um trabalho, caracterizando as
operações, responsáveis e unidades envolvidas.
Comentários
Um fluxograma, como o próprio nome diz, é utilizado para descrever um fluxo de trabalho. Ele é
utilizado para o mapeamento e o redesenho de processos de trabalho. Dentre seus principais
benefícios, temos:
✓ Conhecer e entender quais são os diversos agentes internos e externos envolvidos no
processo
✓ Uma melhor compreensão do real impacto que o processo tem para a organização e seus
clientes;
✓ Saber quais são as interdependências e as relações entre as diversas áreas envolvidas no
processo;
✓ Identificar quais são os fatores críticos no processo;
✓ Avaliar se o processo é bem executado e se é necessário;
✓ Propor alterações no processo;
A letra A trata de um cronograma. Já a letra B trata dos organogramas. A letra C parece mencionar
os contadores de fluxo e a letra E trata das folhas de ponto.
Gabarito: letra E
Um fluxograma, como o próprio nome diz, é utilizado para descrever um fluxo de trabalho. Ele é
utilizado para o mapeamento e o redesenho de processos de trabalho.
A letra A menciona o diagrama de Ishikawa, que analisa as causas e efeitos de um problema. Uma
planificação é um plano de trabalho, uma ferramenta de planejamento. A folha de checagem ou
“check-list” é uma ferramenta da qualidade. Finalmente, o diagrama de árvore também é uma
ferramenta utilizada no processo decisório.
Gabarito: letra E
Gabarito: letra A
O padrão BPMN é um padrão de notação que engloba uma série de “notações gráficas”, ou seja,
diversos símbolos padronizados que a atividade de descrever um processo seja simples e que estes
documentos gerados sejam facilmente interpretados por outras pessoas.
Ele não foi criado para o desenvolvimento de sistemas de informação.
Gabarito: Errado
49
(Maranhão & Macieira, 2010)
Quanto mais complexo for um processo, ou seja, quanto maior for este processo (envolvendo mais
áreas, atividades e decisões), maior será a nossa necessidade de “decompô-lo” em subprocessos
para que possamos analisa-lo e compreendê-lo.
O nível de detalhamento dos processos, do maior para o menor, pode ser definido assim:
macroprocesso, processo, subprocessos, atividade e tarefa.
Gabarito: letra A
Comentários
Uma classificação comum dos processos os divide em processos primários (finalísticos) e os
processos de suporte (secundários). Os processos primários são aqueles que geram os produtos e
serviços. Seriam os processos principais e que “definem” o sucesso da organização.
Já os processos de suporte são todos os demais, que naturalmente são necessários para que os
processos primários possam existir. Em um hotel de veraneio, por exemplo, o processo de
atendimento seria um processo primário.
Já o processo de compra dos materiais seria um exemplo de processo de suporte. Por isso, estes
processos têm uma visão especializada e funcional.
Os processos primários estão relacionados com a realização da cadeia de valor, a entrega de valor
ao cliente, visão interfuncional e representação das atividades essenciais da organização.
Gabarito: letra D
Comentários
A banca apresenta no enunciado o conceito de processo de trabalho. De acordo com Davenport50,
“um processo é uma série de atividades estruturadas para produzir um produto ou serviço para
um cliente ou mercado em particular”.
Gabarito: letra B
50
(Davenport, 1992)
Deste modo, o “conjunto de tarefas necessárias para entregar uma parte específica e definível desse
produto” é chamado de atividade.
Gabarito: letra D
51
(Nunes, 2010)
Gabarito: letra A
Naturalmente, são necessárias certas habilidades para gerenciá-los e as mudanças nos processos
alterarão as habilidades e competências necessárias para que a organização alcance seus objetivos.
O Gabarito: letra D
52
(Hammer & Champy, 1994)
Ora, a Reengenharia busca uma mudança drástica e radical dos processos. Assim, o processo de
mudança será, naturalmente, relevante. Questão fácil, não é mesmo?
Gabarito: letra E
Deste modo, o “conjunto de tarefas necessárias para entregar uma parte específica e definível desse
produto” é chamado de atividade.
Gabarito: letra D
Fica claro que o foco da consultoria está no fluxo do trabalho, nos processos que geram os produtos
e serviços da instituição. É um típico trabalho de mapeamento de processos.
Gabarito: letra A
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Comentários
Questão tranquila da FGV. O único erro das afirmativas está na segunda frase. Os processos
organizacionais afetam sim aspectos relacionados com a capacitação das empresas.
Naturalmente, são necessárias certas habilidades para gerenciá-los e as mudanças nos processos
alterarão as habilidades e competências necessárias para que a organização alcance seus objetivos.
O Gabarito: letra D
manuais não tornaram o fluxograma obsoleto, muito pelo contrário. Assim, a letra B também está
errada.
Como vimos na letra A, o fluxograma tem o objetivo de facilitar a vida de um analista de processos.
Os símbolos são padronizados e não são complexos. A letra C também está errada. Já a letra D está
perfeita. O fluxograma, por si só, não é suficiente para que o gestor faça a gestão por processos.
Finalmente, a letra E mais uma vez lança a “casca de banana” da dificuldade em operar e utilizar os
fluxogramas. Eles são de simples e ampla utilização.
Gabarito: letra D
Esta questão está pedindo a alternativa errada. Assim, devemos analisar os itens e identificar o item
que não faz sentido. O processo de Reengenharia, de acordo com Hammer e Champy53, é:
“O repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais que visam alcançar drásticas melhorias
em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho, tais como custos, qualidade, atendimento e velocidade. ”
53
(Hammer & Champy, 1994)
(E) orçamento.
d) Atividade.
e) Cenário.
Nesse contexto, considerando-se o BPM CBOK, o conjunto de tarefas necessárias para entregar
uma parte específica e definível desse produto é chamado de:
a) Processo de negócio.
b) Subprocesso
c) Passo.
d) Atividade.
e) Cenário.
GABARITO
1. D 15. B 29. D
2. D 16. A 30. A
3. C 17. D 31. A
4. B 18. A 32. D
5. E 19. E 33. D
6. E 20. A 34. C
7. D 21. A 35. E
8. A 22. A
9. E 23. E
10. A 24. D
11. E 25. C
12. D 26. E
13. B 27. B
14. B 28. A
BIBLIOGRAFIA
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Sistemas de gestão da qualidade - Fundamentos e vocabulário.
ABPMP - Association of Business Process Professionals. (2014). BPM CBOK V.3.0 - Guia
para o gerenciamento de processos de negócio - corpo comum de conhecimento
(2° Ed. ed.). ABPMP Brasil.
Association of Business Process Management Professionals. (2009). Guia para o
Gerenciamento de Processos de Negócio Corpo Comum de Conhecimento (BPM
CBOK®). Chicago. ==13fdd9==
Martins, Humberto Falcão, & Marini, C. (2010). Um guia de governança para resultados
da administração pública. Brasilia: Publix Editora.
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. (2011). Guia de Gestão de Processos
de Governo - Área de Integração para Governo Eletrônico, Arquitetura e-PING de
Interoperabilidade. Brasília: Gespública.
Nunes, S. M. (2010). Avaliação da gestão por processos no contexto de modernização
da administração fiscal do Ceará. Fortaleza: UECE.
Oliveira, D. (2011). Sistemas, Organização e Métodos: uma abordagem gerencial (20º
ed.). São Paulo: Atlas.
Palvarini, B. (2010). Gestão de Processos no Departamento de Programas de Gestão.
Brasília: Ministério do Planejamento - Secretaria de Gestão.
Rennó, R. (2013). Administração Geral para Concursos. Rio de Janeiro: Campus
Elsevier.
Valls, V. M. (Mai-ago de 2004). O enfoque por processos da NBR ISO 9001 e sua
aplicação nos serviços de informação. Ciência da Informação, V.33(N° 2), 172-
178.
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