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A AUTORA

KARLA KELLEM DE LIMA

Docente na Faculdade Araguaia nos cursos de Administração, Ciências Contábeis, de


Tecnologia em Gestão Comercial. Coordenadora dos cursos de Pós-Graduação em
Planejamento Tributário, Auditoria e Controladoria e em Perícia, Auditoria e Direito
Tributário da Faculdade Araguaia. Professora substituta do Centro de Ensino e
Pesquisa Aplicada à Educação (CEPAE-UFG-GO). Licenciada em Pedagogia pela
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO); Bacharela em Administração pelas
Faculdades Alves Faria (ALFA); Especialista em Educação Ambiental e em Docência
Universitária pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO); MBA em Gestão
de Pessoas por Competências e Coaching pelo Instituto de Pós Graduação e Graduação
(IPOG) e Mestra em Desenvolvimento e Planejamento Territorial pela Pontifícia
Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).
E-mail: karlakellem@globo.com

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

L732o Lima, Karla Kellem de

Organização, sistemas e métodos I / Karla


Kellem de Lima – Goiânia: NUTEC, 2018.
103 p. : il. - (Educação a distância
Araguaia).
Possui bibliografia.

ISBN: 978-85-98300-66-5

1. Organização e Métodos. 2. Administração


de empresas. 3. Educação à distância. I.
Faculdade Araguaia. II. Título.
CDU: 65.012(07)
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Marta Claudino de Moraes
CRB-1928
3
FACULDADE ARAGUAIA - FARA
1º Edição - 2018

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NÚCLEO DE TECNOLOGIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Polo Goiânia: Unidade Centro
Correio eletrônico: coord.ead@faculdadearaguaia.edu.br

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...............................................................................................................7

UNIDADE I – CONCEITOS DE OSM ..................................................................................9


1. O que é OSM? .................................................................................................................9
2. A Evolução Histórica de OSM ........................................................................................11
3. A era da informática e suas influências na área de OSM ..............................................14
4. Processos empresariais .................................................................................................19
5 A Relação de OSM com outras áreas.............................................................................23
5.1 A Educação Ambiental e sua importância no contexto das organizações ...................24
RESUMO DA UNIDADE ....................................................................................................25
ATIVIDADES .....................................................................................................................26
REFERÊNCIAS .................................................................................................................27

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APRESENTAÇÃO

Estimado(a) Acadêmico(a), com o avanço da tecnologia e o uso contínuo da


internet, esta vem fazendo parte do cotidiano diário da população. Fazendo bom uso
desta tecnologia, este curso será ofertado à distância, uma vez que essa modalidade de
ensino vem crescendo gradativamente.
Dessa forma, a educação a distância se torna interessante ao poder realizar os
estudos no aconchego do lar, no ambiente de trabalho e, até mesmo, fora da cidade ou
país, sendo necessário apenas um ambiente virtual com computador e internet
adequando o tempo com as atividades pessoais, profissionais e de estudo.
Durante um semestre, não estaremos presentes fisicamente, mas virtualmente
poderemos discutir sobre a disciplina de Organização, Sistemas e Métodos.
Vocês já viram em Teoria Geral da Administração as principais teorias e as
escolas que influenciaram as ciências administrativas como a escola clássica; a escola
de relações humanas; a escola estruturalista; a escola sistêmica e a abordagem das
contingências.
Sendo assim, a disciplina de Organização, Sistemas e Métodos, mais conhecida
pela sua sigla OSM, abrange o estudo organizacional, possibilita a análise dos
processos administrativos, conhecimento dos sistemas e como estes são trabalhados
na organização, além dos métodos que são as ferramentas utilizadas no ambiente
organizacional.
Para um resultado de estudo positivo, ao concluir esta disciplina, é importante
que você alcance os seguintes objetivos:
1) articular a teoria e a prática no processo de consolidação e disseminação dos
conhecimentos adquiridos no decorrer da formação acadêmica; 2) fazer comparações e
análises críticas entre os conhecimentos teóricos adquiridos e a realidade das práticas
administrativas vigentes;
3) possibilitar aos alunos conhecimentos específicos da área da Organização, Sistemas e
Métodos aliados a realidade da diversidade, da inclusão e da acessibilidade nas
organizações.

Para alcançar tais objetivos, a disciplina de Organização, Sistemas e Métodos


será apresentada em 5 Unidades: na Unidade I, serão trabalhados os conceitos de

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OSM; na Unidade II, será abordado sobre Organização o “O” de OSM; na Unidade III,
os tipos de estrutura formal; na Unidade IV, será tratada a Evolução das organizações
e, na Unidade V, será trabalho Sistemas o “S” do OSM.
Esta disciplina foi elaborada com olhos de uma administradora e com a
dedicação de um analista de OSM. Sendo assim, conto com sua participação ativa na
leitura e dedicação aos seus estudos.
Sucesso. E bom trabalho aos futuros administradores!
Um abraço.
Bom trabalho e um excelente semestre.

A autora

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UNIDADE I – CONCEITOS DE OSM

A Unidade I apresentará os conceitos de OSM e suas funções básicas no


ambiente organizacional, bem como sua evolução histórica. Você irá conhecer também
os fatores determinantes que conduziram essa área ao declínio e depois como ela voltou
com nova ressignificação e força dentro do ambiente corporativo.

Objetivo: Compreender o que é Organização, Sistemas e Métodos e qual a sua função


no campo da Administração.

Objetivos específicos de aprendizagem: ao finalizar esta unidade de estudo, você


será capaz de conhecer a evolução histórica da área de Organização, Sistemas e
Métodos; identificar as atribuições e áreas de atuação do OSM, bem como o perfil dos
profissionais da área; compreender as mudanças ocorridas na gestão tradicional para a
gestão por processos; verificar os processos prioritários por ordem de importância para
uma empresa; analisar a reengenharia de processos e discorrer sobre a interação entre
OSM e outras áreas dentro do ambiente organizacional.

1. O que é OSM?

E quem é que nunca ouviu a palavra organização, sistemas e métodos quando


ditas em separado? No cotidiano, deparamo-nos com essas expressões continuamente.
Quem nunca ouviu a mãe solicitando para organizar o quarto, ou até mesmo, organizar
a sala de aula? Quando estudamos o corpo humano, identificamos o sistema
respiratório, o sistema digestivo, o sistema cardíaco, entre outros, e sabemos que
esses sistemas são interdependentes e, ao mesmo tempo, ligados entre si. Quanto aos
métodos, todos nós já ouvimos a expressão “conheço um método eficaz para
emagrecer!”.
São três palavras distintas que, no ambiente coorporativo, dão significado às
organizações, pois cria as estruturas formais, busca pela eficiência do sistema que
devidamente associados às necessidades da organização, são as bases essenciais para
o desenvolvimento das atividades administrativas e operacionais.
Toda organização funciona com o empenho coletivo de seus colaboradores que
vão desde a alta cúpula organizacional até o processo produtivo. Dessa forma, a
organização é vista como uma ciência que prima pela eficiência do processo para
alcançar resultados eficazes com a alta da produtividade em relação aos investimentos
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realizados nos diferentes setores da organização. Sendo assim, podemos definir
Organização, Sistemas e Métodos, de acordo com Cruz (2002),

Essa definição deixa claro que a Organização, Sistemas e Métodos é o alicerce


estrutural e adequado do trabalho conjunto de pessoas racionalizando o trabalho, com o
objetivo de possuir bom rendimento, reduzindo custos e alcançando às metas definidas
no ambiente corporativo.
Um bom exemplo disso podemos observar no mundo animal. Os insetos, em
especial as abelhas e formigas, possuem suas comunidades organizadas em castas e,
para garantir a sobrevivência coletiva, fazem uma rigorosa divisão do trabalho. Como
únicos membros reprodutores, a Rainha e os machos ficam a cargo da reprodução.

Figura 1: Comunidade Organizacional das formigas

Fonte: Eliana Pita – WordPress (Imagem Google, Acesso: janeiro 2018.

As operárias se dividem em três grupos, onde um grupo fica responsável por


cortar as folhas e levar para o formigueiro (folhas estas responsáveis pela criação de
fungos que, na verdade, são os verdadeiros alimentos das formigas, ao contrário do que
pensamos que elas se alimentam das próprias folhas), e o outro grupo de operárias
assumem a defesa do formigueiro, enquanto o outro grupo cuida das crias
(LLATAS,2012).

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Fica evidente a hierarquia e a divisão do trabalho na comunidade das formigas e
como ocorre toda sua organização. Tudo perpassa pelo coletivo e não pelo processo
individual e todos com um único objetivo o bem-estar da comunidade através do esforço
de um trabalho coletivo com um sistema organizado e com métodos eficientes.
Assim como outras áreas do ambiente coorporativo, como produção, recursos
humanos, finanças, marketing e outras; a Organização, Sistemas e Métodos também é
uma função da Administração que vem sendo estudada desde os tempos mais remotos
até aos estudos das Teorias Administrativas Científicas, como poderemos observar na
evolução histórica.

2. A Evolução Histórica de OSM

Os estudos de D’Ascenção (2001) deixam evidente que, desde os primórdios da


época dos homens da caverna, estes já procuravam uma forma de sobrevivência
tentando atender suas necessidades. Tinham consciência de que, sozinhos, pouco
conseguiam. Então começaram a se organizar em grupos que possuíam objetivos
comuns. A união e os esforços em conjunto realizados por esses grupos de pessoas na
busca de atender as necessidades humanas foi denominado de trabalho.
O trabalho realizado em grupo em sua forma organizada não realizava grandes
esforços para o alcance dos resultados.
“Às atividades de formar agrupamentos humanos, distribuir o trabalho entre seus
membros e equacionar a utilização dos recursos, visando ao atendimento de suas
necessidades, deu-se o nome de organização” (D’ASCENÇÃO, 2001, p. 37).
A divisão das tarefas e a forma de organizar o trabalho coletivo provém das
necessidades humanas que geram um modelo de organização social que primam pela
qualidade de vida. Aos homens, além de provedores, eram responsáveis pela caça; já as
mulheres cabiam a responsabilidade de cuidar dos filhos e da agricultura e eram essas
divisões que atendiam as necessidades humanas, como pode ser observado pela Figura
2:

Figura 2: Efeitos das necessidades humanas

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Fonte: Adaptada de D’Ascenção (2001), p.38

Observando o mundo atualmente, OSM continua tendo sua importância e sendo


essencial no mundo corporativo. As empresas precisam sobreviver no mercado
competitivo, e para ser competitivo é preciso ter produtividade, ambos andam juntos.
Está aí o papel estratégico de Organização, Sistema e Métodos em uma empresa,
pois ele racionaliza o trabalho com procedimentos eficientes, de forma a preservar
tempo, material e esforço, o que gera a redução de custos e o aumento da lucratividade.
Henry Ford marcou o início do século XX, quando trazia consigo que a eficiência
estava totalmente ligada à competitividade; suas fábricas de automóveis funcionavam a
todo vapor e a distribuição do trabalho nas esteiras das fábricas de Ford ficaram
conhecidas como linha de montagem, cujo objetivo era a produtividade que com a
produção em escala, reduziu os custos evitando o desperdício e conseguindo, assim,
ofertar seus produtos com preços mais populares.
No Brasil, a indústria automobilística chegou na década de 1950, mas somente
em 1970, que o país alcançou a eficiência em seus processos sempre com os mesmos
objetivos de acabar com os desperdícios reduzindo custos apresentando sempre
produtos ou serviços novos no mercado competitivo e exigente.

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A década de 70 passa, então, a ser um marco para a área de OSM,
principalmente com a chegada dos microcomputadores; as empresas passaram por uma
busca constante de melhoria contínua de seus processos empresariais e a área de OSM
passa a ser a menina dos olhos das grandes corporações que viam o departamento
como peça fundamental para otimização da produtividade (LLATAS, 2012).
Nessa época, as máquinas de computadores eram equipamentos grandes com
uma linguagem específica que somente o pessoal da área de Tecnologia da Informação
(TI) conseguia decifrar os mais variados códigos. Com o passar dos anos, o
processamento de dados foi tomando forma e, na década de 1980, a informática já se
fazia presença essencial nas grandes empresas, sendo realizado um trabalho em
conjunto com as áreas de OSM e TI, que tinham como tarefa desenvolver novos
sistemas e métodos para as empresas, mas esse processo era lento e de alto custo para
as empresas que buscavam manter o trabalho contínuo de ambos.
Nos anos 90, surge o Sistema Operacional Windows, que facilitou a comunicação
com usuários de sistemas e ainda possibilitava a criação de formulários e documentos
necessários às atividades organizacionais, sendo acompanhado também da
modernização da forma de comunicação que passa a ser usada com a internet os
correios eletrônicos. A informática passa então a ser uma figura presente em todas as
áreas e atividades dentro da organização, substituindo até mesmo as pessoas e seus
cargos por máquinas que realizavam a tarefa com excelência.
Sendo assim, já podemos imaginar que a área de OSM passou a correr sérios
riscos de extinção, pois acreditavam que investir nos mais modernos equipamentos de
hardware e software eram essenciais para desenvolver os mais diversos processos do
ambiente empresarial com eficiência.
Mas como toda decisão sem planejamento e programação tem suas
consequências, houve um grande desperdício com a compra de equipamentos, por não
ter sido realizada uma análise da real necessidade de cada empresa e a informatização
dos processos não foram suficientes para sanar os mais diversos problemas do
ambiente organizacional.
Esse fato fez com que a área de Organização, Sistemas e Métodos não perdesse,
definitivamente, seu papel, pois mesmo com o advento da informática, era preciso
profissionais capacitados para desenhar os processos de acordo com a realidade de
cada empresa. Mas, para isso, a área de OSM teve que passar por diversas
transformações para se adaptar às mudanças decorrentes dos avanços da tecnologia.

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3. A era da informática e suas influências na área de OSM

Como vocês já estudaram em Teoria Geral da Administração, nas diversas


escolas e teorias que regem os modelos organizacionais, pode-se perceber a influência
que cada uma das teorias exerce até hoje no ambiente corporativo. Com a chegada da
informática, várias mudanças foram necessárias e as empresas tiveram que incorporar
essas mudanças nos mais diversos departamentos, inclusive o departamento de
Organização, Sistemas e Métodos como pode ser observado no Quadro 1.

Com as transformações ocorridas no departamento a área de OSM assume novas


responsabilidades nos ambientes administrativos, operacionais e estratégicos. Sempre
buscando a eficiência de seus processos empresariais, as atribuições de OSM, de
acordo com os estudos de Llatas (2012), passam por quatro principais objetivos, sendo
estes apresentados na Figura 3.

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Os estudos de Llatas (2012) expõem que a melhoria contínua consiste na
avaliação e reformulação dos processos administrativos e operacionais, que devem ser
avaliados periodicamente. A (Re) organização dos processos perpassa pela
identificação do problema com o objetivo de tornar o trabalho mais eficiente. O aumento
da produtividade está relacionado ao aperfeiçoamento dos procedimentos
empresariais. Já a busca pelo menor custo ao encontro do que sempre prezou o OSM:
reduzir gastos para oferecer preços mais atraentes.
Neste contexto, a visão estratégica da área de OSM deve atuar em cinco frentes
essenciais no ambiente corporativo, sendo estas apresentadas na Figura 4.

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A área de Recursos Humanos dentro desse processo é uma das áreas mais
importantes, pois ela é responsável pela escolha de bons profissionais e melhor
aproveitamento das pessoas que já atuam na empresa. Os Recursos Materiais visam à
redução de custos e a oferta de preços mais competitivos, que dependem do
aproveitamento eficiente dos materiais e do combate ao desperdício. O Manejo do
tempo procura sanar a ociosidade e assegurar a utilização plena das horas de trabalho
dos colaboradores. O Aproveitamento do espaço físico está ligado diretamente ao
layout adequado às necessidades de cada setor, estando sempre atento para que não
exista áreas vazias ou congestionadas. Já a Estrutura organizacional refere-se aos
responsáveis por elaborar o desenho corporativo e organizar a movimentação de
documentos entre os diversos setores da organização (LLATAS, 2012).
Fica evidente que todas essas mudanças foram surgindo na era da informática,
que muito influenciou nos processos internos das empresas, bem como no perfil dos
profissionais da área.
Tadeu Cruz (2002) faz uma análise sobre Organização, Sistemas e Métodos
também denominado O&M, na qual traz uma reflexão em torno da morte e ressurreição
do O&M. Para o autor, OSM é um departamento inexistente nas organizações atuais, na
verdade ele não deixou de existir simplesmente, uma vez que, hoje em dia, esse
departamento atende pelo nome de melhoria, reorganização e reengenharia de
processos e os antigos analistas de Organização, Sistemas e Métodos são os
profissionais hoje em dia chamados de Analistas de processos.

Esses profissionais são pessoas que, mesmo com atividades diferentes, devem
estar interligadas, pois todos trabalham com o objetivo de simplificar e racionalizar os
processos empresariais.

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Para melhor compreender e visualizar a diferença desses profissionais, o Quadro
2 apresentará, de forma resumida, a responsabilidade de cada profissional da área
apresentados por Cruz (2002), D’Ascensão (2001) e Llatas (2012).

É importante ressaltar que, além da formação acadêmica, esses profissionais


devem possuir competências que vão além da simples formação acadêmica e é
necessário possuir também conhecimento (saber); habilidade profissional (saber fazer) e
atitude positiva (querer fazer) (D’ASCENÇÃO, 2001).

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A Figura 5 irá expor como funciona os papéis dos três tipos de analistas de
negócios, de processos e de sistemas.

Figura 5: Os papéis dos Analistas de Negócios, Processos e Sistemas

Agora que conhecemos um pouco da história do OSM, suas transformações e o


perfil dos profissionais da área, vamos conhecer os processos empresariais.

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4. Processos empresariais

Os processos podem ser conhecidos pelo conjunto de pessoas, procedimentos


e ferramentas. Entende-se por procedimentos os métodos que descrevem a relação
entre as tarefas. As ferramentas correspondem aos equipamentos que dão suporte à
realização das tarefas, simplificando e automatizando o trabalho. E as pessoas são
colaboradores que devem possuir perfil adequado, qualificado e treinado nos métodos e
nas ferramentas para poderem realizar as atividades adequadamente. Esse conjunto de
procedimentos, regras, normas, metas, padrões e tudo o que auxilie as pessoas a
executarem suas atividades fazem parte do que chamamos PROCESSOS. Todo
processo possui elementos e objetivos, o Quadro 3 os apresenta:

Desta forma, essas definições resumem o que tem de essencial em um processo,


com sua função de produzir bens e serviços de forma justa e organizada.

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Oliveira (2011, p.9) também define processo como “um conjunto estruturado de
atividades sequenciais que apresentam relação lógica entre si, com a finalidade de
atender e, preferencialmente, suplantar as necessidades e as expectativas dos clientes
externos e internos da empresa”.
São atividades que devem ter começo, meio e fim. Sendo assim, podemos
considerar que os insumos (entradas ou Inputs) são inseridos em um ambiente
organizacional, são formados por procedimentos, normas e regras que, ao serem
processados, são transformados em resultados, que serão enviados (saídas, Outputs)
aos clientes do processo e passará por um controle e avaliação e posteriormente
retornará essa informação através de um Feedback (CRUZ, 2002).
Agora que conceituamos processo, vamos visualizar o modelo de um processo
através da Figura 6.

Gonçalves (2000) apud Llatas (2012, p. 12) classifica os tipos de processos como
sendo eles internos e externos. Os processos internos estão ligados aos processos
organizacionais e os processos gerenciais e os processos externos são os processos de
negócios.
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Os PROCESSOS INTERNOS: OS ORGANIZACIONAIS: Abrangem as atividades
administrativas que dão suporte aos processos de negócio. Como exemplo, podemos
citar o pagamento de contas e compras de materiais.
Os PROCESSOS INTERNOS: OS GERENCIAIS: Incluem a tomada de decisões,
a supervisão e a avaliação de desempenho, bem como a realização dos ajustes
necessários. Por exemplo, a definição das metas da empresa, negociação de preços
com o fornecedor e planejamento do orçamento.
Os processos internos ainda podem ser visualizados por dois ângulos, sendo
estes verticais e horizontais; os processos verticais dependem de uma hierarquia na qual
os colaboradores ficam responsáveis pelas tomadas de decisão e coordenação das
tarefas. Já os processos horizontais são marcados pela colaboração conjunta e de forma
igualitária entre departamentos e colaboradores (LLATAS, 2012).
Os PROCESSOS EXTERNOS DE NEGÓCIOS OU PROCESSOS DE CLIENTES:
São aqueles que resultam nos produtos e serviços que a empresa oferece ao
consumidor. Projetam a imagem da empresa para seus principais clientes. Como
exemplo, podemos destacar a fabricação dos produtos e atendimento aos pedidos de
clientes.
Os processos foram surgindo de forma a alterar toda a estrutura organizacional
desenvolvida durante a Revolução Industrial onde o modelo tradicional de gestão era
centralizado voltado para a realização dos próprios desejos, controlando invasivamente
o funcionamento interno das atividades. A competitividade não era uma preocupação,
nem mesmo a satisfação dos clientes eram levadas em consideração; mas, com o
passar do tempo e o aumento da crescente disputa de mercado, a gestão tradicional foi
sendo substituída pelo modelo de gestão por processos, como pode ser observado no
Quadro 4.

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Para implantar a Gestão por processos em uma organização é preciso conhecer
sua realidade, realizando um estudo detalhado e criterioso de todas as atividades da
empresa e descrevê-los, além de verificar as pessoas e ferramentas existentes na
empresa que farão parte do desenvolvimento do processo.

Para que implantação ocorra de forma eficiente, primeiro se faz necessário


relacionar os funcionários que vão participar do processo, designar a pessoa que ficará
responsável pelo processo, liderar as ações que envolve o processo, monitorando o
fluxo de trabalho, bem como avaliar e indicar melhorias para o processo e, por fim,
documentar e desenhar o processo que está sendo realizado.

Esse modelo de gestão conduz a um novo conceito chamado de redesenho ou


reengenharia de processos. O redesenho visa estabelecer novos indicadores que
garantem a melhoria da qualidade e o gerenciamento do novo processo. Para que
ocorra o redesenho de um processo, é preciso levar em consideração algumas
questões. De acordo com D’Ascensão (2001, p. 78),

a) a estrutura organizacional por onde permeia o processo deve ser ágil


para poder responder com rapidez às mudanças do mercado que estão
ocorrendo com maior frequência;
b) as atividades internas não podem ser fragmentadas e devem estar
alinhadas ao processo em estudo, sempre visando à satisfação do
“cliente” (interno/externo): produtos e serviços certos com qualidade e
custos reduzidos = competitividade;
c) a inovação deve ser preocupação constante ao redesenhar processos,
ou seja, buscar novos objetivos e novas formas para alcançá-los.

A reengenharia do processo, como pode ser observado na Figura 7, ocorre da


identificação de um processo problemático na empresa que, após identificado, é
realizado um levantamento detalhado do processo problemático. Em seguida, é feita
uma análise crítica desse processo que, depois disso é redesenhado todo o processo
para sua implantação.

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Esse modelo de metodologia não deve ser considerado um modelo único fechado
e rígido que obedece rigorosamente às fases apresentadas. Cada processo em estudo
possui sua particularidade e urgência na sua solução, o que pode influenciar na redução
de algumas etapas sem prejuízos para o redesenho e a implantação do novo processo.

5 A Relação de OSM com outras áreas

No ambiente corporativo, a área de OSM se relaciona com várias outras áreas, de


forma a agregar valor nas atividades a elas relacionadas. Com a área da Tecnologia da
Informação, ambos com o intuito de tornar os processos mais rápidos e eficientes,
procuram agilizar e intensificar o intercâmbio de informações entre os colaboradores. A
partir das observações das trocas virtuais de informações entre os colaboradores
monitoram o fluxo de trabalho. Agregam valor ao serviço prestado em decorrência da
utilização de recursos tecnológicos. Buscam elevar o nível de satisfação do cliente,
promovendo melhoria nos produtos e serviços.
Já a relação do OSM com a Gestão da Qualidade Total está consolidada pela
busca da melhoria contínua; foco nos processos e não nos departamentos; realização de
revisões periódicas e ênfase no treinamento da mão de obra (LLATAS, 2012, p. 22).
Outro setor importante também se refere à relação com a auditoria interna. Esta,
por sua vez, é considerada uma vistoria executada por colaboradores da própria
instituição. Ao considerar o papel do Auditor Interno e do Analista de processos, ambos
possuem vínculo com a instituição. O Auditor interno, de acordo com as normas
preestabelecidas pelo sistema em vigor, tem por função fiscalizar e verificar o correto e
adequado funcionamento da empresa. Já o Analista de Processos está focado em
descobrir os problemas que causam as falhas no processo, investigando a condução dos
projetos, com o propósito de avaliar a eficiência do sistema em si mesmo.
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Outra área que aqui vamos considerar é o Compliance, que significa “obedecer”,
“seguir regras” ou “andar na linha”. As atividades desse setor estão relacionadas ao
cumprimento das diretrizes e políticas internas que normatizam a atuação da
organização. Seu objetivo visa cumprir e executar as atividades prescritas pelas regras
vigentes evidenciando também a transparência das atividades.

5.1 A Educação Ambiental e sua importância no contexto das organizações

A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu capítulo VI, art. 225 do


Meio Ambiente, expõe: “Todos têm direito ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”. Temos o direito e o dever, sim, mas o nosso meio não condiz com esse
ambiente ecologicamente equilibrado.
Os movimentos ecológicos vão surgindo fundamentados na crítica à
modernidade, aos modelos de desenvolvimento capitalista e neoliberal, propondo a
autogestão, o desarmamento, etc. Nas duas últimas décadas, esse pensamento se
expandiu, dando origem a inúmeras inclinações, não sendo mais privilégio de um grupo
minoritário, mas sim, planetário (REIGOTA, 2002).
Esse tópico aborda brevemente alguns elementos de reflexão para a prática da
educação ambiental dentro de um contexto ecológico, político e social, o que aumenta o
desafio para a educação ambiental de formar cidadãos que possam participar da tomada
de decisões sobre assuntos que dizem respeito a grupos sociais e étnicos muito
diferentes, geralmente controlados por grupos que dominam a economia e a política,
com interesses muito mais homogêneos.
Nessa perspectiva, proponho a identificação das representações das pessoas
envolvidas no processo organizacional, já que o espaço, os meios natural e social,
também transformam o homem. Sendo que as transformações interna e externa
caracterizam a história social e a história individual onde se visualizam e manifestam as
necessidades, a distribuição, a exploração e o acesso aos recursos naturais, culturais e
sociais de um povo.
A necessidade de produzirmos riquezas infinitamente deve estar alicerçado em
um desenvolvimento autossustentado, na qual a relação do homem com o meio
ambiente deve ser considerada. Não é preciso domar a natureza, mas sim aprender com
ela.

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Vivemos em uma época de mudanças rápidas e intensas, momento de reflexão das
relações humanas acerca dos valores, visando à construção de um mundo melhor.
Nossas necessidades precisam ser satisfeitas, mas devemos considerar também as
necessidades das futuras gerações.
Desta forma, pensar a educação ambiental no contexto empresarial possibilitará a
vocês, acadêmicos, oportunidades de desenvolver discussões a respeito dos problemas
ambientais locais e organizacionais e refletir sobre possíveis formas de intervir e, aos
docentes, a experiência de conduzir pesquisas sobre o ambiente organizacional, no qual
relacionarão fatores sociais, físicos, financeiros e outros.

RESUMO DA UNIDADE

✔Nesta primeira Unidade vimos o conceito de OSM como o estudo das organizações que
analisa as atividades empresariais e procura interligá-las de forma sistêmica.
Observamos também que a principal função da OSM está ligada diretamente à melhoria
contínua do meio corporativo, através de avaliações e da reformulação dos processos
que compõem o fluxo de trabalho.

✔Contextualizamos a evolução histórica de OSM, que podemos considerar seu surgimento


desde a época dos homens das cavernas quando procuraram distribuir o trabalho até os
dias atuais.

✔Outra situação bem exposta é a grande influência que a informática e a tecnologia


realizaram na área de OSM, conduzindo não só ao crescimento da área, como também
a sua quase falência, que passou por uma reformulação para se manter viva no
mercado, assumindo um novo modelo de gestão focado nos processos.

✔Os processos, hoje, contemplam o novo modelo de gestão, sendo este a gestão de
processos que diferente da gestão tradicional possui foco nas atividades que geram
produtos e serviços dedicados aos clientes, tentando vencer a competitividade do
mercado.

✔Finalizando, observamos a relação de OSM com algumas áreas específicas de uma


organização, primando sempre pela melhoria contínua.

SUGESTÃO DE LEITURA

25
LLATAS, Maria Virgínia. OSM Organização, Sistemas e Métodos. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2012.

ATIVIDADES

1. Fórum de discussão: A área de Organização, Sistemas e Métodos, como estudada na


Unidade I, surgiu desde a época dos homens que viviam nas cavernas e que já se
organizavam em grupos para atingirem um objetivo comum, como ocorre até os dias
atuais. Mas, com o avanço tecnológico, as mudanças no ambiente corporativo vêm
assumindo um espaço cada vez maior e de destaque. Sendo assim, em sua opinião e
com base no que foi estudado, discorra sobre o impacto da globalização para os diversos
modelos de gestão organizacional.

2. Questão: Qual é o perfil dos profissionais ligados ao OSM e quais seriam as habilidades
essenciais para uma gestão de qualidade no ambiente corporativo?

3. Conceito: Defina o conceito de processo na moderna administração de empresas?

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REFERÊNCIAS

CRUZ, Tadeu. Sistemas, Organização & Métodos: Estudo integrado das novas
Tecnologias da Informação e introdução à Gerência do conteúdo e do conhecimento. 3ª
ed. São Paulo: Atlas, 2002.

D’ASCENÇÃO, Luiz Carlos M. Organização, sistemas e métodos: análise, redesenho


e informatização de processos administrativos. São Paulo: Atlas, 2001.

LLATAS, Maria Virgínia. OSM Organização, Sistemas e Métodos. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2012.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho. Rebouças. Administração de processos: Conceitos,


metodologia, práticas. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2011.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho. Rebouças. Sistemas, Organização e Métodos: Uma


abordagem Gerencial. 21ª edição. São Paulo: Atlas, 2013.

REIGOTA, Marcos. Meio Ambiente e representação social. 5ª ed. São Paulo: Cortez,
2002. 87p. (Coleção Questões da Nossa Época; V. 4

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