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Administração Financeira e Orçamentária – Prof. Sérgio Machado e Prof.

Marcel Guimarães
TCU e TC-DF Aula 14

Aula 14 – LRF parte 4: dívida pública.


Restos a Pagar. Escrituração e
consolidação de contas
AFO p/ TCU e TC-DF
Prof. Sérgio Machado
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Sumário
CAPÍTULO VII: DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO ................................................................................... 5

DEFINIÇÕES BÁSICAS .............................................................................................................................................. 6


DOS LIMITES DA DÍVIDA PÚBLICA E DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO ................................................................................ 15
DA RECONDUÇÃO DA DÍVIDA AOS LIMITES ............................................................................................................... 19
Prazos (e exceções aos prazos) para redução da dívida ....................................................................................22
DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO ................................................................................................................................ 27
Da Contratação ............................................................................................................................................. 27
Das Vedações ................................................................................................................................................ 34
Das Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária ............................................................... 37
Das Operações com o Banco Central do Brasil................................................................................................. 41
DA GARANTIA E DA CONTRAGARANTIA .................................................................................................................... 42
Limites para concessão de garantia ................................................................................................................44
DOS RESTOS A PAGAR .......................................................................................................................................... 45

CAPÍTULO VIII: DA GESTÃO PATRIMONIAL ........................................................................................... 49

DAS DISPONIBILIDADES DE CAIXA ........................................................................................................................... 49


DA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO ........................................................................................................... 50
DAS EMPRESAS CONTROLADAS PELO SETOR PÚBLICO............................................................................................... 51

QUESTÕES COMENTADAS - CESPE........................................................................................................ 53

LISTA DE QUESTÕES - CESPE ................................................................................................................ 75

GABARITO – CESPE .............................................................................................................................. 80

RESUMO DIRECIONADO ........................................................................................................................81

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Dica de um concursado para um concurseiro


Não sinta inveja de quem já passou. Admire-os!
Adote a filosofia da ancestral sabedoria Huna, ensinamentos dos sábios do Havaí: “abençoe aquilo que
você quer. Quando vir uma pessoa com uma casa bonita, abençoe a pessoa e a casa. Quando vir uma pessoa
com um belo carro, abençoe a pessoa e o carro. Quando vir uma pessoa com uma bela família, abençoe a pessoa
e a família. Quando vir uma pessoa com um belo corpo, abençoe a pessoa e o corpo”.

E agora eu digo: quando vir uma pessoa com um belo cargo público, abençoe a pessoa e o cargo! 😅

Porque se de algum modo você se ressente do que as pessoas possuem, nunca poderá tê-lo.

Não sinta inveja de quem já passou. Admire-os!

Fonte: os segredos da mente milionária, de T. Harv Eker.

Mentalidade dos campeões 🏆

Campeões não são aqueles que sempre ganham as corridas. Campeões são aqueles que vão lá e tentam! E tentam
mais forte na próxima vez. E mais forte ainda na próxima.

“Campeão” é um estado de espírito. Eles são dedicados. Eles competem para serem melhor do que eles mesmos
tanto quanto (se não mais) eles competem para serem melhor do que os outros.

Campeões, digo, aprovados não passam em todos os concursos. Mas eles fazem todos os concursos que
podem. E estudam para ir cada vez melhor. Até que um dia, eles passam!
A luta mais importante é contra o seu “eu de ontem” e não contra seus concorrentes na hora da prova.

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Capítulo VII: Da Dívida e do Endividamento


Bom, acho que você sabe o que é uma dívida, não é mesmo? 😅

Comprou um apartamento ou um carro financiado? Você tem uma dívida. Deixou de pagar a fatura do
cartão de crédito? Você tem uma dívida. Pegou dinheiro emprestado de um amigo e não devolveu no prazo
combinado? Você tem uma dívida.
“Eu sei disso, professor. Mas o que isso tem a ver com a Administração Pública?”
Ora! Do mesmo jeito que você, às vezes, precisa se endividar para fazer suas coisas, a Administração
também precisa! Lembra da Atividade Financeira do Estado (AFE)? A obtenção de crédito faz parte dela! 😏

“Certo. E o que a LRF e a responsabilidade na gestão fiscal têm a ver com isso?”
Bom, tenho certeza de que você não gostaria de estar endividado, não é mesmo? É sempre aquele aperto:
boa parte da receita é destinada ao pagamento da dívida e não sobra dinheiro para nada. Além disso, o seu
nome fica sujo: todo mundo fica sabendo que você é um devedor (“caloteiro” 😂) e ninguém mais quer
emprestar dinheiro para você.

Na Administração Pública é igualzinho! 😄 Um ente endividado tem que ficar pagando a dívida. Parte das
receitas devem ser destinadas ao pagamento da dívida, dinheiro que poderia estar sendo utilizado para
reformas de hospitais e escolas, contratações de servidores públicos e desenvolvimento de ações sociais. Se a
dívida continuar crescendo, a situação só vai piorando. Daqui a pouco, ninguém mais vai querer dar crédito
àquele ente, pois saberá que ele não será capaz de pagar. Os investidores vão fugir daquele lugar, pois sabem
que é difícil que a economia local se desenvolva quando o governo está profundamente comprometido com
dívidas. O próximo passo é o aumento dos juros, da inflação, do desemprego... já viu o tamanho do caos, não
é?

Pronto! Pois é justamente aqui que entram a LRF e responsabilidade na gestão fiscal. É preciso controlar
a dívida e o endividamento público. É preciso impor limites e restrições! Afinal, você emprestaria dinheiro a
um amigo comprador compulsivo e que nunca lhe pagou nada? Daria o seu cartão de crédito para ele? E será
que esse amigo vai lhe pagar algum dia se ele não sofrer nenhuma restrição ou sanção? 🤔

Acho que não, hein?! 😅

É por isso que a LRF diz (atenção à parte grifada):

Art. 1º, § 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que
se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o
cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no
que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas
consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de
garantia e inscrição em Restos a Pagar.

Então, beleza! Agora que você já sabe da importância da responsabilidade na gestão fiscal no que tange
a dívida e endividamento, vamos conhecer as definições básicas que a LRF nos trouxe sobre o assunto. 😄

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Definições Básicas
Essa parte é a que mais aparece em provas. Se a prova for cobrar o assunto “dívida e endividamento”, na maioria das vezes,
é isso aqui que ela vai cobrar!

Portanto, você tem que conhecer essas definições!

E a boa notícia é que as questões não vão fugir muito da literalidade da norma. Entenda a definição, memorize-a lendo,
relendo e fazendo exercícios.

Vamos lá:

Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:

I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações
financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da
realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

Essa é a definição de dívida pública consolidada (ou dívida pública fundada, tanto faz). 😅 E ela abrange o
seguinte:

• Contratos (internos e externos);


• Emissão de títulos da dívida pública (dívida mobiliária). Inclui, na União, a emissão de títulos de
responsabilidade do BACEN (LRF, art. 29, § 2º);
“Professor, quer dizer que a dívida mobiliária está dentro da dívida consolidada?”

Sim! 😄 A dívida consolidada abrange a dívida mobiliária! 😉

“E, professor, o BACEN pode emitir títulos?”


Bom, não mais. Mas ele teve dois anos (a partir da data da publicação da LRF) para fazê-lo, olha só:

Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos após a
publicação desta Lei Complementar.

Muitos desses títulos públicos possuem prazos bem longos: 20, 30, 40 anos. Por isso, ainda é possível
encontrá-los circulando pelo mercado. Eles fazem parte da dívida mobiliária, que é uma das dívidas
consolidadas.

• precatórios judiciais emitidos a partir de 5 de maio de 2000 e não pagos durante a execução do
orçamento em que houverem sido incluídos (LRF, art. 30, § 7º);
“Por que os precatórios judiciais fazem parte da dívida consolidada, professor?”

Bom, o Brasil, que é um país muito sério (você sabe disso... 😅), por isso costuma pagar precatórios bem
rapidinho, não é? Às vezes só demora uns 10, 15 anos... rapidinho! 😁

Pois bem! Agora imagine que você finalmente vai receber aquele dinheiro dos precatórios. Mas a
Administração Pública, muito esperta, faz o empenho, mas não paga! Em outras palavras: inscreve em restos
a pagar! Isso garante a ela mais 5 anos para pagar essa dívida! Olha que beleza! 😄

“Que sacanagem, viu, professor? Desculpa o palavrão aí...” 😬🙄

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É verdade! 😄

Por isso, para evitar que isso aconteça e controlar essa situação, o legislador resolver incluir esses
precatórios nos limites da dívida consolidada. Sim: dívida consolidada tem limite (vamos já ver isso!). Olha só
como isso aparece na LRF:

Art. 30, § 7º Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido
incluídos integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites.

Então perceba: tais precatórios serão computados na dívida consolidada apenas para fins de aplicação
de limites! ☝

• operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do
orçamento (LRF, art. 29, § 3º).

Essa aqui é importantíssima! Aparece demais em provas!

É o seguinte: dívida consolidada é aquela cujo prazo de vencimento é superior a 12 meses. Mas uma
operação de crédito cujas receitas tenham constado do orçamento, mesmo que o seu prazo seja inferior a 12
meses, será considerada dívida consolidada.

“Por que isso, professor?” 🤔

Primeiro porque a LRF diz isso, observe:

Art. 29, § 3º Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a
doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento.

A redação da Lei não foi muito feliz, mas o que ela quis dizer foi o seguinte: se a operação de crédito não
for por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO), ela será dívida consolidada.

“Ainda não entendi, professor.” 🧐

Operações de crédito por ARO, você deve lembrar, são receitas extraorçamentárias e, por conseguinte,
não estão no orçamento! Se a operação de crédito constar do orçamento (seja ela de prazo superior ou inferior
a 12 meses), isso significa que ela é uma receita orçamentária, uma receita de capital!
Portanto, quando a lei fala que até mesmo as operações de crédito de prazo inferior 12 meses cujas
receitas tenham constado do orçamento integram a dívida consolidada, ela está excluindo as operações de
crédito que não constam do orçamento, ou seja, está excluindo as operações de crédito por ARO.
Resumo da ópera: é operação de crédito e não é ARO? Então faz parte da dívida consolidada, não importa
se o prazo é superior ou inferior a 12 meses!

Preste atenção!
A operação de crédito, exceto a ARO, independentemente do prazo, é dívida consolidada.

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Dívida consolidada

• Obrigações financeiras de prazo superior a 12 meses


• Contratos (internos e externos)
• Emissão de títulos da dívida pública (dívida mobiliária). Inclui, na União, a emissão
de títulos de responsabilidade do BACEN (LRF, art. 29, § 2º)
• Precatórios judiciais emitidos a partir de 5 de maio de 2000 e não pagos durante a
execução do orçamento em que houverem sido incluídos (LRF, art. 30, § 7º)
• Operações de crédito de prazo inferior a 12 meses cujas receitas tenham constado
do orçamento (LRF, art. 29, § 3º)

Dívida Pública Consolidada (ou Fundada)

Prazo superior a 12 meses

Prazo inferior a 12 meses cujas receitas


tenham constado do orçamento

2019 2020 2021

Beleza! 😄

Agora permita-me lhe explicar o seguinte: lá no Passivo (que fica no Balanço Patrimonial) existem dois
tipos de dívida:

• Dívida flutuante; e
• Dívida consolidada.
A dívida flutuante corresponde aos passivos financeiros exigíveis em prazo inferior a 12 meses, que não
necessitam de autorização orçamentária para o seu pagamento, porque:

• já foram autorizados pelo Poder Legislativo e resta apenas o seu pagamento; ou porque
• se referem a dispêndios extraorçamentários.
Ela está lá no artigo 92 da Lei 4.320/64:

Art. 92. A dívida flutuante compreende:

I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

II - os serviços da dívida a pagar;

III - os depósitos;

IV - os débitos de tesouraria.

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Na verdade, existe até uma outra espécie de dívida flutuante (no caso da União): o papel-moeda ou
moeda fiduciária (de acordo com o Decreto 93.872/86, art. 115, § 1º).
Restos a pagar são despesas que foram empenhadas, mas não foram pagas até o dia 31 de dezembro.
Serviços da dívida são valores referentes à amortização do principal, juros, correção monetária (se
houver), e outros encargos oriundos da dívida pública de longo prazo.
Depósitos são, por exemplo, cauções em dinheiro. São depósitos de caráter devolutivo. A Administração
está sendo mera depositária desses recursos que não a pertencem (são despesas extraorçamentárias, lembra?
😏).

Débitos de tesouraria são as obrigações oriundas de operações de crédito por Antecipação de Receitas
Orçamentárias – ARO. São empréstimos destinados a atender insuficiência de caixa durante o exercício
financeiro. Tesouraria é o lugar onde se guarda ou administra o tesouro (o dinheiro). Débito de tesouraria é
quando esse tesouro foi reduzido ou está faltando. Quando você lembra que as operações de crédito por ARO
são destinadas a atender insuficiência de caixa, você entende o nome “débitos de tesouraria”. 😉

Papel-moeda ou moeda fiduciária é uma nota de dinheiro (dinheiro em espécie 💵).

E por que eu estou falando isso para você?


Primeiro: porque as questões vão tentar lhe confundir, trocando as dívidas flutuantes e consolidadas.
Segundo: porque não existem limites para a dívida flutuante (pois elas, normalmente, provêm de receitas
extraorçamentárias). Não caia nessas pegadinhas! ☝😬

Preste atenção!
Não existem limites para a dívida flutuante

Ok! 😃

Agora vejamos a outro tipo de dívida pública: dívida mobiliária.

Quando você ver essa palavra “mobiliária”, pense logo em títulos públicos! 😉

Dívida consolidada é tudo aquilo que acabamos de ver. Dívida mobiliária são títulos públicos! Simples
assim! 😄

“Títulos públicos emitidos por quem, professor?” 🧐

Pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, pelos Estados e pelos Municípios.

“E Estados e Municípios podem emitir títulos públicos, professor?” 🤔

Opa! Podem sim, mas é raro. Para emitir esses títulos públicos, os Estados e Municípios necessitam de
autorização do Senado Federal.

“E para que essa divisão entre dívida consolidada e mobiliária?” 🤓

Ora, a Lei manda apartar a dívida por títulos (mobiliária) da dívida consolidada geral, em virtude da
necessidade de um maior acompanhamento e controle da dívida oriunda de títulos públicos. 😄 Para que mais
seria? 😅

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Então vejamos como isso aparece na LRF:

II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do
Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;

Preste atenção!
A dívida mobiliária é a dívida pública representada por títulos públicos!

Próxima definição:

III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,
emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes
da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive
com o uso de derivativos financeiros;

Tudo isso aí é considerado operação de crédito! 😄

As questões normalmente vão puxar uma dessas operações e perguntar se ela é considerada operação de
crédito ou não.

Por exemplo: o recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços é considerado
operação de crédito?

Resposta: SIM! 😃

Vale destacar também que:

Art. 29, § 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas


pelo ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.

Assumiu, reconheceu ou confessou uma dívida? É operação de crédito! 😄

Agora, existem outras operações que são equiparadas a operações de crédito, porém elas estão vedadas!
Veja só (LRF):

Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:

I - captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador
ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição;

O ente não sabe nem se o fato gerador vai ocorrer e já quer fazer antecipação de receita de tributo ou contribuição? Espera
aí, né... 😒

II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou


indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da
legislação;

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III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de
bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando
esta vedação a empresas estatais dependentes;

IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a


posteriori de bens e serviços.

Se tiver autorização orçamentária: beleza! 😄 Mas se não tiver: então essa obrigação com um fornecedor
para pagamento a posteriori de bens e serviços está vedada!

Continuando nas nossas definições...

IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida


por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;

Garantia é um compromisso de adimplência! Se o devedor não pagar, quem deverá cumprir a obrigação
é o garantidor.

Por exemplo: A fez operação de crédito com B, que tem garantia com C. Se B não cumprir a sua obrigação financeira, C
será chamado a cumpri-la, pois assumiu um “compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual
assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada”.

Operação de crédito

A B

Garantia

C
Mais uma definição:

V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da


atualização monetária.

Veja só: esses títulos são para pagamento do principal acrescido da atualização monetária. O dispositivo
não fala nada sobre juros, porque juros não são passíveis de refinanciamento. Com o advento da LRF não é
mais possível refinanciar juros da dívida!

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Portanto:

Refinanc.
Atualização
da dívida Principal
monetária
mobiliária

§ 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício


financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas
no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

Isso significa que o refinanciamento do principal da dívida mobiliária deve ser menor do que a soma do:
montante do final do exercício anterior, mais as operações de crédito autorizadas no orçamento para este
efeito e efetivamente realizadas, mais atualização monetária.
Ou seja:

Refinanciamento do principal da dívida mobiliária < montante do final do exercício anterior + operações de crédito
autorizadas no orçamento e efetivamente realizadas + atualização monetária.

Ah! Vale lembrar que mesmo que o ente esteja acima dos limites de despesa com pessoal, poderá
realizar operações de crédito para refinanciamento da dívida mobiliária (LRF, art. 23, § 3º).

Certo, agora eu vou simplesmente repetir o artigo 29 para você visualizar melhor e memorizar: 😏

Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:

I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações
financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da
realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do
Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;

III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,
emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes
da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive
com o uso de derivativos financeiros;

IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida


por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;

V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da


atualização monetária.

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§ 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo


ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.

§ 2o Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos de


responsabilidade do Banco Central do Brasil.

§ 3o Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze
meses cujas receitas tenham constado do orçamento.

§ 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício


financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas
no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

Questões para fixar


VUNESP – CM Serrana – Procurador Jurídico – 2019

Não integram a dívida pública consolidada da União as operações de crédito de prazo inferior a doze meses, cujas receitas
tenham constado do orçamento.

Comentários:

Não integram? 😳 Por favor: é justamente o contrário. É operação de crédito e não é ARO? Então é dívida consolidada,
independentemente do prazo.

Gabarito: Errado
CESPE – STM – Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018
Se o prazo para pagamento de determinada operação de crédito for inferior a doze meses e se as respectivas receitas
constarem do orçamento, a operação será incluída na dívida pública consolidada.

Comentários:

Certíssimo! Eu num disse que isso despenca em prova?! 😄

Mesmo que a operação de crédito tenha prazo inferior a 12 meses, se as suas receitas constarem do orçamento, ela será
incluída na dívida pública consolidada.

Dito de outra forma: dívida pública consolidada (ou fundada) é montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações
financeiras do ente da Federação para amortização em prazo superior a doze meses. Mas, se as receitas dessa dívida
pública constarem no orçamento, mesmo que o prazo seja inferior a doze meses, essa operação de crédito será
considerada dívida pública consolidada.

Gabarito: Certo
CESPE – STM – Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018
Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação.

Comentários:

É isso aí! Do jeitinho que está na LRF:

Art. 29, § 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da
Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.

Gabarito: Certo

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CESPE – TRE-PI – Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016

A amortização de dívida flutuante ocorre em prazo superior a doze meses.

Comentários:

Nada disso! Olha só o que a gente conversou na parte teórica: a dívida flutuante corresponde aos passivos financeiros
exigíveis em prazo inferior a 12 meses, que não necessitam de autorização orçamentária para o seu pagamento. A
amortização da dívida consolidada (ou fundada) é que ocorre em prazo superior a 12 meses.

Gabarito: Errado

CESPE – Procurador do Ministério Público junto ao TC-DF – 2013

Um estado da federação incluiu no seu orçamento de 2011 precatórios judiciais de R$ 10 milhões, dos quais 25% foram
pagos naquele exercício financeiro. Nessa situação, a parcela não paga integra a chamada dívida flutuante, para fins de
aferição dos limites de endividamento.

Comentários:

Na verdade:

Art. 30, § 7º Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido incluídos integram a
dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites.

Veja que esses precatórios integram a dívida consolidada, e não a dívida flutuante!

Eu disse que adoram fazer confusão entre as duas, não disse? 😄

Gabarito: Errado

VUNESP – Prefeitura SJC – Analista em Gestão Municipal – 2018

Para efeito da Lei de Responsabilidade Fiscal, é adotada a seguinte definição:

a) operação de crédito é o compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, emissão e aceite de título, aquisição
financiada de bens e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros.

b) dívida pública mobiliária é o montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação
para amortização em prazo superior a doze meses.

c) dívida pública consolidada ou fundada é a dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do
Banco Central do Brasil, Estados e Municípios.

d) refinanciamento da dívida consolidada é a emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização
monetária.

e) concessão de garantia é a admissão, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação.

Comentários:

Clássica questão sobre o assunto, especialmente se ela for de múltipla-escolha. Vamos comentar as alternativas:

a) Correta. Justamente como diz o artigo 29, inciso III.

b) Errada. Essa é a dívida pública consolidada.

c) Errada. Essa é a dívida pública mobiliária.

d) Errada. Refinanciamento da dívida mobiliária que é a emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da
atualização monetária.

e) Errada. Esse é o conceito de operação de crédito, observe:

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Art. 29, § 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da
Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.

Concessão de garantia é compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da
Federação ou entidade a ele vinculada (LRF, art. 29, IV).

Gabarito: A

Dos Limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito


Primeira informação importante aqui: os limites da dívida pública são definidos em termos de percentual
da Receita Corrente Líquida (RCL).
Olha como isso aparece na LRF:

Art. 30, § 3º Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão fixados em percentual da receita
corrente líquida para cada esfera de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação que a
integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos.

“Ah, professor. Eu já sabia disso, porque você já me disse que todos limites da LRF (exceto os Restos a Pagar)
têm como parâmetro a RCL.”

Ah! Muito bem! Estou muito orgulhoso! 😍

Agora a segunda informação importante: os limites da dívida pública não estão na LRF! 😊

“O QUE?! 😳 Como assim, professor? Estamos estudando a LRF, que fala de forma extenuante sobre dívida
pública, mas os limites da dívida pública não estão lá?” 🤨

É isso mesmo! Diferentemente dos limites de despesa total com pessoal (arts. 19 e 20), os limites
máximos para os montantes da dívida pública consolidada e mobiliária não estão expressos na LRF!

“Se não estão lá, então onde estão?” 🤔

Ah! Aí depende... ☺

“Lá vem o professor complicar as coisas...” 😒

Calma! Vou é descomplicar! 😅

Primeiro vejamos a regra na própria LRF:

Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei Complementar, o Presidente da República
submeterá ao:

I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante da dívida consolidada da União,
Estados e Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do art. 52 da Constituição, bem como de
limites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo;

II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites para o montante da dívida mobiliária
federal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da demonstração de sua
adequação aos limites fixados para a dívida consolidada da União, atendido o disposto no inciso I do § 1o
deste artigo.

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Então, os limites globais para o montante da dívida consolidada serão definidos por Resolução do
Senado Federal, com base no artigo 52 da CF/88, observe:

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...)

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida
consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Repare que é uma competência privativa (deveria estar escrito “exclusiva”, mas tudo bem) do Senado
Federal, por isso não há sanção do Presidente da República aqui. O Presidente da República (só ele) fará a
proposta, mas ele não sancionará nada, porque esses limites não são estabelecidos por lei, mas sim por
Resolução do Senado Federal.
Ah! Já que estamos aqui, aproveito para dizer que o também compete privativamente ao Senado
Federal (volte lá e veja o finalzinho do inciso I do artigo 30 da LRF, que coloquei acima):
CF/88, Art. 52. (...)
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo
Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito
externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios;

Agora, os limites para o montante da dívida mobiliária federal são definidos por meio de lei federal,
cabendo ao Congresso Nacional dispor sobre a matéria. Portanto, aqui há sim a sanção do Presidente da
República (observação: essa lei ainda não foi editada):
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para
o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente
sobre: (...)
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
Pronto! Agora você tem que prestar atenção aos entes e ao tipo de dívida pública (consolidada ou
mobiliária), porque as questões simplesmente adoram confundir o candidato aqui. 😬

Mas eu vou lhe dar uma dica que vai fazer você acertar todas as questões sobre o assunto (nunca mais
você vai se confundir): 😄

Dica do professor Sérgio


Falou em dívida consolidada (de qualquer ente), é Resolução do Senado Federal.

Falou em dívida mobiliária dos Estados e Municípios, é Resolução do Senado Federal.

Agora: falou em dívida mobiliária federal (da União), é lei que passa pelo Congresso Nacional.

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Tranquilo? 😄

É tudo igual, exceto a dívida mobiliária da União. 😏

E...

• Se for para o Senado Federal, não há sanção;


• Se for para o Congresso Nacional, há sanção.

Ah! Vale destacar também que embora haja essa divergência sobre haver sanção presidencial, quanto a
proposta não há nada disso: a proposta é sempre do Presidente da República, porque a LRF diz que ele
submeterá ao Senado Federal uma proposta de limites globais para o montante da dívida consolidada da
União, Estados e Municípios e submeterá ao Congresso Nacional projeto de lei que estabeleça limites para o
montante da dívida mobiliária federal. 😉

Esses esquemas vão facilitar sua vida:

Congresso
Nacional
União
(sanção
presidencial)
Mobiliária

Estados e
Senado Federal
Municípios
Dívida pública

União, Estados e
Consolidada Senado Federal
Municípios

Congresso
Nacional • Dívida mobiliária federal
(sanção presidencial)

• Dívida mobiliária dos Estados e Municípios


• Dívida Consolidada da União, Estados e Municípios
Senado Federal • Operações de crédito externo e interno
• Concessão de garantia (da União)

“Beleza, professor. Deu pra entender direitinho. Agora me diz: quais são os limites da dívida pública?” 🧐

Primeiramente: eles não costumam aparecer em prova, então não precisa quebrar muito a cabeça para
memorizá-los. O que mais cai em prova sobre esse assunto é isso que acabamos de ver e o que veremos sobre
a recondução da dívida aos limites.

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Então, vamos finalmente conhecer os limites da dívida consolidada (ou fundada):

Limites da dívida consolidada


Ente %
(DCL/RCL)

União 3,5 350%

Estados e DF 2,0 200%

Municípios 1,2 120%

A segunda coluna é igual à terceira. É só multiplicar por 100. 😉

“Professor, por que você marcou o limite da União em vermelho?” 🤔

Porque o Brasil é um país muito organizado e eficiente (#sóquenão). Por isso, esse limite ainda não foi
definido! Ele consta somente de um projeto de Resolução do Senado Federal (projeto 84/2007).
“Professor, a LRF foi publicada no ano 2000. Esse projeto de Resolução do Senado Federal é de 2007. E você
está me dizendo que ele não foi aprovado ainda?” 😳

É exatamente isso que eu estou lhe dizendo! 😅

Então, por mais incrível que pareça: até hoje, a União não possui limite de endividamento! ☝

Já os Estados e Municípios não tiveram a mesma sorte. Logo em 2001 (um ano após a publicação da LRF),
foi editada a Resolução 40 do Senado Federal que definiu os seus limites de endividamento:

• Estados = 2,0
• Municípios = 1,2

Detalhe é que lei estadual ou municipal poderá fixar limites inferiores a esses definidos na Resolução do Senado Federal.
Isso vale para os limites da dívida consolidada, da dívida mobiliária, das operações crédito e das concessões de garantia).

Portanto, por exemplo, lei estadual do Estado de São Paulo pode definir limite de dívida consolidada para esse Estado em
1,8. É como se o Estado estivesse dizendo: “eu sou muito responsável, não preciso de um limite tão grande assim. Tanto
que vou diminuir o meu próprio limite”. Agora, a lei estadual não pode é definir um limite maior do que o estabelecido.

“Certo, mas 2,0 e 1,2 de quê, professor? Como esse limite é calculado?” 🧐

O cálculo é o seguinte: vamos comparar a Dívida Consolidada Líquida (DCL) com a Receita Corrente
Líquida (RCL).
“Mas o que é Dívida Consolidada Líquida, professor?”
É o montante total das obrigações financeiras do estado deduzidas:

• as disponibilidades de caixa;
• as aplicações financeiras; e
• os demais haveres financeiros.

Nada melhor do que um exemplo para aprender isso aqui, não é? 😄

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Considere que um município em que:

• Receita Corrente Líquida (RCL) = 4.500


• Dívida Consolidada Bruta = 10.000
• Disponibilidades de caixa = 700
• Aplicações financeiras = 300
Então vamos calcular nossa Dívida Consolidada Líquida (DCL): 10.000 – (700 + 300) = 9.000.
Ok, agora vamos comparar esse valor com a Receita Corrente Líquida (RCL), dividindo o primeiro pelo
segundo. Assim:
𝐷í𝑣𝑖𝑑𝑎 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 (𝐷𝐶𝐿) 9.000
= = 2 𝑜𝑢 200%
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 (𝑅𝐶𝐿) 4.500
“Vixe, professor! O exemplo é de um município. O limite da dívida para municípios é de 1,2 ou 120%.
Extrapolou muito o limite! E agora?” 😳 😬

Agora chegamos na outra parte interessante sobre esse assunto! 😃

Da Recondução da Dívida aos Limites


Lembra o que acontece quando o ente está acima do limite da despesa total com pessoal? 🤔

O percentual excedente (somente o excedente) terá de ser eliminado nos 2 quadrimestres seguintes
(afinal, a verificação do cumprimento é feita a cada quadrimestre, vide art. 22, caput, da LRF), sendo pelo
menos 1/3 desse excedente eliminado logo no 1º quadrimestre!
Gosto de comparar o prazo para recondução das despesas com pessoal aos limites com uma partida de
futebol, que possui dois tempos. É como se você tivesse que ganhar o jogo de 3 a 0, sendo que tem que terminar
o 1º tempo ganhando de, pelo menos, 1 a 0 (um terço).

Partida de futebol
Pelo menos 1/3 do excedente
Excedente no 1º quadr.
Despesa com Pessoal

Limite Máximo
(100%)
Tem que ganhar de 3 a 0,
terminando o 1º tempo ganhando,
Tempo
pelo menos, de 1 a 0.
1º quadr. 2º quadr.

Pois é...
Agora, a regra para a recondução da dívida aos limites é parecida, porém diferente. Por isso que as
questões simplesmente amam confundir os candidatos nesse ponto. Elas vão misturar os prazos e os
percentuais. Você vai ver... 😬

Mas não se preocupe! Eu vou lhe ajudar! 😄

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É o seguinte: se na recondução das despesas com pessoal você tinha que pensar numa partida de futebol,
aqui na recondução da dívida você tem que pensar numa partida de hóquei no gelo! 😅

Uma partida de hóquei no gelo não possui 2, mas sim 3 períodos. E agora você tem que ganhar o jogo de
4 a 0 (e não de 3 a 0), sendo que deve terminar o primeiro período ganhando, pelo menos, de 1 a 0 (25%).
Montante de dívida consolidada

Pelo menos 25% do Partida de hóquei no gelo


Excedente excedente no 1º quadr.

Limite Máximo
(100%)

Tempo
1º quadr. 2º quadr. 3º quadr.
Tem que ganhar de 4 a 0, terminando
o 1º período ganhando, pelo menos,
de 1 a 0.
Olha aqui o artigo da LRF para você não dizer que estou mentindo:
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um
quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente
em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.

Veja que aqui o ente também tem que mostrar serviço! 😤 Também tem que mostrar que está tratando o
assunto com a devida seriedade. Não pode começar desleixado, “fazendo corpo mole”. Só que em vez de
eliminar o excedente nos 2 quadrimestres seguintes (sendo pelo menos 1/3 desse excedente eliminado logo no
1º quadrimestre), o ente deverá eliminar o excedente nos 3 quadrimestres seguintes (sendo pelo menos 25%
desse excedente eliminado logo no 1º quadrimestre).

2 quadrimestres
seguintes
Despesas com
pessoal
pelo menos 1/3 no
primeiro
Retorno de despesas aos
limites
3 quadrimestres
subsequentes
Dívida
pelo menos 25% no
primeiro

“Por que aqui na dívida também tem essa história de quadrimestre, professor?”
Porque para fins de verificação do atendimento do limite, a apuração do montante da dívida consolidada
também será efetuada ao final de cada quadrimestre (LRF, art. 30, § 4º). Mas fique atento, porque:

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Art. 31, § 4o O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação dos entes que tenham
ultrapassado os limites das dívidas consolidada e mobiliária.

Atenção para o responsável por fazer isso e para o prazo: é o Ministério da Fazenda. E é mensalmente.
Trata-se somente da divulgação da relação dos entes que tenham ultrapassado os limites.
“Beleza, professor. Mas me diz uma coisa: digamos que um ente tenha extrapolado o seu limite da dívida. E
agora? Continua tudo normal, como se nada tivesse acontecido, ou ele vai sofrer algumas restrições?” 🤓

Que excelente pergunta! A resposta é: enquanto perdurar esse excesso, ele vai sofrer restrições! Olha
só:

Art. 31, § 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido:

I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita,
ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;

II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras
medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9o.

Duas informações interessantes aqui:

• O ente está proibido de realizar operação de crédito, mas se essa operação de crédito for para
refinanciar o principal atualizado da dívida mobiliária, então ela é permitida!
• O ente tem que obter resultado primário (receitas não financeiras – despesas não financeiras)
necessário à recondução da dívida ao limite. E para isso, ele promoverá, entre outras medidas, a
limitação de empenho (que está lá no artigo 9º da LRF).

Ora mais! O ente está achando que ultrapassar o limite da dívida não é coisa séria? 😤

“Como é que eu memorizo isso, professor?” 🤔

Ah, aí só rezando. Reze! Ou melhor: O Re 7

O Re 7
Onde:

• O: Operação de crédito
• Re: Resultado primário

“Tá. E o que acontece se o ente não reconduzir a dívida aos limites nesse prazo?” 🤔

Uh! Nesse caso, além das restrições que ele já vinha sofrendo, ficará também impedido de receber
transferências voluntárias da União ou do Estado. Vamos ver:

Art. 31, § 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará
também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.

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Lembrando sempre que o bicho que pega na LRF é um cachorrinho fofinho! 😅 O ente ainda pode receber
transferências voluntárias relativas a ações de educação, saúde e assistência social (assistência social! Não é
“segurança”). Isso está lá no artigo 25, § 3º:

Art. 25, § 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes
desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência
social.

Agora olha esse esquema aqui que você vai entender direitinho essa questão dos prazos:

Enquanto perdurar o excesso Vencido o prazo e enquanto perdurar o excesso


Operação de Crédito (inclusive ARO), Operação de Crédito (inclusive ARO),
exceto refinanciamento do principal exceto refinanciamento do principal
atualizado da dívida mobiliária atualizado da dívida mobiliária

Obterá Resultado Primário para Obterá Resultado Primário para


recondução (limitação de empenho) recondução (limitação de empenho)
Montante de dívida consolidada

!
Impedido de receber transferências
voluntárias da União ou Estado

Salvo TV’s destinadas a ações nas áreas de:


• Educação
• Saúde
• Assistências Social

Tempo
1º quadr. 2º quadr. 3º quadr.

Vamos relembrar o exemplo que utilizamos no tópico anterior (é bom ter um exemplo numérico para
fixar): o limite da dívida para municípios é de 1,2 ou 120%, mas o município do nosso exemplo estava com dívida
de 200%! Isso significa que ele estava com 80% de excesso. Esse excesso deverá ser eliminado nos 3
=>%
quadrimestres subsequentes, sendo 25%, ou seja, ?
= 20%, eliminado logo no primeiro quadrimestre.

Enquanto o ente não reduzir a dívida de 200% para 120%, isto é, enquanto perdurar o excesso, ela
sofrerá restrições (O Re 7).

E se o município não conseguir reduzir a dívida dentro desse prazo, além das restrições que ele já vinha
sofrendo, ficará também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.

Prazos (e exceções aos prazos) para redução da dívida


Lembra daquelas regras dos prazos para redução das despesas com pessoal? 🤔

Pois é. As regras para a dívida pública são muito parecidas! Somente alguns detalhes mudam. Vejamos,
primeiro, as semelhanças:

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• As restrições aplicam-se imediatamente se o montante da dívida exceder o limite no primeiro


quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo (LRF, art. 31, § 3º): se já
estamos no último ano do mandato, não dá para esperar, pois não se pode deixar uma “herança
maldita” para o sucessor! 😤;
• Na ocorrência de calamidade pública, estado de defesa ou de sítio, a contagem dos prazos será
suspensa (LRF, art. 65);
• No caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional,
regional ou estadual por período igual ou superior a quatro trimestres, os prazos serão duplicados
(LRF, art. 66). Lembrando que “entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real
acumulada do Produto Interno Bruto inferior a 1% (um por cento), no período correspondente aos
quatro últimos trimestres” (LRF, art. 66, § 1º).

Até aqui tudo igual às regras da recondução das despesas com pessoal ao limite. 😉

Só que existe uma regra que se aplica somente para o retorno da dívida aos limites estabelecidos. Aqui
está ela (LRF):

Art. 66, § 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e
cambial, reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado em
até quatro quadrimestres.

“Legal, professor. E aquela história de as restrições não se aplicarem aos Municípios em caso de queda de
receita real superior a 10%?” 🤓

Ah! Muito bem! Essa alteração, feita em 2018 (pela LC 164/18), aplica-se somente para as despesas com
pessoal! Não se aplica para a dívida pública, ok? É tanto que esses parágrafos foram inseridos no artigo 23 da
LRF, dentro da seção II: das despesas com pessoal. 😏

Portanto, ficamos assim:

Se estivermos no primeiro
Imediatamente quadrimestre do último ano do
mandato

Calamidade pública

Suspensos
Prazos para
recondução da Estado de defesa ou de sítio
dívida pública

crescimento real baixo ou negativo


Duplicados
do (PIB)

Ampliados em
até 4
mudanças drásticas na condução
quadrimestres das políticas monetária e cambial

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Agora se liga nesse comparativo:

Calamidade ou Queda de Mudanças drásticas na


Último ano de
estado de receita real condução das políticas
mandato
defesa/sítio superior a 10% monetária e cambial

Despesa total Restrições aplicam- Restrições não


Prazo duplicado -
com pessoal se imediatamente se aplicam

Dívida Restrições aplicam- Prazo ampliado até 4


Prazo duplicado -
consolidada se imediatamente quadrimestres

Questões para fixar


CESPE – Procurador do Município de João Pessoa – 2018

Os limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos estados e dos municípios são estipulados por meio
de

a) lei de iniciativa do Congresso Nacional.

b) lei de iniciativa do presidente da República.

c) decreto do presidente da República.

d) resolução do Congresso Nacional.

e) resolução do Senado Federal.

Comentários:

Falou em dívida consolidada? Então é resolução do Senado Federal. Simples assim! 😏

Gabarito: E

FCC – TCE-CE – Procurador de Contas – 2015

Os limites globais e condições para o montante da dívida pública mobiliária dos Estados, Distrito Federal e Municípios são
fixados por Resolução do Senado Federal, em percentual da receita corrente líquida de cada esfera de governo e aplicados
igualmente a todos os entes da Federação que a integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos.

Comentários:

De qual dívida estamos falando? Mobiliária. Então temos que tomar cuidado aqui. ☝

Se for dívida mobiliária federal (da União), então estamos diante de uma lei que passará pelo Congresso Nacional e pela
sanção presidencial. Agora, se for dívida mobiliária dos Estados, Distrito Federal e Municípios, então será o mesmo para a
dívida consolidada: resolução do Senado Federal.

“E quanto ao resto da questão, professor?”

Está igualzinho ao que está na LRF: os limites são mesmo definidos em percentual da Receita Corrente Líquida (RCL),
serão definidos cada esfera de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação que a integrem,
constituindo, para cada um deles, limites máximos (LRF, art. 30, § 3º).

Gabarito: Certo

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CESPE – TCE-PA – Auditor de Controle Externo – 2016

A União pode realizar operações de crédito por meio da emissão de títulos, mas, nesse caso, deverá observar o limite da
dívida mobiliária federal definido pelo Senado Federal.

Comentários:

Já entendeu que as questões adoram perguntar sobre isso, não é? 😄

Os limites globais para o montante da dívida consolidada e da dívida mobiliária de todos os entes serão definidos por
resolução do Senado Federal, exceto os limites para o montante da dívida mobiliária federal, que serão objeto de projeto
de lei e deverão passar pelo Congresso Nacional e pela sanção presidencial.

E a questão falou justamente de qual? Da dívida mobiliária federal. Só que ela disse que o limite seria definido pelo Senado
Federal e isso a tornou errada! 😤

Gabarito: Errado

FGV – SEFAZ-RJ - Analista de Controle Interno – 2011

No tocante à dívida pública, caso ela ultrapasse os limites definidos na LRF, o percentual excedente deverá ser eliminado

A) nos dois semestres seguintes.

B) nos dois quadrimestres seguintes.

C) nos três quadrimestres seguintes.

D) nos três quadrimestres seguintes, com pelo menos metade no primeiro.

E) nos dois quadrimestres seguintes, com pelo menos dois terços no primeiro.

Comentários:

Estamos falando de despesas com pessoal ou dívida pública?

Dívida pública! Então aqui é o jogo de hóquei! 🏒

Uma partida de hóquei no gelo possui 3 períodos. Você tem que ganhar o jogo de 4 a 0, sendo que deve terminar o primeiro
período ganhando, pelo menos, de 1 a 0 (25%).

Veja só a regra na LRF:

Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre,
deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco
por cento) no primeiro.

Perceba como as alternativas D ainda tentou confundir o candidato. Mas a redução deve ser de pelo menos 25% no
primeiro quadrimestre (e não metade).

E a alternativa E trouxe a regra para a recondução das despesas com pessoal, com um erro ainda: não é dois terços no
primeiro quadrimestre. É um terço.

Gabarito: C

CESPE – TCU - Procurador do Ministério Público – 2015

Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e cambial, reconhecidas pelo
presidente da República, o prazo de recondução da dívida pública consolidada aos limites de endividamento poderá ser
ampliado em até quatro quadrimestres, conforme resolução do Senado Federal.

Comentários:

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É. Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e cambial, o prazo de
recondução da dívida pública consolidada aos limites de endividamento poderá ser ampliado em até quatro
quadrimestres.

Só que quem reconhece essas mudanças drásticas não é o presidente da República (como afirmou a questão), é o Senado
Federal! ☝

Observe:

Art. 66, § 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e cambial, reconhecidas
pelo Senado Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado em até quatro quadrimestres.

Gabarito: Errado

FCC – TCE-CE - Procurador de Contas – 2015

Em havendo excesso nos limites da dívida pública consolidada ao final de um quadrimestre, deverá ser promovida sua
recondução aos limites. Durante o período em que perdurar o excesso, o ente não poderá limitar os empenhos para
despesas que estão previstas no orçamento anual.

Comentários:

Não poderá limitar empenhos? É justamente o contrário! Ele tem que obter resultado primário necessário à recondução
da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9º da LRF. Isso está lá no
artigo 31, § 1º, da LRF.

Gabarito: Errado

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Das Operações de Crédito


Da Contratação
Vamos começar relembrando o que é uma operação de crédito? 😄

Operação de crédito é um compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,


emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da
venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o
uso de derivativos financeiros (LRF, art. 29, III).
Além disso, equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas
pelo ente da Federação (LRF, art. 29, § 1º).
E também...

Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:


I - captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador
ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição;
II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou
indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da
legislação;
III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de
bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando
esta vedação a empresas estatais dependentes;
IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento a
posteriori de bens e serviços.

“Aff, professor! Tanta coisa. Por que tudo isso é considerado operação de crédito?” 😩

Porque todas elas possuem a mesma essência: elas geram um passivo que aumenta o endividamento e a
dívida consolidada ou correspondem a riscos diferidos no tempo que podem gerar cobrança de juros e demais
encargos financeiros. 😉

Pois bem...
A essa altura do campeonato, você já entendeu que contrair dívida é coisa séria. Feita de maneira
irresponsável, a contratação de operações de crédito pode trazer graves consequências. Logo, isso não é algo
que se faz sem cautela, sem estudos, e sem autorizações. Não é uma decisão fácil como acordar e decidir ir à
praia. 😅

Assim, o ente interessado em realizar uma operação de crédito deve atender algumas condições, seguir
algumas regras. E elas estão no artigo 32 da LRF. Vamos ver? 😄

Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à realização
de operações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles controladas, direta
ou indiretamente.

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Atenção para quem realizará essa verificação: é o Ministério da Fazenda. Não é o Tribunal de Contas,
não é o Banco Central, não é o Poder Legislativo... é o Ministério da Fazenda! 😉

§ 1º O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e
jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação e o
atendimento das seguintes condições:

I - existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamentária, em


créditos adicionais ou lei específica;

II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação, exceto no


caso de operações por antecipação de receita;

III - observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal;

IV - autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito externo;

V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição; (regra de ouro)

VI - observância das demais restrições estabelecidas nesta Lei Complementar.

prévia e expressa autorização para


contratação (na LOA, créd. adic. ou lei
específica)

inclusao no orçamento dos recursos


provenientes da operação (exceto ARO)

Condições para
limites e condições (fixados pelo Senado
contratação de
Federal)
operação de crédito

autorização específica do Senado Federal


(operação de crédito externo)

regra de ouro 💰

Um ente quer fazer uma operação de crédito? Então ele vai ter que pleitear isso! 🧐

“E como eles fazem esse pleito, professor?”


Por meio de um parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos. Esse parecer terá que demonstrar:

• a relação custo-benefício;
• o interesse econômico e social da operação; e
• o atendimento das condições listadas nos incisos do § 1º do artigo 32 da LRF.

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Viu como não é moleza? 😅

E para aumentar ainda mais a segurança dessa operação, a LRF estabeleceu que:

Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação, exceto quando
relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atende às
condições e limites estabelecidos.

Já que essa regra não se aplica à dívida mobiliária ou à operação de crédito externa, concluímos que a
instituição financeira que contratar operação de crédito interna com ente da Federação é que deverá exigir
essa comprovação. 😉

Preste atenção!
A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação relativa à dívida mobiliária ou à
externa, não precisará exigir comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos

“E se a instituição financeira não exigir essa comprovação, professor? E se as demais regras também não
forem respeitadas? O que acontece?"
Olha só o que acontece:

Art. 33, § 1º A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar será considerada nula,
procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento de juros
e demais encargos financeiros.

A operação de crédito será considerada nula! Será cancelada! O principal terá que ser devolvido, mas o
pagamento de juros e demais encargos financeiros é vedado (a pegadinha é aqui! Cuidado!). 😤

E essa regra vale para todas as operações de crédito, ok? 😏

Preste atenção!
Toda operação de crédito realizada com infração às regras da LRF será considerada nula e
cancelada

Vale destacar também que:

Art. 33, § 2º Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos, será consignada reserva
específica na lei orçamentária para o exercício seguinte.

Art. 33, § 3º Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização, ou constituída a reserva, aplicam-se
as sanções previstas nos incisos do § 3o do art. 23.

Que sanções são essas? 😄 São aquelas nossas velhas conhecidas:

Art. 23, § 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não
poderá:

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I - receber transferências voluntárias;

II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;

III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária


e as que visem à redução das despesas com pessoal.

Lembre-se do mnemônico:

OGTv

É como se fosse o Instagram TV (IGTV), mas com a letra “O”: OGTv. 😅

Onde:

• O: Operações de crédito;
• G: Garantia;
• T: Transferências voluntárias.

“Professor, mas que coisa complicada! Sempre é assim? Sempre tem que passar por tudo isso?” 😕

Não! Nem sempre é assim: 😅

§ 2o As operações relativas à dívida mobiliária federal autorizadas, no texto da lei orçamentária ou de


créditos adicionais, serão objeto de processo simplificado que atenda às suas especificidades.

“Tá certo, professor. Agora só mais uma pergunta: quanto tempo leva para verificar o atendimento desses
limites e condições?” 🤔

De 90 a 270 dias. 😉 Observe a regra:

Art. 32, § 6º O prazo de validade da verificação dos limites e das condições de que trata este artigo e da
análise realizada para a concessão de garantia pela União será de, no mínimo, 90 (noventa) dias e, no
máximo, 270 (duzentos e setenta) dias, a critério do Ministério da Fazenda. (Incluído pela Lei
Complementar nº 159, de 2017)

Percebeu que o dispositivo foi incluído por uma Lei Complementar de 2017? Você sabe que as bancas adoram novidades,
não é? Então fique de olho! 👁

Agora, só para completar, quero deixar registrada aqui mais dois parágrafos do artigo 32:

Art. 32, § 4º Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado Federal e do Banco Central do Brasil, o
Ministério da Fazenda efetuará o registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas
interna e externa, garantido o acesso público às informações, que incluirão:

I - encargos e condições de contratação;

II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e


concessão de garantias.

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Atenção para quem é o responsável por fazer esse registro: o Ministério da Fazenda! ☝

Lembre-se que a transparência é um dos pilares da LRF (art. 1º, § 1º).

Art. 32, § 5º Os contratos de operação de crédito externo não conterão cláusula que importe na
compensação automática de débitos e créditos.

Regra de ouro

Vamos rapidamente recordar a regra de ouro? Ela está lá na CF/88, olha só:

Art. 167. São vedados: (...)

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por maioria absoluta;

Em resumo: as operações créditos devem ser menores ou iguais às despesas de capital. As operações de
créditos que excedam o montante das despesas de capital estão vedadas! 🚫

!
Despesas
correntes

Operações Despesas
de crédito de capital

Regra de ouro: OC £ DK

A mensagem que essa regra passa é que o endividamento só pode ser admitido para a realização de
investimento ou abatimento da dívida. A ideia é evitar o endividamento para financiar despesas correntes.

E por que eu estou falando dessa regra de novo? 🤔

Porque eu quero enfatizar que ela é uma das condições que o ente deve atender se ele quiser realizar uma
operação de crédito (LRF, art. 32, § 1º, V. Volte lá e confira!). E porque o artigo 32 da LRF também traz algumas
regrinhas sobre ela. Senão vejamos:

§ 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o, considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total dos
recursos de operações de crédito nele ingressados e o das despesas de capital executadas, observado o
seguinte:

I - não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma de empréstimo ou
financiamento a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de
competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus deste;

II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I for concedido por instituição financeira
controlada pelo ente da Federação, o valor da operação será deduzido das despesas de capital;

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Se o ônus do ente vai ser reduzido por conta de empréstimo a contribuindo com o intuito de promover
incentivo fiscal, então não vamos computar essa despesa nas despesas de capital para calcular a regra de ouro.
Entendeu? 😏

Limites para operações de crédito

Você lembra que, de acordo com o artigo 52, VII, da CF/88, compete privativamente ao Senado Federal
dispor sobre limites para as operações de crédito, não é mesmo? Você lembra! 😄

Então aqui estão eles:

Ente Limite para operações de crédito (%RCL)

União 60%

Estados e DF 16%

Municípios 16%

O limite da União foi estabelecido pela Resolução 48/2007 do Senado Federal e os limites dos Estados e
Municípios foram definidos pela Resolução 43/2001 do Senado Federal. Não que você precise memorizar isso:
eu só queria lhe dar essa informação e reforçar que todos esses limites são estabelecidos por Resolução do
Senado Federal, como acabamos de ver. 😉

Questões para fixar


FCC – TCE-SP - Auditor do Tribunal de Contas – 2008
Compete privativamente ao Senado Federal dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em
operações de crédito externo e interno.
Comentários:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...)

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;

Gabarito: Certo
FCC – TCE-SP - Auditor do Tribunal de Contas – 2008
A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação de despesa, incluindo-se na
proibição a autorização para a contração de operações de crédito por antecipação de receita.

Comentários:
De acordo com o princípio da exclusividade, a LOA não conterá matéria estranha à previsão da receita e à fixação da
despesa. Mas essa é a regra e existem exceções: além da previsão de receitas e fixação de despesas, também poderão
estar na LOA: autorização para abertura de créditos adicionais suplementares (só os suplementares);e autorização para
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita orçamentária (ARO).

Portanto, a autorização para contratação de operações de crédito por ARO não está incluída nessa proibição (como
afirmou a questão).

Gabarito: Errado

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FCC – TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário – 2015


Com relação às normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal constantes na LC 101/2000,
na contratação das operações de crédito, é condição a ser atendida pelo ente interessado, entre outras, a existência de
prévia e expressa autorização

A) do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito interno.


B) para a execução, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica.
C) para a contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica.
D) do Congresso Nacional, quando se tratar de operação de crédito interno.
E) para execução, no texto do decreto regulamentador, em créditos adicionais a lei específica.
Comentários:
Analisemos as alternativas:

a) Errada. A autorização específica do Senado Federal é para operação de crédito externo (LRF, art. 32, § 1º, IV).
b) Errada. Não é para a execução. É para a contratação!

c) Correta. Agora sim! Tudo de acordo com a LRF, art. 32, § 1º, I).

d) Errada. Novamente: a autorização específica é do Senado Federal e é para operação de crédito externo.

e) Errada. Novamente: Não é para a execução. É para a contratação! E também não é em decreto regulamentador, é no
texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica.

Gabarito: C
CESPE – TCE-RN - Inspetor - Engenharia Civil – 2015
Se determinada instituição financeira contratar operação de crédito com determinado estado da Federação sem exigir
comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal, a operação
será considerada nula.

Comentários:
É isso mesmo: 😃

Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação, exceto quando relativa à dívida
mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos.

E se não exigir? 🤔
Art. 33, § 1º A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar será considerada nula, procedendo-se ao
seu cancelamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento de juros e demais encargos financeiros.

Gabarito: Certo
VUNESP – Câmara de Tatuí - SP - Procurador Legislativo – 2019
Os contratos de operação de crédito externo não conterão cláusula que importe na compensação automática de débitos
e créditos.

Comentários:
Olha só! Igualzinho ao que está escrito na LRF:
Art. 32, § 5º Os contratos de operação de crédito externo não conterão cláusula que importe na compensação automática
de débitos e créditos.
Coloquei essa questão aqui para esse dispositivo não passar desapercebido! 😏
Gabarito: Certo

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Das Vedações
Em seus artigos 34 a 37, a LRF estabelece algumas vedações às operações de crédito. Já vimos os artigos
34 e 37, portanto comentarei os artigos 35 e 36. 😉

Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por
intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas
entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação
de dívida contraída anteriormente.

Em regra, a realização de operação de crédito entre um ente da Federação e outro ente é vedada. Não
importa se foi diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente.
Não importa se foi sob a forma de novação (transformação de uma dívida em outra, com extinção da antiga),
refinanciamento ou postergação da dívida contraída anteriormente. É vedada!
Mas, como toda boa regra, existem exceções. Aperte o cinto e leia com atenção agora:

§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeira estatal e
outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a:

I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;

II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

Confuso? 😅

Pois é. Que redação maravilhosa! 😂 É a negação da negação: “excetuam-se as que não se destinem
refinanciar dívida não contraídas junto à própria instituição concedente”.

Mas eu vou simplificar para você! 😉

A realização de operação de crédito entre um ente da Federação e outro ente é vedada. Essa é a regra
geral. Mas se a operação de crédito for entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação e ela
não se destinar a financiar despesas correntes, então ela será permitida. Isto é: se a operação de crédito for
entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação for para financiar despesas de capital, ela é
permitida!
Da mesma forma, se a operação de crédito for entre instituição financeira estatal e outro ente da
Federação e ela não se destinar a refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente,
então ela será permitida. Isto é: se a operação de crédito for entre instituição financeira estatal e outro ente
da Federação e não se destinar a refinanciar dívidas contraídas junto a outras instituições, ela é permitida!
Dito ainda de outra forma: se a operação de crédito for entre instituição financeira estatal e outro ente da
Federação e se destinar a refinanciar dívida contraídas junto à própria instituição concedente, ela é permitida!

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Operação de crédito!
Ente A Ente B

Financiar despesas
de capital

Operação de crédito
Instituição financeira
estatal Ente B
Refinanciar dívida
contraída junto à
própria instituição
concedente

§ 2º O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União como
aplicação de suas disponibilidades.

Ok: regra geral, a realização de operação de crédito entre um ente da Federação e outro ente é vedada.
Mas isso não impede que os Estados e Municípios comprem títulos da dívida da União como aplicação de suas
disponibilidades. 😏

Preste atenção!
Estados e Municípios podem comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas
disponibilidades ✅

Continuando...

Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação
que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.

Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no mercado,
títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da
União para aplicação de recursos próprios.

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Ente
Títulos da dívida pública "
Operação de
crédito !

Adquirir para atender


Instituição investimento de seus clientes
financeira
estatal

Vamos ver alguns exemplos para facilitar? 😉

A União não pode realizar operação de crédito com o Banco do Brasil ou com a Caixa Econômica Federal, porque essas
instituições são controladas pela União. Não há exceção para isso!

Mas, de acordo com o § 1º do artigo 35, o Banco do Brasil ou a Caixa Econômica Federal podem realizar operação de crédito
com um Estado ou Município, desde que essa operação se destine a financiar despesas de capital ou refinanciar dívida
contraída junto a estas mesmas instituições financeiras.

Questões para fixar


CEPS – UFPA – Contador – 2018

É permitida a realização de operação de crédito entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive
suas entidades da administração indireta, que não se destinem a refinanciar dívidas não contraídas junto à própria
instituição concedente.

Comentários:

É! Se a operação de crédito for entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação e se destinar a refinanciar
dívida contraídas junto à própria instituição concedente, ela é permitida!

Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo,
autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, (...).

§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeira estatal e outro ente da
Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a:(...)

II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

Gabarito: Certo

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FCC – MPE-PE -Analista ministerial – 2018

Conforme a Constituição Federal e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC no 101/2000), é proibida a operação de crédito
entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo,
não podendo a instituição financeira controlada adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender investimentos
de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.

Comentários:

É verdade que é proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a
controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo (LRF, art. 36). No entanto, isso não proíbe a instituição financeira
controlada adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender investimentos de seus clientes, ou títulos da dívida
de emissão da União para aplicação de recursos próprios (LRF, art. 36, parágrafo único).

Gabarito: Errado

Com. Exam. – TRF 2ª Região – Juiz Federal – 2017

A Caixa Econômica Federal, em razão da proibição de operação de crédito entre instituição financeira estatal e o ente da
Federação que a controla, está impedida de adquirir títulos da dívida de emissão da União Federal.

Comentários:

É verdade que a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle é
proibida. Mas isso não impede a instituição financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para
atender investimento de seus clientes. Observe:

Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na
qualidade de beneficiário do empréstimo.

Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida
pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos
próprios.

Gabarito: Errado

Das Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária


Operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) são empréstimos destinados a
atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro. 💸

É como se alguém lhe perguntasse: “você tem dinheiro para pagar por isso?”

Você responde: “tenho! Só não tenho agora! Mas eu vou ganhar esse dinheiro em breve”. Nesse caso,
você está com uma insuficiência de caixa. Entendeu agora o que é uma insuficiência de caixa? 😏

A operação de crédito por ARO funciona assim: digamos que a Administração Pública possui uma receita
de impostos para receber em só no final do ano, mas ela está precisando do dinheiro logo agora, no início do
ano, porque ele teve que realizar muitos pagamentos de uma vez só. Então, o Poder Público procura uma
instituição financeira: “banco, me antecipa essa quantia que vou receber de impostos. Quando eu receber o
dinheiro, no final do ano, eu lhe pago”. O banco assim o faz. 💰

Pronto! Essa é uma operação de crédito por ARO. 😉

É a mesma coisa que uma empresa faz quando quer antecipar títulos, duplicatas. É a mesma coisa que
você faz quando quer antecipar seu 13º ou alguma receita futura.

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Só que a Administração deve seguir algumas regras previstas em lei (na própria LRF). 😄

Vejamos que regras são essas:


Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa
durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes:

I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício;

II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano;

III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação,
obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir;

IV - estará proibida:

a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada;

b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.

Veja que essas não são as únicas exigências que uma operação de crédito por ARO deve cumprir. Ela
também deverá cumprir as regras lá no artigo 32, ou seja, a operação de crédito por ARO deve atender às
seguintes condições:

• existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamentária,


em créditos adicionais ou lei específica;
• observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal;
• inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação,
exceto no caso de operações por antecipação de receita.

Preste atenção!
É necessária autorização prévia e expressa para a contratação de uma operação de crédito por ARO. Mas os recursos
provenientes dessa operação (por serem extraorçamentários) não precisam e não serão incluídos no orçamento ou em
créditos adicionais.

“Mas, professor, a autorização para a contratação de operação de crédito por ARO pode estar na LOA? O que
aconteceu com o princípio da exclusividade, segundo o qual o orçamento não conterá matéria estranha à previsão
da receita e à fixação da despesa?” 🤔

Ah! Que bom que você lembrou do princípio da exclusividade. É verdade que a LOA não conterá matéria
estranha à previsão da receita e à fixação da despesa, mas essa é a regra e existem exceções: além da previsão
de receitas e fixação de despesas, também poderão estar na LOA:

• Autorização para abertura de créditos adicionais suplementares (só os suplementares);


• Autorização para contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita
orçamentária (ARO).

Viu só?! 😃
A autorização para contratação de operações de crédito por ARO pode sim estar prevista na LOA! 😏

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Preste atenção!
Não é a operação de crédito por ARO em si que pode estar prevista na LOA. É a autorização para
contratação da operação de crédito por ARO.

Repare também (nos incisos I e II) que a janela para contratação de operação de crédito por ARO é de 10
de janeiro a 10 de dezembro! Isso também significa que essa operação não pode ser estendida para o ano
subsequente. Ela só acontece dentro de um mesmo exercício financeiro! 😤

A taxa de juros utilizada deve ser obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira (não
pode ser pós-fixada).

E duas operações de crédito por ARO não podem existir ao mesmo tempo, porque enquanto existir
operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada, a nova operação de crédito por ARO
estará proibida!
E tem mais uma regra: a operação de crédito por ARO não será computada para efeito da regra de ouro,
que proíbe as operações de crédito (OC) que excedam as despesas de capital (DK). Nessas operações de
crédito aí, não iremos contas as operações de crédito por ARO, desde que sejam liquidadas (pagas) até o dia 10
de dezembro. Veja só:

§ 1o As operações de que trata este artigo não serão computadas para efeito do que dispõe o inciso III do
art. 167 da Constituição, desde que liquidadas no prazo definido no inciso II do caput.

Pronto! Tudo isso está resumido no seguinte esquema:

Operações de crédito por ARO

10 de janeiro 10 de dezembro

2019 2020
Se liquidadas até 10 de dezembro, não serão
computadas para apuração da regra de ouro

Proibida no no último ano de mandato


Proibida enquanto existir operação anterior da mesma
natureza não integralmente resgatada

Agora eu só gostaria de enfatizar que esse dinheiro que entra na conta da Administração não pertence à
Administração. Ele pertence a terceiros. A Administração só está utilizando esse dinheiro porque está com
uma insuficiência de caixa, mas em breve ela irá retorná-lo. É por isso que as operações de crédito por ARO são
consideradas receitas extraorçamentárias.
E como as despesas extraorçamentárias são devoluções dessas receitas extraorçamentárias,
concluímos que o pagamento (resgate) das operações de crédito por ARO é despesa extraorçamentária!

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Preste atenção!
As operações de crédito por ARO são consideradas receitas extraorçamentárias
O pagamento das operações de crédito por ARO é considerado despesa extraorçamentária

Para finalizar, você lembra que os limites para as operações de crédito são estabelecidos por Resolução
do Senado Federal (de acordo com o artigo 52, VII, da CF/88), não é? 😄 E operações de crédito por ARO são
operações de crédito! Ora! 😅

Então, a Resolução 43/2001 do Senado Federal fez justamente isso: definiu os limites para operações de
crédito por ARO para os Estados e Municípios.

“E para a União, professor?” 🧐

Para a União esse limite ainda não foi definido! 😄

Portanto, eis os limites para operações de crédito:

Ente Limite para ARO (%RCL)

União -

Estados e DF 7%

Municípios 7%

Ah! E só para completar, deixo aqui os outros dois parágrafos do artigo 38 da LRF, com regras sobra a
operação de crédito por ARO:

§ 2o As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por Estados ou Municípios serão
efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo competitivo
eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil.

§ 3o O Banco Central do Brasil manterá sistema de acompanhamento e controle do saldo do crédito


aberto e, no caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.

Questões para fixar


CESPE – TCE-PR - Analista de Controle – Contábil – 2016
A operação de crédito por antecipação de receita (ARO)
A) pode ser livremente contratada pelos entes da Federação, desde que se realize procedimento licitatório da modalidade
concorrência com as instituições financeiras interessadas.

B) pode ser contratada até o final do mandato do governador ou do prefeito.

C) pode ser realizada independentemente de haver outra operação da mesma natureza não integralmente resgatada.

D) deve ser integralmente liquidada até o dia 31 de dezembro de cada ano.

E) não poderá prever tarifas ou outros encargos, além da taxa de juros da operação, cobrados pela instituição financeira
contratada.

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Comentários:

Vamos logo analisar as alternativas? 😄

a) Errada. Livremente? 😅 Acabamos de ver uma “porrada” de regras sobre a operação de crédito por ARO. E além disso:

Art. 38, § 2º As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por Estados ou Municípios serão efetuadas
mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo competitivo eletrônico promovido pelo
Banco Central do Brasil.

Portanto, não se trata de procedimento licitatório na modalidade concorrência. 😉

b) Errada. A operação de crédito por ARO está proibida no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito
Municipal (LRF, art. 38, IV, b).

c) Errada. A operação de crédito por ARO também está proibida enquanto existir operação anterior da mesma natureza
não integralmente resgatada (LRF, art. 38, IV, a).

d) Errada. 31 de dezembro não! 10 de dezembro! Isso está no artigo 38, II.

e) Correta. A operação de crédito por ARO não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de
juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir (LRF,
art. 38, III).

Gabarito: E

Das Operações com o Banco Central do Brasil


Essa parte aqui não costuma aparecer muito em provas, por isso vou só transcrever o artigo e comentar
rapidamente:
Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o Banco Central do Brasil está sujeito às vedações
constantes do art. 35 e mais às seguintes:
I - compra de título da dívida, na data de sua colocação no mercado, ressalvado o disposto no § 2o deste
artigo;
II - permuta, ainda que temporária, por intermédio de instituição financeira ou não, de título da dívida de
ente da Federação por título da dívida pública federal, bem como a operação de compra e venda, a termo,
daquele título, cujo efeito final seja semelhante à permuta;
III - concessão de garantia.

§ 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao estoque de Letras do Banco Central do Brasil, Série
Especial, existente na carteira das instituições financeiras, que pode ser refinanciado mediante novas
operações de venda a termo.

§ 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar
a dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira.

§ 3o A operação mencionada no § 2o deverá ser realizada à taxa média e condições alcançadas no dia, em
leilão público.

§ 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal existentes na carteira do
Banco Central do Brasil, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.

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Repare que o Banco Central do Brasil, além de estar sujeito às vedações do artigo 35 (que já vimos aqui)
também não pode:

• Comprar título da dívida, na data de sua colocação no mercado, ou seja, diretamente da União. A
não ser que seja para refinanciar a dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira
(aí sim será permitido);
• Realizar permuta;
• Conceder garantia.

Observe também o § 4º: o Tesouro Nacional não pode adquirir títulos da dívida pública federal existentes
na carteira do Banco Central do Brasil. Mas se essa aquisição de títulos for para reduzir a dívida mobiliária,
então o Tesouro Nacional pode fazê-lo. 😏

Da Garantia e da Contragarantia
Primeiro vamos relembrar o que é uma garantia: é um compromisso de adimplência de obrigação
financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada.
“E a contragarantia, professor?”
Contragarantia é a contrapartida oferecida pelo ente federativo que irá receber uma garantia.

Por exemplo: A fez operação de crédito com B, que tem garantia com C. Se B não cumprir a sua obrigação financeira, C
será chamado a cumpri-la, pois assumiu um “compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual
assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada”. Só que B, ao aceitar a garantia, foi obrigado a oferecer uma
contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia concedida.

Operação de crédito

A B

Contragarantia Garantia

C
Muito bem! Agora vejamos o que a LRF tem a dizer sobre garantias e contragarantias:

Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou externas, observados o
disposto neste artigo, as normas do art. 32 e, no caso da União, também os limites e as condições
estabelecidos pelo Senado Federal.

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Certo! Agora vem a parte importante:

Art. 40, § 1º A garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou


superior ao da garantia a ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas
obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas, observado o seguinte:

I - não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do próprio ente;

II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos Estados aos Municípios, poderá
consistir na vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de
transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar o
respectivo valor na liquidação da dívida vencida.

Portanto, o ente que quiser receber uma garantia, terá que

• oferecer uma contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia;


• estar em dia com suas obrigações junto ao ente garantidos (o ente que irá conceder a garantia).

No entanto, não será exigida contragarantia aos órgãos e entidades do próprio ente! 😉

E observe que nas concessões de garantia pela União aos Estados e Municípios, estes poderão vincular
as suas receitas tributárias próprias e suas receitas provenientes de transferências constitucionais, a título
de contragarantia.
Por outro lado:

Art. 40, § 9º Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de garantia prestada, a União e os Estados
poderão condicionar as transferências constitucionais ao ressarcimento daquele pagamento.

Isso significa que se a União ou um Estado teve que honrar uma dívida de outro ente, em razão de garantia
prestada, ele pode dizer o seguinte para o ente: “olha, você só vai receber as transferências constitucionais às
quais você tem direito, se você me pagar aquilo que eu paguei quando eu honrei a sua dívida.” 😤

Repare que essa regra se aplica apenas para a União e para os Estados. Claro: para quem os Municípios
fazem transferências constitucionais? Para ninguém! 😅

Por último, vale ressaltar que:

Art. 40, § 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela União ou por Estado, em decorrência
de garantia prestada em operação de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou financiamentos
até a total liquidação da mencionada dívida.

Em outras palavras: toda dívida de ente público que tiver sido honrada em consequência de garantia
prestada, implica na suspensão de novos créditos até a completa liquidação da dívida em causa. “Pague
primeiro essa dívida! Depois você pode ter acesso a outro financiamento” 😏.

“Professor, espera aí! Todo mundo pode conceder garantia?” 🤔

Boa pergunta! A resposta é: não! Vamos ver a regra:

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§ 6o É vedado às entidades da administração indireta, inclusive suas empresas controladas e subsidiárias,


conceder garantia, ainda que com recursos de fundos.

§ 7o O disposto no § 6o não se aplica à concessão de garantia por:

I - empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à prestação de contragarantia nas mesmas
condições;

II - instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei.

Portanto, as entidades da administração indireta não poderão conceder garantia, com exceção da
garantia que envolva empresa controlada à própria subsidiária ou da garantia concedida por instituição
financeira a empresa nacional.
E vale ressaltar que algumas situações não estão sujeitas a essas regras. Observe:

§ 8º Excetua-se do disposto neste artigo a garantia prestada:

I - por instituições financeiras estatais, que se submeterão às normas aplicáveis às instituições


financeiras privadas, de acordo com a legislação pertinente;

II - pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza financeira por ela controladas, direta e
indiretamente, quanto às operações de seguro de crédito à exportação.

Limites para concessão de garantia


Antes de mais nada: de quem é a competência para estabelecer limites para a concessão de garantia?

“É do Senado Federal, professor!” 😃

Boa! Vamos conferir no replay:

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...)

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito
externo e interno;

Então a Resolução 48/2007 do Senado Federal definiu os limites para concessão de garantia da União e a
Resolução 43/2001 do Senado Federal fez o mesmo para os Estados e Municípios. Vejamos os números:

Ente Limite para concessão de garantia (%RCL)

União 60%

Estados e DF 22%

Municípios 22%

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“Certo, professor. Mas o que acontece se o ente conceder garantia acima desse limite?” 🧐

Simples: ela será nula! 😄

Quer ver?

Art. 40, § 5o É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo Senado Federal.

Agora deixa eu fazer uma ligação com outros artigos da LRF. Você lembra que toda operação de crédito
realizada com infração às regras da LRF será considerada nula e cancelada? Pois é. O principal terá que ser
devolvido (LRF, Art. 33, § 1º). E enquanto não for efetuado o cancelamento aplicam-se as sanções previstas
nos incisos do § 3º do art. 23.

Ademais, caso o ente se encontre acima dos limites de despesas com pessoal (ultrapassou o limite
máximo – 100%), ele também estará sujeito às sanções previstas nos incisos do § 3º do art. 23.

Pois bem! Uma dessas sanções é justamente a obtenção de garantia! 😏

Lembra do mnemônico “OGTV”? Pois é: a letra “G” é de garantia! 😉

Dos Restos a Pagar


Os Restos a Pagar são despesas que foram empenhadas, mas não foram pagas até o dia 31 de dezembro.
E a regra aqui da LRF é clara:

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu
mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou
que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de
caixa para este efeito.

O intuito dessa regra é evitar que o titular de Poder ou órgão deixe um passivo enorme para o seu
sucessor. É a famosa “herança maldita” e você já deve ter percebido que a LRF combate isso ferrenhamente!
😬

Imagina se essa regra não existisse: no momento em que o titular do Poder ou órgão descobrisse que o
seu sucessor é o seu rival, ele começaria a gastar os recursos públicos de forma frenética, deixando uma dívida
enorme para o seu inimigo político e dificultando, travando, o seu governo. 😕 Depois o ex-gestor ainda iria
fazer campanha dizendo: “o meu sucessor não fez nada em seu governo!”. É claro que não fez: o ex-gestor
deixou uma dívida enorme para ele. E nessa história toda, quem sai perdendo é a população. 😔

“Mas e se o sucessor for a mesma pessoa, professor? A pessoa pode ter sido reeleita!” 🧐

Não importa! Não importa quem seja o sucessor! Ainda que o sucessor seja o próprio, em caso de
reeleição, a regra precisará ser atendida!

Preste atenção!
Ainda que o sucessor seja o próprio, em caso de reeleição, a regra dos restos a pagar precisará ser
atendida.

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Vou exemplificar (para ficar ainda mais claro): nos dois últimos quadrimestres do seu mandato, ou seja,
a partir de 1º de maio, o titular do Poder ou órgão não poderá mais contrair obrigação de despesa que não
possa ser cumprida integralmente dentro dele. Assim, se é sabido que, até o final daquele exercício, o Poder
ou órgão possui R$ 1.000.000,00 para cumprir suas obrigações, sendo que R$ 800.000,00 já estão
comprometidos, não será possível (repito: nos dois últimos quadrimestres do mandato) contrair obrigação
de despesa no valor de R$ 300.000,00, porque ela não pode ser cumprida integralmente dentro do exercício.
Sobraria R$ 100.000,00 para o sucessor pagar! A não ser que o titular do Poder ou órgão deixe R$ 100.000,00
no caixa para que o seu sucessor pague essa despesa! Aí sim será possível contrair essa obrigação de despesa.
Portanto, “ou paga tudo no mesmo exercício financeiro ou deixa o dinheiro para o próximo pagar”.
Essa é a regra! 😉

Preste atenção!
Regra para os restos a pagar (válida nos últimos dois quadrimestres): “ou paga tudo no mesmo
exercício financeiro ou deixa o dinheiro para o próximo pagar”

Você notou que eu repeti e enfatizei bastante o prazo para essa restrição? 🤔 É porque as questões
adoram fazer pegadinha com isso aqui. Vão dizer que é nos últimos 180 dias, último semestre, último ano de
mandato, e por aí vai.
Por isso que eu preparei isso aqui:

Aumento de despesa com pessoal


Últimos 180 dias (ato nulo e crime contra as finanças
públicas)

contrair obrigação de despesa que


não possa ser cumprida
integralmente dentro do mandato
Restrições de Últimos 2
ou que tenha parcelas a serem
final de mandato quadrimestres
pagas no próximo e não haja
disponibilidades suficientes para
isso

Realizar operações de crédito por


Último ano
ARO

Beleza! 😄 E para finalizar, vejamos o parágrafo único do artigo 42:

Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e despesas


compromissadas a pagar até o final do exercício.

As despesas compromissadas são aquelas que foram ou irão ultrapassar a fase da liquidação do
empenho até o final do exercício; logo, do total da obrigação de despesa contraída nos dois últimos
quadrimestres que ultrapassem aquele exercício, para fins da apuração das disponibilidades de caixa, somente
são consideradas aquelas parcelas do compromisso assumido que serão liquidadas até o final do exercício.

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É só lembrar do exemplo que eu dei: o Poder ou órgão possuía R$ 1.000.000,00 para cumprir suas
obrigações, sendo que R$ 800.000,00 já estavam comprometidos, isto é, esperava-se que R$ 800.000,00 seriam
liquidados até o final do exercício.

“E se o esperado fosse liquidar só R$ 700.000,00, professor?” 🤔

Então só seriam considerados R$ 700.000,00 e o ente poderia ainda contraria uma obrigação de despesa
até o valor de R$ 300.000,00 (pois R$ 1.000.000,00 - R$ 700.000,00 = R$ 300.000,00).

É assim que a gente determina a disponibilidade de caixa! 😉

Questões para fixar


PUC-PR – JUCEPAR – Contador – 2017

É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal existentes na carteira do Banco Central do Brasil,
ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.

Comentários:

É exatamente isso que está escrito na LRF:

Art. 39, § 4º É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal existentes na carteira do Banco Central
do Brasil, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.

Gabarito: Certo

FUNDEP – CRM-MG - Contador – 2017

Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou externas, contudo a garantia estará
condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia a ser concedida, e à
adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas obrigações junto ao garantidor e às entidades por este
controladas.

Comentários:

Está tudo de acordo com o artigo 40 da LRF:

Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou externas, observados o disposto neste
artigo, as normas do art. 32 e, no caso da União, também os limites e as condições estabelecidos pelo Senado Federal.

§ 1º A garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia a ser
concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas obrigações junto ao garantidor e às entidades por
este controladas, observado o seguinte:

Gabarito: Certo

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IBFC – TRF 2ª Região – Juiz Federal – 2018

O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela União ou por Estado, em decorrência de garantia prestada em
operação de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou financiamentos até a liquidação de ao menos 50
(cinquenta) por cento da mencionada dívida.

Comentários:

A regra não é essa! Na verdade, veja o que diz a LRF:

Art. 40, § 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela União ou por Estado, em decorrência de garantia prestada
em operação de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou financiamentos até a total liquidação da mencionada
dívida.

“Pague primeiro essa dívida! Depois você pode ter acesso a outro financiamento” 😏.

Gabarito: Errado

CESPE – TCU – Técnico de Controle Externo – 2012

É vedado ao presidente da República contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente nos últimos
dois quadrimestres do seu mandato ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, sem que haja
disponibilidade de caixa para tanto.

Comentários:

Exatamente como preceitua o artigo 42 da LRF:

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair
obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no
exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

Gabarito: Certo

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Capítulo VIII: Da Gestão Patrimonial


Das Disponibilidades de Caixa
Terminamos o capítulo anterior da LRF falando em disponibilidades de caixa. Começaremos esse falando
do mesmo assunto.

Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Federação serão depositadas conforme estabelece o §
3o do art. 164 da Constituição.

E o que esse dispositivo constitucional diz?

Art. 164, § 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele
controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.

Então:

Disponibilidades da
• Depositadas no Bacen
União

Disponibilidades dos
Estados, DF, Municípios, • Depositadas em instituições financeiras
e órgãos ou entidades oficiais, ressalvados os casos previstos em lei
públicas

E a LRF continua:

§ 1º As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos,
ainda que vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da Constituição, ficarão
depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de
mercado, com observância dos limites e condições de proteção e prudência financeira.

§ 2º É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o § 1º em:

I - títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e outros papéis relativos às
empresas controladas pelo respectivo ente da Federação;

II - empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Público, inclusive a suas empresas
controladas.

Veja só a importância que LRF dá ao “dinheiro da previdência”! 😬 Elas ficarão depositadas em conta
separada! Isso é para aumentar ainda mais o controle sobre esses recursos.
Além disso, essas disponibilidades não podem ser aplicadas em qualquer investimento. Alguns
investimentos estão vedados, como você acabou de ver.

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Da Preservação do Patrimônio Público


O patrimônio público deve ser preservado! É óbvio! Por isso que a LRF possui uma seção dedicada a isso.
Senão vejamos:

Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que
integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos
regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.

Portanto, a Administração não pode alienar alguns bens e usar o dinheiro proveniente dessa operação
para pagar despesas correntes. Essa é uma decisão financeira horrível. Seria o equivalente a você vender o seu
carro para poder pagar as contas. Só que você precisa do seu carro para exercer sua atividade, ganhar dinheiro
e pagar suas contas.
Enfim, mas existe uma forma de usar essa receita (que, por sinal, é uma receita de capital) derivada da
alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente: é
se essa receita for destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.
Veja, novamente, a importância que a LRF dá aos regimes de previdência. Tudo para tentar manter o
equilíbrio financeiro e atuarial deles. 😏

Continuando na preservação do patrimônio público:

Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a lei orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão
novos projetos após adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de
conservação do patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.

Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente encaminhará ao Legislativo, até a data do envio do
projeto de lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cumprimento do
disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divulgação.

“Que dispositivo é esse aí, professor? Artigo 5º, § 5º, da LRF?” 🧐

É aquele que diz que “a lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração
superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua
inclusão, conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição”.
Por fim:

Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação de imóvel urbano expedido sem o atendimento do
disposto no § 3o do art. 182 da Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da indenização.

“E esse agora esse dispositivo, professor? Qual é?” 🤔

Este aqui (CF/88):

Art. 182, § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em
dinheiro.

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Portanto, se a Administração desapropriar um imóvel urbano (urbano, não rural) sem prévia e justa
indenização em dinheiro (ou prévio depósito judicial do valor da indenização, mas não em títulos da dívida
pública), então esse ato de desapropriação será nulo de pleno direito! 😤

Das Empresas Controladas pelo Setor Público


Essa seção é composta de um artigo só. Não tem muito segredo e ele também não é muito explorado em
provas. Sua leitura já é suficiente! 😉

Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e metas de
desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e financeira, sem prejuízo
do disposto no inciso II do § 5o do art. 165 da Constituição.

Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em seus balanços trimestrais nota explicativa em que
informará:

I - fornecimento de bens e serviços ao controlador, com respectivos preços e condições, comparando-os


com os praticados no mercado;

II - recursos recebidos do controlador, a qualquer título, especificando valor, fonte e destinação;

III - venda de bens, prestação de serviços ou concessão de empréstimos e financiamentos com preços,
taxas, prazos ou condições diferentes dos vigentes no mercado.

Questões para fixar


VUNESP – UNIFAI – 2019

As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que
vinculadas a fundos específicos que se referem a Constituição Federal, ficarão depositadas em conta separada das demais
disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado com observância dos limites e condições de proteção
e prudência financeira

Comentários:

Justamente como determina o § 1º do artigo 43 da LRF:

Art. 43, § 1º As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que
vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da Constituição, ficarão depositadas em conta separada
das demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, com observância dos limites e condições de
proteção e prudência financeira.

Gabarito: Certo

FCC – TCE-AM - Analista Técnico de Controle Externo – 2012

É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público para
o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos
servidores públicos.

Comentários:

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É isso mesmo! A Administração não pode alienar alguns bens e usar o dinheiro proveniente dessa operação para pagar
despesas correntes. A não ser que essa receita seja destinada aos regimes de previdência social, geral e próprio dos
servidores públicos.

Gabarito: Certo

CESPE – TCU - Procurador do Ministério Público – 2015

As disponibilidades de caixa da União serão depositadas em instituições financeiras públicas ou privadas autorizadas pelo
BCB e escolhidas após prévia concorrência pública.

Comentários:

Negativo! A LRF diz que as disponibilidades de caixa dos entes da Federação serão depositadas conforme estabelece o §
3o do art. 164 da Constituição. E esse dispositivo diz o seguinte:

Art. 164, § 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras
oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.

Portanto, as disponibilidades da União não serão depositadas nessas instituições que a questão citou.

Gabarito: Errado

CESPE – TCU - Procurador do Ministério Público – 2015

É nulo de pleno direito o ato de desapropriação de imóvel urbano expedido sem a previsão de recursos que assegurem o
prévio pagamento da indenização em dinheiro, ou o prévio depósito judicial do valor da indenização.

Comentários:

É nulo mesmo! Nos termos do artigo 46 da LRF, se a Administração desapropriar um imóvel urbano sem prévia e justa
indenização em dinheiro (ou prévio depósito judicial do valor da indenização), então esse ato de desapropriação será
nulo de pleno direito! 😤

Gabarito: Certo

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Questões comentadas - CESPE


1. CESPE – PGM - João Pessoa - PB - Procurador do Município – 2018

Os limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos estados e dos municípios são
estipulados por meio de

A) lei de iniciativa do Congresso Nacional.


B) lei de iniciativa do presidente da República.
C) decreto do presidente da República.

D) resolução do Congresso Nacional.


E) resolução do Senado Federal.

Comentários:

Lembra da dica? 💡

Falou em dívida consolidada (de qualquer ente), é Resolução do Senado Federal.

Falou em dívida mobiliária dos Estados e Municípios, é Resolução do Senado Federal.

Agora: falou em dívida mobiliária federal (da União), é lei que passa pelo Congresso Nacional.

A questão falou de dívida consolidada ou mobiliária? 🤔

Consolidada! 😃

Então acabou o drama! Os limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos estados
e dos municípios são estipulados por meio resolução do Senado Federal.
Gabarito: E

2. CESPE – STM - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018

Se o prazo para pagamento de determinada operação de crédito for inferior a doze meses e se as respectivas
receitas constarem do orçamento, a operação será incluída na dívida pública consolidada.

Comentários:
De acordo com o artigo 29 da LRF:

Art. 29, I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

Só que:

Art. 29, § 3º Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a
doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento.

Conclusão:

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A operação de crédito, exceto a ARO, independentemente do prazo, é dívida consolidada.

Dívida Pública Consolidada (ou Fundada)

Prazo superior a 12 meses

Prazo inferior a 12 meses cujas receitas


tenham constado do orçamento

2019 2020 2021

Portanto: sim! Se o prazo para pagamento de determinada operação de crédito for inferior a doze meses
e se as respectivas receitas constarem do orçamento, a operação será incluída na dívida pública consolidada!
Gabarito: Certo

3. CESPE – TRE-TO - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2017 – adaptada

Segundo a Lei Complementar n.º 101/2000 — Lei de Responsabilidade Fiscal —, as operações de crédito
contraídas pelo ente público que apresentem prazo de amortização superior a doze meses integram a dívida
pública fundada.

Comentários:

Dívida fundada ou dívida consolidada: é a mesma coisa! 😃 Você tem que dominar esses nomes, porque
a banca vai tentar lhe confundir, falando em dívida mobiliária, flutuante, consolidada, fundada, ativa...
E sim: dívida fundada é isso mesmo que a questão afirmou. Confira comigo no replay:

Art. 29, I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

Gabarito: Certo

4. CESPE – TCE-PE - Analista de Controle Externo – 2017

Operações de crédito cujas receitas constem do orçamento integram a dívida pública consolidada, ainda que
tenham prazo inferior a doze meses.
Comentários:

É isso aí! 😄

Dívida consolidada é aquela cujo prazo de vencimento é superior a 12 meses. Mas uma operação de
crédito cujas receitas contem do orçamento, ainda que tenham prazo inferior a 12 meses, será considerada
dívida consolidada.
Por quê?

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Porque a LRF diz que:

Art. 29, § 3º Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a
doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento.

Gabarito: Certo

5. CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Julgamento – 2017

Operação de crédito com prazo inferior a doze meses realizada por ente da Federação será excluída da dívida
pública consolidada.
Comentários:

“De novo, professor?” 🤨

De novo! 😅

Eu avisei que isso aparece demais em provas! 😄

Então é o seguinte (LRF):

Art. 29, § 3º Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a
doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento.

Portanto, operação de crédito com prazo inferior a doze meses realizada por ente da Federação não será
excluída da dívida pública consolidada. Pelo contrário: ela será incluída na dívida pública consolidada.
Gabarito: Errado

6. CESPE – Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município – 2017

Integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze meses e cujas receitas
tenham sido contabilizadas no orçamento.
Comentários:

“Não acredito, professor! Isso caiu de novo em prova?” 😳

De novo. Pode acreditar! 😅

E eu vou repetir novamente o dispositivo da LRF:

Art. 29, § 3º Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a
doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento.

Gabarito: Certo

7. CESPE – TRE-PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2017 – adaptada

Dívida pública mobiliária é o total de obrigações financeiras do ente público, resultante de leis, contratos e
convênios.

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Comentários:
Não. Dívida mobiliária não é isso. Não é resultante de leis, contratos e convênios.

A dívida mobiliária é a dívida pública representada por títulos públicos!

Confirme isso na LRF:

Art. 29, II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive
os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;

Gabarito: Errado

8. CESPE – PGE-AM - Procurador do Estado – 2016

É vedada a aplicação das disponibilidades de caixa do regime próprio de previdência dos servidores públicos
estaduais em ações e outros papéis relativos às empresas controladas pelo estado, mas não em títulos da dívida
pública estadual.

Comentários:
Bem, estamos falando disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social. E você já sabe que a
LRF dá muita importância ao “dinheiro da previdência”! 😬

Por isso, essas disponibilidades não podem ser aplicadas em qualquer investimento. Alguns
investimentos estão vedados, conforme você verá agora:

Art. 43, § 1º As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores
públicos, ainda que vinculadas a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da Constituição,
ficarão depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas
condições de mercado, com observância dos limites e condições de proteção e prudência financeira.

§ 2º É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o § 1º em:

I - títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e outros papéis relativos às
empresas controladas pelo respectivo ente da Federação;

II - empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Público, inclusive a suas empresas
controladas.

Portanto, é verdade que é vedada a aplicação das disponibilidades de caixa do Regime Próprio De
Previdência Dos Servidores Públicos (RPPS) estaduais em ações e outros papéis relativos às empresas
controladas pelo estado, mas, ao contrário do que afirmou a questão, também é vedada a aplicação dessas
disponibilidades em títulos da dívida pública estadual.
Gabarito: Errado

9. CESPE – TCE-PR - Analista de Controle - Contábil – 2016


A operação de crédito por antecipação de receita (ARO)

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A) pode ser livremente contratada pelos entes da Federação, desde que se realize procedimento licitatório da
modalidade concorrência com as instituições financeiras interessadas.
B) pode ser contratada até o final do mandato do governador ou do prefeito.
C) pode ser realizada independentemente de haver outra operação da mesma natureza não integralmente
resgatada.
D) deve ser integralmente liquidada até o dia 31 de dezembro de cada ano.
E) não poderá prever tarifas ou outros encargos, além da taxa de juros da operação, cobrados pela instituição
financeira contratada.
Comentários:
Vamos analisar as alternativas:

a) Errada. Livremente? Sem chance! 😅 A operação de crédito por antecipação de receita (ARO) precisa
obedecer às regras do artigo 38 da LRF. E, além disso, ela não será realizada por meio de procedimento
licitatório na modalidade concorrência. A regra é esta aqui (LRF):

Art. 38, § 2o As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por Estados ou Municípios serão
efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo competitivo
eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil.

b) Errada. Não pode, porque a ARO está proibida no último ano de mandato do Presidente, Governador
ou Prefeito Municipal (LRF, art. 38, IV, b).
c) Errada. De acordo com o artigo 38, IV, a, da LRF, enquanto existir operação de crédito por Antecipação
de Receita Orçamentária (ARO) anterior da mesma natureza não integralmente resgatada, a nova operação
de crédito por ARO estará proibida!
d) Errada. Até o dia 10 de dezembro de cada ano (LRF, art. 38, II).

e) Correta. A operação de crédito por ARO não será autorizada se forem cobrados outros encargos que
não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que
vier a esta substituir (LRF, art. 38, III).
Gabarito: E

10. CESPE – TCE-PR - Analista de Controle - Administração – 2016

Acerca de dívida e endividamento na LRF, assinale a opção correta.

A) Dívida pública consolidada ou fundada representa as obrigações financeiras de determinado ente federativo,
eliminadas as duplicidades, cujas origens são contratos, convênios, tratados, leis, e operações de crédito com
prazo de amortização superior a doze meses.
B) Os limites globais para a dívida consolidada da União, dos estados e dos municípios bem como os limites
para o total da dívida mobiliária federal são estabelecidos como uma porcentagem do faturamento bruto do
respectivo ente federativo.

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C) Dívida pública mobiliária se refere a obrigações financeiras oriundas da manutenção física de bens de posse
estatal, incluindo instalações esportivas, prédios de uso comercial, fazendas experimentais de universidades
públicas, centros de pesquisas e apartamentos funcionais.
D) Propostas de limites globais para a dívida consolidada da União, dos estados e dos municípios são
encaminhadas ao Ministério da Fazenda; projeto de lei que estabeleça limites para o total da dívida mobiliária
federal deve ser encaminhado ao Ministério de Planejamento.
E) Ente federativo cuja dívida consolidada ultrapassar o respectivo limite terá acesso especial a linhas de crédito
facilitado para reorganizar suas finanças, exceto nos casos de refinanciamento do principal atualizado de sua
dívida mobiliária.
Comentários:
Direto para as alternativas:
a) Correta. A alternativa praticamente copiou o que está escrito na LRF. Dívida consolidada (ou fundada)
é isso mesmo. Confira:

Art. 29, I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

b) Errada. Porcentagem do faturamento bruto do respectivo ente federativo? Não! Eu falei para você que
os limites da dívida pública são definidos em termos de percentual da Receita Corrente Líquida (RCL). E isso
está expresso na LRF, olha só:

Art. 30, § 3º Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão fixados em percentual da receita
corrente líquida para cada esfera de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação que a
integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos.

c) Errada. O que? Manutenção física de bens de posse estatal? 😂 Que viagem foi essa do examinador?!

Na verdade:

Art. 29, II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive
os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;

Lembre-se:

A dívida mobiliária é a dívida pública representada por títulos públicos!

d) Errada. Propostas de limites globais para a dívida consolidada da União, dos estados e dos municípios
são encaminhadas ao Senado Federal. E projeto de lei que estabeleça limites para o total da dívida mobiliária
federal deve ser encaminhado ao Congresso Nacional. Vamos recapitular (LRF):

Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei Complementar, o Presidente da República
submeterá ao:

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I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante da dívida consolidada da União,
Estados e Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do art. 52 da Constituição, bem como de
limites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo;

II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites para o montante da dívida mobiliária
federal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da demonstração de sua
adequação aos limites fixados para a dívida consolidada da União, atendido o disposto no inciso I do § 1o
deste artigo.

Lembre-se do nosso esquema:

Congresso
Nacional
União
(sanção
presidencial)
Mobiliária

Estados e
Senado Federal
Municípios
Dívida pública

União, Estados e
Consolidada Senado Federal
Municípios

e) Errada. Acesso especial a linhas de crédito? O ente está completamente endividado e a solução é
endividá-lo mais ainda? 🤨 Claro que não! 😤

É justamente o contrário! Ente federativo cuja dívida consolidada ultrapassar o respectivo limite, estará,
enquanto perdurar o excesso, proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por
antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária (LRF, art.
31, § 1º).
Gabarito: A

11.CESPE – TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Procuradoria – 2016


A União pode realizar operações de crédito por meio da emissão de títulos, mas, nesse caso, deverá observar o
limite da dívida mobiliária federal definido pelo Senado Federal.
Comentários:
Sim: a União pode realizar operações de crédito por meio da emissão de títulos. E sim: ela deverá observar
o limite da dívida mobiliária federal.
Mas quem define esse limite?

É só lembrar na minha dica:

Falou em dívida consolidada (de qualquer ente), é Resolução do Senado Federal.

Falou em dívida mobiliária dos Estados e Municípios, é Resolução do Senado Federal.

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Agora: falou em dívida mobiliária federal (da União), é lei que passa pelo Congresso Nacional.

Para memorizar: é tudo Resolução do Senado Federal, exceto a dívida mobiliária da União, que é uma
lei que passa pelo Congresso Nacional. 😏

A questão falou que o limite da dívida mobiliária da União era definido pelo Senado Federal, mas, na
verdade, é definido pelo Congresso Nacional.
Gabarito: Errado

12. CESPE – TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Área Fiscalização - Direito – 2016

Para fins de aplicação dos limites da dívida consolidada municipal, devem ser considerados os precatórios
judiciais não pagos durante a execução do orçamento no qual houverem sido incluídos.
Comentários:
Em outras palavras: esses precatórios integram a dívida consolidada municipal?

A resposta é: sim! 😃

Observe:

Art. 30, § 7º Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido
incluídos integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites.

Vamos relembrar o que integra a dívida consolidada de um ente:

Dívida consolidada

• Obrigações financeiras de prazo superior a 12 meses


• Contratos (internos e externos)
• Emissão de títulos da dívida pública (dívida mobiliária). Inclui, na União, a emissão
de títulos de responsabilidade do BACEN (LRF, art. 29, § 2º)
• Precatórios judiciais emitidos a partir de 5 de maio de 2000 e não pagos durante
a execução do orçamento em que houverem sido incluídos (LRF, art. 30, § 7º)
• Operações de crédito de prazo inferior a 12 meses cujas receitas tenham constado
do orçamento (LRF, art. 29, § 3º)

Gabarito: Certo

13.CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo - Direito – 2016


Os conceitos de dívida fundada e dívida flutuante aplicam-se indistintamente à dívida ativa e à dívida passiva.
Comentários:

Dívida ativa não é uma dívida (um passivo exigível) do ente. É o contrário disso! É um ativo. É algo que o
ente público tem a receber!

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Portanto, a dívida ativa não integra a dívida fundada ou a dívida flutuante e, consequentemente, os
conceitos de dívida fundada e dívida flutuante não se aplicam indistintamente à dívida ativa e à dívida passiva.
Gabarito: Errado

14. CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo - Contabilidade – 2016


Os títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil devem ser incluídos na dívida pública consolidada da
União.
Comentários:
É isso aí! Esses títulos integram a dívida consolidada da União. Quer ver?

Art. 29, § 2º Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos de
responsabilidade do Banco Central do Brasil.

E, mais uma vez, vamos relembrar o que integra a dívida consolidada:

Dívida consolidada

• Obrigações financeiras de prazo superior a 12 meses


• Contratos (internos e externos)
• Emissão de títulos da dívida pública (dívida mobiliária). Inclui, na União, a
emissão de títulos de responsabilidade do BACEN (LRF, art. 29, § 2º)
• Precatórios judiciais emitidos a partir de 5 de maio de 2000 e não pagos durante a
execução do orçamento em que houverem sido incluídos (LRF, art. 30, § 7º)
• Operações de crédito de prazo inferior a 12 meses cujas receitas tenham constado
do orçamento (LRF, art. 29, § 3º)

Gabarito: Certo

15.CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo - Direito – 2016


Se determinado ente da Federação assinar contrato de adimplência de obrigação financeira ou contratual
assumida por entidade vinculada a este ente, a operação deverá ser incluída no montante da dívida pública
consolidada.
Comentários:

Bom, vamos lá! 😄

Contrato de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por entidade vinculada a este
ente. Que operação é essa? 🤔

É uma concessão de garantia! Olha só (LRF):

Art. 29, IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual


assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;

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“Certo, professor. Só que a questão está falando que essa operação deverá ser incluída no montante da
dívida pública consolidada!”
Exatamente! E deixa eu lhe recordar o conceito de dívida pública consolidada:

Art. 29, I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

Dentre outras, são obrigações financeiras assumidas em virtude de contratos, viu aí? E a questão fala em
o que mesmo? Na assinatura de um contrato de adimplência.
“Quer dizer que a concessão de garantir ‘está dentro’ da dívida consolidada, professor?”

É isso mesmo! Dívida consolidada: consolida tudo, entendeu? 😏

Além disso, a própria LRF sujeita a concessão de garantia (LRF, art. 40) às mesmas exigências de
operações de crédito (LRF, art. 32), observe:

Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou externas, observados o
disposto neste artigo, as normas do art. 32 e, no caso da União, também os limites e as condições
estabelecidos pelo Senado Federal.

Assim, embora não seja operação de crédito, a concessão de garantia deverá se submeter às mesmas
regras relativas às operações de crédito, por isso são incluídas no montante da dívida consolidada.

Gabarito: Certo

16. CESPE – TRE-PI - Analista Judiciário - Administrativa – 2016 – adaptada


A relação custo-benefício inclui-se entre os aspectos a serem considerados por uma entidade governamental
nas análises das operações de crédito.
Comentários:

É isso mesmo! Um ente quer fazer uma operação de crédito? Então ele vai ter que pleitear isso! 🧐 Ele vai
fazer isso por meio de um parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos. E esse parecer terá que demonstrar:

• a relação custo-benefício;
• o interesse econômico e social da operação; e
• o atendimento das condições listadas nos incisos do § 1º do artigo 32 da LRF.

Isso tudo está na LRF, olha só:

Art. 32, § 1º O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãos
técnicos e jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação
e o atendimento das seguintes condições: (...)

Vamos relembrar quais condições são essas:

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prévia e expressa autorização para


contratação (na LOA, créd. adic. ou lei
específica)

inclusao no orçamento dos recursos


provenientes da operação (exceto ARO)

Condições para
limites e condições (fixados pelo Senado
contratação de
Federal)
operação de crédito

autorização específica do Senado Federal


(operação de crédito externo)

regra de ouro 💰

A questão nem perguntou tudo isso, mas nós aproveitamos para dar uma boa revisada! 😄 Ela perguntou
sobre a relação custo-benefício e você viu que esse é um dos primeiros aspectos a serem considerados por
uma entidade governamental nas análises das operações de crédito.
Gabarito: Certo

17.CESPE – TRE-PI - Analista Judiciário - Administrativa – 2016 – adaptada


Para as operações de crédito, é suficiente que o controle seja feito ou no relatório resumido da execução
orçamentária, ou no relatório de gestão fiscal, em demonstrativos.
Comentários:

Só isso é suficiente? Será?


Primeiro: as operações de crédito não são controladas no relatório Resumido da Execução Orçamentária
(RREO), mas sim no Relatório de Gestão Fiscal (RGF). Já começa por aí...
O RGF está mais relacionado com o acompanhamento das atividades financeiras do Estado, por isso
nele constam informações necessárias à verificação da conformidade com os limites relativos às despesas com
pessoal, às dívidas consolidada e mobiliária, à concessão de garantias, e às operações de crédito. Observe
(LRF):

Art. 55. O relatório conterá:

I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes montantes: (...)

b) dívidas consolidada e mobiliária;

c) concessão de garantias;

d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;

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Mas, além disso, há um controle feito pelo Ministério da Fazenda, olha só:

Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos limites e condições relativos à realização
de operações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles controladas, direta
ou indiretamente.

Portanto, a questão está errada por dizer que o controle é feito ou no relatório resumido da execução
orçamentária, ou no relatório de gestão fiscal. E está errada por dizer que esse controle é suficiente. 😉

Gabarito: Errado

18. CESPE – DPU - Contador – 2016

Considere que a Defensoria Pública da União (DPU) tenha contraído, em janeiro de 2014, um empréstimo
internacional junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no valor R$ 100 milhões, para
pagamento em vinte anos, com carência de cinco anos. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue
o item a seguir. A dívida fundada da DPU será acrescida de R$ 100 milhões.
Comentários:

Vinte anos! Esse prazo é superior a doze meses? 🧐

Sim. E muito! 😅

Essa é uma obrigação financeira?


Sim! Claro que é! O ente tem que pagar esse empréstimo.

Então trata-se de dívida fundada (ou consolidada), porque de acordo com a LRF:

Art. 29, I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

O cuidado aqui é só para não confundir os nomes e conceitos de dívida. Então preste atenção:
A dívida flutuante corresponde aos passivos financeiros exigíveis em prazo inferior a 12 meses, que não
necessitam de autorização orçamentária para o seu pagamento, porque:

• já foram autorizados pelo Poder Legislativo e resta apenas o seu pagamento; ou porque
• se referem a dispêndios extraorçamentários.

E a dívida mobiliária são títulos públicos! Simples assim! 😄

Gabarito: Certo

19. CESPE – TCE-PR - Auditor – 2016 – adaptada


A SOF é o órgão responsável por divulgar a relação dos entes que ultrapassarem os limites das dívidas
consolidada e mobiliária.

Comentários:

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Eu disse para você prestar atenção no responsável por fazer isso! A Secretaria de Orçamento Federal
(SOF) não é o responsável. É o Ministério da Fazenda! 😉

Vamos confirmar isso na LRF:

Art. 31, § 4º O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação dos entes que tenham
ultrapassado os limites das dívidas consolidada e mobiliária.

Gabarito: Errado

20. CESPE – TCE-PR - Auditor – 2016 – adaptada

A diferença entre o montante das despesas de capital e o montante previsto para as receitas de operações de
crédito no projeto de LOA deverá ser igual ou superior a zero.
Comentários:
A questão está nos dizendo que:

Despesas de capital – Receitas de operações de crédito ³ ZERO

Agora veja se você concorda comigo: isso significa que as despesas de capital não podem ser maiores do
que as receitas de operações de crédito. E essa é justamente a nossa regra de ouro (CF/88):

Art. 167. São vedados:

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta;

Ou seja: as Operações de Crédito (OC) devem ser menores ou iguais às Despesas de Capital (DK)!

Ou, em termos matemáticos:

OC £ DK

Portanto, a questão trouxe a regra de ouro, só que escrita de outra forma! 😉

Gabarito: Certo

21. CESPE – TCE-PR - Auditor – 2016

A respeito de despesa pública, assinale a opção correta.


A) Dívida ativa corresponde à despesa originada em exercício anterior, presente no orçamento corrente.

B) Garantias ou cauções recebidas de terceiros para a execução de contratos de prestação de serviços são
denominadas débitos de tesouraria.
C) A execução orçamentária se inicia com a verificação de certeza da liquidez do credor.

D) Restos a pagar não geram, necessariamente, obrigações financeiras para o Estado.

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E) A dívida fundada corresponde ao montante de obrigações financeiras a serem amortizadas em menos de


doze meses.
Comentários:
Vamos lá?
a) Errada. Isso não é dívida ativa, porque dívida ativa não é uma dívida (um passivo exigível, uma despesa)
do ente. É o contrário disso! É um ativo. É um direito, uma receita, que o ente público tem a receber! Veja como
o MCASP 8ª edição define dívida ativa assim: “dívida ativa é o conjunto de créditos tributários e não tributários
em favor da Fazenda Pública, não recebidos no prazo para pagamento definido em lei ou em decisão proferida
em processo regular, inscrito pelo órgão ou entidade competente, após apuração de certeza e liquidez.”
b) Errada. Débitos de tesouraria são as obrigações oriundas de operações de crédito por Antecipação
de Receitas Orçamentárias – ARO. Lembre-se que os débitos de tesouraria fazem parte da dívida flutuante
(Lei 4.320/64, art. 92). Ademais, garantias e cauções recebidas de terceiros são ingressos extraorçamentários.
c) Errada. A verificação da liquidez do credor é feita no estágio da liquidação, olha só:

Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base
os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

Só que a execução da despesa orçamentária se inicia com o empenho!

Pagamento
Liquidação
Empenho

d) Correta. A Lei 4.320/64 diz que “o empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente
que cria para o Estado obrigação de pagamento”? Só que, na verdade, o empenho não cria obrigação de
pagamento!
Pois bem. Os Restos a Pagar são despesas empenhadas, mas não pagas até 31 de dezembro. Essas
despesas empenhadas podem ou não ter passado pelo estágio da liquidação. Se não passou, chamamos de
Restos a Pagar Não Processados (RPNP). Se passou, chamamos de Restos a Pagar Processados (RPP).
Certo. Então me responda: se o empenho não cria obrigação de pagamento para o Estado, é possível
afirmar que alguns restos a pagar não geram, necessariamente, obrigações financeiras para o Estado?
Claro! Que restos a pagar são esses? Justamente aqueles que só passaram pelo estágio do empenho:
Restos a Pagar Não Processados (RPNP).
Portanto, é verdade que restos a pagar não geram, necessariamente, obrigações financeiras para o
Estado.

e) Errada. A dívida fundada (ou consolidada) corresponde ao “montante total, apurado sem duplicidade,
das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses”. Mas a

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dívida fundada até pode corresponder ao montante de obrigações financeiras a serem amortizadas em menos
de doze meses, desde que as receitas dessas operações de crédito tenham constado do orçamento (LRF, art.
29, I e § 3º).

Dívida Pública Consolidada (ou Fundada)

Prazo superior a 12 meses

Prazo inferior a 12 meses cujas receitas


tenham constado do orçamento

2019 2020 2021

Gabarito: D

22. CESPE – TCE-PR - Auditor – 2016

De acordo com o disposto na Lei n.º 4.320/1964 e na Lei Complementar n.º 101/2000 sobre contabilidade
orçamentária e financeira, assinale a opção correta.
A) Os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida, não integram a dívida flutuante.
B) O compromisso de adimplência das obrigações financeiras assumidas pelos entes da Federação, inclusive
das entidades a eles vinculadas, representam as concessões de garantia integrantes da dívida pública.
C) Se receber antecipadamente valores provenientes da venda a termo de bens, o ente público deverá
classificar o respectivo valor em dívida pública mobiliária.
D) É vedado a titular de poder, em qualquer hipótese, contrair obrigações de despesas nos últimos dois
quadrimestres de seu mandato, quando essas obrigações forem contratadas em parcelas vincendas no
exercício seguinte.
E) Operações que não constem na execução orçamentária, mas que porventura gerem débitos ou créditos
financeiros, não serão objeto de registro contábil, em decorrência da falta de previsão orçamentária.

Comentários:
a) Errada. Integram sim! Vamos pegar essa alternativa na mentira (Lei 4.320/64):

Art. 92. A dívida flutuante compreende:

I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

b) Correta. Essa é a definição de concessão de garantia dada pela LRF:

Art. 29, IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual


assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;

c) Errada. Dívida mobiliária são títulos públicos! Simples assim! 😄

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A alternativa estava se referindo a operação de crédito, olha só:

Art. 29, III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de
crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores
provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações
assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros;

d) Errada. “Em qualquer hipótese” é uma expressão muito forte, não é? 😅 Você deve ter desconfiado dela
(e com razão).

Na verdade, há um jeito de contrair obrigações de despesas nos últimos dois quadrimestres do mandato,
quando essas obrigações forem contratadas em parcelas vincendas no exercício seguinte: é só deixar o dinheiro
para o sucesso pagar por isso! Simples! 😃

Lembre-se, a regra aqui é:

“ou paga tudo no mesmo exercício financeiro ou deixa o dinheiro para o próximo pagar”

Vejamos a LRF para fixar:

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu
mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou
que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de
caixa para este efeito.

e) Errada. Mesmo que essas operações não constem na execução orçamentária, ou seja, sejam
extraorçamentárias, é necessário que elas sejam objeto de registro contábil, pois é preciso registrar que esse
dinheiro entrou e saiu da conta da Administração Pública, comprovando que ela o recebeu e o devolveu.

Gabarito: B

23.CESPE – TCE-RN - Inspetor - Tecnologia da Informação – 2015


Se determinada instituição financeira contratar operação de crédito com determinado estado da Federação
sem exigir comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos na Lei de
Responsabilidade Fiscal, a operação será considerada nula.
Comentários:

Não é moleza fazer uma operação de crédito. E para aumentar ainda mais a segurança dessa operação, a
LRF estabeleceu que:

Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação, exceto quando
relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atende às
condições e limites estabelecidos.

Agora, se a instituição financeira não exigir essa comprovação, ou seja, caracterizando a realização de
uma operação com infração ao disposto na LRF, olha só o que acontece:

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Art. 33, § 1º A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar será considerada nula,
procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento de juros
e demais encargos financeiros.

Portanto, a questão está mesmo correta! 😄

Gabarito: Certo

24. CESPE – MPOG - Administrador - Cargo 1 – 2015

Um ente da Federação que possua dívida com instituição financeira privada poderá refinanciar tal dívida por
meio de operação de crédito contratada com instituição financeira estatal, desde que a instituição financeira
concedente do crédito esteja sob controle de ente da Federação diverso do tomador do empréstimo.
Comentários:
Bom, regra geral, é vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação e outro. Só
que se a operação de crédito for entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação e se destinar
a refinanciar dívida contraídas junto à própria instituição concedente, ela é permitida!

Operação de crédito!
Ente A Ente B

Financiar despesas
de capital

Operação de crédito
Instituição financeira
estatal Ente B
Refinanciar dívida
contraída junto à
própria instituição
concedente

Veja que no caso de refinanciamento, essa operação de crédito só será permitida se for junto à mesma
instituição que concedeu o crédito. Só que a questão está nos dizendo que o ente da Federação está fazendo
operação de crédito com uma instituição financeira estatal de outro ente para refinanciar uma operação em
outra instituição (a instituição financeira privada). Por isso, essa operação não será permitida! O ente não
poderá (ao contrário do que afirma a questão) refinanciar tal dívida.
É confuso, mas é isso mesmo. Vamos ler um pouco a LRF para memorizar (atenção para o inciso II, do §
1º):

Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por
intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas
entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação
de dívida contraída anteriormente.

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§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeira estatal e
outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a:

I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;

II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.

Gabarito: Errado

25.CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Auditoria Governamental – 2015


As operações de crédito compõem a dívida pública, sendo vedada, no último ano de mandato presidencial, a
obtenção de operações de crédito por antecipação de receita para o atendimento de insuficiência de caixa.

Comentários:
Sim! As operações de crédito compõem a dívida pública, olha só (LRF):

Art. 29, I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;

E sim: as operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO), que se destinam a
atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro, estão proibidas no último ano de mandato do
Presidente, Governador ou Prefeito Municipal (LRF, art. 38, IV, b).
Gabarito: Certo

26. CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo – 2015

As obrigações financeiras representadas por letras do Banco Central do Brasil não integram o montante da
dívida pública mobiliária da União, devendo, portanto, ser desconsideradas no cálculo do montante da dívida
pública consolidada do referido ente federativo.

Comentários:
Opa! As obrigações financeiras representadas por letras do Banco Central do Brasil (uma espécie de título
público) integram sim a dívida pública mobiliária da União, olha só (LRF):

Art. 29, II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União,
inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;

E a dívida consolidada abrange a dívida mobiliária. Portanto, essas obrigações financeiras devem ser
consideradas no cálculo da dívida pública consolidada do referido ente federativo, porque a LRF também diz
que:

Art. 29, § 2o Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos de
responsabilidade do Banco Central do Brasil.

Gabarito: Errado

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27.CESPE – MDIC - Analista Técnico - Administrativo – 2014


As dívidas realizadas para atender a insuficiências de caixa ou de tesouraria constituem dívida flutuante.
Comentários:
As dívidas realizadas para atender a insuficiências de caixa ou de tesouraria são as operações de crédito
por Antecipação de Receita Orçamentária (ARO). E débitos de tesouraria são as obrigações oriundas de
operações de crédito por Antecipação de Receitas Orçamentárias – ARO.
Simplificando: dívidas realizadas para atender a insuficiências de caixa ou de tesouraria = operações de
crédito por ARO = débitos de tesouraria.
E os débitos de tesouraria fazem parte da dívida flutuante, olha só (Lei 4.320/64):

Art. 92. A dívida flutuante compreende: (...)

IV - os débitos de tesouraria.

Portanto, as dívidas realizadas para atender a insuficiências de caixa ou de tesouraria realmente


constituem dívida flutuante.
Gabarito: Certo

28. CESPE – MPU - Analista - Planejamento e Orçamento – 2013

Integra a dívida pública consolidada da União a dívida relativa à emissão de títulos de responsabilidade do
BACEN.
Comentários:

Integra mesmo. Isso está expresso na LRF, olha só:

Art. 29, § 2o Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos de
responsabilidade do Banco Central do Brasil.

Gabarito: Certo

29. CESPE – MPU - Analista - Finanças e Controle – 2013

Se ultrapassar o respectivo limite ao final de um bimestre, a dívida fundada de um ente da Federação deverá
ser a ele reconduzida até o término do bimestre subsequente, reduzindo-se o excedente em pelo menos 25%.
Comentários:
Para fins de verificação do atendimento do limite, a apuração do montante da dívida consolidada será
efetuada ao final de cada quadrimestre, e não ao final de um bimestre (LRF, art. 30, § 4º).
E quanto à recondução da dívida ao limite:

Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um
quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente
em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.

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Lembre-se de uma partida de hóquei: são 3 períodos e você tem que ganhar o jogo de 4 a 0 (e não de 3 a
0), sendo que deve terminar o primeiro período ganhando, pelo menos, de 1 a 0 (25%).
Montante de dívida consolidada

Pelo menos 25% do Partida de hóquei no gelo


Excedente excedente no 1º quadr.

Limite Máximo
(100%)

Tempo
1º quadr. 2º quadr. 3º quadr.
Tem que ganhar de 4 a 0, terminando
o 1º período ganhando, pelo menos,
de 1 a 0.
Gabarito: Errado

30. CESPE – ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área de Administração – 2010


A LRF veda, em qualquer caso, a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que
integram o patrimônio público no financiamento de despesas correntes.
Comentários:
Opa! “Em qualquer caso” não. Há casos em que essa receita de capital derivada da alienação de bens e
direitos que integram o patrimônio público pode ser aplicada no financiamento de despesas correntes.
“Quais casos, professor?”
Quando essa receita for destinada por lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos
servidores públicos.
Vamos ler a LRF para fixar:

Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que
integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos
regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.

Gabarito: Errado

31.CESPE – SERPRO - Analista - Advocacia – 2010


Segundo a LRF, é nulo de pleno direito o ato de desapropriação de imóvel urbano expedido sem prévio depósito
judicial do valor da indenização.
Comentários:

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É isso aí! Se a Administração desapropriar um imóvel urbano (urbano, não rural) sem prévia e justa
indenização em dinheiro ou sem prévio depósito judicial do valor da indenização, então esse ato de
desapropriação será nulo de pleno direito! 😤

Vamos confirmar isso na LRF:

Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação de imóvel urbano expedido sem o atendimento do
disposto no § 3o do art. 182 da Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da indenização.

Aqui você já encontrou o gabarito, mas vou complementar, transcrevendo o dispositivo constitucional
citado:

Art. 182, § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em
dinheiro.

Gabarito: Certo

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Folha de respostas

Questão Resposta Errei Dúvida


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Lista de questões - CESPE


1. CESPE – PGM - João Pessoa - PB - Procurador do Município – 2018

Os limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos estados e dos municípios são
estipulados por meio de

A) lei de iniciativa do Congresso Nacional.


B) lei de iniciativa do presidente da República.
C) decreto do presidente da República.

D) resolução do Congresso Nacional.


E) resolução do Senado Federal.

2. CESPE – STM - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018


Se o prazo para pagamento de determinada operação de crédito for inferior a doze meses e se as respectivas
receitas constarem do orçamento, a operação será incluída na dívida pública consolidada.

3. CESPE – TRE-TO - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2017 – adaptada


Segundo a Lei Complementar n.º 101/2000 — Lei de Responsabilidade Fiscal —, as operações de crédito
contraídas pelo ente público que apresentem prazo de amortização superior a doze meses integram a dívida
pública fundada.

4. CESPE – TCE-PE - Analista de Controle Externo – 2017

Operações de crédito cujas receitas constem do orçamento integram a dívida pública consolidada, ainda que
tenham prazo inferior a doze meses.

5. CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Julgamento – 2017


Operação de crédito com prazo inferior a doze meses realizada por ente da Federação será excluída da dívida
pública consolidada.

6. CESPE – Prefeitura de Fortaleza - CE - Procurador do Município – 2017

Integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze meses e cujas receitas
tenham sido contabilizadas no orçamento.

7. CESPE – TRE-PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2017 – adaptada


Dívida pública mobiliária é o total de obrigações financeiras do ente público, resultante de leis, contratos e
convênios.

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8. CESPE – PGE-AM - Procurador do Estado – 2016


É vedada a aplicação das disponibilidades de caixa do regime próprio de previdência dos servidores públicos
estaduais em ações e outros papéis relativos às empresas controladas pelo estado, mas não em títulos da dívida
pública estadual.

9. CESPE – TCE-PR - Analista de Controle - Contábil – 2016

A operação de crédito por antecipação de receita (ARO)


A) pode ser livremente contratada pelos entes da Federação, desde que se realize procedimento licitatório da
modalidade concorrência com as instituições financeiras interessadas.
B) pode ser contratada até o final do mandato do governador ou do prefeito.
C) pode ser realizada independentemente de haver outra operação da mesma natureza não integralmente
resgatada.
D) deve ser integralmente liquidada até o dia 31 de dezembro de cada ano.

E) não poderá prever tarifas ou outros encargos, além da taxa de juros da operação, cobrados pela instituição
financeira contratada.

10. CESPE – TCE-PR - Analista de Controle - Administração – 2016

Acerca de dívida e endividamento na LRF, assinale a opção correta.


A) Dívida pública consolidada ou fundada representa as obrigações financeiras de determinado ente federativo,
eliminadas as duplicidades, cujas origens são contratos, convênios, tratados, leis, e operações de crédito com
prazo de amortização superior a doze meses.

B) Os limites globais para a dívida consolidada da União, dos estados e dos municípios bem como os limites
para o total da dívida mobiliária federal são estabelecidos como uma porcentagem do faturamento bruto do
respectivo ente federativo.

C) Dívida pública mobiliária se refere a obrigações financeiras oriundas da manutenção física de bens de posse
estatal, incluindo instalações esportivas, prédios de uso comercial, fazendas experimentais de universidades
públicas, centros de pesquisas e apartamentos funcionais.
D) Propostas de limites globais para a dívida consolidada da União, dos estados e dos municípios são
encaminhadas ao Ministério da Fazenda; projeto de lei que estabeleça limites para o total da dívida mobiliária
federal deve ser encaminhado ao Ministério de Planejamento.
E) Ente federativo cuja dívida consolidada ultrapassar o respectivo limite terá acesso especial a linhas de crédito
facilitado para reorganizar suas finanças, exceto nos casos de refinanciamento do principal atualizado de sua
dívida mobiliária.

11.CESPE – TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Procuradoria – 2016


A União pode realizar operações de crédito por meio da emissão de títulos, mas, nesse caso, deverá observar o
limite da dívida mobiliária federal definido pelo Senado Federal.

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12. CESPE – TCE-PA - Auditor de Controle Externo - Área Fiscalização - Direito – 2016
Para fins de aplicação dos limites da dívida consolidada municipal, devem ser considerados os precatórios
judiciais não pagos durante a execução do orçamento no qual houverem sido incluídos.

13.CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo - Direito – 2016


Os conceitos de dívida fundada e dívida flutuante aplicam-se indistintamente à dívida ativa e à dívida passiva.

14. CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo - Contabilidade – 2016

Os títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil devem ser incluídos na dívida pública consolidada da
União.

15.CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo - Direito – 2016


Se determinado ente da Federação assinar contrato de adimplência de obrigação financeira ou contratual
assumida por entidade vinculada a este ente, a operação deverá ser incluída no montante da dívida pública
consolidada.

16. CESPE – TRE-PI - Analista Judiciário - Administrativa – 2016

A relação custo-benefício inclui-se entre os aspectos a serem considerados por uma entidade governamental
nas análises das operações de crédito.

17.CESPE – TRE-PI - Analista Judiciário - Administrativa – 2016


Para as operações de crédito, é suficiente que o controle seja feito ou no relatório resumido da execução
orçamentária, ou no relatório de gestão fiscal, em demonstrativos.

18. CESPE – DPU - Contador – 2016


Considere que a Defensoria Pública da União (DPU) tenha contraído, em janeiro de 2014, um empréstimo
internacional junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no valor R$ 100 milhões, para
pagamento em vinte anos, com carência de cinco anos. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue
o item a seguir. A dívida fundada da DPU será acrescida de R$ 100 milhões.

19. CESPE – TCE-PR - Auditor – 2016 – adaptada

A SOF é o órgão responsável por divulgar a relação dos entes que ultrapassarem os limites das dívidas
consolidada e mobiliária.

20. CESPE – TCE-PR - Auditor – 2016 – adaptada

A diferença entre o montante das despesas de capital e o montante previsto para as receitas de operações de
crédito no projeto de LOA deverá ser igual ou superior a zero.

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21. CESPE – TCE-PR - Auditor – 2016


A respeito de despesa pública, assinale a opção correta.
A) Dívida ativa corresponde à despesa originada em exercício anterior, presente no orçamento corrente.
B) Garantias ou cauções recebidas de terceiros para a execução de contratos de prestação de serviços são
denominadas débitos de tesouraria.
C) A execução orçamentária se inicia com a verificação de certeza da liquidez do credor.
D) Restos a pagar não geram, necessariamente, obrigações financeiras para o Estado.

E) A dívida fundada corresponde ao montante de obrigações financeiras a serem amortizadas em menos de


doze meses.

22. CESPE – TCE-PR - Auditor – 2016


De acordo com o disposto na Lei n.º 4.320/1964 e na Lei Complementar n.º 101/2000 sobre contabilidade
orçamentária e financeira, assinale a opção correta.

A) Os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida, não integram a dívida flutuante.


B) O compromisso de adimplência das obrigações financeiras assumidas pelos entes da Federação, inclusive
das entidades a eles vinculadas, representam as concessões de garantia integrantes da dívida pública.
C) Se receber antecipadamente valores provenientes da venda a termo de bens, o ente público deverá
classificar o respectivo valor em dívida pública mobiliária.
D) É vedado a titular de poder, em qualquer hipótese, contrair obrigações de despesas nos últimos dois
quadrimestres de seu mandato, quando essas obrigações forem contratadas em parcelas vincendas no
exercício seguinte.
E) Operações que não constem na execução orçamentária, mas que porventura gerem débitos ou créditos
financeiros, não serão objeto de registro contábil, em decorrência da falta de previsão orçamentária.

23.CESPE – TCE-RN - Inspetor - Tecnologia da Informação – 2015


Se determinada instituição financeira contratar operação de crédito com determinado estado da Federação
sem exigir comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos na Lei de
Responsabilidade Fiscal, a operação será considerada nula.

24. CESPE – MPOG - Administrador - Cargo 1 – 2015

Um ente da Federação que possua dívida com instituição financeira privada poderá refinanciar tal dívida por
meio de operação de crédito contratada com instituição financeira estatal, desde que a instituição financeira
concedente do crédito esteja sob controle de ente da Federação diverso do tomador do empréstimo.

25.CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Auditoria Governamental – 2015


As operações de crédito compõem a dívida pública, sendo vedada, no último ano de mandato presidencial, a
obtenção de operações de crédito por antecipação de receita para o atendimento de insuficiência de caixa.

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26. CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo – 2015


As obrigações financeiras representadas por letras do Banco Central do Brasil não integram o montante da
dívida pública mobiliária da União, devendo, portanto, ser desconsideradas no cálculo do montante da dívida
pública consolidada do referido ente federativo.

27.CESPE – MDIC - Analista Técnico - Administrativo – 2014


As dívidas realizadas para atender a insuficiências de caixa ou de tesouraria constituem dívida flutuante.

28. CESPE – MPU - Analista - Planejamento e Orçamento – 2013

Integra a dívida pública consolidada da União a dívida relativa à emissão de títulos de responsabilidade do
BACEN.

29. CESPE – MPU - Analista - Finanças e Controle – 2013

Se ultrapassar o respectivo limite ao final de um bimestre, a dívida fundada de um ente da Federação deverá
ser a ele reconduzida até o término do bimestre subsequente, reduzindo-se o excedente em pelo menos 25%.

30. CESPE – ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área de Administração – 2010

A LRF veda, em qualquer caso, a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que
integram o patrimônio público no financiamento de despesas correntes.

31.CESPE – SERPRO - Analista - Advocacia – 2010


Segundo a LRF, é nulo de pleno direito o ato de desapropriação de imóvel urbano expedido sem prévio depósito
judicial do valor da indenização.

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Gabarito – CESPE
1. E 12. Certo 23. Certo
2. Certo 13. Errado 24. Errado
3. Certo 14. Certo 25. Certo
4. Certo 15. Certo 26. Errado
5. Errado 16. Certo 27. Certo
6. Certo 17. Errado 28. Certo
7. Errado 18. Certo 29. Errado
8. Errado 19. Errado 30. Errado
9. E 20. Certo 31. Certo
10. A 21. D
11. Errado 22. B

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Resumo direcionado
1. Capítulo VII: Da Dívida e do Endividamento
1.1. Definições Básicas
Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:

I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações
financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da
realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;
II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do
Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,
emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes
da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive
com o uso de derivativos financeiros;
IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida
por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;
V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da
atualização monetária.
§ 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo
ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.
§ 2o Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos de
responsabilidade do Banco Central do Brasil.
§ 3o Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze
meses cujas receitas tenham constado do orçamento.
§ 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício
financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas
no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

Dívida Pública Consolidada (ou Fundada)

Prazo superior a 12 meses

Prazo inferior a 12 meses cujas receitas


tenham constado do orçamento

2019 2020 2021

A operação de crédito, exceto a ARO, independentemente do prazo, é dívida consolidada.

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1.2. Dos Limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito


São fixados em percentual da Receita Corrente Líquida (RCL).
Diferentemente dos limites de despesa total com pessoal, os limites máximos para os montantes da
dívida pública consolidada e mobiliária não estão expressos na LRF!

Falou em dívida consolidada (de qualquer ente), é Resolução do Senado Federal.

Falou em dívida mobiliária dos Estados e Municípios, é Resolução do Senado Federal.

Agora: falou em dívida mobiliária federal (da União), é lei que passa pelo Congresso Nacional.

Congresso
Nacional
União
(sanção
presidencial)
Mobiliária

Estados e
Senado Federal
Municípios
Dívida pública

União, Estados e
Consolidada Senado Federal
Municípios

Congresso
Nacional • Dívida mobiliária federal
(sanção presidencial)

• Dívida mobiliária dos Estados e Municípios


• Dívida Consolidada da União, Estados e
Senado Federal Municípios
• Operações de crédito externo e interno
• Concessão de garantia (da União)

Limites da dívida consolidada


Ente %
(DCL/RCL)

União 3,5 350%

Estados e DF 2,0 200%

Municípios 1,2 120%

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1.3. Da Recondução da Dívida aos Limites


Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um
quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente
em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.
Montante de dívida consolidada

Pelo menos 25% do Partida de hóquei no gelo


Excedente excedente no 1º quadr.

Limite Máximo
(100%)

Tempo
1º quadr. 2º quadr. 3º quadr.
Tem que ganhar de 4 a 0, terminando
o 1º período ganhando, pelo menos,
de 1 a 0.

2 quadrimestres
seguintes
Despesas com
pessoal
pelo menos 1/3 no
primeiro
Retorno de despesas
aos limites
3 quadrimestres
subsequentes
Dívida
pelo menos 25% no
primeiro

Art. 31, § 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido:

I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita,
ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;

II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras
medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9o.

O Re 7
Onde:

• O: Operação de crédito
• Re: Resultado primário

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Enquanto perdurar o excesso Vencido o prazo e enquanto perdurar o excesso


Operação de Crédito (inclusive ARO), Operação de Crédito (inclusive ARO),
exceto refinanciamento do principal exceto refinanciamento do principal
atualizado da dívida mobiliária atualizado da dívida mobiliária

Obterá Resultado Primário para Obterá Resultado Primário para


recondução (limitação de empenho) recondução (limitação de empenho)
Montante de dívida consolidada

!
Impedido de receber transferências
voluntárias da União ou Estado

Salvo TV’s destinadas a ações nas áreas de:


• Educação
• Saúde
• Assistências Social

Tempo
1º quadr. 2º quadr. 3º quadr.

1.3.1. Prazos (e exceções aos prazos) para redução da dívida

Se estivermos no primeiro
Imediatamente quadrimestre do último ano do
mandato

Calamidade pública

Suspensos
Prazos para
recondução da Estado de defesa ou de sítio
dívida pública

crescimento real baixo ou negativo


Duplicados
do (PIB)

Ampliados em até mudanças drásticas na condução


4 quadrimestres das políticas monetária e cambial

Calamidade ou Queda de Mudanças drásticas na


Último ano de
estado de receita real condução das políticas
mandato
defesa/sítio superior a 10% monetária e cambial

Despesa total Restrições aplicam- Restrições não


Prazo duplicado -
com pessoal se imediatamente se aplicam

Dívida Restrições aplicam- Prazo ampliado até 4


Prazo duplicado -
consolidada se imediatamente quadrimestres

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1.4. Das Operações de Crédito


1.4.1. Da Contratação

prévia e expressa autorização para


contratação (na LOA, créd. adic. ou lei
específica)

inclusao no orçamento dos recursos


provenientes da operação (exceto ARO)

Condições para
limites e condições (fixados pelo Senado
contratação de
Federal)
operação de crédito

autorização específica do Senado Federal


(operação de crédito externo)

regra de ouro 💰

Toda operação de crédito realizada com infração às regras da LRF será considerada nula e
cancelada

Enquanto não efetuado o cancelamento aplicam-se as seguintes sanções (LRF, art. 23, § 3º):

I - receber transferências voluntárias;

II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;

III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária


e as que visem à redução das despesas com pessoal.

Mnemônico:

OGTv

Ente Limite para operações de crédito (%RCL)

União 60%

Estados e DF 16%

Municípios 16%

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1.4.2. Das Vedações


Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por
intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas
entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação
de dívida contraída anteriormente.
§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição financeira estatal e
outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a:

I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;


II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.
§ 2º O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União como
aplicação de suas disponibilidades.

Operação de crédito!
Ente A Ente B

Financiar despesas
de capital

Operação de crédito
Instituição financeira
estatal Ente B
Refinanciar dívida
contraída junto à
própria instituição
concedente

Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação
que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de adquirir, no mercado,
títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da
União para aplicação de recursos próprios.

Ente
Títulos da dívida pública "
Operação de
crédito !

Adquirir para atender


Instituição investimento de seus clientes
financeira
estatal

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1.4.3. Das Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária


A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o
exercício financeiro.

Operações de crédito por ARO

10 de janeiro 10 de dezembro

2019 2020
Se liquidadas até 10 de dezembro, não serão
computadas para apuração da regra de ouro

Proibida no no último ano de mandato


Proibida enquanto existir operação anterior da mesma
natureza não integralmente resgatada

As operações de crédito por ARO são consideradas receitas extraorçamentárias


O pagamento das operações de crédito por ARO é considerado despesa extraorçamentária

Ente Limite para ARO (%RCL)

União -

Estados e DF 7%

Municípios 7%

1.4.4. Das Operações com o Banco Central do Brasil

Art. 39, § 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente títulos emitidos pela União para
refinanciar a dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira.

Art. 39, § 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal existentes na
carteira do Banco Central do Brasil, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida
mobiliária.

1.5. Da Garantia e da Contragarantia

Garantia é um compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da


Federação ou entidade a ele vinculada. Contragarantia é a contrapartida oferecida pelo ente federativo que irá
receber uma garantia.

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Art. 40, § 1º A garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou


superior ao da garantia a ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas
obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas, observado o seguinte:

I - não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do próprio ente;

II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos Estados aos Municípios, poderá
consistir na vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de
transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar o
respectivo valor na liquidação da dívida vencida.

1.5.1. Limites para concessão de garantia

Ente Limite para concessão de garantia (%RCL)

União 60%

Estados e DF 22%

Municípios 22%

Art. 40, § 5o É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo Senado Federal.
1.6. Dos Restos a Pagar
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu
mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou
que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de
caixa para este efeito.

“Ou paga tudo no mesmo exercício financeiro ou deixa o dinheiro para o próximo pagar”

Ainda que o sucessor seja o próprio, em caso de reeleição, a regra dos restos a pagar precisará ser
atendida.

Aumento de despesa com pessoal


Últimos 180 dias (ato nulo e crime contra as
finanças públicas)

contrair obrigação de despesa que


não possa ser cumprida
integralmente dentro do mandato
Restrições de Últimos 2
ou que tenha parcelas a serem
final de mandato quadrimestres
pagas no próximo e não haja
disponibilidades suficientes para
isso

Realizar operações de crédito por


Último ano
ARO

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2. Capítulo VIII: Da Gestão Patrimonial


2.1. Das Disponibilidades de Caixa

Disponibilidades da
• Depositadas no Bacen
União

Disponibilidades dos
Estados, DF, Municípios, • Depositadas em instituições financeiras
e órgãos ou entidades oficiais, ressalvados os casos previstos em lei
públicas

As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos
ficarão depositadas em conta separada. É vedada a aplicação dessas disponibilidades em:

• títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e outros papéis relativos às
empresas controladas pelo respectivo ente da Federação;
• empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Público, inclusive a suas
empresas controladas.

2.2. Da Preservação do Patrimônio Público

Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação de bens e direitos que
integram o patrimônio público para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos
regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos.

Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a lei orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão
novos projetos após adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as despesas de
conservação do patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.

É nulo de pleno direito ato de desapropriação de imóvel urbano expedido sem

• prévia e justa indenização em dinheiro; ou


• prévio depósito judicial do valor da indenização.

2.3. Das Empresas Controladas pelo Setor Público


A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se estabeleçam objetivos e metas de
desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e financeira.

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Eu quero

ouvir você!
E você? Quer aulas melhores? 😃

Então me diz:

O que você achou da aula?


Só com a sua ajuda é que eu vou conseguir melhorar! 😄

Se você gostou: ótimo! Agora, se não gostou, pode “tacar o pau”! 😂 Não fique com vergonha! Seja
honesto(a) mesmo! Eu não vou ficar com raiva. Eu vou é lhe agradecer! E muito! 😃 7

Me diz aí: o que eu poderia fazer melhor no futuro? O que pode melhorar na minha aula? O que você
gostou e o que você não gostou na aula? O que você achou do ritmo da aula? O que eu fiz errado e o que eu fiz
certo?
Você pode:

me mandar um e-mail neste endereço: profsergiomachadofilho@gmail.com 👈

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Muito obrigado! 7

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