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Administração Financeira e Orçamentária – Prof. Sérgio Machado e Prof.

Marcel Guimarães
TCU e TC-DF Aula 11

Aula 11 – LRF parte 1: disposições


preliminares e planejamento
AFO p/ TCU e TC-DF
Prof. Sérgio Machado
Prof. Marcel Guimarães
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Sumário
CAP. I: DISPOSIÇÕES PRELIMINARES (ARTS. 1º E 2º) ............................................................................... 6

INTRODUÇÃO – O QUE É A LRF E RESPONSABILIDADE FISCAL? ....................................................................................... 6


CAMPO DE APLICAÇÃO – QUEM ESTÁ SUJEITO À LRF? .................................................................................................. 9
RECEITA CORRENTE LÍQUIDA (RCL) ........................................................................................................................ 14

CAP. II: DO PLANEJAMENTO (ARTS. 3º A 10) ..........................................................................................19

PLANO PLURIANUAL (PPA) ................................................................................................................................... 19


LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) ............................................................................................................. 19
LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) ......................................................................................................................... 28
BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN) ..................................................................................................................... 32
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E CUMPRIMENTO DAS METAS .......................................................................................... 33
Contingenciamento de Gastos........................................................................................................................ 34

QUESTÕES COMENTADAS – CESPE ....................................................................................................... 43

LISTA DE QUESTÕES – CESPE ................................................................................................................63

GABARITO – CESPE ...............................................................................................................................67

RESUMO DIRECIONADO ....................................................................................................................... 68

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Então, agora nós vamos começar o estudo da nossa querida Lei de Responsabilidade Fiscal
(carinhosamente conhecida como LRF). É uma lei certamente muito cobrada em provas de concursos públicos
e muito relevante no âmbito da Administração Pública brasileira.
Só que ela é um pouco extensa e sua linguagem não é tão amigável. Por isso alguns alunos até fogem
dessa matéria! 😬

Mas você não deve fugir! Você deve é ter um direcionamento! 😄 Afinal:

Se você quer derrubar uma árvore em metade do tempo, passe o dobro do tempo afiando o seu machado

Foi pensando nisso que eu preparei um estudo dos artigos que mais aparecem em prova (considerando
todas as bancas, em todos os anos). Perceba como você resolve 75% das questões conhecendo somente 4
capítulos da lei! 😱 😃 E se quiser aumentar para quase 85%, basta estudar mais um capítulo! Isso é o que eu
chamo de alto custo-benefício! 😏

Número de Representativid Acumula


Capítulos questões ade do
Cap. IV: da despesa pública 653 23,8% 23,8%
Cap. II: do planejamento 558 20,4% 44,2%
Cap. IX: da transparência, controle e fiscalização 453 16,5% 60,7%
Cap. VII: da dívida e endividamento 404 14,7% 75,4%
Cap. III: da receita pública 251 9,2% 84,6%
Cap. I: disposições preliminares 233 8,5% 93,1%
Cap. V: das transferências voluntárias 69 2,5% 95,6%
Cap. VIII: da gestão patrimonial 44 1,6% 97,2%
Cap. X: Disposições finais e transitórias 40 1,5% 98,7%
Cap. VI: da destinação de recursos públicos para o
37 1,3% 100,0%
setor privado
Pronto? Machado afiado? 😏

Então chega de papo. Vamos começar! 😉

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Espera aí, espera aí! 😅

Antes de começar...

Você já baixou a nossa LRF esquematizada e direcionada para concursos? 😃

Não?! 😳

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Cap. I: disposições preliminares (arts. 1º e 2º)


Introdução – o que é a LRF e responsabilidade fiscal?
Primeiro: o que é a LRF? 🤔

Vamos começar dizendo o que ela NÃO É! Ela não é “a prometida”! 🌈

“Não é ‘a prometida’, professor? Como assim?” 🤨

A LRF não é a tão sonhada nova lei de finanças públicas (aquela que irá substituir a Lei 4.320/64), prevista
no art. 165, § 9º, I, da CF/88 (embora ela parcialmente aborde esses temas):

Art. 165, § 9º Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano


plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

“Ah, professor! Mas a Lei 4.320/64 é uma lei tão antiga: ela é de 1964! 😬 Algumas coisas que estão lá nem
se aplicam mais. 😕 Você está me dizendo que, mesmo assim, ela continua valendo? Ou seja: a LRF não revogou a
Lei 4.320/64? 🤔”

Como dizem no exército: afirmaTENTE combaTIVO! 😂 Sim! É isso que eu estou lhe dizendo! 😃

A LRF estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e isso
é diferente de estatuir normas gerais de Direito Financeiro (que é o que a Lei 4.320/64 faz). Portanto, a LRF
não preenche lacunas, não substitui e nem revoga a Lei 4.320/64. 😏

Preste atenção!
A LRF não é a nova lei de finanças públicas e nem revogou a Lei 4.320/64

“Ok, entendi. Então, se ela não é a prometida, ela é o que?” 🤔

Para começo de história, ela uma lei complementar! É a Lei Complementar 101/2000. 😉

Ela é um conjunto de normas para que a União, os Estados e os Municípios administrem com prudência
suas receitas e despesas, e evitem desequilíbrios orçamentários e o endividamento excessivo.
É só olhar para o próprio nome da lei: Lei de Responsabilidade Fiscal. Responsabilidade fiscal é isso:
tomar boas decisões, agir com prudência, garantir a sustentabilidade das instituições (e consequentemente da
sociedade), etc.

Por exemplo: você, depois de concursado, entregaria o seu cartão de crédito (com limite altíssimo, porque você pode 😏)
para aquele seu amigo gastador? Que compra rodadas de bebidas para todo mundo no bar e só depois percebe a besteira
que fez? 🍻🍺 Ou entregaria o seu cartão de crédito para aquela sua amiga que não pode passar em frente a uma vitrine
que já quer comprar aquele sapato? 👠

Veja quanta irresponsabilidade desses dois! Gastando o dinheiro dos outros sem pensar nas consequências, sem pensar
no futuro! E irresponsabilidade sua também, porque emprestou o cartão de crédito sem “cortar as asas” (sem estabelecer
limites) para esse seu amigo, e sua amiga.

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Responsabilidade fiscal também é não gastar mais do que se arrecada:

Ora, se o seu salário é R$ 10.000,00 e seus gastos são da ordem de R$ 15.000,00, a conta não vai fechar! Uma hora a fatura
vai chegar... e vai chegar com força! 😅

Pronto! É justamente por isso que a LRF existe. Deu para entender agora? 😄

Então, a LRF estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
Seu objetivo central é o equilíbrio fiscal, que se quer alcançar pela imposição de restrições para o crescimento
da despesa e pela fixação de limites para gastos com pessoal e endividamento.

E, apesar da LRF não ser a nova lei de finanças públicas, ela possui base constitucional, isto é, ela aborda,
em partes, alguns dispositivos que a CF/88 exigiu que fossem disciplinados por lei complementar, a exemplo
dos seguintes:
Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas
pelo Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;

VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as
características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
“Professor, e por que criaram essa ‘maldita’ lei, hein? Foi só para complicar meus estudos mesmo?”

Foi não! 😂

A LRF, na verdade, é uma lei muito aplicada no dia a dia da gestão pública. Ela “foi um divisor na história
das finanças públicas no Brasil e em termos de responsabilidade na gestão dos recursos públicos, tornando-se
uma espécie de código a orientar a conduta dos administradores públicos, impondo-lhes, de um lado, regras
e limites e exigindo prestação de contas da utilização dos recursos públicos, e de outro, abrindo espaço para
responsabilização e aplicação de sanções pessoais1.”

Mas essa lei complementar surgiu mesmo foi por causa dívida! Esse foi o grande motivo! 😬

“Dívida, professor?” 🧐

1
PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015.

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Sim. Dívida pública, especialmente a dívida interna, que vinha aumentando de forma descontrolada e
sem possibilidades de pagamento. 😕 Mas havia outros motivos também pressionando a elaboração dessa lei:
inflação, déficits primários, gastos excessivos com pessoal, guerra fiscal entre os Estados, e por aí vai...
Beleza! Agora, depois de toda essa introdução, estamos prontos para começar a análise do texto dessa
importante lei. Então, vamos lá!

Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.

§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem


riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento
de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a
renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada
e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição
em Restos a Pagar.

Veja como a LRF realmente estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade
na gestão fiscal. E, pela LRF, a responsabilidade na gestão fiscal pressupõe:

Agir de forma planejada e transparente, para prevenir


riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das
contras públicas

Atingir as metas de resultados entre receitas e despesas

Obedecer limites estabelecidos na legislação (gastos com


pessoal, operações de crédito, concessão de garantia, etc.)

A transparência fiscal é obtida pela provisão de


informações completas, confiáveis e tempestivas sobre
as atividades passadas, presentes e futuras do governo

Seu objetivo central é o equilíbrio fiscal, que se quer alcançar pela imposição de restrições para o
crescimento da despesa e pela fixação de limites para gastos com pessoal e endividamento. Mas também
podem ser considerados objetivos da LRF: estabelecer normas para as finanças públicas; fortalecer a função de
planejamento; exigir controle do endividamento e das despesas públicas; fomentar o aumento da eficiência e
da arrecadação; proteger o patrimônio público, e fomentar o controle social.

As bancas adotaram entendimento amplo e têm considerado válidos – como objetivos e como princípios – todos os
principais assuntos abordados pela LRF. E, normalmente, consideram “objetivos” como sinônimos de “princípios”.

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Muito bem! E somente a partir desses dispositivos, podemos inferir que os princípios da LRF são:

• Planejamento;
• Equilíbrio das contas públicas;
• Responsabilidade;
• Controle;
• Transparência; e
• Responsividade.
Os seus quatro pilares básicos são:

Pilares da LRF

Planejamento Transparência Controle Responsabilização

Campo de aplicação – quem está sujeito à LRF?


“Beleza, professor. Mas quem está sujeito à LRF? Quem tem que seguir as regras dessa lei?” 🧐

Que excelente pergunta! 😄 A resposta está logo no § 2º do artigo 1º, olha só:

§ 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios.

Portanto, todos os entes da Federação! Mas será que todo mundo de todos os entes está obrigado? 🤔

Vamos continuar lendo para descobrir. 😄

§ 3º Nas referências:

I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:

a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário
e o Ministério Público;

b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais


dependentes;

Repare que, para efeitos da LRF, os Tribunais de Contas (TC) estão abrangidos no Poder Legislativo! Por
favor, não vá dizer por aí que os eles estão subordinados hierarquicamente ou pertencem ao Poder Legislativo.
Os Tribunais de Contas são órgãos autônomos e independentes e são, simplesmente, vinculadas ao Legislativo
para efeitos orçamentários e para observância das regras impostas pela LRF.

Por exemplo: você vai ver como o limite de despesa total com pessoal do Poder Legislativo inclui os Tribunais de Contas.

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Preste atenção!
Não existe relação de hierarquia entre os TCs e o Poder Legislativo. Os TCs somente são vinculados
ao Poder Legislativo para efeitos orçamentários e observância da LRF.

Fins orçamentários e LRF

P. Legislativo TC

Mas a grande (e importante) conclusão que devemos tirar desses dispositivos acima é que:

As Empresas Estatais Independentes (EEI) não estão sujeitas à LRF

Primeiro, vejamos o que a LRF diz sobre isso (vou pular lá para o artigo 2º, ok?):

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:

I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município;

II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou
indiretamente, a ente da Federação;

III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos,
no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;

Portanto, as empresas estatais controladas são aquelas cuja maioria do capital social (não é qualquer
percentual: se você é dono, você tem maioria do percentual, não é mesmo? 😏 Aqueles 51%...) com direito a
voto (de que adianta ser dono se você não manda em nada, não decide nada? Se não tiver direito a voto, não
é controlada!) pertença ao ente da Federação (União, Estado ou Município).

Muito bem! As empresas estatais controladas podem ser divididas entre:

• empresas estatais dependentes; e


• empresas estatais independentes.

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Estatal
dependente
Empresas
controladas
Estatal
independente

Primeiro permita-me falar sobre a empresa estatal dependente. Segundo a LRF (art. 2º, III), uma
Empresa Estatal Dependente (EED) é uma empresa controlada que recebe do ente controlador recursos
financeiros para o pagamento de:
1. Despesas com pessoal;
2. Despesas de custeio em geral (por exemplo: água, café, material de escritório, etc.);
3. Despesas de capital, excluídos aqueles recursos provenientes de aumento de participação
acionária.
Quer dizer: a empresa estatal dependente é como se fosse aquela criança que recebe uma mesada do
papai. 😅 Elas não têm receita própria ou não geram recursos suficientes para financiar suas despesas,
necessitando da ajuda financeira do seu ente controlador (seu papai 😆). Em outras palavras: elas dependem
do ente controlador para sobreviver, elas não são autossuficientes.

Exemplo: A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) é uma empresa estatal dependente.

Agora você já imagina como são as empresas estatais independentes, não é mesmo? 😏

Elas são justamente o contrário das empresas estatais dependentes! 😃 Elas não dependem do governo
para pagar os salários de seus empregados, para comprar o cafezinho, para fazer a “confra” de final de ano... 😅

As Empresas Estatais Independentes (EEI) também são controladas e também podem receber
recursos financeiros, mas não para o pagamento das despesas que eu citei acima. 😏

“As estatais independentes podem receber recursos financeiros? Para que, professor?” 🤔

Veja bem: as empresas estatais dependentes recebem recursos financeiros para pagamento de despesas
de capital, excluídos aqueles provenientes de aumento de participação acionária, não é mesmo?

Então você acha que as empresas estatais independentes recebem recursos financeiros para que? 😃

Ora! Justamente para aumento de participação acionária! 😃

Assim, quando uma empresa estatal só recebe recursos financeiros (aportes) de seu ente controlador
apenas para aumentar a participação acionária (por exemplo: o ente quer aumentar sua participação de 60%
para 70%), ela será uma empresa estatal independente.

Exemplo: Petrobrás. A Petrobrás vende combustíveis. Ela gera recursos financeiros suficientes para financiar suas
despesas. Não precisa do dinheiro do papai para pagar suas contas! 😂

Portanto, pelos nossos exemplos é possível concluir que:

• A Embrapa (que é uma EED) está sujeita à LRF;


• A Petrobrás (que é uma EEI) não está sujeita à LRF.

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E para finalizar esse tópico, eu lhe recordo que as Empresas Estatais Dependentes integram o
Orçamento Fiscal (OF) ou o Orçamento da Seguridade Social (OSS); e as Empresas Estatais Independentes
integram o Orçamento de Investimento (OI).

Pessoal

OF
Estatal Custeio em
dependente geral
OSS
Empresas
De capital
controladas

Aumento de
Estatal
participação OI
independente
acionária

Continuando...

§ 3o Nas referências: (...)

II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;

Quando a LRF falar em “Estados”, ela também está incluindo o Distrito Federal.

“Professor, isso é preguiça do legislador de escrever ‘Estados e Distrito Federal’?” 😅

Um pouco! 😂 Mas também simplifica muito as coisas. 😉

III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e,
quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.

Quando a LRF falar em Tribunais de Contas, ela quer dizer todos os Tribunais de Contas: TCU, TCE, TC
dos Municípios e TCM.
Quero, desde já, deixar clara a diferença entre Tribunal de Contas do Estado (TCE), Tribunal de Contas
do Município (TCM) e Tribunal de Contas dos Municípios (TC dos Municípios).

Normalmente, um TCE cuida, ao mesmo tempo, das contas do governo do Estado e de todos os
municípios daquele Estado.

Por exemplo: o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) – onde eu trabalho 😅 – fiscaliza, ao mesmo tempo, o
governo do Estado da Paraíba, e os municípios de João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Bayeux e todos os outros
municípios do Estado da Paraíba.

Já um Tribunal de Contas do Município (TCM) fiscaliza somente as contas de um município. Atualmente,


só existem 2 (dois) TCM’s no Brasil: TCM-SP (São Paulo) e TCM-RJ (Rio de Janeiro).

“Por que só nesses dois municípios, professor?” 🤔

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Porque, segundo a CF/88:

Art. 31, § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

E os TCM’s de São Paulo e Rio de Janeiro já existiam antes de 1988, então deixa eles! 😅

“E por que você disse que ‘normalmente’ um TCE fiscaliza as contas estaduais e municipais, professor? Tem
alguma exceção aí?” 🧐

Tem sim! Nos Estados da Bahia, Goiás e Pará (para memorizar: BA GO PA – fale como se fosse uma
palavra: “bagopa”), existem os Tribunais de Contas dos Municípios (TC dos Municípios). Nesses estados, há
uma separação de competências: o TCE fiscaliza somente o governo do Estado e o TC dos Municípios
fiscaliza somente as prefeituras municipais.
“E como é que fica em São Paulo e no Rio de Janeiro, professor? Já que existe o TCM-SP e o TCM-RJ”.
Ora! O TCE-SP e o TCE-RJ não são aqueles das exceções (Bahia, Goiás e Pará), portanto eles irão fiscalizar,
ao mesmo tempo, as contas do governo do Estado e de todos os municípios daquele Estado, exceto dos
municípios São Paulo e Rio de Janeiro, pois esses já possuem TCM. Então ficamos assim:

• O TCM-SP fiscaliza as contas da prefeitura de São Paulo. O TCE-SP fiscaliza todo o resto: todos os
outros municípios do Estado de São Paulo e o governo do Estado de São Paulo;
• O TCM-RJ fiscaliza as contas da prefeitura do Rio de Janeiro. O TCE-RJ fiscaliza todo o resto: todos
os outros municípios do Estado do Rio de Janeiro e o governo do Estado do Rio de Janeiro.

Resumindo
TCE-BA, TCE- Governo do
GO e TCE-PA Estado
Bahia, Goiás
e Pará TCM-BA,
Municípios do
TCM-GO e
Estado
TCM-PA

TCE TCM-SP:
Município de
São Paulo
Governo do
São Paulo
Estado
Todos os TCE-SP: o
outros TCEs resto
Todos os
Exceto
municípios
TCM-RJ:
Município do
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
TCE-RJ: o
resto

Agora sim, finalmente, eu posso responder àquela sua pergunta: quem está sujeito à LRF?

Eu volto para o seguinte dispositivo:

Art. 1º, § 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios.

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Quer dizer, é toda essa galera aqui:

Poder Executivo
TCU, TCEs e,
Tribunais de quando
Poder Legislativo
Contas houver, TC dos
União, Estados, DF e M e TCM
municípios
Poder Judiciário

Ministério Público

Só que as Empresas Estatais Independentes (EEI) não estão sujeitas à LRF, beleza? 😉

Muito bem!
No artigo 2º, a LRF nos fornece algumas definições importantes. Já vimos alguns deles (o conceito de
ente, empresa controlada e empresa estatal dependente). E agora nós veremos mais um...

Receita Corrente Líquida (RCL)


A Receita Corrente Líquida (RCL) é um conceito importantíssimo, porque todos limites da LRF (exceto
os Restos a Pagar) têm como parâmetro a RCL, ou seja, todos os limites são definidos em termos de
percentual (%) da RCL.

Por exemplo: o limite de despesas com pessoal é definido em termos de % da RCL.

A RCL é a soma das receitas correntes (não das receitas de capital). Aqui vale lembrar que as receitas
correntes são:

Tributa Con PAISTO


Onde:

• Tributa: receitas Tributárias (porém, hoje essa origem é denominada “impostos, taxas e
contribuições de melhoria”);
• Con: receitas de Contribuições;
• P: receita Patrimonial;
• A: receita Agropecuária;
• I: receita Industrial;
• S: receita de Serviços;
• T: Transferências correntes; e
• O: Outras receitas correntes.

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Dessas receitas correntes são feitas algumas deduções (daí o nome “líquida”). Mas as deduções não são
iguais para todos os entes, senão vejamos:

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como: (...)

IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais,


industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes,
deduzidos:

a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal,
e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da
Constituição;

b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;

c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de
previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do
art. 201 da Constituição.

§ 1o Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os valores pagos e recebidos em decorrência
da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias.

§ 2o Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de
Roraima os recursos recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o inciso V do § 1o do
art. 19.

“Como é, professor? Entendi nada dessas deduções aí!” 😬

Então analise essa tabela aqui abaixo e tudo vai fazer sentido:

União Estados Municípios DF, AP, RR


Valores transferidos a Valores transferidos a
Estados e Municípios Municípios (CF/88
(CF/88 e legal) apenas)
Contrib. empregador e
trab. Seg. Social Recursos transferidos
Contrib. PIS e PASEP pela União p/ custear
Contrib. Servidores p/ Contrib. Servidores p/ Contrib. Servidores p/ despesas com pessoal
Prev. e Assist. Social Prev. e Assist. Social Prev. e Assist. Social
Receitas compensação Receitas compensação Receitas compensação
financ. entre diversos financ. entre diversos financ. entre diversos
reg. Prev. Social reg. Prev. Social reg. Prev. Social

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Administração Financeira e Orçamentária – Prof. Sérgio Machado e Prof. Marcel Guimarães
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“Certo. E a RCL é calculada para cada exercício financeiro é, professor?”


Não é bem assim. Na verdade, o § 3º é que dita a regra de como ela será apurada:

§ 3o A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e
nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.

Por exemplo: se quisermos apurar a RCL em abril de 2019, tomaremos como base o mês de abril de 2019 e os 11 meses
que vieram antes dele. Esse intervalo de tempo vai de maio de 2018 a abril de 2019.

11 anteriores

Mês de referência

Maio/2018 Abril/2019

Perceba que a RCL pode considerar, em seu cálculo, receitas arrecadadas em exercícios anteriores! 😄
Essa é uma pegadinha que, “vira e mexe”, aparece em prova.

Questões para fixar


FEPESE - Prefeitura de Lages – SC – Contador – 2016

Assinale a alternativa que apresenta objetivo essencial da responsabilidade na gestão fiscal, tratada na LRF.

A) Prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas.

B) Aumentar a publicidade e o controle sobre os atos públicos.

C) Impor limites e condições para as despesas com pessoal.

D) Reduzir os gastos públicos num contexto histórico de elevação da carga tributária.

E) Orientar a elaboração e o controle do orçamento e dos balanços públicos.

Comentários:

A LRF estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Seu objetivo central é
o equilíbrio fiscal, que se quer alcançar pela imposição de restrições para o crescimento da despesa e pela fixação de
limites para gastos com pessoal e endividamento.

Vejamos o texto da LRF:

Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal,
com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.

§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem
desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e
despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da
seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita,
concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

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Portanto, o objetivo da LRF não é aumentar a publicidade e o controle sobre os atos públicos (alternativa B). Também não
é reduzir os gastos públicos num contexto histórico de elevação da carga tributária (alternativa D), pois redução de gastos
públicos não necessariamente é sinônimo de responsabilidade na gestão fiscal. A LRF também não busca orientar a
elaboração e o controle do orçamento e dos balanços públicos (alternativa E). Existem outros instrumentos que fazem
esse papel.

Agora, a LRF impõe limites e condições para as despesas com pessoal (alternativa C), mas esse é somente um meio do
qual a lei se utiliza para alcançar o seu objetivo maior: responsabilidade na gestão fiscal, equilíbrio das contas públicas!
😄 E o objetivo essencial da responsabilidade na gestão fiscal, conforme o § 1º, do art. 1º, da LRF, é prevenir riscos e
corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas (alternativa A).

Gabarito: A

CESPE – TCE-PA – Auditor de Controle Externo – 2016

A aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal colabora com a organização da gestão das finanças públicas do setor público
brasileiro.

Comentários:

Colabora sim! E muito! É uma lei muito relevante no âmbito da Administração Pública brasileira. A LRF estabelece normas
de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Estabelece limites,
condições, regras, para determinadas variáveis (gastos com pessoal, dívida, restos a pagar...), e, por isso, ela “colabora
com a organização da gestão das finanças públicas do setor público brasileiro”, como afirma a questão.

Gabarito: Certo

SUGEP – UFRPE – Contador – 2016

A Lei de Responsabilidade Fiscal obriga a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios à sua aplicação, mas não
inclui as(os):

A) empresas estatais independentes.

B) fundações de direito público.

C) autarquias.

D) fundos públicos.

E) administrações diretas.

Comentários:

Aqui você só precisava se lembrar do seguinte: as Empresas Estatais Independentes (EEI) não estão sujeitas à LRF.

Essa é a conclusão que tiramos dos seguintes dispositivos da LRF:

§ 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

§ 3º Nas referências:

I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:

a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público;

b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes;

Gabarito: A

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FUNIVERSA – IF-AP – Administrador – 2016


Devem ser excluídas do conceito de receita corrente líquida as receitas
A) de operações de crédito.
B) tributárias.
C) de contribuições.
D) patrimoniais.
E) de serviços.
Comentários:
Quais são as receitas que compõem a Receita Corrente Líquida (RCL)? 🤔

Tributa Con PAISTO! Veja só (LRF):

IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias,
de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos: (...)

Beleza! Então a receita que não for “Tributa Con PAISTO” será excluída do conceito de RCL.

Olhando as alternativas, logo percebemos que as operações de créditos não pertencem à RCL, pois são receitas de
capital (o próprio nome já diz: Receita Corrente Líquida). 😉

Gabarito: A
FCC - DPE RS – Analista – 2017
A Lei Complementar n° 101/2000 trouxe como uma de suas inovações mais marcantes o estabelecimento de limites para
várias áreas dos gastos públicos. No que se refere à base de cálculo para a verificação desses limites, essa norma estabelece
que

a) é denominada receita corrente nominal.


b) é composta de receitas correntes e de capital.
c) entram no cálculo, no caso dos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional.
d) será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as
duplicidades.
e) é o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços,
transferências correntes e outras receitas também correntes, sem deduções.
Comentários:
Vamos analisar cada alternativa:

a) Errada. O nome é Receita Corrente Líquida (RCL), e não receita corrente nominal.

b) Errada. É composta somente de receitas correntes, isso inclusive já está no nome! Receitas de capital estão fora!

c) Errada. As parcelas que os Estados entregam aos Municípios por determinação constitucional são deduzidas dos
cálculos, ou seja, não entram no cálculo da RCL.

d) Correta. É exatamente isso que diz o art. 2º, § 3º, da LRF:

§ 3o A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores,
excluídas as duplicidades.

e) Errada. Sem deduções? Claro que não! O nome é Receita Corrente Líquida. Se é “líquida”, é porque houve alguma
dedução aí. E você já viu que são feitas várias deduções.

Gabarito: D

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Cap. II: do planejamento (arts. 3º a 10)


Agora a LRF começa a falar sobre planejamento, especialmente sobre os instrumentos de planejamento:
Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA).

Plano Plurianual (PPA)


Originalmente, a LRF trouxe em seu artigo 3º algumas disposições sobre o PPA. No entanto, esse artigo
foi todo vetado! 🚫 Vou transcrevê-lo riscado para você entender que essas regras não são válidas. Se alguma
questão disser isso, pode marcar errado sem medo! 😉

Art. 3º O projeto de lei do plano plurianual de cada ente abrangerá os respectivos Poderes e será devolvido
para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.
§ 1º Integrará o projeto Anexo de Política Fiscal, em que serão estabelecidos os objetivos e metas
plurianuais de política fiscal a serem alcançados durante o período de vigência do plano, demonstrando a
compatibilidade deles com as premissas e objetivos das políticas econômica nacional e de desenvolvimento
social.
§ 2º O projeto de que trata o caput será encaminhado ao Poder Legislativo até o dia trinta de abril do
primeiro ano do mandato do Chefe do Poder Executivo.

Questões para fixar


CESPE - MPOG – Administrador – 2015

O plano plurianual deve ser integrado por um anexo de política fiscal, em que serão estabelecidos os objetivos e as metas
plurianuais de política fiscal a serem alcançados durante o período de vigência do plano, demonstrando isso a
compatibilidade deste com as premissas e os objetivos das políticas econômica nacional e de desenvolvimento social.

Comentários:

Questão igualzinha ao dispositivo vetado, não é? Então marque errado! 😤

Gabarito: Errado

Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)


Aqui você precisa saber o que a LDO faz (suas funções), quais são seus anexos e o que está contido nesses anexos.

Continuando, a LRF começa a falar sobre a LDO:

Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:


I - disporá também sobre:
a) equilíbrio entre receitas e despesas;

b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso
II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;

“Limitação de empenho, professor? O que é isso?” 🤔

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Veremos mais detalhes já já, calma aí! 😂 Por enquanto guarde isto:

A LDO define os critérios e a forma de limitação de empenho

e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com
recursos dos orçamentos;

Se o programa foi financiado com recursos dos orçamentos, temos que controlar, não é? 😅 Vamos
controlar esses custos e avaliar esses resultados! A função da LDO aqui é estabelecer normas relativas ao
controle de custos e à avaliação dos resultados desses programas.
f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;

Se alguém está recebendo recursos públicos, o Estado deve ser responsável (responsabilidade fiscal 😏) e
impor condições e exigências. Essas condições e exigências para transferências de recursos a entidades
públicas e privadas estão lá na LDO.
§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas,
resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para
os dois seguintes. (x + 2)

§ 2o O Anexo conterá, ainda:

I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior (x - 1);

II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os
resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores (x - 3), e
evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;

III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios (x -3), destacando a origem e a
aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;

IV - avaliação da situação financeira e atuarial:

a) dos regimes geral de previdência social (RGPS) e próprio (RPPS) dos servidores públicos e do
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT);

b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das


despesas obrigatórias de caráter continuado (DOCC).

§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem
tomadas, caso se concretizem.

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A principal inovação da LRF, em matéria de LDO, foi a previsão desses anexos, que necessariamente
deverão integrar a LDO. Além disso, eles são exigidos para todos os entes federativos, ou seja, esses anexos
deverão constar na LDO da União, dos Estados, do DF e dos Municípios.
As questões adoram perguntar o que consta no Anexo de Metas Fiscais (AMF) e também adoram fazer
confusão deste com o Anexo de Riscos Fiscais (ARF). Por isso você tem que saber o que está em cada um deles
e tem que saber distingui-los.

Antes de mais nada, repare que ambos estão contidos na LDO, e não no PPA ou na LOA, ok? 😉 Essa é
outra pegadinha das questões.
Beleza! Agora, sugiro que você pense no nome de cada um: Anexo de Metas Fiscais e Anexo de Riscos
Fiscais. Já deu pra entender o que está contido em cada um? 😏

“Deu, professor! O Anexo de Metas Fiscais conterá metas e Anexo de Riscos Fiscais conterá riscos!”

Brilhante! 😂 É isso mesmo! 👏👏👏

Essa é a base, mas precisamos saber um pouco mais que isso. 😅

O Anexo de Metas Fiscais conterá metas anuais.

“Ok. Mas metas anuais para que, professor?” 🤔

Para 5 coisas:
1. Receitas;
2. Despesas;
3. Resultado nominal;
4. Resultado primário;
5. Montante da dívida pública.
“E essas metas são para quanto tempo? Só para o próximo ano, pelo período de vigência da LDO, do PPA?”
Essa é outra pergunta interessante, porque as questões também adoram trocar os prazos. Por isso que
marquei para você no texto da lei. 😉

“Ah. Por isso que tem escrito lá ‘x -1, x +2, x -3...’?”


Exatamente! 😄
Pois bem. O AMF estabelecerá metas anuais para o exercício a que se referirem (x) e para os dois
seguintes (+ 2). Isso significa que o AMF para o exercício financeiro de 2019, estabelece metas anuais para o
exercício financeiro de 2019 (x) e para 2020 e 2021 (+2).

Metas anuais:
1. Receita
2. Despesa
3. Resultado Nominal
4. Resultado Primário Exercício a que se Dois seguintes
5. Dívida Pública referirem

X0 X1 X2

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E agora vou resumir os períodos para você numa tabelinha:


AMF conterá Período
Metas anuais relativas a receitas, despesas, resultados nominal e Exercício a que se referirem e para os
primário e montante da dívida pública dois seguintes (x + 2)
Avaliação do cumprimento de metas Ano anterior (x - 1)
Demonstrativo das metas anuais, comparando-as com Três exercícios anteriores (x - 3)
Evolução do patrimônio líquido Últimos três exercícios (x - 3)

Certo! 😄

E dentro do AMF nós encontramos ainda:

• avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior (x - 1)


Afinal, temos que controlar, avaliar, saber como foi o exercício anterior para aprender as lições e ver o que
precisa ser melhorado.

• demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que
justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios
anteriores (x - 3), e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política
econômica nacional;
A Administração Pública não pode simplesmente “inventar” metas. Elas devem vir de algum lugar. É
preciso então demonstrar (por meio de um demonstrativo 🤪) como se chegou nessas metas: como o cálculo
foi feito? Qual foi a metodologia utilizada? Como essas metas se comparam àquelas dos três exercícios
anteriores? As metas estão consistentes com as premissas e os objetivos da política econômica nacional? Tudo
isso deve estar lá! 😄

• evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios (x -3), destacando a
origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
Queremos saber se o patrimônio público está sendo bem gerido ao longo do tempo. Por isso é
interessante fazer essa comparação do patrimônio líquido com os últimos três exercícios.

• avaliação da situação financeira e atuarial:


o a) dos regimes geral de previdência social (RGPS) e próprio (RPPS) dos servidores
públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT);
o b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;
Afinal, é importante saber qual é a situação (financeira e atuarial) dos regimes de previdência e desses
fundos e programas, para que isso não vire um problema que venha a comprometer as finanças públicas.

Não saber a situação financeira e atuarial desses regimes, fundos e programas seria como ter um cartão de crédito em que
você não poderia ver a fatura. Você vai gastando e gastando sem ter noção do problema que isso pode ser para você lá na
frente. E quando chegar lá, já será tarde demais para corrigir e será preciso tomar decisões drásticas. Não seria muito
melhor ir acompanhando e evitar o problema? 🙂

• demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão


das despesas obrigatórias de caráter continuado (DOCC).

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Renúncia de receita é quando a Administração renuncia a uma receita. 😉

“Não me diga, professor!” 😳😄

É! Quando o Estado tem o direito de arrecadar alguma receita, mas escolhe não o fazer, está acontecendo
uma renúncia de receita.
Os exemplos estão no artigo 14, § 1º, olha só:

Art. 14, § 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção
em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução
discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento
diferenciado.

Pois é. Agora imagina o que aconteceria se um ente saísse renunciando receitas “a torto e a direito” (à
toa, às cegas, sem controle). Muito em breve esse ente não teria quase nenhuma receita para arrecadar e sua
situação fiscal estaria horrível, com pouco dinheiro para entrar e muitas contas para pagar! 😬

Por isso, é preciso acompanhar a estimativa dessas renúncias de receitas e as medidas de compensação
que estão sendo adotadas. Esse acompanhamento é feito por meio desse demonstrativo.
Já as Despesas Obrigatórias de Caráter Continuando (carinhosamente chamadas de DOCC), estão
definidas no artigo 17 da LRF, veja só:

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida
provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por
um período superior a dois exercícios.

Veremos mais detalhes sobre as DOCC em instantes, mas já podemos adiantar que são despesas
“complicadas”, pois são “persistentes”: elas fixam obrigações legais por um período superior a dois
exercícios.

Por exemplo: comprar um cafezinho ☕ é fácil. Você paga um troco ali, na hora, pronto. Acabou. Difícil é comprar um
imóvel. Você vai assumir a obrigação de pagar parcelas enormes e por um bom tempo (vários anos).

Então, é somente justo que haja um controle sobre a expansão dessas DOCC. Não queremos que elas
cresçam demais, não é mesmo? Por isso existe esse demonstrativo da margem de expansão: para saber o
quanto (qual a margem) essas despesas estão se expandindo.
“Beleza, professor. Agora, não tem um jeito mais fácil de lembrar de todo o conteúdo desse anexo de metas
fiscais, não?”
Opa! Tem sim! Preste atenção na historinha:

Existia um político no Brasil chamado de Antônio Carlos Magalhães (ACM). Seu apelido era “toninho
malvadeza”, mas, como ele era esquentado, vamos apelida-lo de “demônio malvadez”. Seu número nas urnas
era 133. Depois de eleito, ele evoluiu seu patrimônio líquido: comprou um carro FIAT. Então, ele avaliou a
situação do FIAT. Ele também ganhou um pouco de peso. Portanto, fez um regime porque estava FAT e ficou
puto com o programa de emagrecimento pro natal. Como ele demorou a estar com o peso, ele foi a Roraima
(RR) e a Minas Gerais (MG) para espancar o doctor que tinha lhe passado a dieta. 😂

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“Como é, professor? Que viagem é essa?” 🤨


[AnexoOlha
deesse
Metas
esquemaFiscais - AMF]
aqui que você vai entender tudo:

Anexo de Metas Fiscais (AMF) Mnemônico

-A avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; ACM 1

- O demonstrativo das metas anuais, com memória e metodologia de


cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com DEMônio MAlvadeza 3
as fixadas nos três exercícios anteriores;

- A evolução do patrimônio líquido, também dos últimos três exercícios, 3


destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação EVOLUiu o PATRIM. LÍQUIDO
de ativo;

- Avaliação da situação financeira e atuarial:


AVALiou a SITUAÇÃO do FIAT
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos
servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; Fez REGIME pq estava FAT
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de
natureza atuarial; Ficou PUto com o PROGRAMA de
Emagrecimento pro NATAL
- O demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de
receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de DEMorou a ESTar COM o PEso; foi pra
caráter continuado; RR e pra MG ESPancar o DOCCtor

Prof. Marcel Guimarães


Entendeu agora? 😄

“Ah, entendi. Entendi o AMF, professor. E o Anexo de Riscos Fiscais (ARF) é aquele que conterá os riscos, não
é mesmo?” 😃

Precisamente! 😄 Fácil, não é? É no Anexo de Riscos Fiscais em que serão avaliados os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas. Mas o anexo não se contenta só com isso.
Além de avaliar, ele vai informar as providências a serem tomadas, caso os passivos contingentes e os outros
riscos se concretizem. Assim, ele se torna bem mais útil, concorda? 😉

Por exemplo: é como se o jornalista que informa a previsão do tempo simplesmente dissesse: “olha, amanhã teremos um
furacão”. Na mesma hora você se pergunta: “putz, e agora o que eu faço?”. Não seria melhor se o jornalista dissesse:
“amanhã teremos um furacão, por isso estoquem água, comprem lanternas e cubram as janelas de vidro com madeira”?
Agora você já sabe o que fazer! 😃

Ah, e é interessante você saber o que é um passivo contingente. Passivo contingente é:


(a) uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada
apenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob
controle da entidade; ou
(b) uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é reconhecida porque:
i. não é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos ou
potencial de serviços seja exigida para liquidar a obrigação; ou
ii. o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente confiabilidade.
Quer dizer: passivos contingentes são despesas que envolvem certo grau de incerteza quanto a sua
efetiva ocorrência. Você não sabe se elas vão ocorrer ou não. Ou então nem pode mensurar o seu valor com
confiabilidade. Por isso que eles estão categorizados como “riscos”. 😐

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Esse grau de incerteza quanto a sua ocorrência impossibilita a correta discriminação e previsão de valores
na lei orçamentária, mas podem vir a afetar o equilíbrio das contas públicas na medida em que se tornem
exigíveis.
Pronto! 😄 Basicamente, o Anexo de Riscos Fiscais só faz isso.

Anexo de Metas Fiscais (AMF) Anexo de Riscos Fiscais (ARF)


Avaliação dos passivos contingentes e
Metas anuais (x + 2): outros riscos capazes de afetar as contas
públicas
Providências a serem tomadas caso os
1. Receitas
riscos se concretizem
2. Despesas
3.Resultado nominal
4. Resultado primário
5. Dívida Pública
Avaliação do cumprimento de metas relativas ao ano anterior
(x – 1)

Demonstrativo das metas anuais, comparando-as com as


fixadas nos três exercícios anteriores (x – 3)

Evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três


exercícios (x – 3), destacando a origem e a aplicação dos
recursos obtidos com a alienação de ativos

Avaliação da situação financeira e atuarial:


a) RGPS, RPPS e FAT
b) Demais fundos públicos e programas estatais de
natureza atuarial
Demonstrativo da estimativa e compensação da:
1. Renúncia de receita
2. Margem de expansão das DOCC

“Beleza, e são só esses dois anexos, professor?” 🧐

Não. Tem mais um! Só que esse é específico para a União! E ele não é exatamente um anexo da LDO. 😅
Vejamos (LRF, art. 4º):

§ 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das
políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais
agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subsequente.

Primeiro ponto de atenção (e eu repito): esse anexo é exigido apenas para a União!

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Anexo de Metas Fiscais (AMF)


Exigidos para todos os
entes federativos
Anexo de Riscos Fiscais (ARF)
Anexos

Exigido apenas para a União Anexo específico

Segundo ponto de atenção: esse anexo acompanha a LDO? É um anexo da LDO?


NÃO! 😤

Ele acompanha a mensagem que encaminha o projeto de LDO (PLDO).


“Certo. E o que tem nesse anexo específico, professor?”
Esse anexo apresentará objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial. Por isso que a gente o
chama de:

Anexo da MOCRÉia CAMBaleante

É aquela mocréia, muito feia, muito bêbada, andando toda torta, toda cambaleante. 😂

“Que coisa horrível, professor!” 🙄

Pode ser horrível, mas se você acertar a questão, então deu certo! 😅

E para finalizar, aqui vai uma pergunta: onde estão as metas de inflação? 🤔

“Fácil, professor. Essa eu já sei. Metas de inflação estão no Anexo de Metas Fiscais, ué. É lá que estão as
metas!” 😃
Disse o aluno apressado...
Ele não lembra que o AMF contém metas anuais relativas a:
1. Receitas;
2. Despesas;
3. Resultado nominal;
4. Resultado primário;
5. Montante da dívida pública.

Cadê as metas de inflação aí? 😏

Em lugar nenhum! Porque elas não estão aí. As metas de inflação estão no anexo da mocréia
cambaleante, quer dizer, no anexo específico que acompanha a mensagem que encaminhar o projeto de LDO
da União. 😂

Isso porque esse anexo apresentará os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e
variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subsequente. Portanto, projeção do PIB, da taxa de
juros, taxa de câmbio, taxa de inflação, estão todos lá! 😄

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Questões para fixar


FGV - Prefeitura de Niterói - RJ - Auditor Municipal de Controle Interno - Auditoria Governamental – 2018

A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve conter o Anexo de Riscos Fiscais.

Sobre o Anexo de Riscos Fiscais, assinale a afirmativa correta.

A) Estabelece as metas anuais, em valores correntes e constantes, para o exercício a que se referir e para os dois seguintes.

B) Acompanha a avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior.

C) Contém a evolução do patrimônio líquido nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos
obtidos com a alienação de ativos.

D) Apresenta a avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas e informando as
providências a serem tomadas caso se concretizem.

E) Expõe o demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas
obrigatórias de caráter continuado.

Comentários:

É só seguir a dica: pensar no nome do anexo. Olha para o quadro comparativo também ajuda muito! O Anexo de Riscos
Fiscais (ARF) só contém a avaliação dos passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas e as
providências a serem tomadas caso os riscos se concretizem. Todo o resto está no Anexo de Metas Fiscais (AMF).

Gabarito: D

FGV - Prefeitura de Cuiabá - MT - Profissional de Nível Superior – Contador – 2015

O Anexo de Riscos Fiscais integra o projeto de lei de diretrizes orçamentárias.

Sobre ele é correto afirmar que

A) contém a avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior e avaliação da situação financeira e atuarial.

B) contém o demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os
resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores.

C) contém a evolução do patrimônio líquido nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos
obtidos com a alienação de ativos.

D) estabelece as metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e
primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.

E) avalia os passivos contingentes capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas,
caso se concretizem.

Comentários:

Mesma coisa da questão anterior! O Anexo de Riscos Fiscais (ARF) só contém a avaliação dos passivos contingentes e
outros riscos capazes de afetar as contas públicas e as a serem tomadas caso os riscos se concretizem. Todo o resto está
no Anexo de Metas Fiscais (AMF).

Gabarito: E

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FCC - TRT - 6ª Região - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2012

No Anexo de Metas Fiscais, parte integrante do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, estão estabelecidas metas
anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da
dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. O Anexo de Metas Fiscais contém

A) demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita nos últimos três exercícios.

B) avaliação da situação financeira e atuarial nos últimos três exercícios.

C) avaliação do cumprimento da execução financeira relativa aos últimos três exercícios.

D) evolução do patrimônio líquido nos últimos três exercícios.

E) reserva de contingências nos últimos três exercícios.

Comentários:

Por isso que eu fiz questão de destacar os prazos. Vejamos as alternativas:

a) Errada. A lei não determina prazo para o demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita.

b) Errada. A lei também não determina prazo para avaliação da situação financeira e atuarial.

c) Errada. Na verdade, é a avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior.

d) Correta. Olha só:

§ 2o O Anexo conterá, ainda:

III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos
obtidos com a alienação de ativos;

e) Errada. A Reserva de Contingência nem está na LDO (que contém o AMF). Ela está na LOA. A LDO é que irá definir a
forma de utilização e o montante dessa reserva (LRF, art. 5º, III).

Gabarito: D

CESPE – FUB - Auditor – 2009

A partir da LRF, os anexos de metas fiscais e de riscos fiscais devem integrar o projeto de lei orçamentária anual.

Comentários:

Essa foi só para ver se você estava prestando atenção. Eu avisei que ambos estão contidos na LDO, e não no PPA ou na
LOA, ok? 😉 Viu como é uma pegadinha das questões. 😏

Gabarito: Errado

Lei Orçamentária Anual (LOA)


Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com
a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:

I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os


objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º;

Os instrumentos de planejamento do nosso sistema orçamentário (PPA, LDO e LOA) juntos funcionam
como engrenagens de uma máquina. Eles não podem ser elaborados de forma independente. É tanto que, o

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caput do artigo 5º da LRF exige que o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) seja elaborado de forma
compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com a própria LRF.
Ademais, o PLOA conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos
orçamentos com os objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais (AMF), que está na LDO. Afinal
a LDO orientará a elaboração da LOA, está lembrando disso? 😉

“E para serve esse demonstrativo, professor?” 🤔

Para demonstrar (provar) que a LOA foi elaborada para alcançar as metas e objetivos estabelecidos e que
ela guarda compatibilidade com os demais instrumentos de planejamento.

“E para que isso, professor?” 🤨

Para garantir que o nosso sistema e planejamento orçamentário esteja todo compatível, coerente,
“redondo”, “fechadinho”, aumentando as nossas chances de atingir as metas e objetivos traçados. Você
imagina a bagunça que seria se a o planejamento estratégico estabelecesse X, o planejamento tático
direcionasse para Y e o planejamento operacional planejasse a execução de Z? 😅

LDO
PPA
(AMF)

LOA

II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6º do art. 165 da Constituição, bem como das
medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter
continuado;

O inciso nos informa que o PLOA será acompanhado daquele demonstrativo regionalizado dos efeitos,
sobre receitas e despesas, decorrentes de renúncia de receitas, observe (CF/88):
Art. 165, § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do
efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios
de natureza financeira, tributária e creditícia.
Mas não é só isso. O PLOA também será acompanhado medidas de compensação a(ao):

• renúncias de receita; e
• aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado (DOCC).

III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita
corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:

a) (VETADO)

b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

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⚠ Atenção para isto: a reserva de contingência está na LOA, mas a forma de utilização e o montante
dessa reserva estão na LDO.

Imagine que a Reserva de Contingência seja um bolo. Isso mesmo: um bolo! 🎂

Muito bem. O bolo está na LOA, mas a forma (o molde) que você utilizou para fazer esse bolo está na LDO. 😉

conterá a Reserva de
LOA
Contingência
Reserva de
Contingência
Estabelece a forma de
LDO
utilização e montante

Preste atenção
A reserva de contingência está na LOA, mas forma de utilização e montante estão na LDO

§ 1º Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão,
constarão da lei orçamentária anual.

§ 2º O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei orçamentária e nas de crédito


adicional.

§ 3º A atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a variação
do índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica.

§ 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.

§ 5º A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior a um exercício
financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão, conforme
disposto no § 1º do art. 167 da Constituição.

O dispositivo constitucional ao qual a LRF se refere é este:

Art. 167, § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser
iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime
de responsabilidade.

Por exemplo: em meados de julho, “do nada”, o Governador decide construir um novo hospital. O maior hospital que o
Estado já viu. Moderníssimo! Tanto que a sua construção demorará cerca de 5 (cinco) anos. Um baita investimento.
“Amanhã abriremos o edital de licitação e começaremos os trabalhos”, diz ele. 🤔

Calma, Governador! 😅 Você acha que é assim tão fácil? De uma hora para outra? 😄 A execução desse investimento
ultrapassa um exercício financeiro. Se você quiser construir esse hospital, vai ter que inclui-lo no PPA (ou numa lei que
autorize a inclusão no PPA). Caso não faça isso, poderá incorrer em crime de responsabilidade.

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Portanto:

• Investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro: precisa estar no PPA.


• Investimento cuja execução seja inferior a um exercício financeiro: não precisa estar no PPA.

§ 6º Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei orçamentária, as do Banco Central do


Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a benefícios
e assistência aos servidores, e a investimentos.

Questões para fixar


VUNESP - MPE SP – Analista Técnico Científico – 2019

No intuito de compatibilizar o orçamento e o planejamento, a Lei de Responsabilidade Fiscal determina que a lei
orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja
previsto no plano plurianual em hipótese alguma.

Comentários:

Pegadinha pesada! Mas quando você vê a expressão “em hipótese alguma”, você já começa a desconfiar, não é mesmo?

A grande sacada aqui é lembrar que a dotação não necessariamente precisa estar no PPA. Ela também pode estar em lei
que autorize a sua inclusão. 😬

Gabarito: Errado

FCC - ALESE - Analista Legislativo - Apoio Jurídico – 2018

De acordo com a Lei Complementar federal no 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, o projeto de lei
orçamentária anual deverá ser elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes
orçamentárias e com as normas estabelecidas na própria Lei Complementar federal no 101/2000.

Comentários:

Esse é o caput do artigo 5º da LRF, confira:

Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes
orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar: (...)

Gabarito: Certo

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LOA na Banco
LRF]Central do Brasil (Bacen)
Não tem muito segredo aqui, esses artigos não costumam aparecer em prova. Sabendo a literalidade já está ótimo! 😄
LRF – Art. 7º
Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após a constituição ou reversão de reservas,
Art. 7o Oconstitui receita
resultado dodo Tesouro
Banco Nacional,
Central e será transferido
do Brasil, apuradoaté o décimo
após dia útil subsequente
a constituição à aprovação
ou reversão de
reservas, constitui receita do Tesouro Nacional, e será transferido até o décimo dia útil
dos balanços semestrais.
subseqüente
§ 1o O àresultado
aprovação dos balanços
negativo semestrais.
constituirá obrigação do Tesouro para com o Banco Central do Brasil e será
consignado em dotação específica no orçamento.
§ 1o O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro para com o Banco Central do
Brasil e será consignado em dotação específica no orçamento.
Resumindo

Resultado
RECEITA "

OBRIGAÇÃO !
Resultado (dotação da LOA)

§ 2o O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo Banco Central do Brasil serão demonstrados
Prof. Marcel Guimarães trimestralmente, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União.
§ 3o Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil conterão notas explicativas sobre os custos da
remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional e da manutenção das reservas cambiais e a
rentabilidade de sua carteira de títulos, destacando os de emissão da União.

⚠ Atenção para os prazos:


• resultado do Banco Central do Brasil é transferido até o décimo dia útil subsequente à aprovação
dos balanços semestrais;
• impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo Banco Central do Brasil serão
demonstrados trimestralmente;
• custos da remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional e da manutenção das reservas
cambiais e a rentabilidade de sua carteira de títulos estão nos balanços trimestrais.
Existe outro dispositivo neste capítulo. Ele fica lá no artigo 9º:
Art. 9º, § 5º No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o Banco Central do Brasil
apresentará, em reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avaliação
do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o
impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços.
Outra grande pegadinha é trocar o “Banco Central do Brasil” pelo “Banco do Brasil”. A única diferença é
a palavra “central”. Às vezes, o candidato lê rápido e nem percebe. Por isso, cuidado!


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Execução Orçamentária e Cumprimento das Metas


Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes
orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a
programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.

⚠ Atenção aos seguintes pontos:

• não é imediatamente após a publicação da LOA. Agora é 30 dias após a publicação. O governo
tem 30 dias para estabelecer programação financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso, e ele o fará por meio de um decreto.
• não se fala mais cotas trimestrais (que estão na Lei 4.320/64). Agora se fala em cronograma
mensal de desembolso (programação mensal dos fluxos de caixa). 😉

Programação Financeira
Poder Executivo
Cronograma de execução
mensal de desembolso

Publicação dos
orçamentos

30 dias

Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados


exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em
que ocorrer o ingresso.

Vinculou? Então está vinculado! Amarrado! Mesmo que vire o ano, ele continuará vinculado. As
questões vão dizer que ao término do exercício, a vinculação será perdida. Quer ver? 😄

Recursos
Finalidade
legalmente
específica
vinculados

2019 2020 2021

Questões para fixar


CESPE – TCE-RO – Analista Judiciário – 2013
Com relação à fase de execução orçamentária, nos termos da Lei Complementar no 101/2000 - LRF, é correto afirmar que
os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão utilizados, exclusivamente, para atender ao objeto de sua
vinculação, até o término do exercício em que ocorrer o ingresso.
Comentários:
Não é até o término do exercício em que ocorrer o ingresso. A vinculação é mantida, mesmo que o exercício financeiro
termine.

Gabarito: Errado

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Contingenciamento de Gastos
Quem já estudou nossa aula de ciclo orçamentário – parte 2, vai notar alguns trechos parecidos. Lá nosso foco era na fase
de execução do ciclo orçamentário. Aqui nosso foco é a LRF.

Vamos começar com um exemplo:

Joãozinho vende salgados na porta da universidade. Essa é a sua fonte de renda. Joãozinho até vive
confortavelmente: ele tem assinaturas de Netflix, Spotify e também, claro, do EmAudio Concursos, porque ele
sonha em passar num concurso público e adora as aulas de AFO do Professor Sérgio Machado lá! 🤩
Normalmente Joãozinho fatura R$ 1.500,00 por mês e suas despesas somam R$ 1.000,00, de forma que a cada
bimestre ele consegue juntar R$ 1.000,00. A meta, portanto, é chegar ao final do ano com R$ 6.000,00 (6
bimestres x R$ 1.000,00). 😉

O ano letivo começou e estava tudo indo muito bem, até que, em meados de abril, a universidade entrou em
greve! 😬 As aulas foram suspensas, os alunos (principais consumidores) mal apareciam! Joãozinho contava
com aquela receita para alcançar a sua meta, mas, com a inesperada greve, ele viu seu faturamento diminuir.

Porém, Joãozinho é forte! Ele repetia para si mesmo: “não vou diminuir a minha meta. Não vou diminuir a
minha meta! 😤 Tenho que dar um jeito de continuar fazendo com que sobre R$ 500,00 todo mês. Mas como
eu vou fazer isso se minha renda agora caiu para R$ 1.300 e a greve ainda está longe de ser resolvida? 🤔 Se
continuar assim, eu não vou conseguir juntar R$ 1.000 a cada bimestre e não vou alcançar minha meta... 😕

Já sei! 😃 Eu posso cortar algumas despesas! Se eu cortar R$ 200,00 das minhas despesas mensais, continuo
juntando R$ 1.000,00 por bimestre e assim eu consigo alcançar a minha meta anual de R$ 6.000! Agora, o que
cortar primeiro? Tenho que ter critérios! Vou cortar primeiro os supérfluos: Netflix e Spotify. O EmAudio
Concursos eu não cancelo nem a pau! 😄 Pronto. Decidido! Durante os próximos 30 dias, essas minhas
obrigações estarão limitadas!”

O que aconteceu aí nesse exemplo foi um contingenciamento de gastos, uma limitação de empenho e
movimentação financeira. 😉

“Como assim, professor? O que é limitação de empenho e movimentação financeira?” 🤔

Vamos observar o que diz a LRF:

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais,
os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela
lei de diretrizes orçamentárias.

Então é o seguinte: se for verificado, ao final de um bimestre (não é trimestre e nem quadrimestre), que
a realização da receita (não o aumento de despesas) poderá não comportar o cumprimento das metas de
resultado primário ou nominal (basicamente a diferença entre receitas e despesas), então, nos 30 dias
subsequentes, acontecerá o que chamamos de limitação de empenho e movimentação financeira (LRF, art.
9º).

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30 dias subsequentes

Fevereiro Abril Junho Agosto Outubro Dezembro

Se verificado ao final de um bimestre

Rec. Poderes e MP
Prevista
Limitação de empenho e
(Meta RP) Realização por ato próprio movimentação financeira
da receita

“Espera aí, rapidinho, professor. Resultado primário? Resultado nominal? O que é isso?” 🤨

O Resultado Primário (RP) é a diferença entre receitas e despesas primárias (ou não-financeiras), ou
seja, todas aquelas que não tenham caráter financeiro, referente aos órgãos da administração direta, fundos,
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. O RP irá indicar se o ente federativo está ou não
vivendo dentro de seus limites financeiros e contribuindo para a redução ou elevação do seu endividamento.

Receitas Despesas Resultado


primárias primárias primário

Já o Resultado Nominal (RN) inclui as receitas e despesas financeiras. Portanto, o cálculo seria assim:

(Receitas primárias + Receitas financeiras) – (Despesas primárias + Despesas financeiras) = Resultado Nominal

O Resultado Primário indica se houve superávit ou déficit primário. O Resultado Nominal vai mais
longe e indica se a economia de recursos primários é suficiente para cobrir as despesas financeiras também, ou
se há necessidade de recorrer a empréstimos2.
Beleza. Continuando...
Você lembra do conceito de excesso de arrecadação (uma das fontes para abertura de créditos
adicionais)? É o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a
realizada, ou seja, é arrecadar mais do que o previsto!

Excesso de arrecadação = Rec. Arrecadada – Rec. Prevista

2
PALUDO, Augustinho. Orçamento público, AFO e LRF, 5ª edição, editora Método, 2015.

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Perceba, então, que o que acontece aqui na limitação de empenho e movimentação financeira é
justamente o contrário do excesso de arrecadação. Aqui está acontecendo frustração de receita, ou seja, a
arrecadação está menor do que o previsto.

Por exemplo: a previsão era arrecadar R$ 100.000,00, mas só foram arrecadados R$ 70.000,00. Agora estamos frustrados.
😩 Essa é a frustração de receita.

Ok! Então tivemos frustração de receita, temos que limitar o empenho! Mas e se a Administração já tiver
feito o empenho e a até mesmo a liquidação dessa despesa? 🤔 Tarde demais? 😬

Não! 😃 Agora nós vamos segurar o próximo estágio da execução da despesa: o pagamento. Portanto,
vamos segurar o pagamento! Vamos limitar a movimentação financeira, a saída de recursos da conta da
Administração. Por isso que o nome é limitação de empenho e movimentação financeira! Entendeu? 😏

Mas a frustração de receitas não é o único motivo que enseja o contingenciamento de gastos. Este pode
ser feito:

• De forma preventiva;
• Por conta da frustação de receitas;
• Por conta de endividamento excessivo (LRF, art. 31, § 1o, II).
Portanto, segundo o MTO 2020, verificada a frustração na arrecadação da receita prevista ou o aumento
das despesas obrigatórias, que venham a comprometer o alcance das metas fiscais, torna-se necessária a
adoção de mecanismos de ajuste entre receita e despesa.

Mas como fazer isso? 🤔

Vejamos um exemplo:

Imagine que as receitas previstas são na ordem de R$ 1.200.000,00. As despesas fixadas somam R$ 1.100.000,00.
Portanto, a meta de resultado é de R$ 100.000,00. De acordo com o planejamento da Administração Pública, a
arrecadação de receitas seria constante: todo mês a previsão de arrecadação era de R$ 100.000,00 (equivalente a R$
1.200.000,00 dividido por 12 meses). Até aqui tudo bem.

Acontece que os dois primeiros meses do ano já se passaram e somente foram arrecadados R$ 50.000,00. Olha só!
Esperava-se arrecadar R$ 200.000,00 nesse período, mas somente foram arrecadados R$ 50.000,00. Tem R$ 150.000,00
faltando. Enquanto isso, as despesas continuam fixadas. A Administração continua gastando como se tivesse arrecadado
R$ 200.000,00 no primeiro bimestre.

Você consegue perceber que se não houver corte de despesas, a coisa vai ficar feia? 😣 Desse jeito a
Administração não vai alcançar as metas de resultado! 😬

O que fazer então? 🧐

Contingenciamento de gastos! Limitação de empenho e movimentação financeira! 😄 Se antes a


Administração podia empenhar R$ 80.000,00 em determinada dotação, agora não pode mais, porque as metas
de resultado estão em risco! Esse empenho será limitado! Agora a Administração só pode empenhar R$
50.000,00 nessa dotação.
“Mas quais gastos serão contingenciados, professor? Por que alguns são mais importantes do que outros, não
é mesmo?” 🤔

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Exatamente! Quais gastos serão contingenciados? Quais serão os critérios que serão utilizados para
decidir isso? E de que forma isso acontecerá? 🤔

Muito bem! Quem vai definir os critérios e a forma dessa limitação de empenho e movimentação
financeira é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Perceba que o finalzinho do artigo 9º da LRF diz isso
(“segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias”) e o artigo 4º da LRF (que nós já vimos)
também:

Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:

I - disporá também sobre: (...)

b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso
II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;

Outro detalhe importante: os Poderes e o Ministério Público promoverão a limitação de empenho e


movimentação financeira por ato próprio! Isso significa que o Poder Executivo não promove (e nem poderá
promover) limitações no empenho e na movimentação financeira dos demais Poderes. Isso seria uma afronta
ao princípio da separação dos poderes! 😳

“Por que, professor?” 🧐

Porque o seguinte dispositivo está suspenso (por conta da ADIN 2.238-5):

Art. 9º, § 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a
limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros
segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. (Vide ADIN 2.238-5)

“Por que está suspenso, professor?” 🤔

Porque infringe o princípio da separação dos Poderes!


Assim, mesmo que os demais Poderes e o MP fiquem inertes, o Poder Executivo não poderá promover
limitações no empenho e na movimentação financeira dos demais Poderes e do MP. Os Poderes e o Ministério
Público promoverão a limitação de empenho e movimentação financeira por ato próprio! ☝

Portanto, eis a lição do mestre Yoda:

“Em limitação de empenho de outro Poder, o Executivo a colher não pode meter!” 🥄🚫

Quem não viu essa parte do filme, volta lá e assiste de novo! 😂

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As questões vão tentar lhe pegar aqui, dizendo que ”o Poder Executivo promoverá limitações no
empenho e na movimentação financeira dos demais Poderes”, mas você irá se lembrar dessa grande lição
do mestre Yoda: os Poderes e o Ministério Público promoverão a limitação de empenho e movimentação
financeira por ato próprio!

Preste atenção!
O Poder Executivo não pode realizar limitação de empenho e movimentação financeira de outros
Poderes. Os Poderes e o MP a promoverão por ato próprio!

“Mas como é esse ‘ato próprio’, professor?” 🧐

Bom, a limitação dos gastos públicos é feita por decreto do Poder Executivo e por ato próprio dos
demais Poderes, de acordo com as regras fixadas pela LDO. No âmbito do Poder Executivo, esse decreto ficou
conhecido como Decreto de Contingenciamento (seu nome completo é “decreto de programação
orçamentária e financeira e de limitação de empenho e movimentação financeira”), que, normalmente, é
detalhado por portaria interministerial (MP e MF), evidenciados os valores autorizados para movimentação e
empenho e para pagamentos no decorrer do exercício.
O principal objetivo do Decreto de Contingenciamento é assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas
ao longo do exercício financeiro e proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.
“Ok, professor. Então, se for verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não
comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal, acontecerá a limitação de empenho e
movimentação financeira. Beleza. Mas e se depois a arrecadação da receita for reestabelecida, e aquilo que
estava faltando em um bimestre for recuperado?” 🤔

Ah! Que excelente pergunta! A LRF nos dá a resposta:

Art. 9, § 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das
dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.

Isso significa que se houver restabelecimento da receita, mesmo que tenha sido parcial, é preciso
recompor as dotações que foram limitadas de forma proporcional.

Por exemplo: imagine que receita prevista que o ente precisa arrecadar em cada bimestre para que a meta
de resultado seja cumprida seja de R$ 5.000,00.
Só que a receita arrecadada no 1º bimestre foi somente R$ 3.500,00. Veja que foram arrecadados R$
1.500,00 do que o esperado, do que o suficiente para cumprir a meta de resultado. Ou seja: está acontecendo
uma frustração de receita.

O que fazer? 🤔

Contingenciamento de gastos! É preciso contingenciar R$ 1.500,00.


Temos duas dotações que podem ser limitadas:

• Dotação 1: R$ 1.000,00
• Dotação 2: R$ 2.000,00

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Se limitarmos cada uma em 50%, conseguimos chegar ao contingenciamento de R$ 1.500,00, olha só:

• Dotação 1: R$ 1.000,00 – R$ 500,00 (50% de R$ 1.000,00) = R$ 500,00


• Dotação 2: R$ 2.000,00 – R$ 1.000,00 (50% de R$ 2.000,00) = R$ 1.000,00
• R$ 500,00 + R$ 1.000,00 = R$ 1.500,00
Excelente! Até aqui nenhuma novidade para você.

Agora, imagine que no 2º bimestre a receita arrecadada foi R$ 4.700,00. Não são os R$ 5.000,00 que o
ente precisa para cumprir a meta, mas melhorou não foi? Passou de R$ 3.500,00 para R$ 4.700,00.
Como é o nome disso?
Restabelecimento parcial da receita.
Muito bem! Então nesse caso, conforme o § 1º do artigo 9º, precisamos refazer o cálculo do
contingenciamento, de forma proporcional, porque agora não é mais preciso contingenciar R$ 1.500,00. É
preciso contingenciar somente R$ 300,00 (R$ 5.000,00 – R$ 4.700,00).
Então vamos calcular. Dá para tirar 10% de cada dotação, olha só:

• Dotação 1: R$ 1.000,00 – R$ 100,00 (10% de R$ 1.000,00) = R$ 900,00


• Dotação 2: R$ 2.000,00 – R$ 200,00 (10% de R$ 2.000,00) = R$ 1.800,00
• R$ 100,00 + R$ 200,00 = R$ 300,00

Pronto! É basicamente isso! 😄

E não precisa se desesperar: eu nunca vi questão que cobrasse algum cálculo desse tipo. Normalmente,
as questões se limitam a dizer que a recomposição das dotações não precisa ser de forma proporcional ou que
a recomposição das dotações só acontece se o restabelecimento da receita prevista for total. Isso está errado!
Não caia nessas pegadinhas! 😤

Preste atenção!
Se houver restabelecimento da receita, mesmo que tenha sido parcial, é preciso recompor as
dotações que foram limitadas de forma proporcional

Tranquilo...
Mas algumas despesas são tão importantes que não serão objeto de limitação de despesas! Observe
(LRF):

Art. 9º, § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais
do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de
diretrizes orçamentárias.

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Portanto, não serão objeto de limitação:

• obrigações constitucionais e legais: são todas aquelas obrigações definidas na legislação que
não dependem de atos discricionários ou da vontade do administrador. Por exemplo, as
despesas com pessoal e encargos sociais, as transferências intergovernamentais (como as
decorrentes do FUNDEB) e o pagamento do serviço da dívida pública;
• pagamento do serviço da dívida pública: já incluído na categoria anterior;
• ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias: estas, por sua natureza, são discricionárias,
entretanto, em razão de sua importância e prioridade, podem ser discriminadas no texto da
LDO, evitando que se lhes aplique eventual limitação, preservando-se assim a execução dos
recursos aprovados na lei orçamentária e em seus créditos adicionais. Podem ser programas ou
ações específicas, seja na área social ou de infraestrutura, órgãos ou entidades, as quais se
pretende incentivar ou priorizar o desempenho e os resultados, ou mesmo despesas financiadas
com recursos destinados à contrapartida em convênios com outras esferas de governo.

Resumindo
Verificação ao final de um
bimestre

Quando? Durante os próximos 30 dias

Receita realizada não


Limitação de comportar o cumprimento das
empenho e metas
movimentação obrigações
financeira Critérios e forma definidos pela
constitucionais e
LDO
legais

Como? Não serão objeto de limitação: serviços da dívida

ressalvadas pela
Cada Poder, por ato próprio
LDO

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Questões para fixar


CESPE – MPE-PI - Promotor de Justiça Substituto – 2019

Durante a execução orçamentária, caso o Poder Executivo verifique, ao final de determinado bimestre, que a realização
da receita poderá não comportar o cumprimento da meta de resultado primário estabelecida no anexo de metas fiscais,
ele deverá, à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal,

A) tomar medidas de combate à sonegação.

B) ampliar as alíquotas de tributos que não exijam lei para tanto.

C) promover, por ato próprio, nos montantes necessários, limitação de empenho e movimentação financeira.

D) decretar o contingenciamento de dotações orçamentárias das transferências voluntárias.

E) reduzir o número de cargos comissionados.

Comentários:

Já que a questão pediu, vejamos a Lei de Responsabilidade Fiscal:

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas
de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão,
por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação
financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

Gabarito: C

CESPE – EBSERH – Analista administrativo – 2018

No caso de frustração da receita orçamentária, os critérios e a forma de limitação de empenho devem ser instituídos pelo
titular de cada poder ou órgão.

Comentários:

Em caso de frustração da receita orçamentária, para promover o atingimento das metas de resultado primário e nominal,
os Poderes e o Ministério Público promoverão a limitação de empenho e movimentação financeira.

Mas quais serão os critérios que serão utilizados para decidir isso? E de que forma isso acontecerá? 🤔

Quem vai definir isso é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), olha só:

Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:

I - disporá também sobre: (...)

b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no
art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de
resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato
próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira,
segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

Portanto, os critérios e a forma de limitação de empenho serão instituídos pela LDO (e não pelo titular de cada poder ou
órgão). 😉

Gabarito: Errado

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CESPE – TCE-PB – Auditor de Contas Públicas – 2018

É vedada a limitação de despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente.

Comentários:

Certinho! Do jeito que está no art. 9º, § 2º, da LRF: 😄

Art. 9º, § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive
aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.

Gabarito: Certo

CESPE – CNJ – Técnico judiciário – 2013

De acordo com a LDO, na condição de se verificar, ao final do semestre, que a realização da receita não comportará o
cumprimento das metas de resultado primário, o Poder Executivo promoverá, por ato próprio, limitações no empenho e
na movimentação financeira dos três poderes.

Comentários:

Primeiro: essa regra está na LRF, e não na LDO.

Segundo: o Poder Executivo não promove (e nem poderá promover) limitações no empenho e na movimentação
financeira dos demais Poderes. Isso seria uma afronta ao princípio da separação dos poderes! 😳 Lembre-se da lição do
mestre Yoda: “em limitação de empenho de outro Poder, o Executivo a colher não pode meter!” 🥄🚫

Gabarito: Errado

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Questões comentadas – CESPE


1. CESPE – ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área 1 – 2018

Para efeito das normas de responsabilidade fiscal, uma empresa estatal pode ser caracterizada como
dependente sem constituir uma empresa controlada.

Comentários:

Não, porque uma empresa estatal dependente é uma empresa controlada. 😀 Então, não é possível que
uma empresa seja empresa estatal dependente sem constituir uma empresa controlada. 😉

Observe como isso está escrito na LRF:

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:

III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no
último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;

Gabarito: Errado

2. CESPE – STM - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018

O conceito legal de empresa estatal dependente inclui todas as empresas estatais controladas.
Comentários:
Não. As empresas estatais controladas podem ser divididas entre:

• empresas estatais dependentes; e


• empresas estatais independentes.

Estatal dependente
Empresas
controladas
Estatal
independente

Quer ver como isso está na LRF? 😄

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:

II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou
indiretamente, a ente da Federação;

III - empresa estatal dependente: empresa controlada que (...)

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Portanto, não é o conceito legal de empresa estatal dependente que inclui todas as empresas estatais
controladas. É o conceito legal de empresa controlada que inclui as empresas estatais dependentes.
Entendeu? A banca só trocou as palavras de lugar, tornando a questão errada. 😊

Gabarito: Errado

3. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018

O anexo de metas fiscais deve ser obrigatoriamente incluído na lei de diretrizes orçamentárias, mas a inclusão
do anexo de riscos fiscais é facultativa.
Comentários:

Negativo! Ambos devem ser obrigatoriamente incluídos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), olha
só (LRF):
§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados
nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois
seguintes.

§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos
contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem
tomadas, caso se concretizem.

Observe os modos verbais utilizados: “integrará” e “conterá”. A lei não fala “poderá integrar” ou “poderá
conter”. Isso indica a obrigatoriedade desses anexos serem incluídos na LDO. 🤓

Gabarito: Errado

4. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018


As transferências recebidas de outros entes não integram a receita corrente líquida.
Comentários:
Errado! Integram sim, confira:

IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais,
agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos: (...)

“Professor, e eu vou ter que lembrar tudo isso?” 🤨

Nem tanto. Basta você lembrar quais são as receitas correntes:

Tributa Con PAISTO


Onde:

• Tributa: receitas Tributárias (porém, hoje essa origem é denominada “impostos, taxas e
contribuições de melhoria”);
• Con: receitas de Contribuições;

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• P: receita Patrimonial;
• A: receita Agropecuária;
• I: receita Industrial;
• S: receita de Serviços;
• T: Transferências correntes; e
• O: Outras receitas correntes.
O cuidado que você deve ter (e essa foi a pegadinha da questão) é que alguns valores transferidos aos
Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal são deduzidos do cálculo da RCL.

Por exemplo: a CF/88 determina que 50% do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de
veículos automotores (IPVA) licenciados no território de um determinado município pertencerá àquele município.

Perceba: esses 50% pertencem ao município, são receitas do município. Então por que eles estariam na
RCL do Estado? Por isso, eles são deduzidos da RCL do Estado e incluídos na RCL do município (transferências
correntes).
Gabarito: Errado

5. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018

Coube à LRF estabelecer normas gerais de direito financeiro destinadas à elaboração e ao controle dos
orçamentos da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal.

Comentários:
Negativo. A LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) estabelece normais de finanças públicas voltadas para
a responsabilidade na gestão fiscal. Isso está na ementa da referida lei e no seu artigo 1º:

Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.

Quem estabelece normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal é a Lei 4.320/64! Isso é o que está escrito
na ementa dessa lei, com todas essas letras! 🙂

Gabarito: Errado

6. CESPE – TCE-PB - Auditor de Contas Públicas – 2018


O anexo de metas fiscais, que integra o projeto de LDO, deve dispor sobre
A) as normas relativas ao controle de custos.

B) a avaliação do RGPS.
C) as exigências para transferências de recursos a entidades privadas.

D) o equilíbrio entre receitas e despesas.


E) os critérios e a forma de limitação de empenho.
Comentários:

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Questão inteligente, porque o Anexo de Metas Fiscais (AFM) integra a LDO e a questão perguntou sobre
o conteúdo do AMF e trouxe 4 alternativas que tratam da LDO e uma só que trata do conteúdo do AMF.
Vejamos o disposto na LRF:
Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:
I - disporá também sobre:
a) equilíbrio entre receitas e despesas; (alternativa D)
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso
II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31; (alternativa E)
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com
recursos dos orçamentos; (alternativa A)
f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;
(alternativa C)
A única alternativa, portanto, que trouxe um conteúdo do AMF foi a alternativa B. Vamos conferir:
[Anexo de Metas Fiscais - AMF]
Art. 4º, § 2o O Anexo conterá, ainda:
Anexo de Metas Fiscais (AMF) Mnemônico
IV - avaliação da situação financeira e atuarial:
-A avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; ACM 1

a) dos
- O demonstrativo das regimes geralcom
metas anuais, de previdência social (RGPS)
memória e metodologia de e próprio (RPPS) dos servidores públicos e do
cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com DEMônio MAlvadeza 3
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT);
as fixadas nos três exercícios anteriores;

Essa é ado
- A evolução parte do nosso
patrimônio mnemônico
líquido, também dosque diz que
últimos o cara avaliou a situação do FIAT e fez
três exercícios, regime porque
EVOLUiu o PATRIM. LÍQUIDO 3
destacando
estava FAT. a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação
de ativo;

- Avaliação da situação financeira e atuarial:


AVALiou a SITUAÇÃO do FIAT
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos
servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; Fez REGIME pq estava FAT
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de
natureza atuarial; Ficou PUto com o PROGRAMA de
Gabarito: B Emagrecimento pro NATAL
- O demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de
receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de DEMorou a ESTar COM o PEso; foi pra
7.caráter
CESPEcontinuado;
– TCE-PB - Auditor de Contas Públicas – 2018 RR e pra MG ESPancar o DOCCtor

A respeito do ato de limitação de empenho decorrente do acompanhamento da execução orçamentária,


Prof. Marcel Guimarães
assinale a opção correta.
A) Cabe ao Poder Executivo definir os critérios de limitação de empenho.
B) A recomposição das dotações, objeto do ato de limitação, depende do restabelecimento integral da receita.

C) A limitação de empenho implica a desvinculação dos recursos previamente vinculados a finalidade


específica.
D) É vedada a limitação de despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente.

E) O referido ato pode ser publicado em qualquer momento da execução, a critério do Poder Executivo.

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Comentários:
Vejamos:
a) Errada. Nada disso. Cabe à LDO definir os critérios de limitação de empenho, confira comigo no replay:
Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:
I - disporá também sobre:
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso
II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os
Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei
de diretrizes orçamentárias.

b) Errada. Não necessariamente o restabelecimento da receita precisa ser integral. A recomposição das
dotações, objeto do ato de limitação, também pode se dar com o restabelecimento parcial da receita:

Art. 9º, § 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das
dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.

c) Errada. Nada de desvinculação. 😤 Vinculou? Então está vinculado! Mesmo que vire o ano, ele
continuará vinculado. Mesmo que haja limitação de empenho, também continuará vinculado. Vinculou? Está
vinculado!

Art. 8º, Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em
que ocorrer o ingresso.

d) Correta. É isso mesmo. Essas despesas não poderão ser objeto de limitação de empenho, olha só:

Art. 9º, § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais
do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de
diretrizes orçamentárias.

e) Errada. Em qualquer momento? Não! Será nos trinta dias subsequentes ao final bimestre. E também
não será a critério do Poder Executivo. Será por ato próprio dos Poderes e Ministério Público. o Poder
Executivo não promove (e nem poderá promover) limitações no empenho e na movimentação financeira dos
demais Poderes. Já dizia mestre Yoda:

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“Em limitação de empenho de outro Poder, o Executivo a colher não pode meter!” 🥄🚫
Gabarito: D

8. CESPE – TRE-TO - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2017 (ADAPTADA)

As receitas de empresas estatais dependentes integram o rol de receitas do orçamento fiscal


Comentários:

Com esse esqueminha aqui você resolve a questão: 😌

Pessoal

OF
Estatal Custeio em
dependente geral
OSS
Empresas
De capital
controladas

Aumento de
Estatal
participação OI
independente
acionária

Portanto,

• Empresas estatais dependentes integram o Orçamento Fiscal (OF) ou o Orçamento da


Seguridade Social (OSS); e
• Empresas estatais independentes integram o Orçamento de Investimento (OI).

Gabarito: Certo

9. CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Administração – 2017


As metas e os riscos fiscais são gerados na etapa de planejamento do processo de elaboração do orçamento
anual.

Comentários:
Opa! As metas fiscais estão no Anexo de Metas Fiscais (AMF) e os riscos fiscais estão no Anexo de Riscos
Fiscais (ARF). E esses dois anexos integram a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), e não a Lei Orçamentária
Anual (LOA). Por isso, as metas e os riscos fiscais não são gerados na etapa de planejamento do processo de
elaboração do orçamento anual.
Gabarito: Errado

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10. CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Administração – 2017


Nas situações em que houver frustração de receitas e ficar evidenciado o não cumprimento das metas de
resultado primário ou nominal estabelecidas em instrumento de transparência da gestão fiscal, os empenhos e
a movimentação financeira deverão ser limitados.
Comentários:
Exatamente, tudo de acordo com o artigo 9º da LRF:

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais,
os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela
lei de diretrizes orçamentárias.

“Mas, professor, ele falou aí que metas de resultado primário ou nominal são estabelecidas em instrumento
de transparência da gestão fiscal. Como assim ‘instrumento de transparência da gestão fiscal’?”
Exatamente. Acontece que a LRF também estabelece que:

Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação,
inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes
orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.

E o Anexo de Metas Fiscais (AMF) integra a LDO, não é mesmo? 😉 Portanto, o AMF é um instrumento
de transparência da gestão fiscal.
Gabarito: Certo

11.CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Administração – 2017


A lei de diretrizes orçamentárias deve prever medidas a serem tomadas nos casos de passivos contingentes
capazes de afetar as contas públicas, caso se materializem.
Comentários:
Vejamos o que diz a nossa querida LRF:

Art. 4º, § 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os
passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a
serem tomadas, caso se concretizem.

Portanto, é no Anexo de Riscos Fiscais em que serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos
capazes de afetar as contas públicas. Mas o anexo não se contenta só com isso. Além de avaliar, ele vai informar
as providências (as medidas) a serem tomadas, caso os passivos contingentes e os outros riscos se
materializem. Exatamente como afirmou a questão.
Gabarito: Certo

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12. CESPE – TRE-PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018


Na lei de diretrizes orçamentárias, o anexo de metas fiscais deve conter avaliações atuariais.
Comentários:
Exatamente! Isso está no art. 4º, § 2º, IV, da LRF:

§ 2o O Anexo conterá, ainda: (...)

IV - avaliação da situação financeira e atuarial:

a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo
ao Trabalhador;

b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;

Gabarito: Certo

13.CESPE – TRE-PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018


Receita corrente líquida é o montante bruto de receitas tributárias, de contribuições e patrimoniais, depois de
efetuadas as deduções legalmente previstas.
Comentários:

Não! A Receita Corrente Líquida (RCL) não é isso. 😕 Ela é mais do que montante bruto de receitas
tributárias, de contribuições e patrimoniais, depois de efetuadas as deduções legalmente previstas. A RCL, na
verdade é:

IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais,


industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes,
deduzidos: (...)

Gabarito: Errado

14. CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016

Cabe à lei de diretrizes orçamentárias definir limites e condições para a expansão das despesas obrigatórias de
caráter continuado.
Comentários:

Ô questãozinha sacana! 😬 Cobrou um dispositivo da LRF que foi vetado! O artigo 4º, inciso III, definia o
seguinte (vou deixar riscado para você lembrar que ele foi vetado):

Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:

III - definirá limites e condições para a expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado
referidas no art. 17.

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“Mas porque foi vetado, professor? Parecia uma regra tão importante...”
Eis as razões do veto:

"O art. 17 do projeto de lei complementar já estabelece as regras para a expansão das despesas obrigatórias de caráter
continuado. Por outro lado, se as despesas já foram legalmente definidas como sendo "obrigatórias", não há que se
estabelecer limites e condições para a sua expansão. Portanto, em face da contradição que apresenta a redação do
dispositivo em questão, sugere-se oposição de veto a ele, por contrariar o interesse público."

Portanto, essa regra não existe! A LDO não irá definir limites e condições para a expansão das Despesas
Obrigatórias de Caráter Continuado (DOCC). Pode marcar errado!
Gabarito: Errado

15.CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016


Empresa estatal que receba do seu ente controlador recursos financeiros para pagamento de custeio em geral
será considerada, para efeitos de responsabilidade fiscal, empresa estatal dependente.
Comentários:
Segundo a LRF (art. 2º, III), uma Empresa Estatal Dependente (EED) é uma empresa controlada que
recebe do ente controlador recursos financeiros para o pagamento de:

• Despesas com pessoal;


• Despesas de custeio em geral (por exemplo: água, café, material de escritório, etc.);
• Despesas de capital, excluídos aqueles recursos provenientes de aumento de participação
acionária.
Quer dizer: a empresa estatal dependente é como se fosse aquela criança que recebe uma mesada do
papai. 😅 Elas não têm receita própria ou não geram recursos suficientes para financiar suas despesas,
necessitando da ajuda financeira do seu ente controlador (seu papai 😆). Em outras palavras: elas dependem
do ente controlador para sobreviver, elas não são autossuficientes.
Agora vamos ver o dispositivo legal:

Art. 2º, III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos,
no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;

Então a questão está certa mesmo. Uma empresa estatal que receba do seu ente controlador recursos
financeiros para pagamento de custeio em geral será considerada, para efeitos de responsabilidade fiscal,
empresa estatal dependente. 😉

Gabarito: Certo

16. CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016

No âmbito fiscal do setor público, o resultado primário corresponde à diferença entre as receitas e as despesas,
incluídas as operações de crédito ativas e passivas destinadas ao refinanciamento da dívida pública.

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Comentários:
O Resultado Primário (RP) é a diferença entre receitas e despesas primárias (ou não-financeiras), ou
seja, todas aquelas que não tenham caráter financeiro, referente aos órgãos da administração direta, fundos,
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. O RP irá indicar se o ente federativo está ou não
vivendo dentro de seus limites financeiros e contribuindo para a redução ou elevação do seu endividamento.

Receitas Despesas Resultado


primárias primárias primário

As operações de crédito ativas e passivas destinadas ao refinanciamento da dívida pública são receitas e
despesas financeiras, motivo pelo qual são excluídas (e não incluídas) do cálculo do resultado primário.
É no cálculo do Resultado Nominal que essas receitas e despesas financeiras serão consideradas.
Gabarito: Errado

17.CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016


Integra a administração indireta municipal, como empresa controlada, a sociedade empresária de cuja maioria
das ações o município seja titular, ainda que não tenha direito a voto.
Comentários:
Não! Essa sociedade empresária não integra a administração indireta municipal, porque é considerada
empresa controlada somente a sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta
ou indiretamente, a ente da Federação (LRF, art. 2º, II).

Tem que ter direito a voto para ser considerada controlada! 😤

Gabarito: Errado

18. CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016

Caso um programa executado por entidade do setor privado seja financiado com recursos do orçamento
público, a avaliação desse programa deverá obedecer às normas estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias.
Comentários:

Se o programa foi financiado com recursos do orçamento público, temos que controlar, não é? 😅
Vamos controlar esses custos e avaliar esses resultados! Uma das funções da LDO, portanto, é estabelecer
normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados desses programas.

Confira (LRF):
Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:

I - disporá também sobre:

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e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados
com recursos dos orçamentos;
Gabarito: Certo

19. CESPE – TRT 8 - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016


No tocante às diretrizes constitucionais pertinentes ao plano plurianual (PPA) e à lei de diretrizes orçamentárias
(LDO), assinale a opção correta.
A) Os valores que possam vir a desequilibrar as contas públicas, a exemplo dos passivos contingentes, assim
como as ações e programas necessários para saná-los, devem constar no PPA.

B) Os riscos fiscais — anexados à LDO — são classificados em riscos orçamentários e riscos da dívida; a
restituição de tributos superior aos valores previstos é um exemplo de riscos da dívida.
C) A avaliação dos custos dos serviços públicos prestados é inviabilizada pela ausência de normas relativas ao
controle de custos dos programas, seja na LOA, LDO ou PPA.
D) De acordo com os dispositivos legais, o desenvolvimento do projeto de lei do PPA pelo governo federal deve
considerar a plenitude dos estados e municípios para que se atenda ao quesito da regionalização dos
programas.

E) O chefe do Poder Executivo exercerá seu primeiro ano de mandato executando programas e ações de
governo de seu antecessor, visto que o PPA a que ele se reporta foi desenvolvido pela equipe do gestor
governamental anterior.

Comentários:

Vamos lá! 😄

a) Errada. No PPA? Não! Os valores que possam vir a desequilibrar as contas públicas, a exemplo dos
passivos contingentes, são avaliados lá no Anexo de Riscos Fiscais (ARF), que está contido na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO). As providências a serem tomadas para saná-los também estão lá. Olha só (LRF):

Art. 4º, § 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os
passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências
a serem tomadas, caso se concretizem.

b) Errada. Os riscos fiscais são classificados em dois grupos: riscos orçamentários e riscos da dívida.
Os riscos orçamentários referem-se à possibilidade de as obrigações explícitas diretas sofrerem impactos
negativos devido a fatores tais como as receitas previstas não se realizarem ou à necessidade de execução de
despesas inicialmente não fixadas ou orçadas a menor. Um exemplo de risco orçamentário é justamente a
restituição de tributos superior aos valores previstos. Quer dizer: a Administração Pública teve que restituir
(devolver aos contribuintes) mais tributos do havia planejado.
Portanto, a restituição de tributos superior aos valores previstos não é um exemplo de riscos da dívida. É
um exemplo de risco orçamentário!
c) Errada. Ausência de normas relativas ao controle de custos dos programas? Pois olhe aqui o que diz a
LRF:

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Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:


I - disporá também sobre:
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados
com recursos dos orçamentos;
d) Errada. A regionalização poderá será expressa em macrorregiões (Norte, Nordeste, Centro-oeste,
Sudeste e Sul), estados ou municípios. Em casos específicos, poderão até ser aplicados recortes mais
adequados para o tratamento de determinadas políticas públicas, tais como região hidrográfica, bioma,
territórios de identidade e área de relevante interesse mineral. Portanto, não necessariamente o
desenvolvimento do projeto de lei do PPA pelo governo federal deve considerar a plenitude dos estados e
municípios para que se atenda ao quesito da regionalização dos programas.
e) Correta. Exatamente! A vigência do PPA iniciar-se-á somente no segundo ano do mandato do chefe
do Executivo e terminará no final do primeiro exercício financeiro do mandato subsequente. Isso significa que
no primeiro ano de mandato, o chefe do Executivo irá elaborar o seu PPA, mas estará executando o PPA do
mandato passado. No segundo, terceiro e último ano de seu mandato, esse chefe executará o seu PPA, mas o
próximo chefe do Executivo é quem irá executar o último ano desse PPA.
Ou seja: o chefe do Poder Executivo já vai “pegar o bonde andando”. Só na próxima “estação” (segundo
ano de mandato) é que ele poderá direcionar o bonde. 😁

Gabarito: E

20. CESPE – TRT 8 - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016 (ADAPTADA)


Os recursos destinados ao pagamento do serviço da dívida pública podem ser objeto de limitação de empenho.
Comentários:

Ah! Não podem não! Quer ver? 😅

Art. 9º, § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais
do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de
diretrizes orçamentárias.

Gabarito: Errado

21. CESPE – TRT 8 - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016

A receita corrente líquida é calculada a partir da inclusão e exclusão de vários itens de receita. Entre as
exclusões, no caso dos estados, estão os recursos
A) entregues aos municípios por determinação constitucional.
B) decorrentes da atividade industrial de extração mineral.
C) decorrentes da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal.

D) originados na prestação de serviços de inspeção e fiscalização.


E) provenientes de rendimentos sobre o ativo permanente.

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Comentários:
É nesse tipo de questão que esta tabela vai te salvar:

União Estados Municípios DF, AP, RR


Valores transferidos a Valores transferidos a
Estados e Municípios Municípios (CF/88
(CF/88 e legal) apenas)
Contrib. empregador e
trab. Seg. Social Recursos transferidos
Contrib. PIS e PASEP pela União p/ custear
Contrib. Servidores p/ Contrib. Servidores p/ Contrib. Servidores p/ despesas com pessoal
Prev. e Assist. Social Prev. e Assist. Social Prev. e Assist. Social
Receitas compensação Receitas compensação Receitas compensação
financ. entre diversos financ. entre diversos financ. entre diversos
reg. Prev. Social reg. Prev. Social reg. Prev. Social
A questão está perguntando sobre as deduções da RCL no caso dos estados. Vejamos o dispositivo da
LRF que fala sobre isso:

Art. 2º, IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais,
industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes,
deduzidos: (...)

b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;

c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de
previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do
art. 201 da Constituição

Analisando as alternativas:
a) Correta. Essa é mesmo uma exclusão da RCL no caso dos estados.

b) Errada. Receita industrial é receita corrente e integra o cálculo da RCL dos estados.
c) Errada. Receita agropecuária também é receita corrente. Integra a RCL dos estados.
d) Errada. Receita de serviços também. Igual às alternativas anteriores.
e) Errada. Receita patrimonial: mesma coisa das alternativas anteriores.
Gabarito: A

22. CESPE – DPU - Contador – 2016

Passivos contingentes são despesas que envolvem certo grau de incerteza quanto a sua efetiva ocorrência.
Nesse sentido, a LDO contém o anexo de riscos fiscais, no qual são avaliados os passivos contingentes e outros
riscos fiscais.

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Comentários:
Perfeito! É isso mesmo! Passivos contingentes são mesmo despesas que envolvem certo grau de
incerteza quanto a sua efetiva ocorrência. E você não sabe se elas vão ocorrer ou não. Ou então nem pode
mensurar o seu valor com confiabilidade. Por isso que eles estão categorizados como “riscos”. 😐

Além disso, os passivos contingentes são avaliados no Anexo de Riscos Fiscais (ARF), que está contido na
LDO, confira (LRF):

Art. 4º, § 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os
passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a
serem tomadas, caso se concretizem.

Gabarito: Certo

23.CESPE – DPU - Contador – 2016


No caso dos municípios, a receita corrente líquida corresponderá ao somatório das receitas tributárias, de
contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas
também correntes.
Comentários:
Realmente, as receitas correntes são as seguintes:

Tributa Con PAISTO


Onde:
• Tributa: receitas Tributárias (porém, hoje essa origem é denominada “impostos, taxas e
contribuições de melhoria”);
• Con: receitas de Contribuições;
• P: receita Patrimonial;
• A: receita Agropecuária;
• I: receita Industrial;
• S: receita de Serviços;
• T: Transferências correntes; e
• O: Outras receitas correntes.
Estão todas aí, não é mesmo? 😅

Mas cadê as deduções? Afinal a questão está perguntando sobre a Receita Corrente Líquida (RCL). Se é
líquida, é porque há alguma dedução.

“Ah, professor. Mas a questão está incompleta. Questão incompleta não significa que está errada!” 🧐

Mas a questão está dando uma definição errada de Receita Corrente Líquida (RCL). A RCL não é isso aí
que a questão descreveu. É isso aí com algumas deduções!
Confirme isso na LRF:

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TCU e TC-DF Aula 11

Art. 2º, IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais,
industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes,
deduzidos: (...)

Gabarito: Errado

24. CESPE – DPU - Contador – 2016

O PPA deve dispor sobre a forma de utilização e do montante da reserva de contingência.


Comentários:
Vamos ser diretos?

A reserva de contingência está na LOA, mas a forma de utilização e o montante dessa reserva estão na
LDO. Olhe esse esquema:

conterá a Reserva
LOA
de Contingência
Reserva de
Contingência
Estabelece a forma
LDO de utilização e
montante

Agora confirme na LRF:

Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com
a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:

III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita
corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:

b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

Gabarito: Errado

25.CESPE – TCE-PR - Auditor – 2016 (ADAPTADA)


Quando a receita realizada no bimestre sinalizar que não se atingirão as metas fiscais, e o Poder Legislativo não
cumprir tempestivamente a obrigação de limitar empenho e movimentação financeira, o Poder Executivo
poderá, substitutivamente, fazê-lo, conforme os critérios fixados pela LDO.
Comentários:
Os Poderes e o Ministério Público promoverão a limitação de empenho e movimentação financeira por
ato próprio! Isso significa que o Poder Executivo não promove (e nem poderá promover) limitações no
empenho e na movimentação financeira dos demais Poderes. Isso seria uma afronta ao princípio da
separação dos poderes! 😳

Lembre-se da lição do mestre Yoda:

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“Em limitação de empenho de outro Poder, o Executivo a colher não pode meter!” 🥄🚫
Gabarito: Errado

26. CESPE – TCE-RN - Inspetor - Engenharia Civil – 2015

Na apuração da receita corrente líquida, devem ser excluídos os períodos referentes a exercícios financeiros já
encerrados.

Comentários:
Será? Vejamos:

§ 3o A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e
nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.

Ok! Então digamos que estamos em abril de 2019. Se pegarmos os onze meses anteriores, teremos que
considerar no cálculo alguns meses de 2018 (exercício financeiro já encerrado), não é mesmo?
11 anteriores

Mês de referência

Maio/2018 Abril/2019

E aí? Esses períodos referentes a exercícios financeiros já encerrados foram excluídos na apuração da
RCL?
Negativo! Foram incluídos! Foram considerados!
Corrigindo a questão, na apuração da receita corrente líquida, podem ser considerados os períodos
referentes a exercícios financeiros já encerrados.
Gabarito: Errado

27.CESPE – MPOG - Administrador – 2015


Os recursos transferidos pela União ao Distrito Federal, quando destinados à assistência financeira para a
execução de serviços públicos das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros, não integram o conceito de
receita corrente líquida, ainda que sejam utilizados para pagamento de pessoal.
Comentários:
Vamos analisar a legislação. Primeiro a LRF:

Art. 2º, § 2º Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do
Amapá e de Roraima os recursos recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o inciso
V do § 1º do art. 19.

Então vejamos esse dispositivo:

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Art. 19, § 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as
despesas: (...)

V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos
transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda
Constitucional no 19;

Finalmente, vamos ver esse dispositivo constitucional destacado:

Art. 21. Compete à União: (...)

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos,
por meio de fundo próprio;

Ufa! Depois disso tudo, podemos confirmar que “os recursos transferidos pela União ao Distrito Federal,
quando destinados à assistência financeira para a execução de serviços públicos das polícias civil e militar e do
corpo de bombeiros, não integram o conceito de receita corrente líquida, ainda que sejam utilizados para
pagamento de pessoal” (como afirmou a questão).
Gabarito: Certo

28. CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Auditoria Governamental – 2015
É vedado à lei de diretrizes orçamentárias prever a indisponibilidade de determinadas dotações orçamentárias
para a limitação de despesas, diante da hipótese de a realização da receita não comportar o cumprimento das
metas de resultado primário ou nominal.
Comentários:

Opa! A LDO pode sim prever a indisponibilidade de determinadas dotações orçamentárias para a
limitação de despesas. Quer ver? Então leia esse dispositivo da LRF:

Art. 9º, § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais
do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de
diretrizes orçamentárias.

Gabarito: Errado

29. CESPE – TRE-GO - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2015

Se um ente da Federação contar com regime próprio de previdência dos seus servidores públicos, a avaliação
da situação financeira e atuarial desse regime deverá constar obrigatoriamente na respectiva lei de diretrizes
orçamentárias.
Comentários:
Correto, porque o Anexo de Metas Fiscais (AMF) conterá avaliação da situação financeira e atuarial dos
RPPS. Confirme aqui:

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[Anexo de Metas Fiscais - AMF]
Art. 4º, § 2o O Anexo conterá, ainda:
Anexo de Metas Fiscais (AMF) Mnemônico
IV - avaliação da situação financeira e atuarial:
-A avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; ACM 1

a) dos
- O demonstrativo das regimes geralcom
metas anuais, de previdência social (RGPS)
memória e metodologia de e próprio (RPPS) dos servidores públicos e do
cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com DEMônio MAlvadeza 3
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT);
as fixadas nos três exercícios anteriores;

Essa é ado
- A evolução parte do nosso
patrimônio mnemônico
líquido, também dosque diz que
últimos o cara avaliou a situação do FIAT e fez
três exercícios, regime porque
3
destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação EVOLUiu o PATRIM. LÍQUIDO
estava FAT.
de ativo;

- Avaliação da situação financeira e atuarial:


AVALiou a SITUAÇÃO do FIAT
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos
servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; Fez REGIME pq estava FAT
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de
natureza atuarial; Ficou PUto com o PROGRAMA de
Gabarito: Certo Emagrecimento pro NATAL
- O demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de
receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de DEMorou a ESTar COM o PEso; foi pra
30. CESPE – ANTAQ - Analista Administrativo – 2014
caráter continuado; RR e pra MG ESPancar o DOCCtor

A apuração do montante de receita corrente líquida arrecadada pode envolver mais de um exercício financeiro.
Prof. Marcel Guimarães
Comentários:
Pode mesmo! Porque (LRF):

Art. 2º, § 3º A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em
referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.

Por exemplo: estamos em abril de 2019. Se pegarmos os onze meses anteriores, teremos que considerar
no cálculo alguns meses de 2018 (exercício financeiro já encerrado), olha só:
11 anteriores

Mês de referência

Maio/2018 Abril/2019

Perceba que o único momento em a apuração do montante de RCL arrecadada não vai envolver mais de
um exercício financeiro será no mês de dezembro, porque serão considerados os meses de janeiro a dezembro
do mesmo exercício financeiro. Em todos os outros momentos, apuração do montante de RCL arrecadada irá
envolver mais de um exercício financeiro.
Portanto, como afirmou a questão, a apuração do montante de RCL arrecadada pode sim envolver mais
de um exercício financeiro.
Gabarito: Certo

31.CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo – 2013


De acordo com a LRF, o conceito de receita corrente líquida não engloba venda de imóveis.

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Comentários:

Receita de venda (alienação) de imóveis é receita corrente ou de capital? 🤔

Permita-me refrescar a sua memória. Receitas de capital são as seguintes:

Opera Ali Amor e Transfere Outras


Onde:

• Ali: Alienação de bens;

Portanto, é uma receita de capital!


Sendo uma receita de capital, você acha mesmo que o conceito de receita corrente líquida engloba venda
de imóveis? 🤔

É claro que não, né? 😅

A Receita Corrente Líquida engloba as receitas correntes feitas algumas deduções (LRF, art. 2º, IV).
Gabarito: Certo

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Folha de respostas

Questão Resposta Errei Dúvida


1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
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12
13
14
15
16
17
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Lista de questões – CESPE


1. CESPE – ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área 1 – 2018

Para efeito das normas de responsabilidade fiscal, uma empresa estatal pode ser caracterizada como
dependente sem constituir uma empresa controlada.

2. CESPE – STM - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018


O conceito legal de empresa estatal dependente inclui todas as empresas estatais controladas.

3. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018

O anexo de metas fiscais deve ser obrigatoriamente incluído na lei de diretrizes orçamentárias, mas a inclusão
do anexo de riscos fiscais é facultativa.

4. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018

As transferências recebidas de outros entes não integram a receita corrente líquida.

5. CESPE – CGM de João Pessoa - Auditor Municipal de Controle Interno – 2018

Coube à LRF estabelecer normas gerais de direito financeiro destinadas à elaboração e ao controle dos
orçamentos da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal.

6. CESPE – TCE-PB - Auditor de Contas Públicas – 2018

O anexo de metas fiscais, que integra o projeto de LDO, deve dispor sobre
A) as normas relativas ao controle de custos.
B) a avaliação do RGPS.
C) as exigências para transferências de recursos a entidades privadas.
D) o equilíbrio entre receitas e despesas.

E) os critérios e a forma de limitação de empenho.

7. CESPE – TCE-PB - Auditor de Contas Públicas – 2018


A respeito do ato de limitação de empenho decorrente do acompanhamento da execução orçamentária,
assinale a opção correta.
A) Cabe ao Poder Executivo definir os critérios de limitação de empenho.
B) A recomposição das dotações, objeto do ato de limitação, depende do restabelecimento integral da receita.
C) A limitação de empenho implica a desvinculação dos recursos previamente vinculados a finalidade
específica.
D) É vedada a limitação de despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente.
E) O referido ato pode ser publicado em qualquer momento da execução, a critério do Poder Executivo.

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8. CESPE – TRE-TO - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2017 (ADAPTADA)


As receitas de empresas estatais dependentes integram o rol de receitas do orçamento fiscal

9. CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Administração – 2017


As metas e os riscos fiscais são gerados na etapa de planejamento do processo de elaboração do orçamento
anual.

10. CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Administração – 2017

Nas situações em que houver frustração de receitas e ficar evidenciado o não cumprimento das metas de
resultado primário ou nominal estabelecidas em instrumento de transparência da gestão fiscal, os empenhos e
a movimentação financeira deverão ser limitados.

11.CESPE – TCE-PE - Analista de Gestão - Administração – 2017


A lei de diretrizes orçamentárias deve prever medidas a serem tomadas nos casos de passivos contingentes
capazes de afetar as contas públicas, caso se materializem.

12. CESPE – TRE-PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018

Na lei de diretrizes orçamentárias, o anexo de metas fiscais deve conter avaliações atuariais.

13.CESPE – TRE-PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2018


Receita corrente líquida é o montante bruto de receitas tributárias, de contribuições e patrimoniais, depois de
efetuadas as deduções legalmente previstas.

14. CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016

Cabe à lei de diretrizes orçamentárias definir limites e condições para a expansão das despesas obrigatórias de
caráter continuado.

15.CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016


Empresa estatal que receba do seu ente controlador recursos financeiros para pagamento de custeio em geral
será considerada, para efeitos de responsabilidade fiscal, empresa estatal dependente.

16. CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016


No âmbito fiscal do setor público, o resultado primário corresponde à diferença entre as receitas e as despesas,
incluídas as operações de crédito ativas e passivas destinadas ao refinanciamento da dívida pública.

17.CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016


Integra a administração indireta municipal, como empresa controlada, a sociedade empresária de cuja maioria
das ações o município seja titular, ainda que não tenha direito a voto.

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18. CESPE – TCE-SC - Auditor Fiscal de Controle Externo – 2016


Caso um programa executado por entidade do setor privado seja financiado com recursos do orçamento
público, a avaliação desse programa deverá obedecer às normas estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias.

19. CESPE – TRT 8 - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016

No tocante às diretrizes constitucionais pertinentes ao plano plurianual (PPA) e à lei de diretrizes orçamentárias
(LDO), assinale a opção correta.
A) Os valores que possam vir a desequilibrar as contas públicas, a exemplo dos passivos contingentes, assim
como as ações e programas necessários para saná-los, devem constar no PPA.
B) Os riscos fiscais — anexados à LDO — são classificados em riscos orçamentários e riscos da dívida; a
restituição de tributos superior aos valores previstos é um exemplo de riscos da dívida.
C) A avaliação dos custos dos serviços públicos prestados é inviabilizada pela ausência de normas relativas ao
controle de custos dos programas, seja na LOA, LDO ou PPA.
D) De acordo com os dispositivos legais, o desenvolvimento do projeto de lei do PPA pelo governo federal deve
considerar a plenitude dos estados e municípios para que se atenda ao quesito da regionalização dos
programas.
E) O chefe do Poder Executivo exercerá seu primeiro ano de mandato executando programas e ações de
governo de seu antecessor, visto que o PPA a que ele se reporta foi desenvolvido pela equipe do gestor
governamental anterior.

20. CESPE – TRT 8 - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016 (ADAPTADA)


Os recursos destinados ao pagamento do serviço da dívida pública podem ser objeto de limitação de empenho.

21. CESPE – TRT 8 - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2016

A receita corrente líquida é calculada a partir da inclusão e exclusão de vários itens de receita. Entre as
exclusões, no caso dos estados, estão os recursos
A) entregues aos municípios por determinação constitucional.
B) decorrentes da atividade industrial de extração mineral.
C) decorrentes da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal.

D) originados na prestação de serviços de inspeção e fiscalização.


E) provenientes de rendimentos sobre o ativo permanente.

22. CESPE – DPU - Contador – 2016


Passivos contingentes são despesas que envolvem certo grau de incerteza quanto a sua efetiva ocorrência.
Nesse sentido, a LDO contém o anexo de riscos fiscais, no qual são avaliados os passivos contingentes e outros
riscos fiscais.

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23.CESPE – DPU - Contador – 2016


No caso dos municípios, a receita corrente líquida corresponderá ao somatório das receitas tributárias, de
contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas
também correntes.

24. CESPE – DPU - Contador – 2016


O PPA deve dispor sobre a forma de utilização e do montante da reserva de contingência.

25.CESPE – TCE-PR - Auditor – 2016 (ADAPTADA)


Quando a receita realizada no bimestre sinalizar que não se atingirão as metas fiscais, e o Poder Legislativo não
cumprir tempestivamente a obrigação de limitar empenho e movimentação financeira, o Poder Executivo
poderá, substitutivamente, fazê-lo, conforme os critérios fixados pela LDO.

26. CESPE – TCE-RN - Inspetor - Engenharia Civil – 2015

Na apuração da receita corrente líquida, devem ser excluídos os períodos referentes a exercícios financeiros já
encerrados.

27.CESPE – MPOG - Administrador – 2015


Os recursos transferidos pela União ao Distrito Federal, quando destinados à assistência financeira para a
execução de serviços públicos das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros, não integram o conceito de
receita corrente líquida, ainda que sejam utilizados para pagamento de pessoal.

28. CESPE – TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Auditoria Governamental – 2015
É vedado à lei de diretrizes orçamentárias prever a indisponibilidade de determinadas dotações orçamentárias
para a limitação de despesas, diante da hipótese de a realização da receita não comportar o cumprimento das
metas de resultado primário ou nominal.

29. CESPE – TRE-GO - Analista Judiciário - Área Administrativa – 2015


Se um ente da Federação contar com regime próprio de previdência dos seus servidores públicos, a avaliação
da situação financeira e atuarial desse regime deverá constar obrigatoriamente na respectiva lei de diretrizes
orçamentárias.

30. CESPE – ANTAQ - Analista Administrativo – 2014


A apuração do montante de receita corrente líquida arrecadada pode envolver mais de um exercício financeiro.

31.CESPE – TCE-RO - Auditor de Controle Externo – 2013


Julgue o item a seguir.

De acordo com a LRF, o conceito de receita corrente líquida não engloba venda de imóveis.

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Gabarito – CESPE
1. Errado 12. Certo 23. Errado
2. Errado 13. Errado 24. Errado
3. Errado 14. Errado 25. Errado
4. Errado 15. Certo 26. Errado
5. Errado 16. Errado 27. Certo
6. B 17. Errado 28. Errado
7. D 18. Certo 29. Certo
8. Certo 19. E 30. Certo
9. Errado 20. Errado 31. Certo
10. Certo 21. A
11. Certo 22. Certo

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Resumo direcionado
1. Cap. I: disposições preliminares (arts. 1º e 2º)
1.1. Introdução – o que é a LRF e responsabilidade fiscal?

A LRF não é a nova lei de finanças públicas e nem revogou a Lei 4.320/64
O objetivo central da LRF é o equilíbrio fiscal, que se quer alcançar pela imposição de restrições para o
crescimento da despesa e pela fixação de limites para gastos com pessoal e endividamento.

Pilares da LRF

Planejamento Transparência Controle Responsabilização

1.2. Campo de aplicação – quem está sujeito à LRF?


Art. 1º, § 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios.

Poder Executivo
TCU, TCEs e,
Tribunais de quando
Poder Legislativo
Contas houver, TC
União, Estados, DF e dos M e TCM
municípios
Poder Judiciário

Ministério Público

As Empresas Estatais Independentes (EEI) não estão sujeitas à LRF


Art. 2º (...)
II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou
indiretamente, a ente da Federação;
III - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos,
no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária;

Pessoal

OF
Estatal Custeio em
dependente geral
OSS
Empresas
De capital
controladas

Aumento de
Estatal
participação OI
independente
acionária

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1.3. Receita Corrente Líquida (RCL)


A RCL é a soma das receitas correntes (não das receitas de capital). Receitas correntes são:

Tributa Con PAISTO


Onde:
• Tributa: receitas Tributárias (porém, hoje essa origem é denominada “impostos, taxas e
contribuições de melhoria”);
• Con: receitas de Contribuições;
• P: receita Patrimonial;
• A: receita Agropecuária;
• I: receita Industrial;
• S: receita de Serviços;
• T: Transferências correntes; e
• O: Outras receitas correntes.
Deduções:

União Estados Municípios DF, AP, RR


Valores transferidos a Valores transferidos a
Estados e Municípios Municípios (CF/88
(CF/88 e legal) apenas)
Contrib. empregador e
trab. Seg. Social Recursos transferidos
Contrib. PIS e PASEP pela União p/ custear
Contrib. Servidores p/ Contrib. Servidores p/ Contrib. Servidores p/ despesas com pessoal
Prev. e Assist. Social Prev. e Assist. Social Prev. e Assist. Social
Receitas compensação Receitas compensação Receitas compensação
financ. entre diversos financ. entre diversos financ. entre diversos
reg. Prev. Social reg. Prev. Social reg. Prev. Social

Será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores.

11 anteriores

Mês de referência

Maio/2018 Abril/2019

2. Cap. II: do planejamento (arts. 3º a 10)


2.1. Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:
I - disporá também sobre:

a) equilíbrio entre receitas e despesas;

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b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso
II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com
recursos dos orçamentos;
f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;
Anexo de Metas Fiscais (AMF):

Metas anuais:
1. Receita
2. Despesa
3. Resultado Nominal
4. Resultado Primário Exercício a que se Dois seguintes
5. Dívida Pública referirem

X0 X1 X2

Anexo de Metas Fiscais (AMF) Anexo de Riscos Fiscais (ARF)


Avaliação dos passivos contingentes e
Metas anuais (x + 2): outros riscos capazes de afetar as contas
públicas
Providências a serem tomadas caso os
1. Receitas
riscos se concretizem
2. Despesas
3.Resultado nominal
4. Resultado primário
5. Dívida Pública
Avaliação do cumprimento de metas relativas ao ano anterior
(x – 1)

Demonstrativo das metas anuais, comparando-as com as


fixadas nos três exercícios anteriores (x – 3)

Evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três


exercícios (x – 3), destacando a origem e a aplicação dos
recursos obtidos com a alienação de ativos

Avaliação da situação financeira e atuarial:


a) RGPS, RPPS e FAT
b) Demais fundos públicos e programas estatais de
natureza atuarial
Demonstrativo da estimativa e compensação da:
1. Renúncia de receita
2. Margem de expansão das DOCC

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[Anexo de Metas
Mnemônico para AFM: Fiscais - AMF]

Anexo de Metas Fiscais (AMF) Mnemônico

-A avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; ACM 1

- O demonstrativo das metas anuais, com memória e metodologia de


cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com DEMônio MAlvadeza 3
as fixadas nos três exercícios anteriores;

- A evolução do patrimônio líquido, também dos últimos três exercícios, 3


destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação EVOLUiu o PATRIM. LÍQUIDO
de ativo;

- Avaliação da situação financeira e atuarial:


AVALiou a SITUAÇÃO do FIAT
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos
servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; Fez REGIME pq estava FAT
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de
natureza atuarial; Ficou PUto com o PROGRAMA de
Emagrecimento pro NATAL
- O demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de
receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de DEMorou a ESTar COM o PEso; foi pra
caráter continuado; RR e pra MG ESPancar o DOCCtor

Prof. Marcel Guimarães

Anexo de Metas Fiscais


(AMF)
Exigidos para todos os
entes federativos
Anexo de Riscos Fiscais
Anexos (ARF)

Exigido apenas para a


Anexo específico
União

§ 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das
políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais
agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subsequente.

Esse anexo apresentará objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial. Por isso que a gente o
chama de:

Anexo da MOCRÉia CAMBaleante

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2.2. Lei Orçamentária Anual (LOA)

Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com
a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:

I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os


objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º;

II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6º do art. 165 da Constituição, bem como das
medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter
continuado;

III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita
corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:

b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

conterá a Reserva de
LOA
Contingência
Reserva de
Contingência
Estabelece a forma de
LDO
utilização e montante

LOA na LRF]
§ 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.
LRF – Art. 7º
§ 5º A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior a um exercício
Art. 7o Ofinanceiro
resultadoquedo Banco
não estejaCentral
previstodo
no Brasil, apurado ou
plano plurianual após a constituição
em lei que autorize a ou
suareversão de
inclusão, conforme
reservas,disposto
constitui receita do Tesouro Nacional, e será transferido até o décimo dia útil
no § 1º do art. 167 da Constituição.
subseqüente à aprovação dos balanços semestrais.
• Investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro: precisa estar no PPA.
§ 1o O resultado negativo
• Investimento constituirá
cuja obrigação
execução seja inferior ado
umTesouro para comnão
exercício financeiro: o Banco
precisaCentral
estar no do
PPA.
Brasil2.3.
e será consignado em dotação específica
Banco Central do Brasil (Bacen)
no orçamento.

Resultado
RECEITA "

OBRIGAÇÃO !
Resultado (dotação da LOA)

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2.4. Execução Orçamentária e Cumprimento das Metas

Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes
orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a
programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.

Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados


exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em
que ocorrer o ingresso.

Recursos
Finalidade
legalmente
específica
vinculados

2019 2020 2021

2.5. Contingenciamento de Gastos

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais,
os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela
lei de diretrizes orçamentárias.

30 dias subsequentes

Fevereiro Abril Junho Agosto Outubro Dezembro

Se verificado ao final de um bimestre

Rec. Poderes e MP
Prevista
Limitação de empenho e
(Meta RP) Realização por ato próprio movimentação financeira
da receita

O contingenciamento de gastos pode ser feito:

• De forma preventiva;
• Por conta da frustação de receitas;
• Por conta de endividamento excessivo (LRF, art. 31, § 1o, II).

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Quem vai definir os critérios e a forma dessa limitação de empenho e movimentação financeira é a Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Os Poderes e o Ministério Público promoverão a limitação de empenho e movimentação financeira por
ato próprio! O Poder Executivo não poderá promover limitações no empenho e na movimentação financeira
dos demais Poderes e do MP.
Eis a lição do mestre Yoda:

“Em limitação de empenho de outro Poder, o Executivo a colher não pode meter!” 🥄🚫

Art. 9, § 1o No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das
dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.

Se houver restabelecimento da receita, mesmo que tenha sido parcial, é preciso recompor as
dotações que foram limitadas de forma proporcional

Art. 9º, § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais
do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de
diretrizes orçamentárias.

Portanto, não serão objeto de limitação:


• obrigações constitucionais e legais;
• pagamento do serviço da dívida pública;
• ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.

Verificação ao final de um
bimestre

Quando? Durante os próximos 30 dias

Receita realizada não


Limitação de comportar o cumprimento das
empenho e metas
movimentação obrigações
financeira Critérios e forma definidos constitucionais e
pela LDO legais

Não serão objeto de


Como? serviços da dívida
limitação:

ressalvadas pela
Cada Poder, por ato próprio
LDO

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