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CONTABILIDADE
PÚBLICA
Introdução à Contabilidade
Livro Eletrônico
NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA
Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Introdução à Contabilidade Pública.. .....................................................................................................................4
1. Aspectos Iniciais sobre a Contabilidade. ........................................................................................................4
1.1. Conceitos Iniciais.. .....................................................................................................................................................4
2. Contabilidade Aplicada ao Setor Público. ...................................................................................................12
2.1. Contextualização....................................................................................................................................................12
2.2. Regimes Contábeis...............................................................................................................................................16
2.3. Regime Orçamentário. . ........................................................................................................................................18
2.4. Regime Patrimonial.. ...........................................................................................................................................20
3. Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Campo de Aplicação................................................ 28
3.1. Contabilidade Aplicada ao Setor Público – de acordo com a Revogada NBC T 16.1
e com a NBC TSP – Estrutura Conceitual........................................................................................................29
3.2. Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Aplicabilidade das Normas.............................34
4. Princípios da Contabilidade. . ..............................................................................................................................34
4.1. Entidade......................................................................................................................................................................35
4.2. Continuidade.. ..........................................................................................................................................................36
4.3. Oportunidade..........................................................................................................................................................36
4.4. Registro pelo Valor Original.. .........................................................................................................................37
4.5. Competência............................................................................................................................................................38
4.6. Prudência...................................................................................................................................................................39
Resumo.................................................................................................................................................................................41
Mapas Mentais. . ..............................................................................................................................................................46
Questões de Concurso.................................................................................................................................................51
Gabarito...............................................................................................................................................................................62
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................63
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA
Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Apresentação
Fala, meu filho! Faaaaaaaaaaaala, minha filha!
Seja bem-vindo(a) à nossa aula inicial do curso de Contabilidade Aplicada ao Setor Pú-
blico (CASP).
Nosso curso será estruturado para que o estudo transcorra de uma maneira leve e sem
traumas. Traumas? Por que traumas? Por que a Contabilidade seria traumática? Explico. Iniciei
meus estudos em Contabilidade nos idos de 1996, ainda adolescente e um curso técnico em
contabilidade. Meu primeiro contato com a matéria não foi dos mais românticos, na verdade,
foi traumático. Com menos de uma semana de aulas eu já tinha decidido que concluiria o
curso, mas não queria ser contador – de jeito nenhum –, seria advogado. O que criou o trauma
com contabilidade? A didática inicial. Na primeira aula aprendi que o “ativo debita, passivo
credita”. Depois eu vi que tinha créditos no ativo e nada mais fez sentido. A didática conta
muito e desde então procurei não repetir aquela famosa didática nas minhas aulas.
Ok! Se não terá didática traumática, como será, então? Excelente pergunta. Nos nossos
cursos, procuro seguir a seguinte linha: primeiro, fazemos um voo panorâmico sobre deter-
minado assunto, algo mais abrangente, desenhando o cenário. Em segundo, chamo-os para o
voo rasante, o voo da águia, certeiro, direto ao ponto e baixo risco de errar e com muito bom
humor. Essa é metodologia e o caminho para chegarmos ao lugar que queremos é usar os
melhores e mais atualizados materiais didáticos, mas relaxa, essa tarefa será minha. Pesquiso
muito sobre materiais didáticos e invisto muito neles ($$$) e nossas aulas são reflexos disso.
Embora utilize os melhores livros, não fico citando determinado autor ao longo das aulas, pra
evitar aulas burocráticas e deixá-las mais dinâmicas, como um bate-papo e aula presencial.
A citação somente aparecerá quando for indispensável, como no caso de um artigo de deter-
minada Lei. Fechado? Ah! Uma parada, nós teremos MUITOS esquemas gráficos. É padrão
do Gran que cada aula tenha muitas questões, sendo todas elas comentadas.
Nem sempre encontraremos questões da banca examinadora para um determinado as-
sunto, principalmente em provas mais recentes, nesse caso vamos trabalhar com questões
de outras bancas. O critério para selecionar uma questão será:
• assunto abordado; e
• banca de referência.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
É uma ciência exata que permite mensurar objetivamente o patrimônio líquido das entidades eco-
nômicas. O patrimônio líquido corresponde à diferença entre os grupos ativo intangível e passivo
intangível.
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Rodrigo Machado
A situação líquida é representada pela diferença entre o ativo e o passivo e calculada por meio
da equação fundamental do patrimônio: A = P + PL.
Detalhe pequeno! Não confunda patrimônio líquido com patrimônio. São conceitos distintos!
Errado.
Bom, definida a Contabilidade como ciência social partimos para o próximo conceito,
que é o objeto. O Objeto da Contabilidade é o Patrimônio. Em 2018 no concurso da EBSERH
o Cespe afirmou que o “objeto de estudo da contabilidade são as entidades econômico-ad-
ministrativas, o que inclui as instituições com fins sociais”. Como não poderia ser diferente,
o gabarito foi errado, porque o objeto da Contabilidade é o patrimônio das entidades econô-
mico-administrativas. Sempre!
O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades, sejam elas do setor público ou privado.
Não se esqueça disso jamais, porque garante pontos em provas.
Certo.
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Rodrigo Machado
Ótima dúvida, mas ela acaba aqui. Regra geral, o objetivo da contabilidade pode ser
destacado o controle do patrimônio que é realizado através dos lançamentos contábeis. A
contabilidade tem como finalidade fornecer aos usuários informações sobre os resultados
alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patri-
mônio da entidade do setor público e suas mutações, em apoio a:
• processo de tomada de decisão;
• adequada prestação de contas; e
• necessário suporte para a instrumentalização do controle social.
Outro fator relevante sobre nossa amada ciência contábil diz respeito ao seu aspecto
informacional. Ela se destina a levar informações aos usuários e estas informações são rela-
cionadas ao patrimônio, seja ele público ou privado. Portanto, a finalidade da contabilidade
é levar informações aos seus usuários.
O PULO DO GATO
O Cespe trata o objetivo e a finalidade da contabilidade como sinônimos.
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Rodrigo Machado
O gabarito dessa questão foi a letra “a”, portanto, muita atenção aos conceitos na hora de re-
solver as questões, especialmente as do Cespe. Uma excelente ferramenta para os estudos e
revisão do conteúdo é o mapa mental e nesse curso nós vamos trabalhar com muitos deles.
Vamos ao primeiro, portanto:
Letra a.
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Qualquer pessoa que tiver interesse em conhecer a situação de uma entidade, seja ela
pública ou privada, será usuário da informação contábil. Isso porque ele vai buscar informa-
ções acerca deste patrimônio fazendo uso do conjunto das demonstrações contábeis. Quando
se fala em usuários da informação contábil é importante ficar atento em relação às normas
brasileiras de contabilidade.
No âmbito do setor público, a NBC TSP Estrutura Conceitual define que:
(...) os RCPGs devem ser elaborados e divulgados, principalmente, para atender às necessidades de
informações dos usuários dos serviços e dos provedores de recursos, quando estes não detêm a
prerrogativa de exigir que a entidade do setor público divulgue as informações que atendam às suas
necessidades específicas. Os membros do poder Legislativo são também usuários primários dos
RCPGs e utilizam extensiva e continuamente esses relatórios enquanto atuam como representantes
dos interesses dos usuários de serviços e dos provedores de recursos. Assim, para os propósitos
desta estrutura conceitual, os usuários primários dos RCPGs são os usuários dos serviços e seus
representantes e os provedores de recursos e seus representantes (doravante identificados como
usuários dos serviços e provedores de recursos, a não ser que sejam identificados de outra forma).
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Por sua vez, na Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação do Relatório Contábil-
-Financeiro – CPC 00 (R1) – detalha que:
Simples. Os atos não provocam alterações no patrimônio das Entidades, por isso não são
objeto de registro pelo ramo da contabilidade societária, eles são apenas decisões e proce-
dimentos. Os fatos contábeis, sim, são contabilizados.
Um fato é uma ação feita. Fato contábil é todo evento econômico na entidade contábil que
possui expressão monetária e que afeta o patrimônio, com impacto quantitativo ou qualitativo.
Esse fato pode ser administrativo ou não administrativo. Vamos aos conceitos?
Os fatos administrativos são praticados pela gestão e que correspondem à maioria dos
fatos que são realizados em qualquer período analisado. Os fatos não administrativos são
aqueles que não resultam de uma ação da gestão da Entidade, como por exemplo, o roubo de
hélices de navio em uma Autarquia Estadual. Embora sejam fatos e serão contabilizados —
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porque diminuem o patrimônio da referida Autarquia —, eles são fatos não administrativos, pois
não decorreram de decisões da gestão, embora, a ela possa ser imputada a responsabilidade.
Quando se fala da Contabilidade Aplicada ao Setor Público nós teremos a contabilização
de atos administrativos e, recordando os conceitos, regra geral, os atos não vão gerar modi-
ficações no patrimônio da entidade.
É porque ela possui esse viés orçamentário. Quer um exemplo? Quando temos a aprova-
ção da Lei Orçamentária Anual, temos a previsão de receitas e fixação de despesas, correto?
Nesse momento não há modificação do patrimônio público, mas uma previsão daquilo que
virá a acontecer ao longo do exercício financeiro; e a CASP realiza a contabilização. Nessa
fase teremos a previsão de arrecadação e a fixação dos gastos.
Pode-se dizer que a CASP tem então um perfil mais conservador que a Contabilidade
Societária, porque ela realiza a contabilização do seu planejamento orçamentário, enquanto
a Contabilidade Societária, não faz. Quando a CASP realiza estes registros de previsões, ela
utiliza o sistema de Controle e esse assunto será melhor detalhado ao longo do nosso cur-
so, beleza?
Vamos fazer uma esquematização dessa diferença entre a CASP e a contabilidade societá-
ria? Lembrando que existem diversas outras diferenças e vamos detalhando ao longo do curso.
Diferenças entre Contabilidade Societária e Aplicada ao Setor Público
Por fim, de modo amplo nós temos a finalidade da Contabilidade, que é fornecer infor-
mações aos seus usuários e estas informações são levadas aos usuários por meios das
demonstrações contábeis. De modo mais restrito, as demonstrações contábeis no setor
público devem proporcionar:
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Introdução à Contabilidade
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Abaixo de cada ramo da Ciência Contábil você pode perceber qual o foco que é dado por
ele em relação àquilo que é trabalhado. Nesse curso nós vamos trabalhar com a Contabilidade
Aplicada ao Setor Público, a nossa CASP. Para que possamos avançar no estudo da nossa
matéria é imprescindível que nossa linguagem esteja alinhada. Então, as demonstrações con-
tábeis passam a ser denominadas Relatórios Contábeis de Propósito Geral ou simplesmente,
RCPG. Vamos buscar sempre os conceitos mais atualizados nas nossas normas brasileiras de
contabilidade, fazendo seus devidos esclarecimentos e ajustando os conceitos. Combinado?
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Introdução à Contabilidade
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Obs.: A Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência contábil que aplica, no
processo gerador de informações, os princípios de contabilidade e as normas contá-
beis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público.
Tem isso, sim! Vamos estudá-los por meio de uma tabela, então passa a visão:
CASP Objetivo Objeto Função social
O PULO DO GATO
O Cespe trabalha com objetivo e finalidade como sendo sinônimos.
A ciência contábil no Brasil vem passando por um processo de constante atualização rumo
à convergência de suas práticas com as internacionais, nesse contexto é necessário que seja
analisado esse processo de uma maneira sistêmica e histórica. Essa evolução histórica na
ciência contábil vem alinhada com a própria evolução das finanças públicas e é com essa
abordagem que o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) afirma que:
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA
Introdução à Contabilidade
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(...) o primeiro marco histórico foi a edição da Lei n. 4.320/1964, que estabeleceu importantes regras
para propiciar o controle das finanças públicas, bem como a construção de uma administração
financeira e contábil sólidas no País, tendo como principal instrumento o orçamento público. Deste
modo, o orçamento público ganhou significativa importância no Brasil. Como consequência, as nor-
mas relativas a registros e demonstrações contábeis, vigentes até hoje, acabaram por dar enfoque
sobretudo aos conceitos orçamentários, em detrimento da evidenciação dos aspectos patrimoniais.
Controlava, mas de maneira tímida, com alguns artigos na Lei n. 4.320/64, mas não exis-
tiam normas. A partir de então, o Conselho Federal de Contabilidade constituiu grupos de
estudos e de trabalhos, para atender as necessidades de normatização para a época, assim
como, para responder as consultas que eram formuladas pelos profissionais do setor.
Após uma parceria com o Ministério da Fazenda, o CFC divulgou em 2008 uma série de
normas brasileiras de contabilidade voltadas para o setor público, as NBC T16, que utilizavam
os conceitos de normas internacionais. A Secretaria do Tesouro Nacional (STN), como órgão
central de contabilidade na União passou a implementar gradativamente as inovações con-
tábeis. Nessa marcha de inovação foi necessário adotar um plano de contas único (União,
Estados, DF e municípios), para possibilitar, inclusive, a consolidação das contas públicas.
Por meio da criação do Grupo Assessor das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas
ao Setor Público (GA/NBC TSP), a Secretaria do Tesouro Nacional e o Conselho Federal de
Contabilidade buscaram consolidar o processo de convergência das normas nacionais aos
padrões internacionais, fazendo com que a CASP voltasse sua atenção para o seu real objeto:
o patrimônio. Segundo o CFC:
No ano de 2015, o CFC reformulou o GA NBC TSP com o objetivo de impulsionar o processo de
convergência das normas contábeis do setor público aos padrões internacionais. Nesta nova fase,
o trabalho do GA NBC TSP tem sido o de harmonizar as normas internacionais (International Public
Sector Accounting Standards – IPSAS) à realidade brasileira. A harmonização exige não apenas a
tradução das normas para a língua portuguesa, mas a análise sobre a aplicabilidade do contexto
das normas internacionais à realidade dos entes públicos brasileiros.
O GA NBC TSP se reúne periodicamente para as discussões sobre as NBC TSP. Assim que é con-
cluída uma minuta de nova norma, o CFC submete o texto à audiência pública e, posteriormente
aprova e edita a respectiva norma. Passo seguinte a STN implementa a norma no âmbito federal e,
por intermédio da inserção do seu conteúdo no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público
(MCASP), leva o normativo de forma prática para implantação nos demais entes federativos. A
proposta é que o MCASP funcione como um filtro normativo de aplicabilidade das NBC TSP.
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Introdução à Contabilidade
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Nesse aspecto de avanços das finanças públicas e da ciência da contabilidade, outro mar-
co que merece destaque é a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Essa lei estabeleceu para
toda a Federação, direta ou indiretamente, limites de dívida consolidada, garantias, operações
de crédito, restos a pagar e despesas de pessoal, dentre outros, com o intuito de propiciar
o equilíbrio das finanças públicas e instituir instrumentos de transparência da gestão fiscal.
Portanto, a grande temática da LRF foi colocar “em ordem a casa” atrás de equilíbrio das
contas, sem gastar mais do que se arrecada.
No âmbito contábil, a LRF inovou ao criar a obrigação de consolidação das contas públicas.
Claro, sô. Deixa comigo. A LRF estabeleceu a exigência de realizar a consolidação nacional
das contas públicas. Lembra que quando estudamos a Contabilidade Societária e abordamos
a consolidação das demonstrações contábeis e combinação de negócios? Então, o concei-
to é o mesmo, mas se lá nós consolidamos demonstrações contábeis da iniciativa privada,
por exigência da LRF consolidamos os relatórios contábil-financeiro no âmbito público. Esta
competência é exercida pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) por meio da publicação
anual do Balanço do Setor Público Nacional (BSPN), congregando as contas da União, estados,
Distrito Federal e municípios. Maneiro demais, não? E é cobrado em concurso.
O concurso de 2016 para Auditor de Controle Externo no Tribunal de Contas do Estado do
Pará, o Cespe afirmou que:
(...) além de exercer o papel de órgão central do Sistema de Contabilidade Federal, a Secretaria do
Tesouro Nacional também exerce a atividade de órgão setorial contábil dos órgãos integrantes da
Presidência da República.
O gabarito da questão é errado, mas por ter afirmado que a STN exerce a atividade de
órgão setorial contábil dos órgãos integrantes da Presidência da República. Quem desempe-
nha essa função é o controle interno da Casa Civil, conforme previsto na Lei n. 10.180/2001.
Para que aconteça esse processo consolidação dos relatórios contábeis de propósitos
gerais é necessária uma padronização, nesse intento, a STN recebeu essa competência por
meio do Decreto n. 6.796/2009 e Portaria MF n. 184/2008, portanto, cabe a ela editar:
• Normativos;
• Manuais;
• Instruções de procedimentos contábeis;
• Plano de contas aplicado ao setor público.
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Bom, após essas informações podemos estruturar mais um esquema gráfico com as
inovações que aconteceram na nossa amada CASP:
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Um dos avanços realizados pela Ciência Contábil Aplicada ao Setor Público foi a segrega-
ção das informações orçamentárias e patrimoniais e assim, no PCASP as contas contábeis
são classificadas segundo a natureza das informações que evidenciam – orçamentária, pa-
trimonial e de controle, de modo que os registros orçamentários não influenciem ou alterem
os registros patrimoniais, e vice-versa. Essa mudança é relativamente recente e antes disso
a CASP tinha enfoque essencialmente sob o regime orçamentário.
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Esquematizando:
Muitos estudiosos afirmam que a Lei n. 4.320/64 adotou um perfil conservador quando
estabeleceu o reconhecimento da receita pelo regime de caixa e a despesa pelo regime de
competência.
Antes de iniciar sua resposta, farei uma ressalva, ainda não estudamos os estágios da
receita e da despesa pública, mas isso não vai impactar negativamente no seu entendimento.
O detalhamento desses estágios será feito adiante em curso. Pois bem, em relação à receita
orçamentária, no que diz respeito ao momento do reconhecimento, cabe frisar que o estágio
da arrecadação ainda não deixa os recursos financeiros disponíveis para utilização pelos
agentes públicos. Nesse estágio da receita pública os recursos podem estar, ainda, em poder
de instituições financeiras arrecadadoras. Então, meu caro(a) aluno(a), somente no estágio
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Introdução à Contabilidade
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Diferenciar o regime orçamentário por meio do qual receitas e despesas são tratadas pode ser útil
para melhor evidenciar a situação fiscal do governo. Nesse sentido, adota-se, no Brasil, o regime
orçamentário misto: para a receita, adota-se o regime de caixa e, para a despesa, o regime de
competência (CESPE, TRT 10ª Região, 2013).
No que diz respeito à despesa orçamentária, a legislação adotou uma postura conservadora
também. Isso porque determinou que seu reconhecimento se dá pelos valores legalmente
empenhados, independente do seu pagamento, ainda que seus serviços e os bens solicitados
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA
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não tenham sido recebidos pela Administração Pública. Sabe por quê? Porque o empenho é
o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento
pendente ou não de implemente de condição. Portanto, quando um agente público realiza
um empenho, ele afirma que aquele valor possui dotação orçamentária prevista para o seu
pagamento. É como se nós dois fizemos um compromisso com um fornecedor e déssemos a
ele um cheque (empenho), sabendo que em nossa conta possui dinheiro suficiente (dotação
orçamentária) para o desconto desse cheque.
Sendo assim, o regime orçamentário tem esse enfoque voltado, ora para o reconhecimento
pelo regime de caixa, ora para o reconhecimento pelo regime de competência. A Contabili-
dade Aplicada ao Setor Público perdurou no Brasil por longos anos sob forte conotação dos
conceitos orçamentários, mas isso vem mudando sistematicamente. Embora não se tenha
deixado de lado a contabilidade realizada sobre o enfoque orçamentário, adicionou-se o en-
foque patrimonial. É sobre isso que nós vamos falar agora, parceiro(a).
O governo e outras entidades do setor público elaboram orçamentos. No Brasil, a Constituição exige
a elaboração do orçamento anual, a sua aprovação pelo poder Legislativo e a sua disponibilização
à sociedade. A legislação brasileira define o que a peça orçamentária deve conter. A sociedade
fiscaliza a gestão das entidades públicas diretamente, respaldada pela Constituição, ou indireta-
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mente, por meio de representantes. O orçamento aprovado é utilizado como base para a definição
dos níveis de tributação e de outras receitas, compondo o processo de obtenção de autorização
legislativa para a realização do gasto público.
Devido à importância do orçamento público aprovado, as informações que possibilitam aos usuá-
rios compararem a execução orçamentária com o orçamento previsto facilitam a análise quanto
ao desempenho das entidades do setor público. Tais informações instrumentalizam a prestação
de contas e a responsabilização (accountability) e fornecem subsídios para o processo decisório
relativo aos orçamentos dos exercícios subsequentes. A elaboração de demonstrativo que apresen-
ta e compara a execução do orçamento com o orçamento previsto é o mecanismo normalmente
utilizado para demonstrar a conformidade com os requisitos legais relativos às finanças públicas.
Veja que interessante, a adoção do regime de competência nas entidades do setor público
para gerar informações patrimoniais requer atenção quanto às regras para reconhecimento
das etapas da execução orçamentária. Assim, quando o fato gerador de um passivo exigível
ocorrer antes do empenho, ou entre o empenho e a liquidação orçamentária, a entidade deve
registrar uma etapa chamada “empenho em liquidação”.
Sendo assim, após essa introdução sobre como era e como é, atualmente, nossa Conta-
bilidade Aplicada ao Setor Público, vejamos qual o seu campo de aplicação.
Essa é uma das maiores dúvidas recebidas através do Fórum de Dúvidas (use-o bastante, tá?).
Anote aí: é possível reconhecer uma variação patrimonial aumentativa antes da liquidação
da despesa.
O exemplo clássico é o 13º salário. Há o empenho no início do exercício financeiro – para garantir
a dotação orçamentária –, mas a liquidação ocorre somente ao final do exercício. Normalmen-
te lá pelo dia 18 ou 19 de dezembro, para possibilitar o pagamento no dia 20. No entanto, as
variações patrimoniais diminutivas são reconhecidas mensalmente.
Em um mapa mental teremos os seguintes detalhes:
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA
Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Tem isso não, uai! A variação patrimonial diminutiva poderá ser reconhecida após a liquidação
da despesa orçamentária. Lembre-se desse trem toda hora: os registros contábeis da natureza
de informação orçamentária são independentes dos registros contábeis da natureza de infor-
mação patrimonial.
Quer um exemplo?
A aquisição de material de consumo que fica estocada no almoxarifado é o exemplo clássico
desse caso. Há o empenho, a liquidação e muitas vezes, o pagamento. Depois de estocado o
material ele é utilizado e é nesse momento que a variação patrimonial diminutiva é reconhecida.
Maneiro, né?
Errado.
DICA
A variação patrimonial diminutiva poderá ser reconhecida conta-
bilmente antes, concomitante ou após a liquidação da despesa
orçamentária.
Professor, já entendi, mas essa visão é só para as VPDs ou se aplica às VPAs também?
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA
Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Uma variação patrimonial aumentativa poderá ser reconhecida após a arrecadação da despesa
orçamentária e o exemplo mais clássico dessa situação é o imposto. Por exemplo, existem
operações que os Estados realizam para conceder descontos no IPVA caso ocorram antecipa-
ções de pagamentos.
A depender da legislação do Estado, o fato gerador do IPVA é no dia 01 de janeiro, mas algumas
unidades da federação concedem descontos para os contribuintes que pagarem até o dia 31
de novembro do ano anterior. Isso faz com que a arrecadação ocorra dois meses antes do fato
gerador do imposto. Esse é um dos exemplos em que teremos a VPA reconhecida (somente em
janeiro, na ocorrência do fato gerador) e a receita orçamentária, pela arrecadação, em novembro.
Certo.
Muita atenção! Quando a banca examinadora falar em variações patrimoniais ela está se refe-
rindo ao regime patrimonial. Nesse caso devemos trabalhar com o regime de competência para
as receitas e para as despesas. A referência é aqui são as normas brasileiras de contabilidade
(NBC TSP).
O enunciado aborda o regime misto, que é previsto na Lei n. 4.320/64 e vai adotar o regime de
caixa para as receitas (arrecadadas) e competência para as despesas (empenhadas).
Não podemos confundir.
Errado.
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Rodrigo Machado
Certo.
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA
Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Perceba que a questão está trabalhando com o fato gerador novamente. Nessa a abordagem é
feita em relação às despesas, também chamadas de variação patrimonial diminutiva. Já vimos
que pelo aspecto orçamentário a despesa é reconhecida no momento do empenho e no segun-
do estágio de execução há a liquidação. No momento do empenho afirmamos que há despesa
orçamentária por força do art. 35 da Lei n. 4.320/64, no entanto, não há nesse momento uma
despesa sob o enfoque contábil.
Toda hora, uai! A despesa sob o enfoque contábil vai gerar um decréscimo no patrimônio da
entidade do setor público; também por isso é chamada de variação patrimonial diminutiva. Essa
é a visão patrimonial.
Na visão orçamentária a despesa ocorre no momento do empenho, mas vem cá.... qual decrés-
cimo patrimonial ocorre no momento do empenho? Nenhum, né? O que ocorre ali são movimen-
tações de dotação orçamentária, de reserva de créditos orçamentários antes aprovados. Não
há decréscimo patrimonial. Por isso dizemos que é uma despesa pelo aspecto orçamentário e
isso é uma forma de conciliar os aspectos da Lei n. 4.320/64 com os princípios de contabilidade.
Pronto! Voltamos para a questão. Na liquidação da despesa (art. 63 da Lei n. 4.320/64) há o
reconhecimento, pela entidade do setor público, da obrigação de pagamento. Esse momento
poderá ser realizado antes ou posterior ao fato gerador da despesa. Exemplos:
Certo.
Perceba a insistência do Cespe sobre esse assunto em suas últimas provas. Assim como as
despesas (VPD) as receitas (VPA) podem ser reconhecidas contabilmente após o estágio de
execução orçamentária denominado arrecadação. Quer um exemplo?
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
No âmbito municipal tem o IPTU que depende da legislação, mas o mais comum é que seu fato
gerador seja realizado em 01/01, mas o imposto é recebido pelo município a partir de março. O
reconhecimento contábil da VPA é feito em janeiro – coincidente com o fato gerador.
Certo.
Na execução orçamentária os registros contábeis são realizados pelo regime misto (caixa para
as receitas e competência para as despesas). Os registros contábeis sob o enfoque patrimonial
são realizados pelo regime de competência.
Mapa mental:
Errado.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
No que diz respeito às entidades que estão sujeitas às normas da Contabilidade Pública,
na doutrina não há consenso. De acordo com muitos autores, empresas públicas e socieda-
des de economia mista que integrarem os orçamentos fiscal e da seguridade social devem
obedecer às normas de contabilidade aplicada ao setor público. De outro modo, há autores
que se limitam a incluir no rol da contabilidade pública somente as autarquias e fundações.
Portanto, não há consenso. Nesse caso, a melhor alternativa para apoiar nossas decisões
são os posicionamentos das bancas de concursos públicos.
Veja bem qual foi o posicionamento do Cespe em concurso do Ministério Público da União
no ano de 2013:
(...) as empresas de capital aberto que não estão contempladas no orçamento de investimentos,
mas constam do orçamento fiscal e da seguridade social estão no campo de aplicação da conta-
bilidade pública e são isentas das exigências da contabilidade empresarial.
Na visão da banca examinadora, essa questão está incorreta, mas seu erro está centra-
lizado na afirmativa de que as empresas de capital aberto prescindem das exigências da
contabilidade empresarial. Logo, meu caro(a) companheiro(a) de estudos, é correto afirmar
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
que, para o Cespe, as empresas de capital aberto que não estão contempladas no orçamento
de investimentos, mas constam no orçamento fiscal e da seguridade social estão no campo
de aplicação da contabilidade pública.
Quando se fala em campo de aplicação da contabilidade governamental é necessário
fazer alguns alertas, pois tivemos recentemente a revogação da NBC T 16.1 – Conceituação,
Objeto e Campo de Aplicação e como os examinadores gostam de cobrar novidades, fique-
mos atentos.
1.8A. Esta estrutura conceitual e as demais NBCs TSP aplicam-se, obrigatoriamente, às entidades
do setor público quanto à elaboração e divulgação dos RCPGs. Estão compreendidos no conceito
de entidades do setor público: os governos nacionais, estaduais, distrital e municipais e seus res-
pectivos poderes (abrangidos os tribunais de contas, as defensorias e o Ministério Público), órgãos,
secretarias, departamentos, agências, autarquias, fundações (instituídas e mantidas pelo poder
público), fundos, consórcios públicos e outras repartições públicas congêneres das administrações
direta e indireta (inclusive as empresas estatais dependentes).
Vamos esquematizar?
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Assim quando formos definir se uma empresa estatal é dependente, devemos usar um
check list para chegarmos à conclusão; e não errar na prova.
Veja que interessante, se a empresa for controlada, receber recursos para o pagamento
de despesas de pessoal e custeio em geral, receber recursos para pagamento de despesas
de capital, será considerada estatal dependente. Caso os recursos repassados pelo Ente con-
trolador a uma empresa estatal se caracterizem como aumento de participação acionária,
por si só, não a transforma em estatal dependente, ok? Fiquemos ligados na fita!
Vamos aproveitar a onda e conceituar empresas estatais independentes? Bora ou vamos?
Se liga então:
(...) as empresas estatais independentes são todas as demais empresas controladas pelas entidades
do setor público que não se enquadram nas características expostas no item 1.8B, as quais, em
princípio, não estão no alcance desta estrutura conceitual e das demais NBCs TSP (ver item 1.8D).
Por fim, a Estrutura Conceitual criou uma decisão discricionária para algumas entidades
ao afirmar em seu item 1.8D que:
(...) as demais entidades não compreendidas no item 1.8A, incluídas as empresas estatais indepen-
dentes, poderão aplicar esta estrutura conceitual e as demais NBCs TSP de maneira facultativa ou
por determinação dos respectivos órgãos reguladores, fiscalizadores e congêneres.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
De acordo com o item 1.8A da Estrutura Conceitual podemos afirmar que o gabarito desta
questão é correto, pois afirma que as NBCs TSP se aplicam, obrigatoriamente, às entidades do
setor público quanto à elaboração e divulgação dos RCPGs. Estão compreendidos no conceito
de entidades do setor público: os governos nacionais, estaduais, distrital e municipais e seus
respectivos poderes (abrangidos os tribunais de contas, as defensorias e o Ministério Público),
órgãos, secretarias, departamentos, agências, autarquias, fundações (instituídas e mantidas
pelo poder público), fundos, consórcios públicos e outras repartições públicas congêneres das
administrações direta e indireta (inclusive as empresas estatais dependentes).
Certo.
O PULO DO GATO
Temos uma polêmica quando o assunto é alcance das NBC TSP e os Conselhos de Regula-
mentação Profissional. A NBC T 16.1 incluía essas organizações no rol daquelas que devem
observá-la, a Estrutura Conceitual é silente a respeito dessas organizações. Os Conselhos de
Regulamentação Profissional são autarquias, portanto, essas entidades estão dentro do alcance
obrigatório da Estrutura Conceitual, de acordo com a visão do Conselho Federal de Contabilida-
de. Contudo, o MCASP torna facultativa a aplicação das normas contábeis aplicadas ao setor
público para essas entidades. Vamos esquematizar esse trem?
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Outro aspecto merecedor de atenção é quando falamos acerca do alcance das normas
brasileiras de contabilidade aplicadas ao setor público e os Serviços Sociais Autônomos,
conhecidos como Sistema “S”, composto por:
• SESI;
• SENAI;
• SENAT;
• SENAC;
• SESC;
• SEBRAE;
• SENAR;
• SEST;
• SESCOOP.
De acordo com a NBC TSP – Estrutura Conceitual, emitida pelo Conselho Federal de
Contabilidade as entidades do Sistema S estão fora do alcance das normas contábeis apli-
cadas ao setor público por se tratar de entidades sem fins lucrativos. A elas aplicam-se as
determinações previstas na ITG 2002 (R1) – Entidades sem fins lucrativos. Anteriormente,
por meio da revogada NBC T 16.1, o Sistema S era obrigado a aplicar as normas destinadas
ao setor público.
Como treta pouca é bobagem, em maio de 2019 o Tribunal de Contas da União decidiu que
o Sistema S está obrigado a aplicar as normas de contabilidade voltadas ao setor público. Se
liga concurseiro! Veja aí a reportagem na íntegra < https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/
sistema-s-deve-utilizar-normas-contabeis-aplicadas-ao-setor-publico.htm>
Em decisão recente, por meio do Acórdão n. 1567 – Plenário do Tribunal de Contas da
União, publicado no Diário Oficial da União em 17/06/2020 tivemos a seguinte decisão:
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
É isso, caso conste em sua prova, fique atento ao enunciado e o alcance da Contabilidade
Aplicada ao Setor Público.
As normas brasileiras contábeis técnicas são documentos emitidos pelo Conselho Federal
de Contabilidade e, como normas, são de aplicabilidade obrigatória por aqueles que operam
a Ciência da Contabilidade no âmbito público. Já o que o Manual de Contabilidade Aplicado
ao Setor Público (MCASP) é documento emitido pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN),
que é órgão central de contabilidade aplicada ao setor público no Brasil. Como órgão central
de contabilidade no Brasil, a STN regulamenta os padrões contábeis no âmbito da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
Embora a STN e o CFC tenham grupos de trabalhos conjuntos e realizem a padronização
contábil na busca do processo de convergência das normas nacionais à internacionais, even-
tualmente vamos perceber que um assunto foi regulado pelo CFC e não foi regulado pela STN
e vice-e-versa.
Quando se trata da aplicabilidade das normas de contabilidade a STN e o CFC possuem enten-
dimento alinhado e de acordo com ambos, as entidades detalhadas abaixo devem realizar seus
procedimentos em consonância com as normas emitidas por eles, com uma diferença que, um
tem adoção obrigatória, outro, facultativa, conforme já detalhamos nos itens anteriores.
4. Princípios da Contabilidade
A Contabilidade é entendida como uma ciência social assim como a administração, o
direito, a sociologia. Como ciência social, a contabilidade conta com princípios que servem
para delimitar de forma objetiva suas diretrizes. Independente do setor em que está inserida
a entidade, seu porte, seu enquadramento tributário, todas devem observar os princípios de
contabilidade na preparação e divulgação de seus relatórios contábeis.
Tais princípios foram sendo criados ao longo do próprio desenvolvimento da ciência e,
no Brasil, foram regulados pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade n. 750/93.
Contudo, esta resolução foi revogada pelo Conselho Federal de Contabilidade.
Professor, então quer dizer que não precisamos mais estudar os princípios de contabilidade?
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
4.1. Entidade
O princípio da entidade é um dos mais exigidos por bancas de concursos públicos. O pri-
meiro fator a ser destacado acerca deste princípio reside no objeto da contabilidade. É por
força do princípio da entidade que se entende o patrimônio como objeto da contabilidade.
O segundo fator está concentrado na separação dos patrimônios existentes, dos sócios e
da entidade que reporta a informação. Estes patrimônios não podem se confundir, portanto,
devem manter-se separados.
Professor, qual a necessidade de separar esses patrimônios? Não é tudo a mesma coisa?
Não é, não. Primeiro, qual seria a motivação de um empreendedor em criar algo sabendo
que seu patrimônio particular poderá ser alcançado por credores? Imagine, o cara cria algo,
decreta falência e ele perde a casa própria para pagar dívidas? Sabemos que no ramo do
Direito há esta possibilidade de avanço no patrimônio do particular, mas este não é o escopo
desta aula.
Agora um exemplo real, um servidor resolve abrir um restaurante na Serra Gaúcha e toma
empréstimos consignados para criar capital de giro, notou que ele confundiu os patrimônios?
O negócio não prospera e ele decreta falência do restaurante. O que poderia ser somente
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA
Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
um mau negócio torna-se um drama, porque o crédito consignado continuará na folha deste
servidor por muitos anos, comprometendo seus rendimentos.
Perceba, com este exemplo, que o princípio da Entidade não é algo apenas para ser cobrado
em provas. Ele precisa ser aplicado na vida real. Em tempo, nunca tive restaurante.
Nas questões de concursos, atenção, apareceu a palavrinha patrimônio, há grandes chan-
ces de ser referente ao princípio da entidade.
DICA
O Princípio da Entidade se afirma, para o ente público, pela au-
tonomia e responsabilização do patrimônio a ele pertencente.
A autonomia patrimonial tem origem na destinação social do
patrimônio e a responsabilização pela obrigatoriedade da pres-
tação de contas pelos agentes públicos.
4.2. Continuidade
O princípio da continuidade é relevância no contexto da contabilidade, porque em decor-
rência deste princípio há o entendimento de que a entidade continuará em operação do futuro.
É porque essa presunção influenciará a forma como as entidades reconhecerão seus ativos
e passivos. Por exemplo, se for especificado que uma determinada entidade tem, no máximo,
mais 03 (três) anos de operação, ela deverá ajustar o reconhecimento da depreciação – apenas
um exemplo –, para o período estipulado, alinhado ao tempo de vida da entidade. Portanto,
este princípio é importante para a definição das políticas contábeis aplicadas.
4.3. Oportunidade
A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação
contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação
entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. Por esta razão, este princípio deter-
mina que o registro contábil deve ser realizado correta e completamente e, sobretudo, em
momento oportuno.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Nos anos longínquos existiu no Brasil um slogan bastante famoso que dizia: “aconteceu,
virou manchete”. O princípio da oportunidade é similar: “aconteceu, registra-se”. Com este
procedimento a informação contábil será tempestiva e útil, afinal de contas, de que adianta
divulgar uma informação dois anos após sua ocorrência?
DICA
O Princípio da Oportunidade é base indispensável à integridade
e à fidedignidade dos processos de reconhecimento, mensu-
ração e evidenciação da informação contábil, dos atos e dos
fatos que afetam ou possam afetar o patrimônio da entidade
pública, observadas as Normas Brasileiras de Contabilidade
aplicadas ao Setor Público.
A integridade e a fidedignidade dizem respeito à necessidade
de as variações serem reconhecidas na sua totalidade, inde-
pendentemente do cumprimento das formalidades legais para
sua ocorrência, visando ao completo atendimento da essência
sobre a forma.
Dá demais, uai. Imagine uma entidade que tenha adquirido um veículo que servirá como
viatura na polícia civil. Este veículo precisa ser reconhecido contabilmente por um valor e a
entidade utilizará o valor presente na nota fiscal, certo? Pois é, este é o valor histórico. Pos-
teriormente teremos procedimentos de depreciação e redução ao valor recuperável, mas o
valor histórico permanecerá registrado, de acordo com a documentação comprobatória.
DICA
Nos registros dos atos e fatos contábeis será considerado o
valor original dos componentes patrimoniais.
Valor Original, que ao longo do tempo não se confunde com o
custo histórico, corresponde ao valor resultante de consensos
de mensuração com agentes internos ou externos, com base
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Introdução à Contabilidade
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4.5. Competência
O princípio da competência exige que o impacto patrimonial seja reconhecido no momento
da sua ocorrência e não no momento do seu pagamento ou recebimento. O exemplo clássico
é o décimo terceiro salário que, geralmente, é pago em dezembro. Contudo, seu fator gera-
dor acontece ao longo do exercício social e por essa razão, o registro contábil é realizado ao
longo do ano.
A cada período transcorrido e que o funcionário adquire o direito de 1/12 avos, a entidade
que reporta a informação reconhecerá a despesa com 13º salário (uma variação patrimonial
diminutiva – VPD), independente do fato que o pagamento ocorrerá somente em dezembro.
Em uma linha de tempo o reconhecimento das despesas de décimo terceiro salário de um
funcionário com salário mensal de R$ 12.000 será realizado da seguinte forma:
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DICA
O princípio da competência aplica-se integralmente ao setor
público.
4.6. Prudência
A Contabilidade é uma ciência prudente, ela não reconhece o aumento patrimonial antes
do momento adequado. Por esta razão opta por, diante de situações igualmente válidas, reco-
nhecer o menor valor para o ativo e o maior para o passivo. Esta postura, também conhecida
pelo termo conservadorismo, faz com que a contabilidade reconhece o menor valor para o
patrimônio líquido.
DICA
A prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou
um passivo já escriturado por determinados valores, segundo
os Princípios do Valor Original, surgirem possibilidades de novas
mensurações.
A aplicação do Princípio da Prudência não deve levar a excessos
ou a situações classificáveis como manipulação do resultado,
ocultação de passivos, super ou subavaliação de ativos. Pelo
contrário, em consonância com os Princípios Constitucionais da
Administração Pública, deve constituir garantia de inexistência
de valores fictícios, de interesses de grupos ou pessoas, espe-
cialmente gestores, ordenadores e controladores.
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RESUMO
Conceito de Contabilidade
A Contabilidade é uma ciência social que estuda o Patrimônio de uma entidade econômi-
co-administrativa, seja essa entidade uma pessoa física ou jurídica, se tiver Patrimônio, entra
no escopo da Contabilidade.
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Aplicabilidade Entidades
Uma empresa estatal dependente – EED é uma controlada que recebe do ente controlador
recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou custeio em geral ou de ca-
pital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participações acionária.
Esse conceito é trazido pelo art. 1º, II da Lei Complementar n. 101/2000.
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Muita atenção deve ser direcionada aos Conselhos de Regulamentação Profissional quando
o assunto é a adoção ou não das práticas contábeis aplicadas ao setor público. De acordo
com o Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Estrutura Conceitual, tais entidades
devem observar obrigatoriamente as NBCs TSP.
Contudo, o MCASP, emitido pela STN torna a adoção das NBCs TSP facultativa para os
Conselhos de Regulamentação Profissional. Logo, devemos ter muita atenção com os enun-
ciados das questões.
Por fim, informação extremamente recente:
De acordo com a NBC TSP – Estrutura Conceitual, emitida pelo Conselho Federal de
Contabilidade as entidades do Sistema S estão fora do alcance das normas contábeis apli-
cadas ao setor público por se tratar de entidades sem fins lucrativos. A elas aplicam-se as
determinações previstas na ITG 2002 (R1) – Entidades sem fins lucrativos. Anteriormente,
por meio da revogada NBC T 16.1, o Sistema S era obrigado a aplicar as normas destinadas
ao setor público.
Como treta pouca é bobagem, em maio de 2019 o Tribunal de Contas da União decidiu
que o Sistema S está obrigado a aplicar as normas de contabilidade voltadas ao setor público.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
MAPAS MENTAIS
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
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QUESTÕES DE CONCURSO
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
b) Contábil que deve ser atendido pelas fundações instituídas e mantidas pelo poder público
municipal.
c) Contábil que deve ser atendido pela Administração direta municipal.
d) Orçamentário que deve ser atendido pelas autarquias municipais.
e) Contábil que deve ser atendido pelas empresas municipais dependentes.
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GABARITO
1. E 36. E
2. E 37. E
3. E 38. E
4. c 39. d
5. d 40. C
6. c 41. b
7. b 42. a
8. c 43. c
9. c 44. b
10. a 45. c
11. c 46. a
12. d 47. a
13. d
14. e
15. C
16. E
17. e
18. E
19. E
20. e
21. C
22. d
23. d
24. C
25. C
26. C
27. E
28. C
29. E
30. d
31. d
32. d
33. e
34. c
35. C
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
GABARITO COMENTADO
Ótima questão para nos dar um norte sobre como proceder nas questões sobre este assunto.
Como visto, caso a banca não cite as NBC TSP, seu posicionamento é de acordo com a Secretaria
do Tesouro Nacional, portanto, muita atenção deve ser direcionada aos Conselhos de Regula-
mentação Profissional quando o assunto é a adoção ou não das práticas contábeis aplicadas
ao setor público. De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Estrutura
Conceitual, tais entidades devem observar obrigatoriamente as NBCs TSP.
Contudo, o MCASP, emitido pela STN torna a adoção das NBCs TSP facultativa para os Conse-
lhos de Regulamentação Profissional. Logo, devemos ter muita atenção com os enunciados
das questões.
Esquema Gráfico
Errado.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Perceba como o Cespe vem insistindo neste assunto, duas questões na mesma prova, então é
um ótimo indicativo. Para iniciar os comentários desta questão vamos partir do esquema gráfico:
Veja que as NBC TSP se aplicam obrigatoriamente às entidades do setor público. Contudo há
o caso, por exemplo, das entidades do terceiro setor que recebem recursos públicos para sua
aplicação em convênios e termos de parceria. O fato de administrarem recursos públicos não
transforma estes organismos em entidades do setor público, portanto, não devem aplicar as
NBC TSP. No entanto, devem adotar procedimentos específicos capazes de possibilitar a trans-
parência e a fiscalização da aplicação dos recursos que administram.
Errado.
O regime para reconhecimento das receitas e das despesas orçamentárias, adotado no Brasil
para a CASP é o regime misto. Por meio desse regime adota-se o regime de caixa e o regime
de competência.
A adoção do regime misto decorre diretamente de obrigatoriedade prevista na Lei n. 4.320/64,
em seu art. 35, in verbis:
Errado.
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Rodrigo Machado
Letra c.
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Introdução à Contabilidade
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1.8A. Esta estrutura conceitual e as demais NBCs TSP aplicam-se, obrigatoriamente, às entidades
do setor público quanto à elaboração e divulgação dos RCPGs. Estão compreendidos no conceito
de entidades do setor público: os governos nacionais, estaduais, distrital e municipais e seus res-
pectivos poderes (abrangidos os tribunais de contas, as defensorias e o Ministério Público), órgãos,
secretarias, departamentos, agências, autarquias, fundações (instituídas e mantidas pelo poder
público), fundos, consórcios públicos e outras repartições públicas congêneres das administrações
direta e indireta (inclusive as empresas estatais dependentes).
As opções “a”, “b” e “c” estão erradas porque delimitaram os Entes que devem utilizar a contabili-
dade aplicada ao setor público. Já em relação à opção “e” limitou às entidades de direito público.
Sabemos que todos os Entes (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) devem observar as
normas da CASP, que são entidades de direito público. As entidades de direito privado também
devem adotar a CASP, incluindo nesse rol as da Administração Indireta (Fundações Públicas de
Direito Privado, Autarquias, inclusive, empresas estatais dependentes).
Letra d.
O regime para reconhecimento das receitas e das despesas orçamentárias, adotado no Brasil
para a CASP é o regime misto. Por meio desse regime adota-se o regime de caixa e o regime
de competência.
A adoção do regime misto decorre diretamente de obrigatoriedade prevista na Lei n. 4.320/64,
em seu art. 35, in verbis:
Letra c.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
De modo amplo nós temos a finalidade da Contabilidade, que é fornecer informações aos seus
usuários e estas informações são levadas aos usuários por meios das demonstrações contá-
beis. De modo mais restrito, as demonstrações contábeis no setor público devem proporcionar:
(...) informação útil para subsidiar a tomada de decisão e a prestação de contas e responsabilização
da entidade quanto aos recursos que lhe foram confiados, fornecendo informações:
a) sobre as fontes, as alocações e os usos de recursos financeiros;
b) sobre como a entidade financiou suas atividades e como supriu suas necessidades de caixa;
c) úteis na avaliação da capacidade de a entidade financiar suas atividades e cumprir com suas
obrigações e compromissos;
d) sobre a condição financeira da entidade e suas alterações; e
e) agregadas e úteis para a avaliação do desempenho da entidade em termos dos custos dos
serviços, eficiência e cumprimento dos seus objetivos. (NBC TSP 11 – Apresentação das Demons-
trações Contábeis).
Letra b.
Esta saiu diretamente do livro do Prof. Glauber Mota (2009) quando ele afirma que:
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
(...) a adoção do regime de competência nas entidades do setor público para gerar informações
patrimoniais requer atenção quanto às regras para reconhecimento das etapas da execução orça-
mentária. Assim, quando o fato gerador de um passivo exigível ocorrer antes do empenho, ou entre
o empenho e a liquidação orçamentária, a entidade deve registrar uma etapa chamada “empenho
em liquidação”.
COMPETÊNCIA
Determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos
períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da
confrontação de receitas e de despesas correlatas.
Quando o Princípio afirma que os eventos devem ser reconhecidos nos períodos a que se referem
está afirmando que tal reconhecimento será dado de acordo com a ocorrência do fato gerador,
independentemente se houve pagamento ou recebimento. É exatamente essa a proposta quan-
do a Contabilidade faz a apropriação de despesas pagas antecipadamente, tais como jornais e
revistas, que possui assinatura anual, mas como pagamento antecipado e entrega dos produtos
ao longo do período de vigência da assinatura.
Letra c.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
b) O regime de caixa determina que as receitas e as despesas são atribuídas aos exercícios de
acordo com a real incorrência, ou seja, de acordo com a data do fato gerador e não quando são
recebidas ou pagas em dinheiro.
c) No regime de competência, tanto as receitas por arrecadar, ainda que lançadas, como as des-
pesas empenhadas e a liquidadas, porém não pagas, devem ser transferidas para o orçamento
do exercício financeiro seguinte.
d) O regime de caixa é o período em que se executa o orçamento. Quando o ano financeiro não
coincide com o ano civil, existe a necessidade de um período adicional.
e) No regime de competência, a receita é reconhecida no período em que é arrecadada e a
despesa paga nesse mesmo período. O regime de caixa compreende todos os recebimentos e
pagamentos efetuados no exercício.
a) Certa.
b) Errada. Se refere ao regime de competência, quando as receitas e as despesas são reconhe-
cidas no período de sua ocorrência, de seu fato gerador, e não quando se dá seu recebimento
ou pagamento. Pelo regime de caixa o reconhecimento, tanto da receita quanto da despesa se
dá quando ocorre o recebimento e o pagamento, respectivamente. Por isso ela está incorreta,
pois inverteu os conceitos.
c) Errada. A alternativa incorre em erro ao afirmar que as receitas a arrecadar devem ser trans-
feridas para o exercício para o exercício seguinte, devemos ficar atento para o fato gerador da
receita. Quando ele ocorrer, devemos reconhecê-las e as receitas a arrecadar ainda não contam
com o respectivo fato gerador, por isso a opção está incorreta.
d) Errada. A alternativa é sem pé nem cabeça.... rs. O ano financeiro a ser observado pela Con-
tabilidade coincide com o ano civil, por força mandamental da Lei n. 4.320 em ser art. 34: “O
exercício financeiro coincidirá com o ano civil.”
e) Errada. A alternativa também cometeu inversão de conceitos, ela é referente ao regime de
caixa, quando receitas são receitas pela arrecadação e despesas pelo pagamento.
Letra a.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Esta foi literal, pois sob o enfoque orçamentário a contabilidade aplicada ao setor público
adota o regime misto e essa adoção decorre diretamente de obrigatoriedade prevista na Lei n.
4.320/64, em seu art. 35, in verbis:
Letra c.
Atualmente não temos mais “campo de aplicação” da contabilidade governamental nas normas
brasileiras, mas sim, alcance. De acordo com a Estrutura Conceitual, seu alcance é detalhado
da seguinte maneira:
1.8A. Esta estrutura conceitual e as demais NBCs TSP aplicam-se, obrigatoriamente, às entidades
do setor público quanto à elaboração e divulgação dos RCPGs. Estão compreendidos no conceito
de entidades do setor público: os governos nacionais, estaduais, distrital e municipais e seus res-
pectivos poderes (abrangidos os tribunais de contas, as defensorias e o Ministério Público), órgãos,
secretarias, departamentos, agências, autarquias, fundações (instituídas e mantidas pelo poder
público), fundos, consórcios públicos e outras repartições públicas congêneres das administrações
direta e indireta (inclusive as empresas estatais dependentes).
A questão foi cobrada à época em que a NBCT 16 estava em vigor, mas isso não invalida o
estudo, pois, apesar dos conceitos terem sido atualizados o objeto de alcance da CASP conti-
nua em vigor.
Letra d.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Vamos ver o que diz a Lei n. 4.320/64, em seu art. 35, in verbis:
Bom, esse artigo da Lei se refere ao regime contábil sob o enfoque orçamentário, com esse
entendimento já podemos eliminar as opções “b”, “c” e “e”. A letra “a” está errada porque as
empresas de economia mista municipais não dependentes ou independentes não estão sob o
enfoque tratado nesse artigo da Lei n. 4.320/64.
Letra d.
PRUDÊNCIA
Determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para
os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a
quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
Letra e.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Ah! O Cespe, sempre com suas novidades. A questão foi considerada correta e tivemos uma
enxurrada de recursos, mas a banca não mudou sua opinião. Pois bem, a razão dos recursos
é o comando da questão, pois afirma que a nova contabilidade pública, logo, é referente ao
processo de convergência das normas contábeis brasileiras. Nesse sentido, consta no MCASP:
Com isso, a contabilidade poderá́ atender a demanda de informações requeridas por seus usuários,
possibilitando a análise de demonstrações contábeis adequadas aos padrões internacionais e a
avaliação da situação fiscal dos órgãos e entidades públicos, sob os enfoques orçamentário e
patrimonial, com base em um Plano de Contas Nacional.
Desta vez o Cespe não trouxe nenhuma surpresa. De acordo com o MCASP 8ª ed. em sua
página 51:
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
(...) a contabilidade deve evidenciar, tempestivamente, os fatos ligados à administração orçamen-
tária, financeira e patrimonial, gerando informações que permitam o conhecimento da composição
patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros.
Copiou e colou.
Errado.
Mais uma questão acerca do objeto da Contabilidade. Será sempre o patrimônio. Fácil, né?
Letra e.
Errado, né?! Sempre que vier um blábláblá... “O objeto da Contabilidade” pode marcar patrimônio.
Errado.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Uma entidade de economia mista estará sujeita às regras da contabilidade privada, contudo,
quando ela receber recursos do seu Ente controlador, para pagamento de despesas de pessoal
e custeio em geral ela será enquadrada no conceito de estatal dependente. Como estatal de-
pendente ela está sujeita, também, às regras da contabilidade aplicada ao setor público.
Letra e.
Embora seja uma fundação seja de direito privado, o que nos levaria a crer que ela seguiria as
regras da contabilidade privada, ela recebe recursos do Estado para o custeio de suas ativida-
des e, por esse motivo, ela está no rol das entidades da administração indireta que devem se
sujeitar às regras da CASP, sendo assim, está correto o enunciado.
Certo.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Outra questão abordando o objeto da Contabilidade, que é o patrimônio e com ela temos uma
completa conceituação do termo. Patrimônio é o conjunto de direitos e de bens, tangíveis ou
intangíveis, onerados ou não, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente
ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou a exploração econômica por entidades
do setor público e suas obrigações.
Letra d.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
letra “c” é relacionada aos aspectos orçamentários da CASP e a letra “e” aborda apenas um dos
aspectos da CASP; ela vai muito além de apenas servir como ferramenta para o planejamento.
Letra d.
Regra geral, o objetivo da contabilidade pode ser destacado o controle do patrimônio que é
realizado através dos lançamentos contábeis. Esse controle do patrimônio tem como objetivo,
também, é fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos
de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor
público e suas mutações, em apoio a:
• processo de tomada de decisão;
• adequada prestação de contas; e
• necessário suporte para a instrumentalização do controle social.
Certo.
Estas são entidades que devem adotar obrigatoriamente a estrutura conceitual, veja:
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Aplicabilidade Entidades
Governos nacional, estaduais, distritais e municipais, assim como seus
respectivos poderes, inclusive os tribunais de contas, as defensorias públicas
Obrigatoriamente: às entidades do e o Ministério Público.
setor público quanto à elaboração
Órgãos, secretarias, departamentos, agências, autarquias, fundações
e divulgação dos RCPGs.
instituídas e mantidas pelo poder público.
Para a STN, todas as entidades do orçamento fiscal e seguridade social
Não estão abrangidas, mas Empresas estatais independentes
podem aplicar a estrutura
conceitual e as demais NBCs Demais entidades
de maneira facultativa ou por
determinação dos respectivos
órgãos reguladores, fiscalizadores De acordo com a STN, todas as entidades do orçamento de investimentos.
e congêneres.
Certo.
De acordo com a STN e o CFC os Serviços Sociais estão dispensados de adotar a estrutura
conceitual. Portanto, gabarito é Errado.
Atenção, em 2019 o Tribunal de Contas da União emitiu julgado obrigando os serviços sociais
a adotar a estrutura conceitual. Fique ligado.
Errado.
Mesmo sendo de direito privado e não pertencendo à área pública, uma entidade poderá estar
sujeita à prestação de contas contábil, como são os casos das Fundações de Apoio que recebem
recursos públicos para a gestão de pesquisas científicas. Nesse caso, embora sejam entidades
que não pertençam à administração pública, se sujeitam à estrutura conceitual.
Certo.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Vamos dar uma revisada na natureza das contas e somar seus saldos:
Soma de Soma de
Descrição Elemento Natureza
Débitos Créditos
Quando o enunciado afirma ter ocorrido um fato contábil permutativo podemos eliminar as op-
ções que afirmam quaisquer tipos de alterações no patrimônio líquido. Isso porque a variação
qualitativa é aquela que não modifica o patrimônio líquido da entidade, por envolver somente
uma troca entre os componentes patrimoniais do ativo e (ou) do passivo.
O enunciado nos diz, também, que o fato contábil permutativo foi realizado no ativo, isso signi-
fica que houve um débito no ativo e um crédito no ativo. Não há aumento no ativo total, não há
aumento nos saldos credores e nem devedores, pois os lançamentos se anulam (mesma teoria
dos números positivos e negativos, presente na matemática).
Assim, nos resta a opção “d”, que como verificado na tabela, soma 1.770 os totais de débitos
e créditos.
Letra d.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
mais amplo de ciência social, ela tem um objeto. Assinale a alternativa que evidencia o objeto
da contabilidade.
a) O gerenciamento contábil das entidades.
b) A apuração do lucro das entidades.
c) Geração de relatórios a seus proprietários.
d) O controle das entidades.
e) O patrimônio das entidades.
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Introdução à Contabilidade
Rodrigo Machado
Literal:
Letra c.
Esta é a essência do princípio do registro pelo valor original. Não é porque o ativo será reco-
nhecido por ser valor original ou histórico que ele permanecerá ad eternum com este valor. A
Ciência da Contabilidade possui procedimentos para garantir que as demonstrações contábeis
representem, em todos os aspectos relevantes, a posição financeira e patrimonial da entidade.
No ativo circulante o critério avaliação exposto tanto pela Lei quanto pela Teoria da Contabilidade
é o “custo ou mercado, o mais baixo”. Como já tivemos oportunidade de abordar anteriormente,
sabemos que os itens do ativo são reconhecidos inicialmente por seu valor de custo, seja por
compra ou por fabricação. Logo, se o valor de mercado for menor que o valor de custo, deverá
prevalecer o valor de mercado.
Essa regra encontra respaldo no princípio do conservadorismo, onde está contida a premissa
de que a Contabilidade nunca deve antecipar lucro, e sim, prejuízo. Em outras palavras, de
acordo com o princípio do conservadorismo, sempre que pousarem dúvidas acerca do valor
de uma transação econômica, a Contabilidade deve reconhecer o menor valor para o Ativo e o
maior valor para o Passivo.
Certo.
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Quaisquer entidades, sejam elas do setor privado ou público, devem obedecer aos princípios
de contabilidade, sem distinção.
Errado.
Para responder à esta questão vamos utilizar o recurso mnemônico e que facilita a memorização:
P Prudência
R Registro pelo Valor Original
E Entidade
C Competência
O Oportunidade
C Continuidade
E vai de brinde
Não existe o princípio da anterioridade (isso é coisa de direito tributário).
Letra d.
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de R$ 7,80, ao passo que o preço de venda unitário estimado da mercadoria era R$ 12,50,
e o gasto estimado necessário para a concretização da venda era R$ 1,50 por unidade. Em
uma transação sem favorecimentos, cada uma dessas mercadorias poderia ser trocada no
mercado pelo valor de R$ 12,50 no último dia do mês de julho de 2015. Com base na situação
hipotética apresentada, julgue os próximos itens, considerando os princípios de contabilidade
aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
Em atendimento ao princípio do registro pelo valor original, que indica o custo histórico como a
base de mensuração a ser utilizada para o registro inicial dos componentes patrimoniais, cada
unidade da mercadoria adquirida deve ser reconhecida ao preço de R$ 7,00.
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d) da prudência.
e) do registro pelo valor original.
Estudamos que os restos a pagar não processados são aqueles que ainda não passaram pela
fase de liquidação, portanto, não são reconhecidos como obrigação para a entidade e não há
o reconhecimento de uma variação patrimonial e, dessa forma, em observância ao princípio da
competência – reconhecimento contábil dos fatos nos períodos de ocorrência – não devem
ser reconhecidos no passivo.
Letra c.
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Letra c.
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De acordo com a Resolução CFC n. 750/93 e alterações posteriores, está correto o que se afir-
ma APENAS em
a) II e IV.
b) I e III.
c) II, III e IV.
d) I e IV.
e) I e II.
P Prudência
R Registro pelo Valor Original
E Entidade
C Competência
O Oportunidade
C Continuidade
E vai de brinde
Letra a.
Rodrigo Machado
Formado em Ciências Contábeis – ênfase em Controladoria pela Pontífica Universidade Católica de Minas
Gerais. Especialista em auditoria, com MBA em Gestão de Contas Públicas e MBA em Compliance e
Investigação de Fraudes (em curso). É Auditor do Estado da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (CAGE),
órgão da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul (SEFAZ-RS), ex-auditor interno pleno na
Petrobras S.A., na área de auditorias especiais. Iniciou sua trajetória profissional na iniciativa privada e
acumula 18 anos de experiência com auditorias contábeis e operacionais. É professor de Contabilidade
Aplicada ao Setor Público (CASP) e Contabilidade Societária.
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