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CONTABILIDADE

PÚBLICA
Receitas e Despesas Públicas

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
CONTABILIDADE PÚBLICA
Receitas e Despesas Públicas
Rodrigo Machado

Sumário
Introdução.............................................................................................................................................................................4
Receitas e Despesas.. .....................................................................................................................................................5
Contribuição dos Proprietários e Distribuição aos Proprietários.......................................................6
Regime Orçamentário.. ...................................................................................................................................................8
Registros Contábeis sob o Enfoque Orçamentário. ................................................................................... 10
Regime Patrimonial.. .....................................................................................................................................................16
Receitas e Despesas.. ...................................................................................................................................................19
Receitas Orçamentárias.. ............................................................................................................................................19
Classificação das Receitas Orçamentárias....................................................................................................25
Categoria Econômica.. .................................................................................................................................................27
Receitas Correntes.......................................................................................................................................................27
Receitas de Capital.. ......................................................................................................................................................31
Receitas de Operações Intraorçamentárias. ..................................................................................................33
Despesa Orçamentária...............................................................................................................................................35
Registros Contábeis da Despesa Pública.......................................................................................................37
Classificações das Despesas Orçamentárias.................................................................................................41
Classificação Institucional.. ......................................................................................................................................41
Classificação Funcional.............................................................................................................................................42
Classificação por Estrutura Programática. ....................................................................................................43
Classificação da Despesa Orçamentária segundo a Natureza. ...........................................................44
Elemento de Despesa Orçamentária..................................................................................................................46
Estágios de Execução das Receitas e Despesas........................................................................................47
Estágios da Execução da Despesa Pública....................................................................................................47
Estágios de Execução da Receita Pública......................................................................................................50
Dívida Ativa........................................................................................................................................................................53
Contabilização.................................................................................................................................................................55
Inscrição..............................................................................................................................................................................57

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Baixa......................................................................................................................................................................................62
Resumo................................................................................................................................................................................66
Mapas Mentais. . .............................................................................................................................................................. 72
Questões de Concurso................................................................................................................................................80
Gabarito...............................................................................................................................................................................94
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................95

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Introdução
Fala, meu filho! Faaaaala, minha filha!
Seja bem-vindo(a) a mais um encontro de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Quero
agradecer a você por permitir que eu passe muito tempo ao seu lado, ajudando-o(a) a realizar
o seu sonho – e ele será! Você será aprovado(a) e se tornará um servidor público!
Esta aula é muito importante para a sua preparação, portanto mantenha o foco e, caso pre-
cise de algum auxílio, não hesite em procurar ajuda. Estarei sempre disponível para ajudá-lo(a),
combinado? Então, vamos estudar!
Antes disso, quero fazer um pedido: avalie o nosso curso, no ambiente do aluno. Seu fee-
dback é muito importante para nós, pois o objetivo do nosso trabalho é entregar o melhor con-
teúdo, com a didática que você considerar mais adequada. Ajude-nos a melhorar.
Então, vamos seguir o nosso plano de estudos, porque, assim, estaremos cada vez mais
próximos da nossa aprovação.
Como de praxe, primeiro, vamos abordar a parte teórica, depois, resolver as questões.
Abs.
Prof. Rodrigo Machado
@contabilidade_total

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RECEITAS E DESPESAS
De acordo com a Estrutura Conceitual, as receitas correspondem a aumentos na situação
líquida patrimonial da entidade e não são oriundas de contribuições dos proprietários. Por sua
vez, as despesas representam diminuições na situação líquida patrimonial da entidade e não
são oriundas de distribuição aos proprietários.
É importante frisar que existem diferenças nas abordagens utilizadas pelo MCASP e pelas
normas brasileiras de contabilidade aplicadas ao setor público, portanto devemos ficar atentos
às peculiaridades. Vejamos:

Estrutura Conceitual MCASP


Receita pelo enfoque Variação Patrimonial
Receitas
patrimonial Aumentativa (VPA)
Despesa pelo enfoque Variação Patrimonial
Despesas
patrimonial Diminutiva (VPD)

Professor, você poderia conceituar VPA e VPD? Fiquei curioso.

Posso, sim. Na verdade, é o próprio MCASP que conceitua esses termos, veja só:

Considera-se realizada a variação patrimonial aumentativa (VPA):


a. Nas transações com contribuintes e terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumi-
rem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela ocorrência de um fato gerador de natureza tributária,
investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à entidade, ou fruição de serviços
por esta prestados;
b. Quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desapare-
cimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;
c. Pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros;
d. No recebimento efetivo de doações e subvenções.

Ao tratar das variações patrimoniais diminutivas, o MCASP afirma que:

Considera-se realizada a variação patrimonial diminutiva (VPD):


a. Quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade
para terceiro;
b. Diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;
c. Pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

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Detalhe pequeno! O confronto das VPAs e VPDs vai apresentar o resultado patrimonial do
exercício financeiro, normalmente, um ano. Lembrando que as entidades do setor público – em
sua maioria não tem como proposta a geração de lucro. Sua existência está vinculada à pres-
tação de serviços públicos, contudo, esse fator não torna irrelevante o resultado patrimonial
do exercício. Isso porque a continuidade da entidade do setor pública está relacionada à sua
saúde financeira e patrimonial.

DICA
O principal objetivo da maioria das entidades do setor público
é a prestação de serviços e seu desempenho é medido por
esse critério, mas isso não afasta a análise do desempenho
econômico, embora não seja o foco principal.

Contribuição dos Proprietários e Distribuição aos Proprietários


Contribuição dos proprietários corresponde à entrada de recursos para a entidade a título
de contribuição de partes externas, que estabelece ou aumenta a participação delas no pa-
trimônio líquido da entidade. Lembra-se de que estudamos os aumentos de capital social na
contabilidade societária, quando os sócios aportam recursos para aumentar o capital social?
Então, podemos fazer uma analogia com esse caso, pois a situação é a mesma.
Temos aqui uma similaridade entre os dois ramos da ciência da contabilidade porque ne-
nhuma das duas considera esse ingresso de recursos como receita, mas, sim, como contribui-
ção para o aumento de capital.
Distribuição aos proprietários corresponde à saída de recursos da entidade a título de dis-
tribuição a partes externas, que representa retorno sobre a participação ou redução dessa
participação no patrimônio líquido da entidade.
Trata-se de outro caso de similaridade entre os dois ramos da ciência da contabilidade
(societária e aplicada ao setor público), porque as distribuições aos proprietários não corres-
pondem a despesas para nenhum dos dois ramos; a distribuição de recursos aos proprietários
pode ser entendida como pagamento de dividendos, que poderá ocorrer. Um termo bastante
utilizado pela contabilidade societária é “remuneração de capital investido”, que nós já estuda-
mos. Aqui é o mesmo caso!
A contribuição dos proprietários pode surgir em duas oportunidades: (i) quando da criação
de uma entidade; ou (ii) quando do aporte de capital. Já a distribuição aos proprietários surge
em situações de maior número. Ela pode ocorrer nas seguintes situações:
• retorno sobre os investimentos;
• retorno total ou parcial de investimentos; ou
• no caso de extinção ou reestruturação da entidade, o retorno de qualquer recurso residual.

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Vamos ao mapa mental?

001. (FGV/DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO−RJ/TÉCNICO SU-


PERIOR ESPECIALIZADO-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) Em sentido amplo, os in-
gressos de recursos financeiros nos cofres do Estado são denominados receitas públicas,
porém nem todos esses recursos são receitas orçamentárias. Alguns ingressos de recur-
sos financeiros nos cofres públicos têm natureza extraorçamentária, que se caracteriza
pelo fato de:
a) envolver somente receitas derivadas.
b) poder ser prevista, ou não, no orçamento.
c) poder ser efetiva ou não efetiva.
d) representar recursos de natureza transitória.
e) ser fonte exclusiva de recursos para cobertura de despesas públicas.

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A principal característica das receitas extraorçamentárias é que elas representam recursos de


natureza transitória, são entradas compensatórias no ativo e no passivo; o Estado, por sua vez,
age como mero depositário. Guarde os seguintes detalhes.

Letra d.

Regime Orçamentário
O regime para reconhecimento das receitas e das despesas orçamentárias, adotado no
Brasil, para a CASP, é o regime misto; por meio dele, adota-se o regime de caixa e o regime
de competência.
A adoção do regime misto decorre diretamente de obrigatoriedade prevista na Lei n.
4.320/64, em seu art. 35, in verbis:

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:


I – as receitas nele arrecadadas;
II – as despesa nele legalmente empenhadas.

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Esquematizando:

Muitos estudiosos afirmam que a Lei n. 4.320/1964 adotou um perfil conservador quando
estabeleceu o reconhecimento da receita pelo regime de caixa, e da despesa, pelo regime de
competência.

Professor, pode aprofundar essa explicação?

Claro, aqui você não pede: aqui você manda!


Antes, contudo, de apresentar a resposta, farei a seguinte ressalva: ainda não estudamos
os estágios da receita e da despesa públicas, mas isso não influenciará negativamente o seu
entendimento, já que o detalhamento desses estágios será feito adiante, no curso.
Pois bem, em relação à receita orçamentária, no que diz respeito ao momento do reco-
nhecimento, cabe frisar que o estágio da arrecadação não torna os recursos financeiros já
disponíveis para utilização pelos agentes públicos; nesse estágio da receita pública, os recur-
sos podem estar ainda em poder de instituições financeiras arrecadadoras. Então, meu(mi-
nha) caro(a) aluno(a), somente no estágio do recolhimento é que os agentes arrecadadores
transferem os recursos para o Tesouro; é nessa fase que há o ingresso dos numerários nos
cofres públicos.
Sob o enfoque orçamentário, contudo, o procedimento de reconhecer contabilmente a re-
ceita ocorre no momento da arrecadação. Veja que esse assunto é bastante cobrado em pro-
vas de concursos e, na visão do Cespe, é correto afirmar que:

Diferenciar o regime orçamentário por meio do qual receitas e despesas são tratadas pode ser útil
para melhor evidenciar a situação fiscal do governo. Nesse sentido, adota-se, no Brasil, o regime
orçamentário misto: para a receita, adota-se o regime de caixa e, para a despesa, o regime de com-
petência (CESPE, TRT 10ª Região, 2013).

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Professor, entendi a parte da receita, mas e a despesa, como funciona?

No que diz respeito à despesa orçamentária, a legislação adotou uma postura conservado-
ra também. Isso porque determinou que o seu reconhecimento se dá pelos valores legalmente
empenhados, independentemente do seu pagamento, ainda que os seus serviços e os bens
solicitados não tenham sido recebidos pela Administração Pública.
Sabe por quê? Porque o empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para
o Estado obrigação de pagamento pendente, ou não, de implemento de condição. Portanto,
quando um agente público realiza um empenho, ele afirma que aquele valor possui dotação or-
çamentária prevista para o seu pagamento. É como se fizéssemos um compromisso com um
fornecedor e déssemos a ele um cheque (empenho) sabendo que em nossa conta há dinheiro
suficiente (dotação orçamentária) para o desconto desse cheque.
Sendo assim, o regime orçamentário tem esse enfoque ora voltado para o reconhecimen-
to pelo regime de caixa, ora voltado para o reconhecimento pelo regime de competência. No
Brasil, A Contabilidade Aplicada ao Setor Público perdurou, por longos anos, sob forte conota-
ção dos conceitos orçamentários, mas isso vem mudando sistematicamente. Embora não se
tenha deixado de lado a contabilidade realizada sob o enfoque orçamentário, adicionou-se o
enfoque patrimonial. É sobre isso que falaremos agora, parceiro(a).

Registros Contábeis sob o Enfoque Orçamentário


Precisamos reforçar o entendimento de que a Contabilidade Aplicada ao Setor Público
deve obedecer tanto aos aspectos legais (orçamentários) quanto aos aspectos patrimoniais
(normas de contabilidade). Portanto, no ato da emissão do empenho, sob a ótica orçamentá-
ria, representam-se despesa e passivo financeiro, para fins de cálculo do superavit financeiro.

a. No momento do empenho da despesa orçamentária (ocorrência do


fato gerador depois do empenho):

Natureza da informação: orçamentária


D. 6.2.2.1.1.xx.xx Crédito Disponível

C. 6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar

Natureza da informação: controle


D. 8.2.1.1.x.xx.xx Execução da Disponibilidade de Recursos

C. 8.2.1.1.2.xx.xx DDR Comprometida por Empenho

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b. No momento da ocorrência do Fato Gerador:

Natureza da informação: patrimonial

D. 3.x.x.x.x.xx.xx Variação Patrimonial Diminutiva

C. 2.1.x.x.x.xx.xx Passivo Circulante (F)

Natureza da informação: orçamentária

D. 6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar

C. 6.2.2.1.3.02.xx Crédito Empenhado em Liquidação

c. No momento da liquidação da despesa orçamentária:

Natureza da informação: orçamentária


D. 6.2.2.1.3.02.xx Crédito Empenhado em Liquidação

C. 6.2.2.1.3.03.xx Crédito Empenhado Liquidado a Pagar

Natureza da informação: controle

D. 8.2.1.1.2.xx.xx DDR Comprometida por Empenho

DDR Comprometida por Liquidação e Entradas


C. 8.2.1.1.3.xx.xx
Compensatórias

Dos lançamentos contábeis acima, precisamos destacar que as disponibilidades de des-


tinação de recursos (DDR) são comprometidas no momento do empenho, portanto, para fins
orçamentários, a despesa é registrada no empenho. Após o empenho da despesa, teremos a
liquidação: nesse estágio serão realizados registros contábeis de controle das DDR.
O art. 35 da Lei federal n. 4.320/1964 destaca que o regime orçamentário reconhece a des-
pesa orçamentária no exercício financeiro da emissão do empenho, e a receita orçamentária,
pela arrecadação. Essa determinação legal caracterizou o regime contábil misto no Brasil, mas
a pergunta que fica é:

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Professor, o reconhecimento de uma despesa no momento do empenho caracteriza de-


créscimo do patrimônio?

Não. Esse reconhecimento gera impacto apenas no orçamento público. Na situação


da entidade do setor público, não há impacto nesse momento. Por esse motivo, o MCASP
destaca que:

A ótica implementada pela Lei n. 4.320/1964 não é suficiente para a correta mensuração, avaliação
e registro dos fatos contábeis do setor público. A Contabilidade Aplicada ao Setor Público, assim
como qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos princípios de contabilidade. Dessa for-
ma, aplica-se o regime da competência em sua integralidade, ou seja, os efeitos das transações e
outros eventos sobre o patrimônio são reconhecidos quando ocorrem, independentemente de rece-
bimento ou pagamento. Nessa lógica, também não há exigência de que as despesas orçamentárias
sejam empenhadas ou que as receitas orçamentárias sejam efetivamente arrecadadas para que
haja o devido reconhecimento sob o ponto de vista patrimonial.

Vale ressaltar que o artigo 89 da Lei federal n. 4.320/1964 afirma que a contabilidade evi-
denciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira, patrimonial e industrial. O
atendimento, portanto, dos preceitos patrimoniais é aspecto legal também. O MCASP reforça
o entendimento ao afirmar que:

[...] além do registro dos fatos ligados à execução orçamentária, exige-se que sejam evidenciados os
fatos ligados à execução financeira e patrimonial, bem como à apuração de custos, exigindo que os
fatos modificativos sejam levados à conta de resultado e que as informações contábeis permitam
o conhecimento da composição patrimonial, dos custos envolvidos e dos resultados econômicos e
financeiros de determinado exercício.

Dessa forma, com o propósito de revelar o impacto no patrimônio público, a contabilida-


de deverá evidenciar os aspectos patrimoniais, por meio de registros das variações patrimo-
niais aumentativas (VPA) e diminutivas (VPD), em razão do fato gerador e de seu impacto no
patrimônio.
Vamos estruturar essas informações em um mapa mental:

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Sob o enfoque contábil, é recomendado compreender os registros contábeis relacionados


à receita, portanto vamos analisar cada um deles. Vale lembrar que a receita é reconhecida
contabilmente quando há a arrecadação, conforme o art. 35 da Lei federal n. 4.320/1964.
Considere, nesse momento, a aprovação da lei orçamentária; os serviços de contabilidade
iniciam o ciclo de reconhecimento contábil do orçamento, acompanhe:

a. Registro da previsão da receita no momento da aprovação da Lei


Orçamentária:

Natureza da informação: orçamentária

D. 5.2.1.1.x.xx.xx Previsão Inicial da Receita

C. 6.2.1.1.x.xx.xx Receita a Realizar

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b. Registro da arrecadação da receita durante a execução do orçamento:

Natureza da informação: orçamentária

D. 6.2.1.1.x.xx.xx Receita a Realizar

C. 6.2.1.2.x.xx.xx Receita Realizada

Natureza da informação: controle

D. 7.2.1.1.x.xx.xx Controle da Disponibilidade de Recursos

C. 8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por Destinação de Recursos (DDR)

Professor, atualmente a contabilidade está mais voltada para os aspectos patrimoniais e


deixou de observar e registrar os aspectos orçamentários?

Não, de jeito nenhum. Agora, a contabilidade tem uma dupla abordagem: atende aos pre-
ceitos orçamentários, porque são determinações legais e normativas, mas também cumpre o
seu objeto, que é o patrimônio. Trata-se, assim, do que se convencionou chamar de relaciona-
mento do regime orçamentário com o regime contábil.
Essa visão voltada ao regime contábil não é uma determinação nova, já que está prevista
na Lei federal n. 4.320/1964. Perceba:

Título IX
Da Contabilidade [...]
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o acompanhamento
da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos
dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resul-
tados econômicos e financeiros.
[...]
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira, pa-
trimonial e industrial. [...]
Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução
orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e insub-
sistências ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial.
[...]
Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas
no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado
patrimonial do exercício.

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O artigo 89 já previa a necessidade de registro dos fatos ligados à administração financeira


e patrimonial (a Lei n. 4.320/1964 traz até mesmo custos). Mas nem sempre essa determina-
ção foi observada e, ao longo dos anos, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público foi promo-
vendo avanços. Grande parte se deve à criação do Sistema SIAFI, pela Secretaria do Tesouro
Nacional, que possibilitou, com o auxílio da Tecnologia da Informação, o aprimoramento do
Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP). É verdade que ainda temos um processo
em marcha – e longe de alcançar o seu objetivo −, mas tanto a edição das normas brasileiras
de contabilidade voltadas ao setor público quanto o Manual de Contabilidade Aplicada ao Se-
tor Público (MCASP) têm sido fundamentais. Há, dessa forma, um grande esforço conjunto
com o objetivo de possibilitar que a CASP gere informações para a tomada de decisão. Ao
reforçar o entendimento, o MCASP detalha que:

Nesse sentido, a contabilidade deve evidenciar, tempestivamente, os fatos ligados à administração


orçamentária, financeira e patrimonial, gerando informações que permitam o conhecimento da com-
posição patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros.
Portanto, com o objetivo de evidenciar o impacto no patrimônio, deve haver o registro da variação
patrimonial aumentativa, independentemente da execução orçamentária, em função do fato gerador.

É por meio dessa unificação de visões, orçamentária e patrimonial, que a Contabilidade


Aplicada ao Setor Público evidencia a execução do orçamento e controla o patrimônio das
entidades do setor público.

Professor, pode dar um exemplo?

O próprio MCASP oferece um exemplo excelente, vamos a ele.

EXEMPLO
A legislação que regulamenta o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
estabelece, de modo geral, que o fato gerador desse tributo ocorrerá no dia 1º de janeiro de
cada ano. Nesse momento, os registros contábeis, sob a ótica do Plano de Contas Aplicado ao
Setor Público, são os seguintes:
Lançamento no momento do fato gerador (dia 1º de janeiro):

Natureza da informação: patrimonial

D. 1.1.2.2.x.xx.xx Créditos Tributários a Receber (P)

C. 4.1.1.2.x.xx.xx Impostos sobre o Patrimônio e a Renda

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Esse registro provoca tanto o aumento do ativo quanto do resultado do exercício, atendendo ao
disposto nos arts. 100 e 104 da Lei n. 4.320/1964.
Na arrecadação, registra-se a receita orçamentária e procede-se à baixa do ativo registrado:

Natureza da informação: patrimonial

D. 1.1.1.1.1.xx.xx Caixa e Equivalentes de Caixa em Moeda Nacional (F)

C. 1.1.2.2.x.xx.xx Créditos Tributários a Receber (P)

Natureza da informação: orçamentária

D. 6.2.1.1.x.xx.xx Receita a Realizar

C. 6.2.1.2.x.xx.xx Receita Realizada

Natureza da informação: controle

D. 7.2.1.1.x.xx.xx Controle da Disponibilidade de Recursos

C. 8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por Destinação de Recursos (DDR)

Natureza da informação: orçamentária

D. 1.1.1.1.1.xx.xx Caixa e Equivalentes de Caixa em Moeda Nacional (F)

C. 1.1.2.2.x.xx.xx Créditos Tributários a Receber (P)

Regime Patrimonial
No processo de convergência das normas brasileiras de contabilidade às normas interna-
cionais, a CASP passou a adotar reconhecimento contábil das receitas e das despesas pelo
regime de competência. Esse é um posicionamento defendido pela melhor doutrina.
Além da doutrina, contudo, contamos agora com as normas brasileiras de contabilidade,
que priorizam o regime de competência para elaboração e divulgação das demonstrações
contábeis. Como exemplo, temos a NBC TSP 11, que estabelece o seguinte, ao definir o seu
alcance: “Esta norma deve ser aplicada em todas as demonstrações contábeis elaboradas e
apresentadas de acordo com o regime de competência e com as NBCs TSP”.
A receita e a despesa contábeis decorrem de fatos modificativos aumentativos e diminu-
tivos, respectivamente. Seus efeitos, portanto, devem ser reconhecidos no patrimônio quando
da alteração da respectiva situação patrimonial. Tal reconhecimento deve ocorrer independen-
temente de haver ou não autorização orçamentária. Esse é o exato enfoque dado pelo regime
patrimonial e festejado pelo Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público.
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Embora estejamos passando por todas essas mudanças, de adoção de uma contabilidade
patrimonial adicionada à contabilidade orçamentária, a Estrutura Conceitual não deixa de des-
tacar, em seu item 8 e 9, o funcionamento e a importância do orçamento público, pois:

O governo e outras entidades do setor público elaboram orçamentos. No Brasil, a Constituição exige
a elaboração do orçamento anual, a sua aprovação pelo poder Legislativo e a sua disponibilização à
sociedade. A legislação brasileira define o que a peça orçamentária deve conter. A sociedade fiscali-
za a gestão das entidades públicas diretamente, respaldada pela Constituição, ou indiretamente, por
meio de representantes. O orçamento aprovado é utilizado como base para a definição dos níveis de
tributação e de outras receitas, compondo o processo de obtenção de autorização legislativa para
a realização do gasto público.

Ao tratar da importância do orçamento público, o mesmo documento afirma que:

Devido à importância do orçamento público aprovado, as informações que possibilitam aos usu-
ários compararem a execução orçamentária com o orçamento previsto facilitam a análise quanto
ao desempenho das entidades do setor público. Tais informações instrumentalizam a prestação
de contas e a responsabilização (accountability) e fornecem subsídios para o processo decisório
relativo aos orçamentos dos exercícios subsequentes. A elaboração de demonstrativo que apresen-
ta e compara a execução do orçamento com o orçamento previsto é o mecanismo normalmente
utilizado para demonstrar a conformidade com os requisitos legais relativos às finanças públicas.

Veja que interessante: na geração de informações patrimoniais, a adoção do regime de


competência pelas entidades do setor público requer atenção quanto às regras para reconhe-
cimento das etapas da execução orçamentária. Assim, quando o fato gerador de um passivo
exigível ocorrer antes do empenho, ou entre o empenho e a liquidação orçamentária, a entida-
de deverá registrar uma etapa chamada “empenho em liquidação”.

Professor, o que é VPA e VPD?

Variações Patrimoniais Diminutivas Variações Patrimoniais Aumentativas


Compreendem o decréscimo no benefício
Compreendem o acréscimo no benefício
econômico durante o período contábil, sob
econômico durante o período contábil, sob a
a forma de saída de recurso ou redução de
forma de entrada de recurso ou aumento de
ativo ou incremento em passivo, que resulte
ativo ou diminuição de passivo, que resulte em
em decréscimo do patrimônio líquido e que
aumento do patrimônio líquido e que não seja
não seja proveniente de distribuição aos
proveniente de aporte dos proprietários.
proprietários.

Por fim, temos o detalhe de que a variação patrimonial diminutiva (VPD) poderá ser reco-
nhecida antes, durante e após a liquidação da despesa pública.

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Misericórdia, professor, como assim?

Vamos trabalhar com exemplos.

EXEMPLO
A VPD é reconhecida antes da liquidação da despesa nos casos do décimo terceiro salá-
rio (13º). Em geral, o empenho, a liquidação e o pagamento do 13º ocorrem em novembro e
dezembro do ano corrente, mas dos serviços de contabilidade reconhecem a variação patrimo-
nial diminutiva (VPD) pelo regime de competência, portanto, mensalmente.
A VPD poderá ser reconhecida de maneira simultânea à liquidação da despesa, como no rece-
bimento de nota fiscal de serviços prestados por uma contratada. Nesse caso, o reconheci-
mento contábil da VPD já ocorre no momento da liquidação.
Por outro lado, a VPD poderá ser reconhecida após a liquidação da despesa. Nesse caso, o
fato gerador da obrigação exigível ocorreu antes ou foi concomitante à liquidação, e a VPD
vem depois. Um exemplo desse evento é a aquisição de material de consumo para o almoxa-
rifado: a VPD é reconhecida quando do uso, portanto, posteriormente.

Vamos a mais um mapa mental:

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A legislação de determinado ente federado regulamentou que o fato gerador do Imposto sobre
Propriedade Predial e Territorial (IPTU) ocorrerá no dia 1º de janeiro de cada ano, mas a sua
arrecadação efetiva só acontecerá entre os meses de março e agosto desses mesmos anos.
Considerando a situação hipotética precedente e o tratamento contábil aplicável a impostos e
contribuições, julgue os próximos itens.

002. (CESPE/PGDF/CONTADOR/2021) No dia 1º de janeiro, também deverá ser contabiliza-


da a respectiva receita orçamentária, uma vez que a previsão de arrecadação da referida recei-
ta terá sido confirmada.

Sob o enfoque orçamentário, o reconhecimento contábil da receita se dá na arrecadação, por


força do art. 35 da Lei n. 4.320/1964.
Além de apresentar esse erro, o enunciado falha ao afirmar que na previsão da receita já existe
uma garantia de que a arrecadação será realizada; não é assim, pois pode haver a frustração
de arrecadação.
Errado.

Receitas e Despesas
Receitas Orçamentárias
No que diz respeito às receitas orçamentárias, temos conceitos importantes para os nos-
sos estudos nos artigos 3º, 57 e 35 da Lei federal n. 4.320/1964. Veja bem o que afirmam
esses artigos:

Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito


autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de credito por ante-
cipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e
passivo financeiros.
[...]
Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei serão classificadas como
receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as prove-
nientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento.
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
I − as receitas nele arrecadadas;
II − as despesas nele legalmente empenhadas.

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No âmbito contábil, as receitas orçamentárias podem gerar dois tipos de impactos.


Elas podem ser:
• receitas orçamentárias efetivas; ou
• receitas orçamentárias não efetivas.

Receita Orçamentária Efetiva aquela em que os ingressos de disponibilidade de recursos


não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações
correspondentes.

EXEMPLO
São exemplos de receitas orçamentárias efetivas as doações recebidas pelas entidades do
setor público.

Receita Orçamentária Não Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de


recursos foram precedidos de registro do reconhecimento do direito ou constituem obrigações
correspondentes.

EXEMPLO
O exemplo clássico das receitas orçamentárias não efetivas são as operações de crédito.

DICA
Em sentido amplo, os ingressos de recursos financeiros nos
cofres do Estado denominam-se receitas públicas, registradas
como receitas orçamentárias, quando representam disponi-
bilidades de recursos financeiros para o erário, ou ingressos
extraorçamentários, quando representam apenas entradas
compensatórias.

Professor, já li que existe uma diferença entre ingressos e receitas. Como isso acontece,
na prática?

De modo amplo, todos os recursos que entram no caixa das entidades do setor público são
tratados como receitas públicas. Se essas receitas representarem disponibilidades de recur-
sos, serão tratadas como orçamentárias. Por outro lado, se as receitas representarem apenas
entradas compensatórias, serão tratadas como ingressos extraorçamentários.

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A partir desses conceitos, podemos estruturar o seguinte mapa mental:

Professor, poderia detalhar os ingressos extraorçamentários?

O principal conceito a ser gravado é o de que os ingressos extraorçamentários são recur-


sos de caráter temporário. Nesse caso, o Estado é somente um mero agente depositário. Isso
significa que a Entidade do Setor Público terá de devolver esses recursos a quem de direito;
tais recursos, por sua vez, estão dispensados de autorização legislativa e, portanto, não cons-
tarão na Lei Orçamentária Anual (LOA).
Outro fator importante a ser frisado é que esses ingressos representam tanto ativo quanto
passivo, mas não geram impacto no Patrimônio Líquido da entidade. Muita atenção para esse
detalhe, pois estamos tratando aqui de patrimônio líquido ou situação líquida. Então, guarde
esta dica com carinho:

DICA
As transações em caráter compensatório devem ser conside-
radas como variações patrimoniais.

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003. (IBFC/POLITEC-PR/PERITO CRIMINAL – ÁREA 7/2019) Tratando de Receita Pública ana-


lise as afirmativas abaixo, dando valor de V para Verdadeiro ou F para Falso e, em seguida assi-
nale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
( ) Receita Orçamentária Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidade de recursos
não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações
correspondentes.
( ) Receita Orçamentária Não Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de re-
cursos foram precedidos de registro do reconhecimento do direito ou constituem obrigações
correspondentes, como é o caso das operações de crédito.
( ) Ingressos extraorçamentários são recursos financeiros de caráter temporário, do qual o Esta-
do é mero agente depositário. Sua devolução se sujeita à autorização legislativa, portanto, inte-
gram a Lei Orçamentária Anual (LOA). Por serem constituídos por ativos e passivos exigíveis, os
ingressos extraorçamentários, em geral, têm reflexos no Patrimônio Líquido da Entidade.
( ) Receitas Orçamentárias Correntes são arrecadadas dentro do exercício financeiro, diminuem
as disponibilidades financeiras do Estado e constituem instrumento para financiar os objetivos
definidos nos programas e ações orçamentários, com vistas a satisfazer finalidades públicas.
a) F, F, V, V
b) V, V, V, V
c) V, V, F, F
d) V, V, F, F
e) F, F, F, F

Item Qual o erro?


Ingressos extraorçamentários são recursos
financeiros de caráter temporário, do
Os ingressos extraorçamentários independem
qual o Estado é mero agente depositário.
de autorização legislativa para sua devolução.
Sua devolução se sujeita à autorização
Não geram reflexos no patrimônio líquido
legislativa, portanto, integram a Lei
das entidades do setor público, apenas no
Orçamentária Anual (LOA). Por serem
ativo e no passivo, aumentando-os quando
constituídos por ativos e passivos exigíveis,
há o ingresso e reduzindo-os quando há a
os ingressos extraorçamentários, em geral,
devolução.
têm reflexos no Patrimônio Líquido da
Entidade.

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Item Qual o erro?


Receitas Orçamentárias Correntes são
arrecadadas dentro do exercício financeiro,
Ao contrário do afirmado no enunciado, as
diminuem as disponibilidades financeiras
receitas orçamentárias arrecadadas aumentam
do Estado e constituem instrumento
as disponibilidades financeiras das entidades
para financiar os objetivos definidos nos
do setor público.
programas e ações orçamentários, com
vistas a satisfazer finalidades públicas.
Letra c.

004. (IBFC/CGE-RN/TÉCNICO DE CONTROLE INTERNO/2019) A respeito de Receitas públi-


cas, analise as afirmativas abaixo atribuindo-lhes valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) Quanto à previsão orçamentária, as receitas se classificam em Receitas Orçamentárias e
Receitas Extraorçamentárias.
( ) As receitas extraorçamentárias dependem de autorização legislativa e as receitas orçamen-
tárias independem de autorização administrativa.
( ) São orçamentárias as receitas que estiverem previstas no orçamento de modo que serão
consideradas quando da fixação das despesas públicas
( ) São extraorçamentárias as receitas que não fazem parte do orçamento de modo que não
serão consideradas quando da fixação das despesas públicas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V, V, V, V
b) V, F, V, V
c) V, F, V, F
d) F, F, F, V

O primeiro item está corrente, porque as receitas serão tratadas como orçamentárias e ex-
traorçamentárias quando o critério de classificação for a previsão ou não desses itens na lei
orçamentária. As receitas previstas no orçamento serão tratadas como orçamentárias, mas
cuidado, esse não é um critério absoluto, pois poderemos contar com receitas orçamentárias
que não estejam presentes na lei do orçamento. É o caso, por exemplo, de doações em espé-
cie que sejam recebidas pela entidade do setor público. Embora não previstas no LOA, esses
valores integram o caixa (ativo) sem quaisquer correspondências no passivo, portanto, estarão
disponíveis para o financiamento de políticas públicas. Por essa razão serão tratadas como
orçamentárias, mesmo não estando previstas na LOA.

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As receitas orçamentárias são consideradas quando a entidade do setor público realiza a fi-
xação das suas despesas, porque sem fonte de recursos não é possível a apresentação das
despesas fixadas. Em outras palavras, a entidade do setor público somente poderá fixar des-
pesas de 10 milhões se o orçamento contar com receitas fixadas com esse mesmo montante.
As receitas extraorçamentárias não constarão no orçamento e há ainda outros detalhes, pois
seu ingresso gera correspondência no passivo, caracterizando assim um fato contábil permu-
tativo (aumento de ativo e passivo simultâneos). Na sua prova elas também podem ser cha-
madas de ingressos extraorçamentários. Por essa razão diz que essas receitas dispensam a
autorização legislativa/orçamentária.
Letra b.

005. (CESPE/TRE−PE/ANALISTA JUDICIÁRIO CONTABILIDADE/2017) A respeito das varia-


ções que promovem alterações nos elementos patrimoniais das entidades do setor público,
assinale a opção correta.
a) Uma receita sob o enfoque patrimonial — ou seja, uma receita patrimonial — não constitui
uma variação patrimonial aumentativa.
b) Quando o valor econômico de um ativo for extinto, ocorrerá uma variação patrimonial
qualitativa.
c) São denominadas híbridas as variações que alteram, simultaneamente, a composição qua-
litativa dos ativos e passivos.
d) As transações em caráter compensatório devem ser consideradas como variações pa-
trimoniais.
e) Uma despesa sob o enfoque orçamentário — ou seja, uma despesa orçamentária — constitui
uma variação patrimonial diminutiva.

PEGADINHA DA BANCA
Note que essa questão apresenta uma pegadinha: quando o enunciado fala em “operações
compensatórias”, logo nos conduz a pensar na inexistência de variação da situação líquida. O
Cespe sabe que nos leva a pensar assim e tira proveito disso, é um danado! E depois a gente
chora no banho.
Veja bem, constitui um exemplo de operação compensatória quando a Entidade do Setor Pú-
blico (ESP) recebe recursos financeiros de garantias. Nesse caso, deverão ser realizados dois
registros contábeis:
D − Depósitos Restituíveis e Valores Vinculados (ativo)
C − Valores restituíveis (passivo)
Nós tivemos variação patrimonial? Sim! Tivemos, sim. Aumentou o ativo, aumentou o passivo.
É um fato contábil permutativo.

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Nós tivemos alteração da situação líquida? Não, não tivemos, não.


Quando a receita orçamentária é reconhecida, ela passa pelo processo de classificação. O
MCASP detalha que a classificação deverá ser realizada, no mínimo, por:
• Natureza;
• Fonte/destinação dos recursos; e
• Indicador de resultado primário.
Caso um ente federativo queira detalhar mais do que o previsto no MCASP, ele poderá fazê-lo
após o indicador de resultado primário. Isso é facultado aos entes. Esse detalhamento, contu-
do, somente poderá ser realizado a partir do indicador, jamais antes.

Por que, professor?

Porque esses níveis servem para constituir indicadores, estatísticas etc. Caso o ente faça alte-
ração antes do indicador de resultado primário, isso vai gerar impacto negativo nesses índices.
As classificações da receita orçamentária são muitas e, doutrinariamente, ainda temos as re-
ceitas derivadas e originárias.
As receitas orçamentárias derivadas são aquelas que têm origem no poder coercitivo do Esta-
do, por sua soberania, portanto são derivadas da lei.
As receitas originárias, por sua vez, são arrecadas por meio de uma atividade econômica das
Entidades do Setor Público, tal como as rendas do patrimônio imobiliário e mobiliário, os pre-
ços públicos, a prestação de serviços, a vendas de produtos industrializados etc.

Professor, essa separação entre receitas originárias e derivadas está formalizada? Quem
a formalizou?

A classificação de receitas derivadas e originárias é algo acadêmico e não foi formalizado por
portarias.
Em tempo, no âmbito da União, os órgãos responsáveis por formalizar as classificações das
receitas são a Secretaria do Orçamento Federal (SOF) e o Ministério do Planejamento e Orça-
mento (MPOG). Essas duas entidades emitem portarias conjuntas.
Letra e.

Classificação das Receitas Orçamentárias


As receitas orçamentárias possuem uma classificação que deriva da Lei federal n.
4.320/1964. Ao abordar o assunto, o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público
detalha que:

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O § 1º do art. 8º da Lei n. 4.320/1964 define que os itens da discriminação da receita, mencionados
no art. 11 dessa lei, serão identificados por números de código decimal. Convencionou-se denomi-
nar este código de natureza de receita.
Em âmbito federal, a codificação da classificação por natureza da receita é normatizada por meio
de Portaria da SOF, órgão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Já para estados e
municípios, é feita por meio de Portaria Interministerial (SOF e STN).
Importante destacar que essa classificação é utilizada por todos os entes da Federação e visa iden-
tificar a origem do recurso segundo o fato gerador: acontecimento real que ocasionou o ingresso da
receita nos cofres públicos.
Assim, a natureza de receita é a menor célula de informação no contexto orçamentário para as
receitas públicas; por isso, contém todas as informações necessárias para as devidas alocações
orçamentárias. (grifo nosso)

A partir do exercício financeiro de 2016, foi instituída uma nova estrutura para a codificação
da natureza da despesa, a fim de otimizar a eficiência na extração de informações, dispensan-
do, assim, a necessidade de realizar concatenamentos paralelos. Essa alteração, elaborada
em 2017, passou a ser válida para estados e municípios a partir do orçamento de 2018.
A referida alteração possibilitou associar de maneira imediata a receita principal com as
receitas dela originadas. Essa associação é realizada por meio de um código com 8 dígitos,
cuja composição é:

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Categoria Econômica
Ao trabalhar a classificação das receitas orçamentárias por categoria econômica, a Lei
federal n. 4.320/64 faz a divisão das receitas entre:
• corrente; e
• de capital.

Receitas correntes são aquelas que, arrecadadas no exercício financeiro correspondente,


aumentam as disponibilidades de recursos financeiros da entidade do setor público. Além
disso, constituem instrumentos que possibilitam financiar programas e ações orçamentários
com a finalidade de satisfazer as finalidades públicas. As receitas correntes são divididas em:
• receitas provenientes de tributos (Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria);
• de contribuições; de exploração do patrimônio estatal (Patrimonial);
• de exploração de atividades econômicas (Agropecuária, Industrial e de Serviços);
• de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quan-
do destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes (Transferên-
cias Correntes); e
• demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores nem no conceito de receita
de capital (Outras Receitas Correntes).

As receitas correntes provocam efeitos positivos no patrimônio líquido das entidades do


setor público. Esse efeito é provocado pelas características da receita corrente, pois o seu
ingresso no caixa das entidades do setor público (aumentando o ativo) é realizado sem cor-
respondência no passivo.
No contexto de classificação das receitas por categoria econômica, temos as receitas de
capital. Segundo o MCASP, elas são arrecadadas dentro do exercício financeiro, aumentam as
disponibilidades do Estado e servem como instrumentos financeiros para subsidiar programas
e ações orçamentários.
As receitas de capital não provocam efeitos no patrimônio líquido das entidades do setor
público. Pelas características da receita de capital, há o ingresso no caixa das entidades do
setor público (aumentando o ativo) e uma correspondência no passivo.

Receitas Correntes
Receitas correntes orçamentárias são os recursos arrecadados dentro do exercício finan-
ceiro que aumentam as disponibilidades do Estado. Tais recursos constituem instrumentos
para financiar os objetivos definidos em programas e ações orçamentários, com vistas a satis-
fazer as necessidades previstas nas políticas públicas.

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São correntes as receitas provenientes da arrecadação de tributos; de contribuições; da


exploração do patrimônio estatal; da exploração das atividades econômicas; dos recursos fi-
nanceiros recebidos de outros agentes públicos ou privados para atender às necessidades
classificadas como despesas correntes; e, por fim, todas as demais receitas que não se enqua-
drem nos itens anteriores nem como receitas de capital.
Vamos detalhar as receitas correntes de acordo com a sua respectiva classificação:

Receita
Classificação Detalhamento
Corrente
São tributos cuja obrigação tem por fato
gerador uma situação independente de
Impostos
qualquer atividade estatal específica, relativa
ao contribuinte.
Têm como fato gerador o exercício regular
do poder de polícia ou a utilização, efetiva
Taxas ou potencial, de serviço público específico e
Tributária divisível, prestado ao contribuinte ou posto à
sua disposição.
Instituídas para fazer face ao custo de obras
públicas das quais decorra valorização
Contribuições de imobiliária, tendo como limite total a despesa
Melhoria realizada e como limite individual o acréscimo
de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado.
São destinadas ao custeio da seguridade social,
de Contribuições Contribuições sociais que compreende a previdência social, a saúde e
a assistência social.
Provenientes da utilização, por terceiros, de
Imobiliárias
bens móveis pertencentes ao setor público.
Registram o valor da arrecadação de receitas
de Valores Mobiliários
decorrentes de valores mobiliários.
Demonstram o valor da arrecadação de
receitas originadas da concessão ou da
Patrimonial Concessões e permissão ao particular do direito de
Permissões exploração de serviços públicos, os quais estão
sujeitos ao controle, à fiscalização e à regulação
do poder público.
Registram o valor da arrecadação de outras
Outras Receitas
receitas patrimoniais não classificadas nos
Patrimoniais
itens anteriores.

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Receita
Classificação Detalhamento
Corrente
Representa o valor das receitas decorrentes
de lavouras permanentes, temporárias e
espontâneas (ou nativas), silvicultura e
da Produção Vegetal
extração de produtos vegetais, venda de
sementes, mudas ou assemelhados, desde que
realizados diretamente pelo produtor.
Agropecuária Registra o valor das receitas de produção
Produção animal e animal e derivados, decorrentes de atividades
derivados de exploração econômica de pecuária, caça e
pesca e seus derivados (mel, leite, ovos etc.)
Detalham o valor da arrecadação com outras
Outras Receitas
receitas agropecuárias não classificadas nos
Agropecuárias
itens anteriores.
Indústria de Registra o valor de arrecadação das receitas de
Receita Industrial
Transformação atividades ligadas à indústria de transformação.
Representa o ingresso proveniente da
prestação de serviços de atividades comerciais,
financeiras, de transporte, de saúde, de
Receita de Serviços
comunicação e de armazenagem, serviços
científicos e tecnológicos de metrologia e
outros serviços.
Detalham o valor das receitas recebidas
Intergovernamentais através de transferências ocorridas entre
diferentes esferas de governo.
Englobam contribuições e doações a governos,
de Instituições Privadas
realizadas por instituições privadas.
Registram o valor das receitas recebidas
do Exterior
Transferências através de transferências do exterior.
Correntes
Registram o valor das receitas recebidas
de Pessoas através de contribuições e doações, realizadas
por pessoas físicas.
Registram o valor das receitas recebidas
através de transferências de convênios
de Convênios
firmados com ou sem contraprestação de
serviços.

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Receita
Classificação Detalhamento
Corrente
Registram o valor da receita arrecadada
Multas e juros de mora com penalidades pecuniárias decorrentes da
inobservância de normas.
Indenizações e Representam o valor da arrecadação da receita
restituições com indenizações e restituições.
Outras receitas
correntes Registram o valor de arrecadação da receita da
da Dívida Ativa dívida ativa constituída de créditos da fazenda
pública de natureza tributária e não tributária.
Registram o valor da arrecadação de receitas
Receitas diversas que não se identificam com as especificações
anteriores.

006. (FCC/TJ−MA/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2019) São espécies de receitas correntes:


a) impostos e integralização de capital social.
b) contribuições de melhoria e operações de créditos internas.
c) contribuições de melhoria e receita de serviços administrativos e gerais.
d) taxas e alienação de bens móveis.
e) contribuições para entidades privadas de serviço social e resultado do Banco Central.

Agora ficou fácil, não é mesmo? Tabelando tudo, teremos:

Receitas Correntes Receitas de Capital

Impostos;
Integralização de capital social;
Contribuições de melhoria;
Operações de crédito;
Taxas;
Alienação de bens móveis;
Contribuições;
Resultado do Bacen.
Receitas de serviços.

Letra c.

007. (CESPE/MPE−CE/ANALISTA MINISTERIAL–ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2020) So-


mente a receita tributária reúne condições de percorrer os estágios de previsão, lançamento,
arrecadação e recolhimento.

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Para resolver essa questão, devemos nos ater ao que determina o art. 52 da Lei n. 4.320/1964,
o qual afirma:

são objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento determi-
nado em lei, regulamento ou contrato. (grifo nosso)

Logo, além dos impostos diretos, podemos ter uma receita percorrendo todos os estágios de
execução da receita pública, como é o caso de uma receita de aluguel – previsão em contrato.
Por esse motivo, o gabarito da questão é errado.
Errado.

Receitas de Capital
Receitas orçamentárias de capital são arrecadadas dentro do exercício financeiro e au-
mentam as disponibilidades de recursos das entidades do setor público. Tais receitas consti-
tuem instrumentos para viabilizar os objetivos definidos em programas e ações orçamentários,
com o propósito de satisfazer as necessidades das políticas públicas. Existe uma diferença
significativa em relação às receitas correntes, pois as de capital não provocam alterações no
patrimônio público. Em linguajar contábil, as receitas de capital são fatos permutativos, repre-
sentadas por movimentação simultânea do ativo e do passivo.
As receitas de capital são decorrentes de operações de crédito, alienação de bens, amor-
tização de empréstimos, transferências de capital e outras receitas de capital. Assim como
fizemos com as receitas correntes, vamos detalhar as receitas de capital:

Receita de
Classificação Detalhamento
Capital

Registram o valor da arrecadação decorrente


Operações de crédito
de empréstimos internos obtidos de entidades
internas
estatais ou particulares.
Operações de
crédito Demonstram o valor da arrecadação da
Operações de crédito
receita decorrente de empréstimos obtidos de
externas
organizações sediadas no exterior.

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Receita de
Classificação Detalhamento
Capital
Registra o valor da arrecadação da receita
Alienação de bens de alienação de bens móveis, tais como:
móveis títulos, mercadorias, bens inservíveis ou
desnecessários e outros.
Alienação de bens
Detalha o valor da arrecadação da receita de
Alienação de bens
alienação de bens imóveis, de propriedade do
imóveis
Estado.

Representa o ingresso proveniente da


amortização, ou seja, parcela referente ao
Amortização de empréstimos recebimento de parcelas de empréstimos
ou financiamentos concedidos em títulos ou
contratos.

Registram o valor das receitas recebidas


Transferências
através de transferências ocorridas entre
Intergovernamentais
diferentes esferas de governo.

Transferências do São receitas oriundas de transferências


Exterior recebidas do exterior.
Transferências de
Capital Representam o valor dos recursos oriundos
de convênios firmados, com ou sem
contraprestação de serviços, por entidades
Transferências de
públicas de qualquer espécie, ou entre estas e
convênios
organizações particulares, para a realização de
objetivos de interesse comum dos partícipes,
destinados a custear despesas de capital.

Demonstram o valor da arrecadação de


outras receitas, de natureza eventual, não
Outras receitas de
Outras receitas contempladas no plano de contas. Neste título
capital
são classificadas as receitas de capital que não
atendem às especificações anteriores.

Agora, vamos trabalhar com um mapa mental a respeito das categorias econômicas
das receitas:

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Receitas de Operações Intraorçamentárias


As receitas intraorçamentárias são caracterizadas por serem realizadas entre órgãos e de-
mais entidades da Administração Pública que sejam integrantes do orçamento fiscal e de se-
guridade social do mesmo ente federativo. Por esse motivo, tais operações não representam
novas entradas de recursos públicos nos cofres dos entes.
Sob o enfoque contábil e orçamentário, as receitas intraorçamentárias são consideradas
movimentação de recursos, representando, portanto, receitas e despesas que, no conjunto, não
geram impactos.

Professor, poderia exemplificar, sem usar o contabiliquês?

EXEMPLO
Imagine que você tem $ 10 no bolso direito da sua calça jeans e que você é o ente governamen-
tal. Seu bolso direito é um órgão, e o seu bolso esquerdo é outro; ambos pertencem ao orçamen-
to fiscal e de seguridade social.

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Agora, você resolve tirar os $ 10 do bolso direto e colocar no bolso esquerdo. Para o bolso direi-
to, ocorreu uma despesa intraorçamentária, enquanto, para o esquerdo, ocorreu uma receita
intraorçamentária. No final das contas, o que aconteceu com o seu saldo? Nada. Você continua
com $ 10... rsrsrs.

Professor, então para que isso?? Misericórdia, viu?!

Uai, meu(minha) filho(a), se o negócio pode ser complexo, por que vamos simplificá-lo?
Enfim, falando sério, o MCASP justifica esse mecanismo da seguinte maneira:

Dessa forma, a fim de se evitar a dupla contagem dos valores financeiros objeto de operações
intraorçamentárias na consolidação das contas públicas, a Portaria Interministerial STN/SOF n.
338/2006, incluiu as “Receitas Correntes Intraorçamentárias” e “Receitas de Capital Intraorçamen-
tárias”, representadas, respectivamente, pelos códigos 7 e 8 em suas categorias econômicas. Es-
sas classificações, segundo disposto pela Portaria que as criou, não constituem novas categorias
econômicas de receita, mas apenas especificações das Categorias Econômicas “Receita Corrente”
e “Receita de Capital”. (grifo nosso)

No contexto da classificação das receitas, temos os conceitos que são aprofundados nos
estudos de Administração Financeira e Orçamentária (AFO), mas vamos dar uma pincelada por
aqui também. Nos dizeres do MCASP:

Origem da receita é o detalhamento das Categorias Econômicas “Receitas Correntes” e “Receitas


de Capital”, com vistas a identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam
nos cofres públicos.
[...]
Espécie é o nível de classificação vinculado à Origem que permite qualificar com maior detalhe o
fato gerador das receitas. Por exemplo, dentro da Origem Contribuições, identifica-se as espécies
“Contribuições Sociais”, “Contribuições Econômicas”, “Contribuições para Entidades Privadas de
Serviço Social e de Formação Profissional” e “Contribuição para Custeio de Iluminação Pública”.
[...]
Desdobramento para as peculiaridades da receita na nova estrutura de codificação foram reserva-
dos 4 dígitos para desdobramentos com o objetivo de identificar as particularidades de cada receita,
caso seja necessário. Assim, esses dígitos podem ou não ser utilizados, observando-se a necessi-
dade de especificação do recurso.
[...]
O tipo, correspondente ao último dígito na natureza de receita, tem a finalidade de identificar o tipo
de arrecadação a que se refere aquela natureza. (grifo nosso)

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Despesa Orçamentária
O orçamento tem importância fundamental no âmbito do setor público, pois está atrelado
aos aspectos legais, já que é a lei orçamentária que fixa as despesas públicas que serão rea-
lizadas ao longo do exercício financeiro. Assim como as receitas, as despesas também são
classificadas em orçamentárias e extraorçamentárias.
A despesa será orçamentária quando for aprovada no orçamento – pela lei orçamentária –
por autorização legislativa e dotação própria. Quando um gasto público não está previsto na lei
orçamentária, ele é tratado como dispêndio extraorçamentário. O MCASP apresenta a seguinte
conceituação a esse respeito:

Dispêndio extraorçamentário é aquele que não consta na lei orçamentária anual, compreendendo
determinadas saídas de numerários decorrentes de depósitos, pagamentos de restos a pagar, res-
gate de operações de crédito por antecipação de receita e recursos transitórios.

As despesas públicas possuem uma classificação que está relacionada com o impacto
gerado por elas no patrimônio da entidade do setor público, por isso elas podem ser:
• efetivas; e
• não efetivas.

A despesa orçamentária efetiva é aquela que, no momento da sua realização, gera impacto
adverso na situação líquida da entidade do setor público, reduzindo-a. Por essa razão, a des-
pesa orçamentária efetiva gera um fato contábil modificativo.
Por sua vez, a despesa orçamentária não efetiva é aquela que, na sua realização, não gera
impactos na situação líquida da entidade do setor público, mantendo-a constante; é tratada
como fato contábil permutativo.
A despesa orçamentária poderá ser efetiva ou não. A maior parte das despesas orçamen-
tárias é efetiva, mas há exceções – por exemplo, a aquisição de materiais para estoque e o
suprimento de fundos, que são fatos contábeis permutativos. A despesa não efetiva normal-
mente é classificada como despesa de capital, mas também comporta exceções, como é o
caso das transferências de capital. Apesar de serem despesas de capital, são efetivas.

008. (FCC/PREFEITURA MANAUS/ASSISTENTE TÉCNICO FAZENDÁRIO/2019) De acordo


com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, o pagamento de restos a pagar
processados no valor de R$ 89.000,00 corresponde a:
a) uma despesa orçamentária de capital.
b) uma despesa orçamentária corrente.
c) uma variação patrimonial diminutiva.
d) um ingresso extraorçamentário.
e) um dispêndio extraorçamentário.

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O pagamento de restos a pagar representa um dispêndio extraorçamentário − lembrando que


o resto a pagar é a despesa empenhada e não paga no exercício financeiro (até 31/12). No
caso de interesse da administração, essa dotação orçamentária é transferida para o exercício
financeiro posterior; ao realizar essa transferência, ela será reconhecida como receita extraor-
çamentária (para compensar a inclusão do exercício anterior). Por esse motivo, quando pago,
ele é tratado como dispêndio extraorçamentário.
Letra e.

Em 12/12/2018, o ordenador de despesas de determinado ente público municipal empenhou


despesa no valor de R$ 3.460,00 referente à aquisição de material de copa e cozinha, sendo
que tal material foi adquirido para ser utilizado no desenvolvimento das atividades do pessoal
alocado no referido ente.
Em 19/12/2018, todo o material adquirido foi entregue pelo fornecedor; nessa mesma data, a
despesa foi liquidada pelo valor total do empenho. A despesa foi paga, pelo valor total de R$
3.460,00, em 18/1/2019.

009. (FCC/PREFEITURA DE MANAUS/ASSISTENTE TÉCNICO FAZENDÁRIO/2019) Com


base nessas informações e de acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Públi-
co, uma despesa orçamentária foi realizada em:
a) 12/12/2018, e em 31/12/2018 o ente público municipal inscreveu o valor de R$ 3.460,00 em
restos a pagar processados.
b) 19/12/2018, e em 31/12/2018 o ente público municipal inscreveu o valor de R$ 3.460,00 em
restos a pagar processados.
c) 18/01/2019, e em 31/12/2018 o ente público municipal inscreveu o valor de R$ 3.460,00 em
restos a pagar processados.
d) 12/12/2018, e em 31/12/2018 o ente público municipal inscreveu o valor de R$ 3.460,00 em
restos a pagar não processados.
e) 19/12/2018, e em 31/12/2018 o ente público municipal inscreveu o valor de R$ 3.460,00 em
restos a pagar não processados.

A despesa orçamentária será reconhecida pelo empenho, em função do art. 35 da Lei n.


4.320/1964. Dessa forma, podemos eliminar as opções “b”, “c, “e”.
Ao analisar o enunciado, percebe-se que o empenho foi realizado em 12/12/2018, a liquidação
da despesa ocorreu em 19/12/2018, mas o pagamento foi feito apenas em 2019.
Temos, assim, a figura dos restos a pagar, e como ele já foi liquidado, será classificado como
restos a pagar processados.
Letra a.

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Registros Contábeis da Despesa Pública


Após concluído todo o processo de elaboração da lei orçamentária, é preciso que os seus
impactos orçamentários sejam reconhecidos nos sistemas de gestão para que seja executa-
da. No âmbito do governo federal, utiliza-se o SIAFI; no Rio Grande do Sul, por exemplo, utiliza-
-se o sistema de Finanças Públicas Estaduais (FPE). Dessa forma, cada ente adota um sistema
próprio para executar o seu orçamento.
No que se refere à despesa, o registro contábil da lei orçamentária será realizado nas clas-
ses 5 (controle de aprovação do planejamento e orçamento) e 6 (controle de execução do
planejamento e orçamento), da seguinte maneira:

a. Lançamento dos valores previstos na Lei Orçamentária Anual

Natureza da informação: orçamentária


D.5.2.2.1.1.xx.xx Dotação inicial
C.6.2.2.1.1.xx.xx Crédito Disponível

Com os créditos disponíveis e registrados nos sistemas, inicia-se a etapa ou os estágios


de execução das despesas. Nessa fase, são utilizadas contas das classes 6 (controle da exe-
cução do planejamento e orçamento) e 8 (controle de credores):

b. Lançamento contábil da execução orçamentária (empenho)

Natureza da informação: orçamentária


D.6.2.2.1.1.xx.xx Crédito Disponível
C.6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar

Natureza da informação: controle


D.8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por Destinação de Recursos (DDR)
C.8.2.1.1.2.xx.xx DDR Comprometida por Empenho

No momento de ocorrência do fato gerador da despesa orçamentária, a entidade do setor


público deverá realizar o registro contábil utilizando as classes 3 (variações patrimoniais dimi-
nutivas) e 2 (passivo circulante). Para fins orçamentários, o registro contábil será realizado na
classe 6 (controle da execução do planejamento e orçamento), da seguinte forma:

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Natureza da informação: patrimonial


D.3.x.x.x.x.xx.xx Variação Patrimonial Diminutiva (VPD)
C.2.1.x.x.x.xx.xx Passivo Circulante (F)
Natureza da informação: orçamentária
D.6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar
C.6.2.2.1.3.02.xx Crédito Empenhado em Liquidação

No segundo estágio da despesa pública, quando houver a sua liquidação, a entidade do setor
público deverá reconhecer tal fato contabilmente. Para tanto, deve usar as classes 6 (controle
da execução do planejamento e orçamento) e 8 (controle de credores), com o seguinte registro:

c. Reconhecimento contábil no ato da liquidação da despesa


Natureza da informação: orçamentária
D.6.2.2.1.02.xx Crédito Empenhado em Liquidação
C.6.2.2.1.3.03.xx Crédito Empenhado Liquidado a Pagar
Natureza da informação: controle
D.8.2.1.1.2.xx.xx DDR Comprometida por Empenho
C.8.2.1.1.3.xx.xx DDR Comprometida por Liquidação e Entradas Compensatórias

No terceiro estágio da despesa pública, no momento do pagamento, a entidade reconhe-


cerá os efeitos patrimoniais, orçamentários e de controle, por meio das classes 1 (ativo), 2
(passivo), 6 (controle da execução do planejamento e orçamento) e 8 (controle de credores),
com os seguintes registros:

d. Reconhecimento contábil no ato do pagamento da despesa


Natureza da informação: patrimonial
D. 2.1.3.x.xx.xx Fornecedores e Contas a Pagar no Curto Prazo (F)
C.1.1.1.1.1.xx.xx Caixa e Equivalentes de Caixa em Moeda Nacional (F)
Natureza da informação: orçamentária
D.6.2.2.1.3.03.xx Crédito Empenhado Liquidado a pagar
C.6.2.1.1.3.04.xx Crédito Empenhado Pago
Natureza da informação: controle
DDR Comprometida por Liquidação e Entradas
D.8.2.1.1.3.xx.xx
Compensatórias
C.8.2.1.1.4.xx.xx DDR Utilizada

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A entidade do setor público realiza, assim, todo o reconhecimento contábil aplicado ao


tratamento da despesa orçamentária.
Note que detalhamos os enfoques orçamentário, patrimonial e de controle. Especificamen-
te em relação ao reconhecimento contábil sob o enfoque patrimonial, percebe-se que o regis-
tro da variação patrimonial diminutiva ocorre no ato de liquidação da despesa, e isso se dá
por força do princípio da competência. Quando se fala em reconhecimento da VPD no ato da
liquidação, significa dizer que a variação diminutiva foi contabilizada de forma simultânea ao
reconhecimento da obrigação – valor a pagar – pela entidade do setor público.
Vale observar, contudo, que existem situações nas quais o reconhecimento contábil da
VPD será realizado em momento posterior ao do reconhecimento da obrigação pela entidade
do setor público.

“Peraí”, professor, dá para exemplificar essa situação?

Vamos lá.

EXEMPLO
Um exemplo dessa situação é a aquisição de produtos para estoques: o material ficará arqui-
vado no almoxarifado até que seja retirado e consumido. O reconhecimento contábil da VPD,
portanto, ocorrerá de forma posterior ao reconhecimento da obrigação, por força do princípio
da competência. Veja:

a. Lançamento contábil da execução orçamentária (empenho)

Natureza da informação: orçamentária


D.6.2.2.1.1.xx.xx Crédito Disponível
C.6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar
Natureza da informação: controle
D.8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por Destinação de Recursos (DDR)
C.8.2.1.1.2.xx.xx DDR Comprometida por Empenho

b. No momento do recebimento do material e da incorporação ao estoque

Natureza da informação: patrimonial


D.1.1.5.6.x.xx.xx Estoque − Almoxarifado
C.2.1.3.x.x.xx.xx Fornecedores e Contas a Pagar a Curto Prazo (F)
Natureza da informação: orçamentária
D.6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar
C.6.2.2.1.3.02.xx Crédito Empenhado em Liquidação

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c. No momento da liquidação e incorporação ao estoque

Natureza da informação: orçamentária


D.6.2.2.1.3.02.xx Crédito Empenhado em Liquidação
C.6.2.2.1.3.03.xx Crédito Empenhado Liquidado a Pagar
Natureza da informação: controle
D.8.2.1.1.2.xx.xx DDR Comprometida por Empenho
DDR Comprometida por Liquidação e Entradas
C.8.2.1.1.3.xx.xx
Compensatórias

d. No momento do pagamento
Natureza da informação: patrimonial
D. 2.1.3.x.xx.xx Fornecedores e Contas a Pagar no Curto Prazo (F)
C.1.1.1.1.1.xx.xx Caixa e Equivalentes de Caixa em Moeda Nacional (F)
Natureza da informação: orçamentária
D.6.2.2.1.3.03.xx Crédito Empenhado Liquidado a pagar
C.6.2.1.1.3.04.xx Crédito Empenhado Pago
Natureza da informação: controle
DDR Comprometida por Liquidação e Entradas
D.8.2.1.1.3.xx.xx
Compensatórias
C.8.2.1.1.4.xx.xx DDR Utilizada

e. Reconhecimento contábil da VPD


Natureza da informação: patrimonial
D.3.3.1.1.1.xx.xx Consumo de Material – Consolidação
C.1.1.5.6.x.xx.xx Estoques – Almoxarifado (P)

Perceba que a obrigação foi reconhecida pela entidade do setor público no lançamento
contábil “b”, quando fez o registro credor na conta contábil Fornecedores, mas a variação patri-
monial diminutiva só veio a ocorrer no lançamento “e”, quando foi dada a baixa do material no
almoxarifado. Atenção a esses detalhes em sua prova, ok?

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Classificações das Despesas Orçamentárias


Classificação Institucional
A classificação institucional reflete a estrutura de alocação dos créditos orçamentários.
Essa classificação possui uma representação em dois níveis hierárquicos:
• Unidade orçamentária; e
• Órgão orçamentário.

A unidade orçamentária é o agrupamento de serviços vinculados ao mesmo órgão ou re-


partição, com dotação própria. Os órgãos orçamentários, por sua vez, correspondem ao agru-
pamento de unidades orçamentárias.

Muita atenção a este detalhe: as dotações orçamentárias são realizadas para as unidades,
pois são elas as responsáveis pela realização das ações.

Professor, isso está confuso... Você tem mapa mental?

Passo a visão!

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EXEMPLO
Podemos citar como exemplo de órgão, no âmbito da União, o Ministério da Educação e as
unidades orçamentárias:
a. Universidade Federal de Ouro Preto;
b. Universidade Federal do Rio de Janeiro;
c. Universidade Federal do Rio Grande do Norte; e
d. Universidade Federal de Minas Gerais.

Professor, se é a unidade orçamentária que recebe as dotações, então ela corresponde a


uma estrutura administrativa?

Não necessariamente. Nesse sentido, o MCASP faz o seguinte alerta:

Cabe ressaltar que um órgão orçamentário ou uma unidade orçamentária não correspondem neces-
sariamente a uma estrutura administrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais
e com as unidades orçamentárias “Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”, “En-
cargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, “Refinanciamento da Dívida Pública
Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”.

Classificação Funcional
A classificação funcional tem como propósito indicar à qual área da ação governamental a
dotação orçamentária está sendo direcionada. Segundo o MCASP:

A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria n. 42/1999, do então Ministério do Orça-
mento e Gestão, e é composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, que servem como
agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nas três esferas de Governo. Tra-
ta-se de uma classificação independente dos programas e de aplicação comum e obrigatória, no
âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o que permite a consolidação
nacional dos gastos do setor público.

A classificação funcional é composta de cinco dígitos: os dois primeiros referem-se à fun-


ção, e os outros três, à subfunção.

DICA
A função é representada pelos dois primeiros dígitos da clas-
sificação funcional e pode ser traduzida como o maior nível de
agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A
função quase sempre se relaciona com a missão institucional
do órgão − por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa −,
que, na União, de modo geral, guarda relação com os respecti-
vos Ministérios.

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A função “encargos especiais” é aquela à qual não é possível associar um bem ou serviço que
será gerado no processo produtivo corrente. São enquadrados como encargos especiais: dívidas,
ressarcimentos, indenizações e afins, representando, assim, uma agregação neutra. Quando abor-
da a função “encargos sociais”, o MCASP faz um alerta:

A utilização dessa função irá requerer o uso das suas subfunções típicas. Nesse caso, na União, as
ações estarão associadas aos programas do tipo “Operações Especiais” que constarão apenas do orça-
mento, não integrando o PPA.

Nos orçamentos de todas as esferas de governo, a dotação global denominada reserva


de contingência será identificada pelos códigos “99.999.9999.xxxx.xxxx” e “99.997.9999.xxxx.
xxxx”, respectivamente, no que se refere às classificações por função e subfunção e estrutura
programática. Os dígitos detalhados por “x” representam a codificação da ação e o respecti-
vo detalhamento. Tais reservas serão identificadas, quanto à natureza da despesa, pelo código
“9.9.99.99.99”.
A subfunção é representada pelos últimos três dígitos da classificação funcional e indica uma
agregação imediatamente inferior à função. Ela tem como finalidade evidenciar cada área de atu-
ação das entidades do setor público, por meio da agregação de determinado subconjunto de des-
pesas e da identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções.

Misericórdia, professor, contabiliquês purinho, não é? Poderia clarear isso, por favor?

EXEMPLO
Função: educação. Subfunção: educação infantil.
Quando há a classificação funcional de um órgão, ela deve estar vinculada à sua missão institucio-
nal ou função típica. As subfunções, por sua vez, podem ser variadas e estarão relacionadas com
a especificidade de cada ação governamental.

Classificação por Estrutura Programática


Toda ação das entidades do setor pública está programada para ser executada com a proposta
de alcançar os objetivos estratégicos que são definidos no Plano Plurianual (PPA). Todos os entes
federativos devem estruturar os seus trabalhos em programas e ações e cada um desses entes
fará a própria estruturação, de acordo com as suas peculiaridades.
O programa é uma ferramenta de organização das entidades do setor público que tem a fina-
lidade de articular um conjunto de operações para alcançar um objetivo definido. Um programa é
desenvolvido para solucionar determinado problema ou para atender a uma demanda específica
da sociedade.
As ações são as atividades que contribuem para o alcance dos objetivos dos programas.
O MCASP afirma que estão incluídos no conceito de ação: “as transferências obrigatórias ou
voluntárias a outros entes da Federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios,
subvenções, auxílios, contribuições e financiamentos, entre outros [...]”. No contexto de ação
estão incluídas as atividades, os projetos e as operações especiais.
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Receitas e Despesas Públicas
Rodrigo Machado

Operações
Atividade Projeto
Especiais
Instrumento de programação Despesas que não
Instrumento de programação utilizado
utilizado para alcançar o contribuem para
para alcançar o objetivo de um
objetivo de um programa, a manutenção,
programa, envolvendo um conjunto de
envolvendo um conjunto a expansão ou o
operações que se realizam de modo
de operações, limitadas no aperfeiçoamento das
contínuo e permanente, das quais
tempo, das quais resulta ações de governo,
resulta um produto ou um serviço
um produto que concorre das quais não
necessário à manutenção da ação
para a expansão ou o resulta um produto;
de governo. Exemplo: “Fiscalização
aperfeiçoamento da ação também não geram
e Monitoramento das Operadoras
de governo. Exemplo: contraprestação direta
de Planos e Seguros Privados de
“Implantação da rede nacional sob a forma de bens
Assistência à Saúde”.
de bancos de leite humano”. ou serviços.
Fonte: Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, 8ª ed.

Classificação da Despesa Orçamentária segundo a Natureza


A despesa orçamentária classificada segundo a sua natureza orçamentária receberá a se-
guinte composição:
a. Categoria Econômica;
b. Grupo de Natureza da Despesa; e
c. Elemento de Despesa.
A modalidade de aplicação é uma classificação que tem como objetivo indicar o responsá-
vel pelos recursos, que poderá(ão) ser:
• recursos aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera
do governo; ou
• por outro ente da federação e suas respectivas entidades do setor público.

A Lei federal n. 4.320/1964 detalha, em seus artigos 12 e 13, a classificação da despesa


orçamentária segundo a sua natureza, especificando que ela deve ser demonstrada por cate-
goria econômica e por elementos. Assim como a receita, a despesa pública será detalhada por
código composto de números decimais. Nesse sentido, o MCASP especifica que:

O conjunto de informações que constitui a natureza de despesa orçamentária forma um código es-
truturado que agrega a categoria econômica, o grupo, a modalidade de aplicação e o elemento. Essa
estrutura deve ser observada na execução orçamentária de todas as esferas de governo.

Os órgãos que definem a estrutura de natureza da despesa são a Secretaria do Tesouro Nacio-
nal (STN) e a Secretaria do Orçamento Federal, por meio da Portaria Interministerial n. 163/2001.
Seu art. 5º detalha que a estrutura será constituída pelo código “c.g.mm.ee.dd”. Esses códigos
são estudados na disciplina de Administração Financeira e Orçamentária (AFO), mas isso não nos
impede de incluir aqui um mapa mental a esse respeito:

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Receitas e Despesas Públicas
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010. (CESPE/MPE−CE/ANALISTA MINISTERIAL/ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2020) De


acordo com a classificação de despesa pública estabelecida na Lei n. 4.320/1964, as transferên-
cias de capital se referem às dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras
pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação di-
reta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, bem como
dotações para amortização da dívida pública.

Existem enunciados do Cespe que dispensam quaisquer comentários adicionais, e esse é um deles.
As transferências de capital são valores que a entidade envia para outra entidade do setor público.
A entidade que recebe os recursos deve reconhecer uma receita de capital, e a aplicação ficará
limitada às despesas de capital, tais como investimentos e inversões financeiras.
Certo.

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Receitas e Despesas Públicas
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Elemento de Despesa Orçamentária


O elemento de despesa tem a função de detalhar o objeto do gasto. O MCASP, em sua 9ª
edição, especifica que esses gastos podem ser representados por:

Vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros presta-
dos sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e material per-
manente, auxílios, amortização e outros que a administração pública utiliza para a consecução
de seus fins.

011. (FCC/ALE−AP/ANALISTA LEGISLATIVO/2020) Considere as seguintes informações


extraídas do Orçamento da Despesa, referente ao exercício financeiro de 2019 de uma As-
sembleia Legislativa Estadual:
Em R$
031 − Ação Legislativa..................................................117.000.000,00
122 − Administração Geral.............................................128.000.000,00
30 − Material de Consumo.............................................. 85.000.000,00
Para obter essas informações, foram utilizadas as classificações da despesa orçamentária:
a) funcional e por estrutura programática.
b) institucional e por grupo de natureza da despesa.
c) funcional e por elemento de despesa.
d) por estrutura programática e por elemento de despesa.
e) por estrutura programática e por grupo de natureza da despesa.

A classificação funcional tem como propósito indicar à qual área da ação governamental a
dotação orçamentária está sendo direcionada. Segundo o MCASP:

A atual classificação funcional foi instituída pela Portaria n. 42/1999, do então Ministério do Orça-
mento e Gestão, e é composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, que servem como
agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nas três esferas de Governo. Tra-
ta-se de uma classificação independente dos programas e de aplicação comum e obrigatória, no
âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o que permite a consolidação
nacional dos gastos do setor público.

A classificação funcional é composta de cinco dígitos: os dois primeiros referem-se à fun-


ção, e os outros três, à subfunção.

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Receitas e Despesas Públicas
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DICA
A função é representada pelos dois primeiros dígitos da clas-
sificação funcional e pode ser traduzida como o maior nível de
agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A
função quase sempre se relaciona com a missão institucional
do órgão − por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa −,
que, na União, de modo geral, guarda relação com os respecti-
vos Ministérios.

O elemento da despesa detalha o objeto do gasto.


Letra c.

Estágios de Execução das Receitas e Despesas


Estágios da Execução da Despesa Pública
A despesa pública orçamentária passa por etapas, também conhecidas como estágios de
execução. Os estágios da execução da despesa pública são normatizados pela Lei 4.320/1964
e estão divididos em: empenho, liquidação e pagamento. Doutrinariamente, a fixação da des-
pesa pública é reconhecida como um dos seus estágios, mas vale ressaltar que esse estágio
não está previsto na Lei.
O primeiro estágio da execução da despesa pública é o empenho. Ele encontra previsão no
art. 58 da referida Lei e corresponde ao ato emanado de autoridade competente que cria para
o Estado obrigação de pagamento pendente, ou não, de implemento de condição; consiste na
reserva de dotação orçamentária para um fim específico.
O empenho será formalizado por meio de um documento denominado “Nota de Empenho –
NE”. Nesse documento constará o nome do credor, a especificação do credor e a importância
da despesa, bem como os demais dados necessários ao controle da execução orçamentária. O
nome do credor deverá constar na NE por força legal do art. 61 da Lei n. 4.320/1964

Existem despesas que são realizadas mesmo sem a emissão da NE. Esse procedimento é
justificado pelo MCASP, pois:

Embora o art. 61 da Lei n. 4.320/1964 estabeleça a obrigatoriedade do nome do credor no docu-


mento Nota de Empenho, em alguns casos, como na Folha de Pagamento, torna-se impraticável a
emissão de um empenho para cada credor, tendo em vista o número excessivo de credores (servi-
dores). Caso não seja necessária a impressão do documento “Nota de Empenho”, o empenho ficará
arquivado em banco de dados, em tela com formatação própria e modelo oficial, a ser elaborado por
cada ente da Federação em atendimento às suas peculiaridades.

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Receitas e Despesas Públicas
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No que se refere ao valor, caso a nota de empenho seja emitida em valor insuficiente para
atender à despesa, ela deverá ser reforçada. Isso significa dizer que haverá a emissão de uma
NE adicional, no valor necessário para o atendimento da despesa. Por outro lado, caso a NE te-
nha sido emitida com valor superior ao necessário para o atendimento da despesa, ela deverá
ser parcialmente anulada.
Os empenhos apresentam características peculiares e são emitidos considerando as
necessidades das entidades do setor público. O MCASP detalha os tipos de empenhos, da
seguinte maneira:
• Ordinário: é o tipo de empenho utilizado para as despesas de valor fixo e previamente
determinado, cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez;
• Estimativo: é o tipo de empenho utilizado para as despesas cujo montante não se pode
determinar previamente, tais como serviços de fornecimento de água e energia elétrica,
aquisição de combustíveis e lubrificantes e outros; e
• Global: é o tipo de empenho utilizado para despesas contratuais ou outras de valor de-
terminado, sujeitas a parcelamento, como os compromissos decorrentes de aluguéis.

Vale ressaltar que o plano de contas aplicado ao setor público criou a figura do empenho
em liquidação, que busca o registro contábil no patrimônio de acordo com a ocorrência do fato
gerador, e não do empenho.

“Peraí”, professor, por que criar um empenho em liquidação? Qual é a lógica disso?

Uma excelente pergunta! A resposta pode ser encontrada no MCASP:

Quando o fato gerador do passivo exigível ocorrer antes do empenho, ou entre o empenho e a li-
quidação, é necessário o registro de uma etapa intermediária entre o empenho e a liquidação, cha-
mada “empenho em liquidação”. Essa etapa é necessária para a diferenciação, ao longo e no final
do exercício, dos empenhos não liquidados e que constituíram, ou não, obrigação presente. Ainda,
tal registro é importante para que não haja duplicidade no passivo financeiro utilizado para fins de
cálculo do superavit financeiro. Como o passivo financeiro é apurado pela soma da conta “crédito
empenhado a liquidar” com as contas de passivo financeiro, ou seja, que representem obrigações in-
dependentes de autorização orçamentária para serem realizadas, haveria duplicidade nesse cálculo,
pois seu montante seria considerado tanto em “crédito empenhado a liquidar” quanto na obrigação
anteriormente contabilizada no passivo exigível.

O registro contábil do empenho em liquidação é realizado da seguinte maneira:

Natureza da informação: orçamentária


D. 6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar
C. 6.2.2.2.3.02.xx Crédito Empenhado em Liquidação

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Receitas e Despesas Públicas
Rodrigo Machado

O segundo estágio da despesa pública é a liquidação, regulada pelo art. 63 da Lei n


4.320/1964. A liquidação consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por
base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Ela tem por objetivo apurar:

I – a origem e o objeto do que se deve pagar;


II – a importância exata a pagar;
III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:
I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II – a nota de empenho;
III – os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

012. (FGV/IMBEL/CONTADOR/2021) Assinale a opção que indica o estágio da despesa pú-


blica em que o órgão competente, após exame da documentação, torna, em princípio, líquido e
certo o direito do credor contra a Fazenda Pública.
a) Fixação.
b) Empenho.
c) Autorização.
d) Liquidação.
e) Pagamento.

A FGV abordou nessa questão o segundo estágio de execução da despesa pública, que é a
liquidação. Segundo o art. 63, da Lei n. 4.320/1964, esse estágio tem como objetivo atestar:

I – a origem e o objeto do que se deve pagar;


II – a importância exata a pagar;
III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:
I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II – a nota de empenho;
III – os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

O terceiro e último estágio da despesa pública é o pagamento, que consiste na entrega de


numerário ao credor, por meio de cheque nominativo, ordens de pagamentos ou crédito em
conta e só pode ser efetuado após a regular liquidação da despesa. Esse estágio da despesa
pública é regulado pelo art. 64 da Lei n. 4.320/1964. O referido normativo define a ordem de
pagamento como o despacho, exarado por autoridade competente, determinando que a des-
pesa liquidada seja paga.
Letra d.

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CONTABILIDADE PÚBLICA
Receitas e Despesas Públicas
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Estágios de Execução da Receita Pública


As etapas da receita orçamentária são divididas em: previsão, lançamento, arrecadação
e recolhimento.
A previsão da receita orçamentária é a etapa que antecede a fixação dos montantes da
despesa pública que vão constar na Lei Orçamentária. A previsão consiste no procedimento re-
sultante de metodologias de projeção usualmente adotadas e inclui os valores na Lei Orçamen-
tária. Em relação à previsão, a Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art. 12, especifica que:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das

alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qual-

quer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos

três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo

e premissas utilizadas.

Para elaborar a previsão, são utilizados modelos matemáticos e estatísticos. Nesse sen-
tido, o MCASP detalha que:

No âmbito federal, a metodologia de projeção de receitas orçamentárias busca assimilar o compor-

tamento da arrecadação de determinada receita em exercícios anteriores, a fim de projetá-la para

o período seguinte, com o auxílio de modelos estatísticos e matemáticos. A busca deste modelo

dependerá do comportamento da série histórica de arrecadação e de informações fornecidas pelos

órgãos orçamentários ou unidades arrecadadoras envolvidas no processo.

O segundo estágio da execução da receita pública é o lançamento, procedimento que en-


contra definição no art. 53 da Lei n. 4.320/1964, da seguinte maneira: “O lançamento da receita
é ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe
é devedora e inscreve o débito desta”.
O Código Tributário Nacional aborda o lançamento em seu art. 142:

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo

lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do

fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do

tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de

responsabilidade funcional. (grifo nosso)

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CONTABILIDADE PÚBLICA
Receitas e Despesas Públicas
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Sob o enfoque patrimonial, o MCASP afirma que será reconhecida, no lançamento, uma
variação patrimonial aumentativa, pois:

Uma vez ocorrido o fato gerador, procede-se ao registro contábil do crédito tributário em favor da

fazenda pública em contrapartida a uma variação patrimonial aumentativa.

Nesse contexto, o lançamento situa-se na constituição do crédito tributário, portanto: im-


postos, taxas e contribuições de melhoria.
Por fim, o MCASP detalha que o lançamento da receita pública não se limita às receitas
decorrentes de impostos, taxas e contribuições de melhoria, já que, “de acordo com o art. 52
da Lei n. 4.320/1964, são objeto de lançamento as rendas com vencimento determinado em
lei, regulamento ou contrato”.
Após o lançamento, temos a arrecadação, que corresponde ao terceiro estágio. O MCASP
o define da seguinte forma:

Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro pelos contribuintes ou devedores, por

meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo ente.

Vale destacar que, segundo o art. 35 da Lei n. 4.320/1964, pertencem ao exercício financeiro as

receitas nele arrecadadas, o que representa a adoção do regime de caixa para o ingresso das

receitas públicas.

Cumpre ainda observar que, sob o enfoque orçamentário, a receita será reconhecida no
momento da arrecadação.
Por fim, há o estágio da execução da despesa denominado recolhimento, que é a transfe-
rência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração
e pelo controle da arrecadação e da programação financeira, observando-se o princípio da
unidade de tesouraria ou de caixa. Esse procedimento é realizado em observância ao art. 56
da Lei n. 4.320/1964:

o recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de te-

souraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

Os estágios de execução são etapas que as receitas e as despesas percorrem até que se-
jam efetivamente realizadas. Eles são divididos em:

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Receitas e Despesas Públicas
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013. (CESPE/MPE−CE/ANALISTA MINISTERIAL/ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2020) As


etapas da receita pública orçamentária − previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento −
seguem a ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos e sempre ocorrem para todos os
tipos de receitas orçamentárias.

Atenção aos termos limitantes que o Cespe insere em seus enunciados.


Os estágios de execução da receita pública não serão realizados por todas as receitas.

EXEMPLO
Existem receitas orçamentárias que não passam pelo estágio previsão, como é o caso da
doação recebida.
Temos, portanto, gabarito incorreto.
Errado.

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Receitas e Despesas Públicas
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Dívida Ativa
A dívida ativa é um direito das entidades do setor público, portanto deve ser registrada no
ativo dessas entidades. Ela pode ser tributária ou não tributária, sendo assim decorrente de
obrigação legal ou de acordo entre as partes e constituída por valores não recebidos no prazo
determinado. A dívida ativa é inscrita pelos órgãos competentes após verificada sua regular
liquidez e certeza.

Professor, então a dívida ativa é a dívida pública, que estudamos em Economia?

Não, pelo contrário: a dívida pública refere-se aos valores que o Estado tem a pagar, são
obrigações; a dívida ativa, por sua vez, diz respeito aos valores que o Estado tem a receber,
é um ativo.

No âmbito legal, a dívida ativa possui previsão na Lei federal n. 4.320/1964, quando
esta determina que:

Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão escriturados
como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. (Re-
dação dada pelo Decreto-Lei n. 1.735/1979).

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Receitas e Despesas Públicas
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§ 1º Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão
inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a
sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título. (Parágrafo incluído pelo
Decreto-Lei n. 1.735/1979).
§ 2º Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obri-
gação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são
os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios,
contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias,
foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados
por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis
definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira,
de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obri-
gações legais. (Incluído pelo Decreto-Lei n. 1.735, de 20.12.1979)
§ 3º O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será convertido ao correspon-
dente valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intima-
ção do devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa,
incidindo, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo com precei-
tos legais pertinentes aos débitos tributários. (Parágrafo incluído pelo Decreto-Lei n. 1.735/1979).
§ 4º A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos parágrafos anteriores, bem
como os valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao
encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-Lei n. 1.025/1969 e o art. 3º do Decreto-Lei n. 1.645/1978.
(Parágrafo incluído pelo Decreto-Lei n. 1.735/1979).
§ 5º A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional. (Parágra-
fo incluído pelo Decreto-Lei n. 1.735/1979).

Em certa medida, o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) simplifica os con-
ceitos previstos na Lei n. 4.320/1964 e detalha a dívida ativa de acordo com a sua respectiva
origem, da seguinte forma:

Dívida Ativa Proveniente de obrigação legal relativa a


Tributária tributos e respectivos adicionais e multas.
Proveniente dos demais créditos da Fazenda
Dívida Ativa não Tributária Pública, decorrentes de contratos em geral ou de
outras obrigações legais.

A dívida ativa deve passar tanto por um processo de gestão administrativa quanto judicial.
No governo federal, é a Advocacia-Geral da União que assume a competência pela dívida ativa.
Por força do art. 131, § 3º, da CR/88, e do art. 12, da LC n. 73/1993, a Procuradoria-Geral da
União fica encarregada da dívida ativa tributária. Por sua vez, as dívidas ativas de fundações e
autarquias federais são geridas pela Procuradoria-Geral Federal, competência prevista no art.
17 da LC n. 73/1993. Para a gestão administrativa e judicial de suas dívidas ativas, os demais
entes governamentais atribuem competências aos seus respectivos órgãos e entidades.

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Contabilização
Após verificado pelas entidades do setor público que os créditos recebíveis não foram pa-
gos em seus respectivos vencimentos, elas devem encaminhar tais créditos para as entidades
responsáveis pela gestão administrativa e judicial, a fim que procedam à inscrição do crédito
em dívida ativa. Em um mapeamento simplificado do processo de transferência e inscrição
dos créditos em dívida ativa, teremos:

Uma vez verificado que o crédito recebível não foi pago, o órgão de origem, observando os
procedimentos e prazos previstos, deverá transferir o crédito para o órgão responsável pela
inscrição em dívida ativa. Essa transferência de créditos representa um fato contábil permuta-
tivo, portanto não altera a situação patrimonial do ente como um todo.
O órgão de origem deve dar baixa no crédito a receber (creditando seu Ativo) e, em contra-
partida, reconhecer uma variação patrimonial diminutiva (VPD). O órgão ou a entidade respon-
sável pela inscrição do crédito em dívida ativa deverá reconhecer o valor a receber como dívida
ativa e, em contrapartida, uma variação patrimonial aumentativa (VPA).

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Receitas e Despesas Públicas
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O registro contábil (fato permutativo) da inscrição da dívida ativa apresenta peculiari-


dades, pois:
• embora exista tanto o reconhecimento das variações patrimoniais aumentativas e dimi-
nutivas entre os órgãos de origem quanto a responsabilidade pela inscrição, a situação
líquida do ente (União, estados, DF ou municípios) não se altera, pois os efeitos contá-
beis das VPA e VPD se anulam;
• considerando o ente como um todo, seja ele a União, os estados, o DF ou algum dos mu-
nicípios, a inscrição da dívida ativa resulta em um fato permutativo dentro do Ativo, com
crédito no Ativo Circulante e débito no Ativo não Circulante;
• os valores inscritos a título de Dívida Ativa devem constar no Ativo não Circulante, pois,
segundo o MCASP, “o inadimplemento torna incerto o prazo para realização do crédito”; e
• com os valores a serem inscritos em dívida ativa devem ser encaminhados os ajustes
para perdas, a fim de que sejam reconhecidos pela entidade ou pelo órgão responsável
pela inscrição.

Professor, o que são esses ajustes para perdas? São como as Perdas Estimadas com
Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD), que estudamos na contabilidade societária?

É exatamente isso. O propósito contábil, em ambas as situações, é o mesmo: permitir que


os créditos recebíveis gerem impactos contábeis o mais próximo possível de sua realidade
econômica e patrimonial. Além disso, o reconhecimento contábil dos ajustes para perdas aten-
de aos princípios da contabilidade, em especial, o da prudência. Cabe detalhar que quando o
órgão de origem transfere os ajustes para perdas, deve reconhecer como contrapartida uma
variação patrimonial aumentativa (VPA); o órgão responsável pela inscrição, por sua vez, deve
reconhecer, além dos ajustes para perdas, uma variação patrimonial diminutiva (VPD).

Ihhhh, professor, agora complicou um pouco. Por qual razão o órgão de origem vai reco-
nhecer uma VPA? E o órgão responsável pela inscrição da dívida ativa, reconhecer uma
VPD?

Calma, vamos descomplicar.


Inicialmente, devemos detalhar a essência, porque a conta contábil “ajustes para perdas”
é redutora do ativo. Quando você elimina uma conta redutora do ativo da sua contabilidade, o
que acontece? Aumenta o ativo, certo? Esse aumento do Ativo resulta em uma variação patri-
monial aumentativa. No órgão responsável pela inscrição, o impacto contábil ocorre de forma
contrária: ele recebe um valor que deve ser contabilizado como redutor do seu Ativo, e isso vai
reduzir a sua situação patrimonial, portanto é necessário o reconhecimento de uma variação
patrimonial diminutiva. Mais uma vez, considerando o ente como um todo, os efeitos contá-
beis dessas transferências são nulos.

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Inscrição
Ao tratar da inscrição da dívida ativa, o MCASP apresenta duas formas de registro, caben-
do à entidade do setor público decidir pela contabilização, de acordo com o nível de controle
que deseja adotar. O manual adota essa postura, pois considera fatores, como estrutura física,
de pessoal, de sistema etc., de cada entidade do setor público.
Sendo assim, caso a entidade disponha de condições para realizar um controle mais ro-
busto, optará pelos registros contábeis com as classes patrimoniais e de controle: utilizam-se,
então, contas de controle para acompanhar todo o processo de inscrição do crédito em dívida
ativa, desde o inadimplemento até a efetiva inscrição, em um processo que requer maior inte-
gração entre as diversas etapas e unidades envolvidas.
Caso contrário, serão feitos registros contábeis considerando somente as contas patri-
moniais, de modo que haverá registro contábil apenas no momento da efetiva inscrição dos
valores em dívida ativa, o que dispensará, assim, o uso de contas de controle. Esse procedi-
mento deve ser utilizado quando houver dificuldade de integração entre as diversas unidades
participantes do processo.

E a contabilização disso, professor, como fica?

Veja bem, a contabilização será realizada da seguinte forma.


Para as entidades que optarem pelo procedimento de maior controle:

a. Registro do crédito vencido a ser encaminhado para a dívida ativa


No órgão ou entidade de origem do crédito.
Natureza da informação: controle
D.7.3.1.x.x.xx.xx Controle de Crédito Encaminhado para a Dívida Ativa
C.8.3.1.1.x.xx.xx Crédito a Encaminhar a Dívida Ativa

Posteriormente ao registro, o crédito vencido e não pago deve ser transferido para o órgão
ou para a entidade responsável pela sua inscrição e gestão administrativa e judicial, por meio
dos seguintes registros, os quais devem ser realizados de forma simultânea, tanto no órgão de
origem quanto no órgão de destino:

b1. Encaminhamento do crédito para inscrição em dívida ativa


No órgão ou entidade de origem do crédito.
Natureza da informação: controle
D.8.3.1.1.x.xx.xx Crédito a Encaminhar para a Dívida Ativa
C.8.3.1.2.x.xx.xx Créditos Encaminhados para a Dívida Ativa

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b2. Recebimento do crédito para inscrição em dívida ativa


No órgão ou entidade responsável pela inscrição
Natureza da informação: controle
D.7.3.2.x.x.xx.xx Controle da Inscrição de Créditos em Dívida Ativa
C.8.3.2.1.x.xx.xx Créditos a Inscrever em Dívida Ativa

Recebidos os créditos para inscrição em dívida ativa, pelo órgão ou pela entidade respon-
sável, deverá ser feita a análise de atendimento dos critérios de certeza e liquidez. O resultado
dessa análise pode ser a inscrição em dívida ativa ou a sua rejeição. Caso a inscrição em dívida
ativa seja rejeitada, o crédito deverá ser devolvido ao órgão de origem, que aguardará os proce-
dimentos necessários para o total atendimento dos critérios com vistas à inscrição.

c1. Baixa do crédito encaminhado para inscrição em D.A. pela rejeição


da inscrição
No órgão ou entidade responsável pela inscrição
Natureza da informação: controle
D.8.3.1.2.x.xx.xx Créditos Encaminhados para a Dívida Ativa
Cancelamento dos Créditos Encaminhados para a
C.8.3.1.3.x.xx.xx
Dívida Ativa

c2. Devolução dos créditos encaminhados para inscrição em


dívida ativa
No órgão ou entidade responsável pela inscrição
Natureza da informação: controle
D.8.3.2.1.x.xx.xx Créditos a Inscrever em Dívida Ativa
C.8.3.2.2.x.xx.xx Créditos a Inscrever em Dívida Ativa Devolvidos

Pois bem, contornados os entraves para a inscrição do crédito em dívida ativa, o processo
deverá ser reiniciado, e os registros contábeis, realizados pelos órgãos ou entidades de origem
e responsáveis pela inscrição. Nesse momento também deverão ser transferidos os saldos de
ajustes de perdas estimadas; assim, haverá registros contábeis de natureza patrimonial e de
controle, nos seguintes termos:

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d1. Transferência do crédito em virtude da inscrição em dívida ativa

No órgão de origem
Natureza da informação: patrimonial

Transferências Concedidas Independentes da Execução


D.3.5.1.2.2.xx.xx
Orçamentária – Intra-OFSS

C.1.1.2.x.x.xx.xx Créditos de Curto Prazo

Natureza da informação: patrimonial


D.1.1.2.9.1.xx.xx (-) Ajustes de Perdas de Créditos de Curto Prazo
C.4.9.7.2.1.xx.xx Reversão de Ajustes de Perdas
Natureza da informação: controle
D.8.3.1.2.x.xx.xx Créditos Encaminhados para a Dívida Ativa
C.8.3.1.4.x.xx.xx Créditos Inscritos em Dívida Ativa

Uma vez realizados os registros contábeis no órgão de origem, estes também deverão ser
realizados no órgão ou na entidade competente para a inscrição. Tais registros deverão ser
feitos da seguinte forma:

d1. Recebimento do crédito decorrente da inscrição da dívida ativa

No órgão ou entidade responsável pela inscrição


Natureza da informação: patrimonial
D.1.2.1.x.x.xx.xx Créditos a Longo Prazo – Dívida Ativa
Transferências Recebidas Independentes da Execução
C.4.5.1.2.2.xx.xx
Orçamentária – Intra-OFSS

d2. Registro do Ajuste de Perdas, referente ao crédito tributário

No órgão ou entidade responsável pela inscrição


Natureza da informação: patrimonial

D.3.6.1.7.1.xx.xx Ajustes de Perdas em Créditos e Investimentos


C.1.2.1.1.1.99.xx (-) Ajustes de Perdas – Créditos de Longo Prazo

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d3. Baixa dos créditos a inscrever em Dívida Ativa pela efetiva inscrição
No órgão ou entidade responsável pela inscrição
Natureza da informação: controle
D.8.3.2.1.x.xx.xx Créditos a Inscrever em Dívida Ativa
C.8.3.2.3.x.xx.xx Créditos Inscritos em Dívida Ativa a Receber

Em relação às contas de controle, elas devem ter os seus saldos encerrados ao final do exer-
cício social, exceto aqueles que possuírem pendências de execução. O objetivo de zerar anual-
mente os saldos das contas de controle é evitar o acúmulo de saldos de exercícios anteriores.

Professor, a dívida ativa ocorre quando um contribuinte fica devendo imposto para o Estado?

Também, mas não apenas isso. A dívida ativa se divide em tributária e não tributária. Tribu-
tária é aquela que decorre do poder maior do Estado em cobrar impostos de seus contribuin-
tes. Nessa situação, o Estado assume a figura de sujeito ativo da relação tributária, e o contri-
buinte, a de sujeito passivo. Quando o sujeito passivo não paga os valores devidos, inicia-se
a dívida ativa tributária. A não tributária é a dívida que não decorre do poder de cobrança de
impostos pelo Estado.

Professor, poderia exemplificar uma dívida ativa não tributária?

EXEMPLO
Imagine que você possui uma empresa de logística que faz transporte marítimo. Para desem-
barcar sua carga nos portos, é necessário pagar uma taxa, que pode ser calculada em razão
do volume pesado, de acordo com a quantidade desembarcada. Esse porto é administrado por
uma autarquia estadual, portanto, pelo Estado. A taxa cobrada pela autarquia constitui uma
receita para o Estado, embora não seja tributária, já que ela decorre da atividade empreende-
dora estadual.
Agora, imagine que na data de vencimento sua empresa não pagou o valor devido: haverá
cobrança administrativa, mantida pela própria autarquia; não sendo recebido, o valor será ins-
crito em dívida ativa. Nesse caso, a cobrança passará a ser realizada, inclusive, por órgão de
advocacia do Estado. A inscrição como dívida ativa também tem como propósito o controle,
pois impedirá que o inadimplente atraque novamente no porto. Portanto:

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No que concerne à dívida ativa tributária, é importante destacar que o Código Tributário
Nacional destinou um capítulo específico para o assunto. Em seu capítulo II – Dívida Ativa, a
Lei federal n. 5.172, de 25 de outubro de 1966, afirma que:

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente ins-
crita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento,
pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.
Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do
crédito.
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará
obrigatoriamente:
I − o nome do devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis, bem como, sempre que possível, o
domicílio ou a residência de um e de outros;
II − a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III − a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja
fundado;
IV − a data em que foi inscrita;
V − sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da folha
da inscrição.
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo,
são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade
poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, de-
volvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar
sobre a parte modificada.
Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de
prova pré-constituída.
Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequí-
voca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite. (grifo nosso)

Existem, portanto, formalidades relevantes que devem ser observadas na inscrição da dí-
vida ativa:

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Temos aqui as informações que devem constar na identificação da inscrição da dívida ati-
va, segundo a Lei n. 5.172/1966.

Baixa
A baixa da dívida ativa poderá ser realizada pelo recebimento em espécie, bens e direitos;
pelo abatimento ou pela anistia; pelo cancelamento administrativo ou judicial da inscrição; ou
pela compensação de créditos contra a Fazenda Pública.
Sob a ótica orçamentária, o recebimento da dívida ativa corresponde a uma receita orça-
mentária; de forma simultânea à baixa do valor inscrito no ativo, haverá o reconhecimento con-
tábil do ingresso de recursos em caixa ou equivalentes. O recebimento da dívida ativa não vai
gerar o reconhecimento contábil de uma VPA, pois esse reconhecimento foi realizado quando
da ocorrência do fato gerador que deu origem ao registro do direito perante o sujeito passivo
da obrigação.
Quando houver o recebimento dos valores inscritos em dívida ativa, os registros contábeis serão:

Natureza da informação: orçamentária


D.6.2.1.1.x.xx.xx Receita a realizar
C.6.2.1.2.x.xx.xx Receita realizada

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Natureza da informação: controle


D.7.2.1.1.x.xx.xx Controle da Disponibilidade de Recursos
C.8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por Destinação de Recursos

Reconhecimento da baixa do crédito a receber inscrito em dívida ativa


Natureza da informação: patrimonial
D.1.1.1.1.x.xx.xx Caixa e Equivalentes de Caixa em Moeda Nacional (F)
C.1.x.x.x.x.xx.xx Créditos a Receber – Dívida Ativa

014. (CESPE/CONTROLADORIA GERAL DO MUNICÍPIO−PB/AUDITOR MUNICIPAL DE CON-


TROLE INTERNO/ÁREA AUDITORIA/2018) O recebimento de dívida ativa pelo ente público con-
figura receita orçamentária, devendo ser lançada em conta da classe 6, mas não configura va-
riação patrimonial aumentativa, visto que o lançamento em conta da classe 4 já deveria ter sido
realizado no momento de reconhecimento do direito do ente público perante o sujeito passivo.

É registrado em um débito no valor da receita prevista na classe 5 (Controle da Aprovação do


Planejamento e Orçamento), para o exercício financeiro, e sua contrapartida é feita em receita
a realizar na classe 6 (Controle da Execução do Planejamento e Orçamento). À medida que o
orçamento vai sendo executado, e as receitas, arrecadadas, as entidades do setor público rea-
lizam o reconhecimento contábil desses fatos, da seguinte maneira:

b. Registro da arrecadação da receita durante a execução do orçamento

Natureza da informação: orçamentária


D. 6.2.1.1.x.xx.xx Receita a realizar
C. 6.2.1.2.x.xx.xx Receita realizada
Natureza da informação: controle
D. 7.2.1.1.x.xx.xx Controle das Disponibilidades dos Recursos
C. 8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por Destinação de Recursos (DDR)

O registro contábil na classe 4 (VPA) se dá no momento em que é verificado o fato gerador do


direito do ente público perante o sujeito passivo.

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EXEMPLO
Para exemplificar, para o contribuinte que possui veículos automotores, seria no momento do
fato gerador do IPVA.

Certo.

015. (UFSC/UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA−BR/AUDITOR/2019) De acor-


do com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, analise as afirmativas a seguir e
assinale a alternativa correta.
I – A inscrição do crédito em dívida ativa configura fato contábil modificativo, pois altera o valor
do patrimônio líquido do ente público. No órgão ou na entidade de origem, é baixado o crédito
a receber contra uma variação patrimonial diminutiva, e no órgão ou na entidade competen-
te para inscrição, é reconhecido um crédito de dívida ativa contra uma variação patrimonial
aumentativa.
II – Os créditos inscritos em dívida ativa, embora gozem de prerrogativas jurídicas para a sua
cobrança, apresentam significativa probabilidade de não realização em função de cancela-
mentos, prescrições, ações judiciais, entre outros. Os registros patrimoniais das perdas espe-
radas referentes à dívida ativa, no entanto, não são obrigatórios para as entidades públicas.
III – A metodologia utilizada e a memória de cálculo do ajuste para perdas de créditos de dívida
ativa deverão ser divulgadas em notas explicativas.
IV – O ajuste para perdas de créditos de dívida ativa deverá ser registrado no ativo em contra-
partida a uma variação patrimonial diminutiva, independentemente da metodologia utilizada
para a sua mensuração.
a) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas.
b) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
c) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
d) Nenhuma das afirmativas está correta.
e) Somente as afirmativas I e II estão corretas.

A inscrição de crédito em dívida ativa configura fato contábil permutativo, pois não afeta a si-
tuação líquida da entidade do setor público. A contabilização da inscrição do crédito da dívida
ativa ocorrerá da seguinte maneira:

b1. Encaminhamento do crédito para inscrição em dívida ativa


No órgão ou entidade de origem do crédito.
Natureza da informação: controle
D.8.3.1.1.x.xx.xx Crédito a Encaminhar para a Dívida Ativa
C.8.3.1.2.x.xx.xx Créditos Encaminhados para a Dívida Ativa

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Ao contrário do que afirma a questão, os créditos da dívida ativa devem contar com os seus
respectivos reconhecimentos de ajustes para perdas, pois há um propósito contábil para tal
fato: permitir que os créditos recebíveis gerem impactos contábeis o mais próximo possível de
sua realidade econômica e patrimonial.
Além disso, o reconhecimento contábil dos ajustes para perdas atende aos princípios da con-
tabilidade, em especial, o da prudência. Cabe detalhar que, quando o órgão de origem trans-
fere os ajustes para perdas, deve reconhecer como contrapartida uma variação patrimonial
aumentativa (VPA); o órgão responsável pela inscrição, por sua vez, deve reconhecer, além dos
ajustes para perdas, uma variação patrimonial diminutiva (VPD).
Letra b.

016. (AOCP/POLÍCIA CIVIL DO ESPÍRITO SANTO−ES/PERITO OFICIAL CRIMINAL−ÁREA


1/2019) A dívida ativa na entidade pública abrange os:
a) créditos a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram apuradas, por terem sido
efetivamente recebidos nas datas aprazadas.
b) créditos a desfavor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram apuradas, por não te-
rem sido efetivamente recebidos nas datas aprazadas.
c) débitos a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram apuradas, por não terem
sido efetivamente recebidos nas datas aprazadas.
d) créditos a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram apuradas, por não terem
sido efetivamente recebidos nas datas aprazadas.
e) créditos a favor da Fazenda Pública, cuja incerteza e liquidez foram apuradas, por terem sido
efetivamente recebidos nas datas aprazadas.

A primeira informação que deve ser destacada é a de que dívida ativa é diferente de dívida
pública, portanto:

Se as entidades do setor público possuem um direito, perante terceiros, que não foi pago/sal-
dado na data do seu vencimento, o crédito será então encaminhado para inscrição como dívida
ativa, por constituir crédito a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez foram apuradas,
por não ter sido efetivamente recebido nas datas aprazadas.
Letra d.

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RESUMO
As despesas públicas possuem uma classificação relacionada com o impacto que elas
geram no patrimônio da entidade do setor público, por isso elas poderão ser:
• efetivas; e
• não efetivas.

A despesa orçamentária efetiva é aquela que, no momento de sua realização, gera impacto
adverso na situação líquida da entidade do setor público, reduzindo-a. Por essa razão, a des-
pesa orçamentária efetiva gera um fato contábil modificativo.
A despesa orçamentária não efetiva, por sua vez, é aquela que, na sua realização, não gera
impactos na situação líquida da entidade do setor público, mantendo-a constante; é tratada
como fato contábil permutativo.
Há três momentos em que a VPD poderá ser reconhecida: antes, durante ou depois do fato
gerador. Vamos revisar os conceitos e os momentos:
• a VPD é reconhecida antes da liquidação da despesa nos casos do décimo terceiro sa-
lário (13º). Em geral, o empenho, a liquidação e o pagamento do 13º ocorrem em novem-
bro e dezembro do ano corrente, mas os serviços de contabilidade reconhecem a varia-
ção patrimonial diminutiva (VPD) pelo regime de competência, portanto, mensalmente.
• a VPD poderá ser reconhecida de maneira simultânea à liquidação da despesa e de seu
fato gerador, como no recebimento de nota fiscal de serviços prestados por uma con-
tratada. Nesse caso, no momento da liquidação já ocorre o reconhecimento contábil da
VPD.
• por outro lado, a VPD poderá ser reconhecida após a liquidação da despesa. Nesse caso,
o fato gerador da obrigação exigível já ocorreu antes ou foi concomitante à liquidação, e
a VPD vem depois. Exemplo desse evento é a aquisição de material de consumo para o
almoxarifado. A VPD é reconhecida quando do uso, portanto, posteriormente.

Despesas de exercícios anteriores são aquelas que se caracterizam por contar com os
seus fatos geradores ocorridos em exercícios anteriores àquele em que deva ocorrer o seu
pagamento. Sobre as DEA, o artigo 37 da Lei n. 4.320/1964 especifica que:

As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito


próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem
como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o
encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica con-
signada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cro-
nológica. (grifo nosso)

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O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) detalha que:

Para fins de identificação como despesas de exercícios anteriores, considera-se:


a. Despesas que não se tenham processado na época própria, como aquelas cujo empenho tenha
sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que,
dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;
b. Restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha
sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;
c. Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento cria-
da em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do
exercício correspondente.

Os adiantamentos concedidos aos funcionários são fatos contábeis permutativos, pois


reduzem o saldo de disponibilidades – pela saída de recursos do caixa – e aumentam o saldo
da conta de adiantamentos concedidos (1.1.3.1.0.00.00), que é uma conta do Ativo. São per-
mutativos porque não alteram a situação líquida da entidade do setor público.
Existem receitas que não passarão por todos os estágios previstos. Por exemplo, a doação
não passará pelo estágio da previsão, assim como não passará pelo estágio do lançamento.
Os estágios da despesa pública são: fixação (doutrinariamente), empenho, liquidação e
pagamento. As receitas tributárias derivam de competência legal do Estado, portanto são re-
ceitas derivadas. A amortização de empréstimos é despesa de capital.
Ao detalhar a conta 1.2.3.0.00.0.0 – Receita Corrente – Contribuições – Contribuição para
Entidades Privadas de Serviço Social e de Formação Profissional, o MCASP afirma que é espé-
cie de contribuição que se caracteriza por atender a determinadas categorias profissionais ou
econômicas, tendo sua arrecadação vinculada às entidades que as instituíram. Não transitam
pelo Orçamento da União. Tais contribuições são destinadas ao custeio das organizações de
interesse de grupos profissionais, por exemplo: OAB, CREA, CRM e assim por diante. Visam
também ao custeio dos serviços sociais autônomos prestados no interesse das categorias,
como SESI, SESC e SENAI.
Por essa razão, para a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), os conselhos profissionais
podem adotar as normas do MCASP, mas não são obrigados a isso. Por sua vez, o Conselho
Federal de Contabilidade (CFC) detalha que as normas de contabilidade aplicada ao setor pú-
blico são obrigatórias para os Conselhos de Classe. O Cespe adota o posicionamento da STN.
Pelo regime patrimonial, a receita é reconhecida no fato gerador, independentemente do
recebimento; portanto, quando a entidade do setor público faz o lançamento do IPVA, ela deve
reconhecer a receita pelo regime patrimonial.
Pelo regime orçamentário, a receita será reconhecida quando acontecer a arrecadação.
Pelo regime patrimonial, a receita é reconhecida pelo fato gerador.
A construção de uma obra pública caracteriza uma despesa de capital. O pagamento é o
último estágio da despesa pública. Recursos destinados pela entidade do setor público para o
aumento de capital são tratados como investimentos, desde que as empresas não sejam do
ramo comercial ou financeiro. A etapa ou o estágio de execução da despesa pública em que
há o efetivo desembolso de recursos é o pagamento.
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CONTABILIDADE PÚBLICA
Receitas e Despesas Públicas
Rodrigo Machado

O empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação
de pagamento pendente, ou não, de implemente de condição. Portanto, quando um agente
público realiza um empenho, ele afirma que aquele valor possui dotação orçamentária prevista
para o seu pagamento. É como se fizéssemos um compromisso com um fornecedor e désse-
mos a ele um cheque (empenho) sabendo que em nossa conta há dinheiro suficiente (dotação
orçamentária) para o desconto desse cheque.
A principal característica das receitas extraorçamentárias é elas representam recursos de
natureza transitória: são entradas compensatórias no ativo e no passivo, e o Estado age como
mero depositário. Guarde esses detalhes.

Receitas Correntes

Receita
Classificação Detalhamento
Corrente
São os tributos cuja obrigação tem por fato
gerador uma situação independente de
Impostos
qualquer atividade estatal específica, relativa
ao contribuinte.
Têm como fato gerador o exercício regular
do poder de polícia ou a utilização, efetiva
Taxas ou potencial, de serviço público específico e
Tributária divisível, prestado ao contribuinte ou posto à
sua disposição.
Instituídas para fazer face ao custo de obras
públicas das quais decorra valorização
Contribuições de imobiliária, tendo como limite total a despesa
Melhoria realizada e como limite individual o acréscimo
de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado.
São destinadas ao custeio da seguridade social,
de Contribuições Contribuições sociais que compreende a previdência social, a saúde e
a assistência social.

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Receitas e Despesas Públicas
Rodrigo Machado

Receita
Classificação Detalhamento
Corrente
Provenientes da utilização, por terceiros, de
Imobiliárias
bens móveis pertencentes ao setor público.
Registram o valor da arrecadação de receitas
de Valores Mobiliários
decorrentes de valores mobiliários.
Demonstram o valor da arrecadação de
receitas originadas da concessão ou da
Patrimonial Concessões e permissão ao particular do direito de
Permissões exploração de serviços públicos, os quais estão
sujeitos ao controle, à fiscalização e à regulação
do poder público.
Registram o valor da arrecadação com outras
Outras Receitas
receitas patrimoniais não classificadas nos
Patrimoniais
itens anteriores.
Representa o valor das receitas decorrentes
de lavouras permanentes, temporárias e
espontâneas (ou nativas), silvicultura e
da Produção Vegetal
extração de produtos vegetais, venda de
sementes, mudas ou assemelhados, desde que
realizados diretamente pelo produtor.
Agropecuária Registra o valor das receitas de produção
Produção animal e animal e derivados, decorrentes de atividades
derivados de exploração econômica de pecuária, caça e
pesca e seus derivados (mel, leite, ovos etc.)
Detalham o valor da arrecadação de outras
Outras Receitas
receitas agropecuárias não classificadas nos
Agropecuárias
itens anteriores.
Indústria de Registra o valor de arrecadação das receitas de
Receita Industrial
Transformação atividades ligadas à indústria de transformação.
Representa o ingresso proveniente da
prestação de serviços de atividades comerciais,
financeiras, de transporte, de saúde, de
Receita de Serviços
comunicação e de armazenagem, serviços
científicos e tecnológicos de metrologia e
outros serviços.

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Receitas e Despesas Públicas
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Receita
Classificação Detalhamento
Corrente
Detalham o valor das receitas recebidas
Intergovernamentais através de transferências ocorridas entre
diferentes esferas de governo.
Englobam contribuições e doações a governos
de Instituições Privadas
realizados por instituições privadas.
Registram o valor das receitas recebidas
do Exterior
Transferências através de transferências do exterior.
Correntes
Registram o valor das receitas recebidas
de Pessoas através de contribuições e doações, realizadas
por pessoas físicas.
Registram o valor das receitas recebidas
através de transferências de convênios
de Convênios
firmados com ou sem contraprestação de
serviços.
Registram o valor da receita arrecadada
Multas e juros de mora com penalidades pecuniárias decorrentes da
inobservância de normas.
Indenizações e Representam o valor da arrecadação da receita
restituições com indenizações e restituições.
Outras receitas
correntes Registra o valor de arrecadação da receita da
da Dívida Ativa dívida ativa constituída de créditos da fazenda
pública de natureza tributária e não tributária.
Registram o valor da arrecadação de receitas
Receitas diversas que não se identifiquem com as especificações
anteriores.

Receitas de Capital

Receita de
Classificação Detalhamento
Capital
Registram o valor da arrecadação decorrente
Operações de crédito
de empréstimos internos obtidos de entidades
internas
Operações de estatais ou particulares.
crédito Demonstram o valor da arrecadação da
Operações de crédito
receita decorrente de empréstimos obtidos de
externas
organizações sediadas no exterior.

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Receitas e Despesas Públicas
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Receita de
Classificação Detalhamento
Capital
Registram o valor da arrecadação da receita
Alienação de bens de alienação de bens móveis, tais como:
móveis títulos, mercadorias, bens inservíveis ou
Alienação de bens desnecessários e outros.
Detalha o valor da arrecadação da receita de
Alienação de bens
alienação de bens imóveis, de propriedade do
imóveis
Estado.
Representa o ingresso proveniente da
amortização, ou seja, parcela referente ao
Amortização de empréstimos recebimento de parcelas de empréstimos
ou financiamentos concedidos em títulos ou
contratos.
Registram o valor das receitas recebidas
Transferências
através de transferências ocorridas entre
Intergovernamentais
diferentes esferas de governo.
Transferências do São receitas oriundas de transferências
Exterior recebidas do exterior.
Transferências de
Representam o valor dos recursos oriundos
Capital
de convênios firmados, com ou sem
contraprestação de serviços, por entidades
Transferências de
públicas de qualquer espécie, ou entre estas e
convênios
organizações particulares, para a realização de
objetivos de interesse comum dos partícipes,
destinados a custear despesas de capital.
Demonstram o valor da arrecadação de
outras receitas, de natureza eventual, não
Outras receitas de
Outras receitas contempladas no plano de contas. Neste título
capital
são classificadas as receitas de capital que não
atendam às especificações anteriores.

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MAPAS MENTAIS

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Receitas e Despesas Públicas
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA ADMI-
NISTRATIVA/2020) Quanto ao impacto que exercem sobre o patrimônio do ente público, a
despesa orçamentária efetiva e a despesa orçamentária não efetiva constituem fatos contá-
beis, respectivamente:
a) modificativo diminutivo e modificativo aumentativo.
b) modificativo aumentativo e permutativo.
c) modificativo aumentativo e modificativo diminutivo.
d) modificativo diminutivo e permutativo.
e) permutativo e modificativo diminutivo.

002. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA ADMI-


NISTRATIVA/2020) Caso a liquidação da despesa orçamentária ocorra de forma concomitan-
te com o fato gerador da prestação do serviço, a variação patrimonial diminutiva:
a) será contabilizada no momento do empenho da despesa orçamentária.
b) será contabilizada com a liquidação da despesa orçamentária.
c) será contabilizada no momento do pagamento da despesa orçamentária.
d) não será contabilizada porque já cumpriu o ritual da execução orçamentária.
e) não será contabilizada porque essa transação configura fato permutativo, ou seja, não afeta
a situação patrimonial líquida.

003. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA ADMI-


NISTRATIVA/2020) A legislação e os normativos vigentes autorizam as entidades públicas a
utilizar a dotação específica destinada a despesas de exercícios anteriores para pagar:
a) uma compra de material de expediente que, em razão de sua urgência, não pôde se subordi-
nar ao processo normal da execução orçamentária.
b) uma despesa relativa à aquisição de computadores recebidos no ano x1, com o devido ates-
to da nota fiscal, mas que só foi paga no ano x2.
c) uma compra de medicamentos empenhada no ano x1, mas cuja entrega e consequente pa-
gamento só foram feitos no ano x2.
d) uma despesa com aluguel que prescreveu no ano x1, mas cuja prescrição foi interrompida
no ano x2, em razão da permanência do direito do credor.
e) um contrato de serviços terceirizados licitado, porém não empenhado, em razão da ausên-
cia de assinatura do contrato.

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O exercício foi aprovado de acordo com as normas vigentes e, durante o exercício, as despesas
orçamentárias realizadas já possuíam alguma dotação na LOA. A única fonte utilizada para
abertura de créditos adicionais foi o excesso de arrecadação.

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004. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA ADMI-


NISTRATIVA/2020) De acordo com os dados apresentados no texto acima, o total da receita
orçamentária corrente realizada, em mil R$, foi de:
a) 7.200.
b) 13.000.
c) 14.300.
d) 18.500.
e) 21.700.

005. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA ADMI-


NISTRATIVA/2020) Depreende-se dos dados apresentados no texto acima que o total da des-
pesa extraorçamentária, em mil R$, foi de:
a) 1.800.
b) 3.300.
c) 5.400.
d) 6.800.
e) 10.600.

006. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA ADMI-


NISTRATIVA/2020) Depreende-se dos dados apresentados no texto acima que o total da des-
pesa orçamentária de capital realizada, em mil R$, foi de:
a) 4.300.
b) 6.100.
c) 7.300.
d) 10.400.
e) 12.200.
Determinada entidade contratou dois funcionários para a área de vendas no primeiro dia do
mês. No dia 15 do referido mês, esses dois funcionários receberam adiantamentos correspon-
dentes a 30% dos salários a que tinham direito no mês. O restante foi pago no quinto dia útil do
mês subsequente. A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir.

007. (CESPE/SECRETARIA DE FAZENDA DO DISTRITO FEDERAL-DF/AUDITOR FISCAL DA


RECEITA DO DISTRITO FEDERAL/2020) Os adiantamentos pagos aos funcionários no dia 15
do referido mês são considerados fatos modificativos porque reduzem o ativo (saída de caixa)
e reduzem o patrimônio (reconhecimento de despesa).

008. (CESPE/SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA DO ALAGOAS-AL/AUDITOR DE FI-


NANÇAS E CONTROLE DE ARRECADAÇÃO DA FAZENDA ESTADUAL/2020) Em alguns ca-
sos, a cronologia das etapas da receita orçamentária − previsão, lançamento, arrecadação e
recolhimento − não precisa necessariamente ser observada, uma vez que nem todas as etapas
ocorrem para todos os tipos de receitas orçamentárias.

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009. (CESPE/SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA DO ALAGOAS-AL/AUDITOR DE FI-


NANÇAS E CONTROLE DE ARRECADAÇÃO DA FAZENDA ESTADUAL/2020) Somente no
efetivo ingresso do recurso a receita orçamentária será contabilmente reconhecida.

010. (CESPE/SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA-DF/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS


SÓLIDOS−ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) A variação patrimonial diminutiva não pode
ser reconhecida antes da liquidação da despesa orçamentária.

011. (CESPE/SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA-DF/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS


SÓLIDOS-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) O momento do fato gerador do imposto pode
ser utilizado para o reconhecimento da receita orçamentária, independentemente do recebi-
mento desses valores.

012. (CESPE/SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA-DF/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS


SÓLIDOS-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) Diferentemente da contabilidade societária,
que adota o regime de competência, nos entes públicos, a despesa orçamentária é contabiliza-
da no momento em que os recursos saem do caixa.

013. (CESPE/SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA-DF/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS


SÓLIDOS-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) A liquidação, um dos estágios da despesa pú-
blica, corresponde à etapa que precede o empenho.

014. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA MI-


NISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) O contrato de limpeza e conservação, no
valor mensal de R$ 32.000, do prédio onde funcionam um ente público e uma empresa espe-
cializada encerrou-se em 30/11/20X7; conforme contrato, o pagamento ocorria até o dia 5 do
mês subsequente ao da prestação do serviço. Diante da necessidade de manutenção do servi-
ço, considerado essencial, o ordenador de despesas do referido ente autorizou a manutenção
ininterrupta do serviço, mesmo tendo sido firmado o novo contrato somente em 1º/2/20X8. As
notas fiscais do período até 30/10/20X7 foram devidamente atestadas e pagas, e o empenho
referente ao mês de novembro de 20X7 estava pendente, aguardando o envio da nota fiscal
correspondente. Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Em 5/2/20X8, pode ser feito o pagamento referente a três meses de serviço, caso haja o
ateste das notas fiscais de dezembro de 20X7 e de janeiro de 20X8, a título de despesas de
exercícios anteriores.
b) Em 5/1/20X8, caso seja enviada a nota fiscal referente ao mês de novembro de 20X7, po-
dem ser feitos o empenho, a liquidação e o pagamento, a título de despesas de exercícios
anteriores.

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c) Em 5/12/20X7, caso seja enviada a nota fiscal referente ao mês de novembro de 20X7,
podem ser feitos o empenho, a liquidação e o pagamento, a título de despesas de exercícios
anteriores.
d) Em 5/11/20X7, devem ser feitos o empenho e a liquidação referentes ao mês de novembro,
registrando-se a despesa do exercício, enquanto o pagamento deve aguardar apenas o envio
da nota fiscal.
e) Em 5/3/20X8, pode ser feito o pagamento referente a quatro meses, se houver o ateste das
notas fiscais de novembro e dezembro de 20X7, a título de despesas de exercícios anteriores,
e de janeiro e fevereiro de 20X8, a título de despesas do exercício.
A tabela a seguir mostra a movimentação hipotética da União, em R$ milhões, no exercício de
20X9; o mobiliário pago no exercício foi adquirido e entregue em 20X8. Foi liquidado o equiva-
lente a 80% da despesa empenhada e pagos 50% da despesa de capital:

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015. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA MI-


NISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) Tendo como referência o texto acima e de
acordo com as normas vigentes, o montante de receita extraorçamentária, em milhões de re-
ais, foi de:
a) 1.800.
b) 3.900.
c) 9.000.
d) 11.800.
e) 17.900.

016. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA


MINISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) Ainda com referência ao texto acima,
a receita de capital, em milhões de reais e segundo o aspecto orçamentário, foi de:
a) 4.200.
b) 6.300.
c) 9.700.
d) 13.000.
e) 15.100.

017. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA


MINISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) Ainda com relação ao texto acima, a
despesa de capital realizada, em milhões de reais e segundo o aspecto orçamentário, foi de:
a) 8.800.
b) 9.700.
c) 14.300.
d) 16.400.
e) 17.800.

018. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA


MINISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) A partir do texto acima, é correto in-
ferir que a despesa total realizada, em milhões de reais e segundo o aspecto patrimo-
nial, foi de:
a) 11.700.
b) 12.500.
c) 20.500
d) 24.900.
e) 26.000.

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019. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA


MINISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) Em relação ao conceito e à classifica-
ção das receitas públicas, assinale a opção correta.
a) Consideram-se receitas públicas as entradas de recursos financeiros de caráter com-
pensatório, tais como retenções e garantias.
b) Embora seja item da receita orçamentária, o superavit do orçamento corrente não pode
ser considerado uma receita de capital.
c) Receitas efetivas resultam em aumento na situação patrimonial líquida da administra-
ção pública.
d) Receitas tributárias, de contribuições e de alienações de bens são consideradas receitas
correntes.
e) São receitas de capital as receitas de operações de crédito, de serviços, e de amortização
de empréstimos.

020. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA MI-


NISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) No que diz respeito aos conceitos de ingres-
sos e receitas públicas e às classificações das receitas públicas, julgue os itens a seguir.
I – Nem todo ingresso público é uma receita pública, mas toda receita pública é um ingres-
so público.
II – As receitas tributárias são consideradas receitas originárias.
III – As amortizações de empréstimos são consideradas receitas correntes. Assinale a op-
ção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

021. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA MI-


NISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) As receitas públicas oriundas de dividendos
recebidos de empresa pública estadual são classificadas como:
a) tributárias.
b) patrimoniais.
c) industriais ou de serviços, a depender da natureza da atividade empresarial.
d) transferências correntes.
e) outras receitas correntes.

022. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) Caso a única receita de um conselho federal profissional seja oriunda
das contribuições dos profissionais registrados, as normas de contabilidade pública devem ser
aplicadas aos registros desse conselho.

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023. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA CON-


TABILIDADE/2019)

O montante da receita orçamentária corrente foi inferior a R$ 3.600.000.

024. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) Com base na tabela anterior, julgue o item seguinte.
O total da despesa realizada sob a ótica orçamentária foi inferior a R$ 6.500.000.

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025. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) Com base na tabela anterior, julgue o item seguinte.
O montante da despesa orçamentária de capital foi superior a R$ 3.000.000.

026. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) Com base na tabela anterior, julgue o item seguinte.
O montante da receita extraorçamentária foi superior a R$ 1.000.000.

027. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) Sob a ótica patrimonial, o tratamento a ser dado ao evento “lança-
mento do IPVA do exercício” deve ser o reconhecimento da receita.

028. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) O lançamento da receita ocorre especificamente quando determina-
do crédito tributário vencido é inscrito na dívida ativa do poder público.

029. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) No momento da concessão de determinado suprimento de fundos
ao servidor responsável, deve-se debitar a conta caixa e equivalentes em moeda nacional e
creditar a conta adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros.

030. (CESPE/TRIBUNAL DE CONTAS DE RONDÔNIA-RO/PROCURADOR/2019) A respeito


de despesa pública, assinale a opção correta.
a) Despesas destinadas à construção de viadutos deverão ser classificadas como despesas
correntes de custeio.
b) O empenho é a última etapa do ciclo de realização da despesa pública.
c) Despesas destinadas ao aumento de capital em empresa pública comercial ou financeira
deverão ser classificadas como despesas correntes da categoria investimentos.
d) A liquidação consiste na fase do ciclo da despesa que corresponde ao efetivo desembolso
dos recursos em contraprestação à obra ou ao serviço contratado.
e) A legislação admite tanto o empenho por estimativa quanto o empenho global de despesas
contratuais sujeitas a parcelamento.

031. (CESPE/TRIBUNAL DE CONTAS DE RONDÔNIA-RO/AUDITOR DE CONTROLE EX-


TERNO-ÁREA ADMINISTRAÇÃO/2019) O estágio de empenho da despesa pública tem
por objetivo:
a) determinar a origem da despesa e o objeto que se deve pagar.
b) apurar a importância exata a ser paga.
c) definir a quem se deve pagar, para extinguir a obrigação.
d) criar para o Estado obrigação de pagamento.
e) determinar que a despesa seja paga.
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032. (CESPE/TRIBUNAL DE CONTAS DE RONDÔNIA-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTER-


NO-ÁREA ADMINISTRAÇÃO/2019) De acordo com o MCASP 8ª edição, o registro contábil em
que há o reconhecimento de crédito tributário em favor da fazenda pública, em contrapartida a
uma variação patrimonial aumentativa, deve ocorrer na etapa da receita orçamentária de:
a) previsão.
b) arrecadação.
c) lançamento.
d) recolhimento.
e) execução.

033. (CESPE/TRIBUNAL DE CONTAS DE RONDÔNIA-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTER-


NO-ÁREA ADMINISTRAÇÃO/2019) As restituições dos recursos de suprimentos de fundos
que não tenham sido aplicados pela União, recolhidas após o encerramento do exercício,
constituirão:
a) receita extraorçamentária.
b) anulação de despesa realizada.
c) despesa de exercícios seguintes.
d) anulação de despesa não realizada.
e) receita orçamentária.

034. (FGV/DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-RJ/TÉCNICO SUPE-


RIOR ESPECIALIZADO-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) Em sentido amplo, os ingressos
de recursos financeiros nos cofres do Estado denominam-se receitas públicas, embora nem
todos esses recursos sejam receitas orçamentárias. Alguns ingressos de recursos financeiros
nos cofres públicos têm natureza extraorçamentária, que se caracteriza pelo fato de:
a) envolver somente receitas derivadas.
b) poder ser prevista, ou não, no orçamento.
c) poder ser efetiva ou não efetiva.
d) representar recursos de natureza transitória.
e) ser fonte exclusiva de recursos para a cobertura de despesas públicas.

035. (FCC/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO-MA/TÉCNICO JUDICIÁRIO-TÉCNICO


EM CONTABILIDADE/2019) De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor
Público (MCASP), receitas:
a) orçamentárias não efetivas são aquelas em que os ingressos de disponibilidades de re-
cursos foram precedidos de registro do reconhecimento de direito e constituem obrigações
correspondentes.
b) orçamentárias efetivas são aquelas em que os ingressos de disponibilidade de recursos não
foram precedidos de registro de reconhecimento de direito, tais como as receitas com opera-
ções de crédito.

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Receitas e Despesas Públicas
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c) orçamentárias são recursos financeiros de caráter temporário, dos quais o Estado é uma
espécie de agente depositário, por isso integram a Lei Orçamentária Anual (LOA).
d) extraorçamentárias são recursos financeiros que ingressam durante o exercício social e que
aumentam o saldo financeiro da instituição, a fim de viabilizar a execução das políticas públicas.
e) orçamentárias correntes são arrecadadas dentro do exercício financeiro, aumentam as dis-
ponibilidades financeiras do Estado e provocam, em geral, efeitos sobre o patrimônio líquido
por meio da constituição de dívidas.

036. (FCC/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO-MA/TÉCNICO JUDICIÁRIO-TÉCNICO


EM CONTABILIDADE/2019) São espécies de receitas correntes:
a) impostos e integralização de capital social.
b) contribuições de melhoria e operações de créditos internas.
c) contribuições de melhoria e receita de serviços administrativos e gerais.
d) taxas e alienação de bens móveis.
e) contribuições para entidades privadas de serviço social e resultado do Banco Central.

037. (FCC/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO-MA/TÉCNICO JUDICIÁRIO-TÉCNICO


EM CONTABILIDADE/2019) Despesas de Exercícios Anteriores são aquelas:
a) geradas para atender a demandas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais,
que exijam pronto pagamento.
b) cujos fatos geradores ocorreram em exercícios anteriores àquele em que deva ocorrer o
pagamento.
c) de caráter sigiloso, pagas ao responsável por dois suprimentos até o exercício social vigente.
d) referentes ao adiantamento de valores a um servidor, para futura prestação de contas.
e) regularmente empenhadas, no exercício atual, mas pagas e canceladas até o exercício finan-
ceiro vigente.

038. (FCC/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO-MA/TÉCNICO JUDICIÁRIO-TÉCNICO


EM CONTABILIDADE/2019) O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP)
estabelece que:
a) as variações patrimoniais diminutivas diminuem a situação patrimonial líquida da entidade
e são evidenciadas na Demonstração das Variações Patrimoniais.
b) as variações patrimoniais aumentativas são receitas orçamentárias evidenciadas na De-
monstração do Valor Adicionado.
c) as variações patrimoniais diminutivas são realizadas por competência quando do recebi-
mento efetivo de doações e subvenções.
d) as receitas sem contraprestação são exemplos de variações patrimoniais diminutivas de
realce no Balanço Patrimonial.
e) as variações patrimoniais aumentativas aumentam o patrimônio líquido do ente, pois são
oriundas de contribuições dos proprietários e, por isso, figuram na Demonstração de Mutações
do Patrimônio Líquido.

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039. (VUNESP/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO-SP/ADMINISTRADOR JUDICIÁ-


RIO/2019) O suprimento de fundos é caracterizado por ser um adiantamento de valores a um
servidor para futura prestação de contas. Esse adiantamento constitui despesa orçamentária,
ou seja, para conceder o recurso ao suprido, é necessário percorrer os três estágios da despe-
sa orçamentária. Nesse sentido, assinale a contabilização correta da natureza da informação
orçamentária no momento do empenho da despesa.
a) D 3.2.2.1.1.xx.xx Disponibilidades
C 6.2.2.1.3.01.xx DDR Comprometida por Empenho
b) D 6.2.2.1.1.xx.xx Crédito Disponível
C 6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar
c) D 3.2.2.1.1.xx.xx Valor Disponível
C 5.2.2.1.3.01.xx Despesa Empenhada a Liquidar
d) D 8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por Destinação de Recursos (DDR)
C 8.2.1.1.2.xx.xx DDR Comprometida por Empenho
e) D6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar
C 6.2.2.1.3.03.xx Crédito Empenhado Liquidado a Pagar

040. (VUNESP/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO-SP/CONTADOR JUDICIÁRIO/2019)


Uma entidade do setor público recebeu antecipadamente, no período, por meio de acordos que
ainda não se tornaram obrigatórios, recursos no valor de R$ 2.670.000,00. Nesse sentido, no
momento do recebimento antecipado, a entidade:
a) deve reconhecer um ativo e uma obrigação presente.
b) não deve realizar registro, uma vez que os acordos não são obrigatórios.
c) deve reconhecer uma variação patrimonial aumentativa.
d) deve evidenciar uma despesa orçamentária.
e) deve registrar uma receita com valorização.

041. (FCC/SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


E CONTROLE INTERNO DO AMAZONAS-AM/AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS MUNICI-
PAIS/2019) Considere as informações a seguir, referentes à aquisição e à distribuição de 220
mochilas escolares em determinada entidade pública municipal.
• 25/1/2019: empenho da despesa no valor de R$ 11.000,00, referente à aquisição de 220
mochilas escolares.
• 5/2/2019: o fornecedor entregou as 220 mochilas escolares; nessa mesma data, a des-
pesa foi liquidada pelo valor total do empenho.
• 19/2/2019: pagamento da despesa referente à aquisição das 220 mochilas escolares
pelo valor total do empenho.
• 4/3/2019: distribuição das 220 mochilas escolares aos alunos do ensino fundamental
de uma escola municipal.

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De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, o resultado de execução


orçamentária, apurado conforme a Lei n. 4.320/1964, e o resultado patrimonial da entidade
pública municipal foram impactados, respectivamente, em:
a) 25/1/2019 e 5/2/2019.
b) 25/1/2019 e 4/3/2019.
c) 19/2/2019 e 5/2/2019.
d) 19/2/2019 e 4/3/2019.
e) 5/2/2019 e 5/2/2019.

042. (FCC/SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E


CONTROLE INTERNO DO AMAZONAS-AM/ASSISTENTE TÉCNICO FAZENDÁRIO/2019) De
acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, o pagamento de restos a
pagar processados no valor de R$ 89.000,00 corresponde a:
a) uma despesa orçamentária de capital.
b) uma despesa orçamentária corrente.
c) uma variação patrimonial diminutiva.
d) um ingresso extraorçamentário.
e) um dispêndio extraorçamentário.

043. (FCC/SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DA BAHIA-BA/AUDITOR FISCAL/2019)


Em janeiro de 2019, determinada entidade pública arrecadou receitas no valor de R$ 763.500,00,
com Valores Mobiliários, e no valor de R$ 1.340.000,00, com Exploração de Recursos Naturais.
Assim, de acordo com o Ementário da Receita, aquelas arrecadadas em janeiro de 2019 devem
ser classificadas quanto à origem, respectivamente, como:
a) Receita de Capital e Receita Corrente.
b) Receita Corrente e Receita Corrente.
c) Outras Receitas de Capital e Outras Receitas Correntes.
d) Receita Patrimonial e Receita Agropecuária.
e) Receita Patrimonial e Receita Patrimonial.

044. (FCC/SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DA BAHIA-BA/AUDITOR FISCAL/2019)


As seguintes informações sobre as receitas de determinado ente público estadual, referentes
ao exercício financeiro de 2018, foram extraídas do seu sistema de contabilidade:
• arrecadação de R$ 8.850.000,00, referente ao valor principal de impostos;
• arrecadação de R$ 800.000,00, referente à Exploração do Patrimônio Imobiliário do Estado;
• obtenção de R$ 650.000.000,00, referente às Operações de Crédito por Antecipação de
Receita Orçamentária;
• obtenção de R$ 500.000.000,00, referente às Operações de Crédito − Mercado Interno;

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• arrecadação de R$ 130.000,00, referente à Delegação de Serviços Públicos Mediante


Concessão, Permissão, Autorização ou Licença;
• arrecadação de R$ 100.000,00, referente às Indenizações, Restituições e Ressarcimentos;
• alienação de Bens Imóveis, à vista, por R$ 80.000,00, cujo resultado com a venda foi
igual a zero;
• arrecadação de R$ 50.000,00, referente ao valor de multas e juros de mora de Impostos;
• arrecadação de R$ 20.000,00, referente a Serviços Administrativos e Comerciais Gerais.
Com base nessas informações tomadas em conjunto, o valor da receita de capital arrecadada
no exercício financeiro de 2018 pelo referido ente público estadual foi, em reais:
a) 500.880.000,00
b) 1.150.130.000,00.
c) 1.150.080.000,00.
d) 500.080.000,00.
e) 1.150.880.000,00.

045. (FCC/SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO DO AMAPÁ-AP/ANALISTA DE


FINANÇAS/2018) De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, a
obtenção de operação de crédito por antecipação de receita orçamentária, no valor de R$
500.000,00, e a devolução de depósito caução, no valor de R$ 35.000,00, correspondem, res-
pectivamente:
a) a um ingresso extraorçamentário e a um dispêndio extraorçamentário.
b) a um ingresso extraorçamentário e a uma despesa orçamentária.
c) a uma receita orçamentária de capital e a uma despesa orçamentária.
d) a uma receita orçamentária de capital e a um dispêndio extraorçamentário.
e) a uma receita orçamentária corrente e a um dispêndio extraorçamentário.

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GABARITO

1. d 36. c
2. b 37. b
3. b 38. a
4. c 39. b
5. d 40. a
6. e 41. b
7. E 42. e
8. C 43. e
9. C 44. d
10. E 45. a
11. E
12. E
13. E
14. b
15. c
16. c
17. a
18. b
19. c
20. a
21. b
22. E
23. C
24. C
25. E
26. C
27. C
28. E
29. E
30. e
31. d
32. c
33. e
34. d
35. a

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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO -ÁREA ADMI-
NISTRATIVA/2020) Quanto ao impacto que exercem sobre o patrimônio do ente público, a
despesa orçamentária efetiva e a despesa orçamentária não efetiva constituem fatos contá-
beis, respectivamente:
a) modificativo diminutivo e modificativo aumentativo.
b) modificativo aumentativo e permutativo.
c) modificativo aumentativo e modificativo diminutivo.
d) modificativo diminutivo e permutativo.
e) permutativo e modificativo diminutivo.

A classificação das despesas públicas está relacionada com o impacto gerado no patrimônio
da entidade do setor público, por isso elas podem ser:
• efetivas; e
• não efetivas.
A despesa orçamentária efetiva é aquela que, no momento de sua realização, gera impacto ad-
verso na situação líquida da entidade do setor público, reduzindo-a. Por essa razão, a despesa
orçamentária efetiva gera um fato contábil modificativo.
Por sua vez, a despesa orçamentária não efetiva é aquela que, na sua realização, não gera im-
pactos na situação líquida da entidade do setor público, mantendo-a constante; é tratada como
fato contábil permutativo.
Letra d.

002. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA ADMI-


NISTRATIVA/2020) Caso a liquidação da despesa orçamentária ocorra de forma concomitan-
te com o fato gerador da prestação do serviço, a variação patrimonial diminutiva:
a) será contabilizada no momento do empenho da despesa orçamentária.
b) será contabilizada com a liquidação da despesa orçamentária.
c) será contabilizada no momento do pagamento da despesa orçamentária.
d) não será contabilizada porque já cumpriu o ritual da execução orçamentária.
e) não será contabilizada porque essa transação configura fato permutativo, ou seja, não afeta
a situação patrimonial líquida.

Há três momentos em que a VPD poderá ser reconhecida: antes, durante ou depois do fato
gerador. Vamos revisar os conceitos e os momentos:
• a VPD é reconhecida antes da liquidação da despesa nos casos do décimo terceiro sa-
lário (13º). Em geral, o empenho, a liquidação e o pagamento do 13º ocorrem em novem-
bro e dezembro do ano corrente, mas os serviços de contabilidade reconhecem a varia-
ção patrimonial diminutiva (VPD) pelo regime de competência, portanto, mensalmente.

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• a VPD poderá ser reconhecida de maneira simultânea à liquidação da despesa e de seu


fato gerador, como no recebimento de nota fiscal de serviços prestados por uma contra-
tada. Nesse caso, no momento da liquidação já ocorre o reconhecimento contábil da VPD.
• por outro lado, a VPD poderá ser reconhecida após a liquidação da despesa. Nesse caso,
o fato gerador da obrigação exigível já ocorreu antes ou foi concomitante à liquidação, e
a VPD vem depois. Exemplo desse evento é a aquisição de material de consumo para o
almoxarifado. A VPD é reconhecida quando do uso, portanto, posteriormente.

No caso da questão, temos o reconhecimento simultâneo, porque há a realização da despesa


tanto sob os aspectos orçamentários quanto sob os aspectos patrimoniais.
Letra b.

003. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA ADMI-


NISTRATIVA/2020) A legislação e os normativos vigentes autorizam as entidades públicas a
utilizar a dotação específica destinada a despesas de exercícios anteriores para pagar:
a) uma compra de material de expediente que, em razão de sua urgência, não pôde se subordi-
nar ao processo normal da execução orçamentária.
b) uma despesa relativa à aquisição de computadores recebidos no ano x1, com o devido ates-
to da nota fiscal, mas que só foi paga no ano x2.
c) uma compra de medicamentos empenhada no ano x1, mas cuja entrega e consequente pa-
gamento só foram feitos no ano x2.
d) uma despesa com aluguel que prescreveu no ano x1, mas cuja prescrição foi interrompida
no ano x2, em razão da permanência do direito do credor.
e) um contrato de serviços terceirizados licitado, porém não empenhado, em razão da ausên-
cia de assinatura do contrato.

Embora com redação confusa, a questão espera que o candidato marque a opção que carac-
teriza despesas de exercícios anteriores, que são aquelas cujos fatos geradores ocorreram em
exercícios anteriores ao exercício em que deva ocorrer o seu pagamento.
Sobre as DEA, o artigo 37 da Lei n. 4.320/1964 especifica que:

As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito


próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria,
bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após
o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica
consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem
cronológica. (grifo nosso)

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O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) detalha que:

Para fins de identificação como despesas de exercícios anteriores, considera-se:


a. Despesas que não se tenham processado na época própria, como aquelas cujo empenho tenha
sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que,
dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;
b. Restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha
sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;
c. Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento cria-
da em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do
exercício correspondente.

Após a revisão do conceito, percebemos que somente a letra “b” atende às característi-
cas das DEA.
Letra b.

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O exercício foi aprovado de acordo com as normas vigentes e, durante o exercício, as despesas
orçamentárias realizadas já possuíam alguma dotação na LOA. A única fonte utilizada para
abertura de créditos adicionais foi o excesso de arrecadação.

004. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA ADMI-


NISTRATIVA/2020) De acordo com os dados apresentados no texto acima, o total da receita
orçamentária corrente realizada, em mil R$, foi de:
a) 7.200.
b) 13.000.
c) 14.300.
d) 18.500.
e) 21.700.

Quando se deparar com questões que tenham tabela, recomendo fortemente que faça uma
classificação dos itens antes de ler o enunciado, pois eles podem confundi-lo(a).
Vamos estruturar a resposta em uma tabela, com os títulos e os respectivos valores:

Receitas Correntes
Arrecadação de Impostos 5.800
Recebimento de Taxas 4.100
Aluguéis 3.100
Royalties 1.300
Total 14.300
Letra c.

005. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA ADMI-


NISTRATIVA/2020) Depreende-se dos dados apresentados no texto acima que o total da des-
pesa extraorçamentária, em mil R$, foi de:
a) 1.800.
b) 3.300.
c) 5.400.
d) 6.800.
e) 10.600.

Quando se deparar com questões que tenham tabela, recomendo fortemente que faça uma
classificação dos itens antes de ler o enunciado, pois eles podem confundi-lo(a).
Vamos estruturar a resposta em uma tabela, com os títulos e os respectivos valores:

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Despesas Extraorçamentárias
Restos a Pagar Processados 3.500
Pagamento de Antecip. de Receita
1.800
Orçamentária
Devolução de Depósitos 1.500
Total 6.800
Letra d.

006. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARÁ-PA/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA ADMI-


NISTRATIVA/2020) Depreende-se dos dados apresentados no texto acima que o total da des-
pesa orçamentária de capital realizada, em mil R$, foi de:
a) 4.300.
b) 6.100.
c) 7.300.
d) 10.400.
e) 12.200.

Quando se deparar com questões que tenham tabela, recomendo fortemente que faça uma
classificação dos itens antes de ler o enunciado, pois eles podem confundi-lo(a).
Vamos estruturar a resposta em uma tabela, com os títulos e os respectivos valores:

Despesas Extraorçamentárias
Pagamento de dívida com FMI 4.300
Aquisição de veículos 7.900
12.200
Total

Letra e.
Determinada entidade contratou dois funcionários para a área de vendas no primeiro dia do
mês. No dia 15 do referido mês, esses dois funcionários receberam adiantamentos correspon-
dentes a 30% dos salários a que tinham direito no mês. O restante foi pago no quinto dia útil do
mês subsequente. A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir.

007. (CESPE/SECRETARIA DE FAZENDA DO DISTRITO FEDERAL-DF/AUDITOR FISCAL DA


RECEITA DO DISTRITO FEDERAL/2020) Os adiantamentos pagos aos funcionários no dia 15
do referido mês são considerados fatos modificativos porque reduzem o ativo (saída de caixa)
e reduzem o patrimônio (reconhecimento de despesa).

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Os adiantamentos concedidos aos funcionários são fatos contábeis permutativos, pois redu-
zem o saldo de disponibilidades – pela saída de recursos do caixa – e aumentam o saldo da
conta de adiantamentos concedidos (1.1.3.1.0.00.00), que é uma conta do Ativo; são permuta-
tivos porque não alteram a situação líquida da entidade do setor público.
Errado.

008. (CESPE/SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA DO ALAGOAS-AL/AUDITOR DE FI-


NANÇAS E CONTROLE DE ARRECADAÇÃO DA FAZENDA ESTADUAL/2020) Em alguns ca-
sos, a cronologia das etapas da receita orçamentária − previsão, lançamento, arrecadação e
recolhimento − não precisa necessariamente ser observada, uma vez que nem todas as etapas
ocorrem para todos os tipos de receitas orçamentárias.

De fato, existem receitas que não passarão por todos os estágios previstos.

EXEMPLO
A doação não passará pelo estágio da previsão, assim como não passará pelo estágio do
lançamento.

Certo.

009. (CESPE/SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA DO ALAGOAS-AL/AUDITOR DE FI-


NANÇAS E CONTROLE DE ARRECADAÇÃO DA FAZENDA ESTADUAL/2020) Somente no
efetivo ingresso do recurso a receita orçamentária será contabilmente reconhecida.

Cuidado com as pegadinhas, ok?! Preste atenção, pois o enunciado está trabalhando com
receita orçamentária; dessa forma, devemos adotar aqui a visão da Lei federal n. 4.320/1964,
portanto a receita será tratada pelo regime de caixa, no efetivo ingresso.
Este mapa mental vai ajudá-lo(a) a fixar os conceitos:

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Certo.

010. (CESPE/SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA-DF/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS


SÓLIDOS-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) A variação patrimonial diminutiva não pode
ser reconhecida antes da liquidação da despesa orçamentária.

Há três momentos em que a VPD poderá ser reconhecida: antes, durante ou depois do fato
gerador. Vamos revisar os conceitos e os momentos:
• a VPD é reconhecida antes da liquidação da despesa nos casos do décimo terceiro sa-
lário (13º). Em geral, o empenho, a liquidação e o pagamento do 13º ocorrem em novem-
bro e dezembro do ano corrente, mas os serviços de contabilidade reconhecem a varia-
ção patrimonial diminutiva (VPD) pelo regime de competência, portanto, mensalmente.
• a VPD poderá ser reconhecida de maneira simultânea à liquidação da despesa e de seu
fato gerador, como no recebimento de nota fiscal de serviços prestados por uma contra-
tada. Nesse caso, no momento da liquidação já ocorre o reconhecimento contábil da VPD.

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• por outro lado, a VPD poderá ser reconhecida após a liquidação da despesa. Nesse caso,
o fato gerador da obrigação exigível já ocorreu antes ou foi concomitante à liquidação, e
a VPD vem depois. Exemplo desse evento é a aquisição de material de consumo para o
almoxarifado. A VPD é reconhecida quando do uso, portanto, posteriormente.

Vamos, mais uma vez, ao nosso mapa mental:

Errado.

011. (CESPE/SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA-DF/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS


SÓLIDOS-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) O momento do fato gerador do imposto pode
ser utilizado para o reconhecimento da receita orçamentária, independentemente do recebi-
mento desses valores.

Mais uma questão que demanda atenção em relação ao regime que está sendo abordado. O
enunciado trabalha com o enfoque orçamentário, portanto a receita será reconhecida quando
ocorrer o efetivo ingresso. Esse é o erro da questão.
De novo! Mapa mental “na veia” para não errar questões na prova:

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Errado.

012. (CESPE/SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA-DF/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS


SÓLIDOS-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) Diferentemente da contabilidade societária,
que adota o regime de competência, nos entes públicos, a despesa orçamentária é contabiliza-
da no momento em que os recursos saem do caixa.

A questão inicia afirmando, corretamente, que na contabilidade societária é adotado o regime


de competência, mas falha ao afirmar que a despesa orçamentária é contabilizada no momen-
to em que os recursos saem do caixa. Contabilizar a despesa somente no momento em que o
recurso sai do caixa caracteriza o regime de caixa e, no âmbito público, por força do art. 35 da
Lei n. 4.320/1964, o regime é misto. Confira no mapa mental:

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Errado.

013. (CESPE/SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA-DF/ANALISTA DE GESTÃO DE RESÍDUOS


SÓLIDOS-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) A liquidação, um dos estágios da despesa pú-
blica, corresponde à etapa que precede o empenho.

Os estágios da despesa pública são: fixação (doutrinariamente), empenho, liquidação e


pagamento.
Vamos ao mapa mental?

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Errado.

014. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA MI-


NISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) O contrato de limpeza e conservação, no va-
lor mensal de R$ 32.000, do prédio onde funcionam um ente público e uma empresa especiali-
zada encerrou-se em 30/11/20X7; conforme contrato, o pagamento ocorria até o dia 5 do mês
subsequente ao da prestação do serviço. Diante da necessidade de manutenção do serviço,
considerado essencial, o ordenador de despesas do referido ente autorizou a manutenção inin-
terrupta do serviço, mesmo tendo sido firmado o novo contrato somente em 1º/2/20X8. As
notas fiscais do período até 30/10/20X7 foram devidamente atestadas e pagas, e o empenho
referente ao mês de novembro de 20X7 estava pendente, aguardando o envio da nota fiscal cor-
respondente. Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Em 5/2/20X8, pode ser feito o pagamento referente a três meses de serviço, caso haja o
ateste das notas fiscais de dezembro de 20X7 e de janeiro de 20X8, a título de despesas de
exercícios anteriores.
b) Em 5/1/20X8, caso seja enviada a nota fiscal referente ao mês de novembro de 20X7, podem
ser feitos o empenho, a liquidação e o pagamento, a título de despesas de exercícios anteriores.

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c) Em 5/12/20X7, caso seja enviada a nota fiscal referente ao mês de novembro de 20X7,
podem ser feitos o empenho, a liquidação e o pagamento, a título de despesas de exercícios
anteriores.
d) Em 5/11/20X7, devem ser feitos o empenho e a liquidação referentes ao mês de novembro,
registrando-se a despesa do exercício, enquanto o pagamento deve aguardar apenas o envio
da nota fiscal.
e) Em 5/3/20X8, pode ser feito o pagamento referente a quatro meses, se houver o ateste das
notas fiscais de novembro e dezembro de 20X7, a título de despesas de exercícios anteriores,
e de janeiro e fevereiro de 20X8, a título de despesas do exercício.

No caso apresentado pela banca, temos a figura das despesas de exercícios anteriores. São
despesas que se caracterizam por contar com os seus fatos geradores ocorridos em exercí-
cios anteriores àquele em que deva ocorrer o seu pagamento.
Sobre as DEA, o artigo 37 da Lei n. 4.320/1964 especifica que:

As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito


próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem
como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o en-
cerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consigna-
da no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) detalha que:

Para fins de identificação como despesas de exercícios anteriores, considera-se:


a. Despesas que não se tenham processado na época própria, como aquelas cujo empenho tenha
sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que,
dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;
b. Restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha
sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;
c. Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento cria-
da em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do
exercício correspondente.
Letra b.

A tabela a seguir mostra a movimentação hipotética da União, em R$ milhões, no exercício de


20X9; o mobiliário pago no exercício foi adquirido e entregue em 20X8. Foi liquidado o equiva-
lente a 80% da despesa empenhada e pagos 50% da despesa de capital:

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015. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA MI-


NISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) Tendo como referência o texto acima e de
acordo com as normas vigentes, o montante de receita extraorçamentária, em milhões de re-
ais, foi de:
a) 1.800.
b) 3.900.
c) 9.000.
d) 11.800.
e) 17.900.
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Quando se deparar com questões que tenham tabela, recomendo fortemente que faça uma
classificação dos itens antes de ler o enunciado, pois eles podem confundi-lo(a).
Vamos estruturar a resposta em uma tabela, com os títulos e os respectivos valores:

Receitas Extraorçamentárias

Operações de Crédito 3.500

Garantias recebidas 1.800

Inscrição de Restos a Pagar 3.700

Total 9.000

As despesas empenhadas foram de 4.600 reais referentes a:


• FPE;
• FPM;
• Aquisição dos computadores;
• Convênio para construção de escolas.

Desse total desse total de 4.600 a entidade pagou 50% das despesas de capital, logo, ela
pagou 1.800 x 50% = 900 reais. Assim, a inscrição como restos a pagar será de 4.600 - 900=
3.700 reais.
É uma questão um tanto quanto polêmica, porque temos a ARO, mas a banca examinadora
foi por outro caminho.
Letra c.

016. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA MI-


NISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) Ainda com referência ao texto acima, a re-
ceita de capital, em milhões de reais e segundo o aspecto orçamentário, foi de:
a) 4.200.
b) 6.300.
c) 9.700.
d) 13.000.
e) 15.100.

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Vamos estruturar a resposta em uma tabela, com os títulos e os respectivos valores:

Receitas de Capital
Alienação de bens 4.200
Amortização de empréstimos 5.500
Total 9.700

É polêmica, concordo, mas esse foi o raciocínio do CESPE.


Letra c.

017. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA MI-


NISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) Ainda com relação ao texto acima, a despe-
sa de capital realizada, em milhões de reais e segundo o aspecto orçamentário, foi de:
a) 8.800.
b) 9.700.
c) 14.300.
d) 16.400.
e) 17.800.

Vamos estruturar a resposta em uma tabela, com os títulos e os respectivos valores:

Despesas de Capital

Emissão de Títulos do Tesouro 3.400


Aquisição de Computadores 1.000
Pagamentos de Operações de Créditos –
1.600
Externas
Transferências de Capital 800
Integralização de Capital 2.000
Total 8.800

Letra a.

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018. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA MI-


NISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) A partir do texto acima, é correto inferir que
a despesa total realizada, em milhões de reais e segundo o aspecto patrimonial, foi de:
a) 11.700.
b) 12.500.
c) 20.500
d) 24.900.
e) 26.000.

Essa questão é daquelas que dá orgulho do Cespe. Para resolvê-la, primeiro é preciso abordar
os aspectos orçamentários, depois, partir para os aspectos patrimoniais.
Perceba que o enunciado afirma que 80% das despesas empenhadas foram liquidadas, portan-
to precisamos calcular o total empenhado e, na sequência, o liquidado.

Despesas Empenhadas
Pagamento de ARO 3.500
FOPAG 7.200
FPE 1.300
FPM 1.500
Computadores 1.000
Total 14.500

Desse total, 80% foram liquidados, então temos 11.600 liquidados que entrarão nos cálculos
das despesas sob o aspecto patrimonial. Além dos 11.600, teremos as despesas com depre-
ciação, $ 900.
As despesas sob o enfoque patrimonial, portanto, serão de R$ 12.500.
Letra b.

019. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALISTA MI-


NISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) Em relação ao conceito e à classificação
das receitas públicas, assinale a opção correta.
a) Consideram-se receitas públicas as entradas de recursos financeiros de caráter compensa-
tório, tais como retenções e garantias.
b) Embora seja item da receita orçamentária, o superavit do orçamento corrente não pode ser
considerado uma receita de capital.
c) Receitas efetivas resultam em aumento na situação patrimonial líquida da administra-
ção pública.
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d) Receitas tributárias, de contribuições e de alienações de bens são consideradas receitas


correntes.
e) São receitas de capital as receitas de operações de crédito, de serviços, e de amortização
de empréstimos.

No âmbito contábil, as receitas orçamentárias podem gerar dois tipos de impactos. Elas
podem ser:
• receitas orçamentárias efetivas; ou
• receitas orçamentárias não efetivas.
As receitas orçamentárias efetivas são aquelas que ingressam nos cofres públicos e em cujo
reconhecimento contábil não há uma contrapartida no passivo; não há, portanto, obrigações
correspondentes.
Como vimos, são exemplos de receitas orçamentárias efetivas os impostos recebidos pelas
entidades do setor público.
As receitas orçamentárias não efetivas, por sua vez, são aquelas cujo reconhecimento contá-
bil no ativo gera uma contrapartida no passivo; há o reconhecimento de uma obrigação pela
entidade do setor público. O exemplo clássico das receitas orçamentárias não efetivas são as
operações de crédito.
Vamos ao mapa mental?

Letra c.

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020. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ-PA/ANALIS-


TA MINISTERIAL-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) No que diz respeito aos concei-
tos de ingressos e receitas públicas e às classificações das receitas públicas, julgue os
itens a seguir.
I – Nem todo ingresso público é uma receita pública, mas toda receita pública é um ingresso público.
II – As receitas tributárias são consideradas receitas originárias.
III – As amortizações de empréstimos são consideradas receitas correntes. Assinale a op-
ção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

O item II está incorreto, porque as receitas tributárias derivam de competência legal do Estado,
portanto são receitas derivadas.
O item III também está incorreto, pois a amortização de empréstimos é despesa de capital.
Olhe o mapa mental, hein!

Letra a.

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021. (CESPE/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO ESTADO DO PARÁ−PA/ANALISTA MI-


NISTERIAL−ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) As receitas públicas oriundas de dividen-
dos recebidos de empresa pública estadual são classificadas como:
a) tributárias.
b) patrimoniais.
c) industriais ou de serviços, a depender da natureza da atividade empresarial.
d) transferências correntes.
e) outras receitas correntes.

Vamos trabalhar com parte da tabela usada na teoria. Nesse caso, temos uma receita corrente
patrimonial:

Provenientes da utilização, por terceiros, de bens


Imobiliárias
móveis pertencentes ao setor público.
Registra o valor da arrecadação de receitas
de Valores Mobiliários
decorrentes de valores mobiliários.

Demonstram o valor da arrecadação de receitas


Patrimonial originadas da concessão ou da permissão ao
Concessões e
particular do direito de exploração de serviços
Permissões
públicos, os quais estão sujeitos ao controle, à
fiscalização e à regulação do poder público.

Outras Receitas Registram o valor da arrecadação de outras receitas


Patrimoniais patrimoniais não classificadas nos itens anteriores.
Letra b.

022. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) Caso a única receita de um conselho federal profissional seja oriunda
das contribuições dos profissionais registrados, as normas de contabilidade pública devem ser
aplicadas aos registros desse conselho.

Ao detalhar a conta 1.2.3.0.00.0.0 – Receita Corrente – Contribuições – Contribuição para En-


tidades Privadas de Serviço Social e de Formação Profissional, o MCASP afirma que é espécie
de contribuição que se caracteriza por atender a determinadas categorias profissionais ou
econômicas, tendo sua arrecadação vinculada às entidades que as instituíram. Não transitam
pelo Orçamento da União. Tais contribuições são destinadas ao custeio das organizações de
interesse de grupos profissionais, por exemplo: OAB, CREA, CRM e assim por diante. Visam
também ao custeio dos serviços sociais autônomos prestados no interesse das categorias,
como SESI, SESC e SENAI.

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Por essa razão, para a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), os conselhos profissionais po-
dem adotar as normas do MCASP, mas não são obrigados a isso. Por sua vez, o Conselho
Federal de Contabilidade (CFC) detalha que as normas de contabilidade aplicadas ao setor
público são obrigatórias para os Conselhos de Classe.

Perceba que o Cespe adota o posicionamento da STN.


Errado.

023. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA CON-


TABILIDADE/2019)

O montante da receita orçamentária corrente foi inferior a R$ 3.600.000.

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CONTABILIDADE PÚBLICA
Receitas e Despesas Públicas
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Antes de iniciar a questão, é importante observar o regime de caixa adotado; nessa, vamos
trabalhar com o regime orçamentário.
Estruturando a resposta em uma tabela, com os títulos e os respectivos valores:

Receita Corrente
ICMS arrecadado 1.300
Royalties recebidos 1.700
Total 3.000

Pelo regime orçamentário, as receitas são inferiores a 3,6 milhões, portanto o enunciado
está correto.
Certo.

024. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) Com base na tabela anterior, julgue o item seguinte.
O total da despesa realizada sob a ótica orçamentária foi inferior a R$ 6.500.000.

Mais uma questão em que precisamos ordenar os fatos contábeis e apurar o resultado. Reco-
mendo que leia o enunciado e registre as informações na tabela antes de iniciar os cálculos,
pois a banca costuma criar textos para confundir os candidatos.
É preciso também ficar atento ao regime que está sendo exigido; no caso dessa questão, é o
regime orçamentário.
Dessa forma, teremos:

Despesas orçamentárias
Aquisição de móveis 1.100
Concessão de empréstimos 500
Salários 1.700
Serviços de limpeza 1.800
Liquidação de dívida 1.200
Total 6.300

O total de despesas, portanto, é de 6,3 milhões, o que torna o gabarito correto.


Certo.

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Receitas e Despesas Públicas
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025. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) Com base na tabela anterior, julgue o item seguinte.
O montante da despesa orçamentária de capital foi superior a R$ 3.000.000.

Vamos trabalhar com o enfoque orçamentário e estruturar uma tabela com as despesas
de capital:

Despesas de capital

Aquisição de móveis 1.100

Concessão de empréstimos 500

Liquidação de dívida 1.200

Total 2.800

Logo, gabarito errado.


Errado.

026. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) Com base na tabela anterior, julgue o item seguinte.
O montante da receita extraorçamentária foi superior a R$ 1.000.000.

Receita extraorçamentária

Depósitos em garantia 700

Antecipação de Receita Orçamentária 600

Total 1300

O valor de receitas extraorçamentárias superou o total de um milhão, o que torna o gabari-


to correto.
Certo.

027. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) Sob a ótica patrimonial, o tratamento a ser dado ao evento “lança-
mento do IPVA do exercício” deve ser o reconhecimento da receita.

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Receitas e Despesas Públicas
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Pelo regime patrimonial, a receita é reconhecida no fato gerador, independentemente do re-


cebimento. Portanto, quando a entidade do setor público faz o lançamento do IPVA, ela deve
reconhecer a receita pelo regime patrimonial.
Certo.

028. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) O lançamento da receita ocorre especificamente quando determina-
do crédito tributário vencido é inscrito na dívida ativa do poder público.

Essa questão não especifica o regime que está sendo abordado, então devemos pensar de
acordo com ambos.
Pelo regime orçamentário, a receita será reconhecida no momento da arrecadação; pelo regi-
me patrimonial, a receita é reconhecida pelo fato gerador, portanto o enunciado não atende a
nenhum dos dois regimes.
Em relação ao conceito, a inscrição da dívida ativa ocorre quando o crédito tributário vence e
não é pago pelo contribuinte. Assim, os momentos de reconhecimento contábil já ocorreram,
seja ele orçamentário ou patrimonial. Por essa razão, o item está incorreto, e o Cespe merece
aplausos... rsrs.
Errado.

029. (CESPE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO-ÁREA


CONTABILIDADE/2019) No momento da concessão de determinado suprimento de fundos
ao servidor responsável, deve-se debitar a conta caixa e equivalentes em moeda nacional e
creditar a conta adiantamentos concedidos a pessoal e a terceiros.

Quando a entidade realiza o adiantamento de um suprimento de fundos, ela retira dinheiro de


sua conta e o transfere para a conta do suprido. Essa operação exige um crédito no ativo, e não
um débito, como afirmado pela banca. Os registros contábeis completos serão:

a. Momento do empenho da despesa


Natureza da informação: orçamentária
D. 6.2.2.1.1.xx.xx Crédito Disponível
C. 6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar

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Natureza da informação: controle


D. 8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por Destinação de Recursos (DDR)
C. 8.2.1.1.2.xx.xx DDR comprometida por empenho

b. Momento da liquidação e reconhecimento de direito

Natureza da informação: patrimonial


D. 1.1.3.1.x.xx.xx Adiantamentos Concedidos a Pessoal e a Terceiros (P)
Outras Obrigações de Curto Prazo – Suprimento de
C. 2.1.8.9.x.xx.xx
Fundos (F)

Natureza da informação: orçamentária


D. 6.2.2.1.1.xx.xx Crédito Empenhado a Liquidar
C. 6.2.2.1.3.03.xx Crédito Empenhado Liquidado a Pagar

Natureza da informação: controle


D. 8.2.1.1.2.xx.xx DDR comprometida por empenho
DDR Comprometida por Liquidação e Entradas
C. 8.2.1.1.3.xx.xx
Compensatórias

c. Momento do pagamento ao suprido

Natureza da informação: patrimonial


Outras Obrigações de Curto Prazo – Suprimento de
D. 2.1.8.9.x.xx.xx
Fundos (F)
C. 1.1.1.1.1.xx.xx Caixa e Equivalentes de Caixa em Moeda Nacional (F)

Natureza da informação: orçamentária


D. 6.2.2.1.3.03.xx Crédito Empenhado Liquidado a Pagar
C. 6.2.2.1.3.04.xx Crédito Empenhado Pago

Natureza da informação: controle


DDR Comprometida por Liquidação e Entradas
D. 8.2.1.1.3.xx.xx
Compensatórias
C. 8.2.1.1.4.xx.xx DDR Utilizada

Quando ocorrer a prestação de contas dos saldos utilizados, a entidade do setor público fará
o reconhecimento contábil da variação patrimonial diminutiva (VPD):

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CONTABILIDADE PÚBLICA
Receitas e Despesas Públicas
Rodrigo Machado

d. Reconhecimento da variação patrimonial diminutiva

Natureza da informação: patrimonial


D. 3.x.x.x.x.xx.xx VPD
C. 1.1.3.1.x.xx.xx Adiantamentos Concedidos a Pessoal e a Terceiros (P)

Professor, se o servidor não utilizar todos os recursos que foram confiados a ele, como é
feito o registro contábil da devolução?

Muito importante essa abordagem, porque o registro contábil da devolução apresentará va-
riação, caso seja realizado no mesmo exercício financeiro ou em exercício financeiro distinto.

e. Devolução de valores não aplicados (no mesmo exercício


financeiro)

Natureza da informação: patrimonial


D. 1.1.1.1.1.xx.xx Caixa e Equivalentes em Moeda Nacional (F)
C. 1.1.3.1.x.xx.xx Adiantamentos Concedidos a Pessoal e a Terceiros (P)

Natureza da informação: orçamentária


D. 6.2.2.1.3.04.xx Crédito Empenhado Pago
C. 6.2.2.1.3.03.xx Crédito Empenhado Liquidado

Natureza da informação: orçamentária


D. 6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar
C. 6.2.2.1.1.xx.xx Crédito Disponível

Natureza da informação: orçamentária


D. 6.2.2.1.3.03.xx Crédito Empenhado Liquidado a Pagar
C. 6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar

Natureza da informação: controle


D. 8.2.1.1.4.xx.xx DDR Utilizada
DDR Comprometida por Liquidação e Entradas
C. 8.2.1.1.3.xx.xx
Compensatórias

Natureza da informação: controle


D. 8.2.1.1.2.xx.xx DDR Comprometida por Empenho
C. 8.2.1.1.x.xx.xx Execução da Disponibilidade de Recursos

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Receitas e Despesas Públicas
Rodrigo Machado

f. Devolução de valores não aplicados (exercício seguinte ao da


aplicação)

Natureza da informação: patrimonial


D. 1.1.1.1.1.xx.xx Caixa e Equivalentes em Moeda Nacional (F)
C. 1.1.3.1.x.xx.xx Adiantamentos Concedidos a Pessoal e a Terceiros (P)

Natureza da informação: orçamentária


D. 6.2.1.1.x.xx.xx Receita a realizar
C. 6.2.1.2.x.xx.xx Receita realizada

Natureza da informação: controle


D. 7.2.1.1.x.xx.xx Controle da Disponibilidade de Recursos
C. 8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por Destinação de Recursos (DDR)

Vale ressaltar que, se a devolução dos recursos for realizada no mesmo exercício financeiro do
adiantamento, será tratada como anulação de despesa. Contudo, se a devolução for realizada
em exercício financeiro posterior, configurará receita orçamentária do exercício financeiro da
devolução.
Errado.

030. (CESPE/TRIBUNAL DE CONTAS DE RONDÔNIA-RO/PROCURADOR/2019) A respeito


de despesa pública, assinale a opção correta.
a) Despesas destinadas à construção de viadutos deverão ser classificadas como despesas
correntes de custeio.
b) O empenho é a última etapa do ciclo de realização da despesa pública.
c) Despesas destinadas ao aumento de capital em empresa pública comercial ou financeira
deverão ser classificadas como despesas correntes da categoria investimentos.
d) A liquidação consiste na fase do ciclo da despesa que corresponde ao efetivo desembolso
dos recursos em contraprestação à obra ou ao serviço contratado.
e) A legislação admite tanto o empenho por estimativa quanto o empenho global de despesas
contratuais sujeitas a parcelamento.

A construção de um viaduto caracteriza uma despesa de capital. O pagamento é o último está-


gio da despesa pública. Quando a entidade do setor público destina recursos para o aumento
de capital, eles são tratados como investimentos, desde que as empresas não sejam do ramo
comercial ou financeiro. A etapa ou o estágio de execução da despesa pública em que há o
efetivo desembolso de recursos é o pagamento.
Letra e.

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Receitas e Despesas Públicas
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031. (CESPE/TRIBUNAL DE CONTAS DE RONDÔNIA-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTER-


NO-ÁREA ADMINISTRAÇÃO/2019) O estágio de empenho da despesa pública tem por objetivo:
a) determinar a origem da despesa e o objeto que se deve pagar.
b) apurar a importância exata a ser paga.
c) definir a quem se deve pagar, para extinguir a obrigação.
d) criar para o Estado obrigação de pagamento.
e) determinar que a despesa seja paga.

O empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de
pagamento pendente, ou não, de implemento de condição.
Portanto, quando um agente público realiza um empenho, ele afirma que aquele valor possui
dotação orçamentária prevista para o seu pagamento. É como se fizéssemos um compromisso
com um fornecedor e déssemos a ele um cheque (empenho) sabendo que em nossa conta há
dinheiro suficiente (dotação orçamentária) para o desconto desse cheque.
Letra d.

032. (CESPE/TRIBUNAL DE CONTAS DE RONDÔNIA-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTER-


NO-ÁREA ADMINISTRAÇÃO/2019) De acordo com o MCASP 8ª edição, o registro contábil em
que há o reconhecimento de crédito tributário em favor da fazenda pública, em contrapartida a
uma variação patrimonial aumentativa, deve ocorrer na etapa da receita orçamentária de:
a) previsão.
b) arrecadação.
c) lançamento.
d) recolhimento.
e) execução.

Mais uma questão que aborda os momentos de reconhecimento contábil da receita, tanto sob o
enfoque patrimonial quanto sob o enfoque orçamentário. Perceba como o Cespe tem insistido
nesse assunto.
Sob o enfoque orçamentário, a receita será reconhecida contabilmente quando ocorrer o lança-
mento, isso por conta do art. 35 da Lei federal n. 4.320/1964.
De acordo com o Código Tributário Nacional, o momento de lançamento da receita tributária
coincide com o fato gerador, e o regime contábil patrimonial reconhece a variação patrimonial
aumentativa (VPA) quando há o fato gerador.
Portanto, quando tratamos de receita tributária, temos um momento em que o reconhecimento
contábil orçamentário coincidirá com o patrimonial, que será no lançamento da receita tributária.
Letra c.

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Receitas e Despesas Públicas
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033. (CESPE/TRIBUNAL DE CONTAS DE RONDÔNIA-RO/AUDITOR DE CONTROLE EXTER-


NO-ÁREA ADMINISTRAÇÃO/2019) As restituições dos recursos de suprimentos de fundos
que não tenham sido aplicados pela União, recolhidas após o encerramento do exercício,
constituirão:
a) receita extraorçamentária.
b) anulação de despesa realizada.
c) despesa de exercícios seguintes.
d) anulação de despesa não realizada.
e) receita orçamentária.

Esqueça o decoreba e pense comigo: a entidade do setor público concedeu um suprimento de


fundos, e o suprido devolveu parte do valor; essa devolução vai ingressar nos cofres públicos
sem correspondência no passivo, certo? Não há obrigação de devolução pelo Estado, certo?
Então é receita orçamentária.

Letra e.

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Receitas e Despesas Públicas
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034. (FGV/DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-RJ/TÉCNICO SUPE-


RIOR ESPECIALIZADO-ÁREA CIÊNCIAS CONTÁBEIS/2019) Em sentido amplo, os ingressos
de recursos financeiros nos cofres do Estado denominam-se receitas públicas, embora nem
todos esses recursos sejam receitas orçamentárias. Alguns ingressos de recursos financeiros
nos cofres públicos têm natureza extraorçamentária, que se caracteriza pelo fato de:
a) envolver somente receitas derivadas.
b) poder ser prevista, ou não, no orçamento.
c) poder ser efetiva ou não efetiva.
d) representar recursos de natureza transitória.
e) ser fonte exclusiva de recursos para a cobertura de despesas públicas.

A principal característica das receitas extraorçamentárias é que elas representam recursos de


natureza transitória. São entradas compensatórias no ativo e no passivo. O Estado age como
mero depositário. Guarde estes detalhes:

Letra d.

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Receitas e Despesas Públicas
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035. (FCC/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO-MA/TÉCNICO JUDICIÁRIO-TÉCNICO


EM CONTABILIDADE/2019) De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor
Público (MCASP), receitas:
a) orçamentárias não efetivas são aquelas em que os ingressos de disponibilidades de re-
cursos foram precedidos de registro do reconhecimento de direito e constituem obrigações
correspondentes.
b) orçamentárias efetivas são aquelas em que os ingressos de disponibilidade de recursos não
foram precedidos de registro de reconhecimento de direito, tais como as receitas com opera-
ções de crédito.
c) orçamentárias são recursos financeiros de caráter temporário, dos quais o Estado é uma
espécie de agente depositário, por isso integram a Lei Orçamentária Anual (LOA).
d) extraorçamentárias são recursos financeiros que ingressam durante o exercício social e que
aumentam o saldo financeiro da instituição, a fim de viabilizar a execução das políticas públicas.
e) orçamentárias correntes são arrecadadas dentro do exercício financeiro, aumentam as dis-
ponibilidades financeiras do Estado e provocam, em geral, efeitos sobre o patrimônio líquido
por meio da constituição de dívidas.

No âmbito contábil, as receitas orçamentárias podem gerar dois tipos de impactos. Elas
podem ser:
• receitas orçamentárias efetivas; ou
• receitas orçamentárias não efetivas.
As receitas orçamentárias efetivas são aquelas que ingressam nos cofres públicos e em cujo
reconhecimento contábil não há uma contrapartida no passivo; não há, portanto, obrigações
correspondentes. São exemplos de receitas orçamentárias efetivas os impostos recebidos pe-
las entidades do setor público.
As receitas orçamentárias não efetivas, por sua vez, são aquelas cujo reconhecimento contá-
bil no ativo gera uma contrapartida no passivo. Há o reconhecimento de uma obrigação pela
entidade do setor público. O exemplo clássico das receitas orçamentárias não efetivas são as
operações de crédito.
Sendo assim, somente a letra “a” está correta.
Letra a.

036. (FCC/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO-MA/TÉCNICO JUDICIÁRIO-TÉCNICO


EM CONTABILIDADE/2019) São espécies de receitas correntes:
a) impostos e integralização de capital social.
b) contribuições de melhoria e operações de créditos internas.
c) contribuições de melhoria e receita de serviços administrativos e gerais.
d) taxas e alienação de bens móveis.
e) contribuições para entidades privadas de serviço social e resultado do Banco Central.

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Receitas e Despesas Públicas
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Para resolver essa questão, vamos usar o seguinte mapa mental:

Letra c.

037. (FCC/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO-MA/TÉCNICO JUDICIÁRIO-TÉCNICO


EM CONTABILIDADE/2019) Despesas de Exercícios Anteriores são aquelas:
a) geradas para atender a demandas eventuais, inclusive em viagem e com serviços espe-
ciais, que exijam pronto pagamento.
b) cujos fatos geradores ocorreram em exercícios anteriores àquele em que deva ocorrer o
pagamento.
c) de caráter sigiloso, pagas ao responsável por dois suprimentos até o exercício social vigente.
d) referentes ao adiantamento de valores a um servidor, para futura prestação de contas.
e) regularmente empenhadas, no exercício atual, mas pagas e canceladas até o exercício
financeiro vigente.

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Receitas e Despesas Públicas
Rodrigo Machado

São despesas cujos fatos geradores ocorreram em exercícios anteriores àquele em que deva
ocorrer o seu pagamento.
Sobre as DEA, o artigo 37 da Lei n. 4.320/1964 especifica que:

As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito


próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria,
bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após
o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica
consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem
cronológica. (grifo nosso)

O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) detalha que:

Para fins de identificação como despesas de exercícios anteriores, considera-se:


a. Despesas que não se tenham processado na época própria, como aquelas cujo empenho tenha
sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que,
dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;
b. Restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha
sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;
c. Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de pagamento cria-
da em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do
exercício correspondente.
Letra b.

038. (FCC/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO-MA/TÉCNICO JUDICIÁRIO-TÉCNICO


EM CONTABILIDADE/2019) O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP)
estabelece que:
a) as variações patrimoniais diminutivas diminuem a situação patrimonial líquida da entidade
e são evidenciadas na Demonstração das Variações Patrimoniais.
b) as variações patrimoniais aumentativas são receitas orçamentárias evidenciadas na De-
monstração do Valor Adicionado.
c) as variações patrimoniais diminutivas são realizadas por competência quando do recebi-
mento efetivo de doações e subvenções.
d) as receitas sem contraprestação são exemplos de variações patrimoniais diminutivas de
realce no Balanço Patrimonial.
e) as variações patrimoniais aumentativas aumentam o patrimônio líquido do ente, pois são
oriundas de contribuições dos proprietários e, por isso, figuram na Demonstração de Mutações
do Patrimônio Líquido.

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Receitas e Despesas Públicas
Rodrigo Machado

Vamos reativar aquela tabela da parte teórica:

Variações Patrimoniais Diminutivas Variações Patrimoniais Aumentativas


Compreende o decréscimo no benefício
Compreende o acréscimo no benefício
econômico durante o período contábil, sob
econômico durante o período contábil, sob a
a forma de saída de recurso ou redução de
forma de entrada de recurso ou aumento de
ativo ou incremento em passivo, que resulte
ativo ou diminuição de passivo, que resulte em
em decréscimo do patrimônio líquido e que
aumento do patrimônio líquido e que não seja
não seja proveniente de distribuição aos
proveniente de aporte dos proprietários.
proprietários.

Dessa forma, somente a letra “a” está correta.


Letra a.

039. (VUNESP/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO-SP/ADMINISTRADOR JUDICIÁ-


RIO/2019) O suprimento de fundos é caracterizado por ser um adiantamento de valores a um
servidor para futura prestação de contas. Esse adiantamento constitui despesa orçamentária,
ou seja, para conceder o recurso ao suprido, é necessário percorrer os três estágios da despe-
sa orçamentária. Nesse sentido, assinale a contabilização correta da natureza da informação
orçamentária no momento do empenho da despesa.
a) D 3.2.2.1.1.xx.xx Disponibilidades
C 6.2.2.1.3.01.xx DDR Comprometida por Empenho
b) D 6.2.2.1.1.xx.xx Crédito Disponível
C 6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar
c) D 3.2.2.1.1.xx.xx Valor Disponível
C 5.2.2.1.3.01.xx Despesa Empenhada a Liquidar
d) D 8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por Destinação de Recursos (DDR)
C 8.2.1.1.2.xx.xx DDR Comprometida por Empenho
e) D6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar
C 6.2.2.1.3.03.xx Crédito Empenhado Liquidado a Pagar

No que se refere ao registro contábil da lei orçamentária, ele será realizado nas classes 5 (con-
trole da aprovação do planejamento e orçamento) e 6 (controle da execução do planejamento
e orçamento), da seguinte maneira:

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Receitas e Despesas Públicas
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a. Lançamento dos valores previstos na Lei Orçamentária Anual

Natureza da informação: orçamentária


D.5.2.2.1.1.xx.xx Dotação inicial
C.6.2.2.1.1.xx.xx Crédito Disponível

Com os créditos disponíveis e registrados nos sistemas, inicia-se a etapa de execução das
despesas. Nessa fase serão utilizadas as contas das classes 6 (controle da execução do pla-
nejamento e orçamento) e 8 (controle de credores):

b. Lançamento contábil da execução orçamentária (empenho)

Natureza da informação: orçamentária


D.6.2.2.1.1.xx.xx Crédito Disponível
C.6.2.2.1.3.01.xx Crédito Empenhado a Liquidar
Natureza da informação: controle
D.8.2.1.1.1.xx.xx Disponibilidade por Destinação de Recursos (DDR)
C.8.2.1.1.2.xx.xx DDR Comprometida por Empenho

Assim, temos o gabarito justificado como letra “b”.


Letra b.

040. (VUNESP/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO-SP/CONTADOR JUDICIÁRIO/2019)


Uma entidade do setor público recebeu antecipadamente, no período, por meio de acordos que
ainda não se tornaram obrigatórios, recursos no valor de R$ 2.670.000,00. Nesse sentido, no
momento do recebimento antecipado, a entidade:
a) deve reconhecer um ativo e uma obrigação presente.
b) não deve realizar registro, uma vez que os acordos não são obrigatórios.
c) deve reconhecer uma variação patrimonial aumentativa.
d) deve evidenciar uma despesa orçamentária.
e) deve registrar uma receita com valorização.

A situação ilustra o recebimento de recursos por uma entidade do setor público através de um
acordo que ainda “não se tornou obrigatório”, o que significa dizer que os recursos não podem
ainda ser aplicados, pois os requisitos necessários ainda não foram cumpridos. Os recursos,
contudo, já foram recebidos e precisam ser registrados contabilmente. O ingresso de recursos
gera impacto no Ativo da entidade do setor público, aumentando-o, pelo débito em bancos. A
entidade do setor público, por sua vez, deve reconhecer tanto uma obrigação presente quanto
a contrapartida; o lançamento de débito no ativo será um crédito no passivo.
Letra a.
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Receitas e Despesas Públicas
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041. (FCC/SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


E CONTROLE INTERNO DO AMAZONAS-AM/AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS MUNICI-
PAIS/2019) Considere as informações a seguir, referentes à aquisição e à distribuição de 220
mochilas escolares em determinada entidade pública municipal.
• 25/1/2019: empenho da despesa no valor de R$ 11.000,00, referente à aquisição de 220
mochilas escolares.
• 5/2/2019: o fornecedor entregou as 220 mochilas escolares; nessa mesma data, a des-
pesa foi liquidada pelo valor total do empenho.
• 19/2/2019: pagamento da despesa referente à aquisição das 220 mochilas escolares
pelo valor total do empenho.
• 4/3/2019: distribuição das 220 mochilas escolares aos alunos do ensino fundamental
de uma escola municipal.
De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, o resultado de execução
orçamentária, apurado conforme a Lei n. 4.320/1964, e o resultado patrimonial da entidade
pública municipal foram impactados, respectivamente, em:
a) 25/1/2019 e 5/2/2019.
b) 25/1/2019 e 4/3/2019.
c) 19/2/2019 e 5/2/2019.
d) 19/2/2019 e 4/3/2019.
e) 5/2/2019 e 5/2/2019.

O resultado da execução orçamentária, apurado conforme a Lei n. 4.320/1964, é o orçamentá-


rio; para a despesa, considera-se o momento do empenho (25/1).
O resultado patrimonial considera o momento da execução da despesa, segundo o regime de
competência; portanto, sob esse enfoque, a despesa será considerada no momento em que os
bens, os produtos ou os serviços forem prestados à sociedade.
Nesse caso, considera-se a data em que as mochilas foram entregues (4/3/2019).
Letra b.

042. (FCC/SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS, TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E


CONTROLE INTERNO DO AMAZONAS-AM/ASSISTENTE TÉCNICO FAZENDÁRIO/2019) De
acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, o pagamento de restos a
pagar processados no valor de R$ 89.000,00 corresponde a:
a) uma despesa orçamentária de capital.
b) uma despesa orçamentária corrente.
c) uma variação patrimonial diminutiva.
d) um ingresso extraorçamentário.
e) um dispêndio extraorçamentário.

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Receitas e Despesas Públicas
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O pagamento de restos a pagar processados é registrado contabilmente como despesa extra-


orçamentária, para compensar a sua inclusão como despesa orçamentária no exercício finan-
ceiro correspondente.
Letra e.

043. (FCC/SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DA BAHIA-BA/AUDITOR FISCAL/2019)


Em janeiro de 2019, determinada entidade pública arrecadou receitas no valor de R$ 763.500,00,
com Valores Mobiliários, e no valor de R$ 1.340.000,00, com Exploração de Recursos Naturais.
Assim, de acordo com o Ementário da Receita, aquelas arrecadadas em janeiro de 2019 devem
ser classificadas quanto à origem, respectivamente, como:
a) Receita de Capital e Receita Corrente.
b) Receita Corrente e Receita Corrente.
c) Outras Receitas de Capital e Outras Receitas Correntes.
d) Receita Patrimonial e Receita Agropecuária.
e) Receita Patrimonial e Receita Patrimonial.

As receitas oriundas de valores mobiliários e as oriundas da exploração de recursos naturais


são exemplos de receitas patrimoniais.
Vamos aproveitar essa questão para fazer uma rápida revisão de todas as classificações das
receitas correntes:

Receita
Classificação Detalhamento
Corrente
São tributos cuja obrigação tem por fato
gerador uma situação independente de
Impostos
qualquer atividade estatal específica, relativa
ao contribuinte.
Têm como fato gerador o exercício regular
do poder de polícia ou a utilização, efetiva
Taxas ou potencial, de serviço público específico e
Tributária divisível, prestado ao contribuinte ou posto à
sua disposição.
Instituídas para fazer face ao custo de obras
públicas das quais decorra valorização
Contribuições de imobiliária, tendo como limite total a despesa
Melhoria realizada e como limite individual o acréscimo
de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado.

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Rodrigo Machado

Receita
Classificação Detalhamento
Corrente
São destinadas ao custeio da seguridade social,
de Contribuições Contribuições sociais que compreende a previdência social, a saúde e
a assistência social.
Provenientes da utilização, por terceiros, de
Imobiliárias
bens móveis pertencentes ao setor público.
Registram o valor da arrecadação de receitas
de Valores Mobiliários
decorrentes de valores mobiliários.
Demonstram o valor da arrecadação de
receitas originadas da concessão ou da
Patrimonial Concessões e permissão ao particular do direito de
Permissões exploração de serviços públicos, os quais estão
sujeitos ao controle, à fiscalização e à regulação
do poder público.
Registram o valor da arrecadação de outras
Outras Receitas
receitas patrimoniais não classificadas nos
Patrimoniais
itens anteriores.
Representa o valor das receitas decorrentes
de lavouras permanentes, temporárias e
espontâneas (ou nativas), silvicultura e
da Produção Vegetal
extração de produtos vegetais, venda de
sementes, mudas ou assemelhados, desde que
realizados diretamente pelo produtor.
Agropecuária Registra o valor das receitas de produção
Produção animal e animal e derivados, decorrentes de atividades
derivados de exploração econômica de pecuária, caça e
pesca e seus derivados (mel, leite, ovos etc.)
Detalham o valor da arrecadação com outras
Outras Receitas
receitas agropecuárias não classificadas nos
Agropecuárias
itens anteriores.
Indústria de Registra o valor de arrecadação das receitas de
Receita Industrial
Transformação atividades ligadas à indústria de transformação.
Representa o ingresso proveniente da
prestação de serviços de atividades comerciais,
financeiras, de transporte, de saúde, de
Receita de Serviços
comunicação e de armazenagem, serviços
científicos e tecnológicos de metrologia e
outros serviços.

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Receitas e Despesas Públicas
Rodrigo Machado

Receita
Classificação Detalhamento
Corrente
Detalham o valor das receitas recebidas
Intergovernamentais através de transferências ocorridas entre
diferentes esferas de governo.
Englobam contribuições e doações a governos,
de Instituições Privadas
realizadas por instituições privadas.
Registram o valor das receitas recebidas
do Exterior
Transferências através de transferências do exterior.
Correntes
Registram o valor das receitas recebidas
de Pessoas através de contribuições e doações, realizadas
por pessoas físicas.
Registram o valor das receitas recebidas
através de transferências de convênios
de Convênios
firmados com ou sem contraprestação de
serviços.
Registram o valor da receita arrecadada
Multas e juros de mora com penalidades pecuniárias decorrentes da
inobservância de normas.
Indenizações e Representam o valor da arrecadação da receita
restituições com indenizações e restituições.
Outras receitas
correntes Registram o valor de arrecadação da receita da
da Dívida Ativa dívida ativa constituída de créditos da fazenda
pública de natureza tributária e não tributária.
Registram o valor da arrecadação de receitas
Receitas diversas que não se identificam com as especificações
anteriores.
Letra e.

044. (FCC/SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DA BAHIA-BA/AUDITOR FISCAL/2019)


As seguintes informações sobre as receitas de determinado ente público estadual, referentes
ao exercício financeiro de 2018, foram extraídas do seu sistema de contabilidade:
• arrecadação de R$ 8.850.000,00, referente ao valor principal de impostos;
• arrecadação de R$ 800.000,00, referente à Exploração do Patrimônio Imobiliário do Es-
tado;
• obtenção de R$ 650.000.000,00, referente às Operações de Crédito por Antecipação de
Receita Orçamentária;
• obtenção de R$ 500.000.000,00, referente às Operações de Crédito − Mercado Interno;
• arrecadação de R$ 130.000,00, referente à Delegação de Serviços Públicos Mediante
Concessão, Permissão, Autorização ou Licença;

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• arrecadação de R$ 100.000,00, referente às Indenizações, Restituições e Ressarcimen-


tos;
• alienação de Bens Imóveis, à vista, por R$ 80.000,00, cujo resultado com a venda foi
igual a zero;
• arrecadação de R$ 50.000,00, referente ao valor de multas e juros de mora de Impostos;
• arrecadação de R$ 20.000,00, referente a Serviços Administrativos e Comerciais Gerais.
Com base nessas informações tomadas em conjunto, o valor da receita de capital arrecadada
no exercício financeiro de 2018 pelo referido ente público estadual foi, em reais:
a) 500.880.000,00
b) 1.150.130.000,00.
c) 1.150.080.000,00.
d) 500.080.000,00.
e) 1.150.880.000,00.

Chegou a hora de revisar as receitas de capital:

Receita de
Classificação Detalhamento
Capital

Registram o valor da arrecadação decorrente


Operações de crédito
de empréstimos internos obtidos de entidades
internas
estatais ou particulares.
Operações de
crédito
Demonstram o valor da arrecadação da
Operações de crédito
receita decorrente de empréstimos obtidos de
externas
organizações sediadas no exterior.

Registra o valor da arrecadação da receita


Alienação de bens de alienação de bens móveis, tais como:
móveis títulos, mercadorias, bens inservíveis ou
desnecessários e outros.
Alienação de bens
Detalha o valor da arrecadação da receita de
Alienação de bens
alienação de bens imóveis, de propriedade do
imóveis
Estado.

Representa o ingresso proveniente da


amortização, ou seja, parcela referente ao
Amortização de empréstimos recebimento de parcelas de empréstimos
ou financiamentos concedidos em títulos ou
contratos.

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Receita de
Classificação Detalhamento
Capital

Registram o valor das receitas recebidas


Transferências
através de transferências ocorridas entre
Intergovernamentais
diferentes esferas de governo.

Transferências do São receitas oriundas de transferências


Exterior recebidas do exterior.
Transferências de
Capital Representam o valor dos recursos oriundos
de convênios firmados, com ou sem
contraprestação de serviços, por entidades
Transferências de
públicas de qualquer espécie, ou entre estas e
convênios
organizações particulares, para a realização de
objetivos de interesse comum dos partícipes,
destinados a custear despesas de capital.

Demonstram o valor da arrecadação de


outras receitas, de natureza eventual, não
Outras receitas de
Outras receitas contempladas no plano de contas. Neste título
capital
são classificadas as receitas de capital que não
atendem às especificações anteriores.

As únicas receitas de capital que temos na questão são:


• obtenção de R$ 500.000.000,00, referente às Operações de Crédito − Mercado Interno;
• alienação de Bens Imóveis, à vista, por R$ 80.000,00, cujo resultado com a venda foi
igual a zero.
Letra d.

045. (FCC/SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO DO AMAPÁ-AP/ANALISTA DE


FINANÇAS/2018) De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, a
obtenção de operação de crédito por antecipação de receita orçamentária, no valor de R$
500.000,00, e a devolução de depósito caução, no valor de R$ 35.000,00, correspondem, res-
pectivamente:
a) a um ingresso extraorçamentário e a um dispêndio extraorçamentário.
b) a um ingresso extraorçamentário e a uma despesa orçamentária.
c) a uma receita orçamentária de capital e a uma despesa orçamentária.
d) a uma receita orçamentária de capital e a um dispêndio extraorçamentário.
e) a uma receita orçamentária corrente e a um dispêndio extraorçamentário.

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A operação de crédito por antecipação de receita representa um ingresso extraorçamentário


– lembre-se de que há correspondência no ativo e no passivo: no ativo, pelo ingresso dos re-
cursos no caixa; e no passivo, pela obrigação de pagamento.
Os valores recebidos a título de caução são registrados ingressos orçamentários, porque o
Estado age como depositário dos recursos; quando há devolução, é reconhecido um dispêndio
extraorçamentário, para fins de compensação.
Letra a.

Fechou! Chegamos ao fim desta aula. Mantenha os estudos!


Abs,
Prof. Rodrigo Machado
@contabilidade_total

Rodrigo Machado

Formado em Ciências Contábeis – ênfase em Controladoria pela Pontífica Universidade Católica de Minas
Gerais. Especialista em auditoria, com MBA em Gestão de Contas Públicas e MBA em Compliance e
Investigação de Fraudes (em curso). É Auditor do Estado da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (CAGE),
órgão da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul (SEFAZ-RS), ex-auditor interno pleno na
Petrobras S.A., na área de auditorias especiais. Iniciou sua trajetória profissional na iniciativa privada e
acumula 18 anos de experiência com auditorias contábeis e operacionais. É professor de Contabilidade
Aplicada ao Setor Público (CASP) e Contabilidade Societária.

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