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Bens Públicos
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CÓDIGO:
230303546706
DIOGO SURDI
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Direito Administrativo
Bens Públicos
Diogo Surdi
SUMÁRIO
Bens Públicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1. Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2. Sentidos da Expressão Domínio Público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3. Bens Públicos – Divergências Doutrinárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
4. Conceito Legal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5. Classificações dos Bens Públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5.1. Quanto à Titularidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5.2. Quanto à Disponibilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
5.3. Quanto à Destinação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
6. Regime Jurídico (Características) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
6.1. Inalienabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
6.2. Impenhorabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
6.3. Imprescritibilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
6.4. Não-Onerabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
7. Afetação e Desafetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
8. Uso dos Bens Públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
8.1. Uso pelo Povo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
8.2. Uso pela Administração Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
8.3. Uso pelos Particulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
9. Bens Públicos em Espécie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
9.1. Terras Devolutas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
9.2. Terras Ocupadas pelos Índios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
9.3. Faixa de Fronteira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
9.4. Cemitérios Públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
9.5. Terrenos de Marinha e seus Acrescidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
9.6. Terrenos Reservados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
9.7. Diferenciação Entre Terrenos de Marinha e Terrenos Reservados . . . . . . . . . 32
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Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
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Bens Públicos
Diogo Surdi
BENS PÚBLICOS
Olá, pessoal, tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos o assunto do Direito Administrativo que mais está relacionado
com o Direito Civil. Estamos falando dos Bens Públicos e todas as suas particularidades.
1. INTRODUÇÃO
Para a correta compreensão do conceito e das características dos bens públicos, faz-se
necessário, em um primeiro momento, a diferenciação entre bens públicos, bens privados
e da chamada res nullius:
Os bens privados são todos aqueles que, em regra, não se sujeitam à interferência do
Poder Público, estando regidos pelas normas do Direito Civil.
Os bens públicos, por sua vez, são dotados de uma série de características (tais como
a impossibilidade de alienação e de utilização dos mesmos como penhora para débitos da
Fazenda Pública), sendo regidos pelas normas do Direito Administrativo.
Por fim, temos a res nullius, expressão latina que significa “coisa de ninguém” ou “coisa
sem dono”. Neste caso, as normas que regem tais bens são, ocasionalmente, os tratados
e convenções internacionais.
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Caso o Poder Público resolva fazer uso do instituto da desapropriação, adquirindo para si um
terreno que até então era de propriedade de um particular e fundamentando o procedimento
na necessidade de construção de um hospital público no local, teremos a manifestação das
duas espécies de domínio:
a) Ao adquirir o bem pela desapropriação, está o Estado fazendo uso de seu domínio eminente
(sentido amplo), uma vez que todos os bens, inclusive os particulares, estão sujeitos às suas normas.
b) Com a desapropriação, o bem passa a ser propriedade do Poder Público, estando regidos,
desde então, ao domínio patrimonial.
Art. 98, São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Tal definição leva em conta a natureza da pessoa jurídica a que se encontra vinculado
o bem. Assim, se a pessoa jurídica possui personalidade de direito público, os bens a ela
pertencentes, como consequência, serão tidos como bens públicos.
Utilizando tal critério, chegamos à conclusão de que são bens públicos os pertencentes à
administração direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), bem como às entidades
da administração indireta de direito público (autarquias e fundações públicas).
Por outro lado, estariam excluídos do conceito de bens públicos aqueles utilizados pelas
empresas públicas e pelas sociedades de economia mista (que, ainda que integrantes da
administração pública indireta, possuem personalidade jurídica de direito privado), bem
como os das concessionárias e permissionárias de serviço público.
Defendem tal entendimento os autores José dos Santos Carvalho Filho e Lúcia Valle
Figueiredo.
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Trata-se, por isso mesmo, de um conceito mais amplo de bens públicos, abrangendo, além
das entidades da administração direta, os bens pertencentes às entidades da administração
indireta regidas pelo direito público e até mesmo o das concessionárias e permissionárias
de serviço público.
Todas estas pessoas jurídicas possuem em comum o fato de prestarem um serviço
público à coletividade. Assim, se os bens necessários à prestação do serviço não fossem
considerados bens públicos, poderiam ser, a título de exemplo, penhorados ante o não
pagamento das obrigações por parte de tais pessoas jurídicas, o que implicaria na cessação
da prestação do serviço e no prejuízo à população.
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Uma terceira corrente, defendida pelo autor Hely Lopes Meirelles, chega a afirmar que
os bens públicos seriam todos aqueles pertencentes à administração direta e a todas as
entidades da administração indireta.
Assim, independente de estarmos diante de uma empresa pública ou de uma sociedade
de economia mista, ainda que elas estejam regidas pelo direito público ou pelo direito
privado, os bens pertencentes a tais entidades ainda assim seriam considerados bens
públicos. Trata-se do conceito mais amplo do nosso ordenamento, uma vez que não faz
restrições quanto ao regime jurídico ou quanto às características das respectivas entidades.
Podemos sedimentar as três teorias por meio do seguinte quadro sinótico:
Importante salientar que o STF já se manifestou acerca da possibilidade dos bens das empresas
públicas e das sociedades de economia mista (pessoas jurídicas de direito privado), quando
utilizados nas atividades essenciais das entidades, serem dotados de todas as características
dos bens públicos. Tal entendimento está expresso no julgamento do RE 220.906/DF:
1. À empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, pessoa jurídica equiparada à Fazenda
Pública, é aplicável o privilégio da impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços.
Recepção do artigo 12 do Decreto-lei n. 509/69 e não-incidência da restrição contida no
artigo 173, § 1º, da Constituição Federal, que submete a empresa pública, a sociedade de
economia mista e outras entidades que explorem atividade econômica ao regime próprio
das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias.
2. Empresa pública que não exerce atividade econômica e presta serviço público da
competência da União Federal e por ela mantido. Execução. Observância ao regime de
precatório, sob pena de vulneração do disposto no artigo 100 da Constituição Federal.
Recurso extraordinário conhecido e provido.
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4. CONCEITO LEGAL
Após conhecermos as diversas teorias que tentaram explicar a fundamentação para o
conceito de bens públicos, vejamos as disposições do conceito legal, expresso nos artigos
98 a 103 do Código Civil:
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Art. 99. São bens públicos:
I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes
às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido
legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
Aqui temos as regras expressas acerca dos bens públicos, de forma que todo o nosso
estudo se pautará nos artigos aqui apresentados. Logo, imprescindível o conhecimento de
todos, uma vez que as questões de prova solicitam, por diversas vezes, o conhecimento
literal dos mesmos.
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Trata-se de uma classificação que não apresenta maiores dificuldades, de forma que
é fator determinante neste critério de classificação que o ente federativo que detenha a
titularidade do bem público seja o responsável pela sua utilização e controle.
O artigo 20 da Constituição Federal apresenta os bens pertencentes à União:
Assim, nos dias atuais, temos a seguinte classificação, quanto à titularidade, das ilhas
costeiras:
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Em relação aos Municípios, constata-se que os seus bens não foram expressamente
relacionados no texto constitucional. Isso não quer dizer, contudo, que tais entes federativos
não possuem bens públicos.
Em sentido oposto, é lógico que existe um conjunto de bens que são de sua titularidade,
a exemplo das ruas, praças, logradouros, jardins públicos e ainda edifícios, veículos e demais
bens móveis e imóveis que integram o seu patrimônio.
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Bens patrimonialmente indisponíveis são aqueles que, ainda que possuam um valor
patrimonial avaliável, não podem, ainda assim, ser alienados pela administração pública,
uma vez que são essenciais para a prestação de um serviço público.
No entanto, a informação mais importante sobre tais bens é que eles apenas não podem
ser alienados enquanto estiverem afetados a um determinado serviço público, ou seja,
enquanto possuírem a qualidade de essenciais para a continuidade do serviço em questão.
Porém, quando tais bens deixarem de possuir tal característica, podem eles livremente
ser alienados.
Imaginemos um prédio que está sendo utilizado pela administração pública para o desempenho
de suas atividades. Enquanto tal ente estiver ali instalado, temos que o bem, por si só, revela-
se essencial para a continuidade dos serviços prestados pelo Poder Público.
Caso a Administração, algum tempo depois, opte por transferir suas instalações para outro
imóvel, temos que o bem anterior perderá a qualidade de essencial, podendo, desde que
satisfeitas as condições pertinentes, ser alienado pelo Poder Público.
Bens patrimonialmente disponíveis são aqueles que podem ter os seus valores
mensurados com segurança (por isso são patrimoniais) e que podem ser alienados pelo
Poder Público (logo, disponíveis).
Como exemplo, podemos citar a situação do item anterior, onde o Poder Público mudou o
local de suas instalações. Com a mudança, o imóvel anteriormente ocupado (e até então
patrimonialmente indisponível) passa a ser classificado como patrimonialmente disponível
e passível de alienação.
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Percebam que qualquer pessoa poderá utilizar-se de tais bens, não havendo que se falar
em autorização do Poder Público para tal. Cumpre salientar, no entanto, que a utilização
destes está condicionada ao respeito das regras de destinação do bem.
Assim, qualquer pessoa pode utilizar, por exemplo, uma rua. Mas se a pessoa quiser
paralisar as atividades da mesma sob o fundamento de que precisa ali armar uma barraca
para passar a noite, temos que as regras de destinação da rua (facilitar a passagem de
pedestres e veículos) não foram respeitadas.
A mesma situação ocorre com a necessidade de utilização de uma avenida para a
manifestação popular por meio de passeatas públicas. Sabemos que o direito de reunião
está consagrado na Constituição Federal. No entanto, para que tal direito seja exercido, e
considerando que em tal situação estaremos diante de um uso anormal do bem público
em questão, deve-se avisar previamente o Poder Público responsável.
Bens de uso especial são aqueles utilizados pelos seus proprietários (União, Estados,
Distrito Federal, Municípios, autarquias e fundações públicas de Direito público) na execução
dos serviços públicos e de suas atividades finalísticas.
Estão previstos no artigo 99, II, do Código Civil, que assim dispõe:
Como exemplo, podemos citar os prédios onde as respectivas repartições estão instaladas,
ou então os computadores, os veículos e os bens móveis de um ente federativo ou de uma
cadeia ou hospital público.
Cumpre salientar que vários dos bens aqui mencionados apenas são considerados bens
públicos porque estão afetados ao serviço público em questão, de forma que irão perder
esta configuração quando deixarem de ser essenciais à respectiva prestação.
Da mesma forma, diversos bens de uso especial poderão de utilizados pelos particulares,
como ocorre, por exemplo, quando um administrado comparece a uma Delegacia da Receita
Federal para sanar algumas dúvidas pertinentes à declaração de imposto de renda. Mas tal
contribuinte não pode, por exemplo, solicitar que o servidor da RFB lhe empreste o computador
da repartição, uma vez que tal bem está afetado (é essencial) à prestação do serviço público.
Bens dominicais são aqueles que, apesar de integrarem o patrimônio do Poder Público
(União, Estados, DF e Municípios, por exemplo) não estão sendo utilizados para uma destinação
pública especifica, não estando, por isso mesmo, afetados a um determinado serviço público
que beneficie a coletividade.
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Estão previstos, da mesma forma que os demais, no Código Civil (artigo 99, III):
Tais bens, conforme disposto no Código Civil, são aqueles que a administração pode
utilizar para fazer renda. Logo, pode o Poder Público aliená-los aos particulares, desde que
respeite as condições previstas em lei.
Como exemplo de bens dominicais, podemos citar um prédio que não está sendo mais
utilizado pela administração pública, ou então as terras devolutas e os terrenos da marinha
(veremos tais conceitos mais à frente).
Importante sabermos que o critério utilizado para a classificação de um bem público
como dominical é o residual, de forma que todos os bens que não se enquadrem como de
uso comum do povo ou uso especial serão classificados como dominicais.
Estaduais Municipais Pertencem aos
Pertencem aos Estados, Municípios, com a ressalva
Federais Pertencem
Titularidade com a ressalva de que a lista de que a CF não relacionou
à União
apresentada pela CF não é os bens que pertencem a
taxativa tais entes
Indisponíveis Patrimonialmente Disponíveis
Patrimonialmente Indisponíveis
Impossíveis de Podem ser mensurados e
Disponibilidade Podem ser mensuráveis, mas não
mensuração (Mares, podem ser alienados pela
podem ser alienados.
Florestas, Ruas) Administração.
Uso Comum do Povo
Dominicais
Destinados ao
Uso Especial Constituem o Patrimônio
bem estar da
São aqueles destinados à da Administração Pública,
Destinação coletividade, de
prestação de serviços públicos de forma que podem ser
forma que podem
à coletividade. alienados utilizados para
ser utilizados por
fazer renda.
toda a população.
6.1. INALIENABILIDADE
A inalienabilidade é a característica que impede que os bens públicos sejam alienados
a terceiros enquanto estiverem afetados ao serviço público para o qual foram destinados.
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Art. 100, Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101, Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
No tocante aos bens de uso comum do povo que não possam ser avaliados patrimonialmente,
estaremos diante da inalienabilidade absoluta, de forma que tais bens jamais poderão ser
alienados. Admitir o contrário geraria a utópica situação em que os mares e as praias, ainda
que insuscetíveis de avaliação, poderiam vir a ser vendidos ou doados a terceiros.
No caso dos bens de uso comum do povo que possam ser mensurados (que possuam valor
patrimonial) e dos bens de uso especial, aplica-se a regra da inalienabilidade condicionada,
de forma que podem ser alienados quando forem desafetados ao serviço público e passarem
à condição de bens dominicais.
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Para efeitos de prova, memorizem que os dois termos podem aparecer, sendo que as
bancas tratam os mesmos como sinônimos: inalienabilidade e inalienabilidade condicionada.
6.2. IMPENHORABILIDADE
A penhora é um instituto de natureza constritiva, de forma que recai sobre o patrimônio
do devedor como forma de saldar a dívida até então existente.
Dessa forma, no âmbito das relações entre particulares, se uma das partes não cumpre
com a obrigação de pagar perante a outra, surge para o credor a possibilidade de penhora dos
bens patrimoniais do devedor. Uma vez penhorados, serão estes livremente alienados, de forma
que o produto da alienação será utilizado para satisfazer a dívida a que o credor tem direito.
Com os bens públicos a sistemática é outra, sendo que a regra de recebimento, quando
a parte devedora for a administração pública, está expressa no artigo 100 da Constituição
Federal, que institui a sistemática de precatórios ou de requisição de pequeno valor:
Art. 100, Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
A regra geral, dessa forma, é que os pagamentos devidos pelo Poder Público obedeçam
ao regime de precatórios previstos na Constituição Federal.
Entretanto, como quase tudo no Direito Administrativo, trata-se de uma regra que
comporta exceção (uma única hipótese). Tratam-se das obrigações de pequeno valor, ou
seja, débitos das fazendas públicas que, se não excederem aos pequenos valores, deverão
ser pagos diretamente pelo Poder Público competente, sem a possibilidade de serem
incluídos no regime de precatórios.
E como cada um dos entes possui capacidade de auto legislação, nada mais justo do que
cada um deles (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) estabelecer o limite a partir
do qual as obrigações são ou não consideradas de pequeno valor.
Mas percebam que isso poderia gerar um sério problema: Se são os próprios entes
federativos que estabelecem os valores acima do qual os créditos não serão considerados de
pequeno valor (sendo inclusos, por consequência, como precatórios), muitas administrações
públicas poderiam utilizar tal prerrogativa como forma de “livrar-se” do pagamento imediato.
Isso ocorreria na medida em que as leis locais estabelecessem valores irrisórios (R$ 10,00,
por exemplo) a partir do qual todos os débitos seriam pagos no regime de precatórios.
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Com isso, a população seria prejudicada, uma vez que aqueles que tivessem algum crédito
acima do mencionado valor para receber da Fazenda Pública teriam que aguardar o lento
procedimento do regime de precatórios.
Para a prova, temos que levar que nenhum dos Bens Públicos
pode ser adquirido mediante penhora.
6.3. IMPRESCRITIBILIDADE
Basicamente, a imprescritibilidade assegura que os bens públicos não podem ser objeto
de usucapião.
Por usucapião podemos entender a possibilidade de determinados bens serem adquiridos
após o transcurso do tempo (05, 10 ou até 15 anos).
Assim, ainda que o particular tenha a posse pacífica de um bem público pelo tempo
necessário para que o mesmo seja adquirido por usucapião, ainda assim não terá a sua posse.
A Constituição Federal assegura, em seu artigo 183, § 3º, a impossibilidade de Usucapião
como forma de aquisição de bens públicos imóveis:
Art. 183, §3º, Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
No entanto, ainda que a preocupação da CF tenha sido apenas com os bens imóveis, o
Código Civil, em seu artigo 102, assim estabelece:
Obs.: Dessa forma, nenhum dos bens públicos (nem sequer os bens dominicais) poderá
ser adquirido por meio de usucapião.
Como forma de evitar possíveis dúvidas, imaginemos a situação hipotética em que um prédio
utilizado pela Administração por vários anos tornou-se inservível.
Assim, a administração providenciou a transferência de suas instalações para outro imóvel,
abandonando o anterior. Determinados moradores de rua, verificando que tal imóvel
encontrava-se abandonado, passaram fazer uso do mesmo como residência familiar, e assim
permaneceram por mais de 20 anos.
Decorrido tal lapso de tempo, a administração acha por bem demolir o prédio abandonado
e construir no local uma praça pública, garantindo assim um local de lazer para a população.
Se estivéssemos diante de um bem particular, a inércia do proprietário em solicitar o imóvel
ensejaria, desde que observados os demais requisitos legais, na impossibilidade de reavê-lo,
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uma vez que o decurso do tempo tornara o mesmo propriedade dos moradores, em plena
consonância com o instituto da usucapião.
Com os bens públicos isso não ocorre, de forma que é um direito do Poder Público utilizar o
bem em questão independente do lapso de tempo ocorrido.
Súmula 340 – STF: Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens
públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.
6.4. NÃO-ONERABILIDADE
Onerar um bem é gravá-lo com uma garantia, assegurando assim a satisfação do credor
no caso de inadimplemento da obrigação. Como exemplos, podemos citar a hipoteca, a
penhor e a anticrese.
No âmbito das relações privadas, se um usuário vai até o banco de sua preferência e solicita
um financiamento de um veículo, é bastante comum o banco gravar no bem financiado
alguma garantia real, de forma que, se o usuário não pagar o seu financiamento, terá o seu
bem, em decorrência da garantia acordada, reavido pela instituição financeira, que utilizará
o valor do mesmo, após a competente alienação, para liquidar a dívida existente do devedor.
Com os bens públicos, isso não ocorre, de forma que o credor não pode gravar nenhuma das
garantias reais existentes nos bens adquiridos pela administração pública.
Art. 1420, Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os
bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca.
Logo, como os bens públicos são inalienáveis, não poderão ser onerados com qualquer
uma das garantidas previstas para os bens particulares.
As quatro características dos bens públicos podem ser resumidas no quadro abaixo:
Não podem ser alienados (vendidos, doados, permutados e transferidos) a
Inalienabilidade
terceiros.
Impenhorabilidade Não podem ser penhorados em virtude dos débitos da Fazenda Pública.
Imprescritibilidade Não podem ser adquiridos por Usucapião.
Não-Onerosidade Não podem ser gravados com garantias reais.
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7. AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO
Já mencionamos diversas vezes tais termos. Vamos agora sintetizar o que cada um
deles significa e a forma como os mesmos são utilizados.
Antes, vamos nos valer da lição de José dos Santos Carvalho Filho, que apresenta o
seguinte conceito:
O tema da afetação e da desafetação diz respeito aos fins para os quais está sendo utilizado o
bem público. Se um bem está sendo utilizado para determinado fim público, seja diretamente
pelo Estado, seja pelo uso dos indivíduos em geral, diz-se que está afetado a determinado fim
público. Por exemplo: uma praça, como bem de uso comum do povo, se estiver tendo sua natural
utilização será considerada um bem afetado ao fim público. O mesmo se dá com um ambulatório
público: se no prédio estiver sendo atendida a população com o serviço de assistência médica e
ambulatorial, estará ele também afetado a um fim público. Ao contrário, o bem se diz desafetado
quando não está sendo usado para qualquer fim público. Por exemplo: uma área pertencente ao
Município na qual não haja qualquer serviço administrativo é um bem desafetado de fim público.
Uma viatura policial alocada ao depósito público como inservível igualmente se caracteriza como
bem desafetado, já que não utilizado para a atividade administrativa normal.
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para o bem estar da coletividade, podendo livremente ser objeto de restrição (penhora) ou
alienação pelo ser proprietário.
A afetação poderá ocorrer tanto por meio de lei quanto mediante a edição de um ato
administrativo. Parte da doutrina admite, ainda, a afetação por meio de vontade da particular.
Os bens de uso comum do povo são entendidos como propriedade pública. Tamanha é a
intensidade da participação do bem de uso comum do povo na atividade administrativa
que ele constitui, em si, o próprio serviço público [objeto de atividade administrativa]
prestado pela Administração. Ainda que os bens do domínio público e do patrimônio
administrativo não tolerem o gravame das servidões, sujeitam-se, na situação a que
respeitam os autos, aos efeitos da restrição decorrente da instalação, no solo, de
equipamentos necessários à prestação de serviço público. A imposição dessa restrição
não conduzindo à extinção de direitos, dela não decorre dever de indenizar.
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Neste sentido, a Constituição Federal assegura que qualquer cidadão é parte legitima
para ajuizar Ação Popular com tal objetivo, conforme extração do artigo 5º, LXXIII:
Art. 5º, LXXIII - Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
8.3.1. AUTORIZAÇÃO
A autorização de uso é ato discricionário e precário pelo qual a administração autoriza
o particular, de forma gratuita ou onerosa, a utilizar um bem público e a satisfazer,
primordialmente, o seu próprio interesse (privado). Neste sentido é o entendimento de
Celso Antônio Bandeira de Mello:
Autorização de uso de bem público é o ato unilateral pelo qual a autoridade administrativa
faculta o uso de bem público para utilização episódica de curta duração.
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8.3.2. PERMISSÃO
O conceito de permissão de utilização de bens públicos pode ser descrito nas palavras
de Celso Antônio Bandeira de Mello:
Ato unilateral, precário e discricionário quanto à decisão de outorga, pelo qual se faculta a alguém
o uso de um bem público. Sempre que possível, será outorgada mediante licitação ou, no mínimo,
com obediência a procedimento em que se assegure tratamento isonômico aos administrados
(como, por exemplo, outorga na conformidade de ordem de inscrição).
Exemplo permissão de bens públicos é a outorga para que um particular instale uma banca
de revistas no centro de uma praça pública.
Nesta situação, ao contrário do que ocorre na autorização, temos que o interesse de ambas
as partes são equivalentes, ou seja, a administração possui o interesse de auferir renda com
o aluguel do ponto e o particular objetiva, da mesma forma, alcançar o lucro com o regular
desempenho das suas atividades.
8.3.3. CONCESSÃO
A concessão, ao contrário das demais formas de utilização dos bens públicos pelos
particulares, é um contrato administrativo obrigatoriamente precedido de licitação.
Desta forma, não há que se falar em precariedade, mas sim em um contrato com prazo
determinado e com observância de todas as prerrogativas de direito público conferidas
à administração.
Tal como ocorre com a permissão (mas não com a autorização) a concessão de uso de
bens públicos, depois de concedida, deve obrigatoriamente ser usufruída pelo particular.
Ao contrário das outras modalidades, o interesse, quando da concessão, pode ser de
qualquer uma das partes ou até mesmo haver equivalência entre os mesmos.
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Exemplo de concessão para uso de bem público pode ser observado quando da outorga de
uso de espaço de imóvel onde uma repartição está instalada para que o particular explore o
serviço de refeitório.
Em tal situação, o Poder Público realizará uma licitação com o objetivo de selecionar um
particular para o desempenho da atividade. Uma vez escolhido, deverá este assinar o contrato
administrativo com a administração, estando regido por todas as normas de direito público.
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Tal como ocorre com a concessão de uso, o vínculo estabelecido entre o particular e o
Poder Público é um contrato administrativo, sendo necessário, por isso mesmo, a realização
de prévia licitação.
Na concessão de direito real de uso, no entanto, a administração apenas poderá conceder
a utilização do bem público para o alcance de determinadas finalidades, que, de acordo
com a previsão do artigo 7º do Decreto-lei n. 271, são as seguintes:
Art. 7º, Regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo
da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais e
seus meios de subsistência ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas.
Salienta-se, no entanto, que a possibilidade de transferência (seja ela por ato inter
vivos ou por sucessão testamentária) não trata-se de uma garantia absoluta, podendo ser
obstada ante o interesse do Poder Público e prévia determinação legal.
Neste mesmo sentido, caso o particular der ao bem objeto de concessão de direito real
de uso uma destinação diferente da legalmente prevista, teremos a extinção da concessão.
Na concessão de direito real de uso, o contrato poderá dar-se por prazo determinado
ou indeterminado. Assim, temos uma importante exceção à regra da impossibilidade de
celebração de contratos administrativos por prazo indeterminado.
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As Defensorias Públicas Estaduais, ainda que exerçam funções essenciais à coletividade, não
possuem, em muitos Estados, uma estrutura própria.
Assim, é bastante comum encontrarmos tais órgãos fazendo uso do mesmo prédio onde está
instalado o fórum do Tribunal de Justiça.
Nestas situações, estamos diante da cessão de um bem público inicialmente utilizado por um
órgão do Poder Judiciário para outro órgão (Defensoria) que não compõe o mesmo Poder.
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Art. 18. A critério do Poder Executivo poderão ser cedidos, gratuitamente ou em condições
especiais, sob qualquer dos regimes previstos no Decreto-Lei n. 9.760, de 1946, imóveis da União a:
I – Estados, Distrito Federal, Municípios e entidades sem fins lucrativos das áreas de educação,
cultura, assistência social ou saúde;
II – pessoas físicas ou jurídicas, em se tratando de interesse público ou social ou de aproveitamento
econômico de interesse nacional.
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Art. 49, §3º, A enfiteuse continuará sendo aplicada aos terrenos de marinha e seus acrescidos,
situados na faixa de segurança, a partir da orla marítima.
Terras devolutas são todas aquelas que, pertencentes ao domínio público de qualquer das entidades
estatais, não se acham utilizadas pelo Poder Público, nem destinadas a fins administrativos específicos.
Importante salientar que o conceito exposto pode levar à imprecisa definição de que
todos os entes federativos possam vir a ter terras devolutas.
No entanto, ainda que parte da doutrina (dentre os quais se inclui José dos Santos
Carvalho Filho) afirme tal possibilidade, o entendimento majoritário (e adotado pelas
bancas de concurso) é de que as terras devolutas apenas podem pertencer aos Estados (o
que é a regra geral) e, em caráter de exceção, à União.
Aos Municípios, em sentido oposto, não é permitida a possibilidade de posse de tais
bens públicos.
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Nas terras devolutas, não houve o apossamento, sendo necessário, por isso mesmo, a
realização da demarcação e da separação de outras propriedades. Inicialmente, a autoridade
pública procede à demarcação administrativa. Caso esta não seja possível, ou for insuficiente
para conseguir determinar com precisão a totalidade da área que é considerada pública, o
Poder Público fará uso da ação discriminatória.
Interessante situação ocorre quando, ainda assim, houver dúvida acerca da propriedade da
área, ou seja, quando não se consegue, ainda que por meio de uma ação judicial, determinar
se a área em questão é pública ou particular.
Nesta situação, conforme entendimento do STF (expresso no julgamento do Recurso
Extraordinário 285.615), deve-se aplicar a presunção relativa juris tantum” de que as terras
pertencem ao Poder Público. Como se trata de uma presunção relativa, cabe ao particular
provar que as terras em questão são de sua propriedade.
De acordo com a doutrina, as terras devolutas são uma espécie de bens dominicais, de
propriedade – conforme já mencionado – dos Estados (como regra) ou da União.
Art. 231, §1º, São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação
dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física
e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
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A grande peculiaridade das terras indígenas é que elas são classificadas como bens de
uso especial. Assim, ainda que os índios sejam os únicos que possam usufruir das riquezas
do solo, poderá haver a exploração das eventuais riquezas do solo (tais como a lavra e os
recursos minerais), oportunidade em que será assegurado aos indígenas a participação no
resultado da exploração.
As terras ocupadas pelos índios são considerados bens de uso especial de
propriedade da União.
Art. 20, §2º, A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras
terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do
território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
Ainda de acordo com a Constituição, tais áreas são consideradas bens da União. No
entanto, temos que tomar cuidado para não chegarmos a errônea conclusão de que
todas as áreas compreendidas dentro do limite acima estipulado (150 km de largura) são
consideradas bens da União. Em sentido oposto, apenas a faixa de fronteira considerada
indispensável à defesa das fronteiras é que são bens da União.
Assim, chega-se à conclusão de que dentro da área compreendida como faixa de
fronteira poderá haver bens de propriedade particular, dos Estados ou dos Municípios.
Apenas quando tais bens forem necessários à defesa das fronteiras é que obrigatoriamente
serão classificados como bens da União.
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Art. 2º, São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 (trinta e três) metros, medidos
horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha do preamar-médio de 1831:
a) os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até onde se
faça sentir a influência das marés;
b) os que contornam as ilhas situadas em zona onde se faça sentir a influência das marés.
Art. 14, Terrenos reservados são os que, banhados pelas correntes navegáveis, fora do alcance
das marés, vão até a distância de 15 metros para a parte da terra, contados desde o ponto
médio das enchentes ordinárias.
Tal como ocorre com os terrenos de marinha, temos uma medida de referência, que,
neste caso, é o ponto médio das enchentes ordinárias. Tal medida refere-se a média em
que as enchentes alcançavam no ano de 1831. A partir deste ponto, contados para a parte
da terra, a extensão de 15 metros será considerada como terrenos reservados.
Os terrenos reservados são considerados bens dominicais e, como regra, pertencem
aos Estados. Caso, porém, tais bens estiverem com algum título legítimo de domínio federal,
municipal ou particular, pertencerão aos respectivos proprietários.
Merece destaque, ainda no âmbito dos terrenos reservados, o conhecimento da Súmula
479 do STF:
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Súmula 479 – STF: As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de
expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.
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RESUMO
Em sentido amplo, o domínio público pode ser entendido como decorrente do poder
eminente, ou seja, o poder político por meio do qual o estado submete à sua vontade
todas as coisas do seu território.
Em sentido estrito, a expressão domínio público pode ser compreendida como o
conjunto de bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, pertencentes ao estado. É,
em última análise, o patrimônio público propriamente dito.
Três são as teorias que tentam explicar o conceito dos bens públicos. A primeira delas
trata-se do conceito legal expresso no artigo 98 do Código Civil, que afirma que “São públicos
os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno;
todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”.
A segunda teoria utilizada para se chegar ao conceito de bens públicos parte do
entendimento dos autores Celso Antônio Bandeira de Mello e, com algumas ressalvas,
Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Para tais administrativistas, seriam bens públicos, além
daqueles expressos no conceito legal do código civil, os bens afetados à prestação de
um serviço público.
Uma terceira corrente, defendida pelo autor Hely Lopes Meirelles, chega a afirmar que
os bens públicos são todos aqueles pertencentes à administração direta e a todas as
entidades da administração indireta. Assim, independente de estarmos diante de uma
empresa pública ou sociedade de economia mista regida pelo direito privado, ou então
quando tais entidades estiverem atuando na exploração de atividade econômica, os bens
pertencentes a tais entidades ainda assim seriam considerados bens públicos.
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Quatro são as características dos bens públicos que os diferenciam dos bens privados:
Não podem ser alienados (vendidos, doados, permutados e transferidos)
Inalienabilidade
a terceiros.
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No que se refere às formas de outorga da utilização dos bens públicos aos particulares,
três delas merecem destaque:
Autorização Permissão Concessão
Ato Administrativo Ato Administrativo Contrato Administrativo
Não há necessidade de licitação Licitação Prévia Licitação Prévia
Interesse prioritário do Poder Interesse pode ser equivalente ou
Interesse prioritário do particular
Público de qualquer um dos particulares
Precariedade Precariedade Não há precariedade
Pode ocorrer de forma onerosa ou Pode ocorrer de forma Pode ocorrer de forma onerosa ou
gratuita onerosa ou gratuita gratuita
Como trata-se de um Contrato
Não possui prazo certo Não possui prazo certo Administrativo, deve possuir prazo
determinado
Não pode ser revogada, mas sim
Pode ser revogada à qualquer rescindida nas hipóteses previstas
Pode ser revogada à qualquer tempo, não
tempo, não havendo que se em lei. Caberá indenização ao
havendo que se falar em indenização
falar em indenização particular quando este não tiver
dado causa à rescisão.
As terras devolutas são todas aquelas que, pertencentes ao domínio público de qualquer
das entidades estatais, não se acham utilizadas pelo Poder Público, nem destinadas a
fins administrativos específicos. Como regra, pertencem aos Estados, podendo, em
determinadas situações, ser de propriedade da União.
De acordo com a doutrina majoritária, os Municípios não podem ser proprietários de
terras devolutas, sendo estas bens dominicais.
São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CEBRASPE (CESPE)/PJ (MPE SC)/MPE SC/2023) À luz do disposto na Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), no Código Civil bem como da jurisprudência do STF,
julgue o próximo item, relativos a pessoas, domicílio e bens.
À luz do Código Civil, são bens públicos: os dominicais, que constituem o patrimônio das
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma
dessas entidades; os de uso especial, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; e os de
uso comum do povo, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.
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c) dominical;
d) desafetado;
e) desconsagrado.
009. (COGEPS UNIOESTE/CONT (STO ANT PLAT)/PREF STO ANT PLATINA/2022) Os bens públicos
fazem parte do patrimônio público. Uma das categorias de bens públicos é a de Bens de Uso
Especial. Assinale a alternativa que melhor representa a definição de Bens de Uso Especial.
a) Compreendem os bens de domínio público, construídos ou não por pessoas jurídicas de
direito público, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças.
b) São ativos que normalmente podem ser conservados por um número significativamente
maior de anos do que a maioria dos bens, devendo ser partes de um sistema ou de uma rede,
especializados por natureza e não possuírem usos alternativos, tais como redes rodoviárias,
sistemas de esgoto, sistemas de abastecimento de água e energia, dentre outros.
c) Compreendem os bens, tais como edifícios ou terrenos, destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual ou municipal.
d) Compreendem os bens que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades, a que se
tenha dado estrutura de direito privado, como apartamentos, armazéns, casas, glebas,
terrenos, lojas, dentre outros.
e) São os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores
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010. (IDECAN/OF (PM MS)/PM MS/2022) Em frente ao 1º Batalhão da Polícia Militar, havia
uma praça municipal frequentada pelos moradores da região. Diariamente, os militares
lá faziam exercícios físicos e, como gentileza, executavam a limpeza do local, mantendo
tudo em ordem e a salvo da ação de pichadores e moradores de rua. Nesse caso, é possível
afirmar que a referida praça pode ser classificada como um bem público:
a) dominial.
b) de uso especial.
c) dominical.
d) de uso comum do povo.
e) de uso extraordinário.
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013. (GUALIMP/FTRIB (PREF CARMO)/PREF CARMO/2022) Qual opção se refere a bem público
dominical?
a) Estrada.
b) Terra devoluta.
c) Prefeitura.
d) Hospital Municipal.
014. (INSTITUTO MAIS - ANA (CM PRAIA GDE)/CM PRAIA GRANDE/JURÍDICO/2022) Edifícios
ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias, são exemplos de bens públicos
a) de uso especial.
b) administrativos.
c) de uso comum.
d) dominicais.
015. (FCC/ANA JD (DPE AM)/DPE AM/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2022) O bem público que abriga
uma repartição pública, ou seja, o local onde se realiza atividade pública, pode ser classificado
quanto à sua destinação como bem público
a) natural.
b) de uso comum.
c) alienável.
d) de uso especial.
e) singular.
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Direito Administrativo
Bens Públicos
Diogo Surdi
019. (IBADE/ECO (SEA SC)/SEA SC/2022) Em relação ao estudo dos bens públicos, sabemos
que os bens de uso........................................... são aqueles que não apresentam uma distinção
material, isto é, uma escola pública não é diferente, pela vista, de uma escola particular;
portanto a distinção entre público e privado reside unicamente em sua destinação. A
alternativa que apresenta a classificação correta do tipo de bem apresentado no enunciado é:
a) comum.
b) direto.
c) especial.
d) dominiais.
e) geral.
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Direito Administrativo
Bens Públicos
Diogo Surdi
026. (IDECAN/SOLD (PM MS)/PM MS/2022) Assinale abaixo o único caso em que o bem
público se encontra completamente desafetado pelo Estado:
a) Hospital público sucateado.
b) Terreno baldio pertencente ao Estado.
c) Cessão temporária de ambulância para hospital municipal.
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Bens Públicos
Diogo Surdi
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Direito Administrativo
Bens Públicos
Diogo Surdi
federativo que o município integra é proprietário de um imóvel próximo, com acesso adequado
e boas condições estruturais para armazenamento das vacinas. A utilização desse imóvel
pode se formalizar mediante
a) permissão de uso, a ser outorgada pelo Estado em favor da Municipalidade, considerando
a finalidade pública do programa de vacinação.
b) contrato administrativo de comodato, por prazo indeterminado e para a finalidade
específica de execução do programa de vacinação.
c) autorização de uso, ato administrativo de natureza vinculada, o que impede a negativa
da outorga por parte do Estado.
d) concessão de uso, ato administrativo tecnicamente adequado para a celebração de
parceria entre dois entes federados.
e) convênio, cuja natureza contratual permite o estabelecimento de obrigações recíprocas
entre os partícipes, vedada apenas remuneração pelo uso.
032. (FCC/PJ (MPE MT)/MPE MT/2019) Mares e rios, terrenos e edifícios destinados aos
serviços da Administração pública são exemplos de bens públicos, respectivamente,
a) de uso especial.
b) de uso comum do povo e dominicais.
c) de uso comum do povo.
d) dominicais.
e) de uso comum do povo e de uso especial.
033. (VUNESP/DEL POL (PC SP)/PC SP/2022) O Contrato administrativo que tem por objetivo
consentir o uso de bem público, de forma privativa, por terceiro, com fundamento no
interesse público, é considerado como de
a) aforamento.
b) autorização.
c) locação.
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Direito Administrativo
Bens Públicos
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d) permissão.
e) concessão.
034. (FGV/TNS (SSP AM)/SSP AM/2022) Em matéria de classificação dos bens públicos
quanto à sua destinação, é correto afirmar que o imóvel onde está sediada a Secretaria
Estadual de Segurança Pública do Estado Gama é um bem
a) de uso comum do povo, pois todos os cidadãos podem ser usuários do serviço público prestado.
b) de uso especial, porque é usado para prestação de serviço público pela Administração
com finalidade pública.
c) dominical, porque tem uma destinação pública específica dirigida a toda coletividade.
d) afetado, porque não tem uma destinação pública específica, ficando a cargo do Secretário
estadual definir quais serviços serão prestados pelos agentes lotados no órgão.
e) desafetado, porque tem uma destinação pública específica, ficando a cargo do Secretário
estadual lotar os servidores públicos em cada setor do órgão.
035. (FGV/ESC POL (PC AM)/PC AM/4ª CLASSE/2022) Em matéria de classificação do bem
público quanto à sua destinação, uma Delegacia de Polícia Civil situada no Centro da cidade
de Manaus é classificada como bem
a) de uso especial, que é utilizado para prestação de serviço público pelo Estado aos cidadãos.
b) de uso comum do povo, que é utilizado ou colocado à disposição de toda população.
c) dominical, que é utilizado no serviço de segurança pública oferecido pelo Estado aos
cidadãos.
d) desafetado, que é usado com a finalidade específica de prestação de serviço público
pelo Estado aos cidadãos.
e) de uso extraordinário, que é utilizado ou colocado à disposição de toda população.
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Direito Administrativo
Bens Públicos
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038. (FGV/NER (TJ SC)/TJ SC/PROVIMENTO/2021) José ofereceu a João, por um bom preço,
um terreno inserido na faixa de 33 metros, medidos a partir da linha da preamar-média
de 1831, em direção à terra, em área banhada por águas sujeita à influência das marés.
Precavido, João compareceu ao Registro de Imóveis da circunscrição e constatou que o
terreno, em sua integralidade, possuía matrícula, e José figurava como seu proprietário.
Caso João adquira o imóvel e promova o registro da respectiva escritura de compra e venda,
a sua propriedade:
a) será oponível a todos, pessoas naturais ou jurídicas, públicas ou privadas, o que decorre
do princípio da continuidade do registro;
b) será oponível a todos, pessoas naturais ou jurídicas, públicas ou privadas, salvo se constar,
na matrícula do imóvel, averbação de que se trata de terreno de marinha;
c) será oponível a todos, pessoas naturais ou jurídicas, públicas ou privadas, até que a sua
nulidade seja reconhecida pelo Poder Judiciário em sentença transitada em julgado;
d) não será oponível à União, considerando tratar-se de bem público, bem como pelo fato
de o registro de imóveis indicar mera presunção relativa de propriedade do particular;
e) não será oponível ao Estado, considerando tratar-se de terra devoluta, bem como pelo
fato de o registro de imóveis indicar mera presunção relativa de propriedade do particular.
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Direito Administrativo
Bens Públicos
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d) está viciado, por se tratar de concessão de uso, que depende de licitação prévia;
e) está viciado, por se tratar de permissão de uso, que prescinde de licitação prévia.
043. (FGV/OF (PM RJ)/PM RJ/2021) De acordo com a doutrina de Direito Administrativo,
levando em consideração a classificação do bem público quanto à sua destinação, as
instalações físicas do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar do Estado
do Rio de Janeiro constituem um bem
a) de uso comum do povo, pois servem à população de forma geral.
b) de uso especial, pois são utilizadas para prestação de serviço público.
c) dominical, pois estão vinculadas a uma destinação pública específica.
d) desafetado, pois estão destinadas à prestação de um serviço público específico.
e) de uso geral, pois se destinam à toda coletividade em matéria de segurança pública.
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Direito Administrativo
Bens Públicos
Diogo Surdi
anos. Dentre suas atividades, consta a administração dos bens autárquicos. Em determinado
ano, é comunicado, pelo assessor jurídico, de ocupação irregular de um imóvel situado em
área rural, mas registrado em nome da autarquia. Realizando diligências no local, verifica que
a ocupação já dura mais de dez anos. As tentativas de desocupação voluntárias não lograram
êxito. Nos termos das normas aplicáveis aos bens das autarquias, é correto dizer que:
a) são alienáveis livremente
b) não são passíveis de usucapião
c) são bens particulares
d) não são passíveis de concessão
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Direito Administrativo
Bens Públicos
Diogo Surdi
d) materiais.
e) de uso restrito.
049. (FCC/DP RR/DPE RR/2021) São considerados bens de uso especial aqueles que são do
domínio público e
a) constituem patrimônio da União, Estados ou Municípios, como objeto de direito pessoal
ou real de cada um.
b) podem, por determinação legal ou por sua natureza, ser utilizados por todos em igualdade
de condições, sem necessidade de consentimento individualizado pela Administração.
c) constituem coisas móveis ou imóveis, corpóreas ou incorpóreas, utilizadas pela
Administração Pública para a realização de suas atividades e consecução de seus fins.
d) comportam função patrimonial ou financeira, porque se destinam a assegurar rendas,
como atividade da Administração.
e) são utilizados por particular com restrições, como pagamento de pedágio ou autorização
para circulação de veículos especiais.
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Direito Administrativo
Bens Públicos
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GABARITO
1. E 35. a
2. C 36. a
3. a 37. e
4. C 38. d
5. C 39. e
6. b 40. e
7. b 41. d
8. d 42. c
9. c 43. b
10. d 44. c
11. a 45. b
12. e 46. a
13. b 47. b
14. a 48. b
15. d 49. c
16. d 50. a
17. d
18. E
19. c
20. C
21. c
22. c
23. a
24. E
25. b
26. b
27. c
28. b
29. d
30. a
31. d
32. e
33. e
34. b
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Bens Públicos
Diogo Surdi
GABARITO COMENTADO
001. (CEBRASPE (CESPE)/PJ (MPE SC)/MPE SC/2023) À luz do disposto na Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), no Código Civil bem como da jurisprudência do STF,
julgue o próximo item, relativos a pessoas, domicílio e bens.
À luz do Código Civil, são bens públicos: os dominicais, que constituem o patrimônio das
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma
dessas entidades; os de uso especial, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; e os de
uso comum do povo, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.
A questão inverteu as definições acerca de cada uma das espécies de bens públicos. Neste
sentido é o teor do artigo 99 do Código Civil, de seguinte redação:
Errado.
Assim como afirmado, estabelece o artigo 102 do Código Civil que “Os bens públicos não
estão sujeitos a usucapião”.
Certo.
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Direito Administrativo
Bens Públicos
Diogo Surdi
c) de uso especial.
d) inalienáveis.
A definição apresentada pela questão refere-se aos bens dominicais, que são aqueles que
constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público como objeto de direito
pessoal ou real de cada uma dessas entidades.
Letra a.
Certo.
A questão está correta, nos termos do artigo 100 do Código Civil, de seguinte redação:
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Certo.
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Bens Públicos
Diogo Surdi
Por estar afetado a um serviço público, o imóvel do Tribunal de Contas do Estado Beta, que
é onde está instalada a sede do tribunal, é classificado como bem público de uso especial.
Letra b.
O prédio da Prefeitura de Vila Velha/ ES é classificado como bem público de uso especial,
uma vez que está destinado (afetado) ao exercício de uma atividade pública.
Letra b.
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Direito Administrativo
Bens Públicos
Diogo Surdi
Se levarmos em conta que o bem público em questão está sendo utilizado como hospital
para o atendimento de pacientes, é inegável que a classificação a ser adotada é a de bem
de uso especial. Isso ocorre na medida em que o bem, na situação narrada, está afetado a
uma atividade pública.
Letra d.
009. (COGEPS UNIOESTE/CONT (STO ANT PLAT)/PREF STO ANT PLATINA/2022) Os bens públicos
fazem parte do patrimônio público. Uma das categorias de bens públicos é a de Bens de Uso
Especial. Assinale a alternativa que melhor representa a definição de Bens de Uso Especial.
a) Compreendem os bens de domínio público, construídos ou não por pessoas jurídicas de
direito público, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças.
b) São ativos que normalmente podem ser conservados por um número significativamente
maior de anos do que a maioria dos bens, devendo ser partes de um sistema ou de uma rede,
especializados por natureza e não possuírem usos alternativos, tais como redes rodoviárias,
sistemas de esgoto, sistemas de abastecimento de água e energia, dentre outros.
c) Compreendem os bens, tais como edifícios ou terrenos, destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual ou municipal.
d) Compreendem os bens que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades, a que se
tenha dado estrutura de direito privado, como apartamentos, armazéns, casas, glebas,
terrenos, lojas, dentre outros.
e) São os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores
da sociedade brasileira, tais como monumentos e prédios históricos, sítios arqueológicos,
áreas de conservação e reservas naturais.
A Letra C é a alternativa que apresenta a definição de bem público de uso especial. Tais bens,
de acordo com a doutrina e o Código Civil, são aqueles que estão afetados a uma atividade
pública, independente da esfera da respectiva Administração (federal, estadual ou municipal).
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Direito Administrativo
Bens Públicos
Diogo Surdi
Letra c.
010. (IDECAN/OF (PM MS)/PM MS/2022) Em frente ao 1º Batalhão da Polícia Militar, havia
uma praça municipal frequentada pelos moradores da região. Diariamente, os militares
lá faziam exercícios físicos e, como gentileza, executavam a limpeza do local, mantendo
tudo em ordem e a salvo da ação de pichadores e moradores de rua. Nesse caso, é possível
afirmar que a referida praça pode ser classificada como um bem público:
a) dominial.
b) de uso especial.
c) dominical.
d) de uso comum do povo.
e) de uso extraordinário.
Uma praça municipal frequentada pelos moradores da região é um típico exemplo de bem
público classificado como bem de uso comum do povo. A depender da situação, a utilização
de tais bens pode ser onerosa ou gratuita.
Letra d.
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Direito Administrativo
Bens Públicos
Diogo Surdi
a) de uso especial.
b) de uso comum.
c) dominicais.
d) extraordinários.
e) tradicionais.
Letra a.
Nos bens de uso especial, temos um bem que está sendo utilizado (afetação) no desempenho
de uma atividade administrativa. Dentre as opções elencadas, apenas a Letra E (Universidade)
possui esta característica. Nas Letras A, B e C, os bens são classificados como de uso comum
do povo. Na Letra D, estamos diante de um bem dominical.
Letra e.
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Direito Administrativo
Bens Públicos
Diogo Surdi
013. (GUALIMP/FTRIB (PREF CARMO)/PREF CARMO/2022) Qual opção se refere a bem público
dominical?
a) Estrada.
b) Terra devoluta.
c) Prefeitura.
d) Hospital Municipal.
De acordo com Hely Lopes Meirelles, as “Terras devolutas são todas aquelas que, pertencentes
ao domínio público de qualquer das entidades estatais, não se acham utilizadas pelo Poder
Público, nem destinadas a fins administrativos específicos”.
As terras devolutas são classificadas como bens públicos dominicais, motivo pelo qual a
resposta da questão é a Letra B. Na Letra A, temos um bem de uso comum do povo. Nas
Letras C e D, os bens são classificados como bens de uso especial.
Letra b.
014. (INSTITUTO MAIS - ANA (CM PRAIA GDE)/CM PRAIA GRANDE/JURÍDICO/2022) Edifícios
ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias, são exemplos de bens públicos
a) de uso especial.
b) administrativos.
c) de uso comum.
d) dominicais.
Letra a.
015. (FCC/ANA JD (DPE AM)/DPE AM/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2022) O bem público que abriga
uma repartição pública, ou seja, o local onde se realiza atividade pública, pode ser classificado
quanto à sua destinação como bem público
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Bens Públicos
Diogo Surdi
a) natural.
b) de uso comum.
c) alienável.
d) de uso especial.
e) singular.
Na medida em que o bem público abriga uma repartição pública, ou seja, o local onde se
realiza atividade pública, estamos diante de um bem público de uso especial, ou seja, um
bem que está afetado ao exercício de uma atividade pública.
Letra d.
Os bens integrantes do patrimônio público disponível, que não possuem uma finalidade
pública específica, são classificados como dominicais. Já os bens públicos de fruição geral
da população são exemplos de bem de uso comum do povo.
Letra d.
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Direito Administrativo
Bens Públicos
Diogo Surdi
Apenas a Letra D retrata um exemplo de bens que são classificados como de uso especial.
Em tais situações, os bens estão afetados a uma atividade específica. Nas Letras A e B, os
bens são classificados como de uso comum do povo. Já na Letra C, a classificação é como
bens dominicais.
Letra d.
São os bens públicos de uso especial (e não os dominicais) que são destinados à consecução
específica de determinado objetivo da administração pública. Os bens dominicais, em sentido
diverso, são aqueles que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público.
Errado.
019. (IBADE/ECO (SEA SC)/SEA SC/2022) Em relação ao estudo dos bens públicos, sabemos
que os bens de uso........................................... são aqueles que não apresentam uma distinção
material, isto é, uma escola pública não é diferente, pela vista, de uma escola particular;
portanto a distinção entre público e privado reside unicamente em sua destinação. A
alternativa que apresenta a classificação correta do tipo de bem apresentado no enunciado é:
a) comum.
b) direto.
c) especial.
d) dominiais.
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Bens Públicos
Diogo Surdi
A lacuna é corretamente preenchida com a definição de bens de uso especial. Tais bens são
aqueles que estão afetados a uma atividade específica da Administração Pública. Assim,
por exemplo, não temos distinção material entre uma escola pública e uma escola privada,
uma vez que ambas são escolas e possuem a mesma finalidade. Contudo, a destinação da
escola pública é diferente, uma vez que está vinculada ao Poder Público e, por isso mesmo,
afetada a uma atividade específica.
Letra c.
De acordo com a doutrina, as terras ocupadas pelos índios são considerados bens de uso
especial de propriedade da União. Por ser um bem público, as mencionadas terras são
insuscetíveis de alienação, ou seja, não podem ser alienadas.
Certo.
Na situação narrada pela questão, o pedido será indeferido, haja vista que não é permitido
a usucapião de qualquer espécie de bem público.
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Bens Públicos
Diogo Surdi
Letra c.
Ainda que o imóvel tenha sido ocupado por uma família de “sem-teto”, pelo prazo de 10
anos e de forma mansa e pacífica, não podemos esquecer que estamos, no caso, diante
de um bem público (pois o imóvel pertence à fundação). Consequentemente, em razão da
característica da imprescritibilidade, os bens públicos não estão sujeitos à usucapião, de
forma que a fundação não perderá, na situação descrita, a propriedade do imóvel.
Letra c.
Apenas de todas as informações mencionadas pelo enunciado, a praça municipal não deixou
de ser um bem público, mais precisamente um bem de uso comum do povo (afetado a
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Bens Públicos
Diogo Surdi
Se o prédio está sendo utilizado em uma atividade de finalidade pública, o que temos, ao
contrário do que afirmado, é a afetação, e não a desafetação. Assim, o prédio é classificado
como bem de uso especial, estando afetado a uma atividade específica do Poder Público.
Errado.
É por meio da afetação que se atribui ao bem público uma destinação pública especial,
de interesse direto ou indireto da Administração. Após a afetação, o bem passa a estar
condicionado ao desempenho de uma atividade pública. Posteriormente, poderá ocorrer
a desafetação do bem, quando esta voltará à condição de bem dominical.
Letra b.
026. (IDECAN/SOLD (PM MS)/PM MS/2022) Assinale abaixo o único caso em que o bem
público se encontra completamente desafetado pelo Estado:
a) Hospital público sucateado.
b) Terreno baldio pertencente ao Estado.
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Um bem público desafetado é aquele que não está sendo utilizado em uma atividade de
finalidade pública, sendo classificado como bem dominical. Observe que nas Letras A, C,
D e E, os bens, ainda que cedidos, sucateados, desocupados para fins de reforma e objeto
de servidão administrativa, estão desempenhando uma atividade pública.
Na Letra B, em sentido oposto, o terreno, ainda que pertencente ao Estado, não está
desempenhando uma atividade relacionada com os interesses da Administração Pública.
Por isso mesmo, o bem encontra-se desafetado, situação que irá permanecer até que seja
dada a devida finalidade ao terreno.
Letra b.
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Fazendo uso das disposições do artigo 99 do Código Civil, é possível verificar que a resposta
correta é a Letra D.
Os bens de uso especial, em linhas gerais, são aqueles que estão sendo utilizados pelo Poder
Público para a consecução de uma atividade de interesse da coletividade. Como exemplo,
podemos citar os imóveis voltados à instalação das repartições públicas.
Letra d.
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Três são as principais formas de utilização, pelos particulares, dos bens públicos, sendo
elas a concessão, a permissão e a autorização (Letras A, C e D).
A autorização de uso trata-se de ato administrativo de natureza discricionária, e não
vinculada (Erro da Letra C).
A concessão de uso não trata-se de um ato, mas sim de um contrato administrativo (Erro
da Letra D).
A permissão de uso, por sua vez, trata-se do ato por meio do pelo qual se faculta a alguém
o uso de um bem público. O instituto pode ser utilizado de forma onerosa ou gratuita.
Na situação narrada, a permissão pode ser outorgada pelo Estado em favor da Municipalidade,
haja vista que há uma finalidade pública a ser desenvolvida (o programa de vacinação).
Letra a.
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Até mesmo os bens de uso comum do povo podem sofrer alteração em sua finalidade, como
é o caso, por exemplo, de uma praça pública que desaparece, em razão de projeto urbanístico,
para dar lugar a uma rua e a um terreno público sem utilização. Nesse caso, o bem que era de
uso comum do povo converteu-se, parte, em outro bem de uso comum do povo (a nova rua), e
parte, em bem dominical (o terreno sem utilização). Poder-se-á dizer, na hipótese, que houve
desafetação parcial, pois que parte do bem que tinha finalidade pública passou a não mais
dispor desse fim (o terreno).
Letra d.
032. (FCC/PJ (MPE MT)/MPE MT/2019) Mares e rios, terrenos e edifícios destinados aos
serviços da Administração pública são exemplos de bens públicos, respectivamente,
a) de uso especial.
b) de uso comum do povo e dominicais.
c) de uso comum do povo.
d) dominicais.
e) de uso comum do povo e de uso especial.
Os mares e rios são bens de uso comum do povo. Já os terrenos e edifícios destinados aos
serviços da Administração Pública são classificados como bens de uso especial.
Letra e.
033. (VUNESP/DEL POL (PC SP)/PC SP/2022) O Contrato administrativo que tem por objetivo
consentir o uso de bem público, de forma privativa, por terceiro, com fundamento no
interesse público, é considerado como de
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a) aforamento.
b) autorização.
c) locação.
d) permissão.
e) concessão.
O contrato administrativo que tem por objetivo consentir o uso de bem público, de forma
privativa, por terceiro, com fundamento no interesse público, é denominado de concessão
de uso de bem público.
Letra e.
034. (FGV/TNS (SSP AM)/SSP AM/2022) Em matéria de classificação dos bens públicos
quanto à sua destinação, é correto afirmar que o imóvel onde está sediada a Secretaria
Estadual de Segurança Pública do Estado Gama é um bem
a) de uso comum do povo, pois todos os cidadãos podem ser usuários do serviço público prestado.
b) de uso especial, porque é usado para prestação de serviço público pela Administração
com finalidade pública.
c) dominical, porque tem uma destinação pública específica dirigida a toda coletividade.
d) afetado, porque não tem uma destinação pública específica, ficando a cargo do Secretário
estadual definir quais serviços serão prestados pelos agentes lotados no órgão.
e) desafetado, porque tem uma destinação pública específica, ficando a cargo do Secretário
estadual lotar os servidores públicos em cada setor do órgão.
O imóvel onde está sediada a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Estado Gama
é um exemplo de bem de uso especial. Tais bens são utilizados pela Administração para a
prestação de um serviço público, com finalidade pública, à coletividade.
Letra b.
035. (FGV/ESC POL (PC AM)/PC AM/4ª CLASSE/2022) Em matéria de classificação do bem
público quanto à sua destinação, uma Delegacia de Polícia Civil situada no Centro da cidade
de Manaus é classificada como bem
a) de uso especial, que é utilizado para prestação de serviço público pelo Estado aos cidadãos.
b) de uso comum do povo, que é utilizado ou colocado à disposição de toda população.
c) dominical, que é utilizado no serviço de segurança pública oferecido pelo Estado aos
cidadãos.
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Letra a.
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a) penhorabilidade, segundo a qual o bem público pode ser penhorado em juízo, para garantia
de uma execução contra a fazenda pública, por exemplo;
b) onerabilidade, segundo a qual o bem público pode ser objeto de direito real de garantia,
como a instituição de penhor, anticrese e hipoteca para garantir débitos do ente estatal;
c) imprescritibilidade, segundo a qual o bem público não pode ser adquirido pela posse
mansa e pacífica por determinado período de tempo continuado, exceto se se tratar de
bem dominical que se sujeita à prescrição aquisitiva;
d) inalienabilidade, segundo a qual o bem público não pode ser vendido, senão para outros
entes federativos, desde que demonstrado o interesse público para ambos os entes envolvidos
no negócio, mediante a realização de prévia audiência pública;
e) alienabilidade condicionada, segundo a qual o bem público pode ser alienado, desde que
esteja desafetado da destinação pública, haja prévias avaliação, licitação e autorização
legislativa, assim como seja demonstrado o interesse público.
038. (FGV/NER (TJ SC)/TJ SC/PROVIMENTO/2021) José ofereceu a João, por um bom preço,
um terreno inserido na faixa de 33 metros, medidos a partir da linha da preamar-média
de 1831, em direção à terra, em área banhada por águas sujeita à influência das marés.
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a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Letra e.
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Na situação descrita, Maria possui um contrato administrativo assinado com o Estado, por
prazo determinado, sem que, contudo, tenha sido precedido de procedimento licitatório.
Por estarmos diante de um contrato administrativo, o vínculo firmado é o de concessão
de uso de bem público.
No entanto, por não ter sido realizado o procedimento licitatório, o contrato administrativo
está viciado, uma vez que a concessão de uso depende, obrigatoriamente, da realização
de prévia licitação.
Letra d.
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043. (FGV/OF (PM RJ)/PM RJ/2021) De acordo com a doutrina de Direito Administrativo,
levando em consideração a classificação do bem público quanto à sua destinação, as
instalações físicas do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar do Estado
do Rio de Janeiro constituem um bem
a) de uso comum do povo, pois servem à população de forma geral.
b) de uso especial, pois são utilizadas para prestação de serviço público.
c) dominical, pois estão vinculadas a uma destinação pública específica.
d) desafetado, pois estão destinadas à prestação de um serviço público específico.
e) de uso geral, pois se destinam à toda coletividade em matéria de segurança pública.
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No caso, estamos diante de um bem público, haja vista que as autarquias são pessoas
jurídicas de direito público. Consequentemente, os bens devem gozar de uma série de
prerrogativas. Dentre elas, temos a imprescritibilidade, que, em linhas gerais, assegura que
os bens públicos não podem ser objeto de usucapião.
Letra b.
Bens de uso especial são aqueles utilizados pelos seus proprietários (União, Estados, Distrito
Federal, Municípios, autarquias e fundações públicas de Direito público) na execução dos
serviços públicos e de suas atividades finalísticas. Dentre as opções elencadas, apenas a
Letra A (viaturas policiais e ambulâncias) se refere a bens públicos de uso especial.
Letra a.
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I – Não se incluem, entre os bens públicos, os pertencentes às pessoas jurídicas de direito público.
II – Rios, mares, estradas, ruas e praças são considerados bens de uso comum do povo.
III – São considerados bens de uso especial os edifícios destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, exceto os de suas autarquias.
Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente o item I.
b) Somente o item II.
c) Somente os itens I e II.
d) Somente os itens I e III.
e) Todos os itens.
Item I: Incorreto. De acordo com o artigo 98 do Código Civil, temos a previsão de que “São
públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”.
Item II: Correto. Rios, mares, estradas, ruas e praças são considerados, conforme afirmado,
bens de uso comum do povo.
Letra b.
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A definição apresentada pela questão é a de bens de uso especial, ou seja, bens que estão
sendo utilizados para o desempenho de uma atividade destinada ao bem estar da coletividade.
Letra b.
049. (FCC/DP RR/DPE RR/2021) São considerados bens de uso especial aqueles que são do
domínio público e
a) constituem patrimônio da União, Estados ou Municípios, como objeto de direito pessoal
ou real de cada um.
b) podem, por determinação legal ou por sua natureza, ser utilizados por todos em igualdade
de condições, sem necessidade de consentimento individualizado pela Administração.
c) constituem coisas móveis ou imóveis, corpóreas ou incorpóreas, utilizadas pela
Administração Pública para a realização de suas atividades e consecução de seus fins.
d) comportam função patrimonial ou financeira, porque se destinam a assegurar rendas,
como atividade da Administração.
e) são utilizados por particular com restrições, como pagamento de pedágio ou autorização
para circulação de veículos especiais.
Bens de uso especial são aqueles utilizados pelos seus proprietários na execução dos
serviços públicos e de suas atividades finalísticas. Tais bens podem ser constituídos de
coisas móveis ou imóveis, corpóreas ou incorpóreas, confirmando com isso a Letra C como
gabarito da questão.
Letra c.
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Para responder a questão, devemos fazer uso de determinados artigos do Código Civil
relacionados com os bens públicos.
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
(Letra A)
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. (Erro da Letra B)
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
(Erro da Letra E)
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. (Erro da Letra D)
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for
estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. (Erro da Letra C)
Letra a.
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