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DIREITO

ADMINISTRATIVO
Bens Públicos

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CÓDIGO:
230303546706

DIOGO SURDI

Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo


em concursos públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se
destacam: Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário
do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (2012) e Técnico
Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

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Direito Administrativo
Bens Públicos
Diogo Surdi

SUMÁRIO
Bens Públicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1. Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2. Sentidos da Expressão Domínio Público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3. Bens Públicos – Divergências Doutrinárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
4. Conceito Legal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5. Classificações dos Bens Públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5.1. Quanto à Titularidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
5.2. Quanto à Disponibilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
5.3. Quanto à Destinação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
6. Regime Jurídico (Características) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
6.1. Inalienabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
6.2. Impenhorabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
6.3. Imprescritibilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
6.4. Não-Onerabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
7. Afetação e Desafetação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
8. Uso dos Bens Públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
8.1. Uso pelo Povo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
8.2. Uso pela Administração Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
8.3. Uso pelos Particulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
9. Bens Públicos em Espécie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
9.1. Terras Devolutas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
9.2. Terras Ocupadas pelos Índios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
9.3. Faixa de Fronteira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
9.4. Cemitérios Públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
9.5. Terrenos de Marinha e seus Acrescidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
9.6. Terrenos Reservados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
9.7. Diferenciação Entre Terrenos de Marinha e Terrenos Reservados . . . . . . . . . 32
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Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

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BENS PÚBLICOS
Olá, pessoal, tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos o assunto do Direito Administrativo que mais está relacionado
com o Direito Civil. Estamos falando dos Bens Públicos e todas as suas particularidades.

Obs.: Para Otimizar a Preparação:


São pontos que merecem uma atenção especial dos alunos:
a) a classificação dos bens públicos quanto à destinação (bens de uso comum do
povo, bens de uso especial e bens dominicais);
b) as características decorrentes do regime jurídico a que os bens públicos estão
sujeitos, sendo elas a inalienabilidade, a impenhorabilidade, a imprescritibilidade
e a não-onerosidade;

Grande Abraço a todos e boa aula!


Diogo

1. INTRODUÇÃO
Para a correta compreensão do conceito e das características dos bens públicos, faz-se
necessário, em um primeiro momento, a diferenciação entre bens públicos, bens privados
e da chamada res nullius:
Os bens privados são todos aqueles que, em regra, não se sujeitam à interferência do
Poder Público, estando regidos pelas normas do Direito Civil.
Os bens públicos, por sua vez, são dotados de uma série de características (tais como
a impossibilidade de alienação e de utilização dos mesmos como penhora para débitos da
Fazenda Pública), sendo regidos pelas normas do Direito Administrativo.
Por fim, temos a res nullius, expressão latina que significa “coisa de ninguém” ou “coisa
sem dono”. Neste caso, as normas que regem tais bens são, ocasionalmente, os tratados
e convenções internacionais.

Como exemplo de bem privado, podemos citar um automóvel ou imóvel particular.


Como exemplo de bem público, temos um prédio onde funciona uma repartição pública, as
praças, as ruas e as avenidas.
Como exemplo de res nullius, temos o alto-mar, extensão de água que fica fora do alcance
de qualquer um dos países, sendo, por isso mesmo, passível de utilização por qualquer deles.

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2. SENTIDOS DA EXPRESSÃO DOMÍNIO PÚBLICO


A expressão Domínio Público pode ser compreendida de suas formas ou acepções: em
sentido amplo e em sentido estrito.
Em sentido amplo, o domínio público pode ser entendido como o decorrente do poder
eminente, ou seja, o poder político por meio do qual o Estado submete à sua vontade todas
as coisas do seu território.
De acordo com o professor Hely Lopes Meirelles, o domínio público em sentido lato
abrange uma série de domínios, tais como o domínio terrestre, hídrico, mineral, florestal e
espacial. Em todas estas áreas, o poder público exerce seu poder de superioridade, devendo
os administrados observar as normas emanadas do Poder Estatal.
Em sentido estrito, por sua vez, a expressão domínio público pode ser compreendida
como o conjunto de bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, pertencentes ao
Estado. É, em última análise, o patrimônio público propriamente dito, motivo pelo qual a
expressão é também conhecida como domínio patrimonial.
Desta análise inicial, conseguimos perceber que a expressão domínio público, quando
utilizada em seu sentido amplo, abrange não apenas os bens públicos, mas também os
bens privados sujeitos à regulação do Estado. Já em seu sentido estrito, o domínio público
compreende apenas os bens públicos, assim considerados aqueles regidos pelo direito público.

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Caso o Poder Público resolva fazer uso do instituto da desapropriação, adquirindo para si um
terreno que até então era de propriedade de um particular e fundamentando o procedimento
na necessidade de construção de um hospital público no local, teremos a manifestação das
duas espécies de domínio:
a) Ao adquirir o bem pela desapropriação, está o Estado fazendo uso de seu domínio eminente
(sentido amplo), uma vez que todos os bens, inclusive os particulares, estão sujeitos às suas normas.
b) Com a desapropriação, o bem passa a ser propriedade do Poder Público, estando regidos,
desde então, ao domínio patrimonial.

3. BENS PÚBLICOS – DIVERGÊNCIAS DOUTRINÁRIAS


Tal como ocorre com diversos outros institutos do direito administrativo, o conceito de
bens públicos apresenta uma grande divergência doutrinária, sendo possível o reconhecimento
de três diferentes entendimentos:
O primeiro deles é o conceito legal expresso no artigo 98 do Código Civil, que assim dispõe:

Art. 98, São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Tal definição leva em conta a natureza da pessoa jurídica a que se encontra vinculado
o bem. Assim, se a pessoa jurídica possui personalidade de direito público, os bens a ela
pertencentes, como consequência, serão tidos como bens públicos.
Utilizando tal critério, chegamos à conclusão de que são bens públicos os pertencentes à
administração direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), bem como às entidades
da administração indireta de direito público (autarquias e fundações públicas).
Por outro lado, estariam excluídos do conceito de bens públicos aqueles utilizados pelas
empresas públicas e pelas sociedades de economia mista (que, ainda que integrantes da
administração pública indireta, possuem personalidade jurídica de direito privado), bem
como os das concessionárias e permissionárias de serviço público.
Defendem tal entendimento os autores José dos Santos Carvalho Filho e Lúcia Valle
Figueiredo.

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A segunda teoria utilizada para se chegar ao conceito de bens públicos parte do


entendimento dos autores Celso Antônio Bandeira de Mello e Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
Para tais administrativistas, seriam bens públicos, além daqueles expressos no conceito
legal do código civil, os bens afetados à prestação de um serviço público. Assim, o que é
levado em conta para tal entendimento é o regime jurídico a que os bens estão subordinados.

Imaginemos uma empresa pública ou uma sociedade de economia mista prestadora de


serviços públicos. Ainda que se trate de pessoas jurídicas de direito privado, ambas, por
estarem prestando um serviço público, são regidas pelo direito público.
Neste caso, todos os bens de tais entidades, desde que sejam essenciais à prestação de um
serviço público à população, estarão regidos pelo direito público, sendo, por consequência,
bens públicos.

Trata-se, por isso mesmo, de um conceito mais amplo de bens públicos, abrangendo, além
das entidades da administração direta, os bens pertencentes às entidades da administração
indireta regidas pelo direito público e até mesmo o das concessionárias e permissionárias
de serviço público.
Todas estas pessoas jurídicas possuem em comum o fato de prestarem um serviço
público à coletividade. Assim, se os bens necessários à prestação do serviço não fossem
considerados bens públicos, poderiam ser, a título de exemplo, penhorados ante o não
pagamento das obrigações por parte de tais pessoas jurídicas, o que implicaria na cessação
da prestação do serviço e no prejuízo à população.

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Uma terceira corrente, defendida pelo autor Hely Lopes Meirelles, chega a afirmar que
os bens públicos seriam todos aqueles pertencentes à administração direta e a todas as
entidades da administração indireta.
Assim, independente de estarmos diante de uma empresa pública ou de uma sociedade
de economia mista, ainda que elas estejam regidas pelo direito público ou pelo direito
privado, os bens pertencentes a tais entidades ainda assim seriam considerados bens
públicos. Trata-se do conceito mais amplo do nosso ordenamento, uma vez que não faz
restrições quanto ao regime jurídico ou quanto às características das respectivas entidades.
Podemos sedimentar as três teorias por meio do seguinte quadro sinótico:

Importante salientar que o STF já se manifestou acerca da possibilidade dos bens das empresas
públicas e das sociedades de economia mista (pessoas jurídicas de direito privado), quando
utilizados nas atividades essenciais das entidades, serem dotados de todas as características
dos bens públicos. Tal entendimento está expresso no julgamento do RE 220.906/DF:
1. À empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, pessoa jurídica equiparada à Fazenda
Pública, é aplicável o privilégio da impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços.
Recepção do artigo 12 do Decreto-lei n. 509/69 e não-incidência da restrição contida no
artigo 173, § 1º, da Constituição Federal, que submete a empresa pública, a sociedade de
economia mista e outras entidades que explorem atividade econômica ao regime próprio
das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias.
2. Empresa pública que não exerce atividade econômica e presta serviço público da
competência da União Federal e por ela mantido. Execução. Observância ao regime de
precatório, sob pena de vulneração do disposto no artigo 100 da Constituição Federal.
Recurso extraordinário conhecido e provido.

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Em provas de concurso, aconselha-se a utilização do conceito literal do Código Civil ou


da corrente que defende que os bens das entidades de direito privado da administração
indireta, quando afetados a uma atividade que beneficie toda a coletividade, gozam de
todas as características dos bens públicos.

4. CONCEITO LEGAL
Após conhecermos as diversas teorias que tentaram explicar a fundamentação para o
conceito de bens públicos, vejamos as disposições do conceito legal, expresso nos artigos
98 a 103 do Código Civil:

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Art. 99. São bens públicos:
I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes
às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido
legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

Aqui temos as regras expressas acerca dos bens públicos, de forma que todo o nosso
estudo se pautará nos artigos aqui apresentados. Logo, imprescindível o conhecimento de
todos, uma vez que as questões de prova solicitam, por diversas vezes, o conhecimento
literal dos mesmos.

5. CLASSIFICAÇÕES DOS BENS PÚBLICOS

5.1. QUANTO À TITULARIDADE


Quanto à titularidade ou propriedade, os bens públicos podem ser federais, estaduais,
municipais e autárquicos ou fundacionais.

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Trata-se de uma classificação que não apresenta maiores dificuldades, de forma que
é fator determinante neste critério de classificação que o ente federativo que detenha a
titularidade do bem público seja o responsável pela sua utilização e controle.
O artigo 20 da Constituição Federal apresenta os bens pertencentes à União:

Art. 20, São bens da União:


I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções
militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem
mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro
ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as
ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto
aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI – o mar territorial;
VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII – os potenciais de energia hidráulica;
IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

No que se refere às ilhas costeiras, e considerando o teor da Emenda Constitucional


n. 46, de 2005, temos que considerar que elas podem ser bens da União ou de Municípios.
E isso ocorre porque o texto anterior à emenda em questão apenas mencionava que as
ilhas costeiras eram bens da União, o que criava a inusitada situação em que as ilhas que
continham a sede de um município (tal como a ilha de Florianópolis), por serem bens da
União, impossibilitavam que os seus moradores realizassem empréstimos em instituições
financeiras locais colocando o terreno do qual eram proprietários como garantia.
Há a possibilidade das ilhas costeiras pertencerem, ainda, aos Estados, conforme previsão
do artigo 26 da Constituição Federal:

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:


II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas
sob domínio da União, Municípios ou terceiros;

Assim, nos dias atuais, temos a seguinte classificação, quanto à titularidade, das ilhas
costeiras:

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Os bens dos Estados, da mesma forma, estão expressos no artigo 26 da CF/88:

Art. 26, Incluem-se entre os bens dos Estados:


I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste
caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas
sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Em relação aos Municípios, constata-se que os seus bens não foram expressamente
relacionados no texto constitucional. Isso não quer dizer, contudo, que tais entes federativos
não possuem bens públicos.
Em sentido oposto, é lógico que existe um conjunto de bens que são de sua titularidade,
a exemplo das ruas, praças, logradouros, jardins públicos e ainda edifícios, veículos e demais
bens móveis e imóveis que integram o seu patrimônio.

5.2. QUANTO À DISPONIBILIDADE


Quanto à disponibilidade, os bens públicos podem ser indisponíveis, patrimonialmente
indisponíveis e patrimonialmente disponíveis.
Bens indisponíveis são aqueles que não podem ser alienados pelo Poder Público pelo
simples fato de que não possuem natureza patrimonial.

Tomemos como exemplo a floresta amazônica, ou então o mar de Fenando de Noronha.

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Será que é possível atribuirmos uma valor mensurável a eles?


Lógico que não.
Assim, cabe à administração pública apenas mantê-los e conservá-los, utilizando para tal a
fundamentação de que o bem estar da coletividade será assegurado com tais providências.

Bens patrimonialmente indisponíveis são aqueles que, ainda que possuam um valor
patrimonial avaliável, não podem, ainda assim, ser alienados pela administração pública,
uma vez que são essenciais para a prestação de um serviço público.
No entanto, a informação mais importante sobre tais bens é que eles apenas não podem
ser alienados enquanto estiverem afetados a um determinado serviço público, ou seja,
enquanto possuírem a qualidade de essenciais para a continuidade do serviço em questão.
Porém, quando tais bens deixarem de possuir tal característica, podem eles livremente
ser alienados.

Imaginemos um prédio que está sendo utilizado pela administração pública para o desempenho
de suas atividades. Enquanto tal ente estiver ali instalado, temos que o bem, por si só, revela-
se essencial para a continuidade dos serviços prestados pelo Poder Público.
Caso a Administração, algum tempo depois, opte por transferir suas instalações para outro
imóvel, temos que o bem anterior perderá a qualidade de essencial, podendo, desde que
satisfeitas as condições pertinentes, ser alienado pelo Poder Público.

Bens patrimonialmente disponíveis são aqueles que podem ter os seus valores
mensurados com segurança (por isso são patrimoniais) e que podem ser alienados pelo
Poder Público (logo, disponíveis).

Como exemplo, podemos citar a situação do item anterior, onde o Poder Público mudou o
local de suas instalações. Com a mudança, o imóvel anteriormente ocupado (e até então
patrimonialmente indisponível) passa a ser classificado como patrimonialmente disponível
e passível de alienação.

5.3. QUANTO À DESTINAÇÃO


Quanto à destinação ou ao objetivo a que se destinam, os bens públicos podem ser:
bens de uso comum do povo, bens de uso especial e bens Dominicais.
Bens de uso comum do povo são as coisas móveis ou imóveis pertencentes às
entidades regidas pelo direito público e que podem ser utilizadas por qualquer indivíduo,
independentemente de autorização ou qualquer outra formalidade.
O próprio Código Civil apresenta, quando da definição de tais bens, alguns exemplos
(artigo 99, I):

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Art. 99, São bens públicos:


I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

Percebam que qualquer pessoa poderá utilizar-se de tais bens, não havendo que se falar
em autorização do Poder Público para tal. Cumpre salientar, no entanto, que a utilização
destes está condicionada ao respeito das regras de destinação do bem.
Assim, qualquer pessoa pode utilizar, por exemplo, uma rua. Mas se a pessoa quiser
paralisar as atividades da mesma sob o fundamento de que precisa ali armar uma barraca
para passar a noite, temos que as regras de destinação da rua (facilitar a passagem de
pedestres e veículos) não foram respeitadas.
A mesma situação ocorre com a necessidade de utilização de uma avenida para a
manifestação popular por meio de passeatas públicas. Sabemos que o direito de reunião
está consagrado na Constituição Federal. No entanto, para que tal direito seja exercido, e
considerando que em tal situação estaremos diante de um uso anormal do bem público
em questão, deve-se avisar previamente o Poder Público responsável.
Bens de uso especial são aqueles utilizados pelos seus proprietários (União, Estados,
Distrito Federal, Municípios, autarquias e fundações públicas de Direito público) na execução
dos serviços públicos e de suas atividades finalísticas.
Estão previstos no artigo 99, II, do Código Civil, que assim dispõe:

Art. 99, São bens públicos:


II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

Como exemplo, podemos citar os prédios onde as respectivas repartições estão instaladas,
ou então os computadores, os veículos e os bens móveis de um ente federativo ou de uma
cadeia ou hospital público.
Cumpre salientar que vários dos bens aqui mencionados apenas são considerados bens
públicos porque estão afetados ao serviço público em questão, de forma que irão perder
esta configuração quando deixarem de ser essenciais à respectiva prestação.
Da mesma forma, diversos bens de uso especial poderão de utilizados pelos particulares,
como ocorre, por exemplo, quando um administrado comparece a uma Delegacia da Receita
Federal para sanar algumas dúvidas pertinentes à declaração de imposto de renda. Mas tal
contribuinte não pode, por exemplo, solicitar que o servidor da RFB lhe empreste o computador
da repartição, uma vez que tal bem está afetado (é essencial) à prestação do serviço público.
Bens dominicais são aqueles que, apesar de integrarem o patrimônio do Poder Público
(União, Estados, DF e Municípios, por exemplo) não estão sendo utilizados para uma destinação
pública especifica, não estando, por isso mesmo, afetados a um determinado serviço público
que beneficie a coletividade.

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Estão previstos, da mesma forma que os demais, no Código Civil (artigo 99, III):

Art. 99, São bens públicos:


III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Tais bens, conforme disposto no Código Civil, são aqueles que a administração pode
utilizar para fazer renda. Logo, pode o Poder Público aliená-los aos particulares, desde que
respeite as condições previstas em lei.
Como exemplo de bens dominicais, podemos citar um prédio que não está sendo mais
utilizado pela administração pública, ou então as terras devolutas e os terrenos da marinha
(veremos tais conceitos mais à frente).
Importante sabermos que o critério utilizado para a classificação de um bem público
como dominical é o residual, de forma que todos os bens que não se enquadrem como de
uso comum do povo ou uso especial serão classificados como dominicais.
Estaduais Municipais Pertencem aos
Pertencem aos Estados, Municípios, com a ressalva
Federais Pertencem
Titularidade com a ressalva de que a lista de que a CF não relacionou
à União
apresentada pela CF não é os bens que pertencem a
taxativa tais entes
Indisponíveis Patrimonialmente Disponíveis
Patrimonialmente Indisponíveis
Impossíveis de Podem ser mensurados e
Disponibilidade Podem ser mensuráveis, mas não
mensuração (Mares, podem ser alienados pela
podem ser alienados.
Florestas, Ruas) Administração.
Uso Comum do Povo
Dominicais
Destinados ao
Uso Especial Constituem o Patrimônio
bem estar da
São aqueles destinados à da Administração Pública,
Destinação coletividade, de
prestação de serviços públicos de forma que podem ser
forma que podem
à coletividade. alienados utilizados para
ser utilizados por
fazer renda.
toda a população.

6. REGIME JURÍDICO (CARACTERÍSTICAS)


Por estarem sujeitos à manutenção da atividade administrativa (mais precisamente da
continuidade dos serviços públicos prestados pelo Poder Público), os bens públicos estão
sujeitos a uma série de características que não são estendidas aos demais bens, sendo elas
a inalienabilidade, a impenhorabilidade, a imprescritibilidade e a não-onerabilidade.

6.1. INALIENABILIDADE
A inalienabilidade é a característica que impede que os bens públicos sejam alienados
a terceiros enquanto estiverem afetados ao serviço público para o qual foram destinados.

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O conceito de alienação, para os efeitos de tal característica, importa em todas as


formas de transferência da propriedade de um bem a terceiros, situação que ocorre, por
exemplo, com a venda, a transferência, a permuta e a doação.
Estabelece o Código Civil, em seus artigos 100 e 101, tal prerrogativa para os bens públicos:

Art. 100, Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101, Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.

Duas informações são extremamente importantes e decorrentes do artigo em questão:


a) A inalienabilidade é aplicada apenas aos bens de uso comum do povo e aos bens
especiais, não se aplicando, por isso mesmo, aos bens dominicais.
Isso significa que os bens públicos, enquanto classificáveis nas duas primeiras hipóteses,
não poderão ser alienados. Quando desafetados do serviço público, no entanto, tais bens
passam a ser classificados como dominicais, podendo ser alienados pelo Poder Público, que
apenas deve obedecer aos procedimentos estabelecidos em lei.
b) A natureza da Inalienabilidade não é absoluta para todas as classes de bens, motivo
pelo qual alguns autores, dentre os quais se destaca José dos Santos Carvalho Filho,
chegam a mencionar o termo “inalienabilidade condicionada”, conforme se observa abaixo:

A regra é a alienabilidade na forma em que a lei dispuser a respeito, atribuindo-se a inalienabilidade


somente nos casos do art. 100, e assim mesmo enquanto perdurar a situação específica que
envolve os bens.

No tocante aos bens de uso comum do povo que não possam ser avaliados patrimonialmente,
estaremos diante da inalienabilidade absoluta, de forma que tais bens jamais poderão ser
alienados. Admitir o contrário geraria a utópica situação em que os mares e as praias, ainda
que insuscetíveis de avaliação, poderiam vir a ser vendidos ou doados a terceiros.
No caso dos bens de uso comum do povo que possam ser mensurados (que possuam valor
patrimonial) e dos bens de uso especial, aplica-se a regra da inalienabilidade condicionada,
de forma que podem ser alienados quando forem desafetados ao serviço público e passarem
à condição de bens dominicais.

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Para efeitos de prova, memorizem que os dois termos podem aparecer, sendo que as
bancas tratam os mesmos como sinônimos: inalienabilidade e inalienabilidade condicionada.

6.2. IMPENHORABILIDADE
A penhora é um instituto de natureza constritiva, de forma que recai sobre o patrimônio
do devedor como forma de saldar a dívida até então existente.
Dessa forma, no âmbito das relações entre particulares, se uma das partes não cumpre
com a obrigação de pagar perante a outra, surge para o credor a possibilidade de penhora dos
bens patrimoniais do devedor. Uma vez penhorados, serão estes livremente alienados, de forma
que o produto da alienação será utilizado para satisfazer a dívida a que o credor tem direito.
Com os bens públicos a sistemática é outra, sendo que a regra de recebimento, quando
a parte devedora for a administração pública, está expressa no artigo 100 da Constituição
Federal, que institui a sistemática de precatórios ou de requisição de pequeno valor:

Art. 100, Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação
dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

A regra geral, dessa forma, é que os pagamentos devidos pelo Poder Público obedeçam
ao regime de precatórios previstos na Constituição Federal.
Entretanto, como quase tudo no Direito Administrativo, trata-se de uma regra que
comporta exceção (uma única hipótese). Tratam-se das obrigações de pequeno valor, ou
seja, débitos das fazendas públicas que, se não excederem aos pequenos valores, deverão
ser pagos diretamente pelo Poder Público competente, sem a possibilidade de serem
incluídos no regime de precatórios.
E como cada um dos entes possui capacidade de auto legislação, nada mais justo do que
cada um deles (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) estabelecer o limite a partir
do qual as obrigações são ou não consideradas de pequeno valor.
Mas percebam que isso poderia gerar um sério problema: Se são os próprios entes
federativos que estabelecem os valores acima do qual os créditos não serão considerados de
pequeno valor (sendo inclusos, por consequência, como precatórios), muitas administrações
públicas poderiam utilizar tal prerrogativa como forma de “livrar-se” do pagamento imediato.

Isso ocorreria na medida em que as leis locais estabelecessem valores irrisórios (R$ 10,00,
por exemplo) a partir do qual todos os débitos seriam pagos no regime de precatórios.

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Com isso, a população seria prejudicada, uma vez que aqueles que tivessem algum crédito
acima do mencionado valor para receber da Fazenda Pública teriam que aguardar o lento
procedimento do regime de precatórios.

Para a prova, temos que levar que nenhum dos Bens Públicos
pode ser adquirido mediante penhora.

6.3. IMPRESCRITIBILIDADE
Basicamente, a imprescritibilidade assegura que os bens públicos não podem ser objeto
de usucapião.
Por usucapião podemos entender a possibilidade de determinados bens serem adquiridos
após o transcurso do tempo (05, 10 ou até 15 anos).
Assim, ainda que o particular tenha a posse pacífica de um bem público pelo tempo
necessário para que o mesmo seja adquirido por usucapião, ainda assim não terá a sua posse.
A Constituição Federal assegura, em seu artigo 183, § 3º, a impossibilidade de Usucapião
como forma de aquisição de bens públicos imóveis:

Art. 183, §3º, Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

No entanto, ainda que a preocupação da CF tenha sido apenas com os bens imóveis, o
Código Civil, em seu artigo 102, assim estabelece:

Art. 102, Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Obs.: Dessa forma, nenhum dos bens públicos (nem sequer os bens dominicais) poderá
ser adquirido por meio de usucapião.

Como forma de evitar possíveis dúvidas, imaginemos a situação hipotética em que um prédio
utilizado pela Administração por vários anos tornou-se inservível.
Assim, a administração providenciou a transferência de suas instalações para outro imóvel,
abandonando o anterior. Determinados moradores de rua, verificando que tal imóvel
encontrava-se abandonado, passaram fazer uso do mesmo como residência familiar, e assim
permaneceram por mais de 20 anos.
Decorrido tal lapso de tempo, a administração acha por bem demolir o prédio abandonado
e construir no local uma praça pública, garantindo assim um local de lazer para a população.
Se estivéssemos diante de um bem particular, a inércia do proprietário em solicitar o imóvel
ensejaria, desde que observados os demais requisitos legais, na impossibilidade de reavê-lo,

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uma vez que o decurso do tempo tornara o mesmo propriedade dos moradores, em plena
consonância com o instituto da usucapião.
Com os bens públicos isso não ocorre, de forma que é um direito do Poder Público utilizar o
bem em questão independente do lapso de tempo ocorrido.

Merece destaque, ainda no âmbito da imprescritibilidade, o conhecimento da Súmula


340 do STF, que assim dispõe:

Súmula 340 – STF: Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens
públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.

6.4. NÃO-ONERABILIDADE
Onerar um bem é gravá-lo com uma garantia, assegurando assim a satisfação do credor
no caso de inadimplemento da obrigação. Como exemplos, podemos citar a hipoteca, a
penhor e a anticrese.

No âmbito das relações privadas, se um usuário vai até o banco de sua preferência e solicita
um financiamento de um veículo, é bastante comum o banco gravar no bem financiado
alguma garantia real, de forma que, se o usuário não pagar o seu financiamento, terá o seu
bem, em decorrência da garantia acordada, reavido pela instituição financeira, que utilizará
o valor do mesmo, após a competente alienação, para liquidar a dívida existente do devedor.
Com os bens públicos, isso não ocorre, de forma que o credor não pode gravar nenhuma das
garantias reais existentes nos bens adquiridos pela administração pública.

Neste sentido é a previsão do artigo 1420 do Código Civil:

Art. 1420, Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os
bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca.

Logo, como os bens públicos são inalienáveis, não poderão ser onerados com qualquer
uma das garantidas previstas para os bens particulares.
As quatro características dos bens públicos podem ser resumidas no quadro abaixo:
Não podem ser alienados (vendidos, doados, permutados e transferidos) a
Inalienabilidade
terceiros.
Impenhorabilidade Não podem ser penhorados em virtude dos débitos da Fazenda Pública.
Imprescritibilidade Não podem ser adquiridos por Usucapião.
Não-Onerosidade Não podem ser gravados com garantias reais.

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7. AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO
Já mencionamos diversas vezes tais termos. Vamos agora sintetizar o que cada um
deles significa e a forma como os mesmos são utilizados.
Antes, vamos nos valer da lição de José dos Santos Carvalho Filho, que apresenta o
seguinte conceito:

O tema da afetação e da desafetação diz respeito aos fins para os quais está sendo utilizado o
bem público. Se um bem está sendo utilizado para determinado fim público, seja diretamente
pelo Estado, seja pelo uso dos indivíduos em geral, diz-se que está afetado a determinado fim
público. Por exemplo: uma praça, como bem de uso comum do povo, se estiver tendo sua natural
utilização será considerada um bem afetado ao fim público. O mesmo se dá com um ambulatório
público: se no prédio estiver sendo atendida a população com o serviço de assistência médica e
ambulatorial, estará ele também afetado a um fim público. Ao contrário, o bem se diz desafetado
quando não está sendo usado para qualquer fim público. Por exemplo: uma área pertencente ao
Município na qual não haja qualquer serviço administrativo é um bem desafetado de fim público.
Uma viatura policial alocada ao depósito público como inservível igualmente se caracteriza como
bem desafetado, já que não utilizado para a atividade administrativa normal.

A afetação e a desafetação estão intimamente relacionadas com a essencialidade do


bem para a prestação dos serviços públicos à coletividade.
Se estivermos diante de um bem que não possua as características dos bens públicos e este
passa a ser utilizado em uma atividade imprescindível para a satisfação da finalidade pública,
tal bem assume todas as características que os bens públicos possuem (inalienabilidade,
imprescritibilidade, impenhorabilidade e não-onerabilidade).

A administração pública de qualquer um dos entes da federação resolve instalar uma de


suas sedes em um imóvel que lhe foi oferecido por um preço bastante abaixo do que o
pago no imóvel anterior.
Para tal, ela procede à rescisão do contrato anteriormente pactuado com o particular (como trata-
se de um contrato regido pelas normas de direito privado, deve ela pagar as eventuais multas de
rescisão, caso anteriormente acordadas) e celebra um novo contrato com o novo locador.
Com relação ao imóvel objeto do primeiro contrato, temos que este, até a vigência do contrato
com a administração, era considerado um bem público.
E isso ocorria porque o imóvel, ainda que fosse um bem particular, estava afetado ao interesse
público, uma vez que era considerado essencial para a continuidade da prestação de serviços
públicos à coletividade.
Com a rescisão contratual, ocorreu a desafetação do bem, uma vez que a administração alterou
o local de sua sede e o imóvel anterior não mais atende à característica da essencialidade

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para o bem estar da coletividade, podendo livremente ser objeto de restrição (penhora) ou
alienação pelo ser proprietário.

A afetação poderá ocorrer tanto por meio de lei quanto mediante a edição de um ato
administrativo. Parte da doutrina admite, ainda, a afetação por meio de vontade da particular.

8. USO DOS BENS PÚBLICOS


Três são as formas de utilização dos bens públicos: pelo povo (uso comum), pela
administração pública e pelos particulares.

8.1. USO PELO POVO


Ao contrário do que ocorre com os bens particulares, onde o uso de um bem por outra
pessoa que não seja o seu proprietário apenas poderá dar-se mediante a observância das
condições previstas em lei, nos bens públicos o uso pela população é a regra, tal como ocorre
com as ruas, avenidas, mares e praças.
Em algumas situações, o Poder Público pode cobrar um valor como condição ao acesso,
pela população, aos bens públicos. É o que ocorre, por exemplo, com os pedágios cobrados
pela utilização das rodovias, ou então com os ingressos para o acesso a museus públicos.
Tal cobrança, conforme entendimento do STF, é plenamente constitucional, conforme
se extrai do julgamento do Agravo de Instrumento 760660 SP:

Os bens de uso comum do povo são entendidos como propriedade pública. Tamanha é a
intensidade da participação do bem de uso comum do povo na atividade administrativa
que ele constitui, em si, o próprio serviço público [objeto de atividade administrativa]
prestado pela Administração. Ainda que os bens do domínio público e do patrimônio
administrativo não tolerem o gravame das servidões, sujeitam-se, na situação a que
respeitam os autos, aos efeitos da restrição decorrente da instalação, no solo, de
equipamentos necessários à prestação de serviço público. A imposição dessa restrição
não conduzindo à extinção de direitos, dela não decorre dever de indenizar.

8.2. USO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Semelhante entendimento deve ser dado para a utilização dos bens públicos pela
administração pública. Assim, deve cada um dos entes federativos, quando da utilização dos
seus respectivos bens públicos, observar a legislação respectiva, possuindo a obrigação de
cuidar da manutenção dos mesmos e o dever de responsabilizar aqueles que derem causa
a dilapidação do patrimônio público.

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Neste sentido, a Constituição Federal assegura que qualquer cidadão é parte legitima
para ajuizar Ação Popular com tal objetivo, conforme extração do artigo 5º, LXXIII:

Art. 5º, LXXIII - Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-
fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

8.3. USO PELOS PARTICULARES


Independente da espécie de bem público (uso comum, especial ou dominical), é
plenamente possível a outorga, pela administração pública responsável pelo bem, do uso
privativo destes a particulares determinados.
Tal outorga implica em um juízo de conveniência e oportunidade do Poder Público (que
pode ou não conceder), podendo ocorrer, da mesma forma, em caráter gratuito ou oneroso.

8.3.1. AUTORIZAÇÃO
A autorização de uso é ato discricionário e precário pelo qual a administração autoriza
o particular, de forma gratuita ou onerosa, a utilizar um bem público e a satisfazer,
primordialmente, o seu próprio interesse (privado). Neste sentido é o entendimento de
Celso Antônio Bandeira de Mello:

Autorização de uso de bem público é o ato unilateral pelo qual a autoridade administrativa
faculta o uso de bem público para utilização episódica de curta duração.

Na autorização, dada a precariedade do instituto, temos que não há necessidade de


realização de licitação prévia.
Neste sentido, importante frisar que a autorização para utilização de bem público não
é um contrato, mas sim mero ato administrativo, de forma que o Poder Público pode, a
qualquer momento, revogar o respectivo ato.

Exemplo de autorização de bem público é o ato administrativo de fechamento de uma praça


pública com a finalidade de realização de feira de produtos artesanais sem fins lucrativos.
Neste caso, todas as características dos bens públicos estão presentes, a saber:
a) Trata-se de juízo de conveniência e oportunidade (o Poder Público pode ou não autorizar);
b) Trata-se de um evento de curta duração;
c) Predomínio no interesse do particular autorizado (os feirantes);
d) Incabível falar em licitação;
e) É um ato, e não contrato administrativo, motivo pelo qual pode ser revogado a qualquer tempo;

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8.3.2. PERMISSÃO
O conceito de permissão de utilização de bens públicos pode ser descrito nas palavras
de Celso Antônio Bandeira de Mello:

Ato unilateral, precário e discricionário quanto à decisão de outorga, pelo qual se faculta a alguém
o uso de um bem público. Sempre que possível, será outorgada mediante licitação ou, no mínimo,
com obediência a procedimento em que se assegure tratamento isonômico aos administrados
(como, por exemplo, outorga na conformidade de ordem de inscrição).

Em muitos aspectos, a permissão se assemelha à autorização de bens públicos, uma vez


que ambas as hipóteses são casos de atos administrativos dotados de precariedade e, por
isso mesmo, revogáveis à qualquer tempo pela administração pública. Ambos os institutos
podem ocorrer de forma onerosa ou gratuita.
No entanto, a permissão necessita de realização de licitação pública (ou outro instrumento
congênere). Outra diferença é que a permissão implica na obrigatoriedade de utilização do
bem público objeto da outorga, bem como que nesta os interesses do permissionário e da
administração pública são equivalentes.

Exemplo permissão de bens públicos é a outorga para que um particular instale uma banca
de revistas no centro de uma praça pública.
Nesta situação, ao contrário do que ocorre na autorização, temos que o interesse de ambas
as partes são equivalentes, ou seja, a administração possui o interesse de auferir renda com
o aluguel do ponto e o particular objetiva, da mesma forma, alcançar o lucro com o regular
desempenho das suas atividades.

8.3.3. CONCESSÃO
A concessão, ao contrário das demais formas de utilização dos bens públicos pelos
particulares, é um contrato administrativo obrigatoriamente precedido de licitação.
Desta forma, não há que se falar em precariedade, mas sim em um contrato com prazo
determinado e com observância de todas as prerrogativas de direito público conferidas
à administração.
Tal como ocorre com a permissão (mas não com a autorização) a concessão de uso de
bens públicos, depois de concedida, deve obrigatoriamente ser usufruída pelo particular.
Ao contrário das outras modalidades, o interesse, quando da concessão, pode ser de
qualquer uma das partes ou até mesmo haver equivalência entre os mesmos.

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Exemplo de concessão para uso de bem público pode ser observado quando da outorga de
uso de espaço de imóvel onde uma repartição está instalada para que o particular explore o
serviço de refeitório.
Em tal situação, o Poder Público realizará uma licitação com o objetivo de selecionar um
particular para o desempenho da atividade. Uma vez escolhido, deverá este assinar o contrato
administrativo com a administração, estando regido por todas as normas de direito público.

Como se percebe, na concessão de uso de bens públicos, após a assinatura do contrato,


estarão as partes submetidas as disposições da Lei 8.666/1993 (que estabelece as regras
acerca das licitações e contratos administrativos). Dessa forma, não há como se falar em
contrato com prazo indeterminado de duração, uma vez que o artigo 57, § 3º, da mencionada
lei veda tal possibilidade:

Art. 57, §3º, É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

A concessão de uso de bens públicos trata-se de um direito pessoal, o que implica em


dizer que, via de regra, não pode ser transferida a terceiros. Assim, uma vez que o particular
está fazendo uso da concessão, não poderão os eventuais herdeiros, quando do falecimento
do titular, reclamar o direito de continuarem com a atividade objeto da concessão.
Podemos diferenciar as características das três principais formas de utilização dos bens
públicos por meio do quadro abaixo:
Autorização Permissão Concessão
Ato Administrativo Ato Administrativo Contrato Administrativo
Não há necessidade de licitação Como regra, Licitação Prévia Licitação Prévia
Interesse prioritário do Poder Interesse pode ser equivalente ou
Interesse prioritário do particular
Público de qualquer um dos particulares
Precariedade Precariedade Não há precariedade
Pode ocorrer de forma onerosa ou Pode ocorrer de forma onerosa Pode ocorrer de forma onerosa ou
gratuita ou gratuita gratuita
Como trata-se de um Contrato
Não possui prazo certo Não possui prazo certo Administrativo, deve possuir prazo
determinado
Não pode ser revogada, mas sim
Pode ser revogada à qualquer Pode ser revogada à qualquer rescindida nas hipóteses previstas
tempo, não havendo que se falar tempo, não havendo que se em lei. Caberá indenização ao
em indenização falar em indenização particular quando este não tiver
dado causa à rescisão.

8.3.4. CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO


O direito real de uso pode ser conceituado como a possibilidade de concessão da
utilização, por particulares, de terrenos públicos e do respectivo espaço aéreo.
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Tal como ocorre com a concessão de uso, o vínculo estabelecido entre o particular e o
Poder Público é um contrato administrativo, sendo necessário, por isso mesmo, a realização
de prévia licitação.
Na concessão de direito real de uso, no entanto, a administração apenas poderá conceder
a utilização do bem público para o alcance de determinadas finalidades, que, de acordo
com a previsão do artigo 7º do Decreto-lei n. 271, são as seguintes:

Art. 7º, Regularização fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo
da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais e
seus meios de subsistência ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas.

No direito real de uso, a concessão poderá ocorrer de forma remunerada ou gratuita,


tratando-se, como o próprio nome sugere, de um direito real.
Trata-se de uma importante peculiaridade, uma vez que o direito real assegura que a
concessão poderá ser transferida a terceiros, seja por ato inter vivos, seja por sucessão
testamentária. Dessa forma, ao contrário do que ocorre com a concessão de uso de bens
públicos (que cuida-se de um direito pessoal e que se extingue com a morte do particular),
na concessão do direito real de uso não há a necessidade de resolução (extinção) pelo
falecimento do titular.

Na concessão de uso de bens públicos, o procedimento se inicia com a realização da licitação,


momento em que o Poder Público seleciona o particular que melhor atenda às condições
para a realização da concessão. Logo, diversas características são levadas em conta, dentre
as quais podem estar presentes as de âmbito pessoal.
Na concessão do direito real de uso, o procedimento também se inicia com a realização da licitação.
No entanto, os motivos que podem levar à concessão, como verificamos, são situações em que o
interesse público possui um grande peso (tal como a regularização fundiária de interesse social).
Assim, seria prejudicial para a coletividade se houvesse a obrigação da extinção contratual
ante o falecimento do particular. Em sentido contrário, e pautada na eficiência da prestação
dos serviços públicos, a concessão de direito real pode perfeitamente ser transferida.

Salienta-se, no entanto, que a possibilidade de transferência (seja ela por ato inter
vivos ou por sucessão testamentária) não trata-se de uma garantia absoluta, podendo ser
obstada ante o interesse do Poder Público e prévia determinação legal.
Neste mesmo sentido, caso o particular der ao bem objeto de concessão de direito real
de uso uma destinação diferente da legalmente prevista, teremos a extinção da concessão.
Na concessão de direito real de uso, o contrato poderá dar-se por prazo determinado
ou indeterminado. Assim, temos uma importante exceção à regra da impossibilidade de
celebração de contratos administrativos por prazo indeterminado.

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Dadas as peculiaridades da concessão de direito real de uso, bem como as semelhanças


e diferenças entre as duas formas de concessão de bens públicos (de simples utilização e
de direito real de uso), vejamos um quadro comparativo entre as duas formas de utilização
dos bens públicos pelos particulares:
Concessão de uso de bens públicos Concessão de direito real de uso
Tem por objeto a utilização de terrenos públicos
Não possui um objeto em específico
e o respectivo espaço aéreo
Trata-se de direito pessoal Trata-se de direito real
Não admite a transferência a terceiros Admite a transferência a terceiros
Necessidade de licitação Necessidade de licitação
Formaliza-se por contrato administrativo Formaliza-se por contrato administrativo
Contrato por prazo determinado ou
Contrato sempre por prazo determinado
indeterminado
Pode ocorrer de forma onerosa ou gratuita Pode ocorrer de forma onerosa ou gratuita

8.3.5. CESSÃO DE USO


Em todas as formas de utilização dos bens públicos estudadas até o momento, nota-se a
característica comum em que o beneficiário da concessão é uma pessoa física. Na cessão de
bens públicos, porém, ainda que esta possa ter como beneficiários as pessoas físicas, na imensa
maioria das vezes estaremos diante de uma utilização que beneficia o próprio Pode Público.
Dessa forma, podemos conceituar a cessão de bens públicos como a consentimento,
por parte de um órgão ou entidade pública, na utilização, por parte de outro órgão do Poder
Público ou por pessoas físicas, de um bem público.

As Defensorias Públicas Estaduais, ainda que exerçam funções essenciais à coletividade, não
possuem, em muitos Estados, uma estrutura própria.
Assim, é bastante comum encontrarmos tais órgãos fazendo uso do mesmo prédio onde está
instalado o fórum do Tribunal de Justiça.
Nestas situações, estamos diante da cessão de um bem público inicialmente utilizado por um
órgão do Poder Judiciário para outro órgão (Defensoria) que não compõe o mesmo Poder.

No exemplo exposto, estamos diante de dois órgãos estaduais. Entretanto, é perfeitamente


possível a cessão de bens públicos entre órgãos de entes federativos diversos. Da mesma
forma, a doutrina se manifesta na possibilidade de cessão de bens imóveis para os particulares,
tal como ocorre, por exemplo, como forma de incentivo do Poder Público às chamadas
entidades do Terceiro Setor.

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Em todas as formas de cessão, independente da pessoa jurídica que detenha a propriedade


do bem ou dos órgãos ou pessoas que farão uso do instituto, a cessão apenas poderá ocorrer
mediante prévia disposição legal.
No âmbito federal, a possibilidade de cessão de bens imóveis da União está disciplinada
no artigo 18 da Lei 9.636, de 1998, que assim dispõe:

Art. 18. A critério do Poder Executivo poderão ser cedidos, gratuitamente ou em condições
especiais, sob qualquer dos regimes previstos no Decreto-Lei n. 9.760, de 1946, imóveis da União a:
I – Estados, Distrito Federal, Municípios e entidades sem fins lucrativos das áreas de educação,
cultura, assistência social ou saúde;
II – pessoas físicas ou jurídicas, em se tratando de interesse público ou social ou de aproveitamento
econômico de interesse nacional.

Além da previsão legal, a doutrina identifica a necessidade interesse público como um


dos requisitos para que seja possível a cessão de bens públicos. E isso ocorre devido a uma
das principais características da cessão de bens públicos, ou seja, a gratuidade.
Assim, ainda que seja possível a cessão a título oneroso, o grande diferencial do instituto,
sem dúvidas, é o caráter de gratuidade desta forma de utilização. E como estamos diante
da possibilidade de utilização de um bem público a título gratuito (quando o comum, nas
demais formas de utilização pelos particulares, é o uso de forma onerosa), nada mais natural
que haja o interesse público como um dos requisitos necessários para a validade da cessão.

8.3.6. ENFITEUSE E DIREITO DE SUPERFÍCIE


Além das formas de direito público de utilização dos bens até aqui estudadas, pode o
Poder Público fazer uso dos institutos do direito privado para a utilização dos bens públicos.
Das formas existentes, a que merece destaque é a enfiteuse, que posteriormente foi
substituída, com a entrada em vigor do novo Código Civil, pelo direito de superfície, regulado,
nos dias atuais, pelo Estatuto das Cidades (quando estivermos diante de bens localizados
em áreas urbanas), e pelo Código Civil (quando o bem estiver localizado na zona rural).
A enfiteuse surgiu em uma época em que era bastante comum um proprietário de uma
ampla extensão territorial não ter condições de dar o devido fim ao imóvel.
Assim, o proprietário poderia constituir as enfiteuses, que consistiam numa espécie de
“arrendamento perpétuo”. Com a enfiteuse, o proprietário atribuía a alguém o domínio
útil do imóvel, de forma que a pessoa que a pessoa que o adquiria (chamada enfiteuta),
ficava obrigada a pagar ao proprietário (senhorio direito), uma pensão ou foro anual.
No entanto, o enfiteuta poderia transferir o domínio a terceiro, situação em que o
proprietário (senhorio direito) teria preferência para retomar o bem. Caso assim não
o fizesse, aquele que adquirisse o terreno ficaria, da mesma forma, obrigado a pagar

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um valor ao proprietário (senhorio direito). Neste caso, no entanto, o nome atribuído


era o de laudêmio.
Nos dias atuais, como mencionado, as enfiteuses não podem mais ser constituídas,
sendo que tal instituto foi substituído pelo direito de superfície.
Entretanto, as enfiteuses relativas aos terrenos da marinha, e desde que situadas na
faixa de segurança, conforme previsão no artigo 49, § 3º, dos ADCT da Constituição Federal
continuam em vigor:

Art. 49, §3º, A enfiteuse continuará sendo aplicada aos terrenos de marinha e seus acrescidos,
situados na faixa de segurança, a partir da orla marítima.

9. BENS PÚBLICOS EM ESPÉCIE


O estudo das espécies de bens públicos implica, basicamente, no conhecimento do
conceito legal apresentado a cada uma das espécies, bem como na sua classificação entre
bens de uso comum, de uso especial ou dominicais.

9.1. TERRAS DEVOLUTAS


O conceito de terras devolutas remonta à época da Coroa e da proclamação da
República. Assim, com a instituição de uma federação em nosso país, as terras que ainda
não tivessem destinação passaram a pertencer aos Estados, conforme determinação da
Constituição de 1891.
Atualmente, o conceito mais utilizado para chegarmos à correta definição das terras
devolutas é o do professor Hely Lopes Meirelles, de seguinte teor:

Terras devolutas são todas aquelas que, pertencentes ao domínio público de qualquer das entidades
estatais, não se acham utilizadas pelo Poder Público, nem destinadas a fins administrativos específicos.

Importante salientar que o conceito exposto pode levar à imprecisa definição de que
todos os entes federativos possam vir a ter terras devolutas.
No entanto, ainda que parte da doutrina (dentre os quais se inclui José dos Santos
Carvalho Filho) afirme tal possibilidade, o entendimento majoritário (e adotado pelas
bancas de concurso) é de que as terras devolutas apenas podem pertencer aos Estados (o
que é a regra geral) e, em caráter de exceção, à União.
Aos Municípios, em sentido oposto, não é permitida a possibilidade de posse de tais
bens públicos.

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Nas terras devolutas, não houve o apossamento, sendo necessário, por isso mesmo, a
realização da demarcação e da separação de outras propriedades. Inicialmente, a autoridade
pública procede à demarcação administrativa. Caso esta não seja possível, ou for insuficiente
para conseguir determinar com precisão a totalidade da área que é considerada pública, o
Poder Público fará uso da ação discriminatória.
Interessante situação ocorre quando, ainda assim, houver dúvida acerca da propriedade da
área, ou seja, quando não se consegue, ainda que por meio de uma ação judicial, determinar
se a área em questão é pública ou particular.
Nesta situação, conforme entendimento do STF (expresso no julgamento do Recurso
Extraordinário 285.615), deve-se aplicar a presunção relativa juris tantum” de que as terras
pertencem ao Poder Público. Como se trata de uma presunção relativa, cabe ao particular
provar que as terras em questão são de sua propriedade.
De acordo com a doutrina, as terras devolutas são uma espécie de bens dominicais, de
propriedade – conforme já mencionado – dos Estados (como regra) ou da União.

9.2. TERRAS OCUPADAS PELOS ÍNDIOS


As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são todas aquelas que as populações
indígenas fazem uso para a manutenção da sua habitação e subsistência, conforme previsão
no artigo 231, §1º, da Constituição Federal:

Art. 231, §1º, São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação
dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física
e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.

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A grande peculiaridade das terras indígenas é que elas são classificadas como bens de
uso especial. Assim, ainda que os índios sejam os únicos que possam usufruir das riquezas
do solo, poderá haver a exploração das eventuais riquezas do solo (tais como a lavra e os
recursos minerais), oportunidade em que será assegurado aos indígenas a participação no
resultado da exploração.
As terras ocupadas pelos índios são considerados bens de uso especial de
propriedade da União.

9.3. FAIXA DE FRONTEIRA


O conceito de faixa de fronteira está expresso no artigo 20, § 2º, da Constituição Federal,
de seguinte teor:

Art. 20, §2º, A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras
terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do
território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.

Ainda de acordo com a Constituição, tais áreas são consideradas bens da União. No
entanto, temos que tomar cuidado para não chegarmos a errônea conclusão de que
todas as áreas compreendidas dentro do limite acima estipulado (150 km de largura) são
consideradas bens da União. Em sentido oposto, apenas a faixa de fronteira considerada
indispensável à defesa das fronteiras é que são bens da União.
Assim, chega-se à conclusão de que dentro da área compreendida como faixa de
fronteira poderá haver bens de propriedade particular, dos Estados ou dos Municípios.
Apenas quando tais bens forem necessários à defesa das fronteiras é que obrigatoriamente
serão classificados como bens da União.

9.4. CEMITÉRIOS PÚBLICOS


Os cemitérios podem ser classificados como bens privados ou públicos. No caso dos
cemitérios privados, e considerando que tais bens são construídos na propriedade dos
terrenos particulares, não estamos diante de bens públicos, cabendo ao Estado apenas o
controle das atividades ali desempenhadas.
No caso dos cemitérios públicos, estaremos diante de um bem de uso especial, uma
vez que destinado a uma atividade (serviço público) imprescindível à coletividade.

9.5. TERRENOS DE MARINHA E SEUS ACRESCIDOS


Inicialmente, vejamos o conceito dos terrenos de marinha, conforme disposição do
artigo 2º do Decreto-Lei 9.760/1946:

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Art. 2º, São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 (trinta e três) metros, medidos
horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha do preamar-médio de 1831:
a) os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até onde se
faça sentir a influência das marés;
b) os que contornam as ilhas situadas em zona onde se faça sentir a influência das marés.

Uma informação importante para diferenciarmos o conceito de terrenos da marinha dos


terrenos reservados (que será visto em seguida), é que no primeiro caso trata-se de uma
extensão que leva em conta a influência das marés (é considerado influência a oscilação
de no mínimo 5 centímetros do nível das águas). Em sentido oposto, os terrenos reservados
são aqueles que estão fora do alcance das marés.
Entretanto, devido à dificuldade de identificar a linha do preamar médio de 1831, a
doutrina majoritária tem se referido a uma outra fonte de referência, conhecida como
linha do jundu. O jundu nada mais é do que uma vegetação quase sempre existente nas
praias e no interior da faixa terrestre. Por meio do jundu, consegue-se separar os terrenos
de marinha das propriedades particulares.
Além dos terrenos de marinha, poderemos ter extensões territoriais acrescidas,
situação que ocorre, por exemplo, quando o Poder Público determina o aterro de um espaço
anteriormente ocupado pelas águas.
Tanto os terrenos de marinha quanto os seus acrescidos são considerados bens públicos
dominicais e pertencentes à União.

9.6. TERRENOS RESERVADOS


Os terrenos reservados, também conhecidos como terrenos marginais, possuem o seu
conceito no artigo 14 do Código das Águas:

Art. 14, Terrenos reservados são os que, banhados pelas correntes navegáveis, fora do alcance
das marés, vão até a distância de 15 metros para a parte da terra, contados desde o ponto
médio das enchentes ordinárias.

Tal como ocorre com os terrenos de marinha, temos uma medida de referência, que,
neste caso, é o ponto médio das enchentes ordinárias. Tal medida refere-se a média em
que as enchentes alcançavam no ano de 1831. A partir deste ponto, contados para a parte
da terra, a extensão de 15 metros será considerada como terrenos reservados.
Os terrenos reservados são considerados bens dominicais e, como regra, pertencem
aos Estados. Caso, porém, tais bens estiverem com algum título legítimo de domínio federal,
municipal ou particular, pertencerão aos respectivos proprietários.
Merece destaque, ainda no âmbito dos terrenos reservados, o conhecimento da Súmula
479 do STF:
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Súmula 479 – STF: As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de
expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.

9.7. DIFERENCIAÇÃO ENTRE TERRENOS DE MARINHA E TERRENOS


RESERVADOS
Para facilitar o entendimento, vamos diferenciar as características dos terrenos de
marinha e dos terrenos reservados ou marginais.
Terrenos de Marinha Terrenos Reservados
Sofrem a influência das marés Não sofrem a influência das marés
Distância de 33 metros das águas para a terra Distância de 15 metros das águas para a terra
Utiliza como ponto de referência a linha do Utiliza como referência a ponto médio das
preamar médio de 1831 enchentes ordinárias, medido em 1831
São bens dominicais São bens dominicais
Pertencem à União Pertencem, em regra, aos Estados

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RESUMO
Em sentido amplo, o domínio público pode ser entendido como decorrente do poder
eminente, ou seja, o poder político por meio do qual o estado submete à sua vontade
todas as coisas do seu território.
Em sentido estrito, a expressão domínio público pode ser compreendida como o
conjunto de bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, pertencentes ao estado. É,
em última análise, o patrimônio público propriamente dito.
Três são as teorias que tentam explicar o conceito dos bens públicos. A primeira delas
trata-se do conceito legal expresso no artigo 98 do Código Civil, que afirma que “São públicos
os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno;
todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”.
A segunda teoria utilizada para se chegar ao conceito de bens públicos parte do
entendimento dos autores Celso Antônio Bandeira de Mello e, com algumas ressalvas,
Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Para tais administrativistas, seriam bens públicos, além
daqueles expressos no conceito legal do código civil, os bens afetados à prestação de
um serviço público.
Uma terceira corrente, defendida pelo autor Hely Lopes Meirelles, chega a afirmar que
os bens públicos são todos aqueles pertencentes à administração direta e a todas as
entidades da administração indireta. Assim, independente de estarmos diante de uma
empresa pública ou sociedade de economia mista regida pelo direito privado, ou então
quando tais entidades estiverem atuando na exploração de atividade econômica, os bens
pertencentes a tais entidades ainda assim seriam considerados bens públicos.

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São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito


público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
São bens públicos:
a) os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
b) os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os
de suas autarquias;
c) os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público,
como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às
pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for
estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
Quando à classificação, temos que conhecer as referentes à titularidade, disponibilidade
e destinação:
Estaduais: Pertencem aos Municipais: Pertencem aos
Federais: Pertencem Estados, com a ressalva de Municípios, com a ressalva de
Titularidade
à União que a lista apresentada pela que a CF não relacionou os bens
CF não é taxativa que pertencem a tais entes
Patrimonialmente Patrimonialmente Disponíveis:
Indisponíveis: Impossíveis
Indisponíveis: Podem ser Podem ser mensurados e
Disponibilidade de mensuração (Mares,
mensuráveis, mas não podem ser alienados pela
Florestas, Ruas)
podem ser alienados. Administração.
Uso Comum do Povo: Dominicais: Constituem o
Uso Especial: São aqueles
Destinados ao bem estar Patrimônio da Administração
destinados à prestação
Destinação da coletividade, de forma Pública, de forma que podem
de serviços públicos à
que podem ser utilizados ser alienados utilizados para
coletividade.
por toda a população. fazer renda.

Quatro são as características dos bens públicos que os diferenciam dos bens privados:
Não podem ser alienados (vendidos, doados, permutados e transferidos)
Inalienabilidade
a terceiros.
Impenhorabilidade Não podem ser penhorados em virtude dos débitos da Fazenda Pública
Imprescritibilidade Não podem ser adquiridos por Usucapião
Não-Onerosidade Não podem ser gravados com garantias reais.

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No que se refere às formas de outorga da utilização dos bens públicos aos particulares,
três delas merecem destaque:
Autorização Permissão Concessão
Ato Administrativo Ato Administrativo Contrato Administrativo
Não há necessidade de licitação Licitação Prévia Licitação Prévia
Interesse prioritário do Poder Interesse pode ser equivalente ou
Interesse prioritário do particular
Público de qualquer um dos particulares
Precariedade Precariedade Não há precariedade
Pode ocorrer de forma onerosa ou Pode ocorrer de forma Pode ocorrer de forma onerosa ou
gratuita onerosa ou gratuita gratuita
Como trata-se de um Contrato
Não possui prazo certo Não possui prazo certo Administrativo, deve possuir prazo
determinado
Não pode ser revogada, mas sim
Pode ser revogada à qualquer rescindida nas hipóteses previstas
Pode ser revogada à qualquer tempo, não
tempo, não havendo que se em lei. Caberá indenização ao
havendo que se falar em indenização
falar em indenização particular quando este não tiver
dado causa à rescisão.

Conseguimos diferenciar as características da concessão de uso da concessão de direito


real de uso por meio do seguinte quadro:
Concessão de uso de bens públicos Concessão de direito real de uso
Tem por objeto a utilização de terrenos públicos e o
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As terras devolutas são todas aquelas que, pertencentes ao domínio público de qualquer
das entidades estatais, não se acham utilizadas pelo Poder Público, nem destinadas a
fins administrativos específicos. Como regra, pertencem aos Estados, podendo, em
determinadas situações, ser de propriedade da União.
De acordo com a doutrina majoritária, os Municípios não podem ser proprietários de
terras devolutas, sendo estas bens dominicais.
São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação

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dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução


física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
As terras ocupadas pelos índios são consideradas bens de uso especial de
propriedade da União.
A faixa de fronteira pode ser entendida como a faixa de até cento e cinquenta
quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres. Tal faixa, quando indispensável
à segurança e defesa das fronteiras, será considerado bem público da União. Nos demais
casos, poderá ser bem dos Estados, dos Municípios ou de particulares.
Os cemitérios podem ser classificados como bens privados ou públicos. Neste
último caso, serão considerados bens públicos de uso especial, uma vez que necessários
à prestação de um serviço público essencial à coletividade.
Os terrenos de marinha e os terrenos reservados podem ser diferenciados da
seguinte forma:
Terrenos de Marinha Terrenos Reservados
Sofrem a influência das marés Não sofrem a influência das marés
Distância de 33 metros das águas para a terra Distância de 15 metros das águas para a terra
Utiliza como ponto de referência a linha do Utiliza como referência a ponto médio das enchentes
preamar médio de 1831 ordinárias, medido em 1831
São bens dominicais São bens dominicais
Pertencem à União Pertencem, em regra, aos Estados

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QUESTÕES DE CONCURSO

001. (CEBRASPE (CESPE)/PJ (MPE SC)/MPE SC/2023) À luz do disposto na Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), no Código Civil bem como da jurisprudência do STF,
julgue o próximo item, relativos a pessoas, domicílio e bens.
À luz do Código Civil, são bens públicos: os dominicais, que constituem o patrimônio das
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma
dessas entidades; os de uso especial, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; e os de
uso comum do povo, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.

002. (CEBRASPE (CESPE)/AFCE (TCE-SC)/TCE SC/DIREITO/2022) Julgue o item a seguir, com


base no que determina o Código Civil brasileiro.
Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

003. (CEV UECE/GCM (PREF SOBRAL)/PREF SOBRAL/2022) Os bens que constituem o


patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou
real, de cada uma dessas entidades, são classificados como públicos
a) dominicais.
b) de uso comum do povo.
c) de uso especial.
d) inalienáveis.

004. (CEBRASPE (CESPE)/APO (SEPLAN RR)/SEPLAN RR/PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/2023)


Julgue o seguinte item sobre os bens públicos e a sua classificação.
Mesmo que seja usado de forma contínua e incontestadamente por alguém de boa-fé, o
bem público não se sujeita a usucapião.

005. (CEBRASPE (CESPE)/APO (SEPLAN RR)/SEPLAN RR/PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/2023)


Julgue o seguinte item sobre os bens públicos e a sua classificação.
Enquanto conservarem a sua qualificação, os bens públicos de uso comum do povo são inalienáveis.

006. (FGV/ACE (TCE ES)/TCE ES/DIREITO/2023) O imóvel do Tribunal de Contas do Estado


Beta, onde está instalada sua sede, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo,
em matéria de classificação de bens públicos quanto à sua destinação, é considerado bem:
a) de uso comum do povo;
b) de uso especial;

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c) dominical;
d) desafetado;
e) desconsagrado.

007. (INSTITUTO CONSULPLAN/GM (VILA VELHA)/PREF VILA VELHA/2023) Quanto à


destinação, o prédio da Prefeitura de Vila Velha/ ES pode ser classificado como bem:
a) Dominical.
b) De uso especial.
c) Da coletividade.
d) De uso comum do povo.

008. (COGEPS UNIOESTE/CONT (CONSAMU)/CONSAMU/2022) Um imóvel que pertencente a


um órgão público, estruturado e gerido pelo próprio órgão público, que está sendo utilizado
como hospital para o atendimento de pacientes, pertence a qual categoria de bens imóveis,
de acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP)?
a) Bens dominiais ou dominicais.
b) Bens de uso comum do povo.
c) Bens administrativos.
d) Bens de uso especial.
e) Demais bens imóveis.

009. (COGEPS UNIOESTE/CONT (STO ANT PLAT)/PREF STO ANT PLATINA/2022) Os bens públicos
fazem parte do patrimônio público. Uma das categorias de bens públicos é a de Bens de Uso
Especial. Assinale a alternativa que melhor representa a definição de Bens de Uso Especial.
a) Compreendem os bens de domínio público, construídos ou não por pessoas jurídicas de
direito público, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças.
b) São ativos que normalmente podem ser conservados por um número significativamente
maior de anos do que a maioria dos bens, devendo ser partes de um sistema ou de uma rede,
especializados por natureza e não possuírem usos alternativos, tais como redes rodoviárias,
sistemas de esgoto, sistemas de abastecimento de água e energia, dentre outros.
c) Compreendem os bens, tais como edifícios ou terrenos, destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual ou municipal.
d) Compreendem os bens que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades, a que se
tenha dado estrutura de direito privado, como apartamentos, armazéns, casas, glebas,
terrenos, lojas, dentre outros.
e) São os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores

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da sociedade brasileira, tais como monumentos e prédios históricos, sítios arqueológicos,


áreas de conservação e reservas naturais.

010. (IDECAN/OF (PM MS)/PM MS/2022) Em frente ao 1º Batalhão da Polícia Militar, havia
uma praça municipal frequentada pelos moradores da região. Diariamente, os militares
lá faziam exercícios físicos e, como gentileza, executavam a limpeza do local, mantendo
tudo em ordem e a salvo da ação de pichadores e moradores de rua. Nesse caso, é possível
afirmar que a referida praça pode ser classificada como um bem público:
a) dominial.
b) de uso especial.
c) dominical.
d) de uso comum do povo.
e) de uso extraordinário.

011. (UFMT/SOLD (CBM MT)/CBM MT/2022) Leia o seguinte texto:


“Bens públicos são todos os bens que pertencem às pessoas jurídicas de Direito Público,
isto é, União, Estados, Distrito Federal, Municípios, respectivas autarquias e fundações
de Direito Público (estas últimas, aliás, não passam de autarquias designadas pela base
estrutural que possuem), bem como os que, embora não pertencentes a tais pessoas,
estejam afetados à prestação de um serviço público.
O conjunto de bens públicos forma o ‘domínio público’, que inclui tanto bens imóveis como móveis”.
(MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 15 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2003).

Considerando a destinação atribuída aos bens públicos, os bens imóveis afetados a um


serviço ou estabelecimento público, tais como as repartições públicas, são classificados
pela legislação como bens
a) de uso especial.
b) de uso comum.
c) dominicais.
d) extraordinários.
e) tradicionais.

012. (CPCON UEPB/AUX (PREF SOUSA)/PREF SOUSA/GESTÃO/2022) Marque a alternativa


CORRETA que apresenta exemplo de um bem de uso especial na categoria de bens públicos:
a) Praça.
b) Rua.
c) Estrada.
d) Caixa (numerário).
e) Universidade.
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013. (GUALIMP/FTRIB (PREF CARMO)/PREF CARMO/2022) Qual opção se refere a bem público
dominical?
a) Estrada.
b) Terra devoluta.
c) Prefeitura.
d) Hospital Municipal.

014. (INSTITUTO MAIS - ANA (CM PRAIA GDE)/CM PRAIA GRANDE/JURÍDICO/2022) Edifícios
ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias, são exemplos de bens públicos
a) de uso especial.
b) administrativos.
c) de uso comum.
d) dominicais.

015. (FCC/ANA JD (DPE AM)/DPE AM/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2022) O bem público que abriga
uma repartição pública, ou seja, o local onde se realiza atividade pública, pode ser classificado
quanto à sua destinação como bem público
a) natural.
b) de uso comum.
c) alienável.
d) de uso especial.
e) singular.

016. (UNIFIL/OF (LIDIANÓPOLIS)/PREF LIDIANÓPOLIS/ADMINISTRATIVO/2022) Os bens


integrantes do patrimônio público disponível, que não possuem uma finalidade pública
específica; e os bens públicos de fruição geral da população são, respectivamente:
a) bens de uso especial e bens de uso comum do povo.
b) bens de uso especial e bens dominicais.
c) bens dominicais e bens de uso especial.
d) bens dominicais e bens de uso comum do povo.

017. (INSTITUTO MAIS - ANA (CM SANTOS)/CM SANTOS/JURÍDICO/2022) Classificam-se em


bens públicos de uso especial os(as)
a) praças, ruas e estradas.
b) rios e mares.
c) bens objeto de direito pessoal das pessoas jurídicas de direito público.
d) edifícios destinados a serviço da administração municipal.

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018. (CEBRASPE (CESPE)/AUD EST (SECONT ES)/SECONT ES/ADMINISTRAÇÃO/2022) Em


relação a bens públicos, julgue o item seguinte.
No direito brasileiro, os bens públicos são classificados segundo o critério de sua destinação
ou afetação, sendo definidos como bens dominicais os que se destinam à consecução
específica de determinado objetivo da administração pública.

019. (IBADE/ECO (SEA SC)/SEA SC/2022) Em relação ao estudo dos bens públicos, sabemos
que os bens de uso........................................... são aqueles que não apresentam uma distinção
material, isto é, uma escola pública não é diferente, pela vista, de uma escola particular;
portanto a distinção entre público e privado reside unicamente em sua destinação. A
alternativa que apresenta a classificação correta do tipo de bem apresentado no enunciado é:
a) comum.
b) direto.
c) especial.
d) dominiais.
e) geral.

020. (CEBRASPE (CESPE)/ATIV REG (ANP)/ANP/NOVAS ATRIBUIÇÕES I/2022) A respeito dos


bens públicos, julgue o seguinte item.
As terras ocupadas pelos índios em caráter permanente são bens de uso especial e são
insuscetíveis de alienação.

021. (IDECAN/OF (CBM MS)/CBM MS/2022) Francinaldo, desempregado, pedia esmolas


durante o dia e, no período noturno, se abrigava perto da guarita de vigilância do Batalhão do
Corpo de Bombeiros. Tal situação perdurou por mais de cinco anos. Ao saberem da situação,
alguns militares fizeram um requerimento administrativo para que fosse reconhecido o
direito de moradia de Francinaldo, em razão da usucapião dessa pequena área.
Nesse caso, é possível prever que tal pedido será:
a) deferido, pois Francinaldo estava de boa-fé perante a Administração Militar.
b) indeferido, já que a posse de Francinaldo é clandestina.
c) indeferido, pois não é permitido a usucapião de bem público.
d) deferido, pois Francinaldo completou o tempo suficiente para a aquisição da pequena
propriedade.
e) indeferido, já que Francinaldo ocupou o imóvel de forma injusta.

022. (IDECAN/TTE (SEFAZ RR)/SEFAZ RR/2022) Caso o imóvel de determinada fundação


pública municipal seja ocupado por uma família de “sem-teto”, pelo prazo de 10 anos e de
forma mansa e pacífica, é possível afirmar que:

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a) faltam mais 10 (dez) anos para completar o prazo de usucapião.


b) basta que seja feita a desafetação, para que a família adquira a respectiva propriedade.
c) a fundação não perderá a propriedade do imóvel.
d) faltam apenas 05 (cinco) anos para completar o prazo de usucapião.
e) a fundação não perderá a propriedade do imóvel, mas deverá indenizar a família.

023. (IPEFAE/ASS (CM ES PINHAL)/CM ES PINHAL/JURÍDICO/2022) Considere que na cidade da


Felicidade há a Praça da Alegria, situada no cep: 01234567, bem no centro da cidade. Na praça,
há um coreto e um chafariz. Este, não funciona há 5 anos e o coreto não recebe um evento por
total falta de condição de uso, já que o piso está quebrado e o telhado desabou há um ano. A
praça não é frequentada pois não apresenta atrativo algum aos moradores e visitantes.
Com base na descrição acima e levando-se em conta as regras sobre a natureza jurídica
dos bens, é correto afirmar que a referida praça:
a) É bem público, de uso comum do povo, sendo inalienável, imprescritível e impenhorável.
b) É bem público, de uso comum do povo, sendo imprescritível e impenhorável, contudo,
já pode ser alienada, pois desafetada haja vista seu total desuso.
c) É bem privado, de uso dominical, podendo ser alienado, pois não possui afetação alguma
já que ninguém a frequenta.
d) É bem público, de uso especial, podendo ser alienada ante seu desuso, ainda que afetada.

024. (CEBRASPE (CESPE)/ATIV REG (ANP)/ANP/NOVAS ATRIBUIÇÕES I/2022) A respeito dos


bens públicos, julgue o seguinte item.
Um prédio que esteja sendo utilizado para um fim público é considerado um bem desafetado.

025. (AVANÇASP/OF LEG (CM SOROCABA)/CM SOROCABA/2022) Trata-se de espécie de


fato administrativo em que se atribui ao bem público uma destinação pública especial, de
interesse direto ou indireto da Administração:
a) Servidão.
b) Afetação.
c) Destinação.
d) Enfiteuse.
e) Desafetação.

026. (IDECAN/SOLD (PM MS)/PM MS/2022) Assinale abaixo o único caso em que o bem
público se encontra completamente desafetado pelo Estado:
a) Hospital público sucateado.
b) Terreno baldio pertencente ao Estado.
c) Cessão temporária de ambulância para hospital municipal.

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d) Criação de servidão administrativa.


e) Desocupação de escola pública para fins de reforma.

027. (CEBRASPE (CESPE)/ADP (DPE RO)/DPE RO/JURÍDICA/2022) Assinale a opção que


apresenta o nome do ato administrativo pelo qual a administração pública consente que
o particular utilize bem público de modo privativo, atendendo exclusivamente ao interesse
do particular.
a) concessão de uso
b) permissão de uso
c) autorização de uso
d) permissão de uso especial
e) concessão de direito real

028. (UNIFIL/TEC (SOMAR)/SOMAR/ADMINISTRATIVO/2022) Permissão de uso de bem


público é um ato ____________, discricionário e ___________, ________________, pelo
qual a Administração Pública faculta a utilização privativa de bem público, para fins de
interesse público.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
a) unilateral / não precário / oneroso
b) unilateral / precário / gratuito ou oneroso
c) bilateral / não precário / gratuito
d) bilateral / precário / gratuito ou oneroso

029. (CEBRASPE (CESPE)/DP TO/DPE TO/2022) São bens públicos os


a) bens de uso comum do povo destinados à realização das atividades da administração
pública e que podem ser objeto de alienação enquanto conservarem sua qualificação.
b) bens dominicais destinados à utilização de todos os membros da sociedade, como edifícios
públicos e universidades públicas.
c) bens de uso especial que podem ser objeto de alienação enquanto conservarem sua
qualificação, como logradouros públicos e estradas.
d) bens de uso especial destinados à consecução dos fins da administração pública, como
os imóveis voltados à instalação de repartições públicas.
e) bens de uso comum do povo que compõem o patrimônio de qualquer dos entes federados,
como objeto de direito pessoal ou real, tais quais rios e mares.

030. (FCC/TEC FAZ (MANAUS)/PREF MANAUS/2019) A Administração pública de um município


litorâneo precisa implementar programa de vacinação para a população de baixa renda,
mais vulnerável em razão da carência de saneamento básico na região. Apurou que o Estado

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federativo que o município integra é proprietário de um imóvel próximo, com acesso adequado
e boas condições estruturais para armazenamento das vacinas. A utilização desse imóvel
pode se formalizar mediante
a) permissão de uso, a ser outorgada pelo Estado em favor da Municipalidade, considerando
a finalidade pública do programa de vacinação.
b) contrato administrativo de comodato, por prazo indeterminado e para a finalidade
específica de execução do programa de vacinação.
c) autorização de uso, ato administrativo de natureza vinculada, o que impede a negativa
da outorga por parte do Estado.
d) concessão de uso, ato administrativo tecnicamente adequado para a celebração de
parceria entre dois entes federados.
e) convênio, cuja natureza contratual permite o estabelecimento de obrigações recíprocas
entre os partícipes, vedada apenas remuneração pelo uso.

031. (VUNESP/NER (TJ GO)/TJ GO/REMOÇÃO/2021) Sobre a desafetação de bens públicos,


assinale a alternativa correta.
a) É imprescindível a lavratura de ato administrativo para formalizar a desafetação de bem
público de uso especial.
b) Para caracterizar a desafetação de bem público dominical, é indispensável a análise da
forma do fato da administração.
c) A desafetação exige a observância de procedimento formal por parte da Administração.
d) Bens de uso comum do povo podem sofrer desafetação parcial.

032. (FCC/PJ (MPE MT)/MPE MT/2019) Mares e rios, terrenos e edifícios destinados aos
serviços da Administração pública são exemplos de bens públicos, respectivamente,
a) de uso especial.
b) de uso comum do povo e dominicais.
c) de uso comum do povo.
d) dominicais.
e) de uso comum do povo e de uso especial.

033. (VUNESP/DEL POL (PC SP)/PC SP/2022) O Contrato administrativo que tem por objetivo
consentir o uso de bem público, de forma privativa, por terceiro, com fundamento no
interesse público, é considerado como de
a) aforamento.
b) autorização.
c) locação.

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d) permissão.
e) concessão.

034. (FGV/TNS (SSP AM)/SSP AM/2022) Em matéria de classificação dos bens públicos
quanto à sua destinação, é correto afirmar que o imóvel onde está sediada a Secretaria
Estadual de Segurança Pública do Estado Gama é um bem
a) de uso comum do povo, pois todos os cidadãos podem ser usuários do serviço público prestado.
b) de uso especial, porque é usado para prestação de serviço público pela Administração
com finalidade pública.
c) dominical, porque tem uma destinação pública específica dirigida a toda coletividade.
d) afetado, porque não tem uma destinação pública específica, ficando a cargo do Secretário
estadual definir quais serviços serão prestados pelos agentes lotados no órgão.
e) desafetado, porque tem uma destinação pública específica, ficando a cargo do Secretário
estadual lotar os servidores públicos em cada setor do órgão.

035. (FGV/ESC POL (PC AM)/PC AM/4ª CLASSE/2022) Em matéria de classificação do bem
público quanto à sua destinação, uma Delegacia de Polícia Civil situada no Centro da cidade
de Manaus é classificada como bem
a) de uso especial, que é utilizado para prestação de serviço público pelo Estado aos cidadãos.
b) de uso comum do povo, que é utilizado ou colocado à disposição de toda população.
c) dominical, que é utilizado no serviço de segurança pública oferecido pelo Estado aos
cidadãos.
d) desafetado, que é usado com a finalidade específica de prestação de serviço público
pelo Estado aos cidadãos.
e) de uso extraordinário, que é utilizado ou colocado à disposição de toda população.

036. (FGV/CL (SEN)/SEN/ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO/DIREITO CONSTITUCIONAL,


ADMINISTRATIVO, ELEITORAL E PROCESSO LEGISLATIVO/2022) A sociedade empresária
Alfa, após processo licitatório, celebrou contrato administrativo com a União recebendo
consentimento estatal para utilização especial de bem público consistente em uma lanchonete
no presídio federal Gama, por prazo determinado, realizando investimento financeiro para
instalação da lanchonete.
No caso em tela, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a modalidade de uso
de bem público por particular adotada foi
a) concessão de uso.
b) autorização de uso.
c) permissão de uso.

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d) concessão de direito real de uso.


e) cessão de uso.

037. (FGV/NER (TJ SC)/TJ SC/REMOÇÃO/2021) Os bens públicos gozam de determinadas


prerrogativas decorrentes do regime jurídico de direito público que lhes é peculiar.
Nesse sentido, a doutrina de Direito Administrativo indica algumas garantias, via de regra,
de um bem público imóvel, como a:
a) penhorabilidade, segundo a qual o bem público pode ser penhorado em juízo, para garantia
de uma execução contra a fazenda pública, por exemplo;
b) onerabilidade, segundo a qual o bem público pode ser objeto de direito real de garantia,
como a instituição de penhor, anticrese e hipoteca para garantir débitos do ente estatal;
c) imprescritibilidade, segundo a qual o bem público não pode ser adquirido pela posse
mansa e pacífica por determinado período de tempo continuado, exceto se se tratar de
bem dominical que se sujeita à prescrição aquisitiva;
d) inalienabilidade, segundo a qual o bem público não pode ser vendido, senão para outros
entes federativos, desde que demonstrado o interesse público para ambos os entes envolvidos
no negócio, mediante a realização de prévia audiência pública;
e) alienabilidade condicionada, segundo a qual o bem público pode ser alienado, desde que
esteja desafetado da destinação pública, haja prévias avaliação, licitação e autorização
legislativa, assim como seja demonstrado o interesse público.

038. (FGV/NER (TJ SC)/TJ SC/PROVIMENTO/2021) José ofereceu a João, por um bom preço,
um terreno inserido na faixa de 33 metros, medidos a partir da linha da preamar-média
de 1831, em direção à terra, em área banhada por águas sujeita à influência das marés.
Precavido, João compareceu ao Registro de Imóveis da circunscrição e constatou que o
terreno, em sua integralidade, possuía matrícula, e José figurava como seu proprietário.
Caso João adquira o imóvel e promova o registro da respectiva escritura de compra e venda,
a sua propriedade:
a) será oponível a todos, pessoas naturais ou jurídicas, públicas ou privadas, o que decorre
do princípio da continuidade do registro;
b) será oponível a todos, pessoas naturais ou jurídicas, públicas ou privadas, salvo se constar,
na matrícula do imóvel, averbação de que se trata de terreno de marinha;
c) será oponível a todos, pessoas naturais ou jurídicas, públicas ou privadas, até que a sua
nulidade seja reconhecida pelo Poder Judiciário em sentença transitada em julgado;
d) não será oponível à União, considerando tratar-se de bem público, bem como pelo fato
de o registro de imóveis indicar mera presunção relativa de propriedade do particular;
e) não será oponível ao Estado, considerando tratar-se de terra devoluta, bem como pelo
fato de o registro de imóveis indicar mera presunção relativa de propriedade do particular.
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039. (FGV/GP (PREF PAULÍNIA)/PREF PAULÍNIA/2021) Sobre bens públicos, analise as


afirmativas a seguir:
I – Os bens de uso comum do povo, tais como rios, estradas e praças, são considerados
bens públicos.
II – Os bens de uso especial, como os edifícios da administração municipal, são considerados
bens públicos.
III – Os bens públicos de uso comum e os de uso especial são inalienáveis.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

040. (FGV/ADV (PREF PAULÍNIA)/PREF PAULÍNIA/CREAS/2021) O imóvel próprio pertencente


ao Município Gama, onde funciona o Centro de Referência Especializado de Assistência Social
(CREAS), de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, por ser um bem público, goza
de determinadas prerrogativas decorrentes do regime jurídico de direito público, como
por exemplo
a) imprescritibilidade e alienabilidade incondicionada.
b) penhorabilidade e não-onerabilidade.
c) alienabilidade incondicionada e impenhorabilidade.
d) penhorabilidade condicionada e prescritibilidade.
e) impenhorabilidade e imprescritibilidade.

041. (FGV/ATCE (TCE-AM)/TCE AM/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/2021) No interior das


dependências do presídio estadual Gama, funciona uma lanchonete, administrada por
Maria, que realizou diversas obras no local para instalar seu comércio. Durante inspeção
do Ministério Público Estadual, o Promotor de Justiça verificou que Maria possuía um
contrato administrativo assinado com o Estado, representado pela Secretaria Estadual
de Administração Penitenciária, por prazo determinado, sem que, contudo, tenha sido
precedido de procedimento licitatório.
Após instaurar inquérito civil para apurar a legalidade do consentimento estatal para
utilização do bem público por Maria, o Ministério Público Estadual concluiu que o contrato:
a) não está viciado, por se tratar de autorização de uso, que prescinde de licitação prévia;
b) não está viciado, por se tratar de permissão de uso, que prescinde de licitação prévia;
c) está viciado, por se tratar de concessão de direito real de uso, que depende de licitação prévia;

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d) está viciado, por se tratar de concessão de uso, que depende de licitação prévia;
e) está viciado, por se tratar de permissão de uso, que prescinde de licitação prévia.

042. (FGV/ACE (TCE-PI)/TCE PI/ENGENHARIA/2021) Márcia, ao sagrar-se vencedora em


processo licitatório, firmou com o Município Alfa contrato administrativo para utilização
de bem público, consistente em um box num mercado municipal, por prazo determinado.
Assim, Márcia obteve consentimento do poder público para utilização especial de bem
público mediante:
a) autorização de uso, cuja extinção antes do prazo fixado lhe garante, em tese, direito à
indenização;
b) permissão de uso, cuja extinção antes do prazo fixado não lhe garante, em tese, direito
à indenização;
c) concessão de uso, cuja extinção antes do prazo fixado lhe garante, em tese, direito à indenização;
d) concessão de direito real de uso, cuja extinção antes do prazo fixado não lhe garante,
em tese, direito à indenização;
e) cessão de uso, cuja extinção antes do prazo fixado não lhe garante, em tese, direito à indenização.

043. (FGV/OF (PM RJ)/PM RJ/2021) De acordo com a doutrina de Direito Administrativo,
levando em consideração a classificação do bem público quanto à sua destinação, as
instalações físicas do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar do Estado
do Rio de Janeiro constituem um bem
a) de uso comum do povo, pois servem à população de forma geral.
b) de uso especial, pois são utilizadas para prestação de serviço público.
c) dominical, pois estão vinculadas a uma destinação pública específica.
d) desafetado, pois estão destinadas à prestação de um serviço público específico.
e) de uso geral, pois se destinam à toda coletividade em matéria de segurança pública.

044. (UNIFIL/ASS (PREF MC RONDON)/PREF MC RONDON/ADMINISTRATIVO/2021) São


aqueles que, embora integrando o domínio público como os demais, deles diferem pela
possibilidade sempre presente de serem utilizados em qualquer fim ou mesmo alienados
pela Administração, se assim o desejar. Trata-se dos
a) bens de uso comum do povo ou do domínio público.
b) bens de uso especial ou do patrimônio administrativo.
c) bens dominicais ou do patrimônio disponível.
d) bens patrimoniais indisponíveis.

045. (SELECON/APN (EMGEPRON)/EMGEPRON/ADVOGADO/ADMINISTRATIVO E MARÍTIMO/2021)


Claustro é gerente administrativo da autarquia federal CCF, exercendo suas funções há longos

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anos. Dentre suas atividades, consta a administração dos bens autárquicos. Em determinado
ano, é comunicado, pelo assessor jurídico, de ocupação irregular de um imóvel situado em
área rural, mas registrado em nome da autarquia. Realizando diligências no local, verifica que
a ocupação já dura mais de dez anos. As tentativas de desocupação voluntárias não lograram
êxito. Nos termos das normas aplicáveis aos bens das autarquias, é correto dizer que:
a) são alienáveis livremente
b) não são passíveis de usucapião
c) são bens particulares
d) não são passíveis de concessão

046. (IDIB/ALEG (CM PLANALTINA)/CM PLANALTINA/CONTROLADOR INTERNO/2021) Assinale


a alternativa que trata de bens públicos de uso especial.
a) viaturas policiais e ambulâncias
b) estradas e rios
c) praças e ciclofaixas
d) mares e rios

047. (OBJETIVA CONCURSOS - FTRI (HORIZONTINA)/PREF HORIZONTINA/2021) Segundo DI


PIETRO, sobre os bens públicos, analisar os itens abaixo:
I – Não se incluem, entre os bens públicos, os pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público.
II – Rios, mares, estradas, ruas e praças são considerados bens de uso comum do povo.
III – São considerados bens de uso especial os edifícios destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, exceto os de suas autarquias.
Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente o item I.
b) Somente o item II.
c) Somente os itens I e II.
d) Somente os itens I e III.
e) Todos os itens.

048. (IADES/ANA SUP (CFQ)/CFQ/GERAL/2021) No que se refere aos bens públicos


patrimoniais, os edifícios ou terrenos destinados ao serviço ou ao estabelecimento da
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias,
são classificados como
a) dominicais.
b) de uso especial.
c) de uso comum do povo.

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d) materiais.
e) de uso restrito.

049. (FCC/DP RR/DPE RR/2021) São considerados bens de uso especial aqueles que são do
domínio público e
a) constituem patrimônio da União, Estados ou Municípios, como objeto de direito pessoal
ou real de cada um.
b) podem, por determinação legal ou por sua natureza, ser utilizados por todos em igualdade
de condições, sem necessidade de consentimento individualizado pela Administração.
c) constituem coisas móveis ou imóveis, corpóreas ou incorpóreas, utilizadas pela
Administração Pública para a realização de suas atividades e consecução de seus fins.
d) comportam função patrimonial ou financeira, porque se destinam a assegurar rendas,
como atividade da Administração.
e) são utilizados por particular com restrições, como pagamento de pedágio ou autorização
para circulação de veículos especiais.

050. (INSTITUTO AOCP/ASS (CM TERESINA)/CM TERESINA/JURÍDICO LEGISLATIVO/2021)


Sobre os bens públicos, assinale a alternativa correta.
a) São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno. Todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
b) Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são alienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
c) O uso comum dos bens públicos será sempre gratuito.
d) Os bens públicos estão sujeitos a usucapião.
e) Os bens públicos dominicais não podem ser alienados.

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GABARITO

1. E 35. a
2. C 36. a
3. a 37. e
4. C 38. d
5. C 39. e
6. b 40. e
7. b 41. d
8. d 42. c
9. c 43. b
10. d 44. c
11. a 45. b
12. e 46. a
13. b 47. b
14. a 48. b
15. d 49. c
16. d 50. a
17. d
18. E
19. c
20. C
21. c
22. c
23. a
24. E
25. b
26. b
27. c
28. b
29. d
30. a
31. d
32. e
33. e
34. b

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GABARITO COMENTADO

001. (CEBRASPE (CESPE)/PJ (MPE SC)/MPE SC/2023) À luz do disposto na Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), no Código Civil bem como da jurisprudência do STF,
julgue o próximo item, relativos a pessoas, domicílio e bens.
À luz do Código Civil, são bens públicos: os dominicais, que constituem o patrimônio das
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma
dessas entidades; os de uso especial, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; e os de
uso comum do povo, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.

A questão inverteu as definições acerca de cada uma das espécies de bens públicos. Neste
sentido é o teor do artigo 99 do Código Civil, de seguinte redação:

Art. 99. São bens públicos:


I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Errado.

002. (CEBRASPE (CESPE)/AFCE (TCE-SC)/TCE SC/DIREITO/2022) Julgue o item a seguir, com


base no que determina o Código Civil brasileiro.
Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Assim como afirmado, estabelece o artigo 102 do Código Civil que “Os bens públicos não
estão sujeitos a usucapião”.
Certo.

003. (CEV UECE/GCM (PREF SOBRAL)/PREF SOBRAL/2022) Os bens que constituem o


patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou
real, de cada uma dessas entidades, são classificados como públicos
a) dominicais.
b) de uso comum do povo.

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c) de uso especial.
d) inalienáveis.

A definição apresentada pela questão refere-se aos bens dominicais, que são aqueles que
constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público como objeto de direito
pessoal ou real de cada uma dessas entidades.

Art. 99. São bens públicos:


III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Letra a.

004. (CEBRASPE (CESPE)/APO (SEPLAN RR)/SEPLAN RR/PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/2023)


Julgue o seguinte item sobre os bens públicos e a sua classificação.
Mesmo que seja usado de forma contínua e incontestadamente por alguém de boa-fé, o
bem público não se sujeita a usucapião.

Todos os bens públicos, independente da modalidade de classificação, não estão sujeitos ao


instituto da usucapião. Assim, mesmo que seja usado de forma contínua e incontestadamente
por alguém de boa-fé, conforme afirmado pela questão, o bem público não se sujeita a usucapião.

Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Certo.

005. (CEBRASPE (CESPE)/APO (SEPLAN RR)/SEPLAN RR/PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO/2023)


Julgue o seguinte item sobre os bens públicos e a sua classificação.
Enquanto conservarem a sua qualificação, os bens públicos de uso comum do povo são inalienáveis.

A questão está correta, nos termos do artigo 100 do Código Civil, de seguinte redação:

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.

Certo.

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006. (FGV/ACE (TCE ES)/TCE ES/DIREITO/2023) O imóvel do Tribunal de Contas do Estado


Beta, onde está instalada sua sede, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo,
em matéria de classificação de bens públicos quanto à sua destinação, é considerado bem:
a) de uso comum do povo;
b) de uso especial;
c) dominical;
d) desafetado;
e) desconsagrado.

Por estar afetado a um serviço público, o imóvel do Tribunal de Contas do Estado Beta, que
é onde está instalada a sede do tribunal, é classificado como bem público de uso especial.

Art. 99. São bens públicos:


II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

Letra b.

007. (INSTITUTO CONSULPLAN/GM (VILA VELHA)/PREF VILA VELHA/2023) Quanto à


destinação, o prédio da Prefeitura de Vila Velha/ ES pode ser classificado como bem:
a) Dominical.
b) De uso especial.
c) Da coletividade.
d) De uso comum do povo.

O prédio da Prefeitura de Vila Velha/ ES é classificado como bem público de uso especial,
uma vez que está destinado (afetado) ao exercício de uma atividade pública.

Art. 99. São bens públicos:


II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

Letra b.

008. (COGEPS UNIOESTE/CONT (CONSAMU)/CONSAMU/2022) Um imóvel que pertencente a


um órgão público, estruturado e gerido pelo próprio órgão público, que está sendo utilizado
como hospital para o atendimento de pacientes, pertence a qual categoria de bens imóveis,
de acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP)?

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a) Bens dominiais ou dominicais.


b) Bens de uso comum do povo.
c) Bens administrativos.
d) Bens de uso especial.
e) Demais bens imóveis.

Se levarmos em conta que o bem público em questão está sendo utilizado como hospital
para o atendimento de pacientes, é inegável que a classificação a ser adotada é a de bem
de uso especial. Isso ocorre na medida em que o bem, na situação narrada, está afetado a
uma atividade pública.
Letra d.

009. (COGEPS UNIOESTE/CONT (STO ANT PLAT)/PREF STO ANT PLATINA/2022) Os bens públicos
fazem parte do patrimônio público. Uma das categorias de bens públicos é a de Bens de Uso
Especial. Assinale a alternativa que melhor representa a definição de Bens de Uso Especial.
a) Compreendem os bens de domínio público, construídos ou não por pessoas jurídicas de
direito público, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças.
b) São ativos que normalmente podem ser conservados por um número significativamente
maior de anos do que a maioria dos bens, devendo ser partes de um sistema ou de uma rede,
especializados por natureza e não possuírem usos alternativos, tais como redes rodoviárias,
sistemas de esgoto, sistemas de abastecimento de água e energia, dentre outros.
c) Compreendem os bens, tais como edifícios ou terrenos, destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual ou municipal.
d) Compreendem os bens que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito
público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades, a que se
tenha dado estrutura de direito privado, como apartamentos, armazéns, casas, glebas,
terrenos, lojas, dentre outros.
e) São os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores
da sociedade brasileira, tais como monumentos e prédios históricos, sítios arqueológicos,
áreas de conservação e reservas naturais.

A Letra C é a alternativa que apresenta a definição de bem público de uso especial. Tais bens,
de acordo com a doutrina e o Código Civil, são aqueles que estão afetados a uma atividade
pública, independente da esfera da respectiva Administração (federal, estadual ou municipal).

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Art. 99. São bens públicos:


II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

Letra c.

010. (IDECAN/OF (PM MS)/PM MS/2022) Em frente ao 1º Batalhão da Polícia Militar, havia
uma praça municipal frequentada pelos moradores da região. Diariamente, os militares
lá faziam exercícios físicos e, como gentileza, executavam a limpeza do local, mantendo
tudo em ordem e a salvo da ação de pichadores e moradores de rua. Nesse caso, é possível
afirmar que a referida praça pode ser classificada como um bem público:
a) dominial.
b) de uso especial.
c) dominical.
d) de uso comum do povo.
e) de uso extraordinário.

Uma praça municipal frequentada pelos moradores da região é um típico exemplo de bem
público classificado como bem de uso comum do povo. A depender da situação, a utilização
de tais bens pode ser onerosa ou gratuita.

Art. 99. São bens públicos:


I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

Letra d.

011. (UFMT/SOLD (CBM MT)/CBM MT/2022) Leia o seguinte texto:


“Bens públicos são todos os bens que pertencem às pessoas jurídicas de Direito Público,
isto é, União, Estados, Distrito Federal, Municípios, respectivas autarquias e fundações
de Direito Público (estas últimas, aliás, não passam de autarquias designadas pela base
estrutural que possuem), bem como os que, embora não pertencentes a tais pessoas,
estejam afetados à prestação de um serviço público.
O conjunto de bens públicos forma o ‘domínio público’, que inclui tanto bens imóveis como móveis”.
(MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 15 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2003).

Considerando a destinação atribuída aos bens públicos, os bens imóveis afetados a um


serviço ou estabelecimento público, tais como as repartições públicas, são classificados
pela legislação como bens

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a) de uso especial.
b) de uso comum.
c) dominicais.
d) extraordinários.
e) tradicionais.

Os bens imóveis afetados a um serviço ou estabelecimento público, tais como as repartições


públicas, são classificados pela legislação como bens de uso especial, conforme previsão
do Código Civil.

Art. 99. São bens públicos:


II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

Letra a.

012. (CPCON UEPB/AUX (PREF SOUSA)/PREF SOUSA/GESTÃO/2022) Marque a alternativa


CORRETA que apresenta exemplo de um bem de uso especial na categoria de bens públicos:
a) Praça.
b) Rua.
c) Estrada.
d) Caixa (numerário).
e) Universidade.

Nos bens de uso especial, temos um bem que está sendo utilizado (afetação) no desempenho
de uma atividade administrativa. Dentre as opções elencadas, apenas a Letra E (Universidade)
possui esta característica. Nas Letras A, B e C, os bens são classificados como de uso comum
do povo. Na Letra D, estamos diante de um bem dominical.

Art. 99. São bens públicos:


I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Letra e.

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013. (GUALIMP/FTRIB (PREF CARMO)/PREF CARMO/2022) Qual opção se refere a bem público
dominical?
a) Estrada.
b) Terra devoluta.
c) Prefeitura.
d) Hospital Municipal.

De acordo com Hely Lopes Meirelles, as “Terras devolutas são todas aquelas que, pertencentes
ao domínio público de qualquer das entidades estatais, não se acham utilizadas pelo Poder
Público, nem destinadas a fins administrativos específicos”.
As terras devolutas são classificadas como bens públicos dominicais, motivo pelo qual a
resposta da questão é a Letra B. Na Letra A, temos um bem de uso comum do povo. Nas
Letras C e D, os bens são classificados como bens de uso especial.
Letra b.

014. (INSTITUTO MAIS - ANA (CM PRAIA GDE)/CM PRAIA GRANDE/JURÍDICO/2022) Edifícios
ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias, são exemplos de bens públicos
a) de uso especial.
b) administrativos.
c) de uso comum.
d) dominicais.

Edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal,


estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias, são exemplos de bens
públicos de uso especial, conforme previsão do Código Civil.

Art. 99. São bens públicos:


II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

Letra a.

015. (FCC/ANA JD (DPE AM)/DPE AM/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2022) O bem público que abriga
uma repartição pública, ou seja, o local onde se realiza atividade pública, pode ser classificado
quanto à sua destinação como bem público

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a) natural.
b) de uso comum.
c) alienável.
d) de uso especial.
e) singular.

Na medida em que o bem público abriga uma repartição pública, ou seja, o local onde se
realiza atividade pública, estamos diante de um bem público de uso especial, ou seja, um
bem que está afetado ao exercício de uma atividade pública.
Letra d.

016. (UNIFIL/OF (LIDIANÓPOLIS)/PREF LIDIANÓPOLIS/ADMINISTRATIVO/2022) Os bens


integrantes do patrimônio público disponível, que não possuem uma finalidade pública
específica; e os bens públicos de fruição geral da população são, respectivamente:
a) bens de uso especial e bens de uso comum do povo.
b) bens de uso especial e bens dominicais.
c) bens dominicais e bens de uso especial.
d) bens dominicais e bens de uso comum do povo.

Os bens integrantes do patrimônio público disponível, que não possuem uma finalidade
pública específica, são classificados como dominicais. Já os bens públicos de fruição geral
da população são exemplos de bem de uso comum do povo.

Art. 99. São bens públicos:


I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Letra d.

017. (INSTITUTO MAIS - ANA (CM SANTOS)/CM SANTOS/JURÍDICO/2022) Classificam-se em


bens públicos de uso especial os(as)
a) praças, ruas e estradas.
b) rios e mares.
c) bens objeto de direito pessoal das pessoas jurídicas de direito público.
d) edifícios destinados a serviço da administração municipal.

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Apenas a Letra D retrata um exemplo de bens que são classificados como de uso especial.
Em tais situações, os bens estão afetados a uma atividade específica. Nas Letras A e B, os
bens são classificados como de uso comum do povo. Já na Letra C, a classificação é como
bens dominicais.

Art. 99. São bens públicos:


I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Letra d.

018. (CEBRASPE (CESPE)/AUD EST (SECONT ES)/SECONT ES/ADMINISTRAÇÃO/2022) Em


relação a bens públicos, julgue o item seguinte.
No direito brasileiro, os bens públicos são classificados segundo o critério de sua destinação
ou afetação, sendo definidos como bens dominicais os que se destinam à consecução
específica de determinado objetivo da administração pública.

São os bens públicos de uso especial (e não os dominicais) que são destinados à consecução
específica de determinado objetivo da administração pública. Os bens dominicais, em sentido
diverso, são aqueles que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público.
Errado.

019. (IBADE/ECO (SEA SC)/SEA SC/2022) Em relação ao estudo dos bens públicos, sabemos
que os bens de uso........................................... são aqueles que não apresentam uma distinção
material, isto é, uma escola pública não é diferente, pela vista, de uma escola particular;
portanto a distinção entre público e privado reside unicamente em sua destinação. A
alternativa que apresenta a classificação correta do tipo de bem apresentado no enunciado é:
a) comum.
b) direto.
c) especial.
d) dominiais.
e) geral.

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A lacuna é corretamente preenchida com a definição de bens de uso especial. Tais bens são
aqueles que estão afetados a uma atividade específica da Administração Pública. Assim,
por exemplo, não temos distinção material entre uma escola pública e uma escola privada,
uma vez que ambas são escolas e possuem a mesma finalidade. Contudo, a destinação da
escola pública é diferente, uma vez que está vinculada ao Poder Público e, por isso mesmo,
afetada a uma atividade específica.
Letra c.

020. (CEBRASPE (CESPE)/ATIV REG (ANP)/ANP/NOVAS ATRIBUIÇÕES I/2022) A respeito dos


bens públicos, julgue o seguinte item.
As terras ocupadas pelos índios em caráter permanente são bens de uso especial e são
insuscetíveis de alienação.

De acordo com a doutrina, as terras ocupadas pelos índios são considerados bens de uso
especial de propriedade da União. Por ser um bem público, as mencionadas terras são
insuscetíveis de alienação, ou seja, não podem ser alienadas.
Certo.

021. (IDECAN/OF (CBM MS)/CBM MS/2022) Francinaldo, desempregado, pedia esmolas


durante o dia e, no período noturno, se abrigava perto da guarita de vigilância do Batalhão do
Corpo de Bombeiros. Tal situação perdurou por mais de cinco anos. Ao saberem da situação,
alguns militares fizeram um requerimento administrativo para que fosse reconhecido o
direito de moradia de Francinaldo, em razão da usucapião dessa pequena área.
Nesse caso, é possível prever que tal pedido será:
a) deferido, pois Francinaldo estava de boa-fé perante a Administração Militar.
b) indeferido, já que a posse de Francinaldo é clandestina.
c) indeferido, pois não é permitido a usucapião de bem público.
d) deferido, pois Francinaldo completou o tempo suficiente para a aquisição da pequena
propriedade.
e) indeferido, já que Francinaldo ocupou o imóvel de forma injusta.

Na situação narrada pela questão, o pedido será indeferido, haja vista que não é permitido
a usucapião de qualquer espécie de bem público.

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Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Letra c.

022. (IDECAN/TTE (SEFAZ RR)/SEFAZ RR/2022) Caso o imóvel de determinada fundação


pública municipal seja ocupado por uma família de “sem-teto”, pelo prazo de 10 anos e de
forma mansa e pacífica, é possível afirmar que:
a) faltam mais 10 (dez) anos para completar o prazo de usucapião.
b) basta que seja feita a desafetação, para que a família adquira a respectiva propriedade.
c) a fundação não perderá a propriedade do imóvel.
d) faltam apenas 05 (cinco) anos para completar o prazo de usucapião.
e) a fundação não perderá a propriedade do imóvel, mas deverá indenizar a família.

Ainda que o imóvel tenha sido ocupado por uma família de “sem-teto”, pelo prazo de 10
anos e de forma mansa e pacífica, não podemos esquecer que estamos, no caso, diante
de um bem público (pois o imóvel pertence à fundação). Consequentemente, em razão da
característica da imprescritibilidade, os bens públicos não estão sujeitos à usucapião, de
forma que a fundação não perderá, na situação descrita, a propriedade do imóvel.
Letra c.

023. (IPEFAE/ASS (CM ES PINHAL)/CM ES PINHAL/JURÍDICO/2022) Considere que na cidade da


Felicidade há a Praça da Alegria, situada no cep: 01234567, bem no centro da cidade. Na praça,
há um coreto e um chafariz. Este, não funciona há 5 anos e o coreto não recebe um evento por
total falta de condição de uso, já que o piso está quebrado e o telhado desabou há um ano. A
praça não é frequentada pois não apresenta atrativo algum aos moradores e visitantes.
Com base na descrição acima e levando-se em conta as regras sobre a natureza jurídica
dos bens, é correto afirmar que a referida praça:
a) É bem público, de uso comum do povo, sendo inalienável, imprescritível e impenhorável.
b) É bem público, de uso comum do povo, sendo imprescritível e impenhorável, contudo,
já pode ser alienada, pois desafetada haja vista seu total desuso.
c) É bem privado, de uso dominical, podendo ser alienado, pois não possui afetação alguma
já que ninguém a frequenta.
d) É bem público, de uso especial, podendo ser alienada ante seu desuso, ainda que afetada.

Apenas de todas as informações mencionadas pelo enunciado, a praça municipal não deixou
de ser um bem público, mais precisamente um bem de uso comum do povo (afetado a

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um interesse coletivo). Em razão desta condição, o bem público em questão é inalienável,


imprescritível e impenhorável. Ainda que não afirmado, o bem público também conta com
a garantia da não-onerosidade.
Letra a.

024. (CEBRASPE (CESPE)/ATIV REG (ANP)/ANP/NOVAS ATRIBUIÇÕES I/2022) A respeito dos


bens públicos, julgue o seguinte item.
Um prédio que esteja sendo utilizado para um fim público é considerado um bem desafetado.

Se o prédio está sendo utilizado em uma atividade de finalidade pública, o que temos, ao
contrário do que afirmado, é a afetação, e não a desafetação. Assim, o prédio é classificado
como bem de uso especial, estando afetado a uma atividade específica do Poder Público.
Errado.

025. (AVANÇASP/OF LEG (CM SOROCABA)/CM SOROCABA/2022) Trata-se de espécie de


fato administrativo em que se atribui ao bem público uma destinação pública especial, de
interesse direto ou indireto da Administração:
a) Servidão.
b) Afetação.
c) Destinação.
d) Enfiteuse.
e) Desafetação.

É por meio da afetação que se atribui ao bem público uma destinação pública especial,
de interesse direto ou indireto da Administração. Após a afetação, o bem passa a estar
condicionado ao desempenho de uma atividade pública. Posteriormente, poderá ocorrer
a desafetação do bem, quando esta voltará à condição de bem dominical.
Letra b.

026. (IDECAN/SOLD (PM MS)/PM MS/2022) Assinale abaixo o único caso em que o bem
público se encontra completamente desafetado pelo Estado:
a) Hospital público sucateado.
b) Terreno baldio pertencente ao Estado.
c) Cessão temporária de ambulância para hospital municipal.

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d) Criação de servidão administrativa.


e) Desocupação de escola pública para fins de reforma.

Um bem público desafetado é aquele que não está sendo utilizado em uma atividade de
finalidade pública, sendo classificado como bem dominical. Observe que nas Letras A, C,
D e E, os bens, ainda que cedidos, sucateados, desocupados para fins de reforma e objeto
de servidão administrativa, estão desempenhando uma atividade pública.
Na Letra B, em sentido oposto, o terreno, ainda que pertencente ao Estado, não está
desempenhando uma atividade relacionada com os interesses da Administração Pública.
Por isso mesmo, o bem encontra-se desafetado, situação que irá permanecer até que seja
dada a devida finalidade ao terreno.
Letra b.

027. (CEBRASPE (CESPE)/ADP (DPE RO)/DPE RO/JURÍDICA/2022) Assinale a opção que


apresenta o nome do ato administrativo pelo qual a administração pública consente que
o particular utilize bem público de modo privativo, atendendo exclusivamente ao interesse
do particular.
a) concessão de uso
b) permissão de uso
c) autorização de uso
d) permissão de uso especial
e) concessão de direito real

Na autorização de uso, a utilização do bem ocorre por meio de ato administrativo, de


natureza precária, e tendo por finalidade atender aos interesses do particular, e não do
Poder Público.
Letra c.

028. (UNIFIL/TEC (SOMAR)/SOMAR/ADMINISTRATIVO/2022) Permissão de uso de bem


público é um ato ____________, discricionário e ___________, ________________, pelo
qual a Administração Pública faculta a utilização privativa de bem público, para fins de
interesse público.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
a) unilateral / não precário / oneroso
b) unilateral / precário / gratuito ou oneroso

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c) bilateral / não precário / gratuito


d) bilateral / precário / gratuito ou oneroso

A permissão de uso é um ato administrativo, ou seja, um ato unilateral, que possui as


características da discricionariedade e da precariedade. Na permissão, a utilização do
bem poderá ser realizada de forma gratuita ou onerosa, atendendo, primordialmente, os
interesses da Administração Pública.
Letra b.

029. (CEBRASPE (CESPE)/DP TO/DPE TO/2022) São bens públicos os


a) bens de uso comum do povo destinados à realização das atividades da administração
pública e que podem ser objeto de alienação enquanto conservarem sua qualificação.
b) bens dominicais destinados à utilização de todos os membros da sociedade, como edifícios
públicos e universidades públicas.
c) bens de uso especial que podem ser objeto de alienação enquanto conservarem sua
qualificação, como logradouros públicos e estradas.
d) bens de uso especial destinados à consecução dos fins da administração pública, como
os imóveis voltados à instalação de repartições públicas.
e) bens de uso comum do povo que compõem o patrimônio de qualquer dos entes federados,
como objeto de direito pessoal ou real, tais quais rios e mares.

Fazendo uso das disposições do artigo 99 do Código Civil, é possível verificar que a resposta
correta é a Letra D.

Art. 99. São bens públicos:


I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como
objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Os bens de uso especial, em linhas gerais, são aqueles que estão sendo utilizados pelo Poder
Público para a consecução de uma atividade de interesse da coletividade. Como exemplo,
podemos citar os imóveis voltados à instalação das repartições públicas.
Letra d.

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030. (FCC/TEC FAZ (MANAUS)/PREF MANAUS/2019) A Administração pública de um município


litorâneo precisa implementar programa de vacinação para a população de baixa renda,
mais vulnerável em razão da carência de saneamento básico na região. Apurou que o Estado
federativo que o município integra é proprietário de um imóvel próximo, com acesso adequado
e boas condições estruturais para armazenamento das vacinas. A utilização desse imóvel
pode se formalizar mediante
a) permissão de uso, a ser outorgada pelo Estado em favor da Municipalidade, considerando
a finalidade pública do programa de vacinação.
b) contrato administrativo de comodato, por prazo indeterminado e para a finalidade
específica de execução do programa de vacinação.
c) autorização de uso, ato administrativo de natureza vinculada, o que impede a negativa
da outorga por parte do Estado.
d) concessão de uso, ato administrativo tecnicamente adequado para a celebração de
parceria entre dois entes federados.
e) convênio, cuja natureza contratual permite o estabelecimento de obrigações recíprocas
entre os partícipes, vedada apenas remuneração pelo uso.

Três são as principais formas de utilização, pelos particulares, dos bens públicos, sendo
elas a concessão, a permissão e a autorização (Letras A, C e D).
A autorização de uso trata-se de ato administrativo de natureza discricionária, e não
vinculada (Erro da Letra C).
A concessão de uso não trata-se de um ato, mas sim de um contrato administrativo (Erro
da Letra D).
A permissão de uso, por sua vez, trata-se do ato por meio do pelo qual se faculta a alguém
o uso de um bem público. O instituto pode ser utilizado de forma onerosa ou gratuita.
Na situação narrada, a permissão pode ser outorgada pelo Estado em favor da Municipalidade,
haja vista que há uma finalidade pública a ser desenvolvida (o programa de vacinação).
Letra a.

031. (VUNESP/NER (TJ GO)/TJ GO/REMOÇÃO/2021) Sobre a desafetação de bens públicos,


assinale a alternativa correta.
a) É imprescindível a lavratura de ato administrativo para formalizar a desafetação de bem
público de uso especial.
b) Para caracterizar a desafetação de bem público dominical, é indispensável a análise da
forma do fato da administração.
c) A desafetação exige a observância de procedimento formal por parte da Administração.

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d) Bens de uso comum do povo podem sofrer desafetação parcial.

a) Errada. A afetação ou a desafetação pode ocorrer de forma expressa ou tácita, das


seguintes formas: por meio de lei, de ato administrativo ou, ainda, de fato administrativo.
b) Errada. A desafetação pode ocorrer, por exemplo, por meio de um fato administrativo, situação
que ocorre quando a Administração Pública deixa de dar a devida destinação ao bem público.
c) Errada. Não há necessidade de observar o procedimento formal, uma vez que a desafetação
pode ocorrer até mesmo por meio de fato administrativo.
d) Certa. Assim como afirmado, os bens de uso comum do povo podem sofrer desafetação
parcial. Neste sentido, por exemplo, é o entendimento de José dos Santos Carvalho Filho.

Até mesmo os bens de uso comum do povo podem sofrer alteração em sua finalidade, como
é o caso, por exemplo, de uma praça pública que desaparece, em razão de projeto urbanístico,
para dar lugar a uma rua e a um terreno público sem utilização. Nesse caso, o bem que era de
uso comum do povo converteu-se, parte, em outro bem de uso comum do povo (a nova rua), e
parte, em bem dominical (o terreno sem utilização). Poder-se-á dizer, na hipótese, que houve
desafetação parcial, pois que parte do bem que tinha finalidade pública passou a não mais
dispor desse fim (o terreno).

Letra d.

032. (FCC/PJ (MPE MT)/MPE MT/2019) Mares e rios, terrenos e edifícios destinados aos
serviços da Administração pública são exemplos de bens públicos, respectivamente,
a) de uso especial.
b) de uso comum do povo e dominicais.
c) de uso comum do povo.
d) dominicais.
e) de uso comum do povo e de uso especial.

Os mares e rios são bens de uso comum do povo. Já os terrenos e edifícios destinados aos
serviços da Administração Pública são classificados como bens de uso especial.
Letra e.

033. (VUNESP/DEL POL (PC SP)/PC SP/2022) O Contrato administrativo que tem por objetivo
consentir o uso de bem público, de forma privativa, por terceiro, com fundamento no
interesse público, é considerado como de

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a) aforamento.
b) autorização.
c) locação.
d) permissão.
e) concessão.

O contrato administrativo que tem por objetivo consentir o uso de bem público, de forma
privativa, por terceiro, com fundamento no interesse público, é denominado de concessão
de uso de bem público.
Letra e.

034. (FGV/TNS (SSP AM)/SSP AM/2022) Em matéria de classificação dos bens públicos
quanto à sua destinação, é correto afirmar que o imóvel onde está sediada a Secretaria
Estadual de Segurança Pública do Estado Gama é um bem
a) de uso comum do povo, pois todos os cidadãos podem ser usuários do serviço público prestado.
b) de uso especial, porque é usado para prestação de serviço público pela Administração
com finalidade pública.
c) dominical, porque tem uma destinação pública específica dirigida a toda coletividade.
d) afetado, porque não tem uma destinação pública específica, ficando a cargo do Secretário
estadual definir quais serviços serão prestados pelos agentes lotados no órgão.
e) desafetado, porque tem uma destinação pública específica, ficando a cargo do Secretário
estadual lotar os servidores públicos em cada setor do órgão.

O imóvel onde está sediada a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Estado Gama
é um exemplo de bem de uso especial. Tais bens são utilizados pela Administração para a
prestação de um serviço público, com finalidade pública, à coletividade.
Letra b.

035. (FGV/ESC POL (PC AM)/PC AM/4ª CLASSE/2022) Em matéria de classificação do bem
público quanto à sua destinação, uma Delegacia de Polícia Civil situada no Centro da cidade
de Manaus é classificada como bem
a) de uso especial, que é utilizado para prestação de serviço público pelo Estado aos cidadãos.
b) de uso comum do povo, que é utilizado ou colocado à disposição de toda população.
c) dominical, que é utilizado no serviço de segurança pública oferecido pelo Estado aos
cidadãos.

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d) desafetado, que é usado com a finalidade específica de prestação de serviço público


pelo Estado aos cidadãos.
e) de uso extraordinário, que é utilizado ou colocado à disposição de toda população.

A Delegacia de Polícia é utilizada para a prestação de um serviço público à população. Logo,


o bem público em questão é classificado como de uso especial.

Art. 99. São bens públicos:


II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

Letra a.

036. (FGV/CL (SEN)/SEN/ASSESSORAMENTO LEGISLATIVO/DIREITO CONSTITUCIONAL,


ADMINISTRATIVO, ELEITORAL E PROCESSO LEGISLATIVO/2022) A sociedade empresária
Alfa, após processo licitatório, celebrou contrato administrativo com a União recebendo
consentimento estatal para utilização especial de bem público consistente em uma lanchonete
no presídio federal Gama, por prazo determinado, realizando investimento financeiro para
instalação da lanchonete.
No caso em tela, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a modalidade de uso
de bem público por particular adotada foi
a) concessão de uso.
b) autorização de uso.
c) permissão de uso.
d) concessão de direito real de uso.
e) cessão de uso.

Na medida em que tivemos a realização de processo licitatório, bem como a celebração de


contrato administrativo com o Poder Público, a modalidade utilizada foi a concessão de
uso de bem público.
Letra a.

037. (FGV/NER (TJ SC)/TJ SC/REMOÇÃO/2021) Os bens públicos gozam de determinadas


prerrogativas decorrentes do regime jurídico de direito público que lhes é peculiar.
Nesse sentido, a doutrina de Direito Administrativo indica algumas garantias, via de regra,
de um bem público imóvel, como a:

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a) penhorabilidade, segundo a qual o bem público pode ser penhorado em juízo, para garantia
de uma execução contra a fazenda pública, por exemplo;
b) onerabilidade, segundo a qual o bem público pode ser objeto de direito real de garantia,
como a instituição de penhor, anticrese e hipoteca para garantir débitos do ente estatal;
c) imprescritibilidade, segundo a qual o bem público não pode ser adquirido pela posse
mansa e pacífica por determinado período de tempo continuado, exceto se se tratar de
bem dominical que se sujeita à prescrição aquisitiva;
d) inalienabilidade, segundo a qual o bem público não pode ser vendido, senão para outros
entes federativos, desde que demonstrado o interesse público para ambos os entes envolvidos
no negócio, mediante a realização de prévia audiência pública;
e) alienabilidade condicionada, segundo a qual o bem público pode ser alienado, desde que
esteja desafetado da destinação pública, haja prévias avaliação, licitação e autorização
legislativa, assim como seja demonstrado o interesse público.

a) Errada. Em razão da garantia da impenhorabilidade, o bem público não pode, diferente


do que afirmado, ser penhorado.
b) Errada. De acordo com a característica da não onerabilidade, o bem público não pode
ser objeto de nenhum ônus real.
c) Errada. Com base na característica da imprescritibilidade, o bem público não pode
ser adquirido pelo decurso do tempo (como na usucapião). Assim, erra a alternativa ao
apresentação uma exceção à mencionada característica.
d) Errada. Em razão da inalienabilidade, o bem público não pode ser vendido, regra que se
aplica, inclusive, para outros entes federativos.
e) Certa. A alienabilidade condicionada é a prerrogativa ou característica correta do bem
público mencionado no enunciado. Em breve síntese, os bens públicos de uso comum do povo
e de uso especial não podem ser vendidos enquanto estiverem afetados a uma atividade
ou serviço público. Quando ocorrer a desafetação, os mencionados bens passam à condição
de dominicais, podendo, desde que observados os requisitos legais, ser objeto de alienação.
No caso do imóvel público mencionado pela questão, a alienação depende de prévia avaliação,
licitação e autorização legislativa, assim como da demonstração do interesse público.
Letra e.

038. (FGV/NER (TJ SC)/TJ SC/PROVIMENTO/2021) José ofereceu a João, por um bom preço,
um terreno inserido na faixa de 33 metros, medidos a partir da linha da preamar-média
de 1831, em direção à terra, em área banhada por águas sujeita à influência das marés.

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Precavido, João compareceu ao Registro de Imóveis da circunscrição e constatou que o


terreno, em sua integralidade, possuía matrícula, e José figurava como seu proprietário.
Caso João adquira o imóvel e promova o registro da respectiva escritura de compra e venda,
a sua propriedade:
a) será oponível a todos, pessoas naturais ou jurídicas, públicas ou privadas, o que decorre
do princípio da continuidade do registro;
b) será oponível a todos, pessoas naturais ou jurídicas, públicas ou privadas, salvo se constar,
na matrícula do imóvel, averbação de que se trata de terreno de marinha;
c) será oponível a todos, pessoas naturais ou jurídicas, públicas ou privadas, até que a sua
nulidade seja reconhecida pelo Poder Judiciário em sentença transitada em julgado;
d) não será oponível à União, considerando tratar-se de bem público, bem como pelo fato
de o registro de imóveis indicar mera presunção relativa de propriedade do particular;
e) não será oponível ao Estado, considerando tratar-se de terra devoluta, bem como pelo
fato de o registro de imóveis indicar mera presunção relativa de propriedade do particular.

No caso narrado, estamos diante de um terreno de marinha, ou seja, de um bem público. De


acordo com as disposições da Constituição Federal, os terrenos de marinha são considerados
bens públicos da União.
Neste sentido, o STJ possui entendimento sumulado de que os registros de propriedade
particular de imóveis situados em terrenos de marinha não são oponíveis à União.

Súmula 496: Os registros de propriedade particular de imóveis situados em terrenos de marinha


não são oponíveis à União.

Consequentemente, caso João adquira o imóvel e promova o registro da respectiva escritura


de compra e venda, a sua propriedade não será oponível à União, considerando tratar-se
de bem público. Além disso, consta o fato de que o registro de imóveis apenas indica mera
presunção relativa de propriedade do particular.
Letra d.

039. (FGV/GP (PREF PAULÍNIA)/PREF PAULÍNIA/2021) Sobre bens públicos, analise as


afirmativas a seguir:
I – Os bens de uso comum do povo, tais como rios, estradas e praças, são considerados
bens públicos.
II – Os bens de uso especial, como os edifícios da administração municipal, são considerados
bens públicos.
III – Os bens públicos de uso comum e os de uso especial são inalienáveis.
Está correto o que se afirma em:
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a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

Todos os itens estão corretos, em conformidade com as disposições do Código Civil.

Art. 99. São bens públicos:


I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; (Item I)
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; (Item II)
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. (Item III)

Letra e.

040. (FGV/ADV (PREF PAULÍNIA)/PREF PAULÍNIA/CREAS/2021) O imóvel próprio pertencente


ao Município Gama, onde funciona o Centro de Referência Especializado de Assistência Social
(CREAS), de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, por ser um bem público, goza
de determinadas prerrogativas decorrentes do regime jurídico de direito público, como
por exemplo
a) imprescritibilidade e alienabilidade incondicionada.
b) penhorabilidade e não-onerabilidade.
c) alienabilidade incondicionada e impenhorabilidade.
d) penhorabilidade condicionada e prescritibilidade.
e) impenhorabilidade e imprescritibilidade.

São características ou prerrogativas dos bens públicos: a inalienabilidade (ou alienabilidade


condicionada), a imprescritibilidade, a não-onerabilidade e a impenhorabilidade.
Logo, é possível observar que a alternativa correta, em relação às mencionadas características,
é a Letra E.
Letra e.

041. (FGV/ATCE (TCE-AM)/TCE AM/MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS/2021) No interior das


dependências do presídio estadual Gama, funciona uma lanchonete, administrada por
Maria, que realizou diversas obras no local para instalar seu comércio. Durante inspeção

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do Ministério Público Estadual, o Promotor de Justiça verificou que Maria possuía um


contrato administrativo assinado com o Estado, representado pela Secretaria Estadual
de Administração Penitenciária, por prazo determinado, sem que, contudo, tenha sido
precedido de procedimento licitatório.
Após instaurar inquérito civil para apurar a legalidade do consentimento estatal para
utilização do bem público por Maria, o Ministério Público Estadual concluiu que o contrato:
a) não está viciado, por se tratar de autorização de uso, que prescinde de licitação prévia;
b) não está viciado, por se tratar de permissão de uso, que prescinde de licitação prévia;
c) está viciado, por se tratar de concessão de direito real de uso, que depende de licitação prévia;
d) está viciado, por se tratar de concessão de uso, que depende de licitação prévia;
e) está viciado, por se tratar de permissão de uso, que prescinde de licitação prévia.

Na situação descrita, Maria possui um contrato administrativo assinado com o Estado, por
prazo determinado, sem que, contudo, tenha sido precedido de procedimento licitatório.
Por estarmos diante de um contrato administrativo, o vínculo firmado é o de concessão
de uso de bem público.
No entanto, por não ter sido realizado o procedimento licitatório, o contrato administrativo
está viciado, uma vez que a concessão de uso depende, obrigatoriamente, da realização
de prévia licitação.
Letra d.

042. (FGV/ACE (TCE-PI)/TCE PI/ENGENHARIA/2021) Márcia, ao sagrar-se vencedora em


processo licitatório, firmou com o Município Alfa contrato administrativo para utilização
de bem público, consistente em um box num mercado municipal, por prazo determinado.
Assim, Márcia obteve consentimento do poder público para utilização especial de bem
público mediante:
a) autorização de uso, cuja extinção antes do prazo fixado lhe garante, em tese, direito à
indenização;
b) permissão de uso, cuja extinção antes do prazo fixado não lhe garante, em tese, direito
à indenização;
c) concessão de uso, cuja extinção antes do prazo fixado lhe garante, em tese, direito à
indenização;
d) concessão de direito real de uso, cuja extinção antes do prazo fixado não lhe garante,
em tese, direito à indenização;
e) cessão de uso, cuja extinção antes do prazo fixado não lhe garante, em tese, direito à
indenização.

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Ao celebrar contrato administrativo para utilização de bem público, consistente em um


box num mercado municipal, por prazo determinado, Márcia obteve da administração
municipal a concessão de uso de bem público. Neste caso, por estarmos diante de um
contrato administrativo por prazo determinado de duração, a extinção antes do prazo
fixado garante a Márcia, em tese, o direito ao recebimento de indenização.
Letra c.

043. (FGV/OF (PM RJ)/PM RJ/2021) De acordo com a doutrina de Direito Administrativo,
levando em consideração a classificação do bem público quanto à sua destinação, as
instalações físicas do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar do Estado
do Rio de Janeiro constituem um bem
a) de uso comum do povo, pois servem à população de forma geral.
b) de uso especial, pois são utilizadas para prestação de serviço público.
c) dominical, pois estão vinculadas a uma destinação pública específica.
d) desafetado, pois estão destinadas à prestação de um serviço público específico.
e) de uso geral, pois se destinam à toda coletividade em matéria de segurança pública.

As instalações físicas do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar do


Estado do Rio de Janeiro constituem um bem de uso especial, haja vista que estão sendo
utilizadas para a prestação de um serviço público à coletividade.
Letra b.

044. (UNIFIL/ASS (PREF MC RONDON)/PREF MC RONDON/ADMINISTRATIVO/2021) São


aqueles que, embora integrando o domínio público como os demais, deles diferem pela
possibilidade sempre presente de serem utilizados em qualquer fim ou mesmo alienados
pela Administração, se assim o desejar. Trata-se dos
a) bens de uso comum do povo ou do domínio público.
b) bens de uso especial ou do patrimônio administrativo.
c) bens dominicais ou do patrimônio disponível.
d) bens patrimoniais indisponíveis.

A definição apresentada é a de bens dominicais, ou seja, bens públicos que constituem o


patrimônio disponível das pessoas jurídicas de direito público e que podem, por isso mesmo,
ser utilizados em qualquer finalidade ou, ainda, alienados pela Administração Pública.
Letra c.
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045. (SELECON/APN (EMGEPRON)/EMGEPRON/ADVOGADO/ADMINISTRATIVO E


MARÍTIMO/2021) Claustro é gerente administrativo da autarquia federal CCF, exercendo
suas funções há longos anos. Dentre suas atividades, consta a administração dos bens
autárquicos. Em determinado ano, é comunicado, pelo assessor jurídico, de ocupação irregular
de um imóvel situado em área rural, mas registrado em nome da autarquia. Realizando
diligências no local, verifica que a ocupação já dura mais de dez anos. As tentativas de
desocupação voluntárias não lograram êxito. Nos termos das normas aplicáveis aos bens
das autarquias, é correto dizer que:
a) são alienáveis livremente
b) não são passíveis de usucapião
c) são bens particulares
d) não são passíveis de concessão

No caso, estamos diante de um bem público, haja vista que as autarquias são pessoas
jurídicas de direito público. Consequentemente, os bens devem gozar de uma série de
prerrogativas. Dentre elas, temos a imprescritibilidade, que, em linhas gerais, assegura que
os bens públicos não podem ser objeto de usucapião.

Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Letra b.

046. (IDIB/ALEG (CM PLANALTINA)/CM PLANALTINA/CONTROLADOR INTERNO/2021) Assinale


a alternativa que trata de bens públicos de uso especial.
a) viaturas policiais e ambulâncias
b) estradas e rios
c) praças e ciclofaixas
d) mares e rios

Bens de uso especial são aqueles utilizados pelos seus proprietários (União, Estados, Distrito
Federal, Municípios, autarquias e fundações públicas de Direito público) na execução dos
serviços públicos e de suas atividades finalísticas. Dentre as opções elencadas, apenas a
Letra A (viaturas policiais e ambulâncias) se refere a bens públicos de uso especial.
Letra a.

047. (OBJETIVA CONCURSOS - FTRI (HORIZONTINA)/PREF HORIZONTINA/2021) Segundo DI


PIETRO, sobre os bens públicos, analisar os itens abaixo:
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I – Não se incluem, entre os bens públicos, os pertencentes às pessoas jurídicas de direito público.
II – Rios, mares, estradas, ruas e praças são considerados bens de uso comum do povo.
III – São considerados bens de uso especial os edifícios destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, exceto os de suas autarquias.
Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente o item I.
b) Somente o item II.
c) Somente os itens I e II.
d) Somente os itens I e III.
e) Todos os itens.

Item I: Incorreto. De acordo com o artigo 98 do Código Civil, temos a previsão de que “São
públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”.
Item II: Correto. Rios, mares, estradas, ruas e praças são considerados, conforme afirmado,
bens de uso comum do povo.

Art. 99. São bens públicos:


I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

Item III: Incorreto. Os edifícios destinados a serviço ou estabelecimento das autarquias


são igualmente considerados bens de uso especial, diferente que afirma o item.

Art. 99. São bens públicos:


II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

Letra b.

048. (IADES/ANA SUP (CFQ)/CFQ/GERAL/2021) No que se refere aos bens públicos


patrimoniais, os edifícios ou terrenos destinados ao serviço ou ao estabelecimento da
administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias,
são classificados como
a) dominicais.
b) de uso especial.
c) de uso comum do povo.
d) materiais.
e) de uso restrito.

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A definição apresentada pela questão é a de bens de uso especial, ou seja, bens que estão
sendo utilizados para o desempenho de uma atividade destinada ao bem estar da coletividade.

Art. 99. São bens públicos:


II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento
da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

Letra b.

049. (FCC/DP RR/DPE RR/2021) São considerados bens de uso especial aqueles que são do
domínio público e
a) constituem patrimônio da União, Estados ou Municípios, como objeto de direito pessoal
ou real de cada um.
b) podem, por determinação legal ou por sua natureza, ser utilizados por todos em igualdade
de condições, sem necessidade de consentimento individualizado pela Administração.
c) constituem coisas móveis ou imóveis, corpóreas ou incorpóreas, utilizadas pela
Administração Pública para a realização de suas atividades e consecução de seus fins.
d) comportam função patrimonial ou financeira, porque se destinam a assegurar rendas,
como atividade da Administração.
e) são utilizados por particular com restrições, como pagamento de pedágio ou autorização
para circulação de veículos especiais.

Bens de uso especial são aqueles utilizados pelos seus proprietários na execução dos
serviços públicos e de suas atividades finalísticas. Tais bens podem ser constituídos de
coisas móveis ou imóveis, corpóreas ou incorpóreas, confirmando com isso a Letra C como
gabarito da questão.
Letra c.

050. (INSTITUTO AOCP/ASS (CM TERESINA)/CM TERESINA/JURÍDICO LEGISLATIVO/2021)


Sobre os bens públicos, assinale a alternativa correta.
a) São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno. Todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
b) Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são alienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
c) O uso comum dos bens públicos será sempre gratuito.

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d) Os bens públicos estão sujeitos a usucapião.


e) Os bens públicos dominicais não podem ser alienados.

Para responder a questão, devemos fazer uso de determinados artigos do Código Civil
relacionados com os bens públicos.

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito
público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
(Letra A)
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. (Erro da Letra B)
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
(Erro da Letra E)
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. (Erro da Letra D)
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for
estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. (Erro da Letra C)

Letra a.

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