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CONTABILIDADE
PÚBLICA PARA
CONCURSOS
MÓDULO 1
COMBINADO FISCAL
(RF/Sefaz/Sefin/TCM)
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222
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CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220
CONTABILIDADE PÚBLICA PARA CONCURSOS
| MÓDULO 1 – Prof. Alexandre Américo
OS: 0001/9/16-Gil
Assuntos: Contabilidade Pública: conceito, objeto, objetivo, campo de aplicação e NBCT 16.1 e 16.2; Regimes
Contábeis (Lei nº 4.320/64; LC 10/00; NBCT 16.5), Enfoque Orçamentário e Enfoque Patrimonial.
DEFINIÇÕES INICIAIS
Na doutrina contábil, encontramos diversas definições de contabilidade pública, todas de autores consagrados.
Na visão do mestre Francisco Gláuber Lima Mota:
“Ramo da Contabilidade que estuda, registra, controla e demonstra os atos e fatos administrativos da
Fazenda Pública, evidencia o patrimônio e suas variações, bem como o orçamento público.”
“Contabilidade Pública é o ramo da Contabilidade que coleta, registra e controla os atos da Fazenda
Pública, mostra o Patrimônio Público e suas variações, bem como acompanha e demonstra a execução
do orçamento.”
“Contabilidade Pública é o ramo da Ciência Contábil que controla o patrimônio público, evidenciando as
variações e os conseqüentes resultados, inclusive sociais, decorrentes dos atos e fatos de natureza
orçamentária, financeira e patrimonial nas entidades de Administração Pública”.
Analisando os conceitos supramencionados, é possível notar que a Contabilidade Pública é um ramo da ciência contábil. Por
isso, o mais correto é se falar Contabilidade Aplicada ao Setor Público – CASP – eis que a contabilidade é uma só.
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Apesar dos conceitos supramencionados, os mais cobrados em provas atuais de concursos públicos é o conceito oficial,
disposto na NBCT 16.1. Segundo a redação original da norma (quando editada pela primeira vez), a Contabilidade Aplicada
ao Setor Público é o ramo da ciência contábil que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios Fundamentais
de Contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público.
Perceba que a norma trazia a terminologia Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC), termo tautológico (ambíguo),
eis que os princípios, sendo as vigas mestras de uma ciência, por si só, já são o seu fundamento ou embasamento sobre o
qual repousa toda a teoria contábil. Não se pode, por exemplo, uma norma contábil contrariar regras principiológicas. Daí
porque a terminologia princípios fundamentais ser uma redundância.
Por isso que, a partir da edição da Resolução CFC nº 1.437/13, o conceito oficial foi atualizado. A palavra “fundamentais” foi
retirada.
Considerando que sua memória é visual, observe o esquema a seguir:
*PC => Princípios de Contabilidade, e não mais Princípios Fundamentais de Contabilidade – PFC, uma vez que foi eliminada,
pela Resolução CFC nº 1.437/2013, a expressão “Fundamentais” do conceito oficial.
Analisando o conceito acima, podemos concluir que a Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da Ciência Contábil
que aplica os conceitos, princípios e normas contábeis nos atos e fatos de gestão pública orçamentária, financeira,
patrimonial, custos e de compensação, nos órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta abrangidas em seu
campo de atuação, fornecendo informações úteis, tempestivas, compreensíveis e fidedignas aos seus diversos usuários.
Comentários
O autor da questão pegou o conceito do MCASP, 4ª edição, Parte V, página 05, Portaria STN nº 406/2011, que repete o
mesmo conceito da Resolução do CFC nº 1.437/13 e apenas retirou do conceito a expressão “os Princípios de Contabilidade”,
além de alterar a parte final. Observe e compare:
“Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da Ciência Contábil que aplica, no processo gerador
de informações, os Princípios de Contabilidade e as normas contábeis direcionadas ao controle
patrimonial das entidades do setor público”.
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Perceba que o conceito estipulado pela norma contábil afirma que as normas contábeis são direcionadas ao controle
patrimonial das entidades do setor público e não ao planejamento, uma vez que o patrimônio público é o objeto de estudo
da Contabilidade Aplicada ao Setor Público.
Gabarito: Errada
Continuemos a teoria...
Corroborando com o conceito dos autores supramencionados, a NBCT 16 (dezesseis) elenca a contabilidade pública como um
ramo da ciência contábil. É por isso que hoje se fala em CASP – Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Autores como Lino
Martins da Silva advogam que a contabilidade é una e tem como foco a visão integral do patrimônio. O compromisso,
portanto, da ciência contábil é com a evidenciação de todos os elementos patrimoniais e a universalidade dos registros.
Apesar de ter como meta a evidenciação de todos os acontecimentos que direta ou indiretamente impactaram o patrimônio,
esse ramo da ciência contábil é demasiadamente influenciado pela execução do orçamento, dado o fato de que a grande
maioria dos órgãos e entidades públicas não possuir finalidade lucrativa, dependendo, pois, quase que exclusivamente, de
dotações orçamentárias para sobreviverem. Digo a grande maioria, pois existem as empresas estatais independentes (como
CEF, BB e Petrobrás, por exemplo), que tem finalidade lucrativa.
Posteriormente, juntos, verificaremos que uma considerável parcela das variações patrimoniais se origina na execução da
receita e da despesa orçamentárias. Isso quer dizer que o registro orçamentário da receita e da despesa, especificamente das
efetivas, além de impactar a contabilidade orçamentária (enfoque orçamentário), provocará registros contábeis na
contabilidade patrimonial (enfoque patrimonial), por meio de VPA – Variações Patrimoniais Aumentativas (no caso das
receitas efetivas) e de VPD – Variações Patrimoniais Diminutivas (no caso das despesas efetivas).
Essa influência da execução do orçamento público na contabilidade pública era, até certo ponto, prejudicial à geração de
informações patrimoniais fidedignas nos demonstrativos contábeis do setor público, eis que, por vezes, não eram
apresentadas, de fato e efetivamente, todas as alterações verificadas no patrimônio.
Nesse contexto, foi editada a portaria nº 184/2008 do Ministério da Fazenda que previu a necessidade de se promover a
convergência das práticas contábeis vigentes no setor público com as normas internacionais de contabilidade, visando
harmonizar as exigências da ciência contábil com a técnica já instituída. A portaria atribuiu esta tarefa à Secretaria do
Tesouro Nacional, órgão central de contabilidade da União. Legalmente, a competência para editar normas para
consolidação das contas públicas cabe ao Conselho de Gestão Fiscal (artigo 67 da LRF), que ainda não foi criado.
No interregno das mudanças, várias normas foram editadas pela STN em parceria com o CFC – Conselho Federal de
Contabilidade, as quais ficaram conhecidas por NBCASP – Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público.
Além disso, foi publicado o MCASP – Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público, hoje na sexta edição. Ressalto que
não é objetivo deste curso analisarmos, minuciosamente, todos os tópicos desse manual, até porque seria necessário um
curso com o dobro de aulas, o que não é o foco desse curso.
No próprio site “Atitude Concursos”, temos um curso em que abordaremos com maior rigor de detalhes o MCASP, 6ª edição.
Trata-se de um curso completo de Contabilidade Aplicada ao Setor Público para certames públicos mais avançados, como é o
caso do TCU, CGU, STN, TCE e Controladorias Gerais de Estados e de Municípios.
A propósito, já que falamos de mudanças na Contabilidade Governamental, é importante que as citemos. Seguem-nas:
Alteração do Plano de Contas, cuja implementação, inicialmente prevista para início de 2012, foi postergada para início
de 2013 e depois para o início de 2014 e, ainda, para o início de 2015. Atualmente, há o PCASP – Plano de Contas Aplicado
ao Setor Público, aplicado a todos os entes políticos, que está vigorando desde 01 de janeiro de 2016.
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Extinção dos sistemas financeiro, patrimonial, orçamentário e compensação. Não há que se falar mais em sistemas. O
sistema contábil, agora, é único e dividido em subsistemas de informações: patrimonial (fatos financeiros e não-financeiros),
orçamentário, custos e compensação;
Reconhecimento dos fatos geradores da receita e da despesa, de forma independente da execução orçamentária, ou
seja, aplicação integral do regime de competência para a receita e a despesa (Enfoque Patrimonial). Isso não quer dizer que
o regime misto tenha deixado de existir. Continua existindo conforme art. 35, I e II, da Lei nº 4.320/64 (Enfoque
Orçamentário);
Registro das provisões (como é o caso da contabilização do 13º salário dos servidores públicos, que era feito quase sob o
regime de caixa, sem o registro prévio da obrigação);
Cálculo das reavaliações dos bens, bem como a revelação das depreciações, amortização e exaustões nos
demonstrativos contábeis (a lei 4.320/64 faculta a realização das reavaliações – artigo 106, § 3º. Na prática, quase nenhuma
unidade contábil fazia. A mesma lei prevê as depreciações apenas para as entidades autárquicas – artigo 108, § 2º. Não há
previsão legal para o registro das amortizações e exaustões);
Criação de um Subsistema de Custos (NBCT 16.11) dos programas e das unidades da administração pública, tendo em
vista uma alocação mais eficiente dos recursos públicos (no âmbito federal, o subsistema de custos foi instituído pela
portaria STN nº 157/2011). Em novembro de 2011, foi publicada a NBC T 16.11 que trata do Sistema de Informação de
Custos do Setor Público.
Além das alterações acima, é importante ressaltar que houve um aumento no número de demonstrativos contábeis
obrigatórios. Segundo a NBCT 16.6, as demonstrações contábeis das entidades definidas no campo da CASP são:
Balanço Patrimonial;
Balanço Orçamentário;
Exigidas pela Balanço Financeiro;
NBCT 16.6 Demonstração das Variações Patrimoniais;
Demonstração dos Fluxos de Caixa; e
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
Notas Explicativas
Importante informar, nesse momento, que enquanto a Demonstração do Resultado Econômico foi excluída do rol de
demonstrações contábeis das entidades definidas no campo da CASP, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
foi nele incluída pela Resolução CFC nº 1.437/13.
O art. 4º, § 2º da LRF, exige, implicitamente, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido como um componente do
Anexo de Metas Fiscais. Observe o teor do mesmo:
“Art. 4º (...)
§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais (...)
§ 2º O Anexo conterá, ainda:
(...) evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a
aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos.
A Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido – DMPL evidencia a evolução do patrimônio líquido durante o
exercício.
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Apesar de ter sido incluída no rol das demonstrações contábeis das entidades definidas no campo da CASP, conforme item 03
(três) da NBCT 16.6, pela Resolução CFC nº 1.437/13, a DMPL só foi operacionalizada recentemente, com a publicação do
MCASP, 6º edição, parte V, página 349. Resumindo o que falamos até agora:
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS APLICADAS AO SETOR PÚBLICO
Balanço Patrimonial – BP
Balanço Orçamentário – BO
Vejamos, agora, como ficaram as DCASP - Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público, após a edição da Resolução
CFC nº 1.437/2013, que alterou NBCT 16.6.
Comparativamente, vamos confrontar as DCASP antes da alteração e após a alteração:
DCASP – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS APLICADAS AO SETOR PÚBLICO
Resolução CFC nº 1.133/2008 Resolução CFC nº 1.437/2013
(alterou a Res. CFC nº 1.133/08)
Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial
Balanço Orçamentário Balanço Orçamentário
Balanço Financeiro Balanço Financeiro
Demonstração das Variações Patrimoniais Demonstração das Variações Patrimoniais
Demonstração dos Fluxos de Caixa Demonstração dos Fluxos de Caixa
Demonstração do Resultado Econômico Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido
Notas Explicativas
Com a edição da Resolução CFC nº 1.437/2013, a Demonstração do Resultado Econômico foi excluída, sendo que a DMPL e
as notas explicativas foram incluídas.
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) evidencia a movimentação ocorrida em cada elemento do
Patrimônio Líquido com a divulgação, em separado, dos efeitos das alterações nas políticas contábeis e da correção de erros.
De acordo com o MCASP, 6º edição, página 349, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido -
DMPL, é obrigatória para as empresas estatais dependentes, desde que constituídas sob a forma de
sociedades anônimas, e facultativa para os demais órgãos e entidades dos entes da Federação.
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Porém, de acordo com a Resolução do CFC nº 1.437/13, a DMPL deve ser elaborada apenas pelas
empresas estatais dependentes e pelos entes que as incorporarem no processo de consolidação das
contas.
A DMPL complementa o Anexo de Metas Fiscais (AMF), integrante do Projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO).
A Contabilidade Pública deverá evidenciar os fatos administrativos ligados à administração orçamentária, financeira,
patrimonial e industrial (art. 89, Lei nº 4.320/64), bem como os atos administrativos potencialmente capazes de alterar o
patrimônio no futuro.
Deve ir além, registrando, inclusive, os custos dos serviços públicos e industriais para que se possa comparar se é menos
oneroso para os cofres públicos prestar diretamente o serviço público à sociedade ou delegá-lo a outro ente para que o
preste.
Aqui reside uma grande diferença entre a Contabilidade Aplicada ao Setor Público - CASP, regulamentada por diversos
normativos, anteriormente elencados, e a Contabilidade Empresarial ou Societária, regida pela Lei das Sociedades por
Ações, Lei nº 6.404/76, e aplicada às empresas privadas e às estatais independentes constituídas na forma de Sociedade por
Ação.
Enquanto o registro de atos potenciais é obrigatório na CASP, na Contabilidade Empresarial é facultativo.
- Alexandre Américo, e o que são mesmo atos ou atos administrativos, no âmbito da CASP?
São acontecimentos que, quando ocorrem, não impactam de imediato o patrimônio público, mas tem a potencialidade de
impactá-lo no futuro. Esse é o caso, por exemplo, da assinatura de um contrato, da concessão de um aval, da assinatura de
um convênio, do empenho (ato orçamentário) de uma despesa, a previsão da receita, a fixação da despesa, o planejamento
orçamentário, cessão de uso gratuito de um bem público entre órgãos etc.
Importante ressaltar que o conceito de atos administrativos na contabilidade não guarda qualquer relação com o conceito de
ato administrativo no Direito Administrativo, ok?
- E fatos no âmbito da CASP, Alexandre?
São eventos que impactam imediatamente o patrimônio público quando ocorrem, sendo classificados em permutativos,
modificativos e mistos.
Poderão impactar, somente elementos do ativo (recebimento de um crédito tributário – IPTU a receber), elementos do ativo
e do passivo (pagamento de uma divida - sai caixa e sai a obrigação exigível), somente elementos de passivo (repactuação de
dívida), elemento do ativo e despesa (registro da depreciação – diminui o ativo não circulante imobilizado em virtude da
retificação pela depreciação acumulada do bem e registro do fato gerador de uma despesa de depreciação – utilização do
imobilizado), elemento do ativo e receita (doação recebida de uma ambulância), elemento do passivo e receita (prescrição
de dívida), elemento do passivo e despesa (aumento da dívida por atualização monetária ou União encampou a dívida de um
estado federativo perante o Banco Mundial).
Importante alinhar esse subtópico 1.2 com as disposições expressas nos artigos 89 e 105, § 5º, Lei nº 4.320/64.
Vejamos o conteúdo deles:
Observe que o art. 89 corrobora com o que dissemos no início da explicação dessa parte da aula.
- Alexandre, porém faço uma ressalva: o artigo não menciona evidenciação dos custos dos serviços públicos.
Embora não haja menção explícita, quando o legislador informa “e industrial” entenda-se implicitamente contemplado o
custo dos serviços industriais.
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E embora esse artigo não faça menção, o artigo 99 da mesma lei o faz:
Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que não organizados como empresa pública ou
autárquica, manterão contabilidade especial para determinação dos custos, ingressos e resultados, sem
prejuízo da escrituração patrimonial e financeira comum.
Toda atenção é bem-vinda na hora da prova. Por isso, minha sugestão é que você mantenha o foco na sua atenção quando
estiver resolvendo questões de prova e, principalmente, transferindo a resposta definitivamente para o cartão resposta.
A propósito, convido você a conhecer a nossa metodologia de manutenção do foco no curso de Coaching de minha autoria:
Coaching de Inteligência Emocional e de Alta Performance para concursos públicos!
Retomando a linha de raciocínio...
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Vejamos mais um dispositivo da Lei nº 4.320/64 que se relaciona com a natureza dos registros no âmbito da CASP:
“Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos,
de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a
ela pertencentes ou confiados”.
Mostra o artigo que a missão da contabilidade é de ordem universal, contemplando todos os atos (decisões) e fatos de
gestão (efeitos ou conseqüências), quer se trate de receita, da despesa, da administração ou guarda de bens e valores
pertencentes ou de propriedade da entidade governamental (prédios, dinheiro etc.) ou a ela confiados (cauções em dinheiro,
arrecadações por conta de terceiros etc.).
O artigo procura individualizar a responsabilidade de cada um que pratique referidos atos e fatos supracitados, uma vez que
toda responsabilidade é individual.
A responsabilidade, como se depreende do artigo, é pessoal!
São as chamadas contas de gestão que a Contabilidade, por meio de seus registros, faz evidenciar, não importando que essa
responsabilidade seja do Chefe do Poder Executivo, do Poder Judiciário, do Poder Legislativo, ou do agente portador de um
adiantamento (suprido), ou ainda responsável pela gestão de um Fundo Especial.
A responsabilidade desses agentes da Administração será registrada e evidenciada pela Contabilidade, até que algum fato
determine a sua regularização.
A Contabilidade Aplicada ao Setor Pública deverá, portanto, refletir essas responsabilidades.
Antes de irmos ao próximo subtópico, vejamos uma questão de prova.
Comentários
Apesar de o enunciado da questão não mencionar o registro dos atos contábeis ou atos administrativos, ela não afirmou
taxativamente que, somente, ou apenas, são registrados os fatos.
Diante do exposto, o enunciado está corretíssimo.
À Contabilidade Aplicada ao Setor Público caberá o registro dos fatos relativos à execução orçamentária, financeira e
patrimonial, de forma que possam ser prestadas informações acerca da composição patrimonial e dos resultados
econômicos e financeiros de determinado exercício.
E, nesse sentido, para que os resultados econômicos (resultado patrimonial da DVP – Demonstração das Variações
Patrimoniais) de cada exercício financeiro possam ser evidenciados, é necessário que os fatos modificativos (aqueles que
alteram quantitativamente o Patrimônio Líquido – PL, por meio de VPA - variação patrimonial aumentativa ou VPD – variação
patrimonial diminutiva) sejam levados à conta de resultado (nesse caso, resultado patrimonial, que é apurado na DVP).
Gabarito: Correta.
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Conforme já dissemos anteriormente, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público, CASP, é um ramo da Ciência Contábil
demasiadamente regulamentado por leis, portarias, decretos e Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade, que
aprovou Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público.
Apesar disso, a principal lei que alicerça a CASP é a lei federal nº 4.3206/64, lei federal, porém de abrangência nacional,
vinculando, portanto, todos os entes políticos (U, E, M e DF) às suas normas. Apesar de a grande maioria de seus artigos
relacionar-se a orçamento público e a Direito Financeiro, o Título IX – DA CONTABILIDADE, trata exclusivamente de normas
de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Essa seção é dividida nos seguintes capítulos:
Capítulo I – Disposições Gerais: art. 83 ao art. 89;
Capítulo II – Da Contabilidade Orçamentária e Financeira: art. 90 ao art. 93;
Capítulo III – Da Contabilidade Patrimonial e Industrial: art. 94 ao art.100;
Capítulo IV – Dos Balanços: art. 101 ao art.106.
Todos esses artigos mencionados relativos à cada assunto devem ser lidos à medida que formos avançando no conteúdo
programático.
O preâmbulo dessa lei elenca a sua matéria:
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
Ora, se a lei trata de elaboração e controle de balanços, necessariamente evidencia normas relacionadas à Contabilidade
Aplicada ao Setor Público.
Importante frisar que na aula 01 (um), estudaremos detalhadamente o conteúdo de cada uma dessas normas, ok?
Por enquanto ficarmos por aqui nesse subtópico.
2. Objeto de estudo
A doutrina entendia que o objeto de estudo da Contabilidade Pública é o patrimônio e o orçamento públicos. Entretanto, a
STN – Secretaria do Tesouro Nacional e o Conselho Federal de Contabilidade - CFC, por meio da Resolução CFC nº 1.128/08,
informam que o objeto da CASP é apenas o patrimônio público.
Conforme estabelece o Princípio da Entidade, o objeto da Contabilidade é o patrimônio, aquele de determinada entidade
que esteja sob a análise e estudo, formando por bens, direitos e obrigações.
Apesar de o seu objeto ser o patrimônio público, formado por bens, direitos e obrigações públicos, a contabilidade pública
não se limita a evidenciar as alterações verificadas no patrimônio. Os registros contábeis contemplam, ainda, a execução
orçamentária da receita e da despesa e se estendem a situações que não afetam de imediato o patrimônio, mas que
potencialmente possam vir a afetá-lo, como é o caso da assinatura de contratos, da concessão de uma fiança, de um aval ou,
até mesmo, do empenho de uma despesa pública orçamentária, que é um ato meramente de natureza orçamentária.
No entanto, para efeito de concurso público deve-se atentar para o que está no item 05 da Norma Contábil NBCT 16.1: o
objeto da CASP é o patrimônio público.
Assim, o objeto da Ciência Contábil, em seu sentido amplo, é o patrimônio público constituído por bens, direitos e
obrigações vinculados a uma entidade (pessoa física ou jurídica).
Patrimônio público, como objeto da CASP, deve ser entendido aqui em sentido amplo, contemplando fatos financeiros,
orçamentários, contábeis e patrimoniais.
Conforme preleciona a NBCT 16.2, aprovada pela Resolução CFC nº 1.129/08, o Patrimônio Público compreende:
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3. Patrimônio Público
De acordo com o item 03 (três) da NBCT 16.2, o Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis,
onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que
seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à
exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações.
O patrimônio público é estruturado em três grupos: ativos, passivos e patrimônio líquido
A classificação dos elementos patrimoniais considera a segregação em circulante e não circulante, com base em seus
atributos de conversibilidade e exigibilidade.
Os ativos devem ser classificados como circulante quando satisfizerem a um dos seguintes critérios:
estarem disponíveis para realização imediata;
tiverem a expectativa de realização até doze meses da data das demonstrações contábeis.
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1. Ativo 2. Passivo
1.1 Ativo Circulante 2.1 Passivo Circulante
1.2 Ativo Não Circulante 2.2 Passivo Não Circulante
2.3 Patrimônio Líquido
3.1. Bens Públicos – Código Civil Brasileiro (CCB)
De acordo com o art. 98 do Código Civil Brasileiro – CCB, os bens públicos se dividem em:
Os bens de uso comum do povo ou bens de domínio público, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
Os bens de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração
federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
Os bens dominicais ou dominiais ou bens do patrimônio fiscal ou bens do patrimônio disponível, que constituem o
patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas
entidades.
O Código Civil estipula ainda que os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Por outro lado, os bens públicos dominicais podem ser alienados, desde que observadas as exigências da lei.
É de bom alvitre ressaltar que, não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
Os bens públicos das três categorias não estão sujeitos a usucapião.
Ainda pelo Código Civil: o uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido
legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
É bom que se diga: os bens de uso comum do povo enumerados no inciso I do art. 99, CCB, constituem um rol
exemplificativo.
Na verdade, todos os locais abertos à utilização pública adquirem esse caráter de comunidade, de uso coletivo, de fruição
própria do povo.
Por outro lado, os bens de uso especial são os de propriedade do estado e que se destinam especialmente à execução dos
serviços públicos e, por isso mesmo, são considerados instrumentos desses, estando afetados à prestação de serviços
públicos.
Constituem o aparelho administrativo, tais como os edifícios das repartições públicas, os terrenos aplicados aos serviços
públicos, os veículos da Administração, os mercados e outros serviços que o Estado põe à disposição do público, mas com
destinação especial.
Além dos exemplos tradicionais de bens especiais, a Secretaria do Tesouro Nacional, STN, considera bens de uso especial
da União os ativos tangíveis utilizados na produção ou para fins administrativos e dos quais se espera que sejam utilizados
por mais de um exercício. Considera-se nessa condição, também o equipamento militar especializado.
Os bens dominicais ou dominiais são aqueles que, embora integrando o domínio público como os demais, deles diferem pela
possibilidade sempre presente de serem utilizados em qualquer fim ou, mesmo, alienados pela Administração Pública, se
assim o desejar. Daí porque recebem também a denominação de bens patrimoniais disponíveis ou de bens de patrimônio
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fiscal. Tais bens integram o patrimônio do Estado como objeto de direito real ou pessoal, isto é, sobre eles a Administração
exerce poderes de proprietário, segundo os preceitos de Direito Constitucional e Administrativo.
- E qual a intenção, Alexandre, de você fazer menção a um artigo do Código Civil Brasileiro, que trata de classificação de bens
públicos, no seu curso de Contabilidade Aplicada ao Setor Público?
- O que tem a ver uma coisa com a outra?
Bem, é o seguinte...
Antes da publicação da NBC T 16 em 2008, somente eram considerados, contabilizados e registrados pela CASP os bens
públicos de uso especial e os dominicais, ficando fora os de uso comum do povo.
Todavia, com a edição da NBCT 16.10, aprovada pela Resolução do CFC nº 1.137/08, itens 30 e 31, os bens de uso comum
passaram a ser incluídos no Balanço Patrimonial do Setor Público.
- Mas em que grupo do ativo, Alexandre Américo?
Leia a informação do quadro abaixo.
Ponto bastante importante é o fato de que, atualmente, com a publicação da NBCT 16.10, aprovada
pela Resolução CFC nº 1.137/08, itens 30 e 31:
Os bens de uso comum que absorverem recursos públicos, ou aqueles eventualmente recebidos em
doação, devem ser incluídos no ativo não circulante da entidade responsável pela sua administração ou
controle, estejam ou não afetos a sua atividade operacional.
A mensuração dos bens de uso comum será efetuada, sempre que possível, ao valor de aquisição ou ao
valor de produção ou construção.
Portanto, os bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos públicos, ou os eventualmente recebidos em
doação, deverão ser obrigatoriamente registrados no patrimônio da entidade pública responsável pela sua administração e
controle.
Conforme o Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público, 6º edição, os bens de uso comum podem ser encontrados
em duas classes de ativos: ativos de infraestrutura e bens do patrimônio cultural.
Ativos de infraestrutura são ativos que normalmente podem ser conservados por um número significativamente maior de
anos do que a maioria dos bens de capital. Para serem classificados como ativos de infraestrutura, os mesmos deverão ser
partes de um sistema ou de uma rede, especializados por natureza e não possuírem usos alternativos. Exemplos desses
ativos incluem redes rodoviárias, sistemas de esgoto, sistemas de abastecimento de água e energia, rede de comunicação,
pontes, calçadas, calçadões, dentre outros.
O reconhecimento e a mensuração dos ativos de infraestrutura são obrigatórios e seguem os mesmos critérios utilizados
para os demais ativos imobilizados.
Ativos descritos como bens do patrimônio cultural são assim chamados devido a sua significância histórica, cultural ou
ambiental. Exemplos deles incluem os monumentos e prédios históricos, sítios arqueológicos, áreas de conservação e
reservas naturais.
Estes ativos são raramente mantidos para gerar entradas de caixa e pode haver obstáculos legais ou sociais para usá-los em
tais propósitos.
Certas características são geralmente apresentadas por bens do patrimônio cultural (apesar de não serem exclusivas de tais
ativos):
O seu valor cultural, ambiental, educacional e histórico provavelmente não é refletido totalmente no valor
financeiro puramente baseado no preço de mercado;
As obrigações legais ou estatutárias podem impor proibições ou restrições severas na alienação por venda;
São geralmente insubstituíveis e seus valores podem aumentar através do tempo mesmo se sua condição física se
deteriorar;
Pode ser difícil estimar sua vida útil, a qual em alguns casos pode ser centenas de anos.
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O reconhecimento e a mensuração desses ativos são facultativos e podem seguir bases outras que não as utilizadas para os
ativos imobilizados. Porém, caso sejam registrados pelo ente, devem ser evidenciados conforme as normas apresentadas no
MCASP.
Ressalta-se que alguns recursos minerais e florestais, tais como petróleo, gás natural e recursos não regenerativos
semelhantes, são de difícil mensuração e ainda carecem de normatização específica.
4. Campo de atuação
O campo de aplicação da CASP informa quem deverá seguir, parcialmente ou integralmente, as regras da Contabilidade
Governamental, ou seja, quais pessoas físicas ou jurídicas, de Direito Público ou Privado, da Administração direta ou indireta,
deverão utilizar as especificidades da Contabilidade Pública, em vez da Contabilidade Empresaria ou Privada.
A definição do campo de aplicação da contabilidade aplicada ao setor público ficava por conta da doutrina. Era comum
associá-lo às pessoas jurídicas que compunham o Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. Assim, faziam parte do campo de
aplicação da CASP a Administração Direta (União, Estados e Municípios) e a Administração Indireta (Autarquias, Fundações
Públicas, Empresas Públicas - EP e Sociedades de Economia Mista - SEM). Estas duas últimas (EP e SEM) apenas se
recebessem recursos oriundos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social (empresas estatais dependentes, conf. art. 2º, III,
Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF)
Essas empresas públicas e sociedades de economia mista são definidas pela LRF, art. 2º, III, como Empresas Estatais
Dependentes:
A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu artigo 50, III, estatui que, além de obedecer às demais normas de contabilidade
pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes:
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Entretanto, as entidades abrangidas pelo campo de aplicação devem observar as normas e as técnicas próprias da
Contabilidade Aplicada ao Setor Público, considerando-se o seguinte escopo:
Parcialmente → as demais entidades do setor público, para garantir procedimentos suficientes de prestação de contas e
instrumentalização do controle social.
As “ESP” – Entidades do Setor Público - contemplam os órgãos, fundos e pessoas jurídicas de direito público ou que,
possuindo personalidade jurídica de direito privado, recebam, guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem dinheiros,
bens e valores públicos, na execução de suas atividades. Equiparam-se, para efeito contábil, as pessoas físicas que recebam
subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público.
Antes da edição da norma supracitada, concluía-se que a Contabilidade Pública era aplicada em toda a Administração
Pública, e somente nela. Entretanto, ambas as suposições estão igualmente equivocadas.
Para melhor entendimento, lembremos a estruturação organizacional administrativa do estado e o ramo respectivo da
ciência contábil aplicado. Eis o quadro:
União
DIRETA Estados
DF
Municípios CONTABILIDADE PÚBLICA
Autarquias
INDIRETA Fundações Públicas
Empresas Públicas (**)
Sociedades de Economia Mista (*) CONTABILIDADE PRIVADA
Analisando-se o quadro, indubitavelmente, a Contabilidade Pública é aplicada em todos os órgãos da Administração Pública
Direta, sem exceção.
Mas não se restringe somente a eles. Além de os órgãos da Administração Pública Direta se submeterem às normas da
Contabilidade Pública, como é o caso do Ministério da Fazenda, da Superintendência da Polícia Federal etc, os fundos
públicos (FUNDEB, FAT, por exemplo), formados com o produto da arrecadação do Governo, também devem obedecer as
normas desse ramo da ciência contábil.
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Alexandre, isso quer dizer então que o FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço utiliza as regras da Contabilidade
Pública?
Não, pois os recursos desse fundo não são receitas da União, mas sim patrimônio dos trabalhadores vinculados, oriundo dos
depósitos mensais efetivados pelos respectivos empregadores, sendo os seus recursos utilizados para financiamento de
programas de habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana.
Com base na tabela supramencionada, as autarquias e fundações públicas, entidades da Administração Indireta, sem
exceção, devem aplicar as normas da Contabilidade Pública.
A fundação pública, seja ela de Direito Público ou Privado, deve aplicar as normas da Contabilidade
Pública, desde que recebam recursos públicos para o custeio de suas atividades.
Agora, com relação às empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista), por serem empresas com
personalidade jurídica de Direito Privado que exercem atividade econômica e objetivam, portanto, o lucro, a regra é que
essas entidades devem aplicar as normas da contabilidade societária ou privada, regida pela Lei das Sociedades por Ações,
Lei nº 6.404/76.
Todavia, há exceções.
- Como é que é, Alexandre Américo: entidades com personalidade jurídica de direito privado sendo regidas por normas da
contabilidade pública?
É o seguinte: com a edição da LC nº 101/2000, a famosa Lei de Responsabilidade Fiscal, foi criado o conceito de empresa
estatal dependente, elencado no inciso III do art. 2º, conforme segue:
Observe que dois são os pré-requisitos para que uma empresa estatal seja classificada como dependente:
2º)receber recursos financeiros para sua manutenção (despesas com pessoal ou de custeio em geral) ou para sua
expansão (despesas de capital, com exceção dos recursos para aumento de participação acionária).
Ora, toda empresa pública e sociedade de economia mista preenche a primeira condição, ou seja, enquadra-se no conceito
de empresa controlada. Caso contrário, não possuiriam tais denominações.
O capital das empresas públicas pertence 100% ao Estado, o que caracteriza controle absoluto.
No que tange às Sociedades de Economia Mista, conforme art. 43, § 2º, Lei nº 6.404/76, considera-se controlada a sociedade
anônima na qual a controladora, diretamente (controle direto) ou por meio de outras controladas (controle indireto), é
titular de direito de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de
eleger a maioria dos administradores.
Dessa forma, para que sejam controladas do ente estatal, a maioria do capital social com direito a voto (capital votante), ou
seja, a maioria das ações ordinárias das sociedades de economia mista precisa ser de propriedade do Estado.
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O Estado, na prática, sempre mantém mais de 50% das ações ordinárias (maioria absoluta), por questões de prudência. Falo
isso, pois, dependendo de como as ações ordinárias de determinada empresa estejam pulverizadas no mercado de capitais,
não necessariamente é preciso deter mais de 50% das ações ordinárias para exercer o controle acionário (maioria relativa).
Então, cuidado!!
Para ser uma empresa controlada pelo Estado, este deve possuir a maioria das ações ordinárias (parte do capital com direito
a voto), e não mais de 50% do capital social.
Entretanto, ser apenas controlada não é suficiente para se enquadrar no conceito de empresa estatal dependente. É
necessário, ainda, que o seu Ente controlador esteja lhe entregando recursos financeiros para pagamento de:
b) custeio em geral (material de consumo, manutenção de equipamento, energia elétrica, telefone, água etc.) OU
c) despesas de capital (aquisição de veículos, máquinas, equipamentos, imóveis, terrenos etc.), exceto os aumentos
de participação acionária.
Diante do exposto, a regra é que as empresas públicas e as sociedades de economia mista apliquem a contabilidade privada.
Entretanto, sendo classificadas como empresa estatal dependente, também deverão aplicar integralmente as normas da
CASP, como é o caso, por exemplo, da EMBRAPA.
As normas da CASP serão aplicadas integralmente aos serviços sociais, apesar de os mesmos serem pessoas jurídicas de
Direito Privado e não fazerem parte da Administração Pública (direta ou indireta). Entretanto, como atuam como
colaboradores do Poder Público e prestam serviços à sociedade, realizando atividades de interesse público, são destinatários
de recursos públicos.
A nosso ver, a inclusão dos serviços sociais (SEST, SEBRAE, SESI,SESC, SENAI, SENAC) e dos conselhos profissionais no escopo
integral de abrangência das normas deve-se, basicamente, aos seguintes fatores:
Os serviços sociais são mantidos por recursos oriundos de contribuições sociais de natureza tributária, bem como
dotações consignadas no orçamento. Os conselhos profissionais possuem natureza autárquica. A LDO exclui do Orçamento
Fiscal e da Seguridade Social “os conselhos de fiscalização de profissão regulamentada, constituídos sob a forma de
autarquia” (artigo 6º, § 1º, II). Assim, hoje em dia, há entidades que não pertencem ao OF e OSS, mas obedecem
integralmente às normas próprias da CASP.
Os conselhos profissionais federais ou regionais (OAB, CFC, CFM, CRM etc.) também obedecerão integralmente as
normas da CASP, eis que revestidas da sendo entidades de interesse público condição de autarquias atípicas, sendo
entidades de interesse público fiscalizadoras e normatizadoras do exercício profissional da categoria, possibilitando que
recebam contribuições instituídas pelo Estado;
Existem entes que aplicam apenas parcialmente as normas da CASP para fins de prestação de contas => entidade
privada que receba recursos públicos para aplicação em determinados projetos específicos deverá manter as normas da
contabilidade privada como padrão de registro e análise de seu patrimônio, utilizando-se das regras da CASP apenas para
registro e prestação de contas dos valores públicos recebidos;
Caso sejam dependentes, manterão integralmente as regra da CASP para todos os atos e fatos,
conforme mencionamos anteriormente.
Até mesmo pessoas físicas podem se submeter à CASP, desde que recebam subvenção, benefício ou incentivo fiscal ou
creditício de órgão público => equiparam-se, para efeito contábil, a entidades do setor público (ESP => órgãos, fundos e
pessoas jurídicas de Direito Público ou que, possuindo personalidade jurídica de Direito Privado, recebam, guardem,
movimentem, gerenciem ou apliquem dinheiros, bens e valores públicos, na execução de suas atividades).
Galera, então é o seguinte: se alguma entidade recebe recurso público, ela deve prestar contas da aplicação desse recurso.
Para que isso seja possível, é necessário que esta entidade utilize as normas e técnicas da CASP, de maneira a garantir a
necessária padronização. Esta regra é aplicável também a pessoas físicas, como, por exemplo, um pesquisador que utiliza
recursos públicos do CNPq no financiamento de suas pesquisas.
“Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos, de
qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela
pertencentes ou confiados.
É de bom alvitre chamar a atenção dos senhores e das senhoras que, por determinação da LDO, não se aplicam (com
algumas exceções) às empresas integrantes do orçamento de investimento (empresas estatais independentes) as normas
gerais da Lei nº 4.320, de 1964, no que concerne ao regime contábil, execução do orçamento e demonstrações contábeis,
ok?
De acordo com o item 09 (nove) da Norma Contábil NBCT 16.1, a soma, agregação ou divisão de patrimônio de uma ou mais
entidades do setor público resultará em novas unidades contábeis.
Unificação de parcelas do patrimônio público vinculadas a unidades contábeis descentralizadas, para fins de
controle e evidenciação dos seus resultados.
Consolidação de entidades do setor público para fins de atendimento de exigências legais ou necessidades
gerenciais.
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Comentários
A assertiva está errada, pois a unidade unificada corresponde à soma de duas ou mais unidades descentralizadas. O
enunciado da questão mencionou o conceito de unidade consolidada, que corresponde à soma de suas ou mais unidades
originárias.
Gabarito: Errada.
6. Objetivo
A NBC T 16.1 define como objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público fornecer aos usuários informações sobre os
resultados alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do
setor público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão; a adequada prestação de contas; e o
necessário suporte para a instrumentalização do controle social.
Por Instrumentalização do Controle Social entende-se o compromisso fundado na ética profissional, que pressupõe o
exercício cotidiano de fornecer informações que sejam compreensíveis e úteis aos cidadãos no desempenho de sua soberana
atividade de controle do uso de recursos e patrimônio público pelos agentes públicos.
O objetivo da CASP, portanto, é fornecer informações confiáveis sobre o patrimônio da entidade pública, analisando e
controlando não apenas o aspecto material do patrimônio, como também o prisma financeiro, econômico e, inclusive,
realizando o acompanhamento da execução orçamentária (LOA), evidenciando as variações ocorridas durante o exercício
financeiro e os resultados obtidos durante o mesmo período.
Nesse sentido, a CASP cumpre uma função social, refletindo, sistematicamente, o ciclo de gestão da Administração Pública
para demonstrar informações necessárias à tomada de decisões, à prestação de contas e à instrumentalização do controle
social.
Prestação de Contas;
Os gestores públicos, eis que necessitam de informações para tomar decisões importantes referentes à gestão de recursos
públicos. Além deles, os órgãos de controle do estado (tribunais de contas, controladorias, auditorias internas etc.) também
se utilizam de informações para analisar as prestações de contas dos recursos públicos.
Nesse sentido, a CASP funciona como instrumento de transparência para o controle social, possibilitando a participação da
população. É o que comumente chamamos de instrumentalização do controle social. Isso quer dizer que a própria sociedade
organizada é usuária externa das informações produzidas pela CASP, na medida em que interfere e exige melhor
administração do patrimônio público.
7. Legislação Aplicável
A CASP é um ramo da ciência contábil regido por diversas normas basilares (leis, CF/88, decretos e NBCASP) que as orienta
em diversos aspectos, sendo, certamente, o braço mais normatizado da ciência contábil. Daí a sua complexidade.
Lei nº 4.320/64 – estatui Normas Gerais de Direito Financeiro (AFO) para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, do Estados, dos Municípios e do Distrito Federal;
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Lei Complementar nº 101/2000 – conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Nessa lei, destaca-se o Capítulo
IX, Seção II, da Escrituração e Consolidação das Contas (arts. 50 e 51).
Lei nº 10.180/01 – organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e Orçamento Federal, de Administração Financeira
Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras providências.
A Lei nº 4.320/64 é costumeiramente chamada por alguns doutrinadores como a Bíblia do Direito Financeiro,
regulamentando a Atividade Financeira do Estado - AFE, que consiste em:
OBTER
RECURSOS
OBTER APLICAR
EMPRÉSTIMO RECURSOS
GERENCIAR
RECURSOS
Fonte: o próprio autor
A referida norma estabelece normas gerais de direito financeiro, vinculando todos os entes políticos ou federados (União,
estados, Distrito Federal e municípios), eis que é uma lei federal (aprovado por processo legislativo no Congresso Nacional)
de amplitude nacional.
Importante destacar uma particularidade da Lei nº 4.320/64. Essa norma foi recepcionada pela Carta Magna de 1988 como
lei complementar, em virtude do disposto no art. 165, § 9º da CF/88, que exige lei complementar para tratar matéria
pertinente a exercício financeiro, prazos, vigência, elaboração e organização do PPA, da LDO e da LOA. Como tal lei ainda não
foi editada, o STF, de forma definitiva, concluiu que a lei de normas gerais de Direito Financeiro, quanto à matéria, é lei
complementar, apesar de manter formalmente o caráter de lei ordinária. A partir da edição da CF/88 e da jurisprudência do
STF, portanto, somente poderá ser alterada a lei supramencionada por meio de lei complementar.
A Lei nº 4.320/64 é a norma mais importante, pois em seu texto estão estabelecidos diversos procedimentos contábeis
gerais, envolvendo as funções de registro (escrituração dos atos e fatos orçamentários), mensuração de ativos e passivos e
de suas variações, entre outras. Destacam-se as seguintes normas da lei relacionadas a procedimentos contábeis públicos:
Na Lei Complementar nº 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, encontram-se regras especiais que, em adição às da Lei nº
4.320/64, representam novos procedimentos contábeis no sentido de oferecer maior transparência à gestão fiscal com
responsabilidade. Os novos procedimentos contábeis estão assim discriminados:
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Não se esgotam por aí as legislações que regem a CASP. Outras normas correlatas podem ser citadas, como é o caso:
Decreto nº 93.872/86, alterado pelo Decreto nº 7.654/2011 – dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do Tesouro
Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente, regulamenta as regras existentes na Lei nº 4.320/64 e no Decreto-Lei
nº 200/67. A propósito, é importante que o colega leia os seguintes artigos do decreto nº 93.872/86:
Decreto nº 5.355/2005 – dispõe sobre a utilização do Cartão de Pagamento do Governo Federal – CPGF;
Decreto –Lei nº 200/67 – contempla nos arts. 68 a 93 normas de administração financeira e de contabilidade
Portaria MPOG nº 41/2005 – estabelece normas complementares para utilização do Cartão de Pagamento do Governo
Federal – CPGF;
Destaca-se dentre esses demais normativos a Portaria do Ministro da Fazenda nº 184/2008 que dispõe sobre as diretrizes a
serem observadas no setor público (pelos entes públicos) quanto aos procedimentos, práticas, elaboração e divulgação das
demonstrações contábeis, de forma a torná-los convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao
Setor Público.
De forma complementar às legislações supracitadas, foram editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade a Resolução nº
1.111/2007 e o intervalo de Resoluções do CFC nº 1.128 a 1.137/2008. A primeira delas elucida o apêndice II da Resolução
CFC nº 750/1993, tratando da aplicação dos Princípios de Contabilidade sob a perspectiva do Setor Público.
As que compõem o intervalo de nº 1.128 a 1.137/2008 estabelecem as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao
Setor Público – NBCASP, também conhecidas como NBCT 16, recentemente alterada pela Resolução CFC nº 1.437/2013.
Segue assunto tratado por cada Resolução:
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Resolução nº 1.268/09: Altera, inclui e exclui itens das NBC T 16.1, 16.2 e 16.6 que tratam das Normas Brasileiras de
Contabilidade Técnicas aplicadas ao Setor Público e dá outras providências.
Resolução nº 1.367/11: Altera o apêndice II da Resolução CFC n.º 750/93, aprovado pela Resolução CFC n.º 1.111/07.
Resolução nº 1.437/13: Altera, inclui e exclui itens das NBCs T 16.1, 16.2, 16.4, 16.5, 16.6, 16.10 e 16.11 que tratam das
Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas aplicadas ao Setor Público.
Além das Resoluções do CFC – Conselho Federal de Contabilidade, elencadas acima, deve-se atentar para as normas da
Secretaria do Tesouro Nacional, a qual possui a incumbência de editar normas gerais para a Contabilidade Pública nacional,
em virtude de ser o órgão central do Sistema de Contabilidade Federal.
Nesse sentido, foi editada pela Portaria Conjunta STN/SOF nº 01/2014 e pela Portaria STN nº 700/2014 a 6ª edição do
MCASP, aplicado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios e válido para o exercício de 2015.
A Portaria Conjunta STN/SOF nº 01/2014 aprova a Parte I - Procedimentos Contábeis Orçamentários da 6ª edição do Manual
de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP).
E a Portaria STN nº 700/2014 aprova as Partes II – Procedimentos Contábeis Patrimoniais, III – Procedimentos Contábeis
Específicos, IV – Plano de Contas Aplicado ao Setor Público e V – Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público da 6ª
edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP).
O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) visa colaborar com o processo de elaboração e execução do
orçamento, além de contribuir para resgatar o objeto da contabilidade como ciência, que é o patrimônio.
Com isso, a contabilidade poderá atender a demanda de informações requeridas por seus usuários, possibilitando a análise
de demonstrações contábeis adequadas aos padrões internacionais, sob os enfoques orçamentário e patrimonial, com base
em um Plano de Contas Aplicado ao Setor Público - PCASP.
O Balanço Patrimonial e a Demonstração das Variações Patrimoniais representam os principais instrumentos para refletir
esse aspecto.
O Resultado Patrimonial, apurado na DVP, é apurado pela diferença entre o somatório das Variações Patrimoniais
Aumentativas e o somatório das Variações Patrimoniais Diminutivas (Resultado Patrimonial = ∑VPA – ∑VPD) ocorridas
durante o exercício financeiro de execução da Lei Orçamentária Anual, registradas segundo os princípios da competência e
oportunidade.
A propósito, isso será melhor explicado nas aulas de Demonstrativos Contábeis Aplicados ao Setor Público.
O processo de convergência às normas internacionais de contabilidade aplicada ao setor público (CASP) visa a contribuir,
primordialmente, para o desenvolvimento deste aspecto.
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“Art. 53. O lançamento é o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal e a
pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.
“Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com vencimento
determinado em lei, regulamento ou contrato.
Percebeu a menção da fase do lançamento (ou lançamento fiscal) para a receita pública derivada do imposto IPTU?
- E o que isso tem a ver com os enfoques da CASP?
Só tudo, doutores em CASP.
Veja só: o artigo menciona que o lançamento é “o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal
(...)”.
Significa dizer que, uma vez lançado pelo Fisco, haverá a incorporação de um crédito tributário (crédito fiscal) a receber (IPTU
a Receber) no ativo da Fazenda Pública Municipal do ente político respectivo.
Modificou o patrimônio, sim ou não?
Ululante que sim!
Houve a incorporação de um crédito (IPTU a Receber) no ativo do Balanço Patrimonial do ente.
E o Patrimônio Líquido - PL, sim ou não?
Claro que sim!
Como a equação fundamental do patrimônio nos demonstra que:
PL = Ativo – Passivo
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“Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.
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Os registros patrimoniais dos referidos créditos, tributários e não tributários, não promovem registros no aspecto
orçamentário, pois não representam a arrecadação da receita.
Também não promovem efeitos em metodologias estabelecidas pela LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal, pois não se
constituem em disponibilidade de caixa, não integram a metodologia de apuração dos resultados primário e nominal e não
se constituem em haveres financeiros no contexto da apuração da dívida consolidada líquida.
Logo, apenas produzem efeitos no aspecto patrimonial da contabilidade, com o objetivo de gerar informações úteis para a
tomada de decisão por parte dos gestores e a avaliação por parte dos controladores.
Não obstante, há situações práticas em que a ocorrência de eventos gera impactos apenas na gestão orçamentária ou
apenas na gestão financeira ou apenas na gestão patrimonial ou, ainda, nas três gestões de um órgão, de um fundo ou de
uma entidade da administração indireta de um ente político.
Diante disso, há fatos que serão registrados considerando apenas o enfoque orçamentário, como é o caso, por exemplo, do
empenho da despesa, ato meramente orçamentário. Sendo ato, o empenho de uma despesa orçamentária, por si só, não
impacta o patrimônio público, diminuindo, tão-somente, o saldo do crédito disponível.
- Alexandre, eu não concordo com o senhor acerca de o empenho de uma despesa pública ser um ato. Ao ler o artigo 58, Lei
nº 4.320/64, está explícito que o empenho gera obrigação de pagar. Nesse caso, portanto, professor, o empenho seria um
fato, e não um ato.
- Seria isso mesmo?
Abrindo um parêntesis para responder a sua pergunta.
Para dirimir a sua dúvida, vamos observar o teor do artigo 58:
“Art. 58. O empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de
pagamento pendente ou não de implemento de condição.
Realmente está escrito que o empenho “cria para o Estado obrigação de pagamento”.
Não obstante, essa expressão é uma atecnia do legislador infraconstitucional.
Atecnia corresponde a uma expressão tecnicamente inadequada utilizada em uma lei.
De fato, aparentemente, uma vez empenhada a importância, parece estar o Estado obrigado a pagar, o que não é o caso,
entretanto. Isso seria um verdadeiro absurdo, uma vez que a própria lei nº 4.320/64, no seu artigo 62, distinguindo entre
empenho e pagamento, ressalva o direito de o Estado apenas pagar quando satisfeitos os implementos de condição do
empenho, ou seja, quando a despesa for regularmente liquidada.
“Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após regular liquidação.
Na verdade, o empenho não cria obrigação de pagamento e, sim, ratifica a garantia de condições de pagamento
asseguradas na relação contratual existente entre o Estado e seus fornecedores e prestadores de serviços.
O melhor seria que o legislador tivesse dito: o empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado
o compromisso de pagamento ao fornecedor ou prestador de serviços respectivo, garantindo-lhe condições de pagamento
asseguradas na relação contratual pactuada entre contratante (Estado) e contratado.
Porém, não vacile em provas de concursos públicos!
Independentemente da banca do concurso público (CESPE, ESAF, FCC, CESGRANRIO, FGV etc.), se a
questão ou a alternativa de uma questão mencionar expressamente que o empenho é o ato emanado
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de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento, pendente ou não de
implemento de condição, a mesma deve ser considerada correta à luz do artigo 58 da lei nº 4.320/64.
Do ponto de vista administrativo, o empenho pode ser definido como uma reserva que se faz, ou garantia que se dá ao
fornecedor ou prestador de serviços, com base em autorização orçamentária e dedução da dotação respectiva do crédito
disponível (autorização para realizar gastos), de que o fornecimento ou o serviço contratato lhe será pago, desde que
observadas as cláusulas contratuais.
Diante das explicações precedentes, o empenho é, tão somente, um ato meramente orçamentário e, como tal, provoca
impacto apenas no âmbito orçamentário. O aspecto patrimonial fica, portanto, preservado.
Fechando o parêntesis.
Continuando a linha de raciocínio...
Por outro lado, há fatos que impactam, tão-somente, o patrimônio público, sendo independentes da execução
orçamentária e, portanto, registrados apenas sob o prisma patrimonial.
É o caso, por exemplo, do recebimento por um ente político de uma ambulância doada pelo setor privado. Como não houve
qualquer arrecadação de recursos financeiros, não há qualquer registro de receita orçamentária, não impactando o enfoque
orçamentário da receita pública.
Não obstante, haverá registro de uma receita pelo enfoque patrimonial (VPA – Variação Patrimonial Aumentativa), que será
evidenciada na DVP – Demonstração das Variações Patrimoniais, e de um ativo não circulante imobilizado no Balanço
Patrimonial – BP.
Percebeu os motivos pelos quais o Balanço Patrimonial e a Demonstração das Variações Patrimoniais representam os
principais instrumentos para refletir o enfoque patrimonial, conforme explicitado anteriormente?
Diversos atos e fatos registrados pela contabilidade poderão alcançar apenas um, dois ou todos os aspectos ou enfoques ou
prismas de visão (orçamentário, patrimonial e fiscal) citados acima.
- Alexandre, você não exemplificou a terceira situação: um fato que, ao mesmo tempo, provoca registros nos dois
enfoques!
Sem problemas!
Vamos exemplificar então!
Imagine, por exemplo, que o Município onde você reside arrecadou de uma empresa privada uma doação em dinheiro para
construção de pólos de inclusão digital nas favelas.
Considerando que o recurso não estava previamente planejado na LOA do Município, o recurso arrecadado, é uma receita
orçamentária ou extraorçamentária?
Orçamentária, é claro!
Isso porque é um recurso (dinheiro) que se incorporará definitivamente ao patrimônio público e poderá ser gasto na
construção de pólos de inclusão digital nas favelas.
Mesmo que não esteja previsto, será registrado como receita orçamentária. Observe o que diz o art. 57, da Lei nº 4.320/64:
“Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei, serão classificadas como
receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes
de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento.
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Para fins de registro e gestão do patrimônio, há, na ciência contábil, de forma geral, praticamente dois regimes contábeis que
podem ser utilizados para reconhecimento das variações ocorridas no patrimônio, responsáveis pela determinação da
apuração dos resultados: regime de competência e regime de caixa.
O regime de caixa consiste em reconhecer a receita no momento do recebimento de recursos financeiros e a despesa no
momento do pagamento. O fluxo de caixa, portanto, é o critério usado para definir o montante de receitas e de despesas.
Dessa forma, todos os valores recebidos são considerados receitas e todos os desembolsos são considerados despesas.
Por outro lado, todavia, para que se tenha a perfeita avaliação de todo o patrimônio e de suas mutações, analisando os atos
e fatos não apenas pela simples movimentação financeira, mas também sob o aspecto econômico, deve-se utilizar o regime
de competência, que orienta que o reconhecimento da receita e da despesa deve ser feito no momento em que ocorrer o
fato gerador, independentemente do recebimento ou do pagamento, respectivamente. Esse, aliás, é o regime patrimonial
utilizado na Contabilidade Pública e na contabilidade societária, aplicando-se integralmente à receita e à despesa pelo
enfoque patrimonial demonstrado no tópico 6.2.
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O regime misto é consagrado, em nossa legislação que trata de Direito Financeiro, pelo art. 35 da Lei nº 4.320/64, que
dispõe:
De acordo, portanto, com o artigo supramencionado, pode-se concluir que é adotado o regime de caixa para a contabilização
da receita orçamentária (enfoque orçamentário) e o regime de competência na contabilização da despesa orçamentária,
caracterizando o chamado regime misto. É melhor que se caracterize o regime da receita como regime orçamentário de
caixa (arrecadação), enquanto o da despesa, como regime orçamentário de competência (empenho).
O parâmetro, portanto, que sinaliza o total a ser mensurado como receita orçamentária no exercício financeiro é o montante
arrecadado, estando ou não recolhido, independentemente do fato gerador.
No tocante à despesa orçamentária, a legislação também adotou uma postura conservadora, devendo-se mensurar como
despesa orçamentária os valores legalmente empenhados no exercício financeiro em curso, independentemente do seu
pagamento, mesmo que os bens ou serviços contratados não tenham sido recebidos pela Administração Pública, até o final
do ano de emissão de empenho.
Apesar de o artigo supramencionado estipular que pertencem ao exercício financeiro as despesas nele legalmente
empenhadas, isso não quer dizer, entretanto, que, por ocasião da reserva da dotação orçamentária do crédito disponível
(empenho), a despesa pública orçamentária impacte o patrimônio. O empenho, sendo ato de natureza orçamentária, não o
impacta, não gerando, portanto, dívida, conforme já dissemos anteriormente.
É por ocasião do implemento de condição do empenho (liquidação física, documental e contábil), ou seja, no momento da
verificação do direito adquirido pelo credor (art. 63 da Lei nº 4.320/64) que a despesa orçamentária impacta o patrimônio.
Poderá, entretanto, impactar o patrimônio antes de ser integralmente liquidada, quando, por exemplo, o objeto do contrato
(bem ou serviço) for recebido, porém ainda não conferido (é o caso de estar registrada como Crédito Empenhado em
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Liquidação). Esse seria o caso de uma despesa orçamentária parcialmente liquidada, que estaria pendente de conferência ou
atesto. Isso será melhor explicado na aula de Revisão de Despesa Pública, ok?
Vamos dar um exemplo prático de aplicação do enfoque orçamentário da despesa, ok?
Durante o exercício financeiro de 2015, em um contrato de fornecimento mensal de merenda escolar para as escolas
públicas municipais da cidade de São Paulo, celebrado entre o Município e o um fornecedor, a despesa orçamentária será
empenhada pelo valor da parcela do contrato a ser executado naquele ano (empenho global).
Pelo enfoque orçamentário, considera-se executada a despesa no momento do empenho, muito embora o bem ainda não
tenha sido recebido.
Porém, outro será o momento em que ocorrerá a incorporação da obrigação de pagar no passivo.
Somente com a entrega mensal do bem e posterior conferência (liquidação) a despesa, anteriormente empenhada,
impactará o patrimônio.
Nesse momento, incorpora-se uma obrigação de pagar no passivo do órgão público surgindo, simultaneamente, o direito a
receber no patrimônio do fornecedor de bens em contrapartida à receita de vendas.
Observe que no mesmo momento em que se configura a transação de compra e venda, envolvendo o Poder Público e o
fornecedor de bens, estão atuando a Contabilidade Pública, de um lado, registrando a despesa orçamentária no momento do
empenho e a obrigação a pagar (no momento do recebimento do bem ou no momento da liquidação, parcial ou total) ao
fornecedor e a Contabilidade Empresarial, de outro lado, registrando o direito a receber junto ao órgão público e a receita de
vendas da empresa privada fornecedora do município.
Resumindo o Regime Orçamentário da receita e despesa públicas:
As Receitas Orçamentárias serão reconhecidas no momento da arrecadação (art. 35, I, Lei nº 4.320/64);
As Despesas Orçamentárias serão reconhecidas quando legalmente empenhadas (art. 35, II, Lei nº 4.320/64);
O Regime Orçamentário se relaciona diretamente com o Balanço Orçamentário e, também, com o Balanço
Financeiro;
O artigo 35 da Lei nº 4.320/64 consagra, tão-somente, o Regime Orçamentário Misto, não se relacionando,
portanto, com o regime patrimonial da receita e da despesa.
No Regime Orçamentário, a receita pertence ao exercício em que é arrecadada (exceto a inscrição em dívida ativa);
No Regime Orçamentário, a despesa pertence ao exercício em que é legalmente empenhada (a STN considera no
momento da liquidação)
A lei de responsabilidade fiscal reforça o regime orçamentário misto na medida em que estatui:
“Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas
públicas observará as seguintes:
(…)
II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência,
apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa.
(...)
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No entanto, o artigo supra se refere apenas ao regime orçamentário (enfoque orçamentário) e não ao regime patrimonial de
reconhecimento da receita e da despesa.
A Lei nº 4.320/64 trata da contabilidade em título próprio, onde evidencia a necessidade de se registrar as variações
patrimoniais, independentemente da execução do orçamento.
“Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da execução
orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as superveniências e
insubsistência ativas e passivas, constituirão elementos da conta patrimonial.
Assim, no enfoque patrimonial, tanto a receita quanto a despesa devem observar o princípio da competência integralmente,
com o registro dos respectivos fatos geradores no momento em que ocorrerem. A este conceito chamamos de receita e
despesa sob o enfoque patrimonial.
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Isto já era cumprido para a receita, no registro da dívida ativa. Era comum os autores se referirem à contabilização da dívida
ativa como exceção ao regime de caixa das receitas.
Os atos e os fatos que afetam o patrimônio público devem ser contabilizados por competência, e os seus efeitos devem ser
evidenciados nas Demonstrações Contábeis do exercício financeiro com o qual se relacionam, complementarmente ao
registro orçamentário das receitas e das despesas públicas.
Neste passo, a NBC T 16.5 estabelece que as transações no setor público devam ser reconhecidas e registradas integralmente
no momento em que ocorrerem.
Os registros contábeis devem ser realizados e os seus efeitos evidenciados nas demonstrações contábeis do período com os
quais se relacionam, reconhecidos, portanto, pelos respectivos fatos geradores, independentemente do momento da
execução orçamentária.
Podemos afirmar que, sob a ótica orçamentária, o regime continua misto, de caixa para as receitas e de competência para
as despesas. Isto evidencia o caráter conservador da contabilidade pública. A receita é contabilizada quando de seu ingresso
nos agentes arrecadadores, ao passo que a despesa é considerada realizada ou executada em estágio anterior ao
pagamento, no momento do empenho.
Cabe lembrar que a receita, para ser orçamentária, não necessita estar necessariamente prevista no orçamento. Tal regra
não se aplica à despesa.
Toda despesa orçamentária deve possuir autorização legal, consubstanciada na lei orçamentária ou em lei de créditos
adicionais.
Apesar de a lei fazer menção ao empenho, para a STN, a liquidação é o momento adequado para se reconhecer a despesa
como realizada. Isto porque o empenho não gera nenhum tipo obrigação para a entidade, constituindo-se mais em momento
mais jurídico que contábil.
Dessa forma, podemos elaborar o seguinte esquema sobre os regimes de contabilização aplicáveis à contabilidade pública:
SITUAÇÃO MOMENTO DO REGIME
REGISTRO ASSOCIADO
Fatos geradores da receita e despesa (receita e despesa Na ocorrência Competência
sob o enfoque patrimonial)
(*) STN considera a despesa realizada pela liquidação, e não pelo empenho.
Há determinadas situações em que o fato gerador pode ocorre antes ou depois do fato orçamentário. Sem entrar em
maiores detalhes, recomendo a vocês que memorizem estes exemplos. Eles foram extraídos do MCASP, parte II.
DESPESA
Fato gerador antes do empenho Constituição da Provisão para 13º salário em janeiro a ser liquidado e pago
em dezembro.
Fato gerador concomitante à liquidação Pagamento de serviços de limpeza no momento da utilização
Fato gerador depois da liquidação e do Assinatura de revistas, concessão de suprimento de fundos, despesa com
pagamento aquisição de periódicos. Consumo de material estocado (Despesa com
material de consumo => VPD)
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RECEITA
Fato gerador antes da arrecadação IPTU => lançamento direto do imposto pelo Fisco
Inscrição em dívida ativa, aplicação de multa.
Fato gerador concomitante à Recebimento de serviços prestados.
arrecadação.
Fato gerador depois da arrecadação Recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de serviços
(similar a receitas a vencer da Contabilidade Geral).
A receita e a despesa contábeis (pela Teoria Patrimonialista) decorrem de fatos modificativos aumentativos e diminutivos,
respectivamente. Seus efeitos no patrimônio devem ser reconhecidos quando da alteração na situação líquida patrimonial,
independentemente de haver ou não autorização orçamentária. Esse é o enfoque patrimonial da receita e da despesa.
Conforme Resolução do CFC nº 1.111/07, que disciplina os Princípios da Contabilidade sob a perspectiva do setor público,
dentre eles o princípio da competência, deve-se adotar na área pública os procedimentos de registro de receita e despesa
adotados no âmbito da Contabilidade aplicada às empresas privadas:
Princípio da Competência é aquele que reconhece as transações e os eventos na ocorrência dos respectivos fatos geradores,
independentemente do seu pagamento ou recebimento, aplicando-se integralmente ao Setor Público. Os atos e fatos que
afetam o patrimônio público devem ser contabilizados por competência, e os seus efeitos devem ser evidenciados nas
Demonstrações Contábeis do exercício financeiro com o qual se relacionam, complementarmente ao registro orçamentário
das receitas e das despesas públicas.”
Apesar de o regime de competência ser aplicado tanto para as receitas e despesas públicas, no enfoque patrimonial, os
registros na Contabilidade Pública devem seguir as orientações da Lei nº 4.320/64, que disciplina o denominado regime
orçamentário misto: caixa para as receitas (arrecadadas) e competência para as despesas (empenhadas).
Essa norma utiliza um modelo de contabilidade estritamente vinculado aos aspectos orçamentários e, por esse motivo, é
muito comum os estudiosos afirmarem que a Contabilidade Pública é uma “contabilidade orçamentária”.
É de bom alvitre chamar a sua atenção para o fato de que o enfoque patrimonial da receita e da despesa pública, que tem
como eixo de sustentação o regime de competência, aplicado integralmente para as receitas e despesas públicas, preserva as
melhores técnicas utilizadas no controle orçamentário.
Isso quer dizer que o enfoque orçamentário da receita e da despesa pública não foi extirpado com a publicação das NBCASP,
especialmente com a Resolução CFC nº 1.111/07, que regulamentou o enfoque patrimonial da receita e da despesa,
registrando-as pela ocorrência dos seus respectivos fatos geradores.
Na verdade, atualmente coexistem os dois enfoques: o orçamentário, que reconhece as receitas pela arrecadação e as
despesas pelo empenho; e o patrimonial, que aplica integralmente (para as receitas e despesas) o princípio da competência,
reconhecendo-as no momento da ocorrência dos seus respectivos fatos geradores.
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O Regime Patrimonial se relaciona diretamente com o Balanço Patrimonial e, também, com a Demonstração das
Variações Patrimoniais;
O artigo 35 da Lei nº 4.320/64 consagra, tão-somente, o Regime Orçamentário Misto, não se relacionando,
portanto, com o regime patrimonial da receita e da despesa.
No Regime Patrimonial, a receita pertence ao exercício em que for auferida, ganha ou realizada (apropriada)
No Regime Patrimonial, a Apropriação da Receita pertence ao momento em que ocorre o seu Fato Gerador, que
pode ocorrer antes da arrecadação, durante ela ou após a arrecadação;
No Regime Patrimonial, a Apropriação da Despesa pertence ao momento em que ocorre o seu Fato Gerador, que
pode ocorrer antes da liquidação, durante ela ou após a liquidação.
Muito cuidado para não confundir nas provas de concursos, os seguintes termos:
1 – “apropriação de receita” com receita arrecadada e pertencente ao exercício;
2 – “apropriação de despesa” com despesa empenhada e pertencente ao exercício.
O termo “apropriação de receita” se relaciona ao seu Enfoque Patrimonial e, portanto, ao seu fato
gerador. Representa o momento em que ocorre a VPA – Variação Patrimonial Aumentativa, que pode
ser antes, durante ou após a arrecadação.
O termo “apropriação de despesa” se relaciona ao seu Enfoque Patrimonial e, portanto, ao seu fato
gerador. Representa o momento em que ocorre a VPD – Variação Patrimonial Diminutiva, que pode ser
antes, durante ou após a liquidação.
Receita Orçamentária
São disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício orçamentário e constituem elemento novo
para o patrimônio público. Instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, as receitas
orçamentárias são fontes de recursos utilizadas pelo Estado em programas e ações cuja finalidade precípua é atender às
necessidades públicas e demandas da sociedade.
São aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de
ativos ou diminuição de passivos, que resultem em aumento no patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aportes
dos proprietários da entidade e as despesas são decréscimos nos benefícios econômicos futuros durante o período contábil
sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultem em decréscimos do
patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade.
Assim Receita pelo enfoque patrimonial (na CASP chama-se VPA) é termo utilizado para evidenciar a variação positiva da
situação líquida patrimonial (saldo patrimonial), representando tudo aquilo que aumenta o PL da entidade do setor público.
Nesse sentido, o termo receita se reserva para aqueles fluxos econômicos que se relacionam com o aumento do PL da
entidade, exceto o aporte de capital por parte dos proprietários, que aumenta o patrimônio líquido, mas não será
contabilizado como uma receita (VPA).
Como exemplo de receita pelo enfoque patrimonial (VPA), no setor público, tem-se o envio da cobrança do IPTU. Nesse
momento, o ente público tem caracterizado um direito a receber do contribuinte em contrapartida de uma Receita (VPA).
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Sob o prisma orçamentário, entretanto, somente será Receita Orçamentária quando do efetivo ingresso dos recursos, ou no
momento da arrecadação (regime orçamentário de caixa – art. 35, I, Lei nº 4.320/64).
De forma geral, Receita Orçamentária é todo ingresso que pode ser utilizado para financiar uma despesa orçamentária. Logo,
para se reconhecer uma receita orçamentária deve-se responder positivamente a duas perguntas, conforme quadro a seguir:
Então se uma entidade recebe recursos de tributos, houve ingresso de dinheiro e o mesmo pode ser utilizado para financiar
uma despesa. Se a entidade recebeu recursos de um empréstimo houve o ingresso de recursos e este também pode ser
utilizado para financiar uma despesa. Ambos os casos são exemplos de receitas orçamentárias.
Por outro lado, para se reconhecer uma Variação Patrimonial Aumentativa deve-se observar se houve aumento do
patrimônio líquido (PL) da entidade. O PL pode aumentar com ou sem fluxo de recursos. Se a entidade recebeu um veículo
em doação não houve ingresso de recursos (não é receita orçamentária), mas o patrimônio líquido da entidade aumentou
caracterizando a doação como uma VPA.
Se a entidade recebeu, na conta de aplicação financeira, juros sobre o valor aplicado então seu patrimônio bruto (bancos
conta movimento) aumentou e a apropriação dos juros será considerada uma VPA (receita sob o enfoque patrimonial) e, ao
mesmo tempo, uma receita orçamentária, eis que houve ingresso de recursos financeiros. A doação do bem, entretanto, não
será uma receita orçamentária, eis que não existiu, nesse caso, ingresso de recursos financeiros.
Dessa forma, o termo Receita Orçamentária se reserva àqueles ingressos financeiros que se relacionam com o resultado
orçamentário da entidade. Não se deve confundi-la com o termo Receita da Contabilidade do Setor Público (VPA), pois
existem Receitas Orçamentárias que não constituem VPA.
Nesse sentido, os ingressos de terceiros nos cofres públicos, como é o caso dos provenientes de caução, fiança e depósitos
de diversas origens, não são considerados, sob a ótica da definição, como receita orçamentária e tampouco uma VPA, uma
vez que representam apenas movimentação de recursos que pertencem a terceiros, não se incorporando definitivamente ao
patrimônio público e nem alterando o valor do patrimônio líquido do ente. Representam meras entradas compensatórias de
ativo e passivo financeiro. São as chamadas receitas extraorçamentárias ou ingressos extraorçamentários.
Os ingressos oriundos de empréstimos e de alienação de bens de capital, por exemplo, serão considerados Receitas
Orçamentárias, mas não se enquadram no conceito de VPA, eis que não aumentam a situação líquida patrimonial da
entidade, representando fato contábil permutativo.
Diante do exposto, pode-se concluir que a Receita Orçamentária pode ou não alterar a situação líquida patrimonial. Assim,
de acordo com os efeitos provocados no patrimônio líquido da entidade, a Receita Orçamentária poderá ser classificada
como Efetiva ou Não efetiva (também chamada por mutação patrimonial).
Assim o conceito de Receita sob o enfoque contábil (VPA) atende ao objetivo de evidenciar o impacto no Patrimônio, por
meio do registro contábil da receita no momento em que ocorre o fato gerador, com observância dos Princípios da
Competência e da Oportunidade (Regime de Competência).
Reiteramos aos amigos que o registro das VPA (enfoque patrimonial) não prejudica o reconhecimento da receita
orçamentária, realizado no momento da arrecadação mediante registro em contas contábeis específicas, visando demonstrar
a receita pela ótica orçamentária, com observância da exigência contida no artigo 35 da Lei nº 4.320/64 (Regime
Orçamentário Misto).
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Não há, portanto, nenhuma incompatibilidade na diferenciação entre o regime orçamentário e o regime patrimonial
(contábil), eis que se consegue assim compatibilizar e evidenciar, de maneira harmônica as alterações patrimoniais e as
alterações orçamentárias ocorridas na entidade, cumprindo assim, os Princípios de Contabilidade e o disposto na Lei nº
4.320/64.
A figura acima ilustra a separação dos fatos que se relacionam com os enfoques da receita de acordo com a visão
orçamentária ou patrimonial. Analisemos o que representa cada um dos pontos da figura:
Ponto “A” representa fatos que aumentam o patrimônio líquido, mas sem ingresso de recursos financeiros. Exemplo
disso pode ser o recebimento de bens de capital em doação. Nesse caso, tem-se apenas uma VPA. E não uma receita
orçamentária, eis que não houve ingresso de recursos financeiros.
Ponto “B” representa ingresso de recursos financeiros que aumenta o patrimônio líquido. São exemplos: o
recebimento de juros de aplicação financeira, receita de aluguéis, venda de serviço à vista etc. São exemplos todas
as receitas orçamentárias efetivas arrecadadas, pois provocam, ao mesmo tempo da arrecadação, uma VPA. Aqui,
residem, as receitas consideradas nos dois enfoques: orçamentário e patrimonial.
Ponto “C” representa ingresso de recursos que não aumentam o valor do patrimônio líquido. São exemplos: o
recebimento de empréstimos (operações de crédito) e receita de alienação de bens. Nesse caso, tem-se uma receita
orçamentária que não é VPA, ou seja, as receitas orçamentárias não-efetivas.
Ponto “D” representa ingressos permutativos de recursos meramente financeiros e que, portanto, não impactam o
valor do patrimônio líquido. Exemplo maior são os depósitos em caução. Esses ingressos de recursos financeiros não
podem financiar uma despesa orçamentária, pois pertencem a terceiros. Logo, não se caracterizam como receita
orçamentária e nem como VPA. São ingressos extraorçamentários.
Despesa Orçamentária
“Despesa orçamentária é toda transação que depende de autorização legislativa, na forma de consignação de dotação
orçamentária, para ser efetivada.”
Dispêndio extraorçamentário
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“É aquele que não consta na lei orçamentária anual, compreendendo determinadas saídas de numerários decorrentes de
depósitos, pagamentos de restos a pagar, resgate de operações de crédito por antecipação de receita e recursos
transitórios.”
“Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos futuros durante o período contábil sob a forma de saída de recursos
ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultem em decréscimos do patrimônio líquido e que não sejam
provenientes de distribuição aos proprietários da entidade.”
Assim, Despesa sob o enfoque patrimonial (VPD) é tudo aquilo que diminui a situação líquida Patrimonial de uma entidade. O
termo VPD se reserva para aqueles fluxos econômicos que se relacionam com a diminuição do patrimônio líquido da
entidade, excetuado os casos de distribuição aos proprietários que, apesar de diminuir o PL, não serão considerados como
uma VPD. Esse é o conceito contábil ou patrimonial da despesa pública (enfoque patrimonial). Não se deve confundi-la com
Despesa Orçamentária, eis que existem Variações Patrimoniais Diminutivas não originadas de Despesas Orçamentárias, como
é o caso das VPD IEO.
Como exemplo de VPD, pode-se citar os tributos incidentes sobre vendas (Pis e Cofins) nas empresas estatais dependentes
ou mesmo a VPD decorrente da depreciação, que não consta da LOA. Sob o enfoque patrimonial, o ente público tem
caracterizado os tributos sobre vendas como obrigações a pagar, e como diminuição do ativo no caso da depreciação, em
contrapartida de uma VPD (Despesa sob o enfoque patrimonial da contabilidade).
Sob o enfoque orçamentário somente será Despesa Orçamentária quando tiver previsão de dotação suficiente na LOA para a
sua execução e o seu reconhecimento se dará no momento do empenho (art. 35, II, Lei nº 4.320/64).
Dessa forma, o termo Despesa Orçamentária se reserva àquelas saídas que se relacionam com o resultado orçamentário da
entidade. Não deve ser confundida com o termo VPD, pois existem Despesas Orçamentárias que não constituem VPD.
Como exemplo, podemos citar a despesa com amortização de dívidas, com concessão de empréstimos e a despesa com
investimentos, que são despesas de capital oriundas de fatos contábeis permutativos. Daí porque não alterarem o valor da
situação líquida patrimonial e, portanto, não gerarem VPD.
A figura a seguir ilustra a separação dos fatos que se relacionam com os enfoques da despesa de acordo com a visão
orçamentária ou patrimonial. Verifiquemos o que representa cada ponto da figura:
Ponto “A” representa fatos que diminuem o patrimônio líquido, mas sem saída de recursos financeiros. Exemplo
disso, pode ser a doação de bens ou a depreciação de um veículo, que diminui o patrimônio líquido da entidade,
pela diminuição do valor do ativo imobilizado. A despesa de depreciação (VPD) é uma despesa não monetizada e
que, portanto, nunca vai gerar desembolso. Por isso não deve constar do orçamento público do órgão, pois não
caracterizará uma saída de recursos financeiros. Nesse caso, tem-se uma VPD que não é despesa orçamentária. A
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despesa de depreciação somente é despesa pelo enfoque patrimonial, uma vez que não impacta a execução
orçamentária e, muito menos, a execução financeira. Trata-se uma VPD IEO.
Ponto “B” representa saída de recursos financeiros que diminui o patrimônio líquido. São exemplos: o pagamento de
juros da dívida, despesa de aluguel, despesa com pessoal. Tem-se, nesse caso, uma VPD que é também despesa
orçamentária. É o caso das despesas orçamentárias efetivas. Temos, nessa situação, despesa pelos dois enfoques:
orçamentário e patrimonial. Ou seja, VPD REO.
Ponto “C” representa saída de recursos que não diminui o patrimônio líquido. São exemplos: amortização de
empréstimos, concessão de empréstimos, construção de um imóvel (investimento). Nesse caso, tem-se uma
despesa orçamentária que não é VPD. É o caso de todas as despesas orçamentárias não-efetivas.
Ponto “D” representa saída de recursos que não diminui o patrimônio líquido. Como exemplo, temos a devolução de
depósitos em caução. Esses dispêndios não diminuem o patrimônio líquido da entidade, pois são fatos
permutativos, e não necessitam de empenho. Portanto, prescindem de autorização orçamentária. Logo, não se
caracterizam como despesa orçamentária nem como VPD. Aqui, estão as conhecidas despesas extraorçamentárias
ou desembolsos ou dispêndios extraorçamentários.
Diante do exposto, pode-se concluir que a Despesa Orçamentária pode ou não alterar a situação líquida patrimonial. Assim,
de acordo com os efeitos provocados no patrimônio líquido da entidade, a Despesa Orçamentária poderá ser classificada
como Efetiva e Não efetiva.
O grande desafio atual da contabilidade é fazer o reconhecimento contábil da receita e da despesa sob a ótica de
competência, na forma definida pelas Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público – NICSP, sem
nenhum prejuízo do modelo de reconhecimento da receita e da despesa orçamentárias, sob a ótica de arrecadação e
compromisso (empenho). As NICSP, quando tratam de receitas e despesas, na verdade se referem ao reconhecimento das
Variações Patrimoniais Aumentativas – VPA e Variações Patrimoniais Diminutivas – VPD, respectivamente.
Atenção => Atualmente, o correto é Princípios de Contabilidade e não Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Chegamos ao final do nosso módulo I sobre Contabilidade Aplicada ao Setor Público - CASP.
Importante ressaltar que o tópico Regimes Contábeis será abordado direta, ou indiretamente, em todas as aulas dos cursos.
Sempre que necessário, relembraremos, de forma bem sucinta, esse assunto em aulas posteriores, pois é essencial para o
entendimento do conjunto da disciplina.
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I. Seu objeto é o patrimônio das entidades da Administração pública direta e indireta, exceto das empresas
estatais dependentes.
II. Seu objetivo é fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza
orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor público e suas mutações.
III. É o ramo da ciência contábil que utiliza, no processo gerador de informações, os demonstrativos contábeis
das entidades do setor público e das empresas concessionárias de serviços públicos.
IV. Sua função social deve refletir, sistematicamente, o ciclo da Administração pública para evidenciar
informações necessárias à tomada de decisões, à prestação de contas e à instrumentalização do controle
social.
V. Seu campo de aplicação abrange integralmente as entidades governamentais, os serviços sociais e os
conselhos profissionais.
a) II e V.
b) II, IV e V.
c) I, II e III.
d) I e IV.
e) I, III e IV.
a) III.
b) I.
c) II.
d) I e II.
e) II e III.
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a) Pessoas físicas se equiparam a entidades públicas quando recebem subvenção de órgão público para efeitos
contábeis.
b) Entidades que possuem personalidade jurídica de direito privado podem ser consideradas do setor público.
c) As organizações não governamentais quando recebem recursos públicos são obrigadas a se submeterem
integralmente às regras contábeis aplicadas ao setor público.
d) Uma condição fundamental a ser considerada no momento da aplicação das regras de contabilidade é se o
ente aplica e/ou gerencia recurso público.
e) As entidades que recebem recursos do setor público na forma de contraprestação de serviços não estão
submetidas às regras desse setor para efeitos contábeis.
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em apoio ao processo de tomada de decisão; a adequada prestação de contas; e o necessário suporte para a
instrumentalização do_____________ .
I. deve evidenciar em seus registros, o montante dos créditos orçamentários vigentes, a despesa empenhada e
a despesa realizada, à conta dos mesmos créditos, e as dotações disponíveis.
II. é disciplina que aplica na administração pública, as técnicas de registros e apurações contábeis em harmonia
com as normas gerais do direito financeiro.
III. é um conjunto de agentes econômicos que estabelece metas específicas para um determinado período,
comanda recursos e traça planos e decisões com relação às ações econômicas.
IV. aplica normas de escrituração contábil, registra a previsão da receita, a fixação das despesas e as alterações
introduzidas no orçamento.
a) II.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
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objeto de contabilização. A finalidade da contabilidade é, pois, controlar os fenômenos ocorridos, por meio do
registro, da classificação, da demonstração expositiva, da análise e interpretação de fatos ocorridos, objetivando
fornecer informações e orientação necessárias à tomada de decisões.
a) no resultado da empresa
b) no patrimônio da entidade
c) no fluxo de caixa da entidade
d) no balanço patrimonial da companhia
e) nas operações da companhia
a) formatação, escolha e controle dos orçamentos, projeções e balanços da União, dos Estados, dos Municípios
e do Distrito Federal.
b) elaboração, escolha e controle dos orçamentos, gastos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e
do Distrito Federal, além das autarquias públicas.
c) elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal.
d) elaboração e controle dos orçamentos, gastos e arrecadações e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal.
e) elaboração e controle dos orçamentos, projeções e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal, além dos Fundos Mútuos.
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a) R$ 40.000;
b) R$ 30.000;
c) R$ 25.000;
d) R$ 15.000;
e) R$ 5.000.
a) autarquias federais;
b) empresas estatais dependentes;
c) fundações públicas pertencentes aos municípios;
d) empresas controladas pelas instituições financeiras públicas;
e) empresas públicas financeiras.
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O patrimônio não é objeto de estudo exclusivo da contabilidade, haja vista que ciências como a administração e a
economia também se interessam pelo patrimônio, mas é a única que restringe o estudo do patrimônio a seus
aspectos quantitativos.
a) os serviços públicos industriais manterão contabilidade especial para determinação dos custos, mesmo que
não sejam organizados na forma de empresa ou autarquia;
b) o levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário sintético de cada unidade
administrativa e os elementos da escrituração analítica da contabilidade;
c) os débitos e créditos de natureza financeira não relacionados com a execução orçamentária não serão objeto
de registro contábil;
d) a contabilidade orçamentária manterá registros necessários è evidenciação das disponibilidades
orçamentárias, dispensando-se desse registro os créditos destinados às transferências;
e) os bens móveis e imóveis serão registrados pela contabilidade de forma analítica de modo a evidenciar as
características de cada um e seus respectivos responsáveis.
a) As entidades cuja maior parte do capital votante pertence ao Estado estão obrigadas a aplicar as regras de
Contabilidade Pública.
b) Estão obrigados a aplicar as regras de Contabilidade Pública os órgãos e entidades que integram o orçamento
fiscal e da seguridade social, incluídas aí as empresas estatais dependentes.
c) as regras de Contabilidade a que estão submetidos os órgãos da administração indireta autárquica não
alcançam aquelas operações típicas do setor privado.
d) Embora não sejam entidades públicas na sua essência, as entidades filantrópicas são alcançadas por regras
de Contabilidade Pública quando desempenham papel típico do Estado.
e) As regras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público não se preocupam com a mensuração e evidenciação
do patrimônio em razão de o Estado não visar o lucro e possuir uma contabilidade orçamentária.
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A respeito das regras de escrituração e consolidação das contas públicas previstas na LRF, julgue o seguinte item.
As demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações e as operações de cada
órgão, fundo ou entidade da administração direta, autárquica e fundacional, excetuando-se empresa estatal
dependente.
a) O campo de aplicação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público alcança a administração direta da União,
estados, Distrito Federal e municípios, bem como as autarquias a eles pertencentes.
b) O regime de competência é obedecido tanto para a despesa quanto para a receita, embora a apuração de
resultado se dê pelo regime de caixa.
c) Suprimento de fundos, bem como avais, não é objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público em razão
dessas operações não afetarem a situação patrimonial líquida do ente.
d) O reconhecimento das variações do patrimônio público ocorre somente nas autarquias em razão de a
administração direta não visar lucro.
e) Embora a apuração de resultado possa ocorrer tanto na Administração direta quanto na indireta, os
ingressos extraorçamentários são reconhecidos somente nesta última.
GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12
A B C D C A E A D E B B
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
C E E C E E C B C A C C
25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
C B E C C E C C E A C B
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48
E E E C C A
Caro aluno,
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