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CFC

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE

CONTABILIDADE GERAL
PATRIMÔNIO E ESCRITURAÇÃO

Livro Eletrônico
CONTABILIDADE GERAL
Patrimônio e Escrituração
Prof. Luiz Eduardo

Introdução.................................................................................................4
Conceito de Contabilidade.............................................................................6
Conceito de Ciência.....................................................................................6
O Campo e o Objeto de Estudo da Contabilidade..............................................7
O Método da Contabilidade...........................................................................8
As Técnicas Contábeis..................................................................................9
Histórico da Contabilidade.......................................................................... 10
Antiguidade.............................................................................................. 10
Renascimento e Grandes Navegações........................................................... 11
Atualidade................................................................................................ 12
Patrimônio................................................................................................ 17
Ativo – Recursos....................................................................................... 17
Passivo – Obrigações................................................................................. 19
Patrimônio Líquido (PL) – Diferença entre Recursos e Obrigações..................... 20
Equação Fundamental do Patrimônio – Ativo (-) Passivo (=) PL........................ 21
Proposta Didática...................................................................................... 21
Fatos Contábeis – Eventos com efeito no patrimônio...................................... 26
Definições Iniciais...................................................................................... 26
Receitas e Despesas.................................................................................. 27
O Regime de Competência.......................................................................... 29
Classificação de Atos e Fatos....................................................................... 33
Pagamento de Duplicata com Abatimento..................................................... 61
Garantias................................................................................................. 72

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Contas Contábeis e Escrituração.................................................................. 74


O Conceito de Conta Contábil...................................................................... 75
Teorias das Contas..................................................................................... 80
Nomenclatura das Contas Contábeis.......................................................... 102
Escrituração............................................................................................ 113
Livros de Escrituração.............................................................................. 114
Lançamentos Contábeis............................................................................ 121
Questões de Concursos............................................................................ 132
Gabarito................................................................................................. 145
Gabarito Comentado................................................................................ 146

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Introdução

Futuro(a) contador(a), seja bem-vindo(a) ao curso preparatório para o exame

de suficiência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

Esse é um momento muito importante. Afinal de contas, foram aproximada-

mente cinco anos de faculdade para você se formar em ciências contábeis e, agora,

para efetivamente ser contador(a), faz-se necessário enfrentar a prova do exame

de suficiência.

Justamente por isso estamos aqui! Vamos, com você, passo a passo, realizar a

preparação para a prova.

Nesse material, estudaremos em conjunto as duas principais matérias da prova:

contabilidade geral e normatização. A razão dessa abordagem conjunta está no

fato de que:

• não se consegue entender uma norma contábil sem conhecer a técnica de

sua aplicação prática, em situações normais; e

• não se consegue aplicar a técnica contábil a situações práticas sem conhecer

a norma que trata a situação correspondente.

Assim, à medida que formos apresentando a matéria, faremos referência aos

respectivos pronunciamentos, interpretações e orientações do Comitê de Pronun-

ciamentos Contábeis (CPC) que, uma vez aprovados pelo Conselho Federal de

Contabilidade (CFC), passam a ter o status de norma contábil. Ao mesmo tempo,

iremos exemplificar a aplicação das normas referidas em exemplos práticos.

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Conhecida a matéria, resta apresentar nossa proposta didática. Com efeito, iremos

estudar em poucos meses, de forma concentrada, objetiva e direcionada à resolução

de questões, conceitos apresentados ao longo de vários anos, na faculdade.

Nossa proposta é tratar os conceitos contábeis:

• de forma concreta, fazendo referência à realidade conhecida por todos nós,

induzindo o(a) aluno(a) ao entendimento dos conceitos, e não apenas os

apresentando (reduzindo, assim, ao máximo, a necessidade de decorar);

• de forma lúdica, pois a emoção tem o poder de fixar o conhecimento na

memória do(a) estudante, portanto, o aprendizado tem que ser prazeroso

(em outras palavras, o caminho da mente passa pelo coração); e

• de forma completa (de um modo que permita – efetivamente – a resolução

de problemas).

Seguindo o ensinamento de Aristóteles, estamos convictos que não há nada

no intelecto que não tenha passado pelos sentidos. Dessa forma, como método,

vamos nos valer de várias metáforas que permitam ao(à) estudante “sentir o peso

do patrimônio nas mãos” e “ver o valor sendo transferido de um elemento do

patrimônio para outro”. É somente dessa forma (concreta), a partir da realidade já

conhecida, que o(a) aluno(a) apreende conceitos novos com facilidade.

O trabalho inclui pontos sobre temas específicos e em grau de dificuldade cres-

cente, que não somente apresentam os conceitos atinentes à matéria, de forma

clara e direta, mas também apontam os assuntos de maior relevância, bem como
os detalhes geralmente pedidos nas provas. Ao final de cada ponto, com o objetivo
de proporcionar uma melhor apreensão do tema tratado e facilitar a memorização
dos conceitos, é proposto um conjunto de questões de provas anteriores que são
resolvidas e comentadas.

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A propósito, entendo que, no processo de resolução de questões de prova é que


os conceitos aprendidos serão contextualizados e, na interpretação do enunciado,
os  detalhes e armadilhas são detectados. É importante lembrar que é, também,
nesse momento que os critérios geralmente utilizados pelo examinador são revelados,
tornando-se familiares ao(à) estudante.
É isso. Eu sou o professor Luiz Eduardo, ensino contabilidade desde 1998, sou
auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil, entre 2009 e 2011, período da conver-
gência contábil internacional em nosso país. Fui representante da Receita Federal
no Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e convido você a nos acompanhar
até a sua aprovação no exame.
Bons estudos e sucesso!

Conceito de Contabilidade
A contabilidade é apresentada como sendo a ciência que estuda o patrimônio
e que apresenta: a azienda como seu campo, o patrimônio como seu objeto e as
partidas dobradas como o método por ela eleito. Para entender o conceito, vamos
conhecer o significado dos termos ciência, campo, objeto, azienda e patrimônio.

Conceito de Ciência
Por ciência, entende-se: uma atividade rigorosa de estudo sobre uma parcela
da realidade com o objetivo de chegar a conclusões discutíveis sobre o objeto

estudado.

A atividade de estudo é rigorosa, porque os resultados e conclusões alcançados

por diversos estudiosos devem ser compatíveis entre si, servindo para responder

questionamentos.

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O objetivo é encontrar verdades parciais e discutíveis, porque elas devem:

explicar tão somente a parte da realidade que se propõe estudar e podem ser

refutadas por explicações melhores, posteriormente.

Para adentrar ao conceito de ciência, vamos identificar o que ela não é, e o que

ela não busca:

• a ciência não tem por objetivo encontrar uma verdade completa sobre a

realidade e a existência que tudo explique, isso é um problema da filosofia,

notadamente da metafísica, que escapa ao escopo do nosso curso;

• a ciência não procura uma verdade última, que não possa ser discutida,

desafiada ou derrubada – esse seria o conceito de dogma religioso.

É no âmbito do conceito de ciência que a contabilidade se coloca, como uma

atividade rigorosa de estudo. A seguir, para identificarmos a parcela da realidade

estudada pela contabilidade, veremos seu campo e seu objeto.

O Campo e o Objeto de Estudo da Contabilidade


Campo é a parcela da realidade estudada. Um mesmo campo pode ser estudado

por mais de uma ciência, diferindo, apenas, o aspecto desse campo estudado. Exem-

plificativamente, as  ciências sociais têm seu estudo direcionado para um mesmo

campo: o campo das relações entre seres humanos. Assim, a economia estuda as

relações entre seres humanos do ponto de vista das necessidades humanas ilimi-

tadas frente a recursos escassos, a política, por outro lado, estuda as relações entre

seres humanos do ponto de vista do poder.

A contabilidade, portanto, tem como campo a azienda, entendida como a

entidade organizada passível de ter patrimônio (conjunto de recursos e obriga-

ções). Dessa forma, enquadram-se, exemplificativamente, no conceito de azienda as

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indústrias, as empresas comerciais, as empresas prestadoras de serviços, os clubes,

os templos religiosos, os partidos políticos, as pessoas físicas etc.

Por objeto, entende-se o viés, o ponto de vista, a preocupação principal que a

ciência tem ao observar seu campo de estudo. É o objeto que diferencia as ciências.

No caso, a contabilidade apresenta como seu objeto o patrimônio, entendido como

o conjunto de bens, direitos e obrigações referentes à azienda.

Repare que outras ciências podem também se ocupar do estudo de entidades

que se enquadrem no conceito de azienda. Um exemplo claro disso é a administração,

que se ocupa de entidades (aziendas), porém sob o ponto de vista (objeto) da

organização de bens e pessoas.

O Método da Contabilidade
A palavra método, oriunda do Grego, significa caminho que leva a um obje-

tivo. Trata-se de uma composição de duas palavras: metha e odós. Metha (meta)

significa objetivo e odós significa caminho (veja a palavra odômetro – que mede

a distância do caminho percorrido por um automóvel e que apresenta o mesmo

radical). Assim, é o método que dá rigor à ciência, caso contrário, os resultados

alcançados seriam aleatórios e incompatíveis – trilhando-se caminhos diversos,

chegaríamos a destinos diferentes.

Na contabilidade, o método utilizado é o método das partidas dobradas, que

consiste em considerar que para todo e qualquer item que ingressa no patrimônio,

há um lugar de onde ele é proveniente. Ou seja, não há geração espontânea de

patrimônio, mas sim, uma origem para todo elemento que se aplica no patrimônio,

passando a integrá-lo.

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As Técnicas Contábeis

A partir do método das partidas dobradas foram desenvolvidas técnicas, de

escrituração e apuração de demonstrações contábeis, de análise de demonstrações

e de verificação da correção das informações contábeis (auditoria):

• Escrituração: técnica de registro de fatos contábeis (acontecimentos com

relevância na alteração da composição do patrimônio) em livros próprios

(conhecidos como livros de escrituração);

• Elaboração de demonstrações contábeis: quadros e esquemas obtidos a partir

da informação escriturada, que têm por objetivo evidenciar a situação patri-

monial, o resultado e sua respectiva destinação, bem como sua capacidade

financeira de curto prazo.

• Análise de demonstrações contábeis: estudo e avaliação do patrimônio, através

da decomposição e interpretação das demonstrações, com vistas à comparação,

para tomada de decisões abalizadas.

• Auditoria: verificação da fidedignidade das informações das demonstrações,

que pode ser:

− interna – quando realizada por um empregado da própria entidade; e

− externa – quando realizada por um terceiro, externo à entidade, e presu-

midamente isento – denominado auditor independente.

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Histórico da Contabilidade
Antiguidade

A ideia de contabilidade está fortemente ligada à ideia de patrimônio. Com a

revolução agrícola, passou a identificar na terra sua fonte de sustento, pela possi-

bilidade de sua utilização para plantações e criação de animais. Assim, surgiu a

noção de propriedade, da terra e do que nela houvesse. Consequentemente, nasceu

a ideia de riqueza e a necessidade de seu controle.

Como ilustração do uso da contabilidade na antiguidade, ainda que incipiente,

pode ser feita uma alusão à situação de pastores que levavam, pela manhã, seu

rebanho para o pastoreio.

No início do dia, quando o rebanho saía do cercado, a cada cabeça que passasse

pela porteira era colocada uma pequena pedra em uma sacola de couro, represen-

tando o patrimônio, pela correspondência entre animais e pedras guardadas.

Ao final do dia, os animais eram recolhidos e, a cada um que passasse pela

porteira, era retirada uma pedra da sacola de couro.

Com isso, caso ao final ainda houvesse pedrinhas no recipiente, concluía-se

que houve redução do patrimônio, pelo extravio ou morte de algum animal. Por

outro lado, caso todas as pedrinhas fossem retiradas da sacola, sem que todos os

animais tivessem passado pela porteira do cercado, concluía-se pelo aumento do

patrimônio, por nascimento ou por um novo animal ter se juntado ao rebanho.

Esse controle era muito rudimentar, por ser um controle de partidas simples.

Ele indicava apenas a existência da riqueza, mas não identificava sua origem

(de onde veio) nem sua aplicação (seu destino).

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Renascimento e Grandes Navegações

Passamos, então, para o período do Renascimento e das Grandes Navegações

– um período de grandes transformações culturais, geográficas, políticas e econô-

micas. Naquele tempo, com o renascimento das cidades e do comércio, as relações

econômicas se sofisticaram, demandando a criação de mecanismos de controle que

as acompanhassem e facilitassem.

Pela necessidade de investimentos cada vez maiores, restou dificultado o

empreendimento individual, realizado diretamente por uma pessoa física (o mer-

cador). Assim, consolidou-se, naquele momento, a utilização da pessoa jurídica

como o veículo da atividade econômica (a empresa) e o sujeito central da geração

e circulação da riqueza.

A necessidade de uma contabilidade mais refinada ocorreu, portanto, durante esse

período, do Renascimento e das Grandes Navegações, em que um empreendedor

necessitava levantar um financiamento para organizar uma expedição, efetuar

negócios em terras distantes, trazer mercadorias de volta para a Europa, vender estas

mercadorias, quitar o seu financiamento e apurar o lucro do empreendimento. Nesse

contexto, fazia-se necessário um controle do patrimônio que permitisse acompanhar

(passo a passo) as transformações ocorridas no patrimônio:

• a obrigação, contraída, de pagar um financiamento, se transformava – patri-

monialmente – em navios, mercadorias e dinheiro;

• parte do dinheiro se transformava – patrimonialmente – na capacidade de ter

homens disponíveis para trabalhar durante a viagem;

• outra parte do dinheiro, quando do comércio nas Índias, se transformava –

patrimonialmente – em especiarias;

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• as especiarias, na volta, eram vendidas na Europa e se transformavam –


patrimonialmente – em dinheiro;
• o dinheiro, no momento da quitação do financiamento, se transformava –
patrimonialmente – na extinção da obrigação de pagar o referido financia-
mento; e
• o que restava era considerado lucro do empreendimento (aventura).

Por volta de 1494, um frei italiano chamado Lucca Pacciolli escreveu um livro
chamado Summa Aritmética, um tratado de lógica e matemática onde, para expli-
cação das proposições lógico-dedutivas, descrevia – como exemplos – os métodos
de contabilização que então existiam espalhados. Com essa obra, Lucca Pacciolli
teve o grande mérito de condensar todo o conhecimento contábil então existente
em um único livro e, por isso, ele é considerado o pai da contabilidade moderna.
Foi ele quem apresentou ao mundo, como método de registro do patrimônio e de
suas mutações, o denominado “Método das Partidas Dobradas” (débitos e créditos/
aplicações e origens).

Atualidade

Hoje, no Brasil, a  contabilidade está regulada pela Lei da S/A n. 6.404/1976


(Lei das S/A) que, mantendo o método das partidas dobradas, adéqua o registro do
patrimônio e de suas mutações à nossa realidade econômica e social.
No momento, uma importante colocação se faz necessária: a partir do início
de 2008, a Lei das S/A foi profundamente modificada, com o objetivo de tornar-
-se passível de regulação por normas infralegais, emitidas em linha com padrões
internacionais de contabilidade. Tal modificação está inserida no processo de con-
vergência das práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais, que será

apresentado a seguir.

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O Processo de Convergência Contábil Internacional

Trata-se de um processo de internacionalização dos padrões de contabilidade,

com vistas a uma uniformização global da informação acerca dos patrimônios das

entidades. Esse processo tem o objetivo de facilitar o investimento de pessoas de

um país em atividades econômicas desenvolvidas em outros países.

Ocorre que essa uniformização encontra dificuldades de implementação, em

decorrência da existência de duas grandes linhas de pensamento e, consequente-

mente, de modelos contábeis, no mundo ocidental:

• o modelo dos países da Civil Law, da Europa continental, que segue a tradi-

ção do direito romano germânico legislado, a qual o Brasil está historicamen-

te ligado; e

• o modelo dos países da Common Law, do mundo anglo-saxão, que segue a

tradição do direito não legislado, que é hegemônica e está sendo proposta

mundialmente.

No estudo do direito, a dicotomia entre os países da Civil Law e da Common

Law é largamente conhecida: na Civil Law, o direito é legislado e na Common Law,

o direito é definido por precedentes judiciais. Ocorre que essa dicotomia também

diz respeito ao modelo de desenvolvimento da economia e acabou por alcançar a

contabilidade, conforme veremos a seguir.

Nos países da Europa continental, o  financiamento da atividade econômica

(notadamente quando da revolução industrial) foi realizado, basicamente, com a

utilização das instituições financeiras. Assim, os bancos recebiam a poupança do

público em geral (na forma de depósitos bancários ou investimentos remunerados

com juros) e a utilizava para oferecer empréstimos e financiamentos (cobrando

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juros) às empresas, que desenvolviam, com a utilização desses recursos, sua ati-

vidade econômica.

Nos países anglo-saxões, o desenvolvimento da economia foi realizado de forma

diferente, principalmente através do mercado de capitais. Lá, as empresas captavam

diretamente, do público, dinheiro para financiar suas atividades, por meio de emissão

de ações – com remuneração através de dividendos.

Saliente-se que no mundo anglo-saxão também havia bancos (mas o mercado

de capitais é que era o principal financiador da atividade produtiva) e que na

Europa continental também havia bolsa de valores (mas os bancos eram o principal

financiador da atividade produtiva). O importante é diferenciar o modelo principal

de financiamento da atividade econômica utilizado em cada um desses lugares.

Assim, na Europa continental, os bancos, como financiadores da atividade eco-

nômica, tinham interesse no acesso a informações acerca da atividade das empresas,

para fins de avaliação dos riscos de seus empréstimos. Ao  contrário, nos países

anglo-saxões, podia ocorrer de vários investidores individuais financiarem uma ati-

vidade econômica, esperando retorno futuro pelo lucro dessa atividade.

Seguindo esse raciocínio, temos que nos países da Civil Law (com a tradição do

direito legislado): os critérios de contabilidade eram determinados por lei; buscava-se,

na representação do patrimônio, uma imagem fiel daquilo que a Lei tivesse deter-

minado e como o credor (instituição financeira – banco) era o principal usuário da

informação patrimonial das empresas, interessado na aplicação de critérios objetivos

(cuja veracidade pudesse ser facilmente constatada através de documentação) e

do conservadorismo (para evitar a inadimplência dos empréstimos).

Por outro lado, nos países da Common Law (com a tradição do direito não

legislado): o principal usuário da contabilidade era o investidor, que buscava uma

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representação econômica e preditiva do patrimônio, baseada em projeções que

permitissem a avaliação do custo/benefício do investimento; os critérios de conta-

bilidade não eram determinados normativamente, mas pelos estudiosos, reunidos

em academias/universidades/conselhos, não necessariamente cristalizados em lei;

e buscava-se uma representação do patrimônio que espelhasse a avaliação subje-

tiva do administrador, prestigiando a visão financeira e dando ênfase à substância

econômica das transações, em detrimento de sua forma.

Veremos, a seguir, a evolução do critério de avaliação do patrimônio, do critério

do custo histórico (objetivo), para o critério do valor justo (subjetivo).

A Introdução do Conceito de Valor Justo

Historicamente, na avaliação dos elementos patrimoniais foi utilizado o critério

do custo histórico, segundo o qual um recurso qualquer deve ser avaliado pelo valor

de sua aquisição, de terceiros. Com efeito, a avaliação pelo valor justo (valor de

mercado ou a ele equivalente) é um critério alternativo e posterior.

A vantagem da avaliação pelo custo histórico reside na facilidade de comprovação

do valor atribuído ao elemento patrimonial, bastando verificar o documento da

transação com terceiros. A desvantagem reside no fato do custo histórico perder,

no tempo, a qualidade informacional ao usuário da contabilidade.

Pois bem, na discussão entre as vantagens e desvantagens da utilização do custo

histórico como padrão de valor, os  ingleses (práticos, como é de sua natureza)

encontraram uma primeira situação em que o valor justo expressaria melhor a ideia

de patrimônio: foi o caso da exploração de ouro.

Repare que uma mina de ouro tem custo de exploração e que o produto dessa

atividade é o ouro (em pó ou em barras). Assim, pela aplicação do critério do custo

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histórico, a entidade teria um estoque de barras de ouro, avaliado pelos custos de

sua produção (que incluem os pagamentos pelo direito de exploração da jazida,

os salários e encargos dos mineiros, a depreciação do maquinário utilizado na

exploração etc.).

Entretanto, percebeu-se que o resultado da operação, o ouro, tem uma natureza

muito próxima da natureza da moeda e que, portanto, sua conversão em moeda

não deveria ser o fato gerador do resultado da entidade, mas sim, sua elaboração.

Em outras palavras, metaforicamente, poderíamos entender a indústria extrativista

de ouro como uma “fábrica de dinheiro”. Ora, uma fábrica de “dinheiro” (ouro) fica

com seu patrimônio majorado à medida que gera esse “dinheiro”, e não somente

no momento em que troca esse “dinheiro” (ouro) por outra moeda (Libras, Dólares,

Reais etc.).

A partir da premissa acima, entendeu-se por reconhecer o ouro pelo seu valor

de mercado e, diretamente no resultado, as variações da cotação desse ouro.

Assim, nasceu a ideia do valor justo, atribuição de valor de mercado a itens de alta

liquidez.

Não demorou muito para que essa ideia passasse a ser aplicada a outros ele-

mentos do patrimônio que: tivessem uma característica de liquidez que os pusesse

em condições de serem reconhecidos como “quase moeda” e cuja troca por moeda

não fosse o elemento mais importante para apuração do resultado da atividade.

Essa abrangência deu origem ao reconhecimento de outros elementos a valor justo,

como por exemplo: saldos em moeda estrangeira, produtos agropecuários e

aplicações financeiras de alta liquidez.

Repare que, em todos esses casos, o  elemento crucial para verificação do

aumento do patrimônio da entidade é o da elaboração dos produtos (em detri-

mento do momento de sua alienação).

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Ocorre que, em que pese haver em todos os casos antes citados uma possível

liquidez para o elemento patrimonial, sendo fundamental o momento de sua ela-

boração em detrimento do momento de sua alienação, nem todos os casos têm

um valor de mercado disponível. Por esse motivo, tornou-se importante alargar a

definição de valor justo para assegurar sua aplicabilidade. Nesse sentido, o valor

justo passou a ser o valor de mercado (quando disponível) e um valor a ele equi-

valente quando não estivesse disponível o valor de mercado (valor de mercado de

elemento semelhante ou o resultado da aplicação de um método matemático que

utilizasse premissas de mercado).

Essa é a feição atual do valor justo, aplicável a itens que tenham característica

de liquidez alta.

Feitas as considerações acerca do histórico da contabilidade, passaremos a

analisar o conceito de patrimônio.

Patrimônio
O patrimônio é definido, tradicionalmente, como o conjunto de recursos e obri-

gações de uma entidade qualquer. Portanto, cabe aqui estudar esses elementos:

recursos e obrigações e, para completar, o valor de sua diferença.

Ativo – Recursos

Ao conjunto de recursos de uma entidade, dá-se o nome de ativo. Assim,

o ativo é definido como um recurso, controlado pela entidade em decorrência de

um evento passado (sua compra, por exemplo) e que gere, para a entidade,

a expectativa de benefícios futuros, por seu uso (lucro) ou sua venda (ganho).

A figura abaixo ilustra esse conceito:

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Como exemplos de ativos, temos o dinheiro em caixa; os depósitos bancários;

os direitos de cobrança de clientes por vendas a prazo; as mercadorias em estoque;

os títulos patrimoniais, de investimento em outras empresas (ações e cotas de

capital detidas pela entidade); os imóveis, equipamentos e veículos; bem como as

marcas e patentes possuídas pela entidade.

Os ativos são reconhecidos no patrimônio a partir do momento em que a entidade

passa a contar com os benefícios de seu uso ou venda e a assumir os riscos de sua

perda. O  exemplo mais comum de definição do momento de reconhecimento de

ativo é o momento de sua compra.

Por fim, o valor dado ao ativo, no patrimônio, é, em geral, seu custo histórico,

ou seja, o montante pago por sua aquisição. Em situações específicas, esse valor

pode ser posteriormente alterado para, eventualmente, por exemplo: refletir o

valor justo (de mercado ou equivalente) do ativo, reduzir a seu valor recuperável

(o máximo entre o lucro esperado por seu uso ou o valor auferido em sua eventual

venda), e reduzir ao valor presente, ou seja, aquele que seria recebido se o ativo

fosse transformado em dinheiro a ser recebido imediatamente.

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Passivo – Obrigações

Ao conjunto de obrigações de uma entidade, dá-se o nome de passivo. Assim,

o passivo é definido como uma obrigação da entidade, decorrente de um evento

passado (a contratação de um empréstimo, por exemplo) e para cuja liquidação

se espera o consumo de recursos da entidade. Em outras palavras, passivo é

obrigação cujo pagamento consome ativo. Portanto, repare que a definição de

passivo depende da definição de ativo. De qualquer forma, a figura abaixo ilustra

esse conceito:

Como exemplos de passivos, temos as obrigações de pagamento por compras

a prazo, obrigação de pagamentos de salários e tributos, obrigação de pagamentos

de empréstimos e financiamentos.

Os passivos são reconhecidos no patrimônio a partir do momento em que a

entidade reconhece que será provável o consumo de recursos para sua liquidação.

Os exemplos mais comuns de definição do momento de reconhecimento de passivo

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é o momento em que empréstimos são contraídos, em que um serviço é prestado

à entidade ou em que é realizada uma compra a prazo.

Por fim, o valor dado ao passivo, no patrimônio é, em geral, seu custo histórico,

ou seja, o montante que a entidade aceitou entregar para sua liquidação, quando

do reconhecimento do passivo. Em situações específicas, esse valor pode ser

também posteriormente alterado.

Patrimônio Líquido (PL) – Diferença entre Recursos e


Obrigações

O patrimônio líquido é definido como a diferença entre os recursos e obrigações.

Assim, a definição de patrimônio líquido depende da definição de ativo e de passivo.

Todavia, esse também é um conceito que evidencia os recursos dos proprietários

aplicados no empreendimento, formados por contribuições dos proprietários e

resultados obtidos pela própria atividade da empresa.

Abaixo, apresentamos esquematicamente o patrimônio, conforme descrito acima.

O momento de reconhecimento de valores no patrimônio líquido e sua avaliação

dependem dos critérios de reconhecimento e avaliação dos ativos e passivos, já

vistos.

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Equação Fundamental do Patrimônio – Ativo (-) Passivo (=) PL

Resumindo os conceitos até aqui apresentados, podemos definir o patrimônio


por seus elementos componentes: ativo – recursos, passivo – obrigações e patri-
mônio líquido – diferença entre ativo e passivo.
A figura a seguir ilustra esses conceitos:

Repare que a definição acima nos permite concluir pela equação fundamental
do patrimônio: Ativo (-) Passivo (=) Patrimônio Líquido, ou simplesmente, A-P=PL.
A partir dessa definição, podemos verificar que:
• se o ativo for maior do que o passivo, o patrimônio líquido será positivo,
situação denominada superavitária;
• se o ativo for igual ao passivo, o patrimônio líquido será igual a zero, situação
denominada nula ou compensada; e
• se o ativo for menor do que o passivo, o patrimônio líquido será negativo,
situação denominada deficitária.

Proposta Didática

Até aqui, o patrimônio foi apresentado da forma tradicional, correta, porém, não
tão didática. Agora, apresentaremos o mesmo conceito de uma forma diferente,

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concreta, que permita sua visualização e, consequentemente, sua aplicação, com

maior facilidade, utilizando a metáfora da caixa de areia.

Seja uma caixa cheia de areia, até um determinado nível. Considere que a caixa

tenha um formato quadrado e divida essa caixa ao meio, por uma linha vertical,

separando dois lados:

• o lado esquerdo, para representação dos recursos componentes do patrimô-

nio; e

• o lado direito, para representação das obrigações e da diferença entre recursos

e obrigações.

Portanto, se tivermos apenas areia até o nível normal, não teremos representado

nenhum recurso e nenhuma obrigação no patrimônio. Consequentemente, a dife-

rença entre recursos e obrigações também será igual a zero, conforme a figura a

seguir:

Considerando que o patrimônio é representado como se fosse uma caixa de

areia e que os recursos (bens e direitos) são itens que aumentam o patrimônio,

quanto mais bens e direitos no patrimônio, maior a quantidade de areia na caixa.

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Assim, metaforicamente, qualquer recurso (bem ou direito) pode ser encarado, no

patrimônio, como um montinho de areia do lado esquerdo da caixa de areia e,

quanto maior for o valor do recurso, maior será o tamanho do referido montinho

de areia.

Pelo contrário, obrigações seriam itens que reduzem o total do patrimônio.

Assim, obrigações reduziriam a quantidade de areia existente na caixa. Dessa forma,

metaforicamente, as obrigações podem ser vistas, no patrimônio, como buracos

feitos na caixinha de areia (de onde foi retirada areia).

Por fim, temos o patrimônio líquido. Ele não é definido como uma obrigação,

mas consiste na diferença entre os recursos e as obrigações do patrimônio.

Porém, essa diferença corresponde exatamente ao valor que, ao final da exis-

tência da empresa (na extinção da pessoa jurídica), deverá ser devolvido aos

sócios. Assim, mais uma vez metaforicamente, entende-se também o patrimônio

líquido como uma “obrigação de longuíssimo prazo e exigibilidade muito

pequena”, porém, como se trata de valor a ser em algum momento entregue a

terceiros (sócios), pode ser visto também como um buraco no patrimônio ou, um

buraco na areia.

A figura a seguir ilustra essa representação didática proposta para o patrimônio.

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Repare que a quantidade de areia do montinho que representa o ativo (bens e

direitos – recursos) é exatamente aquela necessária e suficiente para preencher os

buracos representantes do passivo (obrigações) e do patrimônio líquido (valor a ser

um dia entregue aos sócios). Isso está de acordo com a equação fundamental do

patrimônio já apresentada acima: ATIVO (-) PASSIVO (=) PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

Abaixo, apresentamos a representação gráfica do ativo (conjunto de recursos

– bens e direitos) como montinhos de areia do lado esquerdo da caixa, do passivo

(obrigações) como buracos na areia do lado direito superior da caixa e do patrimônio

líquido (diferença entre bens/direitos e obrigações – a ser um dia entregue aos

sócios) também como buracos do lado direito inferior da caixa de areia.

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Mais uma informação: os elementos patrimoniais, em face da evolução da

contabilidade no tempo, foram referidos por vários nomes diferentes:

Por fim, o termo “passivo” também pode ser utilizado em sentido amplo, para

referir tanto ao passivo, propriamente dito (passivo exigível), quanto ao patrimônio

líquido. Isso porque ambos os grupos referem obrigações: o passivo exigível repre-

senta obrigações para com terceiros e o patrimônio líquido representa obrigações

para com os proprietários da entidade.

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Muito bem, agora, conhecido o conceito de patrimônio e a definição de seus

grupos componentes, podemos analisar o efeito patrimonial dos acontecimentos

no dia a dia da entidade.

Fatos Contábeis – Eventos com efeito no patrimônio


Definições Iniciais

Fatos contábeis são definidos como os eventos que têm influência no patrimônio,

alterando o(s) valor(es) de ativo(s), de passivo(s) e/ou do patrimônio líquido. São

exemplos de fatos contábeis todos aqueles acontecimentos comuns que afetam o

patrimônio (compra, venda, pagamento de salários, tributos, despesas etc.).

Ao contrário, os eventos que não afetam o patrimônio, tais como planejamento

de operações ainda não realizadas ou garantias dadas pela quitação de dívidas ainda

não vencidas, são chamados simplesmente de atos contábeis.

Pois bem, os fatos contábeis são classificados como permutativos, modificativos

ou mistos.

Os fatos contábeis são chamados de permutativos quando apenas afetam a

composição de ativos e passivos, sem alterar o valor do patrimônio líquido. Em outras

palavras, são trocas de valores entre recursos e/ou obrigações, sem alteração do

valor da diferença entre ativo e passivo. O exemplo mais comum de fato contábil

permutativo é a compra:

• na compra à vista, troca-se dinheiro por mercadoria. Repare que, nesse caso,

tanto o valor total do ativo, quanto o valor total do passivo permanecem os

mesmos. Portanto, o patrimônio líquido (diferença entre ativo e passivo) fica

constante; e

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• na compra a prazo, surge um recurso no ativo (mercadoria), porém, surge

uma obrigação, no passivo (de pagamento pelo recurso comprado a prazo),

no mesmo valor. Repare que, nesse caso, o valor total do ativo aumenta

(pela entrada da mercadoria no patrimônio), porém, o valor total do passivo

aumenta no mesmo valor (pelo surgimento da obrigação de pagamento pela

mercadoria adquirida). Portanto, o patrimônio líquido (diferença entre ativo

e passivo) fica constante;

Por seu turno, os fatos contábeis modificativos ou mistos têm por característica

a alteração do valor do patrimônio líquido. O fato é considerado modificativo quando

há a entrada ou a extinção de apenas um ativo ou passivo, com o consequente

aumento ou redução do patrimônio líquido. O fato é considerado misto quando,

além de troca de valores entre ativos e passivos, há aumento ou redução do patri-

mônio líquido.

Para compreensão dos fatos modificativos e mistos, é necessário o conhecimento

dos conceitos de receita e despesa, que veremos em seguida, juntamente com o

conceito de regime de competência.

Receitas e Despesas

Entre os elementos componentes do patrimônio, temos o patrimônio líquido,

definido pela diferença entre os valores do ativo e do passivo. Já pelas definições de

fato contábil modificativo e de fato contábil misto, sabemos que o valor do patrimô-

nio líquido pode ser alterado, em razão de acontecimentos. Contudo, para permitir

uma melhor compreensão da dinâmica do patrimônio no tempo, essas alterações

de valor do patrimônio líquido não são registradas diretamente no patrimônio líquido,

mas sim, à parte, no resultado.

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O sistema de informação contábil tem por objetivo não somente a apresentação

da situação patrimonial (ativo, passivo e patrimônio líquido), no início e no final de

um período, mas também dos motivos e valores dos aumentos e reduções ocorridas

no patrimônio durante esse período. Para isso, é criado o conceito de resultado,

composto pelas receitas e despesas.

Por receita, entende-se o aumento bruto do patrimônio que não seja de-

corrente da contribuição dos proprietários. Ora, se o patrimônio é composto por

recursos e obrigações, ocorre uma receita no momento da ocorrência de um fato

que enseja (conjunta ou alternativamente) aumento de recursos e/ou redução de

obrigações. Metaforicamente, representaremos a receita por um reservatório

externo à caixa de areia, de onde vem a areia que “cai de paraquedas” no patri-

mônio (aumentando-o).

As despesas, ao contrário das receitas, podem ser conceituadas como redu-

ções brutas do patrimônio que não sejam decorrentes de sua distribuição aos

proprietários. Ora, se o patrimônio é composto por recursos e obrigações, ocorre

uma despesa no momento da ocorrência de um fato que enseje (conjunta ou alter-

nativamente) redução dos recursos e/ou aumento de obrigações. Metaforicamente,

representaremos a despesa pela figura de uma “lata de lixo patrimonial”, em que se

colocam os valores jogados para fora do patrimônio (reduzindo-o).

Metaforicamente, ainda, é como se as despesas e receitas se destacassem

temporariamente do patrimônio líquido para acumular valor durante todo o período

e, no seu final, deixando de existir, transferissem seu valor de volta para o patrimônio

líquido. Com isso, ao final de cada período, temos a informação de quanto foi o

aumento e a redução do patrimônio líquido, que é denominado “resultado”.

A figura a seguir ilustra esses conceitos relativos ao resultado.

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O Regime de Competência

O conhecimento do regime de competência é de máxima importância para o

estudo da contabilidade. Ele determina que as receitas e despesas devam ser

incluídas na apuração do resultado do período a que se referem, simultaneamente

quando se correlacionarem, independentemente do recebimento ou do pagamento.

O regime de competência difere do regime de caixa, em que as receitas são

reconhecidas no momento de seu recebimento, e as despesas, no momento de seu

pagamento. O regime de caixa é intuitivo e frequentemente utilizado por nós, no

controle pessoal de gastos, pois é normal raciocinarmos que, a cada mês, auferimos

receita na data do recebimento de nosso salário e incorremos em despesas à

medida que pagamos nossas contas.

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Ocorre que o recebimento de moeda não é a única (e, atualmente, nem a prin-

cipal) maneira de aumentar nosso patrimônio e a nossa riqueza. Certamente

também auferimos receita quando passamos a ter o direito de cobrar algum valor

de alguém, quando temos uma dívida perdoada ou quando recebemos um bem,

mas o regime de caixa não se presta para identificar esses fatos como receita.

Da mesma forma, o pagamento em moeda não é a única forma de redução

patrimonial existente. Certamente também ocorre despesa quando perdemos ou

entregamos um bem a terceiros ou aceitamos uma obrigação. Porém, o regime de

caixa não se presta para identificar essas situações como despesa.

Pois bem, essas limitações do regime de caixa apontam para a necessidade de

utilização do regime de competência, para reconhecimento de despesas e receitas.

Reconhecimento de Receitas

As receitas, definidas como aumentos brutos do patrimônio, ocorrem no momento

em que um fato gera aumento do valor da diferença entre o ativo e o passivo. Resta

necessário, então, identificar que fatos seriam esses.

Alguns casos especiais, a  identificação do momento de reconhecimento da

receita é óbvia. Esses são os casos, por exemplo, de uma doação recebida ou

o recebimento do perdão de uma dívida, com reconhecimento imediato. Contudo,

nas situações normais, a identificação do momento da ocorrência da receita pode

não ser óbvia e, portanto, será necessário definir uma diretriz que possa guiar nos-

so pensamento.

Nossa proposta é a seguinte: haverá receita no momento em que houver

o cumprimento do que havia sido combinado (a entrega de um bem, ex-

ceto dinheiro, ou a efetivação de um comportamento como, por exemplo,

a prestação de um serviço), pois:

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• se a outra parte ainda não tiver pago, nasce em nosso patrimônio o direito

de exigir o pagamento (tal direito implica aumento do patrimônio – receita);

• se a outra parte paga imediatamente, surge em nosso patrimônio o dinheiro,

(o que também aumenta o patrimônio); e

• se a outra parte já havia antes entregue (em antecipação) o pagamento,

desaparece do nosso patrimônio a obrigação de devolver o que havia recebido

em antecipação (o que também aumenta o patrimônio).

Este é o fulcro do pensamento contábil no que diz respeito ao regime de compe-

tência, e que está de acordo com nosso sistema jurídico, que estabelece a exceção

do contrato não cumprido, segundo a qual ninguém tem o direito de exigir algo de

outra pessoa, antes de cumprida sua obrigação.

Imagine que estudantes e um professor, em uma segunda-feira, combinem a

realização de uma aula, para o final de semana, por R$ 100,00 (cem reais). Nesse

caso, podem ocorrer três situações diferentes.

Se o valor for pago imediatamente, na segunda-feira, no patrimônio do profes-

sor não haverá aumento (receita), pois: por um lado, surge o dinheiro recebido,

mas, por outro lado, surge a obrigação de ministrar a aula ou devolver o dinheiro

recebido. Somente no domingo, após a aula, é que desaparecerá a obrigação de

devolução do dinheiro e, aí sim, o patrimônio fica aumentado (receita). Repare que

é justamente no domingo, após a aula, que o professor cumpre o que havia sido

combinado (a aula).

Porém, se o valor for pago no próprio domingo, ao final da aula, será justamente

nesse momento que ocorrerá o aumento do patrimônio do professor (receita), pois:

surge o dinheiro recebido e não surge qualquer obrigação de ministrar a aula ou

devolver o dinheiro recebido. Repare, mais uma vez, que é justamente no domingo,

após a aula, que o professor cumpre o que havia sido combinado (a aula).

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Por fim, se ficar combinado de que o valor somente seja pago no final do mês

(após a aula de domingo), mesmo assim, ao final da aula já ocorrerá aumento no

patrimônio do professor (receita), pois não surge dinheiro no patrimônio, mas surge

o direito de receber esse dinheiro ao final do mês, o que já aumenta o patrimônio.

Outro exemplo elucidativo é a de um empréstimo, com juros. Nesse caso,

o credor se compromete a permitir que o devedor fique com seu dinheiro durante

um período de tempo. Pois bem:

• no momento em que o empréstimo é concedido, não há receita nem despesa

no patrimônio do credor, apenas a saída de dinheiro e o surgimento do direito

de seu recebimento futuro, em pagamento;

• à medida que o tempo passa, há receita, porque o credor cumpre o que

combinou (deixando o devedor ficar com seu dinheiro por um tempo), o que

implica juros, que aumentam o patrimônio; e

• ao final, também não há mais receita a ser reconhecida no patrimônio do

credor, tão somente o surgimento do dinheiro e o desaparecimento do direito

ao recebimento do valor.

Reconhecimento de Despesas

As despesas, definidas como reduções do patrimônio, ocorrem no momento em

que um fato gera diminuição no valor da diferença entre o ativo e o passivo. Resta

necessário, então, identificar que fatos seriam esses.

Alguns casos especiais, a  identificação do momento de reconhecimento da

despesa é óbvia. Esses são os casos, por exemplo, de uma doação realizada ou a

concessão do perdão de uma dívida, com reconhecimento imediato. Contudo, nas

situações normais, a identificação do momento da ocorrência da despesa pode não

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ser óbvia e, portanto, será necessário definir uma diretriz que possa guiar nosso

pensamento.

Nossa proposta é a seguinte: haverá despesa no momento em que houver

o cumprimento, pela outra parte, do que havia sido combinado, pois:

• se nós ainda não tivermos realizado o pagamento, nasce em nosso patri-

mônio a obrigação de pagar (tal obrigação implica redução do patrimônio,

despesa);

• se nós realizamos o pagamento imediatamente, desaparece de nosso patri-

mônio o dinheiro, (o que também reduz o patrimônio); e

• se nós já havíamos antes entregado (em antecipação) o pagamento, desa-

parece do nosso patrimônio o direito de reaver o que havia sido pago em

antecipação, (o que também reduz o patrimônio).

Todos os exemplos apresentados para ilustração da ocorrência de receita são

aqui aplicáveis, considerando a outra parte (o aluno, no caso da aula, e o devedor,

no caso do empréstimo).

Agora, conhecidos os conceitos de receita e despesa, bem como dos critérios


utilizados para identificação do momento de seu reconhecimento, podemos voltar

ao estudo dos atos e fatos contábeis, propriamente ditos.

Classificação de Atos e Fatos

Atos administrativos (também denominados atos contábeis) são eventos ocor-

ridos que têm por característica NÃO ALTERAR o patrimônio da entidade, nem em

seu tamanho, nem em sua composição. São exemplos de atos contábeis as garantias,

consignações, custódias e cobranças de títulos de terceiros.

Repare que uma garantia dada (por exemplo, a fiança em um contrato) não tem

qualquer efeito no patrimônio do fiador no momento em que o contrato é celebrado.

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Somente eventualmente, no futuro, se o devedor principal for inadimplente, é que

seria cobrado algum valor do fiador. Portanto, sem alteração do patrimônio, a con-

cessão da garantia é ATO CONTÁBIL.

Os fatos contábeis, por seu turno, são acontecimentos que ALTERAM o patrimônio

da empresa. Eles se classificam em:

• permutativos (qualitativos)

− são fatos que somente alteram a distribuição de valores entre bens, direi-

tos e obrigações, sem alterar o montante do patrimônio líquido, como, por

exemplo, a compra de mercadorias;

• modificativos (quantitativos)

− são fatos que alteram o valor do patrimônio líquido. Os fatos modificativos

são classificados em aumentativos ou diminutivos:

o aumentativos (positivos)

o são fatos modificativos que aumentam o patrimônio líquido como, por

exemplo, uma receita de aluguel (que corresponde diretamente a um au-

mento de recursos ou a uma redução de obrigações);

o diminutivos (negativos)

o são fatos modificativos que diminuem o patrimônio líquido como, por

exemplo, as despesas (que correspondem diretamente a aumento de obri-

gações ou a redução de recursos);

• mistos

− são fatos que, ao  mesmo tempo, são permutativos e modificativos, ou

seja, há troca de valor entre elementos patrimoniais (bens, direitos ou

obrigações) e alteração do valor do PL, com lucro ou prejuízo. Os fatos

mistos são classificados em aumentativos ou diminutivos:

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o aumentativos (positivos)

o venda com lucro, por exemplo;

o diminutivos (negativos)

o venda com prejuízo, por exemplo.

RESUMINDO O QUE FOI VISTO ATÉ AQUI, propomos que, ao analisar os fatos

contábeis sejam respondidas as perguntas a seguir propostas.

• O acontecimento gerou algum efeito no patrimônio?

− Caso a resposta seja NÃO, trata-se de ATO CONTÁBIL.

− Caso a resposta seja SIM, trata-se de FATO CONTÁBIL.

• Para fatos contábeis, cabe a pergunta: Houve alteração do valor da diferença

entre ativos e passivos (aumento ou redução do PL)?

− Caso a resposta seja NÃO, o fato deve ser classificado como PERMUTATIVO.

− Caso a resposta seja SIM, o  fato deve ser alternativamente classificado

como modificativo ou misto.

• Havendo alteração do valor do PL, teria havido, também, alteração de valor

em MAIS DE UM ELEMENTO PATRIMONIAL, entre ativos e passivos?

− Caso a resposta seja NÃO, o fato deve ser classificado como MODIFICA-

TIVO.

− Caso a resposta seja SIM, o fato deve ser classificado como MISTO.

Com base nos conceitos acima, vamos analisar os seguintes exemplos:

• compra de móveis a prazo;

• depósito de valores em conta bancária;

• saque de cheque;

• reconhecimento da despesa de aluguel;

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• receita de comissão auferida;

• pagamento do aluguel devido;

• venda pelo custo, à vista;

• venda com lucro, à vista;

• venda com prejuízo, à vista;

• pagamento de duplicata com abatimento;

• recebimento de duplicata com juros;

• recebimento de duplicata com abatimento; e

• garantias concedidas.

Compra de móveis a prazo

Para analisar o evento compra de móveis a prazo, partiremos de um patrimônio

inicial, proposto a título exemplificativo, para fins de contextualização do fato, que

tenha apenas dinheiro (R$ 50.000,00 em dinheiro colocado pelos sócios). Na situ-

ação inicial proposta, portanto, a quantidade de “areia” (entre recursos – bens/

direitos – e obrigações) é de “cinquenta mil grãos de areia”, representados por:

• um montinho de R$ 50.000,00 – em dinheiro  Ativo;

• um buraco tapado de R$ 0,00 – nenhuma obrigação  Passivo; e

• em consequência, um buraco de R$ 50.000,00 – representando a diferen-

ça  PL.

Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio, do

evento compra de móveis a prazo (no valor de dez mil reais):

• Irá aparecer, nesse patrimônio, um elemento (recurso) que antes não existia

– um bem  representando os móveis adquiridos.

• Irá aparecer, nesse patrimônio, também, uma obrigação que antes não existia

 a obrigação de pagar o fornecedor pelos móveis adquiridos.

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A figura a seguir ilustra a composição do patrimônio antes e depois da ocorrência

do evento.

Veja que se, por um lado, o ativo aumentou em R$ 10.000,00, por outro lado,

o passivo também aumentou em R$ 10.000,00. Portanto, o patrimônio líquido (que

é a diferença entre ativo e passivo) ficou constante. Utilizando a metáfora da caixa

de areia, repare que a quantidade de areia existente entre bens, direitos e obri-

gações ficou constante: foi tirado do patrimônio o equivalente a “dez mil grãos de

areia” (cavando-se um buraco do passivo – que representa a obrigação de pagar

fornecedores) e essa areia foi colocada no ativo (recurso: bens – móveis) represen-

tado pelo montinho de “dez mil grãos de areia”. É como se areia tivesse sido tirada

do passivo e colocada no ativo, o que é irrelevante para o patrimônio líquido

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(pois a quantidade de areia existente continua a ser a mesma – tendo apenas

mudado de lugar).

Ora, se a quantidade de areia ficou constante, o patrimônio líquido não foi

alterado, mas a areia mudou de lugar, conclui-se que houve troca de valor entre

elementos do patrimônio sem alteração do valor do patrimônio líquido. Essa situação

enseja a ocorrência de um FATO PERMUTATIVO.

Depósito bancário

Para a análise dos efeitos patrimoniais do evento depósito em banco, partiremos

do mesmo patrimônio inicial proposto para o evento inicial, contendo apenas

dinheiro (R$ 50.000,00 em dinheiro colocado pelos sócios).

Pois bem, considere o seguinte acontecimento: dez mil reais, do dinheiro

existente, foram colocados no banco. Assim, dos cinquenta mil reais inicialmente

existentes, passa a haver apenas quarenta mil reais e, por outro lado, surge no

patrimônio um recurso, direito que antes inexistia (o direito de sacar dez mil reais

no banco).

A figura, a seguir, ilustra a composição do patrimônio antes e depois da ocorrência

do evento.

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Veja que, no ativo, houve concomitantemente aumento e redução: a quanti-

dade de dinheiro foi reduzida em R$ 10.000,00 (de cinquenta mil reais para qua-

renta mil reais), por outro lado, nesse mesmo ativo, houve um aumento, de R$

10.000,00, pelo surgimento do direito denominado depósito bancário (que repre-

senta o direito da empresa de sacar esse valor no banco, quando quiser). Assim,

o ativo aumentou e diminuiu em R$ 10.000,00, permanecendo seu total constante.

Adicionalmente, percebe-se que o passivo não sofreu qualquer alteração, portanto,

o patrimônio líquido (que é a diferença entre ativo e passivo) ficou constante.

Utilizando a metáfora da caixa de areia, repare que a quantidade de areia exis-

tente entre recursos (bens e direitos) e obrigações ficou constante: foi tirado do

patrimônio o equivalente a “dez mil grãos de areia”, tirados do ativo, do montinho

que representa a quantidade de dinheiro existente, restando nele o equivalente a

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“quarenta mil grãos de areia”, e essa areia foi colocada no mesmo ativo, mas em

outro de seus elementos (no montinho de areia que representa o direito depósito

bancário, no valor equivalente a “dez mil grãos de areia”). É como se tivesse sido

tirada parte da areia de um montinho do ativo e essa areia tivesse sido colocada em

outro montinho desse mesmo ativo, o que é irrelevante para o patrimônio líquido (pois

a quantidade total de areia existente, considerando o ativo e o passivo, continua

a ser a mesma – tendo apenas mudado de lugar).

Ora, se a quantidade de areia ficou constante, o patrimônio líquido não foi

alterado, mas a areia mudou de lugar, conclui-se que houve troca de valor entre

elementos do patrimônio sem alteração do valor do patrimônio líquido. Essa situação

enseja a ocorrência de um FATO PERMUTATIVO.

Saque de cheque

Para a análise dos efeitos, no patrimônio, do evento denominado saque de

cheque (no valor de R$ 6.000,00), partiremos de um patrimônio inicial proposto

contendo dinheiro (R$ 40.000,00 em dinheiro) e, também, depósito bancário (R$

10.000,00 em depósitos bancários).

Nessa situação inicial, a quantidade de “areia” (entre recursos – bens/direitos

– e obrigações) existente no patrimônio é de “cinquenta mil grãos de areia”, repre-

sentados por:

• total do ativo, equivalente a R$ 50.000,00, apresentando a seguinte configu-

ração:

− um montinho de R$ 40.000,00 – em dinheiro  ativo;

− um montinho de R$ 10.000,00 – em depósitos bancários  ativo.

• um buraco tapado de R$ 0,00 – nenhuma obrigação  passivo.

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Para manter o conceito de patrimônio, o patrimônio líquido (diferença entre ativo

e passivo) deve ser representado por um buraco de R$ 50.000,00.

Pois bem, considere o seguinte acontecimento: seis mil reais, dos dez mil reais

existentes em depósitos bancários, são retirados do banco, mediante o saque de

um cheque, e guardados no caixa. Assim, dos dez mil reais inicialmente existentes

em depósitos bancários, passam a existir apenas quatro mil reais e, por outro lado,

no patrimônio, ocorre um aumento da quantidade de dinheiro em caixa (de quarenta

mil reais iniciais para quarenta e seis mil reais).

A figura a seguir ilustra a composição do patrimônio antes e depois da ocorrência

do evento.

Veja que, no ativo, o valor dos depósitos bancários foi reduzido em R$ 6.000,00.

Por outro lado, nesse mesmo ativo, houve um aumento da quantidade de dinheiro

existente (de R$ 40.000,00 para R$ 46.000,00). Assim, o  ativo aumentou e di-

minuiu em R$ 6.000,00, permanecendo seu total constante. O passivo, por outro

lado, não sofreu qualquer alteração, portanto, o patrimônio líquido (que é a dife-

rença entre ativo e passivo) ficou constante.

Utilizando a metáfora da caixa de areia, repare que a quantidade de areia exis-

tente entre bens, direitos e obrigações ficou constante: foi tirado do patrimônio o

equivalente a “seis mil grãos de areia”, tirados do ativo, do montinho que repre-

senta o direito denominado depósito bancário, existente, restando nele o equiva-

lente a “quatro mil grãos de areia”, e essa areia foi colocada no mesmo ativo, mas

em outro de seus elementos, no montinho de areia que representa a quantidade

de dinheiro existente em caixa (quantidade essa que foi majorada, de quarenta mil

reais para quarenta e seis mil reais). É como se a areia tivesse sido tirada de um

montinho do ativo e colocada em outro montinho desse mesmo ativo, o que é irre-

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levante para o patrimônio líquido (pois a quantidade de areia existente continua a

ser a mesma – tendo apenas mudado de lugar).

Ora, se a quantidade de areia ficou constante, o patrimônio líquido não foi alte-

rado, mas a areia mudou de lugar, conclui-se que houve troca de valor entre ele-

mentos do patrimônio sem alteração do valor do patrimônio líquido. Essa situação

enseja a ocorrência de um FATO PERMUTATIVO.

Despesa de aluguel

Antes de iniciar a análise do evento denominado despesa de aluguel (no valor

de R$ 1.000,00), cabe uma breve referência ao que já foi apresentado quando da

análise do regime de competência.

Por despesa, entende-se uma redução do patrimônio; assim, quando se fala em

despesa de aluguel, subentende-se: que houve a contratação de uma locação,1

que nossa empresa é locatária e usou o imóvel por um mês e o locador (proprietá-

rio) cumpriu sua parte no combinado, ou seja, permitiu que o locatário utilizasse o

imóvel por um mês.

Para a análise dos efeitos, no patrimônio, desse evento, denominado despesa

de aluguel, (no valor de R$ 1.000,00), partiremos de um patrimônio inicial,

proposto, contendo dinheiro (R$ 50.000,00 em dinheiro – em caixa).

Na situação inicial proposta, portanto, a quantidade de “areia” (entre bens,

direitos e obrigações) é de “cinquenta mil grãos de areia”, representados por:

• um montinho de R$ 50.000,00 – em dinheiro  ativo;

• um buraco tapado de R$ 0,00 – nenhuma obrigação  passivo.


1
Por contrato, entende-se uma manifestação bilateral de vontades, ou seja, um acordo. Observe que é des-
necessária a presença de um instrumento escrito (basta o acordo das partes, que pode até ser verbal), mas,
geralmente, há contratação por escrito, nesse sentido, veja a convenção da objetividade, antes apresentada
neste curso.

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Consequentemente, o patrimônio líquido deve ser representado por um buraco

de R$ 50.000,00.

Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio, do

evento despesa de aluguel (no valor de mil reais):

• Irá aparecer, nesse patrimônio, uma obrigação que antes não existia  a

obrigação de pagar o aluguel (denominada aluguéis a pagar, no valor de

R$ 1.000,00).

• O aparecimento dessa obrigação reduz o valor do patrimônio  de cinquenta

mil reais, para quarenta e nove mil reais.

A figura a seguir ilustra a composição do patrimônio antes e depois da ocorrência

do evento.

Veja que, no ativo, não houve qualquer alteração, permanecendo os mesmos

cinquenta mil reais em dinheiro. Por outro lado, no passivo houve um aumento

pelo surgimento da obrigação de pagar o aluguel (aluguéis a pagar, no valor

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de R$ 1.000,00). Assim, o  ativo ficou constante em R$ 50.000,00 e o passivo

foi majorado em R$ 1.000,00, portanto, o patrimônio líquido (que é a diferença

entre ativo e passivo) ficou reduzido em R$ 1.000,00 (de R$ 50.000,00 para R$

49.000,00).

Utilizando a metáfora da caixa de areia, repare que a quantidade de areia exis-

tente entre bens, direitos e obrigações foi reduzida: foi tirado do patrimônio o

equivalente a “mil grãos de areia”, cavados do passivo, para gerar o buraco de

“mil grãos de areia”, representando a obrigação aluguéis a pagar, e essa areia

“foi jogada para fora do patrimônio”, reduzindo seu tamanho. Entre bens, direi-

tos e obrigações, o patrimônio que tinha, como um todo, entre ativos e passivos,

o equivalente a “cinquenta mil grãos de areia”, passa a ter apenas o equivalente a

“quarenta e nove mil grãos de areia”.

Ora, se a quantidade de areia existente entre os montinhos (recursos – bens e

direitos) e os buracos (obrigações) ficou reduzida (de 50.000,00 para 49.000,00),

o  patrimônio líquido foi alterado. Mas, por outro lado, não houve troca de valor

entre elementos do patrimônio. Essa situação enseja a ocorrência de um FATO

MODIFICATIVO DIMINUTIVO.

Antes de encerrar a análise deste fato contábil, proponho, a seguir, a colocação

de duas observações de cunho didático: quanto à diferença entre despesa de aluguel e

pagamento de aluguel devido e quanto ao registro dos aumentos e reduções do PL.

 Obs.: Para entender, definitivamente, a  diferença entre “despesa de aluguel”

e “pagamento de aluguel devido”, devemos nos reportar ao conceito do

REGIME DE COMPETÊNCIA.

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Pois bem, pelo princípio de competência, as despesas devem ser registradas


quando incorridas, independentemente de pagamento. Isso quer dizer que há des-
pesa “SEMPRE QUE A OUTRA PARTE CUMPRIR O QUE ME HAVIA PROMETIDO”.
Lembrando que uma despesa é uma redução no patrimônio (que resulta em redução
de bens ou direitos ou, ainda, em aumento de obrigações).
No caso de um contrato de locação, a outra parte é o proprietário (denominado
senhorio ou locador). Sua obrigação é a de permitir que nossa empresa utilize seu
imóvel por um mês. Ao  final deste mês, o  locador já terá cumprido o que havia
combinado fazer e, assim: nasce no patrimônio do locador o direito ao recebimento
do aluguel e nasce no patrimônio de nossa empresa a obrigação de pagar aluguel.
Repare que, nascendo no patrimônio de nossa empresa a obrigação de pagar
aluguel, há uma REDUÇÃO no patrimônio. Que consiste, justamente, na DESPESA
DE ALUGUEL.
Recapitulando, a despesa de aluguel ocorre no final do mês, INDEPENDENTE-
MENTE DO PAGAMENTO, porque o senhorio (no final do mês) já cumpriu o que
havia combinado fazer (permitir que a empresa utilizasse seu imóvel) e, assim, já
nasce no patrimônio da empresa a obrigação de pagar aluguel (geralmente no dia
10 do mês seguinte). É isso que reduz o patrimônio da empresa e, portanto, enseja
a ocorrência de despesa.
Por outro lado, considere que nossa empresa tenha (no dia 9 de um determinado
mês), em seu patrimônio, a obrigação de pagar o aluguel do mês anterior (que
vence no dia 10). Nessa situação, no dia seguinte, nossa empresa abrirá mão de
dinheiro e quitará uma obrigação sua.
Repare que esse pagamento não logra diminuir o tamanho do patrimônio como
um todo, pois: se por um lado sai dinheiro do patrimônio, por outro lado, some
uma obrigação. Assim, no cômputo geral, o total de [recursos (bens/direitos) (-)

obrigações (=) PL] permanece constante.

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Recapitulando, o eventual pagamento, a ocorrer no dia 10 do mês posterior,

referente ao aluguel já devido (desde o último dia do mês) não vai ensejar receita

nem despesa, será, tão somente, troca de dinheiro por quitação de obrigação, ou

seja, fato permutativo.

Aproveito a ocasião para informar que ao longo deste curso voltaremos (várias

vezes) ao assunto, com o objetivo de sedimentação do conceito e do pensamento

acerca do patrimônio com base no regime de competência, notadamente quando

estivermos apresentando lançamentos contábeis.

 Obs.: Neste ponto da matéria, ainda, pode surgir uma dúvida, típica de alunos que

já tiveram contato com a contabilidade, a seguir reproduzida. No momento

da ocorrência do fato em questão (fato modificativo diminutivo) a redução

do patrimônio é registrada diretamente no patrimônio líquido (conforme

acima representado) ou é registrada em uma conta especial (conta de resul-

tado), ficando o patrimônio líquido constante até o final do exercício?

Faz-se mister esclarecer que, no momento, estamos analisando (do ponto de

vista dos respectivos efeitos patrimoniais) os fatos contábeis, sem qualquer

preocupação com o modelo de registro do fato no sistema de informações contábil,

a técnica do registro dos fatos contábeis (lançamento) será vista adiante neste

ponto, após a introdução do conceito de conta contábil, de livros contábeis e da

apresentação das teorias das contas. Assim, por enquanto, apenas a título de

esclarecimento, basta saber que: no momento de ocorrência do fato modificativo

diminutivo, já há redução do patrimônio, e  que essa redução não é diretamente

registrada no patrimônio líquido de imediato, mas que essa redução fica registra-

da em uma conta denominada “de resultado”, durante um período denominado

exercício e, ao seu final, a informação é transferida para o patrimônio líquido.

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Porém, mantendo nosso objetivo de apresentação didática da contabilidade,

não levaremos em conta as formalidades de lançamento e de contas, para concen-

trarmos a atenção no entendimento do efeito dos eventos no patrimônio (que permite

a correta classificação dos fatos contábeis e que facilitará muito o aprendizado dos

lançamentos).

Receita de comissão

Antes de iniciar a análise do evento denominado receita de comissão (no

valor de R$ 3.000,00), cabe uma breve referência ao que já foi apresentado quan-

do da análise do regime de competência. Por receita, entende-se um aumento do

patrimônio; assim, quando se fala em receita de comissão, subentende-se: que

houve uma intermediação de negócios, realizada por nossa empresa, que nossa

empresa, logrando sucesso na intermediação do negócio, cumpriu sua parte no

que havia sido combinado e que, assim, nasce para nossa empresa um direito, o de

recebimento da comissão, pela intermediação realizada (denominado comissões

a receber).

Para a análise dos efeitos no patrimônio desse evento, receita de comissão,

(no valor de R$ 3.000,00), partiremos de um patrimônio inicial, proposto, contendo

apenas dinheiro (R$ 50.000,00 em dinheiro – em caixa).

Na situação inicial proposta, portanto, a quantidade de “areia” (entre bens,

direitos e obrigações) é de “cinquenta mil grãos de areia”, representados por:

• um montinho de R$ 50.000,00 – em dinheiro  ativo;

• um buraco tapado de R$ 0,00 – nenhuma obrigação  passivo.

Consequentemente, o patrimônio líquido deve ser representado por um buraco

de R$ 50.000,00.

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Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio, do

evento receita de comissão (no valor de três mil reais).

Irá aparecer, nesse patrimônio, um direito que antes não existia  o direito de

receber a comissão pela intermediação de negócios realizada (denominado comis-

sões a receber, no valor de R$ 3.000,00). O aparecimento desse direito aumenta

o valor do patrimônio  de cinquenta mil reais, para cinquenta e três mil reais.

A figura a seguir ilustra a composição do patrimônio antes e depois da ocorrência

do evento.

Veja que, no ativo, houve um aumento de cinquenta mil reais para cinquenta e

três mil reais, pela entrada de um direito no valor de R$ 3.000,00. Por outro lado,

no passivo não houve qualquer modificação. Assim, se o ativo foi majorado em

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R$ 3.000,00 e o passivo ficou constante, o patrimônio líquido (que é a diferença

entre ativo e passivo) foi majorado em 3.000,00 (de 50.000,00 para 53.000,00).

Utilizando a metáfora da caixa de areia, repare que a quantidade de areia exis-

tente entre recursos (bens/direitos) e obrigações foi majorada: foi colocado no

patrimônio o equivalente a “três mil grãos de areia”, no ativo, para gerar um mon-

tinho de “três mil grãos de areia”, representando o direito comissões a receber

e essa areia “caiu de paraquedas no patrimônio” aumentando o seu tamanho.

Entre recursos (bens/direitos) e obrigações, o patrimônio que tinha o equivalente

a “cinquenta mil grãos de areia” passa a ter o equivalente a “cinquenta e três mil

grãos de areia”.

Ora, se a quantidade de areia existente entre os montinhos (recursos – bens/

direitos) e os buracos (obrigações) foi majorada (de R$ 50.000,00 para R$

53.000,00), o patrimônio líquido foi alterado. Mas, por outro lado, não houve troca

de valor entre elementos do patrimônio. Essa situação enseja a ocorrência de um

FATO MODIFICATIVO AUMENTATIVO.

 Obs.: Conforme comentado no exemplo anterior, neste ponto da matéria também

pode surgir a mesma dúvida, típica de alunos que já tiveram contato com a

contabilidade: no momento da ocorrência do fato em questão (fato modifi-

cativo aumentativo), o aumento do patrimônio é registrado diretamente no

patrimônio líquido (conforme acima representado) ou é registrado em uma

conta especial (conta de resultado), ficando o patrimônio líquido constante

até o final do exercício?

Analiso, aqui, também esta dúvida porque, apesar de irrelevante para a correta

classificação do evento em tela como fato modificativo diminutivo, é uma dúvida

recorrente de alunos, neste ponto da matéria.

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Conforme já colocado, cabe relembrar que, no momento, estamos analisando

(do ponto de vista dos respectivos efeitos patrimoniais) os fatos contábeis, sem

qualquer preocupação com o modelo de registro do fato no sistema de informações

contábil, a técnica do registro dos fatos contábeis (lançamento) será vista adiante

neste curso, após a introdução do conceito de conta contábil, de livros contábeis e

da apresentação das teorias das contas. Assim, por enquanto, basta saber que: no

momento já há aumento do patrimônio, mas esse aumento não é diretamente

registrado no patrimônio líquido de imediato, então, esse aumento fica registrado

em uma conta denominada “de resultado” durante um período denominado

exercício e, ao seu final, a informação é transferida para o patrimônio líquido.

Adicionalmente, mantendo nosso objetivo de apresentação didática da contabi-

lidade, não levaremos em conta as formalidades de lançamento e de contas, para

concentrarmos a atenção no entendimento do efeito dos eventos no patrimônio

(que permite a correta classificação dos eventos apresentados e que facilitará

sobremaneira o ulterior aprendizado dos registros – lançamentos).

Pagamento do Aluguel Devido

Para facilitar a análise dos efeitos patrimoniais do evento denominado paga-

mento do aluguel devido (no valor de R$ 1.000,00), cabe referenciar que, quando

se fala em pagamento do aluguel devido, subentende-se: que há um contrato

de locação, que nossa empresa é locatária e usou o imóvel por um mês, o locador

(proprietário) cumpriu sua parte no combinado, ou seja, permitiu que o locatário

utilizasse o imóvel por um mês, que, portanto, ocorreu uma despesa de aluguel,

reduzindo o patrimônio de nossa empresa, o que fez surgir a obrigação de pagar o

aluguel e agora, nossa empresa vai utilizar o dinheiro que tem em caixa para pagar

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o aluguel devido, quitando sua obrigação. Isso geralmente acontece até o dia 10 do

mês subsequente ao do aluguel incorrido.

Para a análise dos efeitos no patrimônio desse evento, denominado paga-

mento do aluguel devido, (no valor de R$ 1.000,00), partiremos de um patri-

mônio inicial, proposto, contendo dinheiro (R$ 50.000,00 em dinheiro, em caixa) e

uma obrigação (de pagar o aluguel, denominada aluguéis a pagar, no valor de

R$ 1.000,00), resultando em um patrimônio de R$ 49.000,00.

Na situação inicial proposta, portanto, a quantidade de “areia” (entre recursos,

bens/direitos e obrigações) é de “quarenta e nove mil grãos de areia”, represen-

tados por:

• um montinho de R$ 50.000,00 – em dinheiro  ativo;

• um buraco de R$ 1.000,00 – obrigação aluguéis a pagar  passivo.

Consequentemente, o patrimônio líquido deve ser representado por um buraco

de R$ 49.000,00.

Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio, desse

evento pagamento do aluguel devido (no valor de mil reais):

• será reduzido o valor em dinheiro existente nesse patrimônio pela saída do

dinheiro, no valor de R$ 1.000,00;

• ocorrerá, por outro lado, o desaparecimento da obrigação de pagar o aluguel,

no valor de mil reais, também.

A figura a seguir ilustra a composição do patrimônio antes e depois da ocorrência

do evento.

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Veja que, no ativo, houve uma redução de valores, de cinquenta mil reais para

quarenta e nove mil reais, em dinheiro. Por outro lado, no passivo houve também

uma redução de valores, pelo desaparecimento da obrigação de pagar o aluguel

(aluguéis a pagar, no valor de R$1.000,00). Assim, o  ativo foi reduzido de R$

50.000,00 para R$ 49.000,00 e o passivo também foi reduzido em R$ 1.000,00

(de R$ 1.000,00 para zero). Portanto, o patrimônio líquido (que é a diferença entre

ativo e passivo) ficou constante, no valor de R$ 49.000,00.

Utilizando a metáfora da caixa de areia, repare que a quantidade de areia exis-

tente entre bens, direitos e obrigações não foi alterada: foi tirado do patrimônio o

equivalente a “mil grãos de areia”, do montinho que representa dinheiro, no ativo,

e essa areia foi “utilizada para tapar um buraco existente no passivo” (reduzindo,

portanto, o tamanho do passivo). Entre bens, direitos e obrigações, o patrimônio

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que tinha o equivalente a “quarenta e nove mil grãos de areia” continua tendo

exatamente esse tamanho, equivalente a “quarenta e nove mil grãos de areia”.


Ora, se a quantidade de areia existente entre os montinhos (recursos, bens/
direitos) e os buracos (obrigações) permaneceu constante (em R$ 49.000,00),
o  patrimônio líquido não foi alterado. Mas, por outro lado, houve troca de valor
entre elementos do patrimônio (dinheiro e obrigação). Essa situação enseja a
ocorrência de um FATO PERMUTATIVO.

 Obs.: Repare que, apesar de ter havido pagamento, não há despesa no momento
em que o dinheiro sai do patrimônio. Isso está de acordo com os conceitos
relativos ao princípio da competência, definidos no art. 9º da Resolução CFC
n. 750, de 1993, e com o pronunciamento conceitual básico do CPC.

Venda pelo Custo – à Vista

Na contabilidade, o momento da venda é um momento mágico. Isso porque,


pelo princípio de competência, é nesse momento que o vendedor cumpre o que
havia combinado (entregar um bem para terceiros, no caso, o comprador). Assim,
nesse momento é que ocorre um fato que pode vir a ensejar o aumento ou mes-
mo a redução de seu patrimônio, independentemente do recebimento de valores,
que pode ocorrer antes da venda, no próprio momento ou posteriormente à sua
ocorrência.
Para a análise dos efeitos, no patrimônio, desse evento, venda pelo custo – à
vista, (no valor de R$ 15.000,00), partiremos de um patrimônio inicial, proposto,
contendo dinheiro (R$ 35.000,00 em dinheiro colocado pelos sócios), um estoque
de mercadorias para venda (bens denominados estoque de mercadorias, no
valor de R$ 15.000,00) e nenhuma obrigação, resultando em um patrimônio líquido

de R$ 50.000,00.

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Na situação inicial proposta, portanto, a quantidade de “areia” (entre recursos,

bens/direitos e obrigações) é de “cinquenta mil grãos de areia”, representados por:

• um montinho de R$ 35.000,00 – em dinheiro  ativo;

• um montinho de R$ 15.000,00 – estoque de mercadorias  ativo;

• um buraco tapado, no valor de R$ 0,00 – representando nenhuma obrigação

a pagar.

Consequentemente, o patrimônio líquido deve ser representado por um buraco

de R$ 50.000,00.

Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio, do

evento venda pelo custo (no valor de quinze mil reais):

• Será aumentado o valor em dinheiro existente nesse patrimônio, pela entrada

de R$ 15.000,00, entregues pelo cliente.

• Ocorrerá, por outro lado, o desaparecimento de estoque de mercadorias, no

valor dos mesmos quinze mil reais.

A figura a seguir ilustra a composição do patrimônio antes e depois da ocorrência

do evento.

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Veja que, no ativo, houve uma redução e um aumento de valores, respectiva-


mente, redução de quinze mil reais, em mercadorias, para zero; e aumento, no
mesmo montante (de trinta e cinco mil reais para cinquenta mil reais), na quanti-
dade de dinheiro existente. Por outro lado, no passivo não houve qualquer aumento
ou redução. Assim, o patrimônio líquido (que é a diferença entre ativo e passivo)
ficou constante, no valor de R$ 50.000,00.
Utilizando a metáfora da caixa de areia, repare que a quantidade de areia exis-
tente entre bens, direitos e obrigações não foi alterada: é como se tivesse sido
tirado do patrimônio o equivalente a “quinze mil grãos de areia” do montinho que
representa o estoque de mercadorias no ativo e essa areia tivesse sido jogada fora
(para fora do patrimônio, em direção ao patrimônio do cliente) e tivesse caído de
paraquedas “quinze mil grãos de areia” (vindos do patrimônio do cliente, para nosso

patrimônio) aumentando o montinho que representa o dinheiro existente.

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Ora, se a quantidade de areia existente entre os montinhos (bens e direitos) e

os buracos (obrigações) permaneceu constante (em R$ 50.000,00), o patrimônio

líquido não foi alterado. Mas, por outro lado, houve troca de valor entre elementos

do patrimônio (dinheiro e estoque de mercadorias). Essa situação enseja a ocor-

rência de um FATO PERMUTATIVO.

Venda com lucro – à vista

Vimos que a venda é um momento mágico, pelo princípio de competência.

Todas as considerações apresentadas no item anterior aqui também são aplicáveis.

Para a análise dos efeitos, no patrimônio, desse evento, venda com lucro – à

vista, (no valor de R$ 20.000,00, referente a mercadorias anteriormente adqui-

ridas por R$ 15.000,00), partiremos de um patrimônio inicial, proposto, contendo

dinheiro (R$ 35.000,00 em dinheiro – em caixa), um estoque de mercadorias para

venda (bens denominados estoque de mercadorias, no valor de R$ 15.000,00) e

nenhuma obrigação, resultando em um patrimônio de R$ 50.000,00.

Na situação inicial proposta, portanto, a quantidade de “areia” (entre recursos,

bens/direitos e obrigações) é de “cinquenta mil grãos de areia”, representados por:

• montinhos de areia totalizando R$ 50.000,00:

− um montinho de R$ 35.000,00 – em dinheiro – ativo;

− um montinho de R$ 15.000,00 – estoque de mercadorias – ativo.

• um buraco tapado, no valor de R$ 0,00, representando nenhuma obrigação

a pagar.

Consequentemente, o patrimônio líquido deve ser representado por um buraco

de R$ 50.000.

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Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio, do

evento venda com lucro (no valor de R$ 20.000,00, referente a bens adquiridos

por R$ 15.000,00):

• será aumentado o valor em dinheiro existente nesse patrimônio pela entrada

de R$ 20.000,00, entregues pelo cliente;

• ocorrerá, por outro lado, o desaparecimento de estoque de mercadorias, no

valor de quinze mil reais.

A figura a seguir ilustra a composição do patrimônio antes e depois da ocorrência

do evento.

Veja que, no ativo, houve uma redução e um aumento de valores. Respectiva-

mente: redução do valor de mercadorias, de quinze mil reais para zero e aumento

de dinheiro, de trinta e cinco mil reais para cinquenta e cinco mil reais. Por outro

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lado, no passivo não houve qualquer aumento ou redução. Assim, o  patrimônio

líquido (que é a diferença entre ativo e passivo) ficou majorado no valor de R$

5.000,00 (de R$ 50.000,00 para R$ 55.000,00).

Utilizando a metáfora da caixa de areia, repare que a quantidade de areia exis-

tente entre bens, direitos e obrigações foi alterada: é como se tivesse sido tirado do

patrimônio o equivalente a “quinze mil grãos de areia”, do montinho que representa

o estoque de mercadorias no ativo, e essa areia tivesse sido jogada fora (para fora

do patrimônio, em direção ao patrimônio do cliente) e tivesse caído de paraquedas

“vinte mil grãos de areia” (vindos do patrimônio do cliente para o patrimônio da

empresa), aumentando o montinho que representa o dinheiro existente.

Ora, se a quantidade de areia existente entre os montinhos (bens e direitos) e

os buracos (obrigações) foi majorada (em R$ 5.000,00  de R$ 50.000,00 para

R$ 55.000,00), o  patrimônio líquido foi alterado para maior. Adicionalmente,

houve, também, alteração de valor em mais de um elemento representativo

de ativos ou passivos, troca de valor entre elementos do patrimônio (dinheiro

e estoque de mercadorias). Essa situação enseja a ocorrência de um FATO MISTO

AUMENTATIVO.

Venda com prejuízo – à vista

Para a análise dos efeitos, no patrimônio, desse evento, denominado venda

com prejuízo – à vista, (no valor de R$ 10.000,00, e referente a estoque adqui-

rido por R$ 15.000,00), partiremos de um patrimônio inicial, proposto, contendo

dinheiro (R$ 35.000,00 em dinheiro em caixa) e um estoque de mercadorias para

venda (bens denominados estoque de mercadorias, no valor de R$ 15.000,00),

resultando em um patrimônio de R$ 50.000,00.

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Na situação inicial proposta, portanto, a quantidade de “areia” (entre bens,

direitos e obrigações) é de “cinquenta mil grãos de areia”, representados por:

• Um ativo, composto por montinhos de areia que totalizam R$ 50.000,00:

− um montinho de 35.000,00 – em dinheiro  ativo;

− um montinho de 15.000,00 – estoque de mercadorias  ativo.

• Um passivo composto por um buraco tapado, no valor de R$ 0,00, represen-

tando nenhuma obrigação a pagar.

Consequentemente, o patrimônio líquido deve ser representado por um buraco

de R$ 50.000,00.

Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio, do

evento venda com prejuízo (no valor de R$ 10.000,00, e referente a bens adqui-

ridos por R$ 15.000,00):

• será aumentado o valor em dinheiro existente nesse patrimônio, pela entrada

de R$ 10.000,00, entregues pelo cliente;

• ocorrerá, por outro lado, o desaparecimento de estoque de mercadorias, no

valor de quinze mil reais.

A figura a seguir ilustra a composição do patrimônio antes e depois da ocorrência

do evento.

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Veja que, no ativo, houve redução e aumento de valores, em diferentes elementos.


Respectivamente: redução do valor do estoque de mercadorias, de quinze mil reais
para zero e aumento de dinheiro, de trinta e cinco mil reais para quarenta e cinco
mil reais. Por outro lado, no passivo não houve qualquer alteração. Assim, o patri-
mônio líquido (que é a diferença entre ativo e passivo) ficou reduzido no valor de
R$ 5.000,00 (de R$ 50.000,00 para R$ 45.000,00).
Utilizando a metáfora da caixa de areia, repare que a quantidade de areia exis-
tente entre recursos (bens e direitos) e obrigações foi alterada. É como se: tivesse
sido tirado do patrimônio o equivalente a “quinze mil grãos de areia”, do montinho
que representa o estoque de mercadorias no ativo, e essa areia tivesse sido jogada
fora (para fora do patrimônio, em direção ao patrimônio do cliente) e tivesse caído,
de paraquedas, no patrimônio o equivalente a “dez mil grãos de areia” (vindos do
patrimônio do cliente, para nosso patrimônio) aumentando o montinho de areia

que representa o dinheiro existente.

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Ora, se a quantidade de areia existente entre os montinhos (recursos, bens e

direitos) e os buracos (obrigações) foi reduzida (em R$ 5.000,00, de R$ 50.000,00

para R$ 45.000,00), o  patrimônio líquido foi alterado, reduzido. Adicionalmente,

houve, ainda, alteração no valor de mais de um elemento representativo do ativo ou

do passivo, uma troca de valor entre elementos do patrimônio (dinheiro e estoque

de mercadorias). Essa situação enseja a ocorrência de um FATO MISTO DIMINUTIVO.

Pagamento de Duplicata com Abatimento

O conceito de duplicata e demais títulos de crédito

Uma das maiores dificuldades no estudo da contabilidade é o entendimento dos

acontecimentos típicos do mundo dos negócios, da vida das empresas. Antes de

dominar as técnicas contábeis, é necessário conhecer os fatos jurídicos, os contratos

e os procedimentos administrativos inerentes ao funcionamento de uma atividade

econômica, bem como seus efeitos patrimoniais.

Somente tendo uma clara ideia do fato ocorrido (tanto do ponto de vista prá-

tico quanto teórico) é que será possível dominar a técnica de seu registro. Esses

acontecimentos, da vida de uma empresa, são atinentes a outras áreas do conhe-

cimento que não propriamente a contabilidade, regrados pelo direito e avaliados

do ponto de vista da economia e da administração, com a utilização de técnicas

próprias da matemática financeira e, em alguns casos, da estatística. Dessa forma,

em nosso curso, são feitas alusões a conceitos típicos dessas disciplinas, sem os

quais, o entendimento da contabilidade ficaria prejudicado.

Pois bem, para analisar o pagamento de duplicata com abatimento, vamos

iniciar por uma breve explanação dos conceitos relativos à títulos de crédito e,

especificamente, à duplicata.

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Observações teóricas sobre duplicatas e títulos de crédito em geral

Títulos de crédito podem ser conceituados, de forma simples, direta e didática,

como um papel, onde está escrito que alguém deve entregar uma soma de dinheiro

a outro alguém, em um determinado momento futuro. Esse é o conceito de cartula-

ridade: a obrigação (antes intangível) passa a existir em um papel (que é palpável).

O título tem a capacidade de mudar de mãos e, quando isso ocorre, quem

adquire o papel passa a ser aquele que tem o direito de exigir o pagamento nele

referenciado, com a especificidade de que esse pagamento pode ser exigido do

devedor inicial ou daquele que, posteriormente, passou o título adiante. Esse é o

conceito de mobilização do crédito (que passa de mãos em mãos) através da

passagem do título, denominada endosso.

Veja que, assim, o crédito passa a ser utilizável, pelo credor, mesmo antes da

data de sua quitação pelo devedor. Para isso, basta negociar com terceiros o endosso

do título, por um determinado valor acordado entre as partes.

Nos títulos de crédito em geral, há a presença de três figuras (personagens):

• o sacador: aquele que dá a ordem para que alguém pague um valor para

alguém;

• o sacado: aquele que recebe a ordem para pagar um valor a alguém; e

• o tomador: também chamado de beneficiário, aquele que deve receber o

valor a ser pago.

Toda a teoria dos títulos de crédito está baseada na ideia da letra de câmbio

(que tem, em sua estrutura, a possibilidade de definição de três pessoas diferentes

para designar o sacador, o sacado e o tomador). Porém, a letra de câmbio não é

largamente utilizada no Brasil e, assim, concentraremos nosso estudo nos títulos

de crédito efetivamente utilizados.

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Classificação e características dos títulos de crédito

São exemplos dos títulos de créditos mais utilizados no Brasil a duplicata e a

nota promissória. Há, também, um título que, apesar de não se classificar como um

típico título de crédito, tem o formato de um título de crédito, trata-se do cheque.

O cheque é denominado cambialiforme (tem a forma de um título de crédito, sem

que o seja), porque sendo uma ordem de pagamento à vista, não representa um

valor a ser pago em um momento futuro, mas no presente. Outra peculiaridade do

cheque é que ele não pode circular indefinidamente, a lei proíbe mais do que um

endosso.

Falando da duplicata, temos que se trata de um título de crédito causal (ou

seja, que deve ter uma causa de sua existência determinada em lei). A causa da

duplicata somente pode ser uma venda de mercadorias/produtos ou a prestação

de serviços, ambos a prazo. Na duplicata, quem emite o documento (sacador) é o

vendedor (dos bens ou serviços) e quem fica obrigado a pagar o valor (sacado) é o

comprador. Para que o comprador fique efetivamente obrigado a pagar o valor cons-

tante da duplicata, é necessário que ele aceite o título (expressamente, assinan-

do na face do título; ou tacitamente, atestando o recebimento do bem ou serviço

vendido). Finalmente, o nome duplicata deriva do fato de que ela seja uma cópia

da nota fiscal (da venda do bem ou do serviço). Em suma, quando uma empresa

efetua vendas a prazo de bens ou serviços, ela passa a ser a titular de um direito

denominado DUPLICATAS A RECEBER e, ao contrário, quando uma empresa efetua

compras a prazo de bens ou serviços, contrai uma obrigação denominada DUPLICATAS

A PAGAR.

A nota promissória, por outro lado, não tem causa definida em lei, ou seja,

o motivo pelo qual uma nota promissória veio a existir é irrelevante. Em outras

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palavras, a nota promissória é autônoma em relação à causa que a ensejou. Na

nota promissória, o devedor da obrigação é quem emite o título e o credor é o

beneficiário do pagamento.

Finalmente, quanto ao cheque, o  emitente do cheque (correntista, titular da

conta corrente no banco) é o sacador. O banco, que recebe a ordem para pagar o

valor consignado no cheque, é o sacado. E o tomador é o beneficiário do cheque

(o portador, ou aquele determinado no próprio documento, se o cheque for nominal).

Resumidamente, na tabela abaixo, apresentamos os três principais tipos de

títulos utilizados em nosso país, com a indicação dos sujeitos a cada um deles

relacionados.

Título Duplicata Promissória Cheque


o Corren-
Sacador o Vendedor o Devedor
tista
Sacado o Comprador o Devedor o Banco
o Benefici-
Tomador o Vendedor o Credor
ário
Obs:
(*) na duplicata, as figuras do Sacador e do Tomador se confudem na pessoa do Vendedor
(**) na Promissória, as figuras do Sacador e do sacado se confundem na pessoa do Devedor

Análise do Fato – Pagamento de duplicata com abatimento

Visto que a existência de uma duplicata a pagar decorre da compra de bens ou

serviços a prazo, o pagamento de duplicata, com abatimento, significa a quitação

da obrigação de pagar, pelo bem ou serviço antes adquirido, com uma redução do

valor devido (ou seja, pagando menos do que o valor inicialmente acordado entre

as partes).

Para a análise dos efeitos no patrimônio desse evento, pagamento de du-

plicata com abatimento, (de R$ 14.000,00, para quitação de uma obrigação

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inicialmente contraída no valor de R$ 15.000,00), partiremos de um patrimônio

inicial, proposto, contendo dinheiro (R$ 50.000,00 em dinheiro, em caixa), um

estoque de mercadorias para venda (bens denominados estoque de mercadorias,

no valor de R$ 15.000,00) e uma obrigação de pagar por compras a prazo

(denominada duplicatas a pagar, no valor de R$ 15.000,00), resultando em um

patrimônio de R$ 50.000,00.

Na situação inicial proposta, portanto, a quantidade de “areia” (entre recursos,

bens/direitos e obrigações) é de “cinquenta mil grãos de areia”, representados por:

• Um ativo, composto de montinhos que totalizam R$ 65.000,00:

− um montinho de R$ 50.000,00 – em dinheiro  ativo;

− um montinho de R$ 15.000,00 – estoque de mercadorias  ativo.

• Um passivo composto por um buraco, de R$ 15.000,00, representando a

obrigação a pagar a duplicata pela compra realizada a prazo  passivo.

Consequentemente, o patrimônio líquido deve ser representado por um buraco

de R$ 50.000,00.

Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio, do

evento denominado pagamento de duplicata com abatimento (no valor de

R$ 14.000,00, para quitação de uma obrigação inicialmente contratada por R$

15.000,00):

• será reduzido o valor em dinheiro existente nesse patrimônio, pela saída de

R$ 14.000,00, entregues ao vendedor;

• ocorrerá, por outro lado, o desaparecimento de uma obrigação (denominada

duplicatas a pagar) de quinze mil reais.

A figura a seguir ilustra a situação anterior e posterior à ocorrência do fato.

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Veja que, no ativo, houve uma redução do valor do dinheiro existente, no total

de quatorze mil reais – de cinquenta mil reais para trinta e seis mil reais. Por outro

lado, no passivo, houve também uma redução, porém, no total de quinze mil reais,

ou seja, dos quinze mil reais iniciais para zero (pelo desaparecimento da obriga-

ção duplicatas a pagar). Assim, o patrimônio líquido (que é a diferença entre ati-

vo e passivo) ficou majorado no valor de R$ 1.000,00 (de R$ 50.000,00 para R$

51.000,00).

Utilizando a metáfora da caixa de areia, repare que a quantidade de areia exis-

tente entre recursos (bens/direitos) e obrigações foi alterada: é como se tivesse

sido tirado do patrimônio o equivalente a “quatorze mil grãos de areia”, do montinho

que representa dinheiro em caixa, no ativo, esses “quatorze mil grãos de areia”

tivessem sido utilizadas para tapar (ainda que parcialmente) o buraco duplicatas a

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pagar, no passivo, e, ainda, tivesse caído de paraquedas no patrimônio o equiva-


lente a “mil grãos de areia”, terminando de tapar o buraco que representa a obri-
gação duplicatas a pagar, anteriormente existente no passivo.
Ora, se a quantidade de areia existente entre os montinhos (recursos, bens/
direitos) e os buracos (obrigações) foi aumentada (em R$ 1.000,00 – de R$
50.000,00 para R$ 51.000,00), o  patrimônio líquido foi alterado (majorado).
Adicionalmente, houve, ainda, uma troca de valor entre elementos do patrimônio
(dinheiro e duplicatas a pagar). Essa situação enseja a ocorrência de um FATO MISTO
AUMENTATIVO.

Recebimento de duplicata com juros

A existência de duplicatas a receber no patrimônio é decorrente da realização


de vendas a prazo e consiste no direito de exigir o pagamento do valor referente
à venda. Assim, quando há recebimento com juros, a empresa recebe – além do
valor inicialmente contratado (valor da venda a prazo) – um valor adicional, a título
de juros.2
Para a análise dos efeitos, no patrimônio, desse evento, denominado recebi-
mento de duplicata com juros, (de R$ 16.000,00, pela quitação do valor, inicial-
mente contratado, de R$ 15.000,00, sendo os R$ 1.000,00 adicionais recebidos a
título de encargos pelo atraso na quitação), partiremos de um patrimônio inicial,
proposto, contendo dinheiro (R$ 35.000,00 em dinheiro – em caixa), um direito de
exigir que clientes paguem por vendas realizadas a prazo (denominado duplicatas
a receber, no valor de R$ 15.000,00) e nenhuma obrigação, no Passivo, resultando

em um patrimônio de R$ 50.000,00.
2
O conceito de juros é o do valor do dinheiro no tempo. Assim, juros a receber são, geralmente, o resultado
de uma operação qualquer em que nossa empresa deixou dinheiro com alguém, por algum tempo e, então,
ficou na posição de exigir, dessa pessoa, uma remuneração do dinheiro. No exemplo, os juros são decorren-
tes do fato de que não houve pagamento na data inicialmente acordada, mas a quitação ocorreu com atraso.

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Na situação inicial proposta, portanto, a quantidade de “areia” (entre recursos,

bens/direitos e obrigações) é de “cinquenta mil grãos de areia”, representados por:

• um ativo, composto por montinhos de areia que totalizam R$ 50.000,00:

− um montinho de R$ 35.000,00 – em dinheiro em caixa  ativo;

− um montinho de R$ 15.000,00 – Duplicatas a receber  ativo;

• um passivo composto por um buraco tapado, no valor de R$ 0,00, represen-

tando a inexistência de obrigações a pagar  passivo.

Consequentemente, o patrimônio líquido deve ser representado por um buraco

de 50.000,00.

Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio, do

evento denominado recebimento de duplicata com juros (no valor de R$

16.000,00, relativo a um direito de R$ 15.000,00 e com a incidência de encargos

no valor de R$ 1.000,00):

• será aumentado o valor em dinheiro existente nesse patrimônio, pela entrada

de R$ 16.000,00, entregues pelo comprador;

• ocorrerá, por outro lado, o desaparecimento de um direito (denominado

duplicatas a receber), no valor de quinze mil reais.

A figura a seguir ilustra as situações anterior e posterior à ocorrência do fato.

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Veja que, no ativo, houve um aumento e uma redução de valores: um aumento


na quantidade de dinheiro existente, no montante de R$ 16.000,00, de trinta e cinco
mil reais para cinquenta e um mil reais em dinheiro e uma redução no direito du-
plicatas a receber, no montante de quinze mil reais, dos quinze mil reais iniciais,
para zero. Por outro lado, no passivo não houve qualquer aumento ou redução.
Assim, o patrimônio líquido (que é a diferença entre ativo e passivo) ficou majorado
do valor em R$ 1.000,00 (de R$ 50.000,00 para R$ 51.000,00).
Utilizando a metáfora da caixa de areia, repare que a quantidade de areia exis-
tente entre bens, direitos e obrigações foi alterada. É como se: tivesse saído do
patrimônio o equivalente a “quinze mil grãos de areia”, do montinho que repre-
senta o direito duplicatas a receber, no ativo esses “quinze mil grãos de areia”
tivessem sido colocados no montinho que representa dinheiro em caixa, e tivesse
caído de paraquedas no patrimônio o equivalente a “mil grãos de areia” adicionais,

também colocados no montinho que representa dinheiro, em caixa, no ativo.

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Ora, se a quantidade de areia existente entre os montinhos (recursos – bens/

direitos) e os buracos (obrigações) foi aumentada (em R$ 1.000,00  de R$

50.000,00 para R$ 51.000,00), o  patrimônio líquido foi alterado – majorado.

Adicionalmente, houve, também, uma troca de valor entre elementos do patrimônio

(dinheiro e duplicatas a receber). Essa situação enseja a ocorrência de um FATO

MISTO AUMENTATIVO.

Recebimento de duplicata com abatimento

Quando há recebimento do valor da duplicata com abatimento, a empresa rece-

be apenas parte do total esperado, inicialmente contratado.3

Para a análise dos efeitos, no patrimônio, desse evento denominado recebi-

mento de duplicata com abatimento, (recebimento de R$ 14.000,00, pela qui-

tação do valor, inicialmente contratado, de R$ 15.000,00, com uma redução de R$

1.000,00, a título de abatimento), partiremos de um patrimônio inicial proposto

contendo dinheiro (R$ 35.000,00 em dinheiro – em caixa), um direito de exigir que

clientes paguem por vendas realizadas a prazo (denominado duplicatas a receber,

no valor de R$ 15.000,00) e nenhuma obrigação, no passivo, resultando em um

patrimônio de R$ 50.000,00.

Na situação inicial proposta, portanto, a quantidade de “areia” (entre recursos,

bens/direitos e obrigações) é de “cinquenta mil grãos de areia”, representados por:

• Um ativo composto por montinhos de areia que totalizam R$ 50.000,00:

− um montinho de R$ 35.000,00 – em dinheiro em caixa  ativo;

− um montinho de R$ 15.000,00 – Duplicatas a receber  ativo.


3
Há, basicamente, dois motivos para ensejar o recebimento em valor menor do que o inicialmente contra-
tado: o fato de que o cliente estaria pagando em data anterior àquela do vencimento da duplicata e, pelo
valor do dinheiro no tempo, pagaria uma quantia menor do que aquela inicialmente contratada e uma nego-
ciação ulterior à venda, na qual o vendedor (provavelmente temendo a inadimplência do comprador), aceita
a quitação da operação por um valor menor.

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• Um passivo composto por um buraco tapado, no valor de R$ 0,00, represen-

tando a inexistência de obrigações a pagar  passivo.

Consequentemente, o patrimônio líquido deve ser representado por um buraco

de R$ 50.000,00.

Visto o patrimônio inicial proposto, analisaremos o efeito, no patrimônio, do evento

recebimento de duplicata com abatimento (recebimento de R$ 14.000,00,

relativo a um direito de R$ 15.000,00, com redução de R$ 1.000,00):

• será aumentado o valor em dinheiro existente nesse patrimônio, pela entrada

de R$ 14.000,00, entregues pelo comprador;

• ocorrerá, por outro lado, o desaparecimento de um direito (denominado

duplicatas a receber), de quinze mil reais.

A figura a seguir ilustra as situações anterior e posterior à ocorrência do fato.

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Veja que, no ativo, houve um aumento e uma redução de valores: um aumento

na quantidade de dinheiro existente, no valor de R$ 14.000,00, dos trinta e cinco

mil reais iniciais, para quarenta e nove mil reais e uma redução no direito dupli-

catas a receber, no valor de quinze mil reais, dos quinze mil reais iniciais, para

zero. Por outro lado, no passivo não houve qualquer aumento ou redução. Assim,

o patrimônio líquido (que é a diferença entre ativo e passivo) ficou reduzido em

R$ 1.000,00 (de R$ 50.000,00 para R$ 49.000,00).

Utilizando a metáfora da caixa de areia, repare que a quantidade de areia exis-

tente entre recursos (bens e direitos) e obrigações foi alterada. É como se: tivesse

saído do patrimônio o equivalente a “quinze mil grãos de areia”, do montinho que

representa o direito duplicatas a receber, no ativo, desses “quinze mil grãos de

areia”, “quatorze mil grãos de areia” tivessem sido colocados no montinho que

representa dinheiro em caixa e os outros “mil grãos de areia” tivessem sido jogadas

para fora do patrimônio, reduzindo-o.

Ora, se a quantidade de areia existente entre os montinhos (recursos – bens/

direitos) e os buracos (obrigações) foi reduzida em R$ 1.000,00 (de R$ 50.000,00

para R$ 49.000,00), o  patrimônio líquido foi alterado, reduzido. Adicionalmente,

houve, ainda, uma troca de valor entre elementos do patrimônio (dinheiro e dupli-

catas a receber). Essa situação enseja a ocorrência de um FATO MISTO DIMINUTIVO.

Garantias

Garantias Pessoais

As garantias pessoais, como é o caso do aval dado a terceiro, são eventos que

não caracterizam fato contábil, mas um mero ato (denominado, tecnicamente, no

âmbito da contabilidade, ato contábil ou ato administrativo). Para ilustrar a

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questão, cabe esclarecer que o aval é uma garantia típica dos títulos de crédito.

O avalista é aquele que, subsidiariamente ao sacado, assume a obrigação de

realizar o pagamento.4

Assim, se na data da exigência do título, o sacado não honrar seu compromisso,

o avalista poderá ter de fazê-lo. Repare que, nessa situação, somente no momento

em que o sacado não honrar seu compromisso, e se isso acontecer, nascerá uma

obrigação para o avalista (a obrigação de honrar o compromisso, no lugar do devedor

original). No momento em que o avalista concorda em garantir o pagamento do

título, não ocorre fato contábil, pois isso não enseja qualquer efeito no patrimônio.

Nota-se que as garantias em geral ensejam meros atos contábeis. Isso porque

quando se garante o adimplemento de uma obrigação, somente na condição (evento

futuro e incerto) de não pagamento tempestivo pelo devedor original, o garantidor

verá nascer em seu patrimônio uma obrigação exigível.

Direitos Reais de Garantia

A hipoteca é definida como um direito real de garantia sobre bens imóveis.

Em outras palavras, a  hipoteca ocorre quando alguém, necessitando de um

empréstimo por qualquer motivo, toma dinheiro emprestado nas seguintes condições:

• recebe o dinheiro;

• assume o compromisso de pagá-lo em uma determinada data (com ou sem

juros, conforme as condições de pagamento negociadas); e

• oferece ao credor, como garantia de que haverá o pagamento contratado, um

bem imóvel.

4
O termo “subsidiariamente”, aqui utilizado, deve ser entendido da seguinte maneira: caso não se consiga
cobrar o valor devido do devedor inicial, é possível cobrá-lo do avalista.

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Caso não ocorra o pagamento, conforme combinado, o credor pode tomar o


bem dado em garantia (no âmbito de uma ação judicial), realizar sua alienação
(hasta pública) e receber, do respectivo valor, o montante referente a seu direito.
Mas isso apenas no caso de não ocorrer pagamento.
Portanto, a hipoteca (dada ou recebida), no momento de sua instituição, não
logra alterar, de forma alguma, o patrimônio do devedor ou do credor, caracteri-
zando mero ATO. Apenas na condição (evento futuro e incerto) de não pagamento
tempestivo das prestações advindas do empréstimo, é que, de forma ulterior e
superveniente, ocorrerá um fato contábil.
Outras figuras assemelhadas à hipoteca são: o penhor e a anticrese.
O penhor é, em tudo, semelhante à hipoteca, com a diferença de que o bem
dado em garantia não é imóvel, mas sim, um bem móvel.
A anticrese consiste no oferecimento de um bem para que, com a utilização dos
frutos5 daquele bem, possa ser feita a quitação da obrigação atinente ao emprés-
timo. Um exemplo seria a quitação do valor do empréstimo com a utilização dos
aluguéis da locação de um bem dado em anticrese.
Ainda, falando em garantia, não podemos deixar de fazer referência à fiança, já
comentada nesta aula, que é uma garantia pessoal dada por alguém para assegurar
que um contrato seja cumprido.
Todas essas garantias são ATOS, pelos motivos acima colocados.

Contas Contábeis e Escrituração


A escrituração consiste no registro dos eventos ocorridos, de forma estruturada.
Para isso, são utilizados livros próprios e contas contábeis. A seguir, trataremos

desses conceitos.
5
Frutos são definidos como aquilo que pode ser separado de um bem, sem destruí-lo. Em outras palavras,
frutos são os bens acessórios gerados pelo bem principal, sem que este seja destruído. Exemplos de frutos
são: para a terra, o aluguel; para o capital, os juros; para árvores, as frutas etc.

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O Conceito de Conta Contábil

Por conta, entende-se um nome que agrega elementos patrimoniais ou

do resultado, com características semelhantes e que, por isso, demandam

controle e acompanhamento conjunto, e em separado dos demais elementos.

A título de exemplo, apresentamos, a seguir, alguns nomes que representam

recursos ou obrigações existentes em um determinado momento no patrimônio

e que possuem características específicas, servindo para definir contas contábeis

patrimoniais:

• Veículos (automóveis de passeio, utilitários, caminhões, motocicletas etc.);

• Estoques (mercadorias, produtos, matéria-prima, itens de almoxarifado etc.);

• Máquinas e equipamentos (itens de uso nas atividades industriais ou

administrativas como, por exemplo, computadores, prensas, serras, caldei-

ras etc.);

• Fornecedores (obrigação de pagar um valor aos fornecedores, pela aquisição

a prazo de mercadorias, matérias-primas e produtos).

A seguir, também a título exemplificativo, apresentamos alguns nomes que

indicam uma razão pela qual o patrimônio tenha aumentado (ou diminuído)

em um determinado período de tempo, servindo para definir contas contábeis

de resultado.

• Receita bruta de vendas (aumento do patrimônio no período, pela realização

de operações de venda).

• Receita de aluguéis (aumento do patrimônio no período, pela locação de

um imóvel para terceiros).

• Custo da mercadoria vendida (redução do patrimônio no período, pela

entrega a clientes de mercadorias que estavam no patrimônio).

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É importante esclarecer que não há norma determinando, de forma obri-

gatória, a utilização de determinados nomes para todas as contas de uma

entidade comercial, industrial ou prestadora de serviços. Pela diversidade de

componentes do patrimônio, são utilizadas, pela contabilidade, inúmeras contas e

cada entidade decide o conjunto de contas que lhe serão necessárias, considerando

seu ramo de atividade e transações específicas.

Portanto, de uma forma prática, é necessário conhecer os nomes usualmente

dados às contas.

Elementos das Contas Contábeis

Os elementos da conta são as informações que cada conta deve trazer, para

bem descrever e caracterizar o elemento patrimonial a que se refere no sistema

contábil de informações, são eles:

• o nome da conta;

• o valor patrimonial inicial da conta (denominado saldo inicial);

• os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta (registrados como

débitos ou como créditos, conforme o caso);6

• as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta (registrados como

débitos ou com créditos, conforme o caso);7

• o valor patrimonial final da conta (denominado saldo final).

Os aumentos e reduções no valor patrimonial da conta são registrados quando

da ocorrência de fatos contábeis que ensejem tais aumentos/reduções. O registro

6
Sobre aumentos ou reduções do valor do saldo da conta por débitos ou créditos, ver Teoria Personalística,
adiante nesta aula.
7
Sobre aumentos ou reduções do valor do saldo da conta por débitos ou créditos, ver Teoria Personalística,
adiante nesta aula.

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desses aumentos e dessas reduções (lançamento) será efetuado de acordo com a

natureza de cada conta.

Contas Analíticas x Contas Sintéticas

As contas analíticas são as contas contábeis propriamente ditas, que demandam

controle e acompanhamento em separado das demais. Assim, para registro de

cada fato contábil ocorrido, deverão ser alterados os valores das respectivas contas

analíticas envolvidas.

Exemplificando, na compra de móveis a prazo: a conta analítica represen-

tativa dos móveis aumenta de saldo e a conta analítica representativa da

obrigação de pagamento de valor a fornecedores também aumenta de saldo.

Uma conta sintética é um nome que referencia um conjunto de contas

analíticas ao mesmo tempo. Assim, o valor patrimonial de uma conta sintética

é igual à soma (algébrica) dos valores patrimoniais das contas analíticas que a

compõem. Não é realizado qualquer registro em contas sintéticas, mas o registro

nas contas analíticas que as compõem atualiza automaticamente o valor das contas

sintéticas.

Como exemplo de uma situação que comporta a existência de contas sintéticas

e de contas analíticas, podemos citar o caso de uma empresa que tenha estabele-

cimentos comerciais em Brasília e em São Paulo e que guarde dinheiro (em caixa)

em ambos os estabelecimentos.

Na situação acima, haverá um elemento patrimonial representando o dinheiro

em cada um desses estabelecimentos e cada um será representado por uma conta

analítica: Caixa – Brasília e Caixa – São Paulo. Adicionalmente, para referenciar

o valor patrimonial do dinheiro guardado na totalidade dos estabelecimentos da

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empresa, haverá uma conta sintética denominada simplesmente Caixa, cujo

valor patrimonial será exatamente a soma dos valores patrimoniais dessas duas

contas analíticas.

São exemplos notórios de contas sintéticas as contas denominadas ativo, passivo

e patrimônio líquido, já referenciadas em nosso curso. A conta sintética ativo tem

um valor patrimonial equivalente à soma dos valores patrimoniais de todas as contas

analíticas que representam recursos. A conta sintética passivo tem um valor

patrimonial equivalente à soma dos valores patrimoniais de todas as contas analí-

ticas que representam obrigações.

Por fim, as  contas podem ser consideradas sintéticas ou analíticas de forma

relativa. Assim, uma mesma conta pode ser considerada sintética ou analítica

dependendo da conta em relação a qual ela está sendo analisada. Por exemplo,

a conta Caixa pode ser considerada: sintética em relação às contas Caixa – Brasília

e Caixa – São Paulo, que a compõem, e analítica em relação à conta ativo, da qual

é componente.

Plano de Contas e Balancete de Verificação

À relação lógica e ordenada dos títulos das contas que serão utilizadas para

demonstrar o patrimônio da entidade e suas respectivas mutações, dá-se o nome

de plano de contas.

Um plano de contas, portanto, é um conjunto de contas que representa o

patrimônio por completo (bem como os motivos pelos quais este patrimônio pode

aumentar ou diminuir, durante um exercício). Um plano de contas deve conter a

relação de todas as contas, cada uma delas com uma respectiva explicação de sua

função, do seu funcionamento, de sua abrangência e relacionada a um número de

codificação.

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Um plano de contas deve ter a relação de todas as contas (sintéticas e analíticas

do patrimônio). Assim, uma técnica para identificação da conta é atribuir a ela um

código, da seguinte forma: quanto mais sintética a conta, menos dígitos o código

irá possuir e, quanto mais analítica a conta, mais dígitos o código irá possuir (isso,

porque o código da conta analítica é idêntico ao código da respectiva conta sintética,

acrescido de dígitos que o individualizem). Exemplificando:

# Referência Nome Código


(1) Conta sintética Ativo 1
(2) Conta analítica (em relação à conta ativo) Ativo Circulante 1.1
(3) Conta analítica (em relação à conta ativo cir- Caixa 1.1.1
culante)
(4) Conta analítica (em relação à conta caixa) Caixa – Brasília 1.1.1.1
(4) Conta analítica (em relação à conta caixa) Caixa – São Paulo 1.1.1.2

O nome dado à relação de todas as contas (componentes do plano de contas da

empresa), cada uma seguida de seu saldo, é balancete de verificação. Há diversos

modelos de estruturas do balancete de verificação, existem balancetes de duas,

quatro, seis e oito colunas:

• o balancete de duas colunas mostra somente os saldos finais de cada conta

contábil;

Balancete Conta Saldo Final


de duas Débitos Créditos
colunas Nome 9.999,99 9.999,99
Coluna 1 Coluna 2

• o Balancete de quatro colunas mostra o movimento de cada conta e o seu

saldo final;

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Balancete Conta Saldo Anterior Movimentação Saldo Final

de quatro Valor Natureza Débitos Créditos Valor Natureza


colunas Nome 9.999,99 D/C 9.999,99 9.999,99 9.999,99 D/C

Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4

• o balancete de seis colunas mostra o saldo inicial, o movimento e o saldo final

de cada conta; e

Balancete Conta Saldo Anterior Movimentação Saldo Final


de seis Débitos Créditos Débitos Créditos Débitos Créditos
colunas Nome 9.999,99 9.999,99 9.999,99 9.999,99 9.999,99 9.999,99
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6

• o balancete de oito colunas mostra o saldo inicial, o movimento, o saldo do

movimento e o saldo final.

Balan- Saldo da Movimen-


Conta Saldo Anterior Movimentação Saldo Final
cete tação
de oito Débitos Créditos Débitos Créditos Débitos Créditos Débitos Créditos
colunas Nome 9.999,99 9.999,99 9.999,99 9.999,99 9.999,99 9.999,99 9.999,99 9.999,99
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8

O que os diferencia são os detalhes das informações; quanto mais colunas, mais

detalhamento. Voltaremos a tratar do assunto, com maior profundidade, após o

estudo dos conceitos de débito e crédito, nesta aula.

Teorias das Contas

O conceito de conta contábil apresentado não é suficiente para explicar várias

questões importantes, tais como a razão da existência de débitos e créditos entre

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as informações constantes de contas. Para isso, é necessário conhecer as teorias

das contas: Patrimonialística, Personalística e Materialística.

Porém, antes de iniciar o estudo de cada teoria em si, cabe fazer uma ressalva.

Toda e qualquer teoria consiste de mero modelo de apreensão da realidade e,

assim, apresenta vantagens e desvantagens.

A desvantagem de uma teoria/modelo reside no fato de que ela consiste em

uma simplificação de algo que é, notadamente, complexo: a realidade. Portanto,

acaba por perder detalhes do objeto estudado.

A vantagem, porém, reside no fato de que a teoria, simplificando algo com-

plexo, possibilita o conhecimento e o entendimento (ainda que em parte) de suas

características e a previsibilidade de seu comportamento.

Portanto, nenhuma das teorias das contas é completa, mas, sem dúvida, em

seu conjunto, contribuem para a compreensão do processo contábil.

Teoria Patrimonialística

A teoria patrimonialista separa dois tipos de informação: sobre os elementos

que compõem o patrimônio (estática patrimonial) e sobre os elementos que o

modificam (dinâmica patrimonial). Portanto, classifica as contas em patrimoniais e

de resultado.

Esta teoria reflete os principais demonstrativos contábeis, quais sejam: o balanço

patrimonial e a demonstração do resultado, que serão estudados em ponto

específico.

Para entendimento da teoria, é necessário ter uma visão da informação contábil

considerando a passagem do tempo, partindo do conceito de exercício. Exercício

é o período de 12 meses, não necessariamente coincidente com o ano civil, que vai

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de janeiro a dezembro, mas com início e fim determinados pelos órgãos de admi-

nistração da entidade. Nesse período, é possível verificar a existência de:

• uma configuração inicial e uma configuração final para o patrimônio (o que

nos permite, justamente, comparar o patrimônio final em relação a sua

configuração anterior, 12 meses antes) e

• informações que permitem verificar se, nesse período de 12 meses, o  pa-

trimônio aumentou ou diminuiu, bem como as respectivas razões desse

aumento/diminuição em face da ocorrência de fatos contábeis modificativos

e mistos.

As informações sobre os motivos que ensejam aumentos de patrimônio durante

o exercício (e respectivos valores, genericamente denominadas receitas), bem

como as informações sobre os motivos que ensejam reduções do patrimônio

durante o exercício (e respectivos valores, genericamente denominadas despesas)

ficam registradas em contas especiais, CONTAS DE RESULTADO.

Ora, aumentos de patrimônio poderiam ser, simplesmente, aumentos de saldo

do PL e, da mesma forma, reduções de patrimônio poderiam ser, simplesmente,

reduções de saldo do PL. Entretanto, para o registro dessa informação, são utilizadas

as contas de resultado, porque essas contas:

• no início do exercício, se desprendem do PL, com saldo igual a zero;

• durante o exercício, acumulam valores (à medida que fatos modificativos e

mistos ocorrem); e

• ao final, seu saldo é reduzido a zero e o valor é transferido de volta para o PL.

Esquematicamente, temos a seguinte situação:

• Entre as contas patrimoniais, temos:

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− recursos – ativo (representado por montinhos de areia);

− obrigações – passivo (representado por buracos na areia); e

− o valor da diferença entre ativo e passivo, valor inicial do patrimônio

líquido (também representado por um buraco na areia).

• Entre contas de resultado, temos:

− os motivos que ensejam redução no patrimônio, e respectivos valores –

despesas (representadas por uma lata de lixo, onde se joga fora patri-

mônio, reduzindo-o); e

− os motivos que ensejam aumento do patrimônio, e respectivos valores –

receitas (representadas por um reservatório externo do qual caem valo-

res, de paraquedas, no patrimônio).

A seguir, apresentamos uma figura ilustrando os conceitos acima descritos:

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A partir dos conceitos até aqui apresentados, é possível visualizar o modelo


contábil de representação do patrimônio e suas alterações no tempo (durante o
exercício), conforme a seguir:

Pela figura acima, é possível visualizar as diferentes finalidades das diferentes


informações trazidas ao usuário pelos saldos das contas patrimoniais e de resultado:
• o saldo de uma conta patrimonial (representando recursos ou obrigações)
informa o valor do respectivo elemento patrimonial, em um dado momento.
Daí o nome de estática patrimonial, dado pela teoria patrimonialística a
esse tipo de conta (em uma alusão à ideia de uma fotografia do patrimônio,
parada no tempo); e
• o saldo de uma conta de resultado (representando receitas ou despesas)
indica o motivo pelo qual o patrimônio teve seu valor majorado ou reduzido,
durante um período de tempo, o exercício. Daí o nome de dinâmica pa-
trimonial, dado pela teoria patrimonialística a esse tipo de conta (em uma
alusão à ideia de filme sobre o patrimônio, em movimento e referente a um

período de tempo).

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Finalizando a apresentação das contas patrimoniais, podemos resumidamente

apresentar suas três características principais.

• São contas que ficam constantemente representadas no patrimônio e podem

ser de ativo, passivo e de patrimônio líquido:

− no ativo, encontram-se, por exemplo, as contas caixa, mercadorias, veículos,

imóveis, aplicações financeiras;

− no passivo, são encontradas as contas fornecedores, contas a pagar,

empréstimos bancários, salários a pagar; e.

− no patrimônio líquido, entre outras, estão as contas capital e de reservas.

• São contas geralmente bilaterais, ou seja, são contas que sofrem variações

nos dois sentidos (aumentam ou reduzem seu saldo a cada fato contábil).

Por exemplo, a conta caixa é bilateral, pois tem seu saldo aumentado pela

entrada de dinheiro e seu saldo diminuído pela saída de dinheiro, e isso pode

ocorrer a qualquer momento.

• Ao final de cada período de apuração (exercício), o conjunto dessas contas

deve ser apresentado para identificar a situação do patrimônio da entidade

naquele instante. Esta apresentação consiste em uma demonstração finan-

ceira denominada “balanço patrimonial”, matéria a ser estudada adiante neste

curso.

Por outro lado, finalizando a apresentação das contas de resultado, podemos

resumidamente apresentar suas quatro características principais:

• São contas que não representam elementos constantes do patrimônio, mas

somente os motivos das alterações do patrimônio como um todo e os respec-

tivos valores (em um determinado período de tempo) que, em última análise,

se incorporarão ao patrimônio líquido.

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• Essas contas se dividem entre as receitas e despesas que, respectivamente,


aumentam e diminuem o patrimônio líquido e são transitórias, pois ao final
de um dado período (denominado exercício), seu saldo é incorporado de volta
ao patrimônio líquido.
• As contas de resultado são geralmente unilaterais, ou seja, são aquelas que
sofrem variações apenas em um sentido (sempre aumentam de saldo, du-
rante o exercício, e somente ao final têm seu saldo reduzido para zero). Por
exemplo, a conta receita de venda é unilateral, pois durante todo o exercício
tem seu saldo aumentado (a cada venda) e, somente ao final do exercício é
que seu saldo é reduzido a zero, por transferência para o PL.
• Ao final de cada período de apuração (exercício), devem ser relacionadas as
contas de resultado e apresentado seu comportamento durante o referido
período. Esta apresentação consiste em uma demonstração financeira de-
nominada demonstração do resultado do exercício, matéria a ser estudada
adiante, neste curso.

Teoria Personalística

A teoria personalística tem o mérito de esclarecer o motivo de:


• os valores do ativo, que têm uma conotação positiva no patrimônio, serem
registrados como DÉBITOS, mesmo que débitos nos passem uma ideia
negativa; e
• os valores do passivo que, ao contrário, têm uma conotação negativa no
patrimônio, serem registrados como CRÉDITOS, mesmo que créditos nos
passam uma ideia positiva.

Na verdade, a teoria personalística vincula a conta à pessoa responsável pelos


procedimentos administrativos a ela relacionados. Assim, quando se pensa em uma

conta contábil, de acordo com essa teoria:

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• não se deve levar em consideração o objeto que a conta representa,

ou seja, o recurso, bem/direito, a obrigação, a diferença entre recursos

e obrigações ou as razões para aumento ou redução do patrimônio;

• mas deve ser considerado o sujeito que se relaciona com a entidade

através daquele objeto.

Em outras palavras, segundo essa teoria, para entender a natureza da conta,

não se deve olhar para o objeto que a conta representa, mas sim, para a pessoa

que está ligada à empresa/azienda através daquele objeto.

As contas, segundo a teoria personalística, são classificadas em:

• contas de agentes consignatários, representando BENS (ativo);

• contas de agentes correspondentes:

− a débito, representando DIREITOS (ativo);

− a crédito, representando OBRIGAÇÕES (passivo);

• contas dos proprietários, representando:

− a DIFERENÇA ENTRE BENS/DIREITOS e OBRIGAÇÕES (patrimônio líquido);

− os AUMENTOS dessa diferença (Receitas); e

− as REDUÇÕES dessa diferença (Despesas).

Contas dos Agentes Consignatários

As contas dos agentes consignatários são as que referenciam todos os bens

do ATIVO da entidade.

Os agentes consignatários são os funcionários e gerentes da empresa que têm

a obrigação de cuidar dos bens da entidade a eles consignados (deixados em

confiança pela entidade). Repare que, no caso de perda, eles deverão prestar contas

à entidade. Ora, se um bem está confiado/consignado a alguém (ao empregado)

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pela entidade, esse alguém deve o valor desse bem à respectiva entidade, no caso

de perda ou deterioração.

Exemplificando, apresentamos, a  seguir, três situações para sedimentar o

conceito.

• O dinheiro em caixa – existente no patrimônio de uma entidade – está con-

signado (entregue) ao tesoureiro da empresa. O tesoureiro, portanto, deve

à entidade o valor desse dinheiro. Quanto mais dinheiro em caixa, mais o

tesoureiro deve à entidade.

Dessa forma, quando o dinheiro entra no caixa da entidade, seu valor é regis-

trado como um débito na conta caixa, representando o débito do tesoureiro para

com a entidade. Ao contrário, quando o dinheiro sai do caixa da entidade, seu valor

deverá ser registrado como um crédito, ou seja, o contrário do débito, pois o valor

que o tesoureiro deve à entidade diminuiu.

• Com relação ao estoque de mercadorias, o agente consignatário seria o

almoxarife (empregado responsável pela administração de materiais na

entidade), a quem as mercadorias estão consignadas e que, portanto, deve à

entidade o valor dessa mercadoria. Ora, quanto mais mercadoria no estoque

da entidade, mais o almoxarife deve à entidade.

Dessa forma, quando a mercadoria entra no estoque da entidade, seu valor é

registrado como um débito na conta estoque, representando o débito do almoxarife

para com a entidade. Ao contrário, quando a mercadoria sai do estoque da enti-

dade, seu valor deverá ser registrado como um crédito na conta estoque, ou seja,

o contrário do débito, pois o valor que o almoxarife deve à entidade diminuiu.

• Relativamente a máquinas e equipamentos, o agente consignatário seria

o diretor industrial (responsável pelo parque fabril da entidade), a quem as

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máquinas estão consignadas e que, portanto, deve à entidade o valor dessas

máquinas. Ora, quanto mais máquinas e equipamentos na entidade, mais o

diretor industrial deve à entidade.

Dessa forma, quando máquinas e equipamentos entram no patrimônio da enti-

dade, seu valor é registrado como débito, representando o débito do diretor indus-

trial para com a entidade. Ao contrário, quando máquinas e equipamentos saem

do patrimônio da entidade, seu valor deverá ser registrado como crédito na conta

máquinas e equipamentos, ou seja, o contrário do débito, pois o valor que o diretor

industrial deve à entidade diminuiu.

Concluindo, podemos afirmar que os recursos que tenham por objeto bens

componentes do patrimônio das entidades têm natureza devedora, aumentam

de valor a débito e reduzem seu valor a crédito.

Voltando aos elementos das contas e aplicando-os aos BENS (contas dos agen-

tes consignatários), temos:

• o nome da conta – nome do bem a que a conta se refere;

• o valor patrimonial inicial da conta (denominado saldo inicial) – de natureza

devedora;

• os aumentos de valor patrimonial ocorridos na conta – registrados como

débitos;

• as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta – registrados como

créditos;

• o valor patrimonial final da conta (denominado saldo final) – de natureza

devedora.

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Contas dos Agentes Correspondentes a Débito

As contas dos agentes correspondentes a débito são as que referenciam

todos os direitos do ATIVO da entidade. Os agentes correspondentes a débito

são aqueles que contrataram com a empresa e, no âmbito desse contrato, deram

a ela algum direito. Assim, entende-se que os direitos da entidade são devidos

por terceiros, ou seja, por agentes que se correspondam com a empresa através

desses direitos.

Ora, se a empresa tem um direito, é porque alguém deve algo a ela. Portanto,

o agente correspondente é devedor da empresa exatamente no valor do direito que

a empresa possui, permitindo, assim, que a empresa exija dele a satisfação de seu

direito.

Exemplificando, apresentamos, a  seguir, duas situações, para sedimentar o

conceito.

• O direito da empresa de exigir que clientes paguem pelas vendas a prazo

realizadas, registrado na conta clientes. Os clientes devem à empresa o valor

das mercadorias por ela vendidas a prazo, assim, quanto maior for o direito

da empresa de receber dos clientes, mais os clientes devem à empresa.

Dessa forma, o surgimento (ou o aumento) do direito de exigir que o cliente

pague pelos itens vendidos a prazo é registrado como um débito na conta clientes,

porque o cliente fica devendo esse valor à entidade. Ao contrário, quando esse

direito de cobrança é reduzido ou deixa de existir, deverá ser registrado um crédito

na conta clientes, ou seja, o contrário do débito, pois o valor que o cliente deve à

entidade diminuiu.

• o direito que a empresa tem de sacar seu dinheiro do banco, registrado na

conta banco conta movimento. O banco deve à empresa o valor por ela

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depositado em conta corrente e, portanto, deve permitir que ela exerça o di-

reito de retirar seu dinheiro quando desejar. Assim, quanto maior for o direito

da empresa de sacar seu dinheiro do banco, mais o banco deve à empresa.

Dessa forma, o depósito de valores em conta bancária, que corresponde ao

surgimento (ou ao aumento) do direito de sacar valores dessa conta corrente, tem

seu valor registrado como um débito na conta bancos, porque o banco fica devendo

esse valor à entidade (o que representa um crédito da entidade contra o banco).

Ao contrário, o saque de valores da conta bancária, que corresponde ao desapare-


cimento (ou à diminuição) desse direito de a entidade sacar seu dinheiro, deverá

ter seu valor registrado como um crédito na conta bancos. Ou seja, o contrário do

débito, pois o valor que o banco deve à entidade diminuiu.

Não confunda os conceitos aqui colocados com a informação recebida de seu

extrato bancário. Com efeito, o extrato bancário de sua conta corrente, entregue

pelo banco, não reflete o seu direito, mas sim, a obrigação do banco com relação

a você. Portanto, nesse documento os depósitos são registrado como créditos e os

saques como débitos, representando, respectivamente, um aumento ou diminuição


de seu crédito contra o banco. Essa ideia ficará mais clara ao estudarmos as contas

dos agentes correspondentes a crédito.

Concluindo: os direitos componentes do patrimônio das empresas (ou, generi-

camente, das aziendas) têm natureza devedora – aumentam de valor a débito

e reduzem seu valor a crédito.

Voltando aos elementos das contas (vistos acima neste ponto) e aplicando-os

aos DIREITOS (contas dos agentes correspondentes a débito), temos:

• o nome da conta – nome do direito a que a conta se refere;

• o valor patrimonial inicial da conta (denominado saldo inicial) – de natureza

devedora;

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• os aumentos de valor patrimonial ocorridos na conta – registrados como

débitos;

• as reduções de valor patrimonial ocorridas na conta – registrados como

créditos;

• o valor patrimonial final da conta (denominado saldo final) – de natureza

devedora.

Contas dos Agentes Correspondentes a Crédito

As contas dos agentes correspondentes a crédito são as que referenciam

todas as obrigações do PASSIVO da entidade. Os agentes correspondentes a

crédito são aqueles que contrataram com a entidade e, no âmbito desse contrato,

adquiriram algum direito creditório (fazendo com que a entidade contraísse uma

obrigação). Assim, metaforicamente, entende-se que as obrigações da entidade

são créditos da titularidade de agentes que se correspondam com a entidade através

dessas obrigações.

Ora, se a entidade tem uma obrigação, é porque alguém é credor dela em algum

valor. Portanto, o agente correspondente é credor da empresa exatamente no valor

da obrigação que a empresa contraiu, fazendo, assim, com que a empresa possa

ser exigida do cumprimento da obrigação.

Exemplificando, apresentamos, a  seguir, duas situações para sedimentar o

conceito.

• A obrigação contraída pela entidade de pagar pelas compras realizadas a

prazo, registrada na conta fornecedores. Os fornecedores são credores da

empresa no valor das mercadorias por ela compradas a prazo, assim, quanto

maior for a obrigação da empresa de pagar os fornecedores, mais os forne-

cedores detêm créditos contra a empresa.

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Dessa forma, o surgimento (ou o aumento) da obrigação de pagar pelas compras

a prazo, existente no patrimônio da empresa, tem seu valor registrado como um

crédito na conta fornecedores, porque os fornecedores ficam credores da empresa

nesse valor. Ao contrário, quando deixa de existir essa obrigação (ou ocorre uma

diminuição da obrigação), seu valor deverá ser registrado como débito na conta

fornecedores, ou seja, o contrário do crédito, pois o valor do crédito do fornecedor,

contra a empresa, diminuiu.

• A obrigação referente a um empréstimo tomado junto a um banco – registrada

na conta empréstimos bancários. O banco é credor da empresa no valor

do empréstimo por ela tomado (e, portanto, o banco pode exigir que seu

dinheiro seja devolvido, pela empresa, nos termos do contrato de empréstimo

celebrado), assim, quanto maior for a obrigação da empresa de pagar o

empréstimo ao banco, mais o banco é credor da empresa.

Dessa forma, a contratação de empréstimos bancários, que corresponde ao

surgimento ou aumento de uma obrigação no patrimônio da empresa (de devolver

o valor antes recebido), tem seu valor registrado como um crédito na conta emprés-

timos bancários, porque o banco fica credor da empresa nesse valor. Ao contrário,

a quitação do empréstimo, que corresponde ao desaparecimento (ou à diminui-

ção) dessa obrigação, deverá ter seu valor registrado como um débito, ou seja,

o contrário do crédito, pois o valor do qual o banco é credor da empresa diminuiu.

Repare que, voltando ao caso do depósito bancário, do ponto de vista do patri-

mônio do banco trata-se de uma obrigação (do banco para com o cliente). Trata-se

da obrigação de permitir que o correntista efetue o saque do valor antes depositado.

Ora, como toda obrigação, essa (constante do patrimônio do banco) deve ser

registrada (no patrimônio do banco) como um crédito. É por isso que o banco

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(ao nos apresentar nosso extrato) apresenta um crédito quando nós efetuamos um

depósito bancário, ele está, tão somente, apresentando o registro de sua obrigação

(a crédito) de permitir o saque do valor antes depositado.

Isso elucida o fato de que, no extrato de conta corrente bancária, um depósito

realizado por uma empresa em sua conta aparece como um crédito, enquanto em

sua contabilidade, esse mesmo depósito deve estar registrado com um débito.

Concluindo: as obrigações componentes do patrimônio das empresas (ou, gene-

ricamente, das aziendas) têm natureza credora, aumentam de valor a crédito e

reduzem seu valor a débito. Como o passivo é composto por obrigações, que têm

natureza credora, conclui-se que o passivo (como um todo) de natureza credora

aumenta de valor a crédito e reduz seu valor a débito.

Voltando aos elementos das contas (vistos acima, neste ponto) e aplicando-os

às OBRIGAÇÕES (contas dos agentes correspondentes a crédito) temos:

• o nome da conta – nome da obrigação a que a conta se refere;

• o valor patrimonial inicial da conta (denominado saldo inicial) – de natureza

credora;

• os aumentos de valor patrimonial ocorridos na conta – registrados como

créditos;

• as reduções de valor patrimonial ocorridas na conta – registrados como

débitos;

• o valor patrimonial final da conta (denominado saldo final) – de natureza

credora.

Contas dos Proprietários

As contas dos proprietários se dividem em contas do patrimônio líquido, de

despesa e de receita. As contas dos proprietários são as que referenciam a

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diferença entre os recursos e as obrigações. Ora, essa diferença, por definição,

corresponde ao PATRIMÔNIO LÍQUIDO da entidade, portanto, o patrimônio líquido

pertence aos proprietários (sócios) da entidade. Porém, vimos também que as

contas de resultado (receitas e despesas) representam valores correspondentes

a aumentos ou reduções do patrimônio líquido. Assim, as receitas e as despesas

também pertencem aos proprietários (sócios) da entidade.

A seguir, analisaremos cada um desses três componentes do conjunto de contas

dos proprietários.

Patrimônio Líquido

A diferença entre recursos e obrigações corresponde ao valor que sobra para

os proprietários, a ser entregue a eles ao final da existência da entidade. Assim,

os proprietários podem ser vistos, metafórica e didaticamente, como “credores” da

empresa no valor dessa diferença (entre recursos e obrigações), ainda que não se

trate de uma obrigação exigível, propriamente dita.

Ora, se a entidade tem a “obrigação” (metaforicamente falando) de entregar a

seus proprietários o valor correspondente ao patrimônio líquido até o final de sua

existência, é porque os proprietários são (metaforicamente) “credores” dela, nesse

valor.

Exemplificando, vamos analisar a “obrigação” que a empresa tem de devolver

o valor do capital inicial, colocado pelos proprietários na entidade para formação

de seu patrimônio, registrado na conta de patrimônio líquido denominada capital

social.

Os proprietários são “credores” da entidade no valor desse capital, por eles

colocado na empresa. Esse capital enseja o nascimento da diferença entre recursos

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e obrigações. Assim, quanto maior for o capital colocado pelos sócios, maior será a

diferença entre recursos e obrigações e, consequentemente, maior será o “crédito”

que os proprietários terão contra a entidade.

Dessa forma, o surgimento (ou o aumento) de patrimônio líquido enseja a “obri-

gação” para a entidade (de entregar esse valor aos proprietários, ao final de sua

existência) e seu valor deve ser registrado como um crédito na conta de patrimô-

nio líquido, porque os proprietários se tornam “credores” da entidade nesse valor.

Ao contrário, quando deixa de existir (ou ocorre uma diminuição) no patrimônio

líquido, o respectivo valor deverá ser registrado como um débito na conta de patri-

mônio líquido, ou seja, o contrário do crédito, pois o valor do crédito do proprietário,

contra a empresa, diminuiu.

Voltando aos elementos das contas (vistos acima neste ponto) e aplicando-os

ao PATRIMÔNIO LÍQUIDO (contas dos proprietários), temos:

• o nome da conta – nome e o motivo do nascimento da diferença entre bens/

direitos e obrigações;

• o valor patrimonial inicial da conta (denominado saldo inicial) – de natureza

credora;

• os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta – registrados como

créditos;

• as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta – registrados como

débitos;

• o valor patrimonial final da conta (denominado saldo final) – de natureza

credora.

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Receitas

RECEITAS, de acordo com o que já foi estudado neste curso, são definidas como

aumentos no valor líquido do patrimônio. Portanto, receitas são registradas como

créditos.

Ora, se há aumento no valor líquido do patrimônio (aumento no valor da

diferença entre recursos, bens/direitos e obrigações) há aumento no valor a ser

entregue aos proprietários, quando do final da existência da entidade. Em outras

palavras, quando há receitas, há aumento do patrimônio líquido e, portanto, há

aumento do “crédito” dos proprietários contra a entidade. Assim, as RECEITAS

devem ser registradas a crédito.

Voltando aos elementos das contas e aplicando-os às RECEITAS (contas dos

proprietários) temos:

• o nome da conta, nome do motivo pelo qual ocorreu um aumento da diferença

entre bens/direitos e obrigações;

• o valor patrimonial inicial da conta (denominado saldo inicial) – de natureza

credora;

• os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta – registrados como

créditos;

• as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta – registrados como

débitos (somente aplicável ao caso de retificação de erro ou, no final do

exercício, de redução a zero do valor da receita, para sua transferência ao

patrimônio líquido);

• o valor patrimonial final da conta (denominado saldo final) – de natureza

credora.

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Despesas

DESPESAS são definidas como reduções no valor líquido do patrimônio. Portanto,

despesas são registradas como débitos.

Ora, se há redução no valor líquido do patrimônio (há redução do valor da

diferença entre recursos, bens/direitos e obrigações), há redução no valor do

patrimônio líquido e, portanto, há redução no valor a ser entregue aos proprietários,

quando do final da existência da entidade. Em outras palavras, quando há despesas,

há redução do patrimônio líquido e, portanto, há redução do “crédito” dos proprie-

tários contra a empresa. Assim, as DESPESAS são registradas a débito, ou seja,

pelo contrário do crédito, pois o valor do crédito dos proprietários, contra a empresa,

diminui.

Voltando aos elementos das contas e aplicando-os às DESPESAS (contas dos

proprietários) temos:

• o nome da conta, nome do motivo pelo qual ocorreu uma redução no valor da

diferença entre bens/direitos e obrigações;

• o valor patrimonial inicial da conta (denominado saldo inicial), de natureza

devedora;

• os aumentos de valor patrimonial, ocorridos na conta, registrados como

débitos;

• as reduções de valor patrimonial, ocorridas na conta, registrados como

créditos (somente aplicável ao caso de retificação de erro ou, no final do

exercício, de redução a zero do valor da despesa, para sua transferência ao

patrimônio líquido);

• o valor patrimonial final da conta (denominado saldo final) – de natureza

devedora.

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Concluindo: os elementos patrimoniais que denotam a existência de diferença

entre o valor de ativos e passivos, ensejando a existência de patrimônio líquido das

empresas (ou, genericamente, das aziendas) têm natureza credora, aumentam

de valor a crédito e reduzem seu valor a débito. Como RECEITAS são definidas,

justamente, como aumentos do valor do patrimônio líquido, conclui-se que elas

têm natureza credora, aumentam de valor a crédito. DESPESAS, por outro lado,

são definidas, justamente, como reduções do valor do patrimônio líquido e, assim,

conclui-se que elas têm natureza devedora, aumentam seu valor a débito.

Teoria Materialística

Esta teoria divide as contas em integrais e diferenciais.

As contas integrais, também chamadas de elementares, são as que representam

valores patrimoniais, recursos (bens/direitos) e obrigações. Em outras palavras,

as contas integrais referem-se apenas a ativos ou passivos, excluídos os itens que

compõem a situação líquida do patrimônio ou suas variações (patrimônio líquido,

receitas e despesas).

As contas diferenciais, também chamadas derivadas, são as que evidenciam a

diferença entre recursos (bens/direitos) e obrigações, ou seja, evidenciam a situação

líquida do patrimônio (o patrimônio líquido), bem como suas variações (receitas e

despesas).

O grande mérito dessa teoria é o de enfatizar a relação entre o patrimônio líquido

e as contas de resultado, revelando a dinâmica entre o patrimônio e o resultado,

no tempo.

Conforme já visto acima, o valor da diferença entre ativo e passivo corresponde

ao valor do patrimônio líquido. Os motivos que ensejam redução no patrimônio,

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e respectivos valores, consistem em despesas e os motivos que ensejam aumento

do patrimônio, e respectivos valores, consistem em receitas.

Metaforicamente, é como se as despesas e receitas se destacassem tempora-

riamente do patrimônio líquido para, ao  final do exercício, deixando de existir,

voltassem para ele.

A seguir, apresentamos duas figuras, ilustrando os conceitos acima descritos e

enfatizando a relação entre o patrimônio líquido e a contas de resultado (despesas

e receitas):

• a primeira figura, demonstrando receitas e despesas destacando-se do patri-

mônio líquido (conforme já visto quando da apresentação da teoria patrimo-

nialística); e

• a segunda figura demonstrando o valor das receitas e despesas do exercício

sendo transferidas de volta para o patrimônio líquido (que é o fulcro da teoria

e ilustra como as receitas e despesas se relacionam com o PL, demonstrando

a variação do patrimônio).

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Nascimento das contas de resultado, com saldo zero – início do exercício

Retorno do saldo das contas de resultado ao PL – final do exercício

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Nomenclatura das Contas Contábeis

Ativo

As contas de ativo representam recursos da entidade.

Ações: ações são títulos que representam o capital de uma empresa e, portanto,

dão direito, ao respectivo titular, a uma fração ideal do patrimônio dessa empresa.

Assim, quando em nosso patrimônio há ações de outras empresas, há um recurso,

representado pelo direito a uma parte do patrimônio dessas empresas, o que

caracteriza um ativo.

Bancos – movimento: a conta bancos – movimento representa o direito que

nossa empresa tem de sacar do banco todo o valor anteriormente por ela depositado

em sua conta corrente (nele mantida), esse recurso caracteriza um ativo.

Caixa: a conta caixa representa o dinheiro guardado em espécie na empresa,

o direito à titularidade do dinheiro, sendo um recurso, caracteriza um ativo.

Devedores por Duplicatas: a conta devedores por duplicatas (também de-

nominada duplicatas a receber) representa o direito de exigir dos compradores

(devedores) que paguem o valor das compras realizadas a prazo. Sendo um direito,

é um recurso que caracteriza um ativo.

Estoques: a conta estoques representa o conjunto de mercadorias (entre

outros elementos semelhantes). Mercadorias, representando o direito à titularidade

de bens, são recursos da empresa, que caracterizam o ativo.

ICMS a Recuperar: a conta ICMS a recuperar decorre da aplicação do princípio

da não cumulatividade do ICMS (segundo o qual, do tributo devido pelo contribuinte

em razão das saídas de mercadorias do seu estabelecimento, o contribuinte tem o

direito de descontar o valor do imposto já recolhido nas etapas anteriores de

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circulação das mercadorias, que está incluso no preço e foi por ele pago na aqui-
sição das mercadorias). Sendo um direito, o ICMS a recuperar consiste em um
recurso que caracteriza ativo.
Imóveis: a conta imóveis representa o conjunto de terrenos e edificações.
Terrenos e edificações representam o direito à titularidade de bens que, sendo
recursos da entidade, consistem em ativo.
Marcas e Patentes: marcas e patentes representam o direito de exploração
de nomes ou de patentes de invenções. Em outras palavras, marcas e patentes
representam o direito à titularidade de bens imateriais, o que caracteriza recurso
da entidade, classificado como ativo.
Matérias-primas: matérias-primas representam um dos itens do estoque,
existente em empresas industriais, as matérias-primas se transformam em produtos
para a venda (durante o processo de industrialização). Como itens do estoque,
as matérias-primas consistem em direitos à titularidade de bens e, assim, na
qualidade de recursos da entidade, devem ser classificadas como ativo.
Mercado aberto: pelo nome “mercado aberto” são referenciadas aplicações
financeiras realizadas por empresas (notadamente em Certificados de Depósitos
Bancários (CDBs) e Registros de Depósitos Bancários (RDBs), entre outras).
A característica deste elemento patrimonial é o direito que a empresa investidora
possui de receber o valor de seu investimento (nos termos contratados). Na qualidade
de direitos, os investimentos em mercado aberto representam recursos, que ficam
classificados como ativo.
Produtos: produtos são o resultado da manipulação, por empresas industriais,
de matérias-primas (com a utilização de mão de obra direta e custos indiretos de
fabricação) com o objetivo de conseguir itens para venda. O direito à titularidade
desses bens, os produtos, caracteriza recurso da entidade, que deve ser classificado

como ativo.

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Suprimentos (empréstimos) a coligadas: o nome “suprimentos a coligadas”

é utilizado para designar empréstimos concedidos pela empresa a outras empresas

que com ela possuam uma relação societária. Tendo concedido um empréstimo,

a empresa fica com o direito de exigir que o valor emprestado seja devolvido. Esse

direito caracteriza um recurso da entidade e, portanto, deve ser classificado como

ativo.

Veículos: o nome veículos serve para designar todos os carros, motos, cami-

nhões, caminhonetes etc. utilizados pela empresa para transporte. São direitos

(de propriedade, uso etc.) que têm por objeto bens (veículos), caracterizadores de

recursos da entidade que devem ser classificados como ativos.

Passivo

As contas de passivo representam obrigações da entidade.

Acionistas, conta Dividendos: dividendos são definidos como a parte do

lucro que cabe ao acionista. Assim, quando se fala em “acionistas, conta dividendos”,

refere-se à obrigação que a empresa tem de entregar uma parte de seus lucros

aos acionistas. Na qualidade de obrigação, o elemento patrimonial denominado

“acionistas, conta dividendos” (também denominado “dividendos a pagar”) deve

ser classificado como passivo.

Bancos-conta empréstimos: empréstimos tomados em bancos pela empresa

resultam na obrigação da empresa pagar por esse valor tomado. Na qualidade de

obrigação, a conta “banco-conta empréstimos” é caracterizada como uma conta de

passivo.

Credores por duplicatas: os “credores por duplicatas” são aqueles que, tendo

realizado vendas a prazo (de mercadorias compradas pela empresa), têm o direito

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de exigir que a empresa pague pelas mercadorias compradas, por consequência,

nossa empresa tem a obrigação de pagar por elas. Na qualidade de obrigação,

a conta “credores por duplicatas” é classificada como passivo.

Duplicatas a Pagar: outro nome para designar o mesmo elemento patrimonial

acima (credores por duplicatas), as “duplicatas a pagar” representam uma obri-

gação contraída pela empresa de pagar pelas mercadorias por ela compradas a

prazo. Na qualidade de obrigação, a conta “duplicatas a pagar” é classificada como

passivo.

Empréstimos em bancos: outro nome para designar o elemento patrimonial

“banco-conta empréstimos”, referencia empréstimos tomados em bancos pela

empresa, que resultam na obrigação da empresa pagar por esse valor tomado.

Na qualidade de obrigação, a conta “empréstimos em bancos” é classificada como

passivo.

ICMS a Recolher: ICMS a recolher é a conta que representa a obrigação da

empresa de recolher aos cofres públicos o Imposto sobre a Circulação de Mercadoria

e Serviços (ICMS) de transporte interestadual e intermunicipal e de telecomunicações.

Sendo uma obrigação, trata-se de conta de passivo.

Rendas antecipadas: este tipo de denominação para elementos patrimoniais

é da maior relevância, no tocante à quantidade de vezes em que é utilizado em

questões de prova. Para entender o significado dessa conta, vamos voltar a alguns

conceitos básicos, explanados quando da apresentação do princípio da competência.8

Caso alguém receba antecipadamente um valor, por conta de um serviço ainda não

prestado ou da venda de um bem ainda não entregue, nasce em seu patrimônio

a obrigação de prestação do serviço, da entrega do bem ou da devolução do valor

recebido. Esse é o caso de “rendas antecipadas”, conta também conhecida pelos


8
Anteriormente visto neste curso.

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nomes de “receitas antecipadas”, “rendas a vencer”, “receitas a vencer”, “receitas

recebidas antecipadamente” e etc. Sendo uma obrigação, as rendas antecipadas

são classificadas como passivo.

Suprimentos de coligadas: Suprimentos de coligadas são caracterizados por

valores decorrentes de empréstimos, recebidos de empresas com as quais haja

uma relação de participação societária (uma é detentora de ações da outra, confor-

me será visto no item que trata de equivalência patrimonial, adiante neste curso).

A empresa, tendo recebido valores de outra, incorre na obrigação de devolvê-los.

Assim, suprimentos de coligadas caracterizam uma obrigação, que deve ser

classificada como passivo.

Patrimônio Líquido

O patrimônio líquido é definido como a diferença entre o ativo e o passivo, ou

seja, um simples valor calculado. Assim, pela definição, sendo um único valor, não

necessitaria de várias contas que o representassem. Entretanto, a Lei das S/A

determina a existência de várias contas para o patrimônio líquido. Para entender

este aparente paradoxo, é necessário colocar que, para facilitar o entendimento da

estrutura do patrimônio, a lei determinou que a diferença entre ativo e passivo (que

compõe o patrimônio líquido) deve ser apresentada em vários elementos (cada

um referenciando um dos motivos pelos quais surgiu esta diferença). Os motivos

pelos quais nasce a diferença entre ativo e passivo e, consequentemente, ensejam

a existência do patrimônio líquido, são, em apertada síntese: o fato de sócios, ou

terceiros, colocarem valores na empresa para formação de seu patrimônio; o fato

da empresa lograr lucro com suas atividades.

Acionistas, conta capital: o termo “acionistas, conta capital” é usado para

identificar o valor colocado pelos acionistas (a título de capital) na formação do

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patrimônio da empresa. Como esse valor será, teoricamente, devolvido para os

sócios (ao final da existência da empresa), assim, conclui-se que ele faz parte do

patrimônio líquido.

Capital: capital é um termo utilizado com o mesmo sentido de “acionistas,

conta capital” e é usado para identificar o valor colocado pelos acionistas (a título

de capital) na formação do patrimônio da empresa e, portanto, faz parte do patri-

mônio líquido.

Reservas de lucro: reservas de lucro são os resultados auferidos pela empresa

em períodos passados, no desempenho de suas atividades, e que podiam ter sido

distribuídos aos acionistas, mas foram destinados a permanecer no patrimônio da

empresa até que um dia fosse necessária sua utilização. Como esse valor será,

teoricamente, devolvido para os sócios (ao final da existência da empresa), ele

também faz parte do patrimônio líquido.

Receitas

Juros Ativos: a expressão “juros ativos” é largamente utilizada para designar

a receita auferida com juros. Para entender o significado dessa expressão, sugerimos

a utilização de duas “palavras mágicas”, que elucidam o sentido da expressão em

tela, são elas: que aumentam. Assim, “juros ativos” podem ser entendidos como

“juros que aumentam ativos”. Ora, juros que aumentam ativos são juros que

aumentam o patrimônio e, assim, são classificados como receitas (caracterizando

aumento do patrimônio).

Receita Bruta de Vendas: a expressão “receita bruta de vendas” designa o

valor da mercadoria (constante da nota fiscal) de venda. Ora, a venda é um motivo

pelo qual o patrimônio aumenta, assim, a receita bruta de vendas consiste em uma

receita.

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Receitas financeiras: a expressão “receitas financeiras” é utilizada para

designar aumentos do patrimônio devidos a juros, entendidos como o valor do

dinheiro no tempo, oriundos de transações com terceiros e aplicações realizadas

em instituições financeiras. De qualquer modo, são aumentos do patrimônio e, por

isso, receitas.

Despesas

Impostos sobre vendas: a expressão “impostos sobre vendas” é utilizada

para designar um dos motivos pelos quais o patrimônio diminui: o surgimento da

obrigação de recolher impostos, pela ocorrência do fato gerador do tributo (saída

da mercadoria do estabelecimento contribuinte ou faturamento, ambos decorrentes,

geralmente, de vendas). Ora, sendo uma hipótese de redução do patrimônio,

trata-se de uma despesa.

Variações Monetárias passivas: a expressão “variações monetárias passivas”

é largamente utilizada para designar a despesa (redução no patrimônio) decorrente

da variação de índices econômicos. Para entender o significado dessa expressão,

sugerimos a utilização das mesmas duas “palavras mágicas” já referidas, quais

sejam, que aumentam. Assim, “variações monetárias passivas” podem ser enten-

didas como “variações monetárias que aumentam passivos”. Ora, variações mo-

netárias que aumentam passivos reduzem o patrimônio. Referenciando reduções

do patrimônio, as variações monetárias passivas são classificadas como despesas.

Nomes especiais de contas

Neste item, apresentamos um glossário de contas cujo nome não é autoexpli-

cativo e, talvez por isso mesmo, sejam as mais utilizadas nas questões de prova

consideradas difíceis.

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• Juros ativos a incorrer: trata-se de uma expressão cujo entendimento tam-

bém demanda a utilização daquelas duas “palavras mágicas” (que aumentam)

e o conhecimento de que a expressão “a incorrer” significa que os juros são

antecipados. Vistos esses conceitos, temos:

Ora, se juros ativos consistem em receita e juros ativos a incorrer consistem em

receita antecipada, conclui-se que juros ativos a incorrer é uma conta que deve ser

classificada no passivo (visto que a receita recebida antecipadamente caracteriza a

obrigação de entrega do bem ou do serviço relativo a tal receita ou, ainda, a devo-

lução do valor recebido antecipadamente). Interessante, uma conta em cujo nome

a palavra ativos tem natureza de passivo e é classificada, geralmente, como conta

retificadora do ativo9.

• Juros passivos a incorrer: trata-se de uma expressão cujo entendimento de-

manda a utilização das mesmas duas “palavras mágicas” (que aumentam)

e o conhecimento de que a expressão “a incorrer” significa que os juros são

antecipados. Vistos esses conceitos, temos:


9
O conceito de conta retificadora será apresentado adiante em nosso curso.

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Ora, se “juros passivos” consistem em despesa e “juros passivos a incorrer”

consistem em despesa antecipada e, assim, conclui-se que “juros passivos a in-

correr” é uma conta que deve ser classificada no ativo (visto que a despesa paga

antecipadamente caracteriza o direito de exigir a entrega do bem ou do serviço

relativo à despesa, ou o dinheiro de volta). Interessante notar que uma conta em

cujo nome a palavra passivos aparece é classificada como ativo.

É importante referenciar que esse mesmo pensamento é aplicável tanto a juros

quanto a variações monetárias, variações cambiais, aluguéis, superveniências,

insubsistências etc. Importante também referenciar que a expressão “a incorrer”,

no sentido de antecipados (conforme já visto), equivale a expressões como “a vencer”,

“a ocorrer”, “a transcorrer” etc.

Dessa forma, esquematicamente, temos os seguintes passivos:

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Da mesma forma, esquematicamente, temos os seguintes ativos:

A classificação das contas denominadas “superveniências ativas” e “superve-

niências passivas” foram objeto de forte discussão há pouco tempo. Para afastar

eventuais dúvidas acerca do assunto, esclarecemos que, na realidade, estas contas

geralmente não são utilizadas na contabilidade geral (entretanto, foram objeto de

questões de concurso):

Superveniências Ativas: superveniências ativas são superveniências que

aumentam ativos e, portanto, são aparecimentos que aumentam o patrimônio

– receita. Ocorrem por fatos inesperados, que têm por consequência o aumento

do ativo e, assim, do patrimônio líquido. Aumentando o patrimônio líquido, essas

contas são classificadas como receitas. Como exemplos de superveniências ativas,

podemos citar o recebimento de heranças ou de prêmios e o nascimento de animais

do rebanho.

Superveniências Passivas: superveniências passivas são superveniências que

aumentam passivos e, portanto, são aparecimentos que reduzem o patrimônio –

despesa. Ocorrem por fatos inesperados, que têm por consequência o aumento do

passivo e, assim, uma diminuição do patrimônio líquido. Reduzindo o patrimônio

líquido, são classificadas como despesas. Como exemplo de superveniências

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passivas, podemos citar o surgimento de dívidas por perda em processos judiciais

ou administrativos.

Insubsistências Ativas: insubsistências ativas são insubsistências que au-

mentam ativos e, portanto, são desaparecimentos que aumentam o patrimônio

– receita. Ocorrem por fatos inesperados, que têm por consequência o desapa-

recimento de um elemento patrimonial que reflita um aumento do patrimônio.

Consistindo em aumentos do patrimônio, as insubsistências ativas são contas re-

presentativas de receitas. Como exemplos de insubsistências ativas, podemos citar

quaisquer desaparecimentos de obrigações (o perdão ou cancelamento de dívidas,

a prescrição para o estado cobrar uma dívida etc.).

Insubsistências Passivas: insubsistências passivas são insubsistências que

aumentam passivos e, portanto, são desaparecimentos que reduzem o patrimônio

– despesa. Ocorrem por fatos inesperados, que têm por consequência o desapa-

recimento de um elemento patrimonial que reflita uma diminuição do patrimônio

líquido. Consistindo em reduções do patrimônio, essas contas são representativas

de despesas. Como exemplos, podemos citar quaisquer desaparecimentos de bens

ou direitos (a morte de um animal, o perdão de direitos, a prescrição na cobrança

de uma duplicata a receber e outras perdas de ativo – por incêndio, inundação,

furtos etc.).

Importante! Não confundir os termos:

• insubsistência ativa com insubsistência do ativo;

• insubsistência passiva com insubsistência do passivo.

Alguns autores tratam os termos insubsistências do ativo como sinônimo de

insubsistências ativas (e insubsistências do passivo como sinônimo de insubsis-

tências passivas), isso não é recomendável porque tira toda a lógica de denominação

de contas acima apresentada.

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Como regra de entendimento, temos que:

• insubsistência ativa é desaparecimento que aumenta o patrimônio (receita)

e insubsistência do ativo é desaparecimento de ativo (despesa);

• insubsistência passiva é desaparecimento que reduz o patrimônio (despesa)

e insubsistência do passivo é desaparecimento de passivo (receita).

Acima, apresentamos o entendimento majoritário, porém, como não há normati-

zação legislativa no tocante ao nome de contas contábeis, somente com a interpre-

tação do texto, dentro do contexto em que se encontra a expressão utilizada para

denominar a referida conta contábil, é que poderemos classificá-la com segurança.

Escrituração

Em que pese a expressão “Escrituração” ser utilizada de forma genérica, repre-

sentando o registro de todos os eventos relevantes para a organização (inclusive

aqueles sem conotação diretamente patrimonial, mas societária, trabalhista, fiscal

etc.), para os fins de nosso curso, o interesse é estudar a escrituração especifica-

mente dos fatos contábeis (ou seja, a escrituração de eventos relacionados com as

modificações qualitativas e/ou quantitativas do patrimônio).

Assim, temos os conceitos de escrituração em sentido amplo, que engloba o

registro de todas as informações acima referidas e a escrituração em sentido restrito

(denominada “escrituração contábil”), que se refere especificamente ao registro de

informações patrimoniais.

Para situar a questão, faz-se necessária uma breve apresentação do conjunto

de livros onde constam as mais diversas informações acerca de eventos ocorridos

na vida da empresa, para, em seguida, apresentar de forma mais detalhada os

livros contábeis, que serão referenciados ao longo de todo nosso curso. Assim,

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veremos, a seguir, livros fiscais, livros societários, livros trabalhistas e, finalmente,

livros contábeis.

Livros de Escrituração

Livros Fiscais

Livros fiscais são aqueles utilizados pelas diversas esferas estatais para controlar

a base de cálculo e o valor dos tributos devidos. Podemos classificar os livros fiscais

como federais, estaduais e municipais.

O fisco federal determina a utilização de livros especificamente para apuração

da base de cálculo de tributos, são eles:

O Livro Registro de Apuração do IPI. Nesse livro, são registrados os valores

de IPI devidos por saídas de mercadorias do estabelecimento. Nele, também, se

encontram registrados os valores relativos ao direito, do contribuinte, de deduzir

(do valor devido pelas saídas dos produtos) os valores do tributo já recolhidos em

etapas anteriores do ciclo econômico, referentes às compras de insumos (também

referenciados como créditos10 de IPI, nas entradas).

O Livro Registro de Controle da Produção e do Estoque. Este livro deve ser

utilizado por estabelecimentos industriais ou a ele equiparados pela Legislação do

IPI, para controle quantitativo da produção e do estoque de mercadorias.

O Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). Esse livro é utilizado pelos

contribuintes para apuração da base de cálculo do imposto de renda da pessoa

jurídica pela sistemática do lucro real, que consiste no próprio lucro contábil da

empresa, ajustado (por adições e exclusões de valores e, ainda, compensações do


10
Importante. O termo crédito é utilizado (no âmbito da legislação do IPI) em sua acepção corriqueira (direito
de exigir uma prestação de alguém). Não confundir com a ideia de natureza credora de conta contábil apre-
sentada quando do estudo da teoria personalística das contas.

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resultado do período com prejuízos fiscais, bases de cálculo negativas, de períodos

anteriores). É no LALUR que são registrados os ajustes ao lucro líquido contábil,

para apuração do lucro real (base de cálculo do imposto de renda). Atualmente,

o  LALUR está integrado na escrituração contábil fiscal, entregue à secretaria da

Receita Federal do Brasil, em formato digital.

O Livro Registro de Inventário. No livro de inventário, no qual deverão cons-

tar registrados os estoques existentes no término de cada período de apuração

do imposto de renda, deverão ser arrolados, com especificações que facilitem sua

identificação, as  mercadorias, os  produtos manufaturados, as  matérias-primas,

os produtos em fabricação e os bens em almoxarifado existentes na data do balanço

patrimonial levantado ao fim de cada período de apuração do tributo.

O Livro Registro de Compras. No livro registro de compras, constam as

informações de aquisições da empresa. Esse livro pode ser substituído pelo livro de

entradas (exigido pela legislação estadual e visto logo a seguir).

O Livro Registro Permanente de Estoque, para as pessoas jurídicas que

exercerem atividades de compra, venda, incorporação e construção de imóveis,

loteamento ou desmembramento de terrenos para venda;

O Livro Caixa. Pequenas empresas, optantes pela sistemática simplificada de

apuração e pagamento conjunto de tributos e contribuições, denominada SIMPLES

NACIONAL, bem como aquelas que apuram a base de cálculo do imposto de renda

da pessoa jurídica pela sistemática do lucro presumido, para apuração da base de

cálculo dos tributos devidos, estão dispensadas da escrituração contábil completa,

bastando manter o livro caixa, no qual deverá estar escriturada toda a sua movi-

mentação financeira, inclusive bancária.

A competência tributária estadual compreende vários tributos, porém, o mais

relevante (do ponto de vista da arrecadação, e também da complexidade) é o

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Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) (de transporte inte-

restadual e intermunicipal e de telecomunicações). Assim, a maioria dos livros se

destina ao controle deste tributo. A seguir, relacionamos os livros mais utilizados

com uma breve referência a cada um deles.

• Registro de Entradas de Mercadorias. Consiste em um livro em que são

registradas informações sobre bens adquiridos pelo contribuinte. Este livro

é importante para servir de base à apuração de créditos (no sentido comum

da palavra, direito de compensar o imposto devido) de ICMS, bem como de

IPI, relativo às aquisições de mercadorias e produtos, atinente ao tributo já

recolhido nas etapas anteriores do ciclo produtivo (pela aplicação do princípio

da não cumulatividade, que informa ambos os tributos).

• Registro de Saídas de Mercadorias. Consiste em livro onde estão regis-

tradas informações sobre a venda de mercadorias, bem como sobre saídas

a outros títulos (demonstração, transferência etc.). A informação constante

desse livro é importante para apuração do ICMS e, também, do IPI.

Como na competência tributária dos municípios o tributo mais importante é o

Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), os livros fiscais exigidos pelo

fisco municipal se destinam ao controle da apuração da base de cálculo e do valor

devido desse tributo. Sendo a legislação desse tributo muito diversa, de município

para município, apresentaremos (exemplificativamente) o caso do município de

São Paulo (o maior do País), que possui os seguintes livros:11

• Registro de Prestação de Serviços;

• Registro de Contratos de Prestação de Serviços;

• Recebimento de Impressos Fiscais e Termos de Ocorrência.

11
Ferrari, Ed Luiz. Contabilidade Geral: teoria e 950 questões. 6a ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. Página 194

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Livros Societários

As sociedades anônimas12 estão sujeitas a livros especiais, que têm por objetivo

controlar as operações relativas à circulação de ações e à administração da empresa.

Estes livros estão definidos no CAPÍTULO IX – Livros Sociais, art.  100, da Lei n.

6.404/1976, e são os seguintes:

• Livro Registro de Ações Nominativas;

• Livro de Transferência de Ações Nominativas;

• Livro Registro de Partes Beneficiárias Nominativas;

• Livro Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas;

• Livro de Atas das Assembleias Gerais;

• Livro de Presença dos Acionistas;

• Livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração;

• Livro de Atas das Reuniões de Diretoria;

• Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal

Livros contábeis – escrituração em sentido restrito

Os livros contábeis são aqueles que têm por objetivo o registro de fatos contá-

beis (atinentes ao patrimônio e sob o ponto de vista do controle do patrimônio e da

apuração do resultado).

A escrituração é realizada nos livros, principais, diário e razão. Esses livros são

ditos livros principais porque registram todos os fatos contábeis.

Ao lado dos livros principais, existem livros auxiliares que servem para o registro

de apenas alguns fatos contábeis (que tenham alguma característica especial).

Por exemplo: livro caixa – que serve para registro apenas de fatos contábeis que

12
Sociedades que têm seu capital divididos em títulos – denominados ações (conforme já visto neste curso).

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envolvam movimentação de numerário (dinheiro) e livro de contas-correntes, que

registram fatos contábeis que envolvam transações de empresas que, reciproca-

mente, figuram como credoras e devedoras umas das outras (com o objetivo de

controlar a compensação de dívidas recíprocas).

A escrituração, portanto, no sentido (restrito) de registro dos fatos contábeis,

em seu conjunto, é feita nos livros principais: o livro-diário e o livro-razão.

A resolução CFC n. 1.330, de 2011, aprova a ITG 2000 – escrituração contábil.

Essa interpretação estabelece critérios e procedimentos a serem adotados pela

entidade para a escrituração contábil de seus fatos patrimoniais, por meio de

qualquer processo, bem como a guarda e a manutenção da documentação e de

arquivos contábeis e a responsabilidade do profissional da contabilidade.

O livro-diário é um livro que contém o registro de cada lançamento em ordem

cronológica (nos permite compreender a sequência de acontecimentos ocorridos na

empresa).

O livro-razão é um livro que contém o registro destes mesmos lançamentos,

porém, ordenados por conta (nos permite analisar o comportamento de um dado

elemento patrimonial no tempo).

Formalidades da Escrituração Contábil

Resumidamente, a Resolução CFC n. 1.330, de 2001, trata das formalidades da

escrituração contábil.

• Observância dos princípios de contabilidade.

• Detalhamento da escrituração alinhado às necessidades de informação dos

usuários.

• Critérios de execução da escrituração (antes denominados formalidades

intrínsecas):

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− em idioma e em moeda corrente nacionais;

− em forma contábil;

− com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou

emendas; e

− com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta,

em elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis.

• Livros contábeis obrigatórios: diário e razão.

• Formalidades extrínsecas dos livros obrigatórios:

− em forma não digital:

o serem encadernados;

o terem folhas numeradas sequencialmente;

o termo de abertura e encerramento, assinados pela entidade e pelo profis-

sional;

− em forma digital:

o serem assinados digitalmente pela entidade e pelo profissional.

o serem autenticados no registro público.

As formalidades extrínsecas são aquelas relacionadas com a forma dos livros de

escrituração. A finalidade dessas formalidades extrínsecas é garantir a fidedignidade

das informações constantes da escrituração do livro, dificultando, ao máximo, sua

adulteração. Exemplificativamente, o  fato de ser encadernado e com numeração

tipográfica dificulta que folhas suas sejam arrancadas ou, entre elas, inseridas

outras.

A inobservância das formalidades extrínsecas invalida todo o livro, que passa a

fazer prova apenas contra a entidade.

Formalidades intrínsecas são aquelas relacionadas com o conteúdo do livro.

As formalidades intrínsecas objetivam resguardar a relação biunívoca entre os fatos

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ocorridos e os registros realizados no livro, evitando a modificação do registro ou

a inserção de dados entre eles. Por uma decorrência lógica, a inobservância de

formalidades intrínsecas invalida apenas o registro ou registros onde elas ocorrerem.

Livro-diário

O diário é um livro obrigatório para fins de escrituração contábil, pelo Código

Civil, conforme arts. 1.179 e 1.180.

No livro-diário, o registro dos fatos ocorridos é realizado de forma cronológica,

ou seja, de acordo com a ordem dos acontecimentos.

Livro Razão

O livro-razão apresenta os mesmos lançamentos registrados no livro-diário, em

uma ordem diferente:

• por conta contábil;

• dentro de cada conta, por ordem cronológica.

Por essa razão, enquanto o livro-diário é conhecido como um livro cronológico,

o livro-razão é conhecido como um livro sistemático.

A utilização do livro-razão tem por fim permitir, a  qualquer hora, conhecer a

composição qualitativa e quantitativa do patrimônio:

• quais elementos compõem o patrimônio;

• qual a expressão monetária de valor que cada um desses elementos apresenta

naquele momento.

O livro-razão, portanto, é também um livro principal (assim como o livro-diário),

pois nele constam informações sobre todos os fatos contábeis.

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Finalmente, cabe referenciar que, apesar da inegável importância da informação

disposta sistematicamente (por conta), conforme é característico do livro-razão,

tal livro não era considerado obrigatório pela legislação societária e comercial.

O razão somente se tornou obrigatório, para fins fiscais, com o advento da Lei n.

8.218/1991, para as empresas que tributarem seus resultados pela sistemática do

lucro real.

Um último detalhe, de grande importância, referente ao livro-razão, é que ele

não está sujeito ao registro público a que o livro-diário está sujeito quando escri-

turado de forma manual. Essa situação é uma decorrência lógica do fato de que

as informações nele contidas devem ser idênticas àquelas do livro-diário. Assim,

uma vez verificada a identidade de informações entre os dois livros, ainda que não

haja registro formal desse livro, ele é suprido pelo livro-diário. Por fim, no caso de

escrituração digital, o registro de um livro implica o registro do outro, pois se trata

da mesma informação, organizada apenas em ordem diferente.

Lançamentos Contábeis

O lançamento é definido como o registro de um fato contábil em livro contábil.

No lançamento, pelo menos duas contas estão envolvidas e uma delas será aquela

que recebe débitos, enquanto a outra será aquela que recebe créditos.

Os itens básicos de cada lançamento são:

• Data – a data é importante para que se possa ordenar os lançamentos de

forma cronológica (formalidade indispensável para o livro-diário);

• Conta(s) devedora(s) (débito);

• Conta(s) credora(s) (crédito);

• Valor;

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• Histórico – no histórico, deve ser explicado o fato contábil ocorrido (em

linguagem clara e concisa) e referenciados os documentos que suportam o

lançamento.

Vistos os elementos do lançamento, resta uma dúvida: quando é que uma conta

receberá um débito e quando é que uma conta receberá um crédito?

O Débito e o Crédito – uma Proposta Didática de Representação do

Lançamento

Em nosso curso, para fins de simplificação e com objetivos didáticos para refe-

renciar um lançamento contábil, iremos deixar de apresentar a data e o histórico.

Adicionalmente, iremos identificar a conta que recebe débitos com a letra “D”

imediatamente antes de seu nome, e a conta que recebe créditos com: a letra “C”

e a palavra reservada “a”13, imediatamente antes de seu nome.

De início, é proposto que seja analisado o fato contábil ocorrido e verificadas as

correspondentes modificações no patrimônio e no resultado para, somente então,

identificar a conta que deverá ser debitada e a conta que deverá ser creditada.

Porém, para facilitar esse processo, basta que o fato contábil seja visto como

um fluxo de valores entre elementos patrimoniais acontecendo. Com efeito,

qualquer acontecimento com efeitos patrimoniais consiste em um fluxo de valores,

de uma ORIGEM para um destino (APLICAÇÃO).

Pois bem, considerando o fato contábil como um fluxo:

• à ORIGEM do valor, dá-se o nome de débito; e

• ao destino desse valor (onde ele é aplicado), dá-se o nome de crédito.

13
A palavra reservada “a” é tradicionalmente utilizada para indicar a(s) conta(s) que recebe(m) créditos, no
lançamento. Provavelmente, com o sentido de “à origem de... (seguido do nome da conta)”.

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Esse é o segredo do método das partidas dobradas e da escrituração contábil!

De acordo com o método das partidas dobradas: para todo débito haverá um

crédito de igual valor. Ora, para todo fluxo de valores, há uma origem e um destino

(não existe geração espontânea de riqueza, tudo vem de algum lugar e vai para

outro lugar).

O Débito – Aplicação

O débito representa uma aplicação, de um valor, em um elemento do patri-

mônio. Quando, por exemplo, se adquire um móvel para pagamento a prazo, para

o registro desse fato deve ser APLICADO um valor na conta Móveis.

Utilizando a metáfora da caixa de areia, imagine que a conta móveis seja re-

presentada por um montinho de areia. Se for APLICADO um valor nesse elemento

patrimonial, móveis, metaforicamente, o acontecimento pode ser encarado como

se tivesse sido APLICADA (colocada) areia no montinho que representa a conta

móveis. Por óbvio, o tamanho do montinho vai aumentar. Veja que nossa metáfora

está rigorosamente de acordo com as regras de escrituração:

• aplicação de areia em um montinho aumenta seu tamanho;

• débito em um ativo aumenta seu valor.

Assim, encarando o DÉBITO como a aplicação de valor em um elemento do

patrimônio, deduz-se, sem dificuldades, que o débito aumenta o valor de ativos.

O Crédito – Origem

O crédito representa a origem do valor que foi aplicado em um elemento do

patrimônio. Analisando o mesmo exemplo, quando se adquire um móvel a prazo,

vimos que há uma aplicação de valor no elemento patrimonial móveis (débito na

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conta móveis), mas de onde teria vindo o valor aplicado no elemento patrimonial

móveis? Como resposta, temos que a origem da aplicação feita na conta móveis

foi a obrigação de se pagar este valor ao fornecedor (contraindo a obrigação de

pagar ao fornecedor, adquirimos a possibilidade de aplicar um valor no elemento

patrimonial móveis).

Utilizando, de novo, a metáfora da caixa de areia, consideramos que passivos

são representados por buracos na areia. Assim, o surgimento de uma obrigação

(de pagar fornecedores), representada pela conta fornecedores, pode ser vista

como um buraco cavado na areia. Portanto, imagine um buraco (denominado

fornecedores) sendo cavado na areia. Desse buraco sai a areia, necessária e sufi-

ciente, para ser aplicada no montinho denominado móveis.

Essa é a essência da ideia de crédito: a origem do valor utilizado para a reali-

zação de uma aplicação em um elemento do patrimônio.

Se a origem do valor aplicado no elemento patrimonial móveis, metaforicamente

representado por um montinho de areia, é a areia cavada do buraco denominado

fornecedores. Por óbvio, o tamanho do buraco fornecedores vai aumentar. Veja que

nossa metáfora está rigorosamente de acordo com as regras de escrituração:

• se for retirada areia, cavada de um buraco do patrimônio, para ser aplicada

em outro local do patrimônio (origem dessa aplicação), o tamanho do buraco

aumenta;

• crédito em um passivo aumenta seu valor.

Assim, encarando o CRÉDITO como a origem do valor aplicado em um ele-

mento do patrimônio, deduz-se, sem dificuldades, que o crédito aumenta o valor

de passivos.

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Conclusão – a relação entre o débito e o crédito em um fato contábil

Resumindo, podemos concluir que o lançamento, como registro de um fato

contábil caracterizado por um fluxo de valores, pode ser visualizado por uma seta,

ligando a origem (de onde saiu o valor) e a aplicação (onde ele foi aplicado), ou,

conforme nossa metáfora da caixa de areia, é areia que sai de um lugar e é aplicada

em outro. Então, a aplicação é denominada de débito e a origem, crédito.

Ora, a quantidade de areia que sai de um elemento do patrimônio deve ser igual

à quantidade de areia aplicada no outro elemento (a areia não é gerada, aleatoria-

mente, nem desaparece, como num passe de mágica). Isso confirma a regra das

partidas dobradas e, portanto, se débitos são aplicações e créditos origens, então

o valor do débito deve sempre ser igual ao valor do crédito.

Exemplo

Como uma figura diz mais do que mil palavras, passamos a ilustrar – a seguir – a

ideia acima apresentada, sempre considerando que:

(1) O patrimônio é considerado como uma caixa de areia;

(2) O valor do patrimônio é proporcional à quantidade de areia existente entre

ativos e passivos;

(3) Ativos são montinhos de areia;

(4) Passivos são buracos cavados na areia;

(5) Patrimônio líquido também é representado por buracos cavados na areia;

(6) Despesas, como reduções no patrimônio, são representadas por uma lata de

lixo (onde é jogado fora a areia, que sai do patrimônio, reduzindo-o).

(7) Receitas, como aumentos do patrimônio, são representadas por um paraquedas

(de onde vem a areia, que cai no patrimônio, aumentando-o).

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(8) Débito é aplicação de areia em um elemento do patrimônio; e

(9) Crédito é a origem da areia aplicada.

Com isso, vamos analisar o fato contábil, aquisição a prazo de estoque de merca-

dorias, por uma entidade que tenha inicialmente R$ 50.000,00 em caixa aportados

pelos sócios.

Situação inicial:

Analisando o fato, verificamos a ocorrência de um fluxo de valores, conforme a

seguir:

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Repare que, no caso, são aplicados R$ 8.000,00 no elemento patrimonial estoque,

cuja origem é o elemento patrimonial fornecedores. Em outras palavras, seguin-

do a metáfora da caixa de areia, são cavados “dez mil grãos de areia” do “buraco

patrimonial” fornecedores (de onde sai areia) e essa areia é aplicada no “montinho

patrimonial” estoque (para onde vai a areia).

Visualmente, temos uma bolinha, representando a origem (crédito), e uma setinha,

representando a aplicação (débito). Assim, podemos combinar: débitos são seti-

nhas, créditos são bolinhas, e a areia sai da bolinha e é aplicada na setinha.

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Registro

Repare que, no livro-diário, com o registro de cada fato em ordem cronológica,

temos um número (identificando o fato) e, em seguida, as  contas (a débito e a

crédito). Posteriormente, temos o valor da operação e uma breve descrição do

acontecimento.

Porém, no livro-razão, com o registro sistemático dos fatos, cada conta contábil

é registrada em uma folha do livro, na forma de razonete em “T”, no qual os

débitos ficam registrados do lado esquerdo e os créditos, do lado direito. Pois bem,

junto ao valor desses débitos e créditos, fica registrado o número de identificação

do fato, para que, de uma página, possa ser rapidamente identificada a outra parte

do lançamento. No exemplo:

• da folha do livro-razão, onde se encontra a conta estoque, verificamos débito

com o número de lançamento “1” identificado;

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• com essa informação, vamos ao livro-diário e buscamos o lançamento de

número 1. Nele, consta o crédito na conta fornecedores;

• então, voltamos ao livro-razão e buscamos a folha onde está a conta forne-

cedores. Nela, encontrando o registro do crédito.

Comentários

Se há uma frase que pode sintetizar esse conjunto de conceitos ela é a seguinte:

bolinha é crédito, setinha é débito. Sempre que nós visualizarmos um patrimônio e,

nele, contextualizarmos a ocorrência de um fato contábil, veremos areia saindo de

um lugar (origem – bolinha – crédito) e sendo colocada em outro lugar (aplicação

– setinha – débito).

Então, de novo, bolinha é crédito, setinha é débito.

Este será o nosso ponto de partida, para todas as conclusões importantes acerca

dos lançamentos:

• Setinha (aplicação) de areia em um montinho de areia aumenta o tamanho

do montinho. Isso quer dizer que débito em conta de ativo aumenta o saldo

da conta.

• Setinha (aplicação) de areia em um buraco cavado na areia reduz o tamanho

do buraco. Isso quer dizer que débito em conta de passivo reduz o saldo da

conta; quer dizer, também, que débito em conta de patrimônio líquido reduz

o saldo da conta.

• A setinha (aplicação de areia), na lata de lixo, (jogada para fora do conjunto

que representa bens, direitos e obrigações – patrimônio), reduz a quantidade

total de areia existente (entre montinhos representativos de bens/direitos e

buracos representativos de obrigações), no patrimônio, implicando redução

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do valor do patrimônio. Isso quer dizer que despesas são contas onde somente

são registrados débitos (aplicações de valores) e, portanto, seu saldo somente

aumenta durante o exercício.14


• A areia que “cai do céu – de paraquedas” (ou seja, que tem origem fora do
conjunto que representa bens, direitos e obrigações – patrimônio) aumenta
a quantidade de areia existente no patrimônio, pois “cai no colo” do conjunto
de montinhos representativos de bens/direitos e buracos representativos de
obrigações, do patrimônio, implicando aumento do valor do patrimônio. Isso
quer dizer que receitas são contas onde somente são registrados créditos
(origens de valores) e, portanto, seu saldo somente aumenta durante o
exercício.15
• Toda areia que vem do céu, de paraquedas, ou de um buraco, cavada, ou de
um montinho, desbastado; deve ser aplicada na lata de lixo, jogada fora, ou
em um buraco, tapando-o, ou em um montinho, aumentando-o. Isso quer
dizer que para toda origem há uma aplicação de igual valor, ou seja, para
todo crédito há um débito de igual valor.

Fórmulas de Lançamento

Até aqui, apresentamos um exemplo simples de um fato contábil onde havia


somente uma conta a ser debitada e apenas uma conta a ser creditada, ou seja,
somente um elemento patrimonial onde era aplicado um valor (móveis) e um ele-
mento patrimonial que servia de origem para esse valor (fornecedores).
Ocorre que a realidade pode ser mais complexa, com a ocorrência de fatos
contábeis onde haja vários débitos ou vários créditos. Assim, faz-se necessário
14
Repare que, durante o exercício, não se tira areia da lata de lixo, somente se joga areia nela. Somente ao
final do período é que se tira areia da lata de lixo (para começar tudo de novo no próximo exercício).
15
Repare que durante o exercício, não se joga areia de volta para o céu, somente cai areia de lá. Apenas ao
final do período é que se devolve a areia que caiu (para começar tudo de novo no próximo exercício).

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diferenciar os vários tipos de fatos contábeis (no tocante à quantidade de contas


envolvidas) e, consequentemente, identificar as várias fórmulas de lançamento

contábil, conforme a seguir apresentado:


• 1ª fórmula ⇒ uma conta devedora e uma conta credora (1d x 1c);
• 2ª fórmula ⇒ uma conta devedora e várias contas credoras (1d x Nc);
• 3ª fórmula ⇒ várias contas devedoras e uma conta credora (Md x 1c);

• 4ª fórmula ⇒ várias contas devedoras e várias contas credoras (Md x Nc).

A figura a seguir ilustra esse conceito.

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QUESTÕES DE CONCURSOS
Questão 1    (CONSULPLAN/CFC/2018) Observe a seguir as representações gráficas
da situação patrimonial das empresas Alfa e Beta em dois momentos subsequentes.

Considerando as modificações nos elementos básicos dos balanços patrimoniais


representados anteriormente, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para
as falsas.
 (  ) No momento 2 a empresa Alfa reverteu um passivo contingente que estava

anteriormente reconhecido no momento 1.

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 (  ) No momento 2 a empresa Beta realizou uma operação de financiamento para

aquisição de novos ativos.

 (  ) Ao contrário da empresa Alfa, a empresa Beta reduziu significativamente seu

endividamento em relação ao Patrimônio Líquido.

A sequência está correta em

a) V, V, F.

b) V, F, V.

c) F, V, F.

d) F, F, V.

Questão 2    (FBC/CFC/2013) No Balanço Patrimonial de uma sociedade empresária

verificou-se que o ativo aumentou R$80.000,00, durante o ano de 2012, e o passivo

exigível teve um acréscimo de R$70.000,00.

Diante das informações acima, o Patrimônio Líquido nesse período:

a) Aumentou em R$10.000,00.

b) Aumentou em R$80.000,00.

c) Reduziu em R$10.000,00.

d) Reduziu em R$70.000,00.

Questão 3    (FBC/CFC/2016) Assinale a opção que representa a CORRETA associação

entre o fato contábil e o seu registro no Balanço Patrimonial.

a) A compra, a prazo, de mercadoria para revenda provoca um aumento no Ativo

e uma redução no Passivo.

b) A contratação de uma apólice de seguros, com pagamento a prazo, para cober-

tura de doze meses a transcorrer provoca um aumento no Ativo e um aumento no

Passivo.

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c) A integralização de capital com bens para uso provoca um aumento no Ativo e

uma redução no Patrimônio Líquido.

d) O pagamento em dinheiro a fornecedores, decorrente de aquisição de mercadorias

a prazo, provoca uma diminuição no Ativo e um aumento no Passivo.

Questão 4    (FBC/CFC/2014) Uma sociedade empresária firmou, em junho de 2013,

um contrato de prestação de serviços. Pelo serviço contratado, pactuou o preço de

R$220.000,00. Para a execução do serviço, foi orçado um custo de R$150.000,00.

A empresa recebeu 50% do preço pactuado na assinatura do contrato e receberá o

restante ao final do contrato, em junho de 2014.

No final de 2013, a receita associada à transação será reconhecida, tomando por

base o estágio de execução do serviço ao término do período de reporte, uma vez

que a conclusão do contrato pode ser estimada com confiabilidade.

O estágio de execução dos serviços será calculado com base na proporção entre os

custos incorridos até a data e os custos totais estimados.

Em 2013, foram realizados os seguintes gastos:

Custos Incorridos com Mão de Obra 80.000,00

Materiais consumidos 10.000,00


Materiais adquiridos para utilização
15.000,00
em 2014

A previsão dos custos totais está mantida em R$150.000,00.

Considerando os dados informados, o valor da Receita com Prestação de Serviços,

no ano de 2013, é igual a:

a) R$154.000,00.

b) R$132.000,00.

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c) R$110.000,00.
d) R$105.000,00.

Questão 5    (FBC/CFC/2014) Uma Sociedade Empresária, em 30 de junho de 2014,


apresentava os saldos abaixo, das seguintes contas, em seu balancete semestral:

Contas Saldos
Ações de Coligadas R$ 155.000,00
Aplicação Financeira de Liqui-
R$ 50.000,00
dez Imediata
Caixa R$ 15.000,00
Capital a Integralizar R$ 100.000,00
Capital Subscrito R$ 300.000,00
Depreciação Acumulada R$ 60.000,00
Duplicatas Descontadas R$ 45.000,00
Duplicatas a Pagar R$ 135.000,00
Duplicatas a Receber R$ 183.000,00
Despesas com Depreciação R$ 30.000,00
Férias a Pagar R$ 15.000,00
Fornecedores R$ 80.000,00
ICMS a Recuperar R$ 8.000,00
ICMS a Recolher R$ 30.000,00
ICMS sobre Vendas R$ 20.000,00
Lucros Acumulados R$ 16.000,00
Máquinas e Equipamentos R$ 250.000,00
Estoque de Mercadorias R$ 190.000,00
Móveis e Utensílios R$ 100.000,00
Receita de Vendas R$ 300.000,00
Reserva de Capital R$ 90.000,00
Reserva Estatutária R$ 80.000,00
Títulos a Pagar R$ 250.000,00
Títulos a Receber R$ 160.000,00

Veículos R$ 140.000,00

Após a elaboração do balancete de verificação, é CORRETO afirmar que:


a) o saldo das contas de natureza credora corresponde a R$1.101.000,00.

b) o saldo das contas de natureza devedora corresponde a R$1.371.000,00.

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c) o saldo das contas patrimoniais credoras corresponde a R$1.401.000,00.

d) o saldo das contas patrimoniais devedoras corresponde a R$1.351.000,00.

Questão 6    (FBC/CFC/2012) Relacione a natureza das contas com as contas

apresentadas no Balanço Patrimonial de uma sociedade empresária e, em seguida,

assinale a opção CORRETA.

(1) Devedora ( ) Duplicatas a Receber.


(2) Credora ( ) Depreciação Acumulada.
( ) Ajuste de Avaliação Patrimo-
(3) Devedora ou Credora
nial.

A sequência CORRETA é:

a) 3, 2, 1.

b) 3, 3, 2.

c) 1, 1, 3.

d) 1, 2, 3.

Questão 7    (FBC/CFC/2012) A escrituração contábil, segundo a ITG 2000 – Escri-

turação Contábil, deve ser executada:

a) com base, exclusivamente, em documentos de origem externa, tais como notas

fiscais, contratos e extratos bancários, os quais deverão ser registrados de acordo

com o regime de caixa.

b) com histórico que represente a essência econômica da transação ou o código

de histórico padronizado, neste caso, baseado em tabela auxiliar inclusa em livro

próprio.

c) em forma contábil, em qualquer idioma, com data do registro contábil, ou seja,

a data em que o fato contábil ocorreu.

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d) em ordem cronológica de dia, mês e ano, no regime de caixa, com ausência de

espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou emendas.

Questão 8    (FBC/CFC/2015) A liquidação de uma obrigação reconhecida no Balanço

Patrimonial com a utilização de um recurso capaz de gerar benefícios econômicos

futuros, também reconhecido no Balanço Patrimonial, gera:

a) aumento do Ativo e do Passivo.

b) aumento no Ativo e diminuição do Passivo.

c) diminuição do Ativo e aumento do Passivo.

d) diminuição do Ativo e do Passivo.

Questão 9    (PF/AGENTE/2018) Sob a ótica citada, o objeto da contabilidade é o

patrimônio do ente contábil específico.

Questão 10    (PF/AGENTE/2018) Para o estudo da contabilidade, patrimônio é a

diferença entre ativos e passivos detidos pelas entidades.

Questão 11    (PF/AGENTE/2018) A contabilidade integra o rol das ciências exatas

por estar dedicada à mensuração da riqueza do ente contábil.

Questão 12    (PF/AGENTE/2018) Nas demonstrações contábeis de determinada

empresa, foram selecionadas as contas a seguir, reunidas em quatro grupos, e seus

respectivos saldos.

Grupo 1
Caixa e equivalentes 10.000,00
Créditos contra clientes 350.000,00
Estoques para revenda 250.000,00

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Veículos 120.000,00
Grupo 2
Duplicatas descontadas 100.000,00
Fornecedores 80.000,00
Salários e encargos a pagar 50.000,00
Grupo 3
Capital social 400.000,00
Reservas de lucros 100.000,00
Grupo 4
Depreciação 15.000,00
Vendas líquidas 2.000.000,00
Salários e encargos 450.000,00

Com base nessas informações, julgue o seguinte item.

O rol de contas está incompleto, visto que o total de saldos das contas dos grupos

1 e 2 supera o montante do grupo 3.

Questão 13    (PF/AGENTE/2018) Nas demonstrações contábeis de determinada

empresa, foram selecionadas as contas a seguir, reunidas em quatro grupos, e seus

respectivos saldos.

Grupo 1
Caixa e equivalentes 10.000,00
Créditos contra clientes 350.000,00
Estoques para revenda 250.000,00
Veículos 120.000,00
Grupo 2
Duplicatas descontadas 100.000,00
Fornecedores 80.000,00
Salários e encargos a pagar 50.000,00
Grupo 3
Capital social 400.000,00

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Reservas de lucros 100.000,00


Grupo 4
Depreciação 15.000,00
Vendas líquidas 2.000.000,00
Salários e encargos 450.000,00

Com base nessas informações, julgue o seguinte item.

Um fato modificativo exige um registro contábil em conta do grupo 4.

Questão 14    (PF/AGENTE/2018) Nas demonstrações contábeis de determinada

empresa, foram selecionadas as contas a seguir, reunidas em quatro grupos, e seus

respectivos saldos.
Grupo 1
Caixa e equivalentes 10.000,00
Créditos contra clientes 350.000,00
Estoques para revenda 250.000,00
Veículos 120.000,00
Grupo 2
Duplicatas descontadas 100.000,00
Fornecedores 80.000,00
Salários e encargos a pagar 50.000,00
Grupo 3
Capital social 400.000,00
Reservas de lucros 100.000,00
Grupo 4
Depreciação 15.000,00
Vendas líquidas 2.000.000,00
Salários e encargos 450.000,00

Com base nessas informações, julgue o seguinte item.

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Se a empresa realizar um crédito em conta do grupo 1, em contrapartida a um


débito em contas dos grupos 2 e 4, ela estará representando um fato misto.

Questão 15    (PF/AGENTE/2018) Determinada sociedade comercial criou uma

rubrica contábil para abrigar os valores dos estoques em trânsito. Na abertura do

exercício corrente, essa rubrica possuía saldo de R$ 50.000.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o próximo item.

A referida conta é de natureza credora.

Questão 16    (PF/AGENTE/2018) Determinada sociedade comercial criou uma

rubrica contábil para abrigar os valores dos estoques em trânsito. Na abertura do

exercício corrente, essa rubrica possuía saldo de R$ 50.000.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o próximo item.

No plano de contas da sociedade, a conta descrita integra o ativo disponível.

Questão 17    (PF/AGENTE/2018) Determinada sociedade comercial criou uma

rubrica contábil para abrigar os valores dos estoques em trânsito. Na abertura do

exercício corrente, essa rubrica possuía saldo de R$ 50.000.

A respeito dessa situação hipotética, julgue os próximos itens.

A aquisição de mercadorias para revenda, quando classificável na conta mencionada,

gerará uma contrapartida em conta de fornecedores ou de caixa e equivalentes.

Questão 18    (SEFAZ-RS/AUDITOR/2017) Sabendo que a contabilidade registra

apenas os eventos contábeis que impactam economicamente a equação básica

contábil: ativo = passivo + patrimônio líquido, assinale a opção correspondente a

evento que afeta a equação contábil.

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a) análise de proposta de fornecedor.

b) anúncio de imóveis para venda em sítios da Internet.

c) cotação de empréstimos em estabelecimentos bancários.

d) contratação de empregados.

e) aquisição de materiais à vista.

Questão 19    (SEFAZ-RS/AUDITOR/2017) No início de sua constituição, determi-

nada empresa possuía patrimônio líquido composto por um capital integralizado no

valor de R$ 12.000. No primeiro ano de atividade, a sociedade obteve R$ 4.000 de

lucros: R$ 1.000 foram destinados para o pagamento de dividendos, e o restante,

para a constituição de reservas. No segundo ano, a sociedade apurou um prejuízo

de R$ 2.000.

Com referência a essa situação hipotética, é correto afirmar que o valor do patri-

mônio líquido da empresa no final do segundo ano foi de

a) R$ 15.000.

b) R$ 14.000.

c) R$ 13.000.

d) R$ 12.000.

e) R$ 16.000.

Questão 20    (SEFAZ-RS/AUDITOR/2017) Na equação patrimonial ativo = passivo

+ patrimônio líquido,

a) o patrimônio líquido está diretamente relacionado ao ativo.

b) o patrimônio líquido está diretamente relacionado ao passivo.

c) o ativo está inversamente relacionado ao passivo.

d) o ativo está inversamente relacionado ao patrimônio líquido.

e) o passivo está diretamente relacionado ao patrimônio líquido.

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Questão 21    (SEFAZ-RS/AUDITOR/2017) Se, ao final de determinado ano, o ativo

de uma empresa era de R$ 60.000 e o passivo, de R$ 200.000, então o valor de

seu patrimônio líquido era

a) negativo em R$ 140.000.

b) negativo em R$ 260.000.

c) igual a R$ 260.000.

d) igual a R$ 200.000.

e) igual a R$ 140.000.

Questão 22    (SEFAZ-RS/AUDITOR/2017) Um registro de débito na contabilidade

de uma empresa tem o efeito de

a) aumentar os ativos e reduzir os passivos.

b) aumentar tanto os ativos como os passivos.

c) reduzir tanto os ativos como os passivos.

d) neutralidade: não altera nem os ativos nem os passivos.

e) reduzir os ativos e aumentar os passivos.

Questão 23    (CONSULPLAN/TSE/ANALISTA CONTABILIDADE/2012) A contabili-

dade foi definida no I Congresso Brasileiro de Contabilidade como: “a ciência que

estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro relativo aos atos e

fatos da administração econômica.” São objetivos da contabilidade, EXCETO:

a) Fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e

as mudanças na posição financeira da entidade.

b) Auxiliar o maior número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão

financeira.

c) Apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade

quanto aos recursos que lhe foram confiados.

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d) Auxiliar os acionistas a avaliar a produtividade de cada funcionário da empresa

e o desempenho dos gerentes.

Questão 24    (JUIZ DE FORA/AUDITOR-FISCAL/2016) Assinale a alternativa que

representa corretamente as técnicas que a contabilidade utiliza para alcançar seus

objetivos.

a) Escrituração, planejamento, coordenação e controle do patrimônio.

b) Escrituração, balanços, inventários de estoques e controle do patrimônio.

c) Controle do patrimônio, auditoria, planejamento e orçamentos.

d) Auditoria, escrituração, demonstrações contábeis e análises das demonstrações

contábeis.

e) Contabilização, auditoria, planejamento e controle do patrimônio.

Questão 25    (ESAF/CVM/ANALISTA/2010) A empresa Material de Construções

Ltda. Adquiriu 500 sacos de argamassa Votoram, de 20 kg cada um, ao custo uni-

tário de R$1,00 o quilo, pagando 15% de entrada e aceitando duplicatas pelo valor

restante. A operação foi isenta de tributação.

Do material comprado, 10% serão para consumo posterior da própria empresa e o

restante, para revender.

O registro contábil dessa transação é, tipicamente, um lançamento de quarta

fórmula, e o fato a ser registrado é um Fato Administrativo.

a) composto aumentativo.

b) composto diminutivo.

c) modificativo aumentativo.

d) modificativo diminutivo.

e) permutativo.

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Questão 26    Uma sociedade empresária apresentou as seguintes informações so-

bre o exercício social de 2018: incorreu em despesas no valor de R$ 80.000,00 das

quais R$ 25.000,00 foram pagas no exercício e R$ 55.000,00 serão pagas no exer-

cício seguinte; obteve receitas no valor de R$ 95.000,00 das quais R$ 50.000,00

foram a prazo e serão recebidas no exercício seguinte e R$ 45.000,00 foram rece-

bidas no exercício. Considerando o disposto na Lei n. 6.404/76, que trata da escri-

turação contábil e a NBC TG – Estrutura conceituai para elaboração e divulgação de

relatório contábil-financeiro, o resultado do exercício deverá apresentar o valor de:

a) R$ 5.000,00.

b) R$ 15.000,00.

c) R$ 20.000,00.

d) R$ 40.000,00.

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GABARITO
1. d
2. a
3. b
4. b
5. d
6. d
7. b
8. d
9. C
10. E
11. E
12. E
13. C
14. C
15. E
16. E
17. C
18. e
19. c
20. a
21. a
22. a
23. d
24. d
25. e

26. b

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (CONSULPLAN/CFC/2018) Observe a seguir as representações gráficas

da situação patrimonial das empresas Alfa e Beta em dois momentos subsequentes.

Considerando as modificações nos elementos básicos dos balanços patrimoniais

representados anteriormente, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para

as falsas.

 (  ) No momento 2 a empresa Alfa reverteu um passivo contingente que estava

anteriormente reconhecido no momento 1.

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 (  ) No momento 2 a empresa Beta realizou uma operação de financiamento para

aquisição de novos ativos.

 (  ) Ao contrário da empresa Alfa, a empresa Beta reduziu significativamente seu

endividamento em relação ao Patrimônio Líquido.

A sequência está correta em

a) V, V, F.

b) V, F, V.

c) F, V, F.

d) F, F, V.

Letra d.

Esta é uma questão sobre a equação fundamental do patrimônio:

Ativo (-) Passivo (=) PL.

Pela figura, percebe-se que:

• na empresa Alfa, o ativo permaneceu constante, o passivo aumentou de

valor e, consequentemente, o PL foi reduzido; e

• na empresa Beta, o ativo também permaneceu constante, mas o passivo foi

reduzido e, consequentemente, o PL aumentou de valor.

Com essas observações, podemos analisar cada uma das afirmativas do enunciado,

a seguir:

(Falsa) A empresa Alfa aumentou o passivo total entre os momentos 1 e 2. Portanto,

houve entrada de novas obrigações, e não sua reversão.

(Falsa) A empresa Beta reduziu o passivo total entre os momentos 1 e 2. Portan-

to, quitou obrigações/financiamentos e não adquiriu novos financiamentos. Aliás,

o ativo da empresa permaneceu constante, portanto, não houve novas aquisições.

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(Verdadeira) A empresa Alfa aumentou o passivo (e, consequentemente, o endivi-

damento) enquanto a empresa beta reduziu o passivo (e, consequentemente,

o endividamento total) entre os momentos 1 e 2.

Pelo que se encontra acima exposto, verifica-se que a sequência certa é F, F, V –

conforme opção “d”, do enunciado.

Questão 2    (FBC/CFC/2013) No Balanço Patrimonial de uma sociedade empresária

verificou-se que o ativo aumentou R$80.000,00, durante o ano de 2012, e o passivo

exigível teve um acréscimo de R$70.000,00.

Diante das informações acima, o Patrimônio Líquido nesse período:

a) Aumentou em R$10.000,00.

b) Aumentou em R$80.000,00.

c) Reduziu em R$10.000,00.

d) Reduziu em R$70.000,00.

Letra a.

Trata-se de uma questão extremamente fácil, cuja resolução demanda apenas o

conhecimento da equação fundamental do patrimônio:

Ativo (-) Passivo (=) Patrimônio Líquido.

Ora, se o ativo aumentou em R$ 80.000,00, o patrimônio líquido deve aumentar

nesse mesmo valor.

Por outro lado, se o passivo aumentou em R$ 70.000,00, o patrimônio líquido deve

ser reduzido nesse mesmo valor.

Portanto, em vista das duas situações, o patrimônio líquido sofrerá um aumento

líquido de R$ 10.000,00, conforme consta na alternativa de letra “a”.

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Questão 3    (FBC/CFC/2016) Assinale a opção que representa a CORRETA associação

entre o fato contábil e o seu registro no Balanço Patrimonial.

a) A compra, a prazo, de mercadoria para revenda provoca um aumento no Ativo

e uma redução no Passivo.

b) A contratação de uma apólice de seguros, com pagamento a prazo, para cober-

tura de doze meses a transcorrer provoca um aumento no Ativo e um aumento no

Passivo.

c) A integralização de capital com bens para uso provoca um aumento no Ativo e

uma redução no Patrimônio Líquido.

d) O pagamento em dinheiro a fornecedores, decorrente de aquisição de mercadorias

a prazo, provoca uma diminuição no Ativo e um aumento no Passivo.

Letra b.

Esta é uma questão sobre os efeitos de fatos contábeis, no patrimônio. Para resolução,

vamos analisar, em separado, cada uma das operações referidas no enunciado.

a) Errada.

Lançamento:

D = Estoque de Mercadorias (ativo)

C = A Fornecedores (passivo) xxx,xx

Efeito:

Aumento no ativo

Aumento no passivo

b) Certa.

Lançamento:

D = Seguros a vencer (ativo)

C = Apólice a pagar (passivo) xxx,xx

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Efeito:

Aumento no ativo

Aumento no passivo

c) Errada.

Lançamento:

D = Ativo Imobilizado – bens de uso (ativo)

C = Capital a realizar (retificadora do PL) xxx,xx

Efeito:

Aumento no ativo

Aumento no PL

d) Errada.

Lançamento:

D = Fornecedores (passivo)

C = A Caixa (ativo) xxx,xx

Efeito:

Redução no passivo

Redução no ativo

Pelo que se encontra acima exposto, verificamos que a única opção em que a

operação ocorrida tem o efeito descrito é aquela constante da alternativa de letra “b”

(contratação de uma apólice de seguros, com pagamento a prazo).

Questão 4    (FBC/CFC/2014) Uma sociedade empresária firmou, em junho de 2013,

um contrato de prestação de serviços. Pelo serviço contratado, pactuou o preço de

R$220.000,00. Para a execução do serviço, foi orçado um custo de R$150.000,00.

A empresa recebeu 50% do preço pactuado na assinatura do contrato e receberá o

restante ao final do contrato, em junho de 2014.

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No final de 2013, a receita associada à transação será reconhecida, tomando por

base o estágio de execução do serviço ao término do período de reporte, uma vez

que a conclusão do contrato pode ser estimada com confiabilidade.

O estágio de execução dos serviços será calculado com base na proporção entre os

custos incorridos até a data e os custos totais estimados.

Em 2013, foram realizados os seguintes gastos:

Custos Incorridos com Mão de Obra 80.000,00

Materiais consumidos 10.000,00

Materiais adquiridos para utilização em 2014 15.000,00

A previsão dos custos totais está mantida em R$150.000,00.

Considerando os dados informados, o valor da Receita com Prestação de Serviços,

no ano de 2013, é igual a:

a) R$154.000,00.

b) R$132.000,00.

c) R$110.000,00.

d) R$105.000,00.

Letra b.

Essa é uma questão sobre os critérios aplicáveis ao reconhecimento da receita.

Para sua resolução, é  necessário apenas conhecer o princípio da competência,

previsto no art. 9º da Resolução CFC n. 750, de 1993:

Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros


eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do
recebimento ou pagamento.

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Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confronta-


ção de receitas e de despesas correlatas.

De acordo com esse princípio, deve haver simultaneidade da confrontação entre


receitas e despesas correlatas. Ora, os custos de execução do projeto devem ser
reconhecidos na mesma proporção que as receitas de sua venda. Pois bem, para
isso é necessário identificar os custos incorridos até 2013, o percentual que eles
representam do total de custos previstos e calcular proporcionalmente à receita.
1 – Custos Incorridos

( ) Custos Incorridos com Mão de Obra 80.000,00


(+) Materiais consumidos 10.000,00
(=) Custos incorridos 90.000,00

2 – Percentual de realização dos serviços

( ) Custos incorridos 90.000,00


(/) Previsão de Custos Totais 150.000,00
Percentual de execução dos servi-
(=) ços 60%

3 – Receita reconhecida

( ) Receita Total do Serviço 220.000,00


Percentual de execução dos servi-
(*) ços 60%
(=) Receita a ser reconhecida 132.000,00

Questão 5    (FBC/CFC/2014) Uma Sociedade Empresária, em 30 de junho de 2014,


apresentava os saldos abaixo, das seguintes contas, em seu balancete semestral:

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Contas Saldos
R$
Ações de Coligadas
155.000,00
Aplicação Financeira de Liquidez Ime-
R$ 50.000,00
diata
Caixa R$ 15.000,00
R$
Capital a Integralizar
100.000,00
R$
Capital Subscrito
300.000,00
Depreciação Acumulada R$ 60.000,00
Duplicatas Descontadas R$ 45.000,00
R$
Duplicatas a Pagar
135.000,00
R$
Duplicatas a Receber
183.000,00
Despesas com Depreciação R$ 30.000,00
Férias a Pagar R$ 15.000,00
Fornecedores R$ 80.000,00
ICMS a Recuperar R$ 8.000,00
ICMS a Recolher R$ 30.000,00
ICMS sobre Vendas R$ 20.000,00
Lucros Acumulados R$ 16.000,00
R$
Máquinas e Equipamentos
250.000,00
R$
Estoque de Mercadorias
190.000,00
R$
Móveis e Utensílios
100.000,00
R$
Receita de Vendas
300.000,00
Reserva de Capital R$ 90.000,00
Reserva Estatutária R$ 80.000,00
R$
Títulos a Pagar
250.000,00

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R$
Títulos a Receber
160.000,00
R$
Veículos
140.000,00

Após a elaboração do balancete de verificação, é CORRETO afirmar que:


a) o saldo das contas de natureza credora corresponde a R$1.101.000,00.
b) o saldo das contas de natureza devedora corresponde a R$1.371.000,00.
c) o saldo das contas patrimoniais credoras corresponde a R$1.401.000,00.
d) o saldo das contas patrimoniais devedoras corresponde a R$1.351.000,00.

Letra d.
Esta é uma questão sobre classificação de contas, por grupo (patrimonial ou de
resultado) e por natureza (devedora ou credora).
A seguir, a classificação.

Contas Saldos Classificação Natureza


Ações de Coligadas 155.000,00 Patrimonial Devedora
Aplicação Financeira de Liquidez Imediata 50.000,00 Patrimonial Devedora
Caixa 15.000,00 Patrimonial Devedora
Capital a Integralizar 100.000,00 Patrimonial Devedora
Capital Subscrito 300.000,00 Patrimonial Credora
Depreciação Acumulada 60.000,00 Patrimonial Credora
Duplicatas Descontadas 45.000,00 Patrimonial Credora
Duplicatas a Pagar 135.000,00 Patrimonial Credora
Duplicatas a Receber 183.000,00 Patrimonial Devedora
Despesas com Depreciação 30.000,00 de Resultado Devedora
Férias a Pagar 15.000,00 Patrimonial Credora
Fornecedores 80.000,00 Patrimonial Credora
ICMS a Recuperar 8.000,00 Patrimonial Devedora
ICMS a Recolher 30.000,00 Patrimonial Credora
ICMS sobre Vendas 20.000,00 de Resultado Devedora

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Lucros Acumulados 16.000,00 Patrimonial Credora


Máquinas e Equipamentos 250.000,00 Patrimonial Devedora
Estoque de Mercadorias 190.000,00 Patrimonial Devedora
Móveis e Utensílios 100.000,00 Patrimonial Devedora
Receita de Vendas 300.000,00 de Resultado Credora
Reserva de Capital 90.000,00 Patrimonial Credora
Reserva Estatutária 80.000,00 Patrimonial Credora
Títulos a Pagar 250.000,00 Patrimonial Credora
Títulos a Receber 160.000,00 Patrimonial Devedora
Veículos 140.000,00 Patrimonial Devedora

De acordo com o método das partidas dobradas, o total de saldos credores deve
ser igual ao total de saldos devedores. Ora, o total de saldos é R$ 2.802.000,00,
portanto, dividido por dois, resulta em R$ 1.401.000,00, que é o saldo total de
contas (tanto devedoras como credoras).
Prosseguindo, com base na classificação acima, podemos ainda apurar o saldo das
contas:

• Patrimoniais devedoras:

( ) Ações de Coligadas 155.000,00


(+) Aplicação Financeira de Liquidez Imediata 50.000,00
(+) Caixa 15.000,00
(+) Capital a Integralizar 100.000,00
(+) Duplicatas a Receber 183.000,00
(+) ICMS a Recuperar 8.000,00
(+) Máquinas e Equipamentos 250.000,00
(+) Estoque de Mercadorias 190.000,00
(+) Móveis e Utensílios 100.000,00
(+) Títulos a Receber 160.000,00
(+) Veículos 140.000,00
Saldo das contas patrimoniais devedo-
(=) ras 1.351.000,00

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• Patrimoniais credoras:

( ) Capital Subscrito 300.000,00


(+) Depreciação Acumulada 60.000,00
(+) Duplicatas Descontadas 45.000,00
(+) Duplicatas a Pagar 135.000,00
(+) Férias a Pagar 15.000,00
(+) Fornecedores 80.000,00
(+) ICMS a Recolher 30.000,00
(+) Lucros Acumulados 16.000,00
(+) Reserva de Capital 90.000,00
(+) Reserva Estatutária 80.000,00
(+) Títulos a Pagar 250.000,00

Saldo das contas patrimoniais


(=) credoras 1.101.000,00

Pelo que se encontra acima exposto, verificamos que o saldo das contas patrimoniais
devedoras corresponde a R$1.351.000,00, conforme alternativa de letra “d”.

Questão 6    (FBC/CFC/2012) Relacione a natureza das contas com as contas


apresentadas no Balanço Patrimonial de uma sociedade empresária e, em seguida,
assinale a opção CORRETA.

(1) Devedora ( ) Duplicatas a Receber.

(2) Credora ( ) Depreciação Acumulada.

(3) Devedora ou Credora ( ) Ajuste de Avaliação Patrimonial.

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A sequência CORRETA é:

a) 3, 2, 1.

b) 3, 3, 2.

c) 1, 1, 3.

d) 1, 2, 3.

Letra d.

Trata-se de uma questão sobre a natureza das contas (devedora ou credora). Para

sua resolução, basta classificá-las, sabendo que:

• contas de ativo e despesa têm natureza devedora;

• contas de passivo, patrimônio líquido e receitas têm natureza credora;

• as contas retificadoras dos grupos patrimoniais a e b, têm natureza invertida; e

• há algumas contas que têm natureza dupla (e.g. aquelas que podem repre-

sentar, ao mesmo tempo, aumentos ou reduções do patrimônio líquido).

Com base nesses conceitos, analisaremos cada conta apresentada no enunciado:

( ) Duplicatas a Receber. Ativo – devedora


( ) Depreciação Acumulada. Retificadora do Ativo – credora
Patrimônio Líquido – devedora/cre-
() Ajuste de Avaliação Patrimonial.
dora

(1) Devedora (1) Duplicatas a Receber.


(2) Credora (2) Depreciação Acumulada.
(3) Devedora ou Credora (3) Ajuste de Avaliação Patrimonial.

Questão 7    (FBC/CFC/2012) A escrituração contábil, segundo a ITG 2000 – Escri-

turação Contábil, deve ser executada:

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a) com base, exclusivamente, em documentos de origem externa, tais como notas

fiscais, contratos e extratos bancários, os quais deverão ser registrados de acordo

com o regime de caixa.

b) com histórico que represente a essência econômica da transação ou o código

de histórico padronizado, neste caso, baseado em tabela auxiliar inclusa em livro

próprio.

c) em forma contábil, em qualquer idioma, com data do registro contábil, ou seja,

a data em que o fato contábil ocorreu.

d) em ordem cronológica de dia, mês e ano, no regime de caixa, com ausência de

espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou emendas.

Letra b.

A presente questão versa sobre critérios de escrituração contábil, assunto tratado

pela ITG 2000. Com base na referida norma, analisaremos, em separado, cada

assertiva do enunciado.

a) Errada. São aceitos documentos de origem interna e, ainda, na sua falta, outros

elementos.

§ 5º A escrituração contábil deve ser executada:


(...)
e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em elemen-
tos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis.

b) Certa. Conforme disposto no parágrafo 6º da ITG 2000.

§ 6º A escrituração em forma contábil de que trata o item 5 deve conter, no mínimo:
(...)
d) histórico que represente a essência econômica da transação ou o código de histórico
padronizado, neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa em livro próprio;

c) Errada. A escrituração deve ser realizada em idioma nacional.

§ 5º A escrituração contábil deve ser executada:

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a) em idioma e em moeda corrente nacionais;


b) em forma contábil;
(...)

d) Errada.

§ 6º A escrituração em forma contábil de que trata o item 5 deve conter, no mínimo:
(...)
c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;
d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou emendas;

Questão 8    (FBC/CFC/2015) A liquidação de uma obrigação reconhecida no Balanço

Patrimonial com a utilização de um recurso capaz de gerar benefícios econômicos

futuros, também reconhecido no Balanço Patrimonial, gera:

a) aumento do Ativo e do Passivo.

b) aumento no Ativo e diminuição do Passivo.

c) diminuição do Ativo e aumento do Passivo.

d) diminuição do Ativo e do Passivo.

Letra d.

Esta é uma questão sobre lançamentos contábeis e a capacidade de interpretação

de seus efeitos nos grupos do patrimônio.

Para resolução, é necessário partirmos de uma situação patrimonial inicial com a

existência de um recurso e uma obrigação de mesmo valor.

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Então, o recurso é utilizado para quitar a obrigação, conforme representação

patrimonial a seguir:

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O lançamento é o seguinte:
D = Obrigação
C = A Recurso XXX,XX
O efeito do lançamento é a redução tanto do ativo, quanto do passivo, no mesmo
valor.
Pelo exposto, verifica-se certa a alternativa de letra “d”.

Questão 9    (PF/AGENTE/2018) Sob a ótica citada, o objeto da contabilidade é o


patrimônio do ente contábil específico.

Certo.
A contabilidade é uma ciência. Trata-se de uma atividade de estudo rigorosa, sobre
um campo da realidade, com interesse acerca de um objeto desse campo e com
utilização de um método de estudo.
O campo da contabilidade é a azienda (qualquer ente, personalizado ou não,

passível de ter patrimônio).

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O objeto da contabilidade é o patrimônio (conjunto de recursos e obrigações de


um ente).
O método da contabilidade é o método das partidas dobradas, segundo o qual
nenhum valor pode ser aplicado em um elemento do patrimônio (débito) sem que
ele tenha uma origem definida (crédito).
Como, no enunciado, é  afirmado que o objeto da contabilidade é o patrimônio,
temos uma assertiva certa.

Questão 10    (PF/AGENTE/2018) Para o estudo da contabilidade, patrimônio é a


diferença entre ativos e passivos detidos pelas entidades.

Errado.
Patrimônio é o conjunto de recursos e obrigações de uma entidade. Ao conjunto
de recursos, dá-se o nome de ativo. Ao conjunto de obrigações, dá-se o nome de
passivo. Ao valor da diferença entre ativo e passivo, dá-se o nome de patrimônio
líquido.
No enunciado, é afirmado que o patrimônio seria a diferença entre ativo e passivo,
porém, essa é a definição de patrimônio líquido. Portanto, temos aqui uma assertiva
errada.

Questão 11    (PF/AGENTE/2018) A contabilidade integra o rol das ciências exatas


por estar dedicada à mensuração da riqueza do ente contábil.

Errado.
A contabilidade é a ciência que tem por objeto o patrimônio. O patrimônio, por sua
vez, é a expressão da riqueza de uma entidade. Ora, a riqueza é um conceito defi-
nido no contexto de um grupo social. Portanto, a contabilidade é uma ciência social.

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No enunciado, é afirmado que a contabilidade seria uma ciência exata. Portanto,

temos aqui uma assertiva errada.

Questão 12    (PF/AGENTE/2018) Nas demonstrações contábeis de determinada

empresa, foram selecionadas as contas a seguir, reunidas em quatro grupos, e seus

respectivos saldos.
Grupo 1

Caixa e equivalentes 10.000,00


Créditos contra clientes 350.000,00
Estoques para revenda 250.000,00
Veículos 120.000,00
Grupo 2
Duplicatas descontadas 100.000,00
Fornecedores 80.000,00
Salários e encargos a pagar 50.000,00
Grupo 3
Capital social 400.000,00
Reservas de lucros 100.000,00
Grupo 4
Depreciação 15.000,00
Vendas líquidas 2.000.000,00
Salários e encargos 450.000,00

Com base nessas informações, julgue o seguinte item.

O rol de contas está incompleto, visto que o total de saldos das contas dos grupos

1 e 2 supera o montante do grupo 3.

Errado.

Iniciamos a resolução da questão fazendo uma análise dos valores apresentados.

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Grupo 1: Contas de Ativo

Representativas de recursos da entidade – Saldo: 730.000,00

Grupo 2: Contas de passivo

Representativas de obrigações da entidade – Saldo 230.000,00

Grupo 3: Contas de Patrimônio Líquido

Representativas da diferença (Ativo-Passivo) – Saldo: R$ 500.000,00

Grupo 4: Contas de Resultado

Representativas de aumento/redução da diferença no período – Saldo: R$

1.535.000,00

Em seguida, a esses valores aplicamos a equação fundamental do patrimônio,

segundo a qual o patrimônio líquido corresponde à diferença entre o ativo e o pas-

sivo => A - P = PL. Ora, aplicando essa equação aos dados do enunciado, temos

justamente os valores esperados de que: 730.000,00-230,000=500.000,00.

Portanto, não podemos concluir que o rol de contas patrimoniais esteja incompleto,

ao contrário do que é afirmado no enunciado. Assim, verificamos aqui uma assertiva

errada.

Questão 13    (PF/AGENTE/2018) Nas demonstrações contábeis de determinada

empresa, foram selecionadas as contas a seguir, reunidas em quatro grupos, e seus

respectivos saldos.

Grupo 1
Caixa e equivalentes 10.000,00
Créditos contra clientes 350.000,00
Estoques para revenda 250.000,00
Veículos 120.000,00

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Grupo 2
Duplicatas descontadas 100.000,00
Fornecedores 80.000,00
Salários e encargos a pagar 50.000,00
Grupo 3
Capital social 400.000,00
Reservas de lucros 100.000,00
Grupo 4
Depreciação 15.000,00
Vendas líquidas 2.000.000,00
Salários e encargos 450.000,00

Com base nessas informações, julgue o seguinte item.

Um fato modificativo exige um registro contábil em conta do grupo 4.

Certo.

Por definição, um fato modificativo é aquele que aumenta ou reduz o PL. Os aumentos

e reduções do PL, por sua vez, são registrados, durante o exercício, nas contas de

resultado. Por fim, no enunciado, temos as contas de resultado no grupo 4.

Portanto, para registro de um fato modificativo, deverá, sim, haver lançamento em

conta contábil do grupo 4, conforme afirmado no enunciado. Assim, temos aqui

uma assertiva certa.

Questão 14    (PF/AGENTE/2018) Nas demonstrações contábeis de determinada

empresa, foram selecionadas as contas a seguir, reunidas em quatro grupos, e seus

respectivos saldos.

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Grupo 1
Caixa e equivalentes 10.000,00
Créditos contra clientes 350.000,00
Estoques para revenda 250.000,00
Veículos 120.000,00
Grupo 2
Duplicatas descontadas 100.000,00
Fornecedores 80.000,00
Salários e encargos a pagar 50.000,00
Grupo 3
Capital social 400.000,00
Reservas de lucros 100.000,00
Grupo 4
Depreciação 15.000,00
Vendas líquidas 2.000.000,00
Salários e encargos 450.000,00

Com base nessas informações, julgue o seguinte item.

Se a empresa realizar um crédito em conta do grupo 1, em contrapartida a um

débito em contas dos grupos 2 e 4, ela estará representando um fato misto.

Certo.

Os fatos permutativos somente apresentam lançamentos em contas patrimoniais

(de ativo e passivo).

Os fatos modificativos apresentam lançamento em uma conta patrimonial (de ativo

ou passivo) e uma conta de resultado (receita ou despesa).

Os fatos mistos apresentam lançamento em mais de uma conta patrimonial (de ativo

ou passivo) e, ainda, pelo menos uma conta de resultado (receita ou despesa).

No enunciado, é referido lançamento com:

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• crédito em conta de ativo (grupo 1);

• débito em conta de passivo (grupo 3); e

• débito em conta de resultado (grupo 4).

Ora, esse é o lançamento de um fato misto (duas contas patrimoniais e uma conta

de resultado). Por exemplo, esse poderia ser o lançamento da quitação de uma

obrigação com abatimento.

Repare que, no enunciado, é exatamente isso que se afirma. Portanto, temos aqui

uma assertiva certa.

Questão 15    (PF/AGENTE/2018) Determinada sociedade comercial criou uma

rubrica contábil para abrigar os valores dos estoques em trânsito. Na abertura do

exercício corrente, essa rubrica possuía saldo de R$ 50.000.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o próximo item.

A referida conta é de natureza credora.

Errado.

A conta ESTOQUES EM TRÂNSITO representa um recurso da entidade. Os recursos

são classificados no ativo e têm natureza devedora.

Apenas lembrando, de acordo com a teoria personalística das contas, esse ativo

é uma conta dos agentes consignatários, especificamente, os estoques estão na

responsabilidade do almoxarife (um empregado da entidade) e esse empregado

DEVE à entidade o valor correspondente aos estoques por ela detidos.

Repare que isso é o contrário do que se afirma no enunciado. Portanto, temos aqui

uma assertiva errada.

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Questão 16    (PF/AGENTE/2018) Determinada sociedade comercial criou uma

rubrica contábil para abrigar os valores dos estoques em trânsito. Na abertura do

exercício corrente, essa rubrica possuía saldo de R$ 50.000.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o próximo item.

No plano de contas da sociedade, a conta descrita integra o ativo disponível.

Errado.

Para resolução da questão, é  necessário conhecer o conceito dos elementos

componentes do ativo circulante (grupo patrimonial que engloba os recursos de

curto prazo da entidade). Na Lei das S/A, esses elementos são disponibilidades,

direitos de curto prazo e despesas antecipadas, conforme se depreende do art. 179

da lei:

Ativo
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I – no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício
social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;

As disponibilidades são recursos imediatamente conversíveis em moeda, por valor

conhecido. Os direitos de curto prazo são elementos que necessitam de uma ope-

ração com terceiros para conversão em moeda (e.g. venda). Por fim, as despesas

antecipadas não têm a pretensão de se converter em moeda, mas irão compor o

resultado no período seguinte.

No caso, temos a conta ESTOQUES EM TRÂNSITO, que representa um direito de

curto prazo, que necessita de uma operação de venda para conversão em moeda e

que, portanto, não se classifica como disponibilidades.

Repare que, no enunciado, é afirmado que essa conta comporia o ATIVO DISPONÍVEL.

Portanto, temos aqui uma assertiva errada.

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Questão 17    (PF/AGENTE/2018) Determinada sociedade comercial criou uma

rubrica contábil para abrigar os valores dos estoques em trânsito. Na abertura do

exercício corrente, essa rubrica possuía saldo de R$ 50.000.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o próximo item.

A aquisição de mercadorias para revenda, quando classificável na conta mencionada,

gerará uma contrapartida em conta de fornecedores ou de caixa e equivalentes.

Certo.

A aquisição de mercadorias sempre se dá a débito do estoque. Caso a compra

ocorra à vista, a aquisição será registrada a crédito de caixa ou equivalentes de

caixa (tais como depósitos bancários). E, caso a compra ocorra a prazo, a aquisição

será registrada a crédito de fornecedores (conta também denominada DUPLICATAS

A PAGAR).

D = Estoque de Mercadorias

C = A Caixa ou Fornecedores

Repare que é exatamente isso que se afirma no enunciado. Portanto, temos aqui

uma assertiva certa.

Questão 18    (SEFAZ-RS/AUDITOR/2017) Sabendo que a contabilidade registra

apenas os eventos contábeis que impactam economicamente a equação básica

contábil: ativo = passivo + patrimônio líquido, assinale a opção correspondente a

evento que afeta a equação contábil.

a) análise de proposta de fornecedor

b) anúncio de imóveis para venda em sítios da Internet

c) cotação de empréstimos em estabelecimentos bancários

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d) contratação de empregados

e) aquisição de materiais à vista

Letra e.

A questão versa sobre a definição de eventos que afetem a equação contábil. Esse

conceito é correlato ao de fato contábil (evento com efeito no patrimônio), em

contraposição ao de ato contábil (evento sem efeito no patrimônio). Com base

nesses conceitos, analisaremos, em separado, cada alternativa do enunciado.

a) Errada. A mera análise não altera valor de recursos ou obrigações.

b) Errada. Enquanto não houver a venda em si, não serão alterados valores de

recursos ou obrigações.

c) Errada. A mera cotação não altera valor de recursos ou obrigações.

d) Errada. Enquanto não houver a venda em si, não serão alterados valores de

recursos ou obrigações.

e) Certa. Essa aquisição implica entrada de valor nos estoques e saída de dinheiro

do caixa.

Questão 19    (SEFAZ-RS/AUDITOR/2017) No início de sua constituição, determi-

nada empresa possuía patrimônio líquido composto por um capital integralizado no

valor de R$ 12.000. No primeiro ano de atividade, a sociedade obteve R$ 4.000 de

lucros: R$ 1.000 foram destinados para o pagamento de dividendos, e o restante,

para a constituição de reservas. No segundo ano, a sociedade apurou um prejuízo

de R$ 2.000.

Com referência a essa situação hipotética, é correto afirmar que o valor do patri-

mônio líquido da empresa no final do segundo ano foi de

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a) R$ 15.000.

b) R$ 14.000.

c) R$ 13.000.

d) R$ 12.000.

e) R$ 16.000.

Letra c.

Esta é uma questão sobre os efeitos de fatos contábeis na equação do patrimônio

(e no saldo do patrimônio líquido – PL).

Para resolução, analisaremos em separado cada evento descrito no enunciado.

Saldo Inicial do PL => capital social integralizado = R$ 12.000,00

Lucros => aumento de saldo em R$ 4.000,00 = R$ 16.000,00

D = ARE (resultado)

C = A LPA 4.000,00

Distribuição de dividendos => redução do saldo em R$ 1.000,00 = R$ 15.000,00

D = LPA

C = A Passivo 1.000,00

Constituição de reservas => saldo mantido constante = R$ 15.000,00

D = LPA

C = A Reserva de lucro (PL) 2.000,00

Saldo Final (1º ano) = R$ 15.000,00

Prejuízo do 2º ano => - R$ 2.000,00 = R$ 13.000,00

D = LPA

C = A ARE Resultado 2.000,00

Pelo exposto, calcula-se um saldo final de R$ 13.000,00 para o PL, conforme alter-

nativa de letra “c”.

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Questão 20    (SEFAZ-RS/AUDITOR/2017) Na equação patrimonial ativo = passivo

+ patrimônio líquido,

a) o patrimônio líquido está diretamente relacionado ao ativo.

b) o patrimônio líquido está diretamente relacionado ao passivo.

c) o ativo está inversamente relacionado ao passivo.

d) o ativo está inversamente relacionado ao patrimônio líquido.

e) o passivo está diretamente relacionado ao patrimônio líquido.

Letra a.

Esta é uma questão sobre a equação do patrimônio. Para resolução, vamos analisar,

em separado, cada assertiva do enunciado, à luz da equação.

a) Certa. Se o ativo aumentar, o PL aumenta e, se o ativo for reduzido, o PL

também será reduzido.

b) Errada. Se o passivo aumentar, o PL é reduzido e, se o passivo for reduzido,

o PL aumenta.

c) Errada. Não há relação entre o ativo e o passivo, decorrente da equação.

d) Errada. Se o ativo aumentar, o PL aumenta e se o ativo for reduzido, o PL

também será reduzido.

e) Errada. Se o passivo aumentar, o PL é reduzido e, se o passivo for reduzido,

o PL aumenta.

Pelo exposto, verifica-se certa a afirmativa constante da alternativa de letra “a”.

Questão 21    (SEFAZ-RS/AUDITOR/2017) Se, ao final de determinado ano, o ativo

de uma empresa era de R$ 60.000 e o passivo, de R$ 200.000, então o valor de

seu patrimônio líquido era

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a) negativo em R$ 140.000.
b) negativo em R$ 260.000.
c) igual a R$ 260.000.
d) igual a R$ 200.000.
e) igual a R$ 140.000.

Letra a.
Esta é uma questão sobre a equação do patrimônio, segundo a qual:
Ativo (-) Passivo (=) Patrimônio Líquido.
Para resolução, basta aplicar os valores do enunciado à equação.

( ) Ativo 60.000,00


(-) Passivo -200.000,00
(=) PL -140.000,00

Pelo exposto, verifica-se um PL negativo em R$ 140.000,00, conforme proposto na


alternativa de letra “a”.

Questão 22    (SEFAZ-RS/AUDITOR/2017) Um registro de débito na contabilidade


de uma empresa tem o efeito de
a) aumentar os ativos e reduzir os passivos.
b) aumentar tanto os ativos como os passivos.
c) reduzir tanto os ativos como os passivos.
d) neutralidade: não altera nem os ativos nem os passivos.
e) reduzir os ativos e aumentar os passivos.

Letra a.
Esta é uma questão sobre a natureza das contas. Para resolução, é necessário

saber o efeito do débito e do crédito no saldo das contas, conforme sua classificação.

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A tabela a seguir apresenta os referidos efeitos:

Débito Crédito
Ativo Aumento Redução
Passivo Redução Aumento
PL Redução Aumento
Receita Redução Aumento
Despesa Aumento Redução

Portanto, um débito tem o condão de aumentar o saldo de ativo e reduzir o saldo

de passivos, conforme alternativa de letra “a”.

Questão 23    (CONSULPLAN/TSE/ANALISTA CONTABILIDADE/2012) A contabili-

dade foi definida no I Congresso Brasileiro de Contabilidade como: “a ciência que

estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro relativo aos atos e

fatos da administração econômica.” São objetivos da contabilidade, EXCETO:

a) Fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e

as mudanças na posição financeira da entidade.

b) Auxiliar o maior número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisão

financeira.

c) Apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade

quanto aos recursos que lhe foram confiados.

d) Auxiliar os acionistas a avaliar a produtividade de cada funcionário da empresa

e o desempenho dos gerentes.

Letra d.

O objetivo da contabilidade é gerar informações para tomada de decisão, por usuários

externos à entidade e que tenham interesse em seu resultado. Especificamente

para isso, é necessário controlar o patrimônio e o resultado.

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Com base nesses conceitos, é fácil resolver à questão, analisando, em separado,

cada uma das alternativas do enunciado.

a) Certa. Conforme dito acima.

b) Certa. Conforme dito acima.

c) Certa. Conforme dito acima.

d) Errada. Essa é uma preocupação da administração.

Pelo exposto, verifica-se errada a alternativa de letra “d”.

Questão 24    (JUIZ DE FORA/AUDITOR-FISCAL/2016) Assinale a alternativa que

representa corretamente as técnicas que a contabilidade utiliza para alcançar seus

objetivos.

a) Escrituração, planejamento, coordenação e controle do patrimônio.

b) Escrituração, balanços, inventários de estoques e controle do patrimônio.

c) Controle do patrimônio, auditoria, planejamento e orçamentos.

d) Auditoria, escrituração, demonstrações contábeis e análises das demonstrações

contábeis.

e) Contabilização, auditoria, planejamento e controle do patrimônio.

Letra d.

As técnicas contábeis são: auditoria, escrituração, elaboração de demonstrações

contábeis e análise das demonstrações contábeis.

Pelo exposto, verifica-se errada a alternativa de letra “d”.

Questão 25    (ESAF/CVM/ANALISTA/2010) A empresa Material de Construções

Ltda. Adquiriu 500 sacos de argamassa Votoram, de 20 kg cada um, ao custo

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unitário de R$1,00 o quilo, pagando 15% de entrada e aceitando duplicatas pelo

valor restante. A operação foi isenta de tributação.

Do material comprado, 10% serão para consumo posterior da própria empresa e o

restante, para revender.

O registro contábil dessa transação é, tipicamente, um lançamento de quarta

fórmula, e o fato a ser registrado é um Fato Administrativo.

a) composto aumentativo.

b) composto diminutivo.

c) modificativo aumentativo.

d) modificativo diminutivo.

e) permutativo.

Letra e.

Trata-se de uma questão facílima. Para resolução, é necessário conhecer a classifi-

cação dos fatos contábeis:

• permutativos (qualitativos) – são fatos que somente alteram a distribuição de

valores entre bens, direitos e obrigações, sem alterar o montante do patrimônio

líquido, como, por exemplo, a compra de mercadorias;

• modificativos (quantitativos) – são fatos que alteram o valor do patrimônio

líquido. Os fatos modificativos são classificados em aumentativos ou diminu-

tivos:

− aumentativos (positivos) – são fatos modificativos que aumentam o

patrimônio líquido como, por exemplo, uma receita de aluguel (que

corresponde diretamente a um aumento de recursos ou a uma redução de

obrigações);

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− diminutivos (negativos) – são fatos modificativos que diminuem o patri-

mônio líquido como, por exemplo, as despesas (que correspondem direta-

mente a aumento de obrigações ou a redução de recursos);

• mistos – são fatos que, ao mesmo tempo, são permutativos e modificativos,

ou seja, há troca de valor entre elementos patrimoniais (bens, direitos ou

obrigações) e alteração do valor do PL, com lucro ou prejuízo. Os fatos mistos

são classificados em aumentativos ou diminutivos:

− aumentativos (positivos) – venda com lucro, por exemplo;

− diminutivos (negativos) – venda com prejuízo, por exemplo.

No enunciado, é descrita a operação de compra (aquisição de material) e, de acordo

com o princípio do registro pelo valor original, esse material deve ingressar no

patrimônio pelo valor transacionado.

Assim, não há alteração no montante dos recursos deduzidos das obrigações, mas

somente uma troca de dinheiro e obrigações assumidas pelo material. Isso enseja

a alteração da configuração patrimonial, sem alteração do patrimônio líquido.

A possível dificuldade da questão estaria na referência ao posterior consumo.

Entretanto, como a pergunta é relativa ao fato (aquisição), a resposta é: fato

permutativo, conforme alternativa “e”.

Questão 26    Uma sociedade empresária apresentou as seguintes informações so-

bre o exercício social de 2018: incorreu em despesas no valor de R$ 80.000,00 das

quais R$ 25.000,00 foram pagas no exercício e R$ 55.000,00 serão pagas no exer-

cício seguinte; obteve receitas no valor de R$ 95.000,00 das quais R$ 50.000,00

foram a prazo e serão recebidas no exercício seguinte e R$ 45.000,00 foram rece-

bidas no exercício. Considerando o disposto na Lei n. 6.404/76, que trata da escri-

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turação contábil e a NBC TG – Estrutura conceituai para elaboração e divulgação de

relatório contábil-financeiro, o resultado do exercício deverá apresentar o valor de:

a) R$ 5.000,00.

b) R$ 15.000,00.

c) R$ 20.000,00.

d) R$ 40.000,00.

Letra b.

Esta é uma questão facílima, sobre o regime de competência.

De acordo com o regime de competência, as receitas são consideradas nos perío-

dos em que forem auferidas, independentemente do recebimento e as despesas,

nos períodos em que forem incorridas, independentemente do pagamento.

Nesse sentido, cabe referir o art. 187 da Lei das S/A:

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:


[…]
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realiza-
ção em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a es-
sas receitas e rendimentos.

Pois bem, com esses conceitos, resolve-se a questão, nos termos da memória de

cálculo abaixo:

( ) Receitas Auferidas 95.000,00


(-) Despesas Incorridas -80.000,00
(=) Resultado 15.000,00

Pelo exposto, apura-se um resultado de R$ 15.000,00, conforme opção B.

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