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a solução para o seu concurso!

BANRISUL-RS
BANCO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL - RS

Escriturário

EDITAL Nº 01 - BANRISUL, DE
18 DE NOVEMBRO DE 2022

CÓD: SL-070NV-22
7908433229483
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão de textos .............................................................................................................................................................. 9
2. Ortografia oficial .......................................................................................................................................................................... 22
3. Articulação do texto: coesão e coerência .................................................................................................................................... 24
4. Classe e emprego de palavras ..................................................................................................................................................... 24
5. Emprego do acento indicativo de crase ...................................................................................................................................... 29
6. Sintaxe da oração e do período ................................................................................................................................................... 29
7. Emprego dos sinais de pontuação .............................................................................................................................................. 32
8. Concordância verbal e nominal .................................................................................................................................................. 33
9. Regência verbal e nominal .......................................................................................................................................................... 33
10. Colocação pronominal dos pronomes oblíquos átonos (próclise, mesóclise e ênclise) ............................................................... 34

Matemática
1. Números inteiros, racionais e reais; problemas de contagem. Noções de conjuntos,................................................................ 43
2. Sistema legal de medidas........................................................................................................................................................... 47
3. Razões e proporções; divisão proporcional................................................................................................................................ 49
4. Regras de três simples e compostas.......................................................................................................................................... 51
5. Porcentagens............................................................................................................................................................................. 52
6. Lógica proposicional; Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios; dedução
de novas informações das relações fornecidas......................................................................................................................... 52
7. Relações e funções; .................................................................................................................................................................... 75
8. Funções polinomiais; Funções exponenciais e logarítmicas. .................................................................................................... 80
9. Matrizes. Determinantes. Sistemas lineares. ............................................................................................................................ 84
10. Sequências.Progressões aritméticas e progressões geométricas.............................................................................................. 93

Atualidades do Mercado Financeiro


1. Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios ............................................................................................ 99
2. Internet banking ............................................................................................................................................................... 99
3. Mobile banking ................................................................................................................................................................. 99
4. Open banking. .................................................................................................................................................................. 99
5. Novos modelos de negócios ............................................................................................................................................. 100
6. Fintechs, startups e big techs ........................................................................................................................................... 100
7. O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas .............................................................................. 101
8. Sistema de bancos-sombra (Shadow banking) ................................................................................................................. 101
9. Segmentação e interações digitais ................................................................................................................................... 101
10. Transformação digital no Sistema Financeiro ................................................................................................................... 102
11. Funções da moeda ............................................................................................................................................................ 103
12. Marketplace ..................................................................................................................................................................... 103
13. Correspondentes bancários ............................................................................................................................................. 103
14. Arranjos de pagamentos .................................................................................................................................................. 104
15. Sistema de pagamentos instantâneos (PIX) ...................................................................................................................... 104

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ÍNDICE

Matemática Financeira
1. Conceitos gerais - O conceito do valor do dinheiro no tempo; Capital, juros, taxas de juros; Capitalização, regimes de
capitalização; Fluxos de caixa e diagramas de fluxo de caixa; Equivalência financeira. – Juros simples - Cálculo do montante,
dos juros, da taxa de juros, do principal e do prazo da operação financeira. Juros compostos - Cálculo do montante, dos
juros, da taxa de juros, do principal e do prazo da operação financeira. - Sistemas de amortização - Sistema Price; Sistema
SAC ............................................................................................................................................................................................ 109

Conhecimentos Bancários
1. Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional; Órgãos normativos e instituições supervisoras,
executoras e operadoras. ......................................................................................................................................................... 125
2. Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial).................................. 130
3. Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e não-convencionais ( Quantitative Easing ); Taxa SELIC
e operações compromissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comerciais no Banco Central do
Brasil......................................................................................................................................................................................... 130
4. Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública............................................................................................ 131
5. Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, poupança,
capitalização, previdência, consórcio, investimentos e seguros............................................................................................... 132
6. Noções de Mercado de capitais. ............................................................................................................................................... 138
7. Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e operações básicas. ........................................................ 138
8. Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários. ................................................................................ 139
9. Taxas de câmbio nominais e reais; ........................................................................................................................................... 139
10. Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações......................................................................................... 139
11. Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio........... 139
12. Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário. ................................................................................................ 140
13. Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e recuperação de crédito. ...................................................... 140
14. Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais. .................................................................. 140
15. Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças
bancárias . ............................................................................................................................................................................... 141
16. Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro (PLD): Lei nº
9.613/1998 e suas atualizações; .............................................................................................................................................. 142
17. Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 e suas atualizações; ............................................................................................ 147
18. Carta Circular nº 4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas atualizações. .................................................................................... 156
19. Autorregulação bancária. ......................................................................................................................................................... 160
20. Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas atualizações. ..................................................................................... 161
21. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas atualizações..................................... 163
22. Compliance - Responsabilização pela prática de atos contra a administração pública - Legislação anticorrupção: Lei nº
12.846/2013 ............................................................................................................................................................................ 175
23. Decreto nº 11.129, de 11 de julho de 2022 e suas atualizações............................................................................................... 179
24. Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.893, de 26 de fevereiro de 2021......................................................................... 187

Conhecimentos de Informática
1. Noções de sistemas operacionais – Windows 10 (32-64 bits) .................................................................................................... 197
2. Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office – Word, Excel e PowerPoint, Outlook - versão O365 206
3. LibreOffice 7.4.2 ......................................................................................................................................................................... 210
4. Segurança da informação: fundamentos, conceitos e mecanismos de segurança. Proteção de estações de trabalho: Controle
de dispostivos USB, hardening, antimalware e firewall pessoal ................................................................................................. 214
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5. Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas ................................................. 218


6. Redes de computadores: Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de internet e intranet. Navegador
Web (Google Chrome versão 106.0.5249.119 - versão oficial - 64 bits ; Microsoft Edge versão 91 e Mozilla Firefox versão
78ESR ), busca e pesquisa na Web .............................................................................................................................................. 220
7. Correio eletrônico, grupos de discussão, fóruns e wikis ............................................................................................................. 228
8. Redes Sociais (Twitter, Facebook, Linkedin, WhatsApp, YouTube, Instagram e Telegram) .......................................................... 231
9. Visão geral sobre sistemas de suporte à decisão e inteligência de negócio ................................................................................ 233
10. Fundamentos sobre análise de dados ........................................................................................................................................ 234
11. Conceitos de educação a distância ............................................................................................................................................. 239
12. Conceitos de tecnologias e ferramentas multimídia, de reprodução de áudio e vídeo .............................................................. 241
13. Ferramentas de produtividade e trabalho a distância (Microsoft Teams, Cisco Webex, Google Hangout, Google Drive e
Skype) ........................................................................................................................................................................................ 241

Vendas e Negociação
1. Noções de estratégia empresarial: análise de mercado, forças competitivas, imagem institucional, identidade e posicio-
namento ............................................................................................................................................................................ 255
2. Segmentação de mercado ................................................................................................................................................. 257
3. Ações para aumentar o valor percebido pelo cliente ......................................................................................................... 258
4. Gestão da experiência do cliente ....................................................................................................................................... 259
5. Aprendizagem e sustentabilidade organizacional ............................................................................................................. 260
6. Características dos serviços: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e perecibilidade ........................................ 262
7. Gestão da qualidade em serviços ...................................................................................................................................... 263
8. Técnicas de vendas: da pré-abordagem ao pós-vendas ..................................................................................................... 265
9. Ética e conduta profissional em vendas ............................................................................................................................. 267
10. Padrões de qualidade no atendimento aos clientes. Satisfação, valor e retenção de clientes ........................................... 269
11. Utilização de canais remotos para vendas. Telemarketing ................................................................................................. 271
12. Comportamento do consumidor e sua relação com vendas e negociação ........................................................................ 271
13. Política de Relacionamento com o Cliente: Resolução CMN n° 4.949, de 30 de setembro de 2021 ................................... 274
14. Resolução CMN nº 4.860, de 23 de outubro de 2020, que dispõe sobre a constituição e o funcionamento de compo-
nente organizacional de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil ...................................................................................................................................................... 276
15. Código de Proteção e Defesa do Consumidor: Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 e suas atualizações ........................ 278
16. Resolução CMN nº 3.849, de 25 de março de 2010 – Dispõe sobre a instituição de componente organizacional de ouvi-
doria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil .............. 291

Ética e Diversidade
1. Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes ............................................................................................................................. 301
2. Noções de ética empresarial e profissional .................................................................................................................................. 301
3. A gestão de ética nas empresas públicas e privadas..................................................................................................................... 302
4. Código de Conduta Ética do Banrisul ............................................................................................................................................ 303
5. Lei Federal nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, “Lei Maria da Penha” - Política Nacional para coibir a violência doméstica e
familiar contra as Mulheres ......................................................................................................................................................... 305
6. Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que Institui o Estatuto da Igualdade Racial, e suas atualizações ........................... 311
7. Lei Estadual nº 13.694, de 19 de janeiro de 2011 - Estatuto Estadual da Igualdade Racial e suas atualizações - Conforme
Decreto nº 48.598, de 19 de novembro de 2011, que dispõe sobre a inclusão da temática de gênero, raça e etnia nos concursos
públicos para provimento de cargos de pessoal efetivo no âmbito da Administração Pública Direta e Indireta do Estado do
Rio Grande do Sul ......................................................................................................................................................................... 317
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ÍNDICE

8. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência): Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015,
e suas atualizações ....................................................................................................................................................................... 319
9. Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e suas atualizações – Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção
da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências ........................ 335
10. Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, e suas atualizações – Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica,
e dá outras providências............................................................................................................................................................... 338
11. Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004 – Regulamenta a Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000 e a Lei nº 10.098,
de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências ...................................................................... 339
12. Política de Responsabilidade Socioambiental do Banrisul – Relatório de Sustentabilidade 2020 ................................................. 348

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,


COMPREENSÃO DE TEXTOS fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto
ou que faça com que você realize inferências. • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas verbal com a não-verbal.
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos


identificar quando um texto é baseado em outro. O nome que
damos a este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar
a uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao
subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos
prévios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao
crescimento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma
apreciação pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido,
afetando de alguma forma o leitor.
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Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analítica significado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso
e, por fim, uma leitura interpretativa. o candidato só precisa entendê-la – e não a complementar com
algum valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e
É muito importante que você: nunca extrapole a visão dele.
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade,
estado, país e mundo; IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
ortográficas, gramaticais e interpretativas; tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
polêmicos; significativo, que é o texto.
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
Dicas para interpretar um texto: o assunto que será tratado no texto.
– Leia lentamente o texto todo. Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
– Sublinhe as ideias mais importantes. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
principal e das ideias secundárias do texto. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
– Separe fatos de opiniões. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
mutável).
CACHORROS
– Retorne ao texto sempre que necessário. Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
enunciados das questões. seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
– Reescreva o conteúdo lido. precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
tópicos ou esquemas. comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
palavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu outro e a parceria deu certo.
vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
são uma distração, mas também um aprendizado. sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
nosso foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias As informações que se relacionam com o tema chamamos de
seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
do texto. de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões capaz de identificar o tema do texto!
apresentadas na prova.
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se-
cundarias/

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LÍNGUA PORTUGUESA
IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM Ironia dramática (ou satírica)
TEXTOS VARIADOS A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que
Ironia tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
Ironia  é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado
com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé-
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con-
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo
novo sentido, gerando um efeito de humor. da narrativa.
Exemplo: Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
Ironia de situação NERO EM QUE SE INSCREVE
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que principal. Compreender relações semânticas é uma competência
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
morte. Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.

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Busca de sentidos tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
apreensão do conteúdo exposto. curto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
citadas ou apresentando novos conceitos. nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici- mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas como horas ou mesmo minutos.
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
Importância da interpretação imagens.
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
específicos, aprimora a escrita. que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- vencer o leitor a concordar com ele.
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de de destaque sobre algum assunto de interesse.
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen- Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es- za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató- crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. berdade para quem recebe a informação.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, Fato
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
Diferença entre compreensão e interpretação uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- Exemplo de fato:
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O A mãe foi viajar.
leitor tira conclusões subjetivas do texto.
Interpretação
Gêneros Discursivos É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou sas, previmos suas consequências.
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
dárias. ças sejam detectáveis.

Exemplos de interpretação:
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso-
tro país.
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
do que com a filha.
encaminham-se diretamente para um desfecho.
Opinião
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia-
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O que fazemos do fato.
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Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên- Outro aspecto que merece especial atenção são  os conecto-
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais. ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do pe-
ríodo, e o tópico que o antecede.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto
anteriores: ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- para a clareza do texto.
tro país. Ela tomou uma decisão acertada. Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
do que com a filha. Ela foi egoísta. vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
sem coerência.
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
mos expressando nosso julgamento. mais direto.
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando NÍVEIS DE LINGUAGEM
analisamos um texto dissertativo.
Definição de linguagem
Exemplo: Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
com o sofrimento da filha. gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS
cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si
linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do
As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as
o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto.
incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento
social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
e o do leitor.
e caem em desuso.
Parágrafo
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é Língua escrita e língua falada
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela-
ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre-
mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
sentada na introdução.
conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
Embora existam diferentes formas de organização de parágra-
do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís-
pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em
berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- Linguagem popular e linguagem culta
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria o diálogo é usado para representar a língua falada.
prova.
Linguagem Popular ou Coloquial
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con- expressão dos esta dos emocionais etc.
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.

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A Linguagem Culta ou Padrão Exemplo:
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que Era uma casa muito engraçada
se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins- Não tinha teto, não tinha nada
truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên- Ninguém podia entrar nela, não
cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem Porque na casa não tinha chão
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, Ninguém podia dormir na rede
mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, Porque na casa não tinha parede
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi- Ninguém podia fazer pipi
cas, noticiários de TV, programas culturais etc. Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Gíria Na rua dos bobos, número zero
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como (Vinícius de Moraes)
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa- TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos. A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os comportamentos, nas leis jurídicas.
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário Características principais:
de pequenos grupos ou cair em desuso. • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
“mina”, “tipo assim”. do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
Linguagem vulgar
pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar
Exemplo:
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
comida”.
ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
Linguagem regional
nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa-
que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala-
suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico,
perior para formação de oficiais.
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
Tipo textual expositivo
Tipos e genêros textuais
A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran-
cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem
discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e
pode ser expositiva ou argumentativa.
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma
A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás-
sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou
neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns
exemplos e as principais características de cada um deles.
Características principais:
• Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
Tipo textual descritivo
• O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo
mar.
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma
• Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto,
• Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
um movimento etc.
de ponto de vista.
• Apresenta linguagem clara e imparcial.
Características principais:
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje-
Exemplo:
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função
O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
caracterizadora.
questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu-
pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
meração.
terminado tema.
• A noção temporal é normalmente estática.
Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini-
ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
ção.
Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún-
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.

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Tipo textual dissertativo-argumentativo GÊNEROS TEXTUAIS
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur- Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in- dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são
(leitor ou ouvinte). passíveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preser-
vando características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela
Características principais: que apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento textuais que neles predominam.
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su- Descritivo Diário
gestão/solução). Relatos (viagens, históricos, etc.)
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações Biografia e autobiografia
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Notícia
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e Currículo
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Lista de compras
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Cardápio
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Anúncios de classificados
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Injuntivo Receita culinária
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Bula de remédio
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Manual de instruções
Regulamento
Exemplo: Textos prescritivos
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Expositivo Seminários
administração política (tese), porque a força governamental certa- Palestras
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Conferências
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- Entrevistas
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Trabalhos acadêmicos
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Enciclopédia
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Verbetes de dicionários
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato- Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Carta de opinião
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Resenha
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Artigo
cobrança efetiva (conclusão). Ensaio
Monografia, dissertação de
Tipo textual narrativo mestrado e tese de doutorado
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta
Narrativo Romance
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu-
Novela
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo,
Crônica
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo).
Contos de Fada
Fábula
Características principais:
Lendas
• O tempo verbal predominante é o passado.
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história – Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
onisciente). ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em nitos e mudam de acordo com a demanda social.
prosa, não em verso.
ARGUMENTAÇÃO
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma
Exemplo: informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem
Solidão positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado,
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- texto diz e faça o que ele propõe.
rem, um tirou do outro a essência da felicidade. Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo
Nelson S. Oliveira texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurreais/4835684
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a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
vista defendidos. que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito,
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil.
a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos
de linguagem. Tipos de Argumento
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de argumento. Exemplo:
escolher entre duas ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e Argumento de Autoridade
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais verdadeira. Exemplo:
possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
enunciador está propondo. ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. conhecimento. Nunca o inverso.
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende Alex José Periscinoto.
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir
apenas do encadeamento de premissas e conclusões. a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
A é igual a B. acreditar que é verdade.
A é igual a C.
Então: C é igual a B. Argumento de Quantidade
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior
Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente, número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior
que C é igual a A. duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento
Outro exemplo: desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz
Todo ruminante é um mamífero. largo uso do argumento de quantidade.
A vaca é um ruminante.
Logo, a vaca é um mamífero. Argumento do Consenso
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como
também será verdadeira. verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele, o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia
a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve- de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao
se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que
plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo- não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo,
se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de
chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo- que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos.
nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos
e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as
a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem frases carentes de qualquer base científica.
peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco.
Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja Argumento de Existência
mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos. É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar
Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o
as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na
entender bem como eles funcionam. mão do que dois voando”.
Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais
acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas
auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica.
fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o
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exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia trocavam abraços afetuosos.”
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de
navios, etc., ganhava credibilidade. O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
Argumento quase lógico fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios Além dos defeitos de argumentação mencionados quando
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente,
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras
lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia)
amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do
provável. meio ambiente, injustiça, corrupção).
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se o argumento.
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais - Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e
indevidas. atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite
Argumento do Atributo que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais outros à sua dependência política e econômica”.
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
que é mais grosseiro, etc. A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos
celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o
beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o assunto, etc).
consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos Convém ainda alertar que não se convence ninguém com
da celebridade. manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas
competência linguística. A utilização da variante culta e formal feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é
da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer,
socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o
texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros
modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz. termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer
saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a
maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um
certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui
médico: a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir.
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações
conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é
por bem determinar o internamento do governador pelo período um processo de convencimento, por meio da argumentação, no
de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001. qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque pensamento e seu comportamento.
alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão
hospital por três dias. válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia
ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo
Como dissemos antes, todo texto tem uma função do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não
argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares,
para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a
comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que inflexão de voz, a mímica e até o choro.
pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa. Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor
traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta
homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos
ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza. dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto “tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação,
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse
episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão,
não outras, etc. Veja: debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento,
a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade
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de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa
fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de para o efeito. Exemplo:
vista.
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de Fulano é homem (premissa menor = particular)
discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. Logo, Fulano é mortal (conclusão)
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes, em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso,
a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O
para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
desenvolver as seguintes habilidades: O calor dilata o ferro (particular)
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de O calor dilata o bronze (particular)
uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição O calor dilata o cobre (particular)
totalmente contrária; O ferro, o bronze, o cobre são metais
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria
contra a argumentação proposta; Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas
oposta. também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos
fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição
argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe
não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas. má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o
Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar
de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um
em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo:
sociedade. - Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou - Lógico, concordo.
o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que - Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência - Claro que não!
são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em
partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar,
por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio Exemplos de sofismas:
cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em
partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os Dedução
seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da Todo professor tem um diploma (geral, universal)
dedução. Fulano tem um diploma (particular)
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma Indução
série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor.
da verdade: (particular)
- evidência; Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular)
- divisão ou análise; Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
- ordem ou dedução; Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral
- enumeração. – conclusão falsa)

A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode
e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores;
encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo. nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete-
A forma de argumentação mais empregada na redação se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A
acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial
que contém três proposições: duas premissas, maior e menor, dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos
e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, sentimentos não ditados pela razão.
que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não
premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação
alguns não caracteriza a universalidade. da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses,
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução existem outros métodos particulares de algumas ciências, que
(silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma
do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu
é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A
em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos
à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam
sistematizar a pesquisa.
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Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para
o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara
depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as
a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu os pontos de vista sobre ele.
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas, linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias
seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento
relógio estaria reconstruído. conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie.
por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição
conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências.
análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às
decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou
partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica
ser assim relacionadas: tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos:
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. - o termo a ser definido;
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. - o gênero ou espécie;
- a diferença específica.
A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de O que distingue o termo definido de outros elementos da
abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha mesma espécie. Exemplo:
dos elementos que farão parte do texto.
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e
experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou Elemento especiediferença
fenômeno. a ser definidoespecífica
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece
as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se É muito comum formular definições de maneira defeituosa,
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos: por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em
análise é decomposição e classificação é hierarquisação. partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é
por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973,
menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”.
são empregados de modo mais ou menos convencional. A Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos:
classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, - o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
características comuns e diferenciadoras. A classificação dos realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é ou instalação”;
artificial. - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
sabiá, torradeira. definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
Os elementos desta lista foram classificados por ordem ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer expandida;d
critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja diferenças).
crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou
decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística
classificação. A elaboração do plano compreende a classificação que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a
das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem palavra e seus significados.
obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.) A força do texto dissertativo está em sua fundamentação.
Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira
e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
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com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam
do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido
fundamentação coerente e adequada. por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural.
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica Nesse caso, incluem-se
clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o - A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é mortal, aspira à imortalidade);
clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos
relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se postulados e axiomas);
de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso, - Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de
é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria
argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto
se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda
se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e que parece absurdo).
adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso
é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados
o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e concretos, estatísticos ou documentais.
a conclusão. Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica:
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação: causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação. Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada,
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na
acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-
expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, argumentação:
por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de. Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a
ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação. cordeiro”;
Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga
melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme, verdadeira;
segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, universalidade da afirmação;
assim, desse ponto de vista. Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade:
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador
depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou
depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada.
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em
Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados
menos que, melhor que, pior que. para a elaboração de um Plano de Redação.
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade tecnológica
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da
credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais resposta, justificar, criando um argumento básico;
no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento (rever tipos de argumentação);
tem mais caráter confirmatório que comprobatório.

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- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com
podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao
consequência); tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o ironizá-lo ou ao compará-lo com outros.
argumento básico; Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos,
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se
desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos
em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do
argumento básico; expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los
sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos
às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou
menos a seguinte: implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido
ou lido.
Introdução
- função social da ciência e da tecnologia; Tipos de Intertextualidade
- definições de ciência e tecnologia; A intertextualidade acontece quando há uma referência
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme,
Desenvolvimento novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
- apresentação de aspectos positivos e negativos do intertextualidade.
desenvolvimento tecnológico;
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
condições de vida no mundo atual; um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando
tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
países subdesenvolvidos; Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar,
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
passado; apontar semelhanças e diferenças; com outras palavras o que já foi dito.
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros
urbanos; A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso
mais a sociedade. é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original
Conclusão
é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/
consequências maléficas; reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos
apresentados. e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e
da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados
redação: é um dos possíveis. de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante.
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que
existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma
funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
que ela é inserida. “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”.
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem
textos caracterizada por um citar o outro. expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos termo “citação” (citare) significa convocar.
– a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero
ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
diferentes. Assim, como você constatou, uma história em textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de
opinião pode mencionar um provérbio conhecido. Pastiche é uma recorrência a um gênero.
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A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será
a recriação de um texto. transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história
é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver
“conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, acompanhando a leitura não fique confuso.
comum ao produtor e ao receptor de textos.
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos, criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
daquela citação ou alusão em questão. tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita é inserida.
A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte, não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida. Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
A intertextualidade explícita: cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
– é facilmente identificada pelos leitores; escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
– estabelece uma relação direta com o texto fonte; textos caracterizada por um citar o outro.
– apresenta elementos que identificam o texto fonte; A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um
– não exige que haja dedução por parte do leitor; texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se
– apenas apela à compreensão do conteúdos. utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a
fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou
A intertextualidade implícita: de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di-
– não é facilmente identificada pelos leitores; ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte; pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte; pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode
– exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por mencionar um provérbio conhecido.
parte dos leitores; Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
– exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
a compreensão do conteúdo. tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to-
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi-
PONTO DE VISTA zá-lo ou ao compará-lo com outros.
O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de-
de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres-
compreende a perspectiva através da qual se conta a história. samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram
Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con-
de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi-
narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm
narrador-observador e o narrador-personagem. alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido.

Primeira pessoa
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto ORTOGRAFIA OFICIAL
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo
também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma ORTOGRAFIA OFICIAL
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas • Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein-
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e troduzidas as letras k, w e y.
só descobrimos ao decorrer da história. O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O
PQRSTUVWXYZ
Segunda pessoa
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um • Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a
diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue,
sinta quase como outro personagem que participa da história. gui, que, qui.

Terceira pessoa
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas
observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa
em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem
disse.

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Regras de acentuação 2. Prefixo terminado em consoante:
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das – Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima -bibliotecário.
sílaba) – Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
persônico.
– Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
Como era Como fica
alcatéia alcateia Observações:
apóia apoia • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
apóio apoio essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. • O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento,
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no rar, cooperação, cooptar, coocupante.
u tônicos quando vierem depois de um ditongo. • Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al-
mirante.
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam
Como era Como fica
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva,
baiúca baiuca pontapé, paraquedas, paraquedista.
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró,
bocaiúva bocaiuva
usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar,
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em
posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando
tuiuiú, tuiuiús, Piauí. muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso
vamos passar para mais um ponto importante.
– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem
e ôo(s). Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons
com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
Como era Como fica indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
Vejamos um por um:
abençôo abençoo Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
crêem creem aberto.
Já cursei a Faculdade de História.
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/ Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. fechado.
Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
Atenção: Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. caso afundo mais à frente).
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Sou leal à mulher da minha vida.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, As palavras podem ser:
reter, conter, convir, intervir, advir etc.). – Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as -já, ra-paz, u-ru-bu...)
palavras forma/fôrma. – Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
sa-bo-ne-te, ré-gua...)
Uso de hífen – Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
Regra básica: (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
mem. As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos:
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
Outros casos íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...)
1. Prefixo terminado em vogal: • São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N,
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo. R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter,
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
semicírculo. • São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
– Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis- E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu,
mo, antissocial, ultrassom. dói, coronéis...)
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on- • São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais
das. (aí, faísca, baú, juízo, Luísa...)

Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-


nar e fixar as regras.
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ARTICULAÇÃO DO TEXTO: COESÃO E COERÊNCIA CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS

Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de CLASSES DE PALAVRAS


um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são
organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a compre- Substantivo
ensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de mobili- São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi-
zar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coerente, além nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen-
de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada. timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. 

Coerência Classificação dos substantivos


É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto.
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se- SUBSTANTIVO SIMPLES: apresentam Olhos/água/
mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na um só radical em sua estrutura. muro/quintal/caderno/
linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com macaco/sabão
outra”).
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: são Macacos-prego/
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen- formados por mais de um radical em porta-voz/
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma sua estrutura. pé-de-moleque
das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: são os Casa/
elementos formativos de um texto. que dão origem a outras palavras, ou mundo/
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito seja, ela é a primeira. população
aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos /formiga
elementos textuais.
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante SUBSTANTIVOS DERIVADOS: são Caseiro/mundano/
de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo- formados por outros radicais da populacional/
sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística, língua. formigueiro
tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: designa Rodrigo
imediato a coerência de um discurso. determinado ser entre outros da /Brasil
mesma espécie. São sempre iniciados /Belo Horizonte/Estátua
A coerência: por letra maiúscula. da Liberdade
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
SUBSTANTIVOS COMUNS: referem-se biscoitos/ruídos/
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
qualquer ser de uma mesma espécie. estrelas/cachorro/prima
tual;
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente
o aspecto global do texto; nomeiam seres com existência /estrelas/fadas
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. própria. Esses seres podem ser /lobisomem
animadoso ou inanimados, reais ou /saci-pererê
Coesão imaginários.
É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/
numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo nomeiam ações, estados, qualidades bondade/
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática, e sentimentos que não tem existência confiança/
fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, própria, ou seja, só existem em lembrança/
tem-se a coesão lexical. função de um ser. amor/
A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala- alegria
vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo- SUBSTANTIVOS COLETIVOS: referem- Elenco (de atores)/
nentes do texto. se a um conjunto de seres da mesma acervo (de obras
Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical, espécie, mesmo quando empregado artísticas)/buquê (de
que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge- no singular e constituem um flores)
néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir substantivo comum.
do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais. QUE NÃO ESTÃO AQUI!

A coesão: Flexão dos Substantivos


- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; • Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi-
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial; no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes uniformes
componentes do texto; – Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases. uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina

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– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariáveis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira ma-
cho/palmeira fêmea.
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a tes-
temunha (o testemunha), o individuo (a individua).
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente, o/a
estudante, o/a colega.

• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).


– Singular: anzol, tórax, próton, casa.
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.

• Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau diminutivo.


– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
– Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 

Adjetivo
É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão composta
por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo: golpe de
mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vespertino).

Flexão do Adjetivos
• Gênero:
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o feminino: homem feliz, mulher feliz.
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria japo-
nesa, aluno chorão/ aluna chorona. 

• Número:
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namoradores,
japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.

• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.
Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

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Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

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• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco,
pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vá-
Variáveis
ria, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição.  Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infinitivo
(terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz passiva
analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição por/
pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

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Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circunstância.
As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, breve-
mente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando,
em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em cima,
à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, de
todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é de-
terminante e o outro é determinado).

• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
Conclusivas assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conformativas Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante, etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Comparativas Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor, etc.
Consecutivas Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.
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Interjeição Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, A quem vocês se reportaram no Plenário?
apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico.
das pessoas.
• Principais Interjeições – Antes de verbos no infinitivo
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum! A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar.

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas


é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
função de cada classe de palavras, não terá dificuldades para enten-
der o estudo da Sintaxe.
Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos
estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo
EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE da sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita
coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar al-
gumas questões importantes:
A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a
é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome • Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sen-
demonstrativo. tido completo. 
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s) Os jornais publicaram a notícia.
Silêncio! 
• Devemos usar crase:
– Antes palavras femininas: • Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma
Iremos à festa amanhã locução verbal.
Mediante à situação. Este filme causou grande impacto entre o público.
O Governo visa à resolução do problema. A inflação deve continuar sob controle.

– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de” • Período Simples: formado por uma única oração.
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas O clima se alterou muito nos últimos dias.
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a:
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial. • Período Composto: formado por mais de uma oração.
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti- O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.
vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase.
Mas... há crase, sim! Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período.
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir- Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante. • Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
– Expressões fixas
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
crase:
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von-
tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo
pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à
direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da pre-
direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon-
posição.
didas, à medida que, à proporção que.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
• NUNCA devemos usar crase:
– Antes de substantivos masculinos: Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a
pé. • Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transi-
tivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de
– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou preposição. 
plural) usado em sentido generalizador: Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
Depois do trauma, nunca mais foi a festas. João gosta de beterraba.
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho-
mem. • Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime
determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica
– Antes de artigo indefinido “uma” um verbo, adjetivo ou advérbio.
Iremos a uma reunião muito importante no domingo. O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
– Antes de pronomes
Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa. • Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem prati-
ca a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.

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• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.

• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.

• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.


A especulação imobiliária me parece um problema.

• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.

• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.

• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.


Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa •
no vestibular. • Ao chegar à escola conversamos, estudamos,
lanchamos.
Alternativas Manuela ora quer comer hambúrguer, ora quer
comer pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante, portanto não
iremos mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.

Explicativas Marina não queria falar, ou seja, ela estava de João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
mau humor.

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Tipos de orações subordinadas
As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Subordinadas
Substantivas Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de


Explicam um termo dito anteriormente. SEMPRE serão acompanhadas quinta, terão aula de reforço.
Orações por vírgula.
Subordinadas
Adjetivas Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo dito anteriormente. NUNCA serão terão aula de reforço.
acompanhadas por vírgula.

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de condição reunião.
Orações
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Subordinadas
Assumem a função de advérbio de conformidade previsto.
Adverbiais
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de concessão tarde.
Finais Vamos direcionar os esforços para que
Assumem a função de advérbio de finalidade todos tenham acesso aos benefícios.
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem
Assumem a função de advérbio de tempo de suas casas.

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

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vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter-
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de
um diálogo, com ou sem aspas.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão.
Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema Parênteses e colchetes ( ) – [ ]
de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico
organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên-
funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BE- tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados
CHARA, 2009, p. 514) aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza-
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi-
importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns rem uma nova inserção.
sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], pon- Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go-
to e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reti- vernador)
cências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos
[ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], Aspas ( “ ” )
travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido
retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]). particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para
Ponto ( . ) apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain-
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pau- da, para marcar o discurso direto e a citação breve.
sa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo.
de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as
reticências. Vírgula
Estaremos presentes na festa. São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden-
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes
Ponto de interrogação ( ? ) disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogati- vírgula:
va ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica. 1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti-
Você vai à festa? mos” o momento certo de fazer uso dela.
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em
Ponto de exclamação ( ! ) alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclama- leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
tiva. cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
Ex: Que bela festa! 3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é
Reticências ( ... ) menos importante e que pode ser colocada depois.
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or-
porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo >
breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj).
nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo. Maria foi à padaria ontem.
Ex: Essa festa... não sei não, viu. Sujeito Verbo Objeto Adjunto
Dois-pontos ( : ) Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. re por alguns motivos:
Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação
1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
(discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva.
3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa.
verbo e o adjunto.
Ponto e vírgula ( ; )
Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem
Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o
comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas,
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume- é necessária:
ração (frequente em leis), etc. Ontem, Maria foi à padaria.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- Maria, ontem, foi à padaria.
bém uma linda decoração e bebidas caras. À padaria, Maria foi ontem.

Travessão ( — ) Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-


Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com sário:
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta- • Separa termos de mesma função sintática, numa enumera-
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir ção.
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
serem observadas na redação oficial.

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• Separa aposto. • Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica. Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.

• Separa vocativo. • É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o


Brasileiros, é chegada a hora de votar. substantivo estiver determinado por artigo:
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.
• Separa termos repetidos.
Aquele aluno era esforçado, esforçado. Concordância Verbal
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
• Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli- O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor-
ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo, mes.
ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
efeito, digo. Concordância ideológica ou silepse
O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, • Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne-
ou seja, de fácil compreensão. ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no
contexto.
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen- Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas.
tos). Blumenau estava repleta de turistas.
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares) • Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú-
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con-
• Separa orações coordenadas assindéticas. texto.
Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau-
ideias na cabeça... sos.

• Isola o nome do lugar nas datas. • Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes-
Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006. soa gramatical que está subentendida no contexto.
O povo temos memória curta em relação às promessas dos po-
• Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa líticos.
forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões
conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor-
mações comprovam, etc. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame-
nizar o problema.
• Regência Nominal 
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan-
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar-
-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple-
mento é estabelecida por uma preposição.
Concordância Nominal
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos • Regência Verbal
concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o
referem. verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). 
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto- Isto pertence a todos.
sa.
Regência de algumas palavras
Casos Especiais de Concordância Nominal
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio: Esta palavra combina com Esta preposição
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam
alerta. Acessível a
Apto a, para
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma-
ção de palavras compostas: Atencioso com, para com
Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso. Coerente com
Conforme a, com
• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de
acordo com o substantivo a que se referem: Dúvida acerca de, de, em, sobre
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas. Empenho de, em, por
• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando Fácil a, de, para,
pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan- Junto a, de
do advérbios:
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou Pendente de
meia dúzia de ovos. Preferível a
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Próximo a, de Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
Respeito a, com, de, para com, por
Situado a, em, entre Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
indicativo: Trago-te flores.
Ajudar (a fazer algo) a Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Aludir (referir-se) a Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
posição em: Saí, deixando-a aflita.
Aspirar (desejar, pretender) a
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com
Assistir (dar assistência) Não usa preposição outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
Deparar (encontrar) com Apressei-me a convidá-los.

Implicar (consequência) Não usa preposição Mesóclise


Lembrar Não usa preposição Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
Pagar (pagar a alguém) a É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
Precisar (necessitar) de futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Proceder (realizar) a
Far-me-ias um favor?
Responder a
Visar ( ter como objetivo a Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de
pretender) qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Eu lhe direi toda a verdade.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS Tu me farias um favor?
QUE NÃO ESTÃO AQUI!
Colocação do pronome átono nas locuções verbais
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
COLOCAÇÃO PRONOMINAL DOS PRONOMES OBLÍQUOS não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
ÁTONOS (PRÓCLISE, MESÓCLISE E ÊNCLISE) rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
Exemplos:
Devo-lhe dizer a verdade.
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da Devo dizer-lhe a verdade.
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou do auxiliar ou depois do principal.
após o verbo – ênclise. Exemplos:
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini- Não lhe devo dizer a verdade.
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua- Não devo dizer-lhe a verdade.
gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele. Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem o pronome átono ficará depois do auxiliar.
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
dique a eufonia da frase. Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
auxiliar.
Próclise Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade. do infinitivo.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa- Exemplos:
cientemente. Hei de dizer-lhe a verdade.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
Tenho de dizer-lhe a verdade.
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Observação
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Devo-lhe dizer tudo.
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
Estava-lhe dizendo tudo.
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Havia-lhe dito tudo.
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
tentos são para nos prejudicarem.
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(D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po-
QUESTÕES der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o
corpo dos supliciados.
(E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um
1. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con-
a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua
se fundamenta em intertextualidade é: organização em delinqüência.
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido
há muito tempo.” 6. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR –
(B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se 2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à ortografia é:
mete onde não é chamada.” (A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacidade
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente extraordinária de imitar vários estilos musicais.
mesmo!” (B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti-
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo, mentos pessoais por meio de sua música.
tudo bem.” (C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.” composições do músico na cultura ocidental.
(D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compo-
2. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alterna- sitor termina em uma cena de reconciliação entre os persona-
tiva em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão. gens.
(A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”. (E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se
(B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”. deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração.
(C) “sérios”, “potência”, “após”.
(D) “Goiás”, “já”, “vários”. 7. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode ser
(E) “solidária”, “área”, “após”. retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma pa-
drão na seguinte sentença:
(A) Mário, vem falar comigo depois do expediente.
3. (CESGRANRIO – CMB – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA-
(B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho.
TIVO – 2012) Algumas palavras são acentuadas com o objetivo ex-
(C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
clusivo de distingui-las de outras. Uma palavra acentuada com esse
(D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião.
objetivo é a seguinte:
(E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso.
(A) pôr.
(B) ilhéu.
8. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMAGEM
(C) sábio. DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos sinais de
(D) também. pontuação em:
(E) lâmpada. (A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convi-
dados e retirou-se da sala: era o final da reunião.
4. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a série (B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorra-
em que o hífen está corretamente empregado nas cinco palavras: teiramente pela porta?
(A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra- (C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-se
-vermelho. tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo.
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in- (D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem mui-
fra-assinado. to branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com os
(C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico. irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.
(D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con- (E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre-
trarregra. penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria
(E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra- cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia.
-mencionado.
9. (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2011) Está inteira-
5. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – 2003) mente correta a pontuação do seguinte período:
Indique o item em que todas as palavras estão corretamente em- (A) Os personagens principais de uma história, responsáveis
pregadas e grafadas. pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de peque-
(A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o po- nas providências que, tomadas por figurantes aparentemente
der de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de sem importância, ditam o rumo de toda a história.
qualquer excesso e violência. (B) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
(B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata- pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de pequenas
mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem providências que tomadas por figurantes, aparentemente sem
suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo importância, ditam o rumo de toda a história.
isso, num modo de intervenção específico. (C) Os personagens principais de uma história, responsáveis
(C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas
poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento providências, que, tomadas por figurantes aparentemente,
em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revol- sem importância, ditam o rumo de toda a história.
ta que ambos possam suscitar.

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(D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis 15. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na
pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de pequenas oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba-
providências, que tomadas por figurantes aparentemente sem lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli-
importância, ditam o rumo de toda a história. nhados classificam-se, respectivamente, em
(E) Os personagens principais de uma história, responsáveis, (A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.
pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de peque- (B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
nas providências, que tomadas por figurantes, aparentemente, (C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
sem importância, ditam o rumo de toda a história. (D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.
10. (CONSULPLAN – ANALISTA DE INFORMÁTICA (SDS-SC) –
2008) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo 16. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
mesmo processo de formação é: 2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está cor-
(A) responsabilidade, musicalidade, defeituoso; reta.
(B) cativeiro, incorruptíveis, desfazer; (A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo.
(C) deslealdade, colunista, incrível; (B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros.
(D) anoitecer, festeiro, infeliz; (C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que
(E) reeducação, dignidade, enriquecer. 35% deles fosse despejado em aterros.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo.
11. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL – (E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta
2010) No verso “Para desentristecer, leãozinho”, Caetano Veloso de lixo.
cria um neologismo. A opção que contém o processo de formação
utilizado para formar a palavra nova e o tipo de derivação que a 17. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012)
palavra primitiva foi formada respectivamente é: Assinale a opção que fornece a correta justificativa para as relações
(A) derivação prefixal (des + entristecer); derivação parassinté- de concordância no texto abaixo.
tica (en + trist + ecer); O bom desempenho do lado real da economia proporcionou
(B) derivação sufixal (desentriste + cer); derivação imprópria um período de vigoroso crescimento da arrecadação. A maior lucra-
(en + triste + cer); tividade das empresas foi decisiva para os resultados fiscais favo-
(C) derivação regressiva (des + entristecer); derivação parassin- ráveis. Elevaram-se, de forma significativa e em valores reais, de-
tética (en + trist + ecer); flacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as
(D) derivação parassintética (en + trist + ecer); derivação prefi- receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição
xal (des + entristecer); Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição para o Finan-
(E) derivação prefixal (en + trist + ecer); derivação parassintéti- ciamento da Seguridade Social (Cofins). O crescimento da massa de
ca (des + entristecer). salários fez aumentar a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa
Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da previdência
12. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL – social. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de capital,
2010) A palavra “Olhar” em (meu olhar) é um exemplo de palavra responsáveis pelo aumento da arrecadação do IRPF.
formada por derivação: (A) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de
(A) parassintética; plural em “deflacionados”.
(B) prefixal; (B) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural
(C) sufixal; em “Elevaram-se”.
(D) imprópria; (C) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as
(E) regressiva. regras de concordância com “economia”.
(D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de
13. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título do singular em “fez aumentar”.
artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é: (E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância
(A) pronome; com “relevantes”.
(B) adjetivo;
(C) advérbio; 18. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL
(D) substantivo; – 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen-
(E) preposição. te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.
(A) Vou à Brasília dos meus sonhos.
14. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação (B) Nosso expediente é de segunda à sexta.
morfológica do pronome “alguém” (l. 44). (C) Pretendo viajar a Paraíba.
(A) Pronome demonstrativo. (D) Ele gosta de bife à cavalo.
(B) Pronome relativo.
(C) Pronome possessivo.
(D) Pronome pessoal.
(E) Pronome indefinido.

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19. (FDC – MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010) Na oração 24. (FGV – SENADO FEDERAL – TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMI-
“Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando o ata- NISTRAÇÃO – 2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser
que, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, observa-se um processo de observação cristalina para assumir um discurso de
a ocorrência da crase nas locuções adverbiais em caixa-alta. Nas políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase
locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que deve ser nada retratam as necessidades de populações distintas.”.
marcada com o acento, EXCETO em: A oração grifada no trecho acima classifica-se como:
(A) Todos estavam à espera de uma solução para o problema. (A) subordinada substantiva predicativa;
(B) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia do (B) subordinada adjetiva restritiva;
eleitorado pelo resultado final. (C) subordinada substantiva subjetiva;
(C) Um problema à toa emperrou o funcionamento do sistema. (D) subordinada substantiva objetiva direta;
(D) Os técnicos estavam face à face com um problema insolú- (E) subordinada adjetiva explicativa.
vel.
(E) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o sis- 25. (FUNCAB – PREF. PORTO VELHO/RO – MÉDICO – 2009) No
tema. trecho abaixo, as orações introduzidas pelos termos grifados são
classificadas, em relação às imediatamente anteriores, como:
20. Levando-se em consideração os conceitos de frase, oração “Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia,
e período, é correto afirmar que o trecho abaixo é considerado um mas nunca à custa de nossos filhos...”
(a): (A) subordinada substantiva objetiva indireta e coordenada sin-
“A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças dética adversativa;
americanas, entre na fila.” (B) subordinada adjetiva restritiva e coordenada sindética ex-
(A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e plicativa;
subordinadas. (C) subordinada adverbial conformativa e subordinada adver-
(B) Período, composto por três orações. bial concessiva;
(C) Oração, pois possui sentido completo. (D) subordinada substantiva completiva nominal e coordenada
(D) Período, pois é composto por frases e orações. sindética adversativa;
(E) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adverbial con-
21. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS – cessiva.
2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não dor-
miu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segunda 26. (ACEP – PREF. QUIXADÁ/CE – PSICÓLOGO – 2010) No pe-
oração. ríodo “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve um
(A) Oração coordenada assindética aditiva. governo tão imbuído da ideia // de que veio // para recomeçar a
(B) Oração coordenada sindética aditiva. história.”, a oração sublinhada é classificada como:
(C) Oração coordenada sindética adversativa. (A) coordenada assindética;
(D) Oração coordenada sindética explicativa. (B) subordinada substantiva completiva nominal;
(E) Oração coordenada sindética alternativa. (C) subordinada substantiva objetiva indireta;
(D) subordinada substantiva apositiva.
22. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – BIBLIOTECÁRIO – 2007) Leia
a seguinte sentença: Não precisaremos voltar ao médico nem fazer Leia o texto abaixo para responder a questão.
exames. Assinale a alternativa que classifica corretamente as duas A lama que ainda suja o Brasil
orações. Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br)
(A) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver-
sativa. A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um
(B) Oração principal e oração coordenada sindética aditiva. dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei-
(C) Oração coordenada assindética e oração coordenada adi- ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de
tiva. um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio
(D) Oração principal e oração subordinada adverbial consecu- Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu-
peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam-
tiva.
pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela
(E) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver-
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica-
bial consecutiva.
ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro-
23. (EMPASIAL – TJ/SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – 1999) Ana-
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro,
lise sintaticamente a oração em destaque:
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica,
“Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompen-
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos
sados” (Machado de Assis). se tornou uma bomba relógio na região.”
(A) oração subordinada substantiva completiva nominal. Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem riscos
(B) oração subordinada adverbial causal. de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Segun-
(C) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida. do o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos 16
(D) oração coordenada sindética conclusiva. barragens de mineração em todo o País apresentam condições de
(E) oração coordenada sindética explicativa. insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar ór-
gãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, do
senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um
tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo mar-
co regulatório da mineração, por sua vez, também concede priori-
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dade à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
judiciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz daço ao outro, dou feição aos babados…
Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer. puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
mando…
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+- — Também os batedores vão adiante do imperador.
QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL — Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
27. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido: balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
fato. Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
gênero textual editorial. tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
que se trata de uma reportagem. fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
se trata de um editorial. os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a
isto uma cor poética. E dizia a agulha:
Analise as assertivas e responda: — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
(A) Somente a I é correta. Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é
(B) Somente a II é incorreta. que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo
(C) Somente a III é correta e acima…
(D) A III e IV são corretas. A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe
28. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que
ainda suja o Brasil”: ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era
I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli-
no desenvolvimento do assunto.
c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a
II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro-
costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até
blemas no uso de conjunções e preposições.
que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que
de palavras e da ordem sintática.
a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para
IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da
temática e bom uso dos recursos coesivos.
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali,
alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha,
Analise as assertivas e responda:
perguntou-lhe:
(A) Somente a I é correta.
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da
(B) Somente a II é incorreta.
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que
(C) Somente a III é correta.
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para
(D) Somente a IV é correta.
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?
Vamos, diga lá.
Leia o texto abaixo para responder as questões.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça
grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: — Anda,
UM APÓLOGO
aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai go-
Machado de Assis.
zar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que
não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis-
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola-
se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a
da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
muita linha ordinária!
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está
com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
que quem os cose sou eu, e muito eu?

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29. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis 32. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo
e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona- metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente
gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre-
a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os sente no texto:
elementos dos textos: (A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho,
cada sujeito possui atribuições próprias.
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole-
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do
sujeito.
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho,
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais.

33. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberda-


des ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a
nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase
acima, na ordem dada, as expressões:
(A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en- (A) a que – de que;
rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02) (B) de que – com que;
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. (C) a cujas – de cujos;
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06) (D) à que – em que;
(C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, (E) em que – aos quais.
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
e mando...” (L.14-15) 34. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2008)
(D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Assinale o trecho que apresenta erro de regência.
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; (A) Depois de um longo período em que apresentou taxas de
eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando crescimento econômico que não iam além dos 3%, o Brasil fe-
abaixo e acima.” (L.25-26) cha o ano de 2007 com uma expansão de 5,3%, certamente a
(E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela maior taxa registrada na última década.
e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de (B) Os dados ainda não são definitivos, mas tudo sugere que
costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. serão confirmados. A entidade responsável pelo estudo foi a
Onde me espetam, fico.” (L.40-41) conhecida Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL).
(C) Não há dúvida de que os números são bons, num momento
30. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar outros em que atingimos um bom superávit em conta-corrente, em
valores semânticos além da noção de dimensão, como afetividade, que se revela queda no desemprego e até se anuncia a am-
pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afirmar que pliação de nossas reservas monetárias, além da descoberta de
os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas “unidi- novas fontes de petróleo.
nha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de: (D) Mesmo assim, olhando-se para os vizinhos de continente,
(A) dimensão e pejoratividade; percebe-se que nossa performance é inferior a que foi atribuí-
(B) afetividade e intensidade; da a Argentina (8,6%) e a alguns outros países com participação
(C) afetividade e dimensão; menor no conjunto dos bens produzidos pela América Latina.
(D) intensidade e dimensão; (E) Nem é preciso olhar os exemplos da China, Índia e Rússia,
(E) pejoratividade e afetividade. com crescimento acima desses patamares. Ao conjunto inteiro
da América Latina, o organismo internacional está atribuindo
31. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co- um crescimento médio, em 2007, de 5,6%, um pouco maior do
mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alterna- que o do Brasil.
tiva cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressi-
vidade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado. 35. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS –
(A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa 2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem,
ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11) o seguinte par de palavras:
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. (A) estrondo – ruído;
Agulha não tem cabeça.” (L.06) (B) pescador – trabalhador;
(C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um (C) pista – aeroporto;
pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13) (D) piloto – comissário;
(D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi- (E) aeronave – jatinho.
nária!” (L.43)
(E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?”
(L.25)

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36. (VUNESP – SEAP/SP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA IV. matéria-prima, ouvidor-geral, papel-moeda, pós-graduação,
PENITENCIÁRIA – 2012) No trecho – Para especialistas, fica uma pós-operatório, pré-escolar, pré-natal, pré-vestibular; Secretaria-
questão: até que ponto essa exuberância econômica no Brasil é -Geral.
sustentável ou é apenas mais uma bolha? – o termo em destaque V. primeira-dama, primeiro-ministro, primeiro-secretário, pró-
tem como antônimo: -ativo, Procurador-Geral, relator-geral, salário-família, Secretaria-
(A) fortuna; -Executiva, tenente-coronel.
(B) opulência;
(C) riqueza; Assinale a alternativa CORRETA:
(D) escassez; (A) As afirmações I, II, III e V estão corretas.
(E) abundância. (B) As afirmações II, III, IV e V estão corretas.
(C) As afirmações II, III e IV estão corretas.
37. (IF BAIANO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO –  IF-BA – (D) As afirmações I, II e IV estão corretas.
2019) (E) As afirmações III, IV e V estão corretas.
Acerca de seus conhecimentos em redação oficial, é correto
afirmar que o vocativo adequado a um texto no padrão ofício desti- 41. ( PC-MG - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - FUMARC – 2018)
nado ao presidente do Congresso Nacional é Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua.
(A) Senhor Presidente. Portanto, são necessários conhecimentos linguísticos que funda-
(B) Excelentíssimo Senhor Presidente. mentem esses usos.
(C) Presidente. Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3:
(D) Excelentíssimo Presidente. 1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de
(E) Excelentíssimo Senhor. Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem.
2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª
38. (CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - AUXILIAR Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes do crime.
ADMINISTRATIVO - INSTITUTO AOCP - 2019 ) 3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relaciona-
Referente à aplicação de elementos de gramática à redação ofi- mento difícil com a mãe e teria discutido com ela momentos antes
cial, os sinais de pontuação estão ligados à estrutura sintática e têm de desferir os golpes.
várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação
que pode ser utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso
se quer dizer. da vírgula em cada frase.
(A) Dois-pontos. ( ) Para destacar deslocamento de termos.
(B) Ponto-e-vírgula. ( ) Para separar adjuntos adverbiais.
(C) Ponto-de-interrogação. ( ) Para indicar um aposto.
(D) Ponto-de-exclamação.
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
39. (UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ANÁLISES CLÍNICAS- (A) 1 – 2 – 3.
AOCP – 2018)  (B) 2 – 1 – 3.
Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder (C) 3 – 1 – 2.
Público redige atos normativos e comunicações. Em relação à reda- (D) 3 – 2 – 1.
ção de documentos oficiais, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO,
os itens a seguir.
A língua tem por objetivo a comunicação. Alguns elementos
são necessários para a comunicação: a) emissor, b) receptor, c) con- GABARITO
teúdo, d) código, e) meio de circulação, f) situação comunicativa.
Com relação à redação oficial, o emissor é o Serviço Público (Minis-
tério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção). O assunto 1 E
é sempre referente às atribuições do órgão que comunica. O desti-
natário ou receptor dessa comunicação ou é o público, o conjunto 2 A
dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros 3 A
Poderes da União.
( ) Certo 4 D
( ) Errado 5 B
6 C
40. (IF-SC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO- IF-SC - 2019 )
Determinadas palavras são frequentes na redação oficial. Con- 7 B
forme as regras do Acordo Ortográfico que entrou em vigor em 8 E
2009, assinale a opção CORRETA que contém apenas palavras grafa-
das conforme o Acordo. 9 A
I. abaixo-assinado, Advocacia-Geral da União, antihigiênico, ca- 10 A
pitão de mar e guerra, capitão-tenente, vice-coordenador.
II. contra-almirante, co-obrigação, coocupante, decreto-lei, di- 11 A
retor-adjunto, diretor-executivo, diretor-geral, sócio-gerente. 12 D
III. diretor-presidente, editor-assistente, editor-chefe, ex-dire-
13 A
tor, general de brigada, general de exército, segundo-secretário.
14 E
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

15 B ______________________________________________________

16 E ______________________________________________________
17 A ______________________________________________________
18 A
______________________________________________________
19 D
20 B ______________________________________________________
21 C ______________________________________________________
22 C
______________________________________________________
23 E
______________________________________________________
24 A
25 D ______________________________________________________
26 B ______________________________________________________
27 C
______________________________________________________
28 D
29 E ______________________________________________________
30 D ______________________________________________________
31 D
______________________________________________________
32 D
______________________________________________________
33 A
34 D ______________________________________________________
35 E ______________________________________________________
36 D
______________________________________________________
37 B
38 B ______________________________________________________

39 A ______________________________________________________
40 E
______________________________________________________
41 C
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA
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MATEMÁTICA

Exemplo 2
NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E REAIS; PROBLEMAS DE 40 – 9 x 4 + 23
CONTAGEM. NOÇÕES DE CONJUNTOS 40 – 36 + 23
4 + 23
27
Números Naturais
Os números naturais são o modelo matemático necessário Exemplo 3
para efetuar uma contagem. 25-(50-30)+4x5
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, 25-20+20=25
obtemos o conjunto infinito dos números naturais Números Inteiros
Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números
naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero.
Este conjunto pode ser representado por:

- Todo número natural dado tem um sucessor


a) O sucessor de 0 é 1.
b) O sucessor de 1000 é 1001.
c) O sucessor de 19 é 20. Subconjuntos do conjunto :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.
{...-2, -1, 1, 2, ...}

{1,2,3,4,5,6... . } 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos

- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces- {0, 1, 2, ...}
sor (número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero. 3) Conjunto dos números inteiros não positivos
a) O antecessor do número m é m-1.
b) O antecessor de 2 é 1. {...-3, -2, -1}
c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9. Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que pode ser
Expressões Numéricas expresso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, São exemplos de números racionais:
multiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer
em uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas -12/51
utilizamos alguns procedimentos: -3

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro operações, -(-3)


devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeiramente, na -2,333...
ordem em que elas aparecerem e somente depois a adição e a
subtração, também na ordem em que aparecerem e os parênteses As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
são resolvidos primeiro. portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7 Representação Decimal das Frações
22 – 6 + 7 Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais
16 + 7
23 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número
decimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.

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MATEMÁTICA
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Identificação de números irracionais
2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas – Todas as dízimas periódicas são números racionais.
lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio- – Todos os números inteiros são racionais.
nal – Todas as frações ordinárias são números racionais.
OBS: período da dízima são os números que se repetem, se – Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, – Todas as raízes inexatas são números irracionais.
que trataremos mais a frente. – A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um núme-
ro racional.
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma
, com a e b inteiros e b≠0.Exemplo: - = 0 e 0 é um número
racional.

Representação Fracionária dos Números Decimais – O quociente de dois números irracionais, pode ser um nú-
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o mero racional.
denominador seguido de zeros.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa, Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante.
– O produto de dois números irracionais, pode ser um número
racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número


natural, se não inteira, é irracional.

Números Reais

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então


como podemos transformar em fração?

Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima
dada de x, ou seja
X=0,333...

Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por


10.
10x=3,333... Fonte: www.estudokids.com.br

E então subtraímos: Representação na reta


10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.

Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .

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MATEMÁTICA
Intervalos limitados Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maio-
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais res que a.
a e menores do que b ou iguais a b.

Intervalo:[a,b] Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b} Conjunto:{x ϵ R|x>a}

Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores Potenciação


que b. Multiplicação de fatores iguais

2³=2.2.2=8
Casos
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo:]a,b[
Conjunto:{xϵR|a<x<b}
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a
ou iguais a A e menores do que B.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.

Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em
Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e um número positivo.
menores ou iguais a b.

Intervalo:]a,b] 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta


Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b} em um número negativo.

Intervalos Ilimitados
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me-
nores ou iguais a b.

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal


para positivo e inverter o número que está na base.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x ϵ R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me-


nores que b.

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
expoente, o resultado será igual a zero.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x ϵ R|x<b}

Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maio-


res ou iguais a A. Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
base, repete-se a base e soma os expoentes.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x ϵ R|x≥a}
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MATEMÁTICA
Exemplos: 64=2.2.2.2.2.2=26
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27 Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um
e multiplica.

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base. Observe:


Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
1 1 1
3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
Exemplos:
96 : 92 = 96-2 = 94

De modo geral, se

a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se
os expoentes. Então:

Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56
n
a.b = n a .n b

O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é


igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
cando.

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um Raiz quadrada de frações ordinárias
expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente.
(4.3)²=4².3² 1 1
2 2 22 2
2
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos Observe: =  = 1 =
elevar separados. 3 3 3
32
a na
* *
=
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
Radiciação é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
Radiciação é a operação inversa a potenciação radicando.

Raiz quadrada números decimais

Técnica de Cálculo Operações


A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
Veja:

64 2
32 2 Operações
16 2
8 2 Multiplicação
4 2
2 2 Exemplo
1

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MATEMÁTICA

Divisão

Exemplo

Adição e subtração

Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.

8 2 20 2
4 2 10 2
2 2 5 5
1 1

Caso tenha:

Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.

Racionalização de Denominadores
Normalmente não se apresentam números irracionais com radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos radicais
do denominador chama-se racionalização do denominador.
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela

2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de quadrados no denominador:

SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS

UNIDADES DE COMPRIMENTO
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para medi-
das milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:
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MATEMÁTICA

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação
1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por 10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a unidade imedia-
tamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.

UNIDADES DE ÁREA
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação
1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por 100.

Volume
Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Podemos encontrar
sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir volume e capacidade.

UNIDADES DE VOLUME
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos e submúltiplos,
unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³
1L=1dm³

UNIDADES DE CAPACIDADE
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Unidades de Capacidade
kg hg dag g g dg cg mg
Quilograma Hectograma Decagrama Grama Grama Decigrama Centigrama Miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,1g 0,01g 0,001

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MATEMÁTICA
Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e Multiplicação
quando anda para esquerda divide por 10. Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas demo-
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada rou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo?
1 tonelada=1000kg
2h 40 minutos
Tempo
A unidade fundamental do tempo é o segundo(s). x2
É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: ----------------------------
dias, horas, minutos
4h 80 minutos OU
Transformação de unidades 5h 20 minutos
Deve-se saber:
1 dia=24horas Divisão
1hora=60minutos 5h 20 minutos : 2
1 minuto=60segundos
1hora=3600s
5h 20 minutos
Adição de tempo 1h 20 minutos 2h 40 minutos
Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recor-
80 minutos
de de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou 30 minutos
para chegar em casa. Que horas ela chegou? 0

1h 20 minutos, transformamos para minutos :60+20=80minu-


15h 35 minutos
tos
1 minutos 25 segundos
30 minutos
RAZÕES E PROPORÇÕES. DIVISÃO PROPORCIONAL
--------------------------------------------------
15h 66 minutos 25 segundos

Não podemos ter 66 minutos, então temos que transferir para Razão
as horas, sempre que passamos de um para o outro tem que ser na
mesma unidade, temos que passar 1 hora=60 minutos Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com b
Então fica: 16h6 minutos 25segundos ≠ 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por a/b
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação inversa. ou a : b.

Subtração Exemplo:
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as 16h6 mi- Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
nutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minutos. Quanto tempo Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças.
ficou fora? (lembrando que razão é divisão)

11h 60 minutos
6 minutos 25 segundos
-15h 35 min
Proporção
--------------------------------------------------
Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da mesma for- A/B e C/D é a igualdade:
ma que conta de subtração.
1hora=60 minutos

15h 66 minutos 25 segundos


15h 35 minutos Propriedade fundamental das proporções
Numa proporção:
--------------------------------------------------
0h 31 minutos 25 segundos

Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-


meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios
é igual ao produto dos extremos, isto é:

AxD=BxC
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MATEMÁTICA
Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois: Ou

Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja


em proporção com 4/6. Grandezas Diretamente Proporcionais

Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma: Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a
razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira
mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

Exemplo
Segunda propriedade das proporções Distância percorrida e combustível gasto
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois
primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo, DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS)
assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está
para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos: 13 1
26 2
39 3
52 4
Ou
Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?
Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Grandezas Inversamente Proporcionais


Ou
Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual
ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...

Ou Exemplo
Velocidade x Tempo a tabela abaixo:

VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)


5 200
Terceira propriedade das proporções 8 125
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos an-
tecedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, as- 10 100
sim como cada antecedente está para o seu respectivo consequen- 16 62,5
te. Temos então:
20 50

Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??


Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.
Ou
Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta-
mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema
com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e
p1+p2+...+pn=P.
Ou

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MATEMÁTICA
A solução segue das propriedades das proporções: 3º) Montar a proporção e resolver a equação.
Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h,
faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria
esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h?

Solução: montando a tabela:


Exemplo
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos 1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)
entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio
de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado 400 ----- 3
entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro-
porcional? 480 ----- X

2) Identificação do tipo de relação:

VELOCIDADE Tempo
400 ↓ ----- 3↑
480 ↓ ----- X↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-


meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna
ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00. segunda coluna vai para cima

Inversamente Proporcionais VELOCIDADE Tempo


Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver-
samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número 400 ↓ ----- 3↓
M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2, 480 ↓ ----- X↓
..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas,
assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso 480x=1200
X=25

Regra de três composta


Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de
duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais.

cuja solução segue das propriedades das proporções: Exemplos:


1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em
5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar
125m³?

Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as


grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de es-
pécies diferentes que se correspondem:
REGRAS DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTAS
HORAS CAMINHÕES VOLUME
Regra de três simples 8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
Regra de três simples é um processo prático para resolver pro- 5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑
blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três
deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde
conhecidos. está o x.

Passos utilizados numa regra de três simples: Observe que:


1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi-
espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente
espécies diferentes em correspondência. proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen- Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número
te proporcionais. de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta
para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido
das setas.
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
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MATEMÁTICA

HORAS CAMINHÕES VOLUME Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:

8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓ 10 X 0,90 = R$ 9,00


5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓
Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando: venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro=preço de venda -preço de custo
HORAS CAMINHÕES VOLUME
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas
8 ----- 20 ----- 160 formas:
5 ----- X ----- 125

Logo, serão necessários 25 caminhões

Exemplo
PORCENTAGENS (DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula
com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x%
das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu sím- para x é igual a
bolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontramos (A) 8.
nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de cal- (B) 15.
cular, etc. (C) 10.
Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda (D) 6.
muito na resolução do exercício. (E) 12.

Acréscimo Resolução
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determina- 45------100%
do valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse X-------60%
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for X=27
de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela
abaixo: O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to-
dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão.
ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
10% 1,10
15% 1,15
20% 1,20 Resposta: C.
47% 1,47
67% 1,67 LÓGICA PROPOSICIONAL; ESTRUTURA LÓGICA DE RELA-
ÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES, OBJETOS
Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos: OU EVENTOS FICTÍCIOS; DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMA-
ÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS
10 x 1,10 = R$ 11,00

Desconto RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO


No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será: Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble-
Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal) mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife-
Veja a tabela abaixo: rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura
de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte
DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO consiste nos seguintes conteúdos:
- Operação com conjuntos.
10% 0,90 - Cálculos com porcentagens.
25% 0,75 - Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé-
tricos e matriciais.
34% 0,66
- Geometria básica.
60% 0,40 - Álgebra básica e sistemas lineares.
90% 0,10 - Calendários.
- Numeração.
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MATEMÁTICA
- Razões Especiais.
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.

RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO


Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de Argumentação.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação tem-
poral envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envolvam os conteúdos:
- Lógica sequencial
- Calendários

RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma vaga.
Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do conhecimento
por meio da linguagem.

Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirmações,
selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou falsa sem mais informações)

ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos
atribuir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

Elas podem ser:


• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

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MATEMÁTICA
Proposições Compostas – Conectivos
As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

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MATEMÁTICA
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

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MATEMÁTICA
Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?
Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

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MATEMÁTICA
Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

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MATEMÁTICA
Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tau-
tologia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que
sejam as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi-
ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

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MATEMÁTICA
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

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MATEMÁTICA
Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO transforma: CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

Conectivo “ou” (v)


Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

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MATEMÁTICA
Conectivo “ou” (v)
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)
Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeira

Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer sol,
então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “Se e somente se” (↔)


Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é con-
dição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela verdade:

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qualquer
questão referente ao assunto.

Ordem de precedência dos conectivos:


O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica matemática
prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

Em resumo:

Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos
(da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que
apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais proposições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente do
valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua tabela-verdade:

Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a proposição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição.
(D) uma contingência.
(E) uma disjunção.
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Resolução: • Transitiva:
Montando a tabela teremos que: – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P ~p ~p ^p P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
V F F
V F F Regras de Inferência
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
F V F
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
F V F tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
sições verdadeiras já existentes.
Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante
de uma CONTRADIÇÃO. Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição


Q(p,q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verda-
deira. Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolica-
mente temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).
• Silogismo Disjuntivo
ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-
tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
que pode ou não existir entre duas proposições.

Exemplo:

• Modus Ponens

Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia:

• Modus Tollens

- Somente uma contradição implica uma contradição:

Propriedades
• Reflexiva:
– P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...) Tautologias e Implicação Lógica
– Uma proposição complexa implica ela mesma.
• Teorema
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,-
q,r,...)

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

Observe que: • Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das Teremos duas possibilidades.
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências

• Regra do Silogismo Hipotético

Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no


conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.
Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica • Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”
p ^ ~p ⇒ q Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo- entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o
sição q. mesmo que dizer “nenhum B é A”.
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte
A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a diagrama (A ∩ B = ø):
condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam propo-
sições com quantificadores. Numa proposição categórica, é im-
portante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma
coerente e que a proposição faça sentido, não importando se é
verdadeira ou falsa.

Vejamos algumas formas: • Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”


- Todo A é B. Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
- Nenhum A é B. posição:
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifi-
cação dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.

Editora
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64
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto Exemplos:
“A” tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. (DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
Contudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
todo A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três dos.
representações possíveis: (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.

Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.

O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo


o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao mos a alternativa B.
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que Algum B não é A. que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
• Negação das Proposições Categóricas Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as são pardos NÃO miam alto.
seguintes convenções de equivalência: Resposta: C
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
uma proposição categórica particular. (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposi- afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
ção categórica particular geramos uma proposição categórica uni- vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
versal. (A) Todos os não psicólogos são professores.
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, (B) Nenhum professor é psicólogo.
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, (C) Nenhum psicólogo é professor.
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre, (D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
uma proposição de natureza afirmativa. (E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
Resolução:
Em síntese: Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E

• Equivalência entre as proposições


Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões.

Editora
65
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco. NENHUM
E
(C) Todo número natural é diferente de cinco. AéB
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco. Existe pelo menos um elemento que
pertence a A, então não pertence a B, e
Resolução: vice-versa.
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pe-
de-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com
Todos e Nenhum, que também são universais.

Existe pelo menos um elemento co-


mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
ALGUM tes formas:
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para


conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos. ALGUM
O
Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas: A NÃO é B

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS


Perceba-se que, nesta sentença, a aten-
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
não são B (enquanto que, no “Algum A é
TODO B”, a atenção estava sobre os que eram B,
A ou seja, na intercessão).
AéB
Temos também no segundo caso, a dife-
Se um elemento pertence ao conjunto A, rença entre conjuntos, que forma o con-
então pertence também a B. junto A - B

Editora
66
66
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Exemplo: Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRA- Segundo as afirmativas temos:
ÇÃO – IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
de cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe
é casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama
nos afirma isso

- Existem teatros que não são cinemas

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-


cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que
todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura
também não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura

Resposta: E

Editora
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Exemplo: Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
P1: Todos os cientistas são loucos. lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
P2: Martiniano é louco. de uma total dissociação entre os dois conjuntos.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
ria do seu conjunto de premissas.
Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença
Exemplo: “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em
O silogismo... comum.
P1: Todos os homens são pássaros. Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
P2: Nenhum pássaro é animal. vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.

ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CONTE-


ÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!

• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-


do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
essa frase da seguinte maneira: junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!

Editora
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68
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Argumentos Inválidos - É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de cho-
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado colate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não!
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círcu-
das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclu- lo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círcu-
são. lo)! Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não garanti-
ram a veracidade da conclusão!
Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate. Métodos para validação de um argumento
P2: Patrícia não é criança. Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate. possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada
Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO,
as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois 2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada
a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocor-
de chocolate. re quando nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo ar- na construção da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para
tifício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a des-
primeira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”. vantagem de ser mais trabalhoso, principalmente quando envolve
várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e consi-
derando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a vali-
dade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibi-
lidade do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades.
Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobri-
remos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em
verdade, para que o argumento seja considerado válido.
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, conside-
rando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do
terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da
Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises
criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da mais complicadas.
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa-
trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos Em síntese:
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
diagrama:

1º) Fora do conjunto maior;


2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não


gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este ar-
gumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado
(se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Exemplo: Exemplos:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido: (DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as
seguintes proposições sejam verdadeiras.
(p ∧ q) → r • Quando chove, Maria não vai ao cinema.
_____~r_______ • Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
~p ∨ ~q • Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
• Quando Fernando está estudando, não chove.
Resolução: • Durante a noite, faz frio.
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum
ou nenhum? Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos item subsecutivo.
à pergunta seguinte. Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
( ) Certo
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi- ( ) Errado
ções simples?
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o Resolução:
2º método. A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre-
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi- missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas:
ção simples ou uma conjunção? A = Chove
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar B = Maria vai ao cinema
então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos C = Cláudio fica em casa
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos: D = Faz frio
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição E = Fernando está estudando
simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta F = É noite
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método! Lembramos a tabela verdade da condicional:
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo
3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa,
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am-
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o utilizando isso temos:
argumento é ou NÃO VÁLIDO. O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernan-
do estava estudando. // B → ~E
Resolução pelo 4º Método Iniciando temos:
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Te- 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
remos: = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- tem que ser F.
deiro! 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
verdadeiras! Teremos: vai ao cinema tem que ser V.
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo: sai de casa tem que ser F.
r é verdadeiro. 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! ser V ou F.
1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
Resposta: Errado

Editora
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
(PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada, en-
tão Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma bruxa.
Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
(A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
(B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
(C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
(D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
(E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Resolução:
Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão o
valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F) → V
(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro (F) → V
(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F) → V
(1) Tristeza não é uma bruxa (V)

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)
Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

Editora
71
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
2º passo – construir a tabela gabarito.
Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que
ficam meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca
dos grupos e elementos.
HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS
Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

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72
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.

É correto concluir que, em janeiro,


(A) Paulo viajou para Fortaleza.
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Resolução: Tipos de quantificadores
Vamos preencher a tabela:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; • Quantificador universal (∀)
O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Paulo Exemplo:
Todo homem é mortal.
− Mariana viajou para Curitiba; A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
mortal.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Na representação do diagrama lógico, seria:

Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é
homem.
Luiz N N A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
Arnaldo N N 1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Mariana N N S N
Paulo N N A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
− Luiz não viajou para Fortaleza. (x) (A (x) → B).
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclu-
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador são de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicio-
nal.
Luiz N N N
Arnaldo N N Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
Mariana N N S N
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
Paulo N N + 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
Agora, completando o restante: a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En- julgar, logo, é uma proposição lógica.
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia
• Quantificador existencial (∃)
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:
Luiz N S N N
Arnaldo S N N N
Mariana N N S N
Paulo N N N S

Resposta: B Exemplo:
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase
Quantificador é:
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
proposição aberta em uma proposição lógica.

QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA

Editora
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74
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: reto.
(∃ (x)) (A (x) ∧ B). Resposta: CERTO

Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x)
∈ N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal
que x + 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a RELAÇÕES E FUNÇÕES
sentença será verdadeira?
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador,
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
julgar, logo, é uma proposição lógica. Diagrama de Flechas

ATENÇÃO:
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é
B” é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”.

Forma simbólica dos quantificadores


Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B).
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B).

Exemplos: Gráfico Cartesiano


Todo cavalo é um animal. Logo,
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
(C) Todo animal é cavalo.
(D) Nenhum animal é cavalo.

Resolução:
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
sões:
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
– Se é cavalo, então é um animal.
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda for-
ma de conclusão).
Resposta: B

(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi- Muitas vezes nos deparamos com situações que envolvem uma
ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V. relação entre grandezas. Assim, o valor a ser pago na conta de luz
depende do consumo medido no período; o tempo de uma viagem
Resolução: de automóvel depende da velocidade no trajeto.
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas, o domí-
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R) nio e a imagem são conjuntos numéricos, e podemos definir com
tal que x + y = x. mais rigor o que é uma função matemática utilizando a linguagem
– 1º passo: observar os quantificadores. da teoria dos conjuntos.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
os valores de x devem satisfazer a propriedade. Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f uma rela-
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne- ção de A em B.
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade. Essa relação f é uma função de A em B quando a cada elemen-
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos to x do conjunto A está associado um e apenas um elemento y do
x e y. conjunto B.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais. Notação: f: A→B (lê-se função f de A em B)
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
X + 0 = X.

Editora
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Domínio, contradomínio, imagem Bijetora: Quando apresentar as características de função inje-
O domínio é constituído por todos os valores que podem ser tora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, elementos dis-
atribuídos à variável independente. Já a imagem da função é forma- tintos têm sempre imagens distintas e todos os elementos do con-
da por todos os valores correspondentes da variável dependente. tradomínio são imagens de pelo menos um elemento do domínio.

O conjunto A é denominado domínio da função, indicada por D.


O domínio serve para definir em que conjunto estamos trabalhan-
do, isto é, os valores possíveis para a variável x.
O conjunto B é denominado contradomínio, CD.
Cada elemento x do domínio tem um correspondente y no con-
tradomínio. A esse valor de y damos o nome de imagem de x pela
função f. O conjunto de todos os valores de y que são imagens de
valores de x forma o conjunto imagem da função, que indicaremos
por Im.

Exemplo Função 1º grau


Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}criamos A função do 1° grau relacionará os valores numéricos obtidos
a função f: A→B. definida por f(x) = x + 5 que também pode ser de expressões algébricas do tipo (ax + b), constituindo, assim, a fun-
representada por y = x + 5. A representação, utilizando conjuntos, ção f(x) = ax + b.
desta função, é:
Estudo dos Sinais
Definimos função como relação entre duas grandezas repre-
sentadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau, sua lei de
formação possui a seguinte característica: y = ax + b ou f(x) = ax +
b, onde os coeficientes a e b pertencem aos reais e diferem de zero.
Esse modelo de função possui como representação gráfica a figura
de uma reta, portanto, as relações entre os valores do domínio e da
imagem crescem ou decrescem de acordo com o valor do coeficien-
te a. Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, e
caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contradomínio é Função Crescente: a > 0


= {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im = {6, 9, 12} De uma maneira bem simples, podemos olhar no gráfico que os
valores de y vão crescendo.
Classificação das funções
Injetora: Quando para ela elementos distintos do domínio
apresentam imagens também distintas no contradomínio.

Sobrejetora: Quando todos os elementos do contradomínio fo- Função Decrescente: a < 0


rem imagens de pelo menos um elemento do domínio. Nesse caso, os valores de y, caem.

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76
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MATEMÁTICA
Raiz da função Concavidade
Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor em que a A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para baixo se
reta cruza o eixo x, para isso consideremos o valor de y igual a zero, a<0
pois no momento em que a reta intersecta o eixo x, y = 0. Observe a
representação gráfica a seguir:

Discriminante(∆)
∆ = b²-4ac
∆>0

Podemos estabelecer uma formação geral para o cálculo da raiz A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois pontos dis-
de uma função do 1º grau, basta criar uma generalização com base tintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da equação ax²+bx+c=0
na própria lei de formação da função, considerando y = 0 e isolando
o valor de x (raiz da função). ∆=0
X=-b/a
Quando ∆=0 , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao eixo x, no
Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema com duas ponto
equações para acharmos o valor de a e b.

Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.

F(1)=1a+b Repare que, quando tivermos o discriminante ∆ = 0, as duas


3=a+b raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais
F(3)=3a+b ∆<0
5=3a+b
A função não tem raízes reais

Isolando a em I
a=3-b
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4
b=2 Raízes

Portanto,
a=3-b
a=3-2=1
Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do segundo
grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2)

É essencial que apareça ax² para ser uma função quadrática e


deve ser o maior termo.

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MATEMÁTICA
Vértices e Estudo do Sinal Solução
Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e
um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem concavidade
voltada para baixo e um ponto de máximo V.

Em qualquer caso, as coordenadas de V são .

Veja os gráficos:

Função exponencial
A expressão matemática que define a função exponencial é
uma potência. Nesta potência, a base é um número real positivo e
diferente de 1 e o expoente é uma variável.

Função crescente
Se a > 1 temos uma função exponencial crescente, qualquer
que seja o valor real de x.
No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida
que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamente vemos
que a curva da função é crescente.

Função decrescente

Se 0 < a < 1 temos uma função exponencial decrescente em


todo o domínio da função.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x
Equação Exponencial aumenta, y diminui. Graficamente observamos que a curva da
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoente de função é decrescente.
uma ou mais potências de bases positivas e diferentes de 1.

Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

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MATEMÁTICA
A Constante de Euler Consequências da Definição
É definida por :
e = exp(1)

O número e é um número irracional e positivo e em função da


definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1

Este número é denotado por e em homenagem ao matemático


suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primeiros a estudar as
propriedades desse número.

O valor deste número expresso com 10 dígitos decimais, é:


e = 2,7182818284

Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode ser


escrita como a potência de base e com expoente x, isto é: Propriedades
ex = exp(x)

Propriedades dos expoentes


Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um número
racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax

Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos, com a
≠1, existe um número c tal que:

Mudança de Base

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N na base a

Exemplo
Ainda com base na definição podemos estabelecer condições Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule:
de existência: a) log 6
b) log1,5
c) log 16

Solução
Exemplo a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781

Função Logarítmica

Uma função dada por , em que a constante


a é positiva e diferente de 1, denomina-se função logarítmica.

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MATEMÁTICA
Este polinômio não está ordenado:
3x³+4x5-x²

Operações
Adição e Subtração de Polinômios
Para somar dois polinômios, adicionamos os termos com expo-
entes de mesmo grau. Da mesma forma, para obter a diferença de
dois polinômios, subtraímos os termos com expoentes de mesmo
grau.
Exemplo

FUNÇÕES POLINOMIAIS; FUNÇÕES EXPONENCIAIS E LO-


GARÍTMICAS

Denomina-se polinômio a função: Multiplicação de Polinômios


Para obter o produto de dois polinômios, multiplicamos cada
termo de um deles por todos os termos do outro, somando os
coeficientes.

Grau de um polinômio Exemplo


Se an ≠0, o expoente máximo n é dito grau do polinômio. Indi-
camos: gr(P)=n
Exemplo
P(x)=7 gr(P)=0
P(x)=7x+1 gr(P)=1

Valor Numérico
O valor numérico de um polinômio P(x), para x=a, é o número
que se obtém substituindo x por a e efetuando todas as operações.
Exemplo
P(x)=x³+x²+1 , o valor numérico para P(x), para x=2 é: Divisão de Polinômios
P(2)=2³+2²+1=13 Considere P(x) e D(x), não nulos, tais que o grau de P(x) seja
O número a é denominado raiz de P(x). maior ou igual ao grau de D(x). Nessas condições, podemos efetuar
a divisão de P(x) por D(x), encontrando o polinômio Q(x) e R(x):
Igualdade de polinômios P(x)=D(x)⋅Q(x)+R(x)
Os polinômios p e q em P(x), definidos por: P(x)=dividendo
P(x) = ao + a1x + a2x² + a3x³ +...+ anxn Q(x)=quociente
Q(x) = bo + b1x + b2x² + b3x³ +...+ bnxn D(x)=divisor
R(x)=resto
São iguais se, e somente se, para todo k = 0,1,2,3,...,n:
ak = bk Método da Chave
Passos
Redução de Termos Semelhantes 1. Ordenamos os polinômios segundo as potências decrescen-
Assim como fizemos no caso dos monômios, também podemos tes de x.
fazer a redução de polinômios através da adição algébrica dos seus 2. Dividimos o primeiro termo de P(x) pelo primeiro de D(x),
termos semelhantes. obtendo o primeiro termo de Q(x).
No exemplo abaixo realizamos a soma algébrica do primeiro 3. Multiplicamos o termo obtido pelo divisor D(x) e subtraímos
com o terceiro termo, e do segundo com o quarto termo, reduzindo de P(x).
um polinômio de quatro termos a um outro de apenas dois. 4. Continuamos até obter um resto de grau menor que o de
3xy+2a²-xy+3a²=2xy+5a² D(x), ou resto nulo.

Polinômios reduzidos de dois termos também são denomina-


dos binômios. Polinômios reduzidos de três termos, também são
denominados trinômios.

Ordenação de um polinômio
A ordem de um polinômio deve ser do maior para o menor
expoente.
4x4+2x³-x²+5x-1
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MATEMÁTICA
Exemplo
Divida os polinômios P(x)=6x³-13x²+x+3 por D(x)=2x³-3x-1

Método de Descartes
Consiste basicamente na determinação dos coeficientes do quociente e do resto a partir da identidade:

Exemplo
Divida P(x)=x³-4x²+7x-3 por D(x)=x²-3x+2

Solução
Devemos encontrar Q(x) e R(x) tais que:

Vamos analisar os graus:

Como Gr( R) < Gr(D), devemos impor Gr(R )=Gr(D)-1=2-1=1

Para que haja igualdade:

Algoritmo de Briot-Ruffini
Consiste em um dispositivo prático para efetuar a divisão de um polinômio P(x) por um binômio D(x)=x-a

Exemplo
Divida P(x)=3x³-5x+x-2 por D(x)=x-2

Solução
Passos
– Dispõem-se todos os coeficientes de P(x) na chave
– Colocar a esquerda a raiz de D(x)=x-a=0.
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
– Abaixar o primeiro coeficiente. Em seguida multiplica-se pela raiz a e soma-se o resultado ao segundo coeficiente de P(x), obtendo
o segundo coeficiente. E assim sucessivamente.

Portanto, Q(x)=3x²+x+3 e R(x)=4

Produtos Notáveis

1. O quadrado da soma de dois termos.


Verifiquem a representação e utilização da propriedade da potenciação em seu desenvolvimento.
(a + b)2 = (a + b) . (a + b)
Onde a é o primeiro termo e b é o segundo.

Ao desenvolvermos esse produto, utilizando a propriedade distributiva da multiplicação, teremos:

Exemplos

2. O quadrado da diferença de dois termos.


Seguindo o critério do item anterior, temos:
(a - b)2 = (a - b) . (a - b)
Onde a é o primeiro termo e b é o segundo.

Ao desenvolvermos esse produto, utilizando a propriedade distributiva da multiplicação, teremos:

Exemplos:

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MATEMÁTICA
3. O produto da soma pela diferença de dois termos. Agrupamento:
Se tivermos o produto da soma pela diferença de dois termos, Ex.: ax + ay + bx + by
poderemos transformá-lo numa diferença de quadrados.
Agrupar os termos de modo que em cada grupo haja um fator
comum.
(ax + ay) + (bx + by)

Colocar em evidência o fator comum de cada grupo


a(x + y) + b(x + y)

Exemplos Colocar o fator comum (x + y) em evidência (x + y) (a + b) Este


(4c + 3d).(4c – 3d) = (4c)2 – (3d)2 = 16c2 – 9d2 produto é a forma fatorada da expressão dada
(x/2 + y).(x/2 – y) = (x/2)2 – y2 = x2/4 – y2
(m + n).(m – n) = m2 – n2 Diferença de Dois Quadrados: a² − b² = (a + b) (a − b)

4. O cubo da soma de dois termos. Trinômio Quadrado Perfeito: a²± 2ab + b² = (a ± b)²

Consideremos o caso a seguir: Trinômio do 2º Grau: Supondo x1 e x2 raízes reais do trinômio,


(a + b)3 = (a + b).(a + b)2 → potência de mesma base. temos: ax² + bx + c = a (x - x1) (x - x2), a≠0
(a + b).(a2 + 2ab + b2) → (a + b)2
MDC e MMC de polinômios
Aplicando a propriedade distributiva como nos casos anterio- Mínimo Múltiplo Comum entre polinômios, é formado pelo
res, teremos: produto dos fatores com os maiores expoentes.
(a + b)3 = a3 + 3a2b + 3ab2 + b3 Máximo Divisor Comum é o produto dos fatores primos com o
menor expoente.
Exemplos: Exemplo
(2x + 2y)3 = (2x)3 + 3.(2x)2.(2y) + 3.(2x).(2y)2 + (2y)3 = 8x3 + 24x2y X²+7x+10 e 3x²+12x+12
+ 24xy2 + 8y3
(w + 3z)3 = w3 + 3.(w2).(3z) + 3.w.(3z)2 + (3z)3 = w3 + 9w2z + 27wz2 Primeiro passo é fatorar as expressões:
+ 27z3 X²+7x+10=(x+2)(x+5)
(m + n)3 = m3 + 3m2n + 3mn2 + n3 3x²+12x+12=3(x²+4x+4)=3(x+2)²
Mmc=3(x+2)²(x+5)
5. O cubo da diferença de dois termos Mdc=x+2

Acompanhem o caso seguinte: Operação com frações algébricas


(a – b)3 = (a - b).(a – b)2 → potência de mesma base.
(a – b).(a2 – 2ab + b2) → (a - b)2 Adição e subtração de frações algébricas
Da mesma forma que ocorre com as frações numéricas, as fra-
Aplicando a propriedade distributiva como nos casos anterio- ções algébricas são somadas ou subtraídas obedecendo dois casos
res, teremos: diferentes.
(a – b)3 = a3 – 3a2b + 3ab2 – b3
Caso 1: denominadores iguais.
Exemplos Para adicionar ou subtrair frações algébricas com denomina-
(2 – y)3 = 23 – 3.(22).y + 3.2.y2 – y3 = 8 – 12y + 6y2 – y3 ou y3– 6y2 dores iguais, as mesmas regras aplicadas às frações numéricas aqui
+ 12y – 8 são aplicadas também.
(2w – z)3 = (2w)3 – 3.(2w)2.z + 3.(2w).z2 – z3 = 8w3 – 12w2z + (2x2-5)/x2 -(x2+3)/x2 +(9-x2)/x2
6wz2 – z3 (2x2-5-x2-3+9-x2)/x2 =1/x2

(c – d)3 = c3 – 3c2d + 3cd2 – d3 Caso 2: denominadores diferentes.


Para adicionar ou subtrair frações algébricas com denominado-
Fatoração res diferentes, siga as mesmas orientações dadas na resolução de
Fatorar uma expressão algébrica significa escrevê-la na forma frações numéricas de denominadores diferentes.
de um produto de expressões mais simples. (3x+1)/(2x-2)-(x+1)/(x-1)
(3x+1)/2(x-1) -2(x+1)/2(x-1)
Casos de fatoração (3x+1-2x-2)/(2(x-1))=(x-1)/2(x-1) =1/2

Fator Comum: Multiplicação de frações algébricas


Ex.: ax + bx + cx = x (a + b + c) Para multiplicar ou dividir frações algébricas, usamos o mesmo
processo das frações numéricas. Fatorando os termos da fração e
O fator comum é x. simplificar os fatores comuns.
Ex.: 12x³ - 6x²+ 3x = 3x (4x² - 2x + 1) 2x/(x-4)∙3x/(x+5)

O fator comum é 3x Multiplica-se os denominadores e os numeradores.


(6x2)/((x-4)(x+5))=(6x2)/(x2+x-20)
Editora
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Divisão de frações algébricas
Multiplica-se a primeira pelo inverso da segunda.
7x/(3-4x) ∶x/(x+1)
7x/(3-4x)∙((x+1))/x
7x(x+1)/(3-4x)x=(7x2+7x)/(3x-4x²)

MATRIZES. DETERMINANTES. SISTEMAS LINEARES

Matriz
Uma matriz é uma tabela de números reais dispostos segundo linhas horizontais e colunas verticais.
O conjunto ordenado dos números que formam a tabela, é denominado matriz, e cada número pertencente a ela é chamado de ele-
mento da matriz.

Tipo ou ordem de uma matriz


As matrizes são classificadas de acordo com o seu número de linhas e de colunas. Assim, a matriz representada a seguir é denominada
matriz do tipo, ou ordem, 3 x 4 (lê-se três por quatro), pois tem três linhas e quatro colunas. Exemplo:

Representação genérica de uma matriz


Costumamos representar uma matriz por uma letra maiúscula (A, B, C...), indicando sua ordem no lado inferior direito da letra. Quan-
do desejamos indicar a ordem de modo genérico, fazemos uso de letras minúsculas. Exemplo: Am x n.
Da mesma maneira, indicamos os elementos de uma matriz pela mesma letra que a denomina, mas em minúscula. A linha e a coluna
em que se encontra tal elemento é indicada também no lado inferior direito do elemento. Exemplo: a11.

Exemplo
(PM/SE – Soldado 3ª Classe – FUNCAB) A matriz abaixo registra as ocorrências policiais em uma das regiões da cidade durante uma
semana.

Sendo M=(aij)3x7 com cada elemento aij representando o número de ocorrência no turno i do dia j da semana.
O número total de ocorrências no 2º turno do 2º dia, somando como 3º turno do 6º dia e com o 1º turno do 7º dia será:
(A) 61
(B) 59
(C) 58
(D) 60
(E) 62
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Resolução:
Turno i –linha da matriz
Turno j- coluna da matriz
2º turno do 2º dia – a22=18
3º turno do 6º dia-a36=25
1º turno do 7º dia-a17=19
Somando:18+25+19=62
Resposta: E.

Igualdade de matrizes
Duas matrizes A e B são iguais quando apresentam a mesma ordem e seus elementos correspondentes forem iguais.

Operações com matrizes


Adição: somamos os elementos correspondentes das matrizes, por isso, é necessário que as matrizes sejam de mesma ordem. A=[aij]
mxn
; B = [bij]m x n, portanto C = A + B ⇔ cij = aij + bij.

Exemplo
(PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) Considere a seguinte sentença envolvendo matrizes:

Diante do exposto, assinale a alternativa que apresenta o valor de y que torna a sentença verdadeira.
(A) 4.
(B) 6.
(C) 8.
(D) 10.

Resolução:

y=10
Resposta: D.

Multiplicação por um número real: sendo k ∈ R e A uma matriz de ordem m x n, a matriz k . A é obtida multiplicando-se todos os
elementos de A por k.

Editora
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Subtração: a diferença entre duas matrizes A e B (de mesma ordem) é obtida por meio da soma da matriz A com a oposta de B.

Multiplicação entre matrizes: consideremos o produto A . B = C. Para efetuarmos a multiplicação entre A e B, é necessário, antes de
mais nada, determinar se a multiplicação é possível, isto é, se o número de colunas de A é igual ao número de linhas de B, determinando
a ordem de C: Am x n x Bn x p = Cm x p, como o número de colunas de A coincide com o de linhas de B(n) então torna-se possível o produto, e
a matriz C terá o número de linhas de A(m) e o número de colunas de B(p)

De modo geral, temos:

Exemplo:
(CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA) Assinale a alternativa que apresente o resultado da multiplicação das matrizes A e B abaixo:

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

Resolução:

Resposta: B.
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MATEMÁTICA
Casos particulares
Matriz identidade ou unidade: é a matriz quadrada que possui os elementos de sua diagonal principal iguais a 1 e os demais elemen-
tos iguais a 0. Indicamos a matriz identidade de Ιn, onde n é a ordem da matriz.

Matriz transposta: é a matriz obtida pela troca ordenada de linhas por colunas de uma matriz. Dada uma matriz A de ordem m x n,
obtém-se uma outra matriz de ordem n x m, chamada de transposta de A. Indica-se por At.

Exemplo:
(CPTM – ANALISTA DE COMUNICAÇÃO JÚNIOR – MAKIYAMA) Para que a soma de uma matriz e sua respectiva matriz transposta At
em uma matriz identidade, são condições a serem cumpridas:
(A) a=0 e d=0
(B) c=1 e b=1
(C) a=1/c e b=1/d
(D) a²-b²=1 e c²-d²=1
(E) b=-c e a=d=1/2

Resolução:

2a=1
a=1/2
b+c=0
b=-c
2d=1
D=1/2
Resposta: E.

Matriz inversa: dizemos que uma matriz quadrada A, de ordem n, admite inversa se existe uma matriz A-1, tal que:

Determinantes

Determinante é um número real associado a uma matriz quadrada. Para indicar o determinante, usamos barras. Seja A uma matriz
quadrada de ordem n, indicamos o determinante de A por:

Editora
87
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Determinante de uma matriz de 1ª- ordem
A matriz de ordem 1 só possui um elemento. Por isso, o determinante de uma matriz de 1ª ordem é o próprio elemento.

Determinante de uma matriz de 2ª- ordem


Em uma matriz de 2ª ordem, obtém-se o determinante por meio da diferença do produto dos elementos da diagonal principal pelo
produto dos elementos da diagonal secundária.

Exemplo:
(PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) É correto afirmar que o determinante é igual a zero para x igual a
(A) 1.
(B) 2.
(C) -2.
(D) -1.

Resolução:
D = 4 - (-2x)
0 = 4 + 2x
x=-2
Resposta: C.

Regra de Sarrus
Esta técnica é utilizada para obtermos o determinante de matrizes de 3ª ordem. Utilizaremos um exemplo para mostrar como apli-
car a regra de Sarrus. A regra de Sarrus consiste em:
a) Repetir as duas primeiras colunas à direita do determinante.
b) Multiplicar os elementos da diagonal principal e os elementos que estiverem nas duas paralelas a essa diagonal, conservando os
sinais desses produtos.
c) Efetuar o produto dos elementos da diagonal secundária e dos elementos que estiverem nas duas paralelas à diagonal e multipli-
cá-los por -1.
d) Somar os resultados dos itens b e c. E assim encontraremos o resultado do determinante.

Simplificando temos:

Exemplo:
(PREF. ARARAQUARA/SP – AGENTE DA ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO – CETRO)

Dada a matriz , onde , assinale a alternativa que apresenta o valor do determinante de A é


(A) -9.
(B) -8.
(C) 0.
(D) 4.

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MATEMÁTICA
Resolução:

detA = - 1 – 4 + 2 - (2 + 2 + 2) = - 9

Resposta: A.

Teorema de Laplace
Para matrizes quadradas de ordem n ≥ 2, o teorema de Laplace oferece uma solução prática no cálculo dos determinantes. Pelo
teorema, o determinante de uma matriz quadrada A de ordem n (n ≥ 2) é igual à soma dos produtos dos elementos de uma linha ou de
uma coluna qualquer, pelos respectivos co-fatores.

Exemplo:
Dada a matriz quadrada de ordem 3, , vamos calcular det A usando o teorema de Laplace.

Podemos calcular o determinante da matriz A, escolhendo qualquer linha ou coluna. Por exemplo, escolhendo a 1ª linha, teremos:
det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13

Portanto, temos que:


det A = 3. (-21) + 2. 6 + 1. (-12) ⇒ det A = -63 + 12 – 12 ⇒ det A = -63

Exemplo:
(TRANSPETRO – ENGENHEIRO JÚNIOR – AUTOMAÇÃO – CESGRANRIO) Um sistema dinâmico, utilizado para controle de uma rede
automatizada, forneceu dados processados ao longo do tempo e que permitiram a construção do quadro abaixo.

1 3 2 0
3 1 0 2
2 3 0 1
0 2 1 3

A partir dos dados assinalados, mantendo-se a mesma disposição, construiu-se uma matriz M. O valor do determinante associado à
matriz M é
(A) 42
(B) 44
(C) 46
(D) 48
(E) 50

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Resolução:

Como é uma matriz 4x4 vamos achar o determinante através do teorema de Laplace. Para isso precisamos, calcular os cofatores.
Dica: pela fileira que possua mais zero. O cofator é dado pela fórmula: Para o determinante é usado os números que
sobraram tirando a linha e a coluna.

A13=2.23=46

A43=1.2=2
D = 46 + 2 = 48

Resposta: D.

Determinante de uma matriz de ordem n > 3


Para obtermos o determinante de matrizes de ordem n > 3, utilizamos o teorema de Laplace e a regra de Sarrus. Exemplo:

Escolhendo a 1ª linha para o desenvolvimento do teorema de Laplace. Temos então:


det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13 + a14. A14

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Como os determinantes são, agora, de 3ª ordem, podemos Em que:
aplicar a regra de Sarrus em cada um deles. Assim:
det A= 3. (188) - 1. (121) + 2. (61) ⇒ det A = 564 - 121 + 122 ⇒
det A = 565
Propriedades dos determinantes
a) Se todos os elementos de uma linha ou de uma coluna são
nulos, o determinante é nulo.

Sistema Linear 2 x 2
Chamamos de sistema linear 2 x 2 o con­junto de equações
lineares a duas incógnitas, consideradas simultaneamente.
Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo:

a1 x + b1 y = c1
b) Se uma matriz A possui duas linhas ou duas colunas iguais, 
então o determinante é nulo. a2 + b2 y = c2

Sistema Linear 3x3

c) Em uma matriz cuja linha ou coluna foi multiplicada por


um número k real, o determinante também fica multiplicado pelo
mesmo número k. Sistemas Lineares equivalentes
Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto solução
são ditos equivalentes. Por exemplo:

São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto solução


S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequência or-
d) Para duas matrizes quadradas de mesma ordem, vale a denada de números reais que verifica, simultaneamente, todas as
seguinte propriedade: equações do sistema.
det (A. B) = det A + det B. Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar todas as
sequências ordenadas de números reais que satisfaçam as equa-
e) Uma matriz quadrada A será inversível se, e somente se, ções do sistema.
seu determinante for diferente de zero.
Matriz Associada a um Sistema Linear
Sistema de equações lineares Dado o seguinte sistema:
Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto de m
equações lineares, cada uma delas com n incógnitas.

Matriz incompleta

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Classificação Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento
Podemos transformar qualquer sistema linear em um outro
1. Sistema Possível e Determinado equivalente pelas seguintes transformações elementares, realiza-
das com suas equações:
– Trocas as posições de duas equações
– Multiplicar uma das equações por um número real diferente
de 0.
– Multiplicar uma equação por um número real e adicionar o
O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois resultado a outra equação.

Exemplo

Como não existe outro par que satisfaça simultaneamente as


duas equações, dizemos que esse sistema é SPD(Sistema Possível e
Determinado), pois possui uma única solução. Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é conve-
niente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação.
2. Sistema Possível e Indeterminado

Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação


Esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valores de x Multiplicando a equação por -2:
e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema a seguir, x e y
podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3), (2,2), (3,1) e etc.

3. Sistema Impossível

Somando as duas equações:

Não existe um par real que satisfaça simultaneamente as duas


equações. Logo o sistema não tem solução, portanto é impossível.
Sistemas com Número de Equações Igual ao Número de In-
Sistema Escalonado cógnitas
Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as incógnitas Quando o sistema linear apresenta nº de equações igual ao nº
das equações lineares estão escritas em uma mesma ordem e o 1º de incógnitas, para discutirmos o sistema, inicialmente calculamos
coeficiente não-nulo de cada equação está à direita do 1º coeficien- o determinante D da matriz dos coeficientes (incompleta), e:
te não-nulo da equação anterior. – Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.
– Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou impossível.
Exemplo
Sistema 2x2 escalonado. Para identificarmos se o sistema é possível, indeterminado ou
impossível, devemos conseguir um sistema escalonado equivalente
pelo método de eliminação de Gauss.

Exemplos
- Discutir, em função de a, o sistema:
Sistema 3x3
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a segunda
tem dois e a terceira, apenas um.

Resolução

Sistema 2x3 1 3
D= = a−6
2 a

D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado. Classificação
Para a ≠ 6, temos: As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo
com o valor da razão r.
r < 0, PA decrescente
x + 3 y = 5
 x + 3 y = 5 r > 0, PA crescente
2 x + 6 y = 1 ~
 ← −2 0 x + 0 y = −9 r = 0, PA constante

Propriedades das Progressões Aritméticas
Que é um sistema impossível. -Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média
Assim, temos: aritmética entre o anterior e o posterior.
a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível)

Regra de Cramer
-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à
Consideramos os sistema . soma dos extremos.
a1 + an = a2 + an-1 = a3 + an-2
Suponhamos que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta
desse sistema é , cujo determinante é indicado por D = Termo Geral da PA
ad – bc. Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...) da
seguinte forma:
Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de y) pela a2 = a1 + r
coluna dos coeficientes independentes, obteremos ,cujo de- a3 = a2 + r = a1 + 2r
terminante é indicado por Dy = af – ce. a4 = a3 + r = a1 + 3r

Assim, . Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao primeiro


número de razões r igual à posição do termo menos uma unidade.
Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e consideran- an = a1 + (n - 1)r
do a matriz , cujo determinante é indicado por Dx = ed – bf,
obtemos , D ≠ 0. Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética
Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40
SEQUÊNCIAS.PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E PROGRES-
SÕES GEOMÉTRICAS

Sequências
Sempre que estabelecemos uma ordem para os elementos de Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos extre-
um conjunto, de tal forma que cada elemento seja associado a uma mos é igual à soma dos extremos.
posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o segundo por Soma dos Termos
a2, e o n-ésimo por an. Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que permite cal-
cular a soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética.
Termo Geral de uma Sequência
Algumas sequências podem ser expressas mediante uma lei de
formação. Isso significa que podemos obter um termo qualquer da
sequência a partir de uma expressão, que relaciona o valor do ter-
mo com sua posição.
Para a posição n(n ϵ N*), podemos escrever an=f(n) Sn - Soma dos primeiros termos
a1 - primeiro termo
Progressão Aritmética an - enésimo termo
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência em que n - número de termos
cada termo, a partir do segundo, é obtido adicionando-se uma
constante r ao termo anterior. Essa constante r chama-se razão da Exemplo
PA. Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O último é
an = an-1 + r(n ≥ 2) igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o primeiro termo?

Exemplo
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:
a1 = 2
a2 = 2 + 5 = 7
a3 = 7 + 5 = 12

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Solução Portanto, o termo geral é:
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o termo an = a1 . qn-1
central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda e mais 19 à sua
direita. Então temos os seguintes dados para solucionar a questão: Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Finita
Seja a PG finita (a1, a1q, a1q2, ...)de razão q e de soma dos ter-
mos Sn:

1º Caso: q=1

Sn = n . a 1
Sabemos também que a soma de dois termos equidistantes
dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos seus extremos. 2º Caso: q≠1
Como esta P.A. tem um número ímpar de termos, então o termo
central tem exatamente o valor de metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:

Exemplo
Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
a) A soma dos 6 primeiros termos
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros termos seja
29524

Solução:
a1 = 1; q = 3; n = 6

Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência em que
se obtém cada termo, a partir do segundo, multiplicando o anterior
por uma constante q, chamada razão da PG.

Exemplo
Dada a sequência: (4, 8, 16)
a1 = 4
a2 = 4 . 2 = 8
a3 = 8 . 2 = 16

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto
ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. Isto
ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1. Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Infinita
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrário ao
do anterior. Isto ocorre quando q < 0. 1º Caso:-1 < q < 1
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre
quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r = 0.
A PG constante é também chamada de PG estacionaria.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre
quando a1 = 0 ou q = 0.
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a série é
Termo Geral da PG convergente.
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada termo é
obtido multiplicando-se o primeiro por uma potência cuja base é 2º Caso: |q| > 1
a razão. Note que o expoente da razão é igual à posição do termo A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a série é di-
menos uma unidade. vergente

a2 = a1 . q2-1 3º Caso: |q| = 1


a3 = a1 . q3-1 Também não possui soma finita, portanto divergente

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94
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Produto dos termos de uma PG finita 6. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO-
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km em
1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em 1h20min.
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com a época
em que era jovem, Arquimedes precisa de mais:
(A) 10 minutos;
(B) 7 minutos;
(C) 5 minutos;
(D) 3 minutos;
QUESTÕES (E) 2 minutos.

7. (IBGE – AGENTE CENSITÁRIO ADMINISTRATIVO-


1. (CRF/MT - AGENTE ADMINISTRATIVO – QUADRIX/2017) FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um horário de
Num grupo de 150 jovens, 32 gostam de música, esporte e leitu- trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia sem trânsito intenso,
ra; 48 gostam de música e esporte; 60 gostam de música e leitura; Lucas foi de carro para o trabalho a uma velocidade média 20km/h
44 gostam de esporte e leitura; 12 gostam somente de música; 18 maior do que no dia de trânsito intenso e gastou 48min.
gostam somente de esporte; e 10 gostam somente de leitura. Ao A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é:
escolher ao acaso um desses jovens, qual é a probabilidade de ele (A) 36;
não gostar de nenhuma dessas atividades? (B) 40;
(A) 1/75 (C) 48;
(B) 39/75 (D) 50;
(C) 11/75 (E) 60.
(D) 40/75
(E) 76/75 8. (EMDEC - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JR – IBFC/2016)
Carlos almoçou em certo dia no horário das 12:45 às 13:12. O total
2. (CRMV/SC – RECEPCIONISTA – IESES/2017) Sabe-se que de segundos que representa o tempo que Carlos almoçou nesse dia
17% dos moradores de um condomínio tem gatos, 22% tem cachor- é:
ros e 8% tem ambos (gatos e cachorros). Qual é o percentual de (A) 1840
condôminos que não tem nem gatos e nem cachorros? (B) 1620
(A) 53 (C) 1780
(B) 69 (D) 2120
(C) 72
(D) 47 9. (ANP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CESGRANRIO/2016)
Um caminhão-tanque chega a um posto de abastecimento com
3. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS- 36.000 litros de gasolina em seu reservatório. Parte dessa gasolina
CONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: é transferida para dois tanques de armazenamento, enchendo-os
(A) 0,2222... completamente. Um desses tanques tem 12,5 m3, e o outro, 15,3
(B) 0,6666... m3, e estavam, inicialmente, vazios.
(C) 0,1616... Após a transferência, quantos litros de gasolina restaram no
(D) 0,8888... caminhão-tanque?
(A) 35.722,00
4. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2017) (B) 8.200,00
Se, numa divisão, o divisor e o quociente são iguais, e o resto é 10, (C) 3.577,20
sendo esse resto o maior possível, então o dividendo é (D) 357,72
(A) 131. (E) 332,20
(B) 121.
(C) 120. 10. (DPE/RR – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FCC/2015) Rai-
(D) 110. mundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45 m. Ele
(E) 101. precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem 40 cm de com-
primento cada um. Ele cortou as duas cordas em pedaços de 40 cm
5. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017) de comprimento e assim conseguiu obter
João estuda à noite e sua aula começa às 18h40min. Cada aula tem (A) 6 pedaços.
duração de 45 minutos, e o intervalo dura 15 minutos. Sabendo-se (B) 8 pedaços.
que nessa escola há 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afir- (C) 9 pedaços.
mar que o término das aulas de João se dá às: (D) 5 pedaços.
(A) 22h30min (E) 7 pedaços.
(B) 22h40min
(C) 22h50min
(D) 23h
(E) Nenhuma das anteriores

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
11. No sistema monetário brasileiro, há moedas de 1, 5, 10, 25
e 50 centavos de real, além da moeda de 1 real. De quantas formas GABARITO
diferentes podemos juntar 40 centavos de real com apenas 4 mo-
edas?
(A) 1 1. Resposta: C
(B) 2
(C) 3
(D) 4
(E) 5

12. No Brasil, o sistema monetário adotado é o decimal. Por


exemplo:
205,42 reais = (2 × 102 + 0 × 101 + 5 × 100 + 4 × 10-1 + 2 ×
10-2) reais Suponha que em certo país, em que a moeda vigente
é o “mumu”, o sistema monetário seja binário. O exemplo seguin-
te mostra como converter certa quantia, dada em “mumus”, para
reais: 110,01 mumus = (1 × 22 + 1 × 21 + 0 × 20 + 0 × 2-1 + 1 × 2-2)
reais = = 6,25 reais Com base nessas informações, se um brasileiro
em viagem a esse país quiser converter 385,50 reais para a moeda
local, a quantia que ele receberá, em “mumus”, é:
(A) 10 100 001,11.
(B) 110 000 001,1.
(C) 110 000 011,11.
(D) 110 000 111,1. 32+10+12+18+16+28+12+x=150
(E) 111 000 001,11. X=22 que não gostam de nenhuma dessas atividades
P=22/150=11/75
13. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO /2017)
Em um determinado zoológico, a girafa deve comer a cada 4 horas, 2. Resposta: B
o leão a cada 5 horas e o macaco a cada 3 horas. Considerando
que todos foram alimentados às 8 horas da manhã de domingo, é
correto afirmar que o funcionário encarregado deverá servir a ali-
mentação a todos concomitantemente às:
(A) 8 horas de segunda-feira.
(B) 14 horas de segunda-feira.
(C) 10 horas de terça-feira.
(D) 20 horas de terça-feira.
(E) 9 horas de quarta-feira.

14. (EMBASA – ASSISTENTE DE LABORATÓRIO – IBFC/2017)


Um marceneiro possui duas barras de ferro, uma com 1,40 metros
de comprimento e outra com 2,45 metros de comprimento. Ele pre-
tende cortá-las em barras de tamanhos iguais, de modo que cada
pedaço tenha a maior medida possível. Nessas circunstâncias, o to-
tal de pedaços que o marceneiro irá cortar, utilizando as duas de
ferro, é: 9+8+14+x=100
(A) 9 X=100-31
(B) 11 X=69%
(C) 12
(D) 13 3. Resposta: B.
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração
X=0,4444....
10x=4,444...
9x=4

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96
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
4. Resposta: A. 11. B
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número 11 que 12. B
é igua o quociente. 13. Resposta: D.
11x11=121+10=131 Mmc(3, 4, 5)=60
60/24=2 dias e 12horas
5. Resposta: B. Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima alimentação
5⋅45=225 minutos de aula será na terça às 20h.
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos de in-
tervalo=4horas 14. Resposta: B.
18:40+4h=22h:40
140 2 245 5
6. Resposta: D.
1h45min=60+45=105 minutos 70 2 49 7
15km-------105 35 5 7 7
1--------------x
7 7 1
X=7 minutos
1h20min=60+20=80min 1
8km----80
1-------x Mdc=5.7=35
X=10minutos 140/35=4
A diferença é de 3 minutos 245/35=7
Portanto, serão 11 pedaços.
7. Resposta: B.
V------80min
V+20----48 ANOTAÇÕES
Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversamente)
______________________________________________________

______________________________________________________
80v=48V+960 ______________________________________________________
32V=960
V=30km/h ______________________________________________________
30km----60 min
x-----------80 ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
60x=2400 ______________________________________________________
X=40km
______________________________________________________
8 Resposta: B.
12:45 até 13:12 são 27 minutos ______________________________________________________
27x60=1620 segundos
______________________________________________________
9. Resposta: B.
1m³=1000litros ______________________________________________________
36000/1000=36 m³
______________________________________________________
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros
______________________________________________________
10.Resposta: E.
1,7m=170cm ______________________________________________________
1,45m=145 cm
170/40=4 resta 10 ______________________________________________________
145/40=3 resta 25
4+3=7 ______________________________________________________

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ATUALIDADES DO
MERCADO FINANCEIRO

Facilitam na rapidez e no sentido de evitar idas nas agências, ape-


OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TENDÊN- nas para tais serviços. Promove também o conforto e a segurança do
CIAS E DESAFIOS cliente que não necessita da utilização de dinheiro em espécie para
suas operações financeiras. Reduz custos para as instituições financei-
ras e promove a garantia do recebimento para os comerciantes.
Presente, tendências e desafios Os cartões mais utilizados são:
Os bancos “tradicionais” já utilizam a tecnologia para oferecer • Cartões de débito – Débito automático na conta do cliente
serviços e facilidades aos seus clientes. Seja através de internet do valor referente a compra. Segurança também para o estabele-
banking ou móbile banking. No entanto, esses bancos precisam ino- cimento, pois tem a certeza que o pagamento já saiu da conta do
var tecnologicamente o mais rápido possível, caso contrário, serão cliente.
substituídos pelos bancos digitais. • Cartão de crédito – Incentiva o consumo, pois o pagamento
O maior desafio de um banco digital no Brasil é transformar de suas compras ocorrerá apenas no vencimento da fatura, inclusi-
uma cultura de muitos anos de contatos diretos com atendentes, ve em parcelas.
gerentes e pagamentos via operadores de caixa em agências físi- • Cartões múltiplos – Que exercem duas funções simultâneas
cas para o atendimento virtual. Pois ainda existe a desconfiança de (débito e crédito).
muitos clientes, principalmente aqueles com idades mais elevadas;
inclusive a dificuldade e insegurança para o acesso.
Para conquistarem mais clientes, os bancos digitais inovam MOBILE BANKING
cada vez mais em tecnologia e resolução de problemas de forma
mais simples e rápido, trazendo um conceito de valor e utilidade
para seus usuários. Mobile banking
É a tecnologia do banco voltada para a tela do celular ou outros
dispositivos móveis, 365 dias por ano, permitindo a realização de
INTERNET BANKING diversas transações financeiras através de aplicativos que são bai-
xados em smartphones, relógios inteligentes, etc.
Possibilita aos clientes rapidez e comodidade, devido acesso
Internet banking, banco virtual e “dinheiro de plástico” em qualquer localidade e sem a necessidade de idas as agências
físicas; o que também reduz custos das instituições financeiras.
Internet Banking
É a plataforma bancária que utiliza a tecnologia como sua alia-
OPEN BANKING.
da. É o ambiente que fica na internet em que os clientes realizam
operações bancárias, em ambiente fora da agência.
No site do banco, os clientes podem realizar operações de ex-
tratos, saldos, pagamentos, empréstimos, etc.; permitindo que as Open banking e o modelo de bank as a service
movimentações sejam realizadas com mais conforto e comodidade,
pois não há necessidade de se deslocar até uma agência. Open Banking
É um conjunto de práticas que torna o cliente detentor de seus
Banco virtual dados financeiros, como por exemplo, datas e valores de transfe-
São plataformas tecnológicas, também conhecidas como finte- rências, pagamentos, ou produtos que selecionou para investimen-
chs (empresas que inovaram no modelo de negócios e operação) do tos. O que proporciona inovação e concorrência entre os serviços
Sistema Financeiro Nacional. financeiros.
Foram criados para com a intenção de permitir o acesso ao siste- Em abril de 2019, o Banco Central do Brasil, iniciou a imple-
ma bancário aos brasileiros que não tem acesso aos bancos comuns. mentação do Open Banking no Brasil.
Toda sua operação é realizada de modo virtual, sem agências fí- Essas novas ações possibilitam que o consumidor tenha o po-
sicas abertas. Desde a abertura de contas até as movimentações de der de escolha de transferir seus dados do banco A para o banco
pagamentos, consultas diversas, transferências são realizadas por B; pois acredita, por exemplo, que no segundo banco terá melhor
meio de sites ou aplicativos. condições de taxas de juros, tarifas ou até mesmo, melhor atendi-
mento.
“Dinheiro de plástico” Assim, o usuário tem a propriedade de seus dados e escolhe
É o meio físico de pagamento, mais conhecido como “cartão”, com quem compartilhá-los.
utilizado para pagamentos, saques e diversas movimentações em
caixas eletrônicos.

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a solução para o seu concurso!
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
como seus clientes realizam as transações. Através da digitalização,
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS conseguiram mudar o foco das agências para internet banking e mó-
bile banking.
Porém, mesmo passando por essa inovação, não são totalmente
Modelo de bank as a service digitais e ainda possuem agências físicas para apoio presencial com
Também conhecido por “banco como serviço”, é uma solução operadores de caixa, atendentes e gerentes.
que tem o potencial de ampliar a competitividade e a colaboração Os bancos digitais são aqueles totalmente virtuais, não possuem
na prestação de serviços financeiros. atendimento em agências físicas, por exemplo, Nubank e Neon.
Com o bank as a service, empresas de qualquer segmento de Já foram criados nesse novo conceito e seus clientes utilizam
mercado, passam a ter condições de oferecer serviços bancários de 100% de internet banking e móbile banking para realizar operações
uma forma simples e rápida. como pagamentos, transferências, consultas, etc.; o saque ocorre em
Os grandes benefícios para o consumidor é a variedade de em- caixas eletrônicos espalhados por estabelecimentos diversos.
presas oferecendo serviços bancários, as filas em bancos ficam ape- Para abrir uma conta nos bancos digitais, todo o processo é via
nas na lembrança, pois tudo é realizado por meio digital. ambiente virtual. O interessado se cadastra, faz a solicitação e após
aprovação; envia os documentos e assinatura digitalizados.
O comportamento do consumidor na relação com o banco
Cada vez mais ligados as tecnologias, consumidores tem bus-
cado facilidade, comodidade e rapidez nos serviços em geral. Em FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS
relação aos serviços bancários não seria diferente.
Os bancos digitais preencheram grande parte dessas necessi-
dades, através da redução de burocracia, fim das filas e idas em Fintechs, Startups e Big Techs
agências físicas dos bancos tradicionais. Com essas instituições já é As fintechs (finanças + tecnologia) são startups que trabalham
possível abrir contas, realizar aplicações, obter financiamentos por para otimizar o processo tradicional dos serviços financeiros e tam-
aplicativos de forma rápida e segura. bém resolver através da tecnologia, problemas específicos de pes-
Desde a entrada dos bancos virtuais, os clientes mudaram o soas físicas ou jurídicas.
relacionamento e o comportamento com os bancos, deixando a de- Em geral, trazem produtos altamente inovadores, simples e mui-
pendência física das agências, passando a se comunicar pelo inter- to eficientes. Muitas vezes, analisando e preenchendo espaços que
net banking e móbile banking na utilização dos serviços financeiros. deveriam ser dos bancos tradicionais, atendendo um público que em
muitos casos, não tem acesso as instituições financeiras comuns.
A experiência do usuário Big Techs são grandes empresas de tecnologia que dominam o
A experiência do usuário (user experience – UX) é o termo uti- mercado, moldam como as pessoas compra, vendem, consomem
lizado para mencionar a relação de uma pessoa com um produto, e trabalham. Tem como motor a inovação, sempre definindo novas
serviço, objeto, etc. Essa relação de utilidade vai definir se a expe- tecnologias e serviços. Entre as principais estão a Apple, Amazon e
riência foi boa ou ruim. Microsoft.

Os bancos digitais tem concentrado todos os esforços para que Soluções mobile e service design
a experiências de seus clientes seja a melhor possível. Para isso, de-
senvolvem a todo momento, produtos e serviços que atendam às Soluções Mobile
necessidades dos usuários, tanto na forma de redução de burocracia Utilização de aplicativos na tecnologia da resolução das necessi-
de atendimento, facilidade e rapidez na solução de problemas, reali- dades dos clientes. Para que esse processo ocorra de maneira mais
zação de tarefas de maneira mais ágil. eficaz, é necessário identificar quais serviços e produtos os usuários
São produtos e serviços cada vez mais inovadores e tecnológicos, mais precisam.
que proporcionam aos clientes e as empresas geração de valor. No sistema bancário, são os aplicativos que permitem abertura
de conta e a realização de todas as transações bancárias e atendi-
Inteligência artificial cognitiva mento ao cliente no local em que estiver, através de um smartpho-
É a utilização da inteligência de computadores (robôs) que ad- ne.
quirem conhecimento com o passar do tempo. Ao utilizar essa tecno-
logia em seus serviços, as instituições financeiras tem como objetivo Service Design
principal, a eficácia, rapidez no atendimento. E personalização dos Serviço capaz de oferecer aos clientes utilidade, eficiência, efi-
serviços oferecidos. cácia, ou seja, o serviço que é reconhecido pelos clientes a ponto de
A cada acesso, o computador é abastecido com as informações gerar valor para ambas as partes.
do cliente, percebendo suas necessidades e preferências, por isso No setor financeiro, os bancos digitais procuram oferecer servi-
que o sistema fica cada vez mais inteligente; por exemplo, ao acessar ços de qualidade, otimizando tempo e custos de clientes e trazendo
o internet banking. É a tecnologia em constante desenvolvimento. soluções simples e rápidas para problemas financeiros.
Essa tecnologia é utilizada principalmente no atendimento tele-
fônico das instituições, nos caixas eletrônicos através da leitura bio-
métrica e também na internet e móbile banking.

Banco digitalizado versus banco digital


Banco digitalizado é a modalidade já conhecida de bancos “tra-
dicionais” (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, etc.) que utili-
zaram a tecnologia para modernizar o atendimento e inovar o modo

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a solução para o seu concurso!
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E SISTEMA DE BANCOS-SOMBRA (SHADOW BANKING)


DEMAIS CRIPTOMOEDAS

Sistema de bancos-sombra (shadow banking)


O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais cripto- É um conjunto de operações não-regulamentadas de intermediá-
moedas rios financeiros, que fornecem crédito no sistema financeiro global de
forma “informal”. Ou seja, de forma indireta, sem passar por supervisão
Blockchain ou regulamentação bancária, algumas instituições conseguem realizar
É a tecnologia que permite o registro de informações de forma financiamentos e empréstimos com suas atividades paralelas ao sistema
segura. Através dela, ocorre a transferência de valores digitalmente bancário tradicional.
mesmo sem a intermediação de instituições financeiras. Devido seu Operações desse tipo oferecem maiores riscos de mercado, visto que,
nível de segurança, não há necessidade da confiança entre terceiros na maior parte das vezes, não possuem uma garantia de capital reserva, o
para as transações. que não impediu seu crescimento à nível global, de modo que se estima
Essa tecnologia pode ter outras funções, como a utilização na que há que quase 100 trilhões de dólares circulam em ativos financeiros
indústria, para que a cadeia produtiva seja mais passível de rastrea- desse tipo, tornando-o importante e relevante na estrutura financeira glo-
mento e suas informações fiquem registradas de forma imutável e, bal, como fornecedor de capital e crédito para investidores e corporações.
ainda, para que seus dados seu se percam. Contudo, observa-se um papel crítico atender esse tipo de deman-
Tudo pode ser registrado na blockchain, pois sua composição da, de modo que muitos argumentam que esses mercados paralelos co-
se assemelha a uma grande biblioteca e a chave pública pode ser laboraram para grandes crises financeiras, como a de 2008 nos Estados
comparada a pastas de arquivos. Unidos, por isso tenta-se desde então aprovar uma série de medidas
Para utilizar seus recursos, os usuários devem possuir um ende- para regular ou limitar esse tipo de operação, visto que seus números
reço na própria blockchain. alavancados e sem garantia seguem expondo os sistemas financeiros do
mundo todo em risco.
Bitcoin
Bitcoin é uma moeda em forma de código, que não existe fisi-
camente e não tem um banco central que organize sua organização. SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES DIGITAIS
Ou seja, só existe no mundo virtual.
Ela surgiu em 2008, tendo sua criação associada a um grupo de
a um grupo de programadores, usando um pseudônimo de Satoshi Segmentação e interações digitais
Nakamoto. Para isso, seus criadores utilizaram a soma do processa- A era dos avanços tecnológicos traz em seu bojo inúmeras
mento de seus computadores para acelerar tal ação; pois um com- transformações, em especial na forma de como os negócios tradicionais
putador apenas levaria aproximadamente um ano para a realização no mercado se realizam. Quanto a transformação digital do setor
de uma fração de bitcoin. bancário, por muitos anos, esse era um setor cheio de formalidades,
Para ser dono de bitcoins é necessário possuir uma carteira vir- com muitas agências físicas, grandes filas e alguns procedimentos
tual, representada por um aplicativo em que fica armazenado uma exigiam retorno duas ou mais vezes às agências, ou seja, era sinônimo
sequência de letras, que representa o dinheiro do comprador. Caso de preocupação ao usuário. O cenário era de concentração de mercado,
esse código seja perdido, o resultado será a perda do investimento. pautada no domínio centrado em poucas instituições contribuindo para
Atualmente existem diversas corretoras que trabalham com a desbancarização de muitas pessoas1.
venda de bitcoins. Diante da mudança de cenário, onde o modelo digital de negócios
cresce a cada dia surgem as Startups voltadas ao meio financeiro
Demais criptomoedas denominadas de Fintechs, que são empresas de tecnologia financeira
As principais criptomoedas negociadas são: com o objetivo de cobrir os gargalos do sistema financeiro tradicional,
• XRP Ripple – Criptomoeda centralizada, projetada para au- com o lema “inovação”. A ideia vem apresentando forte crescimento e se
xiliar instituições financeirasa movimentar dinheiro de forma mais demonstrando como tendência mundial. O sucesso das Fintechs se deve
rápida, global e também com redução de custos. ao fato das facilidades e efetividade do suprimento das necessidades dos
• Litecan – Criptomoeda criada para transações mais rápidas e clientes e usuários.
com menos custos que a bitcoin, para ser utilizada em pagamentos O material genético de uma Startup é a palavra “inovação”, e o
do dia a dia. objetivo principal é a transformação com vistas a um “melhor servir”. Por
• Bitcoin Cash – Projetada para transações mais rápidas e roti- serem segmentos novos no mercado, o futuro é incerto, mas altamente
neiras, com taxas mais baixas. promissor, tanto que a cada ano o crescimento é exponencial.
• Ethereum – Blockchain que permite o armazenamento de Ainda que diante de toda incerteza verifica-se que as Startups
contratos inteligentes e aplicativos em sua rede. Utiliza como crip- estão presentes em todos os segmentos da sociedade, como exemplo:
tomoeda a Ether, lançada em 2017. saúde, lazer, agronegócios, alimentação, vestuário, financeiros,
bancário, entre outros.
Dando ênfase ao segmento bancário tem-se que as Startups
atuantes neste contexto são denominadas de Fintechs, as quais são
empresas que inovam quanto à forma de dispor os serviços financeiros
e bancários, trazendo facilidades atribuídas pelo rompimento da
burocracia dos métodos tradicionais de fornecimento de bens e serviços.

1 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/saberes/article/
download/26/25/.
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a solução para o seu concurso!
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
Das definições apresentadas entende-se que, as Fintechs são → serviços bancários como: transferências, pagamentos,
Startups especializadas no setor financeiro/bancário tendo como seguros e investimentos;
propósito a desburocratização e capilarização dos serviços e produtos → atendimento remoto e muito ágil, facilitando a rotina dos
financeiros. O objetivo maior é o fornecimento de soluções ágeis e usuários, já que não é necessário atendimento presencial, ou seja,
eficazes para cada usuário, melhorando assim, a experiência no consumo agradável ao público a que se destina.
de bens e produtos do segmento.
Atualmente, atribui-se às Startups e Fintechs, a fonte impulsionadora Diante dessas facilidades, verifica-se o crescimento das
dos grandes movimentos tecnológicos, já que figuram como agentes Startups e Fintechs por atuarem e buscarem parcela de clientes
de transformação. A demanda pelo universo digital vem crescendo a não bancarizados, ou descontentes com a forma de prestação de
passos largos, devido as facilidades oferecidas e a boa aceitação dos serviço bancário tradicional. Parcela de clientes que na maioria das
usuários. vezes possui ampla voz ativa no mercado, aliados com contribuição
As Startups e Fintechs vieram para revolucionar a forma de que o marketing digital disponibiliza para a expansão crescente
como se executa algo, seu objetivo principal é facilitar a vida de seus deste modelo de negócio.
usuários em busca da satisfação, ingrediente primordial para o Verifica-se que as Startups e Fintechs possuem hoje presença
sucesso de qualquer organização no mercado. mínima no mercado financeiro, porém suficiente para impulsionar
Nesse contexto, a disputa ente as Fintechs e os grandes bancos as mudanças no segmento, já que disponibiliza facilidades nunca
no Brasil são acirradas, já que aquelas são estruturas enxutas antes vistas na forma de ofertar produtos e serviços financeiros
e altamente dinâmicas no quesito digital, o que lhes garantem aos diversos clientes, que precisam de novidades como medida de
maior flexibilidade e possibilidade de desenvoltura, já os bancos atração e segurança, e uma forma de fidelização em negócios de alta
tradicionais precisam se reinventar a cada dia, para fazer frente à competitividade.
manutenção de seus clientes e usuários, de forma a garantir que no Neste cenário, as instituições bancárias tradicionais cientes das
futuro tenham espaço no mercado. evoluções tecnológicas buscam moldar-se às tendências de mercado,
para assegurar sua permanência no competitivo mercado financeiro.
O desenvolvimento tecnológico aplicado ao segmento
bancário
A evolução digital vem revolucionando a forma de como se TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO
realiza negócios em todos os segmentos do mercado. Em especial,
o setor bancário tradicional é altamente afetado pelos reflexos
das variações tecnológicas, e por conta disso, busca a cada dia Transformação digital no Sistema Financeiro
se adequar às inovações, para garantir sua permanência em um
mercado altamente competitivo. Disruptura do método tradicional de atendimento bancário
Em uma análise de contexto específico sobre essas mudanças Sobre a conceituação do termo disruptura, que significa ruptura
que a era digital vem ocasionando no mercado financeiro, área ou quebra da continuidade, diante do poder de influência das
onde circulam grande volume de negócios, pode-se perceber a Startups e Fintechs, os bancos a cada dia criam formas de se ajustar
ocorrência de uma constante ruptura do formalismo bancário a oferta de produtos e serviços seguindo as tendências de mercado,
tradicional, exigido pela legislação que afeta ao segmento, para que em termos de avanços tecnológicos muitas mudanças deverão
muitas flexibilizações e facilidades na forma de disponibilizar seus ocorrer para melhorias continuas dos processos. Para tanto, a prática
produtos e serviços a seus consumidores de forma eficiente e com mais adotada pelas instituições financeiras é a implementação dos
rapidez. canais digitais. Hoje os principais players do mercado financeiro estão
Essas mudanças de paradigmas demonstradas com o avanço da altamente digitalizados2.
tecnologia impulsionaram os bancos tradicionais a se adaptarem às Nesse sentido, as principais ferramentas implementadas foram:
mesmas, por conta do desenvolvimento tecnológico responsável por acesso ao mobile banking; internet banking; correspondentes
despontar no mercado, em especial o financeiro, novos prestadores bancários e terminais de autoatendimento. Destes canais, o que mais
de produtos e serviços carregados de novidades e transformações cresceu foi o mobile banking devido aos smartphones ganharem
aos usuários, como as Startups e Fintechs, disputando o competitivo significativo espaço no quotidiano das pessoas.
e pouco aberto mercado financeiro. Os negócios bancários digitais, ou seja, aqui entendidos como
Neste cenário, pode-se perceber que a expansão das Fintechs no os produtos e serviços bancários transacionados por meios digitais,
Brasil é recente, por volta de 2010, a mudança ainda era silenciosa, se solidificam a cada dia, devido à percepção ao usuário externo
mas hoje essas empresas comandam uma grande transformação da segurança e agilidade que possuem. Neste sentido, os bancos,
nesse mercado. Com o surgimento das primeiras Fintechs, observa- se consubstanciam como o setor de mercado que mais investe em
se no mercado um vertiginoso crescimento destas, impulsionando segurança no meio digital.
e influenciando mudanças aos participantes do mercado financeiro, O cenário de atuação bancária é de risco, e, portanto, são
em especial os bancos tradicionais. extremamente necessários os investimentos de tecnologia aliados
É importante salientar que no desenvolvimento tecnológico no com a segurança, com vistas a garantir que seus usuários e clientes
segmento bancário despontam as Fintechs, empresas 100% (cem tenham a proteção necessária, o que culminará com o sucesso da
por cento) digitais, que se dedicam a área financeira, facilitando a instituição no mercado.
concessão de produtos e serviços, como por exemplo: A iminente concorrência de mercado ocasionada pelos players
→ a disponibilização de crédito rápido, menos burocrático e digitais, como as Fintechs, bem como o acelerado mundo dos negócios
com reduzidas taxas de juros; traz o despertar e a necessidade de incorporar a tecnologia aos
→ abertura de conta corrente sem custos; processos bancários. Junto a esta necessidade, os bancos investem
→ concessão de cartões de créditos com limites que agradam maciçamente em segurança, pois de nada adiantaria tecnologia que
os usuários e sem anuidades; colocasse em risco os usuários e clientes.

2 https://www.famaqui.edu.br/app/webroot/ojs/index.php/saberes/article/
download/26/25/.
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a solução para o seu concurso!
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
As parcerias digitais como forma de cooperação
É notória a presença crescente das Startups e Fintechs em FUNÇÕES DA MOEDA
parcela significativa do mercado financeiro, e a principal causa desse
crescimento, é sem dúvida, a facilitação na contratação de serviços
ou na aquisição de produtos do segmento. Funções da moeda
Nesse cenário de crescimento digital no ramo dos negócios, Moeda é definida com base em suas três funções básicas: reser-
os bancos no movimento de observar os players do mercado va de valor, meio de troca e unidade de conta.
tecnológico (aqui definidos como grupos com muita expertise no No que diz respeito à função de “meio de troca”, ela serve para
ramo, investidores em mercados não tão promissores, mas com eliminar a necessidade de dupla coincidência de desejos em uma
grande perspectiva de desenvolvimento), adotam a posição para transação comercial. Antes, numa economia de escambo, dependia-
mitigação de riscos inerentes à atividade, cuja forma mais comum se -se desse desejo comum relacionado a produtos para um mercado
dá por meio das parcerias. funcionar, porém com a moeda, um objeto único para esse fim, a
Consta-se que muitas das Fintechs ainda não contabilizam lucros, economia se descomplicou nesse sentido.
por dependerem de aportes pecuniários externos, fator determinante Como reserva de valor, nos referimos à capacidade que determi-
para sua sobrevivência. Os bancos tradicionais conhecedores dessa nados bens possuem de preservar o poder de compra com o tempo.
realidade frequentemente firmam parcerias em forma de capital Quem troca algum bem pela moeda pode usar tal moeda em troca de
x tecnologia, onde injetam recursos financeiros em troca de toda outros bens, é claro que muitos ativos também servem como reser-
tecnologia desenvolvida para aplicarem em seus negócios. Os va de valor, inclusive a moeda em si tende a se desvalorizar por não
resultados geralmente são de altas performances financeiras. pagar juros, ficando atrás da inflação, mas ela tem a vantagem de ser
Sobre a relação de parceria entre as Fintechs e bancos, a universalmente aceita em transações.
mesma se restringe a preocupação de Fintechs com uma chamada Por fim, como unidade de conta, disse-se que a moeda é utiliza-
deexperiência do cliente, algo que os bancos também estão buscando da como base para medir o preço dos demais bens. Ou seja, no caso
alcançar um novo desenvolvimento de serviços. da nossa moeda, os bens em si passam a ser medidos e avaliados
Observa-se que por meio das parcerias se obtêm grande em “quantos reais” são necessários para adquiri-los.
compartilhamento de informações, e essas permitem o crescimento
e fortalecimento das organizações. Importante destacar, que
as parcerias entre as Fintechs e grandes bancos, ocorrem em MARKETPLACE
formatos variados das mais rápidas e pontuais: como maratonas de
programação, conhecidas por hackathons; até níveis mais profundos
de relacionamento e investimento, exemplo: a constituição de fundos
Marketplace
para aporte em startups.
É uma plataforma online que conecta ofertas de produtos e
Os grandes bancos e correlatas do segmento que patrocinam as
serviços. Ela reúne vendedores e prestadores de serviço em um
hackathons (maratonas de programação) buscam encontrar soluções
único lugar onde clientes pode acessar e fazer suas compras. Basi-
inovadoras para seus produtos e serviços. Complementando
camente, Marketplace é um shopping center online.
tem-se os aportes financeiros vultosos de grandes bancos e suas
Um Marketplace oferece vantagens para todos os envolvidos.
subsidiárias nos chamados laboratórios de inovação, responsáveis
Primeiramente o fornecedor da plataforma vende produtos sem
pela experimentação de novas tecnologias a serem aplicadas através
precisar se preocupar em possuir tais produtos, visto que recebe
de testes.
comissão sobre a vende dos lojistas cadastrados; em segundo os
Hoje existe uma única certeza no mercado financeiro: que
lojistas e fornecedores têm acesso a uma vitrine online, com pre-
todo grande banco precisa pensar como Fintech se não quiser
ços acessíveis de assinatura, onde podem expor seu produtos para
ser incomodado por elas. Diante dessa constatação as grandes
o Brasil e o mundo, excluindo muitas vezes a necessidade de lojas
instituições bancárias no Brasil, já sinalizaram que entenderam o
físicas, por exemplo, e eliminando boa parte dos custos; e por fim,
recado do mercado, e por conta disso, percebe-se a evolução digital
o cliente tem acesso a um universo de possibilidades nesses sho-
nos negócios bancários.
ppings centers no conforto do lar. As plataformas de venda do tipo
Pode-se afirmar que nesse regime de parceria, os bancos detêm
revolucionaram a maneira de se fazer compras e vender online.
uma vantagem em relação às Fintechs, que é o requisito confiança. Por
representarem solidez no mercado vislumbra-se que ao adequarem
a tecnologia ao meio digital, podem atingir resultados sustentáveis
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS
e crescentes. Os grandes conglomerados bancários despontam na
vanguarda da tecnologia digital, modernizando sua estrutura de
atendimento de forma a proporcionar a melhor experiência a seus
usuários. Correspondentes bancários
Percebe-se que todo grande banco precisará pensar e agir como São empresas contratadas por instituições financeiras autori-
uma Fintech, caso deseje perpetuar no mercado competitivo e zadas pelo Banco Central para prestar serviços para seus clientes.
altamente digital. Trata-se de um novo processo de gestão bancária, São como agentes intermediários entre as instituições bancárias e
onde a implementação das tecnologias tem a finalidade de melhorias clientes que buscam crédito. Entre as mais conhecidas estão loté-
nos processos, bem como a fidelização com o cliente de forma a ricas, fintechs, lojas de crédito e empréstimo pessoal, ou seja, não
dispor ao público produtos e serviços com segurança e rapidez. são bancos, mas prestadores de serviços financeiros diversos e re-
gulamentados para simplificar processos tradicionais.

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a solução para o seu concurso!
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
• Com quem é possível fazer um Pix
ARRANJOS DE PAGAMENTOS O Pix pode ser utilizado para transferências e pagamentos:
— entre pessoas (transações P2P, person to person);
— entre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo co-
Arranjos de pagamentos mércio eletrônico (transações P2B, person to business);
Conjunto de procedimentos e regras que regem e disciplinam a — entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedo-
prestação de serviços de pagamento ao público. Essas regras simpli- res, por exemplo (transações B2B, business to business);
ficam as transações financeiras que usam dinheiro eletrônico, por — para transferências envolvendo entes governamentais,
exemplo, um cliente só consegue pagar uma conta com o cartão como pagamentos de taxas e impostos (transações P2G e B2G, per-
de determinada bandeira de crédito, pois o fornecedor possui uma son to government e business to government).
máquina que aceita tal bandeira.
• Limite de valor nas transações
Não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via
SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX) Pix. Isso quer dizer que você pode fazer transações a partir de
R$0,01. Em geral, também não há limite máximo de valores. Entre-
tanto, as instituições que ofertam o Pix poderão estabelecer limites
Sistema de pagamentos e transferências desenvolvido pelo máximos de valor baseados em critérios de mitigação de riscos de
Banco Central do Brasil. As transações realizadas através dele são fraude e de critérios de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan-
instantâneas, acontecendo no máximo em 10 segundos. ciamento do terrorismo.”
Funciona 24 por dia, todos os dias do ano, inclusive finais de
semana e feriados.
QUESTÕES
As transações podem ocorrer entre pessoas físicas, pessoas fí-
sicas e jurídicas, pessoas jurídicas e entre órgãos públicos para pa-
gamentos de impostos e taxas.
A intenção é integrar o sistema bancário, assim as transferên- 1. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) O sistema
cias poderão ocorrer entre diferentes instituições. bancário vem passando por um processo acelerado de transforma-
Para fazer um PIX é necessário ter uma conta aberta em ban- ção digital. Entretanto, o nível de maturidade digital varia de banco
co, numa fintech ou em uma instituição de pagamento. Será criada para banco. A respeito desse assunto, assinale a alternativa correta.
uma chave com alguns dados, utilizados dentro da própria conta (A) Uma característica do banco digital é a realização de proces-
bancária. sos não presenciais, como o envio de informações e documen-
tos por meio digital e a coleta eletrônica de assinatura para a
• Diferença entre Pix e outros meios de transferência e de pa- abertura de contas.
gamento (B) Um banco digital é o mesmo que um banco digitalizado,
O Pix foi criado para ser um meio de pagamento bastante am- visto que ambos apresentam o mesmo nível de automação dos
plo. Qualquer pagamento ou transferência que hoje é feito usando processos.
diferentes meios (TED, cartão, boleto etc.), poderá ser feito com o (C) A oferta de canais de acesso virtual representa o mais alto
Pix, simplesmente com o uso do aparelho celular. nível de maturidade digital.
As transferências tradicionais no Brasil são entre contas da (D) O banco digitalizado dispensa o atendimento presencial e o
mesma instituição (transferência simples) ou entre contas de insti- fluxo físico de documentos.
tuições diferentes (TED e DOC). O Pix é mais uma opção disponível (E) Por questão de segurança, o banco digital permite a consul-
à população que convive com os tipos tradicionais. A diferença é ta de produtos e serviços financeiros por meio de canais eletrô-
que, com o Pix, não é necessário saber onde a outra pessoa tem nicos, mas ainda não permite a contratação.
conta. Você realiza a transferência a partir, por exemplo, de um te-
lefone na sua lista de contatos, usando a Chave Pix. Outra diferença 2. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) Quanto às
é que o Pix não tem limite de horário, nem de dia da semana e os diferenças entre bancos digitalizados e bancos digitais, assinale a
recursos são disponibilizados ao recebedor em poucos segundos. O alternativa correta.
Pix funciona 24 horas, 7 dias por semana, entre quaisquer bancos, (A) Um banco digital pode permitir que o próprio cliente ajuste
de banco para fintech, de fintech para instituição de pagamento, o respectivo limite de transferência ou do cartão de crédito e,
entre outros. por medida de segurança, demandar que tal cliente dirija-se a
As transações de pagamento por meio de boleto exigem a lei- um caixa eletrônico ou agência para concluir o processo.
tura de código de barras, enquanto o Pix pode fazer a leitura de um (B) Permitir que o cliente abra a própria conta corrente sem
QR Code. A diferença é que, no Pix a liquidação é em tempo real, o precisar sair de casa e não cobrar taxa de manutenção da conta
pagador e o recebedor são notificados a respeito da conclusão da são os únicos requisitos obrigatórios que diferenciam um ban-
transação e o pagamento pode ser feito em qualquer dia e horário. co digital de um banco digitalizado.
As transações de pagamento utilizando cartão de débito exi- (C) Para que um banco seja considerado digital, basta que dis-
gem uso de maquininhas ou instrumento similar. Com Pix, as tran- ponibilize um ambiente de internet banking e aplicativos mó-
sações podem ser iniciadas por meio do telefone celular, sem a ne- veis, mesmo que, por medida de segurança, seja necessário
cessidade de qualquer outro instrumento. instalar softwares de segurança adicionais que possam com-
O Pix tende a ter um custo de aceitação menor por sua estrutu- prometer a experiência do cliente.
ra ter menos intermediários.
Mais detalhes sobre a diferenciação entre o Pix e os demais
meios de transferência e de pagamento podem ser visualizadas na
FAQ do Pix.

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a solução para o seu concurso!
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
(D) Demandar que o cliente se dirija a um caixa eletrônico para 6. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) Por meio
desbloquear o respectivo cartão ou senha de internet é aceitável do Comunicado no 33.455/2019, o Banco Central aprovou os re-
para bancos digitalizados, mas não para bancos digitais. quisitos fundamentais para a implementação do Sistema Financeiro
(E) Disponibilizar serviços gratuitos e pacotes padronizados de Aberto (open banking) no Brasil. De acordo com o modelo propos-
serviços, tais como os exigidos pela Resolução no 3.919, art. to, o conceito de open banking refere-se à (ao)
2o , inciso I, do Banco Central, é o que define um banco como (A) integração de plataformas e infraestruturas de sistemas de
digital. informação para fins de compartilhamento de produtos e ser-
viços entre as instituições financeiras, sendo vedada a identifi-
3. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) A respeito cação do cliente.
das definições de startups e dos respectivos tipos e nichos de atua- (B) atribuição de uma nota de crédito ao cliente (credit score),
ção, assinale a alternativa correta. que poderá ser consultada por qualquer instituição financeira,
(A) Startups B2B são as que têm outras empresas como con- mediante prévio consentimento.
sumidores finais e, para se manterem competitivas, precisam (C) compartilhamento de dados cadastrais, produtos e servi-
evitar que o respectivo modelo de negócio seja repetível. ços pelas instituições financeiras, mediante prévia autorização,
(B) Startups são empresas nascentes escaláveis ou não, desde por meio de sistemas de informações integrados que garantam
que atuem com negócios digitais inovadores e em cenários mi- uma experiência simples e segura ao cliente.
nimamente estáveis. (D) inclusão do nome do cliente em um cadastro positivo para
(C) Toda empresa no respectivo estágio inicial pode ser consi- fins de compartilhamento de dados, produtos e serviços pelas
derada uma startup, exceto franqueadas, por se tratarem, na instituições financeiras, garantindo ao cliente acesso a taxas de
verdade, de filiais de empresas cuja marca já é consolidada. juros menores.
(D) Fintechs são bancos digitais que aproveitam o alcance da (E) implementação de uma interface de integração digital para
internet para ofertarem serviços financeiros a um custo menor compartilhamento de dados entre instituições financeiras, com
e nos quais o foco está na experiência do usuário. (E) Startups base no princípio de que os dados pertencem às instituições, e
B2B2C são as que atuam com modelos de negócio repetível e não aos usuários.
escalável em parceria com outras empresas, visando à realiza-
ção de vendas para o cliente final. 7. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) O
cartão de crédito é um meio de pagamento que permite ao cliente
4. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) Acerca de pagar compras ou serviços até um limite de crédito previamente
conceitos e aplicações do design de serviços no contexto bancário, definido no contrato de uso do cartão. O ideal é que o cliente sem-
assinale a alternativa correta. pre pague suas faturas nas datas acordadas – o valor inteiro ou pelo
(A) O foco do design de serviços é aprimorar apenas a expe- menos um percentual do valor devido. Esse procedimento evita:
riência em serviços digitais, como aplicativos móveis, internet (A) o cancelamento do cartão de crédito;
banking e outros. (B) o cancelamento da conta-corrente do cliente;
(B) Queixas recorrentes de clientes são indicativos de que o de- (C) a entrada no crédito rotativo;
sign de serviço poderia ser aprimorado. (D) a entrada no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC);
(C) A aplicação correta da metodologia sugere que os especia- (E) um processo junto ao Banco Central.
listas devem se reunir e projetar um design que, posteriormen-
te, deverá ser seguido por toda a organização. 8. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018)
(D) Um dos princípios do design de serviços é ser centrado no Acerca dos riscos ligados às chamadas criptomoedas ou moedas
ser humano. Entende-se, com isso, que o design deve se con- virtuais, o Banco Central do Brasil, em comunicado de novembro
centrar apenas na experiência do cliente. de 2017, alertou para questões relacionadas à conversibilidade e ao
(E) Soluções móveis devem aplicar apenas o design da experi- lastro de tais ativos, destacando que não é responsável por regular,
ência do usuário (ux design), e não o design de serviço. autorizar ou supervisionar o seu uso. Assim, é correto afirmar que
seu valor:
5. (BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) A pesquisa (A) decorre da garantia de conversão em moedas soberanas;
Febraban de Tecnologia Bancária 2019 revelou que, entre 2017 e (B) decorre da emissão e garantia por conta de autoridades
2018, as transações realizadas por meio de canais digitais cresce- monetárias;
ram 16%, totalizando 60% das transações bancárias. A respeito do (C) decorre de um lastro em ativos reais;
uso dos canais digitais, assinale a alternativa correta. (D) é associado ao tamanho da base monetária;
(A) O aumento das transações com movimentação financeira (E) decorre exclusivamente da confiança conferida pelos indiví-
nos canais digitais evidencia o aumento da confiança do cliente duos ao seu emissor.
na segurança do canal.
(B) A abertura de conta por meio de canal digital somente pode 9. (POLÍCIA FEDERAL – PERITO CRIMINAL FEDERAL – SUPERIOR
ser efetuada pelo internet banking. – CESPE – 2018) Acerca das consequências que poderão advir no
(C) O mobile banking somente pode ser usado para transações caso de um cliente não liquidar integralmente, na data do venci-
sem movimentação financeira. mento, o saldo devedor da fatura do seu cartão de crédito, julgue
(D) São considerados canais digitais o internet banking, o mobi- os itens a seguir.
le banking e os correspondentes no País. A parcela não quitada do saldo devedor poderá ser financiada
(E) Internet banking e mobile banking são canais digitais mu- por meio da modalidade de crédito rotativo, com prazo de vigência
tuamente excludentes, ou seja, o cliente tem que informar ao de até doze meses, contados da data do vencimento da fatura não
banco qual canal quer usar para acessar as transações bancá- paga integralmente.
rias. ( ) CERTO
( ) ERRADO

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a solução para o seu concurso!
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
10. (POLÍCIA FEDERAL – PERITO CRIMINAL FEDERAL – SUPE- (D) Apesar da resistência de alguns países, a Bitcoin é conside-
RIOR – CESPE – 2018) Acerca das consequências que poderão advir rada um moeda digital, que pode ser recebida e enviada pela
no caso de um cliente não liquidar integralmente, na data do ven- internet. Sua emissão é realizada de forma descentralizada, ou
cimento, o saldo devedor da fatura do seu cartão de crédito, julgue seja, sem o controle de uma instituição financeira ou de ban-
os itens a seguir. cos.
É permitida a cobrança de juros remuneratórios sobre o saldo (E) Bitcoin é um sistema de crédito que ocorre a partir da vali-
devedor não quitado pelo cliente, além de multa e juros de mora, dação de um banco ou de uma processadora de cartão de cré-
nos termos da legislação em vigor. dito.
( ) CERTO
( ) ERRADO 14. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO/SP – AUXILIAR DE SAÚDE
BUCAL – MÉDIO – VUNESP – 2018) Leia o trecho da matéria. Na
11. (POLÍCIA FEDERAL – PERITO CRIMINAL FEDERAL – SUPE- quinta-feira (11.01) o bitcoin, registrou queda significativa após o
RIOR – CESPE – 2018) Acerca das consequências que poderão advir Governo da Coreia do Sul anunciar que discute um plano para ba-
no caso de um cliente não liquidar integralmente, na data do ven- ni-lo do mercado local, um dos mais importantes do mundo. Nesta
cimento, o saldo devedor da fatura do seu cartão de crédito, julgue sexta-feira (12.01), foi a vez de instituições do Brasil entrarem na
os itens a seguir. lista das autoridades mundiais que estão buscando formas para
Além do crédito rotativo, que permite ao cliente liquidar parcial regulamentar um ativo cujos preços dispararam no ano passado.
ou integralmente o seu débito a qualquer momento, outras mo- (goo.gl/n2hQWt. Adaptado) Bitcoin é
dalidades de crédito em condições mais favoráveis poderão ser-lhe (A) uma letra de câmbio emitida pelo governo brasileiro.
oferecidas a qualquer tempo, antes do vencimento da fatura sub- (B) uma ação comercializada nas bolsas de valores da China.
sequente, com vistas a financiar o saldo devedor remanescente do (C) um investimento baseado na cotação do ouro no mercado
cartão de crédito. internacional.
( ) CERTO (D) uma moeda digital, criada por computadores e que circula
( ) ERRADO apenas na internet.
(E) um fundo de ações controlado pelo Banco Central alemão.
12. (CÂMARA MUNICIPAL DE PÉROLA D’OESTE/PR – CONTADOR
– SUPERIOR – FAUEL – 2018) Considere a seguinte análise sobre 15. (TRF/3ª. REGIÃO – JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – SUPERIOR
um interessante aspecto econômico e tecnológico da atualidade e – TRF/3ª. REGIÃO – 2018) Sobre bitcoin, assinale a alternativa COR-
assinale a alternativa que lhe corresponde. “Trata-se de uma moe- RETA:
da, assim como o real ou o dólar, mas bem diferente dos exemplos (A) É moeda eletrônica.
citados. O primeiro motivo é que não é possível mexer no bolso da (B) Não é regulada pelo Bacen (Banco Central do Brasil).
calça e encontrar uma delas esquecida. Ela não existe fisicamente: (C) As empresas que negociam ou guardam as chamadas moe-
é totalmente virtual. O outro motivo é que sua emissão não é con- das virtuais em nome dos usuários, pessoas naturais ou jurídi-
trolada por um Banco Central. Ela é produzida de forma descentra- cas, são autorizadas a funcionar pelo Bacen.
lizada por milhares de computadores, mantidos por pessoas que (D) É valor mobiliário.
‘emprestam’ a capacidade de suas máquinas para criá-las e registrar
todas as transações feitas”. (Exame, 06/02/18, com adaptações). 16. (TRANSERP/SP– AGENTE ADMINISTRATIVO – MÉDIO – VU-
(A) Bitcoin. NESP – 2019) . Após a black friday, no fim de novembro, a empresa
(B) GPS. de entregas Rappi e a varejista Dafiti passarão a aceitar a moeda
(C) Iene. virtual como forma de pagamento. Quem está nessa cruzada para
(D) Wifi. ampliar esse cenário comercial é a fintech brasileira Warp Exchan-
ge, que criou a tecnologia de pagamento que recebe e converte a
13. (FUNPAPA – ARTE EDUCADOR – MÉDIO – AOCP – 2018) moeda virtual em reais em até 2 horas. (Revista Exame. 31.10.2018.
“Bitcoin é uma bolha envolta em misticismo tecnológico e termi- Adaptado)
nará em desastre.” “Bitcoin recua 7% com reguladores colocando A moeda virtual a que se refere a notícia é
contra a parede uma das maiores exchanges do mundo.” Recente- (A) o boleto flash.
mente, manchetes como as dispostas, ganharam destaque no ce- (B) o hipercard.
nário internacional. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. (C) os bitcoins.
(A) Bitcoin é a denominação da moeda de uso oficial em di- (D) o e-commerce.
versos países, impressa pelo Sistema de Reserva Federal dos (E) o pague seguro.
Estados Unidos, destacando-se por ter o maior nível de moeda
circulante no mundo.
(B) Bitcoins são papéis que representam uma pequena parte do
capital social de uma empresa, podendo ser classificados como
ordinários ou preferenciais.
(C) A Bitcoin foi criada há 12 anos e sua origem está associada
1 A
à mineração de cálculos matemáticos. No Brasil, sua emissão é
controlada pelo Banco Central. 2 D
3 E
4 B
5 A
6 C

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a solução para o seu concurso!
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

7 C ______________________________________________________

8 E ______________________________________________________
9 ERRADO ______________________________________________________
10 CERTO
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11 CERTO
12 A ______________________________________________________
13 D ______________________________________________________
14 D
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15 B
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16 C
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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MATEMÁTICA FINANCEIRA

Exemplo:
CONCEITOS GERAIS - O CONCEITO DO VALOR DO DINHEI- (PRODAM/AM – Assistente – FUNCAB) Qual é o capital que,
RO NO TEMPO; CAPITAL, JUROS, TAXAS DE JUROS; CA- investido no sistema de juros simples e à taxa mensal de 2,5 %,
PITALIZAÇÃO, REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO; FLUXOS DE produzirá um montante de R$ 3.900,00 em oito meses?
CAIXA E DIAGRAMAS DE FLUXO DE CAIXA; EQUIVALÊNCIA (A) R$ 1.650,00
FINANCEIRA. JUROS SIMPLES - CÁLCULO DO MONTANTE, (B) R$ 2.225,00
DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRA- (C) R$ 3.250,00
ZO DA OPERAÇÃO FINANCEIRA.JUROS COMPOSTOS - CÁL- (D) R$ 3.460,00
CULO DO MONTANTE, DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, (E) R$ 3.500,00
DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA OPERAÇÃO FINANCEI- Resolução:
RA. SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO - SISTEMA PRICE; Montante = Capital + juros, ou seja: j = M – C , que fica: j =
SISTEMA SAC 3900 – C ( I )
Agora, é só substituir ( I ) na fórmula do juros simples:

Juros simples (ou capitalização simples)


Os juros são determinados tomando como base de cálculo o
capital da operação, e o total do juro é devido ao credor (aquele
que empresta) no final da operação. Devemos ter em mente:
– Os juros são representados pela letra J*.
– O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de
capital e é representado pela letra C (capital) ou P(principal) ou VP
ou PV (valor presente) *.
– O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela 390000 – 100.C = 2,5 . 8 . C
letra t ou n.* – 100.C – 20.C = – 390000 . (– 1)
– A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um 120.C = 390000
capital durante certo tempo. É representado pela letra i e utilizada C = 390000 / 120
para calcular juros. C = R$ 3250,00
*Varia de acordo com a bibliografia estudada. Resposta: C

ATENÇÃO: Devemos sempre relacionar a taxa e o tempo na Juros compostos (capitalização composta)
mesma unidade para efetuarmos os cálculos. A taxa de juros incide sobre o capital de cada período. Também
conhecido como “juros sobre juros”.
Usamos a seguinte fórmula: Usamos a seguinte fórmula:

Em juros simples: O (1+i)t ou (1+i)n é chamado de fator de acumulação de capital.


– O capital cresce linearmente com o tempo;
– O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J=C.i ATENÇÃO: as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i)
– A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade. e do período (t), tem de ser necessariamente iguais.
– Devemos expressar a taxa i na forma decimal.
– Montante (M) ou FV (valor futuro) é a soma do capital com
os juros, ou seja:
M=C+J
M = C.(1+i.t)

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA FINANCEIRA

O crescimento do principal (capital) em:


– juros simples é LINEAR, CONSTANTE;
– juros compostos é EXPONENCIAL, GEOMÉTRICO e, portanto tem um crescimento muito mais “rápido”;
Observe no gráfico que:
– O montante após 1º tempo é igual tanto para o regime de juros simples como para juros compostos;
– Antes do 1º tempo o montante seria maior no regime de juros simples;
– Depois do 1º tempo o montante seria maior no regime de juros compostos.

Exemplo:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CAIPIMES) Um capital foi aplicado por um período de 3 anos, com
taxa de juros compostos de 10% ao ano. É correto afirmar que essa aplicação rendeu juros que corresponderam a, exatamente:
(A) 30% do capital aplicado.
(B) 31,20% do capital aplicado.
(C) 32% do capital aplicado.
(D) 33,10% do capital aplicado.

Resolução:

Como, M = C + j , ou seja , j = M – C , temos:


j = 1,331.C – C = 0,331 . C
0,331 = 33,10 / 100 = 33,10%
Resposta: D

Juros Compostos utilizando Logaritmos


Algumas questões que envolvem juros compostos, precisam de conceitos de logaritmos, principalmente aquelas as quais precisamos
achar o tempo/prazo. Normalmente as questões informam os valores do logaritmo, então não é necessário decorar os valores da tabela.

Exemplo:
(FGV-SP) Uma aplicação financeira rende juros de 10% ao ano, compostos anualmente. Utilizando para cálculos a aproximação de ,
pode-se estimar que uma aplicação de R$ 1.000,00 seria resgatada no montante de R$ 1.000.000,00 após:
(A) Mais de um século.
(B) 1 século
(C) 4/5 de século
(D) 2/3 de século
(E) ¾ de século

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Resolução:
A fórmula de juros compostos é M = C(1 + i)t e do enunciado temos que M = 1.000.000, C = 1.000, i = 10% = 0,1:
1.000.000 = 1.000(1 + 0,1)t

(agora para calcular t temos que usar logaritmo nos dois lados da equação para pode utilizar a propriedade
, o expoente m passa multiplicando)

t.0,04 = 3

Resposta: E

Taxas de juros
Índices fundamentais no estudo da matemática financeira, sendo incorporadas sempre ao capital. São elas:

Taxa efetiva: são aquelas onde a taxa da unidade de tempo coincide com a unidade de tempo do período de capitalização(valoriza-
ção). Exemplo: Uma taxa de 13% ao trimestre com capitalização trimestral.

ATENÇÃO: Quando no enunciado não estiver citando o período de capitalização, a mesma vai coincidir com unidade da taxa. Em
outras palavras iremos trabalhar com taxa efetiva!!!

Taxa nominal: são aquelas cujas unidade de tempo NÂO coincide com as unidades de tempo do período de capitalização.

Exemplo:
(TJ/PE- ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTADOR-FCC) Uma taxa de juros nominal de 21% ao trimestre, com juros capitalizados mensalmen-
te, apresenta uma taxa de juros efetiva, trimestral de, aproximadamente,
(A) 21,7%.
(B) 22,5%.
(C) 24,8%.
(D) 32,4%.
(E) 33,7%.

Resolução:
21% a. t capitalizados mensalmente (taxa nominai), como um trimestre tem 3 meses, 21/3 = 7% a.m(taxa efetiva).
im = taxa ao mês
it= taxa ao trimestre.
(1+im)3 = (1+it)  (1+0,07)3 = 1+it  (1,07)3 = 1+it  1,225043 = 1+it  it= 1,225043-1  it = 0,225043 x 100  it= 22,5043%
Resposta: B

ATENÇÃO: Para resolução de questões com taxas nominais devemos primeiramente descobri a taxa efetiva (multiplicando ou divi-
dindo a taxa)

Toda taxa nominal traz implícita uma taxa efetiva que deve ser calculada proporcionalmente.

Taxas proporcionais (regime de juros simples): são taxas em unidade de tempo diferente que aplicadas sobre o mesmo capital ao
mesmo período de tempo irão gerar o mesmo montante.

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Exemplo:
(PREF. FLORIANÓPOLIS/SC – AUDITOR FISCAL – FEPESE) A taxa de juros simples mensais de 4,25% equivalente à taxa de:
(A) 12,5% trimestral.
(B) 16% quadrimestral.
(C) 25,5% semestral.
(D) 36,0% anual.
(E) 52% anual.

Resolução:
Sabemos que taxas a juros simples são ditas taxas proporcionais ou lineares. Para resolução das questões vamos avaliar item a item
para sabermos se está certo ou errado:
4,25% a.m
Trimestral = 4,25 .3 = 12,75 (errada)
Quadrimestral = 4,25 . 4 = 17% (errada)
Semestral= 4,25 . 6 = 25,5 % (correta)
Anual = 4,25.12 = 51% (errada)
Resposta: C

Taxas equivalentes (regime de juros compostos): as taxas de juros se expressam também em função do tempo da operação, porém
não de forma proporcional, mas de forma exponencial, ou seja, as taxas são ditas equivalentes.

Exemplo:

Taxa Real, Aparente e Inflação


– Taxa real (ir) = taxa que considera os efeitos da inflação e seus ganhos.
– Taxa aparente (ia) = taxa que não considera os efeitos da inflação (são as taxas efetivas/nominais).
– Taxa de inflação (ii) = a inflação representa a perda do poder de compra.

Escrevendo todas as taxas em função uma das outras, temos:

(1+ia) = (1+ir).(1+ii)

, independe da quantidade de períodos e do regime de


Onde:
juros.

Descontos
É a diferença entre o valor título (valor nominal) e o valor recebido (valor atual).

D=N–A

Onde:
D = desconto
N = valor nominal
A = valor atual

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA FINANCEIRA
ATENÇÃO: Comparando com o regime de juros, observamos que:
– o Valor Atual, ou valor futuro (valor do resgate) nos dá ideia de Montante;
– o Valor Nominal, nome do título (valor que resgatei) nos dá ideia de Capital;
– e o Desconto nos dá ideia de Juros.
Os descontos podem ser:

Desconto racional simples (por dentro): nos passa a ideia de “honesto”, pois todas a taxas são cobradas em cima do valor atual (A)
do título. Associando com os juros simples teremos:

Também podemos escrever a seguinte fórmula:

Exemplo:
(ASSAF NETO) Seja um título de valor nominal de R$ 4.000,00 vencível em um ano, que está sendo liquidado 3 meses antes de seu
vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa nominal de juros corrente, pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta operação.
N = 4 000
t = 3 meses
i = 42% a.a = 42 / 12 = 3,5% a.m = 0,035
D=?
Vd = ?

Vd = 4 000 – 380,10 = 3 619,90

Desconto comercial simples ou bancário (por fora): nos passa a ideia de que alguém está “levando” um por fora, pois, todas as taxas
são cobradas em cima do valor nominal (N) do título. O valor nominal é sempre maior e é justamente onde eles querem ganhar.

• Desconto comercial (bancário) acrescido de uma taxa pré-fixada: quando se utiliza taxas pré-fixadas aos títulos, que são as taxas
de despesas bancárias/administrativas (comissões, taxas de serviços, ...) cobradas sobre o valor nominal (N). Fazemos uso da seguinte
formula:

Dc = N. (i.t + h)

Onde:
Dc = desconto comercial ou bancário
N = valor nominal
i = taxa de juros cobrada
t = tempo ou período
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA FINANCEIRA
h = taxa de despesas administrativas ou bancárias.
Exemplo:
Um banco ao descontar notas promissórias, utiliza o desconto comercial a uma taxa de juros simples de 12% a.m.. O banco cobra,
simultaneamente uma comissão de 4% sobre o valor nominal da promissória. Um cliente do banco recebe R$ 300.000,00 líquidos, ao
descontar uma promissória vencível em três meses. O valor da comissão é de:

Resolução:
h = 0,04
t=3
iB = 0,12 . 3
AB = N . [1 - (iB + h)]
300 000 = N . [1 - (0,12.3 + 0,04)]
300 000 = N . [1 – 0,4]
N = 500 000
Vc = 0,04 . N
Vc = 0,04 . 500 000
Vc = 20 000
Resposta: 200 000

– Relação entre Desconto Comercial (Dc) e Desconto Racional (Dr): para sabermos o valor do desconto caso fosse utilizado o desconto
comercial e precisássemos saber o desconto racional e vice-versa, utilizamos a seguinte relação: Dc = Dr . (1 + i.t)

Desconto Racional Composto (por dentro): as fórmulas estão associando com os juros compostos, assim teremos:

Desconto Comercial Composto (por fora): como a taxa incide sobre o Valor Nominal (maior valor), trocamos na fórmula o N pelo A e
vice-versa, mudando o sinal da taxa (de positivo para negativo).

Exemplo:
(PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP - AUDITOR FISCAL MUNICIPAL – CETRO) Com adiantamento de dois meses do vencimento, um título
de valor nominal de R$30.000,00 é descontado a uma taxa composta de 10% a.m.. A diferença entre o desconto racional composto e o
desconto comercial composto será de:
(A) R$246,59.
(B) R$366,89.
(C) R$493,39.
(D) R$576,29.
(E) R$606,49.
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Resolução: 7. releia a PERGUNTA do problema e verifique se o valor que
N = 30000 você encontrou corresponde ao que o problema está pedindo (às
t = 2 meses vezes, devido à pressa, o candidato se perde nos cálculos, encontra
i = 10% am = 0,10 um resultado intermediário e assinala a alternativa que o contém,
Vamos utilizar a formula do Drc: colocada ali para induzi-lo em erro, quando seria necessário ainda
N = A(1 + i)t  30.000= A (1+ 0,1)2  30000 = A (1,1)2  30000 uma passo a mais para chegar ao resultado final correto).
= A.1,21
A = 30000 / 1,21 = 24793,39 Exemplo:
Como D = N – A A aplicação de R$ 2.000,00 foi feita pelo prazo de 9 meses, con-
D = 30000 – 24793,39 tratando-se a taxa de juros de 28% a.a. Além dessa aplicação, existe
Drc = 30.000 - 24.793,39 = 5206,61 outra de valor nominal R$ 7.000,00 com vencimento a 18 meses.
Para o desconto comercial composto (lembre-se que a taxa re- Considerando-se a taxa de juros de 18% a.a., o critério de desconto
caí sobre o nominal, então trocamos na formula o A pelo N e vice e racional e a data focal 12 meses, a soma das aplicações é, em R$:
versa e mudamos o sinal), temos:
A = N.(1 - i)t Resolução:
A = 30000 . (1 - 0,1)2 Inicialmente, precisamos calcular o valor nominal da primeira
A = 30000 . 0,81 aplicação. Considerando n = 9 meses = 0,75 anos, temos que:
A = 24300 N = C (1 + in)
Como D = N – A N = 2.000 (1 + 0,28 . 0,75) = 2.000 (1,21) = 2.420
D = 30000 – 24300 = 5700, que é o desconto comercial com- Observando o diagrama de fluxo de caixa, vemos que, para se-
posto rem transportados à data doze, o título de 2.420 terá que ser capi-
A diferença será dada pelo módulo, uma vez que sabemos que talizado de três meses, ao passo que o título de 7.000 terá que ser
o Desconto Comercial é maior que o racional: |Drc - Dcc| descapitalizado de 6 meses. Além disso, a taxa de 18% a.a., consi-
|5.206,61 - 5.700 | = 493,39 derando-se capitalização simples, é equivalente a 1,5% a.m. = 0,015
a.m. Desta forma, podemos escrever que:
Resposta: C 2.420 (1 + 0,015 . 3) + 7.000/1 + 0,015 . 6 = x
Equivalência de capitais 2.420 (1,045) + 7.000/1,09 = x
Dois ou mais capitais que se encontram em datas diferentes, 2.528,9 + 6.422,02 = x
são chamados de equivalentes quando, levados para uma mesma x = 8.950,92
data, nas mesmas condições, apresentam o mesmo VALOR nessa
data. Anuidades
Séries Financeiras também conhecidas como Rendas Certas
• Equação de Valor ou Anuidades. São séries de depósitos ou prestações periódicas ou
Va1 + Va2 + Va3 + … = Vaa + Vab + Vac + … não periódicas, em datas de previamente estabelecidas, por um de-
terminado período de tempo. Os depósitos ou prestações podem
• Resolução de Problemas de Equivalência ser uniformes quando todos são iguais ou variáveis quando os va-
1. leia o problema todo; lores são diferentes.
2. construa, a partir do enunciado do problema, um diagrama Quando as séries financeiras que tem como objetivo de acu-
de fluxo de caixa esquemático, colocando na parte de cima o plano mular capital ou produzir certo montante temos uma Capitalização
original de pagamento e na parte de baixo o plano alternativo pro- e quando as séries financeiras têm como objetivo pagar ou amorti-
posto, indicando todos os valores envolvidos, as datas respectivas zar uma dívida temos uma Amortização.
e as incógnitas a serem descobertas – esse diagrama é importante
porque permite visualizar os grupos de capitais equivalentes e esta- Elementos das séries financeiras
belecer facilmente a equação de valor para resolução do problema; – Valor presente (VP) = Numa série de pagamentos, definimos
3. observe se os prazos de vencimento dos títulos e compro- VALOR ATUAL como sendo a parcela única que equivale (ou que
missos estão na mesma unidade de medida de tempo periodicida- substitui) a todos os termos (devidamente descapitalizados) até o
de da taxa; se não estiverem, faça as transformações necessárias início do fluxo. É a soma dos valores atuais de todos os termos que
(ou você expressa a taxa na unidade de tempo do prazo ou expres- compõe a série.
sa o prazo na unidade de tempo da taxa – escolha a transformação
que torne os cálculos mais simples); – Valor futuro (VF) = Numa série de pagamentos, definimos
4. leve todos os valores para a data escolhida para a negocia- MONTANTE como sendo a parcela única, que equivale (ou subs-
ção (data focal), lembrando sempre que capitais exigíveis antes da titui) a todos os termos (devidamente capitalizados) até o final do
data focal deverão ser capitalizados através da fórmula do montan- fluxo. É a soma dos montantes de todos os termos que compõe a
te M = C (1 + in), dependendo da modalidade de desconto utilizada; série.
5. tendo transportado todos os capitais para a data focal e com
base no diagrama de fluxo de caixa que você esquematizou, monte – Prestações (P) = Numa série de pagamentos, definimos Pres-
a EQUAÇÃO DE VALOR, impondo que a soma dos valores dos títulos tações como sendo o valor que é pago (ou recebido) a cada período
(transportados para a data focal) da parte de cima do diagrama de de capitalização de uma Série Pagamentos.
fluxo de caixa seja igual à soma dos valores dos títulos (transpor-
tados para a data focal) da parte de baixo do diagrama de fluxo de – Número de prestações (n) = número de Parcelas, Depósitos
caixa; ou Pagamentos.
6. resolva a equação de valor; – Taxa efetiva de juro (i)= com capitalização na periodicidade
das Prestações.

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Séries financeiras postecipadas
São aquelas em que as prestações, pagamentos ou depósitos são efetuados no final de cada período.

Valor Futuro Postecipado (VFp)


O Valor Futuro (VF) produzido por uma série de n prestações P postecipadas, iguais e periódicas, aplicadas a uma taxa de juros i, na
forma unitária, no mesmo período das prestações, será igual à soma de todos esses depósitos capitalizados para uma mesma data focal,
coincidindo com o último depósito.

Fazemos uso da seguinte fórmula:

O valor capitalizado de cada um dos termos da Série de Pagamentos forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja soma resulta na
seguinte expressão:

Fator de Capitalização Postecipado

Valor Presente postecipado (VPp)


O Valor Presente (VP) produzido por uma série de n prestações P, iguais e periódicas, aplicadas a uma taxa de juros i, na forma unitá-
ria, no mesmo período das prestações, será igual à soma de todos esses depósitos descapitalizados para uma mesma data focal 0.

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA FINANCEIRA
O valor descapitalizado de cada um dos termos de uma Série de Financeira postecipada forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja
soma resulta na seguinte expressão:

Fator de Descapitalização Postecipado

Séries financeiras antecipadas


São aquelas em que o depósito ou pagamento é efetuado no início de cada período e o valor futuro é obtido em um período de tempo
após o último depósito ou pagamento da última prestação.

Valor Futuro antecipado (VFa)

O Valor Futuro de uma série financeira é obtido fazendo-se a capitalização da entrada e de cada um dos pagamentos, realizando-se a
soma destes valores no final, conforme a seguir:

O valor capitalizado de cada uma das prestações de uma Série de Pagamentos forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja soma
resulta na seguinte expressão:

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Fator de Capitalização Antecipado

O valor da prestação é obtido isolando-se a P na equação anterior.

Valor Presente antecipado (VPa)

O Valor Presente de uma série financeira antecipada é obtido fazendo-se a descapitalização de cada uma das prestações, somando-se
no final a entrada e cada um destes valores, conforme a seguir:

O valor descapitalizado de cada um dos termos de uma Série de Financeira forma uma Progressão Geométrica cuja soma resulta na
seguinte expressão:

O Fator de Descapitalização Antecipado

Séries financeiras diferidas ou com carência


Uma série de pagamentos possui DIFERIMENTO INICIAL quando ANTES do início do primeiro pagamento, é dado um prazo de dois ou
mais períodos, nos quais não ocorrem pagamentos pertencentes à série.
Uma série de pagamentos possui DIFERIMENTO FINAL quando APÓS o último pagamento, é dado um prazo de dois ou mais períodos,
nos quais não ocorrem pagamentos pertencentes à série.
Valor Presente com diferimento inicial
Podemos calcular o Valor Presente de duas maneiras: postecipado ou antecipado.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Cálculo do Valor Presente postecipado com diferimento inicial (VPpdi)
Numa série de pagamentos com diferimento inicial, vamos primeiro calcular o valor presente da série financeira postecipada, em
seguida, vamos efetuar a descapitalização deste valor a juros compostos até o início do prazo da contratação (data focal 0).

CÁLCULO DO VP DA SÉRIE CÁLCULO DA DESCAPITALIZAÇÃO CÁLCULO DIRETO DO VPA COM


ANTECIPADA: DO PERÍODO DE DIFERIMENTO: D DIFERIMENTO INICIAL:

Valor futuro com diferimento final


Podemos calcular o Valor Futuro de duas maneiras: postecipado ou antecipado.

Cálculo do Valor Futuro postecipado com diferimento final (VFpdf)


Numa série de pagamento com diferimento final, vamos primeiro calcular o valor futuro da série financeira postecipada, onde esse
valor futuro é obtido logo após o último pagamento.
Já o cálculo com o diferimento final, temos que efetuar a capitalização desse valor, a juros compostos, até o prazo final do período de
carência. Pode ocorrer que no período de carência a taxa de juros não seja a mesma da série financeira.

O VALOR FUTURO DA SÉRIE DE CAPITALIZAÇÃO DO PERÍODO DE CÁLCULO DIRETO DO VFP COM


PAGAMENTOS POSTECIPADA CARÊNCIA DIFERIMENTO FINAL

Cálculo do Valor Futuro antecipado com diferimento final (VFadf)


Numa série de pagamento com diferimento final, vamos primeiro calcular o valor futuro da série financeira antecipada, onde esse
valor futuro é obtido um período após o último pagamento.
Já o cálculo com o diferimento final, temos que efetuar a capitalização desse valor, a juros compostos, até o prazo final do período de
carência. Pode ocorrer que no período de carência a taxa de juros não seja a mesma da série financeira.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA

O VALOR FUTURO DA SÉRIE DE CAPITALIZAÇÃO DO PERÍODO DE CÁLCULO DIRETO DO VFA COM


PAGAMENTOS ANTECIPADA CARÊNCIA DIFERIMENTO FINAL

“Uma máquina é vendida a prazo através de oito prestações mensais de $4.000,00 sendo que o primeiro pagamento só irá ocorrer
após três meses da compra. Determine o preço à vista, dada uma taxa de 5% ao mês.”

Resolução:
Devemos trazer o valor da série de pagamentos a data focal zero (d=0), logo o Valor presente (a vista). Logo o período que devemos
considerar é de m = 3.
R = $4.000,00
i = 5% a.m.
n = 8 meses
m = 3 meses

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MATEMÁTICA FINANCEIRA

Pd = $ 22.332,67 (aproximadamente)

Sistema de amortização
Visam liquidar uma dívida mediante de pagamentos periódicos e sucessivos.

Principais conceitos
Sempre que efetuamos um pagamento estamos pagando parte do valor relativo aos juros, que são calculados sobre o saldo devedor
e outra parte chamada de amortização, que faz com que o saldo devedor diminua.
– Saldo devedor: é o valor nominal do empréstimo ou financiamento ou simplesmente o Valor Presente (VP) na data focal 0, que é
diminuído da parcela de amortização a cada período.
– Amortização: é a parcela que é deduzida do saldo devedor a cada pagamento.
– Juros: é o valor calculado a partir do saldo devedor e posteriormente somado à parcela de amortização.
– Prestação: é o pagamento efetuado a cada período, composto pela parcela de juros mais a amortização: PRESTAÇÃO = JUROS +
AMORTIZAÇÃO

Existem diversos sistemas de amortização de financiamentos e empréstimos, dos quais os mais usados são:
– Sistema de Amortização Francês (Tabela Price):
– Sistema de Amortização Constante (SAC):
– Sistema de Amortização Crescente (SACRE) ou Sistema de Amortização Misto (SAM).

Sistema de Amortização Francês (SAF)


Este sistema utiliza a chamada TABELA PRICE que consiste no cálculo do fator de descapitalização postecipado representado por
fdp(i%,n) e é normalmente usada para financiamento em geral de bens de consumo, tipo: carros, eletrodomésticos, empréstimos bancá-
rios de curto prazo, etc.
O SAF caracteriza-se por PRESTAÇÕES CONSTANTES E IGUAIS, normalmente mensais e decrescentes, com isso, as parcelas de amor-
tizações são crescentes. Isto é, o valor amortizado é crescente ao longo do tempo, ao contrário dos juros, que decrescem proporcional-
mente ao saldo devedor.
Logo, as principais características do SAF são:
a) A prestação é constante durante todo o período de financiamento;
b) A parcela de amortização aumenta a cada período;
c) Os juros diminuem a cada período;
d) O percentual de prestações pagas não é igual ao percentual de quitação da dívida, pois no início das prestações os juros são maio-
res que as amortizações, sendo que do meio para o final das prestações esta situação é invertida.
e) Nos juros, temos uma PG (Progressão geométrica) de razão descrente.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Utilizamos as seguintes fórmulas:

Com isso podemos reescrever da seguinte forma, sabendo que :

Sistema de Amortização Constante (SAC)


O SAC foi bastante usado pelo Sistema Financeiro de Habitação no início dos anos 70 e, atualmente, é amplamente utilizado para
financiamentos bancários de longo prazo de imóveis.
O tomador do empréstimo pagará uma prestação decrescente em cada período, a qual é composta por duas parcelas: a amortização
e os juros.
As principais características do SAC são:
a) A parcela de amortização é constante em todo período de financiamento;
b) A prestação é decrescente durante todo o período;
c) Os juros diminuem uniformemente a cada período;
d) O percentual de prestações pagas é igual ao percentual de quitação da dívida.
e) Nos Juros e nas Prestações observa-se de uma PA (Progressão Aritmética) de razão decrescente.

Fórmulas do Cálculo da Prestação (Séries Postecipadas)

UTILIZANDO O CAPITAL UTILIZANDO O MONTANTE

CASO O EXPOENTE SEJA NEGATIVO, UTILIZA-SE:

Para séries antecipadas (com entrada), basta multiplicar o valor da prestação por .

Sistema de Amortização Crescente (SACRE) ou Sistema de Amortização Misto (SAM)


No Sistema de Amortização Crescente ou Sistema de Amortização Misto, cada prestação é a média aritmética das prestações nos
sistemas Francês (Tabela Price) e Sistema de Amortização Constante (SAC), quando a proporção for de 50% para o Sistema de Amortização
Frances (SAF) e 50% para o Sistema de Amortização Constante (SAC), com isto as primeiras prestações são maiores que no SAF e menores
que no SAC, sendo que a partir da metade do período do financiamento a situação é invertida. As parcelas de juros, das amortizações e
dos saldos devedores de cada período também são obtidas pela média aritmética dos dois sistemas.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA
Exemplos:
(UFGD – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ECONOMIA – AOCP) O sistema que consiste no plano de amortização de uma dívida em
prestações periódicas, sucessivas e decrescentes, em progressão aritmética, denomina-se:
(A) Sistema de Amortização Misto.
(B) Sistema Price.
(C) Sistema de Amortização Constante.
(D) Sistema Americano com fundo de amortização.
(E) Sistema Alemão.

Resolução:
Como vimos no estudo dos tipos de Amortização, a única que apresenta esta característica é o Sistema de Amortização Constante
(SAC).
Resposta: C

(PREF. FLORIANÓPOLIS/SC – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS – FEPESE) Uma pessoa financiou 100% de um imóvel no
valor de R$ 216.000,00 em 9 anos. O pagamento será em prestações mensais e o sistema de amortização é o sistema de amortização
constante (SAC).
Sabendo que o valor da terceira prestação é de R$2.848,00, a taxa de juros mensal cobrada é de:
(A) 0,2%.
(B) 0,4%.
(C) 0,5%.
(D) 0,6%.
(E) 0,8%.
Resolução:
Sabemos que no SAC Amortizações são constantes:
Sabemos que E = 216.000
n = 9 anos x 12(mensal) = 108 parcelas
A=?

Com a cota de amortização, podemos calcular o Saldo Devedor para todos os períodos:

PERÍODO SALDO DEVEDOR AMORTIZAÇÃO JUROS PRESTAÇÃO


0 216.000 - - -
1 216.000 – 2.000 = 214.000 2.000
2 214.000 – 2.000 = 212.000 2.000
3 212.000 – 2.000 = 210.000 2.000
...

Sabemos a prestação do período 3 que é R$ 2.848,00. Lembrando que P = A + J, temos que para o período 3:
P = A + J  2 848 = 2 000 + J  J = 2 848 – 2 000 = 848. Os juros incidem sobre o capital do período anterior que neste caso é o 2.O
tempo é 1
J = C.i.t  848 = 212 000.i.1  i = 848 / 212 000  i = 0,004 x 100%  i = 0,4%
Resposta: B

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MATEMÁTICA FINANCEIRA

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; ÓRGÃOS NORMATIVOS E INSTITUI-
ÇÕES SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL


O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é um conjunto de organizações financeiras que promove a movimentação de recursos entre os
agentes econômicos (pessoas físicas, empresas, governo) credores e tomadores de dinheiro.
Conforme a Constituição Federal, em seu Art. 192, o STF:
“O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da
coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que
disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.”
A função principal do SFN é a transferência de recursos através de seus usuários, os agentes com renda superior as despesas (supe-
ravitários) para os agentes com renda inferior as despesas (deficitários); e também a prestação de serviços envolvendo recursos de seus
usuários (abertura de contas correntes, oferta de cartões e cheques, oferta de diversas modalidades de seguros, pagamento e recebimen-
to de títulos, etc.).
Os agentes deficitários são aqueles que necessitam de dinheiro, pois tem intenção de gastar valores superiores ao limite de sua renda,
pagando juros por esse capital emprestado.
Os agentes superavitários são aqueles que após pagas suas despesas, ficam com uma “sobra” de renda, necessitando investir esse
valor e receber por isto, através da remuneração em investimentos financeiros.
O SFN tem atuação direta nos mercados monetário, de crédito, de capitais e de câmbio.

ESTRUTURA DO SFN
A estrutura do Sistema Financeiro Nacional é dividida em três categorias de entidades:
1. Normativas – Aquelas que estabelecem a regulação do SFN. Compostas por órgãos normativos que criam normas e regras e
também fiscalizam os participantes do SFN.
2. Supervisoras: São entidades que além de supervisionar, acatam a função de executar as diretrizes dos órgãos normativos, assim
como fiscalizar as instituições compõem seu segmento dentro do Sistema Financeiro Nacional.
3. Operadoras: Todas as entidades que não se enquadram nas características de Normativas ou Supervisoras. Ou seja, todas as de-
mais instituições financeiras que atendem ao público em geral, através da intermediação de operações de aplicações e empréstimos, ou
serviços como abertura de conta corrente, emissão de cartões, etc.
Abaixo, é possível acompanhar a estrutura disponível no site do Banco Central:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes estabelecidas
pelo CMN.

ÓRGÃOS NORMATIVOS

CONSELHO MONETÁRIO NACINAL (CMN)


O Conselho Monetário Nacional (CMN) é considerado o órgão máximo dentro da hierarquia do Sistema Financeiro Nacional. É um
órgão normativo, responsável por criar as normas e regras da política monetária e do crédito; mantendo a estabilidade da moeda, o cres-
cimento e o desenvolvimento socioeconômico do país.
O CMN foi criado junto com o Banco Central, pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. O Conselho iniciou suas atividades em
31 de março de 1965.
Conforme a Lei da Reforma Bancária, suas competências são:
• Regulamentar as operações de crédito das instituições financeiras brasileiras.
• Regular a moeda do país.
• Supervisionar suas reservas em ouro e cambiais.
• Determinar suas políticas de poupança e investimento.
• Regulamentar os mercados de capitais brasileiros.
• Supervisionar as atividades do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários.
​As reuniões ocorrem uma vez por mês para deliberar sobre assuntos como adaptar o volume dos meios de pagamento às reais ne-
cessidades da economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a aplicação dos
recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e
solvência das instituições financeiras; e coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa.
Em casos extraordinários, pode acontecer mais de uma reunião por mês. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de
Resoluções divulgadas no Diário Oficial da União (DOU) e na página de normas do Conselho e do Banco Central (BC).
Sua composição é dada pelo Ministro da Economia (presidente do Conselho), o Presidente do Banco Central e também o Secretário
Especial de Fazenda do Ministério da Economia.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS (CNSP) BANCO CENTRAL DO BRASIL (BCB)
O Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP é órgão res- O Banco Central é uma autarquia,   criado pela  Lei nº
ponsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros pri- 4.595/1964 e com autonomia estabelecida pela Lei Complementar
vados, resseguros, previdência complementar aberta e capitaliza- nº 179/2021. A lei que prevê a autonomia ao Banco Central de-
ção. termina que o presidente do banco tenha mandato fixo de quatro
É composto pelo Ministro da Economia (Presidente), Superin- anos, não coincidente com o de Presidente da República. Essa no-
tendente da SUSEP, e por representantes do Ministério da Justiça, meação continua sendo feita pelo Presidente da República e apro-
do Ministério da Previdência e Assistência Social, do Banco Central vada pelo Senado. Os diretores também passam a ter mandatos
do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). não coincidentes com o do presidente do banco, para preservar a
boa governança.
Atribuições Antes da Lei complementar, o Banco Central era vinculado ao
• Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados. Ministério da Economia.
• Regular a constituição, organização, funcionamento e fis- O Banco Central é dirigido por sua Diretoria Colegiada, com-
calização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Na- posta pelos seguintes integrantes, todos indicados pelo presidente
cional de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades da República e aprovados pelo Senado, o presidente e mais oito
previstas. diretores.
• Fixar as características gerais dos contratos de seguros, Sua missão é garantir a estabilidade do poder de compra da
previdência privada aberta, capitalização e resseguro. moeda, zelar por um sistema financeiro sólido, eficiente e com-
• Estabelecer as diretrizes gerais das operações de ressegu- petitivo, e fomentar o bem-estar econômico da sociedade. É uma
ro. das principais entidades monetárias do país, considerado guardião
• Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e o IRB. dos valores e apesar de ser chamado de banco não tem operações
• Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Se- como os demais e não é possível a abertura de uma conta corrente.
guradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aber- É considerado o banco dos bancos, pois é aquele que tem po-
ta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das der máximo sobre os demais. Sua característica principal é fiscalizar
respectivas operações. e regulamentar as normas para todas as instituições financeiras do
• Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão do cor- país.
retor. O Banco Central é o agente financeiro do governo, pois auxilia
na área econômica e representa o Sistema Financeiro Nacional em
CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR todo o cenário mundial.
(CNPC) Sua atuação na economia vai desde o controle da quantidade
O Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC é de moeda em circulação, a regulação das taxas de juros e também
o órgão responsável por regular o regime de previdência comple- do controle da quantidade de moeda estrangeira circulante no país.
mentar operado pelas entidades fechadas de previdência comple- Suas funções mais importantes são a emissão do papel-moeda
mentar. (que ocorre através da Casa da Moeda), o controle de depósitos
O CNPC é composto pelo Ministro da Previdência Social e por compulsórios e a multiplicação bancária.
representantes da Superintendência Nacional de Previdência Com-
plementar (Previc), da Casa Civil da Presidência da República, do COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM)
Ministério da Economia, das entidades fechadas de previdência A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em
complementar, dos patrocinadores e instituidores de planos de 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, norma-
benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e tizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no
dos participantes e assistidos de planos de benefícios das referidas Brasil.
entidades. A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vin-
O Decreto nº 7.123, de 03 de março de 2010, dispõe sobre a or- culada ao Ministério da Economia, com personalidade jurídica e
ganização e o funcionamento do Conselho Nacional de Previdência patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa inde-
Complementar (CNPC) e dá outras providências. pendente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e
estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamen-
Atribuições tária.
• Realizar sessões ordinárias e extraordinárias sobe assun- Sua administração é composta por um presidente e quatro di-
tos relacionados à previdência complementar fechada que culmi- retores, nomeado pelo presidente da República, com aprovação do
nam em resoluções, recomendações e outros atos do CNPC, após Senado.
os votos de todos os seus integrantes. As competências da CVM são:
• Desenvolvimento do mercado.
INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS E EXECUTORAS • Eficiência e funcionamento do mercado
São as instituições do Sistema Financeiro Nacional que buscam • Proteção dos investidores
através de ações executoras, fazer com que todos os integrantes • Acesso à informação adequada
cumpram as regras e normas de seu segmento. • Fiscalização e punição
SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS (SUSEP)
A SUSEP é uma autarquia que segue as normas do CNSP, vin-
culada ao Ministério da Economia. A SUSEP é o órgão responsável
pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência
complementar aberta, capitalização e resseguro (seguro de um se-
guro já existente). Foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de no-
vembro de 1966.
Editora
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
A SUSEP é administrada por um Conselho Diretor, com- adesão por patrocinadores e instituidores e as retiradas de patro-
posto pelo Superintendente e por quatro Diretores. Compe- cinadores e instituidores; e as transferências de patrocínio, grupos
te ao Colegiado fixar as políticas gerais da Autarquia, com vis- de participantes e assistidos, planos de benefícios e reservas entre
tas à ordenação das atividades do mercado, cumprir e fazer entidades fechadas de previdência complementar;
cumprir as deliberações do CNSP e aprovar instruções, circula- 3. harmonizar as atividades das entidades fechadas
res e pareceres de orientação em matérias de sua competência. de previdência complementar com as normas e as políticas estabe-
A presidência do Colegiado cabe ao Superintendente que tem, ain- lecidas para o segmento;
da, como atribuições, promover os atos de gestão da Autarquia e 4. decretar intervenção e liquidação extrajudicial
sua representação perante o Governo e à Sociedade. das entidades fechadas de previdência complementar e nomear in-
terventor ou liquidante, nos termos da lei;
Atribuições 5. nomear administrador especial de plano de be-
1. Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e nefícios específico, podendo atribuir-lhe poderes de intervenção e
operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades liquidação extrajudicial, na forma da lei;
de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de 6. promover a mediação e a conciliação entre enti-
executora da política traçada pelo CNSP; dades fechadas de previdência complementar e entre as entidades
2. Atuar no sentido de proteger a captação de poupança po- e seus participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores,
pular que se efetua através das operações de seguro, previdência bem como dirimir os litígios que lhe forem submetidos na forma da
privada aberta, de capitalização e resseguro; Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996;
3. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos 7. enviar relatório anual de suas atividades ao Mi-
mercados supervisionados; nistério da Fazenda e, por seu intermédio, ao Presidente da Repú-
4. Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instru- blica e ao Congresso Nacional; e adotar as providências necessárias
mentos operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiên- ao cumprimento de seus objetivos.
cia do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional
de Capitalização; INSTITUIÇÕES OPERADORAS
5. Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, São todas as instituições que não fazem parte dos sistemas nor-
assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que mativos ou supervisor, aquelas que lidam com o público, através de
neles operem; serviços de intermediação financeira ou demais serviços financei-
6. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que inte- ros.
gram o mercado; Bancos - São as instituições financeiras que fazem a interme-
7. Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas enti- diação entre os recursos dos agentes poupadores e tomadores de
dades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões recursos. Além disso, prestam serviços de custódia de dinheiro e
técnicas; demais serviços financeiros, como abertura de contas, financia-
8. Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer mentos, emissão de cartões, recebimentos de títulos, etc.
as atividades que por este forem delegadas; Os bancos estão sob a supervisão do Banco Central.
9. Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. Os bancos podem ser classificados em: Bancos múltiplos, ban-
cos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimen-
SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLE- to, bancos de câmbio e bancos digitais.
MENTAR (PREVIC)
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar Administradoras de Consórcio – É a pessoa jurídica, autorizada
(Previc) é uma autarquia, que segue as normas do CNPC, vinculada pelo Banco Central a prestar serviços na formação e administração
ao Ministério da Economia, responsável pela supervisão, fiscaliza- de grupos de consórcio. Apenas empresas cadastradas e fiscaliza-
ção e execução de políticas das entidades fechadas de previdência das pelo Banco Central podem operar nesse segmento, pois infor-
complementar (fundos de pensão). mam periodicamente o órgão sobre seus registros das atividades
A Previc, de acordo com o Decreto nº 8.992, de 20 de feverei- dos consórcios.
ro de 2017, é administrada por um Diretor-Superintendente e mais
quatro diretores. Bolsa de Valores – É o ambiente onde ocorrem as negociações
de ativos financeiros, como ações e títulos. Quando uma empresa
Atribuições tem necessidade em captar recursos financeiros e não tem interes-
As  principais competências da Previc, segundo o Decreto nº se nos investimentos oferecidos pelas instituições financeiras, ela
8.992, de 20 de fevereiro de 2017, são: pode oferecer suas ações na bolsa de valores.
1. proceder à fiscalização das atividades das entidades fe- É função das bolsas de valores permitir que as negociações
chadas de previdência complementar e das suas operações; ocorram de forma mais segura, eficiente e justa. As corretoras fa-
2. apurar e julgar as infrações e aplicar as penalidades cabí- zem as intermediações entre compradores e vendedores.
veis;
1. expedir instruções e estabelecer procedimentos Seguradoras e Resseguradoras – As seguradoras são empresas
para a aplicação das normas relativas à sua área de competência; que assumem o risco e indenizam o segurado dentro das condições
2. autorizar: a constituição e o funcionamento das da apólice. Porém, elas trabalham com um limite de aceitação de
entidades fechadas de previdência complementar e a aplicação dos riscos, para que não ocorra incapacidade no cumprimento dessas
respectivos estatutos e dos regulamentos de planos de benefícios; obrigações.
as operações de fusão, cisão, incorporação ou qualquer outra for- As resseguradoras colocam a disposição das seguradoras o ca-
ma de reorganização societária, relativas às entidades fechadas de pital financeiro necessário para que sejam aceitos riscos acima do
previdência complementar; a celebração de convênios e termos de limite estabelecido.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Fundos • Credenciador: instituição de pagamento que habilita re-
de Pensão) – São grupos que administram previdências privadas cebedores a aceitarem instrumentos de pagamentos. Por exemplo,
de uma determinada categoria. Funcionam através da capitalização instituições com em estabelecimento comercial que aceite cartão
de recursos de uma empresa e de um empregado, por exemplo, de pagamento.
bancários. • Iniciador de transações de pagamento: Não gerencia con-
ta de pagamento ou tem poder sobre os recursos sobre os recursos
Caixas Econômicas - Empresas públicas, com prestação de transferidos nas transações de pagamentos iniciadas. Como, insti-
serviços de bancos comerciais, porém, com foco em programas de tuições financeiras ou de pagamento em que as transações sejam
desenvolvimento socioeconômico. No Brasil, a única instituição em realizadas sem a utilização de cartão.
funcionamento desse tipo é a Caixa Econômica Federal (CEF). Instituições não bancárias – Aquelas que não recebem depó-
A CEF é a responsável pelos recursos do Fundo de Garantia por sitos à vista, nem podem criar moeda. Operam apenas com ativos
Tempo de Serviço (FGTS), do PIS, Seguro-Desemprego e detentora não monetários, como ações, CDBs, títulos, letras de Câmbio e de-
da venda dos jogos da loteria federal. Sua prioridade é a concessão bêntures.
de recursos para investimentos em programas sociais, como habita- Sociedades de capitalização - são entidades, constituídas sob a
ção, saúde, emprego e renda, esporte, etc. forma de sociedades anônimas, que negociam contratos (títulos de
capitalização) que têm por objeto o depósito periódico de presta-
Cooperativas de Crédito – São organizações formadas por um ções pecuniárias pelo contratante, o qual terá, depois de cumprido
grupo de pessoas unidas por um objetivo coletivo. As cooperativas o prazo contratado, o direito de resgatar parte dos valores deposita-
de crédito prestam serviços financeiros, como abertura de conta dos corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente;
corrente, emissão de cheques e cartões, aplicações financeiras, conferindo, ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sor-
financiamentos, etc. Porém, nas cooperativas de créditos, o clien- teios de prêmios em dinheiro.
te também pode ser dono do negócio. Assim como os bancos, as ​
cooperativas também são uma opção segura, pois suas atividades REFERÊNCIAS
são supervisionadas pelo Banco Central do Brasil, e contam com a
proteção do Fundo Garantidor de Crédito, que devolve o dinheiro Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinancei-
de depósito dos clientes até um valor determinado. ra/sfn, acesso em 13/07/2021.
Diferente dos bancos, as cooperativas de crédito não visam lu- Disponível em: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/
cro. cmn, acesso em 13/07/2021.
Disponível em: https://www.gov.br/fazenda/pt-br/assuntos/
Corretoras e Distribuidoras – São empresas constituídas sob cmn, acesso em 13/07/2021.
a forma de sociedade anônima, que intermediam investimentos Disponível em: http://novosite.susep.gov.br/, acesso em
14/07/2021.
entre as bolsas de valores e os investidores. Necessitam de obri-
Disponível em: http://www.susep.gov.br/menu/a-susep/
gatoriamente de autorização da CMV e do Banco Central para que
apresentacao?_ga=2.180533860.2111541974.1626328556-
possam atuar no SFN.
1054157232.1626220132, acesso em 14/07/2021.
Disponível em: http://www.susep.gov.br/setores-susep/seger/
Bolsa de Mercadorias e Futuros – Desde 2017, a BM&F Boves-
estrutura, acesso em 15/07/2021.
pa se uniu com a Cetip, formando a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), uma
Disponível em: https://www.gov.br/economia/pt-br/orgaos/
das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro do
entidades-vinculadas/autarquias/previc/acesso-a-informacao/ins-
mundo.
titucional/a-previc, acesso em 15/07/2021.
Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinancei-
Entidades Abertas de Previdência – Grupos que administram ra/cooperativacredito, acesso em 15/07/2021.
previdências privadas destinadas ao público em geral nem necessi- Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinancei-
dade de fazer parte de uma determinada categoria. Por exemplo, a ra/bancoscaixaseconomicas, acesso em 15/07/2021.
previdência oferecida pelos bancos e instituições financeiras. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinancei-
ra/instituicoesnaobancarias, acesso em 15/07/2021.
Instituições de Pagamentos – É uma pessoa jurídica que exerce Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinancei-
atividades de compra e venda e movimentação de recursos, através ra/administradoraconsorcio, acesso em 15/07/2021.
de um arranjo de pagamento, sem a concessão de empréstimos e fi- Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinancei-
nanciamentos. Assim, o cliente pode realizar transações financeiras ra/administradoraconsorcio, acesso em 15/07/2021.
sem a necessidade de vínculos com bancos ou outras instituições Disponível em: https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/sc.as-
financeiras; apenas utilizando um instrumento como cartão pré-pa- p?frame=1, acesso em 15/07/2021.
go ou aparelho móvel. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/, acesso em
As instituições são geralmente regulamentadas e fiscalizadas 15/07/2021., acesso em 15/07/2021.
pelo Banco Central. São classificadas nas seguintes modalidades: Disponível em: https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinancei-
• Emissor de moeda eletrônica: instituição que disponibiliza ra/instituicaopagamento, acesso em 15/07/2021.
o serviço do tipo pré-pago. Nesse caso, os recursos devem estar Disponível em: https://www.gov.br/cvm/pt-br/acesso-a-infor-
disponíveis no momento da transação. Como, emissores de cartão macao-cvm/institucional/sobre-a-cvm, acesso em 15/07/2021.
vale-refeição. Disponível em: http://www.b3.com.br/pt_br/b3/institucional/
• Emissor de instrumento de pagamento pós-pago: insti- quem-somos/, acesso em 15/07/2021.
tuição de pagamento que gerencia contas de pagamento do tipo
pós-paga, em que os recursos depositados já estão comprometidos.
Exemplo, instituições financeiras emissoras de cartão de crédito (o
cartão de crédito é o instrumento de pagamento).
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
É o local em que ocorrem as transações envolvendo moedas de
MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS (MER- diversos países (divisas internacionais). Essas operações consistem
CADOS MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE CAPITAIS E CAM- na troca de uma moeda base por outra moeda cotada, como paga-
BIAL) mentos, recebimentos, transferências, investimentos, etc.
Por ser globalizado, este mercado, tem seu funcionamento du-
rante 24 horas em cinco dias da semana; tendo ainda a facilidade
Mercado Monetário de ser descentralizado e eletrônico. É dividido em duas partes, sen-
O mercado monetário é um dos mercados que faz parte do do o mercado primário aquele que realiza transações por turistas,
mercado financeiro e do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Logo, importadores e exportadores, e o secundário, em que ocorrem as
é regulamentado e supervisionado pelo CMN e Banco Central do transações autorizadas pelo Banco Central. Ou seja, mercado cam-
Brasil. bial, é onde as moedas dos países são negociadas, possibilitando o
O mercado monetário é caracterizado pelas negociações de tí- comércio, turismo e investimentos internacionais.
tulos públicos do Tesouro Nacional (LTN LFN) e privados (CDB), de
curto e curtíssimo prazo, e tem desempenho fundamental com a
liquidez monetária, que por sua vez influencia toda economia, atra- MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA: POLÍTICAS MONETÁRIAS
vés da inflação e a taxa de juros. É por meio dos títulos públicos que CONVENCIONAIS E NÃOCONVENCIONAIS (QUANTITATIVE
o Banco Central atua neste mercado visando atingir os objetivos do EASING); TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS; O
governo quanto à inflação e a taxa de juros, visto que ao comprar DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BAN-
títulos públicos, ele aumenta a oferta de moeda no sistema, geran- COS COMERCIAIS NO BANCO CENTRAL DO BRASIL
do uma baixa na taxa de juros e uma alta na inflação e, ao vender
títulos públicos, ele diminui a oferta de moeda no sistema, gerando
uma alta na taxa de juros e uma baixa na inflação.
Políticas monetárias convencionais
Mercado de Crédito Política monetária convencional é um dos instrumentos para
O mercado de crédito é aquele onde se encontram os agentes manter a economia em plena estabilidade. Esse tipo de política
econômicos tomadores e tomadores de recursos. Os agentes eco- monetária é utilizado quando apenas os instrumentos básicos são
nômicos são as pessoas físicas e jurídicas e as instituições financei- capazes de equilibrar o mercado.
ras, que buscam e oferecem recursos e financiamentos. Sendo assim, é por meio dela que se dá o controle da oferta de
As principais operações são: dinheiro no país. Suas diretrizes são determinadas pelo Conselho
• Pessoa física - crédito ao consumidor, crédito consignado, monetário Nacional (CMN).
cheque especial, cartão de crédito, leasing, etc. Para controlar a oferta de dinheiro no país, a política monetária
• Pessoa jurídica - empréstimo para capital de giro, financia- atua utilizando as seguintes ferramentas:
mento de máquinas e equipamentos, financiamento de projetos, • Depósito Compulsório – É o valor mínimo que cada ban-
etc. co deve ter guardado em seus cofres ao final do dia, mesmo com
grande movimento de saque por parte dos clientes, este valor é
Essas relações tem algumas características que precisam ser uma espécie de reserva dos bancos. Existe um percentual de de-
definidas em contrato, que se fundamentam em normas e fiscaliza- pósito compulsório, porém, não é fixo. Quando o governo quer que
ções do mercado financeiro para que possam ser realizadas, como os bancos emprestem mais recursos, esse valor é reduzido; para o
os períodos que podem ser de curto, médio ou longo prazo; valor, caso de menos dinheiro circulando, há um aumento desse percen-
forma de liquidação, taxa de juros, riscos, garantias e destinação tual.
dos recursos. • Compra e venda de títulos públicos – Quando o governo
tem a necessidade de tirar dinheiro da economia, vende títulos pú-
Mercado de Capitais blicos ao mercado com uma taxa atrativa, mantendo o valor arreca-
É o ambiente composto por empresas e investidores. Muitas dado em caixa. No caso contrário, o governo recompra esses títulos
vezes as empresas necessitam de recursos para projetos diversos e públicos e permite uma oferta maior de crédito. É uma operação
buscam os investidores, que são as pessoas com recursos e interes- realizada pelo Banco Central, mantendo o equilíbrio de moeda na
se disponíveis. economia.
Sua principal função é possibilitar aos investidores boas opor- • Redesconto bancário – É a taxa cobrada pelo emprésti-
tunidades de investimento através de empresas que estão dispos- mo de dinheiro aos bancos que não conseguiram manter ao final
tas a aceitar novos sócios. do dia, o valor do depósito compulsório determinado pelo Banco
No mercado de capitais a empresa assume o compromisso de Central. Essa taxa é que vai determinar se ao longo do expediente
retorno com o investidor, através da emissão de títulos e ações, dis- os bancos emprestaram mais ou menos recursos; pois quando está
ponibilizadas no mercado. Dessa forma o mercado de capitais sur- baixa é mais favorável pegar dinheiro com o Banco Central para su-
giu para aproximar aqueles investidores que gostariam de investir prir o depósito compulsório.
em empresas e de empresas que precisam de recursos para proje- O governo pode também, através da política monetária, atuar
tos de investimento. de forma expansionista, deixando mais dinheiro na economia. Para
isso, basta diminuir o depósito compulsório, comprar títulos públi-
Mercado Cambial cos e diminuir a taxa de redesconto.
É um dos principais mercados existentes dentro mercado finan- Já, para reduzir a quantidade de recursos na economia e atuar
ceiro, fazendo parte do Sistema Financeiro Nacional, sendo norma- de forma contracionista, faz o processo inverso, aumentando o va-
tizado e supervisionado pelo CMN e pelo Banco Central. lor do depósito compulsório, vendendo títulos e elevando a taxa de
redesconto.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Políticas monetárias não convencionais (Quantitative Easing) As negociações ocorrem em duas etapas, a primeira chamada
Quantative Easing (QE) são formas de políticas monetárias não “ida”, pois é quando a instituição vende o título; a segunda chama-
convencionais. Apesar de não muito usuais, tem função de estimu- da “volta”, quando há a recompra do mesmo título. No momento
lar a economia. Utilizados quando a economia está em crise, com da negociação, deverão constar em contrato, algumas informações,
inflação muito baixa, taxas de juros também muito baixas; em que como a data da recompra e o valor, que geralmente é o mesmo.
o Banco Central já praticamente esgotou todas as formas conven- Podem adquirir títulos nessas condições qualquer pessoa física
cionais da política monetária. ou jurídica, no entanto, só poderá vender instituições autorizadas
Sãos medida em que o Banco Central compra títulos do gover- para este tipo de serviço e que sigam as normas previstas na Re-
no ou demais títulos do mercado para reduzir as taxas de juros e solução 3.339/20076, emitida pelo Conselho Monetário Nacional.
aumentar a oferta de dinheiro na economia. Alguns especialistas
consideram essas ações como políticas artificias de criação de moe- O debate sobre os depósitos remunerados dos bancos comer-
da, pois o dinheiro é circulado apenas de forma eletrônica. ciais do Banco Central do Brasil
Num cenário de possível recessão, apesar da demanda por cré- Foi aprovado em 22/06/2021, o Projeto de Lei nº 3.877/2020,
dito, as instituições financeiras irão se resguardar e manter dinheiro autorizando o Banco Central a receber das instituições financeiras
em seus caixas. Assim, é necessário que o Banco Central estimule a depósitos voluntários, mediante remuneração. Segue agora para
economia utilizando opções não convencionais. sanção do Presidente.
Esse aumento de liquidez impacta a economia, por exemplo, O objetivo é que o Banco Central disponha de mais um instru-
estimulando o consumo, investimentos e financiamentos; a moeda mento para controlar a quantidade de moeda que circula na econo-
perde o valor, aumentando a inflação até a sua meta; queda da taxa mia e também a inflação, sem aumentar a dívida pública.
de juros mais longas, proporcionando maior oferta de crédito. Atualmente o Banco Central utiliza como principal ferramenta
de controle de liquidez as operações compromissadas, porém esta
Taxa SELIC faz a dívida pública aumentar, pois é incluída diretamente em seu
A SELIC é a taxa básica de juros da economia e o principal ins- total.
trumento de política monetária aplicado pelo Banco Central do
Brasil. Ela é utilizada pelos bancos e outras instituições financeiras.
Quando um banco está precisando de dinheiro para fechar a conta
do dia, ele pode pegar um empréstimo com outro banco, dando ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL
como garantia títulos emitidos pelo Governo. A taxa Selic é a refe- E DÍVIDA PÚBLICA
rência para as demais taxas de juros da economia, ou seja, é a base
para definir o custo do crédito no Brasil.
Quando um banco pega dinheiro emprestado pagando a SELIC Orçamento Público
de juros para sustentar seu negócio, ele vai emprestar esse dinheiro Orçamento público é o planejamento público financeiro que
para seus clientes cobrando no mínimo, a SELIC mais seus custos. detalha o quanto haverá de entradas e saídas de dinheiro do gover-
Por isso que as taxas de juros cobradas nos empréstimos, financia- no para manter os serviços públicos funcionando em equilíbrio com
mentos, cheque especial, ou no cartão de crédito são maiores que as contas públicas.
a SELIC; pois as instituições incluem no valor principal custos opera- Existem três instrumentos importantes que devem ser conside-
cionais; o risco de inadimplência, a taxa de impostos e o seu lucro. rados no momento da definição desse orçamento nas esferas muni-
Quando a SELIC sobe, todas as outras taxas de juros aumen- cipal, estadual e federal:
tam. Com juros mais altos as pessoas pegam menos empréstimos e • Plano Plurianual (PPA) – Documento que prevê metas e
financiamentos. Esse movimento desestimula o consumo e favore- objetivos de médio prazo para o governo. Considerado um planeja-
ce a queda da inflação. Quando a SELIC é reduzida, as outras taxas mento estratégico de grandes investimentos. Contém a realização
de juros tendem a cair também, estimulando o consumo. Quem de obras grandiosas, como a manutenção ou construção de rodo-
decide a Taxa Selic é o COPOM (Comitê de Política Monetária). O vias, hidrelétricas, aeroportos etc. Além disso, o PPA é elaborado e
COPOM é formado pelo Presidente e pelos diretores do Banco Cen- discutido a cada quatro anos.
tral. Eles se reúnem oito vezes ao ano, a cada 45 dias, na sede do • Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – É elabora e dis-
Banco Central em Brasília. Nessa reunião é definido se a Taxa SELIC cutida anualmente para definir as prioridades de curto prazo do
aumenta, diminui ou se mantém. A taxa SELIC é uma meta defini- governo, além de orientar a maneira que serão executadas no ano
da pelo COPOM, portanto ela não é cumprida por força de norma, seguinte, como reajuste do salário-mínimo, tributos, o quanto o go-
e sim da compra e venda de títulos públicos do Governo Federal, verno deve poupar para pagar a própria dívida, investimentos em
uma operação que busca aproximar a taxa real da meta definida agências de fomento etc. O Presidente da República tem até a data
pelo COPOM. E esses títulos são negociados em um sistema admi- de 15 de abril para enviar esse documento para a Comissão Mista de
nistrado pelo próprio Banco Central, chamado Sistema Especial de Orçamento, que é formada com o intuito de analisar essa proposta,
Liquidação e Custódia, por isso, o nome da Taxa Selic. seguindo para a votação no Congresso. Essa votação deve ocorrer
até a data de 07 de julho; prazos definidos pela Constituição.
Operações Compromissadas • Lei Orçamentária Anual (LOA) – Plano de ação apresen-
Trata-se de uma operação de compra e venda através de ban- tado e discutido sempre no final do ano, com base nos objetivos
co ou outra instituição financeira, que é feita com o compromisso do PPA e nas prioridades da LDO. Nela estão descritas receitas e
de ser refeita, porém, ao contrário, envolvendo ativos financeiros, despesas. O Presidente da República tem até o dia 3 de agosto para
como títulos públicos, por exemplo. encaminhar esse documento à Comissão Mista de Orçamento, se-
Assim, o vendedor assume o compromisso de recompra do tí- guindo depois para o plenário do Congresso, onde será votado até
tulo, enquanto o comprador compromete-se a vender esse título o dia 22 de dezembro.
com a mesma instituição da primeira operação, em data menciona- Segundo a Constituição, esse é o caminho que o orçamento pú-
das pelas partes em contrato. blico deve percorrer, passando pelas etapas do PPA, LDO e LOA, de
forma organizada e planejada.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Títulos do Tesouro Nacional É uma espécie de empréstimo, com a administradora ou ins-
O Tesouro Direto é o Programa do Tesouro Nacional, em parce- tituição financeira, pois os comerciantes recebem em poucos dias
ria com a B3. Ao investir nesses títulos, os recursos serão empres- após a compra, mas o pagamento ocorre em um período posterior.
tados para o governo federal aumentar investimentos em saúde, Caso a fatura não seja paga na data, ocorrerão acréscimos de
educação, segurança etc. Em troca, o investidor recebe será remu- multas e juros. Se for paga na data do vencimento, com valor menor
nerado, através do principal mais juros. que o total, o cliente utilizará o crédito rotativo.
São investimentos considerados com o menor risco do merca-
do, pois estão 100% garantidos pelo Tesouro Nacional. A rentabili- Cartões de débito
dade varia conforme o título escolhido e se a remuneração é pré ou Ao realizar pagamentos utilizando os cartões de débito, o des-
pós-fixada; e se será recebido em parcelas semestrais ou acumula- conto será automático do saldo de conta corrente (saldo positivo ou
dos no vencimento. cheque especial). É considerado sempre como pagamento à vista,
Existem títulos de curto, médio e longo prazos, e todos pos- pois utiliza o dinheiro que já disponível.
suem liquidez diária; assim, o resgate antecipado pode ocorrer con-
forme a necessidade do investidor, pois a recompra dos títulos é ga- Rede de aceitação (adquirências)
rantida pelo governo. O Tesouro Nacional pagará o valor pelo qual o As adquirentes são as redes de aceitação de cartões, como a
título está sendo negociado na data; valor este que não é fixo. Cielo, Rede, GetNet, etc. São responsáveis por fazer a comunicação
Como os demais investimentos, existem as taxas de administra- da bandeira do cartão.
ção da instituição financeira e a taxa de custódia da B3, além de IR e Elas irão processar os dados e após alguns dias farão o repasse
IOF. Antes de investir é importante observar qual o título que possui do valor das compras aos lojistas, mediante taxa de transação.
as melhores condições conforme o objetivo do investidor. As adquirentes vão garantir algumas vantagens como, facilida-
Os títulos do Tesouro Nacional são: de na cobrança e menor taxa na transação. Porém, também podem
• Tesouro prefixado - Esse título vence em 01/07/2024. Tí- trazer alguns problemas, como falta de comunicação por alguns
tulo prefixado, ou seja, no momento da compra, você já sabe exata- instantes; nesse caso o lojista fica impossibilitado de receber suas
mente quanto irá receber no futuro (sempre R$ 1.000 por unidade vendas. Além do fato de, no caso algum serviço complementar ser
de título). Atualmente sua rentabilidade anual é de 8,14%, com in- necessário, deverá em muitos casos, optar pela contratação a parte,
vestimento mínimo de R$ 31,63. o que aumenta a burocracia para lojistas de pequeno porte.
• Tesouro IPCA+ - Esse título vence em 15/08/2026. Título Com o tempo, foram criadas as subadquirentes, que são in-
pós-fixado, uma vez que parte do seu rendimento acompanha a va- termediárias de pagamentos, fazendo a mediação entre lojistas e
riação da taxa de inflação (IPCA). Sua rentabilidade atual é de 3,74% adquirentes. Capazes também de aprovar transações, além de ter
e seu investimento mínimo é de R$ 59,02. serviços antifraudes.
• Tesouro SELIC - Esse título vence em 01/09/2024. Título Existem também as empresas conhecidas como gateways,
com rentabilidade diária vinculada à taxa de juros da economia que atuam apenas no mundo virtual, da mesma maneira que as
(taxa Selic). Isso significa que se a taxa Selic aumentar a sua rentabi- “maquininhas” de recebimento, porém, apenas nas empresas de
lidade aumenta e se a taxa Selic diminuir, sua rentabilidade diminui. e-commerce.
Rentabilidade atual de 0,2323%, com investimento mínimo de R$
108,12. Bandeiras de cartão
Empresas como Visa, Mastercard, Elo, etc. representam as
Dívida Pública bandeiras dos cartões. Elas trabalham para definir onde os cartões
É o conjunto de títulos emitidos pelo governo para obter di- serão aceitos, pois também indicam as máquinas dos estabeleci-
nheiro de seus cidadãos, de outros países ou do mercado financeiro mentos.
e custear suas despesas. Na venda desses títulos, o governo se com- Visa e Mastercard são as bandeiras mais aceitas no mundo; a
promete em receber o título e devolver o valor pago, acrescido de Elo é uma bandeira nacional, ainda aceita apenas no Brasil.
juros, na data de seu vencimento. Além da aceitação, a bandeira é responsável pela comunicação
O governo recorre a venda de títulos e se endivida, pois mui- entre ela, a empresa da máquina e o emissor do cartão no momen-
tas vezes, o valor da arrecadação de impostos não é suficiente para to em que ocorre a compra para a conclusão da transação.
cobrir todas as despesas e custos com serviços oferecidos a popu- A bandeira pode oferecer também promoções, descontos, se-
lação, compra de bens e serviços e com o pagamento de seus ser- guros e vantagens exclusivas para seus clientes. Quanto melhor a
vidores. modalidade do cartão, melhores serão os benefícios oferecidos.

Depósitos à vista, depósitos a prazo (CDB e RDB) e letras de


PRODUTOS BANCÁRIOS: NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDI- câmbio
TO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDI-
TO RURAL, POUPANÇA, CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA, Depósitos à vista
CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGUROS Conhecidos como depósitos em conta corrente, representam a
entrega de valores as instituições financeiras, para que sejam guar-
dados ou aplicados, com resgate total ou parcial no momento em
Cartões de crédito e débito que o cliente necessitar.
Cartões de crédito Também é uma forma de captação de recursos pelos bancos,
Para a utilização de cartões de crédito não é necessário ter di- porém, sem remuneração, já que possuem liquidez imediata.
nheiro em conta, pois as compras vêm para pagamento através de
uma fatura com prazo de vencimento de até 40 dias após o consu-
mo, ou em várias parcelas.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Depósitos a prazo É um serviço sem cobrança adicional para o cliente, além de
Investimentos em que o cliente deve aguardar o prazo de ven- ser considerada uma maneira de gerenciar recursos do cliente, pois
cimento para resgatá-lo, conforme contrato. dada a autorização, o banco pode também fazer o resgate de va-
Certificado de Depósito bancário (CDB) e Recibo de Depósito lores (resgate automático), transferindo-os da conta de aplicação
Bancário (RDB) são os principais instrumentos de depósitos a prazo. para a conta corrente quando houver necessidade da cobertura de
Considerados investimentos, pois são aplicados em troca de remu- possíveis valores que não estejam disponíveis.
neração de juros.
CDB – Possui liquidez diária e pode ser regatado a qualquer Commercial papers
momento (sob aviso prévio). Tem emissão digital e física. Suscetí- São títulos de crédito emitidos por empresas não financeiras
veis a incidência de IR e IOF, possuem garantia pelo Fundo Garanti- da modalidade Sociedades Anônimas (S.A’s), com necessidade de
dor de Crédito em até R$ 250.000,00 por título, (limitado a quatro captar recursos no mercado interno para financiar suas necessida-
por CPF ou CNPJ). des de fluxo de caixa.
RDB – Título de renda fixa emitido pelas instituições finan- Tem um prazo de mínimo de 30 dias e máximo de 180 ou 360.
ceiras. Nesse investimento o cliente empresta dinheiro para uma Para S.A’s de capital fechado é de até 180 e com capital aberto de
instituição financeira e no vencimento tem o retorno do capital in- até 360.
vestido mais o rendimento. Sofre incidência de IR e de IOF apenas É uma operação considerada alternativa para empréstimos
quando resgatado num prazo menor que 30 dias após a aplicação. bancários convencionais, possibilitando redução nas taxas de juros
Tem a segurança do Fundo Garantidor de Crédito nas mesmas con- devida eliminação da intermediação financeira e também mais ra-
dições do CDB. pidez e simplicidade na negociação entre tomadores e investidores.

Letras de câmbio LC’s) Arrecadação de tributos e tarifas públicas


São títulos de renda fixa que permitem que o dinheiro seja em- Toda a arrecadação de tributos e tarifas públicas, obrigatoria-
prestado a uma financeira. Podem ser pré e pós fixadas ou híbridas. mente transita pelas instituições financeiras para seu pagamento.
Pré fixada: Indicam a rentabilidade final no momento da apli- São serviços prestados através de convênios específicos de arreca-
cação inicial. dação e repasse.
Pós fixada: A rentabilidade total será apresentada apenas no Geralmente, o poder público mantém um banco preferencial
vencimento do título. conveniado para centralizar suas arrecadações e identificar paga-
Híbrida: Parte do valor está na modalidade pré e a outra meta- mento dos contribuintes.
de na pós fixada. Tributo: Cobrança coercitiva, realizada pelo agente público
São asseguradas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), no (união, estados e municípios) em relação à pessoa física e jurídica
valor de até R$ 250.000,00, com um limite total de R$ 1.000.000,00. (impostos, taxas e contribuições).
Sofrem incidência de IOF e também de IR. Tarifas Públicas: Pagamento de serviços realizados por conces-
sionárias (água, luz, telefone e gás).
Cobrança e pagamento de títulos e carnês
A movimentação de títulos e carnês tem objetivo de processar Home/office banking e remote banking
e controlar as operações realizadas com títulos e carnês enviados as Home/Office Banking: Tecnologia desenvolvida para que os
instituições financeiras por empresas ou pessoas físicas. clientes realizem operações bancárias fora das agências, através
dos recursos da internet, permitindo economia de tempo. Esse sis-
Boleto tema favorece também a redução de custos e expansão de serviços
Título de cobrança regulamentado pelo BACEN. É muito popu- para as instituições financeiras.
lar, podendo ser emitido por pessoas físicas e jurídicas, inclusive Remote Banking: Serviços disponíveis para que o cliente tenha
para pessoas que não possuem vínculo com algum banco, porém, acesso a todo tipo de acesso fora de uma agência. Objetiva reduzir
seu emissor dever ter conta corrente para que os valores recebidos custos de operação e geração de eficiência na relação entre ban-
sejam por lá, depositados. Seu pagamento pode ocorrer em esta- co e cliente. Ex. Banco 24 horas, atendimento telefônico, aplicati-
belecimentos variados, como supermercados, lotéricas, etc. O valor vos para celular e computadores diversos, atendimento via chat e
estará disponível em conta, um dia após a sua liquidação. Tem a WhatsApp.
facilidade de ser pago em supermercados, lotéricas, etc.
Para a realização deste serviço, os bancos estão autorizados a Corporate finance
cobrar tarifas conforme o contrato da conta corrente do cliente. É a prestação de serviços de instituições financeiras de inves-
timento, para grandes empresas em negociações de aquisições, ci-
Carnê sões, fusões, incorporações, etc.
Também um título de cobrança, representa a união de vários Os bancos, através de seus profissionais especialistas, auxiliam
boletos. São emitidos para compras parceladas, formalizando uma na análise de cálculo do valor das empresas envolvidas (valuation),
relação de crédito concedido entre vendedor e consumidor. Antes pesquisas de mercado para assegurar a justificativa da operação.
de sua emissão, é necessário análise dos dados do cliente, com a fi- Além desse serviço, o banco concede, em muitos casos, em-
nalidade de determinar se este tem condições de pagar pelo objeto préstimos ou apoio na captação de recursos internos ou externos
de compra. para a realização da operação. É cobrada uma comissão sobre a
operação, geralmente uma taxa fixa, acordada em contrato.
Transferência automática de fundos
Prestação de serviços em que a instituição financeira movimen-
ta recursos de uma ou mais contas correntes para um ou mais fun-
dos. Para isso, o cliente antecipadamente autoriza o banco o movi-
mentar suas contas.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Fundos mútuos de investimento A movimentação dos recursos ocorre através de transferência
São fundos de investimentos gerenciados por profissionais es- para a conta do tomador.
pecialistas no mercado financeiro. Os fundos gerenciam recursos de O limite de financiamento é determinado pela análise de crédi-
um grupo de investidores, em carteiras diversificadas de títulos e to do cliente e sua capacidade de pagamento. Os pagamentos po-
valores mobiliários, com divisão de recursos (cotas de participação) dem variar conforme a necessidade da empresa.
em partes iguais para todos. Os bancos comerciais costumam ter muitas opções para finan-
Os fundos são individuais, cada um com seu grau de risco e ciamento de capital de giro quanto a prazos, taxas, garantias. Po-
custo de serviços definidos desde o início. Os recursos arrecadados rém, ocorre dessa modalidade de financiamento ter taxas de juros
com as vendas das cotas são investidos em títulos, que resultarão mais baixas. Os recursos liberados podem ocorrer de forma isolada
na rentabilidade dos fundos ou associada a investimentos fixos e possuem incidência de IOF.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão responsá- As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fidu-
vel por normas, registros, autorizações, e supervisão dos fundos. ciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc.

Hotmoney Vendor Finance e Compror Finance


São empréstimos de curtíssimo prazo (de 1 a 29 dias), desti- Vendor finance: É a operação de financiamento em que a ins-
nados as pessoas jurídicas para financiar o capital de giro. Nesse tituição financeira intercede por meio de convênio à negociação de
sistema, os recursos são transferidos entre mercados, com rapidez compra de venda entre duas empresas.
e eficiência referente aos ganhos. No entanto, suas taxas de juros A negociação é formalizada em contrato com a empresa ven-
são altas e seus prazos de pagamento, muito pequenos. dedora, mencionando que o banco financiará recursos para a com-
As empresas optantes pelo hotmoney contratam o serviço pradora, realizando o pagamento da compra à vista, mediante des-
através de instituição financeira e celebração de contrato. conto.
Neste caso, apenas a empresa vendedora é cliente do banco,
Contas garantidas por isso, celebra o contrato, a empresa compradora, que recebe o
É uma linha de crédito disponível na conta corrente para utili- crédito não precisa ser correntista.
zação no curtíssimo prazo. Está vinculada a uma garantia, como al- Compror finance: É a operação de financiamento em que a ins-
gum recebível ou garantia real (hipoteca, penhor, anticrese). Após a tituição financeira intermedia através de convênio uma negociação
realização do contrato entre cliente e instituição financeira, o limite de compra e venda entre duas empresas. Nesta situação, a empre-
estabelecido é disponibilizado. sa compradora, cliente do banco firma contrato para aquisição de
Costumam ter taxas de juros mais baixas e limite de crédito mercadorias a vista, sendo financiada pela instituição financeira.
mais elevado devido as garantias. Não há necessidade do envolvimento da vendedora. O paga-
mento acontecerá em data futura, acordado em contrato.
Crédito rotativo
Modalidade de crédito muito utilizada para pagamento de car- Leasing (tipos, funcionamento, bens)
tões de créditos, porém, também para cheque especial, caução de Leasing é um arrendamento mercantil. Neste processo, exis-
duplicatas. Pessoas físicas e jurídica podem contar com este recur- tem duas partes envolvidas, que podem ser tanto pessoas físicas
so. como jurídicas.
O limite de crédito é utilizado em um período curto, mediante O arrendatário é que tem o direito da posse de uso temporário
o pagamento com juros. de um bem, em troca do pagamento de parcelas mensais a empresa
Ex. Fatura do cartão de crédito no valor de R$ 5.000,00; com que fez o arrendamento. É uma forma de desfrutar do bem, sem ne-
pagamento mínimo obrigatório de R$ 1.000,00; pagamento reali- cessidade de comprá-lo. Para que essa relação aconteça, é preciso
zado de R$ 800,00. O saldo restante a pagar de R$ 4.200,00 é o do arrendador (empresa).
crédito rotativo. Existem três tipos de leasing:
a) Leasing financeiro: de longo prazo, em que o cliente manifes-
Descontos de títulos ta o interesse na aquisição do bem. Ao finalizar o contrato, o bem já
Modalidade de crédito, conhecida como a antecipação de re- terá sido pago. Caso não haja interesse em permanecer com o bem,
cebíveis que o cliente tem e já apresentou a instituição financeira este será vendido e se o recebido for menor que o valor de aqui-
como forma de garantia (nota promissória, cheques, etc.). sição, o arrendatário pagará por essa diferença; sendo este valor
Por essa antecipação, o banco cobra uma taxa, chamada de maior, receberá o valor correspondente; chamado de Valor Residual
taxa de redesconto, definida a partir de um percentual sobre o valor Garantido (VRG). Para os bens com vida útil de até cinco anos, o pra-
nominal ou futuro do título. Nessa antecipação de recurso incide o zo do contrato será de dois anos. Já os bens com vida útil superior a
IOF; e outros encargos bancários contratuais. cinco anos, o contrato deverá ser de no mínimo, três anos.
É geralmente utilizado por pessoas jurídicas, mas pessoas físi- b) Leasing operacional: de curto prazo, em que o arrendatá-
cas também tem acesso. rio manifesta logo de início sua opção por não obrigatoriedade em
adquirir o bem. São três opções ao final desse contrato: adquirir o
Financiamento de capital de giro bem, renovar o bem, ou não renovar. Nessa modalidade, não existe
O financiamento do capital de giro pode ocorrer de duas for- o VRG. Prazo mínimo de contrato, por 90 dias, não podendo ultra-
mas: passar 75% da vida útil do bem.
a) Quando o capital de giro não está vinculado a algum gasto c) Sale and leaseback: modalidade em que o arrendatário ven-
exclusivo. de o bem a um terceiro, no entanto, continua fazendo uso deste por
b) Quando está vinculado a compra de insumos ou material de meio de aluguel, formalizado em contrato.
estoque.
Todos os contratos de leasing podem ter bens móveis e imó-
veis.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Financiamento de capital fixo São necessárias garantias como penhor, aval, fiança, hipoteca,
As instituições financeiras não tem muita opção para crédito etc.
quando se trata de capital fixo. Esse capital geralmente necessita A lei que define o crédito rural é a Lei nº 4.829, de 05/12/1965.
de valores muito altos, o que gera muita insegurança nos bancos, O pagamento será realizado conforme seu valor original e po-
quanto ao cumprimento dessa obrigação, pelo volume de recursos derá ser desde uma única parcela, ou amortizações conforme con-
e pelo período de amortização muito longo. trato.
Os recursos são liberados para financiar itens que contribuam
para o crescimento e desenvolvimento e funcionamento das em- Cadernetas de poupança
presas, como máquinas e equipamentos, instalações, etc. A aplicação mais popular, devido sua segurança e facilidade e
Assim, as instituições governamentais se dispõem com maior liquidez imediata.
facilidade a financiar em longo prazo, o capital fixo; como o Banco Pode ter resgate em qualquer momento, porém a remunera-
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). ção só ocorrer para valores que ficam parados a partir de 30 dias.
As modalidades de crédito são: Para cálculos de juros, será observado o índice de 0,5% a.m., sem-
Crédito Direto ao Consumidor (CDC): Concedidos por bancos e pre que a taxa SELIC for maior que 8,5% a.a.; se a meta for inferior
financeiras, as pessoas físicas e jurídicas, na aquisição de bens e ser- ou igual a 8,5% a.a., o índice corresponderá a 70% do valor da meta.
viços. Com pagamentos geralmente realizado em prestações men- A poupança foi criada para estimular o sistema habitacional do
sais. Com incidência de juros, IOF e taxas de abertura de crédito. país.
CDC com Interveniência (CDCI): Liberados apenas para empre- Não há limite de aplicação ou de resgate. Está isenta da tri-
sas exclusivos intermediários de seus clientes, garantindo o paga- butação do IR e IOF. Os bancos não cobram pela manutenção das
mento. Tem os mesmos prazos e taxas do CDC, porém, menores; cadernetas de poupança.
pois não há risco por parte do cliente, mas sim, do seu intervenien-
te. Financiamento à importação e à exportação: repasses de re-
Crédito Direto (CD): Semelhante ao CDCI, em que a instituição cursos do BNDES
se apropria da carteira dos lojistas e assume os riscos do crédito. Importação
Crédito Automático por Cheque: Concedido aos clientes espe- O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN-
ciais, como um cheque especial. Com pagamento parcelado, com DES) é uma empresa pública e um dos maiores bancos de desenvol-
taxas de juros pré fixadas ou flutuantes, aceitas pelos clientes e vimento do mundo.
acordadas em contratos. Por se tratar de um banco público e instrumento principal da
União para financiamento e investimento de longo prazo; antes de
As garantias para essa linha de crédito incluem alienação fidu- conceder crédito, avalia o impacto que esse recurso causará nos
ciária, penhora de recebíveis, hipoteca, etc. setores socioambiental e econômico do Brasil.
Assim, antes de conceder financiamentos para a importação
Crédito direto ao consumidor fará uma análise minuciosa para identificar se o bem a ser adquirido
Linha de crédito, também conhecida como empréstimo pesso- não possui semelhança ou equivalência a outro produzido interna-
al; destinada geralmente a pessoas físicas. Realizado por instituição mente. Pois, a importação desse item permitiria concorrência para
bancária ou instituição particular (como lojas de departamento). Os a produção daquele já existente, causando prejuízos e danos eco-
juros são considerados altos, devido a poucas garantias, pois o valor nômicos a economia e ao desenvolvimento sustentável da nação.
é descontado diretamente da conta corrente. Conforme o BNDES:
“O apoio à importação de bens ficará condicionado à compro-
Crédito rural vação de inexistência de similar nacional, utilizando-se, para essa
Crédito destinado aos produtores rurais, cooperativas de pro- comprovação, um dos seguintes documentos:
dutores rurais, associação de produtores rurais, etc. Os recursos são a) Resolução da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) com a
disponibilizados por instituições financeiras, considerados especiais lista de bens contemplados pelo regime de Ex-tarifário, constando
por terem taxas de juros abaixo do mercado. o bem a ser financiado. A Resolução deverá estar em vigor na data
Seu objetivo é estimular o crescimento da área rural, incenti- da aprovação e da contratação da operação;
vando e fortalecendo pequenos produtores, desenvolvendo as ati- b) Anotação realizada pelo Departamento de Comércio Exte-
vidades florestais e pecuárias, aumentando a produção através de rior (DECEX) na própria licença de importação do bem financiado,
métodos eficazes; estimulando a geração de renda e a mão de obra atestando a inexistência de similar nacional;
para agricultura familiar e aquisição de equipamentos. c) Atestado de entidade representativa ou de classe, de âmbito
Financia as atividades de custeio, investimento e beneficia- nacional e que já prestem serviço semelhante para a Secretaria de
mento ou industrialização. Serve também para o custeio de despe- Comércio Exterior, de inexistência
sas de produção, investimento na produção e custeio das despesas de produção ou similar nacional.
pós produção. Em caso de oposição das partes interessadas (Postulante, In-
Por ser um programa do governo tem algumas, devem ser obe- tervenientes, dentre outros) em relação ao referido atestado, será
decidas algumas exigências: solicitado ainda laudo técnico emitido por entidade tecnológica de
• Idoneidade reconhecida idoneidade e competência técnica, preferencialmente
• Orçamento do Projeto e viabilidade econômica contendo os seguintes fatores: produtividade, qualidade, prazo de
• Acompanhamento do cronograma indicado no projeto entrega usual para o equipamento, fornecimentos anteriores, con-
• Fiscalização do financiador sumo de energia e de matérias-primas e outros fatores de desem-
• Cumprimento das regras de zoneamento. penho específicos do caso;

Pode ser concedido para pessoas físicas ou jurídicas, inclusive


para quem não é produtor rural; desde que esteja vinculado a ativi-
dades pertinentes a agricultura, pecuária, pesquisa, etc.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
d) Comprovação de credenciamento do Beneficiário perante Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Supplier Cre-
o CNPq, mediante publicação do respectivo certificado no D.O.U., dit
e (ii) da apresentação da licença de importação dos bens deferida 1. Após aprovada pelo BNDES a operação na modalidade Su-
pelo CNPq, extraída do Sistema Integrado de Comércio Exterior – pplier Credit, o Exportador pode embarcar os produtos/executar os
SISCOMEX, nos casos de dispensa de exame de similaridade previs- serviços para o Importador.
tos na Lei 8.010, de 1990. 2. O Importador apresenta títulos ou cartas de crédito emitidos
em favor do Exportador.
Observações 3. O Exportador realiza o endosso dos títulos ou a cessão das
Os critérios mencionados serão observados, no que couber, cartas de crédito em favor do BNDES.
para o financiamento de serviços importados. 4. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação com-
No que se refere ao item “c” anterior, o BNDES: probatória da exportação e o pedido de liberação de recursos.
I. terá a faculdade de acolher ou não a indicação, feita pelas 5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or-
partes interessadas, de entidade representativa ou entidade tec- dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.
nológica como responsáveis pela comprovação da inexistência de 6. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Ex-
produção ou similar nacional; portador.
II. não ficará vinculado ao entendimento constante dos docu- 7. Após o término da carência de principal do financiamento, o
mentos apresentados pelas referidas entidades sobre a inexistência Importador inicia a amortização das prestações, via Banco Manda-
de similar nacional; tário, até a total liquidação financeira do contrato.
O BNDES poderá, caso entenda necessário e em caráter com- 8. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os pagamentos ao
plementar, consultar os fabricantes nacionais sobre a existência de BNDES, até a total liquidação do financiamento.
produção ou similar nacional”.
Buyer credit
Exportação Financiamento à exportação mediante celebração de contrato
O BNDES financia as exportações, atuando no pré embarque, com o importador, com interveniência do exportador. Operações
com apoio a produção e no pós embarque, quando a produção já mais complexas e que envolvem diretamente o importador es-
está sendo comercializada. Esse crédito permite a competitividade trangeiro são em geral realizadas por meio desta modalidade. Veja
das empresas em âmbito internacional, trazendo retornos positivos como funciona:
na economia interna. • O BNDES concede ao importador financiamento mediante a
De acordo com o BNDES: celebração de contrato de financiamento, firmado entre o BNDES e
“Pré-embarque – financiamento à produção para exportação o importador, ou entre o BNDES e o devedor, com a interveniência
O produto BNDES Exim Pós-embarque compreende as seguin- do exportador.
tes linhas de financiamento: BNDES Exim Pós-embarque Bens, BN- • O BNDES desembolsa os recursos ao exportador, em reais,
DES Exim Pós-embarque Serviços, BNDES Exim Pós-embarque Aero- no Brasil.
naves e BNDES Exim Automático. • O importador ou o devedor pagará ao BNDES no prazo defi-
No produto pós-embarque, o objeto do financiamento é a nido.
comercialização de bens e serviços brasileiros. Nesse caso, o BN- • O banco mandatário realiza as transferências de recursos e
DES antecipa à empresa brasileira exportadora o valor dos bens ou documentos relativos à operação.
serviços devidos pelo importador estrangeiro. Esse desembolso de
recursos se dá em reais no Brasil, e o importador estrangeiro passa Fluxo Operacional – BNDES Exim Pós-embarque Buyer Credit
a dever ao BNDES. Portanto, não há remessa de divisas ao exte- 1. O Exportador firma um contrato comercial com o Importa-
rior. O pagamento do financiamento pelo importador estrangeiro dor, para entrega futura de bens/serviços.
é realizado por intermédio de banco mandatário, que entre outras 2. O Exportador encaminha ao BNDES a consulta prévia, com
atribuições, fecha o câmbio e repassa o valor em reais ao BNDES. informações sobre a operação de exportação. O BNDES avalia, de
O financiamento à comercialização pode ser realizado por meio acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e aprova a
de duas modalidades operacionais: supplier credit ou buyer credit, operação, que é formalizada por meio de um contrato de financia-
além da linha BNDES Exim Automático. mento com o Importador/devedor, com interveniência do Expor-
tador.
Supplier credit 3. O Exportador embarca os produtos/executa os serviços ao
Refinanciamento ao exportador por meio do desconto de títu- Importador.
los. Veja como funciona: 4. O Exportador envia documentos comprobatórios da exporta-
• O exportador concede ao importador financiamento por ção e quaisquer outros relacionados no contrato de financiamento
meio de carta de crédito, letras de câmbio ou notas promissórias. para o Banco Mandatário.
Esses títulos deverão ser cedidos ou endossados pelo exportador 5. O Banco Mandatário envia ao BNDES a documentação e o
ao BNDES. pedido de liberação de recursos.
• O BNDES realiza o refinanciamento mediante o desconto dos 6. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or-
instrumentos de pagamento, e desembolsa os recursos ao exporta- dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário.
dor, à vista, em reais, no Brasil. 7. Em seguida, o Banco Mandatário repassa os recursos ao Ex-
• O importador pagará ao BNDES no prazo definido. portador.
• O banco mandatário realiza as transferências de recursos e 8. Após o término da carência de principal do financiamento, o
documentos relativos à operação. Importador inicia a amortização das prestações, até a total liquida-
ção financeira do contrato.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
BNDES Exim Automático Não possui liquidez imediata e de acordo com o contrato, po-
Apoio à comercialização no exterior de bens de fabricação na- derá ou não ser resgatada antes do vencimento. Sendo possível, o
cional mediante a abertura de linha de crédito a instituições finan- valor será menor do que o valor total pago até o momento.
ceiras no exterior. O importador terá acesso ao financiamento do
BNDES para adquirir bens brasileiros, por meio de bancos no seu Planos de aposentadoria e pensão privados.
próprio país. O desembolso de recursos pelo BNDES ao exporta- Plano de previdência privada é um tipo de produto financeiro,
dor, por intermédio do banco mandatário, é realizado em reais, no uma forma de seguro em que o investidor acumula capital, remune-
Brasil. Por sua vez, o banco no exterior, responsável pelo risco da rado conforme as aplicações escolhidas pelo administrador do pla-
operação, efetua os pagamentos via banco mandatário ao BNDES. no. O fundo de previdência é o canal de investimento dos planos.
A Previdência privada foi criada com o objetivo de complemen-
Fluxo Operacional – BNDES Exim Automático tar a previdência social, porém, também, como um seguro para os
1. O Exportador realiza uma negociação comercial com o Im- trabalhadores que não contribuem para o INSS.
portador, para entrega futura de bens. Os principais planos são PGBL e VGBL, que se diferenciam pela
2. O Banco no exterior aprova o crédito do Importador. tributação. No VGBL, a incidência do IR ocorre apenas sobre os ren-
3. O Exportador encaminha ao BNDES o pedido de financia- dimentos; no PGBL o IR incide sobre o valor resgatado ou no rece-
mento, com informações sobre a operação de exportação. O BNDES bimento da renda.
avalia, de acordo com parâmetros previamente estabelecidos, e ho- Conforme a SUSEP:
mologa a operação. “VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e PGBL (Plano Gera-
4. O Exportador embarca os bens ao Importador envia docu- dor de Benefícios Livres) são planos por sobrevivência (de seguro
mentos comprobatórios da exportação para o Banco Mandatário, de pessoas e de previdência complementar aberta, respectivamen-
que envia ao BNDES a documentação e o pedido de liberação de te) que, após um período de acumulação de recursos (período de
recursos. diferimento), proporcionam aos investidores (segurados e partici-
5. O BNDES analisa a documentação e, caso esteja em boa or- pantes) uma renda mensal - que poderá ser vitalícia ou por período
dem, realiza o desembolso de recursos ao Banco Mandatário. determinado - ou um pagamento único. O primeiro (VGBL) é clas-
6. Em seguida, o Banco Mandatário libera os recursos ao Ex- sificado como seguro de pessoa, enquanto o segundo (PGBL) é um
portador. plano de previdência complementar.
7. Após o término da carência de principal do financiamento, No caso do PGBL, os participantes que utilizam o modelo com-
o Banco no exterior inicia a amortização das prestações, até a total pleto de declaração de ajuste anual do I.R.P.F podem deduzir as
liquidação do financiamento”. contribuições do respectivo exercício, no limite máximo de 12%
de sua renda bruta anual. Os prêmios/contribuições pagos a pla-
Cartões de crédito nos VGBL não podem ser deduzidos na declaração de ajuste anual
Modalidade de crédito que beneficia o consumidor no mo- do I.R.P.F e, portanto, este tipo de plano seria mais adequado aos
mento da compra de um produto ou serviço, já que o vencimento consumidores que utilizam o modelo simplificado de declaração de
da fatura (documento que detalhas as despesas) ocorrerá em data ajuste anual do I.R.P.F ou aos que já ultrapassaram o limite de 12%
posterior, inclusive com situações de parcelamento. Por isso, não é da renda bruta anual para efeito de dedução dos prêmios e ainda
necessário dispor de dinheiro no momento da aquisição. desejam contratar um plano de acumulação para complementação
No entanto, o vendedor/prestador receber em poucos dias de renda”.
através da instituição financeira ou da administradora de cartões.
Caso o valor não seja pago com atrasos ou em data diferente do Planos de seguros
vencimento, há incidência de juros conforme contrato. Seguro é todo contrato pelo qual uma das partes, segurador,
se obriga a indenizar a outra, segurado, em caso da ocorrência de
Títulos de capitalização determinado sinistro, em troca do recebimento de um prêmio de
Título de crédito, regulamentado pela Superintendência de seguro. Os seguros são acionados por diversas ocasiões, por isso
Seguros Privados (SUSEP) com prazo e regras estabelecidos em existem os planos de seguro.
contrato. É conhecido popularmente como uma forma segura de Os planos de seguros fazem parte do Sistema Nacional de Se-
guardar dinheiro e concorrer sorteio de prêmios. guros Privados; instituído pelo Decreto Lei nº 73/1.966. Constituído
O capital é separado em três partes: pelo Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP; pela Superin-
1ª. É acumulada com juros corrigidos ao longo do tempo. tendência de Seguros Privados – SUSEP; pelos resseguradores; por
2ª. Destinada para custear os sorteios. sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e por corre-
3ª. Reservada para custear as despesas administrativas. tores habilitados.
Além de ser vendido em agências bancárias, pode ser encon- Um plano de seguro é um serviço oferecido por empresas pri-
trado em lotéricas, correios, etc. Suas principais características são: vadas que disponibilizam atendimentos para situações de sinistro.
• Prazo de vigência – mínimo de 12 meses, organizadas em sé- Os planos são individualizados para atender cada cliente conforme
ries visíveis no próprio título, com emissão de ao menos, 10.000 suas necessidades. Para isso, é necessário formalizar o plano atra-
unidades. vés de um contrato chamado apólice.
• Forma de pagamento – mensal, periódico ou único. A apólice é o contrato da cobertura com direitos e obrigações
para as partes envolvidas. Nela devem constar todas as informa-
Muitas vezes, o título de capitalização pode ser confundido ções sobre o objeto do seguro, como dados do segurado e do bem
com uma espécie de poupança com premiação através de sorteios, a ser coberto, período de contratação, localização do bem, riscos
porém, no final do contrato, o valor resgatado é menor que o valor envolvidos, prêmio, tipos de sinistros, valor e condições gerais da
inicial investido. Sua rentabilidade mínima oferecida deve ser a par- indenização, franquia. Os planos de seguro são contratados como
tir do valor da Taxa Referencial (TR), somada a 20% da taxa de juros forma de prevenção, no entanto podem não se concretizar, caso
mensal aplicada a caderneta de poupança. não haja sinistros.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Características de Contratos de Câmbio
NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS Operações que envolvem a movimentação de valores para o
exterior. Implica uma negociação de troca de moedas, regulamen-
tado pelo BACEN, através da circular nº 3591, de 16/12/2013. Nesse
É o ambiente onde são negociados os títulos que representam contrato, devem constar as partes interessadas, ou seja, a institui-
o capital das empresas (ações) ou títulos de dívidas (debêntures). ção que está autorizada a operar o câmbio, a parte que está no Bra-
Neste local se encontram empresas e investidores (pessoas físicas e sil e a parte que se encontra no exterior.
jurídicas). As empresas estão em busca de alavancar seu capital de É necessário, discriminar no documento; o custo da operação,
giro ou fixo através da emissão de títulos. São operações geralmen- a taxa de câmbio, o prazo para liquidação da operação, o intermedi-
te de longo prazo, sem a intermediação de instituições financeiras, ário (casa de câmbio) e a taxa da comissão de corretagem.
porém, as instituições responsáveis pela negociação entre empre-
sas e investidores devem estar autorizadas a operar no Sistema Fi- Taxas de Câmbio
nanceiro Nacional. Processo da relação de troca entre moedas. É possível quan-
As ações são os títulos mais negociados no mercado de capi- tificar como o montante de Real necessário para trocar por dólar,
tais. Podem ser ordinárias (com direito a votos) ou preferenciais euro, etc.
(preferência na distribuição de resultados). A relação entre a taxa de Câmbio surge entre a demanda e a
O mercado de capitais é constituído por: oferta pelas demais moedas em relação ao Real.
• Bolsa de Valores – Local onde as companhias são listadas. Exemplo: Os exportadores compram produtos no Brasil e ven-
• Corretoras – Responsáveis pelo intermédio entre Bolsas e dem para o resto do mundo, logo, recebem dos compradores em
investidores. dólar que entram na economia brasileira. Enquanto isso, no Bra-
• Bancos – Responsáveis pelos estudos de viabilidade das sil, os fornecedores precisam receber em Real. Já, os importadores
empresas. compram mercadorias no exterior e trazem para o país, vendem
• CVM – Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador e recebem em Real; porém, os fornecedores estrangeiros querem
desse mercado. levar dólares para o exterior. Temos assim, a relação de oferta e de-
O mercado de capitais está dividido em outros dois mercados: manda, com exportadores ofertando dólares e precisando de reais
 Mercado primário –Quando uma empresa lança pela pri- e importadores oferecendo reais e precisando de dólares. Assim de-
meira vez um título. manda e oferta se igualam, criando um equilíbrio, a chamada taxa
 Mercado secundário – Quando um título já está em poder de câmbio.
de um investidor, porém, este o oferece no mercado, devido a ne-
cessidade de liquidez. Taxa de câmbio alta desestimula importações, pois produtos
e insumos importados ficam mais caros e com isso, uma possível
redução da oferta de produtos no mercado interno. A inflação ten-
NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO: INSTITUIÇÕES AUTO- de a se elevar e as demandas internacionais por bens e serviços
RIZADAS A OPERAR E OPERAÇÕES BÁSICAS aumentam.
Quando a taxa de câmbio está baixa, há um estímulo as impor-
tações de produtos e insumos importados mais baratos. Ocorre au-
Instituições Autorizadas a operar mento da competitividade entre produtos nacionais e estrangeiros.
As instituições que operam neste mercado são os bancos múlti- A tendência da inflação é diminuir demandas internacionais por
plos, bancos comerciais, caixas econômicas, bancos de investimen- bens e serviços.
to, bancos de câmbio (realizam todas as operações previstas para o
mercado de câmbio). Remessas
Os bancos de desenvolvimento, agências de fomento e as so- Representam uma forma segura do envio de dinheiro para fora
ciedades de crédito, financiamento e investimento; podem execu- do país, sendo muito semelhante a uma transferência entre contas.
tar apenas algumas operações autorizadas pelo BACEN. Por ocorrer entre países diferentes, possuem regras específicas, por
As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, socie- exemplo, na compra é necessário a comprovação de uma fatura pró
dades distribuidoras de títulos e valores mobiliários e sociedades forma, documento que registra e formaliza a intenção da compra e
de câmbio; realizam operações de câmbio com clientes para liqui- venda; com o objetivo de rastrear a origem das transações, evitan-
dação de até US$ 100 mil ou em moedas de outras nacionalidades e do fraudes e evasão de divisas de um país para outro.
operações no mercado interbancário, arbitragens no país e através Dados pessoais e bancários são necessários para ajudar os go-
de banco autorizado a operar no mercado de câmbio e arbitragem vernos dos países envolvidos na transação e identificar origem da
com o exterior. saída e destino desse envio.
É preciso contar com uma instituição financeira para interme-
Operações Básicas diar esse processo.
Qualquer modalidade de pagamentos ou recebimentos em O motivo do envio também deve ser explicado, para que se
moeda estrangeira, inclusive, aplicações no mercado financeiro ex- adeque ao enquadramento de câmbio do BACEN do Brasil.
terno, transferências. A remessa internacional é uma operação sujeita ao IOF e tam-
Todas as operações de câmbio são formalizadas e registradas bém outros impostos sobre o valor, dependendo do enquadramen-
no sistema de câmbio – Sistema Integrado de Registro de Opera- to do BACEN. Os enquadramentos mais comuns são: pagamento de
ções de Câmbio. cursos, manutenção de residências e compra de imóveis no exterior.
Além disso, uma taxa de envio deve ser paga a instituição que
viabiliza a transação; o valor muda de instituição para instituição.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SISCOMEX
Programa integrado de comércio exterior que possibilita as IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTA-
operações de compra e venda no mercado internacional. ÇÕES E IMPORTAÇÕES
Foi criado em 1992, iniciando suas operações na exportação no
ano seguinte; e em 1997 foi implantado seu módulo de importação.
Integra todo o país na área de comércio exterior, sendo ope-
racionalizado pela rede SERPRO. Para sua utilização, é necessário o Quando a taxa de câmbio está alta e o real desvalorizado, são
cadastro da empresa na Receita Federal, para os processamentos necessários muitos reais para comprar um dólar.
de registros na importação e exportação. Por exemplo, no caso de um produtor de soja que exportará
Seu objetivo é simplificar e padronizar as operações de comér- sua mercadoria que é cotada em dólar, por se tratar de uma com-
cio exterior, agilizando as operações de embarque de mercadoria, moditie; haverá necessidade de multiplicar o preço em dólar por
diminuindo o período de liberação dos importados, dispondo de muitos reais. Assim, será uma ótima oportunidade para essa ex-
controle automático, gerando dados confiáveis, inibindo possíveis portação. As exportações então, estarão estimuladas, com isso o
fraudes, ampliando atendimentos, motivando a entrada de novas produtor brasileiro ganhará dinheiro. No entanto, as importações
empresas do comércio exterior. serão desestimuladas, pois será necessário comprar em dólares,
nessa conversão, multiplicar o valor em dólar por uma taxa de câm-
bio muito alta, pagando muito caro pela mercadoria importada.
O contrário ocorrerá quando o real estiver valorizado. As expor-
REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E RE- tações serão desestimuladas e as importações estimuladas.
GIMES INTERMEDIÁRIOS

Regimes de taxas de câmbio fixas DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊMIOS


Quando o governo do país estabelece uma paridade fixa entre DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E SEUS IMPACTOS SOBRE
sua moeda e a moeda estrangeira. AS TAXAS DE CÂMBIO

Regime de câmbio flutuante


Quando o preço da moeda é estabelecido pela competição Diferencial de juros internos e externos
ente a oferta e a demanda da mesma no mercado doméstico. Houve um certo momento no Brasil, que o regime de câmbio
Regimes intermediários foi praticamente fixo. Isso aconteceu na década de 90, quando a
Também chamada de flutuante suja, pois o Banco Central tem diferença de juros interno e externo era uma variável fundamen-
interferência frequente nesta cotação, ou seja, se entrou muito dó- tal para a política monetária interna. Os juros altos atraíam capitais
lar no país e a taxa de câmbio tende a cair muito, o Banco Cen- estrangeiros e mantinham o câmbio fixo, suportando também a in-
tral faz a compra dessa moeda, para assim, tirá-la da economia, flação.
mantendo seu preço. A situação contrária também ocorre, quando Ao ser adotado regime de metas de inflação, em 1999, os ju-
saem muitos dólares da economia, fazendo com que o preço fique ros internos passaram ser fixos apenas com o objetivo controlar a
muito elevado, o Banco Central normalmente vende a quantidade inflação.
dessa moeda que tem em caixa, para segurar seu preço. Atualmente a diferença entre os juros internos e externos ain-
Banda cambiais, nesse caso a taxa de câmbio pode variar den- da é importante para o equilíbrio da economia e para o câmbio,
tro de um limite pré-estabelecido pelo Banco Central. Foi adotado pois quando os juros internos estão baixos, os capitais buscam in-
durante um período no Plano Real. vestimentos fora do país, e quando os juros internos estão altos,
capitais nacionais permanecem e entram recursos estrangeiros bus-
cando rendimentos.

TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS Prêmio de risco


É a relação entre o risco e o rendimento que se espera de um
investimento. Pode ser considerado como a diferença entre o re-
Taxas de câmbio nominais torno de um investimento com risco comparado a um investimento
Conceito mais frequente e utilizado entre as taxas de câmbio. É sem risco.
o valor da moeda em referência a outra. Por exemplo, ao comparar duas aplicações financeiras, a pri-
meira tem o rendimento de 10% a.a. garantido e a segunda, pode
Taxas de câmbio reais dar 15%a.a., porém, sem garantias. Nesse caso, o prêmio de risco é
É a taxa de câmbio nominal corrigida pela diferença de inflação representado através dos 5% de expectativa de retorno, em função
entre os dois países. Quando referência ao dólar, será uma correção do risco que se corre, por não haver garantias desse recebimento.
de inflação entre Brasil e Estados Unidos, por exemplo.
Fluxo de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio
As taxas de câmbio sofrem influências de diversas variáveis,
mas o fluxo de capitais é o principal deles. Quanto mais investimen-
tos, mais recursos de diversas transações circularão na economia.
Esse aumento de dinheiro, incluindo moedas estrangeiras permite
que o câmbio diminua e o real seja valorizado.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
No entanto, essa economia deve estar fortalecida e ter atrati- Não há seletividade entre os clientes, o atendimento é geral,
vos para atrair e manter internamente capital externo. Juros altos sem gerente específico para as contas; os clientes podem ser aten-
são atrativos, mas também impedimento ao desenvolvimento pro- didos por quem estiver disponível.
dutivo interno, e muitas vezes trazem apenas capitais especulativos. Os serviços oferecidos são diversos, incluindo abertura de con-
Essa volatilidade dos fluxos de capital representa instabilidade tas, pagamento de contas e títulos, transferências etc.
e afeta diretamente a taxa de câmbio que permanece elevada, cola-
borando para a desvalorização do real Recuperação de crédito
É um processo realizado por empresas especializadas no recebi-
mento de dívidas, que são contratadas por instituições financeiras.
Em muitos casos, as empresas recuperadoras de crédito compram
DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO IN- as dívidas das instituições, ficando responsáveis pela cobrança e re-
TERBANCÁRIO cebimento das contas atrasadas.
Quando a dívida passa para a empresa recuperadora, o valor
não muda; porém, as formas de negociação podem ser alteradas,
Operações no mercado interbancário através de desconto ou parcelamento. Para a recuperação de crédi-
As operações no mercado interbancário ou mercado secundá- to, a empresa responsável contata o cliente para negociar somente
rio, fazem parte da estrutura do mercado cambial. As negociações dívidas negativadas, incluindo um valor que fique confortável ao
são realizadas entre bancos e demais agentes autorizados pelo Ban- cliente quitar. Pois além de receber, a empresa quer que o cliente
co Central. tenha o nome “limpo” com crédito recuperado.
Não há necessidade do registro de entrada e saída de moeda
estrangeira, já que esse fluxo ocorre entre instituições financeiras
apenas; excluindo assim, turismo e importações por exemplo.
Conforme o Regulamento do Mercado de câmbio e Capitais In- TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS;
ternacionais do Banco Central do Brasil: TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS
− As operações no mercado interbancário podem ser cele-
bradas para liquidação pronta, futura ou a termo, vedados o cance-
lamento, a baixa, a prorrogação ou a liquidação antecipada delas. Taxa de juros de curto prazo
− As operações de câmbio interbancárias a termo têm as Apesar da grandeza tempo ser a grande diferença entre uma
seguintes características: a) a taxa de câmbio é livremente pactu- taxa de juros de curto e longo prazo, para as instituições financeiras,
ada entre as partes e deve espelhar o preço negociado da moeda quanto menor o prazo, menores serão os juros; principalmente pelo
estrangeira para a data da liquidação da operação de câmbio; b) seu fator risco.
possuem código de natureza de operação específico; Ao projetar cenários futuros, fica mais viável prever juros que
c) são celebradas para liquidação em data futura, com entrega serão menos afetados por decisões diversas, no caso, os de curto
efetiva e simultânea das moedas, nacional e estrangeira, na data da prazo; pois a economia é influenciada no curto prazo de maneiras
liquidação das operações de câmbio; distintas do que no longo prazo.
d) não são admitidos adiantamentos das moedas. Políticas monetárias utilizam os juros de curto prazo para gerar
− As operações no mercado interbancário são realizadas resultados rápidos (quase que imediatos) na economia.
com ou sem intermediação de câmara ou prestador de serviços de As partes interessadas, tomadoras e credoras, tem consciência
compensação e de liquidação cujo sistema tenha sido autorizado de quanto menor tempo o valor ficar emprestado, menor será o
pelo Banco Central do Brasil para liquidação de operações de câm- custo desse dinheiro.
bio.
− Curva de juros
A curva de juros representa os diversos tipos de taxas de juros
para os diversos vencimentos. É a expectativa da taxa SELIC para os
MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VA- próximos anos.
REJO BANCÁRIO E RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO Supondo que a expectativa da SELIC para o final de 2022 seja
de 6,5%; para final de 2023 seja 7%. Caso esses valores sejam colo-
cados num gráfico, será formada uma curva. Isto significa que se um
Operações de tesouraria empréstimo for solicitado para 2022.
A equipe de tesouraria das instituições financeiras auxilia os Como a curva é apenas uma expectativa par aos próximos anos,
clientes na redução de riscos financeiros resultantes de suas ativi- então não é fixa, podendo ser alterada de acordo com questões que
dades. Após uma análise detalhada, são oferecidos produtos que podem ser de eventos econômicos e até de cenários políticos.
controlam e reduzem riscos para os clientes, focando principalmen- As ações de abertura e fechamento da curva se devem exata-
te a exposição de moeda, taxa de juros etc.; sempre protegendo mente a mudanças de expectativas. Abertura é para situações de
as finanças. Os produtos utilizados para maior proteção são swaps, aumento e fechamento para casos de redução da taxa de juros.
hedge, termo de moedas, opções, combinação de derivativos etc.

Varejo bancário
Caracteriza-se pelo atendimento de muitos clientes, ou seja, o
público em geral, composto por pessoas físicas e jurídicas, com si-
tuações financeiras diversificadas. Oferece produtos, independente
da necessidade do cliente, visando o lucro.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Taxa de juros nominais e reais
Para conceituar as taxas nominais e reais, é necessário antes conhecer as duas situações, de devedor e de credor.

Taxa de juros nominal Taxa de juros real


Devedor Devedor
É a taxa que as instituições financeiras divulgam. É a taxa que considera o custo efetivo total (CET), incluindo
A taxa que considera apenas o custo básico do dinheiro. impostos, taxas, etc.
A taxa de juros real é > que a taxa de juros nominal.
Credor Credor
É a taxa que se recebe ao aplicar o dinheiro em É a taxa de retorno real do dinheiro, já que a taxa de juros
determinado investimento. A taxa que considera menos os custos administrativos, inflação, impostos, etc.
apenas o retorno do dinheiro investido. Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real.

Segue exemplo:

Taxa de juros nominal Taxa de juros real


Devedor Devedor
Empréstimo: 4,5% a.m. Empréstimo: 4,5% a.m. + IOF + Tx. Adm. = 5 % a.m.
Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real
Credor Credor
Fundo de R.F.: 1,7% a.m. Fundo de R.F.: 1,7% - IR – IP – Tx. Adm. = 1,1% a.m.
Taxa de juros nominal > que a Taxa de juros real

GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: AVAL; FIANÇA; PENHOR MERCANTIL; ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA;
HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS

São obrigações assumidas por meio do oferecimento do patrimônio para garantir uma dívida.
Aval: Declaração unilateral através da qual o avalista assume as obrigações previstas no título.
Fiança: O fiador garante satisfazer o credor através da quitação da dívida, caso o devedor não o faça.
Penhor mercantil: Válido para as negociações comerciais. Garantia real sobre bens móveis. Estabelecido em favor do credor para que
haja mais certeza que o seu direito será realizado. O devedor transfere para o credor a posse de um bem (estoque, veículos, joias) móvel
até que sua dívida seja quitada, desta forma o se devolve a posse do bem para seu dono.
Alienação fiduciária: Transferência da posse de um bem à instituição financeira. É realizado principalmente, nos contratos de financia-
mento de veículos e imóveis. A informação de que o comparador tem direito de usufruir do bem, mas juridicamente pertence a instituição
que concedeu o crédito até seu pagamento total.
Hipoteca: Na contratação de um crédito se oferece um bem imóvel de sua propriedade que ficará e caso não ocorra o pagamento,
o bem poderá ser tomado pelo credor.
Fiança bancária: Garantia concedida pela instituição financeira quando o cliente não possui outro tipo de fiador.
Fundo Garantidor de Crédito (FGC): Instituição sem fins lucrativos, criada em 1995, com a finalidade de proteger o investidor em
eventuais riscos nas empresas administradores desses recursos. Alguns produtos são cobertos pelas garantias de até R$ 250.000,00, como
depósitos a vista, depósitos de poupança, Letras de Câmbio, Letras hipotecárias, depósitos a prazo, com ou sem emissão de CDB e RDB,
etc.

Segundo o FGC, quanto ao limite da garantia de até R$ 1 milhão:


“O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, em 21 de dezembro de 2017, a alteração promovida no Regulamento do Fundo
Garantidor de Créditos (FGC), que estabelece teto de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos, para garantias pagas para cada CPF ou CNPJ.
Teto para investidor vale para cada período de 4 anos, por CPF ou CNPJ. Após 4 anos, o teto é restabelecido.
A contagem do período de 4 anos se inicia na data da liquidação ou intervenção em instituição financeira onde o investidor detenha
valor garantido pelo FGC.
Permanece inalterado o limite de R​ $ 250 mil por CPF ou CNPJ e conglomerado financeiro.
Aos investimentos contratados ou repactuados até 21 de dezembro de 2017 não se aplica o teto de R$ 1 milhão a cada período de 4
anos”.

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COMO ERA COMO FICOU


Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e con-
glomerado financeiro, em depósitos cobertos pelo
Limite permanece inalterado.
Fundo Garantidor de Créditos e emitidos por insti-
tuições associadas à entidade.
Teto de R$ 1 milhão por CPF ou
Não havia teto para garantia paga pelo FGC por
CNPJ, a cada período de 4 anos, para a
CPF ou CNPJ em qualquer período.
garantia paga pelo FGC.
Investidores não-residentes pas-
Investidores não-residentes não contavam com
sam a contar com a garantia, para in-
a garantia do FGC.
vestimentos elegíveis.

Fonte: https://www.fgc.org.br/garantia-fgc/fgc-nova-garantia

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETAPAS; PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO:
LEI Nº 9.613/98 E SUAS ALTERAÇÕES

LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.

Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para
os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES

Art. 1oOcultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores
provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
VII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
VIII - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1oIncorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal:
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - os converte em ativos lícitos;
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;
III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2oIncorre, ainda, na mesma pena quem:(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração penal;(Redação dada pela Lei nº
12.683, de 2012)
II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática
de crimes previstos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.
§ 4oA pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por inter-
médio de organização criminosa. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 5oA pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de
aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente
com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e
partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da ação controlada e da infiltração de agentes.(Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

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CAPÍTULO II Art. 4o-A.A alienação antecipada para preservação de valor de
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ESPECIAIS bens sob constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requeri-
mento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessa-
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: da, mediante petição autônoma, que será autuada em apartado e
I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum cujos autos terão tramitação em separado em relação ao processo
dos crimes punidos com reclusão, da competência do juiz singular; principal.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - independem do processo e julgamento das infrações pe- § 1oO requerimento de alienação deverá conter a relação de
nais antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo todos os demais bens, com a descrição e a especificação de cada
ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão so- um deles, e informações sobre quem os detém e local onde se en-
bre a unidade de processo e julgamento;(Redação dada pela Lei nº contram. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
12.683, de 2012) § 2oO juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apar-
III - são da competência da Justiça Federal: tados, e intimará o Ministério Público.(Incluído pela Lei nº 12.683,
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem de 2012)
econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou in- § 3oFeita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre
teresses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribu-
públicas; ído aos bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão,
b) quando a infração penal antecedente for de competência da preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% (seten-
Justiça Federal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) ta e cinco por cento) da avaliação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
§ 1oA denúncia será instruída com indícios suficientes da exis- 2012)
tência da infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos pre- § 4oRealizado o leilão, a quantia apurada será depositada em
conta judicial remunerada, adotando-se a seguinte disciplina:(In-
vistos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor,
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente. (Redação
I - nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 2oNo processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou
disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de em instituição financeira pública, mediante documento adequado
1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não com- para essa finalidade; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
parecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguin- b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal
do o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo. ou por outra instituição financeira pública para a Conta Única do
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalidade,
Art. 3º(Revogado pela Lei nº 12.683, de 2012) no prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e(Incluída pela Lei nº 12.683,
Art. 4oO juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público de 2012)
ou mediante representação do delegado de polícia, ouvido o Minis- c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por
tério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indícios sufi- instituição financeira pública serão debitados à Conta Única do Te-
cientes de infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias souro Nacional, em subconta de restituição; (Incluída pela Lei nº
de bens, direitos ou valores do investigado ou acusado, ou exis- 12.683, de 2012)
tentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, II - nos processos de competência da Justiça dos Estados: (In-
produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações cluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
penais antecedentes. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira de-
§ 1oProceder-se-á à alienação antecipada para preservação do signada em lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou, na
valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de sua ausência, em instituição financeira pública da União;(Incluída
deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para pela Lei nº 12.683, de 2012)
sua manutenção. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada
§ 2oO juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, Estado, na forma da respectiva legislação. (Incluída pela Lei nº
direitos e valores quando comprovada a licitude de sua origem, 12.683, de 2012)
mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários § 5oMediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósi-
e suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações to, após o trânsito em julgado da sentença proferida na ação penal,
pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal. (Reda- será: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
ção dada pela Lei nº 12.683, de 2012) I - em caso de sentença condenatória, nos processos de com-
petência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal, incor-
§ 3oNenhum pedido de liberação será conhecido sem o com-
porado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos processos
parecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se
de competência da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do
refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a prática de
Estado respectivo; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores, sem
II - em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade,
prejuízo do disposto no § 1o. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de colocado à disposição do réu pela instituição financeira, acrescido
2012) da remuneração da conta judicial. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
§ 4oPoderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre 2012)
bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente da § 6oA instituição financeira depositária manterá controle dos
infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para paga- valores depositados ou devolvidos. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
mento de prestação pecuniária, multa e custas. (Redação dada pela 2012)
Lei nº 12.683, de 2012)

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 7oSerão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tri- CAPÍTULO III
butos e multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo de DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
iniciativas que, no âmbito da competência de cada ente da Fede-
ração, venham a desonerar bens sob constrição judicial daqueles Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Có-
ônus. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) digo Penal:
§ 8oFeito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, os I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de
autos da alienação serão apensados aos do processo principal. (In- competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valo-
cluído pela Lei nº 12.683, de 2012) res relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes pre-
§ 9oTerão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos vistos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança,
contra as decisões proferidas no curso do procedimento previsto ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;(Redação
neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 10.Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal con- II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de
denatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso, da União ou qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de admi-
do Estado: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) nistração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º,
I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e da pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
fiança; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) § 1oA União e os Estados, no âmbito de suas competências,
II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e daque- regulamentarão a forma de destinação dos bens, direitos e valores
les aos quais não foi dada destinação prévia; e(Incluído pela Lei nº cuja perda houver sido declarada, assegurada, quanto aos proces-
12.683, de 2012) sos de competência da Justiça Federal, a sua utilização pelos órgãos
III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) federais encarregados da prevenção, do combate, da ação penal e
dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória, ressal- do julgamento dos crimes previstos nesta Lei, e, quanto aos proces-
vado o direito de lesado ou terceiro de boa-fé.(Incluído pela Lei nº sos de competência da Justiça Estadual, a preferência dos órgãos
12.683, de 2012) locais com idêntica função. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 11.Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste § 2oOs instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda
artigo serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se o sal- em favor da União ou do Estado for decretada serão inutilizados ou
do na conta única do respectivo ente. (Incluído pela Lei nº 12.683, doados a museu criminal ou a entidade pública, se houver interesse
de 2012) na sua conservação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 12.O juiz determinará ao registro público competente que
emita documento de habilitação à circulação e utilização dos bens CAPÍTULO IV
colocados sob o uso e custódia das entidades a que se refere o DOS BENS, DIREITOS OU VALORES ORIUNDOS DE CRIMES
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) PRATICADOS NO ESTRANGEIRO
§ 13.Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens,
direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de drogas e Art. 8oO juiz determinará, na hipótese de existência de tratado
que tenham sido objeto de dissimulação e ocultação nos termos ou convenção internacional e por solicitação de autoridade estran-
desta Lei permanecem submetidos à disciplina definida em lei es- geira competente, medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou
pecífica. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) valores oriundos de crimes descritos no art. 1o praticados no es-
Art. 4o-B.A ordem de prisão de pessoas ou as medidas asse- trangeiro.(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
curatórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo § 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de
juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata tratado ou convenção internacional, quando o governo do país da
puder comprometer as investigações.(Incluído pela Lei nº 12.683, autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.
de 2012) § 2oNa falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou va-
Art. 5oQuando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido lores privados sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação de
o Ministério Público, nomeará pessoa física ou jurídica qualificada autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da
para a administração dos bens, direitos ou valores sujeitos a me- sua alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil,
didas assecuratórias, mediante termo de compromisso.(Redação na proporção de metade, ressalvado o direito do lesado ou de ter-
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) ceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 6oA pessoa responsável pela administração dos bens:(Re-
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) CAPÍTULO V
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satis- (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
feita com o produto dos bens objeto da administração; DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE
II - prestará, por determinação judicial, informações periódicas (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
da situação dos bens sob sua administração, bem como explicações
e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos realizados. Art. 9oSujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as
Parágrafo único.Os atos relativos à administração dos bens su- pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou
jeitos a medidas assecuratórias serão levados ao conhecimento do eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente
Ministério Público, que requererá o que entender cabível.(Redação ou não: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) I - a captação, intermediação e aplicação de recursos financei-
ros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ati-
vo financeiro ou instrumento cambial;
III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negociação,
intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários.
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, in-
os sistemas de negociação do mercado de balcão organizado; (Re- termediação, comercialização, agenciamento ou negociação de di-
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) reitos de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições ou
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de eventos similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
previdência complementar ou de capitalização; XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído
III - as administradoras de cartões de credenciamento ou car- pela Lei nº 12.683, de 2012)
tões de crédito, bem como as administradoras de consórcios para XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de
aquisição de bens ou serviços; alto valor de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comer-
IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão cialização; e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que XVIII - as dependências no exterior das entidades mencionadas
permita a transferência de fundos; neste artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a resi-
V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as em- dentes no País. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
presas de fomento comercial (factoring) e as Empresas Simples de
Crédito (ESC); (Redação dada pela Lei Complementar nº 167, de CAPÍTULO VI
2019) DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES
VI - as sociedades que, mediante sorteio, método assemelha- E MANUTENÇÃO DE REGISTROS
do, exploração de loterias, inclusive de apostas de quota fixa, ou
outras sistemáticas de captação de apostas com pagamento de prê- Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
mios, realizem distribuição de dinheiro, de bens móveis, de bens I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado,
imóveis e de outras mercadorias ou serviços, bem como concedam nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes;
descontos na sua aquisição ou contratação; (Redação dada pela II - manterão registro de toda transação em moeda nacional ou
Lei nº 14.183, de 2021) estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais,
VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que ultra-
exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo, ain- passar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de
da que de forma eventual; instruções por esta expedidas;
VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de au- III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles inter-
torização de órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, nos, compatíveis com seu porte e volume de operações, que lhes
de capitais e de seguros; permitam atender ao disposto neste artigo e no art. 11, na forma
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, disciplinada pelos órgãos competentes;(Redação dada pela Lei nº
que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, 12.683, de 2012)
comissionárias ou por qualquer forma representem interesses de IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no
ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas nes- órgão regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de
te artigo; Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na forma e condições por
X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de eles estabelecidas; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis; (Redação V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na pe-
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) riodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pe- preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações prestadas.
dras e metais preciosos, objetos de arte e antigüidades. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de § 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica,
luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exer- a identificação referida no inciso I deste artigo deverá abranger as
çam atividades que envolvam grande volume de recursos em espé- pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus pro-
cie; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) prietários.
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos;(Incluído pela § 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste
Lei nº 12.683, de 2012) artigo deverão ser conservados durante o período mínimo de cinco
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da tran-
eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, au- sação, prazo este que poderá ser ampliado pela autoridade com-
ditoria, aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, em petente.
operações: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) § 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, hou-
ou industriais ou participações societárias de qualquer natureza; ver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com uma
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ul-
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; trapassem o limite fixado pela autoridade competente.
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado for-
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, mando o cadastro geral de correntistas e clientes de instituições
investimento ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei nº 12.683, financeiras, bem como de seus procuradores. (Incluído pela Lei nº
de 2012) 10.701, de 2003)
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer
natureza, fundações, fundos fiduciários ou estruturas análogas; (In-
cluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei nº
12.683, de 2012)
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacio-
nados a atividades desportivas ou artísticas profissionais; (Incluída
pela Lei nº 12.683, de 2012)
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CAPÍTULO VII § 2oA multa será aplicada sempre que as pessoas referidas
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS no art. 9o, por culpa ou dolo:(Redação dada pela Lei nº 12.683, de
2012)
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º: I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência,
I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos no prazo assinalado pela autoridade competente;
de instruções emanadas das autoridades competentes, possam II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10;(Re-
constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
com eles relacionar-se; III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição
II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de formulada nos termos do inciso V do art. 10;(Redação dada pela Lei
tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a infor- nº 12.683, de 2012)
mação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou reali- IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunica-
zação: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) ção a que se refere o art. 11.
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, acom- § 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem ve-
panhadas da identificação de que trata o inciso I do mencionado rificadas infrações graves quanto ao cumprimento das obrigações
artigo; e(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência específica, de-
b) das operações referidas no inciso I;(Redação dada pela Lei vidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas
nº 12.683, de 2012) com multa.
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da § 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de rein-
sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e cidência específica de infrações anteriormente punidas com a pena
condições por eles estabelecidas, a não ocorrência de propostas, prevista no inciso III do caput deste artigo.
transações ou operações passíveis de serem comunicadas nos ter- Art. 13. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020)
mos do inciso II.(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas CAPÍTULO IX
no inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações que, por DO CONSELHO DE CONTROLE
suas características, no que se refere às partes envolvidas, valores, DE ATIVIDADES FINANCEIRAS
forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fun-
damento econômico ou legal, possam configurar a hipótese nele Art. 14.Fica criado, no âmbito do Ministério da Economia, o
prevista. Conselho de Controle de Atividades Financeiras - Coaf, com a fina-
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste lidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, exami-
artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa. nar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas pre-
§ 3oO Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com vistas nesta Lei, sem prejuízo das competências de outros órgãos e
base no inciso II do caput aos respectivos órgãos responsáveis pela entidades. (Redação dada pela Medida Provisória nº 886, de 2019)
regulação ou fiscalização das pessoas a que se refere o art. 9o. (Re- § 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas
dação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio fis-
Art. 11-A.As transferências internacionais e os saques em espé- calizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo-
cie deverão ser previamente comunicados à instituição financeira, -lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a apli-
nos termos, limites, prazos e condições fixados pelo Banco Central cação das sanções enumeradas no art. 12.
do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) § 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos
de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações rá-
CAPÍTULO VIII pidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens,
DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA direitos e valores.
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pú-
Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos admi- blica as informações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas
nistradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obriga- envolvidas em atividades suspeitas. (Incluído pela Lei nº 10.701, de
ções previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente 2003)
ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções: Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para
I - advertência; a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela
II - multa pecuniária variável não superior: (Redação dada pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de
Lei nº 12.683, de 2012) sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei nº 12.683, Art. 16. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020)
de 2012) Art. 17. (Revogado pela Lei nº 13.974, de 2020)
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria
obtido pela realização da operação; ou(Incluída pela Lei nº 12.683, CAPÍTULO X
de 2012) (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (Inclu- DISPOSIÇÕES GERAIS
ída pela Lei nº 12.683, de 2012) (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.683, DE 2012)
III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o
exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas Art. 17-A.Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do De-
no art. 9º; creto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício de Penal), no que não forem incompatíveis com esta Lei. (Incluído pela
atividade, operação ou funcionamento.(Redação dada pela Lei nº Lei nº 12.683, de 2012)
12.683, de 2012)
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no
cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do art. 10.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 17-B.A autoridade policial e o Ministério Público terão CAPÍTULO I
acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do investigado que DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independente-
mente de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas Art. 1º Esta Circular dispõe sobre a política, os procedimentos
empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos provedo- e os controles internos a serem adotados pelas instituições autori-
res de internet e pelas administradoras de cartão de crédito. (Inclu- zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil visando à prevenção
ído pela Lei nº 12.683, de 2012) da utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de “la-
Art. 17-C.Os encaminhamentos das instituições financeiras e vagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei
tributárias em resposta às ordens judiciais de quebra ou transfe- nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento do terrorismo,
rência de sigilo deverão ser, sempre que determinado, em meio in- previsto na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016.
formático, e apresentados em arquivos que possibilitem a migração Parágrafo único. Para os fins desta Circular, os crimes referidos
de informações para os autos do processo sem redigitação. (Incluí- no caput serão denominados genericamente “lavagem de dinhei-
do pela Lei nº 12.683, de 2012) ro” e “financiamento do terrorismo”.
Art. 17-D.Em caso de indiciamento de servidor público, este
será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos pre- CAPÍTULO II
vistos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão fun- DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO E AO
damentada, o seu retorno. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) FINANCIAMENTO DO TERRORISMO
Art. 17-E.A Secretaria da Receita Federal do Brasil conservará
os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo mínimo de 5 (cinco) Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
anos, contado a partir do início do exercício seguinte ao da declara- mentar e manter política formulada com base em princípios e di-
ção de renda respectiva ou ao do pagamento do tributo. (Incluído retrizes que busquem prevenir a sua utilização para as práticas de
pela Lei nº 12.683, de 2012) lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Parágrafo único. A política de que trata o caput deve ser com-
patível com os perfis de risco:
I - dos clientes;
II - da instituição;
CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 E SUAS III - das operações, transações, produtos e serviços; e
ATUALIZAÇÕES IV - dos funcionários, parceiros e prestadores de serviços ter-
ceirizados.
Art. 3º A política referida no art. 2º deve contemplar, no mí-
nimo:
CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 I - as diretrizes para:
a) a definição de papéis e responsabilidades para o cumpri-
Dispõe sobre a política, os procedimentos e os controles in- mento das obrigações de que trata esta Circular;
ternos a serem adotados pelas instituições autorizadas a funcio- b) a definição de procedimentos voltados à avaliação e à análi-
nar pelo Banco Central do Brasil visando à prevenção da utilização se prévia de novos produtos e serviços, bem como da utilização de
do sistema financeiro para a prática dos crimes de “lavagem” ou novas tecnologias, tendo em vista o risco de lavagem de dinheiro e
ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613, de financiamento do terrorismo;
de 3 de março de 1998, e de financiamento do terrorismo, previs- c) a avaliação interna de risco e a avaliação de efetividade de
to na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016. que tratam os arts. 10 e 62;
d) a verificação do cumprimento da política, dos procedimen-
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão tos e dos controles internos de que trata esta Circular, bem como a
realizada em 22 de janeiro de 2020, com base nos arts. 9º da Lei nº identificação e a correção das deficiências verificadas;
4.595, de 31 de dezembro de 1964, 10, 11 e 11-A da Lei nº 9.613, e) a promoção de cultura organizacional de prevenção à lava-
de 3 de março de 1998, 6º e 7º, inciso III, da Lei nº 11.795, de 8 gem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, contemplando,
de outubro de 2008, e 15 da Lei nº 12.865, de 9 de outubro de inclusive, os funcionários, os parceiros e os prestadores de serviços
2013, e tendo em vista o disposto na Lei nº 13.260, de 16 de março terceirizados;
de 2016, na Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e f) a seleção e a contratação de funcionários e de prestadores
Substâncias Psicotrópicas, promulgada pelo Decreto nº 154, de 26 de serviços terceirizados, tendo em vista o risco de lavagem de di-
de junho de 1991, na Convenção das Nações Unidas contra o Cri- nheiro e de financiamento do terrorismo; e
me Organizado Transnacional, promulgada pelo Decreto nº 5.015, g) a capacitação dos funcionários sobre o tema da prevenção
de 12 de março de 2004, na Convenção Interamericana contra o à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, incluindo
Terrorismo, promulgada pelo Decreto nº 5.639, de 26 de dezembro os funcionários dos correspondentes no País que prestem atendi-
de 2005, na Convenção Internacional para Supressão do Financia- mento em nome das instituições mencionadas no art. 1º;
mento do Terrorismo, promulgada pelo Decreto nº 5.640, de 26 II - as diretrizes para implementação de procedimentos:
de dezembro de 2005, e na Convenção das Nações Unidas contra a) de coleta, verificação, validação e atualização de informa-
a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro ções cadastrais, visando a conhecer os clientes, os funcionários, os
de 2006, resolve: parceiros e os prestadores de serviços terceirizados;
b) de registro de operações e de serviços financeiros;
c) de monitoramento, seleção e análise de operações e situa-
ções suspeitas; e
d) de comunicação de operações ao Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf); e

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - o comprometimento da alta administração com a efetivi- § 2º O risco identificado deve ser avaliado quanto à sua pro-
dade e a melhoria contínua da política, dos procedimentos e dos babilidade de ocorrência e à magnitude dos impactos financeiro,
controles internos relacionados com a prevenção à lavagem de di- jurídico, reputacional e socioambiental para a instituição.
nheiro e ao financiamento do terrorismo. § 3º Devem ser definidas categorias de risco que possibilitem
Art. 4º Admite-se a adoção de política de prevenção à lavagem a adoção de controles de gerenciamento e de mitigação reforçados
de dinheiro e ao financiamento do terrorismo única por conglome- para as situações de maior risco e a adoção de controles simplifica-
rado prudencial e por sistema cooperativo de crédito. dos nas situações de menor risco.
Parágrafo único. As instituições que não constituírem política § 4º Devem ser utilizadas como subsídio à avaliação interna
própria, em decorrência do disposto no caput, devem formalizar a de risco, quando disponíveis, avaliações realizadas por entidades
opção por essa faculdade em reunião do conselho de administra- públicas do País relativas ao risco de lavagem de dinheiro e de fi-
ção ou, se inexistente, da diretoria da instituição. nanciamento do terrorismo.
Art. 5º As instituições mencionadas no art. 1º devem assegurar Art. 11. A avaliação interna de risco pode ser realizada de for-
a aplicação da política referida no art. 2º em suas unidades situadas ma centralizada em instituição do conglomerado prudencial e do
no exterior. sistema cooperativo de crédito.
Parágrafo único. Na hipótese de impedimento ou limitação le- Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar a ava-
gal à aplicação da política referida no caput à unidade da instituição liação interna de risco na forma do caput devem formalizar essa
situada no exterior, deverá ser elaborado relatório justificando o opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente,
impedimento ou a limitação. da diretoria da instituição.
Art. 6º A política referida no art. 2º deve ser divulgada aos Art. 12. A avaliação interna de risco deve ser:
funcionários da instituição, parceiros e prestadores de serviços ter- I - documentada e aprovada pelo diretor referido no art. 9º;
ceirizados, mediante linguagem clara e acessível, em nível de de- II - encaminhada para ciência:
talhamento compatível com as funções desempenhadas e com a a) ao comitê de risco, quando houver;
sensibilidade das informações. b) ao comitê de auditoria, quando houver; e
Art. 7º A política referida no art. 2º deve ser: c) ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria
I - documentada; da instituição; e
II - aprovada pelo conselho de administração ou, se inexisten- III - revisada a cada dois anos, bem como quando ocorrerem
te, pela diretoria da instituição; e alterações significativas nos perfis de risco mencionados no art. 10,
III - mantida atualizada. § 1º.

CAPÍTULO III CAPÍTULO V


DA GOVERNANÇA DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À LAVAGEM DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS
DE DINHEIRO E AO FINANCIAMENTO DO TERRORISMO A CONHECER OS CLIENTES
SEÇÃO I
Art. 8º As instituições mencionadas no art. 1º devem dispor de DOS PROCEDIMENTOS
estrutura de governança visando a assegurar o cumprimento da po-
lítica referida no art. 2º e dos procedimentos e controles internos Art. 13. As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terro- mentar procedimentos destinados a conhecer seus clientes, in-
rismo previstos nesta Circular. cluindo procedimentos que assegurem a devida diligência na sua
Art. 9º As instituições referidas no art. 1º devem indicar for- identificação, qualificação e classificação.
malmente ao Banco Central do Brasil diretor responsável pelo cum- § 1º Os procedimentos referidos no caput devem ser compa-
primento das obrigações previstas nesta Circular. tíveis com:
§ 1º O diretor mencionado no caput pode desempenhar outras I - o perfil de risco do cliente, contemplando medidas refor-
funções na instituição, desde que não haja conflito de interesses. çadas para clientes classificados em categorias de maior risco, de
§ 2º A responsabilidade mencionada no caput deve ser obser- acordo com a avaliação interna de risco referida no art. 10;
vada em cada instituição, mesmo no caso de opção pela faculdade II - a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financia-
estabelecida nos arts. 4º, 11, 42, 46 e 52. mento do terrorismo de que trata o art. 2º; e
III - a avaliação interna de risco de que trata o art. 10.
CAPÍTULO IV § 2º Os procedimentos mencionados no caput devem ser for-
DA AVALIAÇÃO INTERNA DE RISCO malizados em manual específico.
§ 3º O manual referido no § 2º deve ser aprovado pela direto-
Art. 10. As instituições referidas no art. 1º devem realizar ava- ria da instituição e mantido atualizado.
liação interna com o objetivo de identificar e mensurar o risco de Art. 14. As informações obtidas e utilizadas nos procedimentos
utilização de seus produtos e serviços na prática da lavagem de di- referidos no art. 13 devem ser armazenadas em sistemas informa-
nheiro e do financiamento do terrorismo. tizados e utilizadas nos procedimentos de que trata o Capítulo VII.
§ 1º Para identificação do risco de que trata o caput, a avalia- Art. 15. Os procedimentos previstos neste Capítulo devem ser
ção interna deve considerar, no mínimo, os perfis de risco: observados sem prejuízo do disposto na regulamentação que disci-
I - dos clientes; plina produtos e serviços específicos.
II - da instituição, incluindo o modelo de negócio e a área geo-
gráfica de atuação; SEÇÃO II
III - das operações, transações, produtos e serviços, abrangen- DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES
do todos os canais de distribuição e a utilização de novas tecnolo-
gias; e Art. 16. As instituições referidas no art. 1º devem adotar proce-
IV - das atividades exercidas pelos funcionários, parceiros e dimentos de identificação que permitam verificar e validar a iden-
prestadores de serviços terceirizados. tidade do cliente.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º Os procedimentos referidos no caput devem incluir a ob- Art. 19. Os procedimentos de qualificação referidos no art. 18
tenção, a verificação e a validação da autenticidade de informações devem incluir a verificação da condição do cliente como pessoa ex-
de identificação do cliente, inclusive, se necessário, mediante con- posta politicamente, nos termos do art. 27, bem como a verifica-
frontação dessas informações com as disponíveis em bancos de da- ção da condição de representante, familiar ou estreito colaborador
dos de caráter público e privado. dessas pessoas.
§ 2º No processo de identificação do cliente devem ser coleta- § 1º Para os fins desta Circular, considera-se:
dos, no mínimo: I - familiar, os parentes, na linha reta ou colateral, até o segun-
I - o nome completo e o número de registro no Cadastro de do grau, o cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a
Pessoas Físicas (CPF), no caso de pessoa natural; e (Redação dada, enteada; e
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) II - estreito colaborador:
II - a firma ou denominação social e o número de registro no a) pessoa natural conhecida por ter qualquer tipo de estreita
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), no caso de pessoa jurí- relação com pessoa exposta politicamente, inclusive por:
dica. (Redação dada, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 1. ter participação conjunta em pessoa jurídica de direito pri-
119, de 27/7/2021.) vado;
§ 3º No caso de cliente pessoa natural residente no exterior 2. figurar como mandatária, ainda que por instrumento parti-
desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida pela Secretaria cular da pessoa mencionada no item 1; ou
da Receita Federal do Brasil, admite-se a utilização de documento 3. ter participação conjunta em arranjos sem personalidade
de viagem na forma da Lei, devendo ser coletados, no mínimo, o jurídica; e
país emissor, o número e o tipo do documento. b) pessoa natural que tem o controle de pessoas jurídicas ou
§ 4º No caso de cliente pessoa jurídica com domicílio ou sede de arranjos sem personalidade jurídica, conhecidos por terem sido
no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma definida criados para o benefício de pessoa exposta politicamente.
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições devem § 2º Para os clientes qualificados como pessoa exposta politi-
coletar, no mínimo, o nome da empresa, o endereço da sede e o camente ou como representante, familiar ou estreito colaborador
número de identificação ou de registro da empresa no respectivo dessas pessoas, as instituições mencionadas no art. 1º devem:
país de origem. I - adotar procedimentos e controles internos compatíveis com
Art. 17. As informações referidas no art. 16 devem ser manti- essa qualificação;
das atualizadas. II - considerar essa qualificação na classificação do cliente nas
categorias de risco referidas no art. 20; e
SEÇÃO III III - avaliar o interesse no início ou na manutenção do relacio-
DA QUALIFICAÇÃO DOS CLIENTES namento com o cliente.
§ 3º A avaliação mencionada no § 2º, inciso III, deve ser realiza-
Art. 18. As instituições mencionadas no art. 1º devem adotar da por detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior ao
procedimentos que permitam qualificar seus clientes por meio da do responsável pela autorização do relacionamento com o cliente.
coleta, verificação e validação de informações, compatíveis com o
perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de negócio. SEÇÃO IV
§ 1º Os procedimentos de qualificação referidos no caput de- DA CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES
vem incluir a coleta de informações que permitam: (Redação dada,
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) Art. 20. As instituições mencionadas no art. 1º devem classifi-
I - identificar o local de residência, no caso de pessoa natural; car seus clientes nas categorias de risco definidas na avaliação in-
(Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de terna de risco mencionada no art. 10, com base nas informações
27/7/2021.) obtidas nos procedimentos de qualificação do cliente referidos no
II - identificar o local da sede ou filial, no caso de pessoa jurídi- art. 18.
ca; e (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, Parágrafo único. A classificação mencionada no caput deve ser:
de 27/7/2021.) I - realizada com base no perfil de risco do cliente e na natureza
III - avaliar a capacidade financeira do cliente, incluindo a ren- da relação de negócio; e
da, no caso de pessoa natural, ou o faturamento, no caso de pes- II - revista sempre que houver alterações no perfil de risco do
soa jurídica. (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº cliente e na natureza da relação de negócio.
119, de 27/7/2021.)
§ 2º A necessidade de verificação e de validação das informa- SEÇÃO V
ções referidas no § 1º deve ser avaliada pelas instituições de acordo DISPOSIÇÕES COMUNS À IDENTIFICAÇÃO, À QUALIFICAÇÃO
com o perfil de risco do cliente e com a natureza da relação de E À CLASSIFICAÇÃO DOS CLIENTES
negócio.
§ 3º Nos procedimentos de que trata o caput, devem ser cole- Art. 21. As instituições referidas no art. 1º devem adotar os
tadas informações adicionais do cliente compatíveis com o risco de procedimentos de identificação, de qualificação e de classificação
utilização de produtos e serviços na prática da lavagem de dinheiro previstos neste Capítulo para os administradores de clientes pesso-
e do financiamento do terrorismo. as jurídicas e para os representantes de clientes.
§ 4º A qualificação do cliente deve ser reavaliada de forma per- Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput devem
manente, de acordo com a evolução da relação de negócio e do ser compatíveis com a função exercida pelo administrador e com a
perfil de risco. abrangência da representação.
§ 5º As informações coletadas na qualificação do cliente de- Art. 22. Os critérios utilizados para a definição das informações
vem ser mantidas atualizadas. necessárias e dos procedimentos de verificação, validação e atu-
§ 6º O Banco Central do Brasil poderá divulgar rol de informa- alização das informações para cada categoria de risco devem ser
ções a serem coletadas, verificadas e validadas em procedimentos previstos no manual de que trata o art. 13, § 2º.
específicos de qualificação de clientes.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 23. É vedado às instituições referidas no art. 1º iniciar re- c) companhias abertas ou equivalentes; (Incluída, a partir de
lação de negócios sem que os procedimentos de identificação e de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
qualificação do cliente estejam concluídos. d) instituições financeiras ou similares, operando por conta
Parágrafo único. Admite-se, por um período máximo de trinta própria; (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº
dias, o início da relação de negócios em caso de insuficiência de 119, de 27/7/2021.)
informações relativas à qualificação do cliente, desde que não haja e) administradores de carteiras, operando por conta própria;
prejuízo aos procedimentos de monitoramento e seleção de que (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
trata o art. 39. 27/7/2021.)
f) sociedades seguradoras e entidades de previdência privada;
SEÇÃO VI e (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
DA IDENTIFICAÇÃO E DA QUALIFICAÇÃO DO BENEFICIÁRIO 27/7/2021.)
FINAL g) fundos de investimento, desde que, cumulativamente:
(Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
Art. 24. Os procedimentos de qualificação do cliente pessoa 27/7/2021.)
jurídica devem incluir a análise da cadeia de participação societária 1. o número de cotistas seja igual ou superior a cem e nenhum
até a identificação da pessoa natural caracterizada como seu bene- deles detenha mais de 25% (vinte e cinco por cento) das cotas; e
ficiário final, observado o disposto no art. 25. (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de
§ 1º Devem ser aplicados à pessoa natural referida no caput, 27/7/2021.)
no mínimo, os procedimentos de qualificação definidos para a cate- 2. a administração da carteira de ativos seja feita de forma dis-
goria de risco do cliente pessoa jurídica na qual o beneficiário final cricionária por administrador profissional sujeito à fiscalização de
detenha participação societária. autoridade supervisora com a qual o Banco Central do Brasil man-
§ 2º É também considerado beneficiário final o representante, tenha convênio para a troca de informações relativas à prevenção
inclusive o procurador e o preposto, que exerça o comando de fato da utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de la-
sobre as atividades da pessoa jurídica. vagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. (Incluído, a
§ 3º Excetuam-se do disposto no caput: (Redação dada, a partir partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) § 4º No caso das entidades relacionadas no § 3º, as informa-
I - as pessoas jurídicas caracterizadas como companhia aber- ções coletadas devem abranger as das pessoas naturais autoriza-
ta; (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de das a representá-las, bem como as de seus controladores, adminis-
27/7/2021.) tradores ou gestores, e diretores, se houver. (Incluído, a partir de
II - as entidade sem fins lucrativos; (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) Art. 25. As instituições mencionadas no art. 1º devem estabe-
III - as cooperativas; (Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Reso-
lecer valor mínimo de referência de participação societária para a
lução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
identificação de beneficiário final.
IV - os fundos e clubes de investimento registrados na Comis-
§ 1º O valor mínimo de referência de participação societária
são de Valores Mobiliários, desde que, cumulativamente: (Incluído,
de que trata o caput deve ser estabelecido com base no risco e não
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
pode ser superior a 25% (vinte e cinco por cento), considerada, em
a) não sejam fundos exclusivos; (Incluída, a partir de 1º/9/2021,
qualquer caso, a participação direta e a indireta.
pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
§ 2º O valor de referência de que trata o caput deve ser justi-
b) obtenham recursos de investidores com o propósito de atri-
ficado e documentado no manual de procedimentos referido no
buir o desenvolvimento e a gestão de uma carteira de investimento
a um gestor qualificado que deve ter plena discricionariedade na art. 13, § 2º.
representação e na tomada de decisão perante as entidades investi- Art. 26. No caso de relação de negócio com cliente residente
das, não sendo obrigado a consultar os cotistas para essas decisões no exterior, que também seja cliente de instituição do mesmo gru-
e tampouco indicar os cotistas ou partes a eles ligadas para atuar po no exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual o
nas entidades investidas; e (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Re- Banco Central do Brasil mantenha convênio para a troca de infor-
solução BCB nº 119, de 27/7/2021.) mações, admite-se que as informações relativas ao beneficiário fi-
c) seja informado o número de registro no CPF, no caso de pes- nal sejam obtidas da instituição no exterior, desde que assegurado
soa natural, ou do número de registro no CNPJ, no caso de pessoa ao Banco Central do Brasil o acesso às informações e aos procedi-
jurídica, de todos os cotistas para a Secretaria Especial da Receita mentos adotados.
Federal do Brasil (RFB), na forma por esta definida em regulamenta-
ção específica; (Incluída, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB SEÇÃO VII
nº 119, de 27/7/2021.) DA QUALIFICAÇÃO COMO PESSOA EXPOSTA POLITICAMENTE
V - os fundos de investimento registrados na Comissão de Va-
lores Mobiliários, constituídos na forma de condomínio fechado, Art. 27. As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
cujas cotas sejam negociadas em mercado organizado; e (Incluído, mentar procedimentos que permitam qualificar seus clientes como
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) pessoa exposta politicamente.
VI - os investidores não residentes classificados como: (Incluído, § 1º Consideram-se pessoas expostas politicamente:
a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo
a) governos, entidades governamentais e bancos centrais, as- e Legislativo da União;
sim como fundos soberanos ou companhias de investimento con- II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União, de:
troladas por fundos soberanos e similares; (Incluída, a partir de a) Ministro de Estado ou equiparado;
1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) b) Natureza Especial ou equivalente;
b) organismos multilaterais; (Incluída, a partir de 1º/9/2021, c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de
pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) entidades da administração pública indireta; e
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
d) Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível 6, CAPÍTULO VI
ou equivalente; DO REGISTRO DE OPERAÇÕES
III - os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo SEÇÃO I
Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, dos Tribunais Regionais DISPOSIÇÕES GERAIS
Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tribunais Regio-
nais Eleitorais, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do Art. 28. As instituições referidas no art. 1º devem manter regis-
Conselho da Justiça Federal; tros de todas as operações realizadas, produtos e serviços contrata-
IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o dos, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos, recebimen-
Procurador-Geral da República, o Vice-Procurador-Geral da Repú- tos e transferências de recursos.
blica, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral da Justi- § 1º Os registros referidos no caput devem conter, no mínimo,
ça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os Procurado- as seguintes informações sobre cada operação:
res-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal; I - tipo;
V - os membros do Tribunal de Contas da União, o Procurador- II - valor, quando aplicável;
-Geral e os Subprocuradores-Gerais do Ministério Público junto ao III - data de realização;
Tribunal de Contas da União; IV - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do titular
VI - os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equivalentes, e do beneficiário da operação, no caso de pessoa residente ou se-
de partidos políticos; diada no País; e
VII - os Governadores e os Secretários de Estado e do Distri- V - canal utilizado.
to Federal, os Deputados Estaduais e Distritais, os presidentes, ou § 2º No caso de operações envolvendo pessoa natural residen-
equivalentes, de entidades da administração pública indireta esta- te no exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida
dual e distrital e os presidentes de Tribunais de Justiça, Tribunais pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as instituições devem
Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes dos Estados e do incluir no registro as seguintes informações:
Distrito Federal; e I - nome;
VIII - os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Municipais, os II - tipo e número do documento de viagem e respectivo país
presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração pú- emissor; e
blica indireta municipal e os Presidentes de Tribunais de Contas ou III - organismo internacional de que seja representante para o
equivalentes dos Municípios. exercício de funções específicas no País, quando for o caso.
§ 2º São também consideradas expostas politicamente as pes- § 3º No caso de operações envolvendo pessoa jurídica com do-
soas que, no exterior, sejam: micílio ou sede no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na
I - chefes de estado ou de governo; forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as insti-
II - políticos de escalões superiores; tuições devem incluir no registro as seguintes informações:
III - ocupantes de cargos governamentais de escalões superio- I - nome da empresa; e
res; II - número de identificação ou de registro da empresa no res-
IV - oficiais-generais e membros de escalões superiores do Po- pectivo país de origem.
der Judiciário; Art. 29. Os registros de que trata este Capítulo devem ser reali-
V - executivos de escalões superiores de empresas públicas; ou zados inclusive nas situações em que a operação ocorrer no âmbito
VI - dirigentes de partidos políticos. da mesma instituição.
§ 3º São também consideradas pessoas expostas politicamente
os dirigentes de escalões superiores de entidades de direito inter- SEÇÃO II
nacional público ou privado. DO REGISTRO DE OPERAÇÕES DE PAGAMENTO, DE RECEBI-
§ 4º No caso de clientes residentes no exterior, para fins do MENTO E DE TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS
disposto no caput, as instituições mencionadas no art. 1º devem
adotar pelo menos duas das seguintes providências: Art. 30. No caso de operações relativas a pagamentos, rece-
I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua bimentos e transferências de recursos, por meio de qualquer ins-
qualificação; trumento, as instituições referidas no art. 1º devem incluir nos
II - recorrer a informações públicas disponíveis; e registros mencionados no art. 28 as informações necessárias à
III - consultar bases de dados públicas ou privadas sobre pesso- identificação da origem e do destino dos recursos.
as expostas politicamente. § 1º A origem mencionada no caput refere-se à instituição pa-
§ 5º A condição de pessoa exposta politicamente deve ser apli- gadora, sacada ou remetente e à pessoa sacada ou remetente dos
cada pelos cinco anos seguintes à data em que a pessoa deixou de recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de paga-
se enquadrar nas categorias previstas nos §§ 1º, 2º, e 3º. mento utilizado na transação.
§ 6º No caso de relação de negócio com cliente residente no § 2º O destino mencionado no caput refere-se à instituição re-
exterior que também seja cliente de instituição do mesmo grupo no cebedora ou destinatária e à pessoa recebedora ou destinatária dos
exterior, fiscalizada por autoridade supervisora com a qual o Banco recursos, bem como ao instrumento de transferência ou de paga-
Central do Brasil mantenha convênio para troca de informações, mento utilizado na transação.
admite-se que as informações de qualificação de pessoa exposta § 3º Para fins do cumprimento do disposto no caput, devem
politicamente sejam obtidas da instituição no exterior, desde que ser incluídas no registro das operações, no mínimo, as seguintes
assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso aos respectivos da- informações, quando couber:
dos e procedimentos adotados. I - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do reme-
tente ou sacado;
II - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ do recebe-
dor ou beneficiário;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - códigos de identificação, no sistema de liquidação de paga- II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do por-
mentos ou de transferência de fundos, das instituições envolvidas tador dos recursos;
na operação; e III - a finalidade do saque; e
IV - números das dependências e das contas envolvidas na ope- IV - o número do protocolo referido no art. 36, § 2º, inciso II.
ração. Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do porta-
§ 4º No caso de transferência de recursos por meio de cheque, dor dos recursos em prestar a informação referida no inciso III do
as instituições mencionadas no art. 1º devem incluir no registro da caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa informação
operação, além das informações referidas no § 3º, o número do nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise de que
cheque. tratam os art. 38 a 47.
Art. 31. Caso as instituições referidas no art. 1º estabeleçam Art. 36. As instituições mencionadas no art. 1º devem requerer
relação de negócio com terceiros não sujeitos a autorização para dos sacadores clientes e não clientes solicitação de provisionamen-
funcionar do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de to com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, das operações
pagamento do qual a instituição também participe, deve ser esti- de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de
pulado em contrato o acesso da instituição à identificação dos des- pagamento, de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta
tinatários finais dos recursos, para fins de prevenção à lavagem de mil reais).
dinheiro e do financiamento do terrorismo. § 1º As operações de saque de que trata o caput devem ser
Parágrafo único. O disposto no caput se aplica inclusive no caso consideradas individualmente, para efeitos de observação do limite
de relação de negócio que envolva a interoperabilidade com arran- previsto no caput.
jo de pagamento não sujeito a autorização pelo Banco Central do § 2º As instituições referidas no caput devem:
Brasil, do qual as instituições referidas no art. 1º não participem. I - possibilitar a solicitação de provisionamento por meio do
Art. 32. No caso de transferência de recursos por meio da sítio eletrônico da instituição na internet e das agências ou Postos
compensação interbancária de cheque, a instituição sacada deve de Atendimento;
informar à instituição depositária, e a instituição depositária deve II - emitir protocolo de atendimento ao cliente ou ao sacador
informar à instituição sacada, os números de inscrição no CPF ou não cliente, no qual devem ser informados o valor da operação, a
no CNPJ dos titulares da conta sacada e da conta depositária, res- dependência na qual deverá ser efetuado o saque e a data progra-
pectivamente. mada para o saque; e
III - registrar, no ato da solicitação de provisionamento, as in-
SEÇÃO III formações indicadas no art. 35, conforme o caso.
DO REGISTRO DAS OPERAÇÕES EM ESPÉCIE § 3º No caso de saque em espécie a ser realizado por meio de
cheque por sacador não cliente, a solicitação de provisionamento
Art. 33. No caso de operações com utilização de recursos em de que trata o caput deve ser realizada exclusivamente em agências
espécie de valor individual superior a R$2.000,00 (dois mil reais), ou em Postos de Atendimento.
as instituições referidas no art. 1º devem incluir no registro, além § 4º O disposto neste artigo deve ser observado sem prejuízo
das informações previstas nos arts. 28 e 30, o nome e o respectivo do art. 2º da Resolução nº 3.695, de 26 de março de 2009.
número de inscrição no CPF do portador dos recursos. Art. 37. As instituições referidas no art. 1º devem manter regis-
Parágrafo único. Nas operações de que trata o caput, realizadas tro específico de recebimentos de boleto de pagamento pagos com
por empresa de transporte de valores devidamente autorizada e recursos em espécie.
registrada na autoridade competente, nos termos da legislação em Parágrafo único. A instituição que receber boleto de pagamen-
vigor, considera-se essa empresa como a portadora dos recursos, a to que não seja de sua emissão deve remeter à instituição emissora
qual será identificada por meio do registro do número de inscrição a informação de que o boleto foi pago em espécie.
no CNPJ e da firma ou denominação social. (Incluído, a partir de
1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) CAPÍTULO VII
Art. 34. No caso de operações de depósito ou aporte em espé- DO MONITORAMENTO, DA SELEÇÃO E DA ANÁLISE DE OPE-
cie de valor individual igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta RAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS
mil reais), as instituições referidas no art. 1º devem incluir no regis- SEÇÃO I
tro, além das informações previstas nos arts. 28 e 30: DOS PROCEDIMENTOS DE MONITORAMENTO, SELEÇÃO E
I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS
CNPJ, conforme o caso, do proprietário dos recursos;
II - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do por- Art. 38. As instituições referidas no art. 1º devem implemen-
tador dos recursos; e tar procedimentos de monitoramento, seleção e análise de opera-
III - a origem dos recursos depositados ou aportados. ções e situações com o objetivo de identificar e dispensar especial
Parágrafo único. Na hipótese de recusa do cliente ou do porta- atenção às suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento
dor dos recursos em prestar a informação referida no inciso III do do terrorismo.
caput, a instituição deve registrar o fato e utilizar essa informação § 1º Para os fins desta Circular, operações e situações suspeitas
nos procedimentos de monitoramento, seleção e análise de que referem-se a qualquer operação ou situação que apresente indícios
tratam os art. 38 a 47. de utilização da instituição para a prática dos crimes de lavagem de
Art. 35. No caso de operações de saque, inclusive as realizadas dinheiro e de financiamento do terrorismo.
por meio de cheque ou ordem de pagamento, de valor individual § 2º Os procedimentos de que trata o caput devem ser aplica-
igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as institui- dos, inclusive, às propostas de operações.
ções referidas no art. 1º devem incluir no registro, além das infor- § 3º Os procedimentos mencionados no caput devem:
mações previstas nos arts. 28 e 30: I - ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de
I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no dinheiro e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º;
CNPJ, conforme o caso, do destinatário dos recursos; II - ser definidos com base na avaliação interna de risco de que
trata o art. 10;
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - considerar a condição de pessoa exposta politicamente, Art. 41. Devem ser incluídos no manual referido no art. 38, §
nos termos do art. 27, bem como a condição de representante, 3º, inciso IV:
familiar ou estreito colaborador da pessoa exposta politicamente, I - os critérios de definição da periodicidade de execução dos
nos termos do art. 19; e procedimentos de monitoramento e seleção para os diferentes ti-
IV - estar descritos em manual específico, aprovado pela dire- pos de operações e situações monitoradas; e
toria da instituição. II - os parâmetros, as variáveis, as regras e os cenários utiliza-
dos no monitoramento e seleção para os diferentes tipos de ope-
SEÇÃO II rações e situações.
DO MONITORAMENTO E DA SELEÇÃO DE OPERAÇÕES E SITU- Art. 42. Os procedimentos de monitoramento e seleção referi-
AÇÕES SUSPEITAS dos no art. 39 podem ser realizados de forma centralizada em ins-
tituição do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de
Art. 39. As instituições referidas no art. 1º devem implementar crédito.
procedimentos de monitoramento e seleção que permitam identi- Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os
ficar operações e situações que possam indicar suspeitas de lava- procedimentos de monitoramento e seleção na forma do caput de-
gem de dinheiro e de financiamento do terrorismo, especialmente: vem formalizar essa opção em reunião do conselho de administra-
I - as operações realizadas e os produtos e serviços contrata- ção ou, se inexistente, da diretoria da instituição.
dos que, considerando as partes envolvidas, os valores, as formas
de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de fundamento SEÇÃO III
econômico ou legal, possam configurar a existência de indícios de DOS PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE OPERAÇÕES E SITUA-
lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo, inclusive: ÇÕES SUSPEITAS
a) as operações realizadas ou os serviços prestados que, por
sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que objeti- Art. 43. As instituições referidas no art. 1º devem implementar
ve burlar os procedimentos de identificação, qualificação, registro, procedimentos de análise das operações e situações selecionadas
monitoramento e seleção previstos nesta Circular; por meio dos procedimentos de monitoramento e seleção de que
b) as operações de depósito ou aporte em espécie, saque em trata o art. 39, com o objetivo de caracterizá-las ou não como sus-
espécie, ou pedido de provisionamento para saque que apresen- peitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
tem indícios de ocultação ou dissimulação da natureza, da origem, § 1º O período para a execução dos procedimentos de análise
da localização, da disposição, da movimentação ou da propriedade das operações e situações selecionadas não pode exceder o prazo
de bens, direitos e valores; de quarenta e cinco dias, contados a partir da data da seleção da
c) as operações realizadas e os produtos e serviços contratados operação ou situação.
que, considerando as partes e os valores envolvidos, apresentem § 2º A análise mencionada no caput deve ser formalizada em
incompatibilidade com a capacidade financeira do cliente, incluin- dossiê, independentemente da comunicação ao Coaf referida no
do a renda, no caso de pessoa natural, ou o faturamento, no caso art. 48.
de pessoa jurídica, e o patrimônio; Art. 44. É vedada:
d) as operações com pessoas expostas politicamente de nacio- I - a contratação de terceiros para a realização da análise refe-
nalidade brasileira e com representantes, familiares ou estreitos rida no art. 43; e
colaboradores de pessoas expostas politicamente; II - a realização da análise referida no art. 43 no exterior.
e) as operações com pessoas expostas politicamente estran- Parágrafo único. A vedação mencionada no caput não inclui a
geiras; contratação de terceiros para a prestação de serviços auxiliares à
f) os clientes e as operações em relação aos quais não seja pos- análise referida no art. 43.
sível identificar o beneficiário final; Art. 45. As instituições referidas no art. 1º devem dispor, no
g) as operações oriundas ou destinadas a países ou territórios País, de recursos e competências necessários à análise de opera-
com deficiências estratégicas na implementação das recomenda- ções e situações suspeitas referida no art. 43.
ções do Grupo de Ação Financeira (Gafi); e Art. 46. Os procedimentos de análise referidos no art. 43 po-
h) as situações em que não seja possível manter atualizadas as dem ser realizados de forma centralizada em instituição do conglo-
informações cadastrais de seus clientes; e merado prudencial e do sistema cooperativo de crédito.
II - as operações e situações que possam indicar suspeitas de Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar os
financiamento do terrorismo. procedimentos de análise na forma do caput devem formalizar a
Parágrafo único. O período para a execução dos procedimen- opção em reunião do conselho de administração ou, se inexistente,
tos de monitoramento e de seleção das operações e situações sus- da diretoria da instituição.
peitas não pode exceder o prazo de quarenta e cinco dias, contados
a partir da data de ocorrência da operação ou da situação. SEÇÃO IV
Art. 40. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar DISPOSIÇÕES GERAIS
que os sistemas utilizados no monitoramento e na seleção de ope-
rações e situações suspeitas contenham informações detalhadas Art. 47. No caso de contratação de serviços de processamento
das operações realizadas e das situações ocorridas, inclusive infor- e armazenamento de dados e de computação em nuvem utilizados
mações sobre a identificação e a qualificação dos envolvidos. para monitoramento e seleção de operações e situações suspeitas,
§ 1º As instituições devem manter documentação detalhada bem como de serviços auxiliares à análise dessas operações e situa-
dos parâmetros, variáveis, regras e cenários utilizados no monitora- ções, as instituições referidas no art. 1º devem observar:
mento e seleção de operações e situações que possam indicar sus- I - o disposto no Capítulo III da Circular nº 3.909, de 16 de agos-
peitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. to de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referida Circu-
§ 2º Os sistemas e os procedimentos utilizados no monitora- lar, no caso de instituições de pagamento; e
mento e na seleção de operações e situações suspeitas devem ser
passíveis de verificação quanto à sua adequação e efetividade.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - o disposto no Capítulo III da Resolução nº 4.658, de 26 de I - é pessoa exposta politicamente ou representante, familiar
abril de 2018, e, no que couber, nos Capítulos IV e V da referida ou estreito colaborador dessa pessoa;
Resolução, no caso de instituições financeiras e demais instituições II - é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou tenha inten-
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. tado praticar atos terroristas ou deles participado ou facilitado o
seu cometimento; e
CAPÍTULO VIII III - é pessoa que possui ou controla, direta ou indiretamente,
DOS PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO AO COAF recursos na instituição, no caso do inciso II.
SEÇÃO I Art. 54. As instituições de que trata o art. 1º que não tiverem
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS efetuado comunicações ao Coaf em cada ano civil deverão pres-
tar declaração, até dez dias úteis após o encerramento do referido
Art. 48. As instituições referidas no art. 1º devem comunicar ao ano, atestando a não ocorrência de operações ou situações passí-
Coaf as operações ou situações suspeitas de lavagem de dinheiro e veis de comunicação.
de financiamento do terrorismo. Art. 55. As instituições referidas no art. 1º devem se habilitar
§ 1º A decisão de comunicação da operação ou situação ao para realizar as comunicações no Sistema de Controle de Ativida-
Coaf deve: des Financeiras (Siscoaf), do Coaf.
I - ser fundamentada com base nas informações contidas no
dossiê mencionado no art. 43, § 2º;
II - ser registrada de forma detalhada no dossiê mencionado CAPÍTULO IX
no art. 43, § 2º; e DOS PROCEDIMENTOS DESTINADOS A CONHECER FUNCIO-
III - ocorrer até o final do prazo de análise referido no art. 43, NÁRIOS, PARCEIROS E PRESTADORES DE SERVIÇOS TERCEIRI-
§ 1º. ZADOS
§ 2º A comunicação da operação ou situação suspeita ao Coaf
deve ser realizada até o dia útil seguinte ao da decisão de comuni- Art. 56. As instituições mencionadas no art. 1º devem imple-
cação. mentar procedimentos destinados a conhecer seus funcionários,
parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo proce-
SEÇÃO II dimentos de identificação e qualificação.
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES EM ESPÉCIE Parágrafo único. Os procedimentos referidos no caput devem
ser compatíveis com a política de prevenção à lavagem de dinheiro
Art. 49. As instituições mencionadas no art. 1º devem comu- e ao financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º e com a
nicar ao Coaf: avaliação interna de risco de que trata o art. 10.
I - as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque Art. 57. Os procedimentos referidos no art. 56 devem ser for-
em espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil malizados em documento específico aprovado pela diretoria da
reais); instituição.
II - as operações relativas a pagamentos, recebimentos e trans- Parágrafo único. O documento mencionado no caput deve ser
ferências de recursos, por meio de qualquer instrumento, contra mantido atualizado.
Art. 58. As instituições referidas no art. 1º devem classificar as
pagamento em espécie, de valor igual ou superior a R$50.000,00
atividades exercidas por seus funcionários, parceiros e prestadores
(cinquenta mil reais); e
de serviços terceirizados nas categorias de risco definidas na avalia-
III - a solicitação de provisionamento de saques em espécie de
ção interna de risco, nos termos do art. 10.
valor igual ou superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) de que
§ 1º A classificação em categorias de risco mencionada no
trata o art. 36.
caput deve ser mantida atualizada.
Parágrafo único. A comunicação mencionada no caput deve
§ 2º Os critérios para a classificação em categorias de risco re-
ser realizada até o dia útil seguinte ao da ocorrência da operação
ferida no caput devem estar previstos no documento mencionado
ou do provisionamento.
no art. 57.
§ 3º As informações relativas aos funcionários, parceiros e
SEÇÃO III prestadores de serviços terceirizados devem ser mantidas atuali-
DISPOSIÇÕES GERAIS zadas, considerando inclusive eventuais alterações que impliquem
mudança de classificação nas categorias de risco.
Art. 50. As instituições referidas no art. 1º devem realizar as Art. 59. As instituições referidas no art. 1º, na celebração de
comunicações mencionadas nos arts. 48 e 49 sem dar ciência aos contratos com instituições financeiras sediadas no exterior, devem:
envolvidos ou a terceiros. I - obter informações sobre o contratado que permitam com-
Art. 51. As comunicações alteradas ou canceladas após o quin- preender a natureza de sua atividade e a sua reputação;
to dia útil seguinte ao da sua realização devem ser acompanhadas II - verificar se o contratado foi objeto de investigação ou de
de justificativa da ocorrência. ação de autoridade supervisora relacionada com lavagem de di-
Art. 52. As comunicações podem ser realizadas de forma cen- nheiro ou com financiamento do terrorismo;
tralizada por meio de instituição do conglomerado prudencial e de III - certificar que o contratado tem presença física no país onde
sistema cooperativo de crédito, em nome da instituição na qual está constituído ou licenciado;
ocorreu a operação ou a situação. IV - conhecer os controles adotados pelo contratado relativos
Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar as à prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terro-
comunicações de forma centralizada, nos termos do caput, devem rismo;
formalizar a opção em reunião do conselho de administração ou, se V - obter a aprovação do detentor de cargo ou função de nível
inexistente, da diretoria da instituição. hierárquico superior ao do responsável pela contratação; e
Art. 53. As comunicações referidas nos arts. 48 e 49 devem es- VI - dar ciência do contrato de parceria ao diretor mencionado
pecificar, quando for o caso, se a pessoa objeto da comunicação: no art. 9º.
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se inclusive às re- d) das medidas de desenvolvimento da cultura organizacional
lações de parceria estabelecidas com bancos correspondentes no voltadas à prevenção da lavagem de dinheiro e ao financiamento
exterior. do terrorismo;
Art. 60. As instituições referidas no art. 1º, na celebração de e) dos programas de capacitação periódica de pessoal;
contratos com terceiros não sujeitos a autorização para funcionar f) dos procedimentos destinados a conhecer os funcionários,
do Banco Central do Brasil, participantes de arranjo de pagamento parceiros e prestadores de serviços terceirizados; e
do qual a instituição também participe, devem: g) das ações de regularização dos apontamentos oriundos da
I - obter informações sobre o terceiro que permitam compre- auditoria interna e da supervisão do Banco Central do Brasil.
ender a natureza de sua atividade e a sua reputação; Art. 64. Admite-se a elaboração de um único relatório de ava-
II - verificar se o terceiro foi objeto de investigação ou de ação liação de efetividade nos termos do art. 62, § 1º, relativo às insti-
de autoridade supervisora relacionada com lavagem de dinheiro ou tuições do conglomerado prudencial e do sistema cooperativo de
com financiamento do terrorismo; crédito.
III - certificar que o terceiro tem licença do instituidor do arran- Parágrafo único. As instituições que optarem por realizar o re-
jo para operar, quando for o caso; latório de avaliação de efetividade na forma do caput devem for-
IV - conhecer os controles adotados pelo terceiro relativos à malizar a opção em reunião do conselho de administração ou, se
prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terroris- inexistente, da diretoria da instituição.
mo; e Art. 65. As instituições referidas no art. 1º devem elaborar pla-
V - dar ciência do contrato ao diretor mencionado no art. 9º. no de ação destinado a solucionar as deficiências identificadas por
meio da avaliação de efetividade de que trata o art. 62.
CAPÍTULO X § 1º O acompanhamento da implementação do plano de ação
DOS MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO E DE CONTROLE referido no caput deve ser documentado por meio de relatório de
acompanhamento.
Art. 61. As instituições mencionadas no art. 1º devem instituir § 2º O plano de ação e o respectivo relatório de acompanha-
mecanismos de acompanhamento e de controle de modo a assegu- mento devem ser encaminhados para ciência e avaliação, até 30 de
rar a implementação e a adequação da política, dos procedimentos junho do ano seguinte ao da data-base do relatório de que trata o
e dos controles internos de que trata esta Circular, incluindo: art. 62, § 1º:
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria; I - do comitê de auditoria, quando houver;
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e II - da diretoria da instituição; e
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências. III - do conselho de administração, quando existente.
Parágrafo único. Os mecanismos de que trata o caput devem
ser submetidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando CAPÍTULO XII
aplicáveis, compatíveis com os controles internos da instituição. DISPOSIÇÕES FINAIS

CAPÍTULO XI Art. 66. Devem permanecer à disposição do Banco Central do


DA AVALIAÇÃO DE EFETIVIDADE Brasil:
I - o documento de que trata o art. 7º, inciso I, relativo à política
Art. 62. As instituições referidas no art. 1º devem avaliar a efe- de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terro-
tividade da política, dos procedimentos e dos controles internos de rismo de que trata o art. 2º;
que trata esta Circular. II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua
§ 1º A avaliação referida no caput deve ser documentada em inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formalizada
relatório específico. a opção de que trata o caput do art. 4º;
§ 2º O relatório de que trata o § 1º deve ser: III - o relatório de que trata o art. 5º, parágrafo único, se exis-
I - elaborado anualmente, com data-base de 31 de dezembro; e tente;
II - encaminhado, para ciência, até 31 de março do ano seguin- IV - o documento relativo à avaliação interna de risco de que
te ao da data-base: trata o art. 12, inciso I, juntamente com a documentação de supor-
a) ao comitê de auditoria, quando houver; e te à sua elaboração;
b) ao conselho de administração ou, se inexistente, à diretoria V - o contrato referido no art. 31;
da instituição. VI - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua
Art. 63. O relatório referido no art. 62, § 1º, deve: inexistência, da diretoria da instituição, no caso de serem formali-
I - conter informações que descrevam: zadas as opções mencionadas nos arts. 11, 42, 46, 52 e 64;
a) a metodologia adotada na avaliação de efetividade; VII - o relatório de avaliação de efetividade de que trata o art.
b) os testes aplicados; 62, § 1º;
c) a qualificação dos avaliadores; e VIII - as versões anteriores da avaliação interna de risco de que
d) as deficiências identificadas; e trata o art. 10;
II - conter, no mínimo, a avaliação: IX - o manual relativo aos procedimentos destinados a conhe-
a) dos procedimentos destinados a conhecer clientes, incluin- cer os clientes referido no art. 13, § 2º;
do a verificação e a validação das informações dos clientes e a ade- X - o manual relativo aos procedimentos de monitoramento,
quação dos dados cadastrais; seleção e análise de operações e situações suspeitas mencionado
b) dos procedimentos de monitoramento, seleção, análise e no art. 38, § 3º, inciso IV;
comunicação ao Coaf, incluindo a avaliação de efetividade dos pa- XI - o documento relativo aos procedimentos destinados a co-
râmetros de seleção de operações e de situações suspeitas; nhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços tercei-
c) da governança da política de prevenção à lavagem de dinhei- rizados mencionado no art. 57;
ro e ao financiamento do terrorismo; XII - as versões anteriores do relatório de avaliação de efetivi-
dade de que trata o art. 62, § 1º;
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
XIII - os dados, os registros e as informações relativas aos me- XVI - o art. 2º da Circular nº 3.727, de 6 de novembro de 2014;
canismos de acompanhamento e de controle de que trata o art. XVII - o art. 3º da Circular nº 3.780, de 21 de janeiro de 2016; e
61; e XVIII - o art. 18 da Circular nº 3.858, de 14 de novembro de
XIV - os documentos relativos ao plano de ação e ao respectivo 2017.
relatório de acompanhamento mencionados no art. 65. Art. 70. Esta Circular entra em vigor em 1º de julho de 2020.
§ 1º O contrato referido no inciso V do caput deve permanecer
à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco
anos após o encerramento da relação contratual.
§ 2º Os documentos e informações referidos nos incisos VIII a CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020 E
XIV do caput devem permanecer à disposição do Banco Central do SUAS ALTERAÇÕES
Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos.
Art. 67. As instituições referidas no art. 1º devem manter à dis-
posição do Banco Central do Brasil e conservar pelo período míni- CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020
mo de dez anos:
I - as informações coletadas nos procedimentos destinados a Divulga relação de operações e situações que podem configu-
conhecer os clientes de que tratam os arts. 13, 16 e 18, contado o rar indícios de ocorrência dos crimes de “lavagem” ou ocultação
prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano seguinte ao de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de
término do relacionamento com o cliente; março de 1998, e de financiamento ao terrorismo, previstos na Lei
II - as informações coletadas nos procedimentos destinados a nº 13.260, de 16 de março de 2016, passíveis de comunicação ao
conhecer os funcionários, parceiros e prestadores de serviços ter- Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
ceirizados de que trata o art. 56, contado o prazo referido no caput
a partir da data de encerramento da relação contratual; A Chefe do Departamento de Supervisão de Conduta (Decon),
III - as informações e registros de que tratam os arts. 28 a 37, no uso da atribuição que lhe confere o art. 23, inciso I, alínea “a”,
contado o prazo referido no caput a partir do primeiro dia do ano do Regimento Interno do Banco Central do Brasil, anexo à Portaria
seguinte ao da realização da operação; e nº 105.173, de 24 de outubro de 2019, resolve:
IV - o dossiê referido no art. 43, § 2º.
Art. 68. A Circular nº 3.691, de 16 de dezembro de 2013, passa Art. 1º As operações ou as situações descritas a seguir exem-
a vigorar com as seguintes alterações: plificam a ocorrência de indícios de suspeita para fins dos procedi-
“Art. 18. Os agentes autorizados a operar no mercado de mentos de monitoramento e seleção previstos na Circular nº 3.978,
câmbio devem verificar a legalidade das operações, as responsa- de 23 de janeiro de 2020:
bilidades das partes envolvidas, bem como identificar seus clientes I - Situações relacionadas com operações em espécie em mo-
previamente à realização das operações no mercado de câmbio na eda nacional com a utilização de contas de depósitos ou de contas
forma prevista pela regulamentação sobre a política, os procedi- de pagamento:
mentos e os controles internos na prevenção à prática dos crimes a) depósitos, aportes, saques, pedidos de provisionamento
de ‘lavagem’ ou ocultação de bens, direitos e valores, previstos na para saque ou qualquer outro instrumento de transferência de re-
Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento do terro- cursos em espécie, que apresentem atipicidade em relação à ativi-
rismo, de que trata a Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016.” (NR) dade econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capaci-
“Art. 135. As instituições autorizadas a operar no mercado de dade financeira;
câmbio devem desenvolver mecanismos que permitam evitar a b) movimentações em espécie realizadas por clientes cujas ati-
prática de operações que visem a burlar os limites e outros reque- vidades possuam como característica a utilização de outros instru-
rimentos estabelecidos nesta Circular.” (NR) mentos de transferência de recursos, tais como cheques, cartões
“Art. 139. As instituições autorizadas a operar no mercado de de débito ou crédito;
câmbio devem certificar-se da qualificação de seus clientes, me- c) aumentos substanciais no volume de depósitos ou aportes
diante documentação em meio físico ou eletrônico e mediante a em espécie de qualquer pessoa natural ou jurídica, sem causa apa-
realização, entre outras providências pertinentes, de avaliação de rente, nos casos em que tais depósitos ou aportes forem posterior-
desempenho, de procedimentos comerciais e de capacidade finan- mente transferidos, dentro de curto período de tempo, a destino
ceira.” (NR) não relacionado com o cliente;
Art. 69. Ficam revogados: d) fragmentação de depósitos ou outro instrumento de trans-
I - a Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009; ferência de recurso em espécie, inclusive boleto de pagamento, de
II - a Circular nº 3.517, de 7 de dezembro de 2010; forma a dissimular o valor total da movimentação;
III - a Circular nº 3.583, de 12 de março de 2012; e) fragmentação de saques em espécie, a fim de burlar limites
IV - a Circular nº 3.654, de 27 de março de 2013; regulatórios de reportes;
V - a Circular nº 3.839, de 28 de junho de 2017; f) depósitos ou aportes de grandes valores em espécie, de for-
VI - a Circular nº 3.889, de 28 de março de 2018; ma parcelada, principalmente nos mesmos caixas ou terminais de
VII - os arts. 6º, 6º-A e 6º-B da Circular nº 3.680, de 4 de no- autoatendimento próximos, destinados a uma única conta ou a vá-
vembro de 2013; rias contas em municípios ou agências distintas;
VIII - o § 2º do art. 11 da Circular nº 3.691, de 2013; g) depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes que
IX - o parágrafo único do art. 19 da Circular nº 3.691, de 2013; exerçam atividade comercial relacionada com negociação de bens
X - o art. 32 da Circular nº 3.691, de 2013; de luxo ou de alto valor, tais como obras de arte, imóveis, barcos,
XI - o inciso IV do art. 32-A da Circular nº 3.691, de 2013; joias, automóveis ou aeronaves;
XII - os incisos I e II do art. 139 da Circular nº 3.691, de 2013;
XIII - o art. 166 da Circular nº 3.691, de 2013;
XIV - o art. 170 da Circular nº 3.691, de 2013;
XV - o art. 213 da Circular nº 3.691, de 2013;
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
h) saques em espécie de conta que receba diversos depósitos a) resistência ao fornecimento de informações necessárias
por transferência eletrônica de várias origens em curto período de para o início de relacionamento ou para a atualização cadastral;
tempo; b) oferecimento de informação falsa;
i) depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, mal- c) prestação de informação de difícil ou onerosa verificação;
cheirosas, mofadas, ou com aspecto de que foram armazenadas em d) abertura, movimentação de contas ou realização de ope-
local impróprio ou ainda que apresentem marcas, símbolos ou se- rações por detentor de procuração ou de qualquer outro tipo de
los desconhecidos, empacotadas em maços desorganizados e não mandato;
uniformes; e) ocorrência de irregularidades relacionadas aos procedimen-
j) depósitos, aportes ou troca de grandes quantidades de cédu- tos de identificação e registro das operações exigidos pela regula-
las de pequeno valor, por pessoa natural ou jurídica, cuja atividade mentação vigente;
ou negócio não tenha como característica recebimentos de grandes f) cadastramento de várias contas em uma mesma data, ou em
quantias de recursos em espécie; curto período, com depósitos de valores idênticos ou aproximados,
k) saques no período de cinco dias úteis em valores inferio- ou com outros elementos em comum, tais como origem dos recur-
res aos limites estabelecidos, de forma a dissimular o valor total da sos, titulares, procuradores, sócios, endereço, número de telefone,
operação e evitar comunicações de operações em espécie; etc;
l) dois ou mais saques em espécie no caixa no mesmo dia, com g) operações em que não seja possível identificar o beneficiário
indícios de tentativa de burla para evitar a identificação do sacador; final, observados os procedimentos definidos na regulamentação
m) dois ou mais depósitos em terminais de autoatendimento vigente;
em espécie, no período de cinco dias úteis, com indícios de tentati- h) representação de diferentes pessoas jurídicas ou organiza-
va de burla para evitar a identificação do depositante; ções pelos mesmos procuradores ou representantes legais, sem
n) depósitos em espécie relevantes em contas de servidores justificativa razoável para tal ocorrência;
públicos e de qualquer tipo de Pessoas Expostas Politicamente i) informação de mesmo endereço residencial ou comercial por
(PEP), conforme elencados no art. 27 da Circular nº 3.978, de 2020, pessoas naturais, sem demonstração da existência de relação fami-
bem como seu representante, familiar ou estreito colaborador. liar ou comercial;
II - Situações relacionadas com operações em espécie e cartões j) incompatibilidade da atividade econômica ou faturamento
pré-pagos em moeda estrangeira e cheques de viagem: informados com o padrão apresentado por clientes com o mesmo
a) movimentações de moeda estrangeira em espécie ou de perfil;
cheques de viagem denominados em moeda estrangeira, que apre- k) registro de mesmo endereço de e-mail ou de Internet Proto-
sentem atipicidade em relação à atividade econômica do cliente ou col (IP) por diferentes pessoas jurídicas ou organizações, sem justi-
incompatibilidade com a sua capacidade financeira; ficativa razoável para tal ocorrência;
b) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de che- l) registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet Protocol
ques de viagem denominados em moeda estrangeira, que não (IP) por pessoas naturais, sem justificativa razoável para tal ocor-
apresentem compatibilidade com a natureza declarada da opera- rência;
ção; m) informações e documentos apresentados pelo cliente con-
c) negociações de moeda estrangeira em espécie ou de che- flitantes com as informações públicas disponíveis;
ques de viagem denominados em moeda estrangeira, realizadas n) sócios de empresas sem aparente capacidade financeira
por diferentes pessoas naturais, não relacionadas entre si, que para o porte da atividade empresarial declarada.
informem o mesmo endereço residencial, telefone de contato ou IV - Situações relacionadas com a movimentação de contas de
possuam o mesmo representante legal; depósito e de contas de pagamento em moeda nacional, que digam
d) negociações envolvendo taxas de câmbio com variação sig- respeito a:
nificativa em relação às praticadas pelo mercado; a) movimentação de recursos incompatível com o patrimônio,
e) negociações de moeda estrangeira em espécie envolvendo a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade
cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou com aspecto de terem financeira do cliente;
sido armazenadas em local impróprio, ou ainda que apresentem b) transferências de valores arredondados na unidade de mi-
marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em maços lhar ou que estejam um pouco abaixo do limite para notificação de
desorganizados e não uniformes; operações;
f) negociações de moeda estrangeira em espécie ou troca de c) movimentação de recursos de alto valor, de forma contu-
grandes quantidades de cédulas de pequeno valor, realizadas por maz, em benefício de terceiros;
pessoa natural ou jurídica, cuja atividade ou negócio não tenha d) manutenção de numerosas contas destinadas ao acolhimen-
como característica o recebimento desse tipo de recurso; to de depósitos em nome de um mesmo cliente, cujos valores, so-
g) utilização, carga ou recarga de cartão pré-pago em valor mados, resultem em quantia significativa;
não compatível com a capacidade financeira, atividade ou perfil do e) movimentação de quantia significativa por meio de conta
cliente; até então pouco movimentada ou de conta que acolha depósito
h) utilização de diversas fontes de recursos para carga e recar- inusitado;
ga de cartões pré-pagos; f) ausência repentina de movimentação financeira em conta
i) carga e recarga de cartões pré-pagos seguidas imediatamen- que anteriormente apresentava grande movimentação;
te por saques em caixas eletrônicos. g) utilização de cofres de aluguel de forma atípica em relação
III - Situações relacionadas com a identificação e qualificação ao perfil do cliente;
de clientes: h) dispensa da faculdade de utilização de prerrogativas como
recebimento de crédito, de juros remuneratórios para grandes sal-
dos ou, ainda, de outros serviços bancários especiais que, em cir-
cunstâncias normais, sejam valiosas para qualquer cliente;
i) mudança repentina e injustificada na forma de movimenta-
ção de recursos ou nos tipos de transação utilizados;
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
j) solicitação de não observância ou atuação no sentido de in- ac) movimentação de valores incompatíveis com o faturamen-
duzir funcionários da instituição a não seguirem os procedimentos to mensal das pessoas jurídicas;
regulamentares ou formais para a realização de uma operação; ad) recebimento de créditos com o imediato débito dos valo-
k) recebimento de recursos com imediata compra de instru- res;
mentos para a realização de pagamentos ou de transferências a ae) movimentações de valores com empresas sem atividade
terceiros, sem justificativa; regulamentada pelos órgãos competentes.
l) operações que, por sua habitualidade, valor e forma, configu- V - Situações relacionadas com operações de investimento no
rem artifício para burla da identificação da origem, do destino, dos País:
responsáveis ou dos destinatários finais; a) operações ou conjunto de operações de compra ou de ven-
m) existência de contas que apresentem créditos e débitos da de ativos financeiros a preços incompatíveis com os praticados
com a utilização de instrumentos de transferência de recursos não no mercado ou quando realizadas por pessoa natural ou jurídica
característicos para a ocupação ou o ramo de atividade desenvol- cuja atividade declarada e perfil não se coadunem ao tipo de nego-
vida pelo cliente; ciação realizada;
n) recebimento de depósitos provenientes de diversas origens, b) operações atípicas que resultem em elevados ganhos para
sem fundamentação econômico-financeira, especialmente prove- os agentes intermediários, em desproporção com a natureza dos
nientes de regiões distantes do local de atuação da pessoa jurídica serviços efetivamente prestados;
ou distantes do domicílio da pessoa natural; c) investimentos significativos em produtos de baixa rentabili-
o) pagamentos habituais a fornecedores ou beneficiários que dade e liquidez;
não apresentem ligação com a atividade ou ramo de negócio da d) investimentos significativos não proporcionais à capacidade
pessoa jurídica; financeira do cliente, ou cuja origem não seja claramente conhe-
p) pagamentos ou transferências por pessoa jurídica para for- cida;
necedor distante de seu local de atuação, sem fundamentação eco- e) resgates de investimentos no curtíssimo prazo, independen-
nômico-financeira; temente do resultado auferido.
q) depósitos de cheques endossados totalizando valores signi- VI - Situações relacionadas com operações de crédito no País:
ficativos; a) operações de crédito no País liquidadas com recursos apa-
r) existência de conta de depósitos à vista ou de conta de pa- rentemente incompatíveis com a situação financeira do cliente;
gamento de organizações sem fins lucrativos cujos saldos ou movi- b) solicitação de concessão de crédito no País incompatível com
mentações financeiras não apresentem fundamentação econômica a atividade econômica ou com a capacidade financeira do cliente;
ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação entre a atividade c) operação de crédito no País seguida de remessa de recursos
declarada da organização e as outras partes envolvidas nas transa- ao exterior, sem fundamento econômico ou legal, e sem relaciona-
ções; mento com a operação de crédito;
s) movimentação habitual de recursos financeiros de ou para d) operações de crédito no País, simultâneas ou consecutivas,
qualquer tipo de PEP, conforme elencados no art. 27 da Circular nº liquidadas antecipadamente ou em prazo muito curto;
3.978, de 2020, bem como seu representante, familiar ou estreito e) liquidação de operações de crédito ou assunção de dívida no
colaborador, não justificada por eventos econômicos; País por terceiros, sem justificativa aparente;
t) existência de contas em nome de menores ou incapazes, f) concessão de garantias de operações de crédito no País por
cujos representantes realizem grande número de operações e/ou terceiros não relacionados ao tomador;
operações de valores relevantes; g) operação de crédito no País com oferecimento de garantia
u) transações significativas e incomuns por meio de contas de no exterior por cliente sem tradição de realização de operações no
depósitos ou de contas de pagamento de investidores não residen- exterior;
tes constituídos sob a forma de trust; h) aquisição de bens ou serviços incompatíveis com o objeto da
v) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal de pessoa jurídica, especialmente quando os recursos forem origina-
pagamento (Point of Sale - POS), que apresentem indícios de ati- dos de crédito no País.
picidade ou de incompatibilidade com a capacidade financeira do VII - Situações relacionadas com a movimentação de recursos
estabelecimento comercial credenciado; oriundos de contratos com o setor público:
w) recebimentos de valores relevantes no mesmo terminal de a) movimentações atípicas de recursos por agentes públicos,
pagamento (Point of sale - POS), que apresentem indícios de atipi- conforme definidos no art. 2º da Lei nº 8.429, de 2 de junho de
cidade ou de incompatibilidade com o perfil do estabelecimento 1992;
comercial credenciado; b) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou
x) desvios frequentes em padrões adotados por cada adminis- jurídica relacionadas a patrocínio, propaganda, marketing, consul-
tradora de cartões de credenciamento ou de cartões de crédito, torias, assessorias e capacitação;
verificados no monitoramento das compras de seus titulares; c) movimentações atípicas de recursos por organizações sem
y) transações em horário considerado incompatível com a ati- fins lucrativos;
vidade do estabelecimento comercial credenciado; d) movimentações atípicas de recursos por pessoa natural ou
z) transações em terminal (Point of sale - POS) realizadas em jurídica relacionadas a licitações.
localização geográfica distante do local de atuação do estabeleci- VIII - Situações relacionadas a consórcios:
mento comercial credenciado; a) existência de consorciados detentores de elevado número
aa) operações atípicas em contas de clientes que exerçam ati- de cotas, incompatível com sua capacidade financeira ou com o ob-
vidade comercial relacionada com negociação de bens de luxo ou jeto da pessoa jurídica;
de alto valor, tais como obras de arte, imóveis, barcos, joias, auto- b) aumento expressivo do número de cotas pertencentes a um
móveis ou aeronaves; mesmo consorciado;
ab) utilização de instrumento financeiro de forma a ocultar pa- c) oferecimento de lances incompatíveis com a capacidade fi-
trimônio e/ou evitar a realização de bloqueios judiciais, inclusive nanceira do consorciado;
cheque administrativo; d) oferecimento de lances muito próximos ao valor do bem;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
e) pagamento antecipado de quantidade expressiva de pres- f) transferências internacionais, inclusive a título de disponibi-
tações vincendas, não condizente com a capacidade financeira do lidade no exterior, nas quais não se justifique a origem dos fundos
consorciado; envolvidos ou que se mostrem incompatíveis com a capacidade fi-
f) aquisição de cotas previamente contempladas, seguida de nanceira ou com o perfil do cliente;
quitação das prestações vincendas; g) exportações ou importações aparentemente fictícias ou com
g) utilização de documentos falsificados na adesão ou tentativa indícios de superfaturamento ou subfaturamento, ou ainda em si-
de adesão a grupo de consórcio; tuações que não seja possível obter informações sobre o desemba-
h) pagamentos realizados em localidades diferentes ao do en- raço aduaneiro das mercadorias;
dereço do cadastro; h) existência de informações na carta de crédito com discre-
i) informe de conta de depósito à vista ou de poupança para pâncias em relação a outros documentos da operação de comércio
pagamento de crédito em espécie, em agência/localidade diferente internacional;
da inicialmente fornecida ou remessa de eventual Ordem de Paga- i) pagamentos ao exterior após créditos em reais efetuados
mento (OP) para conta de depósito à vista ou de poupança diver- nas contas de depósitos dos titulares das operações de câmbio por
gente da inicialmente fornecida. pessoas naturais ou jurídicas que não demonstrem a existência de
IX - Situações relacionadas a pessoas ou entidades suspeitas de vínculo comercial ou econômico;
envolvimento com financiamento ao terrorismo e a proliferação de j) movimentações decorrentes de programa de repatriação de
armas de destruição em massa: recursos que apresentem inconsistências relacionadas à identifica-
a) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou entida- ção do titular ou do beneficiário final, bem como ausência de infor-
des relacionadas a atividades terroristas listadas pelo Conselho de mações confiáveis sobre a origem e a fundamentação econômica
Segurança das Nações Unidas (CSNU); ou legal;
b) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, a k) pagamentos de frete ou de outros serviços que apresentem
pessoas ou entidades que reconhecidamente tenham cometido ou indícios de atipicidade ou de incompatibilidade com a atividade ou
intentado cometer atos terroristas, ou deles participado ou facilita- capacidade econômico-financeira do cliente;
do o seu cometimento; l) transferências internacionais por uma ou mais pessoas na-
c) existência de recursos pertencentes ou controlados, direta turais ou jurídicas com indícios de fragmentação, como forma de
ou indiretamente, por pessoas ou entidades que reconhecidamen- ocultar a real origem ou destino dos recursos;
te tenham cometido ou intentado cometer atos terroristas, ou de- m) transações em uma mesma data, ou em curto período, de
les participado ou facilitado o seu cometimento; valores idênticos ou aproximados, ou com outros elementos em
d) movimentações com indícios de financiamento ao terroris- comum, tais como origem ou destino dos recursos, titulares, procu-
mo; radores, endereço, número de telefone, que configurem artificio de
e) movimentações financeiras envolvendo pessoas ou entida- burla do limite máximo de operação;
des relacionadas à proliferação de armas de destruição em massa n) transferência via facilitadora de pagamentos ou com a utili-
listadas pelo CSNU; zação do cartão de crédito de uso internacional, que, pela habitu-
f) operações ou prestação de serviços, de qualquer valor, a alidade, valor ou forma, não se justifiquem ou apresentem atipici-
pessoas ou entidades que reconhecidamente tenham cometido ou dade;
intentado cometer crimes de proliferação de armas de destruição o) transferências relacionadas a investimentos não convencio-
em massa, ou deles participado ou facilitado o seu cometimento; nais que, pela habitualidade, valor ou forma, não se justifiquem ou
g) existência de recursos pertencentes ou controlados, direta apresentem atipicidade;
ou indiretamente, por pessoas ou entidades que reconhecidamen- p) pagamento de frete internacional sem amparo em docu-
te tenham cometido ou intentado cometer crimes de proliferação mentação que evidencie vínculo com operação comercial.
de armas de destruição em massa, ou deles participado ou facilita- XI - Situações relacionadas com operações de crédito contra-
do o seu cometimento; tadas no exterior:
h) movimentações com indícios de financiamento da prolifera- a) contratação de operações de crédito no exterior com cláusu-
ção de armas de destruição em massa. las que estabeleçam condições incompatíveis com as praticadas no
X - Situações relacionadas com atividades internacionais: mercado, como juros destoantes da prática ou prazo muito longo;
a) operação com pessoas naturais ou jurídicas, inclusive socie- b) contratação, no exterior, de várias operações de crédito
dades e instituições financeiras, situadas em países que não apli- consecutivas, sem que a instituição tome conhecimento da quita-
quem ou apliquem insuficientemente as recomendações do Grupo ção das anteriores;
de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terro- c) contratação, no exterior, de operações de crédito que não
rismo (Gafi), ou que tenham sede em países ou dependências com sejam quitadas por intermédio de operações na mesma instituição;
tributação favorecida ou regimes fiscais privilegiados, ou em locais d) contratação, no exterior, de operações de crédito, quitadas
onde seja observada a prática contumaz dos crimes previstos na Lei sem explicação aparente para a origem dos recursos;
nº 9.613, de 3 de março de 1998, não claramente caracterizadas e) contratação de empréstimos ou financiamentos no exterior,
em sua legalidade e fundamentação econômica; oferecendo garantias em valores ou formas incompatíveis com a
b) operações complexas e com custos mais elevados que visem atividade ou capacidade financeira do cliente ou em valores muito
a dificultar o rastreamento dos recursos ou a identificação da natu- superiores ao valor das operações contratadas ou cuja origem não
reza da operação; seja claramente conhecida;
c) pagamentos de importação e recebimentos de exportação, f) contratação de operações de crédito no exterior, cujo credor
antecipados ou não, por empresa sem tradição ou cuja capacidade seja de difícil identificação e sem que exista relação ou fundamen-
financeira seja incompatível com o montante negociado; tação para a operação entre as partes.
d) pagamentos a terceiros não relacionados a operações de im- XII - Situações relacionadas com operações de investimento
portação ou de exportação; externo:
e) transferências unilaterais que, pela habitualidade, valor ou a) recebimento de investimento externo direto, cujos recursos
forma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade; retornem imediatamente a título de disponibilidade no exterior;
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
b) recebimento de investimento externo direto, com realiza- b) recebimentos ou pagamentos de/para terceiros cujas movi-
ção quase imediata de remessas de recursos para o exterior a título mentações financeiras não apresentem fundamentação econômica
de lucros e dividendos; ou legal ou nas quais pareça não haver vinculação entre a ativida-
c) remessas de lucros e dividendos ao exterior em valores in- de declarada do titular da CCME e as outras partes envolvidas nas
compatíveis com o valor investido; transações;
d) remessas ao exterior a título de investimento em montantes c) movimentação de recursos, em especial nas contas tituladas
incompatíveis com a capacidade financeira do cliente; por agentes autorizados a operar no mercado de câmbio, que de-
e) remessas de recursos de um mesmo investidor situado no notem inobservância a limites por operação cambial ou qualquer
exterior para várias empresas no País; outra situação em que não se justifiquem ou apresentem atipici-
f) remessas de recursos de vários investidores situados no ex- dade, pela habitualidade, valor, forma ou ausência de aderência às
terior para uma mesma empresa no País; normas cambiais;
g) recebimento de aporte de capital desproporcional ao porte d) transações atípicas em CCME de movimentação restrita.
ou à natureza empresarial do cliente, ou em valores incompatíveis Exemplos: contas de agências de turismo e contas de administra-
com a capacidade financeira dos sócios; doras de cartão de crédito.
h) retorno de investimento feito no exterior sem comprovação XVII - Situações relacionadas com operações realizadas em mu-
da remessa que lhe tenha dado origem. nicípios localizados em regiões de risco:
XIII - Situações relacionadas com funcionários, parceiros e a) operação atípica em municípios localizados em regiões de
prestadores de serviços terceirizados: fronteira;
a) alteração inusitada nos padrões de vida e de comportamen- b) operação atípica em municípios localizados em regiões de
to do empregado, do parceiro ou de prestador de serviços terceiri- extração mineral;
zados, sem causa aparente; c) operação atípica em municípios localizados em outras regi-
b) modificação inusitada do resultado operacional da pessoa ões de risco.
jurídica do parceiro, incluído correspondente no País, sem causa § 1º As operações ou as situações referidas no caput devem ser
aparente; comunicadas, nos termos da referida Circular, somente nos casos
c) qualquer negócio realizado de modo diverso ao procedimen- em que os indícios forem confirmados ao término da execução dos
to formal da instituição por funcionário, parceiro, incluído corres- procedimentos de análise de operações e situações suspeitas.
pondente no País, ou prestador de serviços terceirizados; § 2º. Os procedimentos referidos no § 1º devem considerar to-
d) fornecimento de auxílio ou informações, remunerados ou das as informações disponíveis, inclusive aquelas obtidas por meio
não, a cliente em prejuízo do programa de prevenção à lavagem dos procedimentos destinados a conhecer clientes, funcionários,
de dinheiro e ao financiamento do terrorismo da instituição, ou de parceiros e prestadores de serviços terceirizados.
auxílio para estruturar ou fracionar operações, burlar limites regu- Art. 2º Esta Carta Circular entra em vigor em 1º de outubro
lamentares ou operacionais. de 2020, quando fica revogada a Carta Circular nº 3.542, de 12 de
XIV - Situações relacionadas a campanhas eleitorais: março de 2012. (Redação dada, a partir de 1º/6/2020, pela Carta
a) recebimento de doações, em contas (eleitorais ou não) de Circular nº 4.037, de 27/4/2020.)
candidatos, contas de estreito colaborador dessas pessoas ou em
contas de partidos políticos, de valores que desrespeitem as veda-
ções ou extrapolem os limites definidos na legislação em vigor; AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA
b) uso incompatível com as exigências regulatórias do fundo de
caixa do partido eleitoral;
c) recebimento de doações, em contas de candidatos, de valo- A Autorregulação bancária é um conjunto de normas criado
res que desrespeitem as vedações ou extrapolem os limites defini- em 2007 pela FEBRABAN, com aprovação e publicação em 2008,
dos na legislação em vigor, inclusive mediante uso de terceiros e/ para que o setor tenha serviços prestados com mais qualidade e
ou de contas de terceiros; satisfação para os clientes e também a redução de reclamações nos
d) transferências, a partir das contas de candidatos, para pes- órgãos de proteção ao consumidor, incluindo ações judiciais.
soas naturais ou jurídicas cuja atividade não guarde aparente rela- Desde sua aprovação, a Autorregulação incluiu em seu siste-
ção com contas de campanha. ma de atuação, temas como Prevenção e Combate à Lavagem de
XV - Situações relacionadas a BNDU e outros ativos não finan- Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo e a Responsabilidade
ceiros: Socioambiental.
a) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro para pes- A última alteração na Autorregulação bancária, ocorreu a partir
soas naturais ou jurídicas sem capacidade financeira; de 23/03/2021, em que todos os contratos novos e refinanciamen-
b) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro mediante tos com agregação de margem, serão consultados no sistema do
pagamento em espécie; SRCC (Serviço de Registro de Crédito Consignado) após a averbação
c) negociação de BNDU ou outro ativo não financeiro por preço do contrato. Realizada a consulta, o sistema retorna ao banco com
significativamente superior ao de avaliação; a informação se a comissão sobre a operação pode ou não ser paga.
d) negociação de outro ativo não financeiro em benefício de A finalidade principal da Autorregulação é promover a padro-
terceiros. nização nas ações de todas as instituições financeiras participantes.
XVI - Situações relacionadas com a movimentação de contas
correntes em moeda estrangeira (CCME):
a) movimentação de recursos incompatível com a atividade
econômica e a capacidade financeira do cliente;

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 4o A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando neces-
SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 sária para apuração de ocorrência de qualquer ilícito, em qualquer
E SUAS ALTERAÇÕES fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente nos se-
guintes crimes:
I – de terrorismo;
LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 10 DE JANEIRO DE 2001. II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas
afins;
Dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material
e dá outras providências. destinado a sua produção;
IV – de extorsão mediante seqüestro;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- V – contra o sistema financeiro nacional;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: VI – contra a Administração Pública;
VII – contra a ordem tributária e a previdência social;
Art. 1o As instituições financeiras conservarão sigilo em suas VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e va-
operações ativas e passivas e serviços prestados. lores;
§ 1o São consideradas instituições financeiras, para os efeitos IX – praticado por organização criminosa.
desta Lei Complementar: Art. 2o O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do Brasil,
I – os bancos de qualquer espécie; em relação às operações que realizar e às informações que obtiver
II – distribuidoras de valores mobiliários; no exercício de suas atribuições.
III – corretoras de câmbio e de valores mobiliários; § 1o O sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos, aplicações
IV – sociedades de crédito, financiamento e investimentos; e investimentos mantidos em instituições financeiras, não pode ser
V – sociedades de crédito imobiliário; oposto ao Banco Central do Brasil:
VI – administradoras de cartões de crédito; I – no desempenho de suas funções de fiscalização, compre-
VII – sociedades de arrendamento mercantil; endendo a apuração, a qualquer tempo, de ilícitos praticados por
VIII – administradoras de mercado de balcão organizado; controladores, administradores, membros de conselhos estatutá-
IX – cooperativas de crédito; rios, gerentes, mandatários e prepostos de instituições financeiras;
X – associações de poupança e empréstimo; II – ao proceder a inquérito em instituição financeira submeti-
XI – bolsas de valores e de mercadorias e futuros; da a regime especial.
XII – entidades de liquidação e compensação; § 2o As comissões encarregadas dos inquéritos a que se re-
XIII – outras sociedades que, em razão da natureza de suas fere o inciso II do § 1o poderão examinar quaisquer documentos
operações, assim venham a ser consideradas pelo Conselho Mo- relativos a bens, direitos e obrigações das instituições financeiras,
netário Nacional. de seus controladores, administradores, membros de conselhos
§ 2o As empresas de fomento comercial ou factoring, para os estatutários, gerentes, mandatários e prepostos, inclusive contas
efeitos desta Lei Complementar, obedecerão às normas aplicáveis correntes e operações com outras instituições financeiras.
às instituições financeiras previstas no § 1o. § 3o O disposto neste artigo aplica-se à Comissão de Valores
§ 3o Não constitui violação do dever de sigilo: Mobiliários, quando se tratar de fiscalização de operações e ser-
I – a troca de informações entre instituições financeiras, para viços no mercado de valores mobiliários, inclusive nas instituições
fins cadastrais, inclusive por intermédio de centrais de risco, obser- financeiras que sejam companhias abertas.
vadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo § 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobi-
Banco Central do Brasil; liários, em suas áreas de competência, poderão firmar convênios:
II - o fornecimento de informações constantes de cadastro I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de instituições fi-
de emitentes de cheques sem provisão de fundos e de devedores nanceiras, objetivando a realização de fiscalizações conjuntas, ob-
inadimplentes, a entidades de proteção ao crédito, observadas as servadas as respectivas competências;
normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco II - com bancos centrais ou entidades fiscalizadoras de outros
Central do Brasil; países, objetivando:
III – o fornecimento das informações de que trata o § 2o do art. a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de instituições financei-
11 da Lei no 9.311, de 24 de outubro de 1996; ras estrangeiras, em funcionamento no Brasil e de filiais e subsidiá-
IV – a comunicação, às autoridades competentes, da prática de rias, no exterior, de instituições financeiras brasileiras;
ilícitos penais ou administrativos, abrangendo o fornecimento de b) a cooperação mútua e o intercâmbio de informações para a
informações sobre operações que envolvam recursos provenientes investigação de atividades ou operações que impliquem aplicação,
de qualquer prática criminosa; negociação, ocultação ou transferência de ativos financeiros e de
V – a revelação de informações sigilosas com o consentimento valores mobiliários relacionados com a prática de condutas ilícitas.
expresso dos interessados; § 5o O dever de sigilo de que trata esta Lei Complementar es-
VI – a prestação de informações nos termos e condições esta- tende-se aos órgãos fiscalizadores mencionados no § 4o e a seus
belecidos nos artigos 2o, 3o, 4o, 5o, 6o, 7o e 9 desta Lei Comple- agentes.
mentar. § 6o O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobili-
VII - o fornecimento de dados financeiros e de pagamentos, ários e os demais órgãos de fiscalização, nas áreas de suas atribui-
relativos a operações de crédito e obrigações de pagamento adim- ções, fornecerão ao Conselho de Controle de Atividades Financei-
plidas ou em andamento de pessoas naturais ou jurídicas, a gesto- ras – COAF, de que trata o art. 14 da Lei no 9.613, de 3 de março
res de bancos de dados, para formação de histórico de crédito, nos de 1998, as informações cadastrais e de movimento de valores re-
termos de lei específica. (Incluído pela Lei Complementar nº 166, lativos às operações previstas no inciso I do art. 11 da referida Lei.
de 2019) (Vigência)

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Art. 3o Serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Co- § 2o As informações transferidas na forma do caput deste ar-
missão de Valores Mobiliários e pelas instituições financeiras as tigo restringir-se-ão a informes relacionados com a identificação
informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o seu dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente
caráter sigiloso mediante acesso restrito às partes, que delas não movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que per-
poderão servir-se para fins estranhos à lide. mita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir deles
§ 1o Dependem de prévia autorização do Poder Judiciário a efetuados.
prestação de informações e o fornecimento de documentos sigilo- § 3o Não se incluem entre as informações de que trata este
sos solicitados por comissão de inquérito administrativo destinada artigo as operações financeiras efetuadas pelas administrações
a apurar responsabilidade de servidor público por infração pratica- direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
da no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as Municípios.
atribuições do cargo em que se encontre investido. § 4o Recebidas as informações de que trata este artigo, se de-
§ 2o Nas hipóteses do § 1o, o requerimento de quebra de sigilo tectados indícios de falhas, incorreções ou omissões, ou de come-
independe da existência de processo judicial em curso. timento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá requisitar
§ 3o Além dos casos previstos neste artigo o Banco Central do as informações e os documentos de que necessitar, bem como rea-
Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários fornecerão à Advoca- lizar fiscalização ou auditoria para a adequada apuração dos fatos.
cia-Geral da União as informações e os documentos necessários à § 5o As informações a que refere este artigo serão conservadas
defesa da União nas ações em que seja parte. sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor.
Art. 4o O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mo- Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da União,
biliários, nas áreas de suas atribuições, e as instituições financeiras dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente pode-
fornecerão ao Poder Legislativo Federal as informações e os docu- rão examinar documentos, livros e registros de instituições finan-
mentos sigilosos que, fundamentadamente, se fizerem necessários ceiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações
ao exercício de suas respectivas competências constitucionais e financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou
legais. procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados in-
§ 1o As comissões parlamentares de inquérito, no exercício dispensáveis pela autoridade administrativa competente. (Re-
de sua competência constitucional e legal de ampla investigação, gulamento)
obterão as informações e documentos sigilosos de que necessita- Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os
rem, diretamente das instituições financeiras, ou por intermédio documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigi-
do Banco Central do Brasil ou da Comissão de Valores Mobiliários. lo, observada a legislação tributária.
§ 2o As solicitações de que trata este artigo deverão ser pre- Art. 7o Sem prejuízo do disposto no § 3o do art. 2o, a Comissão
viamente aprovadas pelo Plenário da Câmara dos Deputados, do de Valores Mobiliários, instaurado inquérito administrativo, poderá
Senado Federal, ou do plenário de suas respectivas comissões par- solicitar à autoridade judiciária competente o levantamento do si-
lamentares de inquérito. gilo junto às instituições financeiras de informações e documentos
Art. 5o O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à pe- relativos a bens, direitos e obrigações de pessoa física ou jurídica
riodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as submetida ao seu poder disciplinar.
instituições financeiras informarão à administração tributária da Parágrafo único. O Banco Central do Brasil e a Comissão de
União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus Valores Mobiliários, manterão permanente intercâmbio de infor-
serviços. (Regulamento) mações acerca dos resultados das inspeções que realizarem, dos
§ 1o Consideram-se operações financeiras, para os efeitos des- inquéritos que instaurarem e das penalidades que aplicarem, sem-
te artigo: pre que as informações forem necessárias ao desempenho de suas
I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta de poupança; atividades.
II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou em cheques; Art. 8o O cumprimento das exigências e formalidades previs-
III – emissão de ordens de crédito ou documentos assemelha- tas nos artigos 4o, 6o e 7o, será expressamente declarado pelas
dos; autoridades competentes nas solicitações dirigidas ao Banco Cen-
IV – resgates em contas de depósitos à vista ou a prazo, inclu- tral do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários ou às instituições
sive de poupança; financeiras.
V – contratos de mútuo; Art. 9o Quando, no exercício de suas atribuições, o Banco
VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e outros títu- Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários verificarem
los de crédito; a ocorrência de crime definido em lei como de ação pública, ou
VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou variável; indícios da prática de tais crimes, informarão ao Ministério Público,
VIII – aplicações em fundos de investimentos; juntando à comunicação os documentos necessários à apuração ou
IX – aquisições de moeda estrangeira; comprovação dos fatos.
X – conversões de moeda estrangeira em moeda nacional; § 1o A comunicação de que trata este artigo será efetuada pe-
XI – transferências de moeda e outros valores para o exterior; los Presidentes do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores
XII – operações com ouro, ativo financeiro; Mobiliários, admitida delegação de competência, no prazo máximo
XIII - operações com cartão de crédito; de quinze dias, a contar do recebimento do processo, com manifes-
XIV - operações de arrendamento mercantil; e tação dos respectivos serviços jurídicos.
XV – quaisquer outras operações de natureza semelhante que § 2o Independentemente do disposto no caput deste artigo, o
venham a ser autorizadas pelo Banco Central do Brasil, Comissão Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários comu-
de Valores Mobiliários ou outro órgão competente. nicarão aos órgãos públicos competentes as irregularidades e os
ilícitos administrativos de que tenham conhecimento, ou indícios
de sua prática, anexando os documentos pertinentes.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 10. A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas nesta II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou
Lei Complementar, constitui crime e sujeita os responsáveis à pena o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de
de reclusão, de um a quatro anos, e multa, aplicando-se, no que indivíduos localizados no território nacional; ou (Redação dada pela
couber, o Código Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem omitir, re- III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole-
tardar injustificadamente ou prestar falsamente as informações tados no território nacional.
requeridas nos termos desta Lei Complementar. § 1º Consideram-se coletados no território nacional os dados
Art. 11. O servidor público que utilizar ou viabilizar a utilização pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta.
de qualquer informação obtida em decorrência da quebra de sigilo § 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen-
de que trata esta Lei Complementar responde pessoal e diretamen- to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei.
te pelos danos decorrentes, sem prejuízo da responsabilidade ob- Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:
jetiva da entidade pública, quando comprovado que o servidor agiu I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti-
de acordo com orientação oficial. culares e não econômicos;
Art. 12. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua II - realizado para fins exclusivamente:
publicação. a) jornalístico e artísticos; ou
Art. 13. Revoga-se o art. 38 da Lei no 4.595, de 31 de dezembro b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11
de 1964. desta Lei;
III - realizado para fins exclusivos de:
a) segurança pública;
b) defesa nacional;
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709, c) segurança do Estado; ou
DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES d) atividades de investigação e repressão de infrações penais;
ou
IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018. objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes
de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). (Redação de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pes-
soais adequado ao previsto nesta Lei.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- § 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro-
porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse
CAPÍTULO I público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei.
§ 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em
inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí- procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que
dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de-
direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen- verão observar a limitação imposta no § 4º deste artigo.
volvimento da personalidade da pessoa natural. § 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco-
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput
interesse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac-
Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) to à proteção de dados pessoais.
Vigência § 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de ban-
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como co de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá
fundamentos: ser tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que pos-
I - o respeito à privacidade; sua capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação
II - a autodeterminação informativa; dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
e de opinião; I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden-
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; tificada ou identificável;
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu- étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou
midor; e a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado refe-
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali- rente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quan-
dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais. do vinculado a uma pessoa natural;
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser
realizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito públi- identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis
co ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou e disponíveis na ocasião de seu tratamento;
do país onde estejam localizados os dados, desde que: IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais,
I - a operação de tratamento seja realizada no território na- estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou
cional; físico;
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais
que são objeto de tratamento;
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VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finali-
ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen- dades informadas ao titular, de acordo com o contexto do trata-
to de dados pessoais; mento;
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces-
privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos
controlador; dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera- finalidades do tratamento de dados;
dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e
titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre
(ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência a integralidade de seus dados pessoais;
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador; V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão,
X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne-
como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação, cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento;
utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa- VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações
mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou claras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tra-
controle da informação, modificação, comunicação, transferência, tamento e os respectivos agentes de tratamento, observados os
difusão ou extração; segredos comercial e industrial;
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati-
disponíveis no momento do tratamento, por meio dos quais um vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados
dado perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração,
indivíduo; comunicação ou difusão;
XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo- VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência
ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;
pessoais para uma finalidade determinada; IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata-
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de X - responsabilização e prestação de contas: demonstração,
dados; pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro-
XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da-
armazenados em banco de dados, independentemente do proce- dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.
dimento empregado;
XV - transferência internacional de dados: transferência de da- CAPÍTULO II
dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
qual o país seja membro; SEÇÃO I
XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PES-
transferência internacional, interconexão de dados pessoais ou tra- SOAIS
tamento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e
entidades públicos no cumprimento de suas competências legais, Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser
ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização realizado nas seguintes hipóteses:
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti-
II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo
das por esses entes públicos, ou entre entes privados;
controlador;
XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: do-
III - pela administração pública, para o tratamento e uso com-
cumentação do controlador que contém a descrição dos proces-
partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas
sos de tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às
previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos,
liberdades civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas,
convênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições
salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco;
do Capítulo IV desta Lei;
XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, ga-
pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem
rantida, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais;
fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro-
sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte
seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de o titular, a pedido do titular dos dados;
caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Redação VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial,
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307,
XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res- de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titu-
Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.853, lar ou de terceiro;
de 2019) Vigência VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento
Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida-
observar a boa-fé e os seguintes princípios: de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí- IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos
timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi- do controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem di-
lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas reitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção
finalidades; dos dados pessoais; ou
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X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen-
legislação pertinente. to; e
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos con-
Vigência tidos no art. 18 desta Lei.
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) § 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse
Vigência será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te-
§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen-
deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que jus- tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca.
tificaram sua disponibilização. § 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou-
§ 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais
caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi- não compatíveis com o consentimento original, o controlador de-
cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida-
previstos nesta Lei. de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das
§ 5º O controlador que obteve o consentimento referido no alterações.
inciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou com- § 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição
partilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter para o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício
consentimento específico do titular para esse fim, ressalvadas as de direito, o titular será informado com destaque sobre esse fato
hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta Lei. e sobre os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular
§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não elencados no art. 18 desta Lei.
desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs- Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá
tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí-
da garantia dos direitos do titular. timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem,
§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re- mas não se limitam a:
ferem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas I - apoio e promoção de atividades do controlador; e
finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e espe- II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus
cíficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titu- direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as
lar, assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei. legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais,
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência nos termos desta Lei.
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei § 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse
deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre do controlador, somente os dados pessoais estritamente necessá-
a manifestação de vontade do titular.
rios para a finalidade pretendida poderão ser tratados.
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de-
§ 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a
verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu-
transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo
ais.
interesse.
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti-
§ 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re-
mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei.
latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata-
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício
mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados
de consentimento.
os segredos comercial e industrial.
§ 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi-
nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes-
soais serão nulas. SEÇÃO II
§ 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS
mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra-
tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po-
do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou- derá ocorrer nas seguintes hipóteses:
ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de for-
do art. 18 desta Lei. ma específica e destacada, para finalidades específicas;
§ 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte-
I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao ses em que for indispensável para:
titular, com destaque de forma específica do teor das alterações, a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro-
podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido, lador;
revogá-lo caso discorde da alteração. b) tratamento compartilhado de dados necessários à execu-
Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações ção, pela administração pública, de políticas públicas previstas em
sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza- leis ou regulamentos;
das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem-
características previstas em regulamentação para o atendimento pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis;
do princípio do livre acesso: d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro-
I - finalidade específica do tratamento; cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da
II - forma e duração do tratamento, observados os segredos Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
comercial e industrial; e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de
III - identificação do controlador; terceiro;
IV - informações de contato do controlador; f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado
V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitá-
controlador e a finalidade; ria; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
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g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos § 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança
processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas da informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em
eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta circunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.
Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda- § 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de
mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais. regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida-
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências.
de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa § 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra-
causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí- tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as-
fica. sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in-
§ 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” formação adicional mantida separadamente pelo controlador em
do inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades pú- ambiente controlado e seguro.
blicas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento,
nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei. SEÇÃO III
§ 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E
sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco- DE ADOLESCENTES
nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por
parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado-
Público, no âmbito de suas competências. lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos
§ 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
deste artigo e da legislação pertinente.
controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com
§ 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser
objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela-
realizado com o consentimento específico e em destaque dado por
tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica
pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.
e de assistência à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo,
incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefí- § 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo,
cio dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação os controladores deverão manter pública a informação sobre os ti-
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência pos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimen-
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou tos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência § 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o
II - as transações financeiras e administrativas resultantes do consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a coleta
uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (Inclu- for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza-
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e
§ 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen-
à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de sele- timento de que trata o § 1º deste artigo.
ção de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como § 4º Os controladores não deverão condicionar a participação
na contratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, aplicações
13.853, de 2019) Vigência de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações
Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados pessoais além das estritamente necessárias à atividade.
pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de ano- § 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis
nimização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando ex- para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste
clusivamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, artigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tec-
puder ser revertido. nologias disponíveis.
§ 1º A determinação do que seja razoável deve levar em con- § 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas
sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e
para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno- acessível, consideradas as características físico-motoras, percepti-
logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios. vas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de re-
§ 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso- cursos audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a
ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil informação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada
comportamental de determinada pessoa natural, se identificada.
ao entendimento da criança.
§ 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e
técnicas utilizados em processos de anonimização e realizar veri-
SEÇÃO IV
ficações acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de
DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS
Proteção de Dados Pessoais.
Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos
de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se- Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá
rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para nas seguintes hipóteses:
a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os
ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da
previstas em regulamento específico e que incluam, sempre que finalidade específica almejada;
possível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem II - fim do período de tratamento;
como considerem os devidos padrões éticos relacionados a estu- III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito
dos e pesquisas. de revogação do consentimento conforme disposto no § 5º do art.
§ 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es- 8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou
tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio-
hipótese poderá revelar dados pessoais. lação ao disposto nesta Lei.
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Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de § 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos
seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades, agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti-
autorizada a conservação para as seguintes finalidades: lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo-
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto
lador; nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos-
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí- sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei
vel, a anonimização dos dados pessoais; nº 13.853, de 2019) Vigência
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi- § 7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni-
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei- mizados pelo controlador.
ro, e desde que anonimizados os dados. § 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo também po-
derá ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor.
CAPÍTULO III Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso-
DOS DIREITOS DO TITULAR ais serão providenciados, mediante requisição do titular:
I - em formato simplificado, imediatamente; ou
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de II - por meio de declaração clara e completa, que indique a
seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber- origem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados
dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei. e a finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e
Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con- industrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da
trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual- data do requerimento do titular.
quer momento e mediante requisição: § 1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que
I - confirmação da existência de tratamento; favoreça o exercício do direito de acesso.
II - acesso aos dados; § 2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a cri-
III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza- tério do titular:
dos; I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou
IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces- II - sob forma impressa.
sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto § 3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do
nesta Lei; titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica
V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou integral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial
produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula- e industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional,
mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer- em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em
cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên- outras operações de tratamento.
cia § 4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferencia-
VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti- da acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste arti-
mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta go para os setores específicos.
Lei; Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de
VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa-
o controlador realizou uso compartilhado de dados; tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as
VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen- decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de
timento e sobre as consequências da negativa; consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Reda-
IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
8º desta Lei. § 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas,
§ 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro-
relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os
nacional. segredos comercial e industrial.
§ 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda- § 2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata
mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e
caso de descumprimento ao disposto nesta Lei. industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri-
§ 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos median- ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado
te requerimento expresso do titular ou de representante legalmen- de dados pessoais.
te constituído, a agente de tratamento. § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§ 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da pro- Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de
vidência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará ao direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo.
titular resposta em que poderá: Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de
I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e in- dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente,
dicar, sempre que possível, o agente; ou na forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instru-
II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado- mentos de tutela individual e coletiva.
ção imediata da providência.
§ 5º O requerimento referido no § 3º deste artigo será atendi-
do sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em
regulamento.

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CAPÍTULO IV § 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas
DO TRATAMENTO DE DADOS dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso,
PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO exceto:
SEÇÃO I I - em casos de execução descentralizada de atividade pública
DAS REGRAS que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico
e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ;
de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº II - (VETADO);
12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) , III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente,
deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, observadas as disposições desta Lei.
na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res-
competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú- paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou
blico, desde que: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi-
competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen- vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e
do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina- resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde
lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei
dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente nº 13.853, de 2019) Vigência
em seus sítios eletrônicos; § 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste artigo
II - (VETADO); e deverão ser comunicados à autoridade nacional.
III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera- Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes-
ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva-
Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti-
IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência mento do titular, exceto:
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta
publicidade das operações de tratamento. Lei;
§ 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada
mencionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou
que trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Aces- III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei.
so à Informação) . Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que
§ 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Incluído
titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507, Art. 28. (VETADO).
de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784, Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo-
de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) , mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de
e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à operações de tratamento de dados pessoais, informações específi-
Informação) . cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra-
§ 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar
privado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamen- para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
to dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo, 13.853, de 2019) Vigência
nos termos desta Lei. Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas
§ 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso complementares para as atividades de comunicação e de uso com-
aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo partilhado de dados pessoais.
em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo.
Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia SEÇÃO II
mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto DA RESPONSABILIDADE
no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento
dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do
termos desta Lei. tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco- nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer
nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú- cessar a violação.
blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do
dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos Poder Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de
deste Capítulo. dados pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas
Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interope- para os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público.
rável e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execu-
ção de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à des- CAPÍTULO V
centralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS
informações pelo público em geral.
Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so-
Público deve atender a finalidades específicas de execução de po- mente é permitida nos seguintes casos:
líticas públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades I - para países ou organismos internacionais que proporcionem
públicas, respeitados os princípios de proteção de dados pessoais grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta
elencados no art. 6º desta Lei. Lei;
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II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de § 3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer-
cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que
proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de: permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu-
a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe- lamento.
rência; § 4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão
b) cláusulas-padrão contratuais; ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade
c) normas corporativas globais; com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados.
d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi- § 5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge-
tidos; rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste
III - quando a transferência for necessária para a cooperação artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas
jurídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de in- e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previs-
vestigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de di- to nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei.
reito internacional; Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi-
IV - quando a transferência for necessária para a proteção da cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di-
vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro; reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser
V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência; comunicadas à autoridade nacional.
VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido
em acordo de cooperação internacional; CAPÍTULO VI
VII - quando a transferência for necessária para a execução de DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada SEÇÃO I
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; DO CONTROLADOR E DO OPERADOR
VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es-
pecífico e em destaque para a transferência, com informação pré- Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das
via sobre o caráter internacional da operação, distinguindo clara- operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe-
mente esta de outras finalidades; ou cialmente quando baseado no legítimo interesse.
IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro-
incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei. lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes-
Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de
jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os
da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor- segredos comercial e industrial.
mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o
âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados
a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido por coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia
país ou organismo internacional. da segurança das informações e a análise do controlador com re-
Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco
do organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art. adotados.
33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as
consideração: instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observân-
I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de cia das próprias instruções e das normas sobre a matéria.
destino ou no organismo internacional; Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões
II - a natureza dos dados; de interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos
III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados dados e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos re-
pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei; gistros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transpa-
IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula- rência.
mento;
V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res- SEÇÃO II
peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PES-
VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência. SOAIS
Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra-
tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata-
para uma determinada transferência, normas corporativas globais mento de dados pessoais.
ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inci- § 1º A identidade e as informações de contato do encarrega-
so II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva,
nacional. preferencialmente no sítio eletrônico do controlador.
§ 1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, deve- § 2º As atividades do encarregado consistem em:
rão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias mí- I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar
nimas para a transferência que observem os direitos, as garantias e esclarecimentos e adotar providências;
os princípios desta Lei. II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro-
§ 2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de vidências;
normas corporativas globais submetidas à aprovação da autorida- III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res-
de nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados
realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata- pessoais; e
mento, quando necessário. IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro-
lador ou estabelecidas em normas complementares.
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§ 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas com- CAPÍTULO VII
plementares sobre a definição e as atribuições do encarregado, DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS
inclusive hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação, SEÇÃO I
conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de opera- DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS
ções de tratamento de dados.
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados
SEÇÃO III pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou
DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DA- ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer
NOS forma de tratamento inadequado ou ilícito.
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni-
Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí- cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo,
cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem considerados a natureza das informações tratadas, as característi-
dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis- cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es-
lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo. pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os
§ 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da- princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei.
dos: § 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser
I - o operador responde solidariamente pelos danos causados observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço
pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de até a sua execução.
proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa
do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con- que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga-
trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei; rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos
II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no dados pessoais, mesmo após o seu término.
tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon- Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional
dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art. e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar-
43 desta Lei. retar risco ou dano relevante aos titulares.
§ 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova § 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme
a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a definido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo:
alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;
ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva- II - as informações sobre os titulares envolvidos;
mente onerosa. III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas
§ 3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in-
por objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo dustrial;
podem ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto IV - os riscos relacionados ao incidente;
na legislação pertinente. V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter
§ 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres- sido imediata; e
so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter
no evento danoso. ou mitigar os efeitos do prejuízo.
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza- § 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente
dos quando provarem: e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti-
I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais
é atribuído; como:
II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes- I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e
soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro- II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente.
teção de dados; ou § 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual
III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas
dados ou de terceiro. que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e
Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autoriza-
deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a seguran- dos a acessá-los.
ça que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados
relevantes, entre as quais: pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos
I - o modo pelo qual é realizado; de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen-
III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à tares.
época em que foi realizado.
Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola-
ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao
deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta
Lei, der causa ao dano.
Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito
das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de res-
ponsabilidade previstas na legislação pertinente.

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SEÇÃO II CAPÍTULO VIII
DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA DA FISCALIZAÇÃO
SEÇÃO I
Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmen-
te ou por meio de associações, poderão formular regras de boas Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in-
práticas e de governança que estabeleçam as condições de orga- frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às
nização, o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio-
reclamações e petições de titulares, as normas de segurança, os nal: (Vigência)
padrões técnicos, as obrigações específicas para os diversos envol- I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi-
vidos no tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos das corretivas;
de supervisão e de mitigação de riscos e outros aspectos relaciona- II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento
dos ao tratamento de dados pessoais. da pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no
§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no
o operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e total, a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração;
aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in-
gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de ciso II;
dados do titular. IV - publicização da infração após devidamente apurada e con-
§ 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII firmada a sua ocorrência;
do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura, V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até
a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade a sua regularização;
dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração;
os titulares dos dados, poderá: VII - (VETADO);
I - implementar programa de governança em privacidade que, VIII - (VETADO);
no mínimo: IX - (VETADO).
a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a
processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses,
forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de
de dados pessoais; tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que es- XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da-
tejam sob seu controle, independentemente do modo como se re- dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de
alizou sua coleta; 6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope- 13.853, de 2019)
rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados; XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades rela-
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em cionadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privaci- 2019)
dade; § 1º As sanções serão aplicadas após procedimento adminis-
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o trativo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma
titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis- gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades
mos de participação do titular; do caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e crité-
f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e es- rios:
tabeleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos; I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais
g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e afetados;
h) seja atualizado constantemente com base em informações II - a boa-fé do infrator;
obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi- III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
cas; IV - a condição econômica do infrator;
II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança V - a reincidência;
em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au- VI - o grau do dano;
toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover VII - a cooperação do infrator;
o cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais, VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro-
de forma independente, promovam o cumprimento desta Lei. cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao
§ 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o
publicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconheci- disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei;
das e divulgadas pela autoridade nacional. IX - a adoção de política de boas práticas e governança;
Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões X - a pronta adoção de medidas corretivas; e
técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes- XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi-
soais. dade da sanção.

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§ 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san- CAPÍTULO IX
ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada (ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
pela Lei nº 13.853, de 2019) PESSOAIS E DA PRIVACIDADE
§ 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste SEÇÃO I
artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, (ANPD)
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de
novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas) Art. 55. (VETADO).
§ 4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da-
caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa- dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia
turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no
dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresa- Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
rial em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional, § 1º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
ou quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for § 2º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
demonstrado de forma inequívoca e idônea. § 3º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
§ 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
ANPD, inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº 13.853,
Defesa de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 2019)
de 24 de julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995. I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído pela
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Lei nº 13.853, de 2019)
§ 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
sanções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
artigo para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853, V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
de 2019) V-A - Procuradoria; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces-
entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos. sárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853,
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
§ 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5
de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con- (cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei
ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o nº 13.853, de 2019)
controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata § 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi-
este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro-
Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regula- vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do
mento próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei, art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do
que deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de
orientarão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência) nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de- § 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre
vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata- brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa-
mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para
para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de- § 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4
monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei. (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden- § 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor
tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco)
de multa simples ou diária. e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. (In-
Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano § 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de
ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional. membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será comple-
(Vigência) tado pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão
conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo- seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada
ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis-
multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento. trativo disciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o
processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis-
são especial constituída por servidores públicos federais estáveis.
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas- XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú-
tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in-
comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o jul- forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais
gamento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o parecer técnico complementar para garantir o cumprimento desta
exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida-
Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de
13.853, de 2019) dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac-
Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es- to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento
trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção
§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen- de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853,
tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil de 2019)
da Presidência da República para o exercício de suas atividades. (In- XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em maté-
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) rias de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e
§ 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da planejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório
Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da de gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o deta-
ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder lhamento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853,
Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm-
de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no-
bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a
meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei
devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo,
nº 13.853, de 2019)
sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de
Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de
tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela Lei nº 13.853,
2019)
I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis- de 2019)
lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen-
II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial, tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica
observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informa- ou situação contenciosa no âmbito de processos administrativos,
ções quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar de acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setem-
os fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, bro de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de 2019) XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi-
III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi-
Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas
2019) empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode-
IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de da- clarem startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a
dos realizado em descumprimento à legislação, mediante processo esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
administrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o di- XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu-
reito de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten-
V - apreciar petições de titular contra controlador após com- dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro
provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; (Inclu- XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminati-
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) vo, sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos
VI - promover na população o conhecimento das normas e das omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe-
de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e 2019)
internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; (Inclu- XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri-
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra-
VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos
ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados
XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas
pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificida-
para exercer suas competências em setores específicos de ativida-
des das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei nº
des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e (Incluído
13.853, de 2019)
IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote- pela Lei nº 13.853, de 2019)
ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por
ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamen-
X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de to de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Incluído
tratamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e pela Lei nº 13.853, de 2019)
industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

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§ 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento Art. 57. (VETADO).
de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles
limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de SEÇÃO II
mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PES-
os direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Fede- SOAIS E DA PRIVACIDADE
ral e nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem Art. 58. (VETADO).
ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná- Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais
lises de impacto regulatório. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representan-
§ 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis tes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos: (Incluído pela Lei
pela regulação de setores específicos da atividade econômica e nº 13.853, de 2019)
governamental devem coordenar suas atividades, nas correspon- I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº
dentes esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento 13.853, de 2019)
de suas atribuições com a maior eficiência e promover o adequado II - 1 (um) do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
funcionamento dos setores regulados, conforme legislação especí- 2019)
fica, e o tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in- IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Lei
clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades nº 13.853, de 2019)
da administração pública responsáveis pela regulação de setores V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluí-
específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci-
do pela Lei nº 13.853, de 2019)
litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD.
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 5º No exercício das competências de que trata o caput deste
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela-
artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do
segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei. cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.853,
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
§ 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova-
do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das
de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº
Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe- 13.853, de 2019)
te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial
que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (Incluído
correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública. pela Lei nº 13.853, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. (In-
Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros ór- cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
gãos e entidades com competências sancionatórias e normativas § 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente
afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen- da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº 13.853,
tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e de 2019)
diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853, § 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e
de 2019) VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu-
Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública.
13.853, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os § 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX,
créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re- X e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei nº
passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 13.853, de 2019)
2019) I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela Lei
II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que nº 13.853, de 2019)
lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no
III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e
Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon-
IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro
dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
2019) § 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Da-
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dos Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de servi-
VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con- ço público relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.853,
tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públi- de 2019)
cos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei nº Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da-
13.853, de 2019) dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da- I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a
dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (Incluído elaboração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da
pela Lei nº 13.853, de 2019) Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº 13.853,
Art. 56. (VETADO). de 2019)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- COMPLIANCE - RESPONSABILIZAÇÃO PELA PRÁTICA DE
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ATOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - LEGISLAÇÃO
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído pela ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846/2013
Lei nº 13.853, de 2019)
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (Incluído LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013.
pela Lei nº 13.853, de 2019)
V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes- Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pes-
soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº 13.853, de soas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública,
2019) nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
Art. 59. (VETADO).
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
CAPÍTULO X cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
CAPÍTULO I
Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da DISPOSIÇÕES GERAIS
Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 7º .................................................................. Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva admi-
....................................................................................... nistrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a
X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a administração pública, nacional ou estrangeira.
determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi- Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades
no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, in-
obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a dependentemente da forma de organização ou modelo societário
proteção de dados pessoais; adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entida-
..............................................................................” (NR) des ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial
“Art. 16. ................................................................. ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de
....................................................................................... direito, ainda que temporariamente.
II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à fina- Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetiva-
lidade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto mente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos pre-
nas hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de da- vistos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo
dos pessoais.” (NR) ou não.
Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to- Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a res-
dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de ponsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou
procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial, ilícito.
agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil. § 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independente-
Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos mente da responsabilização individual das pessoas naturais refe-
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas ridas no caput .
competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a § 2º Os dirigentes ou administradores somente serão respon-
dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no § 2º sabilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade.
do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire- Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipó-
trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema tese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão
Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata ou cisão societária.
a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 . § 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilida-
Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a de da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa
adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio
de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas
operações de tratamento e a natureza dos dados. nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da
Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não ex- fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente
cluem outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relaciona- intuito de fraude, devidamente comprovados.
dos à matéria ou nos tratados internacionais em que a República § 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou,
Federativa do Brasil seja parte. no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solida-
Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº riamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei,
13.853, de 2019) restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de
I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55- multa e reparação integral do dano causado.
C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;
(Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

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CAPÍTULO II CAPÍTULO III
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIO- DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
NAL OU ESTRANGEIRA
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas ju-
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacio- rídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta
nal ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados Lei as seguintes sanções:
pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º , I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte
que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao
contra princípios da administração pública ou contra os compro- da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a
missos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos: qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vanta- sua estimação; e
gem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacio- II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
nada; § 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso con-
qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos creto e com a gravidade e natureza das infrações.
nesta Lei; § 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será prece-
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física dida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pública ou
ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público.
identidade dos beneficiários dos atos praticados; § 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui,
IV - no tocante a licitações e contratos: em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qual- causado.
quer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento li- § 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja possível
citatório público; utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica,
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (ses-
de procedimento licitatório público; senta milhões de reais).
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou § 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocor-
oferecimento de vantagem de qualquer tipo; rerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídi-
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente; ca, em meios de comunicação de grande circulação na área da prá-
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para tica da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em
participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo; publicação de circulação nacional, bem como por meio de afixação
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulen- de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabe-
to, de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com lecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao
a administração pública, sem autorização em lei, no ato convoca- público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores.
tório da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contra- § 6º (VETADO).
tuais; ou Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das san-
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos ções:
contratos celebrados com a administração pública; I - a gravidade da infração;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de ór- II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
gãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, III - a consumação ou não da infração;
inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fisca- IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;
lização do sistema financeiro nacional. V - o efeito negativo produzido pela infração;
§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos VI - a situação econômica do infrator;
e entidades estatais ou representações diplomáticas de país es- VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das in-
trangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as frações;
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de
público de país estrangeiro. integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e
§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da
pública estrangeira as organizações públicas internacionais. pessoa jurídica;
§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins des- IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o
ta Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, órgão ou entidade pública lesados; e
exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades X - (VETADO).
estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro, Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e
assim como em pessoas jurídicas controladas, direta ou indireta- procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos
mente, pelo poder público de país estrangeiro ou em organizações em regulamento do Poder Executivo federal.
públicas internacionais.
CAPÍTULO IV
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZA-
ÇÃO

Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrati-


vo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à
autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Execu-
tivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provo-
cação, observados o contraditório e a ampla defesa.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do pro- CAPÍTULO V
cesso administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa DO ACORDO DE LENIÊNCIA
jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria- Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pú-
-Geral da União - CGU terá competência concorrente para instau- blica poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas
rar processos administrativos de responsabilização de pessoas ju- responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colabo-
rídicas ou para avocar os processos instaurados com fundamento rem efetivamente com as investigações e o processo administrati-
nesta Lei, para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o vo, sendo que dessa colaboração resulte:
andamento. I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apu- couber; e
ração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos nesta II - a obtenção célere de informações e documentos que com-
Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, obser- provem o ilícito sob apuração.
vado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser cele-
Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações brado se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº 3.678, de I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu
30 de novembro de 2000. interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito;
Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsa- II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento
bilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada na infração investigada a partir da data de propositura do acordo;
pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser- III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coo-
vidores estáveis. pere plena e permanentemente com as investigações e o processo
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que so-
judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a que se refere o licitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a in- 2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídi-
vestigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e ca das sanções previstas no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art.
apreensão. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obri-
instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da gação de reparar integralmente o dano causado.
investigação. § 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias
§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do
(cento e oitenta) dias contados da data da publicação do ato que a processo.
instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes-
eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma soas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e
motivada as sanções a serem aplicadas. de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante condições nele estabelecidas.
ato fundamentado da autoridade instauradora. § 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pú-
Art. 11. No processo administrativo para apuração de respon- blica após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das
sabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) investigações e do processo administrativo.
dias para defesa, contados a partir da intimação. § 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito
Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comis- investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada.
são, será remetido à autoridade instauradora, na forma do art. 10, § 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a
para julgamento. pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo
Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pú-
reparação integral do dano não prejudica a aplicação imediata das blica do referido descumprimento.
sanções estabelecidas nesta Lei. § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo
Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo paga- prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei.
mento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda § 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão compe-
pública. tente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Poder
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados
sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir contra a administração pública estrangeira.
ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acor-
provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos do de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de
das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas
sócios com poderes de administração, observados o contraditório à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas
e a ampla defesa. em seus arts. 86 a 88.
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabili-
dade de pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento admi- CAPÍTULO VI
nistrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existên- DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
cia, para apuração de eventuais delitos.
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa
jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na es-
fera judicial.

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Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º des- § 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos
ta Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por de leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e man-
meio das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representa- ter atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as
ção judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajui- informações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse
zar ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas procedimento vier a causar prejuízo às investigações e ao processo
jurídicas infratoras: administrativo.
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem § 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo
vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, de leniência, além das informações previstas no § 3º , deverá ser
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades; § 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão ex-
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; cluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniên-
doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de ins- cia e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação
tituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, do órgão ou entidade sancionadora.
pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legisla-
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determi- tivo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e
nada quando comprovado: manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, ins-
para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou tituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e 88
ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados. da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 2º (VETADO). Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores
§ 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou aplicados com fundamento nesta Lei serão destinados preferencial-
cumulativa. mente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
§ 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas
representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá re- nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso de
querer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a pres-
dano causado, conforme previsto no art. 7º , ressalvado o direito crição será interrompida com a instauração de processo que tenha
do terceiro de boa-fé. por objeto a apuração da infração.
Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo admi-
ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º , sem prejuízo daque- nistrativo na forma do seu estatuto ou contrato social.
las previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão das § 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão represen-
autoridades competentes para promover a responsabilização ad- tadas pela pessoa a quem couber a administração de seus bens.
ministrativa. § 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo ge-
Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rente, representante ou administrador de sua filial, agência ou su-
rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. cursal aberta ou instalada no Brasil.
Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de re- Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento
parar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor será das infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a
apurado em posterior liquidação, se não constar expressamente da apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrati-
sentença. vamente nos termos da legislação específica aplicável.
Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa
CAPÍTULO VII jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda
DISPOSIÇÕES FINAIS que cometidos no exterior.
Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do
Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Ca- Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da
dastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que
publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos constitua infração à ordem econômica.
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta
governo com base nesta Lei. os processos de responsabilização e aplicação de penalidades de-
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão infor- correntes de:
mar e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº
por eles aplicadas. 8.429, de 2 de junho de 1992 ; e
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de
acerca das sanções aplicadas: 1993, ou outras normas de licitações e contratos da administração
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou en- pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contrata-
tidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; ções Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de
II - tipo de sanção; e 2011.
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limita- Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após
dor ou impeditivo da sanção, quando for o caso. a data de sua publicação.

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§ 3º Na investigação preliminar, serão praticados os atos ne-
DECRETO Nº 11.129, DE 11 DE JULHO DE 2022 E SUAS ATU- cessários à elucidação dos fatos sob apuração, compreendidas to-
ALIZAÇÕES das as diligências admitidas em lei, notadamente:
I - proposição à autoridade instauradora da suspensão cautelar
dos efeitos do ato ou do processo objeto da investigação;
DECRETO Nº 11.129, DE 11 DE JULHO DE 2022 II - solicitação de atuação de especialistas com conhecimentos
técnicos ou operacionais, de órgãos e entidades públicos ou de ou-
Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que tras organizações, para auxiliar na análise da matéria sob exame;
dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas III - solicitação de informações bancárias sobre movimentação
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacio- de recursos públicos, ainda que sigilosas, nesta hipótese, em sede
nal ou estrangeira. de compartilhamento do sigilo com órgãos de controle;
IV - requisição, por meio da autoridade competente, do com-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe partilhamento de informações tributárias da pessoa jurídica inves-
confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista tigada, conforme previsto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº
o disposto na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional;
V - solicitação, ao órgão de representação judicial ou equiva-
DECRETA: lente dos órgãos ou das entidades lesadas, das medidas judiciais
necessárias para a investigação e para o processamento dos atos
CAPÍTULO I lesivos, inclusive de busca e apreensão, no Brasil ou no exterior; ou
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES VI - solicitação de documentos ou informações a pessoas físicas
ou jurídicas, de direito público ou privado, nacionais ou estrangei-
Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização objetiva ras, ou a organizações públicas internacionais.
administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra § 4º O prazo para a conclusão da investigação preliminar não
a administração pública, nacional ou estrangeira, de que trata a Lei excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, mediante
nº 12.846, de 1º de agosto de 2013. ato da autoridade a que se refere o caput.
§ 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesivos prati- § 5º Ao final da investigação preliminar, serão enviadas à auto-
cados: ridade competente as peças de informação obtidas, acompanhadas
I - por pessoa jurídica brasileira contra administração pública de relatório conclusivo acerca da existência de indícios de autoria e
estrangeira, ainda que cometidos no exterior; materialidade de atos lesivos à administração pública federal, para
II - no todo ou em parte no território nacional ou que nele pro- decisão sobre a instauração do PAR.
duzam ou possam produzir efeitos; ou
III - no exterior, quando praticados contra a administração pú- SEÇÃO II
blica nacional. DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZA-
§ 2º São passíveis de responsabilização nos termos do disposto ÇÃO
na Lei nº 12.846, de 2013, as pessoas jurídicas que tenham sede,
filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato Art. 4º A competência para a instauração e para o julgamento
ou de direito. do PAR é da autoridade máxima da entidade em face da qual foi
Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa de pes- praticado o ato lesivo ou, em caso de órgão da administração públi-
soa jurídica, decorrente do exercício do poder sancionador da ad- ca federal direta, do respectivo Ministro de Estado.
ministração pública, será efetuada por meio de Processo Adminis- Parágrafo único. A competência de que trata o caput será exer-
trativo de Responsabilização - PAR ou de acordo de leniência. cida de ofício ou mediante provocação e poderá ser delegada, ve-
dada a subdelegação.
CAPÍTULO II Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA comissão, composta por dois ou mais servidores estáveis.
SEÇÃO I § 1º Em entidades da administração pública federal cujos qua-
DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR dros funcionais não sejam formados por servidores estatutários, a
comissão a que se refere o caput será composta por dois ou mais
Art. 3º O titular da corregedoria da entidade ou da unidade empregados permanentes, preferencialmente com, no mínimo,
competente, ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesivo à três anos de tempo de serviço na entidade.
administração pública federal, em sede de juízo de admissibilidade § 2º A comissão a que se refere o caput exercerá suas ativida-
e mediante despacho fundamentado, decidirá: des com imparcialidade e observará a legislação, os regulamentos e
I - pela abertura de investigação preliminar; as orientações técnicas vigentes.
II - pela recomendação de instauração de PAR; ou § 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que necessário
III - pela recomendação de arquivamento da matéria. à elucidação do fato ou quando exigido pelo interesse da adminis-
§ 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá cará- tração pública, garantido à pessoa jurídica processada o direito à
ter sigiloso e não punitivo e será destinada à apuração de indícios ampla defesa e ao contraditório.
de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública § 4º O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de
federal. PAR não excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, me-
§ 2º A investigação preliminar será conduzida diretamente diante solicitação justificada do presidente da comissão à autorida-
pela corregedoria da entidade ou unidade competente, na forma de instauradora, que decidirá de maneira fundamentada.
estabelecida em regulamento, ou por comissão composta por dois Art. 6º Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as cir-
ou mais membros, designados entre servidores efetivos ou empre- cunstâncias conhecidas e indiciará e intimará a pessoa jurídica pro-
gados públicos. cessada para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e
especificar eventuais provas que pretenda produzir.
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§ 1º A intimação prevista no caput: Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repar-
I - facultará expressamente à pessoa jurídica a possibilidade de tição pública, sendo autorizada a obtenção de cópias, preferencial-
apresentar informações e provas que subsidiem a análise da comis- mente em meio digital, mediante requerimento.
são de PAR no que se refere aos elementos que atenuam o valor da Art. 10. A comissão, para o devido e regular exercício de suas
multa, previstos no art. 23; e funções, poderá praticar os atos necessários à elucidação dos fatos
II - solicitará a apresentação de informações e documentos, sob apuração, compreendidos todos os meios probatórios admiti-
nos termos estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, que dos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.
permitam a análise do programa de integridade da pessoa jurídica. Art. 11. Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a co-
§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo: missão elaborará relatório a respeito dos fatos apurados e da even-
I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa tual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no qual su-
jurídica, com a descrição das circunstâncias relevantes; gerirá, de forma motivada:
II - o apontamento das provas que sustentam o entendimento I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indicação da
da comissão pela ocorrência do ato lesivo imputado; e dosimetria, ou o arquivamento do processo;
III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado à pessoa II - o encaminhamento do relatório final à autoridade compe-
jurídica processada. tente para instrução de processo administrativo específico para
§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será reparação de danos, quando houver indícios de que do ato lesivo
feita nova intimação por meio de edital publicado na imprensa ofi- tenha resultado dano ao erário;
cial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública respon- III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-Geral da
sável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apre- União, para ajuizamento da ação de que trata o art. 19 da Lei nº
sentação de defesa escrita será contado a partir da última data de 12.846, de 2013, com sugestão, de acordo com o caso concreto,
publicação do edital. da aplicação das sanções previstas naquele artigo, como retribuição
§ 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua de- complementar às do PAR ou para a prevenção de novos ilícitos;
fesa escrita no prazo estabelecido no caput, contra ela correrão os IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Público, nos
demais prazos, independentemente de notificação ou intimação, termos do disposto no art. 15 da Lei nº 12.846, de 2013; e
podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repe- V - as condições necessárias para a concessão da reabilitação,
tição de qualquer ato processual já praticado. quando cabível.
Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou Art. 12. Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de
eletrônico que assegure a certeza de ciência da pessoa jurídica pro- encerramento dos seus trabalhos, que formalizará sua desconsti-
cessada. tuição, e encaminhará o PAR à autoridade instauradora, que deter-
§ 1º Os prazos começam a correr a partir da data da cientifica- minará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final
ção oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo- para, querendo, manifestar-se no prazo máximo de dez dias.
-se o dia do vencimento, observado o disposto no Capítulo XVI da Parágrafo único. Transcorrido o prazo previsto no caput, a au-
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. toridade instauradora determinará à corregedoria da entidade ou à
§ 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispensam-se as unidade competente que analise a regularidade e o mérito do PAR.
demais intimações processuais, até que a pessoa jurídica interessa- Art. 13. Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será
da se manifeste nos autos. encaminhado à autoridade competente para julgamento, o qual
§ 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notificada e in- será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo órgão de
timada de todos os atos processuais, independentemente de pro- assistência jurídica competente.
curação ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa do Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório
gerente, representante ou administrador de sua filial, agência, su- da comissão, esta deverá ser fundamentada com base nas provas
cursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil. produzidas no PAR.
Art. 8º Recebida a defesa escrita, a comissão avaliará a perti- Art. 14. A decisão administrativa proferida pela autoridade jul-
nência de produzir as provas eventualmente requeridas pela pes- gadora ao final do PAR será publicada no Diário Oficial da União e no
soa jurídica processada, podendo indeferir de forma motivada os sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública responsável pelo
pedidos de produção de provas que sejam ilícitas, impertinentes, julgamento do PAR.
desnecessárias, protelatórias ou intempestivas. Art. 15. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido
§ 1º Caso sejam produzidas provas após a nota de indiciação, de reconsideração com efeito suspensivo, no prazo de dez dias, con-
a comissão poderá: tado da data de publicação da decisão.
I - intimar a pessoa jurídica para se manifestar, no prazo de dez § 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no
dias, sobre as novas provas juntadas aos autos, caso tais provas não PAR e que não apresentar pedido de reconsideração deverá cumpri-
justifiquem a alteração da nota de indiciação; ou -las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo para interposi-
II - lavrar nova indiciação ou indiciação complementar, caso as ção do pedido de reconsideração.
novas provas juntadas aos autos justifiquem alterações na nota de § 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para
indiciação inicial, devendo ser observado o disposto no caput do decidir sobre a matéria alegada no pedido de reconsideração e pu-
art. 6º. blicar nova decisão.
§ 2º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa informa- § 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será con-
ções e documentos referentes à existência e ao funcionamento de cedido à pessoa jurídica novo prazo de trinta dias para o cumpri-
programa de integridade, a comissão processante deverá examiná- mento das sanções que lhe foram impostas, contado da data de
-lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo V, para a dosime- publicação da nova decisão.
tria das sanções a serem aplicadas.
Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio
de seus representantes legais ou procuradores, sendo-lhes assegu-
rado amplo acesso aos autos.

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Art. 16. Os atos previstos como infrações administrativas à Lei Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infra-
nº 14.133, de 1º de abril de 2021, ou a outras normas de licitações ções administrativas à Lei nº 14.133, de 2021, ou a outras normas
e contratos da administração pública que também sejam tipifica- de licitações e contratos da administração pública e tenha ocorrido
dos como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão apurados a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também
e julgados conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito estará sujeita a sanções administrativas que tenham como efeito a
procedimental previsto neste Capítulo. restrição ao direito de participar em licitações ou de celebrar con-
§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo au- tratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR.
toridades distintas competentes para o julgamento, o processo será
encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado, para SEÇÃO II
que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedência o jul- DA MULTA
gamento pelo Ministro de Estado competente.
§ 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da unidade res- Art. 20. A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º da Lei
ponsável no órgão ou na entidade pela gestão de licitações e con- nº 12.846, de 2013, terá como base de cálculo o faturamento bruto
tratos deve comunicar à autoridade a que se refere o caput do art. da pessoa jurídica no último exercício anterior ao da instauração do
3º eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º PAR, excluídos os tributos.
da Lei nº 12.846, de 2013. § 1º Os valores que constituirão a base de cálculo de que trata
Art. 17. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito do o caput poderão ser apurados, entre outras formas, por meio de:
Poder Executivo federal, competência: I - compartilhamento de informações tributárias, na forma do
I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e disposto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 1966 -
II - exclusiva para avocar os processos instaurados para exame Código Tributário Nacional;
de sua regularidade ou para lhes corrigir o andamento, inclusive II - registros contábeis produzidos ou publicados pela pessoa
promovendo a aplicação da penalidade administrativa cabível. jurídica acusada, no Brasil ou no exterior;
§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qual- III - estimativa, levando em consideração quaisquer informa-
quer tempo, a competência prevista no caput, se presentes quais- ções sobre a sua situação econômica ou o estado de seus negócios,
quer das seguintes circunstâncias: tais como patrimônio, capital social, número de empregados, con-
I - caracterização de omissão da autoridade originariamente tratos, entre outras; e
competente; IV - identificação do montante total de recursos recebidos pela
II - inexistência de condições objetivas para sua realização no pessoa jurídica sem fins lucrativos no ano anterior ao da instaura-
órgão ou na entidade de origem; ção do PAR, excluídos os tributos incidentes sobre vendas.
III - complexidade, repercussão e relevância da matéria; § 2º Os fatores previstos nos art. 22 e art. 23 deste Decreto se-
IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o rão avaliados em conjunto para os atos lesivos apurados no mesmo
órgão ou com a entidade atingida; ou PAR, devendo-se considerar, para o cálculo da multa, a consolidação
V - apuração que envolva atos e fatos relacionados com mais de dos faturamentos brutos de todas as pessoas jurídicas pertencentes
um órgão ou entidade da administração pública federal. de fato ou de direito ao mesmo grupo econômico que tenham pra-
§ 2º Ficam os órgãos e as entidades da administração pública ticado os ilícitos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, ou
obrigados a encaminhar à Controladoria-Geral da União todos os concorrido para a sua prática.
documentos e informações que lhes forem solicitados, incluídos os Art. 21. Caso a pessoa jurídica comprovadamente não tenha
autos originais dos processos que eventualmente estejam em cur- tido faturamento no último exercício anterior ao da instauração do
so. PAR, deve-se considerar como base de cálculo da multa o valor do
Art. 18. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar, último faturamento bruto apurado pela pessoa jurídica, excluídos
apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos a administração pú- os tributos incidentes sobre vendas, que terá seu valor atualizado
blica estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito procedimen- até o último dia do exercício anterior ao da instauração do PAR.
tal previsto neste Capítulo. Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o valor da mul-
Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração ta será estipulado observando-se o intervalo de R$ 6.000,00 (seis
pública federal direta e indireta deverão comunicar à Controlado- mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) e o limite
ria-Geral da União os indícios da ocorrência de atos lesivos a ad- mínimo da vantagem auferida, quando for possível sua estimação.
ministração pública estrangeira, identificados no exercício de suas Art. 22. O cálculo da multa se inicia com a soma dos valores
atribuições, juntando à comunicação os documentos já disponíveis correspondentes aos seguintes percentuais da base de cálculo:
e necessários à apuração ou à comprovação dos fatos, sem prejuízo I - até quatro por cento, havendo concurso dos atos lesivos;
do envio de documentação complementar, na hipótese de novas II - até três por cento para tolerância ou ciência de pessoas do
provas ou informações relevantes, sob pena de responsabilização.  corpo diretivo ou gerencial da pessoa jurídica;
III - até quatro por cento no caso de interrupção no forneci-
CAPÍTULO III mento de serviço público, na execução de obra contratada ou na
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS ENCAMINHA- entrega de bens ou serviços essenciais à prestação de serviços pú-
MENTOS JUDICIAIS blicos ou no caso de descumprimento de requisitos regulatórios;
SEÇÃO I IV - um por cento para a situação econômica do infrator que
DISPOSIÇÕES GERAIS apresente índices de solvência geral e de liquidez geral superiores
a um e lucro líquido no último exercício anterior ao da instauração
Art. 19. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes san- do PAR;
ções administrativas, nos termos do disposto no art. 6º da Lei nº V - três por cento no caso de reincidência, assim definida a
12.846, de 2013: ocorrência de nova infração, idêntica ou não à anterior, tipificada
I - multa; e como ato lesivo pelo art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, em menos
II - publicação extraordinária da decisão administrativa sancio- de cinco anos, contados da publicação do julgamento da infração
nadora. anterior; e
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VI - no caso de contratos, convênios, acordos, ajustes e outros c) R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), na hipótese
instrumentos congêneres mantidos ou pretendidos com o órgão ou prevista no art. 21, desde que não seja possível estimar o valor da
com as entidades lesadas, nos anos da prática do ato lesivo, serão vantagem auferida.
considerados os seguintes percentuais: § 1º O limite máximo não será observado, caso o valor resul-
a) um por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to- tante do cálculo desse parâmetro seja inferior ao resultado calcula-
talizar valor superior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais); do para o limite mínimo.
b) dois por cento, no caso de o somatório dos instrumentos § 2º Na ausência de todos os fatores previstos nos art. 22 e art.
totalizar valor superior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos 23 ou quando o resultado das operações de soma e subtração for
mil reais); igual ou menor que zero, o valor da multa corresponderá ao limite
c) três por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to- mínimo estabelecido no caput.
talizar valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais); Art. 26. O valor da vantagem auferida ou pretendida corres-
d) quatro por cento, no caso de o somatório dos instrumentos ponde ao equivalente monetário do produto do ilícito, assim enten-
totalizar valor superior a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de dido como os ganhos ou os proveitos obtidos ou pretendidos pela
reais); ou pessoa jurídica em decorrência direta ou indireta da prática do ato
e) cinco por cento, no caso de o somatório dos instrumentos lesivo.
totalizar valor superior a R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta § 1º O valor da vantagem auferida ou pretendida poderá ser
milhões de reais). estimado mediante a aplicação, conforme o caso, das seguintes me-
Parágrafo único. No caso de acordo de leniência, o prazo cons- todologias:
tante do inciso V do caput será contado a partir da data de celebra- I - pelo valor total da receita auferida em contrato administrati-
ção até cinco anos após a declaração de seu cumprimento. vo e seus aditivos, deduzidos os custos lícitos que a pessoa jurídica
Art. 23. Do resultado da soma dos fatores previstos no art. 22 comprove serem efetivamente atribuíveis ao objeto contratado, na
serão subtraídos os valores correspondentes aos seguintes percen- hipótese de atos lesivos praticados para fins de obtenção e execu-
tuais da base de cálculo: ção dos respectivos contratos;
I - até meio por cento no caso de não consumação da infração; II - pelo valor total de despesas ou custos evitados, inclusive
II - até um por cento no caso de: os de natureza tributária ou regulatória, e que seriam imputáveis à
a) comprovação da devolução espontânea pela pessoa jurídica pessoa jurídica caso não houvesse sido praticado o ato lesivo pela
da vantagem auferida e do ressarcimento dos danos resultantes do pessoa jurídica infratora; ou
ato lesivo; ou III - pelo valor do lucro adicional auferido pela pessoa jurídica
b) inexistência ou falta de comprovação de vantagem auferida decorrente de ação ou omissão na prática de ato do Poder Público
e de danos resultantes do ato lesivo; que não ocorreria sem a prática do ato lesivo pela pessoa jurídica
III - até um e meio por cento para o grau de colaboração da infratora.
pessoa jurídica com a investigação ou a apuração do ato lesivo, in- § 2º Os valores correspondentes às vantagens indevidas pro-
dependentemente do acordo de leniência; metidas ou pagas a agente público ou a terceiros a ele relacionados
IV - até dois por cento no caso de admissão voluntária pela pes- não poderão ser deduzidos do cálculo estimativo de que trata o §
soa jurídica da responsabilidade objetiva pelo ato lesivo; e 1º.
V - até cinco por cento no caso de comprovação de a pessoa Art. 27. Com a assinatura do acordo de leniência, a multa apli-
jurídica possuir e aplicar um programa de integridade, conforme os cável será reduzida conforme a fração nele pactuada, observado o
parâmetros estabelecidos no Capítulo V. limite previsto no § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013.
Parágrafo único. Somente poderão ser atribuídos os percentu- § 1º O valor da multa prevista no caput poderá ser inferior ao
ais máximos, quando observadas as seguintes condições: limite mínimo previsto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013.
I - na hipótese prevista na alínea “a” do inciso II do caput, quan- § 2º No caso de a autoridade signatária declarar o descumpri-
do ocorrer a devolução integral dos valores ali referidos; mento do acordo de leniência por falta imputável à pessoa jurídica
II - na hipótese prevista no inciso IV do caput, quando a admis- colaboradora, o valor integral encontrado antes da redução de que
são ocorrer antes da instauração do PAR; e trata o caput será cobrado na forma do disposto na Seção IV, des-
III - na hipótese prevista no inciso V do caput, quando o plano contando-se as frações da multa eventualmente já pagas.
de integridade for anterior à prática do ato lesivo.
Art. 24. A existência e quantificação dos fatores previstos nos SEÇÃO III
art. 22 e art. 23 deverá ser apurada no PAR e evidenciada no relató- DA PUBLICAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DA DECISÃO ADMI-
rio final da comissão, o qual também conterá a estimativa, sempre NISTRATIVA SANCIONADORA
que possível, dos valores da vantagem auferida e da pretendida.
Art. 25. Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá como Art. 28. A pessoa jurídica sancionada administrativamente pela
limite: prática de atos lesivos contra a administração pública, nos termos
I - mínimo, o maior valor entre o da vantagem auferida, quando da Lei nº 12.846, de 2013, publicará a decisão administrativa san-
for possível sua estimativa, e: cionadora na forma de extrato de sentença, cumulativamente:
a) um décimo por cento da base de cálculo; ou I - em meio de comunicação de grande circulação, física ou ele-
b) R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese prevista no art. 21; e trônica, na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídi-
II - máximo, o menor valor entre: ca ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional;
a) três vezes o valor da vantagem pretendida ou auferida, o que II - em edital afixado no próprio estabelecimento ou no local
for maior entre os dois valores; de exercício da atividade, em localidade que permita a visibilidade
b) vinte por cento do faturamento bruto do último exercício pelo público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e
anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos incidentes III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo mínimo de trinta dias e
sobre vendas; ou em destaque na página principal do referido sítio.
Parágrafo único. A publicação a que se refere o caput será feita
a expensas da pessoa jurídica sancionada.
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SEÇÃO IV Art. 33. O acordo de leniência será celebrado com as pessoas
DA COBRANÇA DA MULTA APLICADA jurídicas responsáveis pela prática dos atos lesivos previstos na Lei
nº 12.846, de 2013, e dos ilícitos administrativos previstos na Lei nº
Art. 29. A multa aplicada será integralmente recolhida pela 14.133, de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, com
pessoa jurídica sancionada no prazo de trinta dias, observado o dis- vistas à isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que
posto no art. 15. colaborem efetivamente com as investigações e o PAR, devendo re-
§ 1º Feito o recolhimento, a pessoa jurídica sancionada apre- sultar dessa colaboração:
sentará ao órgão ou à entidade que aplicou a sanção documento I - a identificação dos demais envolvidos nos ilícitos, quando
que ateste o pagamento integral do valor da multa imposta. couber; e
§ 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem que a multa te- II - a obtenção célere de informações e documentos que com-
nha sido recolhida ou não tendo ocorrido a comprovação de seu pa- provem a infração sob apuração.
gamento integral, o órgão ou a entidade que a aplicou encaminhará Art. 34. Compete à Controladoria-Geral da União celebrar
o débito para inscrição em Dívida Ativa da União ou das autarquias acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal e nos
e fundações públicas federais. casos de atos lesivos contra a administração pública estrangeira.
§ 3º Caso a entidade que aplicou a multa não possua Dívida Art. 35. Ato conjunto do Ministro de Estado da Controladoria-
Ativa, o valor será cobrado independentemente de prévia inscrição. -Geral da União e do Advogado-Geral da União:
§ 4º A multa aplicada pela Controladoria-Geral da União em I - disciplinará a participação de membros da Advocacia-Geral
acordos de leniência ou nas hipóteses previstas nos art.17 e art. 18 da União nos processos de negociação e de acompanhamento do
será destinada à União e recolhida à conta única do Tesouro Nacio- cumprimento dos acordos de leniência; e
nal. II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência pelo Mi-
§ 5º Os acordos de leniência poderão pactuar prazo distinto do nistro de Estado da Controladoria-Geral da União conjuntamente
previsto no caput para recolhimento da multa aplicada ou de qual- com o Advogado-Geral da União.
quer outra obrigação financeira imputada à pessoa jurídica. Parágrafo único. A participação da Advocacia-Geral da União
nos acordos de leniência, consideradas as condições neles estabe-
SEÇÃO V lecidas e observados os termos da Lei Complementar nº 73, de 10
DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS de fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015,
poderá ensejar a resolução consensual das penalidades previstas
Art. 30. As medidas judiciais, no Brasil ou no exterior, como a no art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013.
cobrança da multa administrativa aplicada no PAR, a promoção da Art. 36. A Controladoria-Geral da União poderá aceitar delega-
publicação extraordinária, a persecução das sanções previstas no ção para negociar, celebrar e monitorar o cumprimento de acordos
caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013 , a reparação integral dos de leniência relativos a atos lesivos contra outros Poderes e entes
danos e prejuízos, além de eventual atuação judicial para a finali- federativos.
dade de instrução ou garantia do processo judicial ou preservação Art. 37. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de le-
do acordo de leniência, serão solicitadas ao órgão de representação niência deverá:
judicial ou equivalente dos órgãos ou das entidades lesadas. I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a
Art. 31. No âmbito da administração pública federal direta, in- apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for re-
clusive nas hipóteses de que tratam os art. 17 e art. 18, a atuação levante;
judicial será exercida pela Procuradoria-Geral da União, observadas II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo
as atribuições da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para ins- a partir da data da propositura do acordo;
crição e cobrança de créditos da União inscritos em Dívida Ativa. III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos le-
Parágrafo único. No âmbito das autarquias e das fundações sivos;
públicas federais, a atuação judicial será exercida pela Procurado- IV - cooperar plena e permanentemente com as investigações e
ria-Geral Federal, inclusive no que se refere à cobrança da multa o processo administrativo e comparecer, sob suas expensas e sem-
administrativa aplicada no PAR, respeitadas as competências da pre que solicitada, aos atos processuais, até o seu encerramento;
Procuradoria-Geral do Banco Central. V - fornecer informações, documentos e elementos que com-
provem o ato ilícito;
CAPÍTULO IV VI - reparar integralmente a parcela incontroversa do dano cau-
DO ACORDO DE LENIÊNCIA sado; e
VII - perder, em favor do ente lesado ou da União, conforme o
Art. 32. O acordo de leniência é ato administrativo negocial caso, os valores correspondentes ao acréscimo patrimonial indevi-
decorrente do exercício do poder sancionador do Estado, que visa do ou ao enriquecimento ilícito direta ou indiretamente obtido da
à responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos infração, nos termos e nos montantes definidos na negociação.
contra a administração pública nacional ou estrangeira. § 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV do caput se-
Parágrafo único. O acordo de leniência buscará, nos termos rão avaliados em face da boa-fé da pessoa jurídica proponente em
da lei: reportar à administração a descrição e a comprovação da integrali-
I - o incremento da capacidade investigativa da administração dade dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência, desde o
pública; momento da propositura do acordo até o seu total cumprimento.
II - a potencialização da capacidade estatal de recuperação de § 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o inciso VI
ativos; e do caput corresponde aos valores dos danos admitidos pela pessoa
III - o fomento da cultura de integridade no setor privado. jurídica ou àqueles decorrentes de decisão definitiva no âmbito do
devido processo administrativo ou judicial.

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§ 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilícito decor- § 1º Não se fará divulgação da desistência ou da rejeição da
ra, simultaneamente, dano ao ente lesado e acréscimo patrimonial proposta do acordo de leniência, ressalvado o disposto no § 4º do
indevido à pessoa jurídica responsável pela prática do ato, e haja art. 38.
identidade entre ambos, os valores a eles correspondentes serão: § 2º Na hipótese prevista no caput, a administração pública
I - computados uma única vez para fins de quantificação do va- federal não poderá utilizar os documentos recebidos durante o pro-
lor a ser adimplido a partir do acordo de leniência; e cesso de negociação de acordo de leniência.
II - classificados como ressarcimento de danos para fins contá- § 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração dos fatos re-
beis, orçamentários e de sua destinação para o ente lesado. lacionados com a proposta de acordo de leniência, quando decorrer
Art. 38. A proposta de celebração de acordo de leniência deve- de indícios ou provas autônomas que sejam obtidos ou levados ao
rá ser feita de forma escrita, oportunidade em que a pessoa jurídica conhecimento da autoridade por qualquer outro meio.
proponente declarará expressamente que foi orientada a respeito Art. 44. O acordo de leniência estipulará as condições para as-
de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendi- segurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo
mento às determinações e às solicitações durante a etapa de nego- e conterá as cláusulas e obrigações que, diante das circunstâncias
ciação importará a desistência da proposta. do caso concreto, reputem-se necessárias.
§ 1º A proposta deverá ser apresentada pelos representantes Art. 45. O acordo de leniência conterá, entre outras disposi-
da pessoa jurídica, na forma de seu estatuto ou contrato social, ou ções, cláusulas que versem sobre:
por meio de procurador com poderes específicos para tal ato, ob- I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos nos
servado o disposto no art. 26 da Lei nº 12.846, de 2013. incisos II a VII do caput do art. 37;
§ 2º A proposta poderá ser feita até a conclusão do relatório a
II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descumpri-
ser elaborado no PAR.
mento do acordo;
§ 3º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso e o
III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento
acesso ao seu conteúdo será restrito no âmbito da Controladoria-
do acordo, nos termos do disposto no inciso II do caput do art. 784
-Geral da União.
§ 4º A proponente poderá divulgar ou compartilhar a existên- da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil;
cia da proposta ou de seu conteúdo, desde que haja prévia anuên- IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de programa
cia da Controladoria-Geral da União. de integridade, conforme os parâmetros estabelecidos no Capítulo
§ 5º A análise da proposta de acordo de leniência será instru- V, bem como o prazo e as condições de monitoramento;
ída em processo administrativo específico, que conterá o registro V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela a que se
dos atos praticados na negociação. refere o inciso VI do caput do art. 37; e
Art. 39. A proposta de celebração de acordo de leniência será VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se refere o
submetida à análise de juízo de admissibilidade, para verificação da inciso VI do caput do art. 37 para compensação com outros valo-
existência dos elementos mínimos que justifiquem o início da ne- res porventura apurados em outros processos sancionatórios ou de
gociação. prestação de contas, quando relativos aos mesmos fatos que com-
§ 1º Admitida a proposta, será firmado memorando de enten- põem o escopo do acordo.
dimentos com a pessoa jurídica proponente, definindo os parâme- Art. 46. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e jul-
tros da negociação do acordo de leniência. gar os processos administrativos que apurem infrações administra-
§ 2º O memorando de entendimentos poderá ser resilido a tivas previstas na Lei nº 12.846, de 2013, na Lei nº 14.133, de 2021,
qualquer momento, a pedido da pessoa jurídica proponente ou a e em outras normas de licitações e contratos, cujos fatos tenham
critério da administração pública federal. sido noticiados por meio do acordo de leniência.
§ 3º A assinatura do memorando de entendimentos: Art. 47. O percentual de redução do valor da multa aplicável
I - interrompe a prescrição; e de que trata o § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013, levará em
II - suspende a prescrição pelo prazo da negociação, limitado, consideração os seguintes critérios:
em qualquer hipótese, a trezentos e sessenta dias. I - a tempestividade da autodenúncia e o ineditismo dos atos
Art. 40. A critério da Controladoria-Geral da União, o PAR ins- lesivos;
taurado em face de pessoa jurídica que esteja negociando a cele- II - a efetividade da colaboração da pessoa jurídica; e
bração de acordo de leniência poderá ser suspenso. III - o compromisso de assumir condições relevantes para o
Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem prejuízo: cumprimento do acordo.
I - da continuidade de medidas investigativas necessárias para
Parágrafo único. Os critérios previstos no caput serão objeto
o esclarecimento dos fatos; e
de ato normativo a ser editado pelo Ministro de Estado da Contro-
II - da adoção de medidas processuais cautelares e assecurató-
ladoria-Geral da União.
rias indispensáveis para se evitar perecimento de direito ou garantir
Art. 48. O acesso aos documentos e às informações comercial-
a instrução processual.
Art. 41. A Controladoria-Geral da União poderá avocar os autos mente sensíveis da pessoa jurídica será mantido restrito durante a
de processos administrativos em curso em outros órgãos ou enti- negociação e após a celebração do acordo de leniência.
dades da administração pública federal relacionados com os fatos § 1º Até a celebração do acordo de leniência, a identidade da
objeto do acordo em negociação. pessoa jurídica signatária do acordo não será divulgada ao público,
Art. 42. A negociação a respeito da proposta do acordo de leni- ressalvado o disposto no § 4º do art. 38.
ência deverá ser concluída no prazo de cento e oitenta dias, conta- § 2º As informações e os documentos obtidos em decorrência
do da data da assinatura do memorando de entendimentos. da celebração de acordos de leniência poderão ser compartilhados
Parágrafo único. O prazo de que trata o caput poderá ser pror- com outras autoridades, mediante compromisso de sua não utiliza-
rogado, caso presentes circunstâncias que o exijam. ção para sancionar a própria pessoa jurídica em relação aos mes-
Art. 43. A desistência da proposta de acordo de leniência ou a mos fatos objeto do acordo de leniência, ou com concordância da
sua rejeição não importará em reconhecimento da prática do ato própria pessoa jurídica.
lesivo.
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Art. 49. A celebração do acordo de leniência interrompe o pra- b) os valores integrais referentes aos danos, ao enriquecimento
zo prescricional da pretensão punitiva em relação aos atos ilícitos indevido e a outros valores porventura pactuados no acordo, des-
objeto do acordo, nos termos do disposto no § 9º do art. 16 da Lei contando-se as frações eventualmente já pagas; e
nº 12.846, de 2013, que permanecerá suspenso até o cumprimento III - serão aplicadas as demais sanções e as consequências pre-
dos compromissos firmados no acordo ou até a sua rescisão, nos vistas nos termos dos acordos de leniência e na legislação aplicável.
termos do disposto no art. 34 da Lei nº 13.140, de 2015. Parágrafo único. O descumprimento do acordo de leniência
Art. 50. Com a celebração do acordo de leniência, serão con- será registrado pela Controladoria-Geral da União, pelo prazo de
cedidos em favor da pessoa jurídica signatária, nos termos previa- três anos, no Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP.
mente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes efeitos: Art. 54. Excepcionalmente, as autoridades signatárias poderão
I - isenção da publicação extraordinária da decisão administra- deferir pedido de alteração ou de substituição de obrigações pac-
tiva sancionadora; tuadas no acordo de leniência, desde que presentes os seguintes
II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, sub- requisitos:
venções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicos I - manutenção dos resultados e requisitos originais que funda-
e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo Poder Pú- mentaram o acordo de leniência, nos termos do disposto no art. 16
blico; da Lei nº 12.846, de 2013;
III - redução do valor final da multa aplicável, observado o dis- II - maior vantagem para a administração, de maneira que se-
posto no art. 27; ou jam alcançadas melhores consequências para o interesse público
IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas previs- do que a declaração de descumprimento e a rescisão do acordo;
tas no art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021, ou em outras normas de III - imprevisão da circunstância que dá causa ao pedido de
licitações e contratos. modificação ou à impossibilidade de cumprimento das condições
§ 1º No acordo de leniência poderá ser pactuada a resolução originalmente pactuadas;
de ações judiciais que tenham por objeto os fatos que componham IV - boa-fé da pessoa jurídica colaboradora em comunicar a
o escopo do acordo. impossibilidade do cumprimento de uma obrigação antes do ven-
§ 2º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes- cimento do prazo para seu adimplemento; e
soas jurídicas que integrarem o mesmo grupo econômico, de fato V - higidez das garantias apresentadas no acordo.
ou de direito, desde que tenham firmado o acordo em conjunto, Parágrafo único. A análise do pedido de que trata o caput con-
respeitadas as condições nele estabelecidas. siderará o grau de adimplência da pessoa jurídica com as demais
Art. 51. O monitoramento das obrigações de adoção, imple- condições pactuadas, inclusive as de adoção ou de aperfeiçoamen-
mentação e aperfeiçoamento do programa de integridade de que to do programa de integridade.
trata o inciso IV do caput do art. 45 será realizado, direta ou indire- Art. 55. Os acordos de leniência celebrados serão publicados
tamente, pela Controladoria-Geral da União, podendo ser dispen- em transparência ativa no sítio eletrônico da Controladoria-Geral da
sado, a depender das características do ato lesivo, das medidas de
União, respeitados os sigilos legais e o interesse das investigações.
remediação adotadas pela pessoa jurídica e do interesse público.
§ 1º O monitoramento a que se refere o caput será realizado,
CAPÍTULO V
dentre outras formas, pela análise de relatórios, documentos e in-
DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE
formações fornecidos pela pessoa jurídica, obtidos de forma inde-
pendente ou por meio de reuniões, entrevistas, testes de sistemas
Art. 56. Para fins do disposto neste Decreto, programa de in-
e de conformidade com as políticas e visitas técnicas.
tegridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto
§ 2º As informações relativas às etapas do processo de monito-
de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria
ramento serão publicadas em transparência ativa no sítio eletrônico
e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de
da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos legais e o
interesse das investigações. códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes, com objetivo
Art. 52. Cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica de:
colaboradora, a autoridade competente declarará: I - prevenir, detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e
I - o cumprimento das obrigações nele constantes; atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou
II - a isenção das sanções previstas no inciso II do caput do art. estrangeira; e
6º e no inciso IV do caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, bem II - fomentar e manter uma cultura de integridade no ambiente
como das demais sanções aplicáveis ao caso; organizacional.
III - o cumprimento da sanção prevista no inciso I do caput do Parágrafo único. O programa de integridade deve ser estrutu-
art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013; e rado, aplicado e atualizado de acordo com as características e os
IV - o atendimento dos compromissos assumidos de que tra- riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual, por sua
tam os incisos II a VII do caput do art. 37 deste Decreto. vez, deve garantir o constante aprimoramento e a adaptação do re-
Art. 53. Declarada a rescisão do acordo de leniência pela au- ferido programa, visando garantir sua efetividade.
toridade competente, decorrente do seu injustificado descumpri- Art. 57. Para fins do disposto no inciso VIII do caput do art. 7º
mento: da Lei nº 12.846, de 2013, o programa de integridade será avaliado,
I - a pessoa jurídica perderá os benefícios pactuados e ficará quanto a sua existência e aplicação, de acordo com os seguintes
impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de três anos, contado parâmetros:
da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa que I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, inclu-
julgar rescindido o acordo; ídos os conselhos, evidenciado pelo apoio visível e inequívoco ao
II - haverá o vencimento antecipado das parcelas não pagas e programa, bem como pela destinação de recursos adequados;
serão executados: II - padrões de conduta, código de ética, políticas e procedi-
a) o valor integral da multa, descontando-se as frações eventu- mentos de integridade, aplicáveis a todos os empregados e admi-
almente já pagas; e nistradores, independentemente do cargo ou da função exercida;
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III - padrões de conduta, código de ética e políticas de integri- VIII - a quantidade e a localização das pessoas jurídicas que in-
dade estendidas, quando necessário, a terceiros, tais como fornece- tegram o grupo econômico.
dores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados; § 2º A efetividade do programa de integridade em relação ao
IV - treinamentos e ações de comunicação periódicos sobre o ato lesivo objeto de apuração será considerada para fins da avalia-
programa de integridade; ção de que trata o caput.
V - gestão adequada de riscos, incluindo sua análise e reavalia-
ção periódica, para a realização de adaptações necessárias ao pro- CAPÍTULO VI
grama de integridade e a alocação eficiente de recursos; DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E
VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e preci- SUSPENSAS E DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS PUNI-
sa as transações da pessoa jurídica; DAS
VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração e a
confiabilidade de relatórios e demonstrações financeiras da pessoa Art. 58. O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspen-
jurídica; sas - CEIS conterá informações referentes às sanções administrati-
VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos vas impostas a pessoas físicas ou jurídicas que impliquem restrição
no âmbito de processos licitatórios, na execução de contratos admi- ao direito de participar de licitações ou de celebrar contratos com a
nistrativos ou em qualquer interação com o setor público, ainda que administração pública de qualquer esfera federativa, entre as quais:
intermediada por terceiros, como pagamento de tributos, sujeição I - suspensão temporária de participação em licitação e impedi-
a fiscalizações ou obtenção de autorizações, licenças, permissões e mento de contratar com a administração pública, conforme dispos-
certidões; to no inciso III do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 21 de junho
IX - independência, estrutura e autoridade da instância interna de 1993;
responsável pela aplicação do programa de integridade e pela fisca- II - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
lização de seu cumprimento; administração pública, conforme disposto no inciso IV do caput do
X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamen- art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, e no inciso IV do caput do art. 156
te divulgados a funcionários e terceiros, e mecanismos destinados da Lei nº 14.133, de 2021;
ao tratamento das denúncias e à proteção de denunciantes de bo- III - impedimento de licitar e contratar com a União, os Estados,
a-fé; o Distrito Federal ou os Municípios, conforme disposto no art. 7º da
XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa de Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no art. 47 da Lei nº 12.462,
integridade; de 4 de agosto de 2011, e no inciso III do caput do art. 156 da Lei nº
XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de ir- 14.133, de 2021;
regularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remediação IV - suspensão temporária de participação em licitação e im-
dos danos gerados; pedimento de contratar com a administração pública, conforme
XIII - diligências apropriadas, baseadas em risco, para: disposto no inciso IV do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 18 de
a) contratação e, conforme o caso, supervisão de terceiros, tais novembro de 2011;
como fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediá- V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
rios, despachantes, consultores, representantes comerciais e asso- administração pública, conforme disposto no inciso V do caput do
ciados; art. 33 da Lei nº 12.527, de 2011;
b) contratação e, conforme o caso, supervisão de pessoas ex- VI - declaração de inidoneidade para participar de licitação com
postas politicamente, bem como de seus familiares, estreitos cola- a administração pública federal, conforme disposto no art. 46 da Lei
boradores e pessoas jurídicas de que participem; e nº 8.443, de 16 de julho de 1992;
c) realização e supervisão de patrocínios e doações; VII - proibição de contratar com o Poder Público, conforme dis-
XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições e posto no art. 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992;
reestruturações societárias, do cometimento de irregularidades ou VIII - proibição de contratar e participar de licitações com o Po-
ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas jurídicas der Público, conforme disposto no art. 10 da Lei nº 9.605, de 12 de
envolvidas; e fevereiro de 1998; e
XV - monitoramento contínuo do programa de integridade IX - declaração de inidoneidade, conforme disposto no inciso V
visando ao seu aperfeiçoamento na prevenção, na detecção e no do caput do art. 78-A combinado com o art. 78-I da Lei nº 10.233,
combate à ocorrência dos atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº de 5 de junho de 2001.
12.846, de 2013. Parágrafo único. Poderão ser registradas no CEIS outras san-
§ 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata o caput, serão ções que impliquem restrição ao direito de participar em licitações
considerados o porte e as especificidades da pessoa jurídica, por ou de celebrar contratos com a administração pública, ainda que
meio de aspectos como: não sejam de natureza administrativa.
I - a quantidade de funcionários, empregados e colaboradores; Art. 59. O CNEP conterá informações referentes:
II - o faturamento, levando ainda em consideração o fato de I - às sanções impostas com fundamento na Lei nº 12.846, de
ser qualificada como microempresa ou empresa de pequeno porte; 2013; e
III - a estrutura de governança corporativa e a complexidade de II - ao descumprimento de acordo de leniência celebrado com
unidades internas, tais como departamentos, diretorias ou setores, fundamento na Lei nº 12.846, de 2013.
ou da estruturação de grupo econômico; Parágrafo único. As informações sobre os acordos de leniên-
IV - a utilização de agentes intermediários, como consultores cia celebrados com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013, serão
ou representantes comerciais; registradas em relação específica no CNEP, após a celebração do
V - o setor do mercado em que atua; acordo, exceto se sua divulgação causar prejuízos às investigações
VI - os países em que atua, direta ou indiretamente; ou ao processo administrativo.
VII - o grau de interação com o setor público e a importância Art. 60. Constarão do CEIS e do CNEP, sem prejuízo de outros
de contratações, investimentos e subsídios públicos, autorizações, a serem estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, dados e
licenças e permissões governamentais em suas operações; e informações referentes a:
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I - nome ou razão social da pessoa física ou jurídica sancionada; I - fixação da metodologia para a apuração do faturamento bru-
II - número de inscrição da pessoa jurídica no Cadastro Nacio- to e dos tributos a serem excluídos para fins de cálculo da multa a
nal da Pessoa Jurídica - CNPJ ou da pessoa física no Cadastro de que se refere o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013;
Pessoas Físicas - CPF; II - forma e regras para o cumprimento da publicação extraordi-
III - tipo de sanção; nária da decisão administrativa sancionadora;
IV - fundamentação legal da sanção; III - avaliação do programa de integridade, inclusive sobre a for-
V - número do processo no qual foi fundamentada a sanção; ma de avaliação simplificada no caso de microempresas e empresas
VI - data de início de vigência do efeito limitador ou impeditivo de pequeno porte; e
da sanção ou data de aplicação da sanção; IV - gestão e registro dos procedimentos e sanções aplicadas
VII - data final do efeito limitador ou impeditivo da sanção, em face de pessoas jurídicas e entes privados.
quando couber; Art. 68. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Advoca-
VIII - nome do órgão ou da entidade sancionadora; cia-Geral da União e a Controladoria-Geral da União:
IX - valor da multa, quando couber; e I - estabelecerão canais de comunicação institucional:
X - escopo de abrangência da sanção, quando couber. a) para o encaminhamento de informações referentes à prática
Art. 61. Os registros no CEIS e no CNEP deverão ser realizados de atos lesivos contra a administração pública nacional ou estran-
imediatamente após o transcurso do prazo para apresentação do geira ou derivadas de acordos de colaboração premiada e acordos
pedido de reconsideração ou recurso cabível ou da publicação de de leniência; e
sua decisão final, quando lhe for atribuído efeito suspensivo pela b) para a cooperação jurídica internacional e recuperação de
autoridade competente. ativos; e
Art. 62. A exclusão dos dados e das informações constantes do II - poderão, por meio de acordos de colaboração técnica, ar-
CEIS ou do CNEP se dará: ticular medidas para o enfrentamento da corrupção e de delitos
I - com o fim do prazo do efeito limitador ou impeditivo da san- conexos.
ção ou depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no Art. 69. As disposições deste Decreto se aplicam imediatamen-
ato sancionador; ou te aos processos em curso, resguardados os atos praticados antes
II - mediante requerimento da pessoa jurídica interessada, de sua vigência.
após cumpridos os seguintes requisitos, quando aplicáveis: Art. 70. Fica revogado o Decreto nº 8.420, de 18 de março de
a) publicação da decisão de reabilitação da pessoa jurídica san- 2015.
cionada; Art. 71. Este Decreto entra em vigor em 18 de julho de 2022.
b) cumprimento integral do acordo de leniência; Brasília, 11 de julho de 2022; 201º da Independência e 134º da
c) reparação do dano causado; República.
d) quitação da multa aplicada; e
e) cumprimento da pena de publicação extraordinária da deci-
são administrativa sancionadora.
Art. 63. O fornecimento dos dados e das informações de que SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE
trata este Capítulo pelos órgãos e pelas entidades dos Poderes Exe- 26 DE FEVEREIRO DE 2021
cutivo, Legislativo e Judiciário de cada uma das esferas de governo
será disciplinado pela Controladoria-Geral da União.
Parágrafo único. O registro e a exclusão dos registros no CEIS RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021
e no CNEP são de competência e responsabilidade do órgão ou da
entidade sancionadora. Dispõe sobre a política de segurança cibernética e sobre os re-
quisitos para a contratação de serviços de processamento e arma-
CAPÍTULO VII zenamento de dados e de computação em nuvem a serem obser-
DISPOSIÇÕES FINAIS vados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
do Brasil.
Art. 64. As informações referentes ao PAR instaurado no âm-
bito dos órgãos e das entidades do Poder Executivo federal serão O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
registradas no sistema de gerenciamento eletrônico de processos de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá-
administrativos sancionadores mantido pela Controladoria-Geral rio Nacional, em sessão realizada em 25 de fevereiro de 2021, com
da União, conforme ato do Ministro de Estado da Controladoria- base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida Lei, 9º da Lei nº 4.728, de
-Geral da União. 14 de julho de 1965, 7º e 23, alínea “a”, da Lei nº 6.099, de 12 de
Art. 65. Os órgãos e as entidades da administração pública, no setembro de 1974, 1º, inciso II, da Lei nº 10.194, de 14 de fevereiro
exercício de suas competências regulatórias, disporão sobre os efei- de 2001, e 1º, § 1º, da Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de
tos da Lei nº 12.846, de 2013, no âmbito das atividades reguladas, 2009, resolve:
inclusive no caso de proposta e celebração de acordo de leniência.
Art. 66. O processamento do PAR ou a negociação de acordo CAPÍTULO I
de leniência não interfere no seguimento regular dos processos ad- DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
ministrativos específicos para apuração da ocorrência de danos e
prejuízos à administração pública federal resultantes de ato lesivo Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política de segurança ci-
cometido por pessoa jurídica, com ou sem a participação de agente bernética e sobre os requisitos para a contratação de serviços de
público. processamento e armazenamento de dados e de computação em
Art. 67. Compete ao Ministro de Estado da Controladoria-Ge- nuvem a serem observados pelas instituições autorizadas a funcio-
ral da União editar orientações, normas e procedimentos comple- nar pelo Banco Central do Brasil.
mentares para a execução deste Decreto, notadamente no que diz
respeito a:
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Parágrafo único. O disposto nesta Resolução não se aplica às VII - as iniciativas para compartilhamento de informações sobre
instituições de pagamento, que devem observar a regulamentação os incidentes relevantes, mencionados no inciso IV, com as demais
emanada do Banco Central do Brasil, no exercício de suas atribui- instituições referidas no art. 1º.
ções legais. § 1º Na definição dos objetivos de segurança cibernética re-
feridos no inciso I do caput, deve ser contemplada a capacidade
CAPÍTULO II da instituição para prevenir, detectar e reduzir a vulnerabilidade a
DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA incidentes relacionados com o ambiente cibernético.
SEÇÃO I § 2º Os procedimentos e os controles de que trata o inciso II do
DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CI- caput devem abranger, no mínimo, a autenticação, a criptografia, a
BERNÉTICA prevenção e a detecção de intrusão, a prevenção de vazamento de
informações, a realização periódica de testes e varreduras para de-
Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem implementar tecção de vulnerabilidades, a proteção contra softwares maliciosos,
e manter política de segurança cibernética formulada com base em o estabelecimento de mecanismos de rastreabilidade, os controles
princípios e diretrizes que busquem assegurar a confidencialidade, de acesso e de segmentação da rede de computadores e a manu-
a integridade e a disponibilidade dos dados e dos sistemas de infor- tenção de cópias de segurança dos dados e das informações.
mação utilizados. § 3º Os procedimentos e os controles citados no inciso II do
§ 1º A política mencionada no caput deve ser compatível com: caput devem ser aplicados, inclusive, no desenvolvimento de siste-
I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio da institui- mas de informação seguros e na adoção de novas tecnologias em-
ção; pregadas nas atividades da instituição.
II - a natureza das operações e a complexidade dos produtos, § 4º O registro, a análise da causa e do impacto, bem como o
serviços, atividades e processos da instituição; e controle dos efeitos de incidentes, citados no inciso IV do caput,
III - a sensibilidade dos dados e das informações sob responsa- devem abranger inclusive informações recebidas de empresas pres-
bilidade da instituição. tadoras de serviços a terceiros.
§ 2º Admite-se a adoção de política de segurança cibernética
§ 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea “b”, do caput,
única por:
devem contemplar procedimentos e controles em níveis de com-
I - conglomerado prudencial; e
plexidade, abrangência e precisão compatíveis com os utilizados
II - sistema cooperativo de crédito.
pela própria instituição.
§ 3º As instituições que não constituírem política de seguran-
ça cibernética própria em decorrência do disposto no § 2º devem
formalizar a opção por essa faculdade em reunião do conselho de SEÇÃO II
administração ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição. DA DIVULGAÇÃO DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉ-
Art. 3º A política de segurança cibernética deve contemplar, no TICA
mínimo:
I - os objetivos de segurança cibernética da instituição; Art. 4º A política de segurança cibernética deve ser divulgada
II - os procedimentos e os controles adotados para reduzir a aos funcionários da instituição e às empresas prestadoras de servi-
vulnerabilidade da instituição a incidentes e atender aos demais ob- ços a terceiros, mediante linguagem clara, acessível e em nível de
jetivos de segurança cibernética; detalhamento compatível com as funções desempenhadas e com a
III - os controles específicos, incluindo os voltados para a ras- sensibilidade das informações.
treabilidade da informação, que busquem garantir a segurança das Art. 5º As instituições devem divulgar ao público resumo con-
informações sensíveis; tendo as linhas gerais da política de segurança cibernética.
IV - o registro, a análise da causa e do impacto, bem como o
controle dos efeitos de incidentes relevantes para as atividades da SEÇÃO III
instituição; DO PLANO DE AÇÃO E DE RESPOSTA A INCIDENTES
V - as diretrizes para:
a) a elaboração de cenários de incidentes considerados nos tes- Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem estabelecer
tes de continuidade de negócios; plano de ação e de resposta a incidentes visando à implementação
b) a definição de procedimentos e de controles voltados à pre- da política de segurança cibernética.
venção e ao tratamento dos incidentes a serem adotados por em- Parágrafo único. O plano mencionado no caput deve abranger,
presas prestadoras de serviços a terceiros que manuseiem dados ou no mínimo:
informações sensíveis ou que sejam relevantes para a condução das I - as ações a serem desenvolvidas pela instituição para ade-
atividades operacionais da instituição; quar suas estruturas organizacional e operacional aos princípios e
c) a classificação dos dados e das informações quanto à rele- às diretrizes da política de segurança cibernética;
vância; e
II - as rotinas, os procedimentos, os controles e as tecnologias a
d) a definição dos parâmetros a serem utilizados na avaliação
serem utilizados na prevenção e na resposta a incidentes, em con-
da relevância dos incidentes;
formidade com as diretrizes da política de segurança cibernética; e
VI - os mecanismos para disseminação da cultura de segurança
III - a área responsável pelo registro e controle dos efeitos de
cibernética na instituição, incluindo:
a) a implementação de programas de capacitação e de avalia- incidentes relevantes.
ção periódica de pessoal; Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem designar dire-
b) a prestação de informações a clientes e usuários sobre pre- tor responsável pela política de segurança cibernética e pela execu-
cauções na utilização de produtos e serviços financeiros; e ção do plano de ação e de resposta a incidentes.
c) o comprometimento da alta administração com a melhoria Parágrafo único. O diretor mencionado no caput pode desem-
contínua dos procedimentos relacionados com a segurança ciber- penhar outras funções na instituição, desde que não haja conflito
nética; e de interesses.

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Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem elaborar rela- g) a identificação e a segregação dos dados dos clientes da ins-
tório anual sobre a implementação do plano de ação e de resposta tituição por meio de controles físicos ou lógicos; e
a incidentes, mencionado no art. 6º, com data-base de 31 de de- h) a qualidade dos controles de acesso voltados à proteção dos
zembro. dados e das informações dos clientes da instituição.
§ 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, no mínimo: § 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser contratado,
I - a efetividade da implementação das ações descritas no art. mencionada no inciso I do caput, a instituição contratante deve
6º, parágrafo único, inciso I; considerar a criticidade do serviço e a sensibilidade dos dados e
II - o resumo dos resultados obtidos na implementação das ro- das informações a serem processados, armazenados e gerenciados
tinas, dos procedimentos, dos controles e das tecnologias a serem pelo contratado, levando em conta, inclusive, a classificação realiza-
utilizados na prevenção e na resposta a incidentes descritos no art. da nos termos do art. 3º, inciso V, alínea “c”.
6º, parágrafo único, inciso II; § 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusive as infor-
III - os incidentes relevantes relacionados com o ambiente ci- mações relativas à verificação mencionada no inciso II, devem ser
bernético ocorridos no período; e documentados.
IV - os resultados dos testes de continuidade de negócios, con- § 3º No caso da execução de aplicativos por meio da internet,
siderando cenários de indisponibilidade ocasionada por incidentes. referidos no inciso III do art. 13, a instituição deve assegurar que o
§ 2º O relatório mencionado no caput deve ser: potencial prestador dos serviços adote controles que mitiguem os
I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e efeitos de eventuais vulnerabilidades na liberação de novas versões
II - apresentado ao conselho de administração ou, na sua ine- do aplicativo.
xistência, à diretoria da instituição até 31 de março do ano seguinte § 4º A instituição deve possuir recursos e competências neces-
ao da data-base. sários para a adequada gestão dos serviços a serem contratados,
Art. 9º A política de segurança cibernética referida no art. 2º e inclusive para análise de informações e uso de recursos providos
o plano de ação e de resposta a incidentes mencionado no art. 6º nos termos da alínea “f” do inciso II do caput.
devem ser aprovados pelo conselho de administração ou, na sua Art. 13. Para os fins do disposto nesta Resolução, os serviços
inexistência, pela diretoria da instituição. de computação em nuvem abrangem a disponibilidade à instituição
Art. 10. A política de segurança cibernética e o plano de ação e contratante, sob demanda e de maneira virtual, de ao menos um
de resposta a incidentes devem ser documentados e revisados, no dos seguintes serviços:
mínimo, anualmente.
I - processamento de dados, armazenamento de dados, infra-
estrutura de redes e outros recursos computacionais que permitam
CAPÍTULO III
à instituição contratante implantar ou executar softwares, que po-
DA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE PROCESSAMENTO E
dem incluir sistemas operacionais e aplicativos desenvolvidos pela
ARMAZENAMENTO DE DADOS E DE COMPUTAÇÃO EM NU-
instituição ou por ela adquiridos;
VEM
II - implantação ou execução de aplicativos desenvolvidos pela
instituição contratante, ou por ela adquiridos, utilizando recursos
Art. 11. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar
computacionais do prestador de serviços; ou
que suas políticas, estratégias e estruturas para gerenciamento de
III - execução, por meio da internet, de aplicativos implantados
riscos previstas na regulamentação em vigor, especificamente no
tocante aos critérios de decisão quanto à terceirização de serviços, ou desenvolvidos pelo prestador de serviço, com a utilização de re-
contemplem a contratação de serviços relevantes de processamen- cursos computacionais do próprio prestador de serviços.
to e armazenamento de dados e de computação em nuvem, no País Art. 14. A instituição contratante dos serviços mencionados no
ou no exterior. art. 12 é responsável pela confiabilidade, pela integridade, pela dis-
Art. 12. As instituições mencionadas no art. 1º, previamente à ponibilidade, pela segurança e pelo sigilo em relação aos serviços
contratação de serviços relevantes de processamento e armazena- contratados, bem como pelo cumprimento da legislação e da regu-
mento de dados e de computação em nuvem, devem adotar proce- lamentação em vigor.
dimentos que contemplem: Art. 15. A contratação de serviços relevantes de processamen-
I - a adoção de práticas de governança corporativa e de gestão to, armazenamento de dados e de computação em nuvem deve ser
proporcionais à relevância do serviço a ser contratado e aos riscos a comunicada pelas instituições referidas no art. 1º ao Banco Central
que estejam expostas; e do Brasil.
II - a verificação da capacidade do potencial prestador de ser- § 1º A comunicação mencionada no caput deve conter as se-
viço de assegurar: guintes informações:
a) o cumprimento da legislação e da regulamentação em vigor; I - a denominação da empresa contratada;
b) o acesso da instituição aos dados e às informações a serem II - os serviços relevantes contratados; e
processados ou armazenados pelo prestador de serviço; III - a indicação dos países e das regiões em cada país onde os
c) a confidencialidade, a integridade, a disponibilidade e a recu- serviços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazena-
peração dos dados e das informações processados ou armazenados dos, processados e gerenciados, definida nos termos do inciso III do
pelo prestador de serviço; art. 16, no caso de contratação no exterior.
d) a sua aderência a certificações exigidas pela instituição para § 2º A comunicação de que trata o caput deve ser realizada até
a prestação do serviço a ser contratado; dez dias após a contratação dos serviços.
e) o acesso da instituição contratante aos relatórios elaborados § 3º As alterações contratuais que impliquem modificação das
por empresa de auditoria especializada independente contratada informações de que trata o § 1º devem ser comunicadas ao Banco
pelo prestador de serviço, relativos aos procedimentos e aos con- Central do Brasil até dez dias após a alteração contratual.
troles utilizados na prestação dos serviços a serem contratados; Art. 16. A contratação de serviços relevantes de processamen-
f) o provimento de informações e de recursos de gestão ade- to, armazenamento de dados e de computação em nuvem presta-
quados ao monitoramento dos serviços a serem prestados; dos no exterior deve observar os seguintes requisitos:
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - a existência de convênio para troca de informações entre o VII - a permissão de acesso do Banco Central do Brasil aos con-
Banco Central do Brasil e as autoridades supervisoras dos países tratos e aos acordos firmados para a prestação de serviços, à docu-
onde os serviços poderão ser prestados; mentação e às informações referentes aos serviços prestados, aos
II - a instituição contratante deve assegurar que a prestação dos dados armazenados e às informações sobre seus processamentos,
serviços referidos no caput não cause prejuízos ao seu regular fun- às cópias de segurança dos dados e das informações, bem como aos
cionamento nem embaraço à atuação do Banco Central do Brasil; códigos de acesso aos dados e às informações;
III - a instituição contratante deve definir, previamente à con- VIII - a adoção de medidas pela instituição contratante, em de-
tratação, os países e as regiões em cada país onde os serviços po- corrência de determinação do Banco Central do Brasil; e
derão ser prestados e os dados poderão ser armazenados, proces- IX - a obrigação de a empresa contratada manter a instituição
sados e gerenciados; e contratante permanentemente informada sobre eventuais limita-
IV - a instituição contratante deve prever alternativas para a ções que possam afetar a prestação dos serviços ou o cumprimento
continuidade dos negócios, no caso de impossibilidade de manu- da legislação e da regulamentação em vigor.
tenção ou extinção do contrato de prestação de serviços. Parágrafo único. Os contratos mencionados no caput devem
§ 1º No caso de inexistência de convênio nos termos do inciso prever, para o caso da decretação de regime de resolução da insti-
I do caput, a instituição contratante deverá solicitar autorização do tuição contratante pelo Banco Central do Brasil:
Banco Central do Brasil para: I - a obrigação de a empresa contratada conceder pleno e ir-
I - a contratação do serviço, no prazo mínimo de sessenta dias restrito acesso do responsável pelo regime de resolução aos con-
antes da contratação, observado o disposto no art. 15, § 1º, desta tratos, aos acordos, à documentação e às informações referentes
Resolução; e aos serviços prestados, aos dados armazenados e às informações
II - as alterações contratuais que impliquem modificação das in- sobre seus processamentos, às cópias de segurança dos dados e das
formações de que trata o art. 15, § 1º, observando o prazo mínimo informações, bem como aos códigos de acesso citados no inciso VII
de sessenta dias antes da alteração contratual. do caput que estejam em poder da empresa contratada; e
§ 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput, as instituições II - a obrigação de notificação prévia do responsável pelo re-
deverão assegurar que a legislação e a regulamentação nos países gime de resolução sobre a intenção de a empresa contratada in-
e nas regiões em cada país onde os serviços poderão ser prestados terromper a prestação de serviços, com pelo menos trinta dias de
não restringem nem impedem o acesso das instituições contratan- antecedência da data prevista para a interrupção, observado que:
tes e do Banco Central do Brasil aos dados e às informações. a) a empresa contratada obriga-se a aceitar eventual pedido
§ 3º A comprovação do atendimento aos requisitos de que tra- de prazo adicional de trinta dias para a interrupção do serviço, feito
tam os incisos I a IV do caput e o cumprimento da exigência de que pelo responsável pelo regime de resolução; e
trata o § 2º devem ser documentados. b) a notificação prévia deverá ocorrer também na situação em
Art. 17. Os contratos para prestação de serviços relevantes de que a interrupção for motivada por inadimplência da contratante.
processamento, armazenamento de dados e computação em nu- Art. 18. O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica à contratação
vem devem prever: de sistemas operados por câmaras, por prestadores de serviços de
I - a indicação dos países e da região em cada país onde os ser- compensação e de liquidação ou por entidades que exerçam ativi-
viços poderão ser prestados e os dados poderão ser armazenados, dades de registro ou de depósito centralizado.
processados e gerenciados;
II - a adoção de medidas de segurança para a transmissão e CAPÍTULO IV
armazenamento dos dados citados no inciso I do caput; DISPOSIÇÕES GERAIS
III - a manutenção, enquanto o contrato estiver vigente, da se-
gregação dos dados e dos controles de acesso para proteção das Art. 19. As instituições referidas no art. 1º devem assegurar que
informações dos clientes; suas políticas para gerenciamento de riscos previstas na regulamen-
IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do contrato, de: tação em vigor disponham, no tocante à continuidade de negócios,
a) transferência dos dados citados no inciso I do caput ao novo sobre:
prestador de serviços ou à instituição contratante; e I - o tratamento dos incidentes relevantes relacionados com o
b) exclusão dos dados citados no inciso I do caput pela empresa ambiente cibernético de que trata o art. 3º, inciso IV;
contratada substituída, após a transferência dos dados prevista na II - os procedimentos a serem seguidos no caso da interrupção
alínea “a” e a confirmação da integridade e da disponibilidade dos de serviços relevantes de processamento e armazenamento de da-
dados recebidos; dos e de computação em nuvem contratados, abrangendo cenários
V - o acesso da instituição contratante a: que considerem a substituição da empresa contratada e o reestabe-
a) informações fornecidas pela empresa contratada, visando a lecimento da operação normal da instituição; e
verificar o cumprimento do disposto nos incisos I a III do caput; III - os cenários de incidentes considerados nos testes de conti-
b) informações relativas às certificações e aos relatórios de au- nuidade de negócios de que trata o art. 3º, inciso V, alínea “a”.
ditoria especializada, citados no art. 12, inciso II, alíneas “d” e “e”; e Art. 20. Os procedimentos adotados pelas instituições para ge-
c) informações e recursos de gestão adequados ao monitora- renciamento de riscos previstos na regulamentação em vigor de-
mento dos serviços a serem prestados, citados no art. 12, inciso II, vem contemplar, no tocante à continuidade de negócios:
alínea “f”; I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos dos incidentes
VI - a obrigação de a empresa contratada notificar a instituição relevantes de que trata o inciso IV do art. 3º e da interrupção dos
contratante sobre a subcontratação de serviços relevantes para a serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e
instituição; de computação em nuvem contratados;
II - o prazo estipulado para reinício ou normalização das suas
atividades ou dos serviços relevantes interrompidos, citados no in-
ciso I do caput; e

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
III - a comunicação tempestiva ao Banco Central do Brasil das II - a exigência de certificações e outros requisitos técnicos a
ocorrências de incidentes relevantes e das interrupções dos ser- serem requeridos das empresas contratadas, pela instituição finan-
viços relevantes citados no inciso I do caput que configurem uma ceira contratante, na prestação dos serviços de que trata o art. 12;
situação de crise pela instituição financeira, bem como das provi- III - os prazos máximos de que trata o art. 20, inciso II para rei-
dências para o reinício das suas atividades. nício ou normalização das atividades ou dos serviços relevantes in-
Parágrafo único. As instituições devem estabelecer e documen- terrompidos; e
tar os critérios que configurem uma situação de crise de que trata IV - os requisitos técnicos e procedimentos operacionais a se-
o inciso III do caput. rem observados pelas instituições para o cumprimento desta Re-
Art. 21. As instituições de que trata o art. 1º devem instituir solução.
mecanismos de acompanhamento e de controle com vistas a as- Art. 25. As instituições referidas no art. 1º que, em 26 de abril
segurar a implementação e a efetividade da política de segurança de 2018, já tinham contratado a prestação de serviços relevantes
cibernética, do plano de ação e de resposta a incidentes e dos re- de processamento, armazenamento de dados e de computação em
quisitos para contratação de serviços de processamento e armaze- nuvem devem adequar o contrato para a prestação de tais serviços:
namento de dados e de computação em nuvem, incluindo: I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, IV e § 2º,
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria; no caso de serviços prestados no exterior; e
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências. Parágrafo único. O prazo previsto para adequação ao disposto
§ 1º As notificações recebidas sobre a subcontratação de servi- no caput não pode ultrapassar 31 de dezembro 2021.
ços relevantes descritas no art. 17, inciso VI, devem ser considera- Art. 26. O Banco Central do Brasil poderá vetar ou impor restri-
das na definição dos mecanismos de que trata o caput. ções para a contratação de serviços de processamento e armazena-
§ 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser subme- mento de dados e de computação em nuvem quando constatar, a
tidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando aplicável, qualquer tempo, a inobservância do disposto nesta Resolução, bem
compatíveis com os controles internos da instituição. como a limitação à atuação do Banco Central do Brasil, estabelecen-
Art. 22. Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre concorrência, do prazo para a adequação dos referidos serviços.
as instituições mencionadas no art. 1º devem desenvolver iniciati- Art. 27. Ficam revogadas:
vas para o compartilhamento de informações sobre os incidentes I - a Resolução nº 4.658, de 26 de abril de 2018; e
relevantes de que trata o art. 3º, inciso IV. II - a Resolução nº 4.752, de 26 de setembro de 2019.
§ 1º O compartilhamento de que trata o caput deve abranger Art. 28. Esta Resolução entra em vigor em 1º de julho de 2021.
informações sobre incidentes relevantes recebidas de empresas
prestadoras de serviços a terceiros.
§ 2º As informações compartilhadas devem estar disponíveis
ao Banco Central do Brasil. QUESTÕES

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS 1. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – MÉ-
DIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é dividido
Art. 23. Devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil em segmentos especializados e um dos ramos de maior importân-
pelo prazo de cinco anos: cia é o Mercado de Crédito, responsável por:
I - o documento relativo à política de segurança cibernética, de (A) fornecer recursos para o consumo das pessoas em geral e
que trata o art. 2º; para o funcionamento das empresas;
II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua (B) fornecer à economia papel-moeda e moeda escritural,
inexistência, da diretoria da instituição, no caso de ser formalizada aquela depositada em conta-corrente;
a opção de que trata o art. 2º, § 2º; (C) permitir às empresas em geral captar recursos de terceiros
III - o documento relativo ao plano de ação e de resposta a inci- e, portanto, compartilhar os ganhos e os riscos;
dentes, de que trata o art. 6º; (D) facilitar a compra e a venda de moeda estrangeira;
IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º; (E) permitir operações em mercados futuros.
V - a documentação sobre os procedimentos de que trata o art.
12, § 2º; 2. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) O
VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no caso de mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mo-
serviços prestados no exterior; biliários que visa proporcionar liquidez aos títulos de emissão de
VII - os contratos de que trata o art. 17, contado o prazo referi- empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído
do no caput a partir da extinção do contrato; pelas bolsas, corretoras e outras instituições financeiras autoriza-
VIII - os dados, os registros e as informações relativas aos me- das, e seus produtos principais incluem:
canismos de acompanhamento e de controle de que trata o art. 21, (A) certificados de depósitos bancários e letras financeiras;
contado o prazo referido no caput a partir da implementação dos (B) títulos emitidos pelo Tesouro Nacional;
citados mecanismos; e (C) cartas de fiança e garantias;
IX - a documentação com os critérios que configurem uma situ- (D) empréstimos-ponte e financiamentos de projetos;
ação de crise de que trata o art. 20, Parágrafo único. (E) ações e debêntures.
Art. 24. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas
necessárias para cumprimento do disposto nesta Resolução, bem
como estabelecer:
I - os requisitos e os procedimentos para o compartilhamento
de informações, nos termos do art. 22;

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3. (TRANSPETRO – PROFISSIONAL DE COMUNICAÇÃO/JORNA- II- A proibição de aquisição de veículos de representação, cons-
LISMO – SUPERIOR – CESGRANRIO – 2018) No contexto recente tante na lei de diretrizes orçamentárias vigente, em face da auto-
da economia brasileira a valorização cambial vem sendo utilizada nomia administrativa e financeira dos Poderes da República, não
como instrumento no combate à inflação. Mas a conservação des- vincula o Poder Judiciário.
ta política, contudo, tende a expor setores econômicos mais volta- III- De acordo com a Constituição Federal, foi reservada à Lei
dos ao mercado interno a um grau de concorrência crescente com de Diretrizes Orçamentárias a função de dispor sobre alterações na
empresas internacionais, o que pode vir a acarretar em queda do legislação tributária. Assinale a alternativa correta:
emprego e da renda internos. Um contexto de valorização cambial, (A) se todas as afirmativas estiverem corretas.
no Brasil: (B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(A) Reduzirá a dívida externa em dólar. (C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) Trará importações mais baratas. (D) se apenas a afirmativa II estiver correta.
(C) Valorizará os termos de troca. (E) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) Propicia o acesso de capitais internacionais.
8. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018)
4. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO – MÉ- Marque a alternativa correta. Todas as receitas e despesas consta-
DIO – FGV – 2018) É competência do Comitê de Política Monetária rão pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. Esta afirmação
– Copom a fixação: refere-se à:
(A) da taxa do CDI; (A) LRF- Lei de Responsabilidade Fiscal.
(B) da taxa Selic diária; (B) LOA- Lei Orçamentária Anual.
(C) da meta para a taxa Selic; (C) LDO- Lei de Diretrizes Orçamentárias.
(D) da Taxa de Juros de Longo Prazo; (D) LTF- Lei de Transparência Fiscal.
(E) do superávit primário. (E) PPA- Plano Plurianual

5. (BANESTES – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FGV – 2018) Em 9. (BANESTES – TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO –
referência aos papéis exercidos pelo Copom e pela mesa de opera- MÉDIO – FGV – 2018) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) possui
ções do mercado aberto do Banco Central do Brasil, com relação à órgãos normativos, supervisores e executores, com papéis bem de-
taxa Selic, é estabelecido que: finidos. A supervisão do mercado de capitais é responsabilidade:
(A) a mesa de operações determina a meta para a Selic e o Co- (A) do Conselho Monetário Nacional (CMN);
pom é responsável por manter a taxa diária próxima da meta; (B) do Banco Central do Brasil;
(B) o Copom determina a meta para a Selic e é também respon- (C) da Bolsa de Valores;
sável por manter a taxa diária próxima da meta; (D) do Ministério da Fazenda;
(C) o Copom determina a meta para a Selic e a mesa de opera- (E) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
ções é responsável por manter a taxa diária próxima da meta;
(D) a mesa de operações determina a meta para a Selic e é tam- 10. (CRO/AC – ANALISTA FINANCEIRO – SUPERIOR – QUADRIX –
bém responsável por manter a taxa diária próxima da meta; 2019) Julgue os itens, relativos à gestão financeira das empre
(E) o Copom persegue uma meta estabelecida pelo Conselho sas. O mercado de capitais compreende todos os mercados de
Monetário Nacional (CMN). recursos financeiros edeintermediaçãodeoperações de crédito do
sistema econômico
6. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018) ( ) CERTO (
Sobre o Plano Plurianual - PPA de que trata o art. 165 da Constitui- ) ERRADO
ção Federal marque a alternativa incorreta:
(A) A duração atual é de quatro anos. 11. (BANPARÁ – TÉCNICO BANCÁRIO – MÉDIO – FADESP –
(B) Estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos 2018) O Mercado Secundário é onde ocorre a negociação contínua
e metas da Administração Pública para as despesas de capital. dos papéis (ações) emitidos no passado. Sendo assim, um investi-
(C) A elaboração dá-se no primeiro ano do mandato do gover- dor que queira operar nesse mercado deve
nante. (A) pedir autorização para Comissão de Valores Mobiliários
(D) Estabelece um conjunto de metas de política governamen- (CVM).
tal que envolve programas de duração prolongada. (B) dirigir-se a uma sociedade corretora membro de uma bolsa
(E) O Plano Plurianual é a lei que define as prioridades do exe- de valores, na qual receberá orientações e esclarecimentos na
cutivo para o ano seguinte ao de sua aprovação, e que devem seleção dos investimentos.
ser observadas na elaboração da lei Orçamentária Anual. (C) procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de
valores mobiliários, que participem do lançamento das ações
7. (SETRABES – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – UERR - 2018) So- pretendidas.
bre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (CF/1988 e Lei nº 4.320/1964), (D) solicitar autorização no Banco Central do Brasil, o qual é
analise as assertivas: o responsável pela gestão financeira do mercado de capitais
I - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remu- brasileiro.
neração, pelos órgãos e entidades da administração direta ou in- (E) entrar em contato direto com a empresa da qual tenha inte-
direta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder pú- resse em adquirir ações.
blico, só poderão ser feitas se houver prévia dotação orçamentária
suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
acréscimos dela decorrentes e, ressalvadas as empresas públicas e
as sociedades de economia mista, autorização específica presente.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
12. (AL/APA – ECONOMISTA – SUPERIOR – FCC – 2020) O com- (C) fuga de capitais, diante da incerteza com respeito aos im-
portamento do balanço de pagamentos é sensível ao regime cam- pactos da crise pandêmica. (D) aumento do diferencial entre as
bial adotado pelo país. Assim, em um regime de taxas de juros internas e externas.
(A) taxa de câmbio flutuante, a política monetária é eficaz em (E) aumento das posições compradas da moeda brasileira nos
determinar a taxa de câmbio real, muito embora não tenha mercados futuros de câmbio
controle sobre a taxa nominal de câmbio. (B) flutuação suja ou
controlada, a taxa de câmbio nominal é mantida fixa de sorte a 16. (CRQ/4ª. REGIÃO – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MÉDIO –
atrair capitais estrangeiros interessados em carry trade. QUADRIX – 2018) Julgue os itens, relativos à aplicação da matemáti-
(C) câmbio fixo, o crescimento sustentado da economia basea- ca financeira e ao financiamento do sistema bancário. Os juros reais
do em déficits em transações correntes torna o equilíbrio das são os juros resultantes, após a subtração da taxa de crescimento
contas externas diretamente dependente da liquidez no mer- da economia, dos juros nominais.
cado financeiro internacional. ( ) CERTO
(D) câmbio fixo, aumenta a eficácia da política monetária ao ( ) ERRADO
isolar a economia de variações nos preços internacionais dos
bens importados. 17.(BRB – ESCRITURÁRIO – MÉDIO – IADES – 2019) As entida-
(E) câmbio fixo, é maior o espaço de decisão à política mone- des representativas das instituições financeiras, a exemplo da Fe-
tária doméstica, razão pela qual é preferível ao regime de flu- deração Brasileira de Bancos (Febraban), têm envidado esforços
tuação. para a criação e o aprimoramento contínuo de sistemas de autor-
regulação destinados a reforçar publicamente o compromisso do
13. (GASBRASILIANO – ECONOMISTA JR. – SUPERIOR – IESES setor financeiro com a observância dos princípios da integridade,
– 2017) Quando a taxa de câmbio nominal é predominantemente equidade, transparência, sustentabilidade e confiança, orientando,
determinada pela lei da oferta e da procura de mercado, estamos no relacionamento com o consumidor, o atendimento das necessi-
diante de um regime cambial de taxas ___________. dades e dos interesses deste de forma justa, digna e cortês, a fim de
(A) Sujas. garantir a respectiva liberdade de escolha e a tomada de decisões
(B) Fixas. conscientes, sem prejuízo da adoção de políticas e medidas volta-
(C) Flutuantes. das à responsabilidade socioambiental, prevenção de situações de
(D) Mistas. conflitos de interesse e de fraude, além da prevenção e do combate
à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terroris-
14. (PREFEITURA DE VIANA/ES – AUDITOR FISCAL DE TRIBU- mo. No que se refere aos sistemas de Autorregulação mencionados,
TOS/ECONOMIA – SUPERIOR – CONSULPLAN – 2019) O regime assinale a alternativa correta.
cambial de uma economia é a estrutura na qual a taxa de câmbio é (A) Podem ser revogados por ato do Banco Central do Brasil.
gerada. Dentro de um modelo simplificado podemos dizer que um (B) São aplicáveis a todas as instituições financeiras e demais
regime cambial pode ser fixo ou flutuante. No primeiro caso, o Ban- instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Bra-
co Central estipula um valor fixo para a taxa de câmbio, vide início sil, independentemente de vínculo associativo ou adesão vo-
do Plano Real no Brasil, já no segundo, regime flutuante, a taxa de luntária.
câmbio variará de acordo com as conjunturas de mercado. Saindo (C) Decorrem de lei.
do modelo simplificado, dentro desses dois regimes, existem ainda (D) Constituem-se de recomendações sem força obrigatória,
tipos específicos. Sobre o comportamento dos regimes cambiais, não havendo previsão de aplicação de sanções em caso de des-
NÃO podemos afirmar que: cumprimento.
(A) O regime flutuante de moeda que apresenta mediações es- (E) A criação, a organização e o funcionamento desses sistemas
porádicas por parte do Banco Central com a intenção de atenu- não dependem de autorização do Banco Central do Brasil.
ar as oscilações especulativas da taxa de câmbio é conhecido
por flutuação suja. 18. Lei Complementar n.º 105/2001
(B) O maior benefício do regime fixo de câmbio é o de ele sim- Art. 6.º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União,
plificar a tomada de decisão por parte dos agentes econômicos. dos estados, do Distrito Federal e dos municípios somente poderão
(C) A taxa de câmbio nominal é o instrumento usado nas tran- examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras,
sações internacionais de troca de bens e serviços de uma nação inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financei-
por bens e serviços de outra nação. ras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedi-
(D) No regime puro de flutuação das taxas de câmbio o Banco mento fiscal em curso e tais exames forem considerados indispen-
Central não executa operações de compra e venda de moedas sáveis pela autoridade administrativa competente.
estrangeiras. Conforme o entendimento do STF, o dispositivo anteriormente
transcrito
15. (BANCO DA AMAZÔNIA – TÉCNICO CIENTÍFICO – SUPERIOR (A) fere o direito à privacidade e à intimidade.
– CESGRANRIO – 2021) De acordo com os dados do Banco Central (B) é inconstitucional, pois o acesso a dados bancários pelo fis-
do Brasil, entre dezembro de 2019 e outubro de 2020, a taxa de co depende de autorização judicial.
câmbio aumentou, em média, de R$4,11/US$ para R$5,63/US$, (C) não ofende o direito ao sigilo bancário.
representando uma depreciação de 37% da moeda brasileira, em (D) trata especificamente da quebra de sigilo bancário.
termos nominais, e de 35%, em termos reais. Considerando os fa- (E) baseia-se no princípio da transparência dos tributos.
tores que determinam as alterações na taxa de câmbio ao longo do
tempo, a depreciação observada no período assinalado refletiu a(o)
(A) entrada líquida expressiva de dólares no Brasil.
(B) venda de reservas internacionais por parte do Banco Cen-
tral do Brasil.

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19. Acerca da Lei Complementar nº 105/2001, que dispõe 22. A lei que dispõe sobre o crime de lavagem ou ocultação de
quanto ao sigilo das operações de instituições financeiras, assinale bens, direitos e valores
a alternativa correta. (A) adotou o modelo legislativo de segunda geração de comba-
(A) O dever de sigilo não é aplicável à BRB Distribuidora de Tí- te ao crime de lavagem de dinheiro, visto prever rol taxativo de
tulos e Valores Mobiliários, tendo em vista que ela não é consi- crimes antecedentes.
derada instituição financeira. (B) permite ao Juiz reduzir ou deixar de aplicar a pena ao autor
(B) O Fisco não pode requisitar diretamente ao BRB informa- que colaborar espontaneamente, prestando esclarecimentos
ções a respeito da movimentação bancária dos respectivos que conduzam à identificação de autores, coautores e partíci-
clientes, independentemente de autorização judicial. pes, a qualquer tempo.
(C) Mediante a decisão fundamentada do respectivo presiden- (C) permite à Autoridade Policial e ao Ministério Público o aces-
te, uma CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal pode re- so direto a documentos relativos a movimentações bancárias
quisitar ao BRB informações a respeito da movimentação ban- de investigados por crime de lavagem de dinheiro.
cária de clientes da instituição financeira. (D) estabelece ser de competência da Justiça Federal a apura-
(D) As operações financeiras que envolvam recursos públicos ção e julgamento do crime de lavagem de dinheiro.
não estão abrangidas pelo sigilo de que trata a referida lei com- (E) prevê a modalidade da lavagem de dinheiro culposa.
plementar de acordo com jurisprudência do STJ.
(E) O dever de sigilo não é aplicável às empresas de fomento 23. A Lei Geral de Proteção de Dados considera como dados
mercantil (factoring), tendo em vista que elas não são conside- pessoais sensíveis os dados sobre
radas instituições financeiras. (A) contas bancárias.
(B) viagens realizadas.
20. De acordo com a Lei Complementar n.º 105/2001, as ins- (C) formação acadêmica.
tituições financeiras devem conservar o sigilo de suas operações, (D) origem racial ou étnica.
sendo uma violação desse dever (E) numeração de documentos.
(A) a revelação de informações sigilosas, ainda que com o con-
sentimento expresso do interessado. 24. Nos termos da Lei Brasileira que trata da Proteção de Da-
(B) a comunicação, às autoridades competentes, da prática de dos, Lei nº 13.709/2018, a respeito da Autoridade Nacional de Pro-
ilícitos penais ou administrativos, sem ordem judicial. teção de Dados (ANPD), assinale a alternativa correta.
(C) a troca de informações entre instituições financeiras, para (A) A natureza jurídica da ANPD é permanente, podendo ser
fins cadastrais, ainda que observadas as normas do Banco Cen- transformada pelo Poder Executivo em entidade da adminis-
tral e do Conselho Monetário Nacional. tração pública federal indireta, submetida a regime autárquico
(D) o fornecimento, a gestores de bancos de dados, de informa- especial e vinculada à Presidência da República.
ções financeiras relativas a operações de crédito adimplidas, (B) Ato do Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comu-
para formação de histórico de crédito. nicações disporá sobre a estrutura regimental da ANPD.
(E) a transferência, à autoridade tributária, de informações re- (C) Não é da competência da ANDP apreciar petições de titular
lativas a operações com cartão de crédito que permitam iden- contra controlador após comprovada pelo titular a apresenta-
tificar a natureza dos gastos efetuados. ção de reclamação ao controlador não solucionada no prazo
estabelecido em regulamentação.
21. Considerando os crimes praticados contra a Administração (D) Os valores apurados na venda ou no aluguel de bens mó-
Pública e a Lei 9.613/96, marque a alternativa CORRETA. veis e imóveis de sua propriedade não constituem receitas da
(A) Aquele que solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para ANDP.
outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de (E) Os cargos em comissão e as funções de confiança da ANPD
influir em ato praticado por funcionário público no exercício da serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder Exe-
função, pratica o crime de exploração de prestígio. cutivo federal.
(B) Aquele que solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra
utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Minis- 25. Em relação à responsabilização objetiva, administrativa e
tério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administra-
ou testemunha, pratica o crime de tráfico de influência. ção Pública, de acordo com a Lei nº 12.846/13, assinale a afirmativa
(C) Aquele que patrocinar, direta ou indiretamente, interesse correta.
privado perante a administração pública, valendo-se da qua- (A) A responsabilização da pessoa jurídica exclui a responsabili-
lidade de funcionário, pratica o crime de tráfico de influência. dade individual de seus dirigentes e administradores.
(D) No que se refere à Lei 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro), alte- (B) Quando há cisão, as sucessoras serão responsabilizadas
rada pela Lei 12.683/12, é correto afirmar que atualmente não somente pelo pagamento da muita devida, na proporção do
é possível a prática de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos patrimônio líquido.
e valores na modalidade tentada. (C) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas pelos atos con-
(E) É crime praticado por funcionário público contra a admi- tra a Administração Pública apenas quando estes foram prati-
nistração em geral, dar às verbas ou rendas públicas aplicação cados exclusivamente em seu benefício.
diversa da estabelecida em lei. (D) Quando há fusão e incorporação, a sucessora será respon-
sabilizada e sobre ela serão aplicadas as sanções previstas em
Lei e o pagamento da multa devida, quando aplicável.
(E) As sociedades controladoras, controladas e coligadas se-
rão solidariamente responsáveis pela prática dos atos contra
a Administração Pública, restringindo-se tal responsabilidade à
obrigação de pagamento de multa e à reparação integral do
dano causado.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
26. Assinale a alternativa correta de acordo com a Lei Anticor- (D) A lei prevê a possibilidade de celebração de acordo de le-
rupção no 12.846, de 1o de agosto de 2013, que dispõe sobre a res- niência, com identificação dos envolvidos e obtenção de infor-
ponsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela práti- mações, o que implica na isenção das sanções e exime a pessoa
ca de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. jurídica da obrigação de reparação dos danos causados.
(A) Não será levada em consideração na aplicação das sanções (E) É possível a propositura de ação judicial com vistas à apli-
a consumação ou não da infração, nem a cooperação da pessoa cação, dentre outras, das sanções de suspensão ou interdição
jurídica para a apuração das infrações. parcial das atividades e dissolução compulsória da pessoa ju-
(B) As pessoas jurídicas somente serão responsabilizadas por rídica.
atos ilícitos na medida da sua culpabilidade, enquanto os di-
rigentes ou administradores serão responsabilizados objetiva-
mente.
(C) O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obri-
gação de reparar integralmente o dano causado. GABARITO
(D) Na esfera administrativa, será aplicada multa à pessoa jurí-
dica considerada responsável pelas práticas ilícitas, no valor de
1 a 50% do faturamento bruto.
(E) A responsabilidade da pessoa jurídica na esfera administra- 1 A
tiva afasta a possibilidade de sua responsabilização na esfera
judicial. 2 E
3 B
27. De acordo com o Decreto nº 8.420/2015, consiste, no âm- 4 C
bito de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e proce-
5 C
dimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia
de irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de 6 E
conduta, políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar 7 E
desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra
8 B
a administração pública, nacional ou estrangeira. A que termo se
refere a descrição acima? 9 E
(A) Sistema de Controles Internos. 10 E
(B) Sistema de Combate a Atos Ilícitos Contra a Administração
11 B
Pública.
(C) Programa de Integridade. 12 C
(D) Política de Governança Corporativa. 13 C
(E) Processo Administrativo de Responsabilização.
14 C
28. De acordo com o Decreto no 8.420/2015, a apuração 15 C
da responsabilidade administrativa de pessoa jurídica que possa 16 E
resultar na aplicação das sanções previstas no art. 6o da Lei no
17 E
12.846, de 2013, será efetuada por meio de Processo Administra-
tivo de 18 C
(A) Especialização 19 D
(B) Fixação
20 E
(C) Contribuição
(D) Responsabilização 21 E
(E) Proporcionalização 22 B
23 D
29. Certa pessoa jurídica privada é acusada de praticar ato
lesivo a autarquia municipal de Boituva consistente em fraudar o 24 E
caráter competitivo de procedimento licitatório público e oferecer 25 E
vantagem indevida a agente público. Levando em conta o caso
26 C
hipotético e considerado o disposto na Lei n° 12.846/2013, assina-
le a alternativa correta: 27 C
(A) É possível a responsabilização, na esfera administrativa, da 28 D
empresa em questão, o que afasta a possibilidade de responsa- 29 E
bilização na esfera judicial.
(B) Caso ocorra a responsabilização da empresa na esfera ad-
ministrativa, com a imposição de multa em percentual do fatu-
ramento, estará a empresa automaticamente desobrigada com
relação à reparação integral do dano causado.
(C) A responsabilização da empresa na esfera administrativa
afasta a possibilidade de responsabilização individual dos diri-
gentes ou administradores partícipes dos atos ilícitos.

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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS
DE INFORMÁTICA

NOÇÕES DE SISTEMAS OPERACIONAIS – WINDOWS 10 (32-64 BITS)

Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma única
plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console Xbox One e
produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de realidade aumentada HoloLens1.

Versões do Windows 10
– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e note-
book), tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home, os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em pequenas
empresas, apresentando recursos para segurança digital, suporte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo. Os
alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte, e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em tecnologias
desenvolvidas no campo da segurança digital e produtividade.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10 Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessidades
do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smartphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem como
objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento para
o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10 Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Windows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso pro-
fissional mais avançado em máquinas poderosas com vários processadores e grande quantidade de RAM.

Área de Trabalho (pacote aero)


Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no Windows a partir da versão 7.

Área de Trabalho do Windows 10.2


1 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/SlideDemo-4147.pdf
2 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Aero Glass (Efeito Vidro)
Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, parecendo um vidro.

Efeito Aero Glass.3

Aero Flip (Alt+Tab)


Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organizando-as de acordo com a preferência de uso.

Efeito Aero Flip.

3 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Aero Shake (Win+Home)
Ferramenta útil para quem usa o computador com multitarefas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a janela
ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta sacudir
novamente e todas as janelas serão restauradas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)

Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)


Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das janelas abertas.
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é maximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
modo a ocupar metade do monitor.

Efeito Aero Snap.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Tudo)
O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuário possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quando
você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o que
precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Recurso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de trabalho (parte
inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao clicar sobre
ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Peek.

Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na direita,
temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita temos uma
versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.

Menu Iniciar no Windows 10.4


4 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Nova Central de Ações
A Central de Ações é a nova central de notificações do Windows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das versões an-
teriores e também oferece acesso rápido a recursos como modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.

Central de ações do Windows 10.5

Paint 3D
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, especialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas antigas
de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mudou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o programa
mais versátil.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.

Paint 3D.

Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o caso
do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades nativas. O
assistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quando for solicita-
do, por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.

5 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Para abrir a Cortana selecionando a opção na Barra de Tarefas. Podendo teclar ou falar o
tema que deseja.

Cortana no Windows 10.6

Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web.
Use a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para visua-
lizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.

Microsoft Edge no Windows 10.

Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.

6 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por
Hello ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

Windows Hello.

Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).

Tela Bibliotecas no Windows 10.7

7 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.

OneDivre.8

Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela extensão
recebida no ato de sua criação ou alteração.
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro letras
(DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais comuns são
arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas (tabela.xlsx) e
apresentações (monografia.pptx).

Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organizar
tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de
arquivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.

Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Colar)


Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados na imagem acima – Explorador de arquivos).
2. Botão direito do mouse.
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção com a letra da unidade e origem e destino).

8 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Central de Segurança do Windows Defender
A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área de proteção contra vírus e ameaças.
Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique no botão , selecione Configurações > Atualização e seguran-
ça > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na barra de pesquisa.

Windows Defender.9

Lixeira
A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas excluídos das unidades internas do computador (c:\).
Para enviar arquivo para a lixeira:
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
- Arrasta-lo para a lixeira.
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir.
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D.

Arquivos apagados permanentemente:


- Arquivos de unidades de rede.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mostrado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho do
HD (disco rígido) do computador).
- Deletar pressionando a tecla SHIFT.
- Desabilitar a lixeira (Propriedades).
Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na área de trabalho do Windows 10.

Outros Acessórios do Windows 10


Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados, mas os relacionados a seguir são os mais populares:
– Alarmes e relógio.
– Assistência Rápida.
– Bloco de Notas.
– Calculadora.
– Calendário.
– Clima.
– E-mail.
– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes físicos).
– Ferramenta de Captura.
– Gravador de passos.
– Internet Explorer.
– Mapas.
– Mapa de Caracteres.
– Paint.
– Windows Explorer.
– WordPad.
– Xbox.

9 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Principais teclas de atalho • Área de trabalho do Word
CTRL + F4: fechar o documento ativo. Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo
CTRL + R ou F5: atualizar a janela. com a necessidade.
CTRL + Y: refazer.
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar.
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas.
WIN + A: central de ações.
WIN + C: cortana.
WIN + E: explorador de arquivos.
WIN + H: compartilhar.
WIN + I: configurações.
WIN + L: bloquear/trocar conta.
WIN + M: minimizar as janelas.
WIN + R: executar.
WIN + S: pesquisar.
WIN + “,”: aero peek.
WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas. • Iniciando um novo documento
WIN + TAB: task view (visão de tarefas).
WIN + HOME: aero shake.
ALT + TAB: alternar entre janelas.
WIN + X: menu de acesso rápido.
F1: ajuda.

EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AM-


BIENTES MICROSOFT OFFICE – WORD, EXCEL E POWER-
POINT, OUTLOOK - VERSÃO O365

Microsoft Office

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do


Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.

• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.

GUIA PÁGINA TECLA DE


ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
Justificar (arruma a direito
e a esquerda de acordo Ctrl + J
com a margem

O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para Alinhamento à direita Ctrl + G


uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – Centralizar o texto Ctrl + E
Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações –
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum: Alinhamento à esquerda Ctrl + Q

Word • Formatação de letras (Tipos e Tamanho)


O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
então apresentar suas principais funcionalidades. de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação),
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
máticos.

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206
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO São exemplos de planilhas:


– Planilha de vendas;
Tipo de letra – Planilha de custos.
Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-
tomaticamente.
Tamanho
• Mas como é uma planilha de cálculo?
– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
Aumenta / diminui tamanho calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es-
pecíficas do aplicativo.
Recursos automáticos de caixa-altas – A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
e baixas entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )

Limpa a formatação

• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


diferentes tipos de marcadores automáticos: – Podemos também ter o intervalo A1..B3

• Outros Recursos interessantes:

GUIA ÍCONE FUNÇÃO


- Mudar Forma
- Mudar cor de
Página inicial Fundo – Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-
- Mudar cor do lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
texto uma planilha.

• Formatação células
- Inserir Tabelas
Inserir
- Inserir Imagens

Verificação e cor-
Revisão
reção ortográfica

Arquivo Salvar

Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Fórmulas básicas Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY) a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
trabalho com o programa.
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)

• Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.
Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários
• Área de Trabalho do PowerPoint no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe-
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho.
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já
apresentado anteriormente.

Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre-


ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até
mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro


slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
uma posição para outra utilizando o mouse.

Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo


tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint,
o Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos,
no que diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópi-
co referente ao Word, itens de formatação básica de texto como:
alinhamentos, tipos e tamanhos de letras, guias de marcadores e
recursos gerais.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados Office 2016
no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
para passagem entre elementos das apresentações. mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre- – Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando documentos em tablets e smartfones;
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito. – É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
quisa inteligente;
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.

• Atualizações no Excel
Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade – O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le- riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
vando a experiência dos usuários a outro nível. veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
questão do compartilhamento dos arquivos.
Office 2013
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar • Atualizações no PowerPoint
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível – O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen- além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
tos com telas simples funciona normalmente. tão do compartilhamento dos arquivos;
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem, – O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po- 3D na apresentação.
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart-
fones diversos. Office 2019
O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
• Atualizações no Word ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários 3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen); veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.
– As imagens podem ser editadas dentro do documento;
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos • Atualizações no Word
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura; – Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente; desenvolvimento de documentos;
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como
editar PDF(s).

• Atualizações no Excel
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
melhores formas de apresentar dados.
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.

• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.
Editora
209
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
– Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”. Office 365
Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você. O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
Word, Excel e PowerPoint.

Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados.

• Atualizações no Excel
– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como LIBREOFFICE 7.4.2
destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
algum mapa que deseja construir.

LIBREOFFICE OU BROFFICE

LibreOffice é uma suíte de aplicativos voltados para atividades


de escritório semelhantes aos do Microsoft Office (Word, Excel,
• Atualizações no PowerPoint PowerPoint ...). Vamos verificar então os aplicativos do LibreOffice:
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta Writer, Calc e o Impress).
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações; O LibreOffice está disponível para Windows, Unix, Solaris,
– Inclusão de imagens 3D na apresentação. Linux e Mac OS X, mas é amplamente utilizado por usuários não
Windows, visto a sua concorrência com o OFFICE.
Abaixo detalharemos seus aplicativos:

LibreOffice Writer
O Writer é um editor de texto semelhante ao Word embutido
na suíte LibreOffice, com ele podemos redigir cartas, livros, aposti-
las e comunicações em geral.
Vamos então detalhar as principais funcionalidades.

Editora
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Área de trabalho do Writer Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
Nesta área podemos digitar nosso texto e formatá-lo de acor-
do com a necessidade. Suas configurações são bastante semelhan-
tes às do conhecido Word, e é nessa área de trabalho que criare-
mos nossos documentos.
GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

Tamanho da letra

Negrito

Itálico

Sublinhado

Taxado
Iniciando um novo documento
Sobrescrito

Subescrito

Marcadores e listas numeradas


Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da seguinte
forma:

OU

Nesse caso podemos utilizar marcadores ou a lista numerada


na barra de ferramentas, escolhendo um ou outro, segundo a nos-
sa necessidade e estilo que ser aplicado no documento.

Conhecendo a Barra de Ferramentas

Alinhamentos
Ao digitar um texto frequentemente temos que alinhá-lo para Outros Recursos interessantes:
atender as necessidades do documento em que estamos trabalha-
mos, vamos tratar um pouco disso a seguir:
ÍCONE FUNÇÃO
Mudar cor de Fundo
Mudar cor do texto
Inserir Tabelas
Inserir Imagens
GUIA PÁGINA Inserir Gráficos
ALINHAMENTO TECLA DE ATALHO
INCIAL Inserir Caixa de Texto
Alinhamento a Verificação e correção ortográfica
Control + L
esquerda
Centralizar o texto Control + E Salvar

Alinhamento a direita Control + R LibreOffice Calc


Justificar (isto é O Calc é um editor de planilhas semelhante ao Excel embutido
arruma os dois lados, na suíte LibreOffice, e com ele podemos redigir tabelas para cálcu-
direita e esquerda Control + J los, gráficos e estabelecer planilhas para os mais diversos fins.
de acordo com as
margens.

Editora
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Área de trabalho do CALC Cálculos automáticos
Nesta área podemos digitar nossos dados e formatá-los de Além das organizações básicas de planilha, o Calc permite a
acordo com a necessidade, utilizando ferramentas bastante seme- criação de tabelas para cálculos automáticos e análise de dados e
lhantes às já conhecidas do Office. gráficos totais.
São exemplos de planilhas CALC.
— Planilha para cálculos financeiros.
— Planilha de vendas
— Planilha de custos

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados


automaticamente. Mas como funciona uma planilha de cálculo?
Veja:

Vamos à algumas funcionalidades


— Formatação de letras (Tipos e Tamanho)

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO


A unidade central de uma planilha eletrônica é a célula que
nada mais é que o cruzamento entre a linha e a coluna. Neste
Tipo de letra
exemplo coluna A, linha 2 ( Célula A2 )
Podemos também ter o intervalo A1..B3
Tamanho da letra

Negrito

Itálico

Cor da Fonte

Cor Plano de Fundo

Outros Recursos interessantes

ÍCONE FUNÇÃO
Ordenar
Ordenar em ordem
Para inserirmos dados basta posicionarmos o cursor na célula
crescente
e digitarmos, a partir daí iniciamos a criação da planilha.
Auto Filtro
Inserir Caixa de Texto
Inserir imagem
Inserir gráfico
Verificação e correção
ortográfica

Salvar

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Formatação células Neste momento já podemos aproveitar a área interna para
escrever conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas,
ou até mesmo excluí-las.
No exemplo a seguir perceba que já escrevi um título na caixa
superior e um texto na caixa inferior, também movi com o mouse
os quadrados delimitados para adequá-los melhor.

Formatação dos textos:


Fórmulas básicas
— SOMA
A função SOMA faz uma soma de um intervalo de células. Por
exemplo, para somar números de B2 até B6 temos
=SOMA(B2;B6)

— MÉDIA
A função média faz uma média de um intervalo de células. Por
exemplo, para calcular a média de B2 até B6 temos
=MÉDIA(B2;B6)

LibreOffice impress
O IMPRESS é o editor de apresentações semelhante ao Power-
Point na suíte LibreOffice, com ele podemos redigir apresentações
para diversas finalidades.
São exemplos de apresentações IMPRESS.
— Apresentação para uma reunião;
— Apresentação para uma aula;
— Apresentação para uma palestra.

A apresentação é uma excelente forma de abordagem de um


tema, pois podemos resumir e ressaltar os principais assuntos abor-
dados de forma explicativa. As ferramentas que veremos a seguir
facilitam o processo de trabalho com a aplicação. Confira: Itens demarcados na figura acima:
— Texto: Largura, altura, espaçamento, efeitos.
Área de trabalho — Caractere: Letra, estilo, tamanho.
Ao clicarmos para entrar no LibreOffice Impress vamos nos de- — Parágrafo: Antes, depois, alinhamento.
parar com a tela abaixo. Nesta tela podemos selecionar um modelo — Marcadores e numerações: Organização dos elementos e
para iniciar a apresentação. O modelo é uma opção interessante tópicos.
visto que já possui uma formatação prévia facilitando o início e de-
senvolvimento do trabalho. Outros Recursos interessantes:

ÍCONE FUNÇÃO
Inserir Tabelas
Inserir Imagens
Inserir Gráficos
Inserir Caixa de Texto
Verificação e correção
ortográfica

Salvar

Editora
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo obtendo vários Transições
no mesmo formato, e podemos apenas alterar o texto e imagens Um recurso amplamente utilizado é o de inserir as transições,
para criar os próximos. que é a maneira como os itens dos slides vão surgir na apresenta-
ção. No canto direito, conforme indicado a seguir, podemos selecio-
nar a transição desejada:

A partir daí estamos com a apresentação pronta, bastando cli-


car em F5 para exibirmos o trabalho em tela cheia, também aces-
sível no menu “Apresentação”, conforme indicado na figura abaixo.

Percebemos agora que temos uma apresentação com dois sli-


des padronizados, bastando agora alterá-los com os textos corre-
tos. Além de copiar podemos movê-los de uma posição para outra,
trocando a ordem dos slides ou mesmo excluindo quando se fizer
necessário.

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: FUNDAMENTOS, CONCEI-


TOS E MECANISMOS DE SEGURANÇA. PROTEÇÃO DE ES-
TAÇÕES DE TRABALHO: CONTROLE DE DISPOSTIVOS USB,
HARDENING, ANTIMALWARE E FIREWALL PESSOAL

Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção


de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para
um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organi-
zação10.
10 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/
Editora
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma cor- co) e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter
poração, sendo também fundamentais para as atividades do negó- a segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão
cio. para informar sobre o que pode e o que é proibido, incluindo:
Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata- • Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos
ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém, recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra
qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para pro- de formação e periodicidade de troca.
blemas. • Política de backup: define as regras sobre a realização de có-
pias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de reten-
A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares11: ção e frequência de execução.
– Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponí- • Política de privacidade: define como são tratadas as infor-
vel somente a pessoas autorizadas. mações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.
– Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam • Política de confidencialidade: define como são tratadas as
acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja, informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas
de modo permanente a elas. a terceiros.
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja,
sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e Mecanismos de segurança
nem em qual etapa, se no processamento ou no envio. Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técni-
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto- ca, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar
ria do conteúdo seja mesmo a anunciada. o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
Ele pode ser aplicado de duas formas:
Existem outros termos importantes com os quais um profissio- – Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e
nal da área trabalha no dia a dia. qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à infor-
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do mação ou infraestrutura que dá suporte a ela
conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re- – Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras
fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria, eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um anti-
que permite examinar o histórico de um evento de segurança da vírus, firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar
informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos
uma delas. de encriptação, que transformam as informações em códigos que
terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a
Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares certificação e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente
– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro- no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.
tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança
da informação, ainda que sem intenção Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne- profissional habilitado conforme o plano de segurança da informa-
rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio. ção da empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.
– Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser
explorada por uma ameaça. Criptografia
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o con- É uma maneira de codificar uma informação para que somen-
teúdo protegido seja exposto de forma não autorizada. te o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de
– Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto, uma chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a
ajudando a determinar onde concentrar investimentos em seguran- informação13.
ça da informação.
Tem duas maneiras de criptografar informações:
Tipos de ataques • Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles12: secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar sequência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensa-
de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque gem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto
passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a ses- o emissor quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a
são pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adultera- chave secreta para poder ler a mensagem.
ção, fraude, reprodução, bloqueio). • Criptografia assimétrica (chave pública): tem duas chaves
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados cole- relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer
tados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema, pessoa que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave pri-
infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da vada é mantida em segredo, para que somente você saiba.
máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: intercep- Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá
tação, monitoramento, análise de pacotes). ser descriptografada pela chave privada.
Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só
Política de Segurança da Informação poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para
da organização através de regras de alto nível que representam os criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com
a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível táti-
11 https://bit.ly/2E5beRr
12 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-seguranca- 13 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-prote-
-da-informacao/ cao-e-seguranca-da-informacao-parte-2/
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital. – Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
• Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e per- – Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja
mitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da necessário, fornecer somente em sites seguros.
informação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permi- – Cuidado com informações em redes sociais.
te o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a – Instalar um anti-spyware.
ação. A chave é integrada ao documento, com isso se houver algu- – Para se manter bem protegido, além dos procedimentos an-
ma alteração de informação invalida o documento. teriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado.
• Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pes-
soa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz. Códigos maliciosos (Malware)
Códigos maliciosos (malware) são programas especificamente
Firewall desenvolvidos para executar ações danosas e atividades maliciosas
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança ba- em um computador16. Algumas das diversas formas como os códi-
seada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um gos maliciosos podem infectar ou comprometer um computador
conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para são:
determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados – Pela exploração de vulnerabilidades existentes nos progra-
podem ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de mas instalados;
barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basica- – Pela autoexecução de mídias removíveis infectadas, como
mente em bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos pen-drives;
bem-vindos. – Pelo acesso a páginas Web maliciosas, utilizando navegado-
res vulneráveis;
– Pela ação direta de atacantes que, após invadirem o compu-
tador, incluem arquivos contendo códigos maliciosos;
– Pela execução de arquivos previamente infectados, obtidos
em anexos de mensagens eletrônicas, via mídias removíveis, em
páginas Web ou diretamente de outros computadores (através do
compartilhamento de recursos).

Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso


aos dados armazenados no computador e podem executar ações
em nome dos usuários, de acordo com as permissões de cada usuá-
rio.
Os principais motivos que levam um atacante a desenvolver
Representação de um firewall.14 e a propagar códigos maliciosos são a obtenção de vantagens fi-
nanceiras, a coleta de informações confidenciais, o desejo de au-
Formas de segurança e proteção topromoção e o vandalismo. Além disto, os códigos maliciosos são
– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, muitas vezes usados como intermediários e possibilitam a prática
com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa de golpes, a realização de ataques e a disseminação de spam (mais
que está acessando o sistema é quem ela diz ser15. detalhes nos Capítulos Golpes na Internet, Ataques na Internet e
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extrema- Spam, respectivamente).
mente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica A seguir, serão apresentados os principais tipos de códigos ma-
como os olhos ou digital. liciosos existentes.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de
nascimento ou placa do seu carro. Vírus
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúscu- Vírus é um programa ou parte de um programa de computador,
las, números e caracteres especiais como @ # $ % & *. normalmente malicioso, que se propaga inserindo cópias de si mes-
– Instalação de antivírus com atualizações constantes. mo e se tornando parte de outros programas e arquivos.
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atua- Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo
lizados, principalmente os softwares de segurança e sistema opera- de infecção, o vírus depende da execução do programa ou arquivo
cional. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações hospedeiro, ou seja, para que o seu computador seja infectado é
automaticamente. preciso que um programa já infectado seja executado.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a O principal meio de propagação de vírus costumava ser os
recomendada. disquetes. Com o tempo, porém, estas mídias caíram em desuso e
– Sempre estar com o firewall ativo. começaram a surgir novas maneiras, como o envio de e-mail. Atual-
– Anti-spam instalados. mente, as mídias removíveis tornaram-se novamente o principal
– Manter um backup para caso de pane ou ataque. meio de propagação, não mais por disquetes, mas, principalmente,
– Evite sites duvidosos. pelo uso de pen-drives.
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver Há diferentes tipos de vírus. Alguns procuram permanecer ocul-
anexos (link). tos, infectando arquivos do disco e executando uma série de ativi-
dades sem o conhecimento do usuário. Há outros que permanecem
14 Fonte: https://helpdigitalti.com.
inativos durante certos períodos, entrando em atividade apenas em
br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20
datas específicas. Alguns dos tipos de vírus mais comuns são:
%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%C3%A3o%20de,de%20dados%20
podem%20ser%20executadas.
15 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-se-
guranca-da-informacao-parte-3/ 16 https://cartilha.cert.br/malware/
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216
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
– Vírus propagado por e-mail: recebido como um arquivo ane- Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa, de-
xo a um e-mail cujo conteúdo tenta induzir o usuário a clicar sobre pendendo de como é instalado, das ações realizadas, do tipo de
este arquivo, fazendo com que seja executado. informação monitorada e do uso que é feito por quem recebe as
– Vírus de script: escrito em linguagem de script, como VBS- informações coletadas. Pode ser considerado de uso:
cript e JavaScript, e recebido ao acessar uma página Web ou por – Legítimo: quando instalado em um computador pessoal, pelo
e-mail, como um arquivo anexo ou como parte do próprio e-mail próprio dono ou com consentimento deste, com o objetivo de veri-
escrito em formato HTML. ficar se outras pessoas o estão utilizando de modo abusivo ou não
– Vírus de macro: tipo específico de vírus de script, escrito em autorizado.
linguagem de macro, que tenta infectar arquivos manipulados por – Malicioso: quando executa ações que podem comprometer
aplicativos que utilizam esta linguagem como, por exemplo, os que a privacidade do usuário e a segurança do computador, como mo-
compõe o Microsoft Office (Excel, Word e PowerPoint, entre ou- nitorar e capturar informações referentes à navegação do usuário
tros). ou inseridas em outros programas (por exemplo, conta de usuário
– Vírus de telefone celular: vírus que se propaga de celular para e senha).
celular por meio da tecnologia bluetooth ou de mensagens MMS Alguns tipos específicos de programas spyware são:
(Multimedia Message Service). A infecção ocorre quando um usuá- – Keylogger: capaz de capturar e armazenar as teclas digitadas
rio permite o recebimento de um arquivo infectado e o executa. pelo usuário no teclado do computador.
– Screenlogger: similar ao keylogger, capaz de armazenar a po-
Worm sição do cursor e a tela apresentada no monitor, nos momentos em
Worm é um programa capaz de se propagar automaticamen- que o mouse é clicado, ou a região que circunda a posição onde o
te pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para mouse é clicado.
computador. – Adware: projetado especificamente para apresentar propa-
Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclu- gandas.
são de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas
sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração auto- Backdoor
mática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em Backdoor é um programa que permite o retorno de um invasor
computadores. a um computador comprometido, por meio da inclusão de serviços
Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos criados ou modificados para este fim.
recursos, devido à grande quantidade de cópias de si mesmo que Pode ser incluído pela ação de outros códigos maliciosos, que
costumam propagar e, como consequência, podem afetar o desem- tenham previamente infectado o computador, ou por atacantes,
penho de redes e a utilização de computadores. que exploram vulnerabilidades existentes nos programas instalados
no computador para invadi-lo.
Bot e botnet Após incluído, o backdoor é usado para assegurar o acesso fu-
Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comunicação turo ao computador comprometido, permitindo que ele seja aces-
com o invasor que permitem que ele seja controlado remotamente. sado remotamente, sem que haja necessidade de recorrer nova-
Possui processo de infecção e propagação similar ao do worm, ou mente aos métodos utilizados na realização da invasão ou infecção
seja, é capaz de se propagar automaticamente, explorando vulne- e, na maioria dos casos, sem que seja notado.
rabilidades existentes em programas instalados em computadores.
A comunicação entre o invasor e o computador infectado pelo Cavalo de troia (Trojan)
bot pode ocorrer via canais de IRC, servidores Web e redes do tipo Cavalo de troia, trojan ou trojan-horse, é um programa que,
P2P, entre outros meios. Ao se comunicar, o invasor pode enviar além de executar as funções para as quais foi aparentemente proje-
instruções para que ações maliciosas sejam executadas, como des- tado, também executa outras funções, normalmente maliciosas, e
ferir ataques, furtar dados do computador infectado e enviar spam. sem o conhecimento do usuário.
Um computador infectado por um bot costuma ser chamado de Exemplos de trojans são programas que você recebe ou obtém
zumbi (zombie computer), pois pode ser controlado remotamente, de sites na Internet e que parecem ser apenas cartões virtuais ani-
sem o conhecimento do seu dono. Também pode ser chamado de mados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela, entre outros.
spam zombie quando o bot instalado o transforma em um servidor Estes programas, geralmente, consistem de um único arquivo e ne-
de e-mails e o utiliza para o envio de spam. cessitam ser explicitamente executados para que sejam instalados
Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares de com- no computador.
putadores zumbis e que permite potencializar as ações danosas Trojans também podem ser instalados por atacantes que, após
executadas pelos bots. invadirem um computador, alteram programas já existentes para
Quanto mais zumbis participarem da botnet mais potente ela que, além de continuarem a desempenhar as funções originais,
será. O atacante que a controlar, além de usá-la para seus próprios também executem ações maliciosas.
ataques, também pode alugá-la para outras pessoas ou grupos que
desejem que uma ação maliciosa específica seja executada. Rootkit
Algumas das ações maliciosas que costumam ser executadas Rootkit é um conjunto de programas e técnicas que permite
por intermédio de botnets são: ataques de negação de serviço, esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro código
propagação de códigos maliciosos (inclusive do próprio bot), coleta malicioso em um computador comprometido.
de informações de um grande número de computadores, envio de Rootkits inicialmente eram usados por atacantes que, após in-
spam e camuflagem da identidade do atacante (com o uso de pro- vadirem um computador, os instalavam para manter o acesso pri-
xies instalados nos zumbis). vilegiado, sem precisar recorrer novamente aos métodos utilizados
na invasão, e para esconder suas atividades do responsável e/ou
Spyware dos usuários do computador. Apesar de ainda serem bastante usa-
Spyware é um programa projetado para monitorar as ativida- dos por atacantes, os rootkits atualmente têm sido também utili-
des de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.
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217
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
zados e incorporados por outros códigos maliciosos para ficarem Anti-malwares
ocultos e não serem detectados pelo usuário e nem por mecanis- Ferramentas anti-malware são aquelas que procuram detectar
mos de proteção. e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computa-
dor. Antivírus, anti-spyware, anti-rootkit e anti-trojan são exemplos
Ransomware de ferramentas deste tipo.
Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inacessí-
veis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usan-
do criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) para CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE
restabelecer o acesso ao usuário17. INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS

O pagamento do resgate geralmente é feito via bitcoins.


Pode se propagar de diversas formas, embora as mais comuns Pasta
sejam através de e-mails com o código malicioso em anexo ou que São estruturas que dividem o disco em várias partes de tama-
induzam o usuário a seguir um link e explorando vulnerabilidades nhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras
em sistemas que não tenham recebido as devidas atualizações de pastas (subpastas)18.
segurança.

Antivírus
O antivírus é um software de proteção do computador que eli-
mina programas maliciosos que foram desenvolvidos para prejudi-
car o computador.
O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (có-
pias) com intenção de causar danos na máquina ou roubar dados.
O antivírus analisa os arquivos do computador buscando pa-
drões de comportamento e códigos que não seriam comuns em
algum tipo de arquivo e compara com seu banco de dados. Com
isto ele avisa o usuário que tem algo suspeito para ele tomar pro-
vidência. Arquivo
O banco de dados do antivírus é muito importante neste pro- É a representação de dados/informações no computador os
cesso, por isso, ele deve ser constantemente atualizado, pois todos quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identi-
os dias são criados vírus novos. fica o tipo de dado que ele representa.
Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do
usuário. Os mais comuns são através de links recebidos por e-mail Extensões de arquivos
ou download de arquivos na internet de sites desconhecidos ou
mesmo só de acessar alguns sites duvidosos pode acontecer uma EXTENSÃO TIPO
contaminação.
Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armaze- .jpg, .jpeg, .png, .bpm, .gif, ... Imagem
namentos móveis como HD externo e pen drive. Nestes casos de- .xls, .xlsx, .xlsm, ... Planilha
vem acionar o antivírus para fazer uma verificação antes.
.doc, .docx, .docm, ... Texto formatado
Existem diversas opções confiáveis, tanto gratuitas quanto pa-
gas. Entre as principais estão: .txt Texto sem formatação
– Avast; .mp3, .wma, .aac, .wav, ... Áudio
– AVG;
– Norton; .mp4, .avi, rmvb, .mov, ... Vídeo
– Avira; .zip, .rar, .7z, ... Compactadores
– Kaspersky; .ppt, .pptx, .pptm, ... Apresentação
– McAffe.
.exe Executável
Filtro anti-spam .msl, ... Instalador
Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não solici-
tados, que geralmente são enviados para um grande número de Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, ar-
pessoas. quivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são univer-
Spam zombies são computadores de usuários finais que foram sais podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros
comprometidos por códigos maliciosos em geral, como worms, que dependem de um programa específico como os arquivos do
bots, vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos, uma vez ins- Corel Draw que necessita o programa para visualizar. Nós identifi-
talados, permitem que spammers utilizem a máquina para o envio camos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas
de spam, sem o conhecimento do usuário. Enquanto utilizam má- letras que ficam no final do nome do arquivo.
quinas comprometidas para executar suas atividades, dificultam a Exemplos:
identificação da origem do spam e dos autores também. Os spam .txt: arquivo de texto sem formatação.
zombies são muito explorados pelos spammers, por proporcionar o .html: texto da internet.
anonimato que tanto os protege. .rtf: arquivo do WordPad.
Estes filtros são responsáveis por evitar que mensagens indese- .doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.
jadas cheguem até a sua caixa de entrada no e-mail.
18 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-
17 https://cartilha.cert.br/ransomware/ -05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas
Editora
218
218
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documen- Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a mui-
to do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto tas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear,
do LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não excluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras
são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável. funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum
arquivo.
Nomenclatura dos arquivos e pastas A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que
Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são
momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres as de Download, documentos e imagens.
(letras, números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \
| > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional. Operações básicas com arquivos do Windows Explorer
• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com
Bibliotecas o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela.
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são Você pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar
um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mes-
só. ma pasta um arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver
Estão divididas inicialmente em 4 categorias: extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
– Documentos; Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanece-
– Imagens; rá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
– Músicas; • Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá
– Vídeos. para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também
clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o
local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do
mouse e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou
clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por
exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista
com detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na
mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas cli-
cando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o
arquivo e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e
selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente
no botão direito do mouse e selecionar colar.

Localizando Arquivos e Pastas


Windows Explorer No Windows Explorer tem duas:
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arqui- Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo
vos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Mi- ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pes-
crosoft19. quisar. Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computa- sua busca.
dor e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Ex-
plorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de ar-
quivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão
Iniciar > Programas > Acessórios.

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema.
Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alte-
ração, poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows
19 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-
Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.
-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/
Editora
219
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
No modelo cliente-servidor, um processo cliente em uma má-
REDES DE COMPUTADORES: CONCEITOS BÁSICOS, FERRA- quina se comunica com um processo servidor na outra máquina.
MENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INTERNET E O termo processo se refere a um programa em execução.
INTRANET. NAVEGADOR WEB (GOOGLE CHROME VERSÃO Uma máquina pode rodar vários processos clientes e servido-
106.0.5249.119 - VERSÃO OFICIAL - 64 BITS ; MICROSOFT res simultaneamente.
EDGE VERSÃO 91 E MOZILLA FIREFOX VERSÃO 78ESR ),
BUSCA E PESQUISA NA WEB Equipamentos de redes
Existem diversos equipamentos que podem ser utilizados nas
redes de computadores21. Alguns são:
Uma rede de computadores é formada por um conjunto de – Modem (Modulador/Demodulador): é um dispositivo de
módulos processadores capazes de trocar informações e comparti- hardware físico que funciona para receber dados de um provedor
lhar recursos, interligados por um sistema de comunicação (meios de serviços de internet através de um meio de conexão como cabos,
de transmissão e protocolos)20. fios ou fibra óptica. .Cconverte/modula o sinal digital em sinal ana-
lógico e transmite por fios, do outro lado, deve ter outro modem
para receber o sinal analógico e demodular, ou seja, converter em
sinal digital, para que o computador possa trabalhar com os dados.
Em alguns tipos, a transmissão já é feita enviando os próprios si-
nais digitais, não precisando usar os modens, porém, quando se
transmite sinais através da linha telefônica é necessário o uso dos
modems.
– Placa de rede: possui a mesma tarefa dos modens, porém,
somente com sinais digitais, ou seja, é o hardware que permite os
computadores se comunicarem através da rede. A função da placa
é controlar todo o recebimento e envio dos dados através da rede.
– Hub: atuam como concentradores de sinais, retransmitindo
os dados enviados às máquinas ligadas a ele, ou seja, o hub tem a
As redes de computadores possuem diversas aplicações co- função de interligar os computadores de uma rede local, recebendo
merciais e domésticas. dados de um computador e transmitindo à todos os computadores
da rede local.
As aplicações comerciais proporcionam: – Switch: semelhante ao hub – também chamado de hub in-
– Compartilhamento de recursos: impressoras, licenças de soft- teligente - verifica os cabeçalhos das mensagens e a retransmite
ware, etc. somente para a máquina correspondente, criando um canal de co-
– Maior confiabilidade por meio de replicação de fontes de da- municação exclusiva entre origem e destino.
dos – Roteador: ao invés de ser conectado às máquinas, está co-
– Economia de dinheiro: telefonia IP (VoIP), vídeo conferência, nectado às redes. Além de possuir as mesmas funções do switch,
etc. possui a capacidade de escolher a melhor rota que um determinado
– Meio de comunicação eficiente entre os empregados da em- pacote de dados deve seguir para chegar a seu destino. Podemos
presa: e-mail, redes sociais, etc. citar como exemplo uma cidade grande e o roteador escolhe o ca-
– Comércio eletrônico. minho mais curto e menos congestionado.
– Access Point (Ponto de acesso – AP): similar ao hub, oferece
As aplicações domésticas proporcionam: sinais de rede em formas de rádio, ou seja, o AP é conectado a uma
– Acesso a informações remotas: jornais, bibliotecas digitais, rede cabeada e serve de ponto de acesso a rede sem fio.
etc.
– Comunicação entre as pessoas: Twitter, Facebook, Instagram, Meios de transmissão
etc. Existem várias formas de transmitir bits de uma máquina para
– Entretenimento interativo: distribuição de músicas, filmes, outra através de meios de transmissão, com diferenças em termos
etc. de largura de banda, atraso, custo e facilidade de instalação e ma-
– Comércio eletrônico. nutenção. Existem dois tipos de meios de transmissão: guiados e
– Jogos. não guiados:
– Meios de transmissão guiados: os cabos de par trançado,
Modelo Cliente-Servidor cabo coaxial e fibra ótica;
Uma configuração muito comum em redes de computadores – Meios de transmissão não guiados: as redes terrestres sem
emprega o modelo cliente-servidor O cliente solicita o recurso ao fios, satélites e raios laser transmitidos pelo ar.
servidor:

20 NASCIMENTO, E. J. Rede de Computadores. Universidade Federal do Vale do


São Francisco. 21 http://www.inf.ufpr.br/albini/apostila/Apostila_Redes1_Beta.pdf
Editora
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220
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
flexível e capaz de conduzir um raio ótico. Estas fibras óticas são
agrupadas em um cabo ótico, e podem ser colocadas várias fibras
no mesmo cabo.
Nas fibras óticas, um pulso de luz indica um bit e a ausência de
luz indica zero bit. Para conseguir transmitir informações através da
fibra ótica, é necessário conectar uma fonte de luz em uma ponta
da fibra ótica e um detector na outra ponta, assim, a ponta que vai
transmitir converte o sinal elétrico e o transmite por pulsos de luz, a
ponta que vai receber deve converter a saída para um sinal elétrico.
As fibras óticas possuem quatro características que a diferem
dos cabos de par traçado e coaxial, que são:
– Maior capacidade: possui largura de banda imensa com ve-
locidade de dados de centenas de Gbps por distâncias de dezenas
de quilômetros;
– Menor tamanho e menor peso: são muito finas e por isso,
22
pesam pouco, desta forma, reduz os requisitos de suporte estru-
tural;
Cabos de pares trançado – Menor atenuação: possui menor atenuação comparando
Os pares trançados são o meio de transmissão mais antigo com os cabos de par trançado e coaxial, por isso, é constante em
e ainda mais comum em virtude do custo e desempenho obtido. um intervalo de frequência maior;
Consiste em dois fios de cobre encapados e entrelaçados. Este en- – Isolamento eletromagnético: as fibras óticas não sofrem in-
trelaçado cancela as ondas de diferentes partes dos fios diminuin- terferências externas, à ruído de impulso ou à linha cruzada, e estas
do a interferência. Os pares trançados são comuns em sistemas fibras também não irradiam energia.
telefônicos, que é usado tanto para chamadas telefônicas quanto Esse sistema das fibras óticas funciona somente por um princí-
para o acesso à internet por ADSL, estes pares podem se estender pio da física: quando um raio de luz passa de um meio para outro, o
por diversos quilômetros, porém, quando a distância for muito lon- raio é refratado no limite sílica/ar. A quantidade de refração depen-
ga, existe a necessidade de repetidores. E quando há muitos pa- de das propriedades das duas mídias (índices de refração). Para ân-
res trançados em paralelo percorrendo uma distância grande, são gulos de incidência acima de um certo valor crítico ou acima é inter-
envoltos por uma capa protetora. Existem dois tipos básico deste ceptado dentro da fibra e pode se propagar por muitos quilômetros
cabo, que são: praticamente sem perdas. Podemos classificar as fibras óticas em:
– UTP (Unshielded Twisted Pair – Par trançado sem blinda- – Monomodo: se o diâmetro da fibra for reduzido a alguns
gem): utilizado em redes de baixo custo, possui fácil manuseio e comprimentos de onda, a luz só poderá se propagar em linha reta,
instalação e podem atingir até 100 Mbps na taxa de transmissão sem ricochetear, produzindo assim, uma fibra de modo único (fibra
(utilizando as especificações 5 e 5e). monomodo). Estas fibras são mais caras, porém amplamente utili-
– STP (Shielded Twisted Pair – Par trançado com blindagem): zadas em distâncias mais longas podendo transmitir dados a 100
possui uma utilização restrita devido ao seu custo alto, por isso, é Gbps por 100 quilômetros sem amplificação.
utilizado somente em ambientes com alto nível de interferência ele- – Multimodo: se o raio de luz incidente na fronteira acima do
tromagnética. Existem dois tipos de STP: ângulo critico for refletido internamente, muitos raios distintos es-
1- Blindagem simples: todos os pares são protegidos por uma tarão ricocheteando em diferentes ângulos. Dizemos que cada raio
camada de blindagem. tem um modo específico, desta forma, na fibra multimodo, os raios
2- Blindagem par a par: cada par de fios é protegido por uma são ricocheteados em diferentes ângulos
camada de blindagem.
Tipos de Redes
Cabo coaxial
O cabo coaxial consiste em um fio condutor interno envolto por Redes Locais
anéis isolantes regularmente espaçados e cercado por um condutor As redes locais (LAN - Local Area Networks) são normalmen-
cilíndrico coberto por uma malha. O cabo coaxial é mais resistente à te redes privativas que permitem a interconexão de equipamentos
interferência e linha cruzada do que os cabos de par trançado, além presentes em uma pequena região (um prédio ou uma universidade
de poder ser usado em distâncias maiores e com mais estações. ou que tenha poucos quilômetros de extensão).
Assim, o cabo coaxial oferece mais capacidade, porém, é mais caro As LANs podem ser cabeadas, sem fio ou mistas.
do que o cabo de par trançado blindado. Atualmente as LANs cabeadas mais usadas usam o padrão IEEE
Os cabos coaxiais eram usados no sistema telefônico para lon- 802.3
gas distância, porém, foram substituídos por fibras óticas. Estes ca-
bos estão sendo usados pelas redes de televisão a cabo e em redes
metropolitanas.

Fibras óticas
A fibra ótica é formada pelo núcleo, vestimenta e jaqueta, o
centro é chamado de núcleo e a próxima camada é a vestimenta,
tanto o núcleo quanto a vestimenta consistem em fibras de vidro
com diferentes índices de refração cobertas por uma jaqueta pro-
tetora que absorve a luz. A fibra de vidro possui forma cilíndrica,
22 Fonte: http://eletronicaapolo.com.br/novidades/o-que-e-o-cabo-de-rede-
-par-trancado
Editora
221
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Para melhorar a eficiência, cada computador é ligado por um • Redes a Longas Distâncias
cabo a uma porta de um comutador (switch). Uma rede a longas distâncias (WAN - Wide Area Network) é
uma rede que cobre uma área geográfica grande, usualmente um
país ou continente. Os hospedeiros da rede são conectados por uma
sub-rede de comunicação. A sub-rede é composta de dois elemen-
tos: linhas de transmissão e elementos de comutação (roteadores).

Exemplo de rede LAN.23

Dependendo do cabeamento e tecnologia usados, essas redes


atingem velocidades de 100Mbps, 1Gbps ou até 10Gbps. Exemplo de rede WAN.25
Com a preferência do consumidor por notebooks, as LANs sem
fio ficaram bastante populares. O padrão mais utilizado é o IEEE Nos enlaces de longa distância em redes WAN são usadas tec-
802.11 conhecido como Wi-Fi. A versão mais recente, o 802.11n, nologias que permitem o tráfego de grandes volumes de dados:
permite alcançar velocidades da ordem de 300Mbps. SONET, SDH, etc.
LANs sem fio são geralmente interligadas à rede cabeada atra- Quando não há cabos, satélites podem ser utilizados em parte
vés de um ponto de acesso. dos enlaces.
A sub-rede é em geral operada por uma grande empresa de
• Redes Metropolitanas telecomunicações conhecida como provedor de serviço de Internet
Uma rede metropolitana (MAN - Metropolitan Area Network) (ISP - Internet Service Provider).
é basicamente uma grande versão de uma LAN onde a distância
entre os equipamentos ligados à rede começa a atingir distâncias Topologia de redes
metropolitanas (uma cidade). A topologia de rede é o padrão no qual o meio de rede está
Exemplos de MANs são as redes de TV a cabo e as redes IEEE conectado aos computadores e outros componentes de rede26. Es-
802.16 (WiMAX). sencialmente, é a estrutura topológica da rede, e pode ser descrito
fisicamente ou logicamente.
Há várias formas nas quais se pode organizar a interligação en-
tre cada um dos nós (computadores) da rede. A topologia física é
a verdadeira aparência ou layout da rede, enquanto que a lógica
descreve o fluxo dos dados através da rede.
Existem duas categorias básicas de topologias de rede:
– Topologia física: representa como as redes estão conectadas
(layout físico) e o meio de conexão dos dispositivos de redes (nós
ou nodos). A forma com que os cabos são conectados, e que gene-
ricamente chamamos de topologia da rede (física), influencia em
diversos pontos considerados críticos, como a flexibilidade, veloci-
dade e segurança.
– Topologia lógica: refere-se à maneira como os sinais agem so-
bre os meios de rede, ou a maneira como os dados são transmitidos
através da rede a partir de um dispositivo para o outro sem ter em
conta a interligação física dos dispositivos. Topologias lógicas são
Exemplo de rede WAN.24 capazes de serem reconfiguradas dinamicamente por tipos espe-
ciais de equipamentos como roteadores e switches.

Topologia Barramento
Todos os computadores são ligados em um mesmo barramento
físico de dados. Apesar de os dados não passarem por dentro de
cada um dos nós, apenas uma máquina pode “escrever” no barra-
mento num dado momento. Todas as outras “escutam” e recolhem
23 Fonte: http://www.bosontreinamentos.com.br/redes-computadores/qual-a-
-diferenca-entre-lan-man-e-wan-em-redes-de-dados 25 Fonte: https://10infrcpaulo.wordpress.com/2012/12/11/wan
24 Fonte: https://informaticaeadministracao.wordpress.com/2014/04/22/ 26 https://www.oficinadanet.com.br/artigo/2254/topologia_de_redes_vanta-
lan-man-e-wan gens_e_desvantagens
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222
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
para si os dados destinados a elas. Quando um computador estiver Vantagens:
a transmitir um sinal, toda a rede fica ocupada e se outro computa- – Todos os computadores acessam a rede igualmente;
dor tentar enviar outro sinal ao mesmo tempo, ocorre uma colisão – Performance não é impactada com o aumento de usuários.
e é preciso reiniciar a transmissão.
Desvantagens:
– Falha de um computador pode afetar o restante da rede;
– Problemas são difíceis de isolar.

Topologia Malha
Esta topologia é muito utilizada em várias configurações, pois
facilita a instalação e configuração de dispositivos em redes mais
Vantagens: simples. Todos os nós estão atados a todos os outros nós, como se
– Uso de cabo é econômico; estivessem entrelaçados. Já que são vários os caminhos possíveis
– Mídia é barata, fácil de trabalhar e instalar; por onde a informação pode fluir da origem até o destino.
– Simples e relativamente confiável;
– Fácil expansão.

Desvantagens:
– Rede pode ficar extremamente lenta em situações de tráfego
pesado;
– Problemas são difíceis de isolar;
– Falha no cabo paralisa a rede inteira.

Topologia Estrela
A mais comum atualmente, a topologia em estrela utiliza cabos
de par trançado e um concentrador como ponto central da rede. Vantagens:
O concentrador se encarrega de retransmitir todos os dados para – Maior redundância e confiabilidade;
todas as estações, mas com a vantagem de tornar mais fácil a loca- – Facilidade de diagnóstico.
lização dos problemas, já que se um dos cabos, uma das portas do
concentrador ou uma das placas de rede estiver com problemas, Desvantagem:
apenas o nó ligado ao componente defeituoso ficará fora da rede. – Instalação dispendiosa.

Modelos de Referência
Dois modelos de referência para arquiteturas de redes mere-
cem destaque: OSI e TCP/IP.

Modelo de referência ISO OSI (Open Systems Interconnection)


Modelo destinado à interconexão de sistemas abertos. Possui
7 camadas: física, enlace de dados, rede, transporte, sessão, apre-
sentação e aplicação.

Vantagens:
– A codificação e adição de novos computadores é simples;
– Gerenciamento centralizado;
– Falha de um computador não afeta o restante da rede.

Desvantagem:
– Uma falha no dispositivo central paralisa a rede inteira.

Topologia Anel
Na topologia em anel os dispositivos são conectados em sé-
rie, formando um circuito fechado (anel). Os dados são transmiti-
dos unidirecionalmente de nó em nó até atingir o seu destino. Uma
mensagem enviada por uma estação passa por outras estações,
através das retransmissões, até ser retirada pela estação destino ou
pela estação fonte.

Modelo OSI.

O modelo OSI não é uma arquitetura de rede, pois não especifi-


ca os serviços e protocolos que devem ser usados em cada camada.
O modelo OSI informa apenas o que cada camada deve fazer:

Editora
223
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
1. Camada física 1. Camada de enlace
A sua função é assegurar o transporte de bits através de um Não é uma camada propriamente dita, mas uma interface en-
meio de transmissão. Dessa forma, as questões de projeto dessa tre os hospedeiros e os enlaces de transmissão
camada estão ligadas a níveis de tensão, tempo de bit, interfaces
elétricas e mecânicas, quantidade de pinos, sentidos da comunica- 2. Camada internet (camada de rede)
ção, etc. Integra toda a arquitetura, mantendo-a unida. Faz a interliga-
ção de redes não orientadas a conexão.
2. Camada de enlace de dados Tem o objetivo de rotear as mensagens entre hospedeiros,
A sua principal função é transmitir quadros entre duas máqui- ocultando os problemas inerentes aos protocolos utilizados e aos
nas ligadas diretamente, transformando o canal em um enlace de tamanhos dos pacotes. Tem a mesma função da camada de rede
dados confiável. do modelo OSI.
- Divide os dados em quadros e os envia sequencialmente. O protocolo principal dessa camada é o IP.
- Regula o tráfego
- Detecta a ocorrência de erros ocorridos na camada física 3. Camada de transporte
- Em redes de difusão, uma subcamada de controle de acesso Permite que entidades pares (processos) mantenham uma co-
ao meio é inserida para controlar o acesso ao canal compartilhado municação.
Foram definidos dois protocolos para essa camada: TCP (Trans-
3. Camada de rede mission Control Protocol) e UDP (User Datagram Protocol).
A sua função é encaminhar pacotes entre a máquina de origem O TCP é um protocolo orientado a conexões confiável que per-
e a máquina de destino. mite a entrega sem erros de um fluxo de bytes.
- O roteamento pode ser estático ou dinâmico. O UDP é um protocolo não orientado a conexões, não confiável
- Realiza o controle de congestionamento. e bem mais simples que o TCP.
- Responsável pela qualidade de serviço.
- Tem que permitir que redes heterogêneas se comuniquem, 4. Camada de aplicação
sendo assim, deve lidar com questões como endereçamento, tama- Contém todos os protocolos de nível mais alto.
nho dos pacotes e protocolos heterogêneos.

4. Camada de transporte
A sua função básica é efetuar a comunicação fim-a-fim entre
processos, normalmente adicionando novas funcionalidades ao
serviço já oferecido pela camada de rede. Pode oferecer um canal
ponto a ponto livre de erros com entrega de mensagens na ordem
correta.

5. Camada de sessão
A sua função é controlar quem fala e quando, entre a origem
e o destino (analogia com operações críticas em bancos de dados).

6. Camada de apresentação
A sua função básica é transformar a sintaxe dos dados (forma
de representação) sem afetar a semântica. Gerencia estruturas de
dados abstratas.
Modelo TCP/IP e seus protocolos.
7. Camada de aplicação
Contém uma série de protocolos necessários para os usuários.
É nessa camada que o usuário interage.

Modelo TCP/IP
Arquitetura voltada para a interconexão de redes heterogêneas
(ARPANET)
Posteriormente, essa arquitetura ficou conhecida como mode-
lo TCP/IP graças aos seus principais protocolos.
O modelo TCP/IP é composto por quatro camadas: enlace, in-
ternet, transporte e aplicação.

Modelo OSI versus TCP/IP.

Modelo TCP/IP.
Editora
224
224
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Internet Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que:
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon-
através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, ca- sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans-
bos submarinos, canais de satélite, etc27. Ela nasceu em 1969, nos porte dos pacotes).
Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa
e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). Domínio
Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o nú- Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar
mero de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en-
o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de
instituições possuíam internet. você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada – 74.125.234.180.
vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos-
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida- sível associar um endereço de um site a um número IP na rede.
de de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente. http://www.empresa.com.br, em que:
www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende-
Conectando-se à Internet reço pertence à web.
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser-
rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de viço.
acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa- com: indica que é comercial.
dor à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio br: indica que o endereço é no Brasil.
de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha
telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.). URL
Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali-
World Wide Web zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui-
A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet,
criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin- ou uma rede corporativa, uma intranet.
guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca-
outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de minho/recurso.
forma simples e fácil de acessar.
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da HTTP
World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli- É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res-
gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços
e agradável. web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer
Protocol, Protocolo de transferência hipertexto).
Protocolo de comunicação
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto- Hipertexto
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web.
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi-
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como Navegadores
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de- Um navegador de internet é um programa que mostra informa-
finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti- ções da internet na tela do computador do usuário.
no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo Além de também serem conhecidos como browser ou web bro-
computador de origem. wser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositivos
Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conectados
redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na à internet.
Internet. Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site
O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo
para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem internauta.
acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um
externo. jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor.
Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer
TCP / IP página ou site na rede.
Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro- Para funcionar, um navegador de internet se comunica com
tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet). servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro-
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que
nas literaturas como sendo: transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave-
- O protocolo principal da Internet; gador e os servidores.
- O protocolo padrão da Internet;
- O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte Funcionalidades de um Navegador de Internet
ao funcionamento da Internet e seus serviços. A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o
usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador.
27 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E-
7ado.pdf
Editora
225
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta. deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada
através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela
do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer
site na internet.
O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
pretado pelos navegadores.
Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
imagens e outros tipos de dados.
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por Principais recursos do Internet Explorer:
meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na – Transformar a página num aplicativo na área de trabalho,
parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos
página. instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas
Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet: manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente
– Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza- através de ícones.
do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar – Gerenciador de downloads integrado.
a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer – Mais estabilidade e segurança.
página na web. – Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma
– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos
que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do implementados nos sites mais modernos.
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte. – Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega-
– Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é
usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en- possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e
dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite oferecem funcionalidades adicionais.
de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais – One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google
recorrentes da sua rotina diária de tarefas. Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer.
– Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque- Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para vra-chave digitando-a na barra de endereços.
mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura
no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache Microsoft Edge
para mostrar as atualizações. Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer28.
– Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe- aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
apagado, caso o usuário queira. vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.
– Gerenciador de Downloads: permite administrar os down-
loads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pau-
sar por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade
do navegador de internet.
– Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
outros.
– Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do Outras características do Edge são:
navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis- – Experiência de navegação com alto desempenho.
tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas – Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual-
no navegador. quer lugar conectado à internet.
– Funciona com a assistente de navegação Cortana.
Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são – Disponível em desktops e mobile com Windows 10.
alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co- – Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.
nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na-
vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo
virtual da Internet.

Internet Explorer
Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo
substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como
segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de
algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram
atualizadas no Edge.
28 https://bit.ly/2WITu4N
Editora
226
226
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Firefox Opera
Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo-
conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média. luindo como um dos melhores navegadores de internet.
Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita- Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar.
mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja, Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida-
mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins- de da experiência do usuário.
talado no PC, ele poderá ser instalado.

Outros pontos de destaques do Opera são:


– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener-
Algumas características de destaque do Firefox são: gia.
– Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente. – Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a
– Não exige um hardware poderoso para rodar. velocidade de conexões de baixo desempenho.
– Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur- – Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis
sos. (3G ou 4G).
– Interface simplificada facilita o entendimento do usuário. – Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em
– Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri- páginas bancárias e de vendas on-line.
vacidade. – Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas
– Disponível em desktop e mobile. funções, além de um bloqueador de publicidade integrado.
– Disponível em desktop e mobile.
Google Chorme
É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do Safari
sistema operacional Windows e também no Linux e Mac. O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela
O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo. sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante confiáveis para usar.
convidativo à navegação simplificada.

Principais recursos do Google Chrome: O Safari também se destaca em:


– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur- – Sincronização de dados e informações em qualquer disposi-
sos RAM suficientes. tivo Apple (iOS).
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas – Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio-
funcionalidades. namento de anúncios com base no comportamento do usuário.
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar con- – Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas
teúdos otimizados. visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam-
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT- pos de informação.
TPS). – Compatível também com sistemas operacionais que não seja
– Disponível em desktop e mobile. da Apple (Windows e Linux).
– Disponível em desktops e mobile.

Intranet
A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de
um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa,
que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores
internos29.

29 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-ferramen-
tas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-parte-2/
Editora
227
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à – Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office)
intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de
tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação correio internet), ambos protocolos para recebimento de mensa-
situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255. gens.
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem
alguma informação que pode ser trocada com os demais setores, Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area e-mails conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicial-
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso. mente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor- sua mensagem de forma textual no editor oferecido pelo cliente
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos, de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo o formato “nome@dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar,
reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comu-
de informações. nicando-se com o programa SMTP, entregando a mensagem a ser
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos, enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do desti-
a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co- natário (nome antes do @) e o domínio, i.e., a máquina servidora
nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este- de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio,
jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre o servidor SMTP resolve o DNS, obtendo o endereço IP do servi-
a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho dor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa
significativo em termos de segurança. SMTP deste servidor, perguntando se o nome do destinatário existe
naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue
ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena a mensagem na caixa de
CORREIO ELETRÔNICO, GRUPOS DE DISCUSSÃO, FÓRUNS e-mail do destinatário.
E WIKIS
Ações no correio eletrônico
Independente da tecnologia e recursos empregados no correio
E-mail eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men- – Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails
sagem atualmente30. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha – Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descarta-
e-mail, não importando a distância ou a localização. dos pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru- Lixeira. Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na
tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as
do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso. mensagens definitivamente (este é um processo de segurança para
O resultado é algo como: garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por en-
gano). Para apagar definitivamente um e-mail é necessário entrar,
maria@apostilassolucao.com.br de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails
existentes.
Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio – Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensa-
eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook. gem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário – Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em
preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun- geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails
to de regras para o uso desses serviços. de destino separados por ponto-e-vírgula.
– CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repas-
Correio Eletrônico samos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais
Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de cor- da mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
reio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um – CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repas-
protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio samos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destina-
e recebimento de mensagens31. Estas mensagens são armazenadas tários principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também
no que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos – Assunto: título da mensagem.
e extração de cópias das mensagens. – Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte
da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio
Funcionamento básico de correio eletrônico ao usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação
Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois pro- de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente
gramas funcionando em uma máquina servidora: ele será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso,
– Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiá-
transferência de correio simples, responsável pelo envio de men- veis e, em geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem
sagens. ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus
e pragas. Alguns antivírus permitem analisar anexos de e-mails an-
tes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por
30 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E-
exemplo, o Gmail, permitem analisar preliminarmente se um anexo
7ado.pdf
contém arquivos com malware.
31 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-webmail-
-e-mozilla-thunderbird/
Editora
228
228
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
– Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples e
padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de “joao@
blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que um e-mail
com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja diretamente excluído.

32

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.

32 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b
Editora
229
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

33

Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

Grupos de discussão
Grupos de discussão são ferramentas gerenciáveis pela Internet que permitem que um grupo de pessoas troque mensagens via e-mail
entre todos os membros do grupo. Essas mensagens, geralmente, são de um tema de interesse em comum, onde as pessoas expõem suas
opiniões, sugestões, críticas e tiram dúvidas. Como é um grupo onde várias pessoas podem participar sem, geralmente, ter um pré- requi-
sito, as informações nem sempre são confiáveis.
Existem sites gratuitos, como o Google Groups, o Grupos.com.br, que auxiliam na criação e uso de grupos de discussão, mas um grupo
pode ser montado independentemente, onde pessoas façam uma lista de e – mails e troquem informações.

Para conhecer um pouco mais sobre este assunto, vamos criar um grupo de discussão no Google Groups. Para isso, alguns passos
serão necessários:
1º) Temos que ter um cadastro no Google, como fizemos quando estudamos os sites de busca.
2º) Acessar o site do Google (www.google.com.br) e clicar no menu “Mais” e no item “Ainda mais”.
3º) Entre os diversos produtos que serão expostos, clicar em “Grupos”.

!
Grupos

33 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
Editora
230
230
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Na próxima tela, teremos os passos necessários para criar um destinatário dos endereços cadastrados por nós receberá um convi-
grupo, onde clicaremos no botão “Criar um grupo...” te e deverá aceitá-lo para poder receber as mensagens e participar
do nosso grupo.
A mensagem do convite também será digitada por nós, mas o
nome, o endereço e a descrição do grupo, serão adicionados auto-
maticamente. Nesta página teremos o botão “Convidar”. Quando
clicarmos nele, receberemos a seguinte mensagem:

Passo 2 – Criando um grupo

Seguiremos alguns passos propostos pelo website. !


Daremos um nome ao nosso grupo. Neste caso o nome é Pro- Finalização do processo de criação do grupo
fale. Conforme digitamos o nome do grupo, o campo endereço de
e – mail do grupo e endereço do grupo na web vão sendo auto- Os convidados a participarem do grupo receberão o convite em
maticamente preenchidos. Podemos inserir uma descrição grupo, seus endereços eletrônicos. A etapa do convite pode ser realizada
que servirá para ajudar as pessoas a saberem do que se trata esse depois da criação do grupo. Vale lembrar, que em muitos casos, as
grupo, ou seja, qual sua finalidade e tipo de assunto abortado. mensagens de convite são identificadas pelos servidores de mensa-
Após a inserção do comentário sobre as intenções do grupo, gens como Spams e por esse motivo são automaticamente enviadas
podemos selecionar se este grupo pode ter conteúdo adulto, nudez para a pasta Spam dos destinatários.
ou material sexualmente explícito. Antes de entrar nesse grupo é O proprietário do grupo terá acesso a uma tela onde poderá:
necessário confirmar que você é maior de 18 anos. visualizar os membros do grupo, iniciar um novo tópico de discus-
são, convidar ou adicionar membros, e ajustar as configurações do
Escolheremos também, o nível de acesso entre: seu grupo.
“Público – Qualquer pessoa pode ler os arquivos. Qualquer Quando o proprietário optar por iniciar um novo tópico de dis-
pessoa pode participar, mas somente os membros podem postar cussão, será aberta uma página semelhante a de criação de um e
mensagens.” “Somente para anúncios – Qualquer pessoa pode ler – mail. A linha “De”, virá automaticamente preenchida com o nome
os arquivos. Qualquer pessoa pode participar, mas somente os ad- do proprietário e o endereço do grupo. A linha “Para”, também será
ministradores podem postar mensagens.” preenchida automaticamente com o nome do grupo. Teremos que
digitar o assunto e a mensagem e clicar no botão “Postar mensa-
“Restrito – Para participar, ler e postar mensagens é preciso gem”.
ser convidado. O seu grupo e os respectivos arquivos não aparecem A mensagem postada pode ser vista no site do grupo, onde as
nos resultados de pesquisa públicos do Google nem no diretório.” pessoas podem debater sobre ela (igualando-se assim a um fórum)
ou encaminha via e-mail para outras pessoas.
O site grupos.com.br funciona de forma semelhante. O pro-
prietário também tem que se cadastrar e inserir informações como
nome do grupo, convidados, descrição e outras, mas ambas as fer-
ramentas acabam tornado o grupo de discussão muito semelhante
ao fórum. Para criar um grupo de discussão da maneira padrão, sem
utilizar ferramentas de gerenciamento, as pessoas podem criar um
e – mail para o grupo e a partir dele criar uma lista de endereços
dos convidados, possibilitando a troca de informações via e – mail.

REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK, LINKEDIN, WHAT-


SAPP, YOUTUBE, INSTAGRAM E TELEGRAM)

Redes sociais são estruturas formadas dentro ou fora da inter-


net, por pessoas e organizações que se conectam a partir de inte-
resses ou valores comuns34. Muitos confundem com mídias sociais,
! porém as mídias são apenas mais uma forma de criar redes sociais,
Configurar grupo inclusive na internet.
O propósito principal das redes sociais é o de conectar pessoas.
Após este passo, teremos que adicionar os membros do grupo Você preenche seu perfil em canais de mídias sociais e interage com
e faremos isto através de um convite que será enviado aos e – mails as pessoas com base nos detalhes que elas leem sobre você. Po-
que digitaremos em um campo especial para esta finalidade. Cada de-se dizer que redes sociais são uma categoria das mídias sociais.
34 https://resultadosdigitais.com.br/especiais/tudo-sobre-redes-sociais/
Editora
231
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Mídia social, por sua vez, é um termo amplo, que abrange Instagram
diferentes mídias, como vídeos, blogs e as já mencionadas redes Rede para compartilhamento de fotos e vídeos.
sociais. Para entender o conceito, pode-se olhar para o que com-
preendíamos como mídia antes da existência da internet: rádio, TV,
jornais, revistas. Quando a mídia se tornou disponível na internet,
ela deixou de ser estática, passando a oferecer a possibilidade de
interagir com outras pessoas.
No coração das mídias sociais estão os relacionamentos, que
são comuns nas redes sociais — talvez por isso a confusão. Mídias
sociais são lugares em que se pode transmitir informações para ou-
tras pessoas. O Instagram foi uma das primeiras redes sociais exclusivas para
Estas redes podem ser de relacionamento, como o Facebook, acesso por meio do celular. E, embora hoje seja possível visualizar
profissionais, como o Linkedin ou mesmo de assuntos específicos publicações no desktop, seu formato continua sendo voltado para
como o Youtube que compartilha vídeos. dispositivos móveis.
As principais são: Facebook, WhatsApp, Youtube, Instagram, É possível postar fotos com proporções diferentes, além de ou-
Twitter, Linkedin, Pinterest, Snapchat, Skype e agora mais recente- tros formatos, como vídeos, stories e mais.
mente, o Tik Tok. Os stories são os principais pontos de inovação do aplicativo.
Já são diversos formatos de post por ali, como perguntas, enquetes,
Facebook vídeos em sequência e o uso de GIFs.
Seu foco principal é o compartilhamento de assuntos pessoais Em 2018, foi lançado o IGTV. E em 2019 o Instagram Cenas,
de seus membros. uma espécie de imitação do TikTok: o usuário pode produzir vídeos
de 15 segundos, adicionando música ou áudios retirados de outro
clipezinho. Há ainda efeitos de corte, legendas e sobreposição para
transições mais limpas – lembrando que esta é mais uma das fun-
cionalidades que atuam dentro dos stories.

Twitter
Rede social que funciona como um microblog onde você pode
O Facebook é uma rede social versátil e abrangente, que reúne seguir ou ser seguido, ou seja, você pode ver em tempo real as
muitas funcionalidades no mesmo lugar. Serve tanto para gerar ne- atualizações que seus contatos fazem e eles as suas.
gócios quanto para conhecer pessoas, relacionar-se com amigos e
família, informar-se, dentre outros35.

WhatsApp
É uma rede para mensagens instantânea. Faz também ligações
telefônicas através da internet gratuitamente.

O Twitter atingiu seu auge em meados de 2009 e de lá para cá


está em declínio, mas isso não quer dizer todos os públicos pararam
de usar a rede social.
A rede social é usada principalmente como segunda tela em
A maioria das pessoas que têm um smartphone também o têm que os usuários comentam e debatem o que estão assistindo na
instalado. Por aqui, aliás, o aplicativo ganhou até o apelido de “zap TV, postando comentários sobre noticiários, reality shows, jogos de
zap”. futebol e outros programas.
Para muitos brasileiros, o WhatsApp é “a internet”. Algumas Nos últimos anos, a rede social acabou voltando a ser mais uti-
operadoras permitem o uso ilimitado do aplicativo, sem debitar do lizada por causa de seu uso por políticos, que divulgam informações
consumo do pacote de dados. Por isso, muita gente se informa atra- em primeira mão por ali.
vés dele.
YouTube LinkedIn
Rede que pertence ao Google e é especializada em vídeos. Voltada para negócios. A pessoa que participa desta rede quer
manter contatos para ter ganhos profissionais no futuro, como um
emprego por exemplo.

O YouTube é a principal rede social de vídeos on-line da atuali-


dade, com mais de 1 bilhão de usuários ativos e mais de 1 bilhão de
horas de vídeos visualizados diariamente. A maior rede social voltada para profissionais tem se tornado
cada vez mais parecida com outros sites do mesmo tipo, como o
Facebook.
35 https://bit.ly/32MhiJ0
Editora
232
232
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A diferença é que o foco são contatos profissionais, ou seja: no Skype
lugar de amigos, temos conexões, e em vez de páginas, temos com- O Skype é um software da Microsoft com funções de videocon-
panhias. Outro grande diferencial são as comunidades, que reúnem ferência, chat, transferência de arquivos e ligações de voz. O serviço
interessados em algum tema, profissão ou mercado específicos. também opera na modalidade de VoIP, em que é possível efetuar
É usado por muitas empresas para recrutamento de profissio- uma chamada para um telefone comum, fixo ou celular, por um
nais, para troca de experiências profissionais em comunidades e aparelho conectado à internet
outras atividades relacionadas ao mundo corporativo

Pinterest
Rede social focada em compartilhamento de fotos, mas tam-
bém compartilha vídeos.

O Skype é uma versão renovada e mais tecnológica do extinto


MSN Messenger.
Contudo, o usuário também pode contratar mais opções de
uso – de forma pré-paga ou por meio de uma assinatura – para
realizar chamadas para telefones fixos e chamadas com vídeo em
grupo ou até mesmo enviar SMS.
O Pinterest é uma rede social de fotos que traz o conceito de É possível, no caso, obter um número de telefone por meio pró-
“mural de referências”. Lá você cria pastas para guardar suas inspi- prio do Skype, seja ele local ou de outra região/país, e fazer ligações
rações e também pode fazer upload de imagens assim como colocar a taxas reduzidas.
links para URLs externas. Tudo isso torna o Skype uma ferramenta válida para o mundo
Os temas mais populares são: corporativo, sendo muito utilizado por empresas de diversos nichos
– Moda; e tamanhos.
– Maquiagem;
– Casamento; Tik Tok
– Gastronomia; O TikTok, aplicativo de vídeos e dublagens disponível para iOS e
– Arquitetura; Android, possui recursos que podem tornar criações de seus usuá-
– Faça você mesmo; rios mais divertidas e, além disso, aumentar seu número de segui-
– Gadgets; dores36.
– Viagem e design.

Seu público é majoritariamente feminino em todo o mundo.

Snapchat
Rede para mensagens baseado em imagens.

Além de vídeos simples, é possível usar o TikTok para postar


duetos com cantores famosos, criar GIFs, slideshow animado e sin-
cronizar o áudio de suas dublagens preferidas para que pareça que
é você mesmo falando.
O TikTok cresceu graças ao seu apelo para a viralização. Os
usuários fazem desafios, reproduzem coreografias, imitam pessoas
O Snapchat é um aplicativo de compartilhamento de fotos, ví- famosas, fazem sátiras que instigam o usuário a querer participar da
deos e texto para mobile. Foi considerado o símbolo da pós-moder- brincadeira — o que atrai muito o público jovem.
nidade pela sua proposta de conteúdos efêmeros conhecidos como
snaps, que desaparecem algumas horas após a publicação.
A rede lançou o conceito de “stories”, despertando o interesse VISÃO GERAL SOBRE SISTEMAS DE SUPORTE À DECISÃO E
de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, que diversas vezes tentou INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIO
adquirir a empresa, mas não obteve sucesso. Assim, o CEO lançou
a funcionalidade nas redes que já haviam sido absorvidas, criando
os concorrentes WhatsApp Status, Facebook Stories e Instagram Business Intelligence é um conjunto de processos de coleta,
Stories. análise e organização, tudo isso voltado para a gestão e suporte a
Apesar de não ser uma rede social de nicho, tem um público negócios.
bem específico, formado por jovens hiperconectados. O conceito de Business Intelligence atua em todas as camadas
de dados, visualização de informações, geração de relatórios, fun-
ções analíticas e integrações, Datamining, etc. É um guarda-chuva
que envolve toda a manipulação de dados voltada a inteligência de
negócios.

36 https://canaltech.com.br/redes-sociais/tiktok-dicas-e-truques/
Editora
233
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
▪ Abrangência do BI: Portal Colaborativo
O portal colaborativo é um ambiente virtual onde os indivíduos
podem produzir, compartilhar e interagir conteúdos, tais como:
textos, arquivos, notícias, links, atividades, etc. Através de um por-
tal colaborativo os usuários podem interagir entre si e participar de
grupos categorizados por temas conforme a necessidade.

▪ Benefícios do uso de um portal colaborativo


• Comunicação integrada;
• Ferramentas de colaboração;
• Compartilhamento de conteúdo;
• Compartilhamento de atividades;
• Criação de grupos;
• Postagens de conteúdo.

A gestão eletrônica de documentos (GED) é um conjunto de FUNDAMENTOS SOBRE ANÁLISE DE DADOS


técnicas e procedimentos que envolvem a criação, recebimento,
manuseio, tramitação, guarda e descarte bem como sua racionali-
zação e eficiência em meios digitais. Banco de dados é uma organização de dados dentro de um
contexto. Por exemplo, em um banco de dados de uma instituição
▪ Vantagens da GED de ensino temos variadas tabelas, views, controles de acessos, per-
• Redução do volume de papel; missões, limites, etc.
• Localização mais rápida; Gerenciador de banco de dados é um sistema que gerencia
• Transporte mais fácil; banco de dados, isto é, administra o armazenamento, a segurança,
• Maior controle de aceso; a auditoria, enfim, é um sistema que controla todos os aspectos
• Maior rastreabilidade; relacionados.
• Redução de risco de perda; Segue um exemplo de modelagem de banco de dados forneci-
• Redução de deterioração; do pela Microsoft para estudo.
• Ganho em todo o processo.

▪ Requisitos para a GED


• Garantir a integridade (escolha da mídia);
• Garantir a legibilidade ao longo do tempo (escolha da mídia);
• Garantir a segurança da informação.

▪ Pontos jurídicos sobre a GED


• Todo o arcabouço legal já está construído para o GED;
• Já existe a premissa que podemos fazer o translado do físico
para o eletrônico;
• Já temos como valida a contratação eletrônica;
• Já temos a equiparação da assinatura digital com a assinatura
com firma reconhecida.

A gestão eletrônica de documentos é um caminho sem volta, Modelagem de dados


pois a sociedade atual está avançando neste sentido. Por isso é im- No tocante a modelagem de dados, o diagrama MER (Modelo
portante à observação de aspectos relevantes sobre o tema. de entidade e relacionamento) representa a relação entre as tabe-
Portal Coorporativo las. Vejamos a representação abaixo:
Portal coorporativo é uma aplicação via internet cuja função é
informar, organizar e compartilhar informações de interesse para
funcionários em único local.
O portal coorporativo é um sistema onde os funcionários tem
acesso à configurações variadas, portanto seu acesso é limitado a
funcionários e o perfil é configurado para a segurança das informa-
ções de acordo com nível hierárquico do funcionário.

▪ Vantagens do uso de portais colaborativos


• Notícias (comunicações internas);
• Interatividade (demonstrativos de processos);
• Transparência (admissões, transferências, desligamentos,
promoções, etc...);
• Melhor ambiente organizacional (aniversariantes, etc...);
• É considerado um Portal Intranet onde estão disponibilizados
link diversos para outros portais, aplicações, etc.
Editora
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Na figura acima temos que N produtos podem pertencer a um tipo. Segundo a figura do modelo “MER” acima temos o exemplo:

PRODUTO TIPO
Violão Instrumento musical
Teclado Instrumento musical

Entidades
Entidade é uma representação de um conjunto de informações sobre um determinado objeto. Por exemplo, na figura abaixo temos
várias tabelas, que são entidades de banco de dados.

Atributos
Atributos são os campos de uma determinada tabela, se fizermos uma analogia com EXCEL, os atributos são as colunas da planilha.

Vejamos a tabela de produtos do banco de dados NORTWIND:

Editora
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Relacionamentos
São ligações entre entidades. Por exemplo:

Na figura acima temos um relacionamento entre categorias e produtos, neste caso, ao cadastrar um produto podemos classificá-lo
pertencente a uma categoria

Cardinalidade
Cardinalidade de uma entidade em um relacionamento, é o número de ocorrências da entidade associada com uma ocorrência da
entidade origem.

▪ Tipos de cardinalidades em relacionamentos

1:1 Um para Um Exemplo: Pessoa   CPF

1:N Um para muitos

N:1 Muitos para um Idem ao anterior, apenas invertendo os lados da figura direito para esquerdo.
Autor   Livro
N:N Muito para Muitos Um autor escreve vários livros
Um livro pode ser escrito por vários autores

Exemplos :

Relacionamento: Exemplo:
Nome: José da Silva tem o CPF: 11111.2
1:1 (um para um)
Neste caso temos: Uma pessoa tem um CPF associado, e um CPF é associado somente a uma pessoa.

1:N

Neste caso temos que o departamento técnico tem os funcionários João, José e Maria
E cada funcionário pertence somente a um departamento.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Livros e Autores:
Existem casos em que um mesmo livro tem diversos autores e existem casos que um mesmo autor escreve
vários livros.

Exemplo:

N:N

Noções e característica
Data Mining (Mineração de dados) é o processo de examinar grandes quantidades de dados para encontrar padrões consistentes.
Uma vez encontrados, esses padrões precisam passar por um processo de validação para serem considerados informação útil.
Claramente, devido à quantidade quase infinita de dados a serem avaliados, a mineração não pode ser feita de forma eficiente apenas
com a ação humana.
Portanto, esse é um dos fatores que tornam a transformação digital tão importante para o desenvolvimento das empresas.
Com o uso automatizado de algoritmos de aprendizagem, em um tempo razoável, o Data Mining consegue evidenciar tendências de
consumo e interação apresentadas por potenciais clientes da empresa.
Então, como veremos ao longo do texto, ele acaba sendo um excelente aliado para a equipe de marketing.
Assim, o Data Mining nada mais é do que um conjunto de técnicas que permite filtrar do Big Data as informações consideradas rele-
vantes para o propósito almejado.

Etapas
O processo do Data Mining é composto por uma série de etapas que precisam interagir entre si:
• Primeira etapa: é a definição do problema, ou seja, é preciso traçar as metas a serem atingidas e a expectativa geral em relação aos
resultados do processo.
• Segunda etapa: busca reduzir a incidência de dados duplicados ou redundantes. Para isso, é realizada uma integração entre todos
os dados coletados, independentemente de sua origem. As fontes de informação, por sua vez, são analisadas separadamente, integrando
aquelas que são consideradas mais pertinentes.
• Terceira etapa: é um esforço para excluir pontos que sejam irrelevantes aos objetivos estabelecidos na primeira etapa.
• Quarta etapa: é a limpeza de dados. Tem como propósito fazer uma avaliação nos dados selecionados no terceiro passo e limpar
aqueles que apresentarem algum tipo de problema.

Assim, a limpeza dá atenção às seguintes situações:


– Dados inseridos erroneamente;
– Dados com nomes duplicados;
– Informações conflituosas.

Após a limpeza, ainda é preciso um cuidado: garantir que as informações sejam, de fato, mineráveis. Para isso, diversas técnicas po-
dem ser utilizadas.
Com as informações já selecionadas, filtradas e tratadas, utilizamos uma série de técnicas — que abordaremos logo mais — para
identificar os padrões, relacionamentos e correlações dentro da base de dados.
Depois, essas relações são avaliadas de acordo com os objetivos definidos na primeira etapa. É aqui que são identificados os padrões
que realmente podem ser utilizados de forma útil pela empresa ou organização.
A partir daqui, paramos de lidar com dados para, oficialmente, contar com informações sólidas que podem ser apresentadas para as
partes interessadas.

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Para minerar dados é preciso contar com uma certa infraestru- O Data Mining é um campo que compreende atualmente mui-
tura tecnológica: tas ramificações importantes. Cada tipo de tecnologia tem suas
– Tamanho do banco de dados: para criar um sistema mais próprias vantagens e desvantagens, do mesmo modo que nenhu-
poderoso, mais dados são necessários para serem processados ​​e ma ferramenta consegue atender todas as necessidades em todas
mantidos. as aplicações.
– Complexidade da consulta: é importante definir a complexi- Existem inúmeras ramificações de Data Mining, sendo algumas
dade de cada consulta. Afinal, quanto maior o número de consul- delas:
tas, mais poderoso deve ser o sistema usado. – Redes neurais: são sistemas computacionais baseados numa
aproximação à computação baseada em ligações. Nós simples (ou
«neurões”, “neurônios”, “processadores” ou “unidades”) são inter-
ligados para formar uma rede de nós - daí o termo “rede neural”. A
inspiração original para esta técnica advém do exame das estrutu-
ras do cérebro, em particular do exame de neurônios. Exemplos de
ferramentas: SPSS Neural Connection, IBM Neural Network Utility,
NeuralWare NeuralWork Predict.
– Indução de regras: a Indução de Regras, ou Rule Induction,
refere-se à detecção de tendências dentro de grupos de dados, ou
de “regras” sobre o dado. As regras são, então, apresentadas aos
usuários como uma lista “não encomendada”. Exemplos de ferra-
mentas: IDIS da Information Discovey e Knowledge Seeker da An-
goss Software.
– Árvores de decisão: baseiam-se numa análise que trabalha
testando automaticamente todos os valores do dado para identi-
ficar aqueles que são fortemente associados com os itens de saída
selecionados para exame. Os valores que são encontrados com for-
te associação são os prognósticos chaves ou fatores explicativos,
usualmente chamados de regras sobre o dado. Exemplos de ferra-
mentas: Alice d’Isoft, Business Objects BusinessMiner, DataMind.
– Análise de séries temporais: a estatística é a mais antiga tec-
nologia em DM, e é parte da fundação básica de todas as outras
tecnologias. Ela incorpora um envolvimento muito forte do usuário,
exigindo engenheiros experientes, para construir modelos que des-
Passos do Data Mining. crevem o comportamento do dado através dos métodos clássicos
de matemática. Interpretar os resultados dos modelos requer “ex-
Principais técnicas no Data Mining pertise” especializada. O uso de técnicas de estatística também re-
O Data Mining (DM) descende fundamentalmente de 3 linha- quer um trabalho muito forte de máquinas/engenheiros. A análise
gens37: de séries temporais é um exemplo disso, apesar de frequentemen-
– Estatística clássica: sem a estatística não seria possível ter- te ser confundida como um gênero mais simples de DM chamado
mos o DM, visto que a mesma é a base da maioria das tecnologias “forecasting” (previsão). Exemplos de ferramentas: S+, SAS, SPSS.
a partir das quais o DM é construído. – Visualização: mapeia o dado sendo minerado de acordo com
– Inteligência Artificial (IA): essa disciplina, que é construída a dimensões especificadas. Nenhuma análise é executada pelo pro-
partir dos fundamentos da heurística, em oposto à estatística, tenta grama de DM além de manipulação estatística básica. O usuário,
imitar a maneira como o homem pensa na resolução dos proble- então, interpreta o dado enquanto olha para o monitor. O analista
mas estatísticos. pode pesquisar a ferramenta depois para obter diferentes visões
– Machine Learning (Aprendizado de Máquina): pode ser me- ou outras dimensões. Exemplos de ferramentas: IBM Parallel Visual
lhor descrita como o casamento entre a estatística e a Inteligência Explorer, SAS System, Advenced Visual Systems (AVS) Express - Vi-
Artificial. sualization Edition.

Enquanto a Inteligência Artificial não se transformava em su- Noções de aprendizado de máquina


cesso comercial, suas técnicas foram sendo largamente cooptadas Machine Learning, ou o aprendizado automático, como tam-
pela machine learning, que foi capaz de se valer das sempre cres- bém é conhecido, é um subcampo da ciência da computação. Evo-
centes taxas de preço/performance oferecidas pelos computado- luiu do estudo de reconhecimento de padrões e da teoria do apren-
res nos anos 80 e 90, conseguindo mais e mais aplicações devido às dizado computacional em inteligência artificial.
suas combinações entre heurística e análise estatística. De acordo com Arthur Samuel (1959), o aprendizado de má-
Machine learning é uma disciplina científica que se preocupa quina é o “campo de estudo que dá aos computadores a habilidade
com o design e desenvolvimento de algoritmos que permitem que de aprender sem serem explicitamente programados”. Além disso,
os computadores aprendam com base em dados, como a partir de explora a construção de algoritmos que podem aprender com seus
dados do sensor ou bancos de dados. Um dos principais focos da erros e fazer previsões sobre dados a partir de duas abordagens de
Machine Learnig é automatizar o aprendizado para reconhecer pa- aprendizagem: supervisionada, não supervisionada e por reforço.
drões complexos e tomar decisões inteligentes baseadas em dados. Isso permite produzir decisões e resultados confiáveis e repetíveis.
Tais algoritmos podem fazer previsões a partir de amostras ou
tomar decisões guiadas unicamente por dados, sem qualquer tipo
de programação. Embora semelhante, em certos aspectos, da esta-
37 https://www.devmedia.com.br/conceitos-e-tecnicas-sobre-data-mi-
tística computacional, que faz previsões com o uso dos computado-
ning/19342
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
res, o aprendizado de máquina é usado em tarefas computacionais Portanto, educação a distância é uma nova forma de ensino, na
onde criação e programação de algoritmos explícitos é impraticá- qual acontece em local diferente de ensino e deve ser estruturada e
vel. mediada por tecnologias. Os níveis de educação a distância podem
Entre os exemplos de aplicações temos: variar, tudo irá depender da estrutura organizacional. Os níveis mais
– Processamento de linguagem natural; comuns de educação a distância são:
– Filtragem de SPAM; – Instituições com finalidades únicas: neste nível, a instituição
– Reconhecimento de fala e de escrita; dedica-se exclusivamente ao ensino a distância.
– Visão computacional; – Instituições com finalidade dupla: esta instituição dedica-se
– Diagnóstico médico; ao ensino a distância e também ao ensino presencial.
– Sistemas de busca. – Professores individuais: neste nível, a instituição permite que
professores criem e ensinem seus próprios cursos. Geralmente en-
contramos como cursos de capacitação.
CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
— História da educação a distância
Talvez você deve estar pensando que a educação a distância
— Educação a distância (EAD)38 nasceu juntamente com a internet, porém, ela surgiu muito antes
Está cada vez mais difícil prender a atenção dos alunos em sa- disso. Vamos classificar sua evolução através de gerações, cada qual
las de aula convencionais, tendo em vista que recebem um mundo com suas características.
de informações fora da escola, por meio das mais diversas mídias,
portanto, há uma necessidade de remodelar os métodos de ensi- Primeira geração
no, facilitando o processo de ensino-aprendizagem, motivando os Esta geração caracteriza-se pelo estudo por correspondência,
alunos. Assim, podemos considerar a educação a distância como também chamado de estudo em casa, estudo independente. Ini-
uma nova ponte para esta mudança. Mas qual a característica da ciou-se por volta de 1880, as pessoas podiam estudar em casa ou
educação a distância? no trabalho com instrução de um professor a distância. Isso poderia
A característica básica da educação a distância é o estabeleci- acontecer por causa de uma tecnologia barata e confiável, os ser-
mento de uma comunicação de dupla via, na medida em que profes- viços postais.
sor e aluno não se encontram juntos na mesma sala, requisitando, Em 1878, o bispo John H. Vincent, criou o círculo literário Cien-
assim, meios que possibilitem a comunicação entre ambos, como tífico Chautauqua, no qual oferecia curso por correspondência com
correspondência postal, correspondência eletrônica, telefone ou duração de quatro anos, mais adiante foi utilizado para ofertar
rádio, modem, vídeo controlado por computador, televisão apoiada cursos de educação superior e em 1883 autorizado pelo estado de
em meios abertos de dupla comunicação etc. Afirmam, também, Nova York a conceder diplomas e graus de bacharel por correspon-
que há muitas denominações utilizadas correntemente para des- dência.
crever a educação a distância, como: estudo aberto, educação não Próximo a este período, outra escola na Pensilvânia começou a
tradicional, estudo externo, extensão, estudo por contrato, estudo oferecer curso por correspondência sobre segurança nas minas. O
experimental. curso teve tamanha repercussão que a escola começou a oferecer
Na educação a distância a aprendizagem se dá por parte do outros cursos.
aluno, ele deve construir seu conhecimento através das condições O uso do correio para entrega de materiais de ensino ocorreu
oferecidas. Ele deve ser autodidata e não mais esperar apenas pelo em diversos países. O principal motivo por nascer os educadores
conhecimento do professor em sala de aula. por correspondência era a visão de usar a tecnologia para chegar
A aprendizagem se dá através da busca de informações. O alu- até aqueles que de outro modo não poderiam se beneficiar dela. E
no decide o caminho e ao professor cabe a orientação, esclarecen- o sucesso dessa modalidade era evidenciado no número de matri-
do dúvidas, identificando dificuldades, sugerindo atividades, super- culados que crescia a cada ano.
visionando o processo de aprendizagem.
A educação a distância poderá ser usada dentro de um progra- Segunda geração
ma amplo de prestação de um serviço que a nacionalidade está a Quando surgia, no século XX, uma nova tecnologia chamada
exigir, como: Rádio, muitos educadores ficaram otimistas e entusiasmados. A
– democratização do saber; autorização para uma emissora educacional foi concedida, pelo
– formação e capacitação profissional; governo, em 1921 para a University of salt Lake City. Porém, essa
– educação aberta e continuada; tecnologia não obteve muito sucesso, pois poucos docentes mos-
– educação para a cidadania. travam interesse e emissoras queriam utilizar essa tecnologia para
conseguir anúncios.
A educação a distância é o aprendizado planejado que ocorre Mais tarde nascia a televisão educativa. Essa tecnologia teve
normalmente em um lugar diferente do local de ensino, exigindo mais sucesso que a rádio por causa das contribuições da Fundação
técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação Ford. Esta instituição doou muito dinheiro para a transmissão edu-
por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e ad- cativa.
ministrativas especiais. Trata-se de uma modalidade de educação, Em 1961 surgia o Serviço Fixo de Televisão Educativa. Este ser-
planejada por docentes ou instituições, em que professores e alu- viço era um sistema de distribuição, com custo menor, que trans-
nos estão separados espacialmente e diversas tecnologias de comu- mitia imagens para até quatro canais em qualquer área geográfica.
nicação são utilizadas. Assim, escolas e outras instituições de ensino, poderiam rece-
ber transmissões usando uma antena especial. Com essa transmis-
são era possível efetuar cursos de formação continuada para docen-
tes e compartilhar conhecimentos de outros professores.
38 Badalott i; Greisse Moser. Educação e tecnologias / Greisse Moser Badalott
i: UNIASSELVI, 2017.
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Em 1952 surgia a primeira televisão a cabo e em 1972 Federal Quinta geração
Communications Commission exigia que as operadoras desse ser- Esta geração é marcada pelas aulas virtuais baseadas no com-
viço tivessem um canal educativo, assim nascendo os telecursos putador e na internet. Quando surgiram os primeiros computado-
elaborados por escolas e universidades. Mais de mil instituições de res, que ocupavam salas inteiras, ficava inviável o uso dessa tecno-
educação pós-secundária inscreveram-se a cada ano para os cursos logia para educação.
distribuídos pelo Serviço de Aprendizado Adulto da CPB, matricu- Com o surgimento dos computadores pessoais estimava-se
lando mais de 600 mil alunos. que em torno de 15% das residências norte-americanas possuíam
Iniciando em 1981, a Annenberg apoiou a CBP em um projeto um computador pessoal e quase todas as crianças tinha acesso a
que normalmente proporcionava fundos na faixa de 2 a 3 milhões um em casa ou na escola. Os softwares educacionais também foram
de dólares para telecursos de nível universitário. Os cursos integra- uma nova forma de domínios dos conhecimentos.
vam programas de televisão com livros didáticos, guias de estudo e Com o surgimento da internet, obtemos uma nova evolução
guias para o corpo docente e para a administração. na forma de educação, pois podia-se conectar grupos de estudos
pelo mundo todo. Como as tecnologias das gerações anteriores, a
Terceira geração tecnologia da internet estimulava novas ideias de como organizar o
Esta geração foi marcada pela abordagem sistêmica na qual ensino a distância.
sua finalidade era articular mídias, ou seja, agrupar várias tecno-
logias de comunicação, para oferecer um ensino de alta qualidade — História da educação a distância no Brasil
e custo reduzido. Esta abordagem incluía guias de estudos impres- No Brasil, o marco inicial da educação a distância foi em 1900.
sos, orientações por correspondência, transmissão por rádio e te- Pesquisadores encontraram recortes de jornais do Rio de Janeiro
levisão, audioteipes gravados, conferências por telefone, kits para em que se ofereciam cursos de datilografia por correspondência.
experiência em casa e biblioteca local. Quatro anos mais tarde, chegava ao Brasil uma filial norte-ame-
Além disso, era oferecido ao aluno suporte e orientação, dis- ricana de escolas internacionais que capacitava alunos para conhe-
cussões em grupos de estudos locais e utilização de laboratórios cimentos comerciais. Em 1912 era possível fazer diversos cursos de
das universidades durante o período de férias. A ideia deste projeto diversas áreas por correspondência.
era fortalecer o ensino, baseado em pesquisas que alunos apren- A tecnologia do Rádio foi utilizada no Brasil em 1923 com a
dem de formas diferentes. criação da Rádio Sociedade: Foi um projeto de um grupo de inte-
Esta geração foi marcada também pelo nascimento Universida- lectuais da academia brasileira de ciências (ABC), que pretendia di-
de Aberta (UA) do Reino Unido. Nesse momento surgia a primeira vulgar a ciência no país. Além de música (clássica e popular), eram
universidade nacional de educação a distância, com objetivo inicial transmitidos informativos e uma série de cursos, como os de inglês,
de economia de escala obtendo mais alunos de qualquer outra uni- francês, história do Brasil, literatura portuguesa, literatura francesa,
versidade mais completa de tecnologia de comunicação. radiotelefonia e telegrafia, além de palestras de divulgação cienti-
Devido ao sucesso, a abordagem sistêmica obteve um alcance fica.
global surgindo Universidades abertas em diversos outros países. Foi estimulado pelo código brasileiro de telecomunicações, em
1960, a produção de programas com conteúdos de educação para
Quarta geração ouvintes e telespectadores, assim, promovendo as televisões edu-
Esta geração foi caracterizada pela teleconferência. Teve seu cativas. Infelizmente, em 1970 a educação a distância no Brasil res-
início em 1980 pela utilização na educação a distância dos Estados tringia-se apenas a cursos profissionalizantes, porém, neste mesmo
Unidos, onde esta tecnologia era utilizada para atividades em gru- período, ela começava a ganhar relevância no estudo formal, princi-
po. Muitos educadores sentiram-se atraídos por esta tecnologia, palmente para suprir as necessidades de quem não havia frequen-
pois se aproximava mais da visão tradicional de educação do que tado, ou havia abandonado, o ensino regular. Assim constituiu-se a
dos modelos por correspondências, universidades abertas ou es- Lei Federal 5692/71, que abordava o ensino Supletivo.
tudo em casa. Em 1974 foi criado o Projeto Saci, que utilizava o formato de
A primeira tecnologia usada nesse âmbito foi a teleconferência, telenovelas para distribuir conteúdo educacional em aulas pré-gra-
pois obtinha interação bidirecional entre aluno e professor. O alu- vadas, em 1978 apareceu a iniciativa mais popular nesse sentido. O
no podia interagir com professores e outros alunos em tempo real. telecurso 2º grau, criado pela TV Cultura e pela Fundação Roberto
Essa interação poderia ser conduzida com alunos em suas casas ou Marinho, tornou-se uma das mais abrangentes ações de Educação
escritórios utilizando telefones comuns. a Distância da TV.
Esta geração também foi marcada pela era do satélite de co- Mesmo em aceleração, a educação a distância continuava res-
municação. Assim que surgira essa nova tecnologia universidades trita ao ensino técnico, para alunos que não possuíam possibilidade
norte-americanas iniciaram experiências com transmissão de pro- de frequentar o presencial. Além disso, essa modalidade ainda não
gramas educacionais. Geralmente, esses programas eram transmi- fazia parte do ensino superior.
tidos em estações receptoras, depois retransmitindo localmente. Muitas foram as dificuldades até a educação a distância chegar
Ainda nesta geração, alavanca-se a educação a distância fora ao ensino superior e ser legalizada. Você deve estar se perguntan-
da educação superior. Treinamentos para corporações e educação do: qual a importância de conhecer a história da educação a distân-
continuada para profissionais liberais. Para esse novo meio de edu- cia no mundo e no Brasil? A educação nas escolas ainda está em
cação a distância utilizava-se a televisão comercial, vídeos e áudios processo de transformação, tendo o conhecimento dessa trajetória
interativos transmitidos por satélites. podemos refletir e pensar novas formas de ensinar ou mediar nos-
Em 1987, com uma lei aprovada para as escolas americanas, sos alunos.
surgia um programa para o uso de telecomunicações para instrução
em matemática, ciências e idiomas, assim proporcionando cursos
de nível médio em 19 estados.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
nesse caso como conexão entre o usuário e o servidor onde os ar-
CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS MULTIMÍ- quivos estão guardados, um usuário cadastrado pode acessar esses
DIA, DE REPRODUÇÃO DE ÁUDIO E VÍDEO arquivos de qualquer lugar do mundo, pode baixá-los (download)
ou até mesmo carregá-los (upload) na internet.
O processo não funciona diferente de movimentar pastas em
Acesso à distância (acesso remoto) seu computador ou smartphone, porém essas pastas estão locali-
Acesso à distância ou acesso remoto é uma tecnologia que zadas em um computador ou servidor na maioria das vezes muitos
permite que um computador consiga acessar um servidor privado quilômetros longe do usuário.
– normalmente de uma empresa – por meio de um outro computa-
dor que não está fisicamente conectado à rede39. A conexão à dis- Upload e Download
tância é feita com segurança de dados em ambos os lados e pode São termos utilizados para definir a transmissão de dados de
trazer diversos benefícios para manutenção, por exemplo. um dispositivo para outro através de um canal de comunicação pre-
Na prática, essa tecnologia é o que permite acessar e-mails e viamente estabelecido41.
arquivos corporativos fora do local de trabalho, assim como com-
partilhar a tela do seu computador em aulas ou palestras à distân-
cia, de modo a fazer com que o receptor visualize exatamente o que
é reproduzido no computador principal e, por vezes, faça edições e
alterações mediante permissão no PC.
Acesso remoto conecta servidores de empresas e permite con-
trolar máquinas.
O acesso remoto também pode ocorrer via Internet, e contro-
lar computadores de terceiros. Seu uso mais frequente é para su-
porte técnico de softwares, já que o técnico pode ver e até pedir 42

permissões para manipular a máquina completamente sem estar


diante do computador. Download
Utilizando as ferramentas adequadas, é possível acessar com- Está relacionado com a obtenção de conteúdo da Internet, o
putadores com qualquer sistema operacional, em qualquer rede, a popular “baixar”, onde um servidor remoto hospeda dados que são
partir de desktop, smartphone ou tablet conectado. acessados pelos clientes através de aplicativos específicos que se
A maneira mais comum de usar o acesso remoto é por meio de comunicam com o servidor através de protocolos, como é o caso do
uma VPN (Rede Privada Virtual, e português), que consegue estabe- navegador web que acessa os dados de um servidor web normal-
lecer uma ligação direta entre o computador e o servidor de destino mente utilizando o protocolo HTTP.
– criando uma espécie de “túnel protegido” na Internet. Isto signi-
fica que o usuário pode acessar tranquilamente seus documentos, Upload
e-mails corporativos e sistemas na nuvem, via VPN, sem preocupa- O termo upload faz referência a operação inversa a do down-
ção de ser interceptado por administradores de outras redes. load, isto é, ao envio de conteúdo à Internet.
Para criar uma VPN existem duas maneiras: por meio do proto-
colo SSL ou softwares. Na primeira, a conexão pode ser feita usando
somente um navegador e um serviço em nuvem. No entanto, sem FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E TRABALHO A DIS-
o mesmo nível de segurança e velocidade dos programas desktop. TÂNCIA (MICROSOFT TEAMS, CISCO WEBEX, GOOGLE
Já na segunda e mais comum forma de acesso remoto, é necessário HANGOUT, GOOGLE DRIVE E SKYPE)
um software que utiliza protocolo IPseg para fazer a ligação direta
entre dois computadores ou entre um computador e um servidor.
Nesse caso, a conexão tende a ser mais rápida e a segurança otimi- Vídeoconferência é uma tecnologia que permite o contato
zada. sonoro e visual entre os participantes. Estes participantes estão
distantes entre si, mas estabelecem uma interação através de ima-
gens, áudio, textos, arquivos, etc.
Atualmente existem vários programas que podemos instalar
para realizarmos uma videoconferência, sendo assim podemos rea-
lizar reuniões e estabelecer interações de qualquer lugar do mun-
do.
Vamos a seguir detalhar alguns dos principais aplicativos :
• Microsoft Teams
• Zoom Cloud Meetings
• Google Duo
40
• Google Meet
• Blue Jeans Video Conferencing
Transferência de informação e arquivos, bem como aplicati- • Skype
vos de áudio, vídeo e multimídia • Cisco Webex Meetings
Um meio recente e também uma ótima forma de exemplo para
explicar a transferência remota são os aplicativos e sites de “Nu-
vem” isso é, Cloud. Google Drive e Dropbox são exemplos conhe-
41 Hunecke, M. Acesso à Distância a Computadores, Transferência de Informa-
cidos desses aplicativos, mas como isso funciona? A internet serve
ção e Arquivos.
39 https://bit.ly/3gmqZ4w 42 https://www.cursosdeinformaticabasica.com.br/qual-a-diferenca-entre-
40 https://www.kickidler.com/br/remote-access.html -download-e-upload/
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A forma mais simples de participar de uma reunião é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clicando
nesse link a sala da reunião já é aberta para a participação.
Todos as tecnologias também existem na versão mobile, para sua utilização deveremos instalar os respectivos apps da Play Store ou
App Store para Iphones. Vamos aos aplicativos.

Microsoft Teams

Inicialmente precisamos entrar no Microsoft Teams. Podemos utilizar a versão WEB (Direto pela internet), podemos baixar o Teams
para o nosso computador, ou podemos baixar o aplicativo para o nosso celular se for necessário.

Vamos precisar de uma conta Microsoft para entrar no Team. Se forem utilizados algum desses serviços, você já possui uma conta
Microsoft: Outlook, Office 365, Skype, OneDrive, Hotmail, Xbox Live, MSN ou outros serviços da microsoft. Sua conta Microsoft permite
um gerenciamento único.
Caso o usuário não possua uma conta Microsoft será solicitada a sua criação para, a partir daí, criarmos uma conta no Microsoft
teams.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Para dar continuidade e para fins didáticos vamos utilizar a ver- • Como agendar uma reunião no Microsoft Teams.
são WEB (Diretamente da Internet) conforme figura abaixo. Uma reunião pode ser feita imediatamente ou é possível agen-
da-la, as opções abaixo poderão ser escolhidas de acordo com o
objetivo.

• Como participar de uma reunião do Microsoft Teams


Podemos simplesmente ir até o calendário e selecionar o agen-
damento da reunião, ou ainda clicar no link enviado via e-mail. Ao
A tela abaixo é aberta, nos dando a possibilidade de participar clicar nesse link o usuário é direcionado diretamente para a sala da
de uma vídeoconferência. reunião.

• Dentro da sala de reunião

Na imagem aproximada a seguir, podemos verificar a barra de 1 – Ativar/Desativar a sua câmera;


ferramentas básicas do aplicativo. 2 – Ativar/Desativar mudo;
3 – Compartilhar: É possível compartilhar a tela do computa-
dor, e ainda arquivos de diferentes naturezas, seja uma apresen-
tação em PowerPoint, planilha Excel, gráficos, tabelas, Word, PDF,
imagens, vídeos, entre outros;
4 – Mais opções de configuração de reunião;
5 – Mostrar conversa. A qualquer momento da aula os partici-
pantes podem escrever mensagens no chat;
6 – Ocultar participante;
7 – Desligar;
8 – Copiar informações de ingresso. (copiar link para convidar
participante ou digitar endereço do participante).

Zoom Meetings

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Como participar de uma reunião no zoom. Passo 1 - Site
1 - Clique no link da reunião enviado. Exemplo: https://us04web.
zoom.us/j/3453003829?pwd=bGZ5VGJUN2dnUHRzcDVNK0dU
Ou acesse o site join.zoom.us (Site da Zoom);
2 - Clique em Entrar.

Inicialmente precisamos entrar na sala de Reunião. Podemos Passo 2 – Copiar Link


acessar pela WEB (Direto pela internet), podemos acessar direta-
mente o link enviado, podemos entrar no site mencionado acima
ou podemos baixar o aplicativo para o nosso celular se for neces-
sário.
Vamos precisar de uma conta de e-mail. Esta conta de e-mail
deverá estar com o organizador que ira agendar esta reunião e nos
enviará o convite.

Para dar continuidade e para fins didáticos vamos utilizar a ver-


são WEB (Diretamente da Internet), conforme figura acima.
A tela abaixo é aberta logo ao entrarmos, nos dando a possibi-
lidade de participar da vídeo conferência.

• Dentro da sala de reunião Google Duo

• Como fazer uma chamada de vídeo

ABRA O APLICATIVO INSTALADO E CLICK CONFORME ABAIXO:

1 – Ativar/Desativar mudo;
2 – Ativar/Desativar a sua câmera;
3 – Segurança (Concede permissões para ações na sala);
4 – Mostra os participantes da sala;
5 – Abre uma caixa de texto, onde podemos enviar mensagens
de texto;
6 – Permite compartilhar nossa tela; Após ter clicado no botão, irão aparecer os contatos onde
7 – Permite a inserção de ícones animados; podemos adiciona-los para início da vídeochamada.
8 – Mais opções de configuração da sala, além do compartilha- É importante lembrar que o Google Duo é um aplicativo para
mento do link da chamada. smartphone, portanto deverá ser baixado da Play Store (Android)
ou App Store (Iphones). Além disso, esse aplicativo tem o limite de
• Como agendar uma reunião no zoom. 32 pessoas conectadas, se for sua escolha de uso, fique atento a
Uma reunião pode ser agendada por você, a partir daí é possí- isso.
vel enviar o link da reunião para os convidados.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Dentro da sala de reunião Ou pelo Celular, no aplicativo do Gmail.

Nos pequenos botões, da esquerda para a direita, temos:


1 – Ativar/Desativara a câmera;
2 – Ativar/Desativar o microfone;
3 – Encerrar;
4 – Girar a tela;
5- Opcões relacionadas a imagem.

Google Meet

Se você for o organizador, receberá um link para enviar aos


seus contatos. Se não, você deve colar um link recebido na caixa
disponibilizada, para então acessar a reunião clicando em Partici-
par.

• Como participar de uma reunião


A maneira mais simples e rápida de utilizar o Meet é:
1 – Acessar sua conta Gmail
2 – Escolher a opção de Criar uma Reunião ou então participar
de uma através de um link.

No computador:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Dentro da sala de reunião

Percebemos que temos o link da reunião na figura, este é o link que todo participante que acessou ou precisa para acessar a reunião.
Vamos analisar os números de acordo com a figura.
1 – Ativar/Desativar mudo;
2 – Encerrar;
3 – Ativar/Desativar a sua câmera.;
4 – Podemos visualizar os participantes, adicionar novos participantes e conversar via chat (textos);
5 — Um recurso é que podemos compartilhar a tela com participantes, de acordo com a figura abaixo:

• Como criar uma reunião no google meet.


No computador:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
No celular: • Como participar de uma reunião.
1. O site para acesso do Blue é https://www.bluejeans.com e
acessa-lo é o primeiro passo de tudo. Lá criamos nossa conta e en-
tão fazemos login.

2.

Neste cadastro temos a opção de cadastrar um Meeting ID, é


este o código que iremos usar para acessar as reuniões.

• Informações relevantes da conta cadastrada


A seguir você confere o acesso a diversas informações impor-
tantes na utilização do BlueJeans.

1.

2.

A partir deste momento já podemos:


• Convidar participantes através do link da reunião
• Iniciar a reunião agora
• Agendar a Reunião. 3.

BlueJeans Video Conferencing

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
4. A seguinte tela irá abrir e deve ser selecionada de acordo com
seu uso pessoal:

Vamos precisar do Meeting ID e do PassCode de acordo com


as figuras acima. Com estes números iremos acessar as reuniões.
Ao clicar em <Enter Meeting> , será feito o download abaixo: Na sequência então, utilizamos outra vez nosso Meeting ID
para termos acesso à sala de reunião, como ilustram as imagens
a seguir:

1.

Devemos instalar o arquivo baixado para enfim termos acesso


à plataforma:

2.

Ao entrar na sala de reunião temos funções similares a outras


tecnologias do gênero: Desligar e Ligar Câmeras e áudio, comparti-
lhar telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para
melhorar a experiência com configurações.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
• Como criar uma reunião no BlueJeans Video Conferencing

1 – Clique em My BlueJeans

2 – Clique para Schedule Meeting e siga as instruções da plataforma

É importante salientar que conhecimentos em Língua Inglesa podem melhorar a sua experiência na utilização da plataforma oficial
do BlueJeans.

Skype

A forma mais simples de participar de uma reunião é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clicando
neste link a sala da reunião já é aberta para a participação.
Mas vamos explicar utilizando a plataforma, para o nosso entendimento.
O procedimento poder ser feito pelo Skype Web ou pelo aplicativo instalado. Aqui vamos utilizar o aplicativo instalado no computa-
dor. No caso do celular deveremos baixar o SKYPE pela Play Store ou App Store, no caso de Iphone.
As ferramentas de uso são bastante parecidas com qualquer aplicativo de vídeochamada, com botões como Desligar e Ligar Câmeras
e áudio, compartilhar telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para melhorar a experiência com configurações. É possí-
vel ainda estabelecer chats sem vídeo ou algo, utilizando o aplicativo como uma ferramenta de conversa por texto.

A seguir, verificamos como iniciar chamadas no aplicativo:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Ao clicarmos em reunião temos duas opções: Organizar ou Ingressar numa reunião. Ao clicarmos em “organizar” a tela abaixo será
exibida, se clicarmos em ingressar em uma reunião iremos direto para a sala de reunião, como mostra a imagem 2.

1.

2.

Cisco Webex Meetings

• Como participar de uma reunião no Cisco Webex Meetings


A forma mais simples é através de um link enviado pelo organizador para o nosso e-mail. Clicando neste link a sala da reunião já é
aberta para a participação. Agora, utilizando a plataforma temos o seguinte:
Após feito o cadastro criamos um link que usaremos para participar e agendar reuniões.

Na plataforma:

Podemos participar também clicando em iniciar a reunião conforme o botão verde na imagem acima, mas para fins didáticos vamos
utilizar o navegador (Neste caso o chome).
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
No navegador:

A sala de reunião é mostrada de acordo com a imagem acima, as funções disponíveis são semelhantes outros aplicativos. Botões
como Desligar e Ligar Câmeras e áudio, compartilhar telas, encerrar, além de menus de chat e caixas de opções para melhorar a experiên-
cia com configurações.

• Como criar uma reunião no Cisco Webex Meetings


Como indica a imagem a seguir, na tela básica do aplicativo clique em Agendar

Neste caso é aberta uma tela onde o organizador vai digitar a sua senha e pode cadastrar a hora desejada e os e-mails dos convidados.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A sequência CORRETA das afirmações é:
QUESTÕES (A) F, V, V, F, F.
(B) V, F, V, V, F.
(C) V, F, F, V, V.
1. (PREFEITURA DE SENTINELA DO SUL/RS - FISCAL - OBJETI- (D) F, V, F, F, V.
VA/2020) Considerando-se o Internet Explorer 11, marcar C para as (E) V, V, F, V, F.
afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa
que apresenta a sequência CORRETA: 4. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
(---) No Windows 10, é necessário instalar o aplicativo do Inter- (A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô-
net Explorer. nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção
(---) É possível fixar o aplicativo do Internet Explorer na barra de de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
tarefas do Windows 10. meros e letras.
(A) C - C. (B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração
(B) C - E. e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT.
(C) E - E. (C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
(D) E – C útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos
que o Excel.
2. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE SOCIAL (D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
- COTEC/2020) Um usuário de computador realiza comumente um gens de correio eletrônico.
conjunto de atividades como copiar, recortar e colar arquivos uti- (E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio
lizando o Windows Explorer. Dessa forma, existe um conjunto de e recebimento de páginas web.
ações de usuários, como realizar cliques com o mouse e utilizar-se
de atalhos de teclado, que deve ser seguido com o fim de realizar 5. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresenta
o trabalho desejado. Assim, para mover um arquivo entre partições uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Página
diferentes do sistema operacional Windows 10, é possível adotar o Inicial” do Word 2010.
seguinte conjunto de ações: (A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento.
(A) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man- (B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des- do documento.
tino e escolher a ação de colar. (C) Definir o alinhamento do texto.
(B) Clicar sobre o arquivo com o botão esquerdo do mouse, (D) Inserir uma tabela no texto
mantendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de
destino. Por fim soltar o botão do mouse. 6. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint 2002
(C) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man- ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse aplicativo.
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des- A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?.
tino. Por fim soltar o botão do mouse.
(D) Clicar uma vez sobre o arquivo com o botão direito do mou-
se e mover o arquivo para a partição de destino.
(E) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man-
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des-
tino e escolher a ação de mover.

3. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO


AMBIENTAL - COTEC/2020) Sobre organização e gerenciamento de
informações, arquivos, pastas e programas, analise as seguintes ( ) CERTO
afirmações e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas. ( ) ERRADO
( ) - Arquivos ocultos são arquivos que normalmente são re-
lacionados ao sistema. Eles ficam ocultos, pois alterações podem 7. (IF/GO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO - CS-UFG/2018)
danificar o Sistema Operacional. Dentre as principais suítes de aplicativos para escritório estão o Li-
( ) - Existem vários tipos de arquivos, como arquivos de textos, breOffice, o Microsoft Office, o iWork e o Google Docs. O LibreOf-
arquivos de som, imagem, planilhas, sendo que o arquivo .rtf só é fice 6.1 nomeia, respectivamente, o seu programa de planilhas e
aberto com o WordPad. a sua ferramenta para criação de apresentações multimídias como
( ) - Nas versões Vista, 7, 8 e 10 do Windows, é possível usar (A) Spreadsheet, Presentation.
criptografia para proteger todos os arquivos que estejam armazena- (B) Excel e Power Point.
dos na unidade em que o Windows esteja instalado. (C) Numbers e Keynote.
( ) - O Windows Explorer é um gerenciador de informações, (D) Calc e Impress.
arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da
Microsoft.
( ) - São bibliotecas padrão do Windows: Programas, Documen-
tos, Imagens, Músicas, Vídeos.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
8. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - MÉDICO - OBJETIVA/2019) IV - Utilizada para comunicações internacionais e regionais,
Para que a segurança da informação seja efetiva, é necessário que economizando despesas com telefone e evitando problemas com
os serviços disponibilizados e as comunicações realizadas garantam fuso horário.
alguns requisitos básicos de segurança. Sobre esses requisitos, assi- V - As mensagens podem ser arquivadas e armazenadas, per-
nalar a alternativa CORRETA: mitindo-se fazer consultas posteriores.
(A) Repúdio de ações realizadas, integridade, monitoramento
e irretratabilidade. São vantagens do correio eletrônico aquelas dispostas em ape-
(B) Protocolos abertos, publicidade de informação, incidentes nas:
e segurança física. (A) I, IV e V.
(C) Confidencialidade, integridade, disponibilidade e autentica- (B) I, III e IV.
ção. (C) II, III e V.
(D) Indisponibilidade, acessibilidade, repúdio de ações realiza- (D) II, IV e V.
das e planejamento. (E) III, IV e V.

9. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - TÉCNICO EM INFOR- 13. (PREFEITURA DE LINHARES/ES - AGENTE ADMINISTRATIVO
MÁTICA - COTEC/2020) Os softwares antivírus são comumente utili- - IBADE/2020) Facebook, Instagram e Twiter são softwares conhe-
zados para proteger os sistemas de ameaças e potenciais softwares cidos como:
malintencionados (conhecidos por malwares). Alguns usuários de (A) Redes Sociais.
computadores chegam a instalar mais de um antivírus na mesma (B) WebMail.
máquina para sua proteção. Verifique o que pode ocorrer no caso (C) Correio Eletrônico.
da instalação de mais de um antivírus: (D) Sistema operacional.
I - Um antivírus pode identificar o outro antivírus como sendo (E) Comércio Eletrônico.
uma possível ameaça.
II - Vai ocasionar um uso excessivo de processamento na CPU 14. (PREFEITURA DE BOA VISTA/RR - GUARDA CIVIL MUNICIPAL
do computador. - SELECON/2020) No que diz respeito às ferramentas multimídia,
III - Apesar de alguns inconvenientes, há um acréscimo do nível de reprodução de áudio e vídeo, de imagens e figuras para traba-
de segurança. lhar na catalogação de arquivos, é preciso conhecer os padrões de
IV - Instabilidades e incompatibilidades podem fazer com que formatos. Neste sentido, um deles possui as características listadas
vulnerabilidades se apresentem. a seguir.
É usado para exibir e compartilhar documentos com seguran-
Estão CORRETAS as afirmativas: ça, independentemente do software, do hardware ou do sistema
(A) I, II e IV, apenas. operacional. Criado pela Adobe, é atualmente um padrão aberto
(B) I, III e IV, apenas. mantido pela International Organization for Standardization (ISO).
(C) II e III, apenas. Os arquivos neste formato podem conter links e botões, campos de
(D) II e IV, apenas. formulário, áudio, vídeo e lógica de negócios, além de poderem ser
(E) II, III e IV, apenas. assinados eletronicamente, exibidos e lidos por meio do software
Acrobat Reader DC.
10. (PREFEITURA DE VINHEDO/SP - GUARDA MUNICIPAL - Esse formato é conhecido pela sigla:
IBFC/2020) Leia atentamente a frase abaixo referente às Redes de (A) PDF
Computadores: (B) CDR
“_____ significa _____ e é um conjunto de _____ que pertence (C) MP3
a uma mesma organização, conectados entre eles por uma rede, (D) JPG
numa _____ área geográfica”.
15. (ITEP/RN - AGENTE DE NECRÓPSIA - INSTITUTO AOCP/2018)
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente Em relação à transferência de arquivos pela internet, assinale a al-
as lacunas. ternativa correta.
(A) LAN / Local Area Network / computadores / pequena (A) Quando uma pessoa envia um arquivo de seu computador
(B) MAN / Much Area Network / computadores / grande para um site na internet, a operação de transferência que está
(C) MAN / Much Area Network / roteadores / pequena sendo executada é conhecida como Download.
(D) LAN / Local Area Network / roteadores / grande (B) FTP é um protocolo que pode ser utilizado para transferir
arquivos entre computadores conectados à internet.
11. (PREFEITURA DE AREAL - RJ - TÉCNICO EM INFORMÁTICA - (C) Podemos considerar os termos Upload e Download como
GUALIMP/2020) São características exclusivas da Intranet: análogos, ou seja, possuem o mesmo significado.
(A) Acesso restrito e Rede Local (LAN). (D) O protocolo FTP é utilizado exclusivamente para se realizar
(B) Rede Local (LAN) e Compartilhamento de impressoras. o acesso a websites na internet.
(C) Comunicação externa e Compartilhamento de Dados. (E) O termo Upload se refere à velocidade na qual um compu-
(D) Compartilhamento de impressoras e Acesso restrito. tador conectado à internet consegue receber os dados de um
website qualquer.
12. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO
AMBIENTAL - COTEC/2020) LEIA as afirmações a seguir:
I - É registrada a data e a hora de envio da mensagem.
II - As mensagens devem ser lidas periodicamente para não
acumular.
III - Não indicado para assuntos confidenciais.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 D
______________________________________________________
2 E
______________________________________________________
3 B
4 A ______________________________________________________
5 D ______________________________________________________
6 CERTO
______________________________________________________
7 D
8 C ______________________________________________________
9 A ______________________________________________________
10 A
______________________________________________________
11 B
______________________________________________________
12 A
13 A ______________________________________________________
14 A ______________________________________________________
15 B
______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
______________________________________________________ ______________________________________________________
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a solução para o seu concurso!
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

→ Análise da Concorrência
NOÇÕES DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL: ANÁLISE DE A concorrência deve ser avaliada em relação a produtos/servi-
MERCADO, FORÇAS COMPETITIVAS, IMAGEM INSTITU- ços e à organização (nesse caso, sua análise já ocorreu na etapa de
CIONAL, IDENTIDADE E POSICIONAMENTO planejamento estratégico).

— Forças competitivas
— Análise de mercado Na luta por participação de mercado, a competição não se ma-
A análise de mercado é um dos componentes do plano de ne- nifesta apenas através dos demais concorrentes. Pelo contrário, a
gócios que está relacionado ao marketing da organização. Ela apre- competição de um setor industrial tem suas raízes em sua respecti-
senta o entendimento do mercado da empresa, seus clientes, seus va economia subjacente e existem forças competitivas que vão bem
concorrentes e quanto a empresa conhece, em dados e informa- além do que esteja representado unicamente pelos concorrentes
ções, o mercado onde atua1. estabelecidos nesse setor em particular2.
A análise do mercado permite ainda se conhecer de perto o Os clientes, os fornecedores, os novos entrantes em potencial
ambiente onde o produto/serviço se encontra. O mercado está e os produtos substitutos são todos competidores que podem ser
composto pelo ambiente onde a empresa e produto se localizam, mais ou menos proeminentes ou ativos, dependendo do setor in-
pela concorrência e pelo perfil do consumidor. dustrial.
A definição do mercado leva em conta: O estado de competição em um segmento industrial depende
de cinco forças básicas, que estão esquematizadas na figura abaixo.
→ Análise da Indústria/Setor O vigor coletivo destas forças determina o lucro potencial máximo
A análise da indústria deve apresentar as informações a respei- de um setor industrial, variando de intenso e suave.
to do tamanho, crescimento e estrutura da indústria/setor em que
sua organização está inserida. Inicia-se com a coleta de informação FORÇAS QUE GOVERNAM A COMPETIÇÃO EM UM SETOR
do setor ao qual pertence o produto/serviço. INDUSTRIAL
Essa informação é geralmente discriminada em termos dos ob-
jetivos e pode estar relacionada com a estrutura da indústria e do
setor em termos estatísticos, práticas de marketing e o composto
de marketing. Também pode ser usada para monitorar mudanças
no setor e aproveitar as oportunidades decorrentes dessas mudan-
ças em nichos específicos.

→ Descrição do Segmento de Mercado


O segmento de mercado é definido a partir das características
do produto, estilo de vida do consumidor (idade, sexo, renda, pro-
fissão, família, personalidade, etc.) e outros fatores que afetam de
uma maneira direta o consumo do produto, como localização geo-
gráfica por exemplo.
Geralmente, para segmentar um mercado é necessário ter um
conhecimento mais abrangente, não somente qualitativo, mas tam-
bém quantitativo do mesmo.
Um segmento de mercado é um conjunto de clientes que tem
necessidades e desejos em comum. Ao agrupar clientes semelhan-
tes, pode-se satisfazer suas necessidades específicas de forma mais
eficaz.

→ Análise SWOT do Produto/Serviço


Os pontos fortes e fracos dos principais concorrentes em rela-
ção ao produto/serviço devem ser avaliados, de maneira a se tentar
eliminar as ameaças dos concorrentes e os riscos envolvidos.
O conhecimento dessas fontes básicas de pressão competitiva
propicia o trabalho preliminar para uma agenda estratégica de ação.
Elas acentuam os esforços críticos e os pontos fracos da empresa, dão
1 https://www.fca.unesp.br/Home/Instituicao/Departamentos/Gestaoetecno- 2 MONTGOMERY, Cynthia; PORTER, Michael (org.). Estratégia: a busca da
logia/analise-de-mercado.pdf vantagem competitiva. 7ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
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a solução para o seu concurso!
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
vida ao posicionamento da empresa no setor, tornam claras as áreas — Identidade e posicionamento
onde as mudanças estratégias possam oferecer maiores vantagens e
acentuam os lugares onde as tendências do setor prometem ser da Identidade
maior importância, seja como oportunidade, seja como ameaça. A Identidade Corporativa, diferentemente da imagem ou da
Entender essas fontes passa a ser também uma forma de aju- reputação, representa o conjunto de produtos, significados, valo-
da quando forem consideradas áreas para diversificação. As forças res, marcas e princípios de uma organização e que contribui para
mais competitivas determinam a lucratividade de um setor e, por- distingui-la do mercado, inclusive dos seus concorrentes.
tanto, são da maior importância na formulação estratégica. A identidade incorpora a sua missão e visão, sua forma de ges-
tão, o seu capital intelectual, e também a sua identidade visual.
— Imagem institucional Identidade corporativa é quem de fato ela é, ou seja, crenças, va-
A Imagem Institucional é formada pelo conjunto de ações que lores, cultura.
formam a reputação da empresa. Acredita-se que a imagem institu-
cional de uma empresa é positiva quando a comunicação bilateral Posicionamento
tem eficiência. Ou seja, o cliente consegue obter respostas que sa- O marketing direcionado também abrange o posicionamento
tisfaçam as dúvidas. de mercado pretendido pela empresa em relação ao mercado alvo
A imagem se refere ao conjunto de representações mentais e à concorrência. O posicionamento permite evidenciar a empresa
atribuídas a uma organização, construídas por um indivíduo ou gru- no cenário competitivo, pela oferta de um produto destacado pe-
po a partir de percepções e experiências concretas, informações e rante o consumidor, que se baseia na satisfação mais plena de sua
influências recebidas por terceiros ou da mídia. Todas as práticas necessidade para decidir a sua preferência.
da organização são importantes e influenciam como a sua imagem A doutrina majoritária define duas conceituações para posicio-
é percebida pelos stakeholders (agentes interessados e envolvidos namento de mercado, quais sejam:
direta e indiretamente com a organização). 1) Valoriza-se a análise da concorrência para se definir o posi-
Define-se como Imagem Corporativa, o conjunto das percep- cionamento, pois é a imagem que os clientes têm de um produto,
ções em relação a uma empresa, tanto junto a seus consumidores especialmente em relação aos concorrentes3;
como a outros grupos de pessoas e ao mercado como um todo. Es-
sas percepções são a visão externa em relação a diversos aspectos 2) Entende-se a importância do registro de uma marca específi-
da empresa. ca na mente dos consumidores, ao destacar que o posicionamento,
Ou seja, a imagem corporativa pode ser percebida de várias é o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa, de manei-
formas de acordo com a subjetividade de cada público em particu- ra que ocupem uma posição competitiva distinta e significativa nas
lar. Imagem corporativa é como a empresa é vista, percebida pelos mentes dos consumidores-alvos4.
públicos de interesse.
Agrupando-se ambas as definições, tem-se um entendimento
Comunicação Empresarial generalizado de qualquer tipo de planejamento, a saber: onde esta-
Durante muitos anos a comunicação empresarial clássica se mos, para onde queremos ir, como chegarmos e, no caso específico
segmentou em três conjuntos de esforços: do posicionamento de mercado, qual a posição do produto frente à
1) Comunicação de Marketing: para cuidar da marca, dos pro- concorrência. A partir do momento que a empresa tenha definido
dutos e serviços, voltada para clientes e consumidores; seu mercado-alvo, é necessário posicionar o produto nesse merca-
2) Comunicação Institucional: refere-se à empresa e é voltada do.
para formadores de opinião e à opinião da sociedade em geral; O Posicionamento de Produto significa conseguir que um pro-
3) Comunicação Interna: voltada para funcionários e seus fa- duto ocupe um lugar claro, distinto e desejável, em relação aos pro-
miliares. dutos concorrentes na mente dos consumidores-alvo. A estratégia
de posicionamento do produto é fundamental para desenvolver o
Esse tipo de trabalho é ainda muito encontrado no mercado e composto de marketing adequado.
faz com que a empresa tenha processos internos diferentes para O Posicionamento da Oferta é composto por um complexo
cada segmento acima citado. Na maioria das vezes, os departamen- grupo de percepções, impressões e sentimentos. Os profissionais
tos estão isolados e possuem estratégias individuais e diferentes. de Marketing devem planejar a posição da oferta de forma que dê
Para o melhor desempenho de comunicação de uma organi- o maior lucro possível.
zação, é fundamental que se aplique o Processo Único de Comuni-
cação Empresarial (PUC). Este integra todas as funções e departa- Estratégias de Posicionamento
mentos voltados à comunicação, como marketing, vendas, recursos Por mais comoditizado5 que seja o produto para o cliente, as
humanos, relações públicas, advogados, serviço de atendimento ao empresas devem converter um produto indiferenciado em uma
cliente, telemarketing, agências de publicidade, entre outros, e faz oferta diferenciada. Os profissionais podem posicionar a oferta de
com que todos trabalhem sob o mesmo processo de comunicação. várias maneiras, seguindo as principais estratégias de posiciona-
Nada impede que as funções tenham suas estratégias próprias, mento elencadas abaixo:
mas, no momento da comunicação empresarial, as ações devem - Atributos específicos do produto (desempenho);
ser coordenadas. Outro aspecto relevante a se abordar, é que a au- - Benefícios do produto;
ditoria de imagem compreende o estudo, a pesquisa e a análise da
imagem e/ou reputação de uma organização junto aos seus públi- 3 SIMPSON, P. M. Segmentação de Mercado e Mercados-alvo. Porto Alegre:
cos de interesse (stakeholders). Bookman: 2001.
Em outras palavras, é uma atividade que tem como objetivo ve- 4 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 7. ed. São Paulo: Pear-
rificar de que forma os veículos e os públicos avaliam uma empresa, son Prentice Hall,1998.
entidade ou pessoa. 5 A palavra comoditização vem da palavra inglesa “commodity”. Em uma defi-
nição clara, significa dizer, que aos olhos de um cliente não há diferença entre o
produto A, B ou C. Se não existe diferença para o cliente, o mesmo certamente
irá escolher aquele que lhe ofereça o menor preço ou a melhor oferta.
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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
- Ocasiões de uso dos produtos; um ou mais segmentos a serem atendidos, que é o mercado alvo ou
- Classes de usuários; target, que serão objeto de estudos, planos e ações de marketing,
- Contra os concorrentes (comparação de uma empresa com envolvendo o posicionamento da oferta na mente do consumidor
outra direta ou indiretamente); em relação aos concorrentes.
- Em contraste aos concorrentes, (na contramão dos concor-
rentes); Níveis de Segmentação de Mercado
- Classes de produtos; A segmentação é um esforço para o aumento de precisão de
- Preço/qualidade (enfatiza o valor derivado do produto seja alvo de uma empresa, podendo as organizações adotarem cinco ní-
em termos de qualidade ou de preço); veis, quais sejam8:
- Símbolo (as empresas utilizam um símbolo ou ícone para po- 1) Marketing de Massa: a organização se preocupa em produ-
sicionar o seu produto nas mentes dos consumidores, assim, ao ção, distribuição e promoção de massa de um produto para todos
longo do tempo, o símbolo torna-se um sinônimo da empresa ou os compradores. A vantagem desse nível de marketing é que com
do produto). ele, pode-se criar um maior potencial de mercado, custos menores
e automaticamente margens maiores;
2) Marketing de Segmento: o segmento de mercado é formado
SEGMENTAÇÃO DE MERCADO por um grande grupo de compradores identificáveis em um merca-
do. As pessoas diferem em seus desejos, poder de compra, localiza-
ções geográficas, atitudes e hábitos de compra;
SEGMENTAÇÃO DE MERCADO 3) Marketing de Nicho: é o processo de se direcionar para um
A Segmentação de Mercado significa escolher um grupo de segmento de mercado relativamente pequeno com um composto
consumidores, com necessidades homogêneas, para o qual a or- de marketing especializado. Nicho é um grupo mais restrito de com-
ganização poderá fazer uma oferta mercadológica. O processo de pradores, as organizações identificam nichos dividindo um segmen-
segmentação requer que sejam identificados os fatores que afetam to em vários subsegmentos;
as decisões de compras dos consumidores6. 4) Marketing Local: entende-se como marketing local, o volta-
O seguimento deve ser: do para as características regionais e locais dos consumidores, com
- Identificável; programas e produtos preparados sob medidas conforme a neces-
- Mensurável; sidade e desejos de grupos de comunidades locais;
- Acessível; 5) Marketing Individual: é o direcionamento à consumidores
- Rentável; individuais, ou seja, esse tipo visa individualizar e personalizar os
- Estável. esforços para cada um deles. Este é o segmento mais subdividido
que se possa existir.
Segmentação de mercado refere-se à divisão de um mercado
em grupos de compradores potenciais que tenham semelhantes O marketing individual engloba o auto marketing, onde o con-
necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamentos sumidor assume mais responsabilidade para determinar que pro-
de compra. Os mercados se diferem de várias formas, quanto aos dutos e marcas comprar, como por exemplo a compra pela internet.
desejos, recursos, localidades, atitudes e práticas de compra, ou
seja, eles podem ser segmentados de várias maneiras7. A segmentação de mercado é realizada das seguintes formas:
Quando uma organização segmenta o mercado, torna-se mais → Segmentação Geográfica: trata-se de uma divisão do mer-
fácil satisfazer suas necessidades e desejos, pois o composto de cado em diferentes unidades geográficas, como países, estados,
marketing será desenvolvido atendendo às necessidades específi- regiões, cidades ou bairros. Essa segmentação divide um mercado
cas daquele segmento. Desenvolver um composto dirigido a gran- global em grupos homogêneos, e as organizações podem optar por
des mercados, formado por consumidores com diferentes necessi- atuar em um ou mais mercados geográficos;
dades, se torna mais trabalhoso e bem mais difícil, por esta razão → Segmentação Demográfica: são as bases mais populares e
que a segmentação do mercado facilita à organização, desenvolver fáceis de serem avaliadas, para segmentação dos grupos de con-
e comercializar produtos que se aproximem cada vez mais à satisfa- sumo, uma vez que as necessidades e desejos variam conforme as
ção das necessidades de seus consumidores. mudanças demográficas. A maioria das empresas segmenta o mer-
Com a segmentação, a organização poderá obter muitas van- cado combinando duas ou mais variáveis demográficas, por exem-
tagens, como realizar melhor trabalhos frente a concorrência, de- plo, sexo e idade;
dicando-se às fatias de mercado que tenha melhores condições → Segmentação Psicográfica ou Socioeconômica: são seg-
de atender. Para tanto, é necessário estimar o tamanho atual do mentos que levam em consideração o estilo de vida dos diferentes
mercado, identificar os concorrentes e respectivas participações, e consumidores, ou seja, ele segmenta os grupos na classe social, na
o potencial de crescimento deste mercado. personalidade, nas atitudes e na percepção. Esse tipo de segmen-
Logo após, é necessário separar os consumidores em grupos, tação produz uma descrição muito mais rica de um mercado-alvo
de tal modo que a necessidade genérica a ser atendida tenha ma- potencial do que seria possível de outro modo;
tizes específicas, que são semelhantes para os que pertencem ao → Segmentação Comportamental: é o melhor ponto de parti-
mesmo grupo e diferentes dos demais grupos. Essa divisão pode da para segmentar o mercado. São segmentos tomando como pon-
ocorrer segundo critérios geográficos, demográficos, psicográficos to de partida seu conhecimento, atitude, uso ou resposta para um
ou comportamentais. determinado produto;
Os segmentos resultantes desta divisão devem ser avaliados → Segmentação por Multiatributos: é o segmento que parte
segundo o tamanho, potencial de crescimento e atratividade, em do princípio de conglomerados geográficos que proporcionam in-
relação aos objetivos e recursos da empresa. Por fim, se escolhe formações mais ricas sobre os consumidores;

6 https://pt.surveymonkey.com/mp/market-segmentation/
7 CHURCHILL, G. A. e PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. 8 KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 7. ed. São Paulo: Pear-
São Paulo: Saraiva, 2000. son Prentice Hall,1998.
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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
→ Segmentação baseada em Comportamento de Compra: os favor todas as condições fundamentais para mantê-los ativos em
profissionais de marketing podem segmentar o mercado de acordo seus negócios. Isso precisa ser percebido com clareza por emprega-
com o comportamento de compra do consumidor. A segmentação dos, gerentes e corpo diretivo da empresa.
baseada no comportamento dos consumidores geralmente centra- Deste modo, fica evidente que as empresas, de maneira geral,
-se em alguma combinação de frequência de uso, situação de leal- deveriam ter como foco atingir a máxima satisfação dos clientes.
dade e situação de usuário; Pois um cliente satisfeito mantém com a empresa um relaciona-
→ Segmentação de Mercados Industriais: os mercados in- mento saudável e de longa duração (eles ficam retidos), e ambos,
dustriais podem ser segmentados utilizando muitas das formas de de alguma maneira, são mutuamente beneficiados.
segmentação de consumidores, como Segmentação Demográfica, No que se refere ao perfil do cliente altamente satisfeito, atri-
Segmentação por Variáveis Operacionais, Segmentação por Abor- buem-se os seguintes aspectos:
dagens de Compra, Segmentação por fatores Situacionais, Segmen- a) Permanece fiel por mais tempo;
tação por Características Pessoais; b) Compra mais à medida que a empresa lança novos produtos
→ Segmentação dos Mercados Internacionais: podem ser seg- ou aperfeiçoa produtos existentes;
mentados através de uma única variável ou de uma combinação c) Fala favoravelmente da empresa e de seus produtos;
delas; d) Presta menos atenção a marcas e propagandas concorrentes
→ Segmentação Inter mercado: são consumidores com hábi- e é menos sensível a preço;
tos semelhantes, mas em regiões diferentes. e) Oferece ideias sobre produtos ou serviços à empresa;
f) Custa menos para ser atendido do que novos clientes, uma
Por fim, a avaliação dos diversos segmentos de mercado envol- vez que as transações são roteirizadas.
ve dois critérios básicos. Vejamos:
Atratividade do Segmento: tamanho, taxa de crescimento, A partir dessa ótica, as empresas, necessariamente, devem
lucratividade, economias de escala, risco, etc. A organização deve buscar a capacitação que lhes garantirá conquistar preferência de
estar voltada para segmentos que valham a pena, e devem ser ava- seus clientes.
liados os vários fatores estruturais importantes que afetam a lucra-
tividade; Retenção de Clientes
O objetivo da empresa não é apenas conseguir novos clientes,
Objetivos da empresa e recursos disponíveis: compatibilida- mas também o que é ainda mais importante: retê-los, a fim de que
de entre o investimento necessário para atingir o segmento, e as seja possível manter a sobrevivência do negócio, aumentar os lu-
competências, recursos e objetivos (curto, médio e longo prazos) cros e garantir o seu crescimento.
organizacionais. Estão ligados os objetivos da empresa quanto ao
mercado, se atrativo, mas, se contrário aos objetivos da empresa, A retenção de clientes é a consequência de atitudes estraté-
este segmento está descartado. gicas que devem estar nas bases do modelo de negócio de cada
empresa, com a função de manter os clientes satisfeitos. Para que
haja retenção de clientes é preciso, sobretudo, respeitar e seguir
AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO uma premissa básica, ao qual se relaciona a manter os clientes sa-
CLIENTE tisfeitos.
O marketing de relacionamento é a chave para isso, o que en-
volve o fornecimento de benefícios financeiros e sociais, bem como
A satisfação dos clientes é cada vez mais exigida nas organi- recursos estruturais que auxiliem os clientes.
zações, pois se torna um diferencial importante para as empresas Além disso, para manter os clientes satisfeitos, é recomendável
que trabalham tanto com produtos como com serviços. A tendência utilizar três atividades internas que se complementam:
atual é que as organizações busquem atender às necessidades de 1. Análise contínua do comportamento de consumo e do perfil
seus clientes, para obter sucesso e até mesmo garantir a sobrevi- dos clientes;
vência e continuidade do negócio no longo prazo. 2. Análise da adequação do produto consumido versus perfil
Para suprir as expectativas dos clientes, não é só a qualidade do do cliente;
produto que interessa, mas também a qualidade dos serviços pres- 3. Atuação ativa e transparente no intuito de aprimorar essa
tados pela organização, o bom atendimento e uma boa informação. adequação do produto.
Se buscar a maior satisfação dos clientes é algo muito importante,
pois os consumidores se deparam com um vasto universo de produ- As empresas devem decidir quanto devem investir em mar-
tos, marcas, preços e fornecedores pelos quais optar9. keting de relacionamento nos diferentes segmentos de mercado e
A satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamen- clientes individuais, partindo do marketing básico, reativo, respon-
to resultante da comparação do desempenho (ou resultado) per- sável, proativo, até o de parceria. São tipos de marketing que in-
cebido de um produto em relação às expectativas do comprador10. fluenciam na retenção de clientes:
As expectativas se baseiam nas experiências de compras ante-
riores do cliente, na opinião de amigos e parceiros, e também nas → Básico: o vendedor da empresa vende o produto, mas não
informações e promessas de profissionais de marketing com quem oferece acompanhamento de forma alguma;
tenham tido contato. → Reativo: o vendedor vende o produto e pede ao cliente que
Considerando que a finalidade da empresa é gerar e manter o chame se chegar a ter alguma dúvida ou problema;
clientes, a partir do momento em que ela consegue satisfazê-los to- → Responsável: o vendedor chama o cliente, pouco depois da
talmente em seus desejos, necessidades e expectativas, tem a seu venda, para saber se o produto está atendendo às suas expectati-
vas. Além disso, pede sugestões ao cliente para melhorar o produto;
9 CESTARI, T.; GIMENEZ, E. L. L. A importância da satisfação dos clientes: um
estudo de caso na envelopex artes gráficas, 2013.
10 KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do novo milênio. SP:
Prentice Hall, 2000.
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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
→ Proativo: o vendedor ou alguma outra pessoa da empresa Cadeia de Valor e a Satisfação do Cliente
chama o cliente, de tempos em tempos, para lhe falar dos usos Visando criar a satisfação dos clientes, as empresas devem ge-
aperfeiçoados do produto ou de produtos novos que poderiam ser renciar sua cadeia de valor, bem como seu sistema de entrega de
úteis; valor, com o foco no cliente. A Cadeia de Valor é usada como uma
→ Societário (Partnership): a empresa trabalha de forma sus- ferramenta para identificar maneiras para criar mais valor.
tentada com aquele cliente e também com demais, para encontrar Na Cadeia de Valor existem 9 atividades criadoras de valor. Ve-
a forma de proporcionar-lhes mais valor (qualidade). jamos:
1 – Infraestrutura da empresa;
Avaliação da Satisfação para a Retenção de Clientes 2 – Administração de recursos humanos;
Os níveis de satisfação dos clientes podem ser avaliados de inú- 3 – Desenvolvimento de tecnologia;
meras maneiras, como: 4 – Compras.

Sistemas de reclamações e sugestões (SAC, 0800); Essas quatro primeiras atividades são chamadas de Atividades
Pesquisas de satisfação de clientes; de apoio (ou atividades-meio). As cinco abaixo são as chamadas
Compras simuladas (ou comprador oculto/disfarçado); Atividades principais (ou atividades fins), que interferirão direta-
Análise de clientes perdidos (por que pararam de comprar?). mente no índice de satisfação dos clientes:
Número de indicação de novos clientes por clientes atuais 5 – Logística de entrada;
(Para isso é válido saber dos novos clientes como eles chegaram até 6 – Operações;
a empresa, se houve indicação de algum cliente ou não.) 7 – Logística de saída;
8 – Marketing e vendas;
Fidelização dos Clientes 9 – Serviços de pós-vendas.
Entende-se que o cliente fiel é aquele que está satisfeito com
o atendimento e que se torna parceiro comercial da empresa, de-
vido ao grau de satisfação com as atividades executadas. Em outras GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE
palavras, pode-se definir fidelização como sendo um compromisso
profundo de comprar ou recomendar repetidamente certo produto
ou serviço. A Gestão da Experiência do Cliente ou Gestão do Conheci-
A fidelização constitui realmente uma estratégia cuja finalida- mento Empresarial refere-se à coleta de dados e informações, que,
de é prolongar mais e mais o relacionamento entre a empresa e quando processados ao longo do tempo, geram conhecimento, en-
o cliente, não o satisfazendo apenas em dado momento, mas ob- globando expertise (qualidades próprias, ou Know-how adquirido)
tendo sua satisfação permanente com a loja, com seus serviços e e insight (discernimento da situação, capacidade de solução) ofe-
produtos. Trata-se de conquistar a fidelidade do consumidor ao seu recidos pelos indivíduos. Este ato de conhecer, oferecido pelo indi-
negócio, fazendo dele efetivamente um cliente. víduo, quando segregado e alinhado aos objetivos organizacionais,
Para que haja fidelização, é preciso que se conheça bem o geram o conhecimento corporativo, refletindo nos produtos e servi-
cliente, identificando suas características, desejos e necessidades ços explorados pelas empresas, que visam atender às necessidades
e utilizando essas informações para estreitar ainda mais o relacio- específicas dos clientes11.
namento com ele, estabelecendo um elo de confiança, facilitando a Assim, surgindo o conhecimento da condensação de dados e
sua vida e reduzindo as possibilidades de que ele venha a trocar sua informações, faz-se necessário o entendimento destes três termos:
loja por outra (favorecendo a retenção), já que a concorrente teria
que começar o relacionamento do zero. Dados
Pesquisas apontam que clientes atuais (já clientes), são de cin- Dados referem-se ao registro estruturado de transações, po-
co a sete vezes mais rentáveis do que os novos, e que é bem mais dendo ser definido como um conjunto de fatos distintos e objetivos,
econômico manter clientes antigos do que conquistar pessoas que relativos a eventos.
ainda não conhecem a empresa. É informação bruta, descrição exata de algo ou de algum even-
O quadro abaixo demonstra as principais diferenças entre re- to. Os dados em si não são dotados de relevância, propósito e sig-
tenção e fidelização de clientes: nificado, mas são importantes porque compõem a matéria-prima
essencial para a criação da informação;
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE RETENÇÃO E FIDELIZAÇÃO DE
CLIENTES Informações
As informações são dados interpretados, dotados de relevância
Retenção Fidelização e propósito. Referem-se ao fluxo de mensagens, capazes e necessá-
Trata-se de um ponto de partida e, Engloba um programa de rio para se gerar conhecimento12;
ao mesmo tempo, um resultado a estratégias;
ser obtido; Conhecimento
O conhecimento é uma mistura de elementos, fluido, formal-
Pode envolver um momento; Envolve longo prazo; mente estruturado e intuitivo, portanto, difícil de ser colocado em
Implica em ações para evitar a saí- Trata da valorização do palavras ou de ser plenamente entendido em termos lógicos. Os
da do cliente (começa no primeiro cliente, prolongando o valores e as crenças integram o conhecimento, pois determinam,
contato com o cliente e perma- relacionamento com ele e em grande parte, o que o conhecedor vê, absorve e conclui a partir
nece, destacando-se sempre em incrementando as possibi- das suas observações.
momentos específicos, durante lidades de retorno finan-
todo o relacionamento). ceiro. 11 STEWART, Thomas A. Capital Intelectual: A nova vantagem competitiva. RJ:
Campus, 1998.
12 DRUCKER, Peter. Desafios Gerenciais para o Século XXI. São Paulo: Pioneira,
1999.
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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
outros, de tal forma que a organização consiga direcionar o desejo
Como visto acima, o conhecimento deriva da informação, e, dos clientes através das atividades desenvolvidas para se atingir os
por seu turno a informação deriva dos dados. objetivos organizacionais.
O conhecimento divide-se em duas espécies, quais sejam:
→ Conhecimento Tácito: É aquele difícil de ser articulado na
linguagem formal. Refere-se ao conhecimento pessoal incorporado APRENDIZAGEM E SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIO-
à experiência individual e envolve fatores intangíveis como crenças NAL
pessoais, perspectivas, sistema de valor, insights, intuições, emo-
ções, habilidades;
→ Conhecimento Explícito: É aquele que pode ser articulado Aprendizagem Organizacional
na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais, expres- A Aprendizagem não consiste em separar as atividades que
sões matemáticas, especificações, manuais, etc., sendo facilmente ocorrem antes ou mesmo durante as atividades diárias no trabalho
transmitido, sistematizado e comunicado. e expô-las em aulas eventuais. Nem é uma atividade reservada ao
grupo gerencial.
O Conhecimento é utilizado como Recurso Estratégico, para Os comportamentos que definem a aprendizagem são aqueles
isso, a visão da empresa baseada em conhecimento considera como que definem a produtividade. Assim, a aprendizagem é o coração
hipóteses gerais as premissas abaixo: da atividade produtiva, ou seja, a nova forma de trabalho14.
→ O conhecimento é um recurso gerador de diferencial com- As organizações tendem a evoluir por meio de aprendizagem,
petitivo; e por isso, assemelham-se muito a um ser vivo. A partir da análise
→ As características dos diferentes tipos de conhecimentos de- da cultura organizacional, verifica-se que esta, interfere muito no
vem ser consideradas para a sua transferência; aprendizado das empresas, fazendo com que elas aprendam com
→ Os indivíduos são os principais agentes de conhecimento. maior rapidez ou lentidão e, consequentemente, pode ser que se
destaquem ou não no mercado competitivo.
Gestão de Capital Intelectual A interação, tanto intrínseca quanto extrínseca, possibilita à
Denomina-se como capital intelectual, o conjunto de ativos empresa desenvolver o conhecimento organizacional, permitindo-
intangíveis composto por diversos fatores, tais como: qualidade e -lhe, utilizá-lo para adequar-se ao cenário cada vez mais vulnerá-
coerência do relacionamento entre empresa (clientes e fornecedo- vel no qual está inserida. O comprometimento e a capacidade de
res) talentos, ideias e insights apresentados por todos os envolvi- compartilhamento, apresentados pelas pessoas envolvidas nos pro-
dos no contexto organizacional, entre outros. Esses fatores, quando cessos organizacionais, permitem a rotatividade do conhecimento,
combinados e trabalhados em um sistema gerencial eficiente ali- viabilizam a aprendizagem em equipe, e consequentemente, o co-
nhado aos objetivos organizacionais, geram conhecimentos, capa- nhecimento organizacional, transformando-se em uma importante
zes de promover a inovação e reestruturação contínua dos proces- ferramenta de diferenciação.
sos, gerando resultados eficazes13. O macroambiente, em que as empresas estão inseridas, sofre
O Capital Intelectual é integrado composto por: Capital Huma- continuamente modificações em função das alterações no esti-
no, Capital Estrutural e Capital de Clientes. lo de vida social, o que reflete de modo significativo no ambiente
interno das organizações; que deverão desenvolver estratégias, a
Capital de Clientes fim de adequar-se às tendências do mercado. Fatores como avanço
O Capital de Clientes fundamenta-se em um processo que con- tecnológico, conservação ambiental, responsabilidade social, entre
siste em: outros, impulsionam e manipulam as necessidades do público alvo,
a) Selecionar clientes, identificando os segmentos mais atraen- que expressa a cada dia, uma necessidade maior de agilidade para
tes para a empresa, procurando avaliar o valor que estes clientes o atendimento de suas necessidades.
atribuem à mesma, e inovando os processos utilizados de forma a Diante do exposto, a competitividade corporativa está intima-
criar uma imagem forte que atraia e mantenha os clientes; mente relacionada à capacidade da organização em desenvolver o
b) Conquistar cliente através da comunicação de uma imagem conhecimento e inovar os processos; através de estratégias inteligen-
positiva dos negócios da empresa; tes para a adaptação a esse meio, para que melhore seu desempenho,
c) Reter clientes através da garantia da qualidade e correção mantendo a superioridade diante dos concorrentes. Pode-se dizer, se-
dos problemas, inovando os processos objetivando minimizar pro- gundo o entendimento de alguns autores, que as inovações surgem do
blemas, assegurando a satisfação dos mesmos; conflito entre o ambiente externo e interno da organização.
d) Aplicar o conhecimento em marketing, vendas e pós-vendas, A percepção precoce das modificações nas variáveis exógenas,
de modo a assegurar a qualidade nos processos e garantir a satisfa- mudanças econômicas, tecnológicas, ambientais, perfil de deman-
ção real dos clientes; da, clientes, produtos, entre outros, permitem às empresas criar e
e) Cultivar e manter o bom relacionamento, por meio da rela- acumular o conhecimento organizacional, desenvolvendo a inova-
ção interpessoal com os clientes, o que contribui para o aumento da ção continuada em seus processos e produtos, assegurando, desse
participação da empresa nas atividades de compra do público alvo. modo, a excelência competitiva.
A aprendizagem organizacional pode ser vista como o alcance
Toda empresa possui capital de clientes e este é o mais valioso de novos, múltiplos e contínuos conhecimentos sobre as dinâmicas
para a organização, pelo fato de que provém deles o capital finan- e demandas corporativas, seja de maneira direta e/ou indireta, den-
ceiro que financia as atividades organizacionais. O estudo de capi- tro e fora da empresa. É um conceito intimamente relacionado ao
tal de clientes deve estar voltado para o conhecimento destes, sua conhecimento empresarial15.
lealdade, a disposição de comprar, a valorização do produto, dentre

14 MARQUARDT, M. J. Building The Learning Organization. McGraw-Hill, New


York, 1996.
13 STEWART, Thomas A. A riqueza do conhecimento: O capital intelectual e a 15 MARQUES, J. R. O Que é Aprendizagem Organizacional. Instituto Brasileiro
nova organização. RJ: Campus, 2002. de Coaching. 2006.
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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
A aprendizagem organizacional é uma junção de conhecimen- sistemas naturais atenua gradativamente a representatividade de
tos formais e informais, que permite à organização criar seus pró- cada um dos agentes sociais inseridos nesta ambiência, que busca
prios modelos de gestão, coerentes com as suas necessidades e uma sustentabilidade sistêmica16.
pautados no que ela precisa para alcançar os resultados, vejamos: O conceito de desenvolvimento sustentável tem suas origens
→ Experiências do Profissional: a partir das experiências po- na Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Am-
sitivas e negativas, o profissional pode compreender seus erros e biente, realizada em Estocolmo em 1972. Entretanto, mesmo após a
acertos, delimitar melhor suas próximas ações e criar estratégias elaboração do Relatório de Brundtland, em 1987, o tema teve reper-
para impedir que estes erros continuem no futuro; cussão mundial somente com a Comissão Mundial sobre Meio Am-
→ Aprendizagem Cultural: é aprendida através da cultura orga- biente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, palco
nizacional, da missão e dos valores adotados pela empresa; de elaboração da Agenda 21, uma detalhada orientação para resolver
→ Aprendizagem com o Líder: é realizada através das lideran- o paradoxo da coexistência entre progresso tecnológico e aumento da
ças, de seus exemplos e conhecimentos compartilhados com os miséria.
seus liderados; O relatório Nosso Futuro Comum, também reforçado no even-
→ Aprendizagem Prática/Ativa: refere-se à aquisição de co- to de 1992, introduziu a definição de desenvolvimento sustentável
nhecimentos através da prática efetiva das tarefas e do seu desen- como aquele que permite à geração atual suprir as suas necessida-
volvimento contínuo; des, sem comprometer as condições de subsistência das gerações
→ Aprendizagem Sistêmica: refere-se ao entendimento am- futuras. Mediante esta definição, argumenta-se que não basta ape-
pliado de toda empresa e seus processos para oferecer soluções nas haver crescimento econômico, avanços tecnológicos e institui-
não apenas para o departamento envolvido, mas para a organiza- ções, mas também uma revolução tecnológica e institucional que
ção como um todo; procure conciliar em seus processos decisórios interesses econômi-
→ Compartilhamento de Informações: quanto melhor forem dis- cos, preservação ambiental e justiça social.
tribuídas as informações, maiores serão os conhecimentos sobre os A aceitação dos lucros empresariais por esferas comunitárias
processos internos da empresa o que tornará mais assertiva as ações; cada vez mais amplas passa a ser condição necessária a fim de que
→ Benchmarking: consiste na observação de outras empresas e tais atores sociais não questionem e não promovam desordens no
na busca de boas práticas aplicadas para aplicar em sua organização. sistema econômico imperante. Por razões como esta, os adminis-
tradores mostram-se cada vez mais preocupados com a reavalia-
No contexto da aprendizagem, é importante destacar a neces- ção das rotinas organizacionais, a fim de que a sustentabilidade de
sidade de compartilhar insights, conhecimentos, crenças e metas ações e decisões proferidas pelas organizações seja assumida como
para que o coletivo prevaleça e a organização aprenda, isto é, para condição prioritária.
que a empresa construa sua própria realidade e memória que ser- Uma empresa é sustentável, quando gera lucro para os acio-
virão de base para aprendizados futuros. Nesse momento, a apren- nistas, protege o meio ambiente e melhora a vida das pessoas com
dizagem individual é transformada em coletiva, o conhecimento as quais mantém interações. Ações organizacionais sustentáveis
individual é incorporado às práticas organizacionais. são aquelas responsáveis por causar o menor impacto ambiental
Portanto, organizações de aprendizagem (as quais realizam a possível por meio de atividades operacionais, simultaneamente
aprendizagem organizacional) são organizações que tem capaci- preocupadas em promover desenvolvimento socioeconômico que
dade sistemática de: aprender, renovar e inovar continuamente. E propicie a sobrevivência de gerações presentes e futuras, e total-
seu principal conteúdo invoca a imagem de pessoas e grupos traba- mente dependentes das pessoas inseridas em ambientes sociais e
lhando para melhorar: a inteligência, a criatividade e a capacidade organizacionais, já que por elas são estabelecidas as decisões finais
organizacional. e validadoras de todas essas proposições.
Uma organização de aprendizagem é aquela que tem a habili- Ao reconhecer que, para exercer suas atividades, as empresas
dade de criar, adquirir e transferir conhecimento e de modificar seu consomem não só recursos financeiros, mas também ambientais
comportamento para refletir sobre novos conhecimentos e ideias. e sociais, desenvolveu-se a “teoria dos três pilares” (triple bottom
Nas organizações de aprendizagem as pessoas não são treinadas line – TBL). Esta visão tripartite sugere que desenvolvimento econô-
para exercer suas funções, mas sim: educadas a desempenhar com mico, justiça ambiental e inserção social são igualmente relevantes
satisfação suas atividades, desenvolvendo o espírito de equipe e a para a compreensão da sustentabilidade.
criatividade. O pilar econômico da sustentabilidade organizacional repre-
A organização que aprende é um tipo ideal ao qual muitas or- senta a geração de riqueza pela e para a sociedade, por meio do
ganizações aspiram, mas não há um modelo a ser seguido. Cada fornecimento de bens e serviços; o pilar ambiental refere-se à con-
empresa deve buscar à sua maneira a melhor forma de enfrentar o servação e ao manejo dos recursos naturais e o pilar social diz res-
ambiente em que está inserida. peito ao alcance da igualdade e a participação de todos os grupos
Esta transformação não está restrita à organização e sim aos sociais na construção e manutenção do equilíbrio do sistema pelo
indivíduos. A aprendizagem individual não garante a aprendizagem compartilhamento de direitos e responsabilidades. Assim, uma vi-
organizacional, entretanto, sem ela, a aprendizagem organizacional são equilibrada a respeito de como fazer uso dos recursos disponi-
não ocorreria. bilizados pela natureza é essencial para se garantir às gerações futu-
ras prosperidade, equidade, manutenção do patrimônio ambiental
Sustentabilidade Organizacional e melhor qualidade de vida.
Sabe-se que proposições relacionadas à sustentabilidade ad- A Figura abaixo ilustra melhor inter-relacionamentos propostos
quiriram destaque pela incorporação da promessa de evolução da pelo triple bottom line. Vejamos:
sociedade rumo a um mundo mais harmonioso, no qual o meio
natural e as conquistas culturais procuram ser preservados para as
gerações futuras. A confrontação entre crescimento econômico e
igualdade social vem sendo discutida por anos, logo, a adição deste
desafio na capacidade global de desenvolver sustentavelmente os 16 MUNCK, L.; DIAS, B. G.; SOUZA, R. B. de. Sustentabilidade organizacional.
REBRAE. Revista Brasileira de Estratégia, Curitiba, v. 1, n. 3, p. 285-295, set./
dez. 2008.
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Elementos da sustentabilidade através de taxas ou impostos, e ao fornecimento de serviços presta-
dos com vista a satisfazer alguma necessidade desde que não con-
sistam na produção de bens materiais.
Serviços são atividades, benefícios ou satisfações que são co-
locadas à venda ou proporcionados em conexão com a venda de
bens. Em outras palavras, o serviço pode ser entendido como as
transações de negócios que acontecem entre um provedor (presta-
dor de serviço) e um receptor (cliente) a fim de produzir um resul-
tado que satisfaça o cliente17.
Já os serviços de qualidade são aqueles que atendem perfeita-
mente, de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo às ne-
cessidades dos clientes. Dessa forma a organização deve possuir um
esforço de compromisso com a qualidade do serviço que é ofertado18.

Características dos Serviços


Conforme a Figura supracitada, os três pilares da sustentabi- Os serviços possuem algumas características específicas que os
lidade organizacional (social, ambiental e econômico) devem rela- diferenciam dos bens manufaturados e que devem ser considera-
cionar-se de forma integrada para o alcance do desenvolvimento das para uma gestão de serviços eficaz, tais características são elen-
sustentável. A partir da integração entre desenvolvimento social e cadas abaixo19:
econômico, promove-se a inserção social, entendida como o enga-
jar da população (ou organização) em favor do coletivo, de modo → Intangibilidade
que todos possam ter acesso à informação, alimentação, saúde, Os serviços são intangíveis por natureza, ou seja, eles não po-
educação, habitação, trabalho, renda e dignidade. dem ser tocados ou possuídos pelo cliente como os bens manu-
À medida que a inter-relação entre desenvolvimento econômi- faturados. Logo, o cliente vivencia o serviço que lhe é prestado, o
co e preservação ambiental acontece, emerge o conceito de ecoe- que torna mais difícil a avaliação do serviço pelo cliente, pois esta
ficiência. Já a justiça socioambiental ocorre quando a organização assume um caráter subjetivo.
consegue integrar de maneira simultânea o desenvolvimento social Cabe observar que em relação às características intrínsecas
ao capital natural, e passa a tratar da equalização da distribuição ao serviço, no que se refere à intangibilidade, embora um serviço
dos benefícios e dos constrangimentos impostos pela legislação não seja palpável, ele possui diversos elementos tangíveis, perceptí-
ambiental, ou mesmo pelos problemas ambientais, entre diferen- veis. Por exemplo, em uma escola, o ambiente físico, as instalações, os
tes grupos sociais. materiais utilizados em sala, livros e pessoas, são elementos tangíveis.
A estrutura do TBL capta a essência da sustentabilidade orga- Mais ainda, todas as comunicações da escola são elementos
nizacional, ao medir o impacto das atividades operacionais das em- visíveis do serviço que, no mínimo, comunicam sobre ele. Os ele-
presas. Quando o resultado apresenta-se positivo, reflete aumento mentos tangíveis funcionam como evidências do serviço.
no valor da empresa, em termos de lucratividade e de contribuição São sugestões de como ele deve ser. Assim, voltando ao exem-
para a riqueza dos acionistas, bem como no aspecto de seu capital plo da escola, se vê-se uma sala de aula moderna, bem iluminada,
social, humano e ambiental. com amplos recursos tecnológicos, apoiada em modernos concei-
Vale ressaltar que a sustentabilidade organizacional não signi- tos pedagógicos, naturalmente, infere-se modernidade.
fica meramente boa cidadania empresarial, isto é, ser reconhecida Na verdade, os elementos tangíveis do serviço, que podem ser
por reduzir as emissões de gases tóxicos ou por subsidiar benefícios pessoas que nele trabalham, cumprem o papel de reduzir o nível de
de assistência médica aos funcionários, e muito menos se trata de ape- dúvida sobre a qualidade do serviço, como dito popularmente, “todo
nas uma questão ética de negócios, ou filantropia. A sustentabilidade serviço é a compra de uma promessa”, isto é somente o consumidor
é hoje, princípio fundamental da gestão inteligente, algo muito fácil de saberá se o serviço prometido foi cumprido após a experiência obtida
ignorar ou assumir como inevitável, num mundo em que o resultado no decorrer do serviço. Neste sentido, os tangíveis são sinalizadores
financeiro geralmente é visto como a única medida de sucesso. para verificar se pode-se confiar ou não na promessa do serviço.
Enfim, sistemas políticos, instituições, tratados ou modelos de Citando um exemplo simples, muitas vezes julga-se a qualidade
gestão que vislumbrem o tratamento de problemáticas ambientais do serviço de um supermercado pela aparência de seus ambien-
e sociais pela abordagem sustentável devem ser capazes de trans- tes; um ambiente sujo, comunica má qualidade. Assim, os tangíveis
por as barreiras físicas das organizações no intuito de obter maior acabam funcionando como uma “embalagem” do serviço, e, como
eficácia na resolução de calamidades. Logo, torna-se cada vez mais para os produtos, traduzem muitas vezes a qualidade do que é ofer-
necessária uma resposta institucional que objetive, em seu agir, tado, o que será verificado apenas com a prestação do serviço;
uma racionalidade que contemple a união estável entre os desen-
volvimentos econômico, social e ambiental. → Inseparabilidade
Pela característica da Inseparabilidade ou Produção e Consu-
mo Simultâneos, o cliente participa do processo de produção, po-
CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS: INTANGIBILIDADE, dendo não somente participar passivamente, mas também como
INSEPARABILIDADE, VARIABILIDADE E PERECIBILIDADE coautor do serviço. Nos serviços, o cliente é quem inicia o processo
de produção, pois o serviço só é produzido após sua solicitação/
contratação.
Na área da administrativa um serviço é o conjunto de ativida-
des realizadas por uma organização para responder às expectativas 17 https://www.ama.org
e necessidades dos clientes, posto isso, o serviço é definido como 18 CAMPOS, V. F.; Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). Nova Lima:
sendo um bem não material. Esse conceito também permite fazer INDG Tecnologia e Serviços LTDA, 2004.
referência aos serviços públicos que são pagos pelos contribuintes 19 http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/1013809_2012_
cap_2.pdf
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Assim, o grau de contato entre cliente e empresa é maior que
na produção de bens. A inseparabilidade aponta para a seguinte GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS
questão: todo serviço tem um momento em que sua produção e
consumo são simultâneos, inseparáveis.
Como exemplo prático pode-se citar uma aula, ao mesmo tem- Diante de um cenário de grande proliferação da concorrência,
po em que um professor produz sua aula, esta é consumida pelos as empresas têm percebido a necessidade de dar mais atenção à
alunos. Ao mesmo tempo em que o médico produz sua consulta, o qualidade dos produtos ou serviços que oferecem, a fim de obter
paciente a consome, como cliente do serviço. vantagem competitiva no mercado. A implantação da gestão de
Nesses exemplos, produção e consumo são simultâneos, dife- qualidade é capaz de promover identificação precisa dos fatores de-
rentemente de uma empresa de produtos, em que claramente exis- ficientes que precisam de mudanças e melhoria contínua, por meio
te um momento de produção e um momento de consumo; de análises nos processos de produção e consumo, estabelecendo
um panorama focado no produto e em sua relação com o cliente e
→ Variabilidade em sua experiência a fim de o fidelizar.
Os serviços são variáveis, isto é, os serviços variam e podem De modo que esta otimização geral seja factível é imprescindí-
variar conforme o prestador do serviço e o cliente. Esta também é vel conhecer as ferramentas disponibilizadas pela gestão de qua-
uma característica do serviço, a variabilidade, podendo ser vista sob lidade, ideais para não apenas entender processos referentes ao
um prisma positivo quanto negativo. serviço ou produto em questão, mas também para fomentar so-
Deste modo, uma organização tem pouco ou nenhum controle luções para os problemas analisados através de ações preventivas
sobre as ações e atitudes que o cliente assume ao participar da pro- que irão evitar que o mesmo problema se repita prejudicando a
dução do serviço, somado a isto, os funcionários e os outros recur- performance da empresa diante do mercado. São sete ferramentas
sos que interagem com o cliente podem variar significativamente úteis e aplicáveis dentro de qualquer organização aptas para bene-
em diferentes ocasiões para diferentes ocasiões. ficiar equipes inteiras. Observe a seguir:
Por isto, muitos autores apontam a variabilidade como mais
uma característica específica dos serviços. O prisma positivo da va- Fluxograma
riabilidade é que ela permite a customização, a personalização, o O fluxograma, também conhecido como gráfico de procedi-
atendimento diferenciado às expectativas de grupos de clientes. mentos ou fluxograma de processos, tem a função de demonstrar
Como exemplos, um palestrante pode adaptar a sua palestra o percurso existente durante a produção de determinado serviço/
a seu público, assim como um médico pode adaptar o seu serviço produto de modo real, ou seja, da forma como atualmente ocorre,
ao tipo de paciente que está atendendo. O lado negativo da varia- e de modo ideal, como deveria ocorrer, podendo haver diversas va-
bilidade é que ela torna difícil o estabelecimento de um padrão de riáveis e correlações entre atividades e processos.
serviço, de um desempenho padronizado, imune a erros;
→ Perecibilidade
Nos serviços, a produção ocorre ao mesmo tempo em que o
consumo. Daí decorrem outras implicações, como o fato de os ser-
viços não poderem ser estocados e da necessidade do controle de
qualidade ocorrer durante o processo, uma vez que não é possível
serem feitas inspeções como na indústria de manufatura. Eventuais
erros que venham a ocorrer durante o processo são imediatamente
percebidos pelo cliente.
Pela perecividade, os serviços são perecíveis, isto é, não podem
ser estocados, assim, são temporais, prestados num tempo e local
precisos. Neste sentido, há uma necessidade de se encontrar um
ponto ótimo entre a oferta e a demanda do serviço, ou seja, um
entrave é como administrar a demanda de um serviço. Esta ferramenta possibilita visualizar o início e o fim de um
Por exemplo, num transporte aéreo com 100 lugares, se houver processo, as atividades pertinentes a ele, os pontos decisivos e o
1 ou 100 passageiros, o custo do voo é praticamente o mesmo, po- fluxo das atividades. Através dele é possível identificar deficiências
rém caso existam lugares vazios quando o voo começar, então a em- ou desvios no processo de produção. Sua representação se dá atra-
presa que oferece esse serviço não conseguirá a receita esperada, vés de quadros e formas geométricas que ilustram etapa a etapa o
ficando incapaz de recuperá-la. Ora, haverá momentos de altíssima processo, além disso ele conta com elementos em símbolos, cuja
demanda e outros de pequena, em todos eles, contudo, persistirá representação facilmente identificável permite a equipe uma visua-
um alto custo fixo, fazendo com que a empresa e se esforce em lização clara do passo a passo do processo produtivo de modo que
vender pelo menos ao nível do seu ponto de equilíbrio operacional. possam identificar a melhor rota para o produto ou serviço a que se
Assim, encontrar o ponto ótimo entre oferta e demanda é cru- refere, eliminando ou incluindo novas etapas que possam auxiliar a
cial em serviços para não ocorrer um problema comum, que tan- equipe a alcançar melhores resultados.
to não pode conseguir atender o excesso de demanda (e perder
clientes em função disso) quanto ter que suportar pesados custos Diagrama de Ishikawa
operacionais sem uma receita satisfatória, conseguida por uma de- O Diagrama de Ishikawa, conhecido como Espinha de Peixe de-
manda mínima. vido sua aparência, é um modo de representação gráfica documen-
tal criado por Kaoku Ishikawa útil para indicar o que possivelmente
seriam as causas de certos problemas na gestão e suas respectivas
repercussões, ele explora com profundidade as possíveis variáveis
que influenciam negativamente o processo de produção de um pro-
duto ou serviço, capazes de interferir em sua qualidade.

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da equipe e otimizando o entendimento dos processos produtivos
no trabalho em prol da resolução de problemas e implementação
de ideias e soluções úteis para a otimização do produto.
As informações contidas nos documentos devem ser anterior-
mente estabelecidas para que nas folhas sejam registrados dados
que serão ticados, como em uma lista, sobre o andamento do
processo de produção da empresa. Considere que os pontos mais
relevantes a se analisar quanto a determinado produto sejam seu
funcionamento e sua aparência, sendo assim seleciona-se alguns
tópicos (eficiência, agilidade, tempo de uso, ergonomia, facilidade
de manejar, entre outros) que poderão auxiliar na melhor visualiza-
ção de seus pontos positivos e negativos.

Diagrama de Pareto

A fim de aplicar o diagrama corretamente, estabelecem-se ca-


tegorias em nível macro para levantar as possíveis causas de um
problema, ou seja, o seu local de origem. Estes tópicos podem ser
divididos em:
1) Mão-de-obra: pode ser a origem de algum problema quando
se refere à ação de um funcionário ou colaborador da empresa.
2) Materiais: trata-se de quando o material usado não está ade-
quado e pode se tornar o causador de problemas no trabalho.
3) Máquinas: quando há defeitos no maquinário da empresa.
4) Medidas: trata-se de quando uma medida tomada foi o cau-
sador do problema.
5) Métodos: refere-se ao uso de uma metodologia que não está
adequada ao e possivelmente causará problemas.
6) Meio ambiente: trata-se de quando problemas no meio am-
biente (como, poluição, aquecimento global, mudanças climáticas)
são causadoras de problemas.

A partir da identificação de um ou mais destes itens, é possí-


vel tomar medidas para atingir o resultado esperado a partir deste Este diagrama em forma de gráfico é capaz de identificar a
panorama das possíveis causas e consequências que os problemas concentração de uma variável, indicando as causas essenciais de
analisados podem sofrer caso não se tome ação, sendo assim uma um processo. Por meio deste diagrama, o é possível compreender
útil ferramenta para se visualizar relações de causa e efeito. melhor e combater a raiz das causas de certos problemas de modo
prioritário a fim de assegurar alto índice de produção e produtivi-
dade.
O diagrama de Pareto baseia-se no princípio de Pareto que ex-
plica que 80% das consequências ou efeitos de uma ação tem rela-
ção direta com 20% das causas. O gráfico numérico, então, computa
dados precisos que, além de oferecer melhor visualização das rela-
ções entre variáveis, facilita a visualização de pontos que precisam
de melhoria para aumentar o desempenho da empresa quando aos
processos produtivos, pois redireciona o olhar para campos que de
fato precisam de intervenção de modo prioritário.
Os dados do gráfico são específicos para cada empresa ou pro-
duto, de modo que não se pode aplicar exatamente os mesmos
pontos do diagrama de um produto a outro, pois cada qual pos-
Folhas de verificação sui suas próprias particularidades e especificidades. Por exemplo, a
Uma outra ferramenta aplicada em gestão de qualidade são as análise de um serviço requer a presença de tópicos mais subjetivos
folhas de verificação, documentos comuns, como planilhas e tabe- como o tempo de permanência do cliente no espaço (caso seja um
las, feitos de modo simples, intuitivo e prático para agilizar a coleta local), a satisfação do cliente pós-serviço, relacionamento cliente e
de dados e a confirmação de informações pertinentes ao produto fornecedor, entre outros, enquanto um produto precisa incluir uma
ou serviço. As folhas de verificação servem para facilitar a com- análise de seus aspectos não apenas financeiros e ligados à expe-
preensão da realidade do produto ou serviço, economizando tempo riência, mas a aspectos físicos e cognitivos em relação ao cliente.

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Histograma riáveis aumentam na mesma direção no gráfico), negativa (quando
diminuem na mesma direção ou nula (quando não há cruzamento
de dados, eles ficam dispersos e, portanto não há correlação).

Cartas de controle
Cartas de controle são ferramentas utilizadas para identificar as
estatísticas e tendências de certos desvios e mudanças de comporta-
mento quanto a alguns pontos de observação dentro de determinado
tempo e espaço. Esta ferramenta é muito utilizada a fim de observar
se o processo está ocorrendo de maneira controlada e ordenada, sem
alterações consideráveis que possam prejudicar o andamento do pro-
cesso produtivo.

O histograma é também uma forma de representação gráfica cuja


função é representar a distribuição de frequências de alguns dados em
determinado período de tempo, por meio de barras. Este recurso au-
xilia a compreensão da quantidade ou volume de produtos inadequa-
dos, problemas ou conflitos quanto a medidas, entre outros itens como
peso, largura, comprimento, tempo, temperatura, volume, preço, etc.
De modo claro, um histograma possibilita permite que a em-
presa saiba o número de vezes que algum dos itens ocorreu ao
longo do processo. Seu propósito está em facilitar a resolução de
conflitos através da visualização de uma análise real do processo
evolutivo e gradativo de determinado produto ou serviço, identifi- Os desvios ou alterações podem ser observados em linhas que
cando suas tendências. divergem em pontos específicos e permitem um acompanhamento
geral da equipe quanto aos processos produtivos a fim de identifi-
Diagrama de dispersão car pontos que podem ser preocupantes, e que por vezes passariam
O Diagrama de Dispersão ou gráfico de correlação, trata-se de despercebidos, e devem ser melhor trabalhados.
uma ferramenta de representação gráfica dos valores de duas vari-
áveis relacionadas a um mesmo processo simultaneamente, o que
possibilita eliminar interferências e interpretações erradas quanto TÉCNICAS DE VENDAS: DA PRÉ-ABORDAGEM AO PÓS-
demais variáveis ou causas de um problema. -VENDAS

De modo geral, as empresas, a partir de sua formação, geram


custos constituídos por aluguéis de escritórios, instalações, salários
de funcionários, manutenção e várias outras despesas que formam
os custos fixos e passam a existir quer a empresa tenha faturamento
ou não. É no mercado, através da utilização das ferramentas mer-
cadológicas, que a empresa busca não só obter recursos para fazer
frente a todas essas despesas, como também alcançar objetivos fi-
nanceiros20.
Para compreensão das atividades mercadológicas possíveis a
uma empresa, define-se marketing como a área do conhecimento
que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca,
orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consu-
midores, visando alcançar os objetivos da empresa e considerando
sempre o ambiente de atuação e o impacto que essas relações cau-
sam no bem-estar da sociedade.
A atividade de vendas exerce papel de extrema importância
para o faturamento das empresas. Note-se que a venda não é uma
atividade isolada; ela depende de uma estratégia de marketing bem
elaborada, que inclui produtos, preços, sistemas de distribuição e
outras atividades promocionais. Portanto, qualquer estudo de ven-
Este diagrama se baseia em variáveis independentes, ou seja, das exige compreensão das demais atividades mercadológicas e de
quando ações e situações não tem relação, e variáveis dependen- seus relacionamentos:
tes, quando uma ação está diretamente ligada a outra; estas va-
riáveis são identificadas e investigadas através de correlações que 20 http://estacio.webaula.com.br/BiBlioTECA/Acervo/Complementar/Comple-
se estabelecem entre elas, podendo ser positivas (quando duas va- mentar_27148.pdf
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Marketing engloba todas as atividades concernentes às rela- Venda pessoal é o lado acentuado do marketing, porque ocorre
ções de troca quando os representantes da empresa ficam frente a frente com os
Em marketing, as trocas são realizadas para trazer satisfação compradores em potencial. A força de vendas funciona como um
para ambas as partes, sendo a empresa uma das partes e os con- elo entre a empresa e os clientes, sendo que a verdadeira diferença
sumidores outra. Assim, a relação deve ser benéfica para todos en- está relacionada com o papel que a força de vendas pode ter em
volvidos. uma empresa; ela pode ser um canal de comunicação ou distribui-
Enquanto de uma parte, espera-se o poder aquisitivo e auto- ção ou ambos, como ocorre na maioria das vezes.
ridade para comprar, da outra espera-se produtos e serviços que Deve-se destacar a seguinte informação em relação aos tipos
atenda suas necessidades. Além disso, é importante saber que cada de clientes (mercados-alvo): mercados industriais compostos por
parte é livre para aceitar ou rejeitar a oferta. outras empresas ou instituições são caracterizados por número me-
O sentido proposto nessa definição é bastante amplo: nele está nor de compradores e, geralmente, estão concentrados geografi-
incluído não somente o conceito de troca de mercadorias, mas tam- camente se comparados a empresas que vendem a consumidores
bém de qualquer outra coisa em que haja objeto para permuta. finais (vendedores de produtos de consumo como alimentos e ele-
trodomésticos). Isso torna mais viável e eficaz o uso de vendedo-
Relação de troca orientada para a satisfação dos desejos e ne- res para a realização de vendas ao invés de vendas por telefone ou
cessidades dos consumidores mesmo pela internet.
O que caracteriza a comercialização moderna é a aplicação do Em marketing industrial, vendas pessoais recebem uma impor-
conceito de marketing, o qual determina que as empresas devem tância muito grande, tornando-se muito mais do que simplesmente
procurar satisfazer os desejos e as necessidades dos consumidores. uma ferramenta importante de comunicação ou um formato impor-
Através da aplicação deste conceito, as empresas poderão contar tante de canal de distribuição. A necessidade de aumentar a fideli-
com lucros a longo prazo pela formação de clientes satisfeitos. Por zação de clientes valiosos tem feito com que estratégias de vendas
isso, todas as atividades concernentes às realizações de troca de- pessoais sejam utilizadas em conjunto com programas de relaciona-
vem visar a esses objetivos. mentos com clientes e automação de vendas, como os programas
de Customer Relationship Management (CRM).
Visando alcançar os objetivos da empresa
Além da orientação ao consumidor, a empresa terá outros ob- Pré-abordagem
jetivos. Eles poderão ser quantitativos, como obter lucros ou de- A Pré-abordagem faz parte das Etapas do processo de vendas.
terminada fatia de mercado, ou qualitativos, como projetar uma O processo de vendas é uma sequência de etapas por meio da qual
imagem de competência. os vendedores realizam a venda, conforme demonstrado a seguir21:
O programa mercadológico deverá sempre ser adaptado a es-
ses objetivos preestabelecidos. 1. Prospecção e qualificação
O processo de vendas se inicia com a identificação dos clientes
Considerando o meio de atuação potenciais. Os vendedores podem qualificar os clientes potenciais
A aplicação de marketing é ainda mais complexa do que conhe- por meio do exame de sua situação financeira, volume de negócios,
cer o consumidor e, a partir dele, estabelecer um composto mer- exigências especiais e em termos de sua probabilidade de continui-
cadológico mais adequado. O ambiente em que as decisões devem dade no mercado, tendo de ser capazes de desenvolver suas pró-
ser tomadas é bastante complexo. prias indicações para reconhecimento dos clientes potenciais.
Os clientes devem ser classificados para se priorizar o atendi-
Considerando o impacto que essas relações causam no bem- mento;
-estar da sociedade
As práticas mercadológicas de algumas empresas às vezes afe- 2. Pré - abordagem
tam o meio ambiente, como a poluição do ar e da água dos rios. Os Os clientes devem ser estudados o máximo possível (quais as
homens de marketing, entusiasmados com o sucesso de seus em- suas necessidades, quem está envolvido na decisão da compra)
preendimentos, deixam muitas vezes de pensar nos prejuízos que para se decidir a melhor abordagem a ser empregada.
podem causar à sociedade. Deve-se também considerar o melhor momento para a aborda-
É responsabilidade dos profissionais da área desenvolver estra- gem, pois muitos clientes estão ocupados em certas ocasiões;
tégias sem causar prejuízo ao meio ambiente, ou ao bem-estar da
população. 3. Abordagem
Inicialmente, o vendedor deve saber como saudar o comprador
Venda Pessoal para obter um bom começo de relacionamento. Deve-se mostrar
Percebe-se que dentro dos esforços de comunicação que uma cortesia e evitar distração, como, não os interromper e olhar direta-
empresa pode estabelecer, a literatura de marketing (básica), ge- mente em seus olhos. A apresentação ao cliente deve ser agradável
ralmente, classifica vendas pessoais como uma das ferramentas de e positiva.
comunicação disponíveis, como uma das formas da empresa levar Os tipos de abordagem de vendas classificam-se em: estímu-
sua mensagem aos grupos de consumidores almejados por ela. A los-resposta, estado mental, satisfação de necessidades e solução
venda pessoal é definida como um processo de comunicação pes- de problemas;
soal em que um vendedor identifica e satisfaz às necessidades de
um comprador para o benefício de longo prazo de ambas as partes. A venda estímulo-resposta
O processo de comunicação está na essência de uma venda, no A venda por meio deste tipo de abordagem estímulo-resposta
entanto o seu papel como “distribuidor” de produtos em diversos é uma das mais simples. O vendedor provoca estímulos no cliente
momentos não pode ser ignorado. Salienta-se, dessa forma, a ques- através de um repertório de palavras e ações destinadas a produzir
tão em relação a vendas pessoais como sendo um formato de canal a resposta desejada, que é a compra.
de distribuição, ou seja, eles são agentes responsáveis por levar os
produtos dos fabricantes aos clientes, tornando-os disponíveis. 21 http://estacio.webaula.com.br/BiBlioTECA/Acervo/Complementar/Comple-
mentar_27148.pdf
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Esse é um tipo de abordagem muito utilizada na “venda enlata- pode incluir a preferência por outras marcas, apatia, associações
da” em que o vendedor tem um texto decorado acompanhado de desagradáveis ao vendedor, ideias predeterminadas e aversão a to-
uma série de dramatizações ensaiadas, visando comover o cliente. mar decisões.
Esse tipo de venda nem sempre é bem aceita pelo compra- A resistência lógica relaciona-se com a resistência ao preço
dor que prefere estabelecer diálogo com o vendedor. No entanto, ou não concordância com o prazo de entrega. É necessário que o
qualquer interrupção na representação de venda reduz o impacto vendedor treine exaustivamente suas técnicas de negociação para
emocional. superar essas objeções.
Para lidar melhor com as objeções deve-se atentar para os se-
A venda estado mental guintes aspectos:
A venda com base no estado mental é também conhecida com • Identificar o melhor produto ou serviço da empresa para
AIDA, ou seja, venda que busca despertar no comprador atenção, atender a necessidade do cliente;
interesse, desejo e ação de compra. Nesse caso, a mensagem de • Preparar o roteiro de Apresentação da Solução enfatizando as
vendas deve prover a transição de um estado mental para outro e informações colhidas no cliente;
esse é exatamente a maior dificuldade do método. • Preparar a argumentação dos benefícios decorrentes da so-
lução apresentada;
A venda de satisfação de necessidades • Preparar-se para as objeções do cliente.
O pressuposto básico desse método é de que o cliente compra
produtos ou serviços para satisfazer a uma necessidade específica Os principais tipos de objeção são referidos a seguir:
ou a um elenco de necessidades. Nesse caso, a tarefa do vendedor • Em relação ao vendedor – alguns clientes têm dificuldade em
é identificar necessidades a serem satisfeitas. se relacionar com determinados vendedores. Não vem ao caso que
Para tanto, o vendedor deve utilizar as técnicas de questiona- está com a razão, cabe ao vendedor remover as objeções decorren-
mento para descobrir necessidades para, em seguida, oferecer ma- tes do seu estilo de venda ou da sua postura frente ao cliente;
neiras de satisfazê-las. • Em relação ao produto/serviço – os clientes podem levantar
Nesta técnica é preciso que o vendedor crie um clima amistoso, objeções por terem dúvidas se determinado produto/serviço real-
num ambiente de baixa pressão para obter a confiança do cliente. mente atenderá as suas necessidades. Cabe ao vendedor identificar os
Essa técnica é também chamada de “venda não manipulada”. benefícios que maior relevância terão para a decisão do cliente;
• Em relação ao preço – esta não é necessariamente uma objeção,
A venda de solução de problemas mas um dos fatores da negociação. O vendedor deve retardar ao máxi-
Esta técnica inicia-se com a identificação dos problemas do mo a discussão sobre o preço evitando falar em valores antes de expor
cliente, em seguida, deve ser feito um estudo para encontrar a me- as vantagens e benefícios do produto/serviço ao cliente;
lhor solução e assim atender às expectativas do cliente. • Em relação a mudar de fornecedor – a troca de fornecedor
sempre representa um risco para o comprador e os decisores da
4. Apresentação e demonstração compra. As mudanças internas decorrentes podem afetar o desem-
O vendedor, nesta fase, deve apresentar o produto ao compra- penho da empresa e exigir um período de adaptação ao novo forne-
dor de forma que atraia sua atenção e desperte o desejo de efetuar cedor. Para contornar esta objeção o vendedor precisa de credibili-
a compra. Na apresentação, o vendedor deve realçar os benefícios dade e cuidar pessoalmente para que as primeiras entregas estejam
do produto e mostrar suas principais características que sejam evi- de acordo com o que foi vendido ao cliente;
dentes para a obtenção desses benefícios.
Três estilos diferentes de apresentação são os mais utilizados 6. Fechamento
pelos vendedores: o primeiro e mais antigo é do tipo abordagem Neste estágio, o vendedor tenta fechar a venda, porém, alguns
enlatada, na qual o vendedor já tem em mente toda a sua expo- não chegam ou não obtêm êxito nesse estágio. Por vezes, se sen-
sição que se resume aos pontos básicos do produto, baseia-se no tem sem confiança ou até desconfortáveis em pedir ao cliente que
princípio estímulo-resposta no qual o comprador é o agente passivo assine o pedido.
que pode ser induzido a comprar pelo uso de palavras de estímulo, Os agentes de vendas precisam saber como identificar ações
imagens, termos e ações. Esse tipo de abordagem é utilizado princi- físicas, declarações ou comentários e perguntas dos compradores
palmente na venda porta a porta e por telefone. que sinalizem a hora do fechamento. Existem várias técnicas de
A segunda abordagem planejada também é baseada no prin- fechamento, pode-se solicitar o pedido, recapitular os pontos do
cípio estímulo-resposta, porém o vendedor identifica antecipada- entendimento, perguntar se o comprador tem preferência por A ou
mente as necessidades e o estilo de compra do cliente para depois B, ou até mesmo oferecer incentivos específicos ao comprador para
abordá-lo com uma apresentação planejada. fecha a venda, como preço especial, quantidade extra sem cobrar
A terceira é a abordagem de satisfação de necessidades que ou um brinde.
busca as necessidades reais do cliente. Essa abordagem requer do
vendedor muita habilidade para ouvir e solucionar problemas.
Ele exerce o papel de um experiente consultor de negócios, es- ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL EM VENDAS
perando ajudar o cliente a economizar ou a ganhar mais dinheiro.
De maneira geral, as apresentações podem ser melhoradas com o
auxílio de folhetos, catálogos, slides, DVDs, amostras de produtos e Ética
simulações baseadas em computador; Ética é uma palavra de origem grega “ethos”, que significa ca-
ráter. A ética é a ciência que busca estudar a melhor forma de con-
5. Superação de objeções vívio humano. No convívio social se faz necessário a obediência de
Os clientes, quase sempre, colocam objeções durante a apre- certas normas que visam impedir conflitos e promover a paz social,
sentação de vendas ou quando solicitados a assinar o pedido. A essas são as normas éticas.
resistência pode ser psicológica ou lógica. A resistência psicológica

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Toda sociedade possui preceitos éticos e esses baseiam-se nos • Reduzido número de atributos para que o consumidor ana-
valores e princípios dessa mesma sociedade e influenciam a forma- lise
ção do caráter individual do ser humano que nessa convive. Num primeiro momento, os consumidores tomam a decisão
Tem-se como valores éticos aqueles sobre os quais o homem de compra com base nas opiniões de pessoas de sua confiança ou
exerceu atividade intelectual. Ao estabelecer juízo de valores sobre nas informações do vendedor. Quando se trata da ética na venda
determinadas situações ou coisas o homem está atribuindo a esses pessoal, aborda-se exatamente este tema, já que o vendedor é a
conceitos morais. pessoa em quem o consumidor deseja confiar para decidir pela
compra;
Ética Profissional
A Ética profissional nada mais é do que proceder bem, correto, • Especialização dos serviços
justo, agir direito, sem prejudicar os outros, é estar tranquilo com a Quando se procura um advogado, médico, dentista ou outros
consciência pessoal dentro do ambiente de trabalho. É também agir prestadores de serviços liberais, se acredita naquilo que eles pro-
de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade. fissionais dizem. Assim, antes de fazer a escolha por este ou aque-
A maioria das profissões possuem seu próprio Código de Ética. To- le profissional, buscam-se informações com pessoas de confiança
dos os códigos de ética profissionais, trazem em seu texto a maioria dos para se certificar da idoneidade e credibilidade além da competên-
seguintes princípios: honestidade no trabalho, lealdade na empresa, alto cia profissional;
nível de rendimento, respeito à dignidade humana, segredo profissional,
observação das normas administrativas da empresa e muitos outros. • Tempo decorrido entre o serviço prestado e a avaliação do
Agir corretamente hoje não é só uma questão de consciência. consumidor
É um dos quesitos fundamentais para quem quer ter uma carreira Imagine a seguinte situação: uma pessoa vai até a sua agência
longa e respeitada. bancária e pede para seu gerente uma orientação sobre um inves-
Em escolhas aparentemente simples, muitas carreiras brilhan- timento mensal que complemente sua aposentadoria. Ela só vai sa-
tes podem ser jogadas fora. Atualmente, mais do que nunca, a ati- ber se o conselho do respectivo gerente foi bom quando utilizar o
tude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a di- rendimento do investimento e não antes disso;
ferença entre o seu sucesso e o seu fracasso.
Ter um comportamento ético profissional é uma característica • Falta de padronização no desempenho da prestação de ser-
fundamental, valorize a ética na sua vida e no ambiente de trabalho. viços
Imagine esta situação: uma mulher vai ao salão de beleza e
Ética e Conduta Profissional em Vendas a pessoa com quem habitualmente corta seu cabelo não trabalha
Frequentemente dilemas éticos se apresentam no cotidiano da mais lá. Contudo, um outro profissional é muito bem recomenda-
tomada de decisões. Quando se trata da prestação de serviços, é do e ela decide arriscar, tendo como resultado, um corte de cabelo
bom lembrar que os recursos humanos são fundamentais, pois do desastroso.
comprometimento das pessoas depende o sucesso do negócio22. O que ela faz: corta mais ainda o cabelo? Usa um chapéu? Veja
As próprias características dos serviços: a intangibilidade, a he- que um profissional oferece o mesmo serviço de maneira diferente
terogeneidade e a inseparabilidade, abrem espaço para que opor- de outro.
tunidades antiéticas se manifestem colocando em prova o discerni- A falta de padrão implica um risco, portanto, a busca de infor-
mento dos profissionais deste setor. A intangibilidade diz respeito mações é imprescindível antes escolha do profissional;
ao fato de o consumidor não poder ver nem tocar o serviço.
Isso dificulta sua avaliação sobre a qualidade do serviço entre- • Prestação do serviço fora do ambiente físico com o qual
gue, pois não consegue vê-lo, senti-lo, nem tocá-lo, portanto fica profissionais mantêm vínculo
difícil comparar o prometido com o entregue. A heterogeneidade Utilizaremos a seguinte situação como exemplo: Alguém leva
acontece porque diferentes pessoas estão envolvidas no atendi- seu computador para consertar em uma empresa especializada,
mento aos consumidores e, portanto, oferecendo serviços de ma- onde o técnico que fez o orçamento do equipamento se oferece
neiras diferentes apesar do treinamento e do controle de qualidade. para fazer o serviço após o expediente, em sua residência, cobran-
Assim, cada uma destas pessoas vai oferecer o serviço de acor- do menos do que se fizesse pela empresa.
do com sua percepção sobre ele, considerando seus hábitos, sua Inicialmente, acredita-se que se beneficiará, pois pagará me-
cultura, a educação que trouxe da família, muito embora a empresa nos. Porém, quando o técnico chega à sua casa, ele encontra outros
ofereça treinamento buscando a padronização. A inseparabilidade problemas no computador, sugere troca de novas peças e novas
é a característica que indica a conexão entre o consumidor e o ser- configurações.
viço cuja prestação ele presencia. Em pouco tempo, a pessoa precisa chamá-lo novamente. Em
Observe que isso não ocorre com um produto, pois não se as- geral, as empresas prestadoras de serviço têm um acordo ético com
siste à fabricação do produto que consome, mas se vê a prestação seus funcionários para que isto não ocorra;
do serviço que adquiriu: o conserto do carro, a manutenção do
computador, o corte de cabelo, etc. • Variabilidade do desempenho
A participação das pessoas que prestam serviços bem como do
Condutas antiéticas em serviços próprio consumidor, fazem com que seja difícil sua a padronização
As características de serviços criam oportunidades para a con- e o controle de qualidade. Por exemplo, em uma mesma oficina
duta antiética das pessoas que trabalham neste setor. Abaixo se- mecânica encontram-se profissionais com a mesma formação, ex-
guem algumas fontes que originam esta conduta antiética: periência e treinamento, mas que executam o mesmo serviço de
diferentes maneiras e com disposição diferente;

22 http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/proeja/etica_rel_interp.pdf
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a solução para o seu concurso!
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
• Recompensas oferecidas aos funcionários com base no re- A comunicabilidade, porém, diz respeito a uma qualidade co-
sultado e não na qualidade municável, à facilidade de se expressar e transmitir uma mensagem
Como exemplo, uma empresa de TV a cabo oferece bônus aos clara, a fim de que o receptor dela a compreenda. Pode ser entendi-
funcionários que atenderem maior número de chamados corre do como uma otimização do ato de comunicar em que a mensagem
o risco de perder a qualidade do serviço prestado, pois os profis- em questão é realizada de maneira eficaz, correta e rápida.
sionais vão preferir atender rapidamente um consumidor para ter A forma como as palavras são dispostas em uma frase, a ento-
tempo de visitar outra residência. O nível de qualidade cai e, conse- nação usada, a dicção, a pronúncia das palavras e até o pouco co-
quentemente a satisfação do cliente também. nhecimento de um idioma podem prejudicar a formulação de uma
mensagem, que dirá a compreensão desta uma vez que é comuni-
• Necessidade da participação do consumidor no serviço pres- cada ao público. Um claro exemplo disto é a comunicação entre um
tado falante básico ou intermediário de espanhol ou inglês em relação à
Imagine que uma pessoa está indo comprar um computador. um falante nativo; é provável que o primeiro vá encontrar dificulda-
Para escolher o melhor equipamento, ela depende das orientações de de se comunicar com o segundo não apenas por não dominar a
do vendedor. língua, mas por não saber como transmitir a mensagem adequada-
Além disso, é preciso que ele a ensine a utilizar os benefícios mente. O mesmo acontece com o próprio português quando não
que este equipamento oferece. A pessoa vai para casa, mas tem usado de maneira adequada.
dúvidas e telefona. Seja na comunicação oral (fala), na comunicação escrita (tex-
De maneira nenhuma o vendedor pode acreditar que uma vez tos, e-mails, chats) ou em termos de comunicação acessível (comu-
entregue o computador, a venda está concluída, pois ele depende nicação adequada para surdos, mudos, deficientes etc), a efetiva
das boas referências do cliente atendido para que efetue outras comunicabilidade de uma mensagem estabelece laços com o públi-
vendas. Por outro lado, como o vendedor pode controlar a habilida- co, o qual se importa com transparência e veracidade das informa-
de do consumidor em lidar com um computador? ções, bem como a clareza e concisão do que recebe.
Algumas pessoas têm mais facilidade, aprendem mais rápido.
Outras, precisam de mais dedicação e, neste caso, há mais proba- Apresentação
bilidades de haver descontentamento se o vendedor não for muito Antes mesmo de apresentar-se diante do público, o indivíduo
paciente. deve se preparar. Uma presença marcante pode ter impactos ex-
tremamente positivos na comunicação com possíveis clientes e
colaboradores. A postura física, um corpo ereto, diz muito sobre
PADRÕES DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS sua própria autoestima e confiança, o que influencia diretamente
CLIENTES. SATISFAÇÃO, VALOR E RETENÇÃO DE CLIEN- na imagem da empresa a qual você representa. Uma boa aparên-
TES cia, um bom vestuário, adequado ao tipo de público e à empresa
em que se trabalha, bem como boa higiene pessoal (cuidados com
cabelos, barba, maquiagem, unhas, hálito etc) são imprescindíveis
Quando se trabalha com pessoas, é preciso ter em mente al- para causar uma boa primeira impressão.
guns comportamentos e requisitos importantes não apenas para O nome próprio, as credenciais e demais informações passadas
comunicar uma mensagem ao seu público, mas também para me- pelo público são importantes, mas não passam de meras formalida-
diar, facilitar, agilizar e impactar positivamente a forma como este des se não acompanhadas de cortesia, empatia e interesse mútuo.
recebe a mensagem através de seu emissor. Aprender o nome do outro, sorrir, ser simpático e cordial durante
Muitos fatores impactam a vida de pessoas no atendimento ao uma apresentação entusiasmada é valoroso e pode conquistar o
ciente, as experiências ruins podem perpetuar a má reputação de público antes mesmo da mensagem principal ser veiculada, o que
uma corporação, mas um bom atendimento atrai e encanta, facili- diz muito sobre a percepção humana sobre o outro. Tratar as pes-
tando relacionamentos e auxiliando todo e qualquer empreendi- soas com respeito é básico, mas pode se fazer necessário adequar
mento. à sua linguagem para não confundir ou gerar mal entendidos que
Todo tipo de interação deve ser pensada e devidamente estu- possam ser confundidos com ofensas ou depreciações; dependen-
dada, antes mesmo de iniciar um primeiro contato com o público, do do ambiente, gírias e expressões mais informais não cabem, em
pois pequenos detalhes fazem a diferença, desde a forma como o outros, porém, um linguajar mais informal aproxima o indivíduo de
colaborador se porta, sua aparência física, sua dicção e comunica- seu público.
ção não-verbal até a sua atenção e cortesia, a objetividade de sua De todo modo, apresentar-se tem a ver com mais do que ape-
mensagem e a empatia para com o outro. nas o “olá” inicial. Vai além do aperto de mão, que deve ser firme e
confiante. Vai além do sorriso e de uma boa aparência. Diz respeito
Comunicabilidade a importar-se com o outro a ponto de ser sua melhor versão e es-
Comunicamos mensagens todos os dias, a todo momento aos tar em seu melhor estado. Um outro fator de extrema importância
que estão ao redor. Seja através das expressões faciais, dos gestos, é a pontualidade, ao chegar com antecedência, você se apresenta
de palavras ou de sons. Estas mensagens podem ser emitidas e como um indivíduo comprometido e sério que se importa com o
transmitidas de maneira intencional ou não-intencional, pois é algo tempo disponibilizado pelo outro para ouvi-lo.
que realizamos naturalmente todos os dias. Pense da seguinte for-
ma: se alguém está de testa franzida e sobrancelhas arqueadas, de Atenção
expressão séria e áspera, a mensagem que o indivíduo transmite, Ser atento está ligado a ter olhos para os detalhes e ter ouvidos
ainda que de forma não verbal, assemelha-se às emoções as quais abertos para o outro. Prestar atenção no que o outro diz, oferecer
correlacionamos àquela expressão facial, raiva, tristeza, preocupa- ajuda, observar a forma como o público se comunica ou reage dian-
ção, entre outras do mesmo gênero. Por outro lado, estamos o tem- te do que você propõe é primordial para estabelecer relação e até
po todo expressando e comunicando mensagens verbais àqueles relacionamento com ele. Um atendente sempre fica em evidencia e
com quem convivemos de forma natural e cotidiana. os olhos ou ouvidos se voltam para ele quase que completamente
durante seu trabalho. Sendo assim, olhar nos olhos e demonstrar

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
interesse no público, colocando-se em seu lugar e fazendo com que comodidades dos espaços disponíveis, como banheiros, lavadou-
ele perceba que ele está sendo compreendido, são técnicas que ros, cantinas, entre outros, podem fazer com que o cliente se sinta à
ajudam o próprio colaborador ou atendente a identificar o que seu vontade e veja a forma ativa como o atendente se preta à atende-lo.
público espera, deseja, sente e se ele está ou não aberto ao que se
está comunicando. Eficiência
Uma boa comunicação é feita quando emissor e receptor da Trabalhar com eficiência significa ser capaz, competente, pro-
mensagem invertem papéis em diversos momentos, tomando um dutivo e conseguir bons resultados ou rendimentos de acordo com
o lugar do outro diante da prática comunicativa. No entanto, duran- o esperado, possivelmente ultrapassando as expectativas. Para ex-
te o atendimento ao público, é possível que uma parte seja muito ceder no atendimento ao público é necessário ser eficiente, ser prá-
mais ativa que a outra neste processo. É, porém dever do atendente tico na hora de comunicar e transmitir as informações, mas paciente
mediar esta situação e tomar posição de falante ativo, quando ne- o suficiente a ponto de deixar o público confortável e tranquilo, sa-
cessário, mas recuando para ser um bom ouvinte das necessidades bendo que está em boas mãos e pode se expressar honestamente.
do cliente, em outros momentos, a fim de ser um bom solucionador A capacidade de atender e satisfazer muitos clientes é também
de problemas. Estar atento ao andamento da conversa é de suma uma qualidade de quem trabalha com eficiência. Realizar uma ta-
importância. refa com o menor número de recursos possíveis no menor inter-
valo de tempo, com o menor índice de investimento ou dinheiro é
Cortesia eficiência ao máximo. Nem sempre é possível ticar todas as caixas
A cortesia é um atributo de todo homem ou mulher civiliza- e ser cem por cento eficiente, isso por causa da inexperiência do
do. E quanto ao termo civilizado, este não se propõe aqui como profissional ou porque cada caso é único e complexo e o público
um contraponto ao selvagem, pois até mesmo animais selvagens vai se modificando, entretanto, quando se combina, conhecimento,
sabem agir de forma cortês, mas sim à ideia da educação não es- preparo e experiências as chances de se realizar um atendimento
colar, ligada aos bons modos e à forma de se portar. A polidez no eficiente e ágil são muito maiores.
trato, nas palavras e na maneira de pronunciar palavras e opiniões,
a amabilidade e a compreensão são adjetivos que qualificam um Tolerância
excelente profissional. A capacidade de tolerância de um atendente irá dizer muito a
Atender o público não é fácil; ouvem-se mil e uma histórias de respeito de sua profissionalidade e sua aptidão em exercer a função
clientes rudes, grosseiros e hostis que fazem funcionários saírem a que foi designado. Nem sempre é fácil lidar com outras pessoas,
chorando diante de tamanha grosseria ou até chorando por conta opiniões diferentes, insatisfações, problemas pessoais, tempera-
da pressão que pode existir neste trabalho. Deve-se, porém, ter em mento, entre outros aspectos perfeitamente naturais e humanos
mente que ainda que o outro lado, o lado do público, não se porte do cotidiano podem interferir na forma como as pessoas se comuni-
de uma maneira adequada, o colaborador reflete a imagem da em- cam e expressam suas necessidades. Ter em mente que as diferen-
presa e é responsável por parte de sua credibilidade. Ao ser cortês, ças não são impedimentos para realizar uma comunicação efetiva é
prestativo, educado e gentil, o indivíduo se coloca em uma posição o primeiro passo para se tornar um ser humano e um profissional
sublime que transpassa confiança capaz de rebater e constranger tolerante e respeitoso.
emissores de grosserias e rudezas. Gentiliza gera gentileza. Ainda que seja difícil se controlar diante de uma afirmação
equivocada por parte do cliente, deve-se ter em mente que para
Interesse ele esta pode ser a verdade e que não se deve perder a paciên-
Atrelado à atenção, o interesse é expresso durante a comuni- cia, muito menos agir de forma grosseira ao corrigi-lo ou indicar
cação com o público. Um dos elementos cruciais a se atentar em outras opções e alternativas, mas aceitar a realidade. Em muitas
questão de interesse são as expressões faciais, elas demonstram empresas, adota-se o lema “eu entendo” entre os atendentes como
nossas emoções internas de modo involuntário e podem denunciar um exercício de empatia no atendimento, pois muitas vezes não é
uma atitude falsa ou errônea. Enquanto suas palavras dizem “claro, possível compreender muito bem o cliente, mas é possível agir com
você está certo, isto é super importante”, uma expressão facial ou tolerância e aceitar o que o outro diz em prol da paz, evitando con-
postura que claramente indicam descaso e desinteresse podem de- flitos desnecessários onde eles se veem iminentes.
nunciá-lo e colocar em jogo a confiabilidade da empresa, deixando
o cliente inseguro diante de suas necessidades, fazendo inclusive Discrição
com que ele se questione sobre a importância do que fala ou so- Diante das informações trocadas ali entre cliente e atendente,
bre o interesse da empresa diante de seu problema, contestação ou deve haver respeito. Por vezes, não se deve expor todos os proce-
descontentamento. dimentos da empresa ao cliente, pois existem processos que são
O interesse demonstrado pelo cliente não deve vir apenas sigilosos, restritos aos funcionários e aos colaboradores. Do lado
quando a empresa ou os colaboradores são cobertos de elogios, do público, por sua vez, também existem informações e dados dos
mas em momentos de críticas também. As críticas e reclamações clientes que devem ser sigilados ou resguardados, estabelecendo
são importantes para a evolução da empresa como um todo. De- uma relação de confiança entre empresa e cliente, sendo o aten-
monstrar verdadeiro interesse e de fato atentar-se ao público é um dente o mediador desta relação.
desafio que vale a pena. Não basta conhecer um produto ou um
serviço para realizar um bom atendimento, mas demonstrar inte- Conduta
resse no que seu público precisa e deseja. Conduta se refere ao modo de agir, ao comportamento de um
indivíduo. A maneira como o ser humano se porta, vive e age no tra-
Presteza balho deve ser adequada às normas, valores e ideias da empresa.
Ser proativo e prestativo ao realizar um serviço, ainda mais Se uma empresa espera que seus funcionários sejam pontuais e o
quando se trata de seres humanos, é uma qualidade louvável. Tem- funcionário se atrasa para o trabalho todos os dias, sua conduta não
pos de espera muito longos em salas de bate-papo, chats, telefone- está adequada ao que a empresa espera dele.
mas ou mesmo pessoalmente podem cansar o cliente e passar uma
má impressão de descaso. Servir café, chá, água, indicar e oferecer

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
A conduta de um colaborador, de um atendente, age como o → Marketplaces
espelho da própria empresa, pois ele carrega a imagem física real Os Marketplaces podem ser considerados grandes shoppings
de uma marca, um nome ou um serviço, estes não possuem um virtuais pois reúnem diversos fornecedores e os conectam direta-
rosto, nem emoções, nem comportamentos, mas o funcionário sim mente com seus clientes. De formal geral, um marketplace reúne
e por isso ele representa a instituição em que trabalha. O cliente diferentes tipos de produtos e serviços com o objetivo de atingir o
pode não fazer distinção entre uma má postura de um único funcio- maior número de clientes possíveis.
nário e de toda a empresa, o que pode manchar a sua reputação e Alguns dos mais conhecidos no Brasil são: Magazine Luiza,
fazer com que ela perca clientes diante da sua falta de credibilidade, Mercado Livre, Americanas, Netshoes, entre outros. Porém, exis-
tudo isso pois seu colaborador não se portou adequadamente, não tem também marketplaces especializados em determinados seg-
agiu de maneira correta, com boas intenções, com ética e de forma mentos, por exemplo: Elo 7 (produtos artesanais), Helpie e Get Nin-
respeitosa. jas (serviços gerais);

Objetividade → Whatsapp
Para a comunicação entre duas partes ser feita de forma efetiva Não se pode negar que esse aplicativo tornou a comunicação
é preciso que ela seja clara e objetiva. Objetividade diz respeito a entre pessoas muito mais fácil, veloz e versátil. Se antes mesmo da
comunicar de tal modo que se atinja um alvo, sem rodeios. Esta é Pandemia, o aplicativo de mensagens já era massivamente utiliza-
uma característica que deve estar presente durante o atendimento do, por conta do distanciamento social e medidas de restrição ao
ao cliente pois guia a comunicação em direção a um objetivo. atendimento presencial, estimularam ainda mais seu uso.
Pense em um cliente que tem alguma insatisfação em relação Além das próprias mensagens, o aplicativo oferece recursos
à um produto vendido por uma empresa. Este cliente, ao ligar para como chamada de voz, vídeo (individualmente ou em grupo), ver-
um SAC (serviço de atendimento ao cliente), por exemplo, deseja são para negócios, envio de arquivos, mensagens automáticas,
expressar a sua insatisfação à empresa não para desabafar seu des- catálogo de produtos, entre tantas outras, inovando ainda mais,
contentamento de forma gratuita, mas a fim de a empresa possa recentemente, com a possiblidade de realização de pagamentos
intervir, compreendendo sua função como solucionadora de pro- através dele;
blemas, tendo em mente a necessidade de manter laços entre a
empresa e o consumidor em prol de suas vendas, de sua reputação → Lojas Virtuais
e seu sucesso. Muitas desenvolvedoras de plataformas criaram opções dire-
Neste exemplo, o atendente, por sua vez, deve ter objetividade cionadas para pequenos negócios, com os principais serviços (ca-
enquanto comunica ao público as opções existentes e a disposição dastro de produtos, preços, transação financeira, entre outros),
da empresa a qual representa em solucionar a questão, de modo porém com preços mais acessíveis. Ter uma loja virtual própria se
que não restem dúvidas por parte do cliente, sem deixar nenhuma tornou ainda mais possível para empreendedores de pequenas em-
mensagem ambígua, o que pode gerar um grande mal-entendido, presas;
prejudicial para todas as partes. Quantas vezes não ouvimos falar
de informações erradas ou mal expressadas por parte de atenden- → Redes Sociais
tes que prejudicaram empresas inteiras? Este tipo de ocorrência Estar presente nelas é quase uma obrigação, mas adotá-las
não deve acontecer de forma alguma, pois coloca em risco todo um como canais de vendas foi novidade para muitos empreendedores
grupo de profissionais. em 2020. A maior parte delas passou a oferecer recursos de exposi-
ção, relacionamento e até mesmo para concretizar vendas.
As principais ainda continuam sendo Facebook, Instagram,
UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS PARA VENDAS. TE- Youtube e Whatsapp. Mas uma nova rede vem ganhando cada vez
LEMARKETING mais espaço, especialmente, entre os mais jovens, que o Tik Tok.
Essa talvez seja a melhor combinação: estar presente em todos
os momentos do consumidor. Foi possível notar que a integração
Embora a Pandemia do COVID-19 ainda esteja ocasionando entre canais físicos e digitais chamaram muito atenção e aprimora-
uma grande reviravolta nos mercados, algumas novidades que ela ram a experiência de consumo.
trouxe foram desafiadoras, porém, se mostram como oportunida- Alguns exemplos interessantes foram: drive thru (comprar e
des a serem aproveitadas. A comercialização, por exemplo, se mos- retirar sem sair do próprio carro), delivery (compra por aplicativo
trou ainda mais dinâmica por conta da forma de vender e entregar ou telefone com recebimento no endereço informado) e o clique
produtos e serviços de forma remota23. e retire (compra através de loja virtual ou aplicativo e retirada em
Canais de Vendas são meios que os negócios utilizam para co- algum ponto físico).
mercializar e entregar seus produtos e serviços aos clientes. São
muitas as possibilidades, mas algumas das mais conhecidas são:
loja física e virtual, quiosque em centro comercial, telefone, correio, COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO
distribuidores, franquias, marketplaces, aplicativos, entre outros. COM VENDAS E NEGOCIAÇÃO
De forma geral, os canais remotos (à distância) foram os prin-
cipais protagonistas, que se destacaram com a Pandemia do CO-
VID-19. De fato, contar com a facilidade, flexibilidade e segurança Observa-se a tamanha importância do comportamento do con-
foi essencial para os consumidores experimentarem e adotarem sumidor ao se concluir que é o mesmo que determina a decisão de
alguns deles. compra de um cliente. E para que se atenda alguma necessidade
Em especial, destacaram-se: específica dos clientes, é necessário que se entenda corretamente
23 https://sebraeseunegocio.com.br/wp-content/uploads/ qual é essa necessidade.
ebook_canais_de_vendas_v1.pdf?utm_campaign=Inbound+Mk- Faz-se necessário se conhecer a fundo o que quer o público,
t+2021&utm_content=E-book+Canais+de+Venda+2020+%281%29&utm_ quais são suas aspirações, seus desejos, seus valores; em suma,
medium=email&utm_source=EmailMarketing&utm_term=Inbound+Mkt+2021_ precisa se ter uma ideia bem precisa do comportamento do con-
MEI_Os+Canais+de+Vendas+que+se+Consagraram+em+2020
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a solução para o seu concurso!
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
sumidor. Porém, sabe-se que essa é uma tarefa que, nos tempos servem como marco para atitudes ou comportamentos específicos
atuais, de mudanças sociais, econômicas, culturais e tecnológicas que para indivíduos nas compras ou decisões de compra, permitindo
ocorrem numa velocidade vertiginosa, vira um grande desafio, visto que pessoas ou grupos sirvam como ponto de comparação.
que aquilo que funcionava ontem talvez já não seja efetivo hoje. Uma das principais variáveis dos fatores sociais são os grupos
Mas felizmente também existem vários recursos que podem de referência e os mesmos se dividem em primários (família, ami-
auxiliar a acompanhar de perto o comportamento do consumidor. gos, vizinhos e colegas de trabalho), secundários (grupos religiosos
Na atualidade é de extrema relevância conhecer, estudar e moni- e profissionais de classe), aspiração (grupos onde a pessoa espera
torar constantemente o comportamento dos consumidores, pois, pertencer) e dissociação (grupos com valores ou comportamentos
com essa preocupação, os profissionais de marketing e gestores que a pessoa rejeita). Dentre os grupos de referência, salienta-se
empresariais podem detectar oportunidades e ameaças aos seus que talvez o grupo familiar seja o mais importante determinante de
negócios com a possível insatisfação ou recusa de seus clientes24. comportamento do consumidor, devido à estreita e contínua inte-
Na análise detalhada dos diversos comportamentos dos con- ração entre os seus membros.
sumidores, é possível visar as melhores estratégias de lançamento de Uma pessoa participa de muitos grupos e a posição dessa pes-
um produto ou a melhor forma de atacar na divulgação de um serviço, soa em cada grupo pode ser definida em termos de papéis e status.
para que com isso, aconteça a relação que dar sentido ao trabalho dos Dependendo da atividade que uma pessoa possui ou desenvolva
profissionais da área de marketing, que dispõe da troca entre empresa ela possui mais status que outras, sendo assim as pessoas escolhem
e cliente, de forma a satisfazer as necessidades de ambos. O intuito produtos que comunicam seus papéis e status na sociedade.
principal é ter clientes envolvidos com o que se oferta.
Clientes envolvidos são menos sensíveis as variações dos pre- → Fator Pessoal
ços, pois são consumidores que já conhecem o produto ou serviço As necessidades dos consumidores e a capacidade de satisfazer
da empresa, sendo assim, de forma hipotética, se a organização au- essas necessidades mudam de acordo com as influências, mas a pe-
mentar o preço do produto que eles compram, por já conhecerem sar de suas limitações, o ciclo de vida pessoal é um ponto de partida
esses produtos, estes consumidores envolvidos terão mais chances útil para identificar de que maneira as necessidades mudam, para
de aceitar esse novo preço ofertado. Diferentemente de clientes assim, utilizar disso como boas influências no processo de compra.
que estão em contato pela primeira vez com o mesmo produto que Cada consumidor reage de forma distinta sob estímulos idênticos.
por não conhecer, será mais sensível a essa variação de preço. A estrutura do conhecimento opinião ou crença, acerca do am-
A análise do comportamento do consumidor é a investigação
biente e de si próprios, leva os consumidores a agir cada um de
detalhada do processo vivido pelos consumidores no momento em
maneira desigual. Pessoas originárias da mesma subcultura, classe
que decidem empregar ou não recursos disponíveis na aquisição de
social e ocupação podem ter diferentes estilos de vida, portanto, ti-
itens. É o estudo das motivações que levam as pessoas a consumir
um produto ou um serviço. pos de consumos diferentes. Ao profissional de marketing, exige-se,
Em teoria, a análise leva em conta elementos da psicologia, da está atento as características de seus clientes para assertividade no
sociologia, da economia e da antropologia social para tentar enten- ataque dos mesmos.
der o processo de tomada de decisão do comprador, seja individual-
mente, seja em grupo. Esta análise costuma ser realizada por meio → Fator Psicológico
da observação de três questões mais centrais, vejamos: O entendimento do comportamento humano se faz através do
diagnóstico de suas necessidades, visto que todo o processo de toma-
→ Fator Cultural da de decisão baseia-se na percepção das necessidades satisfeitas. As
Considera-se a cultura como a acumulação de significados, necessidades psicológicas surgem de estados de tensão psicológicos,
rituais, normas e tradições compartilhadas entre os membros de como necessidades de reconhecimento, valor ou integração.
uma organização; é a lente através das quais as pessoas enxergam Uma necessidade passa a ser um motivo quando alcança um
os produtos. O convívio cultural é visto como a personalidade de determinado nível de intensidade. Um motivo é uma necessidade
uma sociedade evidenciando e assimilando aprendizados, valores que é suficientemente importante para levar a pessoa a agir, a ma-
percepções e preferências de uma organização ou sociedade. neira como ela age é influenciada pela percepção que ela tem da
Nela inclui-se grupos com seus próprios modos de compor- situação.
tamento, e classe social, que são pessoas com valores, interesses
e comportamentos similares. Assim, um entendimento das várias → Motivação
culturas, de uma sociedade, ajuda os profissionais de marketing a A motivação é uma força interior que se modifica a cada mo-
prever a aceitação dos seus produtos/serviços pelo consumidor. mento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos
Os valores culturais são intensos, portanto, através de uma de um indivíduo. Dessa forma, quando se diz que a motivação é
compreensão cultural pode-se melhorar a eficácia das vendas e a algo interior, ou seja, que está dentro de cada pessoa de forma par-
ascensão de produtos ao mercado. Assim sendo, os profissionais ticular, erra-se em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois
de marketing têm maior probabilidade de sucesso quando agradam ninguém é capaz de fazê-lo.
aos valores culturais de grupos. Existem pessoas que pregam a automotivação, mas tal termo é
erroneamente empregado, já que a motivação é uma força intrínse-
→ Fator Social ca, ou seja, interior. O homem se motiva quando suas necessidades
Determinados fatores como os grupos de referência, família, são todas supridas de forma hierárquica.
amigos, papéis sociais e status exercem alto grau de influência sobre As necessidades básicas devem ser saciadas primeiro, no alicer-
as pessoas. Do ponto de vista de marketing os grupos de referência ce das necessidades antes de subir ao nível mais alto como a autor-
realização. Segundo a Pirâmide de Maslow, as pessoas necessitam
24 Carmen Beatriz Miranda Portela. O Marketing e o Comportamento do
preencher um degrau de cada vez, porém, cada indivíduo pode sen-
Consumidor. PUC/SP – MBA EM MARKETING. Comportamento do consumidor: tir necessidades acima das que está executando ou abaixo, o que
entendê-lo bem significa entregar melhor, 2015. quer dizer que o processo não é engessado, e sim flexível.
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a solução para o seu concurso!
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
Maslow entendia a motivação humana como uma pirâmide • Busca de Informações: o consumidor interessado tende a
hierárquica de cinco necessidades: buscar mais informações. Podendo distinguir entre dois níveis de
1. Necessidades básicas: na base da pirâmide se encontram as interesse, o de busca moderada ou de grande interesse;
necessidades fundamentais, aquelas que são necessárias para a so- • Avaliação de Alternativas: com base nas informações coleta-
brevivência, como comer, dormir ou respirar; das, os consumidores identificam e avaliam maneiras de satisfazer
2. Necessidades de segurança: no 2° degrau estão as neces- suas necessidades e desejos;
sidades de estabilidade. Como por exemplo, se almejar uma vida • Decisão de Compra: depois de considerar as opções pos-
estável, um emprego, uma casa segura, um plano de saúde, etc.; síveis, os consumidores podem fazer uma compra. Essa etapa de
3. Necessidades afetivas: no próximo degrau da pirâmide está decisão de compra inclui decidir fazer ou não a compra e, no pri-
a necessidade de aceitação. Deseja-se ser amado e acolhido, an- meiro caso, o que, onde, quando comprar e como pagar;
seia-se por fazer parte de um grupo ou equipe, de ter amigos ou • Comportamento Pós-Compra: depois de adquirir o produto,
alguém especial ao lado. os consumidores avaliam formal e informalmente o resultado da
4. Necessidade de autoestima: no 4° degrau está a necessida- compra. Em particular, eles consideram se ficaram satisfeitos com
de de reconhecimento pelo que se faz; a experiência de compra e com o bem ou serviço que adquiriram.
5. Necessidades de autorrealização: no topo da pirâmide se
encontra aquilo que se busca ter ou realizar. A tentativa de entender o comportamento de compra recebe
vários nomes: mapeamento do sistema de consumo, do ciclo de
Tomando a motivação para o âmbito da influência no ato da atividade do cliente ou do cenário do cliente. Entender o compor-
compra, vê-se que, para que o processo de compra aconteça com tamento do comprador em cada etapa, assim como as influências
melhor precisão é preciso que o consumidor esteja motivado a que ele recebe é a obrigação do profissional de marketing.
comprar ou que a compra lhe traga essa motivação. Ver as atitudes dos outros, os fatores situacionais imprevistos
e o risco percebido podem afetar a decisão de compra, bem como
Influência na Compra os níveis de satisfação pós-compra e as ações pós compra por par-
Uma pessoa motivada está pronta para agir. A maneira como te da empresa.
uma pessoa motivada realmente age é influenciada pela percepção
que ela tem da situação. Comportamento do consumidor e a comunicação do Marke-
Percepção é o processo por meio do qual alguém seleciona, ting
organiza e interpreta as informações recebidas para criar uma ima- O profissional de marketing deve compreender os elementos
gem significativa do mundo. A percepção depende não apenas de fundamentais da comunicação eficaz. O processo de comunica-
estímulos físicos, mas também da relação desses estímulos com o ção compõe-se de nove elementos: emissor, receptor, mensagem,
ambiente e das condições internas da pessoa. meio, codificação, decodificação, feedback e ruído.
No Marketing, as percepções são mais importantes do que a Para transmitir mensagens, os profissionais de marketing pre-
realidade, visto que é a percepção que de fato influencia o compor- cisam codificar suas mensagens levando em consideração o modo
tamento de compra do consumidor. As pessoas podem ter diferen- como o público-alvo as decodifica. Precisam também as transmi-
tes percepções do mesmo objeto devido a três processos: atenção tir por meio de veículos de comunicação eficazes que alcancem o
seletiva, distorção seletiva e retenção seletiva. público-alvo e desenvolver canais de feedback para monitorar a
Estima-se que uma pessoa é exposta em média a mais de 1.500 resposta.
anúncios ou comunicações de marca por dia, como não é possível A resposta do consumidor a uma comunicação pode quase
prestar atenção em todos, a maioria dos estímulos é filtrada, que sempre ser configurada seguindo uma hierarquia de respostas e a
é o processo chamado atenção seletiva. Mesmo os estímulos que sequência: aprender, sentir e agir.
chamam a atenção nem sempre atuam da forma como os emisso- Os modelos do processo de comunicação servem para dina-
res da mensagem esperam. mizar os fatores de comunicação de forma eficaz, fazendo com
A distorção seletiva é a tendência que se tem de transformar a que as empresas consigam identificar a melhor forma de com-
informação em significados pessoais e interpretá-la de modo que preender as necessidades do consumidor. A ampla gama de ferra-
se adapte aos prejulgamentos. As pessoas esquecem muito do que mentas de comunicação, mensagens e públicos torna obrigatório
veem, mas tendem a reter informações que confirmam suas cren- que as empresas se encaminhem para uma comunicação integra-
ças e atitudes. da de marketing.
Por causa da retenção seletiva, todos são propensos a lembrar É preciso adotar a visão do consumidor para compreender
os pontos positivos mencionados a respeito de um produto de que plenamente todas as diferentes formas pelas quais a comunicação
gosta e a esquecer os pontos positivos expostos a respeito de pro- pode influenciar seu comportamento cotidiano, e consequente-
dutos concorrentes. mente obter o resultado planejado desde o início do processo de
divulgação do produto e/ou serviço.
O Processo de Decisão de Compra
Esse processo psicológico básico é de grande ajuda para en-
tender como os consumidores tomam suas decisões de compra.
Estudiosos do marketing desenvolvem um modelo de etapas para
o processo de decisão de compra, onde o consumidor passa pelas
cinco etapas elencadas abaixo:
• Reconhecimento do Problema: o processo de compra come-
ça quando o comprador reconhece um problema ou uma necessi-
dade. A necessidade pode ser provocada por estímulos internos ou
externos;
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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
III - prestação, de forma clara e precisa, das informações neces-
POLÍTICA DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE: RE- sárias à livre escolha e à tomada de decisões por parte de clientes
SOLUÇÃO CMN N° 4.949, DE 30 DE SETEMBRO DE 2021 e usuários, explicitando, inclusive, direitos e deveres, responsabili-
dades, custos ou ônus, penalidades e eventuais riscos existentes na
execução de operações e na prestação de serviços;
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.949, DE 30 DE SETEMBRO DE 2021 IV - utilização de redação clara, objetiva e adequada à natureza
e à complexidade da operação ou do serviço, em contratos, recibos,
Dispõe sobre princípios e procedimentos a serem adotados no extratos, comprovantes e documentos destinados ao público, de
relacionamento com clientes e usuários de produtos e de serviços. forma a permitir o entendimento do conteúdo e a identificação de
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais condições;
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá- V - identificação dos usuários finais beneficiários de pagamento
rio Nacional, em sessão realizada em 30 de setembro de 2021, com ou transferência em demonstrativos e extratos de contas de depó-
base nos arts. 4º, inciso VIII, da referida Lei, 7º e 23, alínea “a”, da sitos e contas de pagamento pré-paga, inclusive nas situações em
Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974, e 1º, § 1º, da Lei Comple- que o serviço de pagamento envolver instituições participantes de
mentar nº 130, de 17 de abril de 2009, resolveu: diferentes arranjos de pagamento;
VI - encaminhamento de instrumento de pagamento ao domi-
CAPÍTULO I cílio do cliente ou usuário ou a sua habilitação somente em decor-
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO rência de sua expressa solicitação ou autorização; e
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre princípios e procedimentos VII - tempestividade e inexistência de barreiras, critérios ou
a serem adotados no relacionamento com clientes e usuários de procedimentos desarrazoados para:
produtos e de serviços pelas instituições financeiras e demais insti- a) o atendimento a demandas de clientes e usuários, incluindo
tuições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. o fornecimento de contratos, recibos, extratos, comprovantes e ou-
§ 1º O disposto nesta Resolução não se aplica às administrado- tros documentos e informações relativos a operações e a serviços;
ras de consórcio e às instituições de pagamento, que devem seguir b) a extinção da relação contratual relativa a produtos e servi-
as normas editadas pelo Banco Central do Brasil no exercício de sua ços, incluindo o cancelamento de contratos; e
competência legal. c) a transferência de relacionamento para outra instituição, se
§ 2º Para efeito desta Resolução, o relacionamento com clien- aplicável.
tes e usuários abrange as fases de pré-contratação, de contratação
e de pós-contratação de produtos e de serviços. SEÇÃO II
DO ATENDIMENTO PRESENCIAL A CLIENTES OU USUÁRIOS
CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS Art. 5º É vedado às instituições referidas no art. 1º impedir o
Art. 2º As instituições de que trata o art. 1º, no relacionamento acesso, recusar, dificultar ou impor restrição ao atendimento pre-
com clientes e usuários de produtos e de serviços, devem conduzir sencial em suas dependências, inclusive em guichês de caixa, a
suas atividades com observância de princípios de ética, responsabi- clientes ou usuários de produtos e de serviços, mesmo quando dis-
lidade, transparência e diligência, propiciando a convergência de in- ponível o atendimento em outros canais.
teresses e a consolidação de imagem institucional de credibilidade, § 1º O disposto no caput não se aplica:
segurança e competência. I - aos serviços de arrecadação ou de cobrança prestados a ter-
Art. 3º A observância do disposto no art. 2º requer, entre ou- ceiros, quando:
tras, as seguintes ações: a) não houver contrato ou convênio para a sua prestação cele-
I - promover cultura organizacional que incentive relaciona- brado entre a instituição financeira e o ente beneficiário; ou
mento cooperativo e equilibrado com clientes e usuários; e b) o respectivo contrato ou convênio celebrado não contemple
II - dispensar tratamento justo e equitativo a clientes e usuá- o recebimento em guichê de caixa das dependências da instituição;
rios, considerando seus perfis de relacionamento e vulnerabilida- II - ao recebimento de boletos de pagamento padronizado pela
des associadas. regulamentação do Banco Central do Brasil emitidos fora do padrão,
das especificações ou dos requisitos vigentes para o instrumento;
CAPÍTULO III III - ao recebimento de documentos mediante pagamento por
DOS PROCEDIMENTOS meio de cheque;
IV - às instituições que não possuam dependências ou às de-
SEÇÃO I pendências de instituições sem guichês de caixa;
DA CONTRATAÇÃO E DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS V - aos postos de atendimento instalados em recinto de órgão
ou de entidade da Administração Pública ou de empresa privada
Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º, na contratação de com guichês de caixa, nos quais sejam prestados serviços do exclu-
operações e na prestação de serviços, devem assegurar: sivo interesse do respectivo órgão ou entidade e de seus servidores
I - adequação dos produtos e serviços ofertados ou recomen- ou da respectiva empresa e de seus empregados e administradores,
dados às necessidades, aos interesses e aos objetivos dos clientes conforme a regulamentação específica sobre dependências; e
e usuários; VI - às situações excepcionais previstas na legislação ou na re-
II - integridade, conformidade, confiabilidade, segurança e sigi- gulamentação específica.
lo das transações realizadas, bem como legitimidade das operações § 2º Para fins do disposto no caput, é vedada a imposição de
contratadas e dos serviços prestados; restrições quanto à quantidade de documentos, de transações ou
de operações por pessoa, bem como em relação a montante máxi-
mo ou mínimo a ser pago ou recebido ou ainda quanto à faculdade
de o cliente ou o usuário optar por pagamentos em espécie, salvo as
exceções previstas na legislação ou na regulamentação específica.
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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 3º As instituições de que trata o art. 1º devem divulgar em V - cobrança de tarifas em decorrência da prestação de servi-
suas dependências e nas dependências dos correspondentes no ços;
País, em local visível e em formato legível, as situações de que tra- VI - divulgação e publicidade de produtos e de serviços;
tam os incisos II, III e V do § 1º. VII - coleta, tratamento e manutenção de informações dos
§ 4º O disposto neste artigo deve ser observado indistintamen- clientes em bases de dados;
te em relação a clientes e a não clientes, exceto pelas cooperativas VIII - gestão do atendimento prestado a clientes e usuários, in-
de crédito, que devem observar o disposto no § 5º. clusive o registro e o tratamento de demandas;
§ 5º As cooperativas de crédito devem informar em suas de- IX - mediação de conflitos;
pendências, em local visível e em formato legível, se realizam aten- X - sistemática de cobrança em caso de inadimplemento de
dimento a não associados e quais os serviços disponibilizados, asse- obrigações contratadas;
gurando nesse caso as condições previstas neste artigo. XI - extinção da relação contratual relativa a produtos e servi-
ços;
CAPÍTULO IV XII - liquidação antecipada de dívidas ou de obrigações; e
DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE RELACIONAMENTO COM XIII - transferência de relacionamento para outra instituição.
CLIENTES E USUÁRIOS § 1º Com relação ao disposto nos incisos II e III do caput, e em
observância ao art. 4º, inciso I, as instituições devem estabelecer o
SEÇÃO I perfil dos clientes que compõem o público-alvo para os produtos e
DA MANUTENÇÃO DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE serviços disponibilizados, considerando suas características e com-
RELACIONAMENTO COM CLIENTES E USUÁRIOS plexidade.
§ 2º O perfil referido no § 1º deve incluir informações relevan-
Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem manter po- tes para cada produto ou serviço.
lítica institucional de relacionamento com clientes e usuários que Art. 8º As instituições de que trata o art. 1º devem:
consolide diretrizes, objetivos estratégicos e valores organizacio- I - promover o equilíbrio das metas de resultados e de incenti-
nais, de forma a nortear a condução de suas atividades em confor- vos associadas ao desempenho de funcionários e de corresponden-
midade com o disposto no art. 2º. tes no País com as diretrizes e os valores organizacionais previstos
§ 1º A política de que trata o caput deve: na política institucional de que trata o art. 6º; e
I - ser aprovada pelo conselho de administração ou, caso inexis- II - tratar adequadamente eventuais desvios relacionados ao
tente, pela diretoria da instituição; contido no inciso I.
II - ser objeto de avaliação periódica; Art. 9º Em relação à política institucional de relacionamento
III - definir papéis e responsabilidades no âmbito da instituição; com clientes e usuários, as instituições de que trata o art. 1º devem
IV - ser compatível com a natureza da instituição e com o perfil instituir mecanismos de acompanhamento, de controle e de mitiga-
de clientes e usuários, bem como com as demais políticas instituí- ção de riscos com vistas a assegurar:
das; I - a implementação das suas disposições;
V - prever programa de treinamento de empregados e presta- II - o monitoramento do seu cumprimento, inclusive por meio
dores de serviços que desempenhem atividades afetas ao relacio- de métricas e indicadores adequados;
namento com clientes e usuários; III - a avaliação da sua efetividade; e
VI - prever a disseminação interna de suas disposições; e IV - a identificação e a correção de eventuais deficiências.
VII - ser formalizada em documento específico. § 1º Os mecanismos de que trata o caput devem ser submeti-
§ 2º Admite-se que a política de que trata o caput seja unifica- dos a testes periódicos pela auditoria interna, consistentes com os
da por: controles internos da instituição.
I - conglomerado; ou § 2º Os dados, os registros e as informações relativas aos meca-
II - sistema cooperativo de crédito. nismos de controle, processos, testes e trilhas de auditoria devem
§ 3º As instituições que não constituírem política própria em ser mantidos à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mí-
decorrência da faculdade prevista no § 2º devem formalizar a deci- nimo de cinco anos.
são em reunião do conselho de administração ou da diretoria.
§ 4º O documento de que trata o inciso VII do § 1º deve ser CAPÍTULO V
mantido à disposição do Banco Central do Brasil. DISPOSIÇÕES FINAIS

SEÇÃO II Art. 10. As instituições de que trata o art. 1º devem indicar ao


DO GERENCIAMENTO DA POLÍTICA INSTITUCIONAL DE Banco Central do Brasil diretor responsável pelo cumprimento das
RELACIONAMENTO COM CLIENTES E USUÁRIOS obrigações previstas nesta Resolução.
Art. 11. O Banco Central do Brasil poderá adotar medidas com-
Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem assegurar a plementares necessárias à execução do disposto nesta Resolução.
consistência de rotinas e de procedimentos operacionais afetos ao Art. 12. Ficam revogados:
relacionamento com clientes e usuários, bem como sua adequação I - o art. 12 da Resolução nº 4.753, de 26 de setembro de 2019;
à política institucional de relacionamento de que trata o art. 6º, in- II - a Resolução nº 3.694, de 26 de março de 2009;
clusive quanto aos seguintes aspectos: III - a Resolução nº 4.283, de 4 de novembro de 2013;
I - identificação e qualificação de clientes e de usuários para IV - a Resolução nº 4.479, de 25 de abril de 2016;
fins de início e manutenção de relacionamento; V - a Resolução nº 4.539, de 24 de novembro de 2016; e
II - concepção de produtos e de serviços; VI - a Resolução nº 4.746, de 29 de agosto de 2019.
III - oferta, recomendação, contratação ou distribuição de pro- Art. 13. Esta Resolução entra em vigor em 1º de março de 2022.
dutos ou serviços;
IV - requisitos de segurança afetos a produtos e a serviços;

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Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vinculada a com-
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE ponente organizacional da instituição que configure conflito de in-
2020, QUE DISPÕE SOBRE A CONSTITUIÇÃO E O FUN- teresses ou de atribuições, a exemplo das unidades responsáveis
CIONAMENTO DE COMPONENTE ORGANIZACIONAL por negociação de produtos e serviços, gestão de riscos, auditoria
DE OUVIDORIA PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E interna e conformidade (compliance).
DEMAIS INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A FUNCIONAR Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvidoria pelas insti-
PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL tuições, observadas as seguintes situações e regras:
I - a instituição integrante de conglomerado composto por pelo
menos duas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE 2020 do Brasil pode compartilhar a ouvidoria constituída em qualquer
das instituições autorizadas a funcionar;
Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente II - a instituição não enquadrada no disposto no inciso I do
organizacional de ouvidoria pelas instituições autorizadas a funcio- caput pode compartilhar a ouvidoria constituída:
nar pelo Banco Central do Brasil. a) em empresa ligada, conforme definição de que trata o § 1º;
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, ou
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá- b) na associação de classe a que seja filiada ou na bolsa de va-
rio Nacional, em sessão realizada em 22 de outubro de 2020, com lores ou bolsa de mercadorias e futuros ou bolsa de valores e de
base no art. 4º, inciso VIII, da referida Lei, resolveu: mercadorias e futuros nas quais realize operações;
III - a cooperativa singular de crédito filiada a cooperativa cen-
CAPÍTULO I tral pode compartilhar a ouvidoria constituída na respectiva coope-
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO rativa central, confederação de cooperativas de crédito ou banco do
sistema cooperativo; e
Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e o funciona- IV - a cooperativa singular de crédito não filiada a cooperativa
mento de componente organizacional de ouvidoria pelas institui- central pode compartilhar a ouvidoria constituída em cooperativa
ções que especifica. central, federação de cooperativas de crédito, confederação de coo-
Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria deve ser perativas de crédito ou associação de classe da categoria.
constituído pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco § 1º Para efeito do disposto no inciso II, alínea “a”, do caput,
Central do Brasil que tenham clientes pessoas naturais, inclusive consideram-se ligadas entre si as instituições autorizadas a funcio-
empresários individuais, ou pessoas jurídicas classificadas como nar pelo Banco Central do Brasil e as empresas não autorizadas a
microempresas e empresas de pequeno porte, nos termos da Lei funcionar pelo Banco Central do Brasil:
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. I - as quais uma participe com 10% (dez por cento) ou mais do
Parágrafo único. Ficam dispensados de constituir ouvidoria os capital da outra, direta ou indiretamente; e
bancos comerciais sob controle societário de bolsas de valores, de II - as quais acionistas com 10% (dez por cento) ou mais do ca-
bolsas de mercadorias e futuros ou de bolsas de valores e de mer- pital de uma participem com 10% (dez por cento) ou mais do capital
cadorias e futuros que desempenhem exclusivamente funções de da outra, direta ou indiretamente.
liquidante e custodiante central, prestando serviços às bolsas e aos § 2º O disposto no inciso II, alínea “b”, do caput, não se aplica
agentes econômicos responsáveis pelas operações nelas cursadas. a bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, socieda-
des de crédito, financiamento e investimento, associações de pou-
CAPÍTULO II pança e empréstimo e sociedades de arrendamento mercantil que
DA FINALIDADE realizem operações de arrendamento mercantil financeiro.
§ 3º O disposto nos incisos II, alínea “b”, e IV, do caput, somente
Art. 3º A ouvidoria tem por finalidade: se aplica a associação de classe ou bolsa que possuir código de ética
I - atender em última instância as demandas dos clientes e ou de autorregulação efetivamente implantado, ao qual a institui-
usuários de produtos e serviços que não tiverem sido solucionadas ção tenha aderido.
nos canais de atendimento primário da instituição; e
II - atuar como canal de comunicação entre a instituição e os CAPÍTULO IV
clientes e usuários de produtos e serviços, inclusive na mediação DO FUNCIONAMENTO
de conflitos.
Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, considera-se pri- Art. 6º As atribuições da ouvidoria abrangem as seguintes ati-
mário o atendimento habitual realizado em quaisquer pontos ou vidades:
canais de atendimento, incluídos os correspondentes no País e o I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal
Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o Decre- e adequado às demandas dos clientes e usuários de produtos e ser-
to nº 6.523, de 31 de julho de 2008. viços;
II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca do anda-
CAPÍTULO III mento das demandas, informando o prazo previsto para resposta;
DA ORGANIZAÇÃO III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda no prazo
previsto; e
Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatível com a na- IV - manter o conselho de administração, ou, na sua ausência,
tureza e a complexidade dos produtos, serviços, atividades, proces- a diretoria da instituição, informado sobre os problemas e defi-
sos e sistemas de cada instituição. ciências detectados no cumprimento de suas atribuições e sobre
o resultado das medidas adotadas pelos administradores para so-
lucioná-los.
§ 1º O atendimento prestado pela ouvidoria:

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I - deve ser identificado por meio de número de protocolo, o § 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigidas por esta
qual deve ser fornecido ao demandante; Resolução relativas às instituições que optarem pela faculdade pre-
II - deve ser gravado, quando realizado por telefone, e, quando vista no art. 5º, incisos I e III, podem ser promovidas somente pela
realizado por meio de documento escrito ou por meio eletrônico, instituição que constituir a ouvidoria.
arquivada a respectiva documentação; e § 3º As instituições que não constituírem ouvidoria própria em
III - pode abranger: decorrência da faculdade prevista no art. 5º, incisos II e IV, devem
a) excepcionalmente, as demandas não recepcionadas inicial- ratificar a decisão na primeira assembleia geral ou na primeira reu-
mente pelos canais de atendimento primário; e nião de diretoria realizada após tal decisão.
b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central do Brasil, Art. 9º As instituições referidas no art. 2º devem designar pe-
por órgãos públicos ou por outras entidades públicas ou privadas. rante o Banco Central do Brasil os nomes do ouvidor e do diretor
§ 2º O prazo de resposta para as demandas não pode ultrapas- responsável pela ouvidoria.
sar dez dias úteis, podendo ser prorrogado, excepcionalmente e de § 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode desempenhar
forma justificada, uma única vez, por igual período, limitado o nú- outras funções na instituição, inclusive a de ouvidor, exceto a de
mero de prorrogações a 10% (dez por cento) do total de demandas diretor de administração de recursos de terceiros.
no mês, devendo o demandante ser informado sobre os motivos da § 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos múltiplos, cai-
prorrogação. xas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investi-
Art. 7º As instituições referidas no art. 2º devem: mento, associações de poupança e empréstimo e sociedades de
I - manter sistema de informações e de controle das demandas arrendamento mercantil que realizem operações de arrendamen-
recebidas pela ouvidoria, de forma a: to mercantil financeiro, que estejam sujeitos à obrigatoriedade de
a) registrar o histórico de atendimentos, as informações utiliza- constituição de comitê de auditoria, na forma da regulamentação, o
das na análise e as providências adotadas; e ouvidor não poderá desempenhar outra função, exceto a de diretor
b) controlar o prazo de resposta; responsável pela ouvidoria.
II - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria, sua § 3º Nas situações em que o ouvidor desempenhe outra ativi-
finalidade, suas atribuições e formas de acesso, inclusive nos canais dade na instituição, essa atividade não pode configurar conflito de
de comunicação utilizados para difundir os produtos e serviços; interesses ou de atribuições.
III - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos usuários ao Art. 10. Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I, III e IV, o
atendimento da ouvidoria, por meio de canais ágeis e eficazes, in- ouvidor deve:
clusive por telefone, cujo número deve ser: I - responder por todas as instituições que compartilharem a
a) divulgado e mantido atualizado em local visível ao público ouvidoria; e
no recinto das suas dependências e nas dependências dos corres- II - integrar os quadros da instituição que constituir a ouvidoria.
pondentes no País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos na Art. 11. Para cumprimento do disposto no caput do art. 9º, nas
internet, acessível pela sua página inicial; hipóteses previstas no art. 5º, inciso II, as instituições referidas no
b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive eletrôni- art. 2º devem:
cos, contratos, materiais de propaganda e de publicidade e demais I - designar perante o Banco Central do Brasil apenas o nome
documentos que se destinem aos clientes e usuários; e do respectivo diretor responsável pela ouvidoria; e
c) inserido e mantido permanentemente atualizado em siste- II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do ouvidor da
ma de registro de informações do Banco Central do Brasil. associação de classe, da bolsa de valores, da bolsa de mercadorias
Parágrafo único. As informações relativas às demandas recebi- e futuros ou da bolsa de valores e de mercadorias e futuros, ou da
das pela ouvidoria devem permanecer registradas no sistema men- entidade ou empresa que constituir a ouvidoria.
cionado no inciso I pelo prazo mínimo de cinco anos, contados da
data da protocolização da ocorrência. CAPÍTULO VI
DA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES
CAPÍTULO V
DAS EXIGÊNCIAS FORMAIS Art. 12. O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar re-
latório semestral quantitativo e qualitativo referente às atividades
Art. 8º O estatuto ou o contrato social, conforme a natureza desenvolvidas pela ouvidoria, nas datas-base de 30 de junho e 31
jurídica da sociedade, deve dispor, de forma expressa, sobre os se- de dezembro.
guintes aspectos: Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve ser en-
I - a finalidade, as atribuições e as atividades da ouvidoria; caminhado à auditoria interna, ao comitê de auditoria, quando
II - os critérios de designação e de destituição do ouvidor; constituído, e ao conselho de administração ou, na sua ausência, à
III - o tempo de duração do mandato do ouvidor, fixado em diretoria da instituição.
meses; e Art. 13. As instituições referidas no art. 2º devem divulgar se-
IV - o compromisso formal no sentido de: mestralmente, nos respectivos sítios eletrônicos na internet, as
a) criar condições adequadas para o funcionamento da ouvido- informações relativas às atividades desenvolvidas pela ouvidoria,
ria, bem como para que sua atuação seja pautada pela transparên- inclusive os dados relativos à avaliação direta da qualidade do aten-
cia, independência, imparcialidade e isenção; e dimento de que trata o art. 16.
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informações necessárias Art. 14. O Banco Central do Brasil poderá estabelecer o conteú-
para a elaboração de resposta adequada às demandas recebidas, do, a forma, a periodicidade e o prazo de remessa de dados e de
com total apoio administrativo, podendo requisitar informações e informações relativos às atividades da ouvidoria.
documentos para o exercício de suas atividades no cumprimento
de suas atribuições.
§ 1º Os aspectos mencionados no caput devem ser incluídos
no estatuto ou no contrato social na primeira alteração que ocorrer
após a constituição da ouvidoria.

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CAPÍTULO VII Art. 20. O número do telefone para acesso gratuito à ouvi-
DA CERTIFICAÇÃO doria e os dados relativos ao diretor responsável pela ouvidoria
e ao ouvidor devem ser inseridos e mantidos permanentemente
Art. 15. As instituições referidas no art. 2º devem adotar provi- atualizados em sistema de registro de informações do Banco Cen-
dências para que os integrantes da ouvidoria que realizem as ativi- tral do Brasil.
dades mencionadas no art. 6º sejam considerados aptos em exame Parágrafo único. O disposto no caput deve ser observado, in-
de certificação organizado por entidade de reconhecida capacidade clusive, pela instituição que não constituir componente de ouvi-
técnica. doria próprio em decorrência da faculdade prevista no art. 5º.
§ 1º O exame de certificação deve abranger, no mínimo, temas Art. 21. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas
relativos à ética, aos direitos do consumidor e à mediação de con- necessárias à execução do disposto nesta Resolução.
flitos. Art. 22. Ficam revogadas:
§ 2º A designação de integrantes da ouvidoria referidos no I - a Resolução nº 4.433, de 23 de julho de 2015; e
caput fica condicionada à comprovação de aptidão no exame de II - a Resolução nº 4.629, de 25 de janeiro de 2018.
certificação, além do atendimento às demais exigências desta Re- Art. 23. Esta Resolução entra em vigor em 1º de dezembro
solução. de 2020.
§ 3º As instituições referidas no caput devem assegurar a ca-
pacitação permanente dos integrantes da ouvidoria em relação aos
temas mencionados no § 1º. CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR: LEI
§ 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se à formali- Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 E SUAS ATUALI-
dade prevista no caput, caso exerça a função de ouvidor. ZAÇÕES
§ 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV, aplica-se o
disposto neste artigo aos integrantes da ouvidoria da associação de
classe, entidade ou empresa que realize as atividades mencionadas LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990
no art. 6º.
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providên-
CAPÍTULO VIII cias.
DA AVALIAÇÃO DIRETA DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na-
PRESTADO cional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 16. As instituições referidas no art. 2º devem implementar TÍTULO I


instrumento de avaliação direta da qualidade do atendimento pres- DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR
tado pela ouvidoria a clientes e usuários.
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se somente aos CAPÍTULO I
bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, cai- DISPOSIÇÕES GERAIS
xas econômicas e sociedades de crédito, financiamento e investi-
mento. Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e
Art. 17. A avaliação direta da qualidade do atendimento de que defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos ter-
trata o art. 16 deve ser: mos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal
I - estruturada de forma a obter notas entre 1 e 5, sendo 1 o e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
nível de satisfação mais baixo e 5 o nível de satisfação mais alto; Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire
II - disponibilizada ao cliente ou usuário em até um dia útil após ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
o encaminhamento da resposta conclusiva de que trata o art. 6º, Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de
inciso III, e § 2º; e pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas rela-
III - concluída em até cinco dias úteis após o prazo de que trata ções de consumo.
o inciso II. Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
Art. 18. Os dados relativos à avaliação mencionada no art. 16 privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersona-
devem ser: lizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, cria-
I - armazenados de forma eletrônica, em ordem cronológica, ção, construção, transformação, importação, exportação, distribui-
permanecendo à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo ção ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
de cinco anos, contados da data da avaliação realizada pelo cliente § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
ou usuário; e imaterial.
II - remetidos ao Banco Central do Brasil, na forma por ele § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
definida. consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancá-
ria, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das re-
CAPÍTULO IX lações de caráter trabalhista.
DISPOSIÇÕES FINAIS
CAPÍTULO II
Art. 19. O relatório e a documentação relativos aos atendi- DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO
mentos realizados, de que tratam os arts. 6º, § 1º, 7º e 12, bem
como a gravação telefônica do atendimento, devem permanecer à Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por
disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o res-
anos. peito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus inte-

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a solução para o seu concurso!
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
resses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como III - a informação adequada e clara sobre os diferentes pro-
a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os dutos e serviços, com especificação correta de quantidade, carac-
seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) terísticas, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mer- como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº
cado de consumo; 12.741, de 2012) Vigência
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, mé-
o consumidor: todos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas
a) por iniciativa direta; e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações serviços;
representativas; V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos su-
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequa- pervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
dos de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
III - harmonização dos interesses dos participantes das rela- morais, individuais, coletivos e difusos;
ções de consumo e compatibilização da proteção do consumidor VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com
com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem eco- individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, ad-
nômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na ministrativa e técnica aos necessitados;
boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a
quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mer- critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossu-
cado de consumo; ficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes IX - (Vetado);
de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, as- X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em
sim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de geral.
consumo; XI - a garantia de práticas de crédito responsável, de educação
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos prati- financeira e de prevenção e tratamento de situações de superendi-
cados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e vidamento, preservado o mínimo existencial, nos termos da regu-
utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e lamentação, por meio da revisão e da repactuação da dívida, entre
nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos outras medidas; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
aos consumidores; XII - a preservação do mínimo existencial, nos termos da regula-
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; mentação, na repactuação de dívidas e na concessão de crédito;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
IX - fomento de ações direcionadas à educação financeira e am- XIII - a informação acerca dos preços dos produtos por unidade de
biental dos consumidores; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) medida, tal como por quilo, por litro, por metro ou por outra uni-
X - prevenção e tratamento do superendividamento como forma dade, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
de evitar a exclusão social do consumidor. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput
14.181, de 2021) deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, (Vigência)
entre outros: Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o
o consumidor carente; Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamen-
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consu- tos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem
midor, no âmbito do Ministério Público; como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia,
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendi- costumes e eqüidade.
mento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo; Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos res-
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas ponderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas
Especializadas para a solução de litígios de consumo; normas de consumo.
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das
Associações de Defesa do Consumidor. CAPÍTULO IV
§ 1° (Vetado). DA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PREVENÇÃO E
§ 2º (Vetado). DA REPARAÇÃO DOS DANOS

CAPÍTULO III SEÇÃO I


DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA

Art. 6º São direitos básicos do consumidor: Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consu-
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos pro- mo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores,
vocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços consi- exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de
derados perigosos ou nocivos; sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu res-
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igual- peito.
dade nas contratações;

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudi-
prestar as informações a que se refere este artigo, através de im- cado poderá exercer o direito de regresso contra os demais respon-
pressos apropriados que devam acompanhar o produto. (Redação sáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.
dada pela Lei nº 13.486, de 2017) Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independente-
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensí- mente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados
lios utilizados no fornecimento de produtos ou serviços, ou coloca- aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
dos à disposição do consumidor, e informar, de maneira ostensiva bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
e adequada, quando for o caso, sobre o risco de contaminação. (In- fruição e riscos.
cluído pela Lei nº 13.486, de 2017) § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração
nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de ma- as circunstâncias relevantes, entre as quais:
neira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou peri- I - o modo de seu fornecimento;
culosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
cada caso concreto. III - a época em que foi fornecido.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de con- § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de
sumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto novas técnicas.
grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente quando provar:
à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediata- II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
mente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
anúncios publicitários. apurada mediante a verificação de culpa.
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo ante- Art. 15. (Vetado).
rior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do Art. 16. (Vetado).
fornecedor do produto ou serviço. Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consu-
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de midores todas as vítimas do evento.
produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão infor- SEÇÃO III
má-los a respeito. DA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SER-
Art. 11. (Vetado). VIÇO

SEÇÃO II Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou


DA RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SER- não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade
VIÇO ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao con-
sumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou es- aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes
trangeiro, e o importador respondem, independentemente da exis- do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária,
tência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumi- respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
dores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondiciona- § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias,
mento de seus produtos, bem como por informações insuficientes pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança perfeitas condições de uso;
que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
circunstâncias relevantes, entre as quais: atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
I - sua apresentação; III - o abatimento proporcional do preço.
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação
III - a época em que foi colocado em circulação. do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de ou- sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão,
tro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só meio de manifestação expressa do consumidor.
não será responsabilizado quando provar: § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas
I - que não colocou o produto no mercado; do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício,
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defei- a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade
to inexiste; ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. produto essencial.
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I
do artigo anterior, quando: do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem,
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo
puderem ser identificados; diversos, mediante complementação ou restituição de eventual di-
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabri- ferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do §
cante, produtor, construtor ou importador; 1° deste artigo.
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que im-
responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto possibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista
quando identificado claramente seu produtor. nesta e nas seções anteriores.
§ 6° São impróprios ao uso e consumo: § 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano,
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avaria- nas seções anteriores.
dos, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saú- § 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorpo-
de, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas re- rada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabri-
gulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; cante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inade-
quados ao fim a que se destinam. SEÇÃO IV
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos ví- DA DECADÊNCIA E DA PRESCRIÇÃO
cios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as varia-
ções decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil
às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem constatação caduca em:
ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alter- I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de pro-
nativamente e à sua escolha: dutos não duráveis;
I - o abatimento proporcional do preço; II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
II - complementação do peso ou medida; produtos duráveis.
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da en-
marca ou modelo, sem os aludidos vícios; trega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente § 2° Obstam a decadência:
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consu-
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior. midor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta
negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma ine-
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a quívoca;
pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido II - (Vetado).
segundo os padrões oficiais. III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qua- § 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se
lidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o no momento em que ficar evidenciado o defeito.
valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos
indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, poden- danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção
do o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do co-
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando nhecimento do dano e de sua autoria.
cabível; Parágrafo único. (Vetado).
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; SEÇÃO V
III - o abatimento proporcional do preço. DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor. Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso
para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aque- de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou
les que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade. violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração tam-
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por obje- bém será efetivada quando houver falência, estado de insolvência,
tivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má
obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição administração.
originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações § 1° (Vetado).
técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as
em contrário do consumidor. sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessio- obrigações decorrentes deste código.
nárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreen- § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsá-
dimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, veis pelas obrigações decorrentes deste código.
seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou par- § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica
cial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao
compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
prevista neste código.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de quali-
dade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de res-
ponsabilidade.
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço
independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do
fornecedor.

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
CAPÍTULO V § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou co-
DAS PRÁTICAS COMERCIAIS municação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou,
por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir
SEÇÃO I em erro o consumidor a respeito da natureza, características, quali-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS dade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros
dados sobre produtos e serviços.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de
aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a su-
às práticas nele previstas. perstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência
da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de in-
SEÇÃO II duzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa
DA OFERTA à sua saúde ou segurança.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente pre- por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do
cisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com produto ou serviço.
relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o § 4° (Vetado).
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contra- Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informa-
to que vier a ser celebrado. ção ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços de-
vem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e SEÇÃO IV
em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quan- DAS PRÁTICAS ABUSIVAS
tidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem,
entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, den-
saúde e segurança dos consumidores. tre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos 11.6.1994)
produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao
forma indelével. (Incluído pela Lei nº 11.989, de 2009) fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a causa, a limites quantitativos;
oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na
a fabricação ou importação do produto. exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de con-
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta formidade com os usos e costumes;
deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei. III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia,
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embala- tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social,
gem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
comercial. V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e
por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de
origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008). práticas anteriores entre as partes;
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente VII - repassar informação depreciativa, referente a ato pratica-
responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autô- do pelo consumidor no exercício de seus direitos;
nomos. VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cum- serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos ofi-
primento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor po- ciais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela
derá, alternativamente e à sua livre escolha: Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade cre-
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da denciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
oferta, apresentação ou publicidade; Qualidade Industrial (Conmetro);
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, di-
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia retamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pa-
eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas gamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis
e danos. especiais; (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
SEÇÃO III (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
DA PUBLICIDADE XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999,
transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870,
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o de 23.11.1999
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obri-
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produ- gação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo crité-
tos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos legí- rio. (Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
timos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal
sustentação à mensagem. ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 23.11.1999)

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou § 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores,
de serviços de um número maior de consumidores que o fixado os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados
pela autoridade administrativa como máximo. (Incluído pela Lei nº entidades de caráter público.
13.425, de 2017) § 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de
ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equipa- Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir
ram-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento. ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao con- § 6o Todas as informações de que trata o caput deste artigo
sumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para
dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de a pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor. (In-
pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços. cluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá va- Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor mante-
lidade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo rão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra
consumidor. fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou
os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre nego- não pelo fornecedor.
ciação das partes. § 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acrés- orientação e consulta por qualquer interessado.
cimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não pre- § 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras
vistos no orçamento prévio. enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços deste código.
sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os Art. 45. (Vetado).
fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não
o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em CAPÍTULO VI
excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir DA PROTEÇÃO CONTRATUAL
à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis. SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
SEÇÃO V
DA COBRANÇA DE DÍVIDAS Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos
não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão
constrangimento ou ameaça. de seu sentido e alcance.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de manei-
tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que ra mais favorável ao consumidor.
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos par-
salvo hipótese de engano justificável. ticulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo
Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica,
apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço nos termos do art. 84 e parágrafos.
e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo
no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do
produto ou serviço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039, produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de
de 2009) produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, es-
pecialmente por telefone ou a domicílio.
SEÇÃO VI Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arre-
DOS BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE CONSUMIDORES pendimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos,
a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, imediato, monetariamente atualizados.
terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, regis- Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será
tros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem conferida mediante termo escrito.
como sobre as suas respectivas fontes. Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objeti- padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a
vos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode
podendo conter informações negativas referentes a período supe- ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe
rior a cinco anos. entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do for-
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais necimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e
e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
quando não solicitada por ele.
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus
dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o
arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos
eventuais destinatários das informações incorretas.

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SEÇÃO II § 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o re-
DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS presente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente
ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que con-
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas trarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva
do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e ser- outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor,
viços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e
de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a adequadamente sobre:
indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis; I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
já paga, nos casos previstos neste código; III - acréscimos legalmente previstos;
III - transfiram responsabilidades a terceiros; IV - número e periodicidade das prestações;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam § 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obri-
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; gações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do
V - (Vetado); valor da prestação. (Redação dada pela Lei nº 9.298, de 1º.8.1996)
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do § 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do
consumidor; débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; juros e demais acréscimos.
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro § 3º (Vetado).
negócio jurídico pelo consumidor; Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imó-
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contra- veis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações
to, embora obrigando o consumidor; fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em
do preço de maneira unilateral; benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral- resolução do contrato e a retomada do produto alienado.
mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; § 1° (Vetado).
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança § 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos du-
de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o ráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na
fornecedor; forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadim-
conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; plente causar ao grupo.
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambien- § 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão ex-
tais; pressos em moeda corrente nacional.
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao con-
sumidor; SEÇÃO III
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por ben- DOS CONTRATOS DE ADESÃO
feitorias necessárias.
XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham
órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Lei nº 14.181, de sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas uni-
2021) lateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o
XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de impontualidade consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu con-
das prestações mensais ou impeçam o restabelecimento integral teúdo.
dos direitos do consumidor e de seus meios de pagamento a partir § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natu-
da purgação da mora ou do acordo com os credores; (Incluído reza de adesão do contrato.
pela Lei nº 14.181, de 2021) § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória,
XIX - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressal-
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem vando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.
que: § 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em ter-
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que mos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da
pertence; fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua com-
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à preensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008)
natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilí- § 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consu-
brio contratual; midor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imedia-
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, con- ta e fácil compreensão.
siderando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das § 5° (Vetado)
partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invali-
da o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços
de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3° (Vetado).

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CAPÍTULO VI-A II - indicar que a operação de crédito poderá ser concluída sem
DA PREVENÇÃO E DO TRATAMENTO DO SUPERENDIVIDA- consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem avaliação da si-
MENTO tuação financeira do consumidor; (Incluído pela Lei nº 14.181,
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 14.181, DE 2021) de 2021)
III - ocultar ou dificultar a compreensão sobre os ônus e os ris-
Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a prevenção do superen- cos da contratação do crédito ou da venda a prazo; (Incluído pela
dividamento da pessoa natural, sobre o crédito responsável e sobre Lei nº 14.181, de 2021)
a educação financeira do consumidor. (Incluído pela Lei nº 14.181, IV - assediar ou pressionar o consumidor para contratar o for-
de 2021) necimento de produto, serviço ou crédito, principalmente se se
§ 1º Entende-se por superendividamento a impossibilidade tratar de consumidor idoso, analfabeto, doente ou em estado de
manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a tota- vulnerabilidade agravada ou se a contratação envolver prêmio;
lidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem com- (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
prometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação. V - condicionar o atendimento de pretensões do consumidor
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) ou o início de tratativas à renúncia ou à desistência de demandas
§ 2º As dívidas referidas no § 1º deste artigo englobam quais- judiciais, ao pagamento de honorários advocatícios ou a depósitos
quer compromissos financeiros assumidos decorrentes de relação judiciais. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
de consumo, inclusive operações de crédito, compras a prazo e ser- Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de
viços de prestação continuada. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
2021) Art. 54-D. Na oferta de crédito, previamente à contratação,
§ 3º O disposto neste Capítulo não se aplica ao consumidor o fornecedor ou o intermediário deverá, entre outras condutas:
cujas dívidas tenham sido contraídas mediante fraude ou má-fé, (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
sejam oriundas de contratos celebrados dolosamente com o propó- I - informar e esclarecer adequadamente o consumidor, consi-
sito de não realizar o pagamento ou decorram da aquisição ou con- derada sua idade, sobre a natureza e a modalidade do crédito ofe-
tratação de produtos e serviços de luxo de alto valor. (Incluído recido, sobre todos os custos incidentes, observado o disposto nos
pela Lei nº 14.181, de 2021) arts. 52 e 54-B deste Código, e sobre as consequências genéricas e
Art. 54-B. No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além específicas do inadimplemento; (Incluído pela Lei nº 14.181, de
das informações obrigatórias previstas no art. 52 deste Código e na 2021)
legislação aplicável à matéria, o fornecedor ou o intermediário de- II - avaliar, de forma responsável, as condições de crédito do
verá informar o consumidor, prévia e adequadamente, no momen- consumidor, mediante análise das informações disponíveis em ban-
to da oferta, sobre: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) cos de dados de proteção ao crédito, observado o disposto neste
I - o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o com- Código e na legislação sobre proteção de dados; (Incluído pela
põem; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) Lei nº 14.181, de 2021)
II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros III - informar a identidade do agente financiador e entregar ao
de mora e o total de encargos, de qualquer natureza, previstos para consumidor, ao garante e a outros coobrigados cópia do contrato de
o atraso no pagamento; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) crédito. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
III - o montante das prestações e o prazo de validade da oferta, Parágrafo único. O descumprimento de qualquer dos deveres
que deve ser, no mínimo, de 2 (dois) dias; (Incluído pela Lei nº previstos no caput deste artigo e nos arts. 52 e 54-C deste Código
14.181, de 2021) poderá acarretar judicialmente a redução dos juros, dos encargos
IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do fornecedor; ou de qualquer acréscimo ao principal e a dilação do prazo de pa-
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) gamento previsto no contrato original, conforme a gravidade da
V - o direito do consumidor à liquidação antecipada e não one- conduta do fornecedor e as possibilidades financeiras do consumi-
rosa do débito, nos termos do § 2º do art. 52 deste Código e da dor, sem prejuízo de outras sanções e de indenização por perdas e
regulamentação em vigor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) danos, patrimoniais e morais, ao consumidor. (Incluído pela Lei nº
§ 1º As informações referidas no art. 52 deste Código e no 14.181, de 2021)
caput deste artigo devem constar de forma clara e resumida do pró- Art. 54-E. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
prio contrato, da fatura ou de instrumento apartado, de fácil acesso Art. 54-F. São conexos, coligados ou interdependentes, entre
ao consumidor. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) outros, o contrato principal de fornecimento de produto ou serviço
§ 2º Para efeitos deste Código, o custo efetivo total da opera- e os contratos acessórios de crédito que lhe garantam o financia-
ção de crédito ao consumidor consistirá em taxa percentual anual e mento quando o fornecedor de crédito: (Incluído pela Lei nº
compreenderá todos os valores cobrados do consumidor, sem pre- 14.181, de 2021)
juízo do cálculo padronizado pela autoridade reguladora do sistema I - recorrer aos serviços do fornecedor de produto ou serviço
financeiro. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) para a preparação ou a conclusão do contrato de crédito; (Incluí-
§ 3º Sem prejuízo do disposto no art. 37 deste Código, a oferta do pela Lei nº 14.181, de 2021)
de crédito ao consumidor e a oferta de venda a prazo, ou a fatura II - oferecer o crédito no local da atividade empresarial do for-
mensal, conforme o caso, devem indicar, no mínimo, o custo efetivo necedor de produto ou serviço financiado ou onde o contrato prin-
total, o agente financiador e a soma total a pagar, com e sem finan- cipal for celebrado. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
ciamento. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) § 1º O exercício do direito de arrependimento nas hipóteses
Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicitamente, na oferta de previstas neste Código, no contrato principal ou no contrato de cré-
crédito ao consumidor, publicitária ou não: (Incluído pela Lei nº dito, implica a resolução de pleno direito do contrato que lhe seja
14.181, de 2021) conexo. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)

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§ 2º Nos casos dos incisos I e II do caput deste artigo, se houver CAPÍTULO VII
inexecução de qualquer das obrigações e deveres do fornecedor de DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
produto ou serviço, o consumidor poderá requerer a rescisão do (VIDE LEI Nº 8.656, DE 1993)
contrato não cumprido contra o fornecedor do crédito. (Incluído
pela Lei nº 14.181, de 2021) Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter
§ 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá igualmente concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa,
ao consumidor: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição
I - contra o portador de cheque pós-datado emitido para aqui- e consumo de produtos e serviços.
sição de produto ou serviço a prazo; (Incluído pela Lei nº 14.181, § 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
de 2021) fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição,
II - contra o administrador ou o emitente de cartão de crédito a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo, no
ou similar quando o cartão de crédito ou similar e o produto ou interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da infor-
serviço forem fornecidos pelo mesmo fornecedor ou por entidades mação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas que se
pertencentes a um mesmo grupo econômico. (Incluído pela Lei fizerem necessárias.
nº 14.181, de 2021) § 2° (Vetado).
§ 4º A invalidade ou a ineficácia do contrato principal implicará, § 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e muni-
de pleno direito, a do contrato de crédito que lhe seja conexo, nos cipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de con-
termos do caput deste artigo, ressalvado ao fornecedor do crédito sumo manterão comissões permanentes para elaboração, revisão e
o direito de obter do fornecedor do produto ou serviço a devolução atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a parti-
dos valores entregues, inclusive relativamente a tributos. (Incluí- cipação dos consumidores e fornecedores.
do pela Lei nº 14.181, de 2021) § 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos for-
Art. 54-G. Sem prejuízo do disposto no art. 39 deste Código e necedores para que, sob pena de desobediência, prestem informa-
na legislação aplicável à matéria, é vedado ao fornecedor de produ- ções sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o
to ou serviço que envolva crédito, entre outras condutas: (Incluí- segredo industrial.
do pela Lei nº 14.181, de 2021) Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor fi-
I - realizar ou proceder à cobrança ou ao débito em conta de cam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrati-
qualquer quantia que houver sido contestada pelo consumidor em vas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em
compra realizada com cartão de crédito ou similar, enquanto não normas específicas:
for adequadamente solucionada a controvérsia, desde que o consu- I - multa;
midor haja notificado a administradora do cartão com antecedência II - apreensão do produto;
de pelo menos 10 (dez) dias contados da data de vencimento da fa- III - inutilização do produto;
tura, vedada a manutenção do valor na fatura seguinte e assegura- IV - cassação do registro do produto junto ao órgão compe-
do ao consumidor o direito de deduzir do total da fatura o valor em tente;
disputa e efetuar o pagamento da parte não contestada, podendo V - proibição de fabricação do produto;
o emissor lançar como crédito em confiança o valor idêntico ao da VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
transação contestada que tenha sido cobrada, enquanto não en- VII - suspensão temporária de atividade;
cerrada a apuração da contestação; (Incluído pela Lei nº 14.181, VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
de 2021) IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
II - recusar ou não entregar ao consumidor, ao garante e aos ou- X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou
tros coobrigados cópia da minuta do contrato principal de consumo de atividade;
ou do contrato de crédito, em papel ou outro suporte duradouro, XI - intervenção administrativa;
disponível e acessível, e, após a conclusão, cópia do contrato; (In- XII - imposição de contrapropaganda.
cluído pela Lei nº 14.181, de 2021) Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão apli-
III - impedir ou dificultar, em caso de utilização fraudulenta do cadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição,
cartão de crédito ou similar, que o consumidor peça e obtenha, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cau-
quando aplicável, a anulação ou o imediato bloqueio do pagamen- telar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
to, ou ainda a restituição dos valores indevidamente recebidos. Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do forne-
§ 1º Sem prejuízo do dever de informação e esclarecimento do cedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, rever-
consumidor e de entrega da minuta do contrato, no empréstimo tendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de
cuja liquidação seja feita mediante consignação em folha de paga- 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou
mento, a formalização e a entrega da cópia do contrato ou do ins- municipais de proteção ao consumidor nos demais casos. (Redação
trumento de contratação ocorrerão após o fornecedor do crédito dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)
obter da fonte pagadora a indicação sobre a existência de margem Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a du-
consignável. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) zentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade
§ 2º Nos contratos de adesão, o fornecedor deve prestar ao Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a subs-
consumidor, previamente, as informações de que tratam o art. 52 e tituí-lo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)
o caput do art. 54-B deste Código, além de outras porventura deter- Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos,
minadas na legislação em vigor, e fica obrigado a entregar ao con- de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do forneci-
sumidor cópia do contrato, após a sua conclusão (Incluído pela mento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e
Lei nº 14.181, de 2021) revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela
administração, mediante procedimento administrativo, assegurada

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ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informa-
de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou ser- ção relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quanti-
viço. dade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de inter- produtos ou serviços:
dição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de in- Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
tervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento § 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor re- § 2º Se o crime é culposo;
incidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
código e na legislação de consumo. Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à conces- saber ser enganosa ou abusiva:
sionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou con- Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
tratual. Parágrafo único. (Vetado).
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sem- Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
pre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma
licença, a interdição ou suspensão da atividade. prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito Parágrafo único. (Vetado).
em julgado da sentença. Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada que dão base à publicidade:
quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às ex- Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou compo-
pensas do infrator. nentes de reposição usados, sem autorização do consumidor:
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente no Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação,
mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou
o malefício da publicidade enganosa ou abusiva. enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o con-
§ 2° (Vetado) sumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu traba-
§ 3° (Vetado). lho, descanso ou lazer:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
TÍTULO II Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às in-
DAS INFRAÇÕES PENAIS formações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados,
fichas e registros:
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo pre- Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
vistas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre
especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes. consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou regis-
Art. 62. (Vetado). tros que sabe ou deveria saber ser inexata:
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, re- Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garan-
cipientes ou publicidade: tia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. conteúdo;
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, me- Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
diante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes
do serviço a ser prestado. referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na me-
§ 2° Se o crime é culposo: dida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manu-
consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo co- tenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços
nhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: nas condições por ele proibidas.
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de neste código:
retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela au- I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por
toridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma ocasião de calamidade;
deste artigo. II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, con- III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
trariando determinação de autoridade competente: IV - quando cometidos:
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômi-
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das cor- co-social seja manifestamente superior à da vítima;
respondentes à lesão corporal e à morte. (Redação dada pela Lei nº b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito
13.425, de 2017) ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei mental interditadas ou não;
também caracteriza o crime previsto no caput deste artigo. (Incluí- V - serem praticados em operações que envolvam alimentos,
do pela Lei nº 13.425, de 2017) medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais .

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Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em § 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo
dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de du- juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja ma-
ração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na indivi- nifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica
dualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1° do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
do Código Penal. § 2° (Vetado).
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, § 3° (Vetado).
podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por
disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal: este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de
I - a interdição temporária de direitos; propiciar sua adequada e efetiva tutela.
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circu- Parágrafo único. (Vetado).
lação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obri-
fatos e a condenação; gação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da
III - a prestação de serviços à comunidade. obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este có- prático equivalente ao do adimplemento.
digo, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inqué- § 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente
rito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo. específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica § 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da
do indiciado ou réu, a fiança poderá ser: multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo; § 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado
código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam o réu.
relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Minis- § 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor
tério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for
quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a de- suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
núncia não for oferecida no prazo legal. para o cumprimento do preceito.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado
TÍTULO III prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessá-
DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO rias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas,
desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de
CAPÍTULO I requisição de força policial.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 85. (Vetado).
Art. 86. (Vetado).
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não ha-
e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a verá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
título coletivo. quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora,
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tra- salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e
tar de: despesas processuais.
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efei- Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
tos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé-
de fato; cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efei- danos.
tos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código,
seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, fa-
com a parte contrária por uma relação jurídica base; cultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim en- a denunciação da lide.
tendidos os decorrentes de origem comum. Art. 89. (Vetado)
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas
concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
I - o Ministério Público, 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; contrariar suas disposições.
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou
indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente CAPÍTULO II
destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este DAS AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE INTERESSES INDI-
código; VIDUAIS HOMOGÊNEOS
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um
ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos inte- Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor,
resses e direitos protegidos por este código, dispensada a autoriza- em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores,
ção assemblear. ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente
sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. (Redação
dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)

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Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sem- seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o
pre como fiscal da lei. ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segura-
Parágrafo único. (Vetado). dor, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é compe- Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este.
tente para a causa a justiça local: Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código pode-
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quan- rão propor ação visando compelir o Poder Público competente a
do de âmbito local; proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação dis-
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para tribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição,
os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou
Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente. consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, incolumidade pessoal.
a fim de que os interessados possam intervir no processo como li- § 1° (Vetado).
tisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de co- § 2° (Vetado)
municação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será CAPÍTULO IV
genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados. DA COISA JULGADA
Art. 96. (Vetado).
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sen-
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legiti- tença fará coisa julgada:
mados de que trata o art. 82. I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente
Parágrafo único. (Vetado). por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pe- poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se
los legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou
sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos
pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das do parágrafo único do art. 81;
sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido,
não do trânsito em julgado. para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do
§ 2° É competente para a execução o juízo: inciso III do parágrafo único do art. 81.
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso § 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não
de execução individual; prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da co-
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. letividade, do grupo, categoria ou classe.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de con- § 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improce-
denação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de inde- dência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no
nizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização
danoso, estas terão preferência no pagamento. a título individual.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a desti- § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, com-
nação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n°7.347 de binado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não
24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de decisão prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente so-
de segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais, fridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste có-
salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente digo, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus
suficiente para responder pela integralidade das dívidas. sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de in- termos dos arts. 96 a 99.
teressados em número compatível com a gravidade do dano, pode- § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença pe-
rão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da nal condenatória.
indenização devida. Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do pa-
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá rágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações
para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985. individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra
partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não bene-
CAPÍTULO III ficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua
DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR DE suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do
PRODUTOS E SERVIÇOS ajuizamento da ação coletiva.

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de CAPÍTULO V


produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II DA CONCILIAÇÃO NO SUPERENDIVIDAMENTO
deste título, serão observadas as seguintes normas: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade Art. 104-A. A requerimento do consumidor superendividado
poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do pessoa natural, o juiz poderá instaurar processo de repactuação de
contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, dívidas, com vistas à realização de audiência conciliatória, presidida
a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos por ele ou por conciliador credenciado no juízo, com a presença de
termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido todos os credores de dívidas previstas no art. 54-A deste Código, na
declarado falido, o síndico será intimado a informar a existência de qual o consumidor apresentará proposta de plano de pagamento

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com prazo máximo de 5 (cinco) anos, preservados o mínimo exis- § 4º O plano judicial compulsório assegurará aos credores, no
tencial, nos termos da regulamentação, e as garantias e as formas mínimo, o valor do principal devido, corrigido monetariamente por
de pagamento originalmente pactuadas. (Incluído pela Lei nº índices oficiais de preço, e preverá a liquidação total da dívida, após
14.181, de 2021) a quitação do plano de pagamento consensual previsto no art. 104-
§ 1º Excluem-se do processo de repactuação as dívidas, ainda A deste Código, em, no máximo, 5 (cinco) anos, sendo que a primei-
que decorrentes de relações de consumo, oriundas de contratos ce- ra parcela será devida no prazo máximo de 180 (cento e oitenta)
lebrados dolosamente sem o propósito de realizar pagamento, bem dias, contado de sua homologação judicial, e o restante do saldo
como as dívidas provenientes de contratos de crédito com garantia será devido em parcelas mensais iguais e sucessivas. (Incluído
real, de financiamentos imobiliários e de crédito rural. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
pela Lei nº 14.181, de 2021) Art. 104-C. Compete concorrente e facultativamente aos ór-
§ 2º O não comparecimento injustificado de qualquer credor, gãos públicos integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consu-
ou de seu procurador com poderes especiais e plenos para transigir, midor a fase conciliatória e preventiva do processo de repactuação
à audiência de conciliação de que trata o caput deste artigo acar- de dívidas, nos moldes do art. 104-A deste Código, no que couber,
retará a suspensão da exigibilidade do débito e a interrupção dos com possibilidade de o processo ser regulado por convênios especí-
encargos da mora, bem como a sujeição compulsória ao plano de ficos celebrados entre os referidos órgãos e as instituições credoras
pagamento da dívida se o montante devido ao credor ausente for ou suas associações. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
certo e conhecido pelo consumidor, devendo o pagamento a esse § 1º Em caso de conciliação administrativa para prevenir o
credor ser estipulado para ocorrer apenas após o pagamento aos superendividamento do consumidor pessoa natural, os órgãos pú-
credores presentes à audiência conciliatória. (Incluído pela Lei blicos poderão promover, nas reclamações individuais, audiência
nº 14.181, de 2021) global de conciliação com todos os credores e, em todos os casos,
§ 3º No caso de conciliação, com qualquer credor, a sentença facilitar a elaboração de plano de pagamento, preservado o mínimo
judicial que homologar o acordo descreverá o plano de pagamento existencial, nos termos da regulamentação, sob a supervisão desses
da dívida e terá eficácia de título executivo e força de coisa julgada. órgãos, sem prejuízo das demais atividades de reeducação financei-
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) ra cabíveis. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
§ 4º Constarão do plano de pagamento referido no § 3º deste § 2º O acordo firmado perante os órgãos públicos de defesa
artigo: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) do consumidor, em caso de superendividamento do consumidor
I - medidas de dilação dos prazos de pagamento e de redução pessoa natural, incluirá a data a partir da qual será providenciada
dos encargos da dívida ou da remuneração do fornecedor, entre ou- a exclusão do consumidor de bancos de dados e de cadastros de
tras destinadas a facilitar o pagamento da dívida; (Incluído pela inadimplentes, bem como o condicionamento de seus efeitos à
Lei nº 14.181, de 2021) abstenção, pelo consumidor, de condutas que importem no agra-
II - referência à suspensão ou à extinção das ações judiciais em vamento de sua situação de superendividamento, especialmente a
curso; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) de contrair novas dívidas. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
III - data a partir da qual será providenciada a exclusão do
consumidor de bancos de dados e de cadastros de inadimplentes; TÍTULO IV
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR
IV - condicionamento de seus efeitos à abstenção, pelo consu-
midor, de condutas que importem no agravamento de sua situação Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consu-
de superendividamento. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) midor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e
§ 5º O pedido do consumidor a que se refere o caput deste ar- municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor.
tigo não importará em declaração de insolvência civil e poderá ser Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor,
repetido somente após decorrido o prazo de 2 (dois) anos, contado da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal
da liquidação das obrigações previstas no plano de pagamento ho- que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da política do
mologado, sem prejuízo de eventual repactuação. (Incluído pela Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe:
Lei nº 14.181, de 2021) I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política
Art. 104-B. Se não houver êxito na conciliação em relação a nacional de proteção ao consumidor;
quaisquer credores, o juiz, a pedido do consumidor, instaurará II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias
processo por superendividamento para revisão e integração dos ou sugestões apresentadas por entidades representativas ou pes-
contratos e repactuação das dívidas remanescentes mediante pla- soas jurídicas de direito público ou privado;
no judicial compulsório e procederá à citação de todos os credores III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre
cujos créditos não tenham integrado o acordo porventura celebra- seus direitos e garantias;
do. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos
§ 1º Serão considerados no processo por superendividamento, diferentes meios de comunicação;
se for o caso, os documentos e as informações prestadas em au- V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito poli-
diência. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) cial para a apreciação de delito contra os consumidores, nos termos
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, os credores citados juntarão da legislação vigente;
documentos e as razões da negativa de aceder ao plano voluntário VI - representar ao Ministério Público competente para fins
ou de renegociar. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) de adoção de medidas processuais no âmbito de suas atribuições;
§ 3º O juiz poderá nomear administrador, desde que isso não VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infra-
onere as partes, o qual, no prazo de até 30 (trinta) dias, após cum- ções de ordem administrativa que violarem os interesses difusos,
pridas as diligências eventualmente necessárias, apresentará pla- coletivos, ou individuais dos consumidores;
no de pagamento que contemple medidas de temporização ou de VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Es-
atenuação dos encargos. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) tados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a fisca-
lização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de bens
e serviços;

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IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros pro- “Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
gramas especiais, a formação de entidades de defesa do consumi- sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a
dor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e municipais; execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual inicia-
X - (Vetado). tiva aos demais legitimados”.
XI - (Vetado). Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24
XII - (Vetado) de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput,
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas fi- com a seguinte redação:
nalidades. “Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o De- autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
partamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé-
concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico- cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
-científica. danos”.
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347,
TÍTULO V de 24 de julho de 1985:
DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO “Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adianta-
mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo
de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem re- comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas
gular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham processuais”.
por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes:
como à reclamação e composição do conflito de consumo. “Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos,
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título
instrumento no cartório de títulos e documentos. III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor”.
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oiten-
signatárias. ta dias a contar de sua publicação.
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento.
Art. 108. (Vetado).
RESOLUÇÃO CMN Nº 3.849, DE 25 DE MARÇO DE 2010
TÍTULO VI – DISPÕE SOBRE A INSTITUIÇÃO DE COMPONENTE OR-
DISPOSIÇÕES FINAIS GANIZACIONAL DE OUVIDORIA PELAS INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS E DEMAIS INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS
Art. 109. (Vetado). A FUNCIONAR PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei n°
7.347, de 24 de julho de 1985:
“IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”. RESOLUÇÃO Nº 3.849
Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
1985, passa a ter a seguinte redação: Dispõe sobre a instituição de componente organizacional
“II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições
meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético, autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer outro interesse di- O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº
fuso ou coletivo”. 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho
Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de Monetário Nacional, em sessão realizada em 25 de março de
1985, passa a ter a seguinte redação: 2010, com fundamento no art. 4º, inciso VIII, da referida lei,
“§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação RESOLVEU:
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado Art. 1º As instituições financeiras e demais instituições
assumirá a titularidade ativa”. autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil que tenham
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º. da
clientes pessoas físicas ou pessoas jurídicas classificadas como
Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:
microempresas na forma da legislação própria devem instituir
“§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado
componente organizacional de ouvidoria, com a atribuição de
pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem ju- atuar como canal de comunicação entre essas instituições e
rídico a ser protegido. os clientes e usuários de seus produtos e serviços, inclusive na
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministé- mediação de conflitos.
rios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa § 1º A estrutura do componente organizacional deve ser
dos interesses e direitos de que cuida esta lei. compatível com a natureza e a complexidade dos produtos,
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interes- serviços, atividades, processos e sistemas de cada instituição.
sados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências § 2º As instituições a que se refere o caput devem:
legais, mediante combinações, que terá eficácia de título executivo I - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria, bem
extrajudicial”. como de informações completas acerca da sua finalidade e forma
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, de utilização;
passa a ter a seguinte redação:

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II - garantir o acesso gratuito dos clientes e usuários de das operações cursadas, constituídos na forma da Resolução nº
produtos e serviços ao atendimento da ouvidoria, por meio de 3.165, de 29 de janeiro de 2004, ficam excluídos da exigência
canais ágeis e eficazes; e estabelecida no caput.
III - disponibilizar acesso telefônico gratuito, cujo número § 12. Nas hipóteses previstas nos §§ 7º e 8º, o convênio
deve ser: somente pode ser realizado com associação de classe, ou bolsa
a) divulgado e mantido atualizado em local e formato visível de valores, ou bolsa de mercadorias e de futuros, ou cooperativa
ao público no recinto das suas dependências e nas dependências central, ou federação ou confederação de cooperativas de crédito
dos correspondentes no País, bem como nos respectivos sítios que possua código de ética e/ou de autorregulação efetivamente
eletrônicos na internet e nos demais canais de comunicação implantados aos quais a instituição tenha aderido.
utilizados para difundir os produtos e serviços da instituição; Art. 2º Constituem atribuições da ouvidoria:
b) registrado nos extratos, nos comprovantes, inclusive I - receber, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal
eletrônicos, nos contratos formalizados com os clientes, e adequado às reclamações dos clientes e usuários de produtos
nos materiais de propaganda e de publicidade e nos demais e serviços das instituições referidas no caput do art. 1º que não
documentos que se destinem aos clientes e usuários dos produtos forem solucionadas pelo atendimento habitual realizado por suas
e serviços da instituição; e agências e quaisquer outros pontos de atendimento;
c) registrado e mantido permanentemente atualizado em II - prestar os esclarecimentos necessários e dar ciência
sistema de informações, na forma estabelecida pelo Banco Central aos reclamantes acerca do andamento de suas demandas e das
do Brasil. providências adotadas;
§ 3º A divulgação de que trata o § 2º, inciso I, deve ser III - informar aos reclamantes o prazo previsto para resposta
providenciada inclusive por meio dos canais de comunicação final, o qual não pode ultrapassar quinze dias, contados da data da
utilizados para difundir os produtos e serviços da instituição. protocolização da ocorrência;
§ 4º O componente organizacional deve ser segregado da IV - encaminhar resposta conclusiva para a demanda dos
unidade executora da atividade de auditoria interna, de que trata reclamantes até o prazo informado no inciso III;
o art. 2º da Resolução nº 2.554, de 24 de setembro de 1998, com V - propor ao conselho de administração ou, na sua ausência,
a redação dada pela Resolução nº 3.056, de 19 de dezembro de à diretoria da instituição medidas corretivas ou de aprimoramento
2002. de procedimentos e rotinas, em decorrência da análise das
§ 5º Os bancos comerciais, os bancos múltiplos, as caixas reclamações recebidas; e
econômicas, as sociedades de crédito, financiamento e VI - elaborar e encaminhar à auditoria interna, ao comitê
investimento, as associações de poupança e empréstimo e as de auditoria, quando existente, e ao conselho de administração
sociedades de arrendamento mercantil que realizem operações de ou, na sua ausência, à diretoria da instituição, ao final de cada
arrendamento mercantil financeiro devem instituir o componente semestre, relatório quantitativo e qualitativo acerca da atuação
organizacional de ouvidoria na própria instituição. da ouvidoria, contendo as proposições de que trata o inciso V.
§ 6º As cooperativas singulares de crédito filiadas a § 1º O serviço prestado pela ouvidoria aos clientes e usuários
cooperativa central podem firmar convênio com a respectiva dos produtos e serviços das instituições referidas no caput do art.
central, confederação ou banco cooperativo do sistema, para 1º deve ser identificado por meio de número de protocolo de
compartilhamento e utilização de componente organizacional de atendimento.
ouvidoria único, mantido em uma dessas instituições. § 2º Os relatórios de que trata o inciso VI devem permanecer
§ 7º As cooperativas singulares de crédito não filiadas a à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de
cooperativa central podem firmar convênio com cooperativa cinco anos na sede da instituição.
central, ou com federação ou confederação de cooperativas Art. 3º O estatuto ou o contrato social das instituições
de crédito, ou com associação representativa da classe, para referidas no caput do art. 1º deve conter, de forma expressa, entre
compartilhamento e utilização de ouvidoria mantida em uma outros, os seguintes dados:
dessas instituições. I - as atribuições da ouvidoria;
§ 8º As instituições não referidas nos §§ 5º, 6º e 7º podem II - os critérios de designação e de destituição do ouvidor e o
firmar convênio com a associação de classe a que sejam afiliadas tempo de duração de seu mandato; e
ou com as bolsas de valores ou as bolsas de mercadorias e de III - o compromisso expresso da instituição no sentido de:
futuros nas quais realizam operações, para compartilhamento e a) criar condições adequadas para o funcionamento da
utilização da ouvidoria mantida em uma dessa entidades. ouvidoria, bem como para que sua atuação seja pautada pela
§ 9º As instituições que fazem parte de conglomerado transparência, independência, imparcialidade e isenção; e
financeiro podem instituir componente organizacional único que b) assegurar o acesso da ouvidoria às informações necessárias
atuará em nome de todos os integrantes do grupo. para a elaboração de resposta adequada às reclamações recebidas,
§ 10. As instituições referidas no caput que não façam parte com total apoio administrativo, podendo requisitar informações e
de conglomerado financeiro podem firmar convênio com empresa documentos para o exercício de suas atividades.
não financeira ligada, conforme definição constante do art. 1º, § § 1º O disposto neste artigo, conforme a natureza jurídica
1º, incisos I e III, da Resolução nº 2.107, de 31 de agosto de 1994, da sociedade, deve ser incluído no estatuto ou contrato social da
que possuir ouvidoria, para compartilhamento e utilização da instituição, na primeira alteração que ocorrer após a criação da
respectiva ouvidoria. ouvidoria.
§ 11. Os bancos comerciais sob controle direto de bolsas § 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigidas por esta
de mercadorias e de futuros que operem exclusivamente no resolução relativas às instituições que optarem pela faculdade
desempenho de funções de liquidante e custodiante central prevista no art. 1º, §§ 6º e 9º, podem ser promovidas somente
pela instituição que constituir o componente organizacional único
de ouvidoria.
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§ 3º As instituições que não instituírem componente de IV - arquivado na sede da respectiva instituição, à disposição
ouvidoria próprio em decorrência da faculdade prevista no art. do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos,
1º, §§ 6º a 10, devem ratificar tal decisão por ocasião da primeira acompanhado da revisão e da apreciação de que tratam os incisos
assembleia geral ou da primeira reunião de diretoria, após a I e II.
formalização da adoção da faculdade. Art. 5º As instituições não obrigadas, no termos desta
Art. 4º As instituições referidas no caput do art. 1º devem resolução, à remessa do relatório do diretor responsável pela
designar perante o Banco Central do Brasil os nomes do ouvidor e ouvidoria ao Banco Central do Brasil, devem manter os relatórios
do diretor responsável pela ouvidoria. ainda não enviados na forma exigida pela Resolução nº 3.477, de
§ 1º Para efeito da designação de que trata o caput, são 26 de julho de 2007, na sede da instituição, conforme previsto no
estabelecidas as seguintes disposições: art. 4º, § 6º, inciso IV.
I - não há vedação a que o diretor responsável pela ouvidoria Art. 6º As instituições referidas no caput do art. 1º devem
desempenhe outras funções na instituição, exceto a de diretor de adotar providências para que todos os integrantes da ouvidoria
administração de recursos de terceiros; sejam considerados aptos em exame de certificação organizado
II - nos casos dos bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas por entidade de reconhecida capacidade técnica.
econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento § 1º O exame de certificação de que trata o caput deve
e associações de poupança e empréstimo, o ouvidor não poderá abranger, no mínimo, temas relacionados à ética, aos direitos e
desempenhar outra atividade na instituição, exceto a de diretor defesa do consumidor e à mediação de conflitos, bem como ter
responsável pela ouvidoria; e sido realizado após 30 de julho de 2007.
III - na hipótese de recair a designação do diretor responsável § 2º A designação dos membros da ouvidoria fica condicionada
pela ouvidoria e do ouvidor sobre a mesma pessoa, esta não à comprovação de aptidão no exame de certificação de que
poderá desempenhar outra atividade na instituição. trata o caput, além do atendimento às demais exigências desta
§ 2º Nas hipóteses previstas no art. 1º, §§ 6º e 9º, o ouvidor resolução.
e o diretor responsável pela ouvidoria responderão por todas as § 3º As instituições referidas no caput do art. 1º são
instituições que utilizarem o componente organizacional único responsáveis pela atualização periódica dos conhecimentos dos
de ouvidoria e devem integrar os quadros da instituição que integrantes da ouvidoria.
constituir o componente de ouvidoria. § 4º O diretor responsável pela ouvidoria deve atender à
§ 3º Nas hipóteses previstas no art. 1º, §§ 7º, 8º e 10, as formalidade prevista no caput somente na hipótese prevista no
instituições devem: art. 4º, § 1º, inciso III.
I - designar perante o Banco Central do Brasil apenas o nome § 5º Nas hipóteses previstas no art. 1º, §§ 7º, 8º e 10, os
do diretor responsável pela ouvidoria; e respectivos convênios devem conter cláusula exigindo exame de
II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do ouvidor certificação de todos os integrantes das ouvidorias das associações
da associação de classe, bolsa de valores ou bolsa de mercadorias de classe, entidades e empresas conveniadas, nos termos desta
e de futuros, entidade ou empresa que constituir a ouvidoria. resolução.
§ 4º Os dados relativos ao diretor responsável pela ouvidoria Art. 7º A ouvidoria deve manter sistema de controle
e ao ouvidor devem ser inseridos e mantidos atualizados em atualizado das reclamações recebidas, de forma que possam
sistema de informações, na forma estabelecida pelo Banco Central ser evidenciados o histórico de atendimentos e os dados de
do Brasil. identificação dos clientes e usuários de produtos e serviços, com
§ 5º O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar toda a documentação e as providências adotadas.
relatório semestral, na forma definida pelo Banco Central do Parágrafo único. As informações e a documentação referidas
Brasil, relativo às atividades da ouvidoria nas datas-base de 30 no caput devem permanecer à disposição do Banco Central do
de junho e 31 de dezembro e sempre que identificada ocorrência Brasil na sede da instituição, pelo prazo mínimo de cinco anos,
relevante. contados da data da protocolização da ocorrência.
§ 6º O relatório de que trata o § 5º deve ser: Art. 8º O Banco Central do Brasil poderá adotar medidas
I - revisado pela auditoria externa, a qual deve manifestar-se complementares necessárias à execução do disposto nesta
acerca da qualidade e adequação da estrutura, dos sistemas e dos resolução.
procedimentos da ouvidoria, bem como sobre o cumprimento Art. 9º Esta Resolução entra em vigor na data de sua
dos demais requisitos estabelecidos nesta resolução, inclusive nos publicação.
casos previstos no art. 1º, §§ 7º, 8º e 10; Art. 10. Ficam revogadas as Resoluções nº 3.477, de 26 de
II - apreciado pela auditoria interna ou pelo comitê de julho de 2007, e nº 3.489, de 29 de agosto de 2007.
auditoria, quando existente; Brasília, 25 de março de 2010.
III - encaminhado ao Banco Central do Brasil, na forma e
periodicidade estabelecida por aquela Autarquia:
a) pelas instituições que possuem comitê de auditoria, bem
como pelas cooperativas centrais de crédito, confederações
e bancos cooperativos que tenham instituído componente
organizacional único para atuar em nome das respectivas
cooperativas de crédito singulares conveniadas nos termos do art.
1º, § 6º; e
b) pelas instituições referidas no caput do art. 1º, no caso de
ocorrência de fato relevante;

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5. (IFN/MG – Administrador – FCM/2019) A fim de conhecer
QUESTÕES melhor seus clientes e, a partir disso, dar prosseguimento à cons-
trução do Planejamento Estratégico, as organizações utilizam-se de
uma ferramenta ou de um processo bastante conhecido: a segmen-
1. (Prefeitura de São Felipe D`Oeste/RO - Agente Administrati- tação de mercado.
vo – IBADE/2020) Análise de Swot ou como também é conhecida, Sobre o processo de segmentação de mercado e suas variáveis,
FOFA, é utilizada para mapear diversos aspectos relacionados a um é INCORRETO afirmar que
produto ou serviço, além de ajudar a definir os seus diferenciais (A) trata-se de um instrumento para a construção do perfil de
competitivos diante do mercado, encontrar e corrigir todo o tipo de consumidores reais e potenciais.
falha que possa vir a ameaçar o negócio. A técnica de administração (B) permite um melhor aproveitamento dos recursos de mídia
ANÁLISE DE SWOT (FOFA) consiste em encontrar, EXCETO: e, especificamente, de propaganda.
(A) oportunidades. (C) facilita a identificação de oportunidades de mercado e o al-
(B) pontos fortes. cance de melhores resultados nesse sentido.
(C) atitudes. (D) faculta a definição de estratégias de distribuição, identifica-
(D) ameaças. ção de intermediários adequados e dos canais preferidos pelos
(E) pontos fracos. clientes.
(E) torna mais complexa a realização da pesquisa de mercado,
2. (IF/ES - Tecnólogo - Processos Gerenciais – IF/ES/2019) Se- uma vez que envolve diferentes variáveis como a idade, a renda
gundo Maximiano (2017), “a análise de ameaças e oportunidade familiar e o estilo de vida.
do ambiente é um dos pilares do planejamento estratégico. Quanto
mais competitivo, instável e complexo o ambiente, maior a necessi- 6. (UFRPE – Administrador - SUGEP – UFRPE/2019) A análise
dade de analisá-lo. Há diversas maneiras de dividir o ambiente em de mercado é um dos componentes do plano de negócios, que está
componentes para facilitar a análise […]. O entendimento das forças relacionado ao marketing da organização. Ela apresenta o entendi-
competitivas de um ramo de negócios é fundamental para o desen- mento do mercado da empresa, seus clientes, seus concorrentes e
volvimento de uma estratégia. Porter propõe os componentes para quanto a empresa conhece, em dados e informações, o mercado
a análise das forças competitivas”. onde atua. A análise do mercado permite ainda que se conheça de
Analise as forças que agem nos mercados competitivos, segun- perto o ambiente onde o produto/serviço se encontra. O mercado
do Porter, nas afirmativas abaixo e assinale a alternativa INCORRE- está composto pelo ambiente em que a empresa e o produto se lo-
TA: calizam, pela concorrência e pelo perfil do consumidor. A definição
(A) Ameaça de produtos e serviços substitutos de mercado leva em conta: a Análise da Indústria/Setor, a Descrição
(B) Poder de barganha dos fornecedores. do Segmento de Mercado, a Análise SWOT do produto/serviço e a
(C) Formação de alianças e parcerias. Análise da Concorrência. Em relação à descrição do segmento de
(D) Ameaça da entrada de novos competidores. mercado, é correto afirmar que:
(E) Poder de barganha dos compradores. (A) inicia-se com a coleta de informações do setor ao qual per-
tence o produto/serviço.
3. (CORE/SP – Telefonista - INAZ DO PARÁ/2019) Podemos dizer (B) avalia os pontos fortes e fracos dos seus principais concor-
que a imagem de uma organização é um dos seus maiores patrimô- rentes em relação ao seu produto/serviço.
nios. A partir da definição de imagem institucional, que item atende (C) deve ser avaliada em relação a produtos/serviços e à orga-
a esta especificação? nização (nesse caso, sua análise já ocorreu na etapa de plane-
(A) É construída pela mídia local. jamento estratégico).
(B) É como a instituição é vista pelo seu público. (D) é definida a partir das características do produto, do estilo
(C) Cabe à organização a construção da sua imagem. de vida do consumidor (idade, sexo, renda, profissão, família,
(D) É como a organização é percebida pelos seus funcionários. personalidade etc.).
(E) Tem relação com o seu histórico de criação. (E) estabelece um procedimento de reativação das variáveis
utilizadas durante o levantamento de informações junto ao
4. (IF Goiano – Administrador - CS-UFG/2019) Considera-se o mercado fornecedor.
planejamento estratégico uma metodologia gerencial que permite
direcionar o caminho que a empresa deverá seguir para atingir um 7. (CFO/DF – Administrador – QUADRIX/2020) A respeito do
futuro desejado, interagindo com o ambiente de negócios no qual processo de planejamento, julgue o item.
está inserida. Essa metodologia envolve a definição de A estratégia genérica de foco faz com que a empresa procure
(A) um posicionamento estratégico e a construção de cenários atender segmentos de mercado definidos e estreitos e dê enfoque
que permitam a identificação e seleção de alternativas de ca- em grupos de clientes, linhas de produtos ou mercados geográficos.
minhos que conduzam aos melhores resultados. (....) CERTO
(B) um posicionamento estratégico e a construção de cenários (....) ERRADO
que permitam a identificação e seleção da alternativa de cami-
nho que conduz ao melhor resultado. 8. (CREA/TO – Analista Administrativo – QUADRIX/2019) No
(C) um posicionamento tático e a construção de cenários que que se refere à função de planejamento, julgue o item.
permitam a identificação e seleção de alternativas de caminhos A estratégia de segmentação destaca‐se por buscar atender
que determinam os melhores resultados. muito bem o alvo determinado, diferentemente das outras estra-
(D) posicionamentos estratégicos e táticos e a construção de tégias, que buscam atingir objetivos para todo o mercado consu-
cenários que permitam a identificação e seleção de alternativas midor.
de caminhos que conduzam aos melhores resultados. (....) CERTO
(....) ERRADO

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9. (IF/MS – Administração – IF/MS/2019) A rapidez e a facili- 12. (CRA/PA – Administrador – QUADRIX/2019) Com relação à
dade observada no processo de troca de informações, bem como gestão de processos, julgue o item.
a inserção de empresas de diferentes portes em cadeias de valor A gestão de processos traz benefícios, como a melhoria dos
globais, reforçam a importância de se analisar o contexto externo resultados, a satisfação do cliente em função do desempenho em
à organização. Ao analisar o ambiente externo, o administrador áreas críticas e os menores custos, devido à redução da complexi-
verifica as ameaças e as oportunidades que estão no ambiente da dade e do retrabalho.
empresa e as melhores maneiras de evitar ou usufruir dessas situa- (....) CERTO
ções. Considerando uma correta análise das oportunidades, pode- (....) ERRADO
-se afirmar que
(A) uma empresa provavelmente se aproveitará de uma vanta- 13. (BANRISUL – Escriturário – FCC/2019) A chamada Gestão da
gem diferencial, se suas características particulares satisfazem Experiência do Cliente
os requisitos para o sucesso da oportunidade de forma mais (A) tem seu foco exclusivo no ato de condicionar o cliente a
eficiente, eficaz e efetiva que sua concorrente potencial. realizar somente determinadas operações.
(B) a identificação das oportunidades deve ser restrita, pois não (B) não se preocupa com a construção do relacionamento com
se faz necessário um mapeamento extenso, uma vez que todas o cliente, centrando-se na lógica da transação.
as empresas possuem recursos limitados e não conseguem res- (C) pode ser aplicada na estratégia de segmentação de merca-
ponder a todas as vantagens do ambiente externo. do e de definição de públicos-alvo da empresa, mas não em sua
(C) as oportunidades internas são mais relevantes que as ex- estratégia de posicionamento.
ternas, pois há um maior conhecimento de suas característi- (D) está centrada na visão da empresa que ao ofertar seus pro-
cas. Com isso, seu uso é mais rápido e de menor custo, como a dutos despreza o chamado insight do cliente.
oportunidade relativa a novos produtos e serviços. (E) tem uma visão geral da maneira pela qual a empresa e seus
(D) dentre as oportunidades observáveis, existe a denominada produtos podem ser importantes em todas as fases da vida do
“ponto neutro”. Esta é uma variável identificada pela empresa; cliente.
todavia, não existem critérios e parâmetros de avaliação para
sua classificação como ponto forte ou ponto fraco. 14. (BANRISUL – Escriturário – FCC/2019) Colocando em prática
(E) todas as situações observáveis no ambiente interno e ex- sua estratégia de fidelização dos clientes por meio do chamado ma-
terno podem ser consideradas oportunidades, pois a empresa nejo de carteira, um determinado Banco adotou uma série de práti-
pode mudar seu processo produtivo e/ou seus interesses para cas e criou diversos produtos. NÃO condiz com essa abordagem da
usufruir dos benefícios advindos delas. gestão de carteiras de clientes:
(A) a concentração, sob uma mesma gerência, da gestão de
10. (TJ/SP - Administrador Judiciário – VUNESP/2019) A des- contas de pessoas físicas e jurídicas, sem distinção de renda ou
crição dos componentes básicos da operação numa organização e faturamento.
dos relacionamentos entre eles, demonstrando como a organização (B) a segmentação do atendimento aos clientes por perfil de
concretiza seus objetivos e sua missão, permitindo ter uma visão renda.
sistêmica do negócio, desde o nível macro até a descrição detalhada (C) a abordagem diferenciada para nichos de públicos-alvo es-
das atividades, é a definição de pecíficos, como, por exemplo, o de mulheres empreendedoras
(A) modelagem de processos. de atividades produtivas de pequeno porte.
(B) processos de apoio. (D) a ampliação da carteira de crédito consignado junto a servi-
(C) cadeia de valor. dores públicos aposentados.
(D) estrutura organizacional. (E) a concessão de crédito, em condições vantajosas, para fi-
(E) monitoramento de processos. nanciamento de veículos menos poluentes, a permissionários
de táxis.
11. (IF/MS – Administração – IF/MS/2019) O conceito de Ca-
deia de Valor de Michael Porter (Livro Vantagem Competitiva: crian- 15. (BRB – Escriturário – IADES/2019) Assinale a alternativa que
do e sustentando um desempenho superior, 16ª Edição. Rio de Ja- indica objetivo(s) das ações de marketing de relacionamento com
neiro: Campus, 1989) é um modelo que ajuda a analisar atividades o cliente.
específicas por meio das quais as empresas criam valor e vantagem (A) Satisfação, fidelização e lealdade do cliente e incremento na
competitiva. Marque a alternativa que contenha as atividades prin- percepção de valor da marca.
cipais da Cadeia de Valor. (B) Identificação de nichos de mercado e segmentação do pú-
(A) Promoção, treinamento, aquisição, infraestrutura e gerên- blico-alvo.
cia de RH. (C) Diminuição da margem de lucro do vendedor ou prestador
(B) Logística externa, logística interna, desenvolvimento de tec- de serviço.
nologia e infraestrutura e operações. (D) Modificações no produto para adequá-lo às peculiaridades
(C) Aquisição, desenvolvimento de tecnologia, promoção e in- da clientela.
fraestrutura da empresa. (E) Praça, preço, promoção e produto.
(D) Pode ser por meio dos recursos e competências.
(E) Logística interna, operações, logística externa, marketing e
vendas e serviço.

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16. (BANRISUL – Escriturário – FCC/2019) Desde a primeira Re- (D) No triple bottom line, a dimensão econômica deve ficar em
volução Industrial até os dias atuais, passamos da “era da produ- segundo plano para que as dimensões social, natural e de tra-
ção” para a “era do cliente”. Uma consequência dessa passagem é balho possam ser satisfeitas.
(A) a decadência dos departamentos de vendas e das ações de (E) O principal desafio da sustentabilidade é priorizar a humani-
marketing das empresas. zação e a preservação ambiental em detrimento do lucro e do
(B) a redução da importância do ato de venda, como fim em desenvolvimento econômico.
si mesmo, ao passo que o papel do vendedor passa a ser o de
identificar as necessidades e satisfazer o consumidor. 20. (UFPB – Psicólogo - INSTITUTO AOCP/2019) Sobre a susten-
(C) a redução da importância das pesquisas de mercado. tabilidade organizacional, considere as seguintes afirmativas:
(D) o abandono dos canais de comunicação com os clientes, 1. A sustentabilidade é um paradigma que visa à integração en-
como os Serviços de Atendimento ao Consumidor (SACs), que tre a economia, o ambiente e a sociedade.
se tornaram obsoletos. 2. A sustentabilidade indica que a preocupação das empresas
(E) o abandono de estratégias como a segmentação e o posicio- deve ir além da produção e da geração de dividendos, devendo se
namento de mercado, com o advento do consumo de massa. debruçar sobre questões que proporcionem o bem-estar dos seus
empregados, associadas à preocupação com a comunidade da qual
17. (EBSERH - Analista Administrativo - Gestão Hospitalar – fazem parte esses mesmos empregados.
IBFC/2020) Na aprendizagem organizacional além dos princípios 3. Na prática, o modelo e o paradigma da sustentabilidade tra-
fundamentais, dois componentes organizacionais são definidos dicional têm servido ao consumo externo e aos discursos cobertura
como fundamentais para a aprendizagem. Assinale a alternativa sobre as reais finalidades das ações para a sustentabilidade.
que apresenta esses dois componentes. 4. Na perspectiva de uma crítica ao modelo tradicional de sus-
(A) A estrutura organizacional e as competências e habilidades tentabilidade, o objetivo de um ambiente organizacional externo
dos funcionários da instituição. e interno sustentável é que as pessoas sejam consideradas o alvo
(B) Acultura de experimentação e a estrutura organizacional. principal da garantia de uma vida saudável, tanto econômica e po-
(C) A transferência de conhecimento e a liderança. liticamente quanto do ponto de vista da saúde física e emocional.
(D) A estrutura organizacional e o trabalho em grupo e coope-
ração. Assinale a alternativa correta.
(E) A missão e visão organizacional. (A) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
(B) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
18. (EBSERH - Psicólogo - Organizacional e do Trabalho – VU- (C) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
NESP/2020) Em uma organização, o processo de aprendizagem (D) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
pode ocorrer em três níveis: do indivíduo, do grupo e da organi- (E) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
zação. Neste último, também chamado de aprendizagem organiza-
cional, 21. (UNIFESP – Administrador - CAIP-IMES/2013) São carac-
(A) constituem-se as organizações que aprendem, que são ca- terísticas dos serviços, que afetam enormemente a elaboração de
pazes de criar, adquirir e transferir conhecimentos, porém sem programas de marketing, exceto:
modificar os comportamentos individuais. (A) Imperecibilidade.
(B) ocorre basicamente o processo de aprendizagem operacio- (B) Intangibilidade.
nal, que consiste na aquisição e no desenvolvimento de habili- (C) Variabilidade.
dades físicas para produzir ações. (D) Inseparabilidade.
(C) tornam-se institucionalizados os processos de aprendiza-
gem individual e de grupo, e se expressam em diversos artefa- 22. (Petrobras – Administrador – CESGRANRIO) Um aluno de
tos organizacionais, como estrutura, regras, procedimentos e Administração de Empresas estudou, na disciplina de Marketing de
elementos simbólicos. Serviços, que os serviços distinguiam- se dos bens basicamente em
(D) verifica-se uma redução da aprendizagem conceitual, pois função das características da intangibilidade, perecibilidade, simul-
a aquisição e o desenvolvimento da capacidade para articular taneidade entre produção e consumo e heterogeneidade.
conhecimentos conceituais sobre uma experiência tornam-se Recém-admitido como estagiário numa Companhia distribui-
menos relevantes. dora de petróleo, ele se propôs a analisar a adequação da teoria
(E) encontra-se, como principal foco do processo de aprendiza- ao setor específico de postos de gasolina. Como resultado de sua
gem, o comportamento, que pode ser observado, mensurado, análise, o aluno fez as quatro afirmativas a seguir - uma sobre cada
bem como servir de base para a experimentação científica. característica estudada.
I - A intangibilidade aplica-se ao caso, ainda que os serviços
19. (UFPB – Psicólogo - INSTITUTO AOCP/2019) Sobre os de- prestados em postos de gasolina sejam fortemente calcados na
safios para a sustentabilidade organizacional, assinale a alternativa venda de bens físicos, como gasolina, óleos, extintores de incêndio,
correta. etc.
(A) O enfoque triple bottom line para a sustentabilidade intro- II - A perecibilidade não se aplica ao caso, uma vez que os pro-
duz a necessidade de pensar em cada setor da organização e dutos vendidos nos postos de gasolina têm longa vida útil.
adequá-los aos interesses sociais. III - A simultaneidade entre produção e consumo não se aplica
(B) A responsabilidade social presente nas organizações deve ao caso, pois os produtos adquiridos no posto só serão consumidos
refletir, em primeiro lugar, na satisfação de seus clientes. após o fim da prestação do serviço.
(C) Os princípios gerenciais da sustentabilidade são o enfoque IV - A heterogeneidade não se aplica ao caso, pois toda vez que
sistêmico e a visão de longo prazo. os consumidores se apresentam ao posto para receber um serviço
– seja ele de abastecimento, troca de óleo, lavagem geral, etc. – re-
ceberão exatamente o mesmo serviço.

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É(São) correta(s): 27. (UEPA - Técnico de Nível Superior - Comunicação Social –
(A) I, II, III e IV. FADESP/2020) Em sentido estrito, marketing significa o mercado
(B) I e III, apenas atuando. Por isso mesmo, a principal dificuldade que as empresas e
(C) II e IV, apenas. instituições públicas enfrentam na atualidade é acompanhar as mu-
(D) IV, apenas. danças do mercado, especialmente com a entrada das novas tecno-
(E) I, apenas. logias digitais. Deste modo, o marketing digital, quando se trata do
relacionamento com o público, deve se preocupar em
23. (IFC/SC - Assistente Administrativo – IFC) O setor de ser- I. atualizar os sistemas de relacionamento com o consumidor
viços é um dos que mais cresce. A prestação de serviços pode ser ou usuário, usando as redes sociais e os ambientes digitais.
identificada pelo conjunto de características: II. desenvolver campanhas com base na responsabilidade so-
(A) Perecibilidade, intangibilidade, inseparabilidade, relações cial para as plataformas de propaganda e publicidade nos ambien-
com os clientes, esforço do cliente e uniformidade. tes digitais, com o objetivo de posicionar a marca com relação às
(B) Tangibilidade, alta lucratividade, estocagem, relações com questões socioeconômicas.
os clientes, perecibilidade e uniformidade. III. transformar o consumidor em um aliado, considerando o
(C) Tangibilidade, separabilidade, perecibilidade, estocagem, processo de engajamento social dos clientes, que caracteriza, em
movimentação e inseparabilidade. boa medida, as ações de participação e colaboração que caracteri-
(D) Alta lucratividade, separabilidade, uniformidade, tangibili- zam a cultura do consumo.
dade, não perecibilidade e esforço do cliente. IV. ignorar a concorrência, uma vez que a competição nos mer-
(E) Relações com os clientes, alta lucratividade, inseparabilida- cados globais deixou de ser vertical para ser horizontal; em outras
de, movimentação, esforço do cliente e uniformidade. palavras, empresas pequenas não devem ser consideradas como
peças importantes no posicionamento mercadológico.
24. (Câmara Municipal de Jaboticabal/SP - Agente de Adminis-
tração - VUNESP) Dos produtos a seguir, aquele que possui como Está(Estão) correto(s) o(s) item(itens)
uma de suas principais características a intangibilidade é: (A) I e IV somente.
(A) logística. (B) I, II, III e IV.
(B) serviços. (C) I, II e IV somente.
(C) construção civil. (D) I, II e III somente.
(D) agronegócios.
(E) indústria. 28. (AL/GO - Comunicador Social – IADES/2019) A respeito de
campanhas de marketing, assinale a alternativa correta.
25. (EBSERH - Analista Administrativo - Relações Públicas – (A) As campanhas atuais integram ações de mala direta com
IBFC/2020) Assinale a alternativa que indica qual a importância da marketing interativo, criando sinergia entre a comunicação por
produção de conteúdo para o blog institucional. meio impresso e os canais digitais.
(A) Gerar likes nas páginas das redes sociais apenas. (B) É correto afirmar que uma campanha de marketing digital
(B) Atrair seguidores para as redes sociais somente. equivale à mala direta dos tempos atuais.
(C) Atrair leads interessados em temas específicos e que pode- (C) Já está comprovado que os diversos segmentos de públi-
rão ser convertidos em clientes da empresa. co são fiéis ao respectivo perfil ou aceitam a mala direta ou o
(D) Gerar engajamento em apenas alguns temas específicos da marketing digital.
organização. (D) A taxa de cliques (CTR ou click-trough rate) é verificada di-
(E) Gerar comentários positivos no site apenas. vidindo-se o número de cliques que um anúncio recebe pela
quantidade de usuários em um determinado espaço de tempo.
26. (SECOM/PA – Publicitário – AOCP/2018) A realização do Pla- (E) Com a chegada de novos recursos e ferramentas que dina-
no de Mídia permite que a agência defina para seu anunciante os mizam a comunicação por meios digitais, a mala direta caiu no
melhores meios, veículos e estratégias a serem usados. E uma das esquecimento.
estratégias a ser usada é a de Inbound Marketing. Assinale a alter-
nativa correta quanto ao Inbound Marketing na publicidade. 29. (UFCSPA/RS – Assistente de Administração – FAURGS/2018)
(A) Trabalha com o uso de ferramentas online que, na maio- Quanto à postura ética do profissional envolvido com vendas e ne-
ria das vezes, são gratuitas, como blogs e redes sociais, sem a gociações, considere as atitudes abaixo.
necessidade de investimentos exorbitantes por parte do anun- I - Conduzir negociação com confiança mútua.
ciante. II - Conduzir negociação com suspeita e desconfiança.
(B) A ferramenta de Inbound Marketing não é recomendada III - Ser imprevisível e incoerente.
para as organizações e anunciantes que estão iniciando suas IV - Ser claro, transparente e honesto.
atividades no mercado, devido ao baixo investimento.
(C) O Inbound Marketing é utilizado para atrair todas as pesso- Quais estão INCORRETAS?
as, independente se estas buscam ou não o que a organização (A) Apenas I.
e o anunciante estão oferecendo no mercado. (B) Apenas I e II.
(D) Apesar de ser uma ferramenta online, o Inbound Marketing (C) Apenas I e IV.
não permite a presença da organização e do anunciante nas (D) Apenas II e III.
redes sociais, somente por meio do e-mail marketing. (E) I, II, III e IV.
(E) Para trabalhar o Inbound Marketing é necessário e impor-
tante que as organizações e anunciantes, possuam um alto or-
çamento destinado ao Marketing Digital.

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a solução para o seu concurso!
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
30. (MSGás – Técnico Comercial – IESES/2021) A ética constitui 34. (MPE/PA - Estagiário - Comunicação Social - Publicidade
o conjunto de valores ou princípios morais que definem o que é e Propaganda – CONSULPLAN/2019) A comunicação voltada para
certo ou errado para uma pessoa, grupo ou organização. O com- as mídias sociais necessita da concretização de alguns passos e da
portamento ético acontece quando a organização incentiva seus observância a certos cuidados para que seja feita com êxito. Par-
membros a comportarem eticamente de maneira que os membros tindo-se da validade de tal postulado, são medidas essenciais para
aceitem e sigam tais valores e princípios. Verifique as assertivas e aprimorar a comunicação nas mídias sociais, EXCETO:
assinale a INCORRETA: (A) Personificar a própria marca e interagir constantemente
(A) Administradores éticos alcançam sucesso a partir de práti- com os receptores.
cas administrativas caracterizadas por equidade e justiça. (B) Encorajar a discussão e a participação junto ao público para
(B) A ética constitui um elemento catalisador de ações social- adicionar valor às próprias postagens.
mente responsáveis da organização por meio de seus adminis- (C) Mapear quem são os concentradores de tráfego de conteú-
tradores e parceiros. do e de informações, monitorando o que eles dizem.
(C) Quando as organizações são confiáveis quanto à ação ética, (D) Compartilhar informações irrelevantes, usando ferramentas
a sociedade pressiona por uma legislação que regule mais in- que promovam o conteúdo, tornando-o acessível ao público.
tensamente os negócios.
(D) A ética é uma preocupação com o bom comportamento. 35. (Petrobras - Técnico de Comercialização e Logística Júnior –
CESGRANRIO/2018) Diversas empresas utilizam canais comerciais e
31. (Prefeitura de Catanduvas/PR – Assistente Administrativo – de distribuição que são formados por intermediários, como os va-
FAUEL/2021) _______________________ é o termo que represen- rejistas, que têm a função de
ta e estabelece os imperativos de uma boa conduta e integridade (A) conceituar a imagem da empresa e sua marca.
profissional de um indivíduo no exercício de sua função. A lacuna (B) definir os custos de produção e de distribuição do fabrican-
acima pode ser CORRETAMENTE preenchida pela alternativa: te.
(A) Autoritarismo. (C) planejar a comunicação institucional dos bens fabricados.
(B) Improbidade Administrativa. (D) tornar o produto acessível para o consumidor final.
(C) Ética Profissional. (E) vender os produtos a atacadistas e distribuidores.
(D) Comunicação Empresarial.
36. (Câmara de Cabo de Santo Agostinho/PE – Técnico em Mí-
32. (DETRAN/PA - Agente de Educação de Trânsito – FA- dias - INSTITUTO AOCP/2019) Ao criar anúncios para as diversas
DESP/2019) Práticas de negócios éticos ou antiéticos costumam mídias sociais, é fundamental pensar no formato adequado não
refletir os valores, as atitudes, as crenças e os comportamentos pa- apenas para a mídia escolhida como também para o público e o
drão da cultura organizacional. Portanto, pode-se dizer que objetivo específico de sua campanha. No caso do Facebook, quando
(A) a ética é exatamente a mesma coisa que moral, pois é a o anúncio com foto é a melhor opção?
ética que cria a moral e vice-versa. (A) Quando você quer dar mais flexibilidade e alternativas para
(B) os problemas éticos caracterizam-se pela sua especificidade seu conteúdo, ajudando os clientes a encontrar e explorar seus
em situações concretas. produtos de uma maneira interativa, imersiva e exclusiva para
(C) a moral estuda uma forma de comportamento humano que dispositivos móveis.
os homens julgam obrigatório e valioso. (B) Quando você precisar criar um anúncio em poucos minutos,
(D) a ética deve fornecer a compreensão racional de um aspec- tiver a intenção de aumentar o reconhecimento de seus produ-
to real e efetivo do comportamento humano. tos ou quiser direcionar as pessoas para o seu site.
(E) uma decisão eticamente correta não é a que melhor assegu- (C) Quando você tem a intenção de ser imersivo, autêntico, in-
ra os direitos das pessoas por ela afetadas. clusivo e viciante, mas sempre atentando para o formato verti-
cal da tela do celular.
33. (Petrobras – Administrador Pleno – CESGRANRIO) No pas- (D) Quando você precisar criar uma experiência imersiva rapi-
sado, muitas empresas realizavam vendas para um único mercado, damente, direto de seu celular, com a intenção de simplificar
por meio de um único canal de marketing. Hoje, com a proliferação uma narrativa ou um processo complexo para alcançar pessoas
de segmentos de clientes e de alternativas de canal, um número com conexões mais lentas.
cada vez maior de empresas vem adotando o chamado “marketing
multicanal”, isto é, uma única empresa emprega dois ou mais canais 37. (SEED/PR - Professor - Produção Cultural e Design - CESPE /
de marketing para atingir um ou mais segmentos de mercado. Que CEBRASPE/2021) Em se tratando de uma pesquisa de satisfação de
afirmação NÃO corresponde a uma característica da utilização de clientes de uma rede de supermercados, é correto afirmar que o
múltiplos canais? cliente está totalmente satisfeito quando
(A) Cada canal só pode ser empregado para uma tarefa da em- (A) a rede possui uma ampla oferta de produtos caros.
presa (pré-venda, fechamento da venda, pós-venda etc.). (B) a rede possui uma maior quantidade de itens a oferecer.
(B) Empregando mais canais, uma empresa pode conseguir (C) sua expectativa é atendida sempre que ele vai até um dos
maior cobertura de mercado. supermercados da rede.
(C) O acréscimo de novos canais pode reduzir o custo por canal. (D) a motivação dos funcionários da rede é alta.
(D) Novos canais podem oferecer vendas mais personalizadas. (E) sua percepção é de que há agilidade no processo de aten-
(E) Diferentes canais de uma mesma empresa podem acabar dimento.
competindo pelos mesmos clientes.

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a solução para o seu concurso!
VENDAS E NEGOCIAÇÃO
38. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comu- 22 E
nicação Social - Relações Públicas - CEBRASPE/2019) Acerca de opi-
nião pública, julgue o próximo item. 23 A
A primeira das quatro fases do processo de elaboração da opi- 24 B
nião pública é caracterizada pelo aparecimento de questões de in-
teresse geral, que, ao serem solucionadas, geram uma sensação de 25 C
bem-estar aos envolvidos; a fase seguinte é a da controvérsia. 26 A
(....) CERTO
27 D
(....) ERRADO
28 A
39. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comu- 29 D
nicação Social - Relações Públicas - CEBRASPE/2019) Acerca de opi-
nião pública, julgue o próximo item. 30 C
Para se caracterizar um posicionamento acerca de determina- 31 C
do tema como de opinião pública, é necessário haver acordo da
maioria das opiniões de uma coletividade sobre questões relativas 32 D
a esse posicionamento. 33 A
(....) CERTO
(....) ERRADO 34 D
35 D
40. (SLU/DF - Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Comuni-
36 B
cação Social - Relações Públicas - CEBRASPE/2019) No que se refere
à comunicação com o mercado, julgue o item que se segue. 37 C
O atendimento aos direitos do consumidor e o cuidado com o 38 ERRADO
cliente são questões de sobrevivência da empresa no mercado, as
quais impactam diretamente na imagem e dão visibilidade à empre- 39 CERTO
sa que assume essa atitude perante o consumidor. 40 CERTO
(....) CERTO
(....) ERRADO
ANOTAÇÕES
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
2 C ______________________________________________________
3 B ______________________________________________________
4 A
______________________________________________________
5 E
6 D ______________________________________________________

7 CERTO ______________________________________________________
8 CERTO ______________________________________________________
9 A
______________________________________________________
10 C
11 E ______________________________________________________
12 CERTO ______________________________________________________
13 E
______________________________________________________
14 A
______________________________________________________
15 A
16 B ______________________________________________________
17 A ______________________________________________________
18 C
______________________________________________________
19 C
20 E ______________________________________________________
21 A ______________________________________________________

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ÉTICA E DIVERSIDADE

Segundo Aristóteles, nenhuma das virtudes morais surge em


ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES nós por natureza, visto que nada que existe por natureza pode ser
alterado pela força do hábito, portanto, virtudes nada mais são do
que hábitos profundamente arraigados que se originam do meio
Princípios, Valores e Virtudes onde somos criados e condicionados através de exemplos e com-
Princípios são preceitos, leis ou pressupostos considerados portamentos semelhantes.
universais que definem as regras pela qual uma sociedade civiliza- Uma pessoa pode ter valores e não ter princípios. Hitler, por
da deve se orientar. exemplo, conhecia os princípios, mas preferiu ignorá-los e adotar
Em qualquer lugar do mundo, princípios são incontestáveis, valores como a supremacia da raça ariana, a aniquilação da oposi-
pois, quando adotados não oferecem resistência alguma. Enten- ção e a dominação pela força.
de-se que a adoção desses princípios está em consonância com o No mundo corporativo não é diferente. Embora a convivên-
pensamento da sociedade e vale tanto para a elaboração da cons- cia seja, por vezes, insuportável, deparamo-nos com profissionais
tituição de um país quanto para acordos políticos entre as nações que atropelam os princípios, como se isso fosse algo natural, um
ou estatutos de condomínio. meio de sobrevivência, e adotam valores que nada tem a ver com
O princípios se aplicam em todas as esferas, pessoa, profissio- duas grandes necessidades corporativas: a convivência pacífica e
nal e social, eis alguns exemplos: amor, felicidade, liberdade, paz o espírito de equipe. Nesse caso, virtude é uma palavra que não
e plenitude são exemplos de princípios considerados universais. faz parte do seu vocabulário e, apesar da falta de escrúpulo, leva
Como cidadãos – pessoas e profissionais -, esses princípios tempo para destituí-los do poder.
fazem parte da nossa existência e durante uma vida estaremos Valores e virtudes baseados em princípios universais são ine-
lutando para torná-los inabaláveis. Temos direito a todos eles, gociáveis e, assim como a ética e a lealdade, ou você tem, ou não
contudo, por razões diversas, eles não surgem de graça. A base tem. Entretanto, conceitos como liberdade, felicidade ou riqueza
dos nossos princípios é construída no seio da família e, em muitos não podem ser definidos com exatidão. Cada pessoa tem recorda-
casos, eles se perdem no meio do caminho. ções, experiências, imagens internas e sentimentos que dão um
De maneira geral, os princípios regem a nossa existência e sentido especial e particular a esses conceitos.
são comuns a todos os povos, culturas, eras e religiões, queiramos O importante é que você não perca de vista esses conceitos
ou não. Quem age diferente ou em desacordo com os princípios e tenha em mente que a sua contribuição, no universo pessoal
universais acaba sendo punido pela sociedade e sofre todas as e profissional, depende da aplicação mais próxima possível do
consequências. senso de justiça. E a justiça é uma virtude tão difícil, e tão ne-
Valores são normas ou padrões sociais geralmente aceitos ou gligenciada, que a própria justiça sente dificuldades em aplicá-la,
mantidos por determinado indivíduo, classe ou sociedade, por- portanto, lute pelos princípios que os valores e as virtudes fluirão
tanto, em geral, dependem basicamente da cultura relacionada naturalmente.
com o ambiente onde estamos inseridos. É comum existir certa
confusão entre valores e princípios, todavia, os conceitos e as
aplicações são diferentes. NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL
Diferente dos princípios, os valores são pessoais, subjetivos
e, acima de tudo, contestáveis. O que vale para você não vale ne-
cessariamente para os demais colegas de trabalho. Sua aplicação CONCEITO DE ÉTICA EMPRESARIAL
pode ou não ser ética e depende muito do caráter ou da persona- A ética empresarial envolve os valores de uma empresa e
lidade da pessoa que os adota. seus princípios morais dentro da sociedade. Esse conceito é fun-
Na prática, é muito mais simples ater-se aos valores do que damental para uma organização que pretende construir uma boa
aos princípios, pois este último exige muito de nós. Os valores imagem perante seus clientes internos e externos, parceiros e
completamente equivocados da nossa sociedade – dinheiro, su- concorrentes. Nesse sentido, uma empresa ética é aquela que
cesso, luxo e riqueza – estão na ordem do dia, infelizmente. Todos pratica os preceitos coletivos e se preocupa com as demandas da
os dias somos convidados a negligenciar os princípios e adotar os população, tendo sua conduta orientada pela responsabilidade
valores ditados pela sociedade. social e ambiental.
Virtudes, segundo o Aurélio, são disposições constantes do Prezar pela ética empresarial é importante para qualquer em-
espírito, as quais, por um esforço da vontade, inclinam à prática presa, independentemente do seu porte, se é do setor público ou
do bem. Aristóteles afirmava que há duas espécies de virtudes: privado. Ao demonstrar que é uma organização transparente, a
a intelectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua organização será reconhecida por todos pela sua credibilidade e
geração e crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e responsabilidade. Essa postura ajudará a companhia a ser apon-
tempo; ao passo que a virtude moral é adquirida com o resultado tada como referência no mercado, atraindo clientes, investidores
do hábito. e bons profissionais.

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a solução para o seu concurso!
ÉTICA E DIVERSIDADE
A ética empresarial deve estar presente nas atividades inter-
nas e externas de uma organização. As empresas devem prezar A GESTÃO DE ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVA-
pela boa conduta de todos os seus funcionários. Quando o rela- DASL
cionamento interpessoal é baseado em atitudes e valores positi-
vos, há a construção de um ambiente de trabalho agradável para
todos. Os funcionários passam a respeitar as regras e normas da A gestão pública só toma ações se estiver previsto em lei e
organização e ficam mais abertos a cooperar uns com os outros. a gestão privada pode tomar todas as ações que achar necessá-
Todos esses fatores influenciam no aumento da produtividade. rias para a empresa. As empresas que querem ter um programa
Mas, em nenhum outro campo a ética empresarial está tão de ética tem que ter comprometimento, clareza e transparência
envolvida quanto na obtenção do lucro. Ter uma boa rentabili- e todos devem participar, principalmente a alta direção para que
dade é objetivo de praticamente todas as organizações, mas os seja um sucesso.
ganhos devem ser baseados em um trabalho honesto e que satis-
faça as necessidades dos clientes, sem prejudicar as pessoas ou o Mas porque as empresas criam um programa de ética:
meio ambiente. – Sobrevivência;
Além das atitudes morais que devem nortear todas as suas – Aumentar os lucros;
atividades, a empresa pode demonstrar que é ética à sociedade – Credibilidade;
por meio de ações que promovam o bem-estar da comunidade – Manutenção ( ou melhoria ) de uma boa imagem;
em que está inserida ou que ajudem a preservar o meio ambiente. – Competitividade;
Esse senso de responsabilidade social e ambiental revela que a – Melhoria do ambiente de trabalho;
companhia não está alienada aos problemas que a rodeiam e se – Aumento da produtividade;
interessam em contribuir para combatê-los. Programas que be- – Concorrência
neficiam a população em geral e de sustentabilidade são alguns – Consumidores; etc
exemplos disso.
A gestão deve ser baseada em recompensas e punições,
DEFINIÇÃO DE ÉTICA PROFISSIONAL evitando moralismo, sendo coerente, confiando e apoiando as
A definição de ética profissional, por sua vez, está associada pessoas, orientando em casos de dúvidas, permitindo condições
a um conjunto de preceitos éticos e morais que guiam as atitudes favoráveis, inclusive incentivando ações que promovam as práti-
e ações de colaboradores e determinam os princípios em que de- cas éticas e, principalmente, envolver o máximo de pessoas no
vem pautar sua conduta durante o exercício da profissão. programa de ética.
Ter uma postura ética como profissional é cumprir as suas
obrigações de acordo com os princípios determinados pelo seu Este, inclusive, é um dos principais motivos para a cobrança
grupo de trabalho. Cada categoria profissional tem seu próprio do conhecimento em relação a este tema em concursos, pois co-
Código de Ética, um conjunto de normas elaboradas pelos Con- nhecendo a ética da empresa, você já entra preparado para seguir
selhos que representam e fiscalizam cada área de atuação. Para o que dita o código de ética da mesma.
obter o diploma, o recém-formado precisa fazer um juramento de
que seguirá todas essas normas durante a sua carreira. Para você compreender ainda melhor o assunto, gostaria de
Apesar disso, muitos elementos se repetem em Códigos de citar a seguir alguns dos principais alicerces da ética:
Ética de variadas profissões. Em sua maioria, são princípios uni- – Credibilidade;
versais, que buscam valorizar as pessoas com as quais o profis- – Humildade;
sional se relacionará ao desempenhar suas atividades. Entre eles – Transparência e coragem;
estão: honestidade, responsabilidade, competência, respeito, en- – O exemplo sempre deve vir de cima;
tre outros. – O seu direito acaba quando começa o do outro;
Em tempos em que os valores humanos estão cada vez mais – Nada de jeitinho brasileiro;
sendo colocados de lado em nome de maiores lucros, a ética no – Trate ao próximo assim como você gostaria de ser tratado
ambiente corporativo tem se tornado, infelizmente, um diferen-
cial. As empresas referências de boa conduta no mercado conse- Gestão ética nas empresas públicas
guem agregar valor à sua marca e imagem e usufruem de maior Quando falamos em empresas públicas, estamos falando de
credibilidade. Já os profissionais que têm uma conduta ética des- empresas que utilizam nosso dinheiro de alguma forma em suas
tacam-se por ajudarem a construir bom relacionamento interpes- atividades. Tudo que vale para as empresas privadas, também
soal em seu ambiente de trabalho. Eles sabem assumir seus erros vale para as públicas, porém nestas, pelo motivo já citado, a ges-
e têm uma postura flexível, tolerante e humilde com seus colegas, tão ética é incrementada por alguns princípios que procuram evi-
por isso, são muito procurados no mercado e fazem um bom net- tar o uso indevido dos valores.
working. Políticos eleitos são funcionários do povo ( regra da democra-
Antes de tudo, é sempre bom compreender a ética empre- cia ) em nosso País para defender nossos interesses, dirigentes in-
sarial e profissional como formas de manter a consciência limpa dicados para as estatais são funcionários do povo, eles devem sim
ao exercer suas atividades sem prejudicar os outros. Esse fator é em suas ações preocuparem-se em oferecer o melhor que podem
indispensável para o nosso desenvolvimento como pessoas. para atender as necessidades da população.
Ética pública significa responsabilidade em dobro aos respon-
sáveis pela condução da mesma, inclusive existem várias leis que
regulamenta as ações éticas do servidor público ( lembram da his-
tória da gestão pública só poder agir se existir uma lei para tal
finalidade? eis um bom exemplo ). Aqui temos duas leis para você
ter uma ideia:

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a solução para o seu concurso!
ÉTICA E DIVERSIDADE
Lei nº 8.027/1990 que dispõe sobre normas de conduta dos Banrisul S.A. Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio, Banrisul
servidores públicos civis da União, das Autarquias e das Funda- Armazéns Gerais S.A., Banrisul Seguridade Participações S.A. e Ban-
ções Públicas. risul Corretora de Seguros S.A..
Decreto nº 1.171/1994 que aprova o Código de Ética Profis-
sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. 3. PREMISSAS ÉTICAS
Diante disto, gostaria de transcrever a seguir os principais Os valores e os princípios éticos da Instituição são os pilares
princípios do serviço público e que norteiam a gestão de ética pú- sobre os quais está fundamentada a atuação do Banrisul, devendo
blica de uma forma geral: todos conduzir as suas atividades observando esses preceitos.
• Os servidores públicos devem ser leais as suas Constitui- As diretrizes buscam trazer as orientações necessárias para que
ções, leis e princípios éticos acima dos interesses privados; o Banrisul possa colocar em prática seus valores e princípios, des-
• Os servidores não poderão ter interesses financeiros que tacando a importância da ética no atingimento dos seus objetivos.
causem conflitos ao desempenho de sua atividade;
• Os servidores deverão usar de sigilo, não utilizando infor- 3.1. Valores
mações governamentais para seu próprio interesse. Além disso, Transparência, ética, comprometimento, integração e eficácia.
não poderão fazer promessas não autorizadas que comprometam
o governo; 3.2. Princípios e Diretrizes
• Os servidores deverão ser honestos no cumprimento de 3.2.1. Integridade
suas funções; a) Manter a reputação de empresa sólida e confiável, conscien-
•Os servidores não poderão aceitar presente ou item de valor te de sua responsabilidade social e empresarial, buscando resulta-
de qualquer pessoa ou instituição em busca de benefícios, nem dos de forma honesta, justa, legal e transparente;
fazer negócios ou atividades reguladas pelo órgão do servidor ex- b) Nortear, por princípios de conduta ética, as normas e os pro-
ceto se permitido pelo responsável do órgão; cedimentos internos do Banrisul que, independentemente de qual-
• Os servidores não poderão usar seu cargo para ganhos pri- quer obrigação legal, estão voltados ao repúdio de condutas ilícitas
vados; no estabelecimento de relações de negócios ou na realização de
• Os servidores devem agir com imparcialidade e não devem qualquer tipo de operação bancária.
dar tratamento diferenciado a nenhuma organização individual ou
privada; 3.2.2. Respeito à diversidade
• Os servidores deverão proteger e conservar o patrimônio a) Repudiar atitudes guiadas por preconceitos relacionados à
do Estado, não os utilizando para fins não autorizados; classe social, raça, religião, sexo, incapacidade física e quaisquer ou-
• Os servidores deverão confessar fraudes, corrupção, des- tras formas de discriminação.
perdícios e abusos as autoridades responsáveis.
• Os servidores deverão de boa fé satisfazer suas obrigações 3.2.3. Respeito às pessoas
de cidadãos, incluindo obrigações financeiras; a) Repudiar condutas que possam caracterizar assédio de qual-
• Os servidores deverão apoiar todos os regulamentos e leis quer natureza, intimidação, falta de respeito e consideração ou
que asseguram oportunidades iguais para todos; qualquer outro tipo de agressão.
• Os servidores deverão evitar toda a ação que crie a aparên-
cia de que estão violando as leis ou normas éticas. 3.2.4. Valorização do trabalho
• O Código de Ética dos Servidores Públicos Civil do Poder a) Propiciar igualdade de oportunidades para o desenvolvi-
Executivo Federal foi aprovado pelo decreto n° 1.171 de 22 de mento profissional, não admitindo qualquer atitude que possa afe-
junho de 1994 destinado aos servidores públicos federais. tar negativamente e de forma ilegítima a carreira profissional, espe-
cialmente quando for baseada apenas em relacionamento pessoal
ou em qualquer tipo de discriminação.
CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA DO BANRISUL
3.2.5. Responsabilidade socioambiental
a) Observar as diretrizes estabelecidas nas Políticas de Respon-
CÓDIGO DE ÉTICA E DE CONDUTA DO BANRISUL sabilidade Socioambiental e de Gestão do Risco Socioambiental do
1. PREÂMBULO Banrisul.
O Código de Ética e de Conduta do Banrisul tem o compromisso
de servir como Guia Prático de Conduta Pessoal e Profissional, de 3.2.6. Respeito à concorrência
forma a tornar-se um padrão nos relacionamentos com o público a) Agir em conformidade com os preceitos da livre concorrên-
interno e externo. Ele tem, antes de tudo, um caráter educativo, cia, evitando quaisquer ações ou práticas que possam caracterizar
além do disciplinar, permitindo orientar a postura mais adequada e concorrência desleal ou de qualquer forma afetar adversamente a
coerente com os princípios e condutas nele estabelecidos. imagem dos seus concorrentes.

2. ABRANGÊNCIA 3.2.7. Respeito à imagem e à excelência na prestação dos ser-


O presente código aplica-se aos membros dos órgãos de ad- viços
ministração, conselheiros, empregados, estagiários, integrantes do a) Zelar pelos valores e pela imagem do Banco e atuar em de-
Grupo Banrisul, parceiros de negócios, fornecedores e prestado- fesa dos interesses da Instituição, de seus investidores e clientes.
res de serviços do Grupo Banrisul. Doravante, essas pessoas serão
mencionadas como “Sujeitos ao Código”. 4. NORMAS DE CONDUTA
Denomina-se de “Grupo Banrisul”, a Companhia e a todas as 4.1. Conflito de interesses
suas empresas Controladas e Subsidiárias, compreendido pelas Conflito de interesses surge quando os interesses pessoais dos
seguintes empresas: Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A., Sujeitos ao Código entram em regime de colisão com aqueles do
Banrisul Cartões S.A., Banrisul S.A. Administradora de Consórcios, Banrisul. Ao colocar o interesse pessoal à frente do interesse da or-
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a solução para o seu concurso!
ÉTICA E DIVERSIDADE
ganização, está expondo o Banrisul a uma forma de gestão que não 4.5. Postura e Conduta Profissional
visa a sua eficiência e ao seu crescimento, mas sim ao favorecimen- É fundamental que os Sujeitos ao Código observem as seguin-
to pessoal. tes condutas mínimas esperadas no exercício das suas atividades
Na hipótese de conflito de interesses, os Sujeitos ao Código de- diárias, dentre outras:
vem cientificar seu impedimento e sua consequente não participa- a) ter conduta ética condizente com os princípios estabelecidos
ção em determinada situação ao seu superior hierárquico. neste Código, políticas, normativos e regulamentos Institucionais
Ainda, os membros do Conselho de Administração, do Comitê vigentes;
de Auditoria e da Comissão de Ética devem se abster em delibera- b) estar engajado na busca permanente da eficiência e da eficá-
ções nas quais ocorra conflito de interesses. cia no atendimento aos clientes e usuários;
c) desenvolver ações pautadas pelo respeito às regras de mer-
4.2. Sigilo e Segurança das Informações cado e pela legislação vigente;
Os Sujeitos ao Código assumem o compromisso de não forne- d) manter-se atualizado em relação à legislação aplicável às
cer nem divulgar quaisquer informações de clientes, empregados, operações, aos negócios realizados no Banrisul e às políticas, nor-
fornecedores e parceiros de negócios, incluindo-se, mas não se mativos e regulamentos Institucionais vigentes que disciplinam
limitando, as informações relativas à tecnologia, à estratégia co- suas funções e forma de atuação;
mercial, aos documentos, aos dados e às operações do Banrisul, e) exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade;
as quais somente poderão ser utilizadas para fins de realização de f) promover, a todo o momento e em todos os níveis profissio-
negócios e atividades do Banco. nais, relações baseadas no respeito pela dignidade dos demais, par-
ticipação, equidade e colaboração mútua no ambiente de trabalho;
4.3. Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do g) preservar a identidade Institucional, não usando o nome de
Terrorismo e Corrupção qualquer empresa do Grupo Banrisul, suas marcas e seus símbolos
Os Sujeitos ao Código têm a obrigação de agir de maneira ética privativos sem autorização;
e honesta, de estabelecer um ambiente permanente de controle h) manter o sigilo dos dados, das notícias e das informações
e prevenção à lavagem de dinheiro e à corrupção, bem como de relacionadas ao Banco ou a qualquer empresa do Grupo, sem que
conduzir suas atividades profissionais de acordo com as diretrizes sejam devidamente autorizados a fazê-lo;
deste Código e das Políticas de Prevenção à Lavagem de Dinheiro i) usar de forma responsável as mídias sociais e aplicar boas
e ao Financiamento do Terrorismo e de Prevenção à Corrupção do práticas de comunicação, alinhadas aos princípios de integridade,
Banrisul. transparência e ética, em consonância com o Manual de Conduta
nas Mídias Sociais;
4.4. Relações externas j) é inaceitável:
Nas relações que o Banrisul mantém com os diversos públicos, • usar relacionamentos com agentes externos como forma de
a conduta esperada dos Sujeitos ao Código deve corresponder aos obter benefícios profissionais para si ou para outrem;
preceitos deste Código, a fim de que se possam construir relações • estabelecer vínculos de qualquer natureza com organizações
duradouras. ou clientes cuja conduta não seja compatível com padrões éticos e
É fundamental que, além dos Sujeitos ao Código, os parceiros de responsabilidade;
de negócios e os fornecedores do Banrisul também compartilhem • patrocinar evento ou atividade que possa violar as políticas
os valores de integridade, idoneidade, respeito e comprometimen- internas vigentes;
to no desempenho das suas atividades, bem como zelem pela ima- • utilizar o nome do Banrisul ou seus recursos para financiar
gem da Instituição. campanhas de partidos ou candidatos políticos;
• aceitar, no exercício de suas atividades profissionais, qualquer
4.4.1. Relação com Clientes tipo de ajuda financeira, gratificação, comissão, doação, presente,
a) comercializar os produtos e serviços de maneira eficiente e viagem ou vantagens, para si ou para terceiros, as quais violem as
eficaz, oferecendo informações e respostas claras, confiáveis e tem- políticas internas vigentes;
pestivas, mantendo compromisso com a satisfação dos clientes; • sugerir, oferecer, prometer, conceder, solicitar, exigir, aceitar
b) manter sigilo acerca das informações cadastrais dos clientes, ou receber, direta ou indiretamente, mediante exigência ou não,
serviços e operações bancárias no Banrisul; ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão
c) evitar tratamento privilegiado a quem quer que seja, por in- dela, vantagens indevidas de qualquer natureza (financeira ou não)
teresse ou sentimento pessoal; a pessoas e empresas dos setores público e privado em troca de
d) ser receptivo às opiniões do cliente, considerando-as para realização ou omissão de atos inerentes às suas atribuições ou de
melhoria do atendimento, aperfeiçoamento dos produtos e qualifi- facilitação de negócios, operações ou atividades para o Banrisul ou
cação dos serviços oferecidos. visando a benefícios para si ou para terceiros;
• emitir comentários especulativos desabonadores sobre posi-
4.4.2. Relação com Terceiros¹ cionamentos do Banco;
1 Parceiros de negócios, fornecedores, correspondentes, agen- • compartilhar textos, documentos, fotos, áudio ou vídeo que
tes intermediários, prestadores de serviços, associados, dentre ou- exponham a segurança do ambiente profissional;
tros. • expor, publicamente, problemas profissionais, bem como fa-
a) estabelecer disposições contratuais de forma a garantir que zer comentários implícitos ou explicitamente ofensivos e lesivos à
os parceiros de negócios atuarão conforme os princípios contidos empresa;
neste Código e demais políticas internas aplicáveis; • emitir, divulgar e/ou publicar comentários ofensivos ou
b) adotar processos de contratação em conformidade com as agressivos sobre o Banrisul e empresas do Grupo, seus Administra-
legislações vigentes; dores, empresas concorrentes, parceiros de negócios ou colegas de
c) atuar com isenção e profissionalismo, rejeitando qualquer trabalho;
tentativa de favorecimento no trato com fornecedores. • utilizar, para proveito próprio e/ou de terceiros, informações
privilegiadas, tanto do Banrisul, como dos seus clientes.
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ÉTICA E DIVERSIDADE
5. CANAL DE DENÚNCIAS Aprovado pelo Conselho de Administração, este Código passa-
As suspeitas ou evidências que configurem descumprimento rá a vigorar com a presente redação, a partir da data de sua divulga-
ao presente Código, às políticas, aos normativos e aos regulamen- ção, revogadas as disposições em contrário.
tos Institucionais vigentes devem ser reportadas por meio do Canal
de Denúncias, no qual poderá ser descrita a denúncia de irregula- 9. GESTOR RESPONSÁVEL
ridades, sendo facultativa a identificação do denunciante, garantin- Comissão de Ética, composta por representantes das seguintes
do-se o direito ao sigilo e à proteção contra retaliações. áreas:
Os canais internos e externos estão divulgados, respectivamen- - Assessoria Jurídica;
te, na Intranet Corporativa e no site do Banrisul – www.banrisul. - Unidade de Controles e Compliance;
com.br e são destinados a registros de denúncias e manifestações - Unidade de Estratégias de Recursos Humanos;
por parte de empregados e demais partes interessadas. - Unidade de Administração de Pessoas;
A Unidade de Controles e Compliance é a área independente - Unidade de Gestão de Riscos Corporativos
responsável pela gestão do referido canal.

6. COMISSÃO DE ÉTICA LEI FEDERAL Nº 11.340, DE 07 DE AGOSTO DE 2006, “LEI


A Comissão de Ética, vinculada ao Presidente da Instituição, é o MARIA DA PENHA” - POLÍTICA NACIONAL PARA COIBIR A
órgão responsável pela implementação, disseminação, treinamen- VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA AS MULHE-
to, revisão e atualização do Código de Ética e de RES
Conduta do Banrisul, de modo a assegurar sua eficácia e efeti-
vidade, competindo-lhe analisar e julgar as questões a ela submeti-
das, recomendando correção de conduta ou sanções disciplinares. LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006
A Comissão será dotada de independência e autonomia fun-
cionais, cabendo à Diretoria, no caso de conflito de interesses, a Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar
decisão final. contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
7. GESTÃO DE CONSEQUÊNCIAS Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana
Em caso de descumprimento desta Política e de normativos para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe
correlacionados, serão adotadas medidas conforme o nível de rela- sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
cionamento do transgressor com o Banco: contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal
• se Empregado(a), serão adotadas as penalidades previstas no e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.
item Penalidades do Regulamento do Pessoal, apropriadas ao trata-
mento da desconformidade; O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
• se Diretor(a) ou Membro de Conselho, a desconformidade cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
será reportada pela Auditoria Interna ao Conselho de Administra-
ção; TÍTULO I
• se Estagiário(a) ou Terceiro(a), serão adotadas as penalidades DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
previstas em contrato.
Caso gestores (as), outros(as) empregados(as) e/ou demais re- Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a vio-
lacionados(as) tomarem conhecimento de violação ocorrida e não lência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do
comunicarem o fato à Unidade de Administração de Pessoas ou ao art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação
Canal de Denúncias, também serão passíveis de responsabilização. de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção
Independentemente do grau de relacionamento com o Banri- Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra
sul e da penalidade adotada, aquele que descumprir o estabelecido a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela Re-
nas políticas organizacionais poderá ser responsabilizado civil ou pública Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de
criminalmente sobre as violações comprovadas. Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medi-
das de assistência e proteção às mulheres em situação de violência
Terceiros doméstica e familiar.
No caso de parceiros de negócios, fornecedores e prestadores Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia,
de serviços do Grupo Banrisul, ou seja, os sujeitos não abrangidos orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e reli-
por seu Regulamento do Pessoal, o Banrisul poderá, sempre em gião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
obediência às leis e aos regulamentos nacionais e internacionais, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver
efetuar denúncia dos atos e dos fatos suspeitos para as autoridades sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoa-
competentes. mento moral, intelectual e social.
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o
8. DISPOSIÇÕES FINAIS exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimen-
Cabe à Diretoria e ao Conselho de Administração, sempre que tação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao es-
julgar oportuno, propor alterações ao presente Código, com o obje- porte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade,
tivo de aperfeiçoá-lo. ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
As condutas éticas elencadas no presente Código não são § 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir
exaustivas, sendo passíveis de enquadramento neste quaisquer ou- os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésti-
tras, assim definidas pelas áreas competentes. cas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negli-
Serão realizados treinamentos anuais aos empregados e Admi- gência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
nistradores sobre os temas dispostos neste Código.

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ÉTICA E DIVERSIDADE
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as con- IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer condu-
dições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados ta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total
no caput. de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais,
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os desti-
sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições pecu- nados a satisfazer suas necessidades;
liares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar. V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que
configure calúnia, difamação ou injúria.
TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
CAPÍTULO I DOMÉSTICA E FAMILIAR
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO I
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psi- Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica
cológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto arti-
150, de 2015) culado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:
espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério
familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública,
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;
formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à freqüência da
conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematiza-
de coabitação. ção de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação pe-
riódica dos resultados das medidas adotadas;
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores
independem de orientação sexual. éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher consti- estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica
tui uma das formas de violação dos direitos humanos. e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1º , no
inciso IV do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal
CAPÍTULO II ;
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CON- IV - a implementação de atendimento policial especializado
TRA A MULHER para as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à
Mulher;
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a V - a promoção e a realização de campanhas educativas de pre-
mulher, entre outras: venção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e
ofenda sua integridade ou saúde corporal; dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer condu- VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou
ta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou outros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos gover-
que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que namentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo
vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças por objetivo a implementação de programas de erradicação da vio-
e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, ma- lência doméstica e familiar contra a mulher;
nipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da
insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, ex- Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais per-
ploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio tencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às
que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; questões de gênero e de raça ou etnia;
(Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018) VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana
a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexu- com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;
al não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de
força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüida-
a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contra- de de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência domés-
ceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à tica e familiar contra a mulher.
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipula-
ção; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos;

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a solução para o seu concurso!
ÉTICA E DIVERSIDADE
CAPÍTULO II CAPÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
DOMÉSTICA E FAMILIAR
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência do-
Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência domés- méstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar
tica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os prin- conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências
cípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, legais cabíveis.
no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao
entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergen- descumprimento de medida protetiva de urgência deferida.
cialmente quando for o caso. Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência do-
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher méstica e familiar o atendimento policial e pericial especializado,
em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de pro- ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do sexo
gramas assistenciais do governo federal, estadual e municipal. feminino - previamente capacitados. (Incluído pela Lei nº 13.505,
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência do- de 2017)
méstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicoló- § 1º A inquirição de mulher em situação de violência domésti-
gica: ca e familiar ou de testemunha de violência doméstica, quando se
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, inte- tratar de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes:
grante da administração direta ou indireta; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da
afastamento do local de trabalho, por até seis meses. depoente, considerada a sua condição peculiar de pessoa em situ-
III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o ação de violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505,
caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de separação de 2017)
judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em si-
de união estável perante o juízo competente.(Incluído pela Lei nº tuação de violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas
13.894, de 2019) terão contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas a eles
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência domésti- relacionadas; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
ca e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquiri-
desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de ções sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrati-
contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente vo, bem como questionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela
Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida Lei nº 13.505, de 2017)
(AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos § 2º Na inquirição de mulher em situação de violência domés-
casos de violência sexual. tica e familiar ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei,
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento: (Incluído
física, sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher pela Lei nº 13.505, de 2017)
fica obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado
ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os para esse fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequa-
custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total trata- dos à idade da mulher em situação de violência doméstica e familiar
mento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar, ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida; (Incluí-
recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do do pela Lei nº 13.505, de 2017)
ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por pro-
os serviços. (Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência) fissional especializado em violência doméstica e familiar designado
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso pela autoridade judiciária ou policial; (Incluído pela Lei nº 13.505,
de perigo iminente e disponibilizados para o monitoramento das de 2017)
vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por medidas III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou mag-
protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor. (Vide Lei nº nético, devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito. (Inclu-
13.871, de 2019) (Vigência) ído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência do-
não poderá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da méstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras provi-
mulher e dos seus dependentes, nem configurar atenuante ou en- dências:
sejar possibilidade de substituição da pena aplicada. (Vide Lei nº I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando
13.871, de 2019) (Vigência) de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao
tem prioridade para matricular seus dependentes em instituição Instituto Médico Legal;
de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes
para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida;
comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a
de violência doméstica e familiar em curso.(Incluído pela Lei nº retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio
13.882,de 2019) familiar;
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependen- V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e
tes matriculados ou transferidos conforme o disposto no § 7º deste os serviços disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o
artigo, e o acesso às informações será reservado ao juiz, ao Minis- eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação de sepa-
tério Público e aos órgãos competentes do poder público.(Incluído ração judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de disso-
pela Lei nº 13.882,de 2019) lução de união estável.(Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)

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ÉTICA E DIVERSIDADE
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca
contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade e não houver delegado disponível no momento da denúncia. (Inclu-
policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem pre- ído pela Lei nº 13.827, de 2019)
juízo daqueles previstos no Código de Processo Penal: § 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a juiz será comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas
representação a termo, se apresentada; e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público conco-
do fato e de suas circunstâncias; mitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente § 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à
apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de efetividade da medida protetiva de urgência, não será concedida
medidas protetivas de urgência; liberdade provisória ao preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da
ofendida e requisitar outros exames periciais necessários; TÍTULO IV
V - ouvir o agressor e as testemunhas; DOS PROCEDIMENTOS
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos
sua folha de antecedentes criminais, indicando a existência de man- CAPÍTULO I
dado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra DISPOSIÇÕES GERAIS
ele;
VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou pos- Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas
se de arma de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos autos cíveis e criminais decorrentes da prática de violência doméstica e
essa informação, bem como notificar a ocorrência à instituição res- familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de
ponsável pela concessão do registro ou da emissão do porte, nos Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa
termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com o
Desarmamento);(Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019) estabelecido nesta Lei.
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
juiz e ao Ministério Público. Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e crimi-
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autorida- nal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Terri-
de policial e deverá conter: tórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução
I - qualificação da ofendida e do agressor; das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar
II - nome e idade dos dependentes; contra a mulher.
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicita- Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em
das pela ofendida. horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização
IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com judiciária.
deficiência e se da violência sofrida resultou deficiência ou agrava- Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio
mento de deficiência preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.836, de ou de dissolução de união estável no Juizado de Violência Domésti-
2019) ca e Familiar contra a Mulher.(Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referi- § 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Do-
do no § 1º o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos méstica e Familiar contra a Mulher a pretensão relacionada à parti-
disponíveis em posse da ofendida. lha de bens.(Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou pron- § 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o
tuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde. ajuizamento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável,
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de a ação terá preferência no juízo onde estiver.(Incluído pela Lei nº
suas políticas e planos de atendimento à mulher em situação de 13.894, de 2019)
violência doméstica e familiar, darão prioridade, no âmbito da Po- Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os proces-
lícia Civil, à criação de Delegacias Especializadas de Atendimento sos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de I - do seu domicílio ou de sua residência;
equipes especializadas para o atendimento e a investigação das vio- II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
lências graves contra a mulher. III - do domicílio do agressor.
Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representa-
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) ção da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à
§ 2º (VETADO. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) representação perante o juiz, em audiência especialmente designa-
§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos da com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido
necessários à defesa da mulher em situação de violência doméstica o Ministério Público.
e familiar e de seus dependentes. (Incluído pela Lei nº 13.505, de Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica
2017) e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que impli-
vida ou à integridade física da mulher em situação de violência do- que o pagamento isolado de multa.
méstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imedia-
tamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a
ofendida: (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de
2019)
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede
de comarca; ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
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a solução para o seu concurso!
ÉTICA E DIVERSIDADE
CAPÍTULO II a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemu-
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA nhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por
SEÇÃO I qualquer meio de comunicação;
DISPOSIÇÕES GERAIS c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a
integridade física e psicológica da ofendida;
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, ca- IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes meno-
berá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas: res, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço si-
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as me- milar;
didas protetivas de urgência; V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de as- VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação
sistência judiciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento e reeducação; e(Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casa- VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de
mento ou de dissolução de união estável perante o juízo competen- atendimento individual e/ou em grupo de apoio.(Incluído pela Lei
te;(Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019) nº 13.984, de 2020)
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as provi- § 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplica-
dências cabíveis. ção de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segu-
IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a rança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a provi-
posse do agressor.(Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019) dência ser comunicada ao Ministério Público.
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser conce- § 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o
didas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º
da ofendida. da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedi- ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas proteti-
das de imediato, independentemente de audiência das partes e de vas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de
manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo
comunicado. cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo § 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de ur-
por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos gência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da
nesta Lei forem ameaçados ou violados. força policial.
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a § 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que cou-
pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgên- ber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869,
cia ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à prote- de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
ção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o
Ministério Público. SEÇÃO III
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA À OFENDIDA
criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo
juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de ou-
representação da autoridade policial. tras medidas:
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa ofi-
no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, cial ou comunitário de proteção ou de atendimento;
bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifi- II - determinar a recondução da ofendida e a de seus depen-
quem. dentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo
relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído IV - determinar a separação de corpos.
ou do defensor público. V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou
notificação ao agressor . a transferência deles para essa instituição, independentemente da
existência de vaga.(Incluído pela Lei nº 13.882,de 2019)
SEÇÃO II Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE OBRIGAM O conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz
AGRESSOR poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre ou-
tras:
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor
contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de ime- à ofendida;
diato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos
medidas protetivas de urgência, entre outras: de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo ex-
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com pressa autorização judicial;
comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826, III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao
de 22 de dezembro de 2003 ; agressor;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial,
a ofendida; por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: doméstica e familiar contra a ofendida.
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Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente ência, e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento,
para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo. prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e
os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
SEÇÃO IV Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.641, DE 2018) aprofundada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissio-
DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS nal especializado, mediante a indicação da equipe de atendimento
DE URGÊNCIA multidisciplinar.
DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta or-
çamentária, poderá prever recursos para a criação e manutenção
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas pro- da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de
tetivas de urgência previstas nesta Lei:(Incluído pela Lei nº 13.641, Diretrizes Orçamentárias.
de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.(Incluído TÍTULO VI
pela Lei nº 13.641, de 2018) DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
§ 1º A configuração do crime independe da competência ci-
vil ou criminal do juiz que deferiu as medidas.(Incluído pela Lei nº Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência
13.641, de 2018) Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumula-
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autorida- rão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as cau-
de judicial poderá conceder fiança.(Incluído pela Lei nº 13.641, de sas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra
2018) a mulher, observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras pela legislação processual pertinente.
sanções cabíveis.(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas va-
ras criminais, para o processo e o julgamento das causas referidas
CAPÍTULO III no caput.
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
TÍTULO VII
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, DISPOSIÇÕES FINAIS
nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e
familiar contra a mulher. Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Fa-
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras miliar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação
atribuições, nos casos de violência doméstica e familiar contra a das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.
mulher, quando necessário: Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios
I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de edu- poderão criar e promover, no limite das respectivas competências:
cação, de assistência social e de segurança, entre outros; I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mu-
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de lheres e respectivos dependentes em situação de violência domés-
atendimento à mulher em situação de violência doméstica e fami- tica e familiar;
liar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes me-
cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas; nores em situação de violência doméstica e familiar;
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saú-
a mulher. de e centros de perícia médico-legal especializados no atendimento
à mulher em situação de violência doméstica e familiar;
CAPÍTULO IV IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência do-
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA méstica e familiar;
V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mu- Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
lher em situação de violência doméstica e familiar deverá estar promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às
acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta diretrizes e aos princípios desta Lei.
Lei. Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais pre-
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência do- vistos nesta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Mi-
méstica e familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de nistério Público e por associação de atuação na área, regularmente
Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.
judicial, mediante atendimento específico e humanizado. Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser
dispensado pelo juiz quando entender que não há outra entidade
TÍTULO V com representatividade adequada para o ajuizamento da demanda
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR coletiva.
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar
Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a contra a mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos ofi-
Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe ciais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema
de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais nacional de dados e informações relativo às mulheres.
especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde. Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão, após
Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, sua concessão, imediatamente registradas em banco de dados man-
entre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação tido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido
local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público o acesso instantâneo do Ministério Público, da Defensoria Pública e
e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audi-
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dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com vistas
à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas. (Redação dada LEI FEDERAL Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010, QUE INS-
Lei nº 14.310, de 2022) Vigência TITUI O ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL, E SUAS ATUA-
Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da me- LIZAÇÕES
dida protetiva de urgência. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão regis-
tradas em banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010
Nacional de Justiça, garantido o acesso do Ministério Público, da
Defensoria Pública e dos órgãos de segurança pública e de assis- Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716,
tência social, com vistas à fiscalização e à efetividade das medidas de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24
protetivas. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
no limite de suas competências e nos termos das respectivas leis de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamen- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
tárias específicas, em cada exercício financeiro, para a implementa-
ção das medidas estabelecidas nesta Lei. TÍTULO I
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e fami- Art. 1oEsta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado
liar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportuni-
aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. dades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância
de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do étnica.
seguinte inciso IV: Parágrafo único.Para efeito deste Estatuto, considera-se:
“Art. 313. ................................................. I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclu-
................................................................ são, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir
mulher, nos termos da lei específica, para garantir a execução das o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições,
medidas protetivas de urgência.” (NR) de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos políti-
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei nº 2.848, co, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a pública ou privada;
seguinte redação: II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferen-
“Art. 61. .................................................. ciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas
................................................................. esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou
II - ............................................................ origem nacional ou étnica;
................................................................. III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência negras e os demais segmentos sociais;
contra a mulher na forma da lei específica; IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autode-
........................................................... ” (NR) claram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou
de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: que adotam autodefinição análoga;
“Art. 129. .................................................. V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adota-
.................................................................. dos pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais;
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais ado-
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha tados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das de-
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domés- sigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportuni-
ticas, de coabitação ou de hospitalidade: dades.
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. Art. 2oÉ dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de
.................................................................. oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, indepen-
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada dentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação na
de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas,
deficiência.” (NR) empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua
Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei dignidade e seus valores religiosos e culturais.
de Execução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 3oAlém das normas constitucionais relativas aos princípios
“Art. 152. ................................................... fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial ado-
mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do ta como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigual-
agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR) dade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortaleci-
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após mento da identidade nacional brasileira.
sua publicação. Art. 4oA participação da população negra, em condição de
igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e
cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de:

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I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econô- I - a promoção da saúde integral da população negra, priorizan-
mico e social; do a redução das desigualdades étnicas e o combate à discrimina-
II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirma- ção nas instituições e serviços do SUS;
tiva; II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS
III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o no que tange à coleta, ao processamento e à análise dos dados de-
adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas sagregados por cor, etnia e gênero;
decorrentes do preconceito e da discriminação étnica; III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racis-
IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o com- mo e saúde da população negra;
bate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em todas as IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos
suas manifestações individuais, institucionais e estruturais; processos de formação e educação permanente dos trabalhadores
V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e insti- da saúde;
tucionais que impedem a representação da diversidade étnica nas V - a inclusão da temática saúde da população negra nos pro-
esferas pública e privada; cessos de formação política das lideranças de movimentos sociais
VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da para o exercício da participação e controle social no SUS.
sociedade civil direcionadas à promoção da igualdade de oportuni- Parágrafo único.Os moradores das comunidades de remanes-
dades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive mediante centes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos
a implementação de incentivos e critérios de condicionamento e para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condi-
prioridade no acesso aos recursos públicos; ções ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e
VII - implementação de programas de ação afirmativa destina- nutricional e na atenção integral à saúde.
dos ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à edu-
cação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, CAPÍTULO II
meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO
terra, à Justiça, e outros. LAZER
Parágrafo único.Os programas de ação afirmativa constituir-se-
-ão em políticas públicas destinadas a reparar as distorções e desi- SEÇÃO I
gualdades sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, nas DISPOSIÇÕES GERAIS
esferas pública e privada, durante o processo de formação social
do País. Art. 9oA população negra tem direito a participar de atividades
Art. 5oPara a consecução dos objetivos desta Lei, é instituído o educacionais, culturais, esportivas e de lazer adequadas a seus inte-
Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), con- resses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cultural
forme estabelecido no Título III. de sua comunidade e da sociedade brasileira.
Art. 10.Para o cumprimento do disposto no art. 9o, os gover-
TÍTULO II nos federal, estaduais, distrital e municipais adotarão as seguintes
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS providências:
I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da po-
CAPÍTULO I pulação negra ao ensino gratuito e às atividades esportivas e de
DO DIREITO À SAÚDE lazer;
II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço para
Art. 6oO direito à saúde da população negra será garantido promoção social e cultural da população negra;
pelo poder público mediante políticas universais, sociais e econômi- III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive nas
cas destinadas à redução do risco de doenças e de outros agravos. escolas, para que a solidariedade aos membros da população negra
§ 1oO acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde faça parte da cultura de toda a sociedade;
(SUS) para promoção, proteção e recuperação da saúde da popu- IV - implementação de políticas públicas para o fortalecimento
lação negra será de responsabilidade dos órgãos e instituições pú- da juventude negra brasileira.
blicas federais, estaduais, distritais e municipais, da administração
direta e indireta. SEÇÃO II
§ 2oO poder público garantirá que o segmento da população DA EDUCAÇÃO
negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado sem
discriminação. Art. 11.Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensi-
Art. 7oO conjunto de ações de saúde voltadas à população no médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história ge-
negra constitui a Política Nacional de Saúde Integral da População ral da África e da história da população negra no Brasil, observado o
Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo especificadas: disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças § 1oOs conteúdos referentes à história da população negra no
dos movimentos sociais em defesa da saúde da população negra Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, res-
nas instâncias de participação e controle social do SUS; gatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social,
II - produção de conhecimento científico e tecnológico em saú- econômico, político e cultural do País.
de da população negra; § 2oO órgão competente do Poder Executivo fomentará a for-
III - desenvolvimento de processos de informação, comunica- mação inicial e continuada de professores e a elaboração de mate-
ção e educação para contribuir com a redução das vulnerabilidades rial didático específico para o cumprimento do disposto no caput
da população negra. deste artigo.
Art. 8oConstituem objetivos da Política Nacional de Saúde Inte- § 3oNas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos res-
gral da População Negra: ponsáveis pela educação incentivarão a participação de intelectuais
e representantes do movimento negro para debater com os estu-
dantes suas vivências relativas ao tema em comemoração.
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Art. 12.Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à SEÇÃO IV
pesquisa e à pós-graduação poderão criar incentivos a pesquisas e a DO ESPORTE E LAZER
programas de estudo voltados para temas referentes às relações ét-
nicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra. Art. 21.O poder público fomentará o pleno acesso da popula-
Art. 13.O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos com- ção negra às práticas desportivas, consolidando o esporte e o lazer
petentes, incentivará as instituições de ensino superior públicas e como direitos sociais.
privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a: Art. 22.A capoeira é reconhecida como desporto de criação na-
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar gru- cional, nos termos do art. 217 da Constituição Federal.
pos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós- § 1oA atividade de capoeirista será reconhecida em todas as
-graduação que desenvolvam temáticas de interesse da população modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte,
negra; luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de formação nacional.
de professores temas que incluam valores concernentes à pluralida- § 2oÉ facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e
de étnica e cultural da sociedade brasileira; privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formal-
III - desenvolver programas de extensão universitária destina- mente reconhecidos.
dos a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas, assegu-
rado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os benefi- CAPÍTULO III
ciários; DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA E
IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos esta- AO LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS
belecimentos de ensino públicos, privados e comunitários, com as
escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e Art. 23.É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sen-
ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de do assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
equidade, de tolerância e de respeito às diferenças étnicas. forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.
Art. 14.O poder público estimulará e apoiará ações socioedu- Art. 24.O direito à liberdade de consciência e de crença e ao
cacionais realizadas por entidades do movimento negro que desen- livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende:
volvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante coope- I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à
ração técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de
mecanismos. lugares reservados para tais fins;
Art. 15.O poder público adotará programas de ação afirmativa. II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com
Art. 16.O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos res- preceitos das respectivas religiões;
ponsáveis pelas políticas de promoção da igualdade e de educação, III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de ins-
acompanhará e avaliará os programas de que trata esta Seção. tituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas;
IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de ar-
SEÇÃO III tigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às práticas
DA CULTURA fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas veda-
das por legislação específica;
Art. 17.O poder público garantirá o reconhecimento das socie- V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao
dades negras, clubes e outras formas de manifestação coletiva da exercício e à difusão das religiões de matriz africana;
população negra, com trajetória histórica comprovada, como patri- VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais
mônio histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da Cons- e jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades
tituição Federal. religiosas e sociais das respectivas religiões;
Art. 18.É assegurado aos remanescentes das comunidades dos VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para di-
quilombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tradi- vulgação das respectivas religiões;
ções e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado. VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de
Parágrafo único.A preservação dos documentos e dos sítios ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa
detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos, nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.
tombados nos termos do § 5o do art. 216 da Constituição Federal, Art. 25.É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de
receberá especial atenção do poder público. religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em ou-
Art. 19.O poder público incentivará a celebração das perso- tras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles submeti-
nalidades e das datas comemorativas relacionadas à trajetória do dos a pena privativa de liberdade.
samba e de outras manifestações culturais de matriz africana, bem Art. 26.O poder público adotará as medidas necessárias para
como sua comemoração nas instituições de ensino públicas e pri- o combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e
vadas. à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo
Art. 20.O poder público garantirá o registro e a proteção da ca- de:
poeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza ima- I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a
terial e de formação da identidade cultural brasileira, nos termos do difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham
art. 216 da Constituição Federal. pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na
Parágrafo único.O poder público buscará garantir, por meio dos religiosidade de matrizes africanas;
atos normativos necessários, a preservação dos elementos forma- II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e
dores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais. outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, manan-
ciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matrizes
africanas;

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ÉTICA E DIVERSIDADE
III - assegurar a participação proporcional de representantes Parágrafo único.Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das estimularão e facilitarão a participação de organizações e movimen-
demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instân- tos representativos da população negra na composição dos conse-
cias de deliberação vinculadas ao poder público. lhos constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional de Habi-
tação de Interesse Social (FNHIS).
CAPÍTULO IV Art. 37.Os agentes financeiros, públicos ou privados, promove-
DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA rão ações para viabilizar o acesso da população negra aos financia-
mentos habitacionais.
SEÇÃO I
DO ACESSO À TERRA CAPÍTULO V
DO TRABALHO
Art. 27.O poder público elaborará e implementará políticas pú-
blicas capazes de promover o acesso da população negra à terra e Art. 38.A implementação de políticas voltadas para a inclusão
às atividades produtivas no campo. da população negra no mercado de trabalho será de responsabili-
Art. 28.Para incentivar o desenvolvimento das atividades pro- dade do poder público, observando-se:
dutivas da população negra no campo, o poder público promoverá I - o instituído neste Estatuto;
ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrí- II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con-
cola. venção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Dis-
Art. 29.Serão assegurados à população negra a assistência téc- criminação Racial, de 1965;
nica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o forta- III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con-
lecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da venção no 111, de 1958, da Organização Internacional do Trabalho
produção. (OIT), que trata da discriminação no emprego e na profissão;
Art. 30.O poder público promoverá a educação e a orientação IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo Bra-
profissional agrícola para os trabalhadores negros e as comunida- sil perante a comunidade internacional.
des negras rurais. Art. 39.O poder público promoverá ações que assegurem a
Art. 31.Aos remanescentes das comunidades dos quilombos igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a popu-
que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade de- lação negra, inclusive mediante a implementação de medidas visan-
finitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. do à promoção da igualdade nas contratações do setor público e o
Art. 32.O Poder Executivo federal elaborará e desenvolverá po- incentivo à adoção de medidas similares nas empresas e organiza-
líticas públicas especiais voltadas para o desenvolvimento sustentá- ções privadas.
vel dos remanescentes das comunidades dos quilombos, respeitan- § 1oA igualdade de oportunidades será lograda mediante a
do as tradições de proteção ambiental das comunidades. adoção de políticas e programas de formação profissional, de em-
Art. 33.Para fins de política agrícola, os remanescentes das co- prego e de geração de renda voltados para a população negra.
munidades dos quilombos receberão dos órgãos competentes tra- § 2oAs ações visando a promover a igualdade de oportunida-
tamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas especiais des na esfera da administração pública far-se-ão por meio de nor-
de financiamento público, destinados à realização de suas ativida- mas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação específi-
des produtivas e de infraestrutura. ca e em seus regulamentos.
Art. 34.Os remanescentes das comunidades dos quilombos se § 3oO poder público estimulará, por meio de incentivos, a ado-
beneficiarão de todas as iniciativas previstas nesta e em outras leis ção de iguais medidas pelo setor privado.
para a promoção da igualdade étnica. § 4oAs ações de que trata o caput deste artigo assegurarão o
princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiários.
SEÇÃO II § 5oSerá assegurado o acesso ao crédito para a pequena pro-
DA MORADIA dução, nos meios rural e urbano, com ações afirmativas para mu-
lheres negras.
Art. 35.O poder público garantirá a implementação de políticas § 6oO poder público promoverá campanhas de sensibilização
públicas para assegurar o direito à moradia adequada da população contra a marginalização da mulher negra no trabalho artístico e cul-
negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas subutilizadas, tural.
degradadas ou em processo de degradação, a fim de reintegrá-las à § 7oO poder público promoverá ações com o objetivo de ele-
dinâmica urbana e promover melhorias no ambiente e na qualidade var a escolaridade e a qualificação profissional nos setores da eco-
de vida. nomia que contem com alto índice de ocupação por trabalhadores
Parágrafo único.O direito à moradia adequada, para os efeitos negros de baixa escolarização.
desta Lei, inclui não apenas o provimento habitacional, mas tam- Art. 40.O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Traba-
bém a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos comu- lhador (Codefat) formulará políticas, programas e projetos voltados
nitários associados à função habitacional, bem como a assistência para a inclusão da população negra no mercado de trabalho e orien-
técnica e jurídica para a construção, a reforma ou a regularização tará a destinação de recursos para seu financiamento.
fundiária da habitação em área urbana. Art. 41.As ações de emprego e renda, promovidas por meio de
Art. 36.Os programas, projetos e outras ações governamentais financiamento para constituição e ampliação de pequenas e médias
realizadas no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de Interes- empresas e de programas de geração de renda, contemplarão o es-
se Social (SNHIS), regulado pela Lei no 11.124, de 16 de junho de tímulo à promoção de empresários negros.
2005, devem considerar as peculiaridades sociais, econômicas e Parágrafo único.O poder público estimulará as atividades vol-
culturais da população negra. tadas ao turismo étnico com enfoque nos locais, monumentos e ci-
dades que retratem a cultura, os usos e os costumes da população
negra.

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Art. 42.O Poder Executivo federal poderá implementar critérios CAPÍTULO II
para provimento de cargos em comissão e funções de confiança DOS OBJETIVOS
destinados a ampliar a participação de negros, buscando reprodu-
zir a estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso, Art. 48.São objetivos do Sinapir:
estadual, observados os dados demográficos oficiais. I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades
sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações
CAPÍTULO VI afirmativas;
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO II - formular políticas destinadas a combater os fatores de mar-
ginalização e a promover a integração social da população negra;
Art. 43.A produção veiculada pelos órgãos de comunicação va- III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos
lorizará a herança cultural e a participação da população negra na governos estaduais, distrital e municipais;
história do País. IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção
Art. 44.Na produção de filmes e programas destinados à vei- da igualdade étnica;
culação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas, V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados
deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de empre- para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento das
go para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e metas a serem estabelecidas.
qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou
artística. CAPÍTULO III
Parágrafo único.A exigência disposta no caput não se aplica aos DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA
filmes e programas que abordem especificidades de grupos étnicos
determinados. Art. 49.O Poder Executivo federal elaborará plano nacional de
Art. 45.Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas à promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios e dire-
veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas trizes para a implementação da Política Nacional de Promoção da
o disposto no art. 44. Igualdade Racial (PNPIR).
Art. 46.Os órgãos e entidades da administração pública federal § 1oA elaboração, implementação, coordenação, avaliação e
direta, autárquica ou fundacional, as empresas públicas e as socie- acompanhamento da PNPIR, bem como a organização, articulação
dades de economia mista federais deverão incluir cláusulas de par- e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão responsável
ticipação de artistas negros nos contratos de realização de filmes, pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional.
programas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário. § 2oÉ o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum
§ 1oOs órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão, intergovernamental de promoção da igualdade étnica, a ser co-
nas especificações para contratação de serviços de consultoria, ordenado pelo órgão responsável pelas políticas de promoção da
conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias que vi-
publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades sem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade
de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço étnica nas ações governamentais de Estados e Municípios.
contratado. § 3oAs diretrizes das políticas nacional e regional de promoção
§ 2oEntende-se por prática de iguais oportunidades de empre- da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado que asse-
go o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finalidade gure a participação da sociedade civil.
de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe vin- Art. 50.Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais,
culada ao projeto ou serviço contratado. no âmbito das respectivas esferas de competência, poderão insti-
§ 3oA autoridade contratante poderá, se considerar necessário tuir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter perma-
para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego, reque- nente e consultivo, compostos por igual número de representantes
rer auditoria por órgão do poder público federal. de órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil
§ 4oA exigência disposta no caput não se aplica às produções representativas da população negra.
publicitárias quando abordarem especificidades de grupos étnicos Parágrafo único.O Poder Executivo priorizará o repasse dos re-
determinados. cursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei aos
Estados, Distrito Federal e Municípios que tenham criado conselhos
TÍTULO III de promoção da igualdade étnica.
DO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RA-
CIAL (SINAPIR) CAPÍTULO IV
DAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO ACESSO À JUSTIÇA E
CAPÍTULO I À SEGURANÇA
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 51.O poder público federal instituirá, na forma da lei e no
Art. 47.É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igual- âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, Ouvidorias Permanen-
dade Racial (Sinapir) como forma de organização e de articulação tes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e encaminhar de-
voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços desti- núncias de preconceito e discriminação com base em etnia ou cor
nados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, presta- e acompanhar a implementação de medidas para a promoção da
dos pelo poder público federal. igualdade.
§ 1oOs Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão par- Art. 52.É assegurado às vítimas de discriminação étnica o aces-
ticipar do Sinapir mediante adesão. so aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à Defensoria Pública, ao
§ 2oO poder público federal incentivará a sociedade e a inicia- Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas instân-
tiva privada a participar do Sinapir. cias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.

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Parágrafo único.O Estado assegurará atenção às mulheres ne- § 3oO Poder Executivo é autorizado a adotar as medidas ne-
gras em situação de violência, garantida a assistência física, psíqui- cessárias para a adequada implementação do disposto neste artigo,
ca, social e jurídica. podendo estabelecer patamares de participação crescente dos pro-
Art. 53.O Estado adotará medidas especiais para coibir a vio- gramas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere o
lência policial incidente sobre a população negra. § 2o deste artigo.
Parágrafo único.O Estado implementará ações de ressocializa- § 4oO órgão colegiado do Poder Executivo federal responsável
ção e proteção da juventude negra em conflito com a lei e exposta pela promoção da igualdade racial acompanhará e avaliará a pro-
a experiências de exclusão social. gramação das ações referidas neste artigo nas propostas orçamen-
Art. 54.O Estado adotará medidas para coibir atos de discrimi- tárias da União.
nação e preconceito praticados por servidores públicos em detri- Art. 57.Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários, po-
mento da população negra, observado, no que couber, o disposto derão ser consignados nos orçamentos fiscal e da seguridade social
na Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989. para financiamento das ações de que trata o art. 56:
Art. 55.Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Federal e
lesão aos interesses da população negra decorrentes de situações dos Municípios;
de desigualdade étnica, recorrer-se-á, entre outros instrumentos, II - doações voluntárias de particulares;
à ação civil pública, disciplinada na Lei no 7.347, de 24 de julho de III - doações de empresas privadas e organizações não governa-
1985. mentais, nacionais ou internacionais;
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacionais;
CAPÍTULO V V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios,
DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA tratados e acordos internacionais.
IGUALDADE RACIAL
TÍTULO IV
Art. 56.Na implementação dos programas e das ações constan- DISPOSIÇÕES FINAIS
tes dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União, deve-
rão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se refere o Art. 58.As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras em
inciso VII do art. 4o desta Lei e outras políticas públicas que tenham prol da população negra que tenham sido ou venham a ser adota-
como objetivo promover a igualdade de oportunidades e a inclusão das no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
social da população negra, especialmente no que tange a: Municípios.
I - promoção da igualdade de oportunidades em educação, em- Art. 59.O Poder Executivo federal criará instrumentos para afe-
prego e moradia; rir a eficácia social das medidas previstas nesta Lei e efetuará seu
II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de relató-
e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da popu- rios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores.
lação negra; Art. 60.Os arts. 3o e 4o da Lei nº 7.716, de 1989, passam a vigo-
III - incentivo à criação de programas e veículos de comunica- rar com a seguinte redação:
ção destinados à divulgação de matérias relacionadas aos interes- “Art. 3o........................................................................
ses da população negra; Parágrafo único.Incorre na mesma pena quem, por motivo de
IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas ad- discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional,
ministradas por pessoas autodeclaradas negras; obstar a promoção funcional.” (NR)
V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das “Art. 4o........................................................................
pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e supe- § 1ºIncorre na mesma pena quem, por motivo de discrimina-
rior; ção de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de des-
VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, dis- cendência ou origem nacional ou étnica:
trital e municipais e de entidades da sociedade civil voltados para a I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empre-
promoção da igualdade de oportunidades para a população negra; gado em igualdade de condições com os demais trabalhadores;
VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra
tradições africanas e brasileiras. forma de benefício profissional;
§ 1oO Poder Executivo federal é autorizado a adotar medidas III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no
que garantam, em cada exercício, a transparência na alocação e na ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário.
execução dos recursos necessários ao financiamento das ações pre- § 2oFicará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços
vistas neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade ra-
recursos orçamentários destinados aos programas de promoção da cial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento
igualdade, especialmente nas áreas de educação, saúde, emprego de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou
e renda, desenvolvimento agrário, habitação popular, desenvolvi- etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigên-
mento regional, cultura, esporte e lazer. cias.” (NR)
§ 2oDurante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do exercí- Art. 61.Os arts. 3o e 4o da Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995,
cio subsequente à publicação deste Estatuto, os órgãos do Poder passam a vigorar com a seguinte redação:
Executivo federal que desenvolvem políticas e programas nas áreas “Art. 3oSem prejuízo do prescrito no art. 2o e nos dispositivos
referidas no § 1o deste artigo discriminarão em seus orçamentos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia,
anuais a participação nos programas de ação afirmativa referidos raça ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são passíveis das se-
no inciso VII do art. 4o desta Lei. guintes cominações:
...................................................................................” (NR)
“Art. 4oO rompimento da relação de trabalho por ato discri-
minatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo
dano moral, faculta ao empregado optar entre:
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...................................................................................” (NR) § 1° - Para efeito deste Estatuto, considerar-se-á discriminação
Art. 62.O art. 13 da Lei no 7.347, de 1985, passa a vigorar acres- racial toda distinção, exclusão ou restrição baseada em raça, cor,
cido do seguinte § 2o, renumerando-se o atual parágrafo único descendência, origem nacional ou étnica que tenha por objetivo
como § 1o: cercear o reconhecimento, o gozo ou o exercício dos direitos hu-
“Art. 13......................................................................... manos e das liberdades fundamentais em qualquer campo da vida
§ 1o............................................................................... pública ou privada, asseguradas as disposições contidas nas legisla-
§ 2ºHavendo acordo ou condenação com fundamento em dano ções pertinentes à matéria.
causado por ato de discriminação étnica nos termos do disposto no § 2° - Para efeito deste Estatuto, considerar-se-á desigualdade
art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá diretamente ao racial toda situação injustificada de diferenciação de acesso e frui-
fundo de que trata o caput e será utilizada para ações de promoção ção de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e priva-
da igualdade étnica, conforme definição do Conselho Nacional de da, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou
Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de extensão nacional, étnica.
ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial estaduais ou § 3° - Para beneficiar-se do amparo deste Estatuto, conside-
locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou local, res- rar-se-á negro aquele que se declare, expressamente, como negro,
pectivamente.” (NR) pardo, mestiço de ascendência africana, ou através de palavra ou
Art. 63.O § 1o do art. 1o da Lei nº 10.778, de 24 de novembro expressão equivalente que o caracterize negro.
de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação: § 4° - Para efeito deste Estatuto, serão consideradas ações afir-
“Art. 1o....................................................................... mativas os programas e as medidas especiais adotados pelo Estado
e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e
§ 1ºPara os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra para a promoção da igualdade de oportunidades.
a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, inclusi- § 5° - O Poder Público adotará as medidas necessárias para o
ve decorrente de discriminação ou desigualdade étnica, que cause combate à intolerância para com as religiões, inclusive coibindo a
morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, utilização dos meios de comunicação social para a difusão de pro-
tanto no âmbito público quanto no privado. posições que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo
...................................................................................” (NR) por motivos fundados na religiosidade.
Art. 64.O § 3o do art. 20 da Lei nº 7.716, de 1989, passa a vigo- Art. 2° - O Estatuto Estadual da Igualdade Racial e de Combate
rar acrescido do seguinte inciso III: à Intolerância Religiosa orientará as políticas públicas, os programas
“Art. 20....................................................................... e as ações implementadas no Estado, visando a:
............................................................................................. I - medidas reparatórias e compensatórias para os negros pelas
§ 3o............................................................................... sequelas e consequências advindas do período da escravidão e das
............................................................................................. práticas institucionais e sociais que contribuíram para aprofundar
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor- as desigualdades raciais presentes na sociedade;
mação na rede mundial de computadores. II - medidas inclusivas, nas esferas pública e privada, que asse-
...................................................................................” (NR) gurem a representação equilibrada dos diversos segmentos raciais
Art. 65.Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de componentes da sociedade gaúcha, solidificando a democracia e a
sua publicação. participação de todos.
Art. 3° - A participação dos negros em igualdade de condições
na vida social, econômica e cultural do Estado do Rio Grande do Sul
LEI ESTADUAL Nº 13.694, DE 19 DE JANEIRO DE 2011 - ES- será promovida através de medidas que assegurem:
TATUTO ESTADUAL DA IGUALDADE RACIAL E SUAS ATU- I - o reconhecimento e a valorização da composição pluriétnica
ALIZAÇÕES - CONFORME DECRETO Nº 48.598, DE 19 DE da sociedade sul-riograndense, resgatando a contribuição dos ne-
NOVEMBRO DE 2011, QUE DISPÕE SOBRE A INCLUSÃO DA gros na história, na cultura, na política e na economia do Rio Grande
TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA NOS CONCURSOS do Sul;
PÚBLICOS PARA PROVIMENTO DE CARGOS DE PESSOAL II - as políticas públicas, os programas e as medidas de ação
EFETIVO NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DI- afirmativa, combatendo especificamente as desigualdades raciais
RETA E INDIRETA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL que atingem as mulheres negras;
III - o resgate, a preservação e a manutenção da memória his-
tórica legada à sociedade gaúcha pelas tradições e práticas socio-
culturais negras;
LEI N.º 13.694, DE 19 DE JANEIRO DE 2011. IV - o adequado enfrentamento e superação das desigualdades
raciais pelas estruturas institucionais do Estado, com a implemen-
Institui o Estatuto Estadual da Igualdade Racial e dá outras tação de programas especiais de ação afirmativa na esfera pública,
providências. visando ao enfrentamento emergencial das desigualdades raciais;
V - a promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o com-
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. bate ao racismo em todas as suas manifestações individuais, estru-
Faço saber, em cumprimento ao disposto no artigo 82, inciso IV, turais e institucionais;
da Constituição do Estado, que a Assembléia Legislativa aprovou e VI - o apoio às iniciativas oriundas da sociedade civil que pro-
eu sanciono e promulgo a Lei seguinte: movam a igualdade de oportunidades e o combate às desigualda-
des raciais.
Art. 1° - Esta Lei institui o Estatuto Estadual da Igualdade Racial
e de Combate à Intolerância Religiosa contra quaisquer religiões,
como ação estadual de desenvolvimento do Rio Grande do Sul, ob-
jetivando a superação do preconceito, da discriminação e das desi-
gualdades raciais.
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CAPÍTULO I CAPÍTULO II
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE DO DIREITO À CULTURA, À EDUCAÇÃO, AO ESPORTE E AO LA-
ZER
Art. 4º - A saúde dos negros será garantida mediante políticas
sociais e econômicas que visem à prevenção e ao tratamento de Art. 9º - O Poder Público promoverá políticas e programas de
doenças geneticamente determinadas e seus agravos. ação afirmativa que assegurem igualdade de acesso ao ensino pú-
Parágrafo único - O acesso universal e igualitário ao Sistema blico para os negros, em todos os níveis de educação, proporcio-
Único de Saúde – SUS – para a promoção, proteção e recuperação nalmente a sua parcela na composição da população do Estado, ao
da saúde da população negra será proporcionado através de ações mesmo tempo em que incentivará os estabelecimentos de ensino
e de serviços focalizados nas peculiaridades dessa parcela da po- privado a adotarem tais políticas e programas.
pulação. Art. 10 - O Estado deve promover o acesso dos negros ao ensi-
Art. 5º - Os órgãos de saúde estadual monitorarão as condições no gratuito, às atividades esportivas e de lazer e apoiar a iniciativa
da população negra para subsidiar o planejamento mediante, den- de entidades que mantenham espaço para promoção social desta
tre outras, as seguintes ações: parcela da população.
I - a promoção da saúde integral da população negra, priorizan- Art. 11 - Nas datas comemorativas de caráter cívico, as insti-
do a redução das desigualdades étnicas e o combate à discrimina- tuições de ensino públicas deverão inserir nas aulas, palestras, tra-
ção nas instituições e serviços do SUS; balhos e atividades afins, dados históricos sobre a participação dos
II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS negros nos fatos comemorados.
no que tange à coleta, ao processamento e à análise dos dados por Art. 12 - As instituições de ensino deverão respeitar a diversi-
cor, etnia e gênero; dade racial quando promoverem debates, palestras, cursos ou ativi-
III - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos dades afins, convidando negros, entre outros, para discorrer sobre
processos de formação e de educação permanente dos trabalhado- os temas apresentados.
res da saúde; Art. 13 - O Poder Público deverá promover campanhas que di-
IV - a inclusão da temática saúde da população negra nos pro- vulguem a literatura produzida pelos negros e aquela que reprodu-
cessos de formação das lideranças de movimentos sociais para o za a história, as tradições e a cultura do povo negro.
exercício da participação e controle social no SUS. Art. 14 - Nas instituições de ensino, públicas e privadas, deverá
Parágrafo único - Os membros das comunidades remanescen- ser oportunizado o aprendizado e a prática da capoeira, como ativi-
tes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos para dade esportiva, cultural e lúdica, sendo facultada a participação dos
a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condições mestres tradicionais de capoeira para atuarem como instrutores
ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e nutri- desta arteesporte.
cional e na atenção integral à saúde. Art. 15 - O Estado deverá promover programas de incentivo,
Art. 6° - Serão instituídas políticas públicas de incentivo à pes- inclusão e permanência da população negra nos ensinos Médio,
quisa do processo de saúde e doença da população negra nas insti- Técnico e Superior, adotando medidas para:
tuições de ensino, com ênfase: I - incentivar ações que mobilizem e sensibilizem as instituições
I - nas doenças geneticamente determinadas; privadas de Ensino Superior para que adotem as políticas e ações
II - na contribuição das manifestações negras de promoção à afirmativas;
saúde; II - incentivar e apoiar a criação de cursos de acesso ao Ensino
III - na medicina popular de matriz africana; Superior para estudantes negros, como mecanismo para viabilizar
IV - na percepção popular do processo saúde/doença; uma inclusão mais ampla e adequada destes nas instituições;
V - na escolha da terapêutica e eficácia dos tratamentos; III - dar cumprimento ao disposto na Lei Federal n.º 9.394, de
VI - no impacto do racismo sobre as doenças. 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
Art. 7° - Poderão ser priorizadas pelo Poder Público iniciativas educação nacional, e na Lei Federal n.º 12.288, de 20 de julho de
que visem à: 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis n.os
I - criação de núcleos de estudos sobre a saúde da população 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347,
negra; de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003, no
II - implementação de cursos de pós-graduação com linhas de que tange a obrigatoriedade da inclusão da História e da Cultura
pesquisa e programas sobre a saúde da população negra no âmbito Afrobrasileiras nos currículos escolares dos ensinos Médio e Fun-
das universidades; damental;
III - inclusão da questão da saúde da população negra como IV - estabelecer programas de cooperação técnica com as es-
tema transversal nos currículos dos ensinos Médio e Superior; colas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e
IV - inclusão de matérias sobre etiologia, diagnóstico e trata- Ensino Técnico para a capacitação de professores para o ensino da
mento das doenças prevalentes na população negra e medicina de História e da Cultura Negras e para o desenvolvimento de uma edu-
matriz africana, nos cursos e treinamentos dos profissionais do SUS; cação baseada nos princípios da equidade, tolerância e respeito às
V - promoção de seminários e eventos para discutir e divulgar diferenças raciais;
os temas da saúde da população negra nos serviços de saúde. V - desenvolver, elaborar e editar materiais didáticos e paradi-
Art. 8º - Os negros terão políticas públicas destinadas à redu- dáticos que subsidiem o ensino, a divulgação, o debate e as ativida-
ção do risco de doenças que têm maior incidência, em especial, a des afins sobre a temática da História e Cultura Negras;
doença falciforme, as hemoglobinopatias, o lúpus, a hipertensão, o VI - estimular a implementação de diretrizes curriculares que
diabetes e os miomas. abordem as questões raciais em todos os níveis de ensino, apoian-
do projetos de pesquisa nas áreas das relações raciais, das ações
afirmativas, da História e da Cultura Negras;
VII - apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos
programas de pósgraduação, que desenvolvam temáticas de inte-
resse da população negra;
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ÉTICA E DIVERSIDADE
VIII - desenvolver programas de extensão universitária desti- § 1º - Os órgãos e as entidades de que trata este artigo inclui-
nados a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas, asse- rão, nas especificações para contratação de serviços de consultoria,
gurado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os bene- conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças
ficiários. publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades
Art. 16 - O Estado deverá promover políticas que valorizem a de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço
cultura “Hip-Hop” em suas manifestações de canto do “Rap”, da contratado.
instrumentação dos “DJs”, da dança do “break dance” e da pintura § 2º - Entende-se por prática de iguais oportunidades de em-
do grafite. prego o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finali-
dade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe
CAPÍTULO III vinculada ao projeto ou serviço contratado.
DO ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO § 3º - A autoridade contratante poderá, se considerar neces-
sário para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego,
Art. 17 - O Poder Público deverá promover políticas afirmativas requerer auditoria por órgão do Poder Público.
que assegurem igualdade de oportunidades aos negros no acesso § 4º - A exigência disposta no “caput” não se aplica às produ-
aos cargos públicos, proporcionalmente a sua parcela na composi- ções publicitárias quando abordarem especificidades de grupos ét-
ção da população do Estado, e incentivará a uma maior equidade nicos determinados.
para os negros nos empregos oferecidos na iniciativa privada.
Parágrafo único - Para enfrentar a situação de desigualdade de CAPÍTULO VI
oportunidades, deverão ser implementadas políticas e programas DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
de formação profissional, emprego e geração de renda voltadas aos
negros. Art. 24 - Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após
Art. 18 - A inclusão do quesito raça, a ser registrado segundo sua publicação.
a autoclassificação, será obrigatória em todos os registros adminis-
trativos direcionados a empregadores e trabalhadores dos setores PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 19 de janeiro de 2011.
público e privado.

CAPÍTULO IV LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICI-


DAS TERRAS QUILOMBOLAS ÊNCIA (ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA): LEI Nº
13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015, E SUAS ATUALIZAÇÕES
Art. 19 – Aos remanescentes das comunidades de quilombos
que estejam ocupando terras quilombolas no Rio Grande do Sul,
será reconhecida a propriedade definitiva das mesmas, estando o LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.
Estado autorizado a emitir-lhes os títulos respectivos, em observân-
cia ao direito assegurado no art. 68 do Ato das Disposições Consti- Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
tucionais Transitórias da Constituição Federal e na Lei n.º 11.731, de (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
9 de janeiro de 2002, que dispõe sobre a regularização fundiária de
áreas ocupadas por remanescentes de comunidades de quilombos. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL LIVRO I
PARTE GERAL
Art. 20 - A idealização, a realização e a exibição das peças publi-
citárias veiculadas pelo Poder Público deverão observar percentual TÍTULO I
de artistas, modelos e trabalhadores afrodescendentes em número DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
equivalente ao resultante do censo do Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística − IBGE − de afro-brasileiros na composição da CAPÍTULO I
população do Rio Grande do Sul. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 21 - A produção veiculada pelos órgãos de comunicação
valorizará a herança cultural e a participação da população negra na Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
história do Estado. Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a as-
Art. 22 - Na produção de filmes, programas e peças publicitá- segurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos
rias destinados à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência,
cinematográficas, deverá ser adotada a prática de conferir opor- visando à sua inclusão social e cidadania.
tunidades de emprego para atores, figurantes e técnicos negros, Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os
sendo vedada toda e qualquer discriminação de natureza política, Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo,
ideológica, étnica ou artística. ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo
Parágrafo único - A exigência disposta no “caput” não se aplica nº 186, de 9 de julho de 2008 , em conformidade com o procedi-
aos filmes e aos programas que abordem especificidades de grupos mento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição da República Fe-
étnicos determinados. derativa do Brasil , em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo,
Art. 23 - Os órgãos e as entidades da Administração Pública desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto nº 6.949,
Estadual poderão incluir cláusulas de participação de artistas ne- de 25 de agosto de 2009 , data de início de sua vigência no plano
gros nos contratos de realização de filmes, programas ou quaisquer interno.
outras peças de caráter publicitário nos termos da Lei Federal n.º
12.288/2010.
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ÉTICA E DIVERSIDADE
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional
ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade
de condições com as demais pessoas. de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os di-
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biop- reitos e liberdades fundamentais;
sicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de
e considerará: (Vigência) (Vide Decreto nº 11.063, de 2022) obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa-
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé-
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste-
III - a limitação no desempenho de atividades; e cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam
IV - a restrição de participação. as indicações do planejamento urbanístico;
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias
deficiência. (Vide Lei nº 13.846, de 2019) (Vide Lei nº 14.126, e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen-
de 2021) tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica-
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti- elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares,
lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi- terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes
pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni- de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer
cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros outros de natureza análoga;
serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva- IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por
dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou
com deficiência ou com mobilidade reduzida; temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida-
II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro- de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges-
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces- tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Aco-
de tecnologia assistiva; lhimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas em
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa- áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, que pos-
mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas sam contar com apoio psicossocial para o atendimento das necessidades
e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos com deficiência, em
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili- situação de dependência, que não dispõem de condições de autossus-
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade tentabilidade e com vínculos familiares fragilizados ou rompidos;
de vida e inclusão social; XI - moradia para a vida independente da pessoa com deficiên-
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor- cia: moradia com estruturas adequadas capazes de proporcionar
tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e am-
como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida- pliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência;
de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família,
acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos
entre outros, classificadas em: e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas ativida-
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços des diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados
públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo; com profissões legalmente estabelecidas;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce ativida-
e privados; des de alimentação, higiene e locomoção do estudante com defi-
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios ciência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer
de transportes; necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em insti-
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer tuições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimen-
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou tos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com defi-
informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec- ciência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal.
nologia da informação;
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que im- CAPÍTULO II
peçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com defi- DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
ciência em igualdade de condições e oportunidades com as demais
pessoas; Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o aces- oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma es-
so da pessoa com deficiência às tecnologias; pécie de discriminação.
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran- § 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que
Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina- tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o
lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo- reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades funda-
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, mentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adapta-
os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, ções razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in- § 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de
cluindo as tecnologias da informação e das comunicações; benefícios decorrentes de ação afirmativa.
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ÉTICA E DIVERSIDADE
Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma § 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a priori-
de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, cruel- dade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos de aten-
dade, opressão e tratamento desumano ou degradante. dimento médico.
Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput
deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis a criança, TÍTULO II
o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência. DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pes-
soa, inclusive para: CAPÍTULO I
I - casar-se e constituir união estável; DO DIREITO À VIDA
II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pes-
ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planeja- soa com deficiência ao longo de toda a vida.
mento familiar; Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado
IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização de calamidade pública, a pessoa com deficiência será considerada
compulsória; vulnerável, devendo o poder público adotar medidas para sua pro-
V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comu- teção e segurança.
nitária; e Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a
VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a
como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com institucionalização forçada.
as demais pessoas. Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência
Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade competente em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei.
qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa
com deficiência. com deficiência é indispensável para a realização de tratamento,
Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os procedimento, hospitalização e pesquisa científica.
tribunais tiverem conhecimento de fatos que caracterizem as viola- § 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de cura-
ções previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público tela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau possível,
para as providências cabíveis. para a obtenção de consentimento.
Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar § 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência
à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em cará-
referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à materni- ter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto
dade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com deficiência e
ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável
transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao com participantes não tutelados ou curatelados.
lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecno- Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem
lógicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de
e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da morte e de emergência em saúde, resguardado seu superior inte-
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Pro- resse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis.
tocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu
bem-estar pessoal, social e econômico. CAPÍTULO II
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO
SEÇÃO ÚNICA
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito
da pessoa com deficiência.
Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendi- Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação
mento prioritário, sobretudo com a finalidade de: tem por objetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos,
I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais,
II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendi- atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquis-
mento ao público; ta da autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tec- social em igualdade de condições e oportunidades com as demais
nológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições pessoas.
com as demais pessoas; Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se
IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais em avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e po-
acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segu- tencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
rança no embarque e no desembarque; I - diagnóstico e intervenção precoces;
V - acesso a informações e disponibilização de recursos de co- II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação fun-
municação acessíveis; cional, buscando o desenvolvimento de aptidões;
VI - recebimento de restituição de imposto de renda; III - atuação permanente, integrada e articulada de políticas
VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e administra- públicas que possibilitem a plena participação social da pessoa com
tivos em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências. deficiência;
§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acom- IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação inter-
panhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, setorial, nos diferentes níveis de complexidade, para atender às ne-
exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo. cessidades específicas da pessoa com deficiência;

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ÉTICA E DIVERSIDADE
V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com X - promoção de estratégias de capacitação permanente das
deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a organização das equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no aten-
Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas dimento à pessoa com deficiência, bem como orientação a seus
do Sistema Único de Saúde (SUS). atendentes pessoais;
Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilita- XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção,
ção para a pessoa com deficiência, são garantidos: medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais, conforme as nor-
I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para mas vigentes do Ministério da Saúde.
atender às características de cada pessoa com deficiência; § 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às institui-
II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços; ções privadas que participem de forma complementar do SUS ou
III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e que recebam recursos públicos para sua manutenção.
equipamentos adequados e apoio técnico profissional, de acordo Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à pre-
com as especificidades de cada pessoa com deficiência; venção de deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio de:
IV - capacitação continuada de todos os profissionais que parti- I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com
cipem dos programas e serviços. garantia de parto humanizado e seguro;
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações II - promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis,
articuladas para garantir à pessoa com deficiência e sua família a vigilância alimentar e nutricional, prevenção e cuidado integral
aquisição de informações, orientações e formas de acesso às polí- dos agravos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da
ticas públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena criança;
participação social. III - aprimoramento e expansão dos programas de imunização
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo e de triagem neonatal;
podem fornecer informações e orientações nas áreas de saúde, de IV - identificação e controle da gestante de alto risco.
educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previ- Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde
dência social, de assistência social, de habitação, de trabalho, de são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no mínimo, todos
empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção, proteção os serviços e produtos ofertados aos demais clientes.
e defesa de direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da
com deficiência exercer sua cidadania. pessoa com deficiência no local de residência, será prestado atendi-
mento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento,
CAPÍTULO III garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência
DO DIREITO À SAÚDE e de seu acompanhante.
Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com é assegurado o direito a acompanhante ou a atendente pessoal, de-
deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do vendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar condições
SUS, garantido acesso universal e igualitário. adequadas para sua permanência em tempo integral.
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência na § 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante ou do
elaboração das políticas de saúde a ela destinadas. atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao profissional
§ 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e téc- de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por escrito.
nicas, que regulamentarão a atuação dos profissionais de saúde e § 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º deste ar-
contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às especificida- tigo, o órgão ou a instituição de saúde deve adotar as providências
des da pessoa com deficiência, incluindo temas como sua dignidade cabíveis para suprir a ausência do acompanhante ou do atendente
e autonomia. pessoal.
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a
deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de reabilita- pessoa com deficiência, inclusive por meio de cobrança de valores
ção, deve ser garantida capacitação inicial e continuada. diferenciados por planos e seguros privados de saúde, em razão de
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pes- sua condição.
soa com deficiência devem assegurar: Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às informações
multidisciplinar; prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que neces- e de todas as formas de comunicação previstas no inciso V do art.
sários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manuten- 3º desta Lei.
ção da melhor condição de saúde e qualidade de vida; Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quan-
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambu- to privados, devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência,
latorial e internação; em conformidade com a legislação em vigor, mediante a remoção
IV - campanhas de vacinação; de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de ambientação
V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e de interior e de comunicação que atendam às especificidades das
atendentes pessoais; pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual e mental.
VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orien- Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência
tação sexual da pessoa com deficiência; praticada contra a pessoa com deficiência serão objeto de notifi-
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertili- cação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à
zação assistida; autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos
VIII - informação adequada e acessível à pessoa com deficiência Direitos da Pessoa com Deficiência.
e a seus familiares sobre sua condição de saúde; Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violên-
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desen- cia contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, pra-
volvimento de deficiências e agravos adicionais; ticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou
sofrimento físico ou psicológico.
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ÉTICA E DIVERSIDADE
CAPÍTULO IV XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de con-
DO DIREITO À EDUCAÇÃO dições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no
sistema escolar;
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiên- XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da
cia, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis educação e demais integrantes da comunidade escolar às edifica-
e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máxi- ções, aos ambientes e às atividades concernentes a todas as moda-
mo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, lidades, etapas e níveis de ensino;
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, inte- XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;
resses e necessidades de aprendizagem. XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade públicas.
escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa § 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade
com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III,
negligência e discriminação. V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer
implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumpri-
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalida- mento dessas determinações.
des, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida; § 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a ga- a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar
rantir condições de acesso, permanência, participação e aprendiza- o seguinte:
gem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação
que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena; básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certifi-
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento cado de proficiência na Libras; (Vigência)
educacional especializado, assim como os demais serviços e adap- II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados
tações razoáveis, para atender às características dos estudantes à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e
com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em con- pós-graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, prio-
dições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua ritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras. (Vigência)
autonomia; Art. 29. (VETADO).
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira lín- Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência
gua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior e de
língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; educação profissional e tecnológica, públicas e privadas, devem ser
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambien- adotadas as seguintes medidas:
tes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos es- I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas de-
tudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a pendências das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços;
participação e a aprendizagem em instituições de ensino; II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos méto- campos específicos para que o candidato com deficiência informe
dos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamen- os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários
tos e de recursos de tecnologia assistiva; para sua participação;
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para atendi-
de atendimento educacional especializado, de organização de re- mento às necessidades específicas do candidato com deficiência;
cursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilida- IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnolo-
de pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; gia assistiva adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas fa- candidato com deficiência;
mílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar; V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvi- candidato com deficiência, tanto na realização de exame para sele-
mento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissio- ção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação
nais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e e comprovação da necessidade;
os interesses do estudante com deficiência; VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas, dis-
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas cursivas ou de redação que considerem a singularidade linguística
de formação inicial e continuada de professores e oferta de forma- da pessoa com deficiência, no domínio da modalidade escrita da
ção continuada para o atendimento educacional especializado; língua portuguesa;
XI - formação e disponibilização de professores para o atendi- VII - tradução completa do edital e de suas retificações em Li-
mento educacional especializado, de tradutores e intérpretes da bras.
Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio;
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de CAPÍTULO V
recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades DO DIREITO À MORADIA
funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e partici-
pação; Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna,
XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e no seio da família natural ou substituta, com seu cônjuge ou com-
tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com as de- panheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida indepen-
mais pessoas; dente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva.
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível § 1º O poder público adotará programas e ações estratégicas
superior e de educação profissional técnica e tecnológica, de temas para apoiar a criação e a manutenção de moradia para a vida inde-
relacionados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de pendente da pessoa com deficiência.
conhecimento;
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ÉTICA E DIVERSIDADE
§ 2º A proteção integral na modalidade de residência inclusi- Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de traba-
va será prestada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência em lho e emprego promover e garantir condições de acesso e de per-
situação de dependência que não disponha de condições de autos- manência da pessoa com deficiência no campo de trabalho.
sustentabilidade, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos. Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedo-
Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados rismo e ao trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o asso-
com recursos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsá- ciativismo, devem prever a participação da pessoa com deficiência
vel goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias.
observado o seguinte:
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades SEÇÃO II
habitacionais para pessoa com deficiência; DA HABILITAÇÃO PROFISSIONAL E REABILITAÇÃO PROFISSIO-
II - (VETADO); NAL
III - em caso de edificação multifamiliar, garantia de acessibili-
dade nas áreas de uso comum e nas unidades habitacionais no piso Art. 36. O poder público deve implementar serviços e progra-
térreo e de acessibilidade ou de adaptação razoável nos demais pi- mas completos de habilitação profissional e de reabilitação profis-
sos; sional para que a pessoa com deficiência possa ingressar, continuar
IV - disponibilização de equipamentos urbanos comunitários ou retornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha,
acessíveis; sua vocação e seu interesse.
V - elaboração de especificações técnicas no projeto que per- § 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios
mitam a instalação de elevadores. previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de habilitação ou de
§ 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste artigo, será reabilitação que possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua
reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma vez. capacidade e habilidade profissional ou adquirir novas capacidades
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de fi- e habilidades de trabalho.
nanciamento devem ser compatíveis com os rendimentos da pes- § 2º A habilitação profissional corresponde ao processo des-
soa com deficiência ou de sua família. tinado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição de conheci-
§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas uni- mentos, habilidades e aptidões para exercício de profissão ou de
dades habitacionais reservadas por força do disposto no inciso I do ocupação, permitindo nível suficiente de desenvolvimento profis-
caput deste artigo, as unidades não utilizadas serão disponibilizadas sional para ingresso no campo de trabalho.
às demais pessoas. § 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro-
Art. 33. Ao poder público compete: fissional e de educação profissional devem ser dotados de recursos
I - adotar as providências necessárias para o cumprimento do necessários para atender a toda pessoa com deficiência, indepen-
disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e dentemente de sua característica específica, a fim de que ela possa
II - divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a polí- ser capacitada para trabalho que lhe seja adequado e ter perspecti-
tica habitacional prevista nas legislações federal, estaduais, distrital vas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir.
e municipais, com ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. § 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro-
fissional e de educação profissional deverão ser oferecidos em am-
CAPÍTULO VI bientes acessíveis e inclusivos.
DO DIREITO AO TRABALHO § 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional de-
vem ocorrer articuladas com as redes públicas e privadas, espe-
SEÇÃO I cialmente de saúde, de ensino e de assistência social, em todos os
DISPOSIÇÕES GERAIS níveis e modalidades, em entidades de formação profissional ou
diretamente com o empregador.
Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de § 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por
sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em meio de prévia formalização do contrato de emprego da pessoa
igualdade de oportunidades com as demais pessoas. com deficiência, que será considerada para o cumprimento da re-
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qual- serva de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e
quer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho aces- concomitante com a inclusão profissional na empresa, observado o
síveis e inclusivos. disposto em regulamento.
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de opor- § 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional aten-
tunidades com as demais pessoas, a condições justas e favoráveis de derão à pessoa com deficiência.
trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual valor.
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e SEÇÃO III
qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO TRABA-
de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames admissional LHO
e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional e reabili-
tação profissional, bem como exigência de aptidão plena. Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunida-
acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de car- des com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista
reira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de aces-
pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais sibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a
empregados. adaptação razoável no ambiente de trabalho.
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilida- Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com defi-
de em cursos de formação e de capacitação. ciência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas
as seguintes diretrizes:

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ÉTICA E DIVERSIDADE
I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com § 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em for-
maior dificuldade de inserção no campo de trabalho; mato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento,
II - provisão de suportes individualizados que atendam a neces- inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de propriedade
sidades específicas da pessoa com deficiência, inclusive a disponi- intelectual.
bilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e § 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à elimi-
de apoio no ambiente de trabalho; nação, à redução ou à superação de barreiras para a promoção do
III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com acesso a todo patrimônio cultural, observadas as normas de acessi-
deficiência apoiada; bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio histórico e artís-
IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, tico nacional.
com vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de Art. 43. O poder público deve promover a participação da pes-
barreiras, inclusive atitudinais; soa com deficiência em atividades artísticas, intelectuais, culturais,
V - realização de avaliações periódicas; esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:
VI - articulação intersetorial das políticas públicas; I - incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de re-
VII - possibilidade de participação de organizações da socieda- cursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais
de civil. pessoas;
Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços
seletivo público ou privado para cargo, função ou emprego está prestados por pessoa ou entidade envolvida na organização das ati-
obrigada à observância do disposto nesta Lei e em outras normas vidades de que trata este artigo; e
de acessibilidade vigentes. III - assegurar a participação da pessoa com deficiência em jo-
gos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísti-
CAPÍTULO VII cas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as
DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL demais pessoas.
Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de
Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares, serão
no âmbito da política pública de assistência social à pessoa com de- reservados espaços livres e assentos para a pessoa com deficiência,
ficiência e sua família têm como objetivo a garantia da segurança de acordo com a capacidade de lotação da edificação, observado o
de renda, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do desen- disposto em regulamento.
volvimento da autonomia e da convivência familiar e comunitária, § 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem
para a promoção do acesso a direitos e da plena participação social. ser distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade,
§ 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos termos em todos os setores, próximos aos corredores, devidamente sina-
do caput deste artigo, deve envolver conjunto articulado de serviços lizados, evitando-se áreas segregadas de público e obstrução das
do âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial, saídas, em conformidade com as normas de acessibilidade.
ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças fundamentais § 2º No caso de não haver comprovada procura pelos assen-
no enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de risco, por tos reservados, esses podem, excepcionalmente, ser ocupados por
fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direitos. pessoas sem deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida,
§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa com observado o disposto em regulamento.
deficiência em situação de dependência deverão contar com cui- § 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem
dadores sociais para prestar-lhe cuidados básicos e instrumentais. situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, 1
Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não possua (um) acompanhante da pessoa com deficiência ou com mobilidade
meios para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua reduzida, resguardado o direito de se acomodar proximamente a
família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da grupo familiar e comunitário.
Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 . § 4º Nos locais referidos no caput deste artigo, deve haver,
obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis,
CAPÍTULO VIII conforme padrões das normas de acessibilidade, a fim de permitir a
DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL saída segura da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
da, em caso de emergência.
Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de § 5º Todos os espaços das edificações previstas no caput deste
Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos artigo devem atender às normas de acessibilidade em vigor.
da Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013 . § 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões,
recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência. (Vi-
CAPÍTULO IX gência)
DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E AO § 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá
LAZER ser superior ao valor cobrado das demais pessoas.
Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos
Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao es- observando-se os princípios do desenho universal, além de adotar
porte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor.
demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso: (Vigência) (Reglamento)
I - a bens culturais em formato acessível; § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar,
II - a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis,
culturais e desportivas em formato acessível; e garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível.
III - a monumentos e locais de importância cultural e a espaços § 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão
que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos. ser localizados em rotas acessíveis.

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ÉTICA E DIVERSIDADE
CAPÍTULO X Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez
DO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência.
(Vide Decreto nº 9.762, de 2019) (Vigência)
Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com § 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores
deficiência ou com mobilidade reduzida será assegurado em igual- adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência.
dade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de iden- § 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais
tificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos a que se refere
acesso. o caput deste artigo.
§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte cole- Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1
tivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições, conside- (um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência, a cada
ram-se como integrantes desses serviços os veículos, os terminais, conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota. (Vide Decreto nº
as estações, os pontos de parada, o sistema viário e a prestação do 9.762, de 2019) (Vigência)
serviço. Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo,
§ 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei, câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos
sempre que houver interação com a matéria nela regulada, a ou- manuais de freio e de embreagem.
torga, a concessão, a permissão, a autorização, a renovação ou a
habilitação de linhas e de serviços de transporte coletivo. TÍTULO III
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos DA ACESSIBILIDADE
veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen-
dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público CAPÍTULO I
responsável pela prestação do serviço. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao pú-
blico, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas, Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com de-
devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de ficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente
pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem e exercer seus direitos de cidadania e de participação social.
pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, des- Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei
de que devidamente identificados. e de outras normas relativas à acessibilidade, sempre que houver
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equi- interação com a matéria nela regulada:
valer a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de
vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho comunicação e informação, a fabricação de veículos de transporte
e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibi- coletivo, a prestação do respectivo serviço e a execução de qual-
lidade. quer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva;
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exi- II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autori-
bir, em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a zação ou habilitação de qualquer natureza;
ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que discipli- III - a aprovação de financiamento de projeto com utilização
narão suas características e condições de uso. de recursos públicos, por meio de renúncia ou de incentivo fiscal,
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo contrato, convênio ou instrumento congênere; e
sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 da IV - a concessão de aval da União para obtenção de empréstimo
Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasi- e de financiamento internacionais por entes públicos ou privados.
leiro) . (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que tratem
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é vinculada do meio físico, de transporte, de informação e comunicação, inclu-
à pessoa com deficiência que possui comprometimento de mobili- sive de sistemas e tecnologias da informação e comunicação, e de
dade e é válida em todo o território nacional. outros serviços, equipamentos e instalações abertos ao público, de
Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, aquaviário uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como
e aéreo, as instalações, as estações, os portos e os terminais em na rural, devem atender aos princípios do desenho universal, tendo
operação no País devem ser acessíveis, de forma a garantir o seu como referência as normas de acessibilidade.
uso por todas as pessoas. § 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste arti- caráter geral.
go devem dispor de sistema de comunicação acessível que disponi- § 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho uni-
bilize informações sobre todos os pontos do itinerário. versal não possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação ra-
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e se- zoável.
gurança nos procedimentos de embarque e de desembarque nos § 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de conteú-
veículos de transporte coletivo, de acordo com as normas técnicas. dos temáticos referentes ao desenho universal nas diretrizes curri-
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos culares da educação profissional e tecnológica e do ensino superior
veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen- e na formação das carreiras de Estado.
dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público § 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a serem
responsável pela prestação do serviço. desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pes-
Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de turismo, quisa e de agências de fomento deverão incluir temas voltados para
na renovação de suas frotas, são obrigadas ao cumprimento do dis- o desenho universal.
posto nos arts. 46 e 48 desta Lei. (Vigência) § 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas deverão
Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de veículos considerar a adoção do desenho universal.
acessíveis e a sua utilização como táxis e vans , de forma a garantir Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de
o seu uso por todas as pessoas. uso de edificações abertas ao público, de uso público ou privadas
de uso coletivo deverão ser executadas de modo a serem acessíveis.
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§ 1º As entidades de fiscalização profissional das atividades de CAPÍTULO II
Engenharia, de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a responsabi- DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO
lidade técnica de projetos, devem exigir a responsabilidade profis-
sional declarada de atendimento às regras de acessibilidade previs- Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet
tas em legislação e em normas técnicas pertinentes. mantidos por empresas com sede ou representação comercial no
§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de certi- País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiên-
ficado de projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de instala- cia, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as
ções e equipamentos temporários ou permanentes e para o licen- melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas interna-
ciamento ou a emissão de certificado de conclusão de obra ou de cionalmente.
serviço, deve ser atestado o atendimento às regras de acessibilida- § 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em des-
de. taque.
§ 3º O poder público, após certificar a acessibilidade de edifi- § 2º Telecentros comunitários que receberem recursos públi-
cação ou de serviço, determinará a colocação, em espaços ou em cos federais para seu custeio ou sua instalação e lan houses devem
locais de ampla visibilidade, do símbolo internacional de acesso, na possuir equipamentos e instalações acessíveis.
forma prevista em legislação e em normas técnicas correlatas. § 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o § 2º des-
Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo já te artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus
existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência computadores com recursos de acessibilidade para pessoa com de-
em todas as suas dependências e serviços, tendo como referência ficiência visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamento,
as normas de acessibilidade vigentes. quando o resultado percentual for inferior a 1 (um).
Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso privado Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que trata o
multifamiliar devem atender aos preceitos de acessibilidade, na for- art. 63 desta Lei deve ser observada para obtenção do financiamen-
ma regulamentar. (Regulamento) to de que trata o inciso III do art. 54 desta Lei.
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo proje- Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de telecomunica-
to e pela construção das edificações a que se refere o caput deste ções deverão garantir pleno acesso à pessoa com deficiência, con-
artigo devem assegurar percentual mínimo de suas unidades inter- forme regulamentação específica.
namente acessíveis, na forma regulamentar. Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de apare-
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a aquisição lhos de telefonia fixa e móvel celular com acessibilidade que, entre
de unidades internamente acessíveis a que se refere o § 1º deste outras tecnologias assistivas, possuam possibilidade de indicação e
artigo. de ampliação sonoras de todas as operações e funções disponíveis.
Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços públi- Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem
cos, o poder público e as empresas concessionárias responsáveis permitir o uso dos seguintes recursos, entre outros:
pela execução das obras e dos serviços devem garantir, de forma I - subtitulação por meio de legenda oculta;
segura, a fluidez do trânsito e a livre circulação e acessibilidade das II - janela com intérprete da Libras;
pessoas, durante e após sua execução. III - audiodescrição.
Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de acessibi- Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de incentivo
lidade previstas em legislação e em normas técnicas, observado o à produção, à edição, à difusão, à distribuição e à comercialização
disposto na Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , nº 10.257, de livros em formatos acessíveis, inclusive em publicações da admi-
de 10 de julho de 2001 , e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 : nistração pública ou financiadas com recursos públicos, com vistas
I - os planos diretores municipais, os planos diretores de trans- a garantir à pessoa com deficiência o direito de acesso à leitura, à
porte e trânsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de informação e à comunicação.
preservação de sítios históricos elaborados ou atualizados a partir § 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o abasteci-
da publicação desta Lei; mento ou a atualização de acervos de bibliotecas em todos os níveis
II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de uso e e modalidades de educação e de bibliotecas públicas, o poder público
ocupação do solo e as leis do sistema viário; deverá adotar cláusulas de impedimento à participação de editoras
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; que não ofertem sua produção também em formatos acessíveis.
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções; e § 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais
V - a legislação referente à prevenção contra incêndio e pânico. que possam ser reconhecidos e acessados por softwares leitores
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de funcionamento de telas ou outras tecnologias assistivas que vierem a substituí-los,
para qualquer atividade são condicionadas à observação e à certifi- permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres, di-
cação das regras de acessibilidade. ferentes contrastes e impressão em Braille.
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação equiva- § 3º O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a
lente e sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormen- produção de artigos científicos em formato acessível, inclusive em
te às exigências de acessibilidade, é condicionada à observação e à Libras.
certificação das regras de acessibilidade. Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade de
Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção das informações corretas e claras sobre os diferentes produtos e servi-
ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas: ços ofertados, por quaisquer meios de comunicação empregados,
I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva inclusive em ambiente virtual, contendo a especificação correta de
de recursos para implementação das ações; e quantidade, qualidade, características, composição e preço, bem
II - planejamento contínuo e articulado entre os setores envol- como sobre os eventuais riscos à saúde e à segurança do consumi-
vidos. dor com deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, no que
Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solici- couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 .
tação, o recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobran- § 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios publi-
ças de tributos em formato acessível. citários veiculados na imprensa escrita, na internet, no rádio, na
televisão e nos demais veículos de comunicação abertos ou por
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assinatura devem disponibilizar, conforme a compatibilidade do § 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito de vo-
meio, os recursos de acessibilidade de que trata o art. 67 desta Lei, tar e de ser votada, inclusive por meio das seguintes ações:
a expensas do fornecedor do produto ou do serviço, sem prejuízo I - garantia de que os procedimentos, as instalações, os mate-
da observância do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, de 11 riais e os equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis
de setembro de 1990 . a todas as pessoas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada a
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicita- instalação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa com defi-
ção, exemplares de bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo ciência;
de material de divulgação em formato acessível. II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a de-
Art. 70. As instituições promotoras de congressos, seminários, sempenhar quaisquer funções públicas em todos os níveis de go-
oficinas e demais eventos de natureza científico-cultural devem verno, inclusive por meio do uso de novas tecnologias assistivas,
oferecer à pessoa com deficiência, no mínimo, os recursos de tec- quando apropriado;
nologia assistiva previstos no art. 67 desta Lei. III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda
Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os demais eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de
eventos de natureza científico-cultural promovidos ou financiados televisão possuam, pelo menos, os recursos elencados no art. 67
pelo poder público devem garantir as condições de acessibilidade e desta Lei;
os recursos de tecnologia assistiva. IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tan-
Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a to, sempre que necessário e a seu pedido, permissão para que a
serem desenvolvidos com o apoio de agências de financiamento pessoa com deficiência seja auxiliada na votação por pessoa de sua
e de órgãos e entidades integrantes da administração pública que escolha.
atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar temas voltados à § 2º O poder público promoverá a participação da pessoa com
tecnologia assistiva. deficiência, inclusive quando institucionalizada, na condução das
Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria questões públicas, sem discriminação e em igualdade de oportuni-
com organizações da sociedade civil, promover a capacitação de dades, observado o seguinte:
tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profis- I - participação em organizações não governamentais relacio-
sionais habilitados em Braille, audiodescrição, estenotipia e legen- nadas à vida pública e à política do País e em atividades e adminis-
dagem. tração de partidos políticos;
II - formação de organizações para representar a pessoa com
CAPÍTULO III deficiência em todos os níveis;
DA TECNOLOGIA ASSISTIVA III - participação da pessoa com deficiência em organizações
que a representem.
Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produ-
tos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços TÍTULO IV
de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
pessoal e qualidade de vida.
Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de me- Art. 77. O poder público deve fomentar o desenvolvimento
didas, a ser renovado em cada período de 4 (quatro) anos, com a científico, a pesquisa e a inovação e a capacitação tecnológicas, vol-
finalidade de: (Regulamento) tados à melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com
I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta deficiência e sua inclusão social.
de linhas de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tec- § 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a geração de
nologia assistiva; conhecimentos e técnicas que visem à prevenção e ao tratamento de
II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de importação deficiências e ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e social.
de tecnologia assistiva, especialmente as questões atinentes a pro- § 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social devem
cedimentos alfandegários e sanitários; ser fomentadas mediante a criação de cursos de pós-graduação, a
III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção na- formação de recursos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes
cional de tecnologia assistiva, inclusive por meio de concessão de de áreas do conhecimento.
linhas de crédito subsidiado e de parcerias com institutos de pes- § 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de institui-
quisa oficiais; ções públicas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias as-
IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de sistiva e social que sejam voltadas para melhoria da funcionalidade
importação de tecnologia assistiva; e da participação social da pessoa com deficiência.
V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos § 4º As medidas previstas neste artigo devem ser reavaliadas
de tecnologia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do periodicamente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiçoa-
SUS e por outros órgãos governamentais. mento.
Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste artigo, os Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimen-
procedimentos constantes do plano específico de medidas deverão to, a inovação e a difusão de tecnologias voltadas para ampliar o
ser avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) anos. acesso da pessoa com deficiência às tecnologias da informação e
comunicação e às tecnologias sociais.
CAPÍTULO IV Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E POLÍ- I - o emprego de tecnologias da informação e comunicação
TICA como instrumento de superação de limitações funcionais e de bar-
reiras à comunicação, à informação, à educação e ao entretenimen-
Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com deficiência to da pessoa com deficiência;
todos os direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igual- II - a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a am-
dade de condições com as demais pessoas. pliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à computação e aos
sítios da internet, em especial aos serviços de governo eletrônico.
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LIVRO II § 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo cons-
PARTE ESPECIAL tar da sentença as razões e motivações de sua definição, preserva-
dos os interesses do curatelado.
TÍTULO I § 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao
DO ACESSO À JUSTIÇA nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vín-
culo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
CAPÍTULO I Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida
DISPOSIÇÕES GERAIS a situação de curatela da pessoa com deficiência.
Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger
Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa os interesses da pessoa com deficiência em situação de curatela,
com deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades com as será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a reque-
demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptações e rimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório,
recursos de tecnologia assistiva. o qual estará sujeito, no que couber, às disposições do Código de
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em Processo Civil .
todo o processo judicial, o poder público deve capacitar os mem-
bros e os servidores que atuam no Poder Judiciário, no Ministério TÍTULO II
Público, na Defensoria Pública, nos órgãos de segurança pública e DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
no sistema penitenciário quanto aos direitos da pessoa com defi-
ciência. Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em
§ 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência subme- razão de sua deficiência:
tida a medida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
que fazem jus os apenados sem deficiência, garantida a acessibili- § 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encon-
dade. trar-se sob cuidado e responsabilidade do agente.
§ 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão as § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é
medidas necessárias à garantia dos direitos previstos nesta Lei. cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de
Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia publicação de qualquer natureza:
assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garan- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
tido o acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar,
ou atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advoga- ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in-
do, defensor público, magistrado ou membro do Ministério Público. quérito policial, sob pena de desobediência:
Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o I - recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do ma-
acesso ao conteúdo de todos os atos processuais de seu interesse, terial discriminatório;
inclusive no exercício da advocacia. II - interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor-
Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão garantidos mação na internet.
por ocasião da aplicação de sanções penais. § 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da con-
Art. 82. (VETADO). denação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do
Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou material apreendido.
criar óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus servi- Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão,
ços em razão de deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa
capacidade legal plena, garantida a acessibilidade. com deficiência:
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput des- Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
te artigo constitui discriminação em razão de deficiência. Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
crime é cometido:
CAPÍTULO II I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testa-
DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI menteiro ou depositário judicial; ou
II - por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de pro-
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao fissão.
exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas
as demais pessoas. de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres:
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será subme- Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
tida à curatela, conforme a lei. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado
de tomada de decisão apoiada. por lei ou mandado.
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio ele-
medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às trônico ou documento de pessoa com deficiência destinados ao re-
circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. cebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração ou à
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas realização de operações financeiras, com o fim de obter vantagem
de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo indevida para si ou para outrem:
ano. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
aos direitos de natureza patrimonial e negocial. crime é cometido por tutor ou curador.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio
corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à
saúde, ao trabalho e ao voto.
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TÍTULO III SUS e pelas entidades da rede socioassistencial integrantes do Suas,
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS quando seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e
de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional
Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com e indevido.
Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a fi- Art. 96. O § 6º -A do art. 135 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de
nalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar informa- 1965 (Código Eleitoral) , passa a vigorar com a seguinte redação:
ções georreferenciadas que permitam a identificação e a caracte- “Art. 135. .................................................................
rização socioeconômica da pessoa com deficiência, bem como das ........................................................................................
barreiras que impedem a realização de seus direitos. § 6º -A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada elei-
§ 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Executi- ção, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na es-
vo federal e constituído por base de dados, instrumentos, procedi- colha dos locais de votação, de maneira a garantir acessibilidade
mentos e sistemas eletrônicos. para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusi-
§ 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão obti- ve em seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso.
dos pela integração dos sistemas de informação e da base de dados ....................................................................................” (NR)
de todas as políticas públicas relacionadas aos direitos da pessoa Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada
com deficiência, bem como por informações coletadas, inclusive pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 , passa a vigorar
em censos nacionais e nas demais pesquisas realizadas no País, de com as seguintes alterações:
acordo com os parâmetros estabelecidos pela Convenção sobre os “Art. 428. ..................................................................
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo. ...........................................................................................
§ 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, é fa- § 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprova-
cultada a celebração de convênios, acordos, termos de parceria ou ção da escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar,
contratos com instituições públicas e privadas, observados os requi- sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a pro-
sitos e procedimentos previstos em legislação específica. fissionalização.
§ 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as li- ...........................................................................................
berdades fundamentais da pessoa com deficiência e os princípios § 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou
éticos que regem a utilização de informações, devem ser observa- mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação
das as salvaguardas estabelecidas em lei. na CTPS e matrícula e frequência em programa de aprendizagem
§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser utili- desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação
zados para as seguintes finalidades: técnico-profissional metódica.” (NR)
I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas “Art. 433. ..................................................................
públicas para a pessoa com deficiência e para identificar as barrei- ...........................................................................................
ras que impedem a realização de seus direitos; I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo
II - realização de estudos e pesquisas. para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de
§ 6º As informações a que se refere este artigo devem ser dis- acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao
seminadas em formatos acessíveis. desempenho de suas atividades;
Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos órgãos ..................................................................................” (NR)
de controle interno e externo, deve ser observado o cumprimen- Art. 98. A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 , passa a vigo-
to da legislação relativa à pessoa com deficiência e das normas de rar com as seguintes alterações:
acessibilidade vigentes. “Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de interes-
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pes- ses coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais indis-
soa com deficiência moderada ou grave que: poníveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Mi-
I - receba o benefício de prestação continuada previsto no art. nistério Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos Estados,
20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , e que passe a exer- pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação constituída
cer atividade remunerada que a enquadre como segurado obriga- há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por
tório do RGPS; empresa pública e por fundação ou sociedade de economia mista
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos in-
prestação continuada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de teresses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência.
dezembro de 1993 , e que exerça atividade remunerada que a en- .................................................................................” (NR)
quadre como segurado obrigatório do RGPS. “Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com de- (cinco) anos e multa:
ficiência perante os órgãos públicos quando seu deslocamento, em I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar,
razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade, cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de
imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, hipótese na qual se- ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de
rão observados os seguintes procedimentos: sua deficiência;
I - quando for de interesse do poder público, o agente promo- II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém
verá o contato necessário com a pessoa com deficiência em sua re- a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência;
sidência; III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa
II - quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apre- em razão de sua deficiência;
sentará solicitação de atendimento domiciliar ou fará representar- IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de pres-
-se por procurador constituído para essa finalidade. tar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com de-
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência aten- ficiência;
dimento domiciliar pela perícia médica e social do Instituto Nacio- V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem
nal do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o
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VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis V - (VETADO).
à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando requi- § 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário
sitados. reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo de-
§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência terminado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em
menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço). contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após
§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário
indeferimento de inscrição, de aprovação e de cumprimento de reabilitado da Previdência Social.
estágio probatório em concursos públicos não exclui a responsa- § 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer
bilidade patrimonial pessoal do administrador público pelos danos a sistemática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas
causados. sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o in- com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência So-
gresso de pessoa com deficiência em planos privados de assistência cial, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entida-
à saúde, inclusive com cobrança de valores diferenciados. des representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados.
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e § 3º Para a reserva de cargos será considerada somente a con-
emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR) tratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com
Art. 99. O art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990 , passa deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII: aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
“Art. 20. ...................................................................... § 4º (VETADO).” (NR)
.............................................................................................. “Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios operacio-
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, nalizados pelo INSS, não será exigida apresentação de termo de
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibili- curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados
dade e de inclusão social. os procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.”
..................................................................................” (NR) Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991
Art. 100. A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código , passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º :
de Defesa do Consumidor) , passa a vigorar com as seguintes alte- “Art. 2º .........................................................................
rações: .............................................................................................
“Art. 6º ....................................................................... § 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão conce-
............................................................................................ didos a projetos culturais que forem disponibilizados, sempre que
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput tecnicamente possível, também em formato acessível à pessoa com
deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado deficiência, observado o disposto em regulamento.” (NR)
o disposto em regulamento.” (NR) Art. 103. O art. 11 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 , passa
“Art. 43. ...................................................................... a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:
............................................................................................ “Art. 11. .....................................................................
§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo ............................................................................................
devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilida-
pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor.” (NR) de previstos na legislação.” (NR)
Art. 101. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 , passa a vigorar Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , passa a vigo-
com as seguintes alterações: rar com as seguintes alterações:
“Art. 16. ...................................................................... “Art. 3º .....................................................................
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não ..........................................................................................
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos § 2º ...........................................................................
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou defi- ..........................................................................................
ciência grave; V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
............................................................................................ cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam
21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelec- às regras de acessibilidade previstas na legislação.
tual ou mental ou deficiência grave; ...........................................................................................
.................................................................................” (NR) § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida mar-
“Art. 77. ..................................................................... gem de preferência para:
............................................................................................ I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que aten-
§ 2º .............................................................................. dam a normas técnicas brasileiras; e
............................................................................................ II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de am- comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
bos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e
anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
ou mental ou deficiência grave; ...................................................................................” (NR)
................................................................................... “Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no
§ 4º (VETADO). inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo
...................................................................................” (NR) o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em
“Art. 93. (VETADO): lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência
I - (VETADO); Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação.
II - (VETADO); Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimen-
III - (VETADO); to dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de
IV - (VETADO); trabalho.”
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Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , § 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas
passa a vigorar com as seguintes alterações: dos cursos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei
“Art. 20. ...................................................................... deve ser acessível, por meio de subtitulação com legenda oculta
............................................................................................. associada à tradução simultânea em Libras.
§ 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação conti- § 2º É assegurado também ao candidato com deficiência audi-
nuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impe- tiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da
dimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas.”
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode “Art. 154. (VETADO).”
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade “Art. 181. ...................................................................
de condições com as demais pessoas. ..........................................................................................
............................................................................................ XVII - .........................................................................
§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e Infração - grave;
de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da .................................................................................” (NR)
renda familiar per capita a que se refere o § 3º deste artigo. Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº 9.615, de 24 de
............................................................................................. março de 1998 , passam a vigorar com a seguinte redação:
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste “Art. 56. ....................................................................
artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da con- ...........................................................................................
dição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnera- VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da arrecada-
bilidade, conforme regulamento.” (NR) ção bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e simila-
Art. 106. (VETADO). res cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-
Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995 , passa a vigorar -se esse valor do montante destinado aos prêmios;
com as seguintes alterações: .............................................................................................
“Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática discriminató- § 1º Do total de recursos financeiros resultantes do percentual
ria e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de de que trata o inciso VI do caput , 62,96% (sessenta e dois inteiros
sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, e noventa e seis centésimos por cento) serão destinados ao Comitê
situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre Olímpico Brasileiro (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro
outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança centésimos por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), de-
e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição vendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de normas
Federal. ” (NR) aplicáveis à celebração de convênios pela União.
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos dis- ..................................................................................” (NR)
positivos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito Art. 111. O art. 1º da Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000
de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei , passa a vigorar com a seguinte redação:
são passíveis das seguintes cominações: “Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual
..................................................................................” (NR) ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pes-
“Art. 4º ........................................................................ soas com crianças de colo e os obesos terão atendimento prioritá-
I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o período rio, nos termos desta Lei.” (NR)
de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, Art. 112. A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , passa a
corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais; vigorar com as seguintes alterações:
....................................................................................” (NR) “Art. 2º .......................................................................
Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995 I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
, passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º : lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
“Art. 35. ...................................................................... pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
............................................................................................. cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo único serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva-
do art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 , a pessoa com dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
deficiência, ou o contribuinte que tenha dependente nessa condi- com deficiência ou com mobilidade reduzida;
ção, tem preferência na restituição referida no inciso III do art. 4º e II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
na alínea “c” do inciso II do art. 8º .” (NR) tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
de Trânsito Brasileiro) , passa a vigorar com as seguintes alterações: de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
“Art. 2º ........................................................... acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança,
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas entre outros, classificadas em:
vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias inter- a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços
nas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades au- públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
tônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos
privados de uso coletivo.” (NR) e privados;
“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios
trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com de transportes;
as respectivas placas indicativas de destinação e com placas infor- d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer
mando os dados sobre a infração por estacionamento indevido.” entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegura- impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de
da acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecnolo- informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec-
gias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo nologia da informação;
de habilitação.
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III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de “Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em área
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o de circulação comum para pedestre que ofereça risco de acidente
qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua à pessoa com deficiência deverá ser indicada mediante sinalização
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi- tátil de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas pertinen-
ções com as demais pessoas; tes.”
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por “Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos congê-
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou neres devem fornecer carros e cadeiras de rodas, motorizados ou
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida- não, para o atendimento da pessoa com deficiência ou com mobi-
de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges- lidade reduzida.”
tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso; Art. 113. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da
V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de- Cidade) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente “Art. 3º ......................................................................
pessoal; ............................................................................................
VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Esta-
obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa- dos, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de
neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé- moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamento
trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste- básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e
cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam dos demais espaços de uso público;
as indicações do planejamento urbanístico; IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive
VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana,
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen- que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público;
tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica- .................................................................................” (NR)
ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses “Art. 41. ....................................................................
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, ...........................................................................................
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes § 3º As cidades de que trata o caput deste artigo devem ela-
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer borar plano de rotas acessíveis, compatível com o plano diretor no
outros de natureza análoga; qual está inserido, que disponha sobre os passeios públicos a serem
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa- implantados ou reformados pelo poder público, com vistas a ga-
mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas rantir acessibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade
e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusive as que concen-
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili- trem os focos geradores de maior circulação de pedestres, como
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade os órgãos públicos e os locais de prestação de serviços públicos e
de vida e inclusão social; privados de saúde, educação, assistência social, esporte, cultura,
IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran- correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre que possível de
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de maneira integrada com os sistemas de transporte coletivo de pas-
Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina- sageiros.” (NR)
lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo- Art. 114. A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, Civil) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, “Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente
meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in- os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
cluindo as tecnologias da informação e das comunicações; I - (Revogado);
X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro- II - (Revogado);
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces- III - (Revogado).” (NR)
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos “Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à manei-
de tecnologia assistiva.” (NR) ra de os exercer:
“Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos .....................................................................................
parques e dos demais espaços de uso público deverão ser conce- II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
bidos e executados de forma a torná-los acessíveis para todas as III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu-
pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou com mobilidade derem exprimir sua vontade;
reduzida. .............................................................................................
Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório de Parágrafo único . A capacidade dos indígenas será regulada por
urbanização e parte da via pública, normalmente segregado e em legislação especial.” (NR)
nível diferente, destina-se somente à circulação de pedestres e, “Art. 228. .....................................................................
quando possível, à implantação de mobiliário urbano e de vegeta- .............................................................................................
ção.” (NR) II - (Revogado);
“Art. 9º ........................................................................ III - (Revogado);
Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados em .............................................................................................
vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso aos servi- § 1º ..............................................................................
ços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar equipados com § 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igual-
mecanismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pe- dade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados
destre.” (NR) todos os recursos de tecnologia assistiva.” (NR)
“Art. 1.518 . Até a celebração do casamento podem os pais ou
tutores revogar a autorização.” (NR)
“Art. 1.548. ...................................................................
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I - (Revogado); “CAPÍTULO III
....................................................................................” (NR) DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA
“Art. 1.550. ..................................................................
............................................................................................. Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo
§ 1º .............................................................................. qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua con-
núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade direta- fiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da
mente ou por meio de seu responsável ou curador.” (NR) vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários
“Art. 1.557. ................................................................ para que possa exercer sua capacidade.
............................................................................................ § 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico ir- pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo
remediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compro-
transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a missos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e
saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que
IV - (Revogado).” (NR) devem apoiar.
“Art. 1.767. .................................................................. § 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu- pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas ap-
derem exprimir sua vontade; tas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.
II - (Revogado); § 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de deci-
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; são apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva
IV - (Revogado); do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pes-
....................................................................................” (NR) soas que lhe prestarão apoio.
“Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela deve § 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efei-
ser promovido: tos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos
............................................................................................. limites do apoio acordado.
IV - pela própria pessoa.” (NR) § 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação
“Art. 1.769 . O Ministério Público somente promoverá o proces- negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contra-
so que define os termos da curatela: to ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao
I - nos casos de deficiência mental ou intelectual; apoiado.
............................................................................................ § 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou pre-
III - se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas men- juízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa
cionadas no inciso II.” (NR) apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos da cura- Público, decidir sobre a questão.
tela, o juiz, que deverá ser assistido por equipe multidisciplinar, en- § 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão in-
trevistará pessoalmente o interditando.” (NR) devida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa
apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Pú-
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potencialidades da blico ou ao juiz.
pessoa, os limites da curatela, circunscritos às restrições constantes § 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e
do art. 1.782, e indicará curador. nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra
Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em pessoa para prestação de apoio.
conta a vontade e as preferências do interditando, a ausência de § 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o tér-
conflito de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade mino de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoia-
e a adequação às circunstâncias da pessoa.” (NR) da.
“Art. 1.775-A . Na nomeação de curador para a pessoa com de- § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua par-
ficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais ticipação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu
de uma pessoa.” desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.
“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 rece- § 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber,
berão todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convi- as disposições referentes à prestação de contas na curatela.”
vência familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em Art. 117. O art. 1º da Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005 ,
estabelecimento que os afaste desse convívio.” (NR) passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº “Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual acompa-
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar com nhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o
a seguinte redação: animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos
abertos ao público, de uso público e privados de uso coletivo, desde
“TÍTULO IV que observadas as condições impostas por esta Lei.
DA TUTELA, DA CURATELA E DA TOMADA DE DECISÃO .............................................................................................
APOIADA” § 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as mo-
dalidades e jurisdições do serviço de transporte coletivo de passa-
Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº geiros, inclusive em esfera internacional com origem no território
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar brasileiro.” (NR)
acrescido do seguinte Capítulo III: Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº 11.904, de 14 de janeiro
de 2009 , passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”:
“Art. 46. ......................................................................
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IV - .............................................................................. III - art. 45 , 24 (vinte e quatro) meses;
........................................................................................... IV - art. 49 , 48 (quarenta e oito) meses.
k) de acessibilidade a todas as pessoas. Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigência da
.................................................................................” (NR) Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 .
Art. 119. A Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 , passa a vigo- Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e
rar acrescida do seguinte art. 12-B: oitenta) dias de sua publicação oficial .
“Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, reser-
var-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para condutores com de-
ficiência. LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000, E SUAS ATU-
§ 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput des- ALIZAÇÕES – ESTABELECE NORMAS GERAIS E CRITÉRIOS
te artigo, o condutor com deficiência deverá observar os seguintes BÁSICOS PARA A PROMOÇÃO DA ACESSIBILIDADE DAS
requisitos quanto ao veículo utilizado: PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA OU COM MOBI-
I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e LIDADE REDUZIDA, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legis-
lação vigente.
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma esta- LEI N° 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000.
belecida no caput deste artigo, as remanescentes devem ser dispo-
nibilizadas para os demais concorrentes.” Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de go- da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
verno, a elaboração de relatórios circunstanciados sobre o cumpri- mobilidade reduzida, e dá outras providências.
mento dos prazos estabelecidos por força das Leis nº 10.048, de 8
de novembro de 2000 , e nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
bem como o seu encaminhamento ao Ministério Público e aos ór- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
gãos de regulação para adoção das providências cabíveis.
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o caput deste ar- CAPÍTULO I
tigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da DISPOSIÇÕES GERAIS
entrada em vigor desta Lei.
Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos nesta Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais e critérios básicos
Lei não excluem os já estabelecidos em outras legislações, inclusive para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de defi-
em pactos, tratados, convenções e declarações internacionais apro- ciência ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de bar-
vados e promulgados pelo Congresso Nacional, e devem ser apli- reiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário
cados em conformidade com as demais normas internas e acordos urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de trans-
internacionais vinculantes sobre a matéria. porte e de comunicação.
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à pessoa Art. 2o Para os fins desta Lei são estabelecidas as seguintes de-
com deficiência. finições:
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do disposto lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
nesta Lei ao tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
ser dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte, cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
previsto no § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 123, de 14 de serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva-
dezembro de 2006 . dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: (Vigência) com deficiência ou com mobilidade reduzida; (Redação
I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de 21 de março dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
de 1995 ; II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406, de 10 de janei- tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
ro de 2002 (Código Civil); como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
III - os incisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406, de 10 de janei- de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
ro de 2002 (Código Civil); acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança,
IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de entre outros, classificadas em: (Redação dada pela Lei nº
2002 (Código Civil); 13.146, de 2015) (Vigência)
V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espa-
de 2002 (Código Civil); ços públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº 10.406, de 10 de (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
janeiro de 2002 (Código Civil); b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos
VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de e privados; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
2002 (Código Civil). (Vigência)
Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar em vigor em c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios
até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei. de transportes; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir discrimina- (Vigência)
dos, a partir da entrada em vigor desta Lei, para o cumprimento dos d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer en-
seguintes dispositivos: trave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou impos-
I - incisos I e II do § 2º do art. 28 , 48 (quarenta e oito) meses; sibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informa-
II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro) meses; (Redação
dada pela Lei nº 14.159, de 2021)
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ções por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou com mobilidade
da informação; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de reduzida. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vi-
2015) (Vigência) gência)
III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório de
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o urbanização e parte da via pública, normalmente segregado e em
qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua nível diferente, destina-se somente à circulação de pedestres e,
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi- quando possível, à implantação de mobiliário urbano e de vegeta-
ções com as demais pessoas; (Redação dada pela Lei nº ção. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
13.146, de 2015) (Vigência) Art. 4o As vias públicas, os parques e os demais espaços de uso
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por público existentes, assim como as respectivas instalações de servi-
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou ços e mobiliários urbanos deverão ser adaptados, obedecendo-se
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida- ordem de prioridade que vise à maior eficiência das modificações,
de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges- no sentido de promover mais ampla acessibilidade às pessoas por-
tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso; (Reda- tadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
ção dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) Parágrafo único. No mínimo 5% (cinco por cento) de cada brin-
V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de- quedo e equipamento de lazer existentes nos locais referidos no
ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente caput devem ser adaptados e identificados, tanto quanto tecnica-
pessoal; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vi- mente possível, para possibilitar sua utilização por pessoas com de-
gência) ficiência, inclusive visual, ou com mobilidade reduzida. (Re-
VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de dação dada pela Lei nº 13.443, de 2017) (Vigência)
obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa- Art. 5o O projeto e o traçado dos elementos de urbanização
neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé- públicos e privados de uso comunitário, nestes compreendidos os
trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste- itinerários e as passagens de pedestres, os percursos de entrada
cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam e de saída de veículos, as escadas e rampas, deverão observar os
as indicações do planejamento urbanístico; (Redação dada parâmetros estabelecidos pelas normas técnicas de acessibilidade
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias Art. 6o Os banheiros de uso público existentes ou a construir
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen- em parques, praças, jardins e espaços livres públicos deverão ser
tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica- acessíveis e dispor, pelo menos, de um sanitário e um lavatório que
ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses atendam às especificações das normas técnicas da ABNT.
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, § 1º Os eventos organizados em espaços públicos e privados
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes em que haja instalação de banheiros químicos deverão contar com
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer unidades acessíveis a pessoas com deficiência ou com mobilidade
outros de natureza análoga; (Incluído pela Lei nº 13.146, reduzida. (Incluído pela Lei nº 13.825, de 2019)
de 2015) (Vigência) § 2º O número mínimo de banheiros químicos acessíveis
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa- corresponderá a 10% (dez por cento) do total, garantindo-se pelo
mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas menos 1 (uma) unidade acessível caso a aplicação do percentual
e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à resulte em fração inferior a 1 (um). (Incluído pela Lei nº
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili- 13.825, de 2019)
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade Art. 7o Em todas as áreas de estacionamento de veículos, loca-
de vida e inclusão social; (Incluído pela Lei nº 13.146, de lizadas em vias ou em espaços públicos, deverão ser reservadas va-
2015) (Vigência) gas próximas dos acessos de circulação de pedestres, devidamente
IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran- sinalizadas, para veículos que transportem pessoas portadoras de
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira deficiência com dificuldade de locomoção.
de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de Parágrafo único. As vagas a que se refere o caput deste arti-
sinalização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os go deverão ser em número equivalente a dois por cento do total,
dispositivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita garantida, no mínimo, uma vaga, devidamente sinalizada e com
e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os as especificações técnicas de desenho e traçado de acordo com as
modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comuni- normas técnicas vigentes.
cação, incluindo as tecnologias da informação e das comunicações;
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) CAPÍTULO III
X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro- DO DESENHO E DA LOCALIZAÇÃO DO MOBILIÁRIO URBANO
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces-
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos Art. 8o Os sinais de tráfego, semáforos, postes de iluminação ou
de tecnologia assistiva. (Incluído pela Lei nº 13.146, de quaisquer outros elementos verticais de sinalização que devam ser
2015) (Vigência) instalados em itinerário ou espaço de acesso para pedestres deve-
rão ser dispostos de forma a não dificultar ou impedir a circulação,
CAPÍTULO II e de modo que possam ser utilizados com a máxima comodidade.
DOS ELEMENTOS DA URBANIZAÇÃO Art. 9o Os semáforos para pedestres instalados nas vias pú-
blicas deverão estar equipados com mecanismo que emita sinal
Art. 3o O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos sonoro suave, intermitente e sem estridência, ou com mecanismo
parques e dos demais espaços de uso público deverão ser conce- alternativo, que sirva de guia ou orientação para a travessia de pes-
bidos e executados de forma a torná-los acessíveis para todas as soas portadoras de deficiência visual, se a intensidade do fluxo de
veículos e a periculosidade da via assim determinarem.
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ÉTICA E DIVERSIDADE
Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados em II – percurso acessível que una a edificação à via pública, às
vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso aos serviços edificações e aos serviços anexos de uso comum e aos edifícios vi-
de reabilitação, devem obrigatoriamente estar equipados com me- zinhos;
canismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pedestre. III – cabine do elevador e respectiva porta de entrada acessíveis
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzi-
Art. 10. Os elementos do mobiliário urbano deverão ser proje- da.
tados e instalados em locais que permitam sejam eles utilizados pe- Art. 14. Os edifícios a serem construídos com mais de um pa-
las pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. vimento além do pavimento de acesso, à exceção das habitações
Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em área unifamiliares, e que não estejam obrigados à instalação de eleva-
de circulação comum para pedestre que ofereça risco de acidente à dor, deverão dispor de especificações técnicas e de projeto que fa-
pessoa com deficiência deverá ser indicada mediante sinalização tá- cilitem a instalação de um elevador adaptado, devendo os demais
til de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas pertinentes. elementos de uso comum destes edifícios atender aos requisitos de
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) acessibilidade.
Art. 15. Caberá ao órgão federal responsável pela coordenação
CAPÍTULO IV da política habitacional regulamentar a reserva de um percentual
DA ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS PÚBLICOS OU DE USO mínimo do total das habitações, conforme a característica da popu-
COLETIVO lação local, para o atendimento da demanda de pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida.
Art. 11. A construção, ampliação ou reforma de edifícios públi-
cos ou privados destinados ao uso coletivo deverão ser executadas CAPÍTULO VI
de modo que sejam ou se tornem acessíveis às pessoas portadoras DA ACESSIBILIDADE NOS VEÍCULOS DE TRANSPORTE COLETI-
de deficiência ou com mobilidade reduzida. VO
Parágrafo único. Para os fins do disposto neste artigo, na cons-
trução, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados Art. 16. Os veículos de transporte coletivo deverão cumprir os
destinados ao uso coletivo deverão ser observados, pelo menos, os requisitos de acessibilidade estabelecidos nas normas técnicas es-
seguintes requisitos de acessibilidade: pecíficas.
I – nas áreas externas ou internas da edificação, destinadas a
garagem e a estacionamento de uso público, deverão ser reserva- CAPÍTULO VII
das vagas próximas dos acessos de circulação de pedestres, devi- DA ACESSIBILIDADE NOS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E
damente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas por- SINALIZAÇÃO
tadoras de deficiência com dificuldade de locomoção permanente;
II – pelo menos um dos acessos ao interior da edificação deverá Art. 17. O Poder Público promoverá a eliminação de barreiras
estar livre de barreiras arquitetônicas e de obstáculos que impeçam na comunicação e estabelecerá mecanismos e alternativas técnicas
ou dificultem a acessibilidade de pessoa portadora de deficiência que tornem acessíveis os sistemas de comunicação e sinalização às
ou com mobilidade reduzida; pessoas portadoras de deficiência sensorial e com dificuldade de
III – pelo menos um dos itinerários que comuniquem horizontal comunicação, para garantir-lhes o direito de acesso à informação, à
e verticalmente todas as dependências e serviços do edifício, entre comunicação, ao trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao
si e com o exterior, deverá cumprir os requisitos de acessibilidade esporte e ao lazer.
de que trata esta Lei; e Art. 18. O Poder Público implementará a formação de profis-
IV – os edifícios deverão dispor, pelo menos, de um banheiro sionais intérpretes de escrita em braile, linguagem de sinais e de
acessível, distribuindo-se seus equipamentos e acessórios de ma- guias-intérpretes, para facilitar qualquer tipo de comunicação dire-
neira que possam ser utilizados por pessoa portadora de deficiência ta à pessoa portadora de deficiência sensorial e com dificuldade de
ou com mobilidade reduzida. comunicação. Regulamento
Art. 12. Os locais de espetáculos, conferências, aulas e outros Art. 19. Os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens
de natureza similar deverão dispor de espaços reservados para pes- adotarão plano de medidas técnicas com o objetivo de permitir o
soas que utilizam cadeira de rodas, e de lugares específicos para uso da linguagem de sinais ou outra subtitulação, para garantir o
pessoas com deficiência auditiva e visual, inclusive acompanhante, direito de acesso à informação às pessoas portadoras de deficiência
de acordo com a ABNT, de modo a facilitar-lhes as condições de auditiva, na forma e no prazo previstos em regulamento.
acesso, circulação e comunicação.
Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos congê- CAPÍTULO VIII
neres devem fornecer carros e cadeiras de rodas, motorizados ou DISPOSIÇÕES SOBRE AJUDAS TÉCNICAS
não, para o atendimento da pessoa com deficiência ou com mobi-
lidade reduzida. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vi- Art. 20. O Poder Público promoverá a supressão de barreiras
gência) urbanísticas, arquitetônicas, de transporte e de comunicação, me-
diante ajudas técnicas.
CAPÍTULO V Art. 21. O Poder Público, por meio dos organismos de apoio
DA ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS DE USO PRIVADO à pesquisa e das agências de financiamento, fomentará programas
destinados:
Art. 13. Os edifícios de uso privado em que seja obrigatória a I – à promoção de pesquisas científicas voltadas ao tratamento
instalação de elevadores deverão ser construídos atendendo aos e prevenção de deficiências;
seguintes requisitos mínimos de acessibilidade: II – ao desenvolvimento tecnológico orientado à produção de
I – percurso acessível que una as unidades habitacionais com o ajudas técnicas para as pessoas portadoras de deficiência;
exterior e com as dependências de uso comum; III – à especialização de recursos humanos em acessibilidade.

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ÉTICA E DIVERSIDADE
Art. 21-A. Às pessoas com deficiência visual será garantido,
sem custo adicional, quando por elas solicitado, um kit que conterá, LEI Nº 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000, E SUAS ATUA-
no mínimo: (Incluído pela Lei nº 13.835, de 2019) (Vigência) LIZAÇÕES – DÁ PRIORIDADE DE ATENDIMENTO ÀS PESSO-
I - etiqueta em braile: filme transparente fixo ao cartão com AS QUE ESPECIFICA, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
informações em braile, com a identificação do tipo do cartão e os 6
(seis) dígitos finais do número do cartão; (Incluído pela Lei nº
13.835, de 2019) (Vigência) LEI N° 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000.
II - identificação do tipo de cartão em braile: primeiro dígito, da
esquerda para a direita, identificador do tipo de cartão; (Inclu- Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá
ído pela Lei nº 13.835, de 2019) (Vigência) outras providências.
III - fita adesiva: fita para fixar a etiqueta em braile de dados no
cartão; (Incluído pela Lei nº 13.835, de 2019) (Vigência) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
IV - porta-cartão: objeto para armazenar o cartão e possibilitar cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
ao portador acesso às informações necessárias ao pleno uso do car- Art. 1o As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual
tão, com identificação, em braile, do número completo do cartão, ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pes-
do tipo de cartão, da bandeira, do nome do emissor, da data de soas com crianças de colo e os obesos terão atendimento priori-
validade, do código de segurança e do nome do portador do cartão. tário, nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
(Incluído pela Lei nº 13.835, de 2019) (Vigência) 2015) (Vigência)
Parágrafo único. O porta-cartão de que trata o inciso IV do Parágrafo único. Os acompanhantes ou atendentes pessoais
caput deste artigo deverá possuir tamanho suficiente para que das pessoas referidas no caput serão atendidos junta e acessoria-
constem todas as informações descritas no referido inciso e deverá mente aos titulares da prioridade de que trata esta Lei. (Incluído
ser conveniente ao transporte pela pessoa com deficiência visual. pela Lei nº 14.364, de 2022)
(Incluído pela Lei nº 13.835, de 2019) (Vigência) Art. 2o As repartições públicas e empresas concessionárias de
serviços públicos estão obrigadas a dispensar atendimento priori-
CAPÍTULO IX tário, por meio de serviços individualizados que assegurem trata-
DAS MEDIDAS DE FOMENTO À ELIMINAÇÃO DE BARREIRAS mento diferenciado e atendimento imediato às pessoas a que se
refere o art. 1o.
Art. 22. É instituído, no âmbito da Secretaria de Estado de Di- Parágrafo único. É assegurada, em todas as instituições finan-
reitos Humanos do Ministério da Justiça, o Programa Nacional de ceiras, a prioridade de atendimento às pessoas mencionadas no art.
Acessibilidade, com dotação orçamentária específica, cuja execu- 1o.
ção será disciplinada em regulamento. Art. 3o As empresas públicas de transporte e as concessioná-
rias de transporte coletivo reservarão assentos, devidamente iden-
CAPÍTULO X tificados, aos idosos, gestantes, lactantes, pessoas portadoras de
DISPOSIÇÕES FINAIS deficiência e pessoas acompanhadas por crianças de colo.
Art. 4o Os logradouros e sanitários públicos, bem como os edi-
Art. 23. A Administração Pública federal direta e indireta des- fícios de uso público, terão normas de construção, para efeito de
tinará, anualmente, dotação orçamentária para as adaptações, eli- licenciamento da respectiva edificação, baixadas pela autoridade
minações e supressões de barreiras arquitetônicas existentes nos competente, destinadas a facilitar o acesso e uso desses locais pelas
edifícios de uso público de sua propriedade e naqueles que estejam pessoas portadoras de deficiência.
sob sua administração ou uso. Art. 5o Os veículos de transporte coletivo a serem produzidos
Parágrafo único. A implementação das adaptações, elimina- após doze meses da publicação desta Lei serão planejados de forma
ções e supressões de barreiras arquitetônicas referidas no caput a facilitar o acesso a seu interior das pessoas portadoras de defici-
deste artigo deverá ser iniciada a partir do primeiro ano de vigência ência.
desta Lei. § 1o (VETADO)
Art. 24. O Poder Público promoverá campanhas informativas § 2o Os proprietários de veículos de transporte coletivo em uti-
e educativas dirigidas à população em geral, com a finalidade de lização terão o prazo de cento e oitenta dias, a contar da regulamen-
conscientizá-la e sensibilizá-la quanto à acessibilidade e à integra- tação desta Lei, para proceder às adaptações necessárias ao acesso
ção social da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade facilitado das pessoas portadoras de deficiência.
reduzida. Art. 6o A infração ao disposto nesta Lei sujeitará os responsá-
Art. 25. As disposições desta Lei aplicam-se aos edifícios ou veis:
imóveis declarados bens de interesse cultural ou de valor históri- I – no caso de servidor ou de chefia responsável pela repartição
co-artístico, desde que as modificações necessárias observem as pública, às penalidades previstas na legislação específica;
normas específicas reguladoras destes bens. II – no caso de empresas concessionárias de serviço público,
Art. 26. As organizações representativas de pessoas portadoras a multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 2.500,00 (dois mil e
de deficiência terão legitimidade para acompanhar o cumprimento quinhentos reais), por veículos sem as condições previstas nos arts.
dos requisitos de acessibilidade estabelecidos nesta Lei. 3o e 5o;
Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. III – no caso das instituições financeiras, às penalidades previs-
tas no art. 44, incisos I, II e III, da Lei no 4.595, de 31 de dezembro
de 1964.
Parágrafo único. As penalidades de que trata este artigo serão
elevadas ao dobro, em caso de reincidência.
Art. 7o O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de
sessenta dias, contado de sua publicação.
Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
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ÉTICA E DIVERSIDADE
I - pessoa portadora de deficiência, além daquelas previstas na
DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004 – REGU- Lei no 10.690, de 16 de junho de 2003, a que possui limitação ou
LAMENTA A LEI Nº 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000 incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas
E A LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000, QUE ES- seguintes categorias:
TABELECE NORMAS GERAIS E CRITÉRIOS BÁSICOS PARA A a) deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou
PROMOÇÃO DA ACESSIBILIDADE DAS PESSOAS PORTADO- mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometi-
RAS DE DEFICIÊNCIA OU COM MOBILIDADE REDUZIDA, mento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia,
E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação
ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com
DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004. deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades es-
téticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de
Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, funções;
que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e b) deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de qua-
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais renta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas fre-
e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas qüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz;
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras c) deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual
providências. ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção ópti-
ca; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a
confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o dis- somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual
posto nas Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, e 10.098, de ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das
19 de dezembro de 2000, condições anteriores;
DECRETA: d) deficiência mental: funcionamento intelectual significativa-
mente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos
CAPÍTULO I e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adap-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES tativas, tais como:
1. comunicação;
Art. 1o Este Decreto regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de 2. cuidado pessoal;
novembro de 2000, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000. 3. habilidades sociais;
Art. 2o Ficam sujeitos ao cumprimento das disposições deste 4. utilização dos recursos da comunidade;
Decreto, sempre que houver interação com a matéria nele regula- 5. saúde e segurança;
mentada: 6. habilidades acadêmicas;
I - a aprovação de projeto de natureza arquitetônica e urba- 7. lazer; e
nística, de comunicação e informação, de transporte coletivo, bem 8. trabalho;
como a execução de qualquer tipo de obra, quando tenham desti- e) deficiência múltipla - associação de duas ou mais deficiên-
nação pública ou coletiva; cias; e
II - a outorga de concessão, permissão, autorização ou habilita- II - pessoa com mobilidade reduzida, aquela que, não se en-
ção de qualquer natureza; quadrando no conceito de pessoa portadora de deficiência, tenha,
III - a aprovação de financiamento de projetos com a utilização por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente
de recursos públicos, dentre eles os projetos de natureza arquitetô- ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade, flexi-
nica e urbanística, os tocantes à comunicação e informação e os re- bilidade, coordenação motora e percepção.
ferentes ao transporte coletivo, por meio de qualquer instrumento, § 2o O disposto no caput aplica-se, ainda, às pessoas com idade
tais como convênio, acordo, ajuste, contrato ou similar; e igual ou superior a sessenta anos, gestantes, lactantes e pessoas
IV - a concessão de aval da União na obtenção de empréstimos com criança de colo.
e financiamentos internacionais por entes públicos ou privados. § 3o O acesso prioritário às edificações e serviços das institui-
Art. 3o Serão aplicadas sanções administrativas, cíveis e penais ções financeiras deve seguir os preceitos estabelecidos neste De-
cabíveis, previstas em lei, quando não forem observadas as normas creto e nas normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasi-
deste Decreto. leira de Normas Técnicas - ABNT, no que não conflitarem com a Lei
Art. 4o O Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora no 7.102, de 20 de junho de 1983, observando, ainda, a Resolução
de Deficiência, os Conselhos Estaduais, Municipais e do Distrito Fe- do Conselho Monetário Nacional no 2.878, de 26 de julho de 2001.
deral, e as organizações representativas de pessoas portadoras de Art. 6o O atendimento prioritário compreende tratamento di-
deficiência terão legitimidade para acompanhar e sugerir medidas ferenciado e atendimento imediato às pessoas de que trata o art.
para o cumprimento dos requisitos estabelecidos neste Decreto. 5o.
§ 1o O tratamento diferenciado inclui, dentre outros:
CAPÍTULO II I - assentos de uso preferencial sinalizados, espaços e instala-
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO ções acessíveis;
II - mobiliário de recepção e atendimento obrigatoriamente
Art. 5o Os órgãos da administração pública direta, indireta e adaptado à altura e à condição física de pessoas em cadeira de ro-
fundacional, as empresas prestadoras de serviços públicos e as ins- das, conforme estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade
tituições financeiras deverão dispensar atendimento prioritário às da ABNT;
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. III - serviços de atendimento para pessoas com deficiência
§ 1o Considera-se, para os efeitos deste Decreto: auditiva, prestado por intérpretes ou pessoas capacitadas em Lín-
gua Brasileira de Sinais - LIBRAS e no trato com aquelas que não
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ÉTICA E DIVERSIDADE
se comuniquem em LIBRAS, e para pessoas surdocegas, prestado c) barreiras nos transportes: as existentes nos serviços de
por guias-intérpretes ou pessoas capacitadas neste tipo de atendi- transportes; e
mento; d) barreiras nas comunicações e informações: qualquer entra-
IV - pessoal capacitado para prestar atendimento às pessoas ve ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o re-
com deficiência visual, mental e múltipla, bem como às pessoas cebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios
idosas; ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como
V - disponibilidade de área especial para embarque e desem- aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação;
barque de pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade re- III - elemento da urbanização: qualquer componente das obras
duzida; de urbanização, tais como os referentes à pavimentação, sanea-
VI - sinalização ambiental para orientação das pessoas referidas mento, distribuição de energia elétrica, iluminação pública, abaste-
no art. 5o; cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam
VII - divulgação, em lugar visível, do direito de atendimento as indicações do planejamento urbanístico;
prioritário das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilida- IV - mobiliário urbano: o conjunto de objetos existentes nas
de reduzida; vias e espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos
VIII - admissão de entrada e permanência de cão-guia ou cão- da urbanização ou da edificação, de forma que sua modificação ou
-guia de acompanhamento junto de pessoa portadora de deficiên- traslado não provoque alterações substanciais nestes elementos,
cia ou de treinador nos locais dispostos no caput do art. 5o, bem tais como semáforos, postes de sinalização e similares, telefones
como nas demais edificações de uso público e naquelas de uso co- e cabines telefônicas, fontes públicas, lixeiras, toldos, marquises,
letivo, mediante apresentação da carteira de vacina atualizada do quiosques e quaisquer outros de natureza análoga;
animal; e V - ajuda técnica: os produtos, instrumentos, equipamentos ou
IX - a existência de local de atendimento específico para as pes- tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar
soas referidas no art. 5o. a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com mobili-
§ 2o Entende-se por imediato o atendimento prestado às pes- dade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida;
soas referidas no art. 5o, antes de qualquer outra, depois de con- VI - edificações de uso público: aquelas administradas por enti-
cluído o atendimento que estiver em andamento, observado o dis- dades da administração pública, direta e indireta, ou por empresas
posto no inciso I do parágrafo único do art. 3o da Lei no 10.741, de prestadoras de serviços públicos e destinadas ao público em geral;
1o de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso). VII - edificações de uso coletivo: aquelas destinadas às ativida-
§ 3o Nos serviços de emergência dos estabelecimentos públi- des de natureza comercial, hoteleira, cultural, esportiva, financeira,
cos e privados de atendimento à saúde, a prioridade conferida por turística, recreativa, social, religiosa, educacional, industrial e de
este Decreto fica condicionada à avaliação médica em face da gravi- saúde, inclusive as edificações de prestação de serviços de ativida-
dade dos casos a atender. des da mesma natureza;
§ 4o Os órgãos, empresas e instituições referidos no caput do VIII - edificações de uso privado: aquelas destinadas à habita-
art. 5o devem possuir, pelo menos, um telefone de atendimento ção, que podem ser classificadas como unifamiliar ou multifamiliar;
adaptado para comunicação com e por pessoas portadoras de de- e
ficiência auditiva. IX - desenho universal: concepção de espaços, artefatos e pro-
Art. 7o O atendimento prioritário no âmbito da administração dutos que visam atender simultaneamente todas as pessoas, com
pública federal direta e indireta, bem como das empresas presta- diferentes características antropométricas e sensoriais, de forma
doras de serviços públicos, obedecerá às disposições deste Decre- autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou
to, além do que estabelece o Decreto no 3.507, de 13 de junho de soluções que compõem a acessibilidade.
2000. Art. 9o A formulação, implementação e manutenção das ações
Parágrafo único. Cabe aos Estados, Municípios e ao Distrito Fe- de acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas:
deral, no âmbito de suas competências, criar instrumentos para a I - a priorização das necessidades, a programação em cronogra-
efetiva implantação e o controle do atendimento prioritário referi- ma e a reserva de recursos para a implantação das ações; e
do neste Decreto. II - o planejamento, de forma continuada e articulada, entre os
setores envolvidos.
CAPÍTULO III
DAS CONDIÇÕES GERAIS DA ACESSIBILIDADE CAPÍTULO IV
DA IMPLEMENTAÇÃO DA ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNI-
Art. 8o Para os fins de acessibilidade, considera-se: CA E URBANÍSTICA
I - acessibilidade: condição para utilização, com segurança e
autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipa- SEÇÃO I
mentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos DAS CONDIÇÕES GERAIS
dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por
pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida; Art. 10. A concepção e a implantação dos projetos arquitetô-
II - barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou im- nicos e urbanísticos devem atender aos princípios do desenho uni-
peça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segu- versal, tendo como referências básicas as normas técnicas de aces-
rança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem sibilidade da ABNT, a legislação específica e as regras contidas neste
acesso à informação, classificadas em: Decreto.
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos § 1o Caberá ao Poder Público promover a inclusão de conteú-
espaços de uso público; dos temáticos referentes ao desenho universal nas diretrizes curri-
b) barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior culares da educação profissional e tecnológica e do ensino superior
das edificações de uso público e coletivo e no entorno e nas áreas dos cursos de Engenharia, Arquitetura e correlatos.
internas de uso comum nas edificações de uso privado multifami-
liar;
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ÉTICA E DIVERSIDADE
§ 2o Os programas e as linhas de pesquisa a serem desenvol- SEÇÃO II
vidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pesquisa e DAS CONDIÇÕES ESPECÍFICAS
de agências de fomento deverão incluir temas voltados para o de-
senho universal. Art. 14. Na promoção da acessibilidade, serão observadas as
Art. 11. A construção, reforma ou ampliação de edificações de regras gerais previstas neste Decreto, complementadas pelas nor-
uso público ou coletivo, ou a mudança de destinação para estes ti- mas técnicas de acessibilidade da ABNT e pelas disposições conti-
pos de edificação, deverão ser executadas de modo que sejam ou das na legislação dos Estados, Municípios e do Distrito Federal.
se tornem acessíveis à pessoa portadora de deficiência ou com mo- Art. 15. No planejamento e na urbanização das vias, praças, dos
bilidade reduzida. logradouros, parques e demais espaços de uso público, deverão ser
§ 1o As entidades de fiscalização profissional das atividades de cumpridas as exigências dispostas nas normas técnicas de acessibi-
Engenharia, Arquitetura e correlatas, ao anotarem a responsabili- lidade da ABNT.
dade técnica dos projetos, exigirão a responsabilidade profissional § 1o Incluem-se na condição estabelecida no caput:
declarada do atendimento às regras de acessibilidade previstas nas I - a construção de calçadas para circulação de pedestres ou a
normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação específica adaptação de situações consolidadas;
e neste Decreto. II - o rebaixamento de calçadas com rampa acessível ou eleva-
§ 2o Para a aprovação ou licenciamento ou emissão de certifi- ção da via para travessia de pedestre em nível; e
cado de conclusão de projeto arquitetônico ou urbanístico deverá III - a instalação de piso tátil direcional e de alerta.
ser atestado o atendimento às regras de acessibilidade previstas § 2o Nos casos de adaptação de bens culturais imóveis e de
nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação espe- intervenção para regularização urbanística em áreas de assenta-
cífica e neste Decreto. mentos subnormais, será admitida, em caráter excepcional, faixa
§ 3o O Poder Público, após certificar a acessibilidade de edifi- de largura menor que o estabelecido nas normas técnicas citadas
cação ou serviço, determinará a colocação, em espaços ou locais de no caput, desde que haja justificativa baseada em estudo técnico
ampla visibilidade, do “Símbolo Internacional de Acesso”, na forma e que o acesso seja viabilizado de outra forma, garantida a melhor
prevista nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT e na Lei no técnica possível.
7.405, de 12 de novembro de 1985. Art. 16. As características do desenho e a instalação do mobiliá-
Art. 12. Em qualquer intervenção nas vias e logradouros públi- rio urbano devem garantir a aproximação segura e o uso por pessoa
cos, o Poder Público e as empresas concessionárias responsáveis portadora de deficiência visual, mental ou auditiva, a aproximação
pela execução das obras e dos serviços garantirão o livre trânsito e e o alcance visual e manual para as pessoas portadoras de deficiên-
a circulação de forma segura das pessoas em geral, especialmente cia física, em especial aquelas em cadeira de rodas, e a circulação li-
das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, vre de barreiras, atendendo às condições estabelecidas nas normas
durante e após a sua execução, de acordo com o previsto em nor- técnicas de acessibilidade da ABNT.
mas técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação específica e § 1o Incluem-se nas condições estabelecida no caput:
neste Decreto. I - as marquises, os toldos, elementos de sinalização, luminosos
Art. 13. Orientam-se, no que couber, pelas regras previstas nas e outros elementos que tenham sua projeção sobre a faixa de cir-
normas técnicas brasileiras de acessibilidade, na legislação específi- culação de pedestres;
ca, observado o disposto na Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, II - as cabines telefônicas e os terminais de auto-atendimento
e neste Decreto: de produtos e serviços;
I - os Planos Diretores Municipais e Planos Diretores de Trans- III - os telefones públicos sem cabine;
porte e Trânsito elaborados ou atualizados a partir da publicação IV - a instalação das aberturas, das botoeiras, dos comandos e
deste Decreto; outros sistemas de acionamento do mobiliário urbano;
II - o Código de Obras, Código de Postura, a Lei de Uso e Ocupa- V - os demais elementos do mobiliário urbano;
ção do Solo e a Lei do Sistema Viário; VI - o uso do solo urbano para posteamento; e
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; VII - as espécies vegetais que tenham sua projeção sobre a faixa
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções, in- de circulação de pedestres.
cluindo a vigilância sanitária e ambiental; e § 2o A concessionária do Serviço Telefônico Fixo Comutado -
V - a previsão orçamentária e os mecanismos tributários e fi- STFC, na modalidade Local, deverá assegurar que, no mínimo, dois
nanceiros utilizados em caráter compensatório ou de incentivo. por cento do total de Telefones de Uso Público - TUPs, sem cabine,
§ 1o Para concessão de alvará de funcionamento ou sua reno- com capacidade para originar e receber chamadas locais e de longa
vação para qualquer atividade, devem ser observadas e certificadas distância nacional, bem como, pelo menos, dois por cento do to-
as regras de acessibilidade previstas neste Decreto e nas normas tal de TUPs, com capacidade para originar e receber chamadas de
técnicas de acessibilidade da ABNT. longa distância, nacional e internacional, estejam adaptados para o
§ 2o Para emissão de carta de “habite-se” ou habilitação equi- uso de pessoas portadoras de deficiência auditiva e para usuários
valente e para sua renovação, quando esta tiver sido emitida an- de cadeiras de rodas, ou conforme estabelecer os Planos Gerais de
teriormente às exigências de acessibilidade contidas na legislação Metas de Universalização.
específica, devem ser observadas e certificadas as regras de aces- § 3o As botoeiras e demais sistemas de acionamento dos termi-
sibilidade previstas neste Decreto e nas normas técnicas de acessi- nais de auto-atendimento de produtos e serviços e outros equipa-
bilidade da ABNT. mentos em que haja interação com o público devem estar localiza-
dos em altura que possibilite o manuseio por pessoas em cadeira de
rodas e possuir mecanismos para utilização autônoma por pessoas
portadoras de deficiência visual e auditiva, conforme padrões esta-
belecidos nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
Art. 17. Os semáforos para pedestres instalados nas vias pú-
blicas deverão estar equipados com mecanismo que sirva de guia
ou orientação para a travessia de pessoa portadora de deficiência
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visual ou com mobilidade reduzida em todos os locais onde a in- com entrada independente, distribuindo-se seus equipamentos e
tensidade do fluxo de veículos, de pessoas ou a periculosidade na acessórios de modo que possam ser utilizados por pessoa portado-
via assim determinarem, bem como mediante solicitação dos inte- ra de deficiência ou com mobilidade reduzida.
ressados. § 3o Nas edificações de uso coletivo a serem construídas, am-
Art. 18. A construção de edificações de uso privado multifa- pliadas ou reformadas, onde devem existir banheiros de uso públi-
miliar e a construção, ampliação ou reforma de edificações de uso co, os sanitários destinados ao uso por pessoa portadora de defi-
coletivo devem atender aos preceitos da acessibilidade na interliga- ciência deverão ter entrada independente dos demais e obedecer
ção de todas as partes de uso comum ou abertas ao público, con- às normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
forme os padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT. § 4o Nas edificações de uso coletivo já existentes, onde haja
§ 1º Também estão sujeitos ao disposto no caput os acessos, as banheiros destinados ao uso público, os sanitários preparados para
piscinas, os andares de recreação, os salão de festas e de reuniões, o uso por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade redu-
as saunas e os banheiros, as quadras esportivas, as portarias, os es- zida deverão estar localizados nos pavimentos acessíveis, ter entra-
tacionamentos e as garagens, entre outras partes das áreas internas da independente dos demais sanitários, se houver, e obedecer as
ou externas de uso comum das edificações de uso privado multifa- normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
miliar e das de uso coletivo. (Incluído pelo Decreto nº 10.014, de Art. 23. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de
2019) esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares, serão
§ 2º O disposto no caput não se aplica às áreas destinadas ao reservados espaços livres para pessoas em cadeira de rodas e as-
altar e ao batistério das edificações de uso coletivo utilizadas como sentos para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida,
templos de qualquer culto. (Incluído pelo Decreto nº 10.014, de de acordo com a capacidade de lotação da edificação, conforme o
2019) disposto no art. 44 § 1º, da Lei 13.446, de 2015. (Redação dada pelo
Art. 19. A construção, ampliação ou reforma de edificações de Decreto nº 9.404, de 2018)
uso público deve garantir, pelo menos, um dos acessos ao seu inte- § 1º Os espaços e os assentos a que se refere o caput, a serem
rior, com comunicação com todas as suas dependências e serviços, instalados e sinalizados conforme os requisitos estabelecidos nas
livre de barreiras e de obstáculos que impeçam ou dificultem a sua normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira de Nor-
acessibilidade. mas Técnicas - ABNT, devem: (Redação dada pelo Decreto nº 9.404,
§ 1o No caso das edificações de uso público já existentes, te- de 2018)
rão elas prazo de trinta meses a contar da data de publicação deste I - ser disponibilizados, no caso de edificações com capacidade
Decreto para garantir acessibilidade às pessoas portadoras de defi- de lotação de até mil lugares, na proporção de: (Incluído pelo De-
ciência ou com mobilidade reduzida. creto nº 9.404, de 2018)
§ 2o Sempre que houver viabilidade arquitetônica, o Poder Pú- a) dois por cento de espaços para pessoas em cadeira de rodas,
blico buscará garantir dotação orçamentária para ampliar o número com a garantia de, no mínimo, um espaço; e (Incluído pelo Decreto
de acessos nas edificações de uso público a serem construídas, am- nº 9.404, de 2018)
pliadas ou reformadas. b) dois por cento de assentos para pessoas com deficiência ou
Art. 20. Na ampliação ou reforma das edificações de uso púbico com mobilidade reduzida, com a garantia de, no mínimo, um assen-
ou de uso coletivo, os desníveis das áreas de circulação internas to; ou (Incluído pelo Decreto nº 9.404, de 2018)
ou externas serão transpostos por meio de rampa ou equipamento II - ser disponibilizados, no caso de edificações com capacidade
eletromecânico de deslocamento vertical, quando não for possível de lotação acima de mil lugares, na proporção de: (Incluído pelo
outro acesso mais cômodo para pessoa portadora de deficiência ou Decreto nº 9.404, de 2018)
com mobilidade reduzida, conforme estabelecido nas normas téc- a) vinte espaços para pessoas em cadeira de rodas mais um
nicas de acessibilidade da ABNT. por cento do que exceder mil lugares; e (Incluído pelo Decreto nº
Art. 21. Os balcões de atendimento e as bilheterias em edifica- 9.404, de 2018)
ção de uso público ou de uso coletivo devem dispor de, pelo menos, b) vinte assentos para pessoas com deficiência ou com mobili-
uma parte da superfície acessível para atendimento às pessoas por- dade reduzida mais um por cento do que exceder mil lugares. (In-
tadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, conforme os cluído pelo Decreto nº 9.404, de 2018)
padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT. § 2º Cinquenta por cento dos assentos reservados para pes-
Parágrafo único. No caso do exercício do direito de voto, as soas com deficiência ou com mobilidade reduzida devem ter carac-
urnas das seções eleitorais devem ser adequadas ao uso com au- terísticas dimensionais e estruturais para o uso por pessoa obesa,
tonomia pelas pessoas portadoras de deficiência ou com mobilida- conforme norma técnica de acessibilidade da ABNT, com a garantia
de reduzida e estarem instaladas em local de votação plenamente de, no mínimo, um assento. (Redação dada pelo Decreto nº 9.404,
acessível e com estacionamento próximo. de 2018)
Art. 22. A construção, ampliação ou reforma de edificações de § 3º Os espaços e os assentos a que se refere este artigo deve-
uso público ou de uso coletivo devem dispor de sanitários acessí- rão situar-se em locais que garantam a acomodação de um acom-
veis destinados ao uso por pessoa portadora de deficiência ou com panhante ao lado da pessoa com deficiência ou com mobilidade
mobilidade reduzida. reduzida, resguardado o direito de se acomodar proximamente a
§ 1o Nas edificações de uso público a serem construídas, os grupo familiar e comunitário. (Redação dada pelo Decreto nº 9.404,
sanitários destinados ao uso por pessoa portadora de deficiência de 2018)
ou com mobilidade reduzida serão distribuídos na razão de, no mí- § 4º Nos locais referidos no caput, haverá, obrigatoriamente,
nimo, uma cabine para cada sexo em cada pavimento da edificação, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis, conforme padrões
com entrada independente dos sanitários coletivos, obedecendo às das normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a fim de permitir a
normas técnicas de acessibilidade da ABNT. saída segura de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzi-
§ 2o Nas edificações de uso público já existentes, terão elas da, em caso de emergência. (Redação dada pelo Decreto nº 9.404,
prazo de trinta meses a contar da data de publicação deste Decre- de 2018)
to para garantir pelo menos um banheiro acessível por pavimento,

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§ 5º As áreas de acesso aos artistas, tais como coxias e cama- Art. 23-B. Os espaços livres para pessoas em cadeira de rodas
rins, também devem ser acessíveis a pessoas com deficiência ou e assentos reservados para pessoas com deficiência ou com mobili-
com mobilidade reduzida. (Redação dada pelo Decreto nº 9.404, dade reduzida serão identificados no mapa de assentos localizados
de 2018) nos pontos de venda de ingresso e de divulgação do evento, sejam
§ 6º Para obtenção do financiamento de que trata o inciso III eles físicos ou virtuais. (Incluído pelo Decreto nº 9.404, de 2018)
do caput do art. 2º, as salas de espetáculo deverão dispor de meios Parágrafo único. Os pontos físicos e os sítios eletrônicos de ven-
eletrônicos que permitam a transmissão de subtitulação por meio da de ingressos e de divulgação do evento deverão: (Incluído pelo
de legenda oculta e de audiodescrição, além de disposições espe- Decreto nº 9.404, de 2018)
ciais para a presença física de intérprete de Libras e de guias-intér- I - ser acessíveis a pessoas com deficiência e com mobilidade
pretes, com a projeção em tela da imagem do intérprete sempre reduzida; e (Incluído pelo Decreto nº 9.404, de 2018)
que a distância não permitir sua visualização direta. (Redação dada II - conter informações sobre os recursos de acessibilidade dis-
pelo Decreto nº 9.404, de 2018) poníveis nos eventos. (Incluído pelo Decreto nº 9.404, de 2018)
§ 7o O sistema de sonorização assistida a que se refere o § 6o Art. 24. Os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, eta-
será sinalizado por meio do pictograma aprovado pela Lei no 8.160, pa ou modalidade, públicos ou privados, proporcionarão condições
de 8 de janeiro de 1991. de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou comparti-
§ 8o As edificações de uso público e de uso coletivo referidas mentos para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
no caput, já existentes, têm, respectivamente, prazo de trinta e qua- reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e
renta e oito meses, a contar da data de publicação deste Decreto, instalações desportivas, laboratórios, áreas de lazer e sanitários.
para garantir a acessibilidade de que trata o caput e os §§ 1o a 5o. § 1o Para a concessão de autorização de funcionamento, de
§ 9º Na hipótese de a aplicação do percentual previsto nos § abertura ou renovação de curso pelo Poder Público, o estabeleci-
1º e § 2º resultar em número fracionado, será utilizado o primeiro mento de ensino deverá comprovar que:
número inteiro superior. (Incluído pelo Decreto nº 9.404, de 2018) I - está cumprindo as regras de acessibilidade arquitetônica,
§ 10. As adaptações necessárias à oferta de assentos com ca- urbanística e na comunicação e informação previstas nas normas
racterísticas dimensionais e estruturais para o uso por pessoa obesa técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação específica ou nes-
de que trata o § 2º serão implementadas no prazo de doze meses, te Decreto;
contado da data de publicação deste Decreto. (Incluído pelo Decre- II - coloca à disposição de professores, alunos, servidores e em-
to nº 9.404, de 2018) pregados portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida
§ 11. O direito à meia entrada para pessoas com deficiência ajudas técnicas que permitam o acesso às atividades escolares e ad-
não está restrito aos espaços e aos assentos reservados de que tra- ministrativas em igualdade de condições com as demais pessoas; e
ta o caput e está sujeito ao limite estabelecido no § 10 do art. 1º da III - seu ordenamento interno contém normas sobre o trata-
Lei nº 12.933, de 26 de dezembro de 2013. (Incluído pelo Decreto mento a ser dispensado a professores, alunos, servidores e empre-
nº 9.404, de 2018) gados portadores de deficiência, com o objetivo de coibir e reprimir
§ 12. Os espaços e os assentos a que se refere o caput deve- qualquer tipo de discriminação, bem como as respectivas sanções
rão garantir às pessoas com deficiência auditiva boa visualização da pelo descumprimento dessas normas.
interpretação em Libras e da legendagem descritiva, sempre que § 2o As edificações de uso público e de uso coletivo referidas
estas forem oferecidas. (Incluído pelo Decreto nº 9.404, de 2018) no caput, já existentes, têm, respectivamente, prazo de trinta e qua-
Art. 23-A. Na hipótese de não haver procura comprovada pelos renta e oito meses, a contar da data de publicação deste Decreto,
espaços livres para pessoas em cadeira de rodas e assentos reser- para garantir a acessibilidade de que trata este artigo.
vados para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, Art. 25. Nos estacionamentos externos ou internos das edifica-
esses podem, excepcionalmente, ser ocupados por pessoas sem ções de uso público ou de uso coletivo, ou naqueles localizados nas
deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida. (Incluído pelo vias públicas, serão reservados, pelo menos, dois por cento do total
Decreto nº 9.404, de 2018) de vagas para veículos que transportem pessoa portadora de defi-
§ 1º A reserva de assentos de que trata o caput será garanti- ciência física ou visual definidas neste Decreto, sendo assegurada,
da a partir do início das vendas até vinte e quatro horas antes de no mínimo, uma vaga, em locais próximos à entrada principal ou ao
cada evento, com disponibilidade em todos os pontos de venda de elevador, de fácil acesso à circulação de pedestres, com especifica-
ingresso, sejam eles físicos ou virtuais. (Incluído pelo Decreto nº ções técnicas de desenho e traçado conforme o estabelecido nas
9.404, de 2018) normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
§ 2º No caso de eventos realizados em estabelecimentos com § 1o Os veículos estacionados nas vagas reservadas deverão
capacidade superior a dez mil pessoas, a reserva de assentos de portar identificação a ser colocada em local de ampla visibilidade,
que trata o caput será garantida a partir do início das vendas até confeccionado e fornecido pelos órgãos de trânsito, que disciplina-
setenta e duas horas antes de cada evento, com disponibilidade em rão sobre suas características e condições de uso, observando o dis-
todos os pontos de venda de ingresso, sejam eles físicos ou virtuais. posto na Lei no 7.405, de 1985.
(Incluído pelo Decreto nº 9.404, de 2018) § 2o Os casos de inobservância do disposto no § 1o estarão
§ 3º Os espaços e os assentos de que trata o caput, em cada sujeitos às sanções estabelecidas pelos órgãos competentes.
setor, somente serão disponibilizados às pessoas sem deficiência ou § 3o Aplica-se o disposto no caput aos estacionamentos locali-
sem mobilidade reduzida depois de esgotados os demais assentos zados em áreas públicas e de uso coletivo.
daquele setor e somente quando os prazos estabelecidos nos § 1º e § 4o A utilização das vagas reservadas por veículos que não es-
§ 2º se encerrarem. (Incluído pelo Decreto nº 9.404, de 2018) tejam transportando as pessoas citadas no caput constitui infração
§ 4º Nos cinemas, a reserva de assentos de que trata o caput ao art. 181, inciso XVII, da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997.
será garantida a partir do início das vendas até meia hora antes de Art. 26. Nas edificações de uso público ou de uso coletivo, é
cada sessão, com disponibilidade em todos os pontos de venda de obrigatória a existência de sinalização visual e tátil para orientação
ingresso, sejam eles físicos ou virtuais. (Incluído pelo Decreto nº de pessoas portadoras de deficiência auditiva e visual, em confor-
9.404, de 2018) midade com as normas técnicas de acessibilidade da ABNT.

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Art. 27. A instalação de novos elevadores ou sua adaptação em SEÇÃO IV
edificações de uso público ou de uso coletivo, bem assim a instala- DA ACESSIBILIDADE AOS BENS CULTURAIS IMÓVEIS
ção em edificação de uso privado multifamiliar a ser construída, na
qual haja obrigatoriedade da presença de elevadores, deve atender Art. 30. As soluções destinadas à eliminação, redução ou supe-
aos padrões das normas técnicas de acessibilidade da ABNT. ração de barreiras na promoção da acessibilidade a todos os bens
§ 1o No caso da instalação de elevadores novos ou da troca culturais imóveis devem estar de acordo com o que estabelece a
dos já existentes, qualquer que seja o número de elevadores da edi- Instrução Normativa no 1 do Instituto do Patrimônio Histórico e Ar-
ficação de uso público ou de uso coletivo, pelo menos um deles tístico Nacional - IPHAN, de 25 de novembro de 2003.
terá cabine que permita acesso e movimentação cômoda de pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, de acordo CAPÍTULO V
com o que especifica as normas técnicas de acessibilidade da ABNT. DA ACESSIBILIDADE AOS SERVIÇOS DE TRANSPORTES COLE-
§ 2o Junto às botoeiras externas do elevador, deverá estar sina- TIVOS
lizado em braile em qual andar da edificação a pessoa se encontra.
§ 3o Os edifícios a serem construídos com mais de um pavimen- SEÇÃO I
to além do pavimento de acesso, à exceção das habitações unifami- DAS CONDIÇÕES GERAIS
liares e daquelas que estejam obrigadas à instalação de elevadores
por legislação municipal, deverão dispor de especificações técnicas Art. 31. Para os fins de acessibilidade aos serviços de transpor-
e de projeto que facilitem a instalação de equipamento eletromecâ- te coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, considera-se como inte-
nico de deslocamento vertical para uso das pessoas portadoras de grantes desses serviços os veículos, terminais, estações, pontos de
deficiência ou com mobilidade reduzida. parada, vias principais, acessos e operação.
§ 4o As especificações técnicas a que se refere o § 3o devem Art. 32. Os serviços de transporte coletivo terrestre são:
atender: I - transporte rodoviário, classificado em urbano, metropolita-
I - a indicação em planta aprovada pelo poder municipal do no, intermunicipal e interestadual;
local reservado para a instalação do equipamento eletromecânico, II - transporte metroferroviário, classificado em urbano e me-
devidamente assinada pelo autor do projeto; tropolitano; e
II - a indicação da opção pelo tipo de equipamento (elevador, III - transporte ferroviário, classificado em intermunicipal e in-
esteira, plataforma ou similar); terestadual.
III - a indicação das dimensões internas e demais aspectos da Art. 33. As instâncias públicas responsáveis pela concessão e
cabine do equipamento a ser instalado; e permissão dos serviços de transporte coletivo são:
IV - demais especificações em nota na própria planta, tais como I - governo municipal, responsável pelo transporte coletivo mu-
a existência e as medidas de botoeira, espelho, informação de voz, nicipal;
bem como a garantia de responsabilidade técnica de que a estrutu- II - governo estadual, responsável pelo transporte coletivo me-
ra da edificação suporta a implantação do equipamento escolhido. tropolitano e intermunicipal;
III - governo do Distrito Federal, responsável pelo transporte
Seção III coletivo do Distrito Federal; e
Da Acessibilidade na Habitação de Interesse Social IV - governo federal, responsável pelo transporte coletivo inte-
restadual e internacional.
Art. 28. Na habitação de interesse social, deverão ser promovi- Art. 34. Os sistemas de transporte coletivo são considerados
das as seguintes ações para assegurar as condições de acessibilida- acessíveis quando todos os seus elementos são concebidos, orga-
de dos empreendimentos: nizados, implantados e adaptados segundo o conceito de desenho
I - definição de projetos e adoção de tipologias construtivas li- universal, garantindo o uso pleno com segurança e autonomia por
vres de barreiras arquitetônicas e urbanísticas; todas as pessoas.
II - no caso de edificação multifamiliar, execução das unidades Parágrafo único. A infra-estrutura de transporte coletivo a ser
habitacionais acessíveis no piso térreo e acessíveis ou adaptáveis implantada a partir da publicação deste Decreto deverá ser acessí-
quando nos demais pisos; vel e estar disponível para ser operada de forma a garantir o seu uso
III - execução das partes de uso comum, quando se tratar de por pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
edificação multifamiliar, conforme as normas técnicas de acessibi- Art. 35. Os responsáveis pelos terminais, estações, pontos de
lidade da ABNT; e parada e os veículos, no âmbito de suas competências, assegurarão
IV - elaboração de especificações técnicas de projeto que facili- espaços para atendimento, assentos preferenciais e meios de aces-
te a instalação de elevador adaptado para uso das pessoas portado- so devidamente sinalizados para o uso das pessoas portadoras de
ras de deficiência ou com mobilidade reduzida. deficiência ou com mobilidade reduzida.
Parágrafo único. Os agentes executores dos programas e pro- Art. 36. As empresas concessionárias e permissionárias e as
jetos destinados à habitação de interesse social, financiados com instâncias públicas responsáveis pela gestão dos serviços de trans-
recursos próprios da União ou por ela geridos, devem observar os portes coletivos, no âmbito de suas competências, deverão garantir
requisitos estabelecidos neste artigo. a implantação das providências necessárias na operação, nos ter-
Art. 29. Ao Ministério das Cidades, no âmbito da coordenação minais, nas estações, nos pontos de parada e nas vias de acesso, de
da política habitacional, compete: forma a assegurar as condições previstas no art. 34 deste Decreto.
I - adotar as providências necessárias para o cumprimento do Parágrafo único. As empresas concessionárias e permissioná-
disposto no art. 28; e rias e as instâncias públicas responsáveis pela gestão dos serviços
II - divulgar junto aos agentes interessados e orientar a clientela de transportes coletivos, no âmbito de suas competências, deverão
alvo da política habitacional sobre as iniciativas que promover em autorizar a colocação do “Símbolo Internacional de Acesso” após
razão das legislações federal, estaduais, distrital e municipais relati- certificar a acessibilidade do sistema de transporte.
vas à acessibilidade.

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Art. 37. Cabe às empresas concessionárias e permissionárias SEÇÃO III
e as instâncias públicas responsáveis pela gestão dos serviços de DA ACESSIBILIDADE NO TRANSPORTE COLETIVO AQUAVIÁ-
transportes coletivos assegurar a qualificação dos profissionais que RIO
trabalham nesses serviços, para que prestem atendimento priori-
tário às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade re- Art. 40. No prazo de até trinta e seis meses a contar da data de
duzida. edição das normas técnicas referidas no § 1o, todos os modelos e
marcas de veículos de transporte coletivo aquaviário serão fabrica-
SEÇÃO II dos acessíveis e estarão disponíveis para integrar a frota operante,
DA ACESSIBILIDADE NO TRANSPORTE COLETIVO RODOVIÁ- de forma a garantir o seu uso por pessoas portadoras de deficiência
RIO ou com mobilidade reduzida.
§ 1o As normas técnicas para fabricação dos veículos e dos
Art. 38. No prazo de vinte e quatro meses, contado da data de equipamentos de transporte coletivo aquaviário acessíveis, a serem
publicação das normas técnicas referidas no § 1º, os veículos de elaboradas pelas instituições e entidades que compõem o Sistema
transporte coletivo rodoviário para utilização no País serão fabrica- Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, es-
dos acessíveis e estarão disponíveis para integrar a frota operante, tarão disponíveis no prazo de até vinte e quatro meses a contar da
de forma a garantir o uso por pessoas com deficiência ou com mo- data da publicação deste Decreto.
bilidade reduzida. (Redação dada pelo Decreto nº 10.014, de 2019) § 2o As adequações na infra-estrutura dos serviços desta mo-
§ 1o As normas técnicas para fabricação dos veículos e dos dalidade de transporte deverão atender a critérios necessários para
equipamentos de transporte coletivo rodoviário, de forma a torná- proporcionar as condições de acessibilidade do sistema de trans-
-los acessíveis, serão elaboradas pelas instituições e entidades que porte aquaviário.
compõem o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Quali- Art. 41. No prazo de até cinqüenta e quatro meses a contar da
dade Industrial, e estarão disponíveis no prazo de até doze meses a data de implementação dos programas de avaliação de conformi-
contar da data da publicação deste Decreto. dade descritos no § 2o, as empresas concessionárias e permissioná-
§ 2o A substituição da frota operante atual por veículos aces- rias dos serviços de transporte coletivo aquaviário, deverão garantir
síveis, a ser feita pelas empresas concessionárias e permissioná- a acessibilidade da frota de veículos em circulação, inclusive de seus
rias de transporte coletivo rodoviário, dar-se-á de forma gradativa, equipamentos.
conforme o prazo previsto nos contratos de concessão e permissão § 1o As normas técnicas para adaptação dos veículos e dos
deste serviço. equipamentos de transporte coletivo aquaviário em circulação, de
§ 3o A frota de veículos de transporte coletivo rodoviário e a forma a torná-los acessíveis, serão elaboradas pelas instituições e
infra-estrutura dos serviços deste transporte deverão estar total- entidades que compõem o Sistema Nacional de Metrologia, Nor-
mente acessíveis no prazo máximo de cento e vinte meses a contar malização e Qualidade Industrial, e estarão disponíveis no prazo de
da data de publicação deste Decreto. até trinta e seis meses a contar da data da publicação deste Decreto.
§ 4o Os serviços de transporte coletivo rodoviário urbano de- § 2o As adaptações dos veículos em operação nos serviços de
vem priorizar o embarque e desembarque dos usuários em nível transporte coletivo aquaviário, bem como os procedimentos e equi-
em, pelo menos, um dos acessos do veículo. pamentos a serem utilizados nestas adaptações, estarão sujeitas a
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos destina- programas de avaliação de conformidade desenvolvidos e imple-
dos exclusivamente às empresas de transporte de fretamento e de mentados pelo INMETRO, a partir de orientações normativas elabo-
turismo, observado o disposto no art. 49 da Lei nº 13.146, de 6 de radas no âmbito da ABNT.
julho de 2015. (Incluído pelo Decreto nº 10.014, de 2019)
Art. 39. No prazo de até vinte e quatro meses a contar da data SEÇÃO IV
de implementação dos programas de avaliação de conformidade DA ACESSIBILIDADE NO TRANSPORTE COLETIVO METROFER-
descritos no § 3o, as empresas concessionárias e permissionárias ROVIÁRIO E FERROVIÁRIO
dos serviços de transporte coletivo rodoviário deverão garantir a
acessibilidade da frota de veículos em circulação, inclusive de seus Art. 42. A frota de veículos de transporte coletivo metroferro-
equipamentos. viário e ferroviário, assim como a infra-estrutura dos serviços deste
§ 1o As normas técnicas para adaptação dos veículos e dos transporte deverão estar totalmente acessíveis no prazo máximo de
equipamentos de transporte coletivo rodoviário em circulação, de cento e vinte meses a contar da data de publicação deste Decreto.
forma a torná-los acessíveis, serão elaboradas pelas instituições e § 1o A acessibilidade nos serviços de transporte coletivo me-
entidades que compõem o Sistema Nacional de Metrologia, Nor- troferroviário e ferroviário obedecerá ao disposto nas normas téc-
malização e Qualidade Industrial, e estarão disponíveis no prazo de nicas de acessibilidade da ABNT.
até doze meses a contar da data da publicação deste Decreto. § 2o No prazo de até trinta e seis meses a contar da data da pu-
§ 2o Caberá ao Instituto Nacional de Metrologia, Normaliza- blicação deste Decreto, todos os modelos e marcas de veículos de
ção e Qualidade Industrial - INMETRO, quando da elaboração das transporte coletivo metroferroviário e ferroviário serão fabricados
normas técnicas para a adaptação dos veículos, especificar dentre acessíveis e estarão disponíveis para integrar a frota operante, de
esses veículos que estão em operação quais serão adaptados, em forma a garantir o seu uso por pessoas portadoras de deficiência ou
função das restrições previstas no art. 98 da Lei no 9.503, de 1997. com mobilidade reduzida.
§ 3o As adaptações dos veículos em operação nos serviços de Art. 43. Os serviços de transporte coletivo metroferroviário e
transporte coletivo rodoviário, bem como os procedimentos e equi- ferroviário existentes deverão estar totalmente acessíveis no pra-
pamentos a serem utilizados nestas adaptações, estarão sujeitas a zo máximo de cento e vinte meses a contar da data de publicação
programas de avaliação de conformidade desenvolvidos e imple- deste Decreto.
mentados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial - INMETRO, a partir de orientações normativas
elaboradas no âmbito da ABNT.

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ÉTICA E DIVERSIDADE
§ 1o As empresas concessionárias e permissionárias dos ser- Art. 48. Após doze meses da edição deste Decreto, a acessibi-
viços de transporte coletivo metroferroviário e ferroviário deverão lidade nos portais e sítios eletrônicos de interesse público na rede
apresentar plano de adaptação dos sistemas existentes, prevendo mundial de computadores (internet), deverá ser observada para
ações saneadoras de, no mínimo, oito por cento ao ano, sobre os obtenção do financiamento de que trata o inciso III do art. 2o.
elementos não acessíveis que compõem o sistema. Art. 49. As empresas prestadoras de serviços de telecomuni-
§ 2o O plano de que trata o § 1o deve ser apresentado em até cações deverão garantir o pleno acesso às pessoas portadoras de
seis meses a contar da data de publicação deste Decreto. deficiência auditiva, por meio das seguintes ações:
I - no Serviço Telefônico Fixo Comutado - STFC, disponível para
SEÇÃO V uso do público em geral:
DA ACESSIBILIDADE NO TRANSPORTE COLETIVO AÉREO a) instalar, mediante solicitação, em âmbito nacional e em lo-
cais públicos, telefones de uso público adaptados para uso por pes-
Art. 44. No prazo de até trinta e seis meses, a contar da data soas portadoras de deficiência;
da publicação deste Decreto, os serviços de transporte coletivo aé- b) garantir a disponibilidade de instalação de telefones para
reo e os equipamentos de acesso às aeronaves estarão acessíveis uso por pessoas portadoras de deficiência auditiva para acessos
e disponíveis para serem operados de forma a garantir o seu uso individuais;
por pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. c) garantir a existência de centrais de intermediação de comu-
Parágrafo único. A acessibilidade nos serviços de transporte nicação telefônica a serem utilizadas por pessoas portadoras de de-
coletivo aéreo obedecerá ao disposto na Norma de Serviço da Ins- ficiência auditiva, que funcionem em tempo integral e atendam a
trução da Aviação Civil NOSER/IAC - 2508-0796, de 1o de novembro todo o território nacional, inclusive com integração com o mesmo
de 1995, expedida pelo Departamento de Aviação Civil do Comando serviço oferecido pelas prestadoras de Serviço Móvel Pessoal; e
da Aeronáutica, e nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT. d) garantir que os telefones de uso público contenham dispo-
sitivos sonoros para a identificação das unidades existentes e con-
SEÇÃO VI sumidas dos cartões telefônicos, bem como demais informações
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS exibidas no painel destes equipamentos;
II - no Serviço Móvel Celular ou Serviço Móvel Pessoal:
Art. 45. Caberá ao Poder Executivo, com base em estudos e a) garantir a interoperabilidade nos serviços de telefonia mó-
pesquisas, verificar a viabilidade de redução ou isenção de tributo: vel, para possibilitar o envio de mensagens de texto entre celulares
I - para importação de equipamentos que não sejam produzi- de diferentes empresas; e
dos no País, necessários no processo de adequação do sistema de b) garantir a existência de centrais de intermediação de comu-
transporte coletivo, desde que não existam similares nacionais; e nicação telefônica a serem utilizadas por pessoas portadoras de de-
II - para fabricação ou aquisição de veículos ou equipamentos ficiência auditiva, que funcionem em tempo integral e atendam a
destinados aos sistemas de transporte coletivo. todo o território nacional, inclusive com integração com o mesmo
Parágrafo único. Na elaboração dos estudos e pesquisas a que serviço oferecido pelas prestadoras de Serviço Telefônico Fixo Co-
se referem o caput, deve-se observar o disposto no art. 14 da Lei mutado.
Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, sinalizando impacto § 1o Além das ações citadas no caput, deve-se considerar o es-
orçamentário e financeiro da medida estudada. tabelecido nos Planos Gerais de Metas de Universalização aprova-
Art. 46. A fiscalização e a aplicação de multas aos sistemas de dos pelos Decretos nos 2.592, de 15 de maio de 1998, e 4.769, de
transportes coletivos, segundo disposto no art. 6o, inciso II, da Lei 27 de junho de 2003, bem como o estabelecido pela Lei no 9.472,
no 10.048, de 2000, cabe à União, aos Estados, Municípios e ao Dis- de 16 de julho de 1997.
trito Federal, de acordo com suas competências. § 2o O termo pessoa portadora de deficiência auditiva e da fala
utilizado nos Planos Gerais de Metas de Universalização é entendi-
CAPÍTULO VI do neste Decreto como pessoa portadora de deficiência auditiva,
DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO no que se refere aos recursos tecnológicos de telefonia.
Art. 50. A Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL re-
Art. 47. No prazo de até doze meses a contar da data de pu- gulamentará, no prazo de seis meses a contar da data de publicação
blicação deste Decreto, será obrigatória a acessibilidade nos por- deste Decreto, os procedimentos a serem observados para imple-
tais e sítios eletrônicos da administração pública na rede mundial mentação do disposto no art. 49.
de computadores (internet), para o uso das pessoas portadoras de Art. 51. Caberá ao Poder Público incentivar a oferta de apare-
deficiência visual, garantindo-lhes o pleno acesso às informações lhos de telefonia celular que indiquem, de forma sonora, todas as
disponíveis. operações e funções neles disponíveis no visor.
§ 1o Nos portais e sítios de grande porte, desde que seja de- Art. 52. Caberá ao Poder Público incentivar a oferta de apare-
monstrada a inviabilidade técnica de se concluir os procedimentos lhos de televisão equipados com recursos tecnológicos que permi-
para alcançar integralmente a acessibilidade, o prazo definido no tam sua utilização de modo a garantir o direito de acesso à informa-
caput será estendido por igual período. ção às pessoas portadoras de deficiência auditiva ou visual.
§ 2o Os sítios eletrônicos acessíveis às pessoas portadoras de Parágrafo único. Incluem-se entre os recursos referidos no
deficiência conterão símbolo que represente a acessibilidade na caput:
rede mundial de computadores (internet), a ser adotado nas res- I - circuito de decodificação de legenda oculta;
pectivas páginas de entrada. II - recurso para Programa Secundário de Áudio (SAP); e
§ 3o Os telecentros comunitários instalados ou custeados pelos III - entradas para fones de ouvido com ou sem fio.
Governos Federal, Estadual, Municipal ou do Distrito Federal devem Art. 53. Os procedimentos a serem observados para implemen-
possuir instalações plenamente acessíveis e, pelo menos, um com- tação do plano de medidas técnicas previstos no art. 19 da Lei no
putador com sistema de som instalado, para uso preferencial por 10.098, de 2000., serão regulamentados, em norma complementar,
pessoas portadoras de deficiência visual. pelo Ministério das Comunicações. (Redação dada pelo Decreto nº
5.645, de 2005)
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§ 1o O processo de regulamentação de que trata o caput deve- Parágrafo único. Será estimulada a criação de linhas de crédito
rá atender ao disposto no art. 31 da Lei no 9.784, de 29 de janeiro para a indústria que produza componentes e equipamentos relacio-
de 1999. nados à tecnologia da informação acessível para pessoas portado-
§ 2o A regulamentação de que trata o caput deverá prever a ras de deficiência.
utilização, entre outros, dos seguintes sistemas de reprodução das
mensagens veiculadas para as pessoas portadoras de deficiência CAPÍTULO VII
auditiva e visual: DAS AJUDAS TÉCNICAS
I - a subtitulação por meio de legenda oculta;
II - a janela com intérprete de LIBRAS; e Art. 61. Para os fins deste Decreto, consideram-se ajudas técni-
III - a descrição e narração em voz de cenas e imagens. cas os produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia adap-
§ 3o A Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Por- tados ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade
tadora de Deficiência - CORDE da Secretaria Especial dos Direitos da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida,
Humanos da Presidência da República assistirá o Ministério das Co- favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida.
municações no procedimento de que trata o § 1o. (Redação dada § 1o Os elementos ou equipamentos definidos como ajudas
pelo Decreto nº 5.645, de 2005) técnicas serão certificados pelos órgãos competentes, ouvidas as
Art. 54. Autorizatárias e consignatárias do serviço de radiodifu- entidades representativas das pessoas portadoras de deficiência.
são de sons e imagens operadas pelo Poder Público poderão adotar § 2o Para os fins deste Decreto, os cães-guia e os cães-guia de
plano de medidas técnicas próprio, como metas antecipadas e mais acompanhamento são considerados ajudas técnicas.
amplas do que aquelas as serem definidas no âmbito do procedi- Art. 62. Os programas e as linhas de pesquisa a serem desen-
mento estabelecido no art. 53. volvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pesquisa e
Art. 55. Caberá aos órgãos e entidades da administração públi- de agências de financiamento deverão contemplar temas voltados
ca, diretamente ou em parceria com organizações sociais civis de para ajudas técnicas, cura, tratamento e prevenção de deficiências
interesse público, sob a orientação do Ministério da Educação e da ou que contribuam para impedir ou minimizar o seu agravamento.
Secretaria Especial dos Direitos Humanos, por meio da CORDE, pro- Parágrafo único. Será estimulada a criação de linhas de crédi-
mover a capacitação de profissionais em LIBRAS. to para a indústria que produza componentes e equipamentos de
Art. 56. O projeto de desenvolvimento e implementação da te- ajudas técnicas.
levisão digital no País deverá contemplar obrigatoriamente os três Art. 63. O desenvolvimento científico e tecnológico voltado
tipos de sistema de acesso à informação de que trata o art. 52. para a produção de ajudas técnicas dar-se-á a partir da instituição
Art. 57. A Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão de parcerias com universidades e centros de pesquisa para a produ-
Estratégica da Presidência da República editará, no prazo de doze ção nacional de componentes e equipamentos.
meses a contar da data da publicação deste Decreto, normas com- Parágrafo único. Os bancos oficiais, com base em estudos e
plementares disciplinando a utilização dos sistemas de acesso à pesquisas elaborados pelo Poder Público, serão estimulados a con-
informação referidos no § 2o do art. 53, na publicidade governa- ceder financiamento às pessoas portadoras de deficiência para
mental e nos pronunciamentos oficiais transmitidos por meio dos aquisição de ajudas técnicas.
serviços de radiodifusão de sons e imagens. Art. 64. Caberá ao Poder Executivo, com base em estudos e
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no caput e observa- pesquisas, verificar a viabilidade de:
das as condições técnicas, os pronunciamentos oficiais do Presiden- I - redução ou isenção de tributos para a importação de equi-
te da República serão acompanhados, obrigatoriamente, no prazo pamentos de ajudas técnicas que não sejam produzidos no País ou
de seis meses a partir da publicação deste Decreto, de sistema de que não possuam similares nacionais;
acessibilidade mediante janela com intérprete de LIBRAS. II - redução ou isenção do imposto sobre produtos industriali-
Art. 58. O Poder Público adotará mecanismos de incentivo para zados incidente sobre as ajudas técnicas; e
tornar disponíveis em meio magnético, em formato de texto, as III - inclusão de todos os equipamentos de ajudas técnicas para
obras publicadas no País. pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida na
§ 1o A partir de seis meses da edição deste Decreto, a indústria categoria de equipamentos sujeitos a dedução de imposto de ren-
de medicamentos deve disponibilizar, mediante solicitação, exem- da.
plares das bulas dos medicamentos em meio magnético, braile ou Parágrafo único. Na elaboração dos estudos e pesquisas a que
em fonte ampliada. se referem o caput, deve-se observar o disposto no art. 14 da Lei
§ 2o A partir de seis meses da edição deste Decreto, os fa- Complementar no 101, de 2000, sinalizando impacto orçamentário
bricantes de equipamentos eletroeletrônicos e mecânicos de uso e financeiro da medida estudada.
doméstico devem disponibilizar, mediante solicitação, exemplares Art. 65. Caberá ao Poder Público viabilizar as seguintes diretri-
dos manuais de instrução em meio magnético, braile ou em fonte zes:
ampliada. I - reconhecimento da área de ajudas técnicas como área de
Art. 59. O Poder Público apoiará preferencialmente os congres- conhecimento;
sos, seminários, oficinas e demais eventos científico-culturais que II - promoção da inclusão de conteúdos temáticos referentes a
ofereçam, mediante solicitação, apoios humanos às pessoas com ajudas técnicas na educação profissional, no ensino médio, na gra-
deficiência auditiva e visual, tais como tradutores e intérpretes de duação e na pós-graduação;
LIBRAS, ledores, guias-intérpretes, ou tecnologias de informação e III - apoio e divulgação de trabalhos técnicos e científicos refe-
comunicação, tais como a transcrição eletrônica simultânea. rentes a ajudas técnicas;
Art. 60. Os programas e as linhas de pesquisa a serem desen- IV - estabelecimento de parcerias com escolas e centros de
volvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pesquisa e educação profissional, centros de ensino universitários e de pesqui-
de agências de financiamento deverão contemplar temas voltados sa, no sentido de incrementar a formação de profissionais na área
para tecnologia da informação acessível para pessoas portadoras de ajudas técnicas; e
de deficiência. V - incentivo à formação e treinamento de ortesistas e prote-
sistas.
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Art. 66. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos instituirá deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades es-
Comitê de Ajudas Técnicas, constituído por profissionais que atuam téticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de
nesta área, e que será responsável por: funções;
I - estruturação das diretrizes da área de conhecimento; II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de
II - estabelecimento das competências desta área; quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas
III - realização de estudos no intuito de subsidiar a elaboração freqüências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz;
de normas a respeito de ajudas técnicas; III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é
IV - levantamento dos recursos humanos que atualmente tra- igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção
balham com o tema; e óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05
V - detecção dos centros regionais de referência em ajudas téc- no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a
nicas, objetivando a formação de rede nacional integrada. somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual
§ 1o O Comitê de Ajudas Técnicas será supervisionado pela ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das
CORDE e participará do Programa Nacional de Acessibilidade, com condições anteriores;
vistas a garantir o disposto no art. 62. IV - .......................................................................
§ 2o Os serviços a serem prestados pelos membros do Comitê .......................................................................
de Ajudas Técnicas são considerados relevantes e não serão remu- d) utilização dos recursos da comunidade;
nerados. .......................................................................”(NR)
Art. 71. Ficam revogados os arts. 50 a 54 do Decreto no 3.298,
CAPÍTULO VIII de 20 de dezembro de 1999.
DO PROGRAMA NACIONAL DE ACESSIBILIDADE Art. 72. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Art. 67. O Programa Nacional de Acessibilidade, sob a coorde-


nação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, por intermédio POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DO
da CORDE, integrará os planos plurianuais, as diretrizes orçamentá- BANRISUL – RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE 2020
rias e os orçamentos anuais.
Art. 68. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos, na condi-
ção de coordenadora do Programa Nacional de Acessibilidade, de- POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIAL, AMBIENTAL E CLIMÁ-
senvolverá, dentre outras, as seguintes ações: TICA – PRSAC Banrisul
I - apoio e promoção de capacitação e especialização de recur-
sos humanos em acessibilidade e ajudas técnicas; A Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática do
II - acompanhamento e aperfeiçoamento da legislação sobre Banrisul (PRSAC), em atenção à Resolução nº 4.945 de 15-09-2021,
acessibilidade; do Conselho Monetário Nacional, estabelece diretrizes que nor-
III - edição, publicação e distribuição de títulos referentes à te- teiam as ações de responsabilidade social, ambiental e climática do
mática da acessibilidade; Banco e de empresas do conglomerado prudencial, de forma com-
IV - cooperação com Estados, Distrito Federal e Municípios para patível com a natureza das atividades de cada empresa e a comple-
a elaboração de estudos e diagnósticos sobre a situação da acessi- xidade dos seus produtos e serviços, respeitando-se os princípios
bilidade arquitetônica, urbanística, de transporte, comunicação e da relevância, da proporcionalidade e da eficiência.
informação; A Política de Responsabilidade social, ambiental e climática do
V - apoio e realização de campanhas informativas e educativas Banrisul busca a promoção dos aspectos de sustentabilidade, equi-
sobre acessibilidade; librando oportunidades de negócio, com responsabilidade social,
VI - promoção de concursos nacionais sobre a temática da aces- econômica, ambiental e de governança, contribuindo para o desen-
sibilidade; e volvimento sustentável nas regiões onde o Banrisul atua.
VII - estudos e proposição da criação e normatização do Selo
Nacional de Acessibilidade. PREMISSAS
As diretrizes da PRSAC do Banrisul são embasadas nas seguin-
CAPÍTULO IX tes premissas:
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS a) Proporcionalidade ao modelo de negócio, à natureza das
operações e à complexidade dos produtos, dos serviços, das ativi-
Art. 69. Os programas nacionais de desenvolvimento urbano, dades e dos processos do Banrisul e das empresas do conglomera-
os projetos de revitalização, recuperação ou reabilitação urbana in- do prudencial.
cluirão ações destinadas à eliminação de barreiras arquitetônicas e b) Adequadas à dimensão e à relevância da exposição ao risco
urbanísticas, nos transportes e na comunicação e informação devi- social, ao risco ambiental e ao risco climático, de que tratam a Re-
damente adequadas às exigências deste Decreto. solução nº 4.557, de 23 de fevereiro de 2017, cujas diretrizes estão
Art. 70. O art. 4o do Decreto no 3.298, de 20 de dezembro de contempladas na Política Institucional de Gestão de Risco Social,
1999, passa a vigorar com as seguintes alterações: Ambiental e Climático do Banrisul.
“Art. 4o ....................................................................... c) O impacto de natureza social, de natureza ambiental ou de
I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou natureza climática das atividades e dos processos da Instituição,
mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometi- bem como dos produtos e serviços oferecidos.
mento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, d) O alinhamento dos objetivos estratégicos da instituição com
paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, as oportunidades de negócios relacionadas a aspectos de natureza
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação social, de natureza ambiental e de natureza climática.
ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com e) As condições de competitividade e o ambiente regulatório
em que o Banrisul atua.

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ÉTICA E DIVERSIDADE
OBJETIVOS Diretoria Administrativa, na figura de seu Diretor, é responsável
A PRSAC do Banrisul tem como objetivos: por:
a) Fortalecer o compromisso da Instituição com o desenvolvi- a) Prestação de subsídio e participação no processo de tomada
mento sustentável e com a mitigação dos impactos das mudanças de decisões relacionadas ao estabelecimento e à revisão da PRSAC,
climáticas; auxiliando o conselho de administração;
b) Incorporar as diretrizes de Responsabilidade Social, Ambien- b) Prestar suporte à implementação de ações com vistas à efe-
tal e Climática no planejamento estratégico da Instituição; tividade da PRSAC;
c) Fomentar oportunidades e aprimoramentos dos negócios, c) Monitoramento e avaliação das ações implementadas;
considerando os princípios de sustentabilidade; d) Garantir que haja aperfeiçoamento das ações implementa-
d) Promover práticas sustentáveis alinhadas às expectativas e das, quando identificadas eventuais deficiências;
necessidades das partes interessadas. e) Favorecer e impulsionar divulgação adequada e fidedigna
e) Fortalecer a transversalidade da sustentabilidade de forma das informações de publicação obrigatória;
integrada à estrutura de governança da Instituição. f) Realizar a gestão da PRSAC no Banrisul.

PRINCÍPIOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL, AMBIENTAL E CLI- Demais Diretorias


MÁTICA: Conduzir suas atividades em conformidade com a PRSAC e im-
a) Valorização das pessoas, respeito e proteção dos direitos plementar ações com vistas à sua efetividade
humanos, incluindo promoção da inclusão, diversidade e educação
financeira; Comitê de Sustentabilidade, vinculado à Diretoria
b) Adoção de boas práticas de governança corporativa, com Atuar em consonância com a PRSAC para implementação da
postura ética e transparente nas relações com os públicos de inte- sustentabilidade forma transversal na Instituição, de acordo com
resse, repudiando qualquer forma de ilicitude; suas atribuições estabelecidas em resolução institucional.
c) Repúdio a eventos associados à degradação do meio am-
biente, incluindo o uso excessivo de recursos naturais; Gerência de Sustentabilidade, vinculada à Presidência
d) Fomento da transição para uma economia de baixo carbono a) Coordenar e acompanhar as ações de implementação e efe-
e promoção de ações para mitigação de gases do efeito estufa. tividade da PRSAC, bem como reportar ao Comitê de Sustentabili-
dade sobre o andamento das ações de sustentabilidade.
ATRIBUIÇÕES b) Atuar na governança para a sustentabilidade em consonân-
A responsabilidade pela observância e cumprimento desta PR- cia com a atribuições estabelecidas em resolução institucional.
SAC cabe aos Administradores, Diretores, todos os empregados,
estagiários e prestadores de serviços, no limite de suas atribuições. Auditoria Interna
Avaliar, periodicamente, os processos relativos ao estabele-
Conselho de Administração cimento da PRSAC e à implementação de ações com vistas à sua
a) Aprovar e revisar a PRSAC, com o auxílio do diretor responsá- efetividade.
vel pela PRSAC e do Comitê de Responsabilidade Social, Ambiental
e Climática; Áreas Administrativas da Direção-Geral e Empresas Controla-
b) Assegurar a aderência da instituição à PRSAC e às ações com das do Grupo Banrisul
vistas à sua efetividade. a) Conduzir os processos e atividades com viés da Responsabi-
c) Assegurar a compatibilidade e a integração da PRSAC às de- lidade Social, Ambiental e Climática desempenhadas sob a sua ges-
mais políticas estabelecidas pela instituição; tão, reportando melhorias e oportunidades identificadas.
d) Assegurar a correção tempestiva de deficiências relaciona- b) Identificar e gerenciar os impactos de natureza social, am-
das à PRSAC; biental e climática nas atividades e processos, bem como nos pro-
e) Estabelecer a organização e as atribuições do Comitê de Res- dutos e serviços oferecidos.
ponsabilidade Social, Ambiental e Climática;
f) Assegurar que a estrutura remuneratória adotada pela Insti- DIRETRIZES
tuição não incentive comportamentos incompatíveis com a PRSAC; Gestão da Responsabilidade Social, Ambiental e Climática
g) Promover a disseminação interna da PRSAC e das ações com a) Desenvolver competências e buscar comprometimento e
vistas à sua efetividade. integração dos gestores para o desenvolvimento da gestão social,
ambiental e climática.
Comitê de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática, vin- b) Implementar as diretrizes da PRSAC nos processos de gestão
culado ao Conselho de Administração da Instituição.
a) Propor recomendações ao Conselho de Administração sobre c) Identificar, estruturar e acompanhar indicadores e metas
o estabelecimento e a revisão da PRSAC; sociais, ambientais e climáticas, aperfeiçoando os mecanismos de
b) Avaliar o grau de aderência das ações implementadas à PR- gerenciamento.
SAC e, quando necessário, propor recomendações de aperfeiçoa- d) Promover o engajamento das partes interessadas na PRSAC
mento; do Banrisul.
c) Manter registros das recomendações de que tratam os itens e) Verificar de aspectos sociais, ambientais e climáticos na
a e b; aquisição e constituição de empresas controladas.
d) Coordenar suas atividades com o Comitê de Riscos, de que As diretrizes, baseadas nos princípios de responsabilidade
trata a Resolução nº 4.557, de 2017, de modo a facilitar a troca de social, ambiental e climática, bem como de divulgação das infor-
informações. mações, estão descritas a seguir e norteiam políticas e ações para
efetiva implementação desta PRSAC.

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Natureza Social b) Atender à legislação ambiental vigente e adotar normas in-
Relacionamento com o Público Interno ternas que assegurem o cuidado com o meio ambiente e a qualida-
a) Adotar políticas internas que valorizem a diversidade e a de de vida.
equidade, promovendo o respeito aos direitos humanos. c) Incorporar e aperfeiçoar mecanismos para gestão dos impac-
b) Preservar a individualidade e a privacidade dos empregados, tos indiretos das operações financeiras, de acordo com a Política
não admitindo a prática de atos discriminatórios e de assédio, de Institucional de Gestão de Risco Social, Ambiental e Climático.
qualquer natureza, no ambiente de trabalho e em todas as relações. d) Racionalizar procedimentos operacionais, visando promover
c) Desenvolver a cultura da sustentabilidade, através de pro- a melhoria da eficiência no consumo energético, dos recursos natu-
cesso de educação e comunicação continuados. rais e dos materiais deles derivados.
d) Possibilitar condições de trabalho adequadas ao bem-estar
dos empregados, considerando os padrões de saúde, segurança Natureza Climática
operacional e de qualidade de vida. Considerar ações e projetos que visem a redução, mitigação e
compensação das emissões de gases de efeito estufa no aprimo-
Relacionamento com Fornecedores ramento de processos internos, promovendo a redução do uso de
a) Estabelecer e contemplar critérios sociais, ambientais e cli- recursos naturais, materiais e financeiros, bem como nos produtos
máticos nos processos de compras e contratação de serviços, além e serviços.
de critérios relacionados à economicidade, ao atendimento à le-
gislação, às especificações de qualidade de produtos e serviços e à Comunicação e Informação
confiabilidade nos prazos de entregas. a) Assegurar a comunicação, de forma clara e transparente, às
partes interessadas, alinhada às estratégias do Banrisul.
Relacionamento com Clientes e usuários de produtos e serviços b) Ampliar o diálogo com as partes interessadas, identificando
a) Estimular o atendimento às necessidades dos clientes, com necessidades e expectativas em relação aos negócios do Banrisul.
respeito à diversidade e considerando demandas específicas dos di- c) Tornar a comunicação um processo de desenvolvimento da
versos segmentos de mercado, incluindo públicos vulneráveis. cultura da sustentabilidade no Banrisul, objetivando a consolidação
b) Proporcionar acessibilidade aos usuários dos produtos e ser- e implementação da Política de Responsabilidade Social, Ambiental
viços ofertados. e Climática do Banrisul.
c) Incentivar a inovação e impulsionamento de startups para d) Divulgar às partes interessadas as ações realizadas em rela-
aprimorar o atendimento e benefícios aos clientes e usuários. ção à implementação da PRSAC.
d) Buscar a fidelização de clientes, por meio do desenvolvimen- e) Disponibilizar no site da Instituição a relação atualizada dos
to de relacionamentos de longo prazo, pautados na ética, transpa- pactos, acordos e compromissos de natureza social, ambiental e cli-
rência, confiança e na sustentabilidade. mática que o Banrisul é participante, aderente e/ou signatário.
e) Repudiar todos e quaisquer aspectos relacionados ao traba-
lho análogo ao escravo, ao trabalho infantil e à exploração sexual. Gestão de Consequências
f) Observar a Política de Relacionamento com Clientes e Usuá- Em caso de descumprimento desta Política e normativos corre-
rios do Banrisul na condução dos negócios com clientes e usuários lacionados, serão adotadas medidas conforme o nível de relaciona-
durante todo o ciclo da relação de précontratação, contratação e mento do transgressor com o Banco:
pós-contratação de produtos e serviços. • se Empregado(a), serão adotadas as penalidades previstas no
g) Adoção de ações adicionais com intuito de viabilizar melho- item Penalidades do Regulamento do Pessoal, apropriadas ao trata-
res condições de inclusão social dos públicos vulneráveis. mento da desconformidade.
• se Diretor(a) ou Membro de Conselho, a desconformidade
Relacionamento com a Sociedade será reportada pela Auditoria Interna ao Conselho de Administra-
a) Respeitar os valores culturais, sociais e ambientais das comu- ção.
nidades onde o Banrisul está inserido. • se Estagiário(a) ou Terceiro(a), serão adotadas as penalidades
b) Apoiar políticas públicas que visem à redução das desigual- previstas em contrato.
dades sociais e econômicas, por meio da inclusão financeira e ban- Caso gestores, outros(as) empregados(as) e/ou demais rela-
carização. cionados, tomarem conhecimento de violação ocorrida e não co-
municarem o fato à Unidade de Administração de Pessoas ou ao
Educação Financeira Canal de Denúncias, também serão passíveis de responsabilização.
a) Promover a capacitação dos empregados do Banrisul, objeti- Independentemente do grau de relacionamento com o Banrisul e
vando utilização consciente dos recursos financeiros e a sustentabi- da penalidade adotada, aquele que descumprir o estabelecido nas
lidade financeira dos clientes do Banco. políticas organizacionais poderá ser responsabilizado civil ou crimi-
b) Disseminar conhecimento sobre conceitos de planejamento nalmente sobre as violações comprovadas.
financeiro e consumo consciente aos empregados, clientes e socie-
dade, além de disponibilizar informações de forma transparente Regulamentação Associada
quanto ao uso adequado de produtos e serviços, objetivando a sus- - Resolução nº 4.945, de 15.09.2021, do Conselho Monetário
tentabilidade financeira dos clientes do Banco. Nacional
- Normativo SARB nº 14, de 28.08.2014, da FEBRABAN - atuali-
Natureza Ambiental zada pela Deliberação nº 031, de 1º de dezembro de 2020
a) Promover a gestão adequada dos resíduos gerados, adotan- - Política Institucional do Banrisul de Gestão de Risco Social,
do sempre que possível o processo de reciclagem e reaproveita- Ambiental e Climático do Banrisul.
mento de materiais e buscando minimizar os potenciais impactos
ambientais negativos, conforme estabelecido no Plano de Geren-
ciamento de Resíduos Sólidos da Instituição.

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a solução para o seu concurso!
ÉTICA E DIVERSIDADE
Glossário: Risco Social: possibilidade de ocorrência de perdas para a insti-
Desenvolvimento Sustentável: Desenvolvimento capaz de su- tuição ocasionadas por eventos associados à violação de direitos e
prir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capaci- garantias fundamentais ou a atos lesivos a interesse comum.
dade de atender as necessidades das futuras gerações. Risco Ambiental: possibilidade de ocorrência de perdas para
Direitos Humanos: São os direitos e liberdades básicas de to- a instituição ocasionadas por eventos associados à degradação do
dos os seres humanos, reconhecendo a igualdade entre todas as meio ambiente, incluindo o uso excessivo de recursos naturais.
pessoas. A temática engloba direitos relativos à saúde, habitação, Risco Climático: é definido, em suas vertentes de risco de tran-
alimentação, água, previdência social, direito ao trabalho, direito a sição e de risco físico, como:
condições de trabalho decente, direitos sindicais, iniciativas de in- I – risco climático de transição: possibilidade de ocorrência de
clusão e empregabilidade, dentre outros. perdas para a instituição ocasionadas por eventos associados ao
Diversidade: Está ligada a atributos pessoais, tais como etnia, processo de transição para uma economia de baixo carbono, em
raça, cor, condição socioeconômica, situação familiar, nacionalida- que a emissão de gases do efeito estufa é reduzida ou compensada
de, idade, sexo, orientação sexual, identidade de gênero, religião, e os mecanismos naturais de captura desses gases são preservados;
crença, deficiência, condição genética ou de saúde e posicionamen- e
to ideológico ou político. II - risco climático físico: possibilidade de ocorrência de perdas
Economicidade: Promoção de resultados esperados com o me- para a instituição ocasionadas por eventos associados a intempé-
nor custo possível. ries frequentes e severas ou a alterações ambientais de longo prazo,
Educação Financeira: Conscientização sobre as oportunidades que possam ser relacionadas a mudanças em padrões climáticos.
e os riscos financeiros, de forma a estimular o gerenciamento finan- Sustentabilidade: Capacidade de dar sustentação à vida, em
ceiro de forma autossustentável. todas as suas formas e relações, buscando o equilíbrio dos ecossis-
Equidade: Procurar nivelar as oportunidades e direitos de ma- temas e indivíduos de forma inclusiva, igualitária e justa.
neira justa, inclusiva, imparcial e igualitária a toda a sociedade.
ESG: é a sigla em inglês para “environmental, social and gover- Prezado(a),
nance” (ambiental, social e governança, em português), geralmente
usada para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico
uma empresa. será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re-
Gases de Efeito Estufa: Constituintes gasosos da atmosfera, servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila,
naturais e sintéticos, que absorvem e emitem radiação infraverme- sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona-
lha, contribuindo para a manutenção da temperatura do planeta. dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não
A grande concentração desses gases pode acarretar em desequilí- cabem na estrutura de nossas apostilas.
brios ambientais, comprometendo a vida na Terra, principalmente Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são
dos seres humanos. organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po-
Impactos Indiretos: São os impactos causados por externalida- dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste
des da atividade econômica da empresa. material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno.
Governança Corporativa: É o sistema pelo qual as organizações Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha me-
são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo as práticas lhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação da
e os relacionamentos entre proprietários, conselho de administra- apostila.
ção, diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de Governança Se preferir, indicamos também acesso direto ao https://www.
Corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, ali- banrisul.com.br/bob/download/Banrisul-Relatorio-Sustentabilida-
nhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o va- de-2020.pdf
lor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo
para a sua longevidade. Bons estudos!
Inclusão Financeira: Acesso e uso pela população de serviços
financeiros adequados às suas necessidades.
Indicadores de Sustentabilidade: Os indicadores de sustenta- QUESTÕES
bilidade medem o desempenho de uma instituição nos aspectos
sociais, econômicos, culturais e ambientais.
Inovação: Criação de algo novo, inédito, que agregue valor aos 1. À luz da lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor),
clientes e à sociedade. assinale a alternativa que contém afirmação incorreta:
Meio Ambiente: É o conjunto de condições e interações de or- (A) O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estran-
dem física, química, biológica, social e cultural, que permite, abriga geiro, e o importador respondem, nos casos de culpa e dolo,
e sustenta a vida em todas as suas manifestações, de forma inter- pela reparação dos danos causados aos consumidores por
dependente. defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, mon-
Partes Interessadas (stakeholders): São os clientes e usuários tagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondiciona-
dos produtos e serviços oferecidos pela Instituição, a comunidade mento de seus produtos, bem como por informações insufi-
interna à sua organização e as demais pessoas que, conforme ava- cientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
liação da Instituição, sejam impactadas por suas atividades (B) O comerciante é igualmente responsável quando: a) o fabri-
Público Vulnerável: São considerados clientes vulneráveis as cante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem
pessoas que demonstrem menor capacidade de compreensão e ser identificados; b) o produto for fornecido sem identificação
discernimento para análise e tomada de decisões ou de representar clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; c)
seus próprios interesses. não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Responsabilidade Socioambiental: É a responsabilidade que a (C) O produto é defeituoso quando não oferece a segurança
empresa tem com a sociedade e com o meio ambiente, além das que dele legitimamente se espera, levando-se em considera-
obrigações legais e econômicas. ção as circunstâncias relevantes, entre as quais: a) sua apresen-
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a solução para o seu concurso!
ÉTICA E DIVERSIDADE
tação; b) o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; (C) em relação ao tempo de acionamento do airbag, não ne-
e c) a época em que foi colocado em circulação. cessita declarar a inversão do ônus da prova em desfavor da
(D) O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só montadora automobilística, posto que, neste caso, trata-se de
não será responsabilizado quando provar: a) que não colocou o uma medida ope legis e independente de determinação judi-
produto no mercado; b) que, embora haja colocado o produto cial conforme disposto no Código de Defesa do Consumidor.
no mercado, o defeito inexiste; c) a culpa exclusiva do consumi- (D) em relação ao tempo de acionamento do airbag, não deve
dor ou de terceiro. declarar a inversão do ônus da prova em desfavor da montado-
(E) Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não ra automobilística, posto que, apesar de o Código de Defesa do
duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade Consumidor, em seu artigo 6º, VIII, estabelecer como direito do
ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumidor a facilitação da defesa de seus interesses em juízo,
consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim inclusive com a inversão do ônus da prova, tal medida só pode
como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indica- ser adotada se expressamente requerida por seu titular.
ções constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou
mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes 4. Com relação à Lei nº 8.078/90, que dispõe sobre a proteção
de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição do consumidor, é CORRETO afirmar que:
das partes viciadas. I. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire o
produto ou serviço como destinatário final. Não é considerado
2. Herculano, pedreiro, construiu no ano de 2006 uma laje na consumidor quem adquire o bem para revenda.
garagem de Pedro. Passados seis anos do término do serviço, a II. Levando-se em consideração os direitos básicos do consu-
laje, no ano de 2012, ruiu, por vício oculto no serviço, danificando midor constantes no artigo 6º do CDC, inverte-se o ônus da prova
o automóvel de Pedro. De acordo com a Lei nº 8.078/90, a preten- em favor do consumidor sempre que estiver em discussão relação
são à reparação pelos danos causados, de consumo, ante a hipossuficiência do consumidor.
(A) prescreveu em três anos, a contar do término do serviço. III. Conforme o artigo 6º é possível a modificação de contra-
(B) prescreveu em cinco anos, a contar do término do serviço. tos que versem sobre relação de consumo, alterando-se cláusulas
(C)prescreve em quinze anos, a contar do término do serviço. que estabeleçam prestações desproporcionais, para restabelecer
(D) prescreveu em cinco anos, iniciando-se a contagem do pra- o equilíbrio contratual.
zo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. IV. A ausência de conhecimento pelo fornecedor de vícios no
(E) prescreve em quinze anos, iniciando-se a contagem do pra- produto que fornece o exonera da responsabilidade.
zo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
(A) Somente as proposições I, II e III estão corretas.
3. Analise a situação a seguir. (B) Somente as proposição I e IV estão correta.
Maria colidiu seu carro com um poste. No acidente, seu ros- (C) Somente as proposições II e IV estão corretas.
to chocou-se com o volante antes da abertura do airbag, o que (D) Somente as proposições I e III estão corretas.
lhe ocasionou diversas fraturas na face. Após recuperar-se, Maria,
ao ler um folder publicitário do modelo do carro com o qual se 5. Considerando as noções de ética e de moral, bem como os
acidentou, documento este que lhe foi entregue por funcionários princípios e valores que conduzem nossa sociedade, julgue os itens
da montadora automobilística antes da aquisição do veículo, ob- seguintes.
servou que, no referido panfleto, constava a informação de que o I- Um indivíduo em situação de miséria que encontrar, caída na
tempo de abertura dos airbag’s instalados seria menor que 30 mi- rua, uma carteira e decidir utilizar o cartão de crédito nela guardado
lésimos de segundo. Tal informação, segundo pôde apurar, tam- para adquirir medicamentos ao seu filho terá agido de acordo com
bém constava no manual do seu automóvel. Contudo, conforme as normas éticas, mas não com os princípios morais.
se lembrava, no acidente acima mencionado, o airbag de seu veí- II- Os valores morais variam ao longo do tempo.
culo demorou mais de 1 segundo para abrir, o que, aliás, permitiu III- O campo da filosofia dedicado a estudar os valores e prin-
que seu rosto fosse de encontro ao volante. cípios que orientam a conduta dos seres humanos em sociedade é
Diante dessa constatação, Maria ajuizou uma ação indeni- denominado ética.
zatória contra a montadora de seu carro alegando que o airbag
não a protegeu por não funcionar como informado no panfleto Assinale a opção correta.
publicitário e no manual do seu veículo. Contudo, em nenhuma (A) Apenas os itens I e II estão certos.
de suas manifestações processuais, Maria requereu a inversão do (B) Apenas os itens I e III estão certos.
ônus da prova. (C) Apenas os itens II e III estão certos.
Considerando o disposto na Lei nº 8.078/90, o juiz responsá- (D) Todos os itens estão certos.
vel pelo julgamento do processo de Maria,
(A) em relação ao tempo de acionamento do airbag, deve de- 6. Acerca da ética, princípios e valores no serviço público, assi-
clarar a inversão o ônus da prova em desfavor da montadora nale a alternativa correta.
automobilística, mesmo não tendo Maria feito tal requerimen- “Note-se que a quase totalidade das sociedades ocidentais
to, posto tratar-se de uma medida ope judicis condicionada tão tem a dignidade humana como princípio ético, muito embora seus
somente à verossimilhança da alegação ou à observância da códigos morais (suas práticas habituais) sejam tão diferentes, por
hipossuficiência do consumidor, segundo as regras ordinárias que diferentes são os valores por elas eleitos, embora todos eles
de experiências. tenham a dignidade humana como alicerce” (MULLER, 2018)
(B) em relação ao tempo de acionamento do airbag, deve de- (A) Os valores possuem uma perspectiva ética, orientando o ser
clarar a inversão o ônus da prova em desfavor da montadora humano a direcionar suas ações para o bem
automobilística, posto tratar-se de uma medida ope judicis, (B) Os princípios são objetos da escolha moral; ou seja, a quali-
desde que Maria, ao arrepio de não ter formulado tal requeri- dade de algo preferível ou estimável
mento, apresente o informe publicitário e o manual do veículo.
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(C) A probidade administrativa é escolha moral que deve ser (D) I, II, III, IV e V
feita por todo servidor público (E) II, IV e V apenas
(D) A moralidade administrativa faz parte dos valores morais
que regem o comportamento dos servidores públicos, condu- 9. Com base no Estatuto Nacional da Igualdade Racial, Lei Fede-
zindo seu comportamento profissional para o bem comum ral nº 12.288/2010, assinale a alternativa correta.
(A) Os programas de ação afirmativa constituir-se-ão em políti-
7. O Estatuto da Igualdade Racial considera desigualdade de cas públicas destinadas a reparar as distorções e desigualdades
gênero e raça sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, somente
(A) o processo resultante de mecanismos históricos de discri- na esfera privada, durante o processo de formação social do
minação dirigidos à população negra que produz exclusão so- País.
cial na vida pública e privada. (B) O direito à saúde da população negra será garantido pelo
(B) a diferença entre o nível médio de renda e acesso a bens poder público mediante políticas universais, sociais e econô-
culturais pela população negra quando comparado com os de- micas destinadas à redução do risco de doenças e de outros
mais segmentos populacionais. agravos.
(C) toda situação injustificada de diferenciação de acesso e frui- (C) O poder público não garantirá que o segmento da popula-
ção de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e ção negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado
privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem na- sem discriminação.
cional ou étnica. (D) A população negra não tem direito a participar de ativida-
(D) toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada des educacionais, culturais, esportivas e de lazer adequadas a
em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que seus interesses e condições.
tenha por objeto anular o exercício, em igualdade de condi- (E) Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino
ções, de direitos humanos. médio, públicos e privados, é facultativo o estudo da história
(E) a assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua geral da África e da história da população negra no Brasil.
a distância social entre mulheres negras e os demais segmen-
tos sociais. 10. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010) traz
vários conceitos a serem considerados para efeitos de aplica-
8. A Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010, determina a soma ção de seus dispositivos legais, e dentre eles, considera como
de esforços entre governos, sociedade civil, empresas e indivíduos desigualdade racial
para que a igualdade racial seja um norte para as políticas e serviços (A) toda situação injustificada de diferenciação de acesso e frui-
oferecidos pelo Poder Público. Assim, partindo do Estatuto da Igual- ção de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e
dade Racial, analise as afirmativas abaixo. privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem na-
I. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacio- cional ou étnica.
nal, sendo garantido pelo poder público o registro e a proteção da (B) toda ação que viola os direitos fundamentais da população
capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza negra.
imaterial e de formação da identidade cultural brasileira. (C) a assimetria existente no âmbito da sociedade que aumenta
II. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos qui- a distância social entre mulheres negras e os demais segmen-
lombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tradições e tos sociais.
manifestos religiosos, sob a proteção do Estado, sendo que a pre- (D) toda exclusão ou restrição baseada em raça, cor, origem ou
servação dos documentos e dos sítios detentores de reminiscências etnia, nos campos político, econômico, social e cultural.
históricas dos antigos quilombos, tombados nos termos do §5º do (E) toda violação às políticas de correção das desigualdades ra-
art. 216 da Constituição Federal, receberá especial atenção do po- ciais e promoção da igualdade de oportunidades.
der público.
III. São três os objetivos do Sinapir – Sistema Nacional de Pro-
moção da Igualdade Racial: 1. promover a igualdade étnica e o com- GABARITO
bate às desigualdades sociais resultantes do racismo, inclusive me-
diante adoção de ações afirmativas; 2. formular políticas destinadas
a combater os fatores de marginalização e a promover a integração
1 A
social da população negra; e, 3. articular planos, ações e mecanis-
mos voltados à promoção da igualdade étnica. 2 D
IV. O Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Si- 3 C
napir) é instituído como forma de organização e de articulação vol-
tadas à implementação do conjunto de políticas e serviços destina- 4 D
dos a superar as desigualdades étnicas existentes no País, prestados 5 C
pelo poder público federal, podendo os Estados, o Distrito Federal e
6 C
os Municípios, participar do Sinapir mediante adesão.
V. A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as 7 E
modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, 8 C
luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território
nacional. 9 B
10 A
Estão corretas as afirmativas:
(A) I, III e V apenas
(B) I, III e IV apenas
(C) I, II, IV e V apenas
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ANOTAÇÕES
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