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PREPARAÇÃO

IMPARÁVEL
rumo ao mpu
NOÇÕES DE AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
MANUEL PIÑON

Atualmente, exerce o cargo de Auditor-Fiscal da


Receita Federal do Brasil e é Professor, voltado
para a área de concursos públicos.
Foi aprovado nos seguintes concursos públicos:
1 – Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil –
AFRFB 2009/2010;
2 – Analista de Finanças e Controle – AFC (hoje,
Auditor Federal de Finanças e Controle) da Con-
troladoria-Geral da União – CGU (hoje, Ministé-
rio da Transparência) em 2008; e
3 – Auditor-Fiscal do Tesouro Nacional – AFTN
(Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil)
em 1998.

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NOÇÕES DE AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO
Lei de Responsabilidade Fiscal
Prof. Manuel Piñon

SUMÁRIO
1. Introdução ao Estudo da LRF.....................................................................6

2. Princípios.............................................................................................. 13

3. Principais Pontos da LRF......................................................................... 16

3.1 Equilíbrio das Contas Públicas................................................................ 16

3.2 Efeitos no Planejamento e no Processo Orçamentário................................ 17

3.3 Anexo de Metas Fiscais da LDO.............................................................. 20

3.4 Anexo de Riscos Fiscais da LDO............................................................. 24

3.5 Lei Orçamentária Anual (LOA)................................................................ 26

3.6 Resultado Nominal e Resultado Primário.................................................. 27

3.7 Execução Orçamentária e Cumprimento de Metas..................................... 30

3.8 Receita Pública e Receita Corrente Líquida (RCL)...................................... 32

3.9 Renúncia de Receita............................................................................. 35

3.10 Geração da Despesa........................................................................... 36

3.11 Despesa Obrigatória de Caráter Continuado........................................... 39

3.12 A Regra de Ouro................................................................................ 43

3.13 Transparência na Gestão Fiscal............................................................. 46

3.14 Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO)........................... 49

3.15 Relatório de Gestão Fiscal (RGF)........................................................... 51

3.16 Escrituração, Consolidação e Prestação de Contas................................... 53

3.17 Limites de Despesa com Pessoal e Seguridade Social.............................. 56

3.18 Destinação de Recursos para Setor Privado............................................ 70

3.19 Limites: Dívida, Operações de Crédito, Garantias.................................... 72

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Resumo.................................................................................................... 92

Questões Comentadas em Aula................................................................. 102

Questões de Concurso.............................................................................. 111

Gabarito................................................................................................. 118

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Olá, amigo(a) concurseiro(a)!

O nosso objetivo nesta aula é conhecer os principais pontos da LRF que poderão

ser cobrados em sua prova.

Abaixo, para descontrair, uma brincadeira comparando indiretamente o grau de

responsabilidade fiscal de uma prefeitura qualquer antes da LRF com a responsabi-

lidade de um adolescente qualquer com o dinheiro.

Prof. Manuel Piñon

E-mail: manuelpinon@hotmail.com

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1. Introdução ao Estudo da LRF

Vamos começar esta aula com uma perguntinha básica que você deve estar

“doido(a)” para me fazer:

Professor, finalmente, o que é a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)?

Antes de mais nada, guarde que a LRF é a Lei Complementar de n. 101, que foi

aprovada em 2000.

A LRF pode ser entendida como sendo um “Código de Boas Condutas

Fiscais”, buscando estabelecer um novo paradigma para as finanças públicas de

nosso país. Baseia-se nos princípios da administração pública e tem como

objetivo a diminuição da dívida pública, a estabilização dos preços, o de-

senvolvimento sustentável, dentre outros, de modo que o orçamento pú-

blico seja, efetivamente, mecanismo de limitação de gastos, de organiza-

ção estatal e de representação dos anseios sociais.

De acordo com a doutrina, o seu objetivo foi a instrumentalização dos princípios

norteadores da administração pública: legalidade, publicidade, moralidade, impes-

soalidade e eficiência, a partir de um eixo de quatro premissas básicas: planeja-

mento, transparência, controle e responsabilização.

Ainda de acordo com a doutrina, a LRF traz uma mudança de cultura no trato

da coisa pública, mais especificamente, do dinheiro púbico. Estabelece normas

orientadoras das finanças públicas no país e rígidas punições aos adminis-

tradores que não mantiverem o equilíbrio de suas contas.

É importante destacar que a LRF sofreu grande influência de ordenamentos

jurídicos internacionais, contando com o que havia de mais sofisticado até então

acerca de finanças públicas, especialmente da experiência da Nova Zelândia.

Veja a tabela-resumo abaixo:

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Experiências
Principais Características
Internacionais
• transparência dos atos que envolvam atividades fiscais
Fundo Monetário passadas, presentes e programadas ou futuras;
Internacional • reforça o planejamento;
– Fiscal Transparency • informações orçamentárias apresentadas periodicamente,
aumentando a publicidade e a prestação de contas.
• critério para verificação da sustentabilidade financeira dos
estados-membros;
Comunidade
• comprometimento dos membros com metas fiscais e com
Econômica Europeia
deficits fiscais excessivos;
– Tratado de Maastricht
• metas orçamentárias e para o endividamento, monitoradas
por uma comissão.
• o Executivo tem liberdade para orçar e gastar, porém exi-
ge-se forte transparência sobre esses itens;
Nova Zelândia – Fiscal • redução das dívidas públicas a níveis prudentes;
Responsability Act • alcançar e manter níveis de patrimônio líquido para enfren-
tar possíveis riscos fiscais;
• gerenciamento dos riscos fiscais existentes.
• aplicado apenas ao Governo Federal;
• Congresso fixa metas de superavit e os mecanismos de
controle seguem as regras do Budget Enforcement Act;
EUA – Budget • Sequestration: limitação de empenho para garantir limites
Enforcement Act e metas orçamentárias;
• compensação orçamentária: atos que levem ao aumento
das despesas devem ser compensados com redução de
outras despesas ou aumento de receitas.

Nota: Fonte: adaptado de Nascimento de Debus (2002, pp. 6-7); Toledo e Rossi
(2005, pp. 9-14) e Nascimento (2006, pp. 176-177).

A LRF regulamenta parte do art. 163 e todo o contexto do art. 169 da Consti-

tuição Federal, no capítulo relativo às finanças públicas e ainda estabelece normas

específicas de Contabilidade Pública, conforme previsão em seus artigos 50 e 51.

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1. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Julgue o item subsequente, relativo às finanças

do setor público.

A aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal colabora com a organização da gestão

das finanças públicas do setor público brasileiro.

Certo.

É isso mesmo! Vamos ver o início da LRF com grifos nossos:

Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da
Constituição.
§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente,
em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das
contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas
e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de re-
ceita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas
consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de
receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

Em outras palavras, a LRF regulamenta, especificamente, as regras previstas nos

artigos 163/169 da CF/1988, estabelecendo normas de finanças públicas vol-

tadas para a responsabilidade na gestão fiscal bem como disciplina outras

providências.

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Sugiro que, se possível, após o estudo dessa aula, você dê uma lida na LRF1. A

leitura da “lei seca”, da “letra da lei” é muito cobrada, especialmente no

caso da LRF, em provas de concurso.

A ideia aqui é comentar os pontos mais importantes da LRF, especialmente os as-

pectos mais cobrados, reproduzindo trechos dessa norma nas resoluções de questões.

Para acertar muitas questões, como veremos, basta saber a sua literalidade,

sendo indicada a sua revisão nas vésperas da prova.

Bom, tenha logo em mente que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) esta-

belece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na

gestão fiscal, mediante ações que previnam riscos e corrijam os desvios

1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm

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capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, destacando-se o plane-

jamento, o controle, a transparência e a responsabilização, como premis-

sas básicas.

Embora a LRF estabeleça normas de finanças públicas voltadas para a responsabili-

dade na gestão fiscal, seu objetivo não é revogar nem preencher as lacunas da Lei

n. 4.320/1964, ou seja, a Lei n. 4.320/1964 continua valendo para o ciclo orçamen-

tário, sendo que a LRF aborda apenas alguns aspectos, como quando acrescenta

funções à LOA e, especialmente, à LDO. Guarde, portanto, que a LRF não cumpre

a função da vindoura Lei Complementar que disciplinará todo o § 9º do artigo 165

da CF/1988 e revogará a Lei n. 4.320/1964.

Em verdade, em termos de abrangência, a LRF estabelece normas de finan-

ças públicas, a serem observadas pelos três poderes nas três esferas de

governo: federal, estadual, distrital e municipal, voltadas para a responsa-

bilidade na gestão fiscal.

No que diz respeito à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,

estão compreendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os

Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público; bem como as res-

pectivas Administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas es-

tatais dependentes. Ainda, a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;

e a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de

Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal

de Contas do Município.

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Repare que a empresa estatal não dependente (ou independente) não faz

parte do campo de aplicação da LRF, já que é autossustentável, não sofrendo as res-

trições da LRF para concorrer com a iniciativa privada em igualdade de condições.

Nesse contexto, destaca-se que uma empresa controlada é uma sociedade

cuja maioria do capital social com direito a voto pertence, direta ou indiretamente, a

ente da Federação e que uma empresa estatal dependente é uma empresa con-

trolada, mas que recebe do ente controlador recursos financeiros para pagamento

de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no

último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.

É importante destacar ainda que responsabilidade na gestão fiscal, por sua

vez, pressupõe:

• ação planejada e transparente;

• prevenção de riscos e correção de desvios capazes de afetar o equilíbrio das

contas públicas;

• garantia de equilíbrio nas contas, via cumprimento de metas de resultados

entre receitas e despesas, com limites e condições para a renúncia de receita

e a geração de despesas com pessoal, seguridade, dívida, operações de cré-

dito, concessão de garantia e inscrição em restos a pagar.

No que diz respeito ao seu amparo constitucional, a Lei de Responsabilidade

Fiscal visa a regulamentar a Constituição Federal, no Título “Da Tributação e do

Orçamento”, cujo Capítulo II estabelece as normas gerais de finanças públicas a

serem observadas pelos três níveis de governo. Em particular, a LRF vem atender à

prescrição do artigo 163 da CF de 1988, cuja redação é a seguinte:

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Lei complementar disporá sobre:


I – finanças públicas;
II – dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais en-
tidades controladas pelo poder público;
III – concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV – emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V – fiscalização das instituições financeiras;
VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguar-
dadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvi-
mento regional.

Além disso, a LRF atende ao artigo 169 da Carta Magna, que determina o es-

tabelecimento de limites para as despesas com pessoal ativo e inativo da União a

partir de lei complementar.

Um outro dispositivo atendido pela LRF consiste na prescrição do artigo 165, §

9º, II, da Constituição. De acordo com esse dispositivo, “...cabe à lei complementar

estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e

indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de Fundos”.

A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu artigo 19, também se entrelaça com o

artigo 169 da CF/1988. Confira com grifos nossos:

LRF: “Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a
despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Fede-
ração, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir
discriminados (...)”.
CF/1988: “Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabe-
lecidos em lei complementar”.

Finalmente, a partir do seu artigo 68, a LRF vem atender à prescrição do artigo

250 da Constituição de 1988, assegurando “recursos para o pagamento dos bene-

fícios concedidos pelo regime geral de previdência social, em adição aos recursos

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de sua arrecadação, a União poderá constituir fundo integrado por bens, direitos e

ativos de qualquer natureza, mediante lei, que disporá sobre a natureza e adminis-

tração desse fundo”.

2. Princípios

Já sabemos que são quatro as vigas mestras que sustem a LRF em seu audacio-

so projeto de moralizar a gestão pública brasileira:

1) planejamento;

2) transparência;

3) controle; e

4) responsabilização.

O planejamento serve para determinar os objetivos a alcançar e as ações a se-

rem realizadas, compatibilizando-as com os meios disponíveis para a sua execução.

Tenha em mente que o planejamento em questão diz respeito às metas, limi-

tes e condições para renúncia e arrecadação de receitas e geração de des-

pesas, refletidas nas peças orçamentárias, ou seja, no Plano Plurianual (PPA),

na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Nessa pegada, podemos dizer que, em verdade, o planejamento é a base do

processo de gestão fiscal, já que é por meio dele que se programará a execução do

orçamento, adequando as ações governamentais ao que fora planejado.

Já a transparência exige que todos os atos de entidades públicas sejam pra-

ticados com publicidade e com ampla prestação de contas em diversos meios e,

para isso, implica na divulgação irrestrita dos projetos e dos resultados da admi-

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nistração pública. Dessa forma, cria peças e procedimentos, como o anexo de

metas fiscais, o anexo de riscos fiscais, o relatório resumido da execução

orçamentária e o relatório de gestão fiscal, como foco também no uso da

internet para essa divulgação.

No âmbito da transparência, a LRF prevê ainda a participação popular no

orçamento público, indo além da simples divulgação de dado, buscando dar con-

dições e subsídios à população, por meio de informações claras e objetivas, para

que a sociedade acompanhe e fiscalize a atividade dos gestores públicos.

Por seu turno, o pilar do controle diz respeito a um efetivo acompanhamento

da arrecadação e dos gastos públicos, de modo a possibilitar a efetiva correção

nas condutas gerenciais equivocadas dos administradores, gerenciando o risco por

meio de ações fiscalizadoras e de imposição de prazos na gestão de políticas e de

procedimentos, que podem ser de natureza legal, técnica ou de gestão.

É importante destacar que a LRF, no âmbito do controle, estabelece diversos

mecanismos de correção de desvios, definindo prazos, formas de adequa-

ção e, por último, sanções institucionais, em caso de descumprimento.

Em verdade, a LRF nos traz um Sistema de Controle Institucional múltiplo que

permite que todos os poderes estejam sujeitos igualmente ao cumprimento de re-

gras e a serem fiscalizados nesse sentido.

Finalmente, no que diz respeito à responsabilização, que é a obrigação de

prestar contas e responder por suas ações, a LRF imputa sanções administrati-

vas ao agente e ao ente federado, que violar a norma, tais como o impedimento

de receber transferências voluntárias, a proibição de contratar operações de crédito

e prestação de garantias.

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Vale destacar que as sanções para condutas como as que citamos estão previs-

tas na Lei n. 10.028/2000, na Lei de Improbidade n. 8.429/1992, dentre outras.

Os princípios específicos da LRF mais relevantes, que devem ser utiliza-

dos na sua interpretação, são:

• planejamento ou ação planejada;

• transparência na gestão fiscal ou das contas públicas – ação transparente;

• equilíbrio das contas públicas (a seguir comentado);

• responsabilidade na gestão fiscal ou dos recursos públicos;

• cumprimento de metas de resultado;

• obediência a limites e condições para realização de operações de crédito, in-

clusive por antecipação de receita orçamentária;

• obediência a limites para a dívida consolidada, inclusive para a dívida mobi-

liária;

• obediência a limites para despesas com pessoal;

• cumprimento de condições para geração de despesas de pessoal;

• cumprimento de condições para geração de despesas da seguridade social

(saúde, previdência e assistência social);

• cumprimento de condições para geração de despesas obrigatórias de caráter

continuado;

• cumprimento de condições para renúncia de receita.

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3. Principais Pontos da LRF

A ideia agora é apresentar os principais aspectos da LRF de modo a facilitar o

seu entendimento quando você for fazer a leitura da lei.

Vamos, sempre que possível, colocando questões sobre os temas e, em cada

resolução, reproduzindo os trechos da LRF para que você veja a sua aplicação em

prova e como a banca examinadora do seu concurso gostar de cobrar.

3.1 Equilíbrio das Contas Públicas

Segundo o princípio do equilíbrio orçamentário (lembra dele?), o orçamen-

to sempre estará equilibrado, uma vez que se trata de uma demonstração contábil.

Diferentemente do equilíbrio orçamentário preconizado pelo princípio do equilíbrio,

a Lei de Responsabilidade Fiscal traz uma nova noção de equilíbrio para as contas

públicas: o equilíbrio das chamadas “contas primárias”, traduzida no Resultado Pri-

mário equilibrado.

Significa, em outras palavras, que o equilíbrio a ser buscado é o equilíbrio au-

tossustentável, ou seja, aquele que prescinde de operações de crédito e, portan-

to, que não resulta em aumento da dívida pública.

Esta é a verdadeira tradução do slogan “gastar apenas o que se arrecada” ou,

“pay as you go”, como adotado no orçamento americano.

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Uma leitura equivocada e apressada da LRF poderia dar margem a você pensar

que, a partir da publicação da LRF, nenhum ente público poderia contratar opera-

ções de crédito, o que não é verdade.

A partir da análise do Capítulo VII da LRF, que trata da dívida e do endivida-

mento público, sabemos que, nos termos da Resolução n. 40 e da Resolução n. 43,

aprovadas pelo Senado Federal, foram definidos limites para a dívida pública de

todos os entes nacionais.

3.2 Efeitos no Planejamento e no Processo Orçamentário

LOA – Disciplina todos


PPA - Define as políticas LDO – Estabelece as
os programas e ações
públicas consubstancia- metas e prioridades da
no exercício, provendo
das nos programas, com administração pública,
recursos para a execução
metas e indicadores, pelo para cada ano e orienta e
das ações necessárias ao
período de 4 anos. elaboração do Orçamento.
alcance das metas.

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No quadro acima, podemos ver a base legal do processo orçamentário brasileiro

com destaque para a LRF e para a Lei n. 4.320/1964.

Em relação ao PPA, que deve ser ressaltado pela atuação da LRF, é a confirmação

da condição do PPA como documento de mais alta hierarquia no sistema de

planejamento de qualquer ente público, razão pela qual todos os demais planos e

programas devem subordinar-se às diretrizes, objetivos e metas nele estabelecidos.

2. (CESPE/DPU/CONTADOR/2016) Com relação às disposições constantes na LRF a

respeito da lei orçamentária anual (LOA), à lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e

ao plano plurianual (PPA), julgue o item subsecutivo.

O PPA deve dispor sobre a forma de utilização e do montante da reserva de

contingência.

Errado.

Vamos ver o que o artigo 5º da LRF dispõe:

Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano
plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
(...)
III – conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com
base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias,
destinada ao:
a) (VETADO)
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos.

Repare que, apesar de a reserva de contingência estar contida na LOA, o seu mon-

tante e a sua maneira de ser usada estão dispostos na LDO, já que a aprovação da

LDO é anterior à da LOA.

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Amigo(a), neste ponto, chamo a sua atenção para o fato de que a LRF procura

aperfeiçoar a sistemática traçada pela norma constitucional, atribuindo novas e

importantes funções ao orçamento e à LDO.

Nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, a LDO recebe novas e im-

portantes funções, dentre elas:

• dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas;

• estabelecer critérios e formas de limitação de empenho, na ocorrência de

arrecadação da receita inferior ao esperado, de modo a comprometer as me-

tas de resultado primário e nominal previstas para o exercício;

• dispor sobre o controle de custos e avaliação dos resultados dos progra-

mas financiados pelo orçamento;

• disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas;

• quantificar o resultado primário a ser obtido com vistas à redução do mon-

tante da dívida e das despesas com juros;

• estabelecer limitações à expansão de despesas obrigatórias de caráter

continuado.

Nesse contexto, é importante destacar que a LRF criou três anexos que deverão

integrar a LDO: anexo de metas fiscais, anexo de riscos fiscais e anexo dos objetivos

das políticas monetária, creditícia e cambial, sendo esse último apenas para a União.

Os 2 primeiros anexos são os mais cobrados em prova e serão abordados em

tópicos específicos adiante. Já o anexo com os objetivos das políticas monetária,

creditícia e cambial, engloba parâmetros e as projeções para seus principais agre-

gados e variáveis, e, também, as metas de inflação, para o exercício subsequente.

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3. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal e com a Lei de Acesso à Informação, julgue o seguinte item.

Cabe à Lei de Diretrizes Orçamentárias definir limites e condições para a expansão

das despesas obrigatórias de caráter continuado.

Errado.

É importante informar que, em sua versão original, no inciso III do artigo 4º da LRF,

a LDO, atendendo ao disposto no § 2º do art. 165 da Constituição, a LDO definiria


os limites e condições para expansão das despesas de caráter obrigatório e conti-

nuado, entretanto esse inciso foi vetado pelo Presidente da República:

Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da


Constituição e:
III – (VETADO).

3.3 Anexo de Metas Fiscais da LDO

A Lei de Responsabilidade Fiscal veio fortalecer a LDO, especialmente a

partir da exigência do Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas

metas anuais em valores correntes e constantes para um período de três anos. De

acordo com o artigo 4º, § 2º, da LRF, o anexo de metas fiscais deve conter:

I – avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;


II – demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálcu-
lo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três
exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os obje-
tivos da política econômica nacional;

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III – evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a
origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
IV – avaliação da situação financeira e atuarial:
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo
de Amparo ao Trabalhador;
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;
V – demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de
expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.

Essas metas correspondem às previsões para receitas e despesas, re-

sultado nominal e resultado primário, além do montante da dívida pública

para o exercício a que se referir à LDO e os dois seguintes.

Nota-se que o legislador imputou ao administrador público um esforço

maior para a confecção do seu principal instrumento de planejamento.

Além das metas a serem alcançadas, o Anexo de Metas Fiscais deverá apre-

sentar uma avaliação do cumprimento das metas de exercícios anteriores.

Estes resultados pretéritos deverão influenciar na elaboração das novas metas a

serem alcançadas, ainda segundo a lei, “evidenciando a consistência delas com as

premissas e os objetivos da política econômica nacional”.

Entenda-se, neste caso, como objetivos atuais da política econômica nacional, o

equilíbrio fiscal e o controle do endividamento em todos os níveis de governo.

Interessa também ao Anexo de Metas Fiscais apresentar a evolução do patri-

mônio líquido dos entes públicos, com especial cuidado quanto à destinação

dos recursos originários das privatizações e alienações de ativos em geral.

Amigo(a), chamo a sua atenção ao fato de que as receitas de alienações de

bens não devem ser somadas ao cálculo da Receita Corrente Líquida, por

tratar-se de receitas de capital, e, igualmente, não serão elas computadas no

cálculo do Resultado Primário, por constituírem receitas de caráter eventual.

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O Anexo de Metas Fiscais incluirá, ainda, a avaliação da situação dos fundos

de caráter previdenciário, utilizados em geral na complementação de aposenta-

dorias, ou simplesmente no pagamento de pensões e serviços médicos utilizados

pelos servidores e seus dependentes.

No passado, recursos desses fundos eram utilizados com frequência para finali-

dades diversas daquelas previstas em seus estatutos. Busca a LRF, desta forma,

proteger os regimes próprios de previdência, assegurando a utilização dos

seus recursos na finalidade específica e garantindo a sua viabilidade eco-

nômico-financeira.

Por último, o Anexo de Metas Fiscais deverá apresentar as estimativas dos

efeitos de incentivos fiscais ou qualquer tipo de renúncia que importe na perda de

receitas próprias da União, dos Estados ou dos Municípios.

A apresentação da margem de expansão das despesas de caráter conti-

nuado, definidas nos artigos 16 e 17, torna transparentes os objetivos de

longo prazo do administrador público, além da herança que uma administração

poderá deixar para a sucessora.

Certamente que a renúncia fiscal e as despesas de caráter continuado trarão

impacto sobre a Receita Corrente Líquida e sobre o Resultado Primário, e o admi-

nistrador deverá observar a coerência entre as ações planejadas e os resultados

pretendidos.

4. (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) O anexo de metas fiscais, que integra o projeto

de LDO, deve dispor sobre

a) as normas relativas ao controle de custos.

b) a avaliação do RGPS.

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c) as exigências para transferências de recursos a entidades privadas.

d) o equilíbrio entre receitas e despesas.

e) os critérios e a forma de limitação de empenho.

Letra b.

Colega, guarde que, de acordo com o artigo 4, § 2˚, da Lei de Responsabilidade Fis-

cal (LRF), o Anexo de Metas Fiscais deve tratar da avaliação da situação financeira,

da atuarial dos Regimes Geral de Previdência Social (RGPS) e próprio de servido-

res públicos (RPPA) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), além de outros

fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial, fora outros assuntos

presentes nesse dispositivo.

5. (CESPE/STJ/ANALISTA) Julgue a assertiva:

O anexo de metas fiscais, exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, deverá inte-

grar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), estabelecendo em valores

correntes e constantes a meta para o montante da dívida pública para o exercício

a que se referir e apara os dois seguintes.

Certo.

Sem dúvida o anexo de metas fiscais, exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal,

deverá integrar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), estabelecendo

em valores correntes e constantes as metas para o montante da dívida pública para

o exercício a que se referir e apara os dois seguintes (art. 4º, § 1º da LRF).

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3.4 Anexo de Riscos Fiscais da LDO

O Anexo de Riscos Fiscais, outra inovação da LRF, a constar da LDO, destaca

aqueles fatos que poderão impactar nos resultados fiscais (contas públi-

cas) estabelecidos para o exercício e informa as providências a serem toma-

das, caso ocorram.

Para exemplificar, cito as sentenças judiciais, que podem a qualquer

momento gerar uma despesa inesperada, se não houver uma reserva para esse

tipo de contingência. O reconhecimento de uma despesa potencial corresponderá a

um novo elemento a ser avaliado nas metas propostas no Anexo de Metas Fiscais.

Os riscos fiscais englobam os riscos orçamentários e os riscos da dívida. Os

Riscos Fiscais Orçamentários estão relacionados à possibilidade de que as receitas

e despesas projetadas na elaboração do projeto de lei orçamentária anual não ve-

nham a se confirmar durante o exercício financeiro, enquanto os Riscos Fiscais da

Dívida estão diretamente relacionados às flutuações de variáveis macroeconômicas

que impactem o endividamento público, tais como taxa básica de juros, variação

cambial e inflação.

Para a LDO da União, a LRF determina a definição dos objetivos macroeconômi-

cos a serem alcançados, deixando clara a metodologia a ser utilizada.

Para tanto, em anexo específico (além dos demais anexos propostos), serão

apresentados os parâmetros e as projeções referentes à arrecadação de tributos,

aos gastos com investimentos, às transferências etc.

Além disso, a União deverá apresentar na sua LDO a previsão de inflação para

o exercício seguinte.

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Guarde a ideia de que a LRF elegeu a LDO como instrumento mais importante para

a obtenção do equilíbrio nas contas públicas, a partir de um conjunto de metas que,

após aprovadas, passam a ser compromisso de governo.

6. (CESPE/DPU/CONTADOR/2016) Com relação às disposições constantes na LRF a

respeito da lei orçamentária anual (LOA), à lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e

ao plano plurianual (PPA), julgue o item subsecutivo.

Passivos contingentes são despesas que envolvem certo grau de incerteza quanto

a sua efetiva ocorrência. Nesse sentido, a LDO contém o anexo de riscos fiscais, no

qual são avaliados os passivos contingentes e outros riscos fiscais.

Certo.

Veja o que o § 3º do artigo 5º da LRF dispõe:

§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão ava-
liados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas,
informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.

Bem, tendo em mente a letra da lei, bastava saber que realmente um passivo

contingente envolve incerteza, já que, em tese, a discussão a seu respeito ainda

não acabou.

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3.5 Lei Orçamentária Anual (LOA)

Da mesma forma que na LDO, várias alterações também foram introdu-

zidas, pela LRF, na sistemática de elaboração do orçamento anual.

Dentre as principais, destacam-se:

• o demonstrativo da compatibilidade da programação do orçamento

com as metas da LDO previstas no respectivo Anexo de Metas Fiscais;

• a previsão da reserva de contingência, em percentual da receita corrente

líquida, destinada ao pagamento de restos a pagar e passivos contingentes,

além de outros imprevistos fiscais;

• a LOA deverá apresentar as despesas relativas à dívida pública, mo-

biliária ou contratual e respectivas receitas, sendo o refinanciamento da

dívida (e suas receitas) demonstrado de forma separada, tanto na LOA como

nas leis de créditos adicionais.

De acordo com o artigo 5º da LRF, a LOA demonstrará que está compatível e

adequada ao Anexo de Metas Fiscais, tendo ainda, por acompanhamento, o de-

monstrativo de efeitos sobre as receitas e as despesas decorrentes de anistias,

isenções, subsídios etc.

Neste caso, a LOA, sendo orientada pela LDO, deve manter os objetivos defini-

dos nesta. É o que se observa, ainda, na reserva de contingência, que a LDO deverá

prever para o atendimento às despesas previstas no Anexo de Riscos Fiscais.

Ressalte-se ainda que a dívida pública tem um tratamento especial na

LOA. Outro ponto relevante na execução da LOA é que os pagamentos de senten-

ças judiciais (os famosos precatórios) deverão identificar os respectivos benefi-

ciados, de forma a evidenciar a ordem cronológica da sua ocorrência (visou inibir

aquelas absurdas furadas de fila).

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Em relação à LOA e aos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimentos,

merece destaque aqui que, no caso de uma empresa estatal considerada depen-

dente, ela participará do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social. Por outro lado,

integram o orçamento de investimentos apenas as chamadas empresas estatais

não dependentes.

3.6 Resultado Nominal e Resultado Primário

Como vimos, o equilíbrio das contas públicas é a espinha dorsal da LRF.

Nesse sentido, já sabemos que a LRF orienta acerca do equilíbrio entre

receitas e despesas, a limitação de empenho e movimentação financeira, a

não geração de despesas consideradas não autorizadas, irregulares e lesi-

vas ao patrimônio público e os critérios para criação, expansão ou aperfei-

çoamento de ação governamental que acarrete aumento de despesa.

Os conceitos de resultados nominal e primário da LRF estão estabeleci-

dos em seu artigo 9º.

Resultado primário: é a diferença entre receitas e despesas primárias, delas

excluídos os juros, receitas financeiras (aplicações), receita de privatizações, en-

cargos e o principal da dívida pública (pagos e recebidos) etc.

As receitas primárias correspondem ao total das receitas orçamentárias, de-

duzidas as operações de crédito, as provenientes de rendimentos de aplicações fi-

nanceiras e retorno de operações de crédito (juros e amortizações), o recebimento

de recursos oriundos de empréstimos concedidos e as receitas de privatizações.

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As despesas primárias correspondem ao total das despesas orçamentárias,

deduzidas as despesas com juros e amortização da dívida interna e externa, com

a aquisição de títulos de capital integralizado e as despesas com concessão de em-

préstimos com retorno garantido.

Resultado nominal: é a diferença entre todas as receitas arrecadadas e

todas as despesas empenhadas, incluindo os juros e o principal da dívida

e ainda acrescentando as receitas financeiras.

O Demonstrativo do Resultado Nominal apresenta a apuração do resul-

tado nominal. Esse demonstrativo integra o Relatório Resumido da Execu-

ção Orçamentária e deverá ser publicado até trinta dias após o encerra-

mento de cada bimestre.

O objetivo da apuração do Resultado Nominal é medir a evolução da

Dívida Fiscal Líquida.

Bem, em relação ao cumprimento de metas de resultado primário ou nominal,

a LRF orienta a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da

competência constitucional do ente.

Visando sempre a responsabilização do titular do poder ou órgão no que se refe-

re à gestão dos recursos e do patrimônio públicos, a regra matriz do cumprimento

de metas de resultado encontra-se nos artigos 14 e 17 da LRF.

O artigo 14 prevê que a concessão ou a ampliação de incentivo ou benefício de

natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de

estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua

vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na Lei de Diretrizes Orçamentá-

rias e ainda a demonstração, pelo proponente, de que a renúncia foi considerada na

estimativa de receita da Lei Orçamentária e de que não afetará as metas de resul-

tados fiscais previstas no anexo próprio da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

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Já o parágrafo 2º do artigo 17 menciona que os atos que criarem ou aumen-

tarem despesa serão acompanhados da comprovação de que a despesa criada ou

aumentada não afetará as metas de resultados fiscais.

O cumprimento de metas de resultado pode ser alcançado por meio do moni-

toramento constante entre a arrecadação de receitas e o dispêndio de recursos.

Assim, deve sempre ser verificado, ao final de cada bimestre, se a realização da

receita comporta a execução das despesas fixadas. Caso contrário, o cumprimento

das metas de resultado primário e nominal estaria comprometido.

Assim, caso seja verificado, ao final de cada bimestre, que a realização da re-

ceita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário

ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério

Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta

dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os

critérios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Amigo(a), chamo a sua atenção para o fato de que o cumprimento das metas

de resultado primário e nominal é demonstrado no Anexo de Metas Fiscais.

Conforme estabelecido na LRF, os Poderes e o Ministério Público promoverão,

por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limita-

ção de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela Lei

de Diretrizes Orçamentárias. Pode-se observar que a essência da LRF (em termos

de resultado) são as metas de resultado primário e nominal.

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3.7 Execução Orçamentária e Cumprimento de Metas

De acordo com o artigo 8º da LRF, até trinta dias após a publicação dos orça-

mentos, nos termos em que dispuser a LDO, o Poder Executivo estabelecerá a pro-

gramação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.

É importante destacar que, em atendimento ao artigo 8º, parágrafo único da

LRF, aqueles recursos legalmente vinculados à finalidade específica deverão ser

utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em

exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

No que diz respeito aos precatórios, a LRF em seu artigo 10 dispõe que “a execu-

ção orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento de senten-

ças judiciais, por meio de sistema de contabilidade e administração financeira, para

fins de observância da ordem cronológica determinada no art. 100 da Constituição.

Por sua vez, o artigo 13º da LRF determina que o Poder Executivo deverá, até

trinta dias após a publicação do orçamento anual, efetuar o desdobramento das

receitas em metas bimestrais de arrecadação, informando quais medidas serão

adotadas para o combate à sonegação, na cobrança da dívida ativa e referente aos

créditos executáveis pela via administrativa.

É relevante destacar a importância dessa medida, uma vez que tais metas bi-

mestrais de receita servirão de parâmetro para a limitação de empenho e

movimentação financeira.

Falando em limitação de empenho e movimentação financeira, o artigo 9º,

caput, da LRF dispõe que, se verificado, ao final de um bimestre, que a realização

da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primá-

rio ou nominal estabelecidas no anexo de metas fiscais, os Poderes e o Ministério

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Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 dias
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os
critérios fixados pela LDO.
Por seu turno, o artigo 31, § 1º, II, da LRF determina que a limitação de em-
penho também será promovida pelo ente que ultrapassar o limite para a dívida
consolidada, para que obtenha o resultado primário necessário à recondução da
dívida ao limite.
Seguindo essa linha de raciocínio, caso aconteça uma frustração da receita es-
timada no orçamento, deverá ser estabelecida limitação de empenho e movimen-
tação financeira, com o objetivo de obter os resultados previstos na LDO e impedir
assumir compromissos sem respaldo financeiro.

Em função de decisão do STF em sede de ADIN, atualmente, o Poder Executivo


não pode limitar os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público
caso estes não promovam a limitação no prazo estabelecido no caput do
art. 9º, ou seja, existe a limitação de empenho aos Poderes Legislativo, Judiciário e
Ministério Público, mas ela deve ser efetuada por ato próprio e não pelo executivo.

É importante destacar que a LRF, em seu artigo 9º, § 2º, apresenta despesas
que não podem sofrer a limitação de empenho, que é o caso das despesas que
constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destina-
das ao pagamento do serviço da dívida, além daquelas ressalvadas pela LDO.
Ainda sobre esse tema, a LRF, em seu artigo 9º, § 1º, dispõe que, caso ocor-
ra o restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das
dotações cujos empenhos foram limitados ocorrerá de forma proporcional às

reduções efetivadas.

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Destaca-se ainda que, de acordo com o artigo 65 da LRF, em situações extre-

mas, como estado de defesa e/ou de sítio, decretado na forma da Constituição, ou

na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso

da União, ou pelas Assembleias Legislativas, na hipótese dos Estados e Municípios,

enquanto perdurar a situação serão dispensados o atingimento dos resultados fis-

cais e a limitação de empenho prevista no art. 9º dessa norma.

3.8 Receita Pública e Receita Corrente Líquida (RCL)

No âmbito da Receita Pública, a LRF nos diz ser requisito essencial da responsa-

bilidade na gestão fiscal, a instituição, a previsão e a efetiva arrecadação de todos

os tributos da competência constitucional do ente.

Mas, por outro lado, fica proibida a realização de transferências voluntárias para o

ente que não observe tal determinação no que se refere aos impostos, ou seja, a

vedação quanto às transferências voluntárias se refere apenas aos impostos e não

aos tributos, não alcançando, entretanto, as transferências voluntárias destinadas

às ações nas áreas de assistência social, saúde e educação.

No que tange às previsões de receitas, a LRF em seu artigo 12 assim dispõe:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão


os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento
econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstra-
tivo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a
que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.

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Registra-se ainda que, de acordo com o artigo 13 da LRF, as receitas previstas

serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação,

com a especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à eva-

são e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da

dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários passíveis

de cobrança administrativa.

A Receita Corrente Líquida (RCL) representa o total das receitas correntes, di-

minuídas de algumas receitas estabelecidas pela própria lei.

A RCL constitui parâmetro para quase todos os cálculos relacionados à

execução orçamentária, elaboração de relatórios e adequação dos poderes e

órgãos aos limites estabelecidos pela norma, como no cálculo do limite para as

despesas de pessoal, dívida pública, operações de crédito e concessão de garantia.

Aí, eu sei que você está doido(a) para me perguntar:

Professor, e como se apura a receita corrente líquida?

Meu amigo(a), no caso da União, a receita corrente líquida será apurada

somando-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze an-

teriores, excluídas as duplicidades (art. 2º, § 3º, da LRF).

Em outras palavras, a RCL corresponde ao somatório das receitas tributárias, de

contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências

correntes e outras receitas também correntes, deduzidos:

• na União: os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação

constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea “a” do inciso

I e no inciso II do art. 195 (relacionadas à seguridade social) e no art. 239 da

CF/1988 (PIS, PASEP).

• nos Estados: as parcelas entregues aos Municípios por determinação cons-

titucional.

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• na União, nos Estados e nos Municípios: a contribuição dos servidores

para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as recei-

tas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do art. 201 da

CF/1988 (compensação entre os diversos sistemas previdenciários).

• no DF, no Amapá e em Roraima: recursos transferidos pela União decor-

rentes da competência da própria União para organizar e manter o Poder Ju-

diciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria

Pública dos Territórios; organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o

corpo de bombeiros militar do DF, bem como prestar assistência financeira ao

DF para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; e, ainda,

despesas da União com servidores de ex-territórios Amapá e de Roraima.

Destaca-se ainda que devem ser computados no cálculo da receita corrente lí-

quida os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar n. 87/1996

– Lei Kandir –, e do fundo previsto pelo art. 60 do ADCT – FUNDEB.

É importante indicar também que a RCL será apurada somando-se as receitas

arrecadadas no mês em referência e nos 11 anteriores, excluídas as duplicidades.

Assim, a apuração da RCL é feita durante o período de um ano, não necessaria-

mente coincidente com o ano civil e que o mês de referência, ou atual, é o mês

imediatamente anterior àquele em que a receita corrente líquida estiver sendo

apurada (art. 6º, parágrafo único, da Portaria STN n. 589/2001). Por exemplo, se

a RCL estiver sendo apurada em dezembro, o mês de referência será novembro do

mesmo ano e assim por diante.

Lembre-se que as receitas correntes são, via de regra, aquelas provenientes

de arrecadações de tributos, contribuições, de aluguéis de prédios públicos, ser-

viços, e de alguma outra atividade estatal, ou seja, são as receitas operacionais

arrecadadas de forma contínua e “quase” permanentes.

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Dessa maneira, a LRF, por meio do conceito de RCL, separou as receitas disponí-
veis a cada um dos entes daquelas que eles não têm autonomia para gerenciar, de
modo a evitar que o ente faça cálculos e determine percentuais em cima de receitas
brutas, que na verdade não estão realmente disponíveis.

3.9 Renúncia de Receita

A concessão indiscriminada dos chamados “incentivos fiscais” (principal arma


usada na chamada “guerra fiscal”) é prática danosa às finanças de qualquer ente
público, e deve estar sujeita a regras disciplinadoras.
De acordo com o artigo 14, § 1º, da LRF, a renúncia de receitas compreende
anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter
não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique
redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que corres-
pondam a tratamento diferenciado.
A partir da vigência da LRF, tais iniciativas deverão atender, não só ao
que dispuser a LDO, mas também aos seguintes requisitos:
• estimar o impacto orçamentário financeiro no exercício inicial de sua
vigência e nos dois seguintes;
• demonstrar que a renúncia delas decorrente foi considerada ao se
estimar a receita do orçamento e que não afetará as metas de resul-
tados fiscais previstas na LDO;
• prever medidas de compensação nos três exercícios já referidos, po-
dendo ser por meio de: elevação de alíquota, ampliação da base de
cálculo ou novos tributos ou contribuições, sendo que nos dois últi-
mos casos o benefício só entrará em vigor após a ocorrência do au-
mento da receita.

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Estas medidas deverão observar ainda o princípio da anterioridade, nos termos

do Código Tributário Nacional. Guarde que estão isentos das restrições acima ape-

nas os cancelamentos de débitos em valor inferior aos seus custos de cobrança,

assim como às alterações das alíquotas dos tributos de natureza extrafiscal (II, IE,

IPI, IOF).

Ainda a respeito da renúncia de receitas, lembre-se de que, de acordo com ar-

tigo 5º, II, da LRF, o projeto de LOA, elaborado de forma compatível com o PPA e

com a LDO, será acompanhado do demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as

receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e be-

nefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, bem como das medidas de

compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de

caráter continuado.

3.10 Geração da Despesa

Podemos entender geração de despesa como aquele aumento de despesa por

meio de criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental.

A regra básica da LRF para todo e qualquer aumento de despesa pode

ser assim traduzida: toda e qualquer despesa que não esteja acompanha-

da de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos três primeiros

exercícios de sua vigência, da sua adequação orçamentária e financeira

com a LOA, o PPA e a LDO e, no caso de despesa obrigatória de caráter

continuado, de suas medidas compensatórias, é considerada não autoriza-

da, irregular e lesiva ao patrimônio público.

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Essa norma é condição prévia, não só para a aquisição de bens, serviços e

obras, como também para a desapropriação de imóveis urbanos, que, de acordo

com a Constituição, deverá ser paga em dinheiro.

Chamo a sua atenção para o conceito de despesa obrigatória de caráter

continuado que é a despesa corrente:

• derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo;

• geradora de obrigação legal de sua execução por um período superior

a dois exercícios.

Por conseguinte, a limitação dos gastos com pessoal em percentual da Receita

Corrente Líquida (RCL) deve-se à necessidade de manter o setor público com os

recursos necessários à sua manutenção e ao atendimento das demandas sociais.

7. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal,

julgue o item a seguir.

Para licitar serviços, é imperioso que o ordenador de despesas do órgão licitante

declare que os gastos atrelados ao futuro contrato estarão adequados à lei de orça-

mento e compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

Certo.

A assertiva está correta e de acordo com os ditames da LRF. Vamos aproveitar essa

questão para ler o artigo 16 da LRF, marcando em negrito as partes que interessam

para essa questão:

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Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete


aumento da despesa será acompanhado de:
I – estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em
vigor e nos dois subsequentes;
II – declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação or-
çamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o
plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:
I – adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação específica e su-
ficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que somadas todas as
despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho,
não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;
II – compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias, a despesa que
se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instru-
mentos e não infrinja qualquer de suas disposições.
§ 2º A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das premissas e
metodologia de cálculo utilizadas.
§ 3º Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos
em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º As normas do caput constituem condição prévia para:
I – empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras;
II – desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3º do art. 182 da Constituição”.

8. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal,

julgue o item a seguir.

A simples prorrogação de despesa criada por prazo determinado não configura au-

mento de despesa pública.

Errado.

A assertiva está em desacordo com os ditames da LRF. Vamos aproveitar essa

questão para ler o artigo 17 da LRF, marcando em negrito a parte que interessa

para essa questão:

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Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de


lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obriga-
ção legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.
§ 7º Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo
determinado”.

Para a assertiva ficar correta, é só retirar a palavra “não”.

3.11 Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

A despesa obrigatória de caráter continuado é a despesa corrente derivada

de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixe para

o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois

exercícios financeiros.

Ao se criar despesa obrigatória de caráter continuado, o poder público deverá

inserir no ato de sua criação, comprovação de que a despesa criada ou aumenta-

da não afetará as metas de resultados fiscais previstas no Anexo de Metas Fiscais,

devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo

aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa.

Essa comprovação acima mencionada será efetivada mediante demonstração

das premissas e metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo da compatibili-

dade da despesa com as demais regras do Plano Plurianual e da Lei de Diretrizes

Orçamentárias.

Por sua vez, o aumento permanente de receita é o proveniente da elevação

de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou

contribuição.

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A despesa de caráter continuado não poderá ser executada antes da compro-

vação de que esse gasto não afetará as metas de resultados fiscais previstas no

Anexo de Metas Fiscais.

Observe que já listamos uma série de vedações impostas pela LRF aos Gestores

Públicos no intuito de torná-los responsáveis! Essa é a ideia da LRF!

A geração de despesa de caráter continuado destinada ao serviço da dívida e

ao reajustamento de remuneração ou subsídio dos servidores públicos dispensa a

demonstração da estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em

que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes.

É importante destacar que, no que diz respeito ao reajustamento de remunera-

ção ou subsídio dos servidores públicos acima excepcionado, estamos falando ape-

nas daquela revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices

da remuneração dos servidores e do subsídio de membro de poder, de detentor de

mandato eletivo, de Ministros de Estado e de Secretários Estaduais e Municipais,

que é uma revisão para apenas manter o poder de compra. Dessa forma, guarde

que os reajustes para aumentar o poder aquisitivo, como os que ocorrem em per-

centuais acima da inflação do período, devem seguir as regras da LRF.

Chamo a sua atenção ao fato de que também considera-se aumento de despesa

a prorrogação daquela criada por prazo determinado.

9. (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017) A respeito de endivida-

mento e de receita e despesa públicas, julgue o item seguinte.

A previsão de compensação dos efeitos produzidos por atos que impliquem redução

de receitas e aumento de despesas de duração continuada e que perdurem por mais

de três anos constitui uma inovação substancial do controle orçamentário na LRF.

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Certo.

Vamos ver o que nos diz o artigo 17 da LRF, que trata das despesas obrigatórias de

caráter continuado.

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de


lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obriga-
ção legal de sua execução por um período superior a dois exercícios.
§ 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser
instruídos com a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos
recursos para seu custeio.
§ 2º Para efeito do atendimento do § 1º, o ato será acompanhado de comprovação de
que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas
no anexo referido no § 1º do art. 4º, devendo seus efeitos financeiros, nos perío-
dos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela
redução permanente de despesa.
§ 3º Para efeito do § 2º, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da
elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo
ou contribuição.
§ 4º A comprovação referida no § 2º, apresentada pelo proponente, conterá as premis-
sas e metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da
despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.
§ 5º A despesa de que trata este artigo não será executada antes da implementação das
medidas referidas no § 2º, as quais integrarão o instrumento que a criar ou aumentar.
§ 6º O disposto no § 1º não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem
ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da
Constituição.
§ 7º Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo deter-
minado.

Esta questão também foi boa para vermos a “letra da lei”! Bem, as Despesas Obri-

gatórias de Caráter Continuado são em verdade gastos correntes que duram um

longo período (superior a 2 exercícios) e são obrigatórias por determinação legal.

Até aqui, beleza! Mas preste atenção nas medidas de compensação previstas na

LRF na parte que trata das Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado:

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1) aumento permanente de receita; ou

2) redução permanente de despesa.

Tentando pegar os mais afoitos, o CESPE trocou as bolas, escrevendo na assertiva

a mesma coisa só que de outra forma, ou seja, que “atos que impliquem redução

de receitas e aumento de despesas de duração continuada” necessitam de

compensação financeira, e afirma que isso inovou no controle orçamentário, o que

é a mais pura verdade!

10. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) A respeito da administração da execução or-

çamentária, julgue o item que se segue.

Se determinado órgão público assinar contrato que crie obrigação legal para o ente

público por período superior a dois exercícios financeiros, os efeitos financeiros da me-

dida poderão ser compensados pela redução permanente da despesa orçamentária.

Certo.

A questão está correta e cobra o conhecimento do artigo 17 da LRF.

Precisamos ter em mente que as medidas de compensação previstas na LRF na

parte que trata das Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado são:

1) aumento permanente de receita; ou

2) redução permanente de despesa.

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3.12 A Regra de Ouro

Segundo o artigo 167, III, da Constituição Federal, “é vedada a realiza-


ção de operações de crédito que excedam as despesas de capital, ressalva-
das as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com fi-
nalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta”.
Esse comando constitucional traz a chamada “regra de ouro”, que pre-
tende dificultar a contratação de empréstimos para financiar gastos correntes, evi-
tando que o ente tome dinheiro emprestado de terceiros para pagar despesas de
pessoal, juros ou outros gastos de custeio, ou seja, o endividamento público deve
ser vinculado à realização de investimentos e não à manutenção da máquina admi-
nistrativa e demais serviços.
Veja a literalidade do artigo 12 da LRF que reforça a regra de ouro:

§ 2º O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser


superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária.

A “regra de ouro”, prevista na CF/1988 para coibir o financiamento, via


operação de crédito, de despesas correntes, era matéria orçamentária, ou
seja, o limite das operações de crédito é o montante das despesas de capi-
tal previsto na lei orçamentária anual, mas, após a LRF, passou a ser tam-
bém matéria financeira.

O cumprimento do limite a que se refere o inciso III, do art. 167 da Constitui-


ção, deverá ser comprovado mediante apuração das operações de crédito e das
despesas de capital conforme os critérios definidos no art. 32, § 3º, da LRF, que
determina, in verbis:

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§ 3º Para fins do disposto no inciso V do § 1º, considerar-se-á, em cada exercício finan-


ceiro, o total dos recursos de operações de crédito nele ingressados e o das despesas de
capital executadas, observado o seguinte:
I – não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma de emprés-
timo ou financiamento a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo
por base tributo de competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta
ou indireta, do ônus deste;
II – se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I for concedido por insti-
tuição financeira controlada pelo ente da Federação, o valor da operação será deduzido
das despesas de capital;

Verificar-se-ão, separadamente, o exercício anterior e o exercício corrente, to-

mando-se por base:

I – no exercício anterior, as receitas de operações de crédito nele realizadas e as

despesas de capital nele executadas; e

II – no exercício corrente, as receitas de operações de crédito e as despesas de

capital constantes da lei orçamentária.

Não serão computadas como despesas de capital para esta finalidade:

I – o montante referente às despesas realizadas, ou constantes da lei orçamen-

tária, conforme o caso, em cumprimento da devolução a que se refere o art.

33 da Lei Complementar n. 101, de 2000, transcrito a seguir:

Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federa-
ção, exceto quando relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação
de que a operação atende às condições e limites estabelecidos.
§ 1º A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar será con-
siderada nula, procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a devolução do principal,
vedados o pagamento de juros e demais encargos financeiros.
§ 2º Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos, será con-
signada reserva específica na lei orçamentária para o exercício seguinte.

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§ 3º Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização, ou constituída a reserva,


aplicam-se as sanções previstas nos incisos do § 3º do art. 23.
§ 4º Também se constituirá reserva, no montante equivalente ao excesso, se não aten-
dido o disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, consideradas as disposições do
§ 3º do art. 32.

II – as despesas realizadas e as previstas que representem empréstimo ou finan-

ciamento a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo

por base tributo de competência do ente da Federação, se resultar na dimi-

nuição, direta ou indireta, do ônus deste; e

III – as despesas realizadas e as previstas que representem inversões financei-

ras na forma de participação acionária em empresas que não sejam contro-

ladas, direta ou indiretamente, pela União ou pelos demais entes da Fede-

ração, excetuando-se aquelas decorrentes da participação em organismos

financeiros internacionais.

As receitas das operações de crédito efetuadas no contexto da gestão da dívida

pública mobiliária federal somente serão consideradas no exercício financeiro em

que for realizada a respectiva despesa.

As operações de antecipação de receitas orçamentárias não serão computadas

para os fins de cumprimento da regra de ouro, desde que liquidadas no mesmo

exercício em que forem contratadas.

Aqui, além de as empresas controladas não dependentes não integrarem o or-

çamento, cabe o comentário de que a contabilidade empresarial, que é utilizada

pelas sociedades de economia mista, se sociedade anônima, obrigatoriamente, por

força da Lei n. 6.404 e empresas públicas, não apresenta a dicotomia, própria da

administração pública, entre despesas de capital e despesas correntes.

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Aliás, admitir-se que a “regra de ouro” alcança as estatais não dependentes


levaria a uma situação no mínimo esdrúxula: a administração direta, pela exceção
constante do art. 167, III, pode, presente autorização orçamentária excepcional,
realizar operações de crédito além do montante das despesas de capital. Às esta-
tais não dependentes, por não serem, de modo algum, objeto de legislação orça-
mentária, o impedimento seria absoluto.
Por outro lado, como as receitas e despesas das controladas não dependentes
não integram o orçamento do ente político, não há como onerar o limite de opera-
ções de crédito deste com as operações daquelas.

3.13 Transparência na Gestão Fiscal

Para efeito da LRF, consideram-se instrumentos de transparência, aos


quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso públi-
co, de acordo com o seu artigo 48:
• os planos, os orçamentos e a Lei de Diretrizes Orçamentárias;
• as prestações de contas e o respectivo parecer prévio;
• relatório resumido da execução orçamentária e a sua versão simpli-
ficada;
• relatório de gestão fiscal e a sua versão simplificada.

A transparência da gestão pública exige também o incentivo à participação po-


pular e pela realização de audiências públicas, tanto durante a elaboração como no

curso da discussão dos planos, da lei de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos.

Por sua vez, as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo devem estar

à disposição do público, no âmbito tanto do respectivo Poder Legislativo como do

órgão técnico responsável por sua elaboração.

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Tratando-se da União, as contas devem ser acompanhadas por demonstrati-

vos, confeccionados pelo Tesouro Nacional e pelas agências financeiras oficiais de

fomento, especificando as aplicações efetuadas com recursos oriundos dos orça-

mentos fiscal e da seguridade social, assim como o impacto fiscal das operações

realizadas pelas agências de fomento.

Nessa pegada, a LC n. 131/2009 e a LC n. 156/2016 agregaram dispositivos à

LRF com o objetivo de fortalecer as regras de transparência e viabilizar o controle

social, ou seja, a participação da sociedade no acompanhamento e na verificação

da execução das políticas públicas, avaliando os objetivos, os processos e os re-

sultados, visando assegurar que os recursos públicos sejam bem empregados em

benefício da população.

Ainda em relação à Transparência na Gestão Fiscal, a LRF enfatiza o papel da

fiscalização da gestão fiscal.

Assim, o Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Con-

tas, e o sistema de controle interno de cada poder e do Ministério Público, fiscaliza-

rão o cumprimento das normas da LRF, com ênfase no que se refere a:

1) atingimento das metas estabelecidas na LDO.

2) limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição em

restos a pagar;

3) medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal.

4) providências tomadas para recondução dos montantes das dívidas consolida-

da e mobiliária aos respectivos limites.

5) destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos.

6) cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais, quando

houver.

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Não se esqueça que é de competência privativa do Presidente da República


prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de 60 dias após a abertura
da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior.
Guarde ainda que qualquer cidadão, partido político, associação ou sin-
dicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e
ao órgão competente do Ministério Público o descumprimento das prescrições
estabelecidas na LRF.
Falando em Tribunais de Contas, é importante destacar que a eles cumpre o
relevante papel de verificar os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de
cada poder e órgão e de alertar os poderes ou órgãos quando constatarem:
1) a possibilidade de a realização da receita não comportar o cumprimento das
metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas
Fiscais da LDO.
2) quando o montante da despesa total com pessoal e das dívidas consolidada e
mobiliária, das operações de crédito e da concessão de garantia se encontrarem
acima do limite de alerta, ou seja, acima de 90% dos respectivos limites.
3) quando os gastos com inativos e pensionistas se encontrarem acima do limite
definido em lei.
4) fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou indí-
cios de irregularidades na gestão orçamentária.

O TCU ainda exerce, especificamente, o papel de acompanhar o Banco Central


(BACEN) para garantir que ele apenas compre diretamente títulos emitidos pela
União para refinanciar a dívida mobiliária federal que estiver vencendo em sua
carteira, e o papel e de garantir que o Tesouro Nacional não compre títulos da
dívida pública federal existentes na carteira do BACEN, ainda que com cláusula de
reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.

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3.14 Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO)

A LRF, em seus artigos 52 e 53, especificou e uniformizou, em caráter nacio-

nal, os parâmetros necessários à elaboração do chamado Relatório Resumido da

Execução Orçamentária (RREO), de modo a permitir que a sociedade conheça,

acompanhe e analise o desempenho da execução orçamentária de cada ente ainda

durante o exercício financeiro.

Trata-se de documento cuja publicação é comandada pela própria Constituição

Federal, por intermédio de seu § 3º do art. 165, devendo ocorrer em até trinta dias

após o encerramento de cada bimestre.

O Relatório Resumido da Execução Orçamentária é composto de duas

peças básicas e de alguns demonstrativos de suporte. As peças básicas são:

1) balanço orçamentário, cuja função é especificar por categoria econômi-

ca, as receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como

a previsão atualizada; as despesas por grupo de natureza, discriminando a

dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo.

2) o demonstrativo de execução das receitas (por categoria econômica e

fonte) e das despesas (por categoria econômica, grupo de natureza, função

e subfunção).

Nessas peças, devem constar também os valores referentes ao refinanciamento

da dívida mobiliária destacados dentre as demais receitas de operações de crédito

e as despesas com amortização de dívida.

Já os demonstrativos de suporte visam evidenciar a receita corrente

líquida, as receitas e despesas previdenciárias, os resultados primário e

nominal, as despesas com juros e os valores inscritos em restos a pagar.

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É facultado aos Municípios com população inferior a 50 mil habitantes optar

por divulgar semestralmente os demonstrativos de suporte do RREO, mas o

RREO em si deve ser divulgado bimestralmente por todos os entes, sem exceção.

Tratando-se do relatório de último bimestre de cada exercício, exige-se a de-

monstração das projeções atuariais dos regimes de previdência social (geral e pró-

prio dos servidores), da variação patrimonial (evidenciando a alienação de ativos e

a aplicação dos respectivos recursos) e da conformidade do montante das opera-

ções de crédito com aquele das despesas de capital, nos termos previstos no inciso

III do art. 167 da Constituição.

As limitações impostas ao empenho de dotações devem ser justificadas, assim

como relacionadas as medidas destinadas à elevação da arrecadação, no caso de

frustração na previsão de receitas.

Destaca-se ainda que um eventual descumprimento do prazo de publicação do

RREO impedirá, até a sua regularização, que o ente receba transferências voluntá-

rias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do

principal atualizado da dívida mobiliária.

11. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Em relação a controle jurisdicional e atividade

financeira do Estado, julgue o item que se segue.

Mecanismo de controle da atividade financeira do Estado, a verificação bimestral da

capacidade de cumprimento das metas de resultado contidas na Lei de Diretrizes

Orçamentárias, em face do comportamento da receita, pode levar os Poderes e o

Ministério Público a promoverem contingenciamento das dotações orçamentárias e

retenção dos recursos financeiros.

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Certo.

O artigo 9º da LRF determinou as ações a serem tomadas em caso de constatação

de que a receita não será suficiente para cumprir as metas estabelecidas no anexo

de metas fiscais. Vamos dar uma lida no artigo 9º da LRF:

Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não


comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no
Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e
nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e mo-
vimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição
das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às redu-
ções efetivadas.
§ 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucio-
nais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida,
e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promove-
rem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar
os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.”

Nessa pegada, vemos que a assertiva está plenamente de acordo com a letra da lei.

3.15 Relatório de Gestão Fiscal (RGF)

Do ponto de vista do regime de finanças públicas implantado com a LRF, o Re-

latório de Gestão Fiscal ocupa posição central no que diz respeito ao acompanha-

mento das atividades financeiras do Estado.

Cada um dos poderes, além do Ministério Público, deve emitir o seu próprio

Relatório de Gestão Fiscal, a cada quadrimestre, abrangendo todas as variáveis

imprescindíveis à consecução das metas fiscais e à observância dos limites fixados

para despesas e dívida.

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É facultado aos Municípios com população inferior a 50 mil habitantes optar

por divulgar semestralmente o Relatório de Gestão Fiscal.

O RGF deve ser publicado até 30 dias após o encerramento do período a que

corresponder, com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico. O des-

cumprimento do prazo impedirá, até que a situação seja regularizada, que o Ente

receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as desti-

nadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.

Constam, portanto, do RGF:

• as informações necessárias à verificação da conformidade, com os limites de

que trata a LRF, das despesas com pessoal, das dívidas consolidada e mobi-

liária, da concessão de garantias, das operações de crédito e das despesas

com juros;

• elenco de medidas adotadas com vistas à adequação das variáveis fiscais aos

seus respectivos limites; tratando-se do último quadrimestre, demonstração

do montante das disponibilidades ao final do exercício financeiro e das despe-

sas inscritas em restos a pagar.

É importante destacar ainda que o RREO e o RGF devem ser elaborados de for-

ma padronizada e seus modelos podem ser atualizados pelo Conselho de Gestão

Fiscal (CGF).

Falando em Conselho de Gestão Fiscal (CGF) é importante informar que a

ele cabe o acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da política e da

operacionalidade da gestão fiscal, sendo composto por representantes de todos os

poderes e esferas de governo, do Ministério Público e de entidades técnicas repre-

sentativas da sociedade, visando a:

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1) harmonização e coordenação entre os entes da Federação.

2) disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação e

execução do gasto público, na arrecadação de receitas, no controle do endi-

vidamento e na transparência da gestão fiscal.

3) adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização das

prestações de contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de

que trata a LRF, normas e padrões mais simples para os pequenos Municí-

pios, bem como outros, necessários ao controle social.

4) divulgação de análises, estudos e diagnósticos.

No âmbito da LRF, o CGF deve fomentar premiação e reconhecimento público

aos titulares de poder que alcançarem resultados meritórios em suas políticas

de desenvolvimento social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal. Res-

salta-se que, enquanto não implantado o Conselho de Gestão Fiscal, a edição de

normas gerais para consolidação das contas públicas caberá ao órgão central de

contabilidade da União.

3.16 Escrituração, Consolidação e Prestação de Contas

De acordo com a LRF, em seu artigo 50, além de obedecer às demais normas de

contabilidade pública, a escrituração das contas públicas evidenciará:

1) a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os re-

cursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados

e escriturados de forma individualizada.

2) a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime

de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos

fluxos financeiros pelo regime de caixa.

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3) as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as

transações e as operações de cada órgão, fundo ou entidade da administra-

ção direta, autárquica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente.

4) as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em demonstrati-

vos financeiros e orçamentários específicos.

5) as operações de crédito, as inscrições em restos a pagar e as demais formas

de financiamento ou assunção de compromissos com terceiros deverão ser

escrituradas de modo a evidenciar o montante e a variação da dívida pública

no período, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de credor.

6) a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao des-

tino dos recursos provenientes da alienação de ativos.

A LRF ainda obriga a implantação de um sistema de custos que permita a

avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial,

e que, no caso de elaboração de demonstrações conjuntas, sejam excluídas as

operações intragovernamentais (dentro da mesma esfera de governo).

De acordo com a LRF, em seu artigo 51, no que diz respeito à consolidação das

contas públicas, o Poder Executivo da União promoverá, até o dia 30 de junho, a

consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação

relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico de

acesso público. Para isso, os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao

Poder Executivo da União nos seguintes prazos: os Municípios, com cópia para o Po-

der Executivo do respectivo Estado, até 30 de abril; e os Estados, até 31 de maio.

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MEMORIZE OS PRAZOS

Envio dos Municípios – 30/04.

Envio dos Estados – 31/05.

Consolidação da União – 30/06.

Seguindo a mesma linha do que vale para o RGF e para o RREO, o descum-

primento dos mencionados prazos, até que a situação seja regularizada,

que o ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações

de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da

dívida mobiliária.

É importante registrar que os principais dispositivos da LRF que tratam sobre

prestação de contas estão com eficácia liminarmente suspensa devido a uma Ação

Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) no STF.

Dessa forma, o caput do artigo 56 da LRF, que determina que “as contas pres-

tadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos

Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério

Público, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal

de Contas, está suspenso”, está suspenso.

Nesse ponto, o STF indica que qualquer prestação de contas por órgão não

vinculado ao Executivo somente pode ser objeto de julgamento pelo respectivo

Tribunal de Contas e que a inclusão das contas referentes às atividades financeiras

dos Poderes Legislativo, Judiciário e do Ministério Público, dentre aquelas prestadas

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anualmente pelo Chefe do EXECUTIVO, tornaria inócua a distinção entre apreciar

e julgar as contas, já que todas as contas seriam passíveis de controle técnico, a

cargo do Tribunal de Contas, e político, de competência do Legislativo.

O STF também suspendeu os dispositivos abaixo:

Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre as contas no


prazo de sessenta dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido nas constitui-
ções estaduais ou nas leis orgânicas municipais.
§ 1º No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos de duzentos
mil habitantes o prazo será de cento e oitenta dias.
§ 2º Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem contas de Po-
der, ou órgão referido no art. 20, pendentes de parecer prévio.

3.17 Limites de Despesa com Pessoal e Seguridade Social

A Carta Magna, em seu artigo 169, determina o estabelecimento de li-

mites para as despesas com pessoal ativo e inativo da União dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios a partir de lei complementar (LRF), e

o seu § 2º determina que decorrido o prazo estabelecido na lei complementar, ou

seja, na LRF, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais

ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem

os referidos limites.

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
(...)
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a
adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os re-
passes de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
que não observarem os referidos limites.

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Já o § 1º do artigo 169 da nossa Carta Magna dispõe que os aumentos de des-

pesas com pessoal, independentemente da forma ou do órgão, só poderão ser feitos

se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de des-

pesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes ou se houver autorização espe-

cífica na LDO, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

Ainda no que concerne a aumento de despesa com pessoal, guarde que é nulo

de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido

nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo poder ou órgão.

Guarde também que a CF/1988 veda a transferência voluntária de recursos e a

concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Fe-

deral e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com

pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

A LRF estabelece os limites máximos para a despesa total com pes-

soal de cada poder e órgão, sendo que a verificação do cumprimento dos limi-

tes estabelecidos para as despesas com pessoal será realizada ao final de cada

quadrimestre.

Se a despesa total com pessoal exceder a 95% do limite, o chamado limite

prudencial, são vedados ao poder ou órgão que houver incorrido no excesso:

1) conceder vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a

qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação

legal ou contratual, ressalvada a revisão geral anual, sempre na mesma data

e sem distinção de índices.

2) criar cargo, emprego ou função.

3) alterar a estrutura de carreira que implique aumento de despesa.

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4) prover cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título,

ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servi-

dores das áreas de educação, saúde e segurança.

5) contratar hora extra, salvo no caso das situações previstas na Lei de Dire-

trizes Orçamentárias e no caso de convocação extraordinária do Congresso

Nacional, exceção essa que acabou sendo vedada pela EC n. 50/2006.

Caso a despesa total com pessoal, do poder ou órgão, ultrapasse os limites defi-

nidos (ultrapassar os 100% = limite ultrapassado), sem prejuízo das medidas

previstas no limite prudencial anteriormente mencionadas, o percentual excedente

terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um ter-

ço no primeiro quadrimestre, devendo ser tomadas as seguintes medidas:

1) redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em comissão e fun-

ções de confiança.

2) exoneração dos servidores não estáveis.

3) exoneração de servidor estável, desde que ato normativo motivado de cada

um dos poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou a unidade ad-

ministrativa objeto da redução de pessoal (lei federal disporá sobre as nor-

mas gerais a serem obedecidas na efetivação desse dispositivo), sendo que

aquele servidor que perder o cargo fará jus a indenização correspondente a

um mês de remuneração por ano de serviço.

Guarde ainda que o cargo objeto da mencionada redução será considerado ex-

tinto e fica vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais

ou semelhantes pelo prazo de quatro anos.

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Caso a despesa total com pessoal, do poder ou do órgão, que ultrapassou o li-

mite alcance a redução no prazo estabelecido, enquanto perdurar o excesso, o ente

não poderá:

1) receber transferências voluntárias, ressalvadas as destinadas à saúde, à edu-

cação e à assistência social.

2) obter garantia, direta ou indireta, de outro ente.

3) contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamen-

to da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.

Mas temos exceções aos prazos para redução das despesas com pessoal

previstas no artigo 23 da LRF, que são:

1) aplicação imediata das restrições quando a despesa total com pessoal exce-

der o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares

de poder ou órgão.

2) suspensão dos prazos quando da ocorrência de calamidade pública reconhe-

cida pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembleias Legis-

lativas, na hipótese dos Estados e Municípios; e, em caso de estado de defesa

ou de sítio decretado na forma da constituição, enquanto perdurar a situa-

ção, serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições estabelecidas.

3) duplicação dos prazos quando tivermos crescimento real baixo ou negativo do

Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igual

ou superior a quatro trimestres, os prazos do artigo serão duplicados, sendo

que baixo crescimento é entendido como a taxa de variação real acumulada do

PIB inferior a 1%, no período correspondente aos quatro últimos trimestres,

quando continuarão a ser adotadas as medidas previstas no limite prudencial.

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É importante destacar que a LDO de cada Ente Federado pode definir limi-

tes inferiores aos estabelecidos na LRF. A própria LRF estabeleceu como limite

de alerta 90% do limite que não poder ser ultrapassado.

Nós sabemos que os gastos com a folha de pagamento de pessoal representam

o “carro chefe” das despesas de todo o setor público brasileiro. Pode-se dizer que

uma das regras básicas da Lei de Responsabilidade Fiscal diz respeito à imposição
de limites para os gastos com pessoal.

A definição desse limite é um verdadeiro princípio e busca simplesmente per-

mitir que o gestor público cumpra o papel que a sociedade lhe atribuiu: proporcio-

nar bem-estar à população, a partir dos recursos que lhe são entregues na forma

de tributos.

A lei complementar pedida pela Constituição Federal (LRF) estabeleceu em seu

artigo 18 o que se entende por despesa total com pessoal, compreendendo o soma-
tório dos gastos do ente da Federação com servidores ativos, inativos e os pensio-

nistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares

e de membros de poder, contratos de terceirização de mão de obra que se referem

à substituição de servidores e empregados públicos e despesas com pessoal decor-

rentes de sentenças judiciais.

A LRF fala em “quaisquer espécies remuneratórias”, tais como: vencimentos e

vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e

pensões, inclusive adicionais; gratificações, horas extras, vantagens pessoais de

qualquer natureza, encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entida-

des de previdência.

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Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se referem à

substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como “Ou-

tras Despesas de Pessoal”.

A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em

referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regi-

me de competência.

Em outras palavras, de acordo com a LRF, entende-se como despesas

de pessoal:

1) somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos;

2) despesas com inativos e pensionistas;

3) mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de

membros de poder, com quaisquer espécies remuneratórias;

4) vencimentos e vantagens, fixas e variáveis;

5) subsídios, proventos de aposentadoria;

6) reformas e pensões;

7) adicionais de qualquer natureza;

8) gratificações, horas extras e vantagens pessoais;

9) encargos sociais; e

10) contribuições recolhidas pelo Ente às entidades de previdência.

A LRF determina dois limites distintos para os gastos com pessoal no

setor público:

• 50% da RCL para a União; e

• 60% da RCL para Estados e Municípios.

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De acordo com a LRF, tais limites serão agora repartidos entre todos os

poderes públicos, com percentuais específicos para cada poder, calculados pelo

regime de competência.

Na esfera estadual, o limite de 60% será repartido da seguinte forma:

• 2% para o Ministério Público;

• 3% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do Estado;

• 6% para o Judiciário; e

• 49% para o Executivo.

Na esfera municipal, o limite de 60% será assim repartido:

• 6% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do Município,

quando houver; e

• 54% para o Executivo.

Na esfera federal, o limite será de 50% da RCL, assim dividido:

• 40,9% para o Executivo;

• 6% para o Judiciário;

• 2,5% para o Legislativo; e

• 0,6% para o Ministério Público.

Para cada ente, nos Poderes Legislativo e Judiciário, os limites serão repartidos,

entre os seus diversos órgãos, na proporção das despesas que vinham sendo rea-

lizadas em exercícios anteriores, ou seja, para o primeiro ano de vigência da LRF

será calculado proporcionalmente à média das despesas com pessoal, em percen-

tual da RCL, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao

da publicação da LRF (1997 a 1999).

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Existe jurisprudência do STF no sentido de que a conduta de outros órgãos so-


bre os quais o Poder Executivo não pode exercer ingerência não lhe pode trazer tais
consequências danosas, ou seja, o descumprimento de limites de gastos previstos
na legislação orçamentária realizado pelos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministé-
rio Público Estaduais, órgãos dotados de autonomia institucional e orgânico-admi-
nistrativa, não pode ensejar a inscrição do Poder Executivo do Estado-Membro nos
sistemas restritivos ao crédito utilizados pela União.
Guarde ainda que Compete aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos
limites da despesa total com pessoal de cada poder e órgão e alertá-los quando
constatarem que o montante da despesa total com pessoal ultrapassar 90% do
limite (limite de alerta).
Nos Estados onde houver Tribunal de Contas dos Municípios, o limite para os
gastos com pessoal do legislativo será igual a 3,4% da RCL, enquanto que o execu-
tivo perderá este percentual a maior do seu limite (0,4%), que passará então para
48,6% da RCL.

Atente ao fato de que Tribunal de Contas dos Municípios não é a mesma coisa
do que Tribunal de Contas do Município. No Brasil, temos apenas dois Tribunais
de Contas do Município (São Paulo e Rio de Janeiro), criados antes da CF/1988,
que vedou a criação de novos. Entenda que esses Tribunais têm competência para
processar e julgar apenas as contas do Município onde foi criado e não dos outros
Municípios do Estado. Por outro lado, não existe vedação ao Estado instituir Tribu-
nais de Contas dos Municípios, para apreciar e julgar exclusivamente as contas
dos Municípios integrantes de seu território, como temos nos Estados da Bahia,
Pará e Goiás, enquanto para os Municípios dos Estados que não possuem Tribunais
de Contas dos Municípios estão sob a jurisdição dos Tribunais de Contas Estaduais.

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Finalmente, resta relacionar aquelas despesas que não serão computadas

para o atendimento dos limites definidos nesta seção:

1) as despesas com indenização por demissão de servidores ou empregados;

2) as despesas relativas ao incentivo à demissão voluntária, o chamado PDV.

Não faria sentido decisão diferente, já que, por ocasião do afastamento, o

servidor recebe valores superiores àqueles que receberia se continuasse na

ativa. Em outras palavras, o PDV, em geral utilizado pontualmente e dirigido

ao conjunto dos servidores, aumentará a despesa com pessoal no mês em

que estiver sendo executado. Sua contagem no limite de pessoal desestimu-

laria programas dessa natureza;

3) as despesas com pessoal verificadas em decorrência de convocação extraor-

dinária do Congresso Nacional;

4) as despesas decorrentes de decisão judicial (em geral classificadas na rubrica

“Sentenças Judiciais”), e da competência de período anterior ao da apuração

das despesas com pessoal (somando-se o mês de referência com os onze

meses anteriores).

5) as despesas com pessoal do Estado do Amapá, Roraima e do Distrito Federal,

custeadas pela União. Parece lógico que, se estas despesas não são pagas com

as receitas destes Estados, não há porquê serem somadas aos limites (60%).

6) 6) as despesas com inativos custeadas com recursos de fundos próprios.

No que diz respeito às despesas com a seguridade social, guarde que a re-

gra geral é que nenhum benefício ou serviço relativo à Seguridade Social

poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da fonte de

custeio total, atendidas ainda as exigências do artigo 17 da LRF, que trata das

despesas obrigatórias de caráter continuado.

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Mas aqui também temos exceções, ou seja, é dispensada da compensação por

aumento permanente de receita ou pela redução permanente de outras despesas

se o aumento de despesa decorrer de:

1) concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista

na legislação pertinente;

2) expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;

3) reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o seu

valor real.

12. (CESPE/DPU/AGENTE/2016) Com relação ao orçamento público no Brasil, jul-

gue o próximo item, considerando o que está estabelecido na Constituição Federal

de 1988 (CF).

A CF não estabelece limite de despesas com pessoal ativo e inativo.

Errado.

Em verdade, a CF/1988 dispõe acerca do limite das despesas com pessoal em seu

artigo 169, dizendo que a despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados,

DF e Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

A lei complementar é a nossa amiga LRF, que em seus artigos 19 e 20 traz essas

definições. Aproveite e releia-os. Os trechos em negrito são os mais importantes

no caso.

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa


total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação,
não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discri-
minados:

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I – União: 50% (cinquenta por cento);


II – Estados: 60% (sessenta por cento);
III – Municípios: 60% (sessenta por cento).
§ 1º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão com-
putadas as despesas:
I – de indenização por demissão de servidores ou empregados;
II – relativas a incentivos à demissão voluntária;
III – derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6º do art. 57 da Constituição;
IV – decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apura-
ção a que se refere o § 2º do art. 18;
V – com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com
recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constitui-
ção e do art. 31 da Emenda Constitucional no 19;
VI – com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por recursos
provenientes:
a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
b) da compensação financeira de que trata o § 9º do art. 201 da Constituição;
c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade,
inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superavit
financeiro.
§ 2º Observado o disposto no inciso IV do § 1º, as despesas com pessoal decorrentes
de sentenças judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido
no art. 20.
Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os se-
guintes percentuais:
I – na esfera federal:
a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal
de Contas da União;
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-
-se 3% (três por cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os
incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no
19, repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas a cada um destes
dispositivos, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios
financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar; (Vide
Decreto n. 3.917, de 2001)
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União;
II – na esfera estadual:
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado;
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;
d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados;

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III – na esfera municipal:


a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município,
quando houver;
b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o Executivo.
§ 1º Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites serão repartidos entre
seus órgãos de forma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual
da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente
anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.
§ 2º Para efeito deste artigo entende-se como órgão:
I – o Ministério Público;
II – no Poder Legislativo:
a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União;
b) Estadual, a Assembleia Legislativa e os Tribunais de Contas;
c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Contas do Distrito Federal;
d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas do Município, quando
houver;
III – no Poder Judiciário:
a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição;
b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver.
§ 3º Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciário, a cargo da União por
força do inciso XIII do art. 21 da Constituição, serão estabelecidos mediante aplicação
da regra do § 1º.
§ 4º Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, os percentuais
definidos nas alíneas a e c do inciso II do caput serão, respectivamente, acrescidos e
reduzidos em 0,4% (quatro décimos por cento).
§ 5º Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega dos recursos financei-
ros correspondentes à despesa total com pessoal por Poder e órgão será a resultante da
aplicação dos percentuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de diretrizes
orçamentárias.
§ 6º (VETADO)

Nessa toada, em minha opinião e de professores renomados também, o gabarito

deveria ser “certo”, já que quem define os limites é, na verdade, a LRF e não a

CF/1988.

Entretanto, o CESPE, depois de colocar o gabarito preliminar como “certo”, mudou

o seu entendimento no gabarito definitivo, compreendendo ser “errada” a asserti-

va. Esse tipo de situação não deveria acontecer, mas, infelizmente, acontece!

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13. (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017) A respeito de endivi-

damento e de receita e despesa públicas, julgue o item seguinte.

De acordo com a LRF, é vedada a realização de transferência voluntária ao ente

federativo que exceder o limite da despesa total com pessoal no primeiro quadri-

mestre do último ano do mandato do titular do Poder Executivo, mas não é vedada

a contratação de operação de crédito.

Errado.

Para resolver essa questão, precisamos nos lembrar do artigo 23 da LRF:

Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultra-
passar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no
art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes,
sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências
previstas nos §§ 3º e 4º do art. 169 da Constituição.
§ 1º No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser al-
cançado tanto pela extinção de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles
atribuídos. (Vide ADIN 2.238-5)
§ 2º É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos ven-
cimentos à nova carga horária. (Vide ADIN 2.238-5)
§ 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o
excesso, o ente não poderá:
I – receber transferências voluntárias;
II – obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
III – contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinancia-
mento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.
§ 4º As restrições do § 3º aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal
exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de
Poder ou órgão referidos no art. 20”.

Observe que, dentre as vedações, como destacado acima em negrito no § 3º, III,

a contratação de operação de crédito é vedada, o que torna a assertiva errada.

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14. (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017) A respeito de endivi-

damento e de receita e despesa públicas, julgue o item seguinte.

Os gastos com contratos de terceirização de mão de obra incluem-se no cálculo do

limite de despesas com pessoal e são contabilizados como pagamentos aos ocu-

pantes de cargos, funções ou empregos públicos.

Errado.

Para resolver essa questão, vamos ler o § 1º do artigo 18 da LRF:

Art. 18., § 1º Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se


referem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabiliza-
dos como “Outras Despesas de Pessoal”.

Repare que só os gastos com terceirização de pessoal que seja utilizado para substitui-

ção de servidores e empregados públicos e que esses valores serão registrados como

outras despesas de pessoal, o que torna a assertiva “errada” de acordo com a LRF.

De modo idêntico aos demais aumentos de despesa, a criação, majoração

ou extensão de qualquer benefício que integre a seguridade social requer,

além da indicação de sua fonte de custeio total, o cumprimento do art. 17,

que versa sobre a despesa obrigatória de caráter continuado.

Apenas para relembrar, aquele dispositivo obriga à demonstração da origem dos

recursos que custearão qualquer aumento na despesa, assim como a comprovação

de que não serão afetadas as metas de resultados fiscais previstas na LDO, a partir

de mecanismos de compensação.

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15. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Considerando o disposto na Lei de Responsa-

bilidade Fiscal, julgue o item que se segue.

Para viabilizar empréstimos a segurados, admite-se a aplicação das disponibilida-

des de caixa tanto do regime geral de previdência social quanto do regime próprio

de previdência dos servidores públicos.

Errado.

O artigo 43 da LRF dispõe acerca das disponibilidades de caixa, incluindo dos regi-

mes de previdência social.

Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Federação serão depositadas confor-


me estabelece o § 3º do art. 164 da Constituição.
§ 1º As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral e
próprio dos servidores públicos, ainda que vinculadas a fundos específicos a que
se referem os arts. 249 e 250 da Constituição, ficarão depositadas em conta separada
das demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, com
observância dos limites e condições de proteção e prudência financeira.
§ 2º É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o § 1º em:
I – títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e outros papéis
relativos às empresas controladas pelo respectivo ente da Federação;
II  – empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Público,
inclusive a suas empresas controladas.

Repare que existe vedação para o que dispõe a assertiva!

3.18 Destinação de Recursos para Setor Privado

O art. 26 da LRF estabelece a regra básica para toda e qualquer destina-

ção de recursos públicos ao setor privado: a sua autorização por lei especí-

fica. E, como requisitos adicionais, é exigida a observância das disposições

da LDO, além da sua previsão na lei orçamentária ou em crédito adicional.

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Equiparam-se às transferências e sujeitam-se às mesmas normas as conces-

sões de empréstimos, financiamentos e refinanciamentos, prorrogação e compo-

sição de dívidas, concessão de subvenções e a participação em constituição ou

aumento de capital.

Sempre que o ente beneficiário de uma operação de crédito não estiver sob con-

trole direto do ente transferidor dos recursos, os encargos financeiros da operação,

as comissões e outras despesas não poderão ser inferiores ao que dispuser a lei ou

ao seu custo de captação.

Por sua vez, a LRF proíbe taxativamente o socorro às instituições do Sistema

Financeiro Nacional (SFN). Tal proibição tem como objetivo primordial evitar a re-

petição de programas nos moldes do PROER, feito para socorrer instituições inte-

grantes do SFN.

Para tanto, a solução para eventuais situações de insolvência é a criação de

fundos e outras formas legais que forneçam cobertura a essas instituições.

16. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal, julgue o seguinte item.

Ainda que haja autorização por lei específica e conformidade com a lei de diretrizes

orçamentárias, não é permitido ao município usar recursos previstos em créditos

suplementares para cobrir déficits de pessoas jurídicas.

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Errado.

É permitido sim! Veja o que diz o caput do artigo 26 da LRF:

Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir neces-


sidades de pessoas físicas ou deficits de pessoas jurídicas deverá ser autori-
zada por lei específica, atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais.

3.19 Limites: Dívida, Operações de Crédito, Garantias

Em relação ao tema dívida pública, é importante destacar de início que o arti-

go 34, V, da CF/1988 dispõe que a União não intervirá nos estados nem no Distrito

Federal, exceto, entre outros motivos, para reorganizar as finanças da unidade da

Federação que suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos

consecutivos, salvo motivo de força maior; ou deixar de entregar aos Municípios

receitas tributárias fixadas na Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei.

Assim, vemos que esse tema é muito importante, já que pode gerar até mesmo

uma intervenção federal. Em função disso, a LRF lhe deu grande ênfase de modo

a preservar a saúde financeira dos entes.

Nesse contexto, é importante não confundir dívida pública (que é um

passivo) com dívida ativa (que é um ativo). Enquanto a dívida pública repre-

senta as obrigações do Ente Público para com terceiros, a dívida ativa abrange os

direitos/créditos a favor da Fazenda Pública.

O Decreto n. 93.872/1986, que detalhou os conceitos de dívida fundada

e de dívida flutuante presentes na Lei n. 4.320/1964, conceitua a dívida flu-

tuante como aquela que compreende os compromissos exigíveis, cujo pagamento

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independe de autorização orçamentária, assim entendidos os restos a pagar, exclu-


ídos os serviços da dívida, os serviços da dívida, os depósitos, inclusive consigna-
ções em folha, as operações de crédito por antecipação de receita e o papel-moeda
ou moeda fiduciária.
Já para a dívida fundada ou consolidada, o Decreto n. 93.872/1986 a define
como sendo aquela que compreende os compromissos de exigibilidade superior
a 12 meses contraídos mediante emissão de títulos ou celebração de contratos
para atender a desequilíbrio orçamentário, ou a financiamento de obras e serviços
públicos, e que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.
Partindo dos conceitos apresentados, a LRF, em seu artigo 29, estabeleceu
regras mais rígidas para o endividamento público, até mesmo redefinindo
conceitos da Lei n. 4.320/1964 e do Decreto n. 93.872/1986.
De acordo com esse dispositivo, a dívida pública consolidada ou fundada
corresponde ao montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações fi-
nanceiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos,
convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amor-
tização em prazo superior a 12 meses.

Além disso, a LRF manda incluir também na dívida pública consolidada da


União os valores relativos à emissão de títulos de responsabilidade do BA-
CEN e as operações de crédito de prazo inferior a 12 meses cujas receitas
tenham constado do orçamento; e determina que, para fins de aplicação
dos limites ao endividamento, integrem a dívida pública consolidada os
precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que hou-
verem sido incluídos.

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Acerca do montante da dívida pública brasileira, a CF/1988 atribuiu competên-

cias ao Congresso Nacional e separadamente ao Senado Federal.

Assim, ficou definido que compete privativamente ao Senado Federal, via reso-

lução:

1) autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União,

dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

2) fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o mon-

tante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios.

3) dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo

e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas

autarquias e demais entidades controladas pelo poder público federal.

4) dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em

operações de crédito externo e interno.

5) estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Nessa pegada, exercendo essa competência, a Resolução do Senado Fe-

deral n. 43/2001 conceituou dívida pública consolidada, mobiliária e dívi-

da consolidada líquida da seguinte forma:

• dívida pública consolidada: “montante total, apurado sem duplicidade, das

obrigações financeiras, inclusive as decorrentes de emissão de títulos, do

Estado, do Distrito Federal ou do Município, assumidas em virtude de leis,

contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito para

amortização em prazo superior a 12 (doze) meses, dos precatórios judiciais

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emitidos a partir de 5 de maio de 2000 e não pagos durante a execução do

orçamento em que houverem sido incluídos, e das operações de crédito, que,

embora de prazo inferior a 12 (doze) meses, tenham constado como receitas

no orçamento”;

• dívida pública mobiliária: “dívida pública representada por títulos emitidos

pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios”;

• dívida consolidada líquida: “dívida pública consolidada deduzidas as

disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os demais ha-

veres financeiros”. Deve-se considerar ainda as obrigações a pagar, posto

que devam ser deduzidas das disponibilidades financeiras.

Já ao Congresso Nacional coube, com a sanção do Presidente da República,

dispor sobre matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e

suas operações; bem como sobre moeda, seus limites de emissão, e montante da

dívida mobiliária federal.

Vamos falar agora sobre como a LRF normatizou a contratação de operações de

crédito, mas antes precisamos saber que as operações de crédito, nesse contexto

de LRF, podem ser segregadas em dois tipos:

1) operações de créditos normais ou usuais; e

2) operações de crédito por antecipação da receita.

As operações de crédito por antecipação de receita orçamentária, usual-

mente denominada de Antecipação de Receita Orçamentária (ARO), são

empréstimos realizados com o objetivo de atender as insuficiências de cai-

xa durante o exercício financeiro.

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As operações de créditos normais ou usuais são subdivididas nas se-

guintes espécies:

• compromisso financeiro assumido em razão de mútuo;

• abertura de crédito;

• emissão e aceite de título;

• aquisição financiada de bens;

• recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e

serviços;

• arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o

uso de derivativos financeiros.

A LRF determina que o Ministério da Fazenda seja o órgão público res-

ponsável para verificar o cumprimento dos limites e condições à realização

de operações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das empre-

sas por eles controladas, direta ou indiretamente.

Inicialmente, estas funções estavam delegadas ao Banco Central por Portaria do

Ministro da Fazenda (MF), mas passaram a ser realizadas pela Secretaria do Tesou-

ro Nacional do Ministério da Fazenda.

Nessa pegada, o artigo 32 da LRF dispõe que o MF deve verificar os pleitos dos

entes e avaliar se estão sendo cumpridas as condições nela estabelecidas:

I – existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orça-
mentária, em créditos adicionais ou lei específica.
II – inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da ope-
ração, exceto no caso de operações por antecipação de receita.
III – observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal.
IV – autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito
externo.
V – atendimento da regra de ouro (inciso III do art. 167 da CF/1988).
VI – observância das demais restrições estabelecidas na LRF.

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A concessão de qualquer garantia em operações de crédito, que correspon-

de a compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por

ente da Federação ou entidade a ele vinculada, está sujeita às normas do art. 32

da LRF, que dispõe sobre os limites e condições das operações de crédito.

Como pré-condição, qualquer garantia exige que o seu beneficiário ofe-

reça contragarantia, em valor igual ou superior à garantia a ser recebida,

e, adicionalmente, a plena adimplência em relação ao ente garantidor.

No âmbito das garantias, as entidades da administração indireta, inclusive suas

empresas controladas e subsidiárias, não podem conceder garantia, ainda que com

recursos de fundos, não sendo, entretanto, aplicada essa proibição se a concessão

de garantia for realizar por:

I – empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à prestação de contraga-


rantia nas mesmas condições;
II – instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei.

São exceções às regras dispostas na LRF acerca de garantia aquelas prestadas

por instituições financeiras estatais, que se submeterão às normas aplicáveis às

instituições financeiras privadas, de acordo com a legislação pertinente; bem como

a prestada pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza financeira

por ela controladas, direta e indiretamente, quanto às operações de seguro de cré-

dito à exportação.

No artigo 29 da LRF, temos que o refinanciamento da dívida mobiliária

equivale à emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualiza-

ção monetária, e o refinanciamento do principal da dívida mobiliária não poderá

exceder, ao término de cada exercício financeiro, o montante do final do exercício

anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas no orçamento para este

efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

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No que se refere ao endividamento, a LRF restringiu-se a dispor sobre limites

e condições quanto à dívida fundada, exceção somente quanto às Antecipa-

ções de Receita Orçamentária (ARO).

Vale destacar que a LRF não dispôs sobre os limites e condições para a

dívida flutuante (curto prazo), dos Entes Federados.

Portanto, os limites e as condições para realização de operações de crédito,

inclusive por antecipação de receita orçamentária, é um dos princípios a serem al-

cançados durante toda a gestão pública.

A principal regra acerca dos limites e condições para realização de ope-

rações de crédito encontra-se no art. 59.

Assim, esse artigo prevê que o Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio

dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada poder e do Minis-

tério Público fiscalizarão o cumprimento das normas da LRF com ênfase no que se

refere a limites e condições para realização de operações de crédito e ins-

crição em Restos a Pagar.

Amigo(a), em relação aos Restos a Pagar não existem limites estabeleci-

dos na LRF, mas sim condições, conforme estabelecido em seu artigo 42,

cujo foco é coibir abusos com os recursos públicos no final de um mandato.

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa
ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no
exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os
encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.

Ao promulgar a LRF, essa norma estabeleceu que o Presidente da República te-

ria o prazo de noventa dias para submeter ao Senado Federal proposta de limites

globais para o montante da dívida consolidada, tanto da União quanto dos Estados

e Municípios, em cumprimento ao que dispõe o art. 52 da Constituição Federal.

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Tenha em mente que os limites globais para a dívida consolidada dos

três níveis de governo deverão ser verificados a partir de percentual da

Receita Corrente Líquida (RCL), representando o nível máximo admitido

para cada um deles, sendo que a verificação do seu atendimento será rea-

lizada ao final de cada quadrimestre (art. 30, § 3º e 4º), ou semestre, no

caso dos Municípios com menos de 50 mil habitantes.

Exercendo a sua competência constitucional, o Senado Federal por intermédio das

Resoluções do Senado n. 40/2001, n. 43/2001 e n. 48/2007 definiu os limites de

endividamento da União, Estados, DF e Municípios em relação à Receita Corrente

Líquida, conforme a seguinte tabela:

% DE LIMITE DE ENDIVIDAMENTO EM RELAÇÃO À RCL

Objeto União Estados/DF Municípios


Dívida Consolidada Não existe 200 120
Contratação de operação de crédito 60 16 16
Concessão de garantias 60 22 22
Pagamento de serviços da dívida Não existe 11,5 11,5
Contratação de operações via ARO Não existe 7 7

No que diz respeito à recondução da dívida ao seu limite, quando verificada

a ultrapassagem ao final de um quadrimestre, a ele deve retornar nos três quadri-

mestres seguintes, eliminando-se pelo menos 25% já no primeiro período.

A forma prevista na LRF para o retorno ao limite legal é a geração de superavit

primário para amortização da dívida, pagamento do principal até a eliminação do

excesso.

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A relação dos Entes Federados que ultrapassarem esses limites será divulgada

mensalmente pelo Ministério da Fazenda.

A LRF ainda determina que, enquanto perdurar o excesso, o ente que nele hou-

ver incorrido está sujeito às seguintes sanções:

1) fica proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por

antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado

da dívida mobiliária.

2) terá de obter resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite,

promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho.

Destaca-se ainda que, nos casos em que o ente não consegue readequar sua dí-

vida ao limite no prazo, enquanto perdurar o excesso, ele fica impedido de receber

transferências voluntárias da União ou do estado, exceto aquelas relativas a ações

de educação, saúde e assistência social. Nesse ponto, também valem aquelas ex-

ceções aos prazos definidos no artigo 31 da LRF.

Vale reforçar que a LRF não determina os limites de endividamento,

nem a trajetória, ou mesmo o prazo máximo para que os entes atinjam

os limites (15 anos), cabendo essas definições, conforme mencionado, ao

Senado Federal.

17. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base nas normas legais relativas à ges-

tão de recursos financeiros da União, dos estados, do Distrito Federal e dos muni-

cípios, como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), julgue o item a seguir.

De acordo com a LRF, são proibidas operações de crédito entre uma instituição fi-

nanceira estatal e o ente federativo que a controle na qualidade de beneficiário do

empréstimo.

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Certo.

Cobrou o conhecimento da literalidade do caput do artigo 36 da LRF:

Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o


ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira controlada de ad-
quirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes,
ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.

A ideia aqui é impedir que o governo use os bancos públicos para se financiar (a

famosa pedalada fiscal).

18. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR/2016) À luz da legislação e da doutrina em

matéria de responsabilidade fiscal, julgue o item a seguir.

O fato de o estado-membro não poder celebrar operação de crédito com a União

não obsta que ele aplique suas disponibilidades em títulos da dívida federal.

Certo.

Verdade! Como diria o poeta: uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, e

vice-versa! Basta ler o artigo 35 da LRF!

Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação,


diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal de-
pendente, e outro, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que sob a
forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente.
§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre instituição
financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entidades da administração
indireta, que não se destinem a:

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I – financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;


II – refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.
§ 2º O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida
da União como aplicação de suas disponibilidades.

19. (CESPE/TCE-CE/TÉCNICO/2015) Sobre os conceitos de déficit fiscal e dívida

pública, é correto afirmar que

a) superávits fiscais mais elevados tornam mais difícil o controle do endividamen-

to público, pois significam que o governo está gastando mais com investimentos

públicos.

b) quanto maior for a taxa de juros cobrada pelo mercado financeiro para comprar

os títulos públicos, mais sustentável será o estoque de dívida.

c) o resultado nominal do setor público considera apenas as receitas e despesas

primárias não financeiras.

d) a Lei de Responsabilidade Fiscal, instituída no Brasil no ano 2000, passou a

transferir o déficit fiscal de estados e municípios para o governo federal, para evitar

a interrupção dos serviços públicos locais.

e) há uma relação positiva entre a ocorrência de resultados fiscais deficitários e o

aumento da dívida pública, caso o governo dispense o financiamento por meio de

senhoriagem real.

Letra e.

É claro que, se o governo produz resultados fiscais deficitários, sua dívida aumenta!

Vamos comentar cada uma das assertivas, ou melhor dizendo, “errativas”.

a) Errada. Aluno(a), a presença de superavits fiscais mais elevados tornam o

controle do endividamento público mais fácil, pois significam que o governo está

reduzindo o endividamento público.

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b) Errada. Quanto maior for a taxa de juros, mais o governo gasta com os encar-

gos da dívida. O mesmo vale para você. Se a taxa de juros for alta, o estoque de

dívida pública será insustentável, porque a dívida irá aumentar rapidamente pela

alta taxa de juros. É bem parecido com um empréstimo pessoal: quanto mais alta a

taxa de juros, mais você paga no final do empréstimo e, assim, menos sustentável

será o financiamento.

c) Errada. O resultado nominal do setor público considera apenas as receitas e

despesas financeiras. Aquelas receitas e despesas primárias não financeiras são

consideradas pelo resultado primário.

d) Errada. Cada ente federativo é responsável por produzir seu próprio superavit

ou deficit.

20. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR/2016) À luz da legislação e da doutrina em

matéria de responsabilidade fiscal, julgue o item a seguir.

Em operação de crédito firmada por um estado da Federação junto a banco estran-

geiro com a garantia da União, esta pode exigir do ente mutuário, a título de contra

garantia, a vinculação de receitas provenientes de transferências constitucionais,

mas não de receitas tributárias diretamente arrecadadas, porquanto elas são indis-

pensáveis ao funcionamento da administração estadual.

Errado.

Aluno(a), na verdade, a assertiva comete um erro ao afirmar que as receitas tribu-

tárias diretamente arrecadadas não podem ser usadas como contragarantia. Veja

o artigo 40 da LRF:

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Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou ex-


ternas, observados o disposto neste artigo, as normas do art. 32 e, no caso da União,
também os limites e as condições estabelecidos pelo Senado Federal.
§ 1º A garantia estará condicionada ao oferecimento de contra garantia, em valor igual
ou superior ao da garantia a ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear
relativamente a suas obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controla-
das, observado o seguinte:
I – não será exigida contra garantia de órgãos e entidades do próprio ente;
II – a contra garantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos Esta-
dos aos Municípios, poderá consistir na vinculação de receitas tributárias di-
retamente arrecadadas e provenientes de transferências constitucionais, com
outorga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar o respectivo valor
na liquidação da dívida vencida”.

21. (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017) Julgue o item subsequen-

te, a respeito de regime constitucional dos precatórios, crédito público e dívida ativa.

Integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a

doze meses e cujas receitas tenham sido contabilizadas no orçamento.

Certo.

Fique ligado(a), pois o CESPE pode lhe cobrar a literalidade da LRF. Veja o que nos

diz o § 3º do artigo 29 da LRF:

Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições:
I – dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade,
das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contra-
tos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização
em prazo superior a doze meses;
(...)
§ 3º Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de
prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento”.

CARA, CRACHÁ!

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22. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal, julgue o seguinte item.

Após a aprovação da previsão de receitas para determinado exercício, somente se

houver comprovação de erro ou omissão de ordem técnica ou legal, será permitida

a reestimativa do montante.

Certo.

A assertiva está de acordo com a LRF. Vamos ler o seu artigo 12º:

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão


os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento
econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstra-
tivo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a
que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
§ 1º Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se
comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal”.

23. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal e com a Lei de Acesso à Informação, julgue o seguinte item.

Empresa estatal que receba do seu ente controlador recursos financeiros para pa-

gamento de custeio em geral será considerada, para efeitos de responsabilidade

fiscal, empresa estatal dependente.

Certo.

Em seu artigo 2º, inciso III, a LRF nos traz a definição de Empresa Estatal Depen-

dente:

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Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:


(...)
III – empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controla-
dor recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio
em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de
participação acionária.

O CESPE praticamente cobrou a literalidade!

24. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal, julgue o seguinte item.

Integra a administração indireta municipal, como empresa controlada, a sociedade

empresária de cuja maioria das ações o município seja titular, ainda que não tenha

direito a voto.

Errado.

Em seu artigo 2º, inciso II, a LRF nos traz a definição de empresa controlada:

Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:


II – empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto
pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação.

Repare que a assertiva comete um erro no finalzinho, para pegar os mais afoitos,

ao incluir a frase “ainda que não tenha direito a voto”.

Observe que, de acordo como o inciso II, o direito a voto é uma condição neces-

sária para caracterizar o controle e, por tabela, a empresa controlada.

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25. (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) Se o limite de despesa de pessoal previsto na

legislação vigente for ultrapassado, a indicação das medidas corretivas adotadas ou

a serem adotadas devem ser demonstradas no

a) relatório resumido da execução financeira.

b) anexo de metas fiscais.

c) demonstrativo de renúncia de receita.

d) relatório de gestão fiscal.

e) anexo de riscos fiscais

Letra d.

Para a situação em que o limite de despesa de pessoal previsto seja ultrapassado,

o artigo 55 da LRF determina medidas corretivas adotadas ou a serem adotadas,

que devem ser demonstradas no relatório de gestão fiscal.

26. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Com base na Lei Complementar n.º 101/2000

— Lei de Responsabilidade Fiscal —, julgue o seguinte item.

Operação de crédito com prazo inferior a doze meses realizada por ente da Federa-

ção será excluída da dívida pública consolidada.

Errado.

Na verdade, como determina o § 3º do artigo 29 da LRF, as operações de crédito de

prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento também

integram a dívida pública consolidada.

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27. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Com base na Lei Complementar n.º 101/2000

— Lei de Responsabilidade Fiscal —, julgue o seguinte item.

Gastos com pessoal e encargos sociais das fundações públicas federais estão inclu-

ídos no limite de despesas de pessoal aplicável à União.

Certo.

Verdade! E isso é disposto pelo artigo 18 da LRF, que é bastante claro ao definir que

entende-se como despesa total com pessoal o somatório dos gastos do ente da Fe-

deração com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos,

cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de poder, com quaisquer

espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, sub-

sídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratifi-

cações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encar-

gos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.

28. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Acerca dos mecanismos necessários à exe-

cução do orçamento, julgue o item que se segue.

A classificação da receita orçamentária é de utilização obrigatória por todos os en-

tes da Federação.

Certo.

Isso! A base legal da classificação da receita orçamentária é o § 4º do artigo 11 da

Lei n. 4.320/1964, sendo que a sua normatização, no que diz respeito à codificação

válida para Estados e Municípios, está presente em uma Portaria Federal.

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29. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) À luz das disposições da Lei Complementar

n. 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF), julgue o item seguinte.

Situação hipotética: O município XY, controlador da empresa estatal XY-Gás, de-

terminou que essa empresa repassasse, de forma antecipada, recursos financeiros

não compreendidos como lucros ou dividendos, na forma da legislação, ao caixa

municipal, para devolução no prazo de trinta dias.

Assertiva: Nessa situação, a operação realizada pelo município equipara-se a uma

operação de crédito que é vedada pela LRF.

Certo.

A LRF, seu artigo 37, inciso II, confirma a assertiva como verdadeira. Confira com

grifos nossos:

Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:


(...)
II – recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha,
direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e
dividendos, na forma da legislação;

30. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) À luz das disposições da Lei Complementar

n. 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF), julgue o item seguinte.

Operações de crédito cujas receitas constem do orçamento integram a dívida públi-

ca consolidada, ainda que tenham prazo inferior a doze meses.

Certo.

Tenha em mente que a dívida pública consolidada ou fundada é o total das

obrigações financeiras do ente (União, Estados, Municípios e DF), assumidas em

virtude de leis, contratos, convênios ou tratados, além das operações de crédito

com prazo para amortização superior a 12 meses.

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Vale destacar que, no caso da União, devem ser incluídos na dívida pública conso-
lidada os valores relativos à emissão de títulos de responsabilidade do BACEN e as
operações de crédito de prazo inferior a 12 meses cujas receitas já tenham cons-
tado na LOA.

31. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) À luz das disposições da Lei Complementar


n. 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF), julgue o item seguinte.
Situação hipotética: No final do primeiro quadrimestre de 2017, as despesas com
pessoal do Poder Executivo do município AB estavam no patamar de 52% de sua
receita corrente líquida.
Assertiva: Nessa situação, o município deverá reduzir o excedente dessas despe-
sas nos dois quadrimestres seguintes, sendo a redução de, no mínimo, um terço
no primeiro deles.

Errado.
A base legal que devemos usar para responder essa questão é o artigo 23 da LRF,
que determina que, caso a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão ultrapas-
se os limites definidos por ela mesma, o percentual excedente deverá ser eliminado
nos dois quadrimestres seguintes, sendo, no primeiro, em pelo menos um terço.
É importante destacar que, no caso em tela, as despesas com pessoal do Poder
Executivo do Município representavam 52% da RCL, inferior, portanto, ao limite
total de 54% da RCL.
Destaca-se ainda que o poder executivo do Município em tela ultrapassou apenas o
limite prudencial (95% do limite de 54%, o que dá 51,3%), que já impõe diversas
restrições, mas ainda não a de redução nos dois quadrimestres seguintes. Assim,
concluímos que não existe ainda percentual excedente para ser eliminado.

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32. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Julgue o item seguinte, relativos à progra-

mação e à execução orçamentária e financeira.

Nas situações em que houver frustração de receitas e ficar evidenciado o não cum-

primento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas em instrumen-

to de transparência da gestão fiscal, os empenhos e a movimentação financeira

deverão ser limitados.

Certo.

Tenha em mente que, de acordo com o caput do artigo 9 da LRF, se ao final de

um bimestre, for verificado que a realização da receita poderá não ser suficiente

para cumprir as metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo

de Metas Fiscais, os poderes e o Ministério Público deverão promover, nos trinta

dias subsequentes, a limitação de empenho e movimentação financeira, segundo

os critérios fixados pela LDO, que é, sem dúvida, um importante instrumento de

transparência da gestão fiscal.

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RESUMO

Em relação à sua abrangência, guarde que a LRF obriga todos os órgãos, as

autarquias, as fundações, as entidades de todos os entes federativos e as em-

presas estatais dependentes (que recebem recursos do ente para pagamento dos

gastos com pessoal ou custeio), com exceção apenas das empresas estatais in-

dependentes. Visualize:

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Os princípios inerentes à LRF mais relevantes são o equilíbrio entre despe-

sas e receitas, a responsabilidade fiscal, a limitação de empenho (sendo necessário

avaliar bimestralmente a arrecadação e impedir a realização de despesas caso a

arrecadação for menor que o previsto), antecipação, transparência e a exatidão

(as previsões de receitas devem ser calculadas com base em métodos científicos e

próximas da realidade). Além desses, temos os seguintes:

Quadro 2. Princípios da Lei de Responsabilidade Fiscal

Princípio Descrição
Visa gerar um processo capaz de garantir, no tempo neces-
sário, os recursos adequados para a execução das ações
Planejamento
administrativas, exigindo que se aja preventivamente, em
vez de corretivamente;
É o mecanismo que tenta fazer com que a sociedade tome
Transparência conhecimento das ações governamentais, passando pelo
fornecimento de informações compreensíveis ao cidadão;
Que tem nas audiências públicas (art. 48, LRF) um meio
Participação popular de se tornarem centros de decisão, em vez de meras par-
ticipações em exaustivas reuniões;
Equilíbrio Pela prevenção de deficits imoderados e reiterados;
Impedindo a utilização da receita de capital decorrente de
Preservação do alienação de bens para financiamento de despesa corrente
patrimônio público e inclusão de novos projetos sem o atendimento aos em
andamento;
Limitação de despesas Pelo cumprimento dos limites de gastos (LRF, art. 54);
Controle do
Na obediência a limites e condições definidas na LRF.
endividamento público

Fonte: Adaptado de CREPALDI & CREPALDI (2009).

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O embasamento legal das finanças públicas no Brasil, após o advento da LRF,

pode ser assim visualizado:

Constituição Federal

Lei Complementar
LRF
de Finanças Públicas

PPA LDO LOA

A LRF atribuiu à LDO o papel de dispor sobre equilíbrio entre receita e des-

pesa, critérios e formas de limitação de empenho, condições para transferência de

recursos. Os seus dois anexos são o

Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais.

Já na LOA deve conter o Demonstrativo da Compatibilidade da Progra-

mação dos Orçamentos com os objetivos e metas do Anexo de Metas Fiscais,

o Demonstrativo Regionalizado do Efeito das Renúncias de Receitas, bem

como medidas de compensação e a Reserva de Contingência, obtida com base

na receita corrente líquida, para o atendimento a passivos contingentes e outros

riscos fiscais imprevistos.

Amigo(a), guarde que a receita corrente líquida será apurada somando-se as

receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as

duplicidades (portanto pode exceder um exercício financeiro).

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É importante ter em mente que após a publicação dos orçamentos, o Executivo

tem 30 dias para estabelecer a programação financeira e o cronograma de execu-

ção mensal.

Caso seja verificado ao final de um bimestre que a realização da receita não irá

cumprir as metas de resultado definidas no Anexo de Metas, os Poderes e o MP têm

de fazer a limitação de empenho nos 30 dias subsequentes. Entretanto, se, por

ventura, os Poderes e o MP não fizerem tal limitação no prazo, o próprio Executivo

é autorizado a limitar tais valores.

A LRF também determinou que as renúncias de receitas devem ser acompanha-

das de estimativa do impacto financeiro no exercício e nos dois seguintes.

Além disso, deve atender a pelo menos uma dessas condições:

1) demonstração de que tal renúncia foi considerada na estimativa de receita

da LOA;

2) medidas de compensação, por meio do aumento de receita (elevação de alí-

quotas, ampliação da base de cálculo, majoração de tributos etc.).

Atenção aos Anexos e Relatórios citados na LRF:

Conteúdo
• Anexo de Riscos Fiscais (ARF);
• Anexo de Metas Fiscais (AMF);
• Demonstrativos do Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO);
• Demonstrativos do Relatório de Gestão Fiscal (RGF);
• Demonstrativos Financeiros (art. 8° e 13° da LRF).

Anexo de Metas Fiscais: avaliação do cumprimento das metas do ano ante-


rior, demonstrativo das metas anuais, evolução do patrimônio líquido nos últimos
três exercícios, avaliação da situação financeira e demonstrativo de estimativa e
compensação de renúncia de receita.

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Anexo de Riscos Fiscais: são avaliados os passivos contingentes e outros ris-


cos capazes de afetar as contas públicas.
Relatório Resumido da Execução Orçamentária: deve ser publicado em 30
dias após cada bimestre. Deve conter o balanço orçamentário e o demonstrativo de
execução das receitas e despesas. Quando for o caso, são apresentadas justificati-
vas de limitação de empenho.
Relatório de Gestão Fiscal: deve ser emitido ao final de cada quadrimestre,
contendo comparativos com os limites estabelecidos pela LRF, indicação de medi-

das corretivas (se for o caso) e demonstrativos em geral.

Distribuição dos limites de Despesas de Pessoal entre os Poderes de


cada ente:

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É importante destacar que os Tribunais de Contas devem alertar os po-


deres quando constatarem que a despesa com pessoal chegou a 90% do limite;
quando os montantes de dívida consolidada e mobiliária forem superiores a 90%
do limite; e quando os gastos com inativos e pensionistas estejam acima do limite
definido em lei.
Vale ressaltar que, se a despesa com pessoal exceder 95% dos limites esta-
belecidos, o poder ou o órgão NÃO PODE: dar aumento aos servidores – ressal-
vada a revisão anual (inflação) –, criar cargo, emprego ou função, conceder hora
extra, fazer alteração na estrutura que gere aumento de despesa, dar provimento
de cargo público (a não ser que haja aposentadoria ou falecimento do servidor nas

áreas de saúde, educação e segurança.

Em relação aos estouros das despesas com pessoal, a LRF determina que

estas devem ser reconduzidas ao limite nos próximos 2 quadrimestres, sendo

de pelo menos 1/3 nos primeiros 4 meses.

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No tocante à dívida pública, a LRF obriga o ente a reconduzi-la ao limite nos

próximos 3 quadrimestres, sendo pelo menos 25% no primeiro.

A LRF reforçou a ideia de que nenhum benefício relativo à seguridade social

pode ser criado, majorado ou estendido sem que haja a indicação da fonte de cus-

teio total.

A LRF definiu e deu grande importância à gestão da chamada despesa de ca-

ráter continuado, que é aquela que fixa despesas por um período superior a

2 exercícios, obrigando que estejam acompanhadas da estimativa do impacto

financeiro e do demonstrativo da origem dos recursos para o seu custeio.

Em outras palavras, a despesa de caráter continuado deve ser acompanhada de

comprovação de que não afetará o cumprimento das metas fiscais, devendo seus

efeitos financeiros ser compensados pelo aumento da receita nos períodos seguintes.

A LRF também determinou que os recursos destinados a cobrir déficits de pes-

soas físicas e jurídicas (inclusive instituições do Sistema Financeiro) só podem ser

autorizados mediante lei específica.

Reforçou o papel do Senado Federal no que diz respeito à dívida consolidada e

do Congresso Nacional no tocante à dívida mobiliária federal.

A LRF vedou expressamente a realização de operações de crédito entre um

ente e outro, com exceção do caso de operações entre instituição financeira esta-

tal e outro ente da Federação, desde que não se trate de financiamento de despesa

corrente ou refinanciamento de dívidas, sendo, portanto, proibida a operação de

crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle.

A LRF também proibiu os entes de realizar operação de crédito por antecipação


de receita no último ano de mandato do Executivo.
A LRF permitiu aos entes conceder garantia em operações de crédito interna ou
externa, observados os limites definidos pelo Senado. A garantia é condicionada ao

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oferecimento de contra garantia, ressaltando que essa deve ser igual ou supe-
rior ao valor da garantia.

A LRF determinou ainda que, no caso do DF, Estados ou Municípios, a União

pode exigir como garantia a vinculação de receitas provenientes de transferências

constitucionais.

A LRF proibiu ainda que o titular de Poder ou órgão possa contrair, nos últimos

2 quadrimestres de seu mandato, obrigação de despesa que não possa ser

cumprida integralmente dentro do mandato.

Visando preservar aposentadorias e pensões futuras, a LRF determinou que as

disponibilidades de caixa dos regimes de previdência fiquem em conta separada,

sendo vedada a sua aplicação em empréstimos ou títulos da dívida pública esta-

dual ou municipal.

A LRF trouxe ainda a proibição da aplicação da receita obtida com alienação de

bens e direitos para o financiamento de despesa corrente, salvo se for destina-

da por lei aos regimes de previdência.

No que diz respeito à prestação de contas da União, determinou que ela deve

incluir os demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de

fomento, incluído o BNDES, especificando os empréstimos e financiamentos conce-

didos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social.

A LRF disciplinou ainda que a despesa e a assunção de compromisso sejam

registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter com-

plementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa.

Nessa toada, a LRF facultou aos Municípios com população inferior a 50 mil ha-

bitantes optar por divulgar, semestralmente, o relatório de gestão fiscal e estabele-

ceu que os Tribunais de Contas têm 60 dias para emitir parecer prévio conclusivo

sobre as contas. Veja o resumo:

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LRF: verificação

Municípios com menos de Municípios com mais de


50 mil habitantes 50 mil habitantes.
A verificação é feita a cada quadrimestre, porém, A verificação é feita a cada quadrimestre.
por OPÇÃO, pode ser feita semestralmente.
Cabe ao TC de cada ente da Federação verificar os cálculos dos limites das despesas com pessoal
dos poderes e órgão, e ainda alertar tais entes quando o seu gasto com pessoal atingir 90% do
limite legal.
Limite de 90% é apenas um alerta! Não tem sanção!

A LRF trouxe sanções:

(Lei n. 10.028/2000)

Abaixo um fluxograma resumindo o processo orçamentário e de prestação de

contas trazido pela LRF:

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Espero que tenha gostado da aula!

Vamos agora fazer mais questões, pois, como diria Cícero: “Não basta conquis-

tar a sabedoria, é preciso usá-la”.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

1. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Julgue o item subsequente, relativo às finanças

do setor público.

A aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal colabora com a organização da gestão

das finanças públicas do setor público brasileiro.

2. (CESPE/DPU/CONTADOR/2016) Com relação às disposições constantes na LRF a

respeito da lei orçamentária anual (LOA), à lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e

ao plano plurianual (PPA), julgue o item subsecutivo.

O PPA deve dispor sobre a forma de utilização e do montante da reserva de con-

tingência.

3. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal e com a Lei de Acesso à Informação, julgue o seguinte item.

Cabe à lei de diretrizes orçamentárias definir limites e condições para a expansão

das despesas obrigatórias de caráter continuado.

4. (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) O anexo de metas fiscais, que integra o projeto

de LDO, deve dispor sobre

a) as normas relativas ao controle de custos.

b) a avaliação do RGPS.

c) as exigências para transferências de recursos a entidades privadas.

d) o equilíbrio entre receitas e despesas.

e) os critérios e a forma de limitação de empenho.

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5. (CESPE/STJ/ANALISTA) Julgue a assertiva:

O anexo de metas fiscais, exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, deverá inte-

grar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), estabelecendo em valores

correntes e constantes a meta para o montante da dívida pública para o exercício

a que se referir e apara os dois seguintes.

6. (CESPE/DPU/CONTADOR/2016) Com relação às disposições constantes na LRF a

respeito da lei orçamentária anual (LOA), à lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e

ao plano plurianual (PPA), julgue o item subsecutivo.

Passivos contingentes são despesas que envolvem certo grau de incerteza quanto

a sua efetiva ocorrência. Nesse sentido, a LDO contém o anexo de riscos fiscais, no

qual são avaliados os passivos contingentes e outros riscos fiscais.

7. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal,

julgue o item a seguir.

Para licitar serviços, é imperioso que o ordenador de despesas do órgão licitante

declare que os gastos atrelados ao futuro contrato estarão adequados à lei de orça-

mento e compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

8. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal,

julgue o item a seguir.

A simples prorrogação de despesa criada por prazo determinado não configura au-

mento de despesa pública.

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9. (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017) A respeito de endivida-

mento e de receita e despesa públicas, julgue o item seguinte.

A previsão de compensação dos efeitos produzidos por atos que impliquem redução

de receitas e aumento de despesas de duração continuada e que perdurem por mais

de três anos constitui uma inovação substancial do controle orçamentário na LRF.

10. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) A respeito da administração da execução or-

çamentária, julgue o item que se segue.

Se determinado órgão público assinar contrato que crie obrigação legal para o ente

público por período superior a dois exercícios financeiros, os efeitos financeiros da me-

dida poderão ser compensados pela redução permanente da despesa orçamentária.

11. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Em relação a controle jurisdicional e atividade

financeira do Estado, julgue o item que se segue.

Mecanismo de controle da atividade financeira do Estado, a verificação bimestral da

capacidade de cumprimento das metas de resultado contidas na Lei de Diretrizes

Orçamentárias, em face do comportamento da receita, pode levar os Poderes e o

Ministério Público a promoverem contingenciamento das dotações orçamentárias e

retenção dos recursos financeiros.

12. (CESPE/DPU/AGENTE/2016) Com relação ao orçamento público no Brasil, jul-

gue o próximo item, considerando o que está estabelecido na Constituição Federal

de 1988 (CF).

A CF não estabelece limite de despesas com pessoal ativo e inativo.

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13. (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017) A respeito de endivi-

damento e de receita e despesa públicas, julgue o item seguinte.

De acordo com a LRF, é vedada a realização de transferência voluntária ao ente

federativo que exceder o limite da despesa total com pessoal no primeiro quadri-

mestre do último ano do mandato do titular do Poder Executivo, mas não é vedada

a contratação de operação de crédito.

14. (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017) A respeito de endivi-

damento e de receita e despesa públicas, julgue o item seguinte.

Os gastos com contratos de terceirização de mão de obra incluem-se no cálculo do

limite de despesas com pessoal e são contabilizados como pagamentos aos ocu-

pantes de cargos, funções ou empregos públicos.

15. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Considerando o disposto na Lei de Responsa-

bilidade Fiscal, julgue o item que se segue.

Para viabilizar empréstimos a segurados, admite-se a aplicação das disponibilida-

des de caixa tanto do regime geral de previdência social quanto do regime próprio

de previdência dos servidores públicos.

16. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal, julgue o seguinte item.

Ainda que haja autorização por lei específica e conformidade com a lei de diretrizes

orçamentárias, não é permitido ao município usar recursos previstos em créditos

suplementares para cobrir déficits de pessoas jurídicas.

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17. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base nas normas legais relativas à ges-

tão de recursos financeiros da União, dos estados, do Distrito Federal e dos muni-

cípios, como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), julgue o item a seguir.

De acordo com a LRF, são proibidas operações de crédito entre uma instituição fi-

nanceira estatal e o ente federativo que a controle na qualidade de beneficiário do

empréstimo.

18. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR/2016) À luz da legislação e da doutrina em

matéria de responsabilidade fiscal, julgue o item a seguir.

O fato de o estado-membro não poder celebrar operação de crédito com a União

não obsta que ele aplique suas disponibilidades em títulos da dívida federal.

19. (CESPE/TCE-CE/TÉCNICO/2015) Sobre os conceitos de déficit fiscal e dívida

pública, é correto afirmar que

a) superavits fiscais mais elevados tornam mais difícil o controle do endividamento

público, pois significam que o governo está gastando mais com investimentos públicos.

b) quanto maior for a taxa de juros cobrada pelo mercado financeiro para comprar

os títulos públicos, mais sustentável será o estoque de dívida.

c) o resultado nominal do setor público considera apenas as receitas e despesas

primárias não financeiras.

d) a Lei de Responsabilidade Fiscal, instituída no Brasil no ano 2000, passou a

transferir o déficit fiscal de estados e municípios para o governo federal, para evitar

a interrupção dos serviços públicos locais.

e) há uma relação positiva entre a ocorrência de resultados fiscais deficitários e o

aumento da dívida pública, caso o governo dispense o financiamento por meio de

senhoriagem real.

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20. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR/2016) À luz da legislação e da doutrina em

matéria de responsabilidade fiscal, julgue o item a seguir.

Em operação de crédito firmada por um estado da Federação junto a banco estran-

geiro com a garantia da União, esta pode exigir do ente mutuário, a título de contra

garantia, a vinculação de receitas provenientes de transferências constitucionais,

mas não de receitas tributárias diretamente arrecadadas, porquanto elas são indis-

pensáveis ao funcionamento da administração estadual.

21. (CESPE/PREFEITURA-FORTALEZA/PROCURADOR/2017) Julgue o item subse-

quente, a respeito de regime constitucional dos precatórios, crédito público e dí-

vida ativa.

Integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a

doze meses e cujas receitas tenham sido contabilizadas no orçamento.

22. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal, julgue o seguinte item.

Após a aprovação da previsão de receitas para determinado exercício, somente se

houver comprovação de erro ou omissão de ordem técnica ou legal, será permitida

a reestimativa do montante.

23. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal e com a Lei de Acesso à Informação, julgue o seguinte item.

Empresa estatal que receba do seu ente controlador recursos financeiros para pa-

gamento de custeio em geral será considerada, para efeitos de responsabilidade

fiscal, empresa estatal dependente.

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24. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal, julgue o seguinte item.

Integra a administração indireta municipal, como empresa controlada, a sociedade

empresária de cuja maioria das ações o município seja titular, ainda que não tenha

direito a voto.

25. (CESPE/TCE-PB/AUDITOR/2018) Se o limite de despesa de pessoal previsto na

legislação vigente for ultrapassado, a indicação das medidas corretivas adotadas ou

a serem adotadas devem ser demonstradas no

a) relatório resumido da execução financeira.

b) anexo de metas fiscais.

c) demonstrativo de renúncia de receita.

d) relatório de gestão fiscal.

e) anexo de riscos fiscais

26. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Com base na Lei Complementar n.º 101/2000

— Lei de Responsabilidade Fiscal —, julgue o seguinte item.

Operação de crédito com prazo inferior a doze meses realizada por ente da Federa-

ção será excluída da dívida pública consolidada.

27. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Com base na Lei Complementar n.º 101/2000

— Lei de Responsabilidade Fiscal —, julgue o seguinte item.

Gastos com pessoal e encargos sociais das fundações públicas federais estão inclu-

ídos no limite de despesas de pessoal aplicável à União.

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28. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Acerca dos mecanismos necessários à exe-

cução do orçamento, julgue o item que se segue.

A classificação da receita orçamentária é de utilização obrigatória por todos os en-

tes da Federação.

29. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) À luz das disposições da Lei Complementar

n. 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF), julgue o item seguinte.

Situação hipotética: O município XY, controlador da empresa estatal XY-Gás, de-

terminou que essa empresa repassasse, de forma antecipada, recursos financeiros

não compreendidos como lucros ou dividendos, na forma da legislação, ao caixa

municipal, para devolução no prazo de trinta dias.

Assertiva: Nessa situação, a operação realizada pelo município equipara-se a uma

operação de crédito que é vedada pela LRF.

30. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) À luz das disposições da Lei Complementar

n. 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF), julgue o item seguinte.

Operações de crédito cujas receitas constem do orçamento integram a dívida públi-

ca consolidada, ainda que tenham prazo inferior a doze meses.

31. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) À luz das disposições da Lei Complementar

n. 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF), julgue o item seguinte.

Situação hipotética: No final do primeiro quadrimestre de 2017, as despesas com

pessoal do Poder Executivo do município AB estavam no patamar de 52% de sua

receita corrente líquida.

Assertiva: Nessa situação, o município deverá reduzir o excedente dessas despesas

nos dois quadrimestres seguintes, sendo a redução de, no mínimo, um terço no

primeiro deles.

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32. (CESPE/TCE-PE/ANALISTA/2017) Julgue o item seguinte, relativos à progra-

mação e à execução orçamentária e financeira.

Nas situações em que houver frustração de receitas e ficar evidenciado o não cum-

primento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas em instrumen-

to de transparência da gestão fiscal, os empenhos e a movimentação financeira

deverão ser limitados.

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Lei de Responsabilidade Fiscal
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QUESTÕES DE CONCURSO

33. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Tendo por base o disposto na Lei de Respon-

sabilidade Fiscal, julgue o item que se segue.

A doutrina classifica como limite prudencial para despesas com pessoal do Poder

Executivo o equivalente a noventa por cento do limite máximo estabelecido para

essa categoria de gasto público.

34. (CESPE/PGE-AMAZONAS/PROCURADOR/2016) À luz da legislação e da doutri-

na em matéria de responsabilidade fiscal, julgue o item a seguir.

Ainda que não haja vedação na LDO, é proibida a abertura de crédito adicional para

destinar recursos à cobertura, direta ou indireta, de necessidades de pessoas físi-

cas, ainda que por meio de lei específica.

35. (CESPE/TCE-PR/ACE/2016) No primeiro dia de mandato do prefeito do mu-

nicípio X, sua equipe apresentou-lhe a situação das contas municipais. A equipe

alegou que não havia recursos suficientes em caixa para o pagamento das despe-

sas correntes do município até o final do primeiro mês do ano, mas assegurou ao

prefeito que ele poderia recorrer à ARO como forma de obter a quantia necessária

ao atendimento das despesas.

O prefeito do município X, referido no texto 5A4AAA, não poderá realizar operações

de ARO no período entre o dia

a) 1.º de dezembro de um exercício e o último dia de fevereiro do exercício se-

guinte.

b) 1.º de janeiro e o último dia de fevereiro de cada exercício.

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c) 1.º de janeiro e o dia 31 de março de cada exercício.

d) 10 de janeiro e o dia 31 de março de cada exercício.

e) 10 de dezembro de um exercício e o dia 9 de janeiro do exercício seguinte.

36. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base no disposto na Lei de Responsabili-

dade Fiscal, julgue o item que se segue, acerca de restos a pagar e escrituração e

consolidação das contas.

Nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, o titular do Poder Executivo pode

contrair obrigação de despesa com parcelas a serem pagas no exercício seguinte,

desde que haja suficiente disponibilidade de caixa para pagá-las.

37. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR/2016) À luz da legislação e da doutrina em

matéria de responsabilidade fiscal, julgue o item a seguir.

É vedada a aplicação das disponibilidades de caixa do regime próprio de previdên-

cia dos servidores públicos estaduais em ações e outros papéis relativos às empre-

sas controladas pelo estado, mas não em títulos da dívida pública estadual.

38. (CESPE/PGE-AM/PROCURADOR/2016) Acerca de receita e despesa públicas no

direito financeiro brasileiro, julgue o próximo item.

A receita oriunda da privatização de empresa pública estadual não pode ser utili-

zada em obras de conservação de imóveis pertencentes ao estado-membro, mas

não há óbice à sua utilização para a aquisição de imóvel necessário à realização de

obra pública.

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39. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal e com a Lei de Acesso à Informação, julgue o seguinte item.

Os entes da Federação devem disponibilizar a qualquer pessoa física ou jurídica

os dados resumidos da despesa pública realizada, dispensado o fornecimento de

informações sobre o número dos processos que originaram as despesas, ao bem

fornecido ou ao serviço prestado.

40. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) De acordo com as disposições da Lei de Res-

ponsabilidade Fiscal, julgue o item que se segue, relativo a escrituração e consoli-

dação das contas.

Enquanto não for implantado o Conselho de Gestão Fiscal, cabe ao Conselho Fede-

ral de Contabilidade editar normas gerais para a consolidação das contas públicas.

41. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base nos dispositivos constitucionais de

direito financeiro, julgue o item que se segue.

Tanto os poderes como o Ministério Público devem ser incluídos no relatório resu-

mido da execução orçamentária previsto na Constituição Federal de 1988 e na Lei

de Responsabilidade Fiscal.

42. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base no disposto na Lei de Responsabili-

dade Fiscal, julgue o item que se segue, acerca de restos a pagar e escrituração e

consolidação das contas.

A origem e o destino dos recursos provenientes da alienação de ativos devem ser

destacados na demonstração das variações patrimoniais.

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43. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base no disposto na Lei de Responsabili-

dade Fiscal, julgue o item que se segue, acerca de restos a pagar e escrituração e

consolidação das contas.

Diferentemente de outros elementos que compõem as demonstrações contábeis,

as receitas e as despesas previdenciárias devem ser apresentadas em demonstra-

tivos financeiros específicos.

44. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base no disposto na Lei de Responsabili-

dade Fiscal, julgue o item que se segue, acerca de restos a pagar e escrituração e

consolidação das contas.

As operações de crédito por antecipação da receita orçamentária (ARO), classifica-

das como receita extra orçamentária, não integram o RGF.

45. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base no disposto na Lei de Responsabi-

lidade Fiscal, julgue o item que se segue

É facultada a divulgação de relatório de gestão fiscal em periodicidade semestral

por municípios com população inferior a cinquenta mil habitantes.

46. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base no disposto na Lei de Responsabi-

lidade Fiscal, julgue o item que se segue

Cidadãos, partidos políticos, associações e sindicatos, por não serem considerados

partes legítimas da administração pública, não podem realizar denúncias a respeito

do descumprimento das prescrições estabelecidas na LRF ao respectivo tribunal de

contas e ao órgão competente do Ministério Público.

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47. (CESPE/TCU/TÉCNICO/2012) Acerca da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),

julgue o item a seguir.

O equilíbrio das contas públicas, preconizado na LRF, implica a obtenção de superá-

vit primário nas contas governamentais, sendo, no entanto, vedada a contratação,

por parte de estados, do Distrito Federal e de municípios, de operações de crédito

para esse superávit, devido aos riscos envolvidos.

48. (CESPE/PG-DF/PROCURADOR/2013) A respeito das normas que regem o direi-

to financeiro e orçamentário, julgue o item a seguir.

O cumprimento de condições e limites para a concessão de renúncia de receita é

um postulado da LRF inserido no conceito de gestão fiscal responsável.

49. (CESPE/PG-DF/PROCURADOR/2013) A respeito das normas que regem o direi-

to financeiro e orçamentário, julgue o item a seguir.

Diferentemente da Lei no 4.320/1964, que tem hoje status de lei complementar, a

LRF procura estabelecer normas gerais sobre orçamento e balanços.

50. (CESPE/CAMARA-DEPUTADOS/ANALISTA-LEG/2014) Julgue o seguinte item,

referente à LRF – Lei Complementar n.º 101/2000.

A LRF aplica-se a todos os entes da Federação.

51. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal e com a Lei de Acesso à Informação, julgue o seguinte item.

Os títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil devem ser incluídos na

dívida pública consolidada da União.

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52. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal, julgue o seguinte item.

Para fins de aplicação dos limites da dívida consolidada municipal, devem ser con-

siderados os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento no

qual houverem sido incluídos.

53. (CESPE/DPU/CONTADOR/2016) Use as informações abaixo à luz da LRF:

Relatório de Gestão Fiscal

Demonstrativo Simplificado do Relatório de Gestão Fiscal

Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social

Até o 3.º quadrimestre de 2014

RGF – Anexo VII (LRF, art. 48)

despesas com pessoal – Poder Executivo % sobre a RCL


despesa total com pessoal (DTP) 46,93
limite máximo ????
limite prudencial ????

Com relação às informações do demonstrativo apresentado, julgue o item subse-

quente, considerando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Caso o demonstrativo se refira a governo municipal, o limite máximo de despesa

total com pessoal será de 54% para o Poder Executivo e, nesse caso, o governo

subnacional do demonstrativo não atingiu o limite prudencial da LRF.

54. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Tendo por base o disposto na Lei de Respon-

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O limite máximo para despesas com pessoal do Poder Executivo do estado-membro

corresponde a 95% da receita corrente líquida, que é a soma das receitas arrecada-

das no mês em referência e nos onze meses anteriores, excluídas as duplicidades.

55. (CESPE/TCE-SC/AUDITOR/2016) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fis-

cal e com a Lei de Acesso à Informação, julgue o seguinte item.

Os contratos de terceirização de mão de obra integram o limite de despesas de

pessoal, independentemente do tipo de serviço que estiver sendo terceirizado.

56. (CESPE/TCE-PA/AUDITOR/2016) Com base nos dispositivos constitucionais de

direito financeiro, julgue o item que se segue.

Uma das formas de que dispõe a administração pública para eliminar o percentual ex-

cedente de despesas com pessoal e manter-se no limite prudencial estabelecido pela

Lei de Responsabilidade Fiscal é a redução das despesas com funções de confiança.

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GABARITO

1. C 26. E 51. C
2. E 27. C 52. C
3. E 28. C 53. C
4. b 29. C 54. E
5. C 30. C 55. E
6. C 31. E 56. C
7. C 32. C
8. E 33. E
9. C 34. E
10. C 35. e
11. C 36. C
12. E 37. E
13. E 38. C
14. E 39. E
15. E 40. E
16. E 41. C
17. C 42. C
18. C 43. C
19. e 44. E
20. E 45. C
21. C 46. E
22. C 47. E
23. C 48. C
24. E 49. E
25. d 50. C

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