Você está na página 1de 326

Central de Concursos / Degrau Cultural TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL

TRE
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL

Matéria Básica
 Português
 Informática
 Noções de Direito:
• Constitucional
• Administrativo
• Eleitoral
 Noções de Administração Pública
Eventuais erratas e complementos referentes a
esta apostila estarão disponíveis em nossas
unidades e no site.

RIO DE JANEIRO
JANEIRO
CINELÂNDIA
CINELÂNDIA: Praça Mahatma Gandhi, 2 / 2º andar * (21) 2279-8256
CENTR
CENTRO O : Rua da Alfândega, 80 / 2º andar * (21) 3970-1015
COPACAB
COPA ANA
CABANA
ANA: Av. N. Sra. Copacabana, 807 / 2º andar * (21) 3816-1142
MADUREIRA
MADUREIRA: Shopping Tem-Tudo / Slj 18 * (21) 3390-8887
MÉI
MÉIEE R : Rua Manuela Barbosa , 23 / 2º andar * (21) 3296-8857
NITERÓI
NITERÓI: Rua São Pedro, 151 / Sobreloja * (21) 3604-6234
SÃO PPA
A ULO
SÃO PPA
AULO
ULO: Rua Barão de Itapetininga, 163 / 6º andar * (11) 3017-8800
SANT
SANTOO ANDRÉ
ANDRÉ: Av. José Cabalero, 257 * (11) 4438-8777
SANT
SANTOO AMAR
AMARO O : Av. Santo Amaro, 5860* (11) 5181-2221

1
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural

TRE
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL

Matéria Básica

Editora Executiva
Andréa Martins

Supervisão Metodológica e Didática


Márcia Nogueira

Diagramação e Revisão
Sônia Oliveira
Rodrigo Nascimento

Revisão Final
Priscila Oliveira

Capa
Marcelo Fraga

Proibida a reprodução no todo ou em partes, por qualquer meio ou processo, sem


autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punida como crime: Código
Penal, art.184 e seus parágrafos e art.186 e seus incisos (ambos atualizados pela
Lei nº 10.695/2003 e Lei nº 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).

2
Central de Concursos / Degrau Cultural TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL

Prezado (a) Candidato (a),

Atendendo a pedidos de centenas de pessoas que desejam iniciar com antecedência


seus estudos para o próximo concurso para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal Regional
Eleitoral – TRE, a Central de Concursos / Degrau Cultural elaborou esta apostila digital,
contendo noções de Língua Portuguesa, Interpretação de Textos, Informática, Direito
Constitucional, Direito Administrativo, Direito Eleitoral e Noções de Administração Pública.

Os tópicos aqui apresentados foram cuidadosamente selecionados por nossa


experiente equipe pedagógica, de acordo com o edital do último concurso, realizado no ano
de 2001, já que o edital oficial ainda não foi publicado e, conforme vem sendo anunciado, o
programa do concurso anterior serve como uma boa base para aqueles que desejam iniciar
sua preparação desde já, tornando-se fortes candidatos à conquista da tão sonhada vaga.
Além disso, nossa equipe pedagógica também incluiu nesta apostila tópicos específicos de
Legislação Eleitoral que não foram exigidos no último concurso, mas, por terem sofrido
atualização desde então, foram considerados relevantes.

Esperamos, sinceramente, que nosso material possa ser útil na conquista de seus
objetivos e, desde já, desejamos-lhe sucesso na sua empreitada!

Atenciosamente,

Os Editores

ÍNDICE GERAL
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ................................................ 05
INFORMÁTICA ....................................................................................................................... 86
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................... 128
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO ......................................................................... 167
NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL .................................................................................. 213
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................................................... 282

3
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural

LÍNGUA PORTUGUESA

Interpretação de Textos .......................................................................... 05

Tipologia Textual ..................................................................................... 14

Ortografia ................................................................................................ 22

Morfologia ................................................................................................ 28

Sintaxe .................................................................................................... 55

Pontuação ............................................................................................... 84

4
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Para responder às questões 01 a 03 leia o texto abaixo. la a que, textualmente, é impossível associar esse
valor interrogativo.
1 Dinheiro é a maior invenção dos últimos 700 anos. a) “quanto você ama a mulher amada” ( l. 4 e 5)
Com ele, você pode comprar qualquer coisa, ir para b) “para quem dinheiro é o pedacinho de papel” (l. 17 e 18)
qualquer lugar, consolar o aleijado que bate no vi- c) “como o dinheiro é tudo” (l. 25 e 26)
dro do carro no sinal fechado, mostrar quanto você d) “por que falta dinheiro” (l. 26 e 27)
5 ama a mulher amada ou comprar uma hora de amor. e) “ se a quantidade de santinhos muda o tamanho do
É o passaporte da liberdade. Com dinheiro, você milagre” (l. 27 e 28)
pode xingar o ditador da época e sair correndo para
o exílio, ou financiar todos os candidatos a presi- 04. Foi publicado na seção Painel do Leitor, da Folha de
dente e comparecer aos jantares de campanhas S. Paulo (15/11/2003), o seguinte trecho de corres-
10 de todos. pondência enviada ao jornal por um leitor:
Nos tempos que estamos vivendo, dinheiro é como
Deus na idade Média – o sentido único e todos os “Revoltante o editorial ‘Maioridade Penal’. Quer di-
sentidos das coisas. O que não produz nem é di- zer que este jornal, que tanto apregoa a democra-
nheiro, não existe, é falso, postiço. cia, ignora a opinião de 89% da população a favor
15 Os sábios da igreja de antigamente são os econo- da redução da maioridade penal e quer impor-nos
mistas de hoje em dia. Dividem-se em dois grupos a visão de ‘meia dúzia’ de intelectuais? É essa a
– os idólotras, para quem dinheiro é o pedacinho idéia de democracia que o jornal que tanto admiro
de papel, a imagem do sagrado, o santinho. Para apregoa?”
eles, o valor do dinheiro depende da quantidade de
20 papéis em circulação. Para os iconoclastas, dinhei- Aponte a única dedução correta extraída do trecho
ro é a base das relações sociais do mundo capita- lido.
lista, a rede que organiza a sociedade. É um con- a) O editorial a que se refere o missivista deve ter refu-
ceito, um crédito, um débito. tado a tese da imputabilidade penal para menores
Como os sacerdotes de antigamente, economistas de 18 anos.
25 têm a missão de explicar o inexplicável – como o di- b) O corpo editorial da Folha de S. Paulo é composto por
nheiro é tudo e nada ao mesmo tempo, por que falta um grupo reduzido de representantes da elite nacio-
dinheiro se dinheiro é papel impresso, ou se a quan- nal que se acha no direito de impor sua opinião.
tidade de santinhos muda o tamanho do milagre. c) O missivista está revoltado com a Folha de S. Paulo
(João Sayad, Cidade de Deus, Classe Revista de por ela ter descumprido o compromisso público com
Bordo da TAM, nº 95, com adaptações). seus leitores de veicular apenas a verdade dos fatos.
d) Discordando da visão exposta no referido editorial,
01. Assinale como verdadeiras (V) ou falsas (F) as se- o missivista se alia aos 89% da população que ma-
guintes inferências para o texto. A seguir, assinale a nifestou adesão à tese da redução da maioridade
opção correta. penal.
( ) Os sábios da Igreja de antigamente são identifica- e) O missivista questiona a democracia da informa-
dos aos idólatras; os economistas de hoje em dia, ção apregoada pela Folha de S. Paulo, pois só um
aos iconoclastas. dos lados da questão – o da manutenção da maio-
( ) Hoje em dia, o dinheiro representa um deus, por- ridade penal – foi combatido no editorial.
que remete ao sentido de todas as coisas.
( ) Considerar dinheiro como um pedacinho de papel 05. Assinale o título sugerido para o texto que corres-
retira dele o valor sagrado com que é reverenciado ponde à sua idéia principal.
nos dias de hoje.
( ) O valor do dinheiro para os iconoclastas está ligado Vale lembrar que nos governos Vargas e JK e nos
ao simbólico, ao conceito, como crédito ou débito. governos do ciclo militar, apesar da preponderân-
( ) É “inexplicável” dizer que dinheiro é tudo e nada ao cia do estatismo, as empresas ocuparam posição
mesmo tempo porque se trata de uma realidade central. Vargas governou com os empresários ao
paradoxal. seu lado. Dificilmente dava um passo importante
sem antes ouvir a Confederação Nacional da In-
a) V, V, F, V, F d) F, V, V, V, F dústria. Juscelino fez do capital privado um trunfo.
b) V, F, V, F, F e) F, F, V, F, V Basta citar o caso emblemático da produção auto-
c) F, V, F, V, V mobilística que fez a imprensa mundial comparar
São Paulo a uma nova Detroit. Os militares criaram
02. Assinale a relação lógica em desacordo com a ar- sistemas híbridos, a exemplo da petroquímica, as-
gumentação do segundo parágrafo do texto. sociando Estado e iniciativa privada. A iniciativa pri-
a) O que não é dinheiro é falso. vada foi o pulmão do desenvolvimento na época do
b) Não existe o que não produz dinheiro. estatismo e terá ainda maior relevância na econo-
c) Não existe o que é postiço. mia contemporânea. Um modelo de desenvolvimen-
d) O que não é falso produz dinheiro. to que não leve esta evidente nuança em conside-
e) É postiço o que não produz dinheiro. ração é como se fosse um dinossauro, muito bom
para as primeiras eras geológicas e muito distante
03. Algumas conjunções e pronomes do texto, apesar da era atual.
de iniciarem orações afirmativas, têm também va- (Emerson Kapaz, “Dedos cruzados” in Revista Polí-
lor interrogativo. Assinale, nas opções abaixo, aque- tica Democrática, nº6, p. 41)

5
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
a) Os governos Vargas e JK & os governos militares. segunda metade dos anos 90._______(4)_______
b) A iniciativa privada no desenvolvimento econômico. de movimento de natureza patrimonial que deu lu-
c) O papel da Confederação Nacional da Indústria no gar a dois processos simultâneos: a fusão de em-
governo JK. presas, com fechamento de plantas no centro in-
d) Os sistemas híbridos dos governos militares. dustrializado, e o concomitante deslocamento para
e) O estatismo de Vargas a JK. a periferia dinâmica. ___________ (5) __________
da concorrência mundial ensejou a criação concen-
Leia o texto para responder à questão 06. trada de capacidade produtiva nos setores de nova
tecnologia e nas regiões capazes de promover uma
1 Um dos motivos principais pelos quais a temática integração virtuosa ao processo de internacionali-
das identidades é tão frequentemente focalizada zação capitalista.
tanto na mídia assim como na universidade são as
mudanças culturais, sociais, econômicas, políticas a) 1- É necessário esclarecer que,
5 e tecnológicas que estão atravessando o mundo e b) 2 - Tal transformação na economia,
que são experenciadas, em maior ou menor esca- c) 3 - Essa aceleração da centralização de capital,
la, em comunidades locais específicas. Como indi- d) 4 - Tratavam-se, essencialmente,
ca Fridman (2000, p. 11), “se a modernidade alterou e) 5 - Esse último estágio da evolução da estrutura
a face do mundo com suas conquistas materiais,
10 tecnológicas, científicas e culturais, algo de abran- Leia o texto abaixo para responder às questões 08 e 09
gência semelhante ocorreu nas últimas décadas,
fazendo surgir novos estilos, costumes de vida e 1 Com a tramitação das reformas constitucionais no
formas de organização social”. Há nas práticas so- Congresso, estamos prestes a inscrever em nossa
ciais cotidianas que vivemos um questionamento Carta Magna disposições como limite salarial de
15 constante de modos de viver a vida social que têm integrantes dos poderes e dos serviços públicos
afetado a compreensão da classe social, do gêne- 5 estaduais, assunto que dificilmente se discutirá no
ro, da sexualidade, da idade, da raça, da nacionali- Legislativo de qualquer outra federação, monárquica
dade etc; em resumo, de quem somos na vida soci- ou republicana, presidencialista ou parlamentarista,
al contemporânea. É inegável que a possibilidade e que pouco provavelmente se encontrará em outra
20 de vermos a multiplicidade da vida humana em um Constituição. A indagação cabível, a meu ver, é como e
mundo globalizado, que as telas do computador e 10 por que chegamos a tanto.
de outros meios de comunicação possibilitam, tem O cerne desse desafio, que julgo não respondido,
colaborado em tal questionamento ao vermos de pode ser resumido num simples raciocínio: o siste-
perto como vivemos em um mundo multicultural e ma federativo, por oposição à forma unitária do Es-
25 que essa multiculturalidade, para qual muitas ve- tado, nada mais é do que distribuir espacialmente
zes torcíamos/torcemos os narizes, está em nossa 15 o poder. A origem e o fundamento da divisão espaci-
própria vida local, atravessando os limites nacio- al do poder, representados pela federação, devem
nais: os grupos gays, feministas, de rastafaris, de ser procurados entre aqueles que criaram o primei-
hip-hop, de trabalhadores rurais sem-terra etc. ro regime federativo do mundo. O modelo confede-
(Luiz Paulo da Moita Lopes, Discursos de identida- rativo, como se sabe, já era conhecido historica-
des, p. 15) 20 mente e foi adotado nos artigos de confederação
que precederam e viabilizaram a luta pela indepen-
06. Das seguintes relações de causa (primeira coluna) dência das 13 colônias da América do Norte. O que
e conseqüência (segunda coluna), assinale a úni- marca a singularidade do novo sistema é exatamen-
ca que NÃO é possível interferir a partir do texto. te a diferença entre as confederações anteriores e a
25 alternativa criada pelos convencionais da Filadélfia.
Equilibrar poderes, distribuir competências e res-
ponsabilidades rigorosamente simétricas em uma
nação tão profundamente assimétrica, mais do que
um desafio de engenharia política, ainda é uma in-
30 cógnita indecifrada, que, como a esfinge, ameaça-
nos devorar.
(Marco Maciel, Pacto federativo, Folha de São Pau-
lo, 14/09/2003, com adaptações)

08. Marque F (falso) ou V (verdadeiro) para inferências


07. Assinale o trecho que, ao preencher a lacuna cor- a partir do texto.
respondente, provoca erro gramatical, de pontua- ( ) As reformas constitucionais reforçam a distribuição
ção ou de coesão textual. espacial do poder.
( ) Um estado que adota uma forma unitária não distri-
________(1)________ com predominância de fu- bui espacialmente o poder.
sões e aquisições de empresas, a mudança de na- ( ) Confederações são Estados que adotam, constitu-
tureza das inversões diretas iniciou- se nos Estados cionalmente, o regime federativo a partir da inde-
Unidos na década de 80. ________(2)________ pendência dos Estados Unidos.
acompanhada de uma grande expansão do investi- ( ) Nossa Carta Magna será a primeira, ou uma das
mento de portfólio e da formação de megacorpora- primeiras, a dispor sobre limite salarial de integran-
ções, estendeu-se aos demais países nos anos 90. tes dos poderes mas não sobre dos serviços esta-
________(3)________ apoiada na valorização glo- duais.
bal das Bolsas, ocorreu com maior intensidade na

6
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
A seqüência correta é: e) Nos postulados científicos e nas aplicações técni-
a) V, V, F, V d) V, F, F, F cas, as descobertas de nexo entre causa e efeito
b) V, V, F, F e) F, F, V, F negligenciam as leis da cosmologia.
c) F, V, V, V
12. Em relação ao texto, assinale a opção INCORRETA.
09. Assinale a opção que apresenta uma relação de
coesão no texto. 1 A ciência moderna desestruturou saberes tradicio-
a) “assunto” (l. 5) refere-se a “tramitação das refor- nais e seu paradigma mecanicista, que encara o
mas constitucionais no Congresso” (l. 1 e 2 ) mundo natural como máquina desmontável, levou
b) “tanto” (l. 10 refere-se a “inscrever em nossa Carta a razão humana aos limites da perplexidade; por-
Magna disposições como limite salarial de integran- 5 quanto a fragmentação do conhecimento em pe-
tes dos poderes e dos serviços públicos estaduais” quenos redutos fechados se afasta progressiva-
(l. 2 - 5) mente da visão do conjunto. A excessiva especiali-
c) “aqueles” (l. 17) refere-se a “artigos da confedera- zação das partes subtrai o conhecimento do todo.
ção” (l. 20) Daí resulta a dificuldade teórica e prática para que o
d) “modelo confederativo” (l. 18 e 19) refere-se a “luta 10 espírito humano se situe no tempo e no espaço da
pela independência” (l. 21 e 22) sua existência concreta.
e) “nação” (l. 28) refere-se a “13 colônias da América (José de Ávila Aguiar Coímbra, Fronteiras da Ética,
do Norte” (l. 22) São Paulo, Senac, 2002, p. 27)

Leia o texto abaixo para responder às questões 10 e 11. a) O sentido da palavra “paradigma” (l. 2) está associ-
ado à idéia de modelo, ponto de vista teórico.
1 Seja nos mitos de criação seja na cosmologia de b) As vírgulas após “mecanicista” (l.2) e após “des-
hoje, há uma busca no sentido do mundo, um es- montável” (l. 3) isolam uma expressão de caráter
forço de compreensão da natureza e do universo. explicativo.
As representações do espírito humano, num caso c) Pelos sentidos do texto, o sujeito sintático de “le-
5 e noutro, constituem variações sobre o mesmo vou” (l. 3) é “seu paradigma mecanicista” (l. 2)
tema: penetrar no âmago da realidade. d) Ao se substituir a conjunção “porquanto” (l. 4 e 5)
Não é segredo algum descobrir que a busca de pela conjunção porque, as relações sintáticas e se-
sentido para o cosmos se engata com a procura de mânticas do período são mantidas.
sentido para a existência da família humana. Para e) Em “se situe” (l. 10) o pronome “se” indica indeter-
10 além das concepções científicas e das diversida- minação do sujeito e contribui para conferir impes-
des culturais, o porquê da nossa vida, de sua ori- soalidade ao texto.
gem e do seu destino, acompanha passo a passo
nossa evolução histórica. A ocupação do planeta, a 13. Assinale a opção em desacordo com as idéias do
organização da convivialidade, a compatibilização dos texto.
15 contrários, presentes em toda a parte, e a eterna bus-
ca de valores transcendentes estão no mesmo séqüito Não mais se conta com um eixo filosófico ou religi-
que acompanha a observação do mundo natural, nas oso sobre o qual girem as ciências, as técnicas e
descobertas de nexo entre causa e efeito, nos postu- até mesmo a organização social. Como adverte
lados científicos e nas aplicações técnicas. Edgar Morin, a ciência também produz a ignorância,
(José de Ávila Aguiar Coimbra, Fronteiras da Ética, uma vez que as especializações caminham para
São Paulo: Senac, 2002, p. 20) fora dos grandes contextos reais, das realidades
complexas. Paradoxalmente, cada avanço unidire-
10. Assinale a substituição ou adaptação sugerida que cional dos conhecimentos científicos produz mais
prejudicaria os sentidos originais ou a correção gra- desorientação e perplexidade na esfera das ações
matical do texto. a implementar, para as quais se pressupõe acerto
a) “Seja... seja” (l.1) > Quer... quer e segurança. Vivemos em uma nebulosa, que não
b) “num caso e noutro”(l.4 e 5) > em um caso e em outro é via-láctea deslocando-se no espaço cósmico e
c) “tema:” (l.6) > tema, que é explicável pela astronomia, mas em uma nebulosa
d) “com a” (l.10) > na provocada pela falta de contornos definidos para o
e) “Para além das” (l.9 e 10) > Por meio das saber, para a razão e, na prática, para as decisões
fundamentais. Afinal, o que significa tudo isso para
11. Assinale a opção que está de acordo com a idéia a felicidade das pessoas e o destino último da so-
central do texto. ciedade?
a) A cosmologia é uma ciência exata que dispersa va- (José de Ávila Aguiar Coimbra, Fronteiras da Ética,
lores humanísticos e procura apenas relações de São Paulo: Senac, 2002, p. 27)
causa e efeito.
b) Os mitos, como exclusivas representações do es- a) O eixo filosófico ou religioso sobre o qual giravam
pírito humano, configuram o caminho por excelên- as ciências, as técnicas e até mesmo a organiza-
cia para a busca por valores transcendentes. ção social não está mais disponível.
c) As concepções científicas e a diversidade cultural b) Como as especializações se desviam dos grandes
são obstáculos que invalidam uma visão hegemô- contextos reais e das realidades complexas, a ci-
nica do mundo natural. ência também produz ignorância.
d) O porquê da vida humana, sua origem e seu desti- c) Se o avanço dos conhecimentos é unidirecional, pro-
no são indagações subjacentes tanto aos mitos duz-se desorientação e perplexidade nas ações para
quanto às investigações de caráter científico. as quais acerto e segurança são pressupostos.

7
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
d) A falta de contornos definidos para o saber é provo- a) 1º, 2º, 4º, 3º, 5º d) 1º, 5º, 4º, 3º, 2º
cada pela razão e pelas decisões fundamentais da b) 2º, 1º, 3º, 5º, 4º e) 5º, 2º, 3º, 1º, 4º
prática. c) 3º, 2º, 1º, 5º, 4º
e) A nuvem de matéria interestelar em que vivemos,
que se desloca no espaço cósmico, é explicável Atenção: As questões de números 16 a 23 referem-se
pela astronomia. ao texto que segue:

14. Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão A sociedade humana, tal como se acha organiza-
desordenados. Ordene-os nos parênteses e, em da, não é uma, nem uniforme e nem está, em seu con-
seguida, assinale a seqüência correspondente. junto, no mesmo estágio de desenvolvimento.
( ) As operações de compra de imóveis pelas off sho- Nela coexistem, pois, diferentes comunidades,
res também estão sendo monitoradas pela Recei- estabelecidas e organizadas de conformidade com ob-
ta. Os dados serão comparados com as declara- jetivos e interesses específicos. Tais comunidades (na-
ções de Imposto de Renda dos residentes no Bra- cionais, regionais, municipais, por exemplo), relacionam-
sil e até com o cadastro de imóveis das prefeituras. se necessariamente umas com as outras, direta ou in-
( ) Sem identificação dos donos, cujos nomes são diretamente. Conforme o caso, intercambiam produtos,
mantidos em sigilo pela legislação dos países onde idéias, cultura, arte, costumes, tecnologia, conhecimen-
estão registradas, muitas dessas empresas fazem tos e experiências diversas, além do que não existe, com-
negócios no Brasil, como a participação em empre- põe e constitui a sociedade humana e a natureza.
endimentos comerciais ou industriais, compra e No plano internacional, esse intercâmbio perma-
aluguel de imóveis. nente e incessante ocorre num quadro extremamente
( ) Além de não saber quem são os proprietários des- variado, composto de especializações, singularidades
sas off shores, pois não há mecanismos legais que e discrepante e injusto grau de desenvolvimento. Essas
permitem acesso aos verdadeiros donos, o gover- diversidades, aliás ligadas à necessidade de troca e
no também não tem conhecimento da origem des-
obtenção de determinados produtos, constituem a cau-
se dinheiro aplicado no País, sem o recolhimento
dos impostos devidos. sa da ocorrência e intensificação do relacionamento in-
( ) A Receita Federal está fechando o cerco contra as tercomunitário. Pelas mesmas razões (e também por
empresas estrangeiras sediadas em paraísos fiscais outras que ora não vêm a pêlo), implicam a prevalência
que atuam no Brasil, conhecidas como off shores. ou quando não o domínio puro e simples de umas co-
( ) Para reduzir essa evasão fiscal, a Receita está iden- munidades sobre outras, obterando-lhes, parcial e às
tificando as pessoas físicas que alugam imóveis vezes totalmente, os espaços de e para um desenvolvi-
de luxo pertencentes a pessoas jurídicas ou mes- mento autonômico e independente.
mo fiscais que atuam em paraísos fiscais. Toda (Guido Bilarinho, Revista Dimensão, ano V, n.9. p. 3-4)
remessa de aluguel é tributada.
(Adaptado de Ana D’Angelo, Andréa Cordeiro e 16. O texto
Vicente Nunes, Correio Braziliense, 08/09/2003) a) enfatiza o cultivo das ações propulsoras do desen-
volvimento autonômico e independente.
a) 1º, 2º, 4º, 3º, 5º d) 1º, 5º, 4º, 3º, 2º b) aponta as desvantagens decorrentes de um grau
b) 2º, 3º, 5º, 4º, 1º e) 3º, 2º, 1º, 5º, 4º
injusto de desenvolvimento das comunidades.
c) 5º, 2º, 3º, 1º, 4º
c) critica o processo organizacional deficitário das co-
15. Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão munidades em geral.
desordenados. Ordene-os nos parênteses e, em d) tece considerações sobre a maneira como se or-
seguida, assinale a seqüência correspondente. ganiza a sociedade humana.
( ) Em geral, esta firma é constituída apenas para atuar e) condena os meios modernos de supremacia no
como subsidiária da estrangeira, intermediando relacionamento intercomunitário.
seus negócios. Caso a empresa compre imóvel no
Brasil, tem que haver registro, tem que existir um 17. O texto:
responsável, com CPF, o que permite o controle. a) atribui ao intercâmbio permanente a fonte de pro-
( ) O investidor estrangeiro entra no Brasil via Bolsa de gresso das comunidades.
Valores, fundos de investimentos ou como sócio de
b) acentua a exploração econômico-financeira como
uma empresa brasileira.
( ) O secretário da Receira admite, no entanto, que não canal de dominação.
há mecanismos para controlar a atuação de brasi- c) afirma a inexistência de igualdade nas comunida-
leiros que mandam dinheiro ilícito para os paraísos des da sociedade humana.
fiscais e o repatriam por meio de negócios realiza- d) condiciona o relacionamento intercomunitário à
dos em nome das off shores. mudança de organização da sociedade.
( ) E também a contabilidade da empresa, em tais paí- e) associa o intercâmbio permanente ao injusto grau
ses, não precisa ser auditada. Os donos dos recur- de desenvolvimento social.
sos podem movimentar dinheiro ou constituir em-
presas por vários meios que omitem seus nomes, 18. De acordo com o texto, as diferentes comunidades
como o sistema de ações ao portador. na sociedade humana
( ) Esses países conhecidos como paraísos fiscais a) ajustam-se às peculiaridades da natureza.
têm como principais atrativos a legislação tributária b) permutam benefícios de natureza diversa.
branda, com direito até a isenção de impostos, e c) repudiam o relacionamento intercomunitário.
garantia de sigilo bancário, comercial e societário. d) manifestam-se no mesmo nível de desenvolvimento.
(Adaptado de Ana D’Angelo, Andréa Cordeiro e e) caracterizam-se por traços homogêneos.
Vicente Nunes, Correio Braziliense, 08/09/2003)

8
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
19. Entre o primeiro e o segundo parágrafo do texto, há O bom relatório científico não representa nem mais
uma relação de nem menos do que a veracidade legítima das conclu-
a) concessão sões que expõe. O orador na discussão fará bem em
b) condição procurar imitar esse tipo de relatório.
c) adição (James Mcburbey, Argumentação e Debate. Rio
d) finalidade de Janeiro: Fundo de cultura, 1970. p. 74)
e) causa e conseqüência
24. De acordo com o texto:
20. A substituição da expressão sublinhada em ... im- a) O comportamento construtivo na pesquisa científi-
plicam a prevalência ou quando não o domínio de ca subordina-se invariavelmente ao processo de
umas comunidades sobre outras... mantém o senti- discussão.
do original em: b) Tanto no contexto da pesquisa científica quanto no
a) senão d) também da discussão, cabe a ênfase na integridade do tra-
b) aliás e) assim balho como garantia da exatidão.
c) ainda c) Da relação entre a discussão e o método científico
resulta a possibilidade de resolver qualquer pro-
21. Na relação entre o vocabulário e os efeitos de sen- blema pelo método objetivo.
tido do texto, os termos (do 3º parágrafo), discre- d) A variedade de situações determina a adoção de
pante, prevalência, obliterar estão correta e respec- métodos que garantam a eficácia da pesquisa ci-
tivamente substituídos por entífica bem como da discussão.
a) diferente - redominância - esquecer e) As aparências enganosas apresentam-se como
b) atenuante - preferência - encurtar minúcias a serem valorizadas na aplicação do mé-
c) dissonante - predominância - oferecer todo científico.
d) díspar - supremacia - extinguir
e) intenso - preferência - invalidar 25. Ainda de acordo com o texto:
a) Há uma correspondência entre a objetividade na
22. A substituição da expressão sublinhada em ... relaci- investigação científica e a disponibilidade para alte-
onam-se necessariamente umas com as outras ... ração de pontos de vista na discussão.
mantém o sentido original em: b) O êxito da atividade da discussão depende do nú-
a) as outras mero e da exatidão das informações recebidas de
b) para com as outras um público interessado no processo.
c) pelas outras c) Preconceitos e informações insuficientes represen-
d) das outras tam-se como empecilho à disposição de modificar
e) às outras concepções.
d) Sem a adoção de certas perspectivas das várias
23. Em ... os espaços para um desenvolvimento..., a li- situações, torna-se inviável a correspondência en-
gação da preposição com o termo desenvolvimento tre discussão e método científico.
traduz idéia de e) Há necessidade de sintonização entre a matéria
a) finalidade d) limitação discutida e os resultados esperados pelos partici-
b) qualidade e) quantidade pantes da discussão.
c) proximidade
26. Considere as seguintes afirmações:
ATENÇÃO: As questões de números 24 a 29 referem-se I. São inevitáveis, seja no processo da discussão,
ao texto que segue: seja na atividade de pesquisa científica, fontes de
erros, tais como preconceitos e informações insufi-
Há íntima relação entre a discussão e o método cientes.
científico. As atitudes que levam ao comportamento cons- II. A validade das discussões, tanto na discussão quan-
trutivo na pesquisa científica aplicam-se também à dis- to na pesquisa científica, mede-se pelo equilíbrio
cussão. entre as mesmas conclusões e as informações tra-
Essas atitudes podem ora ser consideradas como balhadas para se chegar até elas.
uma orientação geral, ora como disposição de adotar III. A veracidade das conclusões expostas pelo bom re-
certas perspectivas das várias situações. Realizam-se latório científico abre margem para outras várias in-
na disposição de investigar qualquer problema pelo dagações acerca da validade do método científico.
método objetivo, impessoal, sempre que necessário. Da
mesma forma, realizam-se numa correspondente dis- Está de acordo com o texto SOMENTE o que se afir-
posição de modificar concepções, desde que as infor- ma em:
a) I d) I e II
mações recebidas aconselhem essa reconsideração.
b) II e) I e III
A relação entre a discussão e o método científico c) III
efetiva-se ainda na cautela ao tirar conclusões, ou
seja, no limitar as conclusões às informações dispo- 27. No texto, a expressão ...aparências enganosas de
níveis, bem como no reconhecimento da possibilida- exatidão... indica:
de de fontes de erro, como preconceito e informações a) a negação de atitudes que levam ao comportamen-
insuficientes. to construtivo na pesquisa científica.
É preciso também evitar aparências enganosas de b) o funcionamento precário que envolve a relação
exatidão, tais como muitas frações decimais em núme- entre discussão e método científico.
ros, quando outros fatores na situação tornam sem im- c) a possível precipitação de conclusões decorrentes
portância essa minúncia. da pesquisa científica.

9
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
d) a possibilidade de utilização de dados inexatos no 40 apêndice da engrenagem. O cliente não é rei, como
processamento da pesquisa científica. a indústria da cultura gostaria de fazer crer; não é o
e) a ocorrência de falhas provindas de pouca objetivi- seu sujeito, mas sim o objeto.
dade na discussão e na pesquisa. (Adaptado de ADORNO. Theodor W. Breves
considerações acerca da indústria da cultura. In:
28. No texto, o segmento ... podem ora ser considera- Sobre a indústria da cultura. Coimbra: Ângelus
das como orientação geral, ora como disposição... Novus, 2003, p. 97-8)
expressa idéias de ações:
a) opostas d) simultâneas 30. Nas linhas iniciais do texto,
b) repetidas e) concomitantes a) o livro de Horkheimer foi citado como comprovação
c) alternadas da idéia cabalmente estabelecida de que a expres-
são “indústria da cultura” é inovadora.
29. Reestruturando-se o penúltimo período do texto, b) é apresentado de maneira assertiva o fato de que
NÃO se mantém o sentido original em: outros autores que antecederam a Dialética fazi-
a) O bom relatório científico não apresenta toda a ve- am uso da expressão “cultura de massas”, opon-
racidade legítima das conclusões que expõe. do-a a “indústria da cultura”.
b) O bom relatório científico representa apenas a vera- c) a palavra que (7ª linha), que introduz o segmento se
cidade legítima das conclusões que expõe. trataria de qualquer coisa (...) da arte popular, tem
c) O bom relatório científico limita-se à representação como antecedente o pronome daquela.
da veracidade legítima das conclusões que expõe. d) o cotejo estabelecido pela palavra como (8ª linha)
d) O bom relatório científico representa nada mais nada esclarece a distinção entre “cultura de massas” e
menos do que a veracidade legítima das conclu- “forma contemporânea da arte popular”, tal como
sões que expõe. proposta pelos defensores da primeira expressão
e) A veracidade legítima das conclusões que expõe é e) está expressa a idéia de que a substituição feita
representada pelo bom relatório científico. pelos autores não se deu pela revisão da natureza
do fenômeno designado, mas para não favorecer
Instruções: Para responder às questões de números certo tipo de leitura do fato.
30 a 34 considere o texto abaixo:
31. A frase A indústria da cultura encontra-se nos antí-
1 A expressão “indústria da cultura” foi provavel- podas de tal concepção, no contexto, deve ser en-
mente utilizada pela primeira vez no livro Dietética tendida da seguinte maneira:
do Iluminismo que Horkheimer e eu publicamos em a) o modo como a indústria cultural se estrutura na
Amsterdan, em 1947. Nas versões iniciais, falava- contemporaneidade opõe-se diametralmente ao
5 se de “cultura de massas”. Substituímos esta ex- modo espontâneo como as massas se expressa-
pressão por “indústria da cultura”, a fim de excluir, vam anteriormente.
logo de início, a interpretação que convém aos ad- b) a concepção de que a cultura de massas é qual-
vogados daquela, ou seja, que se trataria de qual- quer coisa que implique a manifestação de arte re-
quer coisa como uma cultura que surge esponta- verte o sentido que se dava à expressão, sendo-lhe
10 neamente das próprias massas, a forma contem- acrescentada a qualidade de “popular”.
porânea da arte popular. A indústria da cultura en- c) o modo como o autor do texto compreende a indús-
contra-se nos antípodas de tal concepção. Ela reor- tria da cultura é incompatível com o entendimento
ganiza o que há muito se tornou um hábito, dotan- de que ela se constitui de manifestações espontâ-
do-o de uma nova qualidade. Em todos os setores, neas das massas.
15 os produtos são fabricados mais ou menos segun- d) a interpretação que o autor do texto propõe como
do um plano, talhados para o consumo de massas correta para a expressão “indústria da cultura” con-
e, em larga medida, determinando eles próprios trapõe-se à idéia de que existe uma forma contem-
esse consumo. Os setores individuais asseme- porânea de arte popular.
lham-se quanto à estrutura ou, pelo menos, articu- e) “cultura de massas” e “forma contemporânea da
20 lam-se entre si. Integram-se no sistema de forma arte” são manifestações que, embora em extremi-
ordenada e praticamente sem falhas, processo que dades opostas, não apresentam a contradição que
fica a dever tanto aos recursos atuais da tecnologia o autor vê na aproximação dos termos “indústria” e
como à concentração econômica e administrativa. A “da cultura”.
indústria da cultura é a integração propositada de
25 seus consumidores, a partir de cima. Ela impõe 32. Integram-se no sistema de forma ordenada e prati-
igualmente a junção do domínio específico da arte camente sem falhas, processo que fica a dever
maior e o da arte menor, domínios que estiveram tanto aos recursos atuais da tecnologia como à
separados durante séculos. Junção é desvantajo- concentração econômica e administrativa. A in-
sa para ambos. A seriedade da arte maior perece dústria da cultura é a integração propositada de
30 na especulação sobre os efeitos que produz: a coa- seus consumidores, a partir de cima. Ela impõe
ção civilizacional destrói, por seu turno, o elemento igualmente a junção do domínio específico da arte
de resistência rebelde que era inerente à arte me- maior e o da arte menor, domínios que estiveram
nor quando o controle de sociedade não era ainda separados durante séculos. Junção que é desvan-
total. Se bem que a especulação da indústria da tajosa para ambos. A seriedade da arte maior pa-
35 cultura acerca do estado de consciência ou incons- rece na especulação sobre os efeitos que produz:
ciência dos milhões de pessoas a quem se dirige a coação civilizacional destrói, por seu turno, o ele-
seja um fato incontestável, as massas não repre- mento de resistência rebelde que era inerente à
sentam uma realidade primária, mas constituem- arte menor quando o controle da sociedade não
se antes como objeto secundário e calculado, um era ainda total.

10
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Considerando o fragmento acima, e o contexto, as- c) II e III, apenas.
sinale a única afirmação INCORRETA. d) II, apenas.
a) Uma possível redação para o segmento grifado, e) I, II e III.
totalmente adequada à norma da gramática pres-
critiva, seria: “processo que fica em débito quer com Instruções: Para responder às questões de números
a concentração econômica e administrativa”. 35 a 39 considere o texto abaixo.
b) A expressão a partir de cima, associada a fabricados
mais ou menos segundo um plano, contribui para a 1 De modo geral, o século XVIII assistiu à
construção do sentido de que a indústria cultural não passagem do sistema do mecenato, pelo qual o
contempla a espontaneidade das massas. artista era financiado por um produtor opulento –
c) O segmento na especulação sobre os efeitos que secular ou eclesiástico – ao sistema de produção
produz expressa noção de processo. 5 para o mercado. Sem dúvida, essa passagem foi
d) No fragmento está pressuposto que, em tempos de gradual, e o mecenato não se extinguiu de todo.
indústria cultural, o controle da sociedade é com- Giambattista Tiepolo passou a vida a serviço de
pleto. protetores, como o príncipe-bispo da Francônia e
e) No fragmento, está subtendida a idéia de que, sob o rei da Espanha. Hãndel foi protegido pelos reis
certas condições, a resistência rebelde é elemento 10 de Hanover.
intrínseco à arte menor. Mas pouco a pouco surgiu um novo perso-
nagem – o artista que vivia do seu trabalho e era
33. Se bem que a especulação da indústria da cultura remunerado por sua própria clientela. O livro po-
acerca do estado de consciência ou inconsciência dia ser vendido, e bem vendido.
dos milhões de pessoas a quem se dirige seja um 15 Dryden recebeu em 1697 a soma de 1.400 libras
fato incontestável, as massas não representam uma por sua tradução de Virgílio. Pope enriqueceu com
realidade primária, mas constituem-se antes como sua próprias obras e com a tradução da llíada e
objeto secundário e calculado, um apêndice da en- da Odisséia. Lessage ganhou a vida com seus
grenagem. romances e seu teatro. Surgiu o autor profissio-
20 nal. “Ser autor”, diz o Almanach des auteurs, de
No período acima transcrito, 1755, “hoje é uma profissão, como ser militar, ecle-
a) se bem que equivale a “tanto que” siástico ou financista.”
b) se houvesse uma vírgula depois de se bem que, Essa independência é assegurada pelo fa-
não haveria prejuízo da norma padrão. vor do público, às vezes tão caprichoso como os anti-
c) o emprego da palavra antes reforça a idéia de elimi- 25 gos mecenas, mas outorgando aos autores um grau
nação do que acaba de ser anunciado no primeiro de liberdade que seria impensável no passado.
membro coordenado, realizada pelo emprego da A independência não se limitava às letras.
conjunção mas. Um pintor como Reynolds enriqueceu com seus
d) a palavra como tem idêntica natureza e função de retratos, pelos quais cobrava preços astronômi-
como encontrado na frase: “As ciências modernas, 30 cos. A liberdade proporcionada pelo sucesso co-
como a medicina, evoluem rapidamente hoje em dia”. mercial não impedia os artistas de trabalharem
e) se a palavra antes fosse deslocada, a nova seqüên- para os grandes, mas permitia estabelecer com
cia “mas constituem-se como objeto secundário e eles uma relação de altivez e até de arrogância.
calculado, antes, um apêndice da engrenagem” pre- Contratado pela corte da Rússia para execu-
servaria o sentido original. 35 tar uma estátua de Pedro, O Grande, o escultor Fal-
conet recusou os vários projetos que lhe haviam sido
34. O cliente não é rei, como a indústria da cultura gos- submetidos a título de sugestão e teve o gesto mag-
taria de fazer crer; não é seu sujeito, mas sim o ob- nífico de não aceitar a remuneração de 400 mil li-
jeto. bras que lhe foi proposta: soberbo de desdém, exi-
40 giu receber exatamente a metade da quantia.
Levando em conta o contexto, considere as afirma- (Adaptado de ROUANET, Sérgio Paulo, Ilustração e
modernidade. In: Mal-estar na modernidade (ensai-
ções que seguem sobre o autor e seus procedi-
os). São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 138)
mentos na frase acima.
I. Fazendo uso de linguagem conotativa, expressa sua 35. A alternativa que apresenta o resumo mais adequa-
opinião acerca do lugar que o cliente verdadeira- do do texto é:
mente ocupa no contexto da indústria cultural. a) De modo geral, no século XVIII ocorreu a passagem
II. Recorrendo a frase hipotética, explicita, pelo deslo- lenta e permanente de sistemas de produção artísti-
camento da posição do cliente, o que lhe parece ca, sem que o mecenato se extinguisse (artistas como
ser a relação entre “aquilo que é” e “aquilo que se Handel continuaram a ser protegidos); quando surgiu
deseja fazer parecer que é”. a profissão de autor – como militar, por exemplo - , o
III. Estabelecendo uma comparação – articulada pe- público, mesmo exigente, deu-lhe liberdade, e o su-
los elementos grifados na frase acima – evidencia cesso o fez ser arrogante até com os poderosos, de
que o cliente não constitui preocupação da indús- quem cobravam preços astronômicos.
tria cultural, embora esta indústria tente criar a ilu- b) De modo geral, no século XVIII se deu, de maneira
são de que a produção é ditada pela expectativa progressiva, o abandono do sistema de mecenato
das massas. pelo de produção para o mercado, dando origem à
profissão de autor; o sucesso de vendas permitia
É correto o que se afirma em: liberdade antes desconhecida, que propiciava ao
a) I, apenas. artista não só poder trabalhar inclusive com os po-
b) I e II, apenas. derosos, mas também assumir, na relação com
eles, até atitudes arrogantes.

11
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
c) De uma forma abrangente, pode-se dizer que o sé- b) Contratado pela corte da Rússia expressa, no con-
culo XVIII foi o que permitiu que o produtor secular texto, noção da causa.
ou eclesiástico deixasse ao artista a liberdade de c) haviam sido submetidos indica ação ocorrida simul-
produzir para o mercado; muitos enriqueceram, taneamente à ação citada anteriormente, realizada
como Dryden e Pope, outros continuaram a ser pro- pelo escultor – recusou.
tegidos; autores e pintores eram livres para cobrar d) a título de sugestão equivale a “porque ele pedira
o que quisessem, e muitos, pelo sucesso, passa- sugestão”.
ram a ser arrogantes até com os poderosos. e) de natureza predominantemente narrativa, o excer-
d) De certa forma, o século XVIII viu nascer nova profis- to é objetivo, não apresentando marca alguma de
são, a do artista, oriunda do abandono pelos mece- subjetividade do autor.
nas e da produção para o mercado; o autor, por exem-
plo, se tivesse traduzido ou produzido obras impor- 39. É correto afirmar que, no texto,
tantes (caso de Dryden ou Pope), podia ser inde- a) bem, em O livro podia ser vendido, e bem vendido,
pendente, chegando até a ser prepotente com os intensifica o ganho auferido com a venda.
poderosos quando queriam um trabalho seu. b) pelo qual, em pelo qual o artista era financiado por
e) De certa forma, o século XVIII conheceu o processo um produtor opulento, pode ser substituído por “por-
de passagem de atividade artística de um pólo a que”, sem que sejam afetados o sentido original e
outro: do mecenato ao mercado; sem dúvida, lenta- a norma padrão.
mente, mas viu-se o aparecimento do novo perso- c) a frase Essa independência é assegurada pelo fa-
nagem, o artista que vendia sua produção, e que vor do público manteria o sentido original se fosse
podia ser mais livre; mesmo muito rigoroso, o pú- transposta para a voz ativa assim: O favor do públi-
blico podia pagar bem, até enriquecendo o artista co tinha assegurado essa independência
(caso de Reynolds) e tornando-o mais arrogante
d) o segmento grifado, em Reynolds enriqueceu com
com os poderosos.
seus retratos, pelos quais cobrava preços astro-
nômicos, pode ser substituído, sem que seja afeta-
36. A frase que, no contexto, constitui um argumento de
da a norma padrão, por: cujos os preços eram as-
confirmação é:
tronômicos.
a) Sem dúvida, essa passagem foi gradual e o mece-
nato não se extinguiu de todo. e) até, em permitia estabelecer com eles uma relação
b) Mas pouco a pouco surgiu um novo personagem – o de altivez e até de arrogância, indica que numa es-
artista que vivia do seu trabalho... calada ascendente, arrogância ocupa o menor grau.
c) A independência não se limitava às letras.
d) Essa independência é assegurada pelo favor do 1 A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência
público... (SISBIN) e a consolidação da Agência Brasileira de
e) “Ser autor”, diz o Almanach des auteurs, de 1755, Inteligência (ABIN) permitem ao Estado brasileiro
“é hoje uma profissão, como ser militar, eclesiástico institucionalizar a atividade de Inteligência, mediante
ou financista”. 5 uma ação coordenadora do fluxo de informações
necessárias às decisões de governo, no que diz
37. Essa independência é assegurada pelo favor do público, respeito ao aproveitamento de oportunidades, aos
I antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais,
ás vezes tão caprichoso como os antigos mecenas, mas relativos aos mais altos interesses da sociedade e
II III 10 do país. Todo o trabalho de reformulação da atividade
outorgando aos autores um grau de liberdade que vem sendo balizado, também, por enfoques doutri-
IV nários condizentes com o processo atual de globa-
seria impensável no passado. lização, em que as barreiras fronteiriças são fluí-
V das, sugerindo cautelas para garantir a preserva-
15 ção dos interesses da sociedade e do Estado bra-
Considerando o contexto, há equivalência entre o sileiros, de forma a salvaguardar a soberania, a in-
segmento grifado e a expressão proposta, em: tegridade e a harmonia social do país.
a) I = é obtida por vantagens oferecidas ao público (Internet: http://www.abin.gov.br/abin/historico.jsp,
b) II = ocasionalmente detalhista com adaptações)
c) III = os ricos protetores já anciãos
d) IV = facultando aos produtores de arte Considerando o texto acima, julgue os itens subse-
e) V = poderia ter sido vaticinado qüentes.

38. Contratado pela corte da Rússia para executar uma 40. O primeiro período sintático permaneceria gramati-
estátua de Pedro, o Grande, o escultor Falconet re- calmente correto e as informações originais estari-
cusou os vários projetos que lhe haviam sido sub- am preservadas com a substituição da palavra “me-
metidos a título de sugestão e teve o gesto magnífi- diante” (l.4) por qualquer uma das seguintes ex-
co de não aceitar a remuneração de 400 mil libras pressões: por meio de, por intermédio de, com, de-
que lhe foi proposta; soberbo de desdém, exigiu sencadeando, realizando, desenvolvendo, empre-
receber exatamente a metade da quantia. endendo, executando.

Com relação ao fragmento acima transcrito, é cor- 41. Depreende-se dos sentidos do texto que, imediata-
reto afirmar: mente após a palavra “atividade” (l. 10), há elipse
a) os dois pontos anunciam um esclarecimento acer- do explicitado por meio da inserção da palavra di-
ca de algo anteriormente enunciado. plomática.

12
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
1 O Ministério da Defesa vai receber R$ 1 bilhão de A respeito do texto acima e considerando as infor-
aumento no orçamento de 2005 para investir priori- mações e os múltiplos aspectos do tema que ele
tariamente no programa de blindagem da Amazô- focaliza, julgue os itens que se seguem.
nia e no reequipamento geral.
5 As forças Armadas do Brasil estão intensificando 44. No trecho “cerca de R$ 4,8 bilhões” (l. 4 e 5), man-
a proteção do território e do espaço aéreo do Norte, tém-se a correção gramatical ao se substituir o ter-
Nordeste e Oeste por meio da instalação de novas mo sublinhado por qualquer uma das seguintes ex-
bases, transferência para a região de tropas do Sul- pressões: aproximadamente, por volta de, em torno
Sudeste e expansão da flotilha fluvial da Marinha. de, acerca de.
10 O contingente atual, de 27 mil homens, chegará
a 30 mil militares entre 2005 e 2006. As dotações 45. A inserção de o que imediatamente antes de “ocor-
de investimentos na área limitar devem superar os reu” (l.8) prejudicaria a sintaxe do período e modifi-
R$ 7,3 bilhões no próximo ano. caria o sentido da informação original.
O dinheiro será destinado a atender às necessi-
15 dades do programa de segurança da Amazônia e
para dar início ao processo de reequipamento das
forças. A estimativa é de que até 2010 sejam aplica-
dos de US$ 7,2 bilhões a US$ 10,2 bilhões na área
de defesa.
20 Em 2005, uma brigada completa, atualmente ins-
talada em Niterói – com aproximadamente 4 mil
soldados – será deslocada para a linha de divisa
com a Colômbia.
(Roberto Godoy, Forças Armadas terão mais R$ 1
bi para reequipamento. In: O Estado de S. Paulo, 8/
8/2004, p. A12, com adaptações)

Com referência ao texto acima e considerando os


diversos aspectos do tema por ele abordado, jul-
gue os itens seguintes.

42. A palavra “blindagem” (l. 3) está sendo utilizada em


seu sentido denotativo ou literal, uma vez que o perí-
odo está tratando de equipamentos de segurança.

43. Pelos sentidos do texto, infere-se que, na expressão


“flotilha fluvial” (l. 9), o termo sublinhado indica a
idéia de esquadra constituída de embarcações com
características idênticas ou semelhantes: grande
porte, elevado nível tecnológico e finalidade bélica.

Segurança do Medo

1 A síndrome de Nova Iorque, 11 de setembro, pro-


jetou-se sobre Atenas, agosto, sexta-feira, 13, data
da abertura dos 28º Jogos Olímpicos. De tal forma
que os gastos de 1,2 bilhão de euros (cerca de
5 R$ 4,8 bilhões) são a maior quantia já investida em
segurança na história da competição. O dinheiro foi
aplicado em um poderoso esquema para evitar ata- GABARITO
ques terroristas, como ocorreu nos Jogos de Muni-
que, em 1972, quando palestinos da organização 01. C 02. D 03. B 04. D 05. B
10 Setembro Negro invadiram a Vila Olímpica e mata-
ram dois atletas israelenses. Do esquema grego, 06. C 07. D 08. B 09. B 10. E
montado em colaboração com sete países – Esta-
11. D 12. E 13. D 14. C 15. B
dos Unidos da América (EUA), Austrália, Alemanha,
Inglaterra, Israel, Espanha e Canadá -, faz parte o 16. D 17. C 18. B 19. E 20. A
15 sistema de navegação por satélite da Agência Espa-
cial Européia. Da terra, ar e água, 70 mil policiais, 21. D 22. E 23. A 24. B 25. A
bombeiros, guarda costeira e mergulhadores da 26. B 27. D 28. C 29. A 30. E
Marinha vão zelar pela segurança. Até a Organização
do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) emprestará sua 31. C 32. E 33. C 34. B 35. B
20 experiência militar no combate ao terrorismo.
(Correio Brasiliense, 7/8/2004, “Guia das Olimpía- 36. E 37. D 38. A 39. A 40. C
das” p.3, com adaptações) 41. E 42. E 43. E 44. E 45. E

13
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural

A TIPOLOGIA TEXTUAL
Interpretação, leitura ou o ato de escrever: qual das - Marcolina. Dou-lhe este nome em lembrança de
três etapas é a mais importante? uma cabra que tive quando garoto, no Icó. Está satisfei-
Podemos afirmar que as três estão intimamente ta, Marcolina?
ligadas: quem não lê, tem dificuldades em redigir – in- - Muito, Francisco.
terpretar torna-se uma tarefa quase impossível, em fun- Sem reparar que a cabra aceitara o diálogo, e sa-
ção da, principalmente, falta de intimidade com o nosso bia o seu nome, Francisco continuou:
vocabulário. - Como foi que você teve idéia de vir ao Miguel Cou-
Nossa intenção inicial será a de familiarizar o leitor to? O Hospital Veterinário é na Lapa.
com as principais maneiras de se redigir um texto – que - Eu sei, Francisco. Mas você não trabalha na Lapa,
pensamos tratar-se do ponto de partida para qualquer trabalha no Miguel Couto.
estudo posterior. - E daí?
Inicialmente, apresentaremos os principais tipos de - Daí, preferi ficar por aqui mesmo e me entregar a
composição: a narração, a descrição e a dissertação. seus cuidados.
- Você me conhecia?
A NARRAÇÃO - Não posso explicar mais do que isso, Francisco.
As cabras não sabem muito sobre essas coisas. Sei que
Em uma narração, deve-se objetivar o fato, ressal- estou bem a seu lado, que você me salvou. Obrigada,
tando a razão do acontecimento, sua causa, o modo, a Francisco.
ocasião e, principalmente, com quem aconteceu o epi- E lambendo-lhe afetuosamente a mão, cerrou os
sódio. olhos para dormir; bem que precisava.
Aí Francisco levou um susto, saltou para o lado:
Texto motivador: - Que negócio é esse: cabra falando?! Nunca vi coi-
sa igual na minha vida. E logo comigo, meu pai do céu!
A Cabra e Francisco A cabra descerrou um olho sonolento, e por cima
Madrugada. O hospital, como o Rio de Janeiro, dor- das barbas parecia esboçar um sorriso:
me. O porteiro vê diante de si uma cabrinha malhada, e - Mas você não se chama Francisco, não tem o nome
pensa que está sonhando. do santo que mais gostava de animais neste mundo?
- Bom palpite. Veio mesmo na hora. Ando com tan- Que tem isso, trocar umas palavrinhas com você? Olhe,
ta prestação atrasada, meu Deus. amanhã vou pedir ao Ariano Suassuna que escreva um
A cabra olha-o fixamente. auto da cabra, em que você vai para o céu, ouviu?
- Está bem, filhinha. Agora pode ir passear. Depois (Carlos Drummond de Andrade)
você volta, sim? Explorando o texto:
Ela não se mexe, séria.
- Vai cabrinha, vai. Seja camarada. Preciso sonhar Exercício 01:
outras coisas. É a única hora em que sou dono de tudo, 1. Quais as personagens principais?
entende? 2. Quando aconteceu o fato?
O animal chega-se mais perto dele, roça-lhe o bra- 3. Onde?
ço. Sentindo-lhe o cheiro, o homem percebe que é de 4. O que houve?
verdade e recua. 5. Como o porteiro resolveu o problema?
Aiaiai! Bonito. Desculpe, mas a senhora tem de sair 6. Por quê?
com urgência, isto aqui é um estabelecimento público. (
No que diz respeito à organização e desenvolvimento
Achando pouco convincente a razão. ) Bem, se é público textual:
devia ser para todos, mas você compreende... ( Empur-
ra-a docemente para fora, e volta à cadeira.) Exercício 02:
- O quê? Voltou? Mas isso é hora de me visitar, fi- 1. Quando se dá a apresentação?
lha? Está sem sono? Que é que é que há? Gosto muito 2. Qual a complicação?
de criação, mas aqui no hospital, antes do dia clarear... ( 3. Quando ocorre o clímax, o ponto culminante?
Acaricia-lhe o pescoço. ) Que é isso! Você está molha- 4. Qual o seu desfecho?
da? Essa coisa pegajosa... O quê: sangue?! Por que não
me disse logo, cabrinha de Deus? Por que ficou me A DESCRIÇÃO
olhando assim feito boba? Tem razão: eu é que não
entendi, devia ter morado logo. E como vai ser? Os dou- No que diz respeito à descrição, esta pode ser classifi-
tores aqui são um estouro, mas cabra é diferente, não sei cada como estática ou dinâmica.
se eles topam. Sabe de uma coisa? Eu mesmo vou te
operar! DESCRIÇÃO ESTÁTICA
Corre à sala de cirurgia, toma um bisturi, uma pin- Nela, o elemento descrito encontra-se imóvel e é objeto
ça; à farmácia, pega mercúrio-cromo, sulfa e gaze; e de análise cuidadosa e pormenorizada: a descrição de
num canto do hospital, assistido por dois serventes, en- uma casa, por exemplo.
quanto o dia vai nascendo, extrai do pescoço da cabra
uma bala de calibre 22, ali cravada quando o bichinho, DESCRIÇÃO DINÂMICA
ignorando os costumes cariocas da noite, passara perto Nela, o elemento descrito encontra-se em movimento, e
de uns homens que conversavam à porta de um bar. é merecedor de muita observação, do poder de síntese
O animal deixa-se operar com a maior serenidade. do narrador: como exemplo, poderíamos citar a descri-
Seus olhos envolvem o porteiro numa carícia agradeci- ção da passagem de uma Escola de Samba na passa-
rela, durante o Carnaval.
da.

14
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Observar, ainda, que, em uma descrição, devem-se evi- e deflora
tar as características óbvias e as perífrases viciosas – a flor.
rodeios. O destaque deve ser dado ao que torna especi- Imóvel,
al o elemento descrito. no ar, parado.

Texto motivador: De minha varanda, avisto um mar


de ondas calmas de azulado forte,
De Minha Varanda a limpa areia da praia,
gaivotas brancas de bailados trajetos.
De minha varanda, avisto um chalé. Avisto pássaros
Um chalé de telhas vermelhas, de vôos livres e cantares brandos.
cercado de árvores copadas: Barcos que singram espumantes.
duas palmeiras –anãs
- guardiãs da entrada principal - De minha varanda,
uma amendoeira de sombras amigas tenho a mais precisa sensação
e uma mangueira de que o mundo é perfeito;
de dar manga em pé. de que cada coisa foi,
meticulosamente,
De minha varanda, avisto um monte. planejada e arranjada
Um monte de verde e cerrada mata em seu mais digno lugar.
- inacessível, inóspito, inabitável.
Plenos pulmões do lugar. De minha varanda, avisto tudo,
e tudo me parece estar ao alcance.
Um carro passa.
A monotonia, em minha varanda, é quebrada. Mas, minha varanda exibe
O ronco rouco da máquina humana a noção exata de uma solidão:
desvia-me a atenção. todos por ela passam
sorridentes, felizes,
A rotina volta à ,minha varanda. de bem com suas próprias vidas.
Apenas alguns insetos inoportunos E eu, em meu canto,
ousam impedir-me o avanço da pena. como reagir?
Sabem como é:
minha varanda é aberta. Falta você
Para todos, para tudo. em minha varanda.
Intrusos, como evitar? (Aurélio Ferreira de Araújo)

De minha varanda, avisto um céu Explorando o texto:


celeste de azul,
com poucas nuvens alvas Exercício 03:
a emoldurá-lo. 1. Aponte versos que contêm exemplos de descrição
A brisa é fraca, estática.
o sol é forte, 2. Em que versos ocorrem exemplos de descrição di-
o calor impera. nâmica?
3. Aponte versos em que o autor deixa de caracterizar
Onde estaria aquele ventinho gostoso uma descrição.
de encontro sempre marcado 4. Como explicar que características óbvias (telhas
com minha varanda? vermelhas, monte de verde e cerrada mata, um céu ce-
leste de azul...) se encaixam no texto?
De minha varanda, avisto banhistas:
jovens corpos em indecentes trajes; A DISSERTAÇÃO
velhos fracos em corpos indecentes. Em concursos, é a forma de composição mais utili-
Mas, a tudo, meu olhar registra. zada.
A censura não lhe cabe. “É um gênero de organização textual em que se
discute um determinado assunto – de natureza filosófi-
Um carteiro chega. ca, social, moral ou científica.”
De minha varanda, observo. A dissertação, normalmente, apresenta três fases
Será portador de boas ou más notícias? distintas: apresenta cão, desenvolvimento e conclusão:
Seria tão bom Na apresentação, destaca-se o assunto que será
se o mundo se restringisse discutido – o tema, a matéria. Basta um parágrafo.
ao que avisto de minha varanda! O desenvolvimento é o que se poderia dizer tratar-
Ouço o barulho de um prato partindo.
se do próprio trabalho. Nele, consideramos idéias, fa-
Longe... bem muito longe.
tos, exemplos com que o autor pretende demonstrar
O suficiente para macular o silêncio
seus argumentos. Favoráveis, contrários. Normalmen-
que reina em minha varanda.
te, usam-se três parágrafos nesse sentido.
A conclusão será sempre uma síntese, uma volta à
Um beija-flor
beija apresentação.

15
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Texto motivador: O DISCURSO INDIRETO
É o processo de relatar enunciados. O narrador torna-se
A Violência no Rio de Janeiro intérprete das palavras ditas pelas personagens, numa
O índice de crescimento da violência nas grandes oração subordinada substantiva.
cidades aumenta a cada dia. O Rio de Janeiro não pode-
ria ser uma exceção à regra. Exemplos:
Basta-nos uma leitura diária em jornais, assistirmos O professor é um filósofo, disse o aluno. (discurso dire-
a um dos noticiários de nossas televisões, recorrermos to)
às emissoras de rádio, para verificarmos que a situação O aluno disse que o professor era um filósofo. (discurso
se agrava a cada dia. São assaltos a residências, a mei- indireto)
os de transportes, nas ruas, onde quer que estejamos. A menina respondeu baixinho:
Casos de estupros, violência contra as mulheres, contra - Eu sei. (discurso direto)
os menos favorecidos já estão se tornando rotina em A menina respondeu baixinho que ela sabia. (discurso
nossa cidade. Há violência na rua, no trânsito, os casos indireto)
de seqüestros se repetem e, ao que parece, não existem
soluções a curto prazo. TRANSPOSIÇÃO DO DISCURSO DIRETO PARA O
Não podemos negar que atravessamos um período DISCURSO INDIRETO
de recessão, que há desemprego, que não existe uma
política social eficiente, que os ricos se tornam mais ricos a) Discurso direto:
em detrimento da população menos favorecida, que os Enunciado em 1ª. ou em 2ª. pessoa:
políticos só falam em segurança em época de eleições, O artista respondeu-lhe baixinho: - Eu atuei.
que a polícia é mal paga e não possui estrutura para - Falaste com teu pai? – perguntou Sílvia.
combater os malfeitores, e que, muitas vezes, alia-se a Discurso indireto:
eles, para, através dessa cumplicidade, melhorar o seu Enunciado em 3ª. pessoa:
padrão de vida. Tudo isso é assunto diário em nossas O artista respondeu-lhe baixinho que ele atuara.
conversas. Sílvia perguntou se ele havia falado com seu pai.
O que falta mesmo é vontade política. Nossos re-
presentantes deviam-se preocupar um pouco mais com b) Discurso direto:
o bem-estar da população, em vez de apresentarem pro- Verbo enunciado no presente:
jetos que visam apenas aos seus interesses pessoais. - Estou no escritório, ele disse ao telefone.
Nosso código penal também deveria ser atualizado. Discurso indireto:
Chega de prisão para negros e desvalidos. Cadeia para Verbo enunciado no imperfeito:
todos os que transgridem é o que esperamos. Ao telefone, ele disse que estava no escritório.
Mas, a esperança não nos pode faltar. Já existe um
movimento que nos permite imaginar que, em um futuro c) Discurso direto:
não muito próximo, tudo poderá melhorar. Inclusive por- Verbo enunciado no pretérito perfeito:
que, eles, os senhores que nos assistem, já começam a Antônio explicou a todos: - Chamei pelo padrinho.
sentir os efeitos desse problema. Aguardemos, pois. Discurso indireto:
(Aurélio Ferreira de Araújo) Verbo enunciado no pretérito mais-que-perfeito:
Antônio explicou a todos que chamara pelo padrinho.
Explorando o texto:
d) Discurso direto:
Exercício 04: Verbo enunciado no futuro do presente:
1. Como você dividiria o texto? - Regressarei breve – ela disse.
2. Em que parágrafo o autor opina? Discurso indireto:
3. Que sugestões você apresentaria para melhorar o Verbo enunciado no futuro do pretérito:
problema? Ela disse que regressaria breve.
4. Em relação à última pergunta, em que parágrafo
você as colocaria? e) Discurso direto:
Verbo enunciado no modo imperativo:
Observação final: - Pare com a brincadeira, ordenou a mãe.
Cumpre-nos, ainda, informar que os três tipos de Discurso indireto:
composição – a narração, a descrição e a dissertação – Verbo no modo subjuntivo:
podem, perfeitamente, encaixar-se em um mesmo tra- A mãe ordenou que parasse com a brincadeira.
balho.
f) Discurso direto:
OS DIVERSOS TIPOS DE DISCURSO Enunciado em forma interrogativa direta:
Ele perguntou: - como vai a família?
O DISCURSO DIRETO Discurso indireto:
Ocorre quando são as personagens que falam. Quem Enunciado em forma interrogativa indireta:
escreve, interrompe a narrativa e torna as palavras vivas Ele perguntou como ia a família.
para o ouvinte. Normalmente é marcado pela presença
de verbos do tipo afirmar, dizer, perguntar, indagar, res- g) Discurso direto:
ponder, concluir, prosseguir e sinônimos. Pronome demonstrativo de 1ª. ou de 2ª. pessoa:
Exemplos: O rapaz perguntou: O que aconteceu? Bateu na mesa e disse: - Isto é dinheiro.
- Por que você faltou? Indagou o professor. Essas artigos são de segunda qualidade, ele afirmou.

16
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Discurso indireto: Observe os exemplos seguintes:
Pronome demonstrativo de 3ª. pessoa: A jovem, no leito, gemia de dor. ( sentido próprio )
Bateu na mesa e disse que aquilo era dinheiro. O diretor gemeu um discurso. ( sentido figurado )
Ele afirmou que aqueles artigos eram de segunda qua-
lidade. A DENOTAÇÃO E A CONOTAÇÃO

h) Discurso direto: DENOTAÇÃO


Pronome possessivo ou pessoal de 1ª. pessoa: É a palavra empregada em seu sentido real, próprio,
Ele quis saber de mim: - Por que minha proposta não dicionarizado.
lhe interessa?
Discurso indireto: CONOTAÇÃO
Ele quis saber de mim ( Ele me perguntou ) por que sua Sentido subentendido, às vezes de teor subjetivo, que
proposta não me interessava. uma palavra ou expressão pode apresentar paralela-
mente ao sentido em que é empregada.
i) Discurso direto:
Advérbio de lugar “aqui”: Observar, então, que algumas palavras têm cargas se-
- Aqui ficava a loja do seu Manuel, relembrei. mânticas que sugerem muito mais do que a princípio
Discurso indireto: apresentam.
Advérbio de lugar “ali”:
Relembrei que ali ficara a loja do seu Manuel. Exercício 06:
Coloque nos parênteses D ou C, indicando os sentidos
Observações: Denotativo ou Conotativo:
a) Ele disse: - Irei à praia amanhã.
Ele disse que iria à praia amanhã (ou no dia seguinte). 01. ( ) Ninguém suportava os gemidos do enfermo.
02. ( ) O cachorro mordeu a menina.
b) Ele reclamou: - Não recebi o pagamento do mês 03. ( ) Assisti ao desfile das escolas de samba.
passado. 04. ( ) Suas palavras soavam gemidas.
Ele reclamou que não recebera o pagamento do mês 05. ( ) Ele me mordeu em dez reais.
passado (ou do mês anterior). 06. ( ) As estrelas desfilavam no céu.
07. ( ) Ele nadava em dinheiro.
c) - Onde você mora? 08. ( ) Seu coração parecia de pedra.
Ele quer saber onde eu moro. 09. ( ) Em 1888, libertaram-se os escravos.
Ele quis saber onde eu morava. 10. ( ) O atleta quebrou a perna.
11. ( ) As águas dos rios estavam poluídas.
Exercício 05: 12. ( ) O burro é um animal de grande utilidade no
Transforme o discurso direto em indireto: interior.
1. Nunca veio a São Paulo? – perguntou-me o repór- 13. ( ) O rapaz era chamado de burro pelos amigos.
ter. 14. ( ) O jovem quebrou o silêncio.
15. ( ) Os cometas são astros luminosos.
2. Não ligue para essas notícias – pediu-me.
16. ( ) Não se deve nadar em águas profundas.
3. Se eu puder, irei vê-la amanhã – disse-lhe.
17. ( ) Os convidados começavam a pingar para o en-
4. Fui ao cinema ontem – disse-me Paulo.
contro.
5. Estarei indo a seu encontro – disse-me a menina.
18. ( ) Ele se deixou levar pelas águas do amigo.
6. Saia de sala – ordenou-me o professor.
19. ( ) Sou um escravo do trabalho.
7. Isso não vai ficar assim – ameaçou o menino. 20. ( ) Foi luminosa a sua idéia.
8. Gosto muito de comidas pesadas – confessei. 21. ( ) Ela adorava pedras preciosas.
9. Apreciarei sua obra – prometi à artista. 22. ( ) O suor pingava-lhe do rosto.
10. Não faça isso – ordenei ao menino. 23. ( ) Deitei- me mais cedo noite passada.
24. ( ) Houve uma chuva de protestos após a decisão.
25. ( ) Havia várias pedras no caminho acidentado.
- O DISCURSO INDIRETO LIVRE 26. ( ) A chuva atrapalhou o Carnaval.
É o processo de relatar enunciados, resultantes da mis- 27. ( ) O rapaz deitou a dizer bobagens.
tura dos discursos direto e indireto. O narrador transmite 28. ( ) Esse menino é um foguete.
o pensamento de alguma personagem, não de uma for- 29. ( ) Havia várias pedras em meu caminho, mas venci.
ma direta, mas aproxima-se dela, expressando o que foi 30. ( ) Os EEUU lançaram mais um foguete ao espaço.
pensado.
Exemplo: CUIDADOS QUE DEVEM SER TOMADOS COM DETER-
-Essa roupa não lhe cai bem, filha. MINADOS VOCÁBULOS E EXPRESSÕES
- Mas a senhora sempre censura o que visto.
A mãe não gostava de ver a filha em trajes muito moder- No que diz respeito ao aspecto semântico, algumas ob-
nos, ousados. servações devem ser levadas em consideração.
- Tudo bem, filha. Você decide.

SIGNIFICAÇÃO LITERAL E 1. SUBSTANTIVOS:


CONTEXTUAL DE VOCÁBULOS a) Nem sempre aumentativos e diminutivos nos dão
Os vocábulos podem ser empregados no sentido pró- idéia de tamanho. Podem exprimir carinho, ternura, afe-
prio ( denotativo ) ou no sentido figurado ( conotativo ). tividade, desprezo, depreciação, intensidade.

17
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Exemplos: narigão, livreco, filhinho, amarelão, supermer- Compare:
cado, minicalculadora. Esta é a minha casa. ( posse )
b) Outras formas aumentativas e diminutivas, com o Minha filha, disse o professor, você melhora a cada dia.
tempo, adquiriram significados especiais, dissociados ( afetividade )
das palavras de origem.
Exemplos: cartão, portão, folhinha ( calendário ), lingüe- Podem, ainda, indicar aproximação numérica.
ta. Exemplo: Ele deve ter seus dezoito anos.

2. ARTIGOS: 5. NUMERAIS:
a) O artigo definido pode ser usado com força distri- Indicam também superlativação:
butiva. Exemplo: Já assisti a este filme mais de mil vezes.
Exemplo: A carne já está custando dez reais o quilo. ( =
cada ) 6. CONJUNÇÕES E LOCUÇÕES CONJUNTIVAS:
b) O artigo definido, anteposto a nome de pessoas, Deve-se estudar a equivalência que há entre elas.
apresenta um tom de afetividade ou de familiaridade. Exemplos:
Exemplo: Compare: Quebrei a cabeça, porque fui imprudente.
Antônio faltou à reunião. / O Antônio faltou à reunião. Como fui imprudente, quebrei a cabeça. (Causa)
(no segundo exemplo, o sujeito goza de certa intimidade Irei ao cinema se você pagar o ingresso.
junto ao emissor) Irei ao cinema caso você pague o ingresso. (Condição)
c) Há profunda modificação de sentido na frase quan- Fui à praia embora chovesse.
do a artigo definido antecede a palavra “todo”. Fui à praia apesar de chover. (Concessão)
Exemplo: Compare:
7. PREPOSIÇÕES:
Todo prédio deve ser vistoriado. (todos, em geral)
Deve-se estudar o valor semântico que uma preposição
Todo o prédio deve ser vistoriado. (um prédio específico)
apresenta.
d) Há modificação significativa quando o artigo defini- Exemplos:
do vem anteposto a um pronome substantivo possessi- Ele foi a São Paulo. ( destino, direção )
vo. Ele veio de São Paulo. ( procedência )
Exemplo: Compare: Ele saiu a seu pai. ( semelhança )
Este é meu livro. ( idéia de posse ) Este é um anel de ouro. ( matéria )
Este é o meu livro. ( idéia de distinção de outros de mes- Fui ao cinema com ela. ( companhia )
ma espécie. Dentre outros, este é o meu. ) Fiz o trabalho a caneta. ( instrumento )
e) Os artigos indefinidos “uns”, “umas” antepostos a Voltaremos a qualquer momento. ( tempo )
numerais indicam aproximação numérica. Ele morria de fome. ( causa )
Exemplo: Ela devia ter uns vinte anos. Compras só em dinheiro. ( condição )
f) Os artigos indefinidos antes de nomes próprios in-
dicam semelhança, elemento pertencente a determina- Exercício 07:
da família; podem, ainda, designar obras de um artista. O que se pode dizer das palavras em itálico?
Exemplos: 01. Colocarei seu prato naquela mesinha.
Provou ser um Judas. ( = traidor ) 02. Ela se destaca das outras meninas por sua beiçorra.
Ele era um verdadeiro Silva. 03. Ele era um jogadorzinho qualquer.
Trata-se de um Picasso. 04. Gostaria muito de ter um jogadorzinho desse em
meu time.
3. ADJETIVOS: 05. Não suje a casa. A mãezinha está prestes a chegar.
a) Algumas formas aumentativas e diminutivas equi- 06. Ela usava um biquíni amarelão.
valem a superlativos. 07. Carlinhos ( Carlito, Carlão ), veja só o que você fez!
Exemplos: 08. Não leio um livreco desses.
09. Comprei um portão novo para a casa de campo.
Menina branquinha = muito branca.
10. O cavalete não suportou o peso do tabuleiro.
Doce gostosão = gostosíssimo.
b) Outras formas de obtenção de superlativos de um Exercício 08:
modo não convencional: Estabeleça a diferença de sentido, existente entre as
. O café é extrafino. frases abaixo:
( através da prefixação )
. As pernas da menina eram brancas, brancas. 1.
( através da repetição do adjetivo ) Todo morro merece atenção governamental.
. Ele é forte como um touro. Todo o morro merece atenção governamental.
( através de uma comparação )
. O dono da escola é podre de rico. 2.
( através de uma expressão idiomática ) João é um bom rapaz .
. Ele não é apenas uma cantora, é a cantora. O João é um bom rapaz.
( através da repetição do artigo e do substantivo, dando-
se ênfase ao artigo ) 3.
Esta é minha caneta.
4. PRONOMES: Esta é a minha caneta.
Os pronomes possessivos podem indicar afetividade,
carinho. 4.
Os pronomes possessivos podem indicar afetividade, Estes livros são seus.
carinho. Ele deve ter seus quinze anos.

18
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
5. 10.
Meu filho é estudioso. Embora o professor fosse competente, ele não conse-
Meu filho, seus pais não aprovariam o que você fez. guia gostar de Latim.
Ele não conseguia gostar de latim __________ .
Exercício 09:
O que indicam as frases seguintes? Exercício 12:
01. Ele está superalimentado. Desenvolva as idéias abaixo, com períodos argumenta-
02. A pobre mulher era gorda, gorda. tivos:
03. Isto é claro como a água. 01. As pessoas comentam muito sobre a sujeira que
04. Ela é uma pianista de mão cheia. há na cidade, mas ___________________ .
05. Pelé não foi apenas um jogador de futebol, foi o joga- 02. Comprou-se muito no último Natal, embora
dor. ____________ .
03. Os alunos vão melhorando à medida que ______.
Exercício 10: 04. A Amazônia é o pulmão do mundo, pois ______ .
Ligue os segmentos abaixo, transformando-os em duas 05. Como não se pode viver sem trabalhar, ________.
orações, estabelecendo entre elas uma relação de cau- 06. Apesar da boa vontade dos mestres, __________.
sa, de condição, de concessão ( não repita as conjun- 07. Ela era tão feio, que ____________________ .
ções ou locuções conjuntivas ). 08. Visto que foi imprudente, ________________ .
09. A não ser que você pague a passagem, ______ .
10. O voto não deve ser anulado, porque _________ .
1. Ir à festa. / Chover. 11. Não comparecerei à reunião, mesmo ________ .
2. Ser aprovado. / Estudar. 12. Como não tinha dinheiro, ________________ .
3. Ganhar o prêmio. / Ser merecedor.
4. Precisar de dinheiro. / Estar falido. Exercício 13:
Nas frases abaixo, aponte o valor semântico ou circuns-
Exercício 11: tancial que a preposição apresenta.
Modifique os períodos abaixo, iniciando-os conforme se 01. Sempre comprei a crédito.
sugere, sem alterar a idéia contida no primeiro. Em con- 02. Ele foi a casa.
seqüência, outras partes da frase sofrerão algumas al- 03. A ser verdade, você será punido.
terações. 04. Ele é de boa família.
05. Ela morria de frio na praia.
1. 06. Algumas pessoas vivem de rendas.
Abraçou-me com tal ímpeto, que não pude evitá-lo. 07. Há algo de se comer?
Não pude evitá-lo, ______________________ . 08. Corremos em seu auxílio.
09. Sou feliz em ser seu amigo.
10. Apostas só em dinheiro.
2.
Não se preocupe, que breve estarei de volta.
PROCESSOS COESIVOS DE REFERÊNCIA
Breve estarei de volta, ___________________ .
COESÃO
3. União íntima das partes de um todo; conexão.
Não posso atendê-lo, porque não é lícito o que requereu. Através da coesão referencial, evitamos que um vocábu-
Requereu o que não é lícito, ______________ . lo seja repetido, através de uma palavra anafórica.
4.
Insiste em sair sozinho, conquanto mal conheça a ci- ANÁFORA
dade. Figura de repetição.
Mal conhece a cidade ___________________ .
Geralmente, um pronome é o responsável pelo processo.
5. a) PESSOAL:
Bem cuidado como é, o livro apresenta alguns defeitos. Encontraram todos os livros. Ei-los.
O livro apresenta alguns defeitos __________ . Marcaram-se as provas. Elas serão realizadas sexta-
feira.
6.
A serem considerados os resultados, o trabalho será bom. b) POSSESSIVO:
O trabalho será bom ____________________ . O professor e seus alunos compareceram ao debate.

7. c) DEMONSTRATIVO:
Não fiquem tão ansiosos. Toda a matéria será dada. Ao comparar o rio Amazonas com os diversos rios do
Toda a matéria será dada, ________________ . mundo, destacava a importância daquele em relação a
estes.
8.
Quando o professor chegou, a turma retornou à sala. d) RELATIVO:
A turma retornou à sala __________________ . Este é o livro. / Eu comprei o livro.
Este é o livro que eu comprei.
9.
Contratou uma empresa, se bem que não precisasse. A coesão referencial poderá, também, ser obtida através
Não precisava, _________________________ . de um advérbio, um numeral, ou da colocação de um
simples sinônimo.

19
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Pratica-se muito futebol no Rio e em São Paulo. Aqui, as Exemplos de resumo:
partidas costumam ser disputadas no Maracanã; lá, no
Morumbi. Resumo do que ocorreu na novela “O Clone” , Tv Globo,
em 18 de fevereiro de 2002:
Os índices de violência aumentam no Rio de Janeiro. É “Lobato disse a Carol que era dependente químico, e
preciso que o estado previna-se contra ela. ela prometeu que ia ficar cuidando dele. Leo se sentiu
excluído da vida de Albieri. Abdum mandou que Jade fi-
Pedro e João são bons alunos. O segundo, em minha casse em casa. Lucas não quer raptar Khadija, pois é
opinião, destaca-se do primeiro. crime. Xande foi despedido.”

Exercício 14: Resumo do filme Anna Karenina:


Substitua os termos em evidência por uma palavra ana- Na Rússia do século 19, Anna Karenina desfruta de uma
fórica, tornando as frases mais elegantes. vida aristocrática ao lado do marido e do filho. Quando
01. O governo e as comunidades trabalham em conjun- vai a Moscou visitar o irmão, conhece o conde Vronski. Ain-
to. As comunidades contribuem com a mão-de-obra; o da que atormentados pela culpa, eles sucumbem à paixão
governo com o envio de verbas. que sentem um pelo outro.
02. O professor, fomos buscar o professor à entrada do
prédio. A PERÍFRASE E A PARÁFRASE
03. A seleção brasileira precisa de reforços. A seleção
está fraca. PERÍFRASE: Como já vimos, perífrase é a expressão que
04. Ele cantava a música. A música era bonita. determina em ser através de características ou atributos
05. Aquela é a garota. Eu gosto dos olhos da garota. que o celebrizaram.
06. O marginal e os cúmplices do marginal foram pre- Há dois tipos de perífrase: a virtuosa e a viciosa. A virtuo-
sos. sa preenche a definição acima é concede elegância à
07. Flamengo e Palmeiras são dois clubes de futebol. O frase, podendo, ainda, funcionar como palavra anafóri-
Flamengo é do Rio; o Palmeiras, de São Paulo. ca.
08. O fumo é prejudicial à saúde. É preciso evitar o fumo. Exemplos: A Cidade Luz deve ser visitada.
09. O teatro é muito espaçoso. O teatro pode receber (Cidade Luz = Paris)
cerca de três mil pessoas.
10. A vida é uma dádiva de Deus. A vida deve ser bem Zico dedicou, praticamente, sua vida esportiva ao Fla-
aproveitada. mengo. Por isso o Galinho de Quintino é respeitado por
todos os torcedores rubro-negros.
A SÍNTESE E O RESUMO
Já a perífrase viciosa, esta deve ser evitada. Trata-se de
SÍNTESE um rodeio de palavras, uma circunlocução.
Resumo dos tópicos principais ou da essência de algo;
sumário ( aquela frase foi a síntese perfeita do que está- Exemplo:
vamos sentindo. ) ( Houaiss ) O bosque era lindo, muito lindo, belíssimo, uma graça
maravilhosa de ser vista.
RESUMO
Recapitulação breve, sucinta ( o livro apresentava um PARÁFRASE: É o desenvolvimento do texto de um livro
pequeno resumo ao final de cada capítulo; em poucas ou de um documento, conservando-se as idéias origi-
nais; tradução livre ou desenvolvida. Aurélio)
palavras; resumidamente. ( Houaiss )
GABARITOS
Exemplo de síntese:
Exercício 01:
“ Até o prefeito de Ulsan, cidade onde a Seleção Brasilei-
01. A cabra e o porteiro.
ra ficará hospedada na Coréia do Sul, resolveu integrar 02. Em certa madrugada.
o fã-clube não-oficial pela convocação de Romário para 03. Em um hospital, no Rio de janeiro.
a Copa do Mundo. No encontro de ontem com o presi- 04. Uma cabra, ferida, procurando socorro.
dente da CBF, Ricardo Teixeira, em que fechou convênio 05. Operando-a
com a entidade para receber a equipe brasileira durante 06. O porteiro considerou que. por se tratar de uma cabra,
a primeira fase do Mundial, Shim Wan Gu disse que o animal não poderia ser tratado pelos médicos.
gostaria de ver Romário nos gramados sul-coreanos. ‘
Nunca estive com Romário e nem falei com ele, mas já Exercício 02:
ouvi falar dele e gostaria muito que ele estivesse na Copa’ 01. Com o surgimento da cabra.
, afirmou o prefeito, lembrando que conhece Rivaldo, 02. Ela não pode ser atendida, embora o hospital fosse
Ronaldinho e Edmílson ( do Lyon ).” público.
(Jornal do Brasil, 19 de fevereiro de 2002) 03. Quando o porteiro resolve operar a cabra.
04. O diálogo entre a cabra e Francisco. O agradecimen-
Síntese 1: to da cabra.
Até coreano pede Romário.
Exercício 03:
Síntese 2: 01. Os da primeira estrofe, por exemplo.
Prefeito de Ulsan, onde a Seleção ficará, defende ida do 02. A passagem do carro, a chegada do correio, do beija-
atacante à Copa. flor.

20
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
03. Nas duas últimas estrofes. Exercício 09:
04. Em função da linguagem poética, de sua construção 01. Superlativação, através da prefixação.
( celeste de azul, em vez de azul-celeste, por exemplo; a 02. Superlativação, através da repetição de adjetivo.
anteposição do adjetivo... 03. Superlativação, através de uma comparação.
04. Superlativação, através de uma expressão idiomáti-
Exercício 04: ca.
01. Apresentação: primeiro parágrafo; 05. Superlativação, através da repetição do artigo e do
Desenvolvimento: segundo, terceiro e quarto parágrafos. substantivo.
Conclusão: quinto parágrafo.
02. No quarto parágrafo. Exercício 10:
03. Resposta pessoal. 01. ... pois ele me abraçou com tal ímpeto.
04. Resposta pessoal. Sugerimos o penúltimo parágra- 02. ... portanto, não se preocupe.
fo. 03. ... conseqüentemente, não posso ajudá-lo.
04. ... embora insista em sair sozinho.
Exercício 05: 05. ... apesar de ser bem cuidado.
01. O repórter me perguntou se eu nunca viera à São 06. ... se fossem considerados os resultados.
Paulo. 07. ... portanto, não fiquem ansiosos.
02. Ele me pediu ( aconselhou ) que não ligasse para 08. ... quando ( assim que ) o professor chegou.
aquelas notícias. 09. ... mas contratou uma empresa.
03. Eu lhe disse que, se pudesse, iria vê-la no dia se- 10. ... apesar de o professor ser experiente.
guinte.
04. Paulo me disse que fora ao cinema no dia anterior. Exercício 11:
05. A menina me disse que estaria vindo a meu encontro.
06. O professor ordenou-me que saísse de sala. Sugestão de resposta:
07. O menino ameaçou que aquilo não ficaria assim.
08. Confessei que gostava de comidas pesadas. 01.
09. Prometi à artista que apreciaria a sua obra. Não fui à festa, pois chovia.
10. Ordenei ao menino que não fizesse aquilo. Irei à festa se não chover.
Irei à festa embora chova.
Exercício 06:
D: 1, 2, 3, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 21, 22, 23, 25, 26, 30. 02.
C: 4, 5, 6, 7, 8, 13, 14, 17, 18, 19, 20, 24, 27, 28, 29. Ele foi aprovado, já que estudou.
Ele será aprovado caso estude.
Exercício 07: Ele não foi aprovado, ainda que estudasse.
01. Substantivo no grau diminutivo.
02. Substantivo usado em tom depreciativo. 03.
03. Substantivo usado em tom depreciativo. Ele ganhou o prêmio, uma vez que foi merecedor.
04. Substantivo usado, indicando elogio. Ele ganhará o prêmio, desde que seja merecedor.
05. Substantivo usado, indicando carinho. Ele ganhou o prêmio, mesmo não sendo merecedor.
06. Substantivo usado , indicando intensidade.
07. Substantivo usado, indicando carinho. 04.
08. Substantivo usado, indicando depreciação. Como estivesse falido, ele precisou de dinheiro.
09. Substantivo que perdeu seu significado inicial. Ele não precisará de dinheiro, a não ser que venha a
10. Substantivo que perdeu seu significado inicial. falir.
Ele não precisou de dinheiro, apesar de falir.
Exercício 08:
Exercício 12:
01. Resposta pessoal do aluno.
Qualquer morro.
Um morro específico. Exercício 13:
01. modo. 06. meio.
02. 02. lugar, destino. 07. finalidade.
A segunda frase, diferentemente da primeira; indica grau 03. condição. 08. finalidade.
de amizade, conhecimento. 04. origem. 09. causa.
05. causa. 10. condição.
03.
Na primeira frase, o vocábulo indica posse. Exercício 14:
Na segunda, “dentre outras, esta é a minha.” 01. Estas – aquele.
02. buscá-lo.
04. 03. O time está fraco / Ela está fraca.
Na primeira frase, há a idéia de posse. 04. A música que ele cantava era bonita.
Na segunda, o vocábulo indica “aproximadamente”. 05. Aquela é a garota de cujos olhos eu gosto.
06. e seus cúmplices.
05. 07. Aquele – este.
Na primeira, posse; 08. evitá-lo.
Na segunda, “aproximadamente”. 09. A casa pode receber / Ela pode receber.
10. Ela.

21
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural

ORTOGRAFIA
1. Conceito h) nos sufixos –ÊS/ESA, indicando origem, nacionalida-
de ou posição social:
A grafia de uma palavra pode ter caráter: calabrês, milanês, português, norueguês, japonês, mar-
- fonético: que leva em conta a pronúncia quês, camponês
- etimológico: levando-se em conta a sua origem. calabresa, milanesa, portuguesa, norueguesa, japone-
sa, marquesa, camponesa
A grafia das palavras feita hoje no Brasil utiliza dois pro-
cessos juntamente: o etimológico ou histórico e o fono- i) nas palavras derivadas de outras que possuam S no
lógico ou de pronúncia. radical:
casa = casinha, casebre, casarão, casario
Nossa ortografia é orientada pelo Formulário Ortográfi- atrás = atrasado, atraso
co, aprovado pela Academia Brasileira de Letras, na ses- paralisia = paralisante, paralisar, paralisação
são de 12 de agosto de 1943, e simplificado pela Lei n. análise = analisar, analisado
5.765, de 18 de dezembro de 1971.
j) nos derivados de verbos que tragam o encontro con-
Ortografia vem do grego “orthós” = direito + “gráphein” = sonantal ND:
escrever. pretender = pretensão
suspender = suspensão
Os sons da fala são representados por sinais gráficos expandir = expansão
chamados letras, e além delas usamos outros sinais,
chamados auxiliares. Uso do “Z”
a) nas palavras derivadas de primitiva com Z
São eles: cruz = cruzamento
- Hífen ( - ) juiz = ajuizar
- Til ( ~ ) deslize = deslizar
- Cedilha ( ¸ )
- Apóstrofo ( ’ ) b) no sufixo –EZ/EZA, formadores de substantivos abs-
- Trema ( ¨ ) tratos, a partir de adjetivos:
- Acento agudo ( ´ ) altivo = altivez
- Acento circunflexo ( ^ ) mesquinho = mesquinhez
- Acento grave ( ` ) macio = maciez
belo = beleza
Algumas regras existem para escrever esta ou aquela magro = magreza
palavra, porém os problemas gráficos só se resolvem
com leitura. c) no sufixo –IZAR formador de verbos:
Se você é um leitor eficiente, escreverá bem, pois terá a hospital = hospitalizar
lembrança da escrita. canal = canalizar
Claro que regras existem que no dia-a-dia nos são ne- social = socializar
cessárias. São alguns problemas ortográficos que se útil = utilizar
resolvem por dicas específicas. catequese = catequizar

2. Dificuldades Ortográficas d) nos verbos terminados em –UZIR e seus derivados:


conduzir, conduziu, conduzo
Uso do “S”: deduzir, deduzo, deduzi
a) depois de ditongos: produzir, produzo, produziste
coisa, faisão, mausoléu, maisena, lousa
e) no sufixo –ZINHO, formador de diminutivo:
b) em nomes próprios com som de /z/:
cãozinho, pezinho, paizinho, mãezinha, pobrezinha
Neusa, Brasil, Sousa, Teresa

c) no sufixo –OSO (cheio de): Observação: Se acrescentarmos apenas –INHO, apro-


cheiroso, manhoso, dengoso, gasoso veitamos a letra da palavra primitiva:
casinha, vasinho, piresinho, lapisinho, juizinho
d) nos derivados do verbo querer:
quis, quisesse Uso do “H”
O emprego do H é regulado pela etimologia das pala-
e) nos derivados do verbo pôr: vras.
pus, pusesse
a) o H inicial deve ser usado quando a etimologia o jus-
f) no sufixo –ENSE, formador de adjetivo: tifique:
canadense, paranaense, palmeirense hábil, harpa, hiato, hóspede, húmus, herbívoro, hélice
g) no sufixo –ISA , indicando profissão ou ocupação fe Observação: Escreve-se com H o topônimo Bahia, quan-
minina: do se aplica ao Estado.
papisa, profetisa, poetisa

22
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
b) o H deve ser eliminado do interior das palavras, se c) na relação ter – tenção:
elas formarem um composto ou derivado sem hífen: abster – abstenção
desabitado, desidratar, desonra, inábil, inumano, reaver reter – retenção

Observação: Nos compostos ou derivados com hífen, o Uso do “G”


H permanece: a) nas palavras terminadas em –ágio, égio, ígio, ógio,
úgio:
anti-higiênico, pré-histórico, super-humano pedágio, colégio, litígio, relógio, refúgio
c) no final de interjeições: b) nas palavras femininas terminadas em –gem:
ah!, oh!, ih! garagem, viagem, escalagem, vagem.
Observação: Pajem e lambujem são exceções à regra.
Uso do “X”
a) normalmente após ditongo: Uso do “J”
caixa, peixe, faixa, trouxa a) na terminação –AJE:
ultraje, traje, laje
Observação: Caucho e seus derivados (recauchutar, re-
cauchutagem) são com CH. b) nas formas verbais terminadas em –JAR e seus deri-
vados:
b) normalmente após a sílaba inicial EN: arranjar, arranje, viajar, viajaremos, despejar, despeja-
enxaqueca, enxada, enxoval, enxurrada ram
Observação: c) em palavras de origem tupi:
jibóia, pajé, jenipapo
Usaremos CH depois da sílaba inicial EN caso ela seja
derivada de uma com CH:
d) nas palavras derivadas de outras que se escrevem
de cheio = encher, enchimento, enchente com J:
de charco = encharcado, encharcamento ajeitar, laranjeira, canjica
de chumaço = enchumaçado
de chiqueiro = enchiqueirar Uso do “I”
a) no prefixo ANTI, que indica oposição:
c) depois da sílaba inicial ME: antibiótico, antiaéreo
mexer, mexilhão, mexerica
b) nos verbo terminados em –AIR, –OER, –UIR e seus
Observação: Mecha e seus derivados são com CH. derivados:
sair – saio, sai, sais
Uso do “CH” cair – caio, cai, cais
Não há regras para o emprego do dígrafo CH. moer – mói, móis
roer – rói, róis
Uso do “SS” possuir – possui, possuis
Emprega-se nas seguintes relações: retribuir – retribui, retribuis
a) ced – cess Uso do “E”
ceder – cessão a) nas formas verbais terminadas em –OAR e –UAR e
conceder – concessão – concessionário seus derivados:
perdoar – perdoe, perdoes
b) gred – gress coar – coe, coes
agredir – agressão continuar – continue, continues
regredir – regressão efetuar – efetue, efetues
c) prim – press b) no prefixo –ANTE, que expressa anterioridade:
imprimir – impressão anteontem, antepasto, antevéspera
oprimir – opressão
Uso do “SC”
d) tir – ssão Não há regras para o uso de SC, sua presença é inteira-
discutir – discussão mente etimológica.
permitir – permissão
Formas Variantes
Uso do “Ç” Algumas palavras admitem dupla grafia correta, sem al-
a) nas palavras de origem árabe, tupi ou africana: teração de significado. São as formas variantes.
açafrão, açúcar, muçulmano, araçá, Paiçandu, miçanga, São elas:
caçula aluguel aluguer
assobiar assoviar
b) após ditongo: bêbado bêbedo
louça, feição, traição bílis bile
cãibra câimbra

23
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
carroceria carroçaria a) para ligar as partes de adjetivo composto:
catorze quatorze verde-claro, azul-marinho, luso-brasileiro
cota quota
cociente quociente b) para ligar os pronomes mesoclíticos ou enclíticos:
cotidiano quotidiano amá-lo-ei, far-me-á, dê-me, compraram-na
chimpanzé chipanzé
crisântemo crisantemo c) para separar as sílabas de uma palavra, inclusive na
infarto enfarte, enfarto translineação (mudança de linha):
laje lajem a-ba-ca-xi, se-pa-ra-do
líquido líqüido
percentagem porcentagem Hífen com Prefixos
flecha frecha Observaremos individualmente cada prefixo e as pala-
espuma escuma vras que aparecem depois deles para podermos ou não
toucinho toicinho utilizar o hífen.
taverna taberna
a) Com os prefixos:
Merecem Atenção Especial: ALÉM, AQUÉM, RECÉM, SEM, VICE, EX, PÓS, PRÉ, PRÓ.
Sempre haverá hífen:
Tome cuidado com a grafia de certas palavras. Algumas além-mar, aquém-mar, recém-casados, sem- educação,
que no quotidiano apresentam problemas são: vice-rei, ex-marido, pós-operatório, pré- história, pró-eco-
Aterrissar logia.
Beneficência
Beneficente b) Com o prefixo:
Cabeleireiro BEM.
Chuchu Emprega-se hífen se a palavra seguinte tiver vida autô-
De repente noma.
Disenteria Bem-educado, bem-humorado, bem-vindo
Empecilho
Exceção c) Com os prefixos:
Êxito SUPER, INTER.
Hesitar Emprega-se hífen se a palavra seguinte começar por H
Jiló ou R .
Manteigueira Super-humano, super-realidade, inter-helênico, inter-
Mendigo relacionado.
Meritíssimo
Misto d) Com os prefixos:
Mortadela PAN, MAL, CIRCUM.
Prazerosamente Emprega-se hífen se a palavra seguinte começar por
Privilégio VOGAL ou H.
Salsicha Pan-americano, mal-educado, circum-adjacente, mal-
habituado, pan-helênico.
3. Emprego do Hífen
O uso do hífen é meramente convencional. e) Com os prefixos:
Algumas regras esclarecem poucos problemas, mas AB, AD, OB, SOB, SUB.
muitos serão resolvidos apenas com a consulta ao dicio- Emprega-se hífen se a palavra seguinte começar por R.
nário. Ab-rogar, ad-rogar, sob-roda, sub-raça, ob-repção.

Ainda assim alguns gramáticos divergem em determi- Observação: O prefixo SUB também se separa por hífen
nados casos. antes de palavras iniciadas por B.
Sub-base, sub-braquicéfalo.
Uso Geral do Hífen
Observe o que diz o Formulário Ortográfico da Língua f) Com os prefixos:
AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, NEO, PROTO, PSEUDO,
Portuguesa: SEMI, SUPRA, ULTRA
“Só se ligam por hífen os elementos das palavras Emprega-se hífen se a palavra seguinte começar por
compostas em que se mantém a noção de composição, VOGAL, H, R ou S.
isto é, os elementos das palavras compostas que man- Auto-avaliação, contra-regra, extra-oficial, infra-som, in-
têm a sua independência fonética, conservando cada tra-uterino, neo-republicano, proto-histórico, pseudo-hu-
um a sua própria acentuação, porém formando o con- mana, semi-reta, supra-sensível, ultra-romântico.
junto perfeita unidade de sentido.”
Observação: Extraordinário – única exceção.
Exemplos:
Couve-flor, pé-de-moleque, grão-duque etc. g) Com os prefixos:
ANTE, ANTI, ARQUI, SOBRE.
Veja, em linhas gerais, o uso desse sinal. Emprega-se hífen se a palavra seguinte começar por H,
R ou S.
O hífen é usado: Ante-sala, anti-social, sobre-saia, ante-humano, anti-re-
gra, sobre-humano, arqui-rival.

24
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
4. Acentuação Gráfica (s) em final de palavra:
vôo, vôos, enjôo, enjôos, abençôo, môo, perdôo
Acentos Gráficos:
Marcam a sílaba tônica: 2. Ditongos abertos:
a) grave — para indicar crase (será visto em Crase). São acentuados os ditongos abertos éi, éu, oi:
b) agudo — para som aberto: café, cipó. idéia, centopéia, geléia, chapéu, mausoléu, céu, bóia,
c) circunflexo — para som fechado: você, complô. tramóia, herói

Sinais Gráficos: 3. I e U tônicos:


Recebem acento se cumprirem as seguintes determi-
Modificam o som da sílaba:
nações:
a) til (~) — nasalizador de vogais:
a) devem ser precedidos de vogal,
romã, maçã, ímã, órfão b) devem estar sozinhos na sílaba (ou com o s),
c) não devem ser seguidos de nh.
Observação: saída, juízes, saúde, viúva, caíste, saístes, balaústre
o til substitui o acento gráfico quando os dois recaem Então: Raul, ruim, ainda, sair, juiz, rainha
sobre a mesma sílaba.
irmã, romãs Observação:
b) trema (ü) — indicador de pronúncia átona do u: Não se acentua a vogal do hiato quando precedida de
agüentar, sagüi, cinqüenta, tranqüilo outra idêntica:
xiita, paracuuba
Regras Gerais
1. Monossílabas Tônicas: 4. Ver, Ler, Crer, Dar:
recebem acento as terminadas em a(s), e(s), o(s): Recebem acentuação especial na 3ª pessoa do plural,
pá, já, má, lá, trás, más, chás nos seguintes tempos:
pé, fé, Sé, mês, três, rés
pó, só, dó, cós, sós, nós
Então:
mar, sol, paz, si, li, vi, nu, cru
me, lhe, mas (conjunção), ti

2. Oxítonas: 5. Acentos Diferencias nos verbos Ter e Vir:


recebem acento as terminadas em a(s), e(s), o(s), em Recebem acentos diferenciais na 3ª pessoa do plural
(ens): do presente do indicativo:
sofá, maracujá, Paraná, ananás, marajás, atrás
Pelé, café, você, freguês, holandês, viés
complô, cipó, trenó, retrós, compôs, avós
amém, também, armazém
parabéns, reféns, armazéns
Então:
pomar, anzol, jornal, maciez
saci, caqui, anu, urubu
Outros acentos diferenciais:
3. Paroxítonas: côas, côa (verbo coar)
recebem acento as terminadas em l, i(s), n, us, r, x, ã(s), côas, coa (com + as / com + a)
ão(s), um(uns), ps, ditongo: pára (verbo parar)
fácil, útil, júri, táxi, lápis, tênis, hífen, pólen, elétron, nêu- para preposição
tron, vírus, Vênus, revólver, mártir, ímã, ímãs, órfã, órfãs,
sótão, órgão, órfãos, álbum, médium, fóruns, pódiuns, pêlo (substantivo = cabelo)
fórceps, bíceps, água, história, série, tênues pélo / pélas / péla (verbo pelar)
péla / pélas (substantivo = bola da borracha)
Observações: pelo / pelos (preposição por + artigo ou pronome o)
pela / pelas (preposição por + artigo ou pronome a)
a) palavras terminadas em N, no plural:
1. –ONS: com acento — elétrons, nêutrons. pêra (substantivo = fruta)
2. –ENS: sem acento — hifens, polens. péra / péras (substantivo = pedra)
pera (preposição antiga = para)
b) prefixos paroxítonos terminados em i ou r não são
acentuados: pôde (verbo poder no passado)
anti, multi, super, hiper pode (verbo poder no presente)

4. Proparoxítonas: pôla / pôlas (substantivo = broto de árvore)


Todas são acentuadas póla / pólas (substantivo = surra)
lânguido, física, trópico, álibi, hábitat, déficit, lápide pola (contração antiga de preposição + artigo)

Regras Especiais pólo / pólos (substantivo)


1. Encontro ôo(s) em final de palavra: pôlo / pólos (filhote de gavião)
Recebe acento circunflexo o primeiro o do encontro oo polo (contração antiga de preposição + artigo)

25
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
pôr (verbo) Eu não fui à escola porque estava doente.
por (preposição) Venha depressa, porque sua presença é indispensável.

porquê (substantivo) Porquê


porque (conjunção) substantivo
Vem sempre acompanhado de uma palavra que o ca-
quê (substantivo, interjeição ou pronome em final de frase) racteriza (artigo, pronome, adjetivo ou numeral)
que (conjunção, advérbio, pronome ou partícula expletiva)
Deve haver um porquê para ele se atrasar tanto.
6. U nos grupos gue, gui, que, qui: Qual o porquê da sua revolta?
U — não pronunciado:
guerra, guitarra, quente, quilo EXERCÍCIOS

U — pronunciado: 01. Marque o texto que contém erro de grafia.


a) Assino esta revista especializada há muitos anos,
a) fraco — trema: agüentar, sagüi, freqüente, tranqüilo mas este mês ela chamou a minha atenção de
b) forte — acento agudo: averigúe, argúis, apazigúem modo especial, e vocês vão logo entender por quê.
b) A decisão final sobre os reajustes das prestações
Formas variantes do SFH sairá ainda este mês. Persistem algumas
dúvidas porque a indexação voltou só para a parce-
acróbata ou acrobata la do salário até três mínimos.
amnésia ou amnesia c) Conforme informação da Caixa Econômica Federal,
antigüidade ou antiguidade os mutuários desejam saber porque aqueles que
eqüivalência ou equivalência têm data-base em setembro e repasse em sessen-
eqüivalente ou equivalente ta dias terão, em novembro, correção mais elevada.
homília ou homilia d) Muitos desconhecem também os motivos por que
lângüido ou lânguido se aplicarão a todos os mutuários com contratos
liqüidar ou liquidar de equivalência salarial plena as antecipações bi-
liqüidez ou liquidez mestrais e quadrimestrais pelo INPC.
liqüidificador ou liquidificador e) Por que se aplica o índice da poupança de setem-
liqüidificar ou liquidificar bro/90 a agosto/91 mais 3% de ganho real, des-
líqüido ou líquido contando as antecipações?
ortoepia ou ortoépia
projetil ou projétil 02. Identifique o item sublinhado que contém erro de
réptil ou reptil natureza ortográfica ou gramatical ou de improprie-
retorqüir ou retorquir dade vocabular, e marque a letra correspondente.
sangüinário ou sanguinário Se bem que a Lei Suprema remeta à (A) lei ordiná-
sangüíneo ou sanguíneo ria estabelecer (B) as condições de capacidade para
séqüito ou séquito o exercício de profissões, nada impede, muito ao
sóror ou soror contrário recomenda, que o comando constitucio-
xérox ou xerox nal seja elastecido (C) no sentido de conferir ao
profissional meios necessários ao exercício, atri-
zângão ou zangão
buindo garantias, vantagens, certos direitos, prer-
rogativas e previlégios (D) não discriminatórios,
5. Uso do PORQUÊ como privacidade ou exclusividade ou gozo (E) de
situações ou “status” especiais.
Por que a) A. d) D.
preposição + pronome interrogativo b) B. e) E.
Em frases interrogativas (diretas ou indiretas): c) C.
Por que não veio? 03. Na última .......... de cinema, havia somente ..........
Gostaria de saber por que lutamos. a) sessão, cinquenta espectadores privilegiados.
Ela não veio por quê? b) seção, cinqüenta expectadores privilegiados.
c) sessão, cinqüenta espectadores privilegiados.
Obs.: a palavra que em final de frase, acompanhada de d) sessão, cincoenta expectadores previlegiados.
ponto (. ! ? ...) recebe acento circunflexo: e) cessão, cinqüenta espectadores previlegiados.
Você precisa de quê?
Ela sabe o quê! 04. Marque o texto que contém erro de grafia
a) Como se diz “bom-dia” em bretão? E “muito-obriga-
Por que do” em provençal?
preposição + pronome relativo b) Às vésperas do século XXI, turistas desavisados que
Equivale a pelo qual (e suas variações). visitam determinados rincões da Europa são sur-
Ela é a mulher por que me apaixonei. preendidos pelo inesperado renacimento de línguas
Não conheço as pessoas por que espero. que, desde o fim da Idade Média, caminhavam ine-
xoravelmente para a extinção.
Porque c) Ladino, corso, bretão, galego, idiomas semimortos
conjunção praticados apenas por poucos falantes, ressurgem
Equivale a pois. com força insuspeitada, justamente agora, quando

26
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
as fronteiras na Europa Ocidental estão virando e) A idéias esdrúxulas correspondem atitudes extra-
meros rabiscos nos mapas. vagantes.
d) Reunidos em Estrasburgo, na França, representan-
tes de 26 países europeus adotaram uma Carta Eu- 10. Assinale o único segmento incorreto quanto à acen-
ropéia das Línguas Regionais, que encoraja o uso tuação gráfica.
de línguas e dialetos de minorias - num total de ses- Tens idéia (a) de quanto é inútil (b) bancar o mártir
senta idiomas, falados por 50 milhões de europeus. (c)? Nesse rítmo (d) acabas perdendo o juízo (e).
e) A carta afirma que a prática de uma língua regional a) A.
na esfera pública e privada é um direito inalienável b) B.
das minorias. c) C.
(Veja 01/09/1993, com adaptações) d) D.
e) E.
05. Marque o único vocábulo acentuado incorretamen-
te. 11. Aponte a alternativa que apresenta todas as pala-
a) pára (verbo). vras grafadas corretamente.
b) pêlo (cabelo). a) enxada, bondoso, bexiga, revezamento.
c) pôr (verbo). b) faxina, tóxico, canalisar, nobresa.
d) ítem. c) eresia, canzarrão, caxumba, hesitar.
e) Jaú. d) hêxito, gorjeio, algema, pesquisa.
e) hegemonia, cangica, xadrez, vazio.
06. Assinale a alternativa que preenche corretamente
as lacunas das frases abaixo. 12. Dadas as palavras:
1. Cada qual faz como melhor lhe ............... . 1) pão duro
2. O que ............... estes frascos? 2) copo de leite
3. Neste momento os teóricos ............... os conceitos. 3) sub raça
4. Eles ............... a casa do necessário.
constatamos que o hífen é obrigarório:
a) convém, contêm, revêem, provêem.
b) convém, contém, revêem, provêm. a) apenas na palavra nº 1.
c) convêm, contêm, revêm, provêem. b) apenas na palavra nº 2.
d) convém, contém, revêem, provêem. c) apenas na palavra nº 3.
e) convêm, contêm, revêem, provêm. d) em todas as palavras.
e) n. d. a.
07. Indique a única alternativa em que nenhuma pala-
vra deve ser acentuada graficamente.
a) lapis, canoa, abacaxi, jovens.
b) ruim, sozinho, aquele, traiu.
c) saudade, onix, grau, orquidea.
d) voo, legua, assim, tenis.

08. As silabadas, ou erros de prosódia, são freqüentes


no uso da língua. Indique a alternativa onde não
ocorre silabada alguma.
a) Eis aí um prototipo de rúbrica de um homem vaido-
so.
b) Para mim a humanidade se divide em duas meta-
des: a dos filântropos e a dos misantropos.
c) Os arquétipos de iberos são mais pudicos do que
se pensa.
d) Nesse interim chegou o médico com a contagem
de leucócitos e o resultado da cultura de lêvedos.
e) Ávaro de informações, segui todas as pegadas do
éfebo.

09. Assinale o trecho que apresenta erro de grafia.


a) Por ocasião do plebiscito para decidir que sistema
de governo quer o brasileiro, poderia a questão da
sucessão do País também ser votada.
b) Apesar da diversidade cultural entre as regiões do
País, prevalesce uma unidade comum que se ali-
cerça em valores e hábitos fundamentais da socie-
dade brasileira. GABARITO
c) Por ser farta e barata, a contribuição da mão-de-
obra nordestina foi imprescindível para permitir o 01. C 02. D 03. C 04. B
notável desenvolvimento de São Paulo. 05. D 06. A 07. B 08. C
d) O Brasil, visto por estrangeiros, possui um estereó-
tipo que se resume em três palavras: samba, car- 09. B 10. D 11. A 12. C
naval e futebol.

27
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural

MORFOLOGIA
1. Estrutura do Vocábulo A vogal temática também pode aparecer nos nomes.
Neste caso, sua função é a de preparar o radical para
A palavra, ao contrário do que muitos pensam, não é a receber as desinências.
menor unidade portadora de significado dentro da lín-
gua. Ela própria é formada de vários elementos também Exemplos:
dotados de valor significativo. cas radical
A vogal temática
A essas formas portadoras de significado damos o nome s desinência de número
de Morfemas ou Elementos Mórficos.
mar radical
Tomemos como exemplo a palavra Alunas. Ela é consti- E vogal temático
tuída de três morfemas. s desinência de número

ALUN Morfema que é base do significado. Tema


A Morfema que indica o gênero feminino.
S Morfema que indica o número plural. É o radical acrescido da vogal temática.

Assim, de acordo com a função na palavra, os fonemas Exemplo:


são classificados em: beb radical TEMA
e vogal temática
Radical ou Morfema Lexical mos desinência número-pessoal

É o elemento que contém a significação básica do vocá- Afixos


bulo. Exemplo:
Elementos de significação secundária que aparecem
LIVR o agregados ao radical.
LIVR aria
LIVR eiro Podem ser:
radical
a) Prefixo: morfemas que se antepõem ao radical. Exem-
Desinência ou Morfema Flexional plos:

São elementos terminais do vocábulo. RE prefixo


Servem para marcar: luz radical

a) gênero e número nos nomes (desinências nominais) EX prefixo


b) pessoa/número e tempo/modo nos verbos (desinên- por radical
cias verbais)
b) Sufixo: morfemas que se pospõem ao radical. Exem-
Exemplos: plos:
MENIN radical
A desinência nominal de gênero feminino moral radical
S desinência nominal de número plural ISTA sufixo

AMÁ radical leal radical


VA desinência verbal modo-temporal DADE sufixo
(Pretérito Imperfeito do Indicativo)
MOS desinência verbal número-pessoal Vogal e Consoante de Ligação
(1ª pessoa do plural)
São elementos que, desprovidos de significação, são
Vogal Temática usados entre um morfema e outro para facilitar a pro-
núncia. Exemplo:
É o elemento que, nos verbos, serve para indicar a con-
jugação. São três: gás
Ô vogal de ligação
A – verbos de 1ª conjugação metro
fal + A + r cha
E – verbos de 2ª conjugação L consoante de ligação
eira
varr + E + r
I – verbos de 3ª conjugação 2. Formação de Palavras
part + I + r
Para criar-se palavra nova em português existem, prin-
Ob.: O verbo pôr e seus derivados (compor, repor, impor cipalmente, cinco processos diferentes.
etc.) incluem-se na 2ª conjugação.

28
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Derivação miar
zunir
Forma palavras pelo acréscimo de afixos. mugir

a) Prefixal ou Prefixação: pela colocação de prefixos. Abreviação

REler, INfeliz, INTERvir, ULTRAvioleta, SUPER-homem. Forma palavra pela redução de um vocábulo até o limite
que não cause dano à sua compreensão.
b) Sufixal ou Sufixação: pela colocação de sufixos. moto por motocicleta
boiADA, canalIZAR, felizMENTE, artISTA. pneu por pneumático
foto por fotografia
c) Prefixal/Sufixal: pela colocação de prefixo e sufixos Itaquá por Itaquaquecetuba
numa só palavra. pornô por pornografia
DESlealDADE, INfelizMENTE, DESligADO. quilo por quilograma

d) Parassíntese ou Parassintética: pela colocação si- Obs.: Não confunda abreviação com abreviatura.
multânea de prefixos e sufixos numa mesma palavra.
1. Abreviatura: é a redução na grafia de determinadas
ENtardECER, ENtristECER, DESalmADO, EmudECER. palavras, limitando-se à letra ou letras iniciais e/ou fi-
nais.
e) Regressiva: pela redução de uma palavra primitiva. p. ou pág. – página
min – minuto(s)
sarampão sarampo Sr. – Senhor
pescar pesca
barracão barraco 2. Sigla: é a redução das locuções substantivas às le-
botequim boteco tras ou sílabas iniciais.

f) Imprópia: pela mudança da classe gramatical da pala- A sigla que se forma com a primeira letra de cada pala-
vra. vra deve ser escrita toda com letras maiúsculas.
os bons (subst.) bom (adj.)
o jantar (subst.) jantar (verbo) IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
o belo (subst.) belo (adj.) VASP – Viação Aérea de São Paulo
o porquê (subst.) porque (conj.)
A sigla que se forma com mais de uma das primeiras
Composição letras de cada palavra deve ser escrita com apenas a
primeira maiúscula.
Forma palavra pela ligação de dois ou mais radicais.
a) Justaposição: quando os radicais se unem sem ne- Banespa – Banco do Estado de São Paulo
nhuma alteração. Sudene – Superintendência para o Desenvolvimento do
Nordeste
passatempo, girassol, guarda-comida, pé-de-moleque.
Principais Radicais Gregos
b) Aglutinação: quando na união dos radicais há altera-
ção de pelo menos um deles. AEROS (ar): aeronáutica
ACROS (alto): acrofobia
fidalgo filho + de + algo AGOGOS (conduzir): demagogo
embora em + boa + hora ALGIA (dor): nevralgia
planalto plano + alto ANTROPO (homem): antropologia
você vossa + mercê ARQUIA (governo): monarquia
vinagre vinho + agre AUTO (si mesmo): autobiografia
BIBLIO (livro): biblioteca
Hibridismo BIO (vida): biosfera
CACO (mau): cacofonia
Forma palavra pela união de elementos de línguas dife- CALI (belo): caligrafia
rentes. CEFALO (cabeça): acéfalo
COSMO (mundo): cosmopolita
automóvel auto – grego / móvel – latim CLOROS (verde): clorofila
abreugrafia Abreu – português / grafia – grego CRONOS (tempo): cronologia
monocultura mono – grego / cultura – latim CROMOS (cor): cromoterapia
burocracia bureau – francês / cracia – grego DACTILOS (dedo):datilografia
DEMOS (povo): democracia
Onomatopéia DERMA (pele): epiderme
DOXA (opinião); ortodoxo
Forma palavra pela reprodução aproximada de sons ou DROMOS (corrida): hipódromo
ruídos e vozes de animais. EDRA (lado): poliedro
FAGO (comer): antropófago
tique-taque FILOS (amigo): filósofo
pingue-pongue FOBOS (medo): acrofobia

29
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
FONOS (som, voz): telefone TRI (três): tricolor
GAMIA (casamento): polígamo UMBRA (sombra): penumbra
GEO (terra): geografia UNI (um): uníssono
GLOTA (língua): poliglota VERMI (verme): verminose
GRAFO (escrever, descrever): geografia VOMO (que expele): ignívomo
HELIOS (sol): heliocêntrico VORO (que come): carnívoro
HIDRO (água): hidrografia
HIPO (cavalo): hipopótamo Principais Prefixos Gregos
ICONOS (imagem): iconoclasta
LOGO (discurso): monólogo A(AN) (negação): anônimo
MEGALOS (grande): megalópole ANA (inversão): anagrama
MICRO (pequeno): micróbio ANFI (duplo): anfíbio
MIS (ódio): misantropo ANTI (contrário): anti-aéreo
MORFE (forma): morfologia ARCE, ARQUI (posição superior): arquiduque, arcebis-
NEOS (novo): neologismo po
ODOS (caminho): método DIS (dificuldade): disenteria
PIROS (fogo): pirosfera DI (dois): dissílabo
POLIS (cidade): metrópole ENDO (para dentro): endoscopia
PSEUDO (falso): pseudônimo EPI (em cima de): epicentro
PSIQUE (alma): psicologia EU (bem, bom): eufonia
POTAMO (rio): hipopótamo HEMI (metade): hemisfério
SACARO (açúcar): sacarose HIPER (excesso): hipertensão
SOFOS (sábio): filósofo HIPO (inferior, deficiente): hipoderme
TELE (longe): televisão META (para além): metamorfose
TEOS (deus): teologia PARA (proximidade): parágrafo
TOPOS (lugar): topônimo PERI (em torno de, cerca de): período
XENO (estrangeiro): xenofobia
ZOO (animal): zoologia Principais Prefixos Latinos

Principais Radicais Latinos ABS, AB (afastamento): abjurar


AD, A (aproximação): adjunto
AGRI (campo): agrícola AMBI (duplicidade): ambidestro
ARBORI (árvore): aborizar ANTE (anterior): antedatar
AVI (ave): avícola CIRCUM (movimento em torno): circunferência
BIS (duas vezes): bisavô EX (movimento para fora): exportar, ex-ministro
CAPITI (cabeça): decapitar I, IN, IM (negação): ilegal
CIDA (que mata): homicida INTRA (movimento para dentro): intravenoso
COLA (que cultiva ou habita): vinícola INTER, ENTRE (entre, reciprocidade): intervir, entrelinhas
CRUCI (cruz): crucificar JUSTA (ao lado de): justaposição
CULTURA (cultivar): apicultura PEN (quase): penúltimo
CURVI (curvo): curvilíneo PER (através de): percorrer
EQUI (igual): eqüidade POS (posterior): pospor
FERO (que contém ou produz): mamífero SOBRE, SUPRA (posição superior): supracitado, sobre-
FICO (que produz): benéfico loja
FIDE (fé): fidelidade TRANS (através, além): transatlântico
FRATER (irmão): fraternidade VICE (no lugar de): vice-reitor
FUGO (que foge): centrífugo
IGNI (fogo): ignívomo Principais Sufixos Nominais
LOCO (lugar): localizar
LUDO (jogo): ludoterapia ADA: boiada
MATER (mãe): maternidade ARIA: livraria
MULTI (muito): multinacional IA: advocacia
ONI (todo): onisciente EZ (A): altivez, beleza
PARO (que produz): ovíparo URA: doçura
PATER (pai): paternidade ANTE, ENTE: estudante, combatente
PEDE (pé): pedestre DOURO: bebedouro
PISCI (peixe): piscicultura URA: formatura
PLURI (vários): pluricelular ACO: maníaco
PLUVI (chuva): pluvial AR: escolar
PUERI (criança): puericultura ÊS, ESA: camponês, camponesa
QUADRI (quatro): quadrilátero OSO: cheiroso
RÁDIO (raio): radiografia VEL: amável
RETI (reto): retilíneo IÇO: quebradiço
SAPO (sabão): saponáceo ISMO: realismo
SEMI (metade): semicírculo AGEM: folhagem
SESQUI (um e meio): sesquicentenário EIRO: barbeiro
SILVA (floresta): silvícola DADE: lealdade
SONO (que soa): uníssono ICE, ÍCIE: meninice, calvície

30
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
ANCIA, ANÇA: vingança, tolerância 3.1. Substantivo
DOR: jogador
SÃO, ÇÃO: extensão, exportação É a palavra que dá nome aos seres em geral, às quali-
TÓRIO: lavatório dades, às ações, aos estados e aos sentimentos.
MENTO: ferimento Pode ser classificado como próprio ou comum:
ADO: barbado
ANO: corintiano Próprio: refere-se a um determinado ser da espécie:
ESTRE: campestre
INTE: constituinte Europa
IVO: pensativo
ÓRIO: preparatório Comum: nomeia todos os seres ou todas as coisas de
ISTA: realista uma mesma espécie:

Principais Sufixos Verbais menino

EAR: folhear Pode ser:


ICAR: bebericar
IZAR: utilizar Simples: é formado por uma só palavra:
EJAR: gotejar
ITAR: saltitar roupa
ECER, ESCER: amanhecer, florescer
Composto: é formado por duas ou mais palavras
Principal Sufixo Adverbial
guarda-roupa
MENTE: suavemente
Concreto: não depende de outro ser para ter existência
3. Classes de Palavras
escola
Todas as palavras da língua portuguesa podem ser co-
locadas em dez classes diferentes, de acordo com sua Abstrato: depende de outro ser para ter existência
classificação gramatical. A isso damos o nome de Clas-
ses de Palavras. tristeza
Primeiramente podemos separá-las em dois grandes
grupos: Primitivo: não se origina de outra palavra:

Classes Variáveis: são as classes de palavras que se abacate


flexionam:
Substantivo Derivado: tem origem em outra palavra
Adjetivo
Artigo abacateiro
Pronome
Numeral Coletivo: dá idéia de conjunto, reunião, coleção
Verbo manada
Classes Invariáveis: são as classes de palavras que Flexão de Gênero
não se flexionam:
Advérbio
Quanto ao gênero os substantivos podem ser classifi-
Preposição
cados em:
Conjunção
Interjeição
Biformes
Obs.: A mesma palavra pode ser colocada em mais de
uma classe, de acordo com o modo como é usada. Quando mudamos as desinências para formarmos o
feminino.
Exemplos:
Exemplos:
Eu quero jantar em sua casa hoje. conde – condessa
(jantar – verbo) moço – moça
poeta – poetisa
O jantar que você fez estava delicioso.
(jantar – subst.) Obs.: Quando usamos as palavras com o radical total-
mente diferente para formar o feminino, chamamo- las
Eu quero um vestido amarelo. de heterônimos.
(amarelo – adj.)
bode – cabra
Eu gosto muito do amarelo. cavaleiro – amazona
(amarelo – subst.)

31
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Uniformes o cisma (a separação)
a cisma (desconfiança)
Quando usamos uma mesma palavra para designar tan-
to o masculino quanto o feminino. o cabeça (o líder)
a cabeça (parte do corpo)
Subdividem-se em:
o capital (dinheiro)
Epicenos: designam animais e alguns vegetais. a capital (cidade)
o moral (ânimo)
Exemplos: a moral (ética, bons costumes)
o sabiá (macho e fêmea)
a cobra (macho e fêmea) o grama (medida de peso)
o jacaré (macho e fêmea) a grama (vegetal)
o mamão (macho e fêmea)
c) Deve-se também observar que algumas palavras co-
Comuns de dois gêneros: designam pessoas. mumente são usadas no gênero errado.
São masculinos:
Exemplos:
o dentista – a dentista o ágape
o viajante – a viajante o anátema
o artista – a artista o aneurisma
o jornalista – a jornalista o champanha
o dó
Sobrecomuns: designam pessoas. o eclipse
o gengibre
Exemplos: o guaraná
a criança o plasma
(do sexo masculino ou do sexo feminino)
São femininos:
Formação do Feminino:
a alface
1. trocando-se o -o ou -e do masculino por -a: a apendicite
aluna, menina, giganta, hóspeda a cataplasma
a comichão
2. acrescentando-se -a ao final dos masculinos termina- a omoplata
dos em -i, -r, -s ou -z: a ordenança
fiscala, oradora, deusa, juíza. a rês
a sentinela
3. com as terminações -esa, -essa, -isa, -eira e -triz: a usucapião
consulesa, condessa, papisa, arrumadeira, embaixatriz
Flexão de Número
4. masculinos terminados em -ão fazem o feminino em - Quanto ao número os substantivos podem ser:
ã, -ao e -ona:
a) Singular: um ser ou um grupo de seres:
anã, patroa, foliona
ave, bando.
5. outras formas:
b) Plural: mais de um ser ou grupo de seres:
rapaz – rapariga
herói – heroína aves, bandos.
grou – grua
avô – avó Para colocarmos os substantivos no plural devemos
réu – ré separá-lo em simples (um único radical) e composto
(dois ou mais radicais).
Particularidades do Gênero
Formação do Plural dos Substantivos Simples
Há várias particularidades, quanto ao gênero dos subs-
tantivos, que devem ser observadas. a) Terminados em -ão:
anciãos, mãos, órfãos, cidadãos
a) Veja, por exemplo, algumas palavras para as quais a anões, espiões, botões, limões
gramática não fixa um gênero: pães, capitães, alemães, cães
o diabete - a diabete
o personagem - a personagem Obs.: Alguns admitem duas ou três formas:
o pijama - a pijama
corrimãos, corrimões
b) Outra dificuldade é a mudança de significação da pa- sacristãos, sacristães
lavra quando mudamos o gênero: anciãos, anciães, anciões
vilãos, vilães, vilões

32
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
b) Terminados em -s: - acrescenta-se -s:

- monossílabos e oxítonos recebem -es: hífens


gás – gases abdomens
mês – meses germens
freguês – fregueses elétrons
país – países prótons

- outros ficam invariáveis: Plural dos Diminutivos Terminados em -ZINHO ou -ZITO


o lápis – os lápis
o ônibus – os ônibus Faz-se da seguinte forma:

c) Terminados em -r ou -z recebem -es: fogãozinho fogõe(s) + zinho + s fogõezinhos


raizinha raíze(s)+ zinho + s raizezinhas
mulheres cãozito cãe(s) + zito + s cãezitos
oradores barrilzinho barri(s) + zinho + s barrizinhos
trabalhadores
cruzes Particularidades do Número
juízes
arrozes a) determinados substantivos são usados apenas no
plural:
d) Terminados em -m trocam por -ns:
anais
garagens alvíssaras
armazéns arredores
homens cãs
álbuns condolências
férias
e) Terminados em -al, -el, -ol, -ul trocam o -l por -is: núpcias

jornais b) alguns substantivos tomam significados diferentes


papéis quando no singular ou plural:
faróis bem (virtude)
pauis bens (propriedades)

f) Terminados em -il: costa (litoral)


costas (dorso)
- oxítonas trocam o -l por -s:
liberdade (livre de escolha)
funis liberdades (regalias, intimidades)
barris
vencimento (fim de prazo)
- paroxítona trocam o -il por -eis: vencimentos (salário)

fósseis Formação do Plural dos Substantivos Compostos


répteis
projeteis Composto sem hífen:

Cuidado: Variam como os substantivos simples.


mal / males
cônsul / cônsules aguardente – aguardentes
mel / meles ou méis girassol – girassóis
vaivém – vaivens
g) Terminados em -x ficam invariáveis:
Composto com hífen:
os tórax
os sílex Observa-se a classe gramatical de cada um dos termos
as fênix formados do composto: se ela for variável, vai para o
as xerox plural. Caso contrário, continuará da mesma forma.

h) Terminados em -n: Vão para o plural:

- acrescenta-se -es: Substantivos


Adjetivos
hífenes Pronomes
abdômenes Numerais
gérmenes
líquenes

33
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Ficam invariáveis: São invariáveis.

Verbos bel-prazer bel-prazeres


Advérbios grão-duque grão-duques
Interjeições
Prefixos b) como sufixos:

Veja como flexioná-los: São variáveis.

abelha-mestra abelhas-mestras altar-mor altares-mores


= abelha (subst.) / mestra (subst.) capitão-mor capitães-mores

amor-perfeito amores-perfeitos Casos Especiais


= amor (subst.) / perfeito (adj.)
os arco-íris
padre-nosso padres-nossos os joões-ninguém
= padre (subst.) / nosso (pron.) os terra-novas
quinta-feira quintas-feiras
= quinta (num.) / feira (subst.) Flexão de Grau

guarda-roupa guarda-roupas O grau dos substantivos exprime uma “variação” no ta-


= guarda (verbo) / roupa (subst.) manho do ser, podendo também dar-lhe um sentido des-
prezível:
sempre-viva sempre-vivas
= sempre (adv.) / viva (adj.) bocarra, velhota
ou afetivo
ave-maria ave-marias
= ave (interj.) / Maria (subst.) gatão, velhinha

vice-presidente vice-presidentes Temos os graus:


= vice (pref.) / presidente (subst.)
a) Normal:
Obs.:
boca, velha, gato, pedra, corpo
1. Varia apenas o primeiro elemento quando:
b) Aumentativo:
a) ligados por preposição:
boca grande / bocarra
pé-de-moleque pés-de-moleque gato enorme / gatão
mula-sem-cabeça mulas-sem-cabeça
c) Diminutivo:
b) compostos formados por substantivo + substantivo,
em que o segundo determina o primeiro: boca pequena / boquinha
pedra minúscula / pedrinha
navio-escola navios-escola
manga-rosa mangas-rosa Há dois processos para se obter os graus aumentativo
e diminutivo:
2. Varia apenas o segundo elemento quando:
1. analítico: juntando à forma normal um adjetivo que
a) formado por palavras repetidas: indique aumento ou diminuição:

quero-quero quero-queros obra gigantesca, obra mínima


corre-corre corre-corres menino grande, menino pequeno
tico-tico tico-ticos
ruge-ruge ruge-ruges 2. sintético: anexando-se à forma normal sufixos deno-
tadores de aumento ou redução:
Mas se as palavras repetidas forem verbos, ambas po-
dem variar: bocarra (aumentativo sintético)
pedregulho (aumentativo sintético)
corre-corre corres-corres
(corre = verbo correr) estatueta (diminutivo sintético)
pedrisco (diminutivo sintético)
ruge-ruge ruges-ruges
(ruge = verbo rugir) São muitos os sufixos indicadores de grau:

3. Com adjetivos apocopados: Aumentativo:

a) como prefixos: aça barca – barcaça

34
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
ão cachorro – cachorrão Exemplos:
arra boca – bocarra dia de chuva dia chuvoso
az prato – pratarraz atitudes de anjo atitudes angelicais
ázio copo – copázio luz do sol luz solar
ona mulher – mulherona estrela da tarde estrela vespertina
uça dente – dentuça menino do Brasil menino brasileiro
ar do campo ar campestre
Diminutivo:
Flexão de Gênero
acho rio – riacho
ebre casa – casebre a) adjetivo simples: sua flexão de gênero é igual à dos
ejo lugar – lugarejo substantivos simples.
eta sala – saleta
inho livro – livrinho homem bom / mulher boa
isco chuva – chuvisco rapaz trabalhador / moça trabalhadeira
ulo globo – glóbulo
b) adjetivo composto: varia apenas o último elemento.
3.2. Adjetivo hospital médico-cirúrgico / clínica médico-cirúrgica
sapato amarelo-claro / blusa amarelo-clara
É toda palavra que caracteriza o substantivo, indicando- homem luso-brasileiro / mulher luso-brasileira
lhe um estado, aspecto ou modo de ser.
Exceção:
O adjetivo pode ser:
surdo-mudo / surda-muda
a) uniforme: possui uma única forma para os dois gêneros:
Flexão de Número
feliz, alegre
a) adjetivo simples: sua flexão de número é igual a dos
b) biforme: possui uma forma para cada gênero: substantivos simples:

bom / boa homem bom / homens bons


mau / má rapaz trabalhador / rapazes trabalhadores
bonito / bonita
Obs.: Qualquer substantivo usado como adjetivo fica in-
c) simples: constituído de apenas um radical: variável:

vermelho, social, claro, escuro, financeiro homem monstro / homens monstro


vestido laranja / vestidos laranja
d) composto: constituído de dois ou mais radicais:
b) adjetivo composto: varia apenas o último elemento:
vermelho-claro
sócio-financeiro hospital médico-cirúrgico / hospitais médico-cirúrgicos
verde-escuro blusa amarelo-clara / blusas amarelo-claras
posição sócio-político-econômica / posições sócio-polí-
Adjetivo Pátrio tico-econômicas

É aquele que se refere a continentes, países, cidades, Obs.: Se o último elemento do composto for um subs-
regiões. tantivo, fica invariável.

Exemplos: blusa verde-garrafa / blusas verde-garrafa


Brasil – brasileiro tecido amarelo-ouro / tecidos amarelo-ouro
Brasília – brasiliense sapato marrom-café / sapatos marrom-café
Calabria – calabrês
Espírito Santo – espiritosantense ou capixaba Exceções:
Europa – europeu
Rio de Janeiro – (est.) – fluminense surdos-mudos e surdas-mudas
Rio de Janeiro (Cid.) – carioca
Rio Grande do Sul – sul-rio-grandense ou rio-granden- São invariáveis:
se-do-sul
Rio Grande do Norte – potiguar ou rio-grandense-do- azul-marinho / azul-celeste / cor de ...
norte ou norte-rio-grandense
Salvador – soteropolitano Flexão de Grau
Sergipe – sergipano
São dois os graus de adjetivo:
Locução Adjetiva
a) Comparativo: compara dois seres diferentes.
É a expressão formada de preposição mais substantivo b) Superlativo: fala da qualidade de um único ser.
(ou advérbio) com valor de adjetivo.

35
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Grau Comparativo: b) sintético: quando acrescentamos sufixos para mar-
car o grau:
1) de igualdade: a qualidade aparece na mesma intensi-
dade para ambos os seres que se comparam: João é altíssimo.
Minha casa é confortabilíssima.
João é tão alto quanto José.
O Superlativo Absoluto Sintético é formado pelo acrésci-
2) de superioridade: a qualidade aparece mais intensifi- mo dos sufixos:
cado no primeiro elemento de comparação:
-íssimo
João é mais alto que (ou do que) José.
-imo
3) de inferioridade: a qualidade aparece menos intensi- -rimo
ficado no primeiro elemento de comparação:
Na língua coloquial usamos sempre -íssimo:
João é menos alto que (ou do que) José.
belíssimo, amiguíssimo, agudíssimo
Obs.: Veja o Grau Comparativo de Superioridade com os
adjetivos: Na língua culta devemos acrescentar o sufixo às formas
eruditas dos adjetivos:
bom
mau / ruim amicus + íssimo = amicíssimo
grande pauper + rimo = paupérrimo
pequeno acutus + íssimo = acutíssimo

Temos duas formas para usá-los: Alguns Superlativos Absolutos Eruditos

a) Analítica: amargo amaríssimo


célebre celebérrimo
mais bom, mais ruim, mais grande, mais pequeno cruel crudelíssimo
doce dulcíssimo
b) Sintética: frio frigidíssimo
geral generalíssimo
melhor, pior, maior, menor
humilde humílimo
incrível incredibilíssimo
Comparativo de superioridade analítico: usado quando
se comparam duas qualidades de um único ser: livre libérrimo
magro macérrimo ou magérrimo
Minha casa é mais grande que confortável. negro nigérrimo
João é mais bom que ruim. nobre nobilíssimo
pio pientíssimo
Comparativo de superioridade sintético: usando quan- preguiçoso pigérrimo
do se compara uma qualidade entre dois seres diferen- sábio sapientíssimo
tes: soberbo superbíssimo
tenro teneríssimo
Minha casa é maior que a sua tétrico tetérrimo
João é melhor que José. velho vetérrimo
veloz velocíssimo
Grau Superlativo: visível visibilíssimo
voraz voracíssimo
1) Relativo: qualidade de um ser em relação a um con-
junto de seres. 3.3. Artigo
a) de superioridade:
É a palavra variável em gênero e número que define o
João é o mais alto da turma. substantivo.
b) de inferioridade: a) Artigo Definido: O, A, OS, AS
João é o menos alto da turma. O jornal comentou a notícia.
2) Absoluto: qualidade de um único ser absolutamente. b) Artigo Indefinido: UM, UMA, UNS, UMAS
a) analítico: quando a alteração do grau é feita através Um jornal comentou uma notícia.
de alguma palavra que modifique o adjetivo:
Particularidades do Artigo
João é muito alto.
Minha casa é bastante confortável. 1) Substantivar qualquer palavra:

36
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
O “não” é uma palavra que expressa negação (não - subst.)

Quem ama o feio, bonito lhe parece (feio - subst.)

2) Evidenciar o gênero e o número dos substantivos:

O dó (masculino)
A coleta (feminino)
O lápis (singular)
Os lápis (plural)

3) Revelar quantidade aproximada quando usado o indefinido diante de numerais:

Uns dez quilos.


Umas trezentas pessoas.

4) Combinar-se com preposições:

No = em + o
Das = de + as
À=a+a
Numa = em + uma

3.4. Pronome

Classe de palavras que normalmente precedem o substantivo ou nome e que dão indicações sobre aquilo que este
expressa, limitando ou concretizando o seu significado. Concordam sempre em gênero com o substantivo.

Possessivo

Subclasse de palavras variáveis que exprimem a posse em relação às três pessoas gramaticais.

Pronomes Pessoais

Subclasse de palavras que representam no discurso as três pessoas gramaticais, indicando, por isso, quem fala, com
quem se fala e de quem se fala.

37
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Pronomes de Tratamento b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores; Ministro do Tribunal
São usados no trato formal, quando não deve haver inti- de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais;
midade. Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Pre-
sidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
Os pronomes de tratamento apresentam certas peculia-
ridades quanto à concordância verbal, nominal e prono- c) do Poder Judiciário:
minal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical Ministros dos Tribunais Superiores; Membros de Tribu-
(à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a nais; Juízes; Auditores da Justiça Militar.
comunicação), levam a concordância para a terceira pes-
soa. É que o verbo concorda com o substantivo que inte- 2. Vossa Senhoria (V.Sª) é empregado para as demais
gra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senho- autoridades e para particulares.
ria nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o
3. Vossa Magnificência (V.Magª) é empregado por for-
assunto”.
ça da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de
universidade.
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos
a pronomes de tratamento são sempre os da terceira 4. Vossa Santidade (V.S), em comunicações dirigidas
pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não ao Papa.
“Vossa ... vosso...”).
5. Vossa Eminência (V.Emª) ou Vossa Eminência Re-
Quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o verendíssima (V.EmªRev ma ), em comunicações aos
gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pes- Cardeais.
soa a que se refere, e não com o substantivo que com-
põe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, 6. Vossa Excelência Reverendíssima (V.ExªRevma) é usa-
o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa do em comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos,
Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa
Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar 7. Vossa Reverendíssima (V.Revma) ou Vossa Senho-
satisfeita”. ria Reverendíssima (V.SªRevma) para Monsenhores,
Cônegos e superiores religiosos.
Emprego dos Pronomes de Tratamento
8. Vossa Reverência (V.Reva) é empregado para sacer-
1. Vossa Excelência (V.Exª), para as seguintes autori- dotes, clérigos e demais religiosos.
dades:
9. Vossa Alteza (V.A.) é empregado para arqueduques,
a) do Poder Executivo: duques e príncipes.
Presidente da República; Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado; Governadores (e Vice) de Estado e 10. Vossa Majestade (V.M.) é empregado para reis e
do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Arma- imperadores.
das; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministé-
rios e demais ocupantes de cargos de natureza especi- Observação: As formas acima são usadas para falar di-
al; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Pre- retamente com a pessoa. Quando queremos falar delas
feitos Municipais. (e não com elas) trocamos VOSSA por SUA: Sua Exce-
lência (S.Exª).

Pronomes Demonstrativos

Subclasse de palavras que, substituindo ou acompanhando os nomes, indicam a posição dos seres e das coisas no
espaço e no tempo em relação às pessoas gramaticais.

38
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Pronomes Relativos

Subclasse de palavras que estabelecem uma relação en-


tre uma palavra antecedente que representam e aquilo
que a seu respeito se vai dizer na oração que introduzem,
ou que estabelecem uma relação entre um nome que
determinam e um antecedente.

1. Cujo – É utilizado como determinante relativo com sen-


tido equivalente a do(a, os, as) qual, de quem, de que.
Visto ser um determinante, concorda sempre em gênero
e em número com o substantivo (nome) que o sucede: 3.5. Numeral
Esta senhora, cujo nome desconheço, tem uma reclama-
ção a fazer. É a palavra que dá idéia de quantidade (um, dois, três
Este é o rio Douro cujas águas banham a cidade do Porto. etc.), seqüência (primeiro, segundo, terceiro etc.), multi-
plicação (dobro, triplo etc.) e divisão (metade, um terço,
2. Quanto – Tem por antecedentes os pronomes indefi- três quartos etc.).
nidos todo(a, os, as) e tanto(a, os, as) embora estes este-
jam omitidos (subentendidos). Flexão dos Numerais
Emprestei-te quanto dinheiro tinha. (Antecedente suben-
tendido tanto). Alguns numerais são invariáveis em gênero e número,
outros apenas em gênero ou apenas em número.
Pronomes Interrogativos
Subclasse de palavras que, substituindo ou acompanhan- Gênero e Número
do os nomes, são empregadas para formular uma per-
primeiro, primeira / primeiros, primeiras
gunta direta ou indireta.
Gênero

um / uma, dois / duas, trezentos / trezentas, ambos /


ambas

Número

um terço / dois terços, um quinto / cinco quintos


1. Quanto – pode referir-se a pessoas ou a coisas. En-
Emprego dos Numerais
quanto determinante interrogativo, usa-se em concordân-
cia com o substantivo: a) emprego do numerais cardinal ou ordinal: Na indica-
Quantos irmãos tens? ção de reis, príncipes, papas, anos, séculos, capítulos
etc., usa-se ordinal até 10 e daí em diante emprega-se o
2. Qual – pode referir-se a pessoas ou a coisas. Usa-se cardinal:
geralmente como determinante, embora nem sempre
junto ao substantivo: Henrique VIII (oitavo)
Qual foi o filme que viste ontem? Luís XV (quinze)
Paulo VI (sexto)
3. Que – é determinante quando é equivalente a que es- João XXIII (vinte e três)
pécie de, podendo referir-se a pessoas ou a coisas: Capítulo X (décimo)
Que livro andas a ler? Capítulo XI (onze)
Mas que mulher é essa?
Obs.: Se o numeral vier anteposto ao substantivo, usa-
Pronomes Indefinidos mos o ordinal:

Subclasse de palavras que designam ou determinam a XX Salão do Automóvel = Vigésimo Salão do Automóvel
3ª pessoa gramatical (seres ou coisas) de modo vago e
Se o numeral vier posposto ao substantivo, usamos o
impreciso.
cardinal:

39
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Casa 2 = casa dois Observação:
página 23 = página vinte e três O símbolo Ø informa que para essas pessoas não exis-
(subentende-se aqui a palavra número: casa (número) dois) te desinência, portanto nada acrescentaremos à forma
verbal.
b) primeiro dia do mês: Na indicação do primeiro dia do
mês usamos o numeral ordinal: Classificação dos Verbos

primeiro de abril a) Regulares:


primeiro de julho
São os que seguem o modelo de sua conjugação.
c) leitura do numeral cardinal: Coloca-se a conjunção e Exemplo: Estudar
entre as centenas e dezenas e também entre a dezena e
a unidade: Observação:
Para saber se um verbo é regular, basta conjugá-lo no
6.069.523 = seis milhões sessenta e nove mil quinhen- Presente do Indicativo e no Pretérito Perfeito do Indicati-
tos e vinte e três. vo. Se não houver mudanças no radical ou nas desinên-
cias nesses dois tempos, não haverá em nenhum outro.
d) leitura do numeral ordinal: inferior a 2.000º , lê-se
normalmente como ordinal:

1.856º = milésimo octingentésimo qüinquagésimo sexto.

superior a 2000º, lê-se o primeiro como cardinal e os


outros como ordinais:

2.056º = dois milésimo qüinquagésimo sexto


5.232º = cinco milésimo ducentésimo trigésimo segundo

Mas se for número redondo:

10.000º = décimo milésimo b) Irregulares:


2.000º = segundo milésimo
5.000º = quinto milésimo São aqueles cujo radical e/ou terminações se alteram,
não seguindo o modelo de sua conjugação.
3.6. Verbos
Exemplos: Dar e Ouvir
Definição

É a classe de palavra que designa um estado, uma ação


ou um fenômeno natural.
Ana é feliz. (estado)
Ana comeu mamão. (ação)
Neva todo inverno no país de Ana. (fenômeno natural)

A conjugação verbal é feita através da desinência (veja


Estrutura do Vocábulo).

Exemplo:
VIÉSSEMOS
S S E – desinência modo-temporal
M O S – desinência número-pessoal Observação:
Perceba que houve alteração nas desinências.
Trabalharemos sempre com as desinências número-
pessoais que serão fixas para todos os verbos das Lín-
gua Portuguesa em qualquer modo ou tempo. Elas di-
rão se um verbo está na 1ª, na 2ª ou na 3ª pessoa, no
singular ou no plural.
São elas:

A irregularidade pode também ocorrer no radical, como


no caso do verbo ouvir na 1a pessoa do Presente do
Indicativo – eu ouç – o:

40
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
c) Anômalos: Nas Locuções Verbais, o verbo auxiliar está sempre con-
São aqueles que sofrem profundas modificações: jugado e o verbo principal (aquele que dá sentido à locu-
ção) deve ficar no infinitivo (-r), gerúndio (-ndo) ou particí-
Exemplos: pio (-do):
ser: sou, fui, era ... -infinitivo: Eu vou falar.
ir: vou, fui, irei ... -gerúndio: Eu estou falando
-particípio: Eu tenho falado.
d) Defectivos:
Exemplo: abolir, reaver Observação:
1) Nas Locuções Verbais formadas de particípio deve-
mos optar pelo regular ou irregular, de acordo com a
seguinte regra:

a) Com auxiliares ter ou haver:


particípio regular (-do):
Eu tenho pagado minhas contas em dia.
Ele havia acendido a vela.

b) Com outros auxiliares:


particípio irregular (?):
A conta foi paga.
A vela está acesa.
Observação: Há mais adiante uma lista de defectivos
notáveis.
2) Quando o particípio possui uma única forma, não te-
mos por que optar:
e) Abundantes:
fazer – feito:
São aqueles que apresentam mais de uma forma com o
Eu tenho feito o trabalho sozinho.
mesmo valor.
O trabalho foi feito por mim.
Exemplos:
vender – vendido:
haver: vós haveis ou heis
Eu tenho vendido muitas roupas.
construir: tu construis ou constróis
Estas roupas já foram vendidas.
A abundância acontece principalmente no particípio.
Flexão dos Verbos

I. Pessoa

Refere-se à pessoa do discurso:


1ª pessoa – quem fala: Canto, cantamos.
2ª pessoa – quem ouve: Cantas, cantais.
3ª pessoa – de quem se fala: Canta, cantam

II. Número

Refere-se à flexão de singular e plural:

Singular: refere-se a apenas uma pessoa.


Canto, cantas, canta
f) Auxiliares: Plural: refere-se a duas ou mais pessoas.
Cantamos, cantais, cantam.
São aqueles que, desprovidos de sentido próprio (parci-
al ou totalmente), juntam-se a outros verbos, formando o III. Modo
que chamamos de Locução Verbal.
Refere-se à maneira como anunciamos um estado, uma
Exemplo: A chuva está caindo. ação ou um fenômeno natural.
São três os modos verbais:

a) Indicativo: expressa certeza.

Eu canto. Nós cantaremos. Vós cantastes.

b) Subjuntivo: expressa dúvida.

Que eu cante. Se nós cantássemos. Quando vós cantar-


des.

41
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
c) Imperativo: expressa ordem, pedido ou súplica. b) Sintética: constitui-se do verbo principal na 3ª pes-
soa (singular ou plural concordando com o sujeito) + a
Cante você. Cantemos nós. Não canteis vós. partícula apassivadora se.
Comeu-se a banana.
IV. Tempo Comeram-se as bananas.
Colheu-se a rosa.
Situa a idéia expressa pelo verbo dentro de determinado Colheram-se as rosas.
momento:
Observação:
Presente – enuncia um fato que ocorre no momento em 1. Neste tipo de Voz Passiva não aparece o agente da
que se fala. passiva.
Pretérito – enuncia um fato anterior em relação ao mo- 2. O se também pode ser chamado de pronome apassi-
mento em que se fala. vador.
Futuro – enuncia um fato posterior em relação ao mo- Voz Reflexiva:
mento em que se fala.
Quando o sujeito, ao mesmo tempo, pratica e sofre a
Eu cantei Eu canto Eu cantarei ação verbal, é agente e paciente, executa e recebe a
Pretérito Presente Futuro ação expressa pelo verbo.
Exemplos:
V. Voz
O macaco feriu-se.
Indica se o sujeito está praticando ou sofrendo a ação Maria cortou-se.
expressa pelo verbo (ou se ambos ao mesmo tempo). Eu, ontem, olhei-me no espelho.
São três:
Formação dos Tempos Verbais
a) Voz Ativa:
Apresenta o sujeito praticando uma ação verbal.
Quanto à formação, classificamos os tempos como pri-
Ani comeu a deliciosa maçã. mitivos e derivados:

b) Voz Passiva:
Apresenta o sujeito sofrendo uma ação verbal.

A deliciosa maçã foi comida pela Ani.

c) Voz Reflexiva:
Apresenta o sujeito praticando e sofrendo, ao mesmo
tempo, uma ação verbal.

Ani cortou-se com a faca.

Vejamos tudo mais detalhadamente.

Voz Ativa: Derivação

Quando o sujeito pratica a ação verbal, é o agente, exe- Acompanhe a progressão da explicação em relação ao
cuta a ação expressa pelo verbo. quadro acima:
Exemplos:
Primitivo:
Eles saíram. 1a Pessoa do Singular do Presente do Indicativo:
O macaco comeu a fruta. 1a conjugação (terminados em -AR) – eu cant o
Maria colheu a rosa. 2a conjugação (terminados em -ER) – eu vend o
3a conjugação (terminados em -IR) – eu part o
Voz Passiva:
Derivado:
Quando o sujeito sofre a ação verbal é o paciente, recep-
tor da ação expressa pelo verbo. Presente do Subjuntivo
Há dois tipos de Voz Passiva: – 1a conjugação troca o -O por -E.
– 2a e 3a conjugações trocam o -O por -A.
a) Analítica: constitui-se da locução verbal formada pelo
verbo auxiliar + verbo principal no particípio. Acrescentando as desinências número-pessoais.

A fruta foi comida pelo macaco.


A rosa foi colhida por Maria.

Observação:
Na Voz Passiva Analítica, aquele que pratica a ação é
chamado Agente da Passiva (no caso dos exemplos
acima temos, então, macaco e Maria como agentes de
passiva).

42
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Observação:
O verbo pôr pertence à 2ª conjugação, pois surgiu na
Língua Portuguesa como POER.

Derivado:
Imperativo Negativo
– Idêntico ao Presente do Subjuntivo. Basta acrescentar
a negação.

Observação:
Nesse tempo, todos os verbos trocam -A por -E na 2ª
pessoa do plural (vós) por apresentarem problema com
a pronúncia.

Derivado:

Futuro do Subjuntivo

- Tira-se a terminação -AM e acrescentam-se as desi-


nências número-pessoais

Observação:
Nesse tempo, por uma questão de pronúncia, fizemos
algumas adaptações às desinências número-pessoais
Derivado: para que elas se liguem perfeitamente aos verbos. Es-
sas adaptações servirão para todos os verbos da Lín-
Imperativo Afirmativo gua Portuguesa, nesse tempo.

– As segundas pessoas (tu e vós) obtêm-se das segun- Derivado:


das pessoas do Presente do Indicativo sem a letra S. Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
– As demais pessoas são idênticas ao Presente do Sub-
juntivo. - Tira-se a terminação -RAM e acrescentam-se:
desinência modo-temporal -SSE
desinências número-pessoais

Observação:
No Imperativo não existe a 1ª pessoa do singular (eu).

Primitivo: Primitivo:
3ª Pessoa do Plural do Pretérito do Indicativo Infinitivo Impessoal

CANTARAM VENDERAM PARTIRAM CANTAR VENDER PARTIR

Derivado: Derivado:
Pretérito Mais Que Perfeito do Indicativo
Futuro do Presente do Indicativo
- Tira-se a terminação -M e acrescentam-se as desinên-
cias número-pessoais: - Acrescentam-se as desinências número-pessoais:
-ei, -ás, -á, -emos, -eis, -ão

43
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural

Derivado: Observação:
As adaptações são necessárias aqui, da mesma forma
Futuro do Pretérito do Indicativo que utilizamos no futuro do subjuntivo.
- Acrescentam-se as desinências número-pessoais: Tempos Compostos
ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
Os Tempos Compostos são formados pelos auxiliares
TER ou HAVER mais o verbo principal no particípio.

Formação dos Tempos Compostos:

Presente (Indicativo / Subjuntivo) dá origem a:


- Pretérito Perfeito do Indicativo Composto:
tenho amado, tenho vendido, tenho partido.
- Pretérito Perfeito do Subjuntivo Composto:
tenha amado, tenha vendido, tenha partido.
Obs.: os verbos dizer, fazer e trazer fazem o futuro do Pretérito Imperfeito (Indicativo / Subjuntivo) dá origem
presente e o futuro do pretérito da seguinte forma: a:
dizer - direi - diria - Pretérito Mais que Perfeito do Indicativo Composto:
fazer - farei - faria tinha amado, tinha vendido, tinha partido.
trazer - trarei - traria - Pretérito Mais-que-Perfeito do Subjuntivo Composto:
tivesse amado, tivesse vendido, tivesse partido.
Derivado:
Futuro do Presente do Indicativo dá origem a:
Pretérito Imperfeito do Indicativo - Futuro do presente do Indicativo Composto:
terei amado, terei vendido, terei partido.
- Para verbos da 1a conjugação acrescenta-se ao tema
a desinência modo-temporal -VA, mais as desinências Futuro do Pretérito do Indicativo dá origem a:
número-pessoais. - Futuro do Pretérito do Indicativo Composto:
- Para os verbos da 2a e 3a conjugações acrescenta-se teria amado, teria vendido, teria partido.
ao radical a desinência modo-temporal -IA, mais as de- Futuro do Subjuntivo dá origem a:
sinências número-pessoais. - Futuro do Subjuntivo Composto:
tiver amado, tiver vendido, tiver partido.

Formas Nominais

Recebem esse nome porque assumem valor de nomes


da língua:

Pretérito Imperfeito do Indicativo


exprime um fato passado não concluído, em relação ao
momento em que se fala:
Eu sempre cantava no chuveiro.

Observação: Pretérito Mais que Perfeito do Indicativo


1. Nesse tempo, todos o verbos trocam A por E na 2ª exprime um fato passado concluído, em relação a outro
pessoa do plural (vós), por apresentarem problema com fato passado:
a pronúncia. Quando Pedro chegou à casa, eu já chegara.
2. Tema (relembrando!) é o radical acrescido da vogal
temática. Observação:
Na linguagem contemporânea prefere-se usar o pretéri-
Derivado: to mais que perfeito composto.
Quando Pedro chegou à casa eu já tinha chegado.
Infinitivo Pessoal
Futuro do Presente do Indicativo
- Acrescentam-se, simplesmente, as desinências nú- Exprime um fato posterior em relação ao momento em
mero-pessoais. que se fala.

44
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Hoje estou aqui, amanhã estarei na Europa. c) Passear

Futuro do Pretérito do Indicativo Indicativo


a) exprime um fato posterior em relação a um fato pas- Presente: passeio, passeias, passeia, passeamos,
sado: passeais, passeiam
Ontem você garantiu que o dinheiro estaria aqui hoje. Pretérito imperfeito: passeava, passeavas, passeava,
passeávamos, passeáveis, passeavam
b) exprime uma incerteza: Pretérito perfeito: passeei, passeaste, passeou, pas-
Seriam dez ou doze horas quando ele chegou? seamos, passeastes, passearam
Pretérito mais-que-perfeito: passeara, passearas, pas-
c) usa-se no lugar do presente do indicativo ou do impe- seara, passeáramos, passeáreis, passearam
rativo quando se faz um pedido: Futuro do presente: passearei , passearás, passeará,
Você me faria um favor? passearemos, passeareis, passearão
Gostaria de falar com você. Futuro do pretérito: passearia, passearias, passearia,
passearíamos, passearíeis, passeariam
Infinitivo Pessoal
quando tem sujeito próprio: Subjuntivo
O remédio é ficarmos em casa. Presente: passeie, passeies, passeie, passeemos,
passeeis, passeiem
Infinitivo Impessoal Pretérito imperfeito: passeasse, passeasses, passe-
a) quando não estiver se referindo a nenhum sujeito. asse, passeássemos, passeásseis, passeassem
É preciso viajar. Futuro: passear, passeares, passear, passearmos, pas-
seardes, passearem
b) quando faz parte de uma locução verbal: Imperativo
Nós podemos ir ao cinema hoje. Afirmativo: passeia (tu), passeie (você), passeemos
(nós), passeai (vós), passeiem (vocês)
c) quando complemento de algum nome (virá sempre Negativo: não passeies (tu), não passeie (você), não
preposicionado): passeemos (nós), não passeeis (vós), não passeiem
Nós estamos aptos para trabalhar. (vocês)

Alguns Verbos de 1ª Conjugação que Merecem Desta- Formas Nominais


que Infinitivo impessoal: passear
Infinitivo pessoal: passear, passeares, passear, passe-
a) Aguar armos, passeardes, passearem
Gerúndio: passeando
Presente do indicativo: águo, águas, água, aguamos, Particípio: passeado
aguais, águam
Observação:
Presente do subjuntivo: ágüe, ágües, ágüe, agüemos, O verbo passear serve de modelo a todos os verbos
agüeis, ágüem terminados em –ear, tais como: balear, barbear, basear,
bobear, branquear, bronzear, cear, chatear, delinear, en-
Imperativo afirmativo: água (tu), ágüe (você), agüemos cadear, folhear, frear, golpear, homenagear, manusear,
(nós), aguai (vós), ágüem (vocês) massagear, nortear, recear etc.

Imperativo negativo: não ágües (tu), não ágüe (você), não d) Odiar
agüemos (nós), não agüeis (vós), não ágüem ( vocês)
Indicativo
Observação: Presente: odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odei-
Nos demais tempo, segue o modelo dos verbos regula- am
res da 1ª conjugação. Conjugam-se como aguar: enxa- Pretérito imperfeito: odiava, odiavas, odiava, odiávamos,
guar, desaguar e minguar. odiáveis, odiavam
Pretérito perfeito: odiei, odiaste, odiou, odiamos, odi-
b) Apaziguar astes, odiaram
Pretérito mais-que-perfeito: odiara, odiaras, odiara, odi-
Presente do indicativo: apaziguo, apaziguas, apazigua, áramos, odiáreis, odiaram
apaziguamos, apaziguais, apaziguam Futuro do presente: odiarei, odiarás, odiará, odiaremos,
Presente do subjuntivo: apazigúe, apazigúes, apazigúe, odiareis, odiarão
apazigüemos, apazigüeis, apazigúem Futuro do pretérito: odiaria, odiarias, odiaria, odiaría-
Imperativo afirmativo: apazigua (tu), apazigúe (você), mos, odiaríeis, odiariam
apazigüemos (nós), apaziguai (vós), apazigúem (vocês)
Imperativo negativo: não apazigúes (tu), não apazigúe Subjuntivo
(você), não apazigüemos (nós), não apazigüeis (vós), Presente: odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odei-
não apazigúem (vocês) em
Pretérito imperfeito: odiasse, odiasses, odiasse, odi-
Observação: ássemos, odiásseis, odiassem
Nos demais tempos, segue o modelo dos verbos regu- Futuro: odiar, odiares, odiar, odiarmos, odiardes, odia-
lares da 1ª conjugação. Conjuga-se como apaziguar: rem
averiguar.

45
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Imperativo Subjuntivo
Afirmativo: odeia (tu), odeie (você), odiemos (nós), odiai Presente: diga, digas, diga, digamos, digais, digam
(vós), odeiem (você) Pretérito imperfeito: dissesse, dissesses, dissesse,
Negativo: não odeies (tu), não odeie (você), não odie- disséssemos, dissésseis, dissessem
mos (nós), não odieis (vós), não odeiem (vocês) Futuro: disser, disseres, disser, dissermos, disserdes,
disserem
Formas Nominais
Infinitivo impessoal: odiar Imperativo
Infinitivo pessoal: odiar, odiares, odiar, odiarmos, odiar- Afirmativo: diz/dize (tu), diga (você), digamos (nós), dizei
des, odiarem (vós), digam (vocês)
Gerúndio: odiando Negativo: não digas (tu), não diga (você), não digamos
Particípio: odiado (nós), não digais (vós), não digam (vocês)

Observação: Formas Nominais


Seguem esse modelo os verbos mediar, ansiar, reme- Infinitivo impessoal: dizer
diar e incendiar. Infinitivo pessoal: dizer, dizeres, dizer, dizermos, dizer-
Os demais verbos terminados em –iar são regulares. des, dizerem
Gerúndio: dizendo
Alguns Verbos de 2ª Conjugação que Merecem Desta- Particípio: dito
que
c) Fazer
a) Caber
Indicativo
Indicativo Presente: faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem
Presente: caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem Pretérito imperfeito: fazia, fazias, fazia, fazíamos, fazíeis,
Pretérito imperfeito: cabia, cabias, cabia, cabíamos, ca- faziam
bíeis, cabiam Pretérito perfeito: fiz, fizeste, fez, fizemos, fizestes, fize-
Pretérito perfeito: coube, coubeste, coube, coubemos, ram
coubestes, couberam Pretérito mais-que-perfeito: fizera, fizeras, fizera, fizéra-
Pretérito mais-que-perfeito: coubera, couberas, coube- mos, fizéreis, fizeram
ra, coubéramos, coubéreis, couberam Futuro do presente: farei, farás, fará, faremos, fareis,
Futuro do presente: caberei, caberás, caberá, cabere- farão
mos, cabereis, caberão Futuro do pretérito: faria, farias, faria, faríamos, faríeis,
Futuro do pretérito: caberia, caberias, caberia, cabería- fariam
mos, caberíeis, caberiam
Subjuntivo
Subjuntivo Presente: faça, faças, faça, façamos, façais, façam
Presente: caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, cai- Pretérito imperfeito: fizesse, fizesses, fizesse, fizésse-
bam mos, fizésseis, fizessem
Pretérito imperfeito: coubesse, coubesses, coubesse, Futuro: fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem
coubéssemos, coubésseis, coubessem Imperativo
Futuro: couber, couberes, couber, coubermos, couber- Afirmativo: faz/faze (tu), faça (você), façamos (nós), fazei
des, couberem (vós), façam (vocês),
Negativo: não faças (tu), não faça (você), não façamos
Imperativo (nós), não façais (vós), não façam (vocês)
Não é usado no imperativo.
Formas Nominais
Formas Nominais Infinitivo impessoal: fazer
Infinitivo impessoal: caber Infinitivo pessoal: fazer, fazerdes, fazer, fazermos, fazer-
Infinitivo pessoal: caber, caberes, caber, cabermos, ca- des, fazerem
berdes, caberem Gerúndio: fazendo
Gerúndio: cabendo Particípio: feito
Particípio: cabido
d) Pôr
b) Dizer
O verbo pôr pertence à 2ª conjugação, pois sua antiga
Indicativo forma era poer.
Presente: digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem
Pretérito imperfeito: dizia, dizias, dizia, dizíamos, dizíeis, Indicativo
diziam Presente: ponho, pões, põe, pomos, pondes, põem
Pretérito perfeito: disse, disseste, disse, dissemos, dis- Pretérito imperfeito: punha, punhas, punha, púnhamos,
sestes, disseram púnheis, punham
Pretérito mais-que-perfeito: dissera, disseras, disse- Pretérito perfeito: pus, puseste, pôs, pusemos, puses-
ra, disséramos, disséreis, disseram tes, puseram
Futuro do presente: direi, dirás, dirá, diremos, direis, Pretérito mais-que-perfeito: pusera, puseras, pusera,
dirão puséramos, puséreis, puseram
Futuro do pretérito: diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, Futuro do presente: porei, porás, porá, poremos, poreis,
diriam porão

46
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Futuro do pretérito: poria, porias, poria, poríamos, po- Negativo: não queiras (tu), não queira (você), não quei-
ríeis, poriam ramos (nós), não queirais (vós), não queiram (vocês)

Subjuntivo Formas Nominais


Presente: ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, Infinitivo impessoal: querer
ponham Infinitivo pessoal: querer, quereres, querer, querermos,
Pretérito imperfeito: pusesse, pusesses, pusesse, pu- quererdes, quererem
séssemos, pusésseis, pusessem Gerúndio: querendo
Futuro: puser, puseres, puser, pusermos, puserdes, pu- Particípio: querido
serem g) Requerer

Imperativo Presente do indicativo: requeiro, requeres, requer ou


Afirmativo: põe (tu), ponha (você), ponhamos (nós), pon- requere, requeremos, requereis, requerem
de (vós), ponham (vocês) Presente do subjuntivo: requeira, requeiras, requeira,
Negativo: não ponhas (tu), não ponha (você), não ponha- requeiramos, requeirais, requeiram
mos (nós), não ponhais (vós), não ponham (vocês) Imperativo afirmativo: requer ou requere (tu), requeira
(você), requeiramos (nos), requerei (vós), requeiram (vo-
Formas Nominais cês)
Infinitivo impessoal: pôr Imperativo negativo: não requeiras (tu), não requeira
Infinitivo pessoal: pôr, pores, pôr, pormos, pordes, po- (você), não requeiramos (nós), não requeirais (vós), não
rem requeiram (vocês)
Gerúndio: pondo
Particípio: posto Observação:
Nos demais tempos, segue o modelo dos verbos regu-
e) Prover lares da 2ª conjugação.

Presente do indicativo: provejo, provês, provê, prove- h) Trazer


mos, provedes, provêem
Presente do subjuntivo: proveja, provejas, proveja, pro- Indicativo
vejamos, provejais, provejam Presente: trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem
Imperativo afirmativo: provê (tu), proveja (você), prove- Pretérito imperfeito: trazia, trazias, trazia, trazíamos, tra-
jamos (nós), provede (vós), provejam (vocês) zíeis, traziam
Imperativo negativo: não provejas (tu), não proveja (você), Pretérito perfeito: trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos,
não provejamos (nós), não provejais (vós), não prove- trouxestes, trouxeram
jam (vocês) Pretérito mais-que-perfeito: trouxera, trouxeras, trouxe-
ra, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram
Observação: Futuro do presente: trarei, trarás, trará, traremos, tra-
Nos demais tempos, segue o modelo dos verbos regu- reis, trarão
lares da 2ª conjugação. Futuro do pretérito: traria, trarias, traria, traríamos, tra-
ríeis, trariam
f) Querer
Subjuntivo
Indicativo Presente: traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam
Presente: quero, queres, quer, queremos, quereis, que- Pretérito imperfeito: trouxesse, trouxesses, trouxesse,
rem trouxéssemos, trouxésseis, trouxessem
Pretérito imperfeito: queria, querias, queria, queríamos, Futuro: trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes,
queríeis, queriam trouxerem
Pretérito perfeito: quis, quiseste, quis, quisemos, qui-
sestes, quiseram Imperativo
Pretérito mais-que-perfeito: quisera, quiseras, quise- Afirmativo: traz/traze (tu), traga (você), tragamos (nós),
ra, quiséramos, quiséreis, quiseram trazei (vós), tragam (vocês)
Futuro do presente: quererei, quererás, quererá, quere- Negativo: não tragas (tu), não traga (você), não traga-
remos, querereis, quererão mos (nós), não tragais (vós), não tragam (vocês)
Futuro do pretérito: quereria, quererias, quereria, quere-
ríamos, quereríeis, quereriam Formas Nominais
Infinitivo impessoal: trazer
Subjuntivo Infinitivo pessoal: trazer, trazeres, trazer, trazermos, tra-
Presente: queira, queiras, queira, queiramos, queirais, zerdes, trazerem
queiram Gerúndio: trazendo
Pretérito imperfeito: quisesse, quisesses, quisesse, Particípio: trazido
quiséssemos, quisésseis, quisessem Alguns Verbos de 3ª Conjugação que Merecem Desta-
Futuro: quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, que
quiserem
a) Possuir
Imperativo
Afirmativo: quere/quer (tu), queira (você), queiramos Indicativo
(nós), querei (vós), queiram (vocês) Presente: possuo, possuis, possui, possuímos, pos-
suís, possuem

47
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Pretérito imperfeito: possuía, possuías, possuía, pos- Observação:
suíamos, possuíeis, possuíam Segue esse modelo o verbo convergir. Os verbos emer-
Pretérito perfeito: possuí, possuíste, possuiu, possuí- gir, imergir e submergir seguem esse modelo com as
mos, possuístes, possuíram seguintes ressalvas: 1) a 1ª pessoa do singular do pre-
Pretérito mais-que-perfeito: possuíra, possuíras, pos- sente do indicativo é emerjo, imerjo e submerjo; 2) apre-
suíra, possuíramos, possuíreis, possuíram sentam duplo particípio: emergido e emerso, imergido
Futuro do presente: possuirei, possuirás, possuirá, pos- e imerso, submergido e submerso.
suiremos, possuireis, possuirão
Futuro do pretérito: possuiria, possuirias, possuiria, pos- d) Ferir
suiríamos, possuiríeis, possuiriam
Presente do indicativo: firo, feres, fere, ferimos, feris,
Subjuntivo ferem
Presente: possua, possuas, possua, possuamos, pos- Presente do subjuntivo: fira, firas, fira, firamos, firais,
suais, possuam firam
Pretérito imperfeito: possuísse, possuísses, possuís- Imperativo afirmativo: fere (tu), fira (você), firamos (nós),
se, possuíssemos, possuísseis, possuíssem feri (vós), firam (vocês)
Futuro: possuir, possuíres, possuir, possuirmos, pos- Imperativo negativo: não firas (tu), não fira (você), não
suirdes, possuirem firamos (nós), não firais (vós), não firam (vocês)

Imperativo Observação:
Afirmativo: possui (tu), possua (você), possuamos (nós), Nos demais tempos, segue o modelo dos verbos regu-
possuí (vós), possuam (vocês) lares da 3ª conjugação. Conjugam-se como o verbo fe-
Negativo: não possuas (tu), não possua (você), não pos- rir: aderir, competir, conferir, desferir, digerir, diferir, infe-
rir, ingerir, inserir, interferir, preferir, referir, refletir, repelir,
suamos (nós), não possuais (vós), não possuam (vo-
revestir, ressentir, sentir, sugerir, vestir etc.
cês)
e) Ir
Formas Nominais Indicativo
Infinitivo impessoal: possuir Presente: vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Infinitivo pessoal: possuir, possuíres, possuir, possuir- Pretérito imperfeito: ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
mos, possuirdes, possuírem Pretérito perfeito: fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Gerúndio: possuindo Pretérito mais-que-perfeito: fora, foras, fora, fôramos,
Particípio: possuído fôreis, foram
Futuro do presente: irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
Observação: Futuro do pretérito: iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
O verbo possuir serve de modelo a todos os verbos ter-
minados em –uir, tais como: distribuir, retribuir, contri- Subjuntivo
buir, diminuir, concluir etc. Presente: vá, vás, vá, vamos, vades, vão
Pretérito imperfeito: fosse, fosses, fosse, fôssemos,
b) Agredir fôsseis, fossem
Futuro: for, fores, for, formos, fordes, forem
Presente do indicativo: agrido, agrides, agride, agredi-
mos, agredis, agridem Imperativo
Presente do subjuntivo: agrida, agridas, agrida, agrida- Afirmativo: vai (tu), vá (você), vamos (nós), ide (vós), vão
mos, agridais, agridam (vocês)
Imperativo afirmativo: agride (tu), agrida (você), agrida- Negativo: não vás (tu), não vá (você), não vamos (nós),
mos (nós), agredi (vós), agridam (vocês) não vades (vós), não vão (vocês)
Imperativo negativo: não agridas (tu), não agrida (você),
não agridamos (nós), não agridais (vós), não agridam Formas Nominais
(vocês) Infinitivo impessoal: ir
Infinitivo pessoal: ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Gerúndio: indo
Observação: Particípio: ido
Nos demais tempos, segue o modelo dos verbos regu-
lares da 3ª conjugação. Conjugam-se como agredir: de- f) Medir
negrir, desprevenir, prevenir, progredir, regredir, transgre-
dir etc. Presente do indicativo: meço, medes, mede, medimos,
medis, medem
c) Divergir Presente do subjuntivo: meça, meças, meça, meçamos,
meçais, meçam
Presente do indicativo: divirjo, diverges, diverge, divergi- Imperativo afirmativo: mede (tu), meça (você), meça-
mos, divergis, divergem mos (nós), medi (vós), meçam (vocês)
Presente do subjuntivo: divirja, divirjas, divirja, divirja- Imperativo negativo: não meças (tu), não meça (você),
mos, divirjais, divirjam não meçamos (nós), não meçais (vós), não meçam (vo-
Imperativo afirmativo: diverge (tu), divirja (você), divirja- cês)
mos (nós), divergi (vós), divirjam (vocês)
Imperativo negativo: não divirjas (tu), não divirja (você), Observação:
não divirjamos (nós), não divirjais (vós), não divirjam (vo- Nos demais tempos, segue o modelo dos verbos regu-
cês) lares da 3ª conjugação. Conjugam-se como medir: ou-
vir e pedir.

48
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
g) Vir b) Falir

Indicativo Presente do indicativo: (nós) falimos, (vós) falis


Presente do indicativo: venho, vens, vem, vimos, vindes, Presente do subjuntivo: Não é usado no presente do
vêm subjuntivo.
Pretérito imperfeito: vinha, vinhas, vinha, vínhamos, ví- Imperativo afirmativo: fali (vós)
nheis, vinham Imperativo negativo: Não é usado no imperativo negati-
Pretérito perfeito: vim, viste, veio, viemos, viestes, vie- vo.
ram
Pretérito mais-que-perfeito: viera, vieras, viera, viéra- Observação:
mos, viéreis, vieram Nos demais tempos, é um verbo regular da 3ª conjuga-
Futuro do presente: virei, virás, virá, viremos, vireis, virão ção. Conjugam-se como falir: combalir, comedir-se, fo-
Futuro do pretérito: viria, virias, viria, viríamos, viríeis, ragir-se, remir e puir.
viriam
c) Precaver
Subjuntivo
Presente: venha, venhs, venha, venhamos, venhais, ve- Indicativo
nham Presente: (nós) precavemos, (vós) precaveis
Pretérito imperfeito: viesses, viesses, viesse, viésse- Pretérito imperfeito: precavia, previas, precavia, preca-
mos, viésseis, viéssem víamos, precavíeis, precaviam
Pretérito perfeito: precavi, precaveste, precaveu, preca-
Futuro: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
vemos, precavestes, precaveram
Pretérito mais-que-perfeito: precavera, precaveras, pre-
Imperativo cavera, precavêramos, precavêreis, precaveram
Afirmativo: vem (tu), venha (você), venhamos (nós), vin- Futuro do presente: precaverei, precaverás, precaverá,
de (vós), venham (vocês) precaveremos, precavereis, precaverão
Negativo: não venhas (tu), não venha (você), não venha- Futuro do pretérito: precaveria, precaverias, precaveria,
mos (nós), não venhais (vós), não venham (vocês) precaveríamos, precaveríeis, precaveriam

Formas Nominais Subjuntivo


Infinitivo impessoal: vir Presente: Não é usado no presente do subjuntivo.
Infinitivo pessoal: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Pretérito imperfeito: precavesse, precavesses, preca-
Gerúndio: vindo vesse, precavêssemos, precavêsseis, precavessem
Particípio: vindo Futuro: precaver, precaveres, precaver, precavermos, pre-
caverdes, precaverem
Verbos Defectivos que Merecem Destaque
a) Adequar Imperativo
Afirmativo: precavei (vós)
Indicativo Negativo: Não é usado no imperativo negativo.
Presente: (nós) adequamos, (vós) adequais
Pretérito imperfeito: adequava, adequavas, adequava, Formas Nominais
Infinitivo impessoal: precaver
adequávamos, adequáveis, adequavam
Infinitivo pessoal: precaver, precaveres, precaver, preca-
Pretérito perfeito: adeqüei, adequaste, adequou, ade-
vermos, precaverdes, precaverem
quamos, adequastes, adequaram Gerúndio: precavendo
Pretérito mais-que-perfeito: adequara, adequaras, ade- Particípio: precavido
quara, adequáramos, adequáreis, adequaram d) Reaver
Futuro do presente: adequarei, adequarás, adequará,
adequaremos, adequareis, adequarão Indicativo
Futuro do pretérito: adequaria, adequarias, adequaria, Presente: (nos) reavemos, (vós) reaveis
adequaríamos, adequaríeis, adequariam Pretérito imperfeito: reavia, reavias, reavia, reavíamos,
reavíeis, reaviam
Subjuntivo Pretérito perfeito: reouve, reouveste, reouve, reouvemos,
Presente: Não é usado no presente do subjuntivo. reouvestes, reouveram
Pretérito imperfeito: adequasse, adequasses, ade- Pretérito mais-que-perfeito: reouvera, reouveras, reou-
quasse, adequássemos, adequásseis, adequassem vera, reouvéramos, reouvéreis, reouveram
Futuro: adequar, adequares, adequar, adequarmos, ade- Futuro do presente: reaverei, reaverás, reaverá, reave-
quardes, adequarem remos, reavereis, reaverão
Futuro do pretérito: reaveria, reaverias, reaveria, reave-
Imperativo ríamos, reaveríeis, reaveriam
Afirmativo: adequai (vós)
Negativo: Não é usado no imperativo negativo. Subjuntivo
Formas Nominais Presente: Não é usado no presente do subjuntivo.
Infinitivo impessoal: adequar Pretérito imperfeito: reouvesse, reouvesses, reouves-
Infinitivo pessoal: adequar, adequares, adequar, ade- se, reouvéssemos, reouvésseis, reouvessem
quarmos, adequardes, adequarem Futuro: reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reou-
Gerúndio: adequando verdes, reouverem
Particípio: adequado

49
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Imperativo Observação:
Afirmativo: reavei (vós) A locução formada de infinitivo pode ter preposição entre
Negativo: Não é usado no imperativo negativo. o auxiliar e o principal:

Formas Nominais O bebê começou a falar hoje.


Infinitivo impessoal: reaver João está para chegar.
Infinitivo pessoal: reaver, reaveres, reaver, reavermos,
reaverdes, reaverem Verbos Auxiliares
Gerúndio: reavendo
Particípio: reavido São aqueles que se esvaziam de seu significado pró-
prio e tomam parte na formação do tempo composto ou
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas da locução verbal.
Os verbos auxiliares mais freqüentes são: ser, estar, ter,
Formas rizotônicas são aquelas que apresentam o acen- haver, andar, deixar, tornar, poder, ir, começar, dever, aca-
to tônico em uma das sílabas do radical do verbo. bar, querer, precisar e pretender.

Amo, amas, ama, amam. Verbos Unipessoais

Formas arrizotônicas são aquelas que apresentam o São aqueles que aparecem apenas na 3ª pessoa do
acento tônico na desinência. singular ou do plural.
— verbos que exprimem as vozes dos animais: latir
Amamos, amais. (late, latem), miar (mia, miam) etc.
— outros verbos que expressam idéias que não se
- 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular (eu, tu, ele) + a 3ª pes- atribuem a seres humanos: soar (soava, soavam), acon-
soa do plural (eles) são formas rizotônicas tecer (aconteceu, aconteceram) etc.
- 1ª e 2ª pessoas do plural (nós e vós) são formas arrizo-
tônicas. Verbos Pronominais

Locução Verbal São aqueles que se conjungam com pronomes oblí-


quos.
É a reunião de um verbo auxiliar com um verbo em forma Dividem-se em dois grupos:
nominal (infinitivo, gerúndio ou particípio). A função do
verbo auxiliar é expandir a significação do principal. a) essencialmente pronominais: só existem com prono-
mes.
Exemplo: suicidar-se, queixar-se, arrepender-se etc.
Preciso sair agora. — preciso é verbo auxiliar, sair é
verbo principal. b) acidentalmente pronominais: podem ser usados com
Estou cantando bem? — estou é verbo auxiliar, cantan- ou sem pronomes.
do é verbo principal. lembrar-se (ou lembrar), esquecer-se (ou esquecer), en-
Tenho falado muito! — tenho é verbo auxiliar, falado é ganar (ou enganar-se) etc.
verbo principal.

3.7. Advérbio

Palavra invariável que funciona como modificador de um verbo, um adjetivo ou outro advérbio.

Grau dos Advérbios

50
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Os comparativos regulares mais mal e mais bem devem usar-se antes de adjetivos particípios. Ex.: Este filme está
(1)

mais bem realizado do que ...

Há advérbios que não se flexionam em grau porque o próprio significado não admite variação de intensidade.
Exemplo: aqui, ali, lá, hoje, amanhã, anualmente.

Locuções Adverbiais

3.8. Preposição

Palavra invariável que exprime relações entre duas partes de uma oração que dependem uma da outra.

Contração das Preposições com Artigos

Contração das Preposições com Pronomes

(1)
Dá-se a contração de preposições em outros pronomes: esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), isto, aquilo, ele(s),
ela(s).

51
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Locuções Prepositivas

Desempenham função idêntica a das preposições.

3.9. Conjunção

Palavra invariável que liga partes de termos compostos ou orações no período.

Conjunções e Locuções Conjuncionais Coordenativas

(1) Que é conjunção aditiva quando equivale a e. Bate que bate.


(2) Que é conjunção adversativa quando equivale a mas. O trabalho deves fazê-lo tu que (mas) não eu.

52
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
3.10. Interjeição

Palavra invariável que exprime emoções e sensações.

Locuções Interjetivas

EXERCÍCIOS As palavras destacadas no trecho acima (mal, que,


pouco, menos, menor) classificam-se, pela ordem,
01. Em: “O motim começou com uma palavrinha à-toa.” como:
A palavra sublinhada é: a) substantivo, pronome relativo, pronome indefinido,
a) advérbio. advérbio de intensidade, adjetivo.
b) adjetivo. b) substantivo, conjunção integrante, advérbio de in-
c) locução conjuntiva. tensidade, advérbio de modo, adjetivo.
d) locução prepositiva. c) advérbio de modo, conjunção integrante, pronome
e) locução adverbial. indefinido, advérbio de modo, adjetivo.
d) substantivo, pronome relativo, advérbio de intensi-
02. “Discursou de improviso.” - o termo destacado é dade, adjetivo, advérbio de modo.
locução: e) adjetivo, pronome relativo, advérbio de intensidade,
a) adverbial. adjetivo, advérbio de modo.
b) conjuntiva.
c) expletiva. 04. Assinale a frase incorreta quanto ao emprego de
d) adjetiva. pronomes:
e) prepositiva. a) O aluno cujo pai viajou foi reprovado naquele con-
curso.
03. “O mal que me fizeste não se repara com pouco b) Os próprios contribuintes reconhecem que não apre-
sacrifício, porém é menos grave que o teu desprezo sentaram suas declarações em tempo hábil.
e menor que o meu ódio.” c) Ele sempre trazia consigo a foto do filho desapare-
cido.

53
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
d) Eu ti amo, meu amor. Quero tua felicidade. e) dizermos, suporam, intevimos.
e) As duas equipes lutaram muito e o jogo foi equili-
brado; ganhou a que teve mais sorte. 13. Na resposta de um médico a seu paciente, há erro
de emprego verbal. Assinale-o.
05. Às .......... saem os .......... que orientam os .......... so- a) Convém que você o tome.
bre o assunto. b) Se você tomar o remédio, sarará mais rapidamente.
a) terça-feiras, jornalzinhos, cidadões. c) É preciso que você tome o remédio.
b) terças-feiras, jornalsinhos, cidadãos. d) Tome o remédio por mais uma semana.
c) terça-feiras, jornaisinhos, cidadãos. e) É bom que você toma o remédio.
d) terças-feiras, jornaizinhos, cidadões.
e) terças-feiras, jornaizinhos, cidadãos. 14. Escolha a alternativa que preencha corretamente as
lacunas da frase abaixo.
06. Os esportistas .......... vestiam blusões ........... O policial .......... entre os litigantes, razão pela qual
a) campo-grandenses, verdes-escuros. .......... promoção e .......... que teria uma bela carreira.
b) campos-grandenses, verdes-escuro. a) interviu, obteu, previu.
c) campos-grandense, verde-escuros. b) interviu, obteve, preveu.
d) campo-grandenses, verde-escuros. c) interveio, obteu, preveu.
e) campos-grandense, verdes-escuros. d) interveio, obteve, previu.
e) interviu, obteve, previu.
07. Assinale a alternativa em que a flexão das palavras
está correta. 15. Assinale a alternativa que apresenta incorreção na
a) Conheço países auto-suficiente. forma verbal.
b) Fui às cerimônias cívico-religiosas. a) Observa-se que muitos boatos provêm de algumas
c) As má-línguas existem. pessoas insensatas.
d) Encontrei os capitões-mores. b) Se você quiser reaver os objetos roubados, tome
as providências com urgência.
08. Só há substantivos femininos na opção: c) Prevendo novos aumentos de preços, muitos con-
a) omoplata, cal, alface, ordenança, apendicite. sumidores proveram suas casas.
b) grama (medida), ordenança, cal, sentinela, telefo- d) O Ministro da Fazenda previu as despesas com o
nema). funcionalismo público, em 1989.
c) dó, cal, alface, moral (ânimo), lança-perfume. e) No jogo de domingo, quando o juiz interviu numa
d) faringe, ordenança, champanha, aguardente, cal. cobrança de falta, foi inábil.
e) champanha, aguardente, dinamite, dó, guaraná.
16. Assinale a alternativa que completa corretamente
09. Na frase Guardava ainda as mais antigas recorda- os espaços em branco da sentença:
ções da minha infância, o adjetivo está no grau: Se o prefeito .......... e a superintendência .........., tal-
a) comparativo de superioridade. vez a prefeitura .......... esses computadores.
b) superlativo relativo de inferioridade. a) requisesse, intervisse, reavesse.
c) superlativo absoluto analítico. b) requeresse, interviesse, reouvesse.
d) superlativo relativo de superioridade. c) requeresse, intervisse, reouvesse.
e) superlativo absoluto sintético. d) requeresse, interviesse, reavesse.
e) requisesse, intervisse, reouvesse.
10. Assinale a opção que completa corretamente as la-
cunas da frase abaixo: 17. Quando .......... de Salvador e .......... Paulo, .......... que
Educação e trabalho são fatores indispensáveis ao quero falar-lhe.
desenvolvimento de um país; tanto ........... como a) vieres, vires, diga-lhe.
.......... são alicerces que não podem faltar na cons- b) vires, veres, diga-lhe.
trução de uma grande nação. c) vieres, vires, dize-lhe.
a) este, aquela. d) vires, vires, dize-lhe.
b) essa, aquele.
c) aquele, esta.
d) esta, esse.
e) esse, esta.

11. Este é encargo para .......... assumir sozinho, sem


que se repartam as responsabilidades entre ...........
a) mim, eu e tu.
b) mim, mim e tu.
c) mim, mim e ti. GABARITO
d) eu, eu e ti.
e) eu, mim e ti. 01. B 02. A 03. A 04. D 05. E
12. Quando .......... a eles o que os outros .........., enten- 06. D 07. B 08. A 09. D 10. A
derão por que .........., ontem, no debate.
11. E 12. C 13. E 14. D 15. E
a) dissermos, supuseram, intervimos.
b) dissermos, suporam, interviemos. 16. B 17. C
c) dissermos, supuseram, interviemos.
d) dizermos, supuseram, interviemos.

54
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA

SINTAXE

1. Frase, Oração e Período Os operários cruzaram os braços logo cedo.

Frase Os operários = sujeito determinado, pois podemos iden-


tificar o termo ao qual se atribui o ato de cruzar os bra-
É todo enunciado que tem sentido completo. A frase pode ços.
ou não ter verbo. Quando não tem denomina-se Frase Passamos férias maravilhosas.
Nominal:
O sujeito (termo sobre o qual se projeta a ação de passar)
“Eta vida besta, meu deus.” está implícito na desinência verbal – “Passamos (nós)”.
Carlos Drummond de Andrade
Fogo! Temos então sujeito determinado ou desinencial.

Embora as frases nominais não tenham verbo, conse- Observação: A Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB)
guem comunicar idéias completas, pois pressupõem a não reconhece o sujeito oculto ou elíptico; será determi-
presença de verbos ocultos, subentendidos. Equivalem a: nado apenas!

O sujeito determinado pode ser simples ou composto:


Meu Deus, como essa vida é besta.
Está pegando fogo! Muitos funcionários das repartições públicas de São
Paulo estão afastados.
Oração - um só núcleo – sujeito simples
É todo enunciado que tenha verbo: Eu e ela chegamos a um acordo.
- mais de um núcleo – sujeito composto.
“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos
de réis.” Sujeito Indeterminado
Machado de Assis
Acontece quando existe um elemento sobre o qual se
Período declara algo, mas não se pode identificar tal elemento:

Pode ter uma ou mais orações. Deve terminar por ponto (?) chegaram bem tarde hoje.
final, ponto de interrogação, ponto de exclamação ou por sujeito predicado
reticências.
Sujeito indeterminado é aquele que, embora existindo,
Se tem uma só oração, é período simples; mais de uma não se quis ou não se pôde representar na oração. Há
oração, período composto: três maneiras de tornar o sujeito indeterminado:
- período simples:
a) com o verbo na 3ª pessoa do plural (desde que não
haja referência a nenhum ser anteriormente expresso).
“O sertanejo é antes de tudo um forte.”
(Euclides da Cunha) Exemplo:
- período composto:
Roubaram meu anel.
Chegou de mansinho, bateu, entrou e sentou-se calado. (Quem roubou? Não se sabe.)
2. Termos Essenciais Destruíram dois orelhões em pleno centro da cidade.

Observe a oração abaixo: b) com verbos intransitivos na 3ª pessoa do singular,


seguido do índice de indeterminação do sujeito SE:
Os acionistas pareciam bastante apreensivos.
Vive-se bem nesta cidade.
Nela podemos identificar dois conjuntos: Fala-se em guerras.

O ser de quem se afirma algo, chamado de Sujeito: c) com verbos transitivos indiretos na 3ª pessoa do singu-
os acionistas lar, seguidos do índice de indeterminação do sujeito SE:

Aquilo que se diz do ser, que é o Predicado: pareciam Trata-se de questões tributárias.
Precisa-se de serventes de pedreiro.
bastante apreensivos.
Em nenhum dos três casos há um elemento sobre o
Sujeito qual recai a declaração do predicado.
Sujeito Determinado Oração sem sujeito
(sujeito inexistente)
Ocorre quando se pode determinar o elemento ao qual o
predicado se refere: Nesse caso, não há um elemento ao qual se atribui o
predicado. Ocorre nos seguintes casos:

55
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
a) com os verbos que indicam fenômeno da natureza: Verbo de Ligação e Verbo Nocional

Choveu pouco no verão passado. Verbo de Ligação

b) com o verbo haver indicando “existência”, “aconteci- É aquele que liga o sujeito ao seu predicativo (termo
mento” e tempo passado: que expressa um estado ou qualidade). A função do ver-
bo de ligação é apenas “ligar” o predicativo ao sujeito.
Na festa havia muitas pessoas. Pode ser eliminado sem causar prejuízo ao sentido da
No carnaval, há bailes em todos os clubes. frase:
Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.
Os alunos estavam alegres.
c) com os verbos ser e estar indicando tempo: Os alunos ficaram alegres.
Os alunos continuavam alegres.
Já são dez horas.
Hoje está frio. Os alunos = sujeito
estavam, ficaram, continuavam = verbo de ligação.
d) com o verbo fazer indicando tempo ou fenômeno da
natureza: alegres = predicativo do sujeito

Faz duas horas que ela saiu. Normalmente são verbos de ligação: ser, estar, ficar,
No verão faz muito calor na serra gaúcha. continuar, parecer, permanecer e tornar-se.

e) com os verbos bastar e chegar seguidos da preposi- Observação: esses verbos são de ligação somente quan-
ção de: do acompanhados de um predicativo do sujeito.
Os alunos estavam no pátio.
Chega de conversa mole.
Basta de reclamações. Observe que agora não há mais predicativo do sujeito.
Não há, então, verbo de ligação.
f) com o verbo passar indicando tempo:
estavam = verbo intransitivo
Passava já das dez horas. no pátio = adjunto adverbial
Observe que em todos os casos acima os verbos não Verbo Nocional
têm sujeito; são chamados, então, de verbos impes-
soais. Devem, ainda, ficar sempre na 3a pessoa do sin-
É aquele verbo que expressa idéia de ação. Nesse caso,
gular. Exceção é o verbo SER, que merecerá um tratado
o verbo não é apenas um elo, mas o termo que encerra
especial na concordância verbal.
o sentido da frase.
Ainda: os verbos que indicam fenômeno da natureza,
empregados metaforicamente, admitem sujeito: O verbo nocional subdivide-se em:

Sua negativa anuviou minha alegria. Verbo Intransitivo


Choveram bombas sobre a cidadezinha serrana.
É aquele que tem o sentido completo, isto é, não precisa
Sujeito Oracional de complementos.

É quando o sujeito de uma oração é toda uma outra Todos chegaram.


oração.
chegaram = verbo intransitivo
É bom que todos compareçam.
O assaltante baleado morreu.
1a - oração: é bom
2a - oração: que todos compareçam morreu = verbo intransitivo
O que é bom? – Sujeito = que todos compareçam. O assaltante baleado morreu no hospital.
Observação: em análise sintática, esta oração é classi- morreu = verbo intransitivo
ficada como oração subordinada substantiva subjetiva. no hospital = adjunto adverbial de lugar
Predicado
Os alunos estavam no pátio.
No processo da comunicação, as palavras que formam
uma frase estão agrupadas em dois eixos: o sujeito e o estavam = verbo intransitivo
predicado. Como vimos, pode haver frase sem sujeito. no pátio = adjunto adverbial de lugar
Nunca, porém, existirá uma frase sem predicado.
Alguns alunos escrevem bem.
Antes de classificarmos os predicados, vamos primeiro
definir os verbos, como eles aparecem, na formação do escrevem = verbo intransitivo
predicado. bem = adjunto adverbial de modo

56
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Verbo Transitivo Predicativo

É aquele que tem o sentido incompleto, ou seja, o verbo São termos que expressam um estado ou qualidade.
precisa de complemento (objeto direto ou objeto indire-
to). Por sua vez, o verbo transitivo subdivide-se em: Predicativo do Sujeito

Verbo Transitivo Direto É obrigatório após um verbo de ligação e, eventualmen-


te, pode aparecer após verbos transitivos e intransitivos.
Exige um objeto direto (complemento sem preposição):
a) com verbos de ligação:
As chuvas transtornam as cidades grandes.
Os alunos são estudiosos.
transtornam = verbo transitivo direto são = verbo de ligação
as cidades grandes = objeto direto estudiosos = predicativo do sujeito

Verbo Transitivo Indireto Teu pai virou poeta.


Os jogadores acabaram cansados.
Exige um objeto indireto (complemento com preposição):
b) com verbo intransitivo:
Todos nós precisamos de descanso.
precisamos = verbo transitivo indireto O trem chegou atrasado.
de descanso = objeto indireto chegou = verbo intransitivo
atrasado = predicativo do sujeito
Verbo Transitivo Direto e Indireto
c) com verbo transitivo direto:
Exige dois objetos, um direto e outro indireto:
Meu primo foi nomeado diretor.
Ontem emprestei meu carro ao vizinho.
d) com verbo transitivo indireto:
emprestei = verbo trans. direto e indireto
meu carro = objeto direto Os torcedores assistiram nervosos à decisão.
ao vizinho = objeto indireto
Predicativo do Objeto
Observações:
Termo que expressa um estado ou uma qualidade do
a) Ao classificarmos um verbo, temos de fazê-lo dentro objeto atribuídos a esse pelo sujeito.
do texto. É o contexto que vai indicar a sua classificação:
Eles nomearam meu primo diretor.
Ela já escreve bem. O povo elegeu-o senador.
(verbo intransitivo) Nós o chamamos sábio.
Nós lhe chamamos de sábio.
Ela escreveu dois poemas.
(verbo transitivo direto) Classificação do Predicado
Ela ainda não me escreveu uma linha sequer. Predicado Nominal
(verbo transitivo direto e indireto)
Terá como núcleo o termo (predicativo do sujeito) que
Ela me escreveu ontem. indica o estado ou qualidade do sujeito. O verbo será
(verbo transitivo indireto) sempre de ligação.
Ela permanecia calada. Estrutura da frase com predicado nominal:
(verbo de ligação)
Sujeito + verbo de ligação + predicativo do sujeito
Ela permanecia na sala.
(verbo intransitivo) Estes operários são trabalhadores.
b) Existem verbos intransitivos (não têm objeto) que exi-
gem adjunto adverbial: Seu avô está bastante velho.

Ninguém entrou no carro. Predicado Verbal


(verbo intransitivo e adjunto adverbial de lugar “no carro”)
Expressa uma idéia de ação. Tem como núcleo um ver-
c) Somente os verbos transitivos diretos ou diretos e bo nocional. Nesse caso o verbo é importante; é ele que
indiretos admitem voz passiva: encerra o sentido da frase.

O comerciante vendeu todo o estoque disponível. Estrutura da frase predicado verbal:


Todo o estoque disponível foi vendido pelo comerciante.
Sujeito + verbo intransitivo
Emprestei o caderno ao meu colega.
O caderno foi emprestado por mim ao meu colega.

57
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Sujeito + verbo transitivo direto Oferecemos um prêmio ao vencedor.
+ objeto direto
Oferecemos o quê? = Resp.: um prêmio
Sujeito + verbo transitivo indireto
+ objeto indireto Houve uma grande festa.

Sujeito + verbo trans. dir. e indir. Houve o quê? = Resp.: uma grande festa
+ objeto direto Pedro olhou-se no espelho.
+ objeto indireto
Pedro olhou o quê? = Resp.: ele mesmo (se)
As aves voavam no céu.
voavam = verbo intransitivo Ana convidou-me para a festa.
no céu = adjunto adverbial de lugar
voavam no céu = predicado verbal Convidou quem? = Resp.: me

Os animais comem plantas. Objeto Direto Preposicionado


comem = verbo transitivo direto
plantas = objeto direto É uma subclassificação do Objeto Direto e surge quan-
comem plantas = predicado verbal do o verbo é Transitivo Direto, mas o complemento apa-
rece antecedido de uma preposição (que pode ser tira-
As plantas precisam de sol. da sem prejuízo do sentido original do verbo).
precisam = verbo transitivo indireto
de sol = objeto indireto A preposição aparece para maior clareza, melhor har-
monia ou para dar ênfase à expressão.
O rapaz informou a hora ao transeunte.
informou = verbo trans. direto e indireto Exemplos:
a hora = objeto direto
ao transeunte = objeto indireto Judas traiu a Cristo.

Predicado Verbo-Nominal Traiu quem? = Cristo = objeto direto, logo:


a Cristo = objeto direto preposicionado
É um duplo predicado, composto de um verbo nominal e
de um predicativo. Terá dois núcleos: um será o verbo As bruxas beberam de suas porções.
nocional e o outro será o predicativo.
beberam o quê? = sua porções = objeto direto,
Estrutura da frase predicado verbo-nominal: logo: de sua porções = objeto direto preposicionado

Sujeito + verbo intransitivo Nos exemplos dados, as preposições podem ser elimi-
+ predicativo do sujeito nadas e os verbos continuam com os mesmos sentidos.
Claro está também que o objeto direto preposicionado
Sujeito + verbo trans. direto serve para dar uma variação ao entendimento total da
+ predicativo do sujeito frase (beber algo é diferente de beber de algo, pois na
+ objeto direto primeira temos a idéia do todo e na segunda, a idéia da
parte de um todo).
Sujeito + verbo trans. indireto
+ predicativo do sujeito Algumas vezes o emprego da preposição antes do obje-
+ objeto indireto to direto é obrigatório. Veja quais são os casos:

Sujeito + verbo trans. direto a) Antes dos pronomes oblíquos tônicos:


+ objeto direto
+ predicativo do objeto MIM, TI, SI, NÓS, VÓS, ELE(S), ELA(S), quando ligados a
VTD.
Etc.
Viu a mim no mercado.
3. Termos Integrantes da Oração O salva-vidas observou a nós na piscina.
b) Com o pronome “quem” desde que o antecedente
Objeto Direto esteja expresso na oração:

Completa o sentido de um Verbo Transitivo Direto, ou Chegou o João, a quem não esperávamos.
seja, vem diretamente ligado ao verbo, sem o auxílio de
preposição (Veja classificação verbal). c) Para evitar dúvida no entendimento da frase.

Exemplos: Venceram aos japoneses os estadunidenses.

Marta comeu o bolo. Objeto Direto Pleonástico

Marta comeu o quê? = Resp.: o bolo É usado para enfatizar uma idéia contida no objeto direto
com a repetição dele próprio. Para bem utilizá-lo, deve-

58
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
mos colocá-lo no início da frase e depois repeti-lo atra- Por Nome entendemos o Substantivo, o Adjetivo, o Ad-
vés de pronome oblíquo – ao qual daremos o nome de vérbio.
Objeto Direto Pleonástico, pois pleonasmo é aquilo que
se repete. Exemplos: O complemento nominal é sempre introduzido por uma
preposição.
As rosas, dei-as para Maria.
Exemplos:
O bolo, nós não o comemos.
O respeito às leis é obrigatório.
Lucro, desejam-no sempre! respeito a quê? = às leis
O termo às leis completa o sentido do substantivo res-
Objeto Indireto peito, logo é um complemento nominal.

Completa o sentido do Verbo Transitivo Indireto, ou seja, Temos fé em Deus.


vem indiretamente ligado ao verbo com o auxílio de pre- em Deus = complementa o sentido do nome (substantivo)
posições (Veja a classificação verbal). fé, portanto receberá o nome de complemento nominal.

Exemplos: O sol é útil ao homem.


Útil a quem? = ao homem
Paguei ao médico O termo ao homem completa o sentido do adjetivo
(nome) útil, e será chamado complemento nominal.
Paguei a quem? = Resp.: ao médico
A testemunha falou favoravelmente ao réu.
Deparamos com um estranho. Favoravelmente a quem? = ao réu
O termo favoravelmente (advérbio) não tem sentido com-
Deparamos com quem? = Resp.: com um estranho pleto e por isso precisa do termo ao réu para completar-
lhe o sentido. Sendo assim ao réu recebe o nome de
Não consinto nisso. complemento nominal.

Não consinto em quê? = Resp.: nisso Observação: Por ser sempre introduzido por preposição, o
Complemento Nominal pode ser confundido com o Objeto
Rogo-lhe perdão. Indireto. Para evitar essa confusão, lembre-se de que:

Rogo a quem? = Resp.: a ele (lhe) a) Complemento Nominal completa o sentido de um


Nome (Substantivo, Adjetivo ou Advérbio).
Observações:
b) Objeto Indireto completa o sentido de um Verbo.
Quando usamos um pronome oblíquo como objeto, de-
veremos reparar no uso geral do verbo, se com um subs- Exemplos:
tantivo ele utiliza preposição é porque o pronome está
substituindo um termo que a possui . Veja o exemplo Tenho necessidade de ajuda.
acima com um substantivo no lugar do pronome: compl. nom.

Rogo a Pedro perdão. O termo de ajuda está ligado ao substantivo necessidade.


O termo A Pedro é o complemento preposicionado para
o verbo rogar (VTI). Eu necessito de ajuda.
obj. indir.
Isto te pertence. O termo de ajuda está ligado ao verbo necessitar.
obj. indir. (preposição A)
Isto pertence a Pedro. Agente da Passiva
Objeto Indireto Pleonástico É o complemento de um verbo na Voz Passiva Analítica.
É aquele que pratica uma ação expressa por verbo passivo.
Da mesma forma já vista no Objeto Direto Pleonástico,
podemos repetir também o Objeto Indireto dentro da frase, O Agente da Passiva vem sempre introduzido por prepo-
para reforçar a idéia que se pretende seja transmitida.
sição.
Exemplos:
Geralmente pela preposição POR – e suas combina-
A mim, o que me deu foi pena. ções: PELO, PELA, PELOS, PELAS.

A Paulo, bastou-lhe isso. Mas também podemos usar a preposição DE – e suas


combinações – em algumas frases.
A ti, ó rosa perfumada, entrego-te o mundo.
Exemplos:
Complemento Nominal
A cidade foi cercada por soldados
É o termo que completa o sentido de um nome que por
si só não dá a idéia que queremos transmitir. O rei era aclamado pela multidão

59
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
A floresta era povoada de selvagens Vejamos então como fazer a diferença entre um e outro.
Observação: O Agente da Passiva corresponde ao Sujei-
to da Voz Ativa. Veja: - Quando a locução adjetiva vem ligada a um adjetivo ou
a um advérbio, só pode ser um complemento nominal.
Voz Passiva:
As flores são umedecidas pelo orvalho. Exemplos:

Voz Ativa: João foi favorável ao acusado.


O orvalho umedece as flores. adjetivo + Compl. Nominal (ao acusado)

4. Termos Acessórios da Oração João discursou favoravelmente ao projeto.


advérbio + Compl. Nominal (ao projeto)
Adjunto Adnominal
- Quando a locução adjetiva vem ligada ao substantivo,
É o termo que determina ou caracteriza um substantivo. pode ter sentidos diferentes:
Pode ser:
1. sentivo ativo (mostra quem pratica o ato expresso pelo
- Artigo: substantivo): a locução adjetiva recebe o nome de Adjun-
O carro nos pertence. to Adnominal.

- Adjetivo: Exemplo:
O bom aluno estuda sempre.
A crítica do técnico foi dura.
- Locução Adjetiva: Veja que na frase acima o técnico é quem fez a crítica.
O amor da mãe é eterno.
2. sentido passivo (mostra quem sofre o ato expresso
- Numeral: pelo substantivo): a locução adjetiva recebe o nome de
Duas meninas saíram por aqui. Complemento Nominal.

- Pronome Exemplo:
Um dia comprarei aquela casa.
A crítica ao técnico foi dura.
Observações: Veja que na frase acima o técnico recebeu a crítica.
Observe outros exemplos:
a) O Adjunto Adnominal, quando é um Adjetivo, pode ser
confundido com o Preticativo do Sujeito ou do Objeto, Complemento Nominal – sentido passivo:
ambas também função do Adjetivo dentro da frase: relato à mãe
apta à maternidade
Perceba as seguintes diferenças: o Adjunto Adnominal é
uma característica intrínseca do ser a que se liga, e vem Adjunto Adnominal – sentido ativo:
sempre dentro do mesmo termo do seu referente. Veja: relato de mãe
aptidão de mãe
A bela Ana saiu.
Adj. Adn. – o adjetivo bela refere-se ao termo Ana e am- Adjunto Adverbial
bos estão dentro do termo Sujeito.
É o termo que indica uma circunstância (de tempo, cau-
João viu a bela Ana na feira. sa, modo, lugar etc.) modificando o sentido de um ver-
Adj. Adn. – o adjetivo bela refere-se ao termo Ana e am- bo, de um adjetivo ou de um advérbio. Ele pode aparecer
bos estão dentro do termo Predicado. com ou sem preposição.

Ana saiu bela. O Adjetivo Adverbial não completa sentido e sim modifica
Pred. do Suj. – o adjetivo bela, que está dentro do Predi- sentido. Devemos entender bem essa diferença.
cado, refere-se ao termo Ana, que é Sujeito.
Veja:
João achou a Ana bela.
Pred. do Obj. – o adjetivo bela, que está ligado ao termo Dormi em paz.
Ana (Objeto Direto), é uma qualidade a ela atribuída pelo (modifica o verbo)
Sujeito.
Acordei bastante cedo.
b) Quando o Adjunto Adnominal é expresso através de (modifica o advérbio)
Locuções Adjetivas, podemos confundi-lo com o Com-
plemento Nominal. Ela é muito bonita.
(modifica o adjetivo)
Observe os caso abaixo:
O Adjunto Adverbial, quando modifica o adjetivo ou advér-
amor de mãe – Adjunto adnominal bio, recebe o nome de Adjunto Adverbial de Intensidade,
amor à mãe – Complemento nominal por intensificar a idéia expressa por eles.

60
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Ao modificar o verbo, o Adjunto Adverbial classifica-se de 5. Sintaxe do Período
acordo com a idéia expressa, porém essa classificação
não é dada pela Nomenclatura Gramatical Brasileira, A gramática normativa faz uma distinção entre frase, ora-
mas sim apenas sugeridas pelos gramáticos. ção, período simples e período composto.

Veja a seguir algumas possibilidades: Frase


Pedro foi sim. (de afirmação) Todo e qualquer enunciado que possua sentido com-
Ele falou do medo. (de assunto) pleto, tenha ou não verbo.
Maria fez tudo por amor. (de causa)
Maria passeava com José. (de companhia)
Exemplos:
Estudei muito apesar do calor. (de concessão)
Farão o trabalho com o meu auxílio. (de condição)
Preencheu conforme as instruções. (de conformidade) Fogo!
Talvez a encontre amanhã. (de dúvida) Muito obrigado!
Estava a cinco metros. (de distância) Ana está doente.
Estudaremos sem João. (de exclusão) Eu e meus irmãos compraremos roupas novas amanhã.
Viemos para as lições. (de finalidade)
Ela brincou muito. (de intensidade) Oração
A casa foi feita de madeira. (de material)
Os meninos foram à Bahia. (de lugar) É o agrupamento de palavras em torno de um verbo,
A parede tem sete metros. (de medida) com ou sem sentido completo.
Ela cortou-se com a faca. (de instrumento)
Não tinha medo. (de negação) Exemplos:
Fizeram tudo contra a greve. (de oposição)
Vim de uma família simples. (de origem) Ana está doente.
O saco pesa cinco quilos. (de peso) Eu e meus irmãos compraremos roupas novas amanhã.
O carro custou vinte milhões. (de preço) Eu espero.
Aposto Período Simples
É o termo que explica, esclarece, discrimina um outro
É o agrupamento de palavras em torno de um verbo,
termo da oração, geralmente antecedente.
com sentido completo.
Geralmente aparece entre vírgulas, mas pode também Exemplos:
aparecer após dois-pontos, entre travessões ou até sem
essas pausas, porém sempre estará explicando um Ana está doente.
outro termo qualquer. Eu e meus irmãos compraremos roupas novas amanhã.

Exemplos: Período Composto

Pelé, rei do futebol, é meu amigo. É o agrupamento de orações finalizadas por um único
João, o motorista, esteve aqui. ponto.
Após algum tempo – cinco ou seis minutos – ele voltou.
Exemplos:
Observe outros apostos menos ortodoxos: Ana saiu, mas voltará logo.
Eu espero que você seja feliz.
O Padre César está começando a missa. Todos vimos os homens que colhiam algodão no campo.
Código universal, a música une os povos. Enquanto todos estiverem falando, eu não poderei expli-
car a matéria que preparei para hoje.
Observação: O aposto pode aparecer tanto dentro do
sujeito quanto do predicado, mas sempre ligado ao ter-
O Período Composto se constitui de duas maneiras di-
mo que esclarece.
ferentes:
Vocativo
Período Composto por Coordenação
Usado como chamamento, é o termo que serve para atra-
ir a atenção do interlocutor para aquilo que se vai dizer. É aquele que apresenta orações independentes (sinta-
Pode aparecer no começo, no meio ou no final da ora- ticamente) entre si, mas sempre ligadas dentro de um
ção, mas não faz parte nem do Sujeito nem do Predica- sentido geral do período. São as chamadas Orações
do. É um termo isolado, portanto não se classifica nem Coordenadas.
como Termo Integrante nem como Termo Acessório.
Exemplos:
Exemplos:
Brasileiros e brasileiras, façamos tudo pela Pátria. João não estudou, portanto não irá bem nos exames.
Ontem pela manhã, Marcos, vi você na feira. Todos foram ao parque e divertiram-se muito lá.
Vocês por aqui, meninos?!!

61
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Período Composto por Subordinação Ela não foi ao mercado nem foi à feira.

É aquele que apresenta orações sintaticamente depen- Principais conjunções aditivas:


dentes entre si. O entendimento de uma depende da
existência da outra. São as chamadas Orações Subordi- e, nem, (não só)... mas também, (não apenas)... mais
nadas. ainda, senão ainda, como também etc.

Exemplos: Oração Coordenada Sindética Adversativa

Espero que ela volte para mim. Expressa um pensamento que se opõe ao anterior, dá
Ela é mulher cujos filhos viajaram para Paris. idéia de contrariedade, e por isso adversidade.
Apague a luz, quando todos saírem.
Exemplos:
5.1. Período Composto por Coordenação
Trata a todos com respeito, mas não com intimidade.
É o período que apresenta orações de sintaxe indepen- Irei com você, porém prefiro ficar em casa.
dente. Suas orações são Coordenadas, pois ligam-se
apenas pelo sentido ou através de uma conjunção coor- Principais conjunções adversativas:
denativa.
mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, no
Orações Coordenadas Assindéticas entanto, ao passo que, não obstante, apesar disso etc.

São aquelas que se ligam a outras apenas pelo sentido, Oração Coordenada Sindética Alternativa
sem o auxílio de conjunções coordenativas.
Expressa idéias que se excluem ou que se alternam, daí
Exemplos: transmitir a noção de hipótese, escolha, alternância.

Saia, deixe-me em paz! Exemplos:


Saia – oração coordenada assindética
deixe-me em paz – oração coordenada assindética Vá para casa agora, ou tomará chuva.
Ora chorava, ora sorria.
Seu pai esteve aqui, deixou um abraço para você.
Seu pai esteve aqui – oração coordenada assindética Principais conjunções alternativas:
deixou um abraço para você – oração coordenada as-
sindética ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja, já... já etc.

Orações Coordenadas Sindética Oração Coordenada Sindética Conclusiva

São aquelas que, além de se ligarem pelo sentido, ligam- Mostra a dedução ou conclusão de um raciocínio.
se também com o auxílio de conjunção coordenativa.
Exemplos:
Exemplos:
Penso, logo existo.
Ou você fala a verdade, ou não mais conversarei com Você não terminou a lição; não irá, pois, brincar.
você.
Ou você fala a verdade, – oração coordenada sindética
Principais conjunções conclusivas:
ou não mais conversarei com você. – oração coordena-
da sindética
assim, logo, portanto, por isso, por conseguinte, por
Não li o livro, mas farei a prova assim mesmo. conseqüência, pois (posposto ao verbo da oração) etc.
Não li o livro – oração coordenada assindética
mas farei a prova assim mesmo, – oração coordenada Oração Coordenada Sindética Explicativa
sindética
Aquela que se apresenta justificando a oração anterior,
As orações Coordenadas Sindéticas, por terem conjun- ou seja, reforça a idéia através de uma explicação.
ções, são reclassificadas de acordo com o sentido ex-
presso pela conjunção Exemplos:

Oração Coordenada Sindética Aditiva Ande com cuidado, porque o chão está molhado.
A noite está quente, pois é verão.
É a oração que expressa idéias similares ou equivalen-
tes, e por isso dá idéia de soma, adição. Principais conjunções explicativas:
Exemplos: que (com sentido de porque), porquanto, porque, pois
(anteposto ao verbo da oração) etc.
Ana caiu e quebrou a perna.

62
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
5.2. Período Composto por Subordinação Quando exerce a função própria do Adjetivo, recebe o
nome de Oração Subordinada Adjetiva.
Definição
Quando exerce as função própria do Advérbio, recebe o
É o período em que as orações mantêm uma relação de nome de Oração Adverbial.
dependência entre elas.
Oração Subordinada Substantiva
Essa dependência é sintática e semântica.
A oração subordinada recebe o nome de Oração Subor-
Sintática porque uma desempenha uma função em re- dinada Substantiva quando sua função é completar o
lação à outra; semântica porque o sentido de uma se sentido da Oração Principal.
completa com o sentido da outra.
A Oração Subordinada Substantiva é sempre iniciada
As meninas queriam que o rapaz as levasse ao cinema. por uma conjunção integrante.
O filme que elas queriam ver não agradava ao rapaz.
Embora o rapaz tivesse outros planos, levou as garotas As principais conjunções integrantes são QUE e SE.
ao cinema. Damos à Oração Subordinada o nome Substantiva por-
que pode ser substituída, trocada por um substantivo.
Nos exemplos dados, em cada período, uma oração de-
pende da outra para ter sentido ou para estar sintatica- É necessário que se case.
mente completa. Neste exemplo, a oração “que se case” está completan-
do o sentido da 1ª, que é a principal, e pode ser trocada
Oração Principal pelo substantivo “casamento”:

É aquela que não exerce função sintática no período e É necessário seu casamento.
vem sempre acompanhada de uma outra oração que
lhe completa o sentido ou que atribui uma característica Veja outros exemplos:
a um de seus nomes, ou ainda indica-lhe uma circuns-
tância (tempo, finalidade, causa, entre outras). Eu quero que você saia.
Eu quero sua saída.
Não apresenta conjunção ou pronome relativo.
Ninguém sabe se ela virá.
É necessário que se case. Ninguém sabe da sua vinda.
- a 2ª oração completa o sentido da oração principal.
Todos desejamos uma só coisa: que você seja feliz.
O homem que fuma vive pouco. Todos desejamos uma só coisa: sua felicidade.
- a oração intercalada caracteriza o ser homem da ora-
ção principal. Quando a oração subordinada completa o sentido da
Sopram os ventos, quando amanhece. principal, ela desempenha determinada função. Veja,
- a 2ª oração indica uma circunstância de tempo para a pois, os exemplos anteriores:
oração principal.
É necessário que se case.
Oração Subordinada Seu casamento é necessário.
- a oração subordinada funciona como sujeito da oração
É aquela que se liga à outra através de conjunção inte- principal.
grante, conjunção subordinativa ou pronome relativo. A
oração subordinada sempre dependerá da principal para Eu quero que você saia.
ser entendida. Eu quero sua saída.
Em relação à Oração Principal, a Oração Subordinada: - a oração subordinada funciona como objeto direto da
oração principal.
a) completa-lhe o sentido;
b) caracteriza um de seus nomes; Todos desejamos uma só coisa: que você seja feliz.
c) indica-lhe uma circunstância. Todos desejamos uma só coisa: sua felicidade.
- a oração subordinada funciona como aposto da oração
Eu peço que desistas. principal.
- completa o sentido da Oração Principal
É de acordo com a função que exerce em relação à prin-
Deus, que é pai, nos ajuda.
cipal que podemos reclassificar a oração subordinada
- caracteriza um ser da Oração Principal
substantiva.
Saímos, quando amanheceu. Para isso, basta sabermos o que falta na oração princi-
- indica uma circunstância de tempo para a Oração Prin- pal. Veja:
cipal. Eu quero que você saia.
Quero o quê? = que você saia = Objeto Direto. Logo, “que
As Orações Subordinadas são classificadas de acordo você saia” é oração subordinada substantiva objetiva
com sua função em relação à Oração Principal. direta.

Quando exerce as funções próprias do Substantivo, re- Agora veremos a classificação para a oração subordi-
cebe o nome de Oração Subordinada Substantiva. nada substantiva.

65

63
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Oração Subordinada Substantiva Subjetiva A Oração Subordinada Adjetiva pode caracterizar o ser
da Oração Principal de duas maneiras diferentes: expli-
É assim classificada quando exerce a função de sujeito cando ou restringindo o seu sentido.
em relação à Oração Principal.
A Oração Subordinada Adjetiva é iniciada por um prono-
É necessário que se case. me relativo. Os pronomes relativos mais usados são
QUE, QUAL, QUEM, ONDE e CUJO.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta
O homem que fuma vive pouco.
Recebe esse nome a oração que exerce a função de
objeto direto em relação à Oração Principal. Neste exemplo temos uma restrição, pois não é todo
homem que vive pouco, apenas aquele que fuma.
Maria esperou que o marido voltasse.
Ignoramos como se salvaram. O gelo, que é frio, conserva o alimento.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta Nesse outro exemplo temos uma explicação, pois ser
frio é característica própria do gelo.
Damos à oração essa denominação, pois exerce a fun-
ção de objeto indireto em relação à Oração Principal. Assim podemos reclassificar a Oração Subordinada
Adjetiva.
Vem introduzida por preposição, e essa preposição es-
tará ligada ao verbo da Oração Principal. Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

Nós necessitamos de que nos ajudem. Quando restringe, particulariza o sentido de um ser da
Gosto de que me beije. Oração Principal.

Observação: a preposição que introduz a Oração Subor- Vi homens que colhiam algodão.
dinada Substantiva Objetiva Indireta pode ser retirada: Comi as frutas que estavam maduras

Necessitamos que nos ajudem. Oração Subordinada Adjetiva Explicativa


Gosto que me beije.
Quando explica o sentido de um ser da Oração Principal.
Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal
A Oração subordinada Adjetiva Explicativa deve ser sem-
Assim é chamada quando exerce a função de comple- pre isolada por vírgulas.
mento nominal em relação à Oração Principal. O homem, que é racional, às vezes age sem pensar.
Deus, que é nosso pai, nos salvará.
Vem sempre introduzida por preposição, e essa prepo- A lâmpada, que ilumina, é uma grande invenção.
sição estará ligada a um nome da Oração Principal.
Oração Subordinada Adverbial
Eu sou favorável a que o prendam.
Nós temos necessidade de que nos ajudem. A Oração Subordinada Adverbial é aquela que indica uma
circunstância para a Oração Principal.
Oração Subordinada Substantiva Predicativa
Ela desempenha as funções próprias de um advérbio,
Quando exerce a função de predicativo do sujeito em ou seja, de um Adjunto Adverbial.
relação à Oração Principal.
Sempre iniciada por conjunção subordinativa, é essa
Seu receio era que chovesse. conjunção que indicará a circunstância que a oração toda
O necessário agora é que você se cure. expressa; e, de acordo com essa circunstância, classifi-
caremos a Oração Subordinada Adverbial.
Oração Subordinada Substantiva Apositiva
Oração Subordinada Adverbial Causal
Quando exerce a função de aposto em relação à Oração
Principal. Expressa causa, motivo, razão.
Geralmente aparece após dois-pontos.
Você veio porque quis.
Só desejo uma coisa: que seja feliz. Como ele estava armado, ninguém ousou reagir.
Confesso uma verdade: (que) eu sou puro.
Principais conjunções causais: PORQUE, VISTO QUE,
Oração Subordinada Adjetiva JÁ QUE, UMA VEZ QUE, COMO etc.

A função da Oração Subordinada Adjetiva é caracterizar Oração Subordinada Adverbial Comparativa


um ser da Oração Principal, que já possui sentido com-
pleto. Expressa uma comparação.

É a função própria do adjetivo, ou seja, Adjunto Adnomi- Voltou a casa como quem vai à prisão.
nal. A luz é mais veloz do que o som.

66

64
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Observação: a Oração Subordinada Adverbial Compara- Principais conjunções proporcionais: À MEDIDA QUE, À
tiva pode ter um verbo subentendido. Isso acontece quan- PROPORÇÃO QUE, AO PASSO QUE etc.
do o verbo da Oração Principal é o mesmo da Oração
Subordinada. Oração Subordinada Adverbial Temporal

A luz é mais veloz do que o som (é veloz). Expressa tempo.

Principais conjunções comparativas: (TAL)... QUAL, Mal chegamos, ela foi saindo.
(TÃO)... COMO, (TANTO)... QUANDO, COMO etc. O que fará, agora que está em férias?

Oração Subordinada Adverbial Concessiva Principais conjunções temporais: QUANDO, ENQUAN-


TO, APENAS, MAL, LOGO QUE, ASSIM QUE, DEPOIS
Expressa um fato que se admite em oposição à idéia QUE, DESDE QUE etc.
expressa pela Oração Principal.
Oração Reduzida
Nada seria resolvido, ainda que eu falasse.
Irei à festa, embora não esteja disposto. São as orações subordinadas que se apresentam sem
conjunção ou pronome relativo e com o verbo numa das
Principais conjunções concessivas: EMBORA, AINDA formas nominais:
QUE, SE BEM QUE etc.
- Infinitivo (pessoal ou impessoal) – AMAR
Oração Subordinada Adverbial Condicional - Gerúndio – AMANDO
- Particípio – AMADO
Expressa uma hipótese, uma condição.
Quando a oração se apresenta da forma que estávamos
Se chover, não sairei de casa.
vendo até agora, dizemos que ela é uma Oração Desen-
Não deixe de estudar, a menos que você já saiba tudo.
volvida.
Principais conjunções condicionais: SALVO SE, CASO,
SE, EXCETO SE, SEM QUE, A MENOS QUE etc. Se tirarmos a conjunção inicial ou o pronome relativo e
colocarmos o verbo em forma nominal, transformare-
Oração Subordinada Adverbial Conformativa mos a Oração Desenvolvida em Oração Reduzida.

Expressa conformidade, acordo entre um fato e outro. Oração Reduzida de Infinitivo

O homem age conforme pensa. Oração Reduzida de Infinitivo surge quando tiramos a
A história se repete, consoante opinam alguns. conjunção e colocamos o verbo no infinitivo.

Principais conjunções conformativas: CONFORME, SE- Aqui podemos ter as Orações Subordinadas Substanti-
GUNDO, COMO, CONSOANTE etc. vas e as Orações Subordinadas Adverbiais.

Oração Subordinada Adverbial Consecutiva É necessário casar-se.


É necessário que se case.
Expressa uma conseqüência, um resultado, um efeito.
Todos temos necessidade de nos amarem.
Gritou tanto, que acordou os vizinhos. Todos temos necessidade de que nos amem.
Ó Deus, onde estás, que não respondes?
Ao fazer a lição, aprenderá um pouco mais.
Principais conjunções consecutivas: (TANTO)... QUE, Quando ele fizer a lição, aprenderá um pouco mais.
(TÃO)... QUE, (TAL)... QUE etc.
Ela comprou o carro para chegar mais cedo ao trabalho.
Oração Subordinada Adverbial Final Ela comprou o carro a fim de que chegasse mais cedo
ao trabalho.
Expressa finalidade, objetivo.
Oração Reduzida de Gerúndio
Saí, a fim de que evitássemos brigar.
Veio à escola para que estudasse. Oração Reduzida de Gerúndio aparece quando tiramos
a conjunção ou pronome relativo e colocamos o verbo
Principais conjunções finais: A FIM DE QUE, PARA QUE, no gerúndio.
PORQUE, QUE etc.
Aqui podemos ter as Orações Subordinadas Adjetivas e
Oração Subordinada Adverbial Proporcional as Orações Subordinadas Adverbiais.
Expressa proporcionalidade. Percebi a aluna colando na prova.
Percebi a aluna que colava na prova.
Aumentava a pressão ao passo que a esquadra se apro- Pedindo com jeito, ela fará o serviço para nós.
ximava.
Se nós pedirmos com jeito, ela fará o serviço para nós.
O dia clareia à medida que o sol surge.

67

65
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Oração Reduzida de Particípio b) Regência Verbal: quando o termo regente é um verbo.

Oração Reduzida de Particípio aparece quando tiramos Assistimos ao filme.


a conjunção ou pronome relativo e colocamos o verbo
no particípio. Os complementos colocados na frase receberão nomes
específicos.
Aqui podemos ter as Orações Subordinadas Adjetivas e
as Orações Subordinadas Adverbiais. Complemento Nominal, quando completa o sentido de
um nome. O complemento nominal é sempre introduzi-
Há saudade nunca esquecida. do por preposição.
Há saudade que a gente nunca esquece.
Complemento Verbal, quando completa o sentido do
Partido o bolo, vários convidados se retiraram. verbo. O complemento verbal pode ser ou não introduzi-
Logo que a aniversariante partiu o bolo, vários convida- do por preposição, nesse caso teremos que renomeá-
dos se retiraram. lo como:

Sistematizando as Orações Reduzidas a) Objeto Direto: é complemento diretamente ligado ao


verbo, sem o auxílio de preposição.
- Orações Subordinadas Substantivas só podem ser re-
duzidas de infinitivo. b) Objeto Indireto: é o complemento indiretamente liga-
- Orações Subordinadas Adjetivas podem ser reduzidas do ao verbo, com o auxílio de uma preposição.
de gerúndio e de particípio.
- Orações Subordinadas Adverbiais podem ser reduzi- Vejamos agora algumas particularidades para cada uma
das de infinitivo, de gerúndio e de particípio. delas.

6. Sintaxe de Regência Regência Nominal

A regência trata das relações de dependência que as Não há regras para o uso de determinada preposição
palavras mantêm entre si. junto ao nome. Alguns deles admitem mais de uma re-
gência. A escolha de uma ou outra preposição deve ser
É o modo pelo qual um termo rege outro que lhe comple- feita com base na clareza, na eufonia e também deve
ta o sentido. adequar-se às diferentes formas de pensamento.
Temos:
Lista de nomes com suas preposições mais freqüen-
a) Termo Regente: aquele que pede um complemento. tes:
b) Termo Regido: aquele que completa o sentido de abrigado a
outro. adequado a
afável com, para com
Exemplos: aflito com, por
agradável a
O homem está apto para o trabalho. alérgico a
alheio a, de
O nome “apto” não possui sentido completo, precisa de aliado a, com
um complemento. alusão a
amoroso com, para com
O termo “para o trabalho” aparece completando o senti- ansioso de, por
do do nome “apto”. antipatia a, contra, por
apto a, para atenção a
Assistimos ao filme. atencioso com, para com
aversão a, para, por
O verbo “Assistimos” não tem sentido completo, ele ne- avesso a
cessita de um outro termo que lhe dê completude. ávido de, por
certeza de
O termo “ao filme” está completando o sentido do verbo certo de
“assistir”. compaixão de para com, por
compatível com
Os termos “apto” e “Assistimos” são os regentes, pois comum a, de, em, entre, para
exigem complemento; já os termos “para o trabalho” e conforme a, com
“ao filme” são os regidos, pois funcionam como comple- consulta a
mento. constituído com, de, por
contente com, de, em, por
A Regência divide-se em: contíguo a
convicção de
a) Regência Nominal: quando o termo regente é um cruel com, para, par com
nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). curioso de, por
desgostoso com, de
O homem está apto para o trabalho. desprezo a, de, por

68

66
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
devoção a, para com, por Aspirei a um bom cargo.
devoto a, de (aspirei = deseja, almejar, objetivar)
dúvida acerca de, de, em, sobre
empenho de, em, por Olhe para ele.
fácil a, de, para (olhar = fixar o olhar)
falho de, em Olhe por ele.
favorável a (olhar = cuidar)
feliz com, de, em, por
fértil de, em Listas de Alguns Verbos e Suas Regências
hábil em
habituado a, com Listar-se-ão aqui alguns verbos e suas regências, cujas
horror a particularidades seguirão o seguinte esquema:
hostil a, para com
impróprio para - o verbo;
imune a, de - o sentido que assume na frase;
incansável em - sua transitoriedade: VI, VTD, VTI, VTDI;
incapaz de, para - a preposição exigida;
invasão de - exemplo.
junto a, de
lento em Assim:
morador em
ódio a
Aspirar
orgulhoso de, com
peculiar a
precedido a, com, de - sorver – VTD – sem preposição
preferível a Aspiro o perfume das flores.
pródigo de, em
próximo a, de - desejar – VTI – preposição: a
residente em Aspiro a uma boa posição.
respeito a, com, de, para com, por
simpatia a para, com, por Abdicar
situado a, em, entre
suspeito a, de - renunciar – VI – sem preposição
último a, de, em Ela abdicou em 1990.
união a, com, entre
útil a para - renunciar – VTD – sem preposição
vizinho a, com, de Ele abdicou a coroa.

Regência Verbal - renunciar – VTI – preposição: de


Ele abdicou da coroa.
Nesse tipo de regência é o verbo que pede um complemen-
to, que pode ou não ligar-se ele através de preposição. Agradar
A escolha da preposição adequada depende da signifi-
- satisfazer, contentar – VTI – preposição: a
cação do verbo. Devemos observar as possibilidades
de utilização de uma ou outra forma de regência. A peça não agradou ao público.

a) Existem verbos que admitem mais de uma regência - acariciar, ser agradável – VTD – sem preposição
sem mudar seu significado. João procurou agradar o filho.

Exemplos: Agradecer

Cumpriremos o nosso dever. - ser grato – VTDI – sem e com preposição: a


Cumpriremos com o nosso dever. João agradeceu o presente a José.

José não tarda a chegar. Assistir


José não tarda em chegar.
- ver, presenciar – VTI – preposição: a
Esforcei-me por não contrariá-la. Ele assistiu ao espetáculo.
Esforcei-me para não contrariá-la. - ser de direito – VTI – preposição: a
Férias é um direito que assiste a todos.
b) Existem verbos que mudam seu significado quando
se altera a regência. - morar – VI – preposição: em
Ele assistem em São Paulo.
Exemplos:
- ajudar, auxiliar – VTD – sem preposição
Aspirei o aroma das flores. O médico assiste o paciente.
(aspirei = sorver, respirar)

69

67
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Atender Nela percebemos o pronome “eu” como sujeito e o ver-
bo no infinitivo “a entender” como objeto indireto. Isso é
- receber, responder – VTD – sem preposição incorreto, pois o difícil foi entender, e tal coisa foi difícil
O diretor atenderá os alunos. para alguém, no caso, para mim.
Deus atende nossas preces.
Desobedecer
- dar atenção – VTI – preposição: a
Vou atender ao que me pede. - desacatar – VTI – preposição: a
Os filhos desobedecem aos pais.
Avisar
Esquecer
- informar – VTDI – sem e com preposição: a/de/sobre
Observação: Esse verbo pode ter a pessoa como Obj. - esquecer – VTD – sem preposição
Direto e a “coisa” como Obj. Indireto ou vice-versa. Se Esqueci o caderno.
você puser preposição na “coisa”, use DE ou SOBRE, e
se você puser preposição na pessoa, use A. - esquecer-se – VTI – preposição: de
Esqueci-me do caderno.
Avisei João do ocorrido.
Avise o ocorrido a João. Observação:
1. Repare que o verbo esquecer pode ser usado com ou
Certificar sem pronome reflexivo. Se estiver com pronome reflexi-
vo, ele estará também com preposição DE. Se ele não
- ver o verbo Avisar. estiver com pronome reflexivo, ele estará sem preposi-
ção.
Chamar 2. Tome cuidado, pois algumas vezes ele aparece com
pronome, mas esse não é reflexivo. Observe o seguinte
- convocar, denominar, cognominar – VTD – sem prepo- exemplo:
sição
O gerente chamou os funcionários para a reunião. Ela lembrou-me a reunião.

Observação: O verbo chamar admite várias construções Esta é uma construção comumente usada, na qual o
como corretas: sujeito é “ela” e o pronome “me” representa o objeto
indireto, logo “a reunião” é objeto direto (sem preposi-
Chamei Pedro. ção).
Chamei a Pedro de herói.
Chamei Pedro de herói. Implicar
Chamei por Pedro.
- ser chato com – VTI – preposição: com
Chegar Ana sempre implica com todos.

- vir de – VI – preposição: a - envolver-se – VTI – preposição: em


Cheguei a casa. Ana implicou-se em casos de vandalismo.
Cheguei ao colégio.
Aqui o verbo implicar é pronominal.
Comunicar
- acarretar – VTD – sem preposição
- avisar – VTDI – sem e com preposição: a Sua atitude implica demissão.
“coisa” – sem preposição
pessoa – com a preposição: a Observação: Muitas pessoas utilizam esse verbo (nesse
sentido) com a preposição EM, o que é errado! Veja uma
Comuniquei o fato a Pedro. dessas construções, mas lembre-se: ESTÁ ERRADA!

Observação: Apesar de ser sinônimo do verbo avisar, o Brigar com o patrão implica em demissão.
verbo comunicar não pode fazer a troca de preposição
entre complementos como fez aquele. Informar

Custar - ver o verbo Avisar.

- ser difícil – VTI – com preposição: a Investir

Custa-me entender a lição. - empossar – VTI – preposição: em


Fazer o trabalho custará a todos. João foi investido em cargo público.

Observação: Na linguagem do dia-a-dia, costuma-se em- - empregar dinheiro – VTDI – sem e com preposição: em
pregar esse verbo de forma incorreta. João investiu todo o seu dinheiro em ações.
Veja a seguinte construção:
- atacar – VTD – sem preposição
Eu custei a entender. (ERRADA) A onda investe a praia.

70

68
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
- atacar – VTI – preposição: com/contra Observação: No passado, apenas a primeira constru-
Pedro investiu com os árabes. ção se admitia como correta; hoje, ambas o são.
Pedro investiu contra os árabes.
Preferir
Ir
- gostar mais de – VTD – sem preposição
- ir – VI – preposição: a Prefiro água.
Fui ao colégio.
- desejar algo em detrimento de outra coisa – VTDI –
Lembrar sem e com preposição: a
Prefiro água a café.
- ver o verbo Esquecer.
Observação: Muitos usam as seguintes construções.
Morar
Prefiro mais tomar uma cerveja. (ERRADA!)
- residir – VI – preposição: em Prefiro água do que café. (ERRADA!)
Eu moro na Rua do Lago. Prefiro antes água a refrigerante. (ERRADA!)

Namorar O verbo “preferir” significa gostar mais, portanto não se


usa ao lado dele outras expressões superlativas como
- namorar – VTD – sem preposição MAIS, ANTES, MUITO e outros!
Eu namoro o Pedro e João namora a Maria.
Veja também que a expressão “do que” não é uma pre-
Observação: Não se deve usar o verbo namorar com a posição, então seu uso como tal é absurdo!
preposição com, como muito freqüentemente se ouve.
São erradas as construções: Prevenir

ERRADA: Eu namorei com ele durante dois anos. - ver o verbo Avisar.
ERRADA: Quer namorar comigo?
ERRADA: Com quem você namora? Proceder

Corrijam para: - ter fundamento – VI – sem preposição


Tal comentário não procede.
CERTO: Eu o namorei durante dois anos.
CERTO: Quer me namorar? - originar-se – VI – preposição de
CERTO: Quem você namora? Eu procedo do Paraná.
Notificar - dar início, realizar – VTI – preposição: a
Eles procederam a uma rápida leitura da ata da reunião
- ver o verbo Avisar. passada.
Obedecer Puxar
- ver o verbo Desobedecer. - arrastar – VTD – sem preposição
Ele puxou a cadeira e sentou-se.
Pagar
- ser parecido – VTI – preposição: a
- pagar “coisa“ – VTD – sem preposição
Ele puxou ao pai.
Eu paguei a dívida.

- pagar – VTI – preposição: a Querer


Eu paguei ao médico.
- desejar – VTD – sem preposição
Observação: É possível colocarmos os dois complemen- Eu quero o sorvete de morango.
tos numa mesma frase, então o verbo pagar deve ser
classificado com o VTDI: - estimar, amar – VTI – preposição: a
Paguei a conta ao açougueiro. Eu quero a meus primos.

Perdoar Residir

- ver o verbo Pagar. - ver o verbo Morar.

Pisar Responder

- pôr os pés em – VTD – sem preposição - dar resposta – VTD – sem preposição
O artista pisou o palco com vontade! Responda os testes de geografia.

- pôr os pés em – VTI – preposição: em - dar resposta – VTI – com preposição: a


O artista pisou no palco com vontade! Responda aos testes sobre geografia.

71

69
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Observação: Podemos também classifica-lo como VTDI: Observe agora os verbos do segundo exemplo: Comer é
Respondi a João que não fiz a lição. VTD, gostar é VTI, ou seja, são verbos de regência dife-
rentes.
Simpatizar REGRA: verbos de regência diferentes pedem comple-
mentos distintos.
- gostar de – VTI – preposição: com
Eu simpatizei com o novo professor. A correção será:

Observação: Este verbo não é pronominal, portanto está Comi a fruta e gostei dela.
errada a construção: Leia este outros exemplos:
ERRADA: Eu não me simpatizei com ele.
Entrei e sai da sala (ERRADO!)
Visar Entrei na sala e dela sai.

- mirar – VTD – sem preposição Li e refleti sobre o texto. (ERRADO!)


O atirador visou o alvo. Li o texto e refleti sobre ele.

- pôr visto – VTD – sem preposição Amo e obedeço meu pai. (ERRADO!)
Ele visou o documento. Amo meu pai e obedeço-lhe.

- desejar, almejar – VTI – preposição: a Ana gosta e confia em Raí. (ERRADO!)


Ele visa a um bom salário. Ana gosta de Raí e confia nele.
Particularidades Regência com Pronome Interrogativo
A estrutura oracional da Língua Portuguesa permite que “Que”, “qual”, “quem” e “quanto” são pronomes interro-
se altere a posição dos termos dentro da frase e tam- gativos, quando usados em frases interrogativas.
bém autoriza a utilização de um ou outro termo para que
se evite a redundância, a repetição. Observação: Há dois modelos de frase interrogativa:
Quando utilizamos esses processos facultados pela lín- a) direta: quando a frase termina em ponto de interroga-
gua, devemos ter o cuidado de não trocar a regência dos ção.
termos (o que é muito comum).
Que horas são agora?
Veja estes exemplos:
b) indireta: quando a frase termina em ponto final, mas
O que você mais gosta em mim? (ERRADO)
dá idéia de pergunta.
Esta frase está errada! O pronome interrogativo QUE está
no lugar do complemento do verbo gostar. O verbo gos- Gostaria de saber que horas são.
tar pede a preposição DE antes do seu complemento,
portanto deve aparecer essa preposição antes do pro- Os pronomes interrogativos substituem os complemen-
nome interrogativo QUE. A frase correta é: tos verbais ou nominais, portanto estão sujeitos à re-
gência como qualquer outro termo nessa função.
Do que você mais gosta em mim?
REGRA: se o pronome interrogativo é usado com um
Esse foi apenas um exemplo, vejamos agora os vários verbo ou nome que peça preposição, essa preposição
fatos notáveis dentro da regência: deve ser colocada antes desse pronome interrogativo.

Um Único Complemento para Dois ou Mais Verbos Qual perfume você falou? (ERRADO!)
De qual perfume você falou?
Veja as frases:
Veja outros exemplos incorretos do dia-a-dia e suas cor-
Comi e saboreei a fruta. reções:

O objeto direto “a fruta” se liga tanto ao verbo comer quan- O que o senhor, ao concorrer a uma vaga, aspira? (ER-
to ao verbo saborear, e está correta. RADO!)

Comi e gostei da fruta. (ERRADO) A que o senhor, ao concorrer a uma vaga aspira?

Perceba que o objeto direto “da fruta” se liga tanto ao Que filme você assistiu ontem? (ERRADO!)
verbo comer quando ao verbo gostar, e está errada! Como A que filme você assistiu ontem?
isso pode acontecer? No primeiro exemplo, tanto o ver- Quanto você precisa para ir à feira? (ERRADO!)
bo comer quando o verbo saborear são Verbos Transiti- De quanto você precisa para ir à feira?
vos Diretos, ou seja, têm a mesma regência.
Observação: o advérbio interrogativo ONDE admite o
REGRA: verbo de regência idênticas podem ter um com- mesmo uso dos pronomes interrogativos. Veja:
plemento único comum.

72

70
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Onde você foi ontem? (ERRADO!) Não conheço a marca de margarina de que você gosta.
Aonde você foi ontem?
Repare: o verbo gostar pede a preposição DE, que apa-
O verbo “ir” exige a preposição A, que deve ser colocada rece antes do pronome relativo, pois este é o seu
antes do advérbio interrogativo onde. complemento.

Regência com Pronome Relativo Não conheço a marca de margarina.


Você gosta da marca de margarina.
“Que”, “qual”, “quem”, “onde” e “cuja” são pronomes re-
lativos quando substituem termo já mencionado anteri- Regência com Pronome Pessoal do caso Oblíquo Áto-
ormente. Veja: no

Ela é a mulher. Pronome Oblíquo como Complemento Verbal


Eu amo a mulher. Os complementos verbais podem ser substituídos por
Ela é a mulher que eu amo. pronomes pessoais do caso oblíquo.

Observação: Repare no uso: Observação: Os pronomes pessoais do caso oblíquo


átonos são:
a) QUE – substitui nomes de pessoas animais e coisas.
me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.
Ana é a secretária que eu contratei.
Cão é o animal que eu lhe darei. Os pronomes serão classificados como Objeto Direto
Comprei a camisa que você me pediu. ou Objeto Indireto de acordo com a regência do verbo a
que se ligam. Assim:
b) QUAL – substitui nomes de pessoas, animais e coi-
sas. Ela me procurou.

Esse pronome sempre é usado com artigo antecedente ME – objeto direto, pois o verbo procurar pede um com-
(o qual, a qual, os quais, as quais). plemento sem preposição.

Ana é secretária da qual eu de falei. Ela me obedeceu.


Cão é o animal do qual gosto. ME – objeto indireto, pois o verbo obedecer pede um
Comprei as camisas das quais você falou. complemento com preposição.

c) QUEM – substitui nomes de pessoas. O mesmo acontecerá com os pronomes TE, NOS, VOS.

Todos são pessoas em quem confio. Os pronomes O, OS, A, AS, LHE, LHES têm usos especí-
ficos, porque todos se referem à 3a pessoa. Veja:
d) ONDE – substitui nomes de localidades (lugar).
- O, A, OS, AS – são sempre Objeto Direto, ou seja, só
Aquele é ao casa onde moro. podem substituir complementos verbais sem preposi-
Visitei a cidade onde nasci. ção.

e) CUJO – substitui nomes de pessoas, animais e coi- Exemplos:


sas desde que expressem idéia de posse.
Esse pronome sempre concorda com o termo posterior Comi-as frutas.
a ele. Não pode haver artigo entre o pronome “cujo” e o Comi-as.
substantivo com o qual ele concorda.
Observei-o paciente.
Esta é a fazenda cujo pasto secou. Observei-o.
(O pasto da fazenda secou)
Não vi as meninas hoje.
Conheço o homem cujas filhas estão na tevê. Não as vi hoje.
(As filhas do homem estão na tevê)
- LHE, LHES – são sempre Objeto Indireto, ou seja, só
Os pronomes relativos substituem termos que podem podem substituir complementos verbais com preposição.
funcionar como complemento verbais (objeto direto,
objeto indireto) ou como complemento nominais. Sendo Exemplos:
assim, eles acatarão a qualquer particularidade regen-
cial dos complementos que substituem. Ela obedece aos pais.
Ela lhe obedece.
REGRA: se o pronome relativo é usado com verbo ou
nome que peça preposição, essa preposição deve ser Nós agradecemos a Pedro o jantar.
colocada antes do relativo. Nós lhe agradecemos o jantar.

Eu não conheço a marca de margarina que você gosta. Paguei às costureiras.


(ERRADO) Paguei-lhes.

73

71
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Observações: O Problema do Sujeito Precedido de Preposição

Gosto da Maria. O sujeito, em Língua Portuguesa, jamais poderá estar


Gosto-lhe. (ERRADO!) preposicionado!
Gosto dela.
Exemplos:
Simpatizei com o novo professor.
Simpatizei-lhe. (ERRADO!) Já era hora dela chegar. (ERRADO!)
Simpatizei com ele. Já era hora de ela chegar.

Eu acreditei na simpática garota do balcão de informa- Perceba que o pronome “ela” é sujeito do verbo chegar;
ções. se unimos a preposição ao pronome, teremos um sujei-
Eu acreditei-lhe. (ERRADO!) to preposicionado, daí o erro.
Eu acreditei nela.
Ela saiu apesar do pai pedir que não saísse. (ERRADO!)
Atenção: Os verbos Ela saiu apesar de o pai pedir que não saísse.

- ASSISTIR (no sentido de ver) Antes da dor bater, tome logo uma aspirina. (ERRADO!)
ASPIRAR (no sentido de desejar) Antes de a dor bater, tome logo uma aspirina.
- VISAR (no sentido de desejar)
- OBEDECER (coisa) O Problema com Verbos que Pedem Dois Complementos

não admitem o LHE(S) como complemento. Os verbos que pedem dois complementos (VTDI) de-
vem sempre apresentar um complemento sem preposi-
Assisti ao filme – Assisti a ele. ção e outro com. Caso isso não aconteça, a frase estará
Aspirei ao cargo – Aspirei a ele. incorreta.
Visei ao cargo – Visei a ele.
Obedeci à lei – Obedeci a ela. Exemplos:
Há uma construção clássica na Língua Portuguesa que O pai autorizou aos filhos a irem ao cinema. (ERRADO!)
permite a substituição de dois complementos verbais
diferentes ao mesmo tempo. O pai autorizou os filhos a irem ao cinema.
os filhos = objeto direto
Exemplos: a irem ao cinema = objeto indireto
Eu entreguei o presente ao menino. OU
o presente = objeto direto = o
ao menino = objeto indireto = lhe
O pai autorizou aos filhos irem ao cinema.
Eu lho entreguei. (lhe + o)
aos filhos = objeto indireto
irem ao cinema = objeto direto
Ela trouxe água para mim.
água = objeto direto = a
Informei-os que sairia mais cedo. (ERRADO!)
para mim = objeto indireto = me
Ela trouxe-ma. (me + a)
Informei-os de que sairia mais cedo.
Dou os cadernos para ti. os = objeto direto
os caderno = objeto direto = os de que sairia mais cedo = indireto
para ti = objeto indireto = te
ou-tos (te + os) OU

Pronome Oblíquo como Complemento Nominal Informei-lhes que sairia mais cedo.
lhe = objeto indireto
Os pronomes oblíquos átonos ME, TE, LHE, NOS, VOS, que sairia mais cedo = objeto direto
LHES podem ser usados como Complementos Nomi-
nais. Para tanto, basta que nós os coloquemos como 7. Crase
substitutos de termos preposicionados que se ligam a
nomes. Introdução

Exemplos: É a fusão de vogais idênticas, e aparecem marcadas


pelo acento grave (`).
Seu conselho foi útil para o menino.
Seu conselho foi-lhe útil. Em Língua Portuguesa fundimos a vogal A, que pode
ser preposição, artigo, ou o A inicial do pronome demons-
O termo “para o menino” completa o sentido do nome trativo aquele — e suas variações.
“útil”, portanto é um complemento nominal e, se o prono-
me “lhe” o substitui, ele terá a mesma classificação. Veja:

O passeio ser-nos-á agradável. Eu fui à farmácia.


(O passeio será agradável para nós.) Nessa frase temos a preposição A exigida pelo verbo ir
e, também, o artigo A do nome farmácia.

74

72
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Refiro-me à que está de azul. Veja:
Nessa frase tomo a preposição A exigida pelo verbo re-
ferir-se e, também, o pronome demonstrativo A, que está Comi a que estava madura. — Comi a (fruta) que estava
no lugar de um substantivo feminino qualquer. madura.
Sem crase, pois o verbo comer não exige preposição.
Assisti àquele filme. Assim sendo, o A da primeira frase é apenas o pronome
Nessa frase temos a preposição A exigida pelo verbo demonstrativo.
assistir e, também o A inicial do pronome demonstrativo
aquele. Refiro-me à de cabelos loiros. — Refiro-me à (garota) de
cabelos loiros.
Atenção: Com crase, pois o verbo referir-se exige a preposição A.
Assim sendo, o A da primeira frase é, ao mesmo tempo,
Não confunda A (artigo), A (preposição) e A (pronome de- preposição e pronome demonstrativo.
monstrativo).
Sua casa é igual à do Pedro. — Sua casa é igual à (casa)
Artigo A(s): do Pedro.
Com crase, pois o nome igual exige a preposição A.
Usado antes de substantivo feminino e diante de alguns Sendo assim, o A da primeira frase é, ao mesmo tempo,
pronomes, concordando em número (singular e plural). preposição e pronome demonstrativo.
Conheço a dos olhos azuis.
a menina Comprei a que você recomendou.
a rua Entreguei à do guichê 1 todos os papéis solicitados.
a felicidade Confiei à que sorriu para mim o meu amor eterno.
a saudade
as casas b) pronome demonstrativo Aquele (e suas flexões):
as ações
as tristezas A crase com o pronome demonstrativo Aquele (e suas
as belezas flexões) depende apenas da regência.
a senhora
a outra Veja:
as mesmas (garotas)
as senhoritas Comi aquela fruta que você trouxe.
Preposição A: Sem crase, pois o verbo comer não exige preposição.
Assim sendo, o A inicial do pronome é apenas o A inicial
Diante de outras palavras que não admitam artigo, ou do pronome demonstrativo.
com as quais não concorde, indicado subordinação en-
tre os termos. Refiro-me àquele rapaz de cabelos loiros.
Com crase, pois o verbo referir-se exige a preposição A.
a partir Assim sendo, o A inicial do pronome é, ao mesmo tem-
a começar po, preposição e A inicial do pronome demonstrativo.
a garantir
a falar Seus cães são iguais àqueles que vi ontem no veteriná-
a João rio.
a Pedro Com crase, pois o nome igual exige a preposição A.
a ela Sendo assim, o A inicial do pronome é, ao mesmo tem-
a todas po, preposição e pronome demonstrativo.
a cavalo
a pé Conheço aquela mulher dos olhos azuis.
a você Comprei aquele carro que você recomendou.
a mulheres Entreguei àquele funcionário do guichê 1 todos os pa-
a pessoas péis solicitados.
a outras Confiei àquela linda menina o meu amor eterno.

Pronome Demonstrativo A(s): Crase com Artigo

Quando substitui um substantivo feminino. Da mesma forma que nos casos anteriores, a regência
é fator fundamental para o reconhecimento da crase.
Conheço a que está de azul. — Conheço a garota que
está de azul. Basicamente, basta observar se há um termo solicitan-
Vi a de cabelos loiros na feira ontem. — Vi a mulher de do preposição e outro que admita artigo ligados entre si.
cabelos loiros na feira ontem.
Veja:
Crase com Pronome Demonstrativo
Eu obedeço a meu pai. — A preposição (exigida pelo
a) pronome demonstrativo A(s): verbo obedecer), antes de nome masculino.
A crase com o pronome demonstrativo A(s) depende Eu amo a mamãe. — A artigo, diante de palavra feminina,
apenas da regência. e o verbo amar não admite artigo.

75

73
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Nas duas frases não há acento grave, pois não há fu- Refiro-me à Maria.
são. Em cada uma delas o A desempenha apenas uma
função. Obs.: se houver determinante, a crase será obrigatória:
Se juntarmos a parte da primeira frase que pede prepo-
sição com a parte de segunda que admite artigo, tere- Refiro-me à Maria da farmácia.
mos:
4. Diante de pronomes:
Eu obedeço à mamãe. — A preposição (exigida pelo ver-
bo obedecer) + A artigo, diante de substantivo feminino. a) com pronome que admite artigo feminino, há crase:
Refiro-me à senhora.
Esse preceito deve nortear todo o estudo da crase. Falei à mesma garota de ontem.

Atenção: b) com pronome que não admite artigo feminino, não há


crase:
Nunca se esqueça de observar — antes de qualquer Refiro-me a Vossa Senhoria.
outra coisa — se há verbo ou nome exigindo preposição. Falei a todas as garotas.

Regras que facilitam a observação: c) com pronome possessivo a crase é facultativa:


Refiro-me a sua irmã.
1. Com Nomes Próprios de Localidades: Refiro-me à sua irmã.
Colocar o nome da localidade depois das expressões: Falei a sua secretária.
Falei à sua secretária.
VIM DA
VIM DE 5. Haverá crase nas locuções femininas:

Se você utilizou VIM DE, é porque o nome da localidade a) adverbiais (de modo ou tempo):
não admite artigo, logo não admite crase. à vontade, à toa, às pressas, às escuras
Se você utilizou VIM DA, é porque o nome da localidade à tarde, à noite, às 12 horas, à meia-noite
admite artigo, logo admite crase.
b) prepositivas:
Para ficar mais fácil: à espera de, à procura de, à margem de

VIM DA, CRASE HÁ! c) conjuncionais (proporcionais):


VIM DE, CRASE P’RA QUÊ!?!?!?!?! à medida que, à proporção que

Viagem à Lua. 6. Após a palavra ATÉ a crase é facultativa:


Chegaremos à Áustria em poucos minutos. Fomos até à farmácia.
Viajaremos a Roma. Fomos até a farmácia.
Voltarei a Campinas.
7. Não há crase:
Observações:
a) As localidades África, Ásia, Europa, Espanha, Holan- a) antes de nomes masculinos:
da, França e Inglaterra recebem ou não artigo, assim Refiro-me a José.
sendo, recebem ou não crase: Andei a cavalo.
Vou a África. ou Vou à África.
Cheguei a Europa. ou Cheguei à Europa. Obs.: Se for nome próprio e ocultar as expressões “à
moda de” ou “ao estilo de”, haverá crase obrigatória:
b) Se o nome da localidade estiver determinado de algu- Escrevo à Eça de Queirós.
ma maneira, haverá crase obrigatória. Comi bacalhau à Gomes de Sá.
Viajaremos à Roma antiga.
Voltarei à Campinas de Carlos Gomes b) Com nomes de personagens históricas ou mitológi-
Vou à Áfricas das muitas civilizações. cas, não há crase:
Refiro-me a Joana D´Arc.
2. Com as palavras CASA, TERRA e DISTÂNCIA: Eles prestavam homenagem a Afrodite.

a) sem determinante, sem crase: c) antes de verbos:


Cheguei a casa. Eles começaram a aprender inglês.
Voltei a terra.
Olhei tudo a distância. d) entre palavras repetidas:
cara a cara
b) com determinante, com crase: gota a gota
Cheguei à casa querida.
Voltei à terra natal. 8. Sintaxe de Concordância
Olhei tudo à distância de 10 metros.
Concordância
3. Com nomes próprios femininos a crase é facultativa:
A concordância é o processo sintático segundo o qual
certas palavras se acomodam, na sua forma, às pala-
Refiro-me a Maria.

76

74
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
vras de que dependem. Essa acomodação formal se 4. Substantivo usado como Adjetivo
chama flexão, e se dá quanto a gênero e número (nos
nomes) e número e pessoa (nos verbos). Daí a divisão: Se a palavra que funciona como adjetivo for originalmen-
concordância nominal e concordância verbal. te um substantivo, ficará invariável.

Concordância Nominal Ele comprou camisas pérola e ternos cinza.

É chamada de concordância nominal a relação de con- 5. Adjetivo composto


cordância que se estabelece entre: substantivos e adje-
tivos, artigos, pronomes, numerais. Quando houver adjetivo composto, apenas o último ele-
mento concordará com o substantivo a que se refere; os
Os nomes se flexionam em gênero (masculino e femini- demais ficarão na forma masculina, singular.
no) e em número (singular e plural).
Encontrei várias mulheres luso-franco-brasileiras.
A Concordância e os Determinantes Não li as crônicas sócio-político-econômicas.

Os termos determinantes da oração (artigos, adjetivos, Obs.: Se um dos elementos for originalmente um subs-
numerais e pronomes) sempre acompanham um nome tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
(substantivo ou pronome substantivo). Assim, os deter-
minantes terão as mesmas características de gênero e Gosta das plantas com folhas verde-musgo.
número que os substantivos ou pronomes substantivos Comprei várias camisas verde-mar.
possuírem.
A concordância entre os determinantes e o substantivo é Atenção:
obrigatória na nossa língua. a) azul-marinho, azul-celeste, “cor de ...” são sempre
invariáveis.
1. 2 ou mais Substantivos + 1 Adjetivo
Camisas azul-marinho.
Quando o adjetivo posposto se refere a dois ou mais Ternos azul-celeste.
substantivos, concorda com o último ou vai facultativa- Sapatos cor de palha.
mente para o plural, no masculino, se pelo menos um
deles for masculino; ou para o plural, no feminino, se b) surdo-mudo tem os dois elementos flexionados.
todos eles estiverem no feminino.
Rapaz surdo-mudo.
Ternura e amor humano. Garota surda-muda.
Amor e ternura humana. Rapazes surdos-mudos.
Ternura e amor humanos. Garotas surdas-mudas.

Carne ou peixe cru. Casos Especiais de Concordância Nominal


Peixe ou carne crua.
Carne ou peixe crus. 1. Muito, Bastante, Meio

2. 1 Adjetivo + 2 ou mais Substantivos a) quando modificarem substantivo, concordarão com


ele, por serem pronomes indefinidos adjetivos.
Quando o adjetivo anteposto se refere a dois ou mais
substantivos, concorda com o mais próximo. b) quando modificarem verbo, adjetivo, ou outro advér-
bio, ficarão invariáveis, por serem advérbios.
Exemplos:
Bastantes funcionários ficaram bastante revoltados com
Mau lugar e hora. a empresa.
Má hora e lugar. Há provas bastantes de sua culpa.
Elas saíram bastante apressadas.
3. 1 Substantivo + 2 ou mais Adjetivos As meninas estão bastante nervosas.
Elas comeram muitas maçãs.
Quando dois ou mais adjetivos se referem a um subs- As maçãs estavam muito maduras.
tantivo, temos duas opções: Elas gostaram muito das maçãs.
As garotas beberam meias garrafas de vinho.
a) substantivo singular – coloca-se artigo nos adjetivos, Elas ficaram meio tontas.
a partir do segundo: As garotas chegaram a casa meio tarde.

Estudo a língua inglesa, a portuguesa e a chinesa. 2. Anexo, Só, Junto, Incluso, Excluso, Próprio, Quite, Obri-
O poder temporal e o espiritual. gado

b) substantivo no plural – basta acrescentar os adjeti- Esses adjetivos concordam com o substantivo a que se
vos: referem.

Estudo as línguas inglesa e portuguesa. Obs.: EM ANEXO, A SÓS, JUNTO A, JUNTO COM, JUNTO
Os poderes temporal e espiritual. DE são invariáveis.

77

75
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Anexas, seguem as fotocópias dos documentos solici- Tardes felizes é necessário.
tados. Algumas tardes felizes são necessárias.
Estou-lhe mandando em anexo as fotografias do sus-
peito. Pimenta é bom.
Araci está só com José na sala. A pimenta é boa
Araci e José estão sós na sala.
Araci está a sós, na sala. 6. Menos, Alerta, Pseudo
Araci e José estão a sós, na sala.
As irmãs continuam juntas. Essas três palavras são sempre invariáveis.
As irmãs estão junto aos carros.
As irmãs estão junto com a mãe. Os escoteiros devem estar sempre alerta, para servir ao
As irmãs estão junto dos pais. próximo.
As cópias estão inclusas na taxa de registro do imóvel. Houve menos reclamações dessa vez.
Os atletas foram exclusos do campeonato, pois xinga- As pseudo-escritoras foram desmascaradas.
ram o juiz.
Os rapazes arrumarão as próprias camas. 7. Grama
Eu estou quite com o banco.
Deixarei as promissórias quites, para não haver proble- Quando a palavra “grama” representar unidade de mas-
mas. sa, será masculina.
As meninas disseram “Muito obrigadas”.
Comprei duzentos gramas de mozarela.
3. Mesmo
8. Silepse
a) como pronome adjetivo, liga-se a um substantivo ou
pronome – varia: é sinônimo de “próprio”. Concordância irregular, também chamada concordân-
cia ideológica; é a que se faz não com o termo expresso,
As meninas mesmas farão o bolo. mas com o sentido que a palavra significa.

b) como advérbio, liga-se a um verbo – não varia: é sinô- a) Silepse de gênero:


nimo de “realmente”.
São Paulo é linda.
Elas farão mesmo o bolo?!
b) Silepse de número:
4. A expressão “o mais/menos (adjetivo) possível”
Estaremos aberto nesse final de semana.
Existem as seguintes possibilidades de concordância:
9. Casa cinco, Página treze
a) os artigos (o/a) que iniciam a expressão, assim como
a palavra possível, devem concordar em gênero e nú- Numeral utilizado após substantivo, é cardinal (um, dois,
mero com a palavra que está sendo intensificada; ou três...). Do contrário, usa-se o numeral ordinal (primeiro,
b) a expressão o mais/menos ... possível deve se man- segundo, terceiro...). Exemplos:
ter fixa no masculino singular independentemente do Estamos na terceira página.
número e do gênero da palavra intensificada. Arrancaram a página cinqüenta.

Quero dez pães claros, o mais possível. 10. Tal qual


Quero dez pães os mais claros possíveis.
Tal concorda com o substantivo anterior.
Comprei doze rosas abertas, o mais possível. Qual concorda com substantivo posterior.
Comprei doze rosas o mais abertas possível.
O filho é tal qual o pai.
Gostaríamos de uma resposta o menos ambígua pos- O filho é tal quais os pais.
sível. Os filhos são tais qual o pai.
Os filhos são tais quais os pais.
5. Verbo Ser + Predicativo do sujeito
Obs.:
Quando o sujeito for tomado em sua generalidade, sem Se o elemento referencial for um verbo, tal fica invariável.
qualquer determinante, o verbo ser e o adjetivo que o Se o elemento referencial for um verbo, qual fica invariável.
acompanha ficarão no singular masculino. Se o sujeito
vier determinado por artigo, numeral ou pronome, a con- Eles estudam tal quais as recomendações do professor.
cordância do verbo ser e do adjetivo será regular, ou Eles estudam tal qual foram as recomendações do pro-
seja, concordarão com o sujeito em número e pessoa. fessor.

Caminhada é bom para a saúde. 11. 2 ou mais numerais ordinais + Substantivo


Esta caminhada é boa para a saúde.
Quando dois ou mais ordinais vêm antes de um subs-
É proibido entrada. tantivo, determinando-o, este concorda com o mais pró-
Está proibida a entrada. ximo ou vai para o plural.

78

76
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
A primeira e segunda lição. O Chefe da Seção pediu maior assiduidade.
A primeira e segunda lições. A inflação deve ser combatida por todos.
Os servidores do Ministério concordaram com a propos-
12. 1 Substantivo + dois ou mais numerais ordinais ta.

Quando dois ou mais ordinais vêm depois de um subs- a) Sujeito Substantivo Coletivo
tantivo, determinando-o, este vai para o plural.
sem determinante: verbo no singular.
As cláusulas terceira, quarta e quinta. com determinante plural: verbo no singular ou no plural:

13. Um e outro, Nem um nem outro + Substantivo A multidão invadiu o campo depois do jogo.
A multidão de torcedores invadiu / invadiram o campo
Quando as expressões “um e outro”, “nem um nem ou- depois do jogo.
tro” são seguidas de um substantivo, este permanece
no singular. b) Nome Próprio no plural

Um e outro aspecto. sem artigo – verbo singular.


Nem um nem outro argumento. com artigo – verbo concorda com o artigo.
De um e outro lado.
Alpes fica na Europa.
14. Um e outro + Substantivo + Adjetivo Os Alpes ficam na Europa.
Estados Unidos domina o mundo.
Quando um substantivo e um adjetivo vêm depois da Os Estados Unidos dominam o mundo.
expressão “um e outro”, o substantivo vai para o singular
e o adjetivo para o plural. Obs.: Se o artigo fizer parte do nome próprio, pode-se
usar verbo no singular ou plural:
Um e outro aspecto obscuros.
Uma e outra causa juntas. “Os Lusíadas” conta / contam uma bela história.

c) Pronome indefinido + Nós / Vós


15. Particípio + Substantivo
Com os pronomes indefinidos no plural (alguns, quan-
O particípio concorda com o substantivo a que se refere.
tos, muitos, quais etc.) seguidos das expressões de nós
ou de vós:
Feitas as contas ...
Vistas as condições ...
o verbo concorda com o indefinido plural.
Restabelecidas as amizades ...
o verbo concorda com nós ou vós.
Postas as cartas na mesa ...
Alguns de nós farão / faremos o teste.
Salvas as crianças ...
Quantos de vós podem / podeis ajudar Pedro em sua
tarefa?
Obs.:
“Salvo”, “posto” e “visto” podem ser também conjunções,
Obs.: Se o indefinido estiver no singular, a concordância
então serão invariáveis:
será feita obrigatoriamente no singular.
Salvo honrosas exceções.
Posto ser tarde, irei. Algum de nós fará o teste.
Visto ser longe, não irei. Qual de vós pode ajudar Pedro em sua tarefa?

16. Plural de Modéstia: Nós + verbo + adjetivo d) QUE

Quando um adjetivo modifica os pronomes “nós”, em- O sujeito vem representado pelo pronome relativo que –
pregado no lugar de “eu”, fica no singular. o verbo concorda com o antecedente do pronome.

Nós fomos acolhido muito bem. (Eu fui acolhido muito Fui eu que escrevi.
bem) Foste tu que escreveste.
Nós seremos breve em nossa apresentação. (Eu serei
breve em minha apresentação. e) QUEM

Concordância Verbal O sujeito vem representado pelo pronome relativo quem


– o verbo concorda com o antecedente do pronome ou
Regra geral: com o quem (3a pessoa do singular).
O verbo concorda com seu sujeito em pessoa (1a., 2a. e
3a.) e número (singular e plural). Fui eu quem resolveu a questão.
ou:
Os novos recrutas mostraram muita disposição. Fui eu quem resolvi a questão.

1. Sujeito Simples f) Um dos que

Se o sujeito for simples, isto é, se tiver apenas um nú- No emprego da locução um dos que, admite-se dupla
cleo, com ele concorda o verbo em pessoa e número: concordância: verbo no singular ou verbo no plural:

79

77
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
Um dos fatores que influenciaram (ou influenciou) a de- • O verbo pode ir para o plural, concordando com o sujei-
cisão foi a urgência de obter resultados concretos. to composto:
A adoção da trégua de preços foi uma das medidas que • O verbo pode ficar no singular, então o COM introduz um
geraram (ou gerou) mais impacto na opinião pública. adjunto adverbial de companhia:

2. Sujeito Composto O diretor com todos os professores resolveram alterar


as ementas.
a) Pessoas Gramaticais Diferentes O diretor com todos os professores resolveu alterar as
ementas.
Quando o sujeito for composto, ou seja, possuir mais de
um núcleo, o verbo vai para o plural e para a pessoa que Obs.: Se vier separado por vírgulas, não será mais parte
tiver primazia, na seguinte ordem: a 1a pessoa tem prio- do sujeito, será com certeza adjunto adverbial de com-
ridade sobre a 2a e a 3a; a 2a sobre a 3a; na ausência de panhia:
uma e outra, o verbo vai para a 3a pessoa.
O diretor, com todos os professores, resolveu alterar as
Eu e Maria queremos viajar em maio. ementas.
Eu, tu e João somos amigos.
O Presidente e os Ministros chegaram logo. g) Sujeitos ligados por OU
Obs.: Por desuso do pronome vós e respectivas formas
verbais no Brasil, tu e ... leva o verbo para a 3 a pessoa do • quando a ação verbal se referir a todos os elementos
plural: Tu e o teu colega devem (e não deveis) ter mais do sujeito: verbo no plural.
calma.
Laranja ou mamão fazem bem à saúde.
b) Verbo Anteposto ao Sujeito Composto
• numa retificação: verbo concorda com o último elemen-
Concordância facultativa com sujeito mais próximo: quan- to.
do o sujeito composto figurar após o verbo, pode este
flexionar-se no plural ou concordar com o elemento mais O ladrão ou os ladrões não deixaram vestígio.
próximo.
• quando a ação verbal se aplica a um dos elementos,
Venceremos eu e você. com exclusão dos demais: verbo no singular.
ou:
Vencerei eu e você. João ou Antônio chegará em primeiro lugar.
ou, ainda:
Vencerá você e eu. • quando os elementos forem sinônimos: verbo no sin-
gular.
c) Termos Sinônimos
A Lingüística ou a Glotologia é uma ciência recente.
Quando o sujeito composto for constituído de palavras
sinônimas (ou quase), formando um todo indivisível, ou h) Termos ligados por: Não só ... mas também – Tanto ...
de elementos que simplesmente se reforçam, a concor- quanto – Não só ... como
dância é facultativa, ou com o elemento mais próximo ou
com a idéia plural contida nos dois ou mais elementos: O verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais
próximo.
A sociedade, o povo une-se para construir um país mais
justo. Tanto João como Antônio participaram / participou do
ou então: evento.
A sociedade, o povo unem-se para construir um país
mais justo. Casos que Merecem Atenção

d) Termos em gradação ou enumeração 1. Oração Sem Sujeito

O verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais Há três casos de oração sem sujeito com verbo obri-
próximo. gatoriamente na 3a pessoa do singular:

Um mês, um ano, uma década de ditadura não calou / a) com verbos que expressam fenômenos climáticos:
calaram a voz do povo.
Nevou ontem.
e) Sujeito resumido por pronome
b) em que o verbo haver é empregado para expressar
Com sujeito seguido de “tudo”, “nada”, “ninguém”, “ne- existência, acontecimento ou de tempo transcorrido:
nhum”, “cada um” (aposto resumitivo), o verbo concorda
com esse pronome. Haverá descontentes no governo e na oposição.
Houve brigas na festa
Desvios, fraudes, roubos, tudo acontecia naquela cida- Havia cinco anos não ia a Brasília.
de.
c) o verbo fazer expressando tempo transcorrido ou tem-
f) Sujeitos ligados por COM po climático:

80

78
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Faz dez dias que não durmo. A maioria dos condenados acabou (ou acabaram) por
Semana passada fez dois meses que iniciou a apura- confessar sua culpa.
ção das irregularidades. Um grande número de Estados aprovaram (ou aprovou)
Faz verões muito quentes aqui no Caribe. a Resolução da ONU.
Antigamente fazia dias mais frios. Metade dos Deputados repudiou (ou repudiaram) as
medidas.
Observação:
Verbos haver e fazer em locuções verbais (ou seja, quan- 6. Concordância do Infinitivo
do acompanhados de verbo auxiliar). Nestes casos, os
verbos haver e fazer transmitem sua impessoalidade Uma das peculiaridades da língua portuguesa é o infini-
ao verbo auxiliar: tivo flexionável: esta forma verbal, apesar de nominaliza-
da, pode flexionar-se concordando com o seu sujeito.
Vai fazer cinco anos que ingressei no Serviço Público.
Depois das últimas chuvas, pode haver centenas de Simplificando o assunto, controverso para os gramáti-
desabrigados. cos, valeria dizer que a flexão do infinitivo só cabe quan-
Dever haver soluções urgentes para estes problemas. do ele tem sujeito próprio, em geral distinto do sujeito da
oração principal:
2. Um e outro Chegou ao conhecimento desta Repartição estarem a
salvo todos os atingidos pelas enchentes. (sujeito do
O substantivo que se segue à expressão um e outro fica infinitivo: todos os atingidos pelas enchentes)
no singular, mas o verbo pode empregar-se no singular
ou no plural: Não admitimos sermos nós... Não admitem serem eles...

Um e outro decreto trata da mesma questão jurídica. O Governo afirma não existirem tais doenças no País.
ou: (sujeito da oração principal: o governo; sujeito do infini-
Um e outro decreto tratam da mesma questão jurídica. tivo: tais doenças)

3. Um ou outro; Nem um, nem outro Observação:


O infinitivo é inflexionável nas combinações com outro
As locuções um ou outro, ou nem um, nem outro, segui- verbo de um só e mesmo sujeito – a esse outro verbo é
das ou não de substantivo, exigem o verbo no singular: que cabe a concordância:

Uma ou outra opção acabará por prevalecer. As assessoras podem (ou devem) ter dúvidas quanto à
Nem uma, nem outra medida resolverá o problema. medida.
Os sorteados não conseguem conter sua alegria.
4. SE – Partícula Apassivadora Queremos (ou precisamos etc.) destacar alguns porme-
nores.
Verbo apassivado pelo pronome se deve concordar com
o sujeito que, no caso, está sempre expresso e vem a Nas combinações com verbos factitivos (fazer, deixar,
ser o paciente da ação ou o objeto direto na forma ativa mandar...) e sensitivos (sentir, ouvir, ver...) o infinitivo pode
correspondente: concordar com seu sujeito próprio, ou deixar de fazê-lo
pelo fato de esse sujeito (lógico) passar a objeto direto
Vendem-se apartamentos funcionais e residências ofi- (sintático) de um daqueles verbos:
ciais.
Para obterem-se resultados são necessários sacrifíci- O Presidente fez (ou deixou, mandou) os assessores
os. entrarem (ou entrar).

Compare: apartamentos são vendidos e resultados são Sentimos (ou vimos, ouvimos) os colegas vacilarem (ou
obtidos; vendem apartamentos e obtiveram resultados. vacilar) nos debates.

Obs.: Naturalmente, o sujeito semântico ou lógico do infinitivo


Verbo transitivo indireto (aquele que exige preposição) que aparece na forma pronominal acusativa (o,-lo, -no e
fica na terceira pessoa do singular; o se, no caso, não é flexões) só pode ser objeto do outro verbo:
apassivador pois verbo transitivo indireto não faz voz pas-
siva: O Presidente fê-los entrar (e não entrarem)

Assiste-se a mudanças radicais no País. Sentimo-los (ou Sentiram-nos, Sentiu-os, Viu-as) vacilar
Precisa-se de homens corajosos para mudar o País. (e não vacilarem).
Trata-se de questões preliminares ao debate.
7. Parecer + Infinitivo
5. Expressões Quantitativas
As estrelas parecem brilhar no céu.
Expressões de sentido quantitativo: grande número de, ou
grande quantidade de, parte de, grande parte de, a mai- As estrelas parece brilharem no céu.
oria de, a maior parte de etc. acompanhadas de comple-
mento no plural admitem concordância verbal no singu- Os pingos d´água parecerão cair do céu.
lar ou no plural. ou
Os pingos d´água parecerá caírem do céu.

81

79
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
8. Verbo SER 9. Sintaxe de Colocação Pronominal

Concordância do verbo ser: segue a regra geral (concor- Colocação Pronominal


dância com o sujeito em pessoa e número), mas nos
seguintes casos é feita com o predicativo: Trata da colocação dos pronomes clíticos:
me, te, se, o(s), a(s), lhe(s), nos, vos.
a) quando inexiste sujeito:
São três as posições que assumem:
Hoje são dez de julho.
Agora são seis horas. a) antes do verbo – próclise:
Do Planalto ao Congresso são duzentos metros. Não me abandone.
Hoje é dia quinze.
b) no meio do verbo – mesóclise:
b) quando o sujeito refere-se a coisa e está no singular Receber-vos-emos para o jantar, amanhã.
e o predicativo é substantivo no plural:
c) depois do verbo – ênclise:
Minha preocupação são os despossuídos. Entregou-nos os presentes.
O principal erro foram as manifestações extemporâne-
as. Ênclise:

c) quando os demonstrativos tudo, isto, isso, aquilo ocu- Usa-se:


pam a função de sujeito: a) Com verbos no INFINITIVO:
Viver é adaptar-se.
Tudo são comemorações no aniversário do município.
Isto são as possibilidades concretas de solucionar o b) com verbos que iniciam oração:
problema. Mostrou-me o livro, retirou-se calado, deixando-me só
Aquilo foram gastos inúteis. na sala.

d) quando a função de sujeito é exercida por palavra ou Obs.: Nas orações intercaladas, o pronome pode apare-
locução de sentido coletivo: a maioria, grande número, a cer também antes do verbo:
maior parte etc. Tão lindos, disse-me a mulher, são os teus olhos.
Tão lindos, me disse a mulher, são os teus olhos.
A maioria eram servidores de repartições extintas.
Grande número (de candidatos) foram reprovados no Mesóclise:
exame de redação.
A maior parte são pequenos investidores. Usa-se com verbos no futuro do presente ou futuro do
pretérito:
e) quando um pronome pessoal desempenhar a função Devolver-me-á o livro amanhã.
de predicativo: Deixar-te-ia sozinha se você pedisse...

Naquele ano, o assessor especial fui eu. Próclise:


O encarregado da supervisão és tu.
O autor do projeto somos nós. Usa-se:
a) Nas orações negativas (sem pausa entre a palavra de
f) nos casos de frases em que são empregadas expres- negação e o verbo):
sões é muito, é pouco, é mais de, é menos de o verbo ser Não me abandone.
fica no singular: Nunca me deixe só.
Ninguém me viu aqui.
Três semanas é muito. Nada me fará mudar de idéia.
Duas horas é pouco. Não veio nem me telefonou.
Trezentos mil é mais do que eu preciso.
b) Nas orações exclamativas:
9. É QUE Macacos me mordam!
Partícula expletiva, de realce – não varia. c) Nas orações optativas:
Deus nos ajude!
Eu é que fiz o bolo.
Nós é que preparamos o jantar.
d) Nas orações interrogativas iniciadas por pronomes
10. Haja vista ou advérbios interrogativos.
Quem me chamou?
São as seguintes as possíveis construções: Onde me viste?

Haja vista os casos. – sem preposição. e) Nas orações subordinadas:


Haja vista aos casos. – com a preposição A. Quando me viu, sorriu para mim.
Haja vista dos casos. – com a preposição DE. Ela virá, se a convidarmos.

Hajam vista os casos. – concordando com o termo se- f) Com advérbios ou pronomes indefinidos (sem pausa
guinte, sem preposição. entre eles e o verbo):

82

80
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
Aqui se aprende Português. (mas: Aqui, aprende-se Por- 02. No trecho: “Se eu convencesse Madalena de que
tuguês.) ela não tem razão... Se lhe explicasse que é neces-
Aquilo nos agrada. sário vivermos em paz...” os verbos destacados são,
respectivamente:
g) Com a preposição EM + verbo no gerúndio: a) transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto,
Em se comentando o caso, seja discreto. transitivo indireto.
b) transitivo direto e indireto, transitivo direto, transitivo
Caso Especial: direto e indireto, intransitivo.
c) transitivo indireto, transitivo direto, transitivo direto,
Com verbo no INFINITIVO, precedido de preposição ou transitivo direto.
palavra negativa, usa-se próclise ou ênclise: d) transitivo direto e indireto, transitivo direto, intransi-
tivo, transitivo indireto.
Estou aqui para te servir. e) transitivo direto, transitivo direto, intransitivo, intran-
Estou aqui para servir-te. sitivo.
Meu desejo era não o incomodar.
Meu desejo era não incomodá-lo. 03. Em: “Não eram tais palavras compatíveis com a sua
posição”, o termo em destaque é:
Com Locuções Verbais a) complemento nominal.
b) objeto indireto.
1. Auxiliar + Infinitivo c) objeto direto.
d) sujeito.
a) ênclise ao infinitivo: e) agente da passiva.
O diretor quer ver-te agora.
04. No período: “Sem dúvida, este jovem gosta de mú-
b) ênclise ao auxiliar: sica e toca órgão muito bem”, os termos destaca-
O diretor quer-te ver agora. dos são, respectivamente:
a) complemento nominal e objeto direto.
Obs.: com ênclise ao auxiliar, o hífen é facultativo. b) complemento nominal e agente da passiva.
O diretor quer te ver agora. c) objeto indireto e adjunto adverbial de instrumento.
d) objeto direto e objeto indireto.
c) próclise ao auxiliar: e) objeto indireto e objeto direto.
O diretor te quer ver agora.
05. Aponte a alternativa em que há adjunto adverbial de
2. Auxiliar + Gerúndio causa:
a) Compro os livros com o dinheiro.
a) ênclise ao gerúndio: b) O poço secou com o calor.
Os aluno foram retirando-se. c) Estou sem amigos.
d) Vou ao Rio.
b) ênclise ao auxiliar: e) Pedro é efetivamente bom.
Os alunos foram-se retirando.
06. No período: “Todos tinham certeza de que seriam
Obs.: com ênclise ao auxiliar, o hífen é facultativo. aprovados”, a oração destacada é:
Os alunos foram se retirando. a) substantiva objetiva indireta.
b) substantiva completiva nominal.
c) próclise ao auxiliar: c) substantiva apositiva.
Os alunos se foram retirando. d) substantiva subjetiva.
e) n. d. a.
3. Auxiliar + Particípio
07. No período: “Tento esquecer a terra onde tanto so-
a) ênclise ao auxiliar: fri”, há:
As meninas tinham-se arrumado. a) oração subordinada adverbial de lugar.
b) oração subordinada adjetiva restritiva.
Obs.: com ênclise ao auxiliar, o hífen é facultativo. c) oração subordinada adjetiva explicativa.
As meninas tinham se arrumado. d) oração coordenada assindética.
e) nenhuma das soluções acima está correta.
b) próclise ao auxiliar:
As meninas se tinham arrumado. 08. No período “Era tão pequena a cidade, que um grito
ou gargalhada forte a atravessavam de ponta a pon-
EXERCÍCIOS ta”, a oração em destaque é:
a) subordinada adverbial causal.
01. Assinale a oração sem sujeito: b) subordinada adverbial final.
a) Convidaram-me para a festa. c) subordinada adverbial consecutiva.
b) Diz-se muita coisa errada. d) subordinada adverbial temporal.
c) O dia está quente. e) n. d. a.
d) Alguém se enganou.
e) Vai fazer bom tempo amanhã. 09. Assinale uma das alternativas em que aparece um
predicado verbo-nominal:
a) Os viajantes chegaram cedo ao destino.

83

81
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural
b) Demitiram o secretário da instituição. d) a, há, à, a, a, a, a, há.
c) Nomearam as novas ruas da cidade. e) a, a, a, à, a, a, a, à.
d) Compareceram todos atrasados à reunião.
e) Estava irritado com as brincadeiras. 17. Indique o trecho que contém erro de estruturação
sintática.
10. Em: “Eu era enfim, senhores, uma graça de aliena- a) Os direitos humanos não são uma preocupação
do”, os termos em destaque são, respectivamente: nova. O Cristianismo sempre defendeu a igualda-
a) adjunto adnominal, vocativo, predicativo do sujeito. de entre os homens. No plano jurídico é que o pro-
b) adjunto adverbial, aposto, predicativo do sujeito. blema é mais ou menos recente.
c) adjunto adverbial, vocativo, predicativo do sujeito. b) A mais importante das Declarações e que teve re-
d) adjunto adverbial, vocativo, objeto direto. percussão universal foi a da Revolução Francesa.
e) adjunto adnominal, aposto, predicativo do sujeito. Entretanto o tema era visto como pertencendo à ju-
risdição doméstica dos estados.
11. Assinale a oração que apresenta regência nominal c) Somente no século XX começa a sua internaciona-
incorreta. lização. Tentativas são realizadas no período de
a) O tabagismo é prejudicial à saúde. 1919-1939. Apenas em 1945, em um mundo cho-
b) Está inclinado em aceitar o convite. cado com o aspecto bárbaro do conflito mundial, é
c) Sempre foi muito tolerante com o irmão. que os direitos do homem são consagrados em
d) É lamentável sentir desprezo por alguém. um tratado internacional: a Carta da ONU.
e) Em referência ao assunto, prefiro nada dizer. d) O progresso é lento e tímido. Começa-se por uma
Declaração de 1948. Elaboram-se Pactos de Direi-
12. A mãe não ......... bem, nem .......... bem; isso talvez tos Humanos em 1966. Sucedem-se inúmeras con-
explique o seu .......... humor. venções, como a que proíbe a tortura e a da prote-
a) o queria, lhe tratava, mau. ção à criança.
b) o queria, o tratava, mau. e) Entretanto os mecanismos de implementação são
c) lhe queria, lhe tratava, mau. fracos. No plano regional, os resultados são mais
d) lhe queria, o tratava, mau. palpáveis, como no Conselho da Europa, ou ainda
e) lhe queria, o tratava, mal. no âmbito da OEA. Como os direitos do homem
visam a própria relação política estado-pessoa, são
13. Assinale a alternativa incorreta quanto à regência: difíceis de aceitar. (Arquivos, do Ministério da Justi-
a) Creio em que os trabalhadores estão muito consci- ça, com adaptações)
entes de suas obrigações para com a pátria.
b) O filme a que me refiro aborda corajosamente a 18. Marque o texto que contém defeito na estruturação
problemática dos direitos humanos. sintática.
c) Esta nova adaptação teatral do grande romance não a) O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
está agradando ao público, eu, porém, prefiro esta Agronomia do Estado de São Paulo - CREA - SP
àquela. avisa que expediu guias para pagamento da anui-
d) O trabalho inovador de Gláuber Rocha que lhe falei dade de 1991 aos profissionais que se encontram
chama-se “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. em débito, segundo seus cadastros.
e) José crê em que a classe operária está em condi- b) O valor da cobrança está de acordo com a Resolu-
ções de desempenhar um papel importante na con- ção nº 335, do Conselho Federal de Engenharia,
dução dos problemas nacionais. Arquitetura e Agronomia - CONFEA, publicado no
Diário Oficial do Estado de São Paulo de 14/05/91.
14. A opção com erro de crase está na letra. c) O pagamento de anuidade deverá ser feito em ban-
a) Partimos às pressas chamando alguém. co, em parcela única até o dia 12/08/91, como cons-
b) Afinal chegamos à terra dos nossos ancestrais. ta da guia de pagamento, ou de forma parcelada,
c) O navio mercante voltou meio avariado à cata de um com vencimentos nos dias 13/08/91 e 12/09/91.
estaleiro. d) Para pagamento de forma parcelada, o profissional
d) À distância de cem metros, o líder assistia a tudo. deverá dirigir-se à sede do CREA - SP, situada na
e) Essa é a situação à que nos referimos. Rua Nestor Pestana, nº 87, São Paulo - SP, ou ao
Posto de Atendimento de sua cidade.
15. Assinale a frase em que a crase foi usada errada- e) Cumpre-se alertar que, de acordo com as normas
mente. do Banco Central, se for escolhido o pagamento
a) O engarrafamento estendia-se às ruas vizinhas. parcelado, incidirão sobre as parcelas pagas em
b) Irei à festa de seu aniversário amanhã à noite. agências bancárias taxa de expediente.
c) Pediu desculpas à Vossa Excelência.
d) Fiquem à vontade, meus amigos.
19. Assinale a alternativa que desrespeita a concordân-
e) Fazes referências às pessoas altruísticas?
cia da norma padrão.
16. Na minha visita .......... Bahia, ......... dois meses, per- a) Caim, antes e depois de ter matado seu irmão Abel,
corri .......... pé toda a parte central de Salvador, ......... aparece sempre como superior: sem dúvidas an-
fim de apreciar .......... beleza da cidade, que nada tes, sem arrependimentos depois.
fica .......... dever .......... maioria dos grandes centros b) Nas grandes cidades, o excesso de veículos de pas-
comerciais do país e, daqui .......... pouco, será um sageiros congestiona o trânsito principalmente por
dos maiores. volta do meio-dia e meia, visto que bastantes pes-
a) a, a, à, à, à, a, a, há. soas deixam seu trabalho para almoçar em casa.
b) à, a, a, a, à, à, a, há. c) Tirante os presbíteros e acólitos, compareceram à
c) à, há, a, a, a, a, à, a. cerimônia menos mulheres que homens.

84

82
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
d) Feitas as pazes, marido e mulher sentaram-se à d) Entregaram-me a encomenda ontem, resta agora a
mesa do bar da esquina e pediram duas Brahmas vocês oferecerem-na ao chefe.
tão geladas quanto possíveis. e) O Presidente cumprimentou o Vice dizendo: – Fos-
e) Os setores público e privado devem estar integra- tes incumbido de difícil missão, mas cumpriste-la
dos harmonicamente no nível federal, no estadual com denodo e eficiência.
e no municipal.
27. Observe os períodos abaixo e assinale a única al-
20. .............. fraudes e acredito que sempre ............... . ternativa errada quanto ao emprego do pronome
a) Houve, hão de existir. oblíquo.
b) Houveram, hão de existir. a) Em se tratando de um caso urgente, nada o retinha
c) Houve, há de existir. em casa.
d) Houveram, há de existir. b) Vendo-a entrar, Marcos partiu.
c) Direi-lhe tudo que quiser.
21. Concordância Verbal. Incorreta: d) Quando me visitas?
a) V. Exa. é generoso. e) Há pessoas que nos querem bem.
b) Mais de um jornal comentou o jogo.
c) Elaborou-se ótimos planos. 28. A opção em que o pronome está colocado indevida-
d) Eu e minha família fomos ao mercado. mente é:
e) Os Estados Unidos situam-se na América do Norte. a) Vou-te contar um fato interessante.
b) Quero-lhe dizer uma coisa importante.
22. Assinale a frase que apresenta erro de concordân- c) Darei-lhe a conhecer o segredo do cofre.
cia verbal ou nominal. d) Estou-lhe lembrando de uma coisa muito engraça-
a) Somos nós quem mais colabora com essa campa- da.
nha. e) Mandei-vos prender, senhor Conde, por vossas im-
b) Creio que ainda deverá ocorrer muitas demissões. pertinências.
c) Haverá sempre o mal e o bem na face da terra.
d) Se continuar assim, ainda haverão de faltar gêne-
ros de primeira necessidade.
e) Como, num país tão rico, podem existir tantos po-
bres?

23. Há erro de concordância em:


a) A turma ficou meio triste com a despedida da pro-
fessora.
b) Nesta casa, há exemplos bastantes de bons profis-
sionais.
c) Faz-se necessária a compreensão de todos vocês.
d) Dada a intensidade da chuva, o arroio transbordou.
e) Estou enviando, anexa, a esta carta, seu cartão de
cliente preferencial.

24. Assinale a frase em que há erro de concordância


nominal.
a) Nunca tolerou as meias verdades.
b) As janelas daquela casa abriram-se por si mesmo.
c) Esses argumentos valem por si sós
d) Os filhos são tais qual o pai.
e) Ela mesma não sabia se as declarações deviam ir
ou não ir anexas.

25. Concordância. Única frase correta.


a) A gramática francesa e a inglesa é ensinada nesta
escola.
b) Os Alpes é a maior cordilheira da Europa.
c) Eu mesmo irei buscar o livro, disse a moça.
d) Admiramos as magníficas selvas e os rios brasileiros. GABARITO
e) Os fatos falam por si só.

26. Assinale a frase em que a colocação do pronome 01. E 02. B 03. A 04. E
oblíquo átono não obedece às normas do portugu- 05. B 06. B 07. B 08. C
ês padrão. 09. D 10. C 11. B 12. D
a) Essas vitórias pouco importam; alcançaram-nas os
que tinham mais dinheiro. 13. D 14. E 15. C 16. C
b) Estamos nos sentindo desolados: temos preveni- 17. E 18. E 19. D 20. A
do-o várias vezes e ele não escuta. 21. C 22. B 23. E 24. B
c) Ele me evitava constantemente!... Ter-lhe-iam fala- 25. D 26. B 27. C 28. C
do a meu respeito?

85

83
LÍNGUA PORTUGUESA Central de Concursos / Degrau Cultural

PONTUAÇÃO
A pontuação auxilia a leitura e compreensão de discur- m) para separar as orações subordinadas adjetivas ex-
sos escritos. plicativas:
Os sinais de pontuação marcam três tipos diferentes de O homem, que pensa, é um ser racional.
pausas: n) para separar as orações subordinadas adverbiais:
Ela fazia a lição, enquanto a mãe costurava.
1. pausas que indicam que a frase ainda não acabou: o) para separar as orações reduzidas:
vírgula (,) Somente casando com José, você será feliz.
travessão (–)
parênteses ( ) 2. PONTO E VÍRGULA
ponto e vírgula (;)
dois pontos (:) Usa-se:
2. pausas que indicam final de período: a) para separar as partes de um enunciado que se
ponto final (.) equivalem em importância:
3. pausas que indicam intenção ou emoção: A borboleta voava; os pássaros cantavam; a vida
ponto de interrogação (?) seguia tranqüila.
ponto de exclamação (!) b) para separar séries frásicas que já são interiormente
reticências (...) separadas por vírgula:
Em 1908, vovô nasceu; em 1950, nasceu papai.
1. VÍRGULA c) para separar itens de leis, decretos etc.
“Art. 12. Os cargos públicos são providos por: I -
Separa termos dentro da oração ou orações dentro do nomeação; II – promoção; III – transferência (...).”
período.
3. DOIS PONTOS
O uso da vírgula é mais uma questão de estilo, pois vai
ao encontro da intenção do autor da frase. Usam-se:
a) antes de uma citação:
De modo geral, usa-se: Exemplo: “Esta minha a que chamam prolixidade,
a) para separar o aposto explicativo: bem fora estaria de merecer os desprezilhos que
João, meu vizinho, bateu com o carro. nesse vocábulo me torcem o nariz.” (Rui Barbosa)
b) para separar o vocativo: b) antes de aposto discriminativo:
Mãe, eu estou com fome. A sala possuía belos móveis: sofá de couro, mesa
c) para separar os termos de mesma função: de mogno, abajures de pergaminho, cadeiras de
Comprei arroz, feijão, carne, alface e chuchu. veludo.
d) para assinalar a inversão dos adjuntos adverbiais c) antes de explicação ou esclarecimento:
(facultativa): Todos os seres são belos: um inseto é belo, um
Na semana passada, o diretor conversou comigo. elefante é belo.
e) para marcar a supressão de um verbo: d) depois de verbo dicendi (dizer, perguntar, respon-
Uma flor, essa menina! der, falar etc.):
Maria disse: – Meu Deus, o que é isso!?
f) nas datas:
São Paulo, 21 de novembro de 2004.
4. PONTO FINAL
g) nos objetos deslocados para o começo da frase,
repetidos por pronome enfático: Usa-se:
A rosa, entreguei-a para a menina. a) no final do período, indicando que o sentido está
h) para isolar expressões explicativas, corretivas, con- completo:
tinuativas, conclusivas, tais como: A menina comeu a maçã.
por exemplo, além disso, isto é, a saber, aliás, digo, b) nas abreviaturas:
minto, ou melhor, ou antes, outrossim, demais, en- Dr., Sr., pág.
tão, com efeito etc.
i) para isolar orações ou termos intercalados (aqui 5. PONTO DE INTERROGAÇÃO
se usam também, no lugar das vírgulas, travessões
ou parênteses): Usa-se nas interrogativas diretas:
O que você esconde aí?
A casa, disse Asdrúbal, precisa de reforma.
A casa – disse Asdrúbal – precisa de reforma. 6. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
A casa (disse Asdrúbal) – precisa de reforma.
j) para separar as orações coordenadas assindéticas: Usa-se:
Maria foi à feira, José foi ao mercado, Pedro prepa- a) depois de qualquer palavra ou frase, na qual se in-
rou o almoço. dique espanto, surpresa, entusiasmo, susto, cóle-
l) para separar as orações coordenadas ligadas por ra, piedade, súplica:
conjunções: Tenha pena de mim! Coitado sou eu! Ai!
Maria foi ao mercado, mas não comprou leite. b) nas interjeições:
Ah! Vixe!

84
Central de Concursos / Degrau Cultural LÍNGUA PORTUGUESA
c) nos vocativos intensivos: os outros feudos da escravidão, compunha-se de
Senhor Deus dos desgraçados! Protegei-me. escravos, distribuídos pelos compartimentos da
Colombo! Veja isso... senzala, o grande pombal negro ao lado da casa de
morada, e de rendeiros, ligados ao proprietário pelo
7. RETICÊNCIAS benefício da casa de barro que os agasalhava ou
da pequena cultura que ele lhes consentia em suas
Usam-se: terras.
a) para indicar supressão de um trecho nas citações: e) No centro do pequeno cantão de escravos levanta-
“...a generosidade de quem no-la doou.” (Rui Bar- va-se a resistência do senhor, olhando para os edi-
bosa) fícios da moagem, e tendo por trás, em uma ondu-
b) para indicar interrupção da frase: lação do terreno, a capela sob a invocação de São
Ela estava... Não, não posso dizer isso. Mateus. (Joaquim Nabuco)
c) para indicar hesitação: 04. Aponte a alternativa pontuada corretamente.
Acho que eram... 12h... não sei ao certo, disse Jo- a) Como explicar que as estruturas lógicas se tornam
casta. necessárias, num dado nível?
d) para deixar algo subentendido no final da frase: b) Como explicar, que as estruturas lógicas se tornam
Deixa o seu coração dizer a verdade... necessárias num dado nível?
c) Como explicar, que as estruturas lógicas, se tor-
nam necessárias num dado nível?
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO d) Como explicar que as estruturas lógicas se tornam
necessárias num dado nível?
01. Identifique o local do texto marcado com um aste- e) Como explicar, que as estruturas lógicas, se tor-
risco (*) onde não se pode usar vírgula e marque a nam necessárias num dado nível?
alternativa correspondente.
A língua que utilizamos hoje * (A) como não podia 05. Identifique no texto o local marcado com um aste-
deixar de ser numa nação que se quer culta e dinâ- risco (*) onde não se pode usar vírgula e marque a
mica * (B) reflete a civilização atual, rápida no enun- letra correspondente.
ciado, em virtude da própria rapidez vertiginosa do O processo de desenvolvimento brasileira no perío-
desenvolvimento material * (C) científico e técnico: do de pós-guerra * (A) teve como seu elemento di-
processos acrossêmicos, reduções a iniciais de nâmico o processo de substituições * (B) respon-
longos títulos * (D) interferências de vocabulários sável pela industrialização e modernização do País.
técnicos e científicos, intercomunicação de lingua- Quando * (C) a partir de 1961 * (D) foi-se paulatina-
gens especiais, tudo vulgarizado imediatamente mente esgotando a possibilidade de substituição
pelo jornal, pelo rádio, pela tevê. É uma língua em maciça de importações * (E) a economia perdeu
ebulição. E ainda bem, porque a petrificação lin- sua fonte de dinamismo e entrou numa fase de re-
güística * (E) é a morte letárgica do idioma. (Celso lativa estagnação.
Cunha) (Celso L. Martone)
a) A. d) E.
b) D. e) C. a) A. d) D.
c) B. b) B. e) E.
c) C.
02. Indique o fragmento que apresenta ERRO de pon-
tuação. 06. Assinale a pontuação incorreta.
a) A campanha presidencial de 1960, nos Estados Uni- a) O Recife é uma cidade onde é verão o ano inteiro.
dos, é apontada pela mudança do sistema de co- Chove muito em julho, mas sem deixar de haver
municação, como inovadora. dias claros e bonitos.
b) Até então, a conquista do voto se dava no confronto b) Em novembro caem as “chuvas de caju”. Em janei-
direto entre o candidato e o eleitor. ro, as “primeiras águas”, que às vezes vêm somen-
c) A década de 30 viu o aparecimento, na política, do te em fevereiro.
rádio. c) Há duas estações: uma seca, que começa em se-
d) Dez anos antes, apenas 11% das famílias tinham tembro ou outubro, outra temporada que principia
televisão; em 1960, o número se elevou para 88%. em março ou abril.
e) A revolução ocorreu, radical e devastadora, na cam- d) Não há excessos nem mudanças bruscas. São ra-
panha de 1968. (R. Faoro) ras as trovoadas, e estas em geral fracas.
e) Não há furacões nem tempestades. Uma brisa
03. Marque o texto onde ocorra erro de pontuação. constante refresca Recife. Os casos de insolação
a) O traço todo da vida é para muitos um desenho da são raríssimos.
criança esquecido pelo homem, e ao qual este terá
sempre de se cingir sem o saber.
b) Os primeiros anos de vida foram portanto, os de
minha formação institiva ou moral, definitiva. GABARITO
c) Passei esse período inicial, tão remoto e tão pre-
sente, em um engenho de Pernambuco, minha pro- 01. D 02. A 03. B
víncia natal.
d) A população do pequeno domínio, inteiramente fe- 04. D 05. A 06. C
chado a qualquer ingerência de fora, como todos

85
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA

INFORMÁTICA

Hardware e Software ............................................................................. 87

Windows 2000 ......................................................................................... 97

Word 97/2000 ........................................................................................ 106

Mala Direta ............................................................................................ 116

A Internet e o Correio Eletrônico............................................................ 118

Vírus ...................................................................................................... 127

86
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA

HARDWARE E SOFTWARE
1. CONCEITUANDO HARDWARE E SOFTWARE nentes eletrônicos simples que, integrados, realizam as
Hardware: É o equipamento em si, toda parte física do operações já mencionadas. Ela pode ser uma parte pe-
computador relacionado à máquina em si, seus periféri- quena da pastilha do processador, usada em pequenos
cos (teclados, monitores, impressoras, drives etc.). sistemas, ou pode compreender um considerável con-
Software: É a parte lógica do computador que é constitu- junto de componentes lógicos de alta velocidade. A des-
ída por programas, linguagens, sistemas, ou seja, são peito da grande variação de velocidade, tamanho e com-
as instruções entendidas pelo hardware.
plexidade, as operações aritméticas e lógicas realiza-
das por uma ULA seguem sempre os mesmos princípi-
Arquiteturas de construção
Uma CPU pode ser construída conforme dois tipos bási- os fundamentais.
cos de arquitetura: arquitetura CISC e arquitetura RISC.
Registradores
Arquitetura CISC (Complex Instruction Set Computer - Para que um dado possa ser transferido para a ULA, é
Computador com Conjunto de Instrução Complexa) necessário que ele permaneça, mesmo que por um bre-
Usada em todos os modelos de chip da empresa Intel; ve instante, armazenado em um registrador. Além disso,
recebe este nome porque contém um conjunto de instru- o resultado de uma operação aritmética ou lógica realiza-
ções complexas que facilitam a elaboração de progra- da na ULA deve ser armazenado temporariamente, de
mas e garantem um ótimo desempenho na resolução de modo que possa ser utilizado mais adiante ou apenas
problemas complicados, apesar de reduzirem a veloci- para ser, em seguida, transferido para a memória.
dade de execução. Para entender a estes propósitos, a CPU é fabricada com
uma certa quantidade de registradores, destinados ao
Arquitetura RISC (Reduced Instruction Set Computer -
armazenamento de dados. Servem, pois, de memória
Computador com Conjunto Reduzido de Instruções)
auxiliar da ULA. Há sistemas nos quais um desses regis-
Inventada na década de 70 pelo pesquisador da IBM John
Coke, esta arquitetura provê o chip com uma “inteligên- tradores, denominados acumulador, além de armazenar
cia” bem mais limitada, porém com uma rapidez sem dados, serve de elemento de ligação da ULA com os res-
precedentes. Enquanto o chip CISC leva vários ciclos de tantes dispositivos da CPU.
máquina1 para executar uma única instrução, o chip RISC
faz várias delas em apenas um ciclo (conceito de chip Unidade de Controle
superescalar - que executa mais do que uma instrução É o dispositivo mais complexo da CPU. Além de possuir a
por ciclo). lógica necessária para realizar a movimentação de da-
Na estrutura dos microprocessadores, encontramos dos e instruções de e para a CPU, através dos sinais de
componentes internos e externos. Componentes inter- controle que emite em instantes de tempo programados,
nos são os que estão diretamente ligados ao processa- esse dispositivo controla a ação da ULA. Os sinais de
dor e em seu interior: unidade de controle (UC), unidade controle emitidos pela UC ocorrem em vários instantes
lógica aritmética (ULA) e cache interno. Componentes durante o período de realização de um ciclo de instrução
externos são os que estão ligados ao processador, mas e, de modo geral, todos possuem uma duração fixa e
ficam localizados fora do conjunto principal.
igual, originada em um gerador de sinais usualmente
Principais Componentes da Área de Processamento conhecido como relógio.
• MICROPROCESSADOR ou CPU PLACA-MÃE; Ao contrário de circuitos integrados mais comuns, cuja
• MEMÓRIA; função é limitada pelo hardware, a unidade de controle é
• CIRCUITOS DE INTERLIGAÇÃO E DE APOIO (CHIP- mais flexível. Ela recebe instruções da unidade de E/S, as
SET), BARRAMENTO (BUS), CLOCKS E OUTROS. converte em um formato que pode ser entendido pela
unidade de aritmética e lógica, e controla qual etapa do
MICROPROCESSDOR CPU, que em inglês quer dizer Uni- programa está sendo executado.
dade Central de Processamento. Trata-se do coração do Nota: É comum chamarmos o gabinete de CPU, porém
computador. É ali dentro que são realizadas as opera- este gabinete é apenas um armário onde são guarda-
ções de cálculos e processamentos dos dados em velo- dos, HD, placas, memória, drives e outros.
cidades insólitas.
2. FLUXO FUNCIONAMENTO DOS MICROPROCESSADO-
Principais Componentes da CPU RES (CPU)
Unidade de Aritmética e Lógica - ULA
As CPU’s funcionam a uma velocidade espantosa. Para
A ULA é o dispositivo da CPU que executa realmente as
operações matemáticas com os dados. medirmos esta operação, nos valemos da unidade Hz (ci-
A ULA é um aglomerado de circuitos lógicos e compo- clo por segundo). Note que o microprocessador mais lento
já mostrava este fator na casa dos milhões de ciclos por
segundo. Poderemos entender o ciclo como uma unidade
1
Ciclo de máquina: tempo gasto pelo computador para processar cada
instrução; é medido por um circuito chamado clock (= relógio) que emite mínima de troca de informações entre a CPU e a RAM.
pulsos a uma freqüência constante. A indústria eletrônica consegue do- Outros fatores também interferem no processamento, a
brar a capacidade de processamento dos chips RISC a cada 15 meses, arquitetura do microprocessador e o barramento são os
uma média alta se compar a da à de um CISC, que é de aproximadamente
22 meses. Se o clock “pulsa” 58 milhões de vezes por segundo, por mais importantes. O barramento são as vias de informa-
exemplo, a freqüência de processamento dessa máquina é de 58 Mhz ção entre a CPU e demais dispositivos de I/O; é como se
(MegaHertz). E o espaço de tempo entre um pulso e outro (ou seja, o ciclo fossem estradas com várias pistas, quanto mais pistas,
de máquina) é de apenas 17,24 nanossegundos (10-9s).
maior o fluxo de automóveis.

91

87
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
Modelos dos principais microprocessadores fabricados Estas etapas compõem o que se denomina ciclo de ins-
pela Intel trução. Este ciclo se repete indefinidamente até que o sis-
tema seja desligado, ou ocorra algum tipo de erro, ou seja,
CPU INTEL MODELO encontrada uma instrução de parada.
As atividades realizadas pela CPU podem ser divididas
MMX em duas grandes categorias funcionais:
PRO • Função processamento: Encarrega-se de realizar as
XEON atividades relacionadas com a efetiva execução de uma
PENTIUM II operação, ou seja, processar. O dispositivo principal desta
III área de atividades de uma CPU é chamado de ULA - Uni-
IV dade de Aritmética e Lógica. Os demais componentes re-
CELERON lacionados com a função processamento são os registra-
dores, que servem para armazenar dados a serem usa-
Modelos dos principais microprocessadores fabricados dos pela ULA. A interligação entre estes componentes é
pela AMD efetuada pelo barramento interno da CPU.
• Função Controle: É exercida pelos componentes da
CPUS DA AMD MODELOS CPU que se encarregam das atividades de busca, inter-
pretação e controle da execução das instruções, bem como
AMD K6 II do controle da ação dos demais componentes do sistema
III de computação. A área de controle é projetada para enten-
AMD K7 DURON der o que fazer, como fazer e comandar quem vai fazer no
ATHLON momento adequado. Os dispositivos básicos que devem
fazer parte daquela área funcional são: unidade de contro-
3. FUNCIONAMENTO BÁSICO DA CPU le, decodificador, registrador de instrução, contador de ins-
(MICROPROCESSADOR) trução, relógio ou “clock” e os registradores de endereço
A primeira característica a considerar num computador é de memória e de dados da memória.
sua unidade central de processamento, que poderá forne-
Características dos Processadores Atuais
cer uma série de indicações sobre o equipamento. A CPU
Pentium III - Configuração padrão, versões 233, 266, 300,
(Central Processing Unit), também pode ser chamada de
330 Mhz. Desenvolvidos para aumentar o desempenho
processador ou microprocessador, os quatro termos são dos recursos de internet, utilizava clock de 450 e 500 Mhz e
equivalentes. Tudo o que acontece num computador pro- têm 70 novas instruções que aumentam a velocidade nas
vém da CPU, que gerência todos os recursos disponíveis aplicações de 3D. Tem barramento de 100 Mhz e um ca-
no sistema. Seu funcionamento é coordenado pelos pro- che de 512 KB.
gramas, que indicam o que deve ser feito e quando. Basi-
camente, a CPU executa cálculos muito simples como Pentium IV - Desenvolvido para aceitar o crescimento dos
somas e comparações entre números, mas com uma ca- novos softwares devolvidos no mercado. Tem velocidade
racterística muito especial: uma velocidade extremamente superior a 1 Ghz, barramento de sistema de 400 MHZ,
elevada. utiliza cache de transferência de 256 KB (l2), foi projetado
A função das CPU’s é sempre a mesma. O que as diferen- com 144 novas instruções utilizando a tecnologia SIMD,
ciam é sua estrutura interna e o mais importante, o fato de que aumenta ainda o desempenho para as novas aplica-
cada uma ter seu conjunto de instruções próprio. Ou seja, ções, tem tecnologia hyper pipelined, utiliza uma Unidade
um programa escrito para uma CPU dificilmente poderá Lógica e Aritmética com número inteiro (ALU) configurada
ser executado diretamente em outra - esse é um dos prin- para o dobro. Porta de pontos flutuante de 128 bits que
cipais motivos da incompatibilidade entre os computado- aumentam a visualização com 3D e de cálculo científico.
res. Nota: Todo Pentium e Celeron são fabricados pela Intel.
A CPU trabalha diretamente com a memória principal. O
conteúdo da memória principal é uma combinação de in- DURON AMD - Configuração básica: Acima de 600 Mhz.
formações e instruções. As instruções que o processador Utiliza barramento de sistema de alta velocidade. Este pro-
central pode executar diretamente estão na linguagem de cessador utiliza sistema front side de 200 Mhz, que oferece
máquina da CPU. performance altamente veloz em aplicações com uso de
O processamento é feito pela Unidade Central de Proces- grandes capacidades de dados como Multimídia, Músicas
samento utilizando o ciclo busca-execução regulado pelo e DVDs. Trabalha com cache de 192 incorporado ao pro-
cessador que aumenta seu desempenho em aplicações
clock (relógio). A seqüência desse ciclo é:
3D. Usa unidade de ponto flutuante superscalar com tec-
• Buscar (cópia) instrução na memória principal;
nologia 3Dow e oferece três pipiline que aumenta sua per-
• Executar aquela instrução; formance nos cálculos.
• Buscar a instrução seguinte;
• Executar a instrução seguinte; AMD ATHLON - Configuração padrão: 100 Mhz.
• E assim por diante (milhões de vezes por segundo). Processador de sétima geração, que trabalha com uma
arquitetura superscalar de 9 estágios, com estrutura su-
As instruções em linguagem de máquina são muito primi- perpiline otimizada em alta velocidade de clock, cache
tivas. Por exemplo: com 256 (l2) e 128 de cache (l1) incorporado ao proces-
• Ler (copiar) conteúdo de um endereço de memória sador, e tecnologia de 3Dnow que foi aprimorada com 24
no registrador do processador central; pinos que aumentam a performance de seus cálculos.
• Comparar duas informações; Utiliza a tecnologia de processamento de sinais digitais
• Adicionar, subtrair dois números; (DSP) e um barramento de sistema de 200 Mhz baseado
• Escrever palavra na memória ou dispositivo de saída. no protocolo de barramento Alpha TM EV6, com suporte

92

88
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
para multiprocessamento escalável. Usa a avançada tec- SRAM (Static RAM): Memória estática é outro tipo de me-
nologia de processo de 0.18 mícron da AMD, também mória bem mais rápida. Ao invés de capacitores, utilizam
utiliza nove estações supepipeline otimizado para alta circuitos digitais chamados de flip-flop para armazenamen-
velocidade de clock. to de cada “0” ou “1”, ou seja, este tipo de circuito não
necessita do circulo de reflesh. Tem como característica
PLACAS-MÃE principal o sincronismo com o processador nos acessos
São suportes eletrônicos onde os componentes integran- de leitura e gravação. Sua velocidade trabalha na ordem
tes do computador estão montados. Uma espécie de “ban- de 20 nano segundos (20 x 10-9 segundos). Normalmente
deja”, que funciona como receptáculo de chips, tomadas, este tipo de chip de memória é aplicada nas memórias do
conectores, resistores, transistores e outros dispositivos tipo cache.
que, trabalhando em uníssono, constituirão o computador.
Placa-mãe “OFF-BOARD” é um tipo de placa-mãe onde Principais características:
os componentes como placa de vídeo, placa de som, Cara, difícil integração, alto consumo, rápida.
placa de rede, fax/modem e outros, são construídos fora
da placa-mãe, tendo a necessidade de ser instalados a • CACHE: Tem como sistema utilizar uma pequena quanti-
parte. dade de memória SRAM como intermediária no acesso a
Nota: Quando um componente queimar basta trocar so- lenta memória RAM, que tem como finalidade aumentar
mente o componente. desempenho deste circuito.
Placa-mãe “ON-BOARD” é um tipo de placa-mãe onde os Esta memória guarda e recupera os dados
componentes como placa de vídeo, placa de som, placa Acelera a transferência de dados entre a CPU e a RAM,
de rede, fax/modem e outros, são construídos diretamente funcionando como uma espécie de memória auxiliar. Utili-
na placa-mãe, sem a necessidade de se instalar disposi- za chips do tipo SRAM.
tivos externos para suprir aquelas funções.
Nota: Quando um componente queimar é necessário subs- • MEMÓRIA VIRTUAL: Simulada pelo Windows no HD, esta
tituir toda a placa-mãe. Porém, atualmente algumas pla- memória entra em ação quando esgota-se a principal (RAM).
cas mães ON BOARD, tem expansão para outras placas, Trata-se de um recurso de software e não hardware.
neste caso é possível trocar somente a placa danificada
ao invés de troca placa-mãe. 5. BARRAMENTOS
São caminhos por onde são realizadas as trocas de da-
4. MEMÓRIAS dos entre dois circuitos, ou seja, com os barramentos que
PRIMÁRIA OU PRINCIPAL: ROM e RAM utilizam a comunicação paralela, por exemplo, o barramento
local. Este barramento interliga o processador à memória
• ROM: É um circuito de memória onde seus dados não RAM.
podem ser modificados isto é uma memória somente de
leitura. Porém os seus dados não são apagados quando Geralmente são divididos em:
o micro for desligado. Barramento de Dados: Neste barramento os dados circu-
Dentro da memória ROM temos basicamente três pro- lam.
gramas: Barramento de endereços: Neste barramento é por onde
BIOS: Entrada e Saída Básica de Sistema. Identifica os a informação é endereçada.
periféricos básicos para que processador possa acioná- Barramento de controle: Por onde passam informações
los. adicionais, exemplo, quando a operação é de leitura ou de
POST: Realiza um autoteste ao ligar o computador, exem- escrita.
plo o teste de memória.
SETUP (Configurações): Programa para realizar as confi- IDE (Integrated Device Electronics)
gurações básicas do computador. É usado para conec-
Nota: Os programas (softwares) que estão armazenados tar as unidades de
na ROM são chamados de firmaware. armazenamento in-
ternas (HD, Drive de
• RAM: Memória de acesso aleatório, ou seja, memória CD, Gravadores de
volátil. É nesta memória que os softwares são colocados CD, Drives de DVD,
para serem processados. etc.) à placa-mãe do
Nota: Esta memória é a mais importante para o usuário, computador. Um
pois é ai que os dados são processados, porém quando o único barramento
micro for desligado, todo seus dados serão apagados. IDE permite a cone-
xão de apenas dois
Tipos de RAM (tecnologia) desses equipamen-
DRAM (Dinamic Ram): Este tipo é formado por circuitos tos por meio de cabos flat
que armazenam os bits de informações através de peque- (figura ao lado). Mas é
nos capacitores. Quando tem dado representa “1” e, quan- comum, em um
do não, representa “0”. Não se trata de uma memória rápi- computador, haver
da. O grande problema desta memória é que ela perde dois barramentos IDE
sua carga, por isso precisam ser continuamente renova- (chamados de IDE0 e
dos. Esta renovação é chamada de refresh. IDE1), o total de equipamentos
Principais características da DRAM de armazenamento interno chega a 4 (quatro). As unida-
Barata, fácil integração, baixo consumo, lenta (em função des de disquete possuem seu próprio barramento (dife-
do reflesh). rente do IDE dos HDs), permitindo até dois drives em
cada computador (Unidades A: e B:).

93

89
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
SCSI (Small Computer System Interface) Porta Paralela
Não é comum entre os computadores pessoais dos usu- É um conector relativamente antigo, que como o serial,
ários domésticos. O barramento SCSI (lê-se “iscâsi”) é está sendo cada vez menos utilizado em computadores
muito versátil, podendo ser encontrado para conectar di- atuais. A porta paralela é usada para conectar equipa-
versos tipos de equipamentos, como scanners, por exem- mentos que exigiam mais tráfego de dados, como im-
plo, mas é um exímio substituto para o barramento IDE. O pressoras, scanners, unidades de armazenamento ex-
SCSI é muito usado em servidores de empresas, que ternas (ex: Zip Drive).
normalmente precisam de uma maior velocidade de co-
nexão com os Discos Rígidos, CDs, unidades de fita, etc.

Porta Paralela

USB (Universal Serial Bus)


Foi concebido para se tornar padrão do mercado e aca-
bar com essa variedade de barramentos e formatos, etc.
Uma característica muito interessante sobre o barramen-
Placa controladora SCSI to USB é que, em uma única porta podem ser conecta-
dos 127 equipamentos diferentes em fileira, ou seja, um
Uma das vantagens do barramento SCSI em relação ao ligado ao outro. Seu micro conecta-se à impressora, que
IDE é o fato de poder conectar até 15 equipamentos ao se conecta ao monitor, que se conecta ao scanner, que
mesmo tempo (contra apenas dois do IDE), isso permi- se conecta ao teclado... E por aí vai!
te uma expansão da capacidade de armazenamento do Você também pode conectar ao seu computador um equi-
computador muito mais facilitada. pamento chamado Hub USB e tem a finalidade de se
Existem barramentos SCSI com larguras de 8 e 16 bits. conectar a uma porta e fornecer até 7 portas para outros
Outra vantagem do barramento SCSI é a taxa de transfe- equipamentos. O barramento USB também evoluiu des-
rência, que pode chegar até a 160MB/s (quando a largu- de sua primeira versão (USB 1.0). O barramento USB ori-
ra é de 16bits). Não é comum encontrar slots SCSI em ginal conseguia uma taxa de transferência de até 12 Mbps
placas-mãe, portanto, utiliza-se uma placa de expansão (o equivalente a 1,5 MB/s). O padrão USB 2.0 já está se
para que esta consiga conectar-se aos equipamentos tornando comum nos atuais computadores e sua veloci-
SCSI, essa placa é chamada Controladora SCSI. dade é de cerca de 480 Mbps. O equivalente a 60 MB/s ou
40 vezes mais que o USB 1.0). Já é possível encontrar no
CONECTORES, BARRAMENTOS EXTERNOS OU PORTAS mercado vários equipamentos desenvolvidos no formato
São visíveis como pequenos encaixes para os conecto- USB 1.0, como impressoras, scanners, mouses, tecla-
res dos equipamentos na parte traseira do gabinete, é dos, câmeras fotográficas, webcams, etc...
freqüente o uso do termo porta para esses encaixes.
Portanto, não é incomum ler porta PS/2, em vez de barra-
mento PS/2.

Serial
Usado por uma série de equi-
pamentos que transferem re-
lativamente pouca informação,
como mouses, modems, algu-
mas câmeras (webcam), etc.
O barramento serial usa ape-
nas um único canal de trans-
missão de dados (largura de Entrada USB Conector USB
1 bit). Ou seja, os bits são
transmitidos em fila, um a um, daí o nome do barramen-
to ser SERIAL (em série).A velocidade de comunicação
de um barramento serial pode chegar a 115 Kbps (equi-
valem a 14,4KB/s). As portas seriais não são mais tão
comuns em computadores novos, devido ao fato de no-
vos barramentos terem sido criados (como é
o caso do PS/2 e USB).

PS/2
Usado para conectar mouse e teclado. Exis-
tem duas portas na parte traseira do gabine-
te, uma para o mouse e outra para o teclado.
Hub USB

94

90
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
Firewire SUPERDRIVE-LS120: Capacidade de 120MB em cada dis-
O barramento firewire foi re- quete, além de se poder usar a mesma unidade para
gulamentado pela norma leitura e gravação de disquetes de 1.44MB – que é a sua
IEEE 1394. O IEEE é um insti- grande vantagem.
tuto norte-americano que re-
úne diversos cientistas e en- UNIDADES DE FITA: Destinam-se a cópias de segurança
genheiros em eletrônica e in- (backup) de grandes quantidades de dados. Normalmen-
formática, que definem o fun- te só têm utilidade em ambientes corporativos (redes),
cionamento de diversos pa- onde a segurança e integridade das informações são
drões da indústria mundial. imprescindíveis. Sua capacidade varia muito de acordo
Sua taxa de transferência bei- com o modelo, chegando facilmente à casa de algumas
ra os 400 MB/s (Quase 7 vezes a taxa do USB 2.0). Um dezenas de Gigabytes. As duas principais unidades exis-
único barramento firewire também pode ser usado por tentes são: DAT e STREAMER, sendo a primeira de maior
vários equipamentos ao mesmo tempo, num total de 63 fidelidade.
dispositivos por porta. Existem também hubs firewire.
UNIDADES DE CD: É um disco a laser, que tem maior capa-
CLOCK (O relógio do computador) cidade de armazenamento em relação aos disquetes.
Os processadores utilizam um clock que tem como finali-
dade gerar “pulsos de clock”. Subdividem-se em três tipos básicos:
É o dispositivo gerador de pulsos cuja duração é chamada CD-ROM (Compact-Disk Read –Only Memory): apenas lei-
de ciclo. A quantidade de vezes em que este pulso básico tura.
se repete em um segundo define a unidade de medida do CD-R: permite a gravação apenas uma vez.
relógio, denominada freqüência, a qual também usamos CD-RW: é regravável, ou seja, permite a gravação mais
para definir velocidade na CPU. de uma vez. Isto é feito por causa da tintura especial
A unidade de medida usual para a freqüência dos relógios índio antimônio e telúrio. Quando o feixe laser eleva tem-
de CPU é o Hertz (Hz), que significa 1 ciclo por segundo. peratura de 500º C a 700º C sua superfície perde sua
Como se tratam de freqüências elevadas, abreviam-se os reflexão que em seguida será entendido como informa-
valores usando-se milhões de Hertz, ou de ciclos por se- ção pelos leitores. Quando o mesmo ponto for utilizado
gundo (MegaHertz ou simplesmente, MHz). Assim, por exem- por outro feixe de laser com uma temperatura mais baixa
plo, se um determinado processador funciona como seu a tintura recupera sua característica reflexiva que poderá
relógio oscilando 25 milhões de vezes por segundo, sua ser gravada novamente.
freqüência de operação é de 25 MHz. E como a duração de DVDs: Ainda é um meio não muito utilizado por usuário
um ciclo, seu período, é o inverso da freqüência, então cada comum, porém os DVDs armazenam muito mais infor-
ciclo, neste exemplo, será igual ao inverso de 25.000.000 mações do que os CDS anteriormente especificados. Tra-
ou 1/25.000.000 = 0,00000004 ou 40 nanossegundos. balham em unidade de GB, acima de 3 GB.
Nota: Os processadores atuais trabalham com unidade Tipos de DVDs
de Ghz. DVD-R: é equivalente ao CD-R. Sua capacidade depende
CHIPSETS: São circuitos de apoio a placa-mãe, normal- da mídia em uso, as primeiras mídias de uma face arma-
mente o desempenho da placa-mãe está relacionado com zenava até 3,68 GB, as mídias atuais já tem 4,7 GB. As de
o chipset utilizado. dupla antiga armazenava 7,38 GB, as atuais 9,4 GB.
DVD-RW ou DVD-ER (DVD enable): criado pela Pionner
SLOT: É local onde são instalados. tem capacidade de 4,7 GB. Pode ser lido em praticamen-
te qualquer unidade de DVD.
Memórias Secundárias ou Meios de Armazenamento DVD+W: é concorrente do anterior desenvolvido pela Phi-
Disquete (disco flexível ou disco floppy) lips, Sony, Hp e outros. Por causa de sua taxa de reflexão,
Tipo de armazenamento magnético. É removível porém este disco não pode ser lidos por todas unidades de
não tem uma grande capacidade de armazenamento. DVDs. Armazena de 2,8 GB a 4,7 GB.
DVD-RAM: armazena 2,6 GB de cada lado e utiliza a tec-
Principais tamanhos nologia opromagnetica. Por isso não é possível ser lido
Floppy de 5 1/ 4" em todos DVDs, só poderá ser lidos em unidades de
1.2 HD (Alta densidade) DVD-RAM. Porém este drive lê outros DVDs.
360 DD (Dupla densidade)
Disco Rígido (HD) WINCHESTER
Floppy de 3 1/ 2" Possuem diversos formatos e variadas capacidades de
1.44 HD (Alta densidade) armazenamento. Normalmente na casa de algumas de-
720 DD (Dupla densidade) zenas de GigaBytes.
Os HDs por serem fixos o tamanho da cabeça de leitura/
UNIDADES REMOVÍVEIS TIPO ZIP-DRIVE: São disquetes gravação pôde ser reduzido sensivelmente, que tem como
especiais que necessitam, portanto, de drives compatí- conseqüência um menor tamanho de campo magnético
veis. Estes disquetes possuem a capacidade de arma- fazendo com que a gravação de dados sejam mais pró-
zenamento para 100MB, cerca de 70 vezes mais dados ximas uns dos outros. Por este motivo podemos ter uma
que os seus irmãos de 1.44MB. Existem modelos mais grande quantidade de setores e trilhas no mesmo disco.
recentes de ZIP-DRIVE que trabalham com disquetes de Normalmente nos HDs são utilizados mais de um disco.
250MB e 750MB.
Rotação do HD
JAZZ-DRIVE: Semelhantes aos zip-drive, podem armaze- O motor do HD faz com que o conjunto dos discos gire a uma
nar até 1Gb em cada disquete. Existe um modelo para velocidade alta, no mínimo 3.600 rpm (rotações por minuto).
trabalhar com disquetes de 2GB. HDs mais modernos giram a 4.800, 7.200 rpm e outras.

95

91
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
Periféricos ou dispositivo combinação com outras teclas de controle (SHIFT, CON-
São dispositivos utilizados para enviar e receber informa- TROL e ALT). Quem determina sua função é o software.
ções para a área de processamento. São divididos em: Curiosamente, a maioria dos programas reserva a tecla
Entrada, Saída e Entrada e Saída. F1 para invocar o Help on-line de seu produto.

DISPOSITIVOS DE ENTRADA: são aqueles que permitem ESC: utilizada para diversas funções, normalmente de re-
enviar do meio externo para o micro, dados, instruções e tornar a uma janela anterior ou saída de programas, seu
comandos. nome já sugere a atribuição: ESCape.

Principais CAPS LOCK: quando ligada, fixa o modo de escrita mai-


Unidade de fita ou cartucho úscula e vice-versa.
Extremamente usada em instalações de grande porte
para backup (cópia) de arquivos; o cartucho assemelha- TAB: normalmente, utilizada em editores de texto, onde
se, fisicamente, a uma grande fita de áudio e tem as poderemos avançar o cursor em uma marca na tabula-
mesmas funções do disquete. ção. Se acionada, concomitantemente com a tecla SHIFT,
retrocede uma tabulação.
Teclado
É bastante parecido com uma máquina de escrever ele- CTRL (CONTROL): requerida pelo software em uso, ge-
trônica, sendo que algumas teclas foram acrescentadas ralmente acompanhada de outra tecla qualquer. Por exem-
para propiciar uma melhor inter-relação entre os softwa- plo: para sublinhar um texto quer esteja marcado no
res e os usuários. WORD, basta pressionar CTRL + S.

TECLAS ESPECIAIS DOS TECLADOS PADRÃO-PC/AT ALT: o mesmo uso que CTRL. Ex.: para acessar o menu
PRINT SCREEN: destina-se, no ambiente DOS, a imprimir de arquivos do WORD, basta digitar ALT + A (note que a
o que se apresenta na tela, sem formatação alguma. Fun- palavra Arquivo) no menu tem a letra A sublinhada, indi-
ciona como um “retrato” da tela no momento de seu pres- cando este tipo de utilização.
sionamento. Esta tecla pode imprimir, com certo grau de
realismo algumas telas gráficas, se anteriormente for car- Mouse
regado para a memória o dispositivo GRAPHICS, encon- São dispositivos de entrada que utilizam características
trado no diretório DOS. Já no ambiente windows, sua fun- gráficas e substituem o teclado em algumas funções.
ção é mais abrangente, pois em vez de imprimir a tela,
aloja na área de transferência o conteúdo da janela ativa. TrackBall
Se pressionada juntamente com a tecla SHIFT, armaze- É uma espécie de mouse muito utilizada em “notebooks”
nará o conteúdo inteiro da tela e não apenas a janela (computadores portáteis), devido ao seu reduzido tama-
ativa. nho; a “bolinha” que direciona a seta (cursor) fica semi-
exposta numa base fixa e é movida diretamente pelo dedo
NUMBER LOCK: permite que o teclado numérico seja uti- do usuário.
lizado para se digitar números e sinais matemáticos
(quando estiver LIGADA) ou apenas funcione como setas Scanner
e direcionadores (se DESLIGADA). Trata-se de um dispositivo voltado para a reprodução de
“fac-similes”, ou seja, você pega uma folha qualquer im-
SCROLL LOCK: causa o travamento do teclado permitin- pressa e passa o scanner sobre ela. O computador irá
do ao usuário mover todo o conteúdo da tela, em bloco, reproduzir fielmente o que foi lido, gravando o seu arqui-
com as setas direcionadoras. Sua utilização no ambiente vo. Isto poupa longas horas de cansativa digitação, além
Windows é praticamente nula, ficando mais restrita a al- de possibilitar a digitalização de imagens, tais como de-
gumas ações dentro do Excel. Era usada apenas por al- senhos, fotografias e até mesmo sua assinatura.
guns antigos softwares gráficos do ambiente DOS (Ven-
tura for DOS e versões simplificadas de software de de- Mesa digitalizadora
senho técnico). Só funciona se algum software específi- Transforma dados e imagens em dígitos; de tecnologia
co comandar a ação, caso contrário, fica inoperante, não anterior à utilizada no scanner, tem um processo de ope-
importando o seu estado de ligada ou desligada. ração mais lento.

PAUSE/BREAK: pode gerar uma interrupção na listagem Terminal de vídeo com tela sensível ao toque
rolada pela tela (DOS) como por exemplo, quando se di- Utilizado nos caixas automáticos de alguns bancos, pos-
gita o comando DIR em um diretório que contém muitos sibilita que o cliente digite o número de sua senha e efe-
arquivos; neste caso, basta pressionar a tecla pause para tue as operações que deseja, apertando o próprio visor,
que a listagem pare sua rolagem, sendo reassumida atra- que funciona adicionalmente como teclado numérico.
vés do pressionamento de qualquer outra tecla. A mesma
tecla funciona para substituir o comando de teclado CTRL Leitora ótica de código de barras
+ C, utilizado para interromper a execução de alguns pro- Utilizada largamente no controle de estoques de super-
gramas. Note, que nem todos os programas executáveis mercados, sua característica principal é o uso das propri-
podem ser interrompidos, mas aqueles que puderem, edades óticas relacionadas com a reflexão da luz; as di-
bastará digitar a combinação acima ou apenas a tecla ferentes intensidades de luz, que o equipamento recebe
BREAK. ao ler um código de barras, são transformadas em uma
cadeia de bits que o processador entende.
TECLAS DE FUNÇÃO (F1 - F12): são diversos os softwa-
res que se utilizam destas teclas para criar os denomina- Leitora de cartões perfurados
dos atalhos de teclado. Normalmente, são utilizadas em Atualmente em desuso, esse equipamento lê cartões

96

92
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
perfurados e converte a informação neles armazenada Atualmente, o principal meio para exibição de vídeos em
em sinais digitais que a seguir são introduzidos no com- computadores é o monitor CRT (Catodic Ray Tube - Tubo
putador. de Raios Catódicos). É o monitor encontrado em quase
todos os computadores, semelhante a uma televisão.
Joystick Com o passar do tempo, novas tecnologias foram de-
Alavanca utilizada como suporte operacional em jogos senvolvidas para a melhoria das imagens exibidas pe-
(videogames) projetados para computador e que direcio- los monitores. Uma delas é o monitor LCD.
na o movimento do cursor ou objeto na tela; o controle se
perfaz com o movimento da alavanca ou apertando-se Resolução dos monitores
botões nela localizados. Caso a resolução escolhida seja, de 800x600, significa
que a tela possui 800 linhas na vertical e 600 linhas na
DISPOSITIVOS DE SAÍDA: devolvem os resultados do mi- horizontal. Para exemplificar, imagine que cada ponto é
cro para o meio externo. uma célula do Excel, localizada por sua linha e coluna.
Atualmente, as resoluções mais encontradas são:
Monitor de vídeo 640x480, 800x600, 1024x768 e 1280x1024. Outras reso-
O principal dispositivo de saída de um equipamento é o luções são aplicadas conforme a necessidade. Por exem-
monitor de vídeo. É através dele que podemos acompa- plo, um jogo pode requerer uma resolução menor, como
nhar todo o trabalho gerado na CPU. Os monitores apre- 320x200. Quanto maior for à resolução, maior será o es-
sentam algumas características importantes a serem con- paço visível na tela, pois o tamanho dos pontos diminui.
sideradas, dentre elas a definição. Quanto maior este A tela do monitor do computador possui uma malha de
índice, mais nítida será a imagem formada. O processo pontos coloridos formados pelas três cores primárias
de formação de imagens se dá através da união de três (verde, vermelho e azul – RGB em inglês).
pontos de cor (vermelho, verde e azul). A distância entre
estas unidades é conhecida como “dot pitch” e determina
sua qualidade. Os monitores atuais, em sua maioria, pos-
suem o “dot pitch” de .28 (lê-se ponto vinte e oito). Há
outros, mais modestos, cujo “dot pitch” varia de .32 a .36.
Quanto maior o número, menor a definição.
Os modelos CGA, EGA e VGA já caíram em desuso há
muito tempo, ficando restritos apenas em algumas pou-
cas estações de trabalho de determinadas redes, onde a Uma característica que influencia diretamente na quali-
economia fala mais alto que a qualidade final. dade final da imagem apresentada é a distância entre
A resolução especificada na terceira coluna trata, basica- os pontos coloridos do monitor, essa distância é cha-
mente, do comportamento daquele monitor quando ope- mada DOT PITCH. Quanto menor o dot pitch, ou seja, a
rando em um ambiente operacional com interface gráfica distância entre pontos, mais qualidade e nitidez a ima-
(Windows, Xwindows). gem do monitor terá.
O segredo dos melhores monitores de hoje é uma com-
binação do adaptador VGA (do inglês variable – graphics Tamanho dos monitores
– array, ou matriz gráfica variável) e monitores versáteis Os tamanhos mais comuns, são os de 14", 15", 17" e
que podem trabalhar com uma diversidade de sinais da 19" (lê-se o símbolo “ como polegadas). Essa medida
placa adaptadora. Monitores mais antigos usavam exclu- em polegadas indica o tamanho da tela na diagonal,
sivamente informações digitais, o que significa que um como mostra a ilustração a seguir:
pixel estava ou não ligado ou desligado, sendo difícil atin-
gir diminutas variações de cor. O VGA emprega um sinal
analógico que converte a informação digital em diferen-
tes níveis de tensão que variam o brilho de um pixel. O
processo requer menos memória e é mais versátil. Moni-
tores Super VGA usam conjuntos especiais de microcir-
cuitos e mais memória para aumentar ainda mais a quan-
tidade de cores e a resolução.
Embora a beleza dos monitores de painel fino pese na
decisão da compra, de acordo com os fabricantes, é a
versatilidade que eles proporcionam aos usuários seu
principal atrativo. Eles podem ser pendurados na parede Vale ressaltar, que carcaça plástica do monitor, encobre
ou acoplados a braços moveis, consomem menos ener- parte da borda da tela, por exemplo, em um monitor de
gia do que os monitores convencionais e não emitem 15" a área visível é de geralmente 14".
radiação, nem ondas eletromagnéticas que interfiram no Nos monitores mais simples, há uma curvatura na tela.
funcionamento de outros aparelhos eletrônicos. Além dis- Existem, no entanto, telas planas, que possuem uma vi-
so, por serem em média 60% mais finos do que os moni- sualização mais confortável aos olhos humanos. No en-
tores cinescópio, vem atender principalmente à necessi- tanto, estes monitores possuem um processo de fabrica-
dade mundial de economia de espaço, tanto no mercado ção mais caro, o que aumenta o valor do equipamento.
corporativo quanto no doméstico. Essa questão de espa-
ço vem crescendo em importância, especialmente em Monitor CRT
países com alta demográfica, como o Japão, com uma Estes monitores de vídeo tem sua tela baseada em um
média de três pessoas dividindo um mesmo metro qua- tubo, o CRT citado anteriormente. A tela deste tubo é
drado. O Japão, um dos países mais populosos do mun- composta por camadas de fósforo, que é atingida por
do, está investindo pesado no emagrecimento dos moni- elétrons através de “disparos” feitos por um canhão lo-
tores das estações de trabalho do futuro. calizado no início do tubo. Quando o elétron encontra o

97

93
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
fósforo, uma luz é gerada naquele ponto. Basicamente, prévia de um relatório anual de uma empresa, com fotos
é isso que faz com que a imagem apareça na tela do e ilustrações complexas, precisavam investir em máqui-
monitor. Para gerar as imagens, o canhão percorre toda nas muito caras e difíceis de usar para chegar a um re-
a extensão da tela, ponto por ponto, linha por linha. Como sultado decente. Hoje já não é assim.
cada ponto de luz tem duração curta e a imagem precisa A tecnologia de jato de tinta tem evoluído continuamente.
ser constantemente atualizada, esse processo, conhe- Cada novo modelo que chega ao mercado produz ima-
cido como varredura, é repetido a todo instante. gens um pouco mais próximas da qualidade fotográfica,
e com rapidez cada vez maior. E o melhor é que não se
Monitor LCD paga mais por isso – o preço dessas máquinas até se
Os monitores LCD (Liquid Crystal Display - Monitor de reduziu ao longo desses anos. Ao mesmo tempo, a cor,
Cristal Líquido), se baseiam nas propriedades do refle- que era um item opcional ou inexistente em muitos mo-
xo da luz através de um conjunto de substâncias de delos, tornou-se uma característica básica dessas im-
material líquido. As moléculas de cristal líquido se en- pressoras.
contram distribuídas em forma de bolha, sobre uma su-
perfície com linhas paralelas entre elas, que as “obriga” Impressoras laser
a ficarem amplamente localizadas em toda a superfície. Trabalham com um “toner” especial, a exemplo das máqui-
Por cima, há outra superfície, que possui linhas tam- nas de xerox. Sua qualidade de impressão é insuperável.
bém, porém alinhadas perpendicularmente às inferio- Existem vários tipos de impressoras profissionais. Cada
res, ou seja, formando ângulos com as linhas da super- uma delas possui características específicas para valori-
fície abaixo, neste caso de 90º (graus). zar a qualidade de imagem produzida.

Nota: A resolução dos monitores depende da placa do Impressoras de cera


vídeo. Impressora térmica, com alta resolução, podendo atingir
16.000 DPI (pontos por polegada), trabalha com cartu-
Caixa de Som chos individuais sua impressão tem qualidade de uma
São dispositivos que recebem som da área de processa- capa de revista.
mento, é um dos itens que pertencem ao kit multimídia. Nota: Este tipo de impressora geralmente é utilizada em
impressões que dependa de uma excelente definição
Plotters (gráficas, revistas e outros).
Impressoras gráficas que usam canetas de verdade para
desenhar imagens. Drivers de Impressora (Softwares de instalação)
No início, a comunicação entre computador e impressora
Impressoras era bastante simples. O computador enviava os caracte-
Impressora também faz parte do rol de periféricos e, entre res a serem impressos, juntamente com os caracteres
eles, é talvez o que seja mais utilizado. Uma impressora de controle, que indicavam, por exemplo, onde havia uma
pode proporcionar excelentes originais a partir de uma quebra de linha ou onde terminava uma página. Hoje em
editoração eletrônica, resultando em trabalho de qualida- dia as impressoras têm recursos muito sofisticados: im-
de profissional. Dependendo do tipo, deixa até mesmo pressão de imagens gráficas, cores, impressão de tex-
uma impressão em off-set parecer coisa do passado. tos em diversas fontes e diferentes qualidades de im-
pressão. Enfim, possuem todos os recursos de controle
PRINCIPAIS TIPOS DE IMPRESSORAS e formatação que possibilitam a criação de documentos
Impressoras Matriciais com excelente qualidade gráfica, mesmo em equipamen-
São aquelas em que o componente responsável pela tos domésticos.
impressão propriamente dita é uma cabeça de agulhas. Para utilizar esse recurso, é preciso que um programa
Quanto mais agulhas possuir a cabeça, maior a qualida- chamado driver traduza os comandos enviados para a
de final. Atualmente encontramos impressoras de 9, 18 impressora.
ou 24 agulhas. Prestam-se para impressões de relatóri- As impressoras deixaram de ser apenas complementos
os extensos onde a preocupação com estética perde ter- para o computador, ganhando a capacidade de interpre-
reno para o conteúdo dos dados, listagens nominais, re- tar, armazenar e responder aos comandos recebidos.
latórios de material em estoque etc. Muitos modelos têm memória, processador e até disco
Esta impressora monta os caracteres a partir de uma rígido comparáveis aos dos computadores.
série de pequenos pontos que são impressos muito pró- Geralmente, a impressora vem equipada com os drivers
ximos uns dos outros; máquina que imprime informa- adequados. Ao adquiri-la, verifique se traz os drivers cer-
ções de um computador, imprimindo uma linha de cada tos para o computador e o sistema operacional em que
vez. É abastecida por uma fita semelhante a fita de uma deverá ser utilizado.
máquina de escrever.
Características das Impressoras
Impressoras a jato de tinta Com linguagens de impressão: essas impressoras utili-
São impressoras mais modernas cuja impressão é rea- zam uma linguagem especial para descrever o conteúdo
lizada através de diversos jatos microscópicos da tinta. e a formatação de página a ser impressa. Linguagens
Apresentam uma boa qualidade de impressão e são usa- desse tipo são conhecidas com PDLs (Page Description
das em editoração gráfica. Language – Linguagem de Descrição de Páginas), ou
Para as empresas de informática impressora resume- simplesmente linguagens de impressoras, e são usa-
se em duas: qualidade fotográfica. das na comunicação entre o computador e a impressora.
Há dois anos atrás, as impressoras a jato de tinta colori-
das ofereciam uma qualidade de impressão ainda muito ü A maior vantagem dessas impressoras é a indepen-
distante daquela encontrada nas fotografias convencio- dência que as linguagens têm em relação à marca e ao
nais. Quem quisesse imprimir, por exemplo, uma versão modelo da impressora. Isto significa que um mesmo

98

94
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
trabalho de impressão pode ser enviado para diferentes Drive ou Floppy Drive
impressoras sem necessidade de alteração. São dispositivos de gravação e leitura dos disquetes.
ü Isso é importante em empresas que têm muitos equi- Nota: Quando leitura é de entrada e gravação saída.
pamentos diferentes. Uma impressora pode ser usada,
por exemplo, apenas para fazer cópias de um trabalho Winchester
que ainda será avaliado. Depois de aprovado, o trabalho Dispositivo de gravação e leitura, que lê os discos nela
é enviado para uma impressora de melhor qualidade que contido, ou seja, é conhecido como periférico de entrada
produz o impresso final. e saída e também como meio de armazenamento.
ü Com o uso de uma dessas linguagens, a impressão
dos documentos é o resultado de um trabalho conjunto Fax/modem
entre o driver da linguagem instalado no computador e o Equipamento de comunicação de dados que tem como fun-
interpretador da linguagem que está na impressora. Sen- ção interligar o computador ao meio físico de transmissão.
do assim, após criar um documento, o usuário seleciona
o comando Imprimir no menu Arquivo de seu programa e Bit e Unidade de medida de armazenamento (Byte)
o driver da linguagem entra em ação. Ele traduz todo o Bit é a menor unidade de informação entendida por um
conteúdo do documento, seja textos ou imagens, para a computador.
linguagem de descrição da página. A seguir, esta página O BYTE é composto de 8 bits e é, na prática, a menor
codificada é enviada para a impressora, equipada com unidade de medida, ou apenas um caractere.
um interpretador de linguagem que conhece as capaci- O Kbyte é o seu múltiplo de 1024. Logo, um Kbyte possui
dades da impressora, assim, o interpretador permite que 1024 bytes.
os comandos solicitados na descrição da página sejam Nota: Para saber os valores de cada unidade em bytes
executadas de forma otimizada, tirando o máximo de pro- faz se as seguintes operações:
veitos dos recursos da impressora, como resolução e 1 MB = 10242 (1.048.576)
capacidade de cores. 1 GB = 10243 (10.737.418.200)
1 TB = 10244 (1.009.951.167.777.600)
As linguagens de impressoras mais comuns são:
• Adobe; Nota: Existem unidades maiores, mas que não são utiliza-
• PostScript; das na prática dos microcomputadores, portanto as apre-
• PCL (Printer Control Language) da Hewlett – Packard (HP). sentadas acima nos serão de plena valia nas provas.

Impressoras com Suporte à GDI Software


Impressoras com suporte à GDI (Graphical Device Inter- Para se utilizar todos os recursos do micro, é necessário
face) do Windows: reconhecem um conjunto de funções que se utilize o software, que é toda a parte lógica dos
do ambiente Windows utilizadas pela maioria de seus computadores. Normalmente, os softwares são divididos
aplicativos para exibir imagens na tela. em três categorias básicas: Sistemas Operacionais, Apli-
Se a impressora tem suporte embutido para funções da cativos (gráficos ou não), e Linguagem de Programação.
GDI, não há necessidade do uso de uma linguagem in-
termediária para descrição da página a ser impressa. O Sistema operacional: tem função de gerenciamento, é
resultado é um produto impresso de qualidade, bem pró- o software mais importante do computador. Sem o sis-
ximo da imagem exibida na tela. tema operacional não é possível inicializar o computa-
dor. É também conhecido como o intermediário entre o
Impressoras de Rede micro e usuário, é ele quem faz a interação entre o usu-
As impressoras de rede podem ser conectadas direta- ário e o computador.
mente a uma rede de computadores e atendem aos pe-
didos de impressão enviados pelo usuário ligado (co- Principais Sistemas Operacionais
nectado) à rede, dispensando o computador que atua
como servidor de impressão, o que normalmente é ne- SOFTWARE UTILIDADE
cessário. Os trabalhos de impressão são enviados via
rede para o servidor de impressão, que repassa para a SISTEMA OPERACIONAL: Todo SO
impressora a ele ligada. destina-se a fazer o papel de inter-
As impressoras de rede dispõe de hardware e softwares mediário entre o homem e a má-
capazes de receber e atender diretamente aos pedidos quina. Sem ele o computador não
de impressão enviados via rede, reduzindo o custo e au- MS - DOS sabe fazer nem uma continha de
mentando a velocidade e a eficiência dos trabalhos de somar das mais simples, é um
impressão. burro completo. O DOS foi um dos
Nota: Velocidade de impressora se mede em PPM (pagi- pioneiros para as máquinas do tipo
nas por minuto) e CPS (caracteres por segundos). PC, mas anda, hoje, em franco de-
Resolução (qualidade) se mede em DPI (pontos por po- suso devido à implantação dos sis-
legadas). temas operacionais de ambiente
gráfico (Windows 95 e Windows
DISPOSITIVOS DE ENTRADA E SAÍDA: funcionam em am- 98). Ainda assim, estes novos sis-
bas as direções. temas necessitam do DOS para
inicializarem a máquina.
Monitores de Vídeo Touch Screen
São tipos de monitores que tem um gerador de campo SISTEMA OPERACIONAL: apesar
eletromagnético que são sensíveis ao toque sobre tela. WINDOWS de ser considerado um sistema
Normalmente, é utilizado nos caixas eletrônicos de al- 95/98 operacional, ainda existem alguns
guns bancos terminais dos shoppings e outros. aplicativos do DOS.

99

95
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
Linguagens de Programação
Sucessor do W indows 98, este
Sistema Operacional da Microsoft SOFTWARE UTILIDADE
WINDOWS foi, na verdade, uma preparação do
ME mercado para o advento do Windo- Poderosas ferramentas de uso
ws XP, plataforma mais estável e profissional pelos programadores.
moderna. CLIPPER É através destas linguagens que
VISUAL BASIC programas com aplicabilidades
Sistema Operacional mais recen- específicas são confeccionados,
te e estável da Microsoft. Apresenta COBOL com vistas a atender as necessi-
características de segurança que dades individuais de cada usuário.
anteriormente só eram possíveis LINGUAGEM C++
WINDOWS Dependem de uma grande dedi-
XP através de ambientes de rede. Seu DELPHI cação na aprendizagem e exercíci-
código é baseado no Windows os constantes para o seu comple-
2000, uma plataforma de rede bas- to domínio.
tante estável e aceita no mercado.
Nota: Além desses, existe uma infinidade de outros apli-
SISTEMA OPERACIONAL: baseado cativos de funções específicas. Consultando periódicos
em modelo UNIX, este sistema é especializados, tem-se completa informação sobre as
totalmente gratuito e concorre hoje novidades que a cada dia jorram-se no mercado.
a pé de igualdade com o Windows
LINUX 98. Apesar de ser um pouco mais EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
difícil a adaptação por parte dos
novos usuários, este sistema ofe- 01. (TRF/2002) Um exemplo de periférico de entrada para
rece enormes vantagens quanto à ambientes gráficos é o(a):
estabilidade, desempenho e segu- a) monitor de vídeo.
rança nos ambientes corporativos. b) impressora laser.
c) impressora de jato de tinta.
Aplicativos: São softwares que realizam tarefas específi- d) mouse.
cas. e) drive de CD-ROM.
Principais Aplicativos
02. (TRF/2002) O dispositivo que permite a conexão de
SOFTWARE UTILIDADE computadores em longas distâncias através de uma
linha telefônica é a(o):
EDITOR DE TEXTOS: utilizado para a) placa de rede.
MS-WORD confeccionar esta apostila. Possui b) modem.
grandes recursos de editoração. c) porta serial.
d) porta paralela.
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: tro- e) cabo de par trançado UTP.
cando em miúdos, se você edita
PAGE MAKER
jornais ou revistas, este software 03. (TRF/2002) Em um computador, o local onde os da-
pode ser a “mão na roda”. dos são manipulados é denominado:
a) BIOS.
PLANILHAS DE CÁLCULOS: resol- b) barramento.
ve o problema de qualquer escritó-
c) memória.
rio de contabilidade, seja ele gran-
LOTUS
de ou pequeno. Através destes pro- d) CPU.
EXCEL
gramas pode-se gerenciar desde e) periférico.
o orçamento doméstico até a mais
complexa folha de pagamento. 04. (Inspetor Fiscal/98) Nos microcomputadores atuais,
normalmente, o microprocessador é:
EDITORES GRÁFICOS: dão ao a) A própria placa-mãe.
COREW DRAW usuário a oportunidade de soltar a b) Um componente fixo da placa-mãe.
PHOTOSHOP imaginação realizando desenhos c) Montado numa placa de expansão.
e editando fotos digitalizadas. d) Montado direto num barramento da placa-mãe.
e) Montado num soquete da placa-mãe.
PROJETOS DE ARQUITETURA: de
CAD/CAM uso profissional, pode ser o braço
direito de arquitetos e engenheiros.

Linguagens de Programação: Permitem desenvolver ou-


tros softwares.

GABARITO

01. D 02. B 03. D 04. E

100

96
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA

WINDOWS 2000
1. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O WINDOWS 2000 três sistemas de arquivos: Windows 2000 File System (NTFS)
A Microsoft lançou no mercado a série Windows 2000 com- e File Allocation Table (FAT) e (FAT32).
posta dos programas, Professional, Server, Advanced Ser- c) Selecionar o modo de licenciamento que será executa-
ver e DataCenter Server, que fornecem uma gama de novas do no Windows 2000. Existem três tipos de licença a se-
ferramentas justamente para manter seu padrão de quali- rem escolhidas no momento da instalação do produto:
dade na área de gerenciamento de ambientes que possu- Licença de Acesso Cliente (CAL), Licença Per Seat e Li-
em computadores em rede. cença Per Server.
d) Iniciar o processo de instalação a partir de uma das for-
Windows 2000 Professional mas existentes: a instalação a partir do CD, a partir da rede
Este produto oferece um alto-desempenho em segurança ou instalação remota.
de rede para ambientes
cliente-servidor incorporando um sistema operacional Instalação a partir do CD
desktop que inclui as melhores características do Windows Para instalar o Windows 2000 a partir do CD é necessá-
2000 e a segurança e desempenho dos recursos encontra- rio conhecer as quatro etapas que envolvem esta forma.
dos no Windows NT 4.0 Workstation. Este produto é o prin- São eles:
cipal sistema operacional para todo e qualquer tipo e tama- • Executando o programa Setup.
nho de negócio, inclusive o assunto desta apostila. • Executando o Assistente de Setup.
• Instalando o Windows NT networking.
Windows 2000 Server • Completando o Setup.
Este produto é um servidor de aplicações, arquivos e im-
pressoras, bem como, uma plataforma de servidor Web, Os passos para efetuar a instalação do Windows 2000 a
que contém todas as características do Windows 2000 Pro- partir do CD são os seguintes:
fessional Plus e novas funções específicas de servidor. Este 1. Insira o disco de boot denominado Setup Disk 1 no
produto é ideal para pequenas e médias empresas, servi- drive A e ligue o computador (Se o seu computador suportar
dores Web, workgroups e escritórios. o boot a partir do driver de CD, pode-se inserir diretamente o
CD de instalação do Windows 2000;
Windows 2000 Advanced Server 2. Após o computador iniciar, uma versão mínima do Win-
Este produto é voltado para departamentos com poderosos dows 2000 é copiada na memória, sendo que esta permite
recursos e aplicações de servidor que possuem um inten- iniciar o programa Setup;
sivo trabalho em serviços da Internet. Todos recursos de 3. O programa Setup reinicia o computador e então dá o
autenticação de usuário, gerenciamento de contas e de rede, início à versão Text-base do Setup. Nela é apresentada a
gerenciamento de aplicativos e impressoras podem ser liçenca do software para que seja aceita ou não pelo usuário;
controlados pelas ferramentas existentes neste produto. 4. O Setup pede que se escolha a partição onde será
instalado o produto. Pode-se escolher uma das partições
Windows 2000 DataCenter Server existentes ou até se criar uma, caso o disco não esteja
Este produto é a versão mais completa, funcional e podero- particionado;
sa dos recursos de gerenciamento de rede corporativa. Com 5. Após a escolha da partição, é requisitado o sistema de
este produto pode-se trabalhar um grande número de da- arquivo para a nova partição e, assim o Windows 2000 efe-
dos como, por exemplo, gerenciamento de grandes super- tua o processo de formatação;
mercados, análises econômicas, simulações em grande 6. O Windows 2000 copia os arquivos para o disco rígido
escala na ciência e engenharia e também como servidor de e salva as informações de configuração.
projetos de consolidação.
Nesta primeira etapa, o Windows 2000 realizou os prepara-
Processo de instalação tivos para executar o assistente da instalação. Na etapa
Antes de iniciar o processo de instalação do Windows seguinte será utilizado o Assistente de Setup na forma grá-
2000 é necessário tomar cuidado com uma série de tare- fica, chamada GUI-base.
fas e organizar determinados elementos para que duran- Para prosseguir na instalação do produto, deve-se informar
te o processo não seja necessário interrompê-lo pela ao assistente, um conjunto de informações necessárias
falta de qualquer um deles. para o prosseguimento das etapas:
• Configurações Regionais – definição do idioma, local
Preparativos e configurações do teclado.
Antes de instalar o Windows 2000, verifique as tarefas que • Nome e Empresa – inserção do nome da pessoa que
serão necessárias para realizar esta operação. As tarefas estiver instalando o produto e o nome da empresa cuja, a
são as seguintes: cópia foi licenciada.
a) Identificar se os componentes do computador suportam • Modo de licenciamento – seleção do modo Per Server
o novo programa e se são compatíveis com os requisitos ou Per Seat. Lembrando que, se for escolhido o modo Per
básicos de sistema necessário para efetuar a instalação. Server, é necessário entrar com o número de Licenças de
Como foi mencionando anteriormente neste trabalho, pode- Acesso Cliente, comprados para o servidor.
se verificar a lista de hardwares compatíveis (HCL) no arqui- • Nome do Computador – definição do nome do compu-
vo CL.TXT presente no diretório de suporte do CD-ROM de tador com um máximo de 1 caractere. Este nome deve ser
instalação do Windows 2000, ou então acessar o site da diferente de qualquer outro nome de computador ou domí-
Microsoft e obter a referida lista. nio presente na rede.
b) Determinar que tipo de partição será criada no disco rígi- • Senha da conta do administrador – especificação da
do onde será instalado o Windows 2000. Após criar a parti- senha da conta do administrador, cujo o acesso e direito
ção, deve-se selecionar o sistema de arquivo que será ado- serão completos para que haja o gerenciamento das ou-
tado para o sistema operacional. O Windows 2000 suporta tras contas e dos serviços.

97
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
• Componentes opcionais – adição ou remoção de com- vos apagados. Os arquivos armazenados na lixeira podem
ponentes adicionais durante a instalação do Windows 2000. ser recuperados ou removidos definitivamente do disco rígi-
• Configurações de vídeo – configuração da resolução do. Estes, por sua vez, devem ser eliminados freqüente-
da tela, o número de cores e a freqüência de atualização. mente para liberar espaço para os novos.
• Data e hora – seleção da zona apropriada e o ajuste da
data e hora atuais. Windows Explorer
A seguir, são listados os passos na instalação do Windows O Windows Explorer permite visualizar a hierarquia das pas-
2000 Networking: tas do seu computador e todos os arquivos nelas presen-
1. O assistente do Windows 2000 detecta e configura a tes, bem como executar as tarefas básicas de manipulação
placa adaptadora de rede que estiver instalada no computa- de arquivos e discos, como compartilhamento de pastas e
dor. Após a configuração da rede, é procurado o servidor impressoras, formatação, cópia, entre outras.
DHCP existente na rede;
2. Seleção dos componentes da rede como, por exem- Meus Locais de Rede
plo, o cliente para rede Microsoft, compartilhamento de ar- O ícone do Meus Locais de Rede (Ambiente de Rede) en-
quivos e impressoras e o protocolo TCP/IP. Pode-se, futura- contra-se na área de trabalho e no painel de controle, tendo
mente, instalar outros clientes, serviços e protocolos de rede como objetivos principais a definição das configurações de
através do menu de escolha existente no sistema; rede e navegação por todas as máquinas instaladas na
3. Caso esteja criando uma conta no domínio para o com- rede.
putador, o Windows 2000 apresenta o nome e a senha;
4. Instalação dos componentes previamente seleciona- Nome de arquivos extensos - O Windows 2000 facilita a
dos na etapa anterior. definição de nomes para os arquivos (no MSDOS há um
limite de oito caracteres), usando até mesmo, espaços,
O assistente do Windows 2000 inicia automaticamente a permitindo criar arquivos com nomes mais apropriados
quarta e última etapa após a instalação dos componentes e que realmente indiquem o conteúdo que o arquivo re-
de rede selecionados. presenta.
Para finalizar o processo de instalação os passos são os
seguintes: Desktop (Área de Trabalho) - A grande área de fundo da tela
1. Cópia do arquivo remanescente como, por exemplo, onde os ícones podem ser armazenados chama-se Desktop
bitmaps e acessórios; (Área de Trabalho). Através de operações simples pode-se
2. Aplicação da configuração do computador seleciona- personalizá-la, adicionar atalhos para programas favoritos,
do em uma etapa presente no assistente do Windows 2000; pastas, documentos e impressoras, entre outros.
3. Gravação das informações de configuração no disco
local sendo que esta configuração será usada na próxima Properties (Propriedades) - Para visualizar ou modificar
vez que o computador for inicializado; informações sobre algum item como um documento, pro-
4. Remoção de alguns arquivos temporários que foram grama, pasta, unidade de disco ou impressora, basta aces-
utilizados durante o processo de instalação; sar as suas propriedades utilizando o botão da direita do
5. Reinicialização do computador após todos os procedi- mouse.
mentos de instalação terem sido efetuados.

Principais Componentes do Windows 2000 Folders (Pastas)


O sistema operacional Windows 2000 possui uma série de Antigamente conhecidas como diretórios, as pastas arma-
recursos, utilitários, formas de trabalho, particularidades, zenam os documentos e programas, onde os quais podem
entre outros, que serão apresentados de forma sucinta a ser visualizados através do My Computer (Meu Computa-
seguir. dor) e do Windows Explorer.

Botão Iniciar Menus de Atalho - O botão direito do mouse serve para


exibir um menu de atalho para qualquer item presente no
A barra de tarefas permite o controle dos aplicativos que sistema. Este menu contém os comandos comuns ineren-
estejam abertos. Ela possui o botão Iniciar na lateral es- tes ao item clicado com o mouse.
querda, que pode ser usado para iniciar rapidamente um
programa, encontrar um arquivo, acessar as configurações,
obter ajuda e executar programas através de linhas de co- Help (Ajuda) e What’s This? (O que é isto) - O Help (Aju-
mando e até selecionar a rotina de desligamento do com- da) é um recurso bastante útil que se encontra nas caixas
putador. de diálogo, onde se pode obter auxílio sobre uma opção ou
área apenas clicando no botão localizado no canto su-
perior direito da janela. A outra forma, chama-se “What’s
Meu Computador This?” (“O que é isto?”), onde através do botão direito do
mouse clicado sobre um item, abre-se a referida opção.
O item My Computer (Meu Computador) permite visualizar o
que se encontra em seu computador de forma rápida e fácil.
No Windows 2000, tudo o que existe dentro do computador Printers
– programas, documentos e arquivos de dados, por exem-
plo - fica acessível em um só local, chamado My Computer Imprimir em segundo plano significa permitir voltar ao tra-
(Meu Computador). balho rapidamente depois de enviar seu documento à im-
pressora. Através deste item pode-se facilmente adicionar
uma nova impressora no sistema.
Lixeira
A Recycle Bin (Lixeira) é um depósito temporário de arqui- Task Manager(Multitarefa) - O Windows 2000 é um siste-

98
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
ma multitarefa, ou seja, é permitido o uso simultâneo de • Reiniciar – esta opção permite a finalização e reinicializa-
mais de um programa na memória, isto significa que é pos- ção automática do computador.
sível iniciar uma aplicação sem a necessidade de encerrar • Desconectar – esta opção permite efetuar o logoff do
a anterior. usuário atualmente conectado.

Fonts 3. ÁREA DE TRABALHO


A princípio a Área de Trabalho apresenta alguns objetos
O termo Fonts (Fontes) significa o formato que os caracte- gráficos como: Meu computador, Lixeira, Meus Locais de
res são apresentados na tela ou no papel. O Windows 2000 rede, Internet Explorer, Outlook Express, mas podemos
tem uma pasta denominada Fonts (Fontes) localizada no personalizar a Área de Trabalho, inserindo Itens (Ícones de
Control Panel (Painel de Controle), que permite executar Atalhos) para programas, pastas e arquivos. Podemos tam-
várias operações. bém, alterar as propriedades da área de trabalho persona-
lizando sua configuração.
WordPad
Componentes da Área de Trabalho
O Wordpad é o editor de textos do Windows 2000, que pode Meu Computador - Acessado com um duplo clique em
ser usado para criar e modificar documentos. O WordPad seu ícone, permite que se navegue pelos itens associa-
possui uma barra de ferramentas para o acesso rápido a dos ao computador sendo utilizado. Por ele, uma pasta,
tarefas comuns e um conjunto completo de fontes. um drive, um programa ou arquivo (documento) podem
ser abertos, clicando-se duas vezes sobre eles ou seleci-
Paint onando-os por meio das opções Disco Flexível, Winches-
ter, CD, Painel de Controle ou Impressora e escolhendo a
Esta é a ferramenta de edição gráfica do Windows 2000,
opção Abrir no Menu Arquivo.
sendo possível criar, modificar ou visualizar imagens com
extrema facilidade. Este programa contém muitos recursos,
que incluem uma caixa de ferramentas, uma paleta de co-
res móveis e visualização de impressão...

2. INICIALIZAÇÃO E FINALIZAÇÃO DO WINDOWS 2000


O sistema operacional Windows 2000 é inicializado auto-
maticamente, logo após a ligação do computador através
da chave de força. Para que um determinado usuário possa
utilizá-lo, deve-se esperar que sejam executados os proce-
dimentos de acesso.
Após a utilização dos programas presentes no computador
é necessário executar o processo de finalização da máqui-
na antes de desligar o computador na energia. Para isso
existe uma opção presente no botão Iniciar presente na parte
inferior esquerda da tela, chamada Shut Down (Desligar).
Após o pressionamento desta opção, é exibida a caixa de
finalização do Windows 2000, selecione a opção Desligar.

• Desligar – esta opção finaliza todos os aplicativos abertos


e fecha o Windows 2000.

Obs.: As letras que representam as unida-


des podem ser alteradas, quando configu-
radas com outro padrão.
Obs.: A partir do windows 2000 é possível
configurar seu ambiente para o padrão WEB,
que permite abrir um atalho com apenas um
clique do mouse.

99
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
Outlook Expresss - Permite acesso ao Correio Eletrôni-
co ou gerencia entradas e envio de e-mail. Ajuda Este menu abre a ferramenta de aju-
da do Windows 2000. O acesso e
Internet Explorer - É um software que permite navegar funcionamento são bem simples e
(browser) nos sites da internet. facilita o auxílio às informações do
programa.
Meus Locais de Rede - Permite visualizar usuários de
uma rede e também configura ou personaliza o seu am- Executar Através desta opção abre-se uma
biente. caixa de diálogo onde se pode es-
pecificar qualquer comando válido
Lixeira - Armazena temporariamente arquivos excluídos do DOS ou até do próprio Windows.
do HD, desta forma podemos recuperar um arquivo que É a forma mais fácil de executar um
foi excluído. programa que não possui uma re-
Quando você exclui um arquivo, não significa que você presentação no menu ou atalho.
apagou definitivamente este arquivo do HD. O Windows
2000 o coloca em uma área de armazenamento, até que Desligar Esta opção permite desligar o
você mande limpar esta área (Limpar Lixeira). Portanto, Windows 2000 de várias manei-
quando se apaga um arquivo do HD não significa um ras diferentes.
aumento de espaço do disco rígido.
Obs.: Quando se apaga um arquivo de outro meio de
armazenamento, o mesmo não vai para lixeira, portando,
não poderá ser recuperado com o uso deste recurso.

Ícones de Atalho - São atalhos para abrir programas,


pastas e arquivos. Estes Itens são representados por
ícones (Figuras gráficas).

Barra de Tarefas - Localizada na parte inferior da Área de


Trabalho, contém o Botão Iniciar e os ícones dos aplicati-
vos abertos, que estão sendo executados, bem como o
relógio, com a hora do sistema.

Botão Iniciar - Localizado na Barra de Tarefas, abre o


menu iniciar. O Botão Iniciar é a porta de entrada para a
utilização dos programas e aplicativos no Windows 2000.

4. MENU INICIAR
É através do Menu Iniciar que abrimos os programas que
iremos trabalhar, bem como abrimos o Painel de controle, o
gerenciador de impressão e obtemos ajuda do Windows.

PRINCIPAIS ITENS DO MENU INICIAR

Programas Esta opção é utilizada para acessar


os programas instalados. Todo pro-
grama que for instalado a partir do
Windows 2000 será automaticamen-
te adicionado à lista de grupos de
programas.
Observe que algumas opções contêm setas, isso signi-
Documentos Este menu armazena o registro dos fica que esta opção abre outra lista de opções. As que
últimos quinze documentos abertos contêm (...) abrem uma caixa de diálogo.
pelo usuário. Desta forma é possível
editar um texto ou uma imagem sem Algumas opções do Item Ferramentas
ter que acionar o aplicativo primeiro e Seqüência: Iniciar, programas, Acessórios, Ferramen-
depois abrir o documento. tas de Sistema
Configurações Através deste menu pode-se aces- Limpeza de disco ajuda a liberar espaço na sua unida-
sar as principais ferramentas de con- de de disco rígido. A Limpeza de disco pesquisa a sua
figuração do Windows 2000. Permite unidade e mostra arquivos temporários, arquivos em
alterar configurações genéricas, adi- cache de Internet e arquivos de programa desnecessá-
cionar drivers de impressão, reconfi- rios que você pode excluir com segurança. É possível
gurar o Menu Iniciar, a Barra de Tare- fazer com que a Limpeza de disco exclua alguns ou to-
fas e o Painel de Controle. dos esses arquivos.
Backup: Realiza cópias de reserva (segurança) de to-
Pesquisar Esta opção tem como objetivo facili- dos os arquivos ou conforme opção desejada
tar a localização de um arquivo ou
pasta de trabalho em qualquer lugar Como utilizar:
dos discos disponíveis na máquina. 1º Opção: Iniciar, Programas, Acessórios, Ferramentas
A pesquisa pode ser realizada tanto de Sistema, Backup.
por nome, extensão, data de criação, 2º Opção: Meu computador ou Windows Explorer Botão
como características específicas. direito, Propriedade Ferramentas.

100
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
Tipos de Backup Mapa de Caracteres Especiais
O utilitário de backup fornece suporte a cinco métodos
para fazer backup de dados no computador ou na rede.

1) Backup de cópia
Um backup de cópia copia todos os arquivos seleciona-
dos, mas não marca cada arquivo como tendo sido colo-
cado em backup (em outras palavras, o atributo de arqui-
vo não é desmarcado). A cópia é útil, caso você deseje
efetuar backup de arquivos entre os backups normal e
incremental, pois ela não afeta essas outras operações
de backup.

2) Backup diário
Um backup diário copia todos os arquivos selecionados
que foram alterados no dia de execução do backup diário.
Os arquivos de backup não são marcados como tendo
sido colocados em backup (em outras palavras, o atribu-
to arquivo não é desmarcado).

3) Backup diferencial
Um backup diferencial copia arquivos criados ou altera-
dos, desde o último backup normal ou incremental. Não A finalidade do mapa de caracteres especiais é permitir a
marca os arquivos como arquivos com cópia de backup utilização de símbolos gráficos, muitos dos quais não
(em outras palavras, o atributo arquivo não é desmarca- disponíveis no teclado.
do). Se estiver executando uma combinação de backups Para usar um ou mais caracteres especiais, a seqüência
normal e diferencial, para restaurar arquivos e pastas você é selecionar o símbolo desejado com o botão selecionar
precisará do último backup normal e do último backup e depois copiar usando o botão copiar, que levará o ca-
diferencial. ractere para a Área de Transferência. Para colocar o ca-
ractere no arquivo desejado, devemos posicionar o cur-
4) Backup incremental sor no local onde queremos que ele seja inserido e, no
Um backup incremental copia somente os arquivos cria- Menu Editar, clicar em Colar.
dos ou alterados desde o último backup normal ou incre-
mental. Marca os arquivos como sido colocados em ba- Bloco de Notas - O Bloco de notas é um editor de texto
ckup (em outras palavras, o atributo arquivo não é des- básico que pode ser utilizado para documentos simples
marcado). Se você utilizar uma combinação de backups ou para criar páginas da Web. Para criar ou editar arqui-
normais ou incrementais, precisará ter o último conjunto vos que exijam formatação, utilize o WordPad.
de backup normal e todos os conjuntos de backup incre-
mentais para restaurar os dados. WordPad - O WordPad é um aplicativo de processamento
de textos utilizado para criar, manipular e imprimir docu-
5) Backup normal mentos de uso pessoal ou comercial, que já vem incluso
Um backup normal copia todos os arquivos seleciona- no pacote do Windows 2000. Com ele é possível fazer
dos e marca cada arquivo como tendo sido colocado em uma grande quantidade de cartas, memorandos e outros
backup (em outras palavras, o atributo arquivo é desmar- documentos.
cado). Com backups normais, você só precisa da cópia Como todo processador de textos, o WordPad permite
mais recente da fita ou arquivo de backup para restaurar que digitemos nosso texto, possibilitando a movimenta-
todos os arquivos. Em geral, você executa um backup ção rápida por todo o trabalho digitado, além de permitir
normal na primeira vez que cria um conjunto de backups. cópia e exclusão de partes desse texto.
Muitas das tarefas no WordPad são efetuadas a partir da
Fazer backup dos dados usando uma combinação de seleção de texto.
backups normal e incremental, exige a menor quantida- O WordPad também é compatível com o Microsoft Word,
de de espaço de armazenamento e é o método de ba- permitindo que arquivos criados em outros software se-
ckup mais rápido. Porém, recuperar arquivos pode ser jam lidos por ele de forma transparente.
difícil e levar muito tempo, pois o conjunto de backups
pode ser armazenado em vários discos ou fitas. Paint - Diferente do WordPad, o Paint é um software volta-
do para tratamento de imagens.
Obs.: Para utilizar os arquivos copiados pelo backup é Por meio do Paint podemos fazer desenhos de diversos
preciso restaurá-los. formatos, como elipses, retângulos e desenhos à mão
livre. Podemos recortá-los, redimensioná-los, mudar sua
5. ALGUMAS OPÇÕES DE ACESSÓRIOS DO WINDOWS rotação e juntá-los em um desenho maior.
Seqüência: Iniciar, Programas, Acessórios. O Paint é um aplicativo que usa amplamente os recursos
dos dois botões do mouse.
O Windows, além de executar as funções dos sistemas Você pode alterar a cor de fundo e a cor de primeiro plano,
operacionais, nos traz também uma série de acessórios através da paleta ou caixa de cores e, ainda, alterar a
muito úteis que, uma vez incorporado no nosso dia a dia, largura de linhas, largura do pincel por meio da caixa
acabam se tornando indispensáveis. Principais ferramentas.

101
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
6. WINDOWS EXPLORER Para identificarmos um arquivo precisamos informar
Seqüência: Iniciar, Programas, Acessórios, Windows Ex- unidade de disco, pasta e nome do arquivo.
plorer. Unidade de Disco (drive) - Unidade de armazenamento
(C:, A:, B:, D:... ).
O Windows Explorer é uma ferramenta para gerenciar e Pastas - São conhecidas no DOS como Diretórios. Exis-
organizar os recursos do seu equipamento. tem para organizar espaço em disco. São como compar-
Através do Explorer nós podemos navegar e acessar, as timentos que contém arquivos, documentos ou mesmo
unidades de disco, pastas e arquivos. outras pastas (Subpastas).
Copiar, colar, criar um atalho, mover, excluir, alterar propri- As regras dos arquivos, também se aplicam para as
edade, renomear e abrir pasta e arquivos, são tarefas pastas.
fáceis de serem executadas dentro do Windows Explorer. A organização das pastas se parece com uma árvore ge-
Para entender melhor o Windows Explorer, devemos en- nealógica, onde toda pasta possui em predecessora (Ex-
tender o conceito de arquivo, pasta, e unidade de disco. ceto a Área de Trabalho) e pode ter outras subpastas.
O gerenciamento do espaço em disco é feito através do
Arquivo aplicativo Windows Explorer, mais conhecido como Ex-
Todos os documentos gerados pelo usuário no Word, plorer.
Excel, Corel etc., bem como todos os programas grava- Seu ambiente de trabalho possui a Área de Trabalho.
dos são chamados de arquivos. Em fim, arquivo é toda e Nela estão Meu Computador e Lixeira.
qualquer informação armazenada em disco.
Todos os arquivos são identificados por nomes dados Em Meu Computador estão:
pelo usuário. Disco Flexível de 3 ½ (A:) - Unidade de disco flexível (A:).
No DOS os nomes dos arquivos são compostos de duas Acessa o drive A onde é inserido o disquete de 1,44 MB.
palavras separadas por um ponto (.). A primeira só pode (C:) - Acesso ao HD ou Disco Rígido e todos os progra-
conter até 8 caracteres (letras) e a segunda chamada de mas e documentos gravados em seu disco. É no Dir_Princ
extensão, contém até 3 caracteres (letras). (c:) que estão gravados todos os programas, inclusive o
No Windows 2000 os nomes dos arquivos (documen- Windows 2000.
tos) não tem essa limitação de tamanho, podem conter Painel de Controle
até 255 caracteres contínuos. Entretanto, algumas res- Impressoras.
trições continuam valendo, como não se pode compor Unidade de CD (D: ) – Acessa o drive CD ROM, onde é
um nome com uma vírgula no meio, por exemplo. A ex- colocado os CD’s para leitura.
tensão que dá uma pista sobre o conteúdo do documen-
to e o aplicativo ao qual pertence, em alguns arquivos Acessando o Windows Explorer
continuam valendo. 1º. Com um duplo clique em seu atalho na Área de Traba-
Por exemplo: Documentos do Word contêm a extensão .doc, lho (quando existir o atalho).
as pastas de trabalho do Excel contêm a extensão .xls, os 2º. Através do Menu Iniciar.
banco de dados do access - .mdb, documentos do Corel -
.cdr etc. Como toda janela do Windows, contém a Barra de Títulos
Embora, os formatos tenham mudado, os nomes dos - a Barra de Menus - Barra de Ferramentas - Botões de
arquivos antigos do DOS continuam sendo aceitos pelo Controle - Barra de Status - Barras de rolagem e Área de
Windows 2000. Trabalho.

IDENTIFICANDO A JANELA DO WINDOWS EXPLORER

102
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
Explorando Pastas e Documentos MENU EXIBIR
O processo de exploração das pastas e documentos se
dá através da Barra de Menus, da Barra de Ferramentas e Barra de Ferramentas -
do Menu de atalho, aberto com o botão direito do mouse Exibe ou não a Barra de
sobre a pasta ou item selecionado, que contém as ferra- Ferramentas, localizada
mentas necessárias para manipulação das pastas e abaixo da Barra de Menus.
documentos. Barra de Status - Exibe ou
não a Barra de Status.
BARRA DE MENUS Ícones Grandes - Aumen-
ta o tamanho dos ícones
Principais comandos na janela do Explorer.
Novo - Cria uma nova pas- Ícones Pequenos - Dimi-
ta ou atalho. nui o tamanho dos ícones
Criar Atalho - Cria atalho na janela do Explorer.
para itens selecionados. Lista - Mostra apenas os
Excluir - Exclui pastas, ar- ícones e o nome dos ar-
quivos ou atalhos selecio- quivos.
nados. Detalhes - Mostra os íco-
Renomear - Muda os no- nes, o nome e todos os de-
mes das pastas arquivos talhes dos documentos.
Organizar Ícones - Orga-
ou atalhos selecionados.
niza os ícones classifican-
Propriedades - Mostra as
do-os por nome, data ou
características dos arqui- tipo, dependendo da visu-
vos ou pastas (tamanho, alização escolhida.
data e hora da criação e
modificação, e última vez MENU FERRAMENTAS
que foi acessado). Permi-
te mudar os atributos dos Localizar... - Localiza arqui-
arquivos ou pastas (So- vos ou pastas em qualquer
mente leitura, arquivo, ocul- unidade de disco do com-
to e sistema). putador.
Fechar - Sai do Windows Ir Para... - Abre a pasta de-
Explorer. sejada.

MENU EDITAR

Desfazer - Desfaz a última BARRA DE FERRAMENTAS


ação realizada pelo usu- A janela do Explorer exibe uma Barra de Ferramentas com
ário. atalhos para determinadas opções dos Menus.
Recortar - Permite mo-
ver pastas, arquivos ou
atalhos de um local ou Mudar de unidade
de uma unidade de dis-
co para outra. Voltar
Copiar - Permite criar có- Avançar
pias de arquivos, pastas
ou atalhos. Um nível acima
Colar - Coloca os arqui- Pesquisar
vos, pastas recortados
ou copiados no novo lo- Pastas
cal. Histórico
Colar Atalho - Cola um
atalho de um item sele- Desfazer
cionado em novo local.
Excluir
Selecionar tudo - Sele-
ciona todos os documen-
Modo de Exibição
tos contidos em uma pas-
ta selecionada. Mover Para

Copiar Para

Podemos, também usar o mouse para acessar menus


referentes aos arquivos e pastas selecionadas. Para isso,

103
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
é só clicar com o botão direito do mouse sobre o arquivo atributo desejado.
ou pasta desejada, que abrirá uma lista de Atalho de Somente leitura - arquivo - oculto – sistema.
menus da Barra de Menus.
Criando Uma Nova Pasta Tipos de Atributos
Selecionar o local onde será criada a nova pasta. • Somente Leitura - Não permite alterar o arquivo. Este
No menu Arquivo escolher Novo – Pasta. fica disponível, somente para leitura e impressão.
Uma pasta nova será inserida no final da lista do segun- • Oculto - Torna o arquivo oculto, ou seja, não fica visível
do painel, onde você deverá digitar um nome para ela. no Explorer.
Com um clique no mouse você confirma o novo nome. A • Arquivo Morto - Especifica se este arquivo ou pasta
pasta está criada. deverá ser arquivado. Alguns programas utilizam esta op-
ção para controlar de quais arquivos e pastas foi efetua-
Renomear uma Pasta ou Documento do backup.
Selecionar a pasta ou documento a ser renomeado. • Se vários arquivos ou pastas estão selecionados, uma
No menu arquivo escolher Renomear. marca de seleção significa que todos eles possuem o
Digitar o novo nome da pasta ou documento. conjunto de atributos de arquivo. Uma caixa preenchida
significa que alguns arquivos ou pastas possuem o con-
Criando Atalho no Explorer junto de atributos de arquivo e outros não.
Selecione o arquivo que terá o atalho.
No Menu Arquivo escolha a opção Criar Atalho. VISUALIZANDO A UNIDADE A
Na árvore do computador um clique em Disco Flexível 3 ½
Copiar e Colar Documentos e Pastas (Através do menu) (A: ) acessa o conteúdo no Drive A, caso ele contenha um
Selecionar o documento ou pasta a ser copiado. disco flexível.
no menu Editar escolher copiar.
Selecionar o novo local onde será colada a cópia. Formatando Disco Flexível na Unidade A
No menu editar escolher colar. Insira o disco a ser formatado na unidade A.
Você pode copiar um documento ou pasta, simplesmen- Clique com o botão direito do mouse sobre “Disco flexível
te arrastando o item selecionado para o novo local, mas 3 ½ (A: ).
deverá manter a tecla Ctrl apertada durante o arrasto. Escolha formatar no menu que irá aparecer.
Siga as instruções da caixa de diálogo.
Copiar e Colar Documentos e Pastas (Através das Te-
clas de atalho) Verificando as Propriedades do Disco
Selecionar o documento ou pasta a ser copiado. No menu arquivo, escolha propriedades.
Teclar CTRL + C. Selecione a guia geral.
Selecionar o novo local onde será colada a cópia. Observe o espaço disponível, utilizado e total do disco.
Teclar CTRL + V.
Barra de tarefas/ Documentos → Lista os 15 últimos
Movendo Arquivos ou Pastas (Através dos menus) documentos acessados. Desta forma, podemos abrir um
Selecionar o documento ou pasta a ser movido. documento listado sem abrir o aplicativo que ele corres-
No menu editar escolher Mover. ponde.
Selecionar o novo local onde será colado.
No menu editar escolher Colar. Barra de tarefas/ Configurações → Altera as configura-
O mesmo processo pode ser feito simplesmente arras- ções dos recursos de hardware e software no Painel de
tando o documento selecionado para o novo local, quan- Controle, Impressoras e Barra de Tarefas.
do não for realizado em unidades diferentes, só que des-
ta vez sem pressionar a tecla Ctrl. Barra de tarefas/ painel de controle
Principais opções
Movendo Arquivos ou Pastas (Através das teclas de
atalho) Fontes - Permite a instalação e remoção de fontes (tipos
Selecionar o documento ou pasta a ser copiado. de letras). As fontes são instaladas na pasta fontes,
Teclar CTRL + X. subpasta da pasta Windows.
Selecionar o novo local onde será colada a cópia.
Teclar CT RL + V. Mouse - Define a forma de utilização do mouse, contendo
a seguintes opções de configuração:
Localizando Arquivos ou Pastas
Na Barra de Ferramentas clicar em . Opções da guia botões
Digitar o nome do arquivo ou pasta a ser localizado. Velocidade do clique duplo - determina a velocidade com
Clicar em pesquisar. que o mouse perceberá um duplo clique.
Canhoto/destro – Determina, se botão para pressiona-
Excluindo Pastas e Documentos mento será o esquerdo ou direito, que é indicado para
Selecionar a pasta ou documento a ser selecionado. pessoas não destras.
o menu arquivo escolher Excluir, ou selecionar e clicar na Opções da guia ponteiros
ferramenta Esquema de ponteiros permite definir a aparência dos
ponteiros do mouse para os diversos tipos de operação.
Alterar Atributos de um Arquivo ou Pasta Opções da guia movimento
Selecionar o arquivo ou pasta. Velocidade do ponteiro determina a velocidade do deslo-
No menu Arquivo selecionar Propriedades. camento do mouse pela tela.
Na janela Propriedades do Arquivo - Atributos, marcar o - Exibe uma lista de dispositivos, que inclui o nome do
fabricante e o tipo de dispositivo.

104
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
um item selecionado.
Teclado - Permite definir a velocidade de repetição do
F2 Renomear um item selecionado.
teclado e o período de espera antes da primeira repeti-
ção. A tecla será repetida da mesma forma em todos os CTRL+SETA À DIREITA Mover o ponto de inserção para o
início da próxima palavra.
programas que rodarem sob o Windows.
CTRL+SETA À ESQUERDA Mover o ponto de inserção para o
Data / Hora - Permite a alteração da data e da hora locais; início da palavra anterior.
na guia Fuso Horário permite posicionamento em um CTRL+SETA PARA BAIXO Mover o ponto de inserção para o
dos fusos horários do planeta (o fuso horário padrão para início do próximo parágrafo.
o Brasil é GMT-03:00 Brasília). Use a Tecla Tab para sele- CTRL+SETA PARA CIMA Mover o ponto de inserção para o
cionar os itens a serem alterados. início do parágrafo anterior.
CTRL+SHIFT com qual- Realçar um bloco de texto.
Opções Regionais - Permite definir padrões de funciona- quer uma das teclas de
mento internacionais para o Windows como definição de direção
separador de data e hora, separador de decimais e mi- SHIFT com qualquer uma Selecionar mais de um item em uma
lhares, símbolos monetários. Os itens definidos nas con- das teclas de direção janela ou na área de trabalho, ou
figurações regionais valem para todos aplicativos que selecionar texto dentro de um docu-
rodarem sob o Windows. mento.
CTRL+A Selecionar tudo.
Adicionar e Remover Programas – Adiciona ou Remove F3 Procurar por um arquivo ou pasta.
Aplicativos do Windows ou Aplicativos do Ambiente Win-
CTRL+O Abrir um item.
dows.
ALT+ENTER Exibir as propriedades do item se-
lecionado.
Adicionar Novo Hardware – adiciona programas para
novos componentes do computador. ALT+F4 Fechar o item ativo ou sair do pro-
grama ativo.
Sistema – Mostra o perfil do micro, conflitos e versão do CTRL+F4 Fechar o documento ativo em pro-
sistema em uso. gramas que permitem vários docu-
mentos abertos simultaneamente.
Barra de tarefas / Conexões Dial Up: Exibe as conexões ALT+TAB Alternar entre itens abertos.
dial-up do computador e ajuda configurar uma nova uma ALT+ESC Alternar entre os itens na ordem
conexão. em que foram abertos.
Barra de tarefas / Impressoras: Adiciona e gerencia os F6 Alternar entre elementos de tela em
recursos de impressão uma janela ou na área de trabalho.
Barra de tarefas / menu iniciar: Altera o padrão do menu F4 Exibir a lista da barra de endereços
iniciar e da barra de tarefa em Meu computador ou no Windo-
Barra de tarefas / Pesquisar → Localiza pastas, arqui- ws Explorer.
vos, computadores em uma rede, endereços, em qual- SHIFT+F10 Exibir o menu de atalho para o
quer uma das unidades de discos disponíveis na máqui- item selecionado.
na, conforme opção escolhida dando um critério de pes- ALT+BARRA DE ESPAÇOS Exibir o menu Sistema para a ja-
quisa. nela ativa.
Barra de tarefas/ Ajuda → Acessa ajuda do Windows 2000 CTRL+ESC Exibir o menu Iniciar.
Barra de tarefas/ Executar → Inicia a execução de um ALT+Letra sublinhada em Exibir o menu correspondente.
programa através de comandos. um nome de menu
Barra de tarefas/ Desligar → Permite desligar o compu- Letra sublinhada em um Executar o comando corres-
tador com segurança a partir de uma caixa de diálogo.
nome de comando de um pondente.
Também podemos sair do Windows através do teclado,
menu aberto
usando a combinação das teclas ALT+F4 (Fecha aplicati-
vo ou janela, quando fechar todas janela a ultima será a F10 Ativar a barra de menu no progra-
ma ativo.
área de trabalho).
SETA À DIREITA Abrir o próximo menu à direita ou
OUTRAS INFORMAÇÕES: abrir um submenu.
Seqüência de teclas Finalidade SETA À ESQUERDA Abrir o próximo menu à esquerda ou
CTRL+C Copiar. fechar um submenu.
CTRL+X Recortar. F5 Atualizar a janela ativa.
CTRL+V Colar. BACKSPACE Exibir a pasta um nível acima em
CTRL+Z Desfazer. Meu computador ou no Windows
DELETE Excluir. Explorer.
SHIFT+DELETE Excluir um item selecionado permanen- ESC Cancelar a tarefa atual.
temente sem colocá-lo na Lixeira. SHIFT ao inserir um CD Evitar que o CD seja repro-
CTRL ao arrastar um item Copiar um item selecionado. na unidade de CD-ROM duzido automaticamente.
CTRL+SHIFT ao arrastar Criar um atalho para um item

105
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural

WORD 97/2000
1. INTRODUÇÃO mos preparar textos e usá-los no PowerPoint, também
O Microsoft Word 97 e 2000 para Windows 98/NT é um integrante da família Office.
poderoso processador de texto integrante do pacote de
aplicativos para escritório Microsoft Office, que permite a A TELA DO WORD
criação, edição e manipulação de diversos tipos de tex-
tos. Os recursos gráficos permitem o uso de figuras (Cli- Quando iniciamos o Word, é apresentada a janela abaixo
contendo um novo documento em branco, e os elemen-
part), planilhas e gráficos do Excel. Com o Word pode-
tos a seguir:

2. MENUS DE COMANDO
documento pela primeira vez, ou um documento já existente
• Menu Arquivo - Este em outro local com outro nome;
menu oferece recursos Salvar Como Página da Web - Salva o documento conver-
que dizem respeito ao tendo as formatações para HTML;
documento de um modo Versões – Permite salvar versões diferentes do documento;
geral. Visualização de Página da Web – exibe o documento como
Comandos do Menu Ar- se fosse uma página da Web;
quivo Configurar Página - Altera as margens, a origem e o tama-
Novo - Cria um novo do- nho do papel, além da orientação da página para o docu-
cumento ou um novo mo- mento inteiro ou para as seções selecionadas;
delo; Visualizar Impressão - Mostra como o documento será
Abrir - Abre um docu- impresso;
mento já existente; Imprimir - Imprime o documento;
Fechar - Fecha um do- Enviar Para – Permite enviar o documento diretamente para
cumento ativo; destinatário da mensagem, do fax, participante da reunião
Salvar - Salva as altera- ou ainda Power Point;
ções em um documento Propriedades - Exibe informações sobre o documento ativo
já existente. Este coman- para que você possa rever ou editar as informações;
do, quando executado Lista dos Últimos Arquivos Utilizados - Permite abrir um
em um novo documento, documento existente na lista, através de um único clique do
abre “Salvar Como”; mouse.
Salvar Como - Salva um Sair - Fecha o Word;

106
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
• Menu Editar - Neste menu encontramos recursos para a lhos com colunas, desenhos, objetos e molduras;
edição do documento. Estrutura de Tópicos - Cria ou modifica uma estrutura para
Comandos do Menu Editar que seja possível examinar e trabalhar com a estrutura do
Desfazer - desfaz uma ação documento. Observe a barra de ferramentas, com os íco-
efetuada; nes para tratamento deste tipo de visualização. Você pode
Repetir - refaz uma opera- exibir somente os títulos temporariamente, ocultando o tex-
ção desfeita; to abaixo dos mesmos elevando e rebaixando a importân-
cia de um título e seu texto correspondente;
Recortar - Remove uma pa-
Barra de Ferramentas - Visualiza, oculta, personaliza ou
lavra ou um texto seleciona- cria barras de ferramentas;
do, colocando-o na área de Régua - Exibe ou oculta as réguas horizontal e vertical;
transferência, para ser co- Estrutura do Documento – Divide a tela em dois painéis,
lado em outro local; exibindo o documento no painel direito e sua estrutura no
Copiar - Copia uma palavra painel esquerdo;
ou um texto selecionado Cabeçalho e Rodapé - Insere ou altera texto de cabeçalho e
para a área de transferência rodapé de uma seção ou página;
para ser colado em outro lo- Notas - Exibe e permite alterar notas de rodapé;
cal; Comentários - Exibe no painel de comentários, os comen-
Colar - Cola o conteúdo da tários inseridos no documento;
área de transferência na po- Tela Inteira – Exibe o Word em tela inteira, ocultando a barra
sição onde se encontra o de menus, de ferramentas, réguas, barra de rolagem e de
cursor; status;
Colar Especial - Cola ou in- Zoom - Controla as dimensões do documento na tela.
corpora o conteúdo da área
de transferência em um do- • Menu Inserir - Permite inserções.
cumento do Word com um formato específico, ou cria um Comandos do Menu Inserir
vínculo às informações que podem ser atualizadas em ou- Quebra - Insere quebra de pági-
tro aplicativo; na, seção ou coluna no documen-
Colar como Hyperlink – Cola o conteúdo da área de transfe- to;
rência como hyperlink para a área copiada; Número de Páginas - Insere, for-
Limpar - Apaga o texto selecionado; mata e posiciona números de
Selecionar Tudo - Seleciona o documento inteiro; páginas dentro de um cabeçalho
Localizar - Procura por texto, formatação, notas de rodapé, ou rodapé.
notas de fim ou marcas de anotações especificadas no Data e Hora - Insere data e hora
documento ativo; do sistema na posição do cur-
Substituir - Localiza e substitui texto, formatação, notas de sor;
rodapé, notas de fim ou marcas de anotações especifica- AutoTexto - Cria uma variável de
das no documento ativo; Auto Texto a partir de texto ou ele-
Ir Para - Move o ponto de inserção para o local especificado mentos gráficos selecionados que
no documento ativo; são utilizados freqüentemente ou
Vínculos - Exibe e modifica os vínculos em um documento insere uma variável de Auto Texto
do Word; em um documento;
Objeto - Abre o aplicativo no qual o objeto incorporado ou Campo - Insere um campo no tex-
vinculado selecionado foi criado e exibe o objeto para que to. Campo é um conjunto de códi-
seja possível editá-lo em um documento do Word. gos que instruem o Word a inserir
um texto, elementos gráficos, nú-
• Menu Exibir - Além de habilitar ou desabilitar a exibição mero da página e outros itens no
das barras de ferramentas, este menu oferece os seguin- documento automaticamente;
tes recursos:
Símbolo - Insere símbolos que
Comandos do Menu Exibir
podem ser impressos, mesmo
Visualização Normal - Mos-
que não se encontrem no teclado.
tra a formatação do texto,
Comentário - Insere as marcas de um comentário (que con-
mas simplifica o Layout da
tém as iniciais do revisor e o número de referência) no docu-
página, permitindo digitar e
mento e abre o painel de comentários, no qual se pode
editar com maior rapidez.
digitar a anotação. A marca de anotação é exibida no docu-
Neste tipo de visualização
não são exibidos cabeça- mento em formato de texto oculto;
lho, rodapé, nem as várias Notas - Insere notas de rodapé;
colunas. A quebra de pági- Legenda - Insere legendas para tabelas, ilustrações, equa-
na aparecerá como uma li- ções e outros itens;
nha; Referência Cruzada - Insere uma referência cruzada a um
Layout da Web – Exibe o item em um documento;
conteúdo do documento Índices - Insere índice (sumário) para o documento;
como se estivesse sendo Figura - Insere desenhos (Clip-art) já prontos que acompa-
exibido num site da web nham o Word, como também, os desenhos de um arquivo
através de um navegador, externo, do scanner ou câmera, WordArt, gráficos e AutoFor-
como o Internet Explorer; mas;
Layout de Impressão - Visu- Caixa de Texto – Insere uma caixa de texto, geralmente para
aliza como os objetos serão indicar regiões em uma figura;
posicionados na página impressa. Esta visualização é útil Arquivo - Insere um arquivo inteiro onde se encontra o cur-
para editar cabeçalhos e rodapés, ajustar margens, traba- sor;

107
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
Objeto – Insere um objeto (arquivo, alheio ao documento, Auto Formatação - Efetua automaticamente uma pesquisa
em qualquer formato) no documento como: Apresenta- num documento do Word para identificar elementos espe-
ção do PowerPoint, clipe de mídia, imagens, planilhas do cíficos e, em seguida, formata o texto aplicando o estilo do
Excel etc; modelo anexado;
Indicador – Cria indicadores que são utilizados para marcar Estilo - Revisa, edita, cria ou aplica estilos aos parágrafos
texto, elementos gráficos, tabelas ou outros itens selecio- selecionados;
nados; Objeto – Abre a caixa de diálogo de formatação de objetos
Hyperlink - Como num documento HTML na web, um hyper- (Cores e Linhas, Tamanho, Layout, Figura etc.).
link no Word localiza e transporta a tela para um indicador
no próprio documento, para outro documento do Word, do • Menu Ferramentas - apresenta as seguintes ferramen-
Excel ou até para uma página de Web na Internet, desde tas:
que haja uma conexão à Internet disponível. Comandos do Menu Ferra-
mentas
• Menu Formatar - Este recurso define o formato do docu- Ortografia e Gramática - verifi-
mento. ca a ortografia e gramática do
Comandos do Menu For- documento ativo, inclusive o tex-
matar to do cabeçalho, rodapé, notas
Fonte - Altera o tipo de fonte de rodapé, notas de fim e anota-
(letra), estilo (negrito e itáli- ções;
co), tamanho da letra, cor, Idioma - Determina o idioma
efeitos de fonte (tachado, do texto selecionado em um
tachado duplo, sobrescrito, documento que contém mais
subscrito, sombra, contor- do que um idioma. Ao verificar
no, relevo, baixo relevo, cai- o documento, o Word automa-
xa alta, todas em maiúscu- ticamente alterna para o dici-
las, texto oculto, etc.), espa- onário do idioma indicado
çamento entre caracteres e para cada palavra;
animação (que é um novo Contar Palavras - Conta o nú-
recurso do Word 2000); mero de páginas, palavras, ca-
Parágrafo - Alinha e recua racteres, parágrafos e linhas do
os parágrafos, controla o documento;
espaçamento entre linhas Auto Resumo – Cria um resu-
e parágrafos, evita quebra mo automático do documento
de página dentro e entre os para outros usuários lerem. In-
parágrafos, impede que sere sinopse ou síntese na par-
uma linha de texto seja exi- te superior do documento ou cria
bida isoladamente na par- um novo documento e armaze-
te superior ou inferior da na o resumo nele;
página; Auto Correção - Corrige erros comuns de digitação, como,
Marcadores e Numeração - Cria uma lista com marcado- por exemplo, digitar “qualquer” no lugar de “quaisquer”;
res ou numeração a partir de uma seqüência de itens no Controlar Alterações - Permite o controle de alterações no
texto ou de uma seqüência de células em uma tabela; documento, podendo o usuário realçá-las, aceitá-las, rejei-
Bordas e Sombreamento - Adiciona bordas e sombrea- tá-las ou comparar documentos. Bastante útil, quando há
mento a parágrafos, células de tabelas e molduras selecio- vários colaboradores para um mesmo documento;
nadas. Você pode também adicionar bordas a elementos Mesclar Documentos - Mescla um documento ou subdo-
gráficos; cumentos no documento atual;
Colunas - Permite definir a quantidade de colunas do texto e Proteger Documento - Protege o documento permitindo al-
o tamanho de cada coluna; terações controladas, comentários e mudanças em formu-
Tabulação - Controla a posição e alinhamento das tabula- lários, conforme a opção do usuário;
ções e determina os tipos de caracteres de preenchimento; Colaboração on-line - Permite reuniões on-line através do
Capitular - Formata uma letra, palavra ou texto selecionado NetMeeting (opção Reunir Agora), agendar uma discussão
como uma letra capitulada. Uma letra capitulada, tradicio- ou acessar um grupo de discussões;
nalmente a primeira letra de um parágrafo, pode ser exibida Mala Direta - Produz cartas modelos, etiquetas de endere-
na margem esquerda ou deslocada da base da primeira çamento, envelopes, catálogos e outros tipos de documen-
linha do parágrafo; tos mesclados;
Direção do Texto – Define a direção do texto da célula de Envelopes e Etiquetas - Cria um envelope, uma única eti-
uma tabela; queta de endereçamento ou o mesmo nome e endereço
Maiúsculas e Minúsculas - Altera os caracteres seleciona- em toda a folha de etiquetas de endereçamento;
dos para a combinação de letras maiúsculas/minúsculas; Assistente de Carta - Abre o Assistente de Carta que, atra-
Plano de Fundo – Define a cor de preenchimento do fundo do vés de opções, auxilia na composição de uma carta;
documento. Os planos de fundo são usados no modo de Macro - Grava ou cria uma macro, executa qualquer macro
exibição de layout da Web ou em um navegador da Web; ou comando padrão do Word ou abre uma macro para edi-
Tema - Conjunto de elementos de design usados como ima- ção. Macro é uma seqüência de ações nomeadas e arma-
gens de plano de fundo, marcadores, fontes, linhas horizon- zenadas. Quando você executa uma macro, o Word executa
tais e outros elementos do documento. Ajuda a criar facilmen- todas as ações atribuídas em seqüência;
te documentos profissionais e bem estruturados para exibi- Modelos e Suplementos - Permite criar, editar e administrar
ção no Word, no correio eletrônico ou na Web; itens e componentes de modelos;
Molduras - Controla o tamanho e a posição horizontal e Personalizar - Personaliza o botão da Barra de Ferramentas,
vertical de uma moldura selecionada e controla como o tex- Comando de menu e as atribuições de teclas de atalho;
to é ajustado ao redor da mesma;

108
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
Opções - Modifica as configurações do Word que controlam • Menu Ajuda - Este menu exibe itens de ajuda do Microsoft
a aparência da tela, impressão, edição, ortografia e outras Word.
opções. Ajuda do Microsoft Word -
Abre a Ajuda do MS Word, exi-
• Menu Tabela - Oferece recursos para operações com ta- bindo Conteúdo e Índice;
belas: Mostrar Assistente do
Comandos do Menu Tabela Word/Office - Abre o Assis-
Desenhar Tabela – Abre a
tente de Ajuda, que auxilia o
Barra de Ferramentas Tabe-
las e Bordas permitindo a usuário a encontrar o item
criação e configuração de desejado, através de pergun-
tabelas; tas completas;
Inserir – Permite inserir uma O que é Isto? - Ajuda de con-
tabela com quantidade de co- texto, exibe informações es-
lunas e linhas definidas no pecíficas sobre o
documento e, na tabela, per- item selecionado;
mite inserir colunas, linhas Microsoft na Web – Conecta-se à página do Word no site da
ou células; Microsoft permitindo ao usuário atualização do programa, tam-
Excluir – Permite excluir célu- bém permitirá baixar modelos e recursos adicionais;
las, linhas ou colunas seleci- Detectar e Corrigir – Detecta e corrige erros na instalação
onadas ou a própria tabela; do Word;
Selecionar – Permite seleci- Sobre o Microsoft Word – Exibe informações legais e iden-
onar tabela, coluna, linha ou tifica o programa.
célula;
Mesclar Células - Combina 3. TECLAS DE ATALHO E TECLAS ACELERADORAS
o conteúdo das células ad-
Verifique que ao lado de alguns comandos apresentados
jacentes em uma única cé-
lula; nos menus descritos acima, existe uma indicação. Por exem-
Dividir Células - Divide a cé- plo, ao lado do comando abrir do menu arquivo encontra-
lula horizontalmente ou verticalmente em múltiplas células; mos uma combinação do teclado Ctrl + A; isto significa que
Dividir Tabela – Divide a tabela horizontalmente no ponto de podemos executar o comando Abrir utilizando o teclado, atra-
inserção; vés da combinação das teclas Ctrl + A. Este recurso é cha-
Auto Formatação da Tabela – Permite formatar a tabela, mado de Teclas de Atalho.
através de uma caixa de diálogo com formatos pré-defini- Podemos utilizar também, a combinação das teclas Alt + a
dos; letra sublinhada dos nomes dos menus de comando para
Auto Ajuste – Permite ajustar a tabela conforme o conteúdo, abri-los. Por exemplo, o menu arquivo apresenta a letra A
a largura da janela, determina uma largura fixa da coluna e sublinhada; isto significa que podemos abrir o menu arqui-
distribui linhas e colunas uniformemente; vo usando a combinação das teclas Alt + A. Este recurso é
Repetir Linhas de Títulos - Repete automaticamente o título chamado de Teclas Aceleradoras.
de uma tabela que se estender por mais de uma página; Para salvar um documento através do teclado, por exemplo,
Converter - Transforma um texto em uma tabela ou uma podemos usar a combinação Alt + A e depois apertar a tecla
tabela em texto; S ou, alternativamente, Ctrl + B.
Classificar - Organiza as informações nas linhas, listas ou
seqüências de parágrafos selecionados em ordem alfabé-
tica, numérica ou pela data; 4. BARRA DE FERRAMENTAS
Fórmula - permite a realização de alguns cálculos com os Barra de Ferramentas Padrão - É composta de botões com
dados da tabela; pequenos ícones que, quando clicados, executam os co-
Linhas de Grade - Visualiza ou oculta as linhas de grade; mandos correspondentes à edição do documento, como
Propriedades da Tabela – Permite configurar a posição da copiar, colar ou recortar palavras, frases, parágrafos etc. Traz
tabela, bordas, larguras de colunas etc. também, atalhos para comandos de manipulação do docu-
mento, como imprimir, visualizar impressão, criar novo do-
• Menu Janela - permite controlar a exibição de documentos cumento, abrir um documento e salvar um documento. Per-
no monitor: mite ainda, inserir tabelas, planilhas do Excel, dividir o texto
Comandos do Menu Janela em colunas, obter informações sobre determinado trecho
Nova Janela - Abre uma nova do documento e exibir o assistente de dicas.
janela com o mesmo conteú-
do da janela ativa; Botões da Barra de Ferramentas Padrão
Organizar Tudo - Exibe todos
os documentos abertos de Novo
modo que as janelas não se
sobreponham; Abrir
Dividir - Divide a janela ativa
em painéis ou remove a divi- Salvar
são; Correio Eletrônico
Lista dos Documentos Abertos - Exibe uma lista de todos
os documentos que estão abertos; Imprimir
Visualizar Impressão

Verificar Ortografia

109
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
DIGITANDO UM TEXTO
Recortar
Copiar Quando o Word é carregado, um documento em branco
contendo uma página é colocado na tela para que possa-
Colar mos começar a digitar um texto.
O traço preto vertical que pisca no início da página cha-
Pincel ma-se cursor (ponto de inserção). Quando digitamos uma
letra, esta é inserida na página onde o cursor está posici-
Desfazer onado. Conforme digitamos, o cursor se desloca para
Refazer frente formando o texto.
Para permitir futuras formatações no documento, deve-
Inserir Hiperlink se digitar continuamente sem se preocupar com mudan-
ças de linhas ou quebra de palavras, o Word faz isto auto-
Barra de Ferramentas da Web maticamente.
Tabelas e Bordas
Deve-se observar apenas o seguinte:
Inserir Tabela • Para mudar de parágrafo, pressione a tecla Enter no
teclado.
Inserir Tabela do Excel • Para interromper a digitação do texto em uma pági-
na e continuar em outra página pressione as teclas
Colunas Ctrl + Enter. Uma quebra de página será exibida na
página atual e outra página será inserida, logo após
Desenho esta.
Estrutura do documento • Se for posicionado o cursor em qualquer lugar dentro do
texto digitado, e se inserir uma quebra de página, o peda-
Mostrar / Ocultar ço do texto que estiver logo após o cursor será deslocado
para a nova página inserida.
Zoom
Assistente do Word Salvando um Documento
Há também várias opções para salvar um documento no
Barra de Ferramentas Formatação - Nesta barra encon- Word.
tramos atalhos para formatar o documento como escolher 1ª. Através do Comando Salvar no Menu Arquivo.
tipo e tamanho de fonte (letra), colocar negrito, itálico, e 2ª. Clicando no Botão Salvar na Barra de Ferramentas
sublinhado, realçar determinado trecho (como uma cane- Padrão.
ta marca texto), alinhar texto à direita, à esquerda, centrali- 3ª. Usando a combinação das teclas Ctrl + B.
zar e justificar, definir recuos para parágrafos, inserir bor- 4ª. Usando a combinação das teclas Alt + A S.
das, marcadores e numeradores. Quando se grava um documento pela primeira vez, o Word
pede que se atribua um nome ao arquivo e que indique o
Botões da Barra Formatação local onde será gravado. Caso não seja especificado o
Estilo local, o Word coloca esse documento na pasta Meus
Tipo de Fonte Documentos.
Tamanho da fonte A Caixa de Diálogo Salvar Como será aberta para que
seja possível dar um nome ao documento e indicar onde
Negrito será gravado.

Itálico Fechando um Documento


Nós fechamos um documento usando as seguintes
Sublinhado opções:
1ª. Através do comando Fechar no Menu Arquivo.
Alinhar à esquerda 2ª. Através do comando Fechar da Caixa de Controle da
janela do documento.
Centralizar
3ª. Através de um clique no botão Fechar da janela do
Alinhar à direita documento.
4ª. Através da combinação das teclas Ctrl + F4 no te-
Justificar clado.
Todas essas opções fecham o documento sem sair do
Numeradores aplicativo.
Marcadores Se o Word receber ordens para fechar o documento sem
que ele tenha sido salvo, será exibida uma das caixas de
Diminuir Recuo diálogo para confirmação.
Aumentar Recuo Criando um Novo Documento.
Como nós já vimos, quando abrimos o Word um docu-
Borda Externa mento em branco é colocado na tela. Mas, nós podemos
obter vários documentos em branco estando ou não com
Realce outros documentos abertos.
Cor de Fonte
Há três maneiras de se abrir um novo documento:
Preenchimento 1ª. Através do comando Novo no Menu Arquivo.

110
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
2ª. Através de um clique no botão Novo da Barra de Ferra- 1ª. Através do Comando Abrir no Menu Arquivo.
mentas Padrão. 2ª. Clicando no botão Abrir da Barra de Ferramentas
3ª. Através da combinação das teclas Ctrl + O. padrão.
3ª. Usando a combinação das teclas Alt + A A.
Abrindo um Documento Gravado 4ª. Usando a combinação das teclas Ctrl + A.
Existem várias opções para se abrir um documento
gravado. Estas opções abrem a caixa de diálogo Abrir.

A seleção através do teclado é feita com a combinação de


EDITANDO UM TEXTO teclas Shift, Ctrl, End, Home e as teclas de direção ÍÎÏÐ.
Para desfazer uma seleção é só apertar qualquer uma
O Word permite a manipulação de trechos distintos do das teclas de direção, ou clicar com o mouse em qual-
texto, como parágrafos, palavras, frases, linhas e até le- quer área do texto.
tras, como também a sua correção caso ocorram erros
de digitação. Para todas essas alterações é amplamente Recortando o Trecho Selecionado.
utilizado um recurso chamado Seleção. A seleção con- Quando recortamos a seleção, esta é movida para a área
siste em marcarmos a palavra, parágrafo, trecho, linha de transferência para posteriormente ser colada em seu
ou letra que iremos alterar. Essa seleção pode ser feita novo local. Para mover palavras, frases, linhas e parágra-
com o uso do teclado ou do mouse. fos, é necessário, antes de tudo, selecionar o que será
movido. Através do comando Recortar no Menu Editar ou
Selecionando o Texto botão Recortar da Barra de Ferramentas Padrão, nós re-
Selecionando com o mouse: cortamos o selecionado para ser colado em outro lugar.
Para colar o que foi recortado devemos, antes de tudo,
Para Selecionar: Aponte para: posicionar o cursor onde queremos colar. Através do co-
mando Colar no Menu Editar ou do botão Colar da Barra de
Um trecho qualquer Início do trecho e arraste o mouse Ferramentas Padrão, nós colamos o que foi recortado.
para o final do trecho com o botão Podemos recortar e colar usando o teclado:
esquerdo pressionado.
A combinação das teclas Ctrl + X recorta o selecionado.
Uma palavra A palavra e clique duas vezes o bo- A combinação das teclas Ctrl + V cola o que foi recortado.
tão esquerdo do mouse.
Uma sentença A sentença mantendo pressionada a Copiando um trecho selecionado do texto. - Quando co-
tecla Ctrl e clique o botão esquerdo do piamos o que está selecionado, este não sai do local
mouse. onde está. O Word faz uma cópia na área de transferên-
cia para ser colocada em outro local por nós determina-
Uma linha A área de seleção ao lado esquerdo do. O processo para copiar e colar é o mesmo para recor-
da linha (a seta do mouse aponta
tar. Devemos selecionar primeiro o que será copiado. Atra-
para direita) e clique duas vezes o
botão esquerdo. vés do comando Copiar no Menu Editar ou do botão Copi-
ar na Barra de Ferramentas Padrão é feita uma cópia do
O documento todo A área de seleção mantendo a tecla selecionado. Através do comando Colar no Menu Editar
Ctrl pressionada e clique o botão do ou do Botão Colar na Barra de Ferramentas Padrão, a
mouse. Alternativamente, dê três cli- cópia é colada onde o cursor estiver posicionado.
ques na área de seleção.

111
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
Podemos copiar e colar usando o teclado:
• A combinação das teclas Ctrl + C copia o selecionado.
• A combinação das teclas Ctrl + V cola o copiado.

Excluindo o trecho selecionado do texto.


Podemos excluir ou deletar trechos selecionados atra-
vés do comando limpar no Menu Editar ou apertando a
tecla Del ou Delete no teclado. Quando usamos a tecla
Del ou Delete sem selecionar um trecho, o que estiver à
frente do cursor será excluído, caractere por caractere (le-
tra por letra).
Quando usamos a tecla BackSpace no teclado, sem se-
lecionar um trecho, o que estiver antes do cursor será
excluído caractere por caractere.

Substituindo texto ao digitar.


Para substituir uma palavra ou trecho de texto por outro
que será digitado em seu lugar, selecione o trecho a ser
substituído e a seguir digite o novo texto.

Visualizando um Documento.
Microsoft Word possui várias formas de visualização de
seus documentos. A princípio, seus textos são mostra-
dos na visualização Normal. As formas Layout da Web,
Layout de Impressão, Estrutura de Tópicos, estão descri-
tas no Menu Exibir.

Inserindo Data e Hora.


Quando inserimos data e hora em um documento, utiliza-
mos a data e hora do sistema.
Isto significa que todas as vezes que esse documento for
aberto, a hora e data serão atualizadas pelo sistema.
Inserimos data e hora, através do Comando Data e Hora,
no menu Inserir.

Salvando um Documento com Outro Nome. 2ª. Guia Controle de Linha de Página - esta guia nos per-
Muitas vezes nós, para ganharmos tempo, utilizamos um mite manter o fluxo do texto pelas páginas do documento.
documento já gravado, aproveitando seu conteúdo para Podemos também utilizar a régua horizontal para recuar
editar outro. Para salvar as alterações feitas sem alterar o os parágrafos.
documento original, usamos o comando Salvar Como;
este comando grava as alterações feitas no documento
original, criando outro documento com outro nome.

Formatação.
O Word permite alterar a aparência ou dar destaques às
letras e palavras quando julgarmos necessário. Este pro-
cesso chama-se formatação. Alem da formatação de le-
tras, nós podemos formatar os parágrafos do texto, colo-
car bordas ao redor de trechos do documento, de todo o
texto e da página.

Formatando Parágrafos
Podemos formatar um parágrafo usando o Menu Forma-
tar; Parágrafo, a Barra de Ferramentas Formatação e a
régua horizontal. O menu Formatar Parágrafo abre a Cai-
xa de Diálogo Parágrafo. Esta caixa contém duas guias:
Marcadores e Numeradores.
1ª Guia Recuos e Espaçamentos que nos permite, ali- Para inserir Marcadores e Numeradores devemos seguir
nhar um parágrafo, recuar, espaçar um parágrafo de ou- estes passos:
tro, abrir espaços entre linhas. Selecionar a lista ou parágrafo.
Clicar no botão Numeração ou no botão Marcadores, na
Barra de Ferramentas Formatação.
Se você quiser usar um Marcador personalizado, deve
Abrir o Menu Formatar - Marcadores e Numeradores.
Abrirá a caixa de Diálogo Marcadores e Numeradores com
3 guias:

112
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
• A Guia Marcadores Através do botão Marcador você pode escolher outro tipo
Apresenta alguns marcadores; de marcador de outra fonte.
• A Guia Numerada Você pode também escolher a cor, estilo e tamanho do
Apresenta alguns tipos de Numeração; marcador, através do botão Fonte.
• A Guia Vários Níveis
Apresenta alguns tipos de Numeração de vários níveis. Formatando Palavras e Letras.
Para Selecionar o tipo desejado, clique na caixa corres- Formatamos letras, palavras ou todo o texto, através do
pondente e clique no Botão Ok. Menu Formatar Fonte ou através da Barra de Ferramen-
Através do botão Personalizar, você pode formatar um tipo tas Formatação. Primeiro passo é selecionar a letra ou
de marcador. palavras que iremos formatar. Quando clicamos no Menu
Formatar Fonte, abre a Caixa de Diálogo Fonte:

Bordas e Sombreamento 3ª - Guia Sombreamento


Podemos atribuir bordas e molduras em texto, em uma Permite colocar cor de fundo na borda.
página ou em um parágrafo.
Quando atribuímos Bordas a um Título, devemos, antes, Inserindo Figura no Documento
selecioná-lo. Como o Word é um processador de texto com recursos grá-
Quando clicamos no Menu Formatar - Bordas e Sombre- ficos, podemos inserir figuras nos nossos documentos. Uti-
amento, abre a Caixa de Diálogo. Esta caixa apresenta lizamos o Menu Inserir e a opção Figura. Normalmente, o
três guias: Word utiliza uma galeria de figuras Clip-Arts, porém pode-
mos utilizar figuras bmp, imagens no formato jpg, pcx, cdr, etc.
1ª - Guia Borda
Permite escolher o tipo de borda, tipo, cor e espessura Formatando Figura
da linha. Geralmente a figura é inserida na pagina empurrando o
Escolha em 1º lugar, a cor, depois a largura e o estilo de texto para outra página se o cursor estiver posicionado
linha, o tipo de moldura que será aplicado em torno do texto. acima do texto no momento da inserção. Nós podemos
Se você preferir traços acima, ou abaixo, ou à direita, ou à redimensionar o tamanho da figura clicando sobre as al-
esquerda do texto, indique, clicando com o mouse sobre ças de canto com a figura selecionada e arrastando na
os respectivos botões na caixa de visualização. diagonal para dentro. O fato de usarmos as alças de canto
do selecionado se dá porque dessa forma nós diminuí-
2ª - Guia Borda da Página mos o tamanho da figura mantendo suas proporções. O
Permite inserir uma borda em volta da página. Nessa que não ocorre quando diminuímos o tamanho da figura
guia nós podemos escolher um tipo de borda artística, pelas alças laterais horizontais que esticam o desenho
pré-definida. alterando a sua proporção.

113
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
Através do Menu Formatar - Figura na Barra de Menus, ou excluir uma tabela inteira, selecione a mesma e execute
através de um clique com o botão direito do mouse sobre o comando Excluir células.
a figura, podemos alterar a disposição da figura na pági-
na, colocar bordas na figura, etc. Verificação Ortográfica
Word Verifica a existência de erros utilizando um dicionário
Tabelas padrão. Durante a realização da verificação, são analisa-
As tabelas no Word, são elementos formados por linhas dos os textos em cabeçalhos, rodapés, notas de rodapés
e colunas. A largura das colunas e a altura das linhas e anotações. Se uma palavra não for encontrada no dicio-
podem ser alteradas facilmente. As tabelas, a princípio, nário, esta será marcada com um traço vermelho. Pode-
se prestam para a mesma finalidade das marcas de ta- mos corrigi-la, caso esteja errada, ou adicioná-la a um
bulação. Podendo também conter fórmulas simples como dicionário personalizado, se estiver escrita corretamente.
somar, subtrair, multiplicar, dividir. Inserimos uma tabela O Menu Ferramentas contém o comando Verificar Orto-
em um documento através do comando Inserir Tabela no grafia para que possamos analisar e corrigir todo o texto
Menu Tabela da Barra de Menus. digitado. À medida que o verificador for encontrando os
O comando Inserir Tabela, no Menu Tabela, abre a caixa erros, ele nos pergunta se nós queremos que ele altere,
de diálogo Inserir Tabela. ignore ou adicione a palavra. Através do botão direito do
Esta caixa contém três opções onde iremos definir a quan- mouse sobre a palavra marcada como errada, abrimos o
tidade de colunas e linhas que a tabela terá a princípio. Para menu de atalho para o verificador de ortografia, onde en-
que possamos utilizar as larguras das colunas, o melhor é contramos uma lista de sugestões, ou não, e as opções
deixar a opção Largura da Coluna em automático. Ignorar Tudo, Adicionar e Verificar Ortografia.
Após a definição do Número de Colunas e Linhas deve-
mos clicar no botão OK para que a tabela seja inserida no Configurando Página
documento. A configuração de página consiste em alterar as margens,
O recurso Desenhar Tabela, existente apenas no Word 2000, tamanho do papel, orientação e layout da página. Quando
permite desenhar uma tabela de maneira personalizada. acionamos o comando Configurar Página no Menu Arqui-
vo, a caixa de diálogo Configurar Página é aberta.
Inserindo dados na tabela
Inserimos dados em uma tabela digitando-os dentro da Guia Margens
célula. Célula é a interseção entre uma coluna e uma Permite alterar as margens superior, inferior, esquerda e
linha. Para iniciar a digitação em uma célula devemos, direita da página que delimitam a área de texto.
antes, posicionar o cursor dentro da mesma.
• Medianiz é uma margem adicional criada à esquerda
Navegando pela tabela para páginas ímpares e à direita para páginas pares.
Use as setas de direção do teclado para andar dentro de
uma célula e mudar para outra. • Margem espelho
Use a tecla TAB para se deslocar à próxima coluna, à Esta margem é utilizada quando se quer imprimir nos
direita, na mesma linha. dois lados do papel, como um livro. Isto faz com que as
Use a combinação das teclas Shift + TAB para retornar a margens opostas sejam iguais. Não há mais margens
coluna anterior. esquerda e direita, e sim margens internas (próxima à
dobra do livro) e externa (próxima às bordas do livro).
Alterando a largura das Colunas • A aplicação das margens pode ser feita no documento
Para mudar a largura de uma coluna, leve o ponteiro do inteiro ou só em uma página selecionada.
mouse para a linha divisória direita da coluna e arraste-a
para a direita, para aumentar sua largura, ou para a es- Guia Tamanho do Papel
querda, para diminuir. O Word contém vários tamanhos de papel definidos, como
A4, ofício, carta, envelopes etc. Podemos, também, per-
Inserindo linhas na tabela sonalizar um tamanho de papel, onde deveremos indicar
Coloque o cursor onde a linha será inserida e execute o a largura e altura do papel personalizado.
comando Inserir Linhas no Menu Tabela.
• Orientação é a indicação de como o papel vai ser apre-
Inserindo Colunas: sentado e impresso. Podemos utilizar uma folha horizon-
Para inserir colunas, posicione o mouse onde será inse- tal (paisagem) ou vertical (retrato).
rida mais uma coluna, execute o comando Selecionar • A aplicação da orientação do papel pode, também,
Coluna no menu Tabela e, em seguida, o comando Inse- ser feita no documento inteiro ou em uma página se-
rir Colunas, também no Menu Tabela. lecionada.

Excluindo linhas e colunas: Numerando Páginas:


Selecione as linhas e as colunas a serem excluídas e A numeração de página é importante para documentos
execute o comando Excluir Células no menu Tabela. Para longos, que ocupam muitas páginas. Através do Menu

114
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
Inserir - Números de Página, nós inserimos uma nume- Exemplo: Para imprimir as páginas 3, 8 e 15 de um do-
ração à todas as paginas do documento. Quando aciona- cumento de páginas, a indicação dessas páginas deve-
mos o comando Inserir Números de Páginas aparece na rá ser feita da seguinte forma: 3;8;15 .
tela a caixa de diálogo Números de Páginas. Quando indicamos um intervalo de páginas devemos
utilizar o sinal - entre as páginas do intervalo.
Esta caixa apresenta três opções: Exemplo: Para imprimir o intervalo entre as páginas 4 e 8,
• Posição - onde será impresso o número da página. a indicação deverá ser feita da seguinte forma: 4-8 .
• Alinhamento - à esquerda, centralizado, ou à direita.
No campo Cópia indicamos o número de cópias que
• Exibir números na 1ª Página - no botão Formatar pode-
iremos imprimir e indicamos se essas cópias serão
mos formatar os números das páginas.
agrupadas ou não.
O campo visualização mostra a posição e alinhamento
do número na página.
No campo Imprimir indicamos se serão impressas to-
das as páginas do intervalo ou somente as páginas pa-
Cabeçalho e Rodapé:
res ou ímpares.
Podemos definir que um determinado texto seja repetido
no início ou fim de todas as páginas.
Botão Propriedades abre outra caixa de diálogo que per-
Para repetir um texto no inicio das páginas, utilizamos o
mite alterar o tamanho do papel, a orientação e a intensi-
cabeçalho que será definido no menu Exibir - Cabeçalho
dade de cores.
e Rodapé.
Para repetir um texto ou frase no final das páginas, utiliza-
Como Sair do Word
mos o rodapé, que será definido, também, no menu Exi-
Há várias opções para se fechar o aplicativo Word:
bir - Cabeçalho e Rodapé.
1ª - Através do Comando Sair no Menu Arquivo.
As margens utilizadas pelo cabeçalho e pelo rodapé
são definidas através do comando Configurar Página, 2ª - Através da combinação das teclas Alt+F4, no teclado.
no menu arquivo. 3ª - Através do Controle Fechar da Caixa de Controle da
Tanto no cabeçalho como no rodapé pode-se acrescen- Janela do Word.
tar o número da página, a data e a hora do sistema. 4ª - Através de um clique no Botão Fechar da janela do
Word.
IMPRIMINDO O DOCUMENTO
Caso algum documento tenha sido alterado ou criado e
não foi salvo, será exibida a caixa de diálogo para confir-
Depois que o documento estiver pronto, é chegada a hora
mação.
de imprimi-lo. Podemos visualizar o documento antes de
Escolha Sim para gravar o arquivo ou as alterações feitas.
imprimir para termos uma noção de como será impresso.
Escolha Não caso não queira gravar as alterações nem
Através do comando Visualizar Impressão, no menu arqui-
o documento criado.
vo, é exibida uma imagem do documento na forma reduzi-
Escolha Cancelar caso desista de sair do Word.
da, onde podemos observar toda a página.

Há três opções para imprimir um documento:


1ª. No botão Imprimir da Barra de Ferramentas Padrão,
que imprime uma cópia de todo o documento.
2ª. Através da combinação da teclas Ctrl + P.
3ª. No Menu Arquivo, comando Imprimir, abre a caixa de
diálogo Imprimir.

Esta caixa de diálogo contém algumas opções importantes:


Impressora - Contém as informações sobre as impres-
soras instaladas.

Intervalo de Páginas
• Todos - imprime todas a páginas do documento.
• Página Atual - Imprime a página onde estiver o ponto
de inserção (cursor).
• Seleção - Imprime somente o trecho selecionado.
• Páginas - imprime uma seleção de páginas, estabe-
lecida por você.

Quando indicamos uma seleção de páginas, devemos


separar os números com ; . Não se usa espaço entre os
números das páginas.

115
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural

MALA DIRETA
É o recurso que permite ao usuário a composição de A mala direta será gerada com base em três elementos:
cartas modelo, etiquetas para correspondência, enve-
lopes, listas e e-mails em massa, com objetivo de 1) Fonte de dados - um arquivo que contém as infor-
divulgar um produto, serviço ou evento. Por exemplo, mações a serem mescladas em um documento. Por
o gerente de um banco pretende enviar uma carta a exemplo, a lista de nomes e endereços que você de-
todos os clientes cadastrados em sua base de da- seja usar em uma mala direta.
dos, informando alterações no horário de funcionamen- 2) Documento principal – é o que contém o texto e
to da agência. A carta conterá um texto padrão des- os elementos gráficos que são iguais em cada versão
crevendo as alterações, e o gerente vai apenas alterar do documento mesclado, como o endereço do reme-
o nome e os dados do cliente, em cada carta que será tente ou a saudação em uma carta modelo.
impressa. 3) Documento mesclado – é o produto final da com-
binação dos elementos acima.

Veja o passo a passo abaixo:

No menu Ferramentas, aponte para Cartas e Correspondências e clique em Mala Direta.

Em Selecione o tipo de documento, clique em Cartas. Clique em Procurar.

Na caixa de diálogo Selecionar fonte de dados, locali-


ze e clique na fonte de dados desejada.
Por padrão, o Microsoft Word abre a pasta Minhas
fontes de dados.Clique em Abrir.

Dependendo do tipo da fonte de dados selecionada,


talvez outras caixas de diálogo apareçam para forne-
cimento de informações específicas. Por exemplo, se
a fonte de dados for uma pasta de trabalho do Micro-
soft Excel com informações distribuídas em várias pla-
nilhas, será necessário selecionar a planilha que con-
tém a informação desejada e clicar em OK.

2) Gerando o documento principal


O documento ativo se tornará o documento principal.
Clique em Próxima: Documento inicial. No documento principal, digite o texto que você dese-
ja que apareça em todas as cartas modelo. Insira os
1) Buscando a fonte de dados campos de mesclagem:

Em Selecionar destinatários, clique em Usar uma lis- No documento principal, clique onde você deseja in-
ta existente. serir o campo

116
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
Insira qualquer um dos itens a seguir:

• Bloco de endereço com nome, endereço e outras


informações

Clique em Bloco de endereço.


Na caixa de diálogo Inserir bloco de endereço, seleci-
one os elementos de endereço que deseja incluir e os
formatos desejados e clique em OK.

• Linha de saudação

Clique em Linha de saudação.


Selecione o formato da linha de saudação, incluindo a
saudação, o formato do nome e a pontuação que se
segue.
Clique em OK.

• Outros campos de informações

Clique em Mais itens.


Siga um destes procedimentos:
Para selecionar campos de endereço que correspon-
derão automaticamente aos campos da fonte de da-
dos, mesmo que os campos desta não tenham o
mesmo nome de seus campos, clique em Campos de
Endereço.

Após concluir o documento principal e inserir todos


os campos de mesclagem, clique em Salvar como no
menu Arquivo. Nomeie o documento e clique em Sal-
var.

3) Mesclando os dados no documento final

Clique em Editar cartas individualmente.

Na caixa de diálogo Mesclar para novo documento,


selecione os registros que deseja mesclar. Clique em
OK.

O Microsoft Word cria e abre um novo documento


mesclado. O documento principal também permane-
ce aberto, permitindo retornar a ele se você desejar
fazer uma alteração em todos os documentos.

Role para a informação que deseja editar e faça suas


alterações.

Imprima ou salve o documento como qualquer docu-


mento comum.

117
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural

A INTERNET E O CORREIO ELETRÔNICO


A Internet é o símbolo daquilo em que a informática pôde organização sem proprietários mantida por alguns gru-
se exponenciar, constituindo hoje um fenômeno a nível de pos autônomos.
informação e quantidade de computadores interligados. A
expressão “aldeia global” resume todo o cabedal de co- O que é preciso para se conectar
nhecimentos disponíveis através da grande rede. Teoricamente qualquer computador que possua uma
Um computador que trabalhe desconectado da Internet placa de fax-modem pode se conectar à Internet, mas
está fadado a se comportar como mera máquina de para que o desempenho seja satisfatório é necessário
escrever aprimorada, pois estará distante das informa- pelo menos um 486 com 16 Mb de memória RAM, sendo
ções mais ricas e atualizadas do mundo em que vive- que o ideal é começarmos com um PENTIUM de 200
mos. MHz e 32 Mb de RAM.
Através da Internet podemos pesquisar toda sorte de as- Além dos dispositivos de hardware, precisaremos de pelo
suntos, bem como acessarmos as últimas notícias, rea- menos dois componentes a nível de software: um navega-
lizarmos compras “on-line”, dentre um universo de outras dor (browser) e um gerenciador de mensagens eletrôni-
possibilidades. As salas de “chat” (bate-papo) estão sem- cas (Outlook Express, por exemplo). O primeiro me permi-
pre repletas de pessoas das mais variadas faixas etárias te “navegar” pelas home-pages e o segundo, enviar e rece-
e níveis de conhecimento. Muitos profissionais se utili- ber e-mails (correio eletrônico) de forma rápida e eficiente.
zam da Internet para divulgar e vender seus produtos; as Após o clique no botão conectar, o sistema se encarregará
probabilidades de uso são infindas. de discar para o provedor e estabelecer a comunicação. Um
ícone surgirá na barra de tarefas indicando que a conexão
Como começõu foi estabelecida. A partir daí, basta carregar o Internet Explo-
Em 1969, com o nome de ARPANET, o governo norte- rer para navegar pelas home-pages ou o Outlook Express
americano experimentou a possibilidade de se cons- para gerenciar o correio eletrônico.
truir uma rede de computadores que teriam como meta
principal a demonstração da potencialidade de se esta- MICROSOFT INTERNET EXPLORER
belecer comunicação entre computadores que estariam
espaçados fisicamente entre si numa larga área geo- Este browser é fornecido pela Microsoft e integra-se natu-
gráfica. A experiência foi bem sucedida e em 1973, 50 ralmente ao Windows 98, principal sistema operacional da
universidades e instituições militares possuíam cone- atualidade. Além das identificações usuais das janelas,
xões através daquela novidade tecnológica. como barra de títulos, de ferramentas e menus, ele apre-
Nos dias atuais a Internet ganhou terreno através da senta uma caixa de diálogo de endereços, a partir da qual
mola de estímulo comercial e espargiu-se pelo mundo deveremos digitar diretamente a localização dos sites de-
em tamanha grandeza que não se pode precisar a quan- sejados. A navegação é intuitiva e realizada totalmente com
tidade de computadores que lhe estão ligados. É uma o uso do mouse.

118
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
A barra de endereços: observe que um endereço completo é digitado na caixa de diálogo, conduzindo logo após, o navega-
dor para aquela página. Convém observar que a parte iniciada por http:// pode ser omitida na digitação, pois o Explorer já a
subentende; neste caso, por exemplo, bastaria digitarmos www.folhadirigida.com.br

Depois de aberta a página o usuário poderá navegar através da barra de ferramentas do IE usando algumas funções que
podem ser úteis, no momento em que se estiver visitando determinado endereço, como pode ser observado abaixo:

MICROSOFT OUTLOOK EXPRESS Explorando a Caixa de Entrada

Correio Eletrônico via Internet


O serviço de correio eletrônico talvez seja a mais poderosa
ferramenta utilizada pelos usuários da Internet, no que tan-
ge a comunicação à distância. O Outlook Express é o mais
utilizado por estar incorporado ao Windows 98, entretanto
existem outros mecanismos de igual eficiência, como o
Netscape, o Eudora e outros; mas tudo acaba sendo uma
questão de gosto pessoal, pois em essência todos permi-
tem o tráfego de mensagens eletrônicas com igual teor de
velocidade e precisão.
Observe uma tela do Outlook Express.

Na barra de ferramentas encontramos os botões NOVA


MENSAGEM, que serve para escrever uma nova mensa-
gem, ou seja um E-MAIL; o botão ENVIAR E RECEBER,
envia os E-MAILs escritos e recebe automaticamente al-
gum E-MAIL para o usuário que esteja no provedor; o
botão CATÁLOGO DE ENDEREÇOS, organiza os endere-
ços do usuário de destinatário se eles forem muitos.
Todos os botões mostrados acima representam funções
que também podem ser feitas pela tela de apresentação
do OUTLOOK, como mostra a figura acima.
Após clicar no botão REDIGIR MENSAGEM o usuário
notará que uma JANELA semelhante à mostrada na pró-
O ambiente de navegação é intuitivo e fácil de ser com- xima página será apresentada. Esta seria, digamos
preendido. À esquerda encontramos uma lista de pas- assim, a principal parte do programa na qual o usuário
tas, algumas já existentes por default e outras criadas editará a sua correspondência, mais propriamente dito,
pelo próprio usuário. Estas pastas funcionam de ma- o E-MAIL.
neira semelhante ao Windows Explorer, onde na tela da
direita teremos os seus conteúdos mostrados de forma Redigindo uma nova mensagem
organizada. Para escrevermos uma nova mensagem
basta clicar no item correspondente na barra de ferra- Anexando arquivos à mensagem
mentas ou diretamente no link apresentado na página Outro recurso muito útil do Outlook Express é a opção de
de boas-vindas. inserção de arquivo a uma mensagem. Pode ser envia-
do qualquer tipo de arquivo mensagens com arquivos
anexados.

119
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural

O procedimento para anexar um arquivo é muito simples, mos através de imagens e cliques do mouse. A www
hoje propicia inúmeros recursos multimídia a seus usu-
basta dar um clique sobre o botão Anexar da barra de ários, tais como sons imagens e animações que intera-
gem com o visitante daquele site.
ferramentas, você em seguida informa o caminho e o nome org : Indica que o Website é uma organização.
do arquivo, após a confirmação, o mesmo será anexado à edu: Indica que o Website é uma organização educacional
sua mensagem. gov: Indica que o Website é uma organização governa-
Logo após clicar no botão ENVIAR, o E-MAIL irá para a mental.
CAIXA DE SAÍDA, que é um local que armazena tempora- com: Indica que o Website é uma organização comercial.
riamente os E-MAILs para que o usuário os mande em br: Indica que o Website é uma organização localizada
seguir ao clicar no botão ENVIAR E RECEBER no Brasil, assim como na França é “.fr” e EUA “.us”
Os endereços eletrônicos. Endereços de e-mail:
O endereço eletrônico é uma espécie de CEP utilizado Os endereços de e-mail também seguem um padrão
na Internet para guiar com precisão o internauta através que assegura a sua unidade dentro da internet. Devido a
da grande teia mundial, além de propiciar a correta en- esta estrutura, jamais existirão dois endereços iguais
trega de correspondência ao destinatário. O endereço em todo o mundo. Observe a necessidade de usarmos
de um site tem a seguinte forma: sempre letras minúsculas:
http://www.microsoft.com.br frank@terra.com.br
http = protocolo frank = nome do usuário (nome de acesso)
www = world wide web @ = símbolo separador
microsoft = nome da empresa terra = nome do provedor
com = cpmercial com = tipo de provedor. No exemplo, comercial
br = localidade da página br = país
Nosso exemplo mostra o endereço da Microsoft no Bra- COMO ENCONTRAR O QUE SE PROCURA NO INFOMAR?
sil, denotando o seu caráter comercial pela extensão com
. Note que as partes do endereço identificam vários de Conforme já foi explanado, não há limites para o cabedal
seus caracteres, tais como protocolo, país de origem, etc. de informações a serem encontradas na Internet, ela se
Estas informações garantem a individualidade daquele comportaria como uma espécie de gigantesca enciclopé-
site na grande rede. dia universal com todos os assuntos distribuídos por suas
http:// (HyperText Transfer Protocol) Protocolo de trans- páginas. Mas a enciclopédia possui um índice, e a Internet,
ferência de Hipertexto. O protocolo é uma espécie de lin- como faço para não naufragar neste mar de informações?
guagem utilizada pelo computador para estabelecer co- A resposta para isto são os sites buscadores, ou mecanis-
municação com outras máquinas através da rede. Na mos de busca na rede. O uso é muito simples: aponte o
maioria das vezes que navegamos, estamos nos utilizan- seu browser para um destes endereços e digite o assunto
do deste protocolo, basta observar que todos os endere- a ser pesquisado. Dependendo do caso, podem ser en-
ços da Internet mostram ele no início. contradas algumas centenas de milhares de incidências.
www: A parte gráfica da Internet, ou seja, onde navega- Eis alguns sites muito eficientes nestas tarefas:

120
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
Procura no Brasil. pessoas e empresas e fazer um link direto como eles a
Cadê = http://www.cade.com.br/ partir do ‘Catálogo de endereços’. Para outras informa-
Radaruol = http://www.radaruol.com.br/ ções que não se enquadrem nessas categorias, há uma
Surf = http://www.surf.com.br/ ampla seção para observações.
Onde ir = http://www.ondeir.com.br/
Aonde = http://www.aonde.com.br/
Zeek = http://www.zeek.com.br/
Bookmark = http://www.bookmark.com.br

Procura no exterior.
Altavista = http://www.altavista.com
Lycos = http://www.lycos.com
Yahoo = http://www.yahoo.com
Excite = http://www.excite.com
Webcrawler = http://www.webcrawler.com
Dejanews = http://www.dejanews.com
Infoseek = http://www.infoseek.com

Criar grupos de contatos para listas de correspondência


Você pode criar grupos de contatos para
facilitar o envio de mensagens de correio
eletrônico para um conjunto de pessoas,
Novo grupo como colegas de trabalho, parentes ou
companheiros de esporte. Sempre que desejar enviar men-
sagens de correio eletrônico a todas as pessoas do grupo,
basta usar o nome do grupo ao invés de digitar cada um dos
contatos individualmente. Criar grupos é uma boa forma de
organizar um catálogo de endereços extenso.

Localizar pessoas e empresas, usando os serviços de


diretório LDAP
Como proceder: O que são serviços de diretório?
Para a procura na Internet, utilize palavras que exprimam Serviços de diretório são potentes ferramentas de pesqui-
sentido geral do assunto a ser procurado. sa que você pode usar para localizar pessoas e empresas
em todo o mundo. O ‘Catálogo de endereços’ oferece su-
Procurando por uma palavra simples porte ao LDAP (Lightweight Directory Access Protocol), para
Digite a expressão a ser procurada na caixa de diálogo acesso a serviços de diretório, e vem com vários serviços
do site buscador. Por exemplo, se o assunto a ser en- de diretório populares incorporados. Você pode também
contrado é livros, simplesmente digite livros e clique no adicionar serviços de diretório adicionais do seu provedor
botão de iniciar pesquisa. de serviços de Internet.
Procurando por palavras compostas Como as ferramentas de pesquisa da Internet, os servi-
Digite-as entre aspas: por exemplo “concursos públi- ços usam diferentes métodos para coletar dados, de
cos”. Caso você tenha procurado por concursos públi- forma que quando você estiver tentando localizar pesso-
cos sem a utilização das “ “, o search irá procurar por as ou empresas on-line, você pode experimentar mais
concursos e públicos, tornando assim uma procura por de um serviço.
assuntos diferentes, devido à falta das aspas.

Catálogo de endereços
O ‘Catálogo de endereços’ fornece um local prático para
se armazenar endereços de correio eletrônico e outras in-
formações de contato para que sejam recuperadas facil-
mente por programas, como, por exemplo, o Microsoft Ou-
tlook Express. Ele fornecer também acesso aos serviços
de diretório da Internet, que você pode usar para procurar
pessoas e empresas na Internet. Você vai descobrir que
os seguintes recursos o ajudam a organizar todas as suas
informações de contato na forma mais prática para você.
Armazenar números de telefone e endereços de correio ele-
trônico, residenciais, comerciais e de páginas iniciais.
Com o ‘Catálogo de endereços’ você tem um local para
armazenar vários endereços de correio eletrônico, endere-
ços residenciais e comerciais, números de telefone e de fax
Você pode também armazenar endereços Internet de

121
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
depois clique em Adicionar ao Catálogo de endereços
ou pelo menu.

Microsoft Chat
O Microsoft Chat é o único programa de bate-
papo na Internet que lhe dá a opção de conver-
sar dentro de uma tira de quadrinhos. Como
acontece com um programa de bate-papo pa-
drão, você pode entrar em uma sala de bate-papo em um
servidor de Internet e manter conversas em tempo real
com outras pessoas. Mas, com o Microsoft Chat, você
também pode escolher um personagem de história em
quadrinhos para representá-lo, e a sua conversa aparece
como balões de fala dentro dos quadrinhos de uma tira.
Como um personagem de história em quadrinhos, você
Enviar e receber cartões de visita pode expressar uma ampla gama de emoções, enviar
Cartões de visita são uma nova maneira de enviar informa- “pensamentos”, sussurrar para um destinatário selecio-
ções de contato eletronicamente. Quando você cria um nado e salvar a sessão de bate-papo para visualização
cartão de visita no ‘Catálogo de endereços’, as informa- off-line.
ções de contato são armazenadas no formato vCard, as- A janela do Microsoft Chat é composta das seguintes partes:
sim sendo, elas podem ser trocadas entre diferentes tipos
de programas (como, por exemplo, correio eletrônico, ca- Como funciona a roda de emoções (canto inferior direito)?
tálogo de endereços e agendas pessoais) e entre diferen- A roda de emoções permite que você altere manualmen-
tes tipos de dispositivos digitais (como, por exemplo, com- te as emoções dos personagens. O centro da roda de
putadores de mesa, computadores portáteis, assistentes emoções é a emoção neutra.
pessoais digitais e equipamento de telefonia). Quando há vários níveis de emoção, a intensidade da emo-
ção aumenta à medida que o controle se afasta do centro.
Imprimir todo ou parte do seu Catálogo de endereços e Para ver uma dica de ferramenta descrevendo cada
levá-lo com você. emoção, coloque o ponteiro do mouse sobre uma das
Agora você pode imprimir o seu catálogo de endereços oito faces em torno do perímetro da roda de emoções.
para adicioná-lo à sua agenda pessoal. Para alterar as emoções do seu personagem, arraste o
Com três páginas de estilo para escolher, você pode controle (o ponto escuro no centro da roda de emoções)
imprimir todas as informações de contato, apenas infor- do centro da roda de emoções.
mações comerciais ou apenas números de telefone de
alguns ou de todos os contatos. Recursos do Microsoft Chat
Usando o modo de texto simples padrão ou o novo e
Para adicionar nomes a partir de mensagens de cor- popular modo de tira de quadrinhos, você verá que o
reio eletrônico Microsoft Chat é cheio de recursos que tornam as salas
Você pode configurar o Outlook Express de forma que de bate-papo divertidas e fáceis de visitar.
quando responder a mensagens, as pessoas a quem • Bater papo com as outras pessoas em tempo real.
você responder sejam automaticamente adicionadas ao • Enviar links “favoritos” na sua conversa - para ende-
seu catálogo de endereços. Ou, a qualquer momento reços de correio eletrônico, páginas da Web e gru-
que você enviar uma mensagem no Outlook Express, pos de notícias.
pode adicionar o nome do destinatário ao seu catálogo • Enviar e receber sons.
de endereços. • Enviar e receber arquivos.
• Comunicar-se com um participante da sala de bate-
Para adicionar todos os destinatários da mensagem papo fora da sala de bate-papo, enquanto também
(apenas em respostas) ao seu catálogo de endereços. conversa com ele na sala de bate-papo.
• Conversar dentro de uma tira de quadrinhos — esco-
1. No Outlook Express, clique no menu Ferramentas lher um personagem, expressões de emoção e um
e depois clique em Opções. plano de fundo cênico para animar as coisas.
• Salvar ou imprimir o seu bate-papo para publicação
2. Na guia Geral, selecione a opção Incluir em meu ou visualização off-line.
catálogo de endereços as pessoas para quem res- • Filtrar quais salas de bate-papo são exibidas no seu
pondo. computador por tamanho, conteúdo ou classificações.
• Ser o coordenador de suas próprias salas de bate-
Para adicionar um nome individual ao seu catálogo de papo e controlar acesso, tamanho e conteúdo.
endereços a partir do Outlook Express
• Na mensagem que você estiver redigindo ou visuali-
zando, clique com o botão direito do mouse no nome e

122
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA

123
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
Microsoft NetMeeting BARRA DE CANAIS
O Microsoft NetMeeting oferece às pessoas no
mundo inteiro uma maneira totalmente nova de
conversar, fazer conferências, trabalhar e compar-
tilhar pela Internet.

Os recursos principais do NetMeeting permitem que você:


• Faça chamadas para qualquer pessoa usando uma
rede ou um modem
Você pode usar o NetMeeting para fazer chamadas para
pessoas em outros computadores por uma rede local
(LAN, Local Area Network), pela Internet, ou usando um
modem. Você pode se comunicar com elas se elas tive-
rem o NetMeeting ou a maioria dos softwares de confe-
A página que você está exibin-
rência baseados nos padrões.
do é um exemplo de uma jane-
• Converse com alguém pela Internet
la em tela cheia, que é uma
Para conversar pela Internet, você deve certificar-se de
nova maneira de exibir os Acti-
que o seu computador:
ve Channels ou qualquer site
Contenha uma placa de som e esteja conectado a um
da Web que você desejar.
microfone e a alto-falantes. A placa de som pode ser full-
Você pode fechar um canal cli-
duplex ou half-duplex.
cando no canto superior direito
Esteja conectado usando o protocolo TCP/IP (Transmis-
ou desativando ‘Tela cheia’ na
sion Control Protocol/Internet Protocol, protocolo de con-
barra de ferramentas
trole de transmissão/protocolo Internet).
Observação :
Embora possa haver várias pessoas em uma conferên-
cia, você só pode usar os recursos de áudio e vídeo do Barra de canais
NetMeeting com uma pessoa de cada vez.
• Veja a pessoa para quem você está fazendo uma A barra de canais desliza para
chamada fora da tela para liberar mais
• Trabalhe com outras pessoas em um aplicativo espaço quando você usa uma
• Verifique a sua lista Discagem rápida para ver que janela em tela cheia. Aponte
amigos estão conectados. para o canto esquerdo da tela
• Use o Quadro de comunicações para desenhar em para que ela volte a ser exibida.
uma conferência on-line Envie mensagens digita- Clique no ícone de pino na
das no Bate-papo Barra de canais para que a
• Crie um link de chamada para que outras pessoas fa- barra não se mova. Para come-
çam chamadas para você a partir da sua página da Web çar a usar um canal, basta cli-
• Envie arquivos para todas as pessoas em uma con- car no botão correspondente a
ferência ele na barra de canais.
CANAIS
Para começar a usar um
Active Channels canal, basta clicar no bo-
São sites da Web projetados especialmente tão correspondente a ele
para o Internet Explorer 5.0. Esses sites usam na barra de canais.
os novos recursos do Internet Explorer para O Internet Explorer 4.0 é
permitir que você utilize a Web de maneira fornecido com uma série
mais rápida e interessante. de Active Channels já ins-
Os Active Channels são projetados para que você possa talados. Você escolhe os
exibi-los mesmo quando não estiver conectado à Inter- canais que deseja ter, os
net. Por exemplo, você pode facilmente configurar seus itens que deseja descar-
Active Channels favoritos para que sejam descarregados regar, o momento de des-
para seu computador à noite, podendo então navegar por carregá-los e a maneira
eles na manhã seguinte ou enquanto viaja. como as informações lhe
serão exibidas.

124
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA
Quando você estiver em um site que
tenha vídeo, ele entra em ação.
Para adicionar qualquer canal
Ex.: www.redeglobo.com.br/globo-
à sua barra de canais ou para
news
personalizar um canal, basta
clicar no botão ‘Adicionar Acti-
ve Channel’ nos seus sites da
Web favoritos.
Você também pode arrastar
links para seus sites favori-
tos na barra de canais. Expe-
rimente! Clique no botão
‘Channel Guide’ para exibir
uma lista atualizada de ca-
nais disponíveis. O ‘Channel Guide’ permite visualizar
novos canais e adicionar seus canais favoritos à Barra
de canais.

Channel Guide

Clique no botão ‘Channel


Guide’ para exibir uma
lista atualizada de canais NETSCAPE NAVIGATOR
disponíveis. O ‘Channel
Guide’ permite visualizar O Netscape é um programa muito popular utilizado na
novos canais e adicionar Internet para navegação no WWW (World Wide Web). Atra-
seus canais favoritos à vés dele você poderá fazer pesquisas científicas, literári-
Barra de canais. as, turísticas, religiosas, comprar produtos por encomen-
Surgem canais novos da, ler jornais e revistas, informar-se sobre lazer e etc.
todo dia!
Abrindo o Netscape
Assim como a maioria dos programas
para Windows, o Netscape cria um gru-
Use o NetShow Player para po de atalhos no menu INICIAR – PRO-
reproduzir arquivos Active GRAMAS da barra de tarefas chamado
Streaming format (.asf) e flu- Netscape Communicator ou Navigator.
xos de ASF ao vivo. O Ative-o por ali ou efetuando um duplo
NetShow Player pode receber informação ASF emitida clique no atalho que possivelmente já deve existir na
via unidifusão ou multidifusão. área de trabalho do Windows.
Se você clicar em uma parte do diagrama do NetShow
Player abaixo, o nome e outras informações sobre ele A janela principal do Netscape
aparecem. A janela principal do Netscape é muito simples. Basica-
mente, pode-se dividi-la na horizontal, em três partes:

Superior:
Área de Comando - onde você informará ao Netscape
sobre o que deseja fazer. (Menus e barra de botões).
Central:
Área de Exibição - onde você vizualizará as páginas Web.
Inferior:
Área do Andamento - onde você controlará sua navega-
ção pelas páginas da Internet. É uma barra cinza na par-
te inferior da janela do Netscape.

Navegando na Internet
Após conectar-se ao provedor e abrir o Netscape você
está pronto para navegar pela Internet.

Conectando a um Site
Escolha no menu File a opção Open Page. O quadro de
diálogo Open Page aparecerá.

125
INFORMÁTICA Central de Concursos / Degrau Cultural
A JANELA PRINCIPAL DO NETSCAPE
Digite a URL (endereço na Web -
http://www.) que deseja acessar e
clique o botão Open.
Ou digite o endereço no campo que
se encontra a frente da palavra “Lo-
cation:” na página atual e em se-
guida pressione Enter no teclado.
Observe como o quadro com a le-

tra no canto superior direito


começa a mover-se, isto significa
que os dados do site estão sendo
transferidos para seu computador.
Você também poderá observar o an-
damento na parte inferior, na Área
de Andamento. Além disso, você po-
derá ver uma chave quebrada no
canto inferior esquerdo, o que sig-
nifica que você está em uma área
do servidor sem segurança.
Caso deseje cancelar o processo
de carga da página clique sobre o
botão Stop e a transferência dos da-
dos não prosseguirá.
A Home page do site solicitado es-
tará finalmente carregada quando

o parar de se movimentar..

MOZILLA
A Para a frente ou para trás:
Use estes botões exata-
mente da maneira que usa-
ria no Internet Explorer. Le-
vam-no para a última página
que visitou ou para a página
seguinte.
B Ajuda e suporte do Mozilla:
Prima estes botões para ir
para o site de suporte do
Mozilla, para o site de ajuda
e para ler o suplemento de
FAQ.
C Home page: Pressione este
botão para regressar ao site
que designou como a sua
página inicial.
D Barra de separadores: Em
vez das várias janelas desa-
jeitadas do Internet Explorer,
a barra de separadores per-
mite-lhe alternar entre vários
sites sem atrapalhar a barra
de tarefas do Windows.
G Barra de endereços: Mostra o site que está atualmente
E Buscas no Google: Escreva aqui as suas palavras- a ser visualizado. Escreva uma URL neste espaço e
chave e pressione Return para fazer uma busca ins- prima Return para ir para o site correspondente.
tantânea na Internet usando o Google.
H Janela de opções: Permite-lhe configurar o Firefox
F Opções gerais: Especifique a home page, edite os para proteger a sua privacidade, tratar de downloads
tipos de letra e as cores, defina o Firefox como o seu corretamente e alterar o aspecto do browser.
browser predefinido e configure os servidores proxy
a partir daqui.

126
Central de Concursos / Degrau Cultural INFORMÁTICA

VÍRUS
VÍRUS: CAMISINHA NELES. VÍRUS POR E-MAIL: MITOS E VERDADES:

Não adianta chorar, uma vez que o danado tenha entra- Até agora, nenhum daqueles meninos norte-ameri-
do em sua máquina, a única maneira de retirá-lo é atra- canos usando óculos fundo-de-garrafa e cheios de
vés de uma vacina recente (normalmente elas são atu- sonhos para dominar o universo conseguiu transmitir
alizadas a cada três meses) mas, se você não identifi- vírus em uma simples mensagem de e-mail. Entretan-
cá-lo a tempo, poderá ter todos os seus dados irreme- to, já descobriram uma maneira de contornar o desafio:
diavelmente perdidos. Aqui vão algumas dicas que de- remetem, anexado à mensagem, um programinha qual-
vem funcionar, pelo menos enquanto não inventam uma quer, que uma vez executado pela vítima, dispara um
camisinha para o micro: vírus no computador e aí...
• Nunca coloque um disquete desconhecido em seus A única maneira de se proteger, além de manter o sof-
drives sem antes vaciná-lo. tware anti-vírus sempre atualizado, é rejeitar qualquer
• Dedique alguns minutos de seu dia para vacinar o mensagem que contenha programas anexados.
sistema, nunca se sabe se o último usuário tomou
estas mesmas precauções. DE TRÓIA AOS NOSSOS DIAS:
• Comece a suspeitar se sua máquina se comporta
O que deve haver em comum entre aquela guerra pro-
estranhamente, saindo do ar sem motivo algum,
movida na Grécia com os computadores atuais? Nada
misturando dados dos arquivos ou ficando muito
de muito específico, apenas uma analogia: o Cavalo de
lenta.
Tróia. Se você se lembra bem, foi através deste “pre-
• Se encontrar algum vírus, desligue imediatamente sente de grego” que vários guerreiros conseguiram se
o computador e providencie um disquete de boot (é esconder sobre um gigantesco cavalo de madeira para
sempre bom ter um à mão) e acesse o micro pelo atacarem seus inimigos no silêncio da noite.
drive A, vacinando, então, seu micro.
• Não se esqueça de proteger o disquete da vacina Pois é, existem programas que se assemelham a esta
contra gravação pois, caso contrário, a própria vaci- metodologia grega de ataque quando permitem abrir
na ficará contaminada, perdendo o efeito. as portas de seu computador para as invasões remo-
tas. A coisa funciona mais ou menos assim: Você rece-
O MELHOR REMÉDIO É PREVENIR. be um e-mail contendo algum anexo (um programinha
executável, uma fotografia, um jogo, etc) ao rodá-lo, o
Sim, de fato não adianta possuir a mais cara das vaci- “cavalo-de-tróia” se aloja em seu HD e funciona como
nas, é necessário mantê-la atualizada. Esta atualiza- um sensor, avisando o invasor sobre o momento certo
ção geralmente é feita de forma automática, mas o usu- do ataque. Este, por sua vez, possui do outro lado uma
ário deve se certificar de que ela esteja ocorrendo. Pro- série de ferramentas (programas específicos) para atin-
gramas antivírus atuais possuem uma rotina interna de gir suas navegações, ou seja, uma vez conectado à In-
verificação da última data de sua base de dados; caso ternet, aquele invasor poderá fazer pleno uso de sua
esta não esteja sincronizada, o programa solicita do máquina, sem o seu consentimento, descobrindo suas
usuário uma conexão à Internet e providencia a atuali- senhas, números de cartões de crédito, etc. Dá pra no-
zação do software. Esta prática nunca deveria ser olvi- tar o quão perigoso é este processo, não?!
dada, haja vista a constante criação de novos vírus e as
mutações sofridas por vários deles (polimorfos). Para evitar este tipo de ataque, aliás a maior preocupa-
ção hoje do mundo virtual, basta que não aceitemos
VACINAS MAIS POPULARES: qualquer anexo sem verificá-lo previamente, e manter-
mos, além de um antivírus, um programa de proteção
Norton Antivírus (NAV) Symantech denominado FIREWALL.
Viruscan McAffee
O FIREWALL tem por finalidade a proteção do micro em
PC-Cylin
relação às possíveis invasões, que podem ocorrer não
AVG (www.grisoft.com) Gratuita somente através de “cavalos-de-tróia”, mas também de
INOCULATE outros procedimentos conhecidos como “técnicas ha-
Panda cker”. Um computador só estará devidamente protegi-
do se possuir uma vacina e um Firewall, ambos devida-
Qual é a melhor? mente atualizados.

Todas são muito boas, vacina a ser usada e time de


futebol não se discutem, é uma questão de gosto. Uma
coisa é certa: se a devida atualização não ocorrer, ne-
nhuma delas será eficiente.

127
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS......................................... 129

DA NACIONALIDADE ................................................................................... 146

DOS DIREITOS POLÍTICOS E DOS PARTIDOS POLÍTICOS ........................ 149

DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................. 154

SERVIDORES PÚBLICOS ............................................................................ 159

TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS ............................................................... 165

128
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


1. INTRODUÇÃO assim a figura da discriminação-finalidade, que permi-
Direitos são as faculdades e prerrogativas que a Consti- te, por exemplo, a exigência de determinados quesitos
tuição, por meio de disposições declaratórias, outorga às discriminadores, como porte físico, altura, peso etc. em
pessoas. editais de concursos públicos para cargos nos quais
tais qualidades são necessárias (cargo de bombeiro,
Garantias são disposições de proteção, ou seja, meca- por exemplo).
nismos jurídicos que procuram assegurar e fazer cum- Na doutrina, tais discriminações são chamadas de ob-
prir os direitos previstos (de nada adiantaria o constituin- jetivas, pois constituem condição sine qua non para o
te nos conceder direitos se não nos fornecesse meios efetivo exercício de determinada atividade. Contudo,
para protegê-los). algumas diferenças são questionadas, pois não são
objetivas, como, por exemplo, a obrigatoriedade de ser-
2. DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETI- viço obrigatório para a nação apenas para um sexo,
VOS tendo o direito de abolir tais discriminações subjetivas.
Com 78 incisos, o artigo 5o é um dos mais importantes Além dos direitos individuais enumerados no caput, te-
da Constituição e trouxe grandes avanços em relação à mos outros, conforme se lê nos incisos seguintes:
Carta Magna anterior. Sua redação, em determinados
momentos, traduz uma reação contra abusos ocorridos I - homens e mulheres são iguais em direitos e obriga-
no período ditatorial. ções, nos termos desta Constituição;
A estrutura deste artigo é mais ou menos a seguinte: os
primeiros trinta incisos tratam, entre outras coisas, de Observa-se aqui um desdobramento do princípio da
liberdades diversas, como a liberdade de pensamento, isonomia: as mulheres, pela primeira vez na história
de culto, de expressão, de locomoção, de reunião e de constitucional brasileira, adquiriram total equiparação,
associação, o direito à propriedade, à herança, direito perante a lei, aos homens, tanto em direitos quanto em
autoral, etc. Após estes incisos, são apresentadas dis- obrigações. Este inciso eliminou, por exemplo, a exclu-
posições diversas sobre o Poder Judiciário. Segue-se, sividade da pensão alimentícia para mulheres, assim
então, uma longa parte destinada ao Direito Penal (cer- como acabou com a exclusividade do homem na chefia
ca de 30 incisos). Por fim, são apresentados os chama- da unidade familiar.
dos “remédios constitucionais” (habeas corpus, man-
dado de segurança, mandado de injunção etc.) e mais Princípio da legalidade
alguns incisos, versando sobre o Poder Judiciário e al- II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
guns direitos civis. alguma coisa senão em virtude de lei;

Caput - Princípio da isonomia Lei é um preceito jurídico escrito, emanado pelo poder
estatal competente, com caráter de inovação, generali-
Art. 5o - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de dade e obrigatoriedade. Entende-se que somente o
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos poder legislativo, via de regra, deve elaborá-la, sendo
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do di- ela obrigatória e para todos.
reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à Vê-se aqui a enunciação de um princípio basilar do
propriedade, nos seguintes termos: (...). Estado de Direito: o princípio da legalidade.
Embora determinados atos administrativos, como de-
Aparece aqui um princípio fundamental do direito: o prin- cretos e portarias, também obriguem os cidadãos, em
cípio da isonomia (todos são iguais perante a lei). última análise, isto só é possível porque alguma lei o
É necessário, todavia, que se esclareça um pormenor: permite.
a igualdade proclamada aqui é a igualdade formal, ou
seja, igualdade de todos perante a lei, já que a igualda- III - ninguém será submetido à tortura ou tratamento
de material (uma mesma situação econômica, física, desumano ou degradante;
social, intelectual etc. para todos os indivíduos) não exis-
te. Exemplos de tortura: utilização de “pau-de-arara”, choques,
Aliás, a se considerar a realidade material dos indivídu- espancamentos, mutilações, queimaduras, “soros da ver-
os, muitas vezes torna-se necessário efetuar discrimi- dade” etc.
nações, para que a igualdade formal possa ser atingi- Quanto à proibição de tratamento desumano e degra-
da. Neste sentido, o inciso LXXIV do artigo 5o, dirá, por dante, ela diz respeito, sobretudo, à aplicação de penas
exemplo, que “o Estado prestará assistência jurídica e, neste sentido, o inciso XLVII proibirá, por exemplo,
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência penas de trabalhos forçados e penas cruéis.
de recursos”.
Vale aqui a famosa máxima de Ruy Barbosa, que diz Ninguém poderá ser tratado sem o devido respeito. O
que “A isonomia não consiste em tratar todos da mes- legislador constituinte, em 1988, era um legislador es-
ma maneira; consiste, isto sim, em tratar igualmente os caldado com um Estado que não respeitava o indivíduo.
iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas Muitos deles foram alvos de tortura, daí a importância
desigualdades”. dada ao tema. O direito à integridade é basicamente o
Chamamos atenção, também, para o fato de que mui- 1o direito humano elencado na Lei Maior.
tas vezes é necessário e permitido ao Estado efetuar
determinadas discriminações em razão do interesse Liberdade de pensamento
público, para atender determinadas finalidades. Surge IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo veda-
do o anonimato;

129
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
A prova pode pedir tal questão trocando a palavra anôni- fazer uma outra coisa (prestação de serviços comunitá-
mo por apócrifo ou inominado, pois são sinônimos. rios, execução de serviços de escritório etc.). Deve agora
Toda e qualquer pessoa pode manifestar seu pensa- o indivíduo cumprir essa prestação alternativa. Caso
mento, qualquer que seja este, mas isto não a exime de contrário, aí sim, perderá seus direitos políticos, e deixa-
ser responsabilizada pelo que disser, se ofender al- rá de ser cidadão, isto é, não poderá mais votar ou se
guém. Daí a proibição do anonimato: ele impede a iden- candidatar a uma eleição.
tificação do autor, para fins de responsabilização. Um cuidado se deve ter: só se pode alegar escusa de
consciência quando a obrigação legal a todos imposta
Direito de resposta permitir uma prestação alternativa. Caso contrário, ela não
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao poderá ser alegada. Quem presencia um crime, por exem-
agravo, além da indenização por dano material, moral plo, não pode dizer ao Juiz que não pode testemunhar por
ou à imagem; razões de consciência - não há ato que substitua o depo-
imento dessa pessoa e, portanto, não há prestação alter-
Este inciso é reflexo do anterior. Ao ofendido é assegura- nativa que possa ser aplicada.
do direito à indenização e direito de resposta. Este últi-
mo tem sido largamente utilizado nas campanhas elei- Liberdade de expressão
torais. IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,
científica, e de comunicação, independente de censura ou
Liberdade de consciência, de crença e de culto licença;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos Censura, segundo Michel Temer, é a “verificação do pen-
e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de samento antes de sua divulgação, com o intuito de impe-
culto e a suas liturgias; dir a circulação de certas idéias”.
É um crivo prévio do Estado sobre qualquer publicação
A Constituição assegura a todos escolher livremente a Licença (no presente contexto) é a autorização emitida
crença e a ideologia política ou filosófica que quiserem. por órgãos oficiais para a publicação de jornais e perió-
É a chamada liberdade interna, também conhecida por dicos.
liberdade subjetiva ou liberdade moral. Estes dois institutos, utilizados exaustivamente no perí-
Quando esse direito se exterioriza, com a expressão, odo da ditadura e demais estados de Exceção, hoje não
por exemplo, da crença através do culto, estamos diante têm mais lugar. É lógico que o administrador faça uma
da liberdade objetiva, que também é resguardada pelo classificação, como disposto no artigo 220 da CF:
Estado.
Evidentemente, essa liberdade não é absoluta: pela in- Art. 220, § 3o - Compete à lei federal:
terpretação sistemática, ela se mantém até onde inicia a I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo
liberdade do outro. Não se pode, por exemplo, fazer pre- ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as
gações às duas horas da manhã, pois isso interfere no faixas etárias a que não se recomendem, locais e horári-
direito de intimidade e privacidade do outro. os em que sua apresentação se mostre inadequada;
Percebe-se um avanço no respeito do Estado às liber- II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à
dades de consciência e de crença, pois em textos cons- família a possibilidade de se defenderem de programas ou
titucionais anteriores. Este respeito é estendido aos programações de rádio e televisão que contrariem o dis-
adeptos de religiões animistas ou indígenas. Não pode, posto no art. 221, bem como da propaganda de produtos,
qualquer agente público, no exercício de suas funções práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao
fazer qualquer juízo de valor sobre a crença de qualquer meio ambiente.
pessoa, pois o Estado é Laico. X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e
a imagem das pessoas, assegurado o direito à indeniza-
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de ção pelo dano material ou moral decorrente de sua vio-
assistência religiosa nas entidades civis e militares de lação;
internação coletiva;
A publicação ou a divulgação de fotos, segredos, cartas
O Estado Brasileiro é laico, isto é, não tem religião oficial. ou informações que firam a vida íntima, a privacidade, a
Portanto, a prestação de assistência religiosa, segundo honra ou a imagem das pessoas gera obrigação de re-
o texto, além de ser regulamentada por lei, será oferecida paração.
facultativamente por quem quiser. Entidades de interna- Direito à imagem é, no dizer de Celso Bastos, “o direito
ção coletiva são: penitenciárias, reformatórios, orfanatos, de ninguém ver o seu retrato exposto em público sem o
hospitais, quartéis etc. seu consentimento”.

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de Inviolabilidade da casa


crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a podendo penetrar sem consentimento do morador, sal-
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna- vo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para pres-
tiva, fixada em lei; tar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
É comum, no caso de algumas religiões, alegar-se es- Dia é o período entre o nascer do sol e o pôr do sol.
cusa de consciência (“minha religião não permite”) para Não se pode pensar que no Brasil, país com quatro ho-
a dispensa do serviço militar obrigatório.
rários oficiais, determinada hora significa dia ou noite.
Nesses casos, deve então a autoridade competente con-
ceder uma prestação alternativa, onde, ao invés do trei-
namento militar, que contraria a sua religião, o sujeito irá Noite é o período em que não há luz solar.

130
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
Durante o dia, somente poder-se-á entrar na casa sem A expressão “qualquer pessoa” é ampla e abarca não
consentimento do morador em quatro situações: apenas os brasileiros como também os estrangeiros.
1. flagrante delito (exemplo: o marido está espancan- A liberdade de ir e vir pode ser limitada pelo Poder Públi-
do a mulher). Os exemplos dados em prova sem- co em caso de guerra.
pre trazem o verbo no gerúndio, p. ex.: está rouban-
do a casa. Direito de reunião
2. desastre (o telhado está desmoronando); XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
3. para prestar socorro (o morador quebrou a perna e em locais abertos ao público, independentemente de
não consegue se levantar); autorização, desde que não frustrem outra reunião ante-
4. por ordem judicial (mandado de prisão), ou manda- riormente convocada para o mesmo local, sendo ape-
do de busca. nas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Durante a noite, a invasão da residência somente é ad-
mitida nas três primeiras hipóteses. Uma ordem judici- As pessoas são livres para fazer passeatas, protestos,
al jamais poderá autorizar, por si só, invasão de casa manifestações etc., não necessitando de autorização do
alheia à noite. Poder Público para esse fim.
A exigência de prévio aviso atende a uma necessidade
Inviolabilidade da correspondência administrativa, e foi feita para que a autoridade compe-
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comu- tente possa tomar as providências necessárias, como,
nicações telegráficas, de dados e das comunicações te- por exemplo, interditar o trânsito, liberar ruas, convocar
lefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas força policial para garantir a realização da reunião etc.
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal; Tal exigência se justifica para se evitar a realização de
manifestações antagônicas no mesmo horário e local.
O direito assegurado neste inciso é reflexo do direito de
intimidade. Direito de associação
XVII - É plena a liberdade de associação para fins lícitos,
A inviolabilidade das correspondências e demais comu- vedada a de caráter paramilitar;
nicações telegráficas é absoluta, mas a das comunica-
ções telefônicas, não, sendo permitido colocar escutas Assim como a liberdade de reunião, a liberdade de as-
e gravar conversas telefônicas, desde que haja ordem sociação também é direito coletivo. A grande diferença
judicial neste sentido, e apenas com finalidade de in- entre reunião e associação reside na duração e na fina-
vestigação criminal ou de instrução processual penal. lidade de ambas.
Observe que a redação deste inciso é restritiva: não é per- Segundo José Afonso da Silva, a associação é uma reu-
mitida a escuta telefônica, por exemplo, para instruir um nião estável e permanente de pessoas que visam um
processo civil. fim comum.
Associação paramilitar, proibida pela Lei Maior, é a que
Liberdade de exercício de profissão se destina ao treinamento de pessoas no manejo de
XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou armas, e que adota rigidez hierárquica semelhante à do
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a exército, com objetivos escusos, ilegais, como os es-
lei estabelecer; quadrões da morte, por exemplo.

A exigência de qualificação profissional para o exercício XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
de determinadas profissões é necessária. Imagine, por cooperativas independem de autorização, sendo veda-
exemplo, o que aconteceria se uma pessoa, sem diplo- da a interferência estatal em seu funcionamento;
ma de médico, saísse por aí dando remédios e operan-
do pacientes... Em relação às cooperativas, há necessidade de lei ordi-
Cada profissão é regulamentada por uma lei específica. nária que regulamente sua criação, o que deverá o le-
Para ser jornalista, por exemplo, não há a necessidade gislador regular oportunamente.
de diploma de nível superior. Tanto para as associações como para as cooperativas,
não se permite qualquer interferência estatal em seu
Direito de acesso à informação funcionamento, desde que estejam de acordo com as
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e normas legais.
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exer- Há inovação, pois o Estado não mais interfere na seara
dos seus cidadãos, quando estes não ameaçam suas
cício profissional;
estruturas democráticas. Pela Constituição anterior ha-
via a necessidade de autorização do Estado.
Os jornalistas, por exemplo, não são obrigados a revelar
suas fontes, mas devem, sempre, assinar a matéria, de
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
modo que, se ofenderem alguém, serão responsabili-
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por deci-
zados pelo que tiverem publicado.
são judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em
Este disposto constitucional é também usado para jus- julgado;
tificar a legalidade dos serviços de disque-denúncia.
Somente o Poder Judiciário, e apenas ele, poderá de-
Direito de locomoção cretar a suspensão das atividades de uma associação
XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo ou decretar sua dissolução.
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, Suspensão é a paralisação temporária das atividades
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; da associação.

131
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
Dissolução é o desaparecimento da sociedade, do mun- Para se entender este inciso, é necessário esclarecer
do jurídico. que a “função social” da propriedade varia, conforme seja
Se a decisão da justiça for pela postura mais grave, ou ela urbana ou rural.
seja, pela dissolução da associação, deverá, necessa-
riamente ter ocorrido o trânsito em julgado da decisão, O art. 182, § 2o da CF diz o seguinte: “a propriedade urba-
ou seja, deverão ter-se esgotado todos os recursos pos- na cumpre sua função social quando atende às exigênci-
síveis contra aquela decisão, que se torna, então, defini- as fundamentais de ordenação da cidade expressas no
tiva. plano diretor”.
Exemplificando: o juiz, de um fórum qualquer, decide, em O plano diretor é um instrumento de política de desen-
sua sentença, pela dissolução da sociedade. Os repre- volvimento e expansão urbana, exigido pela CF para ci-
sentantes desta têm o direito de apelar desta decisão para dades com mais de 20.000 habitantes; nele são enu-
um órgão de segunda instância, superior a este juiz. Re- meradas as obrigações dos proprietários de imóveis
solvem fazê-lo e perde novamente a sociedade. Ainda não urbanos e as punições que sofrerão, caso não as cum-
ocorreu o trânsito em julgado, pois ainda há o direito de se pram.
entrar com recurso especial, para o Superior Tribunal de Em relação às propriedades rurais, o art. 186 da CF diz o
Justiça, ou recurso extraordinário, para o Supremo Tribu- seguinte:
nal Federal (se matéria constitucional). Perdendo nova-
mente, aí não haverá mais recurso possível: ocorreu o trân- “A função social é cumprida quando a propriedade rural
sito em julgado, cujo resultado é a coisa julgada, ou seja, a atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de
sentença imutável, não mais passível de alteração. exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisi-
tos:
Liberdade de associação I - aproveitamento racional e adequado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a II - utilização adequada dos recursos naturais disponí-
permanecer associado; veis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as rela-
O fato de se exigir a filiação de determinados profissio- ções de trabalho;
nais aos respectivos Conselhos Regionais (CREA, CRM, IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietá-
CRP, OAB, CRC etc.), sob pena de exercício ilegal da pro- rios e dos trabalhadores.”
fissão indica situação em que este inciso não é aplicado.
Tal exigência, entretanto, parece encontrar respaldo cons- Aquelas propriedades que não cumprirem a sua função
titucional no artigo 149 da CF, que outorga à União com- social poderão sofrer desapropriação, nos termos do
petência para instituir contribuições de interesse das ca- inciso seguinte:
tegorias profissionais ou econômicas.
Desapropriação
XXI- as entidades associativas, quando expressamente XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapro-
autorizadas, têm legitimidade para representar seus fili- priação por necessidade ou utilidade pública, ou por in-
ados judicial ou extrajudicialmente; teresse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constitui-
Observe, que a autorização tem que ser expressa. Uma ção;
associação de funcionários públicos aposentados, por
exemplo, pode, mediante procuração de seus filiados, Desapropriação é a transferência compulsória da pro-
mover um processo contra o Estado para obter benefíci- priedade de um bem de uma determinada pessoa para
os a que estes façam jus (representação judicial). Da o Estado, em razão de necessidade pública, utilidade
mesma forma, um sindicato de trabalhadores pode en- pública ou interesse social.
trar, em nome de seus filiados, em negociação com o Necessidade pública é aquela que o Poder Público sente
sindicato patronal para efetuar determinados acertos em relação a determinado bem e que só pode ser resol-
salariais (representação extrajudicial). vida com a transferência deste.
Utilidade pública afere-se pela conveniência da utiliza-
Direito de propriedade ção do bem.
XXII- é garantido o direito de propriedade; Interesse social ocorre quando se visualizam benefíci-
os à coletividade.
Não é o direito de ser proprietário de quaisquer bens,
pois este direito é permitido em qualquer país do mundo. Embora este inciso diga que a desapropriação deverá
Entende-se que o corpo constitucional enfoca a proprie- ser precedida de pagamento prévio e justo em dinheiro,
dade privada dos meios de produção, como, por exem- nem sempre é assim. O texto constitucional enumera
plo, fábricas, escolas, fazendas etc. Na economia planifi- exceções à indenização em dinheiro:
cada não há esta defesa. • nas desapropriações para fins de reforma agrária, a
O direito de propriedade, enunciado aqui de forma gené- indenização será feita mediante títulos da dívida agrá-
rica, sofrerá restrições nos incisos seguintes. ria (art. 184, da CF);
• no caso de desapropriação-sanção (desapropriação
Função social da propriedade aplicada ao proprietário de imóvel urbano que não
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; promova o seu adequado aproveitamento), o paga-
mento é feito mediante títulos da dívida pública (art.
Ao se exigir o cumprimento da função social da proprie- 182, § 4o, III).
dade, teve o legislador constituinte a idéia de que a pro-
priedade urbana e a rural não mais poderiam servir para O art. 243, da CF, diz que o Estado deverá tomar a propri-
o simples acréscimo patrimonial, mas sim deveriam ter edade que foi utilizada para plantio de plantas psicotró-
um destino na sociedade.

132
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
picas ilegais; neste caso, entretanto, não se trata de de- seus herdeiros, se estes forem filhos, pais ou cônjuges.
sapropriação, porque não há qualquer indenização, e é Os demais sucessores do autor gozarão dos direitos
da essência do instituto da desapropriação que sempre patrimoniais que este lhes transmitir pelo período de
haja indenização. setenta anos, a contar de 1o de janeiro do ano subse-
A Constituição utiliza a expressão expropriação de forma qüente ao de seu falecimento. Esgotados esses prazos,
inadequada, pois tal expressão tem o mesmo sentido a obra cai no domínio público, passando o seu uso a ser
da palavra desapropriação. inteiramente livre.

Requisição administrativa Direito à participação individual em obra coletiva


XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
competente poderá usar de propriedade particular, as- a) a proteção às participações individuais em obras co-
segurada ao proprietário indenização ulterior, se houver letivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclu-
dano; sive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômi-
Este inciso traz mais uma restrição ao direito de proprie- co das obras que criarem ou de que participarem aos
dade: é a chamada requisição administrativa ou utiliza- criadores, aos intérpretes e às respectivas representa-
ção de propriedade alheia. ções sindicais e associativas;
Diferentemente da desapropriação, neste caso não há
alteração no Cartório de Títulos e Documentos, uma vez O constituinte quis proteger a participação individual nas
que não houve qualquer alteração de domínio (dono). O obras coletivas. Uma novela, por exemplo, é composta
proprietário perderá apenas o direito de usar, perderá o da participação do autor, atores, diretores, assistentes e
direito de posse, que, temporariamente, passará ao Es- todo o corpo auxiliar.
tado. Quem de alguma forma colaborou na elaboração de uma
Ao término do perigo, deve a administração pública de- produção deverá ser contemplado com uma porcenta-
volver o imóvel. Se houver a constatação de dano, far-se- gem da venda dessa obra.
á o ressarcimento posteriormente. Estendeu-se, também esse direito à reprodução da ima-
Convém lembrar, ainda, que há uma outra requisição gem e da voz humanas e às atividades desportivas.
administrativa, efetuada em situações outras que não
em “iminente perigo”. A Justiça Eleitoral, por exemplo, Privilégio de invenção industrial
pode perfeitamente requisitar um prédio particular para XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industri-
que nele sejam realizadas eleições. ais privilégio temporário para sua utilização, bem como
proteção às criações industriais, à propriedade das mar-
Proteção à pequena propriedade rural cas, aos nomes de empresas e a outros signos distinti-
XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em vos, tendo em vista o interesse social e desenvolvimento
lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto tecnológico e econômico do País;
de penhora para pagamento de débitos decorrentes de
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios Caso o direito do inventor contrarie o interesse coletivo,
de financiar o seu desenvolvimento; este último prevalecerá, pois o interesse coletivo é su-
premo e indisponível em relação ao individual.
A pequena propriedade rural, de acordo com o Código O privilégio de invenção industrial, no caso, consiste no
Florestal, tem um tamanho variável de acordo com a re- direito de obter patente de propriedade do invento e no
gião do país onde se encontrar. direito de utilização exclusiva desse invento. Por este
Penhora é o ato judicial pelo qual são apreendidos os inciso, tal privilégio deverá ser temporário, isto é, a lei
bens do devedor para que por eles se cobre o credor do ordinária que for regulá-lo não poderá torná-lo perpétuo.
que lhe é devido.
Esse inciso protege o pequeno agricultor que poderia Direito de herança
perder sua propriedade em virtude do não-pagamento XXX- é garantido o direito de herança;
dos empréstimos que fez para o plantio.
Para que a propriedade não seja objeto de penhora, ela Ao assegurar o direito de herança, a Constituição impe-
deverá ser pequena e ser trabalhada pela família; além de que o Estado se aproprie dos bens do falecido.
disso, a dívida deverá ter sido contraída em função da
atividade produtiva. XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
O favor constante nesse inciso não abrange dívidas fis- País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cais, pelo que poderá ser efetuada a penhora em decor- cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
rência do não-pagamento de tributos. seja mais favorável a lei pessoal do ‘de cujus’;
Diz ainda, o legislador, remetendo o assunto a lei poste-
rior, que haverá normas para permitir o desenvolvimento “De cujus” é a pessoa que morreu. Se for estrangeira, a
desse pequeno produtor. sucessão dos seus bens pode ser regulada por duas
maneiras: ou pela lei do seu país de origem, ou pela lei
Direito autoral do país onde estão situados os seus bens. Se os bens
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utili- estiverem no Brasil, aplicar-se-á sempre a lei que for
zação, publicação ou reprodução de suas obras, trans- mais favorável aos filhos ou cônjuge brasileiros.
missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
Defesa do consumidor
Segundo a Lei Nº 9.610/98, o direito do autor de explora- XXXII- o Estado promoverá, na forma de lei, a defesa do
ção exclusiva de sua obra é vitalício, ou seja, perdura consumidor;
por toda sua vida. Perdura também, por toda a vida de
A regulamentação deste inciso adveio com a promulgação
do Código de Defesa do Consumidor, Lei no 8.078/90.
133
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
é que qualquer pessoa pode recorrer ao Judiciário, inde-
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos pendentemente de abrir ou não processo administrativo.
informações de seu interesse particular, ou de interesse Excepciona, o legislador constituinte, apenas em relação
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, à justiça desportiva (art. 217, §1o).
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
do Estado; jurídico perfeito e a coisa julgada;

Excetuando-se as informações que coloquem em risco Busca-se garantir aqui a segurança jurídica, conceden-
a segurança da sociedade e do Estado, a resposta ao do-se às pessoas estabilidade nas suas relações jurí-
pedido de informação é obrigatória, sob pena de ser dicas com o Estado. Normas supervenientes (ou seja,
aberto processo administrativo contra o funcionário com- que sobrevenham posteriormente) não podem suprimir
petente. atos consumados.
Além disso, em havendo recusa em fornecer dados liga- Ato jurídico perfeito, segundo o art. 6o, § 1o da Lei Intro-
dos à pessoa do requerente, poder-se-á obrigar o Poder dução ao Código Civil, é o ato consumado de acordo
Público a entregá-los, utilizando-se o instituto do habe- com a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Como
as data, consagrado no inciso LXXII. todo ato jurídico, deve obedecer aos seguintes requisi-
tos: agente capaz, vontade livre, objeto lícito e forma pres-
Direito de petição crita ou não defesa (proibida) em lei.
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente Coisa julgada, segundo o art. 6o, § 3o da Lei Introdução
do pagamento de taxas: ao Código Civil, é a decisão judicial de que já não caiba
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa recurso.
de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Direito adquirido é aquele que permite gozar dos efei-
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para tos de lei não mais em vigor, por já ter sido incorporado
defesa de direitos e esclarecimento de situações de inte- ao patrimônio do seu titular, isto é, já ser de sua proprie-
resse pessoal; dade.
É importante notar que não se pode alegar direito adqui-
Neste inciso temos a consagração do direito de petição, rido se o prejuízo for decorrente de emenda constitucio-
ou direito de representação. Por ele qualquer pessoa, nal ou de dispositivo da própria Constituição1. O legisla-
tanto física quanto jurídica pode fazer um requerimento dor deixa claro, no início do inciso que a vedação em
endereçado aos órgãos do Poder Público, pleiteando causa se destina à lei, isto é, ao ordenamento infracons-
um direito individual ou demonstrando que contra si ou titucional.
seu interesse (seja individual ou coletivo) cometeu-se
uma ilegalidade (violou-se a lei) ou algum abuso de po- XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
der, por parte de um agente público.
Poder Público é toda e qualquer entidade governamen- Proíbe-se a criação de tribunais ou juízos que não se-
tal, seja da União, dos Estados-membros, dos Municípi- jam aqueles previstos no art. 92 da CF. Os julgamentos
os, do Distrito Federal, dos Territórios, das autarquias e somente poderão ser realizados por juízes ou tribunais
fundações públicas, seja do Poder Executivo, Legislati- pertencentes à estrutura do Poder Judiciário, a saber:
vo ou Judiciário. Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça;
Certidão é o documento onde um funcionário público os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; os
atesta algo que se encontra em seus livros e registros. Tribunais e Juízes do Trabalho; os Tribunais e Juízes
Eleitorais; os Tribunais e Juízes Militares; os Tribunais e
Muito embora o legislador quisesse garantir o assegu- Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
ramento da obtenção de certidões, junto às repartições O mais famoso tribunal de exceção da história foi o que
públicas, independentemente de qualquer pagamento, julgou os oficiais nazistas com o término da 2ª Grande
isto não ocorre na prática porque se cobram os valores Guerra, o Tribunal de Nuremberg. No ordenamento bra-
do papel, da tinta gasta, do carbono e do tempo despen- sileiro não haverá casos a serem julgados fora dos po-
dido pelo servidor, sob a denominação de “emolumen- der judiciário, por mais hediondo que seja o crime.
tos”, ou “custas judiciais”.
XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a orga-
Jurisdição universal ou Jurisdição Única nização que lhe der a lei, assegurados:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judici- a) a plenitude de defesa;
ário lesão ou ameaça a direito; b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
Esse princípio é consagrado como princípio da inafasta- d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
bilidade do controle jurisdicional ou princípio da univer- contra a vida;
salidade da jurisdição.
Qualquer pessoa que sinta que seu direito está sendo
ameaçado, ou que entenda que sofreu uma lesão mere-
cedora de reparos, tem o direito de ir ao Judiciário bus- 1
O art. 17, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
car uma solução, na forma de uma sentença proferida por exemplo, diz o seguinte: “Os vencimentos, a remuneração,
pelo juiz. as vantagens e os adicionais, bem como os proventos de apo-
Houve aqui um enorme ganho em relação à redação des- sentadoria que estejam sendo percebidos em desacordo com a
te princípio na Constituição de 1967, que dizia que o in- Constituição serão imediatamente reduzidos aos limites dela de-
gresso em juízo poderia ser condicionado a que se exau- correntes, não se admitindo, neste caso, invocação de di-
rissem previamente as vias administrativas. A regra, hoje, reito adquirido ou percepção de excesso a qualquer título”.

134
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
pela pacificação social”.
Júri é o órgão julgador formado por sete pessoas do povo, Dizer que o crime de racismo é imprescritível significa
destinado a julgar crimes dolosos contra a vida, a saber: que o Estado poderá levar o tempo que for necessário
homicídio (matar alguém), infanticídio (matar o próprio para efetuar a sua apuração, que a prescrição não ocor-
filho logo após o parto, em virtude do estado puerperal), rerá. Após a apuração e devida sentença penal conde-
aborto, e instigação, induzimento ou auxílio ao suicídio. natória, o infrator cumprirá sua pena.
Ao jurado compete apenas examinar os fatos e dizer se
o réu deverá ser condenado ou absolvido. O voto emitido Reclusão é uma modalidade de pena privativa de liber-
pelo jurado é secreto. Ao final da votação é dado conhe- dade, que se aplica a crimes dolosos e, portanto, mais
cimento ao réu de sua sentença. O jurado não aplica a graves, e cujo início de cumprimento de pena se dará
pena, função esta que cabe exclusivamente ao juiz. No em regime fechado (preso), ou semi-aberto (trabalha
inciso acima, soberania dos veredictos quer dizer que o em colônia penal agrícola de dia, e se recolhe à noite na
cela para dormir) ou aberto (fica em sua própria casa).
juiz é obrigado a acatar a decisão dos jurados, mesmo
Como o legislador nos diz que a pena para o crime de
que não concorde com ela.
racismo é de reclusão, o início de seu cumprimento será
Ao réu deverá ser assegurada a mais ampla defesa, ou atrás das grades, ou seja, em regime fechado, podendo
seja, não serão admitidos quaisquer atos que impeçam mudar posteriormente para o semi-aberto e bem mais
ou cerceiem seu direito de defesa. Não pode o juiz inde- tarde, para o aberto.
ferir uma prova ou uma testemunha, sob pena de viola-
ção desse preceito constitucional. XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetí-
veis de graça ou anistia a prática da tortura, tráfico ilícito
Princípio da anterioridade da lei penal de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os defini-
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem dos como crimes hediondos, por eles respondendo os
pena sem prévia cominação legal; mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los,
se omitirem;
Toda conduta, para ser considerada criminosa, deverá
estar previamente descrita em lei enquanto tal; associa- Graça é o ato de competência privativa do Presidente da
da a essa conduta deverá vir a cominação legal da pena, República, pelo qual se defere pedido individual de per-
ou seja, a previsão legal de qual sanção será aplicada. dão ou de diminuição da pena do crime cometido. Se for
Para que haja um crime, é necessário que a lei que o concedida, ela extingue a punibilidade, ou seja, reco-
descreve esteja em vigor antes de o ato ser praticado. Se nhece-se que houve crime, mas a ele não se aplicará a
lei posterior vier a prever uma conduta como criminosa, pena.
seus efeitos serão da data de sua publicação para fren-
te. A lei penal, portanto, jamais retroagirá, isto é, jamais A anistia se dá por lei elaborada pelo Congresso Nacio-
alcançará atos praticados antes de sua publicação, ex- nal, onde se perdoa o ato criminoso, extinguindo-se to-
ceto na situação seguinte: das as ações penais a ele referentes. Não pode o anis-
tiado recusar a anistia, uma vez que esta é o esqueci-
Princípio da retroatividade da norma penal mais bené- mento da própria infração, apagando-a, como se ela
fica ao infrator nunca tivesse existido.
XL- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Os crimes hediondos são enumerados pela Lei nº 8.930,
Depreende-se que somente retroagirá a lei penal que de 6.09.94, conforme segue:
não mais caracterizar determinada conduta como crimi- a) homicídio quando praticado em atividade típica de
nosa ou que diminuir a pena a ser aplicada ao crimino-
grupo de extermínio, ainda que cometido por um só
so, pois, nestes casos, o réu será beneficiado.
agente, e homicídio qualificado;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos b) latrocínio (roubo seguido de morte);
direitos e liberdades fundamentais; c) extorsão mediante seqüestro;
d) extorsão qualificada pela morte;
Esse inciso não é um dispositivo auto-executável, preci- e) estupro;
sando da expedição de lei regulamentando-o. f) atentado violento ao pudor;
g) epidemia com resultado morte;
h) genocídio.
Repúdio ao racismo
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e Como se vê, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entor-
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; pecentes e drogas afins, o terrorismo e os crimes hedi-
ondos não poderão se beneficiar de fiança, graça ou
Fiança é o direito subjetivo que permite ao acusado, me- anistia. Além disso, todos os que participaram da con-
diante caução (depósito em dinheiro nos cofres públi- duta criminosa e os que, podendo evitá-la, se omitiram,
cos) e cumprimento de certas obrigações, conservar sua responderão ao processo sob pena de reclusão.
liberdade até a sentença condenatória irrecorrível.
Dizer que o racismo é crime inafiançável significa dizer XLIV- Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação
que o acusado não poderá responder ao processo em de grupo armados, civis ou militares, contra a ordem
liberdade, através de fiança. constitucional e o Estado Democrático;

Prescrição é a perda do direito do Estado de punir, em O inciso em pauta vem reforçar a defesa do regime polí-
razão do tempo excessivamente grande demandado na tico adotado neste país, que é a democracia, e a defesa
apuração do caso. Conforme diz Maximilianus Führer, da ordem constitucional.
“se a pena não é imposta ou executada dentro de deter-
minado prazo, cessa o interesse da lei pela punição, Princípio da personalização da pena
passando a prevalecer o interesse pelo esquecimento e XLV- Nenhuma pena passará da pessoa do condenado,

135
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendi- a) privação ou restrição de liberdade
das aos sucessores e contra eles executadas, até o limi- O Código Penal divide essa pena em detenção e reclu-
te do valor do patrimônio transferido; são. Na reclusão, o preso inicialmente cumprirá sua
pena em regime fechado, em isolamento celular, ou seja,
Quando o autor de um determinado crime falecer, sua preso em uma cela. Na detenção, poderá iniciar o cum-
família não irá para a cadeia cumprir o que resta da pena primento de sua pena em regime semi-aberto, ou seja,
por ele. É este o princípio da personalização da pena. Tal trabalha durante o dia em colônia penal agrícola, ao ar
regra difere de outros ordenamentos do mundo em que livre, e à noite, recolhe-se à cela.
a família sofre pelo ilícito cometido por um de seus mem-
bros, com casas demolidas, por exemplo. b) perda de bens;
É a perda em favor da União dos instrumentos do crime
Há, entretanto, uma segunda questão envolvida aí, que ou do produto do crime ou qualquer bem ou valor que
é de natureza patrimonial. Qualquer crime cometido im- constitua proveito auferido pelo infrator com a prática de
plicará em reparação de dano, e a obrigação de indeni- fato criminoso.
zar, esta sim, passará aos familiares do de cujus, mas
somente até o limite do que receberam na sucessão, c) prestação social alternativa;
resguardados os direitos do cônjuge-meeiro (aquele que Essa pena consiste na atribuição ao condenado de tare-
fica com a metade dos bens). Exemplificando: Carlos fas gratuitas junto a entidades assistenciais, hospitais,
cometeu crime de falsidade e foi condenado a uma pena escolas, orfanatos e outros estabelecimentos.
de 5 anos. Cumpre 2 anos e falece. Sua mulher e filhos
não responderão criminalmente. Enquanto estiveram ca- d) suspensão ou interdição de direitos;
sados, Carlos e a esposa auferiram, de forma lícita, uma Implica na perda permanente (interdição) ou temporária
casa e um telefone, que equivalem a 100 mil reais. 50 (suspensão) de direitos. Perfaz-se, por exemplo, com a
mil é de Carlos e 50 mil é da viúva. Só a parte de Carlos proibição para o exercício do cargo, função ou atividade
é que deve indenizar os prejuízos ocasionados a tercei- pública, ou mandato eletivo; com a proibição do exercí-
ros, pelos documentos falsificados, e não o patrimônio cio de profissão, atividade ou ofício que dependam de
inteiro. habilitação especial, de licença ou autorização do poder
público; com a suspensão de autorização ou de habilita-
Perdimento de bens, no sentido original, era a devolu- ção para dirigir veículos etc.
ção aos cofres públicos de quantias subtraídas do pró-
prio erário, ou em decorrência de enriquecimento ilícito XLVII - não haverá penas:
gerado pelo exercício de cargo, função ou emprego na a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
administração direta ou indireta. A Constituição Federal, termos do art. 84, XIX;
entretanto, não exige que o infrator seja funcionário pú- b) de caráter perpétuo;
blico para ser-lhe aplicada a pena de perdimento de bens. c) de trabalhos forçados;
Basta que cause prejuízo ao Estado. d) de banimento;
e) cruéis;
Princípio da individualização da pena
XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adota- A pena de morte, prevista no Código Militar, é uma exce-
rá, entre outras, as seguintes: ção à regra, só sendo permitida em período de guerra.
a) privação ou restrição da liberdade; Não há penas de caráter perpétuo, uma vez que estas
b) perda de bens; privam o homem de sua condição humana, e não lhe
c) multa; permitem a reeducação, que é objetivo do legislador.
d) prestação social alternativa; Também não se permite a imposição de trabalhos for-
e) suspensão ou interdição de direitos; çados. Os trabalhos forçados, por sua própria natureza,
são gratuitos. Nos presídios brasileiros, os presos que
Individualização da pena significa dizer que o juiz deverá trabalharem serão sempre remunerados.
aplicar a pena coerentemente com o crime cometido e Banimento é a expulsão de brasileiro do território nacio-
com as condições do infrator. Não deve o juiz agir de nal. A Constituição também não o admite.
forma arbitrária, perseguindo os fracos e privilegiando
os mais fortes. Ou ainda, determinando a mesma quan- XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos dis-
tidade da pena independente do grau da participação tintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
individual em um ilícito coletivo. sexo apenado;
A determinação da pena deve ter por base uma relação
de proporcionalidade, aferida por dois critérios: o quali- Isto significa que presos de menor periculosidade deve-
tativo e o quantitativo. O critério qualitativo nos diz que rão ficar com os de menor periculosidade. Os mais jo-
crimes mais graves devem ter penas mais severas. O vens deverão ficar separados dos mais velhos. As mu-
critério quantitativo nos diz que a pena deverá ser aplica- lheres ficarão em presídios femininos, e os homens,
da em maior ou menor grau, conforme a maior ou menor nos masculinos.
culpabilidade do infrator.
Além dessas duas relações devemos analisar os antece- XLIX- é assegurado aos presos o respeito à integridade
dentes criminais do réu, sua personalidade, sua conduta física e moral;
social e familiar, os motivos determinantes do crime, gravi-
dade da conduta etc. O Estado detém a custódia do preso e é responsável
Somente a lei pode criar penas e o legislador enumera pela sua integridade física e moral. Se uma pessoa for
alguns tipos, podendo perfeitamente ser criadas outras, assassinada, estuprada ou maltratada numa prisão,
uma vez que a enumeração é meramente exemplificativa: cabe ação de indenização contra o Estado.

136
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
outra parte contra ele.
L - às presidiárias serão asseguradas condições para Ampla defesa é o direito do acusado de apresentar, no
que possam permanecer com seus filhos durante o perí- processo, todos os meios lícitos necessários para pro-
odo de amamentação; var sua inocência (testemunhas, documentos etc.).
Importante inovação é a extensão do contraditório e da
Os filhos das presidiárias não podem ser punidos pelos ampla defesa para os processos administrativos. Revo-
erros de suas mães; portanto, devem ser criados com gou-se, assim, a lei ordinária anterior à atual Constitui-
condições mínimas. Se não houvesse esta garantia, es- ção, que permitia que os processos administrativos cor-
taria havendo uma apenação dessas crianças, constitu- ressem em segredo de justiça, muitas vezes, à revelia
cionalmente proibida. do funcionário, que só era notificado do resultado final,
sem ter tido o direito de exercer o direito de defesa.
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturali-
zado, em caso de crime comum, praticado antes da na- LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
turalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico por meios ilícitos;
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
A licitude dos meios usados na obtenção das provas é
Extradição é a transferência compulsória de pessoa que necessária para a transparência e a seriedade proces-
está no território nacional para outro país, a pedido des- suais. Imagine o que aconteceria se o Poder Judiciário
te, para que responda a processo ou cumpra pena na- admitisse, nos processos, provas obtidas, por exemplo,
quele país. mediante tortura, suborno de testemunhas, ameaças às
O brasileiro nato nunca poderá ser extraditado. pessoas ligadas ao acusado, escutas telefônicas sem
O brasileiro naturalizado somente será extraditado se autorização do juiz, furto de correspondência.
estiver envolvido em tráfico ilícito de entorpecentes ou,
para crimes comuns, se os tiver cometido antes de sua Princípio da não-culpabilidade
naturalização (ou seja, quando ainda era estrangeiro). LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal condenatória;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
crime político ou de opinião; Consagrou-se aqui a garantia do princípio da inocência,
ou como querem alguns doutrinadores, princípio da não-
Vimos anteriormente que a concessão de asilo político é culpabilidade, instituto fundamental do Estado de Direito.
um dos princípios que regem as relações de nosso país O acusado será considerado inocente até que haja o
com os demais. Daí a vedação contida neste inciso. trânsito em julgado da sentença condenatória.
Para se considerar o crime como político, entretanto, de- A Constituição, por este inciso, não recepcionou os arti-
verão ser analisados vários fatores, tais como: os moti- gos do Código de Processo Penal que determinavam
vos do crime, a psicologia do autor, o ambiente político que se mandasse o nome do acusado para o rol dos
existente no Estado reclamante etc. culpados, após a primeira decisão penal condenatória.
Muitas vezes o réu apelava desta sentença para o Tribu-
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão nal e lá ganhava a causa, sendo absolvido; sofria, contu-
pela autoridade competente; do, um prejuízo enorme, uma vez que o seu nome já
estava fazendo parte dos nomes de pessoas com ante-
Dada a complexidade de nosso ordenamento jurídico, o cedentes criminais, portanto, culpadas.
processo e o proferimento da sentença deverão ser fei-
tos por um juiz que tenha competência para julgar a ques- LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
tão. Desta forma, há um juiz competente para julgar ques- identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em
tões tributárias, outro para julgar questões de família, lei;
outro para julgar questões trabalhistas etc. Busca-se,
assim, assegurar que a justiça seja feita. A identificação criminal (coleta de impressões digitais
na delegacia de polícia) configura medida vexatória im-
Princípio do devido processo legal posta ao cidadão indiciado, que a lei presume inocente
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens até que sentença irrecorrível diga o contrário, não se jus-
sem o devido processo legal; tificando no caso de ele ter sido identificado no lugar em
que o fato ocorreu.
O devido processo legal é uma garantia processual pe-
nal. É a seqüência de atos necessários para se chegar LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
à sentença final, sendo que, necessariamente, nele de- pública, se esta não for intentada no prazo legal;
verão estar presentes as garantias seguintes:
Ação penal pública é aquela cuja iniciativa cabe privati-
Princípio da ampla defesa e do contraditório vamente ao Ministério Público (promotoria pública). Uma
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrati- vez que o direito de punir pertence unicamente ao Esta-
vo, e aos acusados em geral serão assegurados o con- do, a regra no direito processual penal é que a ação
traditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela penal seja pública. Este tipo de ação inicia-se por uma
inerentes; peça chamada “denúncia” e que somente o promotor de
justiça poderá elaborar (art. 129, I da CF).
Contraditório é a possibilidade de refutação da acusa-
ção e se dá quando as partes são colocadas em pé de A ação penal privada é aquela cuja iniciativa cabe ao
igualdade, dando-se igual oportunidade ao acusado de particular ofendido. É ele que ingressa nos autos como
opor-se ou dar outra versão aos atos produzidos pela titular da ação penal, para que se persiga e se puna o

137
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
infrator. gado, por exemplo).
Quem determina quais são os casos de ação penal pú-
blica e quais são os casos de ação penal privada é a lei. LXIII- o preso será informado de seus direitos, entre os
O crime de difamação, por exemplo, é de ação penal quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
privada, ao passo que o crime de homicídio é de ação assistência da família e de advogado;
penal pública.
Ada Grinover nos diz que: “o réu, sujeito da defesa, não
O prazo que o promotor de justiça tem para elaborar a tem obrigação nem dever de fornecer elementos de pro-
“denúncia” é de 5 dias, para o réu que está preso, e 15 va que o prejudiquem. Pode calar-se ou até mentir. Ain-
dias, para o réu que está respondendo processo em da que se quisesse ver no interrogatório um meio de
liberdade. Mas pode ser que ele, por estar atarefado, prova, isso só seria possível em caráter meramente even-
perca o prazo. Neste caso pode o particular intentar a tual, em face da faculdade dada ao acusado de não res-
ação privada subsidiária da pública. Mas só se permitirá ponder”.
a ação privada subsidiária da pública quando o Ministé- O acusado contará, também, com a assistência de sua
rio Público, que é quem deve propor a ação, não o fez família e de advogado. Sendo comprovadamente pobre,
dentro do prazo. caberá ao Estado fornecer-lhe assistência jurídica.

Publicidade dos atos processuais LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsá-
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos veis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
processuais quando a defesa da intimidade ou o interes-
se social o exigirem; Procurou-se, neste inciso, dar elementos ao acusado
para apuração de responsabilidades, se caso sofrer
Publicidade é aquilo que garante a transparência da atu- abusos no ato da prisão ou no interrogatório. É uma
ação dos poderes públicos. Em regra, os atos proces- pena que essa garantia seja uma faca de dois gumes,
suais deverão ser públicos, ou seja, qualquer pessoa a uma vez que, com essa proteção, presos perigosos po-
eles terá acesso. dem se voltar contra as famílias inocentes daquelas
Há, todavia, situações em que a lei assegura o sigilo pessoas que os denunciaram ou os prenderam.
dos atos processuais, para resguardar o direito de inti-
midade ou em razão do interesse social, como por exem- LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
plo, nos casos de guarda de menores, divórcio, investi- autoridade judiciária;
gação de paternidade, investigação de crimes contra a
segurança nacional etc. O juiz determinará a soltura daquele que foi ilegalmente
preso, mesmo que não haja pedido de habeas corpus. A
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou verificação de ilegalidade consiste, sobretudo, no exa-
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judici- me dos pressupostos do inciso LXI (existência de fla-
ária competente, salvo nos casos de transgressão militar grante delito ou de mandado de prisão expedido pelo
ou crime propriamente militar, definidos em lei; juiz competente).

Nós já definimos o flagrante delito nos comentários ao LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
inciso XI. A prisão em flagrante delito pode ser decretada quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
por qualquer pessoa, independentemente de mandado. fiança;

Já a prisão preventiva, que é a captura do indiciado ou a Liberdade provisória é o instituto pelo qual se permite
sua conservação em cárcere, a fim de que esteja pre- que o acusado permaneça solto, respondendo em liber-
sente em juízo e não escape ao cumprimento da sen- dade ao seu processo.
tença, só pode ser decretada pelo juiz competente, o juiz A prisão, como se vê, somente deverá ser efetuada em
criminal. Pode ser feita em qualquer fase do inquérito último caso, isto é, se a lei não admitir a liberdade provi-
policial ou ação penal para se garantir a ordem pública, sória.
ou por conveniência da aplicação da lei penal, quando
houver prova da existência do crime e indícios suficien- LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do res-
tes da provável autoria. ponsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável
As pessoas só poderão ser presas: em flagrante delito de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
ou por prisão preventiva, decretada por um juiz compe-
tente, ressalvados os casos de crimes militares. Nova- A prisão civil é admitida somente em duas situações:
mente, a Constituição revogou artigo do Código de Pro- a) quando o sujeito, mediante sentença judicial, rece-
cesso Penal que permitia a prisão administrativa do civil beu a obrigação de pagar pensão alimentícia a ter-
para averiguações. ceiro e, tendo condições, não o fez;
b) no caso do depositário infiel, isto é, o indivíduo que
LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se en- se incumbiu de guardar um bem com a obrigação de
contre serão comunicados imediatamente ao juiz com- restituí-lo, e que não o faz, quando solicitado; o depo-
petente e à família do preso ou à pessoa por ele indica- sitário infiel pode pegar pena de até um ano de pri-
da; são.

A comunicação ao juiz visa permitir o exame dos critérios Remédios constitucionais


de legalidade da prisão; se for ilegal, o juiz a relaxará, Nos incisos LXVIII a LXXIII estão previstos os chamados
conforme previsto no inciso LXV, logo abaixo. “remédios constitucionais”. São instrumentos podero-
A comunicação à família tem por objetivo informá-la so- sos de proteção jurídica a serem utilizados para res-
bre o paradeiro do preso e permitir que tome as provi- guardar determinados direitos previstos na própria Cons-
dências que julgar necessárias (constituição de advo-
138
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
tituição. vel, por exemplo, impetrar mandado de segurança contra
o diretor de um hospital particular).
Habeas corpus
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que al- Mandado de segurança coletivo
guém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência LXX - o mandato de segurança coletivo pode ser impe-
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegali- trado por:
dade ou abuso de poder; a) partido político com representação no Congresso Nacio-
nal;
A expressão habeas corpus é de origem latina e signifi- b) organização sindical, entidade de classe ou associa-
ca “tenha-se o corpo”. Designa instituto jurídico que tem ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo
por finalidade precípua proteger a liberdade de locomo- menos um ano, em defesa dos interesses de seus mem-
ção, ou seja, de “mover-se com o próprio corpo”. Prote- bros ou associados;
ge, portanto, apenas o direito de pessoa física e viva
(pessoa jurídica, ente abstrato definido em lei, não tem Os princípios estudados anteriormente para o mandado
corpo e, portanto, não há como cercear a sua liberdade de segurança se aplicam ao mandado de segurança
de locomoção). coletivo, que é um instrumento que visa proteger direito
Há duas espécies de habeas corpus: o preventivo e o líquido e certo de uma categoria.
repressivo. Este instituto foi uma inovação introduzida pela Consti-
Habeas corpus preventivo é aquele utilizado nos casos tuição atual e permitiu maior agilidade na solução para
em que o direito de locomoção está sendo ameaçado determinados abusos cometidos pelo Poder Público.
(neste caso, será concedido ao paciente um salvo-con-
duto, assinado pelo juiz, sendo que uma cópia do mes- Mandado de injunção
mo também será enviada à autoridade coatora). LXXI - Conceder-se-á mandado de injunção sempre que
a falta de norma regulamentadora torne inviável o exer-
Habeas corpus repressivo é aquele utilizado quando a cício dos direitos e liberdade constitucionais e das prer-
violência ao direito de ir e vir já aconteceu, por ilegalidade rogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à ci-
ou abuso de poder (ou seja, o indivíduo já está preso, dadania;
detido etc.).
A palavra ilegalidade, aqui, deve ser entendida em senti- Eis outra inovação constitucional. A finalidade do man-
do amplo, ou seja, como presença de cerceamento de dado de injunção é obter, junto ao Poder Judiciário, a
defesa, acusação baseada em lei posterior ao fato ocor- ciência ao Poder omisso para que supra a sua inércia
rido, instauração de processo criminal perante juiz in- criando a norma faltante, possibilitando ao impetrante a
competente, ausência de defesa em processo criminal viabilidade de fruição de direitos e prerrogativas que,
etc. embora previstos em norma constitucional, não conse-
Abuso de poder é o exercício irregular do poder, pelo guem produzir efeitos no mundo jurídico, por estar a re-
transbordamento, por parte da autoridade, dos limites ferida norma carente de regulamentação.
de sua competência.
O processamento do habeas corpus é gratuito e pode Habeas data
ser impetrado pelo próprio paciente, independentemen- LXXII - conceder-se-á habeas data:
te de interposição de advogado. a) para assegurar o conhecimento de informações relati-
vas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou
Mandado de segurança bancos de dados de entidades governamentais ou de
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para obter caráter público;
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus b) para a retificação de dados, quando não se prefira
ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder O habeas data assegura o acesso a informações refe-
Público; rentes à pessoa do impetrante guardadas em bancos
de dados governamentais ou de caráter público, e pos-
Mandado de segurança é um instrumento que protege sibilita a retificação desses dados. É direito personalís-
por exclusão, ou seja, protege direito líquido e certo, não simo do titular dos dados, isto é, só pode ser exercido
amparado por habeas corpus ou habeas data. por este2, e sua interposição é gratuita.
Direito líquido e certo é o que não mostra dúvida, pela Uma pessoa, por exemplo, cujo nome, por engano, cons-
clareza e evidência com que se apresenta. te na relação de maus pagadores do Serviço de Prote-
O mandado de segurança protege os direitos tanto de ção de Crédito, poderá impetrar habeas data contra esta
pessoa física quanto de pessoa jurídica. instituição, para que deixe de constar no cadastro de
É oponível contra qualquer autoridade pública (agentes devedores.
políticos, agentes públicos, agentes delegados, notari-
ais, agentes administrativos, oficiais dos registros públi- Ação popular
cos) ou contra qualquer agente de pessoa jurídica priva- LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
da, no exercício de atribuição do poder público (é possí- ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à mo-
3
Há grande divergência doutrinária aqui. José Afonso da Silva, ralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimô-
por exemplo, entende que este direito não pode ser individual, nio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprova-
pois está disciplinado no título VII da Constituição (“Da Ordem da má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucum-
Econômica e Financeira), onde se assevera que a ordem eco- bência;
nômica tem por fim “assegurar a todos a existência digna con-
forme os ditames da justiça social” (art. 170, caput). O conteúdo
2
A jurisprudência do STF admite a interposição de habeas data
e limites desse direito poderão, neste sentido, ser mudados. por parentes de pessoas mortas ou desaparecidas.

139
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
na forma da lei:
Cidadão é o sujeito que está em pleno exercício dos a) o registro civil de nascimento;
seus direitos políticos. Só pode ser cidadão o brasileiro b) a certidão de óbito;
nato ou o naturalizado.
A ação popular é instrumento destinado a corrigir toda e Este inciso, de caráter humanitário ao que tudo indica
qualquer lesão ao patrimônio público ou de entidade de vem atender, também, a uma necessidade administrati-
que participe o Estado. Ela é uma garantia constitucional va. O artigo 21, XV, da CF diz que compete à União orga-
não apenas judicial, mas também política, uma vez que nizar e manter os serviços oficiais de estatística. Cons-
possibilita a participação do cidadão na vida pública. tatou-se, todavia, uma defasagem muito grande dessa
Jamais a pessoa jurídica tem legitimidade para propô- estatística em áreas muito pobres, onde a população
la, uma vez que a pessoa jurídica não pode ter direitos não tinha dinheiro para registrar o nascimento ou a mor-
políticos, não pode ser cidadã. te dos seus familiares. Daí a gratuidade desses assen-
O ato lesivo, passível de anulação, é o que atinge a mo- tamentos.
ralidade administrativa (art. 37), o meio ambiente (art.
225), o patrimônio histórico e cultural (art. 216) e o patri- LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e ha-
mônio público ou de entidade de que o Estado participe. beas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao
exercício da cidadania.
O cidadão estará agindo de boa-fé se o fizer no interes-
se da comunidade; neste caso, não arcará com as cus- Atos necessários ao exercício da cidadania, como a emis-
tas judiciais, que é a verba que se recolhe ao Estado por são do título de eleitor, da carteira de trabalho ou de docu-
se ter movimentado o Poder Judiciário, e nem com o mento de identidade, são gratuitos. Da mesma forma, as
ônus da sucumbência, isto é, os honorários advocatíci- ações de habeas corpus e de habeas data, ou seja, para
os, pagos por quem perde a ação. estas últimas não poderá haver custas de preparo (cus-
Havendo motivos escusos por parte do cidadão, no caso tas judiciais, normalmente 1% do valor da causa), de dis-
de perder a ação, que é movida em seu nome, deverá tribuição, despesas com oficial de justiça etc.
haver o recolhimento das custas judiciais e do ônus de
sucumbência. LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
Os efeitos da ação popular se traduzem ou pela anula- assegurados a razoável duração do processo e os meios que
ção do ato lesivo praticado, ou pela sua sustação (caso garantam a celeridade de sua tramitação.(incluído pela
sua consumação esteja prestes a ocorrer), ou pela or- Emenda Constitucional n. 45 de 2004)
denação da sua prática, na hipótese de omissão (a au-
toridade deveria ter praticado o ato e não o fez). A matéria regulada no inciso traz importante inovação no
tocante ao lapso temporal a ser considerado em um
Tutela jurisdicional aos hipossuficientes feito. A Constituição Federal passa a assegurar a todos
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e (regra a não comportar exceção), o direito a razoável
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; duração do processo, determinado, assim, que se
estabeleçam meios que garantam a celeridade de sua
Deve-se entender assistência jurídica aqui de uma for- tramitação. O critério fixado pela Lei Maior é subjetivo,
ma ampla, envolvendo não apenas o provisionamento ou seja, não estabeleceu prazo determinado para a
de advogados para mover ações, mas também as con- conclusão do feito, dada a multiplicidade e diversidade
sultas para esclarecimento de situações de direito. de causas e procedimentos que permeiam os milhares
Não se deve confundir necessidade com miserabilida- de processos existentes no país. Relevante atentar que
de. Basta que o interessado não possa prover as custas tal norma vale tanto para esfera judicial como para a
do processo sem prejuízo do sustento próprio e da famí- administrativa.
lia, para que se invoque o preceito constitucional.
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fun-
O órgão do Judiciário encarregado de realizar o previsto damentais têm aplicação imediata.
neste inciso é a Defensoria Pública, a respeito da qual o
artigo 134 da Lei Maior diz o seguinte: “A Defensoria Pú- Desde a promulgação da Constituição Federal, que foi
blica é instituição essencial à função jurisdicional do Es- em 05 de outubro de 1988, esses incisos estudados
tado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, acima deverão estar no ordenamento jurídico provocan-
em todos os graus, dos necessitados, na forma do artigo do efeitos.
5o, LXXIV”. Não esqueçam, porém, que há incisos onde o próprio
legislador diz que lei os regulará. Estes, muito embora
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judici- entrem em vigor também com a promulgação, só produ-
ário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado zirão efeito plenamente quando devidamente regulamen-
na sentença; tados. De qualquer modo, para os casos concretos, se a
falta de regulamentação prejudicar o exercício de um
Estabelece, este inciso, a figura da responsabilidade direito constitucional, caberá, conforme vimos anterior-
patrimonial do Estado, com previsão de indenização por mente, mandado de injunção.
erros judiciários.
O montante a ser pago a título de indenização será apu- § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constitui-
rado em via judicial, muito embora não haja vedação ção não excluem outros decorrentes do regime e dos
expressa, na Constituição, de indenização administrati- princípios por ela adotados, ou dos tratados internacio-
va. O valor deverá recompor a situação patrimonial do nais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
lesado e o próprio dano.
Manuel Gonçalves Ferreira Filho, nos ensina, acertada-
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres,

140
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
mente, que o dispositivo em exame significa simples-
mente que a Constituição brasileira, ao enumerar os Os quatro incisos acima compõem as chamadas “cláu-
direitos fundamentais, não pretende ser exaustiva. Por sulas pétreas”, isto é, institutos constitucionais perpétu-
isso, além dos direitos explicitamente reconhecidos, os, que não poderão ser suprimidos.
admite existirem outros, que implicitamente reconhece, No artigo 5o, os direitos e garantias individuais (de su-
decorrentes dos regimes e dos princípios que ela adota. pressão impossível) encontram-se misturados aos di-
Da mesma forma, aos direitos atualmente existentes, reitos e garantias coletivos (passíveis de abolição).
outros poderão ser acrescentados em decorrência de A partir da doutrina dominante, tentaremos, a grosso
tratados internacionais dos quais a República Federati- modo, destacar, dos incisos previstos no artigo 5o e de
va do Brasil seja signatária. outros dispositivos constitucionais, quais direitos e ga-
rantias seriam individuais (cláusulas pétreas) e quais
§ 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre seriam coletivos.
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos Direitos individuais
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes • direito à vida (engloba: direito à existência, à segu-
às emendas constitucionais.(incluído pela Emenda rança e à integridade física, entre outros);
Constitucional n. 45 de 2004) • direito à privacidade, à intimidade, à honra e à ima-
gem;
Este parágrafo fixa-nos a importância e estabelece o nível • direito à igualdade (entre homens e mulheres, pe-
hierárquico dos tratados e convenções internacionais rante a lei, perante a justiça, etc.);
sobre direitos humanos dentro de nosso ordenamento • direito à liberdade (de locomoção, de circulação, de
jurídico. Desde que tais pactos sejam aprovados, na pensamento, de credo, de culto, de expressão inte-
Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em dois lectual, artística e científica etc.).
turnos, obtendo-se maioria qualificada (três quintos), • direito de propriedade3 (direito de uso exclusivo da uti-
serão equiparados às emendas constitucionais (terão a lização, publicação ou reprodução de obra artística,
mesma relevância jurídica). As emendas constitucionais intelectual ou científica; direito de proteção às partici-
incorporam-se à Lei Maior, passando a pertencer, desta pações individuais em obras coletivas e à reprodução
forma, ao “corpo” constitucional. Portanto, sob as de imagens e voz humanas, inclusive desportivas; di-
condições acima expostas, os tratados e convenções - reito de propriedade de marcas, inventos, indústria e
apenas aqueles que versarem sobre direitos humanos nome da empresa etc.);
- terão “status” constitucional, uma vez que se • etc.
encontrarão no mesmo grau de hierarquia das emendas
constitucionais. Garantias individuais
• princípios: da legalidade, da proteção judiciária, da
§ 4º - O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal anterioridade da lei penal, da irretroatividade da lei
penal, da individuação da pena, da personalização
Internacional a cuja criação tenha manifestado
da pena etc.
adesão.(incluído pela Emenda Constitucional n. 45 de 2004)
• inviolabilidades: da liberdade, da intimidade, da hon-
ra, da casa, do sigilo da correspondência e das co-
No tocante a tal matéria, já há produção jurídica em nosso municações telegráficas etc.
país. O Tribunal Penal Internacional originou-se de uma • garantias: de inexistência do tribunal de exceção, de
Conferência Diplomática realizada na cidade de Roma, julgamento pelo tribunal competente, de legalidade
em julho de 1998, surgindo, assim, o Estatuto de Roma e comunicação da prisão, do devido processo legal,
do Tribunal Penal Internacional. O Brasil, através do de presunção da inocência, da incolumidade física
Decreto Presidencial nº 4.388, de 25.09.2002, promulgou etc.
o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, • proibição: da prisão civil, de extradição, de determi-
anteriormente ratificado pelo Decreto Legislativo nº 112, nadas penas (cruéis, perpétuas, de trabalhos força-
de 06.05.2002, oriundo do Congresso Nacional. Com a dos, de banimento, de morte) etc.
inclusão deste parágrafo no artigo 5º, passamos • remédios constitucionais: habeas corpus, habeas
obrigatoriamente a submeter-se à sua jurisdição. Os data, mandado de segurança individual, mandado
delitos a serem julgados no Tribunal Penal Internacional de injunção.
são aqueles considerados graves, que afetam a
comunidade internacional no seu conjunto, a saber: crime Direitos coletivos
de genocídio; crimes contra a humanidade; crimes de • direito de acesso: à terra urbana e rural, para morar e
guerra e o crime de agressão. Vale ressaltar que a trabalhar; ao trabalho; ao transporte coletivo; ao meio
competência do Tribunal Penal Internacional é ambiente sadio etc.
complementar às jurisdições penais nacionais. • direito à melhoria da qualidade de vida;
• direito de preservação da paisagem e da identidade
3. DIREITOS E GARANTIAS PÉTREOS histórica e cultural da coletividade;
A Constituição brasileira prevê, no art. 60, a possibilida- • direitos de reunião, de associação, de sindicaliza-
ção, de manifestação coletiva, incluindo-se aí o direi-
de de serem efetuadas alterações em seu texto através
to de greve;
das chamadas emendas constitucionais. O § 4O desse
• direito de controle de mercado de bens e serviços
artigo, contudo, diz o seguinte: essenciais à população;
• direito de representação coletiva;
“Art. 60, § 4o - Não será objeto de deliberação a proposta
• etc.
de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado; Garantias coletivas
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
• vedação da interferência estatal no funcionamento
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.”
141
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
de uma associação ou de uma cooperativa; a) princípio da irretroatividade das leis
• proibição da dissolução ou suspensão da associa- b) princípio da igualdade de todos perante a lei
ção, a não ser por ordem judicial; c) princípio da legalidade penal
• remédios constitucionais: ação popular, mandado de d) princípio da isonomia
segurança coletivo. e) n.d.a.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 07. Extradição é a entrega de um indivíduo feita pelo


governo a outro país que o reclame para ser julga-
01. (TRT/ES-90) Das afirmações abaixo, assinale a do ou para cumprir pena. De acordo com a Consti-
única correta: tuição Federal:
a) o exercício de qualquer trabalho depende de autori- a) brasileiro naturalizado pode ser extraditado a qual-
zação da repartição competente quer tempo
b) as provas obtidas por meios ilícitos são admissí- b) português residente no Brasil nunca pode ser ex-
veis no processo, desde que necessárias traditado
c) compete à Ordem dos Advogados do Brasil prestar c) brasileiro nato não pode ser extraditado
assistência social aos que comprovarem insufici- d) tratando-se de tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
ência de recursos gas há privilégio ao brasileiro naturalizado
d) homens e mulheres são iguais em direitos e obri- e) estrangeiro pode ser extraditado por crime político
gações, nos termos da Constituição Federal de 1988 ou de opinião
e) a locomoção em território nacional depende de “vis-
to” junto às Secretarias de Segurança Pública em 08. (TTN-92) Assinale a assertiva correta:
cada Estado da Federação a) A lei pode estabelecer hipóteses de exclusão de
sua apreciação pelo Poder Judiciário, ainda que pre-
02. O remédio jurídico que tem por objeto fazer com sentes a lesão ou a ameaça a direito
que todos tenham acesso às informações que Po- b) É pública a votação dos jurados no processo do júri
der Público ou entidades de caráter público possu- c) Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
am a seu respeito, denomina-se: pena sem prévia cominação legal
a) habeas data d) A lei penal não retroagirá, salvo nos casos de anis-
b) habeas corpus tia fiscal
c) mandado de injunção e) A prática do racismo constitui crime afiançável e
d) mandado de segurança prescritível, sujeito à pena de detenção nos termos
e) ação popular da lei

03. Um cidadão sofrendo violação de seus direitos, 09. O remédio constitucional a ser aplicado em situa-
embora estes não sejam assegurados pela Cons- ções em que a falta de norma regulamentadora tor-
tituição, mas sim pela legislação positiva: na inviável o exercício de direitos e liberdades cons-
a) poderá acionar o Judiciário, optando por um dos titucionais e das prerrogativas inerentes à naciona-
vários instrumentos que a lei lhe coloca à disposi- lidade, à soberania e à cidadania, denomina-se:
ção a) mandado de segurança
b) ingressará em juízo, desde que sejam exauridas b) mandado de injunção
previamente as vias administrativas c) ação popular
c) terá restrito acesso aos órgãos judicantes por se d) habeas corpus
tratar de preceito não resguardado pela Constitui- e) mandado de segurança coletivo
ção Federal
d) não poderá acionar o Judiciário nem a Administração 10. O remédio jurídico que visa defender direito ou notifi-
e) não tem assegurado direito de ampla defesa e do car a ilegalidade ou abuso de autoridade, denomi-
contraditório na-se:
a) mandado de segurança
04. Só se pode pleitear, por habeas data, informações: b) direito líquido e certo
a) sociais c) mandado de injunção
b) relativas ao impetrante d) habeas corpus
c) criminais e) direito de petição
d) de caráter coletivo
e) de amplo caráter 11. (TRT/90)
I - Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou
05. O segundo objetivo do habeas data é: permanecer associado.
a) a ratificação dos dados constantes na entidade go- II - É garantido o direito de propriedade.
vernamental III - Não há crime sem lei anterior que o defina, nem
b) a retificação dos dados constantes na entidade go- pena sem prévia cominação legal.
vernamental ou de caráter público
c) a prisão da autoridade responsável pelas informa- Em face do texto Constitucional, das afirmações
ções registradas acima, pode-se dizer:
d) a reparação financeira por danos morais causados a) as três normas são corretas
pelas informações arquivadas b) as três são incorretas
e) n.d.a. c) I e II são incorretas
d) II e III são corretas e I incorreta
06. “A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídi- e) I e III são corretas e II incorreta
co perfeito e a coisa julgada”. Trata-se do:

142
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
12. (TTN-92) Conceder-se-á mandado de injunção: 17. A prisão por dívida é proibida pela Constituição Fe-
a) sempre que a falta de norma regulamentadora tor- deral, exceto no(s) caso(s):
ne inviável exercício dos direitos e liberdades cons- a) de devedor inadimplente para com o Fisco
titucionais e das prerrogativas inerentes à naciona- b) de devedor de alimentos e depositário infiel
lidade, à soberania e à cidadania c) de dívida fiscal para com a União, os Estados e os
b) sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado Municípios
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de d) de devedor de jogo
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder e) de devedor inadimplente comercialmente
c) para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o res- 18. À instituição do júri compete julgar:
ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for a) as contravenções penais
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no b) os crimes dolosos contra a vida
exercício de atribuições do Poder Público c) as lesões corporais culposas
d) para retificação de dados, quando não se prefira d) o homicídio culposo
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou adminis- e) todo e qualquer crime
trativo
e) para anular ato lesivo ao patrimônio público, à mo- 19. “Sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
ralidade administrativa, ao meio ambiente e ao pa- de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
trimônio histórico e cultural locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”,
conceder-se-á:
13. (TRT/ES-90) A Constituição Federal de 1988 veda: a) habeas corpus
a) a inviolabilidade do sigilo da correspondência
b) mandado de segurança
b) a livre locomoção
c) mandado de injunção
c) o direito de propriedade
d) habeas data
d) a liberdade de consciência e de crença
e) ação popular
e) o anonimato e as associações de caráter paramili-
tar
20. Analise as afirmações abaixo:
14. A lei não prejudicará: I - aos pobres são gratuitos o registro de nascimento
a) o trânsito em julgado e a certidão de óbito
b) a coisa não julgada II - aos pobres e ricos são gratuitas as ações de habe-
c) o ato jurídico as corpus e habeas data
d) o direito adquirido III - a todos são gratuitos os atos necessários ao exer-
e) todas as alternativas. cício da cidadania
IV - os direitos e deveres individuais e coletivos têm apli-
15. (TTN-92) Assinale a assertiva correta: cação imediata com ou sem a norma que os regu-
a) é livre a expressão da atividade intelectual, artística, lamente
científica e de comunicação, ressalvados os casos
de licença previstos em lei a) a I e a II estão corretas
b) a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela b) a III e a IV estão erradas
podendo penetrar sem consentimento do morador, c) apenas a I está correta
salvo durante o dia, por determinação judicial ou d) apenas a III e a II estão corretas
requisição administrativa e) todas estão corretas
c) é compulsória a adesão a associação profissional
ou a sindicato profissional 21. São garantias previstas no capítulo dos direitos e
d) é plena e liberdade de associação para fins lícitos, deveres individuais e coletivos da Constituição Fe-
admitida a de caráter educativo paramilitar deral, dentre outras, as seguintes (assinale a alter-
e) é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou nativa correta):
profissão, atendidas as qualificações profissionais a) livre manifestação do pensamento, permitido o ano-
que a lei estabelecer nimato
b) direito de resposta, proporcional ao agravo, além
16. (TRT/GO-90) Segundo a Constituição Federal: de indenização por dano material ou imoral
a) o princípio da igualdade de todos perante a lei im- c) livre associação para fins lícitos, inclusive de cará-
pede que a lei favoreça os mais pobres, visando ter paramilitar
reduzir as desigualdades sociais d) livre expressão da atividade intelectual, artística, ci-
b) o princípio da legalidade consiste em que ninguém entífica e de comunicação, independentemente de
será obrigado fazer ou deixar de fazer alguma coisa censura ou licença
senão em virtude da lei e) n.d.a
c) o princípio da livre manifestação do pensamento
protege o anonimato 22. Não será concedida extradição de estrangeiro por
d) o exercício do direito de resposta, pela vítima de crime:
ofensa contra a honra exclui a indenização por dano a) doloso contra vida
material, moral ou à imagem b) político ou de opinião
e) a crença religiosa não é motivo de privação de direi- c) culposo contra o patrimônio
tos, ainda que invocada por quem pretenda eximir- d) de morte
se de obrigação legal a todos imposta e se recuse e) de extorsão
a cumprir prestação alternativa fixada em lei

143
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
23. Quanto ao habeas corpus pode-se dizer: 29. O preceito constitucional “ninguém será obrigado a
I - é o remédio jurídico que tutela a liberdade de loco- fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em vir-
moção tude de lei” expressa o princípio da:
II - seria a medida legal de proteção à liberdade de loco- a) igualdade de todos perante a lei
moção b) isonomia
III - poderá ser liberatório ou preventivo c) legalidade
IV - não depende de formalidade processual comum, po- d) responsabilidade
dendo ser feita sua petição por telegrama ou por sim- e) liberdade social
ples carta
30. Assinale a opção correta:
a) a I e a II estão erradas a) nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
b) apenas a III está certa podendo a obrigação de reparar o dano e a decreta-
c) a IV é a única errada ção de perdimento dos bens ser, contra os suces-
d) todas estão certas sores executada, até o limite do valor do patrimônio
e) a II é a única certa transferido
b) a lei regulará a individualização da pena e adotará,
24. Em caso de iminente perigo público, a autoridade entre outras, a de banimento, no caso de crimes de
competente poderá usar de propriedade particular: ação armada de grupos civis ou militares, contra a
a) desde que obtenha liminar judicial ordem constitucional e o estado democrático
b) independentemente de autorização judicial, porém c) o contraditório e a ampla defesa, nos crimes por
oferecendo depósito prévio, garantidor de futura in- prática de racismo, podem ser restringidos nos ca-
denização sos culposos, e suspensos nos casos dolosos
c) sem autorização judicial ou depósito prévio, respon- d) a lei poderá, em caso de dolo, admitir a pena de
dendo apenas por indenização, se houver dano trabalhos forçados para os crimes hediondos
d) sem autorização judicial, ou depósito prévio, res- e) nenhum brasileiro será extraditado, salvo em caso
pondendo por indenização, independentemente de de envolvimento comprovado com tráfico ilícito de
comprovação de dano entorpecentes e drogas afins, na forma da lei

25. Em relação ao direito de petição, assegurado pelo 31. Considerados os direitos e garantias individuais,
art. 5o, XXXIV, a, da Constituição da República, é cor- queira assinalar a resposta incorreta:
reto afirmar que: a) ninguém será considerado culpado até o trânsito
a) a Constituição prevê sanção para a hipótese de fal- em julgado de sentença penal condenatória
ta de resposta e pronunciamento da autoridade b) são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
b) não há previsão constitucional de sanção para a por meios ilícitos
falta de resposta e pronunciamento da autoridade c) a lei penal não retroagirá, salvo quando se tratar de
c) é assegurado a qualquer pessoa, e dirigido ape- crimes inafiançáveis ou hediondos
nas às autoridades judiciárias d) a lei não excluirá de apreciação do Poder Judiciário
d) diz respeito apenas à defesa de direitos individuais lesão ou ameaça de direito
e) n.d.a. e) a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
autoridade judiciária
26. São gratuitas (os):
a) as ações de habeas corpus 32. A liberdade de reunião de que trata a Constituição
b) as ações de habeas data Federal está condicionada:
c) os atos necessários ao exercício da cidadania a) à autorização da autoridade competente
d) o registro civil de nascimento e a certidão de óbito, b) a ser pacífica, sem armas, com prévio aviso à auto-
para os reconhecidamente pobres ridade competente e desde que não frustre outra
e) todas as respostas anteriores reunião já marcada
c) à situação política da entidade que a promoverá
27. Em mandado de segurança, considera-se líquido e d) ao local e à hora em que será realizada
certo o direito: e) à autorização do Prefeito do Município em que esta
a) embasado em fatos que comportam complexidade ocorrerá
b) embasado em fatos ainda indeterminados, mas de-
termináveis 33. Quanto ao direito à propriedade, podemos dizer que
c) embasado em fatos comprovados de plano entre nós encontra seu limite:
d) provável quanto à existência ainda que incerto no seu a) na necessidade pública
valor b) na utilidade pública
e) embasado em fatos incontroversos c) no interesse social
d) nos dispositivos constitucionais que tratam do as-
28. É reconhecida a instituição do júri, com a organiza- sunto
ção que lhe der a lei, assegurada: e) todas as respostas estão corretas
a) a soberania dos veredictos
b) a plenitude da acusação 34. O mandado de segurança coletivo pode ser impe-
c) a votação pública trado:
d) a competência para o julgamento das contraven- a) por qualquer cidadão brasileiro em defesa de seus
ções penais interesses lesados
e) a comunicabilidade dos jurados b) por qualquer partido político, mesmo sem represen-
tação no Congresso

144
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
c) por entidade de classe ou associação legalmente Analisando as asserções acima, pode-se afirmar
constituída e em funcionamento há pelo menos um que:
ano, em defesa dos interesses de seus membros a) as de números, I, III e IV estão corretas
ou associados b) estão corretas apenas as de números I, II e III
d) por entidade de classe ou associação legalmente c) todas estão corretas
constituída e em funcionamento há pelo menos três d) apenas as de número I e III estão corretas
anos, em defesa dos interesses de seus membros e) nenhuma está correta
ou associados
e) em nenhum dos casos apontados acima 38. Assinale a opção correta:
a) nenhum brasileiro será extraditado, salvo em caso
35. A respeito do direitos e deveres individuais e coleti- de crime comum, ou de comprovado envolvimento
vos previstos no art. 5º da CF, pode-se afirmar que: em tráfico lícito de entorpecentes e drogas afins, na
I - a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem forma da lei
das pessoas são invioláveis, sendo-lhes assegu- b) a sucessão de bens de estrangeiros situados no
rado o direito à indenização pelo dano material ou país será regulada pela lei brasileira em benefício
moral decorrentes de sua violação do cônjuge ou dos filhos brasileiros sempre que
II - ao ofendido é assegurado, além do direito de res- não lhes seja mais favorável a lei pessoal do país
posta, que será proporcional ao agravo, a indeniza- do de cujus
ção pelo dano material ou moral c) nas suas relações internacionais o Brasil rege-se,
III - o crime de racismo praticado por qualquer pessoa, dentre outros, pelos princípios da prevalência dos
apesar de estar sujeito ao instituto da prescrição, direitos humanos, da autodeterminação dos povos,
como nos demais crimes, é absolutamente inafi- da não-intervenção, do repúdio ao terrorismo e ao
ançável, sujeitando seu agente à pena de reclusão, racismo, e da não-concessão de asilo político aos
nos termos da lei que tenham violado os direitos humanos
IV - a tortura, o tráfico de entorpecentes, o terrorismo, d) não será concedida extradição de estrangeiros por
bem como os crimes definidos como hediondos, crimes políticos ou de opinião, salvo mediante previ-
são inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anis- são em tratado internacional que especifique a veda-
tia, respondendo por eles os seus mandantes e ção da pena de morte
executores
V - nos crimes considerados hediondos pode-se apli- 39. Assinale a única hipótese que não constitui crime
car a pena de caráter perpétuo, exceto de morte inafiançável conforme a Constituição Federal:
a) prática de racismo
Dadas as proposições acima, assinale a alternativa b) prática de tortura
correta: c) prática de terrorismo
a) I, II e IV d) tráfico de entorpecentes
b) V e) furto
c) II e IV
d) II e III 40. O partido dos ecologistas do Brasil, que não logrou
e) I eleger, ainda, nenhum deputado federal ou sena-
dor, impetrou mandado de segurança coletivo con-
36. O mandado de injunção: tra ato do Presidente do Banco Central que dene-
a) tem natureza jurídica semelhante à do mandado de gou pedido de liberação de depósito de caderneta
segurança, mas refere-se à proteção de direito em de poupança de mulheres separadas judicialmen-
casos de ilegalidade ou abuso de poder por omis- te sem direito a pensão. A segurança foi denegada:
são da autoridade pública a) porque o partido político de que se trata não tem
b) diz respeito à inconstitucionalidade por omissão, representação atual no Congresso Nacional
mas, diferentemente da ação direta, pode ser im- b) porque os partidos políticos não podem impetrar
petrado por quem não possa exercer direito e li- mandato de segurança coletivo
berdades constitucionais por falta de norma regu- c) porque caberia a cada interessada, provando seu
lamentadora direito líquido e certo, ingressada, ainda que em
c) como o mandato de segurança coletivo, visa a obter a litisconsórcio, com o writ
proteção de direitos através de normas gerais, mas d) porque o caso é de ação civil pública, e não de man-
refere-se apenas aos casos de omissão da autorida- dado de segurança
de pública e) porque o instituto do mandado de segurança coleti-
d) visa a garantir o exercício de direitos fundamentais vo depende, ainda, de regulamentação
através de ordem judicial proibindo a autoridade
pública de violar a Constituição GABARITO
e) n.d.a.
01. D 02. A 03. A 04. B 05. B
37. O Estado Democrático de Direito tem como princí- 06. A 07. C 08. C 09. B 10. E
pios assegurados pela Constituição: 11. A 12. A 13. E 14. D 15. E
I - a legalidade e a igualdade perante a lei 16. B 17. B 18. B 19. A 20. E
II - a presunção de inocência, a ampla defesa, o con- 21. D 22. B 23. D 24. C 25. B
traditório e o due process of law 26. E 27. C 28. A 29. C 30. A
III - o respeito aos direitos políticos e às liberdades e 31. C 32. B 33. E 34. C 35. A
direitos fundamentais da pessoa humana 36. B 37. C 38. B 39. E 40. A
IV - a separação dos poderes

145
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural

DA NACIONALIDADE
1. MODOS DE AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE Modo secundário

O artigo 12 da Constituição, alterado pela Emenda Cons- Naturalização ordinária


titucional de Revisão (ECR) nº 03/94, e o artigo 13, são II - naturalizados:
os que disciplinam a questão da nacionalidade. a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
O artigo 12 tratará, dentre outras coisas, dos modos de brasileira, exigidas aos originários de países de lín-
aquisição e perda da nacionalidade, e dos cargos priva- gua portuguesa apenas residência por um ano inin-
tivos de brasileiros natos. terrupto e idoneidade moral;
Nacionalidade é o vínculo entre uma pessoa e a nação As situações em que uma pessoa estrangeira pode ob-
da qual se originou ou à qual pertence. ter a naturalização são estabelecidas em lei ordinária, e
Ela pode ser adquirida de dois modos: o primário e o não se resumem aos casos expressamente previstos
secundário. pela CF.
Modo primário de aquisição de nacionalidade é aquele A integração dos imigrantes oriundos de países de lín-
decorrente do fato do nascimento. Qualquer criança que gua portuguesa é mais simples. Facilitou-se, portanto, a
nasça em território brasileiro, por exemplo, adquirirá a na- sua naturalização, exigindo-se residência de apenas 1
cionalidade brasileira, a menos que seus progenitores ano e idoneidade moral. O legislador não define o que
sejam estrangeiros e estejam a serviço do país de ori- seria a “idoneidade moral” da alínea, ficando a critério
gem. Esta é a regra do jus soli (direito do solo, também discricionário da autoridade administrativa sua interpre-
chamado jus loci). Por outro lado, aquele que nasce no tação e julgamento.
exterior, mas é filho de pai ou mãe brasileiros, também Há certos casos em que a prova elenca os países que
tem direito à nacionalidade brasileira, observadas deter- têm o português como língua oficial, a saber: Portugal,
minadas condições estipuladas na CF. Aplica-se, neste Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor
caso, a regra do jus sanguini (direito do sangue). Leste, Angola e Moçambique.
Modo secundário de aquisição da nacionalidade é aquele
que ocorre na naturalização, quando, mediante ato volun- Naturalização extraordinária
tário, a própria pessoa decide adquirir para si uma nova b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes
nacionalidade. na República Federativa do Brasil há mais de quinze
Em nosso país, a maior parte das pessoas possui, evi- anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
dentemente, apenas uma única nacionalidade: a brasi- requeiram a nacionalidade brasileira. (alínea b com
leira. Mas existem casos de pessoas que possuem vá- redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão
rias nacionalidades (polipátridas - são os indivíduos que nº 3, de 07.06.1994)
adquiriram duas ou mais nacionalidades pelo critério Na sua redação original, esta alínea, que permite a natu-
misto = solo + sangue), ou nenhuma nacionalidade (apá- ralização de estrangeiros que estejam no país, desde
tridas - é o caso, por exemplo, do imigrante que nasceu que não tenham cometido crime, estipulava o prazo de
no extinto império Austro-Húngaro, reside no Brasil, mas residência de 30 anos. A ECR nº 3, contudo, reduziu-o
nunca requereu a nacionalidade brasileira ou qualquer para 15.
outra). Na atualidade os Curdos e os Palestinos sofrem
dessa condição. 2. PORTUGUESES
No artigo 12, apresentado a seguir, a Constituição dis-
porá, no inciso I, os modos primários de aquisição da
§ 1º - Aos portugueses com residência permanente no
nacionalidade brasileira (brasileiros natos), e no inciso
II, os secundários (brasileiros naturalizados). O § 2º proi- País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
birá quaisquer distinções entre brasileiros natos e bra- serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo
sileiros naturalizados, excetuando-se, evidentemente, os casos previstos nesta Constituição.
aquelas que a própria CF faz no § 3º e em outros dispo-
sitivos, que serão apresentados oportunamente. Por fim, Na sua redação original, este parágrafo atribuía, sem-
no § 4º são arrolados os casos de perda da nacionalida- pre mediante reciprocidade, aos portugueses com resi-
de brasileira. dência permanente no Brasil os direitos do brasileiro
nato. Prejudicava, assim, o § 3o transcrito logo abaixo,
Art. 12 - São brasileiros: que reserva cargos imprescindíveis à segurança nacio-
nal para brasileiros natos. Tal inconsistência forçou o
Modo primário Congresso Nacional a recuar a redação deste parágrafo
I - natos: para “brasileiro”, apenas, sem maiores adjetivações. De
qualquer maneira, observe que os portugueses, diferen-
Jus soli ou Jus loci temente dos demais estrangeiros, não precisam se na-
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda turalizar para gozar dos direitos do brasileiro, bastando
que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam apenas que residam aqui em caráter permanente.
a serviço de seu país;
3. PROIBIÇÃO GENÉRICA DE DISTINÇÃO ENTRE BRASI-
Jus sanguini
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe LEIROS NATOS E NATURALIZADOS
brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil; § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasi-
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe leiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos
brasileira, desde que venham a residir na República Fe- nesta Constituição.
derativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela naci-
onalidade brasileira; (alínea c com redação dada pela A regra é que os direitos e deveres dos brasileiros natos e
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 07.06.1994). dos brasileiros naturalizados são os mesmos. As pouquís-

146
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
simas exceções a esta regra são estabelecidas pela pró- 6. IDIOMA E SÍMBOLOS OFICIAIS DA REPÚBLICA FEDE-
pria CF, nenhum outro texto legal podendo fazer qualquer RATIVA DO BRASIL
outra diferenciação.
Art. 13 - A língua portuguesa é o idioma oficial da Repú-
4. DISTINÇÕES ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATU- blica Federativa do Brasil.
RALIZADOS CONSTITUCIONALMENTE PERMITIDAS § 1o - São símbolos da República Federativa do Brasil a
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
§ 3o - São privativos de brasileiro nato os cargos: § 2o - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pode-
I - de Presidente e Vice Presidente da República; rão ter símbolos próprios.
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; O Brasil é uma exceção a regra dos países de enormes
III - de Presidente do Senado Federal; proporções, pois tem apenas uma língua oficial. A fede-
ração indiana, por exemplo, tem 16. Não é condição sine
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
qua non para a formação de um país uma só língua.
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
VII - de Ministro de Estado da Defesa. (acrescentado pela
Emenda Constitucional nº 23.)
01. Os cargos públicos são acessíveis aos:
Além dos casos elencados no § 3 , há também tal exi-
o a) brasileiros natos, apenas.
gência para os 6 membros indicados para o Conselho b) brasileiros natos e naturalizados, apenas.
da República. c) brasileiros natos, naturalizados e portugueses com
Como medida de segurança, foram reservados ao brasi- residência permanente no país e havendo recipro-
leiro nato os cargos máximos dos três poderes e aqueles cidade em favor dos brasileiros.
que possuem relevância acentuada para a segurança d) brasileiros natos, e portugueses com residência
nacional, como os da carreira diplomática e os de oficial permanente no país e havendo reciprocidade em
das Forças Armadas. O brasileiros naturalizados e os favor dos brasileiros.
portugueses poderão ser Vereadores, Prefeitos, Deputa- e) brasileiros natos e naturalizados, aos portugueses com
dos (estaduais ou federais), Juízes (exceto do STF), Go- residência permanente no país e havendo reciprocida-
vernadores, ou até mesmo Senadores. Só não poderão de em favor dos brasileiros e aos estrangeiros, na for-
ocupar os cargos acima enumerados. ma da lei.
Os outros casos de discriminação entre brasileiros natos
e naturalizados enumerados pela CF são os seguintes: 02. O brasileiro nato perderá sua nacionalidade brasi-
a) no artigo 5o, LI, é permitida a extradição de brasileiro leira caso:
naturalizado por crime comum cometido antes da natu- a) tenha cancelada sua naturalização, por sentença
ralização, ou por comprovado envolvimento em tráfico judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
de drogas (o brasileiro nato, como vimos, nunca pode-
nacional.
rá ser extraditado);
b) adquira outra nacionalidade por naturalização volun-
b) o art. 89, VII, reserva seis cargos do Conselho da
República, órgão superior de consulta do Presidente tária.
da República, para brasileiros natos; c) cometa crime inafiançável.
c) o art. 222 proíbe a propriedade de empresa jornalís- d) cometa crime hediondo.
tica e de radiodifusão sonora e de sons e imagens e) as respostas (a) e (b) estão corretas.
aos brasileiros naturalizados há menos de dez anos.
03. O brasileiro naturalizado perderá sua nacionalida-
5. PERDA DA NACIONALIDADE de brasileira se:
a) tiver cancelada sua naturalização por sentença ju-
§ 4o - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro dicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
que: nacional.
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judi- b) adquirir outra nacionalidade por naturalização volun-
cial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacio- tária.
nal; c) cometer crime inafiançável.
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: d) cometer crime hediondo.
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela e) as respostas (a) e (b) estão corretas.
lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estran- 04. Adquire-se a nacionalidade brasileira:
geira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, a) somente pelo jus loci.
como condição para permanência em seu território ou
b) tanto pelo jus loci como pelo jus sanguini.
para o exercício de direitos civis.
c) pelo jus loci , pelo jus sanguini e pela naturalização.
A aquisição voluntária de outra nacionalidade ocasiona d) pelo jus loci, pelo jus sanguini, pela naturalização e
a perda da nacionalidade brasileira, o que é feito através pela adoção.
de decreto do Presidente da República (caso posterior-
mente se arrependa, o ex-brasileiro poderá readquirir a 05. São brasileiros:
nacionalidade brasileira mediante petição ao Presiden- a) natos, os nascidos na República Federativa do Brasil,
te da República, que poderá concedê-la, ou não, tam- ainda que de pais estrangeiros que estejam a serviço
bém mediante decreto). de seu país.
A aquisição involuntária de nacionalidade estrangeira, b) natos, os nascidos no estrangeiro, de pai, mãe, avô
nas hipóteses previstas na alínea b, não ocasiona a ou avó brasileiros, desde que qualquer deles este-
perda da nacionalidade brasileira. ja a serviço da República Federativa do Brasil.

147
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
c) natos, os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro
ou mãe brasileira, desde que venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qual-
quer tempo, pela nacionalidade brasileira.
d) naturalizados, os que na forma da lei adquiram a naci-
onalidade brasileira, exigidas aos originários de paí-
ses de língua portuguesa apenas residência por dois
anos ininterruptos.
e) naturalizados, os estrangeiros de qualquer nacio-
nalidade, residentes na República Federativa do
Brasil há mais de cinco anos consecutivos, e com
idoneidade moral.

06. Assinale a única hipótese de cargo não privativo de


brasileiro nato:
a) Presidente de República.
b) Presidente do Senado Federal.
c) Deputado Federal.
d) Oficial da Forças Armadas.
e) Ministro do Supremo Tribunal Federal.

07. É o idioma oficial da República Federativa do Brasil:


a) a língua brasileira.
b) a língua nacional.
c) a língua luso-brasileira.
d) a língua portuguesa.
e) a língua portuguesa, exceto para os brasileiros na-
turalizados.

08. Assinale a alternativa correta. O acesso à carreira


diplomática, no Brasil, é facultado:
a) ao brasileiro nato.
b) ao brasileiro nato e ao naturalizado.
c) ao brasileiro nato e ao estrangeiro residente no país
há mais de dez anos.
d) ao brasileiro nato, ao naturalizado e ao português
no gozo da reciprocidade de direitos.

09. O brasileiro nato pode perder a nacionalidade:


a) em conseqüência de sanção acessória da conde-
nação a pena de reclusão, superior a 10 anos.
b) se adquirir outra nacionalidade por naturalização vo-
luntária.
c) se banido do território nacional.
d) se cancelada a sua naturalização por sentença ju-
dicial.
e) se privado dos seus direitos políticos por invocar
crença religiosa ou convicção política para não pres-
tar o serviço militar.

10. Assinale a alternativa correta:


a) são privativos de brasileiros natos os cargos de Pre-
sidente da República, Presidente da Câmara dos
Deputados e de Ministro da Fazenda.
b) o acesso à carreira diplomática no Brasil é faculta-
do após naturalização na forma da lei.
c) são privativos de brasileiros natos os cargos de Pre-
sidente e vice-Presidente da República, Presidente GABARITO
do Senado Federal, Senadores e Ministros de Esta-
do. 01. E 02. B 03. E 04. C 05. C
d) o acesso ao cargo de oficial das Forças Armadas é 06. C 07. D 08. A 09. B 10. D
facultado somente aos brasileiros natos.

148
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL

DOS DIREITOS POLÍTICOS E DOS PARTIDOS POLÍTICOS


1. DOS DIREITOS POLÍTICOS por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
Os direitos políticos, disciplinados pelos artigos 14 a 16 menos por cinco Estados, com não menos de três
da Constituição, basicamente se referem ao direitos de: décimos por cento dos eleitores de cada um de-
votar, ser votado, e participar diretamente do processo les”.
legislativo. As condições mínimas são cumulativas, ou seja, so-
mente valem se somadas:
Formas de exercício da soberania popular a) 1% do eleitorado nacional;
Art. 14 - A soberania popular será exercida pelo sufrágio b) 5 Estados-membros; e
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual c) 0,3% do eleitorado de cada Estado.
para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito; Obrigatoriedade do alistamento eleitoral e do voto
II - referendo; § 1o - O alistamento eleitoral e o voto são:
III - iniciativa popular. I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
O caput deste artigo prevê cinco formas de manifesta- a) os analfabetos;
ção da soberania popular, a saber: b) os maiores de setenta anos;
a) Sufrágio universal: sufrágio é o direito subjetivo pú- c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
blico que tem o cidadão de eleger ou de ser eleito;
decorre diretamente do princípio que diz que todo Alistamento eleitoral é a inscrição ou registro do indiví-
poder emana do povo e em seu nome é exercido; duo nos órgãos competentes da Justiça Eleitoral, com
diz-se universal quando não se faz qualquer restri- conseqüente emissão de título de eleitor mediante o qual
ção ao cidadão, em razão de sua condição econômi- exercerá sua capacidade eleitoral ativa, ou seja, capaci-
ca, sexo ou grau de instrução (na realidade, a Cons- dade para escolher os seus candidatos. Neste sentido,
tituição Brasileira faz algumas restrições, que serão convém marcar que alistabilidade (capacidade eleitoral
analisadas posteriormente). ativa) não se confunde com elegibilidade (capacidade
b) Voto direto e secreto: o voto não se confunde nem eleitoral passiva, ou seja, capacidade de ser votado, de
com o sufrágio, que é um direito amplo, nem com o ser candidato numa eleição). Os analfabetos e os jovens
escrutínio, que é o recolhimento, o exame e a apu- entre dezesseis e dezoito anos, por exemplo, são alistá-
ração dos votos. O voto, na realidade, é a manifes- veis mas não são elegíveis.
tação concreta do sufrágio, ou seja, é o ato político A aplicação da universalidade do voto é traduzida pelo
que materializa o direito subjetivo público do sufrá- aumento significativo do colégio eleitoral apregoado por
gio; voto direto é aquele em que o eleitor exerce o esta Constituição, que concede, pela primeira vez na his-
seu direito pessoalmente; a exigência de que o voto tória do Brasil, o direito de voto para os analfabetos e
seja secreto procura assegurar ao eleitor liberdade para os jovens de 16 a 18 anos.
e privacidade para a escolha de seus candidatos.
Outra característica do voto é a sua periodicidade, Proibidos de se alistarem
ou seja, o mantadário exerce o poder por um perío- § 2o - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros
do determinado. e, durante o período do serviço militar obrigatório, os cons-
c) Plebiscito: plebiscito é a consulta feita aos cida- critos.
dãos para decidir sobre uma questão política ou
institucional, antes de sua formulação legislativa. Conscritos são os alistados no serviço militar obrigató-
Exemplo claro está previsto no art. 2o do ADCT, que rio, normalmente homens na faixa de idade de 17 anos.
determinou que no dia 07.09.1993 o eleitorado de- Por serem inalistáveis, os conscritos e os estrangeiros
finisse através de plebiscito, a forma (república ou também são inelegíveis.
monarquia constitucional) e o sistema de governo
(parlamentarismo ou presidencialismo) que deve- Condições para ser candidato
riam vigorar no País. O plebiscito é muito utilizado, Para que qualquer indivíduo possa se candidatar a qual-
também, para se decidir quanto ao desmembra- quer cargo político, além de preencher os requisitos ar-
mento de Estados ou Municípios (CF, art. 18, § 3o e rolados no § 3o, também não poderá incorrer nas condi-
§ 4o). Sua origem remota ao Estado Romano, o ple- ções impeditivas de elegibilidade, previstas nos pará-
biscito era a forma encontrada para colher a opi- grafos seguintes.
nião da plebe.
d) Referendo: consiste no submetimento à aprova- § 3o - São condições de elegibilidade, na forma da lei:
ção dos cidadãos de projetos de leis já discutidos e I - a nacionalidade brasileira;
aprovados pelos seus representantes. Diferencia- II - o pleno exercício dos direitos políticos1;
se do plebiscito por ser uma consulta ao povo em III - o alistamento eleitoral;
um momento posterior à feitura da lei. O plebiscito IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
é uma consulta prévia, enquanto que o referendum V - a filiação partidária;
é uma consulta póstuma. VI - a idade mínima de:
e) Iniciativa popular: é a possibilidade de os próprios
cidadãos deflagrarem o processo de elaboração de 1
Os casos de perda e suspensão dos direitos políticos serão
lei, atendidos determinados requisitos previstos no previstos no artigo 15, destacando-se, entre outros, a incapaci-
art. 61, § 2º, que diz: “a iniciativa popular pode ser dade civil absoluta, a condenação criminal transitada em julga-
exercida pela apresentação à Câmara dos Deputa- do, e o não-cumprimento de prestação alternativa para obriga-
dos de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um ção a todos impostas.

149
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice Presidente b) a candidatura das pessoas acima enumeradas para
da República e Senador; outros cargos foi permitida, mas com a condição de
b) trinta anos para Governador e Vice Governador de que renunciem ao cargo atual, seis meses antes das
Estado e do Distrito Federal; eleições (é a chamada desincompatibilização do
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado cargo);
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice Prefeito e juiz de paz2; c) proibiu-se também a candidatura, para o mesmo
d) dezoito anos para Vereador. cargo, daqueles que tiverem substituído as pessoas
enumeradas nos seis meses anteriores ao pleito4;
Duas condições devem ser especialmente comentadas: d) proibiu-se, em regra, a candidatura do cônjuge e dos
a) a filiação partidária obrigatória – não se admite no parentes consangüíneos ou afins, até segundo grau
ordenamento jurídico brasileiro, diferentemente do fran- ou por adoção (ou seja: avós, pais, filhos, netos, ir-
cês, por exemplo, a candidatura independente, a filia- mãos, sogro, sogra, noras, genros, cunhados, pa-
ção partidária é requisito essencial para a participa- drasto e madrasta, independentemente dessas re-
ção no pleito eleitoral; lações de parentesco decorrerem ou não de ado-
b) as idades mínimas estabelecidas são as mesmas ção), dos titulares dos cargos previstos ou de quem
para os cargos de suplente e vice de cada cargo indi- os tiver substituído nos seis meses antes da eleição,
cado, ou seja, a chapa que concorre ao Senado Fe- na respectiva jurisdição.
deral deverá ser composta pela soma do titular com A “jurisdição”5 do titular dá o limite dessa proibição. Como
dois suplentes com idades mínimas de 35 anos. a jurisdição do Presidente da República abrange o país
Em relação às idades, para cargos de maior responsa- inteiro, seus parentes e seu cônjuge são inelegíveis para
bilidade, exige-se mais idade; para cargos de menor qualquer cargo. Os parentes e o cônjuge do Governador,
responsabilidade, menos idade. entretanto, são inelegíveis apenas em seu Estado-mem-
bro (não em outro Estado) e os parentes e o cônjuge do
Não podem ser candidatos (casos de inelegibilidade) Prefeito são inelegíveis para aquela cidade e não para
§ 4o - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. as outras.
O analfabeto pode escolher seus candidatos, votando
facultativamente, mas não pode ser candidato. Confor- Há uma única exceção: se o cônjuge ou os parentes já
me vimos anteriormente, ele é alistável mas inelegível. forem titulares de mandato eletivo, poderão candidatar-
se à reeleição (ou seja, poderão disputar novamente as
Os inalistáveis (estrangeiros e conscritos) evidentemen- eleições para o cargo que já ocupam, mas não para
te também são inelegíveis. outro).

§ 5o - O Presidente da República, os Governadores de Elegibilidade do militar


Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os hou- § 8o - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
ver sucedido ou substituído no curso dos mandatos po- condições:
derão ser reeleitos para um único período subseqüente. I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afas-
§ 6o - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da tar-se da atividade;
República, os Governadores de Estado e do Distrito Fe- II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado
deral e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos pela autoridade superior e, se eleito, passará automati-
mandatos até seis meses antes do pleito. camente, no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 7o - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular,
o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o Todos os militares são alistáveis e, portanto, elegíveis, com
segundo grau3 ou por adoção, do Presidente da Repú- exceção dos conscritos. A divisão dos incisos obedeceu o
blica, de Governador de Estado ou Território, do Distrito critério de antigüidade. Candidatos com menos de 10 anos
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído den- de carreira deverão ir para a reserva6 já no momento em que
tro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular fizerem sua filiação partidária. Militares com mais de 10 anos
de mandato eletivo e candidato à reeleição. de carreira serão “agregados”. Agregação é situação de ina-
tividade transitória do militar que, entretanto, continua per-
O legislador se preocupou com a possibilidade de o tencendo ao quadro efetivo. Sendo eleito, também o agrega-
Presidente da República, os Governadores e os Prefei- do passará para a reserva.
tos se utilizarem da máquina estatal para facilitar a sua
própria reeleição, ou favorecer as candidaturas daque- Outros casos de inelegibilidade
les que os substituíram no final de seu mandato, ou § 9o - Lei complementar estabelecerá outros casos de
ainda, as candidaturas de parentes. Neste sentido, fo- inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
ram tomadas as seguintes medidas: proteger a probidade administrativa, a moralidade para
a) O Presidente da República, os Governadores de Es- o exercício do mandato, considerada a vida pregressa
tado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os do candidato, e a normalidade e legitimidade das elei-
houver sucedido ou substituído no curso dos man- ções contra a influência do poder econômico ou o abuso
datos poderão ser reeleitos para um período subse- do exercício de função, cargo ou emprego na adminis-
qüente. tração direta ou indireta.
2
O grau de parentesco no direito é diferente da relação de paren- 4
Contudo a jurisprudência tem aceitado a idéia de que sendo o
tesco cultural. No direito jamais haverá um primo de 1º grau, ele vice um cargo de mera expectativa não se aplica tal regra.
sempre o será de 4º grau em diante. A saber: parentes de até 2º 5
A palavra jurisdição, própria do Poder Judiciário, foi utilizada
grau são: os genitores, os avós, os filhos, os netos e os irmãos. inadequadamente pelo legislador constituinte. O termo correto
3
O grau de parentesco no direito é diferente da relação de paren- seria circunscrição.
tesco cultural. No direito jamais haverá um primo de 1º grau, ele 6
Reserva: totalidade de pessoas aptas para o serviço militar e
sempre o será de 4º grau em diante. A saber: parentes de até 2º que se conservam à disposição das forças armadas, para serem
grau são: os genitores, os avós, os filhos, os netos e os irmãos. convocadas, se necessário.

150
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
É bom salientar que o ordenamento jurídico hoje vigente
Os casos de inelegibilidade, portanto, não se restrin- vedou a cassação dos direitos políticos, muito utilizada
gem aos expressamente previstos na Constituição, po- pelo Presidente da República no período ditatorial.
dendo a lei complementar estabelecer outros. Escânda-
los e acusações de corrupção envolvendo determina- Vigência e aplicação da lei que alterar o processo eleitoral
dos parlamentares fizeram com que o Congresso apro- Art. 16 - A lei que alterar o processo eleitoral entrará em
vasse a ECR no 4, de 07.06.1994, dando maior amplitu- vigor na data de sua publicação, não se aplicando à elei-
de a este parágrafo, pelo acréscimo, à redação original, ção que ocorra até um ano da data de sua vigência.
da finalidade de “proteger a probidade administrativa, a
moralidade para o exercício do mandato, considerada a Para evitar turbulências no processo eleitoral é que o
vida pregressa do candidato”. constituinte obriga a não-aplicação da nova lei, se não
após um ano de sua publicação.
Impugnação do mandato eletivo
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a 2. DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da Partido político, segundo José Afonso da Silva, é uma for-
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do ma de agremiação de um grupo social, que se propõe a
poder econômico, corrupção ou fraude. organizar, coordenar e instrumentalizar a vontade popular,
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em com o fim de assumir o poder, para realizar seu programa
segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, de governo.
se temerária ou de manifesta má fé.
Liberdade de criação e transformação dos partidos
Diplomação é o ato pelo qual a Justiça Eleitoral dá ao políticos e preceitos a serem observados
candidato a investidura no cargo para o qual foi eleito. Art. 17 - É livre a criação, fusão, incorporação e extinção
Se não houver nenhuma incompatibilidade (nenhum dos de partidos políticos, resguardados a soberania nacional,
impedimentos previstos anteriormente) para o exercício o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fun-
do mandato, o candidato prestará compromisso e toma- damentais da pessoa humana e observados os seguin-
rá posse. Caso haja alguma irregularidade, caberá ação tes preceitos:
de impugnação do mandato, a ser proposta ante a Jus- I - caráter nacional;
tiça Eleitoral, só que dentro de quinze dias da diploma- II - proibição de recebimento de recursos financeiros de
ção (prazo prescricional7). entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a
estes;9
Perda e suspensão dos direitos políticos III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
O cidadão pode ser privado definitiva ou temporariamente IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.10
de seus direitos. A privação definitiva é chamada de per-
da, e a temporária, de suspensão. Houve grande alteração deste corpo constitucional em
relação ao anterior, não há mais a figura do monoparti-
A Constituição nos enumera os casos de perda ou darismo, ou do bipartidarismo. Reconhece-se a figura
suspensão, conforme segue. pública das agremiações partidárias como elemento
Art. 15 - É vedada a cassação de direitos políticos, cuja essencial para o bom funcionamento da democracia.
perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transita- Autonomia dos partidos políticos
da em julgado; (perda) § 1o - É assegurada aos partidos políticos autonomia para
II - incapacidade civil absoluta; (suspensão) definir sua estrutura interna, organização e funcionamen-
III - condenação criminal transitada em julgado, enquan- to, devendo seus estatutos estabelecer normas de fideli-
to durarem seus efeitos; (suspensão) dade e disciplina partidárias.
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5o, VIII; (perda) O partido é autônomo, por exemplo, para aceitar, ou não,
V - improbidade administrativa8, nos termos do art. 37, § propostas de filiação. Os filiados deverão acatar o progra-
4o. (suspensão) ma e objetivos do partido, devendo estar previstas nos
estatutos quais fidelidades lhes serão exigidas e quais
Diferentemente do ordenamento constitucional anterior, punições ser-lhe-ão aplicadas, em caso de descumpri-
em que o Presidente da República, em determinadas mento. A infidelidade partidária normalmente se manifes-
situações, também podia decretar a perda dos direitos ta de duas formas: (a) oposição, por atitude de voto, às
políticos, na Constituição atual, a perda ou a suspensão diretrizes estabelecidas pelo partido; (b) apoio ostensivo
dos direitos políticos cabe unicamente ao Poder Judici- ou disfarçado a candidatos de outro partido. De qualquer
ário. Convém assinalar, também, que a enumeração maneira, em face da enumeração taxativa do artigo 15, o
acima é taxativa, não sendo admitida a perda ou a sus- político não terá seus direitos políticos cassados, mas
pensão dos direitos políticos em nenhuma outra situa- poderá ser expulso do partido e perder o mandato.
ção, diferente das enumeradas.

7
Prescrição: perda do direito de ingressar com ação na Justiça,
9
Previsão do controle financeiro dos partidos políticos, também
por decurso de prazo chamado de controle quantitativo. Busca-se, neste inciso, ga-
8
Improbidade administrativa: são os atos praticados por pessoa rantir a soberania nacional.
investida de função pública, que geram prejuízo ao erário e 10
Previsão do controle qualitativo: a exigência de funcionamento
benefício ao agente; segundo o art. 37, § 4º, “os atos de parlamentar obriga uma representação mínima em qualquer Casa
improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos do Congresso, sem a qual a existência do partido é impossível; tal
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens funcionamento parlamentar deverá, evidentemente, se dar nos
e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em termos da lei (o parlamentar que infringir as normas constantes
lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. do artigo 54 da CB, por exemplo, perderá o mandato).

151
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
OBS: a cassação de mandato existe; o que não existe é 04. Assinale a alternativa correta:
a cassação de direitos políticos. a) são inelegíveis para os mesmos cargos, no perío-
do subseqüente, o Presidente da República, os
Natureza jurídica dos partidos políticos Governadores de Estado e do Distrito Federal, os
§ 2o - Os partidos políticos, após adquirirem personalida- Prefeitos, os Vereadores, os Deputados, os Sena-
de jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatu- dores e quem os houver sucedido, ou substituído
tos no Tribunal Superior Eleitoral. nos seis meses anteriores ao pleito.
b) para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
Partidos políticos são pessoas jurídicas de direito priva- República, os Governadores de Estado e do Distrito
do (não mais de direito público, como na égide da Cons- Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respec-
tituição anterior), devendo registrar seus estatutos pri- tivos mandatos até dezoito meses antes do pleito.
meiro no Cartório de Registro de Títulos e Documentos, c) são inelegíveis, no território de jurisdição do titular,
e depois no Tribunal Superior Eleitoral. o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins,
exceto os de segundo grau ou por adoção, do Pre-
Acesso gratuito ao rádio e à televisão sidente da República, de Governador de Estado ou
§ 3o - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na os haja substituído dentro dos seis meses anterio-
forma da lei. res ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
candidato à reeleição.
A participação de cada agremiação no fundo partidário é d) é vedada a cassação de direitos políticos, cuja per-
proporcional a sua representação política, isto é, ao nú- da ou suspensão só se dará nos casos de cance-
mero de votos e de eleitos. lamento da naturalização por sentença transitada
em julgado, incapacidade civil absoluta, condena-
Vedação da utilização de organização paramilitar ção criminal transitada em julgado, enquanto dura-
§ 4o - É vedada a utilização pelos partidos políticos de rem seus efeitos, recusa de cumprir obrigação a
organização paramilitar. todos imposta ou prestação alternativa, nos termos
do art. 5o, VIII, e improbidade administrativa, nos ter-
Evita-se a associação entre a opinião política a o poder mos do art. 37, § 4o.
militar. Os partidos não podem ter caráter policialesco e) o militar alistável é inelegível, a menos que conte
para impor suas doutrinas. mais de dez anos de serviço e seja agregado pela
Trata-se de reforço ao disposto no art. 5o, XVII, que proí- autoridade superior, passando, automaticamente,
be organizações de caráter paramilitar. no ato da diplomação, para a inatividade.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 05. Entende-se por iniciativa popular:


a) revolta da população para tomar o poder.
01. A soberania popular será exercida: b) a faculdade que os eleitores têm de elaborar uma
a) pelo sufrágio universal e pelo voto indireto. medida provisória.
b) pelo voto secreto e direto, nos termos da Constitui- c) a faculdade que tem a população em não acatar
ção do Brasil. uma norma constitucional, mediante ação judicial.
c) pelo sufrágio universal e pelo voto secreto. d) consulta aos eleitores sobre a validade de uma lei.
d) pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto e) faculdade que os eleitores têm de, em conformida-
com igual valor para todos. de com o que requer a Constituição do Brasil, apre-
e) pelo sufrágio parcial e pelo voto direto e não secreto sentar à Câmara dos Deputados projeto de lei.
com igual valor para todos.
06. Conforme o cargo eletivo a que pretenda concorrer,
02. Plebiscito é: a idade do candidato constitui condição de elegibi-
a) consulta que se faz aos eleitores antes da elabora- lidade. Assim é que a Constituição do Brasil exige
ção de uma lei. do candidato a Vereador a idade mínima de:
b) consulta que se faz aos eleitores depois da elabo- a) 16 (dezesseis) anos.
ração de uma lei. b) 18 (dezoito) anos.
c) quando os eleitores formulam uma lei. c) 21 (vinte e um) anos.
d) quando os eleitores formulam diretamente ao Po- d) 30 (trinta) anos.
der Legislativo uma medida provisória. e) 35 (trinta e cinco) anos.
e) as resposta “b” e “d” estão corretas.
07. A soberania popular é exercida pelo sufrágio univer-
03. Referendo é: sal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
a) consulta que se faz aos eleitores antes da elabora- todos, somente podendo ser candidatos a cargos
ção de uma lei. eletivos:
b) consulta que se faz aos eleitores depois da elabo- a) os brasileiros natos no pleno exercício dos direitos
ração de uma lei. políticos.
c) consulta que se faz aos eleitores através dos mei- b) os brasileiros inscritos como eleitores, filiados a
os de comunicação. partidos políticos e no pleno exercício dos direitos
d) consulta que se faz a todos os residentes no Brasil políticos.
sobre a validade de uma lei delegada. c) os brasileiros natos inscritos como eleitores, filia-
e) consulta que se faz ao Supremo Tribunal Federal dos a partido político, no pleno exercício dos direi-
sobre a constitucionalidade de uma medida provi- tos políticos, desde que não sejam analfabetos, te-
sória. nham a idade mínima para o cargo pretendido e
domicílio eleitoral na circunscrição.

152
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
d) os brasileiros que preencham as condições do item 13. São condições de elegibilidade na forma da lei, a
b e, além disso, tenham a idade mínima para o car- idade mínima de trinta anos para:
go pretendido e domicílio eleitoral na circunstância, a) Presidente da República.
desde que não sejam analfabetos ou inelegíveis. b) Governador de Estado.
c) Senador.
08. Assinale a opção correta: d) Vereador.
a) o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para e) Juiz de paz.
os analfabetos e para os maiores de dezesseis
anos.
b) o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para
os estrangeiros e para os conscritos durante o pe-
ríodo do serviço militar obrigatório.
c) são condições de elegibilidade, na forma da lei, a
nacionalidade brasileira, o pleno exercício dos di-
reitos políticos, o alistamento eleitoral na circuns-
crição, a filiação partidária e a idade mínima discri-
minada na Constituição.
d) os partidos políticos de âmbito regional terão aces-
so gratuito ao rádio e à televisão na área de sua
influência, nos termos da lei.
e) admite-se a cassação de direitos políticos nos ca-
sos de incapacidade civil absoluta, condenação cri-
minal transitada em julgado, enquanto durarem
seus efeitos, recusa de cumprir obrigação a todos
imposta, como o serviço militar, e improbidade ad-
ministrativa.

09. São inelegíveis, mas não inalistáveis:


a) os estrangeiros.
b) cabos das Polícias Militares Estaduais.
c) os maiores de 70 (setenta) anos.
d) os brasileiros naturalizados.
e) o irmão e o avô do Governador de Estado, no territó-
rio da jurisdição do mesmo.

10. O alistamento eleitoral, conforme a Constituição do


Brasil, é facultativo para:
a) os maiores de 60 (sessenta) anos.
b) os menores de 18 (dezoito) anos.
c) os maiores de 16 (dezesseis) anos e menores de
18 (dezoito) anos.
d) os maiores de 70 (setenta) anos.
e) as respostas “c” e “d” estão corretas.

11. Marque a alternativa errada:


a) o sufrágio é universal e o voto é indireto e secreto.
b) o sufrágio é universal e o voto direto e secreto.
c) o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para
os maiores de dezoito anos.
d) o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para:
os analfabetos, os maiores de setenta anos e para
os maiores de dezesseis anos e menores de de-
zoito.
e) não podem alistar-se como eleitores os estrangei-
ros e, durante o período do serviço militar obrigató-
rio, os conscritos.

12. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a


Justiça Eleitoral no prazo de ____ contados da di- GABARITO
plomação, instruída a ação com provas de abuso
do poder econômico, corrupção ou fraude: 01. D 02. A 03. B 04. D 05. E
a) 15 dias. 06. B 07. D 08. C 09. E 10. E
b) 01 ano.
11. A 12. A 13. B
c) 30 dias.
d) 60 dias.

153
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural

DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


1. Introdução misto, formado pela participação de particulares e do Esta-
Segundo Hely Lopes Meirelles, a expressão Administra- do, ao passo que o capital da empresa pública é 100%
ção Pública pode ter os seguintes significados: estatal. Como exemplos de sociedades de economia
a) conjunto de órgãos instituídos para consecução dos mista, temos: o Banco do Brasil e a Petrobrás. Exemplos
objetivos do Governo; de empresas públicas: Casa da Moeda, Correios e Telé-
b) conjunto das funções necessárias aos serviços pú- grafos, Caixa Econômica Federal. Ambas são Sociedades
blicos em geral; Anônimas, mas uma de capital aberto e outra de capital
c) desempenho perene e sistemático; legal e técnico, fechado para o particular.
dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos Segundo o inciso XIX do art. 37 da CB, somente por lei
em benefício da coletividade. específica1 poderá ser criada a autarquia ou autorizada a
criação de empresa pública, sociedade de economia mista
A Administração Pública divide-se em dois grandes gru- ou fundação pública; além disso, conforme o inciso XX,
pos: a administração direta (centralizada) e a adminis- depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria-
tração indireta (descentralizada). ção de subsidiárias dessas entidades, assim como a
A administração direta é formada pelo conjunto de ór- participação de qualquer delas em empresa privada.
gãos administrativos subordinados diretamente ao Po-
der Executivo de cada uma das esferas governamentais 2. Princípios Constitucionais da Administração Pública
autônomas: União, Estados, Distrito Federal e Municípi- O caput do art. 37 da CB enumera expressamente como
os. princípios da Administração Pública os da legalidade,
Já a administração indireta é formada por entidades impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
descentralizadas que se destinam à prestação de de- Além destes, outros podem ser encontrados nos inci-
terminados serviços ou à exploração de determinadas sos e parágrafos do mesmo artigo, como o da licitação,
atividades econômicas. Essas entidades podem ser
o da prescritibilidade dos ilícitos administrativos e o da
pessoas jurídicas de direito público, como as autarqui-
responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito
as e fundações de direito público, ou pessoas jurídicas
público.
de direito privado, como as empresas públicas e as so-
ciedades de economia mista.
a) Princípio da legalidade - todo e qualquer ato adminis-
Autarquias são entes administrativos autônomos, cria-
dos por lei específica, com patrimônio próprio e atribui- trativo, somente será válido se houver lei que o funda-
ções estatais específicas. Segundo Hely Lopes Meirel- mente. Considerando-se, de outra parte, que é a lei que
les, “a autarquia é forma de descentralização adminis- determina a finalidade do ato administrativo, o princípio
trativa, através da personificação de um serviço retirado da legalidade traz implícito em seu bojo um outro princí-
da Administração centralizada. Por essa razão, à autar- pio extremamente importante da Administração Pública:
quia só deve ser outorgado serviço público típico, e não o princípio da finalidade. Ele impõe ao administrador
atividades industriais ou econômicas, ainda que de inte- público que só pratique o ato para o seu fim legal, fim
resse coletivo” Exemplos de autarquias: Banco Central, este que, em última análise, deverá corresponder, sem-
USP, INSS, SUNAB etc. pre, ao interesse público; em não atendendo a este prin-
Fundação de direito público é uma “universalidade de cípio, o administrador incorrerá em “desvio de finalida-
bens personalizada”, instituída em atenção a um fim de- de”, uma das formas de abuso de poder. O princípio da
terminado, definido em lei. Exemplos: Fundação de Am- legalidade na administração pública difere do princípio
paro à Pesquisa do Estado de São Paulo (tem por finali- da legalidade adotada por qualquer cidadão ou particu-
dade prover bolsas e subsídios para o desenvolvimento lar, pois este pode agir na lacuna (omissão) da lei, en-
de pesquisas), FEBEM (tem por finalidade prestar atendi- quanto aquele somente quando a lei autorizar expressa-
mento a crianças marginalizadas ou carentes) etc. No mente.
presente ordenamento jurídico, não há mais diferença
relevante entre as fundações de direito público e as autar- b) Princípio da impessoalidade - os atos e provimentos
quias, havendo, inclusive, autores que chamam as fun- administrativos deverão ser expressão da vontade do
dações de direito público de “autarquias fundacionais”. Estado, e não da veleidade, do capricho ou da arbitrarie-
Tanto a Autarquia quanto a Fundação Pública não têm dade do funcionário. Neste sentido, por exemplo, o § 1º
concorrência com o particular, portanto todas as prerro- do artigo 37 irá proibir que na publicidade de atos, pro-
gativas aplicadas aos entes públicos da federação gramas, obras, serviços e campanhas dos órgãos pú-
(União, estados, DF e municípios) devem ser estendi- blicos constem nomes, símbolos ou imagens que ca-
das a elas. racterizem promoção pessoal de autoridades ou servi-
As empresas públicas, as sociedades de economia mis- dores públicos.
ta e suas subsidiárias são as entidades da administra- Não poderá o administrador, objetivar pelo ato adminis-
ção indireta pelas quais o Poder Público atua na iniciativa trativo, o benefício ou o prejuízo pessoal, o único objetivo
privada, prestando serviços ou explorando atividades eco- do ato deverá ser o interesse público.
nômicas. O art. 173 da CF determina que a lei estabelece-
rá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade
de economia mista e de suas subsidiárias que explorem
atividade econômica de produção ou comercialização de 1
Lei específica é aquela que regula apenas uma espécie de
bens ou de prestação de serviços. A diferença básica en- matéria; a exigência de lei específica impõe maior transparência
tre a sociedade de economia mista e a empresa pública ao processo legislativo, diminuindo, no caso, a possibilidade de
é que o capital da primeira, como o próprio nome diz, é a criação das referidas entidades da administração indireta pas-
sar desapercebida.

154
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
c) Princípio da moralidade - segundo Hely Lopes Meire- escolher proponentes de contratos de execução de
lles, “por considerações de direito e de moral, o ato ad- obras, serviços, compras ou de alienações do Poder
ministrativo não terá que obedecer somente à lei jurídi- Público. O princípio da licitação significa que essas con-
ca, mas também à lei ética da própria instituição, porque tratações ficam sujeitas, como regra, ao procedimento
nem tudo que é legal é honesto”. de seleção de propostas mais vantajosas para a Admi-
Neste sentido, cabe exemplo esclarecedor dado por nistração Pública”. Conforme o art. 22, inciso XXVII, com-
José Afonso da Silva: “se um Prefeito, em fim de man- pete privativamente à União legislar sobre normas ge-
dato, por ter perdido a eleição para seu adversário polí- rais de licitação e contratação, em todas as modalida-
tico, congela ou não atualiza o imposto sobre proprie- des, para toda a Administração Pública.
dade territorial e urbana, com o intuito, aí transparente
de prejudicar a futura administração municipal, comete g) Princípio da prescritibilidade dos atos administrati-
imoralidade administrativa, pouco importa se o ato for vos (art. 37, § 5º).
ou não ilegal”. É importante lembrar que, conforme vi- Prescrição é a perda da exigibilidade de um direito pela
mos no art. 5º, o desrespeito à moralidade administra- inércia de seu titular. Os ilícitos administrativos têm pra-
tiva permite ao cidadão comum invalidar os atos admi- zos para sua apuração. Se a Administração Pública não
nistrativos imorais, ainda que sejam legais, através de tomar todas as providências cabíveis nesse prazo, per-
ação popular. derá o direito de punir administrativamente o funcioná-
Convém lembrar também que, conjuminado ao princí- rio. Não perderá, contudo, o direito à indenização, pelo
pio da moralidade administrativa, existe o princípio da prejuízo causado ao erário.
probidade administrativa. A probidade administrativa,
segundo Marcello Caetano, é uma forma de moralidade h) Princípio da responsabilidade civil objetiva (art. 37,
que consiste no dever que tem o funcionário de servir à § 6º).
Administração com honestidade, procedendo no exercí- Responsabilidade civil é a obrigação de reparar os da-
cio de suas funções, sem aproveitar os poderes ou faci- nos ou prejuízos de natureza patrimonial ou moral que
lidades dela decorrentes em proveito pessoal ou de ou- uma pessoa cause a outra. A Constituição obrigou toda e
trem a quem queira favorecer. Os atos de improbidade qualquer pessoa jurídica prestadora de serviço público,
administrativa são tratados, pela Constituição, até mes- seja ela de direito privado, seja de direito público, seja da
mo com mais severidade do que os demais atos admi- administração direta ou indireta, seja concessionária,
nistrativos imorais: importam em suspensão dos direi- autorizatária ou permissionária, a indenizar terceiros por
tos políticos do seu autor, perda da função pública, in- danos que seus agentes, enquanto tais, vierem a lhes
disponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, na causar. Uma vez que essa responsabilidade é objetiva, a
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação indenização será devida, mesmo que não haja dolo ou
penal cabível. culpa por parte do agente público. Se houver dolo ou cul-
pa, a pessoa jurídica responsabilizada e que teve de pa-
d) Princípio da publicidade - publicidade é a divulgação gar a indenização terá direito de regresso, ou seja, de
oficial do ato para conhecimento público e início de seus reembolso, contra o agente responsável. Não se configu-
efeitos externos (normalmente consiste na publicação rando dolo ou culpa, mas caso fortuito (acidente imprevis-
do ato no diário oficial). Ela é necessária para que haja to e imprevisível) ou força maior (ação das forças da natu-
transparência na Administração Pública, isto é, para que reza), nada terá de pagar o agente.
os administrados possam ter conhecimento dos atos Por fim, cabe acrescentar que, muito embora não este-
dos administradores e possam se defender. Em regra, jam expressamente enumerados no art. 37 da Constitui-
portanto, são proibidos o sigilo e o segredo administra- ção do Brasil, deverá também o administrador público
tivo, com raras exceções, permitidos pela própria consti- guiar-se por outros princípios enumerados sistematica-
tuição, no art. 5º, XXXIII (segurança da sociedade e do mente na Lei Maior, tais como os da motivação, da razo-
Estado). abilidade e da economicidade, ou seja, os atos adminis-
trativos devem ser motivados, fundamentados; devem ser
e) Princípio da Eficiência - A Eficiência como princípio coerentes e integrados dentro do sistema jurídico, com
fundamental da Administração Pública apresenta-se, in- proporcionalidade entre os meios de que a Administra-
clusive, como condição à aquisição da estabilidade, na ção se utiliza e os fins que ela pretende alcançar, e devem
medida em que, conforme dispõe o artigo 41, com a onerar o menos possível a Administração Pública.
redação que lhe foi conferida pela Emenda Constitucio-
nal nº 19, é condição obrigatória para aquisição da esta- Feitas estas considerações, passemos à leitura do arti-
bilidade, a avaliação especial de desempenho efetivada go 37.
por comissão instituída para essa finalidade (art. 41, §
1º, inciso III). 3. Disposições Gerais
Deve este princípio, também ser entendido como a me- Caput - Princípios da Administração Pública:
lhor forma do administrador atender as necessidades “Art. 37 - A administração pública direta e indireta de
coletivas, pois sabemos que as necessidades do povo qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
são infinitas, mas os recursos para atende-as são espar- Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios de
sos. Será ineficiente o administrador que investir em ou- legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
tros serviços deixando de lado o essencial. eficiência e, também ao seguinte:

f) Princípio da exigência de licitação pública, para as Acessibilidade dos cargos, empregos e funções públi-
contratações de obras, serviços e alienações (art. 37, cas
XXI). I - os cargos, empregos e funções públicas são acessí-
Licitação, segundo José Afonso da Silva, “é um procedi- veis aos brasileiros que preencham os requisitos esta-
mento administrativo destinado a provocar propostas e a belecidos em lei, assim como aos estrangeiros na forma
da Lei;

155
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
A nova redação estabelecida pela Emenda Constitucio- O prazo de validade do concurso público será de no máxi-
nal nº 19, ao inciso I, do artigo 37, estende aos estran- mo 2 anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por
geiros a possibilidade do exercício dos cargos públicos, prazo igual ao fixado no edital (se o edital fixou o prazo de
anteriormente privativos de brasileiros (natos ou natura- validade em 5 meses, a Administração poderá prorrogá-
lizados). Ressalta-se, entretanto, que a própria Consti- lo uma única vez e somente por 5 meses). Se for aberto
tuição estabelece a reserva a brasileiro nato, o exercício um novo edital durante o prazo improrrogável, ou seja,
dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da Repúbli- durante a única prorrogação permitida, haverá direito ad-
ca, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente quirido para os que passaram no concurso anterior. Exem-
do Senado Federal, Ministro do Supremo Tribunal Fede- plificando: a Administração Federal faz um concurso de
ral, Cargos de Carreira Diplomática; Oficial das Forças AFRF, com prazo de validade de 2 meses, podendo ser
Armadas e Ministro de Estado da Defesa (conforme arti- prorrogado por mais 2 meses. Se antes do término do
go 12, § 3º, estudado anteriormente). Também os seis prazo de 2 meses de prorrogação, houver a emissão de
brasileiros indicados para o Conselho da República. editais para um novo concurso público, haverá direito ad-
quirido para aqueles que passaram no concurso anterior.
Exigência de concursos públicos O princípio da acessibilidade dos cargos e empregos
II - a investidura em cargo ou emprego público depende públicos mediante concurso público e as regras relati-
de aprovação prévia em concurso público de provas ou vas ao prazo de validade do concurso são reforçados
de provas e títulos, de acordo com a natureza e a com- pelo disposto no seguinte parágrafo:
plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em
lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão Exigência de previsão legal para os cargos em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração 2; V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
Observe que a exigência de concurso público é feita ape- em comissão, a serem preenchidos por servidores de
nas para cargo ou emprego público. Propositalmente, carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
as funções públicas não estão enumeradas aqui, uma previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
vez que parte dos que as exercem ou foram contratados direção, chefia e assessoramento;
temporariamente (como por exemplo, a contratação de
técnicos estrangeiros, para que exerçam determinada Contudo, não há lei definindo o percentual mínimo.
função num período de tempo) ou são ocupantes de
funções de confiança. A Constituição estabelece outras Direito do servidor público civil à sindicalização
exceções a este inciso nos arts. 94 e 207. O artigo 94 VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre
determina que um quinto dos lugares dos Tribunais associação sindical;
Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do
Distrito Federal e Territórios seja composto de mem- Observe que este direito pertence apenas ao servidor
bros do Ministério Público, com mais de dez anos de público. Ao militar são vedados o direito de sindicaliza-
carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de ção e o direito de greve (art. 42, § 5o).
reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva ativi-
dade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos ór- Direito de greve do servidor público civil
gãos de representação das respectivas classes. Tais VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
advogados, preenchidos os requisitos acima, passarão limites definidos em lei específica;
a ser Juízes de segunda instância, com as prerrogativas
de seu cargo. O art. 207, na redação dada pela Emenda Reserva legal de cargos e empregos públicos para
Constitucional nº 11, de 30/04/96, faculta às universida- deficientes
des e às instituições de pesquisa científica e tecnológi- VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos
ca admitir professores, técnicos e cientistas estrangei- públicos para as pessoas portadoras de deficiência e
ros, na forma da lei. definirá os critérios de sua admissão;

Prazo de validade do concurso Previsão legal para contratações por tempo determinado
III - o prazo de validade do concurso público será de até IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tem-
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; po determinado para atender a necessidade temporária
§ 2º A não-observância do disposto nos incisos II e III de excepcional interesse público;
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
responsável, nos termos da lei. Este inciso constitucional trata do Agente Público tempo-
rário.
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público de
Regras para a remuneração dos servidores públicos
provas ou de provas e títulos será convocado com priori- X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio
dade sobre novos concursados para assumir cargo ou de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados
emprego, na carreira; ou alterados por lei específica, observada a iniciativa pri-
vativa em cada caso, assegurada revisão geral anual,
sempre na mesma data e sem distinção de índices;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
2
Refere-se o legislador, aqui, a funções de chefia, direção ou
assessoramento, e que em geral são de confiança, sendo, por- funções e empregos públicos da administração direta, au-
tanto, de livre provimento e exoneração, dispondo, entretanto, o tárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Po-
inciso V, do artigo 37, na redação conferida pela Emenda Cons- deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
titucional nº 19, que tais funções de confiança, serão exercidas nicípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo e os agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie
em comissão, por servidores de carreira, nos casos, condições remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluí-
e percentuais mínimos estabelecidos na lei.

156
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
das as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, Esse inciso, veda a acumulação de acréscimos pecuniári-
não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos os percebidos por servidor público, para fins de acrésci-
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como mos ulteriores.
limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados
e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de car-
âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Es- gos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o
taduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub- disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39,
sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limita- § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
do a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento
do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supre- O artigo 39, § 4º, com redação conferida pela Emenda
mo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, apli- Constitucional nº 19, estabelece que o membro de Po-
cável este limite aos membros do Ministério Público, aos der, o detentor de mandato eletivo, os ministros de Esta-
Procuradores e aos Defensores Públicos; dos e os Secretários Estaduais e Municipais serão re-
munerados, exclusivamente, por subsídio fixado em par-
Se houver o recebimento de recursos por parte do Esta- cela única, vedado o acréscimo de qualquer gratifica-
do, ainda se aplicarão esses limites, se relacionados a ção, adicional, abono, prêmio, verba de representação
despesas de pessoal e custeio em geral, em razão do § ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer
9, desse mesmo artigo, acrescido pela Emenda Consti- caso, o disposto no artigo 37, X e XI.
tucional nº 19.
Proibição de acumulação de cargos
§ 9º - O disposto no inciso XI aplica-se às empresas pú- XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos pú-
blicas e às sociedades de economia mista, e suas subsi- blicos, exceto quando houver compatibilidade de horári-
diárias, que receberem recursos da União, dos Estados, os, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamentos a) a de dois cargos de professor;
de despesas de pessoal ou de custeio em geral”. b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou cien-
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e tífico;
do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pa- c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissio-
gos pelo Poder Executivo. nais de saúde, com profissões regulamentadas;

Será considerado, para os fins do limite fixado aqui, o Nunca haverá a possibilidade do servidor exercer três
valor da maior remuneração atribuída por lei na data de cargos públicos à luz da Lei Maior.
publicação da Emenda Constitucional n. 41, ao Minis- Além das hipóteses acima enumeradas, há mais três
tro do Supremo Tribunal Federal, a título de vencimen- situações em que a Constituição admite acúmulo de
to, de representação mensal e da parcela recebida em cargos:
razão de tempo de serviço, aplicando-se como limite, d) se o servidor for investido em cargo de Vereador e
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e houver compatibilidade de horários, poderá acumular
no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador os cargos;
no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputa- e) cargo de juiz com outro de magistério (art. 95, I);
dos Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legisla- f) cargo de promotor com outro de magistério (art. 128, § 5º,
tivo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de II, “d”).
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen- Tanto a alínea e quanto a alínea f se enquadram na ter-
tésimos por cento da maior remuneração mensal de ceira exceção do art. 37, XVI da CF.
Ministro do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do
Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defenso- funções e abrangem autarquias, fundações, empresas pú-
res Públicos; blicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias,
e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
XIII - é vedada vinculação ou equiparação de quaisquer poder público;
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração
de pessoal do serviço público; Precedência da administração fazendária sobre os
demais setores administrativos
XVIII - a administração fazendária e seus servidores
Proibiu-se a vinculação dos vencimentos a quaisquer
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e ju-
índices, como por exemplo, o salário mínimo, o aumen-
risdição, precedência sobre os demais setores adminis-
to da arrecadação, os valores dos títulos da dívida públi-
trativos, na forma da lei;
ca etc.
Este inciso permite, por exemplo, que a Receita Federal
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor possa convocar a Polícia Militar para garantir a realiza-
público não serão computados nem acumulados para ção de uma auditoria.
fins de concessão de acréscimos ulteriores;
Exigência de lei específica para a criação de órgãos da
Proíbe-se aqui o chamado “repicão”, ou seja, a incidên- administração indireta
cia de adicionais sobre adicionais. No demonstrativo de XIX - somente por lei específica poderá ser criada autar-
pagamento do servidor público, cada adicional ao salá- quia e autorizada a instituição de empresa pública, de
rio base; deverá ser apresentado separadamente, não sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à
se incorporando, assim, à base de cálculo de adicionais lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
posteriores que tenham idêntico fundamento. sua atuação;

157
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respec-
a criação de subsidiárias das entidades mencionadas tivas ações de ressarcimento.
no inciso anterior, assim como a participação de qual-
quer delas em empresa privada; Princípio da responsabilidade civil objetiva
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
Princípio da exigibilidade de licitação privado, prestadoras de serviços públicos responderão pe-
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, los danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
as obras, serviços, compras e alienações serão contrata- terceiros, assegurado o direito de regresso contra o res-
dos mediante processo de licitação pública que assegure ponsável nos casos de dolo ou culpa.
igualdade de condições a todos os concorrentes, com clá-
usulas que estabeleçam obrigações de pagamento, man- Reserva da lei e informações privilegiadas
tidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, § 7º - A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu-
a qual somente permitirá as exigências de qualificação pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta
técnica e econômica; indispensáveis à garantia do cum- que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
primento das obrigações.
O princípio da eficiência e autonomia do Estado
Recursos prioritários para as administrações tributárias § 8º- A autonomia gerencial, orçamentária e financeira
XXII - as administrações tributárias da União, dos Esta- dos órgãos e entidades da administração direta e indire-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades es- ta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
senciais ao funcionamento do Estado, exercidas por ser- entre seus administradores e o poder público, que tenha
vidores de carreiras específicas, terão recursos prioritári- por objeto a fixação de metas de desempenho para o
os para a realização de suas atividades e atuarão de órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
forma integrada, inclusive com o compartilhamento de I - o prazo de duração do contrato;
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
convênio. (Emenda Constitucional nº 42/2003) direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
Proibição da utilização da publicidade oficial para fins
de promoção pessoal Limitação ao teto remuneratório
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços § 9º - O disposto no inciso XI aplica-se às empresas pú-
e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter edu- blicas e às sociedades de economia mista, e suas subsi-
cativo, informativo ou de orientação social, dela não po- diárias, que receberam recursos da União, dos Estados,
dendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac- do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento
terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Pará-
públicos. grafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
04.06.1998)
Este parágrafo reafirma o princípio da Impessoalidade
do Administrador. Proibição de acumulação de proventos e vencimentos
§ 10º - É vedada a percepção simultânea de proventos
Nulidade e Responsabilidade de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e
§ 2º - A não-observância do disposto nos incisos II e III 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma
responsável, nos termos da lei. desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em
comissão declarados em lei de livre nomeação e exone-
Reclamações quanto aos serviços públicos ração. (Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional
§ 3º - A lei disciplinará as formas de participação do usu- nº 20, de 15.12.1998)
ário da administração pública direta e indireta, regulan-
do especialmente: Regras para o servidor público em mandato eletivo
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços Art. 38 - Ao servidor público da administração direta, au-
públicos em geral, asseguradas a manutenção de servi- tárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo,
ços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, aplicam-se as seguintes disposições:
externa e interna, da qualidade dos serviços; I - tratando se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a tal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
informações sobre atos de governo, observado o dis- II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
posto no art. 5º, X e XXXIII; cargo, emprego ou função, sendo lhe facultado optar pela
III - a disciplina da representação contra o exercício ne- sua remuneração;
gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na III - investido no mandato de Vereador, havendo compa-
administração pública. tibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remunera-
Princípio da probidade administrativa ção do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade,
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão será aplicada a norma do inciso anterior;
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem contado para todos os efeitos legais, exceto para promo-
prejuízo da ação penal cabível. ção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de
Princípio da prescritibilidade de ilícitos administrativos afastamento, os valores serão determinados como se no
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para exercício estivesse.
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não,

158
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
SERVIDORES PÚBLICOS fundações públicas os seguintes direitos sociais, previs-
tos no art. 7º:
Previsão de instituição de conselho de política de ad- 1. salário mínimo, fixado em lei;
ministração e remuneração de pessoal 2. garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os
que percebem remuneração variável;
Art. 39 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os 3. décimo terceiro salário com base na remuneração
Municípios instituirão conselho de política de administra- integral ou no valor da aposentadoria;
ção e remuneração de pessoal, integrado por servidores 4. remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
designados pelos respectivos Poderes. 5. salário-família para seus dependentes;
6. duração do trabalho normal não superior a oito horas
Com a Emenda Constitucional nº 19 foi retirada a exi- diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a com-
gência de instituição de regime jurídico único aos servi- pensação de horários e a redução da jornada, mediante
dores públicos, prevendo ainda a instituição de conse- acordo ou convenção coletiva de trabalho.
lhos de política de administração e remuneração de pes- 7. repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
domingos;
soal.
8. remuneração do serviço extraordinário superior, no
O plano de carreira é a classificação dos cargos que mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;
compõem a carreira, em função da complexidade dos 9. gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos,
mesmos. O objetivo do plano de carreira é estabelecer um terço a mais do que o salário normal;
uma política salarial mais justa, com vencimentos pro- 10.licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
porcionais à responsabilidade exercida. salário, com a duração de cento e vinte dias;
11.licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
Composição do sistema remuneratório 12.proteção do mercado de trabalho da mulher, median-
§ 1º - A fixação dos padrões de vencimento e dos demais te incentivos específicos, nos termos da lei;
componentes do sistema remuneratório observará: 13. redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexi- de normas de saúde, higiene e segurança;
dade dos cargos componentes de cada carreira: 14. proibição de diferença de salários, de exercício de
II - os requisitos para a investidura: funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
III – as peculiaridades dos cargos. idade, cor ou estado civil;

Direitos sociais dos servidores civis Aposentadoria do servidor combina com as regras das
§ 2º - A União, os Estados e o Distrito, Federal manterão Emendas Constitucionais ns. 41/03 e 20/98
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamen-
to dos servidores públicos, constituindo-se a participa- Instituição sistema contributivo e solidário para ativos,
inativos e pensionistas - assegurado para os que tem
ção nos cursos um dos requisitos para a promoção na
cargo efetivo
carreira, facultada, Para isso, a celebração de convênios “Art. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da
ou contratos entre os entes federados. União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípi-
§ 3º - Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público os, incluídas suas autarquias e fundações, é assegura-
o disposto no art. 7º; IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, do regime de previdência de caráter contributivo e soli-
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer re- dário, mediante contribuição do respectivo ente públi-
quisitos diferenciados de admissão quando a natureza do co, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas,
cargo o exigir. observados critérios que preservem o equilíbrio finan-
§ 4º - O membro de Poder, o detentor de mandato eleti- ceiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada
vo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003)
Municipais serão remunerados exclusivamente por sub-
sídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de Obrigatoriedade do Cálculo
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdên-
de representação ou outra espécie remuneratória, obe- cia de que trata este artigo serão aposentados, calcula-
decido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. dos os seus proventos a partir dos valores fixados na
§ 5º - Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos forma dos §§ 3º e 17. (Redação dada pela Emenda Cons-
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e titucional nº 41, de 19.12.2003)
a menor remuneração dos servidores públicos, obede-
cido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. Observe que agora o sistema para o cálculo de aposen-
§ 6º - Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário pu- tadoria deve ter como referencial não mais a remunera-
blicarão anualmente os valores do subsídio e da remu- ção total, bruta, mas sim o valor utilizado para o desconto
neração dos cargos e empregos públicos. das contribuições previdenciárias, que sempre é menor,
§ 7º - Lei da União, dos Estados, do Distrito federal e dos uma vez que em sua base não pode haver bitributação
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamen- (imposto de renda, indenização, vale- transporte etc.). Não
tários provenientes da economia com despesas corren- se esqueçam de que o § 3º manda também que se ob-
tes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação serve a regra do art. 201, ou seja:
no desenvolvimento de programas de qualidade e pro- a) por invalidez permanente - na forma da lei
dutividade, treinamento e desenvolvimento, moderniza- I - por invalidez permanente, sendo os proventos propor-
ção, reaparelhamento e racionalização do serviço públi- cionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente
co, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de pro- de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença
dutividade. grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; (Reda-
§ 8º - A remuneração dos servidores públicos organiza- ção dada pela Emenda Constitucional nº 41/2003).
dos em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
b) compulsória
A Constituição concede aos servidores civis da União, dos II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, autarquias e proventos proporcionais ao tempo de contribuição;

159
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
c) voluntária do regime geral de previdência social de que trata o art.
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo míni- 201, acrescido de setenta por cento da parcela exceden-
mo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e te a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou
cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposenta- (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41/2003)
doria, observadas as seguintes condições: II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui- cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite
ção, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e máximo estabelecido para os benefícios do regime geral
trinta de contribuição, se mulher; de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessen- setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso
ta anos de idade, se mulher, com proventos proporcio- em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda
nais ao tempo de contribuição. Constitucional nº 41/2003).

Limites - Proibição do servidor inativo ganhar mais que Em relação às pensões, o legislador estipulou regras
o da ativa diferenciadas da concessão da aposentadoria, ou seja,
§ 2° - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por não se pagará mais a totalidade daquilo que o servidor
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a re- percebia enquanto na ativa, ou enquanto proventos (lem-
muneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em brando-se de que em relação aos proventos ele já rece-
que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência beu uma redução, pela adoção do sistema da base da
para a concessão da pensão. contribuição).
Agora o legislador determina que se utilize o valor a ser
aplicável aos trabalhadores do regime geral da previ-
Concessão e modo de cálculo
dência social, e se ultrapassar esse valor, do restante,
§ 3º - Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
apenas 70%.
ocasião da sua concessão, serão consideradas as re- Exemplificando: o servidor ganha R$ 5.000,00. O valor da
munerações utilizadas como base para as contribuições aposentadoria do INSS é R$ 2.400,00. O Estado pagará a
do servidor aos regimes de previdência de que tratam ele R$ 2.400,00 + 70% de R$ 2.600,00, ou seja (R$
este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada 2.400,00 + R$ 1.820,00 = R$ 4.200,00), mais uma nova
pela Emenda Constitucional nº 41/2003). redução, em cima da redução já anteriormente aplicada
O modo como será feita a concessão deve necessaria- Reajustamento desvinculado da ativa
mente ter por base o mesmo sistema que permite o § 8º - É assegurado o reajustamento dos benefícios para
desconto previdenciário, sempre que paralelo ao siste- preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, con-
ma previdenciário dos trabalhadores. forme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 41/2003).
Proibição de requisitos e critérios diferenciados, salvo
exceções Agora, pelas novas regras, todo e qualquer benefício será
§ 4° - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferen- assegurado apenas o valor real, estando desvinculado
ciados para a concessão de aposentadoria aos abrangi- das melhorias do cargo de origem. Se, por exemplo, ao
dos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados os cargo se aplicar uma nova gratificação ou benefício, esse
casos de atividades exercidas exclusivamente sob con- não será estendido aos pensionistas nem às aposenta-
dições especiais que prejudiquem a saúde ou a integri- dorias.
dade física, definidos em lei complementar.
Contagem recíproca e disponibilidade
Aposentadoria de professor - educação infantil e ensi- § 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou muni-
nos fundamental e médio cipal será contado para efeito de aposentadoria e o tem-
§ 5° - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição po de serviço correspondente para efeito de disponibili-
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto dade.
no § 1°, III, a, para o professor que comprove exclusiva-
mente tempo de efetivo exercício das funções de magis- Proibição de contagem de tempo fictício
tério na educação infantil e no ensino fundamental e § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
médio. contagem de tempo de contribuição fictício.

Proibição de mais de uma aposentadoria Assim, o menor aprendiz, o estagiário, o conscrito que
§ 6° - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos serve exército obrigatório, não mais poderão contar esse
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é ve- tempo, pois não havendo recolhimento de previdência, é
dada a percepção de mais de uma aposentadoria à con- fictício.
ta do regime de previdência previsto neste artigo.
Teto remuneratório para situações de acumulação
O legislador proíbe a concessão de mais de uma apo- permitida
sentadoria, ou seja, há permissão legal para até duas, § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
desde que constitucionalmente permitidas. Acima do li- proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
mite previsto, está proibido acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como
de outras atividades sujeitas à contribuição para o regime
Concessão de Pensão - Novos Critérios geral de previdência social, e ao montante resultante da
§ 7º - Lei disporá sobre a concessão do benefício de adição de proventos de inatividade com remuneração de
pensão por morte, que será igual: (Redação dada pela cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em
Emenda Constitucional nº 41/2003) comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera-
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor faleci- ção, e de cargo eletivo.
do, até o limite máximo estabelecido para os benefícios

160
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
Observância das regras da previdência social para o Abono de permanência
servidor público § 19 - O servidor de que trata este artigo que tenha com-
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previ- pletado as exigências para aposentadoria voluntária es-
dência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo tabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
observará, no que couber, os requisitos e critérios fixa- atividade fará jus a um abono de permanência equiva-
dos para o regime geral de previdência social. lente ao valor da sua contribuição previdenciária até com-
pletar as exigências para aposentadoria compulsória
Cargo exclusivo em comissão - regras gerais contidas no § 1º, II (Redação dada pela Emenda Consti-
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo tucional nº 41/2003).
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exo-
neração bem como de outro cargo temporário ou de Se o servidor já preencheu as regras e, em vias das
emprego público, aplica-se o regime geral de previdên- novas regras, decidir ainda continuar na ativa, ser-lhe-á
cia social. concedido, desde que opte em permanecer na ativa, por
um abono, no valor respectivo da contribuição que lhe
Permissão da previdência complementar e limite de era descontado enquanto na ativa. É uma forma de in-
pagamento por parte do Estado centivar a permanência do servidor, evitando o seu des-
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- ligamento e a vacância no cargo, o que demandaria novo
pios, desde que instituam regime de previdência com- concurso público.
plementar para os seus respectivos servidores titulares
de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposen- Unidade de regime e gestora do regime
tadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de § 20 - Fica vedada a existência de mais de um regime
que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para
próprio de previdência social para os servidores titulares
os benefícios do regime geral de previdência social de
de cargos efetivos, e de mais de uma entidade gestora
que trata o art. 201.
do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o
§ 15 - O regime de previdência complementar de que
disposto no art. 142, § 3º, X. (Redação dada pela EC nº
trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respec-
41/2003).
tivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e
seus parágrafos, no que couber, por intermédio de enti-
dades fechadas de previdência complementar, de natu- Estabilidade
reza pública, que oferecerão aos respectivos participan- Art. 41 - São estáveis após três anos de efetivo exercício
tes planos de benefícios somente na modalidade de con- os servidores nomeados para cargo de provimento efeti-
tribuição definida. (Redação dada pela EC nº 41/2003). vo em virtude de concurso público.
§ 16º - Somente mediante sua prévia e expressa opção, § 1º - O servidor público estável só perderá o cargo:
o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servi- I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
dor que tiver ingressado no serviço público até a data da II - mediante processo administrativo em que lhe seja
publicação do ato de instituição do correspondente regi- assegurada ampla defesa;
me de previdência complementar. III - mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar, assegura-
Se for instituída a previdência complementar, o Estado da ampla defesa.
somente se responsabilizará pelo pagamento do valor § 2º - Invalidada por sentença judicial a demissão do
estipulado para a iniciativa privada. Qualquer valor acima servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocu-
desse teto será pago pelas companhias instituídas e res- pante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de ori-
ponsáveis pela previdência privada. Em termos de valor, gem sem direito a indenização, aproveitado em outro
não haverá perda nenhuma para o servidor, apenas per- cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
derá o bom patrão, que é o Estado. Afinal, nunca se sabe proporcional ao tempo de serviço.
quando uma instituição financeira perderá a solidez. § 3º - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessida-
Mais importante: a passagem do sistema público para o de, o servidor estável ficará em disponibilidade, com re-
complementar só poderá ser feita por opção. muneração proporcional ao tempo de serviço, até seu
adequado aproveitamento em outro cargo.
Atualização dos valores § 4º - Como condição para a aquisição da estabilidade, é
§ 17 - Todos os valores de remuneração considerados
obrigatória a avaliação especial de desempenho por co-
para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devi-
damente atualizados, na forma da lei. (Redação dada missão instituída para essa finalidade.
pela Emenda Constitucional nº 41/2003).
O benefício da estabilidade somente alcançou os ser-
Obrigatoriedade de contribuição dos pensionistas e vidores públicos civis da União, dos Estados, do Distri-
aposentados to Federal, dos Municípios, da administração direta e
§ 18 - Incidirá contribuição sobre os proventos de apo- das autarquias e fundações públicas. Os empregados
sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que das empresas públicas e das sociedades de econo-
trata este artigo que superem o limite máximo estabeleci- mia mista não gozam do direito de estabilidade.
do para os benefícios do regime geral de previdência so- São institutos decorrentes da estabilidade: a reintegra-
cial de que trata o art. 201, com percentual igual ao esta- ção, a disponibilidade e o aproveitamento.
belecido para os servidores titulares de cargos efetivos
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41/2003). Reintegração é o reingresso do funcionário demitido,
quando invalidada, por sentença judicial, a sua demis-
Se o valor que o servidor público percebe ultrapassar o são por processo administrativo. O substituto do servi-
limite-teto da iniciativa privada, será descontado dela a dor reintegrado ao cargo não terá direito à indenização,
contribuição previdenciária, não da totalidade, mas ape-
devendo voltar ao seu cargo de origem.
nas do excedente.

161
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
Disponibilidade é a garantia da inatividade remunerada, e) três anos de efetivo exercício, os nomeados em vir-
assegurada ao servidor estável, em caso de seu cargo tude de concursos públicos.
ser extinto ou de ser declarada a desnecessidade do
mesmo. 05. Assinale a afirmativa correta:
a) A Constituição do Brasil garante a todo servidor pú-
Aproveitamento é o reingresso no serviço público, do blico o direito à livre associação sindical.
funcionário em disponibilidade, quando haja cargo vago b) a Constituição do Brasil dispõe que, em caso de
de natureza e vencimento compatíveis com o anterior- invalidez permanente, o servidor deverá ser sempre
mente ocupado. aposentado com proventos integrais, em face do prin-
Finalmente, há que se informar que nos termos do dis- cípio da irredutibilidade de vencimentos e salários.
posto no artigo 33 da Emenda Constitucional nº 19, con- c) a aposentadoria voluntária do servidor público com
sideram-se servidores não estáveis, para os fins do ar- proventos integrais ocorrerá aos trinta e cinco anos
tigo 169, § 3º, II, da constituição Federal aqueles admiti- de serviço, para o homem, e aos trinta, para a mu-
dos na administração direta, autárquica e fundacional lher, podendo lei complementar estabelecer exce-
sem concurso público de provas ou de provas e títulos ções, no caso de exercício de atividades considera-
após o dia 5 de outubro de 1983. das penosas, insalubres ou perigosas.
d) a Constituição Federal não garante ao servidor pú-
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO blico o direito à livre associação sindical.
e) todo servidor público pode fazer greve ampla, geral
01. O Governador do Estado do Acre foi aprovado em
e irrestrita.
concurso público e tomou posse tão logo foi convo-
cado; neste caso:
a) necessariamente perderá o cargo eletivo. 06. Assinale a opção correta:
b) estará suspenso do cargo eletivo. a) a Constituição assegura a quaisquer brasileiros o
c) deverá se afastar do cargo efetivo. acesso aos cargos públicos.
d) poderá permanecer em ambos os cargos. b) a condenação criminal transitada em julgado é a
e) o fato jamais ocorrerá pois aos detentores de car- única forma pela qual o servidor público pode per-
gos eletivos é vedada a participação em concurso der o cargo.
público. c) a sentença transitada em julgado é a única forma
pela qual o servidor público estável pode perder o
02. O tempo de serviço público, seja federal, estadual cargo.
ou municipal, é garantia constitucional dos servido- d) o servidor público estável só perderá o cargo em
res públicos civis e será computado para os efeitos virtude de sentença judicial transitada em julgado
de aposentadoria e de disponibilidade: ou mediante processo administrativo em que lhe
a) integralmente, se não houver períodos descontinu- seja assegurada ampla defesa.
ados. e) os servidores públicos ocupantes de cargos em co-
b) integralmente, se não houver períodos descontinu- missão e funções em confiança necessariamente
ados por interrupção superior a 60 dias. deverão ser efetivos.
c) integralmente, independentemente de serem con-
tinuados ou não os períodos. 07. Assinale a assertiva correta:
d) proporcionalmente, se houver períodos desconti- a) o tempo de serviço do servidor público afastado para
nuados por interrupção inferior a 90 dias. o exercício de mandato eletivo será contado para to-
e) proporcionalmente, contanto que exerça, ao tempo dos os efeitos legais, inclusive para promoção por
da aposentadoria, cargo na administração direta ou merecimento.
indireta. b) qualquer servidor público, no exercício de mandato
eletivo federal, estadual, distrital, ou municipal, ne-
03. (1991) O servidor público civil da União: cessariamente deverá ficar afastado de seu cargo,
a) tem direito a um piso salarial proporcional à exten- emprego ou função, sob pena de perdê-lo, compu-
são e à complexidade do seu trabalho. tando-se o tempo de serviço para todos os efeitos
b) não está sujeito à aposentadoria compulsória ao legais, exceto para promoção por merecimento.
70 anos de idade. c) o servidor público federal, estadual, distrital ou mu-
c) tem direito de se afastar do seu cargo, emprego ou nicipal, no exercício de mandato eletivo ficará afas-
função para exercer mandato eletivo federal, esta- tado de seu cargo, emprego ou função, mas poderá
dual ou distrital. optar pelos vencimentos que lhe forem mais conve-
d) não tem direito a adicional por trabalho noturno. nientes.
e) não tem direito de fazer greve. d) investido no mandato de vereador, e não sendo pos-
sível compatibilizar os horários, o servidor público
será afastado do seu cargo, emprego ou função
04. Desde a promulgação da Carta Constitucional de
pública, sendo-lhe, porém facultado optar pela sua
outubro de 1988, o servidor público, para tornar-se remuneração.
estável, deverá contar, no mínimo: e) havendo compatibilidade de horários, o servidor
a) três anos de efetivo exercício, ainda que intercala- público federal, estadual, distrital ou municipal per-
dos, na hipótese de ingresso mediante contratação. ceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou fun-
b) um ano de efetivo exercício quando nomeado pelo ção, sem prejuízo de remuneração do cargo eletivo.
Presidente da República.
c) dois anos de efetivo exercício, os nomeados em 08. Assinale a opção correta:
cargo de comissão. a) os cargos, empregos e funções públicas são aces-
d) dois anos de efetivo exercício, ainda que intercala- síveis aos brasileiros natos que preencham os re-
dos, na hipótese de ingresso mediante contratação quisitos estabelecidos em lei.

162
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL
b) as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras 12. (1993) Dentre os princípios constitucionais que de-
de serviços públicos responderão por quaisquer da- vem ser observados pela administração pública, fi-
nos que seus agentes causarem a terceiro, asse- gura o da:
gurado o direito de regresso apenas contra o res- a) generosidade
ponsável doloso. b) uniformidade
c) ao servidor público, civil ou militar, é garantido o direi- c) impessoalidade
to à livre associação sindical. d) universidade
d) os atos de improbidade administrativa importarão a e) delegabilidade
suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarci- 13. (1993) Assinale a resposta correta:
mento do erário, na forma e gradação previstas em a) a nomeação para cargo público apenas se admite
lei, sem prejuízo da ação penal cabível. após aprovação em curso público.
e) o militar, enquanto em serviço efetivo, pode estar b) a nomeação para alguns cargos públicos é livre.
filiado a partido, vedada a candidatura a cargo c) a nomeação para emprego público apenas se ad-
mite após aprovação em concurso público.
eletivo.
d) a nomeação para funções públicas apenas se admite
após aprovação em concurso interno de títulos.
09. (1992) Segundo o § 6º, do art. 37, da Constituição
Federal, que define a responsabilidade do Estado 14. (1993) Assinale o direito não reconhecido aos ser-
pelos danos que o agente venha a causar, por ação vidores públicos na Constituição federal:
ou omissão, a terceiros, a ação de indenização de- a) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno.
verá ser proposta: b) remuneração do serviço extraordinário superior, no
a) contra o agente e o Estado, ambos responsáveis mínimo, em cinqüenta por cento à do normal.
solidários. c) gozo de férias anuais remuneradas com, pelo me-
b) contra o agente, demonstrando que agiu com culpa. nos, um terço a mais do que o salário normal.
c) contra o Estado, independentemente da existência d) reconhecimento das convenções e acordos coletivos.
ou não de culpa do agente causador do dano.
d) contra o Estado, uma vez demonstrado que seu 15. (1991) Os Estados e os Municípios, no exercício de
agente agiu com dolo. sua autonomia:
a) podem instituir sociedade de economia mista e em-
10. (AFTN-MAR/94) Quanto à disciplina constitucional presas públicas para prestação de serviços públi-
dos cargos públicos é correto dizer: cos, mediante deliberação de seu Poder Executivo.
a) os cargos públicos de provimento efetivo bem como b) podem instituir, mediante lei, sociedades de eco-
os vitalícios somente podem ser providos por con- nomia mista e empresas públicas para exploração
curso público de provas e títulos, em qualquer hipó- de atividades econômicas, desde que observados
tese. os limites e termos da Constituição Federal.
b) a Constituição não admite distinção entre brasilei- c) podem instituir, mediante lei, sociedade de econo-
ros natos e naturalizados para a ocupação de car- mia mista e empresas públicas, que integrarão sua
gos públicos quaisquer. Administração Indireta, sendo seus bens
c) o servidor público federal da administração direta impenhoráveis.
pode acumular um cargo técnico com outro cargo d) podem instituir, mediante lei, regime jurídico de di-
da mesma natureza em empresa pública, desde reito público, de índole estatutária, para as relações
que haja compatibilidade de horário. de trabalho dos servidores de suas sociedades de
d) o servidor deve afastar-se de seu cargo, para o exercí- economia mista e empresas públicas.
cio de mandato eletivo estadual, período que não será
contado para promoção por merecimento 16. (1992) Ao servidor público civil:
e) o estrangeiro não pode, em qualquer hipótese, ocu- a) são vedados o direito de associação sindical e o
par cargo público. direito de greve.
b) é vedado o direito de associação, mas é assegura-
11. Assinale a alternativa correta: do o direito de greve.
a) a administração pública direta deverá obedecer aos c) é livre à associação sindical e restrito o direito de
princípios de legalidade, impessoalidade, greve.
moralidade, estoicidade, frugalidade e publicidade d) não é livre à associação sindical nem mesmo o
exigidos pela Constituição federal. direito de greve.
b) a Constituição federal garante a todo servidor públi-
co o direito à livre associação sindical. 17. (1992) A autarquia, a empresa pública e a socieda-
c) a Constituição federal dispõe que, em caso de de de economia mista têm personalidade jurídica:
invalidez permanente, o servidor deverá ser sem- a) de direito público, as duas primeiras, e de direito
pre aposentado com proventos integrais em face privado, a sociedade de economia mista.
do princípio da irredutibilidade de vencimentos e b) de direito público, a autarquia, e de direito privado,
salários. as duas últimas.
d) a aposentadoria voluntária do servidor público com c) de direito privado, todas as três.
proventos integrais ocorrerá aos trinta e cinco anos d) de direito público, todas as três.
de serviço, para o homem, e aos trinta para a mulher,
podendo lei complementar, nesta hipótese, estabe- 18. (Procurador, 1993) Assinale a opção correta:
lecer exceções, no caso de exercício de atividades a) as pessoas jurídicas de direito público e as de direi-
consideradas penosas, insalubres ou perigosas. to privado prestadoras de serviços públicos, respon-

163
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
derão pelos danos que seus agentes, em qualquer
circunstância, causarem a terceiros, assegurados o
direito de regresso contra o responsável nos casos
de dolo ou culpa.
b) os atos de improbidade administrativa importarão
a cassação dos direitos políticos, a perda da fun-
ção pública, a indisponibilidade dos bens previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
c) a lei reservará percentual dos cargos e empregos
públicos para as pessoas portadoras de deficiên-
cia ou desvantagem étnica ou de educação e defini-
rá aos critérios de sua admissão.
d) somente por lei específica poderão ser criadas em-
presas públicas, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação pública. A criação de subsi-
diárias dessas entidades, ou sua participação em
empresas privadas, serão autorizadas pelo Presi-
dente da República.
e) o servidor público afastado para exercício de man-
dato eletivo perceberá seu benefício previdenciário
como se em exercício estivesse.

19. Em nosso sistema constitucional o direito de greve:


a) é assegurado, em regra, a todos os trabalhadores,
exceto os militares .
b) é garantido a todos os trabalhadores, exceto aos
militares e servidores públicos.
c) exclui os servidores públicos que ocupem cargo
de direção.
d) estende-se aos policiais militares, desde que asse-
gurada a manutenção dos serviços essenciais à co-
munidade.

20. A greve é um direito-garantia, assegurado aos tra-


balhadores do país. Considerando o texto constitu-
cional vigente:
a) o exercício do direito de greve pelos servidores pú-
blicos civis é submetido a termos e limites a serem
definidos em lei complementar.
b) é vedada greve nas atividades ou serviços essenci-
ais, pois os interesses de classes não podem pre-
valecer sobre as necessidades inadiáveis da co-
munidade.
c) compete concorrentemente à União e aos Estados
legislar sobre o direito de greve nos serviços públi-
cos respectivos.
d) a greve há de ser exercida exclusivamente para rei-
vindicações trabalhistas das respectivas categori-
as, vedadas as de natureza política ou de solidarie-
dade, por dispositivo constitucional expresso.

GABARITO

01. C 02. C 03. C 04. E 05. A


06. D 07. D 08. D 09. C 10. D
11. B 12. C 13. B 14. D 15. B
16. C 17. B 18. E 19. A 20. A

164
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO CONSTITUCIONAL

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS


O Programa do concurso do TRE em seu edital pede II - por nomeação do Presidente da República, dois
apenas os Tribunais e Juizes eleitorais. juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Fe-
Órgãos do Poder Judiciário deral.
Parágrafo único - O Tribunal Superior Eleitoral elegerá
Diz a Constituição: seu Presidente e o Vice Presidente dentre os Ministros
do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral
Art. 92 - São órgãos do Poder Judiciário: dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
I - o Supremo Tribunal Federal;
I A - o Conselho Nacional de Justiça (Incluído pela Emen- Tribunais Regionais Eleitorais
da Constitucional nº 45 de 2004)
Art. 120 - Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Ca-
O leitor precisa observar com especial atenção o inciso pital de cada Estado e no Distrito Federal.
I-A, uma vez que a Emenda Constitucional nº 45/04, trou- § 1º- Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
xe mais um órgão a integrar a estrutura do Poder Judi- I - mediante eleição, pelo voto secreto:
ciário, que é justamente o Conselho Nacional de Justi- a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribu-
ça (v. art. 103-B). nal de Justiça;
Por último, saliente-se que com a Emenda Constitucio- b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo
nal nº 45/04, os Tribunais de Alçada foram extintos, pas- Tribunal de Justiça;
sando seus membros a integrar os Tribunais de Justiça II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede
dos respectivos Estados (artigo 4º da referida emenda). na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não ha-
vendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo
II - o Superior Tribunal de Justiça; Tribunal Regional Federal respectivo;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; III - por nomeação, pelo Presidente da República, de
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurí-
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; dico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Jus-
VI - os Tribunais e Juízes Militares; tiça.
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Fe- § 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presi-
deral e Territórios. dente e o Vice-Presidente dentre os desembargadores.

A enumeração contida neste dispositivo é taxativa e ne- Competência da Justiça Eleitoral


nhuma pessoa poderá ser penalmente julgada ou sen-
tenciada a não ser pelos órgãos acima arrolados. Neste Art. 121 - Lei complementar disporá sobre a organiza-
sentido, vale a pena lembrar o art. 5o, XXXV, que proíbe ção e competência dos tribunais, dos juízes de direito e
terminantemente o juízo ou tribunal de exceção. das juntas eleitorais.

Sede e jurisdição do STF e dos Tribunais Superiores Garantias dos juízes eleitorais
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional
de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital § 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os
Federal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45 de integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas
2004) funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superio- garantias e serão inamovíveis.
res têm jurisdição em todo o território nacional.(Incluído § 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo
pela Emenda Constitucional nº 45 de 2004) justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca
por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substi-
Dos Tribunais e Juízes Eleitorais tutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo pro-
cesso, em número igual para cada categoria.
Órgãos da Justiça Eleitoral
Irrecorribilidade das decisões do TSE
Art. 118 - São órgãos da Justiça Eleitoral:
I - o Tribunal Superior Eleitoral; § 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior
II - os Tribunais Regionais Eleitorais; Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e
III - os Juízes Eleitorais; as denegatórias de habeas corpus ou mandado de se-
IV - as Juntas Eleitorais. gurança.
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais
Composição do Tribunal Superior Eleitoral somente caberá recurso quando:
I - forem proferidas contra disposição expressa desta
Art. 119 - O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no Constituição ou de lei;
mínimo, de sete membros, escolhidos: II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois
I - mediante eleição, pelo voto secreto: ou mais tribunais eleitorais;
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Fe- III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de
deral; diplomas nas eleições federais ou estaduais;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de man-
Justiça; datos eletivos federais ou estaduais;

165
DIREITO CONSTITUCIONAL Central de Concursos / Degrau Cultural
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, e) todos os membros são provenientes de diferentes
habeas data ou mandado de injunção. órgãos do Poder Judiciário.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 05. A respeito da composição dos órgãos da Justiça Elei-


toral, considere as afirmações abaixo:
01. Identifique a alternativa que contém órgãos não per- I - A composição dos Tribunais Eleitorais é híbrida, in-
tencentes ao Poder Judiciário: tegrando-os juízes de outros tribunais e juristas da
a) Supremo Tribunal Federal; Superior Tribunal de Jus- classe dos advogados.
tiça. II - Os substitutos dos juízes dos tribunais eleitorais
b) Tribunais Regionais Federais; Juízes Federais. serão escolhidos juntamente com os titulares, pelo
c) Tribunais e Juízes do Trabalho; Tribunais e Juízes mesmo processo e em número igual para cada ca-
Eleitorais. tegoria.
d) Tribunal de Contas da União e Tribunais de Impos- III - As Juntas Eleitorais serão compostas por 3 ou 5
tos e Taxas estaduais. membros, os quais, por eleição e pelo voto secreto,
e) Tribunais e Juízes Militares; Tribunais e Juízes dos escolherão seu presidente.
Estados e do Distrito Federal e Territórios.
Está correto o que se afirma APENAS em:
02. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão de a) I e II
7 Juízes, sendo : b) I e III
a) 2 eleitos por voto secreto, 2 escolhidos pelo respec- c) II e III
tivo Tribunal Regional Federal, 2 pelo Tribunal Supe- d) I
rior Eleitoral e 1 nomeado pelo Presidente da Repú- e) III
blica.
b) 3 eleitos por voto secreto, 3 escolhidos pelo respec-
tivo Tribunal Regional Federal e 1 nomeado pelo Pre-
sidente da República.
c) 3 eleitos por voto do Plenário, 2 escolhidos pelo res-
pectivo Tribunal Regional Federal e 2 nomeados pelo
Presidente da República.
d) 4 eleitos por voto secreto, 1 escolhido pelo respecti-
vo Tribunal Regional Federal e 2 nomeados pelo Pre-
sidente da República.
e) 4 escolhidos pelos votos das Turmas, 2 escolhidos
pelo Tribunal Superior Eleitoral e 1 nomeado pelo
Presidente da República.

03. Os Juízes gozam de prerrogativas e vedações cosn-


titucionais, dentre elas:
a) não podem exercer, ainda que em disponibilidade,
qualquer outro cargo ou função, em virtude do princi-
pio de declaração exclusiva à magistratura.
b) absoluta inamovibilidade, em qualquer sutuação, e
irredutibilidade de vencimento, quando integra a Jus-
tiça Eleitoral.
c) a vitaliciedade, sendo certo que, no primeiro grau só
será adquirida após 2 anos de exercício dependen-
do a perda do cargo, após esse período, de senten-
ça judicial transitada em julgado.
d) podem dedicar-se à atividade político-partidária, des-
de que não integrem ou venham a integrar a Justiça
Eleitoral e que a opção política tenha sido comunica-
da ao Tribunal de Justiça.
e) não podem receber, a qualquer título ou pretexto, per-
centagens ou participação em processo, salvo as
custas processuais que lhe forem destinadas pela
lei.

04. Na composição dos Tribunais Regionais Eleitorais,


prevista na Constituição Federal:
a) todos os membros são provenientes da Justiça Fe-
deral e dos quadros do Ministério Público.
b) há membros provenientes da Justiça Estadual, da
Justiça Federal e dos quadros da Advocacia.
c) há membros provenientes dos quadros do Ministé- GABARITO
rio Público e da Advocacia.
d) todos os membros são provenientes da Justiça Fe- 01. D 02. D 03. C 04. B 05. A
deral.

166
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO

AGENTES PÚBLICOS ................................................................................. 168

LEI Nº 8112/90 .............................................................................................. 178

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................................ 198

ATO ADMINISTRATIVO ................................................................................. 205

167
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural

AGENTES PÚBLICOS
1. CONCEITOS investido da necessária parcela de poder público para o
São todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou desempenho de suas atribuições. O poder administrati-
transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. vo, portanto, é atribuído à autoridade para remover os
São todos aqueles que, de alguma forma, prestam um interesses particulares que se opõem ao interesse pú-
serviço público. Dividem-se em: blico. Nessas condições, o poder de agir se converte no
dever de agir.
Agentes políticos
São aqueles que ocupam os primeiros escalões do go- Poder - dever de agir
verno, investidos em cargos, funções, mandatos ou co- Se para o particular o poder de agir é uma faculdade,
missões, por nomeação, eleição, designação ou dele- para o administrador público é uma obrigação de atuar,
gação para o exercício de atribuições constitucionais. desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em be-
Desempenham atribuições estabelecidas na Constitui- nefício da comunidade. É um poder insuscetível de re-
ção e em leis especiais, não são servidores públicos e, núncia pelo seu titular, até porque tal atitude importaria
portanto, não se sujeitam a um regime jurídico. São as fazer liberalidade com o direito alheio, e o Poder Público
autoridades públicas e supremas do Governo e da Ad- não é, nem pode ser, instrumento de cortesias adminis-
ministração na área de sua atuação, pois não estão hie- trativas.
rarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites
constitucionais e legais de jurisdição. Ex: Chefes do Exe- Dever de eficiência
cutivo e seus auxiliares imediatos, membros das Cor- É o que se impõe a todo agente público de realizar suas
porações Legislativas, membros do Poder Judiciário, do atribuições com presteza, perfeição e rendimento funci-
Ministério Público, dos Tribunais de Contas, os repre- onal, correspondendo ao dever de boa administração. A
sentantes diplomáticos etc. eficiência funcional é, pois, considerada em sentido
amplo, abrangendo não só a produtividade do exercente
Agentes administrativos do cargo ou da função, como a perfeição do trabalho e
São todos aqueles que se vinculam ao Estado ou às sua adequação técnica aos fins visados pela Adminis-
suas entidades autárquicas e fundacionais por relações tração.
profissionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regi-
me jurídico único da entidade estatal a que servem. São Dever de probidade
investidos a título de emprego e com retribuição pecuni- Está constitucionalmente integrado na conduta do ad-
ária, incluindo-se nessa categoria os dirigentes de enti- ministrador público como elemento necessário à legiti-
dades paraestatais. São unicamente servidores públi- midade de seus atos; quando o ato administrativo for
cos, com maior ou menor hierarquia, sujeitos a um regi- praticado com lesão aos bens e interesses públicos tam-
me jurídico e a hierarquia funcional. bém fica sujeito à invalidação pela própria Administra-
ção ou pelo Poder Judiciário, por vício de improbidade,
Agentes honoríficos que é uma ilegitimidade como as demais que nulificam
São cidadãos convocados, designados ou nomeados a conduta do administrador público.
para prestar, transitoriamente, determinados serviços ao
Estado, em razão de sua condição cívica, de sua hono- O uso e abuso de poder
rabilidade ou de sua notória capacidade profissional, A Administração deve obediência à lei em todas as suas
mas sem qualquer vínculo empregatício ou estatutário manifestações, e até mesmo nas chamadas atividades
e, normalmente, sem remuneração. Tais serviços cons- discricionárias, o administrador público fica sujeito às
tituem o chamado múnus público, como, por exemplo, prescrições legais quanto à competência, finalidade e
jurado, mesário eleitoral, comissário de menores etc. forma, só se movendo com liberdade na estreita faixa da
conveniência e oportunidade administrativas.
Agentes delegados a) Uso do Poder - é prerrogativa da autoridade que deve
São particulares que recebem a incumbência da execu- ser usado normalmente sem abuso, empregando-o
ção de determinada atividade, obra ou serviço público, e o segundo as normas legais, a moral da instituição, a
realizam em nome próprio, por sua conta e risco, mas finalidade do ato e as exigências do interesse públi-
segundo as normas do Estado e sob a permanente fisca- co. Abusar de poder é empregá-lo fora da lei, sem
lização do delegante. Esses agentes não são servidores utilidade pública, daí porque todo ato abusivo é nulo,
públicos, nem honoríficos, nem representantes do Esta- por excesso ou desvio de poder.
do. Nessa categoria encontram-se os concessionários e b) Abuso do poder - ocorre quando a autoridade, embo-
permissionários de obras e serviços públicos, os serven- ra competente para praticar o ato, ultrapassa os limi-
tuários de ofícios ou cartórios não estatizados, os leiloei- tes de suas atribuições ou se desvia das finalidades
ros, os tradutores e intérpretes públicos, as demais pes- administrativas. É sempre uma ilegalidade invalida-
soas que recebem delegação para a prática de alguma dora do ato que o contém. O abuso de poder tanto
atividade estatal ou serviço de interesse coletivo. pode revestir a forma comissiva como a omissiva,
porque ambas são capazes de afrontar a lei e causar
2. OS PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚ- lesão a direito individual do administrado. Para seu
BLICO combate temos o mandado de segurança (art. 5o,
São os encargos daqueles que geram bens e interes- inc. LXIX da CF), cabível contra ato de qualquer auto-
ses da comunidade, expressos em lei, bem como os ridade. O gênero abuso de poder ou abuso de auto-
impostos pela moral administrativa e os exigidos pelo ridade reparte-se em duas espécies bem caracteri-
interesse da coletividade. Cada agente administrativo é zadas: o excesso de poder e o desvio de finalidade.

168
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
c) Excesso de poder - ocorre quando a autoridade, Desde a Constituição de 1967 os concursos públicos
embora competente para praticar o ato, vai além do só podem ser de provas ou de provas e títulos, ficando,
permitido e exorbita no uso de suas faculdades ad- assim, afastada a possibilidade de seleção com base
ministrativas, excedendo sua competência legal e, unicamente em títulos, como ocorria na vigência da Cons-
com isso, invalidando o ato. O excesso de poder tor- tituição de 1946.
na o ato arbitrário, ilícito e nulo, caracterizando-se tanto A Administração é livre para estabelecer as bases do
pelo descumprimento frontal da lei, quando a autori- concurso e os critérios de julgamento, desde que o faça
dade age claramente além de sua competência, como com igualdade para todos os candidatos, podendo, a
também quando ela contorna dissimuladamente as todo tempo, alterar as condições e requisitos de admis-
limitações da lei, para arrogar-se poderes que não são dos concorrentes, para melhor atendimento do inte-
lhe são atribuídos legalmente. resse público. Mesmo inscritos, os candidatos não ad-
d) Desvio de finalidade - ou desvio de poder - verifica-se quirem direito à realização do concurso na época e con-
quando a autoridade, embora atuando nos limites de dições inicialmente estabelecidas pela Administração,
sua competência, pratica o ato por motivos ou com pois os concorrentes têm apenas uma expectativa de
fins diversos dos objetivados pela lei ou exigidos pelo direito, que não obriga a Administração a realizar as pro-
interesse público. É uma violação ideológica e moral vas prometidas, em face do princípio da supremacia do
da lei, colimando o administrador público fins não interesse público.
queridos pelo legislador, ou utilizando motivos e mei- Para o acesso a cargo, emprego ou função o interessa-
os imorais para a prática de um ato administrativo do terá que satisfazer os requisitos estabelecidos em
aparentemente legal. Por exemplo, quando a autori- lei. A lei responsável pela instituição desses requisitos é
dade pública decreta uma desapropriação alegando a da entidade política titular do cargo, emprego ou fun-
utilidade pública, mas visando, na realidade, satisfa- ção pública que se deseja preencher, dada a autonomia
zer interesse pessoal próprio ou favorecer algum que se lhe assegura nessa matéria. O estatuto da Lei n.
particular com a subseqüente transferência do bem 8.112/90 estabelece em seu artigo 5º os requisitos bási-
expropriado; ou quando outorga uma permissão sem cos para a investidura em cargo público federal: a nacio-
interesse coletivo; ou quando classifica um concor- nalidade brasileira, o gozo dos direitos políticos, a quita-
rente por favoritismo, sem atender aos fins objetiva- ção com as obrigações militares e eleitorais, o nível de
dos pela licitação. escolaridade exigido para o exercício do cargo, a idade
mínima de dezoito anos, aptidão física e mental.
3. CONCURSO PÚBLICO Nos termos do artigo 37, II da Constituição Federal: “a
É o meio técnico posto à disposição da Administração investidura em cargo ou emprego público depende de
Pública para obter-se moralidade, eficiência e aperfeiço- aprovação em concurso de provas ou provas e títulos, de
amento do serviço público e, ao mesmo tempo, propiciar acordo com a natureza e complexidade do cargo ou
igual oportunidade a todos os interessados que aten- emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as no-
dam aos requisitos da lei. O concurso, por se destinar a meações para cargos em comissão declarado em lei de
prover cargos, somente pode ser instaurado se existen- livre nomeação e exoneração.”
te o cargo e, ainda assim, se estiver vago. A Constituição Federal é intransigente em relação à im-
Os cargos, empregos e funções públicas são acessí- posição à efetividade do princípio constitucional do con-
veis aos brasileiros, natos ou naturalizados, aos portu- curso público, como regra a todas as admissões da
gueses equiparados que preencham os requisitos es- Administração Pública, consistindo, portanto, pressupos-
tabelecidos em lei e, desde a promulgação da Emenda to de validez da admissão de pessoal não apenas pela
Constitucional n. 19, de 04.06.98, aos estrangeiros, na administração direta, mas também pelas entidades da
forma da lei, sendo vedada qualquer possibilidade de administração indireta. Assim, apesar de o regime de
discriminação abusiva, que desrespeite o princípio da pessoal das entidades paraestatais ser o mesmo dos
igualdade, por flagrante inconstitucionalidade. Assim, “os empregados de empresas privadas, sujeitos à CLT, às
cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos normas acidentárias e à justiça trabalhista (art.114, CF),
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos permanece a obrigatoriedade do postulado do concurso
em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.” público, mesmo para as empresas que exerçam ativida-
A Reforma Administrativa (EC 19/98) seguiu, portanto, a des econômicas, salvo, logicamente, para os cargos ou
tendência iniciada com a EC 11/96, que facultou às uni- funções de confiança, por serem instrumentos de reali-
versidades contratar professores, técnicos e cientistas zação concreta dos princípios constitucionais da isono-
estrangeiros, na forma da lei. mia e da impessoalidade.
Entende-se que se trata de lei de cada entidade da fede- O próprio inciso II do artigo 37 prevê uma das exceções
ração, já que a matéria relacionada a servidor público constitucionais à obrigatoriedade do concurso público,
não é reservada à competência privativa da União. O dis- ressalvando as nomeações para cargo em comissão
positivo constitucional não é auto-aplicável, dependen- declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Essa
do de lei que estabeleça as condições de ingresso do exceção constitucional exige que a lei determine expres-
estrangeiro. Portanto, o acesso de estrangeiros aos car- samente quais as funções de confiança e os cargos de
gos, empregos e funções públicas não ocorrerá imedia- confiança que poderão ser providos por pessoas estra-
tamente a partir da EC 19/98, por tratar-se de norma cons- nhas ao funcionalismo público e sem a necessidade do
titucional de eficácia limitada à edição de lei, que esta- concurso público, não sendo permitido à legislação in-
belecerá a necessária forma. Essa lei, logicamente, não fraconstitucional estabelecer outras formas diferencia-
poderá estabelecer diferenciações arbitrárias e abusi- das de acesso a cargos e funções públicas.
vas, privilegiando determinados estrangeiros em detri- A previsão legal para cargos em comissão declarados
mento de outros, tão-somente em razão do país de ori- de livre nomeação e exoneração é de iniciativa do Chefe
gem, assim como aplica-se igualmente aos estrangei- do Poder Executivo respectivo e deve, obrigatoriamente,
ros residentes ou não no país. respeitar a existência de vínculo de confiança entre a

169
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
função a ser realizada e autoridade nomeante, pois nas Nos termos do § 2o do artigo 5o da Lei no 8.112/90 “Às
demais hipóteses deverão ser realizados concursos pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direi-
públicos, sob pena de inconstitucionalidade. to de se inscrever em concurso público para provimento
Nos termos do inciso V do artigo 37 da CF: “as funções de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a
de confiança, exercidas exclusivamente por servidores deficiência de que são portadoras; para tais pessoas se-
ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a rão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas ofe-
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, recidas no concurso.”
condições e percentuais mínimos previstos em lei, desti-
nam-se apenas às atribuições de direção, chefia e as- 6. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL IN-
sessoramento.” O teor exato do dispositivo busca limitar TERESSE PÚBLICO
as funções de confiança, bem como os cargos em co- Nos termos do inciso IX do art. 37 da CF “a lei estabele-
missão às atribuições de direção, chefia e assessora- cerá os casos de contratação por tempo determinado
mento, inibindo que pessoas estranhas à Administra- para atender a necessidade temporária de excepcional
ção viessem a nela ocupar funções sem prévia aprova- interesse público”. O texto constitucional permite a con-
ção em concurso público. tratação temporária sem concurso, desde que atendi-
dos os três requisitos obrigatórios para essa exceção:
4. PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO a) excepcional interesse público; b) temporariedade da
Conforme disposição do inciso III do artigo 37 da CF, “o contratação; c) hipóteses expressamente previstas em
prazo de validade do concurso público será de até dois lei. Haverá flagrante desvio inconstitucional dessa exce-
anos, prorrogável uma vez, por igual período.” A fixação ção se a contratação temporária tiver como finalidade o
do prazo de validade do concurso é ato discricionário da atendimento de necessidade permanente da Adminis-
Administração Pública, que poderá escolher o prazo em tração Pública. Impossível a contratação temporária por
função de conveniência administrativa. Da mesma for- tempo determinado, ou de suas sucessivas renovações,
ma, discricionariamente, poderá decidir sobre a prorro- para atender a necessidade permanente, em face do
gação ou não do prazo de validade. Entretanto, se deci- evidente desrespeito ao preceito constitucional que con-
dir pela prorrogação, o prazo estará previamente defini- sagra a obrigatoriedade do concurso público. A lei men-
do, pois é ato vinculado que não permite a escolha do cionada no dispositivo constitucional é a lei editada pela
prazo de prorrogação. Igual período não pode ser outro, entidade contratadora, ou seja, lei federal, estadual, dis-
diferente do que fora fixado e, portanto, significa o mes- trital ou municipal, conforme a respectiva competência
mo que inicialmente fora estabelecido a título de valida- legislativa constitucional. Na esfera federal, a contrata-
de do concurso. Durante esse prazo improrrogável pre- ção temporária está disciplinada pela Lei n o 8.745, de
visto no edital de convocação, aquele aprovado em con- 09.12.93, alterada pela Lei no 9.849, de 26.10.99.
curso público de provas ou de provas e títulos será con-
vocado com prioridade sobre novos concursados para 7. SERVIDORES PÚBLICOS
assumir cargo ou emprego, na carreira. O prazo de vali- São as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado
dade do concurso público será contado da homologa- e às entidades da Administração indireta, com vínculo
ção, e nele a Administração deverá nomear os candida- empregatício e mediante remuneração paga pelos co-
tos aprovados. fres públicos.
A aprovação no concurso não gera direito absoluto à no- Na vigência da Constituição anterior, utilizava-se a ex-
meação, pois que continua o aprovado com simples ex- pressão funcionário público para designar o atual servi-
pectativa de direito à investidura no cargo ou emprego dor estatutário. Essa expressão ainda é encontrada nas
disputado. Uma vez expirado o prazo de validade do con- leis anteriores à Carta Constitucional de 1988, como por
curso, entretanto, a expectativa de direito dos aprovados exemplo, a Lei no 10.261/68, que dispõe sobre o Estatu-
desfaz-se, permitindo-se, inclusive, a abertura de novo to dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São
concurso, pois inexiste direito à nomeação para os candi- Paulo, e o Código Penal, que nos artigos 312/327 esta-
datos classificados em concurso cujo prazo extinguiu-se. belece sobre os crimes praticados por funcionários pú-
A norma constitucional considera absolutamente essen- blicos contra a Administração Pública.
cial o respeito à ordem classificatória para nomeação A Constituição de 1988 substituiu a expressão funcioná-
decorrente de concurso público; o desrespeito a ela acar- rio público por servidor público e previu na redação origi-
retará a nulidade do ato. nal do artigo 39 regime jurídico único para os servidores
da Administração direta, autarquias e fundações públi-
5. PERCENTUAL DE VAGAS PARA PESSOAS PORTADO- cas. Entretanto, a partir da EC 19/98, a exigência deixou
RAS DE DEFICIÊNCIA de existir, de modo que cada esfera governamental po-
“(...) a lei reservará percentual dos cargos e empregos derá instituir o regime estatutário ou o contratual, com
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e possibilidade de conviverem os dois regimes na mes-
definirá os critérios de sua admissão” (inc. VIII do art. 37 ma entidade ou órgão, não havendo necessidade de
da CF). A reserva de percentual a deficientes físicos é que o mesmo regime adotado para a Administração di-
obrigatoriedade constitucional, não se submetendo à reta seja igual para as autarquias e fundações públicas.
discricionariedade da Administração Pública e aplican- Na definição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, os servi-
do-se a todos os Poderes da República, independente dores públicos compreendem: a) servidores estatutári-
de quem seja o ente federativo. os, sujeitos ao regime estatutário e ocupantes de car-
A reserva de percentual mínimo para os portadores de gos públicos; b) os empregados públicos, contratados
deficiência não os exime da obrigatoriedade constitucio- sob o regime da legislação trabalhista e ocupantes de
nal do concurso público; aprovados em concurso de pro- emprego público; c) os servidores temporários, contra-
vas ou provas e títulos, terão direito à regular convoca- tados por tempo determinado para atender necessida-
ção, seguindo-se a lista classificatória entre os portado- de temporária de excepcional interesse público, que exer-
res de deficiência. cem função sem estarem vinculados a cargo ou empre-
go público.

170
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
8. CARGO PÚBLICO Cargo técnico - é o que exige conhecimentos profissio-
“É a denominação dada à mais simples unidade de po- nais especializados para seu desempenho, dada a na-
deres e deveres estatais a serem expressos por um agen- tureza científica ou artística das funções que encerra.
te” (Celso Antonio Bandeira de Mello). Para Hely Lopes Cargo em comissão - é o que só admite provimento em
Meirelles “é o lugar instituído na organização do serviço caráter provisório, destinando-se às funções de confian-
público, com denominação própria, atribuições e res- ça dos superiores hierárquicos. A instituição de tais car-
ponsabilidades específicas e estipêndio corresponden- gos é permanente, mas seu desempenho é sempre pre-
te, para ser provido e exercido por um titular, na forma cário, pois quem os exerce não adquire direito à conti-
estabelecida em lei.” Nos termos do artigo 3º da Lei n. nuidade na função.
8.112/90 “é o conjunto de atribuições e responsabilida- Cargo de chefia - é o que se destina à direção de serviços,
des previstas na estrutura organizacional que devem ser podendo ser de carreira ou isolado, de provimento efetivo
cometidas a um servidor.” ou em comissão, dependendo da lei que o instituir.
Lotação - é o número de servidores que devem ter exer-
9. EMPREGO PÚBLICO cício em cada repartição ou serviço, constituindo-se a
É o vínculo contratual que liga o servidor ao Estado, sob lotação e a relotação em prerrogativas do Executivo, con-
a regência da CLT, com individualidade própria, definida tra as quais não se podem opor os servidores, desde
em lei. que feitas na forma estatutária, pois entende-se amplo e
discricionário o poder de movimentação dos servidores,
10. FUNÇÃO PÚBLICA por ato do Executivo, no interesse do serviço, dentro do
É o conjunto de atribuições às quais não corresponde um quadro a que pertencem.
cargo ou emprego e que a Administração confere a cada
categoria profissional ou comete individualmente a deter- 12. DISPONIBILIDADE
minados servidores para a execução de serviços eventu- É garantia de inatividade remunerada, assegurada ao
ais. Nos termos da atual Constituição Federal só é exigi- servidor estável, em caso de ser extinto o cargo ou de-
do o concurso público para investidura em cargo ou em- clarada a sua desnecessidade. Nos termos da EC 19/
prego; nos casos de função a exigência não existe porque 98, a disponibilidade dar-se-á com remuneração pro-
os que a exercem ou são contratados temporariamente porcional ao tempo de serviço.
com base no artigo 37, inc. IX, ou são ocupantes de fun-
ções de confiança, de livre provimento e exoneração. 13. PROVIMENTO DE CARGOS
Todo cargo tem função, mas pode haver função sem car- É ato de designação de uma pessoa através do qual é
go. As funções do cargo são definitivas e as funções investido no exercício do cargo, emprego ou função. O
autônomas são provisórias, em face da transitoriedade provimento pode ser:
do serviço que visam atender. Por essa razão, as fun- a) originário - ou inicial, quando se faz através de no-
ções permanentes da Administração devem ser desem- meação ou contratação, dependendo do regime jurí-
penhadas pelos titulares de cargos e as transitórias por dico de que se trate, vinculando inicialmente o servi-
servidores contratados temporariamente. Os servidores dor ao cargo, emprego ou função e pressupondo a
podem adquirir estabilidade nos cargos, mas jamais nas inexistência de vinculação entre a situação de servi-
funções. ço anterior do nomeado e o preenchimento do cargo;
b) derivado, é sempre uma alteração na situação de
11. DEFINIÇÕES serviço do provido, pois depende de um vínculo ante-
Segundo doutrina de Hely Lopes Meirelles, os cargos rior do servidor com a Administração.
distribuem-se em classes e carreiras, e excepcionalmen- Em decorrência do artigo 37, inc. II da CF, qualquer in-
te criam-se isolados. Assim: vestidura em carreira diversa daquela em que o servidor
Classe - é o agrupamento de cargos da mesma profis- ingressou por concurso é, atualmente, vedada.
são, com idênticas atribuições, responsabilidades e ven-
cimentos. Quanto à sua durabilidade, o provimento dos cargos pode
Carreira - é o agrupamento de classes da mesma pro- ser classificado em:
fissão ou atividade, escalonadas segundo a hierarquia a) Provimento efetivo - ocorre mediante nomeação por
do serviço, para acesso privativo dos titulares dos car- concurso público, assegurando ao servidor, após três
gos que a integram. O conjunto de carreiras e de cargos anos de exercício, o direito de permanência no car-
isolados constitui o quadro permanente do serviço dos go, do qual só pode ser destituído por processo ad-
diversos Poderes e órgãos da Administração Pública. As ministrativo ou por sentença judicial, em que lhe seja
carreiras iniciam-se e terminam nos respectivos qua- assegurado o direito sagrado do contraditório e da
dros. ampla defesa.
Quadro - é o conjunto de carreiras, cargos isolados e b) Provimento vitalício - ocorre mediante nomeação,
funções gratificadas de um mesmo serviço, órgão ou assegurando ao servidor o direito à permanência no
Poder, podendo ser permanente ou provisório, não ad- cargo, do qual só poderá ser destituído mediante
mitindo promoção ou acesso de um para outro. sentença judicial. Esses cargos estão previstos na
Cargo de carreira - é o que se escalona em classes, Constituição Federal para os membros da Magistra-
para acesso privativo de seus titulares, até o da mais tura (art. 95,inc.I), do Tribunal de Contas (art.73, § 3o)
alta hierarquia profissional. e do Ministério Público (art.128, § 5o, a). Nem sempre
Cargo isolado - é o que não se escalona em classes, se dá pela aprovação em concurso público, pois o
por ser o único na sua categoria, constituindo exceção artigo 94 da CF admite a nomeação de juízes nos
no funcionalismo em face da hierarquia administrativa Tribunais pelo quinto constitucional.
c) Provimento em comissão - ocorre mediante livre
exigir escalonamento das funções para aprimoramento
nomeação para cargo público, independentemente
do serviço e estímulo aos servidores, através da promo-
de concurso e em caráter transitório, nos cargos em
ção vertical. que a lei declara.

171
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
Nos termos do artigo 8o da Lei no 8.112/90, são formas sim dispensa sem caráter sancionador. A exoneração
de provimento de cargo público: de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofí-
1- Nomeação - é a forma original do provimento do cargo cio. A exoneração de ofício dar-se-á quando não satisfei-
público. É ato jurídico pelo qual se atribui individualmen- tas as condições do estágio probatório ou quando, tendo
te, ao nomeado, certa situação jurídica estatutária, ge- tomado posse, o servidor não entrar em exercício no pra-
ral, impessoal e abstrata. zo estabelecido (art. 34 da Lei no 8.112/90). A exoneração
2 - Promoção - é o movimento ascendente do servidor, de cargo em comissão e a dispensa de função de confi-
dentro do quadro, pela ascensão à classe superior na ança dar-se-ão a juízo da autoridade competente ou a
carreira, com simples melhoria de vencimentos. Trata- pedido do próprio servidor (art. 35 da Lei no 8.112/90).
se de movimentação, sem aumento de responsabilida-
de, com melhoria do vencimento e decorre pelos anos 16. POSSE E EXERCÍCIO
no cargo, quer pelo critério do merecimento, quer pela A posse é provimento inicial e autônomo, ou seja, é a
antigüidade. investidura em cargo público. É ato solene mediante o
3 - Readaptação - é a investidura do servidor em cargo qual alguém é investido nas funções do cargo ou em-
de atribuições e responsabilidades compatíveis com a prego para que foi nomeado e entra em gozo dos direi-
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou tos e vantagens atribuídos; é autenticado por meio de
mental e é sempre decorrente de decisão de junta médi- um termo. A posse torna a nomeação plenamente eficaz
ca do serviço público. e irrevogável, passando a gerar direitos e obrigações. A
4 - Reversão - é o reingresso do aposentado ao serviço, posse poderá dar-se mediante procuração com pode-
por não mais subsistirem as razões que lhe determina- res específicos, não servindo qualquer outro instrumen-
ram a aposentadoria por invalidez. Será feita no mesmo to, mesmo que procuração de amplos e gerais poderes.
cargo ou no cargo que ocupava e que resultou outro car- Nos termos do § 1o do artigo 12 da Lei no 8.112/90, a
go pela transformação. Não será possível a reversão do posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da pu-
aposentado compulsoriamente. Na hipótese de se en- blicação do ato de provimento de nomeação, pois não
contrar provido o cargo do reversivo, este deverá exercer há posse para as outras formas de provimento. Entre-
suas funções como excedente, até que ocorra vaga. tanto, se a posse não ocorrer dentro do prazo legal, a
5 - Aproveitamento - é o reingresso, no serviço público, conseqüência jurídica é que o provimento de nomeação
do funcionário em disponibilidade, quando haja cargo perderá o seu efeito. Além de depender de inspeção
vago de natureza e vencimento compatíveis com o ante- médica oficial, no ato de posse deverá ser apresentada
riormente ocupado. O aproveitamento do servidor em a declaração de bens e valores que constituem o patri-
disponibilidade é obrigatório, inexistindo possibilidade mônio do servidor, bem como declaração quanto ao exer-
deste não aceitar o seu aproveitamento, pois se isso cício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
fosse possível, a disponibilidade estaria sendo transfor- O exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
mada num tipo de aposentadoria, o que redundaria em cargo ou da função de confiança. É o ato decorrente da
capciosa forma de se obter um direito, quando, na reali- posse, através do qual o servidor passa a desempenhar
dade, a disponibilidade, ao invés de ser vista como be- suas atribuições, adquirindo direito às vantagens decor-
nefício, deve ser cuidadosamente verificada como ga- rentes da contraprestação pecuniária que lhe passa a
rantia do servidor. ser devida pelo Estado. O prazo para o servidor empos-
6 - Reintegração - é o reingresso do servidor estável sado entrar em exercício é de quinze dias, contados da
demitido, quando seja invalidada a sua demissão por data da posse, sob pena de exoneração do cargo ou
decisão administrativa ou judicial, sendo-lhe assegura- perda do efeito do ato de designação para função de
do ressarcimento das vantagens ligadas ao cargo. En- confiança.
contrando-se ocupado o cargo, o eventual ocupante será
reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indeniza- 17. ESTABILIDADE
ção, aproveitado em outro cargo, se já era servidor ante- É um atributo pessoal do servidor. Não se confunde com
riormente, ou posto em disponibilidade. Na hipótese de efetividade, uma vez que esta é atribuição do cargo, é
extinção do cargo, o servidor reintegrado ficará em dis- característica da nomeação. No entanto, a efetividade é
ponibilidade. um pressuposto necessário da estabilidade, que deve
7- Recondução - é o retorno do servidor estável ao cargo ser declarada no decreto de nomeação bem como no
anteriormente ocupado e decorrerá da inabilitação em respectivo título. A efetividade é característica do provi-
estágio probatório ou pela reintegração do anterior ocu- mento de certos cargos, razão pela qual a estabilidade
pante. Quando o reconduzido encontrar seu cargo ocu- não é no cargo mas no serviço público, em qualquer
pado, será aproveitado em outro ou posto em disponibi- cargo equivalente ao da nomeação efetiva. Segundo Hely
lidade remunerada. Lopes Meirelles, “Estabilidade é a garantia constitucio-
nal de permanência no serviço público outorgada ao
14. VACÂNCIA DO CARGO PÚBLICO servidor que, nomeado por concurso em caráter efetivo,
É o ato através do qual o servidor é destituído do cargo, tenha transposto o estágio probatório.”
emprego ou função. Conforme artigo 33 da Lei no 8.112/ A Administração Pública possui dois tipos de servidores
90, a vacância do cargo público decorrerá de: exonera- estáveis: os que foram nomeados por concurso público
ção, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria, e cumpriram estágio probatório e os que adquiriram a
posse em outro cargo inacomodável e falecimento. estabilidade excepcional, independente de concurso, em
decorrência de benefícios concedidos pelas várias Cons-
15. EXONERAÇÃO E DEMISSÃO tituições. As duas categorias têm igual garantia de per-
São formas de desligamento do serviço público. A de- manência no serviço público: só podem perder seus
missão é penalidade aplicada ao servidor que cometeu cargos, empregos ou funções por sentença judicial tran-
infração funcional, nos casos previstos no artigo 132 da sitada em julgado ou processo administrativo em que
Lei n o 8.112/90. A exoneração não é penalidade, mas tenham assegurada ampla defesa.

172
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
Por força da Emenda Constitucional no 19/98 ocorreram Todavia, cumpre ressaltar que jamais houve, na doutri-
diversas alterações no instituto da estabilidade. Senão, na ou na jurisprudência, confusão entre estágio proba-
vejamos: tório e aquisição de estabilidade.
1 - conforme art. 41, caput, a estabilidade só se adquire Antes da EC 19/98, a estabilidade era um atributo do
após três anos de efetivo exercício, ressalvado, para os servidor ocupante de cargo efetivo, de natureza objetiva,
que já eram servidores na data da promulgação da Emen- que se aperfeiçoava com o decurso do período de dois
da, o direito a adquirirem estabilidade no prazo de dois anos sem a exoneração do servidor, considerando-se,
anos; então, adquirida a estabilidade. Nos termos do § 4o do
2 - foram criadas mais duas hipóteses de perda do car- artigo 41 da Constituição Republicana, introduzido pela
go pelo servidor estável: uma que ocorrerá mediante o EC 19/98, a aquisição objetiva da estabilidade não mais
“procedimento administrativo de avaliação de desem- pode subsistir, pois a condição para sua aquisição é a
penho, na forma da lei complementar, assegurada am- submissão do servidor a uma avaliação especial de
pla defesa” (art. 41, § 1o, III) e outra que ocorrerá se não desempenho feita por comissão instituída para esse fim.
for cumprido o limite com despesa de pessoal, prevista Portanto, não mais sendo possível a aquisição da esta-
no artigo 169, § 4o, disciplinado pela Lei Complementar bilidade pelo simples decurso do prazo de dois anos,
n. 96, de 31.05.99; não mais se pode admitir que a aquisição da estabilida-
3 - nos termos do artigo 41, caput, tornou expresso que a de seja um fato jurídico objetivo. Ao contrário, depende
estabilidade só beneficia os servidores nomeados para subjetivamente dessa aprovação na avaliação de de-
cargo de provimento efetivo. Com isso, fez cessar o en- sempenho.
tendimento defendido por alguns doutrinadores de que O estágio probatório tem por finalidade avaliar a aptidão
os servidores celetistas, sendo contratados mediante do servidor para o exercício de determinado cargo. As-
concurso público, também faziam jus ao benefício; sim, aprovado em concurso e empossado no novo car-
4 - inclui na Constituição o artigo 247, estabelecendo go, o servidor terá de submeter-se obrigatoriamente à
que as “leis previstas no inciso III do § 1o do artigo 41 e avaliação do estágio probatório. O tempo de serviço pres-
no §7o do artigo 169 estabelecerão critérios e garantias tado em outras esferas de governo é irrelevante, até por-
especiais para a perda do cargo pelo servidor público que, inabilitado em estágio probatório, poderá o servidor
estável que, em decorrência das atribuições de seu car- ser reconduzido ao cargo que anteriormente ocupava.
go efetivo, desenvolva atividades exclusivas de Estado”. Pouco importa se o servidor ingressou no novo cargo
estável ou não. A estabilidade existe pelo ingresso no
18. ESTÁGIO PROBATÓRIO serviço público, ao passo que o estágio probatório é a
É o período de exercício durante o qual é observada pela avaliação em cada cargo que o servidor ingressou, o
administração Pública a conveniência ou não da perma- que vale dizer, que o servidor estável pode ser conside-
nência do servidor no serviço público, mediante a verifi- rado inapto para o exercício do novo cargo em que haja
cação dos requisitos estabelecidos no artigo 20 da Lei tomado posse.
no 8.112/90, a saber: assiduidade, disciplina, capacida- Não há, portanto, impedimento para que os prazos para
de de iniciativa, produtividade e responsabilidade. São a aquisição da estabilidade e o período de duração do
requisitos subjetivos que exigem a presença do servidor estágio probatório sejam coincidentes, embora tradicio-
no serviço público para sua apuração. Segundo esse nalmente coincidissem, o que não cria o obrigatorieda-
mesmo artigo, o prazo de avaliação será de 24 meses; de lógica para que assim o seja.
não aprovado, o servidor será exonerado ou, se estável, A confusão que alguns estudiosos traçaram reside em
reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. dois fatores: o primeiro, um tanto quanto curioso, é de
Com a Emenda Constitucional 19/98 traçou-se uma po- que no endereço eletrônico da Presidência da Repúbli-
lêmica sobre o instituto da estabilidade e do estágio pro- ca (www.planalto.gov.br) o texto atualizado da Lei no 8.112/
batório, no sentido da denominada “Reforma Adminis- 90 traz uma afirmação categórica de que o período do
trativa” haver alterado ou não o período de duração do estágio probatório passou a ser de 36 meses por força
estágio probatório para 36 meses. A dúvida surgiu em da EC 19/98. Muitas obras, inadequadamente, segui-
face de, após, promulgada a citada EC, o prazo para ram o texto exposto nesse endereço eletrônico, até mes-
aquisição da estabilidade passou a ser de três anos de mo pela sua superficial idoneidade. O segundo fator é
efetivo exercício em cargo de provimento efetivo, e não que o artigo 28 da EC 19/98 estabeleceu uma regra de
mais de dois anos, como era antes. A estabilidade, como transição para a aquisição da estabilidade, dispondo
se sabe, é garantia constitucional e não deve ser con- que “É assegurado o prazo de 2 (dois) anos de efetivo
fundida com estágio probatório, uma vez que não existe exercício para aquisição da estabilidade aos atuais ser-
previsão expressa desse instituto no comando constitu- vidores em estágio probatório, sem prejuízo da avalia-
cional, pois este é figura jurídica criada por lei ordinária. ção a que se refere o § 4o do art. 41 da Constituição
A confusão se estabeleceu porque, no texto original da Federal.”
Carta Política, a estabilidade era adquirida em dois anos. Pacificando a confusão, a Consultoria Jurídica do Minis-
Parecia lógico, então, que o prazo de duração do estágio tério do Planejamento, Orçamento e Gestão exarou o
probatório, determinado no artigo 20 da Lei no 8.112/90 Parecer/MP/Conjur/IC no 0868-2.6/2001 dispondo em seu
fosse também de dois anos. Ocorre que a lei não fala item 8: “Desta forma, pode-se inferir que o constituinte
em dois anos mas, sim em vinte e quatro meses, o que não atrelou o período de três (3) anos de efetivo exercí-
não significa necessariamente a mesma coisa. Assim, cio para a aquisição da estabilidade ao de vinte e quatro
entenderam alguns que, dois anos após o ingresso do (24) meses para aferição da aptidão e capacidade do
servidor no serviço público, quando se tratasse do pri- servidor, por meio do estágio probatório. Não há confun-
meiro cargo por ele ocupado, havendo aprovação no dir estabilidade com estágio probatório, porque aquela,
estágio probatório, era simultaneamente adquirida a que se refere ao serviço público, é uma característica da
estabilidade e confirmada a aptidão do servidor para o nomeação, e é adquirida pelo decurso do tempo; o está-
exercício daquele cargo. gio probatório é determinado ao servidor desde o instan-

173
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
te em que entra no exercício das atribuições inerentes Esse teto salarial, porém, será fixado por meio de lei
ao cargo, para os fins de aferição da aptidão e capacida- federal ordinária, editada pelo Congresso Nacional, com
de por meio da aplicação dos pontos assinalados no base em um projeto de lei de iniciativa conjunta dos Pre-
artigo 20 da Lei no 8.112/90. A estabilidade tem como sidentes da República, da Câmara dos Deputados, do
característica principal o critério objetivo, isto é, o decur- Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal (art. 48,
so do tempo, enquanto o estágio probatório o critério inciso VIII, CF). Observe-se que somente lei ordinária
subjetivo: aferição da aptidão e capacidade do servidor poderá fixar o teto de remuneração bruta dos servidores
para o cargo.” públicos, sendo incabível a edição de Decreto do Execu-
Não há que se confundir, portanto, estabilidade e está- tivo, ou mesmo Resoluções do Legislativo ou do Judici-
gio probatório. O citado Parecer deixa bem clara a posi- ário, sob pena de inconstitucionalidade formal, pois essa
ção adotada no âmbito do Poder Público Federal, até é matéria expressamente sujeita à reserva constitucio-
porque nenhuma Lei, nenhuma Medida Provisória, ne- nal de lei em sentido formal, cuja iniciativa é qualificada
nhum ato normativo alterou o artigo 20 da Lei no 8.112/ e insubstituível, pois trata-se de norma constitucional de
90. Criar por conta própria o período de 36 meses pare- eficácia limitada à edição de lei ordinária.
ce um tanto quanto perigoso, principalmente em se tra-
tando de concurso público em que as instituições de- 20. ACUMULAÇÃO DE CARGOS
vem seguir rigorosamente os termos da lei. A Constituição Federal - artigo 37, inciso XVI - veda a
Assim, conclui-se que, o servidor que esteja sendo no- acumulação remunerada de cargos públicos, exceto
meado pela primeira vez para um cargo público federal, quando houver compatibilidade de horários e obedeci-
findo o estágio probatório de vinte e quatro meses, será, do o teto de remuneração ou subsídio.
se aprovado, considerado apto ao exercício do cargo. A proibição de acumular estende-se a empregos e fun-
Porém, ao término de três anos de efetivo exercício, o ções e abrange autarquias, fundações, empresas públi-
servidor deverá ser avaliado pela comissão especial que cas e sociedades de economia mista, suas subsidiári-
procederá à avaliação especial de desempenho previs- as, e sociedades controladas, diretas ou indiretamente,
ta no § 4o do artigo 41 da Constituição Federal, como pelo poder público (art. 37, inciso XVII, CF). A vedação só
condição fundamental para a aquisição da estabilidade. existe quando ambos os cargos, empregos ou funções
Considerado inabilitado no estágio probatório será exo- forem remuneradas, inexistindo, inclusive, qualquer hi-
nerado ex-offício pela Administração Pública. Aquele que pótese de tríplice acumulação, a não ser que uma delas
ingressou estável no novo cargo, se considerado inabi- não seja remunerada.
litado no estágio probatório, será reconduzido ao cargo O aposentado pode acumular provento e remuneração
anteriormente ocupado. Mais uma vez se confirma que a decorrente do exercício de cargo, emprego ou função,
estabilidade em nada se mistura à figura do estágio pro- pois o mesmo não recebe seus proventos por ocupar
batório. cargo, função ou emprego público e, portanto, se estiver
recebendo pelo desempenho de cargo, função ou em-
19. REMUNERAÇÃO prego público, não se poderá dizer que incide na veda-
O sistema remuneratório dos servidores públicos so- ção genérica do artigo 37, inciso XVI da CF. Entretanto,
freu modificações significativas com a Emenda Consti- sua retribuição a qualquer título não poderá exceder ao
tucional no 19/98. Foi excluído o princípio da isonomia de teto fixado na Carta Política.
vencimentos e introduzido o regime de subsídios para No caso de aposentado compulsoriamente (setenta anos
determinadas categorias de agentes públicos. O que de idade), não será permitido ocupar qualquer outro car-
difere a remuneração do subsídio é que neste a retribui- go, emprego ou função pública, porque a própria Cons-
ção é constituída por parcela única e aquele compreen- tituição Federal estabelece uma presunção de incapaci-
de uma parte fixa e uma variável, composta por vanta- dade absoluta para o desempenho de serviço público.
gens pecuniárias de natureza diversa. Em relação ao Da mesma forma, é entendimento do STF que não se
teto das remunerações e subsídios, será observada a podem acumular proventos com remuneração na ativi-
norma do artigo 37, inciso XI, CF, do qual se conclui que: dade quando os cargos efetivos de que decorrem am-
o teto abrange tanto os que continuam sob o regime de bas remunerações não sejam acumuláveis na ativida-
remuneração como os que passaram para o regime de de. A EC 20/98 reiterou esse posicionamento jurispru-
subsídios; alcança servidores ocupantes de cargos, dencial ao estabelecer ser vedada a percepção simultâ-
empregos e funções públicos na administração direta, nea de proventos de aposentadoria com a remuneração
autárquica e fundacional, mas quanto às empresas pú- de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
blicas, sociedades de economia mista e subsidiárias, cargos constitucionalmente acumuláveis, os cargos ele-
só serão alcançadas pelo teto se receberem recursos tivos e os cargos em comissão declarados em lei de
da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni- livre nomeação e exoneração (artigo 37, § 10, CF). Con-
cípios para pagamento de pessoal ou de custeio em clui-se, assim, que a acumulação de proventos e venci-
geral; o teto é válido para os servidores dos três Pode- mentos somente é permitida quando se tratar de car-
res, nas quatro esferas governamentais, dos detento- gos, funções ou empregos acumuláveis na atividade, na
res de mandato eletivo e dos demais agentes políticos; forma permitida pela Constituição. No entanto, há que
atinge proventos de aposentados e pensionistas; será se observar que, mesmo que permitida constitucional-
obedecido mesmo no caso de acumulação de cargos mente a acumulação de duas aposentadorias decor-
que abrange a soma da dupla retribuição pecuniária; rentes dos cargos acumuláveis, não haverá possibilida-
serão incluídas no teto as vantagens pessoais ou de de de se exceder o valor referente ao subsídio dos Minis-
qualquer outra natureza. A Constituição veda o denomi- tros do STF.
nado efeito repicão, isto é, que uma mesma vantagem As exceções à regra da acumulação de cargos, empre-
seja repetidamente computada sobre as demais van- gos ou funções somente são possíveis quando houver
tagens. A proibição alcança, inclusive, os proventos da compatibilidade de horários. Assim, é permitido acumu-
aposentadoria. lar apenas dois cargos de professor, um cargo de pro-

174
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
fessor com outro técnico ou científico e dois cargos pri- longos anos de serviço, ou se incapacitaram para suas
vativos de profissionais da área da saúde, com profis- atividades, com desinvestidura da função. Nos termos
sões regulamentadas. Nos termos do Decreto no 35.956/ do artigo 40 da Constituição Federal, existem três moda-
54, o cargo científico é entendido como aquele que para lidades de aposentadoria:
o seu exercício exige a aplicação de conhecimentos es- 1 - Por invalidez, sendo os proventos proporcionais ao
pecíficos ou artísticos de nível superior. tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente
Quanto ao mandato eletivo, é possível a acumulação de em serviço, moléstia profissional ou doença grave, con-
cargo ou função com o mandato de vereador, desde que tagiosa ou incurável, especificada em lei. A Lei n. 8.112/
haja compatibilidade de horários, hipótese em que se 90, em seu artigo 186, § 1º indica as doenças que ense-
perceberá as vantagens correspondentes a sua condi- jam a aposentadoria por invalidez com proventos inte-
ção de servidor e de vereador. Não havendo compatibili- grais.
dade de horários ficará afastado de suas funções exer- 2 - Compulsória, aos setenta anos de idade, indepen-
cendo exclusivamente o mandato eletivo, mas podendo dentemente do sexo, com proventos proporcionais ao
optar pela remuneração ou pelo subsídio, regra essa tempo da contribuição. A invalidez, nesse caso, é presu-
também aplicada ao prefeito. mida, criando uma presunção jure et de jure de incapa-
Nos demais casos de mandato eletivo, o servidor obri- cidade para o serviço público.
gatoriamente se afasta de suas atividades para desem- 3 - Voluntária, quando requerida pelo próprio servidor e
penhar unicamente o mandato eletivo, percebendo ape- desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efe-
nas o subsídio correspondente. Nesse período em que tivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo
o servidor se afastou para exercer mandato eletivo fede- efetivo em que se dará a aposentadoria. Nesse caso,
ral, estadual, distrital ou de prefeito, é contado o tempo existem dois fatos geradores da concessão dessa apo-
de atividade eletiva para fins de aposentadoria no servi- sentadoria, a saber:
ço público, exceto para promoção por merecimento. a) Idade avançada - a chamada aposentadoria por ida-
de exige a idade mínima de sessenta e cinco anos
21. DIREITOS SOCIAIS DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL se homem e de sessenta anos se mulher, com pro-
Determina o § 3o do artigo 39 a aplicabilidade aos servi- ventos proporcionais ao tempo de contribuição;
dores ocupantes de cargos públicos de diversos direi- b) Tempo de contribuição - trinta e cinco anos de contri-
tos sociais previstos no artigo 7o da Constituição Fede- buição e sessenta anos de idade se homem e trinta
ral, a saber: anos de contribuição e cinqüenta e cinco de idade se
“IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unifi- mulher, com proventos integrais.
cado, capaz de atender a suas necessidades vitais bási- As hipóteses de aposentadoria especial mantidas pela
cas e às de sua família com moradia, alimentação, edu- EC 20/98 referem-se apenas aos casos de atividades
cação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e pre- exercidas exclusivamente sob condições especiais que
vidência social, com reajustes periódicos que lhe preser- prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos
vem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação em lei complementar e às funções de magistério na
para qualquer fim; educação infantil e no ensino fundamental e médio, exer-
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para cidos exclusivamente em sala de aula, caso em que os
os que percebem remuneração variável; requisitos de idade e de tempo de contribuição serão
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração reduzidos em cinco anos.
integral ou no valor da aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 23. REGRAS DE TRANSIÇÃO
XII - salário-família pago em razão do dependente do Válida para Aposentadoria Voluntária Integral e Proporci-
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; onal - A EC n. 20/98, em seu artigo 8º, assegurou o direi-
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito to à aposentadoria voluntária com proventos calculados
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a de acordo com o artigo 40, § 3º da Constituição Federal,
compensação de horários e a redução da jornada, medi- ao servidor que tivesse ingressado regularmente em
ante acordo ou convenção coletiva de trabalho; cargo efetivo na Administração Pública, direta, autárqui-
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente ca e fundacional, até a data de sua publicação, desde
aos domingos; que preenchesse cumulativamente, os seguintes requi-
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no sitos:
mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; * 53 anos de idade, se homem, e 48 anos de idade, se
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo mulher;
menos, um terço a mais do que o salário normal; * cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do dará a aposentadoria;
salário, com a duração de cento e vinte dias; * tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; a) 35 anos, se homem, e 30 anos, se mulher;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, medi- b) um período adicional de contribuição equivalente a
ante incentivos específicos, nos termos da lei; 20% do tempo que, na data da publicação da EC 20/
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio 98, faltaria para atingir o limite de tempo constante
de normas de saúde, higiene e da alínea anterior;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de A EC 20/98 permitiu, ainda, que o servidor possa apo-
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, sentar-se com proventos proporcionais ao tempo de
idade, cor ou estado civil;” contribuição, quando atendidas as seguintes condições:
* 53 anos de idade, se homem, e 48 anos de idade, se
22. SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR PÚBLICO mulher;
A aposentadoria é o direito à inatividade remunerada re- * cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se
conhecido aos servidores públicos que ou prestaram dará a aposentadoria;

175
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
* tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de: a terceiros, em razão de ato omissivo ou comissivo, do-
a) 30 anos, se homem, e 25 anos, se mulher; loso ou culposo. A obrigação de reparar o dano estende-
b) um período adicional de contribuição equivalente a se aos sucessores e contra eles será executada, até o
40% do tempo que, na data da publicação da EC 20/ limite do valor da herança recebida.
98, faltaria para atingir o limite de tempo constante
da alínea anterior; 26. PROCESSO ADMINISTRATIVO
É instrumento indispensável para o exercício de função
24. REGIME DISCIPLINAR administrativa e não se confunde com procedimento, que
Em primeiro plano temos traçados no Regime Discipli- é o conjunto de formalidades que devem ser observa-
nar dos servidores públicos os direitos e os deveres, das e que se desenvolve dentro de um processo admi-
consagrados, em grande parte, na Constituição Fede- nistrativo. Os processos administrativos se desenvol-
ral. vem em três fases: instauração, instrução e julgamento.
Dentre os direitos incluem-se os concernentes: férias, O processo é realizado por comissões disciplinares, que
licenças, vencimento ou remuneração e demais vanta- se caracterizam como órgão estranho ao relacionamen-
gens pecuniárias, assistência, direito de petição, dispo- to entre o funcionário e o superior hierárquico. Para ga-
nibilidade e aposentadoria. rantir essa imparcialidade, os integrantes da comissão
A Lei no 8.112/90 emprega, com sentidos precisos, os devem ser servidores estáveis e não interinos ou exone-
vocábulos vencimento e remuneração, usados indife- ráveis ad nutum. Não havendo elementos suficientes
rentemente na Constituição. Assim: para instaurar o processo, será determinada previamente
Vencimento - é a retribuição pecuniária pelo efetivo exer- a realização de sindicância. Se, além da infração admi-
cício do cargo, correspondente ao padrão fixado em lei. nistrativa, o fato constituir ilícito penal, a comissão pro-
Remuneração - é o vencimento mais as vantagens pe-
cessante deverá comunicar o fato à autoridade compe-
cuniárias atribuídas em lei.
tente, fornecendo-lhe os elementos de instrução de que
Provento - é a retribuição pecuniária a que faz jus o apo-
dispuser. Concluído o processo, pela absolvição ou pela
sentado.
aplicação de penalidade, cabem, neste último caso, o
Pensão - é o benefício pago aos dependentes do servi-
pedido de reconsideração e os recursos hierárquicos,
dor falecido.
além da revisão admitida na legislação estatutária.
Em relação às vantagens, a Lei no 8.112/90 estabelece
no artigo 49 que, além do vencimento, poderão ser pa-
gas ao servidor as gratificações e os adicionais previs- EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
tos no artigo 61, bem como as indenizações de ajuda de
custo, diárias e transporte. Enquanto as gratificações e 01. (ESAF/AGU/98) O servidor público federal, subordi-
os adicionais se incorporam ao vencimento ou provento, nado ao Regime Jurídico Único da Lei no 8.112/90,
as indenizações não poderão ser incorporadas em face que ainda esteja em estágio probatório não poderá:
de seu caráter de reembolso de uma despesa efetuada :
pelo servidor. a) afastar-se para fazer curso de formação necessá-
Os deveres e proibições dos servidores estão discipli- rio a assumir outro cargo .
nados em estatutos próprios e o seu descumprimento b) afastar-se para missão oficial no exterior .
enseja punição disciplinar. c) exercer cargo comissionado .
d) ter licença para atividade política .
25. RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO e) ter licença para mandato classista
O servidor público sujeita-se à responsabilidade civil,
penal e administrativa decorrente do exercício irregular 02. (ESAF/ASSISTENTE JURÍDICO/AGU/99) Quando a
de suas atribuições no cargo, emprego ou função, quer autoridade remove servidor para localidade remo-
perante a administração Pública, quer perante terceiros. ta, com o intuito de puni-lo,
As sanções civis, penais e administrativas poderão cu- a) incorre em desvio de poder .
mular-se, sendo independentes entre si. b) pratica ato disciplinar .
A responsabilidade administrativa está relacionada aos c) age dentro de suas atribuições .
ilícitos administrativos definidos na legislação estatutá- d) não está obrigada a instaurar processo administra-
ria e apresentam os mesmos elementos básicos do ilí- tivo
cito civil: ação ou omissão contrária à lei, culpa ou dolo e e) utiliza-se do poder hierárquico
dano. Nesse caso, a infração será apurada pela própria
Administração Pública, através de procedimento admi- 03. (ESAF/AUDITOR FORTALEZA/98) - Os prazos de
nistrativo, no qual será assegurado ao servidor o direito prescrição para ilícitos praticados por servidor que
sagrado do contraditório e da ampla defesa, com os cause prejuízos ao erário devem ser estabelecidos
meios e recursos a ela inerentes. Comprovada a infra- em lei, ressalvadas(dos) as(os)
ção funcional, o servidor fica sujeito às penalidades ad- a) ações de ressarcimento. .
ministrativas disciplinares. b) ações penais. .
A responsabilidade penal se caracteriza quando a con- c) ações civis públicas. .
duta infracional do servidor se caracteriza como crime d) ações populares. .
no Código Penal. A responsabilidade criminal do servi- e) processos disciplinares.
dor é apurada pelo Poder Judiciário e, nos termos do
artigo 126 da 8.112/90, a responsabilidade administrati- 04. (ESAF/COMEX/98) - Quanto à estabilidade no servi-
va do servidor será afastada no caso de absolvição cri- ço público, é falso afirmar:
minal que negue a existência do fato ou sua autoria. a) a estabilidade decorre, automaticamente, de nome-
A responsabilidade civil é de ordem patrimonial, obri- ação em virtude de concurso público e do transcur-
gando o servidor a reparar o dano causado ao Estado ou so de três anos de efetivo exercício

176
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
b) a perda do cargo do servidor estável por desempe- b) deve ser de dois anos, prorrogável por igual perío-
nho insuficiente deve ser precedida de ampla defe- do.
sa e do contraditório c) pode ser de seis meses, prorrogável por igual perí-
c) o servidor estável colocado em disponibilidade per- odo.
ceberá remuneração proporcional ao seu tempo de d) é de dois anos, prorrogável por igual período
serviço.
d) o servidor estável dispensado por excesso de qua- 11. A perda do prazo improrrogável para entrar em exer-
dro fará jus à indenização o instituto da estabilidade cício acarreta para o candidato empossado:
tem características diferentes em razão da natureza a) exoneração;
das atribuições do cargo efetivo b) demissão;
c) advertência;
05. (ESAF/FISCAL TRABALHO/98) - Aos servidores pú- d) multa.
blicos federais, subordinados ao Regime Jurídico
Único da Lei no 8.112/90, é expressamente proibido 12. São deveres do servidor:
ser: : a) lealdade, impessoalidade e razoabilidade.
a) cotista de sociedade comercial......................... b) economicidade, motivação e sigilo.
b) acionista de sociedade comercial...................... c) assiduidade, lealdade e sigilo.
c) filiado a partido político..................................... d) impessoalidade, pontualidade e imperatividade.
d) empregado de país estrangeiro dirigente de entida-
de sindical. 13. O prazo para conclusão do procedimento adminis-
................ trativo disciplinar apuratório de falta não excederá a:
06. (ESAF/FISCAL TRABALHO/98) - O processo admi- a) 90 dias improrrogáveis.
nistrativo disciplinar, como tal previsto na Lei no 8.112/ b) 60 dias prorrogável por igual período.
90, para o servidor regido pelo Regime Jurídico c) 60 dias improrrogáveis.
Único, é: : d) 30 dias improrrogáveis.
a) necessário para penalidade de suspensão por 30
dias. 14. As pessoas jurídicas de direito público e as de di-
b) necessário para a penalidade de destituição de reito privado prestadoras de serviço público respon-
cargo em comissão. . derão pelos danos que seus agentes, nessa quali-
c) dispensável para a penalidade de suspensão em dade, causarem a terceiros:
geral. a) assegurado o pagamento pelo prejuízo sofrido.
d) dispensável para a penalidade de destituição de b) assegurado o respeito ao princípio da legalidade.
cargo em comissão. . c) assegurado o direito de regresso nos casos de dolo
e) dispensável para a penalidade de cassação da apo- ou culpa.
sentadoria. d) assegurado o direito de regresso no caso de culpa
consciente.
07. (ESAF/FISCAL TRABALHO/98) - Entre os casos puní-
veis com a penalidade de demissão do servidor 15. O servidor civil da União que cometer infração ad-
público federal, regido pelo Regime Jurídico Único ministrativa que configure também infração penal
da Lei no 8.112/90, não se inclui o de não será punido disciplinarmente se:
a) abandono do cargo. . a) ocorrer a prescrição penal
b) inassiduidade habitual. . b) for absolvido do crime, por insuficiência de provas
c) improbidade administrativa. . c) vier a cumprir pena criminal
d) insubordinação grave em serviço. . d) vier a ser aposentado
e) coagir subordinando a filiar-se a organização sindi-
cal ou a partido político. .

08. (ESAF/PFN/98) - São direitos trabalhistas estendi-


dos aos servidores públicos, exceto:
a) repouso semanal remunerado. .
b) férias anuais remuneradas, com acréscimo de 1/3.
c) remuneração do serviço extraordinário superior, no
mínimo, em 50% à do normal. .
d) fundo de garantia por tempo de serviço
e) licença à gestante

09. A pessoa física que presta serviço ao Estado, em


caráter permanente ou transitório, remunerado ou
não, é:
a) agente político.
b) agente administrativo.
c) agente delegado.
d) agente público. GABARITO

10. Sobre o prazo de validade dos concursos públicos, é 01. E 02. A 03. A 04. A 05. D
correto afirmar-se que: 06. B 07. E 08. D 09. D 10. C
a) pode ser de até dois anos, com prorrogação obri- 11. A 12. C 13. B 14. C 15. B
gatória de igual período.

177
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO

LEI NO 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990


Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Reda-
União, das autarquias e das fundações públicas federais. ção dada pela EC nº 19/98) “
A CF assegura aos brasileiros natos ou naturalizados, sal-
PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI No 8.112, DE 11 DE vos as exceções constitucionais previstas em seu artigo 12,
DEZEMBRO DE 1990, DETERMINADA PELO ART. 13 DA LEI § 3º, o direito de acesso aos cargos, empregos ou funções
No 9.527, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1997. públicas.
A EC 19 estendeu aos estrangeiros esta acessibilidade, na
Ü COMENTÁRIO forma da lei (lei federal e nacional).
A Emenda Constitucional no 19/98, ao dar conteúdo diverso
ao art. 39, caput e ao alterar a redação do art. 206, V, acabou § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
com a obrigatoriedade de um regime jurídico único para todos outros requisitos estabelecidos em lei.
os servidores públicos.
Deste modo o REGIME JURÍDICO pode ser: Ü COMENTÁRIO
1 - ESTATUTÁRIO - não contratual, adotado para os titulares O art. 37, I da CF ao condicionar a acessibilidade aos cargos
de CARGO PÚBLICO. públicos, funções e empregos públicos ao preenchimento
2 - C.L.T. - adota a Consolidação das Leis do Trabalho para dos requisitos estabelecidos em lei, autorizou a Administra-
reger a relação entre o Poder Público (empregador) e seus ção Pública a prescrever em lei exigências quanto à capaci-
EMPREGADOS PÚBLICOS. dade física, técnica, moral ... do candidato, que entender
3 - ADMINISTRATIVO ESPECIAL - adotado na forma da lei de convenientes ao serviço público.
cada pessoa política (art. 37, IX, CF) para a contratação por Cabe lembrar, que todo cargo público só pode ser criado
tempo determinado para atender a necessidade temporária e modificado por norma legal aprovada pelo Legislativo, po-
de excepcional interesse público. dendo o Executivo (art. 84, XXV, CF) por ato próprio extin-
Assim, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios guí-los.
podem, em razão de suas autonomias políticas, estabelecer
regime jurídico não contratual para os ocupantes de cargo § 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito
público, sempre através de lei geral ou de leis específicas de se inscrever em concurso público para provimento de cargo
para determinadas categorias profissionais. cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que
Alguns servidores públicos, por exercerem atribuições ex- são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20%
clusivas de Estado submetem-se obrigatoriamente, a regime (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.
jurídico estatutário. É o caso, por exemplo, dos policiais, dos § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e
auditores fiscais federais, etc. tecnológica federais poderão prover seus cargos com profes-
sores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as
Título I normas e os procedimentos desta Lei. (Parágrafo incluído pela
Capítulo Único Lei nº 9.515/97)
Das Disposições Preliminares Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Pú- ato da autoridade competente de cada Poder.
blicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
especial, e das fundações públicas federais. Art. 8º São formas de provimento de cargo público:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legal- I - nomeação;
mente investida em cargo público. II - promoção;
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsa- III - (Revogado pela Lei nº 9.527/97)
bilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser IV - (Revogado pela Lei nº 9.527/97)
cometidas a um servidor. V - readaptação;
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os VI - reversão;
brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e VII - aproveitamento;
vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em VIII - reintegração;
caráter efetivo ou em comissão. IX - recondução
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os
casos previstos em lei. Seção II
Da Nomeação
Título II Art. 9º A nomeação far-se-á:
Do Provimento, Vacância, Remoção, I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de
Redistribuição e Substituição provimento efetivo ou de carreira;
Capítulo I II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos
Do Provimento de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527/97)
Seção I
Disposições Gerais Ü COMENTÁRIO (vide art. 37, inciso V, CF)
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo pú- V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por
blico: servidores ocupantes de cargo efetivo 1, e os cargos em
I - a nacionalidade brasileira; comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira2
II - o gozo dos direitos políticos; nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e as-
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; sessoramento; (Redação dada pela EC nº 19/98)
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.

Ü COMENTÁRIO (vide art. 37, CF, inciso I)


1
CARGO DE PROVIMENTO EFETIVO , ou seja, cargos não tempo-
Da acessibilidade aos cargos públicos, funções rários.
e empregos públicos.
2
SERVIDORES DE CARREIRA são aqueles que ocupam cargos de
“I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis carreira, estes escalonados em classes, constituindo os degraus
aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos de acesso na carreira.

185

178
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão § 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, § 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por
interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das nomeação. (Redação dada pela Lei nº 9.527/97)
atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá § 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e
optar pela remuneração de um deles durante o período da inte- valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao
rinidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527/97) exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado § 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse
de provimento efetivo depende de prévia habilitação em con- não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo.
curso público de provas ou de provas e títulos (2), obedecidos Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspe-
a ordem de classificação e o prazo de sua validade. ção médica oficial.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for
desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
de carreira na Administração Pública Federal e seus regula- cargo público ou da função de confiança. (Redação dada pela
mentos. (Redação dada pela Lei nº 9.527/97) Lei nº 9.527/97)
§ 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em
Seção III cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.
Do Concurso Público (Redação dada pela Lei nº 9.527/97)
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, § 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem
podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não
a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condici- entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado
onada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado o disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.527/97)
no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas § 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde
as hipóteses de isenção nele expressamente previstas. (Re- for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercí-
dação dada pela Lei nº 9.527/97). cio. (Redação dada pela Lei nº 9.527/97)
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, § 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá com
podendo ser prorrogada uma única vez, por igual período. a data de publicação do ato de designação, salvo quando o
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro moti-
realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário vo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o
Oficial da União e em jornal diário de grande circulação. término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato da publicação. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527/97)
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do
expirado. exercício serão registrados no assentamento individual do
servidor.
Ü COMENTÁRIO (vide art. 37, CF, incisos II e III) Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apre-
sentará ao órgão competente os elementos necessários ao
Da obrigatoriedade de concurso público seu assentamento individual.
II - a investidura3 em cargo ou emprego público depende de Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que
aprovação prévia em concurso público de provas ou de é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data
provas e títulos 4 , de acordo com a natureza e a complexida- de publicação do ato que promover o servidor. (Redação dada
de do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalva- pela Lei nº 9.527/97)
das as nomeações para cargo em comissão declarado em lei Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município
de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela EC nº em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, ce-
19/98). dido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e,
III - o prazo de validade do concurso público será de até no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período; ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições
do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o
O concurso público tem validade por período não superi- deslocamento para a nova sede. (Redação dada pela Lei nº
or a dois anos, contados da homologação, prorrogável 9.527/97)
uma única vez, e sempre por igual período. § 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou
A não observância destes preceitos (incisos II e III) implicará afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será
a NULIDADE DO ATO e a PUNIÇÃO DA AUTORIDADE RES- contado a partir do término do impedimento. (Parágrafo renu-
PONSÁVEL. (art. 37, § 2º, CF) merado e alterado pela Lei nº 9.527/97)
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos
Seção IV no caput. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527/97)
Da Posse e do Exercício Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada
em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos,
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de quaren-
no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as res- ta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis
ponsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que horas e oito horas diárias, respectivamente. (Redação dada
não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das pela Lei nº 8.270/91)
partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. § 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, obser-
publicação do ato de provimento. (Redação dada pela Lei nº vado o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre
9.527/97) que houver interesse da Administração. (Redação dada pela
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação Lei nº 9.527/97)
do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. § 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração de traba-
81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, lho estabelecida em leis especiais. (Parágrafo incluído pela
“b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. 102, o prazo será contado do término Lei nº 8.270/91)
do impedimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527/97) Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo
de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por perí-
odo de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e
3
INVESTIDURA seria o ingresso em cargo público inicial de carreira. capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do
4
Modalidades de Concurso Público (processo seletivo): cargo, observados os seguinte fatores: (período de 36 meses,
a) concurso público de provas conforme PARECER /MP/ CONJUR/IC/Nº 0868-26/2001 Portaria
b) concurso público de provas e títulos AGU – este parecer interpretou o art. 20 – vide EC nº 19)

186

179
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
Ü COMENTÁRIO I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
Estágio Probatório é o período de exercício do servidor II - mediante processo administrativo em que lhe seja asse-
durante o qual é observado e apurada pela administração a gurada ampla defesa;
conveniência ou não de sua permanência no serviço público, O servidor estável não pode ser exonerado, nem demitido
mediante a verificação dos requisitos estebelecimentos em sem que seja previamente apurada a infração cometida em
lei, conforme abaixo. processo administrativo (efetuado pela Administração Públi-
ca) ou judicial, que sirva de base à aplicação da pena de
I - assiduidade; DEMISSÃO.
II - disciplina; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
III - capacidade de iniciativa; penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla de-
IV - produtividade; fesa.
V - responsabilidade.
§ 1º Quatro meses antes de findo o período do estágio proba- Este dispositivo busca atender ao PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA,
tório, será submetida à homologação da autoridade competen- com base no desempenho funcional do servidor, apurado em
te a avaliação do desempenho do servidor, realizada de acordo procedimento de avaliação.
com o que dispuser a lei ou o regulamento do sistema de
carreira, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fato- Vide o art.169 da CF
res enumerados nos incisos I a V deste artigo. “Art. 169 A despesa com pessoal ativo e inativo da União,
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exone- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, não
rado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupa- poderá exceder os limites estabelecidos em lei comple-
do, observado o disposto no parágrafo único do art. 29. mentar.
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quais- § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de
quer cargos de provimento em comissão ou funções de dire- remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou
ção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lota- alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão
ção, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade ou contratação de pessoal a qualquer título, pelos órgãos e
para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provi- entidades da administração direta ou indireta, inclusive fun-
mento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Su- dações instituídas e mantidas pelo poder público, só pode-
periores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. (Parágrafo rão ser feitas:
incluído pela Lei nº 9.527/97) I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser atender às projeções de despesa de pessoal e aos acrésci-
concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. mos dela decorrentes;
81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para II - se houver autorização específica na lei de diretrizes
participar de curso de formação decorrente de aprovação em orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as
concurso para outro cargo na Administração Pública Federal. sociedades de economia mista.
(Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527/97) § 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças referida neste artigo para adaptação aos parâmetros ali pre-
e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem vistos, serão imediatamente suspensos todos os repasses
assim na hipótese de participação em curso de formação, e de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito
será retomado a partir do término do impedimento. (Parágrafo Federal e aos Municípios que não observarem os referidos
incluído pela Lei nº 9.527/97) limites.
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base
Seção V neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar refe-
Da Estabilidade rida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empos- Municípios adotarão as seguintes providências:
sado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas
serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercí- com cargos em comissão e funções de confiança;
cio. (Prazo alterado para 3 anos - vide EC nº 19, que alterou o II - exoneração dos servidores não estáveis.
Art. 41, caput da CF) § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo ante-
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de rior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da
sentença judicial transitada em julgado ou de processo admi- determinação da lei complementar referida neste artigo, o
nistrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato
(Prejudicado pela EC nº 19, que alterou o Art. 41 da CF) normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa obje-
Ü COMENTÁRIO(Vide art. 41 e seus §§, CF) to da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os anterior fará jus a indenização correspondente a um mês
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtu- de remuneração por ano de serviço.
de de concurso público. (Redação dada pela EC nº 19/98) § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos
anteriores será considerado extinto, vedada a criação
ESTABILIDADE - É a garantia prevista na Constituição Fede- de cargo, emprego ou função com atribuições iguais
ral de permanência no serviço público outorgada ao servidor ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
que, nomeado para cargo de provimento efetivo, em virtude § 7º Lei Federal disporá sobre as normas gerais a serem
de concurso público, tenha transposto o estágio probatório, obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.”
após ser submetido a “avaliação de desempenho por comis-
são instituída para essa finalidade”. Deve-se mencionar o artigo 169 da CF que prevê a possibili-
dade de perda do cargo, quando a União, os Estados, o
São condições para a aquisição da estabilidade: Distrito Federal e os Municípios - não alcançarem o limite
1 - nomeação para cargo de provimento efetivo exigido pela Lei Complementar n° 101, de 04 de maio de 2000
2 - nomeação em virtude de concurso público (art. 19), a saber:
3 - cumprimento de estágio probatório
4 - avaliação especial de desempenho ao final do estágio
probatório
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Reda-
ção dada pela EC nº 19/98)

187

180
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
As seguintes medidas, abaixo elencadas, deverão ser to- d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à
madas por cada ente, a fim de conter as despesas com solicitação; (Alínea incluída pela Medida Provisória nº 2.225-
pessoal ativo e inativo: 45, de 4.9.2001)
e) haja cargo vago. (Alínea incluída pela Medida Provisória nº
1ª Medida: Redução em 20% (no mínimo) das despesas 2.225-45, de 4.9.2001)
com cargo em comissão e função de confiança. § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultan-
te de sua transformação. (Parágrafo incluído pela Medida Pro-
2ª Medida: Exoneração dos não estáveis.
visória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será
Observação: se estas medidas não forem suficien-
considerado para concessão da aposentadoria. (Parágrafo in-
tes para assegurar a observância do limite legal de
cluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
despesa com pessoal. § 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o
servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocor-
MEDIDA DRÁSTICA - SERVIDOR ESTÁVEL PERDERÁ O rência de vaga. (Parágrafo incluído pela Medida Provisória nº
CARGO (§ 4°) 2.225-45, de 4.9.2001)
Condições: por ato normativo motivado de cada um dos § 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da admi-
Poderes com as especificações legais;·o servidor terá di- nistração perceberá, em substituição aos proventos da apo-
reito a indenização de 1 mês de remuneração por ano sentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, in-
de serviço (§ 5°) clusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia
Obs.: por 4 anos será vedada a criação de cargos, em- anteriormente à aposentadoria. (Parágrafo incluído pela Medi-
pregos ou função com atribuições iguais ou assemelhadas da Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
ao cargo extinto (§ 6°). § 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os proven-
tos calculados com base nas regras atuais se permanecer
Art. 41, CF pelo menos cinco anos no cargo. (Parágrafo incluído pela Me-
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servi- dida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
dor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante § 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo.
da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, (Parágrafo incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou 4.9.2001)
posto em disponibilidade com remuneração proporcional Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
ao tempo de serviço. (Redação dada pela EC nº 19/98) 4.9.2001)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver comple-
o servidor estável ficará em disponibilidade, com remu- tado 70 (setenta) anos de idade.
neração proporcional ao tempo de serviço, até seu ade-
quado aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Seção IX
EC nº 19/98) Da Reintegração
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no
obrigatória a avaliação especial de desempenho por co- cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua
missão instituída para essa finalidade. (Parágrafo incluí- transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão
do pela EC nº 19/98) administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as van-
tagens.
Seção VI § 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará
Da Transferência em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.
Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante
será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indeniza-
Seção VII ção ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em dispo-
Da Readaptação nibilidade.
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação Seção X
que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verifica- Da Recondução
da em inspeção médica. Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando anteriormente ocupado e decorrerá de:
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
será aposentado.
II - reintegração do anterior ocupante.
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de ori-
afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e
gem, o servidor será aproveitado em outro, observado o dis-
equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de
posto no art. 30.
cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como exce-
dente, até a ocorrência de vaga.(Redação dada pela Lei nº Seção XI
9.527, de 10.12.97) Da Disponibilidade e do Aproveitamento
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-
Seção VIII se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribui-
Da Reversão ções e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
(Regulamento Dec. nº 3.644, de 30.11.2000) Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determi-
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposenta- nará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilida-
do: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de de em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da
4.9.2001) Administração Pública Federal.
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insub- Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, o
sistentes os motivos da aposentadoria; ou (Inciso incluído pela servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob res-
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) ponsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da
II - no interesse da administração, desde que: (Inciso incluído Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveita-
pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) mento em outro órgão ou entidade. (Parágrafo incluído pela Lei
a) tenha solicitado a reversão; (Alínea incluída pela Medida nº 9.527, de 10.12.97)
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Alínea incluída pela disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.
c) estável quando na atividade; (Alínea incluída pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

188

181
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
Capítulo II VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finali-
Da Vacância dades institucionais do órgão ou entidade. (Inciso incluído pela
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I - exoneração; § 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de
II - demissão; lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços,
III - promoção; inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) órgão ou entidade. (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará median-
VI - readaptação; (vide comentário do art. 24) te ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e
VII - aposentadoria; (vide comentário do artigo 186) entidades da Administração Pública Federal envolvidos. (Pa-
VIII - posse em outro cargo inacumulável; rágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IX - falecimento. § 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no
servidor, ou de ofício. órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; forma dos arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e alterado pela
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em Lei nº 9.527, de 10.12.97)
exercício no prazo estabelecido. § 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em dis-
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de ponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do ór-
função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela Lei nº 9.527, gão central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro ór-
de 10.12.97) gão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. (Parágrafo
I - a juízo da autoridade competente; incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - a pedido do próprio servidor.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Capítulo IV
Da Substituição
Capítulo III Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de dire-
Da Remoção e da Redistribuição ção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial
Seção I terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso
Da Remoção de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança 10.12.97)
de sede. § 1o O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, enten- prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função
de-se por modalidades de remoção: (Redação dada pela Lei nº de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afasta-
9.527, de 10.12.97) mentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na
I - de ofício, no interesse da Administração; (Inciso incluído vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remu-
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) neração de um deles durante o respectivo período. (Redação
II - a pedido, a critério da Administração; (Inciso incluído pela dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo
III - a pedido, para outra localidade, independentemente do ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especi-
interesse da Administração: (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, al, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titu-
de 10.12.97) lar, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servi- dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido perí-
dor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, odo. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de
deslocado no interesse da Administração; (Alínea incluída pela unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou Título III
dependente que viva às suas expensas e conste do seu assen- Dos Direitos e Vantagens
tamento funcional, condicionada à comprovação por junta médi- Capítulo I
ca oficial; (Alínea incluída pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Do Vencimento e da Remuneração
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício
que o número de interessados for superior ao número de va- de cargo público, com valor fixado em lei.
gas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou Parágrafo único. Nenhum servidor receberá, a título de ven-
entidade em que aqueles estejam lotados.(Alínea incluída pela cimento, importância inferior ao salário-mínimo.
Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres-
cido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas
Seção II em lei.
Da Redistribuição § 1º A remuneração do servidor investido em função ou cargo
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento em comissão será paga na forma prevista no art. 62.
efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, § 2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou
para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreci- entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de
ação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes precei- acordo com o estabelecido no § 1º do art. 93.
tos: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
I - interesse da administração; (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de caráter permanente, é irredutível.
de 10.12.97) § 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de
II - equivalência de vencimentos; (Inciso incluído pela Lei nº atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre
9.527, de 10.12.97) servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de cará-
III - manutenção da essência das atribuições do cargo; (Inciso ter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e comple- título de remuneração, importância superior à soma dos valo-
xidade das atividades; (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de res percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer
10.12.97) título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros do
profissional; (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Supremo Tribunal Federal.

189

182
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem
vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61. acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2.4.98) acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idên-
(*) Nota: O menor e o maior valor da remuneração do servidor tico fundamento.
está, agora, estabelecido no art. 18 da Lei nº 9.624, de 02.04.98:
o fator é de 25,641, o menor é R$ 312,00 e o maior é de R$ Seção I
8.000,00. Das Indenizações
Art. 44. O servidor perderá: Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo I - ajuda de custo;
justificado; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) II - diárias;
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, III - transporte.
ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que Art. 52. Os valores das indenizações, assim como as condições
trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de para a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.
compensação de horário, até o mês subseqüente ao da ocor-
rência, a ser estabelecida pela chefia imediata. (Redação dada Subseção I
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Da Ajuda de Custo
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso for- Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas
tuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a
chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exer- ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em cará-
cício. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ter permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne- qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que de-
nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. tenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na
Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá mesma sede. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
haver consignação em folha de pagamento a favor de tercei- § 1º Correm por conta da administração as despesas de trans-
ros, a critério da administração e com reposição de custos, na porte do servidor e de sua família, compreendendo passagem,
forma definida em regulamento. bagagem e bens pessoais.
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário5, atualizadas § 2º À família do servidor que falecer na nova sede são assegu-
até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao rados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem,
servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do
pedido do interessado. (Redação dada pela Medida Provisória servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo
nº 2.225-45, de 4.9.2001) exceder a importância correspondente a 3 (três) meses.
§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao corres- Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se
pondente a dez por cento da remuneração, provento6 ou pen- afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.
são7. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo
4.9.2001) servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com
§ 2º Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês mudança de domicílio.
anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art.
imediatamente, em uma única parcela. (Redação dada pela 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) cabível.
§ 3º Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cum- Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo
primento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede
que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualiza- no prazo de 30 (trinta) dias.
dos até a data da reposição. (Redação dada pela Medida Pro-
visória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Subseção II
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, Das Diárias
exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cas- Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter
sada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. (Reda- eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou
ção dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a inde-
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto nizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, ali-
implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação dada pela mentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regula-
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) mento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão § 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo
objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite
prestação de alimentos resultante de decisão judicial. fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as
despesas extraordinárias cobertas por diárias.(Redação dada
Capítulo II pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Das Vantagens § 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigên-
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as cia permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.
seguintes vantagens: § 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar
I - indenizações; dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana
II - gratificações; ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regu-
III - adicionais. larmente instituídas, ou em áreas de controle integrado manti-
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou das com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos
provento para qualquer efeito. órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se es-
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao venci- tendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em
mento ou provento, nos casos e condições indicados em lei. que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afasta-
mentos dentro do território nacional. (Parágrafo incluído dada
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
5
ERÁRIO é o mesmo que cofres públicos. Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da
6
PROVENTO significa a remuneração recebida pelo servidor na sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integral-
inatividade. mente, no prazo de 5 (cinco) dias.
7
PENSÃO é o benefício concedido aos dependentes do servidor, após Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em
seu falecimento. Será igual ao valor dos proventos do servidor faleci- prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as
do ou ao valor dos proventos ou ao valor dos proventos que teria diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.
direito o servidor em atividade na data de seu falecimento.

190

183
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
Subseção III tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adi-
Da Indenização de Transporte cional sobre o vencimento do cargo efetivo.
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e
que realizar despesas com a utilização de meio próprio de de periculosidade deverá optar por um deles.
locomoção para a execução de serviços externos, por força § 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade
das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que
regulamento. deram causa a sua concessão.
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servido-
Seção II res em operações ou locais considerados penosos, insalu-
Das Gratificações e Adicionais bres ou perigosos.
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afas-
Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, tada, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e
gratificações e adicionais: (Redação dada pela Lei nº 9.527, locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades em
de 10.12.97) local salubre e em serviço não penoso e não perigoso.
I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas,
assessoramento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) de insalubridade e de periculosidade, serão observadas as
II - gratificação natalina; situações estabelecidas em legislação específica.
III - (Inciso Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos ser-
4.9.2001) vidores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigo- cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições
sas ou penosas; e limites fixados em regulamento.
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com
VI - adicional noturno; Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle
VII - adicional de férias; permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo
Subseção I serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção,
Chefia e Assessoramento Subseção V
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Do Adicional por Serviço Extraordinário
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acrés-
de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em cimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora normal
comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu de trabalho.
exercício.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o
dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.
9o.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nominal- Subseção VI
mente Identificada - VPNI a incorporação da retribuição pelo Do Adicional Noturno
exercício de função de direção, chefia ou assessoramento, car- Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreendido
go de provimento em comissão ou de Natureza Especial a que entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia
se referem os arts. 3º e 10 da Lei nº 8.911, de 11 de julho de 1994, seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por
e o art. 3o da Lei nº 9.624, de 2 de abril de 1998. (Artigo incluído cento), computando-se cada hora como cinqüenta e dois minu-
pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) tos e trinta segundos.
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o
somente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remunera-
servidores públicos federais. (Parágrafo único incluído pela ção prevista no art. 73.
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)

Subseção II Subseção VII


Da Gratificação Natalina Do Adicional de Férias
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao ser-
avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de vidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/
dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. 3 (um terço) da remuneração do período das férias.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de
dias será considerada como mês integral. direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em co-
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de missão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do
dezembro de cada ano. adicional de que trata este artigo.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação na- Capítulo III
talina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada Das Férias
sobre a remuneração do mês da exoneração. Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cál- acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessi-
culo de qualquer vantagem pecuniária. dade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legisla-
ção específica. (Redação dada pela Lei nº 9.525/97)
Subseção III § 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos
Do Adicional por Tempo de Serviço 12 (doze) meses de exercício.
Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de § 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
4.9.2001) § 3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde
Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225- que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administra-
45, de 4.9.2001)
ção pública. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.525/97)
Subseção IV Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetua-
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou do até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, ob-
Atividades Penosas servando-se o disposto no § 1º deste artigo.
Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em § 1º (Revogado pela Lei nº 9.527/97)
locais insalubres ou em contato permanente com substâncias § 2º (Revogado pela Lei nº 9.527/97)

191

184
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
perceberá indenização relativa ao período das férias a que pios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da
tiver direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde
mês de efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias. que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.
(Parágrafo incluído pela Lei nº 8.216/91) (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 4º A indenização será calculada com base na remuneração
do mês em que for publicado o ato exoneratório. (Parágrafo Seção IV
incluído pela Lei nº 8.216/91) Da Licença para o Serviço Militar
§ 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será
adicional previsto no inciso XVII do art. 7º da Constituição concedida licença, na forma e condições previstas na legisla-
Federal quando da utilização do primeiro período. (Parágrafo ção específica.
incluído pela Lei nº 9.525/97) Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá
Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercí-
Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias con- cio do cargo.
secutivos de férias, por semestre de atividade profissional,
proibida em qualquer hipótese a acumulação. Seção V
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527/97) Da Licença para Atividade Política
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por mo- Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração,
tivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção
júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do regis-
declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade. (Re- tro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
dação dada pela Lei nº 9.527/97) § 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde
Parágrafo único. O restante do período interrompido será desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia,
gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. (Pará- assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afasta-
grafo incluído pela Lei nº 9.527/97) do, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura
perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.
Capítulo IV (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Das Licenças § 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia se-
Seção I guinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados
Disposições Gerais os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: meses. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I - por motivo de doença em pessoa da família;
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; Seção VI
III - para o serviço militar; Da Licença para Capacitação
IV - para atividade política; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor
10.12.97) poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercí-
VI - para tratar de interesses particulares; cio do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até
VII - para desempenho de mandato classista. três meses, para participar de curso de capacitação profissio-
§ 1º A licença prevista no inciso I será precedida de exame por nal. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
médico ou junta médica oficial. Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput
§ 2º (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) não são acumuláveis. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o 10.12.97)
período da licença prevista no inciso I deste artigo. Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
término de outra da mesma espécie será considerada como Art. 90. (VETADO).
prorrogação.
Seção VII
Seção II Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em está-
de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do gio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo
padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva às prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. (Redação
suas expensas e conste do seu assentamento funcional, medi- dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
ante comprovação por junta médica oficial. (Redação dada Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. (Redação
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
servidor for indispensável e não puder ser prestada simultane-
amente com o exercício do cargo ou mediante compensação Seção VIII
de horário, na forma do disposto no inciso II do art. 44. (Reda- Da Licença para o Desempenho
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
de Mandato Classista
§ 2º A licença será concedida sem prejuízo da remuneração do
cargo efetivo, até trinta dias, podendo ser prorrogada por até Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remu-
trinta dias, mediante parecer de junta médica oficial e, exce- neração para o desempenho de mandato em confederação, fe-
dendo estes prazos, sem remuneração, por até noventa dias. deração, associação de classe de âmbito nacional, sindicato
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profis-
são ou, ainda, para participar de gerência ou administração em
Seção III sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge prestar serviços a seus membros, observado o disposto na
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompa- alínea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto
nhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro pon- em regulamento e observados os seguintes limites: (Redação
to do território nacional, para o exterior ou para o exercício de dada pela Lei nº 11.094, de 2005)
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. I - para entidades com até 5.000 associados, um servidor;
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração. (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois servi-
também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos dores; (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

192

185
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
III - para entidades com mais de 30.000 associados, três ser- § 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá
vidores. (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) para a seguridade social como se em exercício estivesse.
§ 1º Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para § 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não
cargos de direção ou representação nas referidas entidades, poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade
desde que cadastradas no Ministério da Administração Fede- diversa daquela onde exerce o mandato.
ral e Reforma do Estado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) Seção III
§ 2º A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez. Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estu-
do ou missão oficial, sem autorização do Presidente da Repú-
Capítulo V blica, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presiden-
Dos Afastamentos te do Supremo Tribunal Federal.
Seção I § 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a
Do Afastamento para Servir a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será per-
Outro Órgão ou Entidade mitida nova ausência.
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em § 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não
outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse
ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóte- particular antes de decorrido período igual ao do afastamento,
ses: (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Regula- ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida
mento) (Vide Decreto nº 4.493, de 3.12.2002) com seu afastamento.
I - para exercício de cargo em comissão ou função de confian- § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da
ça; (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) carreira diplomática.
II - em casos previstos em leis específicas.(Redação dada § 4º As hipóteses, condições e formas para a autorização de
pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou do servidor, serão disciplinadas em regulamento. (Parágrafo
entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo
mantido o ônus para o cedente nos demais casos. (Redação internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere
dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) dar-se-á com perda total da remuneração.
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido à empresa pública ou
sociedade de economia mista, nos termos das respectivas Capítulo VI
normas, optar pela remuneração do cargo efetivo, a entidade Das Concessões
cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se
pelo órgão ou entidade de origem. (Redação dada pela Lei nº do serviço:
8.270, de 17.12.91) I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
§ 3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor;
Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :
§ 4º Mediante autorização expressa do Presidente da Repúbli- a) casamento;
ca, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou pa-
outro órgão da Administração Federal direta que não tenha drasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante,
certo. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar
§ 5º Aplica-se à União, em se tsratando de empregado ou ser- e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.
vidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste § 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a com-
artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) pensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício,
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de soci- respeitada a duração semanal do trabalho. (Parágrafo renu-
edade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Naci- merado e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
onal para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de § 2º Também será concedido horário especial ao servidor porta-
pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II dor de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta
e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido médica oficial, independentemente de compensação de horário.
condicionado a autorização específica do Ministério do Planeja- (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
mento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de § 3º As disposições do parágrafo anterior são extensivas ao
cargo em comissão ou função gratificada. (Parágrafo incluído servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de
pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, compensa-
§ 7º O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com ção de horário na forma do inciso II do art. 44. (Parágrafo
a finalidade de promover a composição da força de trabalho incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da
poderá determinar a lotação ou o exercício de empregado ou administração é assegurada, na localidade da nova residência ou
servidor, independentemente da observância do constante no na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere,
inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (Parágrafo incluído pela em qualquer época, independentemente de vaga.
Lei nº 10.470, de 25.6.2002) Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao côn-
juge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que
vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua
Seção II
guarda, com autorização judicial.
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se Capítulo VII
as seguintes disposições: Do Tempo de Serviço
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço
afastado do cargo; público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas.
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; que serão convertidos em anos, considerado o ano como de
III - investido no mandato de vereador: trezentos e sessenta e cinco dias.
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97,
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do são considerados como de efetivo exercício os afastamentos
cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. em virtude de:

193

186
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
I - férias; podendo ser renovado.
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração
ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no
Distrito Federal; prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.
III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, Art. 107. Caberá recurso:
em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Pre- I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
sidente da República; II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
IV - participação em programa de treinamento regularmente § 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior
instituído, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessiva-
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) mente, em escala ascendente, às demais autoridades.
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, munici- § 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade
pal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por mereci- a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
mento; Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsidera-
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; ção ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afasta- ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.
mento, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensi-
Lei nº 9.527, de 10.12.97) vo, a juízo da autoridade competente.
VIII - licença: Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de re-
a) à gestante, à adotante e à paternidade; consideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e à data do ato impugnado.
quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço públi- Art. 110. O direito de requerer prescreve:
co prestado à União, em cargo de provimento efetivo; (Reda- I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassa-
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ção de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem inte-
c) para o desempenho de mandato classista ou participação resse patrimonial e créditos resultantes das relações de tra-
de gerência ou administração em sociedade cooperativa cons- balho;
tituída por servidores para prestar serviços a seus membros, II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quan-
exceto para efeito de promoção por merecimento; (Redação do outro prazo for fixado em lei.
dada pela Lei nº 11.094, de 2005) Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; (Reda- pelo interessado, quando o ato não for publicado.
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando
f) por convocação para o serviço militar; cabíveis, interrompem a prescrição.
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser
X - participação em competição desportiva nacional ou convo- relevada pela administração.
cação para integrar representação desportiva nacional, no País Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada
ou no exterior, conforme disposto em lei específica; vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou
XI - afastamento para servir em organismo internacional de a procurador por ele constituído.
que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Inciso incluído Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) tempo, quando eivados de ilegalidade.
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos
disponibilidade: neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípi-
os e Distrito Federal; Título IV
II - a licença para tratamento de saúde de pessoa da família do Do Regime Disciplinar
servidor, com remuneração; Capítulo I
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2º; Dos Deveres
IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato eleti- Art. 116. São deveres do servidor:
vo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingres- I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
so no serviço público federal; II - ser leal às instituições a que servir;
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previ- III - observar as normas legais e regulamentares;
dência Social; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta-
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; mente ilegais;
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que V - atender com presteza:
exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do a) ao público em geral, prestando as informações requeridas,
art. 102. (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ressalvadas as protegidas por sigilo;
§ 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado será conta- b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito
do apenas para nova aposentadoria. ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
§ 2º Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
Forças Armadas em operações de guerra. (Prejudicado pelo VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregula-
artigo 40, § 10 da CF) ridades de que tiver ciência em razão do cargo;
§ 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço VII - zelar pela economia do material e a conservação do patri-
prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função mônio público;
de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
Federal e Município, autarquia, fundação pública, sociedade IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
de economia mista e empresa pública. X - ser assíduo e pontual ao serviço;
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
Capítulo VIII XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII
Do Direito de Petição
será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela auto-
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos ridade superior àquela contra a qual é formulada, asseguran-
Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. do-se ao representando ampla defesa.
Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade competen-
te para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que Capítulo II
estiver imediatamente subordinado o requerente. Das Proibições
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que Art. 117. Ao servidor é proibido:
houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia

194

187
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
autorização do chefe imediato; os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compati-
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qual- bilidade de horário e local com o exercício de um deles, decla-
quer documento ou objeto da repartição; rada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades en-
III - recusar fé a documentos públicos; volvidos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento
e processo ou execução de serviço; Ü COMENTÁRIO
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto A CF em seu artigo 37, inciso XVI dispõe que:
da repartição;
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públi-
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua cos, exceto, quando houver compatibilidade de horários,
responsabilidade ou de seu subordinado; observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a a) a de dois cargos de professor;
associação profissional ou sindical, ou a partido político; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científi-
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de co;
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais
grau civil; de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, pela EC nº 34/01)
em detrimento da dignidade da função pública;
X - participar de gerência ou administração de sociedade priva- Capítulo IV
da, personificada ou não personificada, salvo a participação Das Responsabilidades
nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou enti- Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativa-
dades em que a União detenha, direta ou indiretamente, partici- mente pelo exercício irregular de suas atribuições.
pação no capital social ou em sociedade cooperativa constituí- Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
da para prestar serviços a seus membros, e exercer o comér- comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erá-
cio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; rio ou a terceiros.
(Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005) § 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários outros bens que assegurem a execução do débito pela via
ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge judicial.
ou companheiro; § 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual- servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
quer espécie, em razão de suas atribuições; § 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estran- e contra eles será executada, até o limite do valor da herança
geiro; recebida.
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e con-
XV - proceder de forma desidiosa; travenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de
serviços ou atividades particulares; ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo ou função.
que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com cumular-se, sendo independentes entre si.
o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando afastada no caso de absolvição criminal que negue a existên-
solicitado. (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) cia do fato ou sua autoria.

Capítulo III Capítulo V


Da Acumulação Das Penalidades
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é Art. 127. São penalidades disciplinares:
vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. I - advertência;
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e II - suspensão;
funções em autarquias, fundações públicas, empresas públi- III - demissão;
cas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Fede- IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
ral, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios. V - destituição de cargo em comissão;
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condiciona- VI - destituição de função comissionada.
da à comprovação da compatibilidade de horários. Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a
§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de venci- natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que
mento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agra-
inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas vantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
remunerações forem acumuláveis na atividade. (Parágrafo in- Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencio-
cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) nará sempre o fundamento legal e a causa da sanção discipli-
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em nar. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9o, Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos
nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII
coletiva. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei,
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à re- regulamentação ou norma interna, que não justifique imposi-
muneração devida pela participação em conselhos de adminis- ção de penalidade mais grave. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
tração e fiscal das empresas públicas e sociedades de econo- de 10.12.97)
mia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quais- Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência
quer empresas ou entidades em que a União, direta ou indireta- das faltas punidas com advertência e de violação das demais
mente, detenha participação no capital social, observado o que, proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de
a respeito, dispuser legislação específica. (Redação dada pela demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) § 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acu- servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido
mular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em a inspeção médica determinada pela autoridade competente,
cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a deter-

195

188
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
minação. grafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade § 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, apli-
de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% car-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de apo-
(cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, sentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos
ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunica-
seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 dos. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
(cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servi- § 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo
dor não houver, nesse período, praticado nova infração disci- disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias,
plinar. contados da data de publicação do ato que constituir a comis-
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá são, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando
efeitos retroativos. as circunstâncias o exigirem. (Parágrafo incluído pela Lei nº
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: 9.527, de 10.12.97)
I - crime contra a administração pública; § 8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste
II - abandono de cargo; artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiaria-
III - inassiduidade habitual; mente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. (Parágrafo
IV - improbidade administrativa; incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade
VI - insubordinação grave em serviço; do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo a demissão.
em legítima defesa própria ou de outrem; Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
cargo; Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio na- artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será con-
cional; vertida em destituição de cargo em comissão.
XI - corrupção; Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi- nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a
cas; indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. prejuízo da ação penal cabível.
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o
refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua ex-servidor para nova investidura em cargo público federal,
chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogá- pelo prazo de 5 (cinco) anos.
vel de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público fe-
omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração deral o servidor que for demitido ou destituído do cargo em
e regularização imediata, cujo processo administrativo disci- comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
plinar se desenvolverá nas seguintes fases: (Redação dada Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional do
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao ser-
missão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simul- viço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpolada-
taneamente indicar a autoria e a materialidade da transgres- mente, durante o período de doze meses.
são objeto da apuração; (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade
10.12.97) habitual, também será adotado o procedimento sumário a que
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e se refere o art. 133, observando-se especialmente que: (Reda-
relatório; (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
III - julgamento. (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Inciso incluído pela
§ 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo Lei nº 9.527, de 10.12.97)
nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa
dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de do período de ausência intencional do servidor ao serviço su-
acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, perior a trinta dias; (Alínea incluída pela Lei nº 9.527, de
das datas de ingresso, do horário de trabalho e do correspon- 10.12.97)
dente regime jurídico. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias
10.12.97) de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou
§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato superior a sessenta dias interpoladamente, durante o período
que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas de doze meses; (Alínea incluída pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará rela-
promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por in- tório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do
termédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indi-
apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do pro- cará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de
cesso na repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164. abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autorida-
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório de instauradora para julgamento. (Inciso incluído pela Lei nº
conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servi- 9.527, de 10.12.97)
dor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o respec- I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas
tivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade ins- do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procura-
tauradora, para julgamento. (Parágrafo incluído pela Lei nº dor-Geral da República, quando se tratar de demissão e cas-
9.527, de 10.12.97) sação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vincu-
§ 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento do pro- lado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
cesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplican- II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata-
do-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art. 167. (Pará- mente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando
grafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
§ 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos
configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá auto-
respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de adver-
maticamente em pedido de exoneração do outro cargo. (Pará-

196

189
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
tência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se Capítulo III
tratar de destituição de cargo em comissão. Do Processo Disciplinar
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demis- apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no
são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destitui- exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as
ção de cargo em comissão; atribuições do cargo em que se encontre investido.
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência. composta de três servidores estáveis designados pela autori-
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o dade competente, observado o disposto no § 3º do art. 143, que
fato se tornou conhecido. indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocu-
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se pante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível
às infrações disciplinares capituladas também como crime. de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. (Redação
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferi- § 1º A Comissão terá como secretário servidor designado pelo
da por autoridade competente. seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a membros.
correr a partir do dia em que cessar a interrupção. § 2º Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inqu-
érito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consangüíneo
Título V ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
Do Processo Administrativo Disciplinar Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com independên-
Capítulo I cia e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucida-
Disposições Gerais ção do fato ou exigido pelo interesse da administração.
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comis-
serviço público é obrigada a promover a sua apuração imedi- sões terão caráter reservado.
ata, mediante sindicância ou processo administrativo discipli- Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes
nar, assegurada ao acusado ampla defesa. fases:
§ 1º Compete ao órgão central do SIPEC supervisionar e fisca- I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co-
lizar o cumprimento do disposto neste artigo. (Parágrafo inclu- missão;
ído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa
§ 2º Constatada a omissão no cumprimento da obrigação a que e relatório;
se refere o caput deste artigo, o titular do órgão central do III - julgamento.
SIPEC designará a comissão de que trata o art. 149. (Parágra- Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não
fo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação
§ 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação da auto- do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação
ridade a que se refere, poderá ser promovida por autoridade de por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a § 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo inte-
irregularidade, mediante competência específica para tal fina- gral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados
lidade, delegada em caráter permanente ou temporário pelo do ponto, até a entrega do relatório final.
Presidente da República, pelos presidentes das Casas do Poder § 2º As reuniões da comissão serão registradas em atas que
Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral deverão detalhar as deliberações adotadas.
da República, no âmbito do respectivo Poder, órgão ou entida-
de, preservadas as competências para o julgamento que se Seção I
seguir à apuração. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de Do Inquérito
10.12.97)
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do
apuração, desde que contenham a identificação e o endereço contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a
do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.
autenticidade. Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disci-
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evi- plinar, como peça informativa da instrução.
dente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será ar- Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância
quivada, por falta de objeto. concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a
Art. 145. Da sindicância poderá resultar: autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Minis-
I - arquivamento do processo; tério Público, independentemente da imediata instauração do
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de processo disciplinar.
até 30 (trinta) dias; Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a toma-
III - instauração de processo disciplinar. da de depoimentos, acareações, investigações e diligências
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando
não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a comple-
período, a critério da autoridade superior. ta elucidação dos fatos.
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o
imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arro-
dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibili- lar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e
dade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
instauração de processo disciplinar. § 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos conside-
rados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum in-
Capítulo II teresse para o esclarecimento dos fatos.
Do Afastamento Preventivo § 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a compro-
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não vação do fato independer de conhecimento especial de perito.
venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante man-
instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu dado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (ses- via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.
senta) dias, sem prejuízo da remuneração. Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por expedição do mandado será imediatamente comunicada ao
igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora
não concluído o processo.

197

190
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
marcados para inquirição. ridade instauradora do processo, este será encaminhado à
Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a autoridade competente, que decidirá em igual prazo.
termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. § 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções,
§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente. o julgamento caberá à autoridade competente para a imposi-
§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infir- ção da pena mais grave.
mem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes. § 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de
Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às au-
promoverá o interrogatório do acusado, observados os proce- toridades de que trata o inciso I do art. 141.
dimentos previstos nos arts. 157 e 158. § 4º Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a
§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles será autoridade instauradora do processo determinará o seu arqui-
ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas de- vamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.
clarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
acareação entre eles. Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo
§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, quando contrário às provas dos autos.
bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado inter- Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar
ferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, rein- as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivada-
quiri-las, por intermédio do presidente da comissão. mente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do servidor de responsabilidade.
acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autori-
seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual par- dade que determinou a instauração do processo ou outra de
ticipe pelo menos um médico psiquiatra. hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será pro- ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão
cessado em auto apartado e apenso ao processo principal, para instauração de novo processo. (Redação dada pela Lei nº
após a expedição do laudo pericial. 9.527, de 10.12.97)
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a § 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do
indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele processo.
imputados e das respectivas provas. § 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo presi- trata o art. 142, § 2º, será responsabilizada na forma do Capí-
dente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo tulo IV do Título IV.
de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade
julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos
repartição.
individuais do servidor.
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o
de 20 (vinte) dias. processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.
diligências reputadas indispensáveis. Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamen-
da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, te, após a conclusão do processo e o cumprimento da penali-
em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, dade, acaso aplicada.
com a assinatura de (2) duas testemunhas. Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o pará-
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado grafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em demis-
a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado. são, se for o caso.
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabi- Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
do, será citado por edital, publicado no Diário Oficial da União I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede
e em jornal de grande circulação na localidade do último domi- de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ou
cílio conhecido, para apresentar defesa. indiciado;
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para de- II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obriga-
fesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do dos a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização
edital. de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente
citado, não apresentar defesa no prazo legal. Seção III
§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do proces- Da Revisão do Processo
so e devolverá o prazo para a defesa. Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer
tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos
§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora
ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do pu-
do processo designará um servidor como defensor dativo, que nido ou a inadequação da penalidade aplicada.
deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo § 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do
nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indi- servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão
ciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) do processo.
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório § 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão
minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e será requerida pelo respectivo curador.
mencionará as provas em que se baseou para formar a sua Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao
convicção. requerente.
§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não
à responsabilidade do servidor. constitui fundamento para a revisão, que requer elementos
§ 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão novos, ainda não apreciados no processo originário.
indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido
como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se auto-
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, rizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou
será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, entidade onde se originou o processo disciplinar.
para julgamento. Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade compe-
tente providenciará a constituição de comissão, na forma do
Seção II art. 149.
Do Julgamento Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.
Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia
e hora para a produção de provas e inquirição das testemu-
do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.
nhas que arrolar.
§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da auto-

198

191
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a II - quanto ao dependente:
conclusão dos trabalhos. a) pensão vitalícia e temporária;
Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no b) auxílio-funeral;
que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão c) auxílio-reclusão;
do processo disciplinar. d) assistência à saúde.
Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pe- § 1º As aposentadorias e pensões serão concedidas e manti-
nalidade, nos termos do art. 141. das pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vincu-
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) lados os servidores, observado o disposto nos arts. 189 e 224.
dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual § 2º O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude,
a autoridade julgadora poderá determinar diligências. dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido,
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem sem prejuízo da ação penal cabível.
efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os di-
reitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo Capítulo II
em comissão, que será convertida em exoneração. Dos Benefícios
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resul-
tar agravamento de penalidade. Seção I
Da Aposentadoria
Título VI
Da Seguridade Social do Servidor Art. 186. O servidor será aposentado:
Capítulo I I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quan-
Disposições Gerais do decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e
servidor e sua família. proporcionais nos demais casos;
§ 1º O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven-
simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na tos proporcionais ao tempo de serviço;
administração pública direta, autárquica e fundacional não terá III - voluntariamente:
direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30
exceção da assistência à saúde. (Redação dada pela Lei nº (trinta) se mulher, com proventos integrais;
10.667, de 14.5.2003) b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de
§ 2º O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora,
com proventos integrais;
direito à remuneração, inclusive para servir em organismo ofi-
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e
cial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
o qual coopere, ainda que contribua para regime de previdên- d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos
cia social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regi- 60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao tem-
me do Plano de Seguridade Social do Servidor Público en- po de serviço.
quanto durar o afastamento ou a licença, não lhes assistindo,
neste período, os benefícios do mencionado regime de previ- Ü COMENTÁRIO
dência. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
§ 3º Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem Estes artigos foram prejudicados pela EC nº 20/98,
remuneração a manutenção da vinculação ao regime do Plano EC nº 41/03 e EC nº 42/03.
de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhi-
mento mensal da respectiva contribuição, no mesmo percen- Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da
tual devido pelos servidores em atividade, incidente sobre a União, dos Estados,do Distrito Federal e dos Municípios,
remuneração total do cargo a que faz jus no exercício de suas incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado re-
atribuições, computando-se, para esse efeito, inclusive, as gime de previdência de caráter contributivo e solidário,
vantagens pessoais. (Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003) mediante contribuição do respectivo ente público, dos
§ 4º O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuado até o servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observa-
segundo dia útil após a data do pagamento das remunerações dos critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atua-
dos servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de rial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela EC nº
cobrança e execução dos tributos federais quando não reco- 41/2003)
lhidas na data de vencimento. (Incluído pela Lei nº 10.667, de § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência
14.5.2003) de que trata este artigo serão aposentados, calculados os
Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§
aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e 3º e 17: (Redação dada pela EC nº 41/2003)
compreende um conjunto de benefícios e ações que atendam I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporci-
às seguintes finalidades: onais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de
I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, acidente em serviço, moléstia profissional ou doença gra-
invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimen- ve, contagiosa ou incurável, na forma da lei; (Redação
to e reclusão; dada pela EC nº 41/2003)
II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade; II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com
III - assistência à saúde. proventos proporcionais ao tempo de contribuição;
Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos ter- III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo
mos e condições definidos em regulamento, observadas as de dez anos de efetivo exercício no serviço público e
disposições desta Lei. cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentado-
Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do ria, observadas as seguintes condições:
servidor compreendem: a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição,
I - quanto ao servidor: se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de
a) aposentadoria; contribuição, se mulher;
b) auxílio-natalidade; b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
c) salário-família; anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao
d) licença para tratamento de saúde; tempo de contribuição.
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
f) licença por acidente em serviço; ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remu-
g) assistência à saúde; neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que
h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a
satisfatórias; concessão da pensão.

199

192
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
§ 3º Para o cálculo dos proventos de apossentadoria, por § 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
ocasião da sua concessão, serão consideradas as remu- em comissão declarado em lei de livre nomeação e exo-
nerações utilizadas como base para as contribuições do neração bem como de outro cargo temporário ou de
servidor aos regimes de previdência de que tratam este emprego público, aplica-se o regime geral de previdên-
artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada pela EC cia social.
nº 41/2003)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenci- O regime geral de previdência social encontra-se discipli-
ados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos nado no art. 201 da CF, sendo o regime dos trabalhadores
pelo regime de que trata este artigo, ressalvados os casos regidos pela CLT.
de atividades exercidas exclusivamente sob condições es-
peciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
definidos em lei complementar. pios, desde que instituam regime de previdência com-
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição plementar para os seus respectivos servidores titulares
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposen-
§ 1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamente tadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para
educação infantil e no ensino fundamental e médio. os benefícios do regime geral de previdência social de
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos car- que trata o art. 201.
gos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a § 15. O regime de previdência complementar de que trata
percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regi- o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo
me de previdência previsto neste artigo. Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades
por morte, que será igual: (Redação dada pela ECnº 41/ fechadas de previdência complementar, de natureza pú-
2003) blica, que oferecerão aos respectivos participantes pla-
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor faleci-
nos de benefícios somente na modalidade de contribui-
do, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, ção definida. (Redação dada pela EC nº 41/2003)
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o
este limite, caso aposentado à data do óbito; ou (Incluído disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
pela EC nº 41/2003) que tiver ingressado no serviço público até a data da
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no publicação do ato de instituição do correspondente regi-
cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máxi- me de previdência complementar.
mo estabelecido para os benefícios do regime geral de pre- § 17. Todos os valores de remuneração considerados
vidência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devida-
por cento da parcela excedente a este limite, caso em ativi- mente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela EC nº
dade na data do óbito. (Incluído pela EC nº 41/2003) 41/2003)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, con- sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que
forme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela trata este artigo que superem o limite máximo estabele-
EC nº 41/2003) cido para os benefícios do regime geral de previdência
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou munici- social de que trata o art. 201, com percentual igual ao
pal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo estabelecido para os servidores titulares de cargos efe-
de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. tivos. (Incluído pela EC nº 41/2003)
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de con- § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha com-
tagem de tempo de contribuição fictício. pletado as exigências para aposentadoria voluntária es-
tabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
Esta regra decorre da nova sistemática de contagem de atividade fará jus a um abono de permanência equivalen-
tempo para os benefícios. Não há mais tempo de serviço, te ao valor da sua contribuição previdenciária até com-
e sim tempo de contribuição. pletar as exigências para aposentadoria compulsória
Deste modo, são inconstitucionais qualquer dispositivo que contidas no § 1º, II. (Incluído pela EC nº 41/2003)
autorize a contagem em dobro de férias, licenças-prêmio
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
não gozadas..., gerando aumento fictício no tempo de con-
tribuição. próprio de previdência social para os servidores titula-
res de cargos efetivos, e de mais de uma unidade ges-
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma dos tora do respectivo regime em cada ente estatal, ressal-
proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da vado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela EC nº
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como 41/2003)
de outras atividades sujeitas à contribuição para o regime
geral de previdência social, e ao montante resultante da
adição de proventos de inatividade com remuneração de § 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incurá-
cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em veis, a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa,
comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera- alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, ce-
ção, e de cargo eletivo. gueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase,
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdên- cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível
cia dos servidores públicos titulares de cargo efetivo ob- e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia gra-
servará, no que couber, os requisitos e critérios fixados ve, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante),
para o regime geral de previdência social. Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a
lei indicar, com base na medicina especializada.
Dois são os regimes de previdência social estabelecidos
pela EC nº 20 para os servidores públicos: § 2º Nos casos de exercício de atividades consideradas insa-
1. o regime de previdência peculiar - aplicado ao servidor lubres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no
vitalício e servidor efetivo; art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III, “a” e “c”,
2. o regime de previdência geral (previsto no art. 201 da CF observará o disposto em lei específica.
que é o regime dos trabalhadores regidos pela CLT) - aplica- § 3º Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à junta
do ao servidor em comissão ou em outro cargo temporário e médica oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada
empregado público. a incapacidade para o desempenho das atribuições do cargo
ou a impossibilidade de se aplicar o disposto no art. 24.

200

193
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
(Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e
Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e de- viverem em comum, o salário-família será pago a um deles;
clarada por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a
em que o servidor atingir a idade-limite de permanência no distribuição dos dependentes.
serviço ativo. Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a
Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos inca-
a partir da data da publicação do respectivo ato. pazes.
§ 1º A aposentadoria por invalidez será precedida de licença Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo,
para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para
(vinte e quatro) meses. a Previdência Social.
§ 2º Expirado o período de licença e não estando em condi- Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração,
ções de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família.
será aposentado.
§ 3º O lapso de tempo compreendido entre o término da licen- Seção IV
ça e a publicação do ato da aposentadoria será considerado Da Licença para Tratamento de Saúde
como de prorrogação da licença. Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento
Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica,
observância do disposto no § 3o do art. 41, e revisto na mesma sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
data e proporção, sempre que se modificar a remuneração dos Art. 203. Para licença até 30 (trinta) dias, a inspeção será feita
servidores em atividade. por médico do setor de assistência do órgão de pessoal e, se
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer por prazo superior, por junta médica oficial.
benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos ser- § 1º Sempre que necessário, a inspeção médica será realiza-
vidores em atividade, inclusive quando decorrentes de trans- da na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar
formação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu onde se encontrar internado.
a aposentadoria. § 2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se
Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, e
tempo de serviço, se acometido de qualquer das moléstias não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do
especificadas no art. 186, § 1º, passará a perceber provento art. 230, será aceito atestado passado por médico particular.
integral. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento § 3º No caso do parágrafo anterior, o atestado somente produ-
não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade. zirá efeitos depois de homologado pelo setor médico do res-
Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) pectivo órgão ou entidade, ou pelas autoridades ou pessoas de
Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) que tratam os parágrafos do art. 230. (Redação dada pela Lei
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação natali- nº 9.527, de 10.12.97)
na, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente § 4º O servidor que durante o mesmo exercício atingir o limite
ao respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido. de trinta dias de licença para tratamento de saúde, consecuti-
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participa- vos ou não, para a concessão de nova licença, independente-
do de operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, mente do prazo de sua duração, será submetido a inspeção
nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será por junta médica oficial. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527,
concedida aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte de 10.12.97)
e cinco) anos de serviço efetivo. Art. 204. Findo o prazo da licença, o servidor será submetido
a nova inspeção médica, que concluirá pela volta ao serviço,
Seção II pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.
Do Auxílio-Natalidade Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de le-
nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor venci- sões produzidas por acidente em serviço, doença profissional
mento do serviço público, inclusive no caso de natimorto. ou qualquer das doenças especificadas no art. 186, § 1o.
§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgâni-
50% (cinqüenta por cento), por nascituro. cas ou funcionais será submetido a inspeção médica.
§ 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor
Seção V
público, quando a parturiente não for servidora.
Da Licença à Gestante, à Adotante
e da Licença-Paternidade
Seção III Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120
Do Salário-Família (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remunera-
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao ção.
inativo, por dependente econômico. § 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
para efeito de percepção do salário-família: § 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados partir do parto.
até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte § 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even-
e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade; to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização apta, reassumirá o exercício.
judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do § 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora
inativo; terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
III - a mãe e o pai sem economia própria. Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá
Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando o direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis
ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da apo- meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de
sentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo. trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada
em dois períodos de meia hora.

201

194
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de desse direito os demais beneficiários referidos nas alíneas
criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noven- “c” e “d”.
ta) dias de licença remunerada. Art. 218. A pensão será concedida integralmente ao titular da
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de pensão vitalícia, exceto se existirem beneficiários da pensão
criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata temporária.
este artigo será de 30 (trinta) dias. § 1º Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão vitalí-
cia, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os
Seção VI beneficiários habilitados.
Da Licença por Acidente em Serviço § 2º Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e temporária,
Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servi- metade do valor caberá ao titular ou titulares da pensão vitalí-
dor acidentado em serviço. cia, sendo a outra metade rateada em partes iguais, entre os
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou men- titulares da pensão temporária.
tal sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imedia- § 3º Ocorrendo habilitação somente à pensão temporária, o
tamente, com as atribuições do cargo exercido. valor integral da pensão será rateado, em partes iguais, entre
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano: os que se habilitarem.
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servi- Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo,
dor no exercício do cargo; prescrevendo tão-somente as prestações exigíveis há mais de
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice- 5 (cinco) anos.
versa. Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova pos-
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de terior ou habilitação tardia que implique exclusão de benefici-
tratamento especializado poderá ser tratado em instituição ário ou redução de pensão só produzirá efeitos a partir da data
privada, à conta de recursos públicos. em que for oferecida.
Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médi- Art. 220. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela
ca oficial constitui medida de exceção e somente será admis- prática de crime doloso de que tenha resultado a morte do
sível quando inexistirem meios e recursos adequados em ins- servidor.
tituição pública. Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presu-
Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) mida do servidor, nos seguintes casos:
dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem. I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária compe-
tente;
Seção VII II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou
Da Pensão acidente não caracterizado como em serviço;
Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem jus a III - desaparecimento no desempenho das atribuições do car-
uma pensão mensal de valor correspondente ao da respectiva go ou em missão de segurança.
remuneração ou provento, a partir da data do óbito, observado Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em
o limite estabelecido no art. 42. vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco)
Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em anos de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento
vitalícias e temporárias. do servidor, hipótese em que o benefício será automaticamen-
§ 1º A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas permanen- te cancelado.
tes, que somente se extinguem ou revertem com a morte de Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
seus beneficiários. I - o seu falecimento;
§ 2º A pensão temporária é composta de cota ou cotas que II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a
podem se extinguir ou reverter por motivo de morte, cessação concessão da pensão ao cônjuge;
de invalidez ou maioridade do beneficiário. III - a cessação de invalidez, em se tratando de beneficiário
Art. 217. São beneficiários das pensões: inválido;
I - vitalícia: IV - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa designada,
a) o cônjuge; aos 21 (vinte e um) anos de idade;
b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorcia- V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
da, com percepção de pensão alimentícia;
VI - a renúncia expressa.
c) o companheiro ou companheira designado que comprove
união estável como entidade familiar; Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a
d) a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do respectiva cota reverterá:
servidor; I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta pensão ou
e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a pes- para os titulares da pensão temporária, se não houver pensio-
soa portadora de deficiência, que vivam sob a dependência nista remanescente da pensão vitalícia;
econômica do servidor; II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou, na falta
II - temporária: destes, para o beneficiário da pensão vitalícia.
a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de idade, ou, Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na
se inválidos, enquanto durar a invalidez; mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos venci-
b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos de mentos dos servidores, aplicando-se o disposto no parágrafo
idade; único do art. 189.
c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, enquan- Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção
to durar a invalidez, que comprovem dependência econômica cumulativa de mais de duas pensões.
do servidor;
d) a pessoa designada que viva na dependência econômica do Seção VIII
servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inválida, enquanto Do Auxílio-Funeral
durar a invalidez. Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor fale-
§ 1º A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários de que cido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um
tratam as alíneas “a” e “c” do inciso I deste artigo exclui desse mês da remuneração ou provento.
direito os demais beneficiários referidos nas alíneas “d” e “e”. § 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será
§ 2º A concessão da pensão temporária aos beneficiários de pago somente em razão do cargo de maior remuneração.
que tratam as alíneas “a” e “b” do inciso II deste artigo exclui § 2º (VETADO).

202

195
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, Título VIII
por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família Capítulo Único
que houver custeado o funeral. Das Disposições Gerais
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será inde- Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte
nizado, observado o disposto no artigo anterior. e oito de outubro.
Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Exe-
do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de cutivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos funci-
transporte do corpo correrão à conta de recursos da União, onais, além daqueles já previstos nos respectivos planos de
autarquia ou fundação pública. carreira:
I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos
Seção IX que favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos
Do Auxílio-Reclusão custos operacionais;
Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclu- II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito,
são, nos seguintes valores: condecoração e elogio.
I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias
prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autorida- corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do
de competente, enquanto perdurar a prisão; vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguin-
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude te, o prazo vencido em dia em que não haja expediente.
de condenação, por sentença definitiva, a pena que não deter- Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosó-
mine a perda de cargo.
fica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer
§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá
dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional,
direito à integralização da remuneração, desde que absolvido.
nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.
§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia
Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos
imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade,
da Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e
ainda que condicional.
os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substi-
Capítulo III
tuto processual;
Da Assistência à Saúde b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e final do mandato, exceto se a pedido;
de sua família, compreende assistência médica, hospitalar, c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a
odontológica, psicológica e farmacêutica, prestada pelo Siste- que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições defi-
ma Único de Saúde - SUS ou diretamente pelo órgão ou entida- nidas em assembléia geral da categoria.
de ao qual estiver vinculado o servidor, ou, ainda, mediante d) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
convênio ou contrato, na forma estabelecida em regulamento. e) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do cônju-
§ 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida ge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e
perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico constem do seu assentamento individual.
ou junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou enti- Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou
dade celebrará, preferencialmente, convênio com unidades de companheiro, que comprove união estável como entidade fa-
atendimento do sistema público de saúde, entidades sem fins miliar.
lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o municí-
Nacional do Seguro Social - INSS. (Parágrafo incluído pela Lei pio onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver
nº 9.527, de 10.12.97) exercício, em caráter permanente.
§ 2º Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplica-
ção do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou entidade Título IX
promoverá a contratação da prestação de serviços por pessoa Capítulo Único
jurídica, que constituirá junta médica especificamente para Das Disposições Transitórias e Finais
esses fins, indicando os nomes e especialidades dos seus Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por
integrantes, com a comprovação de suas habilitações e de que esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores
não estejam respondendo a processo disciplinar junto à enti- dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias, in-
dade fiscalizadora da profissão. (Parágrafo incluído pela Lei clusive as em regime especial, e das fundações públicas, re-
nº 9.527, de 10.12.97) gidos pela Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis da União, ou pela Consolidação
Capítulo IV das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de
Do Custeio 1º de maio de 1943, exceto os contratados por prazo determi-
Art. 231. (Revogado pela Lei nº 9.783, de 28.01.99) nado, cujos contratos não poderão ser prorrogados após o
vencimento do prazo de prorrogação.
Título VII § 1º Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no
Capítulo Único regime instituído por esta Lei ficam transformados em cargos,
Da Contratação Temporária de Excepcional Interesse na data de sua publicação.
Público § 2º As funções de confiança exercidas por pessoas não inte-
Art. 232. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) grantes de tabela permanente do órgão ou entidade onde têm
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) exercício ficam transformadas em cargos em comissão, e
Art. 234. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) mantidas enquanto não for implantado o plano de cargos dos
Art. 235. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) órgãos ou entidades na forma da lei.
§ 3º As Funções de Assessoramento Superior - FAS, exerci-
das por servidor integrante de quadro ou tabela de pessoal,
ficam extintas na data da vigência desta Lei.
§ 4º (VETADO).
§ 5º O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários da

203

196
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
Justiça, remunerados com recursos da União, no que couber.
§ 6º Os empregos dos servidores estrangeiros com estabilida-
de no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalida-
de brasileira, passarão a integrar tabela em extinção, do res-
pectivo órgão ou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes
aos planos de carreira aos quais se encontrem vinculados os
empregos.
§ 7º Os servidores públicos de que trata o caput deste artigo,
não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições Constitu-
cionais Transitórias, poderão, no interesse da Administração
e conforme critérios estabelecidos em regulamento, ser exo-
nerados mediante indenização de um mês de remuneração por
ano de efetivo exercício no serviço público federal. (Parágrafo
incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 8º Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e na
declaração de rendimentos, serão considerados como indeni-
zações isentas os pagamentos efetuados a título de indeniza-
ção prevista no parágrafo anterior. (Parágrafo incluído pela Lei
nº 9.527, de 10.12.97)
§ 9º Os cargos vagos em decorrência da aplicação do disposto
no § 7º poderão ser extintos pelo Poder Executivo quando con-
siderados desnecessários. (Parágrafo incluído pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos
aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam transformados
em anuênio.
Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei nº
1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada
em licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts.
87 a 90.
Art. 246. (VETADO).
Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, haverá
ajuste de contas com a Previdência Social, correspondente ao
período de contribuição por parte dos servidores celetistas
abrangidos pelo art. 243. (Redação dada pela Lei nº 8.162, de
8.1.91)
Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência
desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de
origem do servidor.
Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1º do art. 231, os
servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e
nos percentuais atualmente estabelecidos para o servidor ci-
vil da União conforme regulamento próprio.
Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer,
dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a apo-
sentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatu-
to dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei nº 1.711, de
28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem previs-
ta naquele dispositivo. (Artigo vetado e mantido pelo Congres-
so Nacional promulgado no D.O.U. de 19.4.91)
Art. 251. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,
com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês subse-
qüente.
Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outubro de
1952, e respectiva legislação complementar, bem como as
demais disposições em contrário.

Brasília, 11 de dezembro de 1990;


169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho

204

197
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1. Introdução - no Distrito Federal: pelo Governador Distrital;
- nos Municípios: pelo Prefeito Municipal.
A Administração Pública em geral deve ser estudada a
partir do conceito de Estado, que varia segundo o ângulo c) Poder Judiciário - tem por função típica fiscalizar o
pelo qual é considerado. Estado de Direito é o Estado cumprimento das leis, aplicando sanções aos transgres-
juridicamente organizado e obediente às suas próprias sores, bem como resolver os conflitos de interesse. Sua
leis. Sob um prisma político podemos afirmar que: composição está disciplinada na CF.

2. Estado 3. Teoria da Função Pública

É uma organização política que regulamenta as relações Todos os Poderes têm necessidade de praticar atos
entre um povo e seu território. administrativos, ainda que restritos à sua organização e
ao seu funcionamento, aos quais damos o nome de fun-
Elementos do Estado ção típica. Em caráter excepcional admitido pela Consti-
O Estado é composto de três elementos, originários, tuição Federal, desempenham funções e praticam atos
essenciais e indissociáveis: que, a rigor, seriam de outro Poder. Ex.: função auto-ad-
ministrativa dos Poderes Legislativo e Judiciário, função
a) Povo: elemento humano – seres humanos; judiciária do Poder Legislativo quando julga Presidente,
b)Território: elemento físico – base física, compreen- Vice-Presidente da República e Ministros de Estado nos
dendo os espaços terrestre, marítimo e aéreo, inclusive crimes de responsabilidade (art.52, inc. I, CF), função
os naturais prolongamentos deste espaço. legislativa do Poder Executivo quando edita Decretos e
c) Governo Soberano: elemento jurídico – é o elemento Medidas Provisórias.
condutor do Estado que detém e exerce o Poder absolu-
to, o Poder de Soberania, ou seja, a independência em
Esses Poderes são próprios da estrutura do Estado e
relação aos governos de outros Estados.
cada um deles corresponde a uma função precípua: le-
gislativa, administrativa e judicial. A função administrati-
Personalidade Jurídica do Estado
va é composta por uma atividade específica do Estado,
O Estado é uma pessoa jurídica de direito público. É
relativa à prática de atos para satisfazer interesses da
uma figura abstrata criada pela lei para assumir direitos
e obrigações. Ele será sempre a expressão jurídica da coletividade, através da realização de serviços públicos
coletividade que representa, e o Direito lhe reconhece exercitada pela Administração Pública.
uma personalidade jurídica baseada na hipótese de que
ele representa a vontade comum da coletividade. 4. Administração Pública – Conceito

Poderes do Estado É um conjunto de órgãos integrados na estrutura admi-


A União possui seus órgãos próprios, seus Poderes nistrativa do Estado, encarregado de exercer, no interes-
Públicos, seu sistema de Governo e sua organização se da coletividade, as funções determinadas pela Cons-
fundada no princípio da divisão de Poderes, que visa tituição e pelas leis. A Administração Pública encontra suas
impedir e limitar a prepotência do Estado. Na clássica bases na Constituição Federal, quer quando define a es-
tripartição de Montesquieu, até hoje adotada nos Esta- trutura do Poder Executivo, quer quando define os funda-
dos de Direito, são Poderes próprios da estrutura do mentos de sua organização, seus princípios e o regime
Estado, independentes e harmônicos entre si: a) o Le- jurídico de seus servidores.
gislativo; b) o Executivo, e c) o Judiciário.
5. Administração Pública e Governo
a) Poder Legislativo - tem por função típica elaborar e
aprovar leis, bem como fiscalizar os atos do Poder Exe- Expressam conceitos diversos segundo os aspectos em
cutivo. É representado: que se apresentam. Governo é a expressão política de
- na União: pelo Congresso Nacional, que compreende comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado
o Senado Federal (81 senadores) e a Câmara dos De- e de manutenção da ordem jurídica vigente, atuando me-
putados (513 deputados federais). diante atos de soberania e autonomia política na condu-
- nos Estados-membros: pela Assembléia Legislativa, com- ção dos negócios públicos. Governo é conduta indepen-
posta por deputados estaduais em número que varia de no dente que comanda com responsabilidade constitucio-
mínimo 24 e no máximo 94, conforme art. 27, CF. nal e política, mas sem responsabilidade profissional pela
- no Distrito Federal: pela Câmara Legislativa, compos- execução. A Administração não expressa atos de gover-
ta por deputados distritais conforme art. 27, CF. no, mas pratica tão-somente atos de execução (denomi-
- no Município: pela Câmara Municipal, composta por nados atos administrativos), com maior ou menor auto-
vereadores, cujo número varia de acordo com o número nomia funcional, segundo a competência dos órgãos e
de habitantes, conforme art. 29, IV, CF. de seus agentes, sem responsabilidade constitucional
ou política, mas com responsabilidade técnica e legal pela
b) Poder Executivo - tem por função típica a aplicação execução.
das leis, a execução das atividades administrativas. É
órgão monocrático, representado: É atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à nor-
- na União: pelo Presidente da República; ma técnica, sendo o instrumental de que dispõe o Esta-
- nos Estados: pelo Governador de Estado; do para pôr em prática as opções políticas do Governo.

198
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
O Governo e a Administração, como criações abstratas Princípio da impessoalidade
da Constituição e das leis, atuam por intermédio de seus É aquele que veda tratamentos discriminatórios, não se
órgãos, de suas entidades e de seus agentes. permitindo a prática de atos que beneficiem uma pes-
soa individualizada ou uma determinada categoria de
6. Princípios da Administração Pública pessoas. A finalidade de um ato administrativo é sempre
o interesse social, o bem comum, pois a norma é gené-
Princípios de uma ciência são as proposições básicas, rica. Outra acepção desse princípio é a de que os atos e
fundamentais, típicas, que condicionam todas as estru- provimentos praticados pelos servidores não são a eles
turações subsequentes. São, portanto, os alicerces da imputáveis, mas ao órgão ou entidade administrativa em
ciência. Sendo o Direito Administrativo de elaboração nome do qual age o servidor. O princípio da impessoali-
pretoriana e não codificado, os princípios representam dade estabelece que o administrador público somente
papel relevante nesse ramo do direito, permitindo à Ad- deverá praticar o seu ato para o fim estabelecido em lei
ministração e ao Judiciário estabelecer o necessário e tendo sempre um objetivo, que é o interesse público.
equilíbrio entre os direitos dos administrados e as prer- Nesse princípio encontra-se implícito o princípio da fina-
rogativas da Administração. lidade.

Os dois princípios fundamentais e que constituem a base Nos termos do § 1º do Artigo 37 da Constituição Federal,
estrutural de toda a Administração Pública são Supre- “A publicação dos atos, programas, obras, serviços e
macia do Interesse Público sobre o Privado e Indispo- campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter edu-
nibilidade do Interesse Público. cativo, informativo ou de orientação social, dela não po-
dendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac-
Princípio da supremacia do interesse público terizam promoção pessoal de autoridades ou servidores
Também chamado de princípio da finalidade pública, está públicos”.
presente tanto no momento da elaboração da lei como
no momento de sua execução em concreto pela Admi- Esse dispositivo estabelece que deverá ser excluída a
nistração Pública. A principal distinção que se faz entre o promoção pessoal de autoridades ou servidores públi-
direito privado e o direito público leva em conta o direito cos sobre suas realizações administrativas, entenden-
que se tem em vista proteger, pois o direito privado con- do-se, inclusive, que há uma proibição da prática do ato
tém normas de interesse individual, e o direito público, administrativo para satisfazer interesse privado ou para
normas de interesse público. Esse princípio serve de favorecer determinada pessoa ou determinada situação.
fundamento para todo o direito público, vinculando a Ad- O ato administrativo praticado em desatendimento ao
ministração em todas as suas decisões, pois os inte- interesse público estará sujeito a anulação por desvio
resses públicos têm supremacia sobre os individuais. de finalidade.

Princípio da moralidade
Princípio da indisponibilidade do interesse público É aquele que cuida da moral jurídica da Administração; é
Significa que, sendo interesses qualificados como pró- um conjunto de regras de conduta tiradas da própria
prios da coletividade e internos ao setor público, os inte- disciplina da Administração. A probidade administrativa
resses públcos não se encontram à livre disposição de é uma forma de moralidade administrativa que mereceu
quem quer que seja, por inapropriáveis. O próprio órgão consideração especial pela Constituição, inclusive pu-
administrativo que os representa não tem disponibilida- nindo o ímprobo com as penalidades previstas no artigo
de sobre os interesses públicos confiados à sua guarda 37, § 4º da CF. A moral administrativa é imposta ao agen-
e realização. Nos termos do artigo 2º da Lei nº 9.784/99, te público para sua conduta interna, segundo as exigên-
o interesse público é irrenunciável pela autoridade ad- cias da instituição a que serve e a finalidade de sua
ministrativa. ação: o bem comum.

A Constituição Federal - arts. 37/41 - estabelece a ativi- O administrador, ao atuar, deverá manter o elemento
dade da Administração Pública quando determina sua ético de sua conduta, pois a moralidade é um pressu-
submissão aos denominados princípios constitucionais: posto para a validade de todo e qualquer ato da Adminis-
Artigo 37. “A administração pública direta e indireta de tração Pública. A moralidade administrativa está ligada
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito ao conceito do bom administrador, que é aquele que
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de usa sua competência legal para atender os preceitos
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e vigentes e a moral comum.
eficiência”.
Princípio da publicidade
Princípio da legalidade É o que determina que os atos administrativos devem
É o princípio segundo o qual os atos praticados na Admi- ser levados ao conhecimento da coletividade, através do
nistração Pública devem obedecer rigorosamente aos órgão oficial da Administração, para que produzam efeitos
estritos termos da lei, dela não se podendo afastar, sob externos. Regra geral, todo ato administrativo deve ser pu-
pena de invalidação do ato e responsabilização do servi- blicado, porque pública é a Administração que o realiza, só
dor. A legalidade significa que o administrador público se admitindo sigilo nas hipóteses previstas em lei. “Regra
está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos man- geral, todos os atos administrativos têm que ser publica-
damentos da lei e às exigências do bem comum. A eficá- dos, entretanto, poderá haver sigilo nos casos de seguran-
cia de toda atividade administrativa está condicionada ao ça nacional, investigações policiais, ou interesse superior
atendimento da lei. Na administração particular é lícito da Administração Pública a ser preservado em processo
fazer tudo o que a lei não proíbe, porém na Administração previamente declarado sigiloso, nos termos do Decreto nº
Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. 79.099 / 77”.

199
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
O princípio da publicidade dos atos e contratos adminis- lução. Se a decisão administrativa for manifestamente
trativos, além de assegurar seus efeitos externos, visa inadequada para alcançar a finalidade que a lei determi-
propiciar seu conhecimento e controle pelos interessa- na, a Administração haverá exorbitado dos limites da dis-
dos diretos e pelo povo em geral, através de meios cons- cricionariedade e o Poder Judiciário poderá corrigir a
titucionais, como ação popular, mandado de segurança, ilegalidade.
direito de petição, habeas data. É requisito de eficácia e
não é elemento formativo do ato. A publicação que pro- Princípio da motivação
duz efeitos é a do órgão oficial da Administração Pública, Consagrado pela doutrina e pela jurisprudência, é o que
e não a divulgação pela imprensa particular, televisão ou exige que a Administração indique os fundamentos de
rádio. Por órgão oficial entende-se o Diário Oficial das fato e de direito de suas decisões; sua obrigatoriedade
entidades públicas e os jornais contratados para essas se justifica em qualquer tipo de ato, porque se trata de
publicações oficiais. formalidade necessária para permitir o controle de lega-
lidade dos atos administrativos. A motivação, em regra,
Princípio da eficiência não exige formas específicas e muitas vezes pode ser
Criado pela Emenda Constitucional nº 19, é aquele que feita por órgão diverso daquele que proferiu a decisão,
dispõe sobre a eficiência do serviço prestado pela Admi- pois freqüentemente a motivação consta de pareceres,
nistração Pública ao usuário. Depende de regulamenta- informações, laudos, relatórios, feitos por outros órgãos,
ção dos direitos dos usuários, previstos na própria EC sendo apenas indicados como fundamento da decisão
19, a ser editada por Lei Complementar. O princípio da e, nesse caso, constituem a motivação do ato, dele sen-
eficiência impõe à Administração Pública direta e indire- do parte integrante.
ta, através de seus agentes, a persecução do bem co-
mum, por meio do exercício de suas competências e da 7. Organização da Administração Pública
busca da qualidade, primando pela adoção de critérios
legais e morais, necessários para a melhor utilização Está correlacionada com a estrutura do Estado e a for-
possível dos recursos públicos. ma de governo adotadas em cada país, e sendo o Brasil
uma Federação formada pela união indissolúvel dos
A Lei nº 9.874/99, que regula o Processo Administrativo Estados e Municípios e do Distrito Federal, constituindo-
Federal, faz referência aos princípios da legalidade, fina- se em Estado Democrático de Direito, em que se asse-
lidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, gura autonomia político-administrativa a essas pessoas,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurí- sua administração há de corresponder, estruturalmente,
dica, interesse público e eficiência. Outras leis espar- a esses postulados constitucionais.
sas também trazem princípios específicos, como a Lei
nº 8.666/93, sobre licitação e contrato, e a Lei n.º 8.987/ A organização administrativa no Estado Federal é com-
95, sobre concessão e permissão do serviço público. plexa porque a função administrativa é institucionalmente
imputada às diversas entidades governamentais autô-
Princípio da razoabilidade nomas expressamente referidas no art. 37, CF (União,
Previsto no artigo 111 da Constituição do Estado de São Estados, Distrito Federal, Municípios), e essa complexi-
Paulo, trata-se de princípio aplicado ao direito adminis- dade aumenta pelo fato de que cada uma delas pode
trativo como mais uma tentativa de se imporem limita- descentralizar-se.
ções à discricionariedade administrativa, ampliando-se
o âmbito de apreciação do ato administrativo pelo Poder A Administração Pública não é constituída propriamente
Judiciário. O que se pretende é considerar se determi- de serviços, mas, sim, de órgãos a serviço do Estado, e
nada decisão, atribuída ao Poder Público, de aplicar dis- de acordo com suas conveniências tal serviço pode ser
cricionariamente uma norma, contribuirá efetivamente prestado pela própria Administração (daí chamar-se Ad-
para um satisfatório atendimento dos interesses públi- ministração Direta), ou por seus delegados (Administra-
cos. A decisão discricionária do administrador será ilegí- ção Indireta). Assim:
tima, mesmo sem a transgressão da norma, se for irra-
zoável, o que pode ocorrer quando não existirem os fun- Administração direta ou centralizada
damentos de fato ou de direito que sustentam a deci- É o conjunto de órgãos administrativos subordinados
são, ou que ela não leve em conta os fatos constantes diretamente ao Poder Executivo de cada uma daquelas
do expediente, ou os fatos públicos e notórios, ou ainda esferas governamentais autônomas. A prestação dos
não guarde uma proporção adequada entre os meios serviços públicos é feita pela Administração através de
que emprega e o fim que a lei deseja alcançar, ou seja, suas entidades ESTATAIS – pessoas jurídicas de direito
que se trate de uma medida desproporcionada, exces- público que integram a estrutura constitucional do Esta-
siva, em relação ao que se deseja alcançar. do e têm poderes políticos e administrativos, tais sejam
a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Apenas
Princípio da proporcionalidade a União é soberana.
Constitui um dos aspectos contidos no princípio da ra-
zoabilidade, pois este exige, entre outras coisas, a pro- Administração indireta ou descentralizada
porcionalidade entre os meios de que se utiliza a Admi- É o conjunto dos entes personalizados que, vinculados
nistração e os fins que ela tem que alcançar. Essa pro- a um Ministério, prestam serviços públicos ou de inte-
porcionalidade será medida segundo padrões comuns, resse público. A prestação dos serviços é atribuída a
diante do caso concreto, pois embora a norma legal con- pessoas jurídicas diversas da União, públicas (autar-
fira liberdade para a decisão administrativa, segundo quias e fundações públicas) e privadas (paraestatais:
critérios de conveniência e oportunidade, essa liberda- empresas públicas e sociedades de economia mista),
de muitas vezes se reduz no caso específico, em que os vinculadas a um Ministério, mas administrativa e finan-
fatos podem apontar para o administrador a melhor so- ceiramente autônomas.

200
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
Características comuns às entidades da Administra- tidas em direito. Ex.: EBCT, CEF, CASA DA MOEDA, EM-
ção indireta BRAPA, DATAPREV, SERPRO, FEPASA etc.

• são criadas por lei específica (autarquias), ou auto- b) Sociedades de economia mista: o capital é misto
rizada a sua instituição (empresas públicas, socie- (público e particular, com maioria do Poder Público) e
dades de economia mista e fundações públicas) - devem ser constituídas obrigatoriamente sob a forma
art. 37, inc. XIX, CF; empresarial de uma S/A. São regidas por Estatuto Soci-
• são dotadas de personalidade jurídica (pública ou al, não se sujeitando à falência e sim à liquidação extra-
privada); judicial, podendo seus bens ser penhorados e executa-
• o patrimônio é próprio; dos. Ex.: Banco do Brasil S/A, TELESP S/A, PETROBRÁS
• submetem-se ao regime da Lei nº 8.666/93 (só con- S/A, Cia. Vale do Rio Doce, Cia. Siderúrgica Nacional etc.
tratam mediante licitação prévia – art. 37, inc. XXI, CF);
• possuem autonomia administrativa, técnica e finan- Entes autônomos
ceira; São os serviços sociais autônomos instituídos por lei
• são vinculadas a um Ministério para efeito de tutela para ministrar assistência ou ensino a certas categorias
e controle (não há subordinação hierárquica). sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos, sen-
do mantidos por dotações orçamentárias ou por contri-
Características individuais de cada entidade buições parafiscais. São entes de cooperação com o
Poder Público que, embora oficializadas pelo Estado,
a) Autarquias não integram a Administração direta e nem a indireta,
• são pessoas jurídicas de direito público (a perso- mas trabalham ao lado do Estado, sob seu amparo, com
nalidade nasce com a lei que a institui); autorização legal para arrecadarem e utilizarem na sua
• não é atividade estatal, mas simples desmembra- manutenção as contribuições que arrecadam quando
mento administrativo do Poder Público; não são subsidiadas diretamente por recursos orçamen-
• são criadas para a prestação de uma atividade es- tários da entidade que as criou. Ex.: SESI, SESC, SENAI,
sencial do Estado; SENAC
• desempenham atribuições tipicamente públicas
• sua natureza jurídica é meramente administrativa; 8. Princípios fundamentais da Administração pública
• gozam de privilégios administrativos, vantagens tri- federal
butárias e prerrogativas processuais de Fazenda
Pública, expressos ou implícitos nas leis vigentes; O Decreto-lei nº 200/67, denominado Estatuto da Refor-
• seus servidores são disciplinados pelo regime da ma Administrativa Federal, tem por objetivo principal e
Lei nº 8.112/90 – RJU;
imediato a fixação de diretrizes e princípios que propici-
• sua organização se dá por decreto que aprova o re-
em funcionalidade e dinamismo à Administração Fede-
gulamento ou estatuto da entidade;
• em caso de extinção, seu patrimônio reincorpora- ral, haja vista que até o seu advento a organização admi-
se no da entidade estatal que a criou; nistrativa federal pecava pela excessiva concentração de
• Ex: DNER, INSS, BACEN, INPE, SUNAB, CVM etc. atribuições nos órgãos de cúpula, agravada pela falta de
racionalização dos trabalhos de coordenação dos servi-
b) Fundações públicas ços, em decorrência de uma burocracia inútil e custosa
• são pessoas jurídicas de direito público; que alongava e retardava decisões governamentais.
• são criadas para prestação de um serviço social,
sem fins lucrativos; Preocupada com o tamanho da máquina estatal, bem
• seu objetivo é social, educacional, assistencial, cul- como com a simplificação dos procedimentos adminis-
tural, técnico, artístico, científico etc. trativos e redução das despesas causadoras do déficit
• gozam dos mesmos privilégios que as autarquias; público, a reforma administrativa de 1967 estabeleceu
• seus servidores são disciplinados pelo regime da os princípios fundamentais que até hoje continuam ori-
Lei nº 8.112/90 – RJU; entando a Administração Pública Federal, a saber:
• Ex: FUNABEM, FUNAI, FUNARTE, IBGE etc. a) Planejamento - é o estudo e estabelecimento das
diretrizes e metas que deverão orientar a ação governa-
c) Paraestatais mental, através de um plano geral de governo com pro-
• são pessoas jurídicas de direito privado (a perso- gramas setoriais e regionais de desenvolvimento.
nalidade nasce com o registro de seu estatuto); b) Coordenação - visa harmonizar as atividades da Admi-
• são criadas para a exploração de uma atividade eco- nistração, submetendo-as ao que foi planejado e evitando
nômica visando lucro; dispersão de recursos e divergência de soluções.
• não gozam de privilégios estatais; c) Descentralização - pressupõe a existência de uma
• submetem-se ao regime das empresas privadas pessoa, distinta da do Estado, a qual, investida dos ne-
em geral; cessários poderes de Administração, exercita atividade
• seus servidores são disciplinados pelo regime da pública ou de utilidade pública, agindo por outorga ou
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, porém por delegação.
são equiparados aos servidores do RJU para fins d) Delegação de Competência - visa assegurar maior
de acumulação de cargos e empregos (art. 37, inc. rapidez e objetividade às decisões, situando-as na pro-
XVI e XVII, CF) e para fins de responsabilidade penal ximidade dos fatos, pessoas ou problemas a atender.
(art. 327, par. 1º do Código Penal). e) Controle - é um dos meios pelos quais se exercita o
poder hierárquico na fiscalização do cumprimento da lei e
• Dividem-se em: das instruções e a execução de suas atribuições, bem
a) Empresas públicas: o capital é 100% público e po-
como os atos e o rendimento dos servidores.
dem ser constituídas sob quaisquer das formas permi-

201
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
EXERCÍCIOS na forma da Constituição, os cargos eletivos e os
cargos em comissão declarados em lei de livre no-
01. (Fiscal INSS – 1997) Quanto à estrutura da admi- meação e exoneração, devendo todos os que esti-
nistração pública federal, julgue os itens a seguir. verem em desacordo com essa regra optar pelos
a) Embora seja pessoa jurídica de direito privado, a proventos de aposentadoria ou pela remuneração
empresa pública federal caracteriza-se por ser com- do cargo. .
posta apenas por capital público. d) A autonomia gerencial orçamentária e financeira das
b) Ao contrário das entidades da administração públi- entidades da administração indireta poderá ser am-
ca indireta, os órgãos da administração pública di- pliada mediante contrato de gestão, a ser fixado en-
reta têm personalidade jurídica de direito público. tre seus administradores e o poder público que te-
c) Fato de as sociedades de economia mista qualifi- nha por objeto a fixação de metas de desempenho
carem-se como pessoas jurídicas de direito priva- para a entidade, sendo descabido falar em contrato
do torna desnecessário que as mesmas sejam cri- de gestão assinado por órgãos públicos, uma vez
adas por lei específica. que estes últimos não têm personalidade jurídica.
d) No direito administrativo brasileiro, autarquia con- .
ceitua-se como um patrimônio público dotado de e) A administração pública brasileira tomada em
personalidade jurídica para a consecução de finali- acepção subjetiva, de acordo com a letra do De-
dade especificada em lei. creto-lei nº 200/67, não engloba os serviços sociais
e) A autarquia é concebida como pessoa jurídica des- autônomos.
tinada ao desenvolvimento de atividade econômica
pelo Estado, de modo descentralizado. 04. (CESPE/FISCAL INSS/98) As autarquias caracterizam-se.
a) Pelo desempenho de atividades tipicamente estatais.
02. (Fiscal INSS – 1997) Julgue os seguintes itens, re- b) Por serem entidades dotadas de personalidade jurí-
lativos aos princípios constitucionais da adminis- dica de direito público. .
tração pública. c) Por beneficiarem-se dos mesmos prazos processu-
a) Contraria o princípio constitucional de publicidade ais aplicáveis à administração pública centralizada.
da administração pública o fato de um fiscal de con- d) Como órgãos prestadores de serviços públicos dota-
tribuições previdenciárias autuar empresa exclusi- dos de autonomia administrativa.
vamente porque o proprietário é seu desafeto. e) Por integrarem a administração pública centralizada.
b) No regime da Constituição de 1988, em nenhuma
hipótese haverá greve lícita no serviço público. 05. (CESPE/PROCURADOR/INSS/98 - adaptado) Jul-
c) No regime constitucional vigente, a perda da função gue os itens abaixo, relativos à organização e aos
pública e dos direitos políticos, a indisponibilidade privilégios da administração pública brasileira.
de bens e a obrigação de ressarcir as entidades de a) As sociedades de economia mista somente podem
direito público por improbidade no exercício de car- ter sua criação autorizada por meio de lei específi-
go público só podem ser cumulativamente decreta- ca, apesar de tais entes serem sempre criados sob
das em conseqüência de condenação criminal. a forma de pessoa jurídica de direito privado.
d) Princípio constitucional da inacumulabilidade de b) Fica sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório a
cargos públicos não se aplica sempre que o servi- sentença que julgar procedente o pedido deduzido em
dor ocupar um cargo federal e outro municipal. ação em que a fundação pública federal figure como ré.
e) Uma vez que a licitação permite a disputa de várias c) Uma empresa pública é constituída de capital ex-
pessoas que satisfaçam a critérios da lei e do edi- clusivamente público, embora esse capital possa
tal, é correto afirmar que, com isso, estão sendo ob- pertencer a mais de um ente. .
servados os princípios constitucionais da isonomia, d) São processadas e julgadas na justiça federal as
da legalidade e da impessoalidade da administra- ações propostas por servidores contra as empre-
ção pública. sas públicas federais com as quais mantenham
relação jurídica laboral. .
03. (CESPE/PROCURADOR AUTÁRQUICO/INSS/ 99) e) Os bens do INSS são impenhoráveis. Os débitos
Em relação ao regime jurídico aplicável a órgãos e desse ente público, definidos em sentença judicial,
entidade da administração pública direta e indireta são pagos exclusivamente por meio de precatórios.
julgue os itens abaixo.
a) É entendimento assente na doutrina e na jurispru- 06. (ESAF/AGU/98) A Administração Pública, como tal
dência que os empregados de sociedades de eco- prevista na Constituição Federal (art. 37) e na legis-
nomia mista não precisam prestar concurso públi- lação pertinente (Decreto-lei nº 200/67, com altera-
co de provas ou de provas e títulos para ingressar ções supervenientes), além dos órgãos estatais e
em empresas estatais porque estas se submetem de diversos tipos de entidades abrange, também,
a regime jurídico próprio das empresas privadas. a) As concessionárias de serviço público em geral.
b) Os salários de empregados de empresas públicas b) As universidades federais que são fundações públicas.
e sociedades de economia mista que não recebam c) As organizações sindicais. .
recursos orçamentários dos entes federados para d) Os chamados serviços sociais autônomos (Senai,
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio Senac etc). .
em geral não se submetem ao teto de remunera- e) Os partidos políticos. .
ção constitucional fixado pela EC n.º 20/98.
c) A EC n.º 20/98 prevê a impossibilidade de acumula- 07. (ESAF/AGU/98) As autarquias e as empresas públicas,
ção de proventos de aposentadoria de servidor pú- como integrantes da Administração Federal Indireta,
blico civil ou militar com remuneração decorrente equiparam-se entre si pelo fato de que ambas são:
da ocupação de cargo, emprego ou função pública, a) Pessoas administrativas, com personalidade jurí-
ressalvadas as hipóteses de cargos acumuláveis dica própria. .

202
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
b) Pessoas administrativas, sem personalidade jurí- e) Autonomia para legislar, inclusive mediante regras
dica própria. . com novidade jurídica. .
c) Pessoas jurídicas de direito público interno. .
d) Pessoas jurídicas de direito privado. . 13. (ESAF/COMEX/98) - Tratando-se de Administração
e) Pessoas ou entidades políticas estatais. Pública, assinale a afirmativa falsa.
a) A autarquia pode exercer poder de polícia adminis-
08. (ESAF/ASSISTENTE JURÍDICO/AGU/99) A Adminis- trativa.
tração Pública, em sentido objetivo, no exercício da b) A criação de empresa pública depende de lei auto-
função administrativa, engloba as seguintes ativi- rizativa, mas sua personalidade advém do registro
dades, exceto: competente. .
a) Polícia administrativa. . c) O órgão público decorre do fenômeno da descen-
tralização.
b) Serviço público. .
d) As fundações públicas devem ter por objeto ativida-
c) Elaboração legislativa, com caráter inovador.
des de natureza social ou científica.
d) Fomento a atividades privadas de interesse público. e) Os bens das autarquias não estão sujeitos a penhora.
e) Intervenção no domínio público.
14. (ESAF/FISCAL TRABALHO/98) - O contexto de Admi-
09. (ESAF/ASSISTENTE JURÍDICO/AGU/99) Quanto às nistração Pública, que a Constituição Federal su-
fundações instituídas pelo Poder Público, com per- bordina à observância dos princípios fundamentais
sonalidade jurídica de direito público, pode-se afir- de legalidade, impessoalidade, moralidade e pu-
mar, exceto: blicidade (é):
a) O regime jurídico de seu pessoal pode ser o estatu- a) Abrange órgãos e entidades dos Três Poderes das
tário. áreas federal, estadual, distrital e municipal
b) Os atos de seus dirigentes não são suscetíveis de b) Abrange só os órgãos públicos da estrutura da
controle pelo Ministério Público. . União, dos Estados e dos Municípios
c) Têm as mesmas características das entidades au- c) Restrito ao âmbito federal. .
tárquicas. d) Restrito aos Poderes Executivos federal, estadual
d) Podem expressar poder de polícia administrativa. e municipal. .
e) O seu patrimônio é impenhorável. e) Restrito ao Poder Executivo Federal

10. (ESAF/AFC/97) A exigência constitucional de provi- 15. (CESPE/BACEN/97) - Na organização administrati-


mento por concurso público dos cargos efetivos tem va brasileira:
seu fundamento doutrinário básico no princípio da: a) O Estatuto da Reforma Administrativa classificou a
a) Publicidade. d) Razoabilidade. . administração federal em direta e indireta, constitu-
b) Finalidade. e) Isonomia. . indo-se a primeira dos serviços integrados na es-
c) Legalidade. . trutura administrativa da Presidência da República,
dos ministérios e das autarquias. A administração
.
11. (CESPE/PROCURADOR/AUTÁRQUICO/INSS/98) - indireta é a constituída pelos serviços atribuídos a
Julgue os itens seguintes, a respeito da adminis- pessoas jurídicas diversas da União, com perso-
nalidade de direito privado (empresas publicas e
tração pública. .
a) É inconstitucional a lei que fixe a idade mínima para sociedades de economia mista), vinculadas a um
o acesso a determinados cargos públicos em pata- ministério, mas administrativa e financeiramente
autônomas.
mar superior a dezoito anos.
b) À administração pública é vedada a realização de b) Os empregados da Caixa Econômica Federal, ad-
novo concurso público para provimento de cargos mitidos antes de 4/10/83, sem concurso público,
devem usufruir a estabilidade contida no Ato das
se, no prazo de validade do certame anterior, ainda
houver candidatos aprovados, mas não-nomeados. Disposições Constitucionais Transitórias (CF/88),
por contarem, em 5/10/88 com mais de cincos anos
c) Considerando que as empresas públicas e as so-
de serviço público.
ciedades de economia mista sujeitam-se ao regi-
c) Os municípios são entidades estaduais integran-
me jurídico próprio das empresas privadas, tais tes da Federação brasileira. Dessa posição singu-
entes não estão obrigados a contratar obras, com- lar é que resulta a sua autonomia político-adminis-
pras e serviços mediante licitação pública. trativa assegurada na Constituição da República,
d) Os atos de improbidade administrativa podem en- para todos os assuntos de seu interesse local.
sejar, entre outras conseqüências, a cassação dos d) O patrimônio, a renda e os serviços das autarquias
direitos políticos do servidor reconhecido como res- estão sempre protegidos pela imunidade tributá-
ponsável pela prática do ato viciado. ria, prevista no texto constitucional vigente. As soci-
e) O ordenamento jurídico não veda que um emprega- edades de economia mista e as empresas sujei-
do de uma sociedade de economia mista seja, con- tam-se ao regime jurídico próprio da empresas pri-
comitantemente, empregado de uma sociedade co- vadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas
mercial. . e tributárias.
e) As empresas públicas podem adotar qualquer for-
12. (ESAF/AUDITOR FORTALEZA/98) - Aplicam-se às ma societária, entre as admitidas em direito, en-
fundações públicas, de natureza autárquica, as se- quanto as sociedades de economia mista terão,
guintes prerrogativas, exceto obrigatoriamente, a forma de sociedade anônima.
a) Impenhorabilidade de seu patrimônio
b) Privilégios de natureza processual, típicos da Fa- 16. (ESAF/PFN/98) - Sobre os conceitos de Administra-
zenda Pública. . ção Pública, é correto afirmar:
c) Natureza administrativa de seus contratos a) Em seu sentido material, a Administração Pública
d) Regime jurídico estatutário de seus servidores manifesta-se exclusivamente no Poder Executivo

203
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
b) O conjunto de órgãos e entidades integrantes da c) A legalidade, a moralidade, o respeito ao cidadão, a
Administração é compreendido no conceito funcio- publicidade e a moralidade. .
nal de Administração Pública. . d) A legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a pu-
c) Administração Pública, em seu sentido objetivo, não blicidade e a eficiência. .
se manifesta no Poder Legislativo. e) A legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a trans-
d) No sentido orgânico, Administração Pública confun- parência e a eficiência.
de-se com a atividade administrativa.
e) A Administração Pública, materialmente, expressa 21. (Fiscal de Tributos Sta Catarina/98) Na conformida-
uma das funções tripartites do Estado. de do ordenamento jurídico-administrativo brasi-
leiro,
17. (ESAF/PFN/98) - Quanto às empresas estatais é in- a) A vedação de acumulação remunerada de cargos
correto afirmar: públicos não atinge os servidores das sociedades
a) O regime de pessoal da empresa pública é o da de economia mista, pois a sua estrutura é privada.
Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT b) somente por lei específica poderá ser autorizada a
b) A sociedade de economia mista não pode usufruir criação de uma sociedade de economia mista.
privilégios fiscais não extensíveis ao setor privado. c) A autarquia não depende de autorização legislativa para
c) O patrimônio da empresa pública e o da sociedade criar subsidiárias e para participar de empresa privada.
de economia mista têm a mesma natureza jurídica. d) As reclamações relativas à prestação de serviços pú-
d) A empresa pública pode adotar qualquer forma jurí- blicos serão disciplinadas por lei baixada pelo Servi-
dica admitida em Direito. . ço de Proteção ao Consumidor.
e) A composição do capital é a única diferença entre e) As pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras
empresa pública e sociedade de economia mista. de serviços públicos não responderão pelos danos
que seus agentes, nesta qualidade, causarem a ter-
18. (CESPE/AFCE/TCU/95) - Na Administração Pública ceiros, pois não se confundem com o Poder Público
Brasileira, que as contratou.
a) As empresas públicas possuem personalidade ju-
rídica de direito privado, mas estão sujeitas ao de-
ver de licitar.
b) Compete à Justiça Federal julgar as causas em que
são parte as Sociedades de Economia Mista fede-
rais.
c) Um ente da administração indireta que se estruture
como sociedade anônima é necessariamente uma
sociedade de economia mista.
d) Uma empresa pública pode ter mais de um sócio.
e) As sociedades de economia mista somente podem
ser criadas por lei específica, o mesmo não se dan-
do com as suas subsidiárias.
GABARITO
19. (CESPE/AFCE/TCU/96) - De acordo com o Direito
Administrativo, a personalidade jurídica de direito 01. C, E, E, C, E
público é conferida a determinados entes, em razão 02. E, E, E, E, C
do desempenho de função pública própria e típica.
03. E, C, E, E, C
Diversamente, à entidade será atribuída personali-
dade jurídica de direito privado, em razão do de- 04. C, C, C, E, E
sempenho de função pública atípica, delegada pelo 05. C, C, C, E, E
Estado. Em relação a esse tema, julgue os seguin- 06. B
tes itens. 07. A
a) A União é pessoa jurídica de direito público externo.
08. C
b) Os Estados e os Municípios são pessoas jurídicas
de direito público interno. 09. B
c) As sociedades de economia mista, ao contrário das 10. E
empresas públicas, são pessoas jurídicas de di- 11. E, E, E, E, C
reito privado. . 12. E
d) As fundações públicas são pessoas jurídicas de
13. C
direito privado. .
e) As autarquias e os partidos políticos são pessoas 14. A
jurídicas de direito público interno. 15. E, E, C, C, E
16. E
20. (CARLOS CHAGAS/GESTOR/97) - A reforma admi- 17. E
nistrativa aprovada pelo Congresso Nacional intro-
18. C, E, E, C, E
duziu mais um princípio básico a ser obedecido pela
Administração Pública. Portanto, agora são princípi- 19. E, C, E, E, E
os básicos da Administração Pública: 20. D
a) A impessoalidade, a moralidade, a legalidade, a pu- 21. B
blicidade e o respeito ao cidadão. .
b) A impessoalidade, a legalidade, a transparência, a
moralidade e o respeito ao cidadão. .

204
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO

ATO ADMINISTRATIVO
1. TEORIA GERAL DO ATO ADMINISTRATIVO Objeto
Identifica-se com o conteúdo do ato, através do qual a
A função executiva da Administração é exercida por meio Administração manifesta seu poder e sua vontade. Todo
de atos jurídicos, denominados especialmente como ato administrativo tem por objeto a criação, modificação
atos administrativos, diferenciando-se dos atos legisla- ou comprovação de situações jurídicas concernentes a
tivos (leis) e dos atos judiciais (decisões judiciais). Em pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder
princípio, a prática de ato administrativo cabe aos ór- Público. O objeto é o efeito jurídico por ele produzido, ou
gãos do Poder Executivo, mas as autoridades judiciári- seja, é aquilo que ele cria, modifica, resguarda ou extin-
as e as corporações legislativas também os praticam gue. É a modificação do ordenamento jurídico. Ex.: a
restritamente em suas privativas competências, sujei- outorga de uso, no ato de permissão de uso de bem
tando-se, inclusive, a revogação ou anulação. público; o desligamento do agente público, no ato de
exoneração do cargo em comissão; o horário de funcio-
2. CONCEITO namento, no ato que fixa os momentos de abertura e de
encerramento do expediente das repartições etc.
O ato administrativo pode ser definido a partir do concei-
to de ato jurídico, considerando que este é o gênero de Forma
que aquele é uma das espécies. O conceito de ato ad- É a maneira pela qual a Administração exterioriza a sua
ministrativo, aliás, é fundamentalmente o mesmo do ato vontade. Constitui requisito vinculado e imprescindível à
jurídico, do qual se diferencia como uma categoria infor- sua perfeição. No Direito Privado, a liberdade da forma
mada pela finalidade pública. Assim: do ato jurídico é regra, no Direito Público é exceção, pois
todo ato administrativo é, em princípio, formal. A obser-
Ato jurídico vância à forma e ao procedimento constitui garantia jurí-
É todo ato lícito que tenha por fim imediato adquirir, res- dica para o administrador e para a Administração e é a
guardar, transferir, modificar ou extinguir direitos - art. forma o elemento exteriorizador do ato administrativo, o
185 do Código Civil. modo pelo qual o mesmo se apresenta. A forma normal
do ato administrativo é a escrita, embora existam atos
Ato administrativo consubstanciados em ordens verbais (ordens dadas a
É toda manifestação unilateral de vontade da Adminis- um servidor) e até mesmo em sinais convencionais tais
tração Pública, por seus representantes, no exercício como os atos pictóricos (placas de sinalização de trân-
regular de suas funções, predisposta à produção de efei- sito), atos eletromecânicos (semáforos) e atos mímicos
tos jurídicos. (policiais dirigindo manualmente o trânsito e o tráfego).
O ato administrativo típico é sempre manifestação voliti- O ato administrativo não escrito só é admitido em casos
va da Administração, no desempenho de suas funções de urgência, de transitoriedade da manifestação da von-
de Poder Público, visando produzir algum efeito jurídico, tade administrativa ou de irrelevância do assunto para a
o que o distingue do fato administrativo, que, em si, é Administração.
atividade pública material, desprovida de conteúdo de
direito. Também denominados atos materiais, os fatos Motivo
administrativos podem ser considerados como toda re- É o pressuposto de fato e de direito que serve de funda-
alização material da Administração em cumprimento de mento ao ato administrativo. A ausência de motivo ou a
alguma decisão administrativa e, como materialização indicação de motivo falso invalidam o ato administrativo.
da vontade administrativa, constitui-se de mera opera- Não se confundem motivo e motivação do ato. Motivação
ção técnica dos agentes públicos. Ex: construção de uma é a exposição dos motivos, ou seja, é a demonstração,
ponte, a instalação de um serviço público etc. por escrito, de que os pressupostos de fato realmente
existiram e diz respeito às formalidades do ato, as quais
3. REQUISITOS DE VALIDADE integram o próprio ato.
(ELEMENTOS OU PRESSUPOSTOS) O motivo, como elemento integrante da perfeição do ato,
pode vir expresso em lei, e nesse caso será um elemento
Além das condições de validade do ato jurídico previstas vinculado, ou pode ser deixado ao critério do administra-
no Código Civil – Agente capaz, objeto lícito e forma pres- dor, e nesse caso será um ato discricionário quanto à sua
crita ou não defesa em lei –, o ato administrativo possui existência e valoração. Assim, por exemplo, na exonera-
requisitos específicos de validade e sem a convergên- ção ad nutum, para a qual a lei não define o motivo, não
cia de todos esses elementos o ato não se aperfeiçoa. há necessidade de motivação do ato exoneratório, mas,
Agente competente ou simplesmente competência se forem dados os motivos, ficará a autoridade que os
É o poder atribuído ao agente da Administração para o deu sujeita à comprovação de sua real existência.
desempenho específico de suas funções. A competên- Dessa forma, a motivação é obrigatória nos atos vincu-
cia resulta da lei e por ela é delimitada, e todo ato ema- lados; nos discricionários, quando facultativa, se for fei-
nado de agente incompetente ou realizado além do limi- ta, atua como elemento vinculado da administração aos
te de que dispõe a autoridade incumbida de sua prática motivos declarados, como determinantes do ato. Se tais
é inválido. Sendo um requisito de ordem pública, é in- motivos são falsos ou inexistentes, nulo é o ato praticado.
transferível e improrrogável pela vontade dos interessa- Outros exemplos: no ato de punição do servidor, o motivo
dos, podendo, entretanto, ser delegada e avocada des- é a infração que ele praticou; no tombamento, é o valor
de que as normas reguladoras da Administração o per- cultural do bem; na licença para construir, é o conjunto de
mitam. É elemento vinculado de todo ato administrativo requisitos comprovados pelo proprietário; na exoneração
e insuscetível de ser fixada ou alterada ao arrepio da lei. de servidor estável, é o pedido por ele formulado.

205
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
Teoria dos motivos determinantes gão tem de pronunciar-se para fins de controle de ato de
Funda-se na consideração de que os atos administrati- outro órgão. O silêncio não é ato jurídico, e por isso não
vos, quando tiverem sua prática motivada, ficam vincula- pode ser ato administrativo. Por ser um fato, importa
dos aos motivos expostos, para todos os efeitos jurídi- saber as conseqüências não só em relação ao agente
cos. Os motivos que servem de suporte para a prática do administrativo que se omitiu, mas também em relação
ato administrativo, sejam eles exigidos por lei, sejam ao administrado que peticionou e não obteve resposta.
eles alegados facultativamente pelo agente público, atu- A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso XXXIV
am como causas determinantes de seu cometimento. A estabelece sobre o direito de petição, e este presume o
desconformidade entre os motivos determinantes e a direito de resposta. Portanto, se o administrado tem o
realidade acarreta a invalidade do ato. direito de que o Poder Público se pronuncie em relação
a suas petições, a Administração tem o dever de fazê-lo,
Finalidade sob pena de sua omissão violar o direito. Por outro lado,
É o objetivo de interesse público a atingir, sendo, portan- o agente que silencia indevidamente está descumprin-
to, elemento vinculado de todo ato administrativo. É o do um dever funcional de exercer com zelo e dedicação
resultado que a Administração quer alcançar com a prá- as atribuições de seu cargo, previsto no artigo 116 da Lei
tica do ato. A finalidade do ato administrativo é aquela nº 8.112/90. Se a omissão da Administração resultar em
que a lei indica explícita ou implicitamente, não cabendo dano jurídico ao administrado, isto poderá ensejar a
ao administrador escolher outra, ou substituir a indicada responsabilidade civil do Estado, nos termos do artigo
na norma administrativa, ainda que ambas colimem fins 37, § 6º da Constituição Federal.
públicos, sob pena de se caracterizar o desvio de poder, As conseqüências do silêncio em relação ao adminis-
ensejador de anulação do ato. trado cuja postulação não foi respondida podem ser
analisadas em função de duas situações: nos casos
4. MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO em que a lei atribui dado efeito ao silêncio, o problema
estará por si próprio resolvido. Vale dizer, se o efeito le-
Consubstancia-se na valoração dos motivos e na esco- gal previsto era concessivo, o administrado está atendi-
lha do objeto do ato, feitas pela Administração incumbi- do. No segundo caso, se o efeito era denegatório, o ad-
ministrado poderá demandar judicialmente que a Admi-
da de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a
nistração se pronuncie, se o ato omitido era de conteúdo
conveniência, oportunidade e necessidade do ato a rea-
discricionário, pois faz jus a uma decisão motivada. Se,
lizar. Não há que se falar em mérito nos atos vinculados, pelo contrário, o ato era de conteúdo vinculado e o admi-
pois neles não há a faculdade de verificação dos pres- nistrado fazia jus a ele, demandará que o juiz supra a
supostos de direito e de fato, e a atuação do Executivo se omissão e lhe defira o postulado.
resume no atendimento das imposições legais. Nos atos
discricionários, além dos elementos sempre vinculados 7. ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
(competência, forma e finalidade), existem outros em
relação aos quais a Administração decide livremente, São as características que distinguem os atos adminis-
pois a lei confere ao Administrador a escolha e valora- trativos dos atos jurídicos privados, uma vez que se sub-
ção dos motivos e do objeto, não cabendo ao Judiciário metem a um regime jurídico administrativo. Cumpre sa-
rever os critérios adotados, salvo quando seu proceder lientar que não há uniformidade de pensamento entre
caracterizar qualquer ilegalidade resultante de abuso ou os doutrinadores na indicação dos atributos do ato ad-
desvio de poder. ministrativo, mas, tendo em vista a doutrina de Hely Lo-
pes Meirelles, assim definimos:
5. PERFEIÇÃO - VALIDADE - EFICÁCIA DO ATO ADMINIS-
TRATIVO Presunção de legitimidade
É a qualidade de se presumirem válidos os atos admi-
O ato administrativo perfeito é aquele que preenche to- nistrativos até prova em contrário e decorre do princípio
dos os requisitos essenciais de validade, ou seja, nele da legalidade da administração, respondendo a exigên-
estão presentes todos os elementos indispensáveis cias de celeridade e segurança das atividades do Poder
para a sua formação. Entretanto, sua permanência no Público, que tem a seu favor a presunção legal de que
mundo jurídico pressupõe que o ato seja válido. Válido sua atividade é legítima. Entretanto, essa presunção é
é o ato administrativo editado na conformidade da lei relativa – juris tantum – no sentido de que pode ser afas-
(ato concreto), na compatibilidade da lei (regulamento tada ou destruída por prova em contrário. Outra conse-
de execução) ou da Constituição (regulamento autôno- qüência é a transferência do ônus da prova de invalida-
mo), quando este ato é admitido. Por conseguinte, invá- de do ato administrativo para quem a invoca e até a sua
lido é o ato administrativo que afronta o ordenamento jurí- anulação o ato terá plena eficácia.
dico que com ele não se conforma ou não se compatibili-
za. Eficaz é o ato administrativo que produz todos os seus Imperatividade
efeitos jurídicos próprios, sem depender de qualquer É a prerrogativa que tem o Poder Público de impor sua
evento futuro, certo ou incerto, ou seja, independentes vontade ao administrado, criando-lhe obrigações. É a for-
de condição suspensiva, termo inicial ou ato controlador ça impositiva do Poder Público. A imperatividade não exis-
de outra entidade. Os efeitos dos atos administrativos te em todos os atos administrativos, mas apenas naque-
são os resultados jurídicos proporcionados pelo ato. les que impõem obrigações e isso porque no ato que
confere direitos solicitados pelo administrado (ex: per-
6. O SILÊNCIO NO DIREITO ADMINISTRATIVO missão, autorização, licença) ou nos atos enunciativos
(certidão, atestado, parecer), esse atributo não existe.
Ocorre quando a Administração não se pronuncia quan-
do deva fazê-lo, seja porque foi provocada por adminis- Auto-executoriedade
trado que postula interesse próprio, seja porque um ór- É a faculdade que tem o Poder Público de compelir o
administrado a cumprir a obrigação independentemen-

206
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
te de ordem judicial. A auto-executoriedade não é atributo
de todo e qualquer ato administrativo, ela só é possível III - Quanto ao objeto (ou quanto às prerrogativas com
nos casos expressamente previstos em lei (ex: retenção que atua a Administração)
de caução, apreensão de mercadorias, fechamento de
estabelecimento) ou quando for indispensável à imedia- a) Atos de império – são aqueles que a Administra-
ta salvaguarda do interesse público (ex: demolição de ção pratica no gozo de suas prerrogativas e privilé-
prédio que ameaça ruir, dissolução de reunião que po- gios de Poder Público, em posição de supremacia
nha em risco a segurança de pessoas e coisas). Alguns perante o administrado, impondo-lhe atendimento
autores desdobram esse atributo em dois: a exigibilida- obrigatório independentemente de autorização ju-
de como privilégio da Administração em tomar decisões dicial. Ex: desapropriação, interdição de atividade.
executórias, criando obrigação para o particular sem ne-
cessitar ir preliminarmente a juízo, e a executoriedade, b) Atos de gestão – são aqueles praticados pela Ad-
que corresponde ao privilégio da Administração executar ministração sem as prerrogativas de potestade
diretamente a sua decisão pelo uso da força. pública, em situação de igualdade com os particu-
lares, para a conservação e desenvolvimento do pa-
8. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS trimônio público e para a gestão de seus serviços.
Ex.: aquisição de bens.
Os critérios para a classificação dos atos administrati-
vos são inúmeros, tendo em vista a diversidade doutri- c) Atos de expediente – são aqueles praticados no
nária acerca do assunto. Nosso estudo se baseará em desenvolvimento rotineiro das atividades adminis-
três autores: Hely Lopes Meirelles, Diógenes Gasparini trativas, sem caráter vinculante e sem forma espe-
e Maria Sylvia Zanella Di Pietro. cial. Ex: despacho.

I - Quanto aos destinatários IV - Quanto ao regramento (ou quanto ao grau de liberdade)

a) Atos Gerais – ou regulamentares – são os dirigi- a) Atos vinculados – ou regrados – são os que a Admi-
dos a destinatários indeterminados, com finalida- nistração pratica sem margem alguma de liberda-
de normativa, alcançando todas as pessoas que de para decidir-se, pois a lei estabelece os requisi-
se encontram na mesma situação e trazendo um tos e condições de sua realização. A Administração
comando abstrato e impessoal, semelhantes aos edita-os sem qualquer avaliação subjetiva. Ex: li-
da lei. Quando de efeitos externos, dependem de cença para edificar, aposentadoria por tempo de
publicação no órgão oficial para que produzam seus serviço.
resultados jurídicos. Ex.: regulamentos, instruções
normativas, edital de concurso público, circulares b) Atos discricionários – são os que a Administração
ordinatórias de serviço etc. pode praticar com certa margem de liberdade para
decidir-se. A Administração edita-os depois de uma
b) Atos Individuais – são os que se destinam a pes- avaliação subjetiva quanto a conveniência, oportu-
soas determinadas, produzindo efeitos jurídicos no nidade e necessidade da prática do ato (mérito). Ato
caso concreto e podendo abranger um ou vários discricionário não se confunde com ato arbitrário,
sujeitos, desde que individualizados. Nesse caso pois discrição é liberdade de ação dentro dos limi-
podemos afirmar que o ato individual é singular, se tes da lei e arbítrio é ação contrária ou excedente da
o destinatário é um só (ex: ato de nomeação de lei. Ex: permissão de uso de bem público, alvará de
titular de cargo público), ou plural, quando são vári- autorização para porte de arma.
os os destinatários (ex: ato de classificação de apro-
vados em concurso público). Quando de efeitos ex- Vinculação e discricionariedade
ternos, os atos individuais entram em vigor pela pu- Não há ato propriamente discricionário, mas apenas dis-
blicação no órgão oficial; se de efeitos internos ou cricionariedade por ocasião da prática de certos atos.
restritos a seus destinatários, admitem comunica- Isto porque nenhum ato é totalmente discricionário, pois
ção direta para início de sua execução. Ex: decretos está sempre vinculado em relação ao fim e a competên-
de desapropriação, outorgas de licença, permissão cia, ao menos. O que há é exercício de juízo discricioná-
e autorização, nomeação, exoneração etc. rio quanto à ocorrência ou não de certas situações que
justificam ou não certos comportamentos e opções dis-
II - Quanto ao alcance (ou quanto à abrangência dos cricionárias quanto ao comportamento mais indicado
efeitos) para dar cumprimento ao interesse público no caso con-
creto, dentro dos limites em que a lei faculta a emissão
a) Atos internos – são aqueles que têm como desti- deste juízo ou desta opção.
natários os órgãos e agentes da Administração, pro- A discricionariedade existe única e tão-somente para pro-
duzindo efeitos apenas no interior desta e não se porcionar em cada caso a escolha da providência que
dirigindo a terceiros. Podem ser revogados ou mo- realize superiormente o interesse público. Não se trata
dificados a qualquer tempo. Ex: ordem de serviço, de uma liberdade para a Administração decidir a seu
memorando etc. talante, mas para decidir-se do modo que torne possível
b) Atos externos – ou de efeitos externos – são os o alcance perfeito do objetivo da lei.
que se destinam a produzir efeitos além do interior
da Administração Pública, alcançando, por conse- V - Quanto à formação (ou quanto à composição da von-
guinte, terceiros. Tais atos, pela sua destinação, só tade)
entram em vigor depois de oficialmente publicados,
dado o interesse do público no seu conhecimento. a) Atos simples - são os que decorrem da declaração
Ex: admissão, naturalização de estrangeiro etc. de vontade de um único órgão, seja este unipesso-

207
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
al ou colegiado. Ex: nomeação feita pelo Presidente funcionamento de órgãos colegiados e de corpora-
da República, decisão de um Conselho, acórdão ções legislativas, só se dirigindo aos que devem exe-
do Tribunal etc. cutar o serviço ou realizar a atividade funcional regi-
mentada, sem obrigar aos particulares em geral.
b) Atos complexos – são os que se formam pela
conjugação de vontades de mais de um órgão • resoluções – são os atos administrativos normati-
administrativo, sejam eles singulares ou colegia- vos expedidos pelas autoridades do Executivo ou
dos. As vontades são homogêneas e se unem para pelos presidentes de Tribunais, órgãos legislativos
formar um único ato. Ex: investidura de servidor (a e colegiados administrativos para disciplinar maté-
nomeação é ato do Chefe do Executivo e a posse e ria de sua competência específica.
exercício são dados pelo chefe da repartição) – art.
94 da CF (quinto constitucional). • deliberações – são os atos administrativos nor-
c) Atos compostos – são os que resultam da vontade mativos ou decisórios emanados de órgãos colegia-
única de um órgão, mas depende da verificação dos e devem sempre obediência ao regulamento e
por parte de outro para se tornar exeqüível. Ex: no- ao regimento que houver para a organização e funci-
meação do Procurador-Geral da República depen- onamento do colegiado.
de de prévia aprovação pelo Senado (art.128, par.
1º, CF). Atos ordinatórios
São os que visam a disciplinar o funcionamento da
VI - Quanto aos efeitos (para Hely L.Meirelles, quanto ao Administração e a conduta funcional de seus agentes.
conteúdo) São atos que só atuam no âmbito interno das reparti-
ções e só alcançam os servidores hierarquizados à che-
a) Atos constitutivos – são os que criam, modificam fia que os expediu. Ex: instruções, circulares, avisos,
ou extinguem um direito ou uma situação jurídica portarias, ordens de serviço, ofícios, despachos.
individual para seus destinatários, em relação à
Administração. Ex: licenças, nomeações de servi- • instruções – são ordens escritas e gerais a respeito
dores, sanções administrativas. do modo e forma de execução de determinado servi-
ço público, expedidas pelo superior hierárquico na
b) Atos declaratórios – são os que visam preservar orientação do desempenho das atribuições dos su-
direitos, afirmando a preexistência de uma situa- bordinados. Não podem contrariar a lei, o decreto, o
ção de fato ou de direito. Ex: admissão, licença, ho- regulamento, o regimento ou o estatuto do serviço,
mologação, isenção, anulação. pois são atos inferiores e, por serem internos, não
alcançam os particulares.
VII - Quanto à eficácia
• circulares – são ordens escritas, de caráter unifor-
a) Atos válidos – São os que convêm à autoridade me, expedidas a determinados agentes incumbidos
competente para praticá-lo e contêm todos os re- de determinados serviços ou de desempenho de
quisitos necessários à sua eficácia. certas atribuições. São atos de menor generalidade
que as instruções, embora tenham o mesmo objeti-
b) Atos nulos – são os que nascem afetados de vícios vo, que é o ordenamento do serviço.
insanáveis por ausência ou defeito substancial em
seus elementos constitutivos ou no procedimento • avisos – são os atos emanados dos Ministros de
formativo. Por ser ilegítimo ou ilegal, não produz Estado em relação a assuntos relacionados aos seus
qualquer efeito válido entre as partes, pela evidente ministérios.
razão de que não se pode adquirir direitos contra a
lei. • portarias – são os atos internos pelos quais o supe-
rior hierárquico expede determinações gerais ou es-
9. ESPÉCIES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS peciais aos subordinados. Por esses atos também
(SEGUNDO HELY L. MEIRELLES) se iniciam sindicâncias e processos administrativos.
Pelo fato dos cidadãos não estarem sujeitos ao po-
Atos normativos der hierárquico da administração Pública, as portari-
São aqueles que contêm um comando geral do Executi- as não atingem nem obrigam aos particulares.
vo, visando à correta aplicação da lei. O objetivo imedia-
to de tais atos é explicitar a norma legal a ser observada • ordens de serviço – são determinações especiais
pela Administração e pelos administrados. Ex: decretos
dirigidas aos responsáveis pela execução do servi-
regulamentares, regimentos, resoluções, deliberações.
ço, contendo imposições de caráter administrativo
• decretos regulamentares – são os que visam expli- ou especificações técnicas sobre o modo e forma de
car a lei e facilitar sua execução. sua realização.

• regulamentos – são os atos administrativos postos • ofícios – são comunicações escritas que as autori-
em vigência por decreto, para especificar os manda- dades fazem entre si e tanto podem conter matéria
mentos da lei ou prover situações não disciplinadas administrativa como social.
por lei.
• despachos – são decisões que as autoridades exe-
• regimentos – são os atos administrativos normati- cutivas proferem em papéis, requerimentos e pro-
vos de atuação interna, pois se destinam a reger o cessos sujeitos à sua apreciação.

208
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
Atos negociais Nesses atos o Poder Público não manifesta a sua
São os que contêm uma declaração de vontade do Po- vontade, limitando-se a trasladar para o documento
der Público, coincidente com a pretensão do particular. que consta de seus arquivos.
Ex: admissão, licença, autorização, permissão, visto,
aprovação, dispensa. • atestado – são atos pelos quais a Administração
comprova um fato ou uma situação de que tenha co-
• admissão – é ato administrativo vinculado pelo qual nhecimento por seus órgãos competentes.
o Poder Público, reunidas e satisfeitas as condições
previstas em lei, defere ao particular sua pretensão. • parecer – são manifestações de órgãos técnicos so-
bre assuntos submetidos à sua consideração, com
• licença – é ato administrativo vinculado e definitivo caráter meramente opinativo, não vinculando a Admi-
pelo qual o Poder Público, verificando que o interes- nistração ou os particulares à sua motivação ou con-
sado atendeu a todas as exigências legais, faculta- clusões.
lhe o desempenho de atividades ou a realização de
fatos materiais. Resulta de um direito subjetivo do • apostilas – são atos enunciativos ou declaratórios
interessado, razão pela qual a administração não de uma situação anterior criada por lei; eqüivalem a
pode negá-lo quando satisfeitos os requisitos legais. uma averbação.
Sua invalidação só pode ocorrer por ilegalidade na
expedição alvará, por descumprimento do titular na Atos punitivos
execução da atividade ou por interesse público su- São os que contêm uma sanção imposta pela Adminis-
perveniente, caso em que se impõe a corresponden- tração, visando punir e reprimir as infrações administra-
te indenização. tivas ou a conduta irregular dos servidores ou dos parti-
culares. Ex: multa, interdição de atividade, destruição de
• autorização – é ato administrativo discricionário e coisas.
precário pelo qual o Poder Público torna possível ao
interessado a realização de certa atividade, serviço • multa – é toda imposição pecuniária a que se sujeita
ou utilização de determinados bens particulares ou o administrado a título de compensação do dano pre-
públicos, não existindo qualquer direito subjetivo à sumido da infração.
obtenção ou à continuidade da autorização e por isso
a Administração pode negá-lo, pode cassar o alvará • interdição de atividade – é ato pelo qual a Adminis-
a qualquer momento, sem indenização alguma. tração veda a alguém a prática de atos sujeitos ao
seu controle ou que incidam sobre seus bens; fun-
• permissão – é ato administrativo negocial, discricio- da-se no poder de polícia administrativa e deve ser
nário e precário, pelo qual o Poder Público faculta ao precedida de processo regular e do respectivo auto
particular a execução de serviços de interesse coleti- que possibilite a defesa do interessado.
vo, ou o uso especial de bens públicos, a título gratui-
to ou remunerado, nas condições estabelecidas pela • destruição de coisas – é o ato sumário da Adminis-
Administração. tração pelo qual se inutilizam alimentos, substânci-
as, objetos ou instrumentos imprestáveis ou nocivos
• visto – é ato administrativo pelo qual o Poder Público ao consumo ou de uso proibido por lei. Como ato
controla outro ato da própria Administração ou do ad- urgente, dispensa processo prévio, mas exige sem-
ministrado e sendo ato vinculado, há de restringir-se pre o auto de apreensão e de destruição em forma
às exigências legais extrínsecas do ato visado. regular, nos quais se esclareçam os motivos da me-
dida drástica tomada pelo Poder Público.
• aprovação – é ato administrativo pelo qual o Poder
Público verifica a legalidade e o mérito de outro ato 10. INVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
ou de situações e realizações materiais de seus pró-
prios órgãos, de outras entidades ou de particulares, A Administração Pública, como instituição destinada a
dependentes de seu controle, e consente na sua exe- realizar o Direito e a propiciar o bem comum, não pode
cução ou manutenção. agir fora das normas jurídicas e da moral administrativa,
• dispensa – é ato administrativo que exime o particu- nem relegar os fins sociais a que sua ação se dirige. É
lar do cumprimento de determinada obrigação até dever da Administração invalidar, espontaneamente ou
então exigida por lei (Ex: prestação de serviço mili- mediante provocação, o próprio ato, contrário à sua fina-
tar), que libera o interessado de determinada situa- lidade, por inoportuno, inconveniente, imoral ou ilegal,
ção ou da prática de certo ato. abrindo-se, assim, duas oportunidades para o controle
dos atos administrativos: uma interna, da própria Admi-
Atos enunciativos nistração, e outra externa, do Poder Judiciário. A Admi-
São aqueles que enunciam uma situação existente, nistração pode desfazer seus próprios poderes por con-
sem qualquer manifestação de vontade da Administra- siderações de mérito e de ilegalidade, ao passo que o
ção, que se limita a certificar ou a atestar um fato, ou a Judiciário só os pode invalidar quando ilegais. A Admi-
emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se nistração revoga ou anula seu próprio ato; o Judiciário
vincular ao seu enunciado. Ex: certidão, atestado, pare- somente anula o ato administrativo.
cer, apostilas.
Revogação
• certidão – é a cópia ou fotocópia fiel e autenticada de É o desfazimento do ato por motivo de conveniência ou
atos ou fatos constantes do processo, livro ou docu- oportunidade da Administração e pressupõe um ato le-
mento que se encontre nas repartições públicas. gal e perfeito, mas inconveniente ao interesse público.

209
DIREITO ADMINISTRATIVO Central de Concursos / Degrau Cultural
Funda-se no poder discricionário da Administração para terceiros; em caso contrário, deve-se entender que a Ad-
rever sua atividade interna, sem necessidade do contra- ministração está obrigada a anular o ato, ao invés de
ditório. O motivo da revogação é a inconveniência ou convalidá-lo.
inoportunidade do ato ou da situação gerada por ele. Quando a convalidação procede da mesma autoridade
Consideram-se válidos os efeitos produzidos pelo ato que emanou o ato viciado, denomina-se ratificação.
revogado até o momento da revogação, quer quanto às Entretanto, não se admite a ratificação quando se tratar
partes, quer quanto a terceiros sujeitos aos seus efei- de competência exclusiva. Em relação à forma, a conva-
tos reflexos. Por respeitar os efeitos produzidos pelo ato lidação é possível se ela não for essencial à validade do
revogado, sua eficácia é desde agora. Portanto, seus ato. Quanto ao motivo e à finalidade, nunca é possível a
efeitos são ex nunc. A revogação não alcança o passa- convalidação, pois o motivo se refere à situação de fato
do, não retroage e, salvo disposição em contrário, sua que ou ocorreu ou não ocorreu e não há como alterar,
eficácia é imediata. com efeito retroativo, uma situação de fato. Em relação à
O sujeito ativo da revogação é uma autoridade no exercí- finalidade, se o ato foi praticado com interesse público
cio de funções e competências administrativas. A ne- ou com finalidade diversa da que decorre da lei, também
nhum Poder estatal assiste, no entanto, a possibilidade não é possível a sua correção. O objeto ou conteúdo
de revogar atos dos outros, pois isto implicaria violação ilegal não pode ser objeto de convalidação. Se a conva-
da independência recíproca, prevista no artigo 2o da lidação procede de outra autoridade trata-se de confir-
Constituição Federal. mação. Quando resulta de um ato de particular afetado,
Limites ao poder de revogar – os atos gerais abstratos denomina-se simplesmente saneamento.
(ex: regulamentos) são sempre revogáveis, pois não se
trata de reincidir competência sobre a mesma relação EXERCÍCIOS
jurídica, pois tais atos dispõem para o futuro e não inter-
ferem com alguma relação presente. Os limites específi- 01. (ESAF/AGU/98) Um ato administrativo estará carac-
cos ao poder de revogar colocam-se apenas para os atos terizando desvio de poder, por faltar-lhe o elemento
concretos, pois a revogação quer fazer cessar uma rela- relativo à finalidade de interesse público, quando
ção presente, para dispor de outro modo. Respeitam os quem o praticou violou o princípio básico da:
efeitos passados, mas alcançam uma relação atual, pre- a) Economicidade. d) Legalidade.
sente, pondo termo final em seus efeitos; portanto, atin- b) Eficiência. e) Moralidade
gem uma concreta ralação jurídica já constituída. c) Impessoalidade.

Anulação 02. (ESAF/AGU/98) Quando a valoração da conveniên-


É a declaração de invalidade de um ato administrativo cia e oportunidade fica ao talante da Administração,
ilegítimo ou ilegal, feita pela própria Administração ou para decidir sobre a prática de determinado ato, isto
pelo Poder Judiciário. O motivo da anulação é a ilegiti- consubstancia na sua essência:
midade do ato, ou da relação por ele gerada, que se tem a) A sua eficácia. .
de eliminar, pois é ofensa ao direito. Os efeitos da anu- b) A sua executoriedade. .
lação retroagem às suas origens, invalidando as con- c) A sua motivação. .
seqüências passadas, presentes e futuras do ato anu- d) O poder vinculado. .
lado e assim o é porque o ato nulo (ou o inexistente) não e) O mérito administrativo. .
gera direitos ou obrigações para as partes, não cria si-
tuações jurídicas definitivas e não admite convalidação. 03. (ESAF/AGU/98) A nomeação de ministro do Superi-
As relações entre as partes ficam desfeitas com a anu- or Tribunal de Justiça, porque a escolha está sujei-
lação, retroagindo esta à data da prática do ato ilegal e, ta a uma lista tríplice e aprovação pelo Senado Fe-
consequentemente, invalidando seus efeitos desde en- deral, contando assim com a participação de ór-
tão, operando ex tunc. gãos independentes entre si, configura a hipótese
específica de um ato administrativo
11. CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS a) Complexo. d) Discricionário.
b) Composto. e) Multilateral.
É o suprimento da invalidade de um ato com efeitos c) Bilateral. .
retroativos e que pode derivar de um ato da Administra- .
ção ou de um ato do particular afetado pelo provimento 04. (ESAF/AGU/98) O ato administrativo, a que falte um
viciado. Só pode haver convalidação quando o ato pos- dos elementos essenciais de validade,
sa ser produzido validamente no presente. A Administra- a) É considerado inexistente, independente de qual-
ção não pode convalidar um ato viciado se este já foi quer decisão administrativa ou judicial.
impugnado administrativa ou judicialmente. O refazimen- b) Goza da presunção de legalidade, até decisão em
to de modo válido e com efeitos retroativos do que fora contrário. .
produzido de modo inválido em nada se incompatibiliza c) Deve por isso ser revogado pela própria Adminis-
com interesses públicos. tração.
Nos termos do artigo 55 da Lei nº 9.784 (Lei do Proces- d) Só pode ser anulado por decisão judicial.
so Administrativo Federal), “em decisão na qual se evi- e) Não pode ser anulado pela própria Administração.
denciem não acarretarem lesão ao interesse público
nem prejuízos a terceiros, os atos que apresentarem 05. (ESAF/ASSISTENTE JURÍDICO/AGU/99) Assinale a
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela pró- letra que contenha a ordem que expresse a correla-
pria Administração”. A convalidação aparece como fa- ção correta.
culdade da Administração, portanto, como ato discricio- 1 - ato vinculado. .
nário, somente possível quando os atos inválidos não 2 - ato discricionário. .
acarretam lesão ao interesse público nem prejuízo a ( ) aposentadoria compulsória por implemento de ida-
de

210
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ADMINISTRATIVO
( ) gradação de penalidade em processo administrativo d) A Administração Pública pode anular seus atos ad-
( ) revogação de processo licitatório ministrativos desde que haja conveniência
( ) exoneração de servidor em estágio probatório
( ) concessão de alvará para atividade comercial 13. À Administração é facultado anular ex-officio os pró-
prios atos:
a) 2 / 1 / 1 / 2 / 2. d) 1 / 2 / 1 / 2 / 1. a) Por motivo de oportunidade.
b) 1 / 2 / 2 / 1 / 1. e) 1 / 1 / 2 / 2 / 2. b) Por motivo de conveniência.
c) 2 / 2 / 2 / 1 / 1. c) Por motivo de necessidade.
d) Por motivo de ilegalidade.
06. (ESAF/ASSISTENTE JURÍDICO/AGU/99) Quanto à
extinção do ato administrativo, é correto afirmar: 14. O ato administrativo que tem por propósito discipli-
a) É factível a convalidação de todo ato administrativo. nar o funcionamento da Administração Pública e a
b) Os efeitos da revogação retroagem à data inicial de conduta funcional dos agentes denomina-se:
validade do ato revogado. . a) Ato punitivo.
c) A caducidade do ato ocorre por razões de ilegalidade. b) Ato ordinatório.
d) A anulação pode-se dar por ato administrativo ou c) Ato enunciativo.
judicial d) Ato de conhecimento.
e) Oportunidade e conveniência justificam a cassação
do ato administrativo. . 15. A revogação do ato administrativo:
a) É prerrogativa do órgão que o produziu, quando pela
07. (ESAF/AUDITOR FORTALEZA/98) - A permissão para natureza do ato essa providência seja possível.
uso de boxe no mercado municipal classifica-se b) Pode ser feita pelo Poder Judiciário, quando em ação
como ato administrativo própria for demonstrada a existência de vícios do ato.
a) ordinatório. d) negocial bilateral. . c) Não é possível, pois, uma vez produzido, o ato é
b) negocial estável. e) enunciativo. . irretratável.
c) negocial precário. . d) Só será possível quando verificada a ilegalidade do ato.
. .
08. (ESAF/AUDITOR FORTALEZA/98) - O ato adminis- 16. Ao constatar vício que possa invalidar o ato admi-
trativo pelo qual a Administração extingue o ato váli- nistrativo, o órgão que o produziu:
do, por motivos de conveniência e oportunidade, a) Poderá anulá-lo de ofício.
denomina-se b) Poderá revogá-lo de ofício.
a) Convalidação. d) Anulação. . c) Deverá aguardar a iniciativa de eventual interessado.
b) Invalidação. e) Notificação. . d) Deverá provocar o Poder Judiciário para que este
c) Revogação. . declare a existência do vício.
.
09. (ESAF/COMEX/98) - O ato administrativo que não 17. A diferença essencial entre o ato administrativo e o
está apto para produzir os seus efeitos jurídicos, ato jurídico está:
porque não completou todas as etapas necessári- a) No efeito que produzem.
as para a sua formação, denomina-se b) No interesse resguardado.
a) Ato pendente. d) Ato imperfeito. . c) Na finalidade pública.
b) Ato inválido. e) Ato consumado. . d) Na finalidade jurídica.
c) Ato composto. .
. 18. Os requisitos que os atos administrativos deverão
10. (Fiscal Santa Catarina – 1998) Entre os requisitos atender são:
do ato administrativo há um que diz respeito ao po- a) Competência, finalidade e forma.
der legal para praticá-lo. Este requisito diz respeito b) Objeto, motivo, forma e finalidade.
à (ao): c) Competência, finalidade, forma, motivo e objeto.
a) Objeto. d) Motivo. d) Função, forma, finalidade, motivo e competência.
b) Competência. e) Finalidade.
c) Forma. 19. A anulação do ato administrativo deve ser feita pelo:
a) Presidente da República.
11. (Fiscal Santa Catarina – 1998) Os atos administra- b) Poder Judiciário, ou pela Administração Pública.
tivos que se destinam a dar andamento aos pro- c) Governador de Estado.
cessos e papéis que tramitam pelas repartições d) Poder Executivo e Legislativo.
públicas, preparando-os para a decisão da autori-
dade administrativa são atos: 20. Decretos de nomeação, de exoneração, outorgas
a) De expediente. d) Internos. de licença, autorização e permissão são atos:
b) De gestão. e) Vinculados. a) Individuais. c) Internos.
c) De império. b) Externos. d) Gerais.

12. No que se refere à invalidação dos atos administra-


tivos, tem-se entendido o seguinte: GABARITO
a) A Administração Pública só pode anular seus atos
administrativos 01. C 02. E 03. A 04. B 05. B
b) A Administração Pública só pode revogar seus atos 06. D 07. C 08. C 09. D 10. B
administrativos 11. A 12. C 13. D 14. B 15. A
c) A Administração Pública pode anular e revogar seus 16. A 17. C 18. C 19. B 20. A
atos administrativos

211
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL

DIREITO ELEITORAL

CÓDIGO ELEITORAL .................................................................................... 213

LEIS COMPLEMENTARES:

LEI No 10.842, de 20/02/2004 - QUADROS DE PESSOAL DO TRE ............. 245


LEI No 6.996, de 07/06/82 - PROCESSAMENTO ELETRÔNICO ................... 247
LEI COMPLEMENTAR No 64, de 18/05/90 - LEI DA INELEGIBILIDADE ........ 249
LEI No 9.096, de 19/09/95 - PARTIDOS POLÍTICOS ...................................... 253
REGIMENTO INTERNO - TRE-RJ .................................................................. 259
RESOLUÇÃO-TSE Nº 21.538, DE 14/10/2003 .............................................. 267

EXERCÍCIOS ................................................................................................ 277


EXERCÍCIOS - OUTRAS LEGISLAÇÕES ..................................................... 279

212
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural

CÓDIGO ELEITORAL
LEI No 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965.
CF, art. 14, § 1º , I: alistamento e voto obrigatórios para
Institui o Código Eleitoral. os maiores de dezoito anos.
CF, art. 14, § 1º, II: alistamento e voto facultativos para os
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, analfabetos, para os maiores de setenta anos e para os
maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Faço saber que sanciono a seguinte Lei, aprovada pelo Con-
gresso Nacional, nos termos do art. 4 o, caput, do Ato Institucio-
I - quanto ao alistamento:
nal, de 9 de abril de 1964.
a) os inválidos;
b) os maiores de setenta anos;
PARTE PRIMEIRA
INTRODUÇÃO c) os que se encontrem fora do país.
II - quanto ao voto:
Art. 1o - Este Código contém normas destinadas a assegurar a a) os enfermos;
b) os que se encontrem fora do seu domicílio;
organização e o exercício de Direitos políticos precipuamente
os de votar e ser votado. c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os impos-
sibilite de votar.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instru-
ções para sua fiel execução. Art. 7o - O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante
o Juiz Eleitoral até 30 (trinta) dias após a realização da eleição,
Art. 2o - Todo poder emana do povo e será exercido em seu
nome, por mandatários escolhidos, direta e secretamente, den- incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o
salário-mínimo da região, imposta pelo Juiz Eleitoral e cobrada
tre candidatos indicados por partidos políticos nacionais, res-
salvada a eleição indireta nos casos previstos na Constituição e na forma prevista no art. 367.
leis específicas.
CF, art. 7º, IV: vedação da vinculação do salário mínimo
para qualquer fim. V. Resolução - TSE nº 21.538/2003,
CF, art. 1º, parágrafo único: poder exercido pelo povo,
por meio de representantes eleitos ou diretamente. art. 85: “a base de cálculo para aplicação das multas
previstas pelo Código Eleitoral e leis conexas, bem como
CF, art. 14: voto direto e secreto; e art. 81, § 1º: caso de
eleição pelo Congresso Nacional. das de que trata esta resolução, será o último valor
fixado para a Ufir, multiplicado pelo fator 33,02, até que
Art. 3o - Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo seja aprovado novo índice, em conformidade com as
regras de atualização dos débitos para com a União”. O
eletivo, respeitadas as condições constitucionais e legais de
elegibilidade e incompatibilidade. § 4º do art. 80 da resolução citada estabelece o
percentual mínimo de 3% e o máximo de 10% desse
CF, art. 14, §§ 3º e 8º: condições de elegibilidade. valor para arbitramento da multa pelo não-exercício do
voto. A Unidade Fiscal de Referência (Ufir), instituída
CF, art. 14, §§ 4º, 6º e 7º e Legislação Complementar: LC
nº 64/90, art. 1º e seus incisos e parágrafos: causas de pela Lei nº 8.383/91, foi extinta pela MP nº 1.973-67/
2000, tendo sido sua última reedição (MP nº 2.176-79/
inelegibilidade.
2001) convertida na Lei nº 10.522/2002, e seu último
valor é R$ 1,0641.
Art. 4 o - São eleitores os brasileiros maiores de 18 anos que se
alistarem na forma da lei.
§ 1o Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a res-
CF, art. 14, § 1º, II, c: admissão do alistamento facultati- pectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá o
eleitor:
vo aos maiores de 16 e menores de 18 anos.
I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função
pública, investir-se ou empossar-se neles;
Art. 5o - Não podem alistar-se eleitores:
II - receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de
função ou emprego público, autárquico ou paraestatal, bem como
CF, art. 14, § 2º: alistamento vedado aos estrangeiros e
aos conscritos. fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades
de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo gover-
I - os analfabetos; no ou que exerçam serviço público Delegado, correspondentes
ao segundo mês subsequente ao da eleição;
CF, art. 14, § 1º, II, a: alistamento facultativo aos analfa- III - participar de concorrência pública ou administrativa da União,
dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípi-
betos.
os, ou das respectivas autarquias;
IV - obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia
II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional;
III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos mista, caixas econômicas federais ou estaduais, nos institutos e
caixas de previdência social, bem como em qualquer estabeleci-
Direitos políticos.
mento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração
este participe, e com essas entidades celebrar contratos;
CF, art. 15: casos de perda ou de suspensão de Direitos
políticos. V - obter passaporte ou carteira de identidade;
VI - renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou
Parágrafo único - Os militares são alistáveis desde que oficiais, Fiscalizado pelo governo;
VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do servi-
aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou subofi-
ciais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su- ço militar ou imposto de renda.
§ 2o Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 anos,
perior para formação de oficiais.
salvo os excetuados nos arts. 5 o e 6o, no I, sem prova de estarem
alistados não poderão praticar os atos relacionados no pará-
CF, art. 14, § 2º: alistamento vedado apenas aos cons-
critos, durante o serviço militar; e § 8º: condições de grafo anterior.
elegibilidade do militar.
CF, art. 12, I: brasileiros natos.
Art. 6o - O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasi-
leiros de um e outro sexo, salvo: § 3 Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrônico
o

de dados, será cancelada a inscrição do eleitor que não votar

213
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
em 3 (três) eleições consecutivas, não pagar a multa ou não se § 3º Da homologação da respectiva convenção partidária até a
justificar no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data da última apuração final da eleição, não poderão servir como Juízes nos
eleição a que deveria ter comparecido. Tribunais Eleitorais, ou como Juiz Eleitoral, o cônjuge, parente
Art. 8o - O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o consangüíneo legítimo ou ilegítimo, ou afim, até o segundo grau,
naturalizado que não se alistar até um ano depois de adquirida a de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição.
nacionalidade brasileira, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 § 4º No caso de recondução para o segundo biênio observar-
(dez) por cento sobre o valor do salário-mínimo da região, im- se-ão as mesmas formalidades indispensáveis à primeira in-
posta pelo Juiz e cobrada no ato da inscrição eleitoral através vestidura.
de selo federal inutilizado no próprio requerimento. Art. 15 - Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais
Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não alistado que Eleitorais serão escolhidos, na mesma ocasião e pelo mesmo
requerer sua inscrição eleitoral até o centésimo primeiro dia processo, em número igual para cada categoria.
anterior à eleição subseqüente à data em que completar deze-
nove anos. CF, art. 121, § 2º., Ver Direito Constitucional
Art. 9o - Os responsáveis pela inobservância do disposto nos
arts. 7º e 8º incorrerão na multa de 1 (um) a 3 (três) salários- TÍTULO I
mínimos vigentes na Zona Eleitoral ou de suspensão disciplinar DO TRIBUNAL SUPERIOR
até 30 (trinta) dias. Art. 16 - Compõe-se o Tribunal Superior Eleitoral:
Art. 10 - O Juiz Eleitoral fornecerá aos que não votarem por
motivo justificado e aos não alistados nos termos dos artigos 5º CF, art. 119, caput: composição mínima de 7 (sete) mem-
e 6º, nº I, documento que os isente das sanções legais. bros.
Art. 11 - O eleitor que não votar e não pagar a multa, se se
encontrar fora de sua Zona e necessitar de documento de qui- I - mediante eleição, pelo voto secreto:
tação com a Justiça Eleitoral, poderá efetuar o pagamento pe- a) de três Juízes, dentre os Ministros do Supremo Tribunal Fe-
rante o Juízo da Zona em que estiver. deral; e
§ 1º A multa será cobrada no máximo previsto, salvo se o eleitor
quiser aguardar que o Juiz da Zona em que se encontrar solicite CF, art. 119, I, a., Ver Direito Constitucional
informações sobre o arbitramento ao Juízo da inscrição.
§ 2º Em qualquer das hipóteses, efetuado o pagamento através b) de dois Juízes, dentre os membros do Tribunal Federal de
de selos federais, inutilizados no próprio requerimento, o Juiz que Recursos;
recolheu a multa comunicará o fato ao da Zona de inscrição e
fornecerá ao requerente comprovante do pagamento. CF, art. 119, I, b: eleição dentre os Ministros do Superior
Tribunal de Justiça.
PARTE SEGUNDA
DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL II - por nomeação do Presidente da República, de dois dentre
seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
CF, art. 121: prescrição da organização e competência indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
dos Tribunais, dos Juízes de Direito e das Juntas Eleito-
rais por lei complementar. CF, art. 119, II., Ver Direito Constitucional

Art. 12 - São órgãos da Justiça Eleitoral: § 1 o Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cida-
dãos que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade,
CF, art. 118., Ver Direito Constitucional até o 4 o (quarto) grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, exclu-
indo-se neste caso o que tiver sido escolhido por último.
I - O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da Repúbli- § 2o A nomeação que trata o inciso II deste artigo não poderá
ca e jurisdição em todo o País; recair em cidadão que ocupe cargo público de que seja demissí-
II - um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito vel ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa
Federal e, mediante proposta do Tribunal Superior, na Capital de beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em vir-
Território; tude de contrato com a administração pública; ou que exerça
mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal.
CF, art. 120, c.c. o art. 33, §3º: instituição de órgãos Art. 17 - O Tribunal Superior Eleitoral elegerá para seu Presi-
judiciários nos Territórios Federais. dente um dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, cabendo
ao outro a Vice-Presidência, e para Corregedor-Geral da Justi-
III - Juntas Eleitorais; ça Eleitoral um dos seus membros.
IV - Juízes Eleitorais.
Art. 13 - O número de Juízes dos Tribunais Regionais não será CF, art. 119, parágrafo único: eleição dentre os Ministros
reduzido, mas poderá ser elevado até nove, mediante proposta do Superior Tribunal de Justiça.
do Tribunal Superior, e na forma por ele sugerida.
§ 1o As atribuições do Corregedor-Geral serão fixadas pelo Tri-
CF, art. 96, II, a: proposta de alteração do número de bunal Superior Eleitoral.
membros. § 2o No desempenho de suas atribuições o Corregedor-Geral se
CF, art. 120, § 1º: composição dos Tribunais Regionais. locomoverá para os Estados e Territórios nos seguintes casos:
I - por determinação do Tribunal Superior Eleitoral;
Art. 14 - Os Juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justifi- II - a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais;
cado, servirão obrigatoriamente por dois anos, e nunca por mais III - a requerimento de partido deferido pelo Tribunal Superior
de dois biênios consecutivos. Eleitoral;
IV - sempre que entender necessário.
CF, art. 121, § 2º., Ver Direito Constitucional § 3º Os provimentos emanados da Corregedoria-Geral vinculam
os Corregedores Regionais, que lhes devem dar imediato e pre-
§ 1º Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o des- ciso cumprimento.
conto de qualquer afastamento nem mesmo o decorrente de Art. 18 - Exercerá as funções de Procurador-Geral, junto ao
licença, férias, ou licença especial, salvo no caso do § 3o. Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador-Geral da República,
§ 2º Os Juízes afastados por motivo de licença férias e licença funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto
especial, de suas funções na Justiça comum, ficarão automatica- legal.
mente afastados da Justiça Eleitoral pelo tempo correspondente Parágrafo único. O Procurador-Geral poderá designar outros
exceto quando com períodos de férias coletivas, coincidir a realiza- membros do Ministério Público da União, com exercício no Distri-
ção de eleição, apuração ou encerramento de alistamento.

214
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
to Federal, e sem preJuízo das respectivas funções, para auxi- f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos
liá-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral, onde não poderão ter partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à apuração da
assento. origem dos seus recursos;
Art. 19 - O Tribunal Superior delibera por maioria de votos, em g) as impugnações à apuração do resultado geral, proclamação
sessão pública, com a presença da maioria de seus membros. dos eleitos e expedição de diploma na eleição de Presidente e
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior, assim na Vice-Presidente da República;
interpretação do Código Eleitoral em face da Constituição e cas- h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos
sação de registro de partidos políticos, como sobre quaisquer Tribunais Regionais dentro de trinta dias da conclusão ao Rela-
recursos que importem anulação geral de eleições ou perda de tor, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou par-
diplomas, só poderão ser tomadas com a presença de todos os te legitimamente interessada.
seus membros. Se ocorrer impedimento de algum Juiz, será i) as reclamações contra os seus próprios Juízes que, no prazo
convocado o substituto ou o respectivo suplente. de trinta dias a contar da conclusão, não houverem julgado os
Art. 20 - Perante o Tribunal Superior, qualquer interessado po- feitos a eles distribuídos.
derá argüir a suspeição ou impedimento dos seus membros, do j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que
Procurador-Geral ou de funcionários de sua Secretaria, nos intentada dentro de cento e vinte dias de decisão irrecorrível,
casos previstos na lei processual civil ou penal e por motivo de possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trân-
parcialidade partidária, mediante o processo previsto em regi- sito em julgado.
mento. II - julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais
Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando o excipiente Regionais nos termos do art. 276 inclusive os que versarem
a provocar ou, depois de manifestada a causa, praticar ato que matéria administrativa.
importe aceitação do argüido. Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são irrecor-
Art. 21 - Os Tribunais e Juízes inferiores devem dar imediato rível, salvo nos casos do art. 281.
cumprimento às decisões, mandados, instruções e outros atos Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior:
emanados do Tribunal Superior Eleitoral. I - elaborar o seu Regimento Interno;
Art. 22 - Compete ao Tribunal Superior:
I - processar e julgar originariamente: CF, art. 96, I, a: eleger seus órgãos diretivos e elaborar
a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus regimentos internos, com observância das normas
seus Diretórios Nacionais e de candidatos à Presidência e Vice- de processo e das garantias processuais das partes, dis-
Presidência da República; pondo sobre a competência e o funcionamento dos res-
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e Juízes pectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
Eleitorais de Estados diferentes;
c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procura- II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria-Geral, propondo
dor-Geral e aos funcionários da sua Secretaria; ao Congresso Nacional a criação ou extinção dos cargos admi-
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos nistrativos e a fixação dos respectivos vencimentos, provendo-
cometidos pelos seus próprios Juízes e pelos Juízes dos Tribu- os na forma da lei;
nais Regionais;
CF, art. 96, I, b: organizar suas secretarias e serviços
CF, arts. 102, I, c: competência do STF para processar e auxiliares e os dos Juízos que lhes forem vinculados,
julgar nas infrações penais comuns e nos crimes de velando pelo exercício da atividade correicional respec-
responsabilidade os membros dos Tribunais Superio- tiva;
res; art. 105, I, a: competência do STJ para processar e Lei nº 8.868/94: “Dispõe sobre a criação, extinção e
julgar nos crimes comuns e nos de responsabilidade, os transformação de cargos efetivos e em comissão, nas
membros dos Tribunais Regionais Eleitorais. Secretarias do Tribunal Superior Eleitoral e dos Tribu-
nais Regionais Eleitorais e dá outras providências”.
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleito-
ral, relativos a atos do Presidente da República, dos Ministros de III - conceder aos seus membros licença e férias, assim como
Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas corpus, afastamento do exercício dos cargos efetivos;
quando houver perigo de se consumar a violência antes que o
Juiz competente possa prover sobre a impetração; CF, art. 96, I, f: conceder licença, férias e outros afasta-
mentos a seus membros e aos Juízes e servidores que
A Resolução nº 132/84, do Senado Federal, suspendeu lhes forem imediatamente vinculados;
a locução “ou mandado de segurança”. Entretanto, em
decisão no RE nº 163.727-7/RJ, o STF deu-lhe interpre- IV - aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos
tação para restringir o seu alcance à verdadeira dimen- dos Juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais;
são da declaração de inconstitucionalidade no MS nº V - propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer
20.409, que lhe deu causa, vale dizer, à hipótese de dos Territórios;
mandado de segurança contra ato, de natureza eleito- VI - propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos Juí-
ral, do Presidente da República, mantida a competência zes de qualquer Tribunal Eleitoral, indicando a forma desse au-
do TSE para as demais impetrações previstas neste in- mento;
ciso.
CF, art. 102, I, d: competência do STF para processar e CF, art. 96, II, a: competência para alteração do número
julgar mandado de segurança contra ato do Presidente de membros dos Tribunais inferiores.
da República. CF, art. 120, § 1º: ausência de previsão de aumento do
CF, art. 105, I, c: competência do STJ para processar e número de membros dos Tribunais Regionais Eleitorais,
julgar mandado de segurança contra ato de Ministro de porquanto não se refere à composição mínima.
Estado.
CF, art. 105, I, h, in fine: competência da Justiça Eleitoral VII - fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presi-
para o mandado de injunção. dente da República, Senadores e Deputados Federais, quando
LC nº 35/79 (Loman), art. 21, VI: competência originária não o tiverem sido por lei:
dos Tribunais para julgar os mandados de segurança
contra seus atos. CF, arts. 28, caput, 29, I e II, § 2º e 77, caput e § 3º; e
Acórdão-TSE nº 2.483, de 10.8.99: competência dos Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, arts. 1º, ca-
Tribunais Regionais Eleitorais tão-somente para julgar put, e 2º, § 1º: fixação de datas para eleição de Presi-
os pedidos de segurança contra atos inerentes a sua dente e Vice-Presidente da República.
atividade-meio.

215
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
VIII - aprovar a divisão dos Estados em Zonas Eleitorais ou a CF, art. 120, § 1º, II: de um Juiz do Tribunal Regional
criação de novas Zonas; Federal com sede na capital, ou, não o havendo, de um
IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução Juiz Federal.
deste Código;
X - fixar a diária do Corregedor-Geral, dos Corregedores Regi- III - por nomeação do Presidente da República de dois dentre
onais e auxiliares em diligência fora da sede; seis cidadãos de notável saber jurídico e idoneidade moral, indi-
XI - enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada cados pelo Tribunal de Justiça.
pelos Tribunais de Justiça, nos termos do art. 25;
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe CF, art. 120, § 1º, III: nomeação dentre seis advogados.
forem feitas em tese por autoridade com jurisdição federal ou
órgão nacional de partido político; § 1º A lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça será
XIII - autorizar a contagem dos votos pelas Mesas Receptoras enviada ao Tribunal Superior Eleitoral.
nos Estados em que essa providência for solicitada pelo Tribu- § 2º A lista não poderá conter nome de Magistrado aposentado
nal Regional respectivo; ou de membro do Ministério Público.
XIV - requisitar a força federal necessária ao cumprimento da § 3º Recebidas as indicações o Tribunal Superior divulgará a
lei, de suas próprias decisões ou das decisões dos Tribunais lista através de edital, podendo os partidos, no prazo de cinco
Regionais que o solicitarem, e para garantir a votação e a apu- dias, impugná-la com fundamento em incompatibilidade.
ração; § 4º Se a impugnação for julgada procedente quanto a qualquer
dos indicados, a lista será devolvida ao Tribunal de origem para
Decreto-Lei nº 1.064, de 24.10.69, art. 2º: “O Departa- complementação.
mento de Polícia Federal ficará à disposição da Justiça § 5º Não havendo impugnação, ou desprezada esta, o Tribunal
Eleitoral sempre que houver de se realizar eleições, ge- Superior encaminhará a lista ao Poder Executivo para a nomea-
rais ou parciais, em qualquer parte do território nacio- ção.
nal”. § 6º Não podem fazer parte do Tribunal Regional pessoas que
O art. 15, § 1º, da LC nº 97, de 9.6.99, dispõe: “Compete tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o 4 o
ao Presidente da República a decisão do emprego das grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluíndo-se neste caso
Forças Armadas, por iniciativa própria ou em atendimen- a que tiver sido escolhida por último.
to a pedido manifestado por quaisquer dos poderes cons- § 7º A nomeação de que trata o nº II deste artigo não poderá
titucionais, por intermédio dos Presidentes do Supremo recair em cidadão que tenha qualquer das incompatibilidades
Tribunal Federal, do Senado Federal ou da Câmara dos mencionadas no art. 16, § 2º.
Deputados”.
A Resolução-TSE nº 18.504, DJ de 16.12.92, diz, con- A Lei nº 7.191, de 4.6.84, ao alterar o art. 25, não fez
tudo, que o poder de o TSE requisitar força federal nenhuma referência aos parágrafos constantes do artigo
prescinde da intermediação do Presidente do Supremo modificado. Segundo decisão do TSE (Res. TSE nºs 12.391/
Tribunal Federal. Essa decisão foi proferida na vigência 86, e 18.318/92, e Ac.-TSE nº 12.641/96), os referidos
da LC nº 69/91 (revogada pela LC nº 97/99), que contin- parágrafos não foram revogados pela lei citada.
ha dispositivo de teor idêntico ao do referido § 1º. A remissão ao 4º do art. 16 deste Código refere-se a
sua redação original. Com a redação dada pela Lei nº
XV - organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência; 7.191/84, a matéria contida no § 4º do art. 16 passou a
XVI - requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando ser tratada no § 2º.
o exigir o acúmulo ocasional do serviço de sua Secretaria;
XVII - publicar um boletim eleitoral; Art. 26 - O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional
XVIII - tomar quaisquer outras providências que julgar conveni- serão eleitos por este dentre os três Desembargadores do Tri-
entes à execução da legislação eleitoral. bunal de Justiça; o terceiro Desembargador será o Corregedor
Art. 24 - Compete ao Procurador-Geral, como Chefe do Ministé- Regional da Justiça Eleitoral.
rio Público Eleitoral;
I - assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas CF, art. 120, § 2º, c.c. o § 1º, I, a: eleição dentre os dois
discussões; Desembargadores. Não havendo um terceiro Magistrado
II - exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os do Tribunal de Justiça, alguns Tribunais Regionais atribu-
feitos de competência originária do Tribunal; em a função de Corregedor ao Vice-Presidente, cumula-
III - oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal; tivamente, enquanto outros prescrevem a eleição dentre
IV - manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os as- os demais Juízes que o compõem.
suntos submetidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada
sua audiência por qualquer dos Juízes, ou por iniciativa sua, se § 1º As atribuições do Corregedor Regional serão fixadas pelo
entender necessário; Tribunal Superior Eleitoral e, em caráter supletivo ou comple-
V - defender a jurisdição do Tribunal; mentar, pelo Tribunal Regional Eleitoral perante o qual servir.
VI - representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis § 2º No desempenho de suas atribuições, o Corregedor Regional
eleitorais, especialmente quanto à sua aplicação uniforme em se locomoverá para as Zonas Eleitorais nos seguintes casos:
todo o País; I - por determinação do Tribunal Superior Eleitoral ou do Tribunal
VII - requisitar diligências, certidões e esclarecimentos neces- Regional Eleitoral;
sários ao desempenho de suas atribuições; II - a pedido dos Juízes Eleitorais;
VIII - expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto III - a requerimento de partido, deferido pelo Tribunal Regional;
aos Tribunais Regionais; IV - sempre que entender necessário.
IX - acompanhar, quando solicitado, o Corregedor-Geral, pesso- Art. 27 - Servirá como Procurador Regional junto a cada Tribu-
almente ou por intermédio de Procurador que designe, nas dili- nal Regional Eleitoral o Procurador da República no respectivo
gências a serem realizadas. Estado e, onde houver mais de um, aquele que for designado
pelo Procurador-Geral da República.
TÍTULO II § 1º No Distrito Federal, serão as funções de Procurador Regi-
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS
onal Eleitoral exercidas pelo Procurador-Geral da Justiça do Dis-
Art. 25 - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto: trito Federal.
a) de dois Juízes, dentre os Desembargadores do Tribunal de § 2º Substituirá o Procurador Regional em suas faltas ou impedi-
Justiça; e mentos o seu substituto legal.
b) de dois Juízes de Direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; § 3º Compete aos Procuradores Regionais exercer, perante os
II - do Juiz federal e, havendo mais de um, do que for escolhido Tribunais junto aos quais servirem, as atribuições do Procura-
pelo Tribunal Federal de Recursos; e dor-Geral.

216
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
§ 4º Mediante prévia autorização do Procurador-Geral, poderão CF, art. 96, I, b: organizar suas secretarias e serviços
os Procuradores Regionais requisitar, para auxiliá-los nas suas auxiliares e os dos Juízos que lhes forem vinculados,
funções, membros do Ministério Público local, não tendo estes, velando pelo exercício da atividade correicional res-
porém, assento nas sessões do Tribunal. pectiva;
Art. 28 - Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de votos,
em sessão pública, com a presença da maioria de seus mem- III - conceder aos seus membros e aos Juízes Eleitorais licença
bros. e férias, assim como afastamento do exercício dos cargos efe-
§ 1º No caso de impedimento e não existindo quorum, será o tivos, submetendo, quanto àqueles, a decisão à aprovação do
membro do Tribunal substituído por outro da mesma categoria, Tribunal Superior Eleitoral;
designado na forma prevista na Constituição.
§ 2º Perante o Tribunal Regional, e com recurso voluntário para CF, art. 96, I, f: conceder licença, férias e outros afasta-
o Tribunal Superior, qualquer interessado poderá argüir a sus- mentos a seus membros e aos Juízes e servidores que
peição dos seus membros, do Procurador Regional, ou de funci- lhes forem imediatamente vinculados;
onários da sua Secretaria, assim como dos Juízes e Escrivães
Eleitorais, nos casos previstos na lei processual civil e por mo- IV - fixar a data das eleições de Governador e Vice-Governa-
tivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto em dor, Deputados Estaduais, Prefeitos, Vice-Prefeitos, Vereado-
regimento. res e Juízes de Paz, quando não determinada por disposição
§ 3º No caso previsto no parágrafo anterior, será observado o constitucional ou legal;
disposto no parágrafo único do art. 20.
Art. 29 - Compete aos Tribunais Regionais: CF, arts. 28 e 29, II; e Legislação Complementar: Lei nº
I - processar e julgar originariamente: 9.504/97, arts. 1º, caput; 2º, § 1º; e 3º, § 2º: fixação de
a) o registro e o cancelamento do registro dos Diretórios esta- datas para eleição de Governador e Vice-Governador e
duais e municipais de partidos políticos, bem como de candida- de Prefeito e Vice-Prefeito.
tos a Governador, Vice-Governador, e membro do Congresso Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 1º, ca-
Nacional e das Assembléias Legislativas; put: fixação de datas para eleição de Senador, Deputa-
b) os conflitos de jurisdição entre Juízes Eleitorais do respectivo do Federal, Deputado Estadual, Deputado Distrital e Ve-
Estado; reador.
c) a suspeição ou impedimentos aos seus membros, ao Procu- CF, art. 32, § 2º: eleições de Governador e Vice-Gover-
rador Regional e aos funcionários da sua Secretaria, assim como nador e de Deputados Distritais coincidentes com as de
aos Juízes e Escrivães Eleitorais; Governadores e Deputados Estaduais.
d) os crimes eleitorais cometidos pelos Juízes Eleitorais; CF, arts. 14, § 3º, VI, c; e 98, II: criação da Justiça de Paz.
CF, art. 96, III: - Compete privativamente aos Tribunais de V - constituir as Juntas Eleitorais e designar a respectiva sede
Justiça julgar os Juízes estaduais e do Distrito Federal e e jurisdição;
Territórios, bem como os membros do Ministério Público, VI - indicar ao Tribunal Superior as Zonas Eleitorais ou Seções
nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada em que a contagem dos votos deva ser feita pela Mesa Recep-
a competência da Justiça Eleitoral. tora;
VII - apurar, com os resultados parciais enviados pelas Juntas
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria Eleitorais, os resultados finais das eleições de Governador e
eleitoral contra ato de autoridades que respondam perante os Vice-Governador, de membros do Congresso Nacional e expe-
Tribunais de Justiça por crime de responsabilidade e, em grau dir os respectivos diplomas, remetendo dentro do prazo de 10
de recurso, os denegados ou concedidos pelos Juízes Eleito- (dez) dias após a diplomação, ao Tribunal Superior, cópia das
rais; ou, ainda, o habeas corpus quando houver perigo de se atas de seus trabalhos;
consumar a violência antes que o Juiz competente possa pro- VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe
ver sobre a impetração; forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político;
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos IX - dividir a respectiva circunscrição em Zonas Eleitorais, sub-
partidos políticos, quanto a sua contabilidade e à apuração da metendo essa divisão, assim como a criação de novas Zonas, à
origem dos seus recursos; aprovação do Tribunal Superior;
g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos X - aprovar a designação do Ofício de Justiça que deva respon-
Juízes Eleitorais em trinta dias da sua conclusão para julgamen- der pela Escrivania Eleitoral durante o biênio;
to, formulados por partido candidato, Ministério Público ou parte XI - Revogado pela Lei no 8.868, de 14.4.1994.
legitimamente interessada, sem preJuízo das sanções decor- XII - requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões
rentes do excesso de prazo. e solicitar ao Tribunal Superior a requisição de força federal;
II - julgar os recursos interpostos: XIII - autorizar, no Distrito Federal e nas capitais dos Estados, ao
a) dos atos e das decisões proferidas pelos Juízes e Juntas seu Presidente e, no interior, aos Juízes Eleitorais, a requisição
Eleitorais. de funcionários federais, estaduais ou municipais para auxilia-
b) das decisões dos Juízes Eleitorais que concederem ou dene- rem os Escrivães Eleitorais, quando o exigir o acúmulo ocasio-
garem habeas corpus ou mandado de segurança. nal do serviço;
Parágrafo único. As decisões dos Tribunais Regionais são irre- XIV - requisitar funcionários da União e, ainda, no Distrito Fede-
corríveis, salvo nos casos do art. 276. ral e em cada Estado ou Território, funcionários dos respectivos
Art. 30 - Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regio- quadros administrativos, no caso de acúmulo ocasional de ser-
nais: viço de suas Secretarias;
I - elaborar o seu Regimento Interno; XV - aplicar as penas disciplinares de advertência e de suspen-
são, até 30 (trinta) dias, aos Juízes Eleitorais;
CF, art. 96, I, a: eleger seus órgãos diretivos e elaborar XVI - comprir e fazer cumprir as decisões e instruções do Tribu-
seus regimentos internos, com observância das nor- nal Superior;
mas de processo e das garantias processuais das par- XVII - determinar, em caso de urgência, providências para a
tes, dispondo sobre a competência e o funcionamento execução da lei na respectiva circunscrição;
dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; XVIII - organizar o fichário dos eleitores do Estado.
XIX - suprimir os mapas parciais de apuração, mandando utilizar
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Regional, pro- apenas os boletins e os mapas totalizadores, desde que o me-
vendo-lhes os cargos na forma da lei, e propor ao Congresso nor número de candidatos às eleições proporcionais justifique a
Nacional, por intermédio do Tribunal Superior, a criação ou supressão, observadas as seguintes normas:
supressão de cargos e a fixação dos respectivos vencimen- a) qualquer candidato ou partido poderá requerer ao Tribunal Regio-
tos; nal que suprima a exigência dos mapas parciais de apuração;

217
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
b) da decisão do Tribunal Regional qualquer candidato ou parti- Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 63, § 2º:
do político poderá, no prazo de três dias, recorrer para o Tribu- vedada a nomeação, para Presidente e Mesários, de
nal Superior, que decidirá em cinco dias; menores de 18 anos.
c) a supressão dos mapas parciais de apuração só será admi-
tida até seis meses antes da data da eleição; XV - instruir os membros das Mesas Receptoras sobre as suas
d) os boletins e mapas de apuração serão impressos pelos Tribu- funções;
nais Regionais, depois de aprovados pelo Tribunal Superior; XVI - providenciar para a solução das ocorrências que se veri-
e) o Tribunal Regional ouvirá os partidos na elaboração dos mo- ficarem nas Mesas Receptoras;
delos dos boletins e mapas de apuração, a fim de que estes XVII - tomar todas as providências ao seu alcance para evitar
atendam às peculiaridade locais, encaminhando os modelos que os atos viciosos das eleições;
aprovar, acompanhados das sugestões ou impugnações formu- XVIII - fornecer aos que não votaram por motivo justificado e
ladas pelos partidos, à decisão do Tribunal Superior. aos não alistados, por dispensados do alistamento, um certifi-
Art. 31 - Faltando num Território o Tribunal Regional, ficará a cado que os isente das sanções legais;
respectiva circunscrição eleitoral sob a jurisdição do Tribunal XIX - comunicar, até às 12 horas do dia seguinte à realização da
Regional que o Tribunal Superior designar. eleição, ao Tribunal Regional e aos Delegados de partidos cre-
denciados, o número de eleitores que votarem em cada uma das
TÍTULO III Seções da Zona sob sua jurisdição, bem como o total de votan-
DOS JUÍZES ELEITORAIS tes da Zona.
Art. 32 - Cabe a jurisdição de cada uma das Zonas Eleitorais a um
Juiz de Direito em efetivo exercício e, na falta deste, ao seu substitu- TÍTULO IV
to legal que goze das prerrogativas do art. 95 da Constituição. DAS JUNTAS ELEITORAIS
Art. 36 - Compor-se-ão as Juntas Eleitorais de um Juiz de Direi-
Refere-se à CF/46; corresponde, entretanto, ao mesmo to, que será o Presidente, e de 2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos
artigo da CF/88. de notória idoneidade.
Parágrafo único. Onde houver mais de uma Vara, o Tribunal Lei Complementar nº 35 (Loman), art. 11, § 2º.
Regional designará aquela ou aquelas, a que incumbe o serviço Lei nº 8.868, de 14.4.94, art. 15: dispensa dos servido-
eleitoral. res públicos nomeados para compor as Mesas Recep-
Art. 33 - Nas Zonas Eleitorais onde houver mais de uma serventia toras ou Juntas Apuradoras pelo dobro dos dias de con-
de Justiça, o Juiz indicará ao Tribunal Regional a que deve ter o vocação.
anexo da Escrivania Eleitoral pelo prazo de dois anos. Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 98: disposi-
§ 1o Não poderá servir como Escrivão Eleitoral, sob pena de tivo de mesmo teor que, entretanto, utiliza a expressão
demissão, o membro de Diretório de partido político, nem o can- “eleitores” em substituição a “servidores públicos”.
didato a cargo eletivo, seu cônjuge e parente consangüíneo ou
afim até o segundo grau. § 1 o Os membros das Juntas Eleitorais serão nomeados 60 (ses-
§ 2 o O Escrivão Eleitoral, em suas faltas e impedimentos, será senta) dia antes da eleição, depois de aprovação do Tribunal
substituído na forma prevista pela lei de organização judiciária Regional, pelo Presidente deste, a quem cumpre também desig-
local. nar-lhes a sede.
Art. 34 - Os Juízes despacharão todos os dias na sede da sua § 2o Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das pessoas
Zona Eleitoral. indicadas para compor as Juntas serão publicados no órgão ofi-
Art. 35 - Compete aos Juízes: cial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo de 3 (três)
I - cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do dias, em petição fundamentada, impugnar as indicações.
Tribunal Superior e do Regional; § 3 o Não podem ser nomeados membros das Juntas, escrutina-
II - processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe dores ou auxiliares:
forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribu-
nal Superior e dos Tribunais Regionais; Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 64: ve-
III - decidir habeas corpus e mandado de segurança, em matéria dada a participação de parentes em qualquer grau ou de
eleitoral, desde que essa competência não esteja atribuída pri- servidores da mesma repartição pública ou empresa
vativamente a instância superior. privada na mesma Mesa, Turma ou Junta Eleitoral.
IV - fazer as diligências que julgar necessárias a ordem e pres-
teza do serviço eleitoral; I - os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até
V - tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas o segundo grau, inclusive, e bem assim o cônjuge;
verbalmente ou por escrito, reduzindo-as a termo, e determi- II - os membros de Diretórios de partidos políticos devidamente
nando as providências que cada caso exigir; registrados e cujos nomes tenham sido oficialmente publicados;
VI - indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia de III - as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionári-
justiça que deve ter o anexo da Escrivania Eleitoral; os no desempenho de cargos de confiança do Executivo;
VII - Revogado pela Lei nº 8.868, de 14.4.1994.
IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral.
VIII - dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a
exclusão de eleitores; Art. 37 - Poderão ser organizadas tantas Juntas quantas permi-
IX- expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor; tir o número de Juízes de Direito que gozem das garantias do art.
X - dividir a Zona em Seções Eleitorais; 95 da Constituição, mesmo que não sejam Juízes Eleitorais.
XI - mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleito-
res de cada Seção, para remessa a Mesa Receptora, juntamen- Vide art. 23 da LC nº 35/79 (Lei Orgânica da Magistratu-
te com a pasta das folhas individuais de votação; ra Nacional).
XII - ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos Refere-se à CF/46; corresponde, entretanto, ao mesmo
cargos eletivos municiais e comunicá-los ao Tribunal Regional; artigo da CF/88.

Legislação Complementar: LC nº 64/90, art. 2º, parágra- Parágrafo único. Nas Zonas em que houver de ser organizada mais
fo único, III: argüição de inelegibilidade perante os Juízes de uma Junta, ou quando estiver vago o cargo de Juiz Eleitoral ou
Eleitorais. estiver este impedido, o Presidente do Tribunal Regional, com a apro-
vação deste, designará Juízes de Direito da mesma ou de outras
XIII - designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições, os comarcas, para presidirem as Juntas Eleitorais.
locais das Seções; Art. 38 - Ao Presidente da Junta é facultado nomear, dentre
cidadãos de notória idoneidade, escrutinadores e auxiliares em
XIV - nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência
número capaz de atender à boa marcha dos trabalhos.
pública anunciada com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedên-
§ 1 o É obrigatória essa nomeação sempre que houver mais de
cia, os membros das Mesas Receptoras;
dez urnas a apurar.

218
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
§ 2 o Na hipótese do desdobramento da Junta em Turmas, o
respectivo Presidente nomeará um escrutinador para servir como Legislação Complementar: Lei nº 7.444/85, art. 5º, § 4º,
Secretário em cada Turma. c.c. o art. 1º, caput: dispensa de fotografias no alista-
§ 3 o Além dos Secretários a que se refere o parágrafo anterior, mento por processamento eletrônico.
será designado pelo Presidente da Junta um escrutinador para
Secretário-Geral competindo-lhe; I - carteira de identidade expedida pelo órgão competente do
I - lavrar as atas; Distrito Federal ou dos Estados;
II - tomar por termo ou protocolar os recursos, neles funcionan- II - certificado de quitação do serviço militar;
do como Escrivão; III - certidão de idade extraída do Registro Civil;
III - totalizar os votos apurados. IV - instrumento público do qual se infira, por direito, ter o reque-
Art. 39 - Até 30 (trinta) dias antes da eleição, o Presidente da rente idade superior a dezoito anos e do qual constem, também,
Junta comunicará ao Presidente do Tribunal Regional as nomea- os demais elementos necessários à sua qualificação;
ções que hover feito e divulgará a composição do órgão por V - documento do qual se infira a nacionalidade brasileira, origi-
edital publicado ou afixado, podendo qualquer partido oferecer nária ou adquirida, do requerente.
impugnação motivada, no prazo de 3 (três) dias.
Art. 40 - Compete à Junta Eleitoral; Lei nº 6.192, de 19.12.74, que “dispõe sobre restrições
I - apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas a brasileiros naturalizados e dá outras providências”:
Zonas Eleitorais sob a sua jurisdição. “Art. 1º É vedada qualquer distinção entre brasileiros
II - resolver as impugnações e demais incidentes verificados natos e naturalizados. (...) Art. 4º Nos documentos pú-
durante os trabalhos da contagem e da apuração; blicos, a indicação da nacionalidade brasileira alcança-
III - expedir os boletins de apuração mencionados no art. 179; da mediante naturalização far-se-á sem referência a
IV - expedir diploma aos eleitos para cargos municipais. essa circunstância”.
Parágrafo único. Nos Municípios onde houver mais de uma Junta Vide também CF, art. 12, § 2º.
Eleitoral, a expedição dos diplomas será feita pelo que for presi-
dida pelo Juiz Eleitoral mais antigo, à qual as demais enviarão os Parágrafo único. Será devolvido o requerimento que não con-
documentos da eleição. tenta os dados constantes do modelo oficial, na mesma ordem,
Art. 41 - Nas Zonas Eleitorais em que for autorizada a contagem e em caracteres inequívocos.
prévia dos votos pelas Mesas Receptoras, compete à Junta Art. 45 - O Escrivão, o funcionário ou o Preparador recebendo a
Eleitoral tomar as providências mencionadas no art. 195. fórmula e documentos, determinará que o alistando date e assine a
petição e, em ato contínuo, atestará terem sido a data e a assinatura
PARTE TERCEIRA lançados na sua presença; em seguida, tomará a assinatura do
requerente na folha individual de votação e nas duas vias do título
DO ALISTAMENTO
eleitoral, dando recibo da petição e do documento.
Legislação Complementar: Lei nº 6.996/82: “dispõe so-
Legislação Complementar: Lei nº 7.444/85, art. 5º, § 1º:
bre a utilização de processamento eletrônico de dados
no caso de analfabeto será feita a impressão digital do
nos serviços eleitorais e dá outras providências”.
polegar Direito.
Legislação Complementar: Lei nº 7.444/85: “dispõe so-
bre a implantação do processamento eletrônico de da-
§ 1o O requerimento será submetido ao despacho do Juiz nas 48
dos no alistamento eleitoral e a revisão do eleitorado e (quarenta e oito), horas seguintes.
dá outras providências”. § 2 o Poderá o Juiz, se tiver dúvida quanto à identidade do re-
Resolução-TSE nº 21.538/2003: “dispõe sobre o alista- querente ou sobre qualquer outro requisito para o alistamento,
mento e serviços eleitorais mediante processamento converter o julgamento em diligência para que o alistando escla-
eletrônico de dados, a regularização de situação de reça ou complete a prova ou, se for necessário, compareça
eleitor, a administração e a manutenção do cadastro pessoalmente à sua presença.
eleitoral, o sistema de alistamento eleitoral, a revisão § 3 o Se se tratar de qualquer omissão ou irregularidade que
do eleitorado e a Fiscalização dos partidos políticos, possa ser sanada, fixará o Juiz, para isso, prazo razoável.
entre outros”. § 4o Deferido o pedido, no prazo de cinco dias, o título e o documen-
to que instruiu o pedido serão entregues pelo Juiz, Escrivão, funci-
TÍTULO I onário ou Preparador. A entrega far-se-á ao próprio eleitor, median-
DA QUALIFICAÇÃO E INSCRIÇÃO te recibo, ou a quem o eleitor autorizar por escrito o recebimento,
Art. 42 - O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição cancelando-se o título cuja assinatura não for idêntica à do reque-
do eleitor. rimento de inscrição e à do recibo.
Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o O recibo será obrigatoriamente anexado ao processo eleitoral, in-
lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o correndo o Juiz que não o fizer na multa de um a cinco salários-
mínimos regionais, na qual incorrerão ainda o Escrivão, funcionário
alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.
ou Preparador se responsáveis, bem como qualquer deles se en-
tregarem ao eleitor o título cuja assinatura não for idêntica à do
Acórdãos-TSE nºs 16.397, de 29.9.2000 e 18.124, de requerimento de inscrição e à do recibo ou o fizerem a pessoa não
16.11.2000: o conceito de domicílio eleitoral não se con- autorizada por escrito.
funde, necessariamente, com o de domicílio civil; aque- § 5o A restituição de qualquer documentação não poderá ser feita
le, mais flexível e elástico, identifica-se com a residência antes de despachado o pedido de alistamento pelo Juiz Eleitoral.
e o lugar onde o interessado tem vínculos (políticos, § 6o Quinzenalmente, o Juiz Eleitoral fará publicar pela imprensa,
sociais, patrimoniais, negócios). onde houver, ou por editais, a lista dos pedidos de inscrição,
Vide também o art. 7º, II, do Decreto-Lei nº 201/67: cas- mencionando os deferidos, os indeferidos e os convertidos em
sação do mandato de vereador quando fixar residência diligência, contando-se dessa publicação o prazo para os re-
fora do município. cursos a que se refere o parágrafo seguinte.
§ 7 o Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição
Art. 43 - O alistamento apresentará em cartório ou local previa- caberá recurso interposto pelo alistando e do que o deferir po-
mente designado, requerimento em fórmula que obedecerá ao derá recorrer qualquer Delegado de partido.
modelo aprovado pelo Tribunal Superior. § 8 o Os recursos referidos no parágrafo anterior serão julgados
pelo Tribunal Regional Eleitoral dentro de 5 (cinco) dias.
Legislação Complementar: Lei nº 7.444/85: alistamento § 9o Findo esse prazo, sem que o alistando se manifeste, ou logo que
também por processamento eletrônico. seja desprovido o recurso em instância superior, o Juiz inutilizará a
folha individual de votação assinada pelo requerente, a qual ficará
Art. 44 - O requerimento, acompanhado de 3 (três) retratos, fazendo parte integrante do processo e não poderá, em qualquer
tempo, se substituída, nem dele retirada, sob pena de incorrer o
será instruído com um dos seguintes documentos, que não po-
responsável nas sanções previstas no art. 293.
derão ser supridos mediante justificação:

219
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
§ 10. No caso de indeferimento do pedido, o Cartório devolverá Art. 50 - O Juiz Eleitoral providenciará para que se proceda ao
ao requerente, mediante recibo, as fotografias e o documento alistamento nas próprias sedes dos estabelecimentos de prote-
com que houver instruído o seu requerimento. ção aos cegos, marcando previamente dia e hora para tal fim,
§ 11. O título eleitoral e a folha individual de votação, somente podendo se inscrever na Zona Eleitoral correspondente todos
serão assinados pelo Juiz Eleitoral depois de preenchidos pelo os cegos do Município.
cartório e de deferido o pedido, sob as penas do artigo 293. § 1o Os eleitores inscritos em tais condições deverão ser locali-
§ 12. É obrigatória a remessa ao Tribunal Regional da ficha do zados em uma mesma Seção da respectiva Zona.
eleitor, após a expedição do seu título. § 2 o Se, no alistamento realizado pela forma prevista nos artigos
Art. 46 - As folhas individuais de votação e os títulos serão anteriores, o número de eleitores não alcançar o mínimo exigido,
confeccionados de acordo com o modelo aprovado pelo Tribu- este se completará com a inclusão de outros, ainda que não
nal Superior Eleitoral. sejam cegos.
§ 1o Da folha individual de votação e do título eleitoral constará a Art. 51 - Revogado pela Lei nº 7.914, 07/12/1989.
indicação da Seção em que o eleitor tiver sido inscrito, a qual
será localizada dentro do distrito judiciário ou administrativo de CAPÍTULO I
sua residência e o mais próximo dela, considerados a distância DA SEGUNDA VIA
e os meios de transporte. Art. 52 - No caso de perda ou extravio de seu título, requererá
§ 2 o As folhas individuais de votação serão conservadas em o eleitor ao Juiz do seu domicílio eleitoral, até 10 (dez) dias antes
pastas, uma para cada Seção Eleitoral; remetidas por ocasião da eleição, que lhe expeça segunda via.
das eleições às Mesas Receptoras, serão por estas encami- § 1 o O pedido de segunda via será apresentado em Cartório,
nhadas com a urna e os demais documentos da eleição às pessoalmente, pelo eleitor, instruído o requerimento, no caso de
Juntas Eleitorais, que as devolverão, findos os trabalhos da inutilização ou dilaceração, com a primeira via do título.
apuração, ao respectivo Cartório, onde ficarão guardadas. § 2 o No caso de perda ou extravio do título, o Juiz, após receber
§ 3 o O eleitor ficará vinculado permanentemente à Seção Eleito- o requerimento de segunda via, fará publicar, pelo prazo de 5
ral indicada no seu título, salvo: (cinco) dias, pela imprensa, onde houver, ou por editais, a notícia
I - se se transferir de Zona ou Município, hipótese em que deve- do extravio ou perda e do requerimento de segunda via, deferin-
rá requerer transferência. do o pedido, findo este prazo, se não houver impugnação.
II - se, até 100 (cem) dias antes da eleição, provar, perante o Art. 53 - Se o eleitor estiver fora do seu domicílio eleitoral pode-
Juiz Eleitoral, que mudou de residência dentro do mesmo Muni- rá requerer a segunda via ao Juiz da Zona em que se encontrar,
cípio, de um Distrito para outro ou para lugar muito distante da esclarecendo se vai recebê-la na sua Zona ou na em que re-
Seção em que se acha inscrito, caso em que serão feitas na quereu.
folha de votação e no título eleitoral, para esse fim exibido, as § 1 o O requerimento, acompanhado de um novo título assinado
alterações correspondentes, devidamente autenticadas pela pelo eleitor na presença do Escrivão ou de funcionário designa-
autoridade judiciária. do e de uma fotografia, será encaminhado ao Juiz da Zona do
§ 4o O eleitor poderá, a qualquer tempo, requerer ao Juiz Eleitoral eleitor.
a retificação de seu título eleitoral ou de sua folha individual de § 2o Antes de processar o pedido, na forma prevista no artigo
votação quando neles constar erro evidente, ou indicação de anterior, o Juiz determinará que se confira a assinatura cons-
Seção diferente daquela a que devesse corresponder a residên- tante do novo título com a da folha individual de votação ou do
cia indicada no pedido de inscrição ou transferência. requerimento de inscrição.
§ 5o O título eleitoral servirá de prova de que o eleitor está inscri- § 3o Deferido o pedido, o título será enviado ao Juiz da Zona que
to na Seção em que deve votar. E, uma vez datado e assinado remeteu o requerimento, caso o eleitor haja solicitado essa pro-
pelo Presidente da Mesa Receptora, servirá, também, de prova vidência, ou ficará em Cartório aguardando que o interessado o
de haver o eleitor votado. procure.
Art. 47 - As certidões de nascimento ou casamento, quando § 4o O pedido de segunda-via formulado nos termos deste artigo só
destinadas ao alistamento eleitoral, serão fornecidas gratuita- poderá ser recebido até 60 (sessenta) dias antes do pleito.
mente, segundo a ordem dos pedidos apresentados em Cartório Art. 54 - O requerimento de segunda-via, em qualquer das hipó-
pelos alistandos ou Delegados de partido. teses, deverá ser assinado sobre selos federais, correspon-
§ 1o Os Cartórios de Registro Civil farão ainda, gratuitamente, o dentes a 2% (dois por cento) do salário-mínimo da Zona Eleitoral
registro de nascimento, visando ao fornecimento de certidão de inscrição.
aos alistandos, desde que provem carência de recursos, ou Parágrafo único. Somente será expedida segunda via ao eleitor
aos Delegados de partido, para fins eleitorais. que estiver quite com a Justiça Eleitoral, exigindo-se, para o que
§ 2o Em cada Cartório de Registro Civil haverá um livro especial, foi multado e ainda não liquidou a dívida, o prévio pagamento,
aberto e rubricado pelo Juiz Eleitoral, onde o cidadão, ou o Dele- através de selo federal inutilizado nos autos.
gado de partido deixará expresso o pedido de certidão para fins
eleitorais, datando-o. CAPÍTULO II
§ 3o O Escrivão, dentro de quinze dias da data do pedido, conce- DA TRANSFERÊNCIA
derá a certidão, ou justificará, perante o Juiz Eleitoral por que Art. 55 - Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor
deixa de fazê-lo. requerer ao Juiz do novo domicílio sua transferência, juntando o
§ 4o A infração ao disposto neste artigo sujeitará o Escrivão às título anterior.
penas do art. 293.
§ 1o A transferência só será admitida satisfeitas as seguintes
Art. 48 - O empregado, mediante comunicação com 48 (quarenta e
exigências:
oito) horas de antecedência, poderá deixar de comparecer ao servi-
ço, sem preJuízo do salário e por tempo não excedente a 2 (dois) I - entrada do requerimento no Cartório Eleitoral do novo domicílio
dias, para o fim de se alistar eleitor ou requerer transferência. até 100 (cem) dias antes da data da eleição.
Art. 49 - Os cegos alfabetizados pelo sistema “Braille”, que II - transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição primi-
reunirem as demais condições de alistamento, podem qualificar- tiva;
se mediante o preenchimento da fórmula impressa e a aposição III - residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, ates-
do nome com as letras do referido alfabeto. tada pela autoridade policial ou provada por outros meios con-
§ 1o De forma idêntica serão assinadas a folha individual de vincentes.
votação e as vias do título. § 2 o O disposto nos incisos II e III, do parágrafo anterior, não se
aplica quando se tratar de transferência de título eleitoral de
§ 2o Esses atos serão feitos na presença também de funcioná-
servidor público civil, militar, autárquico, ou de membro de sua
rios de estabelecimento especializado de amparo e proteção de
família, por motivo de remoção ou transferência.
cegos, conhecedor do sistema “Braille” que subscreverá, com Art. 56 - No caso de perda ou extravio do título anterior declara-
o Escrivão ou funcionário designado, o seguinte declaração a do esse fato na petição de transferência, o Juiz do novo domi-
ser lançada no modelo de requerimento; “Atestamos que a pre- cílio, como ato preliminar, requisitará, por telegrama, a confirma-
sente fórmula bem como a folha individual de votação e vias do ção do alegado à Zona Eleitoral onde o requerente se achava
título, foram subscritas pelo próprio, em nossa presença”. inscrito.

220
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
§ 1 o O Juiz do antigo domicílio, no prazo de 5 (cinco) dias, res- CAPÍTULO III
ponderá por ofício ou telegrama, esclarecendo se o interessado DOS PREPARADORES
é realmente eleitor, se a inscrição está em vigor, e, ainda, qual o Art. 62 - Revogado pela Lei no 8.868, de 14.4.1994.
número e a data da inscrição respectiva. Art. 63 - Revogado pela Lei no 8.868, de 14.4.1994.
§ 2 o A informação mencionada no parágrafo anterior, suprirá a Art. 64 - Revogado pela Lei no 8.868, de 14.4.1994.
falta do título extraviado, ou perdido, para o efeito da transfe- Art. 65 - Revogado pela Lei no 8.868, de 14.4.1994.
rência, devendo fazer parte integrante do processo.
Art. 57 - O requerimento de transferência de domicílio eleitoral CAPÍTULO IV
será imediatamente publicado na imprensa oficial na Capital, e DOS DELEGADOS DE PARTIDO
em Cartório nas demais localidades, podendo os interessados PERANTE O ALISTAMENTO
impugná-lo no prazo de dez dias. Art. 66 - É licito aos partidos políticos, por seus Delegados:
§ 1 o Certificado o cumprimento do disposto neste artigo o pedido I - acompanhar os processos de inscrição;
deverá ser desde logo decidido, devendo o despacho do Juiz II - promover a exclusão de qualquer eleitor inscrito ilegalmente
ser publicado pela mesma forma. e assumir a defesa do eleitor cuja exclusão esteja sendo pro-
§ 2 o Poderá recorrer para o Tribunal Regional Eleitoral, no prazo movida;
de 3 (três) dias, o eleitor que pediu a transferência, sendo-lhe a III - examinar, sem perturbação do serviço e em presença dos
mesma negada, ou qualquer Delegado de partido, quando o pe- servidores designados, os documentos relativos ao alistamento
dido for deferido. eleitoral, podendo deles tirar cópias ou fotocópias.
§ 3o Dentro de 5 (cinco) dias, o Tribunal Regional Eleitoral decidirá § 1o Perante o Juízo Eleitoral, cada partido poderá nomear 3
do recurso interposto nos termos do parágrafo anterior. (três) Delegados.
§ 4 o Só será expedido o novo título decorridos os prazos previs- § 2o Perante os Preparadores, cada partido poderá nomear até 2
tos neste artigo e respectivos parágrafos. (dois) Delegados, que assistam e Fiscalizem os seus atos.
Art. 58 - Expedido o novo título, o Juiz comunicará a transferên- § 3o Os Delegados a que se refere este artigo serão registrados
cia ao Tribunal Regional competente, no prazo de 10 (dez) dias, perante os Juízes Eleitorais, a requerimento do Presidente do
enviando-lhe o título eleitoral, se houver, ou documento a que se Diretório Municipal.
refere o § 1 o do artigo 56. § 4o O Delegado credenciado junto ao Tribunal Regional Eleitoral
§ 1 o Na mesma data comunicará ao Juiz da Zona de origem a poderá representar o partido junto a qualquer Juízo ou Prepara-
concessão da transferência e requisitará a “folha individual de dor do Estado, assim como o Delegado credenciado perante o
votação”. Tribunal Superior Eleitoral poderá representar o partido perante
§ 2 o Na nova folha individual de votação ficará consignado, na qualquer Tribunal Regional, Juízo ou Preparador.
coluna destinada a anotações, que a inscrição foi obtida por
transferência, e, de acordo com os elementos constantes do CAPÍTULO V
título primitivo, qual o ultimo pleito em que o eleitor transferido DO ENCERRAMENTO DO ALISTAMENTO
votou. Essa anotação constará também, de seu título. Art. 67 - Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de trans-
§ 3 o O processo de transferência só será arquivado após o ferência será recebido dentro dos 100 (cem) dias anteriores à
recebimento da folha individual de votação da Zona de origem, data da eleição.
que dele ficará constando, devidamente inutilizada, mediante Art. 68 - Em audiência pública, que se realizará às 14 (quatorze)
aposição de carimbo a tinta vermelha. horas do 69º (sexagésimo nono) dia anterior à eleição, o Juiz
§ 4 o No caso de transferência de Município ou Distrito dentro da Eleitoral declarará encerrada a inscrição de eleitores na respectiva
mesma Zona, deferido o pedido, o Juiz determinará a transposi- Zona e proclamará o número dos inscritos até as 18 (dezoito)
ção da folha individual de votação para a pasta correspondente horas do dia anterior, o que comunicará incontinênti ao Tribunal
ao novo domicílio, a anotação de mudança no título eleitoral e Regional Eleitoral, por telegrama, e fará público em edital, imediata-
comunicará ao Tribunal Regional para a necessária averbação mente afixado no lugar próprio do Juízo e divulgado pela imprensa,
na ficha do eleitor. onde houver, declarando nele o nome do último eleitor inscrito e o
Art. 59 - Na Zona de origem, recebida do Juiz do novo domicílio número do respectivo título, fornecendo aos Diretórios Municipais
a comunicação de transferência, o Juiz tomará as seguintes dos partidos cópia autêntica desse edital.
providencias: § 1o Na mesma data será encerrada a transferência de eleitores,
I - determinará o cancelamento da inscrição do transferido e a devendo constar do telegrama do Juiz Eleitoral ao Tribunal Regi-
remessa dentro de três dias, da folha individual de votação ao onal Eleitoral, do edital e da cópia deste fornecida aos Diretórios
Juiz requisitante; Municipais dos partidos e da publicação da imprensa os nomes
II - ordenará a retirada do fichário da segunda parte do título; dos 10 (dez) últimos eleitores, cujos processos de transferên-
III - comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional a que esti- cia estejam definitivamente ultimados, e o número dos respecti-
ver subordinado, que fará a devida anotação na ficha de seus vos títulos eleitorais.
arquivos; § 2o O despacho de pedido de inscrição, transferência, ou se-
IV - se o eleitor havia assinado ficha de registro de partido, gunda via proferido após esgotado o prazo legal sujeita o Juiz
comunicará ao Juiz do novo domicílio e, ainda, ao Tribunal Regi- Eleitoral às penas do art. 291.
onal se a transferência foi concedida para outro Estado. Art. 69 - Os títulos eleitorais resultantes dos pedidos de inscri-
Art. 60 - O eleitor transferido não poderá votar no novo domicílio ção ou de transferência serão entregues até 30 (trinta) dias
eleitoral em eleição suplementar à que tiver sido realizada antes antes da eleição.
de sua transferência. Parágrafo único. A segunda via poderá ser entregue ao eleitor
Art. 61 - Somente será concedida transferência ao eleitor que até a véspera do pleito.
estiver quite com a Justiça Eleitoral. Art. 70 - O alistamento reabrir-se-á em cada Zona logo que
§ 1 o Se o requerente não instruir o pedido de transferência com estejam concluídos os trabalhos da sua Junta Eleitoral.
o título anterior, o Juiz do novo domicílio, ao solicitar informação
ao da Zona de origem, indagará se o eleitor está quite com a TÍTULO II
Justiça Eleitoral, ou não o estando, qual a importância da multa DO CANCELAMENTO E DA EXCLUSÃO
imposta e não paga. Art. 71 - São causas de cancelamento:
§ 2 o Instruído o pedido com o título, e verificado que o eleitor não I - a infração dos artigos 5o e 42;
votou em eleição anterior, o Juiz do novo domicílio solicitará II - a suspensão ou perda dos Direitos políticos;
informações sobre o valor da multa arbitrada na Zona de ori-
gem, salvo se o eleitor não quiser aguardar a resposta, hipótese CF, art. 15: casos de perda ou suspensão dos Direitos
em que pagará o máximo previsto. políticos.
§ 3 o O pagamento da multa, em qualquer das hipóteses dos
parágrafos anteriores, será comunicado ao Juízo de origem para III - a pluralidade de inscrição;
as necessárias anotações. IV - o falecimento do eleitor;

221
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
V - deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas. Art. 80 - Da decisão do Juiz Eleitoral caberá recurso, no prazo
§ 1o A ocorrência de qualquer das causas enumeradas neste de 3 (três) dias, para o Tribunal Regional, interposto pelo exclu-
artigo acarretará a exclusão do eleitor, que poderá ser promovi- endo ou por Delegado de partido.
da ex officio, a requerimento de Delegado de partido ou de qual- Art. 81 - Cessada a causa do cancelamento, poderá o interes-
quer eleitor. sado requerer novamente a sua qualificação e inscrição.
§ 2o No caso de ser algum cidadão maior de 18 (dezoito) anos
privado temporária ou definitivamente dos Direitos políticos, a PARTE QUARTA
autoridade que impuser essa pena providenciará para que o DAS ELEIÇÕES
fato seja comunicado ao Juiz Eleitoral ou ao Tribunal Regional da TÍTULO I
circunscrição em que residir o réu. DO SISTEMA ELEITORAL
§ 3o Os oficiais de registro civil, sob as penas do art. 293, envi- Art. 82 - O sufrágio é universal e direto; o voto, obrigatório e
arão, até o dia 15 (quinze) de cada mês, ao Juiz Eleitoral da secreto.
Zona em que oficiarem, comunicação dos óbitos de cidadãos Art. 83 - Na eleição direta para o Senado Federal, para Prefeito
alistáveis ocorridos no mês anterior, para cancelamento das e Vice-Prefeito, adotar-se-á o princípio majoritário.
inscrições.
§ 4o Quando houver denúncia fundamentada de fraude no alis- CF, art. 77, § 2º, c.c. os arts. 28 e 32, § 2º: eleição,
tamento de uma Zona ou Município, o Tribunal Regional poderá ainda, para Presidente e Vice-Presidente da República e
determinar a realização de correição e, provada a fraude em para Governadores e Vice-Governadores de Estado e
proporção comprometedora, ordenará a revisão do eleitorado, do Distrito Federal.
obedecidas as instruções do Tribunal Superior e as recomen-
dações que, subsidiariamente, baixar, com o cancelamento de Art. 84 - A eleição para a Câmara dos Deputados, Assembléias
ofício das inscrições correspondentes aos títulos que não fo- Legislativas e Câmaras Municipais, obedecerá ao princípio da
rem apresentados à revisão. representação proporcional, na forma desta lei.
Art. 72 - Durante o processo e até a exclusão, pode o eleitor
votar validamente. CF, art. 32, §§ 2º e 3º, c.c. os arts. 27 e 45: eleições,
Parágrafo único. Tratando-se de inscrições contra as quais também, para a Câmara Legislativa do Distrito Federal
hajam sido interpostos recursos das decisões que as deferi- (Deputados Distritais).
ram, desde que tais recursos venham a ser providos pelo Tribu- Vide ainda art. 33, § 3º: eleições para as Câmaras Ter-
nal Regional ou Tribunal Superior, serão nulos os votos se o seu ritoriais.
número for suficiente para alterar qualquer representação par-
tidária ou classificação de candidato eleito pelo princípio majori- Art. 85 - A eleição para Deputados Federais, Senadores e su-
tário. plentes, Presidente e Vice-Presidente da República, Governa-
Art. 73 - No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo dores, Vice-Governadores e Deputados Estaduais far-se-á si-
interessado, por outro eleitor ou por Delegado de partido. multaneamente em todo o País.
Art. 74 - A exclusão será mandada processar “ex officio” pelo Art. 86 - Nas eleições presidenciais, a circunscrição será o
Juiz Eleitoral, sempre que tiver conhecimento de alguma das País; nas eleições federais e estaduais, o Estado; e nas munici-
causas do cancelamento. pais, o respectivo Município.
Art. 75 - O Tribunal Regional, tomando conhecimento, através
de seu fichário, da inscrição do mesmo eleitor em mais de uma CAPÍTULO I
Zona sob sua jurisdição, comunicará o fato ao Juiz competente DO REGISTRO DOS CANDIDATOS
para o cancelamento, que de preferência deverá recair:
Art. 87 - Somente podem concorrer às eleições candidatos
I - na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral;
registrados por partidos.
II - naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor; Parágrafo único. Nenhum registro será admitido fora do período
III - naquela cujo título não haja sido utilizado para o exercício do de 6 (seis) meses antes da eleição.
voto na última eleição; Art. 88 - Não é permitido registro de candidato, embora para
IV - na mais antiga. cargos diferentes, por mais de uma circunscrição ou para mais
Art. 76 - Qualquer irregularidade determinante de exclusão será de um cargo na mesma circunscrição.
comunicada por escrito e por iniciativa de qualquer interessado Parágrafo único. Nas eleições realizadas pelo sistema proporci-
ao Juiz Eleitoral, que observará o processo estabelecido no onal o candidato deverá ser filiado ao partido, na circunscrição
artigo seguinte. em que concorrer, pelo tempo que for fixado nos respectivos
Art. 77 - O Juiz Eleitoral processará a exclusão pela forma estatutos.
seguinte: Art. 89 - Serão registrados:
I - mandará autuar a petição ou representação com os docu- I - no Tribunal Superior Eleitoral os candidatos a Presidente e
mentos que a instruírem: Vice-Presidente da República;
II - fará publicar edital com prazo de 10 (dez) dias para ciência dos II - nos Tribunais Regionais Eleitorais os candidatos a Senador,
interessados, que poderão contestar dentro de 5 (cinco) dias; Deputado Federal, Governador e Vice-Governador e Deputado
III - concederá dilação probatória de 5 (cinco) a 10 (dez) dias, se Estadual;
requerida; III – nos Juízos Eleitorais os candidatos a Vereador, Prefeito e
Vice-Prefeito e Juiz de Paz.
IV - decidirá no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 90 - Somente poderão inscrever candidatos os partidos
Art. 78 - Determinado, por sentença, o cancelamento, o Cartório
que possuam Diretório devidamente registrado na circunscri-
tomará as seguintes providências: ção em que se realizar a eleição.
I - retirará, da respectiva pasta, a folha de votação, registrará a Art. 91 - O registro de candidatos a Presidente e Vice-Presiden-
ocorrência no local próprio para “Anotações” e juntá-la-á ao te, Governador e Vice-Governador ou Prefeito e Vice-Prefeito
processo de cancelamento; far-se-á sempre em chapa única e indivisível, ainda que resulte
II - registrará a ocorrência na coluna de “observações” do livro a indicação de aliança de partidos.
de inscrição; § 1 o O registro de candidatos a Senador far-se-á com o do
III - excluirá dos fichários as respectivas fichas, colecionando- suplente partidário.
as à parte;
IV - anotará, de forma sistemática, os claros abertos na pasta CF, art. 46, § 3º: registro com dois suplentes.
de votação para o oportuno preenchimento dos mesmos;
V - comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional para ano- § 2 Nos Territórios far-se-á o registro do candidato a Deputado
o

tação no seu fichário. com o do suplente.


Art. 79 - No caso de exclusão por falecimento, tratando-se de
caso notório, serão dispensadas as formalidades previstas nos CF, art. 45, § 2º: fixação de quatro vagas para Deputa-
nos. II e III do artigo 77. dos (não há previsão de suplente).

222
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
Art. 92 - Revogado pela Lei n o 9.504, de 30.9.1997. § 2o Do pedido de registro caberá, no prazo de 2 (dois) dias, a
Art. 93 - O prazo da entrada em Cartório ou na Secretaria do contar da publicação ou afixação do edital, impugnação articu-
Tribunal, conforme o caso, de requerimento de registro de can- lada por parte de candidato ou de partido político.
didato a cargo eletivo terminará, improrrogavelmente, às dezoito § 3o Poderá, também, qualquer eleitor, com fundamento em inele-
horas do nonagésimo dia anterior à data marcada para a elei- gibilidade ou incompatibilidade do candidato ou na incidência
ção. deste no artigo 96, impugnar o pedido de registro, dentro do
§ 1 o Até o septuagésimo dia anterior à data marcada para a mesmo prazo, oferecendo prova do alegado.
eleição, todos os requerimentos devem estar julgados, inclusive § 4o Havendo impugnação, o partido requerente do registro terá
os que tiverem sido impugnados. vista dos autos, por 2 (dois) dias, para falar sobre a mesma,
§ 2 o As convenções partidárias para a escolha dos candidatos feita a respectiva intimação na forma do § 1o.
serão realizadas, no máximo, até dez dias antes do término do Art. 98 - Os militares alistáveis são elegíveis, atendidas as se-
prazo do pedido de registro no Cartório ElEitoral ou na Secretaria guintes condições:
do Tribunal. I - o militar que tiver menos de 5 (cinco) anos de serviço, será,
ao se candidatar a cargo eletivo, excluído do serviço ativo;
pelo site do Planalto:
§ 3o Nesse caso, se se tratar de eleição municipal, o Juiz CF, art. 14, § 8º, I: se o militar contar menos de dez anos
Eleitoral deverá apresentar a sentença no prazo de 2 (dois) de serviço, deverá afastar-se da atividade.
dias, podendo o recorrente, nos 2 (dois) dias seguintes,
aditar as razões do recurso; no caso de registro feito II - o militar em atividade com 5 (cinco) ou mais anos de serviço
perante o Tribunal, se o Relator não apresentar o acórdão ao se candidatar a cargo eletivo, será afastado, temporaria-
no prazo de 2 (dois) dias, será designado outro Relator, na mente, do serviço ativo, como agregado, para tratar de interes-
ordem da votação, o qual deverá lavrar o acórdão do pra- se particular;
zo de 3 (três) dias, podendo o recorrente, nesse mesmo
prazo, aditar as suas razões. CF, art. 14, § 8º, II: se o militar contar mais de dez
anos de serviço, será agregado pela autoridade
Art. 94 - O registro pode ser promovido por Delegado de parti- superior.
do, autorizado em documento autêntico, inclusive telegrama de Lei nº 6.880, de 9.12.80, art. 82, XIV, e § 4º: agrega-
quem responda pela direção partidária e sempre com assinatu- ção de militar por motivo de candidatura a cargo
ra reconhecida por tabelião. eletivo.
§ 1 o O requerimento de registro deverá ser instruído:
I - com a cópia autêntica da ata da Convenção que houver feito III - o militar não excluído e que vier a ser eleito será, no ato da
a escolha do candidato, a qual deverá ser conferida com o diplomação, transferido para a reserva ou reformado.
original na Secretaria do Tribunal ou no Cartório Eleitoral;
Parágrafo único. O Juízo ou Tribunal que deferir o registro de
II - com autorização do candidato, em documento com a assina-
tura reconhecida por tabelião; militar candidato a cargo eletivo, comunicará imediatamente a de-
III - com certidão fornecida pelo Cartório Eleitoral da Zona de cisão à autoridade a que o mesmo estiver subordinado, cabendo
inscrição, em que conste que o registrando é eleitor; igual obrigação ao partido, quando lançar a candidatura.
IV - com prova de filiação partidária, salvo para os candidatos a Art. 99 - Nas eleições majoritárias, poderá qualquer partido
Presidente e Vice-Presidente, Senador e respectivo suplente, registrar na mesma circunscrição candidato já por outro regis-
Governador e Vice-Governador, Prefeito e Vice-Prefeito; trado, desde que o outro partido e o candidato o consintam por
escrito até 10 (dez) dias antes da eleição, observadas as for-
CF, art. 14, § 3º, V: exigência de filiação para qualquer malidades do Art. 94.
candidatura. Parágrafo único. A falta de consentimento expresso acarretará a
anulação do registro promovido, podendo o partido prejudicado
V - com folha corrida fornecida pelos Cartórios competentes, requerê-la ou recorrer da resolução que ordenar o registro.
para que se verifique se o candidato está no gozo dos Direitos Art. 100 - Nas eleições realizadas pelo sistema proporcional, o
políticos (Art. 132, III, e 135 da Constituição Federal). Tribunal Superior Eleitoral, até 6 (seis) meses antes do pleito,
reservará para cada partido, por sorteio, em sessão realizada
Refere-se à CF/46; corresponde aos arts. 14, § 3º, II; e com a presença dos Delegados de partido, uma série de núme-
15 da CF/88. ros a partir de 100 (cem).
§ 1o A sessão a que se refere o caput deste artigo será anunci-
VI - com declaração de bens, de que constem a origem e as ada aos partidos com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.
mutações patrimoniais. § 2o As Convenções partidárias para escolha dos candidatos
§ 2 o A autorização do candidato pode ser dirigida diretamente ao sortearão, por sua vez, em cada Estado e Município, os núme-
órgão ou Juiz competente para o registro. ros que devam corresponder a cada candidato.
Art. 95 - O candidato poderá ser registrado sem o prenome, ou § 3o Nas eleições para Deputado Federal, se o número de parti-
com o nome abreviado, desde que a supressão não estabeleça dos não for superior a 9 (nove), a cada um corresponderá
dúvida quanto à sua identidade. obrigatoriamente uma centena, devendo a numeração dos can-
Art. 96 - Será negado o registro a candidato que, pública ou didatos ser sorteada a partir da unidade, para que ao primeiro
ostensivamente faça parte ou seja adepto de partido político candidato do primeiro partido corresponda o número 101 (cento
cujo registro tenha sido cassado com fundamento no artigo 141, e um), ao do segundo partido, 201 (duzentos e um), e assim
§ 13, da Constituição Federal. sucessivamente.
§ 4o Concorrendo 10 (dez) ou mais partidos, a cada um corres-
CF, art. 17: livre criação de partidos políticos.
ponderá uma centena a partir de 1.101 (um mil cento e um), de
(O art. 96 deste Código já se achava derrogado desde 1985, maneira que a todos os candidatos sejam atribuídos sempre 4
por força de emenda constitucional; da mesma forma, a
(quatro) algarismos, suprimindo-se a numeração correspondente
citação do dispositivo assinalada no art. 97, § 3º.) à série 2.001 (dois mil e um) a 2.100 (dois mil e cem), para
(O dispositivo citado no artigo é da CF/46.)
reiniciá-la em 2.101 (dois mil cento e um), a partir do décimo
Vide também art. 2º da Lei nº 9.096/95: livre criação, partido.
fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.
§ 5o Na mesma sessão, o Tribunal Superior Eleitoral sorteará as
séries correspondentes aos Deputados Estaduais e Vereadores,
Art. 97 - Protocolado o requerimento de registro, o Presidente
observando, no que couber, as normas constantes dos parágra-
do Tribunal ou o Juiz Eleitoral, no caso de eleição municipal ou fos anteriores, e de maneira que a todos os candidatos sejam
distrital, fará publicar imediatamente edital para ciência dos inte-
atribuídos sempre número de 4 (quatro) algarismos.
ressados. Art. 101 - Pode qualquer candidato requerer, em petição com
§ 1o O edital será publicado na Imprensa Oficial, nas capitais, e
firma reconhecida, o cancelamento do registro do seu nome.
afixado em Cartório, no local de costume, nas demais Zonas.

223
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
§ 1 o Desse fato, o Presidente do Tribunal ou o Juiz, conforme o
caso, dará ciência imediata ao partido que tenha feito a inscri- CAPÍTULO IV
ção, ao qual ficará ressalvado o Direito de substituir por outro o DA REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL
nome cancelado, observadas todas as formalidades exigidas Art. 105 - Fica facultado a 2 (dois) ou mais partidos coligarem-
para o registro e desde que o novo pedido seja apresentado até se para o registro de candidatos comuns a Deputado Federal,
60 (sessenta) dias antes do pleito. Deputado Estadual e Vereador.
§ 2o Nas eleições majoritárias, se o candidato vier a falecer ou § 1o - A deliberação sobre coligação caberá à Convenção Regi-
renunciar dentro do período de 60 (sessenta) dias mencionados onal de cada Partido, quando se tratar de eleição para a Câmara
dos Deputados e Assembléias Legislativas, e à Convenção Mu-
no parágrafo anterior, o partido poderá substitui-lo; se o registro
nicipal, quando se tratar de eleição para a Câmara de Vereado-
do novo candidato estiver deferido até 30 (trinta) dias antes do res, e será aprovada mediante a votação favorável da maioria,
pleito, serão confeccionadas novas cédulas, caso contrário se- presentes 2/3 (dois terços) dos convencionais, estabelecendo-
rão utilizadas as já impressas, computando-se para o novo can- se, na mesma oportunidade, o número de candidatos que cabe-
didato os votos dados ao anteriormente registrado. rá a cada Partido.
§ 3 o Considerar-se-á nulo o voto dado ao candidato que haja § 2º - Cada partido indicará em Convenção os seus candidatos
pedido o cancelamento de sua inscrição, salvo na hipótese pre- e a registro será promovido em conjunto pela coligação.
vista no parágrafo anterior, in fine. Art. 106 - Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o nú-
§ 4 o Nas eleições proporcionais, ocorrendo a hipótese prevista mero de votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em
neste artigo, ao substituto será atribuído o número anteriormen- cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou
te dado ao candidato cujo registro foi cancelado. inferior a meio, equivalente a um, se superior.
§ 5o Em caso de morte, renúncia, inelegibilidade e preenchimento Art. 107 - Determina-se para cada Partido ou coligação o quoci-
de vagas existentes nas respectivas chapas, tanto em eleições ente partidário, dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de
proporcionais quanto majoritárias, as substituições e indicações votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de le-
se processarão pelas Comissões Executivas. gendas, desprezada a fração.
Art. 102 - Os registros efetuados pelo Tribunal Superior serão Art. 108 - Estarão eleitos tantos candidatos registrados por um
imediatamente comunicados aos Tribunais Regionais e por es- Partido ou coligação quantos o respectivo quociente partidário indi-
tes aos Juízes Eleitorais. car, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido.
Parágrafo único. Os Tribunais Regionais comunicarão também Art. 109 - Os lugares não preenchidos com a aplicação dos
ao Tribunal Superior os registros efetuados por eles e pelos quocientes partidários serão distribuídos mediante observância
Juízes Eleitorais. das seguintes regras:
I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada Par-
CAPÍTULO II tido ou coligação de partido pelo número de lugares por ele
DO VOTO SECRETO obtido, mais um, cabendo ao partido ou coligação que apresen-
Art. 103 - O sigilo do voto é assegurado mediante as seguintes tar a maior média um dos lugares a preencher;
providências: II - repetir-se-á a operação para a distribuição de cada um dos
I - uso de cédulas oficiais em todas as eleições, de acordo com lugares.
modelo aprovado pelo Tribunal Superior; § 1o - O preenchimento dos lugares com que cada partido ou
II - isolamento do eleitor em cabine indevassável para o só efeito coligação for contemplado far-se-á segundo a ordem de vota-
de assinalar na cédula o candidato de sua escolha e, em segui- ção recebida pelos seus candidatos.
da, fechá-la; § 2o - Só poderão concorrer à distribuição dos lugares os parti-
III - verificação da autenticidade da cédula oficial à vista das dos e coligações que tiverem obtido quociente eleitoral.
rubricas; Art. 110 - Em caso de empate, haver-se-á por eleito o candidato
IV - emprego de urna que assegure a inviolabilidade do sufrágio mais idoso.
e seja suficientemente ampla para que não se acumulem as Art. 111 - Se nenhum partido ou coligação alcançar o quociente
cédulas na ordem que forem introduzidas. eleitoral, considerar-se-ão eleitos, até serem preenchidos to-
dos os lugares, os candidatos mais votados.
CAPÍTULO III Art.112 - Considerar-se-ão suplentes da representação parti-
DA CÉDULA OFICIAL dária:
Art. 104 - As cédulas oficiais serão confeccionadas e distribu- I - os mais votados sob a mesma legenda e não eleitos efetivos
ídas exclusivamente pela Justiça Eleitoral, devendo ser impres- das listas dos respectivos partidos;
sas em papel branco, opaco e pouco absorvente. A impressão II - em caso de empate na votação, na ordem decrescente da
será em tinta preta, com tipos uniformes de letra. idade.
§ 1 o Os nomes dos candidatos para as eleições majoritárias Art. 113 - Na ocorrência de vaga, não havendo suplente para
devem figurar na ordem determinada por sorteio. preenchê-la, far-se-á eleição, salvo se faltarem menos de nove
§ 2o O sorteio será realizado após o deferimento do último pedi- meses para findar o período de mandato.
do de registro, em audiência presidida pelo Juiz ou Presidente
do Tribunal, na presença dos candidatos e Delegados de parti- CF, art. 56, § 2º: prazo de 15 meses para renovação de
do. eleições por vacância, inclusive para Senador; e art.
§ 3 o A realização da audiência será anunciada com 3 (três) dias 81, caput e § 1º: eleição direta se faltarem mais de dois
de antecedência, no mesmo dia em que for deferido o último anos; e indireta se menos de dois anos para findar o
pedido de registro, devendo os Delegados de partido ser intima- período de mandato, no caso de vacância dos cargos
dos por ofício sob protocolo. de Presidente e Vice-Presidente da República.
§ 4 o Havendo substituição de candidatos após o sorteio, o nome
do novo candidato deverá figurar na cédula na seguinte ordem: TÍTULO II
I - se forem apenas 2 (dois), em último lugar; DOS ATOS PREPARATÓRIOS DA VOTAÇÃO
II - se forem 3 (três), em segundo lugar; Art. 114 - Até 70 (setenta) dias antes da data marcada para a
III - se forem mais de 3 (três), em penúltimo lugar; eleição, todos os que requererem inscrição como eleitor, ou
IV - se permanecer apenas 1 (um) candidato e forem substituí- transferência, já devem estar devidamente qualificados e os
dos 2 (dois) ou mais, aquele ficará em primeiro lugar, sendo respectivos títulos prontos para a entrega, se deferidos pelo
realizado novo sorteio em relação aos demais. Juiz Eleitoral.
§ 5o Para as eleições realizadas pelo sistema proporcional a Parágrafo único. Será punido nos termos do art. 293 o Juiz
cédula conterá espaço para que o eleitor escreva o nome ou o Eleitoral, o Escrivão Eleitoral, o Preparador ou o funcionário res-
número do candidato de sua preferência e indique a sigla do ponsável pela transgressão do preceituado neste artigo ou pela
partido. não-entrega do título pronto ao eleitor que o procurar.
§ 6o As cédulas oficiais serão confeccionadas de maneira tal Art. 115 - Os Juízes Eleitorais, sob pena de responsabilidade
que, dobradas, resguardem o sigilo do voto, sem que seja ne- comunicarão ao Tribunal Regional, até 30 (trinta) dias antes de
cessário o emprego de cola para fechá-las. cada eleição, o número de eleitores alistados.

224
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
Art. 116 - A Justiça Eleitoral fará ampla divulgação através dos § 3o O partido que não houver reclamado contra a composição
comunicados transmitidos em obediência ao disposto no art. da Mesa não poderá argüir, sob esse fundamento, a nulidade da
250, § 5 o, pelo rádio e televisão, bem assim por meio de cartazes Seção respectiva.
afixados em lugares públicos, dos nomes dos candidatos regis- Art. 122 - Os Juízes deverão instruir os Mesários sobre o pro-
trados, com indicação do partido a que pertençam, bem como do cesso da eleição, em reuniões para esse fim convocadas com a
número sob que foram inscritos, no caso dos candidatos a De- necessária antecedência.
putado e a Vereador. Art. 123 - Os Mesários substituirão o Presidente, de modo que
haja sempre quem responda pessoalmente pela ordem e regula-
Na citação, leia-se “art. 250, § 2º” (a numeração original ridade do processo eleitoral, e assinarão a ata da eleição.
de 1965 era “§ 5º”). O referido artigo está revogado pelo § 1o O Presidente deve estar presente ao ato de abertura e de
art. 107 da Lei nº 9.504/97. encerramento da eleição, salvo força maior, comunicando o im-
pedimento aos Mesários e Secretários pelo menos 24 (vinte e
CAPÍTULO I quatro) horas antes da abertura dos trabalhos, ou imediatamen-
DAS SEÇÕES ELEITORAIS te, se o impedimento se der dentro desse prazo ou no curso da
Art. 117 - As Seções Eleitorais, organizadas à medida em que eleição.
forem sendo deferidos os pedidos de inscrição, não terão mais § 2o Não comparecendo o Presidente até as sete horas e trinta
de 400 (quatrocentos) eleitores nas capitais e de 300 (trezen- minutos, assumirá a Presidência o Primeiro Mesário e, na sua
tos) nas demais localidades, nem menos de 50 (cinqüenta) elei- falta ou impedimento, o Segundo Mesário, um dos Secretários
tores. ou o suplente.
§ 1º Em casos excepcionais, devidamente justificados, o Tribu- § 3o Poderá o Presidente, ou membro da Mesa que assumir a
nal Regional poderá autorizar que sejam ultrapassados os índi- Presidência, nomear ad hoc, dentre os eleitores presentes e
ces previstos neste artigo desde que essa providência venha obedecidas as prescrições do § 1o, do art. 120, os que forem
facilitar o exercício do voto, aproximando o eleitor do local de- necessários para completar a Mesa.
signado para a votação. Art. 124 - O membro da Mesa Receptora que não comparecer no
§ 2º Se, em Seção destinada aos cegos, o número de eleitores local, em dia e hora determinados para a realização de eleição,
não alcançar o mínimo exigido, este se completará com outros, sem justa causa apresentada ao Juiz Eleitoral até 30 (trinta) dias
ainda que não sejam cegos. após, incorrerá na multa de 50% (cinqüenta por cento) a 1 (um)
Art. 118 - Os Juízes Eleitorais organizarão relação de eleitores salário-mínimo vigente na Zona Eleitoral, cobrada mediante selo
de cada Seção, a qual será remetida aos Presidentes das Me- federal inutilizado no requerimento em que for solicitado o arbitra-
sas Receptoras para facilitação do processo de votação. mento ou através de executivo Fiscal.
§ 1o Se o arbitramento e pagamento da multa não for requerido
CAPÍTULO II pelo Mesário faltoso, a multa será arbitrada e cobrada na forma
DAS MESAS RECEPTORAS prevista no artigo 367.
Art. 119 - A cada Seção Eleitoral corresponde uma Mesa Recep- § 2 o Se o faltoso for servidor público ou autárquico, a pena será
tora de votos. de suspensão até 15 (quinze) dias.
Art. 120 - Constituem a Mesa Receptora um Presidente, um § 3o As penas previstas neste artigo serão aplicadas em dobro
primeiro e um Segundo Mesários, dois Secretários e um suplen- se a Mesa Receptora deixar de funcionar por culpa dos falto-
te, nomeados pelo Juiz Eleitoral sessenta dias antes da eleição, sos.
em audiência pública, anunciada pelo menos com cinco dias de § 4 o Será também aplicada em dobro observado o disposto nos
antecedência. §§ 1 o e 2 o, a pena ao membro da Mesa que abandonar os traba-
§ 1 o Não podem ser nomeados Presidentes e Mesários: lhos no decurso da votação sem justa causa, apresentada ao
I - os candidatos e seus parentes ainda que por afinidade, até o Juiz até 3 (três) dias após a ocorrência.
segundo grau, inclusive, e bem assim o cônjuge; Art. 125 - Não se reunindo, por qualquer motivo, a Mesa Recep-
II - os membros de Diretórios de partidos desde que exerçam tora, poderão os eleitores pertencentes à respectiva Seção votar
função executiva; na Seção mais próxima, sob a jurisdição do mesmo Juiz, reco-
III - as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionári- lhendo-se os seus votos à urna da Seção em que deveriam
os no desempenho de cargos de confiança do Executivo; votar, a qual será transportada para aquela em que tiverem de
IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral. votar.
§ 2 o Os Mesários serão nomeados, de preferência entre os elei- § 1o As assinaturas dos eleitores serão recolhidas nas folhas de
tores da própria Seção, e, dentre estes, os diplomados em escola votação da Seção a que pertencerem, as quais, juntamente com
superior, os professores e os serventuários da Justiça. as cédulas oficiais e o material restante, acompanharão a urna.
§ 3o O Juiz Eleitoral mandará publicar no jornal oficial, onde hou- § 2 o O transporte da urna e dos documentos da Seção será
ver, e, não havendo, em Cartório, as nomeações que tiver feito, e providenciado pelo Presidente da Mesa, Mesário ou Secretário
intimará os Mesários através dessa publicação, para constituí- que comparecer, ou pelo próprio Juiz, ou pessoa que ele desig-
rem as Mesas no dia e lugares designados, às 7 horas. nar para esse fim, acompanhando-a os Fiscais que o deseja-
§ 4 o Os motivos justos que tiverem os nomeados para recusar a rem.
nomeação, e que ficarão à livre apreciação do Juiz Eleitoral, Art. 126 - Se no dia designado para o pleito deixarem de se
somente poderão ser alegados até 5 (cinco) dias a contar da reunir todas as Mesas de um Município, o Presidente do Tribunal
nomeação, salvo se sobrevindos depois desse prazo. Regional determinará dia para se realizar o mesmo, instauran-
§ 5 o Os nomeados que não declararem a existência de qualquer do-se inquérito para a apuração das causas da irregularidade e
dos impedimentos referidos no § 1 o incorrem na pena estabele-
punição dos responsáveis.
cida pelo art. 310.
Parágrafo único. Essa eleição deverá ser marcada dentro de 15
Art. 121 - Da nomeação da Mesa Receptora qualquer partido
(quinze) dias, pelo menos, para se realizar no prazo máximo de
poderá reclamar ao Juiz Eleitoral, no prazo de 2 (dois) dias, a
30 (trinta) dias.
contar da audiência, devendo a decisão ser proferida em igual
Art. 127 - Compete ao Presidente da Mesa Receptora, e, em sua
prazo.
falta, a quem o substituir:
§ 1 o Da decisão do Juiz Eleitoral caberá recurso para o Tribunal
I - receber os votos dos eleitores;
Regional, interposto dentro de 3 (três) dias, devendo, dentro de
II - decidir imediatamente todas as dificuldades ou dúvidas que
igual prazo, ser resolvido.
ocorrerem;
§ 2 o Se o vício da constituição da Mesa resultar da incompatibi-
III - manter a ordem, para o que disporá de força pública neces-
lidade prevista no n o I, do § 1o do art. 120, e o registro do candi-
sária;
dato for posterior à nomeação do Mesário, o prazo para recla-
IV - comunicar ao Juiz Eleitoral, que providenciará imediatamen-
mação será contado da publicação dos nomes dos candidatos
te, as ocorrências cuja solução deste dependerem;
registrados. Se resultar de qualquer das proibições dos n os II, III
V - remeter à Junta Eleitoral todos os papéis que tiverem sido
e IV, e em virtude de fato superveniente, o prazo se contará do
utilizados durante a recepção dos votos;
ato da nomeação ou eleição.

225
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
VI - autenticar, com a sua rubrica, as cédulas oficiais e numerá- I - relação dos eleitores da Seção, que poderá ser dispensada,
las nos termos das instruções do Tribunal Superior Eleitoral; no todo ou em parte, pelo respectivo Tribunal Regional Eleitoral
VII - assinar as fórmulas de observações dos Fiscais ou Dele- em decisão fundamentada e aprovada pelo Tribunal Superior
gados de partido sobre as votações; Eleitoral.
VIII - Fiscalizar a distribuição das senhas e, verificando que não II - relações dos partidos e dos candidatos registrados, as quais
estão sendo distribuídas, segundo a sua ordem numérica, reco- deverão ser afixadas no recinto das Seções Eleitorais em lugar
lher as de numeração intercalada, acaso retidas, as quais não visível, e dentro das cabinas indevassáveis as relações de can-
se poderão mais distribuir. didatos a eleições proporcionais;
IX - anotar o não-comparecimento do eleitor no verso da folha III - as folhas individuais de votação dos eleitores da Seção,
individual de votação. devidamente acondicionadas;
IV - uma folha de votação para os eleitores de outras Seções,
Art. 128 - Compete aos secretários:
devidamente rubricada;
I - distribuir aos eleitores as senhas de entrada previamente
V - uma urna vazia, vedada pelo Juiz Eleitoral, com tiras de papel
rubricadas ou carimbadas segundo a respectiva ordem numéri- ou pano forte;
ca; VI - sobrecartas maiores para os votos impugnados ou sobre
II - lavrar a ata da eleição; os quais haja dúvida;
III - cumprir as demais obrigações que lhes forem atribuídas em VII - cédulas oficiais;
instruções. VIII - sobrecartas especiais para remessa à Junta Eleitoral dos
Parágrafo único. As atribuições mencionadas no nº I serão documentos relativos à eleição;
exercidas por um dos Secretários e os constantes dos n os. II e IX - senhas para serem distribuídas aos eleitores;
III pelo outro. X - tinta, canetas, penas, lápis e papel, necessários aos traba-
Art. 129 - Nas eleições proporcionais, os Presidentes das Me- lhos;
sas Receptoras deverão zelar pela preservação das listas de XI - folhas apropriadas para impugnação e folhas para observa-
candidatos afixadas dentro das cabinas indevassáveis toman- ção de Fiscais de partidos;
do imediatas providências para a colocação de nova lista no XII - modelo da ata a ser lavrada pela Mesa Receptora;
caso de inutilização total ou parcial. XIII - material necessário para vedar, após a votação, a fenda da
Parágrafo único. O eleitor que inutilizar ou arrebatar as listas urna;
afixadas nas cabinas indevassáveis ou nos edifícios onde fun- XIV - um exemplar das instruções do Tribunal Superior Eleitoral;
cionarem Mesas Receptoras, incorrerá nas penas do artigo 297. XV - material necessário à contagem dos votos quando autori-
Art. 130 - Nos estabelecimentos de internação coletiva de han- zada;
senianos, os membros das Mesas Receptoras serão escolhi- XVI - outro qualquer material que o Tribunal Regional julgue ne-
dos de preferência entre os médicos e funcionários sadios do cessário ao regular funcionamento da Mesa.
§ 1º O material de que trata este artigo deverá ser remetido por
próprio estabelecimento.
protocolo ou pelo correio acompanhado de uma relação ao pé
da qual o destinatário declarará o que recebeu e como o rece-
CAPÍTULO III beu, e aporá sua assinatura.
DA FISCALIZAÇÃO PERANTE AS MESAS RECEPTORAS § 2º Os Presidentes da Mesa que não tiverem recebido até 48
Art. 131 - Cada partido poderá nomear 2 (dois) Delegados em (quarenta e oito) horas antes do pleito o referido material deve-
cada Município e 2 (dois) Fiscais junto a cada Mesa Receptora, rão diligenciar para o seu recebimento.
funcionando um de cada vez. § 3º O Juiz Eleitoral, em dia e hora previamente designados em
§ 1o Quando o Município abranger mais de uma Zona Eleitoral presença dos Fiscais e Delegados dos partidos, verificará, an-
cada partido poderá nomear 2 (dois) Delegados junto a cada tes de fechar e lacrar as urnas, se estas estão completamente
uma delas. vazias; fechadas, enviará uma das chaves, se houver, ao Pre-
§ 2o A escolha de Fiscal e Delegado de partido não poderá recair sidente da Junta Eleitoral e a da fenda, também se houver, ao
em quem, por nomeação do Juiz Eleitoral, já faça parte da Mesa Presidente da Mesa Receptora, juntamente com a urna.
Receptora. Art. 134 - Nos estabelecimentos de internação coletiva para
§ 3o As credenciais expedidas pelos partidos para os Fiscais hansenianos serão sempre utilizadas urnas de lona.
deverão ser visadas pelo Juiz Eleitoral.
§ 4o Para esse fim, o Delegado do partido encaminhará as cre- TÍTULO IV
denciais ao Cartório, juntamente com os títulos eleitorais dos DA VOTAÇÃO
Fiscais credenciados, para que, verificado pelo Escrivão que as CAPÍTULO I
inscrições correspondentes aos títulos estão em vigor e se re- DOS LUGARES DA VOTAÇÃO
ferem aos nomeados, carimbe as credenciais e as apresente ao Art. 135 - Funcionarão as Mesas Receptoras nos lugares de-
Juiz para o visto. signados pelos Juízes Eleitorais 60 (sessenta) dias antes da
§ 5o As credenciais que não forem encaminhadas ao Cartório eleição, publicando-se a designação.
§ 1º A publicação deverá conter a Seção com a numeração
pelos Delegados de partido, para os fins do parágrafo anterior,
ordinal e local em que deverá funcionar, com a indicação da rua,
poderão ser apresentadas pelos próprios Fiscais para a obten- número e qualquer outro elemento que facilite a localização pelo
ção do visto do Juiz Eleitoral. eleitor.
§ 6o Se a credencial apresentada ao Presidente da Mesa Recep- § 2º Dar-se-á preferência aos edifícios públicos, recorrendo-se
tora não estiver autenticada na forma do § 4o, o Fiscal poderá aos particulares se faltarem aqueles em número e condições
funcionar perante a Mesa, mas o seu voto não será admitido, a adequadas.
não ser na Seção em que o seu nome estiver incluído. § 3º A propriedade particular será obrigatória e gratuitamente
cedida para esse fim.
Legislação Complementar: Lei nº 6.996/82, art. 12, § 1º: § 4º É expressamente vedado uso de propriedade pertencen-
voto fora da Seção. te a candidato, membro do Diretório de partido, Delegado de
partido ou autoridade policial, bem como dos respectivos côn-
§ 7o O Fiscal de cada partido poderá ser substituído por outro no juges e parentes, consangüíneos ou afins, até o 2º grau, inclu-
curso dos trabalhos eleitorais. sive.
Art. 132 - Pelas Mesas Receptoras serão admitidos a Fiscalizar § 5º Não poderão ser localizadas Seções Eleitorais em fazenda,
a votação, formular protestos e fazer impugnações, inclusive sítio ou qualquer propriedade rural privada, mesmo existindo no
sobre a identidade do eleitor, os candidatos registrados, os De- local prédio público, incorrendo o Juiz nas penas do art. 312, em
legados e os Fiscais dos partidos. caso de infringência.
§ 6º Os Tribunais Regionais, nas capitais, e os Juízes Eleitorais,
TÍTULO III nas demais Zonas, farão ampla divulgação da localização das
DO MATERIAL PARA A VOTAÇÃO
Seções.
Art. 133 - Os Juízes Eleitorais enviarão ao Presidente de cada
§ 6o A - Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada elei-
Mesa Receptora, pelo menos 72 (setenta e duas) horas antes
da eleição, o seguinte material. ção, expedir instruções aos Juízes Eleitorais, para orientá-los

226
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
na escolha dos locais de votação de mais fácil acesso para o Art. 144 - O recebimento dos votos começará às 8 (oito) horas
eleitor deficiente físico. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.226, e terminará, salvo o disposto no art. 153, às 17 (dezessete)
de 15 de maio de 2001) horas.
Art. 145 - O Presidente, Mesários, Secretários, suplentes e os
Vide Lei nº 10.098, de 19.12.2000: “Estabelece normas Delegados e Fiscais de partido votarão perante as Mesas em
gerais e critérios básicos para a promoção da acessibi- que servirem, sendo que os Delegados e Fiscais, desde que a
lidade das pessoas portadoras de deficiência ou com credencial esteja visada na forma do art. 131, § 3º; quando
mobilidade reduzida, e dá outras providências.” eleitores de outras Seções, seus votos serão tomados em se-
parado.
§ 7º Da designação dos lugares de votação poderá qualquer
partido reclamar ao Juiz Eleitoral, dentro de três dias a contar da Legislação Complementar: Lei nº 6.996/82, art. 12, §§ 1º
publicação, devendo a decisão ser proferida dentro de quaren- e 3º: casos de votos fora da Seção Eleitoral e não toma-
ta e oito horas. dos em separado.
§ 8º Da decisão do Juiz Eleitoral caberá recurso para o Tribunal
Regional, interposto dentro de três dias, devendo no mesmo Parágrafo único. Com as cautelas constantes do art. 147, § 2º,
prazo, ser resolvido. poderão ainda votar fora da respectiva Seção:
§ 9º Esgotados os prazos referidos nos §§ 7º e 8º deste artigo, I - o Juiz Eleitoral, em qualquer Seção da Zona sob sua jurisdi-
não mais poderá ser alegada, no processo eleitoral, a proibição ção, salvo em eleições municipais, nas quais poderá votar em
contida em seu § 5º. qualquer Seção do Município em que for eleitor;
Art. 136 - Deverão ser instaladas Seções nas vilas e povoados,
II - o Presidente da República, o qual poderá votar em qualquer
assim como nos estabelecimentos de internação coletiva, inclu-
sive para cegos e nos leprosários onde haja, pelo menos, 50 Seção Eleitoral do País, nas eleições presidenciais; em qualquer
(cinqüenta) eleitores. Seção do Estado em que for eleitor, nas eleições para Governa-
Parágrafo único. A Mesa Receptora designada para qualquer dor, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal e Estadual;
dos estabelecimentos de internação coletiva deverá funcionar em qualquer Seção do Município em que estiver inscrito, nas
em local indicado pelo respectivo diretor; mesmo critério será eleições para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador;
adotado para os estabelecimentos especializados para prote- III - os candidatos à Presidência da República, em qualquer Se-
ção dos cegos. ção Eleitoral do País, nas eleições presidenciais, e, em qualquer
Art. 137 - Até 10 (dez) dias antes da eleição, pelo menos, comu- Seção do Estado em que forem eleitores, nas eleições de âmbito
nicarão os Juízes Eleitorais aos chefes das repartições públi- estadual;
cas e aos proprietários, arrendatários ou administradores das IV - os Governadores, Vice-Governadores, Senadores, Depu-
propriedades particulares a resolução de que serão os respec- tados Federais e Estaduais, em qualquer Seção do Estado,
tivos edifícios, ou parte deles, utilizados para pronunciamento nas eleições de âmbito nacional e estadual; em qualquer Se-
das Mesas Receptoras. ção do Município de que sejam eleitores, nas eleições munici-
Art. 138 - No local destinado à votação, a Mesa ficará em recin- pais;
to separado do público; ao lado haverá uma cabina indevassá- V - os candidatos a Governador, Vice-Governador, Senador,
vel, onde os eleitores, à medida que comparecerem, possam Deputado Federal e Estadual, em qualquer Seção do Estado de
assinalar a sua preferência na cédula. que sejam eleitores, nas eleições de âmbito nacional e estadual;
Parágrafo único. O Juiz Eleitoral providenciará para que nos VI - os Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores, em qualquer
edifícios escolhidos sejam feitas as necessárias adaptações. Seção de Município que representarem, desde que eleitores do
Estado, sendo que, no caso de eleições municipais, nelas so-
CAPÍTULO II
mente poderão votar se inscritos no Município;
DA POLÍCIA DOS TRABALHOS ELEITORAIS
VII - os candidatos a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador, em
Art. 139 - Ao Presidente da Mesa Receptora e ao Juiz Eleitoral
cabe a polícia dos trabalhos eleitorais. qualquer Seção de Município, desde que dele sejam eleitores;
Art. 140 - Somente podem permanecer no recinto da Mesa Re- VIII - os militares, removidos ou transferidos dentro do período
ceptora os seus membros, os candidatos, um Fiscal, um Dele- de 6 (seis) meses antes do pleito, poderão votar nas eleições
gado de cada partido e, durante o tempo necessário à votação, para Presidente e Vice-Presidente da República na localidade
o eleitor. em que estiverem servindo.
§ 1º O Presidente da Mesa, que é, durante os trabalhos, a auto- IX - os policiais militares em serviço.
ridade superior, fará retirar do recinto ou do edifício quem não
guardar a ordem e compostura devidas e estiver praticando O art. 27 da Lei nº 4.961, de 4.5.66, revogou os primiti-
qualquer ato atentatório da liberdade eleitoral. vos §§ 1º e 3º, passando para parágrafo único o antigo
§ 2º Nenhuma autoridade estranha à Mesa poderá intervir, sob § 2º.
pretexto algum, em seu funcionamento, salvo o Juiz Eleitoral.
Art. 141 - A força armada conservar-se-á a cem metros da CAPÍTULO IV
Seção eleitoral e não poderá aproximar-se do lugar da votação, DO ATO DE VOTAR
ou nele penetrar, sem ordem do Presidente da Mesa. Art. 146 - Observar-se-á na votação o seguinte:
I - o eleitor receberá, ao apresentar-se na Seção, e antes de
CAPÍTULO III penetrar no recinto da Mesa, uma senha numerada, que o Se-
DO INÍCIO DA VOTAÇÃO cretário rubricará, no momento, depois de verificar pela relação
Art. 142 - No dia marcado para a eleição, às 7 (sete) horas, o dos eleitores da Seção, que o seu nome consta da respectiva
Presidente da Mesa Receptora, os Mesários e os Secretários pasta;
verificarão se no lugar designado estão em ordem o material II - no verso da senha o Secretário anotará o número de ordem
remetido pelo Juiz e a urna destinada a recolher os votos, bem da folha individual da pasta, número esse que constará da rela-
como se estão presentes os Fiscais de partido. ção enviada pelo Cartório à Mesa Receptora;
Art. 143 - As 8 (oito) horas, supridas as deficiências, declarará III - admitido a penetrar no recinto da Mesa, segundo a ordem
o Presidente iniciados os trabalhos, procedendo-se em segui- numérica das senhas, o eleitor apresentará ao Presidente seu
da, à votação, que começará pelos candidatos e eleitores pre- título, o qual poderá ser examinado por Fiscal ou Delegado de
sentes. partido, entregando, no mesmo ato, a senha;
§ 1 o Os membros da Mesa e os Fiscais de partido deverão votar IV - pelo número anotado no verso da senha, o Presidente, ou
no correr da votação, depois que tiverem votado os eleitores Mesário, localizará a folha individual de votação, que será con-
que já se encontravam presentes no momento da abertura dos frontada com o título e poderá também ser examinada por Fiscal
trabalhos, ou no encerramento da votação. ou Delegado de partido;
§ 2 o Observada a prioridade assegurada aos candidatos, têm V - achando-se em ordem o título e a folha individual e não
preferência para votar o Juiz Eleitoral da Zona, seus auxiliares havendo dúvida sobre a identidade do eleitor, o Presidente da
de serviço, os eleitores de idade avançada, os enfermos e as Mesa o convidará a lançar sua assinatura no verso da folha
mulheres grávidas.

227
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
individual de votação; em seguida entregar-lhe-á a cédula única mesmo com a feita na sua presença pelo eleitor, e mencionando
rubricada no ato pelo Presidente e Mesários e numerada de na ata a dúvida suscitada.
acordo com as instruções do Tribunal Superior instruindo-o so- § 1º A impugnação à identidade do eleitor, formulada pelos mem-
bre a forma de dobrá-la, fazendo-o passar à cabina indevassá- bros da Mesa, Fiscais, Delegados, candidatos ou qualquer elei-
vel, cuja porta ou cortina será cerrada em seguida; tor, será apresentada verbalmente ou por escrito, antes de ser
VI - o eleitor será admitido a votar, ainda que deixe de exibir no o mesmo admitido a votar.
ato da votação o seu título, desde que seja inscrito na Seção e § 2º Se persistir a dúvida ou for mantida a impugnação, tomará
conste da respectiva pasta a sua folha individual de votação; o Presidente da Mesa as seguintes providências:
nesse caso, a prova de ter votado será feita mediante certidão I - escreverá numa sobrecarta branca o seguinte: “Impugnado
que obterá posteriormente, no Juízo competente; por “F”;
VII - no caso da omissão da folha individual na respectiva pasta, II - entregará ao eleitor a sobrecarta branca, para que ele, na
verificada no ato da votação, será o eleitor, ainda, admitido a presença da Mesa e dos Fiscais, nela coloque a cédula oficial
votar, desde que exiba o seu título eleitoral e dele conste que o que assinalou, assim como o seu título, a folha de impugnação e
portador é inscrito na Seção, sendo o seu voto, nesta hipótese, qualquer outro documento oferecido pelo impugnante;
tomado em separado e colhida sua assinatura na folha de vota- III - determinará ao eleitor que feche a sobrecarta branca e a
ção modelo 2 (dois). Como ato preliminar da apuração do voto, deposite na urna;
averiguar-se-á se se trata de eleitor em condições de votar, IV - anotará a impugnação na ata.
inclusive se realmente pertence à Seção; § 3º O voto em separado, por qualquer motivo, será sempre
VIII - verificada a ocorrência de que trata o número anterior, a tomado na forma prevista no parágrafo anterior.
Junta Eleitoral, antes de encerrar os seus trabalhos, apurará a Art. 148 - O eleitor somente poderá votar na Seção Eleitoral em
causa da omissão. Se tiver havido culpa ou dolo, será aplicada que estiver incluído o seu nome.
ao responsável, na primeira hipótese, a multa de até 2 (dois) § 1º Essa exigência somente poderá ser dispensada nos casos
salários-mínimos, e, na segunda, a de suspensão até 30 (trinta) previstos no art. 145 e seus parágrafos.
dias; § 2º Aos eleitores mencionados no art. 145 não será permitido
IX - na cabina indevassável, onde não poderá permanecer mais votar sem a exibição do título, e nas folhas de votação modelo
de um minuto, o eleitor indicará os candidatos de sua preferên- 2 (dois), nas quais lançarão suas assinaturas, serão sempre
cia e dobrará a cédula oficial, observadas as seguintes normas: anotadas na coluna própria as Seções mencionadas nos título
a) assinalando com uma cruz, ou de modo que torne expressa a retidos.
sua intenção, o quadrilátero correspondente ao candidato majo- § 3º Quando se tratar de candidato, o Presidente da Mesa Re-
ritário de sua preferência; ceptora verificará, previamente, se o nome figura na relação
b) escrevendo o nome, o prenome, ou o número do candidato de enviada à Seção, e quando se tratar de Fiscal de partido, se a
sua preferência nas eleições proporcionais. credencial está devidamente visada pelo Juiz Eleitoral.
c) escrevendo apenas a sigla do partido de sua preferência, se Art. 149 - Não será admitido recurso contra a votação, se não
pretender votar só na legenda; tiver havido impugnação perante a Mesa Receptora, no ato da
votação, contra as nulidades argüidas.
A alínea c havia sido revogada pela Lei nº 6.989, de 5.5.82, Art. 150 - O eleitor cego poderá:
e foi restabelecida pela Lei nº 7.332, de 1.7.85, art. 20. I - assinar a folha individual de votação em letras do alfabeto
Ambas as leis citam o art. 145 quando se trata do art. 146. comum ou do sistema Braille;
II - assinalar a cédula oficial, utilizando também qualquer sistema;
X - ao sair da cabina o eleitor depositará na urna a cédula; III - usar qualquer elemento mecânico que trouxer consigo, ou
XI - ao depositar a cédula na urna, o eleitor deverá fazê-lo de lhe for fornecido pela Mesa, e que lhe possibilite exercer o Direi-
maneira a mostrar a parte rubricada à Mesa e aos Fiscais de to de voto
partido, para que verifiquem, sem nela tocar, se não foi subs- Art. 151 - Revogado pela Lei no 7.914, de 7.12.1989.
tituída; Art. 152 - Poderão ser utilizadas máquinas de votar, a critério e
XII - se a cédula oficial não for a mesma, será o eleitor convidado mediante regulamentação do Tribunal Superior Eleitoral.
a voltar à cabina indevassável e a trazer seu voto na cédula que
recebeu; se não quiser tornar à cabina ser-lhe-á recusado o CAPÍTULO V
direito de voto, custando-se a ocorrência na ata e ficando o DO ENCERRAMENTO DA VOTAÇÃO
eleitor retido pela Mesa, e à sua disposição, até o término da Art. 153 - Às 17 (dezessete) horas, o Presidente fará entregar
votação ou a devolução da cédula oficial já rubricada e numera- as senhas a todos os eleitores presentes e, em seguida, os
da; convidará, em voz alta, a entregar à Mesa seus títulos, para que
XIII - se o eleitor, ao receber a cédula ou ao recolher-se à cabina sejam admitidos a votar.
de votação, verificar que a cédula se acha estragada ou, de Parágrafo único. A votação continuará na ordem numérica das se-
qualquer modo, viciada ou assinalada ou se ele próprio, por nhas, e o título será devolvido ao eleitor, logo que tenha votado.
imprudência, imprevidência ou ignorância, a inutilizar, estragar Art. 154 - Terminada a votação e declarado o seu encerramento
ou assinalar erradamente, poderá pedir uma outra ao Presiden- elo Presidente, tomará estes as seguintes providências:
te da Seção Eleitoral, restituindo, porém, a primeira, a qual será I - vedará a fenda de introdução da cédula na urna, de modo a
imediatamente inutilizada à vista dos presentes e sem quebra do cobri-la inteiramente com tiras de papel ou pano forte, rubrica-
sigilo do que o eleitor haja nela assinalado; das pelo Presidente e Mesários e, facultativamente, pelos Fis-
XIV - introduzida a sobrecarta na urna, o Presidente da Mesa cais presentes; separará todas as folhas de votação corres-
devolverá o título ao eleitor, depois de datá-lo e assiná-lo; em segui- pondentes aos eleitores faltosos e fará constar, no verso de
da rubricará, no local próprio, a folha individual de votação. cada uma delas na parte destinada à assinatura do eleitor, a
falta verificada, por meio de breve registro, que autenticará com
Com a implantação do processamento eletrônico de da- a sua assinatura.
dos no alistamento eleitoral (Lei nº 7.444/85), o TSE, II - encerrará, com a sua assinatura, a folha de votação modelo
pela Resolução-TSE nº 12.547/86, aprovou novo mode- 2 (dois), que poderá ser também assinada pelos Fiscais;
lo do título, sendo uma das alterações a eliminação do III - mandará lavrar, por um dos Secretários, a ata da eleição,
espaço reservado para o fim mencionado. O modelo em preenchendo o modelo fornecido pela Justiça Eleitoral, para que
vigor é o aprovado pela Resolução-TSE nº 21.538/2003. constem:
a) os nomes dos membros da Mesa que hajam comparecido,
Art. 147 - O Presidente da Mesa dispensará especial atenção à inclusive o suplente;
identidade de cada eleitor admitido a votar. Existindo dúvida a b) as substituições e nomeações feitas;
respeito, deverá exigir-lhe a exibição da respectiva carteira, e, c) os nomes dos Fiscais que hajam comparecido e dos que se
na falta desta, interrogá-lo sobre os dados constantes do título, retiraram durante a votação;
ou da folha individual de votação, confrontando a assinatura do d) a causa, se houver, do retardamento para o começo da votação;

228
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
e) o número, por extenso, dos eleitores da Seção que comparece- al, de acordo com os resultados parciais enviados pelas Junta
ram e votaram e o número dos que deixaram de comparecer; Eleitorais;
f) o número, por extenso, de eleitores de outras Seções que III - ao Tribunal Superior Eleitoral nas eleições para Presidente e
hajam votado e cujos votos hajam sido recolhidos ao invólucro Vice-Presidente da República, pelos resultados parciais remeti-
especial; dos pelos Tribunais Regionais.
g) o motivo de não haverem votado alguns dos eleitores que
compareceram; CAPÍTULO II
h) os protestos e as impugnações apresentados pelos Fiscais, DA APURAÇÃO NAS JUNTAS
assim como as decisões sobre eles proferidas, tudo em seu SEÇÃO I
inteiro teor; DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
i) a razão de interrupção da votação, se tiver havido, e o tempo Art. 159 - A apuração começará no dia seguinte ao das eleições
de interrupção; e, salvo motivo justificado, deverá terminar dentro de 10 (dez)
j) a ressalva das rasuras, emendas e entrelinhas porventura dias.
§ 1o Iniciada a apuração, os trabalhos não serão interrompidos
existentes nas folhas de votação e na ata, ou a declaração de
aos sábados, domingos e dias feriados, devendo a Junta funci-
não existirem; onar das 8 (oito) às 18 (dezoito) horas, pelo menos.
IV - mandará, em caso de insuficiência de espaço no modelo § 2o Em caso de impossibilidade de observância do prazo pre-
destinado ao preenchimento, prosseguir a ata em outra folha, visto neste artigo, o fato deverá ser imediatamente justificado
devidamente rubricada por ele, Mesários e Fiscais que o dese- perante o Tribunal Regional, mencionando-se as horas ou dias
jarem, mencionado esse fato na própria ata; necessários para o adiamento, que não poderá exceder a cinco
V - assinará a ata com os demais membros da Mesa, Secretári- dias.
os e Fiscais que quiserem; § 3o Esgotado o prazo e a prorrogação estipulada neste artigo,
VI - entregará a urna e os documentos do ato eleitoral ao Presi- ou não tendo havido em tempo hábil o pedido de prorrogação, a
dente da Junta ou à agência do Correio mais próxima, ou a outra respectiva Junta Eleitoral perde a competência para prosseguir
vizinha que ofereça melhores condições de segurança e expe- na apuração devendo o seu Presidente remeter, imediatamente,
dição, sob recibo em triplicata com a indicação de hora, deven- ao Tribunal Regional, todo o material relativo à votação.
do aqueles documentos ser encerrados em sobrecartas rubri- § 4o Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior, com-
cadas por ele e pelos Fiscais que o quiserem; petirá ao Tribunal Regional fazer a apuração.
VII - comunicará em ofício, ou impresso próprio, ao Juiz Eleitoral da § 5 o Os membros da Junta Eleitoral responsáveis pela inobser-
Zona a realização da eleição, o número de eleitores que votaram e vância injustificada dos prazos fixados neste artigo estarão
a remessa da urna e dos documentos à Junta Eleitoral; sujeitos à multa de dois a dez salários-mínimos, aplicada pelo
VIII - enviará, em sobrecarta fechada, uma das vias do recibo do Tribunal Regional.
Correio à Junta Eleitoral e a outra ao Tribunal Regional. Art. 160 - Havendo conveniência, em razão do número de
§ 1 o Os Tribunais Regionais poderão prescrever outros meios urnas a apurar, a Junta poderá subdividir-se em Turmas, até o
de vedação das urnas. limite de 5 (cinco), todas presididas por algum dos seus compo-
§ 2o No Distrito Federal e nas capitais dos Estados poderão os nentes.
Tribunais Regionais determinar normas diversas para a entrega Parágrafo único. As dúvidas que forem levantadas em cada
de urnas e papéis eleitorais, com as cautelas destinadas a evi- Turma serão decididas por maioria de votos dos membros da
tar violação ou extravio. Junta.
Art. 155 - O Presidente da Junta Eleitoral e as agências do Art. 161 - Cada partido poderá credenciar perante as Juntas até 3
Correio tomarão as providências necessárias para o recebi- (três) Fiscais, que se revezem na Fiscalização dos trabalhos.
mento da urna e dos documentos referidos no artigo anterior. § 1o Em caso de divisão da Junta em Turmas, cada partido pode-
rá credenciar até 3 (três) Fiscais para cada Turma.
§ 1 o Os Fiscais e Delegados de partidos têm Direito de vigiar e
§ 2o Não será permitida, na Junta ou Turma, a atuação de mais de
acompanhar a urna desde o momento da eleição, durante a
1 (um) Fiscal de cada partido.
permanência nas agências do Correio e até a entrega à Junta Art. 162 - Cada partido poderá credenciar mais de 1 (um) Dele-
Eleitoral. gado perante a Junta, mas no decorrer da apuração só funcio-
§ 2 o A urna ficará permanentemente à vista dos interessados e nará 1 (um) de cada vez.
sob a guarda de pessoa designada pelo Presidente da Junta Art. 163 - Iniciada a apuração da urna, não será a mesma inter-
Eleitoral. rompida, devendo ser concluída.
Art. 156 - Até as 12 (doze) horas do dia seguinte à realização Parágrafo único. Em caso de interrupção por motivo de força
da eleição, o Juiz Eleitoral é obrigado, sob pena de responsabi- maior, as cédulas e as folhas de apuração serão recolhidas à
lidade e multa de 1 (um) a 2 (dois) salários-mínimos, a comunicar urna, e esta fechada e lacrada, o que constará da ata.
ao Tribunal Regional, e aos Delegados de partido perante ele Art. 164 - É vedada às Juntas Eleitorais a divulgação, por qual-
credenciados o número de eleitores que votaram em cada uma quer meio, de expressões, frases ou desenhos estranhos ao
das Seções da Zona sob sua jurisdição, bem como o total de pleito, apostos ou contidos nas cédulas.
votantes da Zona. § 1o Aos membros, escrutinadores e auxiliares das Juntas que
§ 1 o Se houver retardamento nas medidas referidas no art. 154, o infringirem o disposto neste artigo será aplicada a multa de 1
Juiz Eleitoral, assim que receba o ofício constante desse disposi- (um) a 2 (dois) salários-mínimos vigentes na Zona Eleitoral, co-
tivo, nº VII, fará a comunicação constante deste artigo. brados através de executivo fiscal ou da inutilização de selos
§ 2 o Essa comunicação será feita por via postal, em ofícios federais no processo em que for arbitrada a multa.
registrados de que o Juiz Eleitoral guardará cópia no arquivo da § 2o Será considerada dívida líquida e certa, para efeito de co-
Zona, acompanhada do recibo do Correio. brança, a que for arbitrada pelo Tribunal Regional e inscrita em
§ 3 o Qualquer candidato, Delegado ou Fiscal de partido poderá livro próprio na Secretaria desse órgão.
obter, por certidão, o teor da comunicação a que se refere este
artigo, sendo defeso ao Juiz Eleitoral recusá-la ou procrastinar SEÇÃO II
a sua entrega ao requerente. DA ABERTURA DA URNA
Art. 157 - Revogado pela Lei no 7.914, de 7.12.1989. Art. 165 - Antes de abrir cada urna a Junta verificará:
I - se há indício de violação da urna;
TÍTULO V II - se a Mesa Receptora se constituiu legalmente;
DA APURAÇÃO III - se as folhas individuais de votação e as folhas modelo 2
CAPÍTULO I (dois) são autênticas;
DOS ÓRGÃOS APURADORES IV - se a eleição se realizou no dia, hora e local designados e se
Art. 158 - A apuração compete: a votação não foi encerrada antes das 17 (dezessete) horas;
I - às Juntas Eleitorais quanto às eleições realizadas na Zona V - se foram infringidas as condições que resguardam o sigilo
sob sua jurisdição; do voto;
II - aos Tribunais Regionais a referente às eleições para Gover- VI - se a Seção Eleitoral foi localizada com infração ao disposto
nador, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal e Estadu- nos §§ 4o e 5o do Art. 135;

229
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
VII - se foi recusada, sem fundamento legal, a Fiscalização de a existente no anverso; se o eleitor votou em separado, no caso
partidos aos atos eleitorais; de omissão da folha individual na respectiva pasta, confrontan-
VIII - se votou eleitor excluído do alistamento, sem ser o seu voto do-se a assinatura da folha modelo 2 (dois) com a do título
tomado em separado; eleitoral.
IX - se votou eleitor de outra Seção, a não ser nos casos ex- Art. 171 - Não será admitido recurso contra a apuração se não
pressamente admitidos; tiver havido impugnação perante a Junta, no ato apuração, con-
X - se houve demora na entrega da urna e dos documentos, tra as nulidades argüidas.
conforme determina o no VI, do art. 154. Art. 172 - Sempre que houver recurso fundado em contagem
XI - se consta nas folhas individuais de votação dos eleitores errônea de votos, vícios de cédulas ou de sobrecartas para
faltosos o devido registro de sua falta. votos em separado, deverão as cédulas ser conservadas em
§ 1 o Se houver indício de violação da urna, proceder-se-á da invólucro lacrado, que acompanhará o recurso e deverá ser
seguinte forma: rubricado pelo Juiz Eleitoral, pelo recorrente e pelos Delegados
I - antes da apuração, o Presidente da Junta indicará pessoa de partido que o desejarem.
idônea para servir como perito e examinar a urna com assistên-
cia do representante do Ministério Público; SEÇÃO IV
II - se o perito concluir pela existência de violação e o seu DA CONTAGEM DOS VOTOS
parecer for aceito pela Junta, o Presidente desta comunicará a Art. 173 - Resolvidas as impugnações a Junta passará a apurar
ocorrência ao Tribunal Regional, para as providências de lei; os votos.
III - se o perito e o representante do Ministério Público concluírem Parágrafo único. Na apuração, poderá ser utilizado sistema ele-
pela inexistência de violação, far-se-á a apuração; trônico, a critério do Tribunal Superior Eleitoral e na forma por ele
IV - se apenas o representante do Ministério Público entender estabelecida.
que a urna foi violada, a Junta decidirá, podendo aquele, se a Art. 174 - As cédulas oficiais, à medida em que forem sendo
decisão não for unânime, recorrer imediatamente para o Tribu- abertas, serão examinadas e lidas em voz alta por um dos com-
nal Regional; ponentes da Junta.
V - não poderão servir de peritos os referidos no art. 36, § 3o, § 1o Após fazer a declaração dos votos em branco e antes de ser
nos. I a IV. anunciado o seguinte, será aposto na cédula, no lugar corres-
§ 2 o As impugnações fundadas em violação da urna somente pondente à indicação do voto, um carimbo com a expressão “em
poderão ser apresentadas até a abertura desta. branco”, além da rubrica do Presidente da Turma.
§ 3o Verificado qualquer dos casos dos nos. II, III, IV e V do artigo, § 2 o O mesmo processo será adaptado para o voto nulo.
a Junta anulará a votação, fará a apuração dos votos em sepa- § 3 o Não poderá ser iniciada a apuração dos votos da urna
rado e recorrerá de ofício para o Tribunal Regional. subsequente, sob as penas do art. 345, sem que os votos em
§ 4o Nos casos dos números VI, VII, VIII, IX e X, a Junta decidirá branco da anterior estejam todos registrados pela forma referi-
se a votação é válida, procedendo à apuração definitiva em da no § 1o .
caso afirmativo, ou na forma do parágrafo anterior, se resolver § 4 o As questões relativas às cédulas somente poderão ser
pela nulidade da votação. suscitadas nessa oportunidade.
§ 5 o A Junta deixará de apurar os votos de urna que não estiver Art. 175 - Serão nulas as cédulas:
acompanhada dos documentos legais e lavrará termo relativo I - que não corresponderem ao modelo oficial;
ao fato, remetendo-a, com cópia da sua decisão, ao Tribunal II - que não estiverem devidamente autenticadas;
Regional. III - que contiverem expressões, frases ou sinais que possam
Art. 166 - Aberta a urna, a Junta verificará se o número de identificar o voto.
cédulas oficiais corresponde ao de votantes. § 1 o Serão nulos os votos, em cada eleição majoritária:
§ 1o A incoincidência entre o número de votantes e o de cédulas I - quando forem assinalados os nomes de dois ou mais candi-
oficiais encontradas na urna não constituirá motivo de nulidade datos para o mesmo cargo;
da votação, desde que não resulte de fraude comprovada. II - quando a assinalação estiver colocada fora do quadrilátero
§ 2o Se a Junta entender que a incoincidência resulta de fraude, próprio, desde que torne duvidosa a manifestação da vontade
anulará a votação, fará a apuração em separado e recorrerá de
do eleitor.
ofício para o Tribunal Regional.
Art. 167 - Resolvida a apuração da urna, deverá a Junta inicial- § 2 o Serão nulos os votos, em cada eleição pelo sistema propor-
mente: cional:
I - examinar as sobrecartas brancas contidas na urna, anulando I - quando o candidato não for indicado, através do nome ou do
os votos referentes aos eleitores que não podiam votar; número, com clareza suficiente para distingui-lo de outro candi-
II - misturar as cédulas oficiais dos que podiam votar com as dato ao mesmo cargo, mas de outro partido, e o eleitor não
demais existentes na urna. indicar a legenda;
Art. 168 - As questões relativas à existência de rasuras, emen- II - se o eleitor escrever o nome de mais de um candidato ao
das e entrelinhas nas folhas de votação e na ata da eleição, mesmo cargo pertencentes a partidos diversos, ou, indicando
somente poderão ser suscitadas na fase correspondente à apenas os números, o fizer também de candidatos de partidos
abertura das urnas. diferentes;
III - se o eleitor, não manifestando preferência por candidato, ou
SEÇÃO III o fazendo de modo que não se possa identificar o de sua prefe-
DAS IMPUGNAÇÕES E DOS RECURSOS rência, escrever duas ou mais legendas diferentes no espaço
Art. 169 - À medida que os votos forem sendo apurados, pode- relativo à mesma eleição.
rão os Fiscais e Delegados de partido, assim como os candida- § 3 o Serão nulos, para todos os efeitos, os votos dados a can-
tos, apresentar impugnações, que serão decididas de plano didatos inelegíveis ou não registrados.
pela Junta. § 4 o O disposto no parágrafo anterior não se aplica quando a
§ 1 o As Juntas decidirão por maioria de votos as impugnações. decisão de inelegibilidade ou de cancelamento de registro for
§ 2o De suas decisões cabe recurso imediato, interposto verbal- proferida após a realização da eleição a que concorreu o candi-
mente ou por escrito, que deverá ser fundamentado no prazo de dato alcançado pela sentença, caso em que os votos serão con-
48 (quarenta e oito) horas para que tenha seguimento. tados para o partido pelo qual tiver sido feito o seu registro.
§ 3 o O recurso, quando ocorrerem eleições simultâneas, indica- Art. 176 - Contar-se-á o voto apenas para a legenda, nas elei-
rá expressamente a eleição a que se refere. ções pelo sistema proporcional:
§ 4 o Os recursos serão instruídos de ofício, com certidão da I - se o eleitor escrever apenas a sigla partidária, não indicando
decisão recorrida; se interpostos verbalmente, constará tam- o candidato de sua preferência;
bém da certidão o trecho correspondente do boletim. II - se o eleitor escrever o nome de mais de um candidato do
Art. 170 - As impugnações quanto à identidade do eleitor, apre- mesmo partido;
sentadas no ato da votação, serão resolvidas pelo confronto da III - se o eleitor, escrevendo apenas os números, indicar mais de
assinatura tomada no verso da folha individual de votação com um candidato do mesmo partido;

230
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
IV - se o eleitor não indicar o candidato através do nome ou do I - o boletim de apuração poderá ser apresentado à Junta até 3
número com clareza suficiente para distingui-lo de outro candi- (três) dias depois de totalizados os resultados, devendo os
dato do mesmo partido; partidos ser cientificados, através os partidos ser cientificados,
Art. 177 - Na contagem dos votos para as eleições realizadas através de seus Delegados, da data em que começará a correr
pelo sistema proporcional observar-se-ão, ainda, as seguintes esse prazo;
normas: II - apresentado o boletim, será observado o disposto nos §§ 7o
I - a inversão, omissão ou erro de grafia do nome ou prenome e 8 o do artigo anterior, devendo a recontagem ser procedida pela
não invalidará o voto, desde que seja possível a identificação do própria Junta.
candidato; Art. 181 - Salvo nos casos mencionados nos artigos anteriores
II - se o eleitor escrever o nome de um candidato e o número a recontagem de votos só poderá ser deferida pelos Tribunais
correspondente a outro da mesma legenda ou não, contar-se-á Regionais, em recurso interposto imediatamente após a apura-
o voto para o candidato cujo nome foi escrito, bem como para a ção de cada urna.
legenda a que pertence; Parágrafo único. Em nenhuma outra hipótese poderá a Junta
III - se o eleitor escrever o nome ou o número de um candidato e determinar a reabertura de urnas já apuradas para recontagem
a legenda de outro partido, contar-se-á o voto para o candidato de votos.
cujo nome ou número foi escrito; Art. 182 - Os títulos dos eleitores estranhos à Seção serão
IV - se o eleitor escrever o nome ou o número de um candidato separados, para remessa, depois de terminados os trabalhos
a Deputado Federal na parte da cédula referente a Deputado da Junta, ao Juiz Eleitoral da Zona neles mencionadas, a fim de
Estadual ou Vice-versa, o voto será contado para o candidato que seja anotado na folha individual de votação o voto dado em
cujo nome ou número foi escrito; outra Seção.
V - se o eleitor escrever o nome ou o número de candidatos em Parágrafo único. Se, ao ser feita a anotação, no confronto do
espaço da cédula que não seja o correspondente ao cargo para título com a folha individual, se verificar incoincidência ou outro
o qual o candidato foi registrado, será o voto computado para o indício de fraude, serão autuados tais documentos, e o Juiz
candidato e respectiva legenda, conforme o registro. determinará as providências necessárias para apuração do fato
Art. 178 - O voto dado ao candidato a Presidente da República e conseqüentes medidas legais.
entender-se-á dado também ao candidato a Vice-Presidente, Art. 183 - Concluída a apuração, e antes de se passar à subse-
assim como o dado aos candidatos a Governador, Senador, quente, as cédulas serão recolhidas à urna, sendo esta fecha-
Deputado Federal nos territórios, Prefeito e Juiz de Paz enten- da e lacrada, não podendo ser reaberta senão depois de transi-
der-se-á dado ao respectivo Vice ou suplente. tada em julgado a diplomação, salvo nos casos de recontagem
de votos.
CF, arts. 14, § 3º, VI, c; e 98, II: criação da Justiça de Paz. Parágrafo único. O descumprimento do disposto no presente
artigo, sob qualquer pretexto, constitui o crime eleitoral previsto
Art. 179 - Concluída a contagem dos votos, a Junta ou Turma no art. 314.
deverá: Art. 184 - Terminada a apuração, a Junta remeterá ao Tribunal
Regional, no prazo de vinte e quatro horas, todos os papéis
I - transcrever nos mapas referentes à urna a votação apurada;
eleitorais referentes às eleições estaduais ou federais, acom-
II - expedir boletim contendo o resultado da respectiva Seção, no
panhados dos documentos referentes à apuração, juntamente
qual serão consignados o número de votantes, a votação indivi- com a ata geral dos seus trabalhos, na qual serão consignadas
dual de cada candidato, os votos de cada legenda partidária, os as votações apuradas para cada legenda e candidato e os
votos nulos e os em branco, bem como recursos, se houver. votos não apurados, com a declaração dos motivos por que não
§ 1 o Os mapas, em todas as suas folhas, e os boletins de apura- o foram.
ção serão assinados pelo Presidente e membros da Junta e
pelos Fiscais de partido que o desejarem.
O art. 42 da Lei nº 4.961, de 4.5.66, ao dar nova redação
§ 2 o O boletim a que se refere este artigo obedecerá a modelo
ao caput deste artigo, omitiu o trecho: todos os papéis
aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral, podendo, porém, na
eleitorais referentes, que, corretamente, consta da re-
sua falta, ser substituído por qualquer outro expedido por Tribu-
nal Regional ou pela própria Junta Eleitoral. dação original da Lei nº 4.737/65.
§ 3 o Um dos exemplares do boletim de apuração será imediata-
mente afixado na sede da Junta, em local que possa ser copia- § 1o Essa remessa será feita em invólucro fechado, lacrado e
rubricado pelos membros da Junta, Delegados e Fiscais de par-
do por qualquer pessoa.
§ 4 o Cópia autenticada do boletim de apuração será entregue a tido, por via postal, ou sob protocolo, conforme for mais rápida
e segura a chegada ao destino.
cada partido, por intermédio do Delegado ou Fiscal presente,
mediante recibo. § 2 o Se a remessa dos papéis eleitorais de que trata este artigo
não se verificar no prazo nele estabelecido, os membros da
§ 5 o O boletim de apuração ou sua cópia autenticada, com a
assinatura do Juiz e pelo menos de um dos membros da Junta, Junta estarão sujeitos à multa correspondente à metade do sa-
lário-mínimo regional por dia de retardamento.
fará prova do resultado apurado, podendo ser apresentado ao
Tribunal Regional, nas eleições federais e estaduais, sempre que § 3o Decorridos quinze dias sem que o Tribunal Regional tenha
recebido os papéis referidos neste artigo ou comunicação de
o número de votos constantes dos mapas recebidos pela Comis-
são Apuradora não coincidir com os nele consignados. sua expedição, determinará ao Corregedor Regional ou Juiz Elei-
toral mais próximo que os faça apreender e enviar imediatamen-
§ 6o O partido ou candidato poderá apresentar o boletim na oportu-
nidade concedida pelo art. 200, quando terá vista do relatório da te, transferindo-se para o Tribunal Regional a competência para
decidir sobre os mesmos.
Comissão Apuradora, ou antes, se durante os trabalhos da Comis-
são tiver conhecimento da incoincidência de qualquer resultado. Art. 185 - Sessenta dias após o trânsito em julgado da diploma-
ção de todos os candidatos eleitos nos pleitos eleitorais realiza-
§ 7o Apresentado o boletim, será aberta vista aos demais parti-
dos, pelo prazo de 2 (dois) dias, os quais somente poderão dos simultaneamente e prévia publicação de edital de convoca-
ção, as cédulas serão retiradas das urnas e imediatamente inci-
contestar o erro indicado com a apresentação de boletim da
mesma urna, revestido das mesmas formalidades. neradas, na presença do Juiz Eleitoral e em ato público, vedado
a qualquer pessoa, inclusive ao Juiz, o seu exame na ocasião
§ 8o Se o boletim apresentado na contestação consignar outro
resultado, coincidente ou não com o que figurar no mapa envia- da incineração.
Parágrafo único. Poderá ainda a Justiça Eleitoral, tomadas as
do pela Junta, a urna será requisitada e recontada pelo próprio
Tribunal Regional, em sessão. medidas necessárias à garantia do sigilo, autorizar a reciclagem
industrial das cédulas, em proveito do ensino público de primeiro
§ 9 o A não expedição do boletim imediatamente após a apuração
de cada urna e antes de se passar à subsequente, sob qual- grau ou de instituições beneficentes.
Art. 186 - Com relação às eleições municipais e distritais,
quer pretexto, constitui o crime previsto no Art. 313.
Art. 180 - O disposto no artigo anterior e em todos os seus uma vez terminada a apuração de todas as urnas, a Junta
resolverá as dúvidas não decididas, verificará o total dos
parágrafos aplica-se às eleições municipais, observadas so-
mente as seguintes alterações: votos apurados, inclusive os votos em branco, determinará o

231
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
quociente eleitoral e os quocientes partidários e proclamará os § 2 o Terminada a contagem dos votos, será lavrada ata resumi-
candidatos eleitos. da, de acordo com modelo aprovado pelo Tribunal Superior e da
§ 1 o O Presidente da Junta fará lavrar, por um dos secretários, a qual constarão apenas as impugnações acaso apresentadas,
ata geral concernente às eleições referidas neste artigo, da figurando os resultados no boletim que se incorporará à ata, e
qual constará o seguinte: do qual se dará cópia aos Fiscais dos partidos.
I - as Seções apuradas e o número de votos apurados em cada Art. 194 - Após a lavratura da ata, que deverá ser assinada
urna; pelos membros da Mesa, Fiscais e Delegados de partido, as
II - as Seções anuladas, os motivos por que foram e o número de cédulas e as sobrecartas serão recolhidas à urna, sendo esta
votos não apurados; fechada, lacrada e entregue ao Juiz Eleitoral pelo Presidente da
III - as Seções onde não houve eleição e os motivos; Mesa ou por um dos Mesários, mediante recibo.
IV - as impugnações feitas, a solução que lhes foi dada e os § 1o O Juiz Eleitoral poderá, havendo possibilidade, designar
recursos interpostos; funcionários para recolher as urnas e demais documentos nos
V - a votação de cada legenda na eleição para vereador; próprios locais da votação ou instalar postos e locais diversos
VI - o quociente eleitoral e os quocientes partidários; para o seu recebimento.
VII - a votação dos candidatos a Vereador, incluídos em cada § 2o Os Fiscais e Delegados de partido podem vigiar e acompa-
lista registrada, na ordem da votação recebida; nhar a urna desde o momento da eleição, durante a permanên-
VIII - a votação dos candidatos a Prefeito, Vice-Prefeito e a Juiz cia nos postos arrecadadores e até a entrega à Junta.
de Paz, na ordem da votação recebida. Art. 195 - Recebida a urna e documentos, a Junta deverá:
§ 2o Cópia da ata geral da eleição municipal, devidamente auten- I - examinar a sua regularidade, inclusive quanto ao funciona-
ticada pelo Juiz, será enviada ao Tribunal Regional e ao Tribunal mento normal da Seção;
Superior Eleitoral. II - rever o boletim de contagem de votos da Mesa Receptora, a
Art. 187 - Verificando a Junta Apuradora que os votos das fim de verificar se está aritmeticamente certo, fazendo dele cons-
Seções anuladas e daquelas cujos eleitores foram impedidos de tar que, conferido, nenhum erro foi encontrado;
votar poderão alterar a representação de qualquer partido ou III - abrir a urna e conferir os votos sempre que a contagem da
classificação de candidato eleito pelo princípio majoritário, nas Mesa Receptora não permitir o fechamento dos resultados;
eleições municipais, fará imediata comunicação do fato ao Tri- IV - proceder à apuração se da ata da eleição constar impugna-
bunal Regional, que marcará, se for o caso, dia para a renova- ção de Fiscal, Delegado, candidato ou membro da própria Mesa
ção da votação naquelas Seções. em relação ao resultado de contagem dos votos;
§ 1o Nas eleições suplementares municipais observar-se-á, no V - resolver todas as impugnações constantes da ata da eleição;
que couber, o disposto no art. 210. VI - praticar todos os atos previstos na competência das Juntas
§ 2o Essas eleições serão realizadas perante novas Mesas Re- Eleitorais.
ceptoras, nomeadas pelo Juiz Eleitoral, e apuradas pela própria Art. 196 - De acordo com as instruções recebidas a Junta Apu-
Junta que, considerando os anteriores e os novos resultados, radora poderá reunir os membros das Mesas Receptoras e de-
confirmará ou invalidará os diplomas que houver expedido. mais componentes da Junta em local amplo e adequado no dia
§ 3o Havendo renovação de eleições para os cargos de Prefeito seguinte ao da eleição, em horário previamente fixado, e a pro-
e Vice-Prefeito, os diplomas somente serão expedidos depois ceder à apuração na forma estabelecida nos artigos 159 e se-
de apuradas as eleições suplementares. guintes, de uma só vez ou em duas ou mais etapas.
§ 4o Nas eleições suplementares, quando ser referirem a man- Parágrafo único. Nesse caso, cada partido poderá credenciar um
datos de representação proporcional, a votação e a apuração Fiscal para acompanhar a apuração de cada urna, realizando-se
far-se-ão exclusivamente para as legendas registradas. esta sob a supervisão do Juiz e dos demais membros da Junta,
aos quais caberá decidir, em cada caso, as impugnações e de-
SEÇÃO V mais incidentes verificados durante os trabalhos.
DA CONTAGEM DOS VOTOS PELA MESA RECEPTORA
Art. 188 - O Tribunal Superior Eleitoral poderá autorizar a conta- CAPÍTULO III
gem de votos pelas Mesas Receptoras, nos Estados em que o DA APURAÇÃO NOS TRIBUNAIS REGIONAIS
Tribunal Regional indicar as Zonas ou Seções em que esse Art. 197 - Na apuração, compete ao Tribunal Regional:
sistema deva ser adotado. I - resolver as dúvidas não decididas e os recursos interpostos
Art. 189 - Os Mesários das Seções em que for efetuada a conta- sobre as eleições federais e estaduais e apurar as votações
gem dos votos serão nomeados escrutinadores da Junta. que haja validado em grau de recurso;
Art. 190 - Não será efetuada a contagem dos votos pela Mesa II - verificar o total dos votos apurados, entre os quais se inclu-
de esta não se julgar suficientemente garantida, ou se qualquer em os em branco;
eleitor houver votado sob impugnação, devendo a Mesa, em um III - determinar os quocientes eleitoral e partidário, bem como a
ou outro caso, proceder na forma determinada para as demais, distribuição das sobras;
das Zonas em que a contagem não foi autorizada. IV - proclamar os eleitos e expedir os respectivos diplomas;
Art. 191 - Terminada a votação, o Presidente da Mesa tomará as V - fazer a apuração parcial das eleições para Presidente e
providências mencionadas nas alíneas II, III, IV e V do art. 154. Vice-Presidente da República.
Art. 192 - Lavrada e assinada a ata, o Presidente da Mesa, na Art. 198 - A apuração pelo Tribunal Regional começará no dia
presença dos demais membros, Fiscais e Delegados do partido, seguinte ao em que receber os primeiros resultados parciais das
abrirá a urna e o invólucro e verificará se o número de cédulas Juntas e prosseguirá sem interrupção, inclusive nos sábados, do-
oficiais coincide com o de votantes. mingos e feriados, de acordo com o horário previamente publicado,
§ 1o Se não houver coincidência entre o número de votantes e o devendo terminar 30 (trinta) dias depois da eleição.
de cédulas oficiais encontradas na urna e no invólucro, a Mesa § 1 o Ocorrendo motivos relevantes, expostos com a necessária
Receptora não fará a contagem dos votos. antecedência, o Tribunal Superior poderá conceder prorroga-
§ 2 o Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior, o ção desse prazo, uma só vez e por quinze dias.
Presidente da Mesa determinará que as cédulas e as sobrecar- § 2 o Se o Tribunal Regional não terminar a apuração no prazo
tas sejam novamente recolhidas à urna e ao invólucro, os quais legal, seus membros estarão sujeitos à multa correspondente à
serão fechados e lacrados, procedendo, em seguida, na forma metade do salário-mínimo regional por dia de retardamento.
recomendada pelas alíneas VI, VII e VIII e do art. 54. Art. 199 - Antes de iniciar a apuração, o Tribunal Regional cons-
Art. 193 - Havendo coincidência entre o número de cédulas e o tituirá, com 3 (três) de seus membros, presidida por um destes,
de votantes, deverá a Mesa, inicialmente, misturar as cédulas uma Comissão Apuradora.
contidas nas sobrecartas brancas, da urna e do invólucro, com § 1o O Presidente da Comissão designará um funcionário do
as demais. Tribunal para servir de secretário e para auxiliarem os seus
§ 1o Em seguida proceder-se-á a abertura das cédulas e conta- trabalhos, tantos outros quantos julgar necessários.
gem dos votos, observando-se o disposto nos artigos. 169 e § 2 o De cada sessão da Comissão Apuradora será lavrada ata
seguintes, no que couber. resumida.

232
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
§ 3 o A Comissão Apuradora fará publicar no órgão oficial, diaria- II - as Seções anuladas, as razões por que o foram e o número
mente, um boletim com a indicação dos trabalhos realizados e de votos não apurados;
do número de votos atribuídos a cada candidato. III - as Seções onde não tenha havido eleição e os motivos;
§ 4 o Os trabalhos da Comissão Apuradora poderão ser acom- IV - as impugnações apresentadas às Juntas Eleitorais e como
panhados por Delegados dos partidos interessados, sem que, foram resolvidas;
entretanto, neles intervenha com protestos, impugnações ou V - as Seções em que se vai realizar ou renovar a eleição;
recursos. VI - a votação obtida pelos partidos;
§ 5o Ao final dos trabalhos, a Comissão Apuradora apresentará VII - o quociente eleitoral e o partidário;
ao Tribunal Regional os mapas gerais da apuração e um relató- VIII - os nomes dos votados na ordem decrescente dos votos;
rio, que mencione: IX - os nomes dos eleitos;
I - o número de votos válidos e anulados em cada Junta Eleitoral, X - os nomes dos suplentes, na ordem em que devem substituir
relativos a cada eleição; ou suceder.
II - as Seções apuradas e os votos nulos e anulados de cada uma; § 1o Na mesma Sessão, o Tribunal Regional proclamará os elei-
III - as Seções anuladas, os motivos por que o foram e o número tos e os respectivos suplentes e marcará a data para a expedi-
de votos anulados ou não apurados; ção solene dos diplomas em sessão pública, salvo quanto a
IV - as Seções onde não houve eleição e os motivos; Governador e Vice-Governador, se ocorrer a hipótese prevista
V - as impugnações apresentadas às Juntas e como foram na Emenda Constitucional no 13.
resolvidas por elas, assim como os recursos que tenham sido
interposto: Refere-se à CF/46. Vide art. 28, in fine, c.c. o art. 77, §
VI - a votação de cada partido; 3º, da CF/88: hipótese de eleição em segundo turno.
VII - a votação de cada candidato;
VIII - o quociente eleitoral; § 2o O Vice-Governador e o suplente de Senador, considerar-
IX - os quocientes partidários; se-ão eleitos em virtude da eleição do Governador e do Senador
X - a distribuição das sobras. com os quais se candidatarem.
Art. 200 - O relatório a que se refere o artigo anterior ficará na
Secretaria do Tribunal, pelo prazo de 3 (três) das, para exame CF, art. 46, § 3º: dois suplentes.
dos partidos e candidatos interessados, que poderão examinar
também os documentos em que ele se baseou. § 3º Os candidatos a Governador e Vice-Governador somente
§ 1 o Terminado o prazo supra, os partidos poderão apresentar serão diplomados depois de realizadas as eleições suplementa-
as suas reclamações, dentro de 2 (dois) dias, sendo estas res referentes a esses cargos.
submetidas a parecer da Comissão Apuradora, que, no prazo § 4 o Um traslado da ata da sessão, autenticado com a assinatura
de 3 (três) dias, apresentará aditamento ao relatório com a pro- de todos os membros do Tribunal que assinaram a ata original,
posta das modificações que julgar procedentes, ou com a justi- será remetida ao Presidente do Tribunal Superior.
ficação da improcedência das argüições. § 5o O Tribunal Regional comunicará o resultado da eleição ao
§ 2 o O Tribunal Regional, antes de aprovar o relatório da Comis- Senado Federal, Câmara dos Deputados e Assembléia Legislativa.
são Apuradora e, em três dias improrrogáveis, julgará as impug- Art. 203 - Sempre que forem realizadas eleições de âmbito
nações e as reclamações não providas pela Comissão Apura- estadual juntamente com eleições para Presidente e Vice-Presi-
dora, e, se as deferir, voltará o relatório à Comissão para que dente da República, o Tribunal Regional desdobrará os seus
sejam feitas as alterações resultantes da decisão. trabalhos de apuração, fazendo, tanto para aquelas como para
Art. 201 - De posse do relatório referido no artigo anterior, esta, uma ata geral.
reunir-se-á o Tribunal, no dia seguinte, para o conhecimento do § 1o A Comissão Apuradora deverá, também, apresentar relató-
total dos votos apurados, e, em seguida, se verificar que os rios distintos, um dos quais referente apenas às eleições presi-
votos das seções anuladas e daquelas cujos eleitores foram denciais.
impedidos de votar, poderão alterar a representação de qual- § 2o Concluídos os trabalhos da apuração, o Tribunal Regional
quer partido ou classificação de candidato eleito pelo princípio remeterá ao Tribunal Superior os resultados parciais das elei-
majoritário, ordenará a realização de novas eleições. ções para Presidente e Vice-Presidente da República, acompa-
Parágrafo único. As novas eleições obedecerão às seguintes nhados de todos os papéis que lhe digam respeito.
normas: Art. 204 - O Tribunal Regional, julgando conveniente, poderá
I - o Presidente do Tribunal fixará, imediatamente, a data, para que determinar que a totalização dos resultados de cada urna seja
se realizem dentro de 15 (quinze) dias, no mínimo, e de 30 (trinta) realizada pela própria Comissão Apuradora.
dias, no máximo, a contar do despacho que a fixar, desde que não Parágrafo único. Ocorrendo essa hipótese, serão observadas
tenha havido recurso contra a anulação das Seções; as seguintes regras:
II - somente serão admitidos a votar os eleitores da Seção, que I - a decisão do Tribunal será comunicada, até 30 (trinta) dias
hajam comparecido à eleição anulada, e os de outras Seções antes da eleição, aos Juízes Eleitorais, aos Diretórios dos parti-
que ali houverem votado; dos e ao Tribunal Superior;
III - nos casos de coação que haja impedido o comparecimento II - iniciada a apuração, os Juízes Eleitorais remeterão ao Tribu-
dos eleitores às urnas, no de encerramento da votação antes nal Regional, diariamente, sob registro postal ou por portador, os
da hora legal, e quando a votação tiver sido realizada em dia, mapas de todas as urnas apuradas no dia;
hora e lugar diferentes dos designados, poderão votar todos os III - os mapas serão acompanhados de ofício sucinto, que escla-
eleitores da Seção e somente estes; reça apenas a que Seções correspondem e quantas ainda fal-
IV - nas Zonas onde apenas uma Seção for anulada, o Juiz Eleitoral tam para completar a apuração da Zona;
respectivo presidirá a Mesa Receptora; se houver mais de uma IV - havendo sido interposto recurso em relação à urna corres-
Seção anulada, o Presidente do Tribunal Regional designará os pondente aos mapas enviados, o Juiz fará constar do ofício, em
Juízes Presidentes das respectivas Mesas Receptoras. seguida à indicação da Seção, entre parênteses, apenas esse
V - as eleições realizar-se-ão nos mesmos locais anteriormente esclarecimento: “houve recurso”;
designados, servindo os Mesários e Secretários que pelo Juiz V - a ata final da Junta não mencionará, no seu texto, a votação
forem nomeados, com a antecedência de, pelo menos, cinco obtida pelos partidos e candidatos, a qual ficará constando dos
dias, salvo se a anulação for decretada por infração dos §§ 4 o boletins de apuração do Juízo, que dela ficarão fazendo parte
e 5 o do art. 135; integrante;
VI - as eleições assim realizadas serão apuradas pelo Tribunal VI - cópia autenticada da ata, assinada por todos os que assina-
Regional. ram o original, será enviada ao Tribunal Regional na forma pre-
Art. 202 - Da reunião do Tribunal Regional será lavrada ata vista no art. 184;
geral, assinada pelos seus membros e da qual constarão: VII - a Comissão Apuradora, à medida em que for recebendo os
I - as Seções apuradas e o número de votos apurados em cada mapas, passará a totalizar os votos, aguardando, porém, a che-
uma; gada da cópia autêntica da ata para encerrar a totalização refe-
rente a cada Zona;

233
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
VIII - no caso de extravio de mapa, o Juiz Eleitoral providenciará
CF, art. 77, § 1º; e Legislação Complementar: Lei nº
a remessa de 2ª via, preenchida à vista dos Delegados de par-
9.504/97, art. 2º, § 4º: a eleição do Presidente importará
tido especialmente convocados para esse fim e pelos resulta-
a do Vice-Presidente com ele registrado.
dos constantes do boletim de apuração, que deverá ficar arqui-
vado no Juízo. § 2º Na mesma sessão o Presidente do Tribunal Superior desig-
nará a data para a expedição solene dos diplomas em sessão
CAPÍTULO IV pública.
DA APURAÇÃO NO TRIBUNAL SUPERIOR Art. 212 - Verificando que os votos das Seções anuladas e
Art. 205 - O Tribunal Superior fará a apuração geral das eleições daquelas cujos eleitores foram impedidos de votar, em todo o
para Presidente e Vice-Presidente da República pelos resultados país, poderão alterar a classificação de candidato, ordenará o
verificados pelos Tribunais Regionais em cada Estado. Tribunal Superior a realização de novas eleições.
Art. 206 - Antes da realização da eleição, o Presidente do Tribu- § 1 o Essas eleições serão marcadas desde logo pelo Presidente
nal sorteará, dentre os Juízes, o Relator de cada grupo de Esta- do Tribunal Superior e terão lugar no primeiro domingo ou feria-
dos, ao qual serão distribuídos todos os recursos e documen- do que ocorrer após o 15º (décimo quinto) dia a contar da data
tos da eleição referentes ao respectivo grupo. do despacho, devendo ser observado o disposto nos números
Art. 207 - Recebidos os resultados de cada Estado, e julgados II a VI do parágrafo único do art. 201.
os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais, § 2 o Os candidatos a Presidente e Vice-Presidente da República
o Relator terá o prazo de 5 (cinco) dias para apresentar seu somente serão diplomados depois de realizadas as eleições
relatório, com as conclusões seguintes: suplementares referentes a esses cargos.
I - os totais dos votos válidos e nulos do Estado; Art. 213 - Não se verificando a maioria absoluta, o Congresso Naci-
II - os votos apurados pelo Tribunal Regional que devem ser onal, dentro de quinze dias após haver recebido a respectiva comu-
anulados; nicação do Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, reunir-se-á em
III - os votos anulados pelo Tribunal Regional que devem ser sessão pública para se manifestar sobre o candidato mais votado,
computados como válidos; que será considerado eleito se, em escrutínio secreto, obtiver meta-
IV - a votação de cada candidato; de mais um dos votos dos seus membros.
V - o resumo das decisões do Tribunal Regional sobre as dúvi-
das e impugnações, bem como dos recursos que hajam sido CF, art. 77, caput, c.c. o § 3º; e Legislação Complemen-
interpostos para o Tribunal Superior, com as respectivas deci- tar: Lei nº 9.504/97, art. 2º, § 1º: eleição em segundo
sões e indicação das implicações sobre os resultados. turno, no último domingo de outubro.
Art. 208 - O relatório referente a cada Estado ficará na Secreta-
§ 1 o Se não ocorrer a maioria absoluta referida no caput deste
ria do Tribunal, pelo prazo de dois dias, para exame dos partidos
artigo, renovar-se-á, até 30 (trinta) dias depois, a eleição em
e candidatos interessados, que poderão examinar também os
todo País, à qual concorrerão os dois candidatos mais votados,
documentos em que ele se baseou e apresentar alegações ou cujos registros estarão automaticamente revalidados.
documentos sobre o relatório, no prazo de 2 (dois) dias. § 2o No caso de renúncia ou morte, concorrerá à eleição previs-
Parágrafo único. Findo esse prazo, serão os autos conclusos ta no parágrafo anterior o substituto registrado pelo mesmo par-
ao Relator, que, dentro em 2 (dois) dias, os apresentará a julga- tido político ou coligação partidária.
mento, que será previamente anunciado.
Art. 209 - Na sessão designada será o feito chamado a julga- CF, art. 77, § 4º; e Legislação Complementar: Lei nº
mento de preferência a qualquer outro processo. 9.504/97, art. 2º, § 2º: habilitação ao segundo turno do
§ 1 o Se o relatório tiver sido impugnado, os partidos interessa- candidato remanescente mais votado.
dos poderão, no prazo de 15 (quinze) minutos, sustentar oral-
mente as suas conclusões. Art. 214 - O Presidente e o Vice-Presidente da República toma-
§ 2o Se o julgamento resultarem alterações na apuração efetua- rão posse a 15 (quinze) de março, em sessão do Congresso
da pelo Tribunal Regional, o acórdão determinará que a Secreta- Nacional.
ria, dentro em 5 (cinco) dias, levante as folhas de apuração
parcial das Seções cujos resultados tiverem sido alterados, bem CF, arts. 82 e 78: posse em 1º de janeiro e em sessão do
como o mapa geral da respectiva circunscrição, de acordo com Congresso Nacional, respectivamente.
as alterações decorrentes do julgado, devendo o mapa, após o
visto do Relator ser publicado na Secretaria. Parágrafo único. No caso do § 1 o do artigo anterior, a posse
§ 3o A esse mapa admitir-se-á, dentro em 48 (quarenta e oito) realizar-se-á dentro de 15 (quinze) dias a contar da proclama-
horas de sua publicação, impugnação fundada em erro de conta ção do resultado da segunda eleição, expirando, porém, o man-
ou de cálculo, decorrente da própria sentença. dato a 15 (quinze) de março do quarto ano.
Art. 210 - Os mapas gerais de todas as circunscrições com as
impugnações, se houver, e a folha de apuração final levantada CAPÍTULO V
pela Secretaria serão autuados e distribuídos a um Relator- DOS DIPLOMAS
Geral, designado pelo Presidente. Art. 215 - Os candidatos eleitos, assim como os suplentes, rece-
Parágrafo único. Recebidos os autos, após a audiência do Pro- berão diploma assinado pelo Presidente do Tribunal Superior, do
curador-Geral, o Relator, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, Tribunal Regional ou da Junta Eleitoral, conforme o caso.
resolverá as impugnações relativas aos erros de conta ou de Parágrafo único. Do diploma deverá constar o nome do candida-
cálculo, mandando fazer as correções, se for o caso, e apre- to, a indicação da legenda sob a qual concorreu, o cargo para o
sentará, a seguir, o relatório final com os nomes dos candidatos qual foi eleito ou a sua classificação como suplente, e, facultati-
que deverão ser proclamados eleitos e os dos demais candida- vamente, outros dados a critério do Juiz ou do Tribunal.
tos, na ordem decrescente das votações. Art. 216 - Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso
Art. 211 - Aprovada em sessão especial a apuração geral, o interposto contra a expedição do diploma, poderá o diplomado
Presidente anunciará a votação dos candidatos, proclamando a exercer o mandato em toda a sua plenitude.
seguir eleito Presidente da República o candidato, mais votado Art. 217 - Apuradas as eleições suplementares, o Juiz ou o Tribu-
que tiver obtido maioria absoluta de votos, excluídos, para a nal reverá a apuração anterior, confirmando ou invalidando os
apuração desta, os em branco e os nulos. diplomas que houver expedido.
Parágrafo único. No caso de provimento, após a diplomação, de
CF, art 77, § 2º; e Legislação Complementar: Lei nº 9.504/ recurso contra o registro de candidato ou de recurso parcial,
97, art. 2º: eleição do candidato que obtiver a maioria será também revista a apuração anterior, para confirmação ou
absoluta dos votos, não computados os em branco e os invalidação de diplomas, observado o disposto no § 3o do art. 261.
nulos. Art. 218 - O Presidente de Junta ou de Tribunal que diplomar
militar candidato a cargo eletivo comunicará imediatamente a
diplomação à autoridade a que o mesmo estiver subordinado,
§ 1º O Vice-Presidente considerar-se-á eleito em virtude da
para os fins do art. 98.
eleição do Presidente com o qual se candidatar.

234
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
CAPÍTULO VI República, poderá votar o eleitor que se encontrar no Exterior.
DAS NULIDADES DA VOTAÇÃO § 1 o Para esse fim, serão organizadas Seções Eleitorais, nas
Art. 219 - Na aplicação da lei eleitoral, o Juiz atenderá sempre sedes das Embaixadas e Consulados-Gerais.
aos fins e resultados a que ela se dirige, abstendo-se de pro- § 2o Sendo necessário instalar duas ou mais Seções, poderá ser
nunciar nulidades sem demonstração de prejuízo. utilizado local em que funcione serviço do governo brasileiro.
Parágrafo único. A declaração de nulidade não poderá ser re- Art. 226 - Para que se organize uma Seção Eleitoral no Exterior
querida pela parte que lhe deu causa nem a ela aproveitar. é necessário que na circunscrição sob a jurisdição da Missão
Art. 220 - É nula a votação: Diplomática ou do Consulado-Geral haja um mínimo de 30 (trinta)
I - quando feita perante Mesa não nomeada pelo Juiz Eleitoral, ou
eleitores inscritos.
constituída com ofensa à letra da lei;
II - quando efetuada em folhas de votação falsas; Parágrafo único. Quando o número de eleitores não atingir o
III - quando realizada em dia, hora, ou local diferentes do desig- mínimo previsto no parágrafo anterior, os eleitores poderão
nado ou encerrada antes das 17 horas; votar na Mesa Receptora mais próxima, desde que localizada
IV - quando preterida formalidade essencial do sigilo dos sufrá- no mesmo País, de acordo com a comunicação que lhes for
gios. feita.
V - quando a Seção Eleitoral tiver sido localizada com infração Art. 227 - As Mesas Receptoras serão organizadas pelo Tribu-
do disposto nos §§ 4 o e 5o do art. 135. nal Regional do Distrito Federal mediante proposta dos Chefes
Parágrafo único. A nulidade será pronunciada quando o órgão de Missão e Cônsules-Gerais, que ficarão investidos, no que for
apurador conhecer do ato ou dos seus efeitos e a encontrar aplicável, da funções administrativas de Juiz Eleitoral.
provada, não lhe sendo lícito supri-la, ainda que haja consenso Parágrafo único. Será aplicável às Mesas Receptoras o pro-
das partes. cesso de composição e fiscalização partidária vigente para as
Art. 221 - É anulável a votação: que funcionam no Território nacional.
I - quando houver extravio de documento reputado essencial; Art. 228 - Até 30 (trinta) dias antes da realização da eleição,
II - quando for negado ou sofrer restrição o direito de Fiscalizar, todos os brasileiros eleitores, residentes no estrangeiro, comu-
e o fato constar da ata ou de protesto interposto, por escrito, no nicarão à sede da Missão Diplomática ou ao Consulado-Geral,
momento: em carta, telegrama ou qualquer outra via, a sua condição de
III - quando votar, sem as cautelas do art. 147, § 2o. eleitor e sua residência.
a) eleitor excluído por sentença não cumprida por ocasião da § 1o Com a relação dessas comunicações e com os dados do
remessa das folhas individuais de votação à Mesa, desde que registro consular, serão organizadas as folhas de votação, e
haja oportuna reclamação de partido; notificados os eleitores da hora e local da votação.
b) eleitor de outra Seção, salvo a hipótese do art. 145; § 2o No dia da eleição, só serão admitidos a votar os que cons-
c) alguém com falsa identidade em lugar do eleitor chamado. tem da folha de votação e os passageiros e tripulantes de navi-
Art. 222 - É também anulável a votação quando viciada de falsi- os e aviões de guerra e mercantes que, no dia, estejam na sede
dade, fraude, coação, uso de meios de que trata o art. 237, ou das Sessões Eleitorais.
emprego de processo de propaganda ou captação de sufrágios Art. 229 - Encerrada a votação, as urnas serão enviadas pelos
vedado por lei. Cônsules-Gerais às sedes das Missões Diplomáticas. Estas as
Art. 223 - A nulidade de qualquer ato, não decretada de ofício remeterão, pela mala diplomática, ao Ministério das Relações
pela Junta, só poderá ser argüida quando de sua prática, não Exteriores, que delas fará entrega ao Tribunal Regional Eleitoral
mais podendo ser alegada, salvo se a argüição se basear em do Distrito Federal, a quem competirá a apuração dos votos e
motivo superveniente ou de ordem constitucional. julgamento das dúvidas e recursos que hajam sido interpostos.
§ 1 o Se a nulidade ocorrer em fase na qual não possa ser alega- Parágrafo único. Todo o serviço de transporte do material eleito-
da no ato, poderá ser argüida na primeira oportunidade que para ral será feito por via aérea.
tanto se apresente. Art. 230 - Todos os eleitores que votarem no Exterior terão os
§ 2 o Se se basear em motivo superveniente deverá ser alegada seus títulos apreendidos pela Mesa Receptora.
imediatamente, assim que se tornar conhecida, podendo as ra- Parágrafo único. A todo eleitor que votar no Exterior será conce-
zões do recurso ser aditadas no prazo de 2 (dois) dias. dido comprovante para a comunicação legal ao Juiz Eleitoral de
§ 3 o A nulidade de qualquer ato, baseada em motivo de ordem sua Zona.
constitucional, não poderá ser conhecida em recurso interposto Art. 231 - Todo aquele que, estando obrigado a votar, não o
fora do prazo. Perdido o prazo numa fase própria, só em outra fizer fica sujeito, além das penalidades previstas para o eleitor
que se apresentar poderá ser argüida. que não vota no território nacional, à proibição de requerer qual-
Art. 224 - Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do quer documento perante a repartição diplomática a que estiver
País nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições fede- subordinado, enquanto não se justificar.
rais e estaduais, ou do município nas eleições municipais, julgar- Art. 232 - Todo o processo eleitoral realizado no estrangeiro fica
se-ão prejudicadas as demais votações, e o Tribunal marcará diretamente subordinado ao Tribunal Regional do Distrito Federal.
dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (qua- Art. 233 - O Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério das Rela-
renta) dias. ções Exteriores baixarão as instruções necessárias e adotarão
as medidas adequadas para o voto no Exterior.
CF, art. 77, §§ 2º e 3º: votos nulos (e em branco) não
computados para o cálculo da maioria absoluta. PARTE QUINTA
CF, art. 28: aplicação do disposto no art. 77 da CF à DISPOSIÇÕES VÁRIAS
eleição de Governador e Vice-Governador. TÍTULO I
CF, art. 29, II: aplicação também para a eleição de Prefei- DAS GARANTIAS ELEITORAIS
to e Vice-Prefeito, no caso de Municípios com mais de Art. 234 - Ninguém poderá impedir ou embaraçar o exercício do
200.000 eleitores, do disposto no art. 77 da Constituição sufrágio.
Federal. Art. 235 - O Juiz Eleitoral, ou o Presidente da Mesa Receptora,
pode expedir salvo-conduto com a cominação de prisão por
§ 1 o Se o Tribunal Regional, na área de sua competência, deixar desobediência até 5 (cinco) dias em favor do eleitor que sofrer
de cumprir o disposto neste artigo, o Procurador Regional levará violência, moral ou física, na sua liberdade de votar, ou pelo fato
o fato ao conhecimento do Procurador-Geral, que providenciará de haver votado.
junto ao Tribunal Superior para que seja marcada imediatamente
Parágrafo único. A medida será válida para o período compreen-
nova eleição.
dido entre 72 (setenta e duas) horas antes e até 48 (quarenta
§ 2 o Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste Capítulo, o
Ministério Público promoverá, imediatamente a punição dos cul- e oito) horas depois do pleito.
pados. Art. 236 - Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias
antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da
CAPÍTULO VII eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante de-
DO VOTO NO EXTERIOR lito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime
Art. 225 - Nas eleições para Presidente e Vice-Presidente da inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto.

235
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
§ 1o Os membros das Mesas Receptoras e os Fiscais de parti- Parágrafo único. É vedada, desde quarenta e oito horas antes
do, durante o exercício de suas funções, não poderão ser até vinte e quatro horas depois da eleição, qualquer propagan-
detidos ou presos, salvo o caso de flagrante delito; da mesma da política mediante radiodifusão, televisão, comícios ou reuni-
garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze) dias antes ões públicas.
da eleição.
§ 2o Ocorrendo qualquer prisão, o preso será imediatamente Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 39, §§ 4º
conduzido à presença do Juiz competente, que, se verificar a e 5º: horário de comício e atos de propaganda eleitoral
ilegalidade da detenção, a relaxará e promoverá a responsabi- no dia da eleição que caracterizam crime.
lidade do coator.
Art. 237 - A interferência do poder econômico e o desvio ou Art. 241 - Toda propaganda eleitoral será realizada sob a res-
abuso do poder de autoridade, em desfavor da liberdade do
ponsabilidade dos partidos e por eles paga, imputando-se-lhes
voto, serão coibidos e punidos.
solidariedade nos excessos praticados pelos seus candidatos
e adeptos.
Legislação Complementar: LC nº 64/90, art. 22 e seguin-
tes: representação por uso indevido, desvio ou abuso
Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 17: res-
do poder econômico ou do poder de autoridade; e Lei nº
ponsabilidade dos partidos ou de seus candidatos pelas
9.504/97, arts. 73, 75 e 77: condutas vedadas aos agen-
despesas de campanha eleitoral e formas de financia-
tes públicos em campanha eleitoral; art. 74: abuso de
mento.
autoridade.
Vide também CF, art. 14, § 10, e art. 262, IV, deste Códi-
Art. 242 - A propaganda, qualquer que seja a sua forma ou
go: ação de impugnação de mandato eletivo e recurso
modalidade, mencionará sempre a legenda partidária e só pode-
de diplomação, respectivamente.
rá ser feita em língua nacional, não devendo empregar meios
publicitários destinados a criar, artificialmente, na opinião públi-
§ 1 o O eleitor é parte legítima para denunciar os culpados e
ca, estados mentais, emocionais ou passionais.
promover-lhes a responsabilidade, e a nenhum servidor públi-
co, inclusive de autarquia, de entidade paraestatal e de socie-
Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 6º, § 2º:
dade de economia mista, será lícito negar ou retardar ato de
uso, pela coligação, das legendas de todos os partidos
ofício tendente a esse fim.
que a integram na eleição majoritária; na proporcional
cada partido usará apenas sua legenda sob o nome da
Legislação Complementar: LC nº 64/90, art. 22: legitimi-
coligação.
dade do partido político, da coligação, do candidato e do
Ministério Público para pedir apuração do uso indevido,
Parágrafo único. Sem preJuízo do processo e das penas comi-
desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de
nadas, a Justiça Eleitoral adotará medidas para fazer impedir ou
autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios
cessar imediatamente a propaganda realizada com infração do
de comunicação social, em benefício de candidato ou de
disposto neste artigo.
partido político.

§ 2o Qualquer eleitor ou partido político poderá se dirigir ao Cor- Resolução - TSE nº 18.698, de 21.10.92: mantém o pa-
regedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, rágrafo único do art. 242 por entender que o legislador,
e pedir abertura de investigação para apurar uso indevido do ao dar nova redação ao caput, não lhe suprimiu o pará-
poder econômico, desvio ou abuso do poder de autoridade, em grafo único.
benefício de candidato ou de partido político.
§ 3o O Corregedor, verificada a seriedade da denúncia, proce- Art. 243 - Não será tolerada propaganda:
derá ou mandará proceder a investigações, regendo-se estas, I - de guerra, de processos violentos para subverter o regime, a
no que lhes for aplicável, pela Lei no 1.579 de 18/03/1952. ordem política e social ou de preconceitos de raça ou de clas-
ses;
Legislação Complementar: LC nº 64/90, arts. 21 e 22: II - que provoque animosidade entre as Forças Armadas ou
procedimento para apuração do uso indevido, desvio ou contra elas, ou delas contra as classes e instituições civis;
abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, III - de incitamento de atentado contra pessoa ou bens;
em benefício de candidato ou partido político. IV - de instigação à desobediência coletiva ao cumprimento da
A Lei nº 1.579/52, que “dispõe sobre as comissões par- lei de ordem pública;
lamentares de inquérito”, trata do cumprimento de dili- V - que implique em oferecimento, promessa ou solicitação de
gências, convocações, tomada de depoimentos, inquiri- dinheiro, dádiva, rifa, sorteio ou vantagem de qualquer nature-
ção de testemunhas, requisições e apresentação de za;
conclusões. VI - que perturbe o sossego público, com algazarra ou abusos
de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
Art. 238 - É proibida, durante o ato eleitoral, a presença de força VII - por meio de impressos ou de objeto que pessoa, inexperi-
pública no edifício em que funcionar Mesa Receptora, ou nas ente ou rústica, possa confundir com moeda;
imediações, observado o disposto no art. 141. VIII - que prejudique a higiene e a estética urbana ou contrave-
Art. 239 - Aos partidos políticos é assegurada a prioridade pos- nha a posturas municiais ou a outra qualquer restrição de di-
tal durante os 60 (sessenta) dias anteriores à realização das reito;
eleições, para remessa de material de propaganda de seus can- IX - que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas, bem
didatos registrados. como órgãos ou entidades que exerçam autoridade pública.
§ 1o O ofendido por calúnia, difamação ou injúria, sem preJuízo e
TÍTULO II independentemente da ação penal competente, poderá demandar,
DA PROPAGANDA PARTIDÁRIA no Juízo Civil, a reparação do dano moral, respondendo por este o
Vide arts. 45 a 49 da Lei nº 9.096/95 e arts. 36 a 57 da ofensor e, solidariamente, o partido político deste, quando respon-
Lei nº 9.504/97. sável por ação ou omissão a quem quer que, favorecido pelo
crime, haja de qualquer modo contribuído para ele.
Art. 240 - A propaganda de candidatos a cargos eletivos somen-
§ 2 o No que couber aplicar-se-ão na reparação do dano moral,
te é permitida após a respectiva escolha pela Convenção.
referido no parágrafo anterior, os artigos 81 a 88 da Lei n o 4117,
Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 36, ca- de 27/08/1962.
put: propaganda eleitoral permitida após 5 de julho do § 3 o É assegurado o direito de resposta a quem for injuriado,
ano da eleição; § 1º: propaganda intrapartidária do pos- difamado ou caluniado através da imprensa rádio, televisão, ou
tulante a candidatura a cargo eletivo, permitida na quin- alto-falante, aplicando-se, no que couberem, os artigos 90 e 96
zena anterior à escolha em Convenção. da Lei no 4117, de 27/08/62.

236
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
§ 3o Aos órgãos da Justiça Eleitoral compete julgar as reclama-
Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 58: ofen-
ções sobre a localização dos comícios e providências sobre a
sa através de qualquer veículo de comunicação social.
distribuição eqüitativa dos locais aos partidos.
Os dispositivos citados da Lei nº 4.117/62, que “institui o
Art. 246 - Revogado pela Lei no 9.504, de 30.9.1997.
Código Brasileiro de Telecomunicações”, foram revoga-
Art. 247 - Revogado pela Lei no 9.504, de 30.9.1997.
dos pelo Decreto-Lei nº 236, de 28.2.67. O assunto ne-
Art. 248 - Ninguém poderá impedir a propaganda eleitoral, nem
les tratado já se encontrava regulamentado pela Lei nº
inutilizar, alterar ou perturbar os meios lícitos nela empregados.
5.250, de 9.2.67, que “regula a liberdade de manifesta-
Art. 249 - O Direito de propaganda não importa restrição ao
ção do pensamento” - nos arts. 49 a 57 e 29 a 36,
poder de polícia quando este deva ser exercido em benefício da
respectivamente. O processo e julgamento do Direito de
ordem pública.
resposta, na Justiça Eleitoral, passou a ser regulamen-
tado pelo art. 58 e seus parágrafos da Lei no 9.504/97.
Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 41: proi-
CF, art. 5º, V: garantia do Direito de resposta.
bição de aplicação de multa e cerceamento da propa-
ganda sob alegação do exercício do poder de polícia.
Art. 244 - É assegurado aos partidos políticos registrados o
Direito de, independentemente de licença da autoridade pública
Art. 250 - Revogado pela Lei no 9.504, de 30.9.1997.
e do pagamento de qualquer contribuição: Art. 251 - No período destinado à propaganda eleitoral gratuita
I - fazer inscrever, na fachada de suas sedes e dependências, o não prevalecerão quaisquer contratos ou ajustes firmados pe-
nome que os designe, pela forma que melhor lhes parecer; las empresas que possam burlar ou tornar inexeqüível qualquer
II - instalar e fazer funcionar, normalmente, das quatorze às dispositivo deste Código ou das instruções baixadas pelo Tribu-
vinte e duas horas, nos três meses que antecederem as elei- nal Superior Eleitoral.
ções, alto-falantes ou amplificadores de voz, nos locais referi- Art. 252 - Revogado pelo Decreto-Lei no 1.538/77.
dos, assim como em veículos seus, ou à sua disposição, em Art. 253 - Revogado pelo Decreto-Lei no 1.538/77.
território nacional, com observância da legislação comum. Art. 254 - Revogado pelo Decreto-Lei no 1.538/77.
Art. 255 - Nos 15 (quinze) dias anteriores ao pleito é proibida a
Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 36: pro- divulgação, por qualquer forma, de resultados de prévias ou
paganda permitida após o dia 5 de julho do ano da elei- testes pré-eleitorais.
ção; art. 39, § 3º: funcionamento de auto-falantes ou
amplificadores de som em recinto aberto ou fechado no CF, art. 220, § 1º: liberdade de informação. V. Acórdão-
horário das 8h às 22h. TSE nº 10.305, de 27.10.88: incompatibilidade, com a
O art. 322 deste Código previa penalidade para o des- Constituição Federal, da norma que proíbe divulgação
cumprimento deste artigo; foi, entretanto, revogado pelo de resultados de pesquisas eleitorais.
art. 107 da Lei nº 9.504/97. Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 33: re-
gistro de pesquisas de opinião pública relativas às
Parágrafo único. Os meios de propaganda a que se refere o n o eleições ou aos candidatos junto à Justiça Eleitoral.
II deste artigo não serão permitidos, a menos de 500 metros:
Art. 256 - As autoridades administrativas federais, estaduais
Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 39, § 3º: e municipais proporcionarão aos partidos, em igualdade de
distância inferior a 200 metros para propaganda em re- condições, as facilidades permitidas para a respectiva propa-
cinto aberto ou fechado. ganda.
§ 1o No período da campanha eleitoral, independentemente do
I - das sedes do Executivo Federal, dos Estados, Territórios e critério de prioridade, os serviços telefônicos, oficiais ou con-
respectivas Prefeituras Municipais; cedidos, farão instalar na sede dos Diretórios, devidamente re-
II - das Câmaras Legislativas Federais, Estaduais e Municipais; gistrados, telefones necessários, mediante requerimento do
III - dos Tribunais Judiciais; respectivo Presidente e pagamento das taxas devidas.
IV - dos hospitais e casas de saúde; § 2 o O Tribunal Superior Eleitoral baixará as instruções neces-
V - das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando sárias ao cumprimento do disposto no parágrafo anterior, fixado
em funcionamento; as condições a serem observadas.
VI - dos quartéis e outros estabelecimentos militares.
Art. 245 - A realização de qualquer ato de propaganda partidá- TÍTULO III
ria ou eleitoral, em recinto aberto, não depende de licença da DOS RECURSOS
polícia. CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 39: em Art. 257 - Os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo.
recinto aberto ou fechado. Parágrafo único. A execução de qualquer acórdão será feita
imediatamente através de comunicação por ofício, telegrama,
§ 1 o Quando o ato de propaganda tiver de realizar-se em lugar ou, em casos especiais, a critério do Presidente do Tribunal,
designado para a celebração de comício, na forma do disposto através de cópia do acórdão.
no art. 3o da Lei no 1207, de 25/10/1950, deverá ser feita comu- Art. 258 - Sempre que a lei não fixar prazo especial, o recurso
nicação à autoridade policial, pelo menos 24 (vinte e quatro) deverá ser interposto em três dias da publicação do ato, resolu-
horas antes de sua realização. ção ou despacho.
Art. 259 - São preclusivos os prazos para interposição de recur-
Legislação Complementar: Lei nº 1.207/50, art. 3º: fixa- so, salvo quando neste se discutir matéria constitucional.
ção de locais de comício; e Lei nº 9.504/97, art. 39, § 1º: Parágrafo único. O recurso em que se discutir matéria constitu-
prazo para comunicação à autoridade policial da reali- cional não poderá ser interposto fora do prazo. Perdido o prazo
zação de qualquer ato de propaganda partidária ou elei- numa fase própria, só em outra que se apresentar poderá ser
toral, em recinto aberto ou fechado. interposto.
Art. 260 - A distribuição do primeiro recurso que chegar ao Tribunal
§ 2 o Não havendo local anteriormente fixado para a celebração
Regional ou Tribunal Superior previnirá a competência do Relator
de comício, ou sendo impossível ou difícil nele realizar-se o ato
para todos os demais casos do mesmo Município ou Estado.
de propaganda eleitoral, ou havendo pedido para designação
de outro local, a comunicação a que se refere o parágrafo ante- Art. 261 - Os recursos parciais, entre os quais não se incluem
rior será feita, no mínimo, com antecedência, de 72 (setenta e os que versarem matéria referente ao registro de candidatos,
duas) horas, devendo a autoridade policial, em qualquer desses interpostos para os Tribunais Regionais no caso de eleições
casos, nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes, designar local municipais, e para o Tribunal Superior no caso de eleições esta-
amplo e de fácil acesso, de modo que não impossibilite ou frus- duais ou federais, serão julgados à medida que derem entrada
tre a reunião. nas respectivas Secretarias.

237
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
§ 1 o Havendo dois ou mais recursos parciais de um mesmo § 4 o Todas as citações e intimações serão feitas na forma esta-
Município ou Estado, ou se todos, inclusive os de diplomação, já belecida neste artigo.
estiverem no Tribunal Regional ou no Tribunal Superior, serão § 5 o Se o recorrido juntar novos documentos, terá o recorrente
eles julgados seguidamente, em uma ou mais sessões. vista dos autos por 48 (quarenta e oito) horas para falar sobre
§ 2o As decisões com os esclarecimentos necessários ao cum- os mesmos, contado o prazo na forma deste artigo.
primento serão comunicadas de uma só vez ao Juiz Eleitoral ou § 6 o Findos os prazos a que se referem os parágrafos anterio-
ao Presidente do Tribunal Regional. res, o Juiz Eleitoral fará, dentro de 48 (quarenta e oito) horas,
§ 3o Se os recursos de um mesmo Município ou Estado deram subir os autos ao Tribunal Regional com a sua resposta e os
entrada em datas diversas, sendo julgados separadamente, o documentos em que se fundar, sujeito à multa de dez por cento
Juiz Eleitoral ou o Presidente do Tribunal Regional aguardará a do salário-mínimo regional por dia de retardamento, salvo se
comunicação de todas as decisões para cumpri-las, salvo se o entender de reformar a sua decisão.
julgamento dos demais importar em alteração do resultado do § 7 o Se o Juiz reformar a decisão recorrida, poderá o recorrido,
pleito que não tenha relação com o recurso já julgado. dentro de 3 (três) dias, requerer suba o recurso como se por ele
§ 4o Em todos os recursos, no despacho que determinar a re- interposto.
messa dos autos à instância superior, o Juízo “a quo” esclare-
cerá quais os ainda em fase de processamento e, no último, CAPÍTULO III
quais os anteriormente remetidos. DOS RECURSOS NOS TRIBUNAIS REGIONAIS
§ 5 o Ao se realizar a diplomação, se ainda houver recurso Art. 268 - No Tribunal Regional nenhuma alegação escrita ou
pendente de decisão em outra instância, será consignado que nenhum documento poderá ser oferecido por qualquer das par-
os resultados poderão sofrer alterações decorrentes desse tes, salvo o disposto no art. 270.
julgamento. Art. 269 - Os recursos serão distribuídos a um Relator em 24
§ 6o Realizada a diplomação, e decorrido o prazo para recurso, (vinte e quatro) horas e na ordem rigorosa da antigüidade dos
o Juiz ou Presidente do Tribunal Regional comunicará à instân- respectivos membros, esta última exigência sob pena de nulida-
cia superior se foi ou não interposto recurso. de de qualquer ato ou decisão do Relator ou do Tribunal.
Art. 262 - O recurso contra expedição de diploma caberá so- § 1o Feita a distribuição, a Secretaria do Tribunal abrirá vista dos
mente nos seguintes casos: autos à Procuradoria Regional, que deverá emitir parecer no
I - inelegibilidade ou incompatibilidade de candidato; prazo de 5 (cinco) dias.
II - errônea interpretação da lei quanto à aplicação do sistema de § 2 o Se a Procuradoria não emitir parecer no prazo fixado, pode-
representação proporcional; rá a parte interessada requerer a inclusão do processo na pau-
III - erro de Direito ou de fato na apuração final, quanto à deter- ta, devendo o Procurador, nesse caso, proferir parecer oral na
minação do quociente eleitoral ou partidário, contagem de votos assentada do julgamento.
e classificação de candidato, ou a sua contemplação sob deter- Art. 270 - Se o recurso versar sobre coação, fraude, uso de
minada legenda;
meios de que trata o art. 237, ou emprego de processo de pro-
IV - concessão ou denegação do diploma em manifesta contradi-
paganda ou captação de sufrágios vedado por lei dependente
ção com a prova dos autos, nas hipóteses do art. 222 desta Lei,
e do art. 41-A da Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997. de prova indicada pelas partes ao interpô-lo ou ao impugná-lo, o
Art. 263 - No julgamento de um mesmo pleito eleitoral, as deci- Relator no Tribunal Regional deferi-la-á em vinte e quatro horas
sões anteriores sobre questões de Direito constituem prejulga- da conclusão, realizando-se ela no prazo improrrogável de cin-
dos para os demais casos, salvo se contra a tese votarem dois co dias.
terços dos membros do Tribunal. § 1o Admitir-se-ão como meios de prova para apreciação pelo
Art. 264 - Para os Tribunais Regionais e para o Tribunal Superior Tribunal as justificações e as perícias processadas perante o
caberá, dentro de 3 (três) dias, recurso dos atos, resoluções Juiz Eleitoral da Zona, com citação dos partidos que concorre-
ou despachos dos respectivos Presidentes. ram ao pleito e do representante do Ministério Público.
§ 2 o Indeferindo o Relator a prova, serão os autos, a requeri-
CAPÍTULO II mento do interessado, nas vinte e quatro horas seguintes, pre-
DOS RECURSOS PERANTE AS sentes à primeira sessão do Tribunal, que deliberará a respeito.
JUNTAS E JUÍZOS ELEITORAIS § 3o Protocoladas as diligências probatórias, ou com a juntada
Art. 265 - Dos atos, resoluções ou despachos dos Juízos ou das justificações ou diligências, a Secretaria do Tribunal abrirá,
Juntas Eleitorais caberá recurso para o Tribunal Regional. sem demora, vista dos autos, por vinte e quatro horas, seguida-
Parágrafo único. Os recursos das decisões das Juntas serão mente, ao recorrente e ao recorrido para dizerem a respeito.
processados na forma estabelecida pelos artigos. 169 e se- § 4o Findo o prazo acima, serão os autos conclusos ao Relator.
guintes. Art. 271 - O Relator devolverá os autos à Secretaria no prazo
Art. 266 - O recurso independerá de termo e será interposto por improrrogável de 8 (oito) dias para, nas 24 (vinte e quatro) ho-
petição devidamente fundamentada, dirigida ao Juiz Eleitoral e ras seguintes, ser o caso incluído na pauta de julgamento do
acompanhada, se o entender o recorrente, de novos documen- Tribunal.
tos. § 1 o Tratando-se de recurso contra a expedição de diploma, os
Parágrafo único. Se o recorrente se reportar a coação, fraude, autos, uma vez devolvidos pelo Relator, serão conclusos ao
uso de meios de que trata o art. 237 ou emprego de processo de Juiz imediato em antigüidade, como revisor, o qual deverá devol-
propaganda ou captação de sufrágios vedada por lei, depen- vê-los em 4 (quatro) dias.
dentes de prova a ser determinada pelo Tribunal, bastar-lhe-á § 2 o As pautas serão organizadas com um número de proces-
indicar os meios a elas conducentes. sos que possam ser realmente julgados, obedecendo-se rigoro-
Art. 267 - Recebida a petição, mandará o Juiz intimar o recorrido samente à ordem da devolução dos mesmos à Secretaria pelo
para ciência do recurso, abrindo-se-lhe vista dos autos a fim Relator, ou Revisor, nos recursos contra a expedição de diplo-
de, em prazo igual ao estabelecido para a sua interposição, ma, ressalvadas as preferências determinadas pelo Regimento
do Tribunal.
oferecer razões, acompanhadas ou não de novos documentos.
Art. 272 - Na sessão do julgamento, uma vez feito o relatório pelo
§ 1 o A intimação se fará pela publicação da notícia da vista no
Relator, cada uma das partes poderá, no prazo improrrogável de
jornal que publicar o expediente da Justiça Eleitoral, onde hou-
dez minutos, sustentar oralmente as suas conclusões.
ver, e nos demais lugares, pessoalmente pelo Escrivão, inde- Parágrafo único. Quando se tratar de julgamento de recursos
pendente de iniciativa do recorrente. contra a expedição de diploma, cada parte terá vinte minutos
§ 2o Onde houver jornal oficial, se a publicação não ocorrer no para sustentação oral.
prazo de 3 (três) dias, a intimação se fará pessoalmente ou na Art. 273 - Realizado o julgamento, o Relator, se vitorioso, ou o
forma prevista no parágrafo seguinte. Relator designado para redigir o acórdão, apresentará a reda-
§ 3o Nas Zonas em que se fizer intimação pessoal, se não for ção deste, o mais tardar, dentro em 5 (cinco) dias.
encontrado o recorrido dentro de 48 (quarenta e oito) horas, a § 1 o O acórdão conterá uma síntese das questões debatidas e
intimação se fará por edital afixado no foro, no local de costume. decididas.

238
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
§ 2 o Sem preJuízo do disposto no parágrafo anterior, se o Tribu- Art. 279 - Denegado o recurso especial, o recorrente poderá
nal dispuser de serviço taquigráfico, serão juntas ao processo interpor, dentro em 3 (três) dias, agravo de instrumento.
as notas respectivas. § 1o O agravo de instrumento será interposto por petição, que
Art. 274 - O acórdão, devidamente assinado, será publicado, conterá:
valendo como tal a inserção da sua conclusão no órgão oficial. I - a exposição do fato e do Direito;
§1 o Se o órgão oficial não publicar o acórdão no prazo de 3 II - as razões do pedido de reforma da decisão;
(três) dias, as partes serão intimadas pessoalmente e, se não III - a indicação das peças do processo que devem ser trasla-
forem encontradas no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a dadas.
intimação se fará por edital afixado no Tribunal, no local de § 2o Serão obrigatoriamente trasladadas a decisão recorrida e a
costume. certidão da intimação.
§ 2 o O disposto no parágrafo anterior aplicar-se-á a todos os § 3o Deferida a formação do agravo, será intimado o recorrido
casos de citação ou intimação. para, no prazo de 3 (três) dias, apresentar as suas razões e
Art. 275 - São admissíveis embargos de declaração: indicar as peças dos autos que serão também trasladadas.
I - quando há no acórdão obscuridade, dúvida ou contradição; § 4o Concluída a formação do instrumento, o Presidente do Tribu-
II - quando for omitido ponto sobre que devia pronunciar-se o nal determinará a remessa dos autos ao Tribunal Superior, po-
Tribunal. dendo, ainda, ordenar a extração e a juntada de peças não
§ 1 o Os embargos serão opostos dentro em 3 (três) dias da data indicadas pelas partes.
da publicação do acórdão, em petição dirigida ao Relator, na § 5o O Presidente do Tribunal não poderá negar seguimento ao
qual será indicado o ponto obscuro, duvidoso, contraditório ou agravo, ainda que interposto fora do prazo legal.
omisso. § 6 o Se o agravo de instrumento não for conhecido, porque
§ 2 o O Relator porá os embargos em Mesa para julgamento, na interposto fora do prazo legal, o Tribunal Superior imporá ao
primeira sessão seguinte, proferindo o seu voto. recorrente multa correspondente ao valor do maior salário-míni-
§ 3 o Vencido o Relator, outro será designado para lavrar o acór- mo vigente no país, multa essa que será inscrita e cobrada na
dão. forma prevista no art. 367.
§ 4 o Os embargos de declaração suspendem o prazo para a § 7o Se o Tribunal Regional dispuser de aparelhamento próprio, o
interposição de outros recursos, salvo se manifestamente pro- instrumento deverá ser formado com fotocópias ou processos
telatórios e assim declarados na decisão que os rejeitar. semelhantes, pagas as despesas, pelo preço do custo, pelas
Art. 276 - As decisões dos Tribunais Regionais são terminati- partes, em relação às peças que indicarem.
vas, salvo os casos seguintes, em que cabe recurso para o
Tribunal Superior: CAPÍTULO IV
DOS RECURSOS NO TRIBUNAL SUPERIOR
CF, art. 121, § 4º: “Das decisões dos Tribunais Regionais Art. 280 - Aplicam-se ao Tribunal Superior as disposições dos
artigos. 268, 269, 270, 271 (caput), 272, 273, 274 e 275.
Eleitorais somente caberá recurso quando: I - forem profe-
Art. 281 - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior, salvo
ridas contra disposição expressa desta Constituição ou
as que declararem a invalidade de lei ou ato contrário à Constitui-
de lei; II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre ção Federal e as denegatórias de “habeas corpus”ou mandado de
dois ou mais Tribunais Eleitorais; III - versarem sobre inele- segurança, das quais caberá recurso ordinário para o Supremo
gibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais Tribunal Federal, interposto no prazo de 3 (três) dias.
ou estaduais; IV - anularem diplomas ou decretarem a per-
da de mandatos eletivos federais ou estaduais; V - dene- CF, art. 102, II, a, e III: cabimento de recurso ordinário e
garem habeas corpus, mandado de segurança, habeas extraordinário; e art. 121, § 3º: irrecorribilidade das de-
data ou mandado de injunção”. cisões do TSE.
I - especial: § 1o Juntada a petição nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes,
a) quando forem proferidas contra expressa disposição de lei; os autos serão conclusos ao Presidente do Tribunal, que, no
b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois mesmo prazo, proferirá despacho fundamentado, admitindo ou
ou mais tribunais eleitorais. não o recurso.
II - ordinário: § 2o Admitido o recurso, será aberta vista dos autos ao recorrido
a) quando versarem sobre expedição de diplomas nas eleições para que, dentro de 3 (três) dias, apresente as suas razões.
federais e estaduais; § 3o Findo esse prazo, os autos serão remetidos ao Supremo
b) quando denegarem habeas corpus ou mandado de segurança. Tribunal Federal.
§ 1o É de 3 (três) dias o prazo para a interposição do recurso, Art. 282 - Denegado recurso, o recorrente poderá interpor, den-
contado da publicação da decisão nos casos dos no I, letras a e b tro de 3 (três) dias, agravo de instrumento, observado o dispos-
e II, letra b e da sessão da diplomação no caso do no II, letra a. to no art. 279 e seus parágrafos, aplicada a multa a que se
§ 2 o Sempre que o Tribunal Regional determinar a realização de refere o § 6 o pelo Supremo Tribunal Federal.
novas eleições, o prazo para a interposição dos recursos, no
caso do n o II, a, contar-se-á da sessão em que, feita a apuração TÍTULO IV
das Sessões renovadas, for proclamado o resultado das elei- DISPOSIÇÕES PENAIS
ções suplementares. CAPÍTULO I
Art. 277 - Interposto recurso ordinário contra decisão do Tribu- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
nal Regional, o Presidente poderá, na própria petição, mandar Art. 283 - Para os efeitos penais são considerados membros e
abrir vista ao recorrido para que, no mesmo prazo, ofereça as funcionários da Justiça Eleitoral:
suas razões. I - os Magistrados que, mesmo não exercendo funções eleitorais,
Parágrafo único. Juntadas as razões do recorrido, serão os estejam presidindo Juntas Apuradoras ou se encontrem no exercí-
autos remetidos ao Tribunal Superior. cio de outra função por designação de Tribunal Eleitoral;
Art. 278 - Interposto recurso especial contra decisão do Tribu- II - os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça
nal Regional, a petição será juntada nas 48 (quarenta e oito) Eleitoral;
horas seguintes e os autos conclusos ao Presidente dentro de III - os cidadão que hajam sido nomeados para as Mesas Recep-
24 (vinte e quatro) horas. toras ou Juntas Apuradoras;
§ 1 o O Presidente, dentro em 48 (quarenta e oito) horas do IV - os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral.
recebimento dos autos conclusos, proferirá despacho funda- § 1 o Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
mentado, admitindo ou não o recurso. além dos indicados no presente artigo, quem, embora transitori-
§ 2 o Admitido o recurso, será aberta vista dos autos ao recorrido amente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou fun-
ção pública.
para que, no mesmo prazo, apresente as suas razões.
§ 2 o Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, em-
§ 3 o Em seguida serão os autos conclusos ao Presidente, que
prego ou função em entidade paraestatal ou em sociedade de
mandará remetê-los ao Tribunal Superior.
economia mista.

239
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
Art. 284 - Sempre que este Código não indicar o grau mínimo, Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-
entende-se que será ele de quinze dias para a pena de deten- multa.
ção e de um ano para a de reclusão. Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justi-
Art. 285 - Quando a lei determina a agravação ou atenuação da ça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena
pena sem mencionar o “quantum”, deve o Juiz fixá-lo entre um é agravada.
quinto e um terço, guardados os limites da pena cominada ao Art. 301 - Usar de violência ou grave ameaça para coagir al-
crime. guém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou parti-
Art. 286 - A pena de multa consiste no pagamento ao Tesouro do, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
Nacional, de uma soma de dinheiro, que é fixada em dias-multa. Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-
Seu montante é, no mínimo, 1 (um) dia-multa e, no máximo, 300 multa.
(trezentos) dias-multa. Art. 302 - Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir,
§ 1o O montante do dia-multa é fixado segundo o prudente arbí- embaraçar ou fraudar o exercício do voto, a concentração de
trio do Juiz, devendo este ter em conta as condições pessoais eleitores sob qualquer forma, inclusive o fornecimento gratuito
e econômicas do condenado, mas não pode ser inferior ao sa- de alimento e transporte coletivo:
lário-mínimo diário da região nem superior ao valor de um salá- Pena - reclusão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e pagamento de
rio-mínimo mensal. 200 a 300 dias-multa.
§ 2o A multa pode ser aumentada até o triplo, embora não possa Art. 303 - Majorar os preços de utilidades e serviços necessá-
exceder o máximo genérico (caput), se o Juiz considerar que, em rios à realização de eleições, tais como transporte e alimenta-
virtude da situação econômica do condenado, é ineficaz a comi- ção de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de maté-
nada, ainda que no máximo, ao crime de que se trate. ria eleitoral.
Art. 287 - Aplicam-se aos fatos incriminados nesta lei as regras Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.
gerais do Código Penal.
Art. 288 - Nos crimes eleitorais cometidos por meio da impren- Legislação Complementar: Lei nº 6.091/74, art. 11: infra-
sa, do rádio ou da televisão, aplicam-se exclusivamente as nor- ções sobre fornecimento de transporte e alimentação a
mas deste Código e as remissões a outra lei nele contempladas. eleitor.

CAPÍTULO II Art. 304 - Ocultar, sonegar açambarcar ou recusar, no dia da


DOS CRIMES ELEITORAIS eleição, o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, ali-
Art. 289 - Inscrever-se, fraudulentamente, eleitor: mentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias- dos mesmos a determinado partido ou candidato:
multa. Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Art. 290 - Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de Art. 305 - Intervir autoridade estranha à Mesa Receptora, sal-
qualquer dispositivo deste Código: vo o Juiz Eleitoral, no seu funcionamento sob qualquer pretex-
Pena - reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa. to:
Art. 291 - Efetuar o Juiz, fraudulentamente, a inscrição de alis- Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-
tando: multa.
Pena - reclusão até 5 anos e pagamento de até 5 a 15 dias- Art. 306 - Não observar a ordem em que os eleitores devem ser
multa. chamados a votar:
Art. 292 - Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem funda- Pena - pagamento de 15 a 30 dias-multa.
mento legal, a inscrição requerida: Art. 307 - Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou por
Pena - pagamento de 30 a 60 dias-multa. qualquer forma marcada:
Art. 293 - Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento: Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-
Pena - detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento de 30 a multa.
60 dias-multa. Art. 308 - Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportu-
Art. 294 - Revogado pela Lei no 8.868/94. nidade que não a de entrega da mesma ao eleitor.
Art. 295 - Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor: Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90 dias-
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias- multa.
multa. Art. 309 - Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de
outrem:
Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 91, pará- Pena - reclusão até três anos.
grafo único: retenção do título ou do comprovante do Art. 310 - Praticar ou permitir o membro da Mesa Receptora que
alistamento eleitoral constitui crime punível com deten- seja praticada qualquer irregularidade que determine a anula-
ção de um a três meses, com a alternativa de prestação ção de votação, salvo no caso do art. 311:
de serviços à comunidade por igual período, e multa no Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-
valor de cinco mil a dez mil Ufirs. multa.
Art. 311 - Votar em Seção Eleitoral em que não está inscrito,
Art. 296 - Promover desordem que prejudique os trabalhos elei- salvo nos casos expressamente previstos, e permitir, o Presi-
torais; dente da Mesa Receptora que o voto seja admitido:
Pena - detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90 dias- Pena - detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 dias-multa
multa. para o eleitor e de 20 a 30 dias-multa para o Presidente da Mesa.
Art. 297 - Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio: Art. 312 - Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias- Pena - detenção até dois anos.
multa. Art. 313 - Deixar o Juiz e os membros da Junta de expedir o
Art. 298 - Prender ou deter eleitor, membro de Mesa Receptora, boletim de apuração imediatamente após a apuração de cada
Fiscal, Delegado de partido ou candidato, com violação do dis- urna e antes de passar à subseqüente, sob qualquer pretexto e
posto no art. 236: ainda que dispensada a expedição pelos Fiscais, Delegados ou
Pena - reclusão até quatro anos. candidatos presentes:
Art. 299 - Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si Pena - pagamento de 90 a 120 dias-multa.
ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, Parágrafo único. Nas Seções Eleitorais em que a contagem for
para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, procedida pela Mesa Receptora, incorrerão na mesma pena o
ainda que a oferta não seja aceita:
Presidente e os Mesários que não expedirem imediatamente o
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-
respectivo boletim.
multa.
Art. 300 - Valer-se o servidor público da sua autoridade para Art. 314 - Deixar o Juiz e os membros da Junta de recolher as
coagir alguém a votar ou não votar em determinado candidato cédulas apuradas na respectiva urna, fechá-la e lacrá-la, assim
ou partido: que terminar a apuração de cada Seção e antes de passar à

240
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
subseqüente, sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a § 1 o O Juiz pode deixar de aplicar a pena:
providência pelos Fiscais, Delegados ou candidatos presentes: I - se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias- injúria;
multa. II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
Parágrafo único. Nas Seções Eleitorais em que a contagem dos § 2o Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por
votos for procedida pela Mesa Receptora, incorrerão na mesma sua natureza ou meio empregado, se considerem aviltantes:
pena o Presidente e os Mesários que não fecharem e lacrarem Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20
a urna após a contagem. dias-multa, além das penas correspondentes à violência previs-
Art. 315 - Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a ta no Código Penal.
votação obtida por qualquer candidato ou lançar nesses docu- Art. 327 - As penas cominadas nos artigos 324, 325 e 326 au-
mentos votação que não corresponda às cédulas apuradas: mentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias- I - contra o Presidente da República ou chefe de governo es-
multa. trangeiro;
Art. 316 - Não receber ou não mencionar nas atas da eleição ou II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
da apuração os protestos devidamente formulados ou deixar de III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a
remetê-los à instância superior: divulgação da ofensa.
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias- Art. 328 - Revogado pela Lei no 9.504/97.
multa. Art. 329 - Revogado pela Lei no 9.504/97.
Art. 317 - Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólu- Art. 330 - Nos casos dos artigos 328 e 329, se o agente repara
cros. o dano antes da sentença final, o Juiz pode reduzir a pena.
Pena - reclusão de três a cinco anos. Art. 331 - Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda
Art. 318 - Efetuar a Mesa Receptora a contagem dos votos da devidamente empregado:
urna quando qualquer eleitor houver votado sob impugnação Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-
(art. 190): multa.
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias- Art. 332 - Impedir o exercício de propaganda:
multa. Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-
Art. 319 - Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de multa.
um ou mais partidos: Art. 333 - Revogado pela Lei no 9.504/97.
Pena - detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30 dias-multa. Art. 334 - Utilizar organização comercial de vendas, distribui-
Art. 320 - Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou ção de mercadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou
mais partidos: aliciamento de eleitores:
Pena - pagamento de 10 a 20 dias-multa. Pena - detenção de seis meses a um ano e cassação do regis-
Art. 321 - Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de tro se o responsável for candidato.
registro de partido: Art. 335 - Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma,
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 20 a 40 dias- em língua estrangeira:
multa. Pena - detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a 60
Art. 322 - Revogado pela Lei no 9.504, de 30.9.1997. dias-multa.
Art. 323 - Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inveridicos, Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao presen-
em relação a partidos ou candidatos e capazes de exercerem te artigo importa a apreensão e perda do material utilizado na
influência perante o eleitorado: propaganda.
Pena - detenção de dois meses a um ano ou pagamento de 120 Art. 336 - Na sentença que julgar ação penal pela infração de
a 150 dias-multa. qualquer dos artigos 322, 323, 324, 325, 326,328, 329, 331,
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido pela 332, 333, 334 e 335, deve o Juiz verificar, de acordo com o seu
imprensa, rádio ou televisão. livre convencionamento, se Diretório local do partido, por qual-
Art. 324 - Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando quer dos seus membros, concorreu para a prática de delito, ou
fins de propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como dela se beneficiou conscientemente.
crime:
Pena - detenção de seis meses a dois anos e pagamento de 10 Artigos 322, 328, 329 e 333 revogados pelo artigo 107
a 40 dias-multa. da Lei nº 9.504/97.
§ 1 o Nas mesmas penas incorre que, sabendo falsa a imputa-
ção, a propala ou divulga. Parágrafo único. Nesse caso, imporá o Juiz ao Diretório responsá-
§ 2 o A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não vel pena de suspensão de sua atividade eleitoral por prazo de 6 a
é admitida: 12 meses, agravada até o dobro nas reincidências.
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o Art. 337 - Participar o estrangeiro ou brasileiro que não estiver
ofendido não condenado por sentença irrecorrível; no gozo dos seus direitos políticos de atividades partidárias
II - se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de inclusive comícios e atos de propaganda em recintos fechados
governo estrangeiro; ou abertos:
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi Pena - detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 dias-
absolvido por sentença irrecorrível. multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o responsável pelas
Art. 325 - Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando
emissoras de rádio ou televisão que autorizar transmissões de
a fins de propaganda, imputando-lhe fato ofensivo a sua repu-
que participem os mencionados neste artigo, bem como o diretor
tação: de jornal que lhes divulgar os pronunciamentos.
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 30 Art. 338 - Não assegurar o funcionário postal a prioridade pre-
dias-multa. vista no art. 239:
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se Pena - pagamento de 30 a 60 dias-multa.
ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício Art. 339 - Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos, ou
de suas funções. documentos relativos à eleição:
Art. 326 - Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a 15 dias-
fins de propaganda, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: multa.
Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias- Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justi-
multa. ça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena
é agravada.

241
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
Art. 340 - Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda Art. 353 - Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados
que gratuitamente, subtrair ou guardar urnas, objetos, mapas, ou alterados, a que se referem os artigos. 348 a 352:
cédulas ou papéis de uso exclusivo da Justiça Eleitoral: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Pena - reclusão até três anos e pagamento de 3 a 15 dias-multa. Art. 354 - Obter, para uso próprio ou de outrem, documento
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justi- público ou particular, material ou ideologicamente falso para fins
ça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena eleitorais:
é agravada. Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Art. 341 - Retardar a publicação, ou não publicar, o diretor ou
qualquer outro funcionário de órgão oficial federal, estadual ou CAPÍTULO III
municipal as decisões, citações ou intimações da Justiça Eleito- DO PROCESSO DAS INFRAÇÕES
ral: Art. 355 - As infrações penais definidas neste Código são de
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias- ação pública.
multa. Art. 356 - Todo cidadão que tiver conhecimento de infração
Art. 342 - Não apresentar o órgão do Ministério Público, no penal deste Código deverá comunicá-la ao Juiz Eleitoral da Zona
prazo legal, denúncia ou deixar de promover a execução de onde a mesma se verificou.
sentença condenatória: § 1o Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias- judicial reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas
multa. testemunhas, e a remeterá ao órgão do Ministério Público local,
Art. 343 - Não cumprir o Juiz o disposto no § 3 o do art. 357: que procederá na forma deste Código.
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias- § 2 o Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclare-
multa. cimentos e documentos complementares ou outros elementos
Art. 344 - Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa de convicção, deverá requisitá-los diretamente de quaisquer
causa: autoridades ou funcionários que possam fornecê-los.
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias- Art. 357 - Verificada a infração penal, o Ministério Público ofere-
multa. cerá a denúncia dentro do prazo de 10 (dez) dias.
Art. 345 - Não cumprir a autoridade judiciária, ou qualquer fun- § 1o Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a
cionário dos órgãos da Justiça Eleitoral, nos prazos legais, os denúncia, requerer o arquivamento da comunicação, o Juiz, no
deveres impostos por este Código, se a infração não estiver caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará
sujeita a outra penalidade: remessa da comunicação ao Procurador Regional, e este ofere-
Pena - pagamento de 30 a 90 dias-multa. cerá a denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou
Art. 346 - Violar o disposto no art. 377: insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias- Juiz obrigado a atender.
multa. § 2 o A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com
Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da autoridade respon- todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou
sável, os servidores que prestarem serviços e os candidatos, esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classifica-
membros ou diretores de partido que derem causa à infração. ção do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Art. 347 - Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligên- § 3o Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no
cias, ordens ou instruções da Justiça Eleitoral ou opor embara- prazo legal, representará contra ele a autoridade judiciária, sem
ços à sua execução: prejuízo da apuração da responsabilidade penal.
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 a § 4o Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior, o Juiz
20 dias-multa. solicitará ao Procurador Regional a designação de outro promo-
Art. 348 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou tor, que, no mesmo prazo, oferecerá a denúncia.
alterar documento público verdadeiro, para fins eleitorais: § 5 o Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o
Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a 30 órgão do Ministério Público se o Juiz, no prazo de 10 (dez) dias,
dias-multa. não agir de ofício.
§ 1o Se o agente é funcionário público e comete o crime prevale- Art. 358 - A denúncia, será rejeitada quando:
cendo-se do cargo, a pena é agravada. I - o fato narrado evidentemente não constituir crime;
§ 2o Para os efeitos penais, equipara-se a documento público o II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra
emanado de entidade paraestatal inclusive Fundação do Estado. causa;
Art. 349 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou III - for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição
alterar documento particular verdadeiro, para fins eleitorais: exigida pela lei para o exercício da ação penal.
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias- Parágrafo único. Nos casos do número III, a rejeição da denún-
multa. cia não obstará ao exercício da ação penal, desde que promovi-
Art. 350 - Omitir, em documento público ou particular, declaração da por parte legítima ou satisfeita a condição.
que dele devia constar ou nele inserir ou fazer inserir declaração Art. 359 - Recebida a denúncia, o Juiz designará dia e hora para
falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais: o depoimento pessoal do acusado, ordenando a citação deste e
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias- a notificação do Ministério Público. (Redação dada pela Lei n o
multa, se o documento é público, e reclusão até três anos e 10.732, de 5.9.2003)
pagamento de 3 a 10 dias-multa, se o documento é particular. Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcio- (dez) dias para oferecer alegações escritas e arrolar testemu-
nário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se nhas. (Incluído pela Lei n o 10.732, de 5.9.2003)
a falsificação ou alteração é de assentamentos de registro civil, Art. 360 - Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e
a pena é agravada. praticadas as diligências requeridas pelo Ministério Público e
Art. 351 - Equipara-se a documento (348, 349 e 350) para os deferidas ou ordenadas pelo Juiz, abrir-se-á o prazo de 5 (cin-
efeitos penais, a fotografia, o filme cinematográfico, o disco co) dias a cada uma das partes - acusação e defesa - para
fonográfico ou fita de ditafone a que se incorpore declaração alegações finais.
ou imagem destinada à prova de fato juridicamente relevante. Art. 361 - Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao Juiz
Art. 352 - Reconhecer como verdadeira, no exercício da fun- dentro de quarenta e oito horas, terá o mesmo 10 (dez) dias
ção pública, firma ou letra que o não seja para fins eleitorais: para proferir a sentença.
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias- Art. 362 - Das decisões finais de condenação ou absolvição
multa, se o documento é público, e reclusão até três anos e cabe recurso para o Tribunal Regional, a ser interposto no pra-
pagamento de 3 a 10 dias-multa, se o documento é particular. zo de 10 (dez) dias.

242
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
Art. 363 - Se a decisão do Tribunal Regional for condenatória, § 4 o Fica autorizado o Tesouro Nacional a emitir selos, sob a
baixarão imediatamente os autos à instância inferior para a exe- designação “Selo Eleitoral”, destinados ao pagamento de emolu-
cução da sentença, que será feita no prazo de 5 (cinco) dias, mentos, custas, despesas e multas, tanto as administrativas
contados da data da vista ao Ministério Público. como as penais, devidas à Justiça Eleitoral.
Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público deixar de pro- § 5o Os pagamentos de multas poderão ser feitos através de
mover a execução da sentença, serão aplicadas as normas guias de recolhimento, se a Justiça Eleitoral não dispuser de
constantes dos parágrafos 3o, 4o e 5o do Art. 357. selo eleitoral em quantidade suficiente para atender aos interes-
Art. 364 - No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos sados.
comuns que lhes forem conexos, assim como nos recursos e Art. 368 - Os atos requeridos ou propostos em tempo oportuno,
na execução que lhes digam respeito, aplicar-se-á, como lei mesmo que não sejam apreciados no prazo legal, não prejudica-
subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal. rão aos interessados.
Art. 369 - O Governo da União fornecerá, para ser distribuído
TÍTULO V por intermédio dos Tribunais Regionais, todo o material destina-
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS do ao alistamento eleitoral e às eleições.
Art. 365 - O serviço eleitoral prefere a qualquer outro, é obriga- Art. 370 - As transmissões de natureza eleitoral feitas por auto-
tório e não interrompe o interstício de promoção dos funcionári- ridades e repartições competentes gozam de franquia postal,
os para ele requisitados. telegráfica, telefônica, radiotelegráfica ou radiotelefônica em li-
nhas oficiais ou nas que sejam
Legislação Complementar: Lei nº 6.999/82, que “dispõe obrigadas a serviço oficial.
sobre a requisição de servidores públicos pela Justiça
Eleitoral”. Lei nº 6.538/78, que dispõe sobre remuneração dos ser-
Vide também Resolução-TSE nº 20.753/2001: “Instru- viços postais no art. 32: “O serviço postal e o serviço de
ções para requisição de servidores públicos pela Justi- telegrama são remunerados através de tarifas de pre-
ça Eleitoral”. ços, além de prêmios ad valorem com relação ao primeiro,
aprovados pelo Ministério das Comunicações”; e no art.
Art. 366 - Os funcionários de qualquer órgão da Justiça Eleitoral 34: “É vedada a concessão de isenção ou redução sub-
não poderão pertencer a Diretório de partido político ou exercer jetiva das tarifas, preços e prêmios ad valorem, ressalva-
qualquer atividade partidária, sob pena de demissão. dos os casos de calamidade pública e os previstos nos
Art. 367 - A imposição e a cobrança de qualquer multa, salvo no atos internacionais devidamente ratificados, na forma do
caso das condenações criminais, obedecerão às seguintes disposto em regulamento”.
normas:
I - no arbitramento, será levada em conta a condição econômica Art. 371 - As repartições públicas são obrigadas, no prazo
do eleitor; máximo de 10 (dez) dias, a fornecer às autoridades, aos repre-
II - arbitrada a multa de ofício ou a requerimento do eleitor, o sentantes de partidos ou a qualquer alistando as informações e
pagamento será feito através de selo federal inutilizado no pró- certidões que solicitarem relativas à matéria eleitoral desde que
prio requerimento ou no respectivo processo; os interessados manifestem especificamente as razões e os
III - se o eleitor não satisfizer o pagamento no prazo de 30 dias, fins do pedido.
será considerada dívida líquida e certa, para efeito de cobrança Art. 372 - Os tabeliães não poderão deixar de reconhecer nos
mediante executivo Fiscal, a que for inscrita em livro próprio no documentos necessários à instrução dos requerimentos e re-
Cartório Eleitoral; cursos eleitorais as firmas de pessoas de seu conhecimento ou
IV - a cobrança judicial da dívida será feita por ação executiva das que se apresentarem com 2 (dois) abonadores conhecidos.
na forma prevista para a cobrança da dívida ativa da Fazenda Art. 373 - São isentos de selo os requerimentos e todos os
Pública, correndo a ação perante os Juízos Eleitorais; papéis destinados a fins eleitorais e é gratuito o reconhecimento
V - nas Capitais e nas comarcas onde houver mais de um Promo- de firma pelos tabeliães para os mesmos fins.
tor de Justiça, a cobrança da dívida far-se-á por intermédio do
que for designado pelo Procurador Regional Eleitoral; CF, art. 5º, incisos XXXIV, b, e LXXVII: gratuidade de
VI - os recursos cabíveis, nos processos para cobrança da certidões em repartições públicas e ações de habeas
dívida decorrente de multa, serão interpostos para a instância corpus e habeas data.
superior da Justiça Eleitoral;
VII - em nenhum caso haverá recurso de ofício; Lei nº 9.265, de 12.2.96 (regulamenta o inciso LXXVII do
VIII - as custas, nos Estados, Distrito Federal e Territórios, serão art. 5º da Constituição), art. 1º: gratuidade dos seguintes
cobradas nos termos dos respectivos Regimentos de Custas; atos considerados necessários ao exercício da cidada-
IX - os Juízes Eleitorais comunicarão aos Tribunais Regionais, nia: os que capacitam o cidadão ao exercício da sobera-
trimestralmente, a importância total das multas impostas nesse nia popular a que se reporta o art. 14 da Constituição;
período e quanto foi arrecadado através de pagamentos feitos aqueles referentes ao alistamento militar; os pedidos de
na forma dos números II e III; informação ao Poder Público, em todos os seus âmbitos,
X - idêntica comunicação será feita pelos Tribunais Regionais objetivando a instrução de defesa ou denúncia de irregu-
ao Tribunal Superior. laridade administrativa na órbita pública; as ações de im-
§ 1 o As multas aplicadas pelos Tribunais Eleitorais serão consi- pugnação de mandato eletivo por abuso do poder econô-
deradas líquidas e certas para efeito de cobrança mediante mico, corrupção ou fraude; quaisquer requerimentos ou
executivo fiscal, desde que inscritas em livro próprio na Secre- petições que visem às garantias individuais e à defesa do
taria do Tribunal competente. interesse público.
§ 2 o A multa pode ser aumentada até dez vezes se o Juiz, ou
Tribunal, considerar que, em virtude da situação econômica do Parágrafo único. Nos processos-crimes e nos executivos Fis-
infrator, é ineficaz, embora aplicada no máximo. cais referente a cobrança de multas, serão pagas custas nos
§ 3 o O alistando ou o eleitor que comprovar devidamente o seu termos do Regimento de Custas de cada Estado, sendo as devi-
estado de pobreza ficará isento do pagamento de multa. das à União pagas através de selos federais inutilizados nos
autos.
Legislação Complementar: Lei nº 7.115/83, art. 1º: dis- Art. 374 - Os membros dos tribunais eleitorais, os Juízes Eleito-
põe, entre outras, sobre a prova de pobreza. rais e os servidores públicos requisitados para os órgãos da
Justiça Eleitoral que, em virtude de suas funções nos menciona-

243
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
dos órgãos não tiverem as férias que lhes couberem, poderão ções partidárias regulares e já registradas ou em processo de
gozá-las no ano seguinte, acumuladas ou não. registro, salvo a ocorrência de outros motivos de ordem legal ou
Art. 375 - Nas áreas contestadas enquanto não forem fixados constitucional que as prejudiquem.
definitivamente os limites interestaduais, far-se-ão as eleições Parágrafo único. Se o registro requerido se referir isoladamente
sob a jurisdição do Tribunal Regional da circunscrição eleitoral a Presidente ou a Vice-Presidente da República e a Governador
em que, do ponto de vista da administração judiciária estadual, ou Vice-Governador de Estado, a validade respectiva depende-
estejam elas incluídas. rá de complementação da chapa conjunta na firma e nos prazos
Art. 376 - A proposta orçamentária da Justiça Eleitoral será previstos neste Código (Constituição, art. 81, com a redação
anualmente elaborada pelo Tribunal Superior, de acordo com as dada pela Emenda Constitucional n o 9).
propostas parciais que lhe forem remetidas pelos Tribunais Re-
gionais, e dentro das normas legais vigentes. Dispositivo transitório.
A Constituição citada é a de 1946.
CF, art. 99, §§ 1º e 2º, I.
Art. 382 - Este Código entrará em vigor 30 dias após a sua
Parágrafo único. Os pedidos de créditos adicionais que se fize- publicação.
rem necessários ao bom andamento dos serviços eleitorais, Art. 383 - Revogam-se as disposições em contrário.
durante o exercício serão encaminhados em relação trimestral à
Câmara dos Deputados, por intermédio do Tribunal Superior. Brasília, 15 de julho de 1965.
Art. 377 - O serviço de qualquer repartição, federal, estadual, 144o da Independência e 77 o da República
municipal, autarquia, fundação do Estado, sociedade de econo- H. CASTELLO BRANCO
mia mista, entidade mantida ou subvencionada pelo poder públi- Milton Soares Campos
co, ou que realiza contrato com este, inclusive o respectivo
prédio e suas dependências, não poderá ser utilizado para be- fonte de consultas:
neficiar partido ou organização de caráter político. www.planalto.gov.br
Parágrafo único. O disposto neste artigo será tornado efetivo, a www.tre-sp.gov.br
qualquer tempo, pelo órgão competente da Justiça Eleitoral, con- www.tse.gov.br
forme o âmbito nacional, regional ou municipal do órgão infrator,
mediante representação fundamentada de autoridade pública,
representante partidário ou de qualquer eleitor.
Art. 378 - O Tribunal Superior organizará, mediante proposta do
Corregedor-Geral, os serviços da Corregedoria, designando,
para desempenhá-los funcionários efetivos do seu quadro e
transformando o cargo de um deles, diplomado em Direito e de
conduta moral irrepreensível, no de Escrivão da Corregedoria
símbolo PJ-1, a cuja nomeação serão inerentes, assim na Se-
cretaria como nas diligências, as atribuições de titular de ofício
de Justiça.
Art. 379 - Serão considerados de relevância os serviços pres-
tados pelos Mesários e componentes das Juntas Apuradoras.
§ 1o Tratando-se de servidor público, em caso de promoção, a
prova de haver prestado tais serviços será levada em conside-
ração para efeito de desempate, depois de observados os cri-
térios já previstos em leis ou regulamentos.
§ 2o Persistindo o empate de que trata o parágrafo anterior, terá
preferência, para a promoção, o funcionário que tenha servido
maior número de vezes.
§ 3 o O disposto neste artigo não se aplica aos membros ou
servidores de Justiça Eleitoral.
Art. 380 - Será feriado nacional o dia em que se realizarem
eleições de data fixada pela Constituição Federal; nos demais
casos, serão as eleições marcadas para um domingo ou dia já
considerado feriado por lei anterior.

CF, art. 77; e Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97,


arts. 1º, caput, e 2º, § 1º: fixação de datas para eleição
de Presidente e Vice-Presidente da República.
CF, arts. 28 e 29, II; e Legislação Complementar: Lei nº
9.504/97, arts. 1º, caput, 2º, § 1º, e 3º, § 2º: fixação de
datas para eleição de Governador e Vice-Governador e
de Prefeito e Vice-Prefeito.
Legislação Complementar: Lei nº 9.504/97, art. 1º, ca-
put: fixação de datas para eleição de Senador, Deputa-
do Federal, Deputado Estadual, Deputado Distrital e Ve-
reador.
CF, art. 32, § 2º: eleições de Governador e Vice-Gover-
nador e de Deputados Distritais coincidentes com a de
Governadores e de Deputados Estaduais.

Art. 381 - Esta lei não altera a situação das candidaturas a


Presidente ou Vice-Presidente da República e a Governador ou
Vice-Governador de Estado, desde que resultantes de Conven-

244
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL

LEIS COMPLEMENTARES
LEI Nº 10.842, DE 20 DE FEVEREIRO DE 2004
Cria e transforma cargos e funções nos Quadros de Pessoal § 1º Não poderá servir como Chefe de Cartório Eleitoral, sob
dos Tribunais Regionais Eleitorais, destinados às Zonas Elei- pena de demissão, o membro de órgão de direção partidária,
torais. nem o candidato a cargo eletivo, seu cônjuge e parente consan-
güíneo ou afim até o 2º (segundo) grau.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA § 2º O servidor que vier a exercer as atribuições de Chefe de
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a Cartório Eleitoral de zona eleitoral criada após a vigência desta
seguinte Lei: Lei perceberá gratificação equivalente à remuneração da fun-
ção comissionada correspondente, até a criação e o provimen-
Art. 1º - Ficam criados, nos Quadros de Pessoal dos Tribunais to desta.
Regionais Eleitorais, os cargos de provimento efetivo e as fun- Art. 5º - O Tribunal Superior Eleitoral baixará as instruções
ções comissionadas indicados e quantificados no Anexo I, as- necessárias à aplicação desta Lei.
sim destinados: Art. 6º - As despesas decorrentes desta Lei correrão por conta
I – 2 (dois) cargos efetivos, sendo 1 (um) de Técnico Judiciário de dotações orçamentárias consignadas aos Tribunais Regio-
e 1 (um) de Analista Judiciário, para cada Zona Eleitoral; nais Eleitorais.
II – 1 (uma) função comissionada de Chefe de Cartório Eleitoral, Art. 7º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
nível FC-4, para as Zonas Eleitorais localizadas no Distrito Fede- Art. 8º - Revogam-se o parágrafo único do art. 2º da Lei nº
ral e nas Capitais dos Estados mencionados, não dotadas de 8.350, de 28 de dezembro de 1991, e os arts. 9º e 10 da Lei nº
idêntica função; e 8.868, de 14 de abril de 1994.
III – 1 (uma) função comissionada de Chefe de Cartório Eleitoral,
nível FC-1, para cada Zona Eleitoral localizada no interior dos Brasília, 20 de fevereiro de 2004; 183º da Independência e
Estados. 116º da República.
Parágrafo único. O provimento dos cargos e funções a que se
refere este artigo dar-se-á de forma gradual, de acordo com a LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
disponibilidade de recursos orçamentários, em consonância com Márcio Thomaz Bastos
o disposto no art. 169, § 1º, da Constituição Federal, observado
o seguinte escalonamento: ANEXO I
I – no exercício de 2004: CARGOS EFETIVOS E FUNÇÕES COMISSIONADAS CRIA-
a) 1.150 (mil, cento e cinqüenta) cargos efetivos de Analista DOS PARA AS ZONAS ELEITORAIS
Judiciário e igual número de Técnico Judiciário; e
b) 54 (cinqüenta e quatro) funções comissionadas de Chefe de
Cartório Eleitoral, nível FC-4, e 1.023 (mil e vinte e três) de En-
carregado de Cartório Eleitoral, nível FC-1;
II – no exercício de 2005:
a) 862 (oitocentos e sessenta e dois) cargos efetivos de Analis-
ta Judiciário e igual número de Técnico Judiciário; e
b) 41 (quarenta e uma) funções comissionadas de Chefe de
Cartório Eleitoral, nível FC-4, e 768 (setecentas e sessenta e
oito) de Encarregado de Cartório Eleitoral, nível FC-1;
III – no exercício de 2006:
a) 862 (oitocentos e sessenta e dois) cargos efetivos de Analis-
ta Judiciário e igual número de Técnico Judiciário; e
b) 40 (quarenta) funções comissionadas de Chefe de Cartório
Eleitoral, nível FC-4, e 768 (setecentas e sessenta e oito) de
Encarregado de Cartório Eleitoral, nível FC-1.
Art. 2º - Ficam transformados 126 (cento e vinte e seis) cargos
em comissão de Chefe de Cartório de Zona Eleitoral, nível CJ-2,
e 53 (cinqüenta e três), nível CJ-1, em 179 (cento e setenta e
nove) funções comissionadas de mesma denominação, nível
FC-4, na forma do Anexo II.
Art. 3º - Ficam extintas as gratificações mensais, devidas pela
prestação de serviços à Justiça Eleitoral, de:
I – Escrivão Eleitoral, instituída pelo parágrafo único do art. 2º da
Lei nº 8.350, de 28 de dezembro de 1991, e alterada pelo art. 9º
da Lei nº 8.868, de 14 de abril de 1994, calculada com base na
remuneração da função comissionada FC-3; e
II – Chefe de Cartório de Zona Eleitoral do interior dos Estados,
instituída pelo art. 10 da Lei nº 8.868, de 14 de abril de 1994,
calculada com base na remuneração da função comissionada
FC-1.
Parágrafo único. Os atuais Chefes de Cartório de Zona Eleitoral
ocupantes dos cargos em comissão transformados na forma do
art. 2º, bem como os servidores retribuídos com a gratificação
extinta nos termos do inciso II do art. 3º, poderão permanecer no
exercício de suas atribuições até a data em que for designado
servidor para ocupar a função comissionada correspondente.
Art. 4º - As atuais atribuições da escrivania eleitoral serão exer-
cidas privativamente pelo Chefe de Cartório Eleitoral, sem preju-
ízo das atividades inerentes à chefia do cartório.

245
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural

ANEXO II
TRANSFORMAÇÃO EM FUNÇÕES COMISSIONADAS
DE CARGOS EM COMISSÃO DE CHEFE DE CARTÓRIO DE
ZONA ELEITORAL DAS CAPITAIS DOS ESTADOS E DO
DISTRITO FEDERAL

246
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL

LEI Nº 6.996, DE 7 DE JUNHO DE 1982


Dispõe sobre a utilização de processamento eletrônico de da-
dos nos serviços eleitorais e dá outras providências. • O art. 14 da Lei nº 8.868, de 14.4.94, torna sem efeito a
menção ao Preparador ao revogar o inciso XI do art. 30 e
O PRESIDENTE DA REPúBLICA, o inciso VII do art. 35, além dos arts. 62 a 65 e 294.
faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanci-
ono a seguinte Lei: Art. 6º - O pedido de inscrição do eleitor será instruído com um
dos seguintes documentos:
Art. 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais, nos Estados em que I - carteira de identidade;
for autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral, poderão utilizar II - certificado de quitação de serviço militar;
processamento eletrônico de dados nos serviços eleitorais, na III - carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, contro-
forma prevista nesta Lei. ladores do exercício profissional;
§ 1º - A autorização do Tribunal Superior Eleitoral será solicitada IV - certidão de idade extraída do Registro Civil;
pelo Tribunal Regional Eleitoral interessado, que, previamente, V - instrumento público do qual se infira, por direito, ter o reque-
ouvirá os Partidos Políticos. rente idade superior a 18 (dezoito) anos e do qual conste, tam-
§ 2º - O pedido de autorização poderá referir-se ao alistamento bém, os demais elementos necessários à sua qualificação;
eleitoral, à votação e à apuração, ou a apenas uma dessas
fases, em todo o Estado, em determinadas Zonas Eleitorais ou • CF/88, art. 14, § 1º, II, c: admissão do alistamento
em parte destas. facultativo aos maiores de 16 e menores de 18 anos.
Art. 2º - Concedida a autorização, o Tribunal Regional Eleitoral,
em conformidade com as condições e peculiaridades locais, VI - documento do qual se infira a nacionalidade brasileira, origi-
executará os serviços de processamento eletrônico de dados nária ou adquirida, do requerente.
diretamente ou mediante convênio ou contrato.
§ 1º - Os serviços de que trata este artigo deverão ser execu- • Lei nº 6.192, de 19.12.74, que “dispõe sobre restri-
tados de acordo com definições e especificações fixadas pelo ções a brasileiros naturalizados e dá outras providên-
Tribunal Superior Eleitoral. cias”: “Art. 1º É vedada qualquer distinção entre brasi-
§ 2º - (Revogado pela LEI Nº 7.444/85.) leiros natos e naturalizados. (...) Art. 4º Nos documen-
Art. 3º - Ao setor da Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral tos públicos, a indicação da nacionalidade brasileira
responsável pelos serviços de processamento eletrônico de alcançada mediante naturalização far-se-á sem refe-
dados compete: rência a essa circunstância”. V. também CF/88, art. 12,
I - preencher as fórmulas dos títulos e documentos eleitorais; § 2º.
II - confeccionar relações de eleitores destinadas aos Cartórios
Eleitorais e aos Partidos Políticos; § 1º - A restituição de qualquer documento não poderá ser feita
III - manter atualizado o cadastro geral de eleitores do Estado; antes de despachado o requerimento pelo Juiz Eleitoral.
IV - manter atualizado o cadastro de filiação partidária, expedin- § 2º - Sempre que, com o documento, for apresentada cópia, o
do relações destinadas aos Partidos Políticos e à Justiça Eleito- original será devolvido no ato, feita a autenticação pelo próprio
ral; funcionário do Cartório Eleitoral, mediante aposição de sua assi-
natura no verso da cópia.
• Resolução-TSE nº 21.377, de 8.4.2003, art. 2º: con- § 3º - O documento poderá ser apresentado em cópia autentica-
versão, pela Secretaria de Informática do TSE, das ano- da por tabelião, dispensando-se, nessa hipótese, nova confe-
tações de filiação partidária no Cadastro Nacional de rência com o documento original.
Eleitores, em caso de fusão ou incorporação de parti- Art. 7º - Despachado o requerimento de inscrição pelo Juiz Elei-
dos políticos. V., também, Resolução-TSE nº 21.574, toral, o setor da Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral respon-
de 27.11.2003: “Dispõe sobre o sistema de filiação par- sável pelos serviços de processamento eletrônico de dados en-
tidária e dá outras providências”. viará ao Cartório Eleitoral, que as fornecerá aos Partidos Políti-
cos, relações dos eleitores inscritos originariamente ou por trans-
V - expedir comunicações padronizadas e previamente progra- ferência, com os respectivos endereços, assim como dos pedi-
madas nos processos de alistamento, transferência ou cance- dos indeferidos ou convertidos em diligência.
lamento de inscrições; § 1º - Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição,
caberá recurso interposto pelo alistando no prazo de 5 (cinco)
VI - contar votos, ou totalizar resultados já apurados, expedindo
dias e, do que o deferir, poderá recorrer qualquer delegado de
relações ou boletins destinados à Justiça Eleitoral e aos Parti-
Partido Político no prazo de 10 (dez) dias.
dos Políticos;
VII - calcular quociente eleitoral, quociente partidário e distribui- • Acórdão-TSE nº 4.339/2003: a Lei nº 6.996/82, art. 7º,
ção de sobras, indicando os eleitos; § 1º, não alterou o § 2º do art. 57 do CE, que estabelece
VIII - preencher diplomas e expedir relações com os resultados prazo recursal de três dias no caso de transferência.
finais de cada pleito, destinados à justiça Eleitoral e aos Partidos V., também, Resolução-TSE nº 21.538/2003, art. 18, §
Políticos; 5º.
IX - executar outras tarefas que lhe forem atribuídas por instru-
ções do Tribunal Superior Eleitoral. § 2º - As relações a que se refere o “caput” deste artigo serão
Art. 4º - O alistamento se faz mediante a inscrição do eleitor. fornecidas aos Partidos Políticos nos dias 1º (primeiro) e 15
Parágrafo único - Para efeito de inscrição, domicílio eleitoral é o (quinze) de cada mês, ou no 1º (primeiro) dia útil seguinte,
lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o datas em que começarão a correr os prazos mencionados no
alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer de- parágrafo anterior, ainda que tenham sido exibidas ao alistan-
las. do antes dessas datas e mesmo que os Partidos não as reti-
Art. 5º - O alistando apresentará em cartório, ou em local previ- rem.
amente designado, requerimento em formulário que obedecerá Art. 8º - A transferência do eleitor só será admitida se satisfei-
a modelo aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral. tas as seguintes exigências:
I - entrada do requerimento no Cartório Eleitoral do novo domicílio
Parágrafo único - O escrivão, o funcionário ou o preparador,
até 100 (cem) dias antes da data da eleição;
recebendo o formulário e documentos, determinará que o alis-
tando date e assine o requerimento, e, ato contínuo, atestará • Lei nº 9.054, art. 91, caput: fixação em 150 dias.
terem sido a data e a assinatura lançadas na sua presença.

247
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
II - transcurso de, pelo menos, 1 (um) ano da inscrição anterior; também serão aplicados nas Zonas Eleitorais em que o alista-
III - residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, decla- mento continuar a ser efetuado na forma prevista no Código
rada, sob as penas da lei, pelo próprio eleitor. Eleitoral.
Parágrafo único - O disposto nos incisos II e III deste artigo não Art. 18 - O Tribunal Superior Eleitoral expedirá as instruções
se aplica à transferência de título eleitoral de servidor público que se fizerem necessárias para o cumprimento desta Lei, in-
civil, militar, autárquico, ou de membro de sua família, por motivo clusive divulgando entre os Partidos Políticos, os Juízes e os
de remoção ou transferência. Cartórios Eleitorais manuais de procedimentos detalhando a nova
Art. 9º - Nas Zonas Eleitorais em que o alistamento se fizer pelo sistemática.
processamento eletrônico de dados, será cancelada a inscri- Art. 19 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
ção do eleitor que não votar e não pagar a multa ou se justificar Art. 20 - Revogam-se as disposições em contrário.
no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data de eleição.
Parágrafo único - Sem prova de que votou na última eleição, Brasília, em 07 de junho de 1982; 161º da Independência e
pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, 94º da República.
não poderá o eleitor:
I - ser investido ou ser empossado em cargo ou função pública; JOÃO FIGUEIREDO
II - receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de Ibrahim Abi-Ackel
função ou emprego público, autárquico, paraestatal, bem como
em empresas públicas ou fundações mantidas ou instituídas
pelo Poder Público, correspondentes ao 2º (segundo) mês sub-
seqüente ao da eleição;
III - firmar, como pessoa física, quaisquer contratos de presta-
ção de serviços perante Órgãos ou entidades da União, dos
Estados, dos Territórios ou dos Municípios;
IV - obter passaporte.
Art. 10 - Na votação poderá ser utilizada cédula de acordo com
modelo aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 11 - O Tribunal Superior Eleitoral estabelecerá o número de
eleitores das seções eleitorais em função do número de cabi-
nas nelas existentes.
Parágrafo único - Cada seção eleitoral terá, no mínimo, duas
cabinas.
Art. 12 - Nas seções das Zonas Eleitorais em que o alistamento
se fizer pelo processamento eletrônico de dados, as folhas
individuais de votação serão substituídas por listas de eleitores,
emitidas por computador, das quais constarão, além do nome do
eleitor, os dados de qualificação indicados pelo Tribunal Superi-
or Eleitoral.
§ 1º - Somente poderão votar fora da respectiva seção os
mesários, os candidatos e os fiscais ou delegados de Partidos
Políticos, desde que eleitores do Município e de posse do título
eleitoral.
§ 2º - Ainda que não esteja de posse do seu título, o eleitor será
admitido a votar desde que seja inscrito na seção, conste da
lista dos eleitores e exiba documento que comprove sua identi-
dade.
§ 3º - Os votos dos eleitores mencionados nos parágrafos an-
teriores não serão tomados em separado.
§ 4º - O voto em separado será recolhido em invólucro especi-
al e somente será admitido quando houver dúvida quanto à
identidade ou inscrição do eleitor, ou quando da lista não cons-
tar nome de eleitor que apresentar título correspondente à
seção.
§ 5º - A validade dos votos tomados em separado, das seções
de um mesmo Município, será examinada em conjunto pela Junta
Apuradora, independentemente da apuração dos votos conti-
dos nas urnas.
Art. 13 - O Tribunal Superior Eleitoral poderá autorizar a criação
de Juntas Apuradoras Regionais, nos termos das instruções
que baixar.
Art. 14 - A apuração poderá ser iniciada a partir do recebimento
da primeira urna, prolongando-se pelo tempo necessário, ob-
servado o prazo máximo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único - Ultrapassada a fase de abertura da urna, as
cédulas programadas para a apuração através da computa-
ção serão eletronicamente processadas, caso em que os Par-
tidos poderão manter fiscais nos locais destinados a esse fim.
Art. 15 - Incorrerá nas penas do art. 315 do Código Eleitoral
quem, no processamento eletrônico das cédulas, alterar resul-
tados, qualquer que seja o método utilizado.
Art. 16 - (Revogado pela Lei nº 9.096/95.)
Art. 17 - Os arts. 6º e 8º e o parágrafo único do art. 9º desta Lei

248
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL

LEI COMPLEMENTAR Nº 64, DE 18 DE MAIO DE 1990


Estabelece, de acordo com o art. 14, § 9º da Constituição 4. o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação, e 5. o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da República;
determina outras providências. 6. os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e da Aero-
náutica;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, 7. os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica;
faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 8. os Magistrados;
seguinte lei: 9. os Presidentes, Diretores e Superintendentes de autarquias,
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
Art. 1º - São inelegíveis: públicas e as mantidas pelo poder público;
I - para qualquer cargo: 10. os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de Territó-
a) os inalistáveis e os analfabetos; rios;
b) os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legis- 11. os Interventores Federais;
lativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras Municipais, que 12, os Secretários de Estado;
hajam perdido os respectivos mandatos por infringência do dis- 13. os Prefeitos Municipais;
posto nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, dos 14. os membros do Tribunal de Contas da União, dos Estados e
dispositivos equivalentes sobre perda de mandato das Consti- do Distrito Federal;
tuições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito 15. o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal;
Federal, para as eleições que se realizarem durante o período 16. os Secretários-Gerais, os Secretários-Executivos, os Se-
remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito cretários Nacionais, os Secretários Federais dos Ministérios e
anos subseqüentes ao término da legislatura; (Redação dada as pessoas que ocupem cargos equivalentes;
pela LCP 81, de 13/04/94) b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses anteriores à
c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito eleição, nos Estados, no Distrito Federal, Territórios e em qual-
Federal, o Prefeito e o Vice-Prefeito que perderem seus cargos quer dos poderes da União, cargo ou função, de nomeação pelo
eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual Presidente da República, sujeito à aprovação prévia do Senado
da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Muni- Federal;
cípio, para as eleições que se realizarem durante o período c) (Vetado);
remanescente e nos 3 (três) anos subseqüentes ao término do d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tiverem compe-
mandato para o qual tenham sido eleitos; tência ou interesse, direta, indireta ou eventual, no lançamento,
d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas e contribui-
procedente pela Justiça Eleitoral, transitada em julgado, em pro- ções de caráter obrigatório, inclusive parafiscais, ou para apli-
cesso de apuração de abuso do poder econômico ou político, car multas relacionadas com essas atividades;
para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tenham exercido
bem como para as que se realizarem 3 (três) anos seguintes; cargo ou função de direção, administração ou representação
e) os que forem condenados criminalmente, com sentença tran- nas empresas de que tratam os arts. 3° e 5° da Lei n° 4.137, de
sitada em julgado, pela prática de crime contra a economia popu- 10 de setembro de 1962, quando, pelo âmbito e natureza de
lar, a fé pública, a administração pública, o patrimônio público, o suas atividades, possam tais empresas influir na economia na-
mercado financeiro, pelo tráfico de entorpecentes e por crimes cional;
eleitorais, pelo prazo de 3 (três) anos, após o cumprimento da
pena; (Revogada pela Lei nº 8.884, de 11.6.94, que dispõe so-
f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele bre a prevenção e a repressão às infrações contra a
incompatíveis, pelo prazo de 4 (quatro) anos; ordem econômica, orientada pelos ditames constitucio-
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos nais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, fun-
ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável e ção social da propriedade, defesa dos consumidores e
por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se a ques- repressão ao abuso do poder econômico”.)
tão houver sido ou estiver sendo submetida à apreciação do
Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 5 (cin- f) os que, detendo o controle de empresas ou grupo de empre-
co) anos seguintes, contados a partir da data da decisão; sas que atuem no Brasil, nas condições monopolísticas previs-
tas no parágrafo único do art. 5° da lei citada na alínea anterior,
(Lei nº 9.054, art. 11, § 5º: disponibilização, pelos Tri- não apresentarem à Justiça Eleitoral, até 6 (seis) meses antes
bunais e Conselho de Contas, da relação dos que tive- do pleito, a prova de que fizeram cessar o abuso apurado, do
ram suas contas rejeitadas.) poder econômico, ou de que transferiram, por força regular, o
controle de referidas empresas ou grupo de empresas;
h) os detentores de cargo na administração pública direta, indi- g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anteriores ao
reta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo pleito, ocupado cargo ou função de direção, administração ou
abuso do poder econômico ou político apurado em processo, representação em entidades representativas de classe, manti-
com sentença transitada em julgado, para as eleições que se das, total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo po-
realizarem nos 3 (três) anos seguintes ao término do seu man- der Público ou com recursos arrecadados e repassados pela
dato ou do período de sua permanência no cargo; Previdência Social;
i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou h) os que, até 6 (seis) meses depois de afastados das funções,
seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de processo tenham exercido cargo de Presidente, Diretor ou Superinten-
de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 dente de sociedades com objetivos exclusivos de operações
(doze) meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou financeiras e façam publicamente apelo à poupança e ao crédi-
função de direção, administração ou representação, enquanto to, inclusive através de cooperativas e da empresa ou estabe-
não forem exonerados de qualquer responsabilidade; lecimentos que gozem, sob qualquer forma, de vantagens asse-
II - para Presidente e Vice-Presidente da República: guradas pelo poder público, salvo se decorrentes de contratos
que obedeçam a cláusulas uniformes;
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de
i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito, hajam
seus cargos e funções:
exercido cargo ou função de direção, administração ou repre-
1. os Ministros de Estado: sentação em pessoa jurídica ou em empresa que mantenha con-
2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e mili- trato de execução de obras, de prestação de serviços ou de
tar, da Presidência da República; fornecimento de bens com órgão do Poder Público ou sob seu
3. o chefe do órgão de assessoramento de informações da controle, salvo no caso de contrato que obedeça a cláusulas
Presidência da República; uniformes;

249
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
j) os que, membros do Ministério Público, não se tenham afastado Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem
das suas funções até 6 (seis)) meses anteriores ao pleito; os haja substituído dentro dos 6 (seis) meses anteriores ao
I) os que, servidores públicos, estatutários ou não,»dos órgãos pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reelei-
ou entidades da Administração direta ou indireta da União, dos ção.
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios, Art. 2º - Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as argüi-
inclusive das fundações mantidas pelo Poder Público, não se ções de inelegibilidade.
afastarem até 3 (três) meses anteriores ao pleito, garantido o Parágrafo único. A argüição de inelegibilidade será feita perante:
direito à percepção dos seus vencimentos integrais; I - o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a
III - para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Presidente ou Vice-Presidente da República;
Federal; II - os Tribunais Regionais Eleitorais, quando se tratar de candi-
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presiden- dato a Senador, Governador e Vice-Governador de Estado e do
te da República especificados na alínea a do inciso II deste Distrito Federal, Deputado Federal, Deputado Estadual e Depu-
artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de tado Distrital;
repartição pública, associação ou empresas que operem no III - os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito,
território do Estado ou do Distrito Federal, observados os mes- Vice-Prefeito e Vereador.
mos prazos; Art. 3° - Caberá a qualquer candidato, a partido político, coliga-
b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de ção ou ao Ministério Público, no prazo de 5 (cinco) dias, conta-
seus cargos ou funções: dos da publicação do pedido de registro do candidato, impugná-
1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador do lo em petição fundamentada.
Estado ou do Distrito Federal; § 1° A impugnação, por parte do candidato, partido político ou
2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e Zona Aérea; coligação, não impede a ação do Ministério Público no mesmo
3. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de assistên- sentido.
cia aos Municípios; § 2° Não poderá impugnar o registro de candidato o represen-
4. os secretários da administração municipal ou membros de tante do Ministério Público que, nos 4 (quatro) anos anteriores,
órgãos congêneres; tenha disputado cargo eletivo, integrado diretório de partido ou
IV - para Prefeito e Vice-Prefeito: exercido atividade político-partidária.
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os § 3° O impugnante especificará, desde logo, os meios de prova
inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da com que pretende demonstrar a veracidade do alegado, arro-
República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Dis- lando testemunhas, se for o caso, no máximo de 6 (seis).
trito Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para a Art. 4° - A partir da data em que terminar o prazo para impugna-
desincompatibilização; ção, passará a correr, após devida notificação, o prazo de 7
b) os membros do Ministério Público e Defensoria Pública em (sete) dias para que o candidato, partido político ou coligação
exercício na Comarca, nos 4 (quatro) meses anteriores ao plei- possa contestá-la, juntar documentos, indicar rol de testemunhas
to, sem prejuízo dos vencimentos integrais; e requerer a produção de outras provas, inclusive documentais,
c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no que se encontrarem em poder de terceiros, de repartições públi-
Município, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito; cas ou em procedimentos judiciais, ou administrativos, salvo os
V - para o Senado Federal: processos em tramitação em segredo de justiça.
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presiden- Art. 5° - Decorrido o prazo para contestação, se não se tratar
te da República especificados na alínea a do inciso II deste apenas de matéria de direito e a prova protestada for relevante,
artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de serão designados os 4 (quatro) dias seguintes para inquirição
repartição pública, associação ou empresa que opere no terri- das testemunhas do impugnante e do impugnado, as quais com-
tório do Estado, observados os mesmos prazos; parecerão por iniciativa das partes que as tiverem arrolado,
b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis para os com notificação judicial.
cargos de Governador e Vice-Governador, nas mesmas condi- § 1° As testemunhas do impugnante e do impugnado serão ouvi-
ções estabelecidas, observados os mesmos prazos; das em uma só assentada.
VI - para a Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa e § 2° Nos 5 (cinco) dias subseqüentes, o Juiz, ou o Relator,
Câmara Legislativa, no que lhes for aplicável, por identidade de procederá a todas as diligências que determinar, de ofício ou a
situações, os inelegíveis para o Senado Federal, nas mesmas requerimento das partes.
condições estabelecidas, observados os mesmos prazos; § 3° No prazo do parágrafo anterior, o Juiz, ou o Relator, poderá
VII - para a Câmara Municipal: ouvir terceiros, referidos pelas partes, ou testemunhas, como
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir na
inelegíveis para o Senado Federal e para a Câmara dos Deputa- decisão da causa.
dos, observado o prazo de 6 (seis) meses para a desincompa- § 4° Quando qualquer documento necessário à formação da pro-
tibilização; va se achar em poder de terceiro, o Juiz, ou o Relator, poderá
b) em cada Município, os inelegíveis para os cargos de Prefeito ainda, no mesmo prazo, ordenar o respectivo depósito.
e Vice-Prefeito, observado o prazo de 6 (seis) meses para a § 5° Se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou
desincompatibilização . não comparecer a juízo, poderá o Juiz contra ele expedir man-
§ 1° Para concorrência a outros cargos, o Presidente da Repú- dado de prisão e instaurar processo por crime de desobediên-
blica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os cia.
Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 (seis) Art. 6° - Encerrado o prazo da dilação probatória, nos termos do
meses antes do pleito. artigo anterior, as partes, inclusive o Ministério Público, poderão
apresentar alegações no prazo comum de 5 (cinco) dias.
(CF/88, art. 14, § 5º: possibilidade de reeleição.) Art. 7° - Encerrado o prazo para alegações, os autos serão
conclusos ao Juiz, ou ao Relator, no dia imediato, para sentença
§ 2° O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Prefeito pode- ou julgamento pelo Tribunal.
rão candidatar-se a outros cargos, preservando os seus manda- Parágrafo único. O Juiz, ou Tribunal, formará sua convicção
tos respectivos, desde que, nos últimos 6 (seis) meses anteriores pela livre apreciação da prova, atendendo aos fatos e às cir-
ao pleito, não tenham sucedido ou substituído o titular. cunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados
pelas partes, mencionando, na decisão, os que motivaram seu
(V. nota ao parágrafo anterior) convencimento.
Art. 8° - Nos pedidos de registro de candidatos a eleições mu-
nicipais, o Juiz Eleitoral apresentará a sentença em cartório 3
§ 3° São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônju- (três) dias após a conclusão dos autos, passando a correr
ge e os parentes, consangüíneos ou afins, até o segundo grau deste momento o prazo de 3 (três) dias para a interposição de
ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de recurso para o Tribunal Regional Eleitoral.

250
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
• Súmula-TSE nº 10: a contagem do prazo de recurso secretaria ou Cartório e, a partir da data do encerramento do
não se altera quando a sentença é entregue antes dos prazo para registro de candidatos, não se suspendem aos sá-
bados, domingos e feriados.
3 (três) dias previstos.)
Art. 17 - É facultado ao partido político ou coligação que reque-
rer o registro de candidato considerando inelegível dar-lhe subs-
§ 1° A partir da data em que for protocolizada a petição de
tituto, mesmo que a decisão passada em julgado tenha sido
recurso, passará a correr o prazo de 3 (três) dias para a apre-
proferida após o termo final do prazo de registro, caso em que
sentação de contra-razões.
a respectiva Comissão Executiva do Partido fará a escolha do
§ 2° Apresentadas as contra-razões, serão os autos imediata-
candidato.
mente remetidos ao Tribunal Regional Eleitoral, inclusive por por-
tador, se houver necessidade, decorrente da exigüidade de pra-
(V. art. 101, § 5º, do Código Eleitoral e art. 13 da Lei nº
zo, correndo as despesas do transporte por conta do recorren-
9.504/97.)
te, se tiver condições de pagá-las.
Art. 9° - Se o Juiz Eleitoral não apresentar a sentença no prazo
Art. 18 - A declaração de inelegibilidade do candidato à Presi-
do artigo anterior, o prazo para recurso só começará a correr
dência da República, Governador de Estado e do Distrito Fede-
após a publicação da mesma por edital, em cartório.
ral e Prefeito Municipal não atingirá o candidato a Vice-Presiden-
Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese prevista neste artigo, o
te, Vice-Governador ou Vice-Prefeito, assim como a destes não
Corregedor Regional, de ofício, apurará o motivo do retarda-
atingirá aqueles.
mento e proporá ao Tribunal Regional Eleitoral, se for o caso, a
Art. 19 - As transgressões pertinentes à origem de valores
aplicação da penalidade cabível.
pecuniários, abuso do poder econômico ou político, em detri-
Art. 10 - Recebidos os autos na Secretaria do Tribunal Regional
mento da liberdade de voto, serão apuradas mediante investiga-
Eleitoral, estes serão autuados e apresentados no mesmo dia
ções jurisdicionais realizadas pelo Corregedor-Geral e Corre-
ao Presidente, que, também na mesma data, os distribuirá a um
gedores Regionais Eleitorais.
Relator e mandará abrir vistas ao Procurador Regional pelo pra-
zo de 2 (dois) dias.
(Lei nº 9.504/97, art. 25: caracterização de abuso do
Parágrafo único. Findo o prazo, com ou sem parecer, os autos
poder econômico - descumprimento das normas refe-
serão enviados ao Relator, que os apresentará em mesa para
rentes à arrecadação e aplicação de recursos nas cam-
julgamento em 3 (três) dias, independentemente de publicação
panhas eleitorais.)
em pauta.
Art. 11 - Na sessão do julgamento, que poderá se realizar em
Parágrafo único. A apuração e a punição das transgressões
até 2 (duas) reuniões seguidas, feito o relatório, facultada a
mencionadas no caput deste artigo terão o objetivo de proteger a
palavra às partes e ouvido o Procurador Regional, proferirá o
normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do
Relator o seu voto e serão tomados os dos demais Juízes.
poder econômico ou do abuso do exercício de função, cargo ou
§ 1° Proclamado o resultado, o Tribunal se reunirá para lavratura
emprego na administração direta, indireta e fundacional da União,
do acórdão, no qual serão indicados o direito, os fatos e as
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
circunstâncias com base nos fundamentos do Relator ou do
Art. 20 - O candidato, partido político ou coligação são parte
voto vencedor.
legítima para denunciar os culpados e promover-lhes a respon-
§ 2° Terminada a sessão, far-se-á a leitura e a publicação do
sabilidade; a nenhum servidor público, inclusive de autarquias,
acórdão, passando a correr dessa data o prazo de 3 (três)
de entidade paraestatal e de sociedade de economia mista será
dias, para a interposição de recurso para o Tribunal Superior
lícito negar ou retardar ato de ofício tendente a esse fim, sob
Eleitoral, em petição fundamentada.
pena de crime funcional.
Art. 12 - Havendo recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, a
Art. 21 - As transgressões a que se refere o art. 19 desta lei
partir da data em que for protocolizada a petição passará a
complementar serão apuradas mediante procedimento sumarís-
correr o prazo de 3 (três) dias para a apresentação de contra-
simo de investigação judicial, realizada pelo Corregedor-Geral e
razões, notificado por telegrama o recorrido. Corregedores Regionais Eleitorais, nos termos das Leis nºs 1.579,
Parágrafo único. Apresentadas as contra-razões, serão os au- de 18 de março de 1952, 4.410, de 24 de setembro de 1964, com
tos imediatamente remetidos ao Tribunal Superior Eleitoral. as modificações desta lei complementar.
Art. 13 - Tratando-se de registro a ser julgado originariamente Art. 22 - Qualquer partido político, coligação, candidato ou Mi-
por Tribunal Regional Eleitoral, observado o disposto no art. 6° nistério Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral,
desta lei complementar, o pedido de registro, com ou sem impug- diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e
nação, será julgado em 3 (três) dias, independentemente de indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de
publicação em pauta. investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso
Parágrafo único. Proceder-se-á ao julgamento na forma estabe- do poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização
lecida no art. 11 desta lei complementar e, havendo recurso indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefí-
para o Tribunal Superior Eleitoral, observar-se-á o disposto no cio de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito:
artigo anterior.
Art. 14 - No Tribunal Superior Eleitoral, os recursos sobre regis- (V. nota ao caput do art. 19 desta lei. V. também art. 74
tro de candidatos serão processados e julgados na forma pre- da Lei nº 9504/97: abuso de autoridade.)
vista nos arts. 10 e 11 desta lei complementar.
I - o Corregedor, que terá as mesmas atribuições do Relator em
(RITSE, art. 36, §§ 6º e 7º, com redação dada pela processos judiciais, ao despachar a inicial, adotará as seguin-
Resolução-TSE nº 20.595/2000: possibilidade de o tes providências:
Relator negar seguimento a pedido ou recurso intem- a) ordenará que se notifique o representado do conteúdo da
pestivo, manifestamente inadmissível, improcedente, petição, entregando-se-lhe a segunda via apresentada pelo re-
prejudicado ou em confronto com súmula ou com juris- presentante com as cópias dos documentos, a fim de que, no
prudência dominante do TSE, do STF ou de Tribunal prazo de 5 (cinco) dias, ofereça ampla defesa, juntada de docu-
Superior; possibilidade, também, de prover, desde logo, mentos e rol de testemunhas, se cabível;
o recurso se a decisão recorrida estiver na situação b) determinará que se suspenda o ato que deu motivo à repre-
descrita por último. Em qualquer hipótese, da decisão sentação, quando for relevante o fundamento e do ato impugna-
cabe agravo regimental, conforme previsto no § 8º do do puder resultar a ineficiência da medida, caso seja julgada
mesmo artigo.) procedente;
c) indeferirá desde logo a inicial, quando não for caso de repre-
Art. 15 - Transitada em julgado a decisão que declarar a inelegibi- sentação ou lhe faltar algum requisito desta lei complementar;
lidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já II - no caso do Corregedor indeferir a reclamação ou represen-
tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já expedido. tação, ou retardar-lhe a solução, poderá o interessado renová-
Art. 16 - Os prazos a que se referem o art. 3º e seguintes desta la perante o Tribunal, que resolverá dentro de 24 (vinte e quatro)
lei complementar são peremptórios e contínuos e correm em horas;

251
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
III - o interessado, quando for atendido ou ocorrer demora, poderá ta lei complementar, exercendo todas as funções atribuídas ao
levar o fato ao conhecimento do Tribunal Superior Eleitoral, a fim Corregedor-Geral ou Regional, constantes dos incisos I a XV do
de que sejam tomadas as providências necessárias; art. 22 desta lei complementar, cabendo ao representante do
Ministério Público Eleitoral em função da Zona Eleitoral as atribui-
(Depreende-se do contexto que o vocábulo “não” foi omiti- ções deferidas ao Procurador-Geral e Regional Eleitoral, obser-
do por engano da expressão “quando for atendido”.) vadas as normas do procedimento previstas nesta lei comple-
mentar.
IV - feita a notificação, a Secretaria do Tribunal juntará aos Art. 25 - Constitui crime eleitoral a argüição de inelegibilidade, ou
autos cópia autêntica do ofício endereçado ao representado, a impugnação de registro de candidato feito por interferência do
bem como a prova da entrega ou da sua recusa em aceitá-la ou poder econômico, desvio ou abuso do poder de autoridade,
dar recibo; deduzida de forma temerária ou de manifesta má-fé:
V - findo o prazo da notificação, com ou sem defesa, abrir-se- Pena: detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa de 20
á prazo de 5 (cinco) dias para inquirição, em uma só assentada, (vinte) a 50 (cinqüenta) vezes o valor do Bônus do Tesouro
de testemunhas arroladas pelo representante e pelo represen- Nacional (BTN) e, no caso de sua extinção, de título público que
tado, até o máximo de 6 (seis) para cada um, as quais compare- o substitua.
cerão independentemente de intimação; Art. 26 - Os prazos de desincompatibilização previstos nesta lei
VI - nos 3 (três) dias subseqüentes, o Corregedor procederá a complementar que já estiverem ultrapassados na data de sua
todas as diligências que determinar, ex officio ou a requerimento vigência considerar-se-ão atendidos desde que a desincompa-
das partes; tibilização ocorra até 2 (dois) dias após a publicação desta lei
VII - no prazo da alínea anterior, o Corregedor poderá ouvir complementar.
terceiros, referidos pelas partes, ou testemunhas, como conhe- Art. 27 - Esta lei complementar entra em vigor na data de sua
cedores dos fatos e circunstâncias que possam influir na deci- publicação.
são do feito; Art. 28 - Revogam-se a Lei Complementar nº 5, de 29 de abril de
VIII - quando qualquer documento necessário à formação da 1970 e as demais disposições em contrário.
prova se achar em poder de terceiro, inclusive estabelecimento
de crédito, oficial ou privado, o Corregedor poderá, ainda, no Brasília, 18 de maio de 1990; 169° da Independência e 102° da
mesmo prazo, ordenar o respectivo depósito ou requisitar cópi- República.
as;
IX - se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou FERNANDO COLLOR
não comparecer a juízo, o Juiz poderá expedir contra ele man-
dado de prisão e instaurar processo s por crime de desobedi-
ência;
X - encerrado o prazo da dilação probatória, as partes, inclusive
o Ministério Público, poderão apresentar alegações no prazo
comum de 2 (dois) dias;
XI - terminado o prazo para alegações, os autos serão conclu-
sos ao Corregedor, no dia imediato, para apresentação de rela-
tório conclusivo sobre o que houver sido apurado;
XII - o relatório do Corregedor, que será assentado em 3 (três)
dias, e os autos da representação serão encaminhados ao Tri-
bunal competente, no dia imediato, com pedido de inclusão in-
continenti do feito em pauta, para julgamento na primeira sessão
subseqüente;
XIII - no Tribunal, o Procurador-Geral ou Regional Eleitoral terá
vista dos autos por 48 (quarenta e oito) horas, para se pronun-
ciar sobre as imputações e conclusões do Relatório;
XIV - julgada procedente a representação, o Tribunal declarará
a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuí-
do para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibili-
dade para as eleições a se realizarem nos 3 (três) anos subse-
qüentes à eleição em que se verificou, além da cassação do
registro do candidato diretamente beneficiado pela interferência
do poder econômico e pelo desvio ou abuso do poder de autori-
dade, determinando a remessa dos autos ao Ministério Público
Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso,
e processo-crime, ordenando quaisquer outras providências
que a espécie comportar;
XV - se a representação for julgada procedente após a eleição
do candidato serão remetidas cópias de todo o processo ao
Ministério Público Eleitoral, para os fins previstos no art. 14, §§
10 e 11 da Constituição Federal, e art. 262, inciso IV, do Código
Eleitoral.
Parágrafo único. O recurso contra a diplomação, interposto pelo
representante, não impede a atuação do Ministério Público no
mesmo sentido.
Art. 23 - O Tribunal formará sua convicção pela livre aprecia-
ção dos fatos públicos e notórios, dos indícios e presunções e
prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda
que não indicados ou alegados pelas partes, mas que preser-
vem o interesse público de lisura eleitoral.
Art. 24 - Nas eleições municipais, o Juiz Eleitoral será compe-
tente para conhecer e processar a representação prevista nes-

252
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL

LEI Nº 9.096, DE 19 DE SETEMBRO DE 1995


Dispõe sobre partidos políticos, regulamenta os arts. 17 e recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à
14, § 3º, inciso V, da Constituição Federal. televisão, nos termos fixados nesta Lei.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA V. CF/88, art. 17, § 3º.


no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA
§ 3º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Supe-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a rior Eleitoral assegura a exclusividade da sua denominação,
seguinte Lei: sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de
variações que venham a induzir a erro ou confusão.
TÍTULO I
Disposições Preliminares TÍTULO II
Art. 1º - O partido político, pessoa jurídica de direito privado, Da Organização e Funcionamento dos Partidos Políticos
destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a CAPÍTULO I
autenticidade do sistema representativo e a defender os direi- Da Criação e do Registro dos Partidos Políticos
tos fundamentais definidos na Constituição Federal.
Art. 8º - O requerimento do registro de partido político, dirigido
ao cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídi-
V. Lei nº 10.406/2002 (Código Civil):
“Art. 44 - São pessoas jurídicas de direito privado: cas, da Capital Federal, deve ser subscrito pelos seus funda-
V - os partidos políticos (incluído pela Lei nº 10.825/ dores, em número nunca inferior a cento e um, com domicílio
2003). eleitoral em, no mínimo, um terço dos Estados, e será acompa-
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcio- nhado de:
narão conforme o disposto em lei específica. (Incluído I - cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido;
pela Lei nº 10.825/2003) II - exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor,
Art. 2.031. As associações, sociedades e fundações, o programa e o estatuto;
constituídas na forma das leis anteriores terão o prazo III - relação de todos os fundadores com o nome completo, natu-
de 2 (dois) anos para se adaptar às disposições deste ralidade, número do título eleitoral com a Zona, Seção, Município
Código, a partir de sua vigência igual prazo é concedi- e Estado, profissão e endereço da residência.
do aos empresários. (Redação dada pela Lei nº 10.838/ § 1º O requerimento indicará o nome e função dos dirigentes
2004). provisórios e o endereço da sede do partido na Capital Federal.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica § 2º Satisfeitas as exigências deste artigo, o Oficial do Registro
às organizações religiosas nem aos partidos polítcos. Civil efetua o registro no livro correspondente, expedindo certi-
(Incluído pela Lei nº 10.825/2003)”. dão de inteiro teor.
§ 3º Adquirida a personalidade jurídica na forma deste artigo, o
Art. 2º - É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partido promove a obtenção do apoiamento mínimo de eleitores
partidos políticos cujos programas respeitem a soberania naci- a que se refere o § 1º do art. 7º e realiza os atos necessários
onal, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fun- para a constituição definitiva de seus órgãos e designação dos
damentais da pessoa humana. dirigentes, na forma do seu estatuto.
Art. 9º - Feita a constituição e designação, referidas no § 3º do
V. CF/88, art. 17. artigo anterior, os dirigentes nacionais promoverão o registro do
estatuto do partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral, através
Art. 3º - É assegurada, ao partido político, autonomia para defi- de requerimento acompanhado de:
nir sua estrutura interna, organização e funcionamento. I - exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatu-
to partidários, inscritos no Registro Civil;
V. CF/88, art. 17, § 1º. II - certidão do registro civil da pessoa jurídica, a que se refere o
§ 2º do artigo anterior;
Art. 4º - Os filiados de um partido político têm iguais direitos e III - certidões dos cartórios eleitorais que comprovem ter o par-
deveres.
tido obtido o apoiamento mínimo de eleitores a que se refere o §
Art. 5º - A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de
1º do art. 7º.
acordo com seu estatuto e programa, sem subordinação a enti-
§ 1º A prova do apoiamento mínimo de eleitores é feita por meio
dades ou governos estrangeiros.
de suas assinaturas, com menção ao número do respectivo
Art. 6º - É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou
título eleitoral, em listas organizadas para cada Zona, sendo a
paramilitar, utilizar-se de organização da mesma natureza e adotar
veracidade das respectivas assinaturas e o número dos títulos
uniforme para seus membros.
atestados pelo Escrivão Eleitoral.
V. CF/88, art. 17, § 4º. § 2º O Escrivão Eleitoral dá imediato recibo de cada lista que lhe
for apresentada e, no prazo de quinze dias, lavra o seu atesta-
Art. 7º - O partido político, após adquirir personalidade jurídica do, devolvendo-a ao interessado.
na forma da lei civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior § 3º Protocolado o pedido de registro no Tribunal Superior Elei-
Eleitoral. toral, o processo respectivo, no prazo de quarenta e oito horas,
é distribuído a um Relator, que, ouvida a Procuradoria-Geral, em
V. CF/88, art. 17, § 2º. dez dias, determina, em igual prazo, diligências para sanar even-
tuais falhas do processo.
§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que § 4º Se não houver diligências a determinar, ou após o seu
tenha caráter nacional, considerando-se como tal aquele que atendimento, o Tribunal Superior Eleitoral registra o estatuto do
comprove o apoiamento de eleitores correspondente a, pelo partido, no prazo de trinta dias.
menos, meio por cento dos votos dados na última eleição geral Art. 10 - As alterações programáticas ou estatutárias, após
para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em registradas no Ofício Civil competente, devem ser encaminha-
branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Esta- das, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral.
dos, com um mínimo de um décimo por cento do eleitorado que Parágrafo único. O partido comunica à Justiça Eleitoral a cons-
haja votado em cada um deles. tituição de seus órgãos de direção e os nomes dos respectivos
§ 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal integrantes, bem como as alterações que forem promovidas,
Superior Eleitoral pode participar do processo eleitoral, receber para anotação.

253
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural

Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.259, de 29/01/96, que Lei nº 6.996, art. 7º, § 2º: fornecimento de relações de
dispõe, ainda, em seu art. 3º, que este parágrafo apli- eleitores aos partidos políticos nos dias 1º e 15 de
ca-se a todas as alterações efetivadas a qualquer tem- cada mês, pelos Cartórios Eleitorais.
po, ainda que submetidas à Justiça Eleitoral, na vigên- Vedações de atividade político-partidária: CF, arts. 142, §
cia da Lei nº 5.682, de 21/07/71. 3º, V (militares); CF, art. 128, § 5º, II, e, LC nº 75/93, art.
237, V, e Lei nº 8.625/93, art. 44, V (membros do Ministé-
I - no Tribunal Superior Eleitoral, dos integrantes dos órgãos de rio Público); CF, art. 95, p. único, II (magistrados); CF, art.
âmbito nacional; 73, §§ 3º e 4º (membros do TCU); LC nº 80/94, arts. 46, V,
II - nos Tribunais Regionais Eleitorais, dos integrantes dos ór- 91, V e 130, V (membros da Defensoria Pública); CE, art.
gãos de âmbito estadual, municipal ou zonal. 336 (servidor da Justiça Eleitoral).
Art. 11 - O partido com registro no Tribunal Superior Eleitoral
pode credenciar, respectivamente: Art. 17 - Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação
I - delegados perante o Juiz Eleitoral; partidária, com o atendimento das regras estatutárias do partido.
II - delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral; Parágrafo único. Deferida a filiação do eleitor, será entregue
III - delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral. comprovante ao interessado, no modelo adotado pelo partido.
Parágrafo único. Os delegados credenciados pelo órgão de di- Art. 18 - Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar
reção nacional representam o partido perante quaisquer Tribu- filiado ao respectivo partido pelo menos um ano antes da data
nais ou Juízes Eleitorais; os credenciados pelos órgãos estadu- fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais.
ais, somente perante o Tribunal Regional Eleitoral e os Juízes Art. 19 - Na segunda semana dos meses de abril e outubro de
Eleitorais do respectivo Estado, do Distrito Federal ou Território cada ano, o partido, por seus órgãos de direção municipais,
Federal; e os credenciados pelo órgão municipal, perante o Juiz regionais ou nacional, deverá remeter, aos Juízes Eleitorais,
Eleitoral da respectiva jurisdição. para arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de
filiação partidária para efeito de candidatura a cargos eletivos, a
CAPÍTULO II relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará
Do Funcionamento Parlamentar a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das Seções
Art. 12 - O partido político funciona, nas Casas Legislativas, por em que estão inscritos. (Caput com a redação dada pelo art. 103
intermédio de uma bancada, que deve constituir suas lideran- da Lei nº 9.504, de 30.09.97.)
ças de acordo com o estatuto do partido, as disposições regi-
mentais das respectivas Casas e as normas desta Lei. Resolução-TSE nº 21.061/2002: “Entrega de relação
Art. 13 - Tem direito a funcionamento parlamentar, em todas as de filiados, consoante previsão do art. 19 da Lei nº
Casas Legislativas para as quais tenha elegido representante, 9.096/95. Termo final do prazo que recairá em dia não
o partido que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados útil. Prazo prorrogado.”
obtenha o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos votos apura- Resolução-TSE nº 19.989, de 7.10.97: “A relação de
dos, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, filiados aos partidos políticos, para efeito de registro
pelo menos, um terço dos Estados, com um mínimo de dois por de candidatura, deverá ser encaminhada à Justiça Elei-
cento do total de cada um deles. toral nos dias 8 a 14 dos meses de abril e outubro,
durante expediente normal dos cartórios.”
CAPÍTULO III V., também, Resoluções-TSE nºs 21.061, de 4.4.2002,
Do Programa e do Estatuto 20.793, de 5.4.2001, e 20.874, de 25.9.2001: prorroga-
Art. 14 - Observadas as disposições constitucionais e as desta ção do prazo quando o termo final recair em dia não
Lei, o partido é livre para fixar, em seu programa, seus objetivos útil.
políticos e para estabelecer, em seu estatuto, a sua estrutura
interna, organização e funcionamento. § 1º Se a relação não é remetida nos prazos mencionados
Art. 15 - O Estatuto do partido deve conter, entre outras, nor- neste artigo, permanece inalterada a filiação de todos os eleito-
mas sobre: res, constante da relação remetida anteriormente.
I - nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede § 2º Os prejudicados por desídia ou má-fé poderão requerer,
na Capital Federal; diretamente à Justiça Eleitoral, a observância do que prescreve
II - filiação e desligamento de seus membros; o caput deste artigo.
III - direitos e deveres dos filiados; Art. 20 - É facultado ao partido político estabelecer, em seu
IV - modo como se organiza e administra, com a definição de estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos previstos
sua estrutura geral e identificação, composição e competências nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
dos órgãos partidários nos níveis municipal, estadual e nacio- Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no
nal, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus estatuto do partido, com vistas a candidatura a cargos eletivos,
membros; não podem ser alterados no ano da eleição.
V - fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração Art. 21 - Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação
das infrações e aplicação das penalidades, assegurado amplo escrita ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona
direito de defesa; em que for inscrito.
VI - condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da entrega da
e funções eletivas; comunicação, o vínculo torna-se extinto, para todos os efeitos.
VII - finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, nor- Art. 22 - O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-
mas que os habilitem a apurar as quantias que os seus candi- se nos casos de:
datos possam despender com a própria eleição, que fixem os I - morte;
limites das contribuições dos filiados e definam as diversas II - perda dos direitos políticos;
fontes de receita do partido, além daquelas previstas nesta III - expulsão;
Lei; IV - outras formas previstas no estatuto, com comunicação obriga-
VIII - critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário tória ao atingido no prazo de quarenta e oito horas da decisão.
entre os órgãos de nível municipal, estadual e nacional que com- Parágrafo único. Quem se filia a outro partido deve fazer comu-
põem o partido; nicação ao partido e ao juiz de sua respectiva Zona Eleitoral,
IX - procedimento de reforma do programa e do estatuto. para cancelar sua filiação; se não o fizer no dia imediato ao da
nova filiação, fica configurada dupla filiação, sendo ambas con-
CAPÍTULO IV sideradas nulas para todos os efeitos.
Da Filiação Partidária
Art. 16 - Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno V. art. 320 do Código Eleitoral.
gozo de seus direitos políticos.

254
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
CAPÍTULO V devem ser somados para efeito do funcionamento parlamentar,
Da Fidelidade e da Disciplina Partidárias nos termos do art. 13, da distribuição dos recursos do Fundo
Art. 23 - A responsabilidade por violação dos deveres partidá- Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão.
rios deve ser apurada e punida pelo competente órgão, na con- § 7º O novo estatuto ou instrumento de incorporação deve ser
formidade do que disponha o estatuto de cada partido. levado a registro e averbado, respectivamente, no Ofício Civil e
§ 1º Filiado algum pode sofrer medida disciplinar ou punição por no Tribunal Superior Eleitoral.
conduta que não esteja tipificada no estatuto do partido político.
§ 2º Ao acusado é assegurado amplo direito de defesa. TÍTULO III
Art. 24 - Na Casa Legislativa, o integrante da bancada de parti- Das Finanças e Contabilidade dos Partidos
do deve subordinar sua ação parlamentar aos princípios doutri- CAPÍTULO I
nários e programáticos e às diretrizes estabelecidas pelos ór- Da Prestação de Contas
gãos de direção partidários, na forma do estatuto.
Art. 25 - O estatuto do partido poderá estabelecer, além das Resolução-TSE nº 19.768/96, complementada pela Re-
medidas disciplinares básicas de caráter partidário, normas solução-TSE nº 20.023, de 20.11.97, e alterada pela
sobre penalidades, inclusive com desligamento temporário da Resolução-TSE nº 20.405, de 1º.12.98: disciplina a pres-
bancada, suspensão do direito de voto nas reuniões internas tação de contas dos partidos políticos e o Fundo Espe-
ou perda de todas as prerrogativas, cargos e funções que exerça cial de Assistência Financeira aos mesmos.
em decorrência da representação e da proporção partidária, na
respectiva Casa Legislativa, ao parlamentar que se opuser, pela Art. 30 - O partido político, através de seus órgãos nacionais,
atitude ou pelo voto, às diretrizes legitimamente estabelecidas regionais e municipais, deve manter escrituração contábil, de
pelos órgãos partidários. forma a permitir o conhecimento da origem de suas receitas e a
Art. 26 - Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, destinação de suas despesas.
na respectiva Casa Legislativa, em virtude da proporção parti- Art. 31 - É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente,
dária, o parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuni-
sido eleito. ário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade
de qualquer espécie, procedente de:
CAPÍTULO VI
Da Fusão, Incorporação e Extinção dos Partidos Políticos Lei nº 9.504/97, art. 24: doações vedadas a partido e
Art. 27 - Fica cancelado, junto ao Ofício Civil e ao Tribunal Superior candidato para campanhas eleitorais.
Eleitoral, o registro do partido que, na forma de seu estatuto, se
I - entidade ou governo estrangeiros;
dissolva, se incorpore ou venha a se fundir a outro.
Art. 28 - O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado
V. CF/88, art. 17, II.
de decisão, determina o cancelamento do registro civil e do
estatuto do partido contra o qual fique provado: II - autoridade ou órgãos públicos, ressalvadas as dotações
I - ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de referidas no art. 38;
procedência estrangeira; III - autarquias, empresas públicas ou concessionárias de servi-
II - estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros; ços públicos, sociedades de economia mista e fundações insti-
III - não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à tuídas em virtude de lei e para cujos recursos concorram ór-
Justiça Eleitoral; gãos ou entidades governamentais;
IV - que mantém organização paramilitar. IV - entidade de classe ou sindical.
§ 1º A decisão judicial a que se refere este artigo deve ser Art. 32 - O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça
precedida de processo regular, que assegure ampla defesa. Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de
§ 2º O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista abril do ano seguinte.
de denúncia de qualquer eleitor, de representante de partido, ou § 1º O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal
de representação do Procurador-Geral Eleitoral. Superior Eleitoral, o dos órgãos estaduais aos Tribunais Regionais
§ 3º O partido político, em nível nacional, não sofrerá a suspensão Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes Eleitorais.
das cotas do Fundo Partidário, nem qualquer outra punição como § 2º A Justiça Eleitoral determina, imediatamente, a publicação
conseqüência de atos praticados por órgãos regionais ou dos balanços na imprensa oficial, e, onde ela não exista, proce-
municipais. de à afixação dos mesmos no Cartório Eleitoral.
Art. 29 - Por decisão de seus órgãos nacionais de deliberação, § 3º No ano em que ocorrem eleições, o partido deve enviar
dois ou mais partidos poderão fundir-se num só ou incorporar- balancetes mensais à Justiça Eleitoral, durante os quatro meses
se um ao outro. anteriores e os dois meses posteriores ao pleito.
§ 1º No primeiro caso, observar-se-ão as seguintes normas: Art. 33 - Os balanços devem conter, entre outros, os seguintes
I - os órgãos de direção dos partidos elaborarão projetos co- itens:
muns de estatuto e programa; I - discriminação dos valores e destinação dos recursos oriun-
II - os órgãos nacionais de deliberação dos partidos em proces- dos do fundo partidário;
so de fusão votarão em reunião conjunta, por maioria absoluta, II - origem e valor das contribuições e doações;
os projetos, e elegerão o órgão de direção nacional que promo- III - despesas de caráter eleitoral, com a especificação e com-
verá o registro do novo partido. provação dos gastos com programas no rádio e televisão, comi-
§ 2º No caso de incorporação, observada a lei civil, caberá ao tês, propaganda, publicações, comícios, e demais atividades de
partido incorporando deliberar por maioria absoluta de votos, campanha;
em seu órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do esta- IV - discriminação detalhada das receitas e despesas.
tuto e do programa de outra agremiação. Art. 34 - A Justiça Eleitoral exerce a fiscalização sobre a escri-
§ 3º Adotados o estatuto e o programa do partido incorporador, turação contábil e a prestação de contas do partido e das des-
realizar-se-á, em reunião conjunta dos órgãos nacionais de pesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem
deliberação, a eleição do novo órgão de direção nacional. adequadamente a real movimentação financeira, os dispêndios
§ 4º Na hipótese de fusão, a existência legal do novo partido tem e recursos aplicados nas campanhas eleitorais, exigindo a ob-
início com o registro, no Ofício Civil competente da Capital Federal, servação das seguintes normas:
do estatuto e do programa, cujo requerimento deve ser acompa- I - obrigatoriedade de constituição de comitês e designação de
nhado das atas das decisões dos órgãos competentes. dirigentes partidários específicos, para movimentar recursos
§ 5º No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve financeiros nas campanhas eleitorais;
ser levado ao Ofício Civil competente, que deve, então, cancelar
o registro do partido incorporado a outro. Lei nº 9.504/97, art. 19: prazo para a constituição de
§ 6º Havendo fusão ou incorporação de partidos, os votos obtidos comitês; art. 20: administração financeira da campa-
por eles, na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, nha eleitoral feita pelo próprio candidato.

255
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
II - caracterização da responsabilidade dos dirigentes do partido CAPÍTULO II
e comitês, inclusive do tesoureiro, que responderão, civil e cri- Do Fundo Partidário
minalmente, por quaisquer irregularidades;
III - escrituração contábil, com documentação que comprove a Resolução-TSE nº 20.405, de 1º.12.98, arts. 1º, 4º,
entrada e saída de dinheiro ou de bens recebidos e aplicados; § 4º, 6º, § 1º; e Resolução-TSE nº 19.768, de 17.11.96,
IV - obrigatoriedade de ser conservada pelo partido a documen- arts. 1º, V, e 15 a 21.
tação comprobatória de suas prestações de contas, por prazo
não inferior a cinco anos; Art. 38 - O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Parti-
V - obrigatoriedade de prestação de contas, pelo partido políti- dos Políticos (Fundo Partidário) é constituído por:
co, seus comitês e candidatos, no encerramento da campanha I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do
eleitoral, com o recolhimento imediato à tesouraria do partido Código Eleitoral e leis conexas;
dos saldos financeiros eventualmente apurados. II - recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em
caráter permanente ou eventual;
Lei nº 9.504/97, art. 31: sobras de recursos financeiros III - doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermé-
de campanha. dio de depósitos bancários diretamente na conta do Fundo Par-
tidário;
Parágrafo único. Para efetuar os exames necessários ao aten- IV - dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior,
dimento do disposto no caput, a Justiça Eleitoral pode requisitar cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do
técnicos do Tribunal de Contas da União ou dos Estados, pelo ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por trinta
tempo que for necessário. e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.
Art. 35 - O Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais § 1º (VETADO)
Eleitorais, à vista de denúncia fundamentada de filiado ou dele- § 2º (VETADO)
gado de partido, de representação do Procurador-Geral ou Re- Art. 39 - Ressalvado o disposto no art. 31, o partido político
gional ou de iniciativa do Corregedor, determinarão o exame da pode receber doações de pessoas físicas e jurídicas para cons-
escrituração do partido e a apuração de qualquer ato que viole tituição de seus fundos.
as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria finan- § 1º As doações de que trata este artigo podem ser feitas direta-
ceira, aquele ou seus filiados estejam sujeitos, podendo, inclusi- mente aos órgãos de direção nacional, estadual e municipal, que
ve, determinar a quebra de sigilo bancário das contas dos par- remeterão, à Justiça Eleitoral e aos órgãos hierarquicamente supe-
tidos para o esclarecimento ou apuração de fatos vinculados à riores do partido, o demonstrativo de seu recebimento e respectiva
denúncia. destinação, juntamente com o balanço contábil.
Parágrafo único. O partido pode examinar, na Justiça Eleitoral, § 2º Outras doações, quaisquer que sejam, devem ser lançadas
as prestações de contas mensais ou anuais dos demais parti- na contabilidade do partido, definidos seus valores em moeda
dos, quinze dias após a publicação dos balanços financeiros, corrente.
aberto o prazo de cinco dias para impugná-las, podendo, ainda, § 3º As doações em recursos financeiros devem ser, obrigato-
relatar fatos, indicar provas e pedir abertura de investigação riamente, efetuadas por cheque cruzado em nome do partido
para apurar qualquer ato que viole as prescrições legais ou político ou por depósito bancário diretamente na conta do parti-
estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus do político.
filiados estejam sujeitos. § 4º (Revogado pelo art. 107 da Lei nº 9.504, de 30.9.97)
Art. 36 - Constatada a violação de normas legais ou estatutári- Art. 40 - A previsão orçamentária de recursos para o Fundo
as, ficará o partido sujeito às seguintes sanções: Partidário deve ser consignada, no Anexo do Poder Judiciário,
I - no caso de recursos de origem não mencionada ou esclareci- ao Tribunal Superior Eleitoral.
da, fica suspenso o recebimento das quotas do fundo partidário § 1º O Tesouro Nacional depositará, mensalmente, os duodéci-
até que o esclarecimento seja aceito pela Justiça Eleitoral; mos no Banco do Brasil, em conta especial à disposição do
II - no caso de recebimento de recursos mencionados no art. 31, Tribunal Superior Eleitoral.
fica suspensa a participação no fundo partidário por um ano; § 2º Na mesma conta especial serão depositadas as quantias
III - no caso de recebimento de doações cujo valor ultrapasse os arrecadadas pela aplicação de multas e outras penalidades pe-
limites previstos no art. 39, § 4º, fica suspensa por dois anos a cuniárias, previstas na Legislação Eleitoral.
participação no fundo partidário e será aplicada ao partido multa Art. 41 - O Tribunal Superior Eleitoral, dentro de cinco dias, a
correspondente ao valor que exceder aos limites fixados. contar da data do depósito a que se refere o § 1º do artigo
anterior, fará a respectiva distribuição aos órgãos nacionais
O § 4º mencionado foi revogado pela Lei nº 9.504/97. dos partidos, obedecendo aos seguintes critérios:
I - um por cento do total do Fundo Partidário será destacado para
Art. 37 - A falta de prestação de contas ou sua desaprovação entrega, em partes iguais, a todos os partidos que tenham seus
total ou parcial, implica a suspensão de novas quotas do fundo estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral;
partidário e sujeita os responsáveis às penas da lei II - noventa e nove por cento do total do Fundo Partidário serão
distribuídos aos partidos que tenham preenchido as condições
Caput com a redação dada pelo art. 3º da Lei nº 9.693, do art. 13, na proporção dos votos obtidos na última eleição
de 27.7.98. geral para a Câmara dos Deputados.
Art. 42 - Em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de
Parágrafo único. A Justiça Eleitoral pode determinar diligências direção nacional do partido, reverterá ao Fundo Partidário a quota
necessárias à complementação de informações ou ao sanea- que a este caberia.
mento de irregularidades encontradas nas contas dos órgãos Art. 43 - Os depósitos e movimentações dos recursos oriundos
de direção partidária ou de candidatos. do Fundo Partidário serão feitos em estabelecimentos bancári-
§ 1º A Justiça Eleitoral pode determinar diligências necessárias os controlados pelo Poder Público Federal, pelo Poder Público
à complementação de informações ou ao saneamento de irregu- Estadual ou, inexistindo estes, no banco escolhido pelo órgão
laridades encontradas nas contas dos órgãos de direção parti- diretivo do partido.
dária ou de candidatos. (Primitivo parágrafo único renumerado Art. 44 - Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão apli-
como § 1º pelo art. 3º da Lei nº 9.693, de 27.7.98).
cados:
§ 2º A sanção a que se refere o caput será aplicada exclusiva-
I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o
mente à esfera partidária responsável pela irregularidade. (Pa-
rágrafo acrescido pelo art. 3º da Lei nº 9.693, de 27.7.98, com pagamento de pessoal, a qualquer título, este último até o limite
a renumeração do parágrafo único como § 1º). máximo de vinte por cento do total recebido;

256
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
II - na propaganda doutrinária e política; fixação do referido prazo, em face da competência do
III - no alistamento e campanhas eleitorais; TSE para regular a fiel execução da lei, não importan-
IV - na criação e manutenção de instituto ou fundação de pes- do em restrição de direitos.
quisa e de doutrinação e educação política, sendo esta aplica-
ção de, no mínimo, vinte por cento do total recebido. § 3º No requerimento a que se refere o parágrafo anterior, o
§ 1º Na prestação de contas dos órgãos de direção partidária órgão partidário solicitará conjuntamente a fixação das datas de
de qualquer nível devem ser discriminadas as despesas reali- formação das cadeias, nacional e estaduais.
zadas com recursos do Fundo Partidário, de modo a permitir o § 4º O Tribunal Superior Eleitoral, independentemente do âmbi-
controle da Justiça Eleitoral sobre o cumprimento do disposto to nacional ou estadual da transmissão, havendo coincidência
nos incisos I e IV deste artigo. de data, dará prioridade ao partido que apresentou o requeri-
§ 2º A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar sobre mento em primeiro lugar.
a aplicação de recursos oriundos do Fundo Partidário. § 5º As fitas magnéticas com as gravações dos programas em
§ 3º Os recursos de que trata este artigo não estão sujeitos ao bloco ou em inserções serão entregues às emissoras com a
regime da Lei nº 8.666, de 21/06/93. (Parágrafo acrescido pelo antecedência mínima de doze horas da transmissão.
art. 104 da Lei nº 9.504/97).
V. Resolução-TSE nº 20.034, art. 7º: entrega das fitas
TÍTULO IV magnéticas com antecedência de 24 horas.
Do Acesso Gratuito ao Rádio e à Televisão Na revogada Res.-TSE nº 19.586/97, o prazo de 12
horas fora repetido, prevendo-se, no entanto, no art. 6º,
Resolução-TSE nº 20.034/95, alterada pelas Resolu- a obrigatoriedade de o partido indicar o tempo que se-
ções nºs 20.086/97, 20.400/98 e 20.479/99, 20.822/2001 ria utilizado para permitir reorganização da grade da
e 20.849/2001: instruções para o acesso gratuito ao emissora na hipótese da não-utilização integral do tem-
rádio e à televisão pelos partidos políticos. po reservado.

Art. 45 - A propaganda partidária gratuita, gravada ou ao vivo, § 6º As inserções a serem feitas na programação das emisso-
efetuada mediante transmissão por rádio e televisão será reali- ras serão determinadas:
zada entre as dezenove horas e trinta minutos e as vinte e duas I - pelo Tribunal Superior Eleitoral, quando solicitadas por órgão
horas para, com exclusividade: de direção nacional de partido;
II - pelo Tribunal Regional Eleitoral, quando solicitadas por órgão
Lei nº 9.504/97, art. 36, § 2º: vedação de veiculação de de direção estadual de partido.
propaganda partidária gratuita no segundo semestre § 7º Em cada rede somente serão autorizadas até dez inser-
do ano da eleição. ções de trinta segundos ou cinco de um minuto por dia.
Art. 47 - Para agilizar os procedimentos, condições especiais
I - difundir os programas partidários; podem ser pactuadas diretamente entre as emissoras de rádio
II - transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do pro- e de televisão e os órgãos de direção do partido, obedecidos os
grama partidário, dos eventos com este relacionados e das ati- limites estabelecidos nesta Lei, dando-se conhecimento ao Tri-
vidades congressuais do partido; bunal Eleitoral da respectiva jurisdição.
III - divulgar a posição do partido em relação a temas político- Art. 48 - O partido registrado no Tribunal Superior Eleitoral que
comunitários. não atenda ao disposto no art. 13 tem assegurada a realização
§ 1º Fica vedada, nos programas de que trata este Título: de um programa em cadeia nacional, em cada semestre, com a
I - a participação de pessoa filiada a partido que não o respon- duração de dois minutos.
sável pelo programa; Art. 49 - O partido que atenda ao disposto no art. 13 tem asse-
II - a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos gurado:
e a defesa de interesses pessoais ou de outros partidos;
III - a utilização de imagens ou cenas incorretas ou incompletas, O disposto neste artigo tem eficácia imediata segundo
efeitos ou quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem o art. 4º da Lei nº 9.259/96.
os fatos ou a sua comunicação.
§ 2º O Tribunal Superior Eleitoral, julgando procedente repre- I - a realização de um programa, em cadeia nacional e de um
sentação de partido, cassará o direito de transmissão a que programa, em cadeia estadual em cada semestre, com a dura-
faria jus, no semestre seguinte, do partido que contrariar o dis- ção de vinte minutos cada;
posto neste artigo. II - a utilização do tempo total de quarenta minutos, por semestre,
§ 3º A propaganda partidária, no rádio e na televisão, fica restri- para inserções de trinta segundos ou um minuto, nas redes
ta aos horários gratuitos disciplinados nesta Lei, com proibição nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais.
de propaganda paga.
Art. 46 - As emissoras de rádio e de televisão ficam obrigadas a TÍTULO V
realizar, para os partidos políticos, na forma desta Lei, transmis- Disposições Gerais
sões gratuitas em âmbito nacional e estadual, por iniciativa e sob Art. 50 - (VETADO)
a responsabilidade dos respectivos órgãos de direção. Art. 51 - É assegurado ao partido político com estatuto registra-
§ 1º As transmissões serão em bloco, em cadeia nacional ou do no Tribunal Superior Eleitoral o direito à utilização gratuita de
estadual, e em inserções de trinta segundos e um minuto, no escolas públicas ou Casas Legislativas para a realização de
intervalo da programação normal das emissoras. suas reuniões ou convenções, responsabilizando-se pelos da-
§ 2º A formação das cadeias, tanto nacional quanto estaduais, nos porventura causados com a realização do evento.
será autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral, que fará a ne-
cessária requisição dos horários às emissoras de rádio e de Lei nº 9.504/97, art. 8º, § 2º: utilização gratuita de pré-
televisão, mediante requerimento dos órgãos nacionais dos par- dios públicos para realização de convenções de esco-
tidos, com antecedência mínima de quinze dias. lha de candidatos.

Resolução-TSE nº 20.034/97, art. 5º, com a redação Art. 52 - (VETADO)


dada pela Resolução nº 20.479/99: prazo até o dia 1º Parágrafo único. As emissoras de rádio e televisão terão direito
de dezembro do ano anterior à transmissão para os a compensação fiscal pela cedência do horário gratuito previsto
partidos requererem a formação das cadeias. nesta Lei. (Parágrafo regulamentado pelo Decreto nº 3.516, de
V. Acórdão-TSE nº 2.175, de 13.6.2000: legitimidade da 20.6.2000.)

257
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
Art. 53 - A fundação ou instituto de direito privado, criado por II - vinte e nove por cento do Fundo Partidário será destacado
partido político, destinado ao estudo e pesquisa, à doutrinação e para distribuição, aos Partidos que cumpram o disposto no art.
à educação política, rege-se pelas normas da lei civil e tem 13 ou no inciso anterior, na proporção dos votos obtidos na
autonomia para contratar com instituições públicas e privadas, última eleição geral para a Câmara dos Deputados;
prestar serviços e manter estabelecimentos de acordo com suas III - é assegurada, aos Partidos a que se refere o inciso I, obser-
finalidades, podendo, ainda, manter intercâmbio com instituições vadas, no que couber, as disposições do Título IV:
não nacionais. a) a realização de um programa, em cadeia nacional, com dura-
Art. 54 - Para fins de aplicação das normas estabelecidas nes- ção de dez minutos por semestre;
ta Lei, consideram-se como equivalentes a Estados e Municípi- b) a utilização do tempo total de vinte minutos por semestre em
os o Distrito Federal e os Territórios e respectivas divisões po- inserções de trinta segundos ou um minuto, nas redes nacio-
lítico-administrativas. nais e de igual tempo nas emissoras dos Estados onde hajam
atendido ao disposto no inciso I, b.
TÍTULO VI
Disposições Finais e Transitórias Resolução-TSE nº 20.991, de 21.2.2002: “A regra do
Art. 55 - O partido político que, nos termos da legislação anteri- art. 57, inciso III, aplica-se ao período entre o início da
or, tenha registro definitivo, fica dispensado da condição esta- Legislatura que se iniciou em 1998 (‘próxima legislatu-
belecida no § 1º do art. 7º, e deve providenciar a adaptação de ra’) até a proclamação dos resultados da eleição geral
seu estatuto às disposições desta Lei, no prazo de seis meses a realizar-se em 2006 (‘segunda eleição geral subse-
da data de sua publicação. qüente’)”.
§ 1º A alteração estatutária com a finalidade prevista neste artigo
pode ser realizada pelo partido político em reunião do órgão naci- Art. 58 - A requerimento de partido, o Juiz Eleitoral devolverá
onal máximo, especialmente convocado na forma dos estatutos, as fichas de filiação partidária existentes no cartório da res-
com antecedência mínima de trinta dias e ampla divulgação, entre pectiva Zona, devendo ser organizada a primeira relação de
seus órgãos e filiados, do projeto do estatuto. filiados, nos termos do art. 19, obedecidas as normas estatu-
§ 2º Aplicam-se as disposições deste artigo ao partido que, na tárias.
data da publicação desta Lei: Parágrafo único. Para efeito de candidatura a cargo eletivo será
I - tenha completado seu processo de organização nos termos considerada como primeira filiação a constante das listas de
da legislação anterior e requerido o registro definitivo; que trata este artigo.
II - tenha seu pedido de registro sub judice, desde que sobreve- Art. 59 - O art. 16 da Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916
nha decisão favorável do órgão judiciário competente; (Código Civil), passa a vigorar com a seguinte redação:
III - tenha requerido registro de seus estatutos junto ao Tribunal
Superior Eleitoral, após o devido registro como entidade civil. V. nota ao art. 1º desta Lei.
Art. 56 - No período entre a data da publicação desta Lei e o “Art.16 - (...)
início da próxima legislatura, será observado o seguinte: III - os partidos políticos.
I - fica assegurado o direito ao funcionamento parlamentar na Câ- (...)
mara dos Deputados ao partido que tenha elegido e mantenha § 3º Os partidos políticos reger-se-ão pelo disposto,
filiados, no mínimo, três representantes de diferentes Estados; no que lhes for aplicável, nos arts. 17 a 22 deste
II - a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados disporá sobre o Código e em lei específica.”
funcionamento da representação partidária conferida, nesse
período, ao partido que possua representação eleita ou filiada Art. 60 - Os artigos a seguir enumerados da Lei nº 6.015, de 31
em número inferior ao disposto no inciso anterior; de dezembro de 1973, passam a vigorar a seguinte redação:
III - ao partido que preencher as condições do inciso I é assegu- “Art. 114 - (...)
rada a realização anual de um programa, em cadeia nacional, III - os atos constitutivos e os estatutos dos partidos políticos.
com a duração de dez minutos; (...)
IV - ao partido com representante na Câmara dos Deputados Art. 120 - O registro das sociedades, fundações e partidos
desde o início da Sessão Legislativa de 1995, fica assegurada políticos consistirá na declaração, feita em livro, pelo oficial,
a realização de um programa em cadeia nacional em cada se- do número de ordem, da data da apresentação e da espécie do
mestre, com a duração de cinco minutos, não cumulativos com o ato constitutivo, com as seguintes indicações:
tempo previsto no inciso III; (...)
V - vinte e nove por cento do Fundo Partidário será destacado Parágrafo único. Para o registro dos partidos políticos, serão
para distribuição a todos os partidos com estatutos registrados obedecidos, além dos requisitos deste artigo, os estabeleci-
no Tribunal Superior Eleitoral, na proporção da representação dos em lei específica.”
parlamentar filiada no início da Sessão Legislativa de 1995. Art. 61 - O Tribunal Superior Eleitoral expedirá instruções para
a fiel execução desta Lei.
Art. 57 - No período entre o início da próxima Legislatura e a
proclamação dos resultados da segunda eleição geral subse-
Resoluções-TSE nºs 19.406/95, de 5.12.95, 19.768, de
qüente para a Câmara dos Deputados, será observado o se- 17.12.96, 20.023, de 27.11.97, 20.034, de 27.11.97, e
guinte: 21.574, de 27.11.2003.
I - direito a funcionamento parlamentar ao partido com registro
definitivo de seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral até a Art. 62 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
data da publicação desta Lei que, a partir de sua fundação Art. 63 - Ficam revogadas a Lei nº 5.682, de 21 de julho de
tenha concorrido ou venha a concorrer às eleições gerais para 1971, e respectivas alterações; a Lei nº 6.341, de 5 de julho de
a Câmara dos Deputados, elegendo representante em duas elei- 1976; a Lei nº 6.817, de 5 de setembro de 1980; a Lei nº 6.957,
ções consecutivas: de 23 de novembro de 1981; o art. 16 da Lei nº 6.996, de 7 de
a) na Câmara dos Deputados, toda vez que eleger representante junho de 1982; a Lei nº 7.307, de 9 de abril de 1985, e a Lei nº
em, no mínimo, cinco Estados e obtiver um por cento dos votos 7.514, de 9 de julho de 1986.
apurados no País, não computados os brancos e os nulos;
b) nas Assembléias Legislativas e nas Câmaras de Vereadores, Brasília, 19 de setembro de 1995; 174º da Independência e
toda vez que, atendida a exigência do inciso anterior, eleger 107º da República.
representante para a respectiva Casa e obtiver um total de um
por cento dos votos apurados na Circunscrição, não computa- MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA MACIEL
dos os brancos e os nulos; Nelson A. Jobim

258
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL

REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO DE JANEIRO


RESOLUÇÃO Nº 561, de 28 de abril de 2003 cância do cargo por motivo diverso, o Presidente do Tribunal
oficiará aos Presidentes do Tribunal Justiça ou do Tribunal Regi-
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, no exercício onal Federal para a escolha do novo membro.
das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 96, I, a, da Art. 8º - Até 90 (noventa) dias antes do término do biênio de mem-
Constituição da República de 1988 e do art. 30, I, do Código bro da classe dos advogados, ou imediatamente depois da vacân-
Eleitoral (Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965), cia do cargo por motivo diverso, o Presidente do Tribunal oficiará
ao Presidente do Tribunal de Justiça para a indicação da lista trípli-
RESOLVE ce que será encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 9º - Os membros efetivos tomarão posse perante o Tribunal
Aprovar o seguinte Regimento Interno: e os substitutos perante o Presidente, obrigando-se uns e ou-
tros por compromisso formal.
TÍTULO I § 1º Em ambos os casos, o prazo para a posse é de até 30
DO TRIBUNAL (trinta) dias a partir da vacância do cargo.
CAPÍTULO I § 2º Quando a recondução operar-se antes do término do biênio,
DA ORGANIZAÇÃO DO TRIBUNAL não haverá necessidade de nova posse, que será exigida, ape-
Art. 1º - O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, sediado nas, se houver interrupção do exercício. Naquela hipótese, será
na capital do Estado e com jurisdição em todo o Estado, é com- suficiente a anotação no termo da investidura inicial.
posto de sete juízes efetivos e de juízes substitutos em igual Art. 10 - Os membros afastados por motivo de licença, férias
número, nomeados de acordo com o disposto na Constituição da ou licença especial de suas funções na Justiça Comum ou no
República. Tribunal Regional Federal ficarão, automaticamente, afastados
Parágrafo único. O advogado nomeado juiz substituto na Justi- da Justiça Eleitoral pelo tempo correspondente, exceto quando
ça Eleitoral fica impedido para o exercício profissional no âmbito o período de férias coletivas coincidir com a realização de
dessa Justiça. eleição, totalização da votação ou encerramento de alistamen-
Art. 2º - Não podem fazer parte do Tribunal pessoas que tenham to.
entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o 4º grau, seja o Parágrafo único. O membro afastado pelos motivos constantes
vínculo decorrente do casamento ou não, excluindo-se, se ocorrer deste artigo comunicará ao Presidente do Tribunal Eleitoral o
a hipótese, a que tiver sido nomeada por último. seu afastamento da Justiça Comum ou do Tribunal Regional Fe-
Art. 3º - O Tribunal elegerá, em votação secreta, para a sua deral a fim de que o Presidente convoque o substituto para
Presidência um dos dois desembargadores, para o mandato de integrar o Tribunal.
2 (dois) anos ou até o término do biênio, proibida a reeleição. Art. 11 - Nos casos de vacância do cargo e em todos os casos
Caberá ao outro a Vice-Presidência. Por igual processo, dentre de afastamento de membro efetivo, o Presidente convocará obri-
os outros membros do Tribunal, um será eleito para as funções gatoriamente o substituto da mesma classe.
de Corregedor. Parágrafo único. Se o membro substituto convocado precisar
§ 1º É obrigatória a aceitação do cargo, salvo recusa manifes- se afastar, o Presidente convocará o outro substituto da mesma
tada e aceita antes da eleição. classe para compor o Tribunal.
§ 2º Vagando, no curso do mandato, o cargo de Presidente, Art. 12 - O Tribunal delibera por maioria de votos, em sessão
proceder-se-á à eleição para a vaga ocorrida. pública, com a presença mínima de quatro dos seus membros,
Art. 4º - Os membros do Tribunal e seus substitutos, salvo por além do Presidente.
justa causa, exercerão os mandatos obrigatoriamente por 2 (dois) Parágrafo único. Nas ausências ou impedimentos eventuais de
anos, a contar da data da posse, e, facultativamente, por mais membro efetivo e não havendo quorum, será convocado o res-
um biênio, desde que reconduzidos pelo mesmo processo da pectivo substituto.
investidura inicial. Art. 13 - Os juízes do Tribunal serão licenciados pela seguinte
§ 1º Compete ao Tribunal a apreciação da justa causa para dispensa forma:
da função eleitoral antes do transcurso do primeiro biênio. I – os magistrados, automaticamente, pelo prazo da licença ob-
§ 2º O biênio será contado ininterruptamente, sem o desconto tida na Justiça Comum ou no Tribunal Regional Federal;
de afastamento decorrente de férias, licença especial ou licen- II – pelo próprio Tribunal, os da classe de advogado e os magis-
ça, ressalvada a hipótese de afastamento prevista no § 3º des- trados afastados da Justiça Comum para servir exclusivamente
te artigo, que acarretará a prorrogação do exercício pelo tempo à Justiça Eleitoral.
que tiver durado o afastamento. Art. 14 - Perderá automaticamente a jurisdição eleitoral o magis-
§ 3º Não poderá servir como juiz no Tribunal, devendo dele se trado que se aposentar ou terminar o biênio.
afastar, o cônjuge, o convivente, o parente consangüíneo ou Art. 15 - Funcionará, junto ao Tribunal, um Procurador Regional
afim, até o 2º grau, de candidato a cargo eletivo registrado no Eleitoral, com as atribuições definidas em lei e neste Regimento.
Estado, no período compreendido entre a homologação da res- O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substitu-
pectiva convenção partidária e a apuração final da eleição. to, será designado pelo Procurador-Geral Eleitoral, dentre os
§ 4º Se o membro do Tribunal afastado em decorrência da hipó- Procuradores Regionais da República no Estado, para o manda-
tese prevista no § 3º deste artigo ocupar a Presidência, a Vice- to de 2 (dois) anos.
Presidência do Tribunal ou a Corregedoria, o mandato será pror- § 1º Nas faltas ou impedimentos do Procurador Regional, funci-
rogado pelo tempo que durar o afastamento. onará o seu substituto.
Art. 5º - Nenhum membro efetivo poderá voltar a integrar o § 2º Mediante prévia autorização do Procurador-Geral Eleitoral,
Tribunal, na mesma classe ou em classe diversa, após servir poderá o Procurador Regional requisitar, para auxiliá-lo nas suas
por 2 (dois) biênios consecutivos, salvo se transcorridos 2 (dois) funções, membros do Ministério Público local, não tendo estes,
anos do término do segundo biênio. porém, assento nas sessões do Tribunal.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, consideram-se tam- Art. 16 - O Tribunal terá o tratamento de “egrégio” e os seus
bém consecutivos 2 (dois) biênios quando entre eles houver in- membros e o Procurador Regional o de “excelência”.
terrupção inferior a 2 (dois) anos. Art. 17 - Os membros do Tribunal, os das juntas eleitorais e os
Art. 6º - As regras do artigo 5º aplicam-se ao membro substituto juízes eleitorais, no exercício de suas funções, gozarão de ple-
enquanto nessa categoria, podendo vir ele, contudo, a integrar nas garantias e serão inamovíveis.
o Tribunal como efetivo, sem limitar-se essa investidura pela Art. 18 - O juiz de direito, membro do Tribunal, que for convoca-
condição anterior de juiz substituto. do para exercer a função de substituto de desembargador no
Art. 7º - Até 20 (vinte) dias antes do término do biênio de mem- Tribunal de Justiça, fica impedido de exercer a função na Justi-
bro da classe de magistrado, ou imediatamente depois da va- ça Eleitoral, devendo pedir licença.

269

259
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
Art. 19 - Não podem participar do Tribunal os Presidentes e os XV - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que forem
Vice-Presidentes de Tribunais, assim como os Corregedores. feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político;
XVI - constituir as comissões organizadoras de concursos
Capítulo II para provimento de cargos e baixar as respectivas instru-
DAS ATRIBUIÇÕES DO TRIBUNAL ções;
Art. 20 - Compete ao Tribunal: XVII - homologar os resultados dos concursos e decidir sobre
I - processar e julgar originariamente: os prazos de validade;
a) o registro de candidatos a Governador, Vice-Governador e XVIII - aplicar as penas disciplinares de advertência e de sus-
membros do Congresso Nacional e da Assembléia Legislativa, pensão aos juízes eleitorais.
conhecendo e decidindo das argüições de inelegibilidade para Art. 21 - Os membros do Tribunal e o Procurador Regional goza-
esses cargos; rão férias coletivas nos meses de janeiro e julho.
b) os conflitos de competência entre juízes eleitorais do Estado; Art. 22 - O Presidente deverá permanecer em exercício durante
c) a suspeição ou o impedimento dos seus membros, do Procu- o período de férias coletivas e convocará os membros do Tribu-
rador Regional e dos servidores da sua secretaria, assim como nal para o julgamento de matérias urgentes em sessões extra-
dos juízes e escrivães eleitorais; ordinárias.
d) os crimes eleitorais cometidos pelos juízes eleitorais; Art. 23 - O Presidente gozará férias fora do período de férias
e) os habeas corpus ou mandados de segurança em matéria coletivas, parceladamente ou não.
eleitoral contra ato de autoridades que respondam perante o Art. 24 - O Corregedor, caso o serviço eleitoral necessite, per-
Tribunal de Justiça por crime de responsabilidade, ou, ainda, o manecerá em exercício no período de férias coletivas e gozará
habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a violên- férias na forma indicada no art. 23.
cia antes que o juiz competente possa prover sobre a impetra-
ção; CAPÍTULO III
f) as denúncias, reclamações e representações relativas a obri- DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE
gações impostas, por lei ou estatuto, aos partidos políticos, quanto Art. 25 - Compete ao Presidente do Tribunal:
a sua contabilidade e apuração da origem dos seus recursos; I - representar o Tribunal nas solenidades e atos oficiais;
g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos II - delegar a representação do Tribunal ao Vice-Presidente ou a
juízes eleitorais em 30 (trinta) dias da sua conclusão para julga- qualquer de seus membros;
mento, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou III - presidir as sessões, dirigir os trabalhos e proclamar os
parte legitimamente interessada, sem prejuízo das sanções de- resultados dos julgamentos;
correntes de excesso de prazo; IV - convocar sessões extraordinárias;
h) os mandados de segurança contra ato ou omissão do Presi- V - organizar o plantão dos membros do Tribunal para deliberar
dente do Tribunal; sobre matérias urgentes durante o recesso forense e durante
i) os processos que importem em perda de diplomas e de man- os fins de semana no período eleitoral;
datos eletivos, qualquer que seja a sua natureza, respeitada a VI - tomar parte na discussão e votar nas argüições de inconsti-
competência prevista na lei; tucionalidade (§ 2o do art. 78) e nas questões interna corporis
j) os processos que importem em declaração de inelegibilidade. levadas a julgamento pelo plenário, inclusive nas resoluções, e
II - julgar os recursos interpostos: proferir voto de desempate nas demais questões;
a) dos atos e das decisões proferidas pelos juízes e juntas VII - assinar, com o relator, os acórdãos do Tribunal;
eleitorais; VIII - expedir e assinar as resoluções e demais atos normativos,
b) das decisões dos juízes eleitorais que concederem ou dene- após aprovação pelo plenário do Tribunal, mencionando, em
garem habeas corpus ou mandado de segurança; seu texto, a data da sessão e determinando, de imediato, a
c) dos atos e despachos do Presidente ou do juiz relator; publicação na imprensa oficial;
d) das decisões dos juízes eleitorais proferidas em processos IX - expedir portarias e atos de nomeação, promoção, exonera-
judiciais referentes à cobrança de multa administrativa eleitoral. ção, demissão e aposentadoria dos servidores da secretaria do
III - elaborar e alterar o seu Regimento Interno; Tribunal, ouvidos o Vice-Presidente e o Corregedor Regional
IV - organizar a sua secretaria e a da Corregedoria Regional, Eleitoral quanto às indicações para a ocupação dos cargos e
provendo-lhes os cargos na forma da lei, e propor ao Congres- funções comissionadas que integram a estrutura do gabinete
so Nacional, por intermédio do Tribunal Superior Eleitoral, a cria- da Vice-Presidência e da Corregedoria Regional;
ção ou supressão de cargos e a fixação dos respectivos ven- X - empossar os servidores nomeados para o exercício de car-
cimentos; go comissionado;
V - conceder aos seus membros efetivos e substitutos e aos XI - cumprir e fazer cumprir as decisões do plenário do Tribunal,
juízes eleitorais licença e férias, assim como afastamento das além de poder delegar, através de ato executivo, atribuições ao
funções que exercem na Justiça Comum e na Justiça Federal, Vice-Presidente, com a concordância deste.
durante o período eleitoral, submetendo, quanto àqueles, a deci- XII - delegar atribuições administrativas ao diretor-geral;
são à aprovação do Tribunal Superior Eleitoral; XIII - dar posse aos membros substitutos do Tribunal;
VI - fixar a data das eleições do Governador, Vice-Governador, XIV - convocar juiz substituto nas hipóteses do parágrafo único
deputados estaduais, prefeitos, Vice-prefeitos e vereadores, do art. 10, do art. 11, caput e seu parágrafo único, e do parágra-
quando não determinada por disposição constitucional ou legal; fo único do art. 12;
VII - constituir as juntas eleitorais e designar as respectivas XV - encaminhar ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo
sedes e jurisdições; Tribunal Federal, depois de admitidos, os recursos interpostos
das decisões do Tribunal;
VIII - dar posse aos seus membros efetivos;
XVI - marcar a data das eleições suplementares;
IX - eleger o seu Presidente; XVII - dirigir os trabalhos das eleições;
X - dividir a circunscrição em zonas eleitorais, submetendo esta XVIII - nomear os membros das juntas eleitorais, depois de apro-
divisão, assim como a criação de novas zonas, à aprovação do vação do Tribunal, designando-lhes a sede;
Tribunal Superior Eleitoral; XIX - mandar publicar, no prazo legal, os nomes dos candidatos
XI - constituir a comissão apuradora das eleições; a cargos eletivos registrados pelo Tribunal;
XII - proceder à apuração final das eleições, na forma em que a lei XX - assinar os diplomas dos candidatos eleitos para os cargos
dispuser, e expedir os respectivos diplomas, remetendo cópia de deputados federais, senadores, deputados estaduais e seus
das atas dos seus trabalhos ao Tribunal Superior Eleitoral. suplentes, Governador e Vice-Governador;
XIII - cumprir e fazer cumprir as decisões, mandados, instru- XXI - comunicar ao Tribunal de Justiça e ao Tribunal Regional
ções, resoluções e outros atos emanados do Tribunal Superior Federal, conforme o caso, o afastamento que o Tribunal conce-
Eleitoral; der aos seus membros na forma do inc. V do art. 20;
XIV - requisitar força policial e solicitar ao Tribunal Superior XXII - superintender os serviços da secretaria e os serviços
Eleitoral a requisição de força federal para garantir a normalida- administrativos das zonas eleitorais do Estado, ministrando aos
de do pleito eleitoral; juízes e aos servidores as devidas instruções;

270

260
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
XXIII - determinar a instauração de sindicância e de processo CAPÍTULO V
administrativo disciplinar e, dentro de sua competência, aplicar DAS ATRIBUIÇÕES DO CORREGEDOR
as penalidades, na forma do art. 141 da Lei n. 8.112/90; Art. 29. Ao Corregedor, que exerce as suas funções cumulati-
XXIV - nomear e empossar o diretor-geral; vamente com as de membro do Tribunal, com jurisdição em todo
XXV - nomear, para a investidura do biênio, com a aprovação do o Estado, compete:
Tribunal, os juízes eleitorais; designar os eventuais substitutos I - inspeção e a correição dos serviços eleitorais do Estado;
dos juízes eleitorais; nomear ou designar, de acordo com a ne- II - reprimir os crimes eleitorais;
cessidade do serviço, os chefes de cartório, os escrivães elei- III - conhecer das reclamações contra juízes eleitorais, encami-
torais, e os seus eventuais substitutos; nhando-as, com o resultado das sindicâncias, ao Tribunal, que
XXVI – remover e transferir os servidores do Tribunal, movi- decidirá sobre a aplicação da pena;
mentando-os de acordo com a necessidade e conveniência do IV - cumprir e fazer cumprir as determinações do Tribunal;
serviço; V - orientar os juízes eleitorais no interesse dos serviços dos
XXVII - requisitar servidores públicos por necessidade de serviço; respectivos juízos e cartórios;
XXVIII - conceder, aos servidores do Tribunal, gratificações e VI - convocar à sua presença o juiz da zona eleitoral que deva,
adicionais previstos em lei; pessoalmente, prestar informações de interesse da Justiça Eleitoral;
XXIX - decidir as argüições de suspeição e impedimento dos VII - determinar e fiscalizar os serviços a serem executados
servidores da secretaria do Tribunal; pelos servidores do gabinete, podendo incumbi-los de quais-
XXX - fixar o horário do expediente da secretaria e das zonas quer verificações nos cartórios das zonas eleitorais, respeita-
eleitorais; da a competência dos respectivos juízes;
XXXI - autorizar serviços extraordinários e o pagamento das VIII - fiscalizar o cruzamento entre dados do cadastro eleitoral e
horas-extras trabalhadas; registros de óbitos fornecidos pelo Instituto Nacional de Seguri-
XXXII - conceder licenças e outros afastamentos previstos em dade Social – INSS;
lei aos servidores da secretaria e dos cartórios eleitorais; IX - levar ao conhecimento do Tribunal ou do Presidente os assuntos
XXXIII - conceder auxílios, ajudas de custo, diárias e demais eleitorais pertinentes a fatos ou providências que escapem à sua
benefícios previstos em lei; competência, bem como a ocorrência de falta grave ou procedimen-
XXXIV - aprovar e encaminhar ao Tribunal Superior Eleitoral a to que não lhe couber corrigir dentro das suas atribuições;
proposta orçamentária e plurianual; X - processar e proferir decisão nas reclamações contra servi-
XXXV - solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral a abertura de dores dos cartórios eleitorais.
créditos adicionais, oferecendo, quando possível, a compensa- Art. 30 - Nos inquéritos contra juízes eleitorais, será obrigatório o
ção necessária; acompanhamento do Procurador Regional ou do seu substituto,
XXXVI - aprovar o registro cadastral de habilitação de socieda- observando-se o que dispõe a Resolução TSE nº 7.651/65.
des e cooperativas, aplicando aos fornecedores ou executores Parágrafo único. Os inquéritos referidos neste artigo serão pro-
de obras e serviços, quando inadimplentes, as penalidades pre- cessados na sede do Tribunal e, no interesse da instrução,
vistas em lei; poderão correr em segredo de justiça.
XXXVII - autorizar a realização de licitações para compras, obras Art. 31 - No inquérito administrativo, para apuração de falta
e serviços, aprová-las ou anulá-las, podendo, ainda, dispensá- grave de servidores dos cartórios eleitorais, serão observados
las nos casos previstos em lei e preferir a modalidade mais os dispositivos da Lei n. 8.112/90 e em resolução a ser baixada
conveniente quando a lei expressamente o permitir; por este Tribunal.
XXXVIII - autorizar o empenho de despesas e ordenar pagamentos; Parágrafo único. O Corregedor Regional se concluir, em inquéri-
XXXIX - conceder suprimentos; to administrativo, pela aplicação da pena de suspensão superi-
XL - abrir, rubricar e encerrar os livros de atas de escolha dos or a 30 (trinta) dias, destituição de cargo ou afastamento do
candidatos pelos partidos e a deliberação sobre as coligações; serviço eleitoral, remeterá ao Presidente o respectivo proces-
XLI - designar, onde houver mais de uma zona eleitoral, o juiz so, acompanhado de relatório.
distribuidor das execuções fiscais fundadas em multas admi- Art. 32 - Na correição a que proceder, promoverá o Corregedor,
nistrativas eleitorais; além de outras providências que julgar necessárias, a verifica-
XLII - expedir normas regulamentares relativas ao procedimento ção da correta aplicação das multas aos eleitores faltosos e aos
da dívida ativa da União e pertinentes às multas administrativas que não se alistaram nos prazos determinados por lei.
eleitorais; Art. 33 - No desempenho de suas atribuições, o Corregedor
XLIII - deferir, de acordo com o seu juízo de conveniência e comparecerá às zonas eleitorais nos seguintes casos:
observando as cautelas da resolução do Tribunal Superior Elei- I - por determinação do Tribunal Superior Eleitoral ou do Tribunal
toral, o empréstimo de urnas eletrônicas para uso em eleições Regional;
estranhas à Justiça Eleitoral, ad referendum do Tribunal, na pri- II - a pedido dos juízes eleitorais;
meira sessão a que se seguir o deferimento; III - a requerimento de partido, deferido pelo Tribunal;
XLIV – determinar à secretaria que proceda à anotação dos IV - sempre que entender necessário.
órgãos de direção partidária; Art. 34 - Nas diligências que realizar, o Corregedor poderá so-
XLV – designar, dentre os servidores do quadro do Tribunal, licitar a presença do Procurador Regional.
assessor para os 4 (quatro) membros efetivos que não possu- Art. 35 - Os provimentos da Corregedoria obrigam os juízes e
em gabinete com estrutura administrativa. os servidores das zonas eleitorais.
Art. 36 - No mês de fevereiro de cada ano, o Corregedor apre-
CAPÍTULO IV sentará ao Tribunal relatório de suas atividades durante o ano
DAS ATRIBUIÇÕES DO VICE-PRESIDENTE anterior, acompanhado de elementos elucidativos e sugestões
Art. 26 - Compete ao Vice-Presidente do Tribunal: no interesse da Justiça Eleitoral.
I - substituir o Presidente nas suas faltas e impedimentos;
II - distribuir os processos entre os membros do Tribunal, em CAPÍTULO VI
sessão pública e pelo sistema informatizado implantado pelo DO PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL
Tribunal Superior Eleitoral; Art. 37 - Compete ao Procurador Regional Eleitoral:
III - praticar os atos que lhe forem delegados pelo Presidente do I - participar das sessões do Tribunal, tomando ciência das re-
Tribunal. soluções e acórdãos, dos quais poderá recorrer nos casos
Art. 27 - O Vice-Presidente, quando no exercício da Presidên- previstos em lei;
cia, não será substituído nos feitos em que for relator e, quando II - exercer a ação pública e promovê-la, até final, em todos os
presidir ao julgamento dos de outro relator, terá apenas o voto feitos da competência originária do Tribunal;
de desempate; III - oficiar em todos os recursos e conflitos de jurisdição enca-
Art. 28 - O Vice-Presidente será substituído nas suas férias, minhados ao Tribunal, bem como nos processos de registro de
licenças, faltas ou impedimentos ocasionais pelo membro mais candidaturas a cargos eletivos e de diretórios de partidos po-
antigo do Tribunal. líticos;

271

261
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
IV - manifestar-se, por escrito ou oralmente, após as partes, Classe 18 – Recurso em Apuração de Eleição
quando intervier como fiscal da lei, dispondo das mesmas facul- Classe 19 – Agravo de Instrumento
dades das partes, quando em tal situação processual estiver Classe 20 – Inquérito
agindo; Classe 21 – Ação Penal Originária
V - defender a jurisdição do Tribunal; Classe 22 – Processo Administrativo
VI - representar ao Tribunal no interesse da fiel observância Classe 23 – Notícia-Crime
das leis eleitorais; Classe 24 – Recurso Criminal
VII - requisitar diligências, certidões e esclarecimentos neces- Classe 25 – Registro de Candidato
sários ao desempenho de suas atribuições; Classe 26 – Recurso em Prestação de Contas
VIII - designar os promotores que devam oficiar junto aos juízes Classe 27 – Consulta
e juntas eleitorais, mediante relação encaminhada pelo Procura- Classe 28 – Reclamação
dor-Geral da Justiça do Estado, bem como expedir instruções Classe 29 – Representação
ao fiel cumprimento de suas atribuições; Classe 30 – Representação do art. 22 da Lei Complementar n.º
IX - acompanhar, obrigatoriamente, por si ou por seu substituto, 64/90
os inquéritos contra juízes eleitorais e, quando solicitado, as Classe 31 – Recurso em Representação do art. 22 da Lei Com-
diligências realizadas pelo Corregedor; plementar n.º 64/90
X - representar ao Tribunal para o exame da escrituração dos Classe 32 – Requerimento
partidos e a apuração de qualquer ato que viole as prescrições Classe 33 – Prestação de Contas
legais ou escriturárias a que, em matéria financeira, estejam Classe 34 – Peças de Informação
sujeitos eles e seus filiados; Classe 35 – Recurso em Processo Administrativo
XI - funcionar junto à Comissão Apuradora do Tribunal; Classe 36 – Revisão de Eleitorado
XII - exercer outras funções e atribuições que lhe forem confe- § 1º - O Vice-Presidente resolverá sobre as dúvidas que se
ridas por lei. suscitarem na classificação dos feitos.
§ 2º - Na classe Apuração de Eleição serão incluídas as impug-
CAPÍTULO VII nações ou anulações de urnas.
DO DEFENSOR PÚBLICO § 3º - O andamento dos processos referidos neste artigo será
Art. 38 - Compete ao defensor público, com atuação junto ao informatizada.
Tribunal: Art. 41 - A distribuição por prevenção, vigorante para as eleições
I - exercer a defesa dos interesses dos juridicamente necessi- municipais, reger-se-á pelo artigo 260 do Código Eleitoral.
tados, em todos os feitos da competência do Tribunal; Art. 42 - Distribuir-se-ão por dependência as causas de qual-
II - manifestar-se, por escrito ou oralmente, em qualquer feito em quer natureza:
que funcionar, sendo-lhe assegurada a intervenção no feito, I - quando se relacionam, por conexão ou continência, com outra
após manifestação do Ministério Público, quando este atuar na já ajuizada;
qualidade de parte; II - quando, tendo havido desistência, o pedido for reiterado,
III - requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessá- mesmo que em litisconsórcio com outros autores.
rios ao desempenho de suas atribuições; § 1º A distribuição de habeas corpus, mandado de segurança,
IV - exercer outras funções e atribuições que lhe forem confe- habeas data, agravo e medida cautelar torna preventa a compe-
ridas por lei. tência do relator para todos os recursos posteriores, referen-
tes ao mesmo processo.
TÍTULO II § 2º A distribuição do inquérito policial torna preventa a da ação
DA ORDEM DO SERVIÇO NO TRIBUNAL penal respectiva.
CAPÍTULO I Art. 43 - A distribuição de ordem será realizada pelo Vice-Presi-
DA DISTRIBUIÇÃO dente, por meio de despacho fundamentado.
Art. 39 - Os processos serão distribuídos pelo Vice-Presidente, Parágrafo único. O membro que formular proposta de resolução
por classes, cada qual com numeração distinta, mediante sor- será designado relator do feito.
teio, pelo sistema informatizado que assegura o caráter aleató- Art. 44 - A distribuição aos juízes auxiliares realizar-se-á duran-
rio e a equivalência na divisão de trabalho entre os membros do te o período eleitoral, de acordo com as instruções em vigor à
Tribunal. época.
Parágrafo único. Na eventualidade de falha no funcionamento Parágrafo único. Cessada a atribuição dos juízes auxiliares, os
do sistema eletrônico, os feitos serão distribuídos manualmente, autos serão redistribuídos entre os membros efetivos
através de sorteio, obedecido ao disposto no caput deste arti- Art. 45 - Haverá compensação quando o processo for distribu-
go. ído por dependência, ou for redistribuído por impedimento ou
Redação dada pelo art. 1º da Resolução 602/04-TRE/RJ, de suspeição do relator.
5.2.2004. Art. 46 - O Presidente ficará excluído da distribuição, com exceção
Art. 40 - Os processos obedecerão à seguinte classificação, dos pedidos de empréstimos de urnas eletrônicas, nos quais será
sendo numerados em ordem contínua: sempre o relator, e dos processos administrativos (classe 22).
Classe 1 – Habeas Corpus Art. 47 - Não haverá distribuição de feitos a membro do Tribu-
Classe 2 – Recurso em Habeas Corpus nal, que não for reconduzido, nos 30 (trinta) dias que antecede-
Classe 3 – Mandado de Segurança rem ao término do biênio.
Classe 4 – Recurso em Mandado de Segurança Art. 48 - Nas ausências ou impedimentos eventuais do membro
Classe 5 – Habeas Data efetivo, que demandem convocação de substituto, a estes de-
Classe 6 – Recurso em Habeas Data vem ser distribuídos os feitos, retornando os mesmos ao juiz
Classe 7 – Medida Cautelar efetivo assim que cessar o motivo, salvo quanto aos processos
Classe 8 – Conflito de Competência em que o juiz substituto houver lançado o seu visto.
Classe 9 – Exceção Art. 49 - Haverá redistribuição:
Classe 10 – Ação de Impugnação de Mandato Eletivo I - no caso de impedimento ou suspeição declarados pelo juiz;
Classe 11 – Recurso em Ação de Impugnação de Mandato Eleti- II - ao término do biênio do membro efetivo.
vo § 1º Os autos serão redistribuídos ao substituto quando o su-
Classe 12 – Recurso contra Expedição de Diploma cessor ainda não tiver sido empossado no Tribunal.
Classe 13 – Recurso Eleitoral § 2º Na vacância do cargo de membro substituto serão os autos
Classe 14 – Representação do art. 41-A da Lei n.º 9.504/97 redistribuídos aos demais juízes do Tribunal, mediante oportuna
Classe 15 – Recurso em Representação do art. 41-A da Lei n.º compensação.
9.504/97 Art. 50 - O Corregedor Regional Eleitoral relatará:
Classe 16 – Recurso em Sentido Estrito I - as investigações judiciais previstas na Lei Complementar nº
Classe 17 – Apuração de Eleição 64, de 16.05.1990;

272

262
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
II - os pedidos de revisão de eleitorado e incidentes; o) apuração de eleição;
III - os pedidos de cassação de veiculação da propaganda par- p) prestações de contas;
tidária, na hipótese de inserções estaduais, prevista na Lei nº q) restaurações de autos perdidos;
9.096, de 19-09-1995, e as reclamações e representações re- r) representações, reclamações, requerimentos, instruções e
lativas a este direito. consultas;
Art. 51 - A secretaria judiciária deverá juntar aos autos, antes s) matéria administrativa.
da distribuição, informação sobre a existência de causas cone- Art. 60 - Os membros do Tribunal e o Procurador Regional po-
xas para exame da competência do relator. dem submeter à apreciação do plenário qualquer matéria de
Art. 52 - Da distribuição informatizada dos feitos dar-se-á publi- interesse geral, ainda que não conste da pauta.
cidade mediante ata, contendo o número do processo, sua clas- Art. 61 - O Presidente poderá propor ao Tribunal a modificação
se, o nome do relator e das partes, a ser publicada no Diário da ordem da pauta, por conveniência do serviço.
Oficial – Estado do Rio de Janeiro – Seção II. Art. 62 - Será lavrada ata circunstanciada de cada sessão
Art. 53 - A restauração dos autos perdidos terá a numeração ordinária e de cada sessão administrativa, assinada pelo Presi-
destes e será redistribuída ao mesmo relator ou ao seu sucessor. dente e pelo secretário judiciário, que resumirá com clareza
tudo o que houver ocorrido e fará referência à presença dos
CAPÍTULO II membros e do Procurador Regional.
DAS SESSÕES Art. 63 - A ata da sessão ordinária será submetida à aprovação
Art. 54 - As sessões do Tribunal são ordinárias e administrati- na sessão ordinária seguinte e a ata da sessão administrativa
vas. será submetida à aprovação na sessão administrativa seguinte.
Art. 55 - O Tribunal reunir-se-á 2 (duas) vezes por semana, em
dias que serão fixados na última sessão de cada ano, e, extra- CAPÍTULO III
ordinariamente, tantas vezes quantas necessárias, mediante DO PROCESSO E JULGAMENTO DOS FEITOS
convocação do Presidente ou da maioria dos seus membros. Art. 64 - Os julgamentos serão realizados de acordo com o
§ 1º As sessões serão públicas, exceto se, por motivo relevan- edital-pauta que será publicado no órgão oficial com a antece-
te, o Tribunal decidir funcionar secretamente. Poderá, também, dência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.
qualquer dos seus membros solicitar que, reservadamente, se- § 1º Independem de inclusão em pauta para serem julgados:
jam prestados esclarecimentos pertinentes à matéria em julga- a) habeas corpus;
mento. b) embargos de declaração;
§ 2º A pauta da 1ª sessão após o recesso do Tribunal será c) agravos regimentais;
publicada na última semana de funcionamento do Tribunal até 24 d) exceções de suspeição;
(vinte e quatro) horas antes do início do recesso. e) conflitos de competência e respectivos recursos;
§ 3º Durante o recesso forense, o Tribunal reunir-se-á, extraor- f) matérias referentes ao registro de candidaturas;
dinariamente, quando convocado pelo Presidente. g) processos administrativos sem advogado constituído.
Art. 56 - Durante as sessões, ocupará o Presidente o centro da § 2º Serão distribuídas cópias da pauta aos membros do Tribu-
mesa, sentando-se a sua direita o Procurador Regional e a sua nal e ao Procurador Regional, afixando-se uma cópia na entrada
esquerda o secretário judiciário. Seguir-se-ão, do lado direito, o da sala de sessões, em lugar visível.
mais antigo no Tribunal, sentando-se os demais membros, por Art. 65 - Incumbe ao relator:
ordem decrescente de antigüidade, à esquerda e à direita do I - dirigir o processo até o julgamento;
Presidente. II - determinar aos juízes eleitorais, quando for o caso, as dili-
§ 1º O Vice-Presidente terá assento na ordem de sua antigüida- gências indispensáveis à instrução;
de neste Tribunal. III - presidir às audiências de instrução;
§ 2º O substituto convocado ocupará o lugar do mais novo na IV - nomear defensor ao réu, quando necessário;
antigüidade e será o último a votar. V - expedir ordens de prisão e soltura;
Art. 57 - No caso de julgamento de agravo regimental por juiz VI - decidir sobre as questões de sua exclusiva competência.
auxiliar, sendo ele desembargador, deverá este tomar assento Art. 66 - Haverá revisor nos seguintes processos:
no lugar destinado ao Vice-Presidente. I - recursos criminais relativos a infrações apenadas com reclu-
Art. 58 - Observar-se-á, nas sessões, a seguinte ordem de são;
trabalhos: II - que importem em perda de diploma e de mandato eletivo,
a) verificação do quorum; qualquer que seja a sua natureza;
b) leitura, retificação ou aprovação da ata da sessão anterior; III - que importem em declaração de inelegibilidade, salvo nos
c) comunicação aos membros do Tribunal de fatos de interesse relativos a registro de candidatura;
da Justiça Eleitoral; IV - ações penais originárias.
d) publicação de resoluções e acórdãos; Art. 67 - Salvo motivo justificado ou se outro prazo for previsto
e) discussão e votação dos feitos constantes da pauta e pro- em lei, o relator terá 8 (oito) dias para o estudo do feito e o
clamação dos resultados pelo Presidente. revisor igual prazo.
Art. 59 - No conhecimento e julgamento dos feitos, observar- Art. 68 - Depois do relatório, facultada às partes por 10 (dez)
se-á a seguinte ordem: minutos a sustentação oral e concedida a palavra pelo Presi-
a) habeas corpus e respectivos recursos; dente ao Procurador Regional, seguir-se-á a votação.
b) mandados de segurança e respectivos recursos; § 1º Os votos serão dados na ordem decrescente de antigüida-
c) pedidos de vista; de, a partir do relator.
d) agravos regimentais; § 2º No julgamento dos processos em que haja revisor, o Procu-
e) embargos de declaração; rador Regional e os representantes das partes poderão usar da
f) conflitos de competência e respectivos recursos; palavra até 20 (vinte) minutos cada um.
g) exceções de suspeição; § 3º Nos embargos de declaração não é permitida a sustenta-
h) processos que importem em perda de diplomas e de manda- ção oral.
tos eletivos, qualquer que seja a sua natureza e processos que Art. 69 - Se, durante o julgamento, for levantada uma questão
importem em declaração de inelegibilidade, salvo nos relativos a preliminar, o uso da palavra aos representantes das partes fica-
registro de candidatura; rá a critério do Presidente.
i) recursos eleitorais; Art. 70 - Poderá o advogado constituído no processo em julga-
j) processos criminais de competência originária do Tribunal; mento pedir a palavra, pela ordem, para esclarecer equívoco ou
k) recursos criminais; dúvida surgidos em relação a fatos, documentos ou afirmações
l) registros de coligações; que influam ou possam influir no julgamento, cabendo ao Presi-
m) registros de candidatos a cargos eletivos e argüições de dente decidir sobre o pedido.
inelegibilidade; Art. 71 - Se houver pedido de vista, o julgamento será suspen-
n) julgamentos de urnas impugnadas ou anuladas; so.

273

263
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
Art. 72 - Rejeitada a preliminar ou prejudicial, entrar-se-á na a suspeição dos membros do Tribunal, do Procurador Regional,
discussão e no julgamento da questão principal, devendo se dos funcionários da secretaria, bem como dos juízes e escri-
pronunciar sobre ela os julgadores vencidos na preliminar. vães eleitorais, nos casos previstos na lei processual civil e por
Parágrafo único. Divergindo os julgadores no tocante às razões de motivo de parcialidade partidária. Será ilegítima a suspeição quan-
decidir, sem que ocorra qualquer das hipóteses previstas no ca- do o excipiente a provocar ou depois de manifestada a sua
put, mas convergindo na conclusão, os votos serão computados causa, praticar qualquer ato que importe na aceitação do recu-
conjuntamente, assegurado aos diversos votantes o direito de sado.
declarar em separado as razões do seu voto. Art. 80 - O membro que se considerar impedido ou suspeito
Art. 73 - O acórdão conterá uma síntese das questões suscita- deverá declará-lo por despacho nos autos, ou oralmente, na
das, discutidas e decididas, os motivos e as conclusões do sessão, remetendo o respectivo processo imediatamente ao
julgamento e terá uma ementa. Vice-Presidente para nova distribuição, se for relator, ou ao
§ 1º Vencido o relator, outro será designado para redigir o acór-
membro que lhe seguir em antigüidade, se for revisor.
dão, de acordo com as notas taquigráficas.
§ 2º Os acórdãos serão assinados pelo Presidente e pelo rela- Art. 81 - A exceção deverá ser oposta dentro de 48 (quarenta e
tor, cientificado o Procurador Regional. oito) horas após a distribuição quanto aos membros do Tribunal
Art. 74 - São admissíveis embargos de declaração: que, em conseqüência, tiverem de intervir necessariamente na
I - quando houver no acórdão obscuridade ou contradição; causa. Quando o impedido ou suspeito for chamado como subs-
II - quando for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o tituto, contar-se-á o prazo do momento da intervenção.
Tribunal. Parágrafo único. Invocando o motivo superveniente, o interes-
§ 1º Os embargos serão opostos no prazo de 3 (três) dias, em sado poderá opor a exceção depois dos prazos fixados neste
petição dirigida ao redator do acórdão, com indicação do ponto artigo.
obscuro, contraditório ou omisso. Art. 82 - A exceção deverá ser deduzida em petição fundamen-
§ 2º O redator apresentará os embargos em mesa para julga- tada, dirigida ao Presidente, contendo os fatos que a motivaram
mento na primeira sessão subsequente, proferindo o voto. e acompanhada de documentos e rol de testemunhas.
§ 3º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a Art. 83 - O Presidente determinará a autuação e a conclusão da
interposição de outros recursos, por qualquer das partes, salvo petição ao relator do processo, salvo se este for o recusado,
se manifestamente protelatórios e assim declarado na decisão caso em que será sorteado um relator para o incidente.
que os rejeitar. Art. 84 - Logo que receber os autos da suspeição, o relator do
Art. 75 - O acórdão assinado, com a ciência do Procurador incidente determinará que, em três dias, se pronuncie o exceto.
Regional, será publicado, intimando-se as partes com a inser- Art. 85 - Reconhecendo o exceto na resposta a sua suspeição,
ção da sua conclusão no órgão oficial, ou por qualquer outro o relator determinará que os autos sejam conclusos ao Vice-
meio (cf. art. 222 do C.P.C). Presidente.
§ 1º Se o órgão oficial não publicar o acórdão no prazo de 30 § 1º Se o exceto for o relator do feito, o Vice-Presidente o
(trinta) dias, as partes serão intimadas pessoalmente e, se não redistribuirá mediante compensação e, no caso de ter sido outro
forem encontradas, far-se-á a intimação por edital afixado no juiz o recusado, convocará o substituto respectivo, em se tra-
Tribunal, no local de costume. tando de processo para cujo julgamento deva o Tribunal delibe-
§ 2º Quando a conclusão do julgamento for publicada em ses- rar com a presença de todos os seus membros.
são, considerar-se-ão intimadas as partes, começando a con- § 2º Se o recusado tiver sido o Procurador Regional, atuará no
tar o prazo para recurso nesse momento e começando a correr feito o respectivo substituto legal.
no primeiro dia útil após a intimação. Art. 86 - Deixando o exceto de responder ou respondendo sem
reconhecer o seu impedimento ou suspeição, o relator ordenará
CAPÍTULO IV o processo, inquirindo as testemunhas arroladas, e mandará os
DAS AUDIÊNCIAS autos à mesa, para julgamento na 1ª sessão, nele não tomando
Art. 76 - O relator realizará as audiências necessárias à instru- parte o juiz recusado.
ção do feito presidindo-as em dia e hora designados. Art. 87 - Se o exceto for o Presidente, a petição de exceção
§ 1º Servirá como escrivão o servidor designado pelo relator. será dirigida ao Vice-Presidente, o qual procederá na conformi-
§ 2º A ata da audiência resumirá o que nela tiver ocorrido, de- dade do que ficou disposto, em relação ao Presidente.
vendo ser juntada aos autos. Art. 88. A argüição de impedimento ou suspeição de juiz ou
Art. 77 - As audiências serão públicas, salvo quando a lei ou o escrivão eleitoral será formulada em petição endereçada ao
relator determinar que sua tramitação seja em segredo de justiça. próprio juiz, que mandará autuar em separado e fará subir ao
Tribunal, com os documentos que a instruírem e a resposta do
TÍTULO III argüido, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
DO PROCESSO NO TRIBUNAL Art. 89 - Salvo quando o argüido for funcionário da secretaria,
CAPÍTULO I o julgamento do feito ficará sobrestado até a decisão da exce-
DA DECLARAÇÃO DE ção.
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI OU
DE ATO NORMATIVO DO PODER PÚBLICO CAPÍTULO III
Art. 78 - Se, por ocasião do julgamento de qualquer feito no DO HABEAS CORPUS
plenário, for argüida a inconstitucionalidade de lei ou ato norma- Art. 90 - Dar-se-á habeas corpus sempre que, por ilegalidade
tivo do poder público, concernentes à matéria eleitoral, suspen- ou abuso de poder, alguém sofrer ou se achar ameaçado de
der-se-á o julgamento, a fim de que o Ministério Público Eleitoral sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, de
emita o parecer, no prazo de 15 (quinze) dias. que dependa o exercício de direitos ou deveres eleitorais.
§ 1º Devolvidos os autos, o relator, lançando o relatório nos Art. 91 - O relator requisitará informações do apontado coator
mesmos, os encaminhará ao Presidente do Tribunal, para desig- no prazo que fixar, podendo, ainda:
nar a sessão de julgamento. A secretaria expedirá cópias do I - sendo relevante a matéria, nomear advogado para acompa-
relatório e as distribuirá entre os membros. nhar e defender oralmente o pedido, se o impetrante não for
§ 2º Efetuado o julgamento, com o quorum mínimo de dois terços bacharel em direito;
dos membros do Tribunal, incluído o Presidente, que participa da II - ordenar diligências necessárias à instrução do pedido;
votação, proclamar-se-á a inconstitucionalidade ou a constitu- III - se convier ouvir o paciente, determinar sua apresentação à
cionalidade do preceito ou ato impugnado, se num ou noutro sessão de julgamento;
sentido se tiver manifestado a maioria absoluta dos membros do IV - no habeas corpus preventivo, expedir salvo-conduto em
Tribunal. favor do paciente, até decisão do feito, se houver grave risco
de consumar-se a violência.
CAPÍTULO II Art. 92 - Instruído o processo e ouvido, em 2 (dois) dias, o
DAS EXCEÇÕES DE IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO Ministério Público Eleitoral, o relator apresentará o feito em mesa
Art. 79 - Qualquer interessado poderá argüir o impedimento ou para julgamento na primeira sessão.

274

264
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
Art. 93 - No processo e julgamento, quer nos pedidos de com- do Tribunal, serão observadas as disposições do artigo 1º ao
petência originária do Tribunal, bem como nos recursos das artigo 12 da Lei n.º 8.038/90, na forma do disposto pela Lei
decisões dos juízes eleitorais, observar-se-á, no que lhe for 8.658, de 26.05.1993.
aplicável, o disposto no Código de Processo Penal, admitida a
sustentação oral pelos impetrantes. CAPÍTULO VIII
DA AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DO MANDATO ELETIVO
CAPÍTULO IV Art. 105 - A ação de impugnação de mandato eletivo, prevista
DO MANDADO DE SEGURANÇA na Constituição da República, terá seu trâmite realizado em se-
Art. 94 - Nos mandados de segurança de competência originá- gredo de justiça, mas seu julgamento será público.
ria do Tribunal, o processo será o previsto na legislação perti-
nente, competindo ao relator todas as providências e decisões CAPÍTULO IX
até o julgamento. DAS REPRESENTAÇÕES, DAS INSTRUÇÕES, DAS
Parágrafo único. Após o julgamento incumbirá ao Presidente CONSULTAS E DOS REQUERIMENTOS
tomar as providências subseqüentes, bem como resolver os Art. 106 - As consultas, representações, assim como outros
incidentes processuais surgidos. expedientes sobre os quais, a juízo de qualquer dos membros,
Art. 95 - No processo e julgamento do mandado de segurança, deva pronunciar-se o Tribunal, serão distribuídos a um relator.
quer nos pedidos de competência originária do Tribunal, quer nos Art. 107 - O Tribunal somente conhecerá de consultas feitas em
recursos das decisões dos juízos eleitorais, observar-se-ão as tese, sobre matéria de sua competência, por autoridade pública
disposições da Lei n.º 1.533, de 31 de dezembro de 1951. ou diretório regional de partido político, quando protocolada an-
tes de iniciado o processo eleitoral.
CAPÍTULO V Art. 108 - Tratando-se de instruções a expedir, a secretaria
DOS CONFLITOS DE ATRIBUIÇÃO, DE providenciará, antes da discussão do assunto e deliberação do
JURISDIÇÃO E DE COMPETÊNCIA Tribunal, sobre a entrega de uma cópia das mesmas a cada um
Art. 96 - Nos conflitos de atribuições entre autoridade judiciária dos membros.
e autoridade administrativa, o relator, determinando ou não a Art. 109 - Os requerimentos que não mereçam, por sua forma e
suspensão do ato da autoridade judiciária: natureza, serem levados à apreciação do plenário, serão deci-
I - ouvirá, no prazo de 5 (cinco) dias as autoridades em conflito; didos pelo Presidente, independentemente de distribuição.
II - prestadas as informações, ou esgotado o prazo abrirá vista
dos autos à Procuradoria regional eleitoral para se pronunciar
CAPÍTULO X
no prazo de 5 (cinco) dias;
III - apresentará o feito em mesa, para julgamento, na primeira DA REPRESENTAÇÃO POR EXCESSO
sessão subseqüente. DE PRAZO E DA RECLAMAÇÃO CONTRA
§ 1º Aplica-se o procedimento previsto neste artigo aos confli- MEMBRO DO TRIBUNAL
tos de atribuição, de jurisdição e de competência. Art. 110 - A representação por excesso injustificado de prazo
§ 2º A decisão será imediatamente comunicada às autoridades legal ou regimental contra membro do Tribunal poderá ser for-
em conflito, às quais se enviará cópia do acórdão. mulada por qualquer das partes, pelo Ministério Público ou pelo
Art. 97 - Os conflitos de jurisdição e de competência serão Presidente do Tribunal, nos termos dos artigos 198 e 199 do
processados e julgados de acordo com o disposto nas leis pro- Código de Processo Civil.
cessuais.
Art. 98 - Os conflitos de competência entre juízos eleitorais CAPÍTULO XI
serão suscitados ao Presidente do Tribunal, por qualquer inte- DO AGRAVO REGIMENTAL
ressado, pelo órgão do Ministério Público Eleitoral, mediante re- Art. 111. A parte que, em processo judicial ou administrativo, se
querimento, ou pelas próprias autoridades judiciárias em confli- considerar agravada, por decisão do Presidente, do Vice-Presi-
to, mediante ofício, especificando os fatos e fundamentos que dente ou do relator, de que não caiba outro recurso, poderá, no
deram lugar ao conflito. prazo de 5 (cinco) dias, contados de sua intimação por publica-
Parágrafo único. Poderá o relator negar seguimento ao conflito ção no órgão oficial, requerer a apresentação do feito em mesa,
suscitado por qualquer das partes quando manifestamente inad-
a fim de que o plenário conheça da decisão, confirmando-a ou
missível.
reformando-a.
Art. 99 - É irrecorrível a decisão que solucionar os conflitos.
Parágrafo único. Relatará o recurso regimental o prolator da deci-
CAPÍTULO VI são agravada, com voto, dispensada a lavratura de acórdão quan-
DOS RECURSOS ELEITORAIS do o órgão julgador não conhecer do recurso ou não lhe der provi-
Art. 100 - Dos atos, decisões, despachos e sentenças dos juí- mento, casos em que ficarão consignados na ata os motivos ou os
zos eleitorais caberá recurso para o Tribunal Regional Eleitoral, fundamentos básicos e se certificará nos autos o que foi decidido;
conforme disposto nos artigos 169 a 172, 257 a 264, 268 a 279 e provido o recurso, a redação do acórdão caberá ao membro que
362 a 364 do Código Eleitoral, em outras leis especiais e resolu- primeiro houver votado no sentido vencedor.
ções do Tribunal Superior Eleitoral que regem a matéria. Art. 112 - O agravo regimental será apresentado por petição
Parágrafo único. Dos atos e decisões das juntas eleitorais tam- fundamentada, ao prolator da decisão agravada que, no prazo
bém caberá recurso eleitoral. de 48 (quarenta e oito) horas, poderá reconsiderá-la ou subme-
Art. 101 - Nos casos do § 5º do art. 165 do Código Eleitoral, se tê-la à apreciação do plenário na primeira sessão seguinte à
o Tribunal decidir pela apuração da urna, constituirá junta eleito- data de sua interposição.
ral, presidida por um de seus membros, para fazê-lo. Art. 113 - O agravo regimental não tem efeito suspensivo.
Art. 102 - O processamento e julgamento dos recursos eleito-
rais e criminais no Tribunal obedecerá ao que prescrevem a TÍTULO IV
respeito o Código Eleitoral, a legislação especial eleitoral e as DOS JUÍZES ELEITORAIS
resoluções do Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 114 - Cabe a jurisdição de cada uma das zonas eleitorais a
Art. 103 - Os recursos interpostos nos autos de processos admi-
um juiz de direito em efetivo exercício e, na sua falta, ao seu
nistrativos concernentes a pessoal, regem-se pelos dispositivos
do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União, substituto legal que goze das prerrogativas do art. 95 e § 1º do
das Autarquias e das Fundações Públicas Federais. art. 121 da Constituição da República.
Art. 115 - Nas comarcas onde houver mais de uma zona eleito-
CAPÍTULO VII ral, o juiz eleitoral será substituído nos seus impedimentos por
DOS PROCESSOS CRIMINAIS DE COMPETÊNCIA aquele que lhe seguir na ordem crescente de zona eleitoral,
ORIGINÁRIA DO TRIBUNAL sendo o último deles substituído pelo juiz da zona de numeração
Art. 104 - Nos processos criminais de competência originária mais baixa.

275

265
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
Art. 116 - Não poderá servir como juiz eleitoral, devendo se afastar Parágrafo único. Aos requerentes estranhos ao Tribunal será co-
do cargo, o cônjuge, o convivente, o parente consangüíneo ou brada a despesa do serviço de reprodução na forma do art. 129.
afim, até o 2º grau, de candidato a cargo eletivo registrado no
Estado, no período compreendido entre a homologação da respec- TÍTULO IX
tiva convenção partidária e a apuração final da eleição. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 117 - Os juízes eleitorais afastados por motivo de licença, Art. 131 - Aplicam-se, quanto aos prazos previstos neste Regi-
férias ou licença especial de suas funções na Justiça Comum mento, as regras do Código de Processo Civil.
ficarão, automaticamente, afastados da Justiça Eleitoral pelo Art. 132. No ano em que se realizar eleição, o Tribunal solicitará
tempo correspondente. ao Tribunal de Justiça a suspensão de licença-prêmio e férias
dos juízes de direito que exerçam função eleitoral, a partir da
TÍTULO V data que julgar oportuna.
DO REGISTRO DOS ÓRGÃOS DIRETIVOS Art. 133. Será de 10 (dez) dias o prazo para que os juízes
Art. 118 - Serão anotados no Tribunal os órgãos diretivos regi- eleitorais prestem as informações, cumpram requisições ou pro-
onal e municipais, os nomes dos respectivos integrantes, bem cedam às diligências determinadas pelo Tribunal ou seu Presi-
como as alterações que forem promovidas e, ainda, o calendá- dente, se outro prazo não for previsto em lei.
rio fixado para a constituição dos referidos órgãos. Art. 134. Os membros do Tribunal e o Procurador Regional Elei-
§ 1º Cada pedido de anotação deverá ser individualizado por toral poderão solicitar ao diretor-geral, secretários e coordena-
localidade, de acordo com o modelo aprovado por resolução dores informações referentes a processos em tramitação, dan-
deste Tribunal. do prazo para resposta não superior a 5 (cinco) dias.
§ 2º As anotações referidas no caput deste artigo deverão ser Art. 135. As gratificações a que fazem jus os membros do
comunicadas aos respectivos juízos eleitorais por meio de pu- Tribunal e o Procurador Regional Eleitoral são devidas por ses-
blicação na imprensa oficial. são a que efetivamente comparecerem.
Art. 119 - Serão anotados no Tribunal, no máximo, 4 (quatro) Art. 136 - Salvo se servidor efetivo de juízo ou tribunal, não
delegados e nas zonas eleitorais, no máximo, 3 (três) credenci- poderá ser nomeado ou designado para cargo ou função de
ados por seus respectivos partidos políticos. confiança, cônjuge, companheiro, convivente ou parente até o
terceiro grau civil, inclusive, de qualquer dos respectivos mem-
TÍTULO VI bros ou juízes em atividade, sejam efetivos ou substitutos.
DAS ELEIÇÕES Parágrafo único. Não poderá ser designado assessor ou auxili-
Art. 120 - O registro de candidatos, a apuração das eleições, a ar de magistrado qualquer das pessoas referidas no caput des-
proclamação e a diplomação dos eleitos, com as impugnações e te artigo.
recursos cabíveis, far-se-ão de acordo com a legislação eleito- Art. 137 - As dúvidas suscitadas na aplicação deste Regimento
ral e as instruções do Tribunal Superior Eleitoral. serão apreciadas e resolvidas pelo Tribunal.
Parágrafo único. O Tribunal, por proposta de qualquer de seus Parágrafo único. Nos casos omissos, serão fontes subsidiárias
membros, também proverá sobre a expedição de instruções, o Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, o do Supremo
quando necessárias. Tribunal Federal e o do Superior Tribunal de Justiça, na ordem
indicada.
TÍTULO VII Art. 138 - Qualquer membro do Tribunal poderá apresentar emen-
DA MULTA ADMINISTRATIVA ELEITORAL das ou sugerir alterações a este regimento, mediante proposta
Art. 121 - A cobrança judicial de dívida ativa da União, decorren- por escrito, que será distribuída, discutida e votada em sessão,
te de multa eleitoral administrativa, será inscrita em livro próprio com a presença do Procurador Regional Eleitoral.
no cartório eleitoral, onde a mesma teve origem. § 1º Em se tratando de reforma geral, deverá o projeto ser
Art. 122 - Se o devedor não satisfizer o pagamento, no prazo distribuído entre os membros do Tribunal até 5 (cinco) dias an-
de 30 (trinta) dias, será considerada dívida líquida e certa, para tes da sessão em que será discutido e votado.
efeito de cobrança mediante executivo fiscal. § 2º A emenda ou reforma deste Regimento se dará com os
Art. 123 - O procedimento relativo à inscrição da dívida deverá votos da maioria absoluta dos membros efetivos do Tribunal.
obedecer a regulamento editado pelo Presidente do Tribunal Art. 139 - Os atos requeridos ou propostos em tempo oportuno,
Regional Eleitoral. mesmo que não sejam apreciados no prazo legal, não prejudica-
Art. 124 - As normas processuais, previstas na Constituição da rão os interessados.
República, no Código Eleitoral, no Código de Processo Civil e na Art. 140 - O Tribunal constituirá uma comissão permanente para
Lei n.º 6.830, de 22 de setembro de 1980, deverão, no que propor alterações a este Regimento, composta de um Presiden-
couber, ser observadas. te designado pelo Presidente do Tribunal e dois servidores, que
Art. 125 - Na comarca, onde houver mais de uma zona eleito- atuarão sem prejuízo de suas funções.
ral, as execuções fundadas em multas administrativas eleito- Parágrafo único. A Coordenadoria de Jurisprudência e Docu-
rais serão distribuídas mediante sorteio, através de juiz distri- mentação ficará responsável pela atualização deste Regimen-
buidor. to.
Art. 126 - Sempre que necessário, poderá o juiz nomear ad hoc Art. 141 - Fica criada a Escola Judiciária Eleitoral do Estado do
pessoa idônea para a prática de atos processuais. Rio de Janeiro que será regulamentada por resolução deste
Art. 127 - O recolhimento de custas deverá obedecer ao que Tribunal.
dispõem o Código de Processo Civil e o Regimento de Custas do Art. 142 - A alteração da classificação dos feitos (cf. art. 40) só
Estado do Rio de Janeiro, devendo ser aberta conta especial vigorará a partir do dia 1º de janeiro de 2004.
para tanto, bem como para os depósitos judiciais. Art. 143 - Este regimento entra em vigor na data de sua publica-
ção, revogadas as disposições em contrário.
TÍTULO VIII
DAS CUSTAS PROCESSUAIS, DO PREPARO,
DAS CERTIDÕES E DAS DESPESAS NA Sala de Sessões, 28 de abril de 2003
REPRODUÇÃO DE DOCUMENTOS Álvaro Mayrink da Costa – juiz Presidente
Art. 128 - São isentos de custas e preparo os processos eleito- Paulo Sérgio de Araújo e Silva Fabião - juiz Vice-Presidente
rais. e relator
Art. 129 - Os serviços de reprodução de documentos oficiais Marco Aurélio Bellizze – juiz Corregedor
por meio de reprografia ou formulário contínuo serão remunera- Roberto Felinto de Oliveira – juiz
dos através de depósito no Banco do Brasil em nome do Tribu-
Márcio Pacheco de Mello – juiz
nal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, de acordo com ato nor-
Marcelo Fontes – juiz
mativo expedido pela Presidência deste Tribunal.
Art. 130 - As certidões de documentos existentes no Tribunal, bem Paulo César Espírito Santo – juiz
como de atos publicados no órgão oficial de imprensa do Estado, Antonio Carlos Martins Soares - Procurador Regional
serão fornecidas com requerimento do próprio interessado. Eleitoral.

276

266
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL

RESOLUÇÃO TSE - Nº 21.538, DE 14/10/2003


PROCESSO ADMINISTRATIVO N° 18.463 - CLASSE 19ª - § 4º Existindo mais de uma inscrição cancelada para o eleitor no
DISTRITO FEDERAL (Brasília). cadastro, nas condições previstas no § 3º, deverá ser promovi-
da, preferencialmente, a transferência daquela:
Relator: Ministro Barros Monteiro. I - que tenha sido utilizada para o exercício do voto no último
Interessada: Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral. pleito;
II - que seja mais antiga.
Dispõe sobre o alistamento e serviços eleitorais mediante pro- Art. 6º - Deve ser consignada OPERAÇÃO 5 - REVISÃO quando
cessamento eletrônico de dados, a regularização de situação o eleitor necessitar alterar local de votação no mesmo município,
de eleitor, a administração e a manutenção do cadastro eleito- ainda que haja mudança de zona eleitoral, retificar dados pes-
ral, o sistema de alistamento eleitoral, a revisão do eleitorado e soais ou regularizar situação de inscrição cancelada nas mes-
a fiscalização dos partidos políticos, entre outros. mas condições previstas para a transferência a que se refere o
§ 3º do art. 5º.
O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, no uso de suas atribui- Art. 7º - Deve ser consignada OPERAÇÃO 7 - SEGUNDA VIA
ções, tendo em conta o disposto na Lei nº 7.444, de 20 de quando o eleitor estiver inscrito e em situação regular na zona
dezembro de 1985, por ele procurada e desejar apenas a segunda via do seu título
Considerando que à Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral cabe eleitoral, sem nenhuma alteração.
velar pela fiel execução das leis e instruções e pela boa ordem Art. 8º - Nas hipóteses de REVISÃO ou de SEGUNDA VIA, o
e celeridade dos serviços eleitorais, título eleitoral será expedido automaticamente e a data de domi-
Considerando a necessidade de adaptar as normas em vigor à cílio do eleitor não será alterada.
nova sistemática adotada para o cadastro eleitoral,
Considerando a necessidade de estabelecer rotina procedimental DO ALISTAMENTO
única, de forma a facilitar os trabalhos desenvolvidos, especial- Art. 9º - No cartório eleitoral ou no posto de alistamento, o
mente quanto às situações de duplicidade ou pluralidade de servidor da Justiça Eleitoral preencherá o RAE ou digitará as
inscrições e revisão de eleitorado, informações no sistema de acordo com os dados constantes do
documento apresentado pelo eleitor, complementados com suas
RESOLVE: informações pessoais, de conformidade com as exigências do
processamento de dados, destas instruções e das orientações
Art. 1º - O alistamento eleitoral, mediante processamento eletrô- específicas.
nico de dados, implantado nos termos da Lei nº 7.444/85, será § 1º O RAE deverá ser preenchido ou digitado e impresso na
efetuado, em todo o território nacional, na conformidade do re- presença do requerente.
ferido diploma legal e desta resolução. § 2º No momento da formalização do pedido, o requerente mani-
Parágrafo único. Os tribunais regionais eleitorais adotarão o festará sua preferência sobre local de votação, entre os esta-
sistema de alistamento desenvolvido pelo Tribunal Superior Elei- belecidos para a zona eleitoral.
toral. § 3º Para os fins do § 2º deste artigo, será colocada à disposi-
ção, no cartório ou posto de alistamento, a relação de todos os
DO REQUERIMENTO DE ALISTAMENTO locais de votação da zona, com os respectivos endereços.
ELEITORAL - RAE § 4º A assinatura do requerimento ou a aposição da impressão
Art. 2º - O Requerimento de Alistamento Eleitoral - RAE (Anexo digital do polegar será feita na presença do servidor da Justiça
I) servirá como documento de entrada de dados e será proces- Eleitoral, que deverá atestar, de imediato, a satisfação dessa
sado eletronicamente. exigência.
Parágrafo único. O sistema de alistamento de que trata o pará- Art. 10 - Antes de submeter o pedido a despacho do juiz eleito-
grafo único do art. 1º conterá os campos correspondentes ao ral, o servidor providenciará o preenchimento ou a digitação no
formulário RAE, de modo a viabilizar a impressão do requeri- sistema dos espaços que lhe são reservados no RAE.
mento, com as informações pertinentes, para apreciação do juiz Parágrafo único. Para efeito de preenchimento do requerimento
eleitoral. ou de digitação no sistema, será mantida em cada zona eleitoral
Art. 3º - Para preenchimento do RAE, devem ser observados os relação de servidores, identificados pelo número do título eleito-
procedimentos especificados nesta resolução e nas orienta- ral, habilitados a praticar os atos reservados ao cartório.
ções pertinentes. Art. 11 - Atribuído número de inscrição, o servidor, após assinar
Art. 4º - Deve ser consignada OPERAÇÃO 1 - ALISTAMENTO o formulário, destacará o protocolo de solicitação, numerado de
quando o alistando requerer inscrição e quando em seu nome idêntica forma, e o entregará ao requerente, caso a emissão do
não for identificada inscrição em nenhuma zona eleitoral do país título não seja imediata.
ou exterior, ou a única inscrição localizada estiver cancelada Art. 12 - Os tribunais regionais eleitorais farão distribuir, obser-
por determinação de autoridade judiciária (FASE 450). vada a seqüência numérica fornecida pela Secretaria de Infor-
Art. 5º - Deve ser consignada OPERAÇÃO 3 - TRANSFERÊNCIA mática, às zonas eleitorais da respectiva circunscrição, séries
sempre que o eleitor desejar alterar seu domicílio e for encontra- de números de inscrição eleitoral, a serem utilizados na forma
do em seu nome número de inscrição em qualquer município ou deste artigo.
zona, unidade da Federação ou país, em conjunto ou não com Parágrafo único. O número de inscrição compor-se-á de até 12
eventual retificação de dados. algarismos, por unidade da Federação, assim discriminados:
§ 1º Na hipótese do caput, o eleitor permanecerá com o número a) os oito primeiros algarismos serão seqüenciados, despre-
originário da inscrição e deverá ser, obrigatoriamente, consig- zando-se, na emissão, os zeros à esquerda;
nada no campo próprio a sigla da UF anterior. b) os dois algarismos seguintes serão representativos da uni-
§ 2º É vedada a transferência de número de inscrição envolvida dade da Federação de origem da inscrição, conforme códigos
em coincidência, suspensa, cancelada automaticamente pelo constantes da seguinte tabela:
sistema quando envolver situação de perda e suspensão de 01 - São Paulo
direitos políticos, cancelada por perda de direitos políticos (FASE 02 - Minas Gerais
329) e por decisão de autoridade judiciária (FASE 450). 03 - Rio de Janeiro
§ 3º Será admitida transferência com reutilização do número de 04 - Rio Grande do Sul
inscrição cancelada pelos códigos FASE 019 - falecimento, 027 05 - Bahia
- duplicidade/pluralidade, 035 - deixou de votar em três eleições 06 - Paraná
consecutivas e 469 - revisão de eleitorado, desde que compro- 07 - Ceará
vada a inexistência de outra inscrição liberada, não liberada, 08 - Pernambuco
regular ou suspensa para o eleitor. 09 - Santa Catarina

267
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
10 - Goiás § 2º O cartório eleitoral providenciará, para o fim do disposto no
11 - Maranhão § 1º, relações contendo os pedidos indeferidos.
12 - Paraíba
13 - Pará DA TRANSFERÊNCIA
14 - Espírito Santo Art. 18 - A transferência do eleitor só será admitida se satisfei-
15 - Piauí tas as seguintes exigências:
16 - Rio Grande do Norte I - recebimento do pedido no cartório eleitoral do novo domicílio
17 - Alagoas no prazo estabelecido pela legislação vigente;
18 - Mato Grosso II - transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da
19 - Mato Grosso do Sul última transferência;
20 - Distrito Federal III - residência mínima de três meses no novo domicílio, declarada,
21 - Sergipe sob as penas da lei, pelo próprio eleitor (Lei nº 6.996/82, art. 8º);
22 - Amazonas IV - prova de quitação com a Justiça Eleitoral.
23 - Rondônia § 1º O disposto nos incisos II e III não se aplica à transferência
24 - Acre de título eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico, ou
25 - Amapá de membro de sua família, por motivo de remoção ou transferên-
26 - Roraima cia (Lei nº 6.996/82, art. 8º, parágrafo único).
27 - Tocantins § 2º Ao requerer a transferência, o eleitor entregará ao servidor
28 - Exterior (ZZ) do cartório o título eleitoral e a prova de quitação com a Justiça
c) os dois últimos algarismos constituirão dígitos verificadores, Eleitoral.
determinados com base no módulo 11, sendo o primeiro calcula- § 3º Não comprovada a condição de eleitor ou a quitação para
do sobre o número seqüencial e o último sobre o código da com a Justiça Eleitoral, o juiz eleitoral arbitrará, desde logo, o
unidade da Federação seguido do primeiro dígito verificador. valor da multa a ser paga.
Art. 13 - Para o alistamento, o requerente apresentará um dos § 4º Despachado o requerimento de transferência pelo juiz elei-
seguintes documentos do qual se infira a nacionalidade brasilei- toral e processado pelo cartório, o setor da Secretaria do Tribu-
ra (Lei nº 7.444/85, art. 5º, § 2º): nal Regional Eleitoral responsável pelos serviços de processa-
a) carteira de identidade ou carteira emitida pelos órgãos cria- mento de dados enviará ao cartório eleitoral, que as colocará à
dos por lei federal, controladores do exercício profissional; disposição dos partidos políticos, relações de inscrições atuali-
b) certificado de quitação do serviço militar; zadas no cadastro, com os respectivos endereços.
c) certidão de nascimento ou casamento, extraída do Registro § 5º Do despacho que indeferir o requerimento de transferên-
Civil; cia, caberá recurso interposto pelo eleitor no prazo de cinco
d) instrumento público do qual se infira, por direito, ter o reque- dias e, do que o deferir, poderá recorrer qualquer delegado de
rente a idade mínima de 16 anos e do qual constem, também, os partido político no prazo de dez dias, contados da colocação da
demais elementos necessários à sua qualificação. respectiva listagem à disposição dos partidos, o que deverá
Parágrafo único. A apresentação do documento a que se refere ocorrer nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil
a alínea b é obrigatória para maiores de 18 anos, do sexo mas- seguinte, ainda que tenham sido exibidas ao requerente antes
culino. dessas datas e mesmo que os partidos não as consultem (Lei
Art. 14 - É facultado o alistamento, no ano em que se realizarem nº 6.996/82, art. 8º).
eleições, do menor que completar 16 anos até a data do pleito, § 6º O cartório eleitoral providenciará, para o fim do disposto no
inclusive. § 5º, relações contendo os pedidos indeferidos.
§ 1º O alistamento de que trata o caput poderá ser solicitado até
o encerramento do prazo fixado para requerimento de inscrição DA SEGUNDA VIA
eleitoral ou transferência. Art. 19 - No caso de perda ou extravio do título, bem assim de
§ 2º O título emitido nas condições deste artigo somente surtirá sua inutilização ou dilaceração, o eleitor deverá requerer pes-
efeitos com o implemento da idade de 16 anos (Res./TSE nº soalmente ao juiz de seu domicílio eleitoral que lhe expeça se-
19.465, de 12.3.96). gunda via.
Art. 15 - O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou § 1º Na hipótese de inutilização ou dilaceração, o requerimento
o naturalizado que não se alistar até um ano depois de adquirida será instruído com a primeira via do título.
a nacionalidade brasileira incorrerá em multa imposta pelo juiz § 2º Em qualquer hipótese, no pedido de segunda via, o eleitor
eleitoral e cobrada no ato da inscrição. deverá apor a assinatura ou a impressão digital do polegar, se
Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não-alistado que não souber assinar, na presença do servidor da Justiça Eleito-
requerer sua inscrição eleitoral até o centésimo qüinquagésimo ral, que deverá atestar a satisfação dessa exigência, após com-
primeiro dia anterior à eleição subseqüente à data em que com- provada a identidade do eleitor.
pletar 19 anos (Código Eleitoral, art. 8º c.c. a Lei nº 9.504/97,
art. 91). DO RESTABELECIMENTO DE INSCRIÇÃO
Art. 16 - O alistamento eleitoral do analfabeto é facultativo (Cons- CANCELADA POR EQUÍVOCO
tituição Federal, art. 14, § 1º, II, a). Art. 20 - Será admitido o restabelecimento, mediante comando
Parágrafo único. Se o analfabeto deixar de sê-lo, deverá reque- do código FASE 361, de inscrição cancelada em virtude de co-
rer sua inscrição eleitoral, não ficando sujeito à multa prevista mando equivocado dos códigos FASE 019, 450 e 469.
no art. 15 (Código Eleitoral, art. 8º).
Art. 17 - Despachado o requerimento de inscrição pelo juiz eleitoral DO FORMULÁRIO DE ATUALIZAÇÃO DA
e processado pelo cartório, o setor da Secretaria do Tribunal Regi- SITUAÇÃO DO ELEITOR - FASE
onal Eleitoral responsável pelos serviços de processamento ele- Art. 21 - Para registro de informações no histórico de inscrição
trônico de dados enviará ao cartório eleitoral, que as colocará à no cadastro, utilizar-se-á, como documento de entrada de da-
disposição dos partidos políticos, relações de inscrições incluídas dos, o Formulário de Atualização da Situação do Eleitor - FASE,
no cadastro, com os respectivos endereços. cuja tabela de códigos será estabelecida pela Corregedoria-
§ 1º Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição, Geral.
caberá recurso interposto pelo alistando no prazo de cinco dias Parágrafo único. A atualização de registros de que trata o caput
e, do que o deferir, poderá recorrer qualquer delegado de parti- poderá ser promovida, desde que viabilizado, diretamente no
do político no prazo de dez dias, contados da colocação da sistema de alistamento eleitoral, dispensando-se o preenchi-
respectiva listagem à disposição dos partidos, o que deverá mento do formulário FASE.
ocorrer nos dias 1º e 15 de cada mês, ou no primeiro dia útil
seguinte, ainda que tenham sido exibidas ao alistando antes DO TÍTULO ELEITORAL
dessas datas e mesmo que os partidos não as consultem (Lei Art. 22 - O título eleitoral será confeccionado com característi-
nº 6.996/82, art. 7º). cas, formas e especificações constantes do modelo Anexo II.

268
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
Parágrafo único. O título eleitoral terá as dimensões de 9,5 x 6,0 DO ACESSO ÀS INFORMAÇÕES CONSTANTES
cm, será confeccionado em papel com marca d’água e peso de DO CADASTRO
120 g/m 2, impresso nas cores preto e verde, em frente e verso, Art. 29 - As informações constantes do cadastro eleitoral serão
tendo como fundo as Armas da República, e será contornado acessíveis às instituições públicas e privadas e às pessoas
por serrilha. físicas, nos termos desta resolução (Lei nº 7.444/85, art. 9º, I).
Art. 23 - O título eleitoral será emitido, obrigatoriamente, por § 1º Em resguardo da privacidade do cidadão, não se fornece-
computador e dele constarão, em espaços próprios, o nome do rão informações de caráter personalizado constantes do ca-
eleitor, a data de nascimento, a unidade da Federação, o municí- dastro eleitoral.
pio, a zona e a seção eleitoral onde vota, o número da inscrição § 2º Consideram-se, para os efeitos deste artigo, como informa-
eleitoral, a data de emissão, a assinatura do juiz eleitoral, a ções personalizadas, relações de eleitores acompanhadas de
assinatura do eleitor ou a impressão digital de seu polegar, bem dados pessoais (filiação, data de nascimento, profissão, esta-
como a expressão “segunda via”, quando for o caso. do civil, escolaridade, telefone e endereço).
§ 1º Os tribunais regionais poderão autorizar, na emissão on- § 3º Excluem-se da proibição de que cuida o § 1º os pedidos
line de títulos eleitorais e em situações excepcionais, a exemplo relativos a procedimento previsto na legislação eleitoral e os
de revisão de eleitorado, recadastramento ou rezoneamento, o formulados:
uso, mediante rígido controle, de impressão da assinatura (chan- a) pelo eleitor sobre seus dados pessoais;
cela) do presidente do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, em b) por autoridade judicial e pelo Ministério Público, vinculada a
exercício na data da autorização, em substituição à assinatura utilização das informações obtidas, exclusivamente, às respec-
do juiz eleitoral da zona, nos títulos eleitorais. tivas atividades funcionais;
§ 2º Nas hipóteses de alistamento, transferência, revisão e se- c) por entidades autorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral,
gunda via, a data da emissão do título será a de preenchimento desde que exista reciprocidade de interesses (Lei nº 7.444/85,
do requerimento. art. 4º).
Art. 24 - Juntamente com o título eleitoral, será emitido Protocolo Art. 30 - Os tribunais e juízes eleitorais poderão, no âmbito de
de Entrega do Título Eleitoral - PETE (canhoto), que conterá o suas jurisdições, autorizar o fornecimento a interessados, des-
número de inscrição, o nome do eleitor e de sua mãe e a data de de que sem ônus para a Justiça Eleitoral e disponíveis em meio
nascimento, com espaços, no verso, destinados à assinatura magnético, dos dados de natureza estatística levantados com
do eleitor ou aposição da impressão digital de seu polegar, se base no cadastro eleitoral, relativos ao eleitorado ou ao resulta-
não souber assinar, à assinatura do servidor do cartório res- do de pleito eleitoral, salvo quando lhes for atribuído caráter
ponsável pela entrega e o número de sua inscrição eleitoral, reservado.
bem como à data de recebimento. Art. 31 - Os juízes e os tribunais eleitorais não fornecerão da-
§ 1º O título será entregue, no cartório ou no posto de alistamen- dos do cadastro de eleitores não pertencentes a sua jurisdição,
to, pessoalmente ao eleitor, vedada a interferência de pessoas salvo na hipótese do art. 82 desta resolução.
estranhas à Justiça Eleitoral. Art. 32 - O uso dos dados de natureza estatística do eleitorado
§ 2º Antes de efetuar a entrega do título, comprovada a identida- ou de pleito eleitoral obriga a quem os tenha adquirido a citar a
de do eleitor e a exatidão dos dados inseridos no documento, o fonte e a assumir responsabilidade pela manipulação inadequa-
servidor destacará o título eleitoral e colherá a assinatura ou a da ou extrapolada das informações obtidas.
impressão digital do polegar do eleitor, se não souber assinar,
no espaço próprio constante do canhoto. DOS BATIMENTOS
Art. 25 - No período de suspensão do alistamento, não serão Art. 33 - O batimento ou cruzamento das informações constan-
recebidos requerimentos de alistamento ou transferência (Lei tes do cadastro eleitoral terá como objetivos expurgar possíveis
nº 9.504/97, art. 91, caput). duplicidades ou pluralidades de inscrições eleitorais e identifi-
Parágrafo único. O processamento reabrir-se-á em cada zona car situações que exijam averiguação e será realizado pelo
logo que estejam concluídos os trabalhos de apuração em âmbi- Tribunal Superior Eleitoral, em âmbito nacional.
to nacional (Código Eleitoral, art. 70). § 1º As operações de alistamento, transferência e revisão so-
Art. 26 - O título eleitoral prova a quitação do eleitor para com a mente serão incluídas no cadastro ou efetivadas após submeti-
Justiça Eleitoral até a data de sua emissão. das a batimento.
§ 2º Inscrição agrupada em duplicidade ou pluralidade ficará
DA FISCALIZAÇÃO DOS PARTIDOS POLÍTICOS sujeita a apreciação e decisão de autoridade judiciária.
Art. 27 - Os partidos políticos, por seus delegados, poderão: § 3º Em um mesmo grupo, serão sempre consideradas não
I - acompanhar os pedidos de alistamento, transferência, revi- liberadas as inscrições mais recentes, excetuadas as inscri-
são, segunda via e quaisquer outros, até mesmo emissão e ções atribuídas a gêmeos, que serão identificadas em situação
entrega de títulos eleitorais, previstos nesta resolução; liberada.
II - requerer a exclusão de qualquer eleitor inscrito ilegalmente e § 4º Em caso de agrupamento de inscrição de gêmeo com ins-
assumir a defesa do eleitor cuja exclusão esteja sendo promo- crição para a qual não foi indicada aquela condição, essa última
vida; será considerada não liberada.
III - examinar, sem perturbação dos serviços e na presença dos
DOS DOCUMENTOS EMITIDOS PELO SISTEMA
servidores designados, os documentos relativos aos pedidos
NO BATIMENTO
de alistamento, transferência, revisão, segunda via e revisão
Art. 34 - Será colocada à disposição de todas as zonas eleito-
de eleitorado, deles podendo requerer, de forma fundamentada, rais, após a realização de batimento:
cópia, sem ônus para a Justiça Eleitoral. I - RELAÇÃO DE ELEITORES AGRUPADOS (envolvidos em dupli-
Parágrafo único. Qualquer irregularidade determinante de can- cidade ou pluralidade) emitida por ordem de número de grupo,
celamento de inscrição deverá ser comunicada por escrito ao contendo todos os eleitores agrupados inscritos na zona, com
juiz eleitoral, que observará o procedimento estabelecido nos dados necessários a sua individualização, juntamente com índi-
arts. 77 a 80 do Código Eleitoral. ce em ordem alfabética;
Art. 28 - Para os fins do art. 27, os partidos políticos poderão II - COMUNICAÇÃO dirigida à autoridade judiciária incumbida da
manter até dois delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral e apreciação do caso, noticiando o agrupamento de inscrição em
até três delegados em cada zona eleitoral, que se revezarão, duplicidade ou pluralidade, para as providências estabelecidas
nesta resolução.
não sendo permitida a atuação simultânea de mais de um dele-
Parágrafo único. Será expedida NOTIFICAÇÃO dirigida ao elei-
gado de cada partido. tor cuja inscrição foi considerada não liberada pelo batimento.
§ 1º Na zona eleitoral, os delegados serão credenciados pelo
juiz eleitoral. DAS DUPLICIDADES E PLURALIDADES (COINCIDÊNCIAS)
§ 2º Os delegados credenciados no Tribunal Regional Eleitoral Art. 35 - Colocada à disposição a relação de eleitores agrupa-
poderão representar o partido, na circunscrição, perante qual- dos, o juiz eleitoral fará publicar edital, pelo prazo de três dias,
quer juízo eleitoral. para conhecimento dos interessados.

269
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
Art. 36 - Todo eleitor que tiver sua inscrição não liberada em seus direitos políticos (Tipo 3 D) e de pluralidades decorrentes
decorrência do cruzamento de informações deverá ser notifi- do agrupamento de uma ou mais inscrições, requeridas em cir-
cado para, se o desejar, requerer regularização de sua situa- cunscrições distintas, com um ou mais registros de suspensão
ção eleitoral, no prazo de 20 dias, contados da data de realiza- da Base de Perda e Suspensão de Direitos Políticos (Tipo 3 P)
ção do batimento. serão da competência do corregedor-geral.
Art. 37 - Recebida a comunicação da coincidência, a autoridade § 2º As decisões das duplicidades envolvendo inscrição e re-
judiciária deverá, de ofício e imediatamente: gistro de suspensão da Base de Perda e Suspensão de Direitos
I - determinar sua autuação; Políticos (Tipo 2 D) e das pluralidades decorrentes do agrupa-
II - determinar a regularização da situação da inscrição do eleitor mento de uma ou mais inscrições, requeridas na mesma cir-
que não possuir outra inscrição liberada, independentemente cunscrição, com um ou mais registros de suspensão da referi-
de requerimento, desde que constatado que o grupo é formado da base (Tipo 2 P) serão da competência do corregedor regional
por pessoas distintas; eleitoral.
III - determinar as diligências cabíveis quando não for possível § 3º Na hipótese de duplicidade envolvendo inscrições atribuí-
identificar de pronto se a inscrição pertence ou não a um mesmo das a gêmeos ou homônimos comprovados, existindo inscrição
eleitor; não liberada no grupo, a competência para decisão será do juiz
IV - aguardar, sendo o caso, o comparecimento do eleitor ao da zona eleitoral a ela correspondente.
cartório durante os 20 dias que lhe são facultados para reque- § 4º Em grau de recurso, no prazo de três dias, caberá:
rer regularização de situação eleitoral; a) ao corregedor regional a apreciação de situações que moti-
V - comparecendo o eleitor ao cartório, orientá-lo, conforme o varam decisão de juiz eleitoral de sua circunscrição;
caso, a preencher o Requerimento para Regularização de Ins- b) ao corregedor-geral a apreciação de situações que enseja-
crição - RRI, ou a requerer, oportunamente, transferência, revi- ram decisão de corregedor regional.
são ou segunda via; § 5º Havendo decisões conflitantes em processo de regulariza-
VI - determinar o cancelamento da(s) inscrição(ões) que com- ção de situação de eleitor, proferidas por autoridades judiciárias
provadamente pertença(m) a um mesmo eleitor, assegurando a distintas, envolvendo inscrições atribuídas a uma mesma pes-
cada eleitor apenas uma inscrição; soa, o conflito será decidido:
VII - dar publicidade à decisão; a) pelo corregedor regional eleitoral, quando se tratar de deci-
VIII - promover a digitação da decisão; sões proferidas por juízes de zonas eleitorais de uma mesma
IX - adotar demais medidas cabíveis. circunscrição;
Art. 38 - Não poderá ser objeto de transferência, revisão ou b) pelo corregedor-geral, quando se tratar de decisões proferi-
segunda via, inscrição agrupada em duplicidade ou pluralidade. das por juízes eleitorais de circunscrições diversas ou pelos
Art. 39 - Encerrado o prazo para exame e decisão dos casos corregedores regionais.
de duplicidade ou pluralidade, não existindo decisão de autori- Art. 42 - O juiz eleitoral só poderá determinar a regularização, o
dade judiciária, a inscrição liberada passará a figurar como re- cancelamento ou a suspensão de inscrição que pertença à sua
gular e a não-liberada como cancelada, caso exista no cadas- jurisdição.
tro. Parágrafo único. A autoridade judiciária que tomar conhecimento
Art. 40 - Identificada situação em que um mesmo eleitor possua de fato ensejador do cancelamento de inscrição liberada ou regu-
duas ou mais inscrições liberadas ou regulares, agrupadas ou lar, ou da necessidade de regularização de inscrição não libera-
não pelo batimento, o cancelamento de uma ou mais delas deve- da, cancelada ou suspensa, efetuada em zona eleitoral diferente
rá, preferencialmente, recair: daquela em que tem jurisdição, deverá comunicá-lo à autoridade
I - na inscrição mais recente, efetuada contrariamente às instru- judiciária competente, para medidas cabíveis, por intermédio da
ções em vigor; correspondente corregedoria regional.
II - na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral do Art. 43 - Nas duplicidades e pluralidades de sua competência, o
eleitor; corregedor-geral ou o corregedor regional poderão se pronun-
III - naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor; ciar quanto a qualquer inscrição agrupada.
IV - naquela cujo título não haja sido utilizado para o exercício do Art. 44 - A competência para decidir a respeito das duplicidades
voto na última eleição; e pluralidades, na esfera penal, será sempre do juiz eleitoral da
V - na mais antiga. zona onde foi efetuada a inscrição mais recente.
§ 1º Comprovado que as inscrições identificadas pertencem a Art. 45 - Examinada e decidida a duplicidade ou a pluralidade, a
gêmeos ou homônimos, deverá ser comandado o respectivo decisão tomada pela autoridade judiciária será processada,
código FASE. conforme o caso:
§ 2º Constatada a inexatidão de qualquer dado constante do I - pela própria zona eleitoral e, na impossibilidade, encaminhada
cadastro eleitoral, deverá ser providenciada a necessária alte- à respectiva secretaria regional de informática, por intermédio
ração, mediante preenchimento ou digitação de RAE (Operação das corregedorias regionais;
5 - Revisão), observadas as formalidades para seu deferimen- II - pelas corregedorias regionais, com o apoio das secretarias
to. regionais de informática, no que não lhes for possível proceder;
III - pela própria Corregedoria-Geral.
DA COMPETÊNCIA PARA REGULARIZAÇÃO Art. 46 - As informações necessárias ao exame e decisão das
DE SITUAÇÃO ELEITORAL E PARA O duplicidades e pluralidades deverão ser prestadas no prazo de
PROCESSAMENTO DAS DECISÕES dez dias, contados do recebimento da requisição, por intermé-
Art. 41 - A decisão das duplicidades e pluralidades de inscri- dio do ofício INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA AUTORIDADE
ções, agrupadas ou não pelo batimento, inclusive quanto às JUDICIÁRIA.
inscrições de pessoas que estão com seus direitos políticos Parágrafo único. Ainda que o eleitor não tenha sido encontrado,
suspensos, na esfera administrativa, caberá: o ofício de que trata o caput deverá ser preenchido, assinado,
I - No tocante às duplicidades, ao juiz da zona eleitoral onde foi instruído e enviado, no prazo estipulado, à autoridade judiciária
efetuada a inscrição mais recente (Tipo 1 D), ressalvadas as competente para decisão.
hipóteses previstas nos §§ 1º a 3º deste artigo; Art. 47 - A autoridade judiciária competente deverá se pronun-
II - No tocante às pluralidades: ciar quanto às situações de duplicidade e pluralidade detecta-
a) ao juiz da zona eleitoral, quando envolver inscrições efetua- das pelo batimento em até 40 dias contados da data de realiza-
das em uma mesma zona eleitoral (Tipo 1 P); ção do respectivo batimento.
b) ao corregedor regional eleitoral, quando envolver inscrições § 1º Processada a decisão de que trata o caput, a situação da
efetuadas entre zonas eleitorais de uma mesma circunscrição inscrição será automaticamente atualizada no cadastro.
(Tipo 2 P); § 2º Inscrição agrupada em duplicidade ou pluralidade, com situ-
c) ao corregedor-geral, quando envolver inscrições efetuadas ação não liberada, que não for objeto de decisão da autoridade
em zonas eleitorais de circunscrições diversas (Tipo 3 P). judiciária no prazo especificado no caput, decorridos dez dias,
§ 1º As decisões de situação relativa a pessoa que perdeu será automaticamente cancelada pelo sistema.

270
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
§ 3º Após o transcurso de seis anos, contados do processa- Art. 52 - A regularização de situação eleitoral de pessoa com
mento do código FASE próprio, as inscrições canceladas serão restrição de direitos políticos somente será possível mediante
excluídas do cadastro. comprovação de haver cessado o impedimento.
§ 1º Para regularização de inscrição envolvida em coincidência
DA HIPÓTESE DE ILÍCITO PENAL com outra de pessoa que perdeu ou está com seus direitos
Art. 48 - Decidida a duplicidade ou pluralidade e tomadas as políticos suspensos, será necessária a comprovação de tratar-
providências de praxe, se duas ou mais inscrições em cada se de eleitor diverso.
grupo forem atribuídas a um mesmo eleitor, excetuados os ca- § 2º Na hipótese do artigo, o interessado deverá preencher reque-
sos de evidente falha dos serviços eleitorais, os autos deverão rimento e instruir o pedido com Declaração de Situação de Direitos
ser remetidos ao Ministério Público Eleitoral. Políticos e documentação comprobatória de sua alegação.
§ 1º Manifestando-se o Ministério Público pela existência de § 3º Comprovada a cessação do impedimento, será comandado
indício de ilícito penal eleitoral a ser apurado, o processo deverá o código FASE próprio e/ou inativado(s), quando for o caso,
ser remetido, pela autoridade judiciária competente, à Polícia o(s) registro(s) correspondente(s) na Base de Perda e Sus-
Federal para instauração de inquérito policial. pensão de Direitos Políticos.
§ 2º Inexistindo unidade regional do Departamento de Polícia Art. 53 - São considerados documentos comprobatórios de re-
Federal na localidade onde tiver jurisdição o juiz eleitoral a quem aquisição ou restabelecimento de direitos políticos:
couber decisão a respeito, a remessa das peças informativas I - Nos casos de perda:
poderá ser feita por intermédio das respectivas corregedorias a) decreto ou portaria;
regionais eleitorais. b) comunicação do Ministério da Justiça.
§ 3º Concluído o apuratório ou no caso de pedido de dilação de II - Nos casos de suspensão:
prazo, o inquérito policial a que faz alusão o § 1º deverá ser a) para interditos ou condenados: sentença judicial, certidão do
encaminhado, pela autoridade policial que o presidir, ao juiz eleito- juízo competente ou outro documento;
ral a quem couber decisão a respeito na esfera penal. b) para conscritos ou pessoas que se recusaram à prestação
§ 4º Arquivado o inquérito ou julgada a ação penal, o juiz eleitoral do serviço militar obrigatório: Certificado de Reservista, Certifi-
comunicará, sendo o caso, a decisão tomada à autoridade judi- cado de Isenção, Certificado de Dispensa de Incorporação, Cer-
ciária que determinou sua instauração, com a finalidade de tor- tificado do Cumprimento de Prestação Alternativa ao Serviço
nar possível a adoção de medidas cabíveis na esfera adminis- Militar Obrigatório, Certificado de Conclusão do Curso de Forma-
trativa. ção de Sargentos, Certificado de Conclusão de Curso em Órgão
§ 5º A espécie, no que lhe for aplicável, será regida pelas dispo- de Formação da Reserva ou similares;
sições do Código Eleitoral e, subsidiariamente, pelas normas do c) para beneficiários do Estatuto da Igualdade: comunicação do
Código de Processo Penal. Ministério da Justiça ou de repartição consular ou missão diplo-
§ 6º Não sendo cogitada a ocorrência de ilícito penal eleitoral a mática competente, a respeito da cessação do gozo de direitos
ser apurado, os autos deverão ser arquivados na zona eleitoral políticos em Portugal, na forma da lei.
onde o eleitor possuir inscrição regular. III - Nos casos de inelegibilidade: certidão ou outro documento.
Art. 49 - Os procedimentos a que se refere esta resolução serão
adotados sem prejuízo da apuração de responsabilidade de qual- DA FOLHA DE VOTAÇÃO E DO COMPROVANTE
quer ordem, seja de eleitor, de servidor da Justiça Eleitoral ou de DE COMPARECIMENTO À ELEIÇÃO
terceiros, por inscrição fraudulenta ou irregular. Art. 54 - A folha de votação, da qual constarão apenas os
Parágrafo único. Qualquer eleitor, partido político ou Ministério eleitores regulares ou liberados, e o comprovante de compare-
Público poderá se dirigir formalmente ao juiz eleitoral, correge- cimento serão emitidos por computador.
dor regional ou geral, no âmbito de suas respectivas competên- § 1º A folha de votação, obrigatoriamente, deverá :
cias, relatando fatos e indicando provas para pedir abertura de a) identificar as eleições, a data de sua realização e o turno;
investigação com o fim de apurar irregularidade no alistamento b) conter dados individualizadores de cada eleitor, como garan-
eleitoral. tia de sua identificação no ato de votar;
c) ser emitida em ordem alfabética de nome de eleitor, encader-
DOS CASOS NÃO APRECIADOS nada e embalada por seção eleitoral.
Art. 50 - Os Requerimentos para Regularização de Inscrição - § 2º O comprovante de comparecimento (canhoto) conterá o
RRI recebidos após o prazo previsto no caput do art. 36 serão nome completo do eleitor, o número de sua inscrição eleitoral e
indeferidos pela autoridade judiciária competente, por intempes- referência à data da eleição.
tivos, e o eleitor deverá ser orientado a procurar o cartório da
zona eleitoral para regularizar sua situação. DA CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS
Art. 55 - Os formulários utilizados pelos cartórios e tribunais
DA RESTRIÇÃO DE DIREITOS POLÍTICOS eleitorais, em pleitos anteriores à data desta resolução e nos
Art. 51 - Tomando conhecimento de fato ensejador de inelegibi- que lhe seguirem, deverão ser conservados em cartório, obser-
lidade ou de suspensão de inscrição por motivo de suspensão vado o seguinte:
de direitos políticos ou de impedimento ao exercício do voto, a I - os Protocolos de Entrega do Título Eleitoral - PETE assinados
autoridade judiciária determinará a inclusão dos dados no siste- pelo eleitor e os formulários (Formulário de Alistamento Eleitoral
ma mediante comando de FASE. - FAE ou Requerimento de Alistamento Eleitoral - RAE) relativos
§ 1º Não se tratando de eleitor de sua zona eleitoral, o juiz a alistamento, transferência, revisão ou segunda via, por, no
eleitoral comunicará o fato, por intermédio das correspondentes mínimo, cinco anos;
corregedorias regionais, à zona eleitoral a que pertencer a ins- II - as folhas de votação, por oito anos, descartando-se a mais
crição. antiga somente após retornar das seções eleitorais a mais re-
§ 2º Quando se tratar de pessoa não inscrita perante a Justiça cente;
Eleitoral ou com inscrição cancelada no cadastro, o registro III - os Formulários de Atualização da Situação do Eleitor - FASE
será feito diretamente na Base de Perda e Suspensão de Direi- e os comprovantes de comparecimento à eleição (canhotos)
tos Políticos pela Corregedoria Regional Eleitoral que primeiro que permanecerem junto à folha de votação poderão ser des-
tomar conhecimento do fato. cartados depois de processados e armazenados em meio mag-
§ 3º Comunicada a perda de direitos políticos pelo Ministério da nético;
Justiça, a Corregedoria-Geral providenciará a imediata atualiza- IV - os cadernos de revisão utilizados durante os serviços per-
ção da situação das inscrições no cadastro e na Base de Perda tinentes, por quatro anos, contados do encerramento do perío-
e Suspensão de Direitos Políticos. do revisional;
§ 4º A outorga a brasileiros do gozo dos direitos políticos em V - os boletins de urna, por quatro anos, contados da data de
Portugal, devidamente comunicada ao Tribunal Superior Eleito- realização do pleito correspondente;
ral, importará suspensão desses mesmos direitos no Brasil (De- VI - as relações de eleitores agrupados, até o encerramento do
creto nº 70.391, de 12.4.72). prazo para atualização das decisões nas duplicidades e plura-
lidades;

271
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
VII - os títulos eleitorais não procurados pelo eleitor, os respec- seus títulos eleitorais para que sejam admitidos à revisão, que
tivos protocolos de entrega e as justificativas eleitorais, até o continuará se processando em ordem numérica das senhas até
pleito subseqüente ou, relativamente a estas, durante o período que todos sejam atendidos, sem interrupção dos trabalhos.
estabelecido nas instruções específicas para o respectivo plei- Art. 61 - Aprovada a revisão de eleitorado, a Secretaria de
to; Informática, ou órgão regional por ela indicado, emitirá ou colo-
VIII - as relações de filiados encaminhadas pelos partidos políti- cará à disposição, em meio magnético, listagem geral do cadas-
cos, por dois anos. tro, contendo relação completa dos eleitores regulares inscritos
e/ou transferidos no período abrangido pela revisão no(s)
DAS INSPEÇÕES E CORREIÇÕES município(s) ou zona(s) a ela sujeito(s), bem como o correspon-
Art. 56 - O corregedor-geral ou regional, no âmbito de sua juris- dente caderno de revisão, do qual constará comprovante des-
dição, sempre que entender necessário ou que tomar conheci- tacável de comparecimento (canhoto).
mento da ocorrência de indícios de irregularidades na presta- Parágrafo único. A listagem geral e o caderno de revisão serão
ção dos serviços eleitorais, pessoalmente ou por intermédio de emitidos em única via, englobarão todas as seções eleitorais
comissão de servidores especialmente por ele designada, como referentes à zona ou município objeto da revisão e serão enca-
providência preliminar à correição, inspecionará os serviços minhados, por intermédio da respectiva corregedoria regional,
eleitorais da circunscrição, visando identificar eventuais irregu- ao juiz eleitoral da zona onde estiver sendo realizada a revisão.
laridades. Art. 62 - A revisão do eleitorado deverá ser sempre presidida
Parágrafo único. A comissão apresentará relatório circunstan- pelo juiz eleitoral da zona submetida à revisão.
ciado da inspeção ao corregedor, que determinará providências § 1º O juiz eleitoral dará início aos procedimentos revisionais no
pertinentes, objetivando a regularização dos procedimentos ou prazo máximo de 30 dias, contados da aprovação da revisão
a abertura de correição. pelo tribunal competente.
Art. 57 - O corregedor regional realizará correição ordinária § 2º A revisão deverá ser precedida de ampla divulgação, des-
anual na circunscrição e extraordinária, sempre que entender tinada a orientar o eleitor quanto aos locais e horários em que
necessário ou ante a existência de indícios de irregularidades deverá se apresentar, e processada em período estipulado pelo
que a justifique, observadas as instruções específicas do Tri- Tribunal Regional Eleitoral, não inferior a 30 dias (Lei nº 7.444/
bunal Superior Eleitoral e as que subsidiariamente baixar a Cor- 85, art. 3º, § 1º).
regedoria Regional Eleitoral. § 3º A prorrogação do prazo estabelecido no edital para a reali-
zação da revisão, se necessária, deverá ser requerida pelo juiz
DA REVISÃO DE ELEITORADO eleitoral, em ofício fundamentado, dirigido à Presidência do Tri-
Art. 58 - Quando houver denúncia fundamentada de fraude no bunal Regional Eleitoral, com antecedência mínima de cinco dias
alistamento de uma zona ou município, o Tribunal Regional Eleito- da data do encerramento do período estipulado no edital.
ral poderá determinar a realização de correição e, provada a Art. 63 - De posse da listagem e do caderno de revisão, o juiz
fraude em proporção comprometedora, ordenará, comunicando eleitoral deverá fazer publicar, com antecedência mínima de cin-
a decisão ao Tribunal Superior Eleitoral, a revisão do eleitorado, co dias do início do processo revisional, edital para dar conhe-
obedecidas as instruções contidas nesta resolução e as reco- cimento da revisão aos eleitores cadastrados no(s) município(s)
mendações que subsidiariamente baixar, com o cancelamento ou zona(s), convocando-os a se apresentarem, pessoalmente,
de ofício das inscrições correspondentes aos títulos que não no cartório ou nos postos criados, em datas previamente espe-
forem apresentados à revisão (Código Eleitoral, art. 71, § 4º). cificadas, atendendo ao disposto no art. 62, a fim de procede-
§ 1º O Tribunal Superior Eleitoral determinará, de ofício, a revi- rem às revisões de suas inscrições.
são ou correição das zonas eleitorais sempre que: Parágrafo único. O edital de que trata o caput deverá:
I - o total de transferências de eleitores ocorridas no ano em I - dar ciência aos eleitores de que:
curso seja dez por cento superior ao do ano anterior; a) estarão obrigados a comparecer à revisão a fim de confirma-
II - o eleitorado for superior ao dobro da população entre dez e rem seu domicílio, sob pena de cancelamento da inscrição, sem
quinze anos, somada à de idade superior a setenta anos do prejuízo das sanções cabíveis, se constatada irregularidade;
território daquele município; b) deverão se apresentar munidos de documento de identidade,
III - o eleitorado for superior a sessenta e cinco por cento da comprovante de domicílio e título eleitoral ou documento compro-
população projetada para aquele ano pelo Instituto Brasileiro de batório da condição de eleitor ou de terem requerido inscrição
Geografia e Estatística - IBGE (Lei nº 9.504/97, art. 92). ou transferência para o município ou zona (Código Eleitoral, art.
§ 2º Não será realizada revisão de eleitorado em ano eleitoral, 45).
salvo em situações excepcionais, quando autorizada pelo Tri- II - estabelecer a data do início e do término da revisão, o período
bunal Superior Eleitoral. e a área abrangidos, e dias e locais onde serão instalados os
§ 3º Caberá à Secretaria de Informática apresentar, anualmen- postos de revisão;
te, até o mês de outubro, à Presidência do Tribunal Superior III - ser disponibilizado no fórum da comarca, nos cartórios elei-
Eleitoral, estudo comparativo que permita a adoção das medidas torais, repartições públicas e locais de acesso ao público em
concernentes ao cumprimento da providência prevista no § 1º. geral, dele se fazendo ampla divulgação, por um mínimo de três
Art. 59 - O Tribunal Regional Eleitoral, por intermédio da corre- dias consecutivos, por meio da imprensa escrita, falada e televi-
gedoria regional, inspecionará os serviços de revisão (Res./ sada, se houver, e por quaisquer outros meios que possibilitem
TSE nº 7.651/65, art. 8º). seu pleno conhecimento por todos os interessados, o que deve-
Art. 60 - O juiz eleitoral poderá determinar a criação de postos rá ser feito sem ônus para a Justiça Eleitoral.
de revisão, que funcionarão em datas fixadas no edital a que se Art. 64 - A prova de identidade só será admitida se feita pelo
refere o art. 63 e em período não inferior a seis horas, sem próprio eleitor mediante apresentação de um ou mais dos docu-
intervalo, inclusive aos sábados e, se necessário, aos domin- mentos especificados no art. 13 desta resolução.
gos e feriados. Art. 65 - A comprovação de domicílio poderá ser feita mediante
§ 1º Nas datas em que os trabalhos revisionais estiverem sendo um ou mais documentos dos quais se infira ser o eleitor residen-
realizados nos postos de revisão, o cartório sede da zona po- te ou ter vínculo profissional, patrimonial ou comunitário no mu-
derá, se houver viabilidade, permanecer com os serviços eleito- nicípio a abonar a residência exigida.
rais de rotina. § 1º Na hipótese de ser a prova de domicílio feita mediante apre-
§ 2º Após o encerramento diário do expediente nos postos de sentação de contas de luz, água ou telefone, nota fiscal ou enve-
revisão, a listagem geral e o caderno de revisão deverão ser lopes de correspondência, estes deverão ter sido, respectivamen-
devidamente guardados em local seguro e previamente determi- te, emitidos ou expedidos no período compreendido entre os 12 e 3
nado pelo juiz eleitoral. meses anteriores ao início do processo revisional.
§ 3º Os serviços de revisão encerrar-se-ão até as 18 horas da § 2º Na hipótese de ser a prova de domicílio feita mediante
data especificada no edital de que trata o art. 63 desta resolução. apresentação de cheque bancário, este só poderá ser aceito
§ 4º Existindo, na ocasião do encerramento dos trabalhos, elei- se dele constar o endereço do correntista.
tores aguardando atendimento, serão distribuídas senhas aos § 3º O juiz eleitoral poderá, se julgar necessário, exigir o refor-
presentes, que serão convidados a entregar ao juiz eleitoral ço, por outros meios de convencimento, da prova de domicílio

272
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
quando produzida pelos documentos elencados nos §§ 1º e 2º. § 1º A sentença de que trata o caput deverá:
§ 4º Subsistindo dúvida quanto à idoneidade do comprovante de I - relacionar todas as inscrições que serão canceladas no mu-
domicílio apresentado ou ocorrendo a impossibilidade de apre- nicípio;
sentação de documento que indique o domicílio do eleitor, decla- II - ser publicada a fim de que os interessados e, em especial, os
rando este, sob as penas da lei, que tem domicílio no município, eleitores cancelados, exercendo a ampla defesa, possam re-
o juiz eleitoral decidirá de plano ou determinará as providências correr da decisão.
necessárias à obtenção da prova, inclusive por meio de verifi- § 2º Contra a sentença a que se refere este artigo, caberá, no
cação in loco. prazo de três dias, contados da publicidade, o recurso previsto
Art. 66 - A revisão de eleitorado ficará submetida ao direto no art. 80 do Código Eleitoral e serão aplicáveis as disposições
controle do juiz eleitoral e à fiscalização do representante do do art. 257 do mesmo diploma legal.
Ministério Público que oficiar perante o juízo. § 3º No recurso contra a sentença a que se refere este artigo,
Art. 67 - O juiz eleitoral deverá dar conhecimento aos partidos os interessados deverão especificar a inscrição questionada,
políticos da realização da revisão, facultando-lhes, na forma relatando fatos e fornecendo provas, indícios e circunstâncias
prevista nos arts. 27 e 28 desta resolução, acompanhamento e ensejadoras da alteração pretendida.
fiscalização de todo o trabalho. Art. 75 - Transcorrido o prazo recursal, o juiz eleitoral fará
Art. 68 - O juiz eleitoral poderá requisitar diretamente às repar- minucioso relatório dos trabalhos desenvolvidos, que encami-
tições públicas locais, observados os impedimentos legais, tan- nhará, com os autos do processo de revisão, à Corregedoria
tos auxiliares quantos bastem para o desempenho dos traba- Regional Eleitoral.
lhos, bem como a utilização de instalações de prédios públicos. Parágrafo único. Os recursos interpostos deverão ser remeti-
Art. 69 - O juiz eleitoral determinará o registro, no caderno de dos, em autos apartados, à presidência do Tribunal Regional
revisão, da regularidade ou não da inscrição do eleitor, obser- Eleitoral.
vados os seguintes procedimentos: Art. 76 - Apreciado o relatório e ouvido o Ministério Público, o
a) o servidor designado pelo juiz eleitoral procederá à conferên- corregedor regional eleitoral:
cia dos dados contidos no caderno de revisão com os docu- I - indicará providências a serem tomadas, se verificar a ocor-
mentos apresentados pelo eleitor; rência de vícios comprometedores à validade ou à eficácia dos
b) comprovados a identidade e o domicílio eleitoral, o servidor trabalhos;
exigirá do eleitor que aponha sua assinatura ou a impressão II - submetê-lo-á ao Tribunal Regional, para homologação, se
digital de seu polegar no caderno de revisão, e entregar-lhe-á o entender pela regularidade dos trabalhos revisionais.
comprovante de comparecimento à revisão (canhoto);
c) o eleitor que não apresentar o título eleitoral deverá ser con- DA ADMINISTRAÇÃO DO CADASTRO ELEITORAL
siderado como revisado, desde que atendidas as exigências Art. 77 - A execução dos serviços de processamento eletrôni-
dos arts. 64 e 65 desta resolução e que seu nome conste do co de dados, na Justiça Eleitoral, será realizada por administra-
caderno de revisão; ção direta do Tribunal Regional Eleitoral, em cada circunscrição,
d) constatada incorreção de dado identificador do eleitor cons- sob a orientação e supervisão do Tribunal Superior Eleitoral e na
tante do cadastro eleitoral, se atendidas as exigências dos arts. conformidade de suas instruções.
64 e 65 desta resolução, o eleitor deverá ser considerado revi- Art. 78 - Para a execução dos serviços de que trata esta reso-
sado e orientado a procurar o cartório eleitoral para a necessá- lução, os tribunais regionais eleitorais, sob supervisão e coor-
ria retificação; denação do Tribunal Superior Eleitoral, poderão celebrar convê-
e) o eleitor que não comprovar sua identidade ou domicílio não nios ou contratos com entidades da administração direta ou
assinará o caderno de revisão nem receberá o comprovante indireta da União, estados, Distrito Federal, territórios ou municí-
revisional; pios, ou com empresas cujo capital seja exclusivamente nacio-
f) o eleitor que não constar do caderno de revisão, cuja inscri- nal (Lei nº 7.444/85, art. 7º, parágrafo único).
ção pertença ao período abrangido pela revisão, deverá ser Art. 79 - O cadastro eleitoral e as informações resultantes de
orientado a procurar o cartório eleitoral para regularizar sua sua manutenção serão administrados e utilizados, exclusiva-
situação eleitoral, na forma estabelecida nesta resolução. mente, pela Justiça Eleitoral, na forma desta resolução.
Art. 70 - Na revisão mediante sistema informatizado, observar- § 1º Às empresas contratadas para a execução de serviços
se-ão, no que couber, os procedimentos previstos no art. 69. eleitorais, por processamento eletrônico, é vedada a utilização
Parágrafo único. Nas situações descritas nas alíneas d e f do de quaisquer dados ou informações resultantes do cadastro
art. 69, o eleitor poderá requerer, desde que viável, regulariza- eleitoral, para fins diversos do serviço eleitoral, sob pena de
ção de sua situação eleitoral no próprio posto de revisão. imediata rescisão do contrato e sem prejuízo de outras sanções
Art. 71 - Se o eleitor possuir mais de uma inscrição liberada ou administrativas, civis e criminais.
regular no caderno de revisão, apenas uma delas poderá ser § 2º O Tribunal Superior Eleitoral, em todo o território nacional, e
considerada revisada. os tribunais regionais eleitorais, no âmbito das respectivas juris-
Parágrafo único. Na hipótese do caput, deverá(ão) ser formal- dições, fiscalizarão o cumprimento do disposto neste artigo.
mente recolhido(s) e inutilizado(s) o(s) título(s) encontrado(s) § 3º Caso recebam pedidos de informações sobre dados cons-
em poder do eleitor referente(s) à(s) inscrição(ões) que tantes do cadastro eleitoral, as empresas citadas no § 1º deve-
exigir(em) cancelamento. rão encaminhá-los à presidência do tribunal eleitoral competen-
Art. 72 - Compete ao Tribunal Regional Eleitoral autorizar, exce- te, para apreciação.
tuadas as hipóteses previstas no § 1º do art. 58 desta resolu-
ção, a alteração do período e/ou da área abrangidos pela revi- DA JUSTIFICAÇÃO DO NÃO-COMPARECIMENTO
são, comunicando a decisão ao Tribunal Superior Eleitoral. À ELEIÇÃO
Art. 73 - Concluídos os trabalhos de revisão, ouvido o Ministério Art. 80 - O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante
Público, o juiz eleitoral deverá determinar o cancelamento das inscri- o juiz eleitoral até 60 dias após a realização da eleição incorrerá
ções irregulares e daquelas cujos eleitores não tenham compareci- em multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista
do, adotando as medidas legais cabíveis, em especial quanto às nos arts. 7º e 367 do Código Eleitoral, no que couber, e 85 desta
inscrições consideradas irregulares, situações de duplicidade ou resolução.
pluralidade e indícios de ilícito penal a exigir apuração. § 1º Para eleitor que se encontrar no exterior na data do pleito,
Parágrafo único. O cancelamento das inscrições de que trata o o prazo de que trata o caput será de 30 dias, contados do seu
caput somente deverá ser efetivado no sistema após a homolo- retorno ao país.
gação da revisão pelo Tribunal Regional Eleitoral. § 2º O pedido de justificação será sempre dirigido ao juiz eleito-
Art. 74 - A sentença de cancelamento deverá ser específica ral da zona de inscrição, podendo ser formulado na zona eleito-
para cada município abrangido pela revisão e prolatada no pra- ral em que se encontrar o eleitor, a qual providenciará sua re-
zo máximo de dez dias contados da data do retorno dos autos messa ao juízo competente.
do Ministério Público, podendo o Tribunal Regional Eleitoral fixar § 3º Indeferido o requerimento de justificação ou decorridos os
prazo inferior. prazos de que cuidam o caput e os §§ 1º e 2º, deverá ser

273
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
aplicada multa ao eleitor, podendo, após o pagamento, ser-lhe II - GÊMEOS COMPROVADOS - aqueles que tenham comprova-
fornecida certidão de quitação. do mesma filiação, data e local de nascimento, em cujas inscri-
§ 4º A fixação do valor da multa pelo não-exercício do voto ções haja registro de código FASE 256;
observará o que dispõe o art. 85 desta resolução e a variação III - HOMÔNIMOS - aqueles, excetuados os gêmeos, que possu-
entre o mínimo de 3% e o máximo de 10% do valor utilizado como am dados iguais ou semelhantes, segundo critérios previamen-
base de cálculo. te definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral, e que figurem em
§ 5º A justificação da falta ou o pagamento da multa serão ano- uma mesma duplicidade ou pluralidade (coincidência);
tados no cadastro. IV - HOMÔNIMOS COMPROVADOS - aqueles em cujas inscri-
§ 6º Será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de ções haja registro de código FASE 248;
votar em três eleições consecutivas, salvo se houver apresen- V - SITUAÇÃO - condição atribuída à inscrição que define sua
tado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento de multa, disponibilidade para o exercício do voto e condiciona a possibi-
ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, por prerro- lidade de sua movimentação no cadastro:
gativa constitucional, não estejam obrigados ao exercício do a) regular - a inscrição não envolvida em duplicidade ou plurali-
voto e cuja idade não ultrapasse 80 anos. dade, que está disponível para o exercício do voto e habilitada a
§ 7º Para o cancelamento a que se refere o § 6º, a Secretaria de transferência, revisão e segunda via;
Informática colocará à disposição do juiz eleitoral do respectivo b) suspensa - a inscrição que está indisponível, temporariamen-
domicílio, em meio magnético ou outro acessível aos cartórios te (até que cesse o impedimento), em virtude de restrição de
eleitorais, relação dos eleitores cujas inscrições são passíveis direitos políticos, para o exercício do voto e não poderá ser
de cancelamento, devendo ser afixado edital no cartório eleitoral. objeto de transferência, revisão e segunda via;
§ 8º Decorridos 60 dias da data do batimento que identificar as c) cancelada - a inscrição atribuída a eleitor que incidiu em uma
inscrições sujeitas a cancelamento, mencionadas no § 7º, inexis- das causas de cancelamento previstas na legislação eleitoral,
tindo comando de quaisquer dos códigos FASE “078 - Quitação que não poderá ser utilizada para o exercício do voto e somente
mediante multa”, “108 - Votou em separado”, “159 - Votou fora da poderá ser objeto de transferência ou revisão nos casos pre-
seção” ou “167 - Justificou ausência às urnas”, ou processa- vistos nesta resolução;
mento das operações de transferência, revisão ou segunda via, d) coincidente - a inscrição agrupada pelo batimento, nos ter-
a inscrição será automaticamente cancelada pelo sistema, medi- mos do inciso I, sujeita a exame e decisão de autoridade judici-
ante código FASE “035 - Deixou de votar em três eleições conse- ária e que não poderá ser objeto de transferência, revisão e
cutivas”, observada a exceção contida no § 6º. segunda via:
Art. 81 - O documento de justificação formalizado perante a - não liberada – inscrição coincidente que não está disponível
Justiça Eleitoral, no dia da eleição, prova a ausência do eleitor para o exercício do voto;
do seu domicílio eleitoral. - liberada – inscrição coincidente que está disponível para o
§ 1º A justificação será formalizada em impresso próprio forne- exercício do voto.
cido pela Justiça Eleitoral ou, na falta do impresso, digitado ou VI - INEXISTENTE - a inscrição cuja inserção no cadastro foi
manuscrito. inviabilizada em decorrência de decisão de autoridade judiciária
§ 2º O encarregado do atendimento entregará ao eleitor o com- ou de atualização automática pelo sistema após o batimento;
provante, que valerá como prova da justificação, para todos os VII - ELEIÇÃO - cada um dos turnos de um pleito, para todos os
efeitos legais (Lei nº 6.091/74, art. 16 e parágrafos). efeitos, exceto para os fins de aplicação do disposto no pará-
§ 3º Os documentos de justificação entregues em missão diplo- grafo único do art. 15 desta resolução (Código Eleitoral, art. 8º,
mática ou repartição consular brasileira serão encaminhados c.c. a Lei nº 9.504/97, art. 91).
ao Ministério das Relações Exteriores, que deles fará entrega
ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal para processa- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
mento. Art. 84 - O juiz eleitoral poderá determinar a incineração do título
§ 4º Os documentos de justificação preenchidos com dados eleitoral, bem como do respectivo protocolo de entrega, não
insuficientes ou inexatos, que impossibilitem a identificação do procurado pelo eleitor até a data da eleição posterior à emissão
eleitor no cadastro eleitoral, terão seu processamento rejeita- do documento.
do pelo sistema, o que importará débito para com a Justiça Art. 85 - A base de cálculo para aplicação das multas previstas
Eleitoral. pelo Código Eleitoral e leis conexas, bem como das de que trata
§ 5º Os procedimentos estipulados neste artigo serão observa- esta resolução, será o último valor fixado para a UFIR, multiplica-
dos sem prejuízo de orientações específicas que o Tribunal do pelo fator 33,02, até que seja aprovado novo índice, em
Superior Eleitoral aprovar para o respectivo pleito. conformidade com as regras de atualização dos débitos para
Art. 82 - O eleitor que não votar e não pagar a multa, caso se com a União.
encontre fora de sua zona e necessite prova de quitação com a Art. 86 - Os registros de banco de erros permanecerão dispo-
Justiça Eleitoral, poderá efetuar o pagamento perante o juízo da níveis para tratamento pelas zonas eleitorais durante o prazo de
zona em que estiver (Código Eleitoral, art. 11). seis meses, contados da data de inclusão da inscrição no ban-
§ 1º A multa será cobrada no máximo previsto, salvo se o eleitor co, após o qual serão automaticamente excluídos, deixando de
quiser aguardar que o juiz da zona em que se encontrar solicite ser efetivadas as operações correspondentes.
informações sobre o arbitramento ao juízo da inscrição. Art. 87 - A Corregedoria-Geral, com o apoio da Secretaria de
§ 2º Efetuado o pagamento, o juiz que recolheu a multa fornece- Informática, providenciará manuais e rotinas necessários à exe-
rá certidão de quitação e determinará o registro da informação cução dos procedimentos de que trata esta resolução.
no cadastro. Art. 88 - A Corregedoria-Geral e as corregedorias regionais elei-
torais exercerão supervisão, orientação e fiscalização direta do
§ 3º O alistando ou o eleitor que comprovar, na forma da lei, seu
exato cumprimento das instruções contidas nesta resolução.
estado de pobreza, perante qualquer juízo eleitoral, ficará isen-
Art. 89 - Os fichários manuais existentes nas zonas e nos
to do pagamento da multa (Código Eleitoral, art. 367, § 3º). tribunais regionais eleitorais, relativos aos registros dos elei-
§ 4º O eleitor que estiver quite com suas obrigações eleitorais tores, anteriores ao recadastramento de que cuidam a Lei nº
poderá requerer a expedição de certidão de quitação em zona 7.444/85 e a Res./TSE nº 12.547, de 28.2.86, poderão, a crité-
eleitoral diversa daquela em que é inscrito (Res./TSE nº 20.497, rio do Tribunal Regional respectivo, ser inutilizados, preser-
de 21.10.99). vando-se os arquivos relativos à filiação partidária e os docu-
mentos que, também a critério do Tribunal Regional, tenham
DA NOMENCLATURA UTILIZADA valor histórico.
Art. 83 - Para efeito desta resolução, consideram-se: Art. 90 - Considerado o estágio de automação dos serviços
I - COINCIDÊNCIA - o agrupamento pelo batimento de duas ou eleitorais, a Corregedoria-Geral expedirá provimentos destina-
mais inscrições ou registros que apresentem dados iguais ou dos a regulamentar a presente resolução, aprovando os formu-
semelhantes, segundo critérios previamente definidos pelo Tri- lários e tabelas cujos modelos por ela não tenham sido regula-
bunal Superior Eleitoral; mentados, necessários a sua fiel execução.

274
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
Art. 91 - A Secretaria de Informática providenciará a transforma- constante da prestação de serviços eleitorais, voltados, sobre-
ção dos atuais códigos FASE de cancelamento de inscrições em tudo, a um atendimento mais célere e eficiente às demandas do
decorrência de revisão de eleitorado em códigos FASE 469 e, até a cidadão que procura a Justiça Eleitoral.
data em que entrar em vigor esta resolução, a adequação do siste- Destaco, a seguir, em razão de sua extrema importância para os
ma necessária à implementação desta norma. serviços eleitorais, os pontos que estão a merecer especial
Art. 92 - Esta resolução entra em vigor no dia 1º de janeiro de atenção na minuta de resolução ora em exame.
2004, revogadas a Res./TSE nº 20.132, de 19.3.98, e as demais No que diz respeito às operações disponíveis no Requerimento
disposições em contrário e ressalvadas as regras relativas à de Alistamento Eleitoral - RAE, salienta-se a possibilidade de
disciplina da revisão de eleitorado e à fixação de competência reutilização de número de inscrição cancelada, que vem ao en-
para exame de duplicidades e pluralidades, que terão aplicação contro da diretriz adotada pela Justiça Eleitoral de preservação
imediata. do histórico do eleitor, mediante a manutenção de número único
Sala de Sessões do Tribunal Superior Eleitoral. de inscrição, que deverá acompanhar o cidadão por toda sua
Brasília, 14 de outubro de 2003. vida e conter registro das ocorrências de interesse verificadas
ao longo do tempo.
Ministro CARLOS VELLOSO, presidente em exercício A sistemática atualmente em vigor conflita com essa diretriz, em
Ministro BARROS MONTEIRO, relator face da rigidez atribuída ao procedimento para restabelecimen-
Ministro MARCO AURÉLIO to de inscrições canceladas, tornando extremamente penoso
Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS para o eleitor ver seu pedido de regularização de situação elei-
Ministro FERNANDO NEVES toral atendido com rapidez, uma vez que, na hipótese de mudan-
Ministro LUIZ CARLOS MADEIRA ça de domicílio eleitoral, o eleitor não pode prescindir do resta-
belecimento de sua inscrição cancelada na origem, que somen-
RELATÓRIO te pode ser deferido, consoante o procedimento vigente, pelo
O SENHOR MINISTRO BARROS MONTEIRO: Senhor Presidente, juiz da zona onde efetuada a inscrição, para posterior requeri-
cuidam os autos de proposta de reformulação das normas atu- mento de transferência para o atual domicílio, o que consome,
almente em vigor, relacionadas ao alistamento e à prestação de em média, três a quatro meses.
serviços eleitorais, entre outros temas disciplinados na Res./ O restabelecimento de inscrição cancelada obedece a requisi-
TSE nº 20.132/98, que decorreu da identificação de dificulda- tos de ordem objetiva, daí decorrendo que, preenchidos os re-
des na condução dos procedimentos destinados à preservação quisitos, impõe-se o deferimento do pedido.
da integridade do cadastro eleitoral. A nova orientação proposta, desse modo, passa a admitir a
Por determinação, exarada em março de 2000, do Ministro Ed- transferência com reutilização do número de inscrição cancela-
son Vidigal, então Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral, foi cons- da, mantém a possibilidade de regularização de inscrição can-
tituída comissão de estudos, composta por servidores da Cor- celada nas mesmas circunstâncias anteriormente previstas,
regedoria-Geral, da Secretaria de Informática/TSE e dos tribu- agora por meio de revisão (Operação 5 do RAE) – viabilizando o
nais regionais eleitorais, para análise dos aspectos que esta- cruzamento dessas operações com os dados do cadastro, por
vam a suscitar mudanças na referida norma. meio de batimento –, acrescida da possibilidade de regulariza-
A citada resolução, além de ter condensado em um único docu- ção da inscrição à qual se atribuiu situação cancelada em virtu-
mento inúmeras normas que disciplinavam as matérias nela tra- de de não-comprovação de domicílio ou de não-comparecimen-
tadas, conduziu a transição para o sistema de alistamento elei- to a revisão de eleitorado. Nessas hipóteses, sob enfoque pre-
toral implantado em 1998, servindo de suporte à sua implemen- ciso, o pronunciamento do juiz eleitoral incide sobre o reconhe-
tação e sofreu, no curso das inafastáveis adaptações, várias cimento de ausência de domicílio do eleitor e não sobre sua
alterações, exigindo a reapreciação dos temas, a incorporação inscrição, que constitui tão-somente identificação de cada cida-
de novos procedimentos e o estabelecimento de disciplina con- dão perante a Justiça Eleitoral, especialmente, porque o não-
gruente com a evolução por que passaram os serviços eleito- comparecimento à revisão induz a presunção de falta de domi-
rais nos últimos anos. cílio, que pode vir a ser elidida em momento posterior.
Submetida a matéria ao exame do Plenário por duas oportunida- Não se justifica que, a cada procedimento de depuração do
des, não se concluiu o julgamento em decorrência de pedidos cadastro eleitoral, qualquer que seja sua natureza (cancela-
de vista, formulados nas sessões de 15.6.2000 e de 13.3.2001, mentos por ausência a três eleições consecutivas, automáticos
decorrendo, do segundo deles, a paralisação do feito até pelo sistema, em decorrência de não-comprovação de domicílio
6.2.2003, quando os autos foram restituídos à Corregedoria- ou ausência a revisão de eleitorado), venha o eleitor a ser com-
Geral – em razão do término do biênio do Ministro Nelson Jobim, pelido, pela inflexibilidade do procedimento adotado e pela de-
autor do último pedido de vista neste Tribunal –, e redistribuídos mora no processamento do pedido, a requerer nova inscrição
ao Ministro Sálvio de Figueiredo, então Corregedor-Geral, cujo eleitoral, contribuindo para o inchamento desnecessário do ca-
biênio nesta Corte Superior também se findou, motivo pelo qual dastro e a dispersão das informações constantes do histórico
vieram a mim conclusos. da inscrição.
Providenciada a atualização da minuta, indispensável em face Remanescem para o restabelecimento as situações que envol-
do decurso do tempo, da introdução de inovações no sistema vam comando equivocado dos códigos FASE de cancelamento
de alistamento eleitoral (Sistema ELO) e da emissão on-line de 019 (falecimento), 450 (sentença de autoridade judiciária) e 469
títulos eleitorais, bem como da ulterior aprovação de outras nor- (novo código para identificar os cancelamentos em decorrência
mas correlatas, foram juntados pela Secretaria da Corregedo- de revisão de eleitorado).
ria-Geral estudo comparativo entre o texto da Res./TSE nº Permanece, no entanto, a vedação de regularização por meio
20.132/98 e da nova proposta e trabalho circunstanciado de de revisão e de reutilização de número de inscrição cancelada
justificativa das modificações sugeridas. mediante transferência nos casos em que o cancelamento, por
É o relatório. decisão judicial (FASE 450), tenha decorrido da natureza irregu-
lar ou fraudulenta da inscrição, assim as canceladas por dupli-
VOTO cidade ou pluralidade, entre outras.
O SENHOR MINISTRO BARROS MONTEIRO (relator): Senhor Pre- Ainda no que concerne às operações de RAE, a mera alteração
sidente, redistribuídos os autos e designado, portanto, novo de local de votação, dentro de um mesmo município – na siste-
relator, impõe-se, decorridos mais de dois anos do exame da mática vigente incluída como transferência –, passa a ser con-
matéria pelo Plenário desta Corte, novo julgamento. templada como operação de revisão, atendendo à regulamenta-
Observo, em princípio, que boa parte das alterações propostas ção prevista pelo Código Eleitoral.
visam à adequação da redação de alguns dispositivos hoje dis- Relativamente ao acesso às informações constantes do cadas-
ciplinados na Res./TSE nº 20.132/98. Outros temas, todavia, tro eleitoral, a sugestão é de ampliação. A proposta não é nova,
estavam a merecer reformulação, em face do aperfeiçoamento como antigos são os movimentos tendentes a uma maior abertu-
ra quanto a essas informações.

275
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
A respeito do tema dispõe o art. 9º, I, da Lei nº 7.444/85: ção das leis e instruções e pela boa ordem e celeridade dos
“Art. 9º O Tribunal Superior Eleitoral baixará as serviços eleitorais (Res./TSE nº 7.651/65, art. 2º, V).
instruções necessárias à execução desta Lei, Assim, diante da relevância da matéria, dos benefícios para os
especialmente, para definir: serviços prestados pela Justiça Eleitoral, do fato de ter a pro-
I - a administração e a utilização dos cadastros posta nascido de grupo de trabalho constituído com o fim espe-
eleitorais em computador, exclusivamente, pela cífico de reavaliar a norma e das pertinentes justificativas apre-
Justiça Eleitoral;”. sentadas, voto pela aprovação da minuta apresentada, protra-
O que se propõe nestes autos é a extensão do acesso às indo sua entrada em vigor para o início do próximo ano, como
informações do cadastro eleitoral a juízes e tribunais, não so- forma de viabilizar, até o fim deste exercício, os indispensáveis
mente na esfera criminal, aos órgãos do Ministério Público que, treinamento e capacitação dos servidores das corregedorias
por suas funções institucionais, tem assegurado “acesso in- regionais, que funcionarão como multiplicadores no âmbito das
condicional a qualquer banco de dados de caráter público ou respectivas circunscrições, com a ressalva das regras perti-
relativo a serviço de relevância pública” (Lei Complementar nº nentes à disciplina das revisões de eleitorado e à fixação de
75/93, art. 8º, VIII) e a entidades que detenham informações de competência para exame de duplicidades e pluralidades, que
interesse da Justiça Eleitoral, desde que autorizado o forneci- demandam aplicação imediata, visando assegurar a perfeita
mento pelo Tribunal, a exemplo do que já ocorre com a Secreta- condução dos procedimentos em curso.
ria da Receita Federal. É como voto.
Preserva-se a administração e a utilização do cadastro, exclu-
sivamente, pela Justiça Eleitoral. Sob a égide do citado disposi-
tivo legal, nenhum órgão ou entidade estranhos à Justiça Eleito-
ral terá ingerência sobre a sistemática de inserção e exclusão
de dados, segurança das informações e mecanismos de con-
trole de sua integridade.
Tal regra, no entanto, não deve criar óbice à plena eficácia do
exercício da jurisdição e à irrestrita aplicação da justiça. Os
fundamentos que hoje autorizam o fornecimento de tais infor-
mações aos juízes criminais são os mesmos a chancelar a ex-
tensão ora proposta. E não há conflito com a garantia de invio-
labilidade da intimidade e da vida privada, uma vez que restrita a
utilização das informações às atividades funcionais dos juízos
solicitantes, bem assim dos órgãos do Ministério Público, cuja
atuação é essencial à função jurisdicional do Estado, seja na
defesa da ordem jurídica, seja na proteção dos interesses soci-
ais e individuais indisponíveis (Constituição Federal, art. 127).
Nos capítulos pertinentes à regularização de duplicidades e plu-
ralidades identificadas pelos batimentos, propõe-se a redução
dos prazos fixados para os procedimentos neles disciplinados,
que, na prática, se vêm revelando demasiado elásticos, redun-
dando em desnecessária morosidade na solução dos casos.
Propõe-se, ademais, a regulamentação da competência para
exame e decisão das coincidências decorrentes de agrupa-
mento de registros de suspensão inseridos na Base de Perda e
Suspensão de Direitos Políticos, recentemente adaptada para
utilização pelas corregedorias regionais eleitorais, objetivando
a gestão de informações sobre suspensão de pessoas não
inscritas perante a Justiça Eleitoral ou cujas inscrições estejam
canceladas no cadastro, objeto de disciplina específica do Pro-
vimento nº 3/03-CGE, de 16.9.2003.
Quanto à conservação de documentos, busca a resolução pro-
posta a padronização, sempre que possível, de prazos em anos
– e não mais de prazos fixados em pleitos –, eliminando-se
distorções geradas pela realização de eleições suplementares,
que levam à contagem diferenciada dos prazos de guarda do-
cumental, e compatibilizando-se o período de conservação, quan-
do for o caso, com o prazo prescricional para apuração e puni-
ção de infrações penais em que tais documentos constituam
prova.
No capítulo das revisões de eleitorado, estabelecida previsão
para uso de sistema informatizado no procedimento revisional,
o que já é realidade em diversas unidades da Federação, pre-
viu-se maior autonomia aos juízes e tribunais regionais para a
fixação de prazos, visando dinamizar o processo e adaptá-lo
às realidades locais, sem prejuízo da regularidade dos traba-
lhos.
No que tange, finalmente, aos formulários e modelos que figura-
vam como anexos da Res./TSE nº 20.132/98, na nova norma
permanecem apenas, por sua singularidade, os formulários de
Requerimento de Alistamento Eleitoral - RAE e do Título Eleitoral,
retirados os demais, em face de sua natureza marcadamente
operacional, a exigir constantes modificações e aperfeiçoamen-
to. Os formulários e demais orientações pertinentes passam a
ficar sob regulamentação do Corregedor-Geral, mediante provi-
mento, por força de sua incumbência de velar pela fiel execu-

276
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL

EXERCÍCIOS
01. São órgãos da Justiça Eleitoral: a) a I e a II estão corretas;
I - O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital b) a II e a III estão corretas;
da República e jurisdição nesta localidade; c) a I e a III estão corretas;
II - um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, d) todas as alternativas estão corretas.
no Distrito Federal e, mediante proposta do Tribu-
nal Superior, na capital de Território; 09. Compõe-se o Tribunal Superior Eleitoral, mediante
III - Juntas Eleitorais e Juízes Eleitorais. eleição, pelo voto secreto, de três Juízes, dentre os :
a) a I e a II estão corretas; a) Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF);
b) a II e a III estão corretas; b) Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ);
c) a I e a III estão corretas; c) Desembargadores do Tribunais Regionais Eleito-
d) todas as alternativas estão corretas. rais (TREs);
d) Desembargadores dos Tribunais de Justiça (T J)
02. O número de Juízes dos Tribunais Regionais não será dos Estados.
reduzido, mas poderá ser elevado até _____, medi-
ante proposta do Tribunal Superior, e na forma por ele 10. Compõe-se o Tribunal Superior Eleitoral, mediante
sugerida. eleição, pelo voto secreto, de dois Juízes, dentre os :
a) 9; c) 8; a) Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF);
b) 7; d) 11. b) Ministros do Superior Tribunal de Justiça (ST J);
c) Desembargadores do Tribunais Regionais Eleito-
03. Os Juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo jus- rais (TREs);
tificado, servirão obrigatoriamente por _____ anos, d) Desembargadores dos Tribunais de Justiça (TJ) dos
e nunca por mais de _____ biênios consecutivos. Estados.
a) 2 / 3; c) 3 / 4;
b) 2 / 2; d) 2 / 4. 11. Compõe-se o Tribunal Superior Eleitoral, por no-
meação do Presidente da República, de dois den-
04. Os biênios (de que trata a questão 03) serão conta- tre seis advogados de notável saber jurídico e ido-
dos, ininterruptamente, sem o desconto de qual- neidade moral, indicados pelo (s):
quer afastamento nem mesmo o decorrente de a) Supremo Tribunal Federal (STF);
_____, salvo as exceções legais. b) Superior Tribunal de Justiça (STJ);
a) licenças; c) Tribunais Regionais Eleitorais (TREs);
b) férias; d) dos Tribunais de Justiça (TJ) dos Estados.
c) licença especial;
d) todas as alternativas estão corretas. 12. Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleito-
ral cidadãos que tenham entre si parentesco, ainda
05. Os Juízes afastados por motivo de _____, de suas que por afinidade, até o _____ grau, seja o vínculo
funções na Justiça comum ficarão, automaticamen- legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que
te, afastados da Justiça Eleitoral pelo tempo cor- tiver sido escolhido por último.
respondente, exceto quando, com períodos de féri- a) 2°; c) 4°;
as coletivas, coincidir a realização de eleição, apu- b) 3°; d) 5°.
ração ou encerramento de alistamento.
a) licenças e aposentadoria; 13. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá para seu Pre-
b) férias e remoção; sidente um dos Ministros do ____, cabendo ao ou-
c) licença, férias e licença especial; tro a Vice-Presidência, e para Corregedor-Geral da
d) licenças, afastamentos e reintegração. Justiça Eleitoral um dos Ministros do _____.
a) STJ / STF;
06. Da homologação da respectiva convenção partidária b) TF / STJ;
até a apuração final da eleição, não poderão servir c) ribunal Superior do Trabalho (TST) / Tribunal Regio-
como Juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como Juiz nal Eleitoral (TREs);
Eleitoral, o cônjuge, parente consangüíneo legítimo d) ribunal de Justiça (TJ) dos Estados / TREs.
ou ilegítimo, ou afim, até o _____ grau, de candidato
a cargo eletivo registrado na circunscrição. 14. As atribuições do Corregedor-Geral serão fixadas
a) segundo; c) quarto; pelo:
b) terceiro; d) n.r.a. a) Tribunal Superior Eleitoral (TSE);
b) STF;
07. No caso de recondução para o segundo biênio, ob- c) STJ;
servar-se-ão as mesmas formalidades indispensá- d) TREs.
veis ao (à):
a) posse; c) primeira investidura; 15. No desempenho de suas atribuições, o Corregedor-
b) aposentadoria; d) exercício. Geral se locomoverá para os Estados e Territórios
nos seguintes casos:
08. Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais I - por determinação dos Tribunais Regionais Eleito-
Eleitorais serão escolhidos: rais;
I - na mesma ocasião; II - a pedido do Tribunal Superior Eleitoral;
II - pelo mesmo processo; III - a requerimento de partido deferido pelo Tribunal Su-
III - em número igual para cada categoria. perior Eleitoral;

277
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
IV - sempre que entender necessário. 23. No desempenho de suas atribuições o Corregedor
a) a I e a II estão corretas; Regional se locomoverá para as Zonas Eleitorais
b) a II e a III estão corretas; nos seguintes casos:
c) a I e a III estão corretas; a) por determinação do Tribunal Superior Eleitoral ou
d) a III e a IV estão corretas. do Tribunal Regional Eleitoral;
b) a pedido dos Juízes Eleitorais;
16. Exercerá as funções de Procurador-Geral, junto ao c) a requerimento de partido, deferido pelo Tribunal Re-
Tribunal Superior Eleitoral, o _____, funcionando, em gional;
suas faltas e impedimentos, seu substituto legal. d) sempre que entender necessário;
a) Presidente da República e) todas as alternativas estão corretas.
b) Procurador-Geral da República
c) Presidente do STF 24. Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de
d) Presidente do STJ votos, em sessão pública, com a presença:
a) da maioria de seus membros
17. O Procurador Geral poderá designar outros mem- b) de todos os seus membros
bros do Ministério Público da União, com exercício c) de um terço de seus membros
no Distrito Federal, e sem prejuízo das respectivas d) de um quinto de seus membros
funções, para auxiliá-lo junto ao _____, onde não
poderão ter assento. 25. Perante o Tribunal Regional e, com recurso volun-
a) TSE c) Juntas Eleitorais tário para o Tribunal Superior, _____ poderá argüir
b) TRE d) Juízes Eleitorais a suspeição dos seus membros, do Procurador
Regional, ou de funcionários da sua Secretaria,
18. As decisões do Tribunal Superior, assim na inter- assim como dos Juízes e Escrivães Eleitorais, nos
pretação do Código Eleitoral em face da Constitui- casos previstos na lei processual civil e por motivo
ção e cassação de registro de partidos políticos, de parcialidade partidária, mediante o processo pre-
como sobre quaisquer recursos que importem anu- visto em regimento.
lação geral de eleições ou perda de diplomas, só a) apenas o Presidente da República
poderão ser tomadas com a presença _____. Se b) qualquer interessado
ocorrer impedimento de algum Juiz, será convoca- c) apenas o Presidente do Senado Federal
do o substituto ou o respectivo suplente. d) apenas o Presidente do STF
a) da metade de seus membros
b) e todos os seus membros 26. Cabe a jurisdição de cada uma das Zonas Eleito-
c) a maioria de seus membros rais a um _____ em efetivo exercício e, na falta des-
d) e no mínimo um quinto de seus membros te, ao seu substituto legal.
a) Desembargador do TJ
19. Perante o Tribunal Superior, _____ poderá argüir a b) Procurador da República
suspeição ou impedimento dos seus membros, do c) Ministro do STF
Procurador-Geral ou de funcionários de sua Secre- d) Juiz de Direito
taria, nos casos previstos na lei processual civil ou
penal e por motivo de parcialidade partidária, medi- 27. De acordo com o Código Eleitoral, onde houver mais
ante o processo previsto em regimento. de uma Vara o _____ designará aquela ou aquelas,
a) somente o Ministro do STF a que incumbe o serviço eleitoral.
b) qualquer interessado a) STF c) TRE
c) apenas o Presidente da República b) TJ d) TSE
d) apenas o Presidente do Senado Federal
28. Nas Zonas Eleitorais onde houver mais de uma Ser-
20. Será _____ a suspeição quando o excipiente a pro- ventia de Justiça, o Juiz indicará ao Tribunal Regio-
vocar ou, depois de manifestada a causa, praticar nal a que deve ter o anexo da Escrivania Eleitoral
ato que importe aceitação do argüido. pelo prazo de:
a) legítima c) permitida a) um ano c) seis meses
b) legal d) ilegítima b) dois anos d) três meses
21. Os Tribunais e Juízes inferiores devem dar imedia- 29. Não poderá servir como Escrivão Eleitoral, sob pena
to cumprimento às decisões, mandados, instruções de demissão:
e outros atos emanados do (a) (s): a) o membro de Diretório de partido político
a) Tribunais de Justiça dos Estados b) o candidato a cargo eletivo
b) Tribunal Superior Eleitoral c) cônjuge e parente consangüíneo ou afim até o se-
c) Tribunais de Regionais Federais gundo grau, do candidato a cargo eletivo
d) Juntas eleitorais d) todas as alternativas estão corretas
22. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão
30. O Escrivão Eleitoral, em suas faltas e impedimen-
mediante eleição, pelo voto secreto, de dois Juízes,
tos, será substituído na forma prevista pelo(a):
dentre:
a) Constituição Estadual
a) os Ministros do TSE
b) lei Orgânica do Município
b) os Desembargadores do Tribunal de Justiça;
c) lei de Organização Judiciária local
c) os Ministros do STJ
d) os Ministros do STF d) lei Orgânica da Magistratura Nacional

278
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
GABARITO a) candidato c) preparador
b) mesário d) juiz eleitoral
01. B - Art. 12, lei n° 4737/65 c.c. Art. 118, CF
04. Quanto à possibilidade de instruir-se o pedido de
02. A - Art. 13, lei n° 4737/65 inscrição de eleitor com o documento do qual se
03. B - Art. 14, lei n° 4737/65 c.c.Art. 121, § 2°, CF infira a nacionalidade brasileira, originária ou ad-
04. D - Art. 14, § 1°, lei n° 4737/65 quirida do requerente, pode -se dizer:
05. C - Art. 14, § 2°, lei n° 4737/65 a) Ainda prevalece.
b) É pertinente.
06. A - Art. 14, § 3°, lei n° 4737/65 c) É necessária.
07. C - Art. 14, § 4°, lei n° 4737/65 d) A lei n° 6.192, de 19.12.74, que “dispõe sobre restri-
08. D - Art. 15, lei n° 4737/65 ções a brasileiros naturalizados e dá outras provi-
dências”: dispõe em seu “Art. 19 É vedada qualquer
09. A - Art. 119, CF distinção entre brasileiros natos e naturalizados. (...)
10. B - Art. 119, I, b, CF e Art. 49: Nos documentos públicos, a indicação da
11. A - Art.119, II-CF nacionalidade brasileira alcançada mediante natu-
12. C - Art. 16, § 1°, lei n° 4737/65 ralização far-se-á sem referência a essa circuns-
tância”.
13. B - Art. 119, Parágrafo único, CF
14. A - Art. 17, § 1°, lei n° 4737/65 05. O Acórdão - TSE n° 4.339/2003 dispõe que a lei n°
15. D - Art. 17, § 2°, lei n° 4737/65 6.996/82, art. 7°, § 1 °, não alterou o § 2° do art. 57 do
Código Eleitoral, que estabelece prazo recursal de
16. B - Art. 18, lei n° 4737/65 dias no caso de requerimento de transferência do
17. A - Art. 18, Parágrafo único, lei n° 4737/65 eleitor. Resolução - TSE n° 21.538/2003, art. 18, §
18. B - Art. 19, Parágrafo único, lei n° 4737/65 5°.
19. B - Art. 20, lei n° 4737/65 a) 3 c) 10
b) 5 d) 8
20. D - Art. 20, Parágrafo único, lei n° 4737/65
21. B - Art. 21, lei n° 4737/65 06. Somente poderão votar fora da respectiva Seção,
22. B - Art. 120, I, a, CF desde que eleitores do Município e de posse do títu-
lo eleitoral.
23. E - Art. 26, § 2°, lei n° 4737/65 a) os deficientes físicos
24. A - Art. 28, lei n° 4737/65 b) os maiores de setenta anos de idade
25. B - Art. 28, § 2°, lei n° 4737/65 c) os Mesários, os candidatos e os Fiscais ou Dele-
26. D - Art. 32, lei n° 4737/65 gados de partidos políticos
d) os maiores de 16 e menores de 18 anos de idade
27. C - Art. 32, Parágrafo único, lei n° 4737/65
28. B - Art. 33, lei n° 4737/65 07. O (a) poderá autorizar a criação de Juntas Apurado-
29. D - Art. 33, § 1°, lei n° 4737/65 ras Regionais, nos termos das instruções que bai-
xar.
30. C - Art. 33, § 2°, lei n° 4737/65
a) TRE c) STF
b) TSE d) MPU
EXERCÍCIOS - OUTRAS LEGISLAÇÕES
LEI COMPLEMENTAR N° 64/1990
LEI N° 6.996/82 01. Marque a alternativa INCORRETA:
São inelegíveis para qualquer cargo:
01. A lei n° 6996/82 dispõe:
a) os inalistáveis e os analfabetos;
a) sobre os partidos políticos b) os membros do Congresso Nacional, das Assem-
b) sobre os locais de votação e condições para eleito-
bléias legislativas, da Câmara legislativa e das
res deficientes
Câmaras Municipais que hajam perdido os respec-
c) acerca da justificativa dos eleitores em trânsito tivos mandatos por infringência do disposto nos in-
d) sobre a utilização de processamento eletrônico de
cisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, dos
dados nos serviços eleitorais e dá outras providên-
dispositivos equivalentes sobre perda de mandato
cias das Constituições Estaduais e leis Orgânicas dos
Municípios e do Distrito Federal, para as eleições
02. Para efeito de inscrição, é o lugar de residência ou
que se realizarem durante o período remanescente
moradia do requerente, e, verificado ter o alistando do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito)
mais de uma, considerar-se-á qualquer delas.
anos subseqüentes ao término da legislatura;
a) residência eleitoral
c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do
b) sede eleitoral Distrito Federal, o Prefeito e o Vice-Prefeito que per-
c) domicílio eleitoral
derem seus cargos eletivos por infringência a dis-
d) cartório eleitoral
positivo da Constituição Estadual, da lei Orgânica
do Distrito Federal ou da lei Orgânica do Município,
03. O art. 14 da lei n° 8.868, de 14.4.94, torna sem efeito
para as eleições que se realizarem durante o perío-
a menção ao revogar o inciso XI do art. 30 e o inciso
do remanescente e nos 3 (três) anos subseqüen-
VII do art. 35, além dos arts. 62 a 65 e 294 todos do tes ao término do mandato para o qual tenham sido
Código Eleitoral.
eleitos;

279
DIREITO ELEITORAL Central de Concursos / Degrau Cultural
d) os que tenham contra sua pessoa representação 08. Os prazos de desincompatibilização previstos na lei
julgada procedente pela Justiça Eleitoral, transita- Complementar 64/90 que já estiverem ultrapassa-
da em julgado, em processo de apuração de abuso dos na data de sua vigência considerar-se-ão aten-
do poder econômico ou político, para a eleição na didos desde que a desincompatibilização ocorra
qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem _____ a publicação da referida lei Complementar.
como para as que se realizarem nos 5 (cinco) anos a) até 2 (dois) dias após c) até 8 (oito) dias após
seguintes; b) até 6 (seis) dias após d) até 10 (dez) dias após

02. Compete ao (à) - conhecer e decidir as argüições LEI N° 9.096/95


de inelegibilidade.
a) Supremo Tribunal Federal (STF) 01. O (a) , destina-se a assegurar, no interesse do regi-
b) Justiça Eleitoral me democrático, a autenticidade do sistema repre-
c) Superior Tribunal de Justiça (STJ) sentativo e a defender os direitos fundamentais
d) Justiça Federal comum definidos na Constituição Federal.
a) coligação c) fundação política
03. Caberá a qualquer candidato, a partido político, co- b) partido político d) associação política
ligação ou ao Ministério Público, no prazo de _____,
contados da publicação do pedido de registro de 02. Só é admitido o registro do estatuto de partido polí-
candidato, impugná-lo em petição fundamentada. tico que tenha caráter nacional, considerando-se
a) 6 (seis) meses como tal aquele que comprove o apoiamento de
b) 10 (dez) dias eleitores correspondente a, pelo menos, dos votos
c) 5 (cinco) dias dados na última eleição geral para a Câmara dos
d) 4 (quatro) meses Deputados, não computados os votos em branco e
os nulos, distribuídos por , dos Estados, com um
04. Decorrido o prazo para contestação, se não se tra- mínimo de _____ do eleitorado que haja votado em
tar apenas de matéria de direito e a prova protesta-
cada um deles.
da for relevante, serão designados os seguintes
para inquirição das testemunhas do impugnante e a) meio por cento / um terço, ou mais / um décimo por
do impugnado, as quais comparecerão por iniciati- cento
va das partes que as tiverem arrolado, com notifica- b) um por cento / dois terços / dois décimos por cento
ção judicial. c) dois por cento / um terço ou mais / três décimos por
a) 6 (seis) dias cento
b) 10 (dez) dias d) meio por cento / um terço / dez décimos por cento
c) 4 (quatro) dias
d) 7 (sete) dias 03. Feita a constituição e designação, referidas no § 3° do
artigo 8° da lei 9096195, os dirigentes nacionais pro-
05. Na sessão do julgamento, que poderá se realizar moverão o registro do estatuto do partido junto ao Tri-
reuniões seguidas, feito o relatório, facultada a pa- bunal Superior Eleitoral, através de requerimento
lavra às partes e ouvido o Procurador Regional, pro- acompanhado de:
ferirá o Relator o seu voto e serão tomados os dos I - exemplar autenticado do inteiro teor do programa e
demais Juízes. do estatuto partidários, inscritos no Registro Civil;
a) em 3 (três) II - certidão do Registro Civil da Pessoa Jurídica, a que
b) em até 4 (quatro)
se refere a lei 9096/95, art 8°;
c) em até 2 (duas)
III - certidões dos Cartórios Eleitorais que comprovem
d) em 5 ( cinco)
ter o partido obtido o apoiamento mínimo de eleito-
res a que se refere o § 1 °, do art. 7°, da lei 9096/95.
06. Havendo recurso para o Tribunal Superior Eleitoral,
a) a I e II são as únicas corretas;
a partir da data em que for protocolizada a petição
b) a II e III são as únicas corretas;
passará a correr o prazo de para a apresentação de
contra-razões, notificado por telegrama o recorrido. c) a I e a III são as únicas corretas;
a) 6 (seis) dias d) todas as alternativas respondem a questão.
b) 7 (sete) dias
c) 8 (oito) dias 04. Os Delegados credenciados pelo órgão de direção
d) 3 (três) dias nacional não representam:
a) o partido perante quaisquer Tribunal Federal
07. representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Cor- b) os credenciados pelos órgãos estaduais, somente
regedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indi- perante o Tribunal Regional Eleitoral
cando provas, indícios e circunstâncias e pedir aber- c) os Juízes Eleitorais do respectivo Estado, do Distri-
tura de investigação judicial para apurar uso indevi- to Federal ou Território Federal
do, desvio ou abuso do poder econômico ou do po- d) os credenciados pelo órgão municipal, perante o
der de autoridade, ou utilização indevida de veículos Juiz Eleitoral da respectiva jurisdição
ou meios de comunicação social, em benefício de
candidato ou de partido político. 05. _____, junto ao Ofício Civil e ao Tribunal Superior
a) Apenas partido político poderá Eleitoral, o registro do partido que, na forma de seu
b) Qualquer partido político, coligação, candidato ou estatuto, se dissolva, se incorpore ou venha a se
Ministério Público Eleitoral poderá fundir a outro.
c) Apenas coligação e candidato poderá a) fica cancelado
d) Qualquer partido político, coligação, candidato de-
b) suspende-se por trinta dias
verá

280
Central de Concursos / Degrau Cultural DIREITO ELEITORAL
c) fica cancelado por dez dias
d) cancela-se por seis meses

06. Sobre a “fusão” e “incorporaçãd’ de partidos, mar-


que a alternativa INCORRETA:
a) Adotados o estatuto e o programa do partido incorpora-
dor, realizar-se-á, em reunião conjunta dos órgãos na-
cionais de deliberação, a eleição do novo órgão de di-
reção nacional.
b) Na hipótese de fusão, a existência legal do novo
partido tem início com o registro, no Ofício Civil com-
petente, das capitais de todos os Estados, do esta-
tuto e do programa, cujo requerimento deve ser
acompanhado das atas das decisões dos órgãos
competentes.
c) No caso de incorporação, o instrumento respectivo
deve ser levado ao Ofício Civil competente, que deve,
então, cancelar o registro do partido incorporado a
outro.
d) Havendo fusão ou incorporação de partidos, os vo-
tos obtidos por eles, na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados, devem ser somados para
efeito do funcionamento parlamentar, nos termos GABARITO DA LEI 6.996/82
da lei 9096/95, da distribuição dos recursos do Fun-
do Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à tele- 01. D - PREÂMBULO DA LEI 6996/82
visão. 02. C - ART. 4° PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI 6996/82
03. C - ART. 14 DA LEI 8868/94
07. A previsão orçamentária de recursos para o Fundo
Partidário deve ser consignada, no Anexo do Poder 04. D
Judiciário, ao: 05. A
a) STF 06. C - ART. 12 PARÁGRAFO 1 ° DA LEI 6996/82
b) MPU
c) TRE 07. B - ART. 13, DA LEI 6996/82
d) Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

08. A propaganda partidária gratuita, gravada ou ao vivo, GABARITO DA LEI COMPLEMENTAR 64/1990
efetuada mediante transmissão por rádio e televi-
são será realizada entre as:
a) dezoito horas e as vinte e uma horas 01. D - ART. 1°, DA LC 64/90
b) dezenove horas e trinta minutos e as vinte e duas 02. B - ART. 2°, DA LC 64/90
horas
03. C - ART. 3°, DA LC 64/90
c) dezenove horas e as vinte horas
d) vinte horas e as vinte e uma horas 04. C - ART. 5°, DA LC 64/90
05. C - ART. 11, DA LC 64/90
09. Marque a alternativa INCORRETA: 06. D - ART. 12, DA LC 64/90
a) É assegurado ao partido político com estatuto re-
gistrado no Tribunal Superior Eleitoral o direito à 07. B - ART. 22, DA LC 64/90
utilização gratuita de escolas públicas ou Casas 08. A - ART. 26, DA LC 64/90
legislativas para a realização de suas reuniões ou
Convenções, responsabilizando-se pelos danos
porventura causados com a realização do evento. GABARITO DA LEI 9.096/95
b) As emissoras de rádio e televisão terão direito a
compensação fiscal pela cedência do horário gra-
tuito previsto na lei 9096/95. 01. B, ART. 1°, DA LEI 9096/95
c) A fundação ou instituto de direito privado, criado por 02. A, ART. 7°, PARÁGRAFO 1° DA LEI 9096/95
partido político destinado ao estudo e pesquisa, à
doutrinação e à educação política, rege-se pelas 03. D, ART. 9°, DA LEI 9096/95
normas da lei civil e tem autonomia para contratar 04. A, ART. 11, PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI 9096/95
com instituições públicas e privadas, prestar servi- 05. A, ART. 27, DA LEI 9096/95
ços e manter estabelecimentos de acordo com
06. B, ART. 29, PARÁGRAFO 4° DA LEI 9096/95
suas finalidades, devendo, ainda, manter intercâm-
bio com instituições não nacionais. 07. D, ART. 40, DA LEI 9096/95
d) Para fins de aplicação das normas estabelecidas 08. B, ART. 45, DA LEI 9096/95
na lei 9096/95, consideram-se como equivalen- 09. C, ART. 53, DA LEI 9096/95
tes a Estados e Municípios o Distrito Federal e os
Territórios e respectivas divisões político-adminis-
trativas.

281
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ATUALIZADO PELO PROFESSOR LUIS VANDERLEI GOUVÊA

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 283

ORÇAMENTO PÚBLICO ........................................................................................ 283

PRINCÍPIOS ORÇAMETÁRIOS .............................................................................. 284

DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ........................................................................... 284

PROCESSO ORÇAMENTÁRIO ............................................................................. 285

MÉTODOS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DO ORÇAMENTO PÚBLICO ........... 286

NORMAS LEGAIS APLICÁVEIS .............................................................................. 291

SIDOR, SIAFI .......................................................................................................... 291

RECEITA PÚBLICA: CATEGORAIS, FONTES, ESTÁGIOS, DIVIDA ATIVA ............. 292

DESPESA PÚBLICA: CATEGORIAS, ESTÁGIOS .................................................. 293

SUPRIMENTO DE FUNDOS .................................................................................. 294

RESTOS A PAGAR ................................................................................................. 295

DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES........................................................ 296

A CONTA ÚNICA DO TESOURO ............................................................................ 296

LICITAÇÕES: MODALIDADES, DISPENSA E INEXIGIBILIDADE (LEI Nº 8.666/93) . 296

UNIDADE ORÇAMENTÁRIA E UNIDADE ADMINISTRATIVA ................................... 299

AUDITORIA FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA........................................................ 299

TOMADA DE CONTAS ........................................................................................... 300

FINANÇAS PÚBLICAS

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS BÁSICOS ........................................................... 300

LEI Nº 4.320/64 ....................................................................................................... 304

LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000 ........................................................................ 313

EXERCÍCIOS.......................................................................................................... 325

282
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
INTRODUÇÃO Conceito Político - Orçamento, no regime presidencia-
lista, está diretamente ligado às relações entre o Legis-
Historicamente, a Administração Financeira e o Orçamento lativo e o Executivo, sempre no que se refere ao controle
da União evoluíram consideravelmente. Do tempo em que do Congresso Nacional sobre o Poder Executivo através
o Orçamento foi cogitado no art. 15 da Carta Constitucio- da aprovação da Lei de Meios.
nal do Império, quando servia apenas como meio de con-
trole político sobre o rei, por parte do parlamento, passou Conceito Contábil - O orçamento é um instrumento que
à primeira Constituição Republicana e pelas de 1934, visa facilitar o controle do recebimento das receitas e
1937, 1946, 1967 e 1988, sempre ganhando maior des- dos gastos das despesas públicas.
taque e incorporando conceitos e princípios que buscam
a harmonia entre a política e a técnica, visando à excelên- ESPÉCIES DE ORÇAMENTO
cia do Programa de Trabalho da Nação.
Orçamento da Receita
A Administração Financeira Federal Brasileira é basea-
da em um Plano de Contas que é uma estrutura ordena- Engloba a estimativa do montante de todas as receitas a
da e sistematizada das contas, que permite o controle serem realizadas no exercício.
de informações orçamentárias, financeiras e patrimoni- A capacidade contributiva, que segundo a Constituição
ais, capazes de atender aos aspectos legais e gerenci- deveria promover a justiça fiscal (progressividade e se-
ais, auxiliando, também, no processo de tomada de de- letividade), é composta por duas grandes vertentes:
cisões. a) tributos diretos sobre a renda e patrimônio;
Salvo durante a vigência do Estado Novo, 1937 a 1945, b) tributos indiretos que incidem sobre as transações.
quando o orçamento era elaborado pelo Departamento Uma política tributária injusta pode ser atenuada por uma
Administrativo do Serviço Público-DASP, o orçamento teve política orçamentária adequada, destinando recursos às
sua confecção sempre deferida ao Poder Legislativo. pessoas carentes e aos setores de interesse da popu-
Hoje o Orçamento tem outra dimensão, qual seja, a de lação, caracterizando assim a verdadeira redistribuição
servir como “mola propulsora” para o desenvolvimento de renda.
nacional. Constitui-se desta forma, na expressão financei- Orçamento da Despesa
ra dos planos de trabalho do governo, não apenas dos
trabalhos anuais, mas plurianuais, graças ao instituto do Engloba todas as autorizações de gastos a serem reali-
Orçamento-Programa, uma das grandes conquistas da zados no exercício.
técnica orçamentária e da administração pública. A programação da despesa fundamentada nas neces-
Evoluímos também da escola do déficit sistemático para sidades prioritárias da população conduz naturalmente
a do equilíbrio orçamentário, nova e salutar filosofia ad- a uma melhor redistribuição de renda.
ministrativa que procura o equilíbrio entre a receita pre- As articulações das diversas forças políticas, destituí-
vista e a despesa autorizada, mais ainda, entre a receita das do fisiologismo eleitoreiro, e a adequada prioriza-
real e a despesa real. ção das funções do Estado levam à otimização dos gas-
HAROLD D. SMITH, uma das maiores autoridades norte-ame- tos públicos.
ricanas em questões orçamentárias disse: “Devemos No Brasil vivemos ainda uma fase de amadurecimento
aprender a pensar em Orçamento não como um livro in- político que deverá culminar com o reconhecimento da
compreensível, mas como um processo vivo da formula- importância do processo orçamentário/financeiro e sua
ção democrática da política pública e de sua ulterior execu- amplitude, a qual deve assegurar ampla participação
ção. Então, e somente então, servirá o Orçamento ao obje- dos cidadãos e das instituições.
tivo de controle legislativo e à administração executiva.”
É no Orçamento que o cidadão identifica a destinação PLANO PLURIANUAL - PPA
dos recursos que o governo recolhe sob a forma de im-
postos. Nenhuma despesa pública pode ser realizada O Orçamento da União é elaborado para o período de 1
sem estar fixada no Orçamento. O Orçamento Geral da (um) ano, como veremos a seguir. Este orçamento anual
União (OGU) é o coração da administração pública fede- insere-se em um contexto mais amplo que é a PLANO
ral. É elaborado pela SOF – Secretaria de Orçamento PLURIANUAL, chamada corriqueiramente de PPA, o qual
Federal, órgão central do sistema orçamentário federal - vigora por um período de 4 anos, referindo-se seu conteú-
em conjunto com os demais órgãos dos três poderes: do às prioridades, macrodiretrizes, objetivos e grandes
Executivo, Legislativo e Judiciário. metas do País.
O PPA é o instrumento legal de que o Governo Federal
1 - ORÇAMENTO PÚBLICO dispõe para dar uma visão de médio e longo prazo das
suas ações, segundo as prioridades políticas. Nos últi-
CONCEITO DE ORÇAMENTO mos anos o PPA (antigo PND), tem sido utilizado apenas
Conceito Técnico - Orçamento é um instrumento dinâ- como uma obrigação legal que deve ser cumprida, aban-
mico que estima a receita e fixa a despesa para um donando seu objetivo maior que é integrar e evidenciar
determinado período. os programas de governo dentro do processo de plane-
jamento estratégico do País, procurando a integração
Conceito Legal - Orçamento é uma lei que estima a re- das ações governamentais, fator importantíssimo para
ceita e fixa a despesa. otimização das funções governamentais.

283
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
2 - PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS mações que permitam a fiscalização da utilização dos
recursos dos contribuintes.
O que convencionamos chamar de princípios orçamen-
tários é o conjunto de regras básicas que norteiam a Equilíbrio (art. 166 e 167 da CF “parte”)
elaboração do orçamento. Estas regras são dinâmicas O montante das despesas autorizadas não deve ultra-
e evoluem ao longo do tempo. passar a receita prevista.
Historicamente o orçamento tem sido uma tentativa de - não é permitida a realização de despesas ou o com-
restringir o poder de arbítrio do soberano, estabelecendo prometimento com qualquer obrigação que ultra-
o controle legislativo sobre as atividades do governante, passem os créditos orçamentários.
em vista da sua prerrogativa de cobrar tributos. - não é permitida a abertura de crédito suplementar
Citaremos os princípios mais relevantes: ou especial sem que seja apontada a origem dos
recursos correspondentes.
Unidade (Lei 4.320/64 art. 2º)
- não é permitida a concessão de créditos ilimitados.
O orçamento deve ser uno, ou seja, cada esfera de go-
verno (federal, estadual e municipal) deve ter uma e so- Segundo a Constituição Federal de 1988, a Lei Orça-
mente uma Lei Orçamentária que englobe os três tipos mentária Anual compreenderá :
de orçamento: fiscal, seguridade social e de investimen- a) o orçamento fiscal referente aos Poderes da União,
tos (art. 165, 5º CF). seus fundos, órgãos e entidades da administração dire-
ta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas
Universalidade (Lei 4.320/64, art. 3º) pelo Poder Público;
O orçamento deve conter todas as receitas e despesas. b) o orçamento de investimento das empresas em que
a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
A partir de 1988 as operações de crédito passaram a capital social com direito a voto;
integrar o orçamento, eliminando, desta forma, sérias c) o orçamento da seguridade social, abrangendo to-
distorções. das as entidades e órgãos a ela vinculados, da adminis-
A universalidade permite principalmente: tração direta ou indireta, bem como os fundos e funda-
ções instituídos e mantidos pelo Poder Público.
- conhecer previamente as receitas e despesas do
governo; 3 - DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
- condicionar qualquer operação à aprovação parla-
mentar e; A Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO é o dispositivo
- autorizar a cobrança de tributos nos níveis adequa- legal que estabelece as regras a serem seguidas na
dos aos gastos governamentais. elaboração do orçamento. Seu conteúdo versa basica-
mente sobre as diretrizes e prioridades que devem ser
Anualidade ou Periodicidade (art. 167, I, CF) seguidas quando da programação de cada entidade
governamental. A LDO, além de representar o paradig-
O orçamento é elaborado para um determinado período
ma básico para programação, restringe e direciona a
de tempo que normalmente é de 1 ano. No caso brasi-
alocação de recursos visando sempre a consecução das
leiro, a periodicidade orçamentária coincide com o ano-
metas estabelecidas em seu bojo.
calendário.
A LDO é encaminhada, em forma de Projeto de Lei, pelo
É importante destacar que em matéria tributária não há
Poder Executivo ao Congresso Nacional, cabendo a este
justificativa para criação de novos tributos após a apro-
último a aprovação.
vação do orçamento.
A primeira LDO foi a Lei nº 7.800 de 10-07-89 que segun-
No caso de investimentos que ultrapassem mais de um
do seu preâmbulo: “dispõe sobre as diretrizes para a
exercício financeiro os mesmos não podem ser inicia-
elaboração da Lei Orçamentária de 1990 e dá outras
dos sem que sejam incluídos previamente no Plano Plu-
providências”. Este preâmbulo tem se repetido, com a
rianual - PPA (art. 167, § 1º CF).
alteração das datas, ao longo dos anos.
Exclusividade (art. 165, 8º CF).
O Projeto de LDO deve ser encaminhado pelo Presidente
O orçamento só pode conter matéria orçamentária. da República, ao Congresso Nacional, até oito meses e
meio antes do encerramento do exercício financeiro. O Con-
Sem esta proibição, diversas outras matérias poderiam gresso Nacional, por sua vez, tem como prazo o encerra-
“tomar carona” no projeto de Lei Orçamentária. mento do primeiro período da sessão legislativa para apro-
Especificação vação da LDO, sem o que não pode entrar em recesso.

Este princípio visa detalhar a programação orçamentá- Normalmente a LDO estabelece parâmetros referentes
ria de forma que não ocorram dúvidas quanto à origem e à elaboração do Orçamento, tais como:
destino dos recursos. Decorrente deste princípio há um I- as prioridades e metas da Administração Pública
Quadro de Detalhamento da Despesa - QDD e a abertu- Federal;
ra das rubricas de receita por natureza e fonte. II - a organização e estruturas do Orçamento;
Existe uma discussão quanto ao equilíbrio entre o con- III - as diretrizes gerais para elaboração dos Orçamen-
trole advindo do detalhamento e a mobilidade do gestor tos da União e suas alterações;
para alcançar suas metas.
IV - as disposições relativas à dívida pública federal;
Publicidade (art. 37, CF) V - as disposições relativas às despesas da União com
pessoal e encargos sociais;
É garantido a qualquer interessado o acesso às infor-

284
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
VI - a política de aplicação de recursos das agências Operacionalização
oficiais de fomento;
O órgão coordenador do processo de orçamentação é a
VII - as disposições sobre alterações na legislação tri-
Secretaria de Orçamento Federal - SOF a quem cabe
butária da União;
orientar as diversas unidades orçamentárias, proceder
VIII - as disposições finais. as consolidações e verificar o estrito cumprimento das
Como podemos observar estes exemplos acima cita- regras estabelecidas na LDO.
dos dão uma noção da importância da LDO na elabora- A Secretaria do Tesouro Nacional - STN elabora a esti-
ção do orçamento. A LDO estabelece as prioridades, as mativa de arrecadação dando como resultado final a
regras estruturais, os requisitos para que sejam feitas estimativa da receita para o exercício seguinte.
modificações, os limites para endividamento e cobran-
ça de tributos. Com base nesta estimativa e considerando as priorida-
des e as especificidades de cada área/Unidade Orça-
4 - PROCESSO ORÇAMENTÁRIO mentária, o Ministério do Planejamento estabelece tetos
orçamentários para elaboração da proposta. Estes tetos
são atribuídos a cada Unidade para que estas formali-
PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA
zem suas Propostas entrando com os diversos detalha-
mentos que comporão o Orçamento da União
O Orçamento Público tem como maior objetivo assegu-
rar uma boa qualidade de vida aos cidadãos. Neste sen- A priorização para alocação de créditos deve pautar-se
tido é imprescindível a participação do povo no processo nos parâmetros estabelecidos na LDO. O processo de
de elaboração do Orçamento. definição de prioridades, balizado então pela LDO, deve
conduzir naturalmente à identificação ordenada, por ní-
Elaboração do Projeto de Lei vel de importância, das atividades ou projetos que me-
Em um país de dimensões continentais como o Brasil, lhor se coadunem com a política governamental, e que
as diferenças culturais, geográficas, climáticas e as con- atendam diretamente a missão institucional. A Secreta-
ria de Orçamento Federal - SOF dispõe do Sistema Inte-
dições de desenvolvimento são muito diferenciadas,
grado de Dados Orçamentários - SIDOR para operacio-
necessitando de soluções individualizadas que só po-
nalizar a elaboração da Proposta Orçamentária da União.
dem ser identificadas com a participação direta das po-
pulações locais, através dos seus representantes e dos Os tetos são definidos dentro dos seguintes itens:
meios de comunicação, levando a termo o processo
democrático. - PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS;
- SERVIÇO DA DÍVIDA;
São duas as principais etapas para elaboração do Pro- - ODCC PARA PROJETOS;
jeto de Lei Orçamentária: - ODCC PARA ATIVIDADES.
Planejamento Discussão
Em primeiro lugar é bom lembrar que a Programação A discussão da Proposta Orçamentária pelo Congresso
Orçamentária anual insere-se em um contexto mais Nacional tem evoluído muito do ponto de vista técnico e
amplo que é a Programação Plurianual - PPA, onde es- político.
tão traçados os macro objetivos e metas nacionais, ser-
vindo como guia do planejamento estratégico nacional. É nessa fase de tramitação que as grandes forças políti-
Neste contexto o orçamento é um detalhamento do PPA. cas e empresariais formam os famosos lobys com o ob-
jetivo de carrear recursos para as suas áreas de interes-
Na etapa de planejamento predominam a coleta de da- se. É fundamental que seja mantido um equilíbrio de for-
dos e a identificação das necessidades primordiais da ças entre as diversas correntes para que não ocorram
Nação, além da avaliação da capacidade de arrecada- injustiças na programação. As emendas ao projeto de lei
ção e gasto do país. Uma vez identificados estes parâ- orçamentária, apresentadas pelos congressistas, são
metros no meio dos dados coletados, são estabeleci- os instrumentos utilizados para proposição de alterações
das as prioridades e metas que se traduzem em obriga- ao texto originalmente encaminhado para aprovação.
toriedade de atendimento primordial através da Lei de
Diretrizes Orçamentárias - LDO, primeiro produto do A discussão da Proposta Orçamentária, dá-se desde
processo de orçamentação. seu encaminhamento pelo chefe do Poder Executivo,
ao Congresso Nacional, que deve ser até quatro meses
É grande a dinâmica da etapa de planejamento uma vez antes do encerramento do exercício financeiro. (Se o
que, para que seja obtido sucesso na identificação das Congresso Nacional não receber a proposta no prazo
reais necessidades, as unidades orçamentárias devem estabelecido a Lei Orçamentária vigente será conside-
discutir exaustivamente seus programas de trabalho, rada como Proposta.). Sua aprovação deve ocorrer até o
sempre visando ao interesse público. Ocorre que nem término do segundo período da sessão legislativa.
sempre é fácil decidir qual é a prioridade. Muitas vezes o
gestor vê-se em situação incômoda para a tomada de Aprovação
decisão. Por exemplo, o que você julgaria prioritário: com- Cabe ao Congresso Nacional aprovar, até o término da
bater o cólera na Região Norte ou aumentar a capacida- sessão legislativa, o projeto de Lei Orçamentária (art.
de hospitalar da mesma região visando atender as ne- 35, 5º CF/DT).
cessidades mínimas da população? A componente a ser Em seguida, a Lei Orçamentária segue para sanção,
considerada é que só existem recursos para que seja promulgação e publicação, tarefas estas imputadas à
atendida apenas uma das necessidades. A solução pode chefia maior do Poder Executivo.
ser fazer um pouco de cada mas corre-se o risco de não
se atender nem uma nem outra. Caso haja veto do Poder Executivo, a Proposta retorna
ao Congresso Nacional. O veto poderá ser rejeitado pelo

285
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Congresso e nesse caso a Lei retorna para promulga- ficidade de seu conteúdo e produto, em uma subfunção,
ção por parte do Executivo. independente de sua relação institucional, ou seja, in-
dependente de qual Ministério esteja localizada aquela
Caso o Projeto de Orçamento não seja aprovado antes ação.
do encerramento do exercício financeiro a LDO estabe-
lece as regras a serem seguidas. Estas regras têm sido, Assim, o Decreto nº 2.829, de 29 de outubro de 1998, e
costumeiramente, a liberação de uma fração correspon- as Portarias nº 117 e 51, respectivamente, de 12 de no-
dente a 1/12 da proposta, a cada mês, sem a Lei orça- vembro e 16 de novembro de 1998, ambas do Ministério
mentária. Esta prática justifica-se uma vez que os ór- do Planejamento e Orçamento, foram introduzidas
gãos não podem ter suas atividades paralisadas em substanciais modificações no processo de planejamento
função da não aprovação do Orçamento. e orçamento do setor público, que entrou em vigor com o
orçamento de 2000.
Vale, entretanto, esclarecer que se trata de prática pouco
recomendada uma vez que imobiliza de certa forma o O Decreto nº 2.829/98 estabeleceu normas para a ela-
programa de trabalho das unidades mantendo-as em boração e execução do Plano Plurianual e dos Orçamen-
estágio vegetativo. tos da União; a Portaria nº 117/98, substituída, posterior-
mente, pela Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, com a
Tem-se observado que este atraso tem ocorrido em to- preservação dos seus fundamentos, atualizou a discri-
dos os anos tendo chegado, em certa ocasião, a 9/12 do minação da despesa por funções de que tratam o inciso
orçamento, sendo inclusive usado como artifício para I do § 1º do art. 2º e § 2° do art. 8º, ambos da Lei nº 4.320,
contenção da despesa, demonstrando entretanto o des- ou seja, revogou a Portaria nº 9, de 28 de janeiro de 1974
preparo dos poderes no trato da matéria orçamentária. (Classificação Funcional-Programática); e a Portaria nº
51/98 instituiu o recadastramento dos projetos e ativida-
5 - MÉTODOS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DO ORÇA- des constantes do Orçamento da União.
MENTO PÚBLICO
Essas modificações representam um importante passo
Para elaboração do Orçamento Público são utilizados no sentido da modernização dos processos de planeja-
alguns instrumentos e técnicas que visam a estrutura-lo mento e orçamento, com aplicabilidade à União, Esta-
(formata-lo), definindo a alocação dos recursos, permi- dos e Municípios, tendo como escopo principal a busca
tindo que seja evidenciado que órgãos vão utilizá-los, para o setor público de uma administração menos buro-
em que, e com que finalidade. Ditos instrumentos e téc- crática e mais gerencial, com efetiva cobrança de resul-
nicas consubstanciam-se através das classificações tados.
orçamentárias.
Nesse sentido, identifica-se no esforço de moderniza-
A seguir são apresentadas estas estruturas. (o texto foi ção a observância de dois pressupostos: cobrança de
extraído da página da secretaria de Orçamento Federal resultados e realidade problematizada.
– SOF)
Como cobrança de resultados deve ser entendida aquela
CLASSIFICAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS avaliação junto à sociedade das ações desenvolvidas
pelos governos (União, Estados e Municípios), aferidas
De grande importância para a compreensão do orça- em termos de benefícios efetivamente oferecidos ao ci-
mento são os critérios de classificação das contas pú- dadão. Trata-se de uma abordagem nova, porquanto os
blicas. As classificações são utilizadas para facilitar e sistemas administrativos vigentes caracterizam-se por
padronizar as informações que se deseja obter. Pela serem de baixa responsabilidade, isto é, quando existe
classificação é possível visualizar o orçamento por Po- cobrança, refere-se mais a processos e meios, e nunca a
der, por função de governo, por subfunção, por progra- resultados ou mesmo produtos.
ma, por categoria econômica. Já a realidade problematizada traduz o esforço de moder-
A classificação funcional-programática representou um nização do planejamento, fazendo com que o mesmo pas-
grande avanço na técnica de apresentação orçamentá- se a ser centrado em “problemas”, que antes eram ele-
ria. Ela permitiu a vinculação das dotações orçamentári- mentos constitutivos do diagnóstico do planejamento tra-
as a objetivos de governo que, por sua vez, eram viabili- dicional, e agora assumem a condição de estruturadores
zados pelos programas de governo. Esse enfoque per- do próprio plano. Por sua vez, essa concepção é funda-
mitiu uma visão do “que o governo faz”, o que tinha signi- mental para a cobrança de resultados, que poderá pautar-
ficado bastante diferente do critério anterior que visuali- se, na sua aferição, em termos de identificar se os proble-
zava o “que o governo comprava”. mas elencados no plano foram efetivamente resolvidos.

A partir do orçamento do ano 2000, diversas modifica- O cumprimento desses dois pressupostos (cobrança
ções foram estabelecidas na classificação vigente, pro- de resultados e realidade problematizada), como repre-
curando-se privilegiar o aspecto gerencial do orçamen- sentativos de uma administração gerencial, torna ne-
to, com adoção de práticas simplificadoras e descentra- cessária a observância dos seguintes princípios: sim-
lizadoras. plificação, descentralização e responsabilidade.

O eixo principal dessas modificações foi a interligação A simplificação está muito bem refletida na nova forma
entre o Planejamento ( Plano Plurianual – PPA) e o Orça- de tratar-se o planejamento, considerando que o seu
mento, por intermédio da criação de Programas para to- elemento, talvez, de maior relevância, passa a ser um
das as ações de governo, com um gerente responsável conceito de fácil entendimento, qual seja, o problema.
por metas e resultados concretos para a sociedade. Quem não tem idéia do que seja um problema?

Assim, uma vez definido o programa e suas respectivas A descentralização, além de ser um princípio que presi-
ações, classifica-se a despesa de acordo com a especi- de a boa prática administrativa, assume maior impor-

286
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
tância, ainda, quando se fala em cobrança de resulta- isso, a prática, entre nós, do orçamento-programa. Na ver-
dos, que deve ocorrer, preferencialmente, no nível onde dade, passou a significar um aglomerado de “caixas” onde
a ação está sendo realizada, próxima do cidadão, que é as ações são agrupadas, sem maiores preocupações com
seu destinatário final. Cabe sempre lembrar que as pes- o tipo da transação que está sendo classificada.
soas moram nos municípios e que mesmo dentro de
uma instituição as intermediações distantes do setor Nesse contexto, com a reforma da funcional-programáti-
responsável pela execução da ação são causadoras de ca procurou-se, sobretudo, privilegiar o aspecto gerenci-
ineficiência. al dos planos e orçamentos, mediante a adoção de prá-
ticas simplificadoras e descentralizadoras. Mais especi-
A tradição administrativa brasileira sempre foi de atribui- ficamente, foi retirado da sua estrutura o conteúdo clas-
ções difusas de responsabilidades, o que torna pratica- sificador, representado pelo rol das funções, que, junta-
mente impossível uma cobrança de resultados. Assim, mente com as subfunções, constituirá uma classifica-
o que se está propondo é que o administrador assuma, ção independente dos programas, e com utilização obri-
de uma forma personalizada, a responsabilidade pelo gatória em todas as unidades da federação (com a res-
desenvolvimento de um programa e consequentemen- salva do disposto na Portaria nº 42/99), e que servirá de
te, pela solução ou encaminhamento de um problema. base para a consolidação das despesas públicas em
termos nacionais.
Em razão dos pressupostos e dos princípios anterior-
mente mencionados, teríamos uma concepção de pla- Cabe ressaltar que, a classificação funcional ora intro-
nejamento e orçamento que contempla as seguintes duzida, muito embora tenha como escopo principal a
características: identificação das áreas em que as despesas estariam
sendo realizadas, preservou, na sua lógica de aplica-
a) Visão estratégica, com estabelecimento de objeti- ção, a matricialidade da funcional-programática, ou seja,
vos; as subfunções poderão ser combinadas com funções
b) Identificação dos problemas a enfrentar ou oportu- diferentes daquelas a que estejam vinculadas. Ademais,
nidades a aproveitar, tendo em vista tornar realida- justamente por significar área de despesa, chega-se às
de essa visão estratégica; funções e subfunções por intermédio dos projetos e ati-
c) Concepção dos programas que deverão ser imple- vidades, daí porque a entrada no classificador funcional
mentados, com vistas ao atingimento dos objetivos deve ser o último ato do processo de planejamento e
que implicarão na solução dos problemas ou aprovei- orçamentação.
tamento das oportunidades;
d) Especificação das diferentes ações do programa, Quanto aos programas, cada nível de governo passará a
com identificação dos respectivos produtos, que ter a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus
darão origem, quando couber, aos projetos e ativi- problemas, e originária do plano plurianual. Assim, não
dades; haverá mais sentido falar-se em classificação programá-
e) Aos objetivos, serão atribuídos indicadores e aos tica, mas sim em estruturas programáticas diferenciadas
produtos, metas. de acordo com as peculiaridades locais.
Dessa forma, observaremos um encadeamento lógico Uma outra abordagem simplificadora refere-se à con-
entre os planos e orçamentos, ou seja, problemas, progra- vergência entre as estruturas do plano plurianual e do
mas e produtos. Ou de uma outra forma: problemas, pro- orçamento anual. A idéia de uma estrutura modular pró-
gramas, atividades e projetos. pria para o plano e outra diferenciada para o orçamento,
ainda que teoricamente sedutora, não tem apresentado
Contudo, a Classificação Funcional-Programática, tal resultados satisfatórios no tocante à integração entre
como foi concebida e, principalmente, conforme vem planejamento e orçamento. Na verdade, a conversação
sendo aplicada, é impeditiva a que se implemente um entre esses módulos tem-se revelado extremamente
planejamento e um orçamento centrados em problemas difícil, acabando por prevalecer, no final, a importação,
e com aferição de resultados, daí porque houve a neces- pelo plano, de categorias do orçamento, o que lhe acar-
sidade de se revogar a Portaria no 9/74. reta uma acentuada perda de identidade.
Na realidade, a funcional-programática representa uma Dessa forma, optou-se por utilizar-se um único módulo
junção de duas classificações: a classificação funcional integrador entre plano e orçamento, que será o progra-
oriunda da Lei nº 4.320/64 e uma classificação de pro- ma. Em termos de estruturação, o plano termina no pro-
gramas, surgida a partir da introdução do orçamento- grama e o orçamento começa no programa, o que confe-
programa na prática administrativa brasileira (primeiro, re a esses documentos uma integração desde a origem,
em alguns estados - Rio Grande do Sul, Guanabara - e, sem a necessidade, portanto, de buscar-se uma compa-
posteriormente, na União). Assim, em razão desse hibri- tibilização entre módulos diversificados. O programa como
dismo, convivem dentro de uma mesma classificação, único módulo integrador e os projetos e atividades como
duas lógicas classificatórias: a da funcional, que se pro- instrumentos de realização dos programas.
põe a explicitar as áreas “em que” as despesas estão
sendo realizadas, e a programática, com a preocupação Em relação ao processo orçamentário, é importante des-
de identificar os objetivos, isto é, “para que” as despe- tacar a preocupação que passa a prevalecer com a idéia
sas estão sendo efetivadas. Visto dessa maneira, pare- de produto (bem ou serviço). Não há como falar-se em
ce claro que o papel de classificador deveria caber à orçamento-programa, sem ter bem definido o ciclo pro-
funcional, porquanto, pela sua própria natureza, carece dutivo que está sendo objeto da orçamentação. Os orça-
de sentido falar-se em padronização de objetivos. mentos em vigor não permitem que se tenha essa visu-
alização, onde os programas, projetos e atividades, ora
Contudo, na prática, houve a predominância da idéia de
classificador, o que fez com que a funcional- programáti- são associados a medidas de produtos, ora a medidas
ca perdesse a sua eficácia gerencial, empobrecendo, com de insumos.

287
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Um primeiro passo no sentido de se buscar essa visibi- A aplicação adequada da estrutura programática e das
lidade foi revisar o conceito de atividade, em relação à classificações orçamentárias tem como resultado a con-
qual não estava associada a noção de produto, que era figuração de um orçamento onde estariam evidencia-
exclusividade do projeto. Agora, tanto o projeto como a dos, separadamente:
atividade envolvem um conjunto de operações que têm
como resultado um produto. No caso do projeto, um pro- a. O que será implementado, para que, qual o produto
duto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamen- (finalidade, resultados esperados, serviços e bens
to da ação do governo; e no caso da atividade, um produ- a serem obtidos);
to necessário à manutenção da ação de governo. b. Quem na administração federal é responsável pela
programação;
Ainda na busca de conferir maior visibilidade ao ciclo c. Quais os insumos utilizados ou adquiridos na im-
produtivo objeto da orçamentação, instituíram-se as “ope- plementação;
rações especiais”, com a finalidade de agregar aquelas d. Em que área de ação governamental a despesa
despesas em relação às quais não se possa associar, será realizada.
no período, a geração de um bem ou serviço, tais como,
dívidas, ressarcimentos, transferências, indenizações, CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL
financiamentos e outras afins. Dito de uma outra forma,
são aquelas despesas nas quais o administrador incor- A classificação institucional compreende os Órgãos Orça-
re, sem, contudo, combinar fatores de produção para mentários e suas respectivas Unidades Orçamentárias.
gerar produtos, ou seja, seriam neutras em relação ao
ciclo produtivo sob sua responsabilidade. Um órgão orçamentário ou uma unidade orçamentária da
classificação institucional do orçamento pode não corres-
As operações especiais constituem uma espécie do ponder a uma estrutura administrativa como, por exemplo,
gênero das operações orçamentárias. A outra espécie “Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”,
seriam as “ações orçamentárias”, que se traduzem nos “Encargos Financeiros da União”, “Operações Oficiais de
diferentes projetos e atividades. Crédito”, “Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária
Federal” e “Reserva de Contingência”.
Cabe lembrar que as “operações especiais” não vincu-
ladas a programas constantes do plano plurianual, com- Na base do SIDOR o campo que se refere à classifica-
porão uma função específica, denominada “encargos ção institucional (Órgão e Unidade) tem um código com-
especiais”, sem identificação de programas. posto por 5 (cinco) algarismos.
É importante ressaltar o enorme significado para o bom 1°/2° dígitos identificam o Órgão Orçamentário
êxito dessas reformas representado pelo recadastra- 3°/4°/5° dígitos determinam a sua Unidade Orçamentária.
mento das atividades e projetos orçamentários, instituí-
do pela Portaria nº 51/98. Com esse trabalho é que se CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA DA DESPESA
tornará possível uma melhor identificação dos verdadei-
ros produtos do ciclo orçamentário, mediante uma tria- Para classificar uma despesa quanto à sua natureza
gem no diversificado universo das ações que integram deve-se considerar a categoria econômica, o grupo a
os orçamentos. que pertence, o elemento e complementarmente a mo-
dalidade da aplicação.
Quanto à substituição da Portaria nº 117/98, é oportuno A classificação da natureza da despesa é composta de:
ressaltar que a Portaria nº 42/99, que a revogou, mante- a) Categoria Econômica da despesa – dividida em duas
ve as CLASSIFICAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS categorias: Despesa Corrente e Despesa de Capital.
As classificações orçamentárias permitem a visualiza- Despesa Corrente: Classificam-se nesta categoria
ção da despesa sob diferentes enfoques ou aborda- todas as despesas que não contribuem, diretamente,
gens, conforme o ângulo que se pretende analisar. para a formação ou aquisição de um bem de capital.
Cada uma delas possui uma função ou finalidade es- Despesa de Capital: Classificam-se nesta categoria
pecífica e um objetivo original que justificam sua cria- aquelas despesas que contribuem, diretamente, para
ção e pode ser associada à uma questão básica que a formação ou aquisição de um bem de capital;
procura responder. b) Grupo de Natureza da Despesa – agregador de ele-
mentos de despesa com as mesmas característi-
A estrutura programática, composta de programas, ações cas quanto ao objeto de gasto: 1 - Pessoal e Encar-
e localização de gasto perdeu a conotação de classifica- gos Sociais; 2 - Juros e Encargos da Dívida; 3 - Ou-
ção pré-fixada mas responde à indagação maior da aná- tras Despesas Correntes; 4 – Investimentos; 5 - In-
lise orçamentária que é a da finalidade da despesa. versões Financeiras; 6- Amortização da Dívida;
Resumidamente, temos as seguintes associações: c) Elemento de Despesa (objeto de gasto) - tem por
finalidade identificar os objetos de gasto, tais como
a. Estrutura Programática – responde à indagação vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, mate-
“Para que” os recursos são alocados? (finalida- rial de consumo, serviços de terceiros prestados sob
de). qualquer forma, subvenções sociais, obras e insta-
b. Classificação Institucional – responde à indaga- lações, equipamentos e material permanente, auxí-
ção “Quem” é o responsável pela programação? lios, amortização e outros de que a administração
c. Classificação da Despesa por Natureza – respon- pública se serve para a consecução de seus fins;
de à indagação “O Que” será adquirido e “Qual” o d) Modalidade de Aplicação – tem por finalidade indi-
efeito econômico da realização da despesa ? car se os recursos são aplicados diretamente por
d. Classificação Funcional - responde à indagação órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de
“Em que área” de ação governamental a despesa Governo ou por outro ente da Federação e suas res-
será realizada? pectivas entidades, e objetiva, precipuamente, pos-

288
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
sibilitar a eliminação da dupla contagem dos recur- 33 - Passagens e Despesas com Locomoção
sos transferidos ou descentralizados. 34 - Outras Despesas de Pessoal decorrentes de Con-
tratos de Terceirização
Na base do SIDOR o campo que se refere à natureza da 35 - Serviços de Consultoria
despesa contém um código composto por 6 (seis) alga- 36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física
rismos. 37 - Locação de Mão-de-Obra
1º dígito indica a Categoria Econômica da despesa 38 - Arrendamento Mercantil
2º dígito indica o Grupo de Natureza da Despesa 39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica
3º/4º dígitos indicam a Modalidade de Aplicação 41 - Contribuições
5º/6º dígitos indicam o Elemento de Despesa 42 - Auxílios
43 - Subvenções Sociais
A - CATEGORIAS ECONÔMICAS 45 - Equalização de Preços e Taxas
3 - Despesas Correntes 46 - Auxílio-Alimentação
4 - Despesas de Capital 47 - Obrigações Tributárias e Contributivas
B - GRUPOS DE NATUREZA DE DESPESA 48 - Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas
1 - Pessoal e Encargos Sociais 49 - Auxílio-Transporte
2 - Juros e Encargos da Dívida 51 - Obras e Instalações
3 - Outras Despesas Correntes 52 - Equipamentos e Material Permanente
4 - Investimentos 61 - Aquisição de Imóveis
5 - Inversões Financeiras 62 - Aquisição de Produtos para Revenda
6 - Amortização da Dívida 63 - Aquisição de Títulos de Crédito
64 - Aquisição de Títulos Representativos de Capital já
C - MODALIDADES DE APLICAÇÃO Integralizado
20 - Transferências à União 65 - Constituição ou Aumento de Capital de Empresas
30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal 66 - Concessão de Empréstimos e Financiamentos
40 - Transferências a Municípios 67 - Depósitos Compulsórios
50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins 71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado
Lucrativos 72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado
60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins 73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratu-
Lucrativos al Resgatada
70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais 74 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliá-
Nacionais ria Resgatada
80 - Transferências ao Exterior 75 - Correção Monetária da Dívida de Operações de Cré-
90 - Aplicações Diretas dito por Antecipação da Receita
99 - A Definir 76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinancia-
do
D - ELEMENTOS DE DESPESA 77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado
01 - Aposentadorias e Reformas 81 - Distribuição de Receitas
03 - Pensões 91 - Sentenças Judiciais
04 - Contratação por Tempo Determinado 92 - Despesas de Exercícios Anteriores
05 - Outros Benefícios Previdenciários 93 - Indenizações e Restituições
06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso 94 - Indenizações e Restituições Trabalhistas
07 - Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência 95 - Indenização pela Execução de Trabalhos de Cam-
08 - Outros Benefícios Assistenciais po
09 - Salário-Família 96 - Ressarcimento de Despesas de Pessoal Requisi-
10 - Outros Benefícios de Natureza Social tado
11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil 99 - A Classificar
12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar
13 - Obrigações Patronais CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
14 - Diárias - Civil
15 - Diárias - Militar A classificação funcional, composta de um rol de fun-
16 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil ções e subfunções prefixadas, servirá como agregador
17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar dos gastos públicos por área de ação governamental,
18 - Auxílio Financeiro a Estudantes nas três esferas. Trata-se de uma classificação inde-
19 - Auxílio-Fardamento pendente da estrutura programática.
20 - Auxílio Financeiro a Pesquisadores
21 - Juros sobre a Dívida por Contrato Por ser de aplicação comum e obrigatória no âmbito dos
22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato Municípios, dos Estados e da União, a classificação fun-
23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária cional permitirá a consolidação nacional dos gastos do
24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária setor público.
25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Anteci-
pação da Receita Com esta finalidade, o rol de funções e subfunções, an-
26 - Obrigações decorrentes de Política Monetária tes de ser oficializado pela Portaria nº 42, de 14 de abril
27 - Encargos pela Honra de Avais, Garantias, Seguros de 1999, foi submetido à crítica das instituições setori-
e Similares ais diretamente relacionadas às áreas do governo e das
28 - Remuneração de Cotas de Fundos Autárquicos entidades de pesquisa que se utilizam das informações
30 - Material de Consumo sobre gastos públicos no cumprimento de suas mis-
32 - Material de Distribuição Gratuita sões institucionais.

289
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A classificação funcional, muito embora tenha como es- para que sejam atingidos os objetivos e as metas. Es-
copo principal a identificação das áreas em que as des- tas alterações são conhecidas como REFORMULAÇÕES
pesas estariam sendo realizadas, preservou, na sua ló- ORÇAMENTÁRIAS e também constituem um importante
gica de aplicação, o enfoque matricial da funcional-pro- instrumento orçamentário.
gramática, ou seja, as subfunções poderão ser combina-
das com funções diferentes daquelas a que estejam vin- Durante a execução orçamentária as dotações podem tor-
culadas. Ademais, justamente por significar área de des- nar-se insuficientes para suprir as necessidades de deter-
pesa, chega-se às funções e subfunções por intermédio minado item do Programa de Trabalho aprovado em Lei
dos projetos e atividades, daí porque a entrada no classi- Orçamentária ou alguns destes itens podem tornar-se ina-
ficador funcional deve ser o último ato do processo de dequados em decorrência de medidas que possam alte-
planejamento e orçamentação. rar as metas do programa de governo. Pode ocorrer tam-
bém a necessidade de inclusão de novas ações.
Função
Estas ocorrências conduzem a alterações no Orçamen-
A função representa o maior nível de agregação das diver- to da União, com o devido reflexo no QDD, e, no jargão
sas áreas de despesa que competem ao setor público. comum da área orçamentária, gera uma ALTERAÇÃO
DE QDD.
A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em
relação às quais não se possa associar um bem ou servi- As alterações no orçamento podem dar-se de três formas:
ço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: - Através da abertura de créditos adicionais, quando há
dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, re- necessidade de inclusão de projetos e/ou atividades, ou
presentando, portanto, uma agregação neutra. quando a modificação envolva nível de detalhamento
No caso da função “Encargos Especiais”, os programas superior à fonte de recursos e/ou modalidade de aplica-
corresponderão a um código vazio, do tipo “0###”. ção. A solicitação de crédito deve indicar os dados finan-
ceiros e sua justificativa devidamente fundamentada.
Subfunção
Para os créditos que dependam de autorização legislati-
A subfunção representa uma partição da função, visan- va, nas hipóteses não previstas na Lei Orçamentária Anu-
do agregar determinado subconjunto de despesas do al, o Poder Executivo encaminhará Projeto de Lei ao Po-
setor público. Na nova classificação a subfunção identi- der Legislativo e somente após a aprovação e a publica-
fica a natureza básica das ações que se aglutinam em ção da Lei será baixado Decreto de abertura de crédito.
torno das funções. Estes projetos normalmente estabelecem um limite de até
As subfunções poderão ser combinadas com funções 20% das dotações para que Poder Executivo aprove crédi-
diferentes daquelas a que estão relacionadas, segundo tos adicionais, independentemente de aprovação legislati-
a Portaria nº 42. va. Estes créditos devem sempre indicar as origens dos
recursos que podem ser:
Assim, a classificação funcional será efetuada por inter-
médio da relação da ação (projeto, atividade ou opera- a) da anulação parcial de dotações desde que não
ção especial) com a subfunção e a função. A partir da ultrapasse o limite estabelecido no art. 43 da Lei nº
ação, classifica-se a despesa de acordo com a especi- 4.320/64;
ficidade de seu conteúdo e produto, em uma subfunção, b) de operações de crédito nos limites do art. 43 da
independente de sua relação institucional. Em seguida, Lei nº 4.320/64;
será feita a associação com a função, associação esta c) da Reserva de Contingência;
voltada à área de atuação característica do órgão/unida- - Através da simples alteração do QDD, quando a altera-
de em que as despesas estão sendo efetuadas. ção ocorrer nos níveis de Fonte de Recursos, Modalida-
Exemplo 1: uma atividade de pesquisa na FIOCRUZ do de de Aplicação e Elemento de Despesa. As alterações
Ministério da Saúde deve ser classificada de acordo com de QDD do Poder Executivo nos níveis de modalidade
sua característica – na subfunção n° 571 “Desenvolvi- de aplicação e elemento de despesa, exceto no grupo
mento Científico” e na função n° 10 “Saúde”. de despesa de “Pessoal e Encargos Sociais” e referen-
tes à “Dívida Interna e Externa”, serão aprovadas pelo
Exemplo 2: um projeto de treinamento de servidores no Ministro de Estado, ou autoridade equivalente a que es-
Ministério dos Transportes será classificado na subfun- tiver subordinada a respectiva Unidade Orçamentária,
ção n° 128 “Formação de Recursos Humanos” e na fun- de acordo com a delegação de competência conferida
ção n° 26 “Transportes”. pelas Portarias MEFP nos. 124, de 10/02/92, 129, de 17/
02/92 e 541, de 20/07/92.
Exemplo 3: uma operação especial de financiamento da
produção que contribui para um determinado programa As alterações de QDD dos Poderes Legislativo e Judiciário
proposto para o Ministério da Agricultura será classifica- e do Ministério Público da União serão aprovados por atos
da na subfunção n° 846 “Outros Encargos Especiais” e dos Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado
na função nº 20 “Agricultura”. Federal, do Tribunal de Contas da União, do Supremo Tri-
bunal Federal, dos Tribunais Superiores, do Tribunal de
Na base do SIDOR existem dois campos corresponden-
Justiça do Distrito Federal e dos Territórios e do Procurador
tes à classificação funcional, quais sejam:
Geral da República, conforme determina a LDO;
1° campo o campo da Função com dois (02) algarismos
- Através do corte de dotações orçamentárias.
2° campo o campo da Subfunção com três (03) algaris-
mos. Créditos Adicionais
O Orçamento é um instrumento dinâmico. Sofre altera- Os artigos 40 a 46 da Lei nº 4.320/64 versam sobre cré-
ções com vistas a adequar os programas de trabalho ditos adicionais.

290
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
São considerados créditos adicionais as autorizações gastam os recursos da sociedade. A Lei de Responsabili-
de despesas não computadas na Lei de Orçamento. Os dade Fiscal representa um importante instrumento de ci-
créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício dadania para o povo brasileiro, pois todos os cidadãos
financeiro em que forem abertos, salvo expressa dispo- terão acesso às contas públicas, podendo manifestar aber-
sição legal em contrário, quanto aos especiais e extraor- tamente sua opinião, com o objetivo de ajudar a garantir
dinários. sua boa gestão. Esta Lei regula o art. 163 da Constituição
Federal Brasileira.
O ato que abrir crédito adicional indicará a importância,
a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até
Devem ser observadas também as regras estabeleci-
onde for possível.
das em Decretos, portarias e instruções normativas que
Os créditos adicionais classificam-se em: são baixadas pela autoridade competente com objetivo
específico de regulamentar o exercício orçamentário/fi-
I - suplementares - os destinados a reforço de dotação nanceiro em vigor, ou em fase de programação. Estes
orçamentária; dispositivos normalmente têm caráter operacional e den-
II - especiais - os destinados a despesas para as quais tre eles deve ser dada especial atenção aos seguintes:
não haja dotação orçamentária específica. DECRETO Nº 2.829, DE 29 DE OUTUBRO DE 1998,
Os créditos suplementares e especiais serão autoriza- PORTARIA SOF Nº 42, DE 14 DE ABRIL DE 1999 e POR-
dos por lei e abertos por decretos executivos. TARIA SOF Nº 51, DE 16 DE NOVEMBRO DE 1998.

III - extraordinários - os destinados a despesas urgen- 6 - SIDOR - SISTEMA INTEGRADO DE DADOS ORÇAMEN-
tes e imprevistas em caso de guerra, comoção intestina TÁRIOS e SIAFI – SISTEMA INTEGRADO DE ADMINIS-
ou calamidade pública. Os créditos extraordinários se- TRAÇÃO FINANCEIRA
rão abertos por decreto do Poder Executivo, que deles
dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo. O Sistema Integrado de Dados Orçamentários - SIDOR é o
meio pelo qual as informações inerentes ao Orçamento da
FONTES DE FINANCIAMENTO União são processadas. Este processamento engloba a
entrada, a verificação, a consolidação, as alterações e a
A abertura dos créditos suplementares e especiais de- edição do Orçamento.
pende da existência de recursos disponíveis para ocorrer
a despesa e será precedida de exposição justificativa. O SIDOR é um sistema de abrangência nacional. Cada
Consideram-se recursos, para fins de abertura de créditos Unidade Orçamentária, através de terminais de vídeo da
adicionais, desde que não comprometidos: rede SIDOR ou da rede SERPRO, efetua suas entradas
e consultas.
I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial
do exercício anterior. Entende-se por superávit financeiro O SIDOR compõe-se de vários sub-sistemas sendo que
a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo dois são básicos:
financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos Sub-sistema TABELA DE APOIO: Este sub-sistema dis-
adicionais transferidos e as operações de crédito a eles ponibiliza todos os códigos e nomes utilizados no pro-
vinculadas. cesso, permitindo a consulta a dados de forma padroni-
II - os provenientes de EXCESSO DE ARRECADAÇÃO. Entende-se zada.
por excesso de arrecadação o saldo positivo das dife- Sub-sistema ELABORAR PROPOSTA: Este sub-sistema
renças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação coordena os dados que comporão o Orçamento da União.
prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a ten- Desdobra-se em três tipos básicos:
dência do exercício. Para a apuração dos recursos utili-
záveis, provenientes de excesso de arrecadação, deve- - Receita
se deduzir a importância dos créditos extraordinários - Despesa
abertos no exercício. - Gerar Tipo de Detalhamento
III - os resultantes de anulação parcial ou total DE DOTA- Um dos principais ‘produtos do SIDOR é o QUADRO DE
ÇÕES orçamentárias ou de créditos adicionais autoriza- DETALHAMENTO DA DESPESA - QDD
dos em lei; e
O Quadro de Detalhamento da Despesa - QDD é repre-
IV - o produto das OPERAÇÕES DE CRÉDITO autorizadas, em sentado pelo conjunto de todas as células orçamentári-
forma que juridicamente possibilite ao Poder Executivo as. O QDD contém o detalhamento das diversas classi-
realizá-las. ficações às quais a DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA está re-
lacionada.
5.1 - Normas Legais Aplicáveis.
O QDD é apresentado na forma de relatório impresso e
Para elaboração do Orçamento da União, além do Plano pode ser emitido em diversos níveis de consolidação e
Plurianual – PPA e da lei de diretrizes orçamentárias de pelas mais variadas classificações:
cada exercício, devem ser observados os dispositivos da
Lei nº 4320 de 17 de março de 1964, da Lei de Responsa- - Por Unidade Orçamentária;
bilidade Fiscal que é a LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 - Por Unidade Orçamentária/Fonte de Recursos
DE MAIO DE 2000, que estabelece normas de finanças - Por Unidade Orçamentária/Natureza de Despesa
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal - Por Unidade Orçamentária/Natureza de Despesa/
e dá outras providências, e que pode ser considerada como Fonte de Recursos
um código de conduta para os administradores públicos - Por Unidade Orçamentária/Natureza de Despesa/
que passarão a obedecer às normas e limites para admi- Região Geográfica
nistrar as finanças, prestando contas sobre quanto e como - Etc.

291
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O QDD representa o detalhamento do que é publicado A estrutura básica de codificação das receitas quanto à
na Lei Orçamentária e “amarra” tecnicamente os com- fonte de recursos segue a seguinte forma:
ponentes que classificam as dotações orçamentárias,
fazendo com que qualquer alteração no conteúdo orça- X XX
mentário reflita no QDD.
O Sistema Integrado de Administração Financeira do 1º ao 3º DÍGITO: ESPECIFICAÇÃO
Governo Federal -SIAFI é o principal instrumento de ad- 1º DÍGITO: GRUPO
ministração orçamentária e financeira da União que ofe-
rece suporte aos órgãos centrais, setoriais e executores
A Fonte indica a procedência dos recursos e portanto
da gestão pública, tornando absolutamente segura a
identifica a origem do financiamento do gasto público.
contabilidade da União. Ligados ao sistema encontram-
se todos os órgãos da Administração Direta, Autarquias, Atualmente temos apenas 4 grupos:
Fundações, Empresas Públicas, Sociedade de Econo-
mia Mista e Órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário GRUPO DE FONTES DE RECURSOS
1 Recursos do Tesouro – Exercício Corrente
Por meio do SIAFI são obtidas as informações que sub-
2 Recursos de Outras Fontes - Exercício Corrente
sidiam o Balanço Geral da União e os relatórios de exe-
3 Recursos do Tesouro - Exercícios Anteriores
cução do orçamento e de administração financeira, que
6 Recursos de Outras Fontes – Exerc. Anteriores (*)
compõem a demonstração das Contas apresentadas
(*) Retificado no D.O.U. de 06.03.2001
ao Congresso Nacional pelo Presidente da República,
em conformidade com a Constituição Federal. Encon-
ESPECIFICAÇÃO DAS FONTES DE RECURSOS
tra-se disponível, ainda, um serviço de troca de mensa-
gens, que interliga cerca de 30 mil usuários em todo o 00 Recursos Ordinários
Brasil agilizando a comunicação entre as Unidades Ges- 01 Transferências do Imposto sobre a Renda e sobre
toras. Aos órgãos e entidades integrantes da Conta Úni- Produtos Industrializados
ca é oferecida a opção de “Darf Eletrônico”, que elimina 02 Transferência do Imposto Territorial Rural
o trâmite da arrecadação e recolhimento dos tributos fe-
derais. 04 Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social - COFINS- Condicionada
Principal usuário do SIAFI, o Tesouro Nacional é respon- 06 Recursos Ordinários - Condicionados
sável pela definição das normas de utilização do siste- 07 Transferências do Imposto sobre a Renda e sobre
ma, orientando e controlando as atividades dos gesto- Produtos Industrializados – Condicionadas Recursos
res públicos que o utilizam. Compete ao Tesouro, ainda, Destinados à Manutenção e Desenvolvimento do En-
arcar com os custos referentes a equipamentos, teleco- sino – Condicionados
municações, desenvolvimento, manutenção e pessoal.
10 Contribuição para o Plano de Seguridade Social do
Servidor - Condicionada
7 - RECEITA PÚBLICA
11 Contribuição Provisória sobre Movimentação Finan-
Conceito ceira - Condicionada
12 Recursos Destinados à Manutenção e Desenvolvi-
A receita caracteriza-se como sendo a entrada de recursos mento do Ensino
que se integram ao Patrimônio Público, aumentando-lhe o
13 Contribuição do Salário-Educação e respectiva apli-
valor, sem contrapartida no passivo, constituindo-se em cação financeira
elemento novo e positivo.
14 Crédito Educativo
Estágios de Execução 15 Contribuição para os Programas Especiais (PIN e
A execução da receita dá-se em três estágios: fixação, PROTERRA)
arrecadação e recolhimento. (Decreto Federal 15.783 de 18 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - Condi-
08/11/22, Decreto Legislativo 4.536 de 28/11/22) cionada
19 Imposto sobre Operações Financeiras - Ouro
A fixação corresponde à estimativa que é feita quando da
elaboração do Orçamento. Este estágio culmina com o lan- 20 Contribuições sobre a Arrecadação dos Fundos de
çamento que identifica o contribuinte individualmente e dá Investimentos Regionais e sobre os Prêmios de
a devida classificação quanto à natureza dos recursos a Concursos de Prognósticos
serem arrecadados. 21 Renda Líquida da Loteria Federal Instantânea
22 Renda Líquida de Concursos de Prognósticos
A arrecadação dá-se com a transferência para o Tesou-
ro Nacional das obrigações dos contribuintes, pessoas 24 Contribuição sobre a Receita de Concursos de
físicas e jurídicas. Prognósticos - FUNPEN
25 Contribuição e Adicional sobre a Receita de Con-
O recolhimento dá-se com a entrada efetiva dos recur- cursos de Prognósticos
sos financeiros no caixa do Tesouro, em conta específi-
26 Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos e Va-
ca, disponibilizando os mesmos para utilização por par-
lores Mobiliários
te dos gestores.
27 Custas Judiciais - FUNPEN
As receitas são classificadas no Orçamento segundo sua 28 Taxa de Fiscalização dos Mercados de Seguro, de
categoria econômica e sua fonte de recursos. Capitalização e da Previdência Privada Aberta

292
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
29 Recursos de Concessões e Permissões 69 Produto de Depósitos Abandonados - Conselho
30 Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Nacional de Segurança Alimentar
Cinematográfica Nacional 70 Recursos de Empréstimos Compulsórios
31 Selos de Controle, Lojas Francas - FUNDAF 71 Recursos das Operações Oficiais de Crédito - Retor-
33 Juros de Mora da Receita Administrada pela SRF/MF no de Operações de Crédito - BEA/BIB
34 Recursos do Programa de Administração Patrimo- 73 Recursos das Operações Oficiais de Crédito - Re-
nial Imobiliário torno de Operações de Crédito - Estados e Municí-
pios
35 Cota-Parte do Adicional ao Frete para Renovação
da Marinha Mercante 78 Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza - Con-
dicionado
36 Adicional sobre as Tarifas de Passagens Aéreas
Domésticas 79 Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza
37 Cota-Parte dos Preços de Realização dos Combus- 80 Recursos Financeiros Diretamente Arrecadados
tíveis Automotivos 81 Recursos de Convênios
38 Cota-Parte de Compensações Financeiras 82 Outros Recursos Vinculados – Condicionados
39 Alienação de Bens Apreendidos - FUNDAF 83 Cota – Parte de Compensações Financeiras - Con-
40 Contribuições para os Programas PIS/PASEP dicionada
42 Contribuição para os Programas PIS/PASEP - Con- 88 Remuneração das Disponibilidades do Tesouro
dicionada Nacional
43 Títulos de Responsabilidade do Tesouro Nacional - 89 Recursos das Operações Oficiais de Crédito - Re-
Refinanciamento da Dívida Pública Federal torno de Refinanciamento de Dívidas do Clube de
44 Títulos de Responsabilidade do Tesouro Nacional - Paris
Outras Aplicações 95 Doações de Entidades Internacionais
46 Operações de Crédito Internas - em Moeda 96 Doações de Pessoas ou Instituições Privadas Na-
47 Operações de Crédito Internas - em Bens e/ou Ser- cionais Recursos Destinados à Dívida Pública Fe-
viços deral
48 Operações de Crédito Externas - em Moeda
Dívida Ativa
49 Operações de Crédito Externas - em Bens e/ou Ser-
viços O artigo 39 da Lei 4320/64 define que as importâncias
50 Recursos Não-Financeiros Diretamente Arrecada- relativas a tributo, multas e créditos da Fazenda Pública,
dos lançados mas não cobrados ou não recolhidos no exer-
cício de origem, constituem Dívida Ativa a partir da data
51 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das Pes- de sua inscrição.
soas Jurídicas
52 Resultado do Banco Central Define também que as importâncias dos tributos e de-
mais rendas não sujeitas a lançamentos ou não lança-
53 Contribuição para Financiamento da Seguridade das, serão escrituradas como receita do exercício em
Social - COFINS que forem arrecadas nas respectivas rubricas orçamen-
54 Contribuições dos Empregadores e dos Trabalha- tárias, desde que até o ato do recebimento não tenham
dores para a Seguridade Social sido inscritas como Dívida Ativa.
55 Contribuição Provisória sobre Movimentação Finan-
ceira O gerenciamento da Dívida Ativa da União é competên-
56 Contribuição para o Plano de Seguridade Social do cia da procuradoria Geral da Fazenda Nacional, órgão
Servidor do Ministério da Fazenda.
57 Receitas de Honorários de Advogados - FUNDAF 8 - DESPESA PÚBLICA
58 Multas Incidentes sobre Receitas Administradas
pela SRF-MF Conceito
59 Recursos das Operações Oficiais de Crédito - Re- A Despesa Pública caracteriza-se pela saída de nume-
torno de Refinanciamento de Dívidas de Médio e rário dos cofres públicos. A utilização ou o comprometi-
Longo Prazos mento dos recursos caracteriza a realização da despe-
60 Recursos das Operações Oficiais de Crédito sa, não significando necessariamente que tenha ocorri-
61 Certificados de Privatização do o pagamento.
62 Reforma Patrimonial - Alienação de Bens Há também o aspecto de que, orçamentariamente, as
63 Reforma Patrimonial - Privatizações despesas são autorizadas até determinado valor (fixa-
64 Títulos da Dívida Agrária das), que não pode ser ultrapassado.
65 Alienação de Obrigações do Fundo Nacional de Estágios de Execução
Desenvolvimento
A Despesa Pública ocorre necessariamente em três fa-
66 Outros Recursos Vinculados ses: empenho, liquidação e pagamento. Existem mais
67 Notas do Tesouro Nacional - Série “p” duas fases que não entram formalmente no preceito le-
68 Cota-Parte da Contribuição Sindical gal de fases da despesa mas que são muito utilizadas:
pré-empenho e registro.

293
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PRÉ-EMPENHO 1 da administração de que o bem foi entregue ou de que o
serviço foi prestado, dentro das especificações estabe-
lecidas pelo interessado, cabendo portanto o pagamen-
EMPENHO to, ao fornecedor, do valor previamente ajustado. (Lei
4.320/64, art. 63 e Decreto 93.872/86, art. 36)

LIQUIDAÇÃO A fase de liquidação visa:


- verificar o cumprimento da licitação ou documento
que a dispensou;
PAGAMENTO - verificar a origem e o objeto do que se deve pagar;
- examinar a nota de empenho;
- verificar a importância exata a ser paga;
- verificar a quem se deve pagar
REGISTRO 2 - verificar o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
- verificar comprovante da entrega do material ou pres-
tação do serviço.
Empenho Não existe formulário específico para a liquidação. A li-
quidação da despesa deve ser feita pelo próprio exame
O empenho cria o compromisso da Administração Pú- do processo ou expediente que evidencia o direito do
blica em honrar uma despesa. Serve, portanto, como credor. Normalmente a liquidação dá-se através da jus-
uma garantia dada ao credor de que o Estado honrará o taposição de um carimbo na nota fiscal que caracteriza a
compromisso assumido. certificação de que o acordo foi cumprido.
O art. 58 da lei 4320/64 define empenho da seguinte Nos casos em que o material ou o serviço não correspon-
maneira: “é o ato emanado de autoridade competente dam às especificações, cabe ao administrador público
que cria para o estado a obrigação de pagamento, pen- exigir o ajuste ou proceder a anulação do empenho.
dente ou não de implemento de condições”. Naturalmen-
te que não é permitido o empenho de valor superior a Pagamento
dotação (art. 59) e não é permitida a realização de des-
pesa sem prévio empenho (art. 60). O pagamento da despesa só ocorre após sua regular
liquidação (Lei 4.320/64, art. 62).
Se não há dotação disponível, o ordenador de despesas
não pode assumir compromissos “jogando” com a emis- O pagamento é consubstanciado através da emissão de
são e anulação de empenhos sem embasamento ou se- ordem bancária, em favor do credor, devidamente assina-
quer conhecimento por parte do credor. Esta prática, não da pelo ordenador de despesa e pelo servidor responsá-
recomendada, equivale a um cheque sem fundos na inici- vel. (Decreto 93.872/86, art. 43).
ativa privada. A competência para autorizar pagamentos é exclusiva
As despesas referentes a contratos, ajustes e convêni- do ordenador de despesas, titular ou por delegação, de
os devem ser empenhados na totalidade da parcela re- cada unidade gestora. O ordenador de despesa deve
ferente ao exercício a ser executado. assinar sempre em conjunto com o servidor responsá-
vel pelo setor financeiro.
O empenho é consubstanciado através da emissão de um
documento denominado nota de empenho. O pagamento é a última fase da despesa e consiste na
entrega de recursos financeiros ao credor, mediante ordem
O empenho pode ser efetuado em três modalidades: bancária. As ordens bancárias podem ser de dois tipos:
- ordinário - quando se conhece previamente o valor exato
a ser pago; - De pagamento (OBP): Tem as funções de cheque nomi-
- estimativo - quando não se conhece o valor exato a ser nativo. Dispensa, na sua emissão, a indicação da conta
pago; corrente do favorecido, pode ser sacada em espécie, tem
- global - quando se empenha um valor a ser gasto em limite de valor estabelecido;
mais de uma parcela. - De crédito (OBC): Tem as funções de DOC, ou seja, o
Liquidação crédito é feito diretamente na conta do favorecido em
qualquer agência bancária.
A Liquidação da Despesa é o reconhecimento por parte
9 - SUPRIMENTO DE FUNDOS

Conceito
1
O pré-empenho é uma operação que pode ser fei- Suprimento de Fundos é o adiantamento de recursos a
ta, a critério do administrador, e visa reservar as servidor para que sejam efetuadas despesas cuja for-
dotações orçamentárias que estão comprometi- ma de realização não possibilite ou recomende a utiliza-
das em processos de compra. O pré-empenho é ção da rede bancária.
de utilização facultativa.
O Suprimento de Fundos equivale ao caixa pequeno das
2
O registro é manutenção dos dados decorrentes empresas privadas. Não faria sentido algum, a grosso
dos atos e fatos emanados da Administração, de modo, abrir um processo, protocolar, fazer uma cotação
de preços, emitir nota de empenho, proceder a liquida-
forma ordenada, segundo técnicas de administra-
ção financeira e contabilidade. ção, emitir ordem bancária e efetuar todos os registros
orçamentários, financeiros e contábeis, para comprarmos

294
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
duas pilhas pequenas para o relógio de ponto, que sabe- des da administração indireta, relativo aos atos pratica-
mos, custa no mercado não mais que R$ 1,00. O que não dos por seus gestores.
podemos fazer é comprar todos os dias duas pilhas. Se o
órgão necessita de uma quantidade grande de pilhas, A prestação de contas deve ser aprovada pelo ordena-
deve-se proceder a compra na quantidade adequada e dor de despesas, cabendo a este a impugnação de qual-
manter estoque no almoxarifado. quer despesa. Neste caso o ordenador deverá tomar as
providências para apuração da responsabilidade e apli-
Algumas situações são peculiares: abastecimento de veí- cação das penalidades cabíveis sem prejuízo das ações
culos, despesas em trânsito, despesas com material que do Tribunal de Contas da União. (Decreto 93872/86, art.
exista no almoxarifado, despesas urgentes, despesas fra- 80 e Decreto-lei 200/67, art. 80).
cionadas e despesas rotineiras.
Ao prestar contas, o suprido deverá apresentar a se-
Concessão guinte documentação:
Cabe ao ordenador de despesas a concessão de Supri- - quadro demonstrativo da receita e da despesa;
mento de Fundos fixando os valores, sempre nos limi- - extrato bancário, se for o caso;
tes da legislação.
- cópia do ato de concessão do suprimento;
A concessão de Suprimento de Fundos é prática rotinei- - 1ª via da nota de empenho;
ra na Administração Pública e por isso merece especial
atenção. - comprovantes originais das despesas (notas fis-
cais)
São os seguintes os casos em que o ordenador pode con-
ceder suprimento (art. 45, Decreto 93.872/88): - comprovante de recolhimento do saldo, se for o caso.

“I - serviços especiais que exijam pronto pagamento em Não é permitida a concessão de suprimento de fundos
espécie (redação do Decreto nº 95.804, de 09/03/88); nos seguintes casos (Decreto 93.872/86, art. 45):
II - quando a despesa deve ser feita em caráter sigiloso, - a responsável por dois suprimentos;
conforme se classificar em regulamento; e - a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a
III - para atender despesas de pequeno vulto, assim en- utilização do material a adquirir, salvo quando não
tendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultra-
houver na repartição outro servidor;
passar limite estabelecido em portaria do Ministro da
Fazenda.” - a responsável por suprimento de fundos, que es-
gotado o prazo não tenha prestado contas;
Os valores tomados como parâmetro para concessão
de suprimento e o entendimento do que é considerado - a servidor declarado em alcance.
pequeno vulto, são estabelecidos através de portaria do - a servidor que esteja respondendo a inquérito ad-
Ministro da Fazenda. ministrativo (IN 10 DTN 02/10/91).
Os limites atuais de concessão, salvo excepcionalidade
devidamente justificada, são: 10 - RESTOS A PAGAR

Para concessão Restos a Pagar, de acordo com o art. 36 da Lei 4320/64 e


• 5% do valor fixado na alínea “a” do inciso I do art. 23 da o Decreto 93.872/86, art. 67, são as despesas empenha-
Lei 8.666/93, para execução de obras e serviços; e das e não pagas até 31 de dezembro, distinguindo-se as
• 5% do valor constante da alínea “a” do inciso II do despesas processadas das não processadas.
art. 23 da Lei 8.666/93, para outros serviços e com-
pras em geral. Despesas processadas são aquelas que já foram liqui-
dadas.
Para gasto (pequeno vulto individualizado por nota e tipo)
• 0,25% do valor fixado na alínea “a” do inciso I do art. Inscrição
23 da Lei 8.666/93, para execução de obras e servi-
A inscrição em Restos a Pagar dá-se na data de encer-
ços; e
ramento do exercício financeiro da emissão do empe-
• 0,25% do valor constante da alínea “a” do inciso II
do art. 23 da Lei 8.666/93, para outros serviços e nho, através dos devidos registros contábeis. A inscrição
compras em geral. feita tem validade até 31/12 do ano subseqüente, sendo
vedada a reinscrição.
A entrega do numerário ao suprido dá-se através da
emissão de ordem bancária em seu favor (p/ valor me- Se qualquer pagamento vier a ser reclamado após o can-
nor que 50% do limite estabelecido no inciso II do art. celamento da inscrição e se for reconhecido o direito do
24) ou crédito em conta bancária aberta em nome do credor, o pagamento deverá ser efetuado na rubrica de
suprido, com a autorização do ordenador de despesas Despesas de Exercícios Anteriores DEA.
com finalidade específica. Realização
Prestação de Contas
A realização dos restos a pagar pode ocorrer pelos se-
O suprido tem por obrigação prestar contas da utilização guintes fatos: pagamento normal; transferência para
do suprimento, no prazo estabelecido pelo ordenador e conta Credores em vista da impossibilidade de que o
limitado pela legislação, sob pena de ter que responder pagamento seja efetuado no período de inscrição (tor-
à tomada de contas nos termos do art. 81 do Decreto Lei na-se insubsistente); ou pelo seu cancelamento em vir-
200/67. tude do desfazimento de sua necessidade.
“Prestação de contas” é o documento, elaborado pelo É vedado ao titular de Poder nos últimos dois quadri-
agente responsável ou pela contabilidade das entida- mestres do seu mandato, contrair obrigação de despe-

295
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
sa que não possa ser cumprida integralmente dentro CAPÍTULO II
dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício DA LICITAÇÃO
seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de SEÇÃO I
caixa para este efeito. DAS MODALIDADES, LIMITES E DISPENSA

11 - DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES - DEA Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se
situar a repartição interessada, salvo por motivo de interes-
Conceito se público, devidamente justificado.
Despesas de Exercícios Anteriores - DEA são aquelas Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a
cujo fato gerador ocorreu em exercícios financeiros já habilitação de interessados residentes ou sediados em
encerrados e cujo direito do credor tenha sido reco- outros locais.
nhecido. Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das
concorrências, das tomadas de preços, dos concursos
Ocorrência e dos leilões, embora realizados no local da repartição
interessada, deverão ser publicados com antecedência,
A Instrução Normativa nº 10 do Departamento do Tesou- no mínimo, por uma vez:
ro Nacional (IN/DTN nº 10 de 07/10/91) enquadra os com- I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licita-
promissos que devam ser classificados como DEA: ção feita por órgão ou entidade da Administração Públi-
- As despesas de exercícios encerrados, para as quais o ca Federal, e ainda, quando se tratar de obras financia-
orçamento consignava crédito, que não se tenham proces- das parcial ou totalmente com recursos federais ou ga-
sado na época própria assim entendidas aquelas cujo rantidas por instituições federais;
empenho tenha sido considerado insubsistente e anula- II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal,
do, mas cuja obrigação tenha sido cumprida pelo credor quando se tratar respectivamente de licitação feita por
no prazo estabelecido; órgão ou entidade da Administração Pública Estadual
- Os restos a pagar com prescrição interrompida assim ou Municipal, ou do Distrito Federal;
considerada a despesa cuja inscrição em restos a pa- III - em jornal diário de grande circulação no Estado e tam-
gar tenha sido cancelada, ainda vigendo o direito do bém, se houver, em jornal de circulação no Município ou na
credor; região onde será realizada a obra, prestado o serviço, forne-
- Os compromissos decorrentes de obrigações de pa- cido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Adminis-
gamento criadas em virtude de lei e reconhecidas após tração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros
o encerramento do exercício. meios de divulgação para ampliar a área de competição.
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que
12 - A CONTA ÚNICA DO TESOURO os interessados poderão ler e obter o texto integral do edi-
tal e todas as informações sobre a licitação.
A substituição da conta Movimento do Governo no Banco § 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou
do Brasil pela Conta Única do Tesouro no Banco Cen- da realização do evento será:
tral, em 1988, contribuiu para que a administração e o I - quarenta e cinco dias para:
controle das finanças federais estivessem associados a) concurso;
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado con-
à execução financeira das unidades gestoras. A implan-
templar o regime de empreitada integral ou quando a
tação da Conta Única eliminou mais de cinco mil contas
licitação for do tipo melhor técnica ou técnica e preço.
bancárias governamentais, permitindo o controle mais II - trinta dias para:
eficaz do fluxo de caixa do Governo. Paralelamente, ocor- a) concorrência nos casos não especificados na alínea
reu a unificação dos orçamentos, eliminando-se o orça- b do inciso anterior;
mento monetário e, por conseguinte, atrelando os gas- b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo me-
tos governamentais à prévia autorização do Congresso lhor técnica ou técnica e preço
Nacional. Ainda ao final dos anos 80, o Tesouro Nacio- III - quinze dias para tomada de preços, nos casos não
nal assume as atividades relativas aos Programas de especificados na alínea b do inciso anterior, ou leilão;
Fomento à Agricultura e às Exportações, transferidos IV - cinco dias úteis para convite.
do Banco Central, assim como das atividades relativas § 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão
ao planejamento e administração da Dívida Mobiliária contados a partir da última publicação do edital resumido
Interna. ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibi-
lidade do edital ou do convite e respectivos anexos, preva-
13 - LICITAÇÕES – MODALIDADES, DISPENSA E INEXIGI- lecendo a data que ocorrer mais tarde.
BILIDADE (Lei 8.666 de 21/06/93) § 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela
mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o
A Lei 8666 de 21 de junho de 1993 estabelece normas prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inques-
gerais sobre licitações e contratos administrativos perti- tionavelmente, a alteração não afetar a formulação das
nentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, com- propostas.
pras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da Art. 22. São modalidades de licitação:
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípi- I - concorrência;
os. Esta Lei foi alterada, em parte pela Lei 9648/98. II - tomada de preços;
III - convite;
A seguir encontra-se transcrito o capítulo II da Lei 8666/ IV - concurso;
93, devidamente atualizado com as alterações da Lei V - leilão.
8883/94, que trata especificamente das modalidades de § 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quais-
licitação, dispensas e inexigibilidades. quer interessados que, na fase inicial de habilitação pre-

296
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
liminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e
qualificação exigidos no edital para execução de seu cinqüenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648/98)
objeto. § 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Admi-
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre nistração serão divididas em tantas parcelas quantas se
interessados devidamente cadastrados ou que atende- comprovarem técnica e economicamente viáveis, proce-
rem a todas as condições exigidas para cadastramento dendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamen-
até o terceiro dia anterior à data do recebimento das pro- to dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação
postas, observada a necessária qualificação. da competitividade sem perda da economia de escala.
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessa- § 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de
dos do ramo pertinente ao seu objeto, ca-dastrados ou bens, parcelados nos termos do parágrafo anterior, a
não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou
(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em lo- compra há de corresponder licitação distinta, preserva-
cal apropriado, cópia do instrumento convocatório e o da a modalidade pertinente para a execução do objeto
estenderá aos demais cadastrados na correspondente em licitação.
especialidade que manifestarem seu interesse com § 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível,
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apre- qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra
sentação das propostas. ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quais- art. 19, como nas concessões de direito real de uso e
quer interessados para escolha de trabalho técnico, cien- nas licitações internacionais, admitindo-se neste último
tífico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou caso, observados os limites deste artigo, a tomada de
remuneração aos vencedores, conforme critérios cons- preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadas-
tantes de edital publicado na imprensa oficial com ante- tro internacional de fornecedores, ou o convite, quando
cedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. não houver fornecedor do bem ou serviço no País.
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer § 4º Nos casos em que couber convite, a Administração
interessados para a venda de bens móveis inservíveis poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso,
para a administração ou de produtos legalmente apre- a concorrência.
endidos ou penhorados, ou para a alienação de bens § 5º É vedada a utilização da modalidade convite ou to-
imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lan- mada de preços, conforme o caso, para parcelas de uma
ce, igual ou superior ao valor da avaliação. mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça da mesma natureza e no mesmo local que possam ser
mais de três possíveis interessados, a cada novo convi- realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que
te realizado para objeto idêntico ou assemelhado é obri- o somatório de seus valores caracterizar o caso de to-
gatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, mada de preços ou concorrência, respectivamente, nos
enquanto existirem cadastrados não convidados nas termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza
últimas licitações. específica que possam ser executadas por pessoas ou
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto empresas de especialidade diversa daquela do execu-
desinteresse dos convidados, for impossível a obten- tor da obra ou serviço.
ção do número mínimo de licitantes, exigidos no § 3º § 6º As organizações industriais da Administração Fede-
deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devida- ral direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão
mente justificadas no processo, sob pena de repetição aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo tam-
do convite. bém para suas compras e serviços em geral, desde que
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de licitação para a aquisição de materiais aplicados exclusivamente
ou a combinação das referidas neste artigo. na manutenção, reparo ou fabricação de meios operaci-
§ 9º Na hipótese do § 2º deste artigo, a administração onais bélicos pertencentes à União.”
somente poderá exigir do licitante não cadastrado os § 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde
documentos previstos nos arts. 27 a 31, que compro- que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é
vem habilitação compatível com o objeto da licitação, permitida a cotação de quantidade inferior à demanda-
nos termos do edital. da na licitação, com vistas a ampliação da competitivida-
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os de, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para pre-
incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em servar a economia de escala. (Parágrafo incluído pela
função dos seguintes limites, tendo em vista o valor es- Lei nº 9.648/98)
timado da contratação: Art. 24. É dispensável a licitação:
I - para obras e serviços de engenharia: I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10%
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil (dez por cento) do limite previsto na alínea “a” do inciso I
reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648/98) do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e servi-
quinhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648/ ços da mesma natureza e no mesmo local que possam
98) ser realizadas conjunta e concomitantemente;
c) concorrência - acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez
e quinhentos mil reias); (Redação dada pela Lei nº 9.648/ por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do
98) artigo anterior, e para alienações, nos casos previstos
II - para compras e serviços não referidos no inciso ante- nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um
rior: mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Reda- possa ser realizada de uma só vez;
ção dada pela Lei nº 9.648/98) III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública,
cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648/98) quando caracterizada urgência de atendimento de situa-

297
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ção que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a XVII - para a aquisição de componentes ou peças de
segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos origem nacional ou estrangeira, necessários à manu-
e outros bens, públicos ou particulares, e somente para tenção de equipamentos durante o período de garantia
os bens necessários ao atendimento da situação emer- técnica, junto ao fornecedor original desses equipamen-
gencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e tos, quando tal condição de exclusividade for indispen-
serviços que possam ser concluídas no prazo máximo sável para a vigência da garantia;
de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterrup- XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o
tos, contados da ocorrência da emergência ou calami- abastecimento de navios, embarcações, unidades aé-
dade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; reas ou tropas e seus meios de deslocamento, quando
V - quando não acudirem interessados à licitação anteri- em estada eventual de curta duração em portos, aero-
or e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem portos ou localidades diferentes de suas sedes, por
prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, to- motivos de movimentação operacional ou de adestra-
das as condições preestabelecidas; mento, quando a exigüidade dos prazos legais puder
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico comprometer a normalidade e os propósitos das opera-
para regular preços ou normalizar o abastecimento; ções e desde que seu valor não exceda ao limite previs-
VII - quando as propostas apresentadas consignarem to na alínea a do inciso II do art. 23 desta lei;
preços manifestamente superiores aos praticados no XIX - para as compras de materiais de uso pelas Forças
mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixa- Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e
dos pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, administrativo, quando houver necessidade de manter a
observado o parágrafo único do art. 48 desta lei e, per- padronização requerida pela estrutura de apoio logístico
sistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante pare-
dos bens ou serviços, por valor não superior ao constan- cer de comissão instituída por decreto;
te do registro de preços, ou dos serviços; XX - na contratação de associação de portadores de de-
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito pú- ficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada ido-
blico interno, de bens produzidos ou serviços prestados neidade, por órgãos ou entidades da Administração Pú-
por órgão ou entidade que integre a Administração Pú- blica, para a prestação de serviços ou fornecimento de
blica e que tenha sido criado para esse fim específico mão-de-obra, desde que o preço contratado seja com-
em data anterior à vigência desta lei, desde que o preço patível com o praticado no mercado.
contratado seja compatível com o praticado no mercado; XXI - para a aquisição de bens destinados exclusiva-
IX - quando houver possibilidade de comprometimento mente a pesquisa científica e tecnológica com recursos
da segurança nacional, nos casos estabelecidos em concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras institui-
decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho ções oficiais de fomento a pesquisa credenciadas pelo
de Defesa Nacional; CNPq para esse fim específico;
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao aten- XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de
dimento das finalidades precípuas da Administração, cu- energia elétrica e gás natural com concessionário, per-
jas necessidades de instalação e localização condicionem missionário ou autorizado, segundo as normas da legisla-
a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o ção específica; (Redação dada pela Lei nº 10.438/2002)
valor de mercado, segundo avaliação prévia; XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e
fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, controladas, para a aquisição ou alienação de bens, pres-
desde que atendida a ordem de classificação da licita- tação ou obtenção de serviços, desde que o preço contra-
ção anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas tado seja compatível com o praticado no mercado;
pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devi- XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
damente corrigido; serviços com as organizações sociais, qualificadas no
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros âmbito das respectivas esferas de governo, para ativida-
gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realiza- des contempladas no contrato de gestão.
ção dos processos licitatórios correspondentes, realiza- Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II
das diretamente com base no preço do dia; deste artigo serão de 20% para compras, obras e serviços
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida contratados por sociedade de economia mista e empresa
regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino pública, bem assim por autarquia e fundação qualificadas,
ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição na forma da lei, como Agências Executivas.
dedicada à recuperação social do preso, desde que a Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilida-
contratada detenha inquestionável reputação ético-pro- de de competição, em especial:
fissional e não tenha fins lucrativos; I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêne-
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos ros que só possam ser fornecidos por produtor, empre-
de acordo internacional específico aprovado pelo Con- sa ou representante comercial exclusivo, vedada a pre-
gresso Nacional, quando as condições ofertadas forem ferência de marca, devendo a comprovação de exclusivi-
manifestamente vantajosas para o Poder Público; dade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e de registro do comércio do local em que se realizaria a
objetos históricos, de autenticidade certificada, desde licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federa-
que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ção ou Confederação Patronal, ou ainda, pelas entida-
ou entidade. des equivalentes;
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no
padronizados de uso da Administração e de edições técni- art. 13 desta lei, de natureza singular, com profissionais ou
cas oficiais, bem como para a prestação de serviços de empresas de notória especialização, vedada a inexigibili-
informática a pessoa jurídica de direito público interno por dade para serviços de publicidade e divulgação;
órgãos ou entidades que integrem a Administração Públi- III - para contratação de profissional de qualquer setor
ca, criados para esse fim específico; artístico, diretamente ou através de empresário exclusi-

298
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
vo, desde que consagrado pela crítica especializada ou imediatas providências administrativas para a apuração
pela opinião pública. das responsabilidades e imposição das penalidades
§ 1º Considera-se de notória especialização o profissio- cabíveis, sem prejuízo do julgamento da regularidade
nal ou empresa cujo conceito no campo de sua especi- das contas pelo Tribunal de Contas.
alidade, decorrente de desempenho anterior, estudos,
Todo ordenador de despesa ficará sujeito a tomada de
experiências, publicações, organização, aparelhamen-
contas realizada pelo órgão de contabilidade e verificada
to, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados
pelo órgão de auditoria interna, antes de ser
com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é
encaminhada ao Tribunal de Contas .
essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena
satisfação do objeto do contrato. Observação importante : O funcionário que receber su-
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos primento de fundos, é obrigado a prestar contas de sua
de dispensa, se comprovado superfaturamento, respon- aplicação procedendo-se, automaticamente, a tomada
dem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pú- de contas se não o fizer no prazo assinalado.
blica o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente
público responsável, sem prejuízo de outras sanções AUDITORIA FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
legais cabíveis.
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e As unidades de auditoria financeira e orçamentária te-
nos incisos III a XXIV do art. 24, as situações de inexigibili- rão a seu cargo o exame das demonstrações contábeis
dade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e das unidades administrativas das esferas Estadual,
o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. Municipal e do Distrito Federal, a instrução dos proces-
8º, deverão ser comunicados dentro de três dias a autori- sos de julgamento das contas dos administradores e
dade superior, para ratificação e publicação na imprensa demais responsáveis por valores públicos, e a realiza-
oficial, no prazo de cinco dias, como condição para eficácia ção das inspeções julgadas necessárias pelo Tribunal
dos atos. de Contas da União .
A auditoria financeira e orçamentária, que será exercida
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilida-
sobre as contas das unidades administrativas das esfe-
de ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruí-
ras Estadual, Municipal e do Distrito Federal, tem por fim
do, no que couber, com os seguintes elementos:
a fiscalização das pessoas sujeitas à jurisdição do Tribu-
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa nal de Contas e o exame das contas dos responsáveis.
que justifique a dispensa, quando for o caso; Para o exercício da auditoria financeira e orçamentária o
II - razão da escolha do fornecedor ou executante; Tribunal de Contas da União :
I - tomará conhecimento, pela sua publicação no órgão
III - justificativa do preço. oficial, da lei orçamentária anual, da abertura de crédi-
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa tos adicionais e correspondentes atos de complemen-
aos quais os bens serão alocados. tação;
II - receberá uma via dos seguintes documentos:
UNIDADE ORÇAMENTÁRIA E a) atos relativos à programação financeira de desem-
UNIDADE ADMINISTRATIVA bolso;
b) balancetes de receita e despesa;
Unidade Administrativa Segmento da administração c) relatórios dos órgãos administrativos encarregados
direta ao qual a lei orçamentária anual não consigna do controle financeiro e orçamentário interno;
recursos e que depende de destaques ou provisões para d) relação dos responsáveis por dinheiro, bens ou
executar seus programas de trabalho. outros valores públicos.

Unidade Orçamentária O segmento da administração As inspeções serão realizadas por funcionários dos ór-
direta a que o orçamento da União consigna dotações gãos de auditoria ligados à Secretaria Executiva do Tri-
especificas para a realização de seus programas de bunal de Contas da União especialistas em auditoria
trabalho e sobre os quais exerce o poder de disposição. financeira.

ORDENADOR DE DESPESA Nenhum processo, documento ou informação poderá


ser negado ao Tribunal de Contas da União em suas
Os órgãos de contabilidade inscreverão como inspeções, sob qualquer pretexto.
responsável todo o ordenador da despesa, o qual só Observação : Ocorrendo a hipótese supracitada, o Tri-
poderá ser exonerado de sua responsabilidade após bunal de Contas da União assinará prazo para a apre-
julgadas regulares suas contas pelo Tribunal de Contas. sentação da documentação ou informação desejada; não
Ordenador de despesas é toda e qualquer autoridade sendo atendido, comunicará o fato à autoridade superior,
de cujos atos resultarem emissão de empenho, para as medidas cabíveis.
autorização de pagamento, suprimento ou dispêndio de
recursos da União ou pela qual esta responda. O Tribunal de Contas comunicará às autoridades com-
O ordenador de despesa, salvo conivência, não é petentes das esferas Estadual, Municipal e Distrito Fe-
responsável por prejuízos causados à Fazenda Nacional deral o resultado dos exames e inspeções que realizar,
decorrentes de atos praticados por agente subordinado representando ao Presidente da República e ao Senado
que exorbitar das ordens recebidas. Federal sobre as irregularidades e abusos que verificar.
As despesas feitas por meio de suprimentos, desde que
não impugnadas pelo ordenador, serão escrituradas e Sempre que o Tribunal de Contas da União, no exercício
incluídas na sua tomada de contas, na forma prescrita; de controle financeiro e orçamentário e em conseqüên-
quando impugnadas, deverá o ordenador determinar cia de irregularidades nas contas relativas a dinheiro

299
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
arrecadado ou despendido, verificar a configuração de PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS BÁSICOS
alcance determinará à autoridade administrativa com-
petente as providências cabíveis, no sentido de saná- Nos termos da Lei 4.320/64, art. 2º, os fundamentos da
las, podendo também, se julgar mais conveniente, man- transparência orçamentária são :
dar proceder ao imediato levantamento das contas, para
apuração dos fatos e identificação dos responsáveis. “A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita
e despesa, de forma a evidenciar a política econômico-
TOMADA DE CONTAS financeira e o programa de trabalho do governo, obede-
cidos os princípios da unidade, universalidade e anuali-
Definição : Trata-se de processo no qual o servidor res- dade”.
ponsável por adiantamento que não tenha prestado con-
tas voluntariamente é obrigado a prestar contas do valor LEI Nº 4.320/64
recebido à conta de adiantamentos ou devolver esse
valor aos cofres públicos . A Lei 4.320/64 estabelece normas gerais de direito fi-
nanceiro para a elaboração dos orçamentos e balanços
Se não for instaurado o processo de tomada de contas da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Fe-
o que acontece? deral. Embora novas disposições tenham sido acresci-
das pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei de
Os órgãos de contabilidade e finanças e o ordenador de Responsabilidade Fiscal, os dispositivos da Lei 4.320/
despesas são co-responsáveis, sujeitando-se as pe- 64 continuam válidos. Vejamos na seqüência os princi-
nalidades impostas pelo Egrégio Tribunal de Contas da pais conceitos contidos nesta lei.
União (Multas e restituição ao Erário Público do valor
recebido como adiantamento). Se for oferecida denún- 1. LEI DO ORÇAMENTO
cia ao Ministério Público este órgão deverá abrir inquéri-
to para apurar mencionada denúncia.
A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e
despesa de forma a evidenciar a política econômica finan-
A responsabilidade do Ordenador de Despesa pela má
aplicação do recurso ou não prestação de contas ceira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os
O Ordenador de Despesa é responsável pela má aplica- princípios de unidade, universalidade e anualidade.
ção do recurso desde que aprove a prestação de contas
do servidor com irregularidade. Integrarão a Lei de Orçamento:
Pela conivência com o responsável pelo adiantamento • Sumário geral da receita por fontes e da despesa
na má aplicação do recurso público. por funções do Governo
• Quadro demonstrativo da Receita e Despesa se-
Documentação que devem compor a prestação de gundo as Categorias Econômicas;
contas : • Quadro discriminativo da receita por fontes e res-
pectiva legislação;
a) Cópia do ato de concessão do adiantamento em • Quadro das dotações por órgãos do Governo e da
que figure a data da concessão e prazo fixado para Administração.
sua aplicação;
b) Primeira via ou cópia da nota de empenho e liquida- Em anexo a Lei de Orçamento deverá constar:
ção ou documento equivalente, com a inteira quali- • Quadros demonstrativos da receita e planos de
ficação do credor; aplicação dos fundos especiais;
c) Primeiras vias dos comprovantes das despesas • Quadros demonstrativos da despesa;
efetuadas, numeradas numa seqüência lógica, in- • Quadro demonstrativo do programa anual de traba-
clusive os provenientes de viagens, exceto no caso lho do Governo, em termos de realização de obras
de despesas reservadas ou confidenciais no âmbi- e de prestação de serviços
to da Administração Direta em que será admitida a
relação contendo os números dos documentos, os Segundo a Constituição Federal de 1988 (Art. 165, § 6º), o
quais ficarão em poder do Ordenador de Despesa; projeto de lei orçamentária será acompanhado de de-
d) Cópia da documentação pertinente à licitação quan- monstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e
do for o caso; despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões,
e) Original do comprovante de depósito bancário, re- subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e
lativo ao saldo do adiantamento devolvido, quando creditícia. Este anexo deve demonstrar, principalmente, o
o valor aplicado for menor do que o concedido. impacto da renúncia das receitas (isenções, anistias, re-
e) Cópia da ordem bancária, boletim de crédito, che- missões, subsídios e benefícios de outra natureza) so-
que ou documentos equivalentes, se houver, com o bre a arrecadação de tributos.
carimbo do banco, quando for o caso;
f) Demonstrativo da receita e da despesa em que es- A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº
teja evidenciada a movimentação ocorrida com o 101/2000) também acrescentou alguns anexos a serem
recurso recebido como adiantamento; apresentados junto a Lei Orçamentária anual:
g) Cópia do extrato bancário da conta do adiantamen- • demonstrativo da compatibilidade da programação
to, concedido a servidor, para atender despesas das dos orçamentos com os objetivos e metas cons-
Administrações Regionalizadas; tantes do Anexo de Metas Fiscais da Lei de Diretri-
zes Orçamentárias;
Declaração do responsável pela aplicação do recurso • demonstrativo das medidas de compensação a re-
em que conste que o mesmo tem pleno conhecimento núncias de receita e ao aumento de despesas obri-
das normas que regulam o regime de adiantamento. gatórias de caráter continuado;

300
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
• conterá reserva de contingência definida com base Despesas de custeio – são as dotações para manuten-
em percentual sobre a receita corrente líquida ção de serviços anteriormente criados, inclusive as des-
tinadas a atender a obras de conservação e adaptação
2. RECEITAS de bens imóveis.
Conforme a definição acima, podemos classificar como
As receitas públicas podem ser classificadas em duas despesas de custeio os valores referentes a remunera-
categorias: receitas correntes e receitas de capital. ção de funcionários públicos e gastos com materiais de
consumo tais como material de limpeza e café. Vejamos
2.1 - RECEITAS CORRENTES as classificações para as despesas de custeio:
• Pessoal Civil
São as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, • Pessoal Militar
agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, • Material de Consumo
as provenientes de recursos financeiros recebidos de
outras pessoas de direito público ou privado (transfe-
• Serviços de Terceiros
rências correntes), quando destinadas a atender des- • Encargos Diversos
pesas classificáveis em Despesas Correntes.
Transferências correntes - São as dotações para des-
As receitas correntes são assim classificáveis : pesas às quais não corresponda contraprestação direta
• Receita Tributária: em bens ou serviços, inclusive para contribuições e sub-
venções destinadas a atender à manutenção de outras
Impostos;
entidades de direito público ou privado. As transferênci-
Taxas; as correntes são classificadas em:
Contribuições de Melhoria. • Subvenções Sociais - são aquelas que se desti-
• Receita de Contribuições; nem a instituições públicas ou privadas de caráter
• Receita Patrimonial; assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;
• Receita Agropecuária; • Subvenções Econômicas - as que se destinem a
empresas públicas ou privadas de caráter industrial,
• Receita Industrial; comercial, agrícola ou pastoril; também são consi-
• Receita de Serviços; deradas subvenções econômicas as dotações des-
• Transferência Correntes tinadas a cobrir a diferença entre os preços de mer-
cado e os preços de revenda, pelo Governo, de gê-
2.2 - RECEITAS DE CAPITAL neros alimentícios ou outros materiais, e as dota-
ções destinadas ao pagamento de bonificações a
São Receitas de Capital as provenientes da realização produtores de determinados gêneros ou materiais;
de recursos financeiros oriundos de constituição de dívi- • Inativos
das; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os • Pensionistas
recursos recebidos de outras pessoas de direito públi- • Salário Família e Abono Familiar
co ou privado (transferências de capital), destinados a • Juros da Dívida Pública
atender despesas classificáveis em Despesas de Ca- • Contribuições de Previdência Social
pital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. • Diversas Transferências Correntes
Obs.: é considerado superávit do Orçamento Corrente o
valor resultante do balanceamento dos totais das recei- Obs.: Consideram-se subvenções as transferências
tas e despesas correntes destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades
beneficiadas
As receitas de capital são assim classificadas :
• Operações de Crédito (ex: receita decorrente de 3.2 - DESPESAS DE CAPITAL
empréstimos obtidos, venda de títulos públicos);
As despesas de capital são as que determinam uma
• Alienação de Bens (ex: receita de venda de imó- modificação do patrimônio público através de seu cres-
veis); cimento, sendo, pois, economicamente produtivas.
• Amortização de Empréstimos (receita referente a As despesas de capital são divididas em Investimentos,
pagamento do principal de empréstimos concedi- Inversões Financeiras e Transferências de Capital.
dos a agricultores);
• Transferências de Capital (ex: receita decorrente de Investimentos - as dotações para o planejamento e a
recebimento de recursos pelo governo do estado execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição
originados da União para executar uma obra de de imóveis considerados necessários à realização des-
construção civil); tas últimas, bem como para os programas especiais de
• Outras Receitas de Capital (ex: superávit do Orça- trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e
mento Corrente) material permanente e constituição ou aumento do capi-
tal de empresas que não sejam de caráter comercial ou
3. DESPESAS financeiro. Podemos classificar os investimentos nos
seguintes itens :
3.1 - DESPESAS CORRENTES
• Obras Públicas;
São aquelas que não enriquecem o patrimônio público e • Serviços em Regime de Programação Especial;
são necessárias à execução de serviços públicos e à vida • Equipamentos e Instalações;
do Estado. As despesas correntes são classificadas em
despesas de custeio e transferências correntes. • Material Permanente;

301
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• Participação em Constituição ou Aumento de • a Lei do Plano Plurinanual (PPA)
Capital de Empresas ou Entidades Industriais ou • a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO)
Agrícolas.
• a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Inversões Financeiras - Classificam-se como Inversões
Financeiras as dotações destinadas a: PLANO PLURIANUAL DE APLICAÇÕES - PPA
• aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em
utilização; De acordo com a Constituição Federal cabe ao Plano Plu-
rianual de Aplicações estabelecer, de forma regionaliza-
• aquisição de títulos representativos do capital de
da, as diretrizes, objetivos e metas da administração pú-
empresas ou entidades de qualquer espécie, já blica federal para as despesas de capital e outras delas
constituídas, quando a operação não importe au- decorrentes e para as relativas aos programas de dura-
mento do capital; ção continuada. Desta forma, deverão constar no PPA os
• constituição ou aumento do capital de entidades ou planos e programas nacionais, regionais e setoriais.
empresas que visem a objetivos comerciais ou finan- O Projeto de Lei do PPA que define as prioridades do
ceiros, inclusive operações bancárias ou de seguros. governo por um período de quatro anos, deve ser enviado
pelo Presidente da República ao Congresso Nacional até
As inversões financeiras são classificadas em: o dia 31 de agosto do primeiro ano de seu mandato.
• Aquisição de Imóveis
• Participação em Constituição ou Aumento de Capi- LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO)
tal de Empresas ou Entidades Comerciais ou Fi-
nanceiras Nos termos da Constituição Federal de 1988, a Lei de
• Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Diretrizes Orçamentárias (LDO) conterá as metas e prio-
Empresa em Funcionamento ridades da administração pública federal, incluindo as
• Constituição de Fundos Rotativos despesas de capital para o exercício financeiro subse-
• Concessão de Empréstimos qüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual,
• Diversas Inversões Financeiras disporá sobre as alterações na legislação tributária e
estabelecerá a política de aplicação das agências finan-
Obs.: Deve-se notar que a diferença entre investimentos ceiras oficiais de fomento.
e inversões financeiras está em que, no primeiro caso, A Lei de Responsabilidade Fiscal estendeu ainda mais
com a execução de obras de construção civil e compra de o campo da Lei de Diretrizes Orçamentárias determi-
equipamentos, se está adicionando capacidade produti- nando que a mesma deverá dispor sobre:
va a economia do país, enquanto que no segundo caso, • equilíbrio entre receitas e despesas;
há somente a troca de propriedade de imóveis e equipa- • critérios e forma de limitação de empenho (diminui-
mentos que já existiam anteriormente. ção das despesas), a ser efetivada nos casos de
não realização de receita que venha comprometer
Transferências de Capital - as dotações para investi- as Metas Fiscais estabelecidas, ou ainda, quando
mentos ou inversões financeiras que outras pessoas a dívida consolidada do ente federativo houver ultra-
de direito público ou privado devam realizar, indepen- passado o limite determinado pela Lei de Respon-
dentemente de contraprestação direta em bens ou ser- sabilidade Fiscal;
viços, constituindo essas transferências auxílios ou con- • normas relativas ao controle de custos e à avalia-
tribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Or- ção dos resultados;
çamento ou de lei especial anterior, bem como as dota- • demais condições e exigências para transferênci-
ções para amortização da dívida pública. as de recursos a entidades públicas e privadas;
• deverá integrar a LDO o anexo de Metas Fiscais, em
As transferências de capital são classificadas em : que serão estabelecidas metas anuais relativas a
• Amortização da Dívida Pública receitas, despesas, resultados nominal e primário
• Auxílios para Obras Públicas e montante da dívida pública, para o exercício a que
• Auxílios para Equipamentos e Instalações se referirem e para os dois seguintes.
• Auxílios para Inversões Financeiras • O anexo conterá, ainda: avaliação do cumprimento
• Outras Contribuições. das metas relativas ao ano anterior; demonstrativo
das metas anuais; evolução do patrimônio líquido;
4. EXERCÍCIO FINANCEIRO avaliação da situação financeira e atuarial dos regi-
mes geral de previdência social e próprio dos servi-
O exercício financeiro coincidirá com o ano civil, isto é, dores públicos, do Fundo de Amparo ao Trabalhador
tem início em 1º de janeiro e se encerra em 31 de de- e dos demais fundos públicos e programas estatais
zembro. de natureza atuarial; demonstrativo da estimativa e
São consideradas receitas do exercício financeiro aque- compensação da renúncia de receita e da margem
las nele arrecadadas, independente de terem seus fa- de expansão das despesas obrigatórias de caráter
tos geradores terem ocorrido em exercícios anteriores, continuado.
no caso de receita tributária. • Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os
Da mesma forma, são consideradas despesas do exer- passivos contingentes e outros riscos capazes de
cício aquelas legalmente empenhadas no período. afetar as contas públicas, informando as providên-
cias a serem tomadas, caso se concretizem.
SISTEMA ORÇAMENTÁRIO FEDERAL
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
Segundo a Constituição Federal de 1988, o sistema or-
çamentário federal passou a ser constituído por três leis, A Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar
abaixo discriminadas, todas elas de iniciativa do Poder 101/2000 – foi instituída com o objetivo de melhorar a
Executivo:

302
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
gestão financeira do setor público, procurando, entre 2. RENÚNCIA DE RECEITA
outros procedimentos, evitar o endividamento excessivo Toda renúncia de receita tributária deverá ser acompa-
dos entes federativos (União, Estados, Municípios e Dis- nhado de medidas compensatórias de aumento de re-
trito Federal), limitar a despesa com pessoal, estabele- ceitas.
cer metas para receitas e despesas públicas, fazer cum-
prir o orçamento anual e limitar as despesas dos Pode- 3. DESPESA PÚBLICA
res no último ano de gestão de seu titular. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação gover-
Nos termo da Lei, a responsabilidade na gestão fiscal namental que acarrete aumento da despesa deverá ser
pressupõe a ação planejada e transparente, em que se acompanhada de declaração do ordenador da despesa
previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o de que o aumento tem adequação orçamentária (dota-
equilíbrio das contas públicas, mediante cumprimento ção que comporte o aumento da despesa) e financeira
de metas de resultados entre receitas e despesas e a com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o
obediência a limites e condições no que tange: plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.
• a renúncia de receita; A adequação da despesa, conforme o disposto acima, é
• geração de despesas com pessoal, da seguridade condição para o empenho da despesa, assim como,
para a licitação de bens e serviços.
social e outras;
• dívidas consolidada e mobiliária; 3.1. DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁTER CONTINUADO
• operações de crédito, inclusive por antecipação de
receita;
A despesa obrigatória de caráter continuado é aquela
• concessão de garantia, e
decorrente de lei, medida provisória ou ato administrati-
• inscrição em Restos a Pagar. vo normativo que criem ou aumentem despesas que
deverão ser executadas por um período superior a dois
O não cumprimento dos dispostos da Lei de Responsa- exercícios. A diferença em relação a despesa conceitua-
bilidade Fiscal implica em dois tipos de sanção, uma de da anteriormente é que, naquele caso, a despesa é efe-
ordem financeira, como por exemplo, o impedimento do tuada no curto prazo e não obriga o ente federativo em
ente federativo de receber transferências voluntárias, e relação períodos mais longos (superiores a dois exercí-
outra de caráter penal, a ser punida pela Lei de Crimes cios financeiros). Um crescimento de despesa continu-
Fiscais e pelo Código Penal. ada pode ser exemplificada com um aumento dos bene-
As disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal obri- fícios da previdência social.
gam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios. Nas referências : No caso de criação ou aumento de despesa continuada,
• à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos deve-se prever os recursos necessários a sua execu-
Municípios, estão compreendidos: ção. Estes deverão resultar de aumento permanente de
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abran- receita ou de redução permanente de despesa.
gidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e Segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, considera-
o Ministério Público; se aumento permanente de receita o proveniente da ele-
b) as respectivas administrações diretas, fundos, autar- vação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, ma-
quias, fundações e empresas estatais dependentes; joração ou criação de tributo ou contribuição.
• a Estados entende-se considerado o Distrito Federal; O não atendimento ao disposto acima implicará em con-
• a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de siderar as despesas como não autorizadas, irregulares
e lesivas ao patrimônio público.
Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e,
quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios Como exemplo deste dispositivo da Lei de Responsabi-
e Tribunal de Contas do Município. lidade Fiscal podemos citar o aumento do salário míni-
mo previsto no orçamento para 2001. Este acréscimo
Muitos dos limites impostos a um ente federativo se es- acarretaria elevação nos gastos do sistema de previ-
tende aos Poderes Legislativo e Judiciário, e também dência social, pois estes são indexados ao salário míni-
ao Ministério Público. mo. Neste caso, só haveria a aprovação da lei orçamen-
Na seqüência serão apresentados os principais tópicos tária com medidas compensatórias relativas ao aumen-
da Lei de Responsabilidade Fiscal. to de receita.

1. NÃO CUMPRIMENTO DAS METAS FISCAIS 3.2 DESPESAS COM PESSOAL


Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização O limite dos gastos públicos com pessoal estipulada
da receita poderá não comportar o cumprimento das pela Constituição Federal de 1988 é disposto pela lei de
metas de resultado primário ou nominal estabelecidas responsabilidade fiscal da seguinte forma :
no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério • União - 50% da receita líquida
Público promoverão, por ato próprio e nos montantes
• Estados - 60% da receita líquida
necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de
• Municípios - 60% da receita líquida
empenho e movimentação financeira, segundo os crité-
Para fins desses limites receita líquida é considerado o
rios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
somatório das receitas tributárias, de contribuições, pa-
Assim, o não cumprimento das metas deverá acarretar
trimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, trans-
imediato corte nos empenhos (gastos) de forma a se
ferências correntes e outras receitas também correntes,
cumprir o determinado. Esclarece-se que não serão
deduzidos:
objeto de limitação (de corte de gastos) as despesas
a) na União, os valores transferidos aos Estados e Muni-
que constituam obrigações constitucionais e legais do
cípios por determinação constitucional ou legal, e as con-
ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do tribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso
serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes II do art. 195, e no art. 239 da Constituição;
orçamentárias.

303
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios • deverá ser liquidada, com juros e outros encargos
por determinação constitucional; incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano;
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribui- • não será autorizada se forem cobrados outros en-
ção dos servidores para o custeio do seu sistema de cargos que não a taxa de juros da operação, obriga-
previdência e assistência social e as receitas proveni- toriamente prefixada ou indexada à taxa básica fi-
entes da compensação financeira citada no § 9º do art. nanceira, ou à que vier a esta substituir;
201 da Constituição. • estará proibida enquanto existir operação anterior
da mesma natureza não integralmente resgatada e
Se a despesa total com pessoal ultrapassar os limites no último ano de mandato do Presidente, Governa-
definidos acima, o percentual excedente terá de ser eli- dor ou Prefeito Municipal.
minado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo
menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, LEI Nº 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964.
as providências previstas a redução de gastos com pes-
soal previstos nos §§ 3º e 4º do art. 169 da Constituição, Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elabo-
abaixo reproduzidos. ração e controle dos orçamentos e balanços da União,
Não alcançada a redução no prazo estabelecido (dois dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
quadrimestres seguintes), e enquanto perdurar o exces-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu san-
so, o ente federativo (União, Estados, Municípios e Dis-
ciono a seguinte Lei:
trito Federal) não poderá:
• receber transferências voluntárias;
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
• obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
• contratar operações de crédito, ressalvadas as des- Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito financei-
tinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as ro para elaboração e controle dos orçamentos e balan-
que visem à redução das despesas com pessoal. ços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal, de acordo com o disposto no art. 5º, inciso XV,
As restrições acima aplicam-se imediatamente se a letra b, da Constituição Federal.
despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro
quadrimestre do último ano do mandato dos titulares TÍTULO I
de Poder ou órgão. Da Lei de Orçamento
CAPÍTULO I
Obs.: entende-se por transferência voluntária a entrega Disposições Gerais
de recursos correntes ou de capital a outro ente da Fe-
deração, a título de cooperação, auxílio ou assistência Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da
financeira, que não decorra de determinação constitucio- receita e despesa de forma a evidenciar a política eco-
nal, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. nômica financeira e o programa de trabalho do Governo,
obedecidos os princípios de unidade universalidade e
4. LIMITES DA DÍVIDA PÚBLICA anualidade.
Os limites da dívida pública consolidada da União, dos § 1° Integrarão a Lei de Orçamento:
Estados e dos Municípios serão fixados pelo Senado I. Sumário geral da receita por fontes e da despesa por
Federal mediante proposta do Presidente da República. funções do Governo;
II. Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segun-
Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultra- do as Categorias Econômicas, na forma do Anexo nº. 1;
passar o limite fixado ao final de um quadrimestre, deve- III. Quadro discriminativo da receita por fontes e respec-
rá ser a ele reconduzida até o término dos três subse- tiva legislação;
qüentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% no IV. Quadro das dotações por órgãos do Governo e da
primeiro. Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele Administração.
houver incorrido: § 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:
• estará proibido de realizar operação de crédito in- I. Quadros demonstrativos da receita e planos de aplica-
terna ou externa, inclusive por antecipação de recei- ção dos fundos especiais;
ta, ressalvado o refinanciamento do principal atuali-
II. Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos
zado da dívida mobiliária;
Anexos ns. 6 a 9;
• obterá resultado primário necessário à recondução
III. Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho
da dívida ao limite, promovendo, entre outras medi-
do Governo, em termos de realização de obras e de pres-
das, limitação de empenho.
tação de serviços.
Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e en-
quanto perdurar o excesso, o ente ficará também impe-
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as re-
dido de receber transferências voluntárias da União ou
ceitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas
do Estado.
em lei.
As restrições previstas aplicam-se imediatamente se o
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste
montante da dívida exceder o limite no primeiro quadri-
artigo as operações de credito por antecipação da recei-
mestre do último ano do mandato do Chefe do Poder
ta, as emissões de papel-moeda e outras entradas com-
Executivo.
pensatórias, no ativo e passivo financeiros . (Veto rejei-
tado no D.O. 03/06/1964)
5. OPERAÇÕES DE CRÉDITO
A operação de crédito por antecipação de receita destina-
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as des-
se a atender insuficiência de caixa durante o exercício
pesas próprias dos órgãos do Governo e da administra-
financeiro devendo cumprir as seguintes exigências :
ção centralizada, ou que, por intermédio deles se devam
• realizar-se-á somente a partir do décimo dia do iní-
realizar, observado o disposto no artigo 2°.
cio do exercício;

304
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações glo- tal. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de
bais destinadas a atender indiferentemente a despesas 20.5.1982)
de pessoal, material, serviços de terceiros, transferênci- § 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de
as ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de
20 e seu parágrafo único. serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos
financeiros recebidos de outras pessoas de direito pú-
Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei blico ou privado, quando destinadas a atender despe-
de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer sas classificáveis em Despesas Correntes. (Redação
deduções. dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)
§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da reali-
transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orça- zação de recursos financeiros oriundos de constituição
mento da entidade obrigada a transferência e, como re- de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direi-
ceita, no orçamento da que as deva receber. tos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito
§ 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo anteri- público ou privado, destinados a atender despesas clas-
or, o calculo das cotas terá por base os dados apurados sificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superavit
no balanço do exercício anterior aquele em que se ela- do Orçamento Corrente. (Redação dada pelo Decreto
borar a proposta orçamentária do governo obrigado a Lei nº 1.939, de 20.5.1982)
transferência. (Veto rejeitado no D.O. 03/06/1964) § 3º - O superavit do Orçamento Corrente resultante do
balanceamento dos totais das receitas e despesas cor-
Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao rentes, apurado na demonstração a que se refere o Ane-
Executivo para: xo nº 1, não constituirá item de receita orçamentária. (Re-
I. Abrir créditos suplementares até determinada impor- dação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)
tância obedecidas as disposições do artigo 43; (Veto § 4º - A classificação da receita obedecerá ao seguinte
rejeitado no D.O. 03/06/1964) esquema: (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de
II. Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, ope- 20.5.1982)
rações de crédito por antecipação da receita, para aten- RECEITAS CORRENTES
der a insuficiências de caixa. RECEITA TRIBUTÁRIA
§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as Impostos
fontes de recursos que o Poder Executivo fica autorizado Taxas
a utilizar para atender a sua cobertura. Contribuições de Melhoria
§ 2° O produto estimado de operações de crédito e de RECEITA DE CONTRIBUIÇOES
alienação de bens imóveis somente se incluirá na receita RECEITA PATRIMONIAL
quando umas e outras forem especificamente autorizadas RECEITA AGROPECUÁRIA
pelo Poder Legislativo em forma que juridicamente possi- RECEITA INDUSTRIAL
bilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício. RECEITA DE SERVIÇOS
§ 3º A autorização legislativa a que se refere o parágrafo TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
anterior, no tocante a operações de crédito, poderá cons- OUTRAS RECEITAS CORRENTES
tar da própria Lei de Orçamento. RECEITAS DE CAPITAL
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
Art. 8º A discriminação da receita geral e da despesa de ALIENAÇÃO DE BENS
cada órgão do Governo ou unidade administrativa, a que AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
se refere o artigo 2º, § 1º, incisos III e IV obedecerá à TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
forma do Anexo n. 2. OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL
§ 1° Os itens da discriminação da receita e da despesa,
mencionados nos artigos 11, § 4°, e 13, serão identifica-
dos por números de códigos decimal, na forma dos Ane- CAPÍTULO III
xos ns. 3 e 4. Da Despesa
§ 2º Completarão os números do código decimal referi-
do no parágrafo anterior os algarismos caracterizadores Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes cate-
da classificação funcional da despesa, conforme esta- gorias econômicas:
belece o Anexo n. 5.
§ 3° O código geral estabelecido nesta lei não prejudica- DESPESAS CORRENTES
rá a adoção de códigos locais. Despesas de Custeio.
CAPÍTULO II Transferências Correntes.
Da Receita
DESPESAS DE CAPITAL
Art. 9º Tributo e a receita derivada instituída pelas enti- Investimentos.
dades de direito publico, compreendendo os impostos, Inversões Financeiras.
as taxas e contribuições nos termos da constituição e
das leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o Transferências de Capital.
seu produto ao custeio de atividades gerais ou especifi-
cas exercidas por essas entidades (Veto rejeitado no § 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as do-
D.O. 03/06/1964) tações para manutenção de serviços anteriormente cri-
ados, inclusive as destinadas a atender a obras de con-
Art. 10. (Vetado). servação e adaptação de bens imóveis.
§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as
Art. 11. A receita classificar-se-á nas seguintes categori- dotações para despesas as quais não corresponda con-
as econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capi- traprestação direta em bens ou serviços, inclusive para

305
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
contribuições e subvenções destinadas a atender à Participação em Constituição ou Aumento de Capital de
manifestação de outras entidades de direito público ou Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas.
privado.
§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei,
as transferências destinadas a cobrir despesas de cus- INVERSÕES FINANCEIRAS
teio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como: Aquisição de Imóveis.
I. subvenções sociais, as que se destinem a instituições
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de
públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras.
sem finalidade lucrativa; Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Em-
II. subvenções econômicas, as que se destinem a em- presa em Funcionamento.
presas públicas ou privadas de caráter industrial, co- Constituição de Fundos Rotativos.
mercial, agrícola ou pastoril. Concessão de Empréstimos.
§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações Diversas Inversões Financeiras.
para o planejamento e a execução de obras, inclusive as Transferências de Capital
destinadas à aquisição de imóveis considerados ne- Amortização da Dívida Pública.
cessários à realização destas últimas, bem como para Auxílios para Obras Públicas.
os programas especiais de trabalho, aquisição de ins- Auxílios para Equipamentos e Instalações.
talações, equipamentos e material permanente e cons- Auxílios para Inversões Financeiras.
tituição ou aumento do capital de empresas que não Outras Contribuições.
sejam de caráter comercial ou financeiro.
§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as do- Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamento
tações destinadas a: de serviços subordinados ao mesmo órgão ou reparti-
I. aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em ção a que serão consignadas dotações próprias. (Veto
utilização; rejeitado no D.O. 03/06/1964)
II. aquisição de títulos representativos do capital de em- Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão consig-
presas ou entidades de qualquer espécie, já constituí- nadas dotações a unidades administrativas subordina-
das, quando a operação não importe aumento do capital; das ao mesmo órgão.
III. constituição ou aumento do capital de entidades ou
empresas que visem a objetivos comerciais ou financei- Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despe-
ros, inclusive operações bancárias ou de seguros. sa far-se-á no mínimo por elementos. (Veto rejeitado no
D.O. 03/06/1964)
§ 6º São Transferências de Capital as dotações para
§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da des-
investimentos ou inversões financeiras que outras pes- pesa com pessoal, material, serviços, obras e outros
soas de direito público ou privado devam realizar, inde- meios de que se serve a administração publica para con-
pendentemente de contraprestação direta em bens ou secução dos seus fins. (Veto rejeitado no D.O. 03/06/1964)
serviços, constituindo essas transferências auxílios ou § 2º Para efeito de classificação da despesa, considera-
contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de se material permanente o de duração superior a dois anos.
Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como
as dotações para amortização da dívida pública. SEÇÃO I
Das Despesas Correntes
Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art.
12, a discriminação ou especificação da despesa por SUBSEÇÃO ÚNICA
elementos, em cada unidade administrativa ou órgão de Das Transferências Correntes
governo, obedecerá ao seguinte esquema: I. Das Subvenções Sociais
DESPESAS CORRENTES
Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das possibili-
Despesas de Custeio
dades financeiras a concessão de subvenções sociais
Pessoa Civil. visará a prestação de serviços essenciais de assistên-
Pessoal Militar. cia social, médica e educacional, sempre que a suple-
Material de Consumo. mentação de recursos de origem privada aplicados a
Serviços de Terceiros. esses objetivos, revelar-se mais econômica.
Encargos Diversos. Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que
Transferências Correntes possível, será calculado com base em unidades de ser-
Subvenções Sociais. viços efetivamente prestados ou postos à disposição
Subvenções Econômicas. dos interessados obedecidos os padrões mínimos de
Inativos. eficiência previamente fixados.
Pensionistas.
Salário Família e Abono Familiar. Art. 17. Somente à instituição cujas condições de funci-
Juros da Dívida Pública. onamento forem julgadas satisfatórias pelos órgãos ofi-
Contribuições de Previdência Social. ciais de fiscalização serão concedidas subvenções.
Diversas Transferências Correntes.
II. Das Subvenções Econômicas
DESPESAS DE CAPITAL
Investimentos Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das em-
presas públicas, de natureza autárquica ou não, far-se-á
Obras Públicas.
mediante subvenções econômicas expressamente in-
Serviços em Regime de Programação Especial.
cluídas nas despesas correntes do orçamento da União,
Equipamentos e Instalações.
do Estado, do Município ou do Distrito Federal.
Material Permanente.

306
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como f) A despesa prevista para o exercício a que se refere a
subvenções econômicas: proposta.
a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os IV. Especificação dos programas especiais de trabalho
preços de mercado e os preços de revenda, pelo Gover- custeados por dotações globais, em termos de metas
no, de gêneros alimentícios ou outros materiais; visadas, decompostas em estimativa do custo das
b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanha-
a produtores de determinados gêneros ou materiais. das de justificação econômica, financeira, social e ad-
ministrativa.
Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda finan- Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária,
ceira, a qualquer título, a empresa de fins lucrativos, sal- para cada unidade administrativa, descrição sucinta de
vo quando se tratar de subvenções cuja concessão te- suas principais finalidades, com indicação da respecti-
nha sido expressamente autorizada em lei especial. va legislação.

SEÇÃO II CAPÍTULO II
Das Despesas de Capital Da Elaboração da Proposta Orçamentária

SUBSEÇÃO PRIMEIRA SEÇÃO PRIMEIRA


Dos Investimentos Das Previsões Plurianais

Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Art. 23. As receitas e despesas de capital serão objeto
Orçamento segundo os projetos de obras e de outras de um Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital,
aplicações. aprovado por decreto do Poder Executivo, abrangendo,
Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho no mínimo um triênio.
que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordi- Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de Aplicação
nadamente às normas gerais de execução da despesa de Capital será anualmente reajustado acrescentando-
poderão ser custeadas por dotações globais, classifica- se-lhe as previsões de mais um ano, de modo a asse-
das entre as Despesas de Capital. gurar a projeção contínua dos períodos.

SUBSEÇÃO SEGUNDA Art. 24. O Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital


Das Transferências de Capital abrangerá:
I. as despesas e, como couber, também as receitas pre-
Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio para vistas em planos especiais aprovados em lei e destina-
investimentos que se devam incorporar ao patrimônio dos a atender a regiões ou a setores da administração
das empresas privadas de fins lucrativos. ou da economia;
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se às II. as despesas à conta de fundos especiais e, como
transferências de capital à conta de fundos especiais ou couber, as receitas que os constituam;
dotações sob regime excepcional de aplicação. III. em anexos, as despesas de capital das entidades
referidas no Título X desta lei, com indicação das res-
TÍTULO II pectivas receitas, para as quais forem previstas transfe-
Da Proposta Orçamentária rências de capital.

CAPÍTULO I Art. 25. Os programas constantes do Quadro de Recur-


Conteúdo e Forma da Proposta Orçamentária sos e de Aplicação de Capital sempre que possível se-
rão correlacionados a metas objetivas em termos de
Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Executivo realização de obras e de prestação de serviços.
encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos estabele- Parágrafo único. Consideram-se metas os resultados que
cidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Muni- se pretendem obter com a realização de cada programa.
cípios, compor-se-á:
I. Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada Art. 26. A proposta orçamentária conterá o programa
da situação econômico-financeira, documentada com anual atualizado dos investimentos, inversões financei-
demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de ras e transferências previstos no Quadro de Recursos e
créditos especiais, restos a pagar e outros compromis- de Aplicação de Capital.
sos financeiros exigíveis; exposição e justificação da
política econômica-financeira do Governo; justificação da SEÇÃO SEGUNDA
receita e despesa, particularmente no tocante ao orça- Das Previsões Anuais
mento de capital;
II. Projeto de Lei de Orçamento; Art. 27. As propostas parciais de orçamento guardarão
III. Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas estrita conformidade com a política econômica-financei-
de receita e despesa, constarão, em colunas distintas e ra, o programa anual de trabalho do Governo e, quando
para fins de comparação: fixado, o limite global máximo para o orçamento de cada
a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios ante-
unidade administrativa.
riores àquele em que se elaborou a proposta;
b) A receita prevista para o exercício em que se elabora a
proposta; Art. 28. As propostas parciais das unidades administra-
c) A receita prevista para o exercício a que se refere a tivas, organizadas em formulário próprio, serão acom-
proposta; panhadas de:
d) A despesa realizada no exercício imediatamente an- I. tabelas explicativas da despesa, sob a forma estabe-
terior; lecida no artigo 22, inciso III, letras d, e e f;
e) A despesa fixada para o exercício em que se elabora a II. justificação pormenorizada de cada dotação solicita-
proposta; e da, com a indicação dos atos de aprovação de projetos e

307
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
orçamentos de obras públicas, para cujo início ou pros- Art. 38. Reverte à dotação a importância de despesa
seguimento ela se destina. anulada no exercício, quando a anulação ocorrer após o
encerramento deste considerar-se-á receita do ano em
Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de arre- que se efetivar.
cadação organizar demonstrações mensais da receita
arrecadada, segundo as rubricas, para servirem de base Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tri-
a estimativa da receita, na proposta orçamentária. butária ou não tributária, serão escriturados como recei-
Parágrafo único. Quando houver órgão central de orça- ta do exercício em que forem arrecadados, nas respecti-
mento, essas demonstrações ser-lhe-ão remetidas vas rubricas orçamentárias. (Redação dada pelo Decre-
to Lei nº 1.735, de 20.12.1979)
mensalmente.
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo
transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos,
Art. 30. A estimativa da receita terá por base as demons- na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em
trações a que se refere o artigo anterior à arrecadação registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e
dos três últimos exercícios, pelo menos bem como as a respectiva receita será escriturada a esse título. (Pará-
circunstâncias de ordem conjuntural e outras, que pos- grafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)
sam afetar a produtividade de cada fonte de receita. § 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Públi-
Art. 31. As propostas orçamentárias parciais serão re- ca dessa natureza, proveniente de obrigação legal rela-
vistas e coordenadas na proposta geral, considerando- tiva a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida
se a receita estimada e as novas circunstâncias. Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda
Pública, tais como os provenientes de empréstimos com-
TÍTULO III pulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de
Da elaboração da Lei de Orçamento qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, fo-
ros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas
Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no pra- processuais, preços de serviços prestados por estabe-
zo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos lecimentos públicos, indenizações, reposições, restitui-
Municípios, o Poder Legislativo considerará como pro- ções, alcances dos responsáveis definitivamente julga-
posta a Lei de Orçamento vigente. dos, bem assim os créditos decorrentes de obrigações
em moeda estrangeira, de subrogação de hipoteca, fi-
Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de ança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de
Orçamento que visem a: outras obrigações legais. (Parágrafo incluído pelo De-
a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, sal- creto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)
vo quando provada, nesse ponto a inexatidão da proposta; § 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda
b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto estrangeira será convertido ao correspondente valor na
não esteja aprovado pelos órgãos competentes; moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na
c) conceder dotação para instalação ou funcionamento data da notificação ou intimação do devedor, pela autori-
de serviço que não esteja anteriormente criado; dade administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição
d) conceder dotação superior aos quantitativos previa- da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atuali-
mente fixados em resolução do Poder Legislativo para zação monetária e os juros de mora, de acordo com
concessão de auxílios e subvenções. preceitos legais pertinentes aos débitos tributários. (Pa-
rágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)
TÍTULO IV § 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos menci-
Do Exercício Financeiro onados nos parágrafos anteriores, bem como os valo-
res correspondentes à respectiva atualização monetá-
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. ria, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam
o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezem-
I. as receitas nele arrecadadas; bro de 1978. (Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº
II. as despesas nele legalmente empenhadas. 1.735, de 20.12.1979)
§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na
Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas Procuradoria da Fazenda Nacional. (Parágrafo incluído
empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)
distinguindo-se as processadas das não processadas.
Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de TÍTULO V
créditos com vigência plurianal, que não tenham sido Dos Créditos Adicionais
liquidados, só serão computados como Restos a Pagar
no último ano de vigência do crédito. Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de des-
pesa não computadas ou insuficientemente dotadas na
Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as Lei de Orçamento.
quais o orçamento respectivo consignava crédito pró-
prio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:
tenham processado na época própria, bem como os I. suplementares, os destinados a reforço de dotação
Restos a Pagar com prescrição interrompida e os com- orçamentária;
promissos reconhecidos após o encerramento do exer- II. especiais, os destinados a despesas para as quais
cício correspondente poderão ser pagos à conta de do- não haja dotação orçamentária específica;
tação específica consignada no orçamento, discrimina- III. extraordinários, os destinados a despesas urgentes
da por elementos, obedecida, sempre que possível, a e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou
ordem cronológica. calamidade pública.

308
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para
autorizados por lei e abertos por decreto executivo. feito do disposto no artigo anterior, levará em conta os cré-
ditos adicionais e as operações extra-orçamentárias.
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especi-
ais depende da existência de recursos disponíveis para Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas du-
ocorrer a despesa e será precedida de exposição justifi- rante o exercício, observados o limite da dotação e o
cativa. (Veto rejeitado no D.O. 03/06/1964) comportamento da execução orçamentária.
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo,
desde que não comprometidos: (Veto rejeitado no D.O. CAPÍTULO II
03/06/1964) Da Receita
I. o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial
do exercício anterior; (Veto rejeitado no D.O. 03/06/1964) Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem
II. os provenientes de excesso de arrecadação; (Veto re- que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada exer-
jeitado no D.O. 03/06/1964) cício sem prévia autorização orçamentária, ressalvados a
III. os resultantes de anulação parcial ou total de dota- tarifa aduaneira e o imposto lançado por motivo de guerra.
ções orçamentárias ou de créditos adicionais, autoriza-
dos em Lei; (Veto rejeitado no D.O. 03/06/1964) Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e
IV. o produto de operações de credito autorizadas, em quaisquer outras rendas com vencimento determinado
forma que juridicamente possibilite ao poder executivo em lei, regulamento ou contrato.
realizá-las. (Veto rejeitado no D.O. 03/06/1964)
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença po- Art. 53. O lançamento da receita, o ato da repartição com-
sitiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, petente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a
conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicio- pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.
nais transferidos e as operações de credito a eles vincu-
ladas. (Veto rejeitado no D.O. 03/06/1964) Art. 54. Não será admitida a compensação da observa-
§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os ção de recolher rendas ou receitas com direito creditório
fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumu- contra a Fazenda Pública.
ladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a reali-
zada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer reci-
(Veto rejeitado no D.O. 03/06/1964) bos das importâncias que arrecadarem.
§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, proveni- § 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa que
entes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a impor- paga a soma arrecadada, proveniência e classificação,
tância dos créditos extraordinários abertos no exercício. bem como a data a assinatura do agente arrecadador.
(Veto rejeitado no D.O. 03/06/1964) (Veto rejeitado no D.O. 03/06/1964)
§ 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via.
Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por
decreto do Poder Executivo, que deles dará imediato Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em
conhecimento ao Poder Legislativo. estrita observância ao princípio de unidade de tesoura-
ria, vedada qualquer fragmentação para criação de cai-
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao xas especiais.
exercício financeiro em que forem abertos, salvo expres-
sa disposição legal em contrário, quanto aos especiais Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do
e extraordinários.
artigo 3. desta lei serão classificadas como receita orça-
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a im- mentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas
portância, a espécie do mesmo e a classificação da des- arrecadadas, inclusive as provenientes de operações
pesa, até onde fôr possível. de crédito, ainda que não previstas no Orçamento. (Veto
TÍTULO VI rejeitado no D.O. 03/06/1964)
Da Execução do Orçamento
CAPÍTULO III
CAPÍTULO I Da Despesa
Da Programação da Despesa
Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de autoridade competente que cria para o Estado obriga-
Orçamento e com base nos limites nela fixados, o Poder ção de pagamento pendente ou não de implemento de
Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da condição. (Veto rejeitado no D.O. 03/06/1964)
despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada
a utilizar. Art. 59. O empenho da despesa não poderá exceder o
limite dos créditos concedidos.
Art. 48. A fixação das cotas a que se refere o artigo ante- § 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constituição
rior atenderá aos seguintes objetivos: Federal, é vedado aos Municípios empenhar, no último
a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil mês do mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo
a soma de recursos necessários e suficientes a melhor da despesa prevista no orçamento vigente. (Parágrafo
execução do seu programa anual de trabalho; incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)
b) manter, durante o exercício, na medida do possível o § 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no mesmo
equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa reali- período, assumir, por qualquer forma, compromissos
zada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiên- financeiros para execução depois do término do manda-
cias de tesouraria. to do Prefeito. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de
10.12.1976)

309
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 3º As disposições dos parágrafos anteriores não se Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos
aplicam nos casos comprovados de calamidade públi- de despesas expressamente definidos em lei e consis-
ca. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976) te na entrega de numerário a servidor, sempre precedi-
§ 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os empe- da de empenho na dotação própria para o fim de realizar
nhos e atos praticados em desacordo com o disposto despesas, que não possam subordinar-se ao processo
nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prejuízo da res- normal de aplicação.
ponsabilidade do Prefeito nos termos do Art. 1º, inciso V,
do Decreto-lei n.º 201, de 27 de fevereiro de 1967. (Pará- Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance
grafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976) nem a responsável por dois adiantamento. (Veto rejeita-
do no D.O. 03/06/1964)
Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio
empenho. Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a adju-
§ 1º Em casos especiais previstos na legislação especí- dicação de obras e serviços serão regulados em lei,
fica será dispensada a emissão da nota de empenho. respeitado o princípio da concorrência.
§ 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa
cujo montante não se possa determinar. TÍTULO VII
§ 3º É permitido o empenho global de despesas contra- Dos Fundos Especiais
tuais e outras, sujeitas a parcelamento.
Art. 71. Constitui fundo especial o produto de receitas
Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento especificadas que por lei se vinculam à realização de
denominado “nota de empenho” que indicará o nome do determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção
credor, a representação e a importância da despesa bem de normas peculiares de aplicação.
como a dedução desta do saldo da dotação própria.
Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias vinculadas
Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quan- a turnos especiais far-se-á através de dotação consignada
do ordenado após sua regular liquidação. na Lei de Orçamento ou em créditos adicionais.
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação
Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei que o
do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos
instituiu, o saldo positivo do fundo especial apurado em
e documentos comprobatórios do respectivo crédito. balanço será transferido para o exercício seguinte, a cré-
§ 1° Essa verificação tem por fim apurar: dito do mesmo fundo.
I. a origem e o objeto do que se deve pagar;
II. a importância exata a pagar; Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá determi-
III. a quem se deve pagar a importância, para extinguir a nar normas peculiares de controle, prestação e tomada
obrigação. de contas, sem de qualquer modo, elidir a competência
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou específica do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
serviços prestados terá por base:
I. o contrato, ajuste ou acordo respectivo; TÍTULO VIII
II. a nota de empenho;
Do Controle da Execução Orçamentária
III. os comprovantes da entrega de material ou da pres-
tação efetiva do serviço.
CAPÍTULO I
Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado Disposições Gerais
por autoridade competente, determinando que a despe-
sa seja paga. Art. 75. O controle da execução orçamentária compreen-
Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser derá:
exarada em documentos processados pelos serviços I. a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação
de contabilidade (Veto rejeitado no D.O. 03/06/1964) da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou
a extinção de direitos e obrigações;
Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por te- II. a fidelidade funcional dos agentes da administração,
souraria ou pagadoria regularmente instituídos por es- responsáveis por bens e valores públicos;
tabelecimentos bancários credenciados e, em casos III. o cumprimento do programa de trabalho expresso
excepcionais, por meio de adiantamento. em termos monetários e em termos de realização de
obras e prestação de serviços.
Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades
orçamentárias poderão quando expressamente deter- CAPÍTULO II
minado na Lei de Orçamento ser movimentadas por ór- Do Controle Interno
gãos centrais de administração geral.
Parágrafo único. É permitida a redistribuição de parce- Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de con-
las das dotações de pessoal, de uma para outra unida- trole a que se refere o artigo 75, sem prejuízo das atribui-
de orçamentária, quando considerada indispensável à ções do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
movimentação de pessoal dentro das tabelas ou qua-
dros comuns às unidades interessadas, a que se reali- Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução
ze em obediência à legislação específica.
orçamentária será prévia, concomitante e subseqüente.
Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública,
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão na ordem de Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual,
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos res- quando instituída em lei, ou por fim de gestão, poderá
pectivos, sendo proibida a designação de casos ou de haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou to-
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos mada de contas de todos os responsáveis por bens ou
adicionais abertos para esse fim. valores públicos.

310
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da proposta
orçamentária ou a outro indicado na legislação, caberá CAPÍTULO II
o controle estabelecido no inciso III do artigo 75. Da Contabilidade Orçamentária e Financeira
Parágrafo único. Esse controle far-se-á, quando for o
caso, em termos de unidades de medida, previamente Art. 90. A contabilidade deverá evidenciar, em seus regis-
estabelecidos para cada atividade. tros, o montante dos créditos orçamentários vigentes, a
despesa empenhada e a despesa realizada, à conta dos
Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou ór-
gãos equivalentes verificar a exata observância dos limi- mesmos créditos, e as dotações disponíveis.
tes das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade or-
çamentária, dentro do sistema que for instituído para Art. 91. O registro contábil da receita e da despesa far-
esse fim. se-á de acordo com as especificações constantes da
Lei de Orçamento e dos créditos adicionais.
CAPÍTULO III
Do Controle Externo Art. 92. A dívida flutuante compreende:
I. os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
Art. 81. O controle da execução orçamentária, pelo Poder II. os serviços da dívida a pagar;
Legislativo, terá por objetivo verificar a probidade da ad- III. os depósitos;
ministração, a guarda e legal emprego dos dinheiros pú- IV. os débitos de tesouraria.
blicos e o cumprimento da Lei de Orçamento. Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far-se-á
por exercício e por credor distinguindo-se as despesas
Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará contas processadas das não processadas.
ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas Consti-
tuições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.
Art. 93. Todas as operações de que resultem débitos e
§ 1º As contas do Poder Executivo serão submetidas ao
Poder Legislativo, com Parecer prévio do Tribunal de créditos de natureza financeira, não compreendidas na
Contas ou órgão equivalente. execução orçamentária, serão também objeto de regis-
§ 2º Ressalvada a competência do Tribunal de Contas tro, individuação e controle contábil.
ou órgão equivalente, a Câmara de Vereadores poderá
designar peritos contadores para verificarem as contas CAPÍTULO III
do prefeito e sobre elas emitirem parecer. Da Contabilidade Patrimonial e Industrial

TÍTULO IX Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de


Da Contabilidade caráter permanente, com indicação dos elementos ne-
cessários para a perfeita caracterização de cada um
CAPÍTULO I deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e
Disposições Gerais administração.
Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Art. 95. A contabilidade manterá registros sintéticos dos
Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, bens móveis e imóveis.
arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou
guardem bens a ela pertencentes ou confiados.
Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imó-
Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de Contas veis terá por base o inventário analítico de cada unidade
ou órgão equivalente, a tomada de contas dos agentes res- administrativa e os elementos da escrituração sintética
ponsáveis por bens ou dinheiros públicos será realizada ou na contabilidade.
superintendida pelos serviços de contabilidade.
Art. 97. Para fins orçamentários e determinação dos
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados devedores, ter-se-á o registro contábil das receitas pa-
de forma a permitirem o acompanhamento da execução trimoniais, fiscalizando-se sua efetivação.
orçamentária, o conhecimento da composição patrimo-
nial, a determinação dos custos dos serviços industri- Art. 98. A divida fundada compreende os compromissos de
ais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a exigibilidade superior a doze meses, contraídos para aten-
interpretação dos resultados econômicos e financeiros.
der a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e
Art. 86. A escrituração sintética das operações financei- serviços públicos. (Veto rejeitado no D.O. 03/06/1964)
ras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método das parti- Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com
das dobradas. individuação e especificações que permitam verificar, a
qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem
Art. 87. Haverá controle contábil dos direitos e obriga- como os respectivos serviços de amortização e juros.
ções oriundos de ajustes ou contratos em que a admi- Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que não
nistração pública for parte. organizados como empresa pública ou autárquica, man-
terão contabilidade especial para determinação dos cus-
Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados com indi- tos, ingressos e resultados, sem prejuízo da escritura-
viduação do devedor ou do credor e especificação da natu- ção patrimonial e financeira comum.
reza, importância e data do vencimento, quando fixada. Art. 100. As alterações da situação líquida patrimonial,
que abrangem os resultados da execução orçamentá-
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à ria, bem como as variações independentes dessa exe-
administração orçamentária, financeira patrimonial e in- cução e as superveniências e insubsistência ativas e
dustrial. passivas, constituirão elementos da conta patrimonial.

311
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO IV § 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e
Dos Balanços imóveis.

Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão demons- TÍTULO X


trados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, Das Autarquias e Outras Entidades
no Balanço Patrimonial, na Demonstração das Variações
Patrimoniais, segundo os Anexos números 12, 13, 14 e Art. 107. As entidades autárquicas ou paraestatais, inclu-
15 e os quadros demonstrativos constantes dos Anexos sive de previdência social ou investidas de delegação para
números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17. arrecadação de contribuições parafiscais da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal terão seus
Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas orçamentos aprovados por decreto do Poder Executivo,
e despesas previstas em confronto com as realizadas. salvo se disposição legal expressa determinar que o se-
jam pelo Poder Legislativo.
Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a
Parágrafo único. Compreendem-se nesta disposição as
despesa orçamentárias bem como os recebimentos e
empresas com autonomia financeira e administrativa cujo
os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conju-
gados com os saldos em espécie provenientes do exer- capital pertencer, integralmente, ao Poder Público.
cício anterior, e os que se transferem para o exercício
seguinte. Art. 108. Os orçamentos das entidades referidas no ar-
Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão tigo anterior vincular-se-ão ao orçamento da União, dos
computados na receita extra-orçamentária para compen- Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, pela in-
sar sua inclusão na despesa orçamentária. clusão:
I. como receita, salvo disposição legal em contrário, de sal-
Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais do positivo previsto entre os totais das receitas e despesas;
evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, re- II. como subvenção econômica, na receita do orçamento
sultantes ou independentes da execução orçamentária, da beneficiária, salvo disposição legal em contrário, do
e indicará o resultado patrimonial do exercício. saldo negativo previsto entre os totais das receitas e
despesas.
Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará: § 1º Os investimentos ou inversões financeiras da União,
I. O Ativo Financeiro; dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, reali-
II. O Ativo Permanente; zados por intermédio das entidades aludidas no artigo
III. O Passivo Financeiro; anterior, serão classificados como receita de capital des-
IV. O Passivo Permanente; tas e despesa de transferência de capital daqueles.
V. O Saldo Patrimonial; § 2º As previsões para depreciação serão computadas
VI. As Contas de Compensação. para efeito de apuração do saldo líquido das menciona-
§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valo- das entidades.
res realizáveis independentemente de autorização orça-
mentária e os valores numerários. Art. 109. Os orçamentos e balanços das entidades com-
§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, crédi- preendidas no artigo 107 serão publicados como com-
tos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de plemento dos orçamentos e balanços da União, dos
autorização legislativa. Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a que es-
§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fun- tejam vinculados.
dadas e outras, cujo pagamento independa de autoriza-
ção orçamentária. Art. 110. Os orçamentos e balanços das entidades já refe-
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas ridas, obedecerão aos padrões e normas instituídas por
fundadas e outras que dependam de autorização legis- esta lei, ajustados às respectivas peculiaridades.
lativa para amortização ou resgate. Parágrafo único. Dentro do prazo que a legislação fixar,
§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os os balanços serão remetidos ao órgão central de conta-
bens, valores, obrigações e situações não compreendi- bilidade da União, dos Estados, dos Municípios e do
das nos parágrafos anteriores e que, imediata ou indire- Distrito Federal, para fins de incorporação dos resulta-
tamente, possam vir a afetar o patrimônio. dos, salvo disposição legal em contrário.
Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais obede- TÍTULO XI
cerá as normas seguintes: Disposições Finais
I. os débitos e créditos, bem como os títulos de renda,
pelo seu valor nominal, feita a conversão, quando em Art. 111. O Conselho Técnico de Economia e Finanças do
moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do Ministério da Fazenda, além de outras apurações, para
balanço; fins estatísticos, de interesse nacional, organizará e pu-
II. os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou blicará o balanço consolidado das contas da União, Esta-
pelo custo de produção ou de construção; dos, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e ou-
III. os bens de almoxarifado, pelo preço médio pondera- tras entidades, bem como um quadro estruturalmente
do das compras. idêntico, baseado em dados orçamentários.
§ 1° Os valores em espécie, assim como os débitos e § 1º Os quadros referidos neste artigo terão a estrutura
créditos, quando em moeda estrangeira, deverão figurar do Anexo n. 1.
ao lado das correspondentes importâncias em moeda § 2 O quadro baseado nos orçamentos será publicado
nacional. até o último dia do primeiro semestre do próprio exercí-
§ 2º As variações resultantes da conversão dos débitos, cio e o baseado nos balanços, até o último dia do se-
créditos e valores em espécie serão levadas à conta gundo semestre do exercício imediato àquele a que se
patrimonial. referirem.

312
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo pre- b) as respectivas administrações diretas, fundos, autar-
cedente, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito quias, fundações e empresas estatais dependentes;
Federal remeterão ao mencionado órgão, até 30 de abril, II. a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;
os orçamentos do exercício, e até 30 de junho, os balan- III. a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de
ços do exercício anterior. Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, quan-
Parágrafo único. O pagamento, pela União, de auxílio ou do houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal
contribuição a Estados, Municípios ou Distrito Federal, de Contas do Município.
cuja concessão não decorra de imperativo constitucio-
nal, dependerá de prova do atendimento ao que se de- Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, enten-
termina neste artigo. de-se como:
I. ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito
Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das presentes Federal e cada Município;
normas, o Conselho Técnico de Economia e Finanças II. empresa controlada: sociedade cuja maioria do capi-
do Ministério da Fazenda atenderá a consultas, coligirá tal social com direito a voto pertença, direta ou indireta-
elementos, promoverá o intercâmbio de dados informa- mente, a ente da Federação;
tivos, expedirá recomendações técnicas, quando solici- III. empresa estatal dependente: empresa controlada que
tadas, e atualizará sempre que julgar conveniente, os receba do ente controlador recursos financeiros para pa-
anexos que integram a presente lei. gamento de despesas com pessoal ou de custeio em
Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, po- geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles
derão ser promovidas, quando necessário, conferências provenientes de aumento de participação acionária;
ou reuniões técnicas, com a participação de representan- IV. receita corrente líquida: somatório das receitas tribu-
tes das entidades abrangidas por estas normas. tárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agro-
pecuárias, de serviços, transferências correntes e ou-
Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a partir de 1º tras receitas também correntes, deduzidos:
de janeiro de 1964 para o fim da elaboração dos orça- a) na União, os valores transferidos aos Estados e Muni-
mentos e a partir de 1º de janeiro de 1965, quanto às cípios por determinação constitucional ou legal, e as
demais atividades estatuídas. (Redação dada pela Lei contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no
nº 4.489, de 19.11.1964) inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição;
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios
Art. 115. Revogam-se as disposições em contrário. por determinação constitucional;
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribui-
Brasília, 17 de março de 1964; 143º da Independência e ção dos servidores para o custeio do seu sistema de
76º da República. previdência e assistência social e as receitas proveni-
entes da compensação financeira citada no § 9o do art.
LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000. 201 da Constituição.
§ 1º Serão computados no cálculo da receita corrente
Estabelece normas de finanças públicas voltadas para líquida os valores pagos e recebidos em decorrência da
a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras provi- Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996, e
dências. do fundo previsto pelo art. 60 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- § 2º Não serão considerados na receita corrente líquida
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Rorai-
Complementar: ma os recursos recebidos da União para atendimento
das despesas de que trata o inciso V do § 1o do art. 19.
CAPÍTULO I § 3º A receita corrente líquida será apurada somando-se
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES as receitas arrecadadas no mês em referência e nos
onze anteriores, excluídas as duplicidades.
Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na CAPÍTULO II
gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da DO PLANEJAMENTO
Constituição.
§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a Seção I
ação planejada e transparente, em que se previnem ris- Do Plano Plurianual
cos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio Art. 3º (VETADO)
das contas públicas, mediante o cumprimento de metas
de resultados entre receitas e despesas e a obediência Seção II
a limites e condições no que tange a renúncia de receita, Da Lei de Diretrizes Orçamentárias
geração de despesas com pessoal, da seguridade so- Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o dis-
cial e outras, dívidas consolidada e mobiliária, opera- posto no § 2o do art. 165 da Constituição e:
ções de crédito, inclusive por antecipação de receita, I. disporá também sobre:
concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. a) equilíbrio entre receitas e despesas;
§ 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efe-
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. tivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II
§ 3º Nas referências: deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;
I. à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí- c) (VETADO)
pios, estão compreendidos: d) (VETADO)
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangi- e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação
dos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Mi- dos resultados dos programas financiados com recur-
nistério Público; sos dos orçamentos;

313
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
f) demais condições e exigências para transferências § 3º A atualização monetária do principal da dívida mobi-
de recursos a entidades públicas e privadas; liária refinanciada não poderá superar a variação do ín-
II. (VETADO) dice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentári-
III. (VETADO) as, ou em legislação específica.
§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias § 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com
Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.
metas anuais, em valores correntes e constantes, relati- § 5º A lei orçamentária não consignará dotação para in-
vas a receitas, despesas, resultados nominal e primário vestimento com duração superior a um exercício finan-
e montante da dívida pública, para o exercício a que se ceiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em
referirem e para os dois seguintes. lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto no §
§ 2º O Anexo conterá, ainda: 1º do art. 167 da Constituição.
§ 6º Integrarão as despesas da União, e serão incluídas
I. avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano
na lei orçamentária, as do Banco Central do Brasil rela-
anterior;
tivas a pessoal e encargos sociais, custeio administrati-
II. demonstrativo das metas anuais, instruído com me- vo, inclusive os destinados a benefícios e assistência
mória e metodologia de cálculo que justifiquem os re- aos servidores, e a investimentos.
sultados pretendidos, comparando-as com as fixadas § 7º (VETADO)
nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consis-
tência delas com as premissas e os objetivos da política Art. 6º (VETADO)
econômica nacional;
III. evolução do patrimônio líquido, também nos últimos Art. 7º O resultado do Banco Central do Brasil, apurado
três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos após a constituição ou reversão de reservas, constitui
recursos obtidos com a alienação de ativos; receita do Tesouro Nacional, e será transferido até o
IV. avaliação da situação financeira e atuarial: décimo dia útil subseqüente à aprovação dos balanços
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos semestrais.
servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; § 1º O resultado negativo constituirá obrigação do Te-
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de souro para com o Banco Central do Brasil e será consig-
natureza atuarial; nado em dotação específica no orçamento.
V. demonstrativo da estimativa e compensação da re- § 2º O impacto e o custo fiscal das operações realizadas
núncia de receita e da margem de expansão das despe- pelo Banco Central do Brasil serão demonstrados tri-
sas obrigatórias de caráter continuado. mestralmente, nos termos em que dispuser a lei de di-
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de retrizes orçamentárias da União.
Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos con- § 3º Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil
tingentes e outros riscos capazes de afetar as contas conterão notas explicativas sobre os custos da remunera-
públicas, informando as providências a serem tomadas, ção das disponibilidades do Tesouro Nacional e da manu-
caso se concretizem. tenção das reservas cambiais e a rentabilidade de sua
carteira de títulos, destacando os de emissão da União.
§ 4º A mensagem que encaminhar o projeto da União
apresentará, em anexo específico, os objetivos das polí-
Seção IV
ticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâ- Da Execução Orçamentária e
metros e as projeções para seus principais agregados do Cumprimento das Metas
e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercí-
cio subseqüente. Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos,
nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamen-
Seção III tárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do
Da Lei Orçamentária Anual art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de financeira e o cronograma de execução mensal de de-
forma compatível com o plano plurianual, com a lei de sembolso.
diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a
Complementar: finalidade específica serão utilizados exclusivamente para
I. conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exer-
programação dos orçamentos com os objetivos e metas cício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
constantes do documento de que trata o § 1o do art. 4o;
II. será acompanhado do documento a que se refere o § Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a rea-
6o do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de lização da receita poderá não comportar o cumprimento
compensação a renúncias de receita e ao aumento de das metas de resultado primário ou nominal estabeleci-
despesas obrigatórias de caráter continuado; das no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministé-
III. conterá reserva de contingência, cuja forma de utiliza- rio Público promoverão, por ato próprio e nos montantes
ção e montante, definido com base na receita corrente necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de
líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orça- empenho e movimentação financeira, segundo os crité-
mentárias, destinada ao: rios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
a) (VETADO) § 1º No caso de restabelecimento da receita prevista,
b) atendimento de passivos contingentes e outros ris- ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos
cos e eventos fiscais imprevistos. empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporci-
§ 1º Todas as despesas relativas à dívida pública, mobi- onal às reduções efetivadas.
liária ou contratual, e as receitas que as atenderão, cons- § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que
tarão da lei orçamentária anual. constituam obrigações constitucionais e legais do ente,
§ 2º O refinanciamento da dívida pública constará separa- inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço
damente na lei orçamentária e nas de crédito adicional. da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orça-
mentárias.

314
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
§ 3º No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Seção II
Ministério Público não promoverem a limitação no prazo Da Renúncia de Receita
estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a
limitar os valores financeiros segundo os critérios fixa- Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou bene-
dos pela lei de diretrizes orçamentárias. fício de natureza tributária da qual decorra renúncia de
§ 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, receita deverá estar acompanhada de estimativa do im-
o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimen- pacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva
to das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiên- iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao
cia pública na comissão referida no § 1º do art. 166 da disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo me-
Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas es- nos uma das seguintes condições:
taduais e municipais. I. demonstração pelo proponente de que a renúncia foi
considerada na estimativa de receita da lei orçamentá-
§ 5º No prazo de noventa dias após o encerramento de
ria, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de
cada semestre, o Banco Central do Brasil apresentará,
resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de
em reunião conjunta das comissões temáticas pertinen- diretrizes orçamentárias;
tes do Congresso Nacional, avaliação do cumprimento II. estar acompanhada de medidas de compensação,
dos objetivos e metas das políticas monetária, creditícia no período mencionado no caput, por meio do aumento
e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampli-
operações e os resultados demonstrados nos balanços. ação da base de cálculo, majoração ou criação de tribu-
to ou contribuição.
Art. 10. A execução orçamentária e financeira identificará § 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio,
os beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, crédito presumido, concessão de isenção em caráter
por meio de sistema de contabilidade e administração não geral, alteração de alíquota ou modificação de base
financeira, para fins de observância da ordem cronológi- de cálculo que implique redução discriminada de tribu-
ca determinada no art. 100 da Constituição. tos ou contribuições, e outros benefícios que correspon-
dam a tratamento diferenciado.
CAPÍTULO III § 2º Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou
DA RECEITA PÚBLICA benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da
condição contida no inciso II, o benefício só entrará em
Seção I vigor quando implementadas as medidas referidas no
Da Previsão e da Arrecadação mencionado inciso.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica:
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsa-
I. às alterações das alíquotas dos impostos previstos
bilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva
arrecadação de todos os tributos da competência cons- nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na
titucional do ente da Federação. forma do seu § 1º;
Parágrafo único. É vedada a realização de transferênci- II. ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior
as voluntárias para o ente que não observe o disposto ao dos respectivos custos de cobrança.
no caput, no que se refere aos impostos.
CAPÍTULO IV
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas DA DESPESA PÚBLICA
técnicas e legais, considerarão os efeitos das altera-
ções na legislação, da variação do índice de preços, do Seção I
crescimento econômico ou de qualquer outro fator rele- Da Geração da Despesa
vante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua
evolução nos últimos três anos, da projeção para os Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregula-
dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodo- res e lesivas ao patrimônio público a geração de despe-
logia de cálculo e premissas utilizadas. sa ou assunção de obrigação que não atendam o dis-
§ 1º Reestimativa de receita por parte do Poder Legisla- posto nos arts. 16 e 17.
tivo só será admitida se comprovado erro ou omissão
de ordem técnica ou legal. Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação
§ 2º O montante previsto para as receitas de operações governamental que acarrete aumento da despesa será
de crédito não poderá ser superior ao das despesas de acompanhado de:
capital constantes do projeto de lei orçamentária. I. estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exer-
§ 3º O Poder Executivo de cada ente colocará à disposi- cício em que deva entrar em vigor e nos dois subse-
ção dos demais Poderes e do Ministério Público, no mí- qüentes;
nimo trinta dias antes do prazo final para encaminha- II. declaração do ordenador da despesa de que o au-
mento de suas propostas orçamentárias, os estudos e mento tem adequação orçamentária e financeira com a
as estimativas das receitas para o exercício subseqüen- lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano
te, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memó- plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.
rias de cálculo. § 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:
I. adequada com a lei orçamentária anual, a despesa
Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas objeto de dotação específica e suficiente, ou que esteja
serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas abrangida por crédito genérico, de forma que somadas
bimestrais de arrecadação, com a especificação, em todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a
separado, quando cabível, das medidas de combate à
realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam
evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações
ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;
ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da
evolução do montante dos créditos tributários passíveis II. compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes
de cobrança administrativa. orçamentárias, a despesa que se conforme com as di-

315
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
retrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nes- veis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e
ses instrumentos e não infrinja qualquer de suas dispo- pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas ex-
sições. tras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem
§ 2º A estimativa de que trata o inciso I do caput será como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo
acompanhada das premissas e metodologia de cálculo ente às entidades de previdência.
utilizadas. § 1º Os valores dos contratos de terceirização de mão-
§ 3º Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa de-obra que se referem à substituição de servidores e
considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a empregados públicos serão contabilizados como “Ou-
lei de diretrizes orçamentárias. tras Despesas de Pessoal”.
§ 4º As normas do caput constituem condição prévia para: § 2º A despesa total com pessoal será apurada soman-
I. empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens do-se a realizada no mês em referência com as dos
ou execução de obras; onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime
II. desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o de competência.
§ 3º do art. 182 da Constituição.
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da
Subseção I Constituição, a despesa total com pessoal, em cada
Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado período de apuração e em cada ente da Federação, não
poderá exceder os percentuais da receita corrente líqui-
Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado da, a seguir discriminados:
a despesa corrente derivada de lei, medida provisória I. União: 50% (cinqüenta por cento);
ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a II. Estados: 60% (sessenta por cento);
obrigação legal de sua execução por um período superi- III. Municípios: 60% (sessenta por cento).
or a dois exercícios. § 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos
§ 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa de neste artigo, não serão computadas as despesas:
que trata o caput deverão ser instruídos com a estimati- I. de indenização por demissão de servidores ou empre-
va prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem gados;
dos recursos para seu custeio. II. relativas a incentivos à demissão voluntária;
§ 2º Para efeito do atendimento do § 1º, o ato será acom- III. derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6º
panhado de comprovação de que a despesa criada ou do art. 57 da Constituição;
aumentada não afetará as metas de resultados fiscais IV. decorrentes de decisão judicial e da competência de pe-
previstas no anexo referido no § 1º do art. 4º, devendo ríodo anterior ao da apuração a que se refere o § 2º do art. 18;
seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser V. com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do
compensados pelo aumento permanente de receita ou Amapá e Roraima, custeadas com recursos transferidos
pela redução permanente de despesa. pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da
§ 3º Para efeito do § 2º, considera-se aumento perma- Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional nº 19;
nente de receita o proveniente da elevação de alíquotas, VI. com inativos, ainda que por intermédio de fundo es-
ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de pecífico, custeadas por recursos provenientes:
tributo ou contribuição. a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
§ 4º A comprovação referida no § 2º, apresentada pelo b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art.
proponente, conterá as premissas e metodologia de 201 da Constituição;
cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibi- c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fun-
lidade da despesa com as demais normas do plano do vinculado a tal finalidade, inclusive o produto da alie-
plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias. nação de bens, direitos e ativos, bem como seu superá-
§ 5º A despesa de que trata este artigo não será executa- vit financeiro.
da antes da implementação das medidas referidas no § § 2º Observado o disposto no inciso IV do § 1º, as despe-
2º, as quais integrarão o instrumento que a criar ou au- sas com pessoal decorrentes de sentenças judiciais
mentar. serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão
§ 6º O disposto no § 1º não se aplica às despesas des- referido no art. 20.
tinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de
remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não
37 da Constituição. poderá exceder os seguintes percentuais:
§ 7º Considera-se aumento de despesa a prorrogação I. na esfera federal:
daquela criada por prazo determinado. a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o
Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União;
Seção II b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
Das Despesas com Pessoal c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento)
para o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para
Subseção I as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem
Definições e Limites os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31
da Emenda Constitucional n o 19, repartidos de forma
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, enten- proporcional à média das despesas relativas a cada um
de-se como despesa total com pessoal: o somatório destes dispositivos, em percentual da receita corrente
dos gastos do ente da Federação com os ativos, os ina- líquida, verificadas nos três exercícios financeiros ime-
tivos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, diatamente anteriores ao da publicação desta Lei Com-
cargos, funções ou empregos, civis, militares e de mem- plementar;
bros de Poder, com quaisquer espécies remuneratóri- d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Públi-
as, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variá- co da União;

316
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
II. na esfera estadual: vados de sentença judicial ou de determinação legal ou
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribu- contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do
nal de Contas do Estado; art. 37 da Constituição;
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; II. criação de cargo, emprego ou função;
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo; III. alteração de estrutura de carreira que implique au-
d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Es- mento de despesa;
tados; IV. provimento de cargo público, admissão ou contratação
III. na esfera municipal: de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição de-
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tri- corrente de aposentadoria ou falecimento de servidores
bunal de Contas do Município, quando houver; das áreas de educação, saúde e segurança;
b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo. V. contratação de hora extra, salvo no caso do disposto
§ 1º Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfe- no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as situa-
ra, os limites serão repartidos entre seus órgãos de for- ções previstas na lei de diretrizes orçamentárias.
ma proporcional à média das despesas com pessoal,
em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou
três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites defini-
da publicação desta Lei Complementar. dos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previs-
§ 2º Para efeito deste artigo entende-se como órgão: tas no art. 22, o percentual excedente terá de ser elimi-
I. o Ministério Público; nado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo
II. no Poder Legislativo: menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras,
a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas as providências previstas nos §§ 3º e 4º do art. 169 da
da União; Constituição.
b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de § 1º No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constitui-
Contas; ção, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção
c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de cargos e funções quanto pela redução dos valores a
de Contas do Distrito Federal; eles atribuídos.
d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de § 2º É facultada a redução temporária da jornada de trabalho
Contas do Município, quando houver; com adequação dos vencimentos à nova carga horária.
III. no Poder Judiciário: § 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e
a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição; enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:
b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver. I. receber transferências voluntárias;
§ 3º Os limites para as despesas com pessoal do Poder II. obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
Judiciário, a cargo da União por força do inciso XIII do art. III. contratar operações de crédito, ressalvadas as desti-
21 da Constituição, serão estabelecidos mediante apli- nadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que
cação da regra do § 1º. visem à redução das despesas com pessoal.
§ 4º Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos § 4º As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se
Municípios, os percentuais definidos nas alíneas a e c a despesa total com pessoal exceder o limite no primei-
do inciso II do caput serão, respectivamente, acrescidos ro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares
e reduzidos em 0,4% (quatro décimos por cento). de Poder ou órgão referidos no art. 20.
§ 5º Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a
entrega dos recursos financeiros correspondentes à des- Seção III
pesa total com pessoal por Poder e órgão será a resul- Das Despesas com a Seguridade Social
tante da aplicação dos percentuais definidos neste arti-
go, ou aqueles fixados na lei de diretrizes orçamentárias. Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguri-
§ 6º (VETADO) dade social poderá ser criado, majorado ou estendido
sem a indicação da fonte de custeio total, nos termos do
Subseção II § 5º do art. 195 da Constituição, atendidas ainda as exi-
Do Controle da Despesa Total com Pessoal gências do art. 17.
§ 1º É dispensada da compensação referida no art. 17 o
Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumen- aumento de despesa decorrente de:
to da despesa com pessoal e não atenda: I. concessão de benefício a quem satisfaça as condi-
I. as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complemen- ções de habilitação prevista na legislação pertinente;
tar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1º do art. 169 II. expansão quantitativa do atendimento e dos serviços
da Constituição; prestados;
II. o limite legal de comprometimento aplicado às despe- III. reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim
sas com pessoal inativo. de preservar o seu valor real.
Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de § 2º O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou
que resulte aumento da despesa com pessoal expedido serviço de saúde, previdência e assistência social, in-
nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do clusive os destinados aos servidores públicos e milita-
titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20. res, ativos e inativos, e aos pensionistas.

Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites esta- CAPÍTULO V


belecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS
cada quadrimestre.
Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exce- Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se
der a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são ve- por transferência voluntária a entrega de recursos cor-
dados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver rentes ou de capital a outro ente da Federação, a título
incorrido no excesso: de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não
I. concessão de vantagem, aumento, reajuste ou ade- decorra de determinação constitucional, legal ou os des-
quação de remuneração a qualquer título, salvo os deri- tinados ao Sistema Único de Saúde.

317
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1º São exigências para a realização de transferência § 2º O disposto no caput não proíbe o Banco Central do
voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes Brasil de conceder às instituições financeiras operações
orçamentárias: de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a tre-
I. existência de dotação específica; zentos e sessenta dias.
II. (VETADO)
III. observância do disposto no inciso X do art. 167 da CAPÍTULO VII
Constituição; DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO
IV. comprovação, por parte do beneficiário, de:
a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, Seção I
empréstimos e financiamentos devidos ao ente transfe- Definições Básicas
ridor, bem como quanto à prestação de contas de recur-
sos anteriormente dele recebidos; Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são
b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à adotadas as seguintes definições:
educação e à saúde; I. dívida pública consolidada ou fundada: montante total,
c) observância dos limites das dívidas consolidada e apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras
mobiliária, de operações de crédito, inclusive por anteci- do ente da Federação, assumidas em virtude de leis,
pação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de contratos, convênios ou tratados e da realização de ope-
despesa total com pessoal; rações de crédito, para amortização em prazo superior a
d) previsão orçamentária de contrapartida. doze meses;
§ 2º É vedada a utilização de recursos transferidos em II. dívida pública mobiliária: dívida pública representada
por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco
finalidade diversa da pactuada.
Central do Brasil, Estados e Municípios;
§ 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão
III. operação de crédito: compromisso financeiro assu-
de transferências voluntárias constantes desta Lei Com- mido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e
plementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de aceite de título, aquisição financiada de bens, recebi-
educação, saúde e assistência social. mento antecipado de valores provenientes da venda a
termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e
CAPÍTULO VI outras operações assemelhadas, inclusive com o uso
DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O de derivativos financeiros;
SETOR PRIVADO IV. concessão de garantia: compromisso de adimplên-
cia de obrigação financeira ou contratual assumida por
Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indire- ente da Federação ou entidade a ele vinculada;
tamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou V. refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títu-
déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por los para pagamento do principal acrescido da atualiza-
lei específica, atender às condições estabelecidas na ção monetária.
lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no orça- § 1º Equipara-se a operação de crédito a assunção, o
mento ou em seus créditos adicionais. reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da
§ 1º O disposto no caput aplica-se a toda a administração Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigênci-
indireta, inclusive fundações públicas e empresas esta- as dos arts. 15 e 16.
tais, exceto, no exercício de suas atribuições precípuas, as § 2º Será incluída na dívida pública consolidada da União
instituições financeiras e o Banco Central do Brasil. a relativa à emissão de títulos de responsabilidade do
§ 2º Compreende-se incluída a concessão de emprésti- Banco Central do Brasil.
mos, financiamentos e refinanciamentos, inclusive as § 3º Também integram a dívida pública consolidada as
respectivas prorrogações e a composição de dívidas, a operações de crédito de prazo inferior a doze meses
concessão de subvenções e a participação em consti- cujas receitas tenham constado do orçamento.
§ 4º O refinanciamento do principal da dívida mobiliária
tuição ou aumento de capital.
não excederá, ao término de cada exercício financeiro, o
montante do final do exercício anterior, somado ao das
Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação operações de crédito autorizadas no orçamento para este
a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob seu con- efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualiza-
trole direto ou indireto, os encargos financeiros, comis- ção monetária.
sões e despesas congêneres não serão inferiores aos
definidos em lei ou ao custo de captação. Seção II
Parágrafo único. Dependem de autorização em lei espe- Dos Limites da Dívida Pública e das Operações
cífica as prorrogações e composições de dívidas decor- de Crédito
rentes de operações de crédito, bem como a concessão
de empréstimos ou financiamentos em desacordo com Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação
o caput, sendo o subsídio correspondente consignado desta Lei Complementar, o Presidente da República
na lei orçamentária. submeterá ao:
I. Senado Federal: proposta de limites globais para o
Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser montante da dívida consolidada da União, Estados e
utilizados recursos públicos, inclusive de operações de Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do
crédito, para socorrer instituições do Sistema Financei- art. 52 da Constituição, bem como de limites e condi-
ro Nacional, ainda que mediante a concessão de em- ções relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo;
préstimos de recuperação ou financiamentos para mu- II. Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça
dança de controle acionário. limites para o montante da dívida mobiliária federal a
§ 1º A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a que se refere o inciso XIV do art. 48 da Constituição,
cargo de fundos, e outros mecanismos, constituídos acompanhado da demonstração de sua adequação aos
pelas instituições do Sistema Financeiro Nacional, na limites fixados para a dívida consolidada da União, aten-
forma da lei. dido o disposto no inciso I do § 1º deste artigo.

318
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
§ 1º As propostas referidas nos incisos I e II do caput e Seção IV
suas alterações conterão: Das Operações de Crédito
I. demonstração de que os limites e condições guardam
coerência com as normas estabelecidas nesta Lei Com- Subseção I
plementar e com os objetivos da política fiscal; Da Contratação
II. estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada
uma das três esferas de governo; Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento
III. razões de eventual proposição de limites diferencia- dos limites e condições relativos à realização de opera-
dos por esfera de governo; ções de crédito de cada ente da Federação, inclusive das
IV. metodologia de apuração dos resultados primário e empresas por eles controladas, direta ou indiretamente.
nominal. § 1º O ente interessado formalizará seu pleito funda-
§ 2º As propostas mencionadas nos incisos I e II do mentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e jurí-
caput também poderão ser apresentadas em termos de dicos, demonstrando a relação custo-benefício, o inte-
dívida líquida, evidenciando a forma e a metodologia de resse econômico e social da operação e o atendimento
sua apuração. das seguintes condições:
§ 3º Os limites de que tratam os incisos I e II do caput I. existência de prévia e expressa autorização para a con-
serão fixados em percentual da receita corrente líquida tratação, no texto da lei orçamentária, em créditos adici-
para cada esfera de governo e aplicados igualmente a onais ou lei específica;
todos os entes da Federação que a integrem, constituin- II. inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos
do, para cada um deles, limites máximos. recursos provenientes da operação, exceto no caso de
§ 4º Para fins de verificação do atendimento do limite, a operações por antecipação de receita;
apuração do montante da dívida consolidada será efetu- III. observância dos limites e condições fixados pelo Se-
ada ao final de cada quadrimestre. nado Federal;
§ 5º No prazo previsto no art. 5º, o Presidente da República IV. autorização específica do Senado Federal, quando se
enviará ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional, con- tratar de operação de crédito externo;
forme o caso, proposta de manutenção ou alteração dos V. atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da
limites e condições previstos nos incisos I e II do caput. Constituição;
§ 6º Sempre que alterados os fundamentos das propos- VI. observância das demais restrições estabelecidas
tas de que trata este artigo, em razão de instabilidade nesta Lei Complementar.
§ 2º As operações relativas à dívida mobiliária federal
econômica ou alterações nas políticas monetária ou
autorizadas, no texto da lei orçamentária ou de créditos
cambial, o Presidente da República poderá encaminhar
adicionais, serão objeto de processo simplificado que
ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional solicita-
atenda às suas especificidades.
ção de revisão dos limites.
§ 3º Para fins do disposto no inciso V do § 1º, considerar-
§ 7º Os precatórios judiciais não pagos durante a execução
se-á, em cada exercício financeiro, o total dos recursos
do orçamento em que houverem sido incluídos integram a
de operações de crédito nele ingressados e o das des-
dívida consolidada, para fins de aplicação dos limites.
pesas de capital executadas, observado o seguinte:
I. não serão computadas nas despesas de capital as
Seção III
realizadas sob a forma de empréstimo ou financiamen-
Da Recondução da Dívida aos Limites
to a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fis-
cal, tendo por base tributo de competência do ente da
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federa- Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta,
ção ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadri- do ônus deste;
mestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos II. se o empréstimo ou financiamento a que se refere o
três subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo me- inciso I for concedido por instituição financeira controla-
nos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro. da pelo ente da Federação, o valor da operação será
§ 1º Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele hou- deduzido das despesas de capital;
ver incorrido: III. (VETADO)
I. estará proibido de realizar operação de crédito interna § 4º Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado
ou externa, inclusive por antecipação de receita, ressal- Federal e do Banco Central do Brasil, o Ministério da Fa-
vado o refinanciamento do principal atualizado da dívida zenda efetuará o registro eletrônico centralizado e atuali-
mobiliária; zado das dívidas públicas interna e externa, garantido o
II. obterá resultado primário necessário à recondução acesso público às informações, que incluirão:
da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, I. encargos e condições de contratação;
limitação de empenho, na forma do art. 9º. II. saldos atualizados e limites relativos às dívidas con-
§ 2º Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e solidada e mobiliária, operações de crédito e conces-
são de garantias.
enquanto perdurar o excesso, o ente ficará também im- § 5º Os contratos de operação de crédito externo não
pedido de receber transferências voluntárias da União conterão cláusula que importe na compensação auto-
ou do Estado. mática de débitos e créditos.
§ 3º As restrições do § 1º aplicam-se imediatamente se
o montante da dívida exceder o limite no primeiro quadri- Art. 33. A instituição financeira que contratar operação
mestre do último ano do mandato do Chefe do Poder de crédito com ente da Federação, exceto quando relati-
Executivo. va à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir compro-
§ 4º O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a vação de que a operação atende às condições e limites
relação dos entes que tenham ultrapassado os limites estabelecidos.
das dívidas consolidada e mobiliária. § 1º A operação realizada com infração do disposto nes-
§ 5º As normas deste artigo serão observadas nos ca- ta Lei Complementar será considerada nula, proceden-
sos de descumprimento dos limites da dívida mobiliária do-se ao seu cancelamento, mediante a devolução do
e das operações de crédito internas e externas. principal, vedados o pagamento de juros e demais en-
cargos financeiros.

319
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2º Se a devolução não for efetuada no exercício de exercício financeiro e cumprirá as exigências menciona-
ingresso dos recursos, será consignada reserva espe- das no art. 32 e mais as seguintes:
cífica na lei orçamentária para o exercício seguinte. I. realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início
§ 3º Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortiza- do exercício;
ção, ou constituída a reserva, aplicam-se as sanções II. deverá ser liquidada, com juros e outros encargos
previstas nos incisos do § 3º do art. 23. incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano;
§ 4ºTambém se constituirá reserva, no montante equiva- III. não será autorizada se forem cobrados outros encar-
lente ao excesso, se não atendido o disposto no inciso gos que não a taxa de juros da operação, obrigatoria-
III do art. 167 da Constituição, consideradas as disposi- mente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou
ções do § 3º do art. 32. à que vier a esta substituir;
IV. estará proibida:
Subseção II a) enquanto existir operação anterior da mesma nature-
Das Vedações za não integralmente resgatada;
b) no último ano de mandato do Presidente, Governador
Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da
dívida pública a partir de dois anos após a publicação ou Prefeito Municipal.
desta Lei Complementar. § 1º As operações de que trata este artigo não serão
computadas para efeito do que dispõe o inciso III do art.
Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito 167 da Constituição, desde que liquidadas no prazo de-
entre um ente da Federação, diretamente ou por inter- finido no inciso II do caput.
médio de fundo, autarquia, fundação ou empresa esta- § 2º As operações de crédito por antecipação de receita
tal dependente, e outro, inclusive suas entidades da ad- realizadas por Estados ou Municípios serão efetuadas
ministração indireta, ainda que sob a forma de novação, mediante abertura de crédito junto à instituição financei-
refinanciamento ou postergação de dívida contraída an- ra vencedora em processo competitivo eletrônico pro-
teriormente. movido pelo Banco Central do Brasil.
§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as § 3º O Banco Central do Brasil manterá sistema de acom-
operações entre instituição financeira estatal e outro ente panhamento e controle do saldo do crédito aberto e, no
da Federação, inclusive suas entidades da administra- caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções
ção indireta, que não se destinem a: cabíveis à instituição credora.
I. financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;
II. refinanciar dívidas não contraídas junto à própria ins- Subseção IV
tituição concedente. Das Operações com o Banco Central do Brasil
§ 2º O disposto no caput não impede Estados e Municí-
pios de comprar títulos da dívida da União como aplica- Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o
ção de suas disponibilidades. Banco Central do Brasil está sujeito às vedações cons-
tantes do art. 35 e mais às seguintes:
Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma insti- I. compra de título da dívida, na data de sua colocação no
tuição financeira estatal e o ente da Federação que a con- mercado, ressalvado o disposto no § 2o deste artigo;
trole, na qualidade de beneficiário do empréstimo.
II. permuta, ainda que temporária, por intermédio de ins-
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe institui-
ção financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos tituição financeira ou não, de título da dívida de ente da
da dívida pública para atender investimento de seus cli- Federação por título da dívida pública federal, bem como
entes, ou títulos da dívida de emissão da União para a operação de compra e venda, a termo, daquele título,
aplicação de recursos próprios. cujo efeito final seja semelhante à permuta;
III. concessão de garantia.
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão § 1º O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao
vedados: estoque de Letras do Banco Central do Brasil, Série Es-
I. captação de recursos a título de antecipação de receita pecial, existente na carteira das instituições financeiras,
de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não que pode ser refinanciado mediante novas operações
tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7º do art. de venda a termo.
150 da Constituição; § 2º O Banco Central do Brasil só poderá comprar direta-
II. recebimento antecipado de valores de empresa em mente títulos emitidos pela União para refinanciar a dívi-
que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a da mobiliária federal que estiver vencendo na sua cartei-
maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros ra.
e dividendos, na forma da legislação; § 3º A operação mencionada no § 2º deverá ser realizada
III. assunção direta de compromisso, confissão de dívi- à taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão
da ou operação assemelhada, com fornecedor de bens, público.
mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou § 4º É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da
aval de título de crédito, não se aplicando esta vedação a dívida pública federal existentes na carteira do Banco
empresas estatais dependentes; Central do Brasil, ainda que com cláusula de reversão,
IV. assunção de obrigação, sem autorização orçamentá- salvo para reduzir a dívida mobiliária.
ria, com fornecedores para pagamento a posteriori de
bens e serviços. Seção V
Da Garantia e da Contragarantia
Subseção III
Das Operações de Crédito por Antecipação de
Receita Orçamentária Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em opera-
ções de crédito internas ou externas, observados o dis-
Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita posto neste artigo, as normas do art. 32 e, no caso da
destina-se a atender insuficiência de caixa durante o União, também os limites e as condições estabelecidos
pelo Senado Federal.

320
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
§ 1º A garantia estará condicionada ao oferecimento de CAPÍTULO VIII
contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia DA GESTÃO PATRIMONIAL
a ser concedida, e à adimplência da entidade que a plei-
tear relativamente a suas obrigações junto ao garantidor Seção I
e às entidades por este controladas, observado o se- Das Disponibilidades de Caixa
guinte:
I. não será exigida contragarantia de órgãos e entidades Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Fede-
do próprio ente; ração serão depositadas conforme estabelece o § 3o do
II. a contragarantia exigida pela União a Estado ou Municí- art. 164 da Constituição.
pio, ou pelos Estados aos Municípios, poderá consistir na § 1º As disponibilidades de caixa dos regimes de previ-
vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas dência social, geral e próprio dos servidores públicos,
e provenientes de transferências constitucionais, com ou- ainda que vinculadas a fundos específicos a que se re-
torga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar o ferem os arts. 249 e 250 da Constituição, ficarão deposi-
respectivo valor na liquidação da dívida vencida. tadas em conta separada das demais disponibilidades
de cada ente e aplicadas nas condições de mercado,
§ 2º No caso de operação de crédito junto a organismo
com observância dos limites e condições de proteção e
financeiro internacional, ou a instituição federal de crédi-
prudência financeira.
to e fomento para o repasse de recursos externos, a § 2º É vedada a aplicação das disponibilidades de que
União só prestará garantia a ente que atenda, além do trata o § 1º em:
disposto no § 1o, as exigências legais para o recebimen- I. títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como
to de transferências voluntárias. em ações e outros papéis relativos às empresas contro-
§ 3º (VETADO) ladas pelo respectivo ente da Federação;
§ 4º (VETADO) II. empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao
§ 5º É nula a garantia concedida acima dos limites fixa- Poder Público, inclusive a suas empresas controladas.
dos pelo Senado Federal.
§ 6º É vedado às entidades da administração indireta, Seção II
inclusive suas empresas controladas e subsidiárias, Da Preservação do Patrimônio Público
conceder garantia, ainda que com recursos de fundos.
§ 7º O disposto no § 6º não se aplica à concessão de Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital deriva-
garantia por: da da alienação de bens e direitos que integram o patri-
I. empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, mônio público para o financiamento de despesa corren-
nem à prestação de contra garantia nas mesmas condi- te, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência
ções; social, geral e próprio dos servidores públicos.
II. instituição financeira a empresa nacional, nos termos
da lei. Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a lei
§ 8º Excetua-se do disposto neste artigo a garantia pres- orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão
tada: novos projetos após adequadamente atendidos os em
I. por instituições financeiras estatais, que se submete- andamento e contempladas as despesas de conserva-
rão às normas aplicáveis às instituições financeiras pri- ção do patrimônio público, nos termos em que dispuser
a lei de diretrizes orçamentárias.
vadas, de acordo com a legislação pertinente;
Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente enca-
II. pela União, na forma de lei federal, a empresas de
minhará ao Legislativo, até a data do envio do projeto de
natureza financeira por ela controladas, direta e indireta- lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as informa-
mente, quanto às operações de seguro de crédito à ex- ções necessárias ao cumprimento do disposto neste
portação. artigo, ao qual será dada ampla divulgação.
§ 9º Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de
garantia prestada, a União e os Estados poderão condi- Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação de
cionar as transferências constitucionais ao ressarcimen- imóvel urbano expedido sem o atendimento do disposto
to daquele pagamento. no § 3o do art. 182 da Constituição, ou prévio depósito
§ 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada judicial do valor da indenização.
pela União ou por Estado, em decorrência de garantia
prestada em operação de crédito, terá suspenso o aces- Seção III
so a novos créditos ou financiamentos até a total liquida- Das Empresas Controladas pelo Setor Público
ção da mencionada dívida.
Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de ges-
Seção VI tão em que se estabeleçam objetivos e metas de de-
Dos Restos a Pagar sempenho, na forma da lei, disporá de autonomia ge-
rencial, orçamentária e financeira, sem prejuízo do dis-
Art. 41. (VETADO) posto no inciso II do § 5º do art. 165 da Constituição.
Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em seus
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no balanços trimestrais nota explicativa em que informará:
art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, I. fornecimento de bens e serviços ao controlador, com
contrair obrigação de despesa que não possa ser cum- respectivos preços e condições, comparando-os com
prida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a os praticados no mercado;
serem pagas no exercício seguinte sem que haja sufici- II. recursos recebidos do controlador, a qualquer título,
ente disponibilidade de caixa para este efeito. especificando valor, fonte e destinação;
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de III. venda de bens, prestação de serviços ou concessão
caixa serão considerados os encargos e despesas com- de empréstimos e financiamentos com preços, taxas, pra-
promissadas a pagar até o final do exercício. zos ou condições diferentes dos vigentes no mercado.

321
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO IX § 3º A Administração Pública manterá sistema de custos
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO que permita a avaliação e o acompanhamento da ges-
tão orçamentária, financeira e patrimonial.
Seção I
Da Transparência da Gestão Fiscal Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia
trinta de junho, a consolidação, nacional e por esfera de
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão governo, das contas dos entes da Federação relativas
fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por
em meios eletrônicos de acesso público: os planos, or- meio eletrônico de acesso público.
çamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as presta- § 1º Os Estados e os Municípios encaminharão suas con-
ções de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório tas ao Poder Executivo da União nos seguintes prazos:
Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de
I. Municípios, com cópia para o Poder Executivo do res-
Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses docu-
pectivo Estado, até trinta de abril;
mentos.
Parágrafo único. A transparência será assegurada tam- II. Estados, até trinta e um de maio.
bém mediante incentivo à participação popular e realiza- § 2º O descumprimento dos prazos previstos neste artigo
ção de audiências públicas, durante os processos de impedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente
elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes da Federação receba transferências voluntárias e contra-
orçamentárias e orçamentos. te operações de crédito, exceto as destinadas ao refinan-
ciamento do principal atualizado da dívida mobiliária.
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder
Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, Seção III
no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico res- Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária
ponsável pela sua elaboração, para consulta e aprecia-
ção pelos cidadãos e instituições da sociedade. Art. 52. O relatório a que se refere o § 3º do art. 165 da
Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá Constituição abrangerá todos os Poderes e o Ministério
demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências fi- Público, será publicado até trinta dias após o encerra-
nanceiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacio- mento de cada bimestre e composto de:
nal de Desenvolvimento Econômico e Social, especifi- I. balanço orçamentário, que especificará, por categoria
cando os empréstimos e financiamentos concedidos econômica, as:
com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da se- a) receitas por fonte, informando as realizadas e a reali-
guridade social e, no caso das agências financeiras, zar, bem como a previsão atualizada;
avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas ati- b) despesas por grupo de natureza, discriminando a do-
vidades no exercício. tação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;
II. demonstrativos da execução das:
Seção II a) receitas, por categoria econômica e fonte, especifi-
Da Escrituração e Consolidação das Contas
cando a previsão inicial, a previsão atualizada para o
exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de conta-
bilidade pública, a escrituração das contas públicas ob- exercício e a previsão a realizar;
servará as seguintes: b) despesas, por categoria econômica e grupo de natu-
I. a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, reza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação
de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no
despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados bimestre e no exercício;
de forma individualizada; c) despesas, por função e subfunção.
II. a despesa e a assunção de compromisso serão re- § 1º Os valores referentes ao refinanciamento da dívida
gistradas segundo o regime de competência, apuran- mobiliária constarão destacadamente nas receitas de
do-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos operações de crédito e nas despesas com amortização
financeiros pelo regime de caixa; da dívida.
III. as demonstrações contábeis compreenderão, isolada § 2º O descumprimento do prazo previsto neste artigo
e conjuntamente, as transações e operações de cada ór- sujeita o ente às sanções previstas no § 2º do art. 51.
gão, fundo ou entidade da administração direta, autárquica
e fundacional, inclusive empresa estatal dependente; Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demons-
IV. as receitas e despesas previdenciárias serão apre- trativos relativos a:
sentadas em demonstrativos financeiros e orçamentári- I. apuração da receita corrente líquida, na forma definida
os específicos; no inciso IV do art. 2º, sua evolução, assim como a previ-
V. as operações de crédito, as inscrições em Restos a são de seu desempenho até o final do exercício;
Pagar e as demais formas de financiamento ou assun- II. receitas e despesas previdenciárias a que se refere o
ção de compromissos junto a terceiros, deverão ser es- inciso IV do art. 50;
crituradas de modo a evidenciar o montante e a variação III. resultados nominal e primário;
da dívida pública no período, detalhando, pelo menos, a IV. despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4º;
natureza e o tipo de credor; V. Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referi-
VI. a demonstração das variações patrimoniais dará des- do no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos reali-
taque à origem e ao destino dos recursos provenientes zados e o montante a pagar.
da alienação de ativos. § 1º O relatório referente ao último bimestre do exercício
§ 1º No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se- será acompanhado também de demonstrativos:
ão as operações intragovernamentais. I. do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da
§ 2º A edição de normas gerais para consolidação das Constituição, conforme o § 3º do art. 32;
contas públicas caberá ao órgão central de contabilida- II. das projeções atuariais dos regimes de previdência
de da União, enquanto não implantado o conselho de social, geral e próprio dos servidores públicos;
que trata o art. 67.

322
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
III. da variação patrimonial, evidenciando a alienação de cutivo incluirão, além das suas próprias, as dos Presi-
ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes. dentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário
§ 2º Quando for o caso, serão apresentadas justificativas: e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as
I. da limitação de empenho; quais receberão parecer prévio, separadamente, do res-
II. da frustração de receitas, especificando as medidas pectivo Tribunal de Contas.
de combate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a § 1º As contas do Poder Judiciário serão apresentadas
adotar, e as ações de fiscalização e cobrança. no âmbito:
I. da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Fe-
Seção IV deral e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos
Do Relatório de Gestão Fiscal respectivos tribunais;
II. dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Jus-
Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pe- tiça, consolidando as dos demais tribunais.
los titulares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 § 2º O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas
Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo: será proferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão
I. Chefe do Poder Executivo; mista permanente referida no § 1º do art. 166 da Consti-
II. Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou tuição ou equivalente das Casas Legislativas estaduais
órgão decisório equivalente, conforme regimentos inter- e municipais.
nos dos órgãos do Poder Legislativo; § 3º Será dada ampla divulgação dos resultados da apre-
III. Presidente de Tribunal e demais membros de Con- ciação das contas, julgadas ou tomadas.
selho de Administração ou órgão decisório equivalente,
conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Ju- Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio
diciário; conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do
IV. Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados. recebimento, se outro não estiver estabelecido nas consti-
Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas tuições estaduais ou nas leis orgânicas municipais.
autoridades responsáveis pela administração financeira § 1º No caso de Municípios que não sejam capitais e
e pelo controle interno, bem como por outras definidas que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo
por ato próprio de cada Poder ou órgão referido no art. 20. será de cento e oitenta dias.
§ 2º Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso
Art. 55. O relatório conterá: enquanto existirem contas de Poder, ou órgão referido
I. comparativo com os limites de que trata esta Lei Com- no art. 20, pendentes de parecer prévio.
plementar, dos seguintes montantes:
a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inati- Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempe-
vos e pensionistas; nho da arrecadação em relação à previsão, destacando
b) dívidas consolidada e mobiliária; as providências adotadas no âmbito da fiscalização das
c) concessão de garantias; receitas e combate à sonegação, as ações de recupera-
d) operações de crédito, inclusive por antecipação de ção de créditos nas instâncias administrativa e judicial,
receita; bem como as demais medidas para incremento das
e) despesas de que trata o inciso II do art. 4º; receitas tributárias e de contribuições.
II. indicação das medidas corretivas adotadas ou a ado-
tar, se ultrapassado qualquer dos limites; Seção VI
III. demonstrativos, no último quadrimestre: Da Fiscalização da Gestão Fiscal
a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e
um de dezembro; Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxí-
b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas: lio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle
1) liquidadas; interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscaliza-
2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atende- rão o cumprimento das normas desta Lei Complemen-
rem a uma das condições do inciso II do art. 41; tar, com ênfase no que se refere a:
3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite I. atingimento das metas estabelecidas na lei de diretri-
do saldo da disponibilidade de caixa;
zes orçamentárias;
4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e
cujos empenhos foram cancelados; II. limites e condições para realização de operações de
c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b crédito e inscrição em Restos a Pagar;
do inciso IV do art. 38. III. medidas adotadas para o retorno da despesa total
§ 1º O relatório dos titulares dos órgãos mencionados com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos arts.
nos incisos II, III e IV do art. 54 conterá apenas as infor- 22 e 23;
mações relativas à alínea a do inciso I, e os documentos IV. providências tomadas, conforme o disposto no art.
referidos nos incisos II e III. 31, para recondução dos montantes das dívidas conso-
§ 2º O relatório será publicado até trinta dias após o en- lidada e mobiliária aos respectivos limites;
cerramento do período a que corresponder, com amplo V. destinação de recursos obtidos com a alienação de
acesso ao público, inclusive por meio eletrônico. ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e as
§ 3º O descumprimento do prazo a que se refere o § 2º desta Lei Complementar;
sujeita o ente à sanção prevista no § 2º do art. 51. VI. cumprimento do limite de gastos totais dos legislati-
§ 4º Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão ser vos municipais, quando houver.
elaborados de forma padronizada, segundo modelos que § 1º Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou
poderão ser atualizados pelo conselho de que trata o art. 67. órgãos referidos no art. 20 quando constatarem:
I. a possibilidade de ocorrência das situações previstas
Seção V no inciso II do art. 4 o e no art. 9º;
Das Prestações de Contas II. que o montante da despesa total com pessoal ultra-
passou 90% (noventa por cento) do limite;
Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Exe-

323
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
III. que os montantes das dívidas consolidada e mobiliá- § 2º A cooperação financeira compreenderá a doação de
ria, das operações de crédito e da concessão de garan- bens e valores, o financiamento por intermédio das ins-
tia se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos tituições financeiras federais e o repasse de recursos
respectivos limites; oriundos de operações externas.
IV. que os gastos com inativos e pensionistas se encon-
tram acima do limite definido em lei; Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconheci-
V. fatos que comprometam os custos ou os resultados da pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pe-
dos programas ou indícios de irregularidades na gestão las Assembléias Legislativas, na hipótese dos Estados
orçamentária. e Municípios, enquanto perdurar a situação:
§ 2º Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os I. serão suspensas a contagem dos prazos e as dispo-
cálculos dos limites da despesa total com pessoal de sições estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70;
II. serão dispensados o atingimento dos resultados fis-
cada Poder e órgão referido no art. 20.
cais e a limitação de empenho prevista no art. 9o.
§ 3º O Tribunal de Contas da União acompanhará o cum-
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso
primento do disposto nos §§ 2º, 3º e 4º do art. 39. de estado de defesa ou de sítio, decretado na forma da
Constituição.
CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70
serão duplicados no caso de crescimento real baixo ou
Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regio-
inferiores àqueles previstos nesta Lei Complementar nal ou estadual por período igual ou superior a quatro
para as dívidas consolidada e mobiliária, operações de trimestres.
crédito e concessão de garantias. § 1º Entende-se por baixo crescimento a taxa de varia-
ção real acumulada do Produto Interno Bruto inferior a
Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que devida- 1% (um por cento), no período correspondente aos qua-
mente escriturados em sistema centralizado de liquida- tro últimos trimestres.
ção e custódia, poderão ser oferecidos em caução para § 2º A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação
garantia de empréstimos, ou em outras transações pre- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro ór-
vistas em lei, pelo seu valor econômico, conforme defini- gão que vier a substituí-la, adotada a mesma metodologia
do pelo Ministério da Fazenda. para apuração dos PIB nacional, estadual e regional.
§ 3º Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas
Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de as medidas previstas no art. 22.
despesas de competência de outros entes da Federa- § 4º Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na
ção se houver: condução das políticas monetária e cambial, reconheci-
I. autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei das pelo Senado Federal, o prazo referido no caput do art.
orçamentária anual; 31 poderá ser ampliado em até quatro quadrimestres.
II. convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua
legislação. Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma per-
manente, da política e da operacionalidade da gestão
Art. 63. É facultado aos Municípios com população infe- fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal,
rior a cinqüenta mil habitantes optar por: constituído por representantes de todos os Poderes e
I. aplicar o disposto no art. 22 e no § 4º do art. 30 ao final esferas de Governo, do Ministério Público e de entida-
do semestre; des técnicas representativas da sociedade, visando a:
II. divulgar semestralmente: I. harmonização e coordenação entre os entes da Federação;
a) (VETADO) II. disseminação de práticas que resultem em maior efi-
b) o Relatório de Gestão Fiscal; ciência na alocação e execução do gasto público, na
c) os demonstrativos de que trata o art. 53; arrecadação de receitas, no controle do endividamento
III. elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano plurianu- e na transparência da gestão fiscal;
al, o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais III. adoção de normas de consolidação das contas públi-
da lei de diretrizes orçamentárias e o anexo de que trata cas, padronização das prestações de contas e dos rela-
o inciso I do art. 5º a partir do quinto exercício seguinte ao tórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata esta
da publicação desta Lei Complementar. Lei Complementar, normas e padrões mais simples para
§ 1º A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá os pequenos Municípios, bem como outros, necessári-
ser realizada em até trinta dias após o encerramento do os ao controle social;
semestre. IV. divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
§ 2º Se ultrapassados os limites relativos à despesa § 1º O conselho a que se refere o caput instituirá formas
total com pessoal ou à dívida consolidada, enquanto de premiação e reconhecimento público aos titulares de
perdurar esta situação, o Município ficará sujeito aos Poder que alcançarem resultados meritórios em suas
mesmos prazos de verificação e de retorno ao limite políticas de desenvolvimento social, conjugados com a
definidos para os demais entes. prática de uma gestão fiscal pautada pelas normas des-
ta Lei Complementar.
Art. 64. A União prestará assistência técnica e coopera- § 2º Lei disporá sobre a composição e a forma de funci-
ção financeira aos Municípios para a modernização das onamento do conselho.
respectivas administrações tributária, financeira, patri-
monial e previdenciária, com vistas ao cumprimento das Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado o
normas desta Lei Complementar. Fundo do Regime Geral de Previdência Social, vincula-
§ 1º A assistência técnica consistirá no treinamento e do ao Ministério da Previdência e Assistência Social, com
desenvolvimento de recursos humanos e na transferên- a finalidade de prover recursos para o pagamento dos
cia de tecnologia, bem como no apoio à divulgação dos benefícios do regime geral da previdência social.
instrumentos de que trata o art. 48 em meio eletrônico § 1º O Fundo será constituído de:
de amplo acesso público.

324
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Central de Concursos / Degrau Cultural
I. bens móveis e imóveis, valores e rendas do Instituto EXERCÍCIOS
Nacional do Seguro Social não utilizados na operacio-
nalização deste; 01. A carga tributária de um país é considerada pro-
II. bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam adjudi- gressiva quando:
cados ou que lhe vierem a ser vinculados por força de lei; a) é realizada principalmente através de impostos in-
III. receita das contribuições sociais para a seguridade cidentes sobre a produção industrial.
social, previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do b) onera todos os segmentos sociais na mesma pro-
art. 195 da Constituição; porção.
IV. produto da liquidação de bens e ativos de pessoa c) onera proporcionalmente mais os segmentos soci-
física ou jurídica em débito com a Previdência Social; ais de menor poder aquisitivo.
V. resultado da aplicação financeira de seus ativos; d) onera proporcionalmente mais os segmentos soci-
VI. recursos provenientes do orçamento da União.
ais de maior poder aquisitivo.
§ 2º O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do Se-
e) é realizada principalmente através de impostos inci-
guro Social, na forma da lei.
dentes sobre a comercialização da produção.
Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a ins-
02. Em relação às finanças públicas, uma das afirmati-
tituir regime próprio de previdência social para seus ser-
vas a seguir é falsa. Identifique-a:
vidores conferir-lhe-á caráter contributivo e o organizará
a) O IPVA é considerado um imposto estadual indireto.
com base em normas de contabilidade e atuária que
b) O imposto sobre Produtos Industrializados - IPI -
preservem seu equilíbrio financeiro e atuarial.
pode ser caracterizado como imposto indireto.
c) Em períodos de inflação, um imposto progressivo
Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja despe-
sobre a renda contribuiria para frear a expansão da
sa total com pessoal no exercício anterior ao da publica-
renda disponível e, em conseqüência, do consumo
ção desta Lei Complementar estiver acima dos limites
do setor privado.
estabelecidos nos arts. 19 e 20 deverá enquadrar-se no
d) Se a alíquota de um imposto sobre vendas não variar
respectivo limite em até dois exercícios, eliminando o
segundo o produto vendido, esse imposto será re-
excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50%
gressivo, do ponto de vista da renda do consumidor.
a.a. (cinqüenta por cento ao ano), mediante a adoção,
e) O IPI é um imposto onde se prevê diversas alíquo-
entre outras, das medidas previstas nos arts. 22 e 23.
tas de 0 até 365,63%.
Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput,
no prazo fixado, sujeita o ente às sanções previstas no
03. Um tributo diz-se direto quando:
§ 3º do art. 23.
a) incide sobre a renda e a riqueza.
b) incide sobre a produção de bens.
Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da
c) incide sobre o valor adicionado em cada fase do
Constituição, até o término do terceiro exercício financeiro
processo produtivo.
seguinte à entrada em vigor desta Lei Complementar, a
d) arrecadado diretamente pelo governo.
despesa total com pessoal dos Poderes e órgãos referi-
e) incide sobre a comercialização de mercadorias.
dos no art. 20 não ultrapassará, em percentual da receita
corrente líquida, a despesa verificada no exercício imedi-
04. Com respeito à tributação, é correto afirmar:
atamente anterior, acrescida de até 10% (dez por cento),
a) É impossível aplicar o princípio da capacidade con-
se esta for inferior ao limite definido na forma do art. 20.
tributiva à tributação pelo imposto de renda da pes-
soa física.
Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos Pode-
b) O Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas -
res e órgãos referidos no art. 20 não poderá exceder, em
IRPF - é tipicamente um tributo direto.
percentual da receita corrente líquida, a do exercício an-
c) O ICMS é proporcional à renda do consumidor do
terior à entrada em vigor desta Lei Complementar, até o
produto tributado.
término do terceiro exercício seguinte.
d) O Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas -
IRPF - é tipicamente um tributo indireto.
Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Comple-
e) O IPI é neutro quanto à alocação de recursos produ-
mentar serão punidas segundo o Decreto-Lei no 2.848,
tivos.
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a Lei no 1.079,
de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei no 201, de 27 de
05. Segundo o princípio do benefício:
fevereiro de 1967; a Lei n o 8.429, de 2 de junho de 1992;
a) cada indivíduo contribui de acordo com a utilização
e demais normas da legislação pertinente.
do bem ou serviço público.
b) um imposto que fosse criado para a manutenção
Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data
de uma estrada deveria seguir o princípio do bene-
da sua publicação.
fício.
c) um imposto que fosse criado para financiar investi-
Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de 31 de
mento no setor elétrico deveria seguir o princípio do
maio de 1999.
benefício.
d) as alternativas a, b e c estão corretas.
Brasília, 4 de maio de 2000; 179ª da Independência e
e) n.d.a.
112º da República.
06. Sobre o princípio do benefício, é incorreto afirmar que:
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
a) existe a dificuldade de se obterem as curvas de
Pedro Malan
demanda individual de bens públicos.
Martus Tavares
b) mesmo obtendo as curvas de demanda individual,
existiria o problema de agregar essas preferências.

325
Central de Concursos / Degrau Cultural ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
c) o consumo de bens públicos sendo coletivo, não
incentivaria os indivíduos a revelarem suas prefe-
rências para ser feita uma cobrança personalizada
da contribuição.
d) o critério do benefício determina simultaneamente
o total da contribuição tributária e a distribuição da
receita tributária.
e) n.d.a.

07. Um tributo satisfaz o princípio da equidade quando:


a) cada contribuinte paga de acordo com sua capaci-
dade de pagamento.
b) cada contribuinte paga de acordo com os benefíci-
os que aufere do bem ou serviço público.
c) o tributo não altera os preços relativos.
d) existe uma distribuição justa do ônus do tributo.
e) n.d.a.

08. Um sistema tributário é neutro quando:


a) cada contribuinte paga de acordo com sua capaci-
dade de pagamento.
b) cada contribuinte paga de acordo com os benefíci-
os que aufere do bem ou serviço público.
c) o tributo não altera os preços relativos.
d) existe uma distribuição justa do ônus do tributo.
e) n.d.a.

09. O Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Ser-


viços (ICMS) é:
a) um imposto regressivo, porque há mais dinheiro
arrecadado de um homem pobre do que de um rico.
b) um imposto progressivo, porque os ricos gastam
mais do que os pobres.
c) um imposto regressivo, porque os ricos gastam
menor percentagem de sua renda total em merca-
dorias tributadas e, daí, a proporção dos pagamen-
tos de impostos em relação à renda é maior para
as pessoas pobres.

10. Classifique os seguintes tributos, de acordo com


os princípios do benefício e da capacidade de pa-
gamento:
1) Imposto de Renda
2) IPTU
3) ICMS
a) Princípio da capacidade de pagamento, o primeiro,
e princípio do benefício, os dois últimos.
b) Princípio do benefício e da capacidade de pagamen-
to: os dois últimos.
c) Princípio da capacidade de pagamento: os três tri-
butos.
d) Principio do benefício: os três tributos.

GABARITO

01. D 02. A 03. A 04. B 05. D


06. E 07. D 08. C 09. C 10. A

326

Você também pode gostar