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BANRISUL
Escriturário EDITAL DE CONCURSO N° 01/2015
ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS
LÍNGUA PORTUGUESA
Aspectos linguísticos.............................................................................................................................................................01
Ortografia: grafia correta de palavras; acentuação...........................................................................................................01
Morfologia e Sintaxe: Estrutura e formação de palavras: valores de prefixos, radicais e sufixos. Classes de palavras
– usos e valores semânticos. Flexões de tempo, modo, número, pessoa, gênero e grau. Equivalência e transformação de
estruturas. Emprego e valor de nexos. Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal; crase. Emprego de
sinais de pontuação...................................................................................................................................................................... 11
Análise e interpretação de textos: Compreensão global do texto. Estruturação do texto: recursos de coesão. Ponto de
vista do autor. Significado contextual de palavras e expressões. Informações literais e inferências possíveis....................70
MATEMÁTICA
Funções...................................................................................................................................................................................01
Equações................................................................................................................................................................................01
Inequações..............................................................................................................................................................................01
Sistemas lineares....................................................................................................................................................................37
Sistemas de capitalização: juros simples e compostos.......................................................................................................42
Descontos simples..................................................................................................................................................................42
Taxas de juros: nominal, efetiva, equivalentes, proporcionais, real e aparente..............................................................42
Anuidades ou séries de pagamentos iguais: postecipadas e antecipadas.........................................................................46
Sistemas de Amortização de Empréstimos e Financiamentos..........................................................................................46
RACIOCÍNIO LÓGICO
Didatismo e Conhecimento
Índice
Conceito de ética....................................................................................................................................................................01
Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes; noções de ética empresarial e profissional.........................................01
A gestão de ética nas empresas públicas e privadas...........................................................................................................01
Código de Conduta Ética do Banrisul.................................................................................................................................09
Temática de gênero, raça e etnia, conforme Decreto nº 48.598, de 19 de novembro de 2011.........................................12
BRASIL. Lei Federal nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Lei Maria da Penha................................................................12
BRASIL. Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010. Estatuto da Igualdade Racial................................................20
RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual nº 13.694, de 19 de janeiro de 2011. Estatuto Estadual da Igualdade
Racial..................................................................................................................................................................................... 29
TÉCNICAS DE VENDAS
ATENDIMENTO
Didatismo e Conhecimento
Índice
Interação entre vendedor e cliente.......................................................................................................................................08
Qualidade no atendimento a clientes...................................................................................................................................09
Resolução CMN nº 4.433, de 23/07/15 - Sobre a constituição e o funcionamento de componente organizacional de
ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil......17
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Didatismo e Conhecimento
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Artigo
O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula
de exclusividade, para uso do Grupo Nova.
O conteúdo das demais informações desta apostila é de total responsabilidade da equipe do Grupo Nova.
Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança),
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.
*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.
Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA PORTUGUESA
Pós-Graduação na Faculdade São Luís: Língua Portugue- d) palavras derivadas do verbo torcer: torção, distorção.
sa, Compreensão e Produção de Textos; Bacharel em Letras pela
USP; Coordenador Pedagógico e Professor de Língua Portuguesa e) nos sufixos -aça, -aço, ança, -ção, -ença, -iça, -uço: barca-
em diversos cursos preparatórios; Autor de diversas apostilas de ça, golaço, balança, embarcação, crença, preguiça, dentuço.
Português e de testes comentados para concursos.
f) palavras derivadas de outras que possuam t no radical: can-
tar (canção), exceto (esxeção), setor (seção).
ASPECTOS LÍNGUÍSTICOS. CH
ORTOGRAFIA: GRAFIA CORRETA DAS
PALAVRAS; ACENTUAÇÃO a) Nas iniciais cham e cho: champanha, chaminé, chocolate,
chocalho.
Exceção: xampu.
Os aspectos linguísticos são voltados para o funcionamento b) Nos sufixos -acho, -icho e ucho(a): riacho, esguicho,
da língua no que diz respeito à sua sistematização. Vão desde os gaúcho(a).
conceitos fonológicos, morfológicos, sintáticos, semânticos, bus-
cando-se melhor compreensão entre seus falantes. c) Nas palavras cognatas (que provêm de uma raiz comum):
chamar (chamariz), chave (chaveiro), piche (pichador).
ORTOGRAFIA: GRAFIA CORRETA DAS PALAVRAS
G
Observe o trecho a seguir:
a) após o a inicial: agente, agiota, agir, agouro.
O excesso de exceções faz com que sejamos obcecados e
obsessivos, na ânsia de aprender, ficamos pretensiosos e pouco
b) após r: aspergir, divergir, sargento, virgem.
concisos.
Exceções: gorjeta, sarja, sarjeta.
Provavelmente você teria dificuldades para escrever correta- c) verbos terminados em -er e -ir: viger, fingir, fugir, infringir.
mente todas as palavras destacadas da frase acima. A Ortografia,
que é a parte da gramática que trata da escrita correta das palavras, d) Nas terminações verbais -ger e -gir: proteger, divergir, vi-
está relacionada a critérios etimológicos (origem das palavras) e ger.
fonológicos (representação dos fonemas). Pode-se dizer que ela é
fruto de uma convenção: Acordos Ortográficos que envolvem os e) Nas terminações -agem, -igem, -ugem: fuligem, aragem,
países em que a língua portuguesa é oficial. selvagem, penugem. Exceções: verbo viajar - Que eles viajem;
A melhor maneira de fixar as regras ortográficas é escrever lambujem, pajem.
várias frases com as palavras que se têm dificuldade e, sempre que
possível, recorrer a um bom dicionário. f) Nas terminações -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: pedágio,
colégio, litígio, relógio, refúgio.
Com a Reforma Ortográfica, que ainda não entrou em vigor, o
nosso alfabeto passa a ser composto oficialmente de 26 letras. São g) derivadas de palavras que contenham j no radical: jeito -
elas: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, ajeitar, juízo - ajuizar.
V, W, X, Y, Z.
H
Seguem abaixo, algumas regras que poderão auxiliá-lo na
hora de escrever. É uma letra que não apresenta fonema. É utilizada:
Regras que poderão auxiliá-lo na hora de escrever. a) No início ou no fim das interjeições: ah!, hi!; hem!
Emprego de consoantes b) O segundo elemento do composto for unido ao primeiro por
hífen: super-homem; anti-higiênico.
Ç
c) Em razão da etimologia: humilde, horta, hindu.
a) após ditongos: afeição, beiço.
Exceções: coice, foice. Observação: Bahia - nome de estado, grafa-se com h, porém,
as formas derivadas, escrevem-se sem ele: baiano, baianada.
b) palavras africanas, árabes ou indígenas: açaí, açoite, ba-
baçu, caçula. d) verbo haver e flexões: havemos, haverei, houvesse, houve.
Didatismo e Conhecimento 1
LÍNGUA PORTUGUESA
Emprego do J c) Após ditongos: caixa, peixe, feixe, ameixa. Exceções: re-
cauchutagem, caucho.
a) Palavras de origem tupi, árabe ou africana: canjica, alfor-
je, acarajé, Moji. d) Após sílaba inicial en: enxaguar, enxuto, enxada. Exce-
ções: encharcar, encher, enchova.
b) Terminação -aje: laje, ultraje, traje.
e) Nas palavras de origem indígena ou africana: xará, xa-
c) Nas formas dos verbos terminados em -jar: viajar, despejar; vante, Caxambu.
sobrepujar, enferrujar.
f) Nas palavras de origem inglesa: xerife, xampu.
d) Nas palavras derivadas de outras em que ela já exista: gorja
- gorjear, cereja - cerejeira, rijo - enrijecer, varejo - varejista. Z
e) palavras de origem latina: hoje, jeito, majestade, objeto. a) palavras iniciadas por a: azar, azedo, azia, azul.
Exceções: asa, Ásia, asilo.
K, W e Y
b) Nas palavras que derivam de outras em que ela já exista:
São empregadas apenas em abreviaturas ou símbolos científi- baliza - abalizado; raiz - enraizamento; deslize - deslizar.
cos, bem como em nomes próprios e seus derivados. Exemplos: K
- símbolo do potássio; kg - quilograma; watt; yd - jarda; Kappler; c) Nos sufixos -ez e -eza (formadores de substantivos abstra-
William; Yone; wagnerismo; darwinismo. tos a partir de adjetivos: nobre - nobreza; surdo - surdez; macio
- maciez; avaro - avareza)
S
d) Nos sufixos -izar (formadores de verbos): civilizar, coloni-
a) Nas palavras que derivam de outras em que ela já existe: zar, realizar, concretizar.
casa - casinha, casebre; análise - analisar, analisador; português -
portuguesa, aportuguesar. e) no final da palavra em que o fonema “z” não estiver entre
Exceções: catequizar, batizar, sintetizar. vogais: algoz, audaz, cicatriz, cuscuz, giz, sagaz.
Exceções: ananás, após, atrás, gás, invés, lilás, quis, revés,
b) Após ditongos: coisa, lousa, tesoura, pausa, Cleusa. viés.
c) Formas verbais dos verbos pôr e querer: quis, quisesse, f) verbos terminados em -er e -ir: benzer, cozer, abduzir, pro-
quisera, pus, pusesse, puser. duzir.
Exceções: coser (costurar), transir (respirar)
d) No prefixo trans-: transportadora, transatlântico.
Emprego das vogais
e) Nos sufixos -ês, -esa, -isa: baronesa, marquesa, burguês,
poetisa. E
f) Nos sufixos -oso, -osa: dengoso, saborosa. Nas formas dos verbos terminados em -oar, -uar, no Presente
do Subjuntivo: abençoe, continue, pontue, perdoe.
g) Nos adjetivos terminados pelo sufixo -oso(a): cheirosa, ga-
soso, dengosa, horroroso. Nas formas dos verbos terminados em -IR (segunda e terceira
pessoa do singular e terceira pessoa do plural): sentir - sentes, sen-
h) Nos vocábulos iniciados pelas vogais i, o e u: Isabel, Osó- te, sentem; partir - partes, parte, partem.
rio, uso.
Exceção: ozônio. Nas formas rizotônicas (sílaba tônica no radical) dos verbos
mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e intermediar: medeie,
i) Nas terminações -ase, -ese, -ise e ose: fase, catequese, ca- anseies, remedeio, incendeio, odeies, intermedeiam.
tálise, apoteose.
Exceções: deslize, gaze. Grafam-se com e:
beneficência
X cadeado
candeeiro
a) Após a sílaba inicial me: mexilhão, mexer, mexicano. Ex- creolina
ceção: mecha e derivados. cumeeira
descortinar
b) Após as sílabas iniciais bru (bruxa), gra (graxa), la (laxan- descrição
te), li (lixo), lu (luxo). descriminar
Didatismo e Conhecimento 2
LÍNGUA PORTUGUESA
desperdício cãibra ou câimbra
despensa carroçaria ou carroceria
empecilho catorze ou quatorze
espontâneo catucar ou cutucar
peão chipanzé ou chimpanzé
periquito clina ou crina
prazerosamente cociente ou quociente
rédea coisa ou cousa
terebintina cota ou quota
cotidiano ou quotidiano
I cotizar ou quotizar
covarde ou cobarde
Nas formas dos verbos terminados em -air, -oer, -uir, na 2ª e cuspe ou cuspo
3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo: cai, dói, contri- degelar ou desgelar
buis, possuis. dependurar ou pendurar
desenxavido ou desenxabido
Grafam-se com i: dourado ou doirado
elucubração ou lucubração
aborígine empanturrar ou empaturrar
camoniano engambelar ou engabelar
casimira enlambuzar ou lambuzar
crioulo entoação ou entonação
digladiar entretenimento ou entretimento
discernir enumerar ou numerar
discrepância espuma ou escuma
discrição estalar ou estralar
disenteria exorcizar ou exorcismar
dispensa (licença) flauta ou frauta
displicência flecha ou frecha
impigem fleuma ou flegma
lampião flocos ou frocos
manteigueira gengibirra ou jinjibirra
meritíssimo geringonça ou gerigonça
pião (brinquedo) gorila ou gorilha
privilégio hemorróidas ou hemorróides
impingem ou impigem
Palavras que apresentam dupla prosódia (ambas corretas) imundícia, imundície ou imundice
infarto, enfarte ou enfarto
abaixar ou baixar intrincado ou intricado
abdome ou abdômen laje ou lajem
afeminado ou efeminado lantejoula ou lentejoula
ajuntar ou juntar leste ou este
aluguel ou aluguer limpar ou alimpar
aritmética ou arimética lisonjear ou lisonjar
arrebitar ou rebitar louça ou loiça
arremedar ou remedar louro ou loiro
assoalho ou soalho maltrapilho ou maltrapido
assobiar ou assoviar maquiagem ou maquilagem
assoprar ou soprar maquiar ou maquilar
aterrissar ou aterrizar ou aterrar marimbondo ou maribondo
avoar ou voar melancólico ou merencório
azálea ou azaleia menosprezo ou menospreço
bêbado ou bêbedo mobiliar, mobilhar ou mobilar
bebadouro ou bebedouro mozarela ou muçarela
bilhão ou bilião neblina ou nebrina
bílis ou bile nenê ou neném
biscoito ou biscouto parêntese ou parêntesis
bravo ou brabo percentagem ou porcentagem
bujão ou botijão peroba ou perova
Didatismo e Conhecimento 3
LÍNGUA PORTUGUESA
pitoresco, pinturesco ou pintoresco Uso do hífen
plancha ou prancha
pólen ou polem De modo geral, é empregado:
presépio ou presepe
protocolar ou protocolizar a) separação de sílabas de uma palavra, inclusive na transline-
quadriênio ou quatriênio ação (mudança de linha). Exs: ca-de-a-do,
radioatividade ou radiatividade a-ba-ca-te, sor-ve-te-ria;
rastro ou rasto
registro ou registo
b) para ligar adjetivos compostos: azul-claro, azul-escuro,
relampadar, relampadear, relampadejar, relampaguear, relam-
paguejar, relampar, azul-marinho;
relampear, relampejar, relamprar
remoinho ou redemoinho c) para ligar pronomes enclíticos ou mesoclíticos: dai-me,
ridiculizar ou ridicularizar faça-me, vendê-lo-ei, compar-me-ia.
salobra ou salobre
seção ou secção Regras especiais
selvageria ou selvajaria
sobressalente ou sobresselente I. Sempre existirá diante de palavras iniciadas por h. Exem-
surripiar ou surrupiar plos: anti-higiênico, extra-humano, super-homem.
taberna ou taverna Exceção: subumano.
taramela ou tramela
televisar ou televisionar II. Não será usado em palavras com prefixo ou falso prefixo,
terraplenagem ou terraplanagem
terminado por uma vogal e com a palavra seguinte iniciada por vo-
terremoto ou terramoto
tesoura ou tesoira gal diferente. Exemplos: autoescola, antiamericano, infraestrutura,
tesouro ou tesoiro semiautomático.
toicinho ou toucinho
transladar ou trasladar III. Não será usado em palavra iniciada por consoante + pre-
transpassar ou traspassar ou trespassar fixo terminado em vogal. Exemplos: autoproteção, microcompu-
transvestir ou travestir tador, seminua.
treinar ou trenar
tríade ou tríada IV. Palavras que começam pelas letras r ou s + prefixo que
trilhão ou trilião termina em vogal não terão hífen e essas letras (r, s) ficaram dupli-
vargem ou varge cadas. Exemplos: antessala, antirrugas, infrassom.
várzea ou várgea
vassoura ou bassoura V. Prefixo terminado em vogal mais palavra começada pela
verruga ou berruga
mesma vogal , empregar-se-á o hífen. Exemplos: anti-inflamató-
vespa ou bespa
rio, micro-ondas, micro-organismo.
Escreva corretamente
VI. Se o prefixo terminar por consoante haverá hífen se a pa-
beneficência lavras seguinte começar pela mesma consoante. Exemplos: inter-
beneficente -regional, inter-racial, sub-base.
cabeleireiro
chuchu Observações:
de repente
disenteria 1. Com os prefixos além, aquém, ex, grã, pós, pré (tônico),
empecilho pró (tônico), recém, sem, vice - usa-se sempre o hífen: além-mar,
exceção aquém-mar, ex-amante, grã-duquesa, pós-graduação, pré-vestibu-
êxito lar, pró-europeu, recém-formado, vice-campeão.
hesitar
jiló
2. O prefixo co junta-se em geral ao segundo elemento - coor-
manteigueira
mendigo denar, coobrigação. Exceção: se a palavra seguinte iniciar-se por
meritíssimo “h”: co-herdeiro.
misto
mortadela 3. Com os prefixos circum e pan - usa-se o hífen diante de pa-
prazerosamente lavra iniciada por m, n e vogal: pan-americano, circum-navegação.
privilégio
salsicha VII. Para sufixo de origem tupi-guarani como: açu, guaçu, mi-
sobrancelhas rim, deve-se usar hífen. Exemplos: amoré-guaçu, capim-açu.
Didatismo e Conhecimento 4
LÍNGUA PORTUGUESA
VIII. O hífen deve ser usado em duas ou mais palavras que, ACENTUAÇÃO
quando se agrupam, formam um encadeamento vocabular. Exem-
plos: eixo Rio-São Paulo, Ponte Rio-Niterói. Leia o parágrafo abaixo:
IX. Em palavras que perderam a noção de composição, o hífen Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo prin-
não será usado. Exemplos: mandachuva, paralamas, paraquedas. cípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nasci-
mento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo
X. Não se emprega o hífen em palavras que perderam a noção nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente
de composição: girassol, paraquedas, mandachuva, pontapé. método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor de-
funto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço;
XI. Em regra, não é empregado em locuções: a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.
Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas
a) adjetivas: cor de vinho, cor de café com leite; no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco. (Trecho
de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis).
b) adverbiais: à vontade, depois de amanhã, por cima;
O parágrafo acima apresenta cento e uma palavras, apenas
c) conjuncionais: a fim de que, contanto que, visto que; dez delas recebem acento gráfico (Na Língua Portuguesa existem
apenas três: acento agudo, acento grave e acento circunflexo), ou
d) prepositivas: acima de, a fim de, por cima de; seja, 10 por cento. Pode-se concluir que a maioria das palavras têm
e) pronominais: cada um, nós mesmos, quem quer que seja; apenas acento tônico (sílaba pronunciada com mais intensidade).
Em nossa língua, a posição da sílaba tônica é contada a partir
f) substantivas: fim de semana, sala de aula, sala de jantar. da última sílaba da palavra, fazendo com que a classifiquemos em
três posições, podendo ser oxítonas (acento tônico recaindo na úl-
Observação: há exceções já consagradas pelo uso - água-de- tima sílaba), paroxítonas (acento recaindo na penúltima sílaba) e
-colônia, cor-de-rosa, dois-pontos, mais-que-perfeito, pé-de-meia. proparoxítonas (acento recaindo na antepenúltima sílaba).
Grafia e emprego dos porquês
Conceitos importantes
1. Por que
Sílaba tônica: é aquela proferida com mais intensidade que
as outras.
a) Início de frases interrogativas: Por que é difícil aprender
Matemática?
Acento tônico: está relacionado com a intensidade de som e
b) Quando se subentende a palavra motivo ou razão: Ninguém ocorre em todas as palavras com duas ou mais sílabas.
explicou por que Matemática é tão difícil.
Acento gráfico: Existirá em algumas palavras e será utilizado
c) Quando é possível a substituição pelas expressões pelo qual de acordo com as regras de acentuação.
e suas flexões: São justas as causas por que reivindicamos melho- Quanto aos monossílabos (uma sílaba), eles podem ser:
res salários.
Átonos: artigos, preposições, conjunções e pronomes oblí-
2. Porque quos (exceto mim, ti, si): o, a, por, me, te, se.
a) Resposta a perguntas: Não vim porque estava chovendo. Tônicos: substantivos, adjetivos, verbos, pronomes (exceto os
(Pode ser substituído por pois) oblíquos), advérbios, numerais e interjeições: pá, pé, pó, cor, ar,
mau, bom, mãe.
b) Quando for igual a para que: Reclamava porque fosse dis- Quanto à sílaba tônica, as palavras podem ser classificadas
cutido o aumento salarial. em:
c) Pergunta com resposta implícita. Por que você faltou à oxítonas - a sílaba tônica é a última sílaba da palavra.: escre-
aula? Não será porque estava indisposta? ver, comer, Amapá, você, jiló, ninguém, pulmão.
Didatismo e Conhecimento 5
LÍNGUA PORTUGUESA
b) Acentuam-se todas as palavras proparoxítonas: médico, Palavras que causam dúvidas
lúcida, último.
São palavras oxítonas:
c) Acentuam-se as oxítonas terminadas em A, E, O, segui-
das ou não de S e as terminadas em EM (ENS): sofá(s), café(s), cateter
cipó(s), também, parabéns. condor
hangar
d) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em L, R, X, N, mister
PS, I, IS, US, UM, UNS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS, Ditongos Orais: útil, nobel
éter, xérox, próton, fórceps, táxi, lápis, álbum, álbuns, ímã, órfãs, novel
bênção, sótãos, cárie, árduo. ruim
sutil
ureter
Regras especiais
São palavras paroxítonas:
a) Acentuam-se os ditongos abertos EI, OI quando forem
oxítonos: herói, dói, anéis, papéis, caso sejam paroxítonos não re- austero
ceberão mais acento: assembleia, ideia, paranoia, joia. avaro
Observação: o ditongo aberto EU continua sendo acentua- aziago
do, seja oxítono ou paroxítono: chapéu, véu, ilhéus, céu. batavo
ciclope
b) Hiatos - acentuam-se o I e U tônicos, acompanhados ou circuito
não de S: recaída, Anhangabaú. decano
Observação Se o I for seguido de NH, não haverá acento: rai- efebo
nha, bainha; também não haverá acento quando o I ou o U forem filantropo
acompanhadas de outra letra que não seja S: juiz, ruim. fortuito
gratuito
c) Não são mais acentuados os grupos EE e OO: creem, ibero
leem, enjoo, perdoo. intuito
libido
d) Trema - somente receberá o trema os nomes próprios e Madagáscar
seus derivados: Müller, mülleriano. maquinaria
misantropo
necropsia
e) Acentos Diferenciais - Foram mantidos apenas:
pudico
quiromancia
pôr (verbo), para diferenciar de por (preposição); recorde
rubrica
pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito), para dife-
renciar de pode (3ª pessoa do singular do presente o indicativo). São palavras proparoxítonas
h) Não se acentua mais a vogal “u” nas formas verbais prece- EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
didas de “g” ou “q” e antes de “e” ou “i”: argui, averigue, enxague,
oblique. 1. Complete as palavras convenientemente.
pr.....vilégio
m.....x.....rica
i) Não se acentuam mais o “i” e “u” tônicos em paroxítonas,
um.....decer
quando precedidos de ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, caiula. marc.....neiro
Observação: Se a palavra for oxítona e o “i” ou o “u” es- d.....sprevenido
tiverem em posição final (seguida ou não de “s”), a acento será cam.....ndongo
mantido: Piauí, tuiuiús. p.....lir
p.....leiro
Didatismo e Conhecimento 6
LÍNGUA PORTUGUESA
p.....lenta pê.....ego
b.....lir bru.....a
mai.....ena ob.....eno
framboe.....a me.....er
enfi.....ema fa.....ínora
va.....ar alca.....ofra
fle.....a plebi.....ito
pi.....e can.....ica
ma.....i.....o
cafa.....este o....eri.....a
.....eito ob.....e.....ão
pa.....em bisse.....to
va.....em calcár.....o
.....iló re.....isão
na.....cer aboríg.....ne
fa.....ista fa.....ínio
cuscu..... alís.....os
cri.....ântemo conten.....ão
excur.....ão cas.....mira
pa.....oca man.....edoura
en.....ebado jab.....ti
.....mpecilho fem.....ral
jab.....ticaba
pát.....o 2. Preencha as lacunas com por que, porque, porquê ou por
táb.....a quê.
b.....tijão a) Quero saber .................... você não quer ir ao concerto no
c.....rtume Teatro Municipal.
ab.....lir b) Você não quer ir ao concerto no Teatro Municipal
pesqui.....ar ....................?
reb.....liço c) .................... você não quer ir ao concerto no Teatro Mu-
atra.....ado nicipal?
bele.....a d) Por mais que justifique, não consigo entender o ....................
en.....oval de não ter ido ao concerto no Teatro Municipal.
anali.....ar e) Não fui ao concerto no Teatro Municipal .................... os
en.....urrada ingressos estavam esgotados.
desli.....e
ca.....umba 3. Acentue quando necessário.
pi.....aim cha
pa.....é chamine
.....u.....u talvez
preten.....io.....o ves
en.....er vez
fa.....ículo frances
.....ingar gentis
ob.....ecado voce
ma.....estade farao
d.....s.....nteria urubu
re.....eitar tupi
mer.....tíssimo ve-lo
su.....eito xadrez
ób.....lo ziper
pu......ãozinho Araujo
su.....eira protons
g.....ela Claudia
mon.....e Nelson
cafu.....o dispo-las
.....iboia jovens
ân.....ia cuica
ju..... senti-lo
Didatismo e Conhecimento 7
LÍNGUA PORTUGUESA
cores 04. (Vunesp) A .................... de provas deve .................... os
voz trabalhos de .................... .
reuni-los a) escasses - paralizar - investigação
fluor b) escassez - paralizar - investigação
Vitor c) escasses - paralisar - investigasão
tres d) escassez - paralisar - investigação
sozinho e) escassez - paralisar - investigasão
Suiça
Guaruja 05. (Vunesp) Assinale a alternativa em que a grafia das pala-
irascivel vras está correta.
heroina a) projeção - requizitos - apropiadas
cores b) compreenção - progeto - usufluir
pus c) porisso - tração - licenciamento
rainha d) usuário - emissão - conciência
biquini e) autuação - excessivo - previsível
arduo
cru 06. (Funrio) Qual palavra está mal grafada?
ninguem a) obceno
flores b) rescisão
Pacaembu c) ressuscitar
carater d) assessório
Itu e) dissensão
miopia
hifen 07. (Funrio) Qual palavra está incorreta quanto ao emprego
bolor de s ou c?
Ela pode vir hoje a) hortência
b) pretensioso
TESTES DE CONCURSOS c) ganso
e) pêssego
01. (Vunesp) Indique a alternativa em que a grafia de todas as e) consenso
palavras está correta.
A rescesão asiática roubou a expontaneidade do mercado de 08. (Funrio) O vocábulo “senso”, homófono (= mesmo som)
investidores.
é diferente de “censo”, que além da diferença semântica (= signi-
Vossa Exelência não admitiu a indiscreção do Ministro.
ficado), difere, ainda, pela letra inicial e não pelo valor fonêmico.
As medidas tomadas pelo Governo contra a infração econômi-
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão corretamente
ca não atendem às espectativas da população.
grafadas.
A política de contenção de gastos fez com que paralisassem os
a) excesso, excessão, cessão, acesso
trabalhos de pesquisa.
b) ficcional, fuzível, mansidão, sessão
Desabituados do trabalho, aqueles homens sugeitaram-se a
c) açodamento, esplêndido, assento, misto
um grande despêndio de energia.
d) expontâneo, sucção, acento, geitoso
e) sargento, sarjeta, magestade, jiló
02. (Vunesp).............................. você não resolveu todas as
questões da prova? Creio que é .............................. você não sabe
o .............................. das regras. 09. (Funrio) Leia o trecho a seguir: “em pulos cautelosos
a) Porque - porque - porquê alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com
b) Por que - porque - porquê urgência outro rumo.”. Assinale a opção que apresenta, respec-
c) Por que - por que - porquê tivamente, duas palavras acentuadas pela mesma razão que são
d) Porquê - por que - por quê acentuadas as palavras no trecho destacadas:
e) Por quê - porquê - por que a) barítono; pé
b) pólvora; área
03. (Vunesp) A ....................do vestibular não pode causar c) trôpego; insípido
.................... nem .................... . d) você; gênio
a) eminência, expectativa, tensão e) órfã; tórax
b) iminência, espectativa, tensão
c) eminência, espectativa, tensão 10. (Funrio) “- Lembra por que o senhor me contratou? Por-
d) iminência, expectativa, tenção que eu era o servidor público perfeito.” Marque a opção em que
e) iminência, expectativa, tensão se deve usar, à semelhança do fragmento acima, “por que” e “por-
que”:
Didatismo e Conhecimento 8
LÍNGUA PORTUGUESA
a) Andar isso tudo ....................? / Não se sabe o .................... caxumba
daquela atitude. pixaim
b) Não sei .................... ele não quer sair. / Não fui .................... pajé
tenho que estudar. chuchu
c) Não veio .................... não quis? / Sei muito bem pretensioso
.................... motivo ele se foi. encher
d) Diga-me um.................... para continuar aqui. / Vou de me- fascículo
trô .................... demora menos. xingar
e) Queria saber .................... ele saiu. / Qual é o .................... obcecado
agora? majestade
disenteria
GABARITOS rejeitar
meritíssimo
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO sujeito
óbolo
1. puxãozinho
privilégio sujeira
mexerica goela
umedecer monge
marceneiro cafuzo
desprevenido .jiboia
camundongo ânsia
polir jus.
poleiro pêssego
polenta bruxa
bulir obsceno
maisena mexer
framboesa facínora
enfisema alcachofra
vazar plebiscito
flecha canjica
piche maciço
ojeriza
cafajeste obsessão
jeito bissexto
pajem calcário
vagem rescisão
.jiló aborígine
nascer fascínio
fascista alísios
cuscuz contenção
crisântemo casemira
excursão manjedoura
paçoca jabuti
ensebado femoral
empecilho
jabuticaba 2.
pátio a) por que
tábua b) por quê
botijão c) Por que
curtume d) porquê
abolir e) porque
pesquisar
rebuliço
atrasado 3.
beleza chá
enxoval chaminé
analisar talvez
enxurrada vês
deslize vez
Didatismo e Conhecimento 9
LÍNGUA PORTUGUESA
francês TESTES DE CONCURSOS COMENTADOS
gentis
você 01. (Fundação Carlos Chagas) A frase totalmente correta do
faraó ponto de vista da grafia e/ou da acentuação é:
urubu a) É o caso de se por em discussão se ele realmente crê na
tupi veracidade dos dados.
vê-lo b) Referiu-se àquilo que todos esperavam − sua ascensão na
xadrez empresa −, com um misto de humildade e prepotência.
zíper c) Enquanto construimos esta ala, eles constroem a reservada
Araújo aos aparelhos de rejuvenecimento.
protons
d) Ele é sempre muito cortês, mas não pode evitar que sua
Cláudia
Nélson ogeriza à ela transpareça.
dispô-las e) Assinou o cheque, mas ninguém advinha o valor registrado,
jovens porisso foi devolvido pelo banco.
cuíca
senti-lo 02. (Fundação Carlos Chagas) É preciso corrigir deslizes rela-
cores tivos à ortografia oficial e à acentuação gráfica da frase:
voz a) As obras modernistas não se distinguem apenas pela temá-
reuni-los tica inovadora, mas igualmente pela apreensão do ritmo alucinante
flúor da existência moderna.
Vítor b) Ainda que celebrassem as máquinas e os aparelhos da civi-
três lização moderna, a ficção e a poesia modernista também valoriza-
sozinho vam as coisas mais quotidianas e prosaicas.
Suíça c) Longe de ser uma excessão, a pintura modernista foi res-
Guarujá ponsável, antes mesmo da literatura, por intensas polêmicas entre
irascível artistas e críticos concervadores.
heroína d) No que se refere à poesia modernista, nada parece caracte-
cores
rizar melhor essa extraordinária produção poética do que a opção
pus
quase incondicional pelo verso livre.
rainha
biquíni e) O escândalo não era apenas uma consequência da produção
árduo modernista: parecia mesmo um dos objetivos precípuos de artistas
cru dispostos a surpreender e a chocar.
ninguém
flores 03. (Fundação Carlos Chagas) No Brasil, a falta de educação
Pacaembu entre as pessoas vem aumentando. Por uma ......, ainda que superfi-
caráter cial, podemos ...... com ...... a falta de um ...... de discrição dos ......
Itu de pais despreparados para educá-los. As palavras que preenchem,
miopia respectivamente, as lacunas do texto acima estão corretamente
hífen grafadas em:
bolor a) análise, enxergar, clareza, gesto, discípulos
Ela pode vir hoje b) análise, enchergar, clareza, gesto, dicipulos
c) análise, enchergar, clareza, jesto, disípulos
TESTES DE CONCURSOS d) análize, enxergar, clareza, jesto, discípulos
e) análize, enxergar, claresa, gesto, dissípulos
01 D
02 B 04. (Fundação Carlos Chagas-Adaptada) Todas as palavras
estão acentuadas de acordo com as normas oficiais em:
03 E
a) Aquí também se observam as preferencias musicais dos jo-
04 D vens que usam o transporte público.
05 E b) As raizes da falta de educação dos jóvens se devem também
06 A à falta de educação dos pais. Pacote para Técnico
c) Os ônibus contem uma verdadeira plateia ouvindo musicas
07 A
altas nem sempre de carater muito agradável.
08 C d) Os passageiros não têm como evitar o terrível som do ruído
09 B das falas, ao celular, dentro dos ônibus.
10 B e) Alguem falando alto ao telefone, numa forma pouco rápida,
revela um comportamento publico repreensível.
Didatismo e Conhecimento 10
LÍNGUA PORTUGUESA
05. (Fundação Carlos Chagas) Acentuam-se devido à mesma
regra os seguintes vocábulos: MORFOLOGIA E SINTAXE: ESTRUTURA E
a) também, mantêm, experiências. FORMAÇÃO DE PALAVRAS: VALORES DE
b) indígenas, séculos, específico. PREFIXOS, RADICAIS E SUFIXOS.
c) acúmulo, importância, intercâmbio. CLASSES DE PALAVRAS – USOS E VALORES
d) políticas, história, Pará. SEMÂNTICOS. FLEXÕES DE TEMPO, MODO,
e) até, três, índios. NÚMERO, PESSOA, GÊNERO E GRAU. EQUI-
VALÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO DE ESTRU-
RESPOSTAS TURAS. EMPREGO E VALOR DE NEXOS.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
01. Resposta B. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL; CRASE.
EMPREGO DE SINAIS DE PONTUAÇÃO.
Demais alternativas: a) pôr - verbo, em oposição a por - pre-
posição; c) construímos - segunda vogal tônica “i”, formando
hiato, rejuvenescimento; d) ojeriza, a ela - não há acento grave,
indicativo de crase, diante de pronome pessoal do caso reto; e)
adivinha, por isso. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS: VALO-
RES DE PREFIXOS, RADICAIS E SUFIXOS
02. Resposta C. Exceção, intensas - não se acentua paroxíto-
na terminada em “a”, seguida de “s”, conservadores. A palavra pode ser dividida em unidades menores. A esses
elementos significativos damos o nome de morfemas.
03. Resposta A. Análise, enxergar, clareza (terminação -eza
para substantivos abstratos derivados de adjetivos), gesto, discí- Classificação dos morfemas
pulos - proparoxítona.
Radical
04. Resposta D. Têm - terceira pessoa do plural do presente
do indicativo, concordando com o núcleo do sujeito “passageiros”, Observe as palavras a seguir: escola, escolar, escolarizar, es-
em oposição a tem - terceira pessoa do singular; terrível - paroxí- colarizado, escolarização. Em todas elas há um morfema comum:
tona terminada em “l”; ruído - segunda vogal tônica “i”, formando ESCOL. É o elemento básico da palavra chamado radical, respon-
hiato; ônibus - proparoxítona. sável por sua significação principal.
Didatismo e Conhecimento 11
LÍNGUA PORTUGUESA
Vogal temática filo amigo filosofia
Agrega-se ao radical, para receber as desinências. Exs.: can- fobia medo/aversão acrofobia
tara, bebera. fone som/voz telefone
gamia casamento poligamia
Observações:
gastro estômago gastrologia
I. Vogais temáticas nominais: -a, -e, e -o, quando átonas finais, grafo escrever/descrever datilografia
como em mesa, escola, pente dente, copo, sono. Nesses casos, não hidro água hidrofobia
há indicação de gênero. Os nomes terminados em vogais tônicas hipo cavalo hipódromo
(vatapá, boné, cipó, saci) não apresentam vogal temática.
II. Vogais temáticas verbais: -a, -e e -i, caracterizam as con- lito pedra aerólito
jugações. Verbos terminados em ar (cantar, falar, conversar) per- mancia adivinhação quiromancia
tencem à primeira conjugação; terminados em er (beber, comer, metro medida hidrômetro
temer) pertencem à segunda e os terminados em ir (partir, sentir,
morfo forma morfologia
mentir) são de terceira conjugação.
necro morte necrotério
Tema neo novo neologismo
oligo poucos oligarquia
É o radical já acrescido da vogal temática. Ex.: cantara, be-
bera. ped criança pediatra
pleo cheio pleonasmo
Vogal ou consoante de ligação poli cidade acrópole
São morfemas que surgem para facilitar ou mesmo possibili- proto primeiro protótipo
tar a leitura de uma determinada palavra. Exemplos: paulada, alvi- pseudo falso pseudônimo
negro, cafeteira, gasômetro. psico alma psicologia
pizo raiz rizotônico
Principais radicais e prefixos gregos
sofia sabedoria filosofia
Radical Sentido Exemplo taqui rápido taquicardia
acro alto, elevado acrobata téo deus teologia
aero ar aeronáutica topo lugar topologia
agogô o que conduz pedagogo xeno estranho, estrangeiro xenofobia
algia dor nevralgia zoo animal zoologia
amaxo carro amaxofobia Prefixos de Origem Grega
andro homem androide
antropo homem antropologia Prefixo sentido exemplo
arcaio / arqueo antigo arqueologia a-, an- negação ateu, anarquia
arquia governo monarquia ana- inversão anagrama
auto por si mesmo automóvel anfi- duplicidade anfíbio
biblio livro biblioteca anti- ação contrária antipatia
bio vida biologia apo- separação apóstata
caco mau cacofonia arque-,arqui-, arce- superioridade arquétipo, arcebispo
cali belo caligrafia cata mov. para baixo cataclismo
cardio coração cardiologista dia- movimento através diagonal
cefalo cabeça acéfalo dis- dificuldade dispneia
cloro verde clorofila e-, en- posição interna elipse, encéfalo
cosmo mundo cosmonauta posição superior,
crono tempo cronômetro ec-, ex- movimento para eclipse, exorcismo
fora
demo povo demagogo endo- posição interior endoscopia
derma pele dermatologia epi- posição superior epitáfio, epiderme
Didatismo e Conhecimento 12
LÍNGUA PORTUGUESA
Didatismo e Conhecimento 13
LÍNGUA PORTUGUESA
per movimento através percorrer Aglutinação - há alteração fonética na união das palavras.
Ex.: planalto (plano + alto); aguardente (água + ardente), embora
pos posição posterior pospor
(em + boa + hora).
pre anterioridade predizer
preter além de preternatural Outros processos de formação de palavras
pro anterioridade, em frente prosseguir
Abreviação - eliminação do segmento de uma palavra para se
re movimento para trás, de novo refrear
obter outra mais curta. Exemplos.: telefone - fone; motocicleta -
retro movimento para trás retroação moto; pneumático - pneu.
semi metade semicírculo
soto posição inferior sotopor Hibridismo - união de radicais de línguas distintas. Ex.: au-
inferioridade, de baixo para tomóvel (auto - grego, móvel - latim); burocracia (buro - francês,
sub subscrever cracia - grego), sociologia (sócio - latim, logia (grego).
cima
super posição superior super-homem
supra posição superior supracitado Onomatopeia - palavra que procura reproduzir sons ou ruí-
dos. Ex.: tique-taque, cacarejar. blá-blá-blá.
trans além de transpassar
tri três tripartido Siglonimização - palavras formadas pelas siglas. Ex.: USP
ultra além de limite ultrapassar (Universidade de São Paulo), CEP (Código de Endereçamento
vis (vice) no lugar de vice-cônsul Postal), ONU (Organização das Nações Unidas).
Prefixal - formada pelo acréscimo de um prefixo. Ex.: infeliz, a) Semântico: a palavra já existe, mas ganha uma nova cono-
desfazer, amoral. tação, um novo significado.
Imprópria - consiste em mudar uma palavra de uma classe c) sintático: são resultados da organização de um novo vocá-
gramatical para outra. Ex.: A palavra jantar é verbo, mas na frase: bulo. Supõem a combinatória de elementos já existentes na língua
O jantar foi servido, essa palavra é um substantivo. como a derivação ou a composição.
Didatismo e Conhecimento 14
LÍNGUA PORTUGUESA
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO f) ( ) entardecer
g) ( ) estupidez
1. Analise o poema a seguir para responder os itens abaixo: h) ( ) abster
i) ( ) adjunto
Forma j) ( ) tristeza
Reforma k) ( ) fervoroso
Disforma l) ( ) enforcar
Transforma m) ( ) deslealdade
Conforma n) ( ) romano
Informa o) ( ) desigualdade
Forma
TESTES DE CONCURSOS
a) Estamos diante de um poema concreto de autoria de José
Lino Grünewald. De acordo com o processo ligado à formação de 01. (Acadepol) O embarque dos passageiros será feito no
palavras, conceitue-o, levando em consideração o radical. aterro. Os dois termos destacados representam, respectivamente,
casos de:
......................................................................................................... a) formação regressiva e formação regressiva
b) conversão e formação regressiva
......................................................................................................... c) formação regressiva e conversão
......................................................................................................... d) derivação prefixal e palavra primitiva
e) nenhuma das alternativas anteriores
b) Indique a classe gramatical a que pertence o radical e as
02. (Cesgranrio) “Chapechape. As alpercatas batiam no chão
demais palavras que dele se originaram.
rachado. O corpo do vaqueiro derreava-se, as pernas faziam dois
......................................................................................................... arcos, os braços moviam-se desengonçados. Parecia um macaco.
(...) Fabiano sempre havia obedecido. Tinha muque e substância.
......................................................................................................... Mas pensava pouco e obedecia. (...)” (Graciliano Ramos) Identifi-
que a palavra que foge ao processo de formação de chapechape.
......................................................................................................... a) zumzum
b) reco-reco
2. Classifique as palavras de acordo com o seguinte código: c) toque-toque
d) tim-tim
(i) derivação prefixal e) vivido
(ii) derivação sufixal
(iii) derivação parassintética 03. (Cesgranrio) Nos vocábulos repatriar - acéfalo - perni-
(iv) derivação imprópria longo verificaram-se os processos de formação descritos na alter-
(v) aglutinação nativa:
(vi) justaposição a) derivação parassintética, derivação prefixal, composição
por aglutinação
( ) pombo-correio b) derivação sufixal, derivação prefixal, composição por aglu-
( ) os guerrilheiros efetuaram ataques relâmpagos tinação
( ) retroagir c) derivação prefixal, derivação prefixal, composição por jus-
( ) deslocamento taposição
( ) planalto d) derivação parassintética, derivação sufixal, composição por
( ) entristecer justaposição
e) derivação prefixal, derivação prefixal, composição por jus-
taposição
3. Relacione as palavras de acordo com os códigos abaixo. 04. (Cespe-Unb) Assinale a opção em que o vocábulo com-
1. Prefixal posto de elementos gregos não se ajusta à definição dada.
2. Sufixal a) macrobia - estado de vida longa
3. Prefixal e Sufixal b) claustrofobia - aversão a lugares fechados
4. Parassintética c) misantropia - aversão à sociedade
d) xilografia - arte de gravar em pedra
a) ( ) transpor e) etnologia - estudo das raças
b) ( ) sufixal
c) ( ) endurecer 05. (Cespe-Unb) Admitindo que não haja desinência nominal
d) ( ) malandragem de masculino em livro, tribo etc., por não haver oposição com um
e) ( ) bilabial feminino em a (como ocorre em aluno/aluna), que nome teria esse
elemento mórfico?
Didatismo e Conhecimento 15
LÍNGUA PORTUGUESA
a) desinência nominal de singular GABARITOS
b) vogal de ligação
c) sufixo EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
d) afixo
e) vogal temática 1.
a) derivação prefixal (tomando-se como base o radical “for-
06. (Cespe-Unb) Indique a opção em que a palavra destacada ma”).
resulta de derivação imprópria. b) o radical pertence à classe dos substantivos, as demais pa-
a) “Às sete horas da manhã começou o trabalho principal: a lavras são verbos.
votação.
b) Pereirinha estava mesmo com a razão. Sigilo... Voto secre- 2.
to... Bobagens, bobagens! (VI) pombo-correio
c) Sem radical reforma da lei eleitoral, as eleições continua- (IV) os guerrilheiros efetuaram ataques relâmpagos
riam sendo uma farsa. (I) retroagir
d) Não chegaram a traçar um isto de prosa, e se entenderam. (II) deslocamento
e) Dr. Osmírio andaria desorientado, senão bufando de raiva. (V) planalto
(III) entristecer
07. (Cetro) Observe o trecho: “Os bons são aqueles que con-
seguem aproveitar uma descoberta para utilizar em sua vida prá- 3.
tica.” No que se refere à formação das palavras, o termo grifado a) (1) transpor
apresenta o processo de b) (3) sufixal
a) derivação regressiva, pois a classe gramatical da palavra c) (4) endurecer
permanece a mesma, porém foi acrescido o artigo. d) (2) malandragem
b) derivação imprópria, pois mudou-se a classe gramatical da e) (4) bilabial
palavra, estendendo-lhe a significação. f) (4) entardecer
c) redução, já que foi omitido o substantivo a que se refere o g) (2) estupidez
adjetivo destacado, diminuindo o campo de significação da frase. h) (1) abster
d) parassíntese, no qual há a mudança de classe gramatical i) (1) adjunto
sem alterar a significação da nova palavra. j) (2) tristeza
e) neologismo, já que há transformação em relação à significa- k) (2) fervoroso
ção da palavra que, até então, era utilizada com um único sentido. l) (4) enforcar
m) (3) deslealdade
08. (Fundação Carlos Chagas) Assinale a opção em que a con- n) (2) romano
soante grifada faz parte do radical, não sendo consoante de ligação. o) (3) desigualdade
a) bambuzal
b) lapisinho TESTES DE CONCURSOS
c) cafeteira
d) chaleira 01 A
e) paulada
02 E
09. (Consulplan) Assinale a alternativa cuja afirmativa esteja 03 A
incorreta: 04 D
a) As palavras violência e comentário obedecem à mesma
05 E
regra de acentuação.
b) A palavra fiéis é acentuada pela mesma razão de lençóis. 06 D
c) As palavras pérolas, inimaginável e político são acentua- 07 B
das porque são proparoxítonas. 08 B
d) A palavra inimaginável é formada pelo processo de deri-
vação. 09 C
e) A palavra sordidez é formada pelo processo de derivação 10 A
sufixal.
Didatismo e Conhecimento 16
LÍNGUA PORTUGUESA
Bosque árvores
CLASSES DE PALAVRAS – USOS E
VALORES SEMÂNTICOS. FLEXÕES DE Buquê flores
TEMPO, MODO, NÚMERO, PESSOA, Cacho bananas, uvas
GÊNERO E GRAU. EQUIVALÊNCIA E Cáfila camelos
TRANSFORMAÇÃO DE ESTRUTURAS.
EMPREGO E VALOR DE NEXOS. Cambada desordeiros, malfeitores viajantes, peregrinos
Cardume peixes
Caterva desordeiros, malfeitores
FLEXÃO NOMINAL Cavalgada cavaleiros
Didatismo e Conhecimento 17
LÍNGUA PORTUGUESA
Didatismo e Conhecimento 18
LÍNGUA PORTUGUESA
compatriota d) terminados em AL, EL, OL, UL flexionam-se trocando o
dentista L por IS: animal - animais; caracol - caracóis; hotel - hotéis. Exce-
doente ções: mal - males; cônsul - cônsules.
herege
indígena e) terminados em IL fazem o plural de duas maneiras: 1.
jovem Quando oxítonos, em IS: canil - canis. 2. Quando paroxítonos,
jurista em EIS: míssil - mísseis. Obs.: réptil e projétil, como paroxítona,
pianista fazem plural répteis e projéteis; como oxítonos, fazem o plural:
reptis e projetis
Mudança de gênero com mudança de significado f) terminados em S fazem o plural da seguinte maneira: 1.
Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo de
o caixa = funcionário ES: ás - ases, retrós - retroses. 2. Quando paroxítonos ou pro-
a caixa = o objeto paroxítonos, ficam invariáveis: o lápis - os lápis; o ônibus - os
o cabeça = chefe, líder ônibus.
a cabeça = parte do corpo
o capital = dinheiro g) terminados em ÃO fazem o plural em ÃOS: cidadão - cida-
dãos; em ÃES: cão - cães e em ÕES (mais comum): avião - aviões.
a capital = sede de governo
o cisma = separação h) terminados em X ficam invariáveis: o tórax - os tórax; o
a cisma = desconfiança látex - os látex.
o coma = sono mórbido
i) usados somente no plural: calças, costas, óculos, parabéns,
a coma = cabeleira, juba férias, olheiras, hemorroidas, núpcias, arredores, afazeres, alvís-
o grama = medida de massa saras, anais, condolências, esponsais, exéquias, fezes, pêsames,
a grama = a relva, o capim víveres, naipes do baralho (copas, espadas, ouros, paus)
o guarda = o soldado
a guarda = vigilância, corporação Plurais que merecem destaque
o guia = aquele que serve de guia, cicerone
a guia = documento; meio-fio alazão - alazães, alazões
o moral = estado de espírito aldeão - aldeãos, aldeães, aldeões
a moral = ética, conclusão ancião - anciãos, anciães, anciões
o banana = o molenga caráter - caracteres
a banana = a fruta charlatão - charlatães, charlatões
o cabeça = chefe
cirurgião - cirurgiães, cirurgiões
corrimão - corrimãos, corrimões
a cabeça = parte do corpo
o cisma = separação ermitão - ermitãos, ermitães, ermitões
a cisma = desconfiança guardião - guardiães, guardiões
o lente = professor júnior - juniores
peão - peães, peões
a lente = vidro projétil - projéteis
o lotação = veículo projetil - projetis
réptil - répteis
a lotação = capacidade reptil - reptis
o moral = ânimo sacristão - sacristãos, sacristães
sênior - seniores
a moral = regras sultão - sultãos, sultães, sultões
verão - verãos, verões
Número: singular ou plural. vilão - vilãos, vilães, vilões
vulcão - vulcãos, vulcães, vulcões.
Plural dos substantivos simples
Observação:
a) terminados em vogal, ditongo oral e N fazem o plural pelo Alguns substantivos, quando assumem a forma de plural, so-
acréscimo de S: pai - pais, ímã - ímãs, hífen - hifens Exceção: frem alteração na pronúncia: do “ô” fechado da sílaba tônica, passa
cânon - cânones. a ser aberto “ó”. Tal processo chama-se metafonia. Exemplos:
b) terminados em M fazem o plural em NS: homem - homens. aposto (ô) - aposto (ó)
caroço (ô) - caroços (ó)
c) terminados em R e Z fazem o plural pelo acréscimo de ES: corpo (ô) - corpos (ó)
revólver - revólveres; juiz - juízes. Exceção: caráter - caracteres. esforço (ô) - esforços(ó)
Didatismo e Conhecimento 19
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fogo (ô) - fogos (ó) d) expressões substantivadas - invariáveis: os bumba-meu-
forno (ô) - fornos (ó) -boi, os chove-não-molha.
imposto (ô) - impostos (ó)
jogo (ô) - jogos (ó) Grau
miolo (ô) - miolos (ó)
olho (ô) - olhos (ó) aumentativo: expressa o aumento do tamanho normal do ser
osso (ô) - ossos (ó) que o substantivo nomeia. o aumentativo pode ser
ovo (ô) - ovos (ó)
poço (ô) - poços (ó) analítico: quando formado com os auxílio de adjetivos: gran-
porco (ô) - porcos (ó) de, enorme, imenso etc. e também pode ser
porto (ô) - portos (ó) sintético: quando se empregam sufixos como: ão (o mais co-
povo (ô) - povos (ó) mum), az, astro, alhão, ona, ázio, orra, arra etc.
reforço (ô) - reforços (ó)
socorro (ô) - socorros (ó) Exemplos:
tijolo (ô) - tijolos (ó) bala - balaço
barca - barcaça
Plural dos substantivos compostos boca - bocarra
cabeça - cabeçorra
Regra: variam os substantivos, adjetivos, numerais e a maio- cão - canzarrão
ria dos pronomes. copo - copázio
corpo - corpanzil
Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: faca - facalhão, facalhaz
substantivo + substantivo = couve-flor / couves-flores forno - fornalha
substantivo + adjetivo = amor-perfeito / amores-perfeitos homem - homenzarrão
adjetivo + substantivo = gentil-homem / gentis-homens nariz - narigão
numeral + substantivo = quarta-feira / quartas-feiras pedra - pedregulho
poeta - poetastro
Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados rapaz - rapagão
de: rocha - rochedo
vaga - vagalhão
verbo + substantivo = caça-níquel / caça-níqueis vidro - vidraça
palavra invariável + palavra variável = abaixo-assinado / voz - vozeirão
abaixo-assinados
palavras repetidas ou semelhantes = reco-reco / reco-recos, 1. Diminutivo: Exprime uma diminuição no tamanho do
tique-taque / tique-taques ser. Pode ser analítico, quando se faz com auxílio de adjetivos
como pequeno, minúsculo, insignificante etc. Pode ser sintético,
Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados formado por meio de prefixos como: inho, zinho (os mais usuais),
de: ito, zito, acho, culo, ejo, elho, ete, ilho, ota, ucho, únculo.
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de- Exemplos:
-colônia / águas-de-colônia
corpo - corpúsculo
Permanecem invariáveis, quando formados de: diabo - diabrete
verbo + advérbio = o bota-fora / os bota-fora flauta - flautim
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas / os saca-ro- frango - frangote
lhas globo - glóbulo
gordo - gorducho
Casos especiais: homem - homúnculo
lugar - lugarejo
a) verbos opostos - nenhum elemento varia: os ganha-perde. obra - opúsculo
poema - poemeto
b) dois substantivos - quando o segundo elemento especifica povo - populacho
o primeiro, apenas o primeiro varia ou ambos variam: bananas- questão - questiúncula
-maçã ou bananas-maçãs. rabo - rabicho
rio - riacho
c) palavra guarda - se o segundo elemento for substantivo,
guarda será verbo. Irá para o plural apenas o segundo elemento ADJETIVOS
(guarda-chuvas); se o segundo elemento for adjetivo, guarda será
substantivo - as duas palavras variam (guardas-civis). São palavras que se referem a um substantivo, indicando-lhe
algum atributo.
Didatismo e Conhecimento 20
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Locução adjetiva: é uma expressão formada de preposição de cobra = colubrino, urbano
mais substantivo com valor de adjetivo. de cobre = cúprico
de coelho = cunicular
Principais locuções: de coração = cardíaco, cordial
de correio = postal
de abdômen = abdominal de corujas = estrigídeos
de abelha = apícola de costas = dorsal
de abóbora = cucurbitáceo de coxa = crural
de abutre = vulturino de crânio = craniano
de açúcar = sacarino de criança = pueril, infantil
de adão = adâmico de dança = coreográfico
de águia = aquilino de daltonismo = daltônico
de alface = lactúceo de dedo = digital
de alma = anímico de descartes = cartesiano
de aluno = discente de diamante = adamantino, diamantino
de amígdalas = tonsilar de dinheiro = pecuniário
de amor = erótico de direito = jurídico
de andorinha = hirundino de éden = edênico
de anel = anular de eixo = axial
de anjo = angelical de embriaguez = ébrio
de ano = anual de enxofre = sulfúrico, sulfúreo, sulfuroso
de aranha = aracnídeo de erva = herbáceo
de asno = asinino de espelho = especular
de astro = sideral de esposa = uxoriano
de audição = ótico de esposos = esponsal
de aves de rapina = acipitrino de esquilo = ciurídeo
de baco = báquico de estômago = gástrico, estomacal
de baço = esplênico de estrela = estelar
de baixo-ventre = alvino de éter = etéreo
de bálsamo = balsâmico de fábrica = fabril
de bexiga = vesical de face = facial
de bílis = biliar de falcão = falconídeo
de bispo = biliar de fantasma =espectral
de boca = bucal, oral de faraó = faraônico
de bode = hircino de farinha = farináceo
de boi = bovino de fêmur = femural
de borboleta = papilionáceo de fera = beluíno, feroz, ferino
de bosque = nemoral de ferro = férreo
de brejo =palustre de fígado = figadal, hepático
de bronze = brônzeo, êneo de filho = filial
de cabeça = cefálico, capital de fogo = ígneo
de cabelo = capilar de folha = foliáceo
de cabra = caprino de formiga = formicular
de caça = venatório, cinegético de frente = frontal
de campo = rural de gado = pecuário
de cana = arundíneo de gafanhoto = acrídeo
de cão = canino de galinha = galináceo
de cardeal = cardinalício de galo = alectório
de Carlos Magno = carolíngio de ganso = anserino
de carneiro = arietino de garganta = gutural
de cavalo = equídeo, equino, hípico de gato = felino, felídeo
de cegonha = ciconídeo de gelo = glacial
de cela , célula = celular de gesso = gípseo
de chumbo = plúmbeo de Golias = goliardo
de chuva = pluvial de guerra = bélico
de cidade = citadino, urbano de homem = humano, viril
de cílio = ciliar de idade = etário
de cinza = cinéreo de Idade Média = medieval
de circo = circense de igreja = eclesiástico
Didatismo e Conhecimento 21
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de ilha = insular de pele = cutâneo, epidérmico
de insetos = entômico de pênis = peniano, fálico
de intestino = intestinal, entérico, cilíaco de pescoço = cervical
de inverno = hibernal de Platão = platônico
de irmão = fraterno, fraternal de plebe = plebeu
de joelho = genicular de pombo = columbino
de junho = junino de porco = suíno, porcino
de lado = lateral de prado = pratense
de leite = lácteo, láctico de prata = argênteo, argentino, argírico
de lesma = limacídeo de professor = docente
de limão = cítrico de prosa = prosaico
de lobo = lupino de proteína = proteico
de lua = lunar, selênico de pulmão = pulmonar
de macaco, símio = simiesco de pus = purulento
de maçãs do rosto= malar dos quadris = ciático
de madeira, lenho = lígneo de raio = fulgural
de madrasta = novercal de raposa = vulpino
de mãe = materno, maternal de rato = murino
de manhã = matinal de rei = real
de mar = marinha, marítimo, equóreo de rim = renal
de marfim = ebúrneo, ebóreo de rio = fluvial, potâmico
de margem = marginal de rocha = rupestre
de mármore = marmóreo
de romance = romanesco
de memória = mnemônico
de rosa = róseo
de mestre = magistral
de sabão = saponáceo
de moeda = monetário, numismático
de seda = sérico, seríceo
de Moisés = mosaico
de monge = monacal, monástico de selo = filatélico
de monstro = monstruoso de selva = silvestre
de morte = mortal, letal, mortífero de sobrancelha = superciliar
de nádegas = glúteo de sonho = onírico
de nariz = nasal de Sócrates = sintático
de navio = naval de sol = solar
de neve = níveo, nival de sul = meridional, austral
de Nilo = nilótico de tarde = vesperal, vespertino, crepuscular
de noite = noturno de teatro = teatral
de norte = setentrional, boreal de tecido = têxtil
de noz = nucular de terra = terrestre, terreno, telúrico
de nuca = occipital de terremoto = sísmico
de óleo = oleaginoso de tijolo = laterário
de olhos = ocular , óptico, oftálmico de tio = avuncular
de Olimpo = olímpico de tórax = torácico
de opala = opalino opalescente de touro = taurino, táureo
de orangotango = pitecal de trás = traseiro
de orelha = auricular de trigo = tritíceo
de outono = outonal de túmulo = tumular
de ouvido = ótico de umbigo = umbilical
de ouro = áureo de universo ( habitado) = ecumênico
de osso = ósseo de unha = ungueal
de ovelha = ovino de vaca = vacum
de pai = paterno, paternal de vasos sanguíneos = vascular
de paixão = passional
de veado = cerval, elafiano
de palato = palatal
de velho, velhice = senil
de pântano = palustre
de vento = eólio, eólico
de papa = papal
de verão, estio = estival
de paraíso = paradisíaco
de parede = parietal de víbora = viperino
de páscoa = pascal de vida = vital
de peixe = ictíaco, písceo de vidro = vítreo, hialino
Didatismo e Conhecimento 22
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de vinho = vínico, vinário, vinosos, víneo audaz = audacíssimo
de vinagre = acético benéfico = beneficentíssimo
de violeta = violáceo benévolo = benevolentíssimo
de virilha = inguinal bom = boníssimo ou ótimo
de virgem = virginal capaz = capacíssimo
de visão = óptico célebre = celebérrimo
de vontade = volitivo comum = comuníssimo
cruel = crudelíssimo
difícil = dificílimo
Flexão do adjetivo doce = dulcíssimo
dócil = docílimo
Número: eficaz = eficacíssimo
fácil = facílimo
Plural dos Adjetivos compostos - apenas o segundo elemen- feliz = felicíssimo
to vai para o plural: acordos sino-franco-suíços. feroz = ferocíssimo
fiel = fidelíssimo
Casos especiais: frágil = fragílimo
frio = friíssimo ou frigidíssimo
a) Se o segundo elemento for substantivo, o plural será invari- geral = generalíssimo
ável: calças amarelo-ouro. humilde = humílimo
incrível = incredibilíssimo
b) Azul-celeste e azul-marinho são invariáveis. infame = infamérrimo
inimigo = inimicíssimo
c) Surdo-mudo - variam ambos os elementos. íntegro = integérrimo
jovem = juvenilíssimo
Grau livre = libérrimo
magnífico = magnificentíssimo
Comparativo: magro = macérrimo ou magríssimo
manso = mansuetíssimo
Igualdade: Sofia é tão inteligente quanto (como) Alice. mau = péssimo
miserável = miserabilíssimo
Superioridade: Sofia é mais inteligente (do) que Alice. miúdo = minutíssimo
necessário = necessariíssimo
Inferioridade: Sofia é menos inteligente (do) que Alice. negro - nigérrimo
nobre = nobilíssimo
Superlativo: notável = notabilíssimo
pequeno = mínimo
Absoluto Analítico: Alice é muito inteligente. perspicaz = perspicacíssimo
Absoluto Sintético: Alice é inteligentíssima. pessoal = personalíssimo
pobre = paupérrimo
Relativo: preguiçoso = pigérrimo
pródigo = prodigalíssimo
de Superioridade: Sofia é a mais inteligente da classe. próspero = prospérrimo
provável = probabilíssimo
de Inferioridade: Sofia é a menos inteligente da classe. sábio = sapientíssimo
sério = seriíssimo
Principais superlativos absolutos sintéticos eruditos público = publicíssimo
pudico = pudicíssimo
acre = acérrimo pulcro = pulquérrimo
ágil = agílimo rústico = rusticíssimo
agradável = agradabilíssimo sábio = sapientíssimo
agudo = acutíssimo sagrado = sacratíssimo
amargo = amaríssimo salubre = salubérrimo
amável = amabilíssimo semelhante = simílimo
amigo = amicíssimo sensível = sensibilíssimo
antigo = antiquíssimo, antiguíssimo simpático = simpaticíssimo
áspero = aspérrimo simples = simplicíssimo
atroz = atrocíssimo soberbo = superbíssimo
tenaz = tenacíssimo
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tenro = teneríssimo Classificação
terrível = terribilíssimo
tétrico = tetérrimo Regulares: possuem as desinências normais de sua conjuga-
velho = vetérrimo ção e cuja flexão não provoca alterações no radical. Exemplo: falo,
visível = visibilíssimo falei, falava, falaria, falarei, falasse. O radical “fal” se mantém em
voraz = voracíssimo todas as conjugações.
vulnerável = vulnerabilíssimo
Irregulares: aqueles cuja flexão provoca alterações no radi-
Observações: cal ou nas desinências. Exemplo: caibo, cabes, caiba, coubesse,
caberia.
a) As formas sintéticas (melhor, pior, maior, menor) são usa- Defectivos: aqueles que não apresentam conjugação comple-
das quando se compara uma qualidade em dois seres diferentes: ta. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais.
Meu escritório é maior do que o seu.
b) As formas analíticas (mais bom, mais mau, mais grande) I. Impessoais: verbos que não têm sujeito. Normalmente, são
usados na terceira pessoa do singular. Os principais são: a) haver,
são usadas quando estão sendo comparadas duas qualidades de um
quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em
único ser: Meu escritório é mais grande do que pequeno.
orações temporais). Exemplos: Havia poucas crianças no parque;
c) Mais pequeno é forma boa em qualquer circunstância:
b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo). Exemplo: Faz meses
André é mais pequeno que forte; André é mais pequeno do que
que não chove no Sudeste; Está muito quente esta primavera; Era
Anselmo. noite quando o encontrei; c) verbos que indicam fenômenos da
d) formas irregulares: natureza (chover, nevar, anoitecer, amanhecer). Exemplo: Nevou
bom - melhor, ótimo, o melhor muito em Santa Catarina o ano passado.
grande - maior, máximo, o maior
mau - pior, péssimo, o pior II. Unipessoais: são conjugados apenas nas terceiras pessoas
pequeno - menor, mínimo, o menor do singular e do plural.: Os principais são: a) indicam vozes de
animais: bramir, cacarejar, latir, miar etc.; b) verbos cumprir, im-
VERBOS portar, parecer, aprazer, convir etc.
A Grande Catástrofe III. Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos
morfológicos ou eufônicos. Exemplos: falir, computar, adequar,
No início era o Verbo. O verbo Ser. Conjugava-se apenas no precaver etc.
infinitivo. Ser, e nada mais.
Intransitivo absoluto. Abundantes: possuem mais de uma forma com o mesmo va-
Isso foi no princípio. Depois, transigiu, e muito. Em vários lor. Ocorrem, geralmente, no particípio, havendo a forma regular
modos, tempos e pessoas. Ah, nem queiras saber o que são as pes- (terminação em -ado ou -ido) e a irregular. Exemplos: aceitar -
soas: eu, tu, ele, nós, vós, eles... aceitado, aceito; anexar - anexado, anexo; eleger - elegido, eleito
Principalmente eles! etc.
E ante essa dispersão lamentável, essa verdadeira explosão do
SER em seres, até hoje os anjos ingenuamente se interrogam por Lista dos principais verbos abundantes
que motivo as referidas pessoas chamam a isso de CRIAÇÃO...
Mário Quintana, Prosa & Verso. Infinitivo pessoal / Particípio regular e Irregular
Os verbos são palavras que exprimem ação, fenômeno natu- aceitar: aceitado, aceito
acender: acendido, aceso
ral, estado ou mudança de estado, situando tais fatos no tempo.
benzer: benzido, bento
Flexionam-se em número (singular, plural), pessoa (primeira,
concluir: concluído, concluso
segunda e terceira), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo),
eleger: elegido, eleito
tempo (presente, pretérito e futuro) e voz (ativa, passiva e refle- emergir: emergido, emerso
xiva). enxugar: enxugado, enxuto
entregar: entregado, entregue
Modos e tempos expelir: expelido, expulso
expressar: expressado, expresso
Os modos indicam diferentes maneiras de um fato realizar-se. exprimir: exprimido, expresso
São três: indicativo, subjuntivo e imperativo. expulsar: expulsado, expulso
extinguir: extinguido, extinto
Os tempos situam a época ou o momento em que se verifica frigir: frígido, frito
o fato. São: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pre- findar: findado, findo
térito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito. imergir: imergido, imerso
imprimir: imprimido, impresso
Didatismo e Conhecimento 24
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inserir: inserido, inserto Paradigma dos verbos regulares
isenta: isentado, isento
limpar: limpado, limpo 1ª Conjugação - falar
matar: matado, morto
morrer: morrido, morto Presente do Indicativo - eu falo tu falas, ele fala, nós fala-
omitir: omitido, omisso mos, vós falais, eles falam
prender: prendido, preso Pretérito Perfeito do Indicativo - eu falei, tu falaste, ele
romper: rompido, roto falou, nós falamos, vós falastes, eles falaram
salvar: salvado, salvo Pretérito Imperfeito do Indicativo - eu falava, tu falavas, ele
segurar: segurado, seguro
falava, nós falávamos, vós faláveis, eles falavam
submergir: submergido, submerso
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo - eu falara, tu fa-
suprimir: suprimido, supresso
laras, ele falara, nós faláramos, vós faláreis, eles falaram
suspender: suspendido, suspenso
Futuro do Presente do Indicativo - eu falarei, tu falarás, ele
tingir: tingido, tinto
falará, nós falaremos, vós falareis, eles falarão
Anômalos: possuem mais de um radical em sua conjugação. Futuro do Pretérito do Indicativo - eu falaria, tu falarias, ele
Verbos ser e ir. Exemplos; sou, era, fui, fora, vou, ide, sede etc. falaria, nós falaríamos, vós falaríeis, eles falariam
Presente do Subjuntivo - que eu fale, que tu fales, que ele
Auxiliares: participam da formação dos tempos compostos fale, que nós falemos, que vós faleis, que eles falem
e das locuções verbais. O verbo principal, quando acompanhado Pretérito Imperfeito do Subjuntivo - se eu falasse, se tu fa-
pelo auxiliar, é expresso numa das formais infinitivo, gerúndio lasses, se ele falasse, se nós falássemos, se vós falásseis, se eles
ou particípio. Os verbos mais utilizados são; ser, estar, ter e ha- falassem
ver. Exemplos: Vou correr a maratona; Está chegando o segundo Futuro do Subjuntivo - quando eu falar, quando tu falares,
turno eleitoral; Os convidados foram cumprimentados por todos. quando ele falar, quando nós falarmos, quando vós falardes, quan-
do eles falarem
Formas nominais Imperativo Afirmativo - fala tu, fale você, falemos nós, falai
vós, falem eles
Desempenham funções de substantivos, adjetivos e advérbios. Imperativo Negativo - não fales tu, não fale você, não fale-
São elas: mos nós, não faleis vós, não falem eles
Infinitivo Pessoal - por falar eu, por falares tu, por falar ele,
1. Infinitivo - é a forma como se designam os verbos (desi- por falarmos nós, por falardes vós, por falarem eles
nência em -r): falar, comer, sorrir. Pode ser: Infinitivo Impessoal - falar
Gerúndio - falando
a) Pessoal - flexionado, referindo-se a uma pessoa gramatical: Particípio - falado
Estamos felizes por termos conseguido a aprovação no concurso.
2ª Conjugação - vender
b) Impessoal - não flexionado. Não se refere a nenhuma pes-
soa gramatical. Exerce a função de substantivo: O nascer é mara- Presente do Indicativo: eu vendo, tu vendes, ele vende, nós
vilhoso. vendemos, vós vendeis, eles vendem
Pretérito Perfeito do Indicativo: eu vendi, tu vendeste, ele
2. Gerúndio - é ação em desenvolvimento. Apresenta a desi- vendeu, nós vendemos, vós vendestes, eles venderam
nência -ndo: falando, comendo, sorrindo. Pode exercer a função Pretérito Imperfeito do Indicativo: eu vendia, tu vendias,
de advérbio ou adjetivo: Chegando o frio, começaremos a cam- ele vendia, nós vendíamos, vós vendíeis, eles vendiam
panha do agasalho. (advérbio).Torcedores chorando saíram do Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: eu vendera, tu
estádio (adjetivo). venderas, ele vendera, nós vendêramos, vós vendêreis, eles ven-
deram
3. Particípio - sem verbo auxiliar exerce a função de subs- Futuro do Presente do Indicativo: eu venderei, tu venderás,
tantivo ou adjetivo: Terminado o jogo, os torcedores foram para ele venderá, nós venderemos, vós vendereis, eles venderão
a avenida comemorar; em tempos compostos, expressa o resultado Futuro do Pretérito do Indicativo: eu venderia, tu venderias,
de ação: A casa foi alugada no carnaval. Apresenta a desinência ele venderia, nós venderíamos, vós venderíeis, eles venderiam
em d (regular) ou t, s (irregular): falado, aceito, aceso. Presente do Subjuntivo: que eu venda, que tu vendas, que
ele venda, que nós vendamos, que vós vendais, que eles vendam
Formas Rizotônicas: São as estruturas verbais com a sílaba Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: se eu vendesse, se tu
tônica no radical: 1ª, 2ª, 3ª pessoas do singular e 3ª pessoa do plural vendesses, se ele vendesse, se nós vendêssemos, se vós vendêsseis,
no Presente do Indicativo e no Presente do Subjuntivo e formas se eles vendessem
respectivas do Imperativo. Futuro do Subjuntivo: quando eu vender, quando tu vende-
res, quando ele vender, quando nós vendermos, quando vós ven-
Formas Arrizotônicas: São as estruturas verbais com a sílaba derdes, quando eles venderem
tônica fora do radical. Todas as demais estruturas verbais, com Imperativo Afirmativo: vende tu, venda você vendamos nós,
exceção das rizotônicas. vendei vós, vendam vocês
Didatismo e Conhecimento 25
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Imperativo Negativo: não vendas tu, não venda você, não Imperativo Negativo: não comas, não coma, não comamos,
vendamos nós, não vendais vós, não vendam eles não comais, não comam.
Infinitivo Pessoal: por vender eu, por venderes tu, por vender
ele, por vendermos nós, por venderdes vós, por venderem eles Observação: A única exceção à regra é com o verbo ser que
Infinitivo Impessoal: vender no Imperativo Afirmativo fica: sê (tu) sede (vós).
Particípio: vendido
Gerúndio: vendo Valor dos tempos verbais
Didatismo e Conhecimento 26
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Tivesse: tempo que indica hipótese. 2. Escreva no plural os substantivos abaixo.
Faria: tempo que expressa uma possibilidade (fazer o curso) a) caneta ................................................................
que depende da realização ou não, do fato contido em “tivesse”. b) anel ...................................................................
c) cor ....................................................................
Outros casos d) pastelzinho .......................................................
e) canil .................................................................
I. Presente do indicativo + Pretérito Perfeito do Indicativo - f) fóssil ................................................................
Sei que tive oportunidade de ganhar na loteria. g) ananás .............................................................
h) pêsames ...........................................................
II. Presente do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Indicativo i) xerox ................................................................
- Observo que tinha oportunidade de ganhar na loteria d) caráter .............................................................
k) animalzinho ....................................................
III. Presente do Indicativo + Futuro do Presente do Indicativo l) ancião ..............................................................
- Sei que terei oportunidade de ganhar na loteria.
3. Escreva no plural os compostos abaixo.
IV. Presente do Indicativo + Presente do Subjuntivo - Peço a) doce-de-leite ...................................................
que você me explique correlação verbal. b) segunda-feira ..................................................
V. Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do c) abaixo-assinado ..............................................
Subjuntivo - Pedi que você me explicasse correlação verbal. d) reco-reco ........................................................
e) quero-quero ....................................................
VI. Pretérito Perfeito do Indicativo + Futuro do Pretérito do f) meio-fio ..........................................................
Indicativo - Disseram que você seria aprovado no concurso. g) guarda-florestal ..............................................
h) guarda-comida ................................................
VII. Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito i) guarda-marinha ............................................
do Subjuntivo - Queria que você fosse aprovado no concurso; j) peixe-boi .....................................................
k) febre-amarela..............................................
VIII. Pretérito Mais-Que-Perfeito do Indicativo + Pretéri- l) guarda-civil ..................................................
to Imperfeito do Subjuntivo - Pedira que você me apresentasse à
sua melhor amiga. 4. Passe para o plural: O jovem usava estranho uniforme: cal-
ça verde-azeitona, blusa vermelho-lagosta, meia amarelo-dourada;
IX. Futuro do Pretérito + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo - na cabeça, gorro amarelo-enxofre; no pescoço, colar roxo-escuro e
Pediria que você me apresentasse à sua melhor amiga. nos dedos, anel verde-ervilha.
Didatismo e Conhecimento 27
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e) superlativo absoluto sintético As correspondências entre locução adjetiva e adjetivo foram
f) superlativo relativo de superioridade feitas adequadamente, apenas em
g) superlativo relativo de inferioridade a) I, II, III
b) I, II, IV
1. ( ) A professora mantinha os estudantes muito disci- c) I, III, V
plinados. d) II, III, IV
2. ( ) O processo será examinado pela juíza mais inteli- e) III, IV, V
gente do Tribunal.
3. ( ) Todos achavam que Priscila era macérrima. 02. (Cesgranrio) Assinale a série de nomes: masculino, femi-
4. ( ) Fabiana era mais preguiçosa do que sua irmã. nino e masculino.
5. ( ) Márcio é menor do que Fernando. a) tribo, eclipse, tabu
6. ( ) O teatro foi menos interessante do que o cinema. b) telefonema, alvará, telefonada
7. ( ) O riso é tão importante como o choro. c) bílis, rês, ágape
8. ( ) Ricardo é o aluno menos dedicado da escola. d) anátema, cal, estratagema
e) aluvião, champanha, comichão
7. Dê a forma verbal pedida:
a) correr - 2ª p. pl. pretérito perfeito ...................................... 03. (Cesgranrio) O substantivo seleção admite apenas uma
b) mentir - 2ª p. pl. futuro do subjuntivo ............................... forma de plural. Entre os apresentados a seguir, o substantivo que
c) partir - 2ª p. pl. presente do indicativo. ............................. também só admite uma forma para o plural é
d) prestigiar - 1ª p. pl. pretérito mais-que-perfeito ................ a) refrão
e) recorrer - 2ª p. pl. pretérito imperfeito indicativo ............. b) cidadão
f) antecipar - 3ª p. pl. futuro presente ................................... c) verão
g) repor - 1ª p. pl. presente do subjuntivo ............................. d) corrimão
h) querer - 1ª p. pl. futuro do pretérito .................................. e) ancião
i) ser - 2ª p. pl. pretérito imperfeito do subjuntivo .................
04. (Cesgranrio) À semelhança de pagãos muitos substantivos
j) crer - 3ª p. sing. pretérito perfeito do indicativo .................
terminados em ão têm uma única forma de plural; vários, entretan-
to, apresentam duas ou mais formas. Assinale entre os substantivos
8. (FUVEST) Passe o texto para a forma negativa: “Sai daqui!
abaixo o que está neste caso.
Foge! Abandona o que é teu e esquece-me.”
a) verão
.........................................................................................................
b) cristão
.........................................................................................................
c) desvão
.........................................................................................................
d) demão
e) irmão
9. Conjugue a 1ª pessoa do singular no Futuro do Subjuntivo
dos seguintes verbos: 05. (Cesgranrio) Assinale a opção em que ambos os termos
a) convir .................................................. não admitem flexão de gênero.
b) intervir ................................................. a) inglesa pálida
c) ir .......................................................... b) jovem leitor
d) manter ................................................. c) alguns mestres
e) poder ................................................... d) semelhante criatura
f) pôr ........................................................ e) moça ideal
g) propor ..................................................
h) requerer ............................................... 06. (Cesgranrio) Dos verbos apresentados a seguir, o que pode
i) reter ...................................................... ser conjugado em todas as pessoas do presente do indicativo é:
j) querer ................................................... a) abolir
k) ver ........................................................ b) explodir
l) vir .......................................................... c) magoar
d) falir
TESTES DE CONCURSOS e) reaver
01. (Cesgranrio) Em “... que seus direitos caninos estejam 07. (Cesgranrio) O verbo destacado está flexionado incorre-
sendo violados”. O adjetivo destacado corresponde corretamente tamente em:
à locução “de cães”. Observe os pares abaixo. a) Ele, finalmente, reouve a fé perdida.
I. de gato - felino; b) Assim que os vir, dê-lhes um forte abraço.
II. de dedo - digital; c) Propus, na verdade, maior reflexão.
III. de guerra - gálico; d) Ninguém a deteu, embora sua escolha fosse arriscada.
IV. de rio - fluvial; e) Durante muito tempo, cri em ideias não plausíveis.
V. de professor - discente
Didatismo e Conhecimento 28
LÍNGUA PORTUGUESA
08 (Cesgranrio) ................... tu mesmo um modo de enrique- 14. (Cesgranrio) Não .................... o que iria acontecer, mas
cer a tua vida. Assinale a opção cuja forma verbal apresentada no era necessário que .................... a calma. As formas verbais que
imperativo completa corretamente a frase. preenchem, nesta ordem, as lacunas, são:
a) Descobre a) preveu - mantivesse
b) Descobres b) preveu - tivesse mantido
c) Descubras c) preveu - mantesse
d) Descubra d) previu - mantesse
e) Descobri e) previu - mantivesse
09. (Cesgranrio) Reescrevendo, na 2ª pessoa do singular do 15. (Cesgranrio) Se .................... as tabuletas, ....................
outros poemas. As formas que completam corretamente a frase
Imperativo Afirmativo, o texto “Não coma com os dedos!”, de
acima são:
acordo com o registro culto, teremos a forma verbal:
a) reaver e comporá
a) come
b) comas b) reouver e comporia
c) comei c) reavesse e comporá
d) comes d) reavesse e comporia
e) comais e) reouvesse e comporia
Didatismo e Conhecimento 29
LÍNGUA PORTUGUESA
f) meios-fios e) puder
g) guardas-florestais f) puser
h) guarda-comidas g) propuser
i) guardas-marinha ou guardas-marinhas h) requerer
j) peixes-boi ou peixes-bois i) retiver
k) febres-amarelas j) quiser
l) guardas-civis i) vir
j) vier
4. Os jovens usavam estranhos uniformes: calças verde-azei-
tona, blusas vermelho-lagosta, meias amarelo-douradas; na ca- TESTES DE CONCURSOS
beça, gorros amarelo-enxofre; no pescoço, colares roxo-escuros
e nos dedos, anéis verde-ervilha. 01 B
5. 02 D
a) amicíssimo 03 B
b) sapientíssimo 04 A
c) amaríssimo
05 D
d) inteligentíssimo
e) macérrimo 06 C
f) humílimo 07 D
g) dulcíssimo 08 A
h) malevolentíssimo
i) libérrimo 09 A
j) aspérrimo 10 B
11 A
6.
12 A
1. (d) A professora mantinha os estudantes muito disciplina-
dos. 13 B
2. (f) O processo será examinado pela juíza mais inteligente 14 E
do Tribunal. 15 E
3. (e) Todos achavam que Priscila era macérrima.
4. (b) Fabiana era mais preguiçosa do que sua irmã. TESTES DE CONCURSOS COMENTADOS
5. (b) Márcio é menor* do que Fernando.
6. (c) O teatro foi menos interessante do que o cinema. 01. (Fundação Carlos Chagas) ... respeite pai e mãe... O verbo
7. (a) O riso é tão importante como o choro. flexionado de modo idêntico ao do grifado está também na frase
8. (g) Ricardo é o aluno menos dedicado da escola. a) Todos desejavam que o recém-chegado se comportasse de
acordo com os costumes locais.
* menor = mais pequeno b) Esperava-se aceitação bem maior das novas determinações
estabelecidas pela instituição.
7. c) Leia este manual com bastante atenção, para conhecimento
a) correrdes das normas de convivência da empresa.
b) mentirdes d) Sempre se soube que a organização de um grupo depende
c) partis de regras, respeitadas por seus integrantes.
d) prestigiáramos e) É preciso que se observem as normas, para garantir uma
e) recorríeis convivência agradável em qualquer ambiente.
f) anteciparão
g) reponhamos 02. (Fundação Carlos Chagas) Tome-se o arremesso do mar-
h) quereríamos telo. Repete-se o emprego da forma verbal grifada acima no verbo
i) fôsseis também grifado em:
j) creu a) ... em que o homem primitivo se torna capaz de inventar
ferramentas...
8. “Não saias daqui! Não fujas! Não abandones o que é teu e b) ... a espécie permite-se o luxo de brincar.
não me esqueças. “ c) O arremesso do martelo ... continua assustador.
d) Haja peso, para dar os rodopios que precedem seu lança-
9. mento.
a) convier e) Do martelo à bola, desenha-se um percurso ...
b) intervier
c) for
d) mantiver
Didatismo e Conhecimento 30
LÍNGUA PORTUGUESA
03. (Fundação Carlos Chagas) Considere a flexão verbal em 08. (Fundação Carlos Chagas) O Ministério também lançará
viviam - vivem - viverão. A mesma sequência está corretamente um livro que reúna dados sobre espécies invasoras marinhas. O
reproduzida nas formas: verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima
a) queriam - querem - quiserão está na frase:
b) davam - dão - dariam a) ... isso se dá no momento ...
c) exigiram - exigem - exigerão b) “Queremos que sirva como critério para barrar sua entrada
d) punham - põem - porão e o seu plantio”...
e) criam - criavam - criarão c) ... e hoje ocupa o lugar de espécies nativas nos parques e
reservas do Rio ...
04. (Fundação Carlos Chagas) Ambos os verbos grifados es- d) ... o homem, desavisado do estrago que pode provocar no
tão corretamente flexionados na frase: ambiente ...
a) Do impacto da crise que se abateu sobre vários países, so- e) ... mas que agora começa a ser revista.
breviu o pânico, com a queda no valor de seus investimentos.
b) Um dos analistas políticos, que se deteu na análise dos 09. (Fundação Carlos Chagas) Escuta a hora formidável do
problemas decorrentes da crise, receia ainda a gravidade de seu almoço//na cidade. O verbo flexionado da mesma forma que o
desdobramento. grifado acima está no verso:
c) Em vários países governantes se dispuseram a liberar enor- a) As bocas sugam um rio de carne, legumes e tortas vitami-
mes quantias para as empresas refazerem o capital necessário à nosas.
produção. b) Os subterrâneos da fome choram caldo de sopa...
d) Foram vários os fatores que comporam o cenário em que se c) Come, braço mecânico ...
delineou a atual crise econômica mundial. d) ... vem na areia, no telefone, na batalha de aviões ...
e) Os ventos favoráveis da economia mundial alimentaram a e) ... toma conta de tua alma ...
ampla circulação de instrumentos financeiros, sem que se preves-
sem os perigos subjacentes. 10. (Fundação Carlos Chagas) Olhemos, agora, por exemplo...
O verbo flexionado de forma idêntica à do grifado acima está tam-
05. (Fundação Carlos Chagas) É possível que mudem bastan- bém grifado na frase:
te nesse processo. O verbo corretamente flexionado nos mesmos a) Chegamos, sem dúvida, a uma situação crítica em relação
às condições climáticas no país.
tempo e modo do grifado acima está também grifado na frase:
b) Vemos, no momento, situações extremas de seca ou de ex-
a) Autoridades responsáveis pelo meio ambiente preparam
cesso de chuvas.
ações que devem reduzir a destruição de importantes biomas na-
c) Devemos ser solidários com os desabrigados pelas inun-
cionais.
dações.
b) Apesar de serem tomadas todas as medidas necessárias de
d) Façamos nossa parte, agindo como cidadãos conscientes da
preservação do Cerrado, continua havendo desmatamento.
necessária preservação das florestas.
c) No Cerrado se produzem toneladas de grãos, especialmente
e) Observamos sinais evidentes de que o clima no planeta de-
a soja, tanto para exportação quanto para consumo interno. riva de um sistema bastante desregulado.
d) O desmatamento do Cerrado é um problema difícil de ser
resolvido, embora as autoridades se empenhem no seu controle. 11. (Fundação Carlos Chagas) A frase em que ambos os ver-
e) Os órgãos de controle geralmente recebem denúncias refe- bos estão corretamente flexionados é:
rentes à destruição de matas, e os responsáveis são pesadamente a) Os agricultores de várias regiões sofreram graves prejuízos
multados. por conta da seca que se abateu sobre enorme área do País.
b) As autoridades responsáveis pelo agronegócio não solucio-
06. (Fundação Carlos Chagas) O entusiasmo, que levava a naram os problemas que sobreviram no transporte de cereais.
citações... O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o c) Para que se mantessem os preços favoráveis na comerciali-
grifado acima está na frase: zação de cereais, os agricultores reduziram a área de cultivo.
a) ... pouco a pouco se agrupam diante do homem baixo ... d) Alguns produtores interviram na oferta de comercialização
b) ... que se arrasta cantante. de grãos, para refazerem o estoque desses alimentos
c) ... que a voz do governador se fazia mais forte... e) Aqueles que se proporam ao plantio em áreas mais extensas
d) ... imaginou o boi fincado na paisagem ... se beneficiaram com a procura por alimentos no mercado externo.
e) Os ouvintes (...) começaram a mexer-se ...
12. (Fundação Carlos Chagas) A palavra destacada que está
07. (Fundação Carlos Chagas) Ele ................ que lhe empregada corretamente é:
................ dificuldades, mas ................ ajuda financeira para as a) Diante de tantos abaixos-assinados, teve de acatar a soli-
pesquisas sobre o clima. citação.
a) receiava - sobreviessem - obteu b) Considerando os incontestáveis contra-argumento, reco-
b) receiava - sobrevissem - obteve nheceu a falha do projeto.
c) receava - sobreviessem - obteve c) Ele é um dos mais antigos tabeliões deste cartório.
d) receava - sobrevissem - obteve d) Os guardas-costas do artista foram agressivos com os jor-
e) receava - sobreviessem - obteu nalistas.
e) Os funcionários da manutenção já instalaram os corrimãos.
Didatismo e Conhecimento 31
LÍNGUA PORTUGUESA
13. (Fundação Carlos Chagas) Está corretamente empregada a a) Ao ouvir as notícias...
palavra destacada na frase b) ... D. João embarcou na carruagem...
a) Constitue uma grande tarefa transportar todo aquele ma- c) ... que passara a madrugada...
terial. d) ... bastaram algumas semanas...
b) As pessoas mais conscientes requereram anulação daquele e) ... que o aguardava...
privilégio.
c) Os fiscais reteram o material dos artistas. RESPOSTAS
d) Quando ele vir até aqui, trataremos do assunto.
e) Se eles porem as pastas na caixa ainda hoje, pode despa- 01. Resposta E. As formas verbais respeite e observem estão
chá-la imediatamente. conjugadas no presente do subjuntivo.
14. (Fundação Carlos Chagas) Observe o texto: Demais alternativas: a) comportasse - pretérito imperfeito do
subjuntivo; b) Esperava-se - pretérito imperfeito do indicativo; c)
João e Maria Leia - imperativo afirmativo; d) depende - presente do indicativo.
Agora eu era o herói 02. Resposta D. As formas verbais tome-se e haja estão con-
E o meu cavalo só falava inglês jugadas no presente do subjuntivo.
A noiva do cowboy
Era você Demais alternativas: presente do indicativo.
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões 03. Resposta D. Viviam e punham - pretérito imperfeito do
Os alemães e seus canhões indicativo; vivem e põem - presente do indicativo; viverão e po-
Guardava o meu bodoque rão - futuro do presente do indicativo.
E ensaiava um rock
Para as matinês Demais alternativas: a) queriam - pretérito imperfeito do in-
(...) dicativo, querem - presente do indicativo, a forma “quiserão” não
existe, o correto é quererão (futuro do presente do indicativo);
b) davam - pretérito imperfeito do indicativo, dão - presente do
Não, não fuja não
indicativo, dariam - futuro do pretérito do indicativo; c) exigiram
Finja que agora eu era o seu brinquedo
- pretérito perfeito ou mais-que-perfeito do indicativo, exigem -
Eu era o seu pião
presente do indicativo, a forma “exigerão” não existe, o correto
O seu bicho preferido
é exigirão - futuro do presente do indicativo; e) criam - pretérito
Sim, me dê a mão
imperfeito do indicativo, criavam - pretérito imperfeito do indica-
A gente agora já não tinha medo
tivo, criarão - futuro do presente do indicativo.
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
04. Resposta C. dispuseram - pretérito perfeito do indicativo
Chico Buarque e Sivuca do verbo dispor, refazerem - infinitivo pessoal do verbo refazer.
I. Nos versos Agora eu era o herói e A gente agora já não Demais alternativas: a) sobreveio - pretérito perfeito do indi-
tinha medo, o uso do advérbio agora mostra-se inadequado, pois cativo do verbo sobrevir (chegar ou acontecer de modo imprevis-
os verbos conjugados no pretérito imperfeito designam fatos trans- to ou inesperado); b) deteve - pretérito perfeito do indicativo do
corridos no tempo passado. verbo deter; d) compuseram - pretérito perfeito do indicativo do
II. Em Finja que agora eu era o seu brinquedo e Sim, me verbo “compor”; e) previssem - pretérito imperfeito do subjuntivo
dê a mão, os verbos grifados estão flexionados no mesmo modo. do verbo prever.
III. Substituindo-se a expressão a gente pelo pronome nós nos
versos A gente agora já não tinha medo e Acho que a gente nem 05. Resposta D. As formas verbais mudem e empenhem es-
tinha nascido, a forma verbal resultante, sem alterar o contexto, tão conjugadas no presente do subjuntivo.
será teríamos.
Demais alternativas: a) devem - presente do indicativo; b) se-
Está correto o que se afirma em rem - infinitivo pessoal; c) produzem - presente do indicativo; e)
a) I, apenas recebem - presente do indicativo.
b) II, apenas
c) III, apenas 06. Resposta C. As formas verbais levava e fazia estão conju-
d) I e II, apenas gadas no pretérito imperfeito do indicativo.
e) I, II e III
Demais alternativas: a) agrupam - presente do indicativo; b)
15. (Fundação Carlos Chagas) ... como fazia em noites de tro- arrasta - presente do indicativo; d) imaginou - pretérito perfeito
voadas. O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se do indicativo; e) começaram - pretérito perfeito do indicativo.
encontra o grifado acima está em:
Didatismo e Conhecimento 32
LÍNGUA PORTUGUESA
07. Resposta C. receava - pretérito imperfeito do indicativo Demais alternativas: a) Ao ouvir - futuro do subjuntivo; b)
do verbo recear, sobreviessem - pretérito imperfeito do subjunti- embarcou - pretérito perfeito do indicativo; c) passara - pretérito
vo do verbo sobrevir, obteve - pretérito perfeito do indicativo do mais-que-perfeito do indicativo; d) bastaram - pretérito perfeito
verbo obter. do indicativo.
08. Resposta B. As formas verbais reúna e sirva estão conju- VOZES DO VERBO
gadas no presente do subjuntivo.
Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indi-
Demais alternativas: conjugadas no presente do indicativo. car se o sujeito gramatical é agente ou paciente da ação. Divide-se
em:
09. Resposta C. As formas verbais Escuta e Come estão con-
jugadas no imperativo afirmativo. I. Ativa: quando o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo.
Exemplo: Sílvia comeu o bolo.
Demais alternativas: conjugadas no presente do indicativo. Sílvia é o sujeito agente (pratica a ação), o verbo fazer, no
pretérito perfeito do indicativo é a ação, enquanto o bolo funciona
10. Resposta D. As formas verbais olhemos e façamos estão como o objeto (paciente da ação).
conjugadas no presente do subjuntivo.
II. Passiva: quando o sujeito recebe a ação expressa pelo ver-
Demais alternativas: presente do indicativo. bo. Exemplo: O bolo foi comido por Sílvia.
O bolo é o sujeito paciente; foi feito - locução verbal, repre-
11. Resposta A. Sofreram - pretérito perfeito do indicativo sentando a ação e por Sílvia - funciona como o agente da passiva.
do verbo sofrer; abateu - pretérito perfeito do indicativo do verbo
abater. III. Reflexiva: o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente,
isto é, pratica e recebe a ação. Exemplo: Ricardo feriu-se ao fazer
Demais alternativas: b) sobrevieram - pretérito perfeito do a barba.
indicativo do verbo sobrevir (chegar ou acontecer de modo im-
A voz passiva pode ser formada por dois processos: analíti-
previsto ou inesperado); c) mantivessem - pretérito imperfeito do
co e sintético.
subjuntivo do verbo manter; d) intervieram - pretérito perfeito do
indicativo do verbo intervir; e) propuserem - futuro do subjuntivo
I. Analítico - Formado pelo verbo ser + particípio do verbo
do verbo propor.
principal. Exemplo: O bolo foi comido por Sílvia.
Na transformação da voz ativa para a passiva, deve-se manter
12. Resposta E. O plural de corrimão é corrimãos ou cor-
o mesmo tempo verbal do verbo na voz ativa.
rimões.
Exemplos: Sílvia comerá o bolo (futuro do presente do indi-
Demais alternativas: a) abaixo-assinados (advérbio + adjeti- cativo)
vo = apenas o último elemento se pluraliza); b) contra-argumen- Voz passiva: O bolo será (futuro do presente do indicativo)
tos (prefixo + substantivo = apenas o último elemento vai para comido por Sílvia.
o plural); c) tabeliães; d) guarda-costas (verbo + substantivo = Sílvia comia o bolo (pretérito imperfeito do indicativo)
apenas o último elemento varia). Voz passiva: O bolo era (pretérito imperfeito do indicativo)
comido por Sílvia.
13. Resposta B. requereram - pretérito perfeito do indicativo
do verbo requerer. Sílvia comera o bolo (pretérito mais-que-perfeito do indica-
tivo)
Demais alternativas: a) Constitui - presente do indicativo do Voz passiva: O bolo fora (pretérito mais-que-perfeito do indi-
verbo constituir; c) retiveram - pretérito perfeito do verbo reter; cativo) por Sílvia.
d) vier - futuro do subjuntivo do verbo vir; e) puserem - futuro do
subjuntivo do verbo pôr. II. Sintético (ou Pronominal) Formado por verbo na terceira
pessoa, seguido do pronome SE (apassivador). Exemplos: Comeu-
14. Resposta B. Analisando-se as afirmações: I. incorreta - -se o bolo; Destruíram-se os terrenos baldios.
não há inadequação, o pretérito imperfeito designa também tempo
imaginário, muito empregado em contos de fadas; II. correta - as Passagem da ativa para a passiva e vice-versa
duas formas verbais estão conjugadas no imperativo afirmativo
(terceira pessoa do singular); III. incorreta - a forma verbal tinha Para efetivar a transformação da ativa para a passiva e vice-
está conjugada no pretérito imperfeito do indicativo, na primeira -versa, procede-se da seguinte maneira:
pessoa do plural fica tínhamos.
1. O sujeito da voz ativa passará a ser o agente da passiva.
15. Resposta E. As formas verbais fazia e aguardava estão
conjugadas no pretérito imperfeito do indicativo. 2. O objeto direto da voz ativa passará a ser o sujeito da voz
passiva.
Didatismo e Conhecimento 33
LÍNGUA PORTUGUESA
3. Na passiva, o verbo ser estará no mesmo tempo e modo do EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
verbo transitivo direto da ativa.
1. Passar para a voz ativa ou passiva conforme o caso.
4. Na voz passiva, o verbo transitivo direto ficará no particí-
pio. a) Alice fez uma excelente prova de Português.
Voz ativa: Sílvia comeu o bolo. Sujeito = Sílvia. Verbo transi- ..................................................................................................
tivo direto = comeu. Objeto direto = o bolo. b) Uma ação irreparável fora cometida pelo ex-presidente do país.
Voz passiva: O bolo foi comido por Sílvia. Sujeito = O bolo. ..................................................................................................
Locução verbal passiva = foi comido. Agente da passiva = por Síl-
via. c) A torcida apuparia os jogadores.
Didatismo e Conhecimento 34
LÍNGUA PORTUGUESA
02. (Fundação Carlos Chagas) ... eis a frase leiga e padrão 03. Resposta E. Para que haja voz passiva é imprescindível
que mais se fala e mais se ouve nas queixas ... O segmento grifado que o verbo seja transitivo direto ou transitivo direto e indireto.
acima pode ser corretamente substituído, sem alteração do sentido Na alternativa em análise, a forma verbal ocupa é transitiva direta,
original, por: permitindo a transposição para a voz passiva: o lugar de espécies
a) mais é falada e mais é ouvida. nativas é ocupada...
b) mais tinham falado e mais tinham ouvido.
c) mais se falaram e mais se ouviram. Demais alternativas: a) são - verbo de ligação; b) Trata-se -
d) mais foram falados e mais foram ouvidos. verbo transitivo indireto; c) desconfiar - verbo transitivo indireto;
e) mais vem sendo falado e mais vem sendo ouvido. d) é - verbo de ligação.
03. (Fundação Carlos Chagas) ... tradição brasileira que co- 04. Resposta: A. A passagem da voz passiva analítica para a
meçou com a corte portuguesa, foi alterada na década de 1920 por voz ativa é feita da seguinte maneira: o agente da passiva torna-se
paisagistas como Burle Max ... O verbo que admite o mesmo tipo sujeito (Uma combinação de desastres); o sujeito torna-se ob-
de transposição que a do grifado acima está na frase: jeto direto (os países de baixa renda). Exclui-se o verbo ser e
a) ... elas são mais predadoras do que o aquecimento global. flexiona-se o verbo que está no particípio (afetados) no tempo em
b) Trata-se de espécies exóticas trazidas de outros países ...
que estiver o verbo ser (futuro do presente do indicativo): Um
c) Mas quem poderia desconfiar de uma jaqueira ...
combinação de desastres afetará os países de baixa renda).
d) ... não é um exemplar original.
e) ... e hoje ocupa o lugar de espécies nativas nos parques e
reservas do Rio ... 05. Resposta D. Para que haja voz passiva é necessário que
o verbo seja transitivo direto ou transitivo direto e indireto. A al-
04. (Fundação Carlos Chagas) Os países de renda baixa serão ternativa em análise é a única em que a forma verbal garantiu
afetados. Transpondo corretamente a forma verbal grifada para a é transitiva direta, permitindo a transposição para a voz passiva:
voz ativa, tem-se: A separação entre a espécie humana e a dos demais primatas foi
a) afetará garantida pela existência de uma família nuclear.
b) afetariam
c) teriam afetado Demais alternativas: a) eram - verbo de ligação; b) ficavam
d) seria afetado - verbo de ligação; c) foi - verbo de ligação; e) competem - verbo
e) terá sido afetado transitivo indireto.
05. (Fundação Carlos Chagas) O estudo foi feito com base ARTIGO
num conjunto de quatro túmulos coletivos... O verbo que admite a
transposição grifada acima está na frase: Precede o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número.
a) Massacres de famílias inteiras eram aparentemente comuns Pode ser definido (determina o substantivo de modo preciso e
em épocas remotas da história da humanidade. particular): a, as, o, os ou indefinido (determina o substantivo de
b) Segundo os arqueólogos, machos aventureiros ficavam em modo impreciso, geral e vago: um, uns, uma, umas.
desvantagem em relação àqueles mais constantes junto às fêmeas.
c) Uma vantagem evolutiva foi a consolidação de uma família Emprego
com presença constante do pai, como guardião da prole.
d) A existência de uma família nuclear garantiu a separação A) Antes de nomes próprios indica familiaridade: O José fal-
entre a espécie humana e a dos demais primatas. tou ao trabalho hoje.
e) Entre algumas espécies de primatas os cuidados com a pro-
le competem exclusivamente à fêmea. B) Pode ser omitido antes de pronomes possessivos: (A) mi-
nha carteira foi roubada.
RESPOSTAS
C) Não se combina com preposições, quando faz parte de no-
01. Resposta: A. A passagem da voz passiva analítica para a
voz ativa é feita da seguinte maneira: o agente da passiva torna-se mes de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O Estado
sujeito (centenas de milhares de plantas); o sujeito torna-se ob- de São Paulo; As fotos foram publicadas em O Globo.
jeto direto (a floresta de 4,2 milhões de quilômetros quadrados).
Exclui-se o verbo ser e flexiona-se o verbo que está no particípio D) Sua anteposição substantiva qualquer palavra: Respondeu
(habitada) no tempo em que estiver o verbo ser (presente do in- com um não.
dicativo): Centenas de milhares de plantas habitam a floresta de
4, 2 milhões de quilômetros quadrados. E) Obrigatório entre o numeral ambos e o substantivo a que se
refere: Ele se referiu a ambos os participantes da disputa.
02. Resposta A. O segmento grifado está na voz passiva sin-
tética. Deve-se manter a mesma voz, alterando-se para a passiva ADVÉRBIO
analítica (basta excluir o pronome “se”, colocar o verbo ser no
mesmo tempo verbal (presente do indicativo) e passar os verbos Modifica o verbo (Cheguei tarde), o adjetivo (Vânia era uma
“falar” e “ouvir” para o particípio) - mais é falada e mais é ouvida. rapariga muito esperta) e o próprio advérbio (Ele chegou muito
cansado), exprimindo circunstância. Pode ser de:
Didatismo e Conhecimento 35
LÍNGUA PORTUGUESA
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, De tempo: às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aon- vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de
de, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, à
distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao De negação: de modo algum, de jeito nenhum, de forma ne-
lado, em volta. nhuma, não.
Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, De afirmação: com certeza.
cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca,
então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, De dúvida: por certo, quem sabe.
constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, pro-
visoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, De intensidade ou quantidade: em excesso, de todo, de
de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer muito, por completo, por demais.
momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
PREPOSIÇÃO
Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acin-
te, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à von- É uma palavra invariável que liga dois termos de modo que
tade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa um deles fique subordinado ao outro. Semanticamente, podem in-
maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em dicar diversas circunstâncias:
vão e a maior parte dos que terminam em “-mente”: calmamente,
tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, do- Lugar - Estive em Lisboa o mês passado.
cemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente.
Origem - Estas frutas vieram da Alemanha.
Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efetivamen-
te, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente. Causa - O mendigo morreu de frio.
Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma Assunto - Hoje só comentamos sobre a derrota de seu time.
nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
Meio - Viajo de metrô todos os dias.
Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente,
quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe. Matéria - Comprei muitas camisas de algodão naquela loja.
Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante, Instrumento - Vera limpou as unhas com algodão.
mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale
a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, Companhia - Vou com você ao shopping.
extremamente, intensamente, grandemente, bem (quando aplicado
a propriedades graduáveis). Posse - A bicicleta de Cirilo é nova.
Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, Locuções prepositivas: duas ou mais palavras com valor de
simplesmente, só, unicamente. preposição: abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, à distância
de, dentro de, de acordo com, em cima de, por trás de, para com,
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. por causa de, junto a, perto de.
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Podem ser classificadas em essenciais - aquelas que atuam
como tal. São elas: a, ante, após, até, de, desde, em, entre, com,
Locução adverbial: ocorre quando duas, três ou mais pala- contra, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás ou acidentais - pa-
vras exercem função de advérbio e substantivo. São conjuntos de lavras de outras classes gramaticais que, em alguns contextos, po-
palavras, geralmente introduzidas por uma preposição, que exer- dem atuar como preposições: como, conforme, segundo, durante.
cem a função de advérbio.
Observação: Diferença entre A (preposição) x A (artigo) x A
Principais locuções adverbiais (pronome) - O A preposição é invariável, enquanto o A artigo e o
A pronome flexionam-se de acordo com o termo a que se referem.
De modo: às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às
escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, Exemplos: Não dou atenção a fofocas. (preposição)
em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão.
As fofocas da seção, ignoro-as.
De lugar: a distância, à distância de, de longe, de perto, em ¯ ¯
cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta, por aqui. artigo pronome
Didatismo e Conhecimento 36
LÍNGUA PORTUGUESA
Combinação - não há perda de fonemas: a + o = ao b) Para designar leis, artigos, decretos, portarias - utiliza-se
o ordinal até o nono e o cardinal de dez em diante. Exemplos:
Contração - há perda de fonemas: de + aquilo = daquilo Artigo 8o (oitavo); Artigo 10 (dez).
Didatismo e Conhecimento 37
LÍNGUA PORTUGUESA
Didatismo e Conhecimento 38
LÍNGUA PORTUGUESA
substantivo. Ex.: Nós fomos aprovados no concurso. Quando ele Principais formas de tratamento:
vem acompanhado do substantivo, restringindo a extensão de seu
significado, dizemos que se trata do pronome adjetivo. Ex.: Este Vossa Alteza - V.A. (VV.AA.) - príncipes, duques, arquidu-
apartamento é antigo. ques
Vossa Eminência - V. Em.a (V. Em.as) - cardeais
Há seis espécies de pronomes, a saber: Vossa Excelência - V. Ex.a (V. Ex.as) - altas autoridades e
oficiais das Forças Armadas
1. Pessoais - indicam as pessoas do discurso. Vossa Magnificência - V. Mag.a - (V. Mag.as) - reitores de uni-
versidades
Pronomes retos Pronomes oblíquos Vossa Majestade - V.M. (VV. MM.) - reis, imperadores
Vossa Meritíssima (não se abrevia) - juízes de direito
Tônicos átonos Vossa Paternidade - V.P. (VV.PP.) - abades, superiores de
Eu mim, comigo me conventos
tu ti, contigo te Vossa Santidade - V.S. - papa
ele, ela ele, ela, si, consigo se, o, a, lhe Vossa Reverendíssima - V. Revm.a (V.Revm.as) - sacerdotes
e religiosos em geral
Nós nós, conosco nos Vossa Excelência Reverendíssima - V. Ex.a Revm.a (V. Ex.as
vós vós, convosco vos Revm.as) - bispos, arcebispos
eles, elas eles, elas, si, consigo se, os, as, lhes Vossa Senhoria - V.S.a (V. S.as) - tratamentos cerimoniosos
Você - v. (vv.) - familiares, pessoas íntimas
Observações: Senhor - Sr. (Srs.) - distanciamento respeitoso
a) Os pronomes do caso reto não podem ser usados como Observação - Os pronomes de tratamento devem vir prece-
complementos verbais. Ex.: Eu vi ele no elevador - forma errada; didos de Vossa, quando nos dirigimos à pessoa representada pelo
o correto é: Eu o vi no elevador. pronome e por Sua, quando falamos sobre essa pessoa. Ex.: Vos-
b) Os pronomes oblíquos a(s), o(s), quando precedidos de ver- sa Alteza permite um conselho?; Sua Alteza, não comparecerá ao
bos que terminam em -R, -S, -Z, assumem a forma lo, la, los, las. baile.
Exs.: beijar + a = beijá-la; quis + o = qui-lo; refiz + o = fi-lo.
c) Os pronomes oblíquos a(s), o(s), quando precedidos de ver- 2. Possessivos - referem-se às pessoas do discurso: meu, mi-
bos que terminam em -M, -ÃO, ÕE, assumem a forma no, na, nha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, nosso, nossa, nossos, nos-
nos, nas. Exs.: cantam + os = cantam-nos, dão + os = dão-nos. sas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus, suas.
d) Os pronomes oblíquos podem funcionar como sujeito no
infinitivo, quando se usam os verbos: deixar, fazer, mandar, ou- Observações:
vir, sentir e ver. Ex.: Mandaram-me entrar (E não: Mandaram eu
entrar). I. Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Po-
Empregos das formas Eu e tu x mim e ti dem ter outros empregos, como:
Quando precedidos de preposição, utilizam-se as formas mim a) indicar afetividade. Exemplo: Não decore a lição, meu fi-
e ti. Ex.: Nada mais há entre mim e ti. lho.
Exceção - quando as formas retas funcionarem como sujeito
de um verbo no infinitivo. Ex.: Deram a aeronave para eu dirigir. b) indicar valor indefinido ao substantivo: Exemplo: Isabel
tem seus defeitos, mas é uma pessoa admirável.
Emprego de Conosco / convosco / com nós / com vós
c) indicar cálculo aproximado: Sandra já deve ter seus qua-
Utilizam-se as formas com nós / com vós antes de pronomes renta anos.
relativos (que), numerais, palavras de reforço: todos, ambos, mes-
mos, próprios. Ex.: Arlete saiu com nós dois; Fomos nós mesmos d) Os pronomes pessoais podem assumir valor possessivo.
ao teatro. Exemplo: O despreparo lhe embargou a voz (embargou a sua voz).
Nos demais casos, utilizam-se as formas conosco / convosco.
Exs.: Arlete saiu conosco; Beatriz falou convosco. 3. Demonstrativos - referem-se à posição dos seres em rela-
ção às pessoas do discurso, situando-os no tempo, no espaço ou no
Emprego dos pronomes Se, si e consigo - utilizados somente próprio discurso.
quando reflexivos. Exs.: Fernando cortou-se; Telma é muito ego-
ísta. Só pensa em si mesma; O professor trouxe as avaliações con- 1a pessoa - este(s), esta(s), isto
sigo.
2a pessoa - esse(s), essa(s), isso
Pronomes de tratamento - Referem-se à segunda pessoa,
mas exigem o verbo na terceira pessoa. 3a pessoa - aquele(a), aqueles(as), aquilo
Didatismo e Conhecimento 39
LÍNGUA PORTUGUESA
Emprego 5. Indefinidos - referem-se à terceira pessoa do discurso de
maneira imprecisa ou genérica. Podem fazer referência a pessoas,
1a pessoa - indica proximidade de quem fala ou escreve. Ex.: coisas e lugares.
Este computador é meu; referem-se ao que ainda vai ser dito ou
escrito. Ex.: Ainda relembro estas palavras: ”Agora você é pai. Pessoas: quem, alguém, ninguém, outrem.
b) Quem - refere-se apenas a pessoas e aparece sempre prepo- a) períodos iniciados por verbos. Ex.: Sigam-me os que forem
sicionado: Esta é a garota a quem ele admirava; brasileiros!;
c) Cujo - indica posse, vem entre dois substantivos, concorda b) no infinitivo impessoal. Ex.: Passaram a odiar-se mutua-
em gênero e número com o substantivo a que se refere, não admi- mente;
tindo a posposição do artigo (Este é o autor cuja obra li na íntegra);
c) no imperativo afirmativo: Por favor, diga-me onde fica a
d) Onde - equivale a em que ou no(a) qual, empregado para Rua da Saudade;
indicar lugar (Onde você reside?);
d) no gerúndio: Fazendo-se de rogado, não respondeu às ques-
e) Quanto - vem precedido de um dos pronomes indefinidos: tões.
tudo, tanto(s), tanta(s), todo(s),toda(s). Tenho tudo quanto almejo.;
Observações
f) Quando - será pronome relativo quando o antecedente dá
ideia de tempo (A greve aconteceu em janeiro quando o governo a) Se o gerúndio vier precedido de preposição, empregaremos
aumentou o preço dos combustíveis). a próclise. Ex.: Em se tratando de cooperar, Aline era a última a
participar.
Didatismo e Conhecimento 40
LÍNGUA PORTUGUESA
b) A ênclise não ocorre com as formas dos futuros do indicati- b) Os espelhos devem ser limpos diariamente.
vo e do particípio. Exs.: Formas erradas - Faria-me um favor; Sér-
gio tem irritado-me. Corrigindo-se, teremos: Far-me-ia um favor; ..................................................................................................
Sérgio tem me irritado.
c) A mulher de vermelho atravessou a rua sem olhar.
Mesóclise - ocorre apenas no futuro do presente ou no fu-
turo do pretérito do indicativo, desde que não haja palavra que ..................................................................................................
exija a próclise. Ex.: A prova do concurso realizar-se-á no próximo
final de semana. d) Chegaram as primeiras encomendas de medicamentos com
tarja preta.
Próclise - ocorre:
..................................................................................................
diante de palavras ou expressões negativas: Não se trata de
nenhum golpe; e) Gustavo não encontrou o que procurava e foi embora.
pronomes relativos: O que me disseram não corresponde à f) Este dossiê sobre o presidente contém muitas incoerências.
verdade;
..................................................................................................
pronomes indefinidos: Todos se consternaram com a sua si-
tuação financeira; g) A escola tomará todas as providências para solucionar o
caso.
pronomes demonstrativos: Isso me agrada muito;
..................................................................................................
conjunções subordinativas: Conforme me avisaram, a deci-
são foi adiada; 2. Faça a correlação entre a preposição destacada e o signifi-
cado que ela cria.
orações exclamativas: Que mal lhe fiz, criatura!; ( ) estar ante o portão
( ) parar após o obstáculo
orações interrogativas: Quem lhe disse tal absurdo? ( ) beber com os amigos
( ) pagar com cheque
Casos Optativos ( ) lutar contra o vício
( ) trabalhar para a sobrevivência
a) Sujeito expresso - O gato se lambia ou lambia-se. ( ) voltar de Santos
( ) cadeira de vime
b) conjunção coordenativa - Era rico, mas se queixava ou ( ) morrer de fome
queixava-se. ( ) doce com leite
( ) doce sem leite
c) infinitivo preposicionado Fiz de tudo para perdoar-lhe ou
lhe perdoar. (A) finalidade
(B) oposição
Colocação dos pronomes nas locuções verbais (C) instrumento
(D) companhia
1. Não havendo palavra atrativa: a colocação é livre, desde (E) causa
que não contrarie as normas gramaticais: O pai lhe devia dar apoio (F) matéria
ou devia-lhe dar apoio ou devia dar-lhe apoio. (G) origem
(H) posterioridade
2. Havendo palavra atrativa: pronome fica antes ou depois (I) anterioridade
da locução, se não contrariar as regras gramaticais. A equipe não (J) inclusão
lhe quis compreender ou A equipe não quis compreender-lhe. (L) exclusão
Didatismo e Conhecimento 41
LÍNGUA PORTUGUESA
4. Escreva os numerais ordinais por extenso. l) ( ) Não chegou-se a nenhuma conclusão lógica sobre a
a) 333º - .................................................................................. solução do problema.
b) 555º - ................................................................................... m) ( ) Quanto custou-nos renunciar!
c) 999º - ................................................................................... n) ( ) Aqui, vive-se em harmonia, embora haja dificuldades.
d) 784º - ................................................................................... o) ( ) Em se tratando de dificuldades, ele sempre portava-se
com a maior dignidade possível.
5. Complete com eu ou mim.
a) Faz isso diante de ............... só para ............... ficar zangado. TESTES DE CONCURSOS
b) Chegaram os novos medicamentos para ............... conferir.
c) Para .................... descer da árvore tiveram que colocar uma 01. (Vunesp) Assinale a alternativa em que todas as palavras
escada. grifadas são substantivos.
d) Não havia sobrado nada para .................... comer. a) E também de técnicos de linhas de transmissão de energia,
e) Não há nada entre aquela secretária e ............... que lutam contra o vento, pendurados a 30 metros de altura...
f) Perante ..............., juraste inocência. b) Um operador de serras tinha uma chance de morrer em ser-
viço 20 vezes maior que a média dos trabalhadores em todos os
6. Numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª adequando o prono- outros setores.
me de tratamento à pessoa. c) Os acidentes de trabalho têm probabilidades muito maiores
A) Vossa Senhoria de serem fatais quando ocorrem em lugares de onde é impossível
B) Vossa Excelência escapar.
C) Vossa Alteza d) Por incrível que pareça, nem a Organização Mundial do
D) Vossa Majestade Trabalho tem um ranking estatístico ou um estudo global que
E) Vossa Reverendíssima aponte as profissões com os índices de óbitos por acidente mais
F) Vossa Magnificência elevados.
G) Vossa Eminência e) A maioria das mortes ocorre naquelas serrarias espalhadas
em cantos remotos do país.
( ) governador
( ) chefe de seção 02. (Vunesp) Pertencem à mesma categoria gramatical os ter-
( ) reitores mos sublinhados na frase:
( ) marechal a) Daí a necessidade de criar emprego nas pequenas cidades.
( ) rei b) A reforma agrária não poderá ser executada de maneira uni-
( ) príncipe forme.
( ) sacerdote c) Não se trata, contudo, de “engessar” a população rural no
( ) diretor campo.
( ) cardeais d) Ela não será a mesma nas terras férteis.
e) A reforma agrária contribuirá para reduzir o ritmo da migra-
7. Complete com o pronome demonstrativo adequado, ção campo-cidade.
a) .................... livro que estou lendo conta a história da Inde-
pendência do Brasil. 03. (Vunesp) Assinale a alternativa em que o termo que, em
b) A placa continha .................... dizeres: “É proibido fumar!” destaque, é pronome relativo.
c) A rua está esburacada. .................... não pode acontecer. a) Espero que todos os convidados cheguem logo.
d) .................... relógio que está lá no museu pertenceu a D. b) Não sairei de casa hoje desde que haja necessidade.
Pedro I. c) Leia este bilhete que recebi ontem.
e) Lembre-se ....................: estudar exige dedicação. d) Venha logo a fim de que o problema seja resolvido.
f) Estudar exige dedicação. Lembre-se .................... . e) Hoje a partida será mais difícil que a de ontem.
8. Quanto à colocação pronominal, assinale C se a frase esti- 04. (Vunesp) “Teu braço é a mola que move a cidade,” Sobre
ver correta e E se estiver errada. esse período é correto afirmar:
a) ( ) Se não fosse a chuva, acompanhar-te-ia. a) O “que” é um pronome relativo e refere-se a “braço”
b) ( ) Ninguém socorreu-nos naqueles momentos difíceis. b) “move” é um verbo que se encontra no pretérito perfeito”
c) ( ) Diga-me com quem andas, que dir-te-ei quem és. c) “teu” é um pronome demonstrativo
d) ( ) Não foi trabalhar porque machucara-se na véspera. d) O “que” é um pronome relativo e inicia uma oração
e) ( ) Em se tratando de esporte, prefere natação e) “Mola” é um adjetivo
f) ( ) Amanhã dir-te-ei toda a verdade.
g) ( ) A turma havia convidado-o para um jantar 05. (Vunesp) Considere o trecho: interrupção do tratamento
h) ( ) Tudo acaba-se com a morte, menos a saudade. e a procura de um médico se os sintomas persistirem. Mantendo
i) ( ) Sílvia, me diga a verdade. o mesmo sentido, a oração se os sintomas persistirem pode ser
j) ( ) Me levantei do banco logo que vi um senhor idoso. substituída por
k) ( ) Nada nos foi informado sobre a realização dos exames a) caso os sintomas persistam
finais. b) quando os sintomas persistirem
Didatismo e Conhecimento 42
LÍNGUA PORTUGUESA
c) embora os sintomas persistam 12. (Vunesp) Assinale a alternativa correta quanto à colocação
d) ou os sintomas persistirão pronominal.
e) porque os sintomas persistem a) As pessoas sabiam que enfrentariam-se Estados Unidos e
Iraque.
06. (Vunesp) “...Dona Zoé agonizava e sem dúvida não passa- b) Os passarinhos não omitiriam-se de sua tarefa de cantar.
va daquela semana. Contudo não foi bem o que ocorreu.” O termo c) Se espantaram os repórteres com o canto dos pássaros.
grifado pode ser substituído, sem alteração do sentida da frase, por d) O canto dos pássaros diluía-se nos maus presságios.
a) Entretanto e) Como irritou-se o jornalista com a possibilidade da guerra!
b) Por isso
c) Portanto 13. (Vunesp) Assinale a alternativa correta quanto à colocação
d) Por conseguinte pronominal, de acordo com a norma culta.
e) Porque a) Contariam-me a novidade, se pudessem.
b) Não assustem-se com as notícias.
07. (Vunesp) Assinale a alternativa em que a preposição des- c) Tudo passou-se na mais completa tranquilidade.
tacada indica modo. d) Jamais diriam-me a verdade.
a) Só o Estado de São Paulo. e) É bom que se apressem.
b) ... ser lesionada com facilidade.
14. (Vunesp) Assinale a alternativa correta quanto à colocação
c) ... contribuem para o aparecimento do câncer.
pronominal.
d) ... e por longos períodos.
a) O cigarro, quem consome-o corre risco de vida.
e) ... levará ao desenvolvimento de displasias. b) Onde estudaram-se as doenças respiratórias?
c) O cigarro traz problemas que não resolvem-se facilmente.
08. (Vunesp) Observe a frase: Você transgrediu a lei, logo está d) Tudo diz-se a respeito das ações tóxicas do cigarro.
sujeito à penalidade. A conjunção em destaque tem o mesmo sen- e) Ninguém se conscientiza dos malefícios do cigarro.
tido que o da conjunção da frase:
a) O motorista atropelou um pedestre, porém não o socorreu. 15. (Vunesp) Assinale a alternativa em que a colocação pro-
b) O taxista entrou no carro e deu a partida. nominal está correta.
c) Ele passou nas provas, portanto fez jus à carteira de habi- a) Me disseram que hoje choverá.
litação. b) As pessoas nem importaram-se com o ocorrido.
d) O guarda me multou, pois ultrapassei o limite de veloci- c) Se visse-a, não teria dúvidas sobre sua conduta.
dade. d) Nunca se deve acreditar em fofocas.
e) Ou construímos mais piscinões, ou estaremos sujeitos a ala- e) Ele disse que amava-me muito.
gamentos.
GABARITOS
09. (Vunesp) Assinale a alternativa em que o sentido da pala-
vra em destaque, indicado entre parênteses, está correto. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
a) Ana mudou-se para Blumenau. (tempo)
b) Saiu com a mãe para ir à escola. (lugar) 1.
c) Desde 1987 ela não vê o filho. (modo) a) as - artigo, catracas - substantivo, eletrônicas - adjetivo;
d) Talvez haja falta de energia. (condição) b) espelhos - substantivo, limpos - adjetivo, diariamente -
e) Certamente ele virá para a festa. (afirmação) advérbio;
c) de vermelho - locução adjetiva, sem - preposição;
10. (Vunesp) No trecho - Os moradores, porém, serão multa- d) primeiras - numeral, medicamentos - substantivo; preta
dos (...) caso tenham comportamento antissocial - o termo desta- - adjetivo;
e) não - advérbio, e - conjunção; embora - advérbio;
cado apresenta equivalência de sentido na alternativa
f) Este - pronome; sobre - preposição; contém - verbo
a) porque
g) todas - pronome, para - conjunção, caso - substantivo.
b) assim que
c) quando 2.
d) se (I) estar ante o portão
e) embora (H) parar após o obstáculo
(D) beber com os amigos
11. (Vunesp) Assinale a alternativa correta, de acordo com a (C) pagar com cheque
norma culta, quanto à colocação pronominal. (B) lutar contra o vício
a) Nunca falou-se tanto sobre o assunto. (A) trabalhar para a sobrevivência
b) Não avisaram-me que havia essa festa. (G) voltar de Santos
c) Tinha planejado tudo para se aposentar aos sessenta anos. (F) cadeira de vime
d) Me parece que a situação é dúbia. (E) morrer de fome
e) Quando recuperar-se do choque, esclarecerá tudo. (J) doce com leite
(L) doce sem leite
Didatismo e Conhecimento 43
LÍNGUA PORTUGUESA
3. m) (E) Quanto custou-nos renunciar!
a) Papa Paulo sexto; n) (C) Aqui, vive-se em harmonia, embora haja dificuldades.
b) João vinte e três; o) (E) Em se tratando de dificuldades, ele sempre portava-se
c) Décimo nono capítulo; com a maior dignidade possível.
d) Artigo dez;
e) Vigésima nona seção; TESTES DE CONCURSOS
f) Casa seiscentos e quarenta e cinco.
01 C
4.
02 A
a) 333º - trecentésimo trigésimo terceiro
b) 555º - quingentésimo quinquagésimo quinto 03 C
c) 999º - noningentésimo nonagésimo nono 04 D
d) 784º - septingentésimo octogésimo quarto 05 A
06 A
5.
a) Faz isso diante de mim só para eu ficar zangado. 07 B
b) Chegaram os novos medicamentos para eu conferir. 08 C
c) Para eu descer da árvore tiveram que colocar uma escada. 09 E
d) Não havia sobrado nada para eu comer. 10 D
e) Não há nada entre aquela secretária e mim.
f) Perante mim, juraste inocência. 11 C
12 D
6. 13 E
(B) governador 14 E
(A) chefe de seção
(F) reitores 15 D
(B) marechal
TESTES COMENTADOS
(D) rei
(C) príncipe
01. (Fundação Carlos Chagas) No entanto, a música não é
(E) sacerdote
mais algo que fazemos nós mesmos, ou até que observamos outras
(A) diretor pessoas fazerem diante de nós. Considerando-se o contexto, é in-
(G) cardeais correto afirmar que o elemento grifado pode ser substituído por:
a) Porém
7. b) Contudo
a) Este livro que estou lendo conta a história da Independên- c) Todavia
cia do Brasil. d) Entretanto
b) A placa continha estes dizeres: “É proibido fumar!” e) Conquanto
c) A rua está esburacada. Isso não pode acontecer.
d) Aquele relógio que está lá no museu pertenceu a D. Pedro I. 02. ((Fundação Carlos Chagas)) Nem sempre, porém, menos
e) Lembre-se disso: Estudar exige dedicação. gelo significa más notícias. A conjunção grifada acima pode ser
f) Estudar exige dedicação. Lembre-se disso. substituída, sem alteração do sentido original, por:
a) enquanto
8. b) por isso
a) (C) Se não fosse a chuva, acompanhar-te-ia. c) ainda que
b) (E) Ninguém socorreu-nos naqueles momentos difíceis. d) senão
c) (E) Diga-me com quem andas, que dir-te-ei quem és. e) no entanto
d) (E) Não foi trabalhar porque machucara-se na véspera.
e) (C) Em se tratando de esporte, prefere natação 03. (Fundação Carlos Chagas) Em 1989, entretanto, a praga
f) (E) Amanhã dir-te-ei toda a verdade. denominada vassoura-de-bruxa...Enquanto menos cacau comum é
g) (E)A turma havia convidado-o para um jantar enviado ao exterior...Sem prejuízo para a correção e o sentido, e
h) (E) Tudo acaba-se com a morte, menos a saudade. sem que nenhuma outra alteração seja feita, os elementos subli-
i) (E) Sílvia, me diga a verdade. nhados podem ser substituídos, respectivamente, por:
j) ( E) Me levantei do banco logo que vi um senhor idoso. a) contudo - Ao passo que
k) (C) Nada nos foi informado sobre a realização dos exames b) conquanto - Tanto que
c) porquanto - Onde
finais.
d) não obstante - Embora
l) (E) Não chegou-se a nenhuma conclusão lógica sobre a
e) ainda assim - Posto que
solução do problema.
Didatismo e Conhecimento 44
LÍNGUA PORTUGUESA
04. (Fundação Carlos Chagas) ... e esses compositores estão a) satisfazer o seu “eu” autoral / satisfazê-lo
obviamente vinculados um ao outro, embora seja fácil aos que es- b) que inicia a bossa nova / que a inicia
tão familiarizados com a linguagem do período distingui-los. Sem c) deixa de ser um mero acompanhante / deixa de sê-lo
qualquer outra alteração da frase, o elemento sublinhado acima d) Subtrai notas / Subtrai-lhes
pode ser corretamente substituído por: e) Quando se pergunta a João Gilberto / Quando se lhe per-
a) de modo que gunta
b) desde que
c) ainda que 10. (Fundação Carlos Chagas) O segmento grifado está subs-
d) visto que tituído de modo incorreto pelo pronome correspondente em:
e) à medida que a) para sublimar uma frustração = para lhe sublimar.
b) porque projetamos sentimentos humanos em animais = por-
05. (Fundação Carlos Chagas) Seus subordinados, contudo, que os projetamos.
cumpriram fielmente a ordem de não soltá-lo até que estivessem c) Os cientistas submeteram um grupo de animais = subme-
longe da zona de perigo.
teram-no.
Sem prejuízo para o sentido original e a correção gramatical,
d) revelando sua cor verdadeira = revelando-a.
o elemento grifado acima pode ser substituído por
e) Os bichos aprenderam rapidamente a associar o prêmio =
a) embora
a associá-lo.
b) entretanto
c) portanto
d) onde RESPOSTAS
e) por isso
01. Resposta E. A conjunção conquanto é concessiva; as de-
06. (Fundação Carlos Chagas) O pronome que substitui corre- mais, como a sublinhada no enunciado, são adversativas, indican-
tamente o segmento grifado, respeitando também as exigências de do oposição, contraste.
colocação, está em:
a) não haveria limites para a atividade humana = não haveria-os. 02. Resposta E. As conjunções porém e no entanto são ad-
b) detonando a questão das mudanças do clima = as detonando. versativas e dão ideia de oposição, de contraste.
c) as principais produtoras criaram um sistema conjunto = cria-
ram-no. 03. Resposta A. Entretanto e contudo são conjunções coor-
d) para aumentar a eficiência de hardwares e softwares = au- denadas adversativas; enquanto e Ao passo que são conjunções
mentá-los. subordinativas adverbiais temporais.
e) e promover a reciclagem = lhe promover.
04. Resposta C. As conjunções embora e ainda que são con-
07. (Fundação Carlos Chagas) Trabalho infantil? Há quem con- cessivas.
sidere o trabalho infantil uma excrescência social, mas há também
quem veja no trabalho infantil uma saída para muitas crianças, por- 05. Resposta B. As conjunções contudo e entretanto são co-
que atribui ao trabalho infantil a vantagem de representar a inserção ordenativas adversativas e indicam ideia de oposição, de con-
dos menores carentes. traste.
Evitam-se as viciosas repetições do texto acima, substituindo-
-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: Demais alternativas: a) embora - conjunção adverbial con-
a) lhe considere - lhe veja - lhe atribui cessiva; c) portanto - conjunção coordenativa conclusiva; d) onde
b) a ele considere - nele veja - atribui-no
- advérbio de lugar ou pronome relativo; e) por isso - conectivo
c) o considere - nele veja - lhe atribui
conclusivo
d) o considere - lhe veja - o atribui
e) lhe considere - o veja - lhe atribui
06. Resposta C. Criaram-no - a forma verbal “criaram” é
08. (Fundação Carlos Chagas) O segmento grifado abaixo que transitiva direta, o seu objeto direto “um sistema conjunto” deve
está substituído de modo incorreto pelo pronome correspondente é: ser substituído pelo pronome pessoal oblíquo “o”, como o verbo
a) minimizar esses impactos = minimizá-los. termina por forma nasal, deve-se acrescentar um “n” ao pronome.
b) destacamos uma extensa e diversificada cadeia de fornece-
dores = destacamo-la. Demais alternativas: a) não os haveria - advérbio é palavra
c) favorecendo um desenvolvimento mais sustentável = favo- atrativa de próclise; b) detonando-a - deve-se empregar a ênclise
recendo-o. diante de gerúndio não antecedido por preposição; d) aumentá-
d) passou a despertar o interesse de pesquisadores = despertar- -la - a forma verbal “aumentar” é transitiva direta, o núcleo do
-lhes. objeto direto “eficiência” é feminino, como o verbo termina por
e) que suprem produtos = que os suprem. “r”, elimina-se tal consoante e acrescenta-se um “l” ao pronome;
e) promovê-la - a forma verbal promover é transitiva direta, de-
09. (Fundação Carlos Chagas) A substituição do elemento gri- vendo ser substituída pelo pronome oblíquo “a”, como o verbo
fado pelo substantivo, com os necessários ajustes no segmento, foi termina por “r”, elimina-se essa consoante e acrescenta-se um “l”
realizado de modo incorreto em ao pronome.
Didatismo e Conhecimento 45
LÍNGUA PORTUGUESA
07. Resposta C. Há quem o considere - a forma verbal “con- CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
sidere” é transitiva direta, o objeto direto correspondente deve ser
substituído pelo pronome oblíquo “o”, como há palavra atrativa Concordância Nominal
(pronome indefinido “quem”), emprega-se a próclise; quem nele
veja - substitui a locução adverbial “no trabalho infantil”; lhe atri- Regra: O artigo, o numeral, o pronome e o adjetivo concor-
bui - a forma verbal “atribui é transitiva direta e indireta, a forma dam em gênero e número com o substantivo. Exemplo: Os nossos
indireta deve ser substituída pelo pronome oblíquo “lhe”, em pró- dois medalhistas na natação estão esperançosos para aas Olimpí-
clise, devido à palavra atrativa (“porque”). adas.
Demais alternativas: a) minimizá-los - a forma verbal “mi- II. Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo ocor-
nimizar” é transitiva direta, seu objeto direto “esses impactos” rem os seguintes casos:
deve ser substituído pelo pronome pessoal “os”, exclui-se o “r” a) Adjetivo anteposto aos substantivos: concordará em gênero
e acrescenta-se um “l” ao pronome; b) destacamo-la - a forma e número com o substantivo mais próximo. Exemplo: Isabel tem
verbal “destacamos” é transitiva direta, seu objeto direto “uma ex- boa memória e talento.
tensa e diversificada cadeia de fornecedores” deve ser substituído
pelo pronome oblíquo “o”, exclui-se o “s” e acrescenta-se um “l” Observação:
ao pronome; c) favorecendo-o - a forma verbal “favorecendo” é Se os substantivos forem nomes próprios ou indicarem pa-
transitiva direta, seu complemento direto deve ser substituído pelo rentesco, o adjetivo concordará no plural. Exemplos: As alegres
pronome pessoal “o”; e) que os suprem - a forma verbal “suprem” Priscila e Amanda foram ao cinema; Vi os simpáticos primos e
é transitiva direta, seu objeto direto “produtos” deve ser substitu- primas na festa.
ído pelo pronome pessoal oblíquo “os”, como há palavra atrativa
(vocábulo “que”), emprega-se o pronome antes do verbo. b) Adjetivo posposto aos substantivos: concordará com o mais
próximo ou com todos eles, ficando no plural masculino se hou-
09. Resposta D. Subtrai-as - a forma verbal “Subtrai” é tran- ver gêneros diferentes. Exemplos: Encontrei a jovem e o jovem
sitiva direta, o seu complemento direto deve ser substituído pelo entediados. O sofá, o armário, o ventilador e as mesas são novas
pronome oblíquo “as”. (concordância com “mesas” ou novos (concordância com todos os
substantivos).
Demais alternativas: a) correta - o verbo satisfazer é transiti-
vo direto, seu complemento direto deve ser substituído pelo pro- Observação: Se os substantivos forem antônimos, irá para o
nome oblíquo o”, como o verbo termina por “r”, substitui-se essa plural. Exemplo: Vilma era capaz de num mesmo momento jurar
consoante e acrescenta-se um “l” ao pronome; b) correta - a forma amor e ódio eternos.
verbal “inicia” é transitiva direta, seu complemento direto deve
ser substituído pelo pronome oblíquo “a”, como há o pronome III. Um substantivo modificado por dois ou mais adjetivos no
“que” existe caso de próclise (pronome antes do verbo); c) correta singular. Admitem-se duas construções:
- forma verbal no infinitivo, seu complemento deve ser substituído
pelo pronome oblíquo “o”, como termina em “r”, exclui-se essa a) O substantivo fica no singular e os adjetivos recebem arti-
consoante e acrescente um “l” ao pronome; e) correta - a forma gos. Exemplo: Estudo a língua alemã e a francesa.
verbal “pergunta” é transitiva direta e indireta, o seu complemento
indireto deve ser substituído por “lhe”, como há a conjunção su- b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do
bordinativa “quando”, antepõe-se o pronome antes do verbo. adjetivo. Exemplo: Estudo as línguas alemã e francesa.
10. Resposta A. Para sublimá-la - verbo transitivo direto + IV. Expressões é bom, é necessário, é proibido e equiva-
pronome pessoal oblíquo “a”, como termina em “r”, substitui-se lentes
essa consoante e acrescenta-se um “l” ao pronome.
a) Essas expressões concordam com o substantivo a que se
Demais alternativas: b) porque os projetamos - verbo tran- referem quando é precedido de artigo ou pronome. Exemplos: É
sitivo direto + pronome oblíquo “os”, como há palavra atrativa proibida a entrada; É necessária muita calma.
(conjunção “porque”), emprega-se a próclise; c) submeteram-no
- verbo transitivo direto + pronome oblíquo “o”, como termina em b) Elas ficam invariáveis quando o substantivo não é precedi-
nasal, acrescenta-se um “n” ao pronome; d) revelando-a - verbo do de artigo ou de pronome: Exemplos: É proibido entrada; Ce-
transitivo direto + pronome oblíquo “a”; e) a associá-lo - verbo noura é bom para a visão.
transitivo direto + pronome oblíquo “o”, como termina em “r”,
elimina-se tal consoante e acrescenta-se um “l” ao pronome. V. Anexo, incluso, próprio, obrigado
Didatismo e Conhecimento 46
LÍNGUA PORTUGUESA
Concordam com o substantivo a que se referem. Exemplos: XIII. Concordância ideológica
As faturas seguem anexas; O comprovante segue incluso; Nós
próprias fizemos as correções, disseram as moças; Muito obriga- Prevalece a ideia ou o sentido subentendido. Exemplo: Os
da, agradeceu a servidora. brasileiros comemoramos a vitória sobre a Argentina (subenten-
de-se nós, os brasileiros).
Observação: A expressão em anexo é invariável. Exemplo:
As faturas seguem em anexo. XIV. Só
Exigem o substantivo posposto no singular, mas o adjetivo no XVII. Substantivo empregado como adjetivo
plural. Exemplo: Não conheço nem uma nem outra marca antigas
de detergente. Recebe o nome de derivação imprópria - não varia: Exemplos:
camisas vinho, festa monstro.
IX. Possível
XVIII. Porcentagem e formas fracionárias.
Em expressões como o mais, o menos, o melhor, o pior, as
mais, os menos, os piores, as melhores, a palavra possível concor- Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica
dará com o artigo. Exemplos: Conheci museus o mais interessante porcentagem ou fração seguida de substantivo, o verbo deve con-
possível; Visitei museus os mais interessantes possíveis. cordar com o substantivo. Exemplos: 30% do orçamento familiar
destinou-se à Educação; 1/3 do orçamento destinou-se à Educa-
X. Mesmo ção; 10% dos entrevistados ainda não sabiam em quem votar; 2/3
dos entrevistados declararam o seu voto.
a) Como advérbio é invariável. Exemplo: Preciso mesmo ser
Observação: Quando a expressão que indica porcentagem ou
aprovado.
fração não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com
o número. Exemplos: 1,7% foi aprovado no concurso da OAB; 1/3
b) Como pronome varia. Exemplo: Os mesmos negócios es-
obteve nota mínima; 70% querem aumento salarial na empresa;
cusos garantiram a sua entrada na política. 2/5 esqueceram algum documento.
XI. Bastante Concordância Verbal
a) Como advérbio é invariável. Exemplo: As mulheres falam Regra: O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito.
bastante. Exemplo: Nós discutimos sobre futebol sempre que nos encon-
tramos.
b) Como adjetivo ou pronome varia. Exemplos: O advogado
já reuniu provas bastantes (adjetivo) para incriminar o réu; O juiz Sujeito simples
já reuniu bastantes (pronome) provas para incriminar o réu.
I. Pronomes de Tratamento
XII. Tal qual
O verbo fica na 3ª pessoa do singular ou do plural. Exemplos:
Tal concorda com o termo antecedente, qual, com o termo Vossa Excelência tentará a reeleição? Vossas Excelências deve-
consequente. Exemplo: As mulheres são vaidosas tais qual a mãe. riam renunciar.
Didatismo e Conhecimento 47
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II. Indicadores de horas (bater, dar, soar, badalar) X. Nome próprio no plural
a) Se houver sujeito concordará com ele. Exemplo: O relógio a) Com artigo no plural - verbo no plural. Exemplo: Os Esta-
da Praça da Sé deu 13h. dos Unidos possuem muitos atletas de elite.
b) Se não houver sujeito concordará com o numeral. Exemplo: b) Sem artigo ou com artigo no singular - verbo no singular.
Soaram cinco horas no relógio da igreja. Exemplo: Minas Gerais é o Estado que mais produz queijo.
III. Pronome relativo que XI. Pronome indefinido ou interrogativo no plural (alguns,
muitos, pouco, quais, quantos, quaisquer)
A concordância será com o antecedente dele. Exemplos: Fui
eu que denunciei o infrator à polícia; És tu que dizes muitas men- Se vier seguido pelas expressões: “de vós” ou “por nós”,
tiras. concordará com o pronome pessoal ou irá para a terceira pessoa
do plural. Exemplos: Quais de nós adquiriremos / adquirirão o
IV. Pronome relativo quem novo produto?; Alguns de vós sabíeis / sabiam da denúncia.
Há duas possibilidades de concordância: com o antecedente Observação: Se o pronome estiver no singular, o verbo ficará
do pronome ou empregá-lo na terceira pessoa do singular. Exem- no singular. Exemplos: Qual de nós sabia da declaração do presi-
plo: Fomos nós quem tiramos dez na prova de Redação ou Fomos dente? Algum de vós relatou o episódio?
nós quem tirou dez na prova de Redação.
XII. Pronome se apassivador
V. Coletivo
Concorda com o sujeito. Exemplo: Vendem-se imóveis em
a) O verbo fica no singular. Exemplo: Um bando pichou o São José dos Campos.
muro.
XIII. Pronome se índice de indeterminação do sujeito
b) Se o coletivo vier especificado, o verbo fica no singular ou
no plural. Exemplo: Um bando de vândalos pichou / picharam o
O verbo fica na terceira pessoa do singular. Exemplo: Precisa-
muro.
-se de professores habilitados para a Editora.
VI. Mais de um
Sujeito composto
a) O verbo fica no singular. Exemplo: Mais de um atleta supe-
Regra básica: o verbo vai para o plural. Exemplo: Marido e
rou o recorde mundial nos jogos de inverno.
mulher discutiam a renda familiar.
b) O verbo vai para o plural se houver repetição ou recipro-
cidade. Exemplos: Mais de um governador, mais de um senador, Regras gerais
mais de um prefeito obtiveram a reeleição; Mais de um torcedor
agrediram-se antes do início do jogo. I. Pessoas gramaticais diferentes
VII. Expressões partitivas (metade de, a maioria de, gran- A primeira pessoa do plural prevalece sobre a segunda pessoa,
de parte de, uma porção de etc.) que por sua vez, prevalece sobre a terceira. Exemplos: Eu, tu e
Alfredo viajaremos a Portugal (equivale a nós); Tu e Alfredo via-
Quando vier seguido de pronome ou substantivo no plural, o jareis a Portugal (equivale a vós).
verbo pode ficar no singular ou no plural. Exemplo: A maioria dos Observação: Quando houver segunda e terceira pessoas,
jovens eleitores anulou / anularam o voto. pode-se empregar também o verbo na terceira pessoa do plural.
Exemplo: Tu e Alfredo viajarão a Portugal.
VIII. Expressões: Um dos que, uma das que
II. Palavras sinônimas ou em gradação
O verbo fica no singular ou no plural. Exemplo: Maria Eduar-
da é uma das que menos estuda / estudam no colégio. Concordará com a palavra mais próxima ou irá para o plural.
Exemplo: O rancor, a ira, a raiva fez / fizeram com que ele aban-
IX. Quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, donasse o partido.
perto de)
III. Resumido por nada, tudo ou expressões equivalentes
Se a expressão vier seguida de numeral e substantivo, o verbo
concordará com o substantivo. Exemplo: Perto de duas mil pesso- O verbo fica no singular: Os móveis, as joias, o dinheiro, tudo
as foram ao velório do atleta. foi levado pelos frequentadores do clube.
Didatismo e Conhecimento 48
LÍNGUA PORTUGUESA
IV. Ou / Nem III. Indicação de datas, horas e distância.
O verbo vai para o plural. Exemplo: Nem o professor nem o O verbo ser é impessoal (conjugado sempre na terceira pessoa
aluno chegaram a uma conclusão. do singular), concordando com a expressão numérica. Exemplos:
Observação: Se houver ideia de exclusão, o verbo ficará no É um hora e cinquenta e nove minutos; São dez horas; Daqui a
singular. Federer ou Nadal vencerá o torneio de tênis. Atibaia são sessenta quilômetros; Hoje são vinte de outubro.
O verbo vai para o plural ou concorda com o antecedente. IV. Expressões é muito, é pouco, é suficiente e equivalentes
Exemplo: O pintor como o seu ajudante acabou / acabaram a
obra do prédio. O verbo ficará no singular. Exemplo: Ganhar R$10 000,00 por
mês é pouco (é bastante, é suficiente).
VII. Um ou outro / Nem um nem outro
Concordância com verbos impessoais fazer, haver
O verbo fica no singular ou vai para o plural. Exemplo: Um ou
outro obteve / obtiveram a nota máxima.
Os verbos impessoais não têm sujeito, sendo conjugados na
terceira pessoa do singular.
VIII. Infinitivos
O verbo fica no singular. Exemplo: Cada eleitor, cada servidor a) Se vier acompanhado por verbo auxiliar, ele também será
do Cartório votou na última eleição. impessoal. Exemplo: Deve haver muitos partidos preocupados
com o resultado das eleições.
X. Sujeito posposto ao verbo
I. Com pronomes tudo, isso, isto, aquilo Será impessoal no sentido de tempo transcorrido ou indicando
fenômeno meteorológico. Exemplos: Faz seis meses que não vejo
A concordância dar-se-á com o predicativo. Exemplos: Tudo meu primo Ricardo; Hoje fez quarenta graus à sombra.
são flores; Aquilo eram recordações.
Observação: Se vier acompanhado por verbo auxiliar, ele
II. Quando o sujeito ou o predicativo for nome próprio, a
também ganha a impessoalidade. Vai fazer três meses que não
concordância far-se-á com ele. Exemplos: Fernando era só pro-
blemas; O homem é cinzas. chove.
Didatismo e Conhecimento 49
LÍNGUA PORTUGUESA
Considerações finais f) Há bastante razões para eu não votar no seu partido.
.........................................................................................................
Quando seguido de infinitivo, admite duas construções:
g) Assisti e gostei muito do filme.
a) Não se flexiona o infinitivo. Exemplo: Alguns jogadores
pareciam chorar com a eliminação do campeonato. .........................................................................................................
......................................................................................................... .........................................................................................................
......................................................................................................... .........................................................................................................
c) Conheci escritores os mais brilhantes possíveis. m) Está incluso no total do recibo, a sua comissão na venda
do produto.
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
d) Todos ficarão alertas, embora os grevistas já tenham se dis-
persado. n) Nós estávamos quite com o serviço militar.
......................................................................................................... .........................................................................................................
......................................................................................................... .........................................................................................................
e) Ainda meia furiosa, mas com menas violência, proferia in- o) Respondia com gesto e expressão irônica.
júrias bastante para escandalizar todos.
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
Didatismo e Conhecimento 50
LÍNGUA PORTUGUESA
2. Corrija as frases a seguir, quando necessário. k) Sabe quantos meses fazem que não vou ao teatro? Pois hoje
estão fazendo nove meses.
a) Um bloco de foliões animava a festa de carnaval em Recife.
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
l) Não pode existir, pois, no futebol brasileiro, razões para an-
b) Não fomos nós quem incentivamos a briga entre vocês. gústias, uma vez que não falta, no gramado de nossos estádios,
talentos incomparáveis.
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
c) Vossa Excelência e sua comitiva sereis nossos convidados
.........................................................................................................
de honra.
Didatismo e Conhecimento 51
LÍNGUA PORTUGUESA
GABARITOS r) Atendeu-se a todos os pedidos durante a campanha presi-
dencial.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO s) Hão de ser corrigidos todos os erros de concordância verbal.
t) A nenhum dos passageiros perturbava, de fato, a vagarosi-
1. dade daqueles trens cheios de poesia.
a) Segue anexa uma cópia do soneto composto pela pseudo
poetisa, no qual a autora tenta imitar o grande Bilac, usando as TESTES DE CONCURSOS COMENTADOS
mesmas imagens.
b) Bebida alcoólica não é permitido neste recinto. 01. (Fundação Carlos Chagas) A concordância verbo-nominal
c) Frase correta. está inteiramente correta na frase:
d) Todos ficarão alerta, embora os grevistas já tenham se dis- a) Existe desafios comuns às áreas urbanas densamente povo-
persado. adas, no mundo todo, sendo um deles o trânsito, responsáveis pela
e) Ainda meio furiosa, mas com menos violência, proferia in- poluição atmosférica em uma metrópole.
júrias bastantes para escandalizar todos. b) A África é o continente em que ocorrem, de forma mais
f) Há bastantes razões para eu não votar no seu partido. rápida, a migração das zonas rurais para as áreas urbanizadas, prin-
g) Assisti ao filme e gostei muito dele. cipalmente em virtude de guerras e de secas.
h) Depois de assistir a algumas aulas, prefiro ficar na sala a c) Há um século, o maior número de megalópoles se concen-
brincar no pátio da escola. trava em países ricos; atualmente a maioria delas está nos países
I) Frase correta. em desenvolvimento.
j) Tenho uma amiga que é meio ingênua em termos de política. d) Na maioria dos países emergentes o crescimento das cida-
k) Aquela decisão me custou muito caro. des acontecem sem nenhum planejamento, criando problemas ao
l) Frase correta. poder público difícil de resolver.
m) Está inclusa no total do recibo, a sua comissão na venda e) O maior atrativo para a vida nas cidades é as possibilidades
do produto. de desfrutar mais de saúde, educação, lazer, elementos que garante
n) Nós estávamos quites com o serviço militar. qualidade de vida aos moradores.
o) Respondia com gesto e expressão irônica ou irônicos.
02. (Fundação Carlos Chagas) O verbo registrado entre parên-
2.
teses cuja flexão deverá ser feita no plural está na frase:
a) Um bloco de foliões animava / animavam a festa de carna-
a) É importante saber como se ..................... os melhores re-
val em Recife.
sultados da leitura de jornais. (atingir)
b) Não fomos nós quem incentivou / incentivamos a briga en-
b) Nenhuma das soluções apontadas ..................... livre de in-
tre vocês.
terpretações deturpadas da realidade. (estar)
c) Vossa Excelência e sua comitiva serão nossos convidados
c) A tentativa de controle das informações veicula-
de honra.
das..................... em regimes totalitários. (ocorrer)
d) Podem ter certeza de que não serei eu que arcarei com as d) A televisão, por sua abrangência e propostas de diversão,
despesas de sua festa de casamento. ..................... entre os meios de comunicação. (sobressair)
e) Choveram pedaços de granizo no interior de Santa Catarina. e) A preferência dos leitores, a partir das informações obtidas,
f) Restauram-se móveis antigos e consertam-se televisores em ..................... resultados imprevisíveis. (apresentar)
cores.
g) Precisa-se de líderes que ajudem a civilizar o país.
h) Frase correta. 03. (Fundação Carlos Chagas) As normas de concordância es-
i) 12% da produção de tomate se perdeu com a geada no Sul tão plenamente observadas na frase:
do Brasil. a) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em torno
j) Mais de trezentas pessoas acertou o resultado da loteria es- de três acepções de Ética.
portiva. b) As referências que se faz à natureza da ética consideram-na,
k) Sabe quantos meses faz que não vou ao teatro? Pois hoje com muita freqüência, associada aos valores morais.
está fazendo nove meses. c) Não coubessem aos juristas aproximar-se da ética, as leis
l) Não podem existir, pois, no futebol brasileiro, razões para deixariam de ter a dignidade humana como balizamento.
angústias, uma vez que não faltam, no gramado de nossos estádios, d) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o efeti-
talentos incomparáveis. vo valor de que se impregna a conduta dos indivíduos.
m) Tem havido dúvidas sobre a capacidade de reação da equi- e) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as
pe carioca. circunstâncias, atentar para a observância dos valores éticos.
n) Frase correta.
o) Fazia apenas dois meses que ela ficara viúva e mais de uma 04. (Fundação Carlos Chagas) O verbo indicado entre parên-
proposta de casamento apareceu; porém, devia haver sérios moti- teses deverá flexionar-se no plural para preencher de modo coreto
vos para ela recusá-las. a lacuna da frase:
p) Já houve duas guerras mundiais no século passado. Haverá a) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não
outras? .................... (deixar) de as recolher quem não pode pagar pelas
q) q) Gérson, os filhos, eu e tu iremos ao cinema. boas e bonitas.
Didatismo e Conhecimento 52
LÍNGUA PORTUGUESA
b) ....................-se (dever) aos ruidosos funcionários da lim- e) Nem sempre é possível evitar acontecimentos trágicos que
peza pública a providência que fará esquecer que ali funcionou acabam ocorrendo em lugares em que se encontram muitas pes-
uma feira. soas.
c) Não .................... (aludir) aos feirantes mais generosos, que
oferecem as sobras de seus produtos, a observação do autor sobre 08. (Fundação Carlos Chagas) Já ................ várias medidas
o egoísmo humano. para que se ................ os índices de desmatamento em toda a re-
d) A pouca gente .................... (deixar) de sensibilizar os pe- gião.
nosos detalhes da colega, a que o narrador deu ênfase em seu texto. a) foi tomadas - reduzissem
e) Não ................... (caber) aos leitores, por força do texto, b) foi tomado - reduzissem
criticar o lucro razoável de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável c) foram tomadas - reduzissem
impiedade de outros. d) foram tomadas - reduzisse
e) foi tomado - reduzisse
05. (Fundação Carlos Chagas) A concordância verbal e nomi-
nal está inteiramente correta na frase: 09. (Fundação Carlos Chagas) A concordância verbal e nomi-
a) Medidas sem precedentes em vários países, voltadas para nal está inteiramente correta na frase:
conter o pânico no mercado financeiro internacional, ainda não
a) Os caboclos da região, que vivem na floresta e dela retiram
conseguiu conter o impacto da crise.
seu sustento, sabem que é importante respeitar todas as formas de
b) A gestão dos riscos e das incertezas, que são responsabilida-
vida que nela se encontram.
de de governantes, trouxeram-lhe novos desafios: encontrar meios
e modos de superar a crise. b) Existe, na mitologia de vários povos, duendes com diversos
c) A falta de transparência dos produtos financeiros e do fun- poderes mágicos que encarna, sobretudo, o espírito da floresta.
cionamento do mercado econômico globais deram origem à atual c) É sempre relatado às crianças indígenas os feitos valorosos
crise que se expandiu no mundo todo. de ilustres guerreiros, como forma de manter as tradições da tribo.
d) Não se poderia manter intocável as ações e a ampla circula- d) O repositório de lendas brasileiras de origem indígena va-
ção de instrumentos financeiros, sem os necessários mecanismos de riam muito, mas mostram, particularmente, uma explicação para
supervisão e de controle. os fenômenos da natureza.
e) Os desequilíbrios do sistema financeiro global redundaram e) Quando se tratam de questões de sobrevivência na mata fe-
em inúmeros prejuízos à medida que despencou o valor das ações e chada, é necessário a presença de guias habituados às dificuldades
se retraíram as ofertas de crédito. da região.
06. (Fundação Carlos Chagas) A concordância verbal e nomi- 10. (Fundação Carlos Chagas) A concordância verbal e nomi-
nal está inteiramente correta na frase: nal está inteiramente correta na frase:
a) Nem sempre as pessoas se sentem dispostas a prestar aten- a) Destina-se, muitas vezes, as medidas econômicas a conter
ção em anúncios que é apresentado nos veículos de transporte, certos abusos existentes no mercado, protegendo as classes mais
como os táxis. desfavorecidas.
b) Muitos fabricantes não reconhecem que existe lugares onde b) Empresários buscam fórmulas eficazes de conquistar a
não deveria ser permitido a apresentação de anúncios, seja eles qual classe emergente, pois se sabem que os lucros é sempre mais segu-
forem. ro nessa camada social.
c) As empresas que querem anunciar seus produtos devem c) A classe média constitui um forte segmento de consumi-
respeitar os momentos de tranquilidade das pessoas cujo interesse dores, razão por que as pesquisas atualmente está sempre voltada
buscam despertar. para elas.
d) Ao ser anunciado, os produtos precisam oferecer alguma d) A meta de conquistar consumidores para seus produtos leva
coisa que possam despertar a atenção de quem está olhando para empresários a uma constante disputa nos meios de comunicação
eles.
de que dispõem.
e) Os anúncios espalhados pela cidade é que vai mostrar a qua-
e) Na economia de mercado, muitas vezes se esconde lucros
lidade dos produtos, para motivar os consumidores a comprá-lo.
maiores nos produtos que, em princípio, parece ser mais baratos.
07. (Fundação Carlos Chagas) A concordância verbal e nomi-
nal está inteiramente correta na frase: 11. (Fundação Carlos Chagas) Há um deslize na concordância
a) O confronto generalizado entre torcedores de times adversá- verbal da seguinte frase:
rios acabaram com grande número de feridos atendidos no hospital a) Não se devem abrir às crianças, sejam elas pobres ou não, a
mais próximo. opção entre estudar ou trabalhar.
b) Existe sempre alguns fatos que vai dar origem aos protes- b) Será que cabe apenas aos governantes tomar medidas que
tos violentos, que acabam em depredações e em grande número de impeçam a exploração profissional dos menores?
feridos. c) Destacam-se, entre os argumentos já levantados contra o
c) É importante as medidas de controle que é feita pelos órgãos trabalho infantil, os que defendeu Darcy Ribeiro.
responsáveis pela segurança em eventos que atraem multidões d) Aos que não desejam alinhar-se contra o trabalho infantil
d) Seria necessário maiores cuidados com a segurança do pú- resta combater em nome dos ideais de Darcy Ribeiro.
blico em eventos onde se encontra milhares de pessoas, de todas e) Sempre haverá, por esta ou aquela razão, os que defendem
as idades. a inserção das crianças pobres no mercado de trabalho.
Didatismo e Conhecimento 53
LÍNGUA PORTUGUESA
12. (Fundação Carlos Chagas) O verbo indicado entre parên- d) Atitudes firmes e claras voltadas para a sustentabilidade na
teses deverá adotar obrigatoriamente uma forma do plural para exploração dos recursos da natureza deve trazer lucros promisso-
preencher com correção a lacuna da frase: res para as empresas.
a) Estão sendo ditas muitas coisas e .......................... (ter) e) Deveria ser divulgado claramente os princípios que nor-
havido muitos protestos durante esses dias de manifestações, em teiam as atividades empresariais, como diretriz para orientar os
Gênova. consumidores
b) .......................... (faltar) a todos esses jovens manifestan-
tes, segundo os velhos líderes estudantis, maior solidez nas reivin- RESPOSTAS
dicações políticas.
c) Não .......................... (ocorrer) ao ex-líder estudantil Mário 01. Resposta C. Se concentrava - concordância com o núcleo
Capanna, em seu pronunciamento, as lembranças de quando era do sujeito “número”, está - concordância com o núcleo do sujeito
um rígido stalinista? “maioria”.
d) Não .......................... (competir) aos velhos políticos de
esquerda avaliar com maior isenção as atitudes dos jovens con- Demais alternativas: a) existem - concordância com o núcleo
testadores? do sujeito “desafios”, responsável - o adjetivo deve concordar com
e) .......................... (estar) nas teses confusas dos jovens ma- o substantivo “trânsito”; b) ocorre - concordância com o núcleo do
nifestantes a razão mesma dos sentimentos de adesão e simpatia sujeito “migração”; d) acontece - concordância com o núcleo do
que o autor confessa ter
sujeito “crescimento”, difíceis - o adjetivo deve concordar com o
substantivo “problemas”; e) é / são - com o verbo “ser” pode-se
13. (Fundação Carlos Chagas) A concordância verbal e nomi-
concordar com o sujeito ou com o predicativo (“possibilidades”),
nal está inteiramente correta na frase:
a) A existência de florestas em várias regiões é garantia de garantem - concordância com “elementos”.
melhor distribuição de chuvas, por conta da umidade que gera as
nuvens. 02. Resposta A. Atingem - concordância com o núcleo do
b) Vale para todo mundo as explicações para os fenômenos sujeito “resultados”.
climáticos extremos que está ocorrendo em diversos países.
c) A água nas regiões quentes de florestas evaporam mais do Demais alternativas: b) está - concordância com o núcleo do
que nos oceanos, e o fluxo de ar úmido se dirige para o continente. sujeito “Nenhuma”; c) ocorre - concordância com o núcleo do
d) Sempre haverão pesquisadores dispostos a questionar as sujeito “tentativa”; d) sobressai - concordância com o núcleo do
bases de novas teorias, até que elas os convença de sua validade. sujeito “televisão”; e) apresenta - concordância com o núcleo do
e) É somente acima de 20% que as taxas de umidade do ar se sujeito “preferência”.
torna saudável para que as pessoas respirem normalmente.
03. Resposta E. Convém - concordância com o sujeito ora-
14. (Fundação Carlos Chagas) Observam-se corretamente as cional (quando o sujeito de um verbo é uma oração, ficando esse
regras de concordância verbal e nominal em: verbo na terceira pessoa do singular) “atentar para a observância
a) Causam grande admiração, por parte de todos aqueles que dos valores éticos).
se dispõem a ouvir as criações insuperáveis de João Gilberto, o
rigor com que ele se dedica à sua arte. Demais alternativas: a) Costuma-se - concordância com o su-
b) Ainda que possam haver vozes discordantes, é preciso reco- jeito oracional “especular”; b) fazem - concordância com o núcleo
nhecer que a bossa nova tem sido o estilo mais influente na música do sujeito “referências”; c) coubesse - concordância com o sujeito
brasileira das últimas décadas. oracional “aproximar-se”; d) deriva - concordância com o núcleo
c) Não é possível exagerar a importância de João Gilberto do sujeito “valor”.
para a música brasileira e a contribuição que ele tem dado para a
divulgação dessa música no exterior. 04. Resposta D. Deixam de sensibilizar - concordância com
d) Há muitos artistas de destaque que, como João Gilberto, o núcleo do sujeito “detalhes”.
parece tentar a todo custo manter uma vida reservada e o mais
distante possível dos holofotes.
Demais alternativas: a) deixa - concordância com o núcleo do
e) Não é exagero dizer que com frequência se ouve, em países
sujeito “quem”. Observação: “Frutas e verduras” é o objeto direto;
onde menos seria de se esperar, músicas brasileiras que só contá-
vamos ouvir em nosso país. b) Deve-se - concordância com o núcleo do sujeito “providência”;
c) Alude - concordância com o núcleo do sujeito “observação”; e)
15. (Fundação Carlos Chagas) A concordância verbal e nomi- cabe aos leitores - concordância com o sujeito oracional (quando
nal está inteiramente correta na frase: o sujeito de um verbo é uma oração, ficando esse verbo na terceira
a) Chegou ao fim as campanhas voltadas para a reciclagem de pessoa do singular) “criticar o lucro razoável de alguns feirantes”.
materiais nas cidades escolhidas no projeto-piloto.
b) A conscientização dos moradores daquela área contamina- 05. Resposta E. redundaram - concordância com o núcleo do
da pelos resíduos tóxicos acabaram surtindo bons resultados. sujeito “desequilíbrios”, despencou - concordância com o núcleo
c) Muitos consumidores se mostram engajados na luta pela do sujeito “valor”; retraíram - concordância com o núcleo dos
sustentabilidade e traduzem seu compromisso em tudo aquilo que sujeito “ofertas”.
compram.
Didatismo e Conhecimento 54
LÍNGUA PORTUGUESA
Demais alternativas: a) conseguiram - concordância com o 11. Resposta A. Deve abrir - concordância com o núcleo do
núcleo do sujeito “Medidas”; b) é, trouxe-lhe - concordância com sujeito “opção”.
o núcleo do sujeito “gestão”; c) global - concordância com o subs-
tantivo “mercado”, deu - concordância com o núcleo do sujeito Demais alternativas: b) será - concordância com o sujeito
“falta”; d) poderiam manter - concordância com o sujeito com- oracional (quando o núcleo do sujeito é um verbo) “cabe apenas
posto “as ações e a ampla circulação de instrumentos financeiros”. aos governantes”; cabe - concordância com o sujeito oracional
“tomar medidas”; impeçam - concordância com “medidas”; c)
06. Resposta C. Querem anunciar, devem respeitar, bus- Destacam-se - concordância com o sujeito “os” (pronome de-
cam despertar - concordância com o núcleo do sujeito “empre- monstrativo - equivale a aqueles), levantados - concordância com
sas”. o núcleo do sujeito “argumentos”, defendeu - concordância com o
sujeito “Darcy Ribeiro”; d) desejam - concordância com o sujeito
Demais alternativas: a) são apresentados - concordância com “Aos” (pronome demonstrativo - equivale a Aqueles), resta - con-
o substantivo “anúncios”; b) existem - concordância com o sujeito cordância com o sujeito oracional “combater em nome dos ideais
“lugares”, permitida - concordância com o substantivo “apresen- de Darcy Ribeiro”; e) haverá - verbo impessoal na acepção de
tação”; d) serem anunciados - concordância com o núcleo do su- existir, conjugado na terceira pessoa do singular, defendem - con-
jeito “produtos”, possa despertar - concordância com o substanti- cordância com o sujeito “os” (pronome demonstrativo - equivale
vo “coisa”; e) vão mostrar - concordância com o núcleo do sujeito a aqueles).
“anúncios”, comprá-los - concordância com “produtos”.
12. Resposta C. Ocorreram - concordância com o núcleo do
07. Resposta E. É possível - concordância com o sujeito sujeito “lembranças”.
oracional “evitar acontecimentos trágicos”; acabam ocorrendo -
concordância com o núcleo do sujeito “acontecimentos”; encon- Demais alternativas: a) tem havido - nas locuções verbais, o
tram - concordância com o núcleo do sujeito “pessoas”. verbo haver quando impessoal (3ª pessoa do singular), transmite a
impessoalidade a seu auxiliar; b) falta - concordância com o nú-
Demais alternativas: a) acabou - concordância com o núcleo cleo do sujeito “solidez”; d) compete - concordância com o sujeito
do sujeito “confronto”; b) Existem - concordância com o núcleo oracional (quando o núcleo do sujeito é um verbo) “avaliar com
do sujeito “fatos”, vão dar, acabam - concordância com “protes-
maior isenção as atitudes dos jovens contestadores”; e) está - con-
tos violentos”; c) São importantes - concordância com o núcleo
cordância com o núcleo do sujeito “razão”.
do sujeito “medidas”, São importantes, são feitas - concordância
com o núcleo do sujeito “medidas”; d) Seriam necessários - con-
13. Resposta A. É - concordância com o núcleo do sujeito
cordância com o núcleo do sujeito “cuidados”, encontram - con-
“existência”, gera - concordância com o substantivo “umidade”.
cordância com o núcleo do sujeito “pessoas”.
Demais alternativas: b) Valem - concordância com o núcleo
08. Resposta C. Foram tomadas - concordância com o nú-
do sujeito “explicações”, estão ocorrendo - concordância com
cleo do sujeito “medidas”; reduzissem - concordância com o nú-
cleo do sujeito “índices”. “fenômenos climáticos extremos”; c) evapora - concordância
com o núcleo do sujeito “água”; d) haverá - verbo impessoal na
09. Resposta A. Vivem, retiram, sabem – concordância com acepção de existir, conjugado na terceira pessoa do singular, con-
o núcleo do sujeito “caboclos”, encontram – concordância com o vençam - concordância com o sujeito “elas”; e) tornam saudáveis
substantivo “formas”. - concordância com o núcleo do sujeito “taxas”.
Demais alternativas: b) Existem, encarnam - concordância 14. Resposta C. Não é possível - concordância com o sujeito
com o sujeito “duendes”; c) São sempre relatados - concordância oracional ”exagerar a importância de João Gilberto...”.
com o núcleo do sujeito “feitos”; d) varia, mostra - concordância
com o núcleo do sujeito “repositório”; e) Quando se trata - verbo Demais alternativas: a) Causa - concordância com o núcleo
transitivo indireto acompanhado pelo pronome oblíquo “se”, deve do sujeito “rigor”; b) possa haver - nas locuções verbais o ver-
permanecer no singular, é necessária a presença - concordância bo haver quando impessoal (3ª pessoa do singular), transmite a
com o artigo feminino “a”. impessoalidade a seu auxiliar; d) parecem tentar ou parece ten-
tarem - concordância com o substantivo “artistas”; e) ouvem -
10. Resposta D. Leva - concordância com o núcleo do sujeito concordância com o núcleo do sujeito “músicas”.
“meta”, dispõem - concordância com o sujeito “empresários”.
15. Resposta C. Mostram, traduzem, compram - concor-
Demais alternativas: a) Destinam-se - concordância com o dância com o núcleo do sujeito “consumidores”.
núcleo do sujeito “medidas”; b) pois se sabe - concordância com o
sujeito oracional “que os lucros são mais seguros”; c) estão sem- Demais alternativas: a) Chegaram - concordância com o nú-
pre voltadas - concordância com o núcleo do sujeito “pesquisas”; cleo do sujeito “campanhas”; b) acabou - concordância com o nú-
e) muitas vezes se escondem - concordância com o núcleo do cleo do sujeito “conscientização”; d) devem trazer - concordância
sujeito “lucros”, parecem ser ou parece serem mais seguros - com o núcleo do sujeito “atitudes”; e) Deveriam ser divulgados
concordância com o substantivo “produtos”. - concordância com o núcleo do sujeito “princípios”.
Didatismo e Conhecimento 55
LÍNGUA PORTUGUESA
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL Regência com o advérbio
Didatismo e Conhecimento 56
LÍNGUA PORTUGUESA
c) VTI - caber: Este direito assiste a todos os servidores pú- 11. OBEDECER / DESOBEDECER
blicos.
VTI - Devemos obedecer à família. / Devemos desobedecer
d) VI - morar, residir: Assisto em São Paulo há mais de vinte às leis desumanas.
anos. Observação: Esses verbos não aceitam lhe quando o com-
plemento é coisa. Devemos obedecer (desobedecer) a elas (leis).
4. CHAMAR
12. PAGAR / PERDOAR
a) VTD - convocar: A ministra chamou os subordinados para
nova reunião. VTDI - Paguei a conta ao balconista. / Perdoei a ofensa ao
infrator.
b) VTD ou VTI - denominar: O diretor chamou os subordi-
nados de desleais ou O diretor chamou aos subordinados desleais. 13. PRECISAR
5. CUSTAR
VTI - necessitar: Preciso de sua ajuda para resolver problemas
financeiros.
a) VTI - ser custoso, ser difícil: Custa-nos compreender o ra-
ciocínio do prefeito.
VTD - indicar com precisão: Fabiana precisou o lugar onde
b) VI - ter valor ou preço de: O pão francês não deveria custar escondeu o celular da irmã.
tanto.
14. PREFERIR
6. ESQUECER / LEMBRAR
VTDI - Prefiro frutas a doces.
a) VTD - formas não pronominais: Fernando esqueceu (lem- São construções errôneas: Preferir mais, preferir menos, pre-
brou) a promessa. ferir mil vezes, etc.
a) VTI - amar, ter afeto, apreciar: De quem você gosta mais: d) VTI - realizar: Elias procedeu ao relatório da empresa.
de cachorro ou de gato?
16. QUERER
b) VTD - experimentar, provar, degustar: Adorei o vinho de-
pois que o gostei. a) VTD - desejar, cobiçar: Sofia queria uma nova fatia de bolo
de chocolate.
8. IMPLICAR
b) VTI - estimar, amar: Quero muito aos meus avós.
a) VTD - acarretar, provocar: Isso implicará prejuízos para o
país.
17. SIMPATIZAR / ANTIPATIZAR / CONFRATERNI-
b) VTI - ter implicância; envolver-se: Silvana implicou com o ZAR
preço da gasolina; Daniel implicou-se em ações ilícitas.
VTI - Não simpatizo com os políticos / Antipatizo com a maio-
9. MORAR / RESIDIR ria dos governos. Na festa de final de ano, todos confraternizaram.
Observação: Não são usados com as formas pronominais.
Devem estar acompanhados pela preposição em: Moro (Resi-
do) em Poços de Caldas. 18. TORCER
Didatismo e Conhecimento 57
LÍNGUA PORTUGUESA
19. VISAR o) Esta é uma manifestação .......... a violência infantil.
p) Alguma dúvida .......... regência nominal?
a) VTD - mirar, assinar, rubricar: Ele visou o recibo; Edivaldo q) Carlos é perito .......... informática.
visou o alvo e errou. r) Muitas pessoas fazem questão de se manterem alienadas
.......... problemas sociais.
b) VTI - almejar, desejar: Adriana visa ao cargo de chefia. s) Berenice é imune .......... seus comentários maldosos.
t) Gramática é preferível .......... Trigonometria.
Observações:
2. Corrija as frases, quando necessário.
a) A preposição pode ser omitida quando o verbo é seguido de a) Avisei-lhe de que não desejava substituí-Io na presidência,
infinitivo: Ariovaldo visava a descansar nas férias / ou Ariovaldo pois apesar de ter sempre servido a instituição, jamais aspirei tal
visava descansar nas férias. cargo.
b) Na acepção de almejar, desejar não aceita lhe como com-
plemento. Deve ser substituído por a ele(a), a eles(as). .........................................................................................................
.........................................................................................................
20. AVISAR / CERTIFICAR / CIENTIFICAR / INFOR-
MAR / NOTIFICAR / PREVENIR b) É dever de todo médico assistir todos os enfermos.
VTDI - com dois tipos de construções: Avisei-o de que não .........................................................................................................
haverá expediente hoje ou Avisei-lhe que não haverá expediente
hoje. .........................................................................................................
21. CHEGAR / DIRIGIR-SE / IR / VOLTAR / VERBOS c) As crianças preferem ir ao cinema do ficarem em casa ven-
QUE INDICAM MOVIMENTO do televisão.
.........................................................................................................
Exigem a preposição a: Vou ao teatro / Cheguei a farmácia /
Voltei ao baile. .........................................................................................................
Observação: Ir a - utilizado com ideia de retorno imediato: d) É preciso lembrar que você me deve mais atenção.
Vou a Portugal para passar as férias; Ir para - utilizado com ideia
de permanência, sem data para retornar: Vou para Portugal. .........................................................................................................
.........................................................................................................
22. VERBOS COM REGÊNCIAS DIFERENTES - Não se
deve atribuir um mesmo complemento a eles.
e) A atitude da ex-presidente implicou em descontentamento
de todo o país.
Ex.: Li e gostei do livro de Sartre (errado). O correto é: Li o
livro de Sartre e gostei dele. .........................................................................................................
1. Coloque a preposição adequada para completar as frases f) Não lhe conheço o suficiente para entender seus motivos,
abaixo mas aviso-lhe de que não o perdoo a traição.
a) O fumo é prejudicial .......... saúde.
.........................................................................................................
b) Financiamentos imobiliários tornaram-se acessíveis ..........
população. .........................................................................................................
c) Seu projeto é passível .......... reformulações.
d) Esteja atento .......... tudo que acontece por aqui. g) Chegando no local de trabalho encontrei as portas fechadas.
e) Suas ideias são compatíveis .......... as minhas.
f) Estamos fartos .......... tantas promessas. .........................................................................................................
g) Ela era suspeita .......... ter assaltado a loja.
h) O filme é proibido .......... menores de dezoito anos. .........................................................................................................
i) Andreia é bacharel .......... direito.
j) Francisco está acostumado .......... o trânsito congestionado h) O sócio visou a todas as folhas do contrato social.
de São Paulo. .........................................................................................................
k) Renato sente ojeriza .......... essa alimentação.
l) Tinha esperança .......... que você fosse aprovado no con- .........................................................................................................
curso.
m) O GPS é essencial .......... alguns motoristas.
n) Maria é devota .......... Nossa Senhora de Fátima.
Didatismo e Conhecimento 58
LÍNGUA PORTUGUESA
i) Aquela é a garota com quem muito me simpatizei. r) Aqui se jogam as sementes para informar-lhes de que a cul-
tura não deve ser acadêmica.
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
j) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem os
sinais de trânsito. s) Não nos interessa donde eles vêm, aonde moram, nem onde
pretendem ir.
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
k) Posso informar os senhores que ninguém, na reunião, ou-
sou aludir a tão delicado assunto. t) Gostei do filme que vi; Clarice, do filme que assistiu; San-
dra, do filme que te referiste; Fabiana, do filme que te opuseste;
......................................................................................................... Isabel, do filme que te queixaste.
......................................................................................................... .........................................................................................................
l) As últimas medidas tomadas visam ao racionamento de .........................................................................................................
água em São Paulo.
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
.........................................................................................................
GABARITOS
m) O Colégio São Rafael, situado à Rua do Progresso, encer-
rou suas atividades neste ano. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
......................................................................................................... 1.
......................................................................................................... a) O fumo é prejudicial à saúde.
b) Financiamentos imobiliários tornaram-se acessíveis à po-
n) Ele é uma pessoa em cuja honestidade ninguém duvida. pulação.
c) Seu projeto é passível de reformulações.
......................................................................................................... d) Esteja atento a tudo que acontece por aqui.
e) Suas ideias são compatíveis com as minhas.
......................................................................................................... f) Estamos fartos de tantas promessas.
g) Ela era suspeita de ter assaltado a loja.
o) A linguagem especial, cujo emprego se opõe o uso da co- h) O filme é proibido a menores de dezoito anos.
munidade, constitui um meio de os indivíduos de determinado gru- i) Andreia é bacharel em direito.
po dispõem para satisfazer o desejo de autoafirmação. j) Francisco está acostumado com o trânsito congestionado
de São Paulo.
.........................................................................................................
k) Renato sente ojeriza por essa alimentação.
......................................................................................................... l) Tinha esperança de que você fosse aprovado no concurso.
m) O GPS é essencial para alguns motoristas.
p) A professora aspirava o sucesso? Sim, aspirava-lhe. n) Maria é devota de Nossa Senhora de Fátima.
o) Esta é uma manifestação contra a violência infantil.
......................................................................................................... p) Alguma dúvida sobre regência nominal?
q) Carlos é perito em informática.
.........................................................................................................
r) Muitas pessoas fazem questão de se manterem alienadas
dos problemas sociais.
q) Esqueceu-me o desejo discreto de conhecer as coisas do
s) Berenice é imune aos seus comentários maldosos.
coração.
t) Gramática é preferível a Trigonometria.
.........................................................................................................
2.
......................................................................................................... a) Avisei-o de que não desejava substituí-Io na presidência,
pois apesar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei a
tal cargo.
b) Correta. Admite também: É dever de todo médico assistir a
todos os enfermos.
Didatismo e Conhecimento 59
LÍNGUA PORTUGUESA
c) As crianças preferem ir ao cinema a ficarem em casa vendo a) Durante milênios convivemos com a convicção...
televisão. b) Há outros ângulos do problema ...
d) É preciso lembrar de que você me deve mais atenção. c) ... que entopem as caixas de recepção de mensagens no
e) A atitude da ex-presidente implicou descontentamento de mundo ...
todo o país. d) ... que a própria ONU criou diretrizes mundiais ...
f) Não o conheço o suficiente para entender seus motivos, mas e) ... se haverá um limite para a internet ...
aviso-o de que não lhe perdoo a traição.
g) Chegando ao local de trabalho encontrei as portas fechadas. 04. (Fundação Carlos Chagas) Ganhos maiores também resul-
h) O sócio visou todas as folhas do contrato social. tam em novos hábitos ...
i) Aquela é a garota com quem muito simpatizei. O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifa-
j) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos do acima está na frase:
sinais de trânsito. a) A agricultura brasileira pode produzir mais ...
k) Posso informar aos senhores que ninguém, na reunião, ou- b) ... que diminuíram depois de episódios de seca ...
sou aludir a tão delicado assunto ou Posso informar os senhores de c) ... foi o aumento do uso do milho nos EUA para a produção
que ninguém... de etanol.
l) Frase correta. d) ... os exportadores têm obtido ganhos comerciais signifi-
m) O Colégio São Rafael, situado na Rua do Progresso, encer- cativos.
rou suas atividades nestes ano. e) ... para se ajustar às novas conjunturas.
n) Ele é uma pessoa de cuja honestidade ninguém duvida.
o) A linguagem especial, a cujo emprego se opõe o uso da 05. (Fundação Carlos Chagas) ...e sustentou uma infinidade
comunidade, constitui um meio de os indivíduos de determinado de apostas sombrias.
grupo dispõem para satisfazer o desejo de autoafirmação. O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o gri-
p) A professora aspirava ao sucesso? Sim, aspirava a ele. fado está na frase:
q) Frase correta. a) ...os brasileiros conviveram com uma ameaça nascida nos
r) Aqui se jogam as sementes para informar-lhes que a cul- boletins dos censos demográficos.
tura não deve ser acadêmica ou Aqui se jogam as sementes para b) A taxa de fecundidade é o fator...
informá-los (las) de que a cultura... c) ...a população cresce em ritmo mais lento.
s) Não nos interessa donde eles vêm, onde moram, nem aonde d) ...tiveram quedas expressivas em seus índices de natalida-
pretendem ir.” de.
t) Gostei do filme que vi; Clarice, do filme a que assistiu; San- e) ...e todos ficam mais ricos.
dra, do filme a que te referiste; Fabiana, do filme a que te opuseste;
Isabel, do filme de que te queixaste. 06. (Fundação Carlos Chagas) O Código de Defesa do Consu-
midor (CDC) atingiu sua maioridade plena em março de 2009 ...
TESTES DE CONCURSOS COMENTADOS O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifa-
do acima está na frase:
01. (Fundação Carlos Chagas) ... por que não aderi a essa his- a) ...serviu de inspiração para muitos países na construção de
tória de “estória”... suas leis.
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o do b) ...que tanto os consumidores quanto as empresas estão mais
grifado acima está na frase: conscientes e seletivos...
a) ... tudo é verdade mesmo. c) ...que a sociedade brasileira conta com mecanismos jurídi-
b) Acredito em tudo. cos adequados...
c) Ai do autor que não der essa impressão de verdade! d) ...para aprimorar seu canal de comunicação com a clientela.
d) ... se eu nunca pronunciei a palavra desse modo? e) ...pois ele é fonte de sustentabilidade para a sobrevivência
e) Não sou tão analfabeto assim. de qualquer fornecedor.
02. (Fundação Carlos Chagas) ... que vivem em áreas urbanas ... 07. (Fundação Carlos Chagas) ... que prevalece no conheci-
O mesmo tipo de regência que caracteriza o verbo grifado aci- mento do torcedor comum sobre os dados históricos.
ma está na oração: A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que
a) ... ultrapassará o de moradores do campo. o grifado acima é:
b) ... todo o crescimento populacional do planeta ocorrerá nas a) ... que homogeneíza todos os indivíduos.
cidades ... b) ... o sentimento tribal é muito forte ...
c) ... porque elas atraem diferentes tipos de moradores ... c) ... acompanha o indivíduo por toda vida ...
d) ... e dependem de normas comuns de comportamento. d) ... que (...) participam no rito das danças guerreiras.
e) ... a criar os filhos sob um controle extenuante. e) ... e estão espalhados por vários locais.
03. (Fundação Carlos Chagas) Pensam em novas formas de 08. (Fundação Carlos Chagas) A busca por explicações para
suprimento de energia ... os diversos matizes da personalidade...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifa- A mesma regência assinalada acima não está caracterizada na
do acima está na frase: expressão:
Didatismo e Conhecimento 60
LÍNGUA PORTUGUESA
a) a influência dos hábitos e do estilo de vida. 05. Resposta D. As formas verbais sustentou e tiveram são
b) na formação da personalidade. transitivas diretas.
c) produto apenas do ambiente.
d) uma reação à série de barbaridades. Demais alternativas: a) conviveram - verbo transitivo indire-
e) em vários países da Europa. to; b) é - verbo de ligação; c) cresce - verbo intransitivo; e) ficam
- verbo de ligação.
09. (Fundação Carlos Chagas) Órgãos públicos, entidades
não-governamentais e até mesmo internautas engajados aderiram 06. Resposta D. as formas verbais atingiu e aprimorar são
à novidade ... transitivas diretas.
A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que
o do grifado acima é: Demais alternativas: a) serviu - verbo transitivo indireto; b)
a) ... e, cada vez mais, interagem com as chamadas redes so- estão - verbo de ligação; c) conta - verbo transitivo indireto; e)
ciais. é - verbo de ligação.
b) Alguns movimentos ecológicos nasceram em redes...
c) Seu sucesso impulsiona o debate sobre o uso de redes so- 07. Resposta D. As formas verbais prevalece e participam
ciais na internet ... são intransitivas, não precisam de complemento. “No conheci-
d) ... intensificando contato direto com eles. mento do torcedor” e “no rito das danças guerreiras” são adjuntos
e) ... que o governo havia fraudado as votações. adverbiais de lugar.
10. (Fundação Carlos Chagas) Está correto o emprego do ele- Demais alternativas: a) homogeneíza - verbo transitivo dire-
mento sublinhado na frase: to; b) é - verbo de ligação; c) acompanha - verbo transitivo direto
a) As propostas políticas, de cuja falta sentiu Mário Capanna, e indireto; e) estão - verbo de ligação.
eram, na verdade, inúmeras e contrastantes.
b) As posições dos jovens manifestantes, das quais o autor se 08. Resposta E. O substantivo “países” não pede comple-
congratulou, eram as mais díspares possíveis. mento. A expressão “da Europa” é adjunto adverbial.
c) As ruas de Gênova, aonde se fixaram grupos de manifestan-
tes, ganharam uma nova animação. Demais alternativas: todos os substantivos pedem a preposi-
d) Os restos de esperanças socialistas, por cujas o autor já de- ção “de”.
monstrara simpatia, misturam-se a outras convicções.
09. Resposta A. As formas verbais aderiram e interagem são
e) Os impulsos missionários, de que o autor não se mostra
transitivas indiretas.
carente, poderiam levá-lo a combater a fome do mundo.
Demais alternativas: b) nasceram - verbo intransitivo; c) im-
RESPOSTAS
pulsiona - verbo transitivo direto; d) intensificando - verbo tran-
sitivo direto; havia - verbo transitivo direto.
01. Resposta B. As formas verbais aderi e acredito são tran-
sitivas indiretas.
10. Resposta E. De que - mostrar-se carente de algo.
Demais alternativas: a) é - verbo de ligação; c) der - verbo Demais alternativas: a) cuja falta (a forma verbal sentiu é
transitivo direto; d) pronunciei - verbo transitivo direto; e) sou - transitiva direta, sem preposição; b) com as quais (congratular-se
verbo de ligação. com alguma coisa); c) onde ou em que (ideia de lugar); d) por que
ou pelas quais (mostrar simpatia por algo).
02. Resposta B. As formas verbais vivem e ocorrerá são in-
transitivas, “em áreas urbanas” e “nas cidades” são adjuntos ad- CRASE
verbiais.
É a palavra de origem grega, que significa fusão, junção. É o
Demais alternativas: a) ultrapassará - verbo transitivo direto; encontro de duas vogais idênticas, uma sendo preposição e a outra
c) atraem - verbo transitivo direto; d) dependem - verbo transiti- podendo ser um artigo, um pronome demonstrativo ou um prono-
vo indireto; e) criar - verbo transitivo direto. me relativo. Assinala-se a crase com o acento grave ( ` ).
03. Resposta A. As formas verbais pensam e convivemos são
transitivas indiretas. Exemplos:
Fui a (preposição) + a (artigo) praça. Fui à praça.
Demais alternativas: transitivas diretas. Falei a (preposição) + aquele (pronome) professor. Falei
àquele professor.
04. Resposta E. As formas verbais resultam e ajustar são
transitivas indiretas. Emprega-se o acento grave nos seguintes casos:
Demais alternativas: produzir - a) verbo transitivo direto; b) a) Quando for possível substituir o substantivo feminino por
diminuíram - verbo intransitivo; c) aumento - completa o sentido um masculino e resultar ao. Exemplo: Referi-me à professora de
de um nome; d) têm - verbo transitivo direto. Espanhol. Referi-me ao professor de Espanhol.
Didatismo e Conhecimento 61
LÍNGUA PORTUGUESA
Observação: a troca da palavra feminina por masculina deve b) Diante da preposição até. Exemplo: Fui até a (à) praia no
obedecer à mesma classe gramatical. último final de semana.
b) Na indicação de horas determinadas. Exemplo: Saiu da es- c) Diante de pronomes possessivos femininos. Exemplo:
cola às 19 horas. Obedeço a (à) minha mãe.
Observação: Não haverá acento grave se o horário for inde- Casos especiais
terminado. Exemplo: Gustavo saiu da escola a uma hora qualquer.
a) Nomes de lugar: Dica: se vou a e volto da, crase há, se vou
a e volto de, crase pra quê? Vou à França (vou a, volto da); Vou a
c) Diante da palavra moda (à moda de), mesmo que subenten- Buenos Aires (vou a, volto de)
dida. Gostava de escrever versos à Castro Alves (subentende-se a
expressão “à moda de”). Observação:
d) Diante de expressões femininas: à moda de, à esquerda, à Se o nome do lugar vier determinado por algum adjunto ad-
direita, à noite, à proporção que, à frente de etc. Exemplos: Vire nominal, ocorrerá a crase. Exemplo: Vou à Portugal dos eternos
à direita no próximo farol; À proporção que estudávamos sintaxe, fados.
mais compreendíamos a gramática.
b) Diante da palavra casa: No sentido de lar, residência pró-
Não se emprega o acento grave nos seguintes casos: pria, se não vier determinada não aceita o artigo, não havendo o
acento grave. Exemplo: Retornei a casa muito cedo.
a) Antes de masculino. Exemplo: Caminhava a pé ao traba- Observação: Caso venha determinada por um adjunto adno-
lho. minal, aceita artigo e haverá acento grave. Exemplo: Voltei à casa
dos meus irmãos.
Observação: Quando estiver implícita a expressão à moda de
(veja item C dos casos em que há acento grave) ou quando estiver
c) Diante da palavra terra: No sentido de chão firme, toma-
implícita palavra feminina, haverá acento. Exemplo; Dirigi-me à
da em oposição a mar ou ar, se não vier determinada, não aceita
Globo (Rede ou Editora).
o artigo e não ocorre acento grave. Exemplo: Os marinheiros já
chegaram a terra.
b) Antes de verbo. Exemplo: Estava disposta a falar toda a
verdade.
Observação: Se o vocábulo vier determinado, admite artigo
e haverá acento grave. Exemplo: Já cheguei à terra dos meus an-
c) Antes de pronomes em geral. Exemplos: Dirijo-me a Vos-
sa Excelência; Disse a ela que iria embora. tepassados.
Uso facultativo do acento grave 1. Coloque o acento grave, indicativo de crase onde for ne-
cessário.
a) Antes de nomes próprios de pessoas femininos. Exem- a) Aspira as primeiras colocações no concurso, pois sempre
plo: Referi-me sempre a (à) Adriana. atendera as palavras dos professores para estudar com afinco.
Didatismo e Conhecimento 62
LÍNGUA PORTUGUESA
b) Júlia foi a padaria, a manicura, a modista e voltou a repar- TESTES DE CONCURSOS COMENTADOS
tição antes de viajar. Por pouco não chegava a estação a tempo de
tomar o trem que a levaria a Recife. De Recife viajará a Portugal, a 01. (Fundação Carlos Chagas) Está correto o emprego ou a
Espanha, a França, a Inglaterra, a Holanda e a Israel. É a primeira ausência do sinal de crase na frase:
vez que visitará a Europa. No próximo ano pretender ir a África. a) Consumidores menos abastados, com menor poder de ne-
c) A noite assistimos a peça teatral e a seguir fomos a estação gociação, submetem-se as exigências dos credores a fim de obte-
rodoviária, onde ficamos a espera de nossos tios que iam retornar rem crédito.
de viagem. b) Lado a lado com as conquistas econômicas, os estratos so-
d) O fazendeiro doou a terra a todos os seus empregados. ciais mais baixos ascenderam a uma classe social superior.
e) Daqui a cinco dias ela voltará a terra natal. c) Os produtos destinados à classes sociais de maior poder
aquisitivo estão a disposição da classe C, por conta do crédito fácil.
2. Complete adequadamente as lacunas com a(s), à(s) ou há: d) O poder público busca atender, à todo momento, com me-
a) “Deixei-me ficar pelas ruas até ....... quatro horas da tarde, didas pertinentes, as necessidades das classes mais desfavorecidas.
quando me dirigi ....... sua casa, saudoso dele, ....... quem não via e) A mídia estampa de maneira persuasiva e à qualquer hora
....... mais de vinte dias.” produtos destinados à uma classe emergente cada vez maior.
b) Maria pediu ....... psicóloga que ....... ajudasse ....... resolver
o problema que ....... muito ....... afligia. 02. (Fundação Carlos Chagas) Pela internet, um grupo de jo-
c) Daqui ....... vinte quilômetros, o viajante encontrará, logo vens universitários buscou a melhor formar de ajudar ...... vítimas
....... entrada do grande bosque, uma estátua que ....... séculos foi de enchentes em Santa Catarina, e um deles foi ...... Itapema, dis-
erigida em homenagem ....... deusa da floresta. posto ...... colaborar na reconstrução da cidade.
d) Os rapazes, ..... partir daquele dia, só usaram o carro ..... As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas,
gás, por economia; ..... tempos pensavam em ir ..... Brasília e ..... respectivamente, por:
Bahia, mas o preço do combustível impedia que pensassem em ir a) as - a - a
..... lugares tão distantes. b) às - à - a
c) as - à - à
GABARITOS d) às - a - à
e) as - a - à
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
03. (Fundação Carlos Chagas) A frase inteiramente correta
quanto ao emprego ou ausência do sinal de crase é:
1.
a) O ensino permanente deve oferecer às pessoas os meios
a) Aspira às primeiras colocações no concurso, pois sempre
de superar obstáculos, para atingir os objetivos a que se propõem.
atendera às palavras dos professores para estudar com afinco.
b) Apesar da obrigatoriedade de crianças entre 7 e 14 anos
b) Júlia foi à padaria, à manicura, à modista e voltou à repar-
irem a escola, boa parte delas é incapaz de escrever um bilhete à
tição antes de viajar. Por pouco não chegava à estação a tempo de
um amigo.
tomar o trem que a levaria a Recife. De Recife viajará a Portugal, c) Atender a todas as crianças, tornando-as capacitadas à uma
à Espanha, à França, à Inglaterra, à Holanda e a Israel. É a primei- vida digna e confortável, deve ser o objetivo maior de uma escola.
ra vez que visitará a Europa. No próximo ano pretender ir à África. d) Uma educação de qualidade oferece à qualquer pessoa as
c) À noite assistimos à peça teatral e a seguir fomos à estação condições essenciais à entrada ou à permanência no mercado de
rodoviária, onde ficamos à espera de nossos tios que iam retornar trabalho.
de viagem. e) A medida que se avança na melhoria do sistema de ensino,
d) O fazendeiro doou a terra a todos os seus empregados. é possível oferecer boas condições de trabalho à muitas pessoas.
e) Daqui a cinco dias ela voltará à terra natal.
04. (Fundação Carlos Chagas) Lado ...... lado das restrições
2. legais, são importantes os estímulos ...... medidas educativas, que
a) “Deixei-me ficar pelas ruas até as(às) quatro horas da tarde, permitam avanços em direção ...... um desenvolvimento sustentá-
quando me dirigi a(à) sua casa, saudoso dele, a quem não via há vel do setor da saúde.
mais de vinte dias.” As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas,
b) Maria pediu à psicóloga que a ajudasse a resolver o proble- respectivamente, por
ma que há muito a afligia. a) à - a - à
c) Daqui a vinte quilômetros, o viajante encontrará, logo à b) à - a - a
entrada do grande bosque, uma estátua que há séculos foi erigida c) a - a - a
em homenagem à deusa da floresta. d) a - à - a
d) Os rapazes, a partir daquele dia, só usaram o carro a gás, e) a - à - à
por economia; há tempos pensavam em ir a Brasília e à Bahia, mas
o preço do combustível impedia que pensassem em ir a lugares tão 05. (Fundação Carlos Chagas) Muitos consumidores não se
distantes. mostram atentos ........... necessidade de sustentabilidade do ecos-
sistema e não chegam ........... boicotar empresas poluentes; outros
se queixam de falta de tempo para se dedicarem ........... alguma
causa que defenda o meio ambiente.
Didatismo e Conhecimento 63
LÍNGUA PORTUGUESA
As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, 10. (Banco do Brasil - Escriturário - 2011 - FCC) Quando
respectivamente, por comparado ...... outras aves, os tucanos parecem ser bem maiores
a) à - a - a ...... quem os observa, ...... voar na natureza. Os espaços pontilha-
b) à - a - à dos da frase acima estarão corretamente preenchidos, na ordem,
c) à - à - a por:
d) a - a - à a) às - a - a
e) a - à - à b) às - à - a
c) as - a - a
06. (Fundação Carlos Chagas) A alimentação diária, ...... base d) às - a - à
de feijão com arroz, fornece ...... população brasileira os nutrientes e) as - à - à
necessários ...... uma boa saúde.
RESPOSTAS
As lacunas da frase estarão corretamente preenchidas, respec-
tivamente, por:
01. Resposta B. Lado a lado - não há acento grave diante de
a) a - à - à palavras repetidas; as conquistas - apenas artigo feminino, ascen-
b) à - a - a deram a uma - diante de artigo indefinido não há acento grave.
c) à - à - a
d) a - a - à Demais alternativas: a) submetem-se às exigências - a forma
e) à - à - à verbal “submetem-se” pede a preposição “a”, o substantivo “exi-
gências” admite artigo feminino “as”; c) a classes sociais - não há
07. (Fundação Carlos Chagas) A transição rumo ...... econo- acento grave quando o “a” estiver no singular, e a palavra seguinte
mia sustentável deve considerar uma produção limitada ...... ne- no plural, à disposição da - locução prepositiva feminina; d) a
cessidade de reposição dos itens, e o fabricante prestaria serviços todo momento - não há acento grave diante de nome masculino;
vinculados ...... bens alugados, como manutenção, recolhimento e e) qualquer hora - diante de pronome indefinido não há acento
reciclagem. grave; a uma classe - diante de artigo indefinido há somente pre-
As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, posição.
respectivamente, por:
a) à - à - a 02. Resposta A. Ajudar as vítimas - a forma verbal “ajudar”
b) à - à - à é transitiva direta, sem preposição, o “as” é apenas artigo; foi a
c) à - a - a Ipatema - a forma verbal “foi” pede a preposição “a”, a cidade de
Ipatema não admite artigo “a” (vou a Ipatema, volto de Ipatema);
d) a - à - à
disposto a colaborar - diante de verbos não há acento grave.
e) a - a - a
03. Resposta A. Oferecer às pessoas - a forma verbal “ofere-
08. (Fundação Carlos Chagas) A erupção de um vulcão pro- cer” é transitiva direta e indireta, pedindo a preposição “a” na for-
vocou perdas ........... economia europeia bem superiores ........... ma indireta, o substantivo “pessoas” admite artigo feminino “as”;
trazidas pelos atentados terroristas de 2001, fato que obrigou a objetivos a que se destinam - apenas preposição.
ONU ........... criar um plano internacional de redução dos riscos
de acidentes. Demais alternativas: b) irem à escola - a forma verbal “irem”
As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, é transitiva indireta e pede a preposição “a”, o substantivo “escola”
respectivamente, por: admite artigo feminino “a”, a um amigo - não há acento grave
a) a - aquelas - a diante de palavras masculinas; c) a todas - diante de pronomes
b) a - àquelas - à indefinidos não há acento grave, as crianças - apenas artigo, a
c) à - aquelas - a uma vida - não há acento grave diante de artigo indefinido; d) a
d) à - aquelas - à qualquer pessoa - diante de pronome indefinido não há acento
e) à - àquelas - a grave, as condições - apenas artigo; e) À medida que - locução
conjuntiva feminina, a muitas pessoas - diante de pronome inde-
09. (Fundação Carlos Chagas) Exportadores brasileiros lan- finido há somente preposição.
çaram-se ......... conquista de vários mercados internacionais, após
04. Resposta B. Lado a lado - diante de palavras repetidas há
......... modernização do setor agropecuário, que passou a oferecer
somente preposição; estímulos a medidas - não há acento grave
......... esses mercados produtos de qualidade reconhecida.
quando o “a” estiver no singular, e a palavra seguinte no plural;
As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, direção a um desenvolvimento - não há acento grave diante de
respectivamente, por palavra masculina.
a) à - a - a
b) à - a - à 05. Resposta A. Mostram atentos à necessidade - o adjetivo
c) a - a - à “atentos” pede a preposição “a”, o substantivo “necessidade” ad-
d) a - à - à mite artigo feminino “a”; chegam a boicotar - diante de verbos
e) à - à - a não há acento grave; dedicarem a alguma - diante de pronome in-
definido não há acento grave.
Didatismo e Conhecimento 64
LÍNGUA PORTUGUESA
06. Resposta C. À base de feijão com arroz - locução prepo- — É verdade — disse o Ponto. — Uma pontuação errada
sitiva feminina; fornece à população - a forma verbal “fornece” é muda tudo.
transitiva direta e indireta e pede a preposição “a” na forma indire- — Se eu aparecer depois da frase “a guerra começou” — disse
ta, o substantivo “população” admite artigo feminino “a”, a uma o Ponto de Interrogação — é apenas uma pergunta, certo?
boa saúde - diante de artigo indefinido não há acento grave. — Mas se eu aparecer no seu lugar — disse o Ponto de Excla-
mação — é uma certeza: “A guerra começou!”
07. Resposta A. Rumo à economia - o substantivo “rumo” — Olha nós aí de novo — disseram as Aspas.
pede a preposição “a”, o substantivo “economia” admite artigo — Pois eu estou presente desde o comecinho — disse o Tra-
feminino “a”; limitada à necessidade - o substantivo “limitada” vessão.
pede a preposição “a”, o substantivo “necessidade” admite artigo — Tem hora em que, para evitar conflitos, não basta um Pon-
feminino “a”; vinculados a bens - não há acento grave quando o to, nem uma Vírgula, é preciso os dois — disse o Ponto e Vírgula.
“a” estiver no singular, e a palavra seguinte no plural. — E aí entro eu.
Didatismo e Conhecimento 65
LÍNGUA PORTUGUESA
i) Diante da conjunção “e” será empregada nos seguintes b) Usado em abreviaturas. Exemplos: Sr.; Ltda.; obs.; etc.
casos:
PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )
I. quando os sujeitos das orações coordenadas forem diferen-
tes. Exemplo: Temperatura bate recorde, e Sabesp planeja raciona- a) Formular perguntas diretas. Exemplo: Você assistiu ao de-
mento de água. bate ontem à noite?
II. ocorrer polissíndeto: Mariana falava, e ria, e dançava; b) Indicar indignação, expectativa ou surpresa diante de certa
situação. Exemplos: O quê? Não acredito que aquele deputado foi
III. houver ideia de adversidade: Queria estar atento à pales- reeleito. Será que eu mereço ganhar tanto dinheiro?
tra, e (equivale a mas, porém) a sono logo chegou.
Observações:
j) Separar orações:
I. Nas interrogações indiretas, não há ponto de interrogação.
a) coordenadas assindéticas. Exemplo: Matias abriu a porta, Exemplo: Ela perguntou ao marido se não era melhor irem embora
entrou no quarto, foi dormir.
da festa.
II. Nas perguntas que indiquem surpresa ou admiração, costu-
b) coordenadas sindéticas (exceto as ativas introduzidas por e
ma-se empregar também o ponto de exclamação ao lado do ponto
ou nem). Exemplo: Venha logo, pois já estamos atrasados.
de interrogação. Exemplo: Você já viu tanta felicidade, Alice?!
c) subordinadas. Exemplo: Se chover, não irei à festa de ani-
versário. PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
d) subordinadas adjetivas explicativas; Exemplo: Os estudan- a) Depois de frases que expressem sentimentos, como: entu-
tes, que estudam com afinco, são aprovados nos concursos. siasmo, espanto, horror, ordem, súplica, surpresa etc. Exemplos:
Por favor, não me deixe aqui no cemitério sozinho! (medo, hor-
Observações: ror). Iremos ao Nordeste nestas férias! (alegria, entusiasmo). Fui
aprovado(a) no concurso! (alegria, surpresa). Troque-se mais rápi-
Não se usa a vírgula nos seguintes casos: do, que estamos atrasados! (ordem).
I. entre o sujeito e o predicado. Exemplo: Todos os processos
foram analisados. b) Em interjeições. Exemplos: Salve-se quem puder! Oxalá!
II. entre o verbo e seus complementos. Exemplo: O juiz avi-
sou o resultado do processo ao réu. c) Em vocativo. Exemplo: Façam silêncio, crianças!
III. entre o nome e seus complementos. Exemplo: A reação do
governo contra o dossiê despertou a ira dos demais partidos. DOIS-PONTOS ( : )
d) Mostrar a omissão de um verbo marcada pela vírgula, ha- c) Indicar nomes de publicações (científicas, literárias, da mí-
vendo uma pausa antes do sujeito. Exemplo: Fabiana aprecia obras dia) ou de obras artísticas. O livro de Machado de Assis “Memó-
de arte; Fernando, as belas mulheres. rias Póstumas de Brás Cubas” inaugurou o Realismo no Brasil.
Didatismo e Conhecimento 66
LÍNGUA PORTUGUESA
ASPAS SIMPLES ( ‘ ‘) f) Solteiro foi um menino turbulento casado era um moço ale-
gre viúvo tornara-se um macambúzio.
Empregadas quando, dentro de um texto já destacado por as- g) Sou a soma do quadrado dos catetos mas pode me chamar
pas duplas, houver necessidade de novas aspas. Exemplo: O pro- de Hipotenusa. (Millor Fernandes)
fessor de Português avisou: “O aluno que responder ‘Não estudei’ h) Era uma vez uma agulha que disse a um novelo de linha
dificilmente será aprovado” . Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada,
para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
RETICÊNCIAS ( ... ) i) Há mitos Timbira que narram como os índios aprenderam a
fazer determinados rituais com animais terrestres aquáticos e aé-
Indicar supressão de um texto, interrupção ou dar ideia de reos assim nos tempos míticos a situação seria o inverso da atual
continuidade ao que se estava falando. Exemplos: Eu gostei da os ritos existem no âmbito da natureza mas não no da sociedade.
prova de Português, mas da de Matemática....; j) A hospitalidade tem dois aspectos um geral que se refere
“Vinte e quatro horas não é muito para quem tem de amarrar- à convivência em sociedade e se confunde com o cerimonial e a
-se eternamente. Quero sondar meu próprio espírito, e... “ (Macha- etiqueta de cada povo o outro específico que estabelece relações
do de Assis) especiais entre anfitriões e convidados.
k) Sempre desejei sair e conhecer lugares exóticos e você só
PARÊNTESES ( ) pensa em assistir a novelas.
l) Todos os meus amigos da terceira série do primeiro grau do
a) Separar qualquer indicação de ordem explicativa ou algum Colégio Estadual de Primeiro e Segundo Graus Professor Temís-
comentário. Exemplo: A figura de linguagem denominada zeugma tocles dos Santos e Guerra participaram do jogo de futebol com
consiste na omissão de um termo (geralmente um verbo) que já ex-alunos.
apareceu na frase. m) A História torna o homem incrédulo a poesia indefeso a
matemática fria a filosofia soberbo a moral chato. (Millôr Fernan-
b) Isolar orações intercaladas em substituição a vírgulas ou des)
a travessões. Exemplo: Afirma-se (não é possível provar) que é
comum o recebimento de propina por parte dos políticos. 2. (ITA) Leia o texto seguinte:
Levantamento inédito com dados da Receita revela quantos
c) Delimitar o período de vida de uma pessoa ou de uma épo- são, quanto ganham e no que trabalham OS RICOS BRASILEI-
ca. Exemplo: Machado de Assis (1839 – 1908). ROS QUE PAGAM IMPOSTOS. (...)
Entre os nove que ganham mais de 10 milhões por ano, há
TRAVESSÃO ( – ) cinco empresários, dois empregados do setor privado, um que
vive de rendas. O outro, QUEM DIRIA, é servidor público. (Veja,
a) Iniciar a fala de um personagem. José respondeu com sin- 12/7/2000.)
ceridade:
– Não gosto mais de você. a) A ausência de vírgula no trecho em destaque, no primeiro
parágrafo, afeta o sentido? Justifique.
b) Separar orações intercaladas. Exemplo: Precisamos acredi-
tar sempre – disse o candidato confiante – vamos mudar o Brasil. .........................................................................................................
.........................................................................................................
Observação: Os travessões podem ser substituídos por vírgu-
las ou por parênteses. .........................................................................................................
Didatismo e Conhecimento 67
LÍNGUA PORTUGUESA
GABARITOS Considere as afirmativas a respeito da presença do travessão
no período acima:
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO I. O travessão isola um segmento opinativo.
II. A observação introduzida pelo travessão associa-se direta-
1. mente à expressão na esteira da Revolução Industrial.
a) Foi ao fundo da farmácia, abriu um vidro, fez um pequeno III. Estaria correta a substituição do travessão por uma vírgu-
embrulho e entregou ao homem la, sem prejuízo da estrutura sintática e do sentido original de todo
b) Aos poucos, a necessidade de mão de obra foi aumentando, o período.
tornando-se necessária a abertura dos portos para uma outra popu-
lação de trabalhadores: os imigrantes. Está correto o que se afirma somente em
c) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou a) II
na loja um sujeito baixo, sem chapéu, trazendo pela mão uma b) III
criança de quatro anos. c) I e II
d) Os termos essenciais e integrantes da oração ligam-se uns d) I e III
com os outros sem pausa; não podem, assim, ser separados por e) II e III
vírgula.
e) Como amanhã será o nosso grande dia, duas coisas serão 02. (Fundação Carlos Chagas) E ainda há o problema do lixo
importantes: uma é a tranquilidade; a outra é a observação minu- tecnológico (peças e pedaços de computadores, pilhas, baterias), já
ciosa do que esta sendo solicitado. tão grave que a própria ONU criou diretrizes mundiais que apon-
f) Solteiro, foi um menino turbulento; casado, era um moço tam caminhos para ampliar a vida dos componentes e promover a
alegre; viúvo, tornara-se um macambúzio. reciclagem. (peças e pedaços de computadores, pilhas, baterias)
g) “Sou a soma do quadrado dos catetos, mas pode me chamar Considere as observações a respeito do segmento do parágra-
de Hipotenusa”. (Millor Fernandes) fo transcrito acima:
h) Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: I. Trata-se de um segmento enumerativo, intercalado no con-
- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola- texto.
da, para fingir que vale alguma cousa neste mundo? II. Os parênteses podem ser corretamente substituídos por tra-
i) Há mitos Timbira que narram como os índios aprenderam a
vessões, sem alteração do sentido original.
fazer determinados rituais com animais terrestres, aquáticos e aé-
III. A ausência do segmento colocado entre parênteses não al-
reos; assim, nos tempos míticos, a situação seria o inverso da atual:
teraria a sequência lógica nem a clareza do período.
os ritos existem no âmbito da natureza, mas não no da sociedade.
j) A hospitalidade tem dois aspectos: um geral, que se refere
Está correto o que se afirma em
à convivência em sociedade e se confunde com o cerimonial e a
a) III, somente.
etiqueta de cada povo; o outro, específico, que estabelece relações
b) I e II, somente.
especiais entre anfitriões e convidados.
c) II e III, somente.
k) Sempre desejei sair e conhecer lugares exóticos e você só
pensa em assistir a novelas. d) I e III, somente.
l) Todos os meus amigos da terceira série do primeiro grau do e) I, II e III.
Colégio Estadual de Primeiro e Segundo Graus Professor Temís-
tocles dos Santos e Guerra participaram do jogo de futebol com 03. (Fundação Carlos Chagas) A supressão da vírgula altera o
ex-alunos. sentido da seguinte frase:
m) “A História torna o homem incrédulo; a poesia, indefeso; a) Fica-se indignado com os feirantes, que não compreendem
a matemática, fria; a filosofia, soberbo; a moral, chato.” (Millor a carência dos mais pobres.
Fernandes) b) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel possível da tra-
dicional coleta de um fim de feira.
2. c) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de pobreza cen-
a) Sim, pois com a ausência de vírgula faz-se a seguinte lei- tralizado nessa narrativa.
tura: “são todos os ricos brasileiros e todos eles pagam impostos”. d) Certamente, o leitor não deixará de observar a preocupação
Com a presença da vírgula, tem-se que somente os ricos brasileiros do autor em distinguir os diferentes caracteres humanos.
pagam impostos”. e) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrerá também
b) No trecho “quem diria” é obrigatório o uso da vírgula, pois a humilde coleta de que trata a crônica.
funciona como uma intromissão do jornalista; uma expressão de
surpresa diante de fato inusitado. (Fundação Carlos Chagas) Para responder à questão de núme-
ro 04, considere o segmento abaixo.
TESTES DE CONCURSOS COMENTADOS Os países de renda baixa serão afetados, de acordo com o re-
latório, por uma combinação de desastres: redução dos volumes
01. (Fundação Carlos Chagas) Há um século, na esteira da Re- e dos preços de exportação, do dinheiro enviado pelos migrantes,
volução Industrial, a porcentagem tinha subido para 13% - ainda do turismo, do investimento estrangeiro e, talvez, da ajuda oficial.
uma minoria em um planeta essencialmente rural.
Didatismo e Conhecimento 68
LÍNGUA PORTUGUESA
04. Identifica-se, após os dois-pontos, 08. (Fundação Carlos Chagas) Provavelmente as novelas exi-
a) segmento repetitivo, desnecessário no contexto. bam casos de ascensão social pelo amor - genuíno ou fingido - em
b) insistência em fatos que justificam a renda baixa dos países proporção maior que a vida real...
citados. O emprego das reticências no final do segmento transcrito aci-
c) síntese referente ao assunto principal do texto. ma denota
d) longa sequência enumerativa de problemas decorrentes da a) nova referência, desnecessária, ao comentário de alguém
crise. alheio ao contexto.
e) introdução de fala de interlocutor alheio ao contexto. b) recurso adotado pelo autor, no sentido de estimular o inte-
resse do leitor.
05. (Fundação Carlos Chagas) Está inteiramente adequada a c) certeza da concordância de um eventual leitor com a opi-
pontuação da seguinte frase: nião ali exposta.
a) A LRF permite, entre outras coisas que, a oposição e a po- d) desejo de que a ficção possa se deter, realmente, em fatos
pulação, fiscalizem a administração das verbas públicas. que ocorrem na vida real.
b) Alegam alguns prefeitos, que encontram dificuldades, para e) hesitação, pela presença de um comentário de cunho subje-
fazer frente aos gastos que a Constituição determina, nas áreas da tivo, sem base em dados reais.
saúde e da educação.
c) São graves as penas previstas para quem descumpre, por 09. (Fundação Carlos Chagas) A única frase que está correta-
negligência ou má fé, as normas de responsabilidade fiscal da lei mente pontuada é:
promulgada em 2000. a) Há poucas áreas da vida de uma pessoa, que não são direta
d) Fazem parte da LRF, as instruções que definem os limites e positivamente influenciadas pela sua educação.
para as despesas de pessoal, e as regras para a criação de dívidas. b) Na educação, o impacto da autoestima é incerto: conside-
e) Qualquer cidadão pode, graças à promulgação da LRF en- rados catorze estudos que analisam o assunto, só em metade se viu
trar com ação judicial para fazê-la cumprir, conforme sua regula- relação positiva entre autoestima e aprendizado.
mentação. c) As pesquisas também, vêm demonstrando que não há cor-
relação do QI de uma criança em idade pré-escolar, com seu de-
06. (Fundação Carlos Chagas) A frase corretamente pontuada sempenho futuro.
é: d) Dois terços da diferença entre o desempenho, em escolas
a) A indústria de assistência à saúde no Brasil, que envolve públicas e em escolas privadas, se devem não a fatores da escola
mais de 70 mil estabelecimentos, pode ter uma importante contri- mas, do alunado.
buição no campo da sustentabilidade ambiental. e) Não há que eu saiba, comprovação de que os métodos de
b) A indústria, de assistência à saúde no Brasil que envolve aceleração de desenvolvimento cognitivo para bebês tenham qual-
mais de 70 mil estabelecimentos, pode ter uma importante contri- quer impacto.
buição no campo da sustentabilidade ambiental.
10. (Fundação Carlos Chagas) Está inteiramente correta a
c) A indústria de assistência à saúde no Brasil que envolve,
pontuação do seguinte período:
mais de 70 mil estabelecimentos, pode ter uma importante contri-
a) Ainda que habitualmente escreva textos de humor, Luís
buição no campo, da sustentabilidade ambiental.
Fernando Veríssimo, como se depreende da leitura desta crônica,
d) A indústria de assistência, à saúde no Brasil que envolve
também tece comentários ácidos sobre temas mais graves, como o
mais de 70 mil estabelecimentos pode, ter uma importante contri-
da barbárie moderna.
buição no campo da sustentabilidade ambiental. b) Ainda que habitualmente, escreva textos de humor, Luís
e) A indústria de assistência à saúde no Brasil que envolve Fernando Veríssimo como se depreende da leitura desta crônica,
mais de 70 mil estabelecimentos pode ter, uma importante contri- também tece comentários ácidos sobre temas mais graves como o
buição, no campo da sustentabilidade ambiental. da barbárie moderna.
c) Ainda que, habitualmente, escreva textos de humor, Luís
07. (Fundação Carlos Chagas) O período corretamente pon- Fernando Veríssimo como se depreende da leitura desta crônica,
tuado é: também tece comentários, ácidos, sobre temas mais graves como
a) A intenção, que vem desde a Cúpula do Desenvolvimento o da barbárie moderna.
Sustentável em Johannesburgo, é a de chegar-se a um acordo que d) Ainda que habitualmente, escreva textos de humor Luís
parece inalcançável com as divergências entre países. Fernando Veríssimo, como se depreende, da leitura desta crônica,
b) A intenção que vem desde a Cúpula do Desenvolvimento também tece comentários ácidos sobre temas mais graves: como o
Sustentável, em Johannesburgo é a de chegar-se, a um acordo que da barbárie moderna.
parece inalcançável com as divergências entre países. e) Ainda que habitualmente escreva textos de humor, Luís
c) A intenção que, vem desde a Cúpula do Desenvolvimento Fernando Veríssimo como se depreende da leitura desta crônica,
Sustentável em Johannesburgo é a de chegar-se, a um acordo que também tece, comentários ácidos, sobre temas mais graves como
parece inalcançável com as divergências entre países. o da barbárie moderna.
d) A intenção, que vem, desde a Cúpula do Desenvolvimento
Sustentável em Johannesburgo, é a de chegar-se a um acordo que RESPOSTAS
parece inalcançável com as divergências entre países.
e) A intenção que vem desde a Cúpula do Desenvolvimento 01. Resposta D. Analisando-se as afirmações: I. correta - sem
Sustentável, em Johannesburgo é a de chegar-se a um acordo, que ressalvas; b) II. incorreta - refere-se à porcentagem de 13%; III.
parece, inalcançável com as divergências entre países. correta - sem ressalvas.
Didatismo e Conhecimento 69
LÍNGUA PORTUGUESA
02. Analisando-se as afirmações: I. correta - trata-se de apos- 08. Resposta E. O advérbio “provavelmente” indica dúvida,
to explicativo (exemplifica os tipos de lixo tecnológico); II. cor- incerteza, hesitação, uma das características do uso das reticências,
reta - pode ser substituído por um par de travessões, vírgulas ou fazendo com que tenha um comentário subjetivo, como afirma a
parênteses); III. correta - o aposto explicativo pode ser retirado alternativa em análise.
sem prejuízo da sequência lógica e coerente do texto.
09. Resposta B. A primeira vírgula isola o adjunto adverbial
03. Resposta A. Se houver a omissão da vírgula, a oração “Na educação”, os dois-pontos introduzem uma explicação e a
transforma-se em subordinada adjetiva restritiva (fica-se indig- vírgula final, isola a oração subordinada adverbial concessiva
nado com todos os feirantes), mantendo-a, é uma oração subor- antecipada de sua oração principal.
dinada adjetiva explicativa (a indignação é apenas para com os
feirantes que não compreendem a carência dos mais pobres). Demais alternativas: a) deve-se omitir a vírgula, uma vez que
há uma oração subordinada adjetiva restritiva; c) deve-se excluir
Demais alternativas: as vírgulas são opcionais - isolam ad- a primeira vírgula, porque separa incorretamente o sujeito do pre-
juntos adverbiais, podendo ser suprimidas sem alterar o sentido dicado, a segunda vírgula também deve ser excluída pois separa
das frases. erroneamente o substantivo composto “pré-escolar” de seu com-
plemento nominal; d) deve-se mudar a posição da vírgula final:
04. Resposta D. Os dois-pontos foram empregados para sepa- deve aparecer antes da conjunção adversativa “mas”; e) deve-se
rar aposto enumerativo da expressão “combinação de desastres”. apor uma vírgula após a forma verbal “há”, para intercalar a ex-
pressão “que eu saiba”
05. Resposta C. O par de vírgulas isola o adjunto adverbial
intercalado “por negligência ou má fé”. 10. Resposta A. A primeira vírgula isola oração subordina-
da adverbial concessiva, anteposta à oração principal, as duas
Demais alternativas: a) Deve-se excluir a segunda vírgula vírgulas seguintes, intercalam oração subordinada adverbial
após a conjunção integrante “que” e colocá-la após o vocábulo conformativa, e a última, tem valor explicativo.
“coisas”, intercalando a expressão “entre outras coisas”, deve-se,
também, omitir a vírgula após o substantivo “população”, uma vez
que não se separa o sujeito do verbo “fiscalizem”; b) deve-se omi-
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE
tir a vírgula inicial, porque não se separa o sujeito do verbo por TEXTOS: COMPREENSÃO GLOBAL DO
sinais de pontuação, a segunda vírgula também deve ser excluída, TEXTO. ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO:
uma vez que não se separa o verbo de seu complemento; por fim, RECURSOS DE COESÃO. PONTO DE
omita-se a vírgula final, por separar incorretamente o adjunto ad- VISTA DO AUTOR. INFORMAÇÕES
verbial no final da frase; d) deve-se eliminar a primeira vírgula, LITERAIS E INFERÊNCIAS POSSÍVEIS.
pois não se separa o predicado e o sujeito por sinais de pontuação;
e) deve-se apor uma vírgula após a sigla LRF, isolando o adjunto
adverbial “graças à promulgação da LRF”.
06. Resposta A. As duas vírgulas separam oração subordi- Na maioria das provas de Língua Portuguesa atuais, os testes
nada adjetiva explicativa. de compreensão e ou intelecção de textos podem corresponder a
mais de cinquenta por cento das questões. Veja, a seguir, as carac-
Demais alternativas: b) a primeira vírgula é indevida, uma vez terísticas desse tópico tão importante.
que separa o núcleo do sujeito do adjunto adnominal, para que a
segunda vírgula seja mantida é necessário apor uma vírgula após o Compreensão / intelecção de textos: Os testes exigem do
vocábulo “Brasil” para separar oração subordinada adjetiva expli- candidato uma postura voltada para o que realmente está escrito no
cativa; c) deve ser excluída a vírgula inicial, porque não se separa texto. Os comandos enunciam-se assim: O texto sugere...; O texto
o verbo transitivo direto (“envolve”) de seu objeto direto por sinais diz...; segundo o texto, é correto ou incorreto...; O narrador afir-
de pontuação, a segunda vírgula também deve ser omitida, pois ma que..., tendo em vista as ideias do texto..., em conformidade
está separando incorretamente o adjunto adnominal; d) a primeira com as ideias do texto...
vírgula deve ser excluída, uma vez que separa incorretamente o
complemento nominal “à saúde” do substantivo “assistência”, a Roteiro para compreensão e ou intelecção de textos
segunda vírgula também deve ser omitida, pois divide a locução
verbal “pode ter”; e) deve ser excluída a primeira vírgula, pois 1. Leia o texto pelo menos por duas vezes. Na primeira, para
separa o verbo transitivo direto de seu complemento, a segunda ter uma visão geral dele; na segunda, destacando suas ideias prin-
também deve ser omitida, porque separa adjunto adverbial no final cipais.
da frase.
2. Leia duas vezes cada alternativa para descartar as absurdas
07. Resposta A. O par de vírgulas isola oração subordinada e que nada têm a ver com o texto.
adjetiva explicativa.
Didatismo e Conhecimento 70
LÍNGUA PORTUGUESA
3. Observe o comando do enunciado da questão, se for de a) A fazenda é improdutiva. ( )
compreensão, entendimento ou intelecção, localize a resposta b) Os bois não pertencem ao dono da fazenda. ( )
no texto; se for de interpretação, interprete o que o autor quis c) A fazenda é arrendada. ( )
dizer, nunca o que você pensa sobre o texto.
3. A firma só enriqueceu quando passou a vender sistemas de
4. Atenção especial às palavras opção correta, opção incor- segurança.
reta, exceto, não, sempre, respectivamente, é obrigatório, é ne- a) A firma não era rica. ( )
cessário, deve, pode, inclusive. b) A firma sempre vendeu sistemas de segurança. ( )
c) A riqueza liga-se exclusivamente à venda de sistemas de
5. Tome cuidado com os vocábulos relatores - aqueles que segurança. ( )
remetem a outros vocábulos do texto: pronomes relativos, pro-
nomes pessoais, pronomes demonstrativos etc. 4. Por medida de segurança, o depoimento da testemunha-
-chave do processo contra o PM não pôde ser registrado por fotó-
6. Se duas alternativas parecerem corretas, busque a mais grafos ou cinegrafistas.
completa. a) O PM está sendo julgado. ( )
b) A testemunha-chave já depôs. ( )
c) Há outras testemunhas no processo. ( )
7. Se o enunciado solicitar a ideia principal ou tema, geral-
d) O depoimento da testemunha-chave não envolveu riscos. ( )
mente situa-se na introdução do texto (primeiro parágrafo) ou na
conclusão (último parágrafo).
5. “Eu sei que a poesia está para a prosa assim como o amor
está para a amizade e quem há de negar que esta lhe é superior”.
8. Evite os seguintes tipos de erros: a) extrapolação - acres- (Caetano Veloso)
centar ideias que não estão no texto); b) redução - dar atenção a a) A prosa está para o amor como a poesia está para a amizade.
alguns trechos do texto, não o analisando como um todo; c) con- ( )
tradição: concluir contrariamente ao texto; omitir passagens im- b) a poesia está para amizade como a prosa está para o amor ( )
portantes para fugir do sentido original. c) a amizade é superior ao amor ( )
9. Questões envolvendo sinônimos são muito frequentes em 6. A mulher foi passear na capital. Dias depois o marido rece-
concursos. A melhor maneira de ampliar o vocabulário é recorrer a beu um telegrama: “Envie cinquenta reais. Preciso comprar uma
um bom dicionário sempre que estiver diante de uma palavra que capa de chuva. Aqui está chovendo sem parar” E ele respondeu:
não conheça o significado; contudo, procure utilizá-la, sempre que “Regresse. Aqui chove mais barato”.
possível, para não esquecê-la. a) A preposição de tem valor semântico de finalidade. ( )
b) O advérbio aqui, em seus dois empregos, possui os mes-
O PONTO DE VISTA DO AUTOR mos referentes. ( )
c) A oração “Aqui está chovendo sem parar” poderia ligar-se
O narrador é quem fala ou a voz pela qual a história é contada. a anterior, sem alteração de sentido, pela conjunção “porquanto”.
Esse ponto de vista é classificado em primeira (Acordei com von- ( )
tade de estudar) ou terceira pessoas (Alfredo acordou com vontade
de estudar). O ponto de vista do autor refere-se ao contexto no qual 7.
a obra foi escrita.
Quem lia os romances românticos?
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
A prosa literária brasileira começa no Romantismo. Com o
gradual desenvolvimento de algumas cidades, sobretudo a do Rio
Os testes a seguir são curtos. Exigem, no entanto, leitura aten-
de Janeiro, a cidade da corte, formou-se um público leitor com-
ta para resolvê-los. A mesma atenção que eles requerem deverá
posto basicamente de jovens de classe rica, cujo ócio permitia a
ter em textos mais longos. Aceite o desafio e veja como está o seu
leitura de romances e folhetins. Esse público buscava na literatura
nível de atenção. apenas distração. Torcia por seus heróis, sofria com as heroínas e,
tão logo chegava ao final, fechava o livro e o esquecia, esperando
Leia com atenção os textos seguintes e responda V se a afir- o próximo, que lhe ofereceria praticamente as mesmas emoções. O
mação for verdadeira ou F se for falsa. público hoje substituiu os romances e folhetins pelas telenovelas,
mas ainda continua em busca de distração, passando o tempo a
1. Este ano, o uso do formulário simplificado de IR foi esten- torcer e a chorar por seus heróis. (Apresentação. In: ALMEIDA,
dido a todos os contribuintes que receberam somente rendimentos Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias. São
de salário no ano de 2013. Paulo, Moderna, 1993, p.7).
a) Nos anos anteriores, havia outras normas. ( ) a) O livro, para os jovens do Rio de Janeiro, revestia-se de
b) Há contribuintes que recebem outros rendimentos além do uma imagem perpétua que ficava gravada nas suas mentes. ( )
salário. ( ) b) A literatura era uma maneira de distração para o público do
Rio de Janeiro. ( )
2. A única atividade produtiva de expressão na fazenda é a c) Os leitores da atualidade ainda buscam as mesmas emoções
engorda de bois de arrendatários. dos leitores do Romantismo. ( )
Didatismo e Conhecimento 71
LÍNGUA PORTUGUESA
GABARITOS homem moral, é sempre o ato de um moralizador. Em geral, as
sociedades em que as normas morais ganham força de lei (os Es-
TESTES DE FIXAÇÃO tados confessionais, por exemplo) não são regradas por uma mo-
ral comum, nem pelas aspirações de poucos e escolhidos homens
1. exemplares, mas por moralizadores que tentam remir suas próprias
a) V falhas morais pela brutalidade do controle que eles exercem sobre
b) V os outros. A pior barbárie do mundo é isto: um mundo em que
todos pagam pelos pecados de hipócritas que não se aguentam.
2. (Contardo Calligaris, Folha de São Paulo, 20/3/2008)
a) F
b) V 01. Atente para as afirmações abaixo.
c) F I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador
não se preocupa com os padrões morais de conduta.
3. II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de condu-
a) V ta, o homem moral acaba por impô-lo à conduta alheia.
b) F III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato res-
c) V peitasse os padrões de conduta que ele cobra dos outros.
TESTES DE CONCURSOS COMENTADOS 03. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para
exemplificar uma sociedade na qual
(Fundação Carlos Chagas) As questões de números 01 a 03 a) normas morais não têm qualquer peso na conduta dos ci-
referem-se ao texto abaixo. dadãos.
b) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de
O homem moral e o moralizador todos.
c) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos valores de uma
Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâ- moral comum.
micas, estamos certos disto: o moralizador e o homem moral são d) a situação de barbárie impede a formulação de qualquer
figuras diferentes, se não opostas. O homem moral se impõe pa- regra moral.
drões de conduta e tenta respeitá-los; o moralizador quer impor e) eventuais falhas de conduta são atribuídas à fraqueza das
ferozmente aos outros os padrões que ele não consegue respeitar. leis.
A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes. (Fundação Carlos Chagas) As questões de números 04 a 06
Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse baseiam-se no texto apresentado abaixo.
respeitar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir
suas imperfeições nos outros. Segundo, é possível e compreensível O país é o mesmo. O dia, mês e ano também. Brasil, 28 de
que um homem moral tenha um espírito missionário: ele pode agir abril de 2009. No Rio Grande do Sul, o índice de chuvas está 96%
para levar os outros a adotar um padrão parecido com o seu. Mas abaixo do que seria normal neste período. A taxa de umidade des-
a imposição forçada de um padrão moral não é nunca o ato de um pencou para menos de 20%, enquanto o saudável é praticamen-
Didatismo e Conhecimento 72
LÍNGUA PORTUGUESA
te o dobro. Tudo é seca e insolação. Brasil, 28 de abril de 2009. 06. Em relação ao 1º parágrafo do texto, está correto o que se
No Piauí os moradores enfrentam as piores cheias dos últimos 25 afirma em:
anos. Chove sem parar. Cidades estão ilhadas. Cerca de 100 mil a) Considerando-se o assunto central do texto, não se justifi-
pessoas ficaram desabrigadas. cam as informações referentes ao clima que aparecem nesse pa-
“O tempo anda louco”, eis a frase leiga e padrão que mais se rágrafo.
fala e mais se ouve nas queixas em relação às radicais discrepân- b) As informações nele constantes tentam comprovar a afir-
cias climáticas. Vale para o Norte e Nordeste do país, vale para a mativa dos cientistas russos de que as florestas são determinantes
região Sul também. A mais nova e polêmica explicação para tais para o clima.
fenômenos é uma revolucionária teoria sobre as chuvas, chamada c) As referências ao clima nas regiões brasileiras servem para
“bomba biótica”, e pode mudar os conceitos da meteorologia tra- demonstrar que pode haver um certo equívoco na teoria dos cien-
dicional. tistas russos.
Olhemos, agora, por exemplo, não para a loucura do tempo d) A descrição das catástrofes que ocorrem no Brasil vai justi-
em um único país, mas sim para a “loucura a dois”. Por que cho- ficar a imagem da bomba, criada pela nova teoria científica.
ve tanto em algumas regiões distantes da costa, como no interior e) Desenha-se nele um quadro de contrastes causados pelas
da Amazônia, enquanto países como a Austrália se transformam condições climáticas, para justificar todo o desenvolvimento pos-
em deserto? Dois cientistas russos sustentam, embasados na me- terior.
todologia da bomba biótica, que as florestas são responsáveis pela
criação dos ventos e a distribuição da chuva ao redor do planeta (Fundação Carlos Chagas) As questões de números 07 a 10
- como uma espécie de coração que bombeia a umidade. Esse mo- baseiam-se no texto apresentado abaixo.
delo questiona a meteorologia convencional, que explica a movi-
mentação do ar sobretudo pela diferença de temperatura entre os Assegurar e expandir mercados, aumentar a lucratividade e
oceanos e a terra. Ao falarem de chuva aqui e de seca acolá, eles garantir a sobrevivência da organização, não apenas no presen-
acabam falando de um dos mais atuais e globalizados temas: a te, mas em um futuro cercado de incertezas. Todas essas palavras
devastação das matas. de ordem remetem a uma ideia central: vantagem competitiva. As
Para o biogeoquímico Donato Nobre, do Instituto Nacional de empresas são progressivamente pressionadas por fatores como
Pesquisas da Amazônia e principal proponente da linha da bomba preço, qualidade, diversificação, customização e assim por diante.
biótica no Brasil, somente ela é que explica com clareza a con- Dentre os atributos valorizados pelos consumidores, cada vez mais
tradição entre a seca e a aridez que estão minguando as lavouras o desempenho ambiental das organizações tende a influir sobre as
na região Sul e as chuvas intensas que transbordam o Norte e o
decisões de compra.
Nordeste.
Diante dessa realidade, o tema sustentabilidade ambiental
De acordo, porém, com o professor americano David Adams,
passou a despertar o interesse de pesquisadores nas áreas de ges-
da Universidade do Estado do Amazonas, os físicos russos estão
tão, estratégia e estudos organizacionais. Um estudo realizado na
supervalorizando a força da bomba biótica. (Adaptado de Maíra
Fundação Getúlio Vargas tomou como referência a cadeia pro-
Magro. Istoé , 6/5/2009, p. 98-99)
dutiva da indústria da saúde no Brasil. A análise explorou, entre
outros aspectos, como os fatores confiança e cooperação podem
04. A frase que sintetiza corretamente o assunto do texto é:
ser decisivos para iniciativas que visem avanços consistentes no
a) Nova teoria científica busca explicações para os contrastes
do clima em diferentes regiões do planeta. desempenho ambiental do setor. Avaliou-se, ainda, o papel das po-
b) Meteorologia tradicional explica as recentes discrepâncias líticas ambientais para os serviços de saúde e como estas poderiam
climáticas que ocorrem no Brasil. melhor atender a suas especificidades, favorecendo um desenvol-
c) Diferenças regionais acentuadas nas regiões brasileiras po- vimento mais sustentável.
dem explicar alternância entre aridez e inundações. Na indústria da saúde destacamos uma extensa e diversificada
d) Cientistas se perdem em meio às novas teorias que tentam cadeia de fornecedores que suprem produtos, serviços, tecnolo-
explicar fenômenos climáticos extremos. gias, instalações, equipamentos e demais recursos imprescindíveis
e) A direção dos ventos na Amazônia justifica todos os exces- à concretização das atividades de diagnóstico, terapia e reabilita-
sos dos fenômenos climáticos no Brasil. ção que compõem a assistência propriamente dita.
Um grande hospital consome regularmente cerca de 30 mil
itens de uma grande variedade de fornecedores de diferentes se-
05. A expressão “ loucura a dois” refere-se, no 3º parágrafo, tores. Os estabelecimentos de saúde são sujeitos a licenciamento
a) à situação climática tanto nas regiões Norte e Nordeste ambiental e são caracterizados, segundo a legislação, como gera-
quanto na região Sul do país. dores de resíduos, emissões e efluentes perigosos, além de grandes
b) a países em situação geográfica e climática bem diversifi- consumidores de energia e água. No entanto, torna-se difícil mi-
cada. nimizar esses impactos sem o comprometimento dos fornecedores
c) às chuvas torrenciais e às secas destruidoras das lavouras. no desenvolvimento de tecnologias mais eficientes e processos
d) a cientistas que divergem em suas explicações sobre as va- menos poluentes. Fica claro que não bastam restrições legais, são
riações climáticas. também importantes os estímulos para que haja cooperação entre
e) à divergência entre metodologias de análise das condições os elementos da cadeia na adoção de medidas efetivas. (Adaptado
climáticas. de Vital Ribeiro. Adiante, março de 2006, p. 61-62)
Didatismo e Conhecimento 73
LÍNGUA PORTUGUESA
07. De acordo com o texto, a expressão vantagem competitiva d) Todo o parágrafo antecipa o assunto central do texto, já que
(1º parágrafo) refere-se ao fato de que as ações se referem diretamente à indústria da saúde.
a) os pesquisadores voltados para os estudos organizacionais e) Considera-se o respeito às condições ideais do meio am-
passaram a se preocupar especialmente com o desempenho am- biente como uma das preocupações inerentes às atividades empre-
biental das empresas. sariais, independentemente da área de atuação.
b) as organizações devem preocupar-se com as políticas de
preservação do meio ambiente, além do atendimento às exigências (Fundação Carlos Chagas) As questões de números 11 a 14
do mercado. baseiam-se no texto abaixo.
c) uma organização deve primar pela excelência de suas ações,
até mesmo agressivas, no sentido de superar os competidores. Até pouco tempo atrás, as empresas costumavam atrelar seu
d) as incertezas quanto às ações futuras da empresa são pau-
nome às causas verdes principalmente como estratégia de marke-
tadas em garantias que constam de fatores diferenciados, como
ting. À medida que o mundo tomava consciência das questões
preço e qualidade.
e) as pressões comerciais geralmente se sobrepõem à qualida- ambientais, em especial da degradação dos recursos naturais, de-
de dos serviços a serem prestados aos consumidores. monstrar preocupação com o planeta era uma forma de lustrar a
imagem da companhia e atrair os consumidores para suas marcas.
08. Em relação aos estabelecimentos de saúde, observa-se que Essa relação entre o mundo dos negócios e a natureza avançou
há no texto dramaticamente. Se antes as empresas patrocinavam o refloresta-
a) denúncia das más condições em que atua esse setor da saú- mento de uma área ou reciclavam seu lixo, colocavam a conta na
de no país, sem o devido controle das autoridades responsáveis ou lista de despesas, sem esperar retorno financeiro. Hoje, os custos
de uma legislação mais rigorosa. de ações como essas vão para a lista de investimentos, já que po-
b) crítica severa, por serem eles agentes efetivos de poluição dem significar lucros e crescimento nos negócios. Conglomerados
ambiental, além de seu excessivo consumo das fontes de energia como a General Electric, o Walmart e a IBM mantêm projetos de
e de água. ecoeficiência e de preservação do ambiente porque os consideram
c) reflexão acerca de possíveis novos modelos de gestão no estratégicos para a própria sobrevivência. O que mudou?
sentido de reduzir o consumo de água e de energia e controlar pe- “O aquecimento global, a escassez de água, a extinção das es-
rigos de contaminação do meio ambiente. pécies e o despejo de produtos tóxicos afetaram profundamente o
d) considerações pessimistas a respeito da impossibilidade de funcionamento da sociedade e também o das empresas”, diz o eco-
se fazerem os ajustes necessários ao bom funcionamento do setor, nomista Andrew Winston, consultor de grandes companhias para
por ausência de um modelo único de gestão.
questões ambientais. “Pela primeira vez na história os empresários
e) preocupação com a eficácia das propostas de redução dos
impactos causados por esse setor, o maior responsável pela emis- deparam com limites de crescimento reais impostos por questões
são de resíduos e o que mais consome recursos naturais. relacionadas à natureza”, ele completa.
O mundo dos negócios e o mundo natural estão inextricavel-
09. Uma conclusão pertinente e coerente do texto deverá ser: mente ligados. Todo produto que chega ao consumidor, seja um
a) Restrições de ordem legal têm sido, atualmente, os únicos carro, um tênis ou uma xícara de café, tem origem na extração
mecanismos eficazes de controle do eventual comprometimento ou na colheita de bens da natureza. Esses bens - a água, as terras
das condições ambientais pelo setor da saúde no Brasil. cultiváveis, as florestas - são finitos. Justamente nesse ponto reside
b) A indústria da saúde no Brasil tem contribuído de modo o maior desafio para as empresas. Desde a Revolução Industrial,
bastante controverso para a degradação do meio ambiente, por ser iniciada no século XVIII, o modelo econômico privilegiou a pro-
também a maior geradora de elementos poluidores. dução em detrimento da preservação dos recursos naturais. Essa
c) Torna-se necessário o desenvolvimento de processos menos conta está sendo cobrada agora - e é bem cara. (Gabriela Carelli.
poluentes e de tecnologia mais eficiente em toda a cadeia de forne- Veja, 9 de junho de 2010, pp. 149-150, com adaptações)
cimento e de assistência da indústria da saúde.
d) Estudos realizados no setor da saúde detectaram alto índi- 11. O que mudou? A resposta correta para a questão contida
ce de poluição decorrente do crescimento das atividades do setor, no 1º parágrafo está
pouco voltado para o controle ambiental. a) na ausência de investimentos que possibilitem a produção
e) Será quase impossível controlar a poluição decorrente do
de bens destinados ao consumo de uma sociedade mais exigente.
funcionamento do setor da saúde no país, tendo-se em vista o nú-
b) na necessidade imposta às empresas de se aliarem em gran-
mero de ações e de produtos envolvidos em suas atividades.
des conglomerados, com o objetivo de conquistar sempre mais
10. Tomando-se por base o 1º parágrafo do texto, está incor- consumidores.
reto o que se afirma em: c) na conscientização atual de que é necessário haver maior
a) As ações discriminadas se relacionam com as áreas de ges- preocupação com os recursos naturais e com a sustentabilidade
tão, estratégia e estudos organizacionais , tal como é retomado no do planeta.
parágrafo seguinte. d) no fato de que os investimentos em ações voltadas para o
b) O início do parágrafo indica uma sequência de ações que meio ambiente nem sempre possibilitam os lucros indispensáveis
são geralmente tomadas como lema dentro de uma organização. à produção.
c) As orações com verbos no infinitivo podem ser substituídas e) no desenvolvimento industrial do mundo moderno, em que
por expressões substantivas, como: a expansão de mercados, o au- se exige um número cada vez maior de produtos para o consumo.
mento da lucratividade, a garantia da sobrevivência etc.
Didatismo e Conhecimento 74
LÍNGUA PORTUGUESA
12. Conclui-se corretamente do texto que associar o prêmio de que mais gostavam (suco) à cor verde e o
a) os negócios bem sucedidos e a responsabilidade empresa- prêmio menos significativo (água) às demais cores. A reação ce-
rial na exploração do planeta constituem hoje atitudes intimamente rebral foi rigorosamente monitorada pelos pesquisadores por meio
relacionadas. de ressonância magnética em diversas situações: quando “ganha-
b) a busca pela simpatia dos consumidores deverá ser sempre vam” o suco, quando o “perdiam” e quando “invejavam” o com-
o principal objetivo na gestão financeira das empresas. panheiro bem sucedido. A pesquisa mostrou imensa atividade dos
c) a produção de objetos industrializados, sem se valer da ex- neurônios na mesma região cerebral responsável pelos processos
ploração da natureza, tornou-se o principal objetivo do mundo dos de pensamentos imaginativos desenvolvidos por uma pessoa ao se
negócios. arrepender de uma decisão, processo esse ligado à capacidade de
d) a oferta de recursos naturais está sendo posta em risco, sem fantasiar para sublimar uma frustração e não agir impulsivamente.
que haja atualmente qualquer tipo de cuidado na exploração desses
recursos. Essa sensação de frustração e remorso decorre da percepção
e) a industrialização dos recursos da natureza oferece maiores de que poderia ter acontecido algo bom (ou, pelo menos, não ter
vantagens econômicas por respeitar antigos modelos de produção. acontecido nada) se tivesse sido outra a decisão diante de deter-
minado estímulo. Processo semelhante ocorre com os macacos.
13. É correto afirmar que o desafio para as empresas será o de Embora o cérebro dos macacos atue da mesma maneira que o dos
a) transformar em lucros os investimentos, ainda que explo- humanos arrependidos, os biólogos ainda preferem ser cautelosos
rem indevidamente os recursos naturais. quando se cotejam as duas espécies. “É preciso ter cuidado por-
b) pôr em prática procedimentos voltados para a obtenção de que projetamos sentimentos humanos em animais. Eles não têm
lucros, no sentido de superar a concorrência nos negócios. condições de refletir nem de avaliar aquilo que estão sentindo”,
c) recorrer a um modelo de produção que, embora já superado, diz Mauro Lantzman, veterinário e professor de psicobiologia da
tem sido mais eficaz em seus resultados. d) garantir maior oferta de Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. (Tatiana de Mello.
recursos da natureza, que se encontra reduzida devido ao aumento ISTOÉ, 17/6/2009, com adaptações)
na produção de bens variados.
e) colocar em primeiro lugar um modelo econômico que res- 15. O ditado é errando que se aprende, transcrito no 1º pará-
peite os limites da natureza na oferta de seus recursos. grafo,
a) contém ideia que contradiz o desenvolvimento posterior.
14. A oposição assinalada no 1º parágrafo entre lista de despe-
b) faz uma afirmativa que se aplica apenas ao comportamento
sas e lista de investimentos
humano.
a) salienta as questões relativas à saúde financeira das empre-
c) atribui um sentido emocional a um texto de caráter cientí-
sas, que valorizam o necessário equilíbrio entre gastos e lucros.
fico.
b) identifica o maior problema das empresas, quer dizer, como
d) tem pequena relação com o desenvolvimento do texto.
abastecer o mercado sem que os estoques fiquem parados, sem
e) antecipa o desenvolvimento do assunto e sua conclusão.
compradores.
c) tem seu sentido alterado pelas mudanças ocorridas no mun-
16. Com a opinião exposta no último parágrafo, o veterinário
do moderno, caracterizado por uma sociedade mais consumista.
d) reproduz, de maneira simples, a mudança de percepção em a) reforça as conclusões obtidas por outros pesquisadores
relação ao uso dos recursos naturais ocorrida no mundo dos ne- quanto aos sentimentos dos animais.
gócios. b) propõe cautela na atribuição de sentimentos humanos para
e) indica uma tomada de posição estratégica para garantir a definir o comportamento de animais.
sobrevivência no mundo empresarial, marcado pela competição c) demonstra incerteza quanto ao fato de os animais mani-
festarem sentimentos idênticos aos do homem. d) censura o uso
(Fundação Carlos Chagas) As questões de números 15 a 17 de animais em experimentos de caráter científico sem os cuidados
baseiam-se no texto abaixo. necessários.
e) aceita as evidências quanto aos sentimentos que explicam o
Há um ditado que diz: é errando que se aprende. Pelo menos comportamento dos animais.
no campo da experimentação científica, no qual se comemora o
acerto mas não se lamenta o insucesso que ensina, essa máxima 17. As aspas que assinalam os três verbos no 2º parágrafo
funciona - as escolhas equivocadas e as oportunidades perdidas a) comprovam a teoria de que macacos agem de forma idênti-
podem ser processadas pelo cérebro como base para positivas ca aos seres humanos perante os erros cometidos.
decisões futuras. Pesquisadores americanos anunciaram que essa b) demonstram o comportamento antissocial existente tanto
característica não é um privilégio do homem; também os macacos nos humanos quanto nos macacos diante das frustrações.
aprendem com as escolhas erradas. c) atestam a falta de palavras adequadas para traduzir o arre-
Os cientistas submeteram um grupo de animais ao seguinte pendimento dos animais devido a escolhas erradas.
teste: eles tinham de escolher, entre objetos iguais, aquele que lhes d) indicam uma sequência de ações que se concretizam ao
resultaria na melhor recompensa. Diante deles foram depositados mesmo tempo, monitoradas pelos pesquisadores.
oito cubos idênticos, todos brancos. Quando os macacos selecio- e) atribuem sentido particular a esses verbos, remetendo à ob-
navam um cubo, os outros acendiam, revelando sua cor verdadeira servação feita pelo veterinário no final do texto.
e o prêmio correspondente. Os bichos aprenderam rapidamente a
Didatismo e Conhecimento 75
LÍNGUA PORTUGUESA
(Fundação Carlos Chagas) As questões de números 18 e 19 III. estabelecer um consenso entre as mais variadas opiniões
baseiam-se no texto apresentado abaixo. existentes em grupos minoritários coloca em risco a legitimidade
de uma democracia.
O século XX escolheu a democracia como forma predominan-
te de governo e, para legitimá-la, as eleições pelo voto da maioria. Está correto o que se afirma em
O momento eleitoral passou a mobilizar as energias da política e a) I, somente
trazer ao debate as questões públicas relevantes. No entanto, de- b) II, somente
magogias de campanha e mandatos mal cumpridos foram aos pou- c) I e III, somente
cos empanando a festa de cidadania do sufrágio universal. d) II e III, somente
Pierre Rosanvallon propõe como um dos critérios para ava- e) I, II e III
liar o grau de legitimidade de uma instituição a sua capacidade de
encarnar valores e princípios que sejam percebidos pela sociedade (Fundação Carlos Chagas) As questões de números 20 a 22
como tais. Assim como a confiança entre pessoas, legitimidade é baseiam-se no texto abaixo.
uma entidade invisível. Mas ela contribui para a formação da pró-
pria essência da democracia, levando à adesão dos cidadãos. Afi- O Brasil é hoje um dos líderes mundiais do comércio agrícola,
nal, a democracia repousa sobre a ficção de transformar a maioria ocupando a primeira posição nos embarques de açúcar e de carne
em unanimidade, gerando uma legitimidade sempre imperfeita. O bovina e a segunda, nas vendas de soja e de carnes de aves. Já era o
consentimento de todos seria a única garantia indiscutível do res- maior exportador mundial de café, mas até há uns 20 anos a maior
peito a cada um. parte de sua produção agropecuária era menos competitiva que a
Mas a unanimidade dos votos é irrealizável. Por isso a regra das principais potências produtoras. Esse quadro mudou, graças
majoritária foi introduzida como uma prática necessária. Na de- a um persistente esforço de modernização do setor. Um levanta-
mocracia os conflitos são inevitáveis, porque governar é cada vez mento da Organização Mundial do Comércio (OMC) conta uma
mais administrar os desejos das várias minorias em busca de con- parte dessa história, mostrando o aumento da presença brasileira
sensos que formem maiorias sempre provisórias. Há, assim, uma nas exportações globais ente 1999 e 2007. Uma história mais com-
contradição inevitável entre a legitimidade dos conflitos e a neces- pleta incluiria também um detalhe ignorado pelos brasileiros mais
sidade de buscar consensos. Fazer política na democracia implica
jovens: o suprimento do mercado interno tornou-se muito melhor
escolher um campo, tomar partido.
quando o país se transformou numa potência exportadora e as cri-
Quanto mais marcadas por divisões sociais e por incertezas,
ses de abastecimento deixaram de ocorrer. Essa coincidência não
mais as sociedades produzem conflitos e necessitam de lideranças
ocorreu por acaso.
que busquem consensos. Como o papel do Poder Executivo é agir
A prosperidade mundial e o ingresso de centenas de milhões
com prontidão, não lhe é possível gerir a democracia sem praticar
de pessoas no mercado de consumo, em grandes economias emer-
arbitragens e fazer escolhas. Mas também não há democracia sem
gentes, favoreceram a expansão do comércio de produtos agro-
o Poder Judiciário, encarregado de nos lembrar e impor um siste-
ma legal que deve expressar o interesse geral momentâneo; igual- pecuários nas duas últimas décadas. Mas, apesar das condições
mente ela não existe sem as burocracias públicas encarregadas de favoráveis criadas pela demanda em rápida expansão, houve uma
fazer com que as rotinas administrativas essenciais à vida em co- dura concorrência entre os grandes produtores. A competição foi
mum sejam realizadas com certa eficiência e autonomia. (Gilberto distorcida pelos subsídios e pelos mecanismos de proteção adota-
Dupas. O Estado de São Paulo, A2, 17 de janeiro de 2009, com dos no mundo rico e, em menor proporção, em algumas economias
adaptações) emergentes.
A transformação do Brasil num dos líderes mundiais de ex-
18. De acordo com o texto, portação agropecuária foi possibilitada por uma combinação de
a) a autonomia de uma rotina administrativa é um dos fun- ações políticas e empresariais. Um dos fatores mais importantes
damentos essenciais à existência de uma verdadeira democracia. foi o trabalho das instituições de pesquisa, amplamente reforçado a
b) o regime democrático, apesar de sua validade no momento partir da criação da Embrapa, nos anos 70. A ocupação do cerrado
eleitoral, torna-se ilegítimo por não conseguir o pleno consenso da por agricultores provenientes de outras áreas - principalmente do
maioria da população. Sul - intensificou-se nessa mesma época. Nos anos 80, rotulados
c) a democracia constitui a legítima forma de governo, apesar por economistas como “década perdida”, a agropecuária exibiu di-
do abuso demagógico de alguns políticos. namismo e modernizou-se, graças ao investimento em novas tec-
d) os mandatos conferidos pelo sufrágio universal devem ser nologias e à adoção de melhores práticas de produção. O avanço
integralmente cumpridos pelos políticos eleitos. tecnológico foi particularmente notável, nessa época, na criação de
e) a legitimidade de uma democracia só estará garantida se gado de corte e na produção de aves. Isso explica, em boa parte,
houver um consenso entre a maioria das pessoas. o sucesso comercial dos dois setores nos anos seguintes. Com o
abandono do controle de preços, a transformação da agropecuária
19. Segundo o autor, acelerou-se nos anos 90 e o Brasil pôde firmar sua posição como
I. basear-se em opiniões alheias para a tomada de certas deci- grande exportador.
sões pode originar conflitos que ponham em risco a ordem pública A magnitude da transformação fica evidente quando se ob-
essencial em regimes democráticos. servam os ganhos de produtividade. As colheitas cresceram muito
II. respeitar a vontade da maioria é uma prática democrática mais do que a área ocupada pelas lavouras. Aumentou a produção
que se impôs pela impossibilidade de haver unanimidade no trato de carne bovina, indicando uma pecuária muito mais eficiente. No
de questões de ordem pública. setor de aves, o volume produzido expandiu-se consideravelmen-
Didatismo e Conhecimento 76
LÍNGUA PORTUGUESA
te. Isso permitiu não só um grande avanço no mercado externo, Uma tese corrente entre os antropólogos sustenta que um dos
mas também um enorme aumento do consumo por habitante no marcos da separação entre o homem e os demais primatas foi o ad-
mercado interno. Proteínas animais tornaram-se muito baratas, vento da família nuclear. Formada por pai, mãe e filhos que vivem
refletindo-se nas condições de vida de milhões de brasileiros. (O juntos, ela se opõe à chamada família estendida, em que os animais
Estado de São Paulo, Notas & Informações, A3, 29 de novembro andam em bandos e as relações entre membros consanguíneos se
de 2009, com adaptações) dão de outras formas. Entre os chimpanzés e os bonobos, nossos
parentes mais próximos na árvore da evolução, como entre muitos
20. É correto afirmar, de acordo com o texto, que outros mamíferos sociais, a guarda da prole fica exclusivamente a
a) apesar da adoção de melhores práticas de produção, a trans- cargo da fêmea.
formação do Brasil em país exportador foi impossibilitada por bar- Uma pesquisa recente de um grupo de arqueólogos alemães
reiras criadas nos países mais ricos. confirma a antiguidade da família nuclear entre humanos. O estudo
b) a dura concorrência entre os grandes produtores levou a foi feito com base num conjunto de quatro túmulos coletivos, que
uma redução das áreas destinadas à agropecuária, em todo o país. datam de 4.600 anos atrás, encontrados próximos ao rio Saale, no
c) as condições de vida de milhões de brasileiros melhoraram interior da Alemanha. Os túmulos abrigavam treze ossadas, cujas
fraturas sugeriam que os indivíduos haviam sido vítimas de um
em razão da oferta abundante de alguns produtos no mercado in-
massacre. Por análises de DNA, provou-se que num dos túmulos
terno.
pai, mãe e filhos - dois meninos com cerca de 5 e 9 anos - haviam
d) as grandes economias emergentes foram responsáveis por
sido enterrados juntos. Como mostra uma reconstituição artística
eventuais crises de abastecimento, devido ao aumento da demanda
feita a partir das ossadas, cada uma das crianças foi sepultada, res-
por alimentos. pectivamente, junto aos braços do pai e da mãe. O achado constitui
e) o sucesso comercial dos produtos agropecuários brasileiros a mais antiga evidência arqueológica de família nuclear já encon-
se deveu, especialmente, à melhoria no abastecimento do mercado trada e identificada por meio da genética.
interno. Até meados do século XX, prevalecia entre os antropólogos
a ideia de que a família nuclear era uma instituição apenas cul-
21. Essa coincidência não ocorreu por acaso. (1o parágrafo) A tural. Ela está presente em mitos consagrados como Adão e Eva,
opinião acima se baseia na correlação observada entre a primeira das famílias, segundo a Bíblia. Hoje se acredita que a
a) ampliação do espaço das lavouras e transformação do Bra- família nuclear tenha se estabelecido por trazer vantagens evoluti-
sil em potência exportadora. vas. Segundo o biólogo holandês Frans de Waal, um dos maiores
b) fim das crises de abastecimento do mercado interno e oferta primatologistas da atualidade, “É provável que a família nuclear
abundante dos mais variados produtos à população. tenha sido essencial para diferenciar a espécie humana, garantir
c) modernização da agropecuária com investimentos em tec- sua sobrevivência e sua disseminação pelo planeta”.
nologia e adoção de práticas eficazes de produção. Várias hipóteses apontam nesse sentido. Nas gerações ime-
d) liderança nas exportações e melhoria no fornecimento de moriais, os machos que ficavam mais perto das fêmeas geravam
produtos destinados ao consumo da população brasileira. mais descendentes que os aventureiros, que só apareciam de vez
e) estabelecimento de barreiras de proteção pelos países mais em quando. A relação estável também ganhou espaço porque, en-
ricos e maior consumo de alimentos nos países emergentes. tre humanos, criar um filho não é fácil. O bebê exige cuidados es-
peciais por mais tempo que outros primatas. Em ambientes hostis,
22. Está implícito no texto o fato de que como a selva ou a savana, proteger a criança era difícil. Sob a ótica
a) a década de 80 foi corretamente rotulada de “década perdi- do pai, estar por perto para arranjar comida, manter as feras afasta-
da”, em razão dos escassos investimentos na produção agropecu- das e garantir a sobrevivência da prole representava uma vantagem
ária brasileira. evolutiva.
b) os mecanismos de proteção adotados por algumas nações Como mostra a imagem da família abraçada no túmulo en-
permitiram um considerável aumento na oferta mundial de produ- contrado na Alemanha, o instinto familiar é ancestral no Homo
sapiens. (Leandro Nardoch. Veja, 10 de dezembro de 2008, pp.
tos agropecuários.
114-115, com adaptações)
c) a modernização ocorrida no setor cafeeiro colocou o Brasil
entre os principais exportadores de produtos agrícolas no mercado
23. As vantagens evolutivas, de acordo com o texto, são, prin-
internacional.
cipalmente,
d) o setor agrícola brasileiro, por ter produtividade inferior à a) variedade de formas de relacionamento entre as espécies e
dos demais países, foi um obstáculo à presença do país no mercado vínculo consanguíneo.
internacional. b) caracterização da espécie humana e influência cultural de
e) os exportadores brasileiros enfrentaram barreiras comer- certos mitos familiares.
ciais impostas por outros países produtores para ampliar sua parti- c) geração de maior número de descendentes e garantia de
cipação nas exportações mundiais. sobrevivência da prole.
d) diferenciação entre o homem e os demais primatas e mu-
(TRT 20ª Região - Técnico Judiciário - 2010 - Fundação Car- danças nas relações sociais.
los Chagas) As questões de números 23 a 26 baseiam-se no texto e) papel de guarda da prole desempenhado pelas fêmeas e de
abaixo. provedor, pelos machos.
Didatismo e Conhecimento 77
LÍNGUA PORTUGUESA
24. Uma síntese correta do texto está apresentada em: O longa também se propõe a discutir outro problema: o fato de
a) A descoberta de ossadas reforça a ideia de que o núcleo que, mesmo quando salvas das mãos dos traficantes, muitas aves
familiar floresceu e se manteve através das eras por favorecer a não são reintroduzidas na natureza. Além da versão final editada
evolução da espécie humana. para o cinema, as entrevistas e materiais pesquisados estarão dis-
b) A vida dos homens primitivos era bastante semelhante à poníveis para pesquisadores que queiram se aprofundar no tema.
dos primatas e sujeita a atos de violência, como os massacres que A intenção é a de que o filme contribua para a educação - e, por
destruíam famílias inteiras. isso, será oferecido para estabelecimentos de ensino. Entre as es-
pécies mais visadas pelos traficantes estão papagaios, a araponga,
c) Achados arqueológicos, mesmo em quantidade notável,
o pixoxó, o canário-da-terra, o tico-tico, a saíra-preta, o galo-de-
nem sempre conseguem esclarecer divergências entre os especia- -campina, sabiás e bigodinho. (O Estado de S. Paulo, A30 Vida,
listas no assunto. Planeta, 21 de novembro de 2010)
d) A influência das religiões, desde as épocas mais remotas,
permitiu o estabelecimento de núcleos familiares estáveis entre os 27. O assunto do texto está corretamente resumido em:
seres humanos. a) Um longa-metragem, em forma de documentário, abordará
e) O convívio marcado por um comportamento típico de ban- o tráfico de aves silvestres no Brasil, e terá objetivos educativos.
dos favoreceu a sobrevivência de algumas espécies animais, como b) A Ancine deverá escolher e patrocinar a realização de al-
chimpanzés e bonobos. guns projetos de filmes educativos, destinados às escolas brasi-
leiras.
25. O texto aponta c) ONGs voltadas para a proteção de aves silvestres buscam a
realização de novos projetos, como a de filmes educativos.
a) semelhanças indiscutíveis na organização social e familiar
d) Várias espécies de aves silvestres encontram-se em extin-
de várias espécies de primatas, incluída a espécie humana. ção, apesar dos constantes cuidados de ONGs destinadas à sua
b) influências culturais remotíssimas que nortearam a forma- proteção.
ção dos núcleos familiares durante a Antiguidade. e) Apesar das intenções didáticas, filme sobre tráfico de aves
c) divergência nas conclusões de pesquisadores sobre as con- silvestres não atinge sua finalidade educativa.
dições de diferenciação da espécie humana em relação aos outros
primatas. 28. O texto informa claramente que
d) mudança de visão de antropólogos em relação à instituição a) produtor do documentário sobre aves silvestres baseou-se
familiar, confirmada por achados arqueológicos. em entrevistas com pesquisadores para desenvolver o roteiro do
e) dificuldades encontradas por arqueólogos para chegar a in- filme.
b) as discussões referentes aos diversos problemas que colo-
terpretações científicas a partir de achados antiquíssimos.
cam em perigo as aves silvestres já estão em andamento na Ancine.
c) algumas Organizações Não Governamentais estão se pro-
26. Considere as afirmativas seguintes: pondo a proteger aves silvestres capturadas e a preparar seu retor-
I. Há, no texto, informação explícita a respeito do significado no à natureza.
de família nuclear. d) objetivo principal do documentário será oferecer subsídios
II. Está implícito no texto que recursos oferecidos pela genéti- a pesquisadores interessados em estudos sobre aves silvestres bra-
ca são importantes auxiliares em estudos arqueológicos. sileiras.
III. A conclusão que surge no último parágrafo é coerente com e) projeto do documentário sobre o tráfico de aves silvestres
o desenvolvimento do texto. já foi aprovado, mas ainda não há patrocinador para sua produção.
Didatismo e Conhecimento 78
LÍNGUA PORTUGUESA
(Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis, in Prosa 05. Resposta B. A expressão “loucura a dois” refere-se ao
Seleta. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003, p.89) Brasil (representado pela Amazônia) e a Austrália. Observe o tre-
cho: “Por que chove tanto em algumas regiões distantes da costa,
29. O texto se desenvolve como como no interior da Amazônia, enquanto países como a Austrália
a) depoimento de uma criança sobre o espelhinho que tinha se transformam em deserto?”
no lado oposto a figura de uma bailarina nua, registrado em sua
memória. 06. Resposta: E. Há um contraste entre os estados do Rio
b) discussão em torno da importância de certas profissões, ain- Grande do Sul e o Piauí, o que origina o desenvolvimento posterior
da que se destinem ao comércio de bufarinhas. do texto, quando se menciona uma nova teoria sobre as chuvas - a
c) crítica a um tipo de vendedores que não se preocupa com chamada “bomba biótica”.
valores morais, como no caso da figura da bailarina nua vendida
a uma criança. 07. Resposta B. O primeiro parágrafo do texto menciona,
d) relato de caráter pessoal, em que o autor relembra uma situ- além do desempenho ambiental das empresas, outros fatores im-
ação vivida quando era pequeno e reflete sobre ela. portantes como preço, qualidade, diversificação, customização.
e) ensaio de caráter filosófico, em que o autor questiona o di-
lema diante de certos fatos da vida, apontado na dúvida final: Até 08. Resposta C. Tal reflexão mencionada na alternativa em
hoje não sei qual era o mágico. análise, consta no quarto parágrafo do texto: “Fica claro que não
bastam restrições legais, são também importantes os estímulos
30. É incorreto afirmar que: para que haja cooperação entre os elementos da cadeia na adoção
a) A exclamação Que Mulher! cria uma incoerência no con- de medidas efetivas.”
texto, por referir-se a uma figura feminina que era, na verdade, um
cromo como outro qualquer. 09. Resposta C. Resposta bem semelhante à questão anterior,
b) Percebe-se, na fala do contista, certa nostalgia em relação observe o trecho final do texto: “torna-se difícil minimizar esses
aos bufarinheiros, que vendiam sonhos, embutidos nas pequenas impactos sem o comprometimento dos fornecedores no desen-
coisas. volvimento de tecnologias mais eficientes e processos menos po-
c) Bufarinheiro é uma palavra atualmente em desuso no idio- luentes. Fica claro que não bastam restrições legais, são também
ma, porém é possível entender seu sentido no decorrer do texto. importantes os estímulos para que haja cooperação entre os ele-
d) Uma possível conclusão do texto é a de que a verdadei- mentos da cadeia na adoção de medidas efetivas.”
ra mágica estava no encanto da criança, quebrado com o espelho
partido. 10. Resposta D. No primeiro parágrafo não existe nenhuma
e) No 1º parágrafo o autor constata mudança de hábitos na menção à indústria da saúde; na verdade, ele mostra a importância
substituição das bufarinhas por sorvetes e sucos de fruta. do desempenho ambiental, influenciando os consumidores.
Didatismo e Conhecimento 79
LÍNGUA PORTUGUESA
vação dos recursos naturais; e) incorreta. Observe trecho final do 19. Resposta B. Analisando-se as afirmações: I. incorreta - o
texto: “Desde a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, o texto apenas menciona que opiniões diferentes podem gerar con-
modelo econômico privilegiou a produção em detrimento da pre- flitos e que necessitam de lideranças para se buscar o consenso; II.
servação dos recursos naturais.” correta - é o que se menciona no início do terceiro parágrafo; (co-
tação via Internet). incorreta - as mais variadas opiniões não colo-
13. Resposta E. É o que se pode inferir do trecho final do ca em risco a legitimidade da democracia e sim fazem parte dela.
texto: “Desde a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII,
o modelo econômico privilegiou a produção em detrimento da 20. Resposta C. Leia-se o parágrafo final: “A magnitude da
preservação dos recursos naturais. Essa conta está sendo cobrada transformação fica evidente quando se observam os ganhos de
agora - e é bem cara.” produtividade. As colheitas cresceram muito mais do que a área
ocupada pelas lavouras. Aumentou a produção de carne bovina,
Demais alternativas: a) incorreta - a segunda parte da ora- indicando uma pecuária muito mais eficiente. No setor de aves, o
ção invalida a alternativa (o correto seria dizer: “transformar em volume produzido expandiu-se consideravelmente. Isso permitiu
lucros os investimentos, sem explorar indevidamente os recursos não só um grande avanço no mercado externo, mas também um
naturais.”; b) incorreta - observe o trecho: “Pela primeira vez na enorme aumento do consumo por habitante no mercado interno.
história os empresários deparam com limites de crescimento reais Proteínas animais tornaram-se muito baratas, refletindo-se nas
impostos por questões relacionadas à natureza.”; c) incorreta - tal condições de vida de milhões de brasileiros.”
modelo é contestado (“Essa conta está sendo cobrado agora - e é
bem cara.”); d) incorreta - o que se salienta no texto é a garantia Demais alternativas: a) incorreta - o texto menciona que
da exploração adequada dos recursos que a natureza oferece. houve uma dura competição entre os grandes produtores, mas não
impediu que o Brasil se transformasse em país exportador; b) in-
14. Resposta D. Observe o trecho: “Hoje, os custos de ações correta - tal afirmação não está no texto; d) incorreta - erro de
como essas vão para a lista de investimentos, já que podem signi- contradição. As crises de abastecimento deixaram de ocorrer quan-
ficar lucros e crescimento nos negócios.” do o país se transformou em potência exportadora; e) incorreta
15. Resposta E. O ditado popular que inicia o texto serve de - a melhoria ocorreu principalmente ao abastecimento do mercado
externo.
tese para o desenvolvimento e conclusão do texto.
21. Resposta A: Leia o trecho: “o suprimento do mercado in-
Demais alternativas: a) incorreta - veja comentário da alter-
terno tornou-se muito melhor quando o país se transformou numa
nativa “e”; b) incorreta - aplica-se também aos seres irracionais (é
potência exportadora e as crises de abastecimento deixaram de
constatada pelos macacos); c) incorreta - o texto é objetivo, não
ocorrer.”
há sentido emocional; d) incorreta - veja alternativa “e”.
22. Resposta E. Observe o trecho: “A competição foi distor-
16. Resposta B. Leia o trecho: “Embora o cérebro dos maca- cida pelos subsídios e pelos mecanismos de proteção adotados no
cos atue da mesma maneira que o dos humanos arrependidos, os mundo rico e, em menor proporção, em algumas economias emer-
biólogos ainda preferem ser cautelosos quando se cotejam as duas gentes.”
espécies.”
Demais alternativas: a) incorreta - leia o trecho: “Nos anos 80,
Demais alternativas: a) incorreta - observe o trecho: “É pre- rotulados por economistas como “década perdida”, a agropecuária
ciso ter cuidado porque projetamos sentimentos humanos em ani- exibiu dinamismo e modernizou-se, graças ao investimento em no-
mais. Eles não têm condições de refletir nem de avaliar aquilo que vas tecnologias e à adoção de melhores práticas de produção.”; b)
estão sentindo.”; c) incorreta - há uma ressalva na tentativa de incorreta - esses mecanismos de proteção trouxeram uma “dura
definir o comportamento dos animais, atribuindo-lhes sentimen- concorrência entre os produtores”; c) incorreta - a mencionada
tos humanos; d) incorreta - não há embasamento no texto para modernização foi no setor agropecuário; d) incorreta - contradiz o
admitir tal hipótese; e) incorreta - o autor demonstra cautela, veja texto, uma vez que a produção nacional apresenta destaque, como
comentário da alternativa “a”. se observa no início do primeiro parágrafo: “O Brasil é hoje um
dos líderes mundiais do comércio agrícola, ocupando a primeira
17. Resposta E. Os verbos ganhar, perder e invejar realçam posição nos embarques de açúcar e de carne bovina e a segunda,
cautela que se deve ter na definição do comportamento dos ani- nas vendas de soja e de carnes de aves.”
mais, tendo como base os sentimentos humanos.
23. Resposta C. É o que constata o biólogo holandês Frans de
18. Resposta E. É o que se pode depreender da leitura do se- Waal: “É provável que a família nuclear tenha sido essencial para
gundo parágrafo do texto. diferenciar a espécie humana, garantir sua sobrevivência e sua dis-
seminação pelo planeta.”
Demais alternativas: a) incorreta - segundo o texto, um dos
fundamentos essenciais à existência de uma verdadeira democra- 24. Resposta A. É a alternativa que sintetiza o texto.
cia é a eleição pelo voto da maioria; b) incorreta - o texto men-
ciona que a unanimidade dos votos é irrealizável e não ilegítimo; Demais alternativas: b) incorreta - o texto não menciona que
c) incorreta - a democracia não constitui a legítima forma de go- os massacres destruíam famílias inteiras, apenas que foram encon-
verno, é apenas a forma predominante no século XX; d) incorreta trados túmulos, com treze ossadas de indivíduos que haviam sido
- não existe menção disso no texto. vítimas de um massacre; c) incorreta - observe o trecho: O achado
Didatismo e Conhecimento 80
LÍNGUA PORTUGUESA
arqueológico “constitui a mais antiga evidência arqueológica de 30. Resposta A. Não há incoerência na expressão em desta-
família nuclear já encontrada e identificada por meio da genética.”; que, há uma recordação de um momento de sua infância.
d) incorreta - extrapolação, uma vez que o texto não menciona in-
fluência das religiões; e) incorreta - não existe tal relação no texto, Demais alternativas: b) correta - o autor cita que a profissão
menciona-se apenas que a guarda da prole entre os chimpanzés e dos bufarinheiros foi substituída pela dos ambulantes, que passa-
bonobos era exclusivamente da fêmea. ram a vender sorvetes e sucos de fruta; c) correta - o autor men-
ciona que atualmente é uma palavra em desuso, que ninguém mais
25. Resposta D. Leia-se o início do terceiro parágrafo: “Até a exerce; d) correta - sem ressalvas; e) correta - sem ressalvas.
meados do século XX, prevalecia entre os antropólogos a ideia de
que a família nuclear era uma instituição apenas cultural. Ela está ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO: RECURSOS DE CO-
presente em mitos consagrados como Adão e Eva, a primeira das ESÃO. SIGNIFICADO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E
famílias, segundo a Bíblia. Hoje se acredita que a família nuclear EXPRESSÕES
tenha se estabelecido por trazer vantagens evolutivas.”
Coesão - ligação de natureza gramatical entre as partes de um
26. Resposta B. Analisando-se as afirmativas: I. correta - “fa- texto ou de uma sentença. Expressa-se pelo uso adequado dos co-
mília nuclear. Formada por pai, mãe e filhos que vivem juntos”; II. nectivos (conjunções e pronomes relativos, principalmente).
correta - observe o trecho: “O achado constitui a mais antiga evi-
dência arqueológica de família nuclear já encontrada e identificada Coerência - conjunto de relações sintático-semânticas que
por meio da genética.”; III. correta - o parágrafo final retoma os unem as partes de um texto.
três parágrafos anteriores de maneira coerente.
A importância dos conectivos
27. Resposta A. Sem ressalvas. Resume o texto, informando
sobre os dois objetivos do documentário - abordar o tráfico de aves A coesão de um texto depende muito da relação entre as ora-
silvestres e a sua finalidade educativa. ções que formam os períodos e os parágrafos. Os períodos com-
postos precisam ser relacionados por meio de conectivos adequa-
Demais alternativas: b) incorreta - a Ancine apenas aprovou dos.
o projeto do documentário; c) incorreta - houve citação nominal
de apenas uma ONG - a SOS Fauna; d) incorreta - o texto não faz Conjunções coordenativas
menção sobre a extinção de várias espécies, apenas menciona as
espécies mais visadas pelos traficantes; e) incorreta - o advérbio Relação / conjunção / exemplo
“não” invalida a alternativa.
Adição - e, nem, mas também. Sofia estuda e brinca.
28. Resposta E. Observe o início do segundo parágrafo: “A
Agência Nacional de Cinema (Ancine) aprovou o projeto e, agora, Adversidade (oposição) - mas, porém, contudo, todavia, en-
busca-se patrocínio.” tretanto. Joana estudou muito, porém não foi aprovada.
Demais alternativas: a) incorreta - o documentário não se ba- Alternância - ou.. ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja. Bea-
seou em entrevistas com pesquisadores; o longa-metragem apre- triz ora estuda, ora trabalha.
sentará também cenas de flagrantes do tráfico e as rotas do comér-
cio ilegal; b) incorreta - o texto não menciona discussões sobre Conclusão - logo, portanto, pois (após o verbo). Penso, logo
diversos problemas, citam-se apenas dois: os flagrantes do trafico existo.
e a não reintrodução de muitas aves na natureza; c) incorreta - o
texto menciona apenas uma ONG - a SOS Fauna, uma das orienta- Explicação - que, porque, pois (antes do verbo). Estudem bas-
doras para a produção do filme; d) incorreta - segundo o texto, o tante, pois só assim serão aprovados.
objetivo principal do documentário é educativo.
Conjunções subordinativas
29. Resposta D. O autor do texto relata de maneira pessoal, a
compra por um bufarinheiro de um “espelhinho que tinha no lado Relação / conjunção / exemplo
oposto a figura de uma bailarina nua”.
Causa - porque, já que, visto que, como. Já que todos falta-
Demais alternativas: a) incorreta - não é um depoimento e ram, não haverá aula.
sim um relato de caráter pessoal; b) incorreta - não se discute a
importância de certas profissões, o destaque é a compra do espelhi- Comparação - mais... que, menos... que, assim como, tão/
nho com a figura de uma bailarina nua; c) incorreta - não há crítica tanto... como. Vânia é mais esperta do que sua irmã.
no texto em análise; e) incorreta - extrapolação, não há ensaio
filosófico na transcrição do texto, trata-se apenas de lembranças Concessão - embora, ainda que, conquanto, mesmo que. Ain-
do autor. da que chova, iremos à aula inaugural do curso.
Didatismo e Conhecimento 81
LÍNGUA PORTUGUESA
Condição - se, caso, desde que, a não ser que, a menos que. A remissão anafórica (para trás) realiza-se por meio de pro-
Se não chover, iremos ao concerto no Municipal. nomes pessoais de 3ª pessoa (retos e oblíquos) e os demais prono-
mes; também por numerais, advérbios e artigos. Exemplo: André
Conformidade - conforme, como, segundo. Fizeram tudo e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são di-
conforme o combinado. ferentes. Este não briga com quem torce para outro time; aquele
o faz.
Consequência - tão/tanto... que, de modo que. Comeu tanto, O termo isso retoma o predicado são fanáticos torcedores de
que teve distúrbio intestinal. futebol; este recupera a palavra Pedro; aquele, o termo André; o
faz, o predicado briga com quem torce para o outro time.
Finalidade - para que, a fim de que. Lutou muito a fim de ser
reconhecido. A remissão catafórica (para frente) realiza-se preferencial-
mente através de pronomes demonstrativos ou indefinidos neutros,
Proporcionalidade - à medida que, à proporção que. À me- ou de nomes genéricos, mas também por meio das demais espé-
dida que estudava, ganhava mais ânimo. cies de pronomes, de advérbios e de numerais. Exemplo: Qualquer
que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara
Tempo - quando, logo que, assim que, mal, enquanto. Quando
de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário:
chegou, a reunião já havia começado.
era tudo o que sabíamos dele, o professor, gordo e silencioso, de
ombros contraídos.
Relação dos principais elementos de coesão:
O pronome possessivo seu e o pronome pessoal reto ele ante-
1) assim, desse modo: têm um valor exemplificativo e com- cipam a expressão o professor
plementar. A sequência introduzida por eles serve normalmente
para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se disse antes. SIGNIFICADO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EX-
PRESSÕES
2) e: anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição
do que foi dito antes; indica uma progressão que adiciona, acres- A semântica é a parte da gramática que estuda a significação
centa algum dado novo. das palavras. É comum em concursos solicitar dos candidatos não
apenas a compreensão e ou interpretação de textos, mas também
3) ainda: serve, entre outras coisas, para introduzir mais um a significação contextual de palavras e expressões, seja através de
argumento a favor de determinada conclusão, ou para incluir um sinônimos (palavras que se identificam aproximadamente quanto
elemento a mais dentro de um conjunto qualquer. ao significado) e antônimos (palavras que se opõem pelo signi-
ficado).
4) aliás, além do mais, além de tudo, além disso: introdu-
zem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo, como EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no argu-
mento contrário. 1. Por meio de pronomes relativos adequados, junte cada par
de frases numa só, fazendo as modificações necessárias.
5) isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras: introdu- Modelo: Tio Onofre contava histórias. As histórias dele me
zem esclarecimentos, retificações ou desenvolvimento do que foi apavoravam. (Tio Onofre contava histórias que me apavoravam.)
dito anteriormente. 1.
a) Junto à fonte vi uma jovem. Pedi a ela um pouco d’água.
6) mas, porém e outros conectivos adversativos: marcam
oposição entre dois enunciados ou dois segmentos do texto. ........................................................................................................
7) embora, ainda que, mesmo que: são relatores que estabe- ........................................................................................................
lecem ao mesmo tempo uma relação de contradição e de conces-
são. Servem para admitir um dado contrário para depois negar seu
valor de argumento. Trata-se de um expediente de argumentação b) Veja o perigo. Você se expõe a esse perigo.
muito vigoroso.
........................................................................................................
Pronomes relativos
........................................................................................................
Referem-se a um termo anterior, denominado antecedente.
Pronomes demonstrativos c) Antes do jogo houve uma cerimônia cívica. Durante essa
cerimônia o povo se manteve em silêncio.
Referem-se à posição dos seres em relação às pessoas do dis-
curso, situando-os no tempo, no espaço ou no próprio discurso. ........................................................................................................
........................................................................................................
Uma das modalidades de coesão é a remissão, que, no texto,
é realizada por meio da referenciação anafórica ou catafórica,
Didatismo e Conhecimento 82
LÍNGUA PORTUGUESA
d) O crítico elogiou o filme. Woody Allen participou do filme. d) ......................... o time não tenha treinado, conseguiu che-
gar à final do campeonato, sem, ......................... merecer. No final,
........................................................................................................ os jogadores não se esforçaram nem um pouco ..........................
........................................................................................................ não perderiam dinheiro com isso, ......................... perderam o jogo
vergonhosamente.
e) Os entusiastas do vídeo sustentam que as imagens são mais
e) Denise foi aprovada no concurso. O pai de Denise é pro- cativantes do que as palavras, ignorando, ........................., a dife-
fessor. rença maior entre ambos: ......................... o vídeo é captado pelos
olhos, o texto ressoa direto na mente. O texto nos convida a ir
........................................................................................................ buscar imagens que completem as palavras.
........................................................................................................
3. Indique o sinônimo das seguintes palavras, associando as
f) O futebol é um esporte. O povo gosta muito desse esporte. colunas.
(1) garimpar
........................................................................................................ (2) prover
(3) consumir
........................................................................................................ (4) minguar
(5) palmilhar
(6) amanhar
g) O escritor vive no anonimato. A obra desse escritor foi cen-
surada.
( ) percorrer a pé
........................................................................................................ ( ) gastar, levar
( ) providenciar, abastecer
........................................................................................................ ( ) preparar a terra para o plantio, cultivar
( ) diminuir, emagrecer
h) Marisa Monte gravou novo CD. Sou admirador de Marisa ( ) trabalhar em garimpo, explorar pedras preciosas
Monte.
........................................................................................................ 4. Indique o antônimo das seguintes palavras, associando as
colunas.
........................................................................................................ (1) admitir
(2) acessório
(3) avaro
i) Você se referiu à obra. A obra está esgotada. (4) inércia
........................................................................................................ (5) calado
(6) conciso
........................................................................................................
( ) loquaz
( ) pródigo
j) Telefonou-me um político. Nas informações desse político ( ) atividade
não acreditei. ( ) excluir
( ) fundamental
........................................................................................................
( ) prolixo
........................................................................................................
TESTES DE CONCURSOS
2. Complete com os conectivos adequados.
a) O maior temor dos candidatos é chegar um minuto atra- 01. (Cetro) Assinale a alternativa cuja conjunção substitua
sado ao local da prova. ......................... o estudante tentar entrar adequadamente o conectivo grifado no período abaixo, sem pre-
......................... o portão está fechado, arrisca-se a ter os dedos da juízo da informação, fazendo as adaptações necessárias. Apesar
mão decepados. de não ter contraindicação, é importante que esses compostos só
b) Quase desço do táxi ......................... falar com eles e talvez sejam usados com orientação médica, já que o excesso de uso
pedir uns autógrafos, ......................... contive minha exaltação pa- pode trazer danos à saúde.
triótica, preferindo olhá-los a distância, ......................... nunca se a) embora
sabe o que Rambo pode fazer diante de um nordestino de aparên-
b) conforme
cia certamente ameaçadora, melhor admirar de longe.
c) ainda que
c) ......................... a esposa estar, há muito tempo, longe de
casa, o marido não sente sua falta, ......................... se rodeia de d) visto que
amigos, ......................... comemorar sua liberdade. e) ao passo que
Didatismo e Conhecimento 83
LÍNGUA PORTUGUESA
02. (Cetro) Assinale a alternativa cuja conjunção não substi- 07. (Esaf) Assinale o item que não preenche a lacuna do texto
tui adequadamente o conectivo grifado no período, prejudicando a com coesão e coerência: Os historiadores dizem que a troca de e-
informação: Espera-se que os indivíduos, por exemplo, respeitem -mails, o download de fotos dos amigos ou as reservas para as ferias
os limites de velocidade, uma vez que estudos técnicos foram rea- feitas pelo computador talvez sejam divertidos, ......................... a
lizados e orientaram as decisões contidas na legislação. internet não pode ser comparada a inovações como a invenção da
a) visto que imprensa, o motor a vapor ou a eletricidade. (Adaptado de Negó-
b) já que cios Exame, p.94)
c) porque a) contudo
d) apesar de que b) no entanto
e) pois c) entretanto
d) todavia
03. (Cetro) Se quiséssemos manter o sentido da oração “Sua e) porquanto
missão é quase, mas não totalmente, frustrada pelos esforços vila-
nescos de um modelo superior de robô, o T-1000”, o termo grifado 08. (Esaf) Abaixo você tem cinco frases que formam o pará-
só não poderia ser substituído por: grafo inicial de um texto. Ordene-as de maneira a obter um pará-
a) porém grafo coeso e coerente.
1. Assim também, se você decidir chamar a rosa por um outro
b) logo
nome, ainda assim ela continuará sendo uma rosa.
c) embora
2. Quem quiser dizer o contrário que o faça.
d) contudo
3. Em resumo, o nosso país é o que é.
e) entretanto
4. Isso em nada mudará essa realidade.
5. O Brasil é um país de Terceiro Mundo.
04. (Cetro) A questão apresenta um período que você deverá
modificar, iniciando-o conforme se sugere, mas sem alterar a ideia a) 1, 2, 3, 4, 5
contida no primeiro. Assinale a alternativa que contém o elemento b) 3, 5, 1, 4, 2
adequado ao novo período. “Termine a lição, e eu deixo você ir c) 4, 5, 1, 2, 3
brincar”. “Eu deixo você ir brincar .................... termine a lição.” d) 5, 2, 4, 1, 3
a) pois e) 2, 4, 3, 5, 1
b) embora
c) a fim de que (Fundação Carlos Chagas) As questões 09 e 10 apresentam
d) ou um período em que você deverá modificar, iniciando-o conforme
e) desde que se sugere, mas sem alterar a ideia contida no primeiro. Em con-
sequência, outras partes da frase sofrerão alterações. Assinale a
05. (Cetro) O trecho - “Bem cuidado como é, o livro apresenta alternativa que contém o elemento adequado ao novo período.
alguns defeitos”. Começando com: “O livro apresenta alguns de-
feitos, - o sentido do trecho não se altera se continuar com: 09. Penso, logo existo. Comece com: Existo ........................
a) desde que bem cuidado a) na medida em que
b) contanto que bem cuidado b) conforme
c) à medida que é bem cuidado c) pois
d) tanto é que bem cuidado d) enquanto
e) ainda que bem cuidado e) à medida que
06. (Esaf) Já foram registradas na floresta amazônica brasilei- 10. Eu gritei, mas ninguém ouviu. Comece com: Ninguém me
ra 2.500 espécies de Árvores. Em apenas um hectare são encon- ouviu ........
tradas trezentas espécies de vegetais diferentes. ......................... , o a) visto que
b) portanto
consumo e a miséria são faces da mesma moeda. Alguns recursos
c) então
naturais, renováveis ou não, são explorados de forma inescrupulo-
d) ainda que
sa e consumidos em ritmo superior a capacidade de renovação da
e) por isso
natureza.
(FGV) Leia o trecho a seguir para responder à questão 11.
Para unir as duas partes do texto de forma coerente, assinale
a expressão correta. No ano 2000, a Organização Mundial da Saúde calculou que
a) Na medida em que doenças atribuíveis a mudanças climáticas haviam sido responsá-
b) Assim que veis pela perda de 188 milhões de anos de vida por morte prema-
c) Por muito que tura ou incapacidade física, apenas na América Latina e Caribe; na
d) A medida que África, foram 307 milhões de anos; no sudeste asiático, 1,7 bilhão.
e) No entanto Esses números contrastam com os dos países industrializados: 8,9
milhões.
Didatismo e Conhecimento 84
LÍNGUA PORTUGUESA
11. O pronome destacado acima tem valor a) devidamente - priorizará - arregimentação
a) catafórico b) legitimamente - incorporará - movimento
b) dêitico c) naturalmente - corroborará - circulação
c) anafórico d) ingenuamente - incitará - mobilização
d) expletivo e) instintivamente - alavancará - progresso
e) fático
16. (Fundação Carlos Chagas) Parece-nos plausível que venha
12. (FGV) Mas a correlação de forças não lhes permite ir mais a ocorrer exacerbação dos ânimos, pois a decisão foi tomada arbi-
longe, e essa paralisia favorece o retorno dos acordos bilaterais ou trariamente. Têm significação oposta à dos termos sublinhados na
regionais. Com isso, falta um projeto mundial coerente em que o frase acima, respectivamente:
desenvolvimento do comércio seja articulado ao equilíbrio social a) inverossímil, pacificação, pressurosamente
e ambiental. Os pronomes em destaque no trecho selecionado têm, b) inadmissível, apaziguamento, criteriosamente
respectivamente, valor c) inaceitável, apaziguamento, gratuitamente
a) catafórico e catafórico d) inadmissível, arrefecimento, injustificadamente
b) anafórico e anafórico e) reprovável, tensionamento, sensatamente
c) dêitico e dêitico
d) anafórico e catafórico 17. (Fundação Carlos Chagas) Ele sempre demonstrou ani-
e) catafórico e anafórico mosidade para com os mais jovens, sobretudo quando estes, inad-
vertidamente, dispõem-se a falar sobre temas tidos como polêmi-
13. (Quadrix) Mesmo quando criados em cativeiro, os ani- cos.
mais viveriam em condições degradantes e padeceriam horrores
na hora de extrair a pele. Os termos sublinhados poderiam ser substituídos, sem prejuí-
O conector “mesmo”, em destaque no texto, participa de um zo para o sentido da frase, por, respectivamente,
processo de coesão, por meio da indicação de uma circunstância a) intolerância, apressadamente e incontroversos.
de: b) boa vontade, pressurosamente e delicados.
a) consequência c) tolerância, inocentemente e indevassáveis.
b) conclusão
d) má vontade, irrefletidamente e controversos.
c) explicação
e) impaciência, descuidadamente e improcedentes.
d) condição
e) concessão
18. (Consulplan) “Muito embora nada justifique essa prática
execrável,...” A palavra destacada anteriormente pode ser substi-
(Quadrix) Leia o trecho abaixo para responder à questão 14.
tuída, sem perda semântica, por:
a) exigente
O brasileiro Anderson Silva não tem mesmo sorte diante de
b) abominável
Chris Weidman. Ao tentar retomar o cinturão dos médios no UFC
c) independente
168, ele acabou sofrendo uma séria lesão e ainda não sabe quando
poderá voltar ao octógono. Ele não foi bem no lº round, mas no d) automática
seguinte tentava ditar o ritmo da luta quando acertou um chute e) comparável
no rival e acabou tendo uma fratura na canela esquerda. Teve de
desistir do combate e viu o cinturão ficar mais distante. 19. (Consulplan) Em “A crise tem características peculiares.”
A palavra destacada apresenta como significado correto:
14. Sobre a palavra “ele”, em destaque, assinale a alterna- a) conhecedor das coisas divinas e humanas.
tiva correta. b) exorbitantes
a) Evita a repetição de um termo, participando de um processo c) desarranjadas, transtornadas
de coesão referencial anafórica. d) ameaçadoras
b) Evita a repetição de um termo, participando de um processo e) que é atributo particular duma pessoa ou coisa.
de coesão referencial catafórica.
c) Morfologicamente, é classificada como uma preposição. 20. (Consulplan) Assinale a alternativa em que o significado
d) Morfologicamente, é classificada como um pronome pes- da palavra destacada encontra-se incorreto.
soal oblíquo. a) “Não havia celular ou internet...” (existia)
e) Morfologicamente, é classificada como um pronome de- b) “Eu mandava as novidades à mão.” (enviava, remetia)
monstrativo. c) “Óbvio que toda essa modernidade trouxe milhões de coi-
sas boas.” (evidente, incontestável)
15. (Fundação Carlos Chagas) A primeira pergunta que se co- d) “Em que o destino agia mais...” (lugar aonde se dirige
loca espontaneamente é se a União Monetária favorecerá a mobi- alguém ou algo; direção)
lidade da mão de obra no interior da chamada “zona do euro”, ou e) “A impressão é de que estaríamos desistindo da vida em
“Eurolândia”. Os termos grifados na frase acima podem ser substi- sociedade...” (renunciando)
tuídos corretamente, sem prejuízo do sentido original, por:
Didatismo e Conhecimento 85
LÍNGUA PORTUGUESA
GABARITOS 12 B
13 E
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
14 A
1. 15 C
a) Junto à fonte vi uma jovem a quem pedi um pouco d’ água. 16 B
b) Veja o perigo a que você se expõe.
17 D
c) Antes do jogo houve uma cerimônia cívica, durante a qual
o povo se manteve em silêncio. 18 B
d) O crítico elogiou o filme de que (do qual) Woody Allen 19 E
participou. 20 D
e) Denise, cujo pai é professor, foi aprovada no concurso.
f) O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
g) O escritor cuja obra foi censurada vive no anonimato. TESTES DE REVISÃO
h) Marisa Monte de quem sou admirador gravou novo CD.
i) Você se referiu à obra que está esgotada. 1. (Vunesp) Se você o ............... peça que ele lhe mostre os
j) Telefonou-me um político em cujas informações não acre- ............... que está fazendo. São verdadeiras ............... . Preenchem
dite corretamente as lacunas do fragmento acima as palavras da alter-
nativa
2. Respostas sugeridas: a) ver, corrimão, obras-primas
a) se, quando b) vir, corrimãos, obras-primas
b) para, mas, porque c) ver, corrimãos, obras-prima
c) apesar de, já que, a fim de d) ver, corrimães, obra-prima
d) ainda que; uma vez que; por isso e) vir, corrimães, obra-prima
e) contudo, enquanto, ao passo que
2. (Vunesp) ......................... escolas que, no decorrer dos
3. anos, não fazem alteração nas turmas, pois .................... no cresci-
(5) percorrer a pé mento do vínculo entre os colegas. É verdade que o tempo ajuda
(3) gastar, levar a fortalecer a convivência, mas é preciso ter cuidado para que não
(2) providenciar, abastecer .................... os papéis desempenhados por alguns da turma. Às
(6) preparar a terra para o plantio, cultivar vezes, um jovem assume uma função da qual não consegue se li-
(4) diminuir, emagrecer bertar, e a mudança de sala de um ano para o outro pode levá-lo
(1) trabalhar em garimpo, explorar pedras preciosas a reconstruir uma nova identidade como estudante. (Nova Escola
- Gestão Escolar, abril/maio de 2011)
4.
(5) loquaz As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respec-
(3) pródigo tivamente, com:
(4) atividade a) Existem ... apostam ... se cristalizem
(1) excluir b) Há ... apostam ... cristalizem-se
(2) fundamental c) Se veem ... se aposta ... se cristalize
(6) prolixo d) Conhecem-se ... aposta-se ... cristalizem-se
e) Existe ... apostam ... se cristalize
TESTES DE CONCURSOS
3. (Vunesp) O autor afirma que vemos cada vez mais pessoas
01 D públicas dizendo “tu vai” e “ele afirmou de que”. A correção des-
02 D sas duas ocorrências se faz com a sua substituição por
03 B a) tu vades e ele afirmou a que
b) tu vais e ele afirmou que
04 E
c) tu ides e ele afirmou em que
05 E d) tu ides e ele afirmou que
06 E e) tu vais e ele afirmou a que
07 E
4. (Vunesp) Assinale a alternativa correta quanto à concor-
08 D dância e ao emprego de pronome, em conformidade com a norma-
09 C -padrão.
10 D a) Vou ter que arrancar o teu dente, senhor. Já existe poucos
11 C dentes em tua boca e, se não fizer um tratamento rápido, vai perder
eles.
Didatismo e Conhecimento 86
LÍNGUA PORTUGUESA
b) Vou ter que arrancar o seu dente, senhor. Já há poucos den- Está correto o contido em
tes em sua boca e, se não fizer um tratamento rápido, vai perdê-los. a) I e II, apenas
c) Vou ter que arrancar o vosso dente, senhor. Já tem poucos b) II e IV apenas
dentes em vossa boca e, se não fizer um tratamento rápido, vai lhes c) III e IV apenas
perder. d) II, apenas
d) Vou ter que arrancar o teu dente, senhor. Já se vê poucos e) IV, apenas
dentes em sua boca e, se não fizer um tratamento rápido, vai per-
der-nos. (Vunesp) Nas questões 9 e 10, assinale a alternativa correta
e) Vou ter que arrancar o seu dente, senhor. Já têm poucos den- quanto ao emprego das palavras e à concordância entre elas.
tes em sua boca e, se não fizer um tratamento rápido, vai perder-
-lhes. 9.
a) Não sou capaz de saber se a vida deles está indo mau.
5. (Vunesp) Assinale a alternativa em que a regência verbal e o b) O poema nos mostra como foi criado a lua e as estrelas.
emprego e a colocação do pronome pessoal estão corretos. c) A mentalidade das pessoas foram se modificando.
a) Já avisaram-la que não é nada original a ideia de queimar d) Será homenageados o professor e o aluno mais simpáticos.
sutiãs em prol dos direitos iguais da mulher? e) Haverá muitos candidatos preparados para a prova.
b) Já avisaram-lhe que não é nada original a ideia de queimar
sutiãs em prol dos direitos iguais da mulher? 10.
c) Já avisaram-na de que não é nada original a ideia de quei- a) Lá fora está uns pais de alunos querendo ser atendidos.
mar sutiãs em prol dos direitos iguais da mulher? b) Foi realizado alguns trabalhos de prevenção contra a den-
d) Já lhe avisaram de que não é nada original a ideia de quei- gue.
mar sutiãs em prol dos direitos iguais da mulher? c) Muitas pessoas ficou chocada com o caso do gerente que
e) Já a avisaram de que não é nada original a ideia de queimar cortou a mão.
sutiãs em prol dos direitos iguais da mulher? d) Os jovens que são moderno prefere pagode a rock.
e) As famílias haviam se mudado, esperançosas, para o Brasil.
6. (Vunesp) Considere o texto a seguir. Até muito recentemen-
te, ainda .................... muitos pontos de vista sobre o tema do aque- 11. (Vunesp) Nenhum de nós ......................... dizer
cimento global. Mesmo nos dias atuais, ainda .................... pes- ........................... o ......................... cidadão portou-se tão
quisadores que não chegaram à conclusão .................... a emissão ................... .
de gases é a principal responsável pela elevação das temperaturas a) soubemos, porque, eminente, mau
e nem têm certeza de que o homem seja o maior responsável por b) soubemos, por quê, iminente, mal
essa emissão. c) soube, por que, eminente, mal
d) soube, porque, eminente, mau
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen- e) soube, porquê, iminente, mal
te, as lacunas do texto.
a) havia ... existe ... que 12. (Vunesp) .................... sentido a produção, nos países ári-
b) havia ... existem ... de que dos, de certas variedades destinadas .......... exportação, mediante
c) haviam ... existem ... que um gasto .................... de água?
d) haviam ... existe ... de que a) Faz, à, excessivo
e) havia ... existe ... de que b) Faz, a, ecessivo
c) Fazem, à, excessivo
7. (Vunesp) Considerando o emprego do verbo e a regência d) Faz, a, excessivo
verbal, assinale a alternativa correta. e) Fazem, a, escecivo
a) O policial interviu no caso e foi bem sucedido.
b) A empresa de que você confia não cumpriu o que foi con- 13. (Vunesp) Assinale a frase gramaticalmente correta.
tratado. a) A praia estava meia deserta porque chovera muito.
c) Se você querer mais informações, pergunte a Jordão. b) Bastante alunos fizeram suas matrículas ontem.
d) Prefiro mais trabalhar aqui do que sair da cidade. c) Sobraram lugares no ônibus, viajaram menas pessoas.
e) Continua ainda o desentendimento a que você se referiu. d) Não pude comprar a cal porque estava sem dinheiro.
e) Tomei dois meio copos de vinho.
8. (Vunesp) Considere as frases:
I. Quando pedi, ela trouxe um copo com água para mim beber. 14. (Vunesp) A polícia já está .................... preocupada com
II. Infelizmente, houveram muitas pessoas que telefonaram eles, pois .................... os ladrões no início da tarde.
para pedir informações. a) menas ... deteve
III. Vamos se encontrar amanhã, na praça central? - pergun- b) menas ... deteu
tou-lhe aflita a moça. c) menos ... deteu
IV. Ela mesma deverá assinar o documento desistindo da com- d) menos ... deteve
pra do apartamento. e) menas ... deteram
Didatismo e Conhecimento 87
LÍNGUA PORTUGUESA
15. (Vunesp) As Nações Unidas ......................... uma políti- 20. (Vunesp) A crescente tolerância das leis penais brasilei-
ca destinada .......... ......................... experiências com a clonagem ras, que ........... anos .................... sendo mudadas de forma sis-
humana. temática para ampliar benefícios e direitos de réus e condenados,
a) adotou, à, disuadir .................... como um convite para que os crimes se repitam e
b) adotaram, há, disuadir se agravem. (J. R. Guzzo. Uma justiça que dá pena. Exame,
c) adotou, à, dissuadir 20.2.2002)
d) adotaram, a, disuadir Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen-
e) adotaram, a, dissuadir te, as lacunas do texto
a) a - vem - funciona
b) há - vem - funcionam
16. (Vunesp) Assinale a alternativa que preenche correta e
c) a - vêm - funciona
respectivamente as lacunas do trecho: O grupo prosseguiu alegre-
d) há - vêm - funcionam
mente, só tornando ................. se preocupar um pouco na hora em
e) há - vêm - funciona
que, já chegando ....... entrada do camarote, alguns pedestres asse-
diaram o grupo, tentando pegar autógrafos das celebridades e, ....... 21. (Vunesp) Assinale a alternativa que preenche, corre-
vezes, ............................................ um pouco ao ........................... ta e respectivamente, as lacunas do texto: ......................... que,
........ sua animação. ......................... 68 ......................... o imaginário coletivo não
a) à, à, às, esorbitando, extravasar como uma utopia realizada, existiria mais ......................... em nos-
b) a, à, às, exorbitando, extravazar sa visão da história.
c) à, a, as, esorbitando, extravazar a) Diria-se ... se caso ... povoasse ... lucidez
d) a, à, às, exorbitando, extravasar b) Dir-se-ia ... se ... povoasse ... lucidez
e) a, a, às, exorbitando, extravazar c) Diria-se ... caso ... povoe ... lucidez
d) Se diria ... se ... povoaria ... lucidês
17. (Vunesp) Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à e) Dir-se-ia ... se caso ... povoava ... lucidês
grafia das palavras.
a) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer. 22. (Vunesp) A regência verbal e nominal e o emprego do si-
b) O chefe deferia da opinião dos subordinados. nal indicativo de crase estão de acordo com a norma culta em:
c) O processo foi julgado em segunda estância. a) Nosso imaginário ainda persiste em guardar à lembrança de
68, como uma lição à todas as gerações.
d) O problema passou despercebido na votação.
b) Quem não lembra daquele ano? Aliás, de 68 à 70 os jovens
e) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio.
questionaram ao regime militar.
c) Os jovens de 68 legaram às gerações futuras uma história
18. (Vunesp) Não há improbidade vocabular ou erro de grafia mítica, baseada em resistir àquelas formas de opressão.
apenas na alternativa: d) luta não se limitou à perspectivas políticas; estendeu-se à
a) O equipamento que por ventura não estiver condicionado aspectos da vida cotidiana.
em embalagens resistentes deverá ser reembalado. e) Essa geração revolucionou à cultura, e dela herdamos à
b) Os casos de usocapião estão sendo tratados diretamente concepção romântica de lutar por ideais.
pelo sub-diretor da assessoria jurídica, que é um proeminente ju-
rista. 23. (Vunesp) Assinale a alternativa que preenche, correta e
c) Um bom profissional não deve exitar em usar seus conhe- respectivamente, os espaços das frases: O que nos entusiasma-
cimentos para solucionar os problemas de sessão em que trabalha va eram as palavras daqueles .................... muito respeitados
na empresa. ................... sempre confiamos.
d) Ninguém está autorizado a distratar um colega ou cliente; a) cidadãos … nos quais
deve-se grangear-lhes a confiança. b) cidadões … os quais
e) Há um subitem da norma que não está sendo considerado, c) cidadães … nos quais
e tampouco é conhecido... d) cidadãos … os quais
e) cidadões … dos quais
19. (Vunesp-adaptada) Assinale a alternativa que não conte-
24. (Vunesp) Atente para as afirmações:
nha erros de concordância, grafia ou conjugação.
I. Na frase - A despeito de todas as diferenças étnicas, cultu-
a) Se nós pormos o texto no papel, veremos a necessidade de
rais e econômicas, a humanidade compartilha de uma necessidade
umas correções. básica: a saúde. - a expressão A despeito de tem sentido de con-
b) Quando irmos à livraria, deveremos consultar um manual tanto que.
da língua. II. Quanto à pontuação, está correta a frase: Cirurgiões-den-
c) Os erros, muitas vezes, proveem de certa desatenção ao es- tistas brasileiros espera-se que os senhores possam colaborar, em
crever Moçambique, com a recuperação da saúde bucal das pessoas.
d) Se nós querermos melhorar a escrita, o ideal será ler e es- III. A alteração da frase - ... políticas públicas de saúde que
crever bastante. servem de modelo para o mundo. - está gramaticalmente correta
e) Quando vir um erro, o ideal será corrigi-lo prontamente. em: políticas públicas de saúde que se prestam a modelo para o
mundo.
Didatismo e Conhecimento 88
LÍNGUA PORTUGUESA
IV. Na frase - ... mas é gratificante acompanhar nossas con- c) intervieram … à … previu … há
quistas servindo de exemplo para populações tão diversas social- d) intervieram … a … previu … há
mente. - as palavras tão e socialmente indicam, respectivamente, e) interviram … à … preveu … à
ideia de intensidade e de modo.
(Vunesp) Nas questões 28 e 29, assinale a alternativa que
Está correto apenas o que se afirma em completa, correta e respectivamente, os espaços das frases dadas.
a) I e II
b) II e III 28. Se o Eron .................... amanhã, nós, como .................... res-
c) I e III ponsáveis, também .................... esforçaremos para estar lá com ele.
d) II e IV a) for ... cidadãos ... se
e) III e IV b) ir ... cidadões ... nos
c) for ... cidadões ... se
25. (Vunesp) Esse é um novo tipo de ser humano que, até d) ir ... cidadãos ... nos
que a televisão o revelasse, nunca se suspeitara existir. Mas, pelo e) for ... cidadãos ... nos
que se vê, tem proliferado de maneira incontrolável, uma vez que
não há novela global que não nos mostre algum exemplar dessa Ontem era para ......................... comprar algumas garrafas de
nova espécie de gente. Substituindo-se o verbo haver pela locução vinho e dois ......................... , mas os fiscais ......................... o carro
deve haver, no pretérito imperfeito do indicativo, e flexionando-se do vendedor.
o substantivo novela no plural, obtém-se, de acordo com as regras a) eu ... saca-rolhas ... retiveram
gramaticais, a seguinte frase: b) mim ... sacas-rolhas ... reteram
a) ... não devem haver novelas globais... c) eu ... sacas-rolha ... reterão
b) ... não devia haver novelas globais... d) mim ... saca-rolhas ... retiveram
c) ... não deveriam haver novelas globais... e) eu ... sacas-rolhas ... reteram
d) ... não deviam haver novelas globais...
e) ... não deverão haver novelas globais... 30. (Vunesp) Considere as afirmações:
I. Na frase - A maioria dos comentaristas demorou a entender as
26. (Vunesp) Atente para as afirmações: reais dimensões da crise. - substituindo-se o verbo entender por des-
I. Na frase - O maior acelerador de partículas foi concebido cobrir, a regência verbal deverá ser alterada para - A maioria dos co-
para explorar os enigmas do Universo - a expressão em destaque mentaristas demorou a descobrir sobre as reais dimensões da crise.
pode ser substituída corretamente por um pronome pessoal, do se- II. Em - Perceberam-se os riscos. - a colocação pronominal será
guinte modo: explorar-los. alterada caso a frase seja transposta para a forma negativa - Não se
II. No trecho - Sabemos que, apesar dos grandes conhecimen- perceberam os riscos.
tos sobre o Universo, desconhecemos 95% da matéria, e agora te- III. Em - Disseram aos investidores que tudo estava bem. -
mos o mecanismo para transformar a teoria filosófica do Big Bang substituindo-se a expressão aos investidores por um pronome tem-
em física experimental… - todos os verbos estão conjugados no -se - Disseram-lhes que tudo estava bem.
presente do indicativo.
III. No trecho - Ele é um acelerador de partículas que muitos Está correto apenas o que se afirma em
temem, acreditando que irá abrir um buraco negro forte o suficien- a) I
te para engolir o planeta e a alma dos pecadores… - o termo em b) II
destaque estabelece relação de finalidade. c) III
d) I e II
Está correto apenas o que se afirma em e) II e III
a) I
b) II TESTES DE CONCURSOS
c) III
d) I e II 01 B
e) II e III
02 A
27. (Vunesp) Considere o trecho - Os cientistas do Conselho 03 B
Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) .................... no colisor de 04 B
partículas e iniciaram .......... aceleração de prótons que colidirão,
05 E
emitindo partículas ainda menores, cuja vedete é o bóson de Hi-
ggs, assim chamada em homenagem ao cientista Peter Higgs, que 06 B
................... sua existência .......... 30 anos. 07 E
08 E
As lacunas podem ser corretamente preenchidas, de acordo
com a norma culta da língua portuguesa, respectivamente, por 09 E
a) interviram … à … preveu … há 10 E
b) interviram … a … previu … a
Didatismo e Conhecimento 89
LÍNGUA PORTUGUESA
11 C gundo essas leis, se você quer aumentar as suas chances, só existe
uma saída: aposte mais no que você quer de verdade. Revista Co-
12 A nhecer. São Paulo: Duetto. n. 28, out. 2011, p. 49. Adaptado.
13 D
14 D 01. (Cesgranrio) De acordo com o texto, a pergunta feita no
subtítulo “Afinal, existe sorte e azar?” é respondida da seguinte
15 E
maneira:
16 D a) Depende das pessoas, umas têm mais sorte.
17 D b) A sorte e o azar podem estar, ou não, no número 13.
18 E c) Sorte e azar são frutos do acaso ou da aleatoriedade.
d) Como são ocorrências prováveis, pode-se ter mais azar.
19 E e) A fé de cada um em elementos, como os números, pode dar
20 E sorte.
21 B
02. (Cesgranrio) O período em que a expressão no fundo está
22 C
usada com o mesmo sentido com que é empregada na primeira
23 A linha do texto é:
24 E a) A horta está no fundo do quintal.
25 B b) Procure na mala toda, até no fundo.
c) No fundo do corredor, está a melhor loja.
26 C d) No fundo, acredito que tudo sairá bem.
27 D e) No fundo do poço, ninguém vê saída para problemas.
28 E
03. (Cesgranrio) No trecho “Os romanos criaram o verbo sors,
29 A
do qual deriva a ‘sorte’ de todos nós que falamos português” (iní-
30 E cio do segundo parágrafo), sorte designa
a) uma ideia
b) uma palavra
PROVAS DE LÍNGUA PORTUGUESA (BANCOS) c) um conceito
d) o contrário de azar
ESCRITURÁRIO - BANCO DO BRASIL - 2012 e) o adjetivo do verbo sortear
SORTE: TODO MUNDO MERECE 04. (Cesgranrio) A oração “envolvendo o número” (final do
Afinal, existe sorte e azar? primeiro parágrafo) pode ser substituída, sem prejuízo do sentido
original, pela seguinte oração:
No fundo, a diferença entre sorte e azar está no jeito como a) por envolver o número.
olhamos para o acaso. Um bom exemplo é o número 13. Nos EUA, b) que envolviam o número.
a expedição da Apollo 13 foi uma das mais desastrosas de todos os c) se envolvessem o número.
tempos, e o número levou a culpa. Pelo mundo, existem constru- d) já que envolvem o número.
tores que fazem prédios que nem têm o 13o andar, só para fugir do e) quando envolveram o número.
azar. Por outro lado, muita gente acha que o 13 é, na verdade, o nú-
mero da sorte. Um exemplo famoso disso foi o então auxiliar téc- 05. (Cesgranrio) A palavra mesmo está sendo empregada com
nico do Brasil, Zagallo, que foi para a Copa do Mundo de (19)94 o sentido igual ao que se verifica em “o Brasil foi campeão mes-
(a soma dá 13) dizendo que o Mundial ia terminar com o Brasil mo” (final do primeiro parágrafo), na seguinte frase:
campeão devido a uma série de coincidências envolvendo o núme-
a) O diretor preferiu ele mesmo entregar o relatório ao con-
ro. No final, o Brasil foi campeão mesmo, e a Apollo 13 retornou a
selho.
salvo para o planeta Terra, apesar de problemas gravíssimos.
b) Mesmo sabendo que a proposta não seria aceita, ele a en-
Até hoje não se sabe quem foi o primeiro sortudo que quis
viou.
homenagear a sorte com uma palavra só para ela. Os romanos cria-
c) Fui atendido pelo mesmo vendedor que o atendeu anterior-
ram o verbo sors, do qual deriva a “sorte” de todos nós que fala-
mente.
mos português. Sors designava vários processos do que chamamos
d) Você sabe mesmo falar cinco idiomas fluentemente?
hoje de tirar a sorte e originou, entre outras palavras, a inglesa
sorcerer, feiticeiro. O azar veio de um pouco mais longe. A palavra e) Ele ficou tão feliz com a notícia que pensou mesmo em sair
vem do idioma árabe e deriva do nome de um jogo de dados (no dançando.
qual o criador provavelmente não era muito bom). Na verdade, ele
poderia até ser bom, já que azar e sorte são sinônimos da mesma 06. (Cesgranrio) O trecho “apesar de problemas gravíssimos”.
palavra: acaso. Matematicamente, o acaso – a sorte e o azar – é a (final do primeiro parágrafo) é reescrito de acordo com a norma-
aleatoriedade. E, pelas leis da probabilidade, no longo prazo, todos -padrão, mantendo o sentido original, se tiver a seguinte forma:
teremos as mesmas chances de nos depararmos com a sorte. Se- a) ainda que houvessem problemas gravíssimos.
b) apesar de que aconteceu problemas gravíssimos.
Didatismo e Conhecimento 90
LÍNGUA PORTUGUESA
c) a despeito de acontecesse problemas gravíssimos. ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL - 2013
d) embora tenham ocorrido problemas gravíssimos.
e) não obstante os problemas gravíssimos que ocorreu. (Fundação Carlos Chagas) Para responder às questões de nú-
meros 1 a 6, considere o texto abaixo.
07. (Cesgranrio) No texto, diz-se que “o criador provavel-
mente não era muito bom [no jogo de dados]” (meio do segundo Ao longo do século XVII, a Holanda foi um dos dois motores
parágrafo) porque de um fenômeno que transformaria para sempre a natureza das re-
a) o jogo deu origem à palavra azar. lações internacionais: a primeira onda da chamada globalização. O
b) o jogo que criou continha imperfeições. outro motor daquela era de florescimento extraordinário das trocas
c) só um árabe sabe jogar dados bem. comerciais e culturais era um império do outro lado do planeta −a
d) em jogos de dados sempre alguém perde. China. Só na década de 1650, 40 000 homens partiram dos portos
e) as pessoas que criam não sabem jogar bem. holandeses rumo ao Oriente, em
busca dos produtos cobiçados que se fabricavam por lá. Mas a
08. (Cesgranrio) A frase em que a presença ou ausência da derrota em uma guerra contra a França encerrou os dias da Holan-
preposição está de acordo com a norma-padrão é: da como força dominante no comércio mundial.
a) A certeza que a sorte chegará para mim é grande. Se o século XVI havia sido marcado pelas grandes descober-
b) Preciso de que me arranjem um emprego. tas, o seguinte testemunhou a consequência maior delas: o estabe-
c) Convidei à Maria para vir ao escritório. lecimento de um poderoso cinturão de comércio que ia da Europa
d) A necessidade que ele viesse me ajudar me fez chamá-lo.
à Ásia. “O sonho de chegar à China é o fio imaginário que percorre
e) Às dez horas em ponto, estarei à sua casa.
a história da luta da Europa para fugir do isolamento”, diz o es-
critor canadense Timothy Brook, no livro O chapéu de Vermeer.
09. (Cesgranrio) O verbo entre parênteses está conjugado de
acordo com a norma-padrão em: Isso determinou mudanças de comportamento e de valores:
a) Desse jeito, ele fale a loja do pai. (falir) “Mais gente aprendia novas línguas e se ajustava a costumes des-
b) O príncipe branda a sua espada às margens do rio. (bran- conhecidos”. O estímulo a esse movimento era o desejo irreprimí-
dir) vel dos ocidentais de consumir as riquezas produzidas no Oriente.
c) Os jardins florem na primavera. (florir) A princípio refratários ao comércio com o exterior, os governantes
d) Eu me precavejo dos resfriados com boa alimentação. (pre- chineses acabaram rendendo-se à evidência de que o comércio sig-
caver) nificava a injeção de riqueza na economia local (em especial sob a
e) Nós reouvemos os objetos roubados na rua. (reaver). forma de toneladas de prata).
Sob vários aspectos, a China e a Holanda do século XVII
10. (Cesgranrio) O uso de sinais (aspas e travessão) está ade- eram a tradução de um mesmo espírito de liberdade comercial.
quado à norma-padrão, que deve ser observada em uma correspon- Mas deveu-se só à Holanda a invenção da pioneira engrenagem
dência oficial, na seguinte frase: econômica transnacional. A Companhia das Índias Orientais − a
a) O artigo sobre o “processo de desregulamentação” foi pu- primeira grande companhia de ações do mundo, criada em 1602 −
blicado na Folha de São Paulo. foi a mãe das multinacionais contemporâneas.Beneficiando-se dos
b) As chuvas de verão — fenômenos que se repetem desde há baixos impostos e da flexibilidade administrativa, ela tornou-se a
muito tempo podem ser previstas. grande potência empresarial do século XVII. (Adaptado de: Mar-
c) “Mutatis mutandis”, as novas diretrizes da direção em nada celo Marthe. Veja, p. 136-137, 29 ago. 2012)
alteram as antigas.
d) O cuidado com a saúde — meta prioritária do governo, será 01. De acordo com o texto,
ainda maior. a) durante os séculos XVI e XVII, os produtos orientais, espe-
e) — O diretor disse: Demita-se o funcionário. cialmente aqueles que eram negociados na China, constituíram a
base do comércio europeu, em que se destacou a Holanda.
GABARITO b) a eficiência administrativa de uma empresa comercial cria-
da na Holanda, durante o século XVII, favoreceu o surgimento
01 C desse país como um dos polos iniciais do fenômeno da globali-
02 E zação.
03 C c) a atração por produtos exóticos, de origem oriental, deter-
minou a criação de empresas transnacionais que, durante os sécu-
04 E los XVI e XVII, dominaram o comércio entre Europa e Ásia.
05 B d) a China, beneficiada pelo comércio desde o século XVI,
06 E rivalizou com a Holanda no predomínio comercial, em razão da
grande procura por seus produtos, bastante cobiçados na Europa.
07 A
e) apesar do intenso fluxo de comércio com o Oriente no sé-
08 A culo XVII, as mudanças de valores por influência de costumes
09 B diferentes aceleraram o declínio da superioridade comercial ho-
10 A landesa.
Didatismo e Conhecimento 91
LÍNGUA PORTUGUESA
02. ... daquela era de florescimento extraordinário das trocas 06. A princípio refratários ao comércio com o exterior, os go-
comerciais e culturais ... (1o parágrafo) vernantes chineses acabaram rendendo-se à evidência de que o co-
Dados constantes do texto, que confirmam a observação aci- mércio significava a injeção de riqueza na economia local.
ma, dizem respeito A afirmativa acima está corretamente transcrita, com lógica e
a) ao aprendizado de novos modelos de comércio entre nações clareza, em:
geograficamente distantes e à influência chinesa no continente eu- a) De início, os governantes chineses acabaram aceitando o
ropeu. comércio exterior, pois trazia riqueza na economia local, o que era
b) às grandes descobertas que marcaram os séculos XVI e contrário às evidências.
XVII e à possibilidade de comércio com a França. b) A riqueza que entrava na economia local através do co-
c) ao grande número de comerciantes que saíam da Holanda mércio com o exterior, os governantes chineses aceitaram esses
para o Oriente e ao contato com novos idiomas e diferentes modos resultados, apesar de ser contrários a eles.
de vida. c) O comércio com outras nações no exterior, os governantes
d) ao espírito de liberdade na busca de produtos ainda desco- chineses acabaram percebendo a entrada de riquezas na economia
nhecidos por eventuais consumidores europeus e ao acúmulo de local, mesmo se opondo a ele de início.
riqueza. d) Intrigados com a origem exterior do comércio, os gover-
e) à superioridade administrativa da Companhia das Índias nantes chineses evidenciaram que o tal comércio trazia riqueza
Orientais e ao comércio ultramarino de produtos de origens di- para a economia desse local.
versas. e) Os governantes chineses que, de início, se opunham à aber-
tura comercial com outras nações, mudaram seu posicionamento
03. Isso determinou mudanças de comportamento e de valores ao perceberem os resultados econômicos desse comércio.
... (3o parágrafo) O pronome grifado evita a repetição, no texto, da
expressão: (Fundação Carlos Chagas) Para responder às questões de nú-
a) o estabelecimento de um poderoso cinturão de comércio. meros 7 e 8, considere o Texto I, abaixo.
b) b) a primeira onda da chamada globalização.
c) a derrota em uma guerra contra a França. Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com
d) o desejo irreprimível dos ocidentais. a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e am-
e) a injeção de riqueza na economia local. bientais da sociedade humana.
Desenvolvimento sustentável foi um termo utilizado pela pri-
04. “O sonho de chegar à China é o fio imaginário que per- meira vez em 1987, como resultado da Assembleia Geral das Na-
corre a história da luta da Europa para fugir do isolamento”. (2o ções Unidas, e definido como aquele que “atende as necessidades
parágrafo) do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras
O estímulo a esse movimento era o desejo irreprimível dos de atenderem as suas”.
ocidentais de consumir as riquezas produzidas no Oriente. (3o pa- Trata-se, portanto, de uma nova visão de mundo com impli-
rágrafo) cação direta nas relações político-sociais, econômicas, culturais e
Considerando-se o contexto, as expressões grifadas nas afir- ecológicas, ao integrar em um mesmo processo o equilíbrio en-
mativas acima seriam corretamente substituídas, respectivamente, tre as dimensões econômicas, sociais e ambientais. Diz respeito
por: à necessidade de revisar e redefinir meios de produção e padrões
a) o caminho fictício - A causa desse impulso de consumo vigentes, de tal modo que o crescimento econômico
b) o desejo consumista - A busca de riqueza não seja alcançado a qualquer preço, mas considerando-se os im-
c) o intenso comércio - A cobiça de bens pactos e a geração de valores sociais e ambientais decorrentes da
d) a finalidade lucrativa - O motor desse fenômeno atuação humana. (Adaptado de: http://www.bb.com.br/portalbb/
e) a onda inicial - A curiosidade pelo desconhecido page251,8305, 3912,0,0,1,6.bb?codigoNoticia=28665)
05. A Companhia das Índias Orientais − a primeira grande 07. O sentido do Texto I está corretamente exposto em:
companhia de ações do mundo, criada em 1602 − foi a mãe das a) Tentar diminuir os atuais padrões de consumo será o melhor
multinacionais contemporâneas. caminho para se chegar a um real desenvolvimento econômico, de
O segmento isolado pelos travessões constitui, no contexto, acordo com a proposta das Nações Unidas.
comentário que b) Só será possível atender as necessidades futuras com um
a) especifica as qualidades empresariais de uma companhia real crescimento econômico de todos os meios de produção, inde-
de comércio. pendentemente dos atuais padrões de consumo.
b) contém informações de sentido explicativo, referentes à c) O conceito de sustentabilidade é relativamente datado, pois
empresa citada. o crescimento econômico ampliou a necessidade da interferência
c) enumera as razões do sucesso atribuído a essa antiga em- humana na exploração do meio ambiente.
presa. d) Desenvolvimento sustentável é aquele em que há equilíbrio
d) enfatiza, pela repetição, as vantagens oferecidas pela em- entre meios de produção e padrões de consumo vigentes, ao lado
presa. de uma preocupação ecológica, de preservação ambiental.
e) busca restringir o âmbito de ação de uma antiga empresa e) O sistema econômico sustentável, como propôs em 1987 a
de comércio. Assembleia das Nações Unidas, não condiz com uma visão moder-
na dos padrões de consumo vigentes.
Didatismo e Conhecimento 92
LÍNGUA PORTUGUESA
08. ... que o crescimento econômico não seja alcançado a 10. ... mas se tornou obsoleta antes mesmo de ser finalizada ...
qualquer preço, mas considerando-se os impactos e a geração de O fato que justifica a afirmativa acima está expresso em:
valores sociais e ambientais decorrentes da atuação humana. a) atrasos na construção da ferrovia.
O sentido da afirmativa acima está corretamente reproduzido, b) insalubridade da floresta, que originava doenças.
em linhas gerais e com outras palavras, em: c) declínio do comércio da borracha, na época.
a) o preço do crescimento econômico está além dos impactos d) desativação parcial da ferrovia, em 1966.
oferecidos ao meio ambiente pela atuação do homem, com os seus e) alteração da extensão inicial da ferrovia.
valores sociais e ambientais.
b) o crescimento econômico está acima de qualquer valor, seja (Fundação Carlos Chagas) Para responder à questão abaixo,
ele social ou ambiental, mesmo se for considerado os efeitos da considere os Textos I e II apresentados anteriormente.
atuação do homem no ambiente.
c) nada deve impedir a busca do crescimento econômico, que 11. A informação constante do Texto II que mais se aproxima
precisa ter o seu valor estabelecido, onde for necessário a presença do conceito de sustentabilidade (Texto I) diz respeito
humana e os impactos dela. a) ao deslocamento de famílias que residem nos trilhos da fer-
d) não se deve buscar o crescimento econômico a todo custo, rovia.
sem levar em consideração os valores sociais e os efeitos decorren- b) à destinação da ferrovia ao transporte da borracha.
tes da interferência humana no meio ambiente. c) ao tombamento da ferrovia pelo Instituto do Patrimônio
e) com os impactos ambientais da ação humana, sendo que o Histórico e Artístico Nacional.
crescimento econômico tem seu preço, qualquer que seja os valo- d) à construção de uma usina hidrelétrica na região.
res sociais e ambientais gerados por ele. e) à recuperação do paisagismo original da região.
(Fundação Carlos Chagas) Para responder às questões de nú- (Fundação Carlos Chagas) Atenção: Para responder às ques-
meros 9 e 10, considere o Texto II, abaixo. tões de números 12 a 15, considere o texto abaixo.
Texto II O Sul esteve por muito tempo isolado do resto do Brasil, mas
nem por isso deixou de receber influências musicais que chegavam
Em 2012, a ferrovia Madeira-Mamoré, que cruzava 364 quilô- de outras regiões do país e do mundo. Mário de Andrade já tinha
metros da Floresta Amazônica, completou 100 anos. Mais de 5 mil decifrado brilhantemente em seu Ensaio sobre a música brasilei-
operários, entre os 60 mil contratados, morreram vítimas de doen- ra as fontes que compõem os ritmos nacionais: ameríndia, africa-
ças tropicais durante a construção da estrada de ferro, entre 1907 na, europeia (principalmente portuguesa e espanhola) e hispano-
e 1912. A ferrovia foi concebida para transportar a borracha vinda -americana (Cuba e Montevidéu).
da Bolívia até o rio Madeira e, de lá, para o Oceano Atlântico, mas A gênese da música do Rio Grande do Sul também pode ser
se tornou obsoleta antes vista como reflexo dessa multiplicidade de referências. Há influ-
mesmo de ser finalizada, devido à decadência do ciclo serin- ências diretas do continente europeu, e isso se mistura à valiosa
gueiro na Amazônia. contribuição do canto e do batuque africano, mesmo tendo sido
Desativada parcialmente em 1966, e por completo em 1972, perseguido, vigiado, quase segregado.
a ferrovia foi tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio His- O vanerão* é próprio do Sul, e a famosa modinha, bem pró-
tórico e Artístico Nacional), e terá 7 quilômetros de vias recupe- pria de Santa Catarina, onde se encontra um dos mais antigos re-
radas pela empresa que constrói a hidrelétrica de Santo Antônio, gistros do estilo no Brasil. De origem lusitana, a modinha tocada
como uma das compensações pelo impacto ambiental provocado na viola, chorosa, suave e, enfim, romântica, tornou o gênero uma
pela obra. A recuperação depende do deslocamento das famílias espécie de “mãe da MPB”**.
residentes nos trilhos do trecho que será destinado aos passeios
turísticos. Foram recuperados a antiga estação ferroviária de Porto *Vanerão = Ritmo de origem alemã, desenvolvido no sul.
Velho, alguns vagões e o paisagismo original. (Adaptado de: Ho- **MPB = Música Popular Brasileira
rizonte Geográfico, n. 144, ano 25. p. 13)
(Adaptado de: Frank Jorge, de Porto Alegre. Revista da Cul-
9. O Texto II informa claramente que tura, 18. ed. p. 30, jan. 2009)
a) a extensão da Floresta Amazônica foi o principal obstáculo
para o funcionamento da ferrovia. 12. Conclui-se corretamente do texto que
b) toda a área ambiental em torno da ferrovia Madeira-Mamo- a) a música que caracteriza a região Sul se diferencia da que se
ré deverá ser recuperada. encontra no restante do Brasil, em razão do longo isolamento em
c) moradores da região amazônica impedem a reativação da que permaneceu essa região.
ferrovia Madeira-Mamoré. b) diversas manifestações musicais que aparecem em alguns
d) a ferrovia Madeira-Mamoré tem sido importante meio de estados distinguem-se, por sua origem, do conceito de música po-
transporte de borracha na Amazônia. pular brasileira.
e) um pequeno trecho da antiga ferrovia Madeira-Mamoré c) estudos especializados e registros encontrados em alguns
será destinado ao turismo. estados evidenciam as influências, até as mais remotas, recebidas
na formação da música brasileira.
Didatismo e Conhecimento 93
LÍNGUA PORTUGUESA
d) o pesquisador Mário de Andrade enfatizou, em sua obra, GABARITO
os diferentes ritmos musicais encontrados na música da região Sul
do Brasil. 01 B
e) o Estado de Santa Catarina é o único do país em que se
encontra um estilo de música popular marcada por um ritmo mais 02 C
suave e romântico. 03 A
04 A
13. A gênese da música do Rio Grande do Sul também pode
05 B
ser vista como reflexo dessa multiplicidade de referências.
O sentido da frase acima está corretamente transcrito, com 06 E
outras palavras, em: 07 D
a) Os reflexos da música do Rio Grande do Sul pode ser obser- 08 D
vada nas mais diversas referências brasileiras.
b) A música do Rio Grande do Sul recebeu igualmente, desde 09 E
o início, as múltiplas influências que se observam na música bra- 10 C
sileira. 11 E
c) No Rio Grande do Sul também podem ser reconhecidas a
12 C
origem das referências musicais de todo o Brasil. d) No início da
música do Rio Grande do Sul ainda podem observar o reflexo das 13 B
influências da música brasileira. 14 D
e) As múltiplas influências que se receberam na música do 15 A
Rio Grande do Sul também pode ser vista como reflexo do Brasil.
ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL - 2015
14. De origem lusitana, a modinha tocada na viola, chorosa,
suave e, enfim, romântica, tornou o gênero uma espécie de “mãe Cartilha orienta consumidor
da MPB”.
O sentido da afirmativa acima está corretamente transcrito, Lançada pelo SindilojasRio e pelo CDL-Rio, em parceria com
em linhas gerais, em: o Procon-RJ, guia destaca os principais
a) A modinha, que era de origem lusitana, enquanto fosse to- pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC), selecio-
cada na viola, com ritmo suave e romântico, tal como na geração nados a partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebidas
da música popular brasileira. pelas duas entidades
b) As espécies musicais derivadas da modinha devem ser su-
aves e românticas, assim como eram tocadas na sua origem, em O Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (Sin-
Portugal, na viola. dilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro
c) A influência suave e romântica da música lusitana gerou a (CDL-Rio) lançaram ontem uma cartilha para orientar lojistas e
música popular brasileira, dando origem, depois dela, à modinha consumidores sobre seus direitos e deveres. Com o objetivo de dar
tocada na viola. mais transparência e melhorar as relações de consumo, a cartilha
d) Originada em Portugal, a modinha tocada na viola, de som tem apoio também da Secretaria Estadual de Proteção e Defesa do
suave e romântico, se transformou em inspiração Consumidor (Seprocon)/ Procon-RJ.
para a música popular brasileira. Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prático de
e) Como em Portugal, de onde vem a modinha, de ritmo su- direitos e deveres para lojistas e consumidores, a publicação des-
ave e romântico, assim como chorona, a viola que gera a música taca os principais pontos do Código de Defesa do Consumidor
popular brasileira. (CDC), selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais co-
muns recebidas, tanto pelo SindilojasRio e CDL-Rio, como pelo
15. ... mesmo tendo sido perseguido, vigiado, quase segrega- Procon-RJ.
do. (final do 2o parágrafo) “A partir da conscientização de consumidores e lojistas sobre
O segmento acima deve ser entendido, considerando-se o con- seus direitos e deveres, queremos contribuir para o crescimento
texto, como sustentável das empresas, tendo como base a ética, a qualidade dos
a) uma observação que valoriza a persistente contribuição produtos e a boa prestação de serviços ao consumidor”, explicou o
africana para a música brasileira. presidente do SindilojasRio e do CDL-Rio, Aldo Gonçalves.
b) restrição ao sentido do que vem sendo exposto sobre a mú- Gonçalves destacou que as duas entidades estão comprometi-
sica popular brasileira. das em promover mudanças que propiciem o avanço das relações
c) a causa que justifica a permanência da música de origem de consumo, além do desenvolvimento do varejo carioca.
africana no Brasil. “O consumidor é o nosso foco. É importante informá-lo dos
d) as consequências da presença dos escravos e sua influência seus direitos”, disse o empresário, ressaltando que conhecer bem
na música popular brasileira. o CDC é vital não só para os lojistas, mas também para seus for-
e) uma condição favorável à permanência da música popular necedores. Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 08 abr. 2014,
de origem africana. A-9. Adaptado.
Didatismo e Conhecimento 94
LÍNGUA PORTUGUESA
01. (Cesgranrio) A comparação do título da reportagem com o são palavras de classes gramaticais diferentes
texto integral permite afirmar que o a) vendas e compras
a) texto pode provocar dúvidas nos leitores porque contém b) prático e principais
muitas siglas desconhecidas. c) publicação e pontos
b) texto contradiz o título, pois desqualifica a orientação aos d) direitos e lojistas
consumidores. e) deveres e destaca
c) título é inteiramente fiel ao conteúdo do texto, cujo foco é
especificamente a defesa dos consumidores. 06. (Cesgranrio) O emprego do verbo destacado no trecho
d) texto e o título focalizam os consumidores como o público- “‘queremos contribuir para o crescimento sustentável das empre-
-alvo da cartilha. sas’” contribui para indicar uma pretensão do presidente do Sindi-
e) título destaca apenas parcialmente o conteúdo da cartilha cato dos Lojistas, que começa no presente e se estende no futuro.
de orientação. Se, respeitando-se o contexto original, a frase indicasse uma
pretensão que começasse no passado e se estendesse no tempo, o
02. (Cesgranrio) A matéria informa que as orientações conti- verbo adequado seria o que se destaca em:
das na cartilha levaram em consideração alguns dados objetivos. a) quisemos contribuir para o crescimento sustentável das
Que dados são esses? empresas.
a) As queixas dos consumidores diante da má qualidade de b) quisermos contribuir para o crescimento sustentável das
atendimento dos lojistas empresas.
b) As desculpas dos lojistas diante da grande quantidade de c) quiséssemos contribuir para o crescimento sustentável das
reclamações dos consumidores empresas.
c) As queixas e as dificuldades declaradas tanto por compra- d) quereremos contribuir para o crescimento sustentável das
dores como por vendedores empresas.
d) O índice elevado de prejuízos dos varejistas diante da falta e) quisera poder contribuir para o crescimento sustentável das
de pagamento dos consumidores empresas.
e) As pesquisas feitas por especialistas em técnicas de consu-
mo e vendas
07. (Cesgranrio) Considere-se a hipótese de que, antes de pu-
blicado no jornal, o texto foi revisto pelo seu editor, que propôs a
03. (Cesgranrio) Na frase “‘É importante informá-lo dos seus
alteração do trecho “‘tendo como base a ética, a qualidade dos pro-
direitos’” emprega-se o verbo informar seguido do pronome
dutos e a boa prestação de serviços ao consumidor’”, pois o texto
oblíquo. Entretanto, o redator poderia ter optado por empre-
original continha uma vírgula antes da conjunção e.
gar, em vez de lo, o pronome lhe.
Se for considerado que ele se baseou nas regras de emprego da
A frase resultante, mantendo-se o mesmo sentido e respeitan-
vírgula adequado à norma-padrão, a decisão do
do-se a norma-padrão, seria:
editor levou em conta a
a) É importante informar-lhe sobre os seus direitos.
b) É importante lhe informar a respeito dos seus direitos. a) proibição de colocar vírgula antes da conjunção e.
c) É importante informar-lhe dos seus direitos. b) recomendação de separar por vírgula os elementos de uma
d) É importante informar-lhe os seus direitos. enumeração.
e) É importante lhe informar acerca dos seus direitos. c) interpretação de que a ênfase criada pela vírgula antes do e
era desnecessária.
04. (Cesgranrio) Na última frase do texto, é transcrita a opi- d) obrigatoriedade de colocar vírgula apenas nos elementos
nião de um empresário, para quem “conhecer bem o CDC é vital iniciais de uma enumeração.
não só para os lojistas, mas também para seus fornecedores”. e) suposição de que a vírgula criaria um efeito de ambiguidade
Considerando-se o conteúdo dessa opinião, que outra estrutu- no texto.
ra frasal poderia representá-la?
a) Conhecer bem o CDC é vital tanto para os lojistas quanto 08. (Cesgranrio) De acordo com a norma-padrão, se fosse
para seus fornecedores. acrescentado ao trecho “disse o empresário” um complemento in-
b) Conhecer bem o CDC é vital em especial para os lojistas formando a quem ele deu a declaração, seria empregado o acento
assim como para seus fornecedores. indicativo de crase no seguinte caso:
c) Conhecer bem o CDC é vital nem tanto para os lojistas a) a imprensa especializada
como para seus fornecedores. b) a todos os presentes
d) Conhecer bem o CDC é vital inclusive para os lojistas sem c) a apenas uma parte dos convidados
falar em seus fornecedores. d) a suas duas assessoras de imprensa
e) Conhecer bem o CDC é vital não tanto para os lojistas bem e) a duas de suas secretárias
como para seus fornecedores.
09. (Cesgranrio) Após ler o texto, que é uma reportagem, um
05. (Cesgranrio) No trecho “Batizada de Boas Vendas, Boas funcionário do jornal decidiu enviá-lo por e-mail a um colega,
Compras! – Guia prático de direitos e deveres para lojistas e con- mas, além do texto completo, ele resolveu também anexar uma
sumidores, a publicação destaca os principais pontos do Código de imagem com a capa do jornal. A mensagem enviada tinha, porém,
Defesa do Consumidor (CDC)” uma concordância que desrespeitava a norma-padrão.
Didatismo e Conhecimento 95
LÍNGUA PORTUGUESA
Essa concordância equivocada está exemplificada em:
a) Mando-lhe dois arquivos alusivos à matéria mencionada
em epígrafe.
b) Segue os dois arquivos que mencionei sobre a cartilha do
consumidor.
c) Envio dois arquivos atachados referentes aos itens que
mencionei acima.
d) Veja nos anexos os dois arquivos sobre a matéria mencio-
nada.
e) Anexo nesta mensagem dois arquivos relacionados com a
reportagem.
GABARITO
01 E
02 C
03 D
04 A
05 E
06 A
07 C
08 A
09 B
10 B
Didatismo e Conhecimento 96
MATEMÁTICA
MATEMÁTICA
CLASSIFICAÇÃO
Prof. Dra. Marie Oshiiwa
Há vários tipos (classificações) de equações.
Licenciatura em Matemática
Didatismo e Conhecimento 1
MATEMÁTICA
Entendeu a relação? Em nosso exemplo das canecas, (que
é o valor de custo, em reais) é sempre o dobro do valor de . Essa
forma de representar, por meio de leis e igualdades, é a forma al-
gébrica de representar a relação entre essas duas variáveis: número
de canecas e dinheiro gasto com elas. Veja como fica essa escrita:
Didatismo e Conhecimento 2
MATEMÁTICA
Pares ordenados
PLANO CARTESIANO
Qualquer ponto do plano pode ser representado por um único par ordenado de números reais (x,y) neste sistema, e qualquer par orde-
nado (x,y) se associa a um único ponto do plano (chamamos isso de correspondência biunívoca entre pares ordenados de números reais e
pontos do plano).
Os valores x e y são chamados, coordenadas do ponto (x,y). Note que existe uma ordem estabelecida: primeiro o valor de x (abscissa)
e depois o valor de y (ordenada).
Os eixos coordenados dividem o plano em quatro espaços que denominamos quadrantes. É estabelecida uma numeração para os qua-
drantes, que é feita pela ordem no sentido anti-horário (veja Figura 5):
Didatismo e Conhecimento 3
MATEMÁTICA
Figura 5: numeração dos quadrantes Veja que o número de canecas é uma variável que pertence ao
conjunto dos números naturais ( ), enquanto o volume de com-
bustível que vai ao tanque da moto é um número racional ( ).
Simulando o preço de R$ 2,00 o litro de combustível, mostra-
mos mais uma representação de funções, similar aos diagramas de
Venn: a tabela! Veja a Figura 7:
Didatismo e Conhecimento 4
MATEMÁTICA
Figura 9: para o dinheiro a pagar em função da Figura 11: Ilustração para Domínio, Contradomínio e Imagem
quantidade de combustível, em,litros, com por meio de diagramas de Venn.
Didatismo e Conhecimento 5
MATEMÁTICA
OUTROS EXEMPLOS DE FUNÇÃO
FUNÇÃO
Não, nem toda função é representada por uma reta ou mesmo Conhecida como um tipo de “função irracional”, pelo fato de
por uma parte dela. Falando mais categoricamente, há inúmeras existir uma raiz quadrada envolvida com a variável x, é uma fun-
funções que não são retas. ção que existe apenas para valores de x não negativos.
FUNÇÃO
Definição informal: seja uma função f(x) num intervalo [u, v];
tomando valores de x nesse intervalo, f(x) será:
Didatismo e Conhecimento 6
MATEMÁTICA
FUNÇÃO AFIM
Função polinomial do 1º grau ou função afim é uma função da forma, na qual 𝑎 e 𝑏 são números reais quaisquer (com 𝑎 ≠ 0 ); 𝑥 é a
variável independente e 𝑦 é a variável dependente.
De modo geral e matemático, o Domínio e o Contradomínio são, ambos, iguais a ℝ, mas o contexto em que cada função está inserida
pode redefinir esses conjuntos.
Bem, está na hora de generalizarmos um fato: toda função do primeiro grau, cuja lei tem a forma , com , gera uma
reta no plano cartesiano. Sabendo disso, perceba que não é necessário marcar muitos pontos no plano para se fazer esse desenho.
Teoricamente, podemos escolher dois pontos distintos quaisquer, atribuindo dois valores à variável e calculando suas respectivas
imagens . Porém, cada lei de função tem pontos que são mais práticos de serem encontrados, e podemos te dar uma dica para encontrar
esses pontos, que normalmente possuem importância em problemas contextualizados.
Toda reta gerada por uma função do 1º grau, de lei algébrica , com , intercepta o eixo (eixo das ordenadas) no
valor de , já que o ponto pertence ao gráfico dessa função.
O valor de b é chamado de coeficiente linear da função , com . A Figura 6 ilustra essa generalização, ou seja, para
teremos , que nos leva a , ou seja, .
Outro ponto cujas coordenadas você calcula facilmente para marcar no plano cartesiano é o ponto da raiz da função.
Didatismo e Conhecimento 7
MATEMÁTICA
RAIZ OU ZERO DE UMA FUNÇÃO
Graficamente enxergamos o valor de raiz no ponto onde a reta intercepta o eixo x (eixo das abscissas)
Para calculá-la algebricamente, basta substituir y por zero e resolver a equação de 1º grau resultante.
Figura 7: gráficos de , e
As retas são paralelas, isso significa que elas têm a mesma inclinação (elas são crescentes com a mesma taxa, conforme explicaremos
adiante).
O coeficiente 𝑎, nas funções da forma 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏, mede a inclinação da reta que representa o gráfico dessa função. Sem detalhar demais
essa definição, entenda-se que “inclinação” tem a ver com o ângulo que a reta forma com o sentido positivo do 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥 (ou, mais popular-
mente, o ângulo “da direita” que essa reta forma com o 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑥).
Didatismo e Conhecimento 8
MATEMÁTICA
Figura 8: indicação do ângulo que mede a inclinação de uma reta. Figura 9: gráficos com funções de valores diferentes para .
Didatismo e Conhecimento 9
MATEMÁTICA
SINAL
INEQUAÇÃO DE 1º GRAU
Exemplo 2: 2x - 6 < 0
Solução:
2x < 6
x < 6/2
x<3
Conclusão: y é positivo para valores de x menores que a raiz;
y é negativo para valores de x maiores que a raiz. Portanto a solução da inequação e x < 3
Didatismo e Conhecimento 10
MATEMÁTICA
Exemplo 1: Figuras 12 e 13: tabela e gráfico da função
-2x + 7 > 0
-2x + 7 = 0
x = 7/2
FUNÇÃO QUADRÁTICA
Dados três números reais , e e constantes, com ,
chamaremos de “Função Quadrática” (ou do 2o Grau) a função
𝑓: ℝ→ℝ (domínio real gerando imagem real), definida pela regra
(lei) de associação.
• Quando o valor de é positivo (como ), a conca-
vidade da parábola é voltada para cima e quando é negativo (como
), a concavidade da parábola é voltada para baixo.
São exemplos de Funções Quadráticas:
• Para , tem-se o ponto em que a curva intercepta
o . No caso do item (a) , e no caso do item (b)
. Percebe-se que em ambos os casos, este valor confere
com o termo da lei da função. Caso não exista o termo 𝑐 na
expressão (como em ), deduzimos que ,e
então a curva irá interceptar o no ponto (0,0).
• Nota-se que em ambos os casos exemplificados nas Figu-
ras 14 e 15 a curva intercepta o duas vezes, logo, a função
tem duas raízes.
Este último exemplo se refere à função mais básica do 2º grau Dessa forma, podemos extrair várias características da função
que podemos pensar; nesse formato podemos perceber que temos quadrática observando apenas seus coeficientes , e .
os valores Agora cabe saber como descobrimos as raízes de uma função
de 2º grau. Existem vários processos, porém, nos deteremos aqui
, e . Veja sua representação nas Figuras ao processo de “Bhaskara”.
12 e 13, nas formas de tabela e de gráfico: Para determinação das raízes usamos a seguinte fórmula:
Didatismo e Conhecimento 11
MATEMÁTICA
Outra característica importante do gráfico da função do 2º grau a descobrir é o vértice da parábola, pois, é exatamente neste ponto que
a curva atinge o seu mínimo, para funções com concavidade para cima, e seu máximo, para funções com concavidade para baixo.
As duas coordenadas do vértice de uma parábola são determinados pelas seguintes expressões:
A coordenada xv pode ser obtida calculando-se o ponto médio das raízes da função de segundo grau (quando existirem), ou seja:
A coordenada xv é obtida a partir do valor de . Basta substituirxv na função para obter o valor correspondente de yv.
Perceba que o vértice (informalmente, veja que é o “bico” da parábola) divide o gráfico da função em duas partes simétricas; é justa-
mente nele que a parábola muda de crescente para decrescente (para o caso da função ter concavidade para baixo – Figura 16) ou então de
decrescente para crescente (para o caso da função ter concavidade para cima – Figura 17). Assim, em ambos os casos temos um lado do
vértice com uma parte crescente e, do outro lado, uma parte decrescente.
Para , a concavidade é voltada para baixo, assim, para qualquer , é crescente e, para qualquer ,
Didatismo e Conhecimento 12
MATEMÁTICA
é decrescente.
Figura 18: gráfico da função de lei
Quando , a concavidade é voltada para cima, assim,
para qualquer , é decrescente e, para qualquer
, é crescente.
As raízes serão:
.
Assim:
Esta expressão nos fornecerá “duas raízes reais e distintas”
para , que chamaremos de x1 e :
Isso nos diz que a função irá interceptar o eixo dos em dois
locais, em e em . O vértice será:
(b) Agora vamos calcular o vértice:
Didatismo e Conhecimento 13
MATEMÁTICA
Para achar as raízes (e depois o vértice) vamos determinar o Essas três possibilidades também são caracterizadas nas fun-
valor de : ções com
, ou seja, aquelas que possuem a concavidade voltada
para baixo. Na figura 21, vamos distribuir os seis casos possíveis
para a função de 2º grau e aproveitaremos para fazer o estudo de
sinais da função.
Esse estudo de sinais se refere aos intervalos de para os
quais os valores de ora assumem sinal positivo (+), ora assume
sinal negativo (–).
Didatismo e Conhecimento 14
MATEMÁTICA
FUNÇÃO MODULAR
Para entender função modular - tema que cai nos vestibulares e no Enem - devemos compreender o que é módulo. Em seguida, através
de exercícios, resolveremos algumas equações modulares e falaremos sobre a função modular: o que muda ao inserirmos um módulo à
função?
MÓDULO
Antes de falar da função modular, vamos relembrar a definição e como calcular o módulo de um número.
O módulo é a distância de um determinado número até o zero.
Por exemplo, o módulo de 13 é a distância entre o 13 e o 0.
Para nos deslocarmos do 13 ao 0, andaremos 13 unidades. Portanto, o módulo de 13 é igual a 13. Ou ainda: |13| = 13.
Sendo assim, qual será o módulo de -13? Bem, a distância do -13 ao zero é também de 13 unidades. Então, |-13| = 13.
|-4| = 4
|690| = 690
|23,41| = 23,41
|-log2| = log2
|78| = 78
|-π| = π
Você já deve perceber que existe uma certa regra para calcularmos: todos os números que são positivos, continuam positivos; e todos
da forma negativa, tornam-se positivos. Ou seja:
EQUAÇÃO MODULAR
Definição: Equação modular é toda equação cuja incógnita se apresenta em módulo.
Dessa forma, são equações modulares:
• |– 2x + 5| = x
• |3x – 1| = 4
• |10 – 2x| = 2x – 5
Didatismo e Conhecimento 15
MATEMÁTICA
INEQUAÇÃO MODULAR
Inequação modular é toda inequação cuja incógnita aparece em módulo. Veja alguns exemplos:
• |x| > 6
• |x| ≤ 4
• |x + 3| > 7
• |4x + 1| ≥ 3
Didatismo e Conhecimento 16
MATEMÁTICA
RESOLUÇÃO DE INEQUAÇÕES MODULARES E por fim,
→ |2x + 6| = 2x + 6, se x > 3 (gráfico I)
Agora que você já conhece o conceito sobre inequações mo-
dulares e suas propriedades resolutivas, é hora de colocar a mão na
massa. Antes de analisar as resoluções, tente resolver, utilizando as
propriedades explanadas anteriormente, os modelos de inequações
modulares acima. Veja as resoluções a seguir:
|x| > 6
x < – 6 ou x > 6
S = {x ∈ R | x < – 6 ou x > 6}
|x| ≤ 4
–4≤x≤4
S = {x ∈ R | – 4 ≤ x ≤ 4}
|x + 3| > 7
x + 3 < – 7 ou x + 3 > 7
Se x + 3 < – 7, então:
x<–7–3
x < – 10 → |2x + 6| = -2x - 6, se x < -3 (gráfico II)
Se x + 3 > 7, então:
x>7–3
x>4
S = {x ∈ R | x < – 10 ou x > 4}
|4x + 1| ≥ 3
4x + 1 ≤ – 3 ou 4x + 1 ≥ 3
Se 4x + 1 ≤ – 3, então:
4x ≤ – 3 – 1
4x ≤ – 4
x≤–1
Se 4x + 1 ≥ 3, então:
4x ≥ 3 – 1
4x ≥ 2
x≥½
S = {x ∈ R | x ≤ – 1 ou x ≥ ½}
VAMOS ESBOÇAR O GRÁFICO DA FUNÇÃO F(X) = |2X Com isso, o gráfico da função f(x) ficará da seguinte forma:
+ 6|:
Sabemos que:
→ |2x + 6| = 2x + 6, se 2x + 6 > 0
→ |2x + 6| = -(2x + 6), se 2x + 6 < 0
Então:
→ |2x + 6| = 2x + 6, se 2x > -6
→ |2x + 6| = -2x - 6, se 2x < -6
Didatismo e Conhecimento 17
MATEMÁTICA
Comparação entre o gráfico de f e a função 2x + 6: FUNÇÃO COMPOSTA
Como já vimos, ao inserir o módulo a parte negativa ficará Para calcular a área de todo o terreno, devemos saber a área
positiva, então o gráfico de f(x) será: de cada lote, área esta que é informada pela função f(x). Como te-
mos 10 lotes, teremos que a área do terreno será dada da seguinte
maneira:
Didatismo e Conhecimento 18
MATEMÁTICA
Calculando g (-3√2).
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:
1 - Sendo f e g duas funções tais que: f(x) = ax + b e g(x) = cx + d . Podemos afirmar que a igualdade gof(x) = fog(x) ocorrerá se e
somente se:
a) b(1 - c) = d(1 - a)
b) a(1 - b) = d(1 - c)
c) ab = cd
d) ad = bc
e) a = bc
SOLUÇÃO:
Teremos:
fog(x) = f[g(x)] = f(cx + d) = a(cx + d) + b \ fog(x) = acx + ad + b
gof(x) = g[f(x)] = g(ax + b) = c(ax + b) + d \ gof(x) = cax + cb + d
Didatismo e Conhecimento 19
MATEMÁTICA
2 - Sendo f e g duas funções tais que fog(x) = 2x + 1 e g(x) = Figura 1: Modelo linear
2 - x então f(x) é:
a) 2 - 2x (posição) 𝒚 = 𝟐𝒙 (valor)
b) 3 - 3x
c) 2x - 5
d) 5 - 2x 1 2
e) uma função par. 2 4
SOLUÇÃO: 3 6
Sendo fog(x) = 2x + 1, temos: f[g(x)] = 2x + 1 4 8
Substituindo g(x) pelo seu valor, fica: f(2 - x) = 2x + 1 5 10
Fazendo uma mudança de variável, podemos escrever 2 - x =
u, sendo u a nova variável. Portanto, x = 2 - u. 6 12
Substituindo, fica:
f(u) = 2(2 - u) + 1 \ f(u) = 5 - 2u
Portanto, f(x) = 5 - 2x , o que nos leva à alternativa D. No segundo caso: a partir do segundo termo, cada termo da
sequência é igual ao termo anterior multiplicado por 2. Essa ideia
FUNÇÃO EXPONENCIAL pode ser escrita como:
O termo exponencial não é estranho para você. Provavelmen-
te você já leu ou ouviu alguma informação como estas: . Este é um modelo exponencial, em que indica a
• “O número de usuários da internet cresceu exponencial- posição do número na sequência e o valor do número na posição
mente nos últimos anos.” .
• “A tecnologia evolui em ritmo exponencial.” Figura 2: Modelo exponencial
• “A informação se propagou de forma exponencial.”
• “Houve um aumento exponencial da taxa de juros no pri-
(posição) 𝒚 = 𝟐𝒙
meiro semestre do ano.”
• “Os carros tiveram perda exponencial de valor no ano (valor)
passado.” 1 2
• “A população das bactérias cresceu exponencialmente no 2 4
período.” · “Ao longo do tempo, os recursos diminuíram exponen-
cialmente.” 3 8
4 16
Essas afirmações envolvem a ideia de aumento ou decrésci-
5 32
mo exponencial. Todas elas passam um sentido de ascensão ou de
queda rápida. Pois bem! 6 64
Radiciação
Uma raiz nada mais é que uma operação inversa à potencia-
ção, sendo assim, ela é utilizada para representar, de maneira dife-
rente, uma potência com expoente fracionário.
Didatismo e Conhecimento 20
MATEMÁTICA
Exemplos
Exemplos:
Nesse caso é possível obtermos raízes negativas dentro do conjunto dos números reais (ℝ).
Exemplos:
Propriedades
1, Para o radicando que tenha, como resultado de uma fatoração,
expoente igual a seu índice, então este radicando é igual à raiz procurada.
Exemplos:
2, Podemos dividir o radicando e o índice por um mesmo número real, desde que este seja diferente de zero e maior que um, e divisor
comum do radicando e do índice.
Exemplo:
Exemplos:
3, Para resolvermos a raiz m-esima de uma raiz n-ésima, multiplicamos os índices entre si mantendo intacto o radical interno.
Exemplos:
Didatismo e Conhecimento 21
MATEMÁTICA
Exemplos:
5, A raiz n-ésima de um quociente (divisão) de a por b é igual ao quociente entre as raízes n-ésimas.
Exemplos:
Considerações finais
A compreensão sobre a radiciação é pré-requisito para os mais diversos conteúdos da matemática moderna. Suas regras não são de
difícil entendimento, porém, neste artigo, procurei facilitar a linguagem escrevendo-as por extenso com riqueza de detalhes, o que nos livros
didáticos é feito unicamente através da linguagem matemática formal. Tendo em vista a extensão do assunto abordado nesse trabalho, ficam,
esses tópicos abordados, como sendo uma introdução dos demais artigos que produzirei futuramente utilizando essa temática a fim de tornar
clara e compreensível a absorção dos saberes sobre os radicais em toda sua amplitude.
Nos casos em que o expoente é negativo, devemos trocar o sinal do expoente e inverter a base racional, isto é, o numerador passa a ser
denominador e o denominador passa a ser numerador. Observe:
Didatismo e Conhecimento 22
MATEMÁTICA
Função Exponencial
1.1 A parte teórica e algumas generalizações para uma função exponencial
Na seção “Para começar” você viu um exemplo de função exponencial: .
Vamos, agora, definir uma generalização da função exponencial.
Definimos a função exponencial pela expressão algébrica em que é um número real positivo e diferente de 1 (𝑎 ∈ ℝ∗+
𝑒 𝑎 ≠ 1), para todo real (ou seja, o domínio é o conjunto dos números reais).
Primeiramente, veja o nome dessa função e perceba o porquê dele: trataremos agora com funções que possuem uma variável no
expoente de um número real (daí o nome exponencial!). Perceba, também, que a base não será um número qualquer, deve ser um número
positivo e diferente de 1.
Bem, apenas para detalhar um pouco mais as condições estabelecidas para a base :
• A base não será zero; não haveria utilidade de se trabalhar com , uma vez que, para qualquer expoente positivo que
elevemos o número , sempre obteremos como resposta e, portanto, teremos a função constante. Veja:
Além disso, expoente negativo seria um problemão: iríamos obter um resultado “proibido”, como no exemplo a seguir:
E ainda, no caso de expoente igual a zero com base zero, teríamos a forma indeterminada: 00.
• A base valendo , também não teria utilidade; se pensarmos em , perceberemos que para qualquer expoente teremos
(a função constante, novamente).
Para fechar estes detalhes técnicos, veja que a base também não pode ser negativa, uma vez que, quando elevamos um número ne-
gativo ao expoente par, obtemos um número positivo e, se elevarmos a um expoente ímpar, teremos um número negativo. Isso irá conferir
pontos, ora positivos, ora negativos, gerando pontos isolados, não formando uma curva específica. Para piorar, há inúmeros valores para os
quais esse cálculo não existiria nos reais
Analisando os valores que podemos atribuir à base , iremos destacar os seguintes intervalos ilustrados na Figura 3.
Figura 3: intervalos de valores de que utilizaremos em funções da forma (𝑎∈ℝ∗+ 𝑒 𝑎≠1)
0<𝑎<1 𝑎>1
Construindo dois gráficos de funções exponenciais: uma função com base sendo um número maior que 1, e outra função com base entre
0 e 1. Seja a função exponencial , para todo real. Note que a base é maior que 1, ou seja, 𝑎 >1, pois, . O Quadro 1 mostra
os cálculos de vários valores de para alguns valores de :
Didatismo e Conhecimento 23
MATEMÁTICA
Veja com muita atenção a última coluna do Quadro 1; realize o exercício de observar aqueles pares ordenados representados agora na
Figura 4.
Temos representado na Figura 4 o gráfico da função dada por , para todos os valores possíveis para (todos os reais). É impres-
cindível notar que conforme os valores de aumentam, os valores de também aumentam. Assim, se cresce conforme cresce, então
estamos lidando com uma função crescente. E isso é válido: toda função exponencial que possui uma base maior que 1 (𝑎>1) é uma função
crescente. Outra importante observação: o gráfico está acima do , percebe? Isso quer dizer que esta função é positiva, só assume
valores positivos para . E, portanto, tem como conjunto imagem: .
O gráfico da função para 𝑎>1 tem sempre esse comportamento: passa pelo ponto (0;1) e parece um “tobogã infinito” (descen-
do para quem olha da direita para a esquerda). O gráfico nunca encosta no . E quanto maior o valor de , mais inclinada é a curva,
ou seja, mais rapidamente os valores de aumentam. Bacana, não acha?
Bem, como será uma função exponencial que tem a base sendo um número real menor que 1? Mais especificamente, como relata-
mos antes, teremos uma base tal que 0<𝑎<1. Antes de verificar o próximo exemplo, perceba estes cálculos: , e veja que
. Ou seja, quando aumentamos o expoente do número 0,1, o resultado diminuiu.
Vamos então ao nosso segundo exemplo de função exponencial, dado pela lei . Note que e essa base está compreen-
dida entre 0 e 1 (equivale ao número decimal 0,5). Acompanhe os cálculos no Quadro 2, e veja os pares ordenados na última coluna desse
quadro.
Didatismo e Conhecimento 24
MATEMÁTICA
Tem como domínio: ℝ. Tem como conjunto-imagem:
Quadro 2: cálculo de valores e pares obtidos para ℝ∗+. Passa pelo ponto (0;1).
Didatismo e Conhecimento 25
MATEMÁTICA
Exemplos de equações exponenciais:
Para obter o saldo do 2º mês vamos proceder da mesma
forma, porém, para calcular os juros, teremos que utilizar o saldo
10x = 100
anterior y1, veja:
2x + 12 = 20
9x = 81
5x+1 = 25
Seguindo a mesma lógica para o 3º mês (y3), teremos:
Para resolvermos uma equação exponencial precisamos apli-
car técnicas para igualar as bases, assim podemos dizer que os
expoentes são iguais. Observe a resolução da equação exponencial
Dessa forma, os cálculos para os três meses serão: a seguir:
Devemos observar que o valor y1 da expressão [2] está defi- Vamos resolver mais algumas equações exponenciais:
nido na expressão [1], certo? Fazendo a substituição de [1] em [2]
teremos: x + 12 = 1024
2x + 12 = 210
x + 12 = 10
x = 10 – 12
x=–2
Didatismo e Conhecimento 26
MATEMÁTICA
Para compreendermos as inequações, devemos saber qual o Portanto, para a desigualdade:
fato principal que as diferenciam das equações. O fato principal é
quanto ao sinal de desigualdade e igualdade, quando trabalhamos
com equações estamos procurando um valor que iguale a outro, A solução é:
em contrapartida, na inequação determinaremos valores que ates-
tem aquela desigualdade.
Contudo, os métodos para proceder na resolução são bem pa- Essa resolução da desigualdade pode ser feita através da ine-
recidos, buscando sempre determinar uma igualdade ou desigual- quação do segundo grau, obtendo o gráfico e determinando o in-
dade com elementos de mesma base numérica. tervalo:
O fato crucial em expressões algébricas desta forma é possuir
esta desigualdade com mesma base numérica, pois a incógnita se
encontra no expoente e para conseguirmos relacionar os expoen-
tes dos números existe a necessidade de que eles estejam em uma
mesma base numérica.
Veremos algumas manipulações algébricas em alguns exercí-
cios que são recorrentes nas resoluções de exercícios envolvendo
inequações exponenciais.
Didatismo e Conhecimento 27
MATEMÁTICA
Portanto, para solucionarmos as duas inequações, devemos
encontrar o intervalo que satisfaça as duas inequações, ou seja,
basta fazermos a intersecção dos dois gráficos.
a) Logaritmo de um produto:
Ou seja, estes são os valores que satisfazem a inequação ex-
ponencial:
Exemplo:
SISTEMA DE LOGARITMO
O expoente 2 é definido como sendo o logaritmo de 16 na Chama-se sistema de logaritmo de base a ( 1 > 0 ), o con-
base 4; completando a escrita anterior, temos: juntos dos logaritmos de todos os números reais positivos na base a.
Dois sistemas de logaritmos destacam-se pelo seu importante
papel no campo das Ciências, são eles: sistema de logaritmos deci-
mais (ou sistema de logaritmo de Briggs) e sistema de logaritmos
Ou seja, pensamos assim: 4 elevado a 2 é igual a 16. Veja os neperianos (ou sistema de logaritmos naturais).
nomes desses termos: 16 é o logaritmando (ou antilogaritmo), 4 é
a base do logaritmo e 2 é o próprio logaritmo, pois é o expoente 2
que deixa 4 igual a 16.
Didatismo e Conhecimento 28
MATEMÁTICA
LOGARITMOS DECIMAIS Desta forma, podemos definir a função logarítmica pela lei
para . O seu domínio é e
São aqueles na base 10. Indicaremos por log b = x, sem neces- seu conjunto imagem é .
sidade de colocar a base 10.
Vejamos os possíveis gráficos da função logarítmica.
SISTEMA NEPERIANO OU NATURAL
Tomemos como exemplo, primeiramente, a função:
É o conjunto dos logaritmos na base e (e é um número irracio- . Note que a base é maior que 1. Acompa-
nal que recebe o nome de número de Euler, que vale 2,71828…). nhe a obtenção dos pares ordenados no Quadro 4 para alguns va-
Indicaremos In b = x. lores de . Acompanhe, também, suas respectivas representações
na Figura 6.
CONSEQUÊNCIAS DA DEFINIÇÃO
Quadro 4: cálculo de valores e pares obtidos para
A partir da definição, temos:
a) loga 1 = 0
O logaritmo de potência da base é sempre o expoente dessa Figura 6: gráfico da função dada por
base pois an = an.
d) alog a b = b
EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS
Podemos classificar as equações em redutíveis, que são solu- valores de reais positivos. Perceba que cresce conforme
cionadas por meio da definição de logaritmo. cresce, então estamos lidando com uma função crescente. E isso
é válido: toda função logarítmica que possui uma base maior que 1
Para resolvermos um equação, devemos obter: (𝑎>1) é uma função crescente. Observe tem o gráfico fica à direita
• Condição de existência. do e aí você pode visualizar o domínio desta função: .
• Verificação com as soluções da equação nas condições O gráfico da função para 𝑎>1 tem sempre esse
de existência. comportamento: passa pelo ponto (1;0) e faz essa curva, variando
apenas a inclinação dependendo do valor de . O gráfico nunca
A FUNÇÃO LOGARÍTMICA “encosta” no .
Nesta seção você verá as características da função loga- Agora, vamos considerar a função .
rítmica. A função logarítmica é definida pela lei .
Para determinar as condições para a base , o seu domínio e o seu Observe que , logo
conjunto imagem, vale lembrar a equivalência:
Acompanhe o Quadro 5 e a Figura 7:
Didatismo e Conhecimento 29
MATEMÁTICA
A Figura 7 apresenta o gráfico da função , para todos os valores de reais positivos. Perceba que decresce conforme
cresce, então estamos lidando com uma função decrescente. E isso sempre ocorrerá com a função logarítmica quando o valor da base
estiver compreendido entre 0 e 1.
O gráfico da função para 0<𝑎<1 tem sempre esse comportamento: passa pelo ponto (1;0) e faz esse tipo de curva. O
gráfico nunca encosta no .
Didatismo e Conhecimento 30
MATEMÁTICA
RESOLUÇÃO:
Se o número de pessoas que toma conhecimento de determinado fato t meses após ele ter ocorrido é dado por , então
queremos o valor de de forma que
Didatismo e Conhecimento 31
MATEMÁTICA
Dividindo ambos os membros por 10: Note também que quando x varia duas unidades, o valor da
função se repete, ou seja: f(x)= f(x+2)= f(x+4)= f(x+6)... Dessa
forma, podemos afirmar que o período dessa função é 2.
Sendo assim, podemos definir as funções periódicas da se-
O está no expoente, logo, vamos aplicar logaritmos: guinte maneira:
(meses)
Quando se observam fenômenos que se repetem periodica- Nas funções trigonométricas, temos exemplos de funções pe-
mente, como temperatura média diária ao longo de um mês, orde- riódicas como, por exemplo, a função seno, função cosseno, fun-
nação das folhas em uma planta etc., estes podem ser modelados ção tangente. Importantes no estudo dos triângulos e na modelação
pro funções trigonométricas. de fenômenos periódicos.
As funções periódicas são aquelas nas quais os valores da fun- As funções Trigonométricas
ção (f(x) = y) se repetem para determinados valores da variável x, Em matemática, as funções trigonométricas são funções an-
ou seja, para cada período determinado pelos valores de x, iremos gulares, importantes no estudo dos triângulos e na modelação de
obter valores repetidos para a função. fenômenos periódicos.
Vejamos um exemplo para melhor compreender essa defini-
ção: FUNÇÃO SENO
Dado um ângulo cuja medida é dada em radianos é x, chama-
mos de função seno à função que associa a cada x ∈ R o número
(sen x) ∈ R. Indicamos essa função por:
Façamos uma tabela com alguns valores para a variável x,
relacionando o valor da função para cada valor de x. f(x) = sen(x)
Didatismo e Conhecimento 32
MATEMÁTICA
Propriedades:
- Domínio:
- Imagem: [-1;1]
- Período: 2πrad
FUNÇÃO CO-SENO
Dado um ângulo cuja medida é dada em radianos é x, chama-
mos de função co-seno à função que associa a cada x ∈ R o número
(cós x) ∈ R. Indicamos essa função por:
f(x) = cos(x)
- Imagem:
- Período: π rad
Propriedades: A partir destes valores tem-se a amplitude (A), dada pela mé-
dia aritmética da distância entre as ordenadas dos limites:
- Domínio:
- Imagem: [-1;1]
- Período: 2πrad
EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
FUNÇÃO TANGENTE
Dado um ângulo cuja medida é dada em radianos é x, chama- INTRODUÇÃO
mos de função tangente à função que associa a cada x ∈ R/x ≠ Quando encontramos função trigonométrica da incógni-
π/2+kπ o número (tgx) ∈ R. Indicamos essa função por: ta ou função trigonométrica de alguma função da incógnita em
pelo menos um dos membros de uma equação, dizemos que esta
f(x) = tg(x) equação é trigonométrica.
Didatismo e Conhecimento 33
MATEMÁTICA
Logo, podemos escrever que:
Na equação sen x - sen =0, por exemplo, os números cos x = cos a x = a +
são algumas de suas raízes e os números O conjunto solução dessa equação será, portanto:
não o são.
Resolver uma inequação como f(x) < g(x), por exemplo, sig-
nifica determinar o conjunto S dos números s, sendo s elemento do
domínio de f e de g, tais que f(s) < g(s).
Didatismo e Conhecimento 34
MATEMÁTICA
Assim, na inequação sen x > , os números 2º caso: sen x > sen a (sen x sen a)
não o são.
Didatismo e Conhecimento 35
MATEMÁTICA
que é: 5º caso: tg x < tg a (tg x tg a)
encontramos, inicialmente,
4º caso: cos x > cos a ( cos x cos a)
encontramos, inicialmente,
Didatismo e Conhecimento 36
MATEMÁTICA
SISTEMAS LINEARES
SISTEMA LINEAR
Didatismo e Conhecimento 37
MATEMÁTICA
Em relação ao sistema: CLASSIFICAÇÃO DE UM SISTEMA QUANTO AO NÚ-
MERO DE SOLUÇÕES
REGRA DE CRAMER
Todo sistema normal tem uma única solução dada por:
Didatismo e Conhecimento 38
MATEMÁTICA
Exemplo: SISTEMAS EQUIVALENTES
Dois sistemas são equivalentes quando possuem o mesmo
conjunto solução.
m=n=3
e
PROPRIEDADES
Então, o sistema é possível e determinado, tendo solução úni- a) Trocando de posição as equações de um sistema, obtemos
ca. outro sistema equivalente.
b) possível e indeterminado, se D= Dx1 = Dx2 = Dx3 = ... = Dxn=
0, para n=2.
Se n 3, essa condição só será válida se não houver equações
com coeficientes das incógnitas respectivamente proporcionais e
termos independentes não-proporcionais. Por exemplo:
Um sistema possível e indeterminado apresenta infinitas so-
luções.
e
Exemplo:
S1 ~S2
D=0, Dx =0, Dy=0 e Dz=0
Assim, o sistema é possível e indeterminado, tendo infinitas b) Multiplicando uma ou mais equações de um sistema por
soluções. um número K (K IR*), obtemos um sistema equivalente ao an-
c) impossível, se D=0 e Dxi 0, 1 i n; caso em que o terior.
sistema não tem solução.
Por exemplo:
Exemplo:
S1 ~S2
Didatismo e Conhecimento 39
MATEMÁTICA
SISTEMAS ESCALONADOS
Utilizamos a regra de Cramer para discutir e resolver sistemas
lineares em que o número de equações (m) é igual ao número de Trocamos a 3º equação pela soma da 1º equação, multipli-
incógnitas (n). cada por -3, com a 3º equação:
Quando m e n são maiores que três, torna-se muito trabalho-
so utilizar essa regra. Por isso, usamos a técnica do escalonamen-
to, que facilita a discussão e resolução de quaisquer sistemas li-
neares.
Dizemos que um sistema, em que existe pelo menos um coefi-
ciente não-nulo em cada equação, está escalonado se o número de
coeficientes nulos antes do primeiro coeficiente não nulo aumenta
de equação para equação.
2º passo: Anulamos os coeficientes da 2º incógnita a partir da
Para escalonar um sistema adotamos o seguinte procedimento: 3º equação:
x + 2(-1) + 3= 3 x=2
Exemplo 1:
Didatismo e Conhecimento 40
MATEMÁTICA
Exemplo 2: Trocamos a 3º equação pela soma do produto da 1º equação
por -1 com a 3º equação:
1º passo: Anulamos todos os coeficientes da 1º incógnita a
partir da 2º equação:
Dessa forma, o sistema está escalonando. Como não existe
valor real de z tal que 0z=-2, o sistema é impossível. Calculamos o grau de indeterminação do sistema nessas con-
dições:
II) O número de equações é menor que o número de incógni- GI = n-m = 4-3 = 1
tas (m < n)
Como o grau de indeterminação é 1, atribuímos a uma das
incógnitas um valor , supostamente conhecido, e resolvemos o
Exemplo: sistema em função desse valor. Sendo t= , substituindo esse va-
lor na 3º equação, obtemos:
12z - 6 = 30 12z= 30 + 6 =
1º passo: Anulamos todos os coeficientes da 1º incógnita a
partir da 2º equação: Conhecidos z e t, substituímos esses valores na 2º equação:
Didatismo e Conhecimento 41
MATEMÁTICA
Conhecidos z,t e y, substituímos esses valores na 1º equação: TAXA DE JUROS
Para cada valor que seja atribuído a, encontraremos uma quá- 0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).
drupla que é solução para o sistema. 0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre).
JUROS SIMPLES
SISTEMAS DE CAPITALIZAÇÃO: JUROS O regime de juros será simples quando o percentual de juros
SIMPLES E COMPOSTOS. DESCONTOS incidir apenas sobre o valor principal. Sobre os juros gerados a
SIMPLES.TAXAS DE JUROS: NOMINAL, cada período não incidirão novos juros. Valor Principal ou sim-
EFETIVA, EQUIVALENTES, plesmente principal é o valor inicial emprestado ou aplicado, antes
de somarmos os juros. Transformando em fórmula temos:
PROPORCIONAIS, REAL E APARENTE.
J=P.i.n
JUROS Onde:
J = juros
Juros representam a remuneração do Capital empregado em P = Principal (Capital)
alguma atividade produtiva. Os juros podem ser capitalizados se- i = taxa de juros
gundo dois regimes: simples ou compostos. n = número de períodos
JUROS SIMPLES: o juro de cada intervalo de tempo sem- Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser
pre é calculado sobre o capital inicial emprestado ou aplicado. paga com juros de 8% a.m. pelo regime de juros simples e deve-
mos pagá-la em 2 meses. Os juros que pagarei serão:
JUROS COMPOSTOS: o juro de cada intervalo de tempo é
calculado a partir do saldo no início de correspondente interva- J = 1000 x 0.08 x 2 = 160
lo. Ou seja: o juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante.
capital inicial e passa a render juros também. Montante = Principal + Juros
Montante = Principal + ( Principal x Taxa de juros x Número
O juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro. Ele de períodos )
existe porque a maioria das pessoas prefere o consumo imediato,
e está disposta a pagar um preço por isto. Por outro lado, quem for M=P.(1+(i.n))
capaz de esperar até possuir a quantia suficiente para adquirir seu
desejo, e neste ínterim estiver disposta a emprestar esta quantia a Exemplo: Calcule o montante resultante da aplicação de
alguém, menos paciente, deve ser recompensado por esta absti- R$70.000,00 à taxa de 10,5% a.a. durante 145 dias.
nência na proporção do tempo e risco, que a operação envolver. O
tempo, o risco e a quantidade de dinheiro disponível no mercado SOLUÇÃO:
para empréstimos definem qual deverá ser a remuneração, mais M = P . ( 1 + (i.n) )
conhecida como taxa de juros. M = 70000 [1 + (10,5/100).(145/360)] = R$72.960,42
Quando usamos juros simples e juros compostos? Observe que expressamos a taxa i e o período n, na mesma
A maioria das operações envolvendo dinheiro utiliza juros unidade de tempo, ou seja, anos. Daí ter dividido 145 dias por 360,
compostos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, com- para obter o valor equivalente em anos, já que um ano comercial
pras com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações possui 360 dias.
financeiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em
fundos de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regi-
me de juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e
do processo de desconto simples de duplicatas.
Didatismo e Conhecimento 42
MATEMÁTICA
JUROS COMPOSTOS DESCONTOS
Notações comuns na área de descontos:
O regime de juros compostos é o mais comum no sistema fi-
nanceiro e, portanto, o mais útil para cálculos de problemas do D Desconto realizado sobre o título
dia-a-dia. Os juros gerados a cada período são incorporados ao
principal para o cálculo dos juros do período seguinte. A Valor Atual de um título
Chamamos de capitalização o momento em que os juros são N Valor Nominal de um título
incorporados ao principal. i Taxa de desconto
Após três meses de capitalização, temos: n Número de períodos para o desconto
1º mês: M =P.(1 + i)
2º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M Desconto é a diferença entre o Valor Nominal de um título
= P x (1 + i) x (1 + i) (futuro) N e o Valor Atual A deste mesmo título.
3º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M D=N-A
= P x (1 + i) x (1 + i) x (1 + i) Há dois tipos básicos de descontos: Comerciais (por fora) ou
Racionais (por dentro).
Simplificando, obtemos a fórmula:
TIPOS DE DESCONTOS
M = P . (1 + i)n Descontos simples são obtidos com cálculos lineares, mas os
Descontos compostos são obtidos com cálculos exponenciais.
Importante: a taxa i tem que ser expressa na mesma medida de Desconto Simples Comercial (por fora): O cálculo deste des-
tempo de n, ou seja, taxa de juros ao mês para n meses. conto é análogo ao cálculo dos juros simples, substituindo-se o Ca-
Para calcularmos apenas os juros basta diminuir o principal do pital P na fórmula de juros simples pelo Valor Nominal N do título.
montante ao final do período:
Desconto por fora Juros simples
J=M-P D=Nin j=Pin
Exemplo: N = Valor Nominal P = Principal
Calcule o montante de um capital de R$6.000,00, aplicado a i = taxa de desconto i = taxa de juros
juros compostos, durante 1 ano, à taxa de 3,5% ao mês. n = no. de períodos n = no. de períodos
(use log 1,035=0,0149 e log 1,509=0,1788)
Resolução: O valor atual no desconto por fora, é calculado por
P = R$6.000,00
t = 1 ano = 12 meses A = N-D = N-N.i.n = N(1-i.n)
i = 3,5 % a.m. = 0,035
M = ? Desconto Simples Racional (por dentro): O cálculo deste des-
conto funciona análogo ao cálculo dos juros simples, substituindo-
Usando a fórmula M=P.(1+i)n, obtemos: se o Capital P na fórmula de juros simples pelo Valor Atual A do
M = 6000.(1+0,035)12 = 6000. (1,035)12 título.
Fazendo x = 1,03512 e aplicando logaritmos, encontramos:
log x = log 1,03512 => log x = 12 log 1,035 => log x = O cálculo do desconto racional é feito sobre o Valor Atual do
0,1788 => x = 1,509 título.
Então M = 6000.1,509 = 9054.
Desconto por dentro Juros simples
Portanto o montante é R$9.054,00
D=Ain j = P.i.n
N = Valor Atual P = Principal
i = taxa de desconto i = taxa de juros
n = no. de períodos n = no. de períodos
A = N / (1 + i n)
Didatismo e Conhecimento 43
MATEMÁTICA
TAXAS Aplicação em caderneta de poupança: Se o governo anuncia
Taxa é um índice numérico relativo cobrado sobre um capital que a Caderneta de Poupança proporciona um rendimento real de
para a realização de alguma operação financeira. 0,5% ao mês (=0,005), significa que o seu dinheiro deve ser cor-
rigido pela taxa da inflação iinflação, isto é, deve ser multiplicado
Taxas: “No mercado financeiro brasileiro, mesmo entre os por 1 + iinflação e depois multiplicado por 1+0,5%=1,005.
técnicos e executivos, reina muita confusão quanto aos conceitos
de taxas de juros principalmente no que se refere às taxas nominal, Exemplo: Se uma pessoa possuia numa caderneta de poupan-
efetiva e real. O desconhecimento generalizado desses conceitos ça o valor de CR$ 670.890,45 no dia 30/04/93 e a taxa da inflação
tem dificultado o fechamento de negócios pela consequente falta desde esta data até 30/05/93 foi de 35,64% entao ele terá em sua
de entendimento entre as partes. Dentro dos programas dos di- conta no dia 30/05/93, o valor de:
versos cursos de Matemática Financeira existe uma verdadeira
‹poluição› de taxas de juros.” V = 670.890,45 x 1,3564 x 1,005 = 914.545,77
Exemplos:
120% ao mês com capitalização mensal.
450% ao semestre com capitalização semestral.
1300% ao ano com capitalização anual.
Taxa Real: Taxa Real é a taxa efetiva corrigida pela taxa in- Tomando P=1.000,00; i1=0,1 ao mês e n1=3 meses, seguirá
flacionária do período da operação. pela fórmula do Montante composto, que :
Conexão entre as taxas real, efetiva e de inflação: A taxa Real
não é a diferença entre a taxa efetiva e a taxa da inflação. Na rea- S1=P(1+i1)3=1000(1+0,1)3=1000.(1,1)3=1331,00
lidade, existe uma ligação íntima entre as três taxas, dadas por:
Tomando P=1.000,00; i2=33,1% ao trimestre e n2=1 trimestre
1+iefetiva = (1+ireal) (1+iinflação) e usando a fórmula do Montante composto, teremos:
Didatismo e Conhecimento 44
MATEMÁTICA
É evidente que estas taxas não são taxas efetivas. Vamos observar o fluxo de caixa da situação:
Situações possíveis com taxas equivalentes Como ia=12%=0,12 basta obter i(mês) com a substituição dos
valores na fórmula acima para obter:
Fórmula Taxa Período Número de vezes
1,12 = [1 + i(mês)]12
1+ia = (1+isem) 2
isem semestre 2
Existem outras maneiras para resolver esta equação exponen-
1+ia = (1+iquad)3 iquad quadrimestre 3 cial mas aplicaremos o logaritmo na base 10 a ambos os lados da
1+ia = (1+itrim)4 itrim trimestre 4 igualdade para obter:
1+ia = (1+imes)12 imes mês 12 log(1,12) = 12 log[1+i(mes)]
1+ia = (1+iquinz) 24
iquinz quinzena 24 log(1,12)/12 = log[1 + i(mes)]
0,04921802267018/12 = log[1 + i(mes)]
1+ia = (1+isemana) 24
isemana semana 52 0,004101501889182 = log[1+i(mes)]
1+ia = (1+idias)365 idias dia 365
Assim
Exemplo: Qual será a taxa efetiva que equivale à taxa de 12%
100,004101501889182 = 10log[1+i(mês)]
ao ano capitalizada mês a mês?
Desenvolvendo a potência obtemos:
Vamos entender a frase: “12% ao ano capitalizada mês a mês”.
1,009488792934 = 1 + i(mês)
Ela significa que devemos dividir 12% por 12 meses para obter a
0,009488792934 = i(mês)
taxa que é aplicada a cada 1 mês. Se estivesse escrito “12% ao ano
i(mês) = 0,9488792934%
capitalizada trimestralmente” deveriamos entender que a taxa ao
trimestre seria igual a 12% dividido por 4 (número de trimestres
de 1 ano) que é 3%.
Didatismo e Conhecimento 45
MATEMÁTICA
Vamos considerar dois casos: fluxo postecipado e fluxo ante-
ANUIDADES OU SÉRIES DE cipado.
NOTA: na calculadora HP12C, R é expressa pela tecla PMT
PAGAMENTOS IGUAIS: POSTECIPADAS
(pagamentos periódicos). Portanto R e PMT possuem o mesmo
E ANTECIPADAS.SISTEMAS DE sentido, ou seja, a mesma interpretação. Da mesma forma, S cor-
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS responde a FV na calculadora HP 12C.
E FINANCIAMENTOS.
A) Fluxo postecipado
Considere o fluxo de caixa postecipado a seguir, ou seja: os
pagamentos são feitos nos finais dos períodos.
INTRODUÇÃO
Didatismo e Conhecimento 46
MATEMÁTICA
• assim, teremos: S = R . FAC(i,n). Os valores de FAC(i,n) Na sequência, será essencial o uso de tabelas consolidadas
são tabelados. Na prática, utilizam-se as calculadoras científicas com os dados de cada problema e com informações essenciais so-
ou financeiras, ao invés das tabelas. bre o sistema de amortização. Em todas as análises, utilizaremos a
Usando-se a simbologia adotada na calculadora HP 12C, onde mesma tabela básica que está indicada abaixo, com os elementos
R = PMT e S = FV, teremos a fórmula a seguir: indicados:
Sistema de Amortização
Amortização do Saldo
n Juros Pagamento
Exemplo: Saldo devedor devedor
Aplicando-se $200,00 por mês num Fundo de Renda Fixa a 0 300.000,00
uma taxa mensal de 5%, pede-se calcular o montante ao final de
1
10 anos, considerando-se que as aplicações são feitas no final dos
períodos. 2
Solução: 3
Aplicando-se diretamente a fórmula vista anteriormente, vem:
S = 200[(1+ 0,05)120 – 1] / 0,05 = $ 1.391.647,94 4
Observe que 120 = 10 anos x 12 meses 5 0
Totais 300.000,00
INTRODUÇÃO À AMORTIZAÇÃO
SISTEMA DE PAGAMENTO ÚNICO
Amortização é um processo de extinção de uma dívida através
de pagamentos periódicos, que são realizados em função de um O devedor paga o Montante=Capital + Juros compostos da
planejamento, de modo que cada prestação corresponde à soma do dívida em um único pagamento ao final de n=5 períodos. O Mon-
reembolso do Capital ou do pagamento dos juros do saldo devedor, tante pode ser calculado pela fórmula:
podendo ser o reembolso de ambos, sendo que
M = C (1+i)n
Juros são sempre calculados sobre o saldo devedor!
Didatismo e Conhecimento 47
MATEMÁTICA
Uso comum: Letras de câmbio, Títulos descontados em bancos, Certificados a prazo fixo com renda final.
O devedor paga o periodicamente valores variáveis de acordo com a sua condição e de acordo com a combinação realizada inicialmente,
sendo que os juros do Saldo devedor são pagos sempre ao final de cada período.
Uso comum: Cartões de crédito.
Dado: O devedor pagará a dívida da seguinte forma:
No final do 1o.mês: R$ 30.000,00 + juros
No final do 2o.mês: R$ 45.000,00 + juros
No final do 3o.mês: R$ 60.000,00 + juros
No final do 4o.mês: R$ 75.000,00 + juros
No final do 5o.mês: R$ 90.000,00 + juros
Didatismo e Conhecimento 48
MATEMÁTICA
SISTEMA AMERICANO
O devedor paga o Principal em um único pagamento no final e no final de cada período, realiza o pagamento dos juros do Saldo devedor
do período. No final dos 5 períodos, o devedor paga também os juros do 5o. período.
Sistema Americano
Amortização do
n Juros Pagamento Saldo devedor
Saldo devedor
0 0 0 0 300.000,00
1 12.000,00 12.000,00 300.000,00
2 12.000,00 12.000,00 300.000,00
3 12.000,00 12.000,00 300.000,00
4 12.000,00 12.000,00 300.000,00
5 12.000,00 300.000,00 312.000,00 0
Totais 60.000,00 300.000,00 360.000,00
O devedor paga o Principal em n=5 pagamentos sendo que as amortizações são sempre constantes e iguais.
Uso comum: Sistema Financeiro da Habitação
onde i é a taxa ao período e n é o número de períodos. Para esta tabela, o cálculo fornece:
P = K × Vf = 67.388,13
Didatismo e Conhecimento 49
MATEMÁTICA
Cada prestação (pagamento) é a média aritmética das prestações respectivas no Sistemas Price e no Sistema de Amortização Constante
(SAC).
Cálculo:
PSAM = (PPrice + PSAC) ÷ 2
SISTEMA ALEMÃO
O sistema Alemão consiste em liquidar uma dívida onde os juros são pagos antecipadamente com prestações iguais, exceto o primeiro
pagamento que corresponde aos juros cobrados no momento da operação financeira. É necessário conhecer o valor de cada pagamento P e
os valores das amortizações Ak, k=1,2,3,...,n.
Didatismo e Conhecimento 50
MATEMÁTICA
P = (300.000×0,04)÷[1-(1-0,04)5]=64.995,80
A1 = 64.995,80 × (1-0,04)4 = 55.203,96
A2 = 55.203,96 ÷ (1-0,04) = 57.504,13
A3 = 57.504,13 ÷ (1-0,04) = 59.900,13
A4 = 59.900,13 ÷ (1-0,04) = 62.395,97
A5 = 62.395,97 ÷ (1-0,04) = 64.995,80
Sistema Alemão
Amortização do
n Juros Pagamento Saldo devedor
Saldo devedor
0 12.000,00 0 12.000,00 300.000,00
1 9.791,84 55.203,96 64.995,80 244.796,04
2 7.491,68 57.504,13 64.995,80 187.291,91
3 5.095,67 59.900,13 64.995,80 127.391,78
4 2.599,83 62.395,97 64.995,80 64.995,80
5 64.995,80 64.995,80 0
Totais 36.979,02 300.000,00 336.979,02
QUESTÕES
2.(PUC-BH) A função R(t) = at + b expressa o rendimento R, em milhares de reais, de certa aplicação. O tempo t é contado em meses,
R(1) = –1 e R(2) = 3. Nessas condições, determine o rendimento obtido nessa aplicação, em quatro meses.
Didatismo e Conhecimento 51
MATEMÁTICA
5.Calcule o valor de k de modo que a função f(x) = 4x² – 4x 11. (UFMG) Nessa figura, estão representados os gráficos das
– k não tenha raízes, isto é, o gráfico da parábola não possui ponto funções
em comum com o eixo x.
a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4
a) a soma delas é – 1.
b) o produto delas é – 6.
a) y = (x² /5) - 2x c) ambas são positivas.
b) y = x² - 10x d) o produto delas é – 4.
c) y = x² + 10x e) n.d.a.
d) y = (x²/5) - 10x
e) y = (x² /5) + 10x
Didatismo e Conhecimento 52
MATEMÁTICA
14. (UFCE) Sendo f(x) = |x²-2x|, o gráfico que melhor repre- d)
senta f é:
a)
Didatismo e Conhecimento 53
MATEMÁTICA
a) 900 3. Classifique, quanto ao número de soluções, os seguintes
b) 1000 sistemas homogêneos.
c) 180
d) 810
e) 90 a)
25.O anúncio de certo produto aparece diariamente num certo 5. Qual o valor de p para que o sistema admita
horário na televisão. Após t dias do início da exposição (t expo- uma solução única?
sições diárias), o número de pessoas (y) que ficam conhecendo o
produto é dado por y = 3 – 3.(0,95)t, em que y é dado em milhões SISTEMAS DE CAPITALIZAÇÃO: JUROS SIMPLES E
de pessoas. COMPOSTOS. DESCONTOS SIMPLES.TAXAS DE JUROS:
a) Para que valores de t teremos pelo menos 1,2 milhões de NOMINAL, EFETIVA, EQUIVALENTES, PROPORCIONAIS,
pessoas conhecendo o produto? REAL E APARENTE.
b) Faça o gráfico de y em função de t.
1.Calcular os juros simples produzidos por R$40.000,00, apli-
26.Um capital de R$ 12.000,00 é aplicado a uma taxa anual cados à taxa de 36% a.a., durante 125 dias.
de 8%, com juros capitalizados anualmente. Considerando que não
foram feitas novas aplicações ou retiradas, encontre: Temos: J = P.i.n
a) O capital acumulado após dois anos.
b) O número inteiro mínimo de anos necessários para que o A taxa de 36% a.a. equivale a 0,36/360 dias = 0,001 a.d.
capital acumulado seja maior que o dobro do capital inicial. Agora, como a taxa e o período estão referidos à mesma uni-
(Se necessário, use log 2 = 0,301 e log 1,08 = 0,033). dade de tempo, ou seja, dias, poderemos calcular diretamente:
Didatismo e Conhecimento 54
MATEMÁTICA
5.Qual o tempo necessário para que um capital, aplicado a 20.José e Maria estão discutindo sobre fazer um investimento
uma taxa efetiva de 3% a.m., duplique seu valor? pelos próximos
180 dias corridos. José conseguiu com seu gerente uma taxa
6. Um título de valor nominal de R$ 25.000,00 é descontado nominal anual de
2 meses antes do seu vencimento, à taxa de juros simples de 2,5% 12% ao ano capitalizada bimestralmente, enquanto que Maria
ao mês. Qual o desconto racional? conseguiu uma
taxa efetiva anual de 12% ao ano. Qual a melhor alternativa?
7.Um título de valor nominal de R$ 25.000,00 é descontado 2 a) Devem aplicar no banco de José.
meses antes do seu vencimento, à taxa de juros simples de 2,5% ao b) Devem aplicar no banco de Maria.
mês. Qual o desconto bancário? c) Tanto faz, as duas alternativas geram o mesmo rendimento.
d) Devem aplicar 50% em cada alternativa.
8. Calcular o valor líquido de um conjunto de duplicatas des-
contadas a 2,4% ao mês, conforme o borderô a seguir: 21.Duas taxas de juro são ditas equivalentes quando:
A) 6.000 15 dias (i) são taxas de juro compostas e
B) 3.500 25 dias (ii) quando aplicadas a um mesmo capital pelo mesmo perío-
C) 2.500 45 dias do geram mesmo valor de juro.
a) (i) e (ii) são afirmações verdadeiras
9. Qual a taxa de juros anual equivalente a 1% a. m.? b) (i) e (ii) são afirmações falsas
c) (i) é verdadeira e (ii) é falsa
10.Determinar as taxas semestral e mensal, proporcionais à d) (i) é falsa e (ii) é verdadeira
taxa de 24% ao ano.
ANUIDADES OU SÉRIES DE PAGAMENTOS IGUAIS:
11. Qual é a taxa proporcional ao ano de uma taxa de 3,5% POSTECIPADAS E ANTECIPADAS.SISTEMAS DE AMOR-
ao trimestre? TIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS.
12.Qual a melhor taxa para aplicação? 1% a.m ou 12% a.a
1.Você está fazendo uma poupança pois precisa ter
$150.000,00 daqui a 8 anos para comprar uma casa. Quanto você
13.A taxa nominal ao ano de uma operação de empréstimo:
deve depositar anualmente num investimento de renda fixa que
a) Nunca indica o real custo da operação de empréstimo.
rende 15% ao ano, considerando que o seu primeiro depósito ocor-
b) Sempre indica o real custo da operação de empréstimo.
rerá exatamente daqui a um ano, e todos estes depósitos anuais
c) Indica o real custo da operação de empréstimo apenas se
esta tiver prazo de um mês. serão do mesmo valor?
d) Índice o real custo da operação de empréstimo apenas se a
freqüência de capitalização for igual a 2. 2.Qual é a taxa mensal de juros compostos que faz uma apli-
cação mensal de $100,00 crescer para $3.000,00 em dois anos?
14.Um capital de CR$ 200,00 foi aplicado a juros nominais de
28% ao ano capitalizados trimestralmente. Se o resgate for realiza- 3.Qual o Valor Presente de uma Anuidade de $ 1.000 que te-
do após 7 meses, o montante será de ? nha a duração de 7 anos, a uma taxa de juros de 18% a.a.?
Use: (1,07)1/3 = 1,0228 / (1,07)7/3 = 1,1709 / (1,0228)7 =
1,1709 4.Um empréstimo de R$ 60 000,00 deve ser devolvido de
acordo com o sistema de amortizações constantes em 120 presta-
15.Calcule a taxa efetiva semestral correspondente a uma taxa ções mensais a taxa de juros de 1% ao mês. Construa a planilha
nominal de 24% ao ano, com capitalização mensal ? referente as 5 primeiras prestações.
16.Determine a taxa efetiva trimestral correspondente a uma 5.Um empréstimo de R$ 30 000,00 deve ser devolvido de
taxa nominal de 18% ao ano, com capitalização bimestral. acordo com o sistema de amortizações constantes em 60 presta-
Use: (1,03)1,5 = 1,0453 ções mensais a taxa de juros de 1% ao mês. Determine o valor da
prestação de número 38 e o valor dos juros cobrados dessa pres-
17.Qual a taxa efetiva anual correspondente a uma taxa nomi- tação.
nal de 6% ao ano, com capitalização mensal?
Use: (1,005)12 = 1,0617 6.Um empréstimo no valor de R$ 40 000,00 foi concedido
no regime de amortizações constantes e deverá ser quitado em 40
18. Que taxa efetiva bimestral corresponde à taxa nominal de prestações mensais. Considerando a taxa de juros de 2% ao mês,
9% ao trimestre, com capitalização mensal? determine o valor da amortização acumulada, dos juros, da presta-
ção e do saldo devedor correspondente ao 21º mês.
19.Considere uma empresa que precisa tomar um empréstimo
de seis meses. A melhor alternativa é: 7.Um empréstimo no valor de R$ 2 000 000 é concedido à
a) 24% ao ano de taxa nominal com capitalização semestral taxa de juros compostos de 10% ao ano, a ser reembolsado em 5
b) 23% ao ano de taxa nominal com capitalização trimestral anos de acordo com o SAC. Determine o valor total do financia-
c) 22% ao ano de taxa nominal com capitalização bimensal mento após a quitação através da construção da planilha de dados
d) 21% ao ano de taxa nominal com capitalização mensal dessa operação financeira.
Didatismo e Conhecimento 55
MATEMÁTICA
RESPOSTAS Isolando b na 1ª equação
a + b = –1
FUNÇÕES. EQUAÇÕES. INEQUAÇÕES. b = –1 – a
Questão 2
R(1) = –1
R(1) = a * 1 + b
–1 = a + b
a + b = –1
R(2) = 1
R(2) = a * 2 + b
1 = 2a + b
2a + b = 1
Sistema de equações
y = x² – mx + (m – 1)
Didatismo e Conhecimento 56
MATEMÁTICA
Substituir m = 2, no intuito de obter a lei da função Questão 15
y = x² – 2x + (2 – 1)
y = x² – 2x +1 Repare que a função, sem o módulo, é do segundo grau. Por-
tanto, as letras c e d não podem ser. A diferença entre as alternati-
Substituindo x = 2, para determinarmos o valor de y vas a e b são as raízes, com isso, basta calcularmos:
y = 2² – 2 * 2 + 1
y=4–4+1 |x²-2x| = 0
y=1 x² - 2x = 0
x (x-2) = 0
Temos que a equação possui a lei de formação y = x² – 2x +1. x = 0 ou x = 2
E quando x = 2, o valor de y se torna igual a 1
Assim, o único gráfico possível é o a. Resposta letra A.
Questão 7
E
Questão 16
Questão 8
Primeiramente vamos encontrar a composição das funções f[-
C
g(x)]:
Questão 9 f(x) = x² + 2x
C f[g(x)] = [g(x)]² + 2.[g(x)]
Questão 10 f[g(x)] = (|x³| + 2x)² + 2.(|– x³| + 2x)
A f[g(x)] = |x³|² + 4x.|x³| + 4x² + 2.|x³| + 4x
f[g(x)] = |x|6 + 2.|x³| + 4x.(|x³| + x + 1)
Questão 11
A Vamos agora determinar a composição das funções g[f(x)]:
Questão 14
y² + y – 6 = 0
S = 1, P = -6
(y+3)(y-2) = 0
y = -3 ou y = 2
Didatismo e Conhecimento 57
MATEMÁTICA
Questão 18 Portanto, o domínio da função logarítmica y é D = {x |
E 1 < x < 2 ou 2 < x < 3}
Questão 19 c) Para a função y = log(x + 2) (x² – 4), temos as restrições:
D x² – 4 > 0 → – √4 > x > √4 → – 2 > x > 2
x+2>0→x>–2
Questão 20 x+2≠1→x≠–1
D
O domínio da função logarítmica y é D = {x | – 2 < x
Questão 21 < – 1 ou – 1 < x < 2}
A
Questão 24
Questão 22
D a) Como a = 2 > 1, já sabemos que se trata de uma função
(Explicação questão 22) crescente. Vamos escolher alguns valores de x para calcular os va-
Como queremos que x satisfaça a igualdade f(x) = g(x), va- lores de y e montar o gráfico da função logarítmica:
mos substituir cada uma das funções na igualdade:
f(x) = g(x)
2 x² – 4 = 4 x² – 2x
x² – 4 = 2x² – 4x
x² – 4x + 4 = 0 Gráfico da função y = log2 x
Utilizando a Fórmula de Bhaskara, faremos: b) Como a = ½ < 1, estamos trabalhando com uma função
∆ = b² – 4.a.c decrescente. Vamos escolher alguns valores de x para calcular os
∆ = (– 4)² – 4.1.4 valores de y e montar o gráfico da função logarítmica:
∆ = 16 – 16
∆ = 0
x = – b ± √∆
2.a
x = – (– 4) ± √0
2.1
x = 4 ± 0
2
x=2
Questão 23
Didatismo e Conhecimento 58
MATEMÁTICA
Questão 25 b) Considere x como o número de anos, i como a taxa de juros
a) Queremos encontrar o valor de t para y ≥ 1,2. Vamos então de 0,08, Ccomo o capital inicial e M como o montante que deverá
substituir esse valor de y na função: ser maior que o dobro do capital inicial, sendo assim, teremos:
3 – 3.(0,95)t = y C . (1 + i)t > M
3 – 3.(0,95)t ≥ 1,2 C . (1 + i)t > 2C
– 3.(0,95)t ≥ 1,2 – 3 (1 + i)t > 2
3.(0,95)t ≤ 1,8 (1 + 0,08)t > 2
(0,95)t ≤ 1,8 1,08t > 2
3
(0,95)t ≤ 0,6 Aplicando o logaritmo em ambos os lados da inequação, te-
remos:
Para resolver essa inequação, vamos aplicar o logaritmo em log 1,08t > log 2
ambos os lados da equação: t . log 1,08 > log 2
log (0,95)t ≤ log 0,6 t > log 2
t . log (0,95) ≤ log 0,6 log 1,08
t ≤ log 0,6 t > 0,301
log 0,95 0,033
t ≤ 9,95 t > 9,121
Portanto, em até 10 dias, 1,2 milhões de pessoas terão visto o Portanto, será necessário o mínimo de 10 anos para que o ca-
anúncio do produto. pital acumulado seja o dobro do capital inicial.
b) y = 3 – 3.(0,95)t é uma função crescente e o gráfico da fun-
ção logarítmica é: SISTEMAS LINEARES.
Questão 1
m=0en=1
Questão 2
Resp: {(1,2)} Resp: {(3,2)}
Questão3
a) indeterminado.
b) indeterminado.
c) determinado
Questão 4
{a Є IR/ a diferente de -4 e a diferente de 1}
Questão 5
{p Є IR/ p diferente de -1}
Didatismo e Conhecimento 59
MATEMÁTICA
Questão 3 Questão 10
Objetivo: M = 2.P 12% a.s. e 2% a.m.
Dados: i = 150/100 = 1,5
Fórmula: M = P (1 + i.n) Questão 11
Desenvolvimento: 14% a.a.
2P = P (1 + 1,5 n)
2 = 1 + 1,5 n Questão 12
n = 2/3 ano = 8 meses 1% a.m
Questão 4 Questão 13
S=P* (1+i)n Letra A
P= 20000
i = 0,5%a.m. = 0,005 Questão 14
n = 4 anos = 48 meses (observe que o tempo e a taxa devem R$ 234,18
estar no mesmo período)
S=? Questão 15
Aplicando a fórmula: 12,62 % a.s.
S = 20000*(1+0,005)48
S = 20000*(1,005)48 Questão 16
S= 20000*1,2704891611 4,53 % a.t.
S = 25409,78
O montante produzido será de R$ 25409,78. Questão 17
6,17% a.a.
Questão 5
S=P* (1+i)n Questão 18
6,09% a.b.
Questão 19
Letra D
Questão 20
Letra A
Questão 21
Letra A
Questão 1
Resp: $10.927,51
Questão 2
Resp: 1,89% ao mês
Questão 3
Resp: 3.811,53
Questão 6
Resposta: R$ 1.190,48 Questão 4
Vamos calcular o valor das amortizações constantes mensais,
Questão 7 dividindo o valor do financiamento pelo número de prestações:
Resposta: R$ 1.250,00 60000 : 120 = 500
Planilha
Questão 8
Resposta: R$ 11.768,00
Questão 9
12,68%
Didatismo e Conhecimento 60
MATEMÁTICA
No caso dos juros temos que a razão também é dada por –5. A Questão 7
primeira taxa de juros corresponde a R$ 600 e o número de termos
igual a 38. Portanto:
Questão 6
Calculando a amortização mensal:
A = 40 000 / 40
A = 1 000
O valor final do financiamento corresponde o total de R$ 2
Construiremos a planilha referente aos 3 primeiros meses des- 600 000.
se financiamento, no intuito de coletarmos dados para a resolução
dos itens questionados.
Didatismo e Conhecimento 61
MATEMÁTICA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DAL ZOT, W.; LONGONI DE CASTRO, M. Matemática Financeira – Fundamentos e Aplicações. Porto Alegre: BOOKMAN,
2015.
DANTE, L. R. Matemática – Contexto e Aplicações vol. único. 2a. ed. São Paulo: Editora Ática, 2004.
IEZZI, G.; HAZZAN, S.; DEGENSZAJN, D.M. Fundamentos de Matemática Elementar 11: matemática comercial matemática,
matemática financeira, estatística descritiva. São Paulo: Editora Atual, 2004.
IEZZI, G. et al. Matemática – Vol. único. 4a. ed. São Paulo: Editora Atual, 2007.
VIEIRA SOBRINHO, J.D. Matemática Financeira – Juros, Descontos e Séries de Pagamentos. 7 ed. São Paulo: ATLAS, 2000.
Didatismo e Conhecimento 62
RACIOCÍNIO LÓGICO
RACIOCÍNIO LÓGICO
c) O antecessor de 56 é 55.
NÚMEROS NATURAIS, INTEIROS, d) O antecessor de 10 é 9.
RACIONAIS E REAIS. OPERAÇÕES E O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos números
PROPRIEDADES. naturais pares. Embora uma sequência real seja outro objeto ma-
temático denominado função, algumas vezes utilizaremos a deno-
minação sequência dos números naturais pares para representar o
conjunto dos números naturais pares: P = { 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, ...}
O conjunto abaixo é conhecido como o conjunto dos números
Números Naturais naturais ímpares, às vezes também chamados, a sequência dos nú-
meros ímpares. I = { 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}
O conjunto dos números naturais é representado pela letra
maiúscula N e estes números são construídos com os algarismos: 0, Operações com Números Naturais
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, que também são conhecidos como algarismos
indo-arábicos. No século VII, os árabes invadiram a Índia, difundin- Na sequência, estudaremos as duas principais operações possí-
do o seu sistema numérico. Embora o zero não seja um número na- veis no conjunto dos números naturais. Praticamente, toda a Mate-
tural no sentido que tenha sido proveniente de objetos de contagens mática é construída a partir dessas duas operações: adição e multi-
naturais, iremos considerá-lo como um número natural uma vez que plicação.
ele tem as mesmas propriedades algébricas que os números naturais.
Na verdade, o zero foi criado pelos hindus na montagem do sistema A adição de números naturais
posicional de numeração para suprir a deficiência de algo nulo.
Na sequência consideraremos que os naturais têm início com o A primeira operação fundamental da Aritmética tem por fina-
número zero e escreveremos este conjunto como: N = { 0, 1, 2, 3, 4, lidade reunir em um só número, todas as unidades de dois ou mais
5, 6, ...} números. Antes de surgir os algarismos indo-arábicos, as adições
Representaremos o conjunto dos números naturais com a letra podiam ser realizadas por meio de tábuas de calcular, com o auxílio
N. As reticências (três pontos) indicam que este conjunto não tem de pedras ou por meio de ábacos.
fim. N é um conjunto com infinitos números.
Excluindo o zero do conjunto dos números naturais, o conjunto Propriedades da Adição
será representado por: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, ...} - Fechamento: A adição no conjunto dos números naturais é
fechada, pois a soma de dois números naturais é ainda um número
A construção dos Números Naturais
natural. O fato que a operação de adição é fechada em N é conhecido
na literatura do assunto como: A adição é uma lei de composição
- Todo número natural dado tem um sucessor (número que vem
interna no conjunto N.
depois do número dado), considerando também o zero.
- Associativa: A adição no conjunto dos números naturais é as-
Exemplos: Seja m um número natural.
sociativa, pois na adição de três ou mais parcelas de números natu-
a) O sucessor de m é m+1.
rais quaisquer é possível associar as parcelas de quaisquer modos,
b) O sucessor de 0 é 1.
ou seja, com três números naturais, somando o primeiro com o se-
c) O sucessor de 1 é 2.
gundo e ao resultado obtido somarmos um terceiro, obteremos um
d) O sucessor de 19 é 20.
resultado que é igual à soma do primeiro com a soma do segundo e
- Se um número natural é sucessor de outro, então os dois núme- o terceiro. (A + B) + C = A + (B + C)
ros juntos são chamados números consecutivos. - Elemento neutro: No conjunto dos números naturais, existe
Exemplos: o elemento neutro que é o zero, pois tomando um número natural
a) 1 e 2 são números consecutivos. qualquer e somando com o elemento neutro (zero), o resultado será
b) 5 e 6 são números consecutivos. o próprio número natural.
c) 50 e 51 são números consecutivos. - Comutativa: No conjunto dos números naturais, a adição é
comutativa, pois a ordem das parcelas não altera a soma, ou seja, so-
- Vários números formam uma coleção de números naturais con- mando a primeira parcela com a segunda parcela, teremos o mesmo
secutivos se o segundo é sucessor do primeiro, o terceiro é sucessor resultado que se somando a segunda parcela com a primeira parcela.
do segundo, o quarto é sucessor do terceiro e assim sucessivamente.
Exemplos: Multiplicação de Números Naturais
a) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são consecutivos.
b) 5, 6 e 7 são consecutivos. É a operação que tem por finalidade adicionar o primeiro
c) 50, 51, 52 e 53 são consecutivos. número denominado multiplicando ou parcela, tantas vezes quantas
são as unidades do segundo número denominadas multiplicador.
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um antecessor
(número que vem antes do número dado). Exemplo
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero.
a) O antecessor do número m é m-1. 4 vezes 9 é somar o número 9 quatro vezes: 4 x 9 = 9 + 9 + 9
b) O antecessor de 2 é 1. + 9 = 36
Didatismo e Conhecimento 1
RACIOCÍNIO LÓGICO
O resultado da multiplicação é denominado produto e os núme- Potenciação de Números Naturais
ros dados que geraram o produto, são chamados fatores. Usamos o
sinal × ou · ou x, para representar a multiplicação. Para dois números naturais m e n, a expressão mn é um produ-
to de n fatores iguais ao número m, ou seja: mn = m . m . m ... m .
Propriedades da multiplicação m → m aparece n vezes
O número que se repete como fator é denominado base que
- Fechamento: A multiplicação é fechada no conjunto N dos neste caso é m. O número de vezes que a base se repete é denomi-
números naturais, pois realizando o produto de dois ou mais nú- nado expoente que neste caso é n. O resultado é denominado po-
meros naturais, o resultado estará em N. O fato que a operação de tência. Esta operação não passa de uma multiplicação com fatores
multiplicação é fechada em N é conhecido na literatura do assunto iguais, como por exemplo: 23 = 2 × 2 × 2 = 8 → 43 = 4 × 4 × 4 = 64
como: A multiplicação é uma lei de composição interna no con-
junto N. Propriedades da Potenciação
- Associativa: Na multiplicação, podemos associar 3 ou mais
- Uma potência cuja base é igual a 1 e o expoente natural é n,
fatores de modos diferentes, pois se multiplicarmos o primeiro fa-
denotada por 1n, será sempre igual a 1.
tor com o segundo e depois multiplicarmos por um terceiro núme-
Exemplos:
ro natural, teremos o mesmo resultado que multiplicar o terceiro a- 1n = 1×1×...×1 (n vezes) = 1
pelo produto do primeiro pelo segundo. (m . n) . p = m .(n . p) → b- 13 = 1×1×1 = 1
(3 . 4) . 5 = 3 . (4 . 5) = 60 c- 17 = 1×1×1×1×1×1×1 = 1
- Elemento Neutro: No conjunto dos números naturais existe
um elemento neutro para a multiplicação que é o 1. Qualquer que - Se n é um número natural não nulo, então temos que no=1.
seja o número natural n, tem-se que: 1 . n = n . 1 = n → 1 . 7 = 7 Por exemplo:
.1=7
- Comutativa: Quando multiplicamos dois números naturais - (a) nº = 1
quaisquer, a ordem dos fatores não altera o produto, ou seja, mul- - (b) 5º = 1
tiplicando o primeiro elemento pelo segundo elemento teremos o - (c) 49º = 1
mesmo resultado que multiplicando o segundo elemento pelo pri-
meiro elemento. m . n = n . m → 3 . 4 = 4 . 3 = 12 - A potência zero elevado a zero, denotada por 0o, é carente de
sentido no contexto do Ensino Fundamental.
Propriedade Distributiva
- Qualquer que seja a potência em que a base é o número na-
Multiplicando um número natural pela soma de dois números tural n e o expoente é igual a 1, denotada por n1, é igual ao próprio
n. Por exemplo:
naturais, é o mesmo que multiplicar o fator, por cada uma das par-
celas e a seguir adicionar os resultados obtidos. m . (p + q) = m . p
- (a) n¹ = n
+ m . q → 6 x (5 + 3) = 6 x 5 + 6 x 3 = 30 + 18 = 48 - (b) 5¹ = 5
- (c) 64¹ = 64
Divisão de Números Naturais
- Toda potência 10n é o número formado pelo algarismo 1 se-
Dados dois números naturais, às vezes necessitamos saber guido de n zeros.
quantas vezes o segundo está contido no primeiro. O primeiro nú- Exemplos:
mero que é o maior é denominado dividendo e o outro número que a- 103 = 1000
é menor é o divisor. O resultado da divisão é chamado quociente. b- 108 = 100.000.000
Se multiplicarmos o divisor pelo quociente obteremos o dividendo. c- 10o = 1
No conjunto dos números naturais, a divisão não é fechada,
pois nem sempre é possível dividir um número natural por outro Questões
número natural e na ocorrência disto a divisão não é exata.
1 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) A partir de 1º de
Relações essenciais numa divisão de números naturais março, uma cantina escolar adotou um sistema de recebimento por
- Em uma divisão exata de números naturais, o divisor deve cartão eletrônico. Esse cartão funciona como uma conta corrente:
ser menor do que o dividendo. 35 : 7 = 5 coloca-se crédito e vão sendo debitados os gastos. É possível o sal-
do negativo. Enzo toma lanche diariamente na cantina e sua mãe
- Em uma divisão exata de números naturais, o dividendo é o
credita valores no cartão todas as semanas. Ao final de março, ele
produto do divisor pelo quociente. 35 = 5 x 7
anotou o seu consumo e os pagamentos na seguinte tabela:
- A divisão de um número natural n por zero não é possível
pois, se admitíssemos que o quociente fosse q, então poderíamos
escrever: n ÷ 0 = q e isto significaria que: n = 0 x q = 0 o que não
é correto! Assim, a divisão de n por 0 não tem sentido ou ainda é
dita impossível.
Didatismo e Conhecimento 2
RACIOCÍNIO LÓGICO
A) 368
B) 270
C) 365
D) 290
E) 376
Didatismo e Conhecimento 3
RACIOCÍNIO LÓGICO
10 - (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILI- 6 - RESPOSTA: “E”.
DADE – FCC/2012) Uma montadora de automóveis possui cinco Vamos somar a 1ª Zona: 1750+850+150+18+183 = 2951
unidades produtivas num mesmo país. No último ano, cada uma 2ª Zona : 2245+2320+217+25+175 = 4982
dessas unidades produziu 364.098 automóveis. Toda a produção Somando os dois: 2951+4982 = 7933
foi igualmente distribuída entre os mercados consumidores de sete
países. O número de automóveis que cada país recebeu foi 7 - RESPOSTA: “D”.
A) 26.007
B) 26.070
C) 206.070
D) 260.007
E) 260.070
Respostas Cada região terá 3000 voluntários.
8 - RESPOSTA: “B”.
1 - RESPOSTA: “B”. 250∙12=3000
crédito: 40+30+35+15=120 O computador custa R$3000,00.
débito: 27+33+42+25=127
120-127=-7 9 - RESPOSTA: “A”.
Ele tem um débito de R$ 7,00. Se o sucessor é 23, o dobro do número é 22, portanto o nú-
mero é 11.
2 - RESPOSTA: “B”. (11+1) → 2=24
2000-200=1800-35=1765
O salário líquido de José é R$1765,00. 10 - RESPOSTA: “E”.
364098 → 5=1820490 automóveis
3 - RESPOSTA: “E”.
D= dividendo
d= divisor
Q = quociente = 10
R= resto = 0 (divisão exata) Conjunto dos Números Inteiros – Z
Equacionando:
D= d.Q + R Definimos o conjunto dos números inteiros como a reunião do
D= d.10 + 0 → D= 10d conjunto dos números naturais (N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...}, o con-
junto dos opostos dos números naturais e o zero. Este conjunto é
Pela nova divisão temos: denotado pela letra Z (Zahlen=número em alemão). Este conjunto
pode ser escrito por: Z = {..., -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, ...}
O conjunto dos números inteiros possui alguns subconjuntos
notáveis:
Didatismo e Conhecimento 4
RACIOCÍNIO LÓGICO
O módulo de 0 é 0 e indica-se |0| = 0
O módulo de +7 é 7 e indica-se |+7| = 7 Observe que: 9 – 5 = 4 4+5=9
O módulo de –9 é 9 e indica-se |–9| = 9 diferença
O módulo de qualquer número inteiro, diferente de zero, é subtraendo
sempre positivo. minuendo
Números Opostos: Dois números inteiros são ditos opostos Considere as seguintes situações:
um do outro quando apresentam soma zero; assim, os pontos que
os representam distam igualmente da origem. 1- Na segunda-feira, a temperatura de Monte Sião passou de +3
Exemplo: O oposto do número 2 é -2, e o oposto de -2 é 2, pois graus para +6 graus. Qual foi a variação da temperatura?
2 + (-2) = (-2) + 2 = 0 Esse fato pode ser representado pela subtração: (+6) – (+3) = +3
No geral, dizemos que o oposto, ou simétrico, de a é – a, e
vice-versa; particularmente o oposto de zero é o próprio zero. 2- Na terça-feira, a temperatura de Monte Sião, durante o dia,
era de +6 graus. À Noite, a temperatura baixou de 3 graus. Qual a
Adição de Números Inteiros temperatura registrada na noite de terça-feira?
Esse fato pode ser representado pela adição: (+6) + (–3) = +3
Para melhor entendimento desta operação, associaremos aos Se compararmos as duas igualdades, verificamos que (+6) –
números inteiros positivos a idéia de ganhar e aos números inteiros (+3) é o mesmo que (+6) + (–3).
negativos a idéia de perder.
Ganhar 5 + ganhar 3 = ganhar 8 (+5) + (+3) = (+8) Temos:
Perder 3 + perder 4 = perder 7 (-3) + (-4) = (-7) (+6) – (+3) = (+6) + (–3) = +3
Ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 (+8) + (-5) = (+3) (+3) – (+6) = (+3) + (–6) = –3
Perder 8 + ganhar 5 = perder 3 (-8) + (+5) = (-3) (–6) – (–3) = (–6) + (+3) = –3
O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado, mas Daí podemos afirmar: Subtrair dois números inteiros é o mes-
o sinal (–) antes do número negativo nunca pode ser dispensado. mo que adicionar o primeiro com o oposto do segundo.
Didatismo e Conhecimento 5
RACIOCÍNIO LÓGICO
Propriedades da multiplicação de números inteiros: O 2- Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de
conjunto Z é fechado para a multiplicação, isto é, a multiplicação zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é
de dois números inteiros ainda é um número inteiro. igual a zero.
Exemplos: a) 0 : (–10) = 0 b) 0 : (+6) = 0 c) 0 : (–1) = 0
Associativa: Para todos a,b,c em Z:
a x (b x c) = (a x b) x c Potenciação de Números Inteiros
2 x (3 x 7) = (2 x 3) x 7
A potência an do número inteiro a, é definida como um produ-
Comutativa: Para todos a,b em Z: to de n fatores iguais. O número a é denominado a base e o número
axb=bxa n é o expoente.
3x7=7x3 an = a x a x a x a x ... x a
a é multiplicado por a n vezes
Elemento neutro: Existe 1 em Z, que multiplicado por todo z
em Z, proporciona o próprio z, isto é: Exemplos:33 = (3) x (3) x (3) = 27
zx1=z (-5)5 = (-5) x (-5) x (-5) x (-5) x (-5) = -3125
7x1=7 (-7)² = (-7) x (-7) = 49
(+9)² = (+9) x (+9) = 81
Elemento inverso: Para todo inteiro z diferente de zero, existe - Toda potência de base positiva é um número inteiro po-
um inverso z–1=1/z em Z, tal que sitivo.
z x z–1 = z x (1/z) = 1 Exemplo: (+3)2 = (+3) . (+3) = +9
9 x 9–1 = 9 x (1/9) = 1
- Toda potência de base negativa e expoente par é um
Distributiva: Para todos a,b,c em Z: número inteiro positivo.
a x (b + c) = (a x b) + (a x c) Exemplo: (– 8)2 = (–8) . (–8) = +64
3 x (4+5) = (3 x 4) + (3 x 5)
- Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um
Divisão de Números Inteiros número inteiro negativo.
Exemplo: (–5)3 = (–5) . (–5) . (–5) = –125
Dividendo divisor dividendo:
Divisor = quociente 0 Propriedades da Potenciação:
Quociente . divisor = dividendo
Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a
base e somam-se os expoentes. (–7)3 . (–7)6 = (–7)3+6 = (–7)9
Sabemos que na divisão exata dos números naturais:
40 : 5 = 8, pois 5 . 8 = 40 Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se
36 : 9 = 4, pois 9 . 4 = 36 a base e subtraem-se os expoentes. (+13)8 : (+13)6 = (+13)8 – 6
= (+13)2
Vamos aplicar esses conhecimentos para estudar a divisão
exata de números inteiros. Veja o cálculo: Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-
(–20) : (+5) = q (+5) . q = (–20) q = (–4) -se os expoentes. [(+4)5]2 = (+4)5 . 2 = (+4)10
Logo: (–20) : (+5) = - 4
Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (+9)1 =
Considerando os exemplos dados, concluímos que, para efe-
+9 (–13)1 = –13
tuar a divisão exata de um número inteiro por outro número in-
teiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo pelo
Potência de expoente zero e base diferente de zero: É
módulo do divisor. Daí:
igual a 1. Exemplo: (+14)0 = 1 (–35)0 = 1
- Quando o dividendo e o divisor têm o mesmo sinal, o quo-
ciente é um número inteiro positivo.
Radiciação de Números Inteiros
- Quando o dividendo e o divisor têm sinais diferentes, o quo-
ciente é um número inteiro negativo.
A raiz n-ésima (de ordem n) de um número inteiro a é a
- A divisão nem sempre pode ser realizada no conjunto Z. Por
operação que resulta em outro número inteiro não negativo b
exemplo, (+7) : (–2) ou (–19) : (–5) são divisões que não podem
ser realizadas em Z, pois o resultado não é um número inteiro. que elevado à potência n fornece o número a. O número n é o
- No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa índice da raiz enquanto que o número a é o radicando (que fica
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro. sob o sinal do radical).
1- Não existe divisão por zero. A raiz quadrada (de ordem 2) de um número inteiro a é a
Exemplo: (–15) : 0 não tem significado, pois não existe um operação que resulta em outro número inteiro não negativo que
número inteiro cujo produto por zero seja igual a –15. elevado ao quadrado coincide com o número a.
Didatismo e Conhecimento 6
RACIOCÍNIO LÓGICO
Observação: Não existe a raiz quadrada de um número B) R$ 74,00
inteiro negativo no conjunto dos números inteiros. C) R$ 36,00
D) R$ 26,00
Erro comum: Frequentemente lemos em materiais didá- E) R$ 16,00
ticos e até mesmo ocorre em algumas aulas aparecimento de:
√9 = ±3 3 - (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
mas isto está errado. O certo é: MA/2013) Analise as operações a seguir:
√9 = +3
I abac=ax
Observamos que não existe um número inteiro não nega-
tivo que multiplicado por ele mesmo resulte em um número
negativo.
A raiz cúbica (de ordem 3) de um número inteiro a é a II
operação que resulta em outro número inteiro que elevado ao
cubo seja igual ao número a. Aqui não restringimos os nossos
cálculos somente aos números não negativos.
Exemplos III
3
(a) 8 = 2, pois 2³ = 8. De acordo com as propriedades da potenciação, temos que,
3
− 8 = –2, pois (–2)³ = -8. respectivamente, nas operações I, II e III:
(b) A) x=b-c, y=b+c e z=c/2.
3
27 = 3, pois 3³ = 27. B) x=b+c, y=b-c e z=2c.
(c) C) x=2bc, y=-2bc e z=2c.
D) x=c-b, y=b-c e z=c-2.
(d)
3
− 27 = –3, pois (–3)³ = -27.
E) x=2b, y=2c e z=c+2.
Observação: Ao obedecer à regra dos sinais para o produto de 4 - (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
números inteiros, concluímos que: GRANRIO/2013) Multiplicando-se o maior número inteiro menor
(a) Se o índice da raiz for par, não existe raiz de número in-
do que 8 pelo menor número inteiro maior do que - 8, o resultado
teiro negativo.
encontrado será
(b) Se o índice da raiz for ímpar, é possível extrair a raiz de
A) - 72
qualquer número inteiro.
B) - 63
Questões C) - 56
D) - 49
1 - (TRF 2ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2012) Uma E) – 42
operação λ é definida por:
wλ = 1 − 6w, para todo inteiro w.
Com base nessa definição, é correto afirmar que a soma 2λ +
(1λ) λ é igual a
A) −20.
B) −15.
C) −12.
D) 15.
E) 20.
Didatismo e Conhecimento 7
RACIOCÍNIO LÓGICO
5 - (SEPLAG - POLÍCIA MILITAR/MG - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - FCC/2012) Em um jogo de tabuleiro, Carla e Ma-
teus obtiveram os seguintes resultados:
6 – (Operador de máq./Pref.Coronel Fabriciano/MG) Quantos são os valores inteiros e positivos de x para os quais é
um número inteiro?
A) 0
B) 1
C) 2
D) 3
E) 4
7- (CASA DA MOEDA) O quadro abaixo indica o número de passageiros num vôo entre Curitiba e Belém, com duas escalas, uma
no Rio de Janeiro e outra em Brasília. Os números indicam a quantidade de passageiros que subiram no avião e os negativos, a quantidade
dos que desceram em cada cidade.
Curtiba +240
-194
Rio de Janeiro
+158
-108
Brasília
+94
Respostas
1 - RESPOSTA:“E”.
Pela definição:
Fazendo w=2
Didatismo e Conhecimento 8
RACIOCÍNIO LÓGICO
Números Racionais – Q
m
Um número racional é o que pode ser escrito na forma
n
, onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente
de zero. Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de
m por n.
Como podemos observar, números racionais podem ser obti-
dos através da razão entre dois números inteiros, razão pela qual, o
conjunto de todos os números racionais é denotado por Q. Assim,
2 - RESPOSTA: “D”. é comum encontrarmos na literatura a notação:
Geladeira + Microondas + DVD = 1213+429+399 = 2041
Geladeira + Microondas + TV = 1213+429+562 = 2204, ex- m
trapola o orçamento Q={ : m e n em Z, n diferente de zero}
n
Geladeira +TV + DVD=1213+562+399=2174, é a maior
quantidade gasta possível dentro do orçamento.
Troco:2200-2174=26 reais No conjunto Q destacamos os seguintes subconjuntos:
Didatismo e Conhecimento 9
RACIOCÍNIO LÓGICO
0,9 = 9 Números Opostos: Dizemos que – 32 e 32 são números
10 racionais opostos ou simétricos e cada um deles é o oposto do
57
5,7 = outro. As distâncias dos pontos – 3 e 3 ao ponto zero da reta são
10 iguais.
2 2
Exemplo 1
Propriedades da Adição de Números Racionais
Seja a dízima 0, 333... .
O conjunto Q é fechado para a operação de adição, isto é, a
soma de dois números racionais ainda é um número racional.
Façamos x = 0,333... e multipliquemos ambos os membros
- Associativa: Para todos a, b, c em Q: a + ( b + c ) = ( a +
por 10: 10x = 0,333
b)+c
Subtraindo, membro a membro, a primeira igualdade da
- Comutativa: Para todos a, b em Q: a + b = b + a
segunda: - Elemento neutro: Existe 0 em Q, que adicionado a todo q em
10x – x = 3,333... – 0,333... ⇒ 9x = 3 ⇒ x = 3/9 Q, proporciona o próprio q, isto é: q + 0 = q
- Elemento oposto: Para todo q em Q, existe -q em Q, tal que
Assim, a geratriz de 0,333... é a fração 3 . q + (–q) = 0
9
Exemplo 2 Subtração de Números Racionais
Assim, a geratriz de 5,1717... é a fração 512 . Como todo número racional é uma fração ou pode ser escrito
99
na forma de uma fração, definimos o produto de dois números
Exemplo 3 racionais a e c , da mesma forma que o produto de frações,
através de: b d
Seja a dízima 1, 23434...
a c ac
x =
Façamos x = 1,23434... 10x = 12,3434... 1000x = 1234,34... . b d bd
Subtraindo membro a membro, temos:
990x = 1234,34... – 12,34... ⇒ 990x = 1222 ⇒ x = 1222/990 O produto dos números racionais a e b também pode ser
indicado por a × b, axb, a.b ou ainda ab sem nenhum sinal entre
Simplificando, obtemos x = 611 , a fração geratriz da dízima as letras.
1, 23434... 495 Para realizar a multiplicação de números racionais, devemos
obedecer à mesma regra de sinais que vale em toda a Matemática:
Módulo ou valor absoluto: É a distância do ponto que (+1) × (+1) = (+1)
representa esse número ao ponto de abscissa zero. (+1) × (-1) = (-1)
(-1) × (+1) = (-1)
Exemplo: Módulo de - 3 é 3 . Indica-se - 3 = 3 (-1) × (-1) = (+1)
2 2 2 2
3 + 3 3
Módulo de + é 3 . Indica-se = Podemos assim concluir que o produto de dois números com o
2 2 2 2
mesmo sinal é positivo, mas o produto de dois números com sinais
diferentes é negativo.
Didatismo e Conhecimento 10
RACIOCÍNIO LÓGICO
Propriedades da Multiplicação de Números Racionais - Toda potência com expoente par é um número positivo.
2
⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞ ⎛ 1⎞ 1
O conjunto Q é fechado para a multiplicação, isto é, o produto ⎜⎝ − ⎟⎠ = ⎜⎝ − ⎟⎠ .⎜⎝ − ⎟⎠ =
de dois números racionais ainda é um número racional. 5 5 5 25
- Associativa: Para todos a, b, c em Q: a × ( b × c ) = ( a ×
b)×c - Produto de potências de mesma base. Para reduzir um produto
- Comutativa: Para todos a, b em Q: a × b = b × a de potências de mesma base a uma só potência, conservamos a
- Elemento neutro: Existe 1 em Q, que multiplicado por todo base e somamos os expoentes.
2 3 2+3 5
q em Q, proporciona o próprio q, isto é: q × 1 = q ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2 2⎞ ⎛ 2 2 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞
- Elemento inverso: Para todo q = a em Q, q diferente de ⎜⎝ ⎟⎠ .⎜ ⎟ = ⎜ . ⎟ .⎜ . . ⎟ = ⎜ ⎟ =⎜ ⎟
5 ⎝ 5⎠ ⎝ 5 5⎠ ⎝ 5 5 5⎠ ⎝ 5⎠ ⎝ 5⎠
zero, existe q-1 = b em Q: q × q-1 = 1 b a x b =1
a b a
- Quociente de potências de mesma base. Para reduzir
- Distributiva: Para todos a, b, c em Q: a × ( b + c ) = ( a ×
um quociente de potências de mesma base a uma só potência,
b)+(a×c) conservamos a base e subtraímos os expoentes.
Divisão de Números Racionais
Exemplos:
3
⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ 8
a) ⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ .⎜ ⎟ .⎜ ⎟ =
⎝ 5 ⎠ ⎝ 5 ⎠ ⎝ 5 ⎠ ⎝ 5 ⎠ 125
Radiciação de Números Racionais
Se um número representa um produto de dois ou mais fatores
b) iguais, então cada fator é chamado raiz do número. Vejamos alguns
exemplos:
c) (–5)² = (–5) . ( –5) = 25
Exemplo 1
d) (+5)² = (+5) . (+5) = 25
4 Representa o produto 2 . 2 ou 22. Logo, 2 é a raiz quadrada
de 4. Indica-se √4= 2.
Propriedades da Potenciação: Toda potência com expoente Exemplo 2
0 é igual a 1. 2
1
Representa o produto 3 .
1 1
ou ⎛ 1⎞ . Logo,
1
é a raiz
⎝⎜ 3 ⎠⎟
0
⎛ 2⎞ = 1 9 1
quadrada de 19 .Indica-se 1 = 3
3 3
⎜⎝ + ⎟⎠ 9
5
Exemplo 3
- Toda potência com expoente 1 é igual à própria base.
1 0,216 Representa o produto 0,6 . 0,6 . 0,6 ou (0,6)3. Logo, 0,6
⎛ 9⎞ 9
⎜⎝ − ⎟⎠ = - 4 é a raiz cúbica de 0,216. Indica-se 3 0,216 = 0,6.
4
Assim, podemos construir o diagrama:
- Toda potência com expoente negativo de um número racional
diferente de zero é igual a outra potência que tem a base igual ao
inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do expoente
anterior. N Z Q
−2 2
⎛ 3⎞ ⎛ 5 ⎞ 25
⎜⎝ − ⎟⎠ .⎜⎝ − ⎟⎠ =
5 3 9
- Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da
base. Um número racional, quando elevado ao quadrado, dá o
3 número zero ou um número racional positivo. Logo, os números
⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ ⎛ 2⎞ 8 racionais negativos não têm raiz quadrada em Q.
⎜⎝ ⎟⎠ = ⎜⎝ ⎟⎠ .⎜⎝ ⎟⎠ .⎜⎝ ⎟⎠ =
3 3 3 3 27
Didatismo e Conhecimento 11
RACIOCÍNIO LÓGICO
O número -100 não tem raiz quadrada em Q, pois tanto -10 5 - (Pref. Niterói) Simplificando a expressão abaixo
9 3
como +10 , quando elevados ao quadrado, dão 100 .
3 9
Um número racional positivo só tem raiz quadrada no conjunto Obtém-se :
dos números racionais se ele for um quadrado perfeito. A) ½
2 B) 1
O número não tem raiz quadrada em Q, pois não existe
3 C) 3/2
número racional que elevado ao quadrado dê 2 .
3 D) 2
E) 3
Questões
6 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Em um jogo mate-
mático, cada jogador tem direito a 5 cartões marcados com um nú-
1 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPE- mero, sendo que todos os jogadores recebem os mesmos números.
RACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Na escola onde estudo, ¼ dos Após todos os jogadores receberem seus cartões, aleatoriamente,
alunos tem a língua portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm realizam uma determinada tarefa que também é sorteada. Vence o
a matemática como favorita e os demais têm ciências como favori- jogo quem cumprir a tarefa corretamente. Em uma rodada em que
ta. Sendo assim, qual fração representa os alunos que têm ciências a tarefa era colocar os números marcados nos cartões em ordem
como disciplina favorita? crescente, venceu o jogador que apresentou a sequência
A) 1/4
B) 3/10
C) 2/9
D) 4/5
E) 3/2
Didatismo e Conhecimento 12
RACIOCÍNIO LÓGICO
9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) 4 - RESPOSTA: “D”.
Numa operação policial de rotina, que abordou 800 pessoas, ve-
rificou-se que 3/4 dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram
detidos. Já entre as mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?
A) 145
B) 185 Salário foi R$ 841,91.
C) 220
D) 260 5 - RESPOSTA: “B”.
E) 120 1,3333= 12/9 = 4/3
1,5 = 15/10 = 3/2
10 - (PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS
OPERACIONAIS – MAKIYAMA/2013) Quando perguntado so-
bre qual era a sua idade, o professor de matemática respondeu:
“O produto das frações 9/5 e 75/3 fornece a minha idade!”.
Sendo assim, podemos afirmar que o professor tem:
A) 40 anos.
B) 35 anos.
C) 45 anos. 6 - RESPOSTA: “D”.
D) 30 anos.
E) 42 anos.
Respostas
1 - RESPOSTA: “B”.
Somando português e matemática: A ordem crescente é :
7 - RESPOSTA: “B”.
x=0,181818... temos então pela transformação na fração gera-
triz: 18/99 = 2/11, substituindo:
2 - RESPOSTA: “B”.
8 - RESPOSTA: “A”.
3 - RESPOSTA: “C”.
Mmc(3,5,9)=45
Mariana totalizou R$ 62,20.
9 - RESPOSTA: “A”.
O restante estuda alemão: 2/45
Didatismo e Conhecimento 13
RACIOCÍNIO LÓGICO
Ao conjunto formado pelos números Irracionais e pelos
números Racionais chamamos de conjunto dos números Reais. Ao
ou 800-600=200 mulheres unirmos o conjunto dos números Irracionais com o conjunto dos
números Racionais, formando o conjunto dos números Reais, todas
as distâncias representadas por eles sobre uma reta preenchem-na
por completo; isto é, ocupam todos os seus pontos. Por isso, essa
reta é denominada reta Real.
Total de pessoas detidas: 120+25=145
10 - RESPOSTA: “C”.
Números Reais
Didatismo e Conhecimento 14
RACIOCÍNIO LÓGICO
Expressão aproximada dos números Reais Para colocar em prática o que foi exposto, vamos fazer as
quatro operações indicadas: adição, subtração, multiplicação e
divisão com dois números Irracionais.
Valor Absoluto
Aproximação por
Falta Excesso
Erro menor que π π
1 unidade 1 3 2 4
1 décimo 1,4 3,1 1,5 3,2
1 centésimo 1,41 3,14 1,42 3,15
1 milésimo 1,414 3,141 1,415 3,142
1 décimo de
1,4142 3,1415 1,4134 3,1416
milésimo
Didatismo e Conhecimento 15
RACIOCÍNIO LÓGICO
Questões 5 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014)
Paulo recebeu R$1.000,00 de salário. Ele gastou ¼ do salário com
1 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Um comerciante aluguel da casa e 3/5 do salário com outras despesas. Do salário
tem 8 prateleiras em seu empório para organizar os produtos de que Paulo recebeu, quantos reais ainda restam?
A) R$ 120,00
limpeza. Adquiriu 100 caixas desses produtos com 20 unidades
B) R$ 150,00
cada uma, sendo que a quantidade total de unidades compradas C) R$ 180,00
será distribuída igualmente entre essas prateleiras. Desse modo, D) R$ 210,00
cada prateleira receberá um número de unidades, desses produtos, E) R$ 240,00
igual a
A) 40 6 - (UFABC/SP – TECNÓLOGO-TECNOLOGIA DA IN-
B) 50 FORMAÇÃO – VUNESP/2013) Um jardineiro preencheu par-
cialmente, com água, 3 baldes com capacidade de 15 litros cada
C) 100
um. O primeiro balde foi preenchido com 2/3 de sua capacidade, o
D) 160 segundo com 3/5 da capacidade, e o terceiro, com um volume cor-
E) 250 respondente à média dos volumes dos outros dois baldes. A soma
dos volumes de água nos três baldes, em litros, é
2 - (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – IN- A) 27.
DEC/2013) Em uma banca de revistas existem um total de 870 B) 27,5.
exemplares dos mais variados temas. Metade das revistas é da edi- C) 28.
tora A, dentre as demais, um terço são publicações antigas. Qual o D) 28,5.
número de exemplares que não são da Editora A e nem são antigas? E) 29.
A) 320
B) 290 7 - (UFOP/MG – ADMINISTRADOR DE EDIFICIOS –
C) 435 UFOP/2013) Uma pessoa caminha 5 minutos em ritmo normal e,
D) 145 em seguida, 2 minutos em ritmo acelerado e, assim, sucessivamen-
te, sempre intercalando os ritmos da caminhada (5 minutos nor-
3 - (TRT 6ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO- ADMINISTRATI- mais e 2 minutos acelerados). A caminhada foi iniciada em ritmo
VA – FCC/2012) Em uma praia chamava a atenção um catador de normal, e foi interrompida após 55 minutos do início.
cocos (a água do coco já havia sido retirada). Ele só pegava cocos O tempo que essa pessoa caminhou aceleradamente foi:
inteiros e agia da seguinte maneira: o primeiro coco ele coloca A) 6 minutos
inteiro de um lado; o segundo ele dividia ao meio e colocava as B) 10 minutos
metades em outro lado; o terceiro coco ele dividia em três partes C) 15 minutos
iguais e colocava os terços de coco em um terceiro lugar, diferen- D) 20 minutos
te dos outros lugares; o quarto coco ele dividia em quatro partes
iguais e colocava os quartos de coco em um quarto lugar diferente 8 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF.
dos outros lugares. No quinto coco agia como se fosse o primeiro
IMARUÍ/2014) Sobre o conjunto dos números reais é CORRETO
coco e colocava inteiro de um lado, o seguinte dividia ao meio, o
seguinte em três partes iguais, o seguinte em quatro partes iguais e dizer:
seguia na sequência: inteiro, meios, três partes iguais, quatro par- A) O conjunto dos números reais reúne somente os números
tes iguais. Fez isso com exatamente 59 cocos quando alguém disse racionais.
ao catador: eu quero três quintos dos seus terços de coco e metade B) R* é o conjunto dos números reais não negativos.
dos seus quartos de coco. O catador consentiu e deu para a pessoa C) Sendo A = {-1,0}, os elementos do conjunto A não são
A) 52 pedaços de coco. números reais.
B) 55 pedaços de coco. D) As dízimas não periódicas são números reais.
C) 59 pedaços de coco.
D) 98 pedaços de coco. 9 - (TJ/SP - AUXILIAR DE SAÚDE JUDICIÁRIO - AU-
E) 101 pedaços de coco. XILIAR EM SAÚDE BUCAL – VUNESP/2013) Para numerar
as páginas de um livro, uma impressora gasta 0,001 mL por cada
4 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014) algarismo impresso. Por exemplo, para numerar as páginas 7, 58 e
A mãe do Vitor fez um bolo e repartiu em 24 pedaços, todos de 290 gasta-se, respectivamente, 0,001 mL, 0,002 mL e 0,003 mL de
mesmo tamanho. A mãe e o pai comeram juntos, ¼ do bolo. O tinta. O total de tinta que será gasto para numerar da página 1 até a
Vitor e a sua irmã comeram, cada um deles, ¼ do bolo. Quantos página 1 000 de um livro, em mL, será
pedaços de bolo sobraram? A) 1,111.
A) 4 B) 2,003.
B) 6
C) 2,893.
C) 8
D) 1,003.
D) 10
E) 12 E) 2,561.
Didatismo e Conhecimento 16
RACIOCÍNIO LÓGICO
10 - (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- 5 - RESPOSTA: “B”.
GRANRIO/2013) Gilberto levava no bolso três moedas de R$
0,50, cinco de R$ 0,10 e quatro de R$ 0,25. Gilberto retirou do Aluguel:
bolso oito dessas moedas, dando quatro para cada filho.
A diferença entre as quantias recebidas pelos dois filhos de Outras despesas:
Gilberto é de, no máximo,
A) R$ 0,45
B) R$ 0,90 Restam :1000-850=R$150,00
C) R$ 1,10
D) R$ 1,15
6 - RESPOSTA: “D”.
E) R$ 1,35
Primeiro balde:
Respostas
1 - RESPOSTA: “E”.
Total de unidades: 100⋅20=2000 unidades Segundo balde:
O número de exemplares que não são da Editora A e nem são 7 - RESPOSTA: “C”.
antigas são 290. A caminhada sempre vai ser 5 minutos e depois 2 minutos,
então 7 minutos ao total.
3 - RESPOSTA: “B”. Dividindo o total da caminhada pelo tempo, temos:
10 - RESPOSTA: “E”.
Supondo que as quatro primeiras moedas sejam as 3 de R$
0,50 e 1 de R$ 0,25(maiores valores).
Didatismo e Conhecimento 17
RACIOCÍNIO LÓGICO
Um filho receberia : 1,50+0,25=R$1,75 Exemplos
E as ouras quatro moedas sejam de menor valor: 4 de R$
0,10=R$ 0,40. - {3, 6, 7, 8} indica o conjunto formado pelos elementos 3,
A maior diferença seria de 1,75-0,40=1,35 6, 7 e 8.
Dica: sempre que fala a maior diferença tem que o maior valor {a; b; m} indica o conjunto constituído pelos elementos a, b
possível – o menor valor. e m.
{1; {2; 3}; {3}} indica o conjunto cujos elementos são 1, {2;
3} e {3}.
Didatismo e Conhecimento 18
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplos Exemplos
- 0/ = {x : x é um número inteiro e 3x = 1} - {2,4} = {4,2}, pois {2,4} ⊂ {4,2} e {4,2} ⊂ {2,4}. Isto
- 0/ = {x | x é um número natural e 3 – x = 4} nos mostra que a ordem dos elementos de um conjunto não deve
- 0/ = {x | x ≠ x} ser levada em consideração. Em outras palavras, um conjunto
fica determinado pelos elementos que o mesmo possui e não pela
Subconjunto ordem em que esses elementos são descritos.
- {2,2,2,4} = {2,4}, pois {2,2,2,4} ⊂ {2,4} e {2,4} ⊂
Sejam A e B dois conjuntos. Se todo elemento de A é também
{2,2,2,4}. Isto nos mostra que a repetição de elementos é
elemento de B, dizemos que A é um subconjunto de B ou A é a
desnecessária.
parte de B ou, ainda, A está contido em B e indicamos por A ⊂ B.
Simbolicamente: A ⊂ B ⇔ ( ∀ x)(x ∈ ∀ ⇒ x ∈ B) - {a,a} = {a}
- {a,b = {a} ⇔ a= b
Portanto, A ⊄ B significa que A não é um subconjunto de B - {1,2} = {x,y} ⇔ (x = 1 e y = 2) ou (x = 2 e y = 1)
ou A não é parte de B ou, ainda, A não está contido em B. Conjunto das partes
Por outro lado, A ⊄ B se, e somente se, existe, pelo menos,
um elemento de A que não é elemento de B. Dado um conjunto A podemos construir um novo conjunto
Simbolicamente: A ⊄ B ⇔ ( ∃ x)(x ∈ A e x ∉ B) formado por todos os subconjuntos (partes) de A. Esse novo
conjunto chama-se conjunto dos subconjuntos (ou das partes) de A
e é indicado por P(A).
Simbolicamente: P(A)={X | X ⊂ A} ou X ⊂ P(A) ⇔ X ⊂
Exemplos
A
- {2 . 4} ⊂ {2, 3, 4}, pois 2 ∈ {2, 3, 4} e 4 ∈ {2, 3, 4}
- {2, 3, 4} ⊄ {2, 4}, pois 3 ∉ {2, 4} Exemplos
- {5, 6} ⊂ {5, 6}, pois 5 ∈ {5, 6} e 6 ∈ {5, 6}
a) = {2, 4, 6}
Inclusão e pertinência P(A) = { 0/ , {2}, {4}, {6}, {2,4}, {2,6}, {4,6}, A}
Didatismo e Conhecimento 19
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplos
- {2,3} ∪ {4,5,6}={2,3,4,5,6}
- {2,3,4} ∪ {3,4,5}={2,3,4,5}
- {2,3} ∪ {1,2,3,4}={1,2,3,4} Note que ao subtrairmos os elementos comuns
- {a,b} ∪ φ {a,b} evitamos que eles sejam contados duas vezes.
A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto formado por a) Se os conjuntos A e B forem disjuntos ou se mesmo um
todos os elementos que pertencem, simultaneamente, a A e a B. deles estiver contido no outro, ainda assim a relação dada será
Representa-se por A ∩ B. Simbolicamente: A ∩ B = {X | X ∈ A verdadeira.
ou X ∈ B} b) Podemos ampliar a relação do número de elementos para
três ou mais conjuntos com a mesma eficiência.
Exemplos
- {2,3,4} ∩ {3,5}={3}
- {1,2,3} ∩ {2,3,4}={2,3}
- {2,3} ∩ {1,2,3,5}={2,3}
- {2,4} ∩ {3,5,7}= φ
Subtração
Didatismo e Conhecimento 20
RACIOCÍNIO LÓGICO
O conjunto A – B é também chamado de conjunto
complementar de B em relação a A, representado por CAB.
Simbolicamente: CAB = A - B{X | X ∈ A e X ∉ B}
Exemplos
- A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2}
CAB = A – B = {1,3} e CBA = B – A = φ
- A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}
CAB = A – B = {1} e CBA = B – A = {14}
Sejam:
- A = {0, 2, 4} e B = {1 ,3 ,5} A o conjunto dos meninos ruivos e n(A) = x
CAB = A – B = {0,2,4} e CBA = B – A = {1,3,5} B o conjunto das meninas ruivas e n(B) = 9
Observações: Alguns autores preferem utilizar o conceito de C o conjunto dos meninos não ruivos e n(C) = 13
completar de B em relação a A somente nos casos em que B ⊂ A. D o conjunto das meninas não ruivas e n(D) = y
- Se B ⊂ A representa-se por B o conjunto complementar De acordo com o enunciado temos:
de B em relação a A. Simbolicamente: B ⊂ A ⇔ B = A – B =
CAB` n( B ∪ D) = n( B) + n( D) = 9 + y = 42 ⇔ y = 33
n( A ∪ D) = n( A) + n( B) = x + 9 = 24 ⇔ x = 15
Assim sendo
a) O número total de crianças da escola é:
n( A ∪ B ∪ C ∪ D ) = n( A) + n( B ) + n(C ) + n( D ) = 15 + 9 + 13 + 33 = 70
b) O número de crianças que são meninas ou são ruivas é:
n[( A ∪ B ) ∪ ( B ∪ D )] = n( A) + n( B ) + n( D ) = 15 + 9 + 33 = 57
Exemplos
Questões
Seja S = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Então:
a) A = {2, 3, 4} ⇒ A = {0, 1, 5, 6} 1 – (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
b) B = {3, 4, 5, 6 } ⇒ B = {0, 1, 2} NISTRATIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma cidade,
c) C = φ ⇒ C = S 13 dele não se inscreveram nas comissões de Educação, Saúde e
Saneamento Básico. Sete dos vereadores se inscreveram nas três
Número de elementos de um conjunto comissões citadas. Doze deles se inscreveram apenas nas comis-
sões de Educação e Saúde e oito deles se inscreveram apenas nas
Sendo X um conjunto com um número finito de elementos, comissões de Saúde e Saneamento Básico. Nenhum dos vereado-
representa-se por n(X) o número de elementos de X. Sendo, ainda, res se inscreveu em apenas uma dessas comissões. O número de
vereadores inscritos na comissão de Saneamento Básico é igual a
A e B dois conjuntos quaisquer, com número finito de elementos
A) 15.
temos:
B) 21.
n(A ∪ B)=n(A)+n(B)-n(A ∩ B) C) 18.
A ∩ B= φ ⇒ n(A ∪ B)=n(A)+n(B) D) 27.
n(A -B)=n(A)-n(A ∩ B) E) 16.
B ⊂ A ⇒ n(A-B)=n(A)-n(B)
2 – (TJ-SC) Num grupo de motoristas, há 28 que dirigem au-
Resolução de Problemas tomóvel, 12 que dirigem motocicleta e 8 que dirigem automóveis
e motocicleta. Quantos motoristas há no grupo?
Exemplo: A) 16 motoristas
Numa escola mista existem 42 meninas, 24 crianças ruivas, B) 32 motoristas
13 meninos não ruivos e 9 meninas ruivas. Pergunta-se C) 48 motoristas
a) quantas crianças existem na escola? D) 36 motoristas
b) quantas crianças são meninas ou são ruivas
Didatismo e Conhecimento 21
RACIOCÍNIO LÓGICO
3 – (TRT 19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) Dos 6 - (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM
46 técnicos que estão aptos para arquivar documentos 15 deles SAÚDE NM – AOCP/2014) Considere dois conjuntos A e B, sa-
também estão aptos para classificar processos e os demais estão bendo que A ∩ B = {3}, A ∪ B = {0; 1; 2; 3; 5} e A – B = {1 ; 2},
aptos para atender ao público. Há outros 11 técnicos que estão assinale a alternativa que apresenta o conjunto B.
aptos para atender ao público, mas não são capazes de arquivar A) {1; 2; 3}
B) {0; 3}
documentos. Dentre esses últimos técnicos mencionados, 4 deles
C) {0; 1; 2; 3; 5}
também são capazes de classificar processos. Sabe-se que aqueles
D) {3; 5}
que classificam processos são, ao todo, 27 técnicos. Considerando E) {0; 3; 5}
que todos os técnicos que executam essas três tarefas foram cita-
dos anteriormente, eles somam um total de 7 – (Agente Administrativo) Em uma cidade existem duas
A) 58. empresas de transporte coletivo, A e B. Exatamente 70% dos es-
B) 65. tudantes desta cidade utilizam a Empresa A e 50% a Empresa B.
C) 76. Sabendo que todo estudante da cidade é usuário de pelo menos
D) 53. uma das empresas, qual o % deles que utilizam as duas empresas?
E) 95. A) 20%
B) 25%
C) 27%
4 – (METRÔ/SP – OFICIAL LOGISTICA –ALMOXARI- D) 33%
FADO I – FCC/2014) O diagrama indica a distribuição de atle- E) 35%
tas da delegação de um país nos jogos universitários por medalha
conquistada. Sabe-se que esse país conquistou medalhas apenas 8 – (METRÔ/SP – ENGENHEIRO SEGURANÇA DO
em modalidades individuais. Sabe-se ainda que cada atleta da de- TRABALHO – FCC/2014) Uma pesquisa, com 200 pessoas, in-
legação desse país que ganhou uma ou mais medalhas não ganhou vestigou como eram utilizadas as três linhas: A, B e C do Metrô
mais de uma medalha do mesmo tipo (ouro, prata, bronze). De de uma cidade. Verificou-se que 92 pessoas utilizam a linha A; 94
acordo com o diagrama, por exemplo, 2 atletas da delegação desse pessoas utilizam a linha B e 110 pessoas utilizam a linha C. Uti-
país ganharam, cada um, apenas uma medalha de ouro. lizam as linhas A e B um total de 38 pessoas, as linhas A e C um
total de 42 pessoas e as linhas B e C um total de 60 pessoas; 26
pessoas que não se utilizam dessas linhas. Desta maneira, conclui-
-se corretamente que o número de entrevistados que utilizam as
linhas A e B e C é igual a
A) 50.
B) 26.
C) 56.
D) 10.
E) 18.
Didatismo e Conhecimento 22
RACIOCÍNIO LÓGICO
Respostas
1 - RESPOSTA: “C”
De acordo com os dados temos:
7 vereadores se inscreveram nas 3.
APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 12 não
deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos conjuntos, pois ele já
desconsidera os que se inscreveram nos três)
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento básico.
São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comissões,
pois 13 dos 43 não se inscreveram.
Portanto, 30-7-12-8=3
Se inscreveram em educação e saneamento 3 vereadores. 4 - RESPOSTA: “D”.
O diagrama mostra o número de atletas que ganharam meda-
lhas.
No caso das intersecções, devemos multiplicar por 2 por ser
2 medalhas e na intersecção das três medalhas multiplica-se por 3.
Intersecções:
2 – RESPOSTA: “B”
Somando as outras:
2+5+8+12+2+8+9=46
5 -RESPOSTA: “B”.
Se nos basearmos na tabuada do 3 , teremos o seguinte con-
junto
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30}
10 elementos.
Os que dirigem automóveis e motocicleta: 8
Os que dirigem apenas automóvel: 28-8 = 20 6 - RESPOSTA: “E”.
A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento
Os que dirigem apenas motocicleta: 12-8= 4
de B.
A quantidade de motoristas é o somatório: 20+8+4 = 32 mo-
A-B são os elementos que tem em A e não em B.
toristas.
Então de A∪B, tiramos que B={0;3;5}.
3 - RESPOSTA: “B”.
Técnicos arquivam e classificam: 15 7 - Resposta “A”.
Arquivam e atendem: 46-15=31
classificam e atendem: 4
Classificam: 15+4=19 como são 27 faltam 8
Dos 11 técnicos aptos a atender ao público 4 são capazes de
classificar processos, logo apenas 11-4 = 7 técnicos são aptos a
atender ao público.
Somando todos os valores obtidos no diagrama teremos:
31+15+7+4+8 = 65 técnicos.
70 – 50 = 20.
20% utilizam as duas empresas.
Didatismo e Conhecimento 23
RACIOCÍNIO LÓGICO
8 - RESPOSTA: “E”. Exemplos
3
a) A fração lê-se: “três quintos”.
5
3
b) A razão lê-se: “3 para 5”.
5
Os termos da razão recebem nomes especiais.
O número 3 é numerador
3
a) Na fração
5
O número 5 é denominador
Exemplo 2
Exemplo
RAZÕES E PROPORÇÕES, REGRA
DE TRÊS SIMPLES, REGRA DE TRÊS Uma sala tem 18 m2. Um tapete que ocupar o centro dessa
COMPOSTA, PORCENTAGEM. sala mede 384 dm2. Vamos calcular a razão entre a área do tapete
e a área da sala.
Primeiro, devemos transformar as duas grandezas em uma
mesma unidade:
Área da sala: 18 m2 = 1 800 dm2
Razão Área do tapete: 384 dm2
Estando as duas áreas na mesma unidade, podemos escrever
Sejam dois números reais a e b, com b ≠ 0. Chama-se razão a razão:
entre a e b (nessa ordem) o quociente a b, ou .
A razão é representada por um número racional, mas é lida de 384dm 2 384 16
2
= =
modo diferente. 1800dm 1800 75
Didatismo e Conhecimento 24
RACIOCÍNIO LÓGICO
Razão entre grandezas de espécies diferentes Exemplo 4
Didatismo e Conhecimento 25
RACIOCÍNIO LÓGICO
4 12 A) 2/3
e B) 3/5
3 9 formam uma proporção, pois C) 5/10
Produtos dos extremos ← 4.9 D) 2/7
= 3.12
→ Produtos dos meios.
E) 6/7
36 36
ou
12 3 ⎧12 + 3 3 15 3
= ⇒⎨ = ⇒ =
8 2 ⎩ 8 + 2 2 10 2
3 1 ⎧ 3−1 3 2 3
= ⇒⎨ = ⇒ =
15 5 ⎩15 − 5 15 10 15
Didatismo e Conhecimento 26
RACIOCÍNIO LÓGICO
A) A) 2:3
Nº de livros Nº de revistas B) 1:3
C) 1:6
Antes da compra 50 200 D) 3:4
Após a compra 200 300 E) 2:5
Didatismo e Conhecimento 27
RACIOCÍNIO LÓGICO
Respostas
1 – Resposta “B”
2 – Resposta “A”
Sejam CP e CL o número de pessoas que consumiram café puro e café com leite respectivamente. Como na semana o número total de
pessoas que consumiram café foi de 180, temos que:
CP+CL = 180
180.2 = CP.5 CP = CP = 72
3 - RESPOSTA: “D”
4 - Resposta “B”
5 - RESPOSTA: “A”
Para cada 1 livro temos 4 revistas
Significa que o número de revistas é 4x o número de livros.
50 livros: 200 revistas
Depois da compra
2 livros :3 revistas
200 livros: 300 revistas
Didatismo e Conhecimento 28
RACIOCÍNIO LÓGICO
6 - RESPOSTA: “C” Regra de Três Simples
240.x = 4,2.180 → 240x = 756 → x = 3,15 bilhões Exemplo 1: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos
litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?
7 - RESPOSTA: “A”
Como 6 são do sexo feminino, 4 são do sexo masculino(10-6 Solução:
= 4) .Então temos a seguinte razão: O problema envolve duas grandezas: distância e litros de
álcool.
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser consumido.
6x = 72 x = 12 Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma mesma
coluna e as grandezas de espécies diferentes que se correspondem
em uma mesma linha:
8- RESPOSTA: “C” Distância (km) Litros de álcool
180 15
Se 2/5 chegaram atrasados 210 x
180 6 15
= 6x = 7 . 15 6x = 105 x = 105 x=
210 7 x 17,5 6
Didatismo e Conhecimento 29
RACIOCÍNIO LÓGICO
Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), vamos Regra de Três Composta
colocar uma flecha:
O processo usado para resolver problemas que envolvem mais
Velocidade (km/h) Tempo (h) de duas grandezas, diretamente ou inversamente proporcionais, é
60 4 chamado regra de três composta.
80 x
Exemplo 1: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças.
Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo fica Em quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produziriam 300
reduzido à metade. Isso significa que as grandezas velocidade e dessas peças?
tempo são inversamente proporcionais. No nosso esquema, esse Solução: Indiquemos o número de dias por x. Coloquemos as
fato é indicado colocando-se na coluna “velocidade” uma flecha grandezas de mesma espécie em uma só coluna e as grandezas de
em sentido contrário ao da flecha da coluna “tempo”: espécies diferentes que se correspondem em uma mesma linha.
Na coluna em que aparece a variável x (“dias”), coloquemos uma
Velocidade (km/h) Tempo (h) flecha:
60 4
80 x Máquinas Peças Dias
8 160 4
6 300 x
sentidos contrários
Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
Na montagem da proporção devemos seguir o sentido das
flechas. Assim, temos: As grandezas peças e dias são diretamente proporcionais. No
4 80 4 nosso esquema isso será indicado colocando-se na coluna “peças”
= 12
4x = 4 . 3 4x = 12 x= x=3 uma flecha no mesmo sentido da flecha da coluna “dias”:
x 60 3 4
Máquinas Peças Dias
Resposta: Farei esse percurso em 3 h. 8 160 4
6 300 x
Exemplo 3: Ao participar de um treino de Fórmula 1, um
competidor, imprimindo velocidade média de 200 km/h, faz o Mesmo sentido
percurso em 18 segundos. Se sua velocidade fosse de 240 km/h,
qual o tempo que ele teria gasto no percurso? As grandezas máquinas e dias são inversamente proporcionais
Vamos representar pela letra x o tempo procurado. (duplicando o número de máquinas, o número de dias fica reduzido
Estamos relacionando dois valores da grandeza velocidade à metade). No nosso esquema isso será indicado colocando-se na
(200 km/h e 240 km/h) com dois valores da grandeza tempo (18 coluna (máquinas) uma flecha no sentido contrário ao da flecha da
s e x s). coluna “dias”:
Queremos determinar um desses valores, conhecidos os Máquinas Peças Dias
outros três. 8 160 4
6 300 x
Velocidade Tempo gasto para fazer o percurso
Sentidos contrários
200 km/h 18 s
240 km/h x Agora vamos montar
4 a proporção, igualando a razão que
contém o x, que é , com o produto das outras razões, obtidas
x
Se duplicarmos a velocidade inicial do carro, o tempo gasto segundo a orientação das flechas 6 160 :
para fazer o percurso cairá para a metade; logo, as grandezas são .
4 6 2 160 8
1
8 300
inversamente proporcionais. Assim, os números 200 e 240 são = . 5
inversamente proporcionais aos números 18 e x. x 81 30015
4 2 4 2.5
Daí temos: = => 2x = 4 . 5 a x = => x = 10
x 5 21
200 . 18 = 240 . x
3 600 = 240x
240x = 3 600 Resposta: Em 10 dias.
x = 3600
240 Exemplo 2: Uma empreiteira contratou 210 pessoas para pa-
x = 15 vimentar uma estrada de 300 km em 1 ano. Após 4 meses de ser-
viço, apenas 75 km estavam pavimentados. Quantos empregados
Conclui-se, então, que se o competidor tivesse andando em ainda devem ser contratados para que a obra seja concluída no
200 km/h, teria gasto 18 segundos para realizar o percurso. tempo previsto?
Didatismo e Conhecimento 30
RACIOCÍNIO LÓGICO
A) 55 min.
Solução: Em de ano foi pavimentada de estrada. B) 15 min.
C) 35 min.
Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x. D) 1h 15min.
E) 45 min.
Didatismo e Conhecimento 31
RACIOCÍNIO LÓGICO
A) 4500 m²
B) 5000 m²
C) 5200 m²
D) 6000 m²
E) 6200 m² 15.x = 300.1 ➜ 15x = 300 ➜ x = 20 segundos
Didatismo e Conhecimento 32
RACIOCÍNIO LÓGICO
9 - RESPOSTA: “C”.
6. - RESPOSTA: “D”. Transformando o tempo para segundos: 1 min e 15 segundos
Comparando- se cada grandeza com aquela onde esta o x. = 75 segundos
M²↑ varredores↓ horas↑ Quanto mais máquinas menor o tempo (flecha contrária) e
6000--------------18-------------- 5 quanto mais cópias, mais tempo (flecha mesma posição)
7500--------------15--------------- x
Máquina↑ cópias↓ tempo↓
Quanto mais a área, mais horas(diretamente proporcionais) 1----------------80-----------75 segundos
Quanto menos trabalhadores, mais horas(inversamente pro- 7--------------3360-----------x
porcionais) Devemos deixar as 3 grandezas da mesma forma, invertendo
os valores de” máquina”.
8- RESPOSTA: “B”
Temos 10 funcionários inicialmente, com os afastamento esse
número passou para 8. Se eles trabalham 8 horas por dia , passarão
a trabalhar uma hora a mais perfazendo um total de 9 horas, nesta
condições temos:
Funcionários↑ horas↑ dias↓
10---------------8--------------27
8----------------9-------------- x Porcentagem
Quanto menos funcionários, mais dias devem ser trabalhados É uma fração de denominador centesimal, ou seja, é uma
(inversamente proporcionais). fração de denominador 100. Representamos porcentagem pelo
Quanto mais horas por dia, menos dias devem ser trabalhados símbolo % e lê-se: “por cento”.
50
(inversamente proporcionais). Deste modo, a fração é uma porcentagem que podemos
100
representar por 50%.
Funcionários↓ horas↓ dias↓
8---------------9-------------- 27 Forma Decimal: É comum representarmos uma porcentagem
10----------------8----------------x na forma decimal, por exemplo, 35% na forma decimal seriam
representados por 0,35.
Didatismo e Conhecimento 33
RACIOCÍNIO LÓGICO
Aumento
75
75% = = 0,75
100
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial V que
Cálculo de uma Porcentagem: Para calcularmos uma deve sofrer um aumento de p% de seu valor. Chamemos de A o
porcentagem p% de V, basta multiplicarmos a fração p por V. valor do aumento e VA o valor após o aumento. Então, A = p% de
100
p V= p .V
P% de V = .V 100
100
Exemplo 1 p
VA = V + A = V + .V
100
23
23% de 240 = . 240 = 55,2 p
100 VA = ( 1 + ).V
100
Exemplo 2 p
Em que (1 + 100 ) é o fator de aumento.
Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que 67% de uma Desconto
amostra assistem a um certo programa de TV. Se a população é de
56.000 habitantes, quantas pessoas assistem ao tal programa?
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial V que
Resolução: 67% de 56 000 =
67
.56000 = 37520 deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Chamemos de D o
100 valor do desconto e VD o valor após o desconto. Então, D = p% de
Resposta: 37 520 pessoas. V= p .V
100
Porcentagem que o lucro representa em relação ao preço
de custo e em relação ao preço de venda p
VD = V – D = V – .V
100
Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e p
VD = (1 – ).V
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. 100
Lucro = preço de venda – preço de custo p
Caso essa diferença seja negativa, ela será chamada de Em que (1 – ) é o fator de desconto.
100
prejuízo.
Exemplo
Assim, podemos escrever:
Preço de custo + lucro = preço de venda Uma empresa admite um funcionário no mês de janeiro
Preço de custo – prejuízos = preço de venda sabendo que, já em março, ele terá 40% de aumento. Se a empresa
deseja que o salário desse funcionário, a partir de março, seja R$ 3
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas
formas: 500,00, com que salário deve admiti-lo?
Lucro sobre o custo = lucro/preço de custo. 100%
Lucro sobre a venda = lucro/preço de venda. 100% Resolução: VA = 1,4 . V
3 500 = 1,4 . V
Observação: A mesma análise pode ser feita para o caso de
prejuízo. 3500
V= = 2500
1,4
Exemplo
Resposta: R$ 2 500,00
Uma mercadoria foi comprada por R$ 500,00 e vendida por
R$ 800,00. Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos um valor
Pede-se:
inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer dois aumentos
- o lucro obtido na transação;
- a porcentagem de lucro sobre o preço de custo; sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor após o primeiro
- a porcentagem de lucro sobre o preço de venda. aumento, temos:
p
V1 = V . (1 + 1 )
Resposta: 100
Lucro = 800 – 500 = R$ 300,00
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, temos:
Lc = 300 = 0,60 = 60%
500 V2 = V1 . (1 + p2 )
Lv =
300
= 0,375 = 37,5% 100
800 p1 p
V2 = V . (1 + ) . (1 + 2 )
100 100
Didatismo e Conhecimento 34
RACIOCÍNIO LÓGICO
Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer dois descontos sucessivos de p1% e p2%.
Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer um aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%.
Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
p
V1 = V . (1+ 1 )
100
(VUNESP-SP) Uma instituição bancária oferece um rendimento de 15% ao ano para depósitos feitos numa certa modalidade de
aplicação financeira. Um cliente deste banco deposita 1 000 reais nessa aplicação. Ao final de n anos, o capital que esse cliente terá em reais,
relativo a esse depósito, são:
n
p
Resolução: VA = 1 + .v
100
n
VA = 1. 15 .1000
100
V = 1 000 . (1,15)n
A
VA = 1 000 . 1,15n
VA = 1 150,00n
Questões
1 - (PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO/2014) Se em um tanque de um carro for misturado 45 litros de etanol
em 28 litros de gasolina, qual será o percentual aproximado de gasolina nesse tanque?
A) 38,357%
B) 38,356%
C) 38,358%
D) 38,359%
2 - (CEF / Escriturário) Uma pessoa x pode realizar uma certa tarefa em 12 horas. Outra pessoa, y, é 50% mais eficiente que x. Nessas
condições, o número de horas necessárias para que y realize essa tarefa é :
A) 4
B) 5
C) 6
D) 7
E) 8
Didatismo e Conhecimento 35
RACIOCÍNIO LÓGICO
3 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Observe a tabela que indica o consumo mensal de uma mesma torneira da pia de uma co-
zinha, aberta meia volta por um minuto, uma vez ao dia.
Em relação ao cosumo mensal da torneira alimentada pela água da rua, o da torneira alimentada pela água da caixa representa, apro-
ximadamente,
A) 20%
B) 26%
C) 30%
D) 35%
E) 40%
4 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de uma mercadoria, na loja J, é de R$
50,00. O dono da loja J resolve reajustar o preço dessa mercadoria em 20%. A mesma mercadoria, na loja K, é vendida por R$ 40,00. O
dono da loja K resolve reajustar o preço dessa mercadoria de maneira a igualar o preço praticado na loja J após o reajuste de 20%. Dessa
maneira o dono da loja K deve reajustar o preço em
A) 20%.
B) 50%.
C) 10%.
D) 15%.
E) 60%.
5 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de venda de um produto, descontado um
imposto de 16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor.
Em quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior ao de compra?
A) 67%.
B) 61%.
C) 65%.
D) 63%.
E) 69%.
6 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC/2013) Um comerciante comprou uma mercadoria por R$ 350,00. Para
estabelecer o preço de venda desse produto em sua loja, o comerciante decidiu que o valor deveria ser suficiente para dar 30% de desconto
sobre o preço de venda e ainda assim garantir lucro de 20% sobre o preço de compra. Nessas condições, o preço que o comerciante deve
vender essa mercadoria é igual a
A) R$ 620,00.
B) R$ 580,00.
C) R$ 600,00.
D) R$ 590,00.
E) R$ 610,00.
7 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC/2013) Uma bolsa contém apenas 5 bolas brancas e 7 bolas pretas.
Sorteando ao acaso uma bola dessa bolsa, a probabilidade de que ela seja preta é
A) maior do que 55% e menor do que 60%.
B) menor do que 50%.
C) maior do que 65%.
D) maior do que 50% e menor do que 55%.
E) maior do que 60% e menor do que 65%.
8 - PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYAMA/2013) Das 80 crianças que responderam a uma enquete referente a sua
fruta favorita, 70% eram meninos. Dentre as meninas, 25% responderam que sua fruta favorita era a maçã. Sendo assim, qual porcentagem
representa, em relação a todas as crianças entrevistadas, as meninas que têm a maçã como fruta preferida?
Didatismo e Conhecimento 36
RACIOCÍNIO LÓGICO
A) 10% Respostas
B) 1,5%
C) 25% 1 - RESPOSTA: “B”.
D) 7,5% Mistura:28+45=73
E) 5% 73------100%
28------x
9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) X=38,356%
Numa liquidação de bebidas, um atacadista fez a seguinte promoção:
2 - RESPOSTA “C”.
12 horas → 100 %
50 % de 12 horas = = 6 horas
Didatismo e Conhecimento 37
RACIOCÍNIO LÓGICO
PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E
PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS.
1. Igualdade
As sequências são apresentadas com os seus termos entre
O lucro de Alexandre foi de R$33,60. parênteses colocados de forma ordenada. Sucessões que apresen-
tarem os mesmos termos em ordem diferente serão consideradas
10 - RESPOSTA: “E”. sucessões diferentes.
R$28.800-------80% Duas sequências só poderão ser consideradas iguais se, e
x------------------100% somente se, apresentarem os mesmos termos, na mesma ordem.
Exemplo
A sequência (x, y, z, t) poderá ser considerada igual à sequência
(5, 8, 15, 17) se, e somente se, x = 5; y = 8; z = 15; e t = 17.
Notemos que as sequências (0, 1, 2, 3, 4, 5) e (5, 4, 3, 2, 1) são
diferentes, pois, embora apresentem os mesmos elementos, eles
estão em ordem diferente.
Exemplos
- Determinar os cincos primeiros termos da sequência cujo
termo geral e igual a:
an = n – 2n,com n € N* a
Didatismo e Conhecimento 38
RACIOCÍNIO LÓGICO
Teremos: Observação 2
A1 = 12 – 2 . 1 a a1 = 1
A2 = 22 – 2 . 2 a a2 = 0 Algumas sequências não podem, pela sua forma “desorgani-
A3 = 32 – 2 . 3 a a3 = 3 zada” de se apresentarem, ser definidas nem pela lei das recor-
A4 = 42 – 4 . 2 a a4 = 8 rências, nem pela formula do termo geral. Um exemplo de uma
A5 = 55 – 5 . 2 a a5 = 15 sequência como esta é a sucessão de números naturais primos que
já “destruiu” todas as tentativas de se encontrar uma formula geral
- Determinar os cinco primeiros termos da seqüência cujo para seus termos.
termo geral é igual a:
an = 3 . n + 2, com n € N*. 4. Artifícios de Resolução
a1 = 3 . 1 + 2 a a1 = 5
a2 = 3 . 2 + 2 a a2 = 8 Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas alguns
a3 = 3 . 3 + 2 a a3 = 11 elementos da PA, é possível, através de artifícios de resolução,
a4 = 3 . 4 + 2 a a4 = 14 tornar o procedimento mais simples:
a5 = 3 . 5 + 2 a a5 = 17 PA com três termos: (a – r), a e (a + r), razão igual a r.
PA com quatro termos: (a – 3r), (a – r), (a + r) e (a + 3r), razão
- Determinar os termos a12 e a23 da sequência cujo termo igual a 2r.
geral é igual a: PA com cinco termos: (a – 2r), (a – r), a, (a + r) e (a + 2r),
an = 45 – 4 + n, com n € N*. razão igual a r.
Teremos: Exemplo
a12 = 45 – 4 . 12 a a12 = -3
a23 = 45 – 4 . 23 a a23 = -47 - Determinar os números a, b e c cuja soma é, igual a 15, o
produto é igual a 105 e formam uma PA crescente.
3. Lei de Recorrências
Uma sequência pode ser definida quando oferecemos o Teremos:
valor do primeiro termo e um “caminho” (uma formula) que Fazendo a = (b – r) e c = (b + r) e sendo a + b + c = 15, teremos:
permite a determinação de cada termo conhecendo-se o seu (b – r) + b + (b + r) = 15 → 3b = 15 → b = 5.
antecedente. Essa forma de apresentação de uma sucessão é dita
de recorrências. Assim, um dos números, o termo médio da PA, já é conhecido.
Dessa forma a sequência passa a ser:
Exemplos (5 – r), 5 e ( 5 + r ), cujo produto é igual a 105, ou seja:
- Escrever os cinco primeiros termos de uma sequência em
que: (5 – r) .5 . (5 + r) = 105 → 52 – r2 = 21
a1 = 3 e an+1 = 2 . an - 4, em que n € N*. r2 = 4 → 2 ou r = -2.
Sendo a PA crescente, ficaremos apenas com r= 2.
Teremos: Finalmente, teremos a = 3, b = 5 e c= 7.
a1 = 3
a2 = 2 . a1 – 4 a a2 = 2 . 3 – 4 a a2 = 2 5. Propriedades
a3 = 2 . a2 – 4 a a3 = 2 . 2 - 4 a a3 = 0
a4 = 2 . a3 – 4 a a4 = 2 . 0 - 4 a a4 = -4 P1: para três termos consecutivos de uma PA, o termo médio é
a5 = 2 . a4 – 4 a a5 = 2 .(-4) – 4 a a5 = -12 a media aritmética dos outros dois termos.
Didatismo e Conhecimento 39
RACIOCÍNIO LÓGICO
6. Termos Equidistantes dos Extremos Considerando que todas estas parcelas, colocadas entre
parênteses, são formadas por termos equidistantes dos
Numa sequência finita, dizemos que dois termos são equidis- extremos e que a soma destes termos é igual à soma dos
tantes dos extremos se a quantidade de termos que precederem o extremos, temos:
primeiro deles for igual à quantidade de termos que sucederem ao
outro termo. Assim, na sucessão: 2S n = (a 1 + a n) + (a 1 + a n) + (a 1 + a n) + (a 1 + a n) +
+… + (a 1 + a n) → 2S n = ( a 1 + a n) . n
(a1, a2, a3, a4,..., ap,..., ak,..., an-3, an-2, an-1, an), temos:
E, assim, finalmente:
a2 e an-1 são termos equidistantes dos extremos;
a3 e an-2 são termos equidistantes dos extremos; (a1 + an ).n
Sn =
a4 an-3 são termos equidistantes dos extremos. 2
Notemos que sempre que dois termos são equidistantes dos Exemplo
extremos, a soma dos seus índices é igual ao valor de n + 1.
Assim sendo, podemos generalizar que, se os termos ap e ak são - Ache a soma dos sessenta primeiros termos da PA (2 ,
equidistantes dos extremos, então: p + k = n+1. 5, 8,...).
Propriedade Dados: a 1 = 2
r=5–2=3
Numa PA com n termos, a soma de dois termos equidistantes Calculo de a 60:
dos extremos é igual à soma destes extremos. A 60 = a 1 + 59r → a 60 = 2 + 59 . 3
a 60 = 2 + 177
Exemplo a 60 = 179
Didatismo e Conhecimento 40
RACIOCÍNIO LÓGICO
- (-2, -6, -18, -54, ...) é uma PG de primeiro termo a 1 = Assim, se quisermos determinar o termo a5 desta PG, faremos:
-2 e razão q = 3. A5 = 2 . 34 → a5 = 162
- (1, -3, 9, -27, 81, -243, ...) é uma PG de primeiro termo
a 1 = 1 e razão q = -3. - Numa PG de termo a1 = 15 e razão q = , temos o termo geral
- (5, 5, 5, 5, 5, 5,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 5 e na igual a:
razão q = 1. an = a1 . qn-1 → an = 15 . n-1
- (7, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 7 e
razão q = 0. Assim, se quisermos determinar o termo a6 desta PG, faremos:
- (0, 0, 0, 0, 0, 0,...) é uma PG de primeiro termo a1 = 0 e razão (1).5 5
q qualquer. A6 = 15 . → a6 =
2 81
Observação: Para determinar a razão de uma PG, basta efetuar - Numa PG de primeiro termo a1 = 1 e razão = -3 temos o
termo geral na igual a:
o quociente entre dois termos consecutivos: o posterior dividido
an = a1 . qn-1 → an = 1 . (-3)n-1
pelo anterior.
an + 1 Assim, se quisermos determinar o termo a4 desta PG, faremos:
q= (an ≠ 0)
an A4 = 1 . (-3)3 → a4 = -27
Classificação Artifícios de Resolução
As classificações geométricas são classificadas assim: Em diversas situações, quando fazemos uso de apenas alguns
- Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto elementos da PG, é possível através de alguns elementos de
ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1. resolução, tornar o procedimento mais simples.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. Isto
ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1. PG com três termos:
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrario ao
do anterior. Isto ocorre quando q < 0. a a; aq
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre q
quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r = 0.
A PG constante é também chamada de PG estacionaria. PG com quatro termos:
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre a q
quando a1 = 0 ou q = 0. ; ; aq; aq3
q3 q
Formula do Termo Geral
PG com cinco termos:
A definição de PG está sendo apresentada por meio de uma
a q ; a; aq; aq2
lei de recorrências, e nos já aprendemos nos módulos anteriores ;
que a formula do termo geral é mais pratica. Por isso, estaremos, q2 q
neste item, procurando estabelecer, a partir da lei de recorrências,
a fórmula do termo geral da progressão geométrica. Exemplo
Considere uma PG crescente formada de três números.
Determine esta PG sabendo que a soma destes números é 13 e o
Vamos considerar uma PG de primeiro termo a1 e razão q.
produto é 27.
Assim, teremos:
Vamos considerar a PG em questão formada pelos termos a, b
a2 = a1 . q
e c, onde a = e c = b . q.
a3 = a2 . q = a1 . q2
Assim,
a4 = a3 . q = a1 . q3
a5 = a4 . q = a1 . q4 b . b . bq = 27 → b3 = 27 → b = 3.
. . q
. .
. . Temos:
an= a1 . qn-1
3
+ 3 +3q = 13 → 3q2 – 10q + 3 = 0 a
Exemplos q
Didatismo e Conhecimento 41
RACIOCÍNIO LÓGICO
Propriedades Podemos escrever, multiplicando-se, membro a membro, a
P1: Para três termos consecutivos de uma PG, o quadrado do igualdade ( I ) por q:
termo médio é igual ao produto dos outros dois.
q . Sn = q . a1 + q . a2 + q . a3 + ...+ q . an-2 +
Exemplo + q . an-1 + q . an
Vamos considerar três termos consecutivos de uma PG: an-1, an
e an+1. Podemos afirmar que: Utilizando a formula do termo geral da PG, ou seja, an = a1 .
qn-1, teremos:
I – an = an-1 . q e q . Sn = a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an + a1 . qn
II – an = an+1 (igualdade II)
q
Subtraindo-se a equação I da equação II, teremos:
Fazendo I . II, obteremos:
q . Sn – Sn = a1 . qn – a1 → sn . (q – 1) =
a = a1 . (qn – 1)
(an)2 = (an-1 . q). ( n+1 ) a (an )2 = an-1 . an+1
q
E assim: S = a1 .(q − 1)
n
Didatismo e Conhecimento 42
RACIOCÍNIO LÓGICO
1 1 31 Exemplos
S5 = 4 + 2 + 1 + + = = 7, 75
2 4 4
- A medida do lado de um triângulo equilátero é 10. Unindo-
1 1 1 63 se os pontos médios de seus lados, obtém-se o segundo triângulo
S6 = 4 + 2 + 1 + + + = = 7, 875 equilátero. Unindo-se os pontos médios dos lados deste novo
2 4 8 8
triangulo equilátero, obtém-se um terceiro, e assim por diante,
1 1 1 1 127 indefinidamente. Calcule a soma dos perímetros de todos esses
S7 = 4 + 2 + 1 + + + + = = 7, 9375 triângulos.
2 4 8 16 16
1 1 1 1 1 255 Solução:
S8 = 4 + 2 + 1 + + + + + = = 7, 96875
2 4 8 16 32 32
1 1 1 1 1 1 511
S9 = 4 + 2 + 1 + + + + + + =
2 4 8 16 32 64 64 = 7, 984375
1 1 1 1 1 1 1 1023
S10 = 4 + 2 + 1 + + + + + + + = =
2 4 8 16 32 64 128 128
7, 9921875
Didatismo e Conhecimento 43
RACIOCÍNIO LÓGICO
3. Os termos da sequência (10; 8; 11; 9; 12; 10; 13; …) Respostas
obedecem a uma lei de formação. Se an, em que n pertence a N*,
é o termo de ordem n dessa sequência, então a30 + a55 é igual a: 1) Resposta “D”.
a) 58 Solução:
b) 59 Sejam (a1, a2, a3,…) a PA de r e (g1, g2, g3, …) a PG de razão q.
c) 60 Temos como condições iniciais:
d) 61 1 - a1 = g1 = 4
e) 62 2 - a3 > 0, g3 > 0 e a3 = g3
3 - a2 = g2 + 2
4. A soma dos elementos da sequência numérica infinita (3;
0,9; 0,09; 0,009; …) é: Reescrevendo (2) e (3) utilizando as fórmulas gerais dos ter-
a) 3,1
mos de uma PA e de uma PG e (1) obtemos o seguinte sistema de
b) 3,9
equações:
c) 3,99
d) 3, 999 4 - a3 = a1 + 2r e g3 = g1 . q2 → 4 + 2r = 4q2
e) 4 5 - a2 = a1 + r e g2 = g1 . q → 4 + r = 4q + 2
5. A soma dos vinte primeiros termos de uma progressão arit- Expressando, a partir da equação (5), o valor de r em função
mética é -15. A soma do sexto termo dessa PA., com o décimo de q e substituindo r em (4) vem:
quinto termo, vale: 5 - r = 4q + 2 – 4 → r = 4q – 2
a) 3,0 4 - 4 + 2(4q – 2) = 4q2 → 4 + 8q – 4 = 4q2 → 4q2 – 8q = 0
b) 1,0 → q(4q – 8) = 0 → q = 0 ou 4q – 8 = 0 → q = 2
c) 1,5
d) -1,5 Como g3 > 0, q não pode ser zero e então q = 2. Para ob-
e) -3,0 ter r basta substituir q na equação (5):
r = 4q – 2 → r = 8 – 2 = 6
6. Os números que expressam os ângulos de um quadrilátero, Para concluir calculamos a3 e g3:
estão em progressão geométrica de razão 2. Um desses ângulos a3 = a1 + 2r → a3 = 4 + 12 = 16
mede: g3 = g1.q2 → g3 = 4.4 = 1 6
a) 28°
b) 32°
2) Resposta “B”.
c) 36°
Solução: Para que a sequência se torne uma PA de razão r é
d) 48°
e) 50° necessário que seus três termos satisfaçam as igualdades (aplica-
ção da definição de PA):
7. Sabe-se que S = 9 + 99 + 999 + 9999 + ... + 999...9 onde a (1) -5n = 2 + 3n + r
última parcela contém n algarismos. Nestas condições, o valor de (2) 1 – 4n = -5n + r
10n+1 - 9(S + n) é: Determinando o valor de r em (1) e substituindo em (2):
a) 1 (1) → r = -5n – 2 – 3n = -8n – 2
b) 10 (2) → 1 – 4n = -5n – 8n – 2 → 1 – 4n = -13n – 2
c) 100 → 13n – 4n = -2 – 1 → 9n = -3 → n = -3/9 = -1/3
d) -1
e) -10 Ou seja, -1 < n < 0 e, portanto, a resposta correta é a b.
Didatismo e Conhecimento 44
RACIOCÍNIO LÓGICO
Daqui e de (1) obtemos que: Logo, poderemos escrever:
an = 10 + [(n + 1)/2] - 1 se n é ímpar S = (10 + 102 + 103 + 104 + ... + 10n ) – n
an = 8 + (n/2) - 1 se n é par Vamos calcular a soma Sn = 10 + 102 + 103 + 104 + ... + 10n,
Logo: que é uma PG de primeiro termo a1 = 10, razão q = 10 e último
a30 = 8 + (30/2) - 1 = 8 + 15 - 1 = 22 e termo an = 10n.
a55 = 10 + [(55 + 1)/2] - 1 = 37 Teremos:
Sn = (an.q – a1) / (q –1) = (10n . 10 – 10) / (10 – 1) = (10n+1 – 10)
E, portanto: /9
a30 + a55 = 22 + 37 = 59.
Substituindo em S, vem:
4) Resposta “E”. S = [(10n+1 – 10) / 9] – n
Solução: Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1
a soma da PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 10 - 1 = Deseja-se calcular o valor de 10n+1 - 9(S + n)
0,1. Assim: Temos que S + n = [(10n+1 – 10) / 9] – n + n = (10n+1 – 10) / 9
S = 3 + S1
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma Substituindo o valor de S + n encontrado acima, fica:
PG infinita para obter S1: 10 n+1 – 9(S + n) = 10 n+1 – 9(10 n+1 – 10) / 9 = 10 n+1 –
S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4 (10 – 10) = 10.
n+1
15 + 6 = 20 + 1 = 21
Portanto a PG é do tipo: 9/q, 9, 9q
E, portanto:
É dado que a soma dos 3 termos vale 39, logo:
a6 + a15 = a1 + a20
9/q + 9 + 9q = 39 de onde vem: 9/q + 9q – 30 = 0
Substituindo este valor na primeira igualdade vem:
Multiplicando ambos os membros por q, fica: 9 + 9q2 – 30q
20(a6 + a15)/2 = -15 → 10(a6 + a15) = -15 → a6 + a15 = -15/10
=0
= -1,5.
Dividindo por 3 e ordenando, fica: 3q2 – 10q + 3 = 0, que é
uma equação do segundo grau.
6) Resposta “D”.
Resolvendo a equação do segundo grau acima encontrare-
Solução: Seja x o menor ângulo interno do quadrilátero em
mos q = 3 ou q = 1/3.
questão. Como os ângulos estão em Progressão Geométrica de
Como é dito que a PG é decrescente, devemos considerar
razão 2, podemos escrever a PG de 4 termos: apenas o valor
(x, 2x, 4x, 8x). q = 1/3, já que para q = 3, a PG seria crescente.
Ora, a soma dos ângulos internos de um quadrilátero vale
360º. Portanto, a PG é: 9/q, 9, 9q, ou substituindo o valor de q
vem: 27, 9, 3.
Logo, O problema pede a soma dos quadrados, logo:
x + 2x + 4x + 8x = 360º a2 + b2 + c2 = 272 + 92 + 32 = 729 + 81 + 9 = 819.
15.x = 360º
9) Resposta “B”.
Portanto, x = 24º. Os ângulos do quadrilátero são, portan- Solução: Observe que a expressão dada pode ser escrita
to: 24º, 48º, 96º e 192º. como:
O problema pede um dos ângulos. Logo, alternativa D.
x1/2. x1/4 . x1/8 . x1/16 . ... = x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ...
7) Resposta “B”.
Solução: Observe que podemos escrever a soma S como: O expoente é a soma dos termos de uma PG infinita de pri-
S = (10 – 1) + (100 – 1) + (1000 – 1) + (10000 – 1) + ... + meiro termo a1 = 1 /2 e razão q = 1 /2.
(10n – 1)
S = (10 – 1) + (102 – 1) + (103 – 1) + (104 – 1) + ... + (10n – 1) Logo, a soma valerá:
Como existem n parcelas, observe que o número (– 1) é so- S = a1 / (1 – q) = (1 /2) / 1 – (1 /2) = 1
mado n vezes, resultando em n(-1) = - n. Então, x1/2 + 1 / 4 + 1/8 + 1/16 + ... = x1 = x
Didatismo e Conhecimento 45
RACIOCÍNIO LÓGICO
10) Resposta “6171”. • O primeiro estágio pode ocorrer de m modos distintos.
Solução: Dados: • O segundo estágio pode ocorrer de n modos distintos.
M(5) = 1000, 1005, ..., 9995, 10000.
M(7) = 1001, 1008, ..., 9996. Desse modo, podemos dizer que o número de formas diferente
M(35) = 1015, 1050, ... , 9975. que pode ocorrer em um acontecimento é igual ao produto m . n
M(1) = 1, 2, ..., 10000.
Para múltiplos de 5, temos: an = a1+ (n-1).r → 10000 = 1000 Exemplo: Alice decidiu comprar um carro novo, e inicialmen-
+ (n - 1). 5 → n = 9005/5 → n = 1801. te ela quer se decidir qual o modelo e a cor do seu novo veículo.
Para múltiplos de 7, temos: an = a1+ (n-1).r → 9996 = 1001 Na concessionária onde Alice foi há 3 tipos de modelos que são
+ (n - 1). 7 → n = 9002/7 → n = 1286. do interesse dela: Siena, Fox e Astra, sendo que para cada carro há
Para múltiplos de 35, temos: an = a1 + (n - 1).r → 9975 = 5 opções de cores: preto, vinho, azul, vermelho e prata. Qual é o
1015 + (n - 1).35 → n = 8995/35 → n = 257. número total de opções que Alice poderá fazer?
Para múltiplos de 1, temos: an = a1 = (n -1).r → 10000 =
1000 + (n - 1).1 → n = 9001. Resolução: Segundo o Principio Fundamental da Contagem,
Sabemos que os múltiplos de 35 são múltiplos comuns de Alice tem 3×5 opções para fazer, ou seja,ela poderá optar por 15
5 e 7, isto é, eles aparecem no conjunto dos múltiplos de 5 e carros diferentes. Vamos representar as 15 opções na árvore de
no conjunto dos múltiplos de 7 (daí adicionarmos uma vez tal possibilidades:
conjunto de múltiplos).
Total = M(1) - M(5) - M(7) + M(35).
Total = 9001 - 1801 - 1286 + 257 = 6171
PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA
CONTAGEM, ARRANJOS SIMPLES,
PERMUTAÇÕES SIMPLES E
COMBINAÇÕES SIMPLES.
Análise Combinatória
Didatismo e Conhecimento 46
RACIOCÍNIO LÓGICO
Quando os elementos de um determinado conjunto A forem Cálculos do número de arranjos simples:
pontos, A = {A1, A2, A3, A4, A5…, A9}, e com estes pontos preten-
demos obter retas, neste caso os agrupamentos são Na formação de todos os arranjos simples dos n elementos de
iguais, pois indicam a mesma reta. A, tomados k a k:
Conclusão: Os agrupamentos... n → possibilidades na escolha do 1º elemento.
n - 1 → possibilidades na escolha do 2º elemento, pois um
1. Em alguns problemas de contagem, quando os agrupamen- deles já foi usado.
tos se diferirem pela natureza de pelo menos um de seus elemen- n - 2 → possibilidades na escolha do 3º elemento, pois dois
tos, os agrupamentos serão considerados distintos. deles já foi usado.
ac = ca, neste caso os agrupamentos são denominados com- .
binações. .
.
Pode ocorrer: O conjunto A é formado por pontos e o proble- n - (k - 1) → possibilidades na escolha do kº elemento, pois
ma é saber quantas retas esses pontos determinam. l-1 deles já foi usado.
2. Quando se diferir tanto pela natureza quanto pela ordem No Princípio Fundamental da Contagem (An, k), o número total
de seus elementos, os problemas de contagem serão agrupados e de arranjos simples dos n elementos de A (tomados k a k), temos:
considerados distintos.
ac ≠ ca, neste caso os agrupamentos são denominados arran- An,k = n (n - 1) . (n - 2) . ... . (n – k + 1)
jos. (é o produto de k fatores)
Pode ocorrer: O conjunto A é formado por algarismos e o pro- Multiplicando e dividindo por (n – k)!
blema é contar os números por eles determinados.
Pn = An,n= n (n – 1) (n – 2) . … . (n – n + 1) = (n – 1) (n – 2)
. … .1 = n!
Portanto: Pn = n!
Arranjos simples: são agrupamentos sem repetições em que
Combinações Simples: são agrupamentos formados com os
um grupo se torna diferente do outro pela ordem ou pela natureza
dos elementos componentes. Seja A um conjunto com n elementos elementos de um conjunto que se diferenciam somente pela na-
e k um natural menor ou igual a n. Os arranjos simples k a k dos tureza de seus elementos. Considere A como um conjunto com n
n elementos de A, são os agrupamentos, de k elementos distintos elementos k um natural menor ou igual a n. Os agrupamentos de k
cada, que diferem entre si ou pela natureza ou pela ordem de seus elementos distintos cada um, que diferem entre si apenas pela na-
elementos. tureza de seus elementos são denominados combinações simples k
a k, dos n elementos de A.
Didatismo e Conhecimento 47
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo: Considere A = {a, b, c, d} um conjunto com ele- ve-se levar em consideração os arranjos com elementos distintos
mentos distintos. Com os elementos de A podemos formar 4 com- (arranjos simples) e os elementos repetidos. O total de arranjos
binações de três elementos cada uma: abc – abd – acd – bcd completos de n elementos, de k a k, é indicado simbolicamente por
Se trocarmos ps 3 elementos de uma delas: A*n,k dado por: A*n,k = nk
Considerando:
abc abd acd bcd
acb α elementos iguais a a,
bac β elementos iguais a b,
γ elementos iguais a c, …,
bca
λ elementos iguais a l,
cab
cba Totalizando em α + β + γ + … λ = n elementos.
Se trocarmos os 3 elementos das 4 combinações obtemos to- Simbolicamente representado por Pnα, β, γ, …, λ o número
dos os arranjos 3 a 3: de permutações distintas que é possível formarmos com os n ele-
mentos:
abc abd acd bcd
acb adb adc bdc
bac bad cad cbd
bca bda cda cdb
Combinações Completas: Combinações completas de n ele-
cab dab dac dbc mentos, de k a k, são combinações de k elementos não necessaria-
cba dba dca dcb mente distintos. Em vista disso, quando vamos calcular as combi-
nações completas devemos levar em consideração as combinações
(4 combinações) x (6 permutações) = 24 arranjos com elementos distintos (combinações simples) e as combinações
com elementos repetidos. O total de combinações completas de n
Logo: C4,3 . P3 = A4,3 elementos, de k a k, indicado por C*n,k
Didatismo e Conhecimento 48
RACIOCÍNIO LÓGICO
04. (UFTM) – João pediu que Cláudia fizesse cartões com (A) 10
todas as permutações da palavra AVIAÇÃO. Cláudia executou (B) 15
a tarefa considerando as letras A e à como diferentes, contudo, (C) 20
João queria que elas fossem consideradas como mesma letra. A (D) 25
diferença entre o número de cartões feitos por Cláudia e o núme- (E) 30
ro de cartões esperados por João é igual a
(A) 720 10. Considere os números de quatro algarismos do sistema
(B) 1.680 decimal de numeração. Calcule:
(C) 2.420 a) quantos são no total;
(D) 3.360 b) quantos não possuem o algarismo 2;
(E) 4.320 c) em quantos deles o algarismo 2 aparece ao menos uma vez;
d) quantos têm os algarismos distintos;
05. (UNIFESP) – As permutações das letras da palavra PRO- e) quantos têm pelo menos dois algarismos iguais.
VA foram listadas em ordem alfabética, como se fossem palavras
de cinco letras em um dicionário. A 73ª palavra nessa lista é Resoluções
(A) PROVA.
(B) VAPOR.
(C) RAPOV.
01.
(D) ROVAP.
(E) RAOPV.
06. (MACKENZIE) – Numa empresa existem 10 diretores, 02. O número total de jogos a serem realizados é A14,2 = 14 .
dos quais 6 estão sob suspeita de corrupção. Para que se ana- 13 = 182.
lisem as suspeitas, será formada uma comissão especial com 5
diretores, na qual os suspeitos não sejam maioria. O número de 03.
possíveis comissões é:
(A) 66
(B) 72
(C) 90 Algarismos
(D) 120
(E) 124
Didatismo e Conhecimento 49
RACIOCÍNIO LÓGICO
06. Se, do total de 10 diretores, 6 estão sob suspeita de corrup- Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos resultados
ção, 4 não estão. Assim, para formar uma comissão de 5 diretores possíveis; será representado por S e o número de elementos do
na qual os suspeitos não sejam maioria, podem ser escolhidos, no espaço amostra por n(S).
máximo, 2 suspeitos. Portanto, o número de possíveis comissões é Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do espaço
amostral; será representado por A e o número de elementos do
evento por n(A).
09.
Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não Vazio
10.
a) 9 . A*10,3 = 9 . 103 = 9 . 10 . 10 . 10 = 9000 - Em um evento impossível a probabilidade é igual a zero. Em
b) 8 . A*9,3 = 8 . 93 = 8 . 9 . 9 . 9 = 5832 um evento certo S a probabilidade é igual a 1. Simbolicamente:
c) (a) – (b): 9000 – 5832 = 3168 P(Ø) = 0 e P(S) = 1.
d) 9 . A9,3 = 9 . 9 . 8 . 7 = 4536 - Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ P(A) ≤ 1.
e) (a) – (d): 9000 – 4536 = 4464 - Se A for o complemento de A em S, neste caso: P(A) = 1 -
P(A).
Probabilidade
Didatismo e Conhecimento 50
RACIOCÍNIO LÓGICO
Então, logo:
Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão denominados Considerando A e B como dois eventos de um espaço amostral
mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B = 0, portanto: P(A S, finito e não vazio, logo:
B) = P(A) + P(B). Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S
forem, de dois em dois, sempre mutuamente exclusivos, nesse
caso temos, analogicamente:
Eventos Exaustivos
Assim sendo:
Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S forem, de dois em
dois, mutuamente exclusivos, estes serão denominados exaustivos
P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A)
se A1 A2 A3 … An = S
P(A ∩ B) = P(B) . P(A/B)
Considerando A e B como eventos independentes, logo
P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A) .
P(B). Para saber se os eventos A e B são independentes, podemos
utilizar a definição ou calcular a probabilidade de A ∩ B. Veja a
representação:
Didatismo e Conhecimento 51
RACIOCÍNIO LÓGICO
Lei Binominal de Probabilidade
(A) (B) (C) (D) (E)
Considere uma experiência sendo realizada diversas vezes,
dentro das mesmas condições, de maneira que os resultados de cada
experiência sejam independentes. Sendo que, em cada tentativa 03. Retirando uma carta de um baralho comum de 52 cartas,
qual a probabilidade de se obter um rei ou uma dama?
ocorre, obrigatoriamente, um evento A cuja probabilidade é p ou o
complemento A cuja probabilidade é 1 – p.
04. Jogam-se dois dados “honestos” de seis faces, numeradas
de 1 a 6, e lê-se o número de cada uma das duas faces voltadas para
Problema: Realizando-se a experiência descrita exatamente n
cima. Calcular a probabilidade de serem obtidos dois números
vezes, qual é a probabilidade de ocorrer o evento A só k vezes?
ímpares ou dois números iguais?
Resolução:
05. Uma urna contém 500 bolas, numeradas de 1 a 500. Uma
- Se num total de n experiências, ocorrer somente k vezes bola dessa urna é escolhida ao acaso. A probabilidade de que seja
o evento A, nesse caso será necessário ocorrer exatamente n – k escolhida uma bola com um número de três algarismos ou múltiplo
vezes o evento A. de 10 é
- Se a probabilidade de ocorrer o evento A é p e do evento A é (A) 10%
1 – p, nesse caso a probabilidade de ocorrer k vezes o evento A e (B) 12%
n – k vezes o evento A, ordenadamente, é: (C) 64%
(D) 82%
(E) 86%
Didatismo e Conhecimento 52
RACIOCÍNIO LÓGICO
Respostas
Como A B = , A e B são eventos mutuamente exclusivos;
01. Logo: P(A B) = P(A) + P(B) =
02.
A partir da distribuição apresentada no gráfico:
08 mulheres sem filhos. 07.
07 mulheres com 1 filho.
06 mulheres com 2 filhos. Se apenas um deve acertar o alvo, então podem ocorrer os
02 mulheres com 3 filhos. seguintes eventos:
(A) “A” acerta e “B” erra; ou
Como as 23 mulheres têm um total de 25 filhos, a probabilidade (B) “A” erra e “B” acerta.
de que a criança premiada tenha sido um(a) filho(a) único(a) é
igual a P = 7/25. Assim, temos:
P (A B) = P (A) + P (B)
03. P(dama ou rei) = P(dama) + P(rei) =
P (A B) = 40% . 70% + 60% . 30%
P (A B) = 0,40 . 0,70 + 0,60 . 0,30
04. No lançamento de dois dados de 6 faces, numeradas de 1 a P (A B) = 0,28 + 0,18
6, são 36 casos possíveis. Considerando os eventos A (dois números P (A B) = 0,46
ímpares) e B (dois números iguais), a probabilidade pedida é: P (A B) = 46%
08.
05. Sendo Ω, o conjunto espaço amostral, temos n(Ω) = 500 Sendo A e B eventos independentes, P(A B) = P(A) . P(B) e
como P(A B) = P(A) + P(B) – P(A B). Temos:
A: o número sorteado é formado por 3 algarismos; P(A B) = P(A) + P(B) – P(A) . P(B)
A = {100, 101, 102, ..., 499, 500}, n(A) = 401 e p(A) = 401/500 0,8 = 0,3 + P(B) – 0,3 . P(B)
0,7 . (PB) = 0,5
B: o número sorteado é múltiplo de 10;
P(B) = 5/7.
B = {10, 20, ..., 500}.
Para encontrarmos n(B) recorremos à fórmula do termo geral 09. Representando por a
da P.A., em que probabilidade pedida, temos:
a1 = 10 =
an = 500 =
r = 10
Temos an = a1 + (n – 1) . r → 500 = 10 + (n – 1) . 10 → n = 50
Didatismo e Conhecimento 53
DOMÍNIO PRODUTIVO DE
INFORMÁTICA
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
TIPOS DE MICROCOMPUTADORES
Didatismo e Conhecimento 1
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
DESKTOPS Para tentarmos definir o que seja processamento de dados te-
mos de ver o que existe em comum em todas estas atividades. Ao
São os computadores mais comuns. Geralmente dispõem de analisarmos, podemos perceber que em todas elas são dadas certas
teclado, mouse, monitor e gabinete separados fisicamente e não informações iniciais, as quais chamamos de dados.
são movidos de lugar frequentemente, uma vez que têm todos os E que estes dados foram sujeitos a certas transformações, com
componentes ligados por cabos. as quais foram obtidas as informações.
São compostos por: O processamento de dados sempre envolve três fases essen-
ciais: Entrada de Dados, Processamento e Saída da Informação.
• Monitor (vídeo)
Para que um sistema de processamento de dados funcione ao
• Teclado
contento, faz-se necessário que três elementos funcionem em per-
• Mouse feita harmonia, são eles:
• Gabinete: Placa-mãe, CPU (processador), memórias, dri-
ves, disco rígido (HD), modem, portas USB etc. Hardware
Didatismo e Conhecimento 2
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Identificaremos as partes internas do computador, localizadas reconhecimento dos componentes de hardware instalados, dar o
no gabinete ou torre: boot, e prover informações básicas para o funcionamento do sis-
tema.
• Motherboard (placa-mãe) O BIOS é a camada (vide diagrama 1.1) que viabiliza a uti-
• Processador lização de Sistemas Operacionais diferentes (Linux, Unix, Hurd,
• Memórias BSD, Windows, etc.) no microcomputador. É no BIOS que estão
• Fonte de Energia descritos os elementos necessários para operacionalizar o Hardwa-
• Cabos re, possibilitando aos diversos S.O. acesso aos recursos independe
• Drivers de suas características específicas.
• Portas de Entrada/Saída
MOTHERBOARD (PLACA-MÃE)
É uma das partes mais importantes do computador. A mo- O BIOS é gravado em um chip de memória do tipo EPROM
therboard é uma placa de circuitos integrados que serve de suporte (Erased Programmable Read Only Memory). É um tipo de memória
para todas as partes do computador. “não volátil”, isto é, desligando o computador não há a perda das
Praticamente, tudo fica conectado à placa-mãe de alguma ma- informações (programas) nela contida. O BIOS é contem 2 progra-
neira, seja por cabos ou por meio de barramentos. mas: POST (Power On Self Test) e SETUP para teste do sistema
A placa mãe é desenvolvida para atender às características e configuração dos parâmetros de inicialização, respectivamente, e
especificas de famílias de processadores, incluindo até a possibi- de funções básicas para manipulação do hardware utilizadas pelo
lidade de uso de processadores ainda não lançados, mas que apre- Sistema Operacional.
sentem as mesmas características previstas na placa. Quando inicializamos o sistema, um programa chamado POST
A placa mãe é determinante quanto aos componentes que po- conta a memória disponível, identifica dispositivos plug-and-play e
dem ser utilizados no micro e sobre as possibilidades de upgrade, realiza uma checagem geral dos componentes instalados, verifican-
influenciando diretamente na performance do micro. do se existe algo de errado com algum componente. Após o término
desses testes, é emitido um relatório com várias informações sobre
Diversos componentes integram a placa-mãe, como: o hardware instalado no micro. Este relatório é uma maneira fácil e
• Chipset rápida de verificar a configuração de um computador. Para paralisar
Denomina-se chipset os circuitos de apoio ao microcomputa- a imagem tempo suficiente para conseguir ler as informações, basta
dor que gerenciam praticamente todo o funcionamento da placa- pressionar a tecla “pause/break” do teclado.
-mãe (controle de memória cache, DRAM, controle do buffer de Caso seja constatado algum problema durante o POST, serão
dados, interface com a CPU, etc.). emitidos sinais sonoros indicando o tipo de erro encontrado. Por
O chipset é composto internamente de vários outros peque- isso, é fundamental a existência de um alto-falante conectado à pla-
nos chips, um para cada função que ele executa. Há um chip con- ca mãe.
trolador das interfaces IDE, outro controlador das memórias, etc. Atualmente algumas motherboards já utilizam chips de memó-
Existem diversos modelos de chipsets, cada um com recursos bem ria com tecnologia flash. Memórias que podem ser atualizadas por
diferentes.
software e também não perdem seus dados quando o computador é
Devido à complexidade das motherboards, da sofisticação dos
desligado, sem necessidade de alimentação permanente.
sistemas operacionais e do crescente aumento do clock, o chipset é
As BIOS mais conhecidas são: AMI, Award e Phoenix. 50%
o conjunto de CIs (circuitos integrados) mais importante do micro-
dos micros utilizam BIOS AMI.
computador. Fazendo uma analogia com uma orquestra, enquanto
o processador é o maestro, o chipset seria o resto!
• Memória CMOS
• BIOS
CMOS (Complementary Metal-Oxide Semicondutor) é uma
O BIOS (Basic Input Output System), ou sistema básico de memória formada por circuitos integrados de baixíssimo consumo
entrada e saída, é a primeira camada de software do micro, um pe- de energia, onde ficam armazenadas as informações do sistema (se-
queno programa que tem a função de “iniciar” o microcomputador. tup), acessados no momento do BOOT. Estes dados são atribuídos
Durante o processo de inicialização, o BIOS é o responsável pelo na montagem do microcomputador refletindo sua configuração (tipo
Didatismo e Conhecimento 3
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
de winchester, números e tipo de drives, data e hora, configurações É o processador quem determina a velocidade de processa-
gerais, velocidade de memória, etc.) permanecendo armazenados na mento dos dados na máquina. Os primeiros modelos comerciais
CMOS enquanto houver alimentação da bateria interna. Algumas começaram a surgir no início dos anos 80.
alterações no hardware (troca e/ou inclusão de novos componentes) • Clock Speed ou Clock Rate
podem implicar na alteração de alguns desses parâmetros. É a velocidade pela qual um microprocessador executa instru-
Muitos desses itens estão diretamente relacionados com o pro- ções. Quanto mais rápido o clock, mais instruções uma CPU pode
cessador e seu chipset e portanto é recomendável usar os valores executar por segundo.
default sugerido pelo fabricante da BIOS. Mudanças nesses parâ- Usualmente, a taxa de clock é uma característica fixa do pro-
metros pode ocasionar o travamento da máquina, intermitência na cessador. Porém, alguns computadores têm uma “chave” que per-
mite 2 ou mais diferentes velocidades de clock. Isto é útil porque
operação, mau funcionamento dos drives e até perda de dados do
programas desenvolvidos para trabalhar em uma máquina com alta
HD.
velocidade de clock podem não trabalhar corretamente em uma
• Slots para módulos de memória
máquina com velocidade de clock mais lenta, e vice versa. Além
Na época dos micros XT e 286, os chips de memória eram en- disso, alguns componentes de expansão podem não ser capazes de
caixados (ou até soldados) diretamente na placa mãe, um a um. O trabalhar a alta velocidade de clock.
agrupamento dos chips de memória em módulos (pentes), inicial- Assim como a velocidade de clock, a arquitetura interna de
mente de 30 vias, e depois com 72 e 168 vias, permitiu maior ver- um microprocessador tem influência na sua performance. Dessa
satilidade na composição dos bancos de memória de acordo com as forma, 2 CPUs com a mesma velocidade de clock não necessa-
necessidades das aplicações e dos recursos financeiros disponíveis. riamente trabalham igualmente. Enquanto um processador Intel
Durante o período de transição para uma nova tecnologia é 80286 requer 20 ciclos para multiplicar 2 números, um Intel 80486
comum encontrar placas mãe com slots para mais de um modelo. (ou superior) pode fazer o mesmo cálculo em um simples ciclo.
Atualmente as placas estão sendo produzidas apenas com módulos Por essa razão, estes novos processadores poderiam ser 20 vezes
de 168 vias, mas algumas comportam memórias de mais de um mais rápido que os antigos mesmo se a velocidade de clock fosse a
tipo (não simultaneamente): SDRAM, Rambus ou DDR-SDRAM. mesma. Além disso, alguns microprocessadores são superescalar,
• Clock o que significa que eles podem executar mais de uma instrução
Relógio interno baseado num cristal de Quartzo que gera um por ciclo.
pulso elétrico. A função do clock é sincronizar todos os circuitos Como as CPUs, os barramentos de expansão também têm a
da placa mãe e também os circuitos internos do processador para sua velocidade de clock. Seria ideal que as velocidades de clock da
que o sistema trabalhe harmonicamente. CPU e dos barramentos fossem a mesma para que um componente
Estes pulsos elétricos em intervalos regulares são medidos não deixe o outro mais lento. Na prática, a velocidade de clock dos
pela sua frequência cuja unidade é dada em hertz (Hz). 1 MHz é barramentos é mais lenta que a velocidade da CPU.
igual a 1 milhão de ciclos por segundo. Normalmente os proces- • Overclock
sadores são referenciados pelo clock ou frequência de operação: Overclock é o aumento da frequência do processador para que
Pentium IV 2.8 MHz. ele trabalhe mais rapidamente.
A frequência de operação dos computadores domésticos é de-
PROCESSADOR terminada por dois fatores:
• A velocidade de operação da placa-mãe, conhecida também
como velocidade de barramento, que nos computadores Pentium
pode ser de 50, 60 e 66 MHz.
• Um multiplicador de clock, criado a partir dos 486 que
permite ao processador trabalhar internamente a uma velocidade
maior que a da placa-mãe. Vale lembrar que os outros periféricos
do computador (memória RAM, cache L2, placa de vídeo, etc.)
continuam trabalhando na velocidade de barramento.
Como exemplo, um computador Pentium 166 trabalha com
velocidade de barramento de 66 MHz e multiplicador de 2,5x. Fa-
zendo o cálculo, 66 x 2,5 = 166, ou seja, o processador trabalha a
166 MHz, mas se comunica com os demais componentes do micro
a 66 MHz.
Tendo um processador Pentium 166 (como o do exemplo aci-
ma), pode-se fazê-lo trabalhar a 200 MHz, simplesmente aumen-
tando o multiplicador de clock de 2,5x para 3x. Caso a placa-mãe
O microprocessador, também conhecido como processador, permita, pode-se usar um barramento de 75 ou até mesmo 83 MHz
consiste num circuito integrado construído para realizar cálculos (algumas placas mais modernas suportam essa velocidade de bar-
e operações. Ele é a parte principal do computador, mas está longe ramento). Neste caso, mantendo o multiplicador de clock de 2,5x,
de ser uma máquina completa por si só: para interagir com o usuá- o Pentium 166 poderia trabalhar a 187 MHz (2,5 x 75) ou a 208
rio é necessário memória, dispositivos de entrada e saída, conver- MHz (2,5 x 83). As frequências de barramento e do multiplicador
sores de sinais, entre outros. podem ser alteradas simplesmente através de jumpers de configu-
Didatismo e Conhecimento 4
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
ração da placa-mãe, o que torna indispensável o manual da mesma. A memória é formada, geralmente, por chips e é utilizada para
O aumento da velocidade de barramento da placa-mãe pode criar guardar a informação para o processador num determinado mo-
problemas caso algum periférico (como memória RAM, cache L2, mento, por exemplo, quando um programa está sendo executado.
etc.) não suporte essa velocidade. As memórias ROM (Read Only Memory - Memória Somente
Quando se faz um overclock, o processador passa a trabalhar de Leitura) e RAM (Random Access Memory - Memória de Acesso
a uma velocidade maior do que ele foi projetado, fazendo com que Randômico) ficam localizadas junto à placa-mãe. A ROM são chips
haja um maior aquecimento do mesmo. Com isto, reduz-se a vida soldados à placa-mãe, enquanto a RAM são “pentes” de memória.
útil do processador de cerca de 20 para 10 anos (o que não chega
a ser um problema já que os processadores rapidamente se tornam FONTE DE ENERGIA
obsoletos). Esse aquecimento excessivo pode causar também fre-
quentes “crashes” (travamento) do sistema operacional durante o
seu uso, obrigando o usuário a reiniciar a máquina.
Ao fazer o overclock, é indispensável a utilização de um coo-
ler (ventilador que fica sobre o processador para reduzir seu aque-
cimento) de qualidade e, em alguns casos, uma pasta térmica espe-
cial que é passada diretamente sobre a superfície do processador.
Atualmente fala-se muito em CORE, seja dual, duo ou quad,
essa denominação refere-se na verdade ao núcleo do processador,
onde fica a ULA (Unidade Aritmética e Lógica). Nos modelos
DUAL ou DUO, esse núcleo é duplicado, o que proporciona uma
execução de duas instruções efetivamente ao mesmo tempo, em- É um aparelho que transforma a corrente de eletricidade alter-
bora isto não aconteça o tempo todo. Basta uma instrução precisar nada (que vem da rua), em corrente contínua, para ser usada nos
de um dado gerado por sua “concorrente” que a execução paralela computadores. Sua função é alimentar todas as partes do computa-
torna-se inviável, tendo uma instrução que esperar pelo término dor com energia elétrica apropriada para seu funcionamento.
Fica ligada à placa-mãe e aos outros dispositivos por meio de
da outra. Os modelos QUAD CORE possuem o núcleo quadru-
cabos coloridos com conectores nas pontas.
plicado.
Esses são os processadores fabricados pela INTEL, empresa
que foi pioneira nesse tipo de produto. Temos também alguns con- CABOS
correntes famosos dessa marca, tais como NEC, Cyrix e AMD;
sendo que atualmente apenas essa última marca mantém-se fazen-
do frente aos lançamentos da INTEL no mercado. Por exemplo,
um modelo muito popular de 386 foi o de 40 MHz, que nunca
foi feito pela INTEL, cujo 386 mais veloz era de 33 MHz, esse
processador foi obra da AMD. Desde o lançamento da linha Pen-
tium, a AMD foi obrigada a criar também novas denominações
para seus processadores, sendo lançados modelos como K5, K6-2,
K7, Duron (fazendo concorrência direta à ideia do Celeron) e os
mais atuais como: Athlon, Turion, Opteron e Phenom.
Podemos encontrar diferentes tipos de cabos dentro do gabi-
MEMÓRIAS nete: podem ser de energia ou de dados e conectam dispositivos,
como discos rígidos, drives de CDs e DVDs, LEDs (luzes), botão
liga/desliga, entre outros, à placa-mãe.
Os tipos de cabos encontrados dentro do PC são: IDE, SATA,
SATA2, energia e som.
DRIVERS
Didatismo e Conhecimento 5
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
São dispositivos de suporte para mídias - fixas ou removíveis Read Only Memory (ROM) é um tipo de memória em que
- de armazenamento de dados, nos quais a informação é gravada os dados não se perdem quando o computador é desligado. Este
por meio digital, ótico, magnético ou mecânico. tipo de memória é ideal para guardar dados da BIOS (Basic Input/
Hoje, os tipos mais comuns são o disco rígido ou HD, os Output System - Sistema Básico de Entrada/Saída) da placa-mãe e
drives de CD/DVD e o pen drive. Os computadores mais antigos outros dispositivos.
ainda apresentam drives de disquetes, que são bem pouco usados
devido à baixa capacidade de armazenamento. Todos os drives Os tipos de ROM usados atualmente são:
são ligados ao computador por meio de cabos.
• Electrically-Erasable Programmable Read-Only Memory
PORTAS DE ENTRADA/SAÍDA (Eeprom)
É um tipo de PROM que pode ser apagada simplesmente com
uma carga elétrica, podendo ser, posteriormente, gravada com novos
dados. Depois da NVRAM é o tipo de memória ROM mais utilizado
atualmente.
MEMÓRIAS E DISPOSITIVOS
DE ARMAZENAMENTO
Memórias
Memória ROM
Didatismo e Conhecimento 6
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
A memória ganhou melhor desempenho com versões mais po- O disco rígido é, na verdade, o único dispositivo para armaze-
derosas, como DRAM (Dynamic RAM - RAM dinâmica), EDO namento de informações indispensável ao funcionamento do com-
(Extended Data Out - Saída Estendida Dados), entre outras, que putador. É nele que ficam guardados todos os dados e arquivos,
proporcionam um aumento no desempenho de 10% a 30% em incluindo o sistema operacional. Geralmente é ligado à placa-mãe
comparação à RAM tradicional. Hoje, as memórias mais utilizadas por meio de um cabo, que pode ser padrão IDE, SATA ou SATA2.
são do tipo DDR2 e DDR3.
HD Externo
Memória Cache
1. CD comercial
(que já vem gravado com música ou dados)
2. CD-R
(que vem vazio e pode ser gravado uma única vez)
O disco rígido é popularmente conhecido como HD (Hard
Disk Drive - HDD) e é comum ser chamado, também, de memó-
3. CD-RW
ria, mas ao contrário da memória RAM, quando o computador é
desligado, não perde as informações. (que pode ter seus dados apagados e regravados)
Didatismo e Conhecimento 7
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Atualmente, a capacidade dos CDs é armazenar cerca de Cartão de Memória
700 MB ou 80 minutos de música.
Mouse
Didatismo e Conhecimento 8
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Touchpad Câmeras de Vídeo
Teclado
Câmera Digital
Didatismo e Conhecimento 9
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A princípio, essas informações são convertidas em cargas Todas as imagens que você vê na tela são compostas de cen-
elétricas que, depois, ainda no scanner, são transformadas em tenas (ou milhares) de pontos gráficos (ou pixels). Quanto mais
valores numéricos. O computador decodifica esses números, ar- pixels, maior a resolução e mais detalhada será a imagem na tela.
mazena-os e pode transformá-los novamente em imagem. Após Uma resolução de 640 x 480 significa 640 pixels por linha e 480
a imagem ser convertida para a tela, pode ser gravada e impressa linhas na tela, resultando em 307.200 pixels.
como qualquer outro arquivo. A placa gráfica permite que as informações saiam do compu-
Existem scanners que funcionam apenas em preto e branco tador e sejam apresentadas no monitor. A placa determina quantas
e outros, que reproduzem cores. No primeiro caso, os sensores cores você verá e qual a qualidade dos gráficos e imagens apre-
passam apenas uma vez por cada ponto da imagem. Os aparelhos sentadas.
de fax possuem um scanner desse tipo para captar o documento. Os primeiros monitores eram monocromáticos, ou seja, apre-
Para capturar as cores é preciso varrer a imagem três vezes: uma sentavam apenas uma cor e suas tonalidades, mostrando os textos
em branco ou verde sobre um fundo preto. Depois, surgiram os
registra o verde, outra o vermelho e outra o azul.
policromáticos, trabalhando com várias cores e suas tonalidades.
Há aparelhos que produzem imagens com maior ou menor
A tecnologia utilizada nos monitores também tem acompa-
definição. Isso é determinado pelo número de pontos por polega-
da (ppp) que os sensores fotoelétricos podem ler. As capacidades nhado o mercado de informática. Procurou-se reduzir o consumo
variam de 300 a 4800 ppp. Alguns modelos contam, ainda, com de energia e a emissão de radiação eletromagnética. Outras ino-
softwares de reconhecimento de escrita, denominados OCR. vações, como controles digitais, tela plana e recursos multimídia
Hoje em dia, existem diversos tipos de utilização para os contribuíram nas mudanças.
scanners, que podem ser encontrados até nos caixas de supermer- Nos desktops mais antigos, utilizava-se a Catodic Rays Tube
cados, para ler os códigos de barras dos produtos vendidos. (CRT), que usava o tubo de cinescópio (o mesmo princípio da TV),
em que um canhão dispara por trás o feixe de luz e a imagem é
Webcam mostrada no vídeo. Uma grande evolução foi o surgimento de
uma tela especial, a Liquid Crystal Display (LCD) - Tela de Cristal
Líquido.
A tecnologia LCD troca o tubo de cinescópio por minúsculos
cristais líquidos na formação dos feixes de luz até a montagem dos
pixels. Com este recurso, pode-se aumentar a área útil da tela.
Os monitores LCD permitem qualidade na visibilidade da
imagem - dependendo do tipo de tela ― que pode ser:
• Matriz ativa: maior contraste, nitidez e amplo campo de
visão
• Matriz passiva: menor tempo de resposta nos movimen-
tos de vídeo
É uma câmera de vídeo que capta imagens e as transfere ins- Além do CRT e do LCD, uma nova tecnologia esta ganhando
tantaneamente para o computador. A maioria delas não tem alta força no mercado, o LED. A principal diferença entre LED x LCD
resolução, já que as imagens têm a finalidade de serem transmi- está diretamente ligado à tela. Em vez de células de cristal líquido,
tidas a outro computador via Internet, ou seja, não podem gerar os LED possuem diodos emissores de luz (Light Emitting Diode)
um arquivo muito grande, para que possam ser transmitidas mais que fornecem o conjunto de luzes básicas (verde, vermelho e azul).
rapidamente. Eles não aquecem para emitir luz e não precisam de uma luz bran-
Hoje, muitos sites e programas possuem chats (bate-papo) ca por trás, o que permite iluminar apenas os pontos necessários na
com suporte para webcam. Os participantes podem conversar e
tela. Como resultado, ele consume até 40% menos energia.
visualizar a imagem um do outro enquanto conversam. Nos lap-
A definição de cores também é superior, principalmente do
tops e notebooks mais modernos, a câmera já vem integrada ao
computador. preto, que possui fidelidade não encontrada em nenhuma das de-
mais tecnologias disponíveis no mercado.
Saída Sem todo o aparato que o LCD precisa por trás, o LED tam-
bém pode ser mais fina, podendo chegar a apenas uma polegada de
São dispositivos utilizados para saída de dados do computa- espessura. Isso resultado num monitor de design mais agradável e
dor, por exemplo: monitor, impressora, projetor, caixa de som etc. bem mais leve.
Ainda é possível encontrar monitores CRT (que usavam o
Monitor tubo de cinescópio), mas os fabricantes, no entanto, não deram
continuidade à produção dos equipamentos com tubo de imagem.
É um dispositivo físico (semelhante a uma televisão) que tem Os primeiros monitores tinham um tamanho de, geralmente,
a função de exibir a saída de dados. 13 ou 14 polegadas. Com profissionais trabalhando com imagens,
A qualidade do que é mostrado na tela depende da resolução
cores, movimentos e animações multimídia, sentiu-se a necessida-
do monitor, designada pelos pontos (pixels - Picture Elements),
de de produzir telas maiores.
que podem ser representados na sua superfície.
Didatismo e Conhecimento 10
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Hoje, os monitores são vendidos nos mais diferentes formatos Plotters
e tamanhos. As televisões mais modernas apresentam uma entrada
VGA ou HDMI, para que computadores sejam conectados a elas.
Atualmente, as impressoras a jato de tinta ou inkjet (como Outro dispositivo utilizado para impressão é a plotter, que
também são chamadas), são as mais populares do mercado. Si- é uma impressora destinada a imprimir desenhos em grandes dimen-
lenciosas, elas oferecem qualidade de impressão e eficiência. sões, com elevada qualidade e rigor, como plantas arquitetônicas,
A impressora jato de tinta forma imagens lançando a tinta mapas cartográficos, projetos de engenharia e grafismo, ou seja, a im-
diretamente sobre o papel, produzindo os caracteres como se fos- pressora plotter é destinada às artes gráficas, editoração eletrônica e
sem contínuos. Imprime sobre papéis especiais e transparências áreas de CAD/CAM.
e são bastante versáteis. Possuem fontes (tipos de letras) internas Vários modelos de impressora plotter têm resolução de 300 dpi,
e aceitam fontes via software. Também preparam documentos em mas alguns podem chegar a 1.200 pontos por polegada, permitindo
preto e branco e possuem cartuchos de tinta independentes, um imprimir, aproximadamente, 20 páginas por minuto (no padrão de pa-
preto e outro colorido. pel utilizado em impressoras a laser).
Existe a plotter que imprime materiais coloridos com largura de
até três metros (são usadas em empresas que imprimem grandes volu-
Impressora Laser
mes e utilizam vários formatos de papel).
Projetor
Entrada/Saída
As impressoras a laser apresentam elevada qualidade de im- São dispositivos que possuem tanto a função de inserir dados,
pressão, aliada a uma velocidade muito superior. Utilizam folhas quanto servir de saída de dados. Exemplos: pen drive, modem, CD-
avulsas e são bastante silenciosas. -RW, DVD-RW, tela sensível ao toque, impressora multifuncional,
Possuem fontes internas e também aceitam fontes via sof- etc.
tware (dependendo da quantidade de memória). Algumas pos- IMPORTANTE: A impressora multifuncional pode ser classifi-
suem um recurso que ajusta automaticamente as configurações cada como periférico de Entrada/Saída, pois sua principal característi-
de cor, eliminando a falta de precisão na impressão colorida, po- ca é a de realizar os papeis de impressora (Saída) e scanner (Entrada)
dendo atingir uma resolução de 1.200 dpi (dots per inch - pontos no mesmo dispositivo.
por polegada).
BARRAMENTOS – CONCEITOS GERAIS
Impressora a Cera
Os barramentos, conhecidos como BUS em inglês, são conjun-
Categoria de impressora criada para ter cor no impresso com tos de fios que normalmente estão presentes em todas as placas do
qualidade de laser, porém o custo elevado de manutenção aliado computador.
Na verdade existe barramento em todas as placas de produtos
ao surgimento da laser colorida fizeram essa tecnologia ser es-
eletrônicos, porém em outros aparelhos os técnicos referem-se aos
quecida. A ideia aqui é usar uma sublimação de cera (aquela do
barramentos simplesmente como o “impresso da placa”.
lápis de cera) para fazer impressão.
Didatismo e Conhecimento 11
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Barramento é um conjunto de 50 a 100 fios que fazem a comu- Barramentos Comerciais
nicação entre todos os dispositivos do computador: UCP, memória,
dispositivos de entrada e saída e outros. Os sinais típicos encontrados Serão listados aqui alguns barramentos que foram e alguns que
no barramento são: dados, clock, endereços e controle. ainda são bastante usados comercialmente.
Os dados trafegam por motivos claros de necessidade de serem
levados às mais diversas porções do computador. ISA – Industry Standard Architeture
Os endereços estão presentes para indicar a localização para onde
os dados vão ou vêm.
O clock trafega nos barramentos conhecidos como síncronos,
pois os dispositivos são obrigados a seguir uma sincronia de tempo
para se comunicarem.
O controle existe para informar aos dispositivos envolvidos na
transmissão do barramento se a operação em curso é de escrita, lei-
tura, reset ou outra qualquer. Alguns sinais de controle são bastante
comuns:
• Memory Write - Causa a escrita de dados do barramento de
dados no endereço especificado no barramento de endereços.
• Memory Read - Causa dados de um dado endereço especificado
pelo barramento de endereço a ser posto no barramento de dados.
• I/O Write - Causa dados no barramento de dados serem envia- Foi lançado em 1984 pela IBM para suportar o novo PC-AT.
dos para uma porta de saída (dispositivo de I/O). Tornou-se, de imediato, o padrão de todos os PC-compatíveis. Era
• I/O Read - Causa a leitura de dados de um dispositivo de I/O, os um barramento único para todos os componentes do computador,
quais serão colocados no barramento de dados. operando com largura de 16 bits e com clock de 8 MHz.
• Bus request - Indica que um módulo pede controle do barra-
mento do sistema. PCI – Peripheral Components Interconnect
• Reset - Inicializa todos os módulos
Didatismo e Conhecimento 12
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
- Add-in cards interface Na busca de uma solução para algumas limitações dos bar-
Possuem dispositivos que usam o protocolo PCI. São gerencia- ramentos AGP e PCI, a indústria de tecnologia trabalha no barra-
dos pelo PCI master e são totalmente programáveis. mento PCI Express, cujo nome inicial era 3GIO. Trata-se de um
padrão que proporciona altas taxas de transferência de dados entre
AGP – Advanced Graphics Port o computador em si e um dispositivo, por exemplo, entre a placa-
-mãe e uma placa de vídeo 3D.
A tecnologia PCI Express conta com um recurso que permite
o uso de uma ou mais conexões seriais, também chamados de la-
nes para transferência de dados. Se um determinado dispositivo
usa um caminho, então diz-se que esse utiliza o barramento PCI
Express 1X; se utiliza 4 lanes , sua denominação é PCI Express 4X
e assim por diante. Cada lane pode ser bidirecional, ou seja, recebe
e envia dados. Cada conexão usada no PCI Express trabalha com 8
bits por vez, sendo 4 em cada direção. A freqüência usada é de 2,5
GHz, mas esse valor pode variar. Assim sendo, o PCI Express 1X
consegue trabalhar com taxas de 250 MB por segundo, um valor
bem maior que os 132 MB do padrão PCI. Esse barramento traba-
lha com até 16X, o equivalente a 4000 MB por segundo. A tabela
abaixo mostra os valores das taxas do PCI Express comparadas às
taxas do padrão AGP:
Esse barramento permite que uma placa controladora gráfica AGP PCI Express
AGP substitua a placa gráfica no barramento PCI. O Chip con- AGP 1X: 266 MB por PCI Express 1X: 250 MB por
trolador AGP substitui o controlador de E/S do barramento PCI. segundo segundo
O novo conjunto AGP continua com funções herdadas do PCI. O AGP 4X: 1064 MB por PCI Express 2X: 500 MB por
conjunto faz a transferência de dados entre memória, o processa- segundo segundo
dor e o controlador ISA, tudo, simultaneamente.
Permite acesso direto mais rápido à memória. Pela porta grá- AGP 8X: 2128 MB por PCI Express 8X: 2000 MB por
fica aceleradora, a placa tem acesso direto à RAM, eliminando a segundo segundo
necessidade de uma VRAM (vídeo RAM) na própria placa para PCI Express 16X: 4000 MB por
armazenar grandes arquivos de bits como mapas e textura. segundo
O uso desse barramento iniciou-se através de placas-mãe que
usavam o chipset i440LX, da Intel, já que esse chipset foi o primei- É importante frisar que o padrão 1X foi pouco utilizado e,
ro a ter suporte ao AGP. A principal vantagem desse barramento é devido a isso, há empresas que chamam o PC I Express 2X de PCI
o uso de uma maior quantidade de memória para armazenamento Express 1X.
de texturas para objetos tridimensionais, além da alta velocidade Assim sendo, o padrão PCI Express 1X pode representar tam-
no acesso a essas texturas para aplicação na tela. bém taxas de transferência de dados de 500 MB por segundo.
O primeiro AGP (1X) trabalhava a 133 MHz, o que proporcio- A Intel é uma das grandes precursoras de inovações tecnoló-
na uma velocidade 4 vezes maior que o PCI. Além disso, sua taxa gicas.
de transferência chegava a 266 MB por segundo quando operando No início de 2001, em um evento próprio, a empresa mostrou
no esquema de velocidade X1, e a 532 MB quando no esquema de a necessidade de criação de uma tecnologia capaz de substituir o
velocidade 2X. Existem também as versões 4X, 8X e 16X. Geral- padrão PCI: tratava-se do 3GIO (Third Generation I/O – 3ª gera-
mente, só se encontra um único slot nas placas-mãe, visto que o ção de Entrada e Saída). Em agosto desse mesmo ano, um grupo
AGP só interessa às placas de vídeo. de empresas chamado de
PCI-SIG (composto por companhias como IBM, AMD e Mi-
crosoft) aprovou as primeiras especificações do 3GIO.
PCI Express
Entre os quesitos levantados nessas especificações, estão os
que se seguem: suporte ao barramento PCI, possibilidade de uso
de mais de uma lane, suporte a outros tipos de conexão de plata-
formas, melhor gerenciamento de energia, melhor proteção contra
erros, entre outros.
Didatismo e Conhecimento 13
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
os dispositivos periféricos precisam comunicarem-se com a UCP, USB – Universal Serial Bus
para isso, historicamente foram desenvolvidas algumas soluções
de conexão tais como: serial, paralela, USB e Firewire. Passando A tecnologia USB surgiu no ano de 1994 e, desde então, foi
ainda por algumas soluções proprietárias, ou seja, que somente fun- passando por várias revisões. As mais populares são as versões
cionavam com determinado periférico e de determinado fabricante. 1.1 e 2.0, sendo esta última ainda bastante utilizada. A primeira é
capaz de alcançar, no máximo, taxas de transmissão de 12 Mb/s
Interface Serial (megabits por segundo), enquanto que a segunda pode oferecer
Conhecida por seu uso em mouse e modems, esta interface no até 480 Mb/s.
passado já conectou até impressoras. Sua característica fundamen- Como se percebe, o USB 2.0 consegue ser bem rápido, afinal,
tal é que os bits trafegam em fila, um por vez, isso torna a comuni- 480 Mb/s correspondem a cerca de 60 megabytes por segundo. No
cação mais lenta, porém o cabo do dispositivo pode ser mais longo, entanto, acredite, a evolução da tecnologia acaba fazendo com que
alguns chegam até a 10 metros de comprimento. Isso é útil para velocidades muito maiores sejam necessárias.
usar uma barulhenta impressora matricial em uma sala separada Não é difícil entender o porquê: o número de conexões à in-
daquela onde o trabalho acontece. ternet de alta velocidade cresce rapidamente, o que faz com que as
As velocidades de comunicação dessa interface variam de 25 pessoas queiram consumir, por exemplo, vídeos, músicas, fotos e
bps até 57.700 bps (modems mais recentes). Na parte externa do jogos em alta definição. Some a isso ao fato de ser cada vez mais
gabinete, essas interfaces são representadas por conectores DB-9 comum o surgimento de dispositivos como smartphones e câmeras
ou DB-25 machos. digitais que atendem a essas necessidades. A consequência não po-
deria ser outra: grandes volumes de dados nas mãos de um número
cada vez maior de pessoas.
Com suas especificações finais anunciadas em novembro de
2008, o USB 3.0 surgiu para dar conta desta e da demanda que está
por vir. É isso ou é perder espaço para tecnologias como o FireWi-
re ou Thunderbolt, por exemplo. Para isso, o USB 3.0 tem como
principal característica a capacidade de oferecer taxas de transfe-
rência de dados de até 4,8 Gb/s (gigabits por segundo). Mas não
é só isso...
Didatismo e Conhecimento 14
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Conectores USB 3.0 Em relação ao tipo B do padrão USB 2.0, a porta USB 3.0
possui uma área de contatos adicional na parte superior. Isso sig-
Outro aspecto no qual o padrão USB 3.0 difere do 2.0 diz res- nifica que nela podem ser conectados tantos dispositivos USB 2.0
peito ao conector. Os conectores de ambos são bastante parecidos, (que aproveitam só a parte inferior) quanto USB 3.0. No entanto,
mas não são iguais. dispositivos 3.0 não poderão ser conectados em portas B 2.0:
Micro-USB 3.0
Didatismo e Conhecimento 15
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
O conector USB 3.0 B pode contar ainda com uma variação Merece destaque ainda o aspecto da alimentação elétrica:
(USB 3.0 B Powered) que utiliza um contato a mais para alimenta- o USB 3.1 poderá suportar até de 100 watts na transferência de
ção elétrica e outro associado a este que serve como “fio terra”, per- energia, indicando que dispositivos mais exigentes poderão ser ali-
mitindo o fornecimento de até 1000 miliampéres a um dispositivo. mentados por portas do tipo. Monitores de vídeo e HDs externos
Quanto ao tamanho dos cabos, não há um limite definido, no são exemplos: não seria ótimo ter um único cabo saindo destes
entanto, testes efetuados por algumas entidades especialistas (como dispositivos?
a empresa Cable Wholesale) recomendam, no máximo, até 3 me- A indústria trabalha com a possiblidade de os primeiros equi-
tros para total aproveitamento da tecnologia, mas esta medida pode pamentos baseados em USB 3.1 começarem a chegar ao mercado
variar de acordo com as técnicas empregadas na fabricação. no final de 2014. Até lá, mais detalhes serão revelados.
No que se refere à transmissão de dados em si, o USB 3.0 faz Novo conector “tipo C”: uso dos dois lados
esse trabalho de maneira bidirecional, ou seja, entre dispositivos Em dezembro de 2013, a USB.org anunciou outra novidade
conectados, é possível o envio e o recebimento simultâneo de da- para a versão 3.1 da tecnologia: um conector chamado (até agora,
dos. No USB 2.0, é possível apenas um tipo de atividade por vez. pelos menos) de tipo C que permitirá que você conecte um cabo à
O USB 3.0 também consegue ser mais eficiente no controle entrada a partir de qualquer lado.
do consumo de energia. Para isso, o host, isto é, a máquina na qual Sabe aquelas situações onde você encaixa um cabo ou pen-
os dispositivos são conectados, se comunica com os aparelhos de drive de um jeito, nota que o dispositivo não funcionou e somente
maneira assíncrona, aguardando estes indicarem a necessidade de então percebe que o conectou incorretamente? Com o novo co-
transmissão de dados. No USB 2.0, há uma espécie de “pesquisa nector, este problema será coisa do passado: qualquer lado fará o
contínua”, onde o host necessita enviar sinais constantemente para dispositivo funcionar.
saber qual deles necessita trafegar informações. Trata-se de um plugue reversível, portanto, semelhante aos
Ainda no que se refere ao consumo de energia, tanto o host conectores Lightning existentes nos produtos da Apple. Tal como
quanto os dispositivos conectados podem entrar em um estado de estes, o conector tipo C deverá ter também dimensões reduzidas,
economia em momentos de ociosidade. Além disso, no USB 2.0, os o que facilitará a sua adoção em smartphones, tablets e outros dis-
dados transmitidos acabam indo do host para todos os dispositivos positivos móveis.
conectados. No USB 3.0, essa comunicação ocorre somente com o Tamanha evolução tem um preço: o conector tipo C não será
compatível com as portas dos padrões anteriores, exceto pelo uso
dispositivo de destino.
de adaptadores. É importante relembrar, no entanto, que será pos-
sível utilizar os conectores já existentes com o USB 3.1.
Como saber rapidamente se uma porta é USB 3.0
A USB.org promete liberar mais informações sobre esta novi-
dade em meados de 2014.
Em determinados equipamentos, especialmente laptops, é co-
mum encontrar, por exemplo, duas portas USB 2.0 e uma USB 3.0.
Firewire
Quando não houver nenhuma descrição identificando-as, como sa-
ber qual é qual? Pela cor existente no conector. O barramento firewire, também conhecido como IEEE 1394
Pode haver exceções, é claro, mas pelo menos boa parte dos ou como i.Link, é um barramento de grande volume de transfe-
fabricantes segue a recomendação de identificar os conectores USB rência de dados entre computadores, periféricos e alguns produtos
3.0 com a sua parte plástica em azul, tal como informado anterior- eletrônicos de consumo. Foi desenvolvido inicialmente pela Apple
mente. Nas portas USB 2.0, por sua vez, os conectores são pretos como um barramento serial de alta velocidade, mas eles estavam
ou, menos frequentemente, brancos. muito à frente da realidade, ainda mais com, na época, a alternati-
va do barramento USB que já possuía boa velocidade, era barato
USB 3.1: até 10 Gb/s e rapidamente integrado no mercado. Com isso, a Apple, mesmo
incluindo esse tipo de conexão/portas no Mac por algum tempo,
Em agosto de 2013, a USB.org anunciou as especificações fi- a realidade “de fato”, era a não existência de utilidade para elas
nais do USB 3.1 (também chamado deSuperSpeed USB 10 Gbps), devido à falta de periféricos para seu uso. Porém o desenvolvi-
uma variação do USB 3.0 que se propõe a oferecer taxas de transfe- mento continuou, sendo focado principalmente pela área de vídeo,
rência de dados de até 10 Gb/s (ou seja, o dobro). que poderia tirar grandes proveitos da maior velocidade que ele
Na teoria, isso significa que conexões 3.1 podem alcançar ta- oferecia.
xas de até 1,2 gigabyte por segundo! E não é exagero, afinal, há
aplicações que podem usufruir desta velocidade. É o caso de mo- Suas principais vantagens:
nitores de vídeo que são conectados ao computador via porta USB, • São similares ao padrão USB;
por exemplo. • Conexões sem necessidade de desligamento/boot do micro
Para conseguir taxas tão elevadas, o USB 3.1 não faz uso de (hot-plugable);
nenhum artefato físico mais elaborado. O “segredo”, essencialmen- • Capacidade de conectar muitos dispositivos (até 63 por por-
te, está no uso de um método de codificação de dados mais eficiente ta);
e que, ao mesmo tempo, não torna a tecnologia significantemente • Permite até 1023 barramentos conectados entre si;
mais cara. • Transmite diferentes tipos de sinais digitais:
Vale ressaltar que o USB 3.1 é compatível com conectores e vídeo, áudio, MIDI, comandos de controle de dispositivo, etc;
cabos das especificações anteriores, assim como com dispositivos • Totalmente Digital (sem a necessidade de conversores analó-
baseados nestas versões. gico-digital, e portanto mais seguro e rápido);
Didatismo e Conhecimento 16
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
• Devido a ser digital, fisicamente é um cabo fino, flexível, É comum encontrar monitores cujo cabo VGA possui pinos
barato e simples; faltantes. Não se trata de um defeito: embora os conectores VGA
• Como é um barramento serial, permite conexão bem facilita- utilizem um encaixe com 15 pinos, nem todos são usados.
da, ligando um dispositivo ao outro, sem a necessidade de conexão
ao micro (somente uma ponta é conectada no micro).
INTERFACE DE VIDEO
Didatismo e Conhecimento 17
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Há ainda conectores DVI que trabalham com as especifica- Muitas placas de vídeo oferecem conexão VGA ou DVI com
ções Single Link e Dual Link. O primeiro suporta resoluções de até S-Video. Dependendo do caso, é possível encontrar os três tipos
1920x1080 e, o segundo, resoluções de até 2048x1536, em ambos na mesma placa. Assim, se você quiser assistir na TV um vídeo
os casos usando uma frequência de 60 Hz. armazenado em seu computador, basta usar a conexão S-Video,
O cabo dos dispositivos que utilizam a tecnologia DVI é com- desde que a televisão seja compatível com esse conector, é claro.
posto, basicamente, por quatro pares de fios trançados, sendo um
par para cada cor primária (vermelho, verde e azul) e um para o
sincronismo. Os conectores, por sua vez, variam conforme o tipo
do DVI, mas são parecidos entre si, como mostra a imagem a se-
guir:
Atualmente, praticamente todas as placas de vídeo e moni- Placa de vídeo com conectores S-Video, DVI e VGA
tores são compatíveis com DVI. A tendência é a de que o padrão
VGA caia, cada vez mais, em desuso. Component Video (Vídeo Componente)
O padrão Component Video é, na maioria das vezes, usado em
Conector S-Video (Separated Video) computadores para trabalhos profissionais - por exemplo, para ativi-
dades de edição de vídeo. Seu uso mais comum é em aparelhos de
DVD e em televisores de alta definição (HDTV - High-Definition
Television), sendo um dos preferidos para sistemas de home theater.
Isso ocorre justamente pelo fato de o Vídeo Componente oferecer
excelente qualidade de imagem.
Para entender o S-Video, é melhor compreender, primeira- A conexão do Component Video é feita através de um cabo com
mente, outro padrão: o Compost Video, mais conhecido como Ví- três fios, sendo que, geralmente, um é indicado pela cor verde, outro
deo Composto. Esse tipo utiliza conectores do tipo RCA e é comu- é indicado pela cor azul e o terceiro é indicado pela cor vermelha,
mente encontrado em TVs, aparelhos de DVD, filmadoras, entre em um esquema conhecido como Y-Pb-Pr (ou Y-Cb-Cr). O primeiro
outros. (de cor verde), é responsável pela transmissão do vídeo em preto e
Geralmente, equipamentos com Vídeo Composto fazem uso branco, isto é, pela “estrutura” da imagem. Os demais conectores
de três cabos, sendo dois para áudio (canal esquerdo e canal direi- trabalham com os dados das cores e com o sincronismo.
to) e o terceiro para o vídeo, sendo este o que realmente faz parte Como dito anteriormente, o padrão S-Video é cada vez mais
do padrão. Esse cabo é constituído de dois fios, um para a trans- comum em placas de vídeo. No entanto, alguns modelos são tam-
missão da imagem e outro que atua como “terra”. bém compatíveis com Vídeo Componente. Nestes casos, o encaixe
O S-Video, por sua vez, tem seu cabo formado com três fios: que fica na placa pode ser do tipo que aceita sete pinos (pode ha-
um transmite imagem em preto e branco; outro transmite imagens ver mais). Mas, para ter certeza dessa compatibilidade, é necessário
em cores; o terceiro atua como terra. É essa distinção que faz com consultar o manual do dispositivo.
que o S-Video receba essa denominação, assim como é essa uma Para fazer a conexão de um dispositivo ao computador usando
das características que faz esse padrão ser melhor que o Vídeo o Component Video, é necessário utilizar um cabo especial (geral-
Composto. mente disponível em lojas especializadas): uma de suas extremi-
O conector do padrão S-Video usado atualmente é conhecido dades contém os conectores Y-Pb-Pr, enquanto a outra possui um
como Mini-Din de quatro pinos (é semelhante ao usado em mou- encaixe único, que deve ser inserido na placa de vídeo.
ses do tipo PS/2). Também é possível encontrar conexões S-Video
de sete pinos, o que indica que o dispositivo também pode contar MONITOR DE VÍDEO
com Vídeo Componente (visto adiante). O monitor é um dispositivo de saída do computador, cuja fun-
ção é transmitir informação ao utilizador através da imagem.
Didatismo e Conhecimento 18
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Os monitores são classificados de acordo com a tecnolo- LCD
gia de amostragem de vídeo utilizada na formação da imagem.
Atualmente, essas tecnologias são três: CRT , LCD e plasma. À
superfície do monitor sobre a qual se projecta a imagem chama-
mos tela, ecrã ou écran.
Tecnologias
CRT
Didatismo e Conhecimento 19
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Apesar das desvantagens supra mencionadas, a venda de mo- As portas são, por definição, locais onde se entra e sai. Em
nitores e televisores LCD vem crescendo bastante. termos de tecnologia informática não é excepção. As portas são
tomadas existentes na face posterior da caixa do computador, às
Principais características técnicas quais se ligam dispositivos de entrada e de saída, e que são direc-
Para a especificação de um monitor de vídeo, as característi- tamente ligados à motherboard .
cas técnicas mais relevantes são: Estas portas ou canais de comunicação podem ser:
• Luminância; * Porta Dim
• Tamanho da tela; * Porta PS/2
• Tamanho do ponto; * Porta série
• Temperatura da cor; * Porta Paralela
• Relação de contraste; * Porta USB
• Interface (DVI ou VGA, usualmente); * Porta FireWire
• Frequência de sincronismo horizontal;
• Frequência de sincronismo vertical; Porta DIM
• Tempo de resposta; e É uma porta em desuso, com 5 pinos, e a ela eram ligados os
• Frequência de atualização da imagem teclados dos computadores da geração da Intel 80486, por exem-
plo. Como se tratava apenas de ligação para teclados, existia só
LED uma porta destas nas motherboards. Nos equipamentos mais re-
Painéis LCD com retro iluminação LED, ou LED TVs, o mes- centes, os teclados são ligados às portas PS/2.
mo mecanismo básico de um LCD, mas com iluminação LED. Ao
invés de uma única luz branca que incide sobre toda a superfície
da tela, encontra-se um painel com milhares de pequenas luzes co-
loridas que acendem de forma independente. Em outras palavras,
aplica-se uma tecnologia similar ao plasma a uma tela de LCD.
KIT MULTIMÍDIA
Multimídia nada mais é do que a combinação de textos, sons
e vídeos utilizados para apresentar informações de maneira que,
Porta PS/2
antes somente imaginávamos, praticamente dando vida às suas
Surgiram com os IBM PS/2 e nos respectivos teclados. Tam-
apresentação comerciais e pessoais. A multimídia mudou comple-
bém são designadas por mini-DIM de 6 pinos. Os teclados e ratos
tamente a maneira como as pessoas utilizam seus computadores.
dos computadores actuais são, na maior parte dos casos, ligados
Kit multimídia nada mais é do que o conjunto que compõem a
através destes conectores. Nas motherboards actuais existem duas
parte física (hardwares) do computador relacionados a áudio e som
portas deste tipo.
do sistema operacional.
Podemos citar como exemplo de Kit Multimídia, uma pla-
Porta Série
ca de som, um drive de CD-ROM, microfone e um par de caixas
A saída série de um computador geralmente está localizada
acústicas.
na placa MULTI-IDE e é utilizada para diversos fins como, por
exemplo, ligar um fax modem externo, ligar um rato série, uma
plotter, uma impressora e outros periféricos. As portas cujas fichas
têm 9 ou 25 pinos são também designadas de COM1 e COM2. As
motherboards possuem uma ou duas portas deste tipo.
Porta Paralela
A porta paralela obedece à norma Centronics. Nas portas pa-
ralelas o sinal eléctrico é enviado em simultâneo e, como tal, tem
um desempenho superior em relação às portas série. No caso desta
Didatismo e Conhecimento 20
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
norma, são enviados 8 bits de cada vez, o que faz com que a sua ca- Placa utilizada para conecção internet pela linha discada
pacidade de transmisssão atinja os 100 Kbps. Esta porta é utilizada (DIAL UP) geralmente opera com 56 Kbps(velocidade de trans-
para ligar impressoras e scanners e possui 25 pinos em duas filas. missão dos dados 56.000 bits por segundo( 1 byte = 8 bits).Usa
interface PCI.
Porta USB (Universal Serial Bus)
Desenvolvida por 7 empresas (Compaq, DEC, IBM, Intel, O SISTEMA OPERACIONAL E OS OUTROS SOFT-
Microsoft, NEC e Northern Telecom), vai permitir conectar pe- WARES
riféricos por fora da caixa do computador, sem a necessidade de
instalar placas e reconfigurar o sistema. Computadores equipados Um sistema operacional (SO) é um programa (software) que
com USB vão permitir que os periféricos sejam automaticamente controla milhares de operações, faz a interface entre o usuário e o
configurados assim que estejam conectados fisicamente, sem a ne- computador e executa aplicações.
cessidade de reboot ou programas de setup. O número de acessó- Basicamente, o sistema operacional é executado quando liga-
rios ligados à porta USB pode chegar a 127, usando para isso um mos o computador. Atualmente, os computadores já são vendidos
periférico de expansão. com o SO pré-instalado.
A conexão é Plug & Play e pode ser feita com o computador Os computadores destinados aos usuários individuais, chama-
ligado. O barramento USB promete acabar com os problemas de dos de PCs (Personal Computer), vêm com o sistema operacional
IRQs e DMAs. projetado para pequenos trabalhos. Um SO é projetado para con-
O padrão suportará acessórios como controles de monitor, trolar as operações dos programas, como navegadores, processa-
acessórios de áudio, telefones, modems, teclados, mouses, drives dores de texto e programas de e-mail.
de CD ROM, joysticks, drives de fitas e disquetes, acessórios de Com o desenvolvimento dos processadores, os computado-
imagem como scanners e impressoras. A taxa de dados de 12 me- res tornaram-se capazes de executar mais e mais instruções por
gabits/s da USB vai acomodar uma série de periféricos avançados, segundo. Estes avanços possibilitaram aos sistemas operacionais
incluindo produtos baseados em Vídeo MPEG-2, digitalizadores e executar várias tarefas ao mesmo tempo. Quando um computador
interfaces de baixo custo para ISDN (Integrated Services Digital necessita permitir usuários simultâneos e trabalhos múltiplos, os
Network) e PBXs digital. profissionais da tecnologia de informação (TI) procuram utilizar
computadores mais rápidos e que tenham sistemas operacionais
robustos, um pouco diferente daqueles que os usuários comuns
usam.
Os Arquivos
Didatismo e Conhecimento 21
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Quando muitos programas são carregados, é trabalho do sis- Sistemas Proprietários e Sistemas Livres
tema operacional alocar recursos do computador e gerenciar a me-
mória. O Windows, o UNIX e o Macintosh são sistemas opera-
cionais proprietários. Isto significa que é necessário comprá-los
Programas Utilitários do Sistema Operacional ou pagar uma taxa por seu uso às companhias que registraram
o produto em seu nome e cobram pelo seu uso.
Suporte para programas internos (vulto-in): os programas uti- O Linux, por exemplo, pode ser distribuído livremente e
litários são os programas que o sistema operacional usa para se tem grande aceitação por parte dos profissionais da área, uma
manter e se reparar. Estes programas ajudam a identificar proble- vez que, por possuir o código aberto, qualquer pessoa que
mas, encontram arquivos perdidos, reparam arquivos danificados entenda de programação pode contribuir com o processo de
e criam cópias de segurança (backup). melhoria dele.
Controle do hardware: o sistema operacional está situado en- Sistemas operacionais estão em constante evolução e hoje
tre os programas e o BIOS (Basic Input/Output System - Sistema não são mais restritos aos computadores. Eles são usados em
Básico de Entrada/Saída). PDAs, celulares, laptops etc.
O BIOS faz o controle real do hardware. Todos os programas
que necessitam de recursos do hardware devem, primeiramente,
passar pelo sistema operacional que, por sua vez, pode alcançar o Obs: os Tópicos “Internet e Segurança da Informação”,
hardware por meio do BIOS ou dos drivers de dispositivos. está disponível nos tópicos abaixo.
Todos os programas são escritos para um sistema operacional
específico, o que os torna únicos para cada um. Explicando: um
programa feito para funcionar no Windows não funcionará no Li- SISTEMA WINDOWS: COMPONENTES
nux e vice-versa. DA ÁREA DE TRABALHO; COMPONENTES
DAS JANELAS; CONFIGURAÇÃO DO
Termos Básicos PAINEL DE CONTROLE; ÁREA DE
TRANSFERÊNCIA; WINDOWS EXPLORER;
Para compreender do que um sistema operacional é capaz, é FORMATAÇÃO E CÓPIA DE DISCOS;
importante conhecer alguns termos básicos. Os termos abai- UTILIZAÇÃO DA AJUDA; PROGRAMAS
xo são usados frequentemente ao comparar ou descrever sistemas NATIVOS.
operacionais:
• Multiusuário: dois ou mais usuários executando pro-
gramas e compartilhando, ao mesmo tempo, dispositivos, como
a impressora. WINDOWS 7
• Multitarefa: capacidade do sistema operacional em exe-
cutar mais de um programa ao mesmo tempo. O Windows é um sistema operacional produzidos pela Mi-
• Multiprocessamento: permite que um computador te- crosoft para uso em computadores. O Windows 7 foi lançado para
nha duas ou mais unidades centrais de processamento (CPU) que empresas no dia 22 de julho de 2009, e começou a ser vendido
compartilhem programas. livremente para usuários comuns dia 22 de outubro de 2009.
• Multithreading: capacidade de um programa ser que- Diferente do Windows Vista, que introduziu muitas novidades,
brado em pequenas partes podendo ser carregadas conforme o Windows 7 é uma atualização mais modesta e direcionada para a
necessidade do sistema operacional. Multithreading permite que linha Windows, tem a intenção de torná-lo totalmente compatível
os programas individuais sejam multitarefa. com aplicações e hardwares com os quais o Windows Vista já era
compatível.
Tipos de Sistemas Operacionais Apresentações dadas pela companhia no começo de 2008
mostraram que o Windows 7 apresenta algumas variações como
Atualmente, quase todos os sistemas operacionais são uma barra de tarefas diferente, um sistema de “network” chamada
multiusuário, multitarefa e suportam multithreading. Os mais uti- de “HomeGroup”, e aumento na performance.
lizados são o Microsoft Windows, Mac OSX e o Linux. · Interface gráfica aprimorada, com nova barra de tarefas e
O Windows é hoje o sistema operacional mais popular que suporte para telas touch screen e multi-táctil (multi-touch)
existe e é projetado para funcionar em PCs e para ser usado em · Internet Explorer 8;
CPUs compatíveis com processadores Intel e AMD. Quase todos · Novo menu Iniciar;
os sistemas operacionais voltados ao consumidor doméstico · Nova barra de ferramentas totalmente reformulada;
utilizam interfaces gráficas para realizar a ponte máquina-homem. · Comando de voz (inglês);
As primeiras versões dos sistemas operacionais foram · Gadgets sobre o desktop;
construídas para serem utilizadas por somente uma pessoa em · Novos papéis de parede, ícones, temas etc.;
um único computador. Com o decorrer do tempo, os fabrican- · Conceito de Bibliotecas (Libraries), como no Windows
tes atenderam às necessidades dos usuários e permitiram que seus Media Player, integrado ao Windows Explorer;
softwares operassem múltiplas funções com (e para) múltiplos · Arquitetura modular, como no Windows Server 2008;
usuários. · Faixas (ribbons) nos programas incluídos com o Windows
(Paint e WordPad, por exemplo), como no Office 2007;
Didatismo e Conhecimento 22
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
· Aceleradores no Internet Explorer 8; Tornar sua experiência na Web mais rápida, fácil e segura do
· Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e memória RAM; que nunca com o Internet Explorer 8, assistir a muitos dos seus
· Home Groups; programas de TV favoritos de graça e onde quiser, com a TV na
· Melhor desempenho; Internet e criar facilmente uma rede doméstica e conectar seus
· Windows Media Player 12; computadores a uma impressora com o Grupo Doméstico.
· Nova versão do Windows Media Center; Já o Professional apresenta todos esses recursos adicionados
· Gerenciador de Credenciais; de outros que o deixam mais completo como o usuário pode
· Instalação do sistema em VHDs; executar vários programas de produtividade do Windows XP no
· Nova Calculadora, com interface aprimorada e com mais Modo Windows XP, conectar-se a redes corporativas facilmente e
funções; com mais segurança com o Ingresso no Domínio e além do Backup
· Reedição de antigos jogos, como Espadas Internet, Gamão e Restauração de todo o sistema encontrado em todas as edições,
Internet e Internet Damas; é possível fazer backup em uma rede doméstica ou corporativa.
· Windows XP Mode;
O Ultimate também apresenta todos esses recursos acrescidos
· Aero Shake;
de outros que tornam sua funcionalidade completa com todos os
Apesar do Windows 7 conter muitos novos recursos o número recursos disponíveis nessa versão do sistema operacional como
de capacidades e certos programas que faziam parte do Windows ajuda para proteger os dados do seu computador e de dispositivos
Vista não estão mais presentes ou mudaram, resultando na remoção de armazenamento portáteis contra perda ou roubo com o
de certas funcionalidades. Mesmo assim, devido ao fato de ainda BitLocker e poder trabalhar no idioma de sua escolha ou alternar
ser um sistema operacional em desenvolvimento, nem todos os entre 35 idiomas.
recursos podem ser definitivamente considerados excluídos.
Fixar navegador de internet e cliente de e-mail padrão no Recursos
menu Iniciar e na área de trabalho (programas podem ser fixados
manualmente). Segundo o site da própria Microsoft, os recursos encontrados
no Windows 7 são fruto das novas necessidades encontradas pelos
Windows Photo Gallery, Windows Movie Maker, Windows usuários. Muitos vêm de seu antecessor, Windows Vista, mas
Mail e Windows existem novas funcionalidades exclusivas, feitas para facilitar a
Calendar foram substituídos pelas suas respectivas contrapartes utilização e melhorar o desempenho do SO (Sistema Operacional)
do Windows Live, com a perda de algumas funcionalidades. no computador.
O Windows 7, assim como o Windows Vista, estará disponível Vale notar que, se você tem conhecimentos em outras versões
em cinco diferentes edições, porém apenas o Home Premium, do Windows, não terá que jogar todo o conhecimento fora. Apenas
Professional e Ultimate serão vendidos na maioria dos países,
vai se adaptar aos novos caminhos e aprender “novos truques”
restando outras duas edições que se concentram em outros
enquanto isso.
mercados, como mercados de empresas ou só para países em
desenvolvimento. Cada edição inclui recursos e limitações, sendo
que só o Ultimate não tem limitações de uso. Segundo a Microsoft, Tarefas Cotidianas
os recursos para todas as edições do Windows 7 são armazenadas
no computador. Já faz tempo que utilizar um computador no dia a dia se tornou
Um dos principais objetivos da Microsoft com este novo comum. Não precisamos mais estar em alguma empresa enorme
Windows é proporcionar uma melhor interação e integração do para precisar sempre de um computador perto de nós. O Windows
sistema com o usuário, tendo uma maior otimização dos recursos do 7 vem com ferramentas e funções para te ajudar em tarefas comuns
Windows 7, como maior autonomia e menor consumo de energia, do cotidiano.
voltado a profissionais ou usuários de internet que precisam
interagir com clientes e familiares com facilidade, sincronizando e Grupo Doméstico
compartilhando facilmente arquivos e diretórios.
Ao invés de um, digamos que você tenha dois ou mais
Comparando as edições computadores em sua casa. Permitir a comunicação entre várias
estações vai te poupar de ter que ir fisicamente aonde a outra
O Windows 7 tem três edições diferentes de um mesmo máquina está para recuperar uma foto digital armazenada apenas
sistema operacional, que se adéquam as necessidades diárias de nele.
cada usuário essas edições são o Home Premium, o Professional Com o Grupo Doméstico, a troca de arquivos fica simplificada
e Ultimate. e segura. Você decide o que compartilhar e qual os privilégios que
Essas edições apresentam variações de uma para outra, como os outros terão ao acessar a informação, se é apenas de visualização,
o Home Premium, que é uma edição básica, mas de grande uso de edição e etc.
para usuários que não apresentam grandes necessidades.
Os seus recursos são a facilidade para suas atividades diárias Tela sensível ao toque
com a nova navegação na área de trabalho, o usuário pode abrir
os programas mais rápida e facilmente e encontrar os documentos O Windows 7 está preparado para a tecnologia sensível ao
que mais usa em instantes. toque com opção a multitoque, recurso difundido pelo iPhone.
Didatismo e Conhecimento 23
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
O recurso multitoque percebe o toque em diversos pontos da Pode, inclusive, fixar conteúdo que você considere importan-
tela ao mesmo tempo, assim tornando possível dimensionar uma te. Se a edição de um determinado documento é constante, vale a
imagem arrastando simultaneamente duas pontas da imagem na pena deixá-lo entre os “favoritos”, visto que a lista de recentes se
tela. modifica conforme você abre e fecha novos documentos.
O Touch Pack para Windows 7 é um conjunto de aplicativos
e jogos para telas sensíveis ao toque. O Surface Collage é um Snap
aplicativo para organizar e redimensionar fotos. Nele é possível
montar slide show de fotos e criar papeis de parede personalizados. Ao se utilizar o Windows por muito tempo, é comum ver vá-
Essas funções não são novidades, mas por serem feitas para usar rias janelas abertas pelo seu monitor. Com o recurso de Snap, você
uma tela sensível a múltiplos toques as tornam novidades. pode posicioná-las de um jeito prático e divertido. Basta apenas
clicar e arrastá-las pelas bordas da tela para obter diferentes posi-
cionamentos.
O Snap é útil tanto para a distribuição como para a compara-
ção de janelas. Por exemplo, jogue uma para a esquerda e a outra
na direita. Ambas ficaram abertas e dividindo igualmente o espaço
pela tela, permitindo que você as veja ao mesmo tempo.
Windows Search
Menu iniciar
Microsoft Surface Collage, desenvolvido para usar tela sen-
sível ao toque.
As pesquisas agora podem ser feitas diretamente do menu
iniciar. É útil quando você necessita procurar, por exemplo, pelo
Lista de Atalhos
atalho de inicialização de algum programa ou arquivo de modo
rápido.
Novidade desta nova versão, agora você pode abrir direta-
mente um arquivo recente, sem nem ao menos abrir o programa “Diferente de buscas com as tecnologias anteriores do Windo-
que você utilizou. Digamos que você estava editando um relatório ws Search, a pesquisa do menu início não olha apenas aos nomes
em seu editor de texto e precisou fechá-lo por algum motivo. de pastas e arquivos.
Quando quiser voltar a trabalhar nele, basta clicar com o botão Considera-se o conteúdo do arquivo, tags e propriedades tam-
direito sob o ícone do editor e o arquivo estará entre os recentes. bém” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 770).
Ao invés de ter que abrir o editor e somente depois se preocu- Os resultados são mostrados enquanto você digita e são divi-
par em procurar o arquivo, você pula uma etapa e vai diretamente didos em categorias, para facilitar sua visualização.
para a informação, ganhando tempo. Abaixo as categorias nas quais o resultado de sua busca pode
ser dividido.
· Programas
· Painel de Controle
· Documentos
· Música
· Arquivos
Didatismo e Conhecimento 24
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Imagine que todo arquivo de texto sem seu computador pos-
sui um autor. Se você está buscando por arquivos de texto, pode
ter a opção de filtrar por autores.
Didatismo e Conhecimento 25
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
- Do seu jeito Temas
O ambiente que nos cerca faz diferença, tanto para nossa qua-
lidade de vida quanto para o desempenho no trabalho. O compu- Como nem sempre há tempo de modificar e deixar todas as
tador é uma extensão desse ambiente. O Windows 7 permite uma configurações exatamente do seu gosto, o Windows 7 disponibiliza
alta personalização de ícones, cores e muitas outras opções, dei- temas, que mudam consideravelmente os aspectos gráficos, como
xando um ambiente mais confortável, não importa se utilizado no em papéis de parede e cores.
ambiente profissional ou no doméstico.
Muitas opções para personalizar o Windows 7 estão na página ClearType
de Personalização1, que pode ser acessada por um clique com o
botão direito na área de trabalho e em seguida um clique em Per- “Clear Type é uma tecnologia que faz as fontes parecerem
sonalizar. mais claras e suaves no monitor. É particularmente efetivo para
É importante notar que algumas configurações podem deixarv monitores LCD, mas também tem algum efeito nos antigos mode-
seu computador mais lento, especialmente efeitos de transparên- los CRT(monitores de tubo). O Windows 7 dá suporte a esta tec-
cia. Abaixo estão algumas das opções de personalização mais in- nologia” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 163, tradução nossa).
teressantes.
Novas possibilidades
Papéis de Parede
Os novos recursos do Windows Seven abrem, por si só, novas
Os papéis de parede não são tamanha novidade, virou prati- possibilidades de configuração, maior facilidade na navega, dentre
camente uma rotina entre as pessoas colocarem fotos de ídolos, outros pontos. Por enquanto, essas novidades foram diretamente
paisagens ou qualquer outra figura que as agrade. Uma das novi- aplicadas no computador em uso, mas no Seven podemos também
dades fica por conta das fotos que você encontra no próprio SO. interagir com outros dispositivos.
Variam de uma foto focando uma única folha numa floresta até
uma montanha. Reproduzir em
A outra é a possibilidade de criar um slide show com várias
fotos. Elas ficaram mudando em sequência, dando a impressão que Permitindo acessando de outros equipamentos a um computa-
sua área de trabalho está mais viva. dor com o Windows Seven, é possível que eles se comuniquem e
seja possível tocar, por exemplo, num aparelho de som as músicas
Gadgets que você tem no HD de seu computador.
É apenas necessário que o aparelho seja compatível com o
As “bugigangas” já são conhecidas do Windows Vista, mas Windows Seven – geralmente indicado com um logotipo “Compa-
eram travadas no canto direito. Agora elas podem ficar em qual- tível com o Windows 7».
quer local do desktop.
Servem para deixar sua área de trabalho com elementos sor- Streaming de mídia remoto
tidos, desde coisas úteis – como uma pequena agenda – até as de
gosto mais duvidosas – como uma que mostra o símbolo do Corin- Com o Reproduzir em é possível levar o conteúdo do compu-
thians. Fica a critério do usuário o que e como utilizar. tador para outros lugares da casa. Se quiser levar para fora dela,
O próprio sistema já vem com algumas, mas se sentir necessi- uma opção é o Streaming de mídia remoto.
dade, pode baixar ainda mais opções da internet. Com este novo recurso, dois computadores rodando Windows
7 podem compartilhar músicas através do Windows Media Player
12. É necessário que ambos estejam associados com um ID online,
como a do Windows Live.
Personalização
Didatismo e Conhecimento 26
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Use o tema inteiro ou crie seu próprio tema personalizado al-
terando as imagens, cores e sons individualmente. Você também
pode localizar mais temas online no site do Windows. Você tam-
bém pode alterar os sons emitidos pelo computador quando, por
exemplo, você recebe um e-mail, inicia o Windows ou desliga o
computador.
O plano de fundo da área de trabalho, chamado de papel de
parede, é uma imagem, cor ou design na área de trabalho que cria
um fundo para as janelas abertas. Você pode escolher uma imagem
para ser seu plano de fundo de área de trabalho ou pode exibir uma
apresentação de slides de imagens. Também pode ser usada uma
proteção de tela onde uma imagem ou animação aparece em sua
tela quando você não utiliza o mouse ou o teclado por determinado
período de tempo. Você pode escolher uma variedade de proteções
de tela do Windows.
Aumentando o tamanho da fonte você pode tornar o texto, os
ícones e outros itens da tela mais fáceis de ver. Também é possível
reduzir a escala DPI, escala de pontos por polegada, para diminuir Aplicativo de copiar tela (botão print screen).
o tamanho do texto e outros itens na tela para que caibam mais
informações na tela. O Paint foi reformulado, agora conta com novas ferramentas
Outro recurso de personalização é colocar imagem de conta e design melhorado, ganhou menus e ferramentas que parecem do
de usuário que ajuda a identificar a sua conta em um computador. Office 2007.
A imagem é exibida na tela de boas vindas e no menu Iniciar. Você
pode alterar a imagem da sua conta de usuário para uma das ima-
gens incluídas no Windows ou usar sua própria imagem.
E para finalizar você pode adicionar “gadgets” de área de tra-
balho, que são miniprogramas personalizáveis que podem exibir
continuamente informações atualizadas como a apresentação de
slides de imagens ou contatos, sem a necessidade de abrir uma
nova janela.
Aplicativos novos
Didatismo e Conhecimento 27
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
· Placa de vídeo com suporte a elementos gráficos DirectX 9
com 256 MB de memória (para habilitar o tema do Windows Aero)
· Unidade de DVD-R/W
· Conexão com a Internet (para obter atualizações)
Atualizar de um SO antigo
Atualização
Requisitos Instalação
Apesar desta nova versão do Windows estar mais leve em Por qualquer motivo que a atualização não possa ser efetuada,
relação ao Vista, ainda é exigido uma configuração de hardware a instalação completa se torna a opção mais viável.
(peças) relativamente boa, para que seja utilizado sem problemas Neste caso, é necessário fazer backup de dados que se deseja
de desempenho. utilizar, como drivers e documentos de texto, pois todas as infor-
mações no computador serão perdidas. Quando iniciar o Windows
Esta é a configuração mínima: 7, ele vai estar sem os programas que você havia instalado e com
· Processador de 1 GHz (32-bit) as configurações padrão.
· Memória (RAM) de 1 GB
· Placa de Vídeo compatível com DirectX 9.0 e 32 MB de Desempenho
memória (sem Windows Aero)
· Espaço requerido de 16GB
De nada adiantariam os novos recursos do Windows 7 se ele
· DVD-ROM
mantivesse a fama de lento e paranóico, adquirida por seu anteces-
· Saída de Áudio
sor. Testes indicam que a nova versão tem ganhou alguns pontos
Se for desejado rodar o sistema sem problemas de lentidão e na velocidade.
ainda usufruir derecursos como o Aero, o recomendado é a seguin- O Seven te ajuda automaticamente com o desempenho: “Seu
te configuração. sistema operacional toma conta do gerenciamento do processador
e memória para você” (Jim Boyce; Windows 7 Bible, pg 1041,
Configuração Recomendada: tradução nossa).
· Processador de 2 GHz (32 ou 64 bits) Além disso, as tarefas recebem prioridades. Apesar de não
· Memória (RAM) de 2 GB ajudar efetivamente no desempenho, o Windows 7 prioriza o que o
· Espaço requerido de disco rígido: 16 GB usuário está interagindo (tarefas “foreground”).
Didatismo e Conhecimento 28
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Outras, como uma impressão, tem baixa prioridade pois são
naturalmente lentas e podem ser executadas “longe da visão” do
usuário, dando a impressão que o computador não está lento.
Essa característica permite que o usuário não sinta uma lenti-
dão desnecessária no computador.
Entretanto, não se pode ignorar o fato que, com cada vez mais
recursos e “efeitos gráficos”, a tendência é que o sistema operacio-
nal se torne um forte consumidor de memória e processamento. O
Seven disponibiliza vários recursos de ponta e mantêm uma per-
formance satisfatória.
Monitor de desempenho
Com o monitor de recursos, uma série de abas mostra infor- Mais voltada para as pequenas empresas, a versão Professio-
mações sobre o uso do processador, da memória, disco e conexão nal do Windows 7 possuirá diversos recursos que visam facilitar
à rede. a comunicação entre computadores e até mesmo impressoras de
uma rede corporativa.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS VERSÕES
Para isso foram desenvolvidos aplicativos como o Domain
Windows 7 Starter Join, que ajuda os computadores de uma rede a “se enxergarem”
e conseguirem se comunicar. O Location Aware Printing, por sua
Como o próprio título acima sugere, esta versão do Windows vez, tem como objetivo tornar muito mais fácil o compartilhamen-
é a mais simples e básica de todas. A Barra de Tarefas foi comple- to de impressoras.
tamente redesenhada e não possui suporte ao famoso Aero Glass. Como empresas sempre estão procurando maneiras para se
Uma limitação da versão é que o usuário não pode abrir mais do proteger de fraudes, o Windows 7 Professional traz o Encrypting
que três aplicativos ao mesmo tempo. File System, que dificulta a violação de dados. Esta versão também
Esta versão será instalada em computadores novo apenas nos será encontrada em lojas de varejo ou computadores novos.
países em desenvolvimento, como Índia, Rússia e Brasil. Disponí-
vel apenas na versão de 32 bits. Windows 7 Enterprise, apenas para vários
Windows 7 Home Basic Sim, é “apenas para vários” mesmo. Como esta é uma versão
Esta é uma versão intermediária entre as edições Starter e mais voltada para empresas de médio e grande porte, só poderá
Home Premium (que será mostrada logo abaixo). Terá também a ser adquirida com licenciamento para diversas máquinas. Acumula
versão de 64 bits e permitirá a execução de mais de três aplicativos todas as funcionalidades citadas na edição Professional e possui
ao mesmo tempo. recursos mais sofisticados de segurança.
Assim como a anterior, não terá suporte para o Aero Glass Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável pela
nem para as funcionalidades sensíveis ao toque, fugindo um pouco criptografia de dados e o AppLocker, que impede a execução de
da principal novidade do Windows 7. Computadores novos pode- programas não-autorizados. Além disso, há ainda o BrachCache,
rão contar também com a instalação desta edição, mas sua venda para turbinar transferência de arquivos grandes e também o Di-
será proibida nos Estados Unidos. rectAccess, que dá uma super ajuda com a configuração de redes
corporativas.
Windows 7 Home Premium
Windows 7 Ultimate, o mais completo e mais caro
Edição que os usuários domésticos podem chamar de “com-
pleta”, a Home Premium acumula todas as funcionalidades das Esta será, provavelmente, a versão mais cara de todas, pois
edições citadas anteriormente e soma mais algumas ao pacote. contém todas as funcionalidades já citadas neste artigo e mais al-
Dentre as funções adicionadas, as principais são o suporte à gumas. Apesar de sua venda não ser restrita às empresas, o Mi-
interface Aero Glass e também aos recursos Touch Windows (tela crosoft disponibilizará uma quantidade limitada desta versão do
sensível ao toque) e Aero Background, que troca seu papel de pa- sistema.
rede automaticamente no intervalo de tempo determinado. Haverá Isso porque grande parte dos aplicativos e recursos presentes
ainda um aplicativo nativo para auxiliar no gerenciamento de redes na Ultimate são dedicados às corporações, não interessando muito
wireless, conhecido como Mobility Center. aos usuários comuns.
Didatismo e Conhecimento 29
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
4. Selecione uma planilha de exemplo e clique em Abrir.
Fundamentos da planilha
Didatismo e Conhecimento 30
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
• Para mover uma célula para baixo em uma coluna, pressione Etapas
a tecla de seta para baixo ou Enter. 1. Clique em uma célula e digite o primeiro item da série, por
• Para mover uma célula para cima em uma coluna, pressione exemplo, segunda-feira. Pressione Return.
a tecla de seta para cima. 2. Clique na célula novamente para ver a alça de preenchi-
• Para mover uma célula para a direita, pressione a tecla de mento — a caixa preta pequena no canto direito inferior da célula.
seta para a direita ou Tab. 3. Arraste a alça de preenchimento até realçar o intervalo de
• Para mover uma célula para a esquerda, pressione a tecla de células no qual deseja inserir a série.
seta para a esquerda. 4. Solte o botão do mouse.
Os itens consecutivos na série são adicionados automatica-
Dica – Para mover para a última célula que contém dados em mente às células realçadas.
uma coluna ou linha, mantenha pressionada a tecla Ctrl enquanto
pressiona uma tecla de direção.
- Para inserir rapidamente datas e números consecutivos a. Na caixa de diálogo Excluir conteúdo, selecione as opções
O Calc oferece um recurso de preenchimento para você inse- que deseja.
rir rapidamente uma série sucessiva de dados, como datas, dias, b. Clique em OK.
meses e números. O conteúdo de cada célula sucessiva na série
é incrementado por um. 1 é incrementado para 2, segunda-feira é
incrementada para terceira-feira, e assim por diante.
Didatismo e Conhecimento 31
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Formatando planilhas
Usando AutoFormatação
Etapas
1. Selecione a célula ou o intervalo de células que deseja for-
matar e escolha Formatar - Células.
- Para aplicar formatação manual com a caixa de diálogo For- Altera o preenchimento do plano de fundo das células
matar células
Se precisar de mais opções de formatação do que a barra Ob- Guia Proteção de célula
jeto de Cal fornece, use a caixa de diálogo Formatar células.
Protege o conteúdo das células no interior de folhas prote-
gidas.
3. Clique em OK.
Didatismo e Conhecimento 32
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Formatando células e folhas com estilos
Usando operadores
- Para aplicar formatação com a janela Estilos e formatação Você pode usar os seguintes operadores nas fórmulas:
Etapas
1. Escolha Formatar - Estilos e formatação.
2. Para alterar a formatação de células, clique em uma célula
ou selecione um intervalo de células.
a. Clique no ícone Estilos de célula na parte superior da janela
Estilos e formatação.
b. Clique duas vezes em um estilo na lista.
3. Para alterar o layout de uma folha, clique em qualquer lugar
na folha.
a. Clique no ícone Estilos de página na parte superior da janela
Estilos e formatação.
b. Clique duas vezes em um estilo na lista.
Didatismo e Conhecimento 33
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Exibe 20 por cento do conteúdo da célula A1 - Para usar uma função
=A1*A2 Etapas
Exibe o resultado da multiplicação do conteúdo das células 1. Clique na célula à qual deseja adicionar uma função.
A1 e A2 2. Escolha Inserir – Função.
Abre-se a caixa de diálogo Assistente de função.
Usando parênteses 3. Na caixa Categoria, selecione a categoria que contém o tipo
de função que você deseja usar.
O Calc segue a ordem de operações ao calcular uma fórmula. 4. Na lista Funções, clique na função que deseja usar.
Multiplicação e divisão são feitas antes de adição e subtração, 5. Clique em Próximo.
independentemente de onde esses operadores aparecem na fór- 6. Insira os valores necessários ou clique nas células que con-
mula. Por exemplo, para a fórmula =2+5+5*2, o Calc retorna o têm os valores que você deseja.
valor de 17 e não de 24. 7. Clique em OK.
Editando uma fórmula Dica – Consulte a ajuda on-line do Calc para obter mais infor-
mações sobre as funções do Calc, inclusive exemplos.
Uma célula que contém uma fórmula exibe apenas o resulta- Usando gráficos
do da fórmula. A fórmula é exibida na caixa de Linha de entrada. Gráficos podem ajudar a visualizar padrões e tendências nos
dados numéricos.
- Para editar uma fórmula O BrOffice.org fornece vários estilos de gráfico que você pode
Etapas usar para representar os números.
1. Clique em uma célula que contém uma fórmula. Observação – Gráficos não se restringem a planilhas. Você
A fórmula é exibida na caixa de Linha de entrada da barra pode também inserir um gráfico ao escolher Inserir - Objeto - Grá-
Fórmula. fico nos outros programas do BrOffice.org.
Didatismo e Conhecimento 34
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Editando gráficos EXCEL 2007
Depois de criar um gráfico, poderá voltar e alterar, mover, re- O Excel 2007 é um programa para elaboração de planilha
dimensionar ou excluir o gráfico. eletrônica, constituindo poderosa ferramenta de auxílio à execução
de trabalhos que envolvem cálculos matemáticos.
- Para redimensionar, mover ou excluir um gráfico Com esse aplicativo, você pode criar uma grande diversidade
Etapa de documentos, utilizando recursos como fórmulas, atualização
Clique no gráfico e siga um destes procedimentos: automática de resultados, gráficos elaborados em 3D e classificação
• Para redimensionar o gráfico, mova o ponteiro do mouse so- por valores preestabelecidos entre muitos outros.
bre uma das alças, pressione o botão do mouse e arraste o mouse.
O Calc exibe uma linha pontilhada do novo tamanho do gráfi- Nesta versão, o Excel surge com uma nova interface, em que
co enquanto você arrasta. os tradicionais menus de opções desaparecem e dão lugar a uma
• Para mover o gráfico, mova o ponteiro do mouse para dentro Faixa de Opções com diversas guias, onde podemos encontrar,
do gráfico, pressione o botão do mouse e arraste o mouse para um mais facilmente, os comandos necessários para executar as tarefas
novo lugar. que nos propomos realizar.
• Para excluir o gráfico, pressione a tecla Delete.
- Para alterar a aparência de um gráfico 1. Explorando a janela do Excel
Você pode usar os ícones na barra de ferramentas Padrão do 1.1. Acessando o Excel
gráfico para alterar a aparência do gráfico. Há várias formas de acessar o Excel. A mais utilizada é clicar
Etapas no botão Iniciar, Todos os programas, Microsoft Office, Microsoft
1. Clique duas vezes em um gráfico para exibir a barra de Office Excel 2007.
ferramentas Padrão do gráfico.
Didatismo e Conhecimento 35
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
MS EXCEL
O Excel é uma das melhores planilhas existentes no mercado.
As planilhas eletrônicas são programas que se assemelham a uma
folha de trabalho, na qual podemos colocar dados ou valores em
forma de tabela e aproveitar a grande capacidade de cálculo e
armazenamento do computador para conseguir efetuar trabalhos
que, normalmente, seriam resolvidos com uma calculadora, lápis
e papel. A tela do computador se transforma numa folha onde
Do lado direito do Botão Office , você poderá personalizar podemos observar uma série de linhas (números) e colunas
a Barra de Ferramentas de Acesso Rápido (figura 4), clicando na (letras). A cada encontro de uma linha com uma coluna temos uma
Caixa de listagem (lista de opções disponíveis) . Para ativar ou célula onde podemos armazenar um texto, um valor, funções ou
desativar um comando, basta clicar sobre ele. fórmula para os cálculos. O Excel oferece, inicialmente, em uma
única pasta de trabalho três planilhas, mas é claro que você poderá
inserir mais planilhas conforma sua necessidade.
Interface
A interface do Excel segue o padrão dos aplicativos Office,
com ABAS, Botão Office, controle de Zoom na direita. O que
muda são alguns grupos e botões exclusivos do Excel e as guias de
planilha no rodapé à esquerda:
Guias de Planilha
Botão Ajuda – Acessa a ajuda do Office Online ou a local
(salva no computador).
Controle da Janela – Controles para Minimizar (aparece na
barra de tarefas), Maximizar (fica do tamanho da tela), Restaurar
(pode ser redimensionada conforme a necessidade) e Fechar (fecha
a janela). Você poderá utilizá-los para o Excel ou para cada pasta Um arquivo do Excel ao iniciar com três guias de planilha,
aberta. estas guias permite que se possa em um único arquivo armazenar
mais de uma planilha, inicialmente o Excel possui três planilhas,
e ao final da Plan3 temos o ícone de inserir planilha que cria uma
nova planilha. Você pode clicar com o botão direito do mouse em
Faixa de Opções – A Faixa de Opções é o local onde estão os uma planilha existente para manipular as planilhas.
principais comandos do Excel, separados por guias: Início, Inserir,
Layout da Página, Fórmulas, Dados, Revisão e Exibição.
Didatismo e Conhecimento 36
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Movimentação na planilha
Para selecionar uma célula ou torná-la ativa, basta movimen-
tar o retângulo (cursor) de seleção para a posição desejada. A mo-
vimentação poderá ser feita através do mouse ou teclado.
Com o mouse para selecionar uma célula basta dar um clique
em cima dela e observe que a célula na qual você clicou é mostrada
como referência na barra de fórmulas.
Didatismo e Conhecimento 37
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Dê um nome ao seu arquivo, defina o local onde ele deverá ser Vamos montar uma planilha simples.
salvo e clique em Salvar, o formato padrão das planilhas do Excel
2010 é o xlsx, se precisar salvar em xls para manter compatibilida-
de com as versões anteriores é preciso em tipo definir como Pasta
de Trabalho do Excel 97 – 2003.
Para abrir um arquivo existente, clique no botão Office e de-
pois no botão Abrir, localize seu arquivo e clique sobre ele e depois
em abrir.
Operadores
Didatismo e Conhecimento 38
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Poderíamos fazer o seguinte cálculo =1*20 que me traria o re- No caso a função a ser utilizada é a função SOMA, a sua es-
sultado, porém bastaria alterar o valor da quantidade ou o V. unitá- trutura é =SOMA(CelIni:Celfim), ou seja, inicia-se com o sinal
rio que eu precisaria fazer novamente o cálculo. O correto é então de igual (=), escreve-se o nome da função, abrem-se parênteses,
é fazer =A4*C4 com isso eu multiplico referenciando as células, clica-se na célula inicial da soma e arrasta-se até a última célula
independente do conteúdo dela, ele fará a multiplicação, desde que a ser somada, este intervalo é representado pelo sinal de dois pon-
ali se tenha um número. tos (:), e fecham-se os parênteses.
Didatismo e Conhecimento 39
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Temos o grupo Fonte que permite alterar a fonte a ser utilizada, o tamanho, aplicar negrito, itálico e sublinhado, linhas de grade, cor de
preenchimento e cor de fonte. Ao clicar na faixa do grupo será mostrada a janela de fonte.
A guia mostrada nesta janela é a Fonte nela temos o tipo da letra, estilo, tamanho, sublinhado e cor, observe que existem menos recursos
de formatação do que no Word.
A guia Número permite que se formatem os números de suas células. Ele dividido em categorias e dentro de cada categoria ele possui
exemplos de utilização e algumas personalizações como, por exemplo, na categoria Moeda em que é possível definir o símbolo a ser usado
e o número de casas decimais.
Didatismo e Conhecimento 40
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
A guia Preenchimento permite adicionar cores de preenchi-
mento às suas células.
A guia Bordas permite adicionar bordas a sua planilha, em- Vamos colocar também a linha onde estão Quant, Produto
bora a planilha já possua as linhas de grade que facilitam a identi- etc... em negrito e centralizado.
ficação de suas células, você pode adicionar bordas para dar mais
destaque.
O título Relação de Produtos ficará melhor visualmente se es-
tiver centralizado entra a largura da planilha, então selecione desde
a célula A1 até a célula D1 depois clique no botão Mesclar e Cen-
tralizar centralize e aumente um pouco o tamanho da fonte.
Didatismo e Conhecimento 41
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Didatismo e Conhecimento 42
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Inserção de linhas e colunas
Para adicionar ou remover linhas e colunas no Excel é simples. Para adicionar, basta clicar com o botão direito do mouse em uma linha
e depois clicar em Inserir, a linha será adicionada acima da selecionada, no caso a coluna será adicionada à esquerda. Para excluir uma linha
ou uma coluna, basta clicar com o botão direito na linha ou coluna a ser excluída.
Este processo pode ser feito também pelo grupo Células que está na ABA inicio.
Através da opção Formatar podemos também definir a largura das linhas e colunas.
Congelar Painéis
Algumas planilhas quando muito longas necessitam que sejam mantidos seus cabeçalho e primeiras linhas, evitando-se assim a digita-
ção de valores em locais errados. Esse recurso chama-se congelar painéis e está disponível na ABA exibição.
No grupo Janela temos o botão Congelar Painéis, clique na opção congelar primeira linha e mesmo que você role a tela a primeira linha
ficará estática.
Didatismo e Conhecimento 43
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Trabalhando com Referências
Percebemos que ao copiar uma fórmula, automaticamente são
alteradas as referências, isso ocorre, pois trabalhamos até o mo-
mento com valores relativos.
Porém, vamos adicionar em nossa planilha mais uma
coluna onde pretendo calcular qual a porcentagem cada produto
representa no valor total
Didatismo e Conhecimento 44
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Porém se utilizarmos o conceito aprendido de copiar a célula No exemplo acima foi possível travar toda a células, existem
E4 para resolver os demais cálculos na célula E5 à fórmula fica- casos em que será necessário travar somente a linha e casos onde
rá =D5/D10, porém se observarmos o correto seria ficar =D5/D9, será necessário travar somente a coluna.
pois a célula D9 é a célula com o valor total, ou seja, esta é a célula As combinações então ficariam (tomando como base a célula D9)
comum a todos os cálculos a serem feitos, com isso não posso D9 - Relativa, não fixa linha nem coluna
copiar a fórmula, pelo menos não como está. $D9 - Mista, fixa apenas a coluna, permitindo a variação da
Uma solução seria fazer uma a uma, mas a ideia de uma pla- linha.
nilha é ganhar-se tempo. D$9 - Mista, fixa apenas a linha, permitindo a variação da
A célula D9 então é um valor absoluto, ele não muda é tam- coluna.
bém chamado de valor constante. $D$9 - Absoluta, fixa a linha e a coluna.
A solução é então travar a célula dentro da formula, para isso
usamos o símbolo do cifrão ($), na célula que fizemos o cálculo Algumas outras funções
Vamos inicialmente montar a seguinte planilha
E4 de clique sobre ela, depois clique na barra de fórmulas sobre a
referência da célula D9.
Didatismo e Conhecimento 45
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Ao clicar na opção Mais Funções abre-se a tela de Inserir MIN
Função, você pode digitar uma descrição do que gostaria de saber Mostra o valor mínimo de uma seleção de células.
calcular, pode buscar por categoria, como Financeira,m Data Hora Vamos utilizar essa função em nossa planilha para saber os
etc..., ao escolher uma categoria, na caixa central serão mostradas valores mínimos nas características de nossos atletas.
todas as funções relativas a essa categoria. Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de ida-
Ao selecionar, por exemplo, a categoria Estatística e dentro de na linha de valores máximos E16 e monte a seguinte função
do conjunto de funções desta categoria a função Máximo abaixo é =MIN(E4:E13). Com essa função está buscando no intervalo das
apresentado uma breve explicação da utilização desta função. Se células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.
precisar de mais detalhes da utilização da função clique sobre o
link Ajuda sobre esta função.
Média
Didatismo e Conhecimento 46
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A função para o cálculo da média da Idade é =MÉDIA(E4:E13) Vamos atribuir inicialmente que atletas com idade menor que
clique na célula onde está o cálculo e depois clique na barra de 18 anos serão da categoria Juvenil e acima disso categoria Profis-
fórmulas. sional. Então a lógica da função será que quando a Idade do atleta
Altere a função para =ARRED(MÉDIA(E4:E13);1) com isso for menor que 18 ele será Juvenil e quando ela for igual ou maior
fizemos com que caso exista números após a vírgula o mesmo que 18 ele será Profissional.
será arredonda a somente uma casa decimal. Caso você não queira Convertendo isso para a função e baseando-se que a idade do
casas decimais coloque após o ponto e vírgula o número zero. primeiro atleta está na célula E4 à função ficará:
=SE(E4<18;”Juvenil”;”Profissional”.)
Nesta situação deve-se ter uma atenção grande em relação aos
parênteses, observe que foi aberto uma após a função ARRED e
um a pós a função MÉDIA então se deve ter o cuidado de fechá-los
corretamente. O que auxilia no fechamento correto dos parênte-
ses é que o Excel vai colorindo os mesmos enquanto você faz o
cálculo.
=SE(E4<J4;K4;SE(E4<J5;K5;K6))
Temos então:
Didatismo e Conhecimento 47
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=SE(E4<J4: Aqui temos nosso primeiro teste lógico, onde =HORA(AGORA()) Retorna à hora atual
verificamos se a idade que consta na célula E4 é menor que o =MINUTO(AGORA()) Retorna o minuto atual
valor que consta na célula J4. =SEGUNDO(AGORA()) Retorna o segundo atual
K4: Célula definida a ser retornada como verdadeiro deste tes- =AGORA( ) Retorna a data e à hora
te lógico, no caso o texto “Juvenil”. =DIA.DA.SEMANA(HOJE()) Retorna o dia da semana em
SE(E4<J5: segundo teste lógico, onde verificamos se valor número
da célula E4 é menor que 30, se for real retorna o segundo valor =DIAS360( ) Calcula o número de dias que há entre uma
verdadeiro, é importante ressaltar que este teste lógico somente data inicial e uma data final.
será utilizado se o primeiro teste der como falso. Para exemplificar monte a seguinte planilha.
K5: Segundo valor verdadeiro, será retornado se o segundo
teste lógico estiver correto.
K6: Valor falso, será retornado se todos os testes lógicos de-
rem como falso.
Permite contar em um intervalo de valores quantas vezes se
repete determinado item. Vamos aplicar a função em nossa plani-
lha de controle de atletas
Didatismo e Conhecimento 48
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Para a segunda-feira o cálculo fica da seguinte forma: Crie um novo campo abaixo da Tabela e coloque V. a receber
=HORA(B6)*B7+MINUTO(B6)*B7/60. e faça a soma dos valores totais.
Inicialmente utilizamos a função HORA e pegamos como re-
ferência de hora o valor da célula B6, multiplicamos pelo valor que
está em B7, essa parte calcula somente à hora cheia então precisa-
mos somar os minutos que pega a função MINUTO e multiplica a
quantidade de horas pelo valor da hora, como o valor é para a hora
o dividimos então por 60
Após isso coloque o valor em formato Moeda.
Planilhas 3D
Didatismo e Conhecimento 49
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Para poder copiar a fórmula para as demais células, bloqueie a
célula B2 que é referente ao valor em real.
O ideal nesta planilha é que a única célula onde o usuário pos-
sa manipular seja a célula onde será digitado valor em real para a
conversão, então vamos bloquear a planilha deixando essa célula
desprotegia.
Clique na célula onde será digitado o valor em real depois na
ABA Inicio no grupo Fonte clique na faixa e na janela que se abre
clique na guia Proteção.
Desmarque a opção Bloqueadas, isso é necessário, pois esta
célula é a única que poderá receber dados.
Didatismo e Conhecimento 50
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Se precisar alterar alguma célula protegida basta clicar no botão Desproteger Planilha no grupo Alterações.
Inserção de Objetos
A inserção de objetos no Excel é muito semelhante ao que aprendemos no Word, as opções de inserção de objetos estão na ABA Inserir.
Podemos inserir Imagens, clip-arts, formas, SmartArt, caixas de texto, WordArt, objetos, símbolos, etc.
Como a maioria dos elementos já sabemos como implementar vamos focar em Gráficos.
Gráficos
A utilização de um gráfico em uma planilha além de deixá-la com uma aparência melhor também facilita na hora de mostrar resultados.
As opções de gráficos, esta no grupo Gráficos na ABA Inserir do Excel
Didatismo e Conhecimento 51
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Para criar um gráfico é importante decidir quais dados serão avaliados para o gráfico. Vamos utilizar a planilha Atletas para criarmos
nosso gráfico, vamos criar um gráfico que mostre os atletas x peso.
Selecione a coluna com o nome dos atletas, pressione CTRL e selecione os valores do peso.
Ao clicar em um dos modelos de gráfico no grupo Gráficos você poderá selecionar um tipo de gráfico disponível, no exemplo cliquei
no estilo de gráfico de colunas.
Didatismo e Conhecimento 52
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Escolha no subgrupo coluna 2D a primeira opção e seu gráfico será criado.
Para mover o gráfico para qualquer parte de sua planilha basta clicar em uma área em branco de o gráfico manter o mouse pressionado
e arrastar para outra parte.
Na parte superior do Excel é mostrada a ABA Design (Acima dela Ferramentas de Gráfico).
Se você quiser mudar o estilo de seu gráfico, você pode clicar no botão Alterar Tipo de Gráfico.
Para alterar a exibição entre linhas e colunas, basta clicar no botão Alterar Linha/Coluna.
Didatismo e Conhecimento 53
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Ainda em Layout do Gráfico podemos modificar a distribui-
ção dos elementos do Gráfico.
Classificação
Didatismo e Conhecimento 54
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Você precisa definir quais serão os critérios de sua classificação, onde diz
Classificar por clique e escolha nome, depois clique no botão Adicionar Nível e coloque Modalidade.
Antes de clicar em OK, verifique se está marcada a opção Meus dados contêm cabeçalhos, pois selecionamos a linha de títulos em nossa
planilha e clique em OK.
Você pode mudar a ordem de classificação sempre que for necessário, basta clicar no botão de Classificar.
Auto Filtro
Este é um recurso que permite listar somente os dados que você precisa visualizar no momento em sua planilha. Com seus dados sele-
cionados clique no botão Filtro e observe que será adicionado junto a cada célula do cabeçalho da planilha uma seta.
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Estas setas permite visualizar somente os dados que te interessam na planilha, por exemplo caso eu precise da relação de atletas do sexo
feminino, basta eu clicar na seta do cabeçalho sexo e marcar somente Feminino, que os demais dados da planilha ficarão ocultos.
Posso ainda refinar mais a minha filtragem, caso precise saber dentro do sexo feminino quantos atletas estão na categoria Profissional,
eu faço um novo filtro na coluna Categoria.
Didatismo e Conhecimento 56
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Observe que as colunas que estão com filtro possuem um ícone em forma de funil no lugar da seta.
Para remover os filtros, basta clicar nos cabeçalhos com filtro e escolher a opção selecionar tudo.
Você também pode personalizar seus filtros através da opção Filtros de Texto e Filtro de número (quando conteúdo da célula for um
número).
Subtotais
Podemos agrupar nossos dados através de seus valores, vamos inicialmente classificar nossa planilha pelo sexo dos atletas relacionado
com a idade.
Didatismo e Conhecimento 57
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Depois clique no botão Subtotal.
Em A cada alteração em: coloque sexo e em Adicionar subto-
tal a deixe marcado apenas Peso, depois clique em OK.
Observe na esquerda que são mostrados os níveis de visuali- Marque a opção Paisagem e clique em OK.
zação dos subtotais e que ele faz um total a cada sequência do sexo
dos atletas.
Para remover os subtotais, basta clicar no botão Subtotal e na
janela que aparece clique em Remover Todos.
Impressão
O processo de impressão no Excel é muito parecido com o que
fizemos no Word.
Clique no botão Office e depois em Imprimir e escolha Visu-
alizar Impressão.
Didatismo e Conhecimento 58
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to, as bordas e várias outras configurações de formatação. Mas ter CTRL + R: funciona da mesma forma que o comando acima,
que usar o mouse para encontrar as opções de formatação faz você mas para preenchimento de colunas. Exemplo: selecione da célula
perder muito tempo. Portanto, pressionando CTRL + !, você fará A1 até a E1 e pressione CTRL + R. Todas as células selecionadas
com que a janela de opções de formatação da célula seja exibida. terão o mesmo valor da A1.
Lembre-se que você pode selecionar várias células para aplicar a
formatação de uma só vez. CTRL + ALT + V: você já deve ter cometido o erro de copiar
uma célula e colar em outro local, acabando com a formatação que
CTRL + (: muitas vezes você precisa visualizar dados que não tinha definido anteriormente, pois as células de origem eram azuis
estão próximos uns dos outros. Para isso o Excel fornece a opção e as de destino eram verdes. Ou seja, você agora tem células azuis
de ocultar células e colunas. Pressionando CTRL + (, você fará onde tudo deveria ser verde. Para que isso não aconteça, você pode
com que as linhas correspondentes à seleção sejam ocultadas. Se utilizar o comando “colar valores”, que fará com que somente os
houver somente uma célula ativa, só será ocultada a linha corres- valores das células copiadas apareçam, sem qualquer formatação.
Para não precisar usar o mouse, copie as células desejadas e na
pondente. Por exemplo: se você selecionar células que estão nas
hora de colar utilize as teclas CTRL + ALT + V.
linhas 1, 2, 3 e 4 e pressionar as teclas mencionadas, essas quatro
linhas serão ocultadas.
CTRL + PAGE DOWN: não há como ser rápido utilizando
Para reexibir aquilo que você ocultou, selecione uma célula
o mouse para alternar entre as planilhas de um mesmo arquivo.
da linha anterior e uma da próxima, depois utilize as teclas CTRL Utilize esse comando para mudar para a próxima planilha da sua
+ SHIFT + (. Por exemplo: se você ocultou a linha 14 e precisa pasta de trabalho.
reexibi-la, selecione uma célula da linha 13, uma da linha 15 e
pressione as teclas de atalho. CTRL + PAGE UP: similar ao comando anterior. Porém, exe-
cutando-o você muda para a planilha anterior.
CTRL + ): esse atalho funciona exatamente como o anterior, *É possível selecionar as planilhas que estão antes ou depois
porém, ele não oculta linhas, mas sim COLUNAS. Para reexibir as da atual, pressionando também o SHIFT nos dois comando acima.
colunas que você ocultou, utilize as teclas CTRL + SHIFT + ). Por Teclas de função
exemplo: você ocultou a coluna C e quer reexibi-la. Selecione uma Poucas pessoas conhecem todo o potencial das teclas que fi-
célula da coluna B e uma da célula D, depois pressione as teclas cam na mesma linha do “Esc”. Assim como o CTRL, as teclas de
mencionadas. função podem ser utilizadas em combinação com outras, para pro-
duzir comandos diferentes do padrão atribuído a elas. Veja alguns
CTRL + SHIFT + $: quando estiver trabalhando com valores deles abaixo.
monetários, você pode aplicar o formato de moeda utilizando esse
atalho. Ele coloca o símbolo R$ no número e duas casas decimais. F2: se você cometer algum erro enquanto está inserindo fór-
Valores negativos são colocados entre parênteses. mulas em uma célula, pressione o F2 para poder mover o cursor do
teclado dentro da célula, usando as setas para a direita e esquerda.
CTRL + SHIFT + Asterisco (*): esse comando é extremamen- Caso você pressione uma da setas sem usar o F2, o cursor será
te útil quando você precisa selecionar os dados que estão envolta movido para outra célula.
da célula atualmente ativa. Caso existam células vazias no meio
dos dados, elas também serão selecionadas. Veja na imagem abai- ALT + SHIFT + F1: inserir novas planilhas dentro de um ar-
xo um exemplo. A célula selecionada era a D6. quivo do Excel também exige vários cliques com o mouse, mas
CTRL + Sinal de adição (+): quando você precisar inserir cé- você pode usar o comando ALT + SHIFT + F1 para ganhar algum
lulas, linhas ou colunas no meio dos dados, ao invés de clicar com tempo. As teclas SHIFT + F11 produzem o mesmo efeito.
o mouse no número da linha ou na letra da coluna, basta pressionar F8: use essa tecla para ligar ou desligar o modo de seleção
estendida. Esse pode ser usado da mesma forma que o SHIFT. Po-
esse comando.
rém, ele só será desativado quando for pressionado novamente,
*Utilize o sinal de adição do teclado numérico ou a combina-
diferente do SHIFT, que precisa ser mantido pressionado para que
ção CTRL + SHIFT + Sinal de adição que fica à esquerda da tecla
você possa selecionar várias células da planilha.
backspace, pois ela tem o mesmo efeito.
Veja abaixo outros comandos úteis:
CTRL + Sinal de subtração (-): para excluir células, linhas
ou colunas inteiras, pressione essas teclas. Esse comando funciona
CTRL + Setas de direção: move o cursor para a última célula
tanto no teclado normal quanto no teclado numérico. preenchida. Se houve alguma célula vazia no meio, o cursor será
movido para a última célula preenchida que estiver antes da vazia.
CTRL + D: você pode precisar que todas as células de deter- END: pressione essa tecla uma vez para ativar ou desativar o
minada coluna tenham o mesmo valor. Apertando CTRL + D, você “Modo de Término”. Sua função é parecida com o comando ante-
fará com que a célula ativa seja preenchida com o mesmo valor da rior. Pressiona uma vez para ativar e depois pressione uma tecla de
célula que está acima dela. Por exemplo: você digitou o número direção para mover o cursor para a última célula preenchida.
5432 na célula A1 e quer que ele se repita até a linha 30. Selecione *Se a tecla Scroll Lock estiver ativada, pressionar END fará
da célula A1 até a A30 e pressione o comando. Veja que todas as com que o cursor seja movido para a célula que estiver visível no
células serão preenchidas com o valor 5432. canto inferior direito da janela.
Didatismo e Conhecimento 59
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
CTRL + BARRA DE ESPAÇO: utilize essa atalho se você quiser selecionar a coluna inteira onde está o cursor.
SHIFT + BARRA DE ESPAÇOS: semelhante ao comando acima, porém, seleciona a linha inteira onde está o cursor.
BROffice Writer
O BROffice.org Writer é um aplicativo de processamento de texto que lhe permite criar documentos, como cartas, currículos, livros ou
formulários online.
Este capítulo apresenta as etapas básicas para criar, editar e salvar um documento do Writer.
O BROffice.org inclui vários documentos de exemplo. Você pode usar esses documentos de exemplo para ver e saber o que o Writer faz.
Didatismo e Conhecimento 60
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Etapas • Função de AutoEntrada
1. Em qualquer aplicativo do BROffice.org, escolha Arquivo - • Completar palavras
Novo - Modelos e documentos • Reconhecimento de números
2. No painel esquerdo da caixa de diálogo Modelos e documen- • Função de AutoFormatação
tos, clique no ícone Modelos.
3. Clique duas vezes em uma categoria de modelo no painel Selecionando texto
central.
Observação – Para sair de uma categoria de modelo, clique no Você pode selecionar texto com o mouse ou com o teclado.
ícone de seta para a esquerda, na parte superior da caixa de diálogo.
4. Selecione o modelo que deseja usar e clique em Abrir.
5. Substitua o conteúdo das caixas de espaço reservado cinzas
por texto, imagens ou objetos.
Dica – Para desativar as ferramentas de completar e substi- - Para copiar e colar texto
tuir automaticamente procure na ajuda on-line os seguintes ter- Etapas
mos: 1. Selecione o texto que deseja copiar e siga um destes proce-
• Função de AutoCorreção dimentos:
Didatismo e Conhecimento 61
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• Escolha Editar – Copiar. Etapas
• Pressione Ctrl+C. 1. Escolha Editar – Localizar e substituir.
• Clique no ícone Copiar na barra Padrão. Abre-se a caixa de diálogo Localizar e substituir.
• Clique com o botão direito do mouse no texto selecionado e 2. Na caixa Procurar, digite o texto que você deseja localizar
escolha Copiar. no documento. Pode selecionar também a palavra ou a frase que de-
O texto continua na área de transferência até você copiar outra seja procurar no documento de texto e escolher Editar - Localizar e
seleção de texto ou item. substituir. O texto selecionado é inserido automaticamente na caixa
Procurar.
2. Clique ou mova o cursor para onde deseja colar o texto. Siga 3. Na caixa Substituir por, insira a palavra ou a frase de subs-
um destes procedimentos: tituição.
• Escolha Editar – Colar. 4. Clique em Localizar para iniciar a procura.
• Pressione Ctrl+V. 5. Quando o Writer localizar a primeira ocorrência da palavra
• Clique no ícone Colar na barra Padrão. ou frase, siga um destes procedimentos:
• Clique com o botão direito do mouse onde deseja colar o texto • Para substituir a ocorrência do texto encontrada pela que você
e escolha Colar. inseriu na caixa Substituir por, clique em Substituir.
• Para substituir todas as ocorrências do texto encontradas pela
- Para excluir texto que você inseriu na caixa Substituir por, clique em Substituir tudo.
Etapas • Para ignorar o texto encontrado e continuar a procura, clique
1. Selecione o texto que deseja excluir. em Localizar próxima.
2. Siga um destes procedimentos: 6. Clique em Fechar quando concluir a procura.
• Escolha Editar - Recortar ou pressione Ctrl+X.
O texto é excluído do documento e adicionado à área de trans- Verificando ortografia
ferência, para você colar o texto onde pretender.
• Pressione a tecla Delete ou Backspace. O Writer pode verificar possíveis erros ortográficos enquanto
Observação – Você pode usar essas teclas para também excluir você digita ou em um documento inteiro.
caracteres individuais.
Se desejar desfazer uma exclusão, escolha Editar - Desfazer ou - Para verificar ortografia enquanto digita
pressione Ctrl+Z. O Writer pode avisar sobre possíveis erros de ortografia en-
-Para inserir um documento de texto quanto você digita.
Você pode inserir o conteúdo de qualquer documento de texto Para ativar e desativar esse recurso, clique no ícone AutoVerifi-
no documento do Writer, desde que o formato do arquivo seja co- cação ortográfica na barra Padrão. Quando esse recurso está ativado,
nhecido pelo BROffice.org. uma linha vermelha ondulada marca possíveis erros ortográficos.
Etapas
1. Clique no documento do Writer onde deseja inserir o texto.
2. Escolha Inserir – Arquivo.
3. Localize o arquivo que deseja inserir e clique em Inserir.
Localizando e substituindo texto
Você pode usar o recurso Localizar e substituir no BROffice.
org Writer para procurar e substituir palavras em um documento de
texto.
Didatismo e Conhecimento 62
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2. Siga um destes procedimentos: Formatando texto manualmente
• Escolha uma das palavras de substituição sugeridas no alto do
menu de contexto. Para uma formatação simples, como alterar o tamanho e a cor
A palavra incorreta é substituída pela palavra que você escolher. do texto, use os ícones na barra Formatação. Se desejar, pode tam-
• Escolha uma das palavras de substituição no submenu Auto- bém usar os comandos de menu no menu Formato, assim como te-
Correção. clas de atalho.
A palavra incorreta é substituída pela palavra que você escolher.
As duas palavras são acrescentadas automaticamente à lista de
substituição da ferramenta AutoCorreção. Na próxima vez que co-
meter o mesmo erro ortográfico, o Writer fará a correção ortográfica
automaticamente. Selecione o texto que deseja alterar e siga um destes procedi-
• Escolha Verificação ortográfica para abrir a caixa de diálogo mentos:
Verificação ortográfica. • Para alterar o tipo de fonte usado, selecione uma fonte diferen-
• Para adicionar a palavra a um dos dicionários, escolha Adicio- te na caixa Nome da fonte.
nar e clique no nome do dicionário. • Para alterar o tamanho do texto, selecione um tamanho na
Observação – O número de entradas em um dicionário definido caixa Tamanho da fonte.
pelo usuário é limitado, mas você pode criar quantos dicionários • Para alterar o tipo de letra do texto, clique no ícone Negrito,
definidos pelo usuário forem necessários. Itálico ou Sublinhado.
- Para verificar a ortografia em um documento inteiro Pode também usar as seguintes teclas de atalho: Ctrl+B para ne-
Se não deseja verificar a ortografia enquanto digita, você pode grito, Ctrl+I para itálico ou Ctrl+U para sublinhado. Para restaurar o
usar a ferramenta Verificação ortográfica para corrigir erros manu- tipo de letra padrão, selecione o texto novamente e clique no mesmo
almente. A ferramenta Verificação ortográfica começa a partir da ícone, ou pressione as mesmas teclas de atalho.
posição atual do cursor ou a partir do início do texto selecionado. • Para alterar o alinhamento do texto, clique no ícone Alinhar à
Etapas esquerda, Centralizar, Alinhar à direita ou Justificado.
1. Clique no documento ou selecione o texto que deseja corrigir. • Para adicionar ou remover marcadores ou números de uma
2. Escolha Ferramentas - Verificação ortográfica. lista, clique no ícone Ativar/desativar numeração ou Ativar/desati-
3. Quando um possível erro de ortografia é localizado, a caixa var marcadores.
de diálogo Verificação ortográfica sugere uma correção. • Para alterar um recuo do texto, use os ícones de recuo.
• Para alterar a cor do texto, clique no ícone Cor da fonte.
• Para alterar a cor do plano de fundo do texto, clique no ícone
Cor do plano de fundo ou no ícone Realce.
Dica – Consulte a ajuda on-line para obter informação sobre a
diferença desses dois ícones.
Formatando texto
Didatismo e Conhecimento 63
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
• Seções
• Hyperlinks
• Referências
• Índices
• Notas
O Navegador exibe as seguintes categorias de objetos no do- Você pode usar tabelas para apresentar e organizar informações
cumento: importantes em linhas e colunas, para as informações serem lidas com
• Títulos facilidade. A interseção de uma linha e uma coluna é chamada de cé-
• Folhas lula.
• Tabelas
• Quadros de texto - Para adicionar uma tabela a um documento do Writer
• Gráficos Etapas
• Objetos OLE 1. Escolha Tabela - Inserir – Tabela.
Didatismo e Conhecimento 64
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
2. Na área Tamanho, digite o número de linhas e colunas para a 1. Explorando a janela do Word
tabela.
3. (Opcional) Para usar um layout de tabela predefinido, clique 1.1 Acessando o Word
em AutoFormatação, selecione o formato desejado e clique em OK.
Há várias formas de acessar o Word. A mais utilizada é
clicar no botão Iniciar, Todos os programas, Microsoft Office,
Microsoft Office Word 2007. Observe a figura abaixo:
MS WORD 2007
Didatismo e Conhecimento 65
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Botão ajuda – Acessa a ajuda do Office Online ou a local
(salva no computador).
Didatismo e Conhecimento 66
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
No botão Selecionar objeto da procura, é possível, por exemplo, procurar uma palavra, gráfico, tabela etc. em todo o documento.
Barra de status – Mostra informações sobre o documento atual, tais como o número de páginas e a página atual. Está localizada
na margem inferior da tela.
Modos de exibição – Os modos de exibição são encontrados à direita da barra de status e permitem alterar a visualização do
documento.
Didatismo e Conhecimento 67
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
MS WORD 2010
O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considerado um dos principais produtos da Microsoft sendo a suíte que domina
o mercado de suítes de escritório, mesmo com o crescimento de ferramentas gratuitas como Google Docs e Open Office.
Interface
Didatismo e Conhecimento 68
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Através dessa ABA, podemos criar novos documentos, abrir arquivos existentes, salvar documentos, imprimir, preparar o documento
(permite adicionar propriedades ao documento, criptografar, adicionar assinaturas digitais, etc.). Vamos utilizar alguns destes recursos no an-
damento de nosso curso.
ABAS
Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agrupadas dentro destas guias. Dentro destas guias temos os grupos de ferra-
mentas, por exemplo, na guia Inicio, temos “Fonte”, “Parágrafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para os usuários os principais comandos,
para acessar os demais comandos destes grupos de ferramentas, alguns destes grupos possuem pequenas marcações na sua direita inferior.
O Word possui também guias contextuais quando determinados elementos dentro de seu texto são selecionados, por exemplo, ao sele-
cionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia com a possibilidade de manipulação do elemento selecionado.
Didatismo e Conhecimento 69
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
nome do arquivo, o Word normalmente preenche com o título do
documento, como o documento não possui um título, ele pega os
primeiros 255 caracteres e atribui como nome, é aconselhável co-
locar um nome menor e que se aproxime do conteúdo de seu texto.
“Em Tipo a maior mudança, até versão 2003, os documentos eram
salvos no formato”. DOC”, a partir da versão 2010, os documentos
são salvos na versão”. DOCX”, que não são compatíveis com as
versões anteriores. Para poder salvar seu documento e manter ele
compatível com versões anteriores do Word, clique na direita dessa
opção e mude para Documento do Word 97-2003.
Salvando Arquivos
É importante ao terminar um documento, ou durante a
digitação do mesmo, quando o documento a ser criado é longo,
salvar seu trabalho. Salvar consiste em armazenar se documento Observe que o nome de seu arquivo agora aparece na barra de
em forma de arquivo em seu computador, pendrive, ou outro dis- títulos.
positivo de armazenamento. Para salvar seu documento, clique no
botão salvar no topo da tela. Será aberta uma tela onde você poderá Abrindo um arquivo do Word
definir o nome, local e formato de seu arquivo.
Para abrir um arquivo, você precisa clicar na ABA Arquivo.
Didatismo e Conhecimento 70
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Didatismo e Conhecimento 71
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
O grupo “Configurar Página”, permite definir as margens de
seu documento, ele possui alguns tamanhos pré-definidos, como
também personalizá-las.
Ao personalizar as margens, é possível alterar as margens su-
perior, esquerda, inferior e direita, definir a orientação da página,
se retrato ou paisagem, configurar a fora de várias páginas, como
normal, livro, espelho. Ainda nessa mesma janela temos a guia
Papel.
Colunas
Didatismo e Conhecimento 72
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Selecionando Textos
Didatismo e Conhecimento 73
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Podemos também clicar onde começa a seleção, pressionar a tecla A janela que se abre possui três guias, localizar, Substituir e
SHIFT e clicar onde termina a seleção. É possível selecionar pala- Ir para. A guia substituir que estamos vendo, permite substituir em
vras alternadas. Selecione a primeira palavra, pressione CTRL e vá seu documento uma palavra por outra. A substituição pode ser feita
selecionando as partes do texto que deseja modificar. uma a uma, clicando em substituir, ou pode ser todas de uma única
vez clicando-se no botão Substituir Tudo.
Copiar e Colar Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra por ela
O copiar e colar no Word funciona da mesma forma que qual- mesma, porém com outra cor, ou então somente quando escrita em
quer outro programa, pode-se utilizar as teclas de atalho CTRL+C maiúscula, etc., nestes casos clique no botão Mais. As opções são:
(copiar), CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Colar), ou o primeiro • Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção da pes-
grupo na ABA Inicio. quisa;
• Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será localizada
exatamente a palavra como foi digitada na caixa localizar.
• Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e não par-
te de uma palavra. Ex: Atenciosamente.
• Usar caracteres curinga: Procura somente as palavras que
você especificou com o caractere coringa. Ex. Se você digitou *ão
o Word vai localizar todas as palavras terminadas em ão.
• Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma sonorida-
Este é um processo comum, porém um cuidado importante é de, mas escrita diferente. Disponível somente para palavras em inglês.
quando se copia texto de outro tipo de meio como, por exemplo, • Todas as formas de palavra: Localiza todas as formas da
da Internet. Textos na Internet possuem formatações e padrões de- palavra, não será permitida se as opções usar caractere coringa e
ferentes dos editores de texto. Ao copiar um texto da Internet, se semelhantes estiverem marcadas.
você precisa adequá-lo ao seu documento, não basta apenas clicar • Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o especifi-
em colar, é necessário clicar na setinha apontando para baixo no cado como formatação.
botão Colar, escolher Colar Especial. • Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa localizar.
A caixa de seleção usar caracteres curinga.
Formatação de texto
Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a possibi-
lidade de se formatar o texto. No Office 2010 a ABA responsável
pela formatação é a Inicio e os grupo Fonte, Parágrafo e Estilo.
Formatação de Fonte
A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra, tamanho
de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc., para formatar uma
palavra, basta apenas clicar sobre ela, para duas ou mais é neces-
sário selecionar o texto, se quiser formatar somente uma letra tam-
bém é necessário selecionar a letra. No grupo Fonte, temos visível
o tipo de letra, tamanho, botões de aumentar fonte e diminuir fon-
Observe na imagem que ele traz o texto no formato HTML.
te, limpar formatação, negrito, itálico, sublinhado, observe que ao
Precisa-se do texto limpo para que você possa manipulá-lo, mar-
lado de sublinhado temos uma seta apontando para baixo, ao clicar
que a opção Texto não formatado e clique em OK.
nessa seta, é possível escolher tipo e cor de linha.
Localizar e Substituir
Ao final da ABA Inicio temos o grupo edição, dentro dela temos
a opção Localizar e a opção Substituir. Clique na opção Substituir.
Didatismo e Conhecimento 74
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Tachado – que
coloca um risco no meio da palavra, botão subscrito e sobrescrito
e o botão Maiúsculas e Minúsculas.
Formatação de parágrafos
Didatismo e Conhecimento 75
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Bordas no parágrafo.
Marcadores e Numeração
Na guia parágrafo da ABA Layout de Página temos apenas
os recuos e os espaçamentos entre parágrafos. Ao clicar na Faixa Os marcadores e numeração fazem parte do grupo parágrafos,
do grupo Parágrafos, será aberta a janela de Formatação de Pará- mas devido a sua importância, merecem um destaque. Existem
grafos. dois tipos de marcadores: Símbolos e Numeração.
Didatismo e Conhecimento 76
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Ao clicar em Símbolo, será mostrada a seguinte janela:
Didatismo e Conhecimento 77
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Podemos começar escolhendo uma definição de borda (caixa, sombra, 3D e outra), ou pode-se especificar cada uma das bordas na di-
reita onde diz Visualização. Pode-se pelo meio da janela especificar cor e largura da linha da borda. A Guia Sombreamento permite atribuir
um preenchimento de fundo ao texto selecionado. Você pode escolher uma cor base, e depois aplicar uma textura junto dessa cor.
Cabeçalho e Rodapé
O Word sempre reserva uma parte das margens para o cabeçalho e rodapé. Para acessar as opções de cabeçalho e rodapé, clique na ABA
Inserir, Grupo Cabeçalho e Rodapé.
Didatismo e Conhecimento 78
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Ao clicar em Cabeçalho o Word disponibiliza algumas opções de caixas para que você possa digitar seu texto. Ao clicar em Editar Ca-
beçalho o Word edita a área de cabeçalho e a barra superior passa a ter comandos para alteração do cabeçalho.
A área do cabeçalho é exibida em um retângulo pontilhado, o restante do documento fica em segundo plano. Tudo o que for inserido no
cabeçalho será mostrado em todas as páginas, com exceção se você definiu seções diferentes nas páginas.
Para aplicar números de páginas automaticamente em seu cabeçalho basta clicar em Números de Página, apenas tome o cuidado de
escolher Inicio da Página se optar por Fim da Página ele aplicará o número da página no rodapé. Podemos também aplicar cabeçalhos e ro-
dapés diferentes a um documento, para isso basta que ambos estejam em seções diferentes do documento. O cuidado é ao aplicar o cabeçalho
ou o rodapé, desmarcar a opção Vincular ao anterior.
O funcionamento para o rodapé é o mesmo para o cabeçalho, apenas deve-se clicar no botão Rodapé.
Data e Hora
O Word Permite que você possa adicionar um campo de Data e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no grupo Texto, temos o
botão Data e Hora.
Didatismo e Conhecimento 79
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK. Se precisar que esse campo sempre atualize data, marque a opção Atualizar
automaticamente.
Imagens
O primeiro elemento gráfico que temos é o elemento Imagem. Para inserir uma imagem clique no botão com o mesmo nome no grupo
Ilustrações na ABA Inserir. Na janela que se abre, localize o arquivo de imagem em seu computador.
Didatismo e Conhecimento 80
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
O primeiro grupo é o Ajustar, dentre as opções temos Brilho e
Contraste, que permite clarear ou escurecer a imagem e adicionar
ou remover o contraste. Podemos recolorir a imagem.
Pode-se aplicar a compactação a imagem selecionada, ou a Através deste grupo é possível acrescentar bordas a sua ima-
todas as imagens do texto. Podemos alterar a resolução da ima- gem E no grupo Organizar ele habilita as opções de Trazer para
gem. A opção Redefinir Imagem retorna a imagem ao seu estado Frente, Enviar para Trás e Alinhar. Ao clicar no botão Trazer para
inicial, abandonando todas as alterações feitas. O próximo grupo Frente, ele abre três opções: Trazer para Frente e Avançar, são uti-
chama-se Sombra, como o próprio nome diz, permite adicionar lizadas quando houver duas ou mais imagens e você precisa mu-
uma sombra a imagem que foi inserida. dar o empilhamento delas. A opção Trazer para Frente do Texto
faz com que a imagem flutue sobre o Texto. Ao ter mais de uma
imagem e ao selecionar as imagens (Utilize a tecla SHIFT), você
poderá alinhar as suas imagens.
Didatismo e Conhecimento 81
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Podemos aplicar também os Efeitos de Imagem
Clip Art
Neste grupo você pode cortar a sua imagem, ou redimensionar Clip-Art são imagens, porém são imagens que fazem parte
a imagem definindo Largura e Altura. do pacote Office. Para inserir um clipart, basta pela ABA Inserir,
clicar na opção Clip-Art. Na direita da tela abre-se a opção de con-
Os comandos vistos até o momento estavam disponíveis da sulta aos clip-Art.
seguinte forma, pois nosso documento esta salvo em.DOC – ver-
são compatível com Office XP e 2003. Ao salvar o documento em
.DOCX compatível somente com a versão 2010, acontecem algu-
mas alterações na barra de imagens.
Didatismo e Conhecimento 82
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Formas
Didatismo e Conhecimento 83
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Na guia gradiente, temos as opções de Uma cor, Duas cores e
Pré-definidas.
Ao escolher uma cor você pode escolher a cor a ser aplicada,
se quer ela mais para o claro ou escuro, pode definir a transparên-
cia do gradiente e como será o sombreamento.
Didatismo e Conhecimento 84
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
A Guia Textura permite aplicar imagens como texturas ao
preenchimento, a guia Padrão permite aplicar padrões de preenchi-
mento e imagem permite aplicar uma imagem Após o grupo Esti-
los de Forma temos o grupo sombra e após ele o grupo Efeitos 3D.
SmartArt
Basta selecionar o tipo de organograma a ser trabalhado e cli- No grupo Layout podemos mudar a disposição de nosso or-
que em OK. Porém se o formato de seu documento for DOCX, a ganograma.
janela a ser mostrada será:
Didatismo e Conhecimento 85
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
O próximo grupo é o Estilos de SmartArt que permite mudar
as cores e o estilo do organograma.
WordArt
Didatismo e Conhecimento 86
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Você pode criar facilmente uma tabela mais complexa, por exemplo, que contenha células de diferentes alturas ou um número variável
de colunas por linha semelhante à maneira como você usa uma caneta para desenhar uma tabela.
Ao desenhar a caixa que fará parte da tabela, você pode utilizar o topo
Ferramentas de Tabela.
Através do grupo Opções de Estilo de Tabela é possível definir células de cabeçalho. O grupo Estilos de Tabela permite aplicar uma
formatação a sua tabela e o grupo Desenhar Bordas permite definir o estilo, espessura e cor da linha. O botão Desenhar Tabela transforma
seu cursor em um lápis para desenhar as células de sua tabela, e o botão Borracha apaga as linhas da tabela.
Você pode observar também que ao estar com alguma célula da tabela com o cursor o Word acrescenta mais uma ABA ao final, chamada
Layout, clique sobre essa ABA.
O primeiro grupo Tabela permite selecionar em sua tabela, apenas uma célula, uma linha, uma coluna ou toda a tabela.
Ao clicar na opção Propriedades será aberto uma janela com as propriedades da janela.
Didatismo e Conhecimento 87
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Nesta janela existem quatro Guias. A opção dividir células permite dividir uma célula. Ao clicar
A primeira é relativa à tabela, pode-se definir a largura da ta- nessa opção será mostrada uma janela onde você deve definir em
bela, o alinhamento e a quebra do texto na tabela. Ao clicar no quantas linhas e colunas a célula será dividida.
botão Bordas e Sombreamento abre-se a janela de bordas e som-
breamento estudada anteriormente. Ao clicar em Opções é possí-
vel definir as margens das células e o espaçamento entre as células.
O segundo grupo é o Linhas e Colunas permite adicionar e O grupo Alinhamento permite definir o alinhamento do con-
remover linhas e colunas de sua tabela. teúdo da tabela. O botão Direção do Texto permite mudar a direção
de seu texto. A opção Margens da Célula, permite alterar as mar-
gens das células como vimos anteriormente.
Ao clicar na Faixa deste grupo ele abre uma janela onde é O grupo Dados permite classificar, criar cálculos, etc., em sua
possível deslocar células, inserir linhas e colunas. O terceiro grupo tabela.
é referente à divisão e mesclagem de células.
Didatismo e Conhecimento 88
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Ele abre a seguinte janela e coloca sua primeira linha como a linha de cabeçalho, você pode colocar até três colunas como critérios de
classificação.
O botão Converter em Texto permite transformar sua tabela em textos normal. A opção fórmula permite fazer cálculos na tabela.
ABA Revisão
A ABA revisão é responsável por correção, proteção, comentários etc., de seu documento.
O primeiro grupo Revisão de Texto tem como principal botão o de ortografia e Gramática, clique sobre ele.
Os de ortografia ele marca em vermelho e os de gramática em verde. É importante lembrar que o fato dele marcar com cores para veri-
ficação na impressão sairá com as cores normais. Ao encontrar uma palavra considerada pelo Word como errada você pode:
Impressão
Didatismo e Conhecimento 89
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Podemos também se necessário criarmos nossos próprios esti-
los. Clique na Faixa do grupo Estilo.
Estilos
Didatismo e Conhecimento 90
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Abaixo definir a formatação a ser aplicada no mesmo. Na par-
te de baixo mantive a opção dele aparecer nos estilos rápidos e que
o mesmo está disponível somente a este documento. Ao finalizar
clique em OK. Veja um exemplo do estilo aplicado:
Índices
Sumário
O Sumário ou Índice Analítico é o mais utilizado, ele normal-
mente aparece no inicio de documentos. A principal regra é que
todo parágrafo que faça parte de seu índice precisa estar atrelado a
um estilo. Clique no local onde você precisa que fique seu índice
e clique no botão Sumário. Serão mostrados alguns modelos de
sumário, clique em Inserir Sumário.
Didatismo e Conhecimento 91
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
• Provedores de Backbone: São instituições que constroem e
INTERNET: CONCEITOS; BROWSER administram backbones de longo alcance, ou seja, estrutura física
(INTERNET EXPLORER, GOOGLE de conexão, com o objetivo de fornecer acesso à Internet para re-
CHROME, MOZILLA FIREFOX); des locais;
• Provedores de Acesso: São instituições que se conectam à
Internet via um ou mais acessos dedicados e disponibilizam acesso
à terceiros a partir de suas instalações;
• Provedores de Informação: São instituições que disponibili-
INTERNET
zam informação através da Internet.
Endereço Eletrônico ou URL
“Imagine que fosse descoberto um continente tão vasto
que suas dimensões não tivessem fim. Imagine um mundo Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se co-
novo, com tantos recursos que a ganância do futuro não seria ca- nhecer o seu endereço.
paz de esgotar; com tantas oportunidades que os empreendedores Este endereço, que é único, também é considerado sua URL
seriam poucos para aproveitá-las; e com um tipo peculiar de (Uniform Resource Locator), ou Localizador de Recursos Uni-
imóvel que se expandiria com o desenvolvimento.” versal. Boa parte dos endereços apresenta-se assim: www.xxxx.
John P. Barlow com.br
Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear ficas-
sem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentágono. Onde:
Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da década de www = protocolo da World Wide Web
60, ficou em poder exclusivo do governo conectando bases milita- xxx = domínio
res, em quatro localidades. com = comercial
Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições norte- br = brasil
-americanas de pesquisa que desejassem aprimorar a tecnologia, WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial
logo vinte e três computadores foram conectados, porém o padrão
de conversação entre as máquinas se tornou impróprio pela quan- É um serviço disponível na Internet que possui um conjunto
tidade de equipamentos. de documentos espalhados por toda rede e disponibilizados a
Era necessário criar um modelo padrão e universal para qualquer um.
que as máquinas continuassem trocando dados, surgiu então o Estes documentos são escritos em hipertexto, que utiliza
Protocolo Padrão TCP/IP, que permitiria portanto que mais outras uma linguagem especial, chamada HTML.
máquinas fossem inseridas àquela rede.
Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrônico, o Domínio
E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as máquinas que
compunham aquela rede de pesquisa, assim no ano seguinte a rede Designa o dono do endereço eletrônico em questão, e
se torna internacional. onde os hipertextos deste empreendimento estão localizados.
Quanto ao tipo do domínio, existem:
Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do Brasil
.com = Instituição comercial ou provedor de serviço
conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aquilo que co-
.edu = Instituição acadêmica
nhecemos hoje como internet, auxiliando portanto o processo de
.gov = Instituição governamental
pesquisa em tecnologia e outras áreas a nível mundial, além de
.mil = Instituição militar norte-americana
alimentar as forças armadas brasileiras de informação de todos os
.net = Provedor de serviços em redes
tipos, até que em 1990 caísse no domínio público. .org = Organização sem fins lucrativos
Com esta popularidade e o surgimento de softwares de nave-
gação de interface amigável, no fim da década de 90, pessoas que HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de
não tinham conhecimentos profundos de informática começaram a Trasferência em Hipertexto
utilizar a rede internacional.
É um protocolo ou língua específica da internet,
Acesso à Internet responsável pela comunicação entre computadores.
Um hipertexto é um texto em formato digital, e pode
O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço de levar a outros, fazendo o uso de elementos especiais (pa-
Internet, oferece principalmente serviço de acesso à Internet, adi- lavras, frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa Sensitivo o
cionando serviços como e-mail, hospedagem de sites ou blogs, ou qual leva a outros conjuntos de informação na forma de blocos
seja, são instituições que se conectam à Internet com o ob- de textos, imagens ou sons.
jetivo de fornecer serviços à ela relacionados, e em função do Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o mou-
serviço classificam-se em: se, remete o usuário à outra parte do documento ou outro do-
cumento.
Didatismo e Conhecimento 92
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Home Page Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente da
camada n em uma máquina para a camada n em outra máqui-
Sendo assim, home page designa a página inicial, principal na. Em vez disso, cada camada passa dados e informações de
do site ou web page. controle para a camada imediatamente abaixo, até que o nível
É muito comum os usuários confundirem um Blog ou Perfil mais baixo seja alcançado. Abaixo do nível 1 está o meio fí-
no Orkut com uma Home Page, porém são coisas distintas, sico de comunicação, através do qual a comunicação ocorre.
aonde um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é um Profile, ou Na Figura abaixo, a comunicação virtual é mostrada através
seja um hipertexto que possui informações de um usuário dentro de linhas pontilhadas e a comunicação física através de linhas
de uma comunidade virtual. sólidas.
Browser ou Navegador Entre cada par de camadas adjacentes há uma interface. A inter-
face define quais operações primitivas e serviços a camada inferior
oferece à camada superior. Quando os projetistas decidem quantas
É o programa específico para visualizar as páginas da web.
camadas incluir em uma rede e o que cada camada deve fazer, uma
O Browser lê e interpreta os documentos escritos em das considerações mais importantes é definir interfaces limpas entre
HTML, apresentando as páginas formatadas para os usuários. as camadas. Isso requer, por sua vez, que cada camada desempe-
nhe um conjunto específico de funções bem compreendidas. Além
ARQUITETURAS DE REDES de minimizar a quantidade de informações que deve ser passada de
camada em camada, interfaces bem definidas também tornam fácil
As modernas redes de computadores são projetadas de for- a troca da implementação de uma camada por outra implementação
ma altamente estruturada. Nas seções seguintes examinaremos completamente diferente (por exemplo, trocar todas as linhas tele-
com algum detalhe a técnica de estruturação. fônicas por canais de satélite), pois tudo o que é exigido da nova
implementação é que ela ofereça à camada superior exatamente os
HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS mesmos serviços que a implementação antiga oferecia.
O conjunto de camadas e protocolos é chamado de arquitetura
Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das re- de rede. A especificação de arquitetura deve conter informações su-
ficientes para que um implementador possa escrever o programa ou
des é organizada em camadas ou níveis, cada uma construída
construir o hardware de cada camada de tal forma que obedeça cor-
sobre sua predecessora. O número de camadas, o nome, o con-
retamente ao protocolo apropriado. Nem os detalhes de implementa-
teúdo e a função de cada camada diferem de uma rede para ou- ção nem a especificação das interfaces são parte da arquitetura, pois
tra. No entanto, em todas as redes, o propósito de cada camada esses detalhes estão escondidos dentro da máquina e não são visíveis
é oferecer certos serviços às camadas superiores, protegendo externamente. Não é nem mesmo necessário que as interfaces em
essas camadas dos detalhes de como os serviços oferecidos são todas as máquinas em uma rede sejam as mesmas, desde que cada
de fato implementados. máquina possa usar corretamente todos os protocolos.
A camada n em uma máquina estabelece uma conversão
com a camada n em outra máquina. As regras e convenções O endereço IP
utilizadas nesta conversação são chamadas coletivamente de
protocolo da camada n, conforme ilustrado na Figura abaixo Quando você quer enviar uma carta a alguém, você... Ok, você
para uma rede com sete camadas. As entidades que compõem não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um recado no Face-
as camadas correspondentes em máquinas diferentes são cha- book. Vamos então melhorar este exemplo: quando você quer enviar
madas de processos parceiros. Em outras palavras, são os pro- um presente a alguém, você obtém o endereço da pessoa e contrata
os Correios ou uma transportadora para entregar. É graças ao ende-
cessos parceiros que se comunicam utilizando o protocolo.
Didatismo e Conhecimento 93
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
reço que é possível encontrar exatamente a pessoa a ser presenteada. Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128 re-
Também é graças ao seu endereço - único para cada residência ou des, cada uma com até 16.777.214 dispositivos conectados;
estabelecimento - que você recebe suas contas de água, aquele pro- Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até 16.384
duto que você comprou em uma loja on-line, enfim. redes, cada uma com até 65.536 dispositivos;
Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu computador Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até
seja encontrado e possa fazer parte da rede mundial de computado- 2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos;
res, necessita ter um endereço único. O mesmo vale para websites: Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast;
este fica em um servidor, que por sua vez precisa ter um endere-
Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast reser-
ço para ser localizado na internet. Isto é feito pelo endereço IP (IP
vado.
Address), recurso que também é utilizado para redes locais, como
a existente na empresa que você trabalha, por exemplo. As três primeiras classes são assim divididas para atender às
O endereço IP é uma sequência de números composta de 32 seguintes necessidades:
- Os endereços IP da classe A são usados em locais onde são
bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro sequências
necessárias poucas redes, mas uma grande quantidade de máqui-
de 8 bits. Cada uma destas é separada por um ponto e recebe o
nas nelas. Para isso, o primeiro byte é utilizado como identificador
nome de octeto ou simplesmente byte, já que um byte é formado
da rede e os demais servem como identificador dos dispositivos
por 8 bits. O número 172.31.110.10 é um exemplo. Repare que
conectados (PCs, impressoras, etc);
cada octeto é formado por números que podem ir de 0 a 255, não - Os endereços IP da classe B são usados nos casos onde a
mais do que isso. quantidade de redes é equivalente ou semelhante à quantidade de
dispositivos. Para isso, usam-se os dois primeiros bytes do ende-
reço IP para identificar a rede e os restantes para identificar os
dispositivos;
- Os endereços IP da classe C são usados em locais que reque-
rem grande quantidade de redes, mas com poucos dispositivos em
cada uma. Assim, os três primeiros bytes são usados para identifi-
car a rede e o último é utilizado para identificar as máquinas.
A divisão de um IP em quatro partes facilita a organização Quanto às classes D e E, elas existem por motivos especiais:
da rede, da mesma forma que a divisão do seu endereço em ci- a primeira é usada para a propagação de pacotes especiais para a
dade, bairro, CEP, número, etc, torna possível a organização das comunicação entre os computadores, enquanto que a segunda está
casas da região onde você mora. Neste sentido, os dois primeiros reservada para aplicações futuras ou experimentais.
octetos de um endereço IP podem ser utilizados para identificar Vale frisar que há vários blocos de endereços reservados para
a rede, por exemplo. Em uma escola que tem, por exemplo, uma fins especiais. Por exemplo, quando o endereço começa com 127,
rede para alunos e outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x geralmente indica uma rede “falsa”, isto é, inexistente, utilizada
para uma rede e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últi- para testes. No caso do endereço 127.0.0.1, este sempre se refere à
mos octetos são usados na identificação de computadores. própria máquina, ou seja, ao próprio host, razão esta que o leva a
Classes de endereços IP ser chamado de localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é utili-
Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem ser zado para propagar mensagens para todos os hosts de uma rede de
utilizados tanto para identificar o seu computador dentro de uma maneira simultânea.
rede, quanto para identificá-lo na internet.
Se na rede da empresa onde você trabalha o seu computador Endereços IP privados
tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma máquina em outra Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são pri-
vados. Isto significa que eles não podem ser utilizados na internet,
rede pode ter este mesmo número, afinal, ambas as redes são dis-
sendo reservados para aplicações locais. São, essencialmente, es-
tintas e não se comunicam, sequer sabem da existência da outra.
tes:
Mas, como a internet é uma rede global, cada dispositivo conec-
-Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255;
tado nela precisa ter um endereço único. O mesmo vale para uma
-Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255;
rede local: nesta, cada dispositivo conectado deve receber um -Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.
endereço único. Se duas ou mais máquinas tiverem o mesmo IP,
tem-se então um problema chamado “conflito de IP”, que dificul- Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede com
ta a comunicação destes dispositivos e pode inclusive atrapalhar cerca de 50 computadores. Você pode alocar para estas máquinas
toda a rede. endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50, por exemplo. Todas
Para que seja possível termos tanto IPs para uso em redes lo- elas precisam de acesso à internet. O que fazer? Adicionar mais um
cais quanto para utilização na internet, contamos com um esque- IP para cada uma delas? Não. Na verdade, basta conectá-las a um
ma de distribuição estabelecido pelas entidades IANA (Internet servidor ou equipamento de rede - como um roteador - que receba
Assigned Numbers Authority) e ICANN (Internet Corporation a conexão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos
for Assigned Names and Numbers) que, basicamente, divide os conectados a ele. Com isso, somente este equipamento precisará
endereços em três classes principais e mais duas complementa- de um endereço IP para acesso à rede mundial de computadores.
res. São elas:
Didatismo e Conhecimento 94
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Máscara de sub-rede oito sub-redes. Sobrou cinco bits para o endereçamento dos host.
As classes IP ajudam na organização deste tipo de endereça- Fazemos a mesma conta: 2^5 = 32. Assim, temos 32 dispositivos
mento, mas podem também representar desperdício. Uma solução em cada sub-rede (estamos fazendo estes cálculos sem conside-
bastante interessante para isso atende pelo nome de máscara de rar limitações que possam impedir o uso de todos os hosts e sub-
sub-rede, recurso onde parte dos números que um octeto destina- -redes).
do a identificar dispositivos conectados (hosts) é “trocado” para 11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultante é
aumentar a capacidade da rede. Para compreender melhor, vamos 255.255.255.224.
enxergar as classes A, B e C da seguinte forma: Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser empre-
- A: N.H.H.H; gado também em endereços classes A e B, conforme a necessida-
- B: N.N.H.H; de. Vale ressaltar também que não é possível utilizar 0.0.0.0 ou
- C: N.N.N.H. 255.255.255.255 como máscara.
N significa Network (rede) e H indica Host. Com o uso de IP estático e IP dinâmico
máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se “transformar”
em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras de sub-rede per- IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanente-
mitem determinar quantos octetos e bits são destinados para a mente a um dispositivo, ou seja, seu número não muda, exceto
identificação da rede e quantos são utilizados para identificar os se tal ação for executada manualmente. Como exemplo, há casos
dispositivos. de assinaturas de acesso à internet via ADSL onde o provedor
Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: se um atribui um IP estático aos seus assinantes. Assim, sempre que
octeto é usado para identificação da rede, este receberá a máscara um cliente se conectar, usará o mesmo IP.
de sub-rede 255. Mas, se um octeto é aplicado para os disposi- O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado a
tivos, seu valor na máscara de sub-rede será 0 (zero). A tabela a
um computador quando este se conecta à rede, mas que muda
seguir mostra um exemplo desta relação:
toda vez que há conexão. Por exemplo, suponha que você co-
nectou seu computador à internet hoje. Quando você conectá-lo
Identifica- Identificador amanhã, lhe será dado outro IP. Para entender melhor, imagine
Endereço Máscara de
Classe dor da do compu- a seguinte situação: uma empresa tem 80 computadores ligados
IP sub-rede
rede tador em rede. Usando IPs dinâmicos, a empresa disponibiliza 90 en-
A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0 dereços IP para tais máquinas. Como nenhum IP é fixo, um com-
putador receberá, quando se conectar, um endereço IP destes 90
B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0
que não estiver sendo utilizado. É mais ou menos assim que os
C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0 provedores de internet trabalham.
O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâmicos
Você percebe então que podemos ter redes com máscara é o protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol).
255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indicando
uma classe. Mas, como já informado, ainda pode haver situações IP nos sites
onde há desperdício. Por exemplo, suponha que uma faculda-
de tenha que criar uma rede para cada um de seus cinco cursos. Você já sabe que os sites na Web também necessitam de um
Cada curso possui 20 computadores. A solução seria então criar IP. Mas, se você digitar em seu navegador www.infowester.com,
cinco redes classe C? Pode ser melhor do que utilizar classes por exemplo, como é que o seu computador sabe qual o IP deste
B, mas ainda haverá desperdício. Uma forma de contornar este
site ao ponto de conseguir encontrá-lo?
problema é criar uma rede classe C dividida em cinco sub-redes.
Quando você digitar um endereço qualquer de um site, um
Para isso, as máscaras novamente entram em ação.
servidor de DNS (Domain Name System) é consultado. Ele é
Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas estes, na
quem informa qual IP está associado a cada site. O sistema DNS
verdade, representam bytes (linguagem binária). 255 em binário
possui uma hierarquia interessante, semelhante a uma árvore
é 11111111. O número zero, por sua vez, é 00000000. Assim, a
(termo conhecido por programadores). Se, por exemplo, o site
máscara de um endereço classe C, 255.255.255.0, é:
11111111.11111111.11111111.00000000 www.infowester.com é requisitado, o sistema envia a solicitação
Perceba então que, aqui, temos uma máscara formada por 24 a um servidor responsável por terminações “.com”. Esse servi-
bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para criarmos as nossas dor localizará qual o IP do endereço e responderá à solicitação.
sub-redes, temos que ter um esquema com 25, 26 ou mais bits, Se o site solicitado termina com “.br”, um servidor responsável
conforme a necessidade e as possibilidades. Em outras palavras, por esta terminação é consultado e assim por diante.
precisamos trocar alguns zeros do último octeto por 1.
Suponha que trocamos os três primeiros bits do último octe- IPv6
to (sempre trocamos da esquerda para a direita), resultando em:
11111111.11111111.11111111.11100000 O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um passado
Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de bits “tro- não muito distante, você conectava apenas o PC da sua casa
cados”, teremos a quantidade possível de sub-redes. Em nosso à internet, hoje o faz com o celular, com o seu notebook em
caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possibilidade de criar até um serviço de acesso Wi-Fi no aeroporto e assim por diante.
Didatismo e Conhecimento 95
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Somando este aspecto ao fato de cada vez mais pessoas acessa- Provedor
rem a internet no mundo inteiro, nos deparamos com um grande
problema: o número de IPs disponíveis deixa de ser suficiente O provedor é uma empresa prestadora de serviços que oferece
para toda as (futuras) aplicações. acesso à Internet. Para acessar a Internet, é necessário conectar-se
A solução para este grande problema (grande mesmo, afi- com um computador que já esteja na Internet (no caso, o prove-
nal, a internet não pode parar de crescer!) atende pelo nome de dor) e esse computador deve permitir que seus usuários também
tenham acesso a Internet.
IPv6, uma nova especificação capaz de suportar até - respire
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada à Embra-
fundo - 340.282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.45
tel, que por sua vez, está conectada com outros computadores
6 de endereços, um número absurdamente alto!
fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, que é a conexão fí-
sica que interliga o provedor de acesso com a Embratel. Neste
caso, a Embratel é conhecida como backbone, ou seja, é a “espi-
nha dorsal” da Internet no Brasil. Pode-se imaginar o backbone
como se fosse uma avenida de três pistas e os links como se fos-
sem as ruas que estão interligadas nesta avenida.
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade de
transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite os da-
dos. Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). Deve ser
feito um contrato com o provedor de acesso, que fornecerá um
O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no aumento da nome de usuário, uma senha de acesso e um endereço eletrônico
quantidade de octetos. Um endereço do tipo pode ser, por exemplo: na Internet.
FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF
URL - Uniform Resource Locator
Finalizando
Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que a es-
Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma identifica-
pecificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do mapa. Isso até
deve acontecer, mas vai demorar bastante. Durante essa fase, que ção de onde está localizado o computador e quais recursos este
podemos considerar de transição, o que veremos é a “convivência” computador oferece. Por exemplo, a URL:
entre ambos os padrões. Não por menos, praticamente todos os http://www.novaconcursos.com.br
sistemas operacionais atuais e a maioria dos dispositivos de rede Será mais bem explicado adiante.
estão aptos a lidar tanto com um quanto com o outro. Por isso, se
você é ou pretende ser um profissional que trabalha com redes ou Como descobrir um endereço na Internet?
simplesmente quer conhecer mais o assunto, procure se aprofundar
nas duas especificações. Para que possamos entender melhor, vamos exemplificar.
A esta altura, você também deve estar querendo descobrir qual Você estuda em uma universidade e precisa fazer algumas
o seu IP. Cada sistema operacional tem uma forma de mostrar isso. pesquisas para um trabalho. Onde procurar as informações que
Se você é usuário de Windows, por exemplo, pode fazê-lo digi- preciso?
tando cmd em um campo do Menu Iniciar e, na janela que surgir,
Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de procu-
informar ipconfig /all e apertar Enter. Em ambientes Linux, o co-
ra, que são sites que possuem um enorme banco de dados (que
mando é ifconfig.
contém o cadastro de milhares de Home Pages), que permitem a
procura por um determinado assunto. Caso a palavra ou o assunto
que foi procurado exista em alguma dessas páginas, será listado
toda esta relação de páginas encontradas.
A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, referente ao
assunto desejado. Por exemplo, você quer pesquisar sobre amor-
tecedores, caso não encontre nada como amortecedores, procure
como autopeças, e assim sucessivamente.
Barra de endereços
Didatismo e Conhecimento 96
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
• www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular) FTP - Transferência de Arquivos
• www.ufpel.tche.br (Ufpel)
• www.cefetrs.tche.br (Cefet) Permite copiar arquivos de um computador da Internet para o
• www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor público) seu computador.
• www.siapenet.gog.br (contracheque) Os programas disponíveis na Internet podem ser:
• www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas) • Freeware: Programa livre que pode ser distribuído e uti-
lizado livremente, não requer nenhuma taxa para sua utilização, e
• www.mec.gov.br (Ministério da Educação)
não é considerado “pirataria” a cópia deste programa.
Identificação de endereços de um site
• Shareware: Programa demonstração que pode ser uti-
lizado por um determinado prazo ou que contém alguns limites,
Exemplo: http://www.pelotas.com.br
para ser utilizado apenas como um teste do programa. Se o usuário
http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de comu-
gostar ele compra, caso contrário, não usa mais o programa. Na
nicação
maioria das vezes, esses programas exibem, de tempos em tem-
WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial
pos, uma mensagem avisando que ele deve ser registrado. Outros
pelotas -> empresa ou organização que mantém o site
tipos de shareware têm tempo de uso limitado. Depois de expirado
.com -> tipo de organização
este tempo de teste, é necessário que seja feito a compra deste
......br -> identifica o país
programa.
Tipos de Organizações:
Navegar nas páginas
.edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.edu
Consiste percorrer as páginas na internet a partir de um docu-
.com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft.com
mento normal e de links das próprias páginas.
.gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov
.mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil
Como salvar documentos, arquivos e sites
.net -> computadores com funções de administrar redes.
Exemplo: embratel.net
Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.
.org -> organizações não governamentais. Exemplo: care.org
Como copiar e colar para um editor de textos
Home Page
Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com o botão
Pela definição técnica temos que uma Home Page é um arqui-
direito do mouse e escolha a opção Copiar.
vo ASCII (no formato HTML) acessado de computadores rodando
um Navegador (Browser), que permite o acesso às informações em
um ambiente gráfico e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando
a busca de informações dentro das Home Pages.
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
http://www.endereço.com/página.html
Por exemplo, a página principal da Pronag:
http://www.pronag.com.br/index.html
PLUG-INS
Didatismo e Conhecimento 97
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
O World Wide Web foi inicialmente desenvolvido no Centro Os sites de pesquisa em geral não fazem distinção na pesquisa
de Pesquisas da CERN (Conseil Europeen pour la Recherche com letras maiúsculas e minúsculas e nem palavras com ou sem
Nucleaire), Suíça. Originalmente, o WWW era um meio para acento.
físicos da CERN trocar experiências sobre suas pesquisas através
da exibição de páginas de texto. Ficou claro, desde o início, o Opções de pesquisa
imenso potencial que o WWW possuía para diversos tipos de
aplicações, inclusive não científicas.
O WWW não dispunha de gráficos em seus primórdios, apenas Web: pesquisa em todos os sites
de hipertexto. Entretanto, em 1993, o projeto WWW ganhou força Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas.
extra com a inserção de um visualizador (também conhecido como Exemplo do resultado se uma pesquisa.
browser) de páginas capaz não apenas de formatar texto, mas
também de exibir gráficos, som e vídeo. Este browser chamava-se
Mosaic e foi desenvolvido dentro da NCSA, por um time chefiado
por Mark Andreesen. O sucesso do Mosaic foi espetacular.
Depois disto, várias outras companhias passaram a produzir
browsers que deveriam fazer concorrência ao Mosaic. Mark
Andreesen partiu para a criação da Netscape Communications,
criadora do browser Netscape.
Surgiram ainda o Cello, o AIR Mosaic, o SPRY Mosaic, o
Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox e muitos outros
browsers.
Didatismo e Conhecimento 98
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Por exemplo: 3+4
Irá retornar:
O resultado da pesquisa
O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte forma:
INTERNET EXPLORER
O Windows Internet Explorer 9 possui uma aparência simplificada e muitos recursos novos que aceleram a sua experiência de navega-
ção na Web.
Os novos recursos gráficos e o melhor desempenho do Internet Explorer 9 possibilitam experiências ricas e intensas. Texto, vídeo e
elementos gráficos acelerados por hardware significam que seus sites têm um desempenho semelhante ao dos programas instalados no seu
computador. Os vídeos de alta definição são perfeitos, os elementos gráficos são nítidos e respondem positivamente, as cores são fieis e os
sites são interativos como jamais foram. Com os aperfeiçoamentos como Chakra, o novo mecanismo JavaScript, os sites e aplicativos são
carregados mais rapidamente e respondem melhor. Combine o Internet Explorer 9 com os eficientes recursos gráficos que o Windows 7 tem
a oferecer, e você terá a melhor experiência da Web no Windows até o momento.
A instalação mais curta e simplificada do Internet Explorer 9 é mais rápida do que nas versões anteriores. Ela requer menos decisões de
sua parte, leva menos tempo para carregar páginas e não exige que você instale atualizações separadamente. Uma vez concluída a instalação,
você já pode começar a navegar.
Interface
A primeira alteração que vemos no I.E 9 é a altura do seu cabeçalho (55px), pequeno e elegante, o internet Explorer 9 se comparado com
suas versões anteriores, melhorou muito e sem sombra de dúvida começa a tomar A primeira alteração que vemos no I.E 9 é a altura do seu
cabeçalho (55px), pequeno e elegante, o internet Explorer 9 se comparado com suas versões anteriores, melhorou muito e sem sombra de dúvida
começa a tomar uma forma competitiva.
Didatismo e Conhecimento 99
DOMÍNIO PRODUTIVO DE INFORMÁTICA
Os ícones de manipulação, são aqueles que permitem o usuário “Favoritos”, “Cancelar” ou “Atualizar” uma página. No caso do I.E
9, eles foram separados, o “Favoritos” está junto dos ícones de funcionalidade geral (página inicial e opções) enquanto o “Atualizar” e
“Fechar” foram posicionados dentro da barra de URL, o que pode dificultar o seu uso, o “Atualizar” especialmente é bastante utilizado
(apesar da tecla de atalho F5) e nesta nova versão ele perdeu seu destaque e sua facilidade de clique, ficando posicionado entre dois
ícones.
Foi inserido nessa mesma área, o ícone de “Compatibilidade”, permitindo que determinadas páginas sejam visualizadas com a tec-
nologia das versões anteriores do I.E.
3-Abas de conteúdo
O posicionamento das abas de conteúdo dentro do cabeçalho do I.E 9 foi mal escolhido, as abas tem que disputar espaço com o
campo de URL. Consegui manter aberto no máximo 4 abas sem que prejudique demais a leitura dos títulos das abas, depois disso a vi-
sualização e a navegação entre as abas fica difícil e desanimador.
4 abas.
Múltiplas abas.
“Pagina Inicial”, “Favoritos” e “Opções” foram agrupados no canto direito da tela, mas sem um objetivo claro, pois os dois primeiros
itens citados são elementos que quando utilizados interagem ou alteram os dados inseridos no campo de URL. “Opções” por sua vez, se
refere a opções de internet, privacidade e etc.…
Uma das novidades mais bacanas dos novos navegadores é possibilidade de adquirir aplicativos e plug-ins, permitindo ao usuário a
customizar o seu navegador e criar um fluxo de utilização diferenciado de navegador para navegador.
Porém, esta nova possibilidade foi mal comunicada, ela é representada por símbolo de mais, muito semelhante ao utilizado em nave-
gadores como Firefox, para adicionar novas abas. Fica claro no I.E 9, que o símbolo de “+” serve para adicionar algo ao navegador, mas
o que? Existe espaço suficiente na área para trabalhar com uma ancora textual, ao menos até os usuários criarem um hábito.
As guias são exibidas automaticamente à direita da Barra de endereços, mas é possível movê-las para que sejam exibidas abaixo da Barra
de endereço, da mesma maneira que em versões anteriores do Internet Explorer. Você pode exibir as Barras de Favoritos, Comandos, Status e
Menus clicando com o botão direito do mouse no botão Ferramentas e selecionando-as em um menu.
Pesquisar na Barra de endereços 1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar .
Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resulta-
Agora, você pode fazer buscas diretamente na Barra de en- dos, clique em Internet Explorer.
dereços. Se você inserir o endereço de um site, você irá direta- 2. Clique no botão Ferramentas e em Exibir downloads.
mente a um site da web. Se você inserir um termo de pesquisa
ou um endereço incompleto, aparecerá uma pesquisa, usando o Trabalhar com guias
mecanismo de pesquisa selecionado. Clique na barra de endere-
ços para selecionar o mecanismo de pesquisa a partir dos ícones Você pode abrir uma guia clicando no botão Nova Guia à direita
listados ou para adicionar novos mecanismos. da guia aberta mais recentemente.
Use a navegação com guias para abrir várias páginas da Web
em uma única janela.
Para visualizar duas páginas com guias ao mesmo tempo, cli-
que em um guia e, em seguida, arraste-a para fora da janela do Inter-
net Explorer para abrir a página da Web da guia em uma nova janela.
Guias avançadas Ter várias guias abertas ao mesmo tempo pode ser um pro-
cesso complicado e demorado, principalmente quando você tenta
Por padrão, as guias são mostradas à direita da Barra de ende- voltar e localizar os sites que abriu. Com o Internet Explorer 9, as
reços. Para fazer com que as guias sejam mostradas em sua própria guias relacionadas são codificadas por cores, o que facilita sua orga-
linha abaixo da Barra de endereços, clique com o botão direito do nização ao navegar por várias páginas da Web.
mouse na área aberta à direita do botão Nova guia e clique em Você consegue ver as guias relacionadas instantaneamente.
Mostrar guias abaixo da Barra de endereços. Quando você abre uma nova guia a partir de outra, a nova guia é po-
Guias destacáveis sicionada ao lado da primeira guia e é codificada com a cor corres-
pondente. E quando uma guia que faz parte de um grupo é fechada,
outra guia desse grupo é exibida, para que você não fique olhando
para uma guia não relacionada.
Se quiser fechar uma guia ou o grupo inteiro de guias, ou remo-
ver uma guia de um grupo, clique com o botão direito do mouse na
guia ou no grupo de guias e escolha o que deseja fazer. Nesse local
também é possível atualizar uma ou todas as guias, criar uma guia
duplicada, abrir uma nova guia, reabrir a última guia fechada ou ver
uma lista de todas as guias fechadas recentemente e reabrir qualquer
uma ou todas elas.
Como usar os Sites Sugeridos no Internet Explorer 9
O recurso Sites Sugeridos é um serviço online usado pelo Win-
dows Internet Explorer 9 que recomenda sites que você talvez goste
As guias destacáveis tornam a interação com vários sites rá- com base nos sites que você visita com frequência.
pida e intuitiva. É possível reorganizar as guias no Internet Ex- Para ativar os Sites Sugeridos e exibi-los em uma página da
plorer 9 — da mesma forma que você reorganiza ícones na barra Web
de tarefas no Windows 7 — ou abrir qualquer guia em uma nova 1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar .
janela do navegador arrastando a guia para a área de trabalho. Se Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resulta-
precisar exibir mais de uma página da Web ao mesmo tempo para dos, clique em Internet Explorer.
realizar uma tarefa, use as guias destacáveis junto com o Ajuste. 2. Clique no botão Favoritos e, na parte inferior do Centro de
É uma ótima forma de mostrar várias páginas da Web lado a lado Favoritos, clique em Ativar Sites Sugeridos.
na tela. 3. Na caixa de diálogo Sites Sugeridos, clique em Sim.
Observação: Para desativar os Sites Sugeridos, clique no botão
Ferramentas , aponte para Arquivo e desmarque a opção Sites Su-
Facilite o acesso aos seus sites favoritos. Arraste uma guia e
geridos.
fixe-a diretamente na barra de tarefas ou no menu Iniciar. Ou ar-
raste uma guia para a barra Favoritos. Independentemente do que Para adicionar o Web Slice de Sites Sugeridos
escolher, seus sites favoritos estarão ao seu alcance. Depois de ativar os Sites Sugeridos, você pode clicar no Web
Slice de Sites Sugeridos na Barra de favoritos para verificar suges-
tões de sites com base na página da Web na guia atual.
1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar .
Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resulta-
dos, clique em Internet Explorer.
2. Clique no botão Favoritos e, na parte inferior do Cen-
tro de Favoritos, clique em Exibir Sites Sugeridos.
Para Iniciantes
Se você nunca utilizou um navegador ou ainda tem dúvidas
básicas sobre essa categoria de programas, continue lendo este pa-
rágrafo. Do contrário, pule para o próximo e poupe seu tempo.
Aqui falaremos um pouco mais sobre os conceitos e ações mais
básicas do programa.
GOOGLE CHROME Com o Google Chrome, você acessa os sites da mesma forma
que seus semelhantes – IE, Firefox, Opera. Ao executar o progra-
O Chrome é o mais novo dos grandes navegadores e já con- ma, tudo o que você precisa fazer é digitar o endereço do local que
quistou legiões de adeptos no mundo todo. O programa apresenta
quer visitar. Para acessar o portal Baixaki, por exemplo, basta es-
excelente qualidade em seu desenvolvimento, como quase tudo o
crever baixaki.com.br (hoje é possível dispensar o famoso “www”,
que leva a marca Google. O browser não deve nada para os gigan-
inserido automaticamente pelo programa.)
tes Firefox e Internet Explorer e mostra que não está de brincadeira
No entanto nem sempre sabemos exatamente o link que que-
no mundo dos softwares. Confira nas linhas abaixo um pouco mais
sobre o ótimo Google Chrome. remos acessar. Para isso, digite o nome ou as palavras-chave do
que você procura na mesma lacuna. Desta forma o Chrome acessa
Funções visíveis o site de buscas do Google e exibe os resultados rapidamente. No
Antes de detalhar melhor os aspectos mais complicados do exemplo utilizamos apenas a palavra “Baixaki”.
navegador, vamos conferir todas as funções disponíveis logo em
sua janela inicial. Observe a numeração na imagem abaixo e acom-
panhe sua explicação logo em seguida:
Coisas pessoais
Senhas: define basicamente se o programa salvará ou não as
senhas que você digitar durante a navegação. A opção “Mostrar
senhas salvas” exibe uma tabela com tudo o que já foi inserido
Configuração
por você.
Preenchimento automático de formulário: define se os for-
Antes de continuar com as outras funções do Google Chrome
mulários da internet (cadastros e aberturas de contas) serão suge-
é legal deixar o programa com a sua cara. Para isso, vamos às
ridos automaticamente após a primeira digitação.
configurações. Vá até o canto direito da tela e procure o ícone com
Dados de navegação: durante o uso do computador, o Chro-
uma chave de boca. Clique nele e selecione “Opções”.
me salva os dados da sua navegação para encontrar sites, links
e conteúdos com mais facilidade. O botão “Limpar dados de
navegação” apaga esse conteúdo, enquanto a função “Importar
dados” coleta informações de outros navegadores.
Temas: é possível modificar as cores e todo o visual do na-
vegador. Para isso, clique em “Obter temas” e aplique um de sua
preferência. Para retornar ao normal, selecione “Redefinir para o
tema padrão”.
Configurações avançadas
Rede: configura um Proxy para a sua rede. (Indicado para usuários avançados)
Privacidade: aqui há diversas funções de privacidade, que podem ser marcadas ou desmarcadas de acordo com suas preferências.
Downloads: esta é a opção mais importante da aba. Em “Local de download” é possível escolher a pasta em que os arquivos bai-
xados serão salvos. Você também pode definir que o navegador pergunte o local para cada novo download.
Downloads
Todos os navegadores mais famosos da atualidade contam com pequenos gerenciadores de download, o que facilita a vida de quem
baixa várias coisas ao mesmo tempo. Com o Google Chrome não é diferente. Ao clicar em um link de download, muitas vezes o pro-
grama perguntará se você deseja mesmo baixar o arquivo, como ilustrado abaixo:
Logo em seguida uma pequena aba aparecerá embaixo da janela, mostrando o progresso do download. Você pode clicar no canto dela
e conferir algumas funções especiais para a situação. Além disso, ao selecionar a função “Mostrar todos os downloads” (Ctrl + J), uma
nova aba é exibida com ainda mais detalhes sobre os arquivos que você está baixando.
Outra ferramenta muito prática do navegador é a possibilidade de realizar pesquisas diretamente dentro de alguns sites, como o próprio
portal Baixaki. Depois de usar a busca normalmente no nosso site pela primeira vez, tudo o que você precisa fazer é digitar baixaki e teclar
o TAB para que a busca desejada seja feita diretamente na lacuna do Chrome.
Navegação anônima
Se você quer entrar em alguns sites sem deixar rastros ou históricos de navegação no computador, utilize a navegação anônima. Basta
clicar no menu com o desenho da chave de boca e escolher a função “Nova janela anônima”, que também pode ser aberta com o comando
Ctrl + Shift + N.
Gerenciador de tarefas
Uma das funções mais úteis do Chrome é o pequeno gerenciador de tarefas incluso no programa. Clique com o botão direito no topo da
página (como indicado na figura) e selecione a função “Gerenciador de tarefas”.
Desta forma, uma nova janela aparecerá em sua tela. Ela controla todas as abas e funções executadas pelo navegador. Caso uma das
guias apresente problemas você pode fechá-la individualmente, sem comprometer todo o programa. A função é muito útil e evita diversas
dores de cabeça.
Complementos
Um dos grandes diferenciais dos produtos da família Mozilla
sempre foi a possibilidade de estender as suas funções por meio de
complementos. Com o Thunderbird não poderia ser diferente! In-
clusive o aplicativo disponibiliza um gerenciador para a extensões
em sua própria interface.
O QUE É O FIREFOX?
Quando clicamos em um link de download de um arquivo, Podemos ver algumas das funções que esse gerenciador ofere-
aparecerá uma tela perguntando se queremos salvar o arquivo ou ce. Se clicarmos na pasta que aparece depois de ‘Baixar arquivos
simplesmente abri-lo. No último caso, devemos também informar em: ‘, a mesma será aberta. Se clicarmos em ‘Limpar Lista’, toda
com qual programa queremos abrir o arquivo: a lista dos downloads será apagada (perceba que só a lista será
apagada, os arquivos continuarão existindo). Para excluir apenas
certo arquivo da lista, clique no link ‘Excluir da lista’ correspon-
dente ao arquivo que se deseja excluir. Para abrir um arquivo cujo
download já foi concluído, clique no link ‘Abrir’.
Tome cuidado ao sair do Firefox. Por padrão, os downloads
não terminados serão cancelados.
Histórico
Favoritos
O Favoritos é uma funcionalidade que nos ajuda a entrar
em páginas que acessamos com muita frequência, economizan-
do tempo.
Clique no menu ‘Favoritos’ e uma lista com as nossas pá-
ginas favoritas será mostrada. Se você não tiver adicionado ne-
nhuma página aos Favoritos, você verá algo como:
Digite um nome que define essa página, escolha uma pas- Imprimindo páginas
ta para essa página (a pasta ‘Favoritos do Firefox’ é a pasta
padrão) e clique em ‘Adicionar’. Agora clique novamente no Muitas vezes, queremos imprimir uma página web. Para isso,
menu ‘Favoritos’ para ver o que mudou. Agora aparece a página o Firefox conta as opções ‘Configurar página’, ‘Visualizar Impres-
que você acabou de adicionar aparecerá na área de Favoritos! são’ e ‘Imprimir...’.
Criar um contato
Contatos podem ser tão simples quanto um nome e endereço
de email ou incluir outras informações detalhadas, como endereço
físico, vários telefones, uma imagem, datas de aniversário e quais-
quer outras informações que se relacionem ao contato.
Atalho do teclado: Para criar um compromisso, pressione • Em Contatos, na guia Página Inicial, no grupo Novo, cli-
CTRL+SHIFT+A. que em Novo Contato.
Agendar uma reunião com outras pessoas
Uma reunião é um compromisso que inclui outras pessoas e
pode incluir recursos como salas de conferência. As respostas às
suas solicitações de reunião são exibidas na Caixa de Entrada.
• Em Calendário, na guia Página Inicial, no grupo Novo,
clique em Nova Reunião.
Os worms (vermes) podem ser interpretados como um tipo de Firewall é um programa que monitora as conexões feitas pelo
vírus mais inteligente que os demais. A principal diferença entre seu computador para garantir que nenhum recurso do seu compu-
eles está na forma de propagação: os worms podem se propagar tador esteja sendo usado indevidamente. São úteis para a preven-
rapidamente para outros computadores, seja pela Internet, seja por ção de worms e trojans.
meio de uma rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de
maneira discreta e o usuário só nota o problema quando o compu- ANTIVÍRUS
tador apresenta alguma anormalidade. O que faz destes vírus inte-
ligentes é a gama de possibilidades de propagação. O worm pode Existe uma variedade enorme de softwares antivírus no mer-
cado. Independente de qual você usa, mantenha-o sempre atuali-
capturar endereços de e-mail em arquivos do usuário, usar serviços
zado. Isso porque surgem vírus novos todos os dias e seu antivírus
de SMTP (sistema de envio de e-mails) próprios ou qualquer outro
precisa saber da existência deles para proteger seu sistema opera-
meio que permita a contaminação de computadores (normalmente cional.
milhares) em pouco tempo. A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de atua-
lização automática. Abaixo há uma lista com os antivírus mais co-
Spywares, keyloggers e hijackers nhecidos:
Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br - Pos-
Apesar de não serem necessariamente vírus, estes três nomes sui versão de teste.
também representam perigo. Spywares são programas que ficam McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui ver-
“espionando” as atividades dos internautas ou capturam informa- são de teste.
ções sobre eles. Para contaminar um computador, os spywares po- AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga e outra
dem vir embutidos em softwares desconhecidos ou serem baixa- gratuita para uso não comercial (com menos funcionalidades).
dos automaticamente quando o internauta visita sites de conteúdo Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftware.com.
duvidoso. br - Possui versão de teste.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem vir em- É importante frisar que a maioria destes desenvolvedores
butidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, destinados a possuem ferramentas gratuitas destinadas a remover vírus
capturar tudo o que é digitado no teclado. O objetivo principal, específicos. Geralmente, tais softwares são criados para combater
nestes casos, é capturar senhas. vírus perigosos ou com alto grau de propagação.
Hijackers são programas ou scripts que “sequestram” nave-
PROTEÇÃO
gadores de Internet, principalmente o Internet Explorer. Quando
isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do browser e impede
A melhor política com relação à proteção do seu computador
o usuário de mudá-la, exibe propagandas em pop-ups ou janelas contra vírus é possuir um bom software antivírus original instalado
novas, instala barras de ferramentas no navegador e podem impe- e atualizá-lo com frequência, pois surgem vírus novos a cada dia.
dir acesso a determinados sites (como sites de software antivírus, Portanto, a regra básica com relação a vírus (e outras infecções) é:
por exemplo). Jamais execute programas que não tenham sido obtidos de fontes
Os spywares e os keyloggers podem ser identificados por pro- absolutamente confiáveis. O tema dos vírus é muito extenso e não
gramas anti-spywares. Porém, algumas destas pragas são tão peri- se pode pretender abordá-lo aqui senão superficialmente, para dar
gosas que alguns antivírus podem ser preparados para identificá- orientações essenciais. Vamos a algumas recomendações.
-las, como se fossem vírus. No caso de hijackers, muitas vezes é Os processos mais comuns de se receber arquivos são como
necessário usar uma ferramenta desenvolvida especialmente para anexos de mensagens de e-mail, através de programas de FTP, ou
combater aquela praga. Isso porque os hijackers podem se infiltrar por meio de programas de comunicação, como o ICQ, o NetMee-
no sistema operacional de uma forma que nem antivírus nem anti- ting, etc.
-spywares conseguem “pegar”. Note que:
Não existem vírus de e-mail. O que existem são vírus escondi-
Hoaxes, o que são? dos em programas anexados ao e-mail. Você não infecta seu com-
putador só de ler uma mensagem de correio eletrônico escrita em
São boatos espalhados por mensagens de correio eletrônico, formato texto (.txt). Mas evite ler o conteúdo de arquivos anexados
que servem para assustar o usuário de computador. Uma mensa- sem antes certificar-se de que eles estão livres de vírus. Salve-os
gem no e-mail alerta para um novo vírus totalmente destrutivo que em um diretório e passe um programa antivírus atualizado. Só de-
está circulando na rede e que infectará o micro do destinatário en- pois abra o arquivo.
quanto a mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar Cuidados que se deve tomar com mensagens de correio eletrô-
em determinada tecla ou link. Quem cria a mensagem hoax nor- nico – Como já foi falado, simplesmente ler a mensagem não causa
malmente costuma dizer que a informação partiu de uma empresa qualquer problema. No entanto, se a mensagem contém anexos (ou
confiável, como IBM e Microsoft, e que tal vírus poderá danificar attachments, em Inglês), é preciso cuidado. O anexo pode ser um
a máquina do usuário. Desconsidere a mensagem. arquivo executável (programa) e, portanto, pode estar contamina-
do. A não ser que você tenha certeza absoluta da integridade do
arquivo, é melhor ser precavido e suspeitar. Não abra o arquivo
sem antes passá-lo por uma análise do antivírus atualizado
• CONTROLES LÓGICOS: são barreiras que impedem ou Palavras-chave, sistemas biométricos, firewalls, cartões in-
limitam o acesso à informação, que está em ambiente controlado, teligentes.
geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria exposta a
alteração não autorizada por elemento mal intencionado. Mecanismos de certificação
Existem mecanismos de segurança que apoiam os controles
lógicos: Atesta a validade de um documento. O Certificado Digital,
também conhecido como Certificado de Identidade Digital associa
Mecanismos de encriptação a identidade de um titular a um par de chaves eletrônicas (uma
pública e outra privada) que, usadas em conjunto, fornecem a com-
A criptografia vem, na sua origem, da fusão de duas palavras provação da identidade. É uma versão eletrônica (digital) de algo
gregas:
parecido a uma Cédula de Identidade - serve como prova de identi-
• CRIPTO = ocultar, esconder.
dade, reconhecida diante de qualquer situação onde seja necessária
• GRAFIA = escrever
a comprovação de identidade.
Criptografia é arte ou ciência de escrever em cifra ou em códi-
O Certificado Digital pode ser usado em uma grande varieda-
gos. É então um conjunto de técnicas que tornam uma mensagem
de de aplicações, como comércio eletrônico, groupware (Intranets
incompreensível permitindo apenas que o destinatário que conhe-
e Internet) e transferência eletrônica de fundos.
ça a chave de encriptação possa decriptar e ler a mensagem com
Dessa forma, um cliente que compre em um shopping virtual,
clareza.
utilizando um Servidor Seguro, solicitará o Certificado de Identi-
Permitem a transformação reversível da informação de forma
dade Digital deste Servidor para verificar: a identidade do vende-
a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para tal, algoritmos
determinados e uma chave secreta para, a partir de um conjunto de dor e o conteúdo do Certificado por ele apresentado. Da mesma
dados não encriptados, produzir uma sequência de dados encripta- forma, o servidor poderá solicitar ao comprador seu Certificado
dos. A operação inversa é a desencriptação. de Identidade Digital, para identificá-lo com segurança e precisão.
Caso qualquer um dos dois apresente um Certificado de Iden-
Assinatura digital tidade Digital adulterado, ele será avisado do fato, e a comunica-
ção com segurança não será estabelecida.
Um conjunto de dados encriptados, associados a um docu- O Certificado de Identidade Digital é emitido e assinado por
mento do qual são função, garantindo a integridade do documento uma Autoridade Certificadora Digital (Certificate Authority). Para
associado, mas não a sua confidencialidade. tanto, esta autoridade usa as mais avançadas técnicas de cripto-
A assinatura digital, portanto, busca resolver dois problemas grafia disponíveis e de padrões internacionais (norma ISO X.509
não garantidos apenas com uso da criptografia para codificar as para Certificados Digitais), para a emissão e chancela digital dos
informações: a Integridade e a Procedência. Certificados de Identidade Digital.
Ela utiliza uma função chamada one-way hash function, tam- Podemos destacar três elementos principais:
bém conhecida como: compression function, cryptographic check- - Informação de atributo: É a informação sobre o objeto que
sum, message digest ou fingerprint. Essa função gera uma string é certificado. No caso de uma pessoa, isto pode incluir seu nome,
única sobre uma informação, se esse valor for o mesmo tanto no nacionalidade e endereço e-mail, sua organização e o departamen-
remetente quanto destinatário, significa que essa informação não to da organização onde trabalha.
foi alterada. - Chave de informação pública: É a chave pública da entida-
Mesmo assim isso ainda não garante total integridade, pois de certificada. O certificado atua para associar a chave pública à
a informação pode ter sido alterada no seu envio e um novo hash informação de atributo, descrita acima. A chave pública pode ser
pode ter sido calculado. qualquer chave assimétrica, mas usualmente é uma chave RSA.
Honeypot: É o nome dado a um software, cuja função é de- A forma mais conhecida de ataque que consiste na perturba-
tectar ou de impedir a ação de um cracker, de um spammer, ou ção de um serviço, devido a danos físicos ou lógicos causados no
de qualquer agente externo estranho ao sistema, enganando-o, fa- sistema que o suportam. Para provocar um DoS, os atacantes dis-
zendo-o pensar que esteja de fato explorando uma vulnerabilidade seminam vírus, geram grandes volumes de tráfego de forma artifi-
daquele sistema. cial, ou muitos pedidos aos servidores que causam subcarga e estes
últimos ficam impedidos de processar os pedidos normais.
23. (Polícia Civil – TO – 2008 – Cespe) Para se fazer o backup 31. Streaming de dados é uma das várias formas de se
de um arquivo de dados com 500 Mb é suficiente utilizar um CD transmitir informações de áudio e vídeo por meio de recursos
comercial padrão. da Internet.
24. (Polícia Civil TO – 2008 – Cespe) O recurso de Plug and 32. Toda tecnologia de transmissão de dados de áudio e vídeo
Play permite a realização de backup automático dos arquivos ar- suporta o uso de multicast em rede local.
mazenados no computador.
33. O Windows Media Player da Microsoft e o QuickTime da
25. (TCE – Cespe 2008) Para a realização de cópias de Apple são softwares capazes de receber conteúdo de streaming.
segurança, deve-se
Didatismo e Conhecimento 1
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
Moral é o conjunto de regras que se impõem às pessoas por elas são mais ou menos estimadas ou desejadas por um sujeito ou,
um impulso que move o grupo, numa ação coletiva que tende a mais ordinariamente, por um grupo de sujeitos determinados”.(…)
agir de determinada maneira. É a consolidação de práticas e cos- Os valores indicam muito mais o registro de uma preferibilidade
tumes, observadas no geral pelo receio de uma reprovação social em um grupo social do que um dever para esse mesmo grupo, o
(a pressão é externa). Partindo desse pressuposto, todo ser humano que implica a possibilidade de concebê-los de forma hierarquiza-
é moral ao cumprir ou deixar de cumprir as regras sociais, sem da. (GALUPPO, 1.999, p. 196).
questionar. Chamon Junior (2.004) relata que os valores são aplicados
Ética envolve reflexão, por isso não significa um conjunto com o objetivo de se auferir finalidades específicas levando-se em
qualquer de normas, mas sim, um conjunto de juízos valorativos, conta o interesse de determinados grupos de indivíduos dentro da
assumidos e manifestados na ação individual de cada um (a pres- sociedade. Assim, o conceito de “bom” sofre variações por possuir
são é interna). visão parcial e pessoal, haja vista, o que é bom para um indivíduo
Os gregos referiam-se ao “ethos” como uma força de raiz pode não ser para o outro.
ontológica, manifestada no indivíduo determinando sua conduta. Ao expor sobre a diversidade dos valores, intrínseca na so-
Havia um significado profundo, relacionado a um modo de ser re- ciedade Dworkin, faz o seguinte questionamento: “quantas vezes
metido ao princípio universal, pressupondo sempre que algo maior nos dizem que culturas diferentes têm valores diferentes e que, em
fala pelo humano, que é a expressão de algo anterior a ele. nosso caso, não passa de uma forma de imperialismo insistir que
Dessa forma, a Ética grega, que também significa uma ma- só os nossos valores estão certos e que os valores diferentes estão
neira de ser em sociedade, é um campo de reflexão que envolve errados?” (DWORKIN, 2.010, p. 151).
investigação e questionamento a respeito da conduta humana que Na lição de Rodotá (2.010), o que se busca é reconstruir o
se determina a partir de princípios imutáveis. sistema em sua integridade, reconhecendo a importância dos dife-
Essa incompreensão, predominante nos dias de hoje, é um fa- rentes componentes formais e informais e não substituir uma vi-
tor de confusão e prejuízo para o próprio homem, porque este, des- são unilateral por outra visão que não seja menor. A realidade dos
viado da visão nítida dos imperativos éticos, passou a compreen- comportamentos jurídicos não pode ser valorada, caso contrário,
der o dever-ser, face a si mesmo, ao seu semelhante e, também, estar-se-á sempre fortemente condicionada ao contexto em que es-
à natureza, como apenas questões a serem reguladas por normas tes valores se manifestam.
morais ou, com mais rigor, por normas legais, ambas estabelecidas Dworkin, ao explicar o pluralismo moral e, por conseguinte,
por outros seres humanos, geralmente, de forma arbitrária. a colisão e a variação dos valores, cita o entendimento de Berlin.
Vale conferir: Nossos valores entram em conflito, insiste Berlin,
Todos esses, que assim entendem, deixam de reconhecer que
de uma maneira mais profunda que esta, motivo pelo qual ele
a verdadeira essência do homem continua sendo o dever-ser que
afirma que o ideal de harmonia não é apenas inalcançável, mas
se frustra diante da vontade. Assim, o que caracteriza a Ética é
incoerente, porque o fato de garantir ou proteger um valor impli-
a postura assumida pelo dever-ser autodeterminado por convic-
ca, necessariamente, abandonar, outros ou fazer concessões. Quer
ção, estabelecendo seus próprios limites para a atuação no mundo.
dizer, nossos valores colidem mesmo quando nos empenhamos em
www.sjt.com.br
fazer o melhor possível. (BERLIN, citado por DWORKIN, 2.010,
p. 153-154).
NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIO-
Já os princípios, para se ter entendimento a respeito é preciso
NAL. que se entenda antes de tudo o conceito de regra.
A regra tem uma única dimensão: a da validade. Se for válida,
Em um primeiro momento, necessário se faz explicar o con- a regra deverá ser aplicada integralmente, em sua inteireza, ou não
ceito de princípios em contraposição ao de valores. Aqueles per- ser aplicada. Esse aspecto da regra é também chamado de “tudo
tencem ao plano deontológico e estes ao axiológico. Galuppo, ci- ou nada”, ou a regra é totalmente aplicada, ou não. Não existem
tando o pensamento defendido por Habermas expõe as quatro dife- diferentes graus de aplicação.
renças existentes entre normas e valores. Vê-se: Normas e valores Ou seja, são normas válidas condizentes às expectações ge-
distinguem-se respectivamente, em primeiro lugar, por suas refe- rais da sociedade, havendo, portanto, a imposição de uma obriga-
rências ao agir obrigatório ou teleológico; em segundo lugar, pela ção, de um dever ser: Neste sentido, Galuppo (1.999) expõe que os
codificação respectivamente binária ou gradual de suas pretensões princípios jurídicos levando-se em conta o plano da justificação,
de validade; em terceiro lugar, por sua obrigatoriedade respectiva- são fundamentos formais normativos dos demais direitos, e, por
mente absoluta ou relativa; e, em quarto lugar, pelos critérios aos conseguinte, o seu ponto inicial.
quais o conjunto de sistema de normas ou valores deve satisfazer Os princípios, por sua vez, são requisitos de otimização, deve-
(HABEMAS, citado por GALUPPO, 2.002, p. 181). rão ser alcançados da melhor forma possível e possuem uma ideia
Os valores dizem respeito às preferências de grupos sociais de gradação.
ou as experiências vivenciadas por estes, que, consequentemente, Em outras palavras, podemos dizer que regras são comandos
variam de um para outro indivíduo, haja vista, se tratar de regras definitivos (ou se aplicam ou não se aplicam) enquanto princípios
morais adotadas por indivíduos indistintamente. são requisitos de otimização. Se a regra é válida e aplicável, esta
Neste sentido, Galuppo prevê que: Pois é apenas porque são requer que seja feito o que se prevê na sua íntegra. Já os princípios
concebidos como valores que os seres podem ser objetos de men- são normas que exigem que algo seja realizado em seu maior nível
suração por meio de preferibilidade, constitutiva do próprio con- possível, contendo assim uma ideia de gradação e que demonstra
ceito de valor, uma vez que o valor, conforme aponta Lalande, a grande diferença entre as regras e os princípios. Por Fernanda
pode ser entendido como o “caráter das coisas consistindo em que São José
Didatismo e Conhecimento 2
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
Ética aplicada é um estudo de ordem ética, que atua em um Código de Ética Profissional
meio social, o seu comportamento, e sua aplicação nesse meio. Código de ética profissional é o conjunto de normas éticas,
Nos anos de 1950 os meios de comunicação vigentes e o público que devem ser seguidas pelos profissionais no exercício de seu
em geral já discutiam a ética da inseminação artificial e de trans- trabalho.
plantes de órgãos que começavam a ser postos em prática. O código de ética profissional é elaborado pelos Conselhos,
Além da ética médica incluem-se em seu campo de pesquisa que representam e fiscalizam o exercício da profissão.
a bioética, a ética da ciência, a ética econômica ou ética empre- O código de ética médica em seu texto descreve: O presente
sarial, a ética do trabalho, a ética ambiental, a ética do futuro, a código contém as normas éticas que devem ser seguidas pelos mé-
ética do direito, a ética política, a ética da informação ou infoéti- dicos no exercício da profissão, independentemente da função ou
ca, a ética dos meios de comunicação social, a engenharia ética, cargo que ocupem. A fiscalização do cumprimento das normas es-
a ética administrativa, a ética da técnica, a ética social, a ética tabelecidas neste código é atribuição dos Conselhos de Medicina,
sexual e a ética animal. das Comissões de ética, das autoridades de saúde e dos médicos
A ética profissional é um conjunto de atitudes e valores posi- em geral. Os infratores do presente Código, sujeitar-se-ão às penas
tivos aplicados no ambiente de trabalho. A ética no ambiente de disciplinares previstas em lei.
trabalho é de fundamental importância para o bom funcionamen-
to das atividades da empresa e das relações de trabalho entre os Ética Empresarial
funcionários. Há de se perguntar por que se tem falado tanto em ética. Por
que a ética tem aparecido como uma das estratégias não apenas
Vantagens da ética aplicada ao ambiente de trabalho: de sobrevivência, mas, sobretudo, de expansão dos negócios? O
- Maior nível de produção na empresa; presente capítulo pretende explicitar esta recente relação de par-
- Favorecimento para a criação de um ambiente de trabalho ceria entre dois domínios aparentemente incompatíveis: o do lucro
harmonioso, respeitoso e agradável; e o da educação das vontades, a ética. Nesta perspectiva, a ideia
- Aumento no índice de confiança entre os funcionários. é demonstrar que a ética nem sempre deve ser entendida como
ameaça ou obstáculo, mas como alavanca para o sucesso das em-
Exemplos de atitudes éticas num ambiente de trabalho: presas. Não há empresa, no cenário contemporâneo, com preten-
- Educação e respeito entre os funcionários; sões de aumento de sua competitividade, que escolha tratar a ética
não como aliada, mas como adversária. Certamente não há uma
- Cooperação e atitudes que visam à ajuda aos colegas de
causa única e explicativa deste movimento em torno da ética, mas
trabalho;
é provável que a concorrência entre empresas, aliada às crescentes
- Divulgação de conhecimentos que possam melhorar o de-
exigências de clientes cada vez menos tolerantes com abusos, es-
sempenho das atividades realizadas na empresa;
tejam forçando as empresas a levar em conta este tema. Diante de
- Respeito à hierarquia dentro da empresa;
clientes exigentes, as empresas pensam bastante antes de oferecer
- Busca de crescimento profissional sem prejudicar outros
bens ou serviços que maculem negativamente suas imagens. Ao
colegas de trabalho;
perceberem que não podem ser abusivos em relação aos clientes,
- Ações e comportamentos que visam criar um clima agra-
as empresas estão introduzindo a ética em suas práticas.
dável e positivo dentro da empresa como, por exemplo, manter
O presente texto está estruturado em cinco tópicos.
o bom humor; O primeiro faz uma descrição do ambiente onde o novo líder
- Realização, em ambiente de trabalho, apenas de tarefas re- obriga-se a atuar. Sua atuação está cada vez mais condicionada
lacionadas ao trabalho; à necessidade de construir energias unificadoras interna e exter-
- Respeito às regras e normas da empresa. namente às organizações. Após a inevitável contextualização, são
apresentadas, a seguir, algumas conceituações contemporâneas e
Ética profissional é o conjunto de normas éticas que formam caracterizações da ética como fator de produção. Nas considera-
a consciência do profissional e representam imperativos de sua ções finais, ficam evidenciadas algumas posições afirmativas dian-
conduta. te do encontro cada vez mais vigoroso da economia com a ética.
Ética é uma palavra de origem grega (éthos), que signifi- Antes de maiores aprofundamentos sobre os dilemas éticos no
ca propriedade do caráter. Ser ético é agir dentro dos padrões mundo dos negócios, é fundamental compreender o ambiente onde
convencionais, é proceder bem, é não prejudicar o próximo. Ser compartilhamos nossa existência e suas influências sobre a ética.
ético é cumprir os valores estabelecidos pela sociedade em que Hoje é quase ponto pacífico o reconhecimento da importância do
se vive. ambiente externo na condução dos negócios de uma organização.
Ter ética profissional é o indivíduo cumprir com todas as Apesar da mudança de paradigma ser uma realidade evidente, nem
atividades de sua profissão, seguindo os princípios determinados todos aqueles que estão à frente das empresas conseguem perce-
pela sociedade e pelo seu grupo de trabalho. bê-la de maneira adequada. Assim, as proposições sobre grandes
Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que pode tendências são essenciais para compreender as principais mudan-
variar ligeiramente, graças a diferentes áreas de atuação. No en- ças que ocorreram e vêm ocorrendo no ambiente. As principais
tanto, há elementos da ética profissional que são universais e por proposições são as seguintes:
isso aplicáveis a qualquer atividade profissional, como a honesti- - Crescimento econômico global no final do segundo milênio:
dade, responsabilidade, competência, etc. diferentemente dos cenários negativos tão disseminados, estamos
destinados a um período de prosperidade sem precedentes;
Didatismo e Conhecimento 3
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
- Renascimento das artes: as artes permeiam a cultura de mas- A existência de organizações mostra ser possível a coopera-
sa como nunca anteriormente, substituindo os esportes como nossa ção humana sistemática. No entanto, as tendências dispersivas,
atividade de lazer; encontradas nos interesses individuais, bem como a complexi-
- Emergência do Socialismo de Livre Mercado: das agitações dade e instabilidade das motivações pessoais, tornam necessário
políticas no Bloco Oriental está brotando uma nova ideologia ao líder desenvolver um clima de fé, como prelúdio e condição
política e econômica; para a tal cooperação.
- Surgimento de estilos de vida globais paralelos a nacio- O líder deve criar fé na superioridade do interesse comum, o
nalismos culturais: a crescente tentativa de impor estilos úni- que significa fazer as pessoas acreditarem na existência de uma
cos de vida ao redor do mundo tem gerado resistências que se probabilidade de sucesso coletivo, dentro do qual as motivações
apoiam no desejo de valorizar o caráter único de cada cultura pessoais possam essencialmente ser satisfeitas desde que o grupo
local; confie na integridade da autoridade objetiva exercida na liderança.
- A privatização do Welfare State (Estado de bem-estar so- Sem estabelecer julgamento a respeito da superioridade de
cial): a questão fundamental que continua desafiadora para os uns sobre outros, devemos observar que cada membro de uma or-
governos a partir da primeira década do terceiro milênio é de ganização possui diversos códigos privados que afetam suas deci-
como auxiliar os pobres sem levar à bancarrota os Tesouros sões e seu comportamento.
Nacionais. Nota-se que tanto nos países periféricos como nos Significa que a posição executiva implica, para quem assumi-
países centrais do capitalismo, a mudança do controle governa- -la, trabalhar com um número ainda maior de códigos.
mental para a empresa privada tem sido o primeiro passo; Adicionalmente aos códigos morais próprios e independente-
- A consolidação econômica de alguns países do Pacífico: mente da posição que ocupe, tal incumbência implica a aceitação,
o foco da economia mundial vem mudando do Atlântico para o pelo executivo, de diversos códigos adicionais da sua organiza-
Pacífico, estando os estados da costa oeste americana tão bem ção. Estes variam de organização para organização e constituem
posicionados quanto Tóquio; uma acumulação de práticas habituais, experiências e tradições,
- As mulheres na liderança: adaptadas às exigências de qua- incorporadas na cultura organizacional. São elementos intangíveis,
lificação profissional relacionadas à liderança institucional, as relacionados com a visão que a organização faz de si, bem como
mulheres vêm paulatinamente conquistando espaços, em núme- percepções de como ela é vista nas relações com a clientela.
ros expressivos, nas profissões antes reservadas aos profissio- O comportamento e as decisões do executivo se estabelecem
nais de sexo masculino; como um símbolo da tonalidade moral da organização, tanto in-
- O sucesso da Biologia: com os avanços da Biotecnologia, ternamente quanto para a clientela. O executivo responsável está
afloram os polêmicos debates envolvendo a ética, a ciência e os firmemente governado pelos próprios códigos morais, bem como
interesses socioeconômicos; pelos códigos da organização. Quando toma decisões apoiado em
- O renascimento religioso do terceiro milênio: embora os impulsos imediatos, desejos, interesses e/ou problemas que sur-
meios de procura se diversifiquem, do fundamentalismo à New gem tende a desconsiderar os códigos da instituição que represen-
Age (Nova Era), a espiritualidade continua desempenhando pa- ta, provocando tensões muitas vezes abusivas.
pel crescente com a aproximação da virada do milênio; Se demonstra equilíbrio entre valores íntimos e valores da ins-
- Triunfo do indivíduo: uma nova consideração de integri- tituição na tomada de decisão, o executivo é visto como um líder
dade e crescimento do indivíduo está subjacente a todas as mu- responsável, merecedor de posições mais altas no mundo organiza-
danças globais. As novas tecnologias estão liberando as pessoas cional. Se não há sinceridade por parte do executivo a organização
criativas e auto empregadas para viverem e trabalharem em lo- tende a acumular problemas, pois ela é o elemento indispensável
cais onde se tenha maior qualidade de vida. na criação do desejo de adesão por parte daqueles cujos esforços,
Compreender esses novos paradigmas ou buscar a autodes- voluntariamente dados, constituem a organização.
truição são as duas mega-opções entre as quais a comunidade
empresarial se debate. Energia unificadora
As questões éticas estão presentes nessas novas situações. Uma alta moralidade organizacional cria um ambiente capaz
A maioria dos líderes acredita que pode manter padrões éticos de auto corrigir as decisões do executivo. Ações estas que, embora
nas práticas de negócios. empreendidas com sinceridade, acabam se transformando em er-
Muitos administradores estão reexaminando a concepção ros táticos e estratégicos.
de ética empresarial, e este reexame surge justamente na com- O líder deve fazer as pessoas acreditarem na existência de
preensão sobre a responsabilidade social do executivo. uma probabilidade de sucesso coletivo com impactos negativos
na esfera econômica. Cada executivo, ainda que talentoso, comete
Novo líder enganos de tempos em tempos, que são percebidos como lapsos
Qualquer cooperação organizada entre pessoas deve ven- pelos colaboradores na organização. Uma moralidade baixa não
cer certo número de fatores entrópicos, os quais drenam con- sustenta a liderança por muito tempo; sua influência rapidamente
tinuamente a energia para liderar. Dentre eles, destacam-se: esvanece, atrapalhando a própria sucessão da liderança. Uma mo-
limitações físicas e biológicas; incerteza quanto aos resultados; ralidade organizacional alta é o fator capaz de superar as forças
problemas de compreensão na comunicação de propósitos; ten- desintegradoras dos interesses e motivações individuais, educando
dências dispersivas dos objetivos individuais; e complexidade a tendência constante dos indivíduos de procurar os próprios ca-
e instabilidade do comportamento humano. minhos.
Didatismo e Conhecimento 4
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
Em razão da natureza humana, há necessidade de o líder reno- não pode ser considerada ética. Nos termos expressos, a ética não
var constantemente o esforço cooperativo, que constitui elemento pode apresentar-se como ameaça ou como aquilo que as pessoas,
fundamental para a existência de todas as organizações. Sem essa empresas ou governos jamais fariam se não fossem obrigadas. Se
energia unificadora a organização morre, tal como uma fogueira aceitarmos estas percepções negativas da ética como verdadeiras,
não alimentada. estaremos negando sua dimensão civilizatória.
O caráter geral dessa energia unificadora é a tonalidade moral, Estaremos negando que o sucesso tanto das nações quanto das
expressa por meio de pontos de vista, atitudes fundamentais, leal- organizações diversas tem como pano de fundo a ética; a ação res-
dades e outros elementos intangíveis incorporados à autoimagem ponsável em termos não apenas econômicos, mas principalmente
da organização, os quais são moldados e expressos pela liderança socioambientais, é o sustentáculo de uma grande organização.
executiva. Na perspectiva de Weber, a dimensão ética relacionada às
Todas as pessoas analisam o que está acontecendo e como de- crenças íntimas é de pouco proveito e, em certos casos, até prejudi-
vem responder àquilo que percebem, mediante o uso de códigos cial às tomadas de decisões. Para ele, (...) toda a atividade orientada
múltiplos, aplicados seletivamente, de maneira situacional. Caso o segundo a ética pode ser subordinada a duas máximas inteiramente
executivo tenha sucesso na criação de um alto nível de moralidade diversas e irredutivelmente opostas. Pode orientar-se segundo a
organizacional, passará a existir um tipo de ambiente favorável à ética da responsabilidade ou segundo a ética da convicção. Isso
autocorreção de decisões, que só tardiamente seriam percebidas não quer dizer que a ética da convicção equivalha a ausência de
como equivocadas. Se a moralidade é baixa, os erros acabam con- responsabilidade, e a ética da responsabilidade a ausência de con-
duzindo à desintegração da organização. vicção. Não se trata disso, evidentemente. Não obstante, há opo-
sição profunda entre a atitude de quem se conforma às máximas
O que é ética empresarial da ética da convicção diríamos, em linguagem religiosa, O cristão
Com a clara intenção de evitar a desintegração da organiza- cumpre seu dever e, quanto aos resultados da ação, confia em Deus
ção, torna-se imperativo entender alguns significados mais profun- e a atitude de quem se orienta pela ética da responsabilidade, que
dos da ética e sua relação direta com o mundo dos negócios. Em diz: Devemos responder pelas previsíveis consequências de nossos
geral, as opiniões das pessoas sobre a ética tendem a ser absolutas atos. (WEBER, 1968, p.114).
ou incondicionais. Sem muita reflexão tende-se a definir ética ba- Na formulação de Weber, a ética da convicção, por derivar
sicamente como fazer o bem. Qualquer ação que se distancie de tal de uma ética religiosa, busca inspiração, autoridade e legitimidade
perspectiva é imediatamente caracterizada como má e, em função no passado, ao passo que a ética da responsabilidade legitima-se e
disso, antiética. Assim, a relação entre senso comum e ética é uma se orienta para o futuro. Em outras palavras, trata-se do confronto
relação marcada pela unilateralidade, uma vez que ética é caracte- clássico entre tradição e modernidade. Enquanto a ética da convic-
rizada de forma irrestrita e unidimensional. ção tem seus fundamentos muito mais fincados nas tradições pas-
Hoje o debate sobre a ética é cada vez mais intenso e distante sadas e internalizadas pelos indivíduos como se fossem suas, a éti-
da unilateralidade do senso comum. Marxistas, cristãos, empresá- ca da responsabilidade busca sustentação no futuro prometido pelo
rios e existencialistas debatem em conjunto questões relativas ao humanismo antropocêntrico do período renascentista. A diferença
que é bom e o que é mau na conduta humana. fundamental é que a ética da responsabilidade induz o homem a se
De David Hume, que viveu no século XVIII, aos dias atuais, reposicionar diante de suas próprias decisões, não cabendo remeter
muitos filósofos e estudiosos das mais diversas áreas do conhe- aos outros a responsabilidade futura pelos seus atos.
cimento vêm se ocupando das questões e dos dilemas éticos que É perceptível que uma ética apoiada apenas em convicções
estão sempre rondando as experiências e os conflitos humanos. O íntimas não é adequada para os tomadores de decisão, nem para
homem escrevia Sartre está condenado a decidir sobre seu próprio governos, nem para grandes corporações. É mais apropriada para
destino. Antes dele, Nietzsche também foi categórico ao definir o funcionários executores de ordens com reduzidos espaços para
homem como um animal que valora, logo um animal ético, pois é o questionamentos. A decisão de estadistas, chefes políticos, em-
próprio Nietzsche que faz a genealogia do conceito de ética, resga- presários ou quaisquer homens de ação, ao contrário, deve estar
tando sua origem do grego ethos, que significa uso, comportamen- apoiada em uma ética que vá além das convicções íntimas, a ética
to ou costume. Destes pensadores é que deriva a clareza de que a da responsabilidade, que não concede espaço para delegação de
ética está relacionada à ação prática dos homens, não a discursos poderes. Assim, justifica-se a defesa de que a ética empresarial
bem intencionados, mas sem qualquer conexão sólida com o mun- predominante é a da responsabilidade. Isto porque, cada vez mais
do da vida. Portanto, é deles também que herdamos a capacidade se configuram cenários que obrigam empresas, instituições e pes-
crítica de perceber o abismo existente entre o que é dito e o que é soas a optarem por decisões éticas não por bom-mocismo, mas,
efetivamente feito em nome da ética no interior das organizações primeiro, por estratégias de sobrevivência e, depois, pela necessi-
formais. Se no plano discursivo a ética aparece como imperativo dade imperativa de expansão dos negócios.
categórico, ou como valor universal, no mundo concreto da vida Fica evidente que Weber admite que organizações que se ante-
nega-se tudo isto, invariavelmente, em nome do auto interesse. cipam no que se refere a tomadas de decisões amparadas na ética,
A tensão permanente entre valores universais e valores in- diferentemente do que se poderia pensar, tendem a aumentar seus
dividuais é a tônica da investigação ética. Sendo assim, pode-se níveis de competitividade.
definir a ética a partir de uma reflexão, da busca de uma teoria Fazer referências à ética empresarial ou à ética dos negócios
sobre a conduta humana. A investigação ética, além de visar ao implica estudar e tornar inteligível a moral vigente nas empresas
estabelecimento de conceitos sobre o comportamento moral dos capitalistas contemporâneas contrariando outras análises que in-
seres humanos, pode ser entendida a partir do seguinte princípio: sistem em acentuar possíveis incompatibilidades entre ética e su-
toda decisão que implicar danos ou prejuízos diversos aos outros cesso empresarial.
Didatismo e Conhecimento 5
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
Se para muitas pessoas associadas ao mundo dos negócios às atingidos por tais escolhas. Estas últimas podem ser emancipató-
supostas exigências da ética se apresentam invariavelmente como rias ou abusivas, sobretudo para aqueles que estão envolvidos no
verdadeiros obstáculos, para outras as dificuldades foram transfor- jogo, como fatores de produção, e não como seres humanos. Note-
madas em oportunidades de êxito e de expansão. se que no centro da problemática exposta reina a questão ética. É
Neste particular, fazer referências à ética empresarial ou à éti- possível pensá-la, também, como fator de produção? É evidente
ca dos negócios implica estudar e tornar inteligível a moral vigente que sim. Se a trajetória da ascensão e expansão do capitalismo
nas empresas capitalistas contemporâneas e, em especial, a moral engendrou e legitimou percepções abusivas no que se refere aos
predominante em empresas de uma nacionalidade específica. fatores de produção, tais percepções veem-se obrigadas a receber
reparos.
Ética empresarial como fator de produção A ética vem conquistando o direito de se tornar fator de pro-
A caracterização da ética como fator de produção é feita de dução não por uma transformação espontânea, natural, positiva e
forma pioneira por um economista, Giannetti (1993 e 2000), em humanística dos gestores do capital, mas porque as pressões oriun-
seus diálogos interdisciplinares envolvendo as teorias clássicas da das da sociedade forçam essa nova tomada de consciência. Pelo
economia e as reflexões éticas herdadas da filosofia. A ideia central mundo afora não são poucos os casos de opção pela ética, não por
de Giannetti é demonstrar que, embora o mercado seja notadamen- bom-mocismo, mas por necessidade de sobrevivência e de expan-
te o melhor espaço para as trocas de bens e serviços, não pode são a médio e longo prazos. Alguns exemplos são ilustrativos.
prescindir da ética. Uma de suas conclusões é que a riqueza ou a Pesquisas na Universidade de Harvard vêm demonstrando
pobreza de uma nação deve ser buscada na qualidade ética de seus que empresas efetivamente preocupadas e direcionadas para os
jogadores, isto é, de todos os agentes econômicos, sociais e políti- stakeholders (fornecedores, acionistas, consumidores, emprega-
cos envolvidos. Com este raciocínio, Giannetti torna visível que a dos e comunidade) apresentam indicadores de crescimento muito
ética não pode ser apreendida como uma ameaça, e sim aliada para superiores aos de outras companhias que negligenciam tais estra-
o sistema econômico. tégias. Em termos de empregos, elas vêm gerando entre quatro e
Considerando que a ética, na abordagem não apenas de Gian- oito vezes mais do que as que se limitam a satisfazer acionistas.
netti, mas também de Lipovetski (1994), Srour (2000) e outros, é A título de ilustração, tome-se a experiência de determinada
um excelente negócio, é fundamental delimitar as noções de éti- empresa suíça, especializada em serviços financeiros éticos, que
ca empresarial a partir de questões práticas; de atos e não sim- criou o Dow Jones Sustainability Index (Índice de Sustentabilida-
plesmente de discursos bem intencionados dos líderes. As éticas de). O índice é composto por 229 empresas, tais como Honeywell,
empresariais constituem-se a partir de deliberações, em função de Unilever e Fujitsu e, de acordo com os parâmetros estabelecidos
análises das circunstâncias, dos propósitos, da razão, dos resul- pelo índice, às empresas citadas produzem, em média, maior retor-
tados previsíveis, dos prognósticos e dos fatores condicionantes. no para os acionistas do que outras empresas da mesma região, em
Elas têm como fundamentos níveis elevados de incertezas, flexibi- prazos médios de cinco anos. Além disso, cumpre destacar que as
lizações e análises de risco. empresas éticas foram mais bem-sucedidas que outras vinculadas
Assim, ao chamar para si a responsabilidade por seus atos, ao mesmo setor.
o líder transforma a ética em diferencial não apenas para si, mas, Há de se notar a preocupação de empresários em se antecipar
sobretudo, para a empresa diante de juízes cada vez mais exigen- a um movimento que parece decisivo ao processo de elevação dos
tes, ou seja, as sociedades contemporâneas. Empresas que se an- níveis de competitividade das corporações. O referido movimento
tecipam, isto é, que tomam decisões éticas, têm se destacado em já percebeu que a ética não pode mais ser encarada como inútil.
todos os domínios da vida associativa por uma razão: conseguem figura de retórica, e sim como fator fundamental ao êxito das or-
fidelizar clientes. ganizações formais.
Na busca pela fidelização de clientes, a organização, para ser Outro caso citado e analisado por Srour (2000) – digno de des-
classificada como ética, precisa: sentir-se livre em relação a subor- taque é o da Johnson & Johnson, no início da década de 1980, nos
nos e chantagens de governos, de fornecedores e de outros, para Estados Unidos. Ao ser notificada de que sete pessoas, em Chicago
tomar decisões; assumir responsabilidades pelas tomadas de deci- (EUA), haviam morrido envenenadas por um de seus produtos,
são; e, ainda, as decisões, conscientemente, não deverão ser abusi- o Tylenol (conhecido analgésico), a empresa imediatamente reco-
vas em relação ao outro, se considerarmos que ninguém é ético em lheu o medicamento cerca de 32 milhões de embalagens de todo o
relação a si mesmo, mas sempre em relação ao outro. território norte-americano. Na operação, a empresa enfrentou re-
No que diz respeito ao outro, é necessário qualificar de quem dução em seu faturamento mensal na ordem de 88%; de US$ 33
se trata ou quem ele é. Em termos concretos, o outro pode ser o milhões, baixou para US$ 4 milhões. Além dessa primeira iniciati-
vizinho, o pai, a mãe, o irmão, o sócio, a empresa, o governo, a va, a Johnson&Johnson assumiu total responsabilidade pelas víti-
sociedade, o Planeta. Retomando a definição, sempre que se age mas, indenizando-as junto a seus parentes e familiares. Em segui-
livremente, movido por princípios íntimos ou valores calculistas da, desembolsou US$ 100 milhões com a parte fiscal da devolução
e úteis à organização à qual se faz parte, está-se diante de possibi- dos remédios e, por último, ainda gastou mais US$ 150 milhões
lidades objetivas de ser mais ou menos abusivo em face de quem em campanhas publicitárias para recuperar o mercado perdido, ob-
quer que seja o outro. O raciocínio é válido para toda e qualquer tendo enorme sucesso dois anos depois do incidente.
circunstância que envolva seres vivos. Numa primeira análise das experiências expostas, as iniciati-
Sendo assim, a ética implica decidir o destino de outros seres vas da Johnson&Johnson foram louváveis porque agiram de acor-
que estão em volta. Quando um líder decide o que, como e quanto do com princípios éticos. Contudo, é fundamental enfatizar que o
produzir, e assim inicia o processo produtivo, não está decidindo grande motivador das ações éticas da empresa em questão foi à
apenas o seu destino, mas os destinos de todos aqueles que serão força de uma sociedade capaz de pressioná-la a agir da forma que
Didatismo e Conhecimento 6
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
agiu. Em outros termos, a Johnson&Johnson agiu eticamente nos Não podemos desconsiderar o fato de que ética implica inves-
Estados Unidos porque dificilmente recuperaria sua imagem se ne- timento de médio e longo prazos. As análises expostas nos autori-
gligenciasse ou se passasse por cima dos fatos. O ocorrido ensina zam a concluir parcialmente que ao relacionar o conceito de ética à
que o mundo dos negócios já não pode fazer o que bem entende, possibilidade de reduzir dimensões abusivas das ações dos homens
já não pode ser abusivo; enfim, já não pode agir de acordo com sobre sociedade pode ser fértil para novos estudos preocupados em
suas paixões íntimas. As pessoas agem eticamente sempre que são demonstrar que não existe incompatibilidade entre ética e êxito
obrigadas a fazê-lo, não por espontaneidade ou voluntarismo um empresarial.
freio para estes possíveis abusos. Existe um fator que o obriga a Finalmente, é preciso destacar que ética não se aprende ouvin-
educar suas vontades: a ética. do ou lendo belos discursos. Ética é, fundamentalmente, emoção,
Em um mundo balizado pela lógica do lucro rápido, as pes- vivência, experiência singular (HEEMANN, 2001). É preciso edu-
soas agem eticamente sempre que são obrigadas a fazê-lo, não por car a mente para sentir a ética penetrando e transformando nosso
espontaneidade ou voluntarismo. A prova disto é que a Johnson&- corpo por inteiro. A ética só se torna eficaz à medida que os toma-
Johnson só se preocupou em recolher embalagens dos Estados dores de decisões adquirem a capacidade de se indignar diante de
Unidos; outras regiões do mundo, sem poder de pressão ou desin- ações ou fatos que antes não lhes afetavam. Por Osmar Ponchirolli
formadas, permaneceram entregues à própria sorte. e José Edmilson de Souza Lima.
Infere-se da análise que a decisão ética de qualquer empresa é
refém de sociedades minimamente preparadas para reagir, para eli-
minar possíveis atalhos que as empresas queiram seguir, em nome A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E
de interesses particulares e abusivos face à coletividade. Quanto
PRIVADAS
mais tolerante for à coletividade em relação aos desmandos, cor-
Quando se fala em ética no serviço público logo associamos
rupções e à impunidade, mais aberto estará o cenário para ações
a corrupção, roubo, desvio de dinheiro etc. Na verdade, a ética
abusivas por parte das organizações. É importante ressaltar que,
do ponto de vista das organizações, o sucesso está associado ao no setor público se refere a muito mais que isso, ela deve estar
maior controle, à maior redução dos níveis de incerteza, isto é, à presente em todo ato administrativo, a fim de que os princípios
maior capacidade de tomar decisões éticas em relação à sociedade. constitucionais sejam cumpridos.
Por carregar um enorme poder de irradiação pelos efeitos Um dos fundamentos que precisa ser compreendido é o de que
que provoca, nenhuma decisão empresarial é neutra. Em termos o padrão ético dos servidores públicos advém de sua natureza, ou
práticos, direta ou indiretamente, as decisões costumam afetar os seja, o caráter público e sua relação com o público.
stakeholders, os agentes que mantêm vínculos internos e externos O servidor deve estar atento a esses padrões não apenas no
com a organização. O exemplo da Johnson&Johnson nos conduz à exercício de suas funções, mas 24 horas por dia durante toda a sua
certeza de que ter atitude heroica abraçando os erros não compen- vida. O caráter público do seu serviço deve se incorporar em sua
sa. É mais inteligente ter a transparência como diferencial e como vida privada, com o fim de que os valores morais e a boa fé, am-
grande negócio. parados constitucionalmente como princípios básicos e essenciais
Situações difíceis sempre existiram. O importante são os pe- a uma vida equilibrada, se insiram, e seja uma constante em seu
quenos esforços, cuidadosos e práticos, vindos de pessoas que fi- relacionamento com os colegas e com os usuários do serviço.
cam fora das luzes da ribalta. A atitude heroica de pedir demissão Os princípios que devem ser observados pelos servidores são:
e denunciar o problema deveria ser o último e desesperado recurso - Legalidade: todo ato administrativo deve seguir fielmente os
das pessoas em posição de liderança. Em primeiro, segundo e ter- meandros da lei;
ceiro lugares deveria estar a liderança ética. - Impessoalidade: aqui é aplicado como sinônimo de igualda-
de, todos devem ser tratados de forma igualitária, respeitando-se
Por que a ética voltou a ser um dos temas mais trabalhados o que a lei prevê;
no pensamento administrativo? Pode ser que as pessoas estejam - Moralidade: respeito ao padrão moral para não comprometer
começando a perceber que não é possível construir patrimônios os bons costumes da sociedade;
estando apoiadas em ações administrativas que prescindam da éti- - Publicidade: se refere à transparência de todo ato público,
ca. É como se a antiga ilusão de ganhar dinheiro a qualquer custo salvo os casos previstos em lei;
tivesse se transformado em desespero em face das vigorosas exi- - Eficiência: ser o mais eficiente possível na utilização dos
gências éticas. No campo da administração, as grandes expectati-
meios que são postos a sua disposição para a execução do seu
vas de um sucesso pretensamente neutro, alheio aos valores éticos
mister.
e humanos, tiveram resultados desalentadores. Ao deixar de ser
uma ameaça, a ética conquista seu próprio espaço e se transforma
em possibilidade concreta de sucesso. É importante também observar que todo ato do servidor pú-
A ética é uma ótica e isto significa que existem múltiplas blico deve observar o equilíbrio entre legalidade e finalidade para
morais, historicamente fundamentadas, e que há éticas no plural que o princípio da moralidade seja cumprido, ou seja, o ato só terá
que se desdobram em várias abordagens. Uma dessas abordagens a sua finalidade alcançada e válida se durante todo o processo, os
considera a conciliação entre a ética da responsabilidade e a ética meios utilizados forem legais e observarem o interesse público.
da convicção. O presente texto traz ao mundo empresarial uma A gestão ética nas empresas vai além do “bem proceder” com
modesta reflexão sobre a importância da ética no mundo dos ne- relação aos negócios que tal empresa ou entidade lucrativa pos-
gócios, tendo como base a necessidade do executivo de integrar a sam estar ligadas, o comportamento ético empresarial também se
ética da responsabilidade com a ética da convicção. Neste sentido, relaciona com a responsabilidade social das empresas perante seus
a responsabilidade do executivo aparece como o substrato moral. clientes e comunidade em geral.
Didatismo e Conhecimento 7
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
As empresas que apresentam a postura ética mantêm ações - Quarentena:
que visam o bem estar da comunidade e a preocupação com o meio a) Restrições para atividades profissionais em função da ma-
ambiente e com outras questões que denotam um comportamento téria;
social responsável. b) Restrições para atividades profissionais em função da área
Dentro desse contexto de responsabilidade social e preocupa- de atuação ou relacionamento mantido enquanto no cargo público.
ção com os clientes, algumas empresas tem adotado medidas para Por Luis Guilherme Winther Neves
que a ética seja realmente um diferencial no relacionamento que
mantém com seus clientes. Ética e Responsabilidade Social
Já os órgãos públicos, por lei, devem criar comissões de ética A ética, como já explicitado, tem a ver com a conduta humana,
que, além de fiscalizar devem promover ações que despertem no com a forma como o ser humano se relaciona entre si. As relações
servidor a consciência ética no tratamento com o público e com os humanas são pautadas por um conjunto de princípios ou padrões,
equipamentos. nem sempre consensuais, mas que permitem a interação entre as
Um conflito de interesse acontece toda vez que um interesse pessoas. Até agora, pouco se conseguiu quanto a princípios univer-
particular possa se sobrepor a um interesse público. sais, aceitos por todos indistintamente. Catástrofes, por vezes, pelo
Os conflitos de interesses são tratados pela resolução nº 8 da impacto que causam, levam à produção de legislações aceitas por
Presidência da República. maiorias, pelo menos formalmente, como, por exemplo, a legisla-
Resolução nº 8 ção pactuada na ONU sobre os Direitos Humanos, apesar de suas
Todas as vezes que o exercício do cargo público puder ser im- constantes violações. O que tende a permanecer não são os pactos
propriamente afetado por interesse privado do agente público ou universais, mas os pactos locais, estabelecidos por forte consen-
de pessoa a ele ligada por laços de compadrio, parentesco ou ne- so e estratificados pelo tempo. O tradicional é exatamente isso,
gócio configura-se uma situação que suscita conflito de interesses. mesmo quando se confronta com valores limítrofes, próximos, e
tecnologias que se desenvolvem exponencialmente. O que é mate-
Situações de risco rial muda muito rapidamente, através de tecnologias de produtos,
1. Atividades profissionais paralelas ao exercício da função processos e operações, que são filtradas por valores culturais, que
pública: mudam também, mas de uma forma muito mais lenta. A tendência
a) no próprio setor público: de conflitos neste momento de globalização não parece ser uma
a1. participação em conselhos de empresas; quimera. Ainda são necessários novos pactos para que se possa
ter uma ética global, mais ampla, aceita por todos. Quando na
a2. docência;
Academia as pesquisas são avaliadas pelo prisma da ética, a tarefa
b) no setor privado:
recomendada pelos Comitês de Ética em Pesquisa (SERRUYA &
b1. em empresas e sociedades com ou sem fins lucrativos;
MOTTA, 2006) consiste em analisar de maneira crítica e impar-
b2. em ONGs;
cial as ferramentas científicas (conceitos, teorias, paradigmas); os
b3. prestação de consultoria.
materiais e métodos; os valores e as crenças sobre o correto e o
2. Atividade político-partidária e em entidades associativas
incorreto; o justo e o errado, diretamente envolvidos pela pesquisa,
diversas.
seja ela pertencente ao âmbito das ciências naturais ou sociais (A
3. Investimentos e outras relações de negócio, inclusive parti-
Administração é uma ciência social aplicada e a Engenharia de
cipação em empresas.
Produção acrescenta a dimensão social às engenharias).
4. Exercício de atividades profissionais no setor privado após A literatura apresenta trabalhos sobre o chamado “choque cul-
deixar o cargo: tural” em executivos expatriados (CHEW, 2004). Uma pesquisa
a) Atuar para pessoa física ou jurídica com quem se relaciona- baseada em relatório de multinacionais que alocaram executivos
va institucionalmente em função do cargo público; para projetos no exterior concluiu que: 40% deles deixaram o car-
b) Atuar em processo ou negócio que tenha sido objeto de sua go por não se ajustarem às novas culturas, e 50% dos remanescen-
participação em função do cargo público que ocupou; tes apresentaram desempenho abaixo da média, causando somente
c) Representar interesse privado junto ao órgão público onde o no aspecto performance, perdas de US$2 bilhões por ano para o
exerceu cargo ou com o qual tenha mantido relacionamento oficial conjunto dessas empresas.
direto e relevante. Agora, essas empresas estão sendo obrigadas a oferecerem
5. Relações de compadrio e parentesco Medidas para Prevenir treinamento e acompanhamento psicológico para os gerentes que
Conflitos: vão substituir os que retornam que, por sua vez, são igualmente
- Observar vedação para desenvolver certas atividades parale- submetidos a esses treinamentos e acompanhamentos.
las, em função do cargo público ocupado. Alguns exemplos podem ilustrar comportamentos diferentes
- Limitação para fazer investimentos em ativos cujo valor ou associados à ética das diferentes culturas: na Tailândia e nos países
cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental a árabes, não se pode cruzar as pernas e mostrar a sola do sapato para
respeito da qual o agente público tenha informações privilegiadas. quem quer que seja. Trata-se de um insulto, pois esta é considerada
- Transferir a gestão do patrimônio próprio para administrado- a parte mais suja da vestimenta das pessoas, logo, por uma questão
res independentes de respeito ao outro, não deve ser mostrada. Em algumas regiões
- Declarar-se impedido para participar do processo decisório do Oriente Médio, da África e da Ásia, é preciso ter cuidado com
a respeito de matéria que envolva interesse pessoal ou de pessoa as mãos, particularmente a esquerda, por ser utilizada na higiene
ligada por laços de parentesco ou negócio; pessoal.
Didatismo e Conhecimento 8
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
Como as diferentes culturas produzem diferentes tipos de éti- Para este autor, ser competente pressupõe ser ético, já que
ca, somente a responsabilidade social pode ser seu contraponto, já não vale a pena para nenhuma empresa ter profissionais com-
que, no dizer de Francisco Gomes de Mattos (2005), consultor de petentes e aéticos. Frequentemente esses profissionais ganham
Estratégia Empresarial, “a responsabilidade social é uma exigên- negócios, mas perdem a empresa. Geralmente agem com uma
cia básica à atitude e ao comportamento ético, através de práticas visão imediatista, sem respeitar valores. Para esses profissio-
que demonstrem que a empresa possui uma alma, cuja preservação nais vale tudo para obter resultados: o concorrente tem que ser
implica solidariedade e compromisso social”. eliminado, o cliente “encantado” a qualquer preço.
Toda e qualquer cultura com suas respectivas éticas e pro- A educação ética, quando faz parte da cultura da empresa, é
cedimentos particulares, certamente será sensível a um sentido a contrapartida da organização aos profissionais aéticos, mesmo
moral que vincule o indivíduo à vida e aos interesses de seu competentes.
grupo social. A solidariedade atinge a todos, é universal e ética. Quanto ao lucro, condição necessária à perpetuidade da
Portanto, entendida por toda e qualquer cultura, já que denota empresa, é importante que se acrescente a ele um conteúdo éti-
reciprocidade de interesses e obrigações. co também. Por Orlando Nunes Cosenza e Ilan Chamovitz
Os aspectos éticos na avaliação da responsabilidade social
da empresa referem-se, entre outros, às dimensões éticas na con-
dução dos negócios, às questões morais que se originam da rela-
CÓDIGO DE CONDUTA
ção trabalho/empresa e ao acordo explícito entre os objetivos e
metas da empresa com o cumprimento dos códigos de ética dos
ÉTICA DO BANRISUL
profissionais que dela fazem parte.
Embora existam diferenças conceituais entre administrado-
res públicos e privados, de acordo com os compromissos de cada
um, existe um princípio que norteia o comportamento de todos na 1.0 - CÓDIGO DE ÉTICA DO BANRISUL
sociedade, o da probidade administrativa (MARTINS JR., 2001)
e social. A probidade não pode ser uma falácia, uma contradi- Preâmbulo
ção entre o que se faz e o que se diz. O caráter de integridade e O compromisso maior da instituição deve ser o de possibi-
honradez deve ser legitimado por avaliações de natureza legal, litar continuamente a consecução de sua missão, a saber: “Ser o
financeira e ética, como supõem as pontuações requeridas pela agente financeiro do Estado para promover o desenvolvimento
responsabilidade social, quando avaliam empresas e países que econômico e social do Rio Grande do Sul”.
se propõem a competir num mercado aberto, ou propenso a se Para tanto, o Banrisul, na condição de instituição financeira
abrir. vinculada à Administração Indireta do Estado do Rio Grande
O consultor Matos lembra que em sociedade é impossível a do Sul, terá suas relações norteadas pelo presente Código de
continuidade de um grupo que não tenha estrutura ética na for- Ética que reúne as diretrizes a serem observadas nas ações pro-
ma de valores, princípios, limites, respeito à pessoa e sentido de fissionais, para o atingimento de padrões éticos cada vez mais
bem comum. Informa da necessidade de Predisposição Ética, por elevados no exercício de suas atividades.
parte de empresas e pessoas, que se viabiliza através da sensi-
bilidade social, da percepção de valor e da relevância do bem Objetivo
moral. Mas isso só é possível quando há Consciência Ética, que Ser uma referência formal e institucional para a conduta
corresponde à capacidade de avaliar e julgar. Ao mesmo tempo, moral e profissional de todos os empregados do Banrisul, in-
recomenda a necessidade de substancial revisão na realidade or- dependentemente de cargo ou função que ocupem, de forma a
ganizacional que vige no país, tais como: tornar-se um padrão de relacionamento interno e com seus pú-
- Autoritarismo: concentração do poder, dominação, tendên- blicos de interesse: acionistas, clientes, empregados, sindicato,
cia à fragmentação (ilhas de poder nas organizações). fornecedores, concorrentes, comunidade e governo.
- Paternalismo: corrupção do poder, privilégios, assistencia-
lismo opressor. Princípios de Conduta Institucional
- Individualismo: competição predatória, egoísmo, falta de O Banrisul no relacionamento com os diversos setores da
visão social. sociedade terá suas posições e ações baseadas nas seguintes dis-
- Consumismo: possessividade, canibalismo social, ânsia de posições:
possuir sempre mais. - manter a reputação de empresa sólida e confiável, cons-
Segundo seus estudos, o foco deve ser sempre o homem, em ciente de sua responsabilidade social e empresarial, buscando
dignidade e oportunidades. O homem em equipes inteligentes, resultados de forma honesta, justa, legal e transparente;
integrado e interagindo. Essa sinergia resulta da consciência éti- - repudiar atitudes guiadas por preconceitos relacionados a
ca, e a ética pressupõe 4 elementos: classe social, raça, religião, sexo, incapacidade física e quais-
- Liberdade; quer outras formas de discriminação;
- Dignidade/Responsabilidade; - ter o compromisso de zelar pelos valores e pela imagem
- Igualdade de Oportunidades; e da instituição e de atuar em defesa dos interesses dos clientes
- Direitos Humanos. e da empresa;
Didatismo e Conhecimento 9
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GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
- reconhecer o mérito de cada empregado e propiciar igual- Relação com Parceiros
dade de oportunidades para o desenvolvimento profissional, O Banrisul e as empresas associadas a sua marca, devem:
não admitindo qualquer atitude que possa afetar a carreira pro- - compartilhar os valores de integridade, idoneidade, respeito
fissional de subordinados, baseado apenas em relacionamento e comprometimento junto às comunidades nas quais se insere e aos
pessoal ou em qualquer tipo de discriminação; direitos dos consumidores;
- atingir níveis crescentes de competitividade e rentabilida- - zelar mutuamente pela imagem e interesses comuns em
de sem descuidar da responsabilidade social que é traduzida pela compromissos acordados.
valorização de seus empregados enquanto seres humanos, pela
priorização às questões de saúde, segurança, preservação do meio- Relação com Concorrentes
-ambiente, e por sua contribuição ao desenvolvimento das regiões O Banrisul e seus empregados devem manter um comporta-
em que atua; mento de civilidade, evitando quaisquer ações ou práticas que pos-
- considerar que a vida particular dos empregados é um as- sam caracterizar concorrência desleal, ou de qualquer forma afetar
sunto pessoal, desde que as atividades deles não prejudiquem a adversamente a imagem das entidades concorrentes.
imagem e ou os interesses da empresa;
- nortear, por princípios éticos, as normas e procedimentos in- Relação com Entidades de Classe
ternos do Banrisul que, independente de qualquer obrigação legal, O Banrisul no relacionamento com as Entidades de Classe
estão voltados ao repúdio de condutas ilícitas no estabelecimento mantêm um posicionamento respeitoso e busca a solução de even-
de relações de negócios ou na realização de qualquer tipo de ope- tuais conflitos por meio de negociação.
ração bancária.
Relação com a Sociedade
Relação com Acionistas: No relacionamento com a sociedade, o Banrisul e seus empre-
O relacionamento com acionistas deve basear-se nas seguintes gados, devem:
disposições: - valorizar a cultura e os projetos sociais, assim como tudo que
- ser transparente em suas políticas e diretrizes, na distribuição venha a promover o desenvolvimento da sociedade;
de dividendos e nos demonstrativos da situação econômica/finan- - apoiar ações voltadas para o exercício da cidadania e para o
ceira, sendo oportuno e fidedigno nas informações aos acionistas; desenvolvimento local e regional, em especial aquelas direciona-
das para a melhoria das condições de vida das comunidades onde
- administrar os negócios com vistas a fortalecer a situação
tem atuação.
financeira, zelando por sua imagem e pelo patrimônio dos acio-
nistas;
Relação com Governo
- ser proativo na disposição de informações ao mercado, de
O Banrisul, na condição de agente financeiro do Estado, atua
maneira a evitar rumores e especulações.
como efetivo parceiro do governo na implementação de políticas,
projetos e programas sócio econômicos voltados para o desenvol-
Relação com Clientes:
vimento regional.
Os empregados do Banrisul, no relacionamento com os clien-
tes, devem:
Relações Internas
- comercializar os produtos e serviços de maneira eficiente/ No ambiente de trabalho, independente do cargo ou função
eficaz, oferecendo informações e respostas claras, confiáveis e que exerçam, os empregados devem:
tempestivas, mantendo compromisso com a satisfação dos clien- - manter o bom relacionamento com as Unidades da Direção-
tes; Geral e rede de Agências, com o objetivo de proporcionar sinergia
- manter sigilo acerca das informações cadastrais dos clientes, entre as áreas, assim, colaborando com a execução eficaz de todas
serviços e operações bancárias no Banrisul; as atividades;
- evitar tratamento preferencial a quem quer que seja, por in- - sentir-se livre para dar sugestões e fazer reclamações, sem-
teresse ou sentimento pessoal; pre que isso possa reverter em benefício à Instituição.
- ser receptivo às opiniões do cliente, considerando-as para
melhoria do atendimento, aperfeiçoamento dos produtos e qualifi- Conduta dos Empregados
cação nos serviços oferecidos pelo banco. Condutas esperadas dos empregados do Banrisul, dentre ou-
tras:
Relação com Fornecedores - observar os preceitos contidos no Código de Ética do Banri-
O relacionamento com fornecedores deve pautar-se nas se- sul, os procedimentos e normas aplicáveis de acordo com a legis-
guintes disposições: lação em vigor, incluídos os Regulamentos Internos do Banrisul;
- evitar o estabelecimento de vínculos de qualquer natureza - ter conduta ética condizente com as responsabilidades do
com fornecedores cuja conduta não seja compatível com padrões cargo e função que exerce;
éticos e de responsabilidade; - estar engajado na busca permanente da eficiência no aten-
- adotar processos de contratação em conformidade com os dimento aos clientes correntistas e não correntistas, preservando
termos da lei nº 8.666/93 e outras disposições legais aplicáveis, assim a imagem do Banrisul;
zelando pela qualidade e viabilidade econômica dos produtos ad- - desenvolver ações pautadas pelo respeito às regras do mer-
quiridos e serviços prestados. cado e pela legislação bancária;
Didatismo e Conhecimento 10
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
- ter conhecimento da legislação aplicável às operações, aos Disposições Finais
negócios realizados no Banrisul e normas internas que disciplinam As disposições deste Código de Ética serão de conhecimento
suas funções e forma de atuação; dos acionistas, da direção, dos empregados, fornecedores e clien-
- exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, de- tes do Banco, devendo ser observado segundo suas respectivas
fendendo os direitos, bens e interesses da Empresa sem abdicar de responsabilidades.
sua dignidade profissional; As condutas éticas elencadas no presente Código não são
- ter para com seus colegas respeito, de maneira a fortalecer exaustivas, sendo passíveis de enquadramento neste, quaisquer
a harmonia entre os empregados do Banrisul, não implicando, no outras, assim definidas pelas áreas competentes.
entanto, a conivência com o erro, contravenção penal ou atos con- O Código de Ética passará a vigorar com a presente redação,
trários às normas do Banco; a partir da data de sua divulgação, revogadas as disposições em
- assumir a integral responsabilidade decorrente dos atos pra- contrário.
ticados no exercício do cargo ou da função.
2.0 - REGULAMENTO DA COMISSÃO DE ÉTICA
Condutas inaceitáveis dos empregados do Banrisul
- manifestar-se em nome da empresa, divulgando dados, no- Composição
tícias e informações relacionadas ao banco ou a qualquer empresa A comissão de ética, será constituída por 5 integrantes efeti-
do grupo, sem que sejam devidamente autorizados a fazê-lo; vos e respectivos suplentes, sendo 3 indicados pela Diretoria e 2
- fazer uso em suas relações pessoais ou profissionais de sua eleitos dentre os empregados, com a seguinte composição:
condição funcional com o objetivo de obter benefício pessoal ou
para terceiros; Efetivos Indicados e suplentes:
- estabelecer vínculos de qualquer natureza com organizações Representante da Unidade de Gestão de Pessoas
ou clientes cuja conduta não seja compatível com padrões éticos e Representante da Assessoria Jurídica
de responsabilidade; Representante da Auditoria Interna
- aceitar presentes de clientes, fornecedores, parceiros e con- Efetivos Eleitos e suplentes:
correntes, excetuando-se brindes claramente identificados e sem O empregado mais votado da Direção Geral
valor comercial significativo; O empregado mais votado das Agências de Porto Alegre
- transmitir ou transferir para terceiros quaisquer informações, - os componentes da comissão de ética ficarão impedidos de
documentos, relatórios financeiros, registros contábeis, estratégias, participar de análise e julgamento de processos onde os envolvidos
cadastro de clientes e/ ou programas contendo dados sigilosos de tiverem ou tiveram relações estreitas com os mesmos;
exclusivo interesse do Banrisul; - o coordenador da comissão será indicado pela Diretoria;
- permitir que atitudes pautadas em simpatias e antipatias ou - a comissão deverá funcionar com o nº mínimo de 5 compo-
práticas de condutas inadequadas interfiram no trato com colegas nentes, caso contrário, serão convocados os respectivos suplentes;
hierarquicamente superiores ou inferiores; - a eleição dos componentes representantes dos empregados
- envolver-se em atividades profissionais particulares, dentro será coordenada pela Unidade de Gestão de Pessoas;
das dependências do Banco. - é determinado que os componentes da comissão de ética de-
verão ter mandatos de 2 anos; podendo exercer até 2 mandatos
Das Medidas Disciplinares consecutivos.
No caso de violação de qualquer norma estabelecida neste Có-
digo serão adotadas as medidas disciplinares cabíveis previstas no Requisitos
Regulamento de Pessoal do Banrisul. Podem compor a comissão de ética somente os empregados
que:
Comissão de Ética - exerçam suas atividades em Porto Alegre;
Disposições Complementares - possuir mais de cinco anos de efetivo serviço ao Banco;
As eventuais infrações ao presente Código, serão examinadas - não conste em suas fichas funcionais, nos últimos cinco
por uma Comissão de Ética conforme disciplinado em regulamen- anos, enquadramentos nos artigos 51, 52 e 53 do Regulamento do
to específico. Pessoal do Banco;
- não estejam em litígio com o Banco;
Das Decisões da Comissão de Ética - não estejam cedidos para órgãos externos ao Banco, desde
À comissão, compete analisar e julgar as questões que lhe fo- seis meses antes do início do processo eleitoral até o final do man-
rem submetidas, recomendando correção de conduta ou sanções dato.
disciplinares, cabendo aprovação de suas conclusões pela Direto-
ria. Atribuições
A qualquer empregado indicado à Comissão como infrator, São atribuições da comissão em conformidade com este Có-
cabe defesa nos termos do regulamento da Comissão Disciplinar. digo de Ética:
- assegurar o sigilo e a discrição das informações versando
Das alterações sobre questões éticas;
Cabe à Diretoria, sempre que julgar oportuno, propor altera- - analisar as informações recebidas;
ções no presente Código, com o objetivo de aperfeiçoá-lo desig- - instruir, julgar os processos e emitir pareceres;
nando, para tanto, um grupo de trabalho multidisciplinar. - sugerir melhorias e alterações no Código de Ética.
Didatismo e Conhecimento 11
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
Procedimentos D E C R E T A:
Questionamentos e denúncias, independente da origem, cliente in-
terno ou externo, devem ser comunicadas à Ouvidoria que procederá Art. 1º Fica instituída a obrigatoriedade da inclusão de conhe-
análise do fato e dará encaminhamento ao processo. Em se tratando de cimentos sobre os instrumentos legais que abordam e normatizam
- ética - o encaminhamento deve ser feito à Comissão de Ética, através questões ligadas à equidade de gênero e a igualdade racial nos pro-
da Unidade de Gestão de Pessoas. gramas de concursos públicos para provimento de cargos de pes-
A Unidade de Gestão de Pessoas ao receber cada ocorrência agen- soal efetivo no âmbito da Administração Pública Direta e Indireta
dará reunião da Comissão de Ética. do Estado do Rio Grande do Sul.
A Comissão de Ética analisa o processo, emite parecer e sugere à
Diretoria as medidas que entender necessárias. Art. 2º O conteúdo programático que contemple conhecimen-
A Diretoria de posse dos pareceres emitidos pela Comissão de Éti- tos gerais sobre a Política Nacional para as Mulheres, a Política
ca, delibera sobre o processo. Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, o Es-
A Unidade de Gestão de Pessoas, no prazo de 48 horas, dará ciên- tatuto Nacional da Igualdade Racial e o Estatuto Estadual da Igual-
cia da decisão da Diretoria aos envolvidos no processo, (empregado, dade Racial de que trata este Decreto constará obrigatoriamente
comissão e ouvidoria). nos editais de concurso da Administração Pública Direta e Indireta
A qualquer decisão da Diretoria cabe recurso; este deve ser enca- do Estado do Rio Grande do Sul, e deverá constar nos editais a
minhado pelo interessado à Unidade de Gestão de Pessoas no prazo partir de 1º de janeiro de 2012.
de 8 dias úteis, contados a partir do dia seguinte à data da ciência da
decisão. Art. 3º Compete à Secretaria da Administração e dos Recur-
De posse do recurso, a Unidade de Gestão de Pessoas encaminha sos Humanos propor as ações necessárias para o cumprimento do
à Comissão de Ética, que no prazo de 15 dias úteis, contados a partir disposto neste Decreto.
da data do recebimento, manifestar-se-á sobre a procedência ou não do
recurso, devendo ser referendado pela Diretoria. Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Da decisão final não haverá recurso.
PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 19 de novembro de
TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E 2011.
ETNIA, CONFORME DECRETO Nº 48.598, O referido decreto é autoexplicativo necessitando, portan-
DE 19 DE NOVEMBRO DE 2011. to apenas de sua leitura para o entendimento do mesmo.
DECRETO Nº 48.598, DE 19 DE NOVEMBRO
DE 2011. (PUBLICADO NO DOE Nº 223 DE
22 DE NOVEMBRO DE 2011)
BRASIL. LEI FEDERAL Nº 11.340, DE 7 DE
AGOSTO DE 2006. LEI MARIA DA PENHA.
Didatismo e Conhecimento 12
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela CAPÍTULO II
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juiza- DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FA-
dos de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabe- MILIAR CONTRA A MULHER
lece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de
violência doméstica e familiar. Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a
mulher, entre outras:
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, I - a violência física, entendida como qualquer conduta que
orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e reli- ofenda sua integridade ou saúde corporal;
gião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, II - a violência psicológica, entendida como qualquer con-
sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver duta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima
sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfei- ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que
çoamento moral, intelectual e social. vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e
decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, mani-
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o pulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,
exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à ali- insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do di-
mentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao reito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, saúde psicológica e à autodeterminação;
ao respeito e à convivência familiar e comunitária. III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem ga- a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação se-
rantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações xual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso
domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método
opressão. contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou mani-
pulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais
condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enun-
e reprodutivos;
ciados no caput.
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer condu-
ta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins
seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,
sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições pecu-
valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados
liares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que
TÍTULO II configure calúnia, difamação ou injúria.
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA
A MULHER TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE
CAPÍTULO I VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO I
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência domés- DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
tica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada
no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica
psicológico e dano moral ou patrimonial: e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto arti-
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o culado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo Municípios e de ações não governamentais, tendo por diretrizes:
familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério
II - no âmbito da família, compreendida como a comunida- Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança públi-
de formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, ca, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou
conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência da
de coabitação. violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistemati-
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo zação de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação
independem de orientação sexual. periódica dos resultados das medidas adotadas;
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher cons- éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis
titui uma das formas de violação dos direitos humanos. estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica
e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1º,
no inciso IV do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição
Federal;
Didatismo e Conhecimento 13
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
IV - a implementação de atendimento policial especializado para Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência
as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher; doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras pro-
V - a promoção e a realização de campanhas educativas de pre- vidências:
venção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando
ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres; II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou Instituto Médico Legal;
outros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos governa- III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes
mentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo por para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida;
objetivo a implementação de programas de erradicação da violência IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a
doméstica e familiar contra a mulher; retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da familiar;
Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais per- V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei
tencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às ques- e os serviços disponíveis.
tões de gênero e de raça ou etnia;
VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar
valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade
com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia; policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem pre-
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de juízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a
de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e representação a termo, se apresentada;
familiar contra a mulher. II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento
do fato e de suas circunstâncias;
CAPÍTULO II III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expedien-
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE te apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR medidas protetivas de urgência;
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da
Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência domés- ofendida e requisitar outros exames periciais necessários;
tica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os prin- V - ouvir o agressor e as testemunhas;
cípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos
no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, autos sua folha de antecedentes criminais, indicando a existência
entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencial- de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais
mente quando for o caso. contra ele;
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao
situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas juiz e ao Ministério Público.
assistenciais do governo federal, estadual e municipal. § 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autorida-
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência domés- de policial e deverá conter:
tica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica: I - qualificação da ofendida e do agressor;
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, inte- II - nome e idade dos dependentes;
grante da administração direta ou indireta; III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solici-
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o tadas pela ofendida.
afastamento do local de trabalho, por até seis meses. § 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referi-
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência domésti- do no § 1º o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos
ca e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do disponíveis em posse da ofendida.
desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de § 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou pron-
contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente tuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.
Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
(AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos TÍTULO IV
casos de violência sexual. DOS PROCEDIMENTOS
CAPÍTULO I
CAPÍTULO III DISPOSIÇÕES GERAIS
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência cíveis e criminais decorrentes da prática de violência doméstica e
doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de
conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa
legais cabíveis. à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com o
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao estabelecido nesta Lei.
descumprimento de medida protetiva de urgência deferida.
Didatismo e Conhecimento 14
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar con- Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da ins-
tra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível trução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada
e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou me-
nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a diante representação da autoridade policial.
execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva
e familiar contra a mulher. se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que sub-
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em sista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a
horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização justifiquem.
judiciária.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os proces- relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e
sos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado: à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado consti-
I - do seu domicílio ou de sua residência; tuído ou do defensor público.
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda; Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação
III - do domicílio do agressor. ou notificação ao agressor.
Didatismo e Conhecimento 15
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
Seção III TÍTULO V
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida DA EQUIPE DE ATENDIMENTO
MULTIDISCIPLINAR
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de
outras medidas: Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar con-
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial tra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma
ou comunitário de proteção ou de atendimento; equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profis-
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependen- sionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.
tes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar,
dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; entre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação
IV - determinar a separação de corpos. local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público
e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em au-
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade con- diência, e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento,
jugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e
determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras: os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor
à ofendida; Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos mais aprofundada, o juiz poderá determinar a manifestação de pro-
de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo ex- fissional especializado, mediante a indicação da equipe de atendi-
pressa autorização judicial; mento multidisciplinar.
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao
agressor; Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, orçamentária, poderá prever recursos para a criação e manutenção
por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência do- da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de
méstica e familiar contra a ofendida. Diretrizes Orçamentárias.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente
para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo.
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
CAPÍTULO III
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumu-
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte,
larão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as
nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e
familiar contra a mulher. causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar
contra a mulher, observadas as previsões do Título IV desta Lei,
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras subsidiada pela legislação processual pertinente.
atribuições, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mu- Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas
lher, quando necessário: varas criminais, para o processo e o julgamento das causas referi-
I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de edu- das no caput.
cação, de assistência social e de segurança, entre outros;
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de TÍTULO VII
atendimento à mulher em situação de violência doméstica e fami- DISPOSIÇÕES FINAIS
liar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais
cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas; Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra e Familiar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implan-
a mulher. tação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judi-
ciária.
CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Muni-
cípios poderão criar e promover, no limite das respectivas compe-
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a tências:
mulher em situação de violência doméstica e familiar deverá estar I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mu-
acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta lheres e respectivos dependentes em situação de violência domés-
Lei. tica e familiar;
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência menores em situação de violência doméstica e familiar;
doméstica e familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de
ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede saúde e centros de perícia médico-legal especializados no aten-
policial e judicial, mediante atendimento específico e humanizado. dimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar;
Didatismo e Conhecimento 16
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
doméstica e familiar; de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes altera-
V - centros de educação e de reabilitação para os agressores. ções:
“Art. 129. ..................................................
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- ..................................................................
pios promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus programas § 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente,
às diretrizes e aos princípios desta Lei. irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações do-
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais mésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
previstos nesta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
Ministério Público e por associação de atuação na área, regular- ..................................................................
mente constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada
civil.
de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser
deficiência.” (NR)
dispensado pelo juiz quando entender que não há outra entidade
com representatividade adequada para o ajuizamento da demanda
Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984
coletiva.
(Lei de Execução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar “Art. 152. ...................................................
contra a mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos ofi- Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a
ciais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o siste- mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do
ma nacional de dados e informações relativo às mulheres. agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR)
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos
Estados e do Distrito Federal poderão remeter suas informações Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias
criminais para a base de dados do Ministério da Justiça. após sua publicação.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º
pios, no limite de suas competências e nos termos das respectivas da República.
leis de diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações or- LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
çamentárias específicas, em cada exercício financeiro, para a im- Dilma Rousseff
plementação das medidas estabelecidas nesta Lei.
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras A Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) transforma o or-
decorrentes dos princípios por ela adotados. denamento jurídico brasileiro e expressa o necessário respeito aos
direitos humanos das mulheres e tipifica as condutas delitivas, isso
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e fa- é que nos ensina as estudiosas Carla Matiello e Rafaela Caroline
miliar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não Uto Tibola, por meio de seu artigo cientifico que aponta as ques-
se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. tões sobre este importante instrumento jurídico, conforme segue:
Além disso, essa lei modifica, significativamente, a proces-
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro sualística civil e penal em termos de investigação, procedimentos,
de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do apuração e solução para os casos de violência doméstica e familiar
seguinte inciso IV:
contra a mulher.
“Art. 313. .................................................
A nova lei retira dos Juizados Especiais Criminais a compe-
................................................................
tência para julgar crimes de violência doméstica, pois estes julgam
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra
crimes de menor potencial ofensivo, para os Juizados de Violência
a mulher, nos termos da lei específica, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência.” (NR) Doméstica e Familiar contra a Mulher que, enquanto não existi-
rem, deverão ser substituídos pelas varas criminais, e possibilita-
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei nº rão que agressores de mulheres no âmbito doméstico ou familiar
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar sejam presos em flagrante ou tenham sua prisão preventiva decre-
com a seguinte redação: tada não podendo eles serem punidos com penas alternativas; ade-
“Art. 61. .................................................. mais, a legislação também aumenta o tempo máximo de detenção
................................................................. previsto de um para três anos.
II - ............................................................ O preâmbulo da Lei em comento deixa claro que esta se des-
................................................................. tina a coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações mulher, não importando o sexo do agressor, desde que este man-
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência tenha o exigido vínculo de afeto ou doméstico. Ademais, a Lei
contra a mulher na forma da lei específica; não abrange a violência da mulher contra o homem, vez que esta
........................................................... ” (NR) última segue as regras do direito penal e processual penal.
Didatismo e Conhecimento 17
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
A Lei Maria da Penha apresentou grandes mudanças, dentre Este tipo de violência consiste na agressão emocional, tão
elas o aumento das punições das agressões praticadas contra a mu- grave quanto a agressão física. Tal comportamento se dá quando
lher em ambiente doméstico e familiar e a proteção à integridade o agente ameaça, rejeita, humilha ou discrimina a vítima, demons-
física, psicológica e a liberdade da mulher vítima de violência den- trando prazer ao amedrontar o sujeito passivo. A violência psicoló-
tro do âmbito familiar. gica encontra forte alicerce nas relações em que há hipossuficiên-
A Lei tem como objetivo coibir a vergonhosa e reiterada prá- cia de uma parte com relação a outra, ou seja, relações desiguais
tica de violência doméstica contra a mulher e trazer punições aos de poder entre os sexos.
agressores. Para a configuração do dano psicológico não é necessária
Com relação aos sujeitos, temos no polo passivo a exigência a elaboração de laudo técnico ou realização de perícia, ou seja,
de uma qualidade especial: ser mulher. Não somente esposas, com- uma vez reconhecido pelo juiz o dano psicológico é cabível a
panheiras ou amantes estão no âmbito de abrangência do delito, medida protetiva de urgência e outras medidas pertinentes ao
mas também filhas, netas, mães, avós ou sogras do agressor. Já no caso concreto.
polo ativo temos tanto homens quanto mulheres, desde que mante-
nham ou tenham mantido vínculo de afeto, familiar ou doméstico - Violência Sexual
com a vítima. Este tipo de violência além de caracterizar o famoso “Maria
Podemos afirmar que Lei tem como foco e objetivo a prote- da Penha”, também pode caracterizar a depender da situação, os
ção, a prevenção e a assistência às mulheres que se encontram em delitos contra a dignidade sexual previstos no Código Penal.
situação de violência doméstica e familiar. A Lei nº 11.340/2006 prevê e conceitua a violência sexual
Este dispositivo elenca as quatro principais finalidades da Lei como:
Maria da Penha, quais sejam: criar mecanismos para prevenir e (...) qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter
coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, regula- ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimi-
mentando o artigo 226 § 8º, da Constituição Federal e das conven- dação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comer-
ções internacionais das quais o Brasil é signatário e a Convenção cializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que
de Belém do Pará; dispor sobre a criação de Juizados de Violência a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force
Doméstica e Familiar contra a Mulher; estabelecer medidas de as- ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante
sistência à mulher e estabelecer medidas de proteção à mulher em coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou
situação de violência doméstica e familiar. anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos.
O legislador no artigo 7º da Lei se preocupou em estabelecer Ainda hoje existe muita resistência por parte da doutrina e
uma lista de condutas que considera violência doméstica e fami- jurisprudência em reconhecer a violência sexual dentro dos vín-
liar. Referida lista, embora extensa, não é exaustiva, de forma que culos familiares, vez que a tendência foi sempre identificar o
outras condutas também podem se enquadrar neste contexto. Além exercício da sexualidade como um dos deveres do casamento, a
disso, este último preocupou-se inclusive em conceituar cada uma legitimar a insistência do homem, como se estivesse ele a exercer
das espécies de violência. um direito. Entretanto, hoje a doutrina penal já melhorou muito
A Lei Maria da Penha reconhece a violência física, psicológi- nesse sentido, decorrente dos próprios avanços legislativos da
ca, sexual, patrimonial e sexual das vítimas como sendo violência legislação em comento.
doméstica familiar. Sendo assim vejamos: Nos delitos causados por violência sexual, a ação penal tem
sua iniciativa condicionada à representação da vítima. Porém,
- Violência física
quando a vítima é menor de 18 anos ou pessoa vulnerável, a ação
A violência física encontra-se disposta no artigo 7º, inciso I,
é de iniciativa pública incondicionada.
onde dispõe que é considerada violência doméstica e familiar con-
tra a mulher, a violência física, entendida como qualquer conduta
- Violência Patrimonial
que ofenda a sua integridade ou saúde corporal.
A lei reconhece como violência patrimonial o ato de “sub-
Estão incluídas no rol da violência física as condutas caracte-
trair” objetos considerados patrimônio da vítima, o que nada
rizadoras de crimes como o homicídio, previsto no artigo 121 do
mais é que o ato de furtar.
Código Penal, o aborto, previsto no artigo 125 do Código Penal, a
Hermann (2007) explica o que poderia ser este patrimônio:
lesão corporal, prevista no artigo 129 § 9º e § 10º do Código Penal,
O inciso insere no contexto de patrimônio não apenas os
entre outras agressões que deixem ou não lesões aparentes, como
bens de relevância patrimonial e econômico-financeira direta,
por exemplo, a contravenção penal, vias de fato, prevista no artigo
21da Lei de Contravenções Penais. Ademais, a violência física é mas também aqueles de importância pessoal, profissional, neces-
a de mais fácil verificação, como as agressões com socos, chutes, sários ao pleno exercício da vida civil e indispensável á digna sa-
empurrões, tapas, queimaduras e pontapés. tisfação das necessidades vitais. A violência patrimonial é forma
de manipulação para a subtração da liberdade à mulher vitimada.
- Violência Psicológica Consiste na negação peremptória do agressor em entregar a ví-
Prevista no artigo 7º, II da lei, é uma das mais corriqueiras tima seus bens, valores, pertences e documentos, especialmente
violências contra a mulher, a despeito de muitas vezes ser sutil e de quando esta toma a iniciativa de romper a relação violenta, como
difícil percepção pela vítima. Neste tipo de violência se inserem os forma de vingança ou até como subterfúgio para obrigá-la a per-
delitos como: constrangimento ilegal, ameaça, entre outros. manecer no relacionamento da qual pretende se retirar.
Didatismo e Conhecimento 18
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
Assim sendo, pode-se dizer que violência patrimonial é co- É importante o que dispõe o inciso III, do artigo 11 da lei,
metida quando o agressor subtrai da vítima algum objeto seu, pois garante a vítima de violência o transporte para abrigo ou local
mesmo que não importe o valor, mas que para a vítima tenha seguro.
algum valor, este objeto pode ser algo pessoal, profissional, entre Este dispositivo se mostra extremamente necessário, vez que
outros que acabam por lesar a vítima, prejudicando o sujeito pas- a vítima e eventualmente seus dependentes quando em situação de
sivo do crime de tal forma que, muitas vezes, a mesma não possa risco geralmente não dispõe de condições físicas e psicológicas
continuar trabalhando, em especial quando atinge patrimônio ati- para se dirigir até um local seguro.
nente ao campo profissional, obrigando com que a vítima dependa É válido mencionar que o serviço de abrigamento deve ser
financeiramente do agressor. acionado somente em situações excepcionais, haja vista que a
prioridade é alterar o mínimo possível a rotina da vítima e não
- Violência Moral onerá-la ainda mais com o afastamento provisório de seu lar.
Devidamente conceituada e prevista no artigo 7º, V da Lei em É devido ainda pela autoridade policial o acompanhamento
comento, a violência moral encontra proteção penal nos delitos à ofendida para a retirada de seus pertences pessoais, conforme
contra a honra, como por exemplo, a calúnia, difamação e injuria. dispõe o artigo 11, IV da lei.
São delitos que protegem a honra, mas quando cometidos em si- Este dispositivo é muito importante, haja vista que na maioria
tuação de violência doméstica, são denominados violência moral. das situações a vítima tem que sair de casa de forma imediata com
De modo geral a violência moral é concomitante a violência o fim de evitar maiores danos a sua integridade física e psicoló-
psicológica e dão ensejo na seara cível, à ação indenizatória por gica. Ao se evadir a vítima sofre alguns prejuízos por não poder
dano material e moral. Já com relação à violência patrimonial e portar todos seus pertences pessoais e em casos mais extremos
moral, não há necessidade de haver relação direta dessas duas vio- “sair somente com a roupa do corpo”. Em situações como estas é
lências com os crimes contra o patrimônio e contra honra. que a polícia judiciária deve agir, acompanhando a vítima até sua
residência para a retirada de seus pertences.
Do atendimento pela autoridade policial Vale mencionar que é necessário verificar se a vítima ainda
O dever da autoridade policial no atendimento as vitima de mora na residência e tem poderes para franquear a entrada dos
violência doméstica e familiar, como observa a lei, deve ser exer-
policiais independente da anuência do agressor, sob pena de abuso
cido de forma zelosa e mais participativa, sob pena de responsabi-
de autoridade.
lidade por omissão.
É mais um dos deveres da polícia judiciária informar a vítima
Ademais, como frisa o artigo 10 da Lei Maria da Penha, a au-
de violência doméstica todos os serviços disponíveis como, Cen-
toridade policial ao tomar conhecimento da situação de violência
tros de Referência da Mulher, a Defensoria Pública ou outro tipo
deve tomar as providencias legais cabíveis de imediato, cabendo à
de Assistência Jurídica e direitos a ela conferidos, para possibilitar
polícia judiciária proceder as diligencias elencadas nos artigos 11
à vítima maiores esclarecimentos, conforme regula o artigo 11, V
e 12, além de quaisquer outras necessárias à segurança da mulher
da lei.
vítima.
A autoridade policial ao ser procurada pela vítima de violên- Neste sentido conclui Tatiana Barreira Bastos (2011):
cia doméstica deve proceder às medidas pertinentes a cada caso e A dinâmica do atendimento policial deve atender todas as ne-
a depender da situação comunicar o Judiciário de forma imediata, cessidades do caso concreto, não só no sentido de apurar a autoria
entretanto a aplicação prática muitas vezes foge da teoria. e materialidade, mas principalmente no de garantir a máxima se-
Tatiana Barreira Bastos (2011) explica o inciso I, do artigo gurança e proteção à vítima.
11 da lei: Percebemos assim que a autoridade policial deve se valer de
O inciso traz uma grande inovação, porém com pouca apli- todos os meios legais e ainda os que sejam necessários, a fim de
cação prática, diante da inexistência de serviços policiais especi- preservar a integridade física, psicológica, sexual, moral e patri-
ficamente voltados à proteção da vítima em tempo integral. Para monial das vítimas de violência doméstica.
suprir tal carência, a polícia judiciária precisa garantir a proteção
e a segurança da vítima em situação de risco de outras maneiras, Principais pontos da Lei.
adotando as demais medidas previstas em lei. - Se aplica à violência doméstica que cause morte, lesão, so-
Desta forma, percebe-se que às vezes a polícia judiciária aca- frimento físico (violência física), sexual (violência sexual), psico-
ba procedendo e se utilizando de outros meios não formais para lógico (violência psicológica), e dano moral (violência moral) ou
proceder à segurança das vítimas em situação de risco. patrimonial (violência patrimonial);
O inciso II, do artigo 11 da lei, dispõe que as mulheres víti- - No âmbito da unidade doméstica, onde haja o convívio de
mas de lesões corporais ou de outros delitos que lhe causem danos pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamen-
à saúde corporal, ao procurarem a autoridade policial devem ser te agregadas;
encaminhadas às unidades de saúde ou ainda ao Instituto Médico - No âmbito da família, formada por indivíduos que são ou se
Legal para realização de exames e eventualmente produção de pro- consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade
vas materiais contra seus agressores. ou por vontade expressa.
Conforme consta no inciso I, a mulher vítima de violência do- - Em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor con-
méstica que esteja em situação de risco, não tendo onde se refugiar viva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de
e necessitando de segurança, deve ser encaminhada de imediato coabitação; Se aplica também às relações homossexuais (lésbicas);
às casas de abrigamento, sendo que o transporte até referido local - A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao
deve ser feito pela autoridade policial. agressor;
Didatismo e Conhecimento 19
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GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
- Quando a agressão praticada for de pessoa estranha, como II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferen-
por exemplo vizinho, prestador de serviço ou médico, continuam ciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas
os velhos TERMOS CIRCUNSTANCIADOS; esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou
- Garantir proteção policial, quando necessário, comunicando origem nacional ou étnica;
de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário; III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no
- Informar à ofendida os direitos a ela conferidos; âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres
- Feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade, de ime- negras e os demais segmentos sociais;
diato: IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autode-
- Ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a claram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela
representação a termo, se apresentada; Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
- Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento ou que adotam auto definição análoga;
do fato; V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adota-
- Remeter no prazo de 48 horas expediente apartado ao juiz dos pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais;
com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas; VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais
- Expedir guia de exame de corpo de delito e exames periciais; adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das
- Ouvir o agressor e testemunhas; desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportu-
- Ordenar a identificação do agressor e juntar aos autos sua nidades.
folha de antecedentes;
- O pedido da ofendida deverá conter: qualificação da ofendi- Art. 2º É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade
da e do agressor, nome e idade dos dependentes, descrição sucinta de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, inde-
do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida, e cópia pendentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação
de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida; na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômi-
cas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo
sua dignidade e seus valores religiosos e culturais.
BRASIL. LEI FEDERAL Nº 12.288, DE Art. 3º Além das normas constitucionais relativas aos prin-
20 DE JULHO DE 2010. ESTATUTO DA cípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos
IGUALDADE RACIAL. direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade
Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas
de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e
o fortalecimento da identidade nacional brasileira.
Didatismo e Conhecimento 20
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir- Parágrafo único. Os moradores das comunidades de remanes-
se-ão em políticas públicas destinadas a reparar as distorções e centes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos
desigualdades sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condi-
nas esferas pública e privada, durante o processo de formação so- ções ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e
cial do País. nutricional e na atenção integral à saúde.
Didatismo e Conhecimento 21
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio
competentes, incentivará as instituições de ensino superior públi- dos atos normativos necessários, a preservação dos elementos for-
cas e privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a: madores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais.
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar gru-
pos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós- Seção IV
graduação que desenvolvam temáticas de interesse da população Do Esporte e Lazer
negra;
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de forma- Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da popula-
ção de professores temas que incluam valores concernentes à plu- ção negra às práticas desportivas, consolidando o esporte e o lazer
ralidade étnica e cultural da sociedade brasileira; como direitos sociais.
III - desenvolver programas de extensão universitária desti-
nados a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas, asse- Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação
gurado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os bene- nacional, nos termos do art. 217 da Constituição Federal.
ficiários; § 1º A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as
IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos esta- modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte,
belecimentos de ensino públicos, privados e comunitários, com as luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território
escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e nacional.
ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de § 2º É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas
equidade, de tolerância e de respeito às diferenças étnicas. e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e for-
malmente reconhecidos.
Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações sócio
educacionais realizadas por entidades do movimento negro que CAPÍTULO III
desenvolvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E
cooperação técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre DE CRENÇA E AO LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS
outros mecanismos. RELIGIOSOS
Art. 15. O poder público adotará programas de ação afirma- Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença,
tiva.
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garanti-
da, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.
Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos res-
ponsáveis pelas políticas de promoção da igualdade e de educação,
Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao
acompanhará e avaliará os programas de que trata esta Seção.
livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreen-
de:
Seção III
Da Cultura I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à
religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de
Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento das so- lugares reservados para tais fins;
ciedades negras, clubes e outras formas de manifestação coletiva II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com
da população negra, com trajetória histórica comprovada, como preceitos das respectivas religiões;
patrimônio histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de ins-
Constituição Federal. tituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas;
IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de
Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades artigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às práticas
dos quilombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tra- fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas ve-
dições e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado. dadas por legislação específica;
Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao
detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos, exercício e à difusão das religiões de matriz africana;
tombados nos termos do § 5º do art. 216 da Constituição Federal, VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais
receberá especial atenção do poder público. e jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades
religiosas e sociais das respectivas religiões;
Art. 19. O poder público incentivará a celebração das per- VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para
sonalidades e das datas comemorativas relacionadas à trajetória divulgação das respectivas religiões;
do samba e de outras manifestações culturais de matriz africana, VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de
bem como sua comemoração nas instituições de ensino públicas e ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa
privadas. nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.
Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes
capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza de religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em
imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos ter- outras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles sub-
mos do art. 216 da Constituição Federal. metidos a pena privativa de liberdade.
Didatismo e Conhecimento 22
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Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para Seção II
o combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e Da Moradia
à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo
de: Art. 35. O poder público garantirá a implementação de po-
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para líticas públicas para assegurar o direito à moradia adequada da
a difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham população negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas su-
pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na butilizadas, degradadas ou em processo de degradação, a fim de
religiosidade de matrizes africanas; reintegrá-las à dinâmica urbana e promover melhorias no ambiente
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e e na qualidade de vida.
outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, manan- Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efei-
ciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matri- tos desta Lei, inclui não apenas o provimento habitacional, mas
zes africanas; também a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos
III - assegurar a participação proporcional de representantes comunitários associados à função habitacional, bem como a assis-
das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das tência técnica e jurídica para a construção, a reforma ou a regulari-
demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instân- zação fundiária da habitação em área urbana.
cias de deliberação vinculadas ao poder público.
Art. 36. Os programas, projetos e outras ações governamen-
CAPÍTULO IV tais realizadas no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de
DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA Interesse Social (SNHIS), regulado pela Lei nº 11.124, de 16 de
Seção I junho de 2005, devem considerar as peculiaridades sociais, econô-
Do Acesso à Terra micas e culturais da população negra.
Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
Art. 27. O poder público elaborará e implementará políticas pios estimularão e facilitarão a participação de organizações e mo-
públicas capazes de promover o acesso da população negra à terra vimentos representativos da população negra na composição dos
e às atividades produtivas no campo. conselhos constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional
de Habitação de Interesse Social (FNHIS).
Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades
Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, pro-
produtivas da população negra no campo, o poder público promo-
moverão ações para viabilizar o acesso da população negra aos
verá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento
financiamentos habitacionais.
agrícola.
CAPÍTULO V
Art. 29. Serão assegurados à população negra a assistência DO TRABALHO
técnica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o for-
talecimento da infraestrutura de logística para a comercialização Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a inclu-
da produção. são da população negra no mercado de trabalho será de responsa-
bilidade do poder público, observando-se:
Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orientação I - o instituído neste Estatuto;
profissional agrícola para os trabalhadores negros e as comunida- II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con-
des negras rurais. venção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial, de 1965;
Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a
que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade de- Convenção nº 111, de 1958, da Organização Internacional do Tra-
finitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. balho (OIT), que trata da discriminação no emprego e na profissão;
IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo
Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolve- Brasil perante a comunidade internacional.
rá políticas públicas especiais voltadas para o desenvolvimento
sustentável dos remanescentes das comunidades dos quilombos, Art. 39. O poder público promoverá ações que assegurem
respeitando as tradições de proteção ambiental das comunidades. a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a po-
pulação negra, inclusive mediante a implementação de medidas
Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescentes das visando à promoção da igualdade nas contratações do setor pú-
comunidades dos quilombos receberão dos órgãos competentes blico e o incentivo à adoção de medidas similares nas empresas e
tratamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas es- organizações privadas.
peciais de financiamento público, destinados à realização de suas § 1º A igualdade de oportunidades será lograda mediante a
atividades produtivas e de infraestrutura. adoção de políticas e programas de formação profissional, de em-
prego e de geração de renda voltados para a população negra.
Art. 34. Os remanescentes das comunidades dos quilombos § 2º As ações visando a promover a igualdade de oportuni-
se beneficiarão de todas as iniciativas previstas nesta e em outras dades na esfera da administração pública far-se-ão por meio de
leis para a promoção da igualdade étnica. normas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação espe-
cífica e em seus regulamentos.
Didatismo e Conhecimento 23
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
§ 3º O poder público estimulará, por meio de incentivos, a § 1º Os órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão,
adoção de iguais medidas pelo setor privado. nas especificações para contratação de serviços de consultoria,
§ 4º As ações de que trata o caput deste artigo assegurarão o conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças
princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiários. publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades
§ 5º Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena produ- de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço
ção, nos meios rural e urbano, com ações afirmativas para mulheres contratado.
negras. § 2º Entende-se por prática de iguais oportunidades de empre-
§ 6º O poder público promoverá campanhas de sensibilização go o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finalidade
contra a marginalização da mulher negra no trabalho artístico e cul- de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe vin-
tural. culada ao projeto ou serviço contratado.
§ 7º O poder público promoverá ações com o objetivo de elevar § 3º A autoridade contratante poderá, se considerar necessário
a escolaridade e a qualificação profissional nos setores da economia para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego, reque-
que contem com alto índice de ocupação por trabalhadores negros de rer auditoria por órgão do poder público federal.
baixa escolarização.
§ 4º A exigência disposta no caput não se aplica às produções
publicitárias quando abordarem especificidades de grupos étnicos
Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Tra-
determinados.
balhador (Codefat) formulará políticas, programas e projetos voltados
para a inclusão da população negra no mercado de trabalho e orientará
a destinação de recursos para seu financiamento. TÍTULO III
DO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA
Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de IGUALDADE RACIAL (SINAPIR)
financiamento para constituição e ampliação de pequenas e médias CAPÍTULO I
empresas e de programas de geração de renda, contemplarão o estí- DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
mulo à promoção de empresários negros.
Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades volta- Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da
das ao turismo étnico com enfoque nos locais, monumentos e cidades Igualdade Racial (Sinapir) como forma de organização e de articu-
que retratem a cultura, os usos e os costumes da população negra. lação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços
destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no País,
Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar critérios prestados pelo poder público federal.
para provimento de cargos em comissão e funções de confiança des- § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
tinados a ampliar a participação de negros, buscando reproduzir a es- participar do Sinapir mediante adesão.
trutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso, estadual, § 2º O poder público federal incentivará a sociedade e a inicia-
observados os dados demográficos oficiais. tiva privada a participar do Sinapir.
CAPÍTULO VI CAPÍTULO II
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DOS OBJETIVOS
Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação Art. 48. São objetivos do Sinapir:
valorizará a herança cultural e a participação da população negra na I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades
história do País. sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações
afirmativas;
Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à veicu- II - formular políticas destinadas a combater os fatores de mar-
lação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas, deverá
ginalização e a promover a integração social da população negra;
ser adotada a prática de conferir oportunidades de emprego para ato-
III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pe-
res, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e qualquer discri-
los governos estaduais, distrital e municipais;
minação de natureza política, ideológica, étnica ou artística.
IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promo-
Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se aplica aos
filmes e programas que abordem especificidades de grupos étnicos ção da igualdade étnica;
determinados. V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados
para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento das
Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas à metas a serem estabelecidas.
veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas
o disposto no art. 44. CAPÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA
Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública federal
direta, autárquica ou fundacional, as empresas públicas e as socieda- Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional
des de economia mista federais deverão incluir cláusulas de partici- de promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios e
pação de artistas negros nos contratos de realização de filmes, pro- diretrizes para a implementação da Política Nacional de Promoção
gramas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário. da Igualdade Racial (PNPIR).
Didatismo e Conhecimento 24
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
§ 1º A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e CAPÍTULO V
acompanhamento da PNPIR, bem como a organização, articulação DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PRO-
e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão responsável MOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL
pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional.
§ 2º É o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum Art. 56. Na implementação dos programas e das ações cons-
intergovernamental de promoção da igualdade étnica, a ser coor- tantes dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União,
denado pelo órgão responsável pelas políticas de promoção da deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se re-
igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias que fere o inciso VII do art. 4º desta Lei e outras políticas públicas que
visem à incorporação da política nacional de promoção da igual- tenham como objetivo promover a igualdade de oportunidades e a
dade étnica nas ações governamentais de Estados e Municípios. inclusão social da população negra, especialmente no que tange a:
§ 3º As diretrizes das políticas nacional e regional de promo- I - promoção da igualdade de oportunidades em educação,
ção da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado que emprego e moradia;
assegure a participação da sociedade civil. II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde
e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da po-
Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e munici- pulação negra;
pais, no âmbito das respectivas esferas de competência, poderão
III - incentivo à criação de programas e veículos de comunica-
instituir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter
ção destinados à divulgação de matérias relacionadas aos interes-
permanente e consultivo, compostos por igual número de repre-
ses da população negra;
sentantes de órgãos e entidades públicas e de organizações da so-
ciedade civil representativas da população negra. IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas
Parágrafo único. O Poder Executivo priorizará o repasse dos administradas por pessoas autodeclaradas negras;
recursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das
aos Estados, Distrito Federal e Municípios que tenham criado con- pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e supe-
selhos de promoção da igualdade étnica. rior;
VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, dis-
CAPÍTULO IV trital e municipais e de entidades da sociedade civil voltados para a
DAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO ACESSO À promoção da igualdade de oportunidades para a população negra;
JUSTIÇA E À SEGURANÇA VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e
das tradições africanas e brasileiras.
Art. 51. O poder público federal instituirá, na forma da lei e § 1º O Poder Executivo federal é autorizado a adotar medidas
no âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, Ouvidorias Per- que garantam, em cada exercício, a transparência na alocação e na
manentes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e encami- execução dos recursos necessários ao financiamento das ações pre-
nhar denúncias de preconceito e discriminação com base em etnia vistas neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos
ou cor e acompanhar a implementação de medidas para a promo- recursos orçamentários destinados aos programas de promoção da
ção da igualdade. igualdade, especialmente nas áreas de educação, saúde, emprego
e renda, desenvolvimento agrário, habitação popular, desenvolvi-
Art. 52. É assegurado às vítimas de discriminação étnica o mento regional, cultura, esporte e lazer.
acesso aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à Defensoria Pública, § 2º Durante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do exercício
ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas ins- subsequente à publicação deste Estatuto, os órgãos do Poder Exe-
tâncias, para a garantia do cumprimento de seus direitos. cutivo federal que desenvolvem políticas e programas nas áreas
Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às mulheres referidas no § 1º deste artigo discriminarão em seus orçamentos
negras em situação de violência, garantida a assistência física, psí- anuais a participação nos programas de ação afirmativa referidos
quica, social e jurídica. no inciso VII do art. 4º desta Lei.
§ 3º O Poder Executivo é autorizado a adotar as medidas ne-
Art. 53. O Estado adotará medidas especiais para coibir a
cessárias para a adequada implementação do disposto neste artigo,
violência policial incidente sobre a população negra.
podendo estabelecer patamares de participação crescente dos pro-
Parágrafo único. O Estado implementará ações de ressociali-
zação e proteção da juventude negra em conflito com a lei e expos- gramas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere
ta a experiências de exclusão social. o § 2º deste artigo.
§ 4º O órgão colegiado do Poder Executivo federal responsá-
Art. 54. O Estado adotará medidas para coibir atos de discri- vel pela promoção da igualdade racial acompanhará e avaliará a
minação e preconceito praticados por servidores públicos em de- programação das ações referidas neste artigo nas propostas orça-
trimento da população negra, observado, no que couber, o disposto mentárias da União.
na Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989.
Art. 57. Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários,
Art. 55. Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de poderão ser consignados nos orçamentos fiscal e da seguridade so-
lesão aos interesses da população negra decorrentes de situações cial para financiamento das ações de que trata o art. 56:
de desigualdade étnica, recorrer-se-á, entre outros instrumentos, à I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Federal
ação civil pública, disciplinada na Lei nº 7.347, de 24 de julho de e dos Municípios;
1985. II - doações voluntárias de particulares;
Didatismo e Conhecimento 25
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
III - doações de empresas privadas e organizações não gover- § 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento em
namentais, nacionais ou internacionais; dano causado por ato de discriminação étnica nos termos do dis-
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacio- posto no art. 1º desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá dire-
nais; tamente ao fundo de que trata o caput e será utilizada para ações
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios, de promoção da igualdade étnica, conforme definição do Conselho
tratados e acordos internacionais. Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de exten-
são nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial
TÍTULO IV estaduais ou locais, nas hipóteses de danos com extensão regional
DISPOSIÇÕES FINAIS ou local, respectivamente.” (NR)
Art. 58. As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras Art. 63. O § 1º do art. 1º da Lei nº 10.778, de 24 de novembro
em prol da população negra que tenham sido ou venham a ser ado- de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação:
tadas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos “Art. 1º .......................................................................
Municípios. § 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra
a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, inclusi-
Art. 59. O Poder Executivo federal criará instrumentos para ve decorrente de discriminação ou desigualdade étnica, que cause
aferir a eficácia social das medidas previstas nesta Lei e efetuará morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher,
seu monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de re- tanto no âmbito público quanto no privado.
latórios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores. ...................................................................................” (NR)
Art. 60. Os arts. 3º e 4º da Lei nº 7.716, de 1989, passam a Art. 64. O § 3º do art. 20 da Lei nº 7.716, de 1989, passa a
vigorar com a seguinte redação: vigorar acrescido do seguinte inciso III:
“Art. 3º ........................................................................ “Art. 20. ......................................................................
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de .............................................................................................
discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, § 3º ...............................................................................
obstar a promoção funcional.” (NR) .............................................................................................
“Art. 4º ........................................................................ III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de in-
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimi- formação na rede mundial de computadores.
nação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de ...................................................................................” (NR)
descendência ou origem nacional ou étnica:
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao em- Art. 65. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data
pregado em igualdade de condições com os demais trabalhadores; de sua publicação.
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar ou-
tra forma de benefício profissional;
Brasília, 20 de julho de 2010; 189º da Independência e 122º
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no
da República.
ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços
Eloi Ferreira de Araújo
à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade ra-
cial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento
A Lei nº 12.288/102, de autoria do Senador Paulo Paim, insti-
de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou
tuiu o Estatuto da Igualdade Racial.
etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigên-
cias.” (NR) Segundo o artigo 1º, o Estatuto da Igualdade Racial tem por
objetivo “combater a discriminação racial e as desigualdades ra-
Art. 61. Os arts. 3º e 4º da Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995, ciais que atingem os afro-brasileiros, incluindo a dimensão racial
passam a vigorar com a seguinte redação: nas políticas públicas desenvolvidas pelo Estado”. Discriminação
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º e nos dispositivos racial é definida pelo texto legal como “toda distinção, exclusão,
legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou ori-
raça ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são passíveis das gem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o
seguintes cominações: reconhecimento, gozo, ou exercício, em igualdade de condições,
...................................................................................” (NR) de direitos humanos e liberdades fundamentais”(art.1º,§1º). Já de-
“Art. 4º O rompimento da relação de trabalho por ato discri- sigualdades raciais, por sua vez, como sendo “situações injustifi-
minatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo cadas de diferenciação de acesso e gozo de bens, serviços e opor-
dano moral, faculta ao empregado optar entre: tunidades, na esfera pública e privada”.
...................................................................................” (NR) Conforme o autor do projeto:
Art. 62. O art. 13 da Lei nº 7.347, de 1985, passa a vigorar “Não queremos a cultura afro-brasileira vista, sentida e expe-
acrescido do seguinte § 2º, renumerando-se o atual parágrafo único rimentada somente nas práticas religiosas, música ou alimentação.
como § 1º: Queremos a cultura do negro inserida nas escolas, no mercado de
“Art. 13. ........................................................................ trabalho, nas universidades, pois o negro faz parte do povo brasi-
§ 1º ............................................................................... leiro. Cultivar as raízes da nossa formação histórica evidentes na
Didatismo e Conhecimento 26
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
diversificação da composição étnica do povo é o caminho mais Ademais, conforme o já exposto, é de se ressalvar a impossi-
seguro para garantirmos a afirmação de nossa identidade nacional bilidade de definir quem efetivamente constitui a “população ne-
e preservarmos os valores culturais que conferem autenticidade e gra” a que se refere o Estatuto. Consoante supracitado, a popula-
singularidade ao nosso país. É imprescindível que haja união en- ção brasileira é marcada pela miscigenação, e o simples critério de
tre as pessoas, povos, nacionalidades e culturas. Todos os esforços cor da pele não é o suficiente para definir a predominância de uma
para combater as barreiras discriminatórias são subsídios concre- determinada ancestralidade. Resta-nos, desta feita, a indagação de
tos para a formação de um novo ser humano, capaz de elevar-se à como será determinado o enquadramento ou não de cada cidadão
altura de seu destino e evitar destruir a si mesmo.” dentre os beneficiários da dita legislação. Destaca-se, sob o mesmo
Para o desenvolvimento deste trabalho, utilizaremos os princi- viés, o disposto no artigo 4º do Estatuto da Igualdade Racial.
pais pontos do artigo de Angela Saideles Genro, Jaqueline Fogiatto É possível perceber, mais uma vez, que o dispositivo em aná-
Rossi e Renata Ribas, conforme segue. lise reserva as prerrogativas acima transcritas tão somente à dita
Ao analisar a legislação em comento, verifica-se a existência “população negra”, não realizando qualquer menção ao restante
de diversas disposições dignas de indagação. Tais situações, dessa da população. Além disso, faz-se referência no texto ao combate
forma, merecem que se exerça a devida reflexão a seu respeito, à chamada “discriminação étnica”. Porém, em nenhum momen-
conforme será feito a seguir. to o referido Estatuto explica o conceito de tal termo utilizado.
É possível denotar, já no primeiro dispositivo da referida lei, Usualmente, a palavra “etnia” é empregada a fim de designar uma
uma notória contradição. Verifica-se que a legislação é intitula- comunidade humana ligada por afinidades linguísticas e culturais,
da “Estatuto da Igualdade Racial”, porém destina-se, conforme se possuindo dentre os seus componentes semelhanças genéticas.
aduz da norma em tela, à garantia de direitos tão somente da popu- Ocorre que, como já anteriormente referido, a cultura brasileira é
lação negra. A legislação, dessa forma, em uma primeira análise, demarcada pela miscigenação, não se podendo falar de uma cultu-
visaria à promoção da igualdade de todas as “raças”, entretanto, ra específica que possua influência de um único grupo.
curiosamente não realiza qualquer referência a outras possíveis Não obstante, salienta-se novamente a impossibilidade de
origens. Inobstante, é de se ressaltar que a própria divisão da espé- definir, conforme preleciona a biologia moderna, pelo simples
cie humana em “raças” já é, por si só, demasiado discriminatória. critério de cor da pele a carga genética de um indivíduo. Desta
Atualmente, não se mostra cabível uma divisão biológica feita, conclui-se que o Estatuto da Igualdade Racial baseia-se es-
da população humana em subespécies, hipótese sequer aceita do tritamente no ultrapassado critério de cor da pele para classificar
ponto de vista científico. Desta feita, tal duvidosa classificação, os indivíduos supostamente alvo de “discriminação” na sociedade
assim, pode ser vista como divisão de ordem meramente social, a brasileira. Assim, como se verifica do dispositivo retrotranscrito, a
qual apenas acaba por ensejar tratamentos preconceituosos, como referida legislação privilegia tão somente a população negra, pare-
se efetivamente houvesse divisões entre seres humanos. Acreditar cendo olvidar de outros segmentos da sociedade brasileira, como
na existência de raças é, na realidade, o pressuposto que enseja se só esta fosse efetivamente atingida por práticas discriminatórias.
todas as formas de racismo. De tal modo, qualquer definição nesse Ademais, denota-se, após análise dos dispositivos contempla-
sentido ocasiona ainda mais discriminações, em que pese não ser dos pelo Estatuto, que não foi prevista qualquer espécie de sanção
esta sua finalidade precípua. Inobstante, a referida questão levanta ante ao descumprimento das determinações nele impostas. Destar-
outro ponto sensível: a cor da pele, pressuposto da dita classifica- te, o diploma em questão, o qual traz inúmeras exigências a serem
ção humana em raças, não é determinante sequer para definição da atendidas por órgãos estatais, bem como da sociedade civil, pos-
efetiva ancestralidade de um indivíduo. sivelmente poderá padecer de ineficácia, em razão da ausência de
Nesse sentido, assim preceitua o estudioso sobre o tema em definição de medidas a garantirem a persecução dos fins propostos
análise, Ali Kamel: Nada garante que um indivíduo negro tenha pela legislação em comento.
a maior parte de seus ancestrais vindos da África. Isso é especial- Ainda, cumpre realizar ressalva no que tange a outras ques-
mente verdadeiro no Brasil, devido ao alto grau de miscigenação. tões especificamente abordadas pelas normas que compõe o Esta-
O geneticista Sérgio Pena já demonstrou isso num estudo brilhan- tuto ora em análise. Nesse âmbito verifica-se, do exame do men-
te. Usando os marcadores moleculares de origem geográfica, ele cionado texto legal, que o Título II – “Dos Direitos Fundamentais”
analisou o patrimônio genético de cidadãos negros da cidade mi- – dedica seu Capítulo I à previsão de medidas concernentes ao
neira de Queixadinha e descobriu que 27% deles tinha uma ances- direito à saúde. Nesse sentido, o artigo 6º da referida legislação
tralidade predominantemente não africana, isto é, maior que 50%. prevê, de modo estrito, que o “direito à saúde da população negra
Considerando-se os brancos de todo o Brasil, descobriu que 87% será garantido pelo poder público mediante políticas universais,
deles têm ao menos 10% de ancestralidade africana. Nos EUA, sociais e econômicas destinadas à redução do risco de doenças e
esse número cai para apenas 11%. Ou seja, no Brasil, há brancos de outros agravos”.
com ancestralidade preponderante africana e negros com ancestra- Denota-se, mais uma vez, que o Estatuto da Igualdade Racial
lidade preponderante europeia. destinou suas iniciativas tão somente à população negra, não rea-
Verifica-se, assim, que a definição em raças humanas apresen- lizando qualquer menção a outras parcelas da sociedade. Poder-
ta cunho estritamente ideológico. Tal criação cultural visa somente se-ia, porventura, justificar a exclusividade de destinação de tais
a uma diferenciação entre indivíduos que, na verdade, são iguais, medidas a essa população, em específico, caso houvesse efetiva
de modo que a referida diferença justifique a implementação de comprovação de que a cor da pele influenciasse de alguma for-
uma dominação entre eles. A conhecida classificação em questão, ma na incidência das mazelas que assolam o país. Ocorre que, em
oficialmente corroborada agora pela legislação em comento, tende realidade, no contexto atual, pode-se perceber que os fatores que
a gerar um preconceito explícito entre as “raças”, atingindo um realmente possuem relação direta com o aspecto da saúde popula-
deprimente patamar de desrespeito entre tais indivíduos, jamais cional são aqueles relativos às condições de vida a que são subme-
visto no país. tidos os indivíduos.
Didatismo e Conhecimento 27
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
Desta feita, não nos parece o mais acertado condicionar uma Inicialmente, cumpre consignar que o objetivo do Projeto de
série de medidas, em uma legislação, visando à promoção da saú- Lei nº. 3.198/00 era a implementação do Estatuto da Igualdade
de tão somente a uma parcela específica da população, quando se Racial, para a defesa e minimização das diferenças dos que sofrem
sabe, em face dos preceitos elencados na Constituição Federal, que preconceito ou discriminação em função da sua etnia, raça e/ou
a garantia à saúde é direito de todo e qualquer cidadão, indistin- cor, além de determinar outras providências.
tamente. Olvida-se, ademais, que não só a dita “população negra” Entretanto, a Lei nº. 12.228/10, publicada em 20 de julho de
a que se refere a lei depara-se com as fragilidades do sistema de 2010, que poderia ter corroborado os Direitos e Garantias Funda-
saúde brasileiro, mas sim toda a sociedade, com ênfase para os mentais previstos na Carga Magna de 1988, indubitavelmente aca-
desprivilegiados economicamente. bou por semear a discriminação e realizar uma distinção entre os
Logo, ao mencionar estritamente a população negra como alvo cidadãos brasileiros. Isto porque, em realidade, da análise dos dis-
de tais medidas, a legislação em análise realiza parecer apressado positivos legais da referida legislação, conseguimos perceber uma
da real situação do país, visto que, independentemente de qualquer tutela direcionada apenas à população afrodescendente, conforme
ultrapassado critério de distinção da humanidade em raças, a par- esposado em linhas anteriores, e não uma proteção integral a toda
cela da população que realmente necessita de medidas é aquela e qualquer pessoa humana, conforme mandamento constitucional.
que não possui condições financeiras para tanto. A legislação em Ora, nossa Lei Maior preceitua em sede de preâmbulo, como
comento, ainda, dedica inúmeros de seus dispositivos à definição valores supremos, dentre outros, a igualdade de uma sociedade
de medidas concernentes ao direito da população negra a fatores fraterna, pluralista e sem preconceitos, entretanto, o que a legis-
como educação, cultura, lazer e moradia. lação infraconstitucional introduz é justamente uma inconcebível
Verifica-se, desse modo, que o texto legislativo em questão desigualdade.
parece tão somente frisar os valores já tidos por fundamentais, Ademais, um dos princípios fundamentais da República Fe-
consoante o disposto na Magna Carta, de modo a ressaltar a ga- derativa do Brasil é a Dignidade da Pessoa Humana e não há qual-
rantia de tais direitos à população negra. Entretanto, olvida o dis- quer distinção entre tais cidadãos. Portanto, a disposição tendente
posto no compêndio normativo, novamente, de que a população apenas a tutelar uma parcela da população é por si só discrimina-
negra não é a única parcela da sociedade brasileira a sofrer com a tória, equivocada e inconstitucional. Além disso, todos os direitos
carência em tais setores, que assola aos economicamente carentes regulados pela nova lei, tais como direito à saúde, educação, espor-
em geral, fator este independente da coloração de pele ou qualquer te, lazer, cultura, moradia, trabalho, etc., assegurados à população
outro critério similar. negra, há muito estão igualmente disciplinados na Constituição
Não se pode dizer, de um modo geral, que a ideia que permeia Federal brasileira, endereçados a toda a sociedade, restando des-
o Estatuto da Igualdade Racial não é louvável e, ademais, bem necessária tal prolixidade e redundância.
intencionada. É inegável que há desigualdade em nosso país. No Outrossim, somente seria justificável a edição dos dispositi-
entanto, diferentemente de outros países no mundo, a desigualdade vos legais em análise se houvesse comprovação de que somente
que chancela a realidade brasileira está muito além do critério da a cor da pele influenciasse sobremaneira nos infortúnios sociais,
cor da pele. O real foco que gera toda e qualquer desigualdade no o que é uma inverdade, pois o que realmente possui relevância
nosso país reside, em verdade, tão somente nas condições sociais é a condição econômica de cada um, sendo esta a precursora das
de cada indivíduo, e não em um critério meramente racial. dificuldades e divergências sociais. Assim, ainda que a iniciativa
Destarte, pode-se ter por relativamente ingênuo acreditar que do diploma em tela seja louvável, pensamos estar posta de forma
a promoção de tais valores culturais específicos da população ne- equivocada, tendo em vista que engloba somente parcela da popu-
gra, bem como a realização de medidas sociais visando somente a lação brasileira, deixando de lado grande parte que necessitaria de
esse grupo, poderia efetivamente modificar o cenário do país no tutela e abrangendo alguns que não o necessitariam.
que diz respeito à desigualdade. Em um país como o Brasil, marca- De outro lado, conforme retro mencionado, esquece-se que a
do pela miscigenação cultural, mas, entretanto, assinalado também população como um todo, mormente a desprivilegiada financeira-
pela coexistência de verdadeiros abismos sociais, a realização de mente, se depara com um sistema de saúde precário e que necessita
um Estatuto da Igualdade Racial não deixa de ser medida admirá- de outros implementos, e, entretanto, o texto legal em pauta não
vel, mostrando-se, porém, inócua. se presta a resolver tal situação. Por fim, cabe salientar, portanto,
Trata-se, na realidade, de abordagem de uma questão ínfima que as desigualdades circundantes do nosso país vão muito além
diante da que efetivamente assola o país e é causa de toda genuína do mero fator cor da pele dos cidadãos, pois as desigualdades so-
desigualdade e discriminação: a notória falta de condições econô- ciais estão em toda parte, não se restringindo simplesmente a uma
micas de uma parcela expressiva da população, que possibilite a característica tão trivial.
ela usufruir de condições aceitáveis de vida. Ante a atual conjetura Assim como existem afrodescendentes abonados, muitos
da sociedade brasileira, a única medida que poderia efetivamente “brancos” e “amarelos” não possuem mínimas condições de sub-
acenar algum traço de esperança, visando a uma real mudança, te- sistência e, dessa maneira, igualmente necessitariam de um Esta-
ria de ir muito além do critério de “raças”. Assim, a medida cabível tuto próprio em suas defesas.
para um combate da efetiva discriminação que vigora no país seria, Conclui-se, então, que o foco das divergências sociais está nas
na realidade, não a edição de um Estatuto da Igualdade Racial, condições sociais dos indivíduos e não no já ultrapassado e discri-
baseado em um critério por si só discriminatório, mas sim a imple- minatório critério racial.
mentação de um Estatuto da Igualdade Social.
Didatismo e Conhecimento 28
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I - medidas reparatórias e compensatórias para os negros pelas
RIO GRANDE DO SUL. LEI ESTADUAL sequelas e consequências advindas do período da escravidão e das
práticas institucionais e sociais que contribuíram para aprofundar
Nº 13.694, DE 19 DE JANEIRO DE 2011
as desigualdades raciais presentes na sociedade;
ESTATUTO ESTADUAL DA IGUALDADE II - medidas inclusivas, nas esferas pública e privada, que
RACIAL. assegurem a representação equilibrada dos diversos segmentos
raciais componentes da sociedade gaúcha, solidificando a demo-
cracia e a participação de todos.
Didatismo e Conhecimento 29
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Parágrafo único - Os membros das comunidades remanescen- Art. 12 - As instituições de ensino deverão respeitar a diver-
tes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos para sidade racial quando promoverem debates, palestras, cursos ou
a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condições atividades afins, convidando negros, entre outros, para discorrer
ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e nutri- sobre os temas apresentados.
cional e na atenção integral à saúde.
Art. 13 - O Poder Público deverá promover campanhas que
Art. 6° - Serão instituídas políticas públicas de incentivo à divulguem a literatura produzida pelos negros e aquela que repro-
pesquisa do processo de saúde e doença da população negra nas duza a história, as tradições e a cultura do povo negro.
instituições de ensino, com ênfase:
I - nas doenças geneticamente determinadas; Art. 14 - Nas instituições de ensino, públicas e privadas, de-
II - na contribuição das manifestações negras de promoção à verá ser oportunizado o aprendizado e a prática da capoeira, como
saúde; atividade esportiva, cultural e lúdica, sendo facultada a participa-
III - na medicina popular de matriz africana; ção dos mestres tradicionais de capoeira para atuarem como ins-
IV - na percepção popular do processo saúde/doença; trutores desta arte esporte.
V - na escolha da terapêutica e eficácia dos tratamentos;
VI - no impacto do racismo sobre as doenças. Art. 15 - O Estado deverá promover programas de incentivo,
inclusão e permanência da população negra nos ensinos Médio,
Art. 7° - Poderão ser priorizadas pelo Poder Público iniciati- Técnico e Superior, adotando medidas para:
vas que visem à: I - incentivar ações que mobilizem e sensibilizem as institui-
I - criação de núcleos de estudos sobre a saúde da população ções privadas de Ensino Superior para que adotem as políticas e
negra; ações afirmativas;
II - implementação de cursos de pós-graduação com linhas de II - incentivar e apoiar a criação de cursos de acesso ao Ensino
pesquisa e programas sobre a saúde da população negra no âmbito Superior para estudantes negros, como mecanismo para viabilizar
das universidades; uma inclusão mais ampla e adequada destes nas instituições;
III - inclusão da questão da saúde da população negra como III - dar cumprimento ao disposto na Lei Federal n.º 9.394,
tema transversal nos currículos dos ensinos Médio e Superior; de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases
IV - inclusão de matérias sobre etiologia, diagnóstico e tra- da educação nacional, e na Lei Federal n.º 12.288, de 20 de julho
tamento das doenças prevalentes na população negra e medicina de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis
de matriz africana, nos cursos e treinamentos dos profissionais do n.ºs 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995,
SUS; 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de
V - promoção de seminários e eventos para discutir e divulgar 2003, no que tange a obrigatoriedade da inclusão da História e da
os temas da saúde da população negra nos serviços de saúde. Cultura Afrobrasileiras nos currículos escolares dos ensinos Médio
e Fundamental;
Art. 8º - Os negros terão políticas públicas destinadas à redu- IV - estabelecer programas de cooperação técnica com as es-
ção do risco de doenças que têm maior incidência, em especial, a colas de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e
doença falciforme, as hemoglobinopatias, o lúpus, a hipertensão, o Ensino Técnico para a capacitação de professores para o ensino
diabetes e os miomas. da História e da Cultura Negras e para o desenvolvimento de uma
educação baseada nos princípios da equidade, tolerância e respeito
CAPÍTULO II às diferenças raciais;
DO DIREITO À CULTURA, À EDUCAÇÃO, AO ES- V - desenvolver, elaborar e editar materiais didáticos e pa-
PORTE E AO LAZER radidáticos que subsidiem o ensino, a divulgação, o debate e as
atividades afins sobre a temática da História e Cultura Negras;
Art. 9º - O Poder Público promoverá políticas e programas VI - estimular a implementação de diretrizes curriculares que
de ação afirmativa que assegurem igualdade de acesso ao ensino abordem as questões raciais em todos os níveis de ensino, apoian-
público para os negros, em todos os níveis de educação, proporcio- do projetos de pesquisa nas áreas das relações raciais, das ações
nalmente a sua parcela na composição da população do Estado, ao afirmativas, da História e da Cultura Negras;
mesmo tempo em que incentivará os estabelecimentos de ensino VII - apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos diver-
privado a adotarem tais políticas e programas. sos programas de pós-graduação, que desenvolvam temáticas de
interesse da população negra;
Art. 10 - O Estado deve promover o acesso dos negros ao ensi- VIII - desenvolver programas de extensão universitária des-
no gratuito, às atividades esportivas e de lazer e apoiar a iniciativa tinados a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas, as-
de entidades que mantenham espaço para promoção social desta segurado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os be-
parcela da população. neficiários.
Art. 11 - Nas datas comemorativas de caráter cívico, as ins- Art. 16 - O Estado deverá promover políticas que valorizem a
tituições de ensino públicas deverão inserir nas aulas, palestras, cultura “Hip-Hop” em suas manifestações de canto do “Rap”, da
trabalhos e atividades afins, dados históricos sobre a participação instrumentação dos “DJs”, da dança do “break dance” e da pintura
dos negros nos fatos comemorados. do grafite.
Didatismo e Conhecimento 30
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
CAPÍTULO III § 1º - Os órgãos e as entidades de que trata este artigo inclui-
DO ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO rão, nas especificações para contratação de serviços de consultoria,
conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças
Art. 17 - O Poder Público deverá promover políticas afirma- publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades
tivas que assegurem igualdade de oportunidades aos negros no de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço
acesso aos cargos públicos, proporcionalmente a sua parcela na contratado.
composição da população do Estado, e incentivará a uma maior § 2º - Entende-se por prática de iguais oportunidades de em-
equidade para os negros nos empregos oferecidos na iniciativa pri- prego o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finali-
vada. dade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe
Parágrafo único - Para enfrentar a situação de desigualdade de vinculada ao projeto ou serviço contratado.
oportunidades, deverão ser implementadas políticas e programas de § 3º - A autoridade contratante poderá, se considerar neces-
formação profissional, emprego e geração de renda voltadas aos ne- sário para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego,
gros. requerer auditoria por órgão do Poder Público.
§ 4º - A exigência disposta no “caput” não se aplica às pro-
Art. 18 - A inclusão do quesito raça, a ser registrado segundo duções publicitárias quando abordarem especificidades de grupos
a autoclassificação, será obrigatória em todos os registros adminis- étnicos determinados.
trativos direcionados a empregadores e trabalhadores dos setores
público e privado. CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
CAPÍTULO IV
DAS TERRAS QUILOMBOLAS Art. 24 - Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após
sua publicação.
Art. 19 – Aos remanescentes das comunidades de quilombos
que estejam ocupando terras quilombolas no Rio Grande do Sul,
PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 19 de janeiro de 2011.
será reconhecida a propriedade definitiva das mesmas, estando o Es-
tado autorizado a emitir-lhes os títulos respectivos, em observância
ao direito assegurado no art. 68 do Ato das Disposições Constitucio-
nais Transitórias da Constituição Federal e na Lei n.º 11.731, de 9 de Abaixo iremos destacar os principais pontos da referida
janeiro de 2002, que dispõe sobre a regularização fundiária de áreas legislação.
ocupadas por remanescentes de comunidades de quilombos.
Conceitos:
CAPÍTULO V - Discriminação Racial: é toda distinção, exclusão ou restrição
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL baseada em raça, cor, descendência, origem nacional ou étnica que
tenha por objetivo cercear o reconhecimento, o gozo ou o exercício
Art. 20 - A idealização, a realização e a exibição das peças pu- dos direitos humanos e das liberdades fundamentais em qualquer
blicitárias veiculadas pelo Poder Público deverão observar percen- campo da vida pública ou privada, asseguradas as disposições con-
tual de artistas, modelos e trabalhadores afrodescendentes em nú- tidas nas legislações pertinentes à matéria.
mero equivalente ao resultante do censo do Instituto Brasileiro de - Desigualdade Racial: é toda situação injustificada de dife-
Geografia e Estatística − IBGE − de afro-brasileiros na composição renciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades,
da população do Rio Grande do Sul. nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendên-
cia ou origem nacional ou étnica.
Art. 21 - A produção veiculada pelos órgãos de comunicação - Negro: é todo aquele que se declare, expressamente, como
valorizará a herança cultural e a participação da população negra na negro, pardo, mestiço de ascendência africana, ou através de pala-
história do Estado. vra ou expressão equivalente que o caracterize negro.
Didatismo e Conhecimento 31
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
- o reconhecimento e a valorização da composição pluriétnica da O material produzido tem por referência bibliográfica:
sociedade sul-riograndense, resgatando a contribuição dos negros na
história, na cultura, na política e na economia do Rio Grande do Sul; RUIZ ALONSO, Felix; LOPEZ, Francisco Granizo; CAS-
- as políticas públicas, os programas e as medidas de ação afirma- TRUCCI, Plínio de Lauro. Curso de Ética em Administração. São
tiva, combatendo especificamente as desigualdades raciais que atin- Paulo: Atlas, 2006.
gem as mulheres negras; ARRUDA, Maria Cecília Coutinho; WHITAKER, Maria do
- o resgate, a preservação e a manutenção da memória histórica Carmo; RAMOS, José Maria Rodriguez. Fundamento de Ética
legada à sociedade gaúcha pelas tradições e práticas socioculturais Empresarial e Econômica. – 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.
negras; GHILLYER, Andrew W. Ética nos Negócios/ Andrew W.
- o adequado enfrentamento e superação das desigualdades ra- Ghillyer; tradução: Christiane de Brito Andrei. -4. Ed. – Porto
ciais pelas estruturas institucionais do Estado, com a implementação Alegre: AMGH, 2015.
de programas especiais de ação afirmativa na esfera pública, visando PASSOS, Elizete. Ética nas Organizações. São Paulo: Atlas,
ao enfrentamento emergencial das desigualdades raciais; 2004.
- a promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate Código de Conduta Ética do Banrisul. Disponível em http://
ao racismo em todas as suas manifestações individuais, estruturais e www.banrisul.com.br (Relações com Investidores – Gover-
institucionais; nança Corporativa - Código de Conduta Ética). Disponível em:
- o apoio às iniciativas oriundas da sociedade civil que promovam http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?ti-
a igualdade de oportunidades e o combate às desigualdades raciais. po=res&ano=2015&numero=4433 Acessado em: 24/08/15.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Vendas: uma Aborda-
Direito à Saúde: gem Introdutória: Transformando o Profissional de Vendas em um
Os órgãos de saúde estadual monitorarão as condições da popu- Gestor de Vendas . 3ª ed. Barueri: Manole, 2014.
lação negra para subsidiar o planejamento mediante, dentre outras, as KOTLER, Philip e KELLER, Kevin L. Administração de
seguintes ações: Marketing . 14ª ed. São Paulo: Pearson, 2013.
- a promoção da saúde integral da população negra, priorizando LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Técnicas de Vendas: Como
a redução das desigualdades étnicas e o combate à discriminação nas
Vender e Obter Bons Resultados . 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2011.
instituições e serviços do SUS;
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL. Código de
- a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS no
Defesa do Consumidor. Disponível em: http://www.planalto.gov.
que tange à coleta, ao processamento e à análise dos dados por cor,
br/ccivil_03/Leis/L8078.htm . Acessado em: 25/08/15.
etnia e gênero;
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL. Lei nº
- a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos pro-
12.291, de 20 de julho de 2010.
cessos de formação e de educação permanente dos trabalhadores da
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
saúde;
Ato2007-2010/2010/Lei/L12291.htm. Acessado em: 25/08/15.
- a inclusão da temática saúde da população negra nos processos
de formação das lideranças de movimentos sociais para o exercício da
participação e controle social no SUS. Questões
Didatismo e Conhecimento 32
ÉTICA E LEGISLAÇÃO DE EQUIDADE DE
GÊNEROS E IGUALDADE RACIAL
02. (INPI - Todos os Cargos - CESPE/2013). Com relação 05. (MPE/GO - Técnico Ambiental - Biologia - IA-
a ética, moral e ética profissional do servidor público, julgue DES/2013). Madalena, servidora pública do Ministério Público
os itens a seguir. Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor do estado de Goiás (MP-GO) cometeu, em junho de 2004, infra-
público não pode omiti-la ou falseá-la, exceto nos casos em que ção tipificada como passível de repreensão, tendo sido instaurado
comprovadamente contrarie os interesses da instituição ou da pró- procedimento disciplinar em junho 2006 (a despeito do conhe-
pria administração pública. cimento de sua chefia imediata ter-se dado em junho de 2005), e
(A) Certo (B) Errado concluído o procedimento em novembro de 2007, constando do
relatório final a conclusão de aplicação de pena de repreensão. Os
03. (PC/CE - Inspetor de Polícia Civil de 1ª Classe - PC/ autos chegaram conclusos, ainda no final de novembro de 2007, à
CE/2015). A Lei nº 11.340/2006, conhecida como “Lei Maria da autoridade competente, tendo esta decidido, em janeiro de 2008,
Penha”, estabelece que não considerar eventuais hipóteses de suspensão nem de tipifica-
(A) em qualquer fase do inquérito policial ou da ação penal ção da transgressão administrativa também como crime. Conside-
cabe prisão preventiva contra o agressor. rando a situação hipotética acima e os dispositivos que tratam da
(B) em nenhuma hipótese o sujeito ativo dos crimes previstos prescrição da ação disciplinar, previstos no vigente estatuto dos
nessa Lei poderá ser uma mulher. servidores públicos em geral do estado de Goiás; e desconsideran-
(C) para efeito dessa Lei são formas de violência a física e a do eventuais hipóteses de suspensão e de tipificação da transgres-
sexual. são administrativa como crime, assinale a alternativa correta.
(D) na ocorrência de uma briga (com agressão física) entre (A) A autoridade competente deve aplicar à servidora a sanção
vizinhos, desde que envolvendo um homem e uma mulher e com de repreensão até junho de 2009, sob pena de prescrição.
residências próximas, aplicam-se as disposições da Lei Maria da (B) Não mais pode a autoridade competente aplicar à servido-
Penha. ra a sanção de repreensão, prescrita após o recebimento dos autos
(E) se o agressor comprovar que é o proprietário da residência vindos daquela Comissão Processante.
conjugal, não poderá ser determinado o seu afastamento do lar. (C) A autoridade competente poderia aplicar à servidora a san-
ção de repreensão até junho de 2007, tendo a prescrição ocorrido
04. (MPE/SP - Promotor de Justiça - MPE/SP/2015). Para antes do seu recebimento pela autoridade.
efeito da lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial), consi- (D) A autoridade competente pode aplicar à servidora a san-
dera-se discriminação racial ou étnico-racial, dentre outras ações, ção de repreensão até junho de 2010.
(E) A autoridade competente teve até junho de 2011 para apli-
as seguintes:
car à servidora a pena de repreensão.
I- A distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em
raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha
Respostas:
por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercí-
cio, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades
01. D
fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou
02. B
em qualquer outro campo da vida pública ou privada.
03. A
II- A violência psicológica, entendida como qualquer conduta
04. D
que cause dano emocional e diminuição da autoestima. 05. B
III- A violência sexual, entendida como qualquer conduta que
constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual
não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
força.
IV- A violência patrimonial, entendida como qualquer con-
duta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total
de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais,
bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os des-
tinados a satisfazer suas necessidades.
V- A violência moral, entendida como qualquer conduta que
configure calúnia, difamação ou injúria.
Está correto apenas o contido em:
(A) I, II, III e V.
(B) I e V.
(C) I, II, III e IV.
(D) I.
(E) Todos os itens estão corretos.
Didatismo e Conhecimento 33
TÉCNICAS DE VENDAS
TÉCNICAS DE VENDAS
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE
VENDAS: PLANEJAMENTO,
ESTRATÉGIAS, OBJETIVOS, ANÁLISE
DE MERCADO, METAS.
Durante toda a história da humanidade podemos perceber que no íntimo, na essência dos relacionamentos, está sempre um desejo de
negociar.
O que é a venda?
“Fechamento da venda é o processo de ajudar as pessoas a tomarem decisões que serão boas para elas mesmas”.
É o ato de ceder algo tendo em contrapartida um preço a receber.
É necessário, porém, que abandonemos um conceito antigo relacionado à venda, que é o conhecido “custo-benefício” e adotemos
o conceito “valor-benefício”.
Os métodos na Administração de Vendas tem como objetivo definir as táticas de como fazer um bom negócio.
Uma empresa não contrata um vendedor apenas para que esse venda um produto. É necessário que esse transmita a imagem da empresa.
O principal objetivo da administração de vendas é fazer com que todo processo de venda seja desenvolvido com base na condução da
empresa na direção dos caminhos desejados.
Podemos classificar esses objetivos como:
• Quantitativos (alcançar determinada fatia do mercado)
• Qualitativo (projeção da imagem – fidelização)
Para tanto, é necessário compreendermos alguns conceitos que fazem parte desse processo, dentre eles:
Didatismo e Conhecimento 1
TÉCNICAS DE VENDAS
Compete a esse profissional:
Outra relação que devemos considerar é a de vendas e desempenho, ou seja, em todo ciclo de venda há um estudo sobre processos de
compra, papéis de compra, tipos de comportamento de compra e mercado, a partir desse estudo o administrador de vendas deverá fazer uma
previsão do que poderá ocorrer no período a ser planejado.
Os métodos utilizados podem ser:
Científicos: que são aqueles que utilizam de sistemas, programas e ferramentas mais complexas de análise e os.
Não científicos: que se baseiam em informações como: Intenção de compra; opinião da força de vendas; Vendas passadas; Julga-
mento dos executivos.
Princípios da venda
• O desejo de aprender
• A necessidade de estagiar
• O dever de se especializar
• Tempo de confraternizar
• A vontade de ajudar
A primeira etapa do processo de venda deve ser o planejamento, através dele decidi-se com antecipação o que deve ser feito, aonde se
quer chegar, quais resultados se pretende atingir. Neste momento, se junta análises e informações onde, através dessas, é possível precaver
eventualidades futuras, analisando situações internas e externas.
Metas
Meta é o alvo, é uma unidade de um objetivo, é o que precisa se feito para conquistá-lo
A meta deve ser:
Mensurável
Didatismo e Conhecimento 2
TÉCNICAS DE VENDAS
Específica
Temporal TÉCNICAS DE VENDAS DE
Alcançável PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS
Ter significado NO SETOR BANCÁRIO:
PLANEJAMENTO, TÉCNICAS,
Planejamento de Vendas MOTIVAÇÃO PARA VENDAS
• Determinar o potencial de faturamento da empresa den-
tro de um período estipulado.
• Indicar quais os produtos serão ofertados aos compra-
dores.
• Indicar a lucratividade esperada. TÉCNICAS DE VENDAS
• Fornecer informações adequadas à área de suprimentos. São fórmulas adotadas para desenvolver o processo de ne-
• Avaliar o desempenho da equipe de vendas. gociação, de maneira que esse atenda o interesse, necessidade ou
• Identificar regiões ou produtos com baixo retorno. desejo do cliente e corresponda aos resultados almejados no pla-
• Estabelecer sistemas de remuneração, premiação e in- nejamento das vendas.
centivo para a equipe de vendas. Alguns pressupostos dessas técnicas:
• Conhecimento do produto (características/funcionamen-
Após essa etapa, desenvolve-se o plano de vendas. to/garantia...)
O plano de vendas consiste em um documento operacional da • Clientela (identificar perfil/nicho)
empresa, que serve de base e orientação para a conduta de todos
• Abordagem
os envolvidos nas atividades que foram planejadas.
• Descobrir o fato gerador da venda
Esse plano observa alguns itens que são relevantes nas ativi-
• Comunicação
dades planejadas.
• Fechamento da venda
• Clientes foco.
• Produtos e Serviços a serem ofertados. • Acompanhamento
• Volumes por foco.
• Preço e financiamento. O setor bancário tem como característica a prestação de servi-
• Datas de negociação. ço. É um setor de vital importância, tendo em vista o seu desem-
• Forma de Atendimento e Força de Vendas. penho na economia nacional. Mas somente pouco tempo atrás os
• Forma de entrega, canais. bancos brasileiros colocaram os clientes como centro das atenções
na demarcação do foco de seus produtos e serviços.
Ao analisarmos o potencial de mercado, tratamos de uma
estimativa sobre o valor total da capacidade do mercado brasileiro Tipos de produtos e serviços
no segmento que atua a empresa. • Cartões
Ressaltamos que o território nacional representa 100% dessa • Seguros
capacidade. • Previdência
Normalmente divide-se esse território em regiões para facili- • Investimentos
tar as estimativas. • Consórcios
Ex.: Rio de Janeiro representa 50% desse total, o que significa
que seu potencial de mercado é 50%. Diferenciais no atendimento e venda
A capacidade de vendas da empresa parte da análise da de- • Taxas diferenciadas
manda total do mercado. • Agências especiais
Ex.: um produto que estima-se uma demanda total de 10.000 • Consultoria Financeira
unidades, sabemos que o RJ representa 50% desse mercado, ou • Brindes
seja, o potencial de vendas nessa cidade será de 5.000 unidades. • Descontos em eventos
Resumidamente temos que, potencial de mercado traduz a • Aconselhamentos segmentados
capacidade máxima de absorção de mercado em determinado mo-
mento, enquanto que o potencial de vendas consiste na expectativa
Ao lidar com os seus clientes, deve-se observar e levar em
de uma empresa participar de um determinado potencial desse
considerações algumas informações, tais como:
mercado.
Se o cliente for PJ (Pessoa Jurídica)
• Em que ramo atua
• Quanto tempo está no mercado
• Quantos empregados tem
• Possui filiais ou é franquia
• Qual é a capacidade de pagamento
• Como é a sua imagem no mercado
Didatismo e Conhecimento 3
TÉCNICAS DE VENDAS
Se o cliente for PF (Pessoa Física) Algumas técnicas que podem ser utilizadas:
• Faixa etária
• Sexo • SOLICITAR
• Renda familiar Uma venda só é fechada quando o cliente diz SIM.
• Tipo de trabalho do cliente • OU...OU...
• Qual o tamanho da sua família Basta tu colocar duas opções para o cliente, seja qual for a que
• Onde mora ele escolher, estará dizendo SIM.
• Escolaridade • CHAVE DE BRAÇO
Consiste em responder a pergunta do cliente com outra per-
Quando falamos do setor bancário é muito, falamos de um gunta, fazendo com que ele se comprometa com a resposta que
mercado extremamente competitivo, porém, todos com disponibi- conduzirá ao SIM.
lidade de serviços e produtos muito semelhantes, fazendo com que • ESTÓRIA INTIMIDANTE
o marketing de relacionamento seja o grande diferencial entre eles. Mostre o que pode acontecer de ruim em caso de não aquisi-
Nesse contexto, podemos dividir a venda em três momentos e, ção do produto.
em cada um, identificar qual a melhor ferramenta e a mais indicada • PROCESSO DE ELIMINAÇÃO
forma de se relacionar. Consiste em induzir o cliente a dizer NÃO, quando o não dele
quer dizer SIM.
Pré-Venda • PERGUNTANDO CERTO E VENDENDO MAIS
Na fase de pré-venda se desenvolve uma série de atividades Descobrir as reais necessidades dos clientes é fundamental
que auxiliarão a sequência do processo de venda. Aqui devemos para conseguir vender mais e melhor.
analisar:
1. Quem são os clientes de maior potencial Independente da técnica utilizada, é necessário estar atento a
2. Quais são as suas necessidades maneira como se faz a apresentação do produto e/ou serviço, para
3. O que motiva a comprar? isso levamos algumas sugestões podem ser úteis:
4. Como é o seu comportamento de compra?
5. O que de fato ele deseja? • Planejamento/preparo/conhecimento
6. Qual é a melhor forma de abordá-lo
• Tenha um script memorizado para diminuir a tensão e a
7. Existe algum concorrente atuando?
ansiedade
• Vendas é uma ciência: pode ser estudada e absorvida
A Pré-Venda inclui a etapa da Prospecção de Mercado: identi-
• Organização: monte um script com anotações detalhadas
ficação da clientela sobre a qual compensa mais dirigir os esforços
sobre o cliente antes de visitá-lo
e recursos de vendas.
• Pesquise
Formas de identificar novos clientes:
• Elabore e estude antecipadamente objeções e soluções
Indicação dos atuais clientes
• Crie quadros mentais de sucesso e visualize um bom ne-
• aquisição de listagens
gócio
• cadastros de clientes
• visita porta a porta • Treine com colegas através de dinâmicas
• feiras e exposições • Encontre sua própria estratégia de apresentação, mas
• anúncios pode seguir alguns modelos até identificar o próprio. Ex.: CVBA
C – Característica: algo que esteja presente no produto. Ex.:
Venda Tamanho.
É o momento de apresentação e demonstração. V – Vantagem: a diferença que faz o produto ter ou não a ca-
Durante a apresentação de vendas é importante descobrir os racterística citada. Ex.: é portátil
aspectos que mais motiva o cliente, levando-o a fechar o pedido B – Benefício: o que representa para o comprador aquela van-
ou contrato. tagem, em que o afeta. Ex.: praticidade
Entre esses aspectos estimuladores, podemos citar: A – Atração: crie uma atração para o produto. Faça uma per-
• Custo gunta ao cliente fazendo-o concordar com o benefício. Ex.: O se-
• Serviço nhor concorda que é bem mais pratico na nossa rotina maluca um
• Resultado produto mais fácil de se carregar e mais seguro, por chamar menos
• Tecnologia atenção?
• Segurança
• Meio ambiente, etc Motivadores para a venda
Um vendedor sem motivação perde o poder de persuasão e
Pós-Venda não consegue mostrar para o cliente, com entusiasmo, as vanta-
• Momento de cumprir o que foi prometido para o cliente. gens e os benefícios que o seu produto oferece.
• É o acompanhamento da venda. O que move a empresa e seus colaboradores, não é apenas
• Saber se o cliente está satisfeito com o produto/serviço. o retorno financeiro. É preciso levar em consideração outros
motivadores, tais como:
Didatismo e Conhecimento 4
TÉCNICAS DE VENDAS
Objetivos
Metas
Desejos de progredir na carreira
Ser empresa referência no mercado
E também, os clientes, esses últimos precisam ser motivação, razão pela qual tudo na empresa gira.
Quando falamos em vendas, em mercado, precisamos nos ater ao mix de marketing que gira esse processo. Estamos falando do tão
conhecido 4 P´s.
PRODUTO PREÇO
PRAÇA PROMOÇÃO
PRODUTO
Tudo aquilo que possa ser oferecido e que atenda a necessidade ou interesse de um mercado. Aqui entra não só bens ou serviços, mas a
marca, embalagens, ideias, locais, enfim, tudo aquilo que possa gerar desejo ou ser necessário para alguém, ou seja, é a somatória e atributos,
funções e benefícios que os clientes compram.
Níveis observados na criação do produto
- Produto básico – aquele que o consumidor compra, definindo os benefícios básicos.
- Produto real ou esperado – apresenta algumas particularidades como: nível de qualidade, características, design, marca e embala-
gem.
- Produto ampliado – serviços e benefícios adicionais.
- Produto potencial – ampliações e modificações que esses produtos possam sofrer no futuro
Didatismo e Conhecimento 5
TÉCNICAS DE VENDAS
PREÇO
É o volume de dinheiro cobrado para a aquisição ou direito de uso de um produto e/ou serviço. Esse preço deve ser elevado o
suficiente para proporcionar lucro a quem o oferece, mas não tão elevado a ponto de não despertar o interesse em alguém de pagá-lo.
O preço exerce algumas funções:
1. Em a negociação ocorrendo, quanto os consumidores comprarão?
2. Essa negociação gerará lucro?
3. Existe flexibilidade nesse preço, a ponto de gerar mudança no comportamento dos negócios?
4. O preço é quem gera a demanda, e não o contrário. (preço baixo/demanda alta)
PRAÇA
Aqui abordamos a questão da distribuição desse produto ou serviço, ou seja, a estratégia de MKT deverá atentar aos cuidados no mo-
mento de disponibilizar esse produto.
É necessário que esse produto esteja disponibilizado de maneira que o cliente o encontre facilmente, que esse acesso seja
facilitado, podendo efetivar a negociação com agilidade e no momento em que desejar ou precisar.
Essa distribuição pode ser direta ou indireta, de acordo com o produto ou serviço.
PROMOÇÃO
Primeiramente devemos distinguir Propaganda de Marketing.
A Propaganda é uma das ferramentas que o MKT utiliza para projetar o produto/serviço.
O MKT utiliza de ferramentas diversas nessa projeção, conforme características peculiares ao momento, ao interesse, ao produto e/ou
serviço, enfim, conforme o objetivo.
Ferramentas da Promoção
1. Propaganda – através dela os clientes são informados sobre os produtos e/ou serviços, além de passar informações sobre a empresa,
instigando a necessidade ou desejo de comprá-los.
2. Promoção de Vendas – é uma ferramenta que comunica, atrai, incentiva, convida à negociação.
3. Relações Públicas – são apelos que mostram o histórico da empresa, além dos produtos que desenvolvem, além de ações sociais.
VANTAGEM COMPETITIVA
Vamos analisar o conceito vantagem competitiva a partir da visão de Michael Porter, visto que foi ele quem desenvolveu esse conceito.
A vantagem competitiva surge do valor que uma determinada empresa consegue criar para os Seus clientes e que ultrapassa os custos
de produção.
A busca dessa vantagem está essencialmente na forma de como lidar com a competição. Na luta por participação no mercado, a com-
petição é percebida em toda a cadeia de relações da empresa e não apenas em relação aos concorrentes.
Nesse sentido, surgiu o conceito CINCO FORÇAS (teoria defendida por Porter), que regem a competição em um setor.
Uma vez analisadas as forças que afetam a competição em um setor e suas causas básicas, a empresa tem a oportunidade de identificar
as condições dentro de uma estratégia.
Para isso, podemos utilizar a técnica FOFA.
Didatismo e Conhecimento 6
TÉCNICAS DE VENDAS
Essa análise proporciona uma eficácia operacional, que permite a contribuição de melhores práticas, redução de custos, determinando-
-se o que fazer e, principalmente, o que não fazer.
Na cadeia de valor empresarial, o custo e a qualidade dos produtos são responsáveis pelas vantagens competitivas que a organização
dispõe, sendo estas para os setores do mercado, a razão pela qual os clientes escolhem a sua marca, seu produto ou serviço, sua oferta, e não
a de seu concorrente, sendo essa vantagem única ou melhor do que a ofertado por eles.
Vale ressaltar que a vantagem competitiva é sempre relativa.
Seja qual for a vantagem apresentada por sua empresa, a partir do momento que um concorrente apresentá-la na mesma proporção, essa
deixará de ser vantagem e passará a ser obrigação.
Quatro passos devem ser praticados de forma contínua para quem trabalha com essas vantagens:
Didatismo e Conhecimento 7
TÉCNICAS DE VENDAS
Posturas contrárias à Porter Essa análise se faz através de pesquisa(estudo) de mercado,
A empresa deve basear-se nos recursos físicos, financeiros, que deve conter
intangíveis, organizacionais e humanos, onde a definição das es-
tratégias competitivas deve partir de uma compreensão de possi- 1.Descrição
bilidades serem operacionalizadas e sustentadas por tais recursos Mostraaevoluçãodamarcadiantedomercado.Éimportanteverse
(Teoria defendida por Prahalad & Hamel / Krog & Ross) omercadoestáemcrescimento,retração.
• As vantagens competitivas partem da hipótese de que os
recursos empresariais que as gerarão devem ser heterogêneos e 2.Dimensão
imóveis, além de apresentar atributos como serem valiosos, raros, É necessário estimar o tamanho do mercado, ou seja, seu valor
de difícil imitação e insubstituíveis. (Teoria defendida por Dosi & em moeda(pela quantidade de consumo físico). Por isso é preciso
Coriat) ver o quede fato é adquirido.
• O sucesso competitivo requer a união de múltiplas ca-
pacidades como: inovação, produtividade, qualidade, resposta a 3.Potencial
cliente, sendo que os centros estratégicos combinam capacidade São características do mercado que podem ser aproveitadas.
especializada e integração em larga escala. (Teoria defendida por É necessário identificar o potencial de crescimento do mercado, as
Lorenzoni G. / Baden Fuller) possibilidades de retorno sobre o investimento. E com isso decidir
• Em países emergentes, um impulsionador dinâmico da se compensa participar de alguma oportunidade e em que nível
Vantagem Competitiva é a estratégia entre os setores público e pri- seria recomendável participar . “O mercado potencial é o conjunto
vado. (Faria e Imasato) de consumidores que demonstram um nível de interesse suficiente
• E ainda, por Mintzbert, valores gerenciais da organização para um oferta ao mercado.[...] Consumidores potenciais devem
e sua responsabilidade social, além das forças políticas internas e o possuir renda suficiente e devem ter acesso à oferta.” (KOTLER,
impacto das ações do governo no ambiente de atuação da empresa. 2000, p.141)
4.Sazonalidade
ANÁLISE DE MERCADO E DA
Permite verificar quando se dá a concentração de venda de um
CONCORRENCIA
produto ou serviço. Existe uma oscilação de vendas em qualquer
segmento que é necessário reconhecer, para direcionar também a
melhor gerencia do mix de marketing.
5.Tendência
Falar de mercado e concorrência nos remete à uma frase bem
Deve-se conhecer o ritmo das novidades e mudanças.
pertinente de Kotler (2000, p.181):
Quando o mercado determina uma tendência, as empresas
precisam adaptar-se rapidamente. Muitas vezes não há tempo, seja
“O mais importante é prever para onde os clientes estão
pelo tamanho da adaptação e tudo o que isto implica, seja pela
indo e chegar lá primeiro.”
morosidade da empresa em tomar decisões e colocá-las em prática.
Partamos do inicio, definindo mercado, e para isso vamos ver De qualquer maneira, o impacto da adaptação é enorme: que-
algumas definições: da nas ações, perda de marketshare, insatisfação do cliente; tudo
• Mercado é o arranjo de vendedores e potenciais compra- isso tem efeito na satisfação do cliente que impacta a experiência
dores e suas interações. A grosso modo, diz-se mercado o conjunto da marca.
que envolva consumidores, fornecedores e canais de distribuição.
• É um local de venda de produtos. Ao analisarmos o mercado, precisamos também ficar atentos
• Segmento de pessoas, empresas ou área geográfica onde ao comportamento do consumidor, que é bastante determinado
estão os consumidores e prospects de uma empresa ou marca. pelos instintos, mas também condicionado pelo ambiente e pelas
• São os consumidores reais e potenciais de um produto/ interações sociais. Como principais fatores influenciadores temos:
serviço. • Culturais
• Compradores que tem o potencial de comprar o produto. • Sociais
Estudamos o mercado com o intuito de obter informações que • Idade
auxiliem o enfrentamento das condições de mercado, o processo • Condições Econômicas
decisório e a antecipação da evolução desse mercado. • Psicográficos
A análise do mercado pode ser feito através da compreensão e
avaliação apontada no modelo dos 7 O’s: Temos também os fatores que compõe o processo típico de
• Quem constitui o Mercado? Ocupantes compra (KOTLER):
• O que o mercado compra? Objetos • Reconhecimento do problema
• Por que o mercado compra? Objetivos (Motivações) • Busca de informações
• Quem participa da compra? Organizações • Avaliação de alternativas
• Como o mercado compra? Operações • Decisão de compra
• Quando o mercado compra? Ocasiões • Comportamento pós-compra
• Onde o compra? Outlets (PDV)
Didatismo e Conhecimento 8
TÉCNICAS DE VENDAS
E ainda os níveis de envolvimento (YANAZE): Tipos de concorrência
• Iniciador
• Influenciador Concorrência de Marcas: uma empresa vê suas concorrentes
• Decisor como outras empresas que oferecem produtos e serviços seme-
• Pagador lhantes aos mesmos clientes por preços similares.
• Comprador Concorrência setorial ou industrial: uma empresa vê todas
• Usuário as empresas que fabricam o mesmo tipo de produto ou classe de
produto como suas concorrentes, um exemplo é uma empresa de
Tipos de mercado: automóveis que não distingue o nível de qualificação dos produtos
• Monopólio puro concorrentes;
Há ausência de concorrência e existência de um único Concorrência de forma: uma empresa vê todas as empresas
fornecedor. fabricantes de produtos que oferecem o mesmo serviço como suas
concorrentes, como exemplo a empresa de automóveis passa a
• Oligopólio
considerar concorrentes os fabricantes de motocicletas, bicicletas
Empresas que se juntam e tem a grande concentração de mer-
e caminhões;
cado.
Concorrência genérica: uma empresa vê como suas concor-
rentes todas as empresas que competem pelo dinheiro dos mesmos
• Concorrência monopolista
Produtos do mesmo segmento, mas não são substituíveis. consumidores, assim a empresa de automóveis enxerga a concor-
(ex: Coca e Guaraná) rência como empresas que possam vender viagens ao exterior e
residências.
• Concorrência perfeita
Nenhuma empresa e nenhum consumidor têm poder suficiente Identificação das estratégias dos concorrentes
para influenciar o preço de mercado. “Quanto mais a estratégia de uma empresa parecer com a de
outras, mais elas concorrem entre si”.(KOTLER, 1998)
Falamos do comportamento do consumidor acima, e esse ce- A empresa deve coletar informações sobre cada concorrente e
nário nos leva a analisar outro perfil, o do comportamento de com- a partir da interpretação dessas, chegar as estratégias dos mesmos.
pra, com aspectos que podem ser: Aspectos que devemos analisar:
• Comportamento complexo: consumidor altamente en- • Nível de sofisticação tecnológica
volvido na compra e consciente das diferenças significativas entre • Alcance geográfico
as marcas; • Métodos de fabricação
• Comportamento de dissonância reduzida: consumidor • Qualidade do produto ou serviço
envolvido, mas não vê grandes diferenças entre as marcas; • Avaliação de forças e fraquezas dos concorrentes
• Compra habitual: consumidor pouco envolvido e pouca • Dados-chave dos concorrentes dos últimos anos:
diferenciação; 1) Vendas
• Consumidor que busca variedade: baixo envolvimento, 2) Participação de mercado
grande diferenciação entre marcas 3) Margem de lucro
4) Retorno sobre investimento
Falar de mercado exige que falemos de concorrência e sua 5) Fluxo de caixa
interferência. 6) Novos investimentos
Como definição de concorrência temos: 7) Capacidade de produção
• Disputa ou rivalidade entre produtores, negociantes, in- 8) Analisar market share, share of mind e participação de
dustriais, etc. , pela oferta de mercadorias ou serviços iguais ou
preferência.
semelhantes.
9) Os padrões de reação dos concorrentes
• Situação de um mercado em que os diferentes produto-
Concorrente Cauteloso
res/vendedores de um determinado bem ou serviço atuam de forma
Concorrente Seletivo
independente face aos compradores/consumidores, com vista a al-
cançar um objetivo para o seu negócio –lucros, vendas e/ou quota Concorrente Arrojado
de mercado. Concorrente Imprevisível
Para analisarmos a concorrência, devemos levantar alguns Uma das ferramentas que se pode usar para analisar o merca-
questionamentos como vemos abaixo. do e a concorrência é o SIC (Sistema de Inteligência Competitiva),
que é uma análise ambiental (economia, política, tendências tec-
• O que precisamos saber sobre os concorrentes? nológicas...)
• Quem são nossos concorrentes? É um processo que envolve a coleta, avaliação e análise dos
• Quais são suas estratégias? dados obtidos para que com base nesses possa se chegar a proces-
• Quais são seus objetivos? sos decisórios mais acertados.
• Quais são seus pontos fortes e fracos? O SIC possibilita a identificação de tendências e mudanças de
• Quais são seus padrões de reação? mercado além de oportunidades e ameaças.
Didatismo e Conhecimento 9
TÉCNICAS DE VENDAS
Outra ferramenta, que é uma ferramenta de marketing mas • Crédito Pessoa Jurídica – o BB busca estimular a ino-
que podemos utilizar também na análise de mercado e de concor- vação e a produção nacional para aumentar a competitividade das
rência é o Mapa Perceptual. indústrias e estimular o crescimento do país. Isso explica o cresci-
Ele mostra a participação no mercado de uma empresa ou mento dessa carteira, onde linhas de capital de giro e investimen-
marca, comparando com os demais concorrentes. Ele indica a ma- tos representam mais de 70%.
neira como as pessoas estruturam um mercado e posicionam os • Crédito para Empresas Médias, Grandes e Corporate –
produtos e não as posições que são desejáveis: um mapa percep- nessa linha (clientes Atacado), o BB atende empresas com fatura-
tual é uma ferramenta de análise e não uma estratégia. mento anual bruto superior a 25 milhões, e as ações estarão centra-
das no aprimoramento de processos e estruturas de atendimento,
estratégias de rentabilização e desenvolvimento de produtos e ser-
viços inovadores.
MANEJO DE CARTEIRA DE PESSOA • Micro e Pequenas Empresas – aqui destacamos a linha de
FÍSICA E PESSOA JURIDICA crédito BB Giro Empresa Flex, além do Cartão BNDES.
• Operações de Investimento e Repasses – nessa modali-
dade podemos citar o Fundo da Marinha Mercante, Fundo Consti-
tucional de Financiamento do Centro-Oeste, além de recursos do
FINAME, que movimentaram bilhões em investimentos na gera-
É de extrema importância que as instituições mantenham ção de emprego e no desenvolvimento do país.
o foco nos clientes levando em consideração aqueles que geram • Agronegócios – nessa modalidade podemos citar medi-
mais rentabilidade e ao mesmo tempo, tenham um controle das adotadas que destacam o BB no segmento:
dos riscos aos quais os negócios financeiros estão sujeitos, Mitigação do risco;
por isso, o controle da carteira de clientes é fundamental Programa Agricultura de Baixo Carbono
Letra de Crédito do Agronegócio
para o monitoramento desses clientes, da evolução dessas
Novo modelo de atendimento ao produtor rural
negociações, de forma que as instituições possam identificar
PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da
tanto as oportunidades de gerar mais negócios com maior
Agricultura Familiar)
lucratividade e também se prevenir dos riscos, ajustando
PRONAMP (Programa Nacional de Apoio ao Médio
linhas de crédito, oferecendo produtos que melhor se encaixem
Produtor Rural)
na necessidade e situação financeira daquele cliente, e também
Negócios com cooperativas e atendimento especializado.
administrar melhor seu departamento de cobrança.
Políticas de Crédito e Risco de Crédito – essas políticas visam:
PESSOA FÍSICA • Assegurar uniformidade de decisões
• Crédito Pessoa Física – como reflexo de ações com foco • Aperfeiçoar a administração do risco de crédito
nos clientes, novo reposicionamento estratégico, na sustentabilida- • Garantir a integridade dos ativos de crédito
de dos negócios, o BB consolidou a liderança, dando continuidade • Elevar os padrões de qualidade
ao Programa de Transformação do Varejo, que contempla ações • Tratam do retorno ajustado ao risco, dos limites máximos
estratégicas como a rentabilização da base de clientes, com base de concentração e percentuais de comprometimento do patrimô-
no atendimento de excelência, conhecimento do cliente e aumento nio.
da oferta de conveniência adequada aos canais de atendimento.
• Crédito consignado – o foco em linhas de menor risco e Processo de Crédito – constitui 4 etapas:
a estratégia de qualificação da base de clientes fortaleceu o cres- 1. Concessão – abrange a análise do cliente e da operação;
cimento dessa modalidade, permitindo a liderança do BB no seg- 2. Condução – acompanhamento da aplicação dos recursos
mento. liberados, previnindo a inadimplência.
• Veículos – mais uma modalidade que obtém crescimento 3. Cobrança - utilização de mecanismos que assegurem o re-
no BB, que investe em medidas que visem preservação do meio torno de recursos emprestados;
ambiente e sustentabilidade do planeta. Nessa linha são oferecidas 4. Recuperação – busca reduzir perdas de crédito, minimizar
condições diferenciadas aos clientes no financiamento de veículos custos de recuperação e aumentar taxa de recuperação
que se enquadrem no ranking “Nota Verde”.
• Crédito Imobiliário – essa linha manteve o crescimento, Gestão do Risco de Crédito – Modelos de Concessão
com previsão de continuidade nos próximos anos, e nesse contex- • O BB utiliza modelos de credit scoring (analisa conceitos
to, o BB, investindo em sustentabilidade, vem priorizando finan- de inadimplência, pontualidade, definição de bom ou mau paga-
ciamentos à produção que atenda conceitos de preservação. dor) e credit rating e probabilidade de defaut (classifica as empre-
sas em categoria de risco de crédito)
PESSOA JURÍDICA • O BB desenvolveu algumas metodologias próprias para
• Microcrédito – diante da positividade do cenário econô- a apuração dos componentes de risco.
mico brasileiro (queda no desemprego/integração no mercado de • Entre elas citamos:
consumo/mobilidade social/ampliação de crédito...) o BB passou FEI – Frequência Esperada de Inadimplência
atuar no Microcrédito Produtivo Orientado (MPO) – dentre os ob- PDI – Perda Dada a Inadimplência
jetivos citamos a promoção de inclusão bancária e a geração de Exposição a risco de crédito, mensurando Capital Econô-
trabalho e renda para empreendedores de pequeno porte. mico (CE) e Perda Esperada (PE)
Didatismo e Conhecimento 10
TÉCNICAS DE VENDAS
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública
CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
DO CONSUMIDOR – LEI 8.078/1990 despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
As denominadas relações de consumo estão estritamente rela- imaterial.
cionadas às relações de cunho comercial. Com o passar do tempo, § 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado
essas práticas foram acompanhando o crescimento do comércio, o de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
avanço das tecnologias, até que se o Estado, regulamentou essas bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes
práticas e garantiu mecanismos de defesa dos direitos dos envol- das relações de caráter trabalhista.
vidos, através da Lei 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor),
que passou a tutelar essa relação, revestindo-a de caráter público, CAPÍTULO II
afim de resguardar os interesses da coletividade. DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO
Tendo em vista que essas relações envolvem duas ou mais
pessoas, faz-se necessário a presença de dois elementos para ca- Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem
racterizar tal relação, sejam eles Consumidor e Fornecedor. De por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores,
acordo com o artigo 2º da lei 8078/90, Consumidor é toda pessoa o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus
física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos ou serviços como interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida,
destinatário final, entenda-se aqui destinatário final como aquela bem como a transparência e harmonia das relações de consumo,
pessoa, física ou jurídica que adquire ou se utiliza de produtos ou atendidos os seguintes princípios:
serviços em benefício próprio, ou seja, é aquele que busca a sa- I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mer-
tisfação de suas necessidades através de um produto ou serviço, cado de consumo;
sem ter o interesse de repassar este serviço ou esse produto a ter- II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente
ceiros (Caso este produto ou serviço seja repassado a terceiros, o consumidor:
mediante remuneração, inexiste a figura do consumidor e surge a) por iniciativa direta;
imediatamente a do fornecedor). Já, fornecedor é toda pessoa fí- b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações
sica ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem representativas;
como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
produção, montagem, criação, construção, transformação, impor- d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequa-
tação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou dos de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.
prestação de serviços, conforme o art. 4º da lei 8078/90. III - harmonização dos interesses dos participantes das rela-
ções de consumo e compatibilização da proteção do consumidor
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico,
de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem eco-
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providên- nômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na
cias. boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedo-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA res;
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono IV - educação e informação de fornecedores e consumidores,
a seguinte lei: quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mer-
cado de consumo;
TÍTULO I V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficien-
DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR tes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços,
assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos
CAPÍTULO I de consumo;
DISPOSIÇÕES GERAIS VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos prati-
cados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e
Art. 1º O presente código estabelece normas de proteção e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e
defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuí-
termos dos arts. 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição zos aos consumidores;
Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de con-
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que sumo.
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de Art. 5º Para a execução da Política Nacional das Relações de
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas rela- Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos,
ções de consumo. entre outros:
Didatismo e Conhecimento 11
TÉCNICAS DE VENDAS
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para CAPÍTULO IV
o consumidor carente; DA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PRE-
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consu- VENÇÃO E DA REPARAÇÃO DOS DANOS
midor, no âmbito do Ministério Público;
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendi- Seção I
mento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo; Da Proteção à Saúde e Segurança
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Va-
ras Especializadas para a solução de litígios de consumo; Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mercado
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos
Associações de Defesa do Consumidor. consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis
§ 1º (VETADO). em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os
§ 2º (VETADO). fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações
necessárias e adequadas a seu respeito.
CAPÍTULO III Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fa-
DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR bricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo,
através de impressos apropriados que devam acompanhar o pro-
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: duto.
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos pro-
vocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços con- Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços potencialmente
siderados perigosos ou nocivos; nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou
periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igual-
em cada caso concreto.
dade nas contratações;
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produ-
consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar
tos e serviços, com especificação correta de quantidade, caracte-
alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
rísticas, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente
como sobre os riscos que apresentem;
à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, mé-
da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato
todos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práti-
imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores,
cas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos
mediante anúncios publicitários.
e serviços; § 2º Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos su- expensas do fornecedor do produto ou serviço.
pervenientes que as tornem excessivamente onerosas; § 3º Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a
morais, individuais, coletivos e difusos; União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com informá-los a respeito.
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, Art. 11. (VETADO).
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica,
administrativa e técnica aos necessitados; Seção II
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando,
a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hi- Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
possuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; estrangeiro, e o importador respondem, independentemente
IX - (VETADO); da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
geral. construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou
Art. 7º Os direitos previstos neste código não excluem acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, § 1º O produto é defeituoso quando não oferece a segurança
de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as
competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do circunstâncias relevantes, entre as quais:
direito, analogia, costumes e equidade. I - sua apresentação;
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos res- II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
ponderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas III - a época em que foi colocado em circulação.
normas de consumo. § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro
de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
Didatismo e Conhecimento 12
TÉCNICAS DE VENDAS
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só § 2º Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação
não será responsabilizado quando provar: do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a
I - que não colocou o produto no mercado; sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão,
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o de- a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por
feito inexiste; meio de manifestação expressa do consumidor.
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. § 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do § 1º deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a
do artigo anterior, quando: substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
puderem ser identificados; produto essencial.
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fa- § 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I
bricante, produtor, construtor ou importador; do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem,
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudi- diversos, mediante complementação ou restituição de eventual
cado poderá exercer o direito de regresso contra os demais respon- diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III
sáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso. do § 1º deste artigo.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente § 5º No caso de fornecimento de produtos in natura, será
da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem quando identificado claramente seu produtor.
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua § 6º São impróprios ao uso e consumo:
fruição e riscos. I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avaria-
que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração dos, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à
as circunstâncias relevantes, entre as quais: saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas
I - o modo de seu fornecimento; regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inade-
quados ao fim a que se destinam.
III - a época em que foi fornecido.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de
vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as
novas técnicas.
variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado
inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem,
quando provar:
rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
exigir, alternativamente e à sua escolha:
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
I - o abatimento proporcional do preço;
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
II - complementação do peso ou medida;
apurada mediante a verificação de culpa. III - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
Art. 15. (VETADO). marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
Art. 16. (VETADO). IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consu- atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
midores todas as vítimas do evento. § 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.
§ 2º O fornecedor imediato será responsável quando fizer
Seção III a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver
Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço aferido segundo os padrões oficiais.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam
não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com
ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária,
consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem cabível;
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, III - o abatimento proporcional do preço.
pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: § 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em per- devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
feitas condições de uso; § 2º São impróprios os serviços que se mostrem inadequados
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabi-
III - o abatimento proporcional do preço. lidade.
Didatismo e Conhecimento 13
TÉCNICAS DE VENDAS
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo Seção V
a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição
originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica
técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso
em contrário do consumidor. de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de também será efetivada quando houver falência, estado de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. provocados por má administração.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou par- § 1º (VETADO).
cial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurí- § 2º As sociedades integrantes dos grupos societários e as
dicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas
forma prevista neste código. obrigações decorrentes deste código.
§ 3º As sociedades consorciadas são solidariamente
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime
§ 4º As sociedades coligadas só responderão por culpa.
de responsabilidade.
§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço
sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao
independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que CAPÍTULO V
impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista DAS PRÁTICAS COMERCIAIS
nesta e nas seções anteriores.
§ 1º Havendo mais de um responsável pela causação do dano, Seção I
todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e Das Disposições Gerais
nas seções anteriores.
§ 2º Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-
ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não,
construtor ou importador e o que realizou a incorporação. expostas às práticas nele previstas.
Seção IV Seção II
Da Decadência e da Prescrição Da Oferta
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente
fácil constatação caduca em: precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de pro- com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados,
dutos não duráveis; obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de o contrato que vier a ser celebrado.
produtos duráveis. Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços
§ 1º Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas
entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades,
§ 2º Obstam a decadência: quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consu- e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que
midor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos
negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma ine-
produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de
quívoca;
forma indelével.
II - (VETADO).
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se
fabricação ou importação do produto.
no momento em que ficar evidenciado o defeito. Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou
Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereço
do conhecimento do dano e de sua autoria. na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na
Parágrafo único. (VETADO). transação comercial.
Didatismo e Conhecimento 14
TÉCNICAS DE VENDAS
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social,
origina. para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente V - exigir do consumidor vantagem manifestamente exces-
responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes siva;
autônomos. VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor de práticas anteriores entre as partes;
poderá, alternativamente e à sua livre escolha: VII - repassar informação depreciativa, referente a ato pratica-
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da do pelo consumidor no exercício de seus direitos;
oferta, apresentação ou publicidade; VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos ofi-
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia ciais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela
eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade cre-
e danos. denciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Conmetro);
Seção III IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, dire-
Da Publicidade tamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto paga-
mento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o especiais;
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus pro- XI - Dispositivo acrescido pela Medida Provisória nº 1.890-
dutos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos 67, de 22/10/1999, transformado em inciso XIII, em sua conversão
legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que na Lei nº 9.870, de 23/11/1999
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua
dão sustentação à mensagem.
obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
critério.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informação ou
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal
comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa,
ou contratualmente estabelecido. Parágrafo único. Os serviços
ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir
prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor,
em erro o consumidor a respeito da natureza, características,
na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis,
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer
inexistindo obrigação de pagamento.
outros dados sobre produtos e serviços. Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão
de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo de obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as
ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e condições de pagamento, bem como as datas de início e término
experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja dos serviços.
capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá
ou perigosa à sua saúde ou segurança. validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa consumidor.
por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do § 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento
produto ou serviço. obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre
§ 4º (VETADO). negociação das partes.
§ 3º O consumidor não responde por quaisquer ônus ou
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não
informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina. previstos no orçamento prévio.
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços
Seção IV sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os
Das Práticas Abusivas fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não
o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir
dentre outras práticas abusivas: à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao sanções cabíveis.
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa
causa, a limites quantitativos; Seção V
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na Da Cobrança de Dívidas
exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de con-
formidade com os usos e costumes; Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; constrangimento ou ameaça.
Didatismo e Conhecimento 15
TÉCNICAS DE VENDAS
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de
tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que maneira mais favorável ao consumidor.
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos
salvo hipótese de engano justificável. particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de
consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução
Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo
e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do
no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ do fornecedor do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de
produto ou serviço correspondente. produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio.
Seção VI Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arre-
Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores pendimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos,
a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. imediato, monetariamente atualizados.
86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será
registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem conferida mediante termo escrito.
como sobre as suas respectivas fontes. Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser
§ 1º Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos,
padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste
claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não
a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que
podendo conter informações negativas referentes a período
pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-
superior a cinco anos.
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais -lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do
e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação
quando não solicitada por ele. e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
§ 3º O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus
dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o Seção II
arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos Das Cláusulas Abusivas
eventuais destinatários das informações incorretas.
§ 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
entidades de caráter público. I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade
§ 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e ser-
consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de viços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas rela-
Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ções de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurí-
ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. dica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia
cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra já paga, nos casos previstos neste código;
fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública III - transfiram responsabilidades a terceiros;
e anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,
ou não pelo fornecedor. que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
§ 1º É facultado o acesso às informações lá constantes para incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
orientação e consulta por qualquer interessado. V - (VETADO);
§ 2º Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 consumidor;
deste código.
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
Art. 45. (VETADO).
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro
negócio jurídico pelo consumidor;
CAPÍTULO VI
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o con-
DA PROTEÇÃO CONTRATUAL
trato, embora obrigando o consumidor;
Seção I X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação
Disposições Gerais do preço de maneira unilateral;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral-
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança
tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão o fornecedor;
de seu sentido e alcance. XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o
conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
Didatismo e Conhecimento 16
TÉCNICAS DE VENDAS
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambien- Seção III
tais; Dos Contratos de Adesão
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao
consumidor; Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas
benfeitorias necessárias. unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vontade que: o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a conteúdo.
que pertence; § 1º A inserção de cláusula no formulário não desfigura a
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza de adesão do contrato.
natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilí- § 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória,
brio contratual; desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor,
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2º do artigo anterior.
considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das § 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em
partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho
§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua
invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos compreensão pelo consumidor.
esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das § 4º As cláusulas que implicarem limitação de direito do
partes. consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua
§ 3º (VETADO). imediata e fácil compreensão.
§ 4º É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o § 5º (VETADO).
represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente
ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que CAPÍTULO VII
contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter
outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa,
o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição
adequadamente sobre: e consumo de produtos e serviços.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição,
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de
a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo,
juros;
no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da
III - acréscimos legalmente previstos;
informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas
IV - número e periodicidade das prestações; que se fizerem necessárias.
V - soma total a pagar, com e sem financiamento. § 2º (VETADO).
§ 1º As multas de mora decorrentes do inadimplemento de § 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e
obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por municipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado
cento do valor da prestação. de consumo manterão comissões permanentes para elaboração,
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do revisão e atualização das normas referidas no § 1°, sendo
débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos obrigatória a participação dos consumidores e fornecedores.
juros e demais acréscimos. § 4º Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos
§ 3º (VETADO). fornecedores para que, sob pena de desobediência, prestem
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou informações sobre questões de interesse do consumidor,
imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas resguardado o segredo industrial.
alienações fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor
direito as cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções
pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento, administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das
pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado. definidas em normas específicas:
§ 1º (VETADO). I - multa;
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos II - apreensão do produto;
duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, III - inutilização do produto;
na forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem IV - cassação do registro do produto junto ao órgão compe-
econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente tente;
ou inadimplente causar ao grupo. V - proibição de fabricação do produto;
§ 3º Os contratos de que trata o caput deste artigo serão VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
expressos em moeda corrente nacional. VII - suspensão temporária de atividade;
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
Didatismo e Conhecimento 17
TÉCNICAS DE VENDAS
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade
ou de atividade; ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros,
XI - intervenção administrativa; recipientes ou publicidade:
XII - imposição de contrapropaganda. Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão apli- § 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar,
cadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade
podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida do serviço a ser prestado.
cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo. § 2º Se o crime é culposo:
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos
fornecedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo
revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:
de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
ou municipais de proteção ao consumidor nos demais casos. Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a du- retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela au-
zentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unida- toridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma
de Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a deste artigo.
substituí-lo. Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade,
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de contrariando determinação de autoridade competente:
proibição de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem pre-
revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela juízo das correspondentes à lesão corporal e à morte.
administração, mediante procedimento administrativo, assegurada
ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir
de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou ser- informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade,
viço. quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de garantia de produtos ou serviços:
interdição e de suspensão temporária da atividade, bem como Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
a de intervenção administrativa, serão aplicadas mediante § 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando o § 2º Se o crime é culposo;
fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
previstas neste código e na legislação de consumo. Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
§ 1º A pena de cassação da concessão será aplicada à saber ser enganosa ou abusiva:
concessionária de serviço público, quando violar obrigação legal Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
ou contratual. Parágrafo único. (VETADO).
§ 2º A pena de intervenção administrativa será aplicada Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma
de licença, a interdição ou suspensão da atividade. prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
§ 3º Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito Parágrafo único. (VETADO).
em julgado da sentença. Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada científicos que dão base à publicidade:
quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou
expensas do infrator. componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor:
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente no Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação,
mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou
o malefício da publicidade enganosa ou abusiva. enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o
§ 2º (VETADO). consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu
§ 3º (VETADO). trabalho, descanso ou lazer:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
TÍTULO II Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às
DAS INFRAÇÕES PENAIS informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados,
fichas e registros:
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo Pena - Detenção de seis meses a um ano ou multa.
previstas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre
e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes. consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou
Art. 62. (VETADO). registros que sabe ou deveria saber ser inexata:
Didatismo e Conhecimento 18
TÉCNICAS DE VENDAS
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa. TÍTULO III
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO
adequadamente preenchido e com especificação clara de seu
conteúdo; CAPÍTULO I
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes
referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores
medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a
ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por título coletivo.
qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se
ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de tratar de:
serviços nas condições por ele proibidas. I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efei-
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados tos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de
que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circuns-
neste código:
tâncias de fato;
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para
por ocasião de calamidade; efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo; de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento; entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
IV - quando cometidos: III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim en-
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômi- tendidos os decorrentes de origem comum.
co-social seja manifestamente superior à da vítima; Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito concorrentemente:
ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência I - o Ministério Público,
mental interditadas ou não; II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta
medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essen- ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente
ciais. destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada código;
em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos
de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos
individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art. interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a auto-
rização assemblear.
60, §1° do Código Penal.
§ 1º O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa,
juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja ma-
podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o nifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou caracterís-
disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal: tica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
I - a interdição temporária de direitos; § 2º (VETADO).
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circu- § 3º (VETADO).
lação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por
fatos e a condenação; este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de
III - a prestação de serviços à comunidade. propiciar sua adequada e efetiva tutela.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da
código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica
inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do da obrigação ou determinará providências que assegurem o
Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a resultado prático equivalente ao do adimplemento.
substituí-lo. § 1º A conversão da obrigação em perdas e danos somente
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
do indiciado ou réu, a fiança poderá ser: específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo; § 2º A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da
multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
§ 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado
relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do o réu.
Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e § 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor
IV, aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for
a denúncia não for oferecida no prazo legal. suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
para o cumprimento do preceito.
Didatismo e Conhecimento 19
TÉCNICAS DE VENDAS
§ 5º Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida
prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas
necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação,
pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
além de requisição de força policial. § 1º A execução coletiva far-se-á com base em certidão das
Art. 85. (VETADO). sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou
Art. 86. (VETADO). não do trânsito em julgado.
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não ha- § 2º É competente para a execução o juízo:
verá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso
quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, de execução individual;
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
despesas processuais. Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação condenação prevista na Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985 e
de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
evento danoso, estas terão preferência no pagamento.
solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao dé-
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a desti-
cuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e nação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n° 7.347
danos. de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de de-
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, cisão de segundo grau as ações de indenização pelos danos indivi-
a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, duais, salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifes-
facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, tamente suficiente para responder pela integralidade das dívidas.
vedada a denunciação da lide. Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de
Art. 89. (VETADO). interessados em número compatível com a gravidade do dano,
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e
do Código de Processo Civil e da Lei nº 7.347, de 24 de julho de execução da indenização devida.
1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá
contrariar suas disposições. civil, naquilo que não contrariar suas para o fundo criado pela Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985.
disposições.
CAPÍTULO III
DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR
CAPÍTULO II DE PRODUTOS E SERVIÇOS
DAS AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE INTERES-
SES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de
produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, deste título, serão observadas as seguintes normas:
em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade
sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. . poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipóte-
sempre como fiscal da lei. se, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos
Parágrafo único. (VETADO). termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é sido declarado falido, o síndico será intimado a informar a exis-
tência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afir-
competente para a causa a justiça local:
mativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, o segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resse-
quando de âmbito local; guros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este.
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código poderão
para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as re- propor ação visando compelir o Poder Público competente a
gras do Código de Processo Civil aos casos de competência con- proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação
corrente. distribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição,
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou
a fim de que os interessados possam intervir no processo como consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à
litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de incolumidade pessoal.
comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor. § 1º (VETADO).
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será § 2º (VETADO).
genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.
CAPÍTULO IV
Art. 96. (VETADO).
DA COISA JULGADA
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a
legitimados de que trata o art. 82. sentença fará coisa julgada:
Parágrafo único. (VETADO).
Didatismo e Conhecimento 20
TÉCNICAS DE VENDAS
I - erga omnes , exceto se o pedido for julgado improcedente V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito
por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado policial para a apreciação de delito contra os consumidores, nos
poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se termos da legislação vigente;
de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. VI - representar ao Ministério Público competente para fins
81; de adoção de medidas processuais no âmbito de suas atribuições;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infra-
classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos ter- ções de ordem administrativa que violarem os interesses difusos,
mos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no coletivos, ou individuais dos consumidores;
inciso II do parágrafo único do art. 81; VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União,
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a
para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do fiscalização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de
inciso III do parágrafo único do art. 81. bens e serviços;
§ 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros
não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes programas especiais, a formação de entidades de defesa do con-
da coletividade, do grupo, categoria ou classe. sumidor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e mu-
§ 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de nicipais;
improcedência do pedido, os interessados que não tiverem X - (VETADO).
intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação XI - (VETADO).
de indenização a título individual. XII - (VETADO).
§ 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas
combinado com o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, finalidades.
não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o De-
sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste partamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o
código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico-
sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos -científica.
termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença TÍTULO V
penal condenatória. DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do
parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações
ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem
regular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham
ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não
por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à
beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida
quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem
sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos
como à reclamação e composição do conflito de consumo.
do ajuizamento da ação coletiva.
§ 1º A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do
instrumento no cartório de títulos e documentos.
TÍTULO IV
§ 2º A convenção somente obrigará os filiados às entidades
DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR
signatárias.
§ 3º Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento.
Consumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do Distrito Art. 108. (VETADO).
Federal e municipais e as entidades privadas de defesa do
consumidor. TÍTULO VI
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, DISPOSIÇÕES FINAIS
da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão
federal que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da Art. 109. (VETADO).
política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo- Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1º da Lei
lhe: nº 7.347, de 24 de julho de 1985:
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política “IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.”
nacional de proteção ao consumidor; Art. 111. O inciso II do art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denún- de 1985, passa a ter a seguinte redação:
cias ou sugestões apresentadas por entidades representativas ou “II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção
pessoas jurídicas de direito público ou privado; ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estéti-
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre co, histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer outro interesse
seus direitos e garantias; difuso ou coletivo.”
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através Art. 112. O § 3º do art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de
dos diferentes meios de comunicação; 1985, passa a ter a seguinte redação:
Didatismo e Conhecimento 21
TÉCNICAS DE VENDAS
“§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitima- RESOLUÇÃO 4.433, DE 23/07/2015
do assumirá a titularidade ativa.”
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4º, 5º e 6º ao art. 5º da
Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985:
“§ 4º O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente
pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela organizacional de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem ju- instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
rídico a ser protegido. Em 23 de Julho de 2015, o Conselho Monetário Nacional
§ 5º Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os – CMN aprovou nova resolução para aperfeiçoamentos nos pro-
Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados cessos de constituição e funcionamento da área de Ouvidoria das
na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. instituições financeiras, objetivando maior efetividade e transpa-
§ 6º Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos rência no cumprimento das atribuições e melhoria na qualidade do
interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às atendimento prestado aos clientes.
exigências legais, mediante combinações, que terá eficácia de
título executivo extrajudicial.» Destacam-se na resolução a obrigatoriedade de gravação do
Art. 114. O art. 15 da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, atendimento quando realizado por meio telefônico e da divulgação
passa a ter a seguinte redação: de informações sobre o acesso à Ouvidoria na página inicial do
“Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sítio eletrônico da instituição, bem como a redução do prazo para o
sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova encaminhamento de resposta conclusiva aos clientes para 10 (dez)
a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual dias úteis.
iniciativa aos demais legitimados.” A divulgação das informações relativas às atividades realiza-
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei nº 7.347, de 24 das pela Ouvidoria deverá ser semestral e no próprio site da insti-
de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput , tuição financeira.
com a seguinte redação: O prazo concedido de adaptação para esta norma é de até 30
“Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora de junho de 2016.
e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão solida- Fica revogada a Resolução n° 3.849, de 25/03/10.
riamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das Abaixo o texto na íntegra.
custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.” .
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347, RESOLUÇÃO Nº 4.433, DE 23 DE JULHO DE 2015
de 24 de julho de 1985:
“Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adianta- Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente
mento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer organizacional de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais
outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
processuais.” de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Mone-
Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, tário Nacional, em sessão realizada em 23 de julho de 2015, com
o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes: base no art. 4º, inciso VIII, da referida Lei,
“Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, RESOLVEU:
coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Tí-
tulo III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor.” CAPÍTULO I
Art. 118. Este Código entrará em vigor dentro de cento e DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO
oitenta dias a contar de sua publicação.
Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e o funciona-
Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
mento de componente organizacional de ouvidoria pelas institui-
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independência e
ções que especifica.
102° da República.
Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria deve ser
FERNANDO COLLOR
constituído pelas instituições financeiras e demais instituições au-
Bernardo Cabral
torizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil que tenham
Zélia M. Cardoso de Mello clientes pessoas naturais ou pessoas jurídicas classificadas como
Ozires Silva microempresas e empresas de pequeno porte, conforme a Lei
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
Parágrafo único. Ficam dispensados de constituir ouvidoria os
bancos comerciais sob controle societário de bolsas de valores, de
bolsas de mercadorias e futuros ou de bolsas de valores e de mer-
cadorias e futuros que desempenhem exclusivamente funções de
liquidante e custodiante central, prestando serviços às bolsas e aos
agentes econômicos responsáveis pelas operações nelas cursadas.
Didatismo e Conhecimento 22
TÉCNICAS DE VENDAS
CAPÍTULO II § 2º O disposto nos incisos II, alínea “b”, e IV somente se
DAS ATRIBUIÇÕES aplica a associação de classe ou bolsa que possuir código de ética
ou de autorregulação efetivamente implantado, ao qual a institui-
Art. 3º São atribuições da ouvidoria: ção tenha aderido.
I - prestar atendimento de última instância às demandas dos Art. 6º As atribuições da ouvidoria abrangem as seguintes ati-
clientes e usuários de produtos e serviços que não tiverem sido vidades:
solucionadas nos canais de atendimento primário da instituição; I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal
II - atuar como canal de comunicação entre a instituição e os e adequado às demandas dos clientes e usuários de produtos e ser-
clientes e usuários de produtos e serviços, inclusive na mediação viços;
de conflitos; e II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca do anda-
III - informar ao conselho de administração ou, na sua ausên- mento das demandas, informando o prazo previsto para resposta;
cia, à diretoria da instituição a respeito das atividades de ouvidoria. III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda no prazo
previsto;
Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, considera-se IV - manter o conselho de administração ou, na sua ausência,
primário o atendimento habitual realizado em quaisquer pontos ou a diretoria da instituição, informado sobre os problemas e deficiên-
canais de atendimento, incluídos os correspondentes no País e o cias detectados no cumprimento de suas atribuições e sobre o re-
Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o De- sultado das medidas adotadas pelos administradores da instituição
creto nº 6.523, de 31 de julho de 2008. para solucioná-los; e
V - elaborar e encaminhar à auditoria interna, ao comitê de
CAPÍTULO III auditoria, quando existente, e ao conselho de administração ou, na
DA ORGANIZAÇÃO sua ausência, à diretoria da instituição, ao final de cada semestre,
relatório quantitativo e qualitativo acerca das atividades desenvol-
vidas pela ouvidoria no cumprimento de suas atribuições.
Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatível com a
§ 1º O atendimento prestado pela ouvidoria:
natureza e a complexidade dos produtos, serviços, atividades, pro-
I - deve ser identificado por meio de número de protocolo, o
cessos e sistemas de cada instituição.
qual deve ser fornecido ao demandante;
Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vinculada a com-
II - deve ser gravado, quando realizado por telefone, e, quando
ponente organizacional da instituição que configure conflito de in-
realizado por meio de documento escrito ou por meio eletrônico,
teresses ou de atribuições, a exemplo das unidades de negociação
arquivada a respectiva documentação; e
de produtos e serviços, da unidade responsável pela gestão de ris-
III - pode abranger:
cos e da unidade executora da atividade de auditoria interna. a) excepcionalmente, as demandas não recepcionadas inicial-
Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvidoria nos se- mente pelos canais de atendimento primário; e
guintes casos: b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central do Brasil,
I - instituição que integre conglomerado composto por pelo por órgãos públicos ou por outras entidades públicas ou privadas.
menos duas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Cen- § 2º O prazo de resposta para as demandas não pode ultrapassar
tral do Brasil, podendo ser constituída a ouvidoria em qualquer das dez dias úteis, podendo ser prorrogado, excepcionalmente e de
instituições autorizadas a funcionar; forma justificada, uma única vez, por igual período, limitado
II - instituição que não integre conglomerado composto por o número de prorrogações a 10% (dez por cento) do total de
pelo menos duas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco demandas no mês, devendo o demandante ser informado sobre os
Central do Brasil, podendo ser constituída a ouvidoria: motivos da prorrogação.
a) em empresa ligada, conforme definição constante do art. Art. 7º A instituição deve manter sistema de informações e de
1º, § 1º, incisos I e III, da Resolução nº 2.107, de 31 de agosto de controle das demandas recebidas pela ouvidoria, de forma a:
1994; e I - registrar o histórico de atendimentos, as informações utili-
b) na associação de classe a que seja filiada ou na bolsa de zadas na análise e as providências adotadas; e II - controlar o prazo
valores ou bolsa de mercadorias e futuros ou bolsa de valores e de de resposta.
mercadorias e futuros nas quais realize operações; Parágrafo único. As informações de que trata este artigo de-
III - cooperativa singular de crédito filiada a cooperativa cen- vem permanecer registradas no sistema pelo prazo mínimo de cin-
tral, podendo ser constituída a ouvidoria na respectiva cooperativa co anos, contados da data da protocolização da ocorrência.
central, confederação de cooperativas de crédito ou banco do sis- Art. 8º A instituição deve:
tema cooperativo; e I - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria, suas
IV - cooperativa singular de crédito não filiada a cooperativa atribuições e forma de acesso, inclusive nos canais de comunica-
central, podendo ser constituída a ouvidoria em cooperativa cen- ção utilizados para difundir os produtos e serviços; e
tral, federação de cooperativas de crédito, confederação de coope- II - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos usuários ao
rativas de crédito ou associação de classe da categoria. atendimento da ouvidoria, por meio de canais ágeis e eficazes, in-
§ 1º O disposto no inciso II, alínea “b”, não se aplica a bancos clusive por telefone, cujo número deve ser:
comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, sociedades de a) divulgado e mantido atualizado em local visível ao público
crédito, financiamento e investimento, associações de poupança e no recinto das suas dependências e nas dependências dos corres-
empréstimo e sociedades de arrendamento mercantil que realizem pondentes no País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos na
operações de arrendamento mercantil financeiro. internet, acessível pela sua página inicial;
Didatismo e Conhecimento 23
TÉCNICAS DE VENDAS
b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive eletrôni- Art. 11. Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I, III e IV,
cos, contratos, materiais de propaganda e de publicidade e demais o ouvidor deve:
documentos que se destinem aos clientes e usuários; e I - responder por todas as instituições que compartilharem a
c) registrado e mantido permanentemente atualizado em sis- ouvidoria; e
tema de informações, na forma estabelecida pelo Banco Central II - integrar os quadros da instituição que constituir a ouvi-
do Brasil. doria.
Art. 12. Para cumprimento do disposto no caput do art. 10,
CAPÍTULO V nas hipóteses previstas no art. 5º, inciso II, as instituições devem:
DAS EXIGÊNCIAS FORMAIS I - designar perante o Banco Central do Brasil apenas o nome
do respectivo diretor responsável pela ouvidoria; e
Art. 9º O estatuto ou o contrato social das instituições refe- II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do ouvidor
ridas no art. 2º, conforme a natureza jurídica da sociedade, deve da associação de classe, bolsa de valores, bolsa de mercadorias e
dispor, de forma expressa, sobre os seguintes aspectos: futuros ou bolsa de valores e de mercadorias e futuros, entidade ou
I - as atribuições e atividades da ouvidoria; empresa que constituir a ouvidoria.
II - os critérios de designação e de destituição do ouvidor e o
tempo de duração de seu mandato; e CAPÍTULO VI
III - o compromisso expresso da instituição no sentido de: DA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES
a) criar condições adequadas para o funcionamento da ouvi-
doria, bem como para que sua atuação seja pautada pela transpa- Art. 13. O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar
rência, independência, imparcialidade e isenção; e relatório semestral referente às atividades desenvolvidas pela ou-
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informações necessárias vidoria, nas datas-base de 30 de junho e 31 de Parágrafo único. O
para a elaboração de resposta adequada às demandas recebidas, relatório de que trata o caput deve ser encaminhado à auditoria
com total apoio administrativo, podendo requisitar informações e interna, ao comitê de auditoria, quando existente, e ao conselho de
documentos para o exercício de suas atividades no cumprimento administração ou, na sua ausência, à diretoria da instituição.
de suas atribuições. Art. 14. As instituições devem divulgar semestralmente, nos
§ 1º As exigências previstas no caput devem ser incluídas no respectivos sítios eletrônicos na internet, as informações relativas
estatuto ou contrato social da instituição na primeira alteração que às atividades desenvolvidas pela ouvidoria.
ocorrer após a constituição da ouvidoria ou após o início da vigên- Parágrafo único. O Banco Central do Brasil poderá estabele-
cia desta Resolução. cer o conteúdo mínimo das informações de que trata o caput.
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigidas por esta Art. 15. O Banco Central do Brasil estabelecerá o conteúdo, a
Resolução relativas às instituições que optarem pela faculdade forma, a periodicidade e o prazo de remessa de dados e de infor-
prevista no art. 5º, incisos I e III, podem ser promovidas somente mações relativos às atividades da ouvidoria.
pela instituição que constituir a ouvidoria.
§ 3º As instituições que não constituírem ouvidoria própria em CAPÍTULO VII
decorrência da faculdade prevista no art. 5º, incisos II e IV, devem DA CERTIFICAÇÃO
ratificar a decisão na primeira assembleia geral ou na primeira
reunião de diretoria realizada após tal decisão. Art. 16. As instituições referidas no art. 2º devem adotar pro-
Art. 10. As instituições referidas no art. 2º devem designar pe- vidências para que os integrantes da ouvidoria que realizem as
rante o Banco Central do Brasil os nomes do ouvidor e do diretor atividades mencionadas no art. 6º sejam considerados aptos em
responsável pela ouvidoria. exame de certificação organizado por entidade de reconhecida ca-
§ 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode desempenhar pacidade técnica.
outras funções na instituição, inclusive a de ouvidor, exceto a de § 1º O exame de certificação deve abranger, no mínimo,
diretor de administração de recursos de terceiros. temas relacionados à ética, aos direitos e defesa do consumidor e
§ 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas à mediação de conflitos.
econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, § 2º A designação dos integrantes da ouvidoria referidos no
associações de poupança e empréstimo e sociedades de caput fica condicionada à comprovação de aptidão no exame de
arrendamento mercantil que realizem operações de arrendamento certificação, além do atendimento às demais exigências desta Re-
mercantil financeiro, que estejam sujeitos à obrigatoriedade de solução.
constituição de comitê de auditoria, na forma da Resolução nº § 3º As instituições referidas no art. 2º são responsáveis
3.198, de 27 de maio de 2004, o ouvidor não poderá desempenhar pela atualização periódica dos conhecimentos dos integrantes da
outra função, exceto a de diretor responsável pela ouvidoria. ouvidoria.
§ 3º Nas situações em que o ouvidor desempenhe outra § 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se à
atividade na instituição, essa atividade não pode configurar conflito formalidade prevista no caput, caso exerça a função de ouvidor.
de interesses ou de atribuições. § 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV,
§ 4º Os dados relativos ao diretor responsável pela ouvidoria e aplica-se o disposto neste artigo aos integrantes da ouvidoria da
ao ouvidor devem ser inseridos e mantidos atualizados em sistema associação de classe, entidade e empresa que realize as atividades
de informações, na forma estabelecida pelo Banco Central do mencionadas no art. 6º.
Brasil.
Didatismo e Conhecimento 24
TÉCNICAS DE VENDAS
CAPÍTULO VIII a) Produção, estabelecendo metas de vendas que ultrapas-
DISPOSIÇÕES FINAIS sem sua capacidade produtiva.
b) Orçamento, proporcionando a expectativa de ganhos fu-
Art. 17. O Banco Central do Brasil poderá adotar medidas turos em função das vendas a serem realizadas.
complementares necessárias à execução do disposto nesta Reso- c) Cliente, avaliando suas necessidades e expectativas em
lução. relação aos produtos ofertados.
Art. 18. Os relatórios e a documentação relativa aos atendi- d) Território de vendas, delimitando assim a atuação de
mentos realizados, de que tratam os arts. 6º, inciso V e § 1º, 7º e 13, cada vendedor, que concentrará seus esforços na área para ele de-
bem como a gravação telefônica do atendimento, devem permane- terminada.
cer à disposição do Banco Central do Brasil na sede da instituição e) Vendedor, visando a aumentar os ganhos do profissional,
pelo prazo mínimo de cinco anos. já que seu salário é a comissão sobre as vendas realizadas.
Art. 19. Fica concedido prazo até 30 de junho de 2016 para
as instituições referidas no art. 2º se adaptarem ao disposto nesta 03. (CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Escritu-
Resolução. rário) Um funcionário de um banco, preocupado em atingir
Art. 20. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publi- as metas estabelecidas pela sua gerência, precisava vender al-
cação. guns produtos bancários em pouco tempo. Tentando atingir
Art. 21. Fica revogada a Resolução nº 3.849, de 25 de março a meta estabelecida, ele procurou algumas informações so-
de 2010. bre como melhorar seu desempenho no processo de vendas.
Alexandre Antonio Tombini A informação de como proceder no processo de vendas, que
Presidente do Banco Central do Brasil contribuirá positivamente para a melhoria de seu desempe-
Este texto não substitui o publicado no DOU de 27/7/2015, nho, é:
Seção 1, p. 30/31, e no Sisbacen. a) Minimizar as informações passadas aos clientes sobre os
riscos envolvidos em cada um dos produtos oferecidos.
Fonte: Marcineia de Oliveira – Não atenda clientes, atenda b) Oferecer os produtos aos clientes, independentemente de
pessoas/ http://www2.camara.leg.br/http://jus.com.br/artigos seus perfis já que, ao categorizar os clientes, estaria discriminando-
Referências: CARVALHO, Irene Mello. Introdução à Psico- -os.
logia das Relações Humanas; CHIAVENATO, Idalberto. Admi- c) Falar mais do que ouvir, durante a abordagem inicial,
nistração de empresas Robbins, Stephen P. Comportamento Or- exaltando os benefícios de cada um dos produtos.
ganizacional/ http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/2015/pdf/ d) Mostrar conhecimento em relação aos produtos, porém
res_4433_v1_O.pdf/ Mercado & Concorrência não mencionar a política do banco e as formas de cobrança re-
Texto adaptado de Bruno Mendonça (Publicitário & Coach ferentes aos produtos, já que esses detalhes tomam o tempo do
Profissional) / Enio Klein (Business School São Paulo – BSP)/ cliente.
Caio Volpe / Daniel Santa Cruz / Guilherme Françolin / Jean Mi- e) Buscar informações essenciais sobre os clientes com
chel Soldatelli / Victor Brunetti perspectiva de negócios, antes e durante a interação no processo
de compra e venda.
EXERCÍCIOS
04. (CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Escriturá-
01. (FCC - 2013 - Banco do Brasil – Escriturário) Ao ní- rio) O setor bancário, de maneira geral, tem investido na cria-
vel de planejamento estratégico, as ações de vendas estão vol- ção de novos produtos para atender a um mercado emergente
tadas, para fins de execução, ao consumidor final. Com vistas nos últimos anos, em função do aumento da renda per capita
ao planejamento de vendas em si, no país – as camadas mais populares da população brasileira.
a) As vendas estão relacionadas ao planejamento estratégi- Com base nesse pressuposto, os bancos, para avaliar se valeria
co de longo prazo. a pena ou não investir na criação desses novos produtos, em
b) As vendas estão relacionadas com os níveis estratégico, seu planejamento de vendas, iniciaram seu processo de plane-
tático e operacional. jamento de vendas, analisando o(a).
c) Cabe ao planejamento estratégico contratar uma asses- a) Potencial de mercado, que é um processo em que é es-
soria para implantar programas de metas de retenção de clientes. timada a capacidade do mercado brasileiro no ramo da atuação
d) Cabe aos subsistemas de planejamento a integração das da empresa – estimativa que vai refletir a situação econômica do
diversas partes. momento.
e) Cabe aos sistemas de informação a definição do nível a b) Potencial de vendas, que é um processo em que é cal-
ser aplicado aos recursos humanos. culado, a partir da análise da empresa e de seu ambiente, da con-
corrência e de outros fatores pertinentes ao processo, o mercado
02. (CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Escriturá- existente.
rio) O processo de vendas tem-se transformado, ao longo do c) Mix de marketing, que pode ser utilizado pela empresa
tempo, em função da crescente competição existente no merca- para influenciar a resposta dos consumidores.
do entre empresas de mesmo setor. Em função disso, o foco da d) Campanha de marketing, procurando entender o com-
administração de vendas também mudou. Hoje, em função do portamento do consumidor visando a estabelecer os objetivos e as
mercado, o foco dessa área é no(a) metas de cada produto para que a campanha atinja o público-alvo.
Didatismo e Conhecimento 25
TÉCNICAS DE VENDAS
e) Previsão de vendas, que é um processo em que a capa- 08. (FUMARC - 2011 - PRODEMGE - Analista de Gestão
cidade de vendas da empresa e do mercado parte da análise da Administrativa) O preço é considerado uma variável que, jun-
demanda total do mercado para definir o público-alvo em que vai to aos demais elementos do composto de marketing, determina
atuar. a percepção que os consumidores criam sobre a oferta de pro-
dutos ou serviços. Analise as frases a seguir.
05. (FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário) Até que I. O preço pode variar de acordo com o amadurecimento do
o cliente receba e aceite a mercadoria constante em seu pedi- produto no mercado.
do, a venda é um compromisso de compra e venda. Por isso, II. Necessidades de geração de caixa podem interferir na
as empresas têm investido em Administração de Vendas, tra- política de preço dos produtos.
tando, principalmente, de três temas centrais: o planejamento III. A redução de preço pode ser associada à redução da
do que deverá ser feito; a coordenação daquilo que está sendo qualidade percebida pelo cliente.
feito; e o controle daquilo que já foi feito. Deve fazer parte do Marque a alternativa CORRETA:
planejamento: a) Apenas as frases I e II são verdadeiras.
a) Conferir se o pedido de venda foi preenchido de forma b) Apenas as frases I e III são verdadeiras.
correta. c) Apenas as frases II e III são falsas.
b) Verificar se as informações constantes no relatório de vi- d) As frases I, II e III são verdadeiras.
sita a um cliente são satisfatórias.
c) Apresentar o relatório de despesas oriundas de visitas a
clientes. 09. (FCC - 2010 - MPE-RN - Analista de Tecnologia da
d) Prever as vendas para o próximo período. Informação) Sobre CRM, considere:
e) Avaliar o desempenho dos vendedores e da equipe de I. As empresas utilizam o CRM para trocar informações
vendas. com seus fornecedores sobre disponibilidade de materiais e
componentes, datas de entrega para remessa de suprimentos e
06. (FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário - 2013) As requisitos de produção.
técnicas de vendas podem ampliar a penetração de mercado II. CRM é uma rede de organizações e processos de ne-
de determinados produtos financeiros. Sabe-se que caminham, gócios para selecionar matérias-primas, transformá-las em
em paralelo com o processo de marketing de relacionamento, produtos intermediários e acabados e distribuir os produtos
o planejamento e a fidelização. Sobre esse assunto, é correto acabados aos clientes.
afirmar que: III. Sistemas de CRM capturam e integram dados do
a) O especialista em vendas tem a função de apresentar o cliente provenientes de toda a organização, consolidam e ana-
produto, preocupando-se com a imagem e a credibilidade da insti- lisam esses dados e depois distribuem os resultados para vários
tuição perante os clientes finais. sistemas e pontos de contato com o cliente espalhados por toda
b) O especialista em vendas se preocupa com a burocracia a empresa.
dos serviços para fidelização dos clientes. IV. Pacotes de software CRM mais abrangentes contêm
c) As vendas visam prioritariamente ao crescimento da ins- módulos para gerenciamento com o relacionamento com o
tituição, sem preocupação com os clientes. parceiro (PRM) e gerenciamento de relacionamento com o
d) As instituições não focam apenas os aspectos humanos e funcionário (ERM).
nem sempre se preocupam com sua imagem. Está correto o que se afirma APENAS em:
e) As instituições focam a impessoalidade através do siste- a) I e II.
ma hierarquizado. b) II e III.
c) III e IV.
07. (CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - Escriturá- d) II, III e IV.
rio) A motivação da força de vendas é um fator fundamental e) IV.
para o sucesso na área comercial, sendo então necessário res-
peitar a seguinte premissa: 10. (MPE/SP 2010 - VUNESP - ANALISTA DE PROMO-
a) A motivação financeira sempre será o aspecto motivacio- TORIA I) Consideram-se produtos essenciais os indispensá-
nal mais importante em um time comercial. veis para satisfazer as necessidades imediatas do consumidor.
b) Uma equipe motivada sempre conseguirá alcançar e su- Logo, na hipótese de falta de qualidade ou quantidade, não
perar as metas da área comercial. sendo o vício sanado pelo fornecedor
c) O gasto financeiro da empresa em motivação é um fator a) É direito de o consumidor exigir a substituição do
essencial para manter a equipe de vendas constantemente moti- produto por outro de mesma espécie, em perfeitas condições de
vada. uso, ou, a seu critério exclusivo, a restituição imediata da quantia
d) A motivação está diretamente ligada à valorização do paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o abati-
funcionário. mento proporcional do preço.
e) A questão motivacional não tem relação com um am- b) O consumidor tem apenas o direito de exigir a substitui-
biente propício ao desenvolvimento pessoal e profissional de seu ção do produto por outro de mesma espécie, em perfeitas condi-
colaborador ções de uso.
Didatismo e Conhecimento 26
TÉCNICAS DE VENDAS
c) Abre-se, para o consumidor, o direito de, alternativamen-
te, solicitar, dentro do prazo de 7 (sete) dias, a substituição do pro-
duto durável ou não durável por outro de mesma espécie, em per-
feitas condições de uso, ou a restituição imediata da quantia paga,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o abatimento
proporcional do preço.
d) É direito de o consumidor exigir apenas a substituição
do produto durável por outro de mesma espécie, em perfeitas
condições de uso, ou, sendo não durável, a restituição imediata da
quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos, ou, ainda,
o abatimento proporcional do preço.
e) É direito de o consumidor exigir a substituição do produto
durável ou não durável, dentro do prazo de 180 (cento e oitenta)
dias, por outro de mesma espécie, em perfeitas condições de uso,
ou, a seu critério exclusivo, a restituição imediata da quantia paga,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos, ou, ainda, o abatimento
proporcional do preço.
GABARITO
01 B
02 C
03 E
04 A
05 D
06 A
07 D
08 D
09 C
10 A
Didatismo e Conhecimento 27
ATENDIMENTO
ATENDIMENTO
Didatismo e Conhecimento 1
ATENDIMENTO
Método para implementação de MKT relacional = IDIC De acordo com o U.S. Office of Consumer Affairs, por cada
• I – Identificar cliente insatisfeito que reclama, há 16 que não o fazem. Cada
• D – Diferenciar cliente insatisfeito transmite a sua insatisfação, em média, a um
• I – Interagir grupo de 8 a 16 pessoas.
• C - Customizar Dos clientes insatisfeitos, 91% não voltam à empresa. 95%
dos clientes insatisfeitos têm a sensação de que não vale a pena
É sabido de todos que o custo para conquistar novos reclamar porque não são atendidos.
clientes é muito superior ao de manter aqueles que já o são, É mais provável que o cliente que apresenta reclamação
visto que, a confiança dos antigos clientes permite que eles não continue como cliente do que o que não se queixa. Por isso, um
troquem a organização sem que haja uma razão muito forte, cliente que apresenta queixa deve ser considerado como um
e também o volume de negócios por eles gerados é superior elemento favorável.
ao de novos clientes, que ainda terão que passar por todo esse Satisfazer um cliente é ouvi-lo, entendê-lo, estreitar o relacio-
processo de construção de valores e relação. namento para que sempre os produtos e serviços sejam ofertados à
eles de maneira adequada, consciente e efetiva.
O CRM demonstra que todo relacionamento é um aprendi- Portanto, para satisfazer o cliente, o atendimento da empre-
zado. Quando a organização usa dessa ferramenta ela está se pro- sa deve destacar-se das demais. Coisas extras devem ser feitas.
pondo a aprender com seu cliente, ou seja, ela se propõe a ouvir, Também, mostrar preocupação com o problema e interesse à sua
a atender as observações e sugestões por eles colocadas, unindo necessidade são fundamentais para que o cliente queira construir
esforços e interesses, direciona suas ações para um bem comum, um relacionamento.
onde um se torna suporte do outro, gerando assim um relaciona-
mento além de lucrativo, sólido e sustentável. Ferramentas para acompanhar e medir a satisfação de
clientes
- Sistemas de reclamações e sugestões: podem ser feitos em
forma de caixa de sugestões, SAC e centrais de atendimento. Esses
SATISFAÇÃO E RETENÇÃO sistemas visam melhorar, aperfeiçoar e mudar gestões e serviços
DE CLIENTES que não estejam de acordo com as necessidades dos clientes.
- Pesquisas de satisfação de clientes: São pesquisas realizadas
através de empresas contratadas, ou, pela própria empresa interes-
sada. Essas pesquisas têm como intuito ouvir, saber e entender a
opinião do público.
Hoje além de elaborar estratégias para atrair novos clientes e - Compras simuladas: É uma técnica de pesquisa de com-
criar transações com eles, as empresas empenham-se em reter os preensão da satisfação dos clientes. É a simulação de uma compra,
clientes existentes e construir com eles relacionamentos lucrativos ou, contratação de um serviço, solicitada pela própria empresa. E
e duradouros. E para construir esses relacionamentos duradouros serve para testar a qualidade de atendimento de seus funcionários.
é necessário criar valor e satisfazer o cliente de forma superior. - Análise de clientes perdidos: Consiste em analisar os reais
Clientes satisfeitos tem maior probabilidade de se tornarem motivos que fizeram os clientes perdidos deixarem de fazer uso de
clientes fiéis. E clientes fiéis tem maior probabilidade de dar às seus produtos ou serviços.
instituições uma participação maior em sua preferência.
• Valor
• Satisfação Valor para o cliente é a diferença entre o valor total para o
Consiste na sensação de prazer ou desapontamento resul- cliente e o custo total para o cliente.
tante da comparação do desempenho (ou resultado) percebido de O valor total é o conjunto de benefícios que os clientes es-
um produto em relação às expectativas do comprador. peram de um determinado produto ou serviço. O custo total é o
- Cliente insatisfeito: desempenho do produto não alcança ex- conjunto de custos em que os consumidores esperam incorrer para
pectativas. avaliar, obter, utilizar e descartar um produto ou serviço.
- Cliente satisfeito: desempenho do produto alcança expec- Ou seja, valor total é tudo o que o produto ou serviço repre-
tativas. senta. Os benefícios e qualidades agregam valor ao produto ou ser-
- Cliente altamente satisfeito (encantado): supera expectati- viço. E é isso o que os clientes esperam. Cliente quer valor.
vas. Custo total é o preço que o cliente desembolsa para garantir o
Satisfazer o cliente é ter conhecimento profundo de seus de- produto ou serviço. É a quantia em espécie paga.
sejos. É conseguir entender o que ele quer e atender suas expec- O valor para o cliente é a diferença entre esses dois. É quan-
tativas. do o cliente tem a percepção que o valor do produto ou serviço é
A satisfação dos clientes não é uma opção, é uma questão de maior do que o preço.
sobrevivência para as empresas. Exemplo: Um cliente que compra um carro. Se ele chegar a
O atendimento é fundamental para o alcance dessa satisfação. conclusão que o custo do carro compensou e foi menor do que to-
Os clientes não procuram apenas preços e qualidade. Eles espe- dos os benefícios garantidos, como: segurança, conforto e beleza;
ram mais. Clientes desejam atendimentos personalizados, atenção, pronto! O valor do carro para ele foi maior. E, portanto, esse clien-
serviços de pós-venda e transparência. E atender bem o cliente, te saiu satisfeito, e a probabilidade de construir um relacionamento
significa antecipar-se às suas necessidades. duradouro será muito maior.
Didatismo e Conhecimento 2
ATENDIMENTO
• Retenção Os mandamentos do Encantamento do Cliente são classifica-
Atrair um cliente não é uma tarefa fácil. E reter, se torna ainda dos em três níveis:
mais difícil.
Hoje muitas empresas se preocupam em apenas atrair os 1º - Não desencante: Não adianta se fazer um fantástico aten-
clientes. E para isso, traçam várias estratégias para chamar atenção dimento, se a empresa insiste em cometer erros primários. Um
do público. Porém, esquecem-se da importância de retê-los. bom atendimento, nesse caso, funciona como uma tentativa de
Atrair significa chamar a atenção, seduzir, aproximar. E isso “tapar-se o sol com a peneira”.
tem que ser feito através de um diferencial. Algo que sobressaia.
Reter significa manter. Ou seja, mantê-los fiéis. É fazer com 2º Satisfaça: Primeiro satisfaça o Cliente nas necessidades bá-
que, para esses clientes, a empresa, seus produtos e serviços virem sicas, no trivial.
referenciais de qualidade. No que foi prometido...
Portanto, atraí-los, significa promover isso à eles. Retê-los,
é além de atender essas expectativas, superá-las. E isso, não se 3º Extrapole, encante: ...só depois extrapole, encante. Faça o
faz, apenas através de produtos de qualidade e bons preços. Reter que ninguém faz, ou da maneira que outros não fazem, ainda.
clientes e fideliza-los é um trabalho de relacionamento, que é feito
através do atendimento. E também, através de suprimento de dúvi-
das, atendimento de sugestões e críticas.
O desafio não é deixar os clientes satisfeitos; vários concor-
VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE
rentes podem fazer isso. O desafio é conquistar clientes fiéis. Ou
seja, fideliza-los através de atendimentos que superem as expec-
tativas.
Já falamos aqui sobre várias ferramentas que levam uma em-
Tornando-o um aliado. presa a aumentar suas vendas e lucratividade.
Sabemos, portanto que, atualmente os clientes fazem sua es- Por exemplo: vantagens competitivas.
colha com base em suas percepções de qualidade, serviço e valor. Passamos agora a falar de um conceito vital nesse processo de
Essa percepção se dá desde o primeiro contato dele com a compra e venda.
empresa e o atendimento. O que o cliente leva em consideração ao efetivamente adquirir
E então ocorre o que chamamos de: um produto ou serviço?
- Qualidade?
MOMENTO DA VERDADE (MVs) - Preço?
Encantado Foi realizado uma pesquisa para encontrar a resposta à esse
Desencantado questionamento.
Apático Essa pesquisa apontou quesitos para encontrar o IPMC (Índi-
ce de Prestígio da Marca Corporativa), como vemos agora:
Características de MVs 1. Qualidade dos produtos e serviços
• MVs não são apenas os primeiros contatos 2. Admiração e Confiança
• MVs acontecem por meio de múltiplos canais 3. Responsabilidade Social e Ambiental
4. Inovação e
Ter MVs com os clientes não é exclusividade de ninguém na 5. Histórico e Evolução
empresa, portanto, deve ser meta de toda a organização:
A pesquisa aponta além do grau de identificação e importância
Os mandamentos do Encantamento do Cliente são classifica- dada a cada um dos quesitos, mostrando que:
dos em três níveis: “Tornou-se fundamental agregar Valor ao Cliente, podendo
este estar presente em qualquer ação que ocorra no processo de
1º - não desencantar atendimento e venda.
2º - satisfazer Muitos desses valores são considerados intangíveis, como,
3º - surpreender boa prestação de serviço, atenção dispensada, ou seja, ações que
permaneçam na memória do cliente.
O principal objetivo da organização deve ser tirar do cliente Conhecer quais são esses valores percebidos pelos clientes,
a expressão: conhecer os valores desenvolvidos pela concorrência, além de
adotar estratégias que potencializem esses valores, levam a em-
presa a alcançar a vantagem competitiva necessária para que os
clientes se tornem leais.
Ah! Eu não
Alguns fatores podem melhorar a percepção dos clientes em
acredito!!!
relação ao produto ou serviço, entre eles citamos:
1. Acessibilidade – facilidade para obter o serviço (no caso
de bancos: muitos caixas eletrônicos, horários amplos, diretores
presentes...)
Didatismo e Conhecimento 3
ATENDIMENTO
2. Comunicação – as vantagens devem ser comunicadas tudes imprescindíveis. Nas aulas, ela ensina desde formas corretas
para que possam ser avaliadas de cumprimento, apresentação, vestuário e comportamento, sem
3. 3. Participação do cliente – através de manifestação de contar orientações sobre como usufruir de recursos eletrônicos,
opinião, alternativas... como telefone, videoconferência e e-mail. “O treinamento também
4. 4. Incorporar serviços adicionais – acrescentar ao serviço faz com que as pessoas aprimorem a comunicação, aprendendo
básico padrão com serviços adicionais ou complementares a ouvir e falar na hora certa e com a entonação adequada”, cita
5. 5. Programar ações para melhorar a percepção dos atri- o economista Cláudio Pelizari, diretor da Etiqueta Empresarial
butos (ex. limpeza do quarto de hotel) Executive Manners Consulting.
6. 6. Colaboradores com orientação ao consumidor - intera- Quem faz o curso aprende ainda a criticar com resultados po-
ção dos clientes com os colaboradores. sitivos, transformar reclamações em vendas e lidar com colegas e
clientes de temperamento difícil, apresentar ideias e projetos com
Estratégia de Precificação eficiência, conduzir reuniões e, até mesmo, contornar situações
Matéria divulgada na revista HSM Management, aponta que a mais graves como o assédio sexual. E em tempos de globalização,
precificação de produtos e serviços é feita da seguinte forma: os empresários recebem conhecimentos para transitar com desen-
• 44% - estratégias orientadas pela concorrência voltura em qualquer parte do mundo, respeitando as diferenças
• 37% - estratégias baseadas em custos culturais.
• 17% - estratégias orientadas pelo valor percebido pelo Mas por que as regras de boa conduta, antes ensinadas na in-
cliente e fância pelos pais ou nos colégios frequentados por filhos de famí-
• 03% outras estratégias lias tradicionais, chegam hoje a um curso voltado para adultos,
muitos já até pós-graduados? Para Cláudio Pelizari, as causas es-
tão na migração das mulheres do papel de educadoras integrais dos
filhos para o trabalho fora de casa.
ETIQUETA EMPRESARIAL: “Desde que as mulheres foram obrigadas a deixar seus lares
COMPORTAMENTO, APARENCIA, para buscar posições no mercado de trabalho, a educação cha-
CUIDADOS NO ATENDIMENTO PESSOAL mada de berço passou a ser delegada a outras pessoas, trazendo
E TELEFONICO (TELEMARKETING) como consequência a falta quase total de conhecimento das regras
mais básicas de boas maneiras e polidez. As escolas também
substituíram as aulas dessa disciplina, muito valorizadas no Brasil
até a década de 60, por conteúdos que julgavam mais importantes»,
acredita o economista.
O saber se comportar e a aparência são questões cada vez mais
Cláudio e Maria Aparecida contam que muitos profissionais,
exigidas para o executivo moderno.
após deixarem as universidades, chegam ao mundo corporativo e
Ele chegou com uma hora de atraso ao almoço de negócios,
percebem que essas competências fazem falta. “Os erros se tor-
na pressa deixou de fazer a barba, foi deselegante com uma funcio-
nam visíveis na aparência pessoal, nos gestos, na entonação e no
nária, subiu pelo elevador falando ao celular e deu boas tragadas
palavreado, passando depois para os modos, apertos de mão, troca
onde se lia “é proibido fumar”. Detalhe: é formado em Administra-
de cartões de visita, conduta em elevadores e restaurantes e uso do
ção, Economia, fala três línguas e tem MBA. Apesar do currículo,
seu negócio foi por água abaixo após a reunião. Comportamentos telefone e do celular”, diz o consultor, lembrando que as pessoas
como o do jovem executivo em compromissos de trabalho, que, nem se dão conta das gafes que cometem, prejudicando sua carrei-
para alguns, podem significar um mero jeito de ser, seja por dis- ra e arranhando a imagem das empresas onde trabalham.
plicência ou desvalorização de delicadezas, impossibilitam uma Cláudio Pelizari relata que há grande procura de profissionais
carreira promissora. Antes restritas ao mundo social, as boas ma- mineiros pelo curso. Na visão dos dois especialistas, os mineiros
neiras, hoje, são ferramentas essenciais à vida profissional. em geral tratam com mais cuidado o quesito aparência. Muitos
Prova disso é a grande procura pelos cursos de etiqueta empre- os procuram com dúvidas quanto à maneira correta de se vestir
sarial, que atraem não só empresários, mas executivos, políticos, e se comportar. “Valorizam também o ato de receber pessoas em
profissionais liberais e da área de vendas, gerentes, secretárias, casa, decoração de ambientes profissionais e domésticos e boas
administradores, aspirantes à carreira diplomática e pessoas em maneiras à mesa”, destaca Cláudio, cuja empresa conta também
busca de recolocação no mercado. Parceira da Fundação Getúlio com dinâmicas de grupo, atividades de psicomotricidade laboral e
Vargas (FGV), a empresa Etiqueta Empresarial Executive Man- oficina de memória.
ners Consulting, com atuação no eixo Rio/São Paulo, programa
para este mês (maio) um curso e uma palestra para ensinar bons Dicas de Etiqueta Empresarial
modos a profissionais mineiros. O primeiro trabalho da empresa
no Estado aconteceu no Hotel Ouro Minas, em maio de 2002, onde Expressar-se verbalmente: jamais fale palavrões.
300 pessoas assistiram ao curso de Etiqueta Empresarial, definida Escrever cartas, cartões, memorandos ou bilhetes: dê
como o conjunto de normas que regem o comportamento no mun- sempre um cunho elegante e positivo nos textos.
do dos negócios. Manter amizades: lembre-se de sempre de ser gentil com
Há 20 anos treinando profissionais, a professora Maria Apa- os amigos e familiares nas datas importantes.
recida Araújo diz que pontualidade, aparência bem cuidada e sa- Respeitar os ausentes: pessoas elegantes não perdem seu
ber portar-se bem à mesa, além de ser elegante ao telefone, são ati- tempo com fofocas e comentários sobre a vida alheia.
Didatismo e Conhecimento 4
ATENDIMENTO
Tratar com pessoas socialmente carentes: não desconsi- A voz:
derar os menos favorecidos, tratar a todos com respeito indepen- A voz deve ter clareza e simpatia. Quanto ao tom, não pode
dentemente da hierarquia. ser muito alto a ponto de incomodar as pessoas, nem tão baixo a
Conduzir os negócios conservando a ética e a honestida- ponto de não ouvirem.
de em suas relações com clientes, empregados fornecedores.
Dirigir e estacionar o carro: quem é grosseiro no trânsito, A palavra:
certamente será grosseiro em outras situações. Antes de falar sempre reflita sobre, veja se isso não será consi-
Ceder espontaneamente o seu lugar para idosos, gestan- derado como uma ofensa. O bom vocabulário também é importan-
te. Para isso, leia, adquira novas ideias, atualize-se.
tes ou deficientes físicos.
Aprenda a falar, calar e tornar a falar num instante preciso.
Cumprimentar e agradecer os profissionais que o trans- Diga a palavra certa, na hora exata e cale-se no momento oportuno.
portaram.
Entrar ou sair do táxi: cumprimentando o motorista ao É falta de ética ao conversar:
embarcar, agradecendo ao sair e não fazendo questão de trocos • Elogiar persistentemente;
irrisórios. • Uso de gírias;
No elevador: sabendo que em seu interior não se fuma, • Empregar sempre a primeira pessoa do singular (EU);
não se conversa nem se fala ao celular. Fundamental é cumprimen- • Usar chavões como “entende”, “compreende”, “eu não
tar o ascensorista ao entrar e agradecer ao sair. disse”.
• A maledicência: Falar mal das pessoas revela falta de
assunto e falta de cultura, não devendo ser tema de conversação.
Ser bem-educado é: • As interrupções: Quando interromper alguém volte atrás
e desculpe-se. É importante deixar que as pessoas concluam seus
Adotar práticas corretas de conduta e caráter. pensamentos.
Cuidar da linguagem corporal, dos gestos, da expressão
facial, da postura quando em pé ou sentado. Apresentações:
Saber sentar, levantar-se, comer, apresentar corretamen- O sorriso é fundamental quando nos apresentamos. Cara fe-
te as pessoas, usar cartões de visita, cumprimentar, presentear e chada fecha as portas para o sucesso. Com bom humor e um sorri-
ser presenteado, pedir licença, agradecer, dizer não, criticar sem so, o relacionamento com as pessoas melhora.
A primeira impressão que temos de uma pessoa, é normal-
ofender, ser pontual, conversar de forma agradável, ser um bom
mente formada no momento em que você o cumprimenta com um
ouvinte e, principalmente, ter autocrítica e perceber quando deve aperto de mãos. O aperto de mãos é um gesto simbólico de sa-
desculpar-se. tisfação, portanto, dar a mão mole ou só com a ponta dos dedos
significa displicência e pouco caso.
A apresentação pessoal diz muito da nossa personalidade, Ao apresentar-se, utilize as palavras: Como vai?/Tudo bem?/
daí ser tão precioso vestir-se bem. Sabemos que somos julgados o Como está?
tempo todo e se não nos apresentamos conforme a situação pede,
podemos ser mal interpretados. Se você gosta de usar roupas que Aparência Pessoal:
não dizem muito com sua profissão, por exemplo, saiba que pode A aparência pessoal é de fundamental importância para o su-
cesso social e profissional.
estar sendo visto com “maus olhos” pelas pessoas que convivem
• Valorizem a aparência pessoal cuidando com carinho de
no seu ambiente de trabalho. seus cabelos, pele e mãos;
• Fiquem sempre atentos quanto ao vestuário (meias, sapa-
Dicas de apresentação pessoal tos, bolsa, pasta, etc);
Gestos: • Mantenham o equilíbrio visual, ou seja, sejam distintos
O gesto é um complemento discreto para ilustrar a ideia, e não e discretos.
para impor a palavra. Gesticular em excesso não tornará o interlo-
cutor mais atento ao que você tem a dizer. Todo gesto deve ser co- Noções de Boa Postura
medido e harmonioso. Evite a mímica e o excesso de gesticulação. O mais importante para obtermos uma boa postura é manter
a coluna reta.
Para isso é preciso lembrar o seguinte:
É deselegante ao conversar: • Manter a cabeça levantada com o queixo paralelo ao
• Roer unhas ou morder os lábios; chão.
• Torcer as mãos ou gesticular nervosamente; • Levantar o tórax sem forçar os ombros, estes devem ficar
• Segurar o rosto ou o queixo, mexer no cabelo ou fazer naturalmente relaxados.
cachinhos; • Levantar os quadris, projetando-os um pouco para frente,
• Colocar as mãos na cabeça ou nos bolsos, brincar com evitando assim descansar o corpo sobre as pernas.
joias (anel, brinco, colar, etc); • Braços: Devemos deixá-los relaxados e caídos ao lado do
corpo com os cotovelos esticados e as mãos em perfil. Ao andar,
os braços devem se mover como pêndulos, tocando o corpo. Só os
O gesto diz muito da pessoa. Quanto mais educada e segura de
braços devem se mexer a partir da junta dos ombros, estes não se
si, menos uso ela faz da gesticulação. movimentam.
Didatismo e Conhecimento 5
ATENDIMENTO
• Pernas: Ao andar não as cruze. Os joelhos devem dar os Uma instituição pode existir apenas em função do serviço que
passos flexionando e esticando as pernas. Não deixá-los flexiona- oferece. Mas, a instituição que oferece produto não sobrevive sem
dos no final dos passos. o serviço agregado.
• Pés: Devem pisar no chão por inteiro, a ponta e o calca-
nhar, um ao lado do outro e retos. Aspectos Essenciais na Prestação de um Serviço
• Equilíbrio oferta-procura
O conceito de qualidade é amplo e permite várias interpreta- • Gestão do Pessoal
ções. As mais expressivas se referem, por um lado, à definição de • Relacionamento com os Clientes
qualidade como busca da satisfação do cliente, e, por outro, à bus- • Comunicação
ca da excelência para todas as atividades de um processo, através
da transformação no modo como a organização se relaciona com Princípios Básicos para o Bom Atendimento Pessoal
seus clientes, agregando valor aos serviços a ele destinados, como 1. Ser cortês – atender bem a qualquer clientela que se dirija
por exemplo a eficiência, a eficácia, a ética profissional, a agilidade a empresa. Para isso, o funcionário precisa suplantar seus próprios
no atendimento, entre outros. preconceitos ou eventual má impressão inicial que tenha do clien-
te.
O QUE É ATENDIMENTO? 2. Dar boas vindas - Cumprimentar a todos com um sorriso
Conceitos: natural e espontâneo, facilitando o contato com o cliente. Sempre
• Atendimento é o ato ou efeito de atender. que possível chamá-lo pelo nome, pronunciando corretamente. E
• Atendimento é a maneira como habitualmente são atendidos nunca diga que o nome do seu cliente é horrível, estranho, engra-
os usuários de determinado serviço. çado e etc.
• Atendimento é prestar assessoria, consultoria, sanar dúvidas. 3. Atender de imediato – O cliente deve ser priorizado em
• Atender é acolher. qualquer atendimento, lembre-se que para quem chega a sua em-
• Atender é receber com atenção e cortesia. Atender é dar ou presa você é o responsável pela primeira impressão e um minuto
prestar atenção a algo. de espera pode representar uma eternidade.
O atendimento pressupõe uma ajuda de uma pessoa à outra. 4. Mostre boa vontade - Mesmo fora de sua área de trabalho, o
Sempre que você atende, você está relacionando-se com outra pes- funcionário pode cumprimentar a todos e tentar ajudar, na medida
soa. do possível, a gentileza não precisa ficar restrita ao setor de traba-
O atendimento tem por objetivo assistir o cliente em suas ne- lho ou às pessoas que conhece. É sempre gratificante para o cliente
cessidades que geraram a procura pelo serviço.
ser atendido ou cumprimentado por um funcionário da empresa
• Na atualidade, o objetivo principal do atendimento é encan-
que o reconheça.
tar o cliente, permitindo torná-lo um parceiro da instituição, capaz
5. Dispensar atenção ao cliente – Dar tempo para o cliente
de agregar desenvolvimento e aprimoramento.
explicar o que deseja. Escutá-lo e não apenas ouvir. Lembre-se de
manter uma atitude agradável buscando principalmente respeitar a
Aspectos necessários para um bom atendimento:
opinião de seu cliente.
• Preparo: Conhecimento do seu serviço e do funcionamento
6. Agir com rapidez – O tempo é muito importante tanto para
da instituição em suas partes e no todo.
• Dedicação: O atendente deve estar sempre atualizado nas você como para o seu cliente. Ele deseja que o seu problema seja
informações que possui e que sua função exige. solucionado o mais rápido possível e você, deve atendê-lo com
• Presença de espírito: Permite que o atendente seja criativo agilidade para que possa dar andamento ao atendimento dos de-
e assertivo em sua conduta, em especial nas situações de conflito mais clientes. Mas lembre-se que rapidez não é sinônimo de desca-
e tensão. so ou irritação. Nunca demonstre ao cliente que está sendo rápido
• Intuição: Deve basear-se na observação atenta das necessi- para se livrar dele.
dades do cliente, as verbalizadas e as não-verbalizadas, mas que 7. Não dê ordens - Jamais ordene algo ao cliente. Uma expres-
podem ser percebidas. Por exemplo, quando o cliente não com- são cordial é o necessário para que o cliente faça o que você quiser.
preender com clareza a informação, mas não tem coragem de dizer “Por favor, o Senhor pode assinar nesta linha?”
ao atendente; ou quando o cliente chega à instituição e não tem 8. Em casos especiais chame o superior – Diante de um cliente
certeza do que quer. imperioso (e muitas vezes sem razão), o funcionário deve buscar
ajuda com habilidade é claro, e sem demonstrar ao cliente insegu-
DIFERENÇA ENTRE PRODUTOS E SERVIÇOS. rança ou pouco conhecimento do assunto.
• Produto: é definido como os bens de consumo com caracte- 9. Evitar atitudes negativas – expressões negativas tendem a
rística tangível, ou seja, podem ser produzidos, examinados, como criar um clima negativo. Evite: “não deve”, “não pode”, “não dá”.
colocados em estoque, transportados; 10. Falar a verdade – A verdade é extremamente importante
• Serviços: são intangíveis, isto é, não é possível ver suas ca- nas informações dadas, mas lembre-se que nem sempre o nosso
racterísticas antes dos mesmos serem adquiridos e usados pelos superior coopera para que digamos a verdade, e nesses casos a
usuários. Não podem ser colocados em “estoque” ou seja, devem mentira não é sua, você está apenas cumprindo ordens.
ser produzidos e usados no momento da transação. 11. Agir como o melhor cartão de visitas – Lembre-se de que
Obs.: Alguns autores definem produtos como tudo aquilo que sua imagem equivale a imagem da empresa, seu local de trabalho
pode ser adquirido. Em função de sua tangibilidade (características deve estar sempre limpo, organizado, a sua linguagem deve ser a
como dimensões físicas ou poder de serem discerníveis pelos sen- mais correta, sem exageros, o seu vestuário deve ser o mais sóbrio
tidos), podem ser classificados como bens ou serviços. possível, sem exageros.
Didatismo e Conhecimento 6
ATENDIMENTO
ATENDIMENTO PRESENCIAL 7. Cobertura: pode atingir distâncias continentais em segun-
Princípios para a qualidade ao atendimento presencial: dos;
• Competência - O usuário espera que cada pessoa que o aten- 8. Comodidade: tanto para o comprador quanto para o ven-
da detenha informações detalhadas sobre o funcionamento da or- dedor;
ganização e do setor que ele procurou. 9. Custo: é mais barato vender pelo telemarketing, pois os cus-
• Legitimidade - O usuário deve ser atendido com ética, res- tos de comissões, estrutura e logística são muito menores do que
peito, imparcialidade, sem discriminações, com justiça e colabo- em uma loja;
ração. 10.Velocidade: um operador de telemarketing pode efetuar 70
• Disponibilidade - O atendente representa, para o usuário, a contatos com empresas no mesmo dia, já um vendedor de campo
imagem da organização. Assim, deve haver empenho para que o pode, em média, visitar 12 clientes.
usuário não se sinta abandonado, desamparado, sem assistência. O Porém, causa restrições por ter natureza intrusiva.
atendimento deve ocorrer de forma personalizada, atingindo-se a
satisfação do cliente. Estilo de Operações de Telemarketing
• Flexibilidade - O atendente deve procurar identificar cla- Receptivo (In Bound)
ramente as necessidades do usuário e esforçar-se para ajudá-lo, • Trata-se do estilo no qual os operadores recebem as chama-
orientá-lo, conduzi-lo a quem possa ajudá-lo adequadamente. das efetuadas pelos clientes ou os possíveis clientes da empresa.
Para que o cliente ou usuário possa se sentir bem atendido, • Antigamente era conhecido como “Passivo”, mas como o
existem, também, algumas estratégias verbais, não-verbais e am- termo era impróprio para designar atitudes adequadas ao atendi-
bientais. mento telefônico o nome foi abolido.
• É chamado In Bound, pois significa salto para dentro, ou
Estratégias verbais seja, a iniciativa se dá de fora da empresa para dentro.
- Reconhecer, o mais breve possível, a presença das pessoas; • O cliente liga para a empresa para receber uma informação
- pedir desculpas se houver demora no atendimento; ou efetuar uma compra.
- se possível, tratar o usuário pelo nome; • Em casos de venda, as ligações externas são sempre conse-
quências de um estímulo provocado pela ação da propaganda de
- Demonstrar que quer identificar e entender as necessidades
resposta direta.
do usuário;
- Escutar atentamente, analisar bem a informação, apresentar
Ativo (Out Bound)
questões;
Trata-se do estilo no qual os operadores ligam para os clientes
Estratégias não-verbais
ou os possíveis clientes da empresa.
- Olhar para a pessoa diretamente e demonstrar atenção;
Podemos dizer que se chama Out Bound, porque a iniciativa
- Prender a atenção do receptor;
da ação se dá de dentro da empresa para fora. A empresa vai até o
- Não escrever enquanto estiver falando com o usuário;
cliente para obter informação ou efetuar uma venda.
- Prestar atenção à comunicação não-verbal;
Estratégias ambientais Indicamos as principais regras básicas para um atendimento
- Manter o ambiente de trabalho organizado e limpo; excelente, na área de trabalho:
- Assegurar acomodações adequadas para o usuário;
- Evitar pilhas de papel, processos e documentos desorganiza- • Atenda com rapidez, clareza, simpatia, de forma atenciosa
dos sobre a mesa. e educada;
• Identifique-se e identifique o interlocutor;
Princípios Básicos para o Bom Atendimento Telefônico • Use sempre: Senhor, Senhora, por favor, e muito obrigado;
O uso da comunicação telefônica tornou-se imprescindível • Não deixe o interlocutor “pendurado na linha”;
em todas as áreas, tanto no campo de recepção das empresas quan- • Transfira corretamente a ligação e avise ao ramal transferido
to nos serviços especializados, chamado de Telemarketing, que quem está na linha;
apresenta algumas vantagens, tais como: • Ofereça um retorno de ligação, no caso de o ramal estar ocu-
pado;
1. Interatividade: é a mídia mais pessoal e interativa que exis- • Tome nota de todos os dados importantes e repita-os para o
te; interlocutor
2. Flexibilidade: muitas operações são montadas durante um • Nunca fale “comendo” / de boca cheia
curto período para atender as exigências da empresa; • Não mantenha conversas paralelas. Concentre-se na ligação
3. Replanejamento: a qualquer momento uma estratégia po- que está atendendo
der ser modificada, já que as informações de seu sucesso chegam • Faça suas próprias ligações
rapidamente; • Comunique a telefonista quando não estiver na sala.
4. Otimização: num mesmo contato muitas informações po- • Fique disponível quando solicitar uma ligação.
dem ser repassadas ou cadastradas de um mesmo cliente; lançar as pontas nem para fora e nem para dentro.
5. Controle: é razoavelmente fácil controlar uma operação de
telemarketing, já que todas as informações trafegam em sistema;
6. Foco: condições especiais de preço e conteúdo podem ser
ofertadas para clientes da mesma empresa;
Didatismo e Conhecimento 7
ATENDIMENTO
este é, em geral, guiado por um fluxo linear relativamente simples:
INTERAÇÕES ENTRE definição de necessidades, investigação das alternativas de solução
VENDEDOR E CLIENTE possíveis e negociação do acordo final. O processo de vendas deve
reagir de acordo com o andamento deste fluxo com os vendedores
ajustando suas habilidades conforme a necessidade de cada etapa.
Na construção de um processo de vendas bem sucedido,
deve-se não somente especificar o tipo da interação crítica, mas
Ao procurar a palavra interagir em um dicionário você en- também sua posição no ciclo de vendas e seu tempo em relação
contrará “relacionar-se com”. É o que define a conexão entre in- àquelas que ocorreram antes e que virão depois. Supõem-se as
terações com clientes e relacionamento com clientes. Não existe interações críticas ocorrendo sequencialmente, uma após a ante-
relacionamento sem interação. rior ser completada. Mas não é sempre assim. Bem cedo, vende-
É comum vermos as interações como vias de duas mãos – dores aprendem que a vida real não segue modelos ideais e en-
uma conversa presencial ou por telefone. No entanto elas podem tendem que as interações precisam andar de maneira diferente.
ser de uma única mão. Estas ocorrem sempre que uma parte tenta A automação de vendas aplicada com precisão entende esta neces-
contatar a outra sem a garantia de uma resposta. E-mails ou recados sidade e sincroniza os eventos da vida real com aqueles propostos
em caixas postais são bons exemplos. Quando acontece a resposta pelo modelo de vendas e ajuda o vendedor a se posicionar adequa-
elas passam a ser de duas mãos, mas sabemos que é muito comum damente no ciclo de vendas, entender qual a sua situação e tomar
que não aconteçam. o melhor caminho naquele momento.
Algumas formas de interações nem parecem sê-las. A propos-
ta que enviamos ao cliente em um dado ponto do ciclo de ven- Portanto, o sucesso do MKT de Relacionamento depende no
das ou um pedido de compra por ele enviado ao término de uma grau de interação existente entre vendedor e cliente.
negociação bem sucedida são exemplos de interações. Seja como
for, é objetivo do vendedor buscar o maior valor possível em cada Vamos analisar alguns pontos relevantes nessa interação.
interação. • Depende das características individuais do vendedor e do
As interações podem ser vistas com duas perspectivas, a cliente
primeira focalizada no relacionamento com o cliente quando o • Trocas relacionais entre as partes (comunicação, valores
vendedor busca criar, manter ou elevar a confiança do cliente. A partilhados, compromisso).
outra, com foco na oportunidade, é o instrumento utilizado pelo • Trata-se de um relacionamento interativo e bidirecional.
vendedor para desenvolver, descobrir oportunidades ou promover • Somatória de competências.
e defender o valor de sua proposta. Esta “dupla personalidade” da • Observação de linguagem corporal, identificando senti-
interação com o cliente sugere uma forma de aproveitar os bene- mentos e sensações da outra parte.
fícios diretos da automação de vendas mantendo os requisitos do • Desenvolvimento de confiança, fortalecendo laços fortes
CRM. Determine a essência da interação, se ela está com foco no e duradouros e gerando lealdade.
relacionamento ou na oportunidade e ela estará classificada. • Desenvolvimento de Inteligência Emocional
As interações com quaisquer dos focos poderão ocorrer dentro
de um ciclo de vendas ou não. No entanto aquelas classificadas Mapeamento da I.E (Inteligência Emocional)
como sendo orientadas ao relacionamento ocorrem com maior in- A I.E pode ser dividida entre habilidades, entre elas:
tensidade fora do ciclo de vendas e as com foco na oportunidade Aspectos de inteligência intrapessoal
acontecem em maior grau durante o mesmo. 1. Autoconhecimento (reconhece o sentimento quando ele
Interações focalizadas na oportunidade que acontecem duran- se manifesta)
te um ciclo de vendas são importantes o suficiente para que sejam 2. Controle Emocional (saber lidar com seus sentimentos)
classificadas como críticas. Essenciais para a execução do proces- 3. Automotivação (objetivar emoções)
so de vendas, e parte de sua espinha dorsal, são assim chamadas
por formar um conjunto de insumos essencial para a execução de Aspectos de inteligência interpessoal
estratégias vencedoras. Em muito do nosso aprendizado em ven- 4. Reconhecimento de emoções alheias
das, escutamos que o processo de vendas é o “melhor grupo de es- 5. Habilidades de relações interpessoais.
tratégias e táticas a serem usadas para ganhar a venda”. É verdade.
No entanto as táticas – ferramentas da execução da estratégia – são É fundamental que essas inteligências sejam estimuladas
executadas através da interação crítica. em ambas as partes, para que haja um equilíbrio de
Assim, é parte da automação de vendas, que se desenvolvam comportamento.
processos de vendas avaliando oportunidades anteriores e agru-
pando as interações críticas ocorridas que foram bem sucedidas e
eficazes.
É aceitável que processos de vendas variem muito, pois
dependem fortemente da complexidade do produto ou serviço
e do seu valor. Mercados e processos de compra têm também a
sua influência. Porém, processos de venda são, de fato, reações
à forma essencial de comprar. Em outras palavras, o processo de
vendas evolui como resposta ao processo de compra do cliente. E
Didatismo e Conhecimento 8
ATENDIMENTO
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento
QUALIDADE NO ATENDIMENTO dispensado às pessoas, está mais relacionado com o funcionário
A CLIENTES em si, com as suas atitudes e o seu modo de agir com os clientes.
Portanto, está ligado às condições individuais.
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas
políticas das empresas, o treinamento, a definição de um padrão
de atendimento e de um perfil básico para o profissional de
As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas atendimento, como forma de avançar no próprio negócio. Dessa
fogem delas por problemas relacionados à postura de atendi- maneira, estes dois itens se tornam complementares e inter-
mento. relacionados, com dependência recíproca para terem peso.
Numa escala decrescente de importância, podemos observar
os seguintes percentuais: O profissional do atendimento
68% dos clientes fogem das empresas por problemas de Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se
postura no atendimento; necessário falar do verdadeiro profissional do atendimento.
14% fogem por não terem suas reclamações atendidas;
9% fogem pelo preço; Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento:
9% fogem por competição, mudança de endereço, morte.
01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de com-
A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas preender e atender as necessidades dos clientes, fazer com que ele
organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não definem seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir importante e proporcioná-
uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio ser- -lo um ambiente agradável. Este profissional é voltado comple-
viço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita dificuldade em tamente para a interação com o cliente, estando sempre com as
satisfazer plenamente o cliente.
suas antenas ligadas neste, para perceber constantemente as suas
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contra-
tam profissionais com características básicas para atender o públi- necessidades. Para este profissional, não basta apenas conhecer o
co, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam produto ou serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse
um padrão de atendimento e este passa a ser realizado de acordo em relação às necessidades dos clientes e atendê-las.
com as características individuais e o bom senso de cada um.
A falta de noção clara da causa primária da perda de clientes 02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessidades
faz com que as empresas demitam os funcionários “porque eles dos clientes, aguçando a capacidade de perceber o cliente. Para
não sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendimento é entender o lado humano, é necessário que este profissional tenha
a tarefa mais simples da empresa e que menos merece preocupa- uma formação voltada para as pessoas e goste de lidar com gente.
ção. Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances que Se espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este
perpassam pela condição individual e por condições sistêmicas. profissional, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instan-
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a: te em que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar a
1. Falta de uma política clara de serviços; felicidade do outro.
2. Indefinição do conceito de serviços;
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de atendi- 03. Entender a necessidade de manter um ESTADO DE ES-
mento; PÍRITO POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos positi-
4. Falta de um padrão de atendimento; vos, para ter atitudes adequadas no momento do atendimento. Ele
5. Inexistência do follow up;
sabe que é fundamental separar os problemas particulares do dia
6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal.
a dia do trabalho e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da
Nas condições individuais, podemos encontrar a contratação chegada do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o traba-
de pessoas com características opostas ao necessário para atender lho com a consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os
ao público, como: timidez, avareza, rebeldia... clientes a solucionarem suas necessidades. A postura é de realizar
serviços para o cliente.
Serviço e postura de atendimento
Os requisitos para contratação deste profissional
Observando estas duas condições principais que causam a Para trabalhar com atendimento ao público, alguns requisitos
vinculação ou o afastamento do cliente da empresa, podemos se- são essenciais ao atendente. São eles:
parar a estrutura de uma empresa de serviços em dois itens: os
serviços e a postura de atendimento. Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações Gostar de lidar com gente.
e, como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio. Ser extrovertido.
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de servi- Ter humildade.
ços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são tratados Cultivar um estado de espírito positivo.
os aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, como: Satisfazer as necessidades do cliente.
o ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item, portan- Cuidar da aparência.
to, depende mais diretamente da empresa e está mais relacionado
com as condições sistêmicas. Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento.
Didatismo e Conhecimento 9
ATENDIMENTO
POSTURA Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode transmitir:
A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos os 01. Interesse quando:
aspectos relacionados com a nossa expressão corporal na sua tota- brilha;
lidade e nossa condição emocional. tem atenção;
Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de vem acompanhado de aceno de cabeça.
POSTURA. São eles: 02. Desinteresse quando:
é apático;
01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza é imóvel, rígido;
por um posicionamento de humildade, mostrando-se sempre dis- não tem expressão.
ponível para atender e interagir prontamente com o cliente. Esta
POSTURA DE ABERTURA do atendente suscita alguns senti- O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo. O
mentos positivos nos clientes, como por exemplo: olhar nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular com
a) postura do atendente de manter os ombros abertos e o peito o olhar.
aberto, passa ao cliente um sentimento de receptividade e acolhi-
mento; A aproximação - raio de ação.
b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclina- A aproximação do cliente está relacionada ao conceito de raio
do transmite ao cliente a humildade do atendente; de ação, que significa interagir com o público, independente deste
c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem respeito ser cliente ou não.
e segurança; Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 metros
d) a fisionomia amistosa alenta um sentimento de afetividade de distância do público e de um tempo imediato, ou seja, pronta-
e calorosidade. mente.
Além do mais, deve ocorrer independentemente do funcioná-
02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO CORPO- rio estar ou não na sua área de trabalho. Estes requisitos para a
RAL: que se caracteriza pela existência de uma unidade entre o que interação, a tornam mais eficaz.
dizemos e o que expressamos no nosso corpo. Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento ver-
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e con- bal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por um aceno de
fortáveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos sen- mão. O objetivo com isso é fazer o cliente sentir-se acolhido e estar
timentos e eles fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais certo de estar recebendo toda a atenção necessária para satisfazer
livres do stress, das doenças, dos medos. os seus anseios.
03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair Alguns exemplos são:
01. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o carrinho
dois aspectos: o expressivo, ligado aos estados emocionais que
de limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamente
elas traduzem e a identificação destes estados pelas pessoas; e a
olha para ele e diz com um sorriso: “bom dia !“
sua função social que diz em que condições ocorreu a expressão,
02. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no mo-
seus efeitos sobre o observador e quem a expressa.
mento do pagamento;
Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamento
03. O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver o
inclui posturas e é sempre fruto da interação complexa entre o or-
carro entrando no posto e faz uma sudação...
ganismo e o seu meio ambiente.
A invasão
O olhar Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver com
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do INVASÃO DE TERRITÓRIO.
olhar, podemos passar para as pessoas os nossos sentimentos mais Vamos entender melhor isso.
profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito. Todo ser humano sente necessidade de definir um território,
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos prender so- que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este território não se
mente a ele, mas a fisionomia como um todo para entendermos o configura apenas em um espaço físico demarcado, mas principal-
real sentido dos olhos. mente num espaço pessoal e social, o que podemos traduzir como
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de aco- a necessidade de privacidade, de respeito, de manter uma distância
lhimento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de ideal entre si e os outros de acordo com cada situação.
vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar apático, traduz fraqueza Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na pri-
e desinteresse, dando ao cliente, a impressão de desgosto e dissa- vacidade, o que normalmente traz consequências negativas. Po-
bor pelo atendimento. demos exemplificar estas invasões com algumas situações corri-
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este brilho queiras: uma piada muito picante contada na presença de pessoas
nos nossos olhos? A resposta é simples: estranhas a um grupo social; ficar muito próximo do outro, quase
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar se encostando nele; dar um tapinha nas costas...
de ajudar o próximo. Nas situações de atendimento, são bastante comuns as inva-
Para atender ao público, é preciso que haja interesse e gosto, sões de território pelos atendentes. Estas, na sua maioria, causam
pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como atitudes
o cliente. Gostar de atender o público significa gostar de atender grosseiras e poucos sensíveis. Alguns são os exemplos destas ati-
as necessidades dos clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito. tudes e situações mais comuns:
Didatismo e Conhecimento 10
ATENDIMENTO
Insistência para o cliente levar um item ou adquirir um Quando as organizações atentam para essa importância, elas
bem; passam a aplicar instrumentos de medição.
Seguir o cliente por toda a loja; Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a realida-
O motorista de taxi que não pára de falar com o cliente de, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, subjetivas ou pedem
passageiro; a opinião aberta sobre o assunto.
O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo pra- Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não colher
tos sem ser solicitado; as informações reais.
O funcionário que cumprimenta o cliente com dois beiji- A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos e da-
nhos e tapinhas nas costas; dos, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço e o produto
O funcionário que transfere a ligação ou desliga o tele- adquiridos da empresa.
fone sem avisar.
Apresentação pessoal
Estas situações não cabem na postura do verdadeiro profissio- Que imagem você acha que transmitimos ao cliente quando o
nal do atendimento. atendemos com as unhas sujas, os cabelos despenteados, as roupas
mal cuidadas... ?
O sorriso O atendente está na linha de frente e é responsável pelo conta-
O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem uni- to, além de representar a empresa neste momento. Para transmitir
versal. confiabilidade, segurança, bons serviços e cuidado, se faz necessá-
Imagine que você tem um exame de saúde muito importante rio, também, ter uma boa apresentação pessoal.
para receber e está apreensivo com o resultado. Você chega à clí-
nica e é recebido por uma recepcionista que apresenta um sorriso Alguns cuidados são essenciais para tornar este item mais
caloroso. Com certeza você se sentirá mais seguro e mais confian- completo. São eles:
te, diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi 01. Tomar um banho antes do trabalho diário: além da função
interpretado como um ato de apaziguamento. higiênica, também é revigorante e espanta a preguiça;
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito das 02. Cuidar sempre da higiene pessoal: unhas limpas, cabelos
pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas sorridentes são ava-
cortados e penteados, dentes cuidados, hálito agradável, axilas as-
liadas mais favoravelmente do que as não sorridentes.
seadas, barba feita;
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de comu-
03. Roupas limpas e conservadas;
nicação não verbal. Como tal, expressa as emoções e geralmente
04. Sapatos limpos;
informa mais do que a linguagem falada e a escrita. Dessa forma,
05. Usar o crachá de identificação, em local visível pelo
podemos passar vários tipos de sentimentos e acarretar as mais
cliente.
diversas emoções no outro.
Quando estes cuidados básicos não são tomados, o cliente se
Ir ao encontro do cliente questiona: “puxa, se ele não cuida nem dele, da sua aparência pes-
IR AO ENCONTRO DO CLIENTE é um forte sinal de com- soal, como é que vai cuidar de me prestar um bom serviço?”.
promisso no atendimento, por parte do atendente. Este item traduz A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto importante
a importância dada ao cliente no momento de atendimento, na qual para criar uma relação de proximidade e confiança entre o cliente
o atendente faz tudo o que é possível para atender as suas necessi- e o atendente.
dades, pois ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo
ao encontro do cliente, o atendente demonstra o seu interesse para Cumprimento caloroso
com ele. O que você sente quando alguém aperta a sua mão sem fir-
meza?
A primeira impressão Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se conhece
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: a pri- alguém, a sua integridade moral, pela qualidade do seu aperto de
meira impressão é a que fica. mão.
Você concorda com ela? O aperto de mão “frouxo” transmite apatia, passividade, baixa
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil a em- energia, desinteresse, pouca interação, falta de compromisso com
presa ter uma segunda chance para tentar mudar a impressão ini- o contato.
cial, se esta foi negativa, pois dificilmente o cliente irá voltar. Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que machu-
É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o ca a mão, ao invés de trazer uma mensagem positiva, causa um
cliente perdido, aquele que foi mal atendido ou que não teve os mal estar, traduzindo hiperatividade, agressividade, invasão e des-
seus desejos satisfeitos. respeito. O ideal é ter um cumprimento firme, que prenda toda
Estes clientes perdem a confiança na empresa e normalmen- a mão, mas que a deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão
te os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanismos que as demonstra interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, ati-
empresas adotam são os contatos via telemarketing, mala-direta, vidade e compromisso com o contato.
visitas, mas nem sempre são eficazes. É importante lembrar que o cumprimento deve estar associado
A maioria das empresas não tem noção da quantidade de clien- ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito abertos,
tes perdidos durante a sua existência, pois elas não adotam meca- totalizando uma sintonia entre fala e expressão corporal.
nismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações destes NÃO SE ESQUEÇA: APESAR DE HAVER UMA FORMA
clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para re- ADEQUADA DE CUMPRIMENTAR, ESTA JAMAIS DEVERÁ
forçar os seus processos internos e o seu sistema de trabalho. SER MECÂNICA E AUTOMÁTICA.
Didatismo e Conhecimento 11
ATENDIMENTO
Tom de voz A agilidade no atendimento transmite ao cliente a ideia de res-
A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma onda peito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessidade do cliente
de intensa vibração. O tom de voz e a maneira como dizemos as em relação à utilização adequada do seu tempo.
palavras, são mais importantes do que as próprias palavras. Quando há agilidade, podemos destacar:
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair hoje do O atendimento personalizado;
conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na próxi- A atenção ao assunto;
ma semana”. De acordo com a maneira que dizemos e de acordo O saber escutar o cliente;
com o tom de voz que usamos, vamos perceber reações diferentes Cuidar das solicitações e acompanhar o cliente durante
do cliente. todo o seu percurso na empresa.
Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos desculpando
pela falha e assumindo uma postura de humildade, falando com O CALOR NO ATENDIMENTO
calma e num tom amistoso e agradável, percebemos que a reação O atendimento caloroso evita dissabores e situações constran-
do cliente será de compreensão. gedoras, além de ser a comunhão de todos os pontos estudados
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica, sobre postura.
estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, poderemos ter O atendente escolhe a condição de atender o cliente e para
um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente, gritando... isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se sentir impor-
As palavras são símbolos com significados próprios. A forma tante e respeitado. Na situação de atendimento, o cliente busca ser
como elas são utilizadas também traz o seu significado e com isso, reconhecido e, transmitindo calorosidade nas atitudes, o atendente
cada palavra tem a sua vibração especial. satisfaz as necessidades do cliente de estima e consideração.
Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao cliente a
SABER ESCUTAR sensação de desagrado, descaso e desrespeito, além de retornar ao
Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR? atendente como um bumerangue. O EFEITO BUMERANGUE é
Se você respondeu que não, você errou. bastante comum em situações de atendimento, pois ele reflete o
Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verdadeiro nível de satisfação, ou não, do cliente em relação ao atendente.
sentido, compreendendo e interpretando a essência, o conteúdo da Com este efeito, as atitudes batem e voltam, ou seja, se você atende
comunicação. bem, o cliente se sente bem e trata o atendente com respeito. Se
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a nossa este atende mal, o cliente reage de forma negativa e hostil. O
capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro, o cliente não está na esteira da linha de produção, merecendo ser
cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das bar- tratado com diferenciação e apreço.
reiras que atrapalham e empobrecem o processo de comunicação. Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, que
São elas: façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de vida, que é
Os nossos PRECONCEITOS; SERVIR AO PRÓXIMO.
As DISTRAÇÕES; Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade, re-
Os JULGAMENTOS PRÉVIOS; tratam bem a falta de calor do atendente. Com estas atitudes, o
As ANTIPATIAS. atendente parece estar pedindo ao cliente que este se afaste, vá
embora, desapareça da sua frente, pois ele não é bem vindo. As-
Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, precisamos sim, o atendente esquece que a sua MISSÃO é SERVIR e fazer o
compreender o TODO, captando os estímulos que vêm do outro, cliente FELIZ.
fazendo uma leitura completa da situação.
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de recep- AS GAFES NO ATENDIMENTO
tividade e simpatia, afinal, nós temos DOIS OUVIDOS E UMA Depois de conhecermos a postura correta de atendimento,
BOCA, O QUE NOS SUGERE QUE É PRECISO ESCUTAR também é importante sabermos quais são as formas erradas, para
MAIS DO QUE FALAR. jamais praticá-las. Quem as pratica, com certeza não é um ver-
Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o, fa- dadeiro profissional de atendimento. Podemos dividi-las em duas
lando mais que ele, dividindo a atenção com outras situações - tira- partes, que são:
mos dele, a oportunidade de expressar os seus verdadeiros anseios
e necessidades e corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos POSTURA INADEQUADA
conseguir atendê-las. A postura inadequada é abrangente, indo desde a postura físi-
A mais poderosa forma de escutar é a empatia (que vamos ca ao mais sutil comentário negativo sobre a empresa na presença
conhecer mais na frente). Ela nos permite escutar de fato, os sen- do cliente.
timentos por trás do que está sendo dito, mas, para isso, é preciso Em relação à postura física, podemos destacar como inade-
que o atendente esteja sintonizado emocionalmente com o cliente. quado, o atendente:
Esta sintonia se dá através do despojamento das barreiras que já * se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no seu
falamos antes. birô por não estar com o cliente (esta atitude impede que ele inte-
raja no raio de ação);
AGILIDADE * mascar chicletes ou fumar no momento do atendimento;
Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder a qua- * cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas só
lidade do serviço prestado. devem ser feitas no banheiro);
Didatismo e Conhecimento 12
ATENDIMENTO
* comer na frente do cliente (comum nas empresas que ofere- MOMENTOS DA VERDADE
cem lanches ou têm cantina); Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer epi-
* gritar para pedir alguma coisa; sódio no qual o cliente entra em contato com qualquer aspecto da
* se coçar na frente do cliente; organização e obtém uma impressão da qualidade do seu serviço.
* bocejar (revela falta de interesse no atendimento). O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do
Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar: cliente a imagem da empresa e do próprio serviço prestado. Este é
* se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona, por o momento que separa o grande profissional dos demais.
exemplo; Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da
* receber presentes do cliente em troca de um bom serviço; verdade, considerando-o único e fundamental para definir a sa-
* fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou serviços tisfação do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO
na frente do cliente; ATENDIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que é
* desmerecer ou criticar o fabricante do produto que vende, composto de elementos básicos do processo de interação, que são:
o parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem para o cliente; A) A PESSOA
* falar mau das pessoas na sua ausência e na presença do A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente.
cliente;
Então, podemos entender que a pessoa mais importante é o cliente
* usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais;
que está na frente e precisa de atenção.
* reclamar na frente do cliente;
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamen-
* lamentar;
te com o cliente, tentando atender a todas as suas necessidades.
* colocar problemas salariais;
* “lavar a roupa suja” na frente do cliente. Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato direto e,
portanto, a pessoa fundamental neste momento é o cliente.
LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS B) A HORA
OUTROS E NÃO SE SERVIR DOS OUTROS. A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presente,
pois somente nele podemos atuar.
USAR CHAVÕES O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o futuro
O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como forma não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o presente como fonte
de fugir à sua responsabilidade no atendimento ao cliente. Citamos de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e agora são
aqui, os mais comuns: os únicos momentos nos quais podemos interagir e precisamos fa-
zer isto da melhor forma.
PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPA-
RADO A ESTE ATENDENTE? C) A TAREFA
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais impor-
O senhor como cliente TEM QUE ENTENDER... tante diante desta pessoa mais importante para nós, na hora mais
O senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA importante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FELIZ,
FAZ PELO SENHOR... atendendo as suas necessidades.
O CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da Ver-
MAIS... dade e, para que estes sejam plenos, é necessário que os funcioná-
AÍ VEM ELE DE NOVO... rios de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, tenham
Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a libera- poder de decisão. É necessário que os chefes concedam autonomia
ção do lado bom da pessoa que atende o cliente. aos seus subordinados para atuarem com precisão nos Momentos
Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um círculo da Verdade.
vicioso na postura inadequada, pois, o atendente usa os chavões
(pensa dessa forma em relação ao cliente e a situação de atendi- TELEIMAGEM
mento), o cliente se aborrece e descarrega no atendente, ou sim-
Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMAGEM
plesmente não volta mais.
da empresa e dele mesmo. TELEIMAGEM, então, é a imagem
Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança radical
que o cliente forma na sua mente (imagem mental) sobre quem
no pensamento e postura do atendente.
o está atendendo e, consequentemente, sobre a empresa (que é
IMPRESSÕES FINAIS DO CLIENTE representada por este atendente).
Toda a postura e comportamento do atendente vai levar o Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do cliente
cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e, consequente- encaminhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que a empresa
mente, sobre a empresa. é comprometida com o cliente. No entanto, se a imagem é nega-
Duas são as formas de impressões finais mais comuns do tiva, vemos normalmente o cliente fugindo da empresa. Como no
cliente: atendimento telefônico, o único meio de interação com o cliente,
1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto (pes- é através da palavra e sendo a palavra o instrumento, faz-se ne-
soal) e/ou telefônico com o atendente; cessário usá-la de forma adequada para satisfazer as exigências
2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos co- do cliente.
nhecê-las com mais detalhes. Dessa forma, classificamos 03 itens básicos ligados a palavra
e as atitudes, como fundamentais na formação da TELEIMAGEM.
Didatismo e Conhecimento 13
ATENDIMENTO
São eles: Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não sabe-
O TOM DE VOZ: é através dele que transmitimos in- mos repartir, não sabemos doar.
teresse e atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e distante, Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só
passamos ao cliente, a ideia de desatenção e desinteresse. Ao con- lembramos de nós. É aqui que a empatia se deteriora, quando os
trário, se falamos com entusiasmo, de forma decidida e atenciosa- nossos próprios sentimentos são tão fortes que não permitem har-
mente, satisfazemos as necessidades do cliente de sentir-se assisti- monização com o outro e passam por cima de tudo.
do, valorizado, respeitado, importante. OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABA-
O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas o LHAR COM O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDA-
atendente passa a ideia de respeito pelo cliente. Aqui fica expres- DE DE SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO E ENTENDER
samente PROIBIDO o uso de termos como: amor, bem, benzinho, OS SEUS SENTIMENTOS E NECESSIDADES.
chuchu, mulherzinha, queridinha, colega...
As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a im- Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, pois
pressão de educação e respeito. São INCORRETAS as atitudes de as raízes da moralidade estão na empatia. Para concluir, podemos
transferir a ligação antes do cliente concluir o que iniciou a falar; lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe:
passar a ligação para a pessoa ou ramal errado (mostrando com “Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos“.
isso que não ouviu o que ele disse); desligar sem cumprimento ou Isto é empatia.
saudação; dividir a atenção com outras conversas; deixar o telefo-
ne tocar muitas vezes sem atender; dar risadas no telefone. PERCEPÇÃO
PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de compreender e
ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO ATENDENTE captar as situações, o que exige sintonia e é fundamental no pro-
Nós falamos sobre a importância da postura de atendimento. cesso de atendimento ao público. Para percebermos melhor, preci-
Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos do atendimento. samos passar pelo “esvaziamento” de nós mesmos, ficando assim,
Vamos a eles. mais próximos do outro. Mas, como é isso? Vamos ficar vazios?
É isso mesmo. Vamos ficar vazios dos nossos preconceitos, das
EMPATIA nossas antipatias, dos nossos medos, dos nossos bloqueios, vamos
O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, que observar as situações na sua totalidade, para entendermos melhor
significa entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é a capacidade o que o cliente deseja. Vamos ilustrar com um exemplo real: certa
de nos colocarmos no lugar do outro, procurando sempre entender vez, em uma loja de carros, entra um senhor de aproximadamente
as suas necessidades, os seus anseios, os seus sentimentos. Dessa 65 anos, usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça
forma, é uma aptidão pessoal fundamental na relação atendente - amarrada na cintura por um barbante. Ele entrou na sala do ge-
cliente. Para conseguirmos ser empáticos, precisamos nos despojar rente, que imediatamente se levantou pedindo para ele se retirar,
dos nossos preconceitos e preferências, evitando julgar o outro a pois não era permitido “pedir esmolas ali”. O senhor com muita
partir de nossas referências e valores. paciência retirou de um saco plástico que carregava, um “bolo“ de
A empatia alimenta-se da autoconsciência, que significa estar- dinheiro e disse: “eu quero comprar aquele carro ali”.
mos abertos para conhecermos as nossas emoções. Quanto mais Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata claramente o
isto acontece, mais hábeis seremos na leitura dos sentimentos dos que podemos fazer com o outro quando pré-julgamos as situações.
outros. Quando não temos certeza dos nossos próprios sentimen- Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo é
tos, dificilmente conseguimos ver os dos outros. muito mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que é e não é
E, a chave para perceber os sentimentos dos outros, está na harmônico e com ele percebemos a essência dos fatos e situações.
capacidade de interpretar os canais não verbais de comunicação Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado com
do outro, que são: os gestos, o tom de voz, as expressões faciais... a PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de percepção,
Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está ligada ao na qual vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que nos inte-
envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Isto requer uma ressa. Esta seleção age como um filtro, que deixa passar apenas o
atitude muito sublime que se chama HUMILDADE. Sem ela é im- que convém. Esta filtragem está diretamente relacionada com a
possível ser empático. nossa condição física, psíquica e emocional. Como é isso? Vamos
Quando não somos humildes, vemos as pessoas de manei- entender:
ra deturpada, pois olhamos através dos óculos do orgulho e do
egoísmo, com os quais enxergamos apenas o nosso pequenino a) Se estou com medo de passar em rua deserta e escura, a
mundo. sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois eu posso
O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a humani- percebê-lo como um braço com uma faca para me apunhalar;
dade, impedindo-a de ser feliz. b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de um chei-
Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho, crian- ro agradável de comida;
do uma couraça ao nosso redor para nos proteger. Com eles, nós c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a parte
achamos que somos tudo o que importa e esquecemos de olhar mais amena da repreensão e reprimir a mais severa.
para o outro e perguntar como ele está, do que ele precisa, em que Em alguns casos, a percepção seletiva age como mecanismo
podemos ajudar. de defesa.
Esquecemos de perceber principalmente os seus sentimentos e
necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos tornamos vaidosos O ESTADO INTERIOR
e passamos a ver os outros de acordo com o que estes óculos regis- O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a
tram: os nossos preconceitos, nossos valores, nossos sentimentos... condição interna, o estado de espírito diante das situações.
Didatismo e Conhecimento 14
ATENDIMENTO
A atitude de quem atende o público está diretamente relacio- ENCANTANDO O CLIENTE
nada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mantém um Fazer apenas o que está definido pela empresa como sendo o
equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações excessivas, as seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as necessidades do
suas atitudes serão mais positivas frente ao cliente. cliente, mas talvez não ultrapasse o normal.
Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensamentos Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que faz a
e sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, dão suporte as grande diferença no atendimento.
atitudes frente ao cliente.
Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos ne- ATUAÇÃO EXTRA
gativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vaidade, as atitudes A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o cliente que
advindas deste estado, sofrerão as suas influências e serão: se caracteriza por atitudes ou ações do atendente, não estabeleci-
Atitudes preconceituosas; das nos procedimentos de trabalho. É produzir um serviço acima
Atitudes de exclusão e repulsa; da expectativa do cliente.
Atitudes de fechamento;
Atitudes de rejeição. AUTONOMIA
É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade, Na verdade, a autonomia não deveria estar no encantamento
para que o atendente consiga manter uma atitude positiva com os do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura da empresa. Mas,
clientes e as situações. nem sempre a realidade é esta. Colocamos aqui porque o consumi-
dor brasileiro ainda se encanta ao encontrar numa loja, um balco-
O ENVOLVIMENTO nista que pode resolver as suas queixas sem se dirigir ao gerente.
A demonstração de interesse, prestando atenção ao cliente e A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao processo de
voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o caminho para o tomada de decisão. Onde existir uma situação na qual o funcioná-
verdadeiro sentido de atender. rio precise decidir, deve haver autonomia.
Na área de serviços, o produto é o próprio serviço prestado, No atendimento ao público, é fundamental haver autonomia
que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com o cliente. Um do pessoal de linha de frente e é uma das condições básicas para o
serviço é, então, um resultado psicológico e pessoal que depende sucesso deste tipo de trabalho.
de fatores relacionados com a interação com o outro. Quando o Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo de po-
atendente tem um envolvimento baixo com o cliente, este percebe der para atuar de acordo com a situação e esse poder deve ser con-
com clareza a sua falta de compromisso. As preocupações excessi- quistado. O poder aos funcionários serve para agilizar o negócio.
vas, o trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a falta de lide- Às vezes, a falta de autonomia se relaciona com fraca liderança
rança, o nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma do chefe.
interação fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimento não
Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade, des-
permite captar a essência dos desejos do cliente, o que se traduz
burocratização, respeito, compromisso, organização.
em insatisfação. Um exemplo simples disso é a divisão de atenção
Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o outro, não
por parte do atendente. Quando este divide a atenção no atendi-
precisa passear pela empresa, ouvindo dos atendentes: “Esse as-
mento entre o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente
sunto eu não resolvo; é só com o fulano; procure outro setor...”.
sente-se desrespeitado, diminuído e ressentido. A sua impressão
A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra que a
sobre a empresa é de fraqueza e o Momento da Verdade é pobre.
Esta ação traz consequências negativas como: impossibilida- empresa está totalmente voltada para o cliente, pois todo o sistema
de de escutar o cliente, falta de empatia, desrespeito com o seu funciona para atendê-lo integralmente.
tempo, pouca agilidade, baixo compromisso com o atendimento.
Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura DIMENSÃO SOBRE O TRABALHO DE ATENDIMENTO
adequada para o atendimento ao público, obrigando o atendente AO CLIENTE
a dividir o seu trabalho entre atendimento pessoal e telefônico,
quando normalmente há um fluxo grande de ambos no setor. Neste ATENDIMENTO E QUALIDADE
caso, o ideal seria separar os dois tipos de atendimento, evitando A globalização, os desafios do desenvolvimento tecnológico
problemas desta espécie. e cultural e a competição entre as organizações trazem como con-
Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são: sequência o interesse pela qualidade de seus produtos e serviços.
atender pessoalmente e interromper com o telefone Esse interesse não se restringe às empresas privadas e se es-
atender ao telefone e interromper com o contato direto tende, também, ao setor público.
sair para tomar café ou lanchar Assim, vemos que:
conversar com o colega do lado sobre o final de semana, - Os empresários buscam aperfeiçoar o desempenho em suas
férias, namorado, tudo isso no momento de atendimento ao cliente áreas de atuação (produtos ou serviços) e o relacionamento com
Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como um exi- os seus clientes.
bicionismo funcional, o que não agrega valor ao trabalho. O clien- - O setor público enfrenta os desafios de melhorar (1) a quali-
te deve ser poupado dele. dade de seus serviços, (3) aumentar a satisfação dos usuários e (2)
instituir um atendimento de excelência ao público.
OS DESAFIOS DO PROFISSIONAL DE ATENDIMENTO Os clientes e usuários das organizações públicas e privadas
Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Algumas também se mostram mais exigentes na escolha de serviços e pro-
situações exigem um alto grau de maturidade do atendente e é nes- dutos de melhor qualidade. Assim, a relação com estes clientes e
tes momentos que este profissional tem a grande oportunidade de usuários passa ser um novo foco de preocupação e demanda esfor-
mostrar o seu real valor. Aqui estão duas destas situações. ços para sua melhoria.
Didatismo e Conhecimento 15
ATENDIMENTO
Qualidade No setor público, este princípio se relaciona sobretudo, aos
O conceito de qualidade é amplo e suscita várias interpreta- conceitos de cidadania, participação, transparência e controle so-
ções. As mais expressivas se referem, por um lado, à definição cial.
de qualidade como busca da satisfação do cliente, e, por outro, à Para cumprir este princípio é necessário ter atenção com dois
busca da excelência para todas as atividades de um processo. aspectos:
Na mesma vertente, a qualidade é também considerada como verificar se o que é estabelecido como qualidade atende a
fator de transformação no modo como a organização se relaciona todos os usuários, inclusive aos mais exigentes;
com seus clientes, agregando valor aos serviços a ele destinados. fazer bem feito o serviço e, depois, checar os passos ne-
Em face dessa diversidade de significados, cabe às organiza- cessários para a sua execução.
ções identificar os atributos ou indicadores de qualidade dos seus Deve se lembrar que tais atitudes levam em conta tanto o aten-
produtos e serviços do ponto de vista dos seus usuários. Entre es- dimento do usuário quanto as atividades e rotinas que envolvem o
tes, podem ser destacados a eficiência, a eficácia, a ética profissio- serviço.
nal, a agilidade no atendimento, entre outros. 2. O serviço ou produto deve atender a uma real necessidade
do usuário. Este princípio se relaciona à dimensão da validade,
No Brasil, a questão da qualidade na área pública vem sendo isto é, o serviço ou produto deve ser exatamente como o usuário
abordada pelo Programa de Qualidade no Serviço Público que tem espera, deseja ou necessita que ele seja.
por objetivos elevar o padrão dos serviços prestados e tornar o 3. Manutenção da qualidade. O padrão de qualidade mantido
cidadão mais exigente em relação a esses serviços. Para tanto, o ao longo do tempo é que leva à conquista da confiabilidade.
Programa visa a transformação das organizações e entidades públi- A atuação com base nesses princípios deve ser orientada
cas no sentido de valorizar a qualidade na prestação de serviços ao por algumas ações que imprimem qualidade ao atendimento, tais
público, retirando o foco dos processos burocráticos. como:
O programa estabelece que o cidadão como principal foco de Identificar as necessidades dos usuários;
atenção de qualquer órgão público federal. Define padrões de qua- Cuidar da comunicação (verbal e escrita);
lidade do atendimento e prevê a avaliação de satisfação do usuário Evitar informações conflitantes;
por todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal Atenuar a burocracia;
direta, indireta e fundacional que atendem diretamente ao cidadão. Cumprir prazos e horários;
Nesse sentido considera-se que o serviço público deve ter as Desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade;
seguintes características: Divulgar os diferenciais da organização;
- Adequado: realizado na forma prevista em lei devendo aten- Imprimir qualidade à relação atendente/usuário;
der ao interesse público; Fazer uso da empatia;
- Eficiente: alcança o melhor resultado com menor consumo Analisar as reclamações;
de recursos; Acatar as boas sugestões.
- Seguro: não coloca em risco a vida, a saúde, a segurança, o Essas ações estão relacionadas a indicadores que podem ser
patrimônio ou os direitos materiais e imateriais do cidadão-usuá- percebidos e avaliados de forma positiva pelos usuários, entre eles:
rio; competência, presteza, cortesia, paciência, respeito.
- Contínuo: oferecido sem risco de interrupção, sendo obri- Por outro lado, arrogância, desonestidade, impaciência, des-
gatório o planejamento e a adoção de medidas de prevenção para respeito, imposição de normas ou exibição de poder tornam o aten-
evitar a descontinuidade. dente intolerável, na percepção dos usuários.
No conjunto dessas ações deve ainda ser ressaltada a empatia
Usuários/ Clientes como um fator crucial para a excelência no atendimento ao públi-
Existem dois tipos de usuários ou clientes de uma organiza- co. A utilização adequada dessa ferramenta no momento em que
ção: as pessoas estão interagindo é fundamental. No bom atendimento
• externos - recebem serviços ou produtos na sua versão final. é importante a utilização de frases como “Bom-dia”, “Boa-tarde”,
• internos – fazem parte da organização, de seus setores, gru- “Sente-se, por favor,”, ou “Aguarde um instante, por favor”, que,
pos e atividades. ditas com suavidade e cordialidade, podem levar o usuário a per-
ceber o tratamento diferenciado que algumas organizações já con-
Para identificar esses tipos de usuários, as pessoas da organi- seguem oferecer ao seu público-alvo.
zação devem responder o seguinte:
Com que pessoas mantenho contato enquanto trabalho?
Quem recebe o resultado do meu trabalho?
Qual o nível de satisfação das pessoas que dependem do
resultado dos serviços executados por mim?
Didatismo e Conhecimento 16
ATENDIMENTO
Parágrafo único. Ficam dispensados de constituir ouvidoria os
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.433, bancos comerciais sob controle societário de bolsas de valores, de
DE 23/07/15 - SOBRE A CONSTITUIÇÃO bolsas de mercadorias e futuros ou de bolsas de valores e de mer-
E O FUNCIONAMENTO DE COMPONENTE cadorias e futuros que desempenhem exclusivamente funções de
ORGANIZACIONAL DE OUVIDORIA PELAS liquidante e custodiante central, prestando serviços às bolsas e aos
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E DEMAIS agentes econômicos responsáveis pelas operações nelas cursadas.
INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A FUNCIO-
NAR PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL. CAPÍTULO II
DAS ATRIBUIÇÕES
Didatismo e Conhecimento 17
ATENDIMENTO
§ 1º O disposto no inciso II, alínea “b”, não se aplica a bancos II - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos usuários ao
comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, sociedades de atendimento da ouvidoria, por meio de canais ágeis e eficazes, in-
crédito, financiamento e investimento, associações de poupança e clusive por telefone, cujo número deve ser:
empréstimo e sociedades de arrendamento mercantil que realizem a) divulgado e mantido atualizado em local visível ao público
operações de arrendamento mercantil financeiro. no recinto das suas dependências e nas dependências dos corres-
§ 2º O disposto nos incisos II, alínea “b”, e IV somente se pondentes no País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos na
aplica a associação de classe ou bolsa que possuir código de internet, acessível pela sua página inicial;
ética ou de autorregulação efetivamente implantado, ao qual a b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive eletrôni-
instituição tenha aderido. cos, contratos, materiais de propaganda e de publicidade e demais
Art. 6º As atribuições da ouvidoria abrangem as seguintes ati- documentos que se destinem aos clientes e usuários; e
vidades: c) registrado e mantido permanentemente atualizado em sis-
I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal tema de informações, na forma estabelecida pelo Banco Central
e adequado às demandas dos clientes e usuários de produtos e ser- do Brasil.
viços;
II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca do anda- CAPÍTULO V
mento das demandas, informando o prazo previsto para resposta; DAS EXIGÊNCIAS FORMAIS
III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda no prazo
previsto; Art. 9º O estatuto ou o contrato social das instituições refe-
IV - manter o conselho de administração ou, na sua ausência, ridas no art. 2º, conforme a natureza jurídica da sociedade, deve
a diretoria da instituição, informado sobre os problemas e deficiên- dispor, de forma expressa, sobre os seguintes aspectos:
cias detectados no cumprimento de suas atribuições e sobre o re- I - as atribuições e atividades da ouvidoria;
sultado das medidas adotadas pelos administradores da instituição II - os critérios de designação e de destituição do ouvidor e o
para solucioná-los; e tempo de duração de seu mandato; e
V - elaborar e encaminhar à auditoria interna, ao comitê de III - o compromisso expresso da instituição no sentido de:
auditoria, quando existente, e ao conselho de administração ou, na a) criar condições adequadas para o funcionamento da ouvi-
sua ausência, à diretoria da instituição, ao final de cada semestre, doria, bem como para que sua atuação seja pautada pela transpa-
rência, independência, imparcialidade e isenção; e
relatório quantitativo e qualitativo acerca das atividades desenvol-
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informações necessárias
vidas pela ouvidoria no cumprimento de suas atribuições.
para a elaboração de resposta adequada às demandas recebidas,
§ 1º O atendimento prestado pela ouvidoria:
com total apoio administrativo, podendo requisitar informações e
I - deve ser identificado por meio de número de protocolo, o
documentos para o exercício de suas atividades no cumprimento
qual deve ser fornecido ao demandante;
de suas atribuições.
II - deve ser gravado, quando realizado por telefone, e, quando
§ 1º As exigências previstas no caput devem ser incluídas no
realizado por meio de documento escrito ou por meio eletrônico,
estatuto ou contrato social da instituição na primeira alteração que
arquivada a respectiva documentação; e
ocorrer após a constituição da ouvidoria ou após o início da vigên-
III - pode abranger:
cia desta Resolução.
a) excepcionalmente, as demandas não recepcionadas inicial- § 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigidas por esta
mente pelos canais de atendimento primário; e Resolução relativas às instituições que optarem pela faculdade
b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central do Brasil, prevista no art. 5º, incisos I e III, podem ser promovidas somente
por órgãos públicos ou por outras entidades públicas ou privadas. pela instituição que constituir a ouvidoria.
§ 2º O prazo de resposta para as demandas não pode ultrapassar § 3º As instituições que não constituírem ouvidoria própria em
dez dias úteis, podendo ser prorrogado, excepcionalmente e de decorrência da faculdade prevista no art. 5º, incisos II e IV, devem
forma justificada, uma única vez, por igual período, limitado ratificar a decisão na primeira assembleia geral ou na primeira
o número de prorrogações a 10% (dez por cento) do total de reunião de diretoria realizada após tal decisão.
demandas no mês, devendo o demandante ser informado sobre os Art. 10. As instituições referidas no art. 2º devem designar pe-
motivos da prorrogação. rante o Banco Central do Brasil os nomes do ouvidor e do diretor
Art. 7º A instituição deve manter sistema de informações e de responsável pela ouvidoria.
controle das demandas recebidas pela ouvidoria, de forma a: § 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode desempenhar
I - registrar o histórico de atendimentos, as informações utili- outras funções na instituição, inclusive a de ouvidor, exceto a de
zadas na análise e as providências adotadas; e II - controlar o prazo diretor de administração de recursos de terceiros.
de resposta. § 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo de- econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento,
vem permanecer registradas no sistema pelo prazo mínimo de cin- associações de poupança e empréstimo e sociedades de
co anos, contados da data da protocolização da ocorrência. arrendamento mercantil que realizem operações de arrendamento
Art. 8º A instituição deve: mercantil financeiro, que estejam sujeitos à obrigatoriedade de
I - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria, suas constituição de comitê de auditoria, na forma da Resolução nº
atribuições e forma de acesso, inclusive nos canais de comunica- 3.198, de 27 de maio de 2004, o ouvidor não poderá desempenhar
ção utilizados para difundir os produtos e serviços; e outra função, exceto a de diretor responsável pela ouvidoria.
Didatismo e Conhecimento 18
ATENDIMENTO
§ 3º Nas situações em que o ouvidor desempenhe outra § 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se à
atividade na instituição, essa atividade não pode configurar conflito formalidade prevista no caput, caso exerça a função de ouvidor.
de interesses ou de atribuições. § 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV,
§ 4º Os dados relativos ao diretor responsável pela ouvidoria e aplica-se o disposto neste artigo aos integrantes da ouvidoria da
ao ouvidor devem ser inseridos e mantidos atualizados em sistema associação de classe, entidade e empresa que realize as atividades
de informações, na forma estabelecida pelo Banco Central do mencionadas no art. 6º.
Brasil.
Art. 11. Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I, III e IV, CAPÍTULO VIII
o ouvidor deve: DISPOSIÇÕES FINAIS
I - responder por todas as instituições que compartilharem a
Art. 17. O Banco Central do Brasil poderá adotar medidas
ouvidoria; e complementares necessárias à execução do disposto nesta Reso-
II - integrar os quadros da instituição que constituir a ouvi- lução.
doria. Art. 18. Os relatórios e a documentação relativa aos atendi-
Art. 12. Para cumprimento do disposto no caput do art. 10, mentos realizados, de que tratam os arts. 6º, inciso V e § 1º, 7º e 13,
nas hipóteses previstas no art. 5º, inciso II, as instituições devem: bem como a gravação telefônica do atendimento, devem permane-
I - designar perante o Banco Central do Brasil apenas o nome cer à disposição do Banco Central do Brasil na sede da instituição
do respectivo diretor responsável pela ouvidoria; e pelo prazo mínimo de cinco anos.
II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do ouvidor Art. 19. Fica concedido prazo até 30 de junho de 2016 para
da associação de classe, bolsa de valores, bolsa de mercadorias e as instituições referidas no art. 2º se adaptarem ao disposto nesta
futuros ou bolsa de valores e de mercadorias e futuros, entidade ou Resolução.
empresa que constituir a ouvidoria. Art. 20. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publi-
cação.
Art. 21. Fica revogada a Resolução nº 3.849, de 25 de março
CAPÍTULO VI
de 2010.
DA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES
Alexandre Antonio Tombini
Presidente do Banco Central do Brasil
Art. 13. O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar Este texto não substitui o publicado no DOU de 27/7/2015,
relatório semestral referente às atividades desenvolvidas pela ou- Seção 1, p. 30/31, e no Sisbacen.
vidoria, nas datas-base de 30 de junho e 31 de Parágrafo único. O
relatório de que trata o caput deve ser encaminhado à auditoria Fonte: Marcineia de Oliveira – Não atenda clientes, atenda
interna, ao comitê de auditoria, quando existente, e ao conselho de pessoas/ http://www2.camara.leg.br/http://jus.com.br/artigos
administração ou, na sua ausência, à diretoria da instituição. Referências: CARVALHO, Irene Mello. Introdução à Psico-
Art. 14. As instituições devem divulgar semestralmente, nos logia das Relações Humanas; CHIAVENATO, Idalberto. Admi-
respectivos sítios eletrônicos na internet, as informações relativas nistração de empresas Robbins, Stephen P. Comportamento Or-
às atividades desenvolvidas pela ouvidoria. ganizacional/ http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/2015/pdf/
Parágrafo único. O Banco Central do Brasil poderá estabele- res_4433_v1_O.pdf/ Mercado & Concorrência
Texto adaptado de Bruno Mendonça (Publicitário & Coach
cer o conteúdo mínimo das informações de que trata o caput.
Profissional) / Enio Klein (Business School São Paulo – BSP) /
Art. 15. O Banco Central do Brasil estabelecerá o conteúdo, a
Caio Volpe / Daniel Santa Cruz / Guilherme Françolin / Jean Mi-
forma, a periodicidade e o prazo de remessa de dados e de infor- chel Soldatelli / Victor Brunetti / Márcia Queiros / Maria Apare-
mações relativos às atividades da ouvidoria. cida Araújo
CAPÍTULO VII EXERCÍCIOS
DA CERTIFICAÇÃO
1. Para o bom atendimento ao público, alguns princípios
Art. 16. As instituições referidas no art. 2º devem adotar pro- devem ser observados. Marque a oBpção abaixo que não se
vidências para que os integrantes da ouvidoria que realizem as enquadra em um princípio de bom atendimento.
atividades mencionadas no art. 6º sejam considerados aptos em a) Esclarecer o que não pode ser feito e omitir o que pode ser
exame de certificação organizado por entidade de reconhecida ca- feito em relação à solicitação.
pacidade técnica. b) Manter-se calmo e educado independentemente da situa-
§ 1º O exame de certificação deve abranger, no mínimo, ção.
c) Ter prontidão no atendimento.
temas relacionados à ética, aos direitos e defesa do consumidor e
d) Ouvir com atenção a solicitação.
à mediação de conflitos. e) Encaminhar o solicitante ao setor ou à pessoa responsável.
§ 2º A designação dos integrantes da ouvidoria referidos no
caput fica condicionada à comprovação de aptidão no exame de 2. Os princípios básicos para o bom atendimento ao pú-
certificação, além do atendimento às demais exigências desta Re- blico incluem: cortesia, atendimento de imediato, mostrar boa
solução. vontade, agir com rapidez, falar a verdade e evitar atitudes
§ 3º As instituições referidas no art. 2º são responsáveis negativas, entre outros. Deve-se, portanto evitar:
pela atualização periódica dos conhecimentos dos integrantes da I. apatia.
ouvidoria. II. frieza.
Didatismo e Conhecimento 19
ATENDIMENTO
III. robotismo. PORQUE
IV. desdém. 2ª - a satisfação é influenciada pelas contrapartidas emo-
V. jogo de responsabilidades. cionais dos clientes, pelas causas percebidas para o resultado
alcançado com o bem ou serviço e por suas percepções de gan-
a) II, III e IV, apenas. ho ou preço justo.
b) I, II, III, IV e V. É correto afirmar que
c) I, II, IV e V, apenas. a) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a
d) II e III, apenas. primeira.
e) II e IV apenas. b) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justi-
fica a primeira.
03. (FCC - 2010 - AL-SP - Agente Legislativo de Serviços c) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa.
Técnicos e Administrativos) Parte superior do formulário d) A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira.
Um dos fatores de qualidade no atendimento ao público é e) As duas afirmações são falsas.
a empatia. Empatia é
a) a capacidade de transmitir sinceridade, competência e con- 06. (FCC - 2011 - BB - Escriturário) No âmbito empre-
fiança ao público. sarial, o conjunto de regras cerimoniosas de trato entre as
b) a capacidade de cumprir, de modo confiável e exato, o que pessoas, por meio do qual se informa aos outros que se está
foi prometido ao público preparado para o convívio harmonioso no grupo, e que trata
c) o grau de cuidado e atenção individual que o atendente de- também do comportamento social, é denominado
monstra para com o público, colocando-se em seu lugar para um a) Diretrizes e políticas.
melhor entendimento do problema. b) Marketing pessoal.
d) a intimidade que o atendente manifesta ao ajudar pronta- c) Dinâmica de grupo.
mente o cidadão d) Regimento interno.
e) a habilidade em definir regras consensuais para o efetivo e) Etiqueta empresarial.
atendimento
07. (CESPE - 2008 - BB – Escriturário) Acerca da etiqueta
empresarial, julgue os itens subsequentes e indique qual é o
04. (FCC - 2010 - MPE-RN - Analista de Tecnologia da correto
Informação) Sobre CRM, considere: a) A utilização de uma voz alegre, clara e calorosa é suficiente
I. As empresas utilizam o CRM para trocar informações para gerar empatia e para garantir o êxito em um contato telefônico
com seus fornecedores sobre disponibilidade de materiais e profissional.
componentes, datas de entrega para remessa de suprimentos e b) A etiqueta empresarial trata de aspectos do planejamento
requisitos de produção. eficiente de uma reunião, como o modo de não reter desnecessa-
II. CRM é uma rede de organizações e processos de ne- riamente colaboradores em um evento quando poderiam estar de-
gócios para selecionar matérias-primas, transformá-las em senvolvendo outra atividade.
produtos intermediários e acabados e distribuir os produtos c) Na eventualidade de se estar em meio a uma conversação,
acabados aos clientes. no ambiente de trabalho, que tenha demorado mais que o neces-
III. Sistemas de CRM capturam e integram dados do sário, deve-se mudar abruptamente de assunto, de modo a deixar
cliente provenientes de toda a organização, consolidam e ana- clara a necessidade da finalização da conversa.
lisam esses dados e depois distribuem os resultados para vários d) Etiqueta empresarial está restrita ao modo de se portar à
sistemas e pontos de contato com o cliente espalhados por toda mesa em uma reunião de negócios, à postura ao sentar-se e à for-
a empresa. ma de se falar ao telefone com clientes, fornecedores, colegas e
IV. Pacotes de software CRM mais abrangentes contêm superiores no trabalho.
módulos para gerenciamento com o relacionamento com o
parceiro (PRM) e gerenciamento de relacionamento com o 08. (FCC - 2011 - BB - Escriturário) A diferença entre as
funcionário (ERM). percepções do cliente quanto aos benefícios e aos custos da
Está correto o que se afirma APENAS em: compra e uso de produtos e serviços é denominada:
A. I e II. a) mix marketing.
B. II e III. b) valor para o cliente.
C. III e IV. c) benchmarking.
D. II, III e IV. d) publicidade.
E. IV. e) brand equity.
Didatismo e Conhecimento 20
ATENDIMENTO
GABARITO
01 A
02 B
03 C
04 C
05 D
06 E
07 B
08 B
Didatismo e Conhecimento 21
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
O mercado financeiro, onde se processam essas transações, per-
Prof. Silvana Guimarães mite que um agente econômico (um indivíduo ou uma empresa, por
exemplo), sem perspectivas de aplicação em algum empreendimento
Graduada em Direito. Especialização em Gestão Empresarial. próprio, da poupança que é capaz de gerar (denominado agente econô-
Consultora em Gestão de Projetos e Desenvolvimento Compor- mico superavitário), seja colocado em contato com outro, cujas pers-
tamental pectivas de investimento superem as respectivas disponibilidades de
poupança (denominado agente econômico deficitário).
Para que possamos entender por que sistemas financeiros são or-
ganizados de forma tão diferenciada nos diversos países, as qualidades
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – e limitações de cada tipo de sistema financeiro, e sua evolução, é preci-
ESTRUTURA E FUNÇÕES so conhecer as razões materiais que levaram à criação de cada tipo de
AUTORIDADES MONETÁRIAS – sistema, mas também, e principalmente, sua história e a da sociedade
ESTRUTURA E FUNÇÕES em que se insere.
Com este propósito, seguem-se alguns tópicos sobre a formação
do Sistema Financeiro Nacional, a sua evolução recente e a sua estru-
tura atual.
Depois de uma breve síntese, faremos uma abordagem mais deta- A Evoluçäo do Sistema Financeiro Nacional (SFN) até 1964/65
lhada sobre o sistema financeiro nacional. Do Império aos Primeiros Anos da República
A função do Sistema Financeiro Nacional-SFN é a de ser um con- O surgimento da intermediaçäo financeira no Brasil coincide com
junto de órgãos que regulamenta, fiscaliza e executa as operações ne- o término do período colonial, no decurso do qual prevaleceram idEias
cessárias à circulação da moeda e do crédito na economia. É composto e procedimentos de política econômica mercantilista, que bloqueavam
por diversas instituições. Se o dividirmos, teremos dois subsistemas. quaisquer iniciativas que promovessem o desenvolvimento da colônia,
O primeiro é o normativo, formado por instituições que estabelecem conforme os interesses da Coroa portuguesa. As grandes companhias
as regras e diretrizes de funcionamento, além de definir os parâmetros de comércio dominavam o cenário econômico do Brasil colonial, exer-
para a intermediação financeira e fiscalizar a atuação das instituições cendo grande influência, não só na distribuição como no próprio finan-
operativas. Tem em sua composição: o Conselho Monetário Nacional ciamento da produção interna.
(CMN), o Banco Central do Brasil (Bacen), a Comissão de Valores Com a transferência da família real para o Brasil, em 1808, cria-
Mobiliários (CVM) e as Instituições Especiais (Banco do Brasil, BN- ram-se as pré-condiçöes necessárias para o surgimento da intermedia-
DES e Caixa Econômica Federal). çäo financeira no país, mediante a constituição de bancos comerciais.
O segundo subsistema é o operativo. Em sua composição estão Com a abertura dos portos, com a celebração de novos acordos comer-
as instituições que atuam na intermediação financeira e tem como fun- ciais e com a articulação de relações econômicas e financeiras com a
ção operacionalizar a transferência de recursos entre fornecedores de Europa, as colônias africanas e asiáticas e diversos países sul-ameri-
fundos e os tomadores de recursos, a partir das regras, diretrizes e parâ- canos, tornou-se necessária a implantação de um mercado financeiro
metros definidos pelo subsistema normativo. Estão nessa categoria as capaz de dar assistência às atividades de importação e exportação.
instituições financeiras bancárias e não-bancárias, o Sistema Brasileiro Estabelecidas estas pré-condições, foi então criada, em outubro de
de Poupança e Empréstimo (SBPE), além das instituições não finan- 1808, a primeira instituiçäo financeira do país, o Banco do Brasil, cujas
ceiras e auxiliares. operaçöes seriam iniciadas só um ano depois, em 1809, devido, prin-
A atuação das instituições que integram o subsistema operativo é cipalmente, às dificuldades de subscrição do capital mínimo requerido
caracterizada pela sua relação de subordinação à regulamentação esta- para o início de suas atividades. As operaçöes permitidas abrangiam,
belecida pelo CMN e pelo Bacen. As instituições podem sofrer pena- privilegiadamente, o desconto de letras de câmbio, o depósito de me-
lidades caso não cumpram as normas editadas pelo CMN. As multas tais preciosos, papel-moeda e diamantes, a emissäo de notas bancárias,
vão desde as pecuniárias até a própria suspensão da autorização de a captaçäo de depósitos a prazo, o monopólio da venda de diamantes,
funcionamento dessas instituições e seus dirigentes.1 pau-brasil e marfim e o direito exclusivo das operaçöes financeiras do
governo.
O Sistema Financeiro Nacional Devido ao fraco desempenho da economia de exportação no iní-
Conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros cio do Império e ainda ao fato do Banco do Brasil converter-se em
que visam transferir recursos dos agentes econômicos (pessoas, em- fornecedor de recursos não lastreados para o governo, a continuidade
presas, governo) superavitários para os deficitários. de suas operaçöes tornou-se insustentável com a volta de Dom Joäo VI
a Portugal em 1821. Esse monarca teria recambiado para Portugal boa
Sistemas financeiros são definidos pelo conjunto de mercados fi- parte do lastro metálico depositado no banco, com o que se enfraque-
nanceiros existentes numa dada economia, pelas instituições financei- ceu a já abalada confiança nessa primeira instituição financeira no país.
ras participantes e suas inter-relações e pelas regras de participação e Oito anos depois, em 1829, após insustentável período crítico, seria au-
intervenção do poder público nesta atividade. Uma conceituação mais torizada a liquidaçäo do primeiro Banco do Brasil, cujas operaçöes se
abrangente de sistema financeiro poderia ser a de um conjunto de insti- encerraram definitivamente em 1835, a despeito das muitas tentativas
tuições dedicado ao trabalho de propiciar condições satisfatórias para a empreendidas para evitar sua extinçäo.
manutenção de um fluxo de recursos entre poupadores e investidores. Em vez de cumprir funções básicas de intermediação para o cres-
cimento das atividades produtivas internas, este banco converteu-se
1 Fonte: https://www.febraban.org.br em fornecedor de recursos para pagar as despesas governamentais,
basicamente decorrentes das compensaçöes devidas a Portugal em
Didatismo e Conhecimento 1
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
funçäo do reconhecimento da independência do Brasil, das despesas Os esforços de estabilizaçäo pós-encilhamento levaram o sistema
militares com a guerra no sul do país (anexação da Província Cispla- bancário do país, inclusive o Banco do Brasil, a enfrentar dificulda-
tina) e dos gastos com a criaçäo de um exército e de uma marinha de des operacionais. Resultaram daí novas fusöes bancárias, envolven-
guerra (Lopes & Rossetti, p.308). do o próprio Banco do Brasil, que em 1892 se incorporou ao Banco
Em 1833, foi aprovada a criaçäo de um segundo Banco do Brasil. da República dos Estados Unidos do Brasil, resultando no Banco da
Mas, em virtude dos traumas decorrentes do insucesso da experiência República do Brasil. Verificaram-se outras fusöes e incorporaçöes,
pioneira, näo se conseguiu a subscriçäo do capital mínimo exigido para notadamente nos cinco primeiros anos do século, quando, entäo, näo
sua instalaçäo. resistindo à recessäo econômica do período, muitas casas bancárias fo-
Em 1836 foi estabelecido o primeiro banco comercial privado do ram liquidadas. O próprio Banco da República do Brasil (o quarto a
país, o Banco do Ceará, que, entretanto, encerrou suas atividades em funcionar) foi também liquidado em 1905.
1839, basicamente em função da concessäo de créditos a longo prazo, A partir de 1906, ao final da crise financeira do início do século, a
sem que houvesse captaçöes de recursos também resgatáveis a longo intermediaçäo financeira no país voltou gradativamente à normalidade.
prazo. Nesse ano foram reativadas as operaçöes do Banco do Brasil, o quinto
Havia, entretanto, condiçöes para que se implantassem no país a funcionar sob esta denominaçäo (Lopes & Rossetti, p.310).
atividades de intermediaçäo financeira, sobretudo se ligadas ao setor O Período das Guerras e da Depressäo
cafeeiro e aos projetos financeiramente viáveis no setor de infra-estru- O período que se estende de 1914 a 1945 apresentou considerável
tura econômica. Assim, em 1838, um grupo privado criou e estabele- importância no quadro da intermediaçäo financeira no Brasil. Entre os
ceu o Banco Comercial do Rio de Janeiro. A solidez e o crescimento principais, são destacados os seguintes:
dessa instituição ensejaram o surgimento, em outras praças, de outras • expansäo do sistema de intermediaçäo financeira de curto e
instituições congêneres, como o Banco da Bahia (1845), o Banco do médio prazos no país;
Maranhão (1847) e o Banco de Pernanbuco (1851). • disciplinamento, integração e ampliaçäo do nível de segu-
Também em 1851 foi constituído o terceiro Banco do Brasil (o rança da intermediaçäo financeira no país, mediante a criaçäo da Inspe-
segundo a funcionar com este nome), por iniciativa do Baräo de Mauá. toria Geral dos Bancos (1920), posteriormente substituída pela Caixa
Dois anos depois, em 1853, verificar-se-ia no país a primeira expe- de Mobilizaçäo e Fiscalizaçäo Bancária (1942), a instalaçäo da Câma-
riência de fusäo bancária: os Bancos Comercial do Rio de Janeiro e do ra de Compensaçäo (1921) e a implantaçäo da Carteira de Redescontos
Brasil fundiam-se com o objetivo de criar um novo estabelecimento, do Banco do Brasil (1921);
sob a denominação de Banco do Brasil (o quarto estabelecimento sob • elaboraçäo de projetos com vista à criaçäo de instituiçöes es-
esta denominação e o terceiro a funcionar efetivamente). Surgiram, na pecializadas no financiamento de longo prazo. Mas a vigência da Lei
mesma época, novas casas bancárias, também com autorização para da Usura, de 1933, que estabelecia um teto máximo de 12% ao ano
emissão de notas bancárias, como o Banco Comercial e Agrícola e o para a taxa nominal de juros, teria retardado o surgimento espontâneo
Banco Rural e Hipotecário (ambos no Rio de Janeiro), o Banco da Pro- de intermediários financeiros bancários ou näo bancários dispostos a
víncia do Rio Grande do Sul e o Banco Comercial do Pará. operar a longos prazos em um contexto de inflaçäo crescente (a cria-
A partir do início da década de 1860, as atividades de intermedia- ção do Banespa, em São Paulo, e do Banrisul (então BERGS), no Rio
çäo financeira no país seriam ampliadas, com a chegada dos primei-
Grande do Sul, ocorreu nessa época);
ros bancos estrangeiros. Os dois primeiros (ambos em 1863) foram
• início de estudos e esforços convergentes para a criaçäo de
o London & Brazilian Bank e o The Brazilian and Portuguese Bank.
um Banco Central no país.
À mesma época (1866), capitalistas alemães fundaram o Deutsche
A captação de recursos e os empréstimos concedidos pelos
Brasilianische Bank, cujas atividades foram encerradas em 1875, após
bancos comerciais elevaram-se de forma consistente durante todo o
acirrada concorrência com os bancos ingleses que operavam no país.
No final do Império, a libertação dos escravos (1888) alterou período, não obstante a interrupção (não muito acentuada) nos anos
substancialmente a ordem econômica e financeira do país. A liberda- da Grande Depressão.
de concedida a 800.000 escravos aniquilou fortunas rurais, motivou Do Pós-Guerra às Reformas de 1964-65
perdas de 40% a 50% das colheitas, provocou a escassez e a inflação O período que se estende de 1945 a 1964 é geralmente conside-
e motivou um primeiro surto de industrialização. Ainda no Império, rado como de transição entre a estrutura ainda simples de intermedia-
para atender às pressões por maior volume de crédito, em virtude da ção financeira que se firmou ao longo da primeira metade do século
expansão da massa salarial e das necessidades de financiamento dos e a complexa estrutura montada a partir das reformas institucionais
novos empreendimentos, o poder emissor, que se encontrava a cargo de 1964-65. Nesses vinte anos de transiçäo, em paralelo às mudanças
do Tesouro, foi estendido aos bancos. que se observaram em toda a estrutura da economia do país, o sistema
Este clima econômico e financeiro prosseguiu nos primeiros anos financeiro nacional foi objeto de marcantes transformaçöes. As princi-
do governo republicano. Embora a criação de meios de pagamento te- pais foram:
nha sido redisciplinada, a expansão imoderada de crédito não foi inter- • a consolidaçäo e penetraçäo no espaço geográfico da rede de
rompida. No entanto, em seguida a um curto período de crescimento intermediaçäo financeira de curto e médio prazos, com a expansäo do
acelerado, não tardaram a aparecer focos de especulaçäo. Houve o en- número de agências bancárias nas diferentes regiöes do país;
cilhamento (1889/91), período caracterizado pela galopante expansão • a implantaçäo de órgäo normativo, de assessoria e de fisca-
dos meios de pagamento, pela excitação das atividades de intermedia- lizaçäo do sistema financeiro, como primeiro passo para a criaçäo de
ção financeira e por decorrente surto inflacionário. um banco central no país, a Superintendência da Moeda e do Crédito
Após o Encilhamento, o país foi conduzido a uma fase de contra - SUMOC;
-reforma (1892-1906), caracterizada, nos três primeiros anos, por um • a criaçäo de uma instituiçäo de fomento, o Banco Nacio-
esforço de estabilização e, nos dois anos subseqüentes, por breve rela- nal de Desenvolvimento Econômico - BNDE, para a centralizaçäo e
xamento da austeridade implantada e, finalmente, já então na virada do a canalizaçäo de recursos de longo prazo, inicialmente destinados à
século, por generalizada recessão. implantaçäo de infra-estrutura no país;
Didatismo e Conhecimento 2
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• a criaçäo de instituiçöes financeiras de apoio a regiöes caren- • Lei n. 4.595, de 31.12.64 (Lei da Reforma do Sistema Fi-
tes, como o Banco do Nordeste do Brasil - BNB, o Banco de Crédito nanceiro Nacional), que dispôs sobre a política e as instituiçöes mone-
da Amazônia e, já no final do período, o Banco Regional de Desenvol- tárias, bancárias e creditícias, criou o Conselho Monetário Nacional-
vimento do Extremo Sul - BRDE; CMN e o Banco Central do Brasil e foi a base da reforma bancária,
• desenvolvimento espontâneo de companhias de crédito, fi- reestruturando o sistema financeiro nacional, mediante o estabeleci-
nanciamento e investimento, para a captaçäo e aplicaçäo de recursos mento de normas operacionais, rotinas de funcionamento e procedi-
em prazos compatíveis com a crescente demanda de crédito para o mentos de qualificação aos quais as entidades do sistema deveriam se
consumo de bens duráveis e bens de capital, em decorrência da im- subordinar, bem como definiu as características e as áreas específicas
plantaçäo de novos setores industriais no país, produtores desses bens de atuaçäo das instituiçöes financeiras. Esta lei reordenou os órgãos
(Lopes; Rossetti, p.315). de aconselhamento e de gestão da política monetária, do crédito e das
Arrecadação de Tributos e Pagamento de Benefícios finanças públicas, até então concentrados no Ministério da Fazenda,
Até a década de 60, quase todo o relacionamento entre população na Superintendëncia da Moeda e do Crédito-SUMOC e no Banco do
e órgãos públicos era feito diretamente entre as partes. Cada entidade Brasil, estrutura esta que não mais suporava os crescentes encargos e
mantinha a própria estrutura para arrecadação de impostos e taxas de responsabilidades da condução da política econômica.
serviços, ou para o pagamento de benefícios. Assim, na maioria dos • Lei n. 4.728, de 14.07.65 (Lei do Mercado de Capitais), que
municípios, eram mantidas as Coletorias Federais e Estaduais. As em- disciplinou e reformou o mercado de capitais, bem como estabeleceu
presas de serviços públicos (luz, água, gás e telefone), por sua vez, medidas para seu desenvolvimento. Estabeleceu normas e regulamen-
mantinham órgãos específicos para a arrecadação das taxas que lhes tos básicos para a estruturação de um sistema de investimentos destina-
eram devidas. Por outro lado, os bancos constituíam-se em pequenas do a apoiar o desenvolvimento nacional e atender à crescente demanda
redes de agências, voltadas basicamente para os serviços de depósi- por crédito. O problema de popularização do investimento estava con-
tos e descontos. As funções de caixa e empréstimo a clientes eram os tido na nítida preferência dos investidores por imóveis de renda e de
objetivos únicos da empresa bancária. Com o desenvolvimento da reserva de valor. Ao governo interessava a evolução dos níveis de pou-
sociedade brasileira, a crescente complexidade das relações econômi- pança internos e o seu direcionamento para investimentos produtivos.
cas e o aumento na execução de serviços públicos e na concessão de A partir desses institutos legais, o sistema financeiro brasileiro
benefícios, os sistemas de arrecadação próprios passaram a consumir
passou a contar com maior e mais diversificado número de intermediá-
recursos crescentes. Por outro lado, para os bancos, o desenvolvimen-
rios financeiros näo bancários, com áreas específicas e bem determi-
to da economia possibilitou a disseminação de sua rede de agências
nadas de atuaçäo. Ao mesmo tempo, foi significativamente ampliada
por todo o território nacional, para atender à crescente necessidade de
a pauta de ativos financeiros, abrindo-se novo leque de opçöes para
transferência de ativos financeiros entre as entidades econômicas. Es-
captaçäo e aplicaçäo de poupanças e criando-se, assim, condiçöes mais
truturados para processar com rapidez as transferências de numerário,
os bancos passaram a substituir as coletorias e postos de recebimento efetivas para a ativaçäo do processo de intermediaçäo.
de taxas de serviços públicos e pagamentos de benefícios, servindo de As reformas bancária e do mercado de capitais foram inspiradas
intermediários entre os órgãos públicos e o contribuinte. no sistema norte-americano de organização do sistema financeiro, vol-
As Reformas de 1964-65 e a Evolução Posterior do SFN tando-se para a especialização das instituições. Apesar desta opção, em
A próxima fase da evolução da intermediação financeira no país virtude de condicionamentos econômicos e, em especial, da necessida-
inicia-se no biênio 1964-65, com quatro leis, que introduziram profun- de de buscar economia de escala e melhor racionalização do sistema,
das alteraçöes na estrutura do sistema financeiro nacional: os bancos comerciais passaram a assumir o papel de líderes de grandes
• Lei n. 4.357, de 1964 (Lei da Correção Monetária), que ins- conglomerados, no âmbito do qual atuavam coordenadamente diver-
tituiu normas para a indexação de débitos fiscais, criou títulos públicos sas instituições especializadas nas diferentes modalidades financeiras
federais com cláusula de correção monetária (ORTN), destinados a an- que, embora com grande número de pequenos bancos regionais, pas-
tecipar receitas, cobrir déficit público e promover investimentos. Esta saram a deter o maior volume de negócios de intermediação financeira
foi a solução buscada para o problema da limitação da taxa de juros e prestação de serviços.
em 12% ao ano, imposta pela Lei da Usura, ao lado da persistência Nos anos subsequentes foram instituídas outras leis importantes
de inflação anual acima desse patamar, o que limitava a capacidade para o reordenamento institucional do Sistema Financeiro Nacional,
do poder público financiar-se mediante a emissão de títulos próprios, quais sejam:
restando-lhe apenas a emissão primária de moeda. • Lei n. 6385, de 1976 (Lei da CVM), que criou a Comissão
• Lei n. 4.380, de 21.08.64 (Lei do Plano Nacional da Habi- de Valores Mobiliários-CVM, transferindo do Banco Central a respon-
tação), que instituiu a correçäo monetária nos contratos imobiliários, sabilidade pela regulamentação e fiscalização das atividades relacio-
criou o Banco Nacional da Habitaçäo-BNH e institucionalizou o Siste- nadas ao mercado de valores mobiliários (ações, debêntures etc.). Esta
ma Financeiro da Habitaçäo, criou as Sociedades de Crédito Imobiliá- lei deu solução à falta de uma entidade que absorvesse a regulação e
rio e as Letras Imobiliárias. O BNH tornou-se o órgão gestor do Siste- fiscalização do mercado de capitais, especialmente no que se referia às
ma Brasileiro de Habitação (também denominado Sistema Brasileiro sociedades de capital aberto.
de Poupança e Empréstimo-SBPE), destinado a fomentar a construção • Lei n. 6.404, de 1976 (Lei das Sociedades Anônimas), que
de casas populares e obras de saneamento e infraestrutura urbana, com estabeleceu regras quanto às características, forma de constituição,
moeda própria (UPC-Unidade Padrão de Capital) e seus próprios ins- composição acionária, estrutura de demonstrações financeiras, obriga-
trumentos de captação de recursos: Letras Hipotecárias, Letras Imo- ções societárias, direitos e obrigações de acionistas e órgãos estatutá-
biliárias e Cadernetas de Poupança. Posteriormente, a esses recursos rios e legais. Esta lei veio ao encontro da necessidade de atualização
foram adicionados os do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço- da legislação sobre as sociedades anônimas brasileiras, especialmente
FGTS. Esta lei buscou incentivar a criação de empregos na construção quanto aos aspectos de composição acionária, negociação de valores
civil, como solução para o emprego de mão-de-obra não qualificada, mobiliários (ações, debêntures etc.) e modernização do fluxo de in-
no cenário econômico de recessão que caracterizou os anos 1960. formação.
Didatismo e Conhecimento 3
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• Lei n. 10.303, de 2001 (Nova Lei das S.A.), Decreto 3.995 e As demais instituiçöes de intermediaçäo, bancárias, näo bancárias
MP 8 (estes de 2002), que consolidam os dispositivos da Lei da CVM e e auxiliares, passaram a operar em segmentos específicos dos merca-
da Lei das S.A., melhorando a proteção aos minoritários e dando força dos monetário, de crédito, de capitais e cambial, subordinando-se às
à ação da CVM como órgão regulador e fiscalizador do mercado de normas emanadas dos órgäos superiores.
capitais, incluindo os fundos de investimento e os mercados de deriva- Atualmente, a estrutura institucional do Sistema Financeiro Na-
tivos. A quesão associada a esta legislação é que o mercado de capitais cional está composta na forma apresentada a seguir, conforme o site do
cada vez mais perdia espaço para o exterior pela ausência de proteção Banco Central do Brasil na internet.
ao acionista minoritário e insegurança quanto às aplicações financeiras. Órgãos Normativos
O elenco de normas e a disciplina operacional säo impostos ao sis- Conselho Monetário Nacional - CMN
tema por meio de resoluçöes, circulares, instruçöes e atos declaratórios, Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP
direta ou indiretamente decorrentes de decisöes do CMN. O conjunto Conselho de Gestão de Previdência Complementar – CGPC
destes atos normativos compõe o MNI - Manual de Normas e Instru- Entidades Supervisoras
ções do Banco Central do Brasil. Banco Central do Brasil – Bacen e Comissão de Valores Mobiliá-
A estrutura do SFN emergente da reforma de 1964/65 foi a se- rios – CVM (vinculados ao CMN)
guinte: Superintendência de Seguros Privados – Susep e IRB – Brasil
Sistema Financeiro Nacional: Resseguros (vinculados ao CNSP)
Autoridades Monetárias Secretaria de Previdência Complementar – SPC (vinculada ao
Autoridades de Apoio CGPC)
Instituições Financeiras
Operadores (Supervisionados pelo Bacen)
Autoridades Monetárias:
Instituições Financeiras Captadoras de Depósitos à Vista
Conselho Monetário Nacional: Comissöes Consultivas
Bancos Múltiplos (inclusive o Banco do Brasil)
Banco Central do Brasil
Autoridades de Apoio: Bancos Comerciais
Comissäo de Valores Mobiliários Caixa Econômica Federal
Banco do Brasil S/A Cooperativas de Crédito (e Bancos Cooperativos)
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Demais Instituições Financeiras
Instituições Financeiras: Agências de Fomento
Bancos Comerciais Públicos e Privados Associações de Poupança e Empréstimo
Bancos Estaduais de Desenvolvimento Bancos de Desenvolvimento
Bancos Regionais de Desenvolvimento Bancos de Investimento
Banco Nacional da Habitaçäo (BNH) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN-
Caixa Econômica Federal (CEF) DES)
Caixas Econômicas Estaduais Companhias Hipotecárias
Sociedades de Crédito Imobiliário Cooperativas Centrais de Crédito
Associaçöes de Poupança e Empréstimo Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento
Cooperativas Habitacionais Sociedades de Crédito Imobiliário
Soc. de Créd. Financ. e Investimento Sociedades de Crédito ao Microempreendedor
Bancos de Investimento Outros Intermediários Financeiros e Administradores de Recur-
Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC) sos de Terceiros
Cooperativas de Crédito Administradores de Consórcio
Bolsas de Valores Sociedades de Arrendamento Mercantil
Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários Sociedades Corretoras de Câmbio
Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários
Seguradoras Sociedades de Crédito Imobiliário
Outras Instituiçöes Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários
Operadores (Supervisionados pela CVM)
Na cúpula do subsistema normativo encontra-se, desde então, o
Bolsas de Mercadorias e de Futuros
Conselho Monetário Nacional. Abaixo, encontram-se o Banco Cen-
Bolsas de Valores
tral do Brasil e a Comissäo de Valores Mobiliários (criada pela Lei
n. 6.385, de 07.12.76). Esses órgäos normativos regulam, controlam Operadores (Supervisionados pela Susep e IRB)
e fiscalizam as instituiçöes de intermediaçäo, disciplinando todas as Sociedades Seguradoras
modalidades de operaçöes de crédito, ativas e passivas, assim como a Sociedades de Capitalização
emissäo e distribuiçäo de valores mobiliários. Entidades Abertas de Previdência Complementar
Cabe ainda assinalar que se estabeleceram relaçöes estreitas en- Operadores (Supervisionados pela SPC)
tre o subsistema normativo e os agentes especiais do subsistema de Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Fundos de
intermediaçäo, porque a regulaçäo e o controle do subsistema de in- Pensão)
termediaçäo näo se realizam apenas por meio das normas legais expe- Sistemas de Liquidação e Custódia
didas pelas autoridades monetárias, mas também “pela oferta seletiva Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC
de crédito, levada a efeito pelo Banco do Brasil e pelo Banco Nacional Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos – CE-
de Desenvolvimento Econômico e Social” (Barbosa, op.cit. Lopes e TIP
Rossetti). Caixas de Liquidação e Custódia
Didatismo e Conhecimento 4
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
No que tange às instituições financeiras, a Lei da Reforma Ban- • regular a constituição, organização, funcionamento e fisca-
cária (4.595/64), art. 17, caracteriza-as da seguinte forma: “Conside- lização dos agentes que exercem atividades subordinadas ao Sistema
ram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, Nacional de Seguros Privados, inclusive aplicar penalidades;
as pessoas jurídicas públicas e privadas, que tenham como atividade • fixar itens gerais dos contratos de seguro, previdência priva-
principal ou acessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de da aberta, capitalização e resseguro;
recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou • prescrever os critérios de constituição das Sociedades Segu-
estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros”. radoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e
Em complemento, no seu parágrafo único, estabelece: “Para os Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respec-
efeitos desta Lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições tivas operações e disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de
financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades corretor.
referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual”.
O Conselho de Gestão de Previdência Complementar (CGPC)
Os Órgãos Normativos (autoridades monetárias) do SFN É um órgão colegiado que integra a estrutura do Ministério da
O Conselho Monetário Nacional Previdência Social e cuja competência é regular, normatizar e coor-
Como órgão normativo, por excelência, não lhe cabem funções denar as atividades das Entidades Fechadas de Previdência Comple-
executivas, sendo o responsável pela fixação das diretrizes da política mentar (fundos de pensão). Também cabe ao CGPC julgar, em última
monetária, creditícia e cambial do País. Pelo envolvimento destas polí- instância, os recursos interpostos contra as decisões da Secretaria de
ticas no cenário econômico nacional, o CMN acaba transformando-se Previdência Complementar.
num conselho de política econômica.
Ao longo da sua existência, o CMN teve diferentes constituições As Entidades Supervisoras do SFN
de membros, de acordo com as exigências políticas e econômicas de O Banco Central do Brasil
cada momento, desde quatro membros, no governo Costa e Silva, até A Superintendência da Moeda e do Crédito, através da Lei n.
15 membros, no governo Sarney. A Medida Provisória no. 542, de 4.595, de 31.12.64, foi transformada em autarquia federal, tendo sede
30.06.94, que editou o Plano Real, simplificou a composição do CMN, e fôro na Capital da República, sob a denominaçäo de Banco Central
caracterizando seu perfil monetário, que passou a ser integrado pelos do Brasil. Além da sua sede em Brasília, o BC (ou Bacen) possui re-
seguintes membros: presentações regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza,
• Ministro da Fazenda (Presidente), Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. O Bacen pode ser conside-
rado como:
• Ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão,
• banco dos bancos;
• Presidente do Banco Central.
depósitos compulsórios;
redescontos de liquidez;
O CMN é a entidade superior do sistema financeiro, sendo sua
• gestor do Sistema Financeiro Nacional;
competência:
normas, autorizações, fiscalização, intervenção;
• adaptar o volume dos meios de pagamento às reais neces-
• executor da política monetária;
sidades da economia nacional e ao seu processo de desenvolvimento;
determinação da taxa Selic;
• regular o valor interno da moeda, prevenindo ou corrigindo
controle dos meios de pagamento (liquidez do mercado);
os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa; orçamento monetário, instrumentos de política monetária;
• regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço • banco emissor de moeda;
de pagamentos do país; emissão do meio circulante;
• orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras saneamento do meio circulante;
públicas ou privadas, de forma a garantir condições favoráveis ao de- • banqueiro do governo;
senvolvimento equilibrado da economia nacional; financiamento ao Tesouro Nacional (via compra e venda de
• propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instru- títulos públicos);
mentos financeiros, de forma a tornar mais eficiente o sistema de paga- administração da dívida pública interna e externa;
mento e mobilização de recursos; gestor e fiel depositário das reservas internacionais do país;
• zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financei- representante, junto às intituições financeiras internacionais,
ras; do Sistema Financeiro Nacional;
• coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, • centralizador do fluxo cambial;
fiscal e da dívida pública interna e externa; e normas, autorizações, registros, fiscalização, intervenção.
• estabelecer a meta de inflação. Em resumo, é por meio do BC que o estado intervém diretamente
no sistema financeiro e, indiretamente, na economia.
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) Para poder atuar como autoridade monetária plena, o Banco Cen-
É o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política tral exigiu cerca de 25 anos de aprimoramento. As dificuldades resi-
de seguros privados. É composto pelo Ministro da Fazenda (Presiden- diam no fato de, até a sua criação, as funções de banco central estarem
te), representante do Ministério da Justiça, representante do Ministério sendo exercidas pela Superintendência da Moeda e do Crédito, pelo
da Previdência Social, Superintendente da Superintendência de Segu- Banco do Brasil e pelo Tesouro Nacional. A Sumoc tinha a finalidade
ros Privados, representante do Banco Central do Brasil e representan- de exercer o controle monetário, a fiscalização dos bancos comerciais
te da Comissão de Valores Mobiliários. Dentre as funções do CNSP e a orientação da política cambial. O Banco do Brasil era o executor
estão: das normas estabelecidas pela Sumoc e exercia as funções de Banco
Didatismo e Conhecimento 5
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
do Governo Federal, controlador das operações de comércio exterior, Redefiniram-se os valores mobiliários sujeitos ao regime da nova
recebedor dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos co- Lei, como sendo:
merciais e, ainda, Banco de crédito agrícola, comercial e industrial. O • ações, debêntures e bônus de subscrição;
Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda. • cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de des-
Assim, o Banco Central do Brasil era o banco emissor, mas reali- dobramento de valores mobiliários;
zava as emissões em função das necessidades do Banco do Brasil. Era • certificados de depósito de valores mobiliários;
também o banco dos bancos, mas não detinha com exclusividade os • cédulas de debêntures;
depósitos das instituições financeiras. Era agente financeiro do Gover- • cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou
no, pois fora encarregado de administrar a dívida pública federal, mas de clubes de investimento em quaisquer ativos;
não era o caixa do Tesouro Nacional, tendo em vista que esta função • notas comerciais;
era atribuída ao Banco do Brasil. Também era o órgão formulador e • contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ati-
executor da política de crédito, mas não tinha o pleno controle do cré- vos subjacentes sejam valores mobiliários;
dito, porque outros organismos governamentais tinham idêntico poder. • outros contratos derivativos, independentemente dos ativos
Operacionalmente, os recursos do Banco Central eram acessados subjacentes; e,
automaticamente pelo Banco do Brasil, através da “Conta Movimen- • quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou
to”, para expansão do crédito e para o custeio do Governo. Até 1988, contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação,
as funções de autoridade monetária exercidas pelo Banco do Brasil fo- de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de
ram progressivamente transferidas ao Banco Central, e as atividades de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou
administração da dívida pública federal, que vinham sendo exercidas de terceiros.
pelo Banco Central, foram transferidas ao Tesouro Nacional.
A Comissäo de Valores Mobiliários Foram textualmente excluídos do regime da nova Lei:
A Comissäo de Valores Mobiliários-CVM foi criada pela Lei • os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal;
6.385, em 07/12/1976, e ficou conhecida como a Lei da CVM, pois, • os títulos cambiais de responsabilidade de instituição finan-
até aquela data, faltava uma entidade que absorvesse a regulação e a ceira, exceto as debêntures.
Em resumo, sob a ótica da Bovespa e da SOMA (Sociedade Ope-
fiscalização do mercado de capitais, especialmente no que se referia
radora do Mercado de Ativos), a CVM tem por objetivos fundamen-
às sociedades de capital aberto. A CVM fixou-se, portanto, como um
tais: a) estimular a aplicação de poupança no mercado acionário; b)
órgäo normativo do sistema financeiro, especificamente voltado para o
assegurar o funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores
desenvolvimento, a disciplina e a fiscalizaçäo do mercado de valores
e de outras instituições auxiliares que operam nesse mercado; c) pro-
mobiliários näo emitidos pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Na-
teger os titulares de valores mobiliários (notadamente os pequenos e
cional - basicamente, o mercado de açöes e debêntures, cupöes desses
minoritários) contra emissões irregulares e outros tipos de atos ilegais,
títulos e bônus de subscriçäo. É uma entidade auxiliar, autônoma e
que manipulem preços de valores mobiliários nos mercados primário e
descentralizada, mas vinculada, como autarquia, ao Governo Federal. secundário de ações; d) fiscalização da emissão, do registro, da distri-
A Lei 10.303, mais popularmente conhecida como a Nova Lei buição e da negociação de títulos emitidos pelas sociedades anônimas
das S.A., editada em 30/01/2001 consolidou e alterou os dispositivos de capital aberto.
da Lei 6.404, de 15/12/1976, Lei das Sociedades Anônimas, da Lei da A Superintendência de Seguros Privados (Susep)
CVM e das pequenas modificações em ambas introduzidas, anterior- É autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, responsável
mente, pela Lei 9.457, de 15/05/1997. pelo controle e fiscalização do mercado de seguro, previdência aberta
Os poderes fiscalizatório e disciplinador da CVM foram amplia- e capitalização. Dentre suas atribuições estão:
dos para incluir as Bolsas de Mercadorias e Futuros, as entidades do • fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e ope-
mercado de balcão organizado e as entidades de compensação e liqui- ração das sociedades seguradoras, de capitalização, entidades de pre-
dação de operações com valores mobiliários que, da mesma forma que vidência privada aberta e resseguradores, na qualidade de executora da
a Bolsa de Valores, funcionam como órgãos auxiliares da Comissão de política traçada pelo CNSP;
Valores Mobiliários. • atuar no sentido de proteger a captação de poupança popu-
Elas operam com autonomia administrativa, financeira e patri- lar que se efetua através das operações de seguro, previdência privada
monial e responsabilidade de fiscalização direta de seus respectivos aberta, de capitalização e resseguro;
membros e das operações com valores mobiliários que nelas realiza- • zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram
das, mas, sempre, sob a supervisão da CVM. o mercado;
Sob a disciplina e a fiscalização da CVM foram consolidadas as • disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entida-
seguintes atividades: des, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões téc-
• emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; nicas;
• negociação e intermediação no mercado de valores mobi- • cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer
liários; as atividades por este lhe delegadas;
• negociação e intermediação no mercado de derivativos; • prover os serviços de secretaria executiva do CNSP.
• organização, funcionamento e operações das Bolsas de Va-
lores; O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB)
• organização, funcionamento e operações das Bolsas de Mer- É sociedade de economia mista, com controle acionário da
cadorias e Futuros; União, jurisdicionada ao Ministério da Fazenda, que conta com o ob-
• auditoria das companhias abertas; jetivo de regular o cosseguro, o resseguro e a retrocessão, além de pro-
• serviços de consultor e analista de valores mobiliários. mover o desenvolvimento das operações de seguros no país.
Didatismo e Conhecimento 6
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
A Secretaria de Previdência Complementar (SPC) No período do pós-guerra até as reformas de 1964-65, a despeito
É um órgão do Ministério da Previdência Social, responsá- da criaçäo da SUMOC, o Banco do Brasil continuou exercendo fun-
vel por fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência çöes executivas de autoridade monetária, atuando como banco dos
complementar (fundos de pensão). A SPC se relaciona com os órgãos bancos, agente financeiro do governo, depositário e administrador das
normativos do sistema financeiro na observação das exigências legais reservas internacionais do país e emprestador de última instância do
de aplicação das reservas técnicas, fundos especiais e provisões que sistema financeiro.
as entidades sob sua jurisdição são obrigadas a constituir e que tem Após as reformas de 1964-65, o Banco do Brasil perdeu a maior
diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. À SPC parte das atribuiçöes típicas de um banco central, como a Carteira de
compete: Redescontos, a Caixa de Mobilizaçäo Bancária, a concessäo de crédi-
• propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência tos ao Tesouro Nacional. Com a reforma de 1986, e as conseqüentes
redefiniçöes de papéis do Bacen e do Banco do Brasil, este passou a
Complementar;
operar sob padröes bem próximos de um banco comercial qualquer.
• harmonizar as atividades das entidades fechadas de previ-
Hoje, o BB é um conglomerado financeiro de ponta, que, aos poucos,
dência privada com as políticas de desenvolvimento social e econômi- se ajustou à estrutura de um banco múltiplo tradicional, embora ainda
co-financeira do Governo; opere, em muitos casos, como agente financeiro do Governo Federal.
• fiscalizar, supervisionar, coordenar, orientar e controlar as É o principal executor da política oficial de crédito rural. Conserva,
atividades relacionadas com a previdência complementar fechada; ainda, funções que não são próprias de um banco comercial comum,
• analisar e aprovar os pedidos de autorização para constitui- mas típicas do parceiro principal do governo federal na prestação de
ção, funcionamento, fusão, incorporação, grupamento, transferência serviços bancários, como:
de controle das entidades fechadas de previdência complementar, bem • administrar a Câmara de Compensação de cheques e outros
como examinar e aprovar os estatutos das referidas entidades, os regu- papéis;
lamentos dos planos de benefícios e suas alterações; • efetuar os pagamentos e suprimentos necessários à execução
• examinar e aprovar os convênios de adesão celebrados por do Orçamento Geral da União;
patrocinadores e por instituidores, em como autorizar a retirada de • a aquisição e o financiamento dos estoques de produção ex-
patrocínio e decretar a administração especial em planos de benefícios portável;
operados pelas entidades fechadas de previdência complementar, bem • agenciamento dos pagamentos e recebimentos fora do país;
como propor ao Ministro a decretação de intervenção ou liquidação • a execução da política de preços mínimos dos produtos agro-
das referidas entidades. pastoris;
• a execução do serviço da dívida pública consolidada;
• a realização, por conta própria, de operações de compra e
Alguns Operadores do SFN
venda de moeda estrangeira e, por conta do BC, nas condições estabe-
Os Bancos Múltiplos
lecidas pelo CMN;
Após as reformas do início dos anos 1960, a mais significativa • o recebimento, a crédito do Tesouro Nacional, das impor-
mudança introduzida no Sistema Financeiro Nacional foi a instituiçäo tâncias provenientes da arrecadação de tributos ou rendas federais; e,
dos Bancos Múltiplos, pela Resoluçäo n. 1.524, de 21.09.1988, do • como principal executor dos serviços bancários de interesse
Banco Central do Brasil. Por esta resoluçäo, foi facultado aos bancos do Governo Federal, inclusive suas autarquias, receber em depósito,
comerciais, bancos de desenvolvimento, bancos de investimento, so- com exclusividade, as disponibilidades de quaisquer entidades fede-
ciedades de crédito imobiliário e sociedades de crédito, financiamento rais, compreendendo as repartições de todos os ministérios civis e mili-
e investimento a organizaçäo opcional em uma única instituiçäo finan- tares, instituições de previdência e outras autarquias, comissões, depar-
ceira, através de processos de fusäo, incorporaçäo, cisäo e transforma- tamentos, entidades em regime especial de administração e quaisquer
çäo - ou ainda por constituiçäo direta. Os bancos múltiplos passaram a pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por adiantamentos.
operar em todos os segmentos do sistema de intermediaçäo financeira,
mediante as seguintes carteiras especiais, sem vinculação entre as fon- Os Bancos Comerciais
tes de recursos captados e as suas aplicaçöes: Os bancos comerciais se dedicam à captação e aplicação de recur-
• carteira comercial; sos financeiros em operações de curto e médio prazos, normalmente de
• carteira de desenvolvimento (no caso de bancos múltiplos até um ano, bem como prestam serviços de pagamentos e recebimen-
públicos); tos ao público em geral, a partir de uma estrutura descentralizada que
• carteira de investimentos (no caso de bancos múltiplos pri- é proporcionada por sua capacidade de abrir agências bancárias. No
Brasil, atualmente, os bancos comerciais geralmente estão integrados
vados);
em uma estrutura de banco múltiplo, a partir da qual exercem, total
• carteira de crédito imobiliário;
ou parcialmente, uma diversificada gama de operações monetárias e
• carteira de crédito, financiamento e investimento; financeiras.
• carteira de arrendamento mercantil. Para atender aos seus objetivos, os bancos comerciais podem: a)
descontar títulos; b) realizar operações de abertura de crédito simples
O Banco do Brasil ou em conta corrente (contas garantidas); c) realizar operações espe-
O Banco do Brasil (BB) teve uma função típica de autoridade ciais, inclusive de crédito rural, de câmbio e comércio internacional;
monetária até janeiro de 1986, quando, por decisão do CMN, foi supri- d) captar depósitos à vista e a prazo e recursos nas instituições oficiais,
mida a conta movimento, que colocava o BB na posição privilegiada para repasse aos clientes; e) obter recursos externos para repasse; e
de banco co-responsável pela emissão de moeda, via ajustamento das f) efetuar a prestação de serviços, inclusive mediante convênio com
contas das autoridades monetárias e do Tesouro Nacional. outras instituições.
Didatismo e Conhecimento 7
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
É importante frisar que a captação de depósitos à vista, que nada participação de não-cooperados) e centrais de cooperativas, bem como
mais são do que as contas correntes livremente movimentáveis, é a de federações e confederações de cooperativas de crédito, com atuação
atividade básica dos bancos comerciais, configurando-os como insti- restrita à Unidade da Federação de sua sede, cujo Patrimônio de Refe-
tuições financeiras monetárias. Tal captação de recursos, junto com a rência-PR deverá estar enquadrado nas regras do Acordo de Basiléia.
captação via CDB e RDB, cobrança de títulos e arrecadação de tributos Não podem participar no capital social de instituições financeiras auto-
e tarifas públicas, permite aos bancos repassar tais recursos aos seus rizadas a funcionar pelo BC, nem realizar operações de swap por conta
clientes, em especial às empresas, sob a forma de empréstimos que vão de terceiros.
girar a atividade produtiva (estoques, salários etc.). O Banco Central deu autorização para que as cooperativas
de crédito abrissem seus próprios bancos comerciais, podendo fazer
A Caixa Econômica Federal
tudo o que qualquer outro banco comercial faz: ter talão de cheques,
As caixas econômicas são instituições de cunho eminentemente
emitir cartão de crédito, fazer a compensação de documentos e, princi-
social, concedendo empréstimos e financiamentos a programas e pro-
jetos de assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urba- palmente, passar a administrar a carteira de crédito antes sob responsa-
nos e esporte, sendo seu único representante, hoje, a Caixa Econômica bilidade das cooperativas.
Federal, resultado da unificação, pelo Decreto-Lei 759, de 12/08/1969, Através da Resolução 2.788, de 30/11/2000, o BC renovou
das 23 Caixas Econômicas Federais até então existentes. as regras para a constituição de bancos cooperativos, cuja atuação deve
Suas origens confundem-se com as dos primeiros bancos comer- observar no cálculo do patrimônio líquido exigido os mesmos fatores
ciais. Estes, pela falta de interesse em captar pequenos valores e pelos e parâmetros estabelecidos pela regulamentação em vigor para os ban-
altos riscos dos empreendimentos em que se envolviam, afastavam cos comerciais e múltiplos.
os pequenos depositantes. Assim, surgida da iniciativa particular, a
primeira caixa econômica que se constituiu no país (Rio de Janeiro) As Cooperativas de Crédito
remonta a 1831, que näo obteve êxito. Em 1860, o Governo Imperial A Lei 5.764, de 16/12/1971, definiu a Política Nacional de
criou outra instituiçäo do gênero, que começou a operar em 1861 (que Cooperativismo como sendo a atividade decorrente das iniciativas li-
corresponde hoje à Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro). Em gadas ao sistema cooperativo, originárias de setor público ou privado,
1955, o Parlamento rejeitou projeto de lei para autorizar a caixa a con- isoladas ou coordenadas entre si, desde que reconhecido o seu interesse
ceder financiamentos para a casa própria, permanecendo suas opera- público, e instituiu o regime jurídico das sociedades cooperativas. Na
çöes limitadas ao atendimento de necessidades populares de curto pra- lei ficou estabelecido que celebram o contrato de sociedade cooperati-
zo. Atendendo a essa faixa de crédito, a caixa federal abriu agências em va as pessoas que, reciprocamente, se obrigam a contribuir com bens
todos os Estados da Uniäo. Ao mesmo tempo, devido a sua reduzida
ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito
flexibilidade operacional, ensejou o aparecimento de caixas estaduais,
comum, sem objetivo de lucro, e classificou as sociedades cooperati-
inicialmente em Säo Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina
e Goiás. Mas só a partir de 1964, com a instituiçäo do mecanismo da vas como:
correçäo monetária, com a criaçäo das cadernetas de poupança e com • singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20 (vin-
a integraçäo das caixas econômicas no SFH e no SBPE, é que as ativi- te) pessoas físicas, sendo excepcionalmente permitida a admissão
dades dessas instituiçöes foram dinamizadas. Hoje encontram-se todas de pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou correlatas
extintas, exceto a CEF. A CEF é uma instituição financeira res- atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins
ponsável pela operacionalização das políticas do Governo Federal para lucrativos;
habitação popular e saneamento básico, caracterizando-se cada vez • centrais de cooperativas ou federações de cooperativas, as
mais como o banco de apoio ao trabalhador de baixa renda. constituídas de, no mínimo, 3 (três) singulares, podendo, excepcional-
À CEF é permitido atuar nas áreas de atividades relativas a mente, admitir associados individuais.
bancos comerciais, sociedades de crédito imobiliário e de saneamento Quanto aos tipos de operações a que estão autorizadas, as coope-
e infra-estrutura urbana, além de prestação de serviços de natureza so- rativas de crédito podem:
cial, delegada pelo Governo Federal. • na ponta da captação: a) captar depósitos, somente de asso-
Suas principais atividades estão relacionadas com a captação ciados, sem emissão de certificado; b) obter empréstimos ou repasses
de recursos em cadernetas de poupança, em depósitos judiciais e a pra- de instituições financeiras nacionais ou estrangeiras; c) receber recur-
zo, e sua aplicação em empréstimos vinculados, preferencialmente à sos oriundos de fundos oficiais e recursos, em caráter eventual, isentos
habitação. Os recursos obtidos junto ao Fundo de Garantia por Tempo de remuneração, ou a taxas favorecidas, de qualquer entidade, na for-
de Serviço-FGTS são direcionados, quase na sua totalidade, para as
ma de doações, empréstimos ou repasses;
áreas de saneamento e infra-estrutura urbana.
• na ponta de empréstimos: a) conceder créditos e prestar ga-
A CEF exerce a administração de loterias, de fundos e de
programas, entre os quais destacavam-se o FGTS, o Fundo de Com- rantias, inclusive em operações realizadas ao amparo da regulamenta-
pensação de Variações Salariais-FCVS, o Programa de Integração ção do crédito rural, em favor de produtores rurais, somente a associa-
Social-PIS, o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social-FAS e o dos; b) aplicar recursos no mercado financeiro, inclusive em depósitos
Fundo de Desenvolvimento Social-FDS. à vista e a prazo, com ou sem a emissão de certificado, observadas
eventuais restrições legais e regulamentares específicas de cada apli-
Os Bancos Cooperativos cação;
O Banco Central, através da Resolução 2.193, de 31/08/1995, • na ponta de serviços: a) prestar serviços de cobrança, de
autorizou a constituição de bancos comerciais na forma de sociedades custódia, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros, sob
anônimas de capital fechado, com participação exclusiva de cooperati- convênio com instituições públicas e privadas; b) prestar serviços de
vas de crédito singulares, exceto as do tipo Luzzati (as que admitem a correspondente no país, nos termos da regulamentação em vigor.
Didatismo e Conhecimento 8
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Bancos de Investimento Agências de Fomento
As bases para a criaçäo de bancos de investimento no Brasil fo- A Resolução nº 2.828, de 30/03/2001, do Banco Central,
ram estabelecidas pela Lei n. 4.728/65, que disciplinou o mercado de estabeleceu as regras atuais que dispõem sobre a constituição e o fun-
capitais, fixou diretrizes para seu desenvolvimento, instituiu as condi- cionamento das agências de fomento. A expressão “Agência de Fo-
çöes de acesso a esse mercado e estruturou o sistema de distribuiçäo mento”, acrescida da indicação da unidade da federação que a controla,
de títulos ou valores mobiliários. Criados para canalizar recursos de deve constar, obrigatoriamente, da denominação social dessas socieda-
des.
médio e longo prazo para o suprimento de capital fixo ou de giro das
As agências de fomento somente podem praticar operações de
empresas privadas, os bancos de investimento operam em um segmen-
repasse de recursos captados no país e no exterior, orginários de: a)
to bem específico do sistema de intermediaçäo financeira, viabilizando fundos constitucionais; b) orçamentos federal, estaduais e municipais;
operaçöes diferenciadas, quanto aos prazos e montantes, das praticadas c) organismos e instituições financeiras nacionais e internacionais de
pelos bancos comerciais. desenvolvimento.
Em síntese, säo as seguintes as operaçöes ativas que podem ser Às agências de fomento são facultadas: a) a realização de
praticadas pelos BIs: a) empréstimos, a prazo mínimo de um ano, para operações de financiamento de capitais fixo e de giro associados a
financiamento de capital fixo; b) empréstimos, a prazo mínimo de um projetos na unidade da federação onde tenham sede; b) a prestação de
ano, para financiamento de capital de giro; c) aquisiçäo de açöes, obri- garantias, na forma da regulamentação em vigor; c) a prestação de ser-
gaçöes e quaisquer outros títulos e valores mobiliários, para investi- viços de consultoria e de agente financeiro; d) a prestação de adminis-
mento ou revenda no mercado de capitais (operaçöes de underwriting); trador de fundos de desenvolvimento, observado o disposto no artigo
d) repasses de empréstimos obtidos no exterior; e) prestaçäo de garan- 35 da Lei Complementar 101, de 04/05/2000.
tia em empréstimos no país ou provenientes do exterior; f) gestão de Às agências de fomento são vedados: a) o acesso a linhas de assis-
fundos de investimentos. tência financeira e de redesconto do Banco Central; b) o acesso à conta
Reservas Bancárias no Banco Central; c) a captação de recursos junto
Para atender a esse conjunto de operaçöes, os bancos de investi-
ao público, inclusive o de recursos externos; d) a contratação de depó-
mentos podem captar recursos no país e no exterior. A captaçäo inter- sitos interfinanceiros – DI – na qualidade de depositante ou depositária;
na é feita mediante depósitos a prazo fixo. Além disso, esses bancos e) a participação societária, direta ou indireta, no país ou no exterior,
repassam recursos de instituiçöes oficiais do país, notadamente do em outras instituições financeiras e em outras empresas coligadas ou
BNDES. Contam ainda com recursos decorrentes da colocaçäo, no controladas, direta ou indiretamente, pela unidade da federação que
mercado de capitais, de títulos e debêntures, assim como de venda de detenha seu controle.
quotas de fundos de investimento por eles administrados. As agência de fomento devem observar limites mínimos de capi-
tal realizado e patrimônio de referência – PR – de R$4 milhões e o seu
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social patrimônio líquido exigido – PLE – deve seguir as regras do Acordo
O BNDES é a instituição responsável pela política de investi- de Basiléia com um fator de alavancagem de recursos equivalente a
mentos de longo prazo do Governo Federal. É a principal instituição 3,3 vezes o PLE.
financeira de fomento do país e tem como objetivos: a) impulsionar
o desenvolvimento econômico e social do país; b) fortalecer o setor O Plano Real e o Ajuste do Sistema Financeiro Nacional
Desde o início do Plano Real, em julho de 1994, sabia-se que o
empresarial nacional; c) atenuar os desequilíbrios regionais, criando
novo ambiente de estabilização macroeconômica não seria condizen-
novos pólos de produção; d) promover o desenvolvimento integrado te com a dimensão que o sistema bancário havia alcançado, fruto de
das atividades agrícolas, industriais e de serviços; e) promover o cres- vários anos de inflação alta e desequilíbrios macroeconômicos. Esses
cimento e a diversificação das exportações. anos levaram à constituição de instituições financeiras que, para se
Para a consecução desses objetivos, conta com um conjunto de beneficiar das receitas inflacionárias (float), faziam uso de um grande
fundos e programas especiais de fomento. Foi também da responsabili- número de agências para captação de depósitos e aplicações, com cus-
dade do BNDES, durante os governos Collor, Itamar e FHC, o encargo tos elevados. A grosso modo, pode-se dividir em três fases, que se so-
de gerir todo o processo de privatização das empresas estatais. brepõem, em parte, as mudanças que ocorreriam no sistema financeiro
desde o início do Plano Real.
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento A primeira destas fases caracteriza-se pela diminuição do número
As sociedades de crédito, financiamento e investimento surgi- de bancos na economia brasileira em decorrência de liquidação, incor-
ram espontaneamente no país, nos primeiros anos do pós-guerra, para poração, fusão e transferência de controle acionário de várias institui-
atender à demanda de crédito a prazos médio e longo, gerada pela im- ções bancárias, em conjunto com as modificações adotadas pelo Banco
Central referentes à legislação e à supervisão bancárias.
plantaçäo de novos setores industriais, produtores de bens de capital e
A segunda fase do processo de ajuste do Sistema Financeiro Na-
de bens duráveis de consumo. Atualmente, as sociedades de crédito,
cional foi caracterizada pela entrada de bancos estrangeiros e pelos
financiamento e investimento estäo, em sua maioria, integradas em ajustes dos sistemas financeiros público e privado, mediante, respecti-
bancos múltiplos. vamente, o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Forta-
lecimento do Sistema Financeiro Nacional) e o Proes (Programa de In-
Bancos de Desenvolvimento centivo à Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária).
Os bancos estaduais de desenvolvimento, ainda existentes, são Por fim, a terceira e última fase refletiu uma profunda modifica-
instituições financeiras controladas pelos governos estaduais e destina- ção no modelo operacional seguido pelos bancos antes do Plano Real.
das ao fornecimento de crédito de médio e longo prazo às empresas lo- A receita inflacionária foi substituída pelo crescimento da receita pro-
calizadas nos respectivos estados. Normalmente operam como órgãos veniente da intermediação e pela receita de serviços, via cobrança de
financeiros repassadores de recursos do BNDES. tarifas.
Didatismo e Conhecimento 9
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Assim, desde o início do Plano Real, os bancos perderam uma importante fonte de receita, representada pelas transferências inflacionárias: o
float, que era propiciado: (i) pela perda de valor dos depósitos a vista e/ou (ii) pela correção dos depósitos bancários em valores abaixo da inflação.
Ano Receita Inflacionária / PIB Receita Inflacionária / Valor da Produção das Instituições Bancárias
1990 4,0 35,7
1991 3,9 41,3
1992 4,0 41,9
1993 4,2 35,3
1994 2,0 20,4
Uma das formas encontradas pelo sistema bancário para compensar a perda da receita inflacionária, antes de fechar agências e efetuar os ajustes
que se faziam necessários no modelo operacional, foi expandir as operações de crédito, lastreadas pelo crescimento abrupto dos depósitos bancários
trazidos com o Plano Real. Os depósitos à vista, por exemplo, cresceram 165,4% nos seis primeiros meses do Plano Real, e os depósitos a prazo
cresceram quase 40% no mesmo período.
Antecipando-se ao possível crescimento das operações de créditos que decorreria do quadro de estabilidade macroeconômica, o Banco Central
elevou, no início do Plano Real, as alíquotas de recolhimento compulsório dos depósitos bancários. O recolhimento compulsório sobre depósitos à
vista passou de 48% para 100%, sobre os depósitos de poupança passou de 10% para 30%, e foi instituído um recolhimento de 30% sobre o saldo
de depósitos a prazo. Apesar disso, os empréstimos totais do sistema financeiro para o setor privado, segundo dados do Banco Central, mostraram
crescimento de 58,7% durante o primeiro ano de vigência do Plano.
Apesar do crescimento das operações de crédito compensarem, em parte, a perda do float, esse crescimento ocorreu sem os devidos cuidados
quanto à capacidade de pagamento dos novos e antigos devedores. Assim, a “solução” de expandir rapidamente o crédito como forma de compensar
a perda do float ocasionou novos problemas. O resultado desse processo foi um crescimento dos empréstimos de liquidação duvidosa. A diminuição
no ritmo de crescimento da economia brasileira, no segundo trimestre de 1995, e o aumento da taxa de juros doméstica confirmaram o aumento
substancial nos créditos em atraso e em liquidação no sistema financeiro. O passo seguinte foi a necessidade do Proer e do Proes, antes já referidos.
Bancos Nacionais
Nas primeiras décadas deste século (período da Primeira República), constata-se a quase inexistência de atividade de bancos nacionais no mer-
cado do Rio Grande do Sul, na medida que neste operaram apenas o Banco do Brasil, banco oficial, com sede no Distrito Federal, e o banco privado
paulista, Banco Popular italiano, este por pouco tempo.
Bancos Estrangeiros
No período da Primeira República (1889-1930), os bancos estrangeiros nunca representaram um peso significativo dentro do setor financeiro
estadual. A economia gaúcha estava mais ligada e voltada ao mercado nacional, não atraindo, dessa forma, a presença do capital internacional de
maneira tão intensa como o fazia, por exemplo, a economia cafeeira paulista. A presença inicial do “London & Brazilian Bank” e do “Brasilianische
Bank für Deutschland” entende-se, o primeiro, pelo predomínio mundial do capitalismo inglês no fim do século dezenove, enquanto o segundo evi-
dencia a expansão da economia alemã, unificada a partir de 1871, buscando a aproximação comercial com regiões de colonização teuta. No final da
primeira guerra, ocorre o afluxo de novos bancos estrangeiros, sendo dois de origem inglesa - “British Bank of South America” e o “Bank of London
& South America” - e um de capital americano - “National City Bank of New York”. Sua instalação relaciona-se à penetração do capital internacional
na frigorificação da carne e aponta, regionalmente, para a reversão do predomínio inglês para o americano, na economia mundial.
Outras Organizações de Crédito
Além das instituições organizadas basicamente como bancos comerciais, estiveram presentes no meio financeiro estadual pré-1930 outras orga-
nizações de crédito, destacando-se a “Caixa Econômica” (Federal), atuante no Estado desde 1875, dedicando-se à captação de depósitos populares e
aos empréstimos de mesma natureza, a atividade do grande número de “casas bancárias”, instaladas, principalmente, no interior, bem como as “caixas
rurais”, inspiradas na idéia cooperativista, principalmente nas regiões de imigração européia.
Também o Tesouro do Estado, por algum tempo, mantinha a captação de depósitos populares. O Presidente do Estado, Borges de Medeiros,
institui, pelo Decreto no. 2.096, de 16 de julho de 1914, as caixas oficiais de depósitos populares, cujos depósitos e retiradas obedeciam ao mesmo
processo seguido nas caixas econômicas federais e nas caixas de depósitos populares dos bancos. As atividades iniciaram no arquivo do Tesouro.
Porém, através do preparo e instrução dos coletores estaduais (depois exatores, depois auditores de finanças públicas e hoje agentes fiscais do tesouro
do estado), foi possibilitada a rápida multiplicação de seções no interior. Parte desses recursos era transferida para a rede bancária privada gaúcha,
mormente ao “banco financeiro” do governo. Esse papel foi protagonizado, até 1921, pelo Banco da Província. A partir de então, pelo Banco Pelo-
tense, que é substituído, em 1928, pelo Banco do Estado. 2
2 Fonte: www.ufrgs.br
Didatismo e Conhecimento 10
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• Venda de Títulos públicos: quando o Banco Central vende
POLÍTICAS ECONÔMICAS – NOÇÕES títulos públicos ele retira moeda da economia, que é trocada pelos tí-
DE POLITICA MONETÁRIA, POLÍTICA tulos. Desta forma há uma contração dos meios de pagamento e da
FISCAL E POLÍTICA CAMBIAL liquidez da economia.
B ) política Monetária Expansiva: é formada por medidas que
tendem a acelerar a quantidade de moeda e a baratear os empréstimos
(baixar as taxas de juros). Incidirá positivamente sobre a demanda
A política econômica brasileira é caracterizada pelas ações do agregada. Instrumentos:
governo que buscam atingir seus objetivos através de instrumentos • Diminuição do recolhimento compulsório: o Banco Central
econômicos, divididos entre as políticas monetária, fiscal e cambial. diminui os valores que toma em custódia dos bancos comerciais, pos-
A principal função do poder público no Brasil é zelar pelo bem co- sibilitando um aumento do efeito multiplicador, e da liquidez da eco-
mum, contudo, para realizar essa função, o governo, enquanto agente nomia como um todo.4
econômico do sistema, precisa intervir sobre determinadas variáveis • Assistência Financeira de Liquidez: o Banco Central, ao em-
no intuito de prover condições favoráveis à população. Os governos prestar dinheiro aos bancos comerciais, aumenta o prazo do pagamen-
federal, estaduais e municipais atuam em conjunto para a consolidação to e diminui a taxa de juros. Essas medidas ajudam a diminuir a taxa de
das políticas econômicas adotadas no país. juros da economia, e a aumentar a liquidez.
Cumprindo seu papel regulador, o Estado direciona as atividades • Compra de títulos públicos: quando o Banco Central compra
econômicas mediante leis e disposições administrativas, controlando títulos públicos há uma expansão dos meios de pagamento, que é a
preços, monopólios e ações danosas ao direito do consumidor. O go- moeda dada em troca dos títulos. Com isso, ocorre uma redução na
verno também possui o compromisso de prover ou facilitar o acesso taxa de juros e um aumento da liquidez.
a bens e serviços essenciais, principalmente aqueles que não são de
interesse do setor privado, como educação, saúde, defesa, segurança, Politica Fiscal
transporte e justiça. Política Fiscal é o nome dado às ações do governo destinadas a
Outra função assumida pelo Estado é a redistributiva, que tem o ajustar seus níveis de gastos, assim monitorando e influenciando a eco-
objetivo de beneficiar a parcela de necessitados da sociedade. Suas di- nomia de um país. Nos diversos manuais de Economia, a política fiscal
está intimamente ligada à política monetária, podendo-se afirmar, em
retrizes econômicas e sociais devem primar pela distribuição de renda
termos bastante simplistas, que as duas políticas econômicas são como
de maneira igualitária. Entretanto, a mais importante de suas atribui-
irmãs, pois ambas buscam influenciar um aspecto da economia: a po-
ções no setor é manter a economia estabilizada, controlando os grandes
lítica monetária irá modificar o comportamento da moeda, e a política
agregados macroeconômicos, as taxas de inflação, desemprego e nível
fiscal irá operar frente aos gastos estatais. Todo o governo invariavel-
de produção. O bom desempenho das funções gestoras do governo re-
mente irá utilizar as duas políticas sob várias combinações e gradua-
sultam no bom funcionamento do sistema econômico.
ções, num esforço para orientar as metas econômicas de um país.
Compondo as diretrizes econômicas nacionais estão as medidas
Basicamente, a forma de articular uma política fiscal dá-se através
adotadas pela política cambial, que regulamenta as operações de ex-
da efetiva arrecadação de impostos, aplicando seus recursos da for-
portação e importação; a política monetária, que controla a quantidade ma mais racional e eficaz possível. Isso equivale a uma interferência
de moeda em circulação no país; e a política fiscal, que determina as também no setor tributário, modificando as despesas do setor priva-
fontes de arrecadação e os gastos públicos brasileiros.3 do. Uma maior arrecadação de impostos irá influenciar diretamente a
disponibilidade de moeda no mercado, provocando uma redução de
Política Monetária recursos que particulares poderão destinar ao consumo e à poupança.
A Política Monetária representa a atuação das autoridades mone- Assim, quanto maior a carga de impostos ditada pela política fiscal do
tárias, por meio de instrumentos de efeito direto ou induzido, com o governo, haverá menor renda disponível para a população em geral,
propósito de se controlar a liquidez global do sistema econômico. inibindo o consumo. Esta é uma das armas disponíveis aos governos
A ) Política Monetária Restritiva: engloba um conjunto de medi- para controlarem a taxa de inflação, pois tem como objetivo atingir a
das que tendem a reduzir o crescimento da quantidade de moeda, e a demanda.
encarecer os empréstimos. Instrumentos: Antes da quebra da bolsa de Nova Iorque ocorrida em 1929, a
• Recolhimento compulsório: consiste na custódia, pelo Ban- política econômica dos governos seguia os ensinamentos da Economia
co Central, de parcela dos depósitos recebidos do público pelos bancos Clássica Liberal, que estipulava a importância de deixar o mercado en-
comerciais. Esse instrumento é ativo, pois atua diretamente sobre o contrar seu caminho, com o mínimo de intervenção possível no campo
nível de reservas bancárias, reduzindo o efeito multiplicador e, conse- econômico.
quentemente, a liquidez da economia. Gradualmente, a partir da crise de 29, foi sendo reconhecida a ne-
• Assistência Financeira de liquidez: o Banco Central empres- cessidade de uma intervenção do governo no âmbito econômico, con-
ta dinheiro aos bancos comerciais, sob determinado prazo e taxa de trolando possíveis excessos danosos às contas do país. Influenciados
pagamento. Quando esse prazo é reduzido e a taxa de juros do em- especialmente pelos estudos de John Maynard Keynes, economista
préstimo é aumentada, a taxa de juros da própria economia aumenta, britânico, as nações passam a aceitar que os entes estatais poderiam
causando uma diminuição na liquidez. influenciar os níveis de produtividade macroeconômicos, aumentando
3 Fonte: CLETO, Carlos Ilton e Lucas Dezordi. Políticas ou diminuindo o número de tributos, bem como o gasto público. Tal
Econômicas. Coleção Gestão Empresarial política, por sua vez controlaria a inflação, aumentaria o emprego, e
manteria um valor saudável do dinheiro.
4 http://www.economiabr.net
Didatismo e Conhecimento 11
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Os governos passam então a regular os níveis de desemprego,
inflação, desaceleração na economia, e para exercer esse controle, MERCADO FINANCEIRO: MERCADO
contando com uma combinação das políticas monetárias e fiscais que MONETÁRIO, MERCADO DE CRÉDITO,
serão utilizadas de modo a controlar os fenômenos econômicos. É MERCADO DE CAPITAIS; MERCADO
nesse momento, que além das políticas econômicas e fiscais, iremos CAMBIAL, MERCADO DE TÍTULOS
presenciar o nascimento do “Welfare State”, um conjunto de políticas PÚBLICOS FEDERAIS, MERCADO
econômicas e sociais promovidas pelo governo de modo a garantir não INTERCAMBIÁRIO, SISTEMA DE
só a normalidade do setor econômico, mas também o bem-estar da LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA, TAXAS DE
população em geral.5 JUROS DO MERCADO FINANCEIRO.
Politica Cambial
A política cambial praticada no Brasil possui grande importância
no cenário econômico do país, atuando de maneira direta nos mercados O mercado financeiro é o mercado onde os recursos excedentes
financeiros e principalmente no setor de comércio exterior. Por estar da economia (poupança) são direcionados para o financiamento de em-
relacionada com as operações de exportação e importação, suas dire- presas e de novos projetos (investimentos).
trizes impactam na balança comercial brasileira, além de causar efeitos No mercado financeiro tradicional, o dinheiro depositado em ban-
no balanço de pagamentos do país. A estrutura da política nacional de cos por poupadores é utilizado pelas instituições financeiras para finan-
câmbio, direcionada por normas e regras criadas pelo Conselho Mo- ciar alguns setores da economia que precisam de recursos.
netário Nacional (CMN) e executadas pelo Banco Central do Brasil e Por essa intermediação, os bancos cobram do tomador do emprés-
seus agentes financeiros, pode ser comparada com a dos países mais timo (no caso as empresas) uma taxa - spread -, a título de remunera-
avançados do mundo. ção, para cobrir seus custos operacionais e o risco da operação. Quanto
O mercado cambial é caracterizado pela negociação de moeda es- maior for o risco de o banco não receber de volta o dinheiro, maior
será a spread.
trangeira, processo que acontece conforme as necessidades do cenário
Enfim, Mercado Financeiro entende-se por “convenção de com-
econômico brasileiro. As empresas que vendem mercadorias ou ações
pra e venda”, dinheiro/capitais, “mercado em que se permuta a oferta
no exterior consequentemente aumentam a oferta de moeda estrangei- e a procura de capitais em longo prazo”. Compra e venda de mercado-
ra, já que sua receita é em Dólar. De outro lado, as instituições que rias, imóveis, móveis e ações. Portanto, “um mecanismo criado para
adquirem bens ou ações no exterior necessitam de moeda internacional facilitar transações e fazer a moeda corrente circular de uma forma di-
porque seus gastos acontecem em dólares. Nesse contexto, quando o reta ou indireta”. “É o mercado voltado para a transferência de recursos
valor da moeda estrangeira em relação à nacional, denominado taxa de entre os agentes econômicos”.
câmbio, sobe por causa do aumento da demanda de Dólares, ocorre a Na sequencia veremos os seguimentos do Mercado Financeiro
desvalorização da moeda nacional. Nacional:
Os possíveis déficits no no Balanço de Pagamentos, registro fi-
nanceiro do valor das transações efetuadas por um país no exterior, são Mercado Monetário - Mercado monetário é o mercado onde se
decorrentes da menor quantidade de entrada de divisas em relação a concentram as operações para controle da oferta de moeda e das taxas
sua saída. O desempenho desequilibrado gera dificuldades para atrair de juros de curto prazo com vistas a garantir a liquidez da economia.
moeda estrangeira em quantidade suficiente para pagar as contas fir- O Banco Central do Brasil atua neste mercado praticando a chamada
Política Monetária.
madas em dólar.
Os negócios realizados no exterior pelas companhias brasilei- Mercado de Capitais - O mercado de capitais é o conjunto de
ras dependem da taxa de câmbio praticada pelo país. No regime de mercados, instituições e ativos que viabiliza a transferência de recur-
câmbio flutuante o valor da moeda estrangeira, ou a taxa de câmbio, sos financeiros entre tomadores (companhias abertas) e aplicadores
é determinado pela relação entre a oferta e a demanda, regra adotada (investidores) destes recursos. Essa transferência ocorre por meio de
nos principais países desenvolvidos. Já o regime de câmbio fixo exerce operações financeiras que podem se dar diretamente entre companhias
controle total do mercado, através da constante intervenção do Banco e investidores ou através de intermediários financeiros. As operações
Central do Brasil, comprando o excesso de dólar ou vendendo-o, caso que ocorrem no mercado de capitais, bem como seus participantes são
ele esteja em falta no país. regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).7
Entretanto, existem também as formas híbridas de câmbio, que
misturam conceitos do fixo e do flutuante. O Regime de Bandas Cam- Mercado de crédito: cuida dos empréstimos bancários. Quando
biais, onde a flutuação adotada para a taxa de câmbio possui um teto e você paga juros para um banco significa que o banco lhe emprestou
um piso, e a Dirty Float (flutuação suja), quando o câmbio é considera- dinheiro, ou seja, investiu em você. Isto pode ocorrer quando você usa
o cheque especial, desconta duplicatas, desconta cheques, faz um fi-
do livre apenas enquanto o mercado está equilibrado, são as maneiras
nanciamento, etc..
híbridas mais comuns do mercado cambial brasileiro.6
7 h t t p : / / w w w. p o r t a l d o i n v e s t i d o r. g o v. b r /
5 Fonte: www.infoescola.com – Texto adaptado de Emer- Acad%C3%AAmico/EntendendooMercadodeValoresMobili%C3
son Santiago. %A1rios/OSistemaFinanceiroNacional/tabid/91/Default.aspx?co
6 Fonte: CLETO, Carlos Ilton e Lucas Dezordi. Políticas ntroleConteudo=viewRespConteudo&ItemID=332
Econômicas. Coleção Gestão Empresarial.
Didatismo e Conhecimento 12
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Mercado cambial: Para começar, câmbio é a operação de troca Como forma de investimento, se você quiser aproveitar o preço
de moeda de um país pela moeda de outro país. É por isso que sempre baixo do dólar atual, deve investir em fundos cambiais, e não comprar
são duas as moedas envolvidas e as cotações refletem isso: reais por dólares propriamente ditos. Esses fundos têm como meta acompanhar
dólares, dólares por euros, etc.. a variação da moeda norte-americana.8
Didatismo e Conhecimento 13
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Tem fluxo simples: uma aplicação e um resgate; Vantagens:
Maior disponibilidade de vencimentos para a negociação no Proporciona rentabilidade real;
Tesouro Direto; Indicado para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-
Indicado para o investidor que acredita que a taxa prefixada fixada indexada ao IPCA;
será maior que a taxa de juros básica da economia. Indicado para o investidor que deseja fazer poupança de mé-
Desvantagens: dio/longo prazos, inclusive para aposentadoria, compra de casa pró-
Rendimento nominal. O investidor está sujeito à perda de pria, etc;
poder aquisitivo em caso de alta de inflação; Traz mais conforto ao investidor, pois suprime a preocupa-
Preço do título flutua até a data de vencimento. O investidor ção e o trabalho necessários ao re-investimento, e reduz o custo de
que não conseguir “carregar” o título até o vencimento pode ter renta- transação;
bilidade maior ou menor do que a acordada. Formação de preços simplificada, com metodologia de cál-
Perfil do investidor: menos conservador. culo mais fácil para o investidor em relação NTN-B que paga cupom
de juros semestral.
NTN-F: Notas do Tesouro Nacional – Série F Desvantagens:
Como a LTN, o investidor sabe exatamente o retorno do título se Preço do título flutua em função da expectativa de inflação
carregá-lo até a data de vencimento. Entretanto, no caso da NTN-F, o dos agentes financeiros. O investidor que não conseguir “carregar” o
investidor recebe um fluxo de cupons semestrais de juros, o que pode título até o vencimento pode ter rentabilidade maior ou menor do que
possibilitar aumento de liquidez e reinvestimentos. a acordada.
Vantagens Perfil do investidor: conservador.
O investidor sabe exatamente a rentabilidade que a ser rece-
bida até a data de vencimento; NTN-C: Notas do Tesouro Nacional – Série C
O investidor sabe exatamente o valor bruto a ser recebido Permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, se pro-
por unidade de título na data de vencimento (R$ 1.000,00); tegendo da elevação do IGP-M. Além disso, o investidor recebe um
Indicado para o investidor que deseja obter um fluxo de ren- fluxo de cupons semestrais de juros, o que aumenta a liquidez possibi-
dimentos periódicos (cupons semestrais) a uma taxa de juros pré-de- litando reinvestimentos.
finida; Vantagens:
Indicado para o investidor que acredita que a taxa prefixada Proporciona rentabilidade real;
será maior que a taxa de juros básica da economia. Indicado para o investidor que deseja obter um fluxo de ren-
Desvantagens: dimentos periódicos (cupons semestrais);
Rendimento nominal. O investidor está sujeito à perda de Indicado para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-
poder aquisitivo em caso de alta de inflação e juros. fixada indexada ao IGP-M;
Valor da carteira é volátil. O investidor que não conseguir Indicado para o investidor que deseja fazer poupança de
“carregar” o título até o vencimento pode ter rentabilidade maior ou médio/longo prazos, inclusive para aposentadoria, compra de casa e
menor do que a acordada. outros.
Perfil do investidor: menos conservador. Desvantagens:
Preço do título flutua em função da expectativa de inflação
NTN-B: Notas do Tesouro Nacional – Série B dos agentes financeiros. O investidor que não conseguir “carregar” o
Permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, se pro- título até o vencimento pode ter baixa rentabilidade.
tegendo da elevação do IPCA. Além disso, o investidor recebe um Perfil do investidor: conservador.
fluxo de cupons semestrais de juros, o que aumenta a liquidez possibi-
litando reinvestimentos. LFT: Letras Financeiras do Tesouro
Vantagens: Vantagens:
Proporciona rentabilidade real; Indicado para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-
Indicado para o investidor que deseja obter um fluxo de ren- fixada indexada à taxa de juros da economia (Selic);
dimentos periódicos (cupons semestrais); Fluxo simples: uma aplicação e um resgate.
Indicado para o investidor que deseja uma rentabilidade pós- Desvantagens:
fixada indexada ao IPCA; Preço do título flutua em função da expectativa de taxa de
Indicado para o investidor que deseja fazer poupança de juros dos agentes financeiros. O investidor que não conseguir “carre-
médio/longo prazos, inclusive para aposentadoria, compra de casa e gar” o título até o vencimento pode ter rentabilidade maior ou menor
outros. do que a acordada;
Desvantagens: A rentabilidade depende da política de juros futura do Banco
Preço do título flutua em função da expectativa de inflação Central.
dos agentes financeiros. O investidor que não conseguir “carregar” o Perfil do investidor: mais conservador.10
título até o vencimento pode ter rentabilidade maior ou menor do que
a acordada. Mercado interbancário: O Mercado Monetário Interbancário
Perfil do investidor: conservador. (MMI) é um mercado organizado entre bancos, os quais realizam en-
tre si operações de financiamento à vista e a prazo (geralmente curto
NTN-B Principal: prazo). Neste tipo de operações, os bancos com liquidez excedentária
Permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, se pro- cedem fundos aos bancos que se encontrem na situação inversa.
tegendo da elevação do IPCA. 10 http://www.bb.com.br
Didatismo e Conhecimento 14
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Nos dias atuais as pessoas não mantem mais o dinheiro em casa O sistema Selic foi criado em 1979, por meio de uma parceria
ou no bolso. O dinheiro que as pessoas possuem ficam depositados em entre a Andima e o BC, para promover a liquidação financeira das ope-
contas nas instituições bancárias. Mas e aí? O que acontece com todo rações com títulos públicos ao final de cada dia, pelo resultado líquido,
esse volume de capital que fica depositado nessas contas? diretamente na conta de reservas bancárias. A partir de 1996, todos os
Bem, é claro que esse dinheiro não fica parado nas contas bancá- procedimentos, inclusive a realização de leilões,15 passaram a ser rea-
rias, ou seja, enquanto os correntistas não o usam os bancos trabalham lizados eletronicamente. Desde abril de 2002, pela implementação do
com ele. Daí uma questão é levantada: E se todos os correntistas resol- novo SPB, a forma de liquidação foi alterada e passou a ser realizada
vessem sacar seu dinheiro de uma só vez? Pois bem, se isso aconte- pelo valor bruto em tempo real (LBTR), onde existem várias janelas de
cesse essa instituição fecharia o dia com saldo negativo, daí que entra liquidação ao longo do dia. Com essa nova modalidade de liquidação,
o mercado interbancário, isto é, os bancos também têm seu banco, o o vendedor do título tem sua posição automaticamente bloqueada, e na
Banco Central, onde cada um mantém uma conta de reservas. Como ponta compradora a conta é debitada.16
você, eles depositam os excessos em dia de saldo positivo e pegam
Essa forma de liquidação surgiu com o advento do Sistema de
dinheiro emprestado quando ele é negativo.
Transferência de Reservas (STR), que está vinculado ao Selic. Tal sis-
Por meio do chamado mercado interbancário, os bancos em-
prestam dinheiro uns aos outros. Obviamente, eles cobram e pagam tema compreende os bancos comerciais e as casas de Clearing, que
juros por isso. têm contas especiais de liquidação no Banco Central, assim como o
Pode ocorrer, entretanto, que grande quantidade de bancos tenha Tesouro Nacional. Todas as transferências de recursos são liquidadas e
saldo negativo no mesmo dia. Os saques podem ocorrer simplesmente finalizadas no intraday. Cabe destacar que as liquidações no Selic ou no
porque é fim de ano e começo das férias ou pelo medo causado por STR, quando não honradas por uma das partes, têm registro cancelado,
uma crise internacional, por exemplo. e a operação não é concluída.
Com a demanda excessiva por recursos, os juros do mercado entre Participam do Selic como titular da conta de custódia, além do
bancos poderiam subir demais. Ao pagarem mais por recursos, os ban- Tesouro e do BC, bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de in-
cos também cobrariam mais por eles. Os juros altos chegariam ao seu vestimento, caixas econômicas, distribuidoras e corretoras de títulos e
bolso. Para evitar essas oscilações, o Banco Central pode entrar com valores mobiliários, entidades operadoras de serviços de compensação
uma oferta extra de reservas. e liquidação, fundos de investimento e diversas outras instituições inte-
A atuação do Banco Central, ofertando mais ou menos recursos, grantes do Sistema Financeiro Nacional. São considerados liquidantes
vai permitir que a taxa cobrada no interbancário suba mais ou menos, os participantes titulares de conta de reserva bancária; os não liquidan-
ou até caia. À média das taxas das operações de um dia é dado o nome tes são classificados como autônomos ou subordinados e liquidam suas
de taxa Selic, da qual você já deve ter ouvido falar. operações por intermédio de participantes liquidantes.17
Os juros que você paga, quando o dinheiro chega às suas mãos, Os participantes não liquidantes no Selic podem ter conta indivi-
são muito afetados por toda essa dinâmica. O Bacen pode manejar esse
dualizada e, dessa forma, é possível ao Bacen identificar alguns dos
tipo de política de forma a controlar a disponibilidade de dinheiro na
economia. Ele faz isso por meio de metas para a Selic, política mone- clientes finais de títulos públicos. No documento mensal divulgado
tária sobre a qual sempre falamos por aqui.11 pelo Tesouro Nacional, denominado Relatório mensal da Dívida Pú-
blica Federal, a Tabela 5.1 do relatório apresenta os principais deten-
Sistema de Liquidação e Custódia tores de títulos públicos federais da dívida doméstica. Os montantes
No Brasil, existiam quatro centrais de custódia e liquidação res- mais expressivos estão nas contas de carteira própria dos bancos e dos
ponsáveis por operações com títulos públicos, a saber: Sistema Espe- clientes (que são os não liquidantes). Os clientes estão subdivididos
cial de Liquidação e Custódia (Selic); Câmara de Custódia e Liqui- em: pessoa física, pessoa jurídica não financeira (PJNF), pessoa ju-
dação (Cetip); Câmara (Clearing) de Ativos da BM&FBovespa e a rídica financeira, fundos de investimento e outros fundos. É possível
Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). 12 identificar na conta de PJNF os participantes do sistema de previdência
A BM&FBovespa possui mais duas outras câmaras de liquida- (tanto fundos de pensão quanto os do sistema de previdência privada
ção responsáveis por liquidar operações de câmbio e de derivativos, aberta), seguradoras, empresas de capitalização e investidores não re-
respectivamente, Câmara (Clearing) de Câmbio e Câmara (Clearing) sidentes que têm títulos registrados em suas carteiras próprias. Porém,
de Derivativos.
O Selic, o primeiro sistema de registro eletrônico de títulos no tos/MusSpb.pdf.
Brasil, funciona como depositário central, sendo, consequentemente, 15 Os leilões do Tesouro Nacional são realizados pelo sis-
central de custódia e liquidação da maior parte dos títulos públicos fe- tema Oferta Pública Formal Eletrônica (Ofpub), desenvolvido e
derais administrado pelo Banco Central.
emitidos pelo Tesouro Nacional (96,3%,13 em dezembro de 2008, 16 A operação é mantida por 60 minutos ou até 18h30, o
da dívida doméstica em mercado). Nesse sistema, existem módulos que ocorrer primeiro. Se durante esse período não houver saldo
para a realização dos leilões primários do Tesouro e são registradas as
suficiente para sua liquidação, a operação será rejeitada.
negociações do mercado secundário realizadas em balcão. Tais infor-
17 Os bancos comerciais, os bancos múltiplos com cartei-
mações podem ser obtidas em detalhe no Manual do Usuário do Selic
(MUS)14. ra comercial e as caixas econômicas possuem, obrigatoriamente,
conta de reserva bancária. Os bancos de investimento podem optar
11 https://economiaclara.wordpress.com- Texto adaptado em tê-la ou não. As corretoras, as distribuidoras de valores mobi-
de Luciana Seabra liários e as entidades responsáveis por sistemas de compensação
12 A partir da integração entre a BM&FBovespa e a CBLC, e de liquidação são os autônomos, e os fundos de investimento,
em dezembro de 2008, estas duas centrais se fundiram em uma. as sociedades seguradoras, as sociedades de capitalização, as
13 Fonte: Relatório mensal da Dívida Pública Federal. entidades abertas e fechadas de previdência e as resseguradoras
14 Disponível em: http://www3.bcb.gov.br/selic/documen- locais são os subordinados.
Didatismo e Conhecimento 15
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
tais informações não estão disponíveis para o público. A Tabela 5.2 do chamado CetipNet, que é um portal, via tela eletrônica, para negociar
citado relatório apresenta uma abertura da posição carteira própria em títulos públicos e privados e serviços de solicitação de cotação (request
banco comercial nacional e estrangeiro (banco que opera no Brasil, for quote); esse sistema também processa vários tipos de leilões para
mas tem sede no exterior), banco de investimento nacional, corretora/ ativos de renda fixa.
distribuidora nacional e estrangeira, dentre outros. Importante para o desenvolvimento da negociação eletrônica de
A Cetip presta serviços de custódia, negociação eletrônica, regis- títulos públicos, a Câmara de Ativos da BM&F23 foi inaugurada em
tro de negócios e liquidação financeira, principalmente para os títulos maio de 2004 com o objetivo de ser a liquidante das operações con-
de renda fixa. Foi criada em 1984, também por uma parceria entre a tratadas no âmbito do Sisbex24 e também das operações realizadas no
Andima e o BC e tem como participantes, além dos cotistas, cerca de mercado de balcão tradicional. Em qualquer das situações, a câmara
6 mil instituições, dentre as quais empresas de leasing, fundos de in- atua como contraparte central e a compensação é multilateral. Ela li-
vestimento e pessoas jurídicas não financeiras, tais como seguradoras quida tanto operações definitivas (à vista ou a termo) quanto operações
e fundos de pensão. Podem ser cotistas da Cetip apenas instituições compromissadas. No âmbito da câmara, é possível realizar operação
financeiras18 (as demais pessoas jurídicas podem ser participantes), e de venda a descoberto (short) com títulos que se enquadram no Serviço
todos os que não detenham conta de reserva bancária devem liquidar de Empréstimo de Títulos (SET) ou no programa de empréstimo de
suas operações por meio de uma instituição liquidante. títulos do Selic.
Na Cetip, são registrados e liquidados os poucos títulos do Te- Os títulos públicos negociados ou registrados no Sisbex são liqui-
souro Nacional que não estão custodiados no Selic, que representam dados no modelo entrega contra pagamento (delivery versus payment),
3,7%19 da dívida doméstica em mercado. Os chamados títulos “cetipa- e Câmara de Ativos da BM&FBovespa atua como contraparte central.
dos” são: CDP/ INSS, CFT, CTN, LFTE-M, TDA, JSTN, contrato de Se um participante falha no pagamento, seja em dinheiro seja em ativo,
crédito contra terceiros, dívidas securitizadas e dívida agrícola. a câmara utiliza a garantia do participante para honrar a liquidação.
Tais títulos tiveram e têm origem em operações especiais realiza- Nesses casos, a contraparte central (BM&FBovespa) pode: i) empres-
das pelo Tesouro Nacional,20 a maioria deles pode ser negociada no tar o dinheiro ara o não pagador honrar a operação; ii) oferecer ativos
mercado secundário e alguns são aceitos pelo Tesouro Nacional nos equivalentes para o participante que honrou sua parte na compra e não
leilões de troca por títulos do Selic.21 T ambém são registrados na Cetip recebeu o ativo original; ou iii) pagar o montante em dinheiro para o
títulos emitidos pelos estados e pelos municípios, as LFT-Es e LFT participante que honrou a operação na ponta de venda do ativo.
-Ms, respectivamente. Os membros da câmara liquidam operações por meio de membros
A grande maioria dos títulos privados e alguns derivativos nego- de compensação (em geral, bancos), ou podem liquidar diretamente,
ciados no mercado doméstico é registrada na Cetip,22 tais como os quando apresentam registro para essa função. Nesse caso, estão inseri-
Certificados de Depósito Bancário (CDBs), as debêntures, as cotas de dos os fundos de investimento, as entidades aberta e fechada de previ-
fundos, os derivativos (swaps e opções) e os contratos e produtos de dência, as seguradoras e as resseguradoras.
financiamento ao agronegócio. Também são participantes da câmara as corretoras e distribuidoras
A Cetip oferece quatro possíveis modalidades de liquidação, a de- de valores. Todos os membros liquidantes da câmara depositam garan-
pender do tipo de transação realizada: liquidação bruta em tempo real tias e estão sujeitos a limites operacionais por ela determinados.
no STR; liquidação bruta em tempo real via transferência; multilateral Essa central de custódia que opera como contraparte central das
netting na Cetip; e bilateral netting na Cetip. A instituição ainda oferece operações com títulos públicos no
facilidades de negociação, como, por exemplo, o sistema eletrônico sistema eletrônico minimiza os riscos de liquidação das transa-
18 Bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômi- ções entre as partes. Essa é uma importante característica do mercado
cas, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, socieda- de dívida brasileiro que está em linha com os princípios internacionais
de redução de risco de não fechamento de operações financeiras com
des corretoras de valores, sociedades distribuidoras de valores,
títulos públicos. Nessa câmara, é possível realizar operações de venda
sociedades corretoras de mercadorias e de contratos futuros, em-
a descoberto, com títulos que esta disponibilize, com toda a garantia
presas de
característica de uma operação com contraparte central.25
leasing, companhias de seguros, bolsas de valores, bolsas de mer- A CBLC26 tinha a custódia e fazia a compensação, a liquidação e
cadorias e futuros, investidores institucionais, pessoas jurídicas o gerenciamento dos riscos das operações realizadas nos mercados da
não financeiras, incluindo fundos de investimento e sociedades de Bovespa. Com a fusão das bolsas, a CBLC foi incorporada à direto-
previdência privada, investidores estrangeiros, além de outras ria responsável pela área de custódia e liquidação da BM&F e, atual-
instituições autorizadas a operar nos mercados financeiro e de mente, existe apenas uma grande central de custódia na estrutura da
capitais. BM&FBovespa. Em janeiro de 2002, a CBLC e o Tesouro Nacional
19 Fonte: Relatório mensal da Dívida Pública Federal – firmaram uma parceria para tornar possível a venda de títulos públicos
dezembro 2008.
20 Como, por exemplo, os títulos emitidos quando da de- 23 Em 2008, houve integração das bolsas BM&F e Boves-
sapropriação de terras rurais no âmbito do programa de reforma pa, criando-se a BM&FBovespa
agrária (TDA). 24 Sistema Eletrônico de Negociação e Registro, desenvol-
21 Podem ser negociados os títulos que não apresentam vido inicialmente na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) e
a cláusula de não negociável em suas características. Os títulos posteriormente adquirido pela BM&F.
aceitos em troca por títulos do Selic estão definidos nas portarias 25 Para maiores detalhes, ver http://www.bmf.com.br/por-
dos leilões. tal/pages/Clearing1/Ativos/documentos/
22 Para maiores informações, acessar o site: http://www. 26 Para maiores detalhes, ver http://www.cblc.com.br/cblc/
cetip.com.br. Default.asp.
Didatismo e Conhecimento 16
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
às pessoas físicas pela internet (Programa Tesouro Direto). Na atual Taxa básica da economia (Selic): Para quem não está fami-
estrutura de liquidação, o sistema desenvolvido e operado pela CBLC liarizado com o termo, a Selic é uma taxa usada como referência para
continua funcionando de forma independente das outras câmaras da determinar as demais taxas de juros do mercado, tanto as taxas cobra-
BM&FBovespa, apesar de fazer parte da estrutura da nova instituição, das nos empréstimos como as taxas pagas nas aplicações em renda
e é nesse ambiente que as operações do Tesouro Direto têm sua custó- fixa, depósitos etc. A taxa Selic é, portanto, o ponto de partida para a
dia registrada e são liquidadas. determinação das taxas de juros.
Esse foi um resumo das atuais Centrais de custódia e câmaras de
liquidação.27 2. Risco de crédito ou inadimplência
Como discutimos acima, a segunda variável que contribui para
Taxas de juros do mercado financeiro a determinação da taxa de juro é o risco de crédito. Ao emprestar di-
O primeiro conceito que deve ser explicado é o de taxa de juro, nheiro para uma empresa, o banco (ou outra instituição financeira) que
que nada mais é do que o custo do dinheiro: quanto o banco onde sua concede o financiamento corre um risco: o de não receber seu dinheiro
empresa levanta o financiamento cobra para emprestar o dinheiro. de volta.
Uma vez entendido o que é taxa de juro, resta discutir como ela Acontece que se a empresa não pagar o empréstimo, o banco (ou
é definida. Para tanto, podemos usar como paralelo o mecanismo de outra instituição financeira) terá dificuldades para remunerar os depósi-
formação dos preços de venda de um determinado produto, pois esse tos de seus clientes, ou pagar os juros dos empréstimos que levantou no
conceito também vale para a determinação da taxa de juro cobrada em mercado, em resumo, de arcar com seus custos de captação.
um financiamento. Afinal, como discutimos acima, a taxa de juro nada Voltando à analogia com produção, é o mesmo que acontece
mais é do que o custo cobrado pelo empréstimo do dinheiro. quando você vende um produto, mas não recebe, e, portanto, enfrenta
Componentes da taxa de juro dificuldades para pagar seus fornecedores. No caso do banco, em que
Na determinação do preço de um produto é preciso somar o custo a matéria prima é o dinheiro, os fornecedores são os clientes do banco
de produção, o custo de venda e a margem de retorno do empresário. que depositam seu dinheiro, ou os investidores que compraram títulos
Da mesma forma, a taxa de juro resulta da soma do custo de captação de dívida desse banco.
do banco, do risco de crédito desse empréstimo e da margem que a Diante disto, fica fácil entender que, quanto maior for o risco de
instituição recebe por emprestar esse dinheiro. Abaixo iremos discutir inadimplência (risco de não pagamento), maior será a taxa de juro que
o banco irá cobrar para emprestar o dinheiro.
com maior detalhe cada um desses componentes.
Ainda que o empresário não tenha como influenciar o custo de
captação, ele certamente tem um papel fundamental na definição do
1. Custo de captação
risco de crédito ou inadimplência da empresa. Isso porque a adoção de
O custo de captação pode ser comparado, no processo de produ-
um bom planejamento financeiro pode ajudar na obtenção do crédito.
ção, ao custo de matéria prima. Isto porque o custo de captação nada
De fato, bons controles financeiros irão permitir um melhor entendi-
mais é do que o custo que o banco incorre para obter o dinheiro, que
mento do negócio e, conseqüentemente, uma menor percepção de ris-
depois irá emprestar para a sua empresa. No caso de um empréstimo, a
co, o que deve agilizar a liberação do empréstimo.
matéria prima é efetivamente o dinheiro que o banco possui e que está
Definição dos juros
disposto a emprestar. O Comitê de Política Monetária (Copom), criado em 1996, é o
Porém, como o banco obtém o dinheiro que ele eventualmente órgão do Banco Central responsável pela definição das diretrizes da
empresta? Por meio dos depósitos feitos pelos seus clientes ou pelo política monetária e da taxa básica de juros. Integram o Copom os se-
levantamento de empréstimos no mercado. Quando você deposita um guintes funcionários do Banco Central:
dinheiro no banco, pode ser dito que você, na verdade, está emprestan- • Presidente
do dinheiro a esse banco. • Diretor de Política Monetária
Dependendo da forma que você efetuar esse depósito, em conta • Diretor de Política Econômica
corrente, em poupança, em fundos etc, o banco terá que lhe pagar uma • Diretor de Estudos Especiais
remuneração. A remuneração média paga por um banco (ou institui- • Diretor de Assuntos Internacionais
ção) pelos recursos que obtém de seus clientes (depósitos) ou de inves- • Diretor de Normas e Organização do Sistema Financeiro• Dire-
tidores (no mercado) equivale ao seu custo de captação. tor de Fiscalização
Por exemplo, quando falamos que o custo de captação de um ban- • Diretor de Liquidações e Desestatização
co é de 1,20% ao mês, isto significa que, se somarmos todos os depósi- • Diretor de Administração
tos remunerados de clientes desse banco, mais as dívidas e obrigações Os integrantes do Copom se reúnem oito vezes ao ano. Os en-
que ele possui no mercado (pois, bancos também pedem dinheiro em- contros costumam ocorrer, em média, a cada 45 dias. No primeiro dia
prestado), então a taxa de juro média paga por todos esses recursos é de reunião (às terças-feiras), discute-se a conjuntura econômica e os
de 1,20% ao mês. É como se você calculasse quanto paga em média de indicadores de inflação e nível de atividade. Neste primeiro dia de re-
juros por emprestar dinheiro no cheque especial, no cartão de crédito união, participam além do presidente e diretores do BC os chefes dos
etc. O seu custo de captação é a taxa média paga nestas várias formas seguintes departamentos do banco:
de empréstimo. • Departamento Econômico (Depec)
Resta entender como é determinado o custo de captação de um • Departamento de Operações das Reservas Internacionais (Depin)
banco. Algumas variáveis afetam esse custo, mas, de maneira geral, • Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Paga-
pode-se dizer que o custo de captação é função da taxa básica da eco- mentos (Deban)
nomia (Selic), que discutimos abaixo. • Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab)
27 http://www3.tesouro.gov.br • Departamento de Estudos e Pesquisas (Depep)
Didatismo e Conhecimento 17
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Participam ainda o gerente-executivo da Gerência-Executiva de A consolidação dos bancos, como por exemplo, as uniões de Itaú
Relacionamento com Investidores (Gerin), três consultores e o secretá- e Unibanco, além de Santander e Banco Real, vêm tornando compe-
rio-executivo da Diretoria, o assessor de imprensa, o assessor especial titivo e dinâmico a forma com que estes conglomerados buscam seus
e, sempre que convocados, outros chefes de departamento que podem clientes: isenções de tarifas, atendimento prioritários, modernização
detalhar dados de suas respectivas áreas. das agências bancárias e um pesado investimento em tecnologias são
No dia seguinte (às quartas-feiras), é decidida e divulgada a meta as armas mais comuns, além de um marketing agressivo.
para a taxa de juros e o viés, se houver. Ora, com uma população carente por demandas bancárias, qual-
Ao final de cada trimestre (março, junho, setembro e dezembro), quer player deste setor já enxergou que, captando uma maior quantida-
o Copom publica o Relatório de Inflação, documento que analisa deta- de de correntistas, a forma de oferecer produtos será e muito ampliada.
lhadamente a conjuntura econômica e financeira no Brasil, bem como O foco não é apenas o depósito em conta corrente.
apresenta suas projeções para a taxa de inflação.28 O que busco dizer com isso é que, o objetivo principal dos bancos
em se tratando de novos correntistas deixou de ser apenas a captação
de recursos, e sim, a oferta de uma gama de serviços e produtos ban-
cários, que somados, garantem uma rentabilidade que impulsiona a
MERCADO BANCÁRIO: PRODUTOS DE geração de lucros ao final dos períodos contábeis.
SERVIÇO, PRODUTOS DE CAPTAÇÃO, Além disso, produtos de capitalização e seguros já operam com
PRODUTOS DE EMPRÉSTIMO, CRÉDITO valores mais populares, que garantem o acesso a todas as camadas, e
RURAL, FINANCIAMENTO PARA mesmo com um preço de comercialização menores, garantem rentabi-
INVESTIMENTO, LEASING. lidade pelo volume em que são negociados.
Há ainda um movimento de segmentação, o que representa uma
personalização do atendimento ao potencial consumidor. Não é novi-
dade que os bancos coloquem em diferentes carteiras de atendimento
clientes com rendas diferentes e perfis divergentes.
O crescimento da economia brasileira vem se delineando ao pas- Este movimento é para desenvolver o produto bancário mais pró-
sar dos últimos anos, tendo como divisor a implantação do plano Real. ximo da necessidade do cliente, e assim, garantir uma demanda cres-
Desde 1994, ganhamos a cada ano experiência na condução das polí- cente, personalizada e altamente rentável.
ticas econômicas, assimilando cada vez melhor como nosso cenário De universitários, aposentados, classe média, alta ou baixa ren-
macroeconômico se posiciona frente ao resto do mundo e como nossos da, são conquistadas com ferramentas diferentes, e esta é a percep-
agentes econômicos são enxergados pelo mercado. ção de que, os produtos, também serão diferenciados. É importante
Além disso, as relações comerciais exteriores estão cada vez ainda ressaltarmos a importância das cooperativas de crédito e bancos
maiores, principalmente pela queda das barreiras geográficas e a am- cooperativos neste processo de consolidação dos serviços e produtos
pliação das fronteiras econômicas, que alinhadas aos mecanismos de bancários.
tecnologias, atendem os mais diversos perfis e patamares da Economia A criação deste segmento, que nos últimos três anos passou por
Global. uma modernização agressiva, garantiu uma proximidade aos clientes
A pauta de exportação e importação, veio variando de acordo as de média e alta renda junto a instituição bancária do o correntista faz
atividades cambiais e de processamento industrial, tendo como termô- parte.
metro a situação econômica da Europa, Eua e China. Por se tratarem de negócios menores, a personalização é ainda
Pensando nesta evolução e na estabilização econômica, somamos mais intensa, e o sistema cooperativo garante uma ligação (mesmo que
ainda o peso que o sistema democrático agrega de forma positiva ao simbólica) de dono do negócio, o que já vem causando preocupação
nosso horizonte, consolidando nossas Instituições, podemos verificar aos grandes bancos que possuem um cliente que movimentas sua conta
o desenvolvimento de nosso sistema bancário, que garante o suporte corrente nos dois bancos.
operacional para que as transações financeiras possam ser estruturas Enfim, a modernização da Economia brasileira é refletida na evo-
e assim acompanhem o setor de produtos e incluir mais brasileiros ao lução do sistema bancário, que enxerga no novo patamar econômico
sistema. formas de se gerar maiores margens de lucros, deixando de focar ape-
O acesso ao sistema bancário brasileiro vem paulatinamente se nas na captação de recursos e marcando estratégias para a comerciali-
ampliando, rompendo as barreiras de renda e pobreza, atuando nos zação de produtos e serviços. Além disso, é notório o crescimento do
mais diversos municípios formas até então impensáveis de bancari- mix destes produtos, além da segmentação de cada um, sempre para
zação. atender melhor o perfil de cada cliente.29
Um dos maiores exemplos desta capilaridade do sistema é a inte- Produtos de Captação
gração via Correios e Banco do Brasil, que aliás, arrematou o formato Títulos de captação bancária são papéis emitidos por bancos.
de agências postais a peso de ouro (após um leilão com o Bradesco), Abaixo, um esquema que explica como funciona o ciclo de
e vê nesse tipo de negócio uma oportunidade de oferecer serviços e captação bancária:
produtos em todos os rincões brasileiros.
Porém, a questão principal recai na forma como os serviços ban-
cários passaram a ser objeto de estratégia dos bancos. Com a ascensão
dos brasileiros a classe C, a necessidade de se contar com um atendi-
mento personalizado e indicativo, fez com que o setor se modernizas-
se, e aumentasse a oferta de serviços e produtos. 29 Fonte: http://www.corecon-go.org.br - Texto adaptado
28 www.infomoney.com.br E http://www.brasil.gov.br de Antônio Teodoro
Didatismo e Conhecimento 18
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
LCI
Letra de Crédito Imobiliário Recursos aplicados são direcionados para financiamentos habitacionais.
A LCI é um dos instrumentos de Renda Fixa mais procurados pelo investidor pessoa física e que mais cresceram nos últimos anos, por conta
de sua isenção de Imposto de Renda para esse público. Representa uma fonte de recursos para o setor imobiliário, pois possui como lastro créditos
imobiliários.
Emitida por instituições financeiras – bancos comerciais, múltiplos e de investimento, além de sociedades de crédito imobiliário, associações de
poupança e empréstimo e companhias hipotecárias – e regulamentada pela a Lei no 10.931/2004 e a Circular do Banco Central no. 3.614/12, pode
ser remunerada por taxa pré ou pós fixada.
Ao optar pela LCI, o investidor assume o risco primário do emissor. Conta ainda com a segurança adicional de que está vinculado à carteira da
de crédito imobiliário da instituição financeira. Outro diferencial é o fato de ser é elegível à cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
A LCI não pode ser resgatada a qualquer momento, mas é possível negociá-la no mercado secundário. O prazo mínimo de vencimento desse
ativo varia de acordo com o indexador que possui. São 36 meses quando o título for atualizado mensalmente por índice de preços ou 12 meses se
for atualizado anualmente por esse indexador. Se não utilizar índice de preços, é de 90 dias. Esses prazos devem ser contados a partir da data que um
terceiro, pessoa física ou jurídica, adquirir o título da instituição emissora. Nesses períodos, a instituição emissora não poderá recomprar ou resgatar
a LCI.
De acordo com essa norma, as operações de crédito imobiliários vinculadas à LCI devem ser utilizadas como lastro pelo seu valor líquido, de-
duzido da obrigação com que tiver relacionada.
Deve ser identificado, no registro da LCI na Cetip, as condições da emissão e os créditos que lastreiam a operação. Entre os tipos de lastro estão:
financiamentos habitacionais garantidos por hipoteca ou alienação fiduciária de bens imóveis, sejam eles contratados ou não pelo Sistema Financeiro
da Habitação (SFH); empréstimos garantidos por hipoteca ou alienação imobiliária de bens imóveis residenciais; e outros empréstimos ou financia-
mentos garantidos por hipoteca ou alienação fiduciária de bens imóveis.
LCA
Letras de Crédito do Agronegócio Título vinculado a direitos creditórios de negócios entre produtores rurais, suas cooperativas e terceiros,
inclusive financiamentos ou empréstimos
A LCA é um título emitido por uma instituição financeira. É utilizado para captar recursos para participantes da cadeia do agronegócio. Criados
pela Lei nº 11.076, esses papéis tem como um de seus atrativos o fato de que os investidores pessoas físicas têm seus rendimentos isentos de Imposto
de Renda. Outro diferencial é o fato de as LCAs emitidas a partir de 23 de maio de 2013 terem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até
o limite estabelecido pelo Fundo para recursos numa mesma instituição. O prazo mínimo varia de acordo com o indexador que possui. Para a Taxa
DI-Cetip é de 90 dias.
O risco primário da LCA é da instituição financeira. Na inadimplência do banco, o lastro está penhorado por lei ao investidor final que pode
requisitar sua propriedade ao juiz quando o banco não pagar o ativo.
Na Cetip, para registrar a LCA, a instituição financeira emissora deve fazer o devido registro do lastro. Um dos diferenciais das LCAs registradas
na Cetip é a gama de lastros (garantias) que podem ser atrelados a elas. Como lastro, entende-se os direitos creditórios vinculados a produtores rurais,
suas cooperativas, e terceiros, inclusive empréstimos e financiamentos relacionados com a produção, comercialização, beneficiamento ou industria-
lização de produtos ou insumos agropecuários ou de máquinas e implementos utilizados nesse setor.
Didatismo e Conhecimento 19
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Entre os exemplos de instrumentos que servem como lastro dessas Os DGPEs podem remunerar a taxas pré ou pós-fixadas. O prazo
operações: Cédula de Produto Rural (CPR), notas promissórias rurais, de resgate é determinado no momento da contratação, mas não pode
CRH – Cédula Rural Hipotecária, CRPH – Cédula Rural Pignoratícia ser inferior a 12 meses nem superior a 36. Uma característica impor-
Hipotecária, o CCB de origem do agronegócio, a NCE – Nota de Cré- tante é a não poder resgatar antecipadamente nem parcialmente.
dito à Exportação, a CCE – Cédula de Crédito à Exportação, o CDA/
WA – Certificado de Depósito Agropecuário, o Warrant Agropecuário LF
e a NCR – Nota de Crédito Rural. O Contrato Mercantil também pode Letra Financeira Instrumento possibilita alongar o prazo de
ser usado como lastro. captação das instituições financeiras
Outra funcionalidade é o Lastro Revolvente, que possibilita ges- Além de ser um relevante instrumento de captação das institui-
tão de lastros de ciclo curto que sejam integrantes de uma cesta de ções financeiras, a Letra Financeira (LF) tem características particu-
garantias. Ou seja, aqueles com vencimento inferior ou igual à data lares, o que lhe confere o título de grande aposta do mercado. O ativo
de vencimento do título, cuja produção se esgota antes do prazo das visa alongar a forma de captação dos bancos, proporcionando melhor
respectivas LCAs. Por meio dele é possível gerenciar alguns lastros de gerenciamento entre o ativo e o passivo dessas instituições. Foi criada
forma mais otimizada, renovando-os conforme o comportamento da pela Medida Provisória nº 472, de dezembro de 2009, e regulamen-
produção, e alongando o papel. tada pelas resoluções do CMN – Conselho Monetário Nacional no.
O benefício desse do rol de títulos disponíveis para lastro de LCA 3.836/2010 e 4.123/2012.
contribui para o desenvolvimento desse mercado. Um dos seus principais diferenciais é ter prazo mínimo de dois
anos para o vencimento, sem possibilidade de resgate total o parcial
DI antes desse prazo. Outra característica é o fato do ativo ter valor nomi-
Depósito Interfinanceiro Instrumento financeiro destinado à nal unitário mínimo de R$ 150 mil (R$ 300 mil se contiver cláusula de
transferência de recursos entre instituições financeiras. subordinação).
Negociado exclusivamente entre instituições financeiras, o Depó- Pode ser registrada por bancos múltiplos, comerciais, de investi-
sito Interfinanceiro (DI) é um título privado de Renda Fixa que auxilia mento, de desenvolvimento, sociedades de crédito, financiamento e in-
no fechamento de caixa dos bancos, como instrumento de captação de vestimento, caixas econômicas, companhias hipotecárias, sociedades
recursos ou de aplicação de recursos excedentes. O Depósito Interfi- de crédito imobiliário e o Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-
nanceiro não pode ser vendido a outros investidores e não há incidên- nômico e Social (BNDES). A remuneração pode ser por taxa de juros
cia de impostos sobre a rentabilidade. Os títulos têm elevada liquidez prefixada - combinada ou não com taxas flutuantes - ou por índice de
e embutem um baixíssimo risco, normalmente associado à solidez dos preços, e admite o pagamento periódico de rendimentos em intervalo
bancos que participam do mercado. de, no mínimo, 180 dias.
As negociações entre os bancos geram a Taxa DI-Cetip, referência As ofertas públicas de distribuição de Letras Financeiras foram
para a maior parte dos títulos de renda fixa ofertados ao investidor. É regulamentadas pela Instrução nº 488 editada pela Comissão de Valo-
hoje o principal benchmark do mercado. A Taxa DI-Cetip é obtida res Mobiliários (CVM), em 16 de dezembro de 2010. A CVM também
ao se calcular a média ponderada das taxas das transações prefixadas, autoriza que ofertas públicas de Letras Financeiras sejam feitas auto-
extragrupo e com prazo de um dia efetuadas na Cetip entre instituições maticamente, desde que os emissores tenham registrado previamente,
financeiras. Como a taxa para o prazo de um dia é muito pequena, junto à Comissão, um Programa de Distribuição Contínua – PDC. O
convencionou-se divulgá-la de forma anualizada. Essas transações são PDC permite que sejam realizadas diversas distribuições públicas de
fechadas por meio eletrônico e registradas na Cetip. um mesmo tipo de Letra Financeira, possibilitando aos emissores au-
Além do DI tradicional, a Cetip registra diversas modalidades mentar o volume de títulos emitidos, dependendo das condições de
do ativo, como Depósito Interfinanceiro vinculado a Microfinanças – mercado.
DIM, Depósito Interfinanceiro Rural – DIR, e Depósito Interfinanceiro As instituições financeiras podem adquirir LF de sua emissão, a
Imobiliário – DII. qualquer tempo, somente para efeito de permanência em tesouraria e
venda posterior. O montante em tesouraria não pode ultrapassar 5% do
DPGE total emitido sem cláusula de subordinação e considerando neste mon-
Depósito a Prazo com Garantia Especial Instrumento de capta- tante as letras das entidades componentes do mesmo conglomerado.
ção de instituições financeiras
O DPGE é um título de renda fixa representativo de depósito à RDB
prazo criado para auxiliar instituições financeiras – bancos comerciais, Recibo de Depósito Bancário Ativo de Renda Fixa destinado às
múltiplos, de desenvolvimento, de investimento, além de sociedades aplicações de pessoas físicas e jurídicas.
de crédito, financiamento e investimentos e caixas econômicas – de Com prazo de vencimento predefinido, o RDB conta com rentabi-
porte pequeno e médio a captar recursos. Assim, confere ao seu deten- lidade fixada no ato de sua emissão, pré ou pós-fixada. Assim, no final
tor um direito de crédito contra o emissor. do prazo contratado, o investidor recebe o valor aplicado (principal),
Criado em abril de 2009, quando o Conselho Monetário Nacional acrescido da remuneração prevista.
- CMN emitiu a Resolução no. 3692, é destinado a investidores pessoa O RDB pode ser emitido por bancos comerciais, múltiplos, de
física e jurídica. Em 2012, o CMN, por intermédio da Resolução no. desenvolvimento e de investimento, e por sociedades de crédito, finan-
4415, criou uma nova modalidade do ativo, conhecida como DPGE II. ciamento e investimento. Por ser um título nominativo, intransferível,
Esta versão tem como diferencial ser elegível ao Fundo Garantidor de não é admitida negociação em mercado secundário. Mas pode ser res-
Crédito (FGC). Além disso, os prazos devem se ajustar aos emprésti- gatado junto à instituição emissora antes do prazo contratado, desde
mos que os bancos usarão como lastro. As demais características são que decorrido o prazo mínimo de aplicação. Antes do prazo mínimo
iguais às da primeira modalidade de DPGE. não são auferidos rendimentos.
Didatismo e Conhecimento 20
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
CDB do de até 12 meses, normalmente é utilizado para resolver problemas
Certificado de Depósito Bancário Um dos investimentos mais cotidianos e situações que precisam de solução rápida, como compra
populares do mercado, instrumento tem como atrativos liquidez e co- de materiais, informatização, compra de móveis, eletro e eletrônicos,
bertura do Fundo Garantidor de Crédito* pagamento de dívidas imediatas, entre outros.
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um dos instrumen- Já o empréstimo bancário de médio prazo, são operações que
tos financeiros mais tradicionais do mercado brasileiro e o título de envolvem um período acima de um ano, chegando até 36 meses, seu
Renda Fixa mais adquirido pelo investidor pessoa física. Instituído destino é variado, serve para a compra de automóveis, realização de
pela Lei Nº 4.728, de 14 de julho de 1965, o papel é também uma im- ampliação com pequenas obras, para a aquisição de maquinários de
portante fonte de captação de recursos para as instituições financeiras. produção ou execução industrial ou de algumas atividades comercial,
Para os investidores, os principais atrativos do CDB estão na além de reformas, investimentos etc.
possibilidade de contratação do ativo com liquidez diária e o fato do Julgamos empréstimos bancários de longo prazo aqueles que
instrumento ser elegível à cobertura do Fundo Garantidor de Crédito são feitos com duração acima de 4 ou mais anos, são destinados à com-
(FGC)*. O risco de quem adquire um CDB está diretamente associado
pra de veículos pesados, imóveis, realização de construção ou refor-
à solidez de seu emissor, uma instituição financeira.
mas de grandes dimensões, ampliação e infraestrutura de empresas,
As características do CDB são determinadas no momento de sua
compra de terrenos para novas instalações, compra de equipamentos
contratação. Na ocasião, prazo e forma de rendimento são previamente
industriais mais caros etc.
definidos. Sua remuneração, que pode ser prefixada ou pós-fixada, é
baseada em diversos indexadores. O mais utilizado é a Taxa-DI Cetip. No Brasil o empréstimo bancário é oferecido por inúmeras ins-
As aplicações em CDBs acima de R$ 5 mil devem ser registradas tituições bancárias privadas e autorizadas pelo governo federal, como
em uma câmara de ativos e contar com a identificação do nome do in- é o caso do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. A solicita-
vestidor. Essa obrigatoriedade é válida quando o CDB for emitido por ção do pedido de empréstimo bancário nas instituições para pessoas
uma mesma instituição financeira, em um mesmo dia, em favor de um físicas não é necessario apresentar nenhuma garantia de pagamento na
mesmo investidor. A Circular 3709, que de passou a vigorar em março maioria das concessões. Para empresas, dependendo do montante e do
de 2015 para novos CDBs e valerá em agosto para CDBs os antigos, é prazo de reembolso é exigido garantias extras de pagamento.
que determina essa regra. A Cetip faz registro de CDBs desde 1986 e Na contração do empréstimo em bancos, a cobrança de juros,
é líder nesse mercado. taxas, prazo e condições nas formas de pagamento e nos valores das
*Até os limites estabelecidos pelo fundo para depósitos ou crédi- parcelas podem variar dependendo da política de concessão de em-
tos por CPF/CNPJ e por instituição financeira de um mesmo conglo- préstimo de cada instituição.
merado. 30 Um detalhe importante na hora de solicitar um empréstimo ban-
cário em alguma instituição do mercado é, analise a necessidade da
Produtos de Empréstimo obtenção, pesquise por taxas melhores e mais competitivas, atente para
O empréstimo Bancário é o mais comum entre todos os tipos os prazos oferecidos e condições gerais como multa, mora e penalida-
de crédito, muitas pessoas confundem o empréstimo bancário com des na quitação da dívida do empréstimo, escolha sempre a modalida-
financiamento ou limite de crédito etc., então iremos analisar as dife- de que for a mais viável.31
renças comuns entre eles.
A concessão de empréstimo bancário é contrato de liberação de Tipos de empréstimos
recursos financeiros feito entre uma instituição bancária e o seu clien- Empréstimo Consignado
te. O cliente tomador do empréstimo recebe o valor solicitado em di- Tipo de empréstimo feito por funcionários de órgãos públicos,
nheiro que posteriormente tem que ser reembolsado através de par- aposentados pensionistas e empresas privadas consiste em descontar
celas mensais com acréscimo de juros e outras taxas administrativas. as parcelas do empréstimo diretamente na folha de pagamento do to-
Na concessão do empréstimo bancário, os valores emprestados
mador, pode ser uma forma de crédito excelente para pessoas pouco
não tem uso obrigatório para determinado destino, pode ser gasto li-
organizadas financeiramente, as taxas de juros são muito baixas quan-
vremente. Diferente do financiamento, neste caso é formalizado um
do comparado com outras modalidades de crédito pessoal, o ponto ne-
contrato de concessão de crédito entre uma instituição bancária ou fi-
gativo pode ser uma renegociação da divida uma vez que é descontada
nanceira e o recurso liberado precisa ter destino certo, como em finan-
ciamento de imóvel novo, financiamento de veículos novos ou usados, na folha.
financiamento para reforma e construção de imóvel, financiamento de
compra de empreendimento ou ainda financiamento de bens de con- Empréstimo com Cheque especial
sumo em geral. Neste caso tipo de empréstimo o banco que o cliente tem conta
Além de pessoas físicas, o empréstimo bancário também pode corrente disponibiliza um crédito pré-aprovado com um limite de re-
ser solicitado por pessoas jurídicas para ampliação de empreendimen- curso em dinheiro estabelecido de acordo com o perfil do correntista
tos, desenvolvimento de produtos, aquisição de maquinários ou para que pode usar como empréstimo com cheque especial quando quiser.
capital de giro etc. Os prazos são flexíveis, o cliente pode optar por A única facilidade é não ter que pedir o dinheiro emprestado na hora
curto prazo, médio prazo e em longo prazo em casos específicos. de ter que equilibrar o orçamento ou em uma emergência. O ponto ne-
Para definir o prazo do empréstimo bancário, o cliente precisa gativo são os juros altos cobrados quase que de forma abusiva, e o fato
antes de tudo, definir qual a utilização do mesmo, somente assim é de achar que esse dinheiro faz parte de sua renda. É bom pensar muitas
possível adequar o prazo as condições financeiras atuais e futuras. No vezes antes de utilizar cheque especial como empréstimo de dinheiro.
empréstimo bancário de curto prazo, em geral é feito pelo perío-
30 Fonte: https://www.cetip.com.br 31 Fonte: http://www.emprestimoconsignado.com.br
Didatismo e Conhecimento 21
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Empréstimo Rotativo Financiamento para investimento
Quem já não entrou no rotativo do cartão de credito, por sinal uma Temos algumas alternativas para contratação de financiamentos
das grandes facilidades quando em uma precisão momentâneo por não destinados à investimento.
ser possível pagar por completo o custos com gastos no cartão. Neste Podemos citar as sociedades de crédito, financiamento e inves-
tipo de empréstimo seria como pegar um dinheiro emprestado e pa- timento, também conhecidas por financeiras, foram instituídas pela
gar somente uma parte dele, neste caso o valor mínimo da fatura, o pior Portaria do Ministério da Fazenda 309, de 30 de novembro de 1959.
dessa história são as taxas e encargos altíssimos cobrados pelo crédito São instituições financeiras privadas que têm como objetivo básico a
rotativo. É interessante utilizá-lo nessa condição somente em situações realização de financiamento para a aquisição de bens, serviços e capi-
de emergência e tomar cuidado para não se acostumar e virar escravo tal de giro. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima
do empréstimo rotativo ficando sempre na mão do financiamento da e na sua denominação social deve constar a expressão “Crédito,
fatura do cartão. Financiamento e Investimento”. Tais entidades captam recursos por
meio de aceite e colocação de Letras de Câmbio (Resolução CMN
45, de 1966) e Recibos de Depósitos Bancários (Resolução CMN
Empréstimo com Penhor
3454, de 2007).34
Com esse tipo empréstimo a pessoa tem acesso a um crédito rá-
Mas quero falar mais detalhadamente de um canal de financia-
pido, se livra de análise de cadastro de crédito e não tem que apresentar mento, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
nenhum avalista. Alem disso o consumidor pode estar com o nome e Social).
sujo (inscrito em cadastros do SPC, Serasa ou CCF), ou seja, pode Os Produtos são os mecanismos mais básicos de crédito a longo
estar inadimplente que ainda assim pode penhorar qualquer coisa sem prazo do BNDES. Eles definem as regras gerais de condições finan-
problema. ceiras e procedimentos operacionais do financiamento.
Apesar das facilidades do empréstimo com penhora, tome cui- A cada Produto, aplicam-se Linhas de Financiamento. Elas se-
dado com os custos do penhor, como qualquer financiamento, os deste guem as condições do respectivo Produto. Porém, como as Linhas se
caso os juros e tarifas também são altos. Outro fato é que se não res- destinam a beneficiários, setores e empreendimentos específicos, elas
gatar o bem penhorado, ai o prejuízo fica maior ainda, uma vez que o podem trazer regras adicionais, mais adequadas aos seus objetivos.
valor total avaliado no final e sempre superior ao valor do bem.32 A lista abaixo traz todos os Produtos do BNDES disponíveis para
financiamentos e garantia.
Credito Rural BNDES Finame:
O crédito rural é um financiamento destinado a produtores ru- Financiamentos para a produção e aquisição de máquinas e equi-
rais e cooperativas ou associações de produtores rurais. Seu objetivo pamentos novos.
é estimular os investimentos e ajudar no custeio da produção e comer- Financiamento, por intermédio de instituições financeiras creden-
cialização de produtos agropecuários. ciadas, para produção e aquisição de máquinas, equipamentos e bens
Para conseguir o crédito, o tomador deve ser idôneo, apresentar de informática e automação novos, de fabricação nacional e creden-
um projeto, plano ou orçamento que justifique o valor pedido são tam- ciados no BNDES.
bém beneficiárias do crédito rural empresas agropecuárias de pesqui- Credenciamento de equipamentos
sa ou produção de mudas, sementes e de sêmem para inseminação Para serem financiados pelo BNDES Finame, as máquinas e
artificial, de prestação de serviços mecanizados e inseminação artificial equipamentos devem ser credenciados no BNDES.
e outras companhias com finalidade comercial no ramo da pesca, aqui- Visite a página de Credenciamento de equipamentos para consul-
cultura, medição de lavouras e atividades florestais. tar se um bem está credenciado ou para obter mais informações sobre
Onde obter: como credenciar o produto de sua empresa.
Formas de apoio
Nos bancos e cooperativas integrantes do Sistema Nacional de
As operações de financiamento são realizadas de forma indireta,
Crédito Rural.
apenas por meio de instituições financeiras credenciadas ao BNDES.
Prazos:
Saiba mais sobre as formas de apoio.
Variam conforme a fonte de recursos, a finalidade e o plano de Quem pode solicitar
produção apresentado. Podem solicitar apoio financeiro, respeitando as orientações das
Juros e encargos: linhas:
Dependem das fonte de recursos que darão suporte ao financia- • Sociedades nacionais e estrangeiras e fundações, com sede
mento. Para recursos controlados, relativos a aplicações obrigatórias e administração no Brasil;
dos bancos ao amparo da exigibilidade dos depósitos à vista, os ju- • empresários individuais inscritos no Cadastro Nacional de
ros estão fixados à taxa efetiva de juros de 6,75 % ao ano, de modo Pessoas Jurídicas (CNPJ) e no Registro Público de Empresas Mer-
geral, sendo que se concedidos no âmbito do Pronaf podem variar de cantis;
1,0 % a 5,5% ao ano. Nas operações de crédito rural a alíquota de Im- • empresas individuais de responsabilidade limitada inscritas
posto sobre Operações Financeiras (IOF) é zero. no Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM);
Garantias: • pessoas jurídicas de direito público;
Podem ser acertadas entre o financiado e o financiador, de acordo • transportadores autônomos de carga residentes e domici-
com a natureza e o prazo do crédito. As garantias podem ser o penhor liados no País, para aquisição de caminhões e afins, e equipamentos
(agrícola, pecuário ou mercantil); a alienação fiduciária; a hipoteca co- especiais adaptáveis a chassis, tais como plataformas, guindastes e
mum ou cedular; o aval ou fiança e outras que o Conselho Monetário tanques, nacionais e novos; e
Nacional (CMN) permitir.33 do Brasil
32 Texto adaptado de Carla Karluti
33 Fonte: http://www.brasil.gov.br/ Pronaf / Banco Central 34 www.bcb.gov.br/pre/composicao/scfi.asp
Didatismo e Conhecimento 22
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• associações, sindicatos, cooperativas, condomínios e asse- O produto BNDES Automático divide-se em linhas de financia-
melhados, e clubes. mento, com condições financeiras específicas para melhor atender ao
Modalidades de apoio cliente, de acordo com o porte ou a atividade econômica.
O apoio financeiro poderá ser concedido nas seguintes modali- Saiba como o BNDES classifica as empresas segundo o porte.
dades: O que pode ser financiado
• Financiamento à compradora para a aquisição: modali- Investimentos para implantação, ampliação, recuperação e mo-
dade destinada a: dernização de ativos fixos, bem como projetos de Pesquisa, Desenvol-
Beneficiárias usuárias para aquisição de máquinas e equipa- vimento e Inovação, nos setores de indústria, infraestrutura, comércio,
mentos; prestação de serviços, agropecuária, produção florestal, pesca e aqui-
Empresas para aquisição de máquinas e equipamentos, que, cultura.
pela sua natureza e a critério do bndes, possam ser destinados ao uso de Consulte os itens financiáveis e não financiáveis.
terceiros, mediante contrato de comodato; e Quem pode solicitar
Empresas cujo objeto social inclua a locação de máquinas • Sociedades, de controle nacional ou estrangeiro, associações,
e equipamentos, desde que não caracterizada como empresa de arren- fundações, todas com sede e administração no País, e empresários indi-
damento mercantil e que o bem financiado não seja destinado à sublo- viduais inscritos no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e
cação. no Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM);
• Financiamento ao fabricante para a produção: apoio fi- • autarquias federais, Estados, Distrito Federal, Municípios e
nanceiro durante o período de fabricação, para produção de máquinas e suas respectivas autarquias;
equipamentos já negociados com as respectivas compradoras. • pessoas físicas residentes e domiciliadas no País, caracteri-
• Financiamento ao fabricante para a comercialização: zadas como produtor rural, para investimento no setor agropecuário;
apoio ao fabricante para venda de máquinas e equipamentos já nego- • consórcios e condomínios que exerçam atividade produti-
ciados com as respectivas compradoras. va, sendo que os condomínios devem ser constituídos como entidade
Observação: societária por cotas, nos termos do art. 14, § 1°, da Lei n 4.504, de
Não serão financiados bens destinados à atividade de produção 30.11.1964, cujos atos societários estejam devidamente arquivados no
florestal em florestas nativas. Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM) ou no Registro Civil
Confira os empreendimentos, setores e itens não apoiáveis pelo
de Pessoas Jurídicas (RCPJ), conforme o caso; e
BNDES.
• empresas individuais de responsabilidade limitada inscritas
Linhas de financiamento
no Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM).
O BNDES Finame divide-se em linhas de financiamento, com
Observação:
objetivos e condições financeiras específicas, para melhor atender as
Não poderão solicitar apoio por meio do BNDES Automático:
demandas dos clientes, de acordo com a empresa beneficiária e os itens
• postulantes que não venham a operar efetivamente o objeto
financiáveis.
do financiamento, exceto os pertencentes ao setor de hotelaria enqua-
As linhas do BNDES Finame são:
• Aquisição e Comercialização de Bens de Capital (BK Aqui- drados nos códigos I 5510-8/01, I 5590-6/01 e I 5590-6/02 da Clas-
sição) sificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE) do Instituto
• Financiamento à aquisição de máquinas, equipamentos e Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde que o investimento
bens de informática e automação nacionais novos, exceto ônibus, ca- seja destinado ao referido setor; e
minhões e aeronaves. • clubes, sindicatos, federações e confederações sindicais.
• Aquisição e Comercialização de Ônibus, Caminhões e Aero- Condições financeiras
naves Executivas (BK Aquisição Ônibus e Caminhões) Cada linha de financiamento do BNDES Automático tem condi-
• Financiamento à aquisição e comercialização de ônibus; ções financeiras específicas, como a taxa de juros. Consulte a seguir, a
chassis e carrocerias para ônibus; caminhões; caminhões-tratores; ca- linha mais adequada a seu negócio e veja as condições.
valos-mecânicos; reboques; semirreboques; chassis e carrocerias para Linhas de financiamento
caminhões, aí incluídos semi-reboques tipo dolly e afins; carros-fortes As linhas disponíveis para o BNDES Automático são:
e equipamentos especiais adaptáveis a chassis (tais como plataformas, • Micro, Pequenas e Médias Empresas
guindastes, betoneiras, compactadores de lixo e tanques); e aeronaves • Apoio a projetos de investimento para micro, pequenas e
executivas, nacionais novos. médias empresas (MPMEs) previstos no BNDES Automático.
• Produção de Bens de Capital (BK Produção) • Indústria de Bens de Capital
• Financiamento de capital de giro destinado à produção de • Apoio a projetos de investimento para médias-grandes e
máquinas, equipamentos e bens de informática e automação. grandes empresas que sejam fabricantes de bens de capital (com ex-
ceção dos produtores de caminhões, caminhões-trator, cavalos-mecâ-
• BNDES Automático: nico, reboques, semirreboques, chassis e carrocerias para caminhões,
Financiamento a projeto de investimento cujo valor seja, no má- ônibus, chassis e carrocerias para ônibus, máquinas e tratores rodoviá-
ximo, R$ 20 milhões. rios e respectivos implementos, empilhadeiras e aviões).
Financiamento, por intermédio de instituições financeiras cre- • Indústria, Agropecuária e Infraestrutura
denciadas, a projetos de investimento, cujos valores de financiamento • Apoio a projetos de investimento para médias-grandes e
sejam inferiores ou iguais a R$ 20 milhões. Esse valor também re- grande empresas dos setores de Agropecuária, de Produção Florestal,
presenta o máximo que cada cliente pode financiar a cada período de de Pesca e Aquícola, inclusive serviços diretamente relacionados a es-
12 meses, contados a partir da data de homologação da operação pelo sas atividades, de infraestrutura e de indústria não contemplados na
BNDES. Linha de Indústria de Bens de Capital.
Didatismo e Conhecimento 23
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• Turismo, Comércio e Serviços • BNDES Finame Agrícola:
• Apoio a projetos de investimento médias-grandes e grandes Financiamentos para a produção e aquisição de máquinas e equi-
empresas dos setores de Turismo, Comércio e Serviços. pamentos novos, destinados ao setor agropecuário.
Financiamento, por intermédio instituições financeiras credencia-
BNDES Finem: das, à produção e à comercialização de máquinas, implementos agrí-
Financiamentos a projetos de investimento de valor superior a R$ colas e bens de informática e automação destinados à produção agro-
20 milhões. pecuária, novos e de fabricação nacional, credenciados pelo BNDES.
Financiamento a empreendimentos de valor igual ou superior a Forma de Apoio
R$ 20 milhões. As operações de financiamento são realizadas por intermédio
Porém, o BNDES Finem pode conceder financiamentos de valor de uma instituição financeira credenciada, seguindo a modalidade de
inferior a esse limite. Consulte as exceções. apoio indireta automática. Saiba mais sobre as formas de apoio.
O que pode ser financiado
• Poderão ser financiados investimentos para implantação, Clientes
ampliação, recuperação e modernização de ativos fixos nos setores de • Sociedades e fundações com sede e administração no País,
indústria, comércio, prestação de serviços e agropecuária, observando do setor agropecuário.
os itens financiáveis em cada linha. • Empresários individuais que exerçam atividade produtiva no
• O apoio a empreendimentos nos segmentos de Radiodifu- setor agropecuário e estejam inscritos no Cadastro Nacional de Pessoas
são, Jornais e Periódicos, Meios de Comunicação e Publicidade em Jurídicas (CNPJ) e no Registro Público de Empresas Mercantis.
Geral só poderá ocorrer de forma indireta.
• Pessoas jurídicas de direito público do setor agropecuário,
• Confira os empreendimentos, setores e itens não apoiáveis
nas esferas federal, estadual, municipal e distrital.
pelo BNDES.
• Pessoas Físicas, residentes e domiciliadas no País, com efe-
Formas de apoio
tiva atuação no setor agropecuário, para investimentos em seu setor de
• O financiamento pode ser realizado diretamente com o BN-
atividade.
DES ou de forma indireta, por meio de instituições financeiras creden-
ciadas. Também é possível, a critério do BNDES, combinar os apoios • Associações, sindicatos, cooperativas, condomínios e asse-
direto e indireto. Saiba mais sobre as formas de apoio. melhados, e clubes, com efetiva atuação produtiva no setor agrope-
Linhas de financiamento cuário.
• O produto BNDES Finem se divide em linhas de financia- Itens Financiáveis
mento, com objetivos e condições financeiras específicas para melhor • Máquinas, implementos agrícolas e bens de informática e
atender as demandas dos clientes devido ao porte e à atividade econô- automação novos, incluídos conjuntos e sistemas industriais, destina-
mica. dos à produção agropecuária e produzidos no Brasil.
Os bens devem constar do Credenciamento de Fabricantes Infor-
• BNDES Microcrédito: matizado (CFI) do BNDES, identificados como agrícolas, e apresentar
Destinado a ampliar o acesso ao crédito entre os microempreende- índice de nacionalização mínimo de 60%, em valor e peso, ou cumprir
dores formais e informais. o Processo Produtivo Básico (PPB).
O microcrédito é a concessão de empréstimos de pequeno valor É permitido também o financiamento a aquisições de bens de
a microempreendedores formais e informais, normalmente sem acesso capital que, embora fabricados no País, apresentem índices de nacio-
ao sistema financeiro tradicional. nalização inferiores a 60%, desde que constem do CFI. Neste caso,
O BNDES atua no setor através do produto BNDES Microcré- algumas condições financeiras da operação são diferenciadas.
dito, que tem como objetivo promover a economia popular, visando Confira os empreendimentos, setores e itens não apoiáveis pelo
incentivar a geração de trabalho e renda, inclusão social, complemen- BNDES.
tação de políticas sociais e/ou promoção do desenvolvimento local. Linhas de Financiamento
Quem tem direito IMPORTANTE
Podem obter recursos do BNDES Microcrédito as pessoas físicas O Programa BNDES PSI - Bens de Capital, durante seu perío-
e jurídicas empreendedoras de atividades produtivas de pequeno porte, do de vigência, oferece condições financeiras mais favoráveis para a
ou seja, aquelas que obtenham receita bruta igual ou inferior a R$ 360 aquisição de bens de capital. Veja as condições válidas na página do
mil em cada ano-calendário. programa.
Os recursos destinam-se sempre ao financiamento de capital de O produto BNDES Finame Agrícola dispõe de duas linhas de
giro e/ou de investimentos produtivos fixos, como obras civis, compra financiamento, com condições financeiras específicas:
de máquinas e equipamentos novos e usados, e compra de insumos e • Aquisição de Bens de Capital para Micro, Pequenas e Mé-
materiais. dias Empresas - MPME BK Agropecuário: financiamento à aquisição
Como se dá o apoio de máquinas, implementos agrícolas e bens de informática e automa-
O apoio é feito de forma indireta, por meio do financiamento aos ção nacionais novos, exclusivamente para MPMEs.
agentes operadores (Instituições de Microcrédito Produtivo Orientado • Comercialização de Bens de Capital - BK Aquisição Agro-
- IMPO), que repassam os recursos diretamente ao microempreende- pecuário: financiamento à aquisição de máquinas, implementos agrí-
dor. colas e bens de informática e automação nacionais novos, exceto por
O valor do financiamento e a taxa de juros são determinados pelo Micro, Pequenas e Médias Empresas.
agente operador, de acordo com limites pré-estabelecidos. Como o
BNDES não atua diretamente no apoio aos microempreendedores, os • BNDES Finame Leasing:
interessados devem dirigir-se aos agentes operadores do microcrédito Financiamento de aquisição isolada de máquinas e equipamentos
de sua cidade/região, que analisarão a possibilidade de concessão de novos, de fabricação nacional, destinados a operações de arrendamen-
crédito e as condições do financiamento. to mercantil.
Didatismo e Conhecimento 24
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Financiamento à aquisição de máquinas, equipamentos e bens Taxa de juros
de informática e automação, novos, de fabricação nacional, creden- Taxa de juros = Custo financeiro + Remuneração básica do
ciados no BNDES, destinados a operações de arrendamento mercantil BNDES + Taxa de intermediação financeira + Remuneração da
financeiro ou operacional. O financiamento será concedido à empresa instituição financeira credenciada (entenda as parcelas)
Arrendadora para a aquisição do bem, que será, simultaneamente, ar-
rendado à usuária (Arrendatária).
O BNDES ao credenciar o produto verifica tão somente o proces-
so produtivo do fabricante. Sendo assim, o credenciamento não gera ao
Banco qualquer responsabilidade por problemas relacionados à quali-
dade e/ou ao desempenho técnico operacional do produto.
Quem pode solicitar
Arrendadora
• Sociedades de arrendamento mercantil ou bancos com car-
teira de arrendamento mercantil, devidamente registrados no Banco
Central do Brasil e credenciados no BNDES.
Arrendatária
• Sociedades nacionais e estrangeiras, fundações com sede e
administração no País e empresários individuais inscritos no Cadastro
Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e no Registro Público de Em-
presas Mercantis (RPEM);
• Empresas individuais de responsabilidade limitada inscritas
no RPEM; Veículos: ônibus (com exceção dos ônibus elétricos, híbridos e
• Pessoas jurídicas de direito público, nas esferas federal, esta- outros modelos com tração elétrica); chassis e carrocerias para ôni-
dual, municipal e distrital; bus; caminhões; caminhões-tratores; cavalos-mecânicos; reboques,
• Transportadores autônomos de carga residentes e domicilia- semirreboques; chassis e carrocerias para caminhões, aí incluídos se-
dos no País, para arrendamento de caminhões, caminhões-tratores, ca- mi-reboques tipo dolly e afins; carros-fortes; equipamentos especiais
valos-mecânicos, reboques, semirreboques, chassis e carrocerias para
adaptáveis a chassis,ntais como plataformas, guindastes, betoneiras,
caminhões, incluídos semirreboques tipo dolly e afins, e equipamentos
compactadores de lixo e tanques.
especiais adaptáveis a chassis, tais como plataformas, guindastes e tan-
ques, nacionais novos; e
O Custo financeiro será Cesta nos seguintes casos:
• Associações, sindicatos, cooperativas, condomínios e asse-
• Para a parcela de crédito referente ao aumento da participa-
melhados e clubes.
ção máxima do BNDES; ou
A arrendatária deverá ser a usuária final das máquinas ou equipa-
mentos financiados. Desta forma, não será admitida a locação desses
• para máquinas, equipamentos e bens de informática e auto-
bens. mação que apresentem índice de nacionalização inferior a 60%, cal-
O que pode ser financiado culado conforme instruções definidas pelo BNDES, e não cumpram o
Máquinas, equipamentos e bens de informática e automação, que: Processo Produtivo Básico (PPB).
• sejam novos; Consulte também outras tarifas cobradas nos contratos de finan-
• sejam produzidos no País; ciamentos do BNDES.
• sejam credenciados no BNDES; e
• apresentem índice de nacionalização mínimo de 60%, calcu- Participação Máxima do BNDES
lado conforme instruções definidas pelo BNDES ou cumpram o Pro- O BNDES Finame Leasing financia uma parte do valor total dos
cesso Produtivo Básico (PPB). itens financiáveis.
A participação do BNDES sera de até 90% do valor dos itens
Máquinas, equipamentos e bens de informática e automação que financiáveis no caso de financiamento a micro, pequenas e médias
apresentem índice de nacionalização inferior a 60%, calculado confor- empresas (MPMEs). Saiba como o BNDES classifica o porte das em-
me instruções definidas pelo BNDES, e não cumpram o PPB poderão presas.
receber financiamento com custo financeiro específico. A tabela a seguir apresenta qual a participação máxima do BN-
Os bens de informática e automação financiáveis pelo BNDES DES no apoio a média-grandes e grandes empresas, de acordo com o
Finame Leasing devem ser abarcados pela Lei nº 8.248/1991 (Lei bem a ser financiado:
de Informática), de 23.10.1991 e suas alterações, que cumpram o PPB
e credenciados no CFI do BNDES como sendo possuidores de Tecno-
logia Nacional, de acordo com a Portaria MCT nº 950, de 12.12.2006
, ou outra que a substitua.
O BNDES não apoia o arrendamento de bens destinados à ati-
vidade de produção florestal em florestas nativas. Confira outros em-
preendimentos, setores e itens não apoiáveis pelo BNDES.
Formas de apoio
As operações do BNDES Finame Leasing são realizadas por meio
das instituições financeiras credenciadas.
Didatismo e Conhecimento 25
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Didatismo e Conhecimento 26
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
O BNDES Soluções Tecnológicas é um produto financeiro que • BNDES Limite de Crédito:
tem como objetivo apoiar o mercado de comercialização de soluções Crédito rotativo para o apoio a empresas ou Grupos Econômicos
tecnológicas no país, concedendo financiamento à aquisição de solu- já clientes do BNDES e com baixo risco de crédito.
ções e auxiliando na consolidação de um canal de comunicação entre Crédito rotativo, com limite definido pelo BNDES, para o apoio
compradores e fornecedores. financeiro a empresas ou grupos econômicos que representem baixo
De uma forma geral, soluções tecnológicas podem ser definidas risco de crédito, destinado à execução de investimentos correntes em
como o serviço de aplicação de uma tecnologia ou know-how orientada seus respectivos setores de atuação e a investimentos em pesquisa, de-
a satisfazer as necessidades de criação/modificação/melhoria de produ- senvolvimento e inovação.
to ou processo das empresas e demais instituições. Forma de Apoio
Como funciona Direta.
• As soluções que podem ser financiadas pelo BNDES Solu- Clientes
ções Tecnológicas são oferecidas por universidades, empresas de base Pessoas jurídicas de direito privado que:
tecnológica e outras instituições fornecedoras de tecnologia/know-how a. não tenham tido qualquer operação de crédito considerada
credenciadas ao BNDES. em curso problemático pelo BNDES nos últimos 5 anos;
• Empresas e instituições de todos os portes e setores da eco- b. apresentem, a critério do BNDES, classificação de risco mí-
nomia interessadas em adquirir soluções tecnológicas poderão solicitar
nima definida para o BNDES Limite de Crédito; e
o financiamento para contratar as soluções de seu interesse e incorpo-
c. tenham sido avaliadas pela Metodologia de Avaliação de
rar, assim, novas tecnologias aos seus produtos e processos.
Empresas (MAE) do BNDES.
• Mas, por enquanto, o BNDES Soluções Tecnológicas está
apenas em fase de captação de fornecedores, ou seja, não está acei- Além disso, companhias que não são de capital aberto devem
tando ainda pedidos de financiamento. apresentar todos os seguintes requisitos:
• Os fornecedores interessados poderão credenciar e cadas- a. classificação de risco considerada estável de acordo com cri-
trar suas soluções, dando maior visibilidade às suas tecnologias e au- térios do BNDES;
mentando as chances de futuros negócios. Se você é um fornecedor, b. demonstrações financeiras devidamente auditadas por em-
veja como credenciar sua solução. presa de auditoria registrada na Comissão de Valores Mobiliários
• Em breve, este Portal disponibilizará uma vitrine virtual, (CVM);
contendo todas as soluções tecnológicas credenciadas no BNDES, nas c. órgãos de administração com, a critério do BNDES, gestão
mais diversas áreas do conhecimento e disponíveis para aplicação nos profissionalizada;
mais diversos setores da economia. Conheça mais sobre o processo do d. Receita Operacional Líquida anual e Ativo Total iguais ou
financiamento. superiores a R$ 1,4 bilhão ou integrem grupo econômico, conforme os
• Veja a missão do BNDES Soluções Tecnológicas. critérios do BNDES, com os mesmos patamares de Receita Operacio-
O que pode ser financiado nal Líquida anual e Ativo Total; e
• Uma solução tecnológica depende da soma de diversos e. a critério do BNDES, transparência na divulgação e apresen-
itens, como mão de obra especializada, testes, insumos e custos com tação das informações, que permitam entendimento da estratégia e da
licenciamento, por exemplo. O BNDES Soluções Tecnológicas finan- situação econômico-financeira da empresa.
ciará uma série destes itens que, combinados na forma de um projeto Companhias que não são de capital aberto também podem ser be-
de fornecimento, darão origem à solução tecnológica. neficiárias do BNDES Limite de Crédito se:
a. uma outra empresa, integrante do mesmo grupo econômico
do Beneficiário, conforme os critérios do BNDES, cumpre os requisi-
• BNDES Exim: tos definidos anteriormente; e
Financiamentos destinados tanto à produção e exportação de bens b. essa empresa faz parte no Contrato de Abertura de Limite de
e serviços quanto à comercialização destes no exterior. Crédito Rotativo ou na Escritura de Promessa de Subscrição de Debên-
IMPORTANTE
tures, na qualidade de fiadora e principal pagadora.
O programa BNDES PSI - Exportação Pré-Embarque, durante
Observações:
seu período de vigência, oferece condições financeiras mais favoráveis
para a produção de bens de capital destinados à exportação, na fase
• Quando a empresa pertencer a um grupo econômico confor-
pré-embarque. me os critérios do BNDES, será considerada a classificação de risco do
O apoio do BNDES destinado à exportação de bens e serviços grupo econômico.
nacionais pode ser aplicado tanto na fase pré-embarque como na fase • Os beneficiários do BNDES Limite de Crédito que deixarem
pós-embarque, por meio dos seguintes subprodutos: de atender a qualquer um dos requisitos elencados neste item terão a
Fase Pré-embarque utilização do seu Limite de Crédito automaticamente suspensa.
• BNDES Exim Pré-embarque: apoio à produção de bens e Prazo de Utilização do Crédito Rotativo
serviços destinados à exportação. Cinco anos.
• BNDES Exim Pré-embarque Empresa Âncora: apoio à ex- Itens Financiáveis
portação indireta de bens e serviços que podem ser apoiados pelo BN- • implantação, ampliação e modernização de ativos fixos;
DES, efetuada por intermédio de Empresa Âncora. • aquisição de máquinas e equipamentos novos, inclusive
Fase Pós-embarque conjuntos e sistemas industriais, produzidos no País e credenciados no
• BNDES Exim Pós-embarque: apoio à comercialização de BNDES, que apresentem índice de nacionalização mínimo de 60% ,
bens e serviços nacionais no exterior, através da modalidade supplier’s em valor e peso, calculado conforme Critérios e Instruções para Cál-
credit (refinanciamento ao exportador) ou da modalidade buyer’s cre- culo de Índice de Nacionalização, ou cumpram o Processo Produtivo
dit (financiamento direto ao importador). Básico – PPB;
Didatismo e Conhecimento 27
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• estudos e projetos de engenharia relacionados à implantação Financiamento a um projeto, com o objetivo de agilizar a realiza-
e ampliação de ativos fixos; ção de investimentos por meio da concessão de recursos no período de
• implantação de projetos de Qualidade e Produtividade; Pes- estruturação da operação de longo prazo.
quisa e Desenvolvimento; Capacitação Técnica e Gerencial; Atualiza- A concessão de empréstimo-ponte é admitida somente para as
ção Tecnológica; e Tecnologia da Informação; operações do Produto BNDES Finem.
• capital de giro associado exclusivamente a investimentos Formas de apoio
para implantação ou ampliação de ativos fixos, calculado em função Direta ou indireta não automática.
das necessidades específicas do empreendimento;
• projetos e programas de investimentos sociais;
• investimentos ambientais; Independentemente da forma, o empréstimo deve ser associado:
• importação de equipamentos sem similar nacional; e • a operação de longo prazo realizada sob a forma de apoio
• investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação. direta; ou
Observação: independentemente da adequação dos investimen- • à parcela direta de uma operação de longo prazo realizada
tos a serem realizados aos itens financiáveis, fica vedada a utilização do sob a forma de apoio mista.
limite de crédito para a execução de projetos que possam, a exclusivo
critério do BNDES, causar impacto significativo na situação econômi- Taxa de juros
ca e financeira do Beneficiário ou do grupo econômico ao qual perten-
ça, se for o caso, ou na suas estratégias de longo prazo, descaracterizan-
do-o como projeto corrente. Custo Financeiro +
Apoio direto
Condições Financeiras Remuneração Básica do
(operação feita diretamente
Taxa de Juros BNDES +
com o BNDES)
Custo Financeiro + Remuneração Básica do BNDES + Taxa de Taxa de Risco de Crédito
Risco de Crédito Custo Financeiro +
1. Custo Financeiro: conforme as condições aplicáveis à Li-
Remuneração Básica do
nha de Financiamento do Produto BNDES Finem correspondente. Apoio indireto
2. Remuneração Básica do BNDES: até 2,5% a.a., conforme BNDES +
(operação feita por meio
as condições aplicáveis à Linha de Financiamento do Produto BNDES Taxa de Intermediação
de instituição financeira
Finem correspondente. Financeira +
credenciada)
3. Taxa de Risco de Crédito: até 4,18% a.a., a ser fixada de Remuneração da Instituição
acordo com a classificação de risco do beneficiário ou do grupo econô- Financeira Credenciada
mico a que pertença, conforme critérios do BNDES.
Participação Máxima do BNDES 1. Custo Financeiro: 50% em Ces-
Conforme as condições aplicáveis à Linha de Financiamento do ta ou IPCA ou TS ou TJ3 ou TJ6 e 50% igual ao custo financeiro da
Produto BNDES Finem correspondente. linha de financiamento em que a operação se enquadra.
Prazo Total de Financiamento para Cada Destinação Especí- 2. Remuneração Básica do BNDES:
fica para a parcela do crédito com referencial de custo de merca-
Até dez anos, definido a critério do BNDES. do: (Cesta ou IPCA ou TS ou TJ3 ou TJ6): 1,2% ao ano (a.a.);
Tarifas
para a outra parcela de crédito: mesma remuneração do
Além das taxas de juros cobradas em seus financiamentos, o BN-
DES cobra tarifas específicas às características de suas operações. BNDES utilizada para a linha em que a operação se enquadra +
Garantias 1%a.a. Caso se enquadre em mais de uma linha, deverá ser considera-
Definidas na análise da operação. da a maior Remuneração Básica do BNDES.
Encaminhamento
As solicitações de apoio financeiro são encaminhadas diretamente 3. Taxa de Risco de Crédito: de até 4,18% a.a., e será igual à
ao BNDES por meio de Consulta Prévia, preenchida segundo as orien- taxa de risco:
tações do Roteiro de Informações - Limite de Crédito (DOC - 142 kB), do projeto, nas operações estruturadas sob a modalida-
e enviada pela empresa ao: de project finance;
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BN- da instituição financeira, caso haja fiança bancária;
DES do fiador, caso haja fiança de pessoa jurídica ou instituição
Área de Planejamento – AP não financeira;
Departamento de Prioridades – DEPRI do cliente, nos demais casos.
Av. República do Chile, 100 - Protocolo – Térreo
20031-917 - Rio de Janeiro - RJ
Para a utilização dos recursos do limite de crédito, a beneficiária 4. Taxa de Intermediação Financeira: 0,5% a.a. somente
deverá encaminhar a solicitação ao BNDES, de acordo com o modelo para grandes empresas; MPMEs estão isentas da taxa.
do roteiro de Solicitação de Utilização do Limite de Crédito. 5. Remuneração da Instituição Financeira Credenciada:
negociada entre o agente financeiro e o cliente.
• BNDES Empréstimo-Ponte
Financiamento a um projeto, concedido em casos específicos, para Participação Máxima do BNDES
agilizar a realização de investimentos por meio da concessão de recur- Até 30% do valor financiado da operação de longo prazo enqua-
sos no período de estruturação da operação de longo prazo. drada.
Didatismo e Conhecimento 28
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Demais condições f. Os contratos da operação devem vedar a concessão de mú-
Aplicam-se à concessão de empréstimo-ponte todas as demais tuos do cliente aos acionistas e ainda estabelecer condições e restrições
condições e critérios estabelecidos para o Produto BNDES Finem. aos demais pagamentos efetuados pelo cliente a seus acionistas, a qual-
Outros encargos quer título.
Além das taxas de juros cobradas de acordo com a linha de fi- Classificação de Risco
nanciamento, o BNDES cobra encargos específicos às características Para aprovar uma operação project finance, a classificação de ris-
de suas operações, como comissões de estudos e de estruturação, que co do BNDES leva em conta os seguintes fatores, além dos normal-
deverão ser integralmente pagas na apresentação do projeto ou descon- mente considerados:
tadas da primeira liberação de recursos. • A classificação de risco dos controladores da beneficiária,
Veja a forma de aplicação dos encargos e das comissões financei-
conforme a dependência do projeto e do financiamento em relação aos
ras incidentes sobre as operações do BNDES.
mesmos;
Prazos
Definidos em função do prazo para a estruturação da operação • O risco de implantação do projeto e os respectivos mitiga-
de longo prazo, limitado à data estimada pelo BNDES para entrada dores;
em operação comercial do projeto ou à data da primeira liberação de • O grau de alavancagem da beneficiária;
recursos da operação. • A suficiência, previsibilidade e estabilidade dos fluxos de
Garantias caixa do projeto;
• Para apoio direto: definidas na análise da operação. Veja: • O risco operacional do projeto e respectivos mitigadores;
Garantias. • O valor, liquidez e segurança das garantias oferecidas pela
• Para apoio indireto: negociadas entre a instituição financei- beneficiária.
ra credenciada e o cliente. Tarifas
Como solicitar Além das taxas de juros cobradas em seus financiamentos, o BN-
As solicitações de apoio são encaminhadas ao BNDES pela em- DES cobra tarifas específicas às características de suas operações.
presa interessada ou por intermédio da instituição financeira creden- Garantias
ciada, por meio de Consulta Prévia, preenchida segundo as orientações Garantias Pré-Operacionais
do roteiro de informações e enviada pela empresa interessada ou por Na fase de implantação do projeto, a exigência de garantia fide-
intermédio da instituição financeira credenciada ao: jussória dos controladores da beneficiária poderá ser dispensada, desde
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BN-
que observado o seguinte:
DES
• Compromisso dos acionistas controladores da beneficiária
Área de Planejamento – AP
Departamento de Prioridades – DEPRI de complementar o capital da empresa em montante suficiente para
Av. República do Chile, 100 - Protocolo – Térreo finalizar a implantação do projeto.
20031-917 - Rio de Janeiro, RJ • Celebração de contratos que obriguem os empreiteiros e/ou
fornecedores de equipamentos a concluir o projeto dentro do orçamen-
• BNDES Project finance: to predeterminado, em data previamente especificada e conforme as
Engenharia financeira suportada contratualmente pelo fluxo de especificações técnicas destinadas a assegurar a operacionalização e o
caixa de um projeto, servindo como garantia os ativos e recebíveis des- desempenho eficiente do projeto.
se mesmo empreendimento. • Contratação de um seguro garantia, em benefício dos finan-
Projeto financeiro ou financiamento relacionado a projeto: é uma ciadores, contra riscos referentes à fase pré-operacional do projeto.
forma de engenharia financeira suportada contratualmente pelo fluxo Caso haja dúvida sobre a capacidade dos acionistas de efetuar sua
de caixa de um projeto, servindo como garantia os ativos e recebíveis contribuição financeira para o projeto, deverá ser exigido o aporte an-
desse mesmo projeto. tecipado do capital próprio como condição prévia para a liberação do
Considera-se colaboração financeira estruturada sob a forma de financiamento.
project finance a operação de crédito realizada que possua, cumulati- Garantias Operacionais
vamente, as seguintes características: Na fase operacional do projeto, a exigência de garantia fidejussó-
a. O cliente deve ser uma Sociedade por Ações com o propó- ria dos controladores da beneficiária poderá ser dispensada pela con-
sito específico de implementar o projeto financiado, constituída para
cessão, cumulativa, do seguinte:
segregar os fluxos de caixa, patrimônio e riscos do projeto;
b. Os fluxos de caixa esperados do projeto devem ser suficien- • Penhor ou alienação fiduciária, em favor dos principais fi-
tes para saldar os financiamentos; nanciadores, das ações representativas do controle da beneficiária.
c. As receitas futuras do projeto devem ser vinculadas, ou cedi- • Penhor, em favor dos principais financiadores, dos direitos
das, em favor dos financiadores; emergentes do contrato de concessão, quando houver.
d. O Índice de Cobertura do Serviço da Dívida (ICSD) proje- • Outorga, aos principais financiadores, do direito de assumir
tado para cada ano da fase operacional do projeto deve ser de, no mí- o controle da beneficiária, quando admitido pela legislação.
nimo, 1,3; o ICSD poderá ser de, no mínimo, 1,2, desde que o projeto Garantias Reais
apresente Taxa Interna de Retorno (TIR) mínima de 8% a.a. em termos A exigência do índice de 130% de garantias reais poderá ser dis-
reais. pensada caso a beneficiária comprometa-se a:
e. O capital próprio dos acionistas deve ser de no mínimo 20% • Não oferecer, em garantia a terceiros, os ativos e recebíveis
do investimento total do projeto, excluindo-se, para efeito desse cálcu- do projeto sem autorização dos principais financiadores.
lo, eventuais participações societárias da BNDESPAR. A critério do • Oferecer em garantia aos principais financiadores, caso estes
BNDES, a geração de caixa do projeto poderá ser considerada como solicitem, quaisquer ativos e recebíveis supervenientes do projeto.
parte do capital próprio dos acionistas; e
Didatismo e Conhecimento 29
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Encaminhamento Área de Planejamento – AP
As solicitações de apoio são encaminhadas ao BNDES pela em- Departamento de Prioridades – DEPRI
presa interessada ou por intermédio da instituição financeira credencia- Av. República do Chile, 100 - Protocolo – Térreo
da, por meio de Consulta Prévia, preenchida segundo as orientações do 20031-917 - Rio de Janeiro - RJ
roteiro de informações e enviada ao:
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BN- • Cartão BNDES:
DES Crédito rotativo pré-aprovado, destinado a micro, pequenas e mé-
Área de Planejamento – AP dias empresas e usado para a aquisição de bens e insumos.
Departamento de Prioridades – DEPRI Voltado para Micro, Pequenas e Médias Empresas de controle na-
Av. República do Chile, 100 - Protocolo – Térreo cional, consiste em um crédito pré-aprovado, de até R$ 1 milhão, para
20031-917 - Rio de Janeiro, RJ aquisição de produtos credenciados no Portal de Operações do Cartão
BNDES
• BNDES Fianças e Avais: Atualmente, emitem o Cartão BNDES o Banco do Brasil, o Ban-
Prestação de fianças e avais com o objetivo de diminuir o nível co do Nordeste (BNB), o Banco Regional de Desenvolvimento do Ex-
de participação nos projetos. Utilizado, preferencialmente, quando a tremo Sul (BRDE), o Banrisul, o Bradesco, a Caixa Econômica Fede-
combinação de formas alternativas de funding permitir a viabilização ral, o Itaú, o Santander, o Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil
de operações de grande porte. (Sicoob) e o Sicredi.
O BNDES poderá prestar fianças e avais com o objetivo de dimi- Taxa de juros
nuir o nível de participação nos projetos. O produto será utilizado, pre- A taxa de juros é definida mensalmente, em função da taxa a ter-
ferencialmente, em casos nos quais a combinação de formas alterna- mo divulgada pela ANDIMA, calculada com base nas Letras do Te-
tivas de funding permita a viabilização de operações de grande porte. souro Nacional, e está disponível e atualizada no Portal de Operações
Clientes do Cartão BNDES
Empresas privadas sediadas no País, cujo controle efetivo seja Prazo
exercido, direta ou indiretamente, por pessoa física ou grupo de pes- Amortização de 3 a 48 prestações mensais, fixas e iguais. Alguns
soas físicas domiciliadas e residentes no Brasil.
bancos emissores podem oferecer outros prazos.
Modalidades
Limite
Prestação de fiança e aval a financiamento interno ou externo
Negociado entre o banco emissor e o cliente na análise de crédito
Poderá ser concedida no âmbito dos seguintes setores: Indústria,
para concessão do cartão, limitado a R$ 1 milhão por banco emissor.
Tecnologia, Reestruturação e Racionalização Empresarial, Infraestru-
Fornecedores
tura, Agropecuária e Conservação do Meio Ambiente.
Pessoa jurídica ou equiparada, com sede e administração no País,
Prestação de garantia bancária em operações de comércio exterior
que fabrique ou que seja autorizada pelo fabricante a vender no país os
(performance bond)
produtos credenciados.
• quando vinculada à captação de recursos externos, ca-
racterizando uma operação de antecipação de receita cambial, será Podem solicitar credenciamento como fornecedor no Cartão BN-
concedida no âmbito do Programa de Reestruturação e Racionalização DES:
Empresarial e para viabilização de exportações no setor de bens de • Empresas fabricantes de bens novos e insumos de setores au-
capital; torizados pelo BNDES, com índice de nacionalização mínimo de 60%.
• quando não referida a antecipação de receita cambial, • Distribuidores, desde que indicados por fabricante(s) cre-
será concedida somente para viabilização de exportações no setor de denciado(s).
bens de capital. • Entidades que prestam serviços de avaliação de conformida-
Comissões de, desde que acreditadas pelo Inmetro.
• Comissão de Prestação de Garantia: 1% incidente sobre • Entidades que prestam serviços de acreditação, no caso
o valor do crédito. de hospitais e instituições de saúde, desde que prestados segundo os
• Comissão de Administração de Garantia Prestada: equi- padrões reconhecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar
valente à taxa de risco de crédito nas operações diretas (até 3,57% a.a.). (ANS).
Participação do BNDES • Gráfica que aceite encomenda de impressão de livros feitos
Limitada a 1/3 do valor de cada operação, devendo o saldo restan- por editoras.
te da operação ser garantido por outras instituições financeiras sediadas • Fabricantes de CD e DVD que aceitem encomenda de tira-
no País. gens (cópias) feitas por gravadoras e distribuidoras de filmes ou loca-
A participação do BNDES, na prestação de garantia, não superará doras de vídeo.
o limite máximo no investimento financiável previsto, por destinação • Fabricantes de materiais, componentes e sistemas constru-
de recursos, para o Produto BNDES Finem. tivos destinados à construção civil, qualificados no Programa Setorial
Encaminhamento da Qualidade (PSQ), no âmbito do Programa Brasileiro da Qualidade
As solicitações de apoio são encaminhadas ao BNDES pela em- e Produtividade do Habitat (PBQP-H), do Ministério das Cidades, ou
presa interessada, por meio de Consulta Prévia, preenchida segundo as que apresentem certificação no âmbito do Sistema Brasileiro de Ava-
orientações do roteiro de informações, e enviada ao: liação da Conformidade (SBAC), emitida por Organismo de Certifica-
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BN- ção de Produto (OCP) acreditado pelo Inmetro (veja mais informações
DES sobre o PBQP-H).
Didatismo e Conhecimento 30
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Garantias Todavia, nota-se também que a complexidade do contrato de lea-
Negociadas entre o banco emissor e o cliente, na análise de crédito sing é mais ampla do que a explanação do referido autor. Conforme
para concessão do cartão. demonstraremos posteriormente, uma das obrigações do arrendador,
Encaminhamento é adquiri-lo sob as indicações do arrendatário, mediante um contrato
Para solicitação, credenciamento ou mais informações, acesse o de compra e venda, e posteriormente, o arrendatário poderá comprar
Portal de Operações Cartão BNDES o bem sob o preço residual, resultando, portanto, em uma possível re-
Fluxo e prazos para tramitação de operações lação de compra e venda entre as partes. Desta forma, trata-se de um
Todos os pedidos de financiamento ao BNDES passam por um contrato com características bastante distintas em virtude da sua finali-
fluxo interno, com etapas e prazos definidos. Ao longo do processo, dade de atender determinadas necessidades específicas.
o Banco avalia a solicitação, levando em conta a capacidade da em- 3. Partes contratantes
presa de executar o projeto, a classificação de risco do proponente, o Como estipulado acima, as partes são denominadas de arrenda-
atendimento às normas ambientais, dentre outros aspectos. Saiba mais dor e arrendatário. O arrendador, o qual é aquele que arrenda o bem,
detalhes sobre o fluxo e os prazos para a tramitação de operações de deve necessariamente ser uma empresa, inclusive ser constituída como
financiamento.35 sociedade anônima, conforme regulamentação do Banco Central por
meio da Resolução nº 351/75.
Leasing O arrendatário é a pessoa física ou jurídica, que, em vez de com-
O contrato de leasing, denominado no Brasil como arrendamento prar o bem que necessita, utilizará o leasing para suprir as suas necessi-
mercantil, é resultante do processo de desenvolvimento, oriundo dos dades, indicando as especificações do bem ao arrendador.
interesses dos comerciantes em aperfeiçoar as suas relações profissio- Entretanto, além destes, há também o vendedor do bem. Con-
nais, visando adquirir produtos necessários sem os recursos suficientes forme o conceito mencionado no parágrafo único da lei nº 6.099 de
para a sua devida obtenção. 12/09/74, o arrendador irá adquirir bens. Desta forma, reconhece a
Arnold Wald conceitua o contrato de arrendamento mercantil ou
participação deste, tendo em vista que o objeto contratual será obtido
leasing da seguinte forma:
mediante contrato de compra e venda entre o vendedor do bem com o
“trata-se de um contrato de origem norte-americana, em que um
arrendador.
comerciante ou industrial, necessitando de certos equipamentos, que
4. Obrigações das partes
não lhe convém adquirir, obtém de uma instituição financiadora que
Para uma melhor compreensão sobre o contrato de leasing, tor-
os cumpre e os alugue, permitindo à locatária no fim do período da
locação a aquisição por preço que leve em conta os aluguéis”. na-se necessária uma análise acerca das obrigações do arrendador e
Vale salientar que, segundo o art. 1º da lei nº 6.099 de 12 de arrendatário, notadamente para comprovar as características distintas
setembro de 1974, o contrato será exercido por apenas pessoas jurídi- do referido contrato.
cas, limitando, portanto, os sujeitos do referido contrato. São deveres do arrendador: a) adquirir de um terceiro o bem sob
Entretanto, diante do elevado índice de aceitação das pessoas fí- as indicações do arrendatário; b) entregar o direito de uso e gozo do
sicas, os dispositivos legais autorizaram a sua participação, conforme bem ao arrendatário; c) concluído o prazo contratual, submeter-se à
o parágrafo único do art. 1º da referida lei com a nova redação dada vontade do arrendatário, que decidirá pela compra do bem pelo preço
lei nº 7.132, de 26 de outubro de 1983: residual, restituição do bem ou renovação do contrato.
“considera-se arrendamento mercantil, para os efeitos desta Lei, o São deveres do arrendatário: a) o pagamento das contraprestações,
negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arren- inclusive em caso da interrupção contratual de sua responsabilidade; b)
dadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e que zelar pela devida conservação do bem, e, se preciso, responder pelos
tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, prejuízos causados pelo seu descumprimento; c) devolver o bem ao
segundo especificações da arrendatária e para uso desta”. arrendador, findo o contrato, caso não queira comprar o bem pelo preço
Portanto, compreende-se de que se trata de um contrato misto em residual ou renovar o contrato.
que uma pessoa jurídica, o arrendante, compra um bem, móvel ou imó- 5. Classificação
vel e o arrenda a uma pessoa física ou jurídica, o arrendatário, por um Em face das exposições acima, e em atendimento à classificação
determinado tempo, sob as indicações deste, ficando este com o direito doutrinária sobre os tipos de contrato, nota-se que se trata de um con-
de, no final do contrato, adquirir o referido bem, mediante o pagamento trato:
residual, cujo valor poderá ser determinado anteriormente. - consensual – para gerar direitos e obrigações é necessário apenas
2. Natureza jurídica o consentimento das partes;
Em face das suas características complexas, há diversos posicio- - bilateral – há obrigações para ambas as partes;
namentos doutrinários acerca da sua natureza jurídica, pois inclusive - oneroso – assim como os demais contratos mercantis, possui ca-
há o entendimento de que se trata somente de uma espécie de locação. racterística lucrativa;
Fran Martins, por sua vez, o considera como um negócio jurídico - nominado – a lei nº 6.099/74 estabelece a denominação do con-
compreendendo uma locação, uma promessa unilateral de venda e em trato, assim como as suas regras jurídicas;
alguns casos, um mandato. - formal – é necessário que seja de forma escrita, embora haja
Seguindo o entendimento do autor, o leasing é resultante da com- posicionamento doutrinário acerca da possibilidade de ser realizado
plexidade dos contratos acima mencionados, pois há entrega de um verbalmente;
bem, em contrapartida ao pagamento das prestações; além da obriga- - por tempo determinado e de execução sucessiva – a execução do
ção unilateral do arrendador no cumprimento posterior, em vender o contrato ocorre sucessivamente, mediante o cumprimento das obriga-
bem, findo o contrato, pelo preço residual, momento em que o arrenda- ções, por um prazo determinado;
tário decidirá se irá comprar o bem, renovar o contrato, restituir o bem; - intuitu personae – há uma peculiaridade entre as partes, em face
e, por fim, pela responsabilidade do arrendador pelos atos praticados das suas características, cujas obrigações decorrentes do contrato não
pelo arrendatário. poderão ser cumpridas por outra pessoa senão a quem foi feito o con-
35 http://www.bndes.gov.br trato.
Didatismo e Conhecimento 31
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
6. Espécies 8. Leasing na legislação brasileira
Visando suprir as necessidades existentes, surgiram diversos con- A lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974, introduziu este contrato
tratos com algumas características específicas, mas considerados como no ordenamento jurídico, dispondo sobre o tratamento tributário.
modalidades do arrendamento mercantil. Posteriormente, foi parcialmente alterada pela lei nº 7.132, de 26
Tais acontecimentos ocasionam divergências doutrinárias sobre de outubro de 1983. Todavia estes dispositivos limitavam-se ao trata-
este tema, tendo em vista a diversidade deste contrato nos ordenamen- mento tributário do leasing, uma área bastante utilizada, mas sem a
tos jurídicos. devida importância nos preceitos normativos.
Em face disto, analisaremos apenas os mais utilizados pela dou- Entretanto, o art. 9º da lei do Mercado de Capitais, nº 4.595, de 31
trina brasileira. de dezembro de 1964, estabelece a competência do Banco Central do
O leasing financeiro é basicamente o leasing puro. O bem, que
Brasil a por em prática as normas do Conselho Monetário Nacional,
inicialmente não pertence ao arrendador, será comprado por este, sob
inclusive as referentes ao leasing.
as indicações do arrendatário. As contraprestações deverão ser cum-
pridas pelo arrendatário, mesmo que este queira devolver o bem antes Um ano depois da lei nº 6.099/74, foi criada a Resolução nº 351,
do pactuado. Concluído o contrato, caberá ao arrendatário o direito de de 17 de novembro de 1975, com um Regulamento anexo, na sessão
comprar o bem pelo preço residual, geralmente pré-fixado. deste conselho, no dia 12 do referido mês, veio estabelecer os dispo-
O leasing operacional é aquele em que a empresa arrendadora é sitivos referentes às operações deste contrato, inclusive a participação
a fabricante ou fornecedora do bem, onde esta também se responsa- somente de pessoas jurídicas, seguindo o mesmo entendimento da lei
bilizará pela prestação de assistência ao arrendatário no período em nº 6.099/74. Visando a ampliação prática deste contrato, o arredamento
que o arrendamento mercantil estiver em vigor. Semelhante a este é o mercantil de bens importados foi posteriormente regulado pela Resolu-
contato de renting, em que os arrendatários pactuam, por prazos curtos, ção nº 666, de 17 de dezembro de 1980.
visando apenas a locação do bem. Entretanto, o mercado ainda não estava reagindo como se espe-
O leasing de retorno, ou lease back, consiste aquele em que uma rava, tendo em vista que a utilização do leasing conforme estes dispo-
empresa aliena um bem, móvel ou imóvel, a outra empresa. Posterior- sitivos era bastante reduzida. Jorge Pereira Andrade justifica tal ocor-
mente, está irá arrendar o bem à primeira. Desta forma, esta, além de rência:
ampliar o seu capital de giro, possui o uso e gozo do bem e, findo o “Verifica-se que há uma alteração constante, no que se refere às
contato, poderá readquiri-lo, mediante a compra pelo preço residual. pessoas que podem participar da operação do leasing, o que certa-
O leasing de intermediação trata-se daquele em que o arrendador mente leva-nos a crer que isto decorre do interesse monetário brasi-
é intermediário do fabricante do bem e do arrendatário. O leasing sim- leiro detectado pelo Conselho Monetário Nacional, para incrementar
ples, por sua vez, se caracteriza pela participação do arrendador em
ou diminuir a incidência desse tipo contratual. Fácil verificar, pelas
apenas adquirir e alugar o bem, enquanto que no leasing de manuten-
ção também se responsabilizará pela prestação técnica do bem. pesquisas feitas pela ABEL (Associação Brasileira das Empresas de
7. Leasing e locação Leasing), que quando só se permite a operação com pessoas jurídicas,
Alguns doutrinadores consideram o leasing como uma espécie o número de contratos diminui substancialmente e aumenta considera-
de locação, em face das características semelhantes entre estes dois velmente quando há a participação de pessoas físicas”.4
contratos. Diante da necessidade em suprir tal fato, a lei nº 6.099/74 e o Re-
Silvio Rodrigues, embora reconhecendo a complexidade do ar- gulamento foram alteradas pela lei nº 7.132, de 26 de outubro de 1983,
rendamento mercantil, segue este entendimento.3 permitindo a participação de pessoas físicas como arrendatárias.
Há, sem dúvida, semelhanças entre o leasing e a locação. O loca- Posteriormente, depois de vários dispositivos referentes a partici-
tário, além de pagar o aluguel, deverá restituir a coisa em bom estado. pação ou não de pessoas físicas no arrendamento mercantil, a Resolu-
O mesmo ocorre com o arrendamento, em que o arrendatário paga a ção nº 2.309, de 28 de agosto de 1996, e seu Regulamento anexo, do
remuneração, como também deverá restituir o bem. Na locação, há Banco Central do Brasil, veio finalmente disciplinar as operações do
faculdade de purgação da mora pelo locatário, e no leasing, pelo ar- arrendamento mercantil.
rendatário. Da mesma forma, em ambos os contratos, há presunção 9. Extinção
de como ocorrerá a utilização da coisa, a inversão do ônus tributário, Sendo um contato por tempo determinado, como vimos na sua
ações para a defesa do locatário e do arrendatário, além das prestações classificação, decorrido o prazo contratual, o arrendamento mercantil
estarem sujeitas a correção monetária. será extinto.
Entretanto, não é conveniente considerar a locação como o gênero
Todavia, há várias outras formas de extinção, como o consenti-
e o arrendamento mercantil como espécie.
mento mútuo dos contratantes, ou seja, a resilição bilateral ou distrato.
Entre as distinções existentes, algumas decorrem como conse-
qüência das contraprestações do leasing serem mais elevados que o Havendo prejuízo para uma das partes, esta pode extinguir o con-
pagamento do aluguel da locação, cabendo ao arrendador garantir a trato, cabendo-lhe o ressarcimento dos prejuízos. Da mesma forma,
amortização e os custos do financiamento. O locador, além de lhe per- a substituição de uma das partes, por tratar-se de um contrato intuitu
tencer os riscos da coisa, tem por obrigação garantir o uso pacífico do personae, como também da falência da empresa contratante, resultam
bem, enquanto que no leasing, tais deveres pertencem ao arrendatário. na extinção do contrato.
Outra distinção entre tais contratos é referente à obtenção da coisa. Os demais modos de inadimplemento resultam na extinção con-
No arrendamento mercantil, o arrendador adquire o bem visando en- tratual, como o decorrente por motivos alheios à vontade das partes,
tregar ao arrendatário, sob suas indicações, enquanto que na locação o como caso fortuito ou força maior.
bem em questão já pertence ao locador. 10. Leasing: Vantagens e desvantagens
E provavelmente, a principal diferença ocorre no final do contrato. Diante da intensa evolução tecnológica, em que produtos consi-
No leasing, cabe ao arrendatário o direito de renovar o contrato, adqui- derados de última geração em poucos meses tornam-se praticamente
rir o bem mediante o pagamento do preço residual ou restituí-lo. Na obsoletos e ultrapassados, torna-se inviável o emprego do capital de
locação, o locatário deverá restituir o bem. giro de uma empresa na compra de equipamentos.
Didatismo e Conhecimento 32
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
O leasing é um dos meios empregados para atender aqueles que Já o Mercado Secundário são as demais negociações com esses
não tenham recursos suficientes para a obtenção de instalações atuali- títulos, como simples trocas de possuidores, pois a empresa emissora
zadas ou pela inviabilidade de compras constantes de equipamentos já não terá mais contato com o dinheiro proveniente dessas trocas. Esse
avançados para não se tornarem inferiores às suas concorrentes. último mercado se caracteriza também pelas negociações realizadas
Desta forma, permite a renovação de equipamentos e de instala- fora das bolsas, em negociações que denominamos como mercado de
ções sem prejuízo no capital de giro, além de desenvolver a economia balcão, trazendo dessa forma mais liquidez para esses ativos financei-
sob diversos aspectos. ros.
Todavia, assim como nos demais negócios jurídicos, há a necessi- Segundo Fortuna (2005) “Mercado de Balcão é um mercado sem
dade das partes em antes de pactuarem, verificarem a possibilidade de local físico determinado para a realização das transações. Elas são rea-
riscos. É o que leciona Jorge Pereira Andrade: lizadas por telefone, entre as instituições financeiras. Neste mercado,
“No leasing, o empresário deve considerar com atenção o tipo de normalmente, são negociadas ações de empresas não registradas na
equipamento a ser arrendado, pois que alguns oferecem maior risco BOVESPA, além de outras espécies de títulos. O mercado de balcão é
que outros, durante e no final do contrato. É o caso dos bens eletrôni- dito organizado quando se estrutura como um sistema de negociações
cos em geral, pois, como se sabe, o que se compra hoje como última de títulos e valores mobiliários administrados por entidade autorizada
novidade em pouco tempo será superado. Num contrato de prazo lon- pela CVM.”
go, já estariam suplantados, e se substituídos por novos, para evitar a Por que investir no Mercado de Capitais?
diminuição tecnológica, acarretariam grave prejuízo”.5 À medida que cresce o nível de poupança individual e a poupança
Outra questão relevante se refere à desvantagem para alguém op- das empresas (entende-se por poupança o lucro das mesmas) consti-
tar pelo leasing para adquirir o uso e gozo de determinado equipamen- tuem a fonte principal do financiamento dos investimentos de um país.
to caso não haja interesse na compra do referido bem arrendado findo Tais investimentos são o motor do crescimento econômico e este, por
o contrato de arrendamento mercantil, posto que as suas contrapresta- sua vez, gera aumento de renda, com conseqüente aumento da poupan-
ções são mais elevadas que os aluguéis nos contratos de locações. ça e do investimento, assim por diante.
Para finalizar, concluímos que o arrendamento mercantil é um dos As empresas, à medida que se expandem, carecem de mais e mais
contratos que obtiveram atualmente uma intensa aceitação, tanto nos recursos, que podem ser obtidos por meio de
países avançados economicamente como também nos subdesenvolvi- • Empréstimos.
dos. • Reinvestimentos de lucros
Embora seja também bastante empregado nas empresas, o cres- • Participação de acionistas.
cente mercado de lazer pessoal é sem dúvida uma das causas para os As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. Geralmente,
elevados índices de aceitação deste contrato. as empresas utilizam-nas para manter sua atividade operacional.
No Brasil, o leasing foi bastante aceito para a aquisição de bens Mas é pela participação de novos sócios – nesse caso os acionistas
importados, em face da conduta governamental, há alguns anos, em – que uma empresa ganha condição de obter novos recursos não exigí-
incentivar o referido comércio, mediante a redução dos tributos de im- veis, como contrapartida à participação no seu capital.
portação. Com esses novos recursos, as empresas têm condições de investir
Por ser um contrato moderno, acompanhando as necessidades em novos equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas melho-
oriundas da atual atividade mercantil, em uma economia a nível glo- rando seu processo produtivo, tornando-o mais eficiente e benefician-
bal, a utilização do leasing permanecerá crescente, principalmente pelo do toda a comunidade. O investidor em ações contribui assim para a
avanço tecnológico, inviabilizando a aquisição de produtos por meio produção de bens, dos quais ele também é consumidor. Como acionis-
diverso. 36 ta, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição de dividendos
sempre que a empresa obtiver lucros.
Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa
MERCADO DE CAPITAIS – ESTRUTURA e da participação em seus lucros.
E FUNCIONAMENTO, MERCADO DE
AÇÕES E DE DERIVATIVOS Antes de investir no mercado de capitais deve-se também anali-
sar o tipo de investidor que você é, pois no mercado de capitais você
possui diversas formas de obter retorno buscando equilibrar os três
aspectos básicos em um investimento: retorno, prazo e proteção. Ao
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores avaliá-lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade, liquidez e grau de
mobiliários, que tem o objetivo de proporcionar liquidez aos títulos de risco. A rentabilidade é sempre diretamente relacionada ao risco. Ao
emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. investidor cabe definir o nível de risco que está disposto a correr, em
Estrutura do mercado de capitais função de obter uma maior ou menor lucratividade. Tornando-se desta
O Mercado de Capitais é constituído pelas bolsas de valores, forma uma ótima forma de investir seu dinheiro com diversas formas
sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. O de rentabilidade de pequeno, médio e grande risco, sendo de pequena,
mesmo é subdividido em Mercado Primário e o Mercado Secundário. media e grande rentabilidade respectivamente.
No Mercado Primário é onde se negocia a subscrição de novas
ações ao público, isto é, onde os valores mobiliários circulam pela pri- Principais Benefícios do Mercado Acionário
meira vez e onde a empresa obtém o capital para seus empreendimen- Para que o Mercado Acionário se desenvolva, consiga cumprir
tos, pois o dinheiro da venda vai para a empresa. com sua função e traga benefícios para as partes envolvidas, o am-
36 http://www.ambito-juridico.com.br – Texto adaptado de biente de negócios no país de atuação deve ter total liberdade e possuir
George Aguiar Dias regras claras e definidas.
Didatismo e Conhecimento 33
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Eis abaixo alguns dos principais benefícios que um Mercado de
Ações desenvolvido pode propiciar a uma nação: FUNDOS DE INVESTIMENTO: FUNDOS
• Financia a produção e os negócios, pois através da venda de DE INVESTIMENTO EM RENDA FIXA,
ações as empresas obtêm recursos para expandir seu capital, com obri- FUNDOS DE RENDA VARIÁVEL, FUNDOS
gações apenas no longo prazo; REFERENCIADOS EM DÓLAR, FUNDOS
• Possibilita que os recursos poupados se tornem investimentos, DE INVESTIMENTO ORIENTADOS À
proporcionando crescimento econômico e crescimento de produtivida- APOSENTADORIA
de com a inserção das poupanças no setor produtivos;
• Constitui uma forma de crescimento das companhias, que po-
dem aumentar sua participação no mercado através da distribuição de
ações, além de possibilitar a elas aumentar seus ativos e valor de mer-
Fundo de investimento é um tipo de aplicação financeira que reú-
cado; ne recursos de um conjunto de investidores (cotistas), com o objetivo
• Auxilia a redistribuição de renda, à medida que pode proporcio- de obter lucro ao investir na aquisição de títulos e valores mobiliários,
nar a seus investidores ganhos decorrentes de valorizações do valor da de cotas de outros fundos ou de bens imobiliários.
ação e distribuição de dividendos, compartilhando assim o lucros das Investir em um fundo de investimento significa converter o di-
empresas; nheiro aplicado em cotas. Cada cota representa uma fração correspon-
• Aprimoramento dos princípios da Governança Corporativa, dente ao patrimônio do fundo de investimento. O patrimônio de um
através de melhorias na administração e eficiência, visto que as compa- fundo de investimento é a soma de todos os recursos aplicados por seus
nhias abertas precisam cumprir a regras cada vez mais rígidas propos- diferentes investidores.
tas pelo governo e pelas Bolsas de Valores, além de deixar o mercado Cada investidor (cotista) possui um número de cotas proporcional
mais transparente; ao valor total de seus investimentos. Assim, quanto maior for o valor
• Possibilita a inserção de pequenos investidores, já que para investido, mais cotas terá o investidor.
investir em ações não há a necessidade de grandes somas de capital O valor da cota do fundo de investimento é calculado diariamente
como outros tipos de investimentos; por meio da divisão de seu patrimônio líquido pelo número total de
• O Mercado de Ações atua como indicador econômico, uma vez cotas em circulação.
que é extremamente sensível e a cotação das ações pode refletir as for- O patrimônio líquido é calculado pela soma do valor de todos os
ças do mercado, como momentos de recessão, estabilidade, crescimen- ativos adquiridos e do valor em caixa, descontando as obrigações do
fundo, inclusive aquelas relativas à sua administração. 38
to, etc.
Ativos de Renda Fixa
Investimentos em Títulos São investimentos que pagam, em períodos definidos, uma cer-
• Renda: Divido em fixa e variável. A renda é fixa quando se co- ta remuneração, que pode ser determinada no momento da aplicação
nhece previamente a forma do rendimento que será conferida ao título. (pré-fixado) ou no momento do resgate (no final da aplicação - pós-fi-
Nesse caso, o rendimento pode ser pós ou prefixado, como ocorre, por xado). Para entender o que é um título de renda fixa imagine cada título
exemplo, com o certificado de depósito bancário. A renda variável será como um empréstimo. Cada vez que você compra um título de renda
definida de acordo com os resultados obtidos pela empresa ou institui- fixa você está emprestando dinheiro ao emissor do título (que pode
ção emissora do respectivo título. ser o seu banco, uma empresa ou o governo). Os juros cobrados são o
• Prazo: Há títulos com prazo de emissão variável ou indetermina- pagamento que você recebe por emprestar seu dinheiro.
do, isto é, não têm data definida para resgate ou vencimento, podendo Os títulos de renda fixa podem ser públicos ou privados.
sua conversão em dinheiro ser feita a qualquer momento. Já os títulos - Privados:
de prazo fixo apresentam data estipulada para vencimento ou resgate, 1- Caderneta de poupança: é a aplicação mais conservadora. É um
quando seu detentor receberá o valor correspondente à sua aplicação, investimento de pouco risco e por isso o retorno também é muito pe-
acrescido da respectiva remuneração. queno. O rendimento é de 0,5%+TR ao mês. A TR (Taxa Referencial)
• Emissão: Os títulos podem ser particulares ou públicos. Parti- é calculada diariamente com base no CDB. Sobre a rentabilidade da
culares, quando lançados por sociedades anônimas ou instituições poupança não é preciso pagar o imposto de renda e a CPMF, quando
financeiras autorizadas pela CVM ou pelo Banco Central do Brasil, da sua vigência, era devolvida caso a aplicação ficasse depositada por
mais de três meses. A liquidez é de 30 dias - isto quer dizer que se você
respectivamente; público, se emitidos pelo governo federal, estadual
sacar seu dinheiro antes dos 30 dias você perderá a remuneração.
ou municipal. 2- Fundos de investimentos de renda fixa: os fundos de investi-
Como investir e operar no mercado de capitais? mentos podem ser de renda fixa ou renda variável e são os investimen-
Para operar no mercado secundário de ações é necessário que o tos mais comuns no mercado. Os fundos de investimento funcionam
investidor se dirija a uma sociedade corretora membro de uma bolsa de como um condomínio de investidores, ou seja, comparando com um
valores, na qual funcionários especializados poderão fornecer os mais condomínio de um apartamento os condôminos (ou investidores) dei-
diversos esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de xam a administração do prédio (ou carteira do fundo) para o síndico
acordo com os objetivos definidos pelo aplicador. Se pretender adquirir (ou gestor do fundo). Em um fundo de investimento, o administrador
ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor de- do fundo aplica os recursos dos investidores em vários tipos de ativos
verá procurar um banco, uma corretora ou uma distribuidora de valores (patrimônio do fundo) de forma a aumentar o retorno e minimizar o
mobiliários, que participem do lançamento das ações pretendidas.37 risco da carteira do fundo. O investimento em fundos é indicado para
quem quer diversificar os seus investimentos com a orientação finan-
37 www.bertolo.pro.br/MatFin/HTML/Mercado_capi- ceira de especialistas na administração dos diversos tipos de ativos que
tais.htm compõem a carteira do fundo.
38 http://br.advfn.com
Didatismo e Conhecimento 34
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Os fundos de renda fixa podem ser divididos em: Qualquer pessoa residente no Brasil pode comprar títulos públi-
• Referenciados: tem como referência um índice, que pode ser cos, sendo necessário cadastrar-se primeiro num agente de custódia
o CDI, dólar, euro, Ibovespa, etc. Exemplos de fundos referenciados: que pode ser um banco ou corretora de valores. Também pela internet
Fundos DI e Fundos Cambiais. no site do Tesouro Nacional ou nos sites dos principais bancos você
• Não Referenciados: os fundos incluídos nesse grupo não poderá comprar títulos, desde que esteja cadastrado num agente de
precisam seguir o desempenho de um índice específico, e por isso po- custódia. A negociação será feita essencialmente pelo site do Tesou-
dem aplicar seus recursos em títulos de renda fixa pré ou pós-fixados. ro Direto, por um sistema seguro que só dá acesso à área exclusiva
Dentre os fundos não referenciados estão incluídos os fundos de renda mediante validação do CPF e senha. O valor mínimo para compra é
fixa tradicionais, cujo retorno varia de acordo com a estratégia adotada de R$200,00. Os principais títulos negociados são os títulos federais,
pelo gestor do fundo. a citar: Letras Financeiras do Tesouro, Letras do Tesouro Nacional e
• Genéricos: em geral, são fundos com um perfil de investi- Notas do Tesouro Nacional.
mento um pouco mais agressivo do que o dos referenciados e não refe-
renciados, pois têm liberdade para decidir como investir seus recursos. Ativos de Renda Variável
Até 49% do patrimônio do fundo pode estar investido em ações. Dado São vários os investimentos em ativos de renda variável, cujo lu-
o perfil de risco desses fundos, recomenda-se uma análise ainda mais cro é determinado pela diferença entre o preço de compra, mais os
detalhada do estatuto do fundo. Exemplos de fundos genéricos: Fun- benefícios (aluguéis, no caso de imóveis ou dividendos, no caso das
dos Derivativos, Fundos multicarteira e Fundos FIEX. ações), menos o preço de venda. Além de ações, existem outros como
As taxas e impostos têm grande importância na rentabilidade do moedas (dólar, euro, iene etc), commodities (soja, boi, açúcar, café etc)
fundo pois variam entre os diversos fundos e entre os bancos também e fundos de investimento de renda variável.
e por isso podem acabar reduzindo substancialmente o retorno do seu 1- Fundos de investimentos de renda variável: os ativos que com-
investimento. São cobradas taxas de administração sobre o valor apli- põem a carteira dos fundos de investimentos podem ser: ações, renda
cado que pode variar de 0,5 a 2% ao ano e 20% sobre o lucro de im- fixa, mistos, cambiais, imóveis, títulos de empresas emergentes, etc. O
posto de renda. valor mínimo de aplicação ou resgate varia muito de fundo para fundo,
3- CDB: Certificados de Depósito Bancário. São títulos emitidos mas em geral a aplicação mínima começa a partir de R$ 250,00 o mes-
por bancos com o objetivo de captar recursos em troca de uma taxa de mo vale para os resgates mínimos. A tributação também é semelhante
juros que pode ser pré ou pós-fixada. Ou seja, é como se você tivesse aos fundos de renda fixa, ou seja, taxa de administração e imposto de
renda sobre os ganhos.
emprestando dinheiro para o banco e este banco emprestará este di-
2- Investimentos imobiliários: aquisição de bens imóveis como
nheiro para outras pessoas por uma taxa maior. Esta é uma das princi-
casas, terrenos, etc. Comprar um apartamento ou sala de escritório
pais fontes de receita dos bancos.
com o objetivo de obter uma renda mensal de aluguel sempre esteve
Além dos CDBs, os bancos também emitem os RDBs (recibo de-
associado a segurança. Dependendo das características do imóvel, os
pósito bancário), que tem as mesmas características de um CDB, com
ganhos com aluguel ficam entre 0,80% e 1,20% ao mês (sem descontar
a diferença de que não há negociação antes da data do seu vencimento,
os impostos). Entretanto, investindo em imóveis você também deve
ou seja, você não pode resgatar seu dinheiro antes do prazo de venci-
levar em conta a sua baixa liquidez, isto é, se você precisar vendê-lo
mento que normalmente pode variar de 30 a 180 dias.
com urgência, poderá encontrar dificuldades.
4- Debêntures: são títulos emitidos pelas empresas com prazo cer-
3- DÓLAR: o investimento em dólar é indicado para:
to e remuneração certa, que têm como garantia os ativos das empresas. • quem vai viajar para o exterior;
As empresas emitem debêntures para financiar a empresa - é como se • para quem pretende enviar dinheiro para uma conta aberta
elas obtivessem um empréstimo a longo prazo em troca dos títulos. no exterior (no caso quem negocia com importações;
Quando você compra uma debênture, está na verdade emprestando di- • para quem tem dívidas em dólar;
nheiro para a empresa, correndo risco de que elas não venham honrar • em períodos de grande instabilidade econômica e inflação
seus compromissos. Para tornar suas debêntures mais atrativas para os elevada.
investidores, algumas empresas dão garantias na emissão de debêntu- Quem compra dólar como investimento também deve lembrar
res. É um investimento atraente, pois os juros são altos. Nas grandes que há uma boa diferença entre o preço de compra e o de venda da
empresas de capital aberto os riscos são baixos, pois os balanços das moeda, o chamado “spread”. Assim, o investimento nesta moeda só
empresas são públicos, ou seja, são divulgados para o conhecimento de valerá a pena se ela subir tanto que compense essa diferença (como
todos - assim você pode saber se a empresa anda bem ou não. As de- aconteceu na desvalorização do real no começo de 1999), e ainda ga-
bêntures não dão direito aos lucros ou bens da empresa. As debêntures ranta um bom retorno comparado com os outros investimentos. Mes-
podem ter remuneração pré-fixada ou fixada em um índice mais juros. mo assim, se você pretende investir em dólar, os fundos referenciados
A rentabilidade também é definida pela valorização dos títulos. em dólar são sempre melhor negócio do que ter dinheiro em espécie.
A tributação é de 20% de imposto de renda sobre os juros pagos 4- OURO: o preço do ouro no Brasil é fixado em função da varia-
mais 20% de imposto de renda sobre o rendimento líquido do título. Há ção do dólar e da variação do preço do metal no mercado internacional.
incidência regressiva de IOF no caso de resgate antes de 30 dias. Estes Portanto, tenha cuidado ao investir nesse mercado, já que a cotação do
impostos são descontados diretamente da sua conta (retido na fonte). dólar será decisiva no rendimento da sua aplicação.
- Públicos: Além disso, em momentos de variação excessiva e incertezas,
Os governos federal, estadual e municipal emitem títulos com a você pode ter maior dificuldade de negociação na hora de se desfazer
finalidade de captar recursos e financiar as atividades como educação, da aplicação. Se decidir investir, procure realizar com uma pequena
saúde, etc. Esses são os chamados títulos da dívida pública. parcela do seu capital.
Didatismo e Conhecimento 35
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Cotação - O valor do metal no Brasil acompanha a variação do
preço internacional e a cotação do dólar aqui.
REGRAS PRUDENCIAIS: RISCO DE
5- Ações: são títulos negociáveis de renda variável que represen-
CRÉDITO, CAMBIAL, DE MERCADO
tam a menor parcela do capital de uma empresa. Ou seja, ações são
E DE LIQUIDEZ; CONCEITO DE
como pedaços de uma empresa. Quando você compra ações de uma
PATRIMÔNIO DE REFERENCIA, REGRAS
empresa é como você possuísse pedaços dessa empresa. As empresas
precisam de dinheiro para financiar suas compras, ampliar instalações,
PRUDENCIAIS DEFINIDAS PELO CMN
ampliar os negócios, etc. Para não pegar esse dinheiro emprestado
ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
com os bancos onde os juros são altos, as empresas emitem ações para
levantar o dinheiro sem o pagamento dos juros. Para compensar ela
paga aos sócios (que são os compradores das ações - os acionistas) a Em geral, as diretrizes da regulamentação prudencial são discuti-
participação nos lucros (dividendos). Esta é uma forma das empresas das e fixadas em fóruns internacionais dos quais o Brasil participa, com
conseguirem dinheiro com baixo custo. Quando você compra ações a finalidade de fortalecer a estabilidade e a eficiência do sistema finan-
é como se você emprestasse dinheiro para uma empresa e em troca ceiro de cada país, tendo como referência os padrões e as recomenda-
recebe parte do lucro dela. As ações são conversíveis em dinheiro a
ções de organismos internacionais, a exemplo do Comitê de Basileia
qualquer tempo, sendo negociadas na Bovespa (Bolsa de Valores de
para Supervisão Bancária (Basel Committee on Banking Supervision
São Paulo).
– BCBS), em que atualmente são discutidas as regras da Basileia III.
As ações podem ser de dois tipos:
Ordinárias Nominativas ou ON - Têm direito a voto.
Preferenciais Nominativas ou PN - Têm preferência na distri- Basileia III
buição de dividendos. A agenda de aperfeiçoamento regulatório conhecida como Ba-
Você pode comprar tanto ON quanto PN ou os dois tipos, depen- sileia III, em processo de adoção por parte do Brasil, compreende a
dendo do seu objetivo. As PN têm mais liquidez (são mais procuradas) incorporação às regras prudenciais brasileiras de definições e de novos
por causa dos dividendos e por isso seu valor é maior. requerimentos de capital de maneira gradual, ao longo dos próximos
anos, com início em 2013 e conclusão em 2019, os quais incluem:
Fundos Referenciados em dólar • o fortalecimento do capital alocado por instituições financei-
Fundo Referenciado é o tipo de fundo de investimento que acom- ras para cobertura de perdas;
panha a variação do indicador de desempenho (benchmark) defini- • a introdução de índice de alavancagem e de índices mínimos
do em seu objetivo, mantendo, no mínimo, 95% de sua carteira com- de liquidez a serem mantidos pelas instituições financeiras;
posta por ativos que acompanham o referido indicador. • o fortalecimento da atuação dos supervisores financeiros;
O administrador deste tipo de fundo de investimento pode utilizar • a transparência na divulgação das informações sobre as ins-
ativos derivados em carteira apenas com o objetivo exclusivo de prote- tituições financeiras; e
ção (hedge), sem permitir qualquer tipo de alavancagem. 39 • o tratamento a ser dispensado às instituições identificadas
como sistemicamente importantes, tanto em nível global como domés-
Fundo de Investimento orientado à aposentadoria tico.
São fundos cujas características de longo prazo objetivam a com- Tais mudanças, em função da estrutura regulatória conservadora
plementação da aposentadoria de seus investidores. O FAPI é uma já adotada há muito pelo Brasil, em nada alterarão, para o cidadão bra-
nova forma de investimento individual para complementar a aposen- sileiro em geral, o atendimento e a qualidade dos serviços financeiros
tadoria, sendo constituído sob forma de condomínio aberto e adminis- atualmente prestados pelas instituições reguladas e autorizadas pelo
trado por instituições financeiras. Trata-se de um fundo como um FIF BCB, mas deverão ampliar ainda mais a segurança e robustez do SFN.
em que as contas mantidas por um ano recebem vantagens fiscais, tal No Brasil, a incorporação desses padrões e recomendações à re-
como a isenção de IOF no momento do saque (cotas sacadas antes de gulamentação interna dá-se em conformidade com cronograma previa-
um ano terão IOF de 5%).
mente divulgado, que considera as especificidades do SFN.
O FAPI é normalmente adotado por empresas credenciadas ao
As principais iniciativas adotadas no ano consistiram na definição
Plano de Incentivo à Aposentadoria Programada Individual, no senti-
de normas que disciplinam a permissão para uso de sistemas internos
do de promoverem programas coletivos de previdência privada a seus
de classificação de risco para a determinação do requerimento de capi-
funcionários.
Os recursos do FAPI poderão ser aplicados em uma carteira di- tal para risco de crédito e de normas que aprimoram as regras da gestão
versificada em títulos e valores mobiliários e demais ativos financeiros de liquidez pelas instituições financeiras.41
e modalidades operacionais, observando a seguinte estrutura básica: Quando falamos em risco de crédito, a preocupação, refere-se ao
• Até 100% em títulos públicos federais e créditos securitiza- recebimento do principal e de juros, decorrentes das operações reali-
dos do Tesouro Nacional; zadas pela instituição financeira. O maior ou menor rigor quanto às
• Até 80% em investimentos de renda fixa; e exigências e garantias nas concessões de crédito, redundam na eleva-
• Até 40% em investimentos de renda variável. ção ou redução do risco envolvido nas operações e, por consequência,
Os investidores do FAPI pagarão IR de 20% sobre os ganhos de maior ou menor taxa de inadimplência.
capital como qualquer outro fundo de renda fixa. O risco do investidor Como já sabemos, o ganho da instituição financeira dar-se-á atra-
no FAPI é o risco de oscilação e liquidação dos títulos que compõe a vés do spread, que, comparativamente ao valor do crédito concedido,
carteira do fundo. 40 tende a ser bem menor, de tal maneira que a perda integral de determi-
39 http://www.universitario.com.br nada operação necessitará de várias outras para neutralizar seus efeitos.
40 http://www.graugestao.com.br 41 Fonte: http://www.bcb.gov.br
Didatismo e Conhecimento 36
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Por exemplo, um empréstimo concedido pelo prazo de 30 dias, à taxa A liquidez advém da adequação do fluxo de caixa a fim de permi-
de juros de 5% a.m., com pagamento integral ao final do período - dos tir o cumprimento de obrigações nas datas pactuadas, envolvendo um
juros e principal -, necessitará, no caso de perda, de 20 operações se- perfeito equilíbrio entre os
melhantes em termos de valores e de taxas a fim de diluir o prejuízo. prazos das origens de recursos, como depósitos, com o das aplica-
Infere-se, então, que as instituições financeiras devem diversifi- ções, por exemplo, os empréstimos concedidos.
car ao máximo a concessão de crédito, evitando a concentração das A solvência refere-se à capacidade de o banco honrar seus com-
operações a poucos tomadores, a determinadas regiões ou setores de promissos, impondo-se a necessidade de boa qualidade de seus ativos,
atividade, visto que, ao agir assim, estarão menos propensas às oscila- o que significa uma política responsável na aplicação dos recursos cap-
ções dos mercados de seus tomadores, restringindo à sua exposição ao tados de terceiros e ou dos sócios (capital próprio).
risco conjuntural. Para o sistema bancário, além da liquidez e solvência, é impres-
As instituições financeiras cuja função clássica é a intermediação cindível a existência da credibilidade das instituições, sob pena da in-
financeira têm direcionado parte de suas operações na negociação de corrência do risco sistêmico, proveniente de uma ampla corrida aos
ativos, sobretudo no mercado de derivativos e futuros, expondo-se em bancos
um mercado muito sofisticado, dinâmico e arriscado. , denominada de “comportamento de manada”, que infligiria a fa-
O risco de mercado refere-se à incerteza na obtenção de lucros lência de muitas, se não de todas as instituições, haja vista que as
por uma instituição financeira, dadas as variáveis a serem consigna- instituições bancárias elevam seus recursos através da criação de
das, como valor dos ativos, taxas de juros, liquidez e volatilidade do moeda escritural, o que significa dizer que, se todos os correntistas de
mercado. uma instituição bancária resolvessem sacar seus depósitos no mesmo
Este risco pode ser mensurado diariamente ou em períodos lon- dia, o banco não teria como honrá-los.
gos, como um ano, e será expresso em termos absolutos, através da A grande preocupação, então, é de regulamentar e de supervisio-
exposição em valores monetários, ou em termos relativos, quando nar este mercado, com o fim de evitar que os bancos se exponham
comparado com outro padrão existente. demasiadamente ao risco, na medida em que exercem a função de in-
Os motivos para a mensuração do risco, segundo Saunders (2000, termediação financeira, entre poupadores e investidores, percebendo
p. 178), seriam: para tal um spread.
1 - Informação Gerencial: informações geradas com a missão de O banco, então, expõe-se ao risco de não emprestar bem, dada a
revelar até que ponto os operadores estariam expondo a instituição fi- assimetria existente nas relações com os tomadores de recursos (inves-
nanceira a riscos, como exemplo de ocorrência tem-se o caso do Ba- tidores), o que pode advir em seu prejuízo em determinadas operações,
rings, citado anteriormente, em que um único operador expôs excessi- de tal sorte que sua ocorrência em determinada escala pode determinar
vamente uma instituição, de tal maneira que, no insucesso da operação, a insolvência da instituição.
o banco tornou-se insolvente, uma vez que seu capital próprio não era A existência de um banco central como emprestador de última
suficiente para fazer frente ao prejuízo decorrente da operação. instância transmite certa tranquilidade aos depositantes, mas, por outro
2 - Fixação de Limites: através da mensuração do risco das cartei- lado, ocasiona o que se denomina de risco moral, uma vez que incen-
ras dos operadores, pode-se estabelecer limites por área e por operador, tiva os bancos a assumirem riscos cada vez maiores visando o lucro,
de tal sorte a possibilitar que a instituição tenha bem presente até que que é, afinal de contas, o que buscam. A existência de um bom volume
ponto está disposta a assumir riscos e evitar que operadores tomem de capital próprio talvez seja uma medida preventiva para que os ban-
riscos que a instituição não deseja. cos não se exponham ao risco de forma excessiva, evitando futuros
3 - Alocação de Recursos: a partir da comparação de resulta- prejuízos.42
dos com riscos de mercado, em diferentes áreas de atuação, pode-se O Patrimônio de Referência (PR) é uma informação importante
identificar áreas com maior potencial de retorno por unidade de risco, para as instituições financeiras. O seu cálculo é determinado por uma
possibilitando uma melhor alocação de recursos nas mesmas, visando metodologia do Conselho Monetário Nacional (Resolução 3444/2007).
melhorar a rentabilidade da instituição sem, no entanto, aumentar o Esta resolução determina que ao valor do patrimônio líquido de cada
risco dessas operações. instituição financeira sejam somados alguns itens (provisão, dívidas
4 - Avaliação de Desempenho: este quarto motivo leva em consi- subordinadas, instrumentos híbridos de capital de dívidas) e subtraídos
deração o risco e o retorno dos operadores e questiona até que ponto outros (reservas, créditos tributários, ativos diferidos, entre outros), que
deve ser mais premiado o operador que tomou mais risco e, por conse- resultarão no valor do PR.
quência, obteve melhor retorno em detrimento de outro que apresentou Com as atenções voltadas à estruturação dos Controles Internos, o
menor retorno, mas cuja exposição ao risco também fora menor. Comitê da Basiléia apresentou os 25 princípios básicos, indispensáveis
Não existe uma certeza de que os operadores que obtêm os me- para um sistema de supervisão realmente eficaz.
lhores retornos não sejam justamente os que correm os maiores riscos, Em atendimento ao 14º Princípio Essencial da Basiléia, que trata
de tal maneira que a implementação de uma sistemática racional de da determinação por parte da autoridade supervisora da adoção pelos
premiação teria que compatibilizar risco e retorno. bancos de sistema de controles internos, foi editada a Resolução CMN
5 - Regulamentação: mecanismo que trata de regulamentar o ris- nº 2.554/1998, a qual dispõe sobre a implantação e implementação de
co de mercado através da exigência de capitalização. Os padrões de sistema de controles internos, sujeitando todas as instituições financei-
referência de exigência de capital, no entanto, são os do setor privado, ras pertencentes ao Sistema Financeiro Nacional quanto ao seu cum-
com a finalidade de evidenciar excessos por parte dos órgãos regula- primento.
mentadores.
Em se tratando do setor bancário, as maiores preocupações con- 42 Fonte: www.lume.ufrgs.br - Texto adaptado de Ivan
centram-se nas questões de liquidez e de solvência. Carlos Almeida dos Santos
Didatismo e Conhecimento 37
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Resolução 2.554/98 Parágrafo 4º No caso de a atividade de auditoria interna ser exer-
cida por unidade própria, deverá essa estar diretamente subordinada ao
Art. 1º Determinar às instituições financeiras e demais instituições conselho de administração ou, na falta desse, à diretoria da instituição.
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil a implantação e Parágrafo 5º No caso de a atividade de auditoria interna ser exer-
a implementação de controles internos voltados para as atividades por cida segundo uma das faculdades estabelecidas no parágrafo 3º, deverá
elas desenvolvidas, seus sistemas de informações financeiras, opera- o responsável por sua execução reportar-se diretamente ao conselho de
cionais e gerenciais e o cumprimento das normas legais e regulamen- administração ou, na falta desse, à diretoria da instituição.
tares a elas aplicáveis. Parágrafo 6º As faculdades estabelecidas no parágrafo 3º, incisos
Parágrafo 1º Os controles internos, independentemente do porte II e III, somente poderão ser exercidas por cooperativas de crédito e
da instituição, devem ser efetivos e consistentes com a natureza, com- por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades
plexidade e risco das operações por ela realizadas. corretoras de câmbio e sociedades distribuidoras de títulos e valores
Parágrafo 2º São de responsabilidade da diretoria da instituição: mobiliários não integrantes de conglomerados financeiros.
I - a implantação e a implementação de uma estrutura de controles
Parágrafo 7º Em qualquer das situações previstas neste artigo, a
internos efetiva mediante a definição de atividades de controle para
instituição deve manter à disposição e garantir o acesso irrestrito do
todos os níveis de negócios da instituição;
Banco Central do Brasil aos papéis de trabalho, relatórios e quaisquer
II - o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes
aos mesmos; outros documentos elaborados pela auditoria interna da instituição.
III - a verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos (Redação dada pela Resolução 3.056, de 19/12/2002.)
procedimentos definidos em função do disposto no inciso II. Art. 3º O acompanhamento sistemático das atividades relaciona-
Art. 2º Os controles internos, cujas disposições devem ser acessí- das com o sistema de controles internos deve ser objeto de relatórios,
veis a todos os funcionários da instituição de forma a assegurar sejam no mínimo semestrais, contendo:
conhecidas a respectiva função no processo e as responsabilidades atri- I - as conclusões dos exames efetuados;
buídas aos diversos níveis da organização, devem prever: II - as recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o
I - A definição de responsabilidades dentro da instituição; estabelecimento de cronograma de saneamento das mesmas, quando
II - A segregação das atividades atribuídas aos integrantes da ins- for o caso;
tituição de forma a que seja evitado o conflito de interesses, bem como III - a manifestação dos responsáveis pelas correspondentes áreas
meios de minimizar e monitorar adequadamente áreas identificadas a respeito das deficiências encontradas em verificações anteriores e das
como de potencial conflito da espécie; medidas efetivamente adotadas para saná-las.
III - Meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que Parágrafo único. As conclusões, recomendações e manifestação
possam afetar adversamente a realização dos objetivos da instituição; referidas nos incisos I, II e III deste artigo:
IV - A existência de canais de comunicação que assegurem aos I - devem ser submetidas ao conselho de administração ou, na
funcionários, segundo o correspondente nível de atuação, o acesso a falta desse, à diretoria, bem como à auditoria externa da instituição;
confiáveis, tempestivas e compreensíveis informações consideradas II - devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil
relevantes para suas tarefas e responsabilidades; pelo prazo de 5 (cinco) anos.
V - A contínua avaliação dos diversos riscos associados às ativi- Art. 4º Incumbe à diretoria da instituição, além das responsabi-
dades da instituição; lidades enumeradas no art. 1º, parágrafo 2º, a promoção de elevados
VI - O acompanhamento sistemático das atividades desenvolvi- padrões éticos e de integridade e de uma cultura organizacional que
das, de forma a que se possa avaliar se os objetivos da instituição estão demonstre e enfatize, a todos os funcionários, a importância dos con-
sendo alcançados, se os limites estabelecidos e as leis e regulamentos troles internos e o papel de cada um no processo.
aplicáveis estão sendo cumpridos, bem como a assegurar que quais- Art. 5º O sistema de controles internos deverá estar implementado
quer desvios possam ser prontamente corrigidos;
até 31.12.99, com a observância do seguinte cronograma:
VII - A existência de testes periódicos de segurança para os siste-
I - definição das estruturas internas que tornarão efetivos a implan-
mas de informações, em especial para os mantidos em meio eletrônico.
Parágrafo 1º Os controles internos devem ser periodicamente re- tação e o acompanhamento correspondentes – até 31.01.99;
visados e atualizados, de forma a que sejam a eles incorporadas medi- II - definição e disponibilização dos procedimentos pertinentes -
das relacionadas a riscos novos ou anteriormente não abordados. até 30.06.99.
Parágrafo 2º A atividade de auditoria interna deve fazer parte do Parágrafo único. A auditoria externa da instituição deve fazer
sistema de controles internos. menção específica, em seus pareceres, à observância do cronograma
Parágrafo 3º A atividade de que trata o parágrafo 2º, quando não estabelecido neste artigo.
executada por unidade específica da própria instituição ou de institui- Art. 6º Fica o Banco Central do Brasil autorizado a:
ção integrante do mesmo conglomerado financeiro, poderá ser exer- I - determinar a adoção de controles adicionais nos casos em que
cida: constatada inadequação dos controles implementados pela instituição;
I - Por auditor independente devidamente registrado na Comissão II - imputar limites operacionais mais restritivos à instituição que
de Valores Mobiliários (CVM), desde que não aquele responsável pela deixe de observar determinação nos termos do inciso I no prazo para
auditoria das demonstrações financeiras; tanto estabelecido;
II - Pela auditoria da entidade ou associação de classe ou de órgão III - baixar as normas e adotar as medidas julgadas necessárias à
central a que filiada a instituição; execução do disposto nesta Resolução, incluindo a alteração do crono-
III - Por auditoria de entidade ou associação de classe de outras grama referido no art. 5º.
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, Art. 7º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
mediante convênio, previamente aprovado por este, firmado entre a Brasília, 24 de setembro de 199843
entidade a que filiada a instituição e a entidade prestadora do serviço. 43 Fonte: http://www.fatorcorretora.com.br
Didatismo e Conhecimento 38
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Zeithaml e Bitner (2003) destacam que, de maneira geral, os clien-
NOÇÕES DE: FALHAS DE SERVIÇO, tes esperam tratamento justo ao realizar uma reclamação. Vejamos três
FATORES DE SATISFAÇÃO, tipos específicos de justiça como retorno às reclamações: imparcialida-
GOVERNANÇA CORPORATIVA, de nos resultados, nos processos e interacional. A imparcialidade nos
ESTRATÉGIA DE SEGMENTAÇÃO, resultados indica que “os clientes esperam resultados ou compensa-
DIFERENCIAÇÃO E CLIENTES PRIVATE. ções que correspondam ao seu nível de insatisfação” (ZEITHAML E
BITNER, 2003, p.165). As compensações podem assumir diferentes
formas, desde monetária, pedidos de desculpas, serviços gratuitos no
futuro, taxas reduzidas, consertos e/ou trocas, entre outras.
Na disputa por fatia de mercado, a preocupação com a satisfação A imparcialidade nos processos trata-se de obter, além de com-
do cliente faz-se incessante, sendo caracterizada, em uma de suas for pensações justas, a imparcialidade ao se tratar de políticas, regras e
mas, na busca pela redução e inexistência de falhas. pontualidade, no processo de reclamações. Ou seja, os clientes dese-
Serviços são, por natureza, atividades intangíveis. jam que o processo de reclamação seja facilitado e que as ações sejam
São erros de processo, ainda não visíveis ao cliente (ZEITHALM encaminhadas rapidamente e, por ultimo, o cliente espera a imparcia-
e BITNER, 2003). No entanto, quando tais falhas transpassam à di- lidade interacional, caracterizada pela espera por tratamento de forma
mensão de visibilidade, o cliente passa a ter contato com a falha, fato educada, atenciosa e honesta. 44
que pode resultar na insatisfação do cliente.
Tais falhas geralmente acontecem quando a empresa não se pre- Fatores de satisfação
para para prestar os serviços nos padrões de qualidade desejados pelos As empresas utilizam-se de varias ferramentas, para reter e captar
clientes. novos clientes, uma tarefa que exige muita estratégia para quem quer se
São situações inesperadas pelos clientes, que podem resultar na manter no mercado, liderar seu segmento, e servir como referência e de
insatisfação dos mesmos. Lovelock e Wright (2006) explicam que a benchmarking para seus concorrentes. Porém, as organizações têm que
satisfação (ou insatisfação) trata-se de uma sensação decorrente da trabalhar e administrar seus recursos que estão cada vez mais escassos,
comparação entre o serviço esperado (expectativa) e o serviço percebi- para atingir um excelente nível de satisfação e eficácia. Mas isso exige
um ótimo planejamento para atingir seus resultados, até porque a or-
do (situação real). Para Zeithaml e Bitner (2003), tal comparação resul-
ganização tem um compromisso com seus clientes internos e externos,
ta na qualidade (ou falta de) percebida no serviço. Asseguram que os
onde um dos principais objetivos é manter um bom relacionamento
clientes possuem uma expectativa sobre a qualidade do serviço, antes
com fornecedores, colaboradores e consumidores, oferecendo o me-
mesmo de comprá-lo. A expectativa é formada com base em necessi-
lhor atendimento e produto do mercado. Sabemos que é importante
dades individuais, experiências passadas, recomendações de terceiros,
esse tipo de elo com o cliente, e também, que muitas empresas deixam
e pode ser influenciada também pela propaganda de um fornecedor de
a desejar em algumas situações, não atentando a pequenos detalhes,
serviços. É um procedimento comum, após compra e consumo do ser-
que podem comprometer o processo de qualidade, tanto nos serviços
viço, a comparação da qualidade esperada, com aquilo que realmente
quanto nos produtos, principalmente quando os funcionários estão tra-
receberam.
balhando sob muito pressão, tendo que cumprir as metas estabelecidas
Corrobora Grönroos (2003), ao afirmar que os desempenhos de pela organização, ou, quando a equipe está desmotivada, deixando de
serviço, quando acima do nível de serviço desejado, conseguem sur- se importar em fazer um bom atendimento e prestar um serviço com
preender ou encantar os clientes. Neste caso, serão avaliados como de qualidade, permitindo até mesmo que problemas pessoais interfira nes-
qualidade superior. Se forem avaliados dentro de uma zona de tolerân- se processo, colocando em risco o relacionamento com o cliente.
cia, os clientes acharão que ele é simplesmente adequado. Quando a Quando falamos de qualidade tanto no atendimento, quanto na
qualidade real percebida se posiciona abaixo do nível de serviço ade- prestação de serviços, temos que tomar cuidado com os pequenos de-
quado esperado pelos clientes, ocorre uma discrepância, uma situação talhes para não comprometer o processo do atendimento; um cliente
discordante entre o desempenho do fornecedor de serviço e as expec- satisfeito poderá indicar os serviços para outros, por isso é importante
tativas do cliente. atentar para esse fator, pois, o marketing boca a boca ainda funciona, e
Por recuperação entendem-se as ações tomadas por uma empresa muito bem. As coisas mudam muito rápido, as exigências são todas pra
em resposta a uma falha de serviço (ZEITHAML e BITNER, 2003). ontem, muitas pessoas não tem tempo para fazer pesquisas de mercado
Se deixados sem reparo, os clientes “podem acabar deixando a empre- para identificar um bom fornecedor, embora esta prática seja correta e
sa, contando a outros clientes suas experiências negativas, e até mesmo muito utilizada, tem pessoas que preferem uma ou duas indicações de
desafiando a organização por meio de órgãos de defesa do consumidor empresas, para fazer uma simples comparação de preços e serviços,
ou outros órgãos legais” Zeithaml e Bitner (2003, p.161). Uma orga- sem perder tempo na decisão, porém, correndo alguns risco em relação
nização de serviços poderá reter ou perder clientes, na medida em que a mesma.
conseguir lidar com as suas reclamações e seus resolver problemas. A Alguns fatores importantes para as empresas prestadoras de servi-
reclamação é entendida como o ato de reclamar, apresentar queixa ou ços garantir a qualidade. Entre eles destacamos:
protesto, sendo uma expressão pela qual um cliente formaliza a insatis- Atendimento · Qualificação · Motivação · Organização · Re-
fação com algum aspecto de uma experiência de serviço. solução de problemas · Foco no cliente · Feedback.
Empresas que se empreendem na tarefa de gerir as reclamações e
ouvir o que os clientes têm a dizer devem igualmente compreender o 44 Fonte: http://www.aedb.br - SEGeT – Simpósio de Exce-
que os clientes esperam ao reclamar. lência em Gestão e Tecnologia
Didatismo e Conhecimento 39
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Atendimento – a empresa tem que manter um bom relaciona- É importante destacar, também, as principais ferramentas uti-
mento com seu cliente, tem que atendê-lo de forma personalizada, com lizadas na Governança Corporativa, que asseguram o controle da
qualidade, rapidez e com foco na sua necessidade. propriedade sobre a gestão, são elas: o conselho de administração, a
Qualificação – a equipe deve ser preparada para fazer um bom auditoria independente e o conselho fiscal.
trabalho, é importante que a empresa invista em treinamentos para de-
senvolver as habilidades de seus colaboradores, fazendo com que os Benefícios da Governança Corporativa
mesmo primem pela qualidade. A boa Governança Corporativa contribui para um desenvolvi-
Motivação – é importante motivar a equipe para garantir um aten- mento econômico sustentável, proporcionando melhorias no desem-
dimento com qualidade, para isso é fundamental que ela seja incentiva- penho das empresas, além de maior acesso a fontes externas de capital.
da, reconhecida e que saiba o quanto ela é importante para a empresa. Por estes motivos, torna-se tão importante ter conselheiros qualificados
Dar atenção, desafios, gratificações, plano de carreira, benefícios, in- e sistemas de Governança Corporativa de qualidade. Evitando-se
vestir na qualidade de vida, enfim, tudo que possa fazer com que os assim diversos fracassos empresariais decorrentes de:
colaboradores se mantenham motivados para vestir e suar a camisa da
• Abusos de poder – Do acionista controlador sobre mino-
empresa.
ritários, da diretoria sobre o acionista e dos administradores sobre
Organização – sem dúvida esse fator faz a diferença quando se
terceiros;
trata de atendimento, a empresa prestadora de serviços tem que mos-
• Erros estratégicos – Resultado de muito poder concentra-
trar que tem total controle da situação, sabendo administrar, controlar,
organizar e re-alocar seus recursos de forma eficaz, de acordo com as do no executivo principal;
necessidades dos clientes. • Fraudes – Uso de informação privilegiada em benefício
Resolução de problemas – quando uma determinada tarefa é próprio, atuação em conflito de interesses.46
terceirizada é porque a empresa não quer ter problemas com relação
a essa tarefa, e precisa de fornecedores que atendam as suas urgên- No mundo dos negócios, cada vez mais aquela máxima de que
cias, com muita eficiência, orientando, analisando os pontos críticos da não “conseguimos atender com excelência a todos os públicos” se faz
empresa tomadora, e propondo melhorias para que os problemas não presente. A lógica do “tamanho único”, ou como diz o americano do
interfira em seu processo produtivo. one size fits all, não faz mais sentido em um contexto que se caracteriza
Foco no cliente – o cliente tem que ser tratado de forma exclusiva, por clientes que anseiam serem tratados como indivíduos. Migramos
ele quer ser notado, quer que seu fornecedor atenda com qualidade, do ambiente massificado, onde as empresas davam as cartas, fazendo
rapidez e segurança; fazendo com que o cliente não desperdice seu pre- com que os clientes se adaptassem a suas ofertas (lembre-se da célebre
cioso tempo, e tenha garantia de que seu problema será solucionado. frase de Henry Ford: Todos podem comprar um carro desde que ele
Feedback – O feedback é muito importante para a manutenção seja preto) para um cenário onde são as empresas que devem adaptar
da qualidade, é através dele que as empresas fazem um levantamento suas ofertas para atender a seus clientes.
dos pontos positivos e negativos, aplicando uma ação corretiva quando As implicações dessa dinâmica é que toda empresa deve exercitar
necessário para assim melhorar continuamente seus processos.45 a prática da segmentação. Esse é um termo que soa meio teórico, pois
está presente em todos os livros de marketing, porém é de uma simpli-
Governança Corporativa cidade e lógica avassaladoras.
A governança corporativa é um dos pilares mais importantes da O conceito de segmentação consiste na seleção de grupos de
economia global e um dos instrumentos determinantes da sustentabili- clientes com perfis e demandas similares alinhados com sua proposta
dade das empresas. No Brasil, a adoção de boas práticas de governança de valor e que sejam atrativos para seu negócio. A atratividade está
tornou-se um dos requisitos básicos exigidos pelos investidores e pelas relacionada ao tamanho desses segmentos e sua perspectiva de rentabi-
instituições do mercado. lidade. Esses grupos não podem ser estreitos demais, fazendo com que
Em sua essência, a Governança Corporativa tem como princi- não seja compensador investir esforços nesse sentido, e também não
pal objetivo recuperar e garantir a confiabilidade em uma determina-
devem ser largos demais de modo a não evidenciarem suas principais
da empresa para os seus acionistas. Criando um conjunto eficiente de
características, impedindo uma abordagem mais focada.
mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de
Para cada segmento identificado é necessário que seja estabeleci-
assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado
da uma estratégia de abordagem. Em alguns casos é demandada uma
com o interesse dos acionistas.
Características e ferramentas atuação por meio de força de vendas direta, em outros será necessário
São 8 as principais características da “boa governança“, veja: a atuação por canais diversificados, e assim por diante. A comunicação
1. Participação com cada um desses públicos também deve ser realizada de forma per-
2. Estado de direito sonalizada de modo que cada cliente entenda que aquela proposição foi
3. Transparência desenvolvida para ele.
4. Responsabilidade Em essência, a prática da segmentação consiste na seleção dos
5. Orientação por consenso clientes com os quais a empresa deseja se relacionar.47
6. Igualdade e inclusividade Depois que consegue segmentar seu mercado, oferecer o produto
7. Efetividade e eficiência certo e o posicionamento adequado fica muito mais fácil.
8. Prestação de conta (accountability) Veja a seguir alguns tipos diferentes de segmentos utilizados:
46 Texto adaptado de Gustavo Periard
45 Fonte: www.administradores.com.br – Texto adaptado 47 Fonte: https://endeavor.org.br -Texto adaptado de San-
de Ronaldo Cruz dro Magaldi
Didatismo e Conhecimento 40
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
• Segmentação demográfica: alguns dos pontos de dados 3) a crescente diferenciação nas preferências dos consumidores,
mais críticos dos clientes existentes e potenciais são seus dados demo- decorrente do aumento da renda per capita.
gráficos básicos. Entre eles estão a renda, o gênero, a raça, o grau de Além disso, conclui o autor, a diferenciação sempre foi importante
escolaridade e o estado civil. Muitas vezes, a segmentação demográfi- em serviços e estes estão se tornando o setor mais importante das socie-
ca é uma forma útil para dividir seu mercado-alvo. dades. “Essa mudança tende a aumentar a rigidez dos preços, uma vez
• Segmentação geográfica: o local que as pessoas chamam que a concorrência tende a se realizar cada vez mais pela diferenciação
de lar pode mudar drasticamente a forma como eles respondem às inte- e cada vez menos pelo preço” (SYLOS-LABINI apud MARIOTTO,
rações com a sua empresa. Saiba onde vivem seus clientes-alvo e per- 1991, p. 40).
sonalize seus esforços de marketing para levar em conta seus valores
As diversas Estratégias de Diferenciação
locais, o fato de viverem em uma área urbana ou rural, seus compor-
De acordo com Carneiro (1997), as estratégias de diferenciação
tamentos e suas necessidades específicas relacionadas ao clima, dentre
outros traços particulares. são as seguintes: Diferenciação por preço, Diferenciação por Imagem,
• Segmentação psicográfica: alguns de seus insights de mar- Diferenciação por Suporte, Diferenciação por Qualidade, Diferencia-
keting mais sutis - embora extremamente poderosos - podem resultar ção por Design (projeto) e Nãodiferenciação. A seguir tem-se o deta-
de uma segmentação psicográfica fundamentada em dados concretos. lhamento de cada uma dessas estratégias.
Esta pesquisa, para a qual os questionários são especialmente úteis, Diferenciação por preço
permite dividir seus clientes em grupos com base em seu estilo de vida: Mintzberg (1988) insiste em afirmar que diferenciação por preço
suas atitudes, valores, hábitos e opiniões. A segmentação psicográfica não é o mesmo que minimização de custo (conforme Porter, 1980),
ajuda a decodificar os elementos emocionais da compra que, sem essa porquanto esta última somente se caracterizaria como vantagem com-
análise, poderiam permanecer ocultos. petitiva, caso se traduzisse em menor preço para o mercado, ou seja,
• Segmentação comportamental: pesquisas de segmentação caso fosse visível para o consumidor.
comportamental revelam a forma como os clientes interagem com seus Sendo assim, a diferenciação por preço se trata de redução de cus-
produtos ou serviços específicos. Por exemplo, com que frequência e to não associada à redução de preço, mas à melhor integração do pro-
em que lugar eles compram o produto? Posicione o seu marketing de
duto ofertado à cadeia produtiva ou ao processo de compra do cliente.
forma diferente para aqueles que utilizam o seu produto como uma
necessidade diária, em contraposição àqueles que o enxergam como Diferenciação por Imagem
um luxo e o utilizam de forma apenas esporádica.48 Essa diferenciação procura desenvolver uma imagem que o torne
Diferenciação distinto dos demais, podendo ser criada através de propaganda, como
Em um ambiente tão competitivo e complexo como o atual, tor- também através de técnicas de promoção: apresentação e embalagem
na-se extremamente importante para uma empresa ter uma estratégia do produto, ou inclusão de detalhes que, embora não melhorando o
competitiva definida para sobreviver no mercado, tendo em vista que desempenho do produto, o tornam mais atrativo para alguns clientes.
empresas de todo o mundo enfrentam uma competição crescente, tanto Este tipo de diferenciação está muito relacionado com o conceito de
nacional quanto internacional. sinalização de valor mencionado por Porter (1990), o qual enfatiza a
Um dos primeiros pontos a serem destacados é como a estratégia importância dos detalhes quando os compradores não são capazes de
de uma organização, pode influenciar na sua vantagem competitiva. O discernir inteiramente as diferenças e as semelhanças entre produtos
que segundo Stevenson (2001), pode ser influenciada por três fatores concorrentes.
básicos, a diferenciação, uma boa liderança de custos, bem como uma Diferenciação por Suporte
resposta rápida as demandas e anseios do mercado no qual a organiza-
Mintzberg (1988) chama de diferenciação periférica. É o “algo
ção está inserida.
mais” está relacionado com a ampliação do nível de serviços agrega-
A diferenciação está relacionada a oferecer ao cliente o produto
que ele deseja de forma diferenciada dos concorrentes, seja com mais dos sendo o prazo de entrega menor, financiamento à venda, assistên-
qualidade, com melhor atendimento, com mais funções de utilização, cia técnica ou de oferta de produtos complementares.
dentre outras. O fato é que o produto deve ser percebido pelo cliente Diferenciação por Qualidade
como algo único, exclusivo, capaz de satisfazer suas necessidades an- Esta estratégia se caracteriza por oferecer (em nível de paridade de
seios e desejos de consumidor. preço e custo ou a um custo mais alto compensado por preço de merca-
A estratégia genérica de diferenciação consiste em criar algo de do também mais alto), um produto que, embora não fundamentalmente
novo no produto ou serviço oferecido pela empresa, de modo que ele diferente, é melhor que os concorrentes. Basicamente o produto pode
se torne especial, diferenciado, no âmbito do seu ramo (PORTER, ser considerado melhor em três dimensões: (1) maior confiabilidade
1991). Assim, o comprador pode preferir esse produto aos concorren- (i.e., menor probabilidade de falhas), (2) maior
tes e pode estar disposto a pagar mais por ele. durabilidade ou (3) desempenho superior.
Sylos-Labini (apud MARIOTTO, 1991) diz que o processo de di- Diferenciação por Design (projeto)
ferenciação se tornou mais importante que o de concentração e as eco- A Diferenciação por Design oferece um produto ao mercado com
nomias de especialização parecem ter-se tornado mais importantes que
características distintas dos produtos concorrentes, sendo assim um
as economias de escala. Ele identifica três causas para essa evolução:
1) o crescimento da indústria eletrônica e setores relacionados a produto diferente, em substituição aos da concorrência. A diferença
ela; básica desta estratégia para aquela de diferenciação por qualidade é
2) a reação das massas crescentes de trabalhadores, em países que a diferenciação por design busca oferecer algo “diferente” e não
avançados, contra a monotonia de linhas de montagem e outros méto- simplesmente ou necessariamente “melhor”. Trata-se de um conceito
dos de produção em massa; e similar ao da diferenciação por inovação conforme proposto por Miller
48 Fonte: https://pt.surveymonkey.com (apud CARNEIRO, 1997).
Didatismo e Conhecimento 41
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Não-diferenciação 3 - Fixar preços muito altos: Existem duas maneiras de ganhar
Trata-se de uma estratégia muito observada na prática, a qual se dinheiro - preços altos e volume alto. O sonho de todo empresário é ter
baseia no fato de que é possível copiar as ações de outras empresas, as duas coisas, mas sabemos que isso raramente acontece. O preço alto
desde que o mercado ofereça espaço para produtos concorrentes e a tem algumas vantagens: margens gordas (que ajudam na comerciali-
empresa se especialize em acompanhar e imitar os lançamentos dos zação, pois podem ser distribuídas através de comissões), elitização,
concorrentes e apoiar seus próprios lançamentos com ações inovadoras status, mais dinheiro para marketing e propaganda, etc. Mas isso tem
e eficientes de marketing. um limite. O essencial é descobrir qual é o preço que otimizará a lucra-
A estratégia de não-diferenciação assemelha-se ao conceito de tividade de uma empresa. Às vezes isso é fácil de fazer, mas em outras
meio-termo desenvolvido por Porter (1991). Duas diferenças, no en- situações o problema é bem mais complicado, pois deve também levar
tanto, merecem destaque: em conta restrições governamentais e a reação da concorrência. De
a) Mintzberg (1988) considera que a estratégia de não-diferen- qualquer maneira, o que deve ser assimilado é que devemos pensar
ciação pode ser desenvolvida explicitamente, enquanto Porter (1991) sempre em termos de rentabilidade, e não apenas de vendas ou fatura-
considera o meio-termo como um tipo residual, resultante da imple- mento. Existe um preço ideal (em termos de lucratividade) para cada
mentação inadequada ou ineficiente de uma das estratégias genéricas tipo de produto ou serviço, e a única forma de descobri-lo é testando.
“puras”; 4 - Não compreender os custos envolvidos na diferenciação:
b) Ao contrário do que Porter (1991) supõe para o meio-termo, Vamos dizer que um hotel queira se diferenciar e passe a oferecer
Mintzberg (1988) não “condena” a estratégia de não-diferenciação a computadores com impressoras e acesso à Internet em todos os quar-
um desempenho inferior ao das demais estratégias. tos. Por aprovarem esses extras, os executivos que viajam passam a se
Alguns autores entendem que a estratégia de diferenciação inclui hospedar freqüentemente no hotel. Só que tem um problema: passam
horas conectados à Internet (aumentando a conta de telefone do hotel e
um leque variado de estratégias competitivas, as quais requerem es-
congestionando suas linhas) e muitos acabam estragando a impressora,
truturas e competências distintas para sua implementação e, portanto,
por não saberem usá-la corretamente. Ao final das contas, o hotel acaba
este tipo estratégico merece ser desagregado numa classificação mais
gastando mais dinheiro com consertos do que ganha com o aumento da
precisa.
freqüência. Outro exemplo típico é o das empresas aéreas que ofere-
Assim, a sustentabilidade da vantagem competitiva depende mes-
cem serviço de bordo. Estudos mostram que o custo das refeições num
mo é da diferenciação, afirma Porter (1990, p. 10). “Todas as empresas avião tem tantas variáveis agregadas (e não apenas as bolachinhas e o
devem melhorar de forma contínua a eficácia operacional das suas ati- suco) que o custo na verdade está em torno dos milhares de dólares por
vidades, mas as diferenças de desempenho sustentável quase sempre hora de vôo. Vale a pena? Pode parecer redundante dizer isso, mas a
dependem de uma posição estratégica distinta”. diferenciação que traz mais custos do que vantagens é prejudicial à em-
Segundo Porter, existem seis erros básicos cometidos freqüen- presa. Os clientes podem adorar, mas do que adianta se a empresa está
temente por empresas quando tentam desenvolver uma estratégia de perdendo dinheiro? Caso não seja possível recuar, devido a pressões
diferenciação. Vejamos quais são e como evitá-los: competitivas, o melhor é procurar um meio-termo, ou buscar parcerias
1 - Ofertar um produto ou serviço que, apesar de contribuir que permitam a redução de custos nessa diferenciação.
com um valor maior para a empresa, não é visto como tal pelos clien- 5 - Não reconhecer segmentos de mercado: Muitas oportunida-
tes e consumidores: Existe um ditado famoso usado com freqüência des são perdidas porque as empresas não reconhecem pequenos nichos
em Marketing (e também na política): Perception is reality. Ou seja, (às vezes não tão pequenos assim) nos quais poderiam ser líderes sem
percepção é realidade. Se os clientes não o percebem como alguém grandes esforços. Basta adaptar o que já tem à realidade e exigências
que agrega valor aos seus negócios, você não agrega valor e ponto. do público nesses nichos. Essa adaptação e agilidade são compensadas
Para evitar isso, é necessário um esforço da empresa na educação dos com grande share de mercado (ou melhor, de nicho) - muitas vezes
seus clientes, mostrando claramente os benefícios conseguidos através com altos níveis de lucratividade -, já que pessoas e empresas geral-
do trabalho conjunto. Embora, como nação, sejamos pouco chegados a mente estão dispostas a pagar um pouco mais por produtos ou serviços
estatísticas, está na hora do empresário brasileiro passar a se aprimorar que sejam específicos para sua realidade. Um exemplo claro é o dos
nesse aspecto, procurando provar cientificamente que seus produtos e shampoos (para vários tipos de cabelo), maquiagem (o Boticário tem
serviços “valem o quanto pesam”. Além disso, nosso mercado é total- uma linha para cada cor de pele ou raça), computadores (os Macintosh
mente anêmico na hora de conseguir testemunhais de sucesso, outra nas agências de publicidade), softwares (para advogados, dentistas,
forma eficaz de tornar públicos os resultados positivos de um determi- lojas, etc.). São produtos planejados para o uso em massa, mas adap-
nado produto ou serviço. Relações públicas e assessorias de imprensa tados às condições específicas de um determinado nicho. Além disso,
são mais uma opção: se você e sua empresa forem citados freqüente- trabalhar com segmentos tem outra vantagem: vai posicionando a em-
mente na mídia (especializada ou de massa, dependendo do caso), as presa, mentalmente e operacionalmente, para trabalhar no Marketing
pessoas passarão a ter a percepção de profissionalismo da sua empresa. 1:1, o marketing individualizado defendido por Don Peppers e Martha
E, como já vimos, essa percepção é a realidade. Rogers, no qual os executivos passam a buscar continuamente novos
2 - Exceder as necessidades dos compradores: No afã de encan- produtos e serviços para seus clientes - e não mais novos clientes para
tar seus clientes, muitas empresas acabam introduzindo novidades to- seus produtos ou serviços.
talmente desnecessárias e supérfluas. Mesmo que isso não altere muito 6 - Criar uma diferenciação que os concorrentes consigam imi-
o preço final, é claro que sem esses ‘badulaques’ o produto ou serviço tar facilmente: Vantagem competitiva verdadeira é aquela exclusiva da
poderia ter um custo mais baixo. É importante encantar os clientes, sua empresa. Isso pode ser feito trabalhando a imagem (como cigarros
mas é mais importante ainda encantá-los com o que eles acham im- e cervejas), investindo dinheiro (em fábricas, imóveis, patentes, etc.)
portante. O que agrega valor, o que é apenas esteticamente agradável, ou, melhor ainda, através do estímulo na criatividade dos funcionários
o que é supérfluo? Como isso influencia a reação dos clientes na hora da empresa. Idéias que levam a constantes ações inovadoras são o
de fechar negócios? Descubra o que seus clientes valorizam e use isso maior diferencial que sua empresa pode ter. Como diria Guy Kawasa-
como arma para encantá-los. O resto é desperdício. ki, isso vai levar sua concorrência à loucura.
Didatismo e Conhecimento 42
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Como podemos ver, não basta apenas tentar diferenciar-se de Venda de produtos:
qualquer maneira da concorrência. Existem ações que a princípio po- No segmento varejo, o foco do atendimento bancário baseia-se na
dem parecer benéficas, mas que na verdade são prejudiciais à saúde oferta e venda de produtos financeiros. O trabalho da equipe de varejo
financeira da empresa.49 bancário é oferecer TUDO O QUE FOR POSSÍVEL para cada um dos
clientes, durante o atendimento. Não importa muito a real necessidade
Clientes Private do cliente, embora isso seja trabalhado em muitos casos pelos bancá-
As instituições financeiras como um todo possuem uma quanti- rios. Se oferecer e o cliente aceitar, a venda está feita.
dade enorme de clientes, correntistas, dos mais variados perfis sócio No segmento de alta renda a venda de produtos também é o foco,
-econômico e comportamental. Dessa forma, buscam criar grupos ne- porém há a necessidade da venda consultiva, identificando perfil e ne-
gociais de acordo com particularidades comuns e, assim, mesmo que cessidades e ofertando os produtos mais apropriados. Muitas vezes os
o atendimento seja massificado, a idéia é tratar de forma diferenciada produtos do banco são idênticos para o segmento varejo e alta renda,
cada um desses grupos. no entanto, sempre é oferecida uma vantagem adicional, como taxas de
administração menores, juros menores ou um outro benefício qualquer.
Via de regra, os bancos diferenciam os clientes em 3 grandes
As correspondências mensais são mais elaboradas, informam sobre ce-
grupos por perfil de renda/investimentos:
nário econômico e relatórios de análise.
Segmento varejo – compreende o grupo de clientes com renda
Já no segmento private o foco do atendimento baseia-se em con-
inferior a 8 mil reais (varia de banco pra banco) e com volume de in- sultoria financeira. Nesse atendimento é comum que o banco possua
vestimentos inferior a 100 mil reais. uma arquitetura aberta, podendo orientar que o cliente faça investimen-
• Segmento alta renda – compreende o grupo de clientes com tos inclusive de outras instituições.50
renda superior a 8 mil reais (varia de banco pra banco) e com volume
de investimentos superior a 100 mil reais. EXERCICIOS
• Segmento private bank – compreende o grupo de clientes
com volume de investimentos superior a 1 milhão (varia de banco pra 01. (CAIXA 2012 - CESGRANRIO - Técnico Bancário Novo)
banco – tem bancos que o mínimo é 3 milhões e alguns outros que o A gestão da economia visa a atender às necessidades de bens e ser-
mínimo chega a 20 milhões). viços da sociedade e também a atingir determinados objetivos so-
Modelo de atendimento: ciais e macroeconômicos, tais como pleno emprego, distribuição de
Varejo – atendido na rede de agências, devendo se dirigir a elas, riqueza e estabilidade de preços. Para que isso ocorra, o governo
pegar senha e ficar na fila de atendimento esperando. Será atendido de atua por meio de
forma massificada. Clientes de varejo normalmente não possuem um a) Ações fiscais.
gerente da conta e são atendidos pelas posições de atendimento, por b) Ações monetárias.
quem quer que seja o funcionário da vez. Alguns bancos criaram uma c) Políticas econômicas.
subdivisão no varejo (Personalizado, Uniclass, Exclusive, etc), onde há d) Políticas de relações internacionais.
e) Diretrizes fiscais e orçamentárias.
a figura do gerente do cliente. Seria o mais elevado atendimento de va-
rejo. Um gerente personalizado possui em sua carteira até 600 clientes
02. (CAIXA 2012 - CESGRANRIO - Técnico Bancário Novo)
(varia de banco pra banco).
A política monetária enfatiza sua atuação sobre os meios de paga-
Alta renda – atendido na rede de agências diferenciada, conforme mento, os títulos públicos e as taxas de juros. A política monetária
pode ser observado na figura acima. Como o volume de clientes nesse é considerada expansionista quando
segmento é menor, as filas serão menores, poderá ocorrer o agenda- a) Reduz os meios de pagamento, retraindo o consumo e a ati-
mento dos atendimentos e não há aquela loucura de atendimento em vidade econômica.
tempo recorde, sem solução das coisas. Nesse modelo, o foco dos b) Mantém todas as condições macroeconômicas estáveis por
gerentes é relacionar-se cada vez mais com sua carteira de forma a longo período.
sempre apresentar soluções financeiras adequadas para o momento da c) Estabelece diretrizes de expansão da produção do mercado
vida de cada cliente. Um gerente de alta renda possui em sua carteira, interno para o exterior.
normalmente, até 400 clientes. d) Realiza operações de crédito no exterior, aumentando a cap-
Private – atendido em escritórios private, sempre com horários tação de recursos e, por consequência, os meios de recebimento.
agendados, podendo ser inclusive na residência ou empresa do cliente. e) Eleva a liquidez da economia, injetando maior volume de
Trata-se do mais elevado nível de atendimento bancário e é normal recursos nos mercados, elevando, em consequência, os meios de pa-
também que um gerente private viaje para atender clientes em outras gamentos.
cidades. O segmento private também possui subdivisões e por isso um
gerente private pode ter de 50 a 150 (varia de banco pra banco) clien- 03. (CAIXA 2012 - CESGRANRIO - Técnico Bancário Novo)
tes na carteira. Normalmente o atendimento private é tratado pelo gru- O Sistema Financeiro Nacional é composto por diversas entidades,
dentre as quais os órgãos normativos, os operadores e as entidades
po familiar. Assim, se um cliente é enquadrado no segmento private, o
supervisoras.
seu filho e sua esposa também farão parte do segmento, independente
A entidade responsável pela fiscalização das instituições finan-
dos volumes de investimentos. ceiras e pela autorização do seu funcionamento é o
49 Fonte: www.economiabr.net – Texto adaptado de Raúl
Candeloro 50 Texto adaptado de André Bona
Didatismo e Conhecimento 43
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
a) Banco Central do Brasil. 07. (Banco do Brasil 2012 - CESGRANRIO - Escriturário –
b) Conselho Monetário Nacional. BB) No mercado de capitais, as operações de distribuição pública
c) Fundo Monetário Internacional. de ações (underwriting) acontecem
d) Conselho Nacional de Seguros Privados. a) Com a intermediação de qualquer instituição participante do
e) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social Sistema Financeiro Nacional.
(BNDES). b) Por meio de esforços de venda direta da emissora junto a
investidores institucionais.
04. (Banco do Brasil 2012 - CESGRANRIO - Escriturário - c) Sem obrigatoriedade do registro na Comissão de Valores
BB) O Sistema Financeiro Nacional é formado por um conjunto Mobiliários.
de instituições voltadas para a gestão da política monetária do Go- d) De acordo com os termos e condições previstos no respec-
verno Federal, cujo órgão deliberativo máximo é o Conselho Mo- tivo prospecto.
netário Nacional. As funções do Conselho Monetário Nacional são e) Desde que a companhia já tenha ações negociadas em bolsa
a) Assessorar o Ministério da Fazenda na criação de políticas de valores.
orçamentárias de longo prazo e verificar os níveis de moedas estran-
geiras em circulação no país.
08. (FINEP2014 – CESGRANRIO - Analista - Finanças) O
b) Definir a estratégia da Casa da Moeda, estabelecer o equilí-
Acordo de Basileia é um tratado de intenções entre os bancos cen-
brio das contas públicas e fiscalizar as entidades políticas.
trais no sentido de estabelecer regras prudenciais mínimas para as
c) Estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cam-
bial e creditícia; regular as condições de constituição, funcionamento atividades bancárias. Essas regras dizem respeito ao;
e fiscalização das instituições financeiras e disciplinar os instrumentos A) limite máximo de crédito a pessoas físicas e jurídicas que não
das políticas monetária e cambial. ofereçam garantias suficientes.
d) Fornecer crédito a pequenas, médias e grandes empresas do B) limite máximo de captação junto ao público de depósitos ex-
país, e fomentar o crescimento da economia interna a fim de gerar um cessivamente voláteis
equilíbrio nas contas públicas, na balança comercial e, consequente- C) limite mínimo para o spread bancário cobrado nas operações
mente, na política cambial. de empréstimo.
e) Secretariar e assessorar o Sistema Financeiro Nacional, or- D) requisito mínimo de patrimônio, tendo em vista o total e a qua-
ganizando as sessões deliberativas de crédito e mantendo seu arquivo lidade dos ativos do banco.
histórico. E) requisito mínimo de captação de recursos governamentais por
parte do banco.
05. (CAIXA 2012 - CESGRANRIO - Técnico Bancário Novo)
A BM&FBOVESPA é uma companhia de capital brasileiro, for- GABARITO
mada em 2008, a partir da integração das operações da Bolsa de
Valores de São Paulo e da Bolsa de Mercadorias & Futuros. Por
1 C
meio de suas plataformas de negociação, a BM&FBOVESPA,
dentre outras atividades, realiza o[a] 2 E
a) Registro, a compensação e a liquidação de ativos e valores 3 A
mobiliários.
b) Registro e a compensação de transferências internacionais 4 C
de recursos. 5 A
c) Seguro de bens e ativos mobiliários, negociados no mercado. 6 D
d) Compensação nacional de cheques e a liquidação de outros
ativos bancários. 7 D
e) Intermediação, o registro e a liquidação de transferências 8 D
interbancárias.
Didatismo e Conhecimento 44