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CENTRO DE

ENSINO E INSTRUÇÃO

HISTÓRIA

DA

PMSE

CFSD
2021
CONTEÚDO

PROGRAMÁTICO

UNIDADE I
- Conceitos Iniciais 03

UNIDADE II

- História da Polícia Militar no Brasil 09


01
UNIDADE III
02
- História da PMSE - Institucionalização e consolidação 19
03
UNIDADE IV
04
- História da PMSE - Participação em conflitos nacionais 49
e internacionais
05
03
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O MILITAR
I EDADINU

Ser forte e de ânimo constante, que possa ser exercitado no trabalho, com boa
estirpe e riqueza, e que possua as quatro virtudes cardeais (Prudência,
Fortaleza, Temperança e Justiça). Estas características formavam os requisitos
necessários para se tornar um militar, segundo o Rei Afonso de Castela
escreveu, entre os anos de 1256 e 1265, em Las Partidas, conjunto de normas
do Reino de Castela.

Durante o período medieval, para se formar uma força bélica de um reino de


defesa era comum promover o recrutamento de voluntários que atendessem
aos requisitos mínimos para tão nobre missão. Os que se apresentavam
julgavam-se detentores das virtudes e condições exigidas, o que deixava a
concorrência acirrada. Diante de tão concorrida busca em ser detentor da
representação Real criou-se uma seleção que tinha como princípio manter a
honra daqueles que não fossem admitidos, o que valorizava ainda mais os
escolhidos.

Desta forma, o processo de recrutamento baseava-se em escolher um a cada


mil candidatos que se apresentavam, nascendo assim o primeiro grau da
palavra militar, ou seja, aquele que é escolhido dentre mil. Os escolhidos eram
chamados de “mil-le” (mil em latim), e posteriormente milite, termo usado para
se referir ao soldado.

Com o passar do tempo as Unidades castrenses formadas por milites


receberam o nome de “mil-litia” sofrendo adaptação linguística até chegar em
milícia e posteriormente ao termo militar, como o indivíduo que professa a
milícia.

“Ser o único escolhido entre mil”, este era o lema dos candidatos que contribuiu
para o culto da honra, mesmo com risco da própria vida, característica quase
que exclusiva da profissão das Armas.

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ETIMOLOGIA DAS PATENTES


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A patente, do latim patere, “tornar público, anunciar, abrir”. Além de indicar em


que grau se encontra o militar na hierarquia, significa “registro de uma
invenção, fazendo público que os direitos a ela referentes são devidos a
determinada pessoa”.

Em certa época, significou também um salvo-conduto, uma permissão para


circular sem restrições. Esta era a littera patens, “carta-patente” ou “documento
para que todos tenham conhecimento”. Atualmete a hierarquia da Polícia
Militar do Brasil segue a mesma sequência das patentes do Exército Brasileiro,
sendo o grau hierárquico máximo do Exército, em tempo de paz o posto de
General de Exército e das Polícias Militares o posto de Coronel PM.

Portanto, a sequência hierárquica, do menor ao maior grau, da Polícia Militar é:

SOLDADO – Do Italiano soldato, “o que recebe soldo”. E o soldo vem de


solidum numus, “dinheiro sólido” – moedas.

CABO – Esta palavra veio do Latim caput, “cabeça”, no sentido de “pessoa que
chefia”. Hoje em dia um cabo não manda muito; mas todos eles se podem
consolar pensando que o Imperador Napoleão Bonaparte era chamado, com
afeto, Le Petit Caporal, “o pequeno cabo”. Ele havia sido cabo no exército, numa
época em que muitos já começavam com uma patente de oficial, recebida por
méritos de parentesco ou de pura e simples compra.

SARGENTO – Vem do Latim servire, “servir, atender, ajudar”. Originalmente sua


atividade era mais a de um criado. Existe uma ferramenta usada em
marcenaria com esse nome, que serve para manter unidas duas peças de
madeira que devem ser trabalhadas ou coladas juntas. Mas esta se origina da
expressão francessa serre-joint, “aperta-junta”. Apenas a pronúncia é
semelhante.

CADETE – Deriva do latim capitettus, diminutivo de caput, que literalmente


significa “pequeno chefe” ou “cabeça”. Cadete é o oficial estudante que cursa a
Academia Militar. Na França eram chamados Gasconha capdet ("pequena
cabeça", "pequeno chefe") designava os filhos dos nobres gascões, que se
incorporavam ao exército do Rei da França para fazer seu aprendizado militar.

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TENENTE – do Latim tenere, “manter, segurar, firmar”. Ao dizer que alguém é


“lugar-tenente” de outra pessoa, dizemos que aquele é alguém de confiança
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que garante a manutenção do lugar (ou da situação, ou do cargo) na ausência
do seu dono.

Em Heráldica, a arte dos brasões, um tenente é uma das figuras que aparecem
a cada lado do escudo, como que o mantendo erguido no lugar. Podem ser
figuras humanas ou de animais, existentes ou não (no escudo do Reino Unido,
são um unicórnio e um leão).

CAPITÃO – Em do Latim capitanum, também de caput, indicando que aquele


militar é a cabeça que manda.

MAJOR – Vem do Latim major (pronunciava-se “máior”), que era o aumentativo


de magnus, “grande”. Nossas palavras maior e maioral vêm daí.

CORONEL – Do Italiano colonello, que era quem comandava uma colonna, ou


seja, uma “coluna” de soldados.

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A POLÍCIA
I EDADINU

O conceito de polícia, algo tão comum de se observar nos dias atuais diante
das funções que lhes são conferidas, não existia em tempos mais longínquos,
cabendo a cada pessoa zelar pela sua segurança e do seu patrimônio.Neste
período uma agressão era revidada pela vítima ou pelos seus parentes
utilizando-se da vindicta privata (castigo ou justiça privada) sendo comum a
vingança em muitos casos. A função de proteger e reprimir estiveram sempre
presentes no cotidiano das comunidades com o objetivo de guardar bens,
vigiar lugares e pessoas.

Com o crescimento das comunidades o significado de justiça passou a ser


aprimorado, o que motivou a criação de novos instrumentos para o controle de
seus membros. A proteção contra os inimigos externos era necessária,
contudo, os problemas gerados pelo aumento do contingente populacional,
como intrigas entre vizinhos e a cobiça pelos bens alheios, tornou-se causa
motivadora para a introdução de mecanismos de controle social que ao longo
do tempo daria origem à polícia.

De forma etimológica, o termo polícia tem origem no latim “politia” (tendo raiz
na palavra “polis”, que significa cidade). Para os romanos, o termo abrange
dois significados: o de “res publica” (coisa pública) e o de “civitas” (com o
sentido de “negócios da Cidade”) podendo ser considerado como “aquilo que
pertence ao governo da Cidade”.

Na Antiguidade Clássica

O termo “politeia” para os gregos e “politia” para os romanos era muito amplo,
não tendo o sentido de uma corporação de homens que cuidavam da ordem da
cidade, mas ligava-se àquilo que mantém a cidade em sua unidade: a arte de
governar. A partir de Platão e Aristóteles o conceito passa a designar o
conjunto de leis e regras tendentes a boa administração geral da polis, dentre
elas a ordem pública. A polícia passa a ser vista como a capacidade política de
estabelecer os objetivos e os meios do governo da nação. Numa comunidade
policiada reina uma boa polícia, isto é, uma boa constituição política da Cidade.

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Na Idade Média
I EDADINU

No período medieval o conceito de polícia estava voltado para a boa ordem da


sociedade civil, que por sua vez era promovida pelo monarca visando a
organização à civilização, mantendo a paz em todos os domínios (social,
econômico, financeiro, religioso e cultural). A palavra polícia ainda não era
considerada como prevenção da criminalidade aos moldes dos dias atuais,
para esta atuação. Sem uma formalização institucional, outros atores
apareceram, como os meirinhos, jurados e alcaides que faziam este papel nas
cidades e vilas de Portugal, os quadrilheiros que atuavam em Lisboa e no Porto,
e as milicias que serviam como segurança dos nobres.

Na Idade Moderna

O conceito de polícia na Idade Moderna volta-se para as ações do Estado em


promover um bom governo e a ordem pública em geral. Ao príncipe competia o
direito policial com o dever de dar ao reino a prosperidade, o bem-estar comum
e a ordem pública, sendo exercido todos os meios necessários para atingir os
fins.

Foi neste período que novos organismos foram criados, destaca-se a Tenência
de Polícia de Paris que viria a servir de modelo aos demais países do ocidente.
Desta forma, a polícia passa a ter um sentido orgânico com uma corporação
com amplos poderes destinada a garantir a ordem e o engrandecimento do
reino. O direito policial, desprovido de limites e controle administrativo, judicial
e político, serviu como ferramenta para a atuação policial gerando
arbitrariedades, o Estado de Polícia.

Na Idade contemporânea

O Estado de Polícia caminhava na contramão dos Ideais iluministas que


guiaram as revoluções políticas dos séculos XVIII e XIX. A Revolução Francesa
em 1789 estabelece novos avanços na construção da definição de polícia
consagrando o a segurança como um direito natural, inalienável e sagrado do
homem.

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As revoluções levaram a uma conturbação social que se associa ao aumento e


descontrole da criminalidade levando-se a criação de novas organizações
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policiais. A introdução do constitucionalismo passa a alterar o conceito de
polícia para uma dimensão que se resumia à garantia da segurança pública
para o exercício dos demais direitos e liberdades. De forma gradual o conceito
de polícia passa a se redimensionar conforme os princípios do Estado de
direito (dignidade da pessoa humana, legalidade, a justiça, liberdade e
segurança) atingindo a configuração dos dias atuais.

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II EDADINU
A ORIGEM DAS POLÍCIAS
MILITARES NO BRASIL

No Brasil, as Polícias Militares Estaduais são as 27 forças de segurança


pública que têm por função a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública, com exclusividade no policiamento ostensivo, no âmbito dos Estados
e no Distrito Federal. Subordinam-se administrativamente aos governadores e
são, para fins de organização, forças auxiliares e reserva do Exército Brasileiro,
integrando o sistema de segurança pública e defesa social do Brasil, ficando
subordinadas às Secretarias de Estado da Segurança em nível operacional. São
custeadas por cada Estado-membro e, no caso do Distrito Federal, pela União.

Brasões das Polícias Militares do Brasil

Os integrantes destas Polícias são denominados Militares Estaduais, assim


como os membros dos Corpos de Bombeiros Militares, sendo, dessa forma
subordinados, quando em serviço, à Justiça Militar Estadual.

A primeira atividade de policiamento brasileira está documentada no Museu


Nacional do Rio de Janeiro tendo por data o ano de 1530. A chegada de Martim
Afonso de Souza ao Brasil comandando a 1ª expedição colonizadora trouxe
400 tripulantes, sendo um dos objetivos a defesa da costa brasileira contra
possíveis invasões de outros povos europeus. Contudo, existem pesquisadores
que tratam como marco oficial da atividade policial no Brasil a chegada da
família real portuguesa em 1808, tendo em vista que os princípios básicos da
atividade policial como instituição passam a ser identificadas apenas neste
período.

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As origens das Polícias Militares se confundem, muitas vezes, com a história


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das Forças Armadas do Brasil. No passado, dado a inexistência de órgãos
especializados no serviço de policiamento, os integrantes das segundas e
terceiras linhas das Forças Armadas eram normalmente empregados neste
serviço, zelando pela segurança e manutenção da ordem nos primeiros
núcleos populacionais do país.

O caminho percorrido para a formação


das Polícias Militares no Brasil passa pela
necessidade de ampliação das formas de
controle de distúrbios civis e a
manutenção da segurança pública.
Inicialmente no Brasil colonial, seguindo o
modelo aplicado em Portugal, a
segurança pública era atribuição dos
“quadrilheiros”, grupos de patrulheiros
criados no século XIV pelo Rei de
Portugal e Algarve D. Fernando I, atuando
até o início do século XIX.
Os quadrilheiros eram responsáveis por
uma patrulha de 20 homens (quadrilha), e
eram considerados agentes de polícia
responsáveis pela segurança dos
concelhos (municípios) de Portugal.

Quadrilheiro português - séc XVIII

Tinham como missão prender os malfeitores e entregá-los às autoridades


judiciais. Eram escolhidos pelos moradores das localidades e nomeados pelos
juízes e vereadores. Eles tinham que servir por um período de três anos e
tinham como armamento uma lança com cerca de 8 palmos (1,76m).

No Brasil, estes grupos eram responsáveis pelo patrulhamento das 75 ruas e


alamedas da cidade do Rio de Janeiro. Este modelo de organização policial
começou a entrar em decadência durante o século XVIII devido ao crescimento
dos centros urbanos.

Até o início do século XIX não existiam instituições policiais militarizadas em


Portugal, sendo necessária a atuação de Unidades do Exército de acordo com
a necessidade.

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A primeira corporação com características militares foi a Guarda Real de


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Polícia de Lisboa, criada pelo Príncipe Regente D. João em 1801, tomando-se
por modelo a Gendarmaria Nacional da França, instituída em 1791.

O conceito de uma gendarmaria nacional surgiu após a Revolção Francesa


(1789-1799) em consequência da Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão na qual se prescrevia que a segurança era um dos direitos naturais e
imprescindíveis, contrapondo-se à concepção vigente, de uma força de
segurança voltada unicamente aos interesses do Estado e dos governantes.

Com a vinda da Família Real


para o Brasil, a Guarda Real de
Polícia permaneceu em
Portugal, sendo criada outra
equivalente no Rio de Janeiro,
com a denominação de Divisão
Militar da Guarda Real de
Polícia do Rio de Janeiro, em
13 de maio de 1809. No
período da permanência de D.
João VI e a corte portuguesa o Chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil - 1808
Rio de Janeiro ampliou de
forma considerável o tamanho da população local, chegando praticamente a
dobrar, já que inicialmente contava com cerca de 60.000 pessoas passando a
mais de 100.000 no período. Desta forma, o modelo de segurança por
patrulhamento adotado desde o período colonial passou gradativamente a ser
substituído pela Divisão Militar da Guarda Real de Polícia da Corte.

A legislação imperial registra a criação de outros Corpos Policiais nas


províncias. Em 1811 em Minas Gerais, 1818 no Pará, em 1820 no Maranhão, e
em 1825 na Bahia e em Pernambuco. O “Corpo” de Minas não era um corpo de
tropas (unidade militar), mas apenas um pequeno grupamento com vinte
policiais, possivelmente não militarizados.

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II EDADINU

Guarda Real de Polícia do Rio de Janeiro - 1808

Os Corpos de Polícia do Pará e do Maranhão pertenciam a uma região com


administração independente; não sendo encontradas maiores informações
sobre suas estruturas. Os Corpos Policiais da Bahia e de Pernambuco eram
realmente tropas militarizadas, pois consta no documento de criação que
deveriam ser constituídos com Estados maiores, companhias de infantaria, e
de cavalaria; e que seus uniformes seriam semelhantes ao usado pelo Corpo
de Polícia da Corte.

Com a abdicação de D. Pedro I em abril de 1831, a Regência realizou uma


grande reformulação nas forças armadas brasileiras. As Milícias e as
Ordenanças foram extintas, e substituídas por uma Guarda Nacional. A Guarda
Real da Polícia do Rio de Janeiro foi também extinta, e em seu lugar foi
autorizado a formação de um Corpo de Guardas Municipais Voluntários; sendo
igualmente permitido às províncias criarem corporações assemelhadas, caso
julgassem necessário.

Corpo de Guardas Municipais Voluntários

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II EDADINU Tudo isso devido ao temor de sublevações armadas e a subversão dos poderes
constituídos. Até mesmo o Exército Imperial (antiga designação do Exército
Brasileiro) esteve sob ameaça de desmobilização, pois se acreditava que
instituições de defesa formadas por cidadãos comuns seriam mais confiáveis
que tropas profissionais.

GUARDA NACIONAL

Com a abdicação de D. Pedro I houve a formação Regência Trina, com isso


grupos políticos de conservadores, liberais e absolutistas tentaram fazer valer
os seus ideais. Já os militares, com receio da volta dos portugueses,
reivindicaram a promulgação de uma nova constituição, a criação de um novo
governo, a suspensão da imigração portuguesa no Brasil e a destituição dos
portugueses de cargos públicos.

O 26º Batalhão de Infantaria e o Corpo de Polícia do Rio de Janeiro se rebelam,


sendo necessário buscar soldados em Minas Gerais e São Paulo, com a
finalidade de sufocar o levante. Fatos como este provocaram a perda de
confiaça do governo nos militares gerando um estado de alerta.

Com o objetivo de criar grupos armados para contrabalançar o poder do


Exército, bem como ampliar a autonomia das províncias, em agosto de 1831,
durante o período Regencial, foi criada a Guarda Nacional, uma Força Armada
formada pela Elite. Seus membros eram os cidadãos com direito a voto, assim
sendo, eram dispensados de servir ao Exército. Pequenas tropas foram se
formando pelo país com o intuito de garantir a segurança nacional.

O governo fornecia armas, munição e instrução, só que o inscrito não receberia


salário e tinha que comprar o próprio uniforme. Ela era subordinada ao Juiz de
Paz, em seguida ao Juiz de Direito, ao presidente de província, e finalmente, ao
Ministro da Justiça. A maior patente que um civil alcaçaria era a de coronel e o
título ficou reservado aos grandes proprietários de cada região.
É assim que a Guarda Nacional vai
gerar o fenômeno do “coronelismo”,
que muito influenciou a política no
Brasil. A Guarda Nacional foi extinta
na República, em 1922, pelo
presidente Artur Bernardes.
Guarda Nacional

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II EDADINU FORÇAS POLICIAIS DAS PROVÍNCIAS

Com a morte de D. Pedro I em 1834, afastou-se em definitivo o receio de um


possível retorno do antigo monarca, e o temido realinhamento com Portugal,
ocorrendo-se então, a rejeição e o afastamento dos extremismos, e
efetivando-se uma reforma constitucional na qual sobreveio uma relativa
descentralização político-administrativa, sendo instituídos Corpos Legislativos
nas províncias.

Com esse redirecionamento político, o Legislativo passou a fixar, anualmente,


e sobre informação do Presidente da Província, as forças policiais respectivas.
As Guardas Municipais foram lentamente desativadas (algumas
permaneceram até a Guerra do Paraguai) e transformadas ou substituídas por
Corpos Policiais. A mudança não foi apenas uma troca de denominação, mas
de fato uma completa reestruturação do aparato policial existente.

GUARDA MUNICIPAL CORPO POLICIAL

Subordinada ao juiz de paz, e este ao Subordinado ao Presidente da


Ministro da Justiça. Província, e indiretamente ao Ministério
da Guerra.

Jurisdição restrita aos distritos de paz. Jurisdição sobre toda a Província.

Proibida de se reunir, sob pena de ser


Tropa aquartelada.
punida por reunião ilícita (conspiração).

Formação paramilitar. Formação militar modelada no Exército.

Efetivo cadastrado, principalmente Efetivo recrutado voluntariamente, ou


pelas paróquias do município. forçado, nos momentos de crise.

O guarda municipal possuía outra A ocupação era profissionalizante, e o


ocupação principal, e não deveria efetivo podia ser destacado,
receber tarefas que o distanciasse temporariamente ou em definitivo, para
muito de sua residência. qualquer região da Província.

O guarda somente recebia pagamento


Efetivo recrutado voluntariamente, ou
quando mobilizado por mais de três
forçado, nos momentos de crise.
dias consecutivos de serviço.

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II EDADINU Pela formação e estrutura, os Corpos Policiais são os que mais se aproximam
das atuais policiais militares; legítimos antecessores, com as quais possuem
ligação direta e ininterrupta. Durante e após a Guerra do Paraguai, os Corpos
Policiais por muito pouco não sofreram completa extinção, inicialmente por
falta de efetivos, enviados para a guerra como parte dos Voluntários da Pátria,
e posteriormente pela carência de recursos financeiros. Entretanto, foi
justamente a guerra que lhes deu uma relativa homogeneidade nacional,
fortaleceu o espírito de corpo, e estabeleceu os fortes vínculos com o Exército
que duram até os dias de hoje.

Voluntários da Pátria

AS FORÇAS POLICIAIS NA REPÚBLICA

Com a Proclamação da República foi acrescentada a designação Militar aos


Corpos Policiais, os quais passaram a ser denominados Corpos Militares de
Polícia.

Em 1891 foi promulgada a Constituição Republicana, que inspirada na


federalista estadunidense, passou a dar grande autonomia aos Estados
(denominação dada às antigas Províncias do Império).

Pela nova Constituição os Corpos Militares de Polícia deveriam subordinarem-


se aos Estados, administrados de forma autônoma e independente; os quais
passaram então a receber diversificadas nomenclaturas regionais (Batalhão de
Polícia, Regimento de Segurança, Brigada Militar, etc.).

Os Estados mais ricos investiram em suas corporações, transformando-as


progressivamente em pequenos exércitos regionais, com o objetivo de
impressionar os adversários, e também de afastar a possibilidade de
intervenções federais no Estado. Nesse momento, acirradas pelas divergências
da política, os Corpos Militares de Polícia afastaram-se entre si, cada um
estabelecendo suas próprias particularidades.

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II EDADINU Em 1915, as dificuldades apresentadas no Conflito do Contestado (1913) e a


eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914), despertaram no Exército a urgente
necessidade de uma reformulação nas Forças Armadas Brasileiras. Nesse ano
a legislação federal passou a permitir que as forças militarizadas dos Estados
pudessem ser incorporadas ao Exército Brasileiro, em caso de mobilização
nacional.

Em 1917 a Brigada Policial e o Corpo de Bombeiros da Capital Federal


tornaram-se oficialmente Reservas do Exército; condição essa a ser estendida
aos Estados. A aceitação desse acordo isentava o efetivo da Força Estadual do
serviço militar obrigatório, implantado em 1916. Entretanto, a negação
implicava o não reconhecimento dos postos e graduações pelo governo
federal, podendo os oficiais e sargentos serem convocados como simples
soldados. A partir desse momento ocorreu uma reaproximação das
corporações, passando a existir uma progressiva padronização de uniformes,
armas e equipamentos. Após as Revoluções de 1930 e de 1932 as corporações
praticamente fundiram-se num mesmo modelo.

AS POLÍCIAS MILITARES NO PÓS-GUERRA

Com a queda do governo ditatorial de Getúlio Vargas, as polícias militares


retornaram ao completo controle dos Estados. A denominação Polícia Militar
oficializou-se e difundiu-se após a Segunda Guerra Mundial, devido à
divulgação e prestígio do termo ao final do conflito.

A partir dessa época foi dado um novo direcionamento no emprego das


Polícias Militares, sendo diversificadas suas atividades e criados novos
serviços especializados; progressivamente foram desenvolvendo a
configuração que possuem atualmente.

Até então elas atuavam como autênticas gendarmarias, exercendo


principalmente a segurança de prédios públicos e fornecendo destacamentos
policiais ao interior dos Estados. Em diversos centros urbanos, porém, o
policiamento ordinário era realizado pelas Guardas Civis, segmentos
uniformizados das Polícias Civis Estaduais.

Essa sobreposição não agradou a todos, e a cidade de São Paulo, por exemplo,
teve de ser dividida entre a Guarda Civil e a Força Pública (antiga denominação
da PMESP), com a primeira cuidando das regiões mais centrais e urbanas, e a
segunda das partes mais periféricas e rurais.

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AS POLICIAS MILITARES E O GOVERNO MILITAR


II EDADINU

Novas modificações foram inseridas com a instituição do Governo Militar de


1964. Em 1967 foi criada a Inspetoria Geral das Polícias Militares (IGPM)
subordinada ao Exército. O policiamento fardado passou a ser considerado
exclusividade das Polícias Militares, e foram extintas as guardas civis e outras
organizações similares, com seus efetivos transferidos para as corporações
militares ou mantidos nas civis, desempenhando outras funções, de acordo
com a conveniência dos governadores.

Na década de setenta ocorreu um aumento na resistência ao Governo Militar, e


a maioria das Polícias Militares sofreu intervenções, tendo sido nomeados
oficiais do Exército para comandá-las. Nessa época novamente ocorreu uma
homogenização, na qual foi regulamentada uma classificação hierárquica
única, e até se tentou estabelecer um uniforme padronizado para todo país,
bem como os regulamentos disciplinares e organização administrativa bem
próxima à utilizada pelo Exército.

Com o fim do Governo Militar na década de oitenta, as polícias militares


voltaram-se para o objetivo de recompor suas próprias identidades. Passou-se
a investir numa reaproximação com a sociedade, tentando-se recuperar antigas
modalidades de policiamentos, e desenvolver outras novas.

A POLÍCIA MILITAR E A CONSTITUIÇÃO DE 1988

A Constituição de 1988 define a Polícia Militar como um dos órgãos


responsáveis pela segurança pública, sendo os seus integrantes considerados
“Militares Estaduais”, e tendo sobre si uma dupla função:

- Promover a segurança dos Estados, Distrito Federal e Territórios, através de


um policiamento ostensivo, para preservação da ordem pública; e
- Ser uma força auxiliar e reserva do Exército Brasileiro.

Desta forma, as Polícias Militares devem seguir técnicas e modelos próprios de


controle e organização com o objetivo de otimizar a prestação de serviço de
segurança pública, com ações pautadas nos direitos e garantias fundamentais
do homem.

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II EDADINU O PATRONO DAS POLÍCIAS MILITARES DO BRASIL

O Decreto-Lei nº 9.208 de 29 de abril de


1946, instituiu como patrono das
Polícias Civis e Militares, o Alferes
Joaquim José da Silva Xavier
(Tiradentes). Ele nasceu no distrito de
Pombal, no atual Estado de Minas
Gerais.

Foi Alferes de Milícia, e comandante do


destacamento de Dragões na patrulha
do Caminho Novo, estrada que servia
como rota de escoamento da produção
mineradora da Capitania das Minas
Gerais ao porto do Rio de Janeiro.
Tiradentes

Participou do movimento denominado Inconfidência Mineira, e foi executado


em 21 de abril de 1792, data em que se comemora o "Dia da Polícia Militar" no
Brasil (e, em alguns Estados, também o da Polícia Civil). Tiradentes é
considerado Patrono Cívico, sendo a data de sua morte, 21 de abril, feriado
nacional. Seu nome consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da
Liberdade, como Herói Nacional do Brasil.

Busto de Tiradentes no CEI

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H I S T Ó R I A D A P M S E

I n s t i t u c i o n a l i z a ç ã o e C o n s o l i d a ç ã o

III EDADINU
ESTRUTURA E OS ASPECTOS GERAIS DA PMSE (1835-1900)

Em Sergipe existiu até o ano de 1834 a Guarda Municipal Permanente da


Província. Esta denominação foi extinta no ano seguinte (1835), dando lugar à
Força Policial da Província, título com o qual a Polícia Militar de Sergipe inicia a
sua história.

No documento de criação da Força Policial de Sergipe (Carta de Lei de 28 de


fevereiro de 1835), observa-se a primeira fixação do efetivo do Corpo Policial,
contando-se naquela época com um total de 201 integrantes, entre oficiais e
praças. Faziam parte dessa instituição oito soldados montados, fato esse que
caracteriza o embrião do nosso atual Esquadrão de Polícia Montada (EPMont).

No ano de 1858, a Força Policial se estruturava com a criação de um Estado-


Maior. O efetivo da Força Pública era distribuído em todo o território de Sergipe,
principalmente nas cidades e vilas mais importantes.

ESTRUTURA E OS ASPECTOS GERAIS DA PMSE (1900-1995)

Em 3 de novembro de 1914, o Decreto nº 585 estabelece a criação de um


Pelotão de Artífices que se destinava especialmente aos serviços de
construção, reconstrução e conservação das obras a cargo da administração
estadual. Nesse pelotão só poderiam ser alistados os cidadãos que
possuíssem os ofícios de maquinista, eletricista, carpinteiro, pedreiro, pintor,
etc. Em caso de necessidade, o comandante e as praças do Pelotão de
Artífices fariam também o serviço de policiamento que incumbia aos demais
oficiais e praças do Corpo. Com a Lei nº 674, de 30 de setembro de 1915, o
Pelotão de Artífices é incorporado ao efetivo da 3ª Companhia do Corpo
Policial. Nas décadas de 1920 a 1940, os integrantes do Pelotão de Artífices
passariam a compor o efetivo da Companhia Extranumerária.

Em julho de 1916, é criada a 4ª Companhia da Força Pública, que seria


empregada exclusivamente no serviço do fisco, auxiliando os agentes
incumbidos da arrecadação de impostos. A companhia foi distribuída,
preferencialmente, nas zonas limítrofes do Estado. Na atualidade, essa missão
é atribuída à Companhia Fazendária, pertencente ao Batalhão de Guardas da
Polícia Militar de Sergipe.

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III EDADINU
Durante o governo de Manuel Prisciliano de Oliveira Valadão (1914-1918), foi
assinado o Decreto nº 658, de 26 de dezembro de 1917, que militarizava, isto é,
declarava a Força Pública do Estado de Sergipe, auxiliar do Exército de 1ª linha.

Na Lei nº 791, de 01 de outubro de 1920, ocorre uma mudança na estrutura da


Força, passando a mesma a contar com um Batalhão Policial e uma Seção de
Bombeiros.

Na década de 1930, as comunicações tiveram grande avanço na Polícia Militar.


O acirrado combate ao banditismo no interior do Estado (cangaço) levou o
Interventor Federal no Governo do Estado de Sergipe a criar a Seção de
Transmissões, anexa à Seção Extranumerária, desenvolvendo, na ocasião,
serviços na área da radiotelegrafia (1931).

No final da década de 1930, registra-se a criação da Companhia de Guardas,


através do Decreto-Lei nº26, de 31 de dezembro de 1937. A Companhia de
Guardas ficou constituída inicialmente por três pelotões, cada um deles com
três grupos de combate e uma Seção extra.

A Lei nº 38, de 10 de novembro de 1936, fixou o efetivo da Polícia Militar para o


ano de 1937 em 33 oficiais e 823 praças, sendo criado no mesmo documento o
Batalhão de Infantaria do Interior, sendo o seu primeiro comandante o Major
Hermeto Rodrigues Feitosa.

Com a Lei nº 1.360, de 22 de dezembro de 1965, o efetivo foi fixado em 1.427


policiais militares, acrescentando-se ao organograma básico uma Diretoria
Geral de Ensino, um Estado Maior Especial, a Casa Militar do Governador, um
Quadro Auxiliar de Administração e uma Companhia de Policiamento e
Radiopatrulha.

MULHERES NA PMSE

No Brasil, as mulheres passaram a integrar os quadros das instituições


policiais a partir da década de 1950. Em 1955 foi criada a Polícia Feminina,
tendo seu efetivo integrado ao da Guarda Civil pouco tempo depois. Com a
junção da Guarda Civil e da Força Pública em 1970 elas passaram a fazer parte
da recém criada Polícia Militar de São Paulo.

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III EDADINU Inicialmente, os Pelotões ou Companhia de Polícia Feminina tinham como


missão o trato com idosos, crianças, escolas, aeroportos, trânsito, ou ainda
com menores delinqüentes ou abandonados e com mulheres envolvidas em
delitos penais. Mas aos poucos essas unidades foram extintas e as policiais
passaram a exercer suas atividades tanto nos serviços operacionais como
administrativos de toda a polícia.

As primeiras mulheres da PMSE foram admitidas por meio do concurso no ano


de 1989 para o Curso de Formação de Oficiais (CFO) e do Curso de Formação
de Sargentos (CFS). Rita de Cássia Silvestre e Fátima Cristina Fontes seguiram
carreira e foram para a reserva remunerada como coronéis, último posto da
Polícia Militar. As sargentos Carmelita Dantas e Joanete Dias concluíram o
curso no Estado do Pará, retornando a Sergipe como as primeiras praças da
Instituição.

Em 1991, a PMSE formou as primeiras policiais no Centro de Formação e


Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), Ao todo, seis sargentos concluíram o
curso. Já no ano de 1993, 49 mulheres foram admitidas por meio do primeiro
concurso para soldados, que previa vagas para o sexo feminino.

Em 1995 foi criada a Companhia de Polícia Feminina, tendo sido desativada em


1998 e seu efetivo distribuído pelas demais Unidades.

Pelotão Feminino -1993

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III EDADINU
O BRASÃO DA POLÍCIA MILITAR DE SERGIPE

Descrição heráldica – Escudo inglês,


palado, estilizado, tendo como ornato
exterior uma coroa em ouro, representando
o Império do Brasil. Partição esquartelado,
com subpartições cujas cores representam
a Bandeira do Estado de Sergipe.
Encimando o ângulo do meio do Chefe,
encontram-se peças representativas da
sigla da Polícia Militar do Estado de
Sergipe (PMSE).
Brasão adotado em 13 de setembro de 1971

No ângulo sinistro da ponta encontram-se figuras astronômicas representadas


por cinco estrelas de cor branca, evocando a foz dos principais rios de Sergipe.
No ângulo destro da ponta encontram-se as peças representativas da data de
criação da Corporação (28.02.1835). Em abismo, encontra-se uma peça móvel
de branco com forma de contorno, representando o território do Estado de
Sergipe. Sobre esta peça estão dispostas duas figuras artificiais sobrepostas:
uma representando as Armas do Estado – um balão contendo a palavra
PORVIR em fundo azul, evocando o futuro, outra em amarelo caracterizando o
símbolo básico das Polícias Militares – duas garrruchas cruzadas – (Descrição
anexa ao Boletim Interno nº 043, de 07 de março de 1991).

O HINO DA POLÍCIA MILITAR DE SERGIPE

Ao contrário do Brasão da PMSE, não temos registro oficial da adoção da atual


canção da Corporação. Entretanto, sabe-se que a a música foi composta pelo
Major PM Edeltrudes Teles em parceria com seu filho José de Oliveira Teles,
autor da letra.

De acordo com as informações dos atuais componentes da Banda de Música


da PMSE, o hino foi incorporado à tradição da Polícia Militar em meados da
década de 1970.

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III EDADINU
HINO DA PMSE

Unidos ombro a ombro


Fronte erguida com sorriso altaneiro
Marchemos para o progresso
Nosso escudo é o pendão brasileiro

Altivo com braços fortes


Combatendo sempre o mal
Somos bravos soldados de Sergipe
Paz e justiça, é o nosso ideal

Avante camaradas
Da Polícia Militar
Ergamos nossas vozes
Em uníssono sem par
Orgulhosos e vigilantes
Lutemos noite e dia
Trocando se preciso nossas vidas
Por um Sergipe de paz e harmonia

Unidos ombro a ombro


Fronte erguida com sorriso altaneiro
Marchemos para o progresso
Nosso escudo é o pendão brasileiro

Altivo com braços fortes


Combatendo sempre o mal
Somos bravos soldados de Sergipe
Paz e justiça, é o nosso ideal

Avante camaradas
Da Polícia Militar
Ergamos nossas vozes
Em uníssono sem par

Orgulhosos e vigilantes
Lutemos noite e dia
Trocando se preciso nossas vidas
Por um Sergipe de paz e harmonia

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III EDADINU
A EVOLUÇÃO DO FARDAMENTO DA PMSE

Uniforme militar é a vestimenta padronizada e regulamentada, usada pelos


membros das forças armadas e polícias e bombeiros militares. O uniforme é
um dos principais símbolos que representam a profissão militar, desde a
antiguidade os uniformes serviam para identificar os grupos nos campos de
batalha. Ele reflete o valor e a tradição, contribui para a elevação da autoestima,
solidifica a hierarquia e a disciplina, potencializa a manifestação de força, e
transmite, subjetivamente, um ideal de igualdade onde todos são nivelados,
independentemente de origem ou condição.

No Brasil os militares seguiam os mesmos padrões de uniforme dos


portugueses até a independência, neste período o uso de uniformes não era
exclusividade dos militares, civis com cargos também gostavam de utilizar os
uniformes que identificavam a profissão deles. Ao longo dos anos os uniformes
do Exército brasileiro foram evoluindo de acordo com a história do país.

Com a chegada da República e a influência do positivismo, os uniformes


brasileiros ficaram cada vez mais parecidos com os uniformes europeus. No
final do século XIX os países europeus começaram a ter muitas baixas no
campo de batalha por conta dos uniformes multicoloridos utilizados à época;
não existia a preocupação com a camuflagem. Os primeiros a terema ideia de
confundir o inimigo no campo de batalha foram os ingleses que passaram a
adotar o uniforme na cor cáqui, que significa pó ou poeirento, passando a ser
imitado por outros exércitos. Com a I Guerra mundial a preocupação coma
camuflagem ficou mais evidente, o que provocou a adesão de outros exércitos
por cores que pudessem ser confundidas com as características do terreno das
batalhas.

Uniforme com padrão europeu Uniforme cáqui - PMSE


do século XIX

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III EDADINU Durante o período do Império e parte do da República, com poucas exceções,
as Polícias Militares utilizaram uniformes azuis (azul ferrete). Em 1903 o
Exército Brasileiro adotou o uniforme cáqui, sendo então copiado pelas Polícias
Militares. Em 1931 os militares do Exército brasileiro passaram a utilizar a cor
verde-oliva para poder se diferenciar das polícias dos Estados que, em sua
maioria, já utilizavam a cor cáqui em seus uniformes.

Em 1934 o Ministério da Guerra determinou, obrigatoriamente, a cor cáqui para


todas as forças de reserva militar (PMs e Tiros de Guerra). Após a Segunda
Guerra Mundial as polícias militares adquiriram autonomia para escolher as
cores de seus próprios uniformes, entretanto, a maioria optou por permanecer
com o cáqui.

O uniforme militar é regulamentado por legislação específica e seu emprego


indevido constitui-se em crime previsto no Código Penal. Ele não pode ser
usado ou copiado indevidamente, pois representa a legítima autoridade
investida pelos poderes constituídos.

Basicamente os uniformes são classificados em cinco categorias; existindo


uma tabela de correspondência com as demais corporações militares e civis.

·Uniformes de gala - usados em grandes solenidades;


·Uniformes solenes - usados em solenidades de menor importância;
·Uniformes de passeio - usados fora de serviço;
·Uniformes de serviço - usados em serviço, instrução e campanha;
·Uniformes de educação física - usados em atividades esportivas.

Existe ainda uma classificação especial, constituída por uniformes históricos,


fardamentos exclusivos de representação ou para atividades que exijam
vestimentas especiais (aviação, hospitais, resgate e socorro, etc.).

Durante o governo militar, em 1976, a IGPM sugeriu que as PMs adotassem a


cor azul-petróleo (a cor do fardamento da Polícia Militar do Distrito Federal).
Por esse motivo algumas PMs mudaram seus uniformes. Atualmente a cor
cáqui, com variações para o bege, e a cor azul, com variações do cinza ao azul
escuro, são as principais cores dos uniformes das polícias militares brasileiras.
Sendo assim a Policia Militar de Sergipe adotando o que fora sugerido pela
IGPM, modificou seu fardamento para a cor azul-petróleo.

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III EDADINU Em 2020, Com o Regulamento de Uniformes da Polícia Militar de Sergipe


(RUPM-SE) buscou-se não modificar o uniforme operacional básico por razões
de economicidade, além do cunho histórico, por remeter-se o seu uso ao início
dos anos 70, já amplamente conhecido pela sociedade sergipana e nacional.
Alterou-se, no entanto, a nomenclatura da sua cor, antes identificada como
“azul petróleo”, ora passando a “verde-petróleo”, em consonância perfeita com
as orientações técnicas dos fabricantes de tecido.

Uniforme "verde-petróleo" - PMSE

O SERVIÇO DE SAÚDE DA PMSE

Fundado em 1970, o Hospital Dr. Lourival Batista tinha no início de sua


existência uma estrutura simples, composta de algumas enfermarias voltadas
ao atendimento de pacientes com doenças contagiosas do Hospital Santa
Isabel.
Após um período em estado de semi-abandono, o Hospital foi cedido à Polícia
Militar de Sergipe (PMSE), pelo Exmo. Sr. Governador do Estado Paulo Barreto
de Menezes, agregando então a enfermaria da Corporação em 10 de fevereiro
de 1972. Sob a gestão do então 2º Ten. QOSPM Dr. Sálvio Paiva Mendonça,
começou a sua ampliação e modernização, processo gradual que contou com:

Construção de uma sala de cirurgia;


Transferência da farmácia da PMSE, que já existia no Quartel do Comando
Geral;
Ampliações das enfermarias;
Construções do centro radiológico, laboratório, eletrocardiografia e
eletroencefalografia (28/09/1979);

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III EDADINU Reforma do centro cirúrgico Dr. Fernando Sampaio (01/11/1980);


Centro de apoio e nutrição (03/10/1982);
Unidade de pediatria (25/08/83);
Construção do centro administrativo, amplas e modernas suítes e UTI (1984 –
1985);
Construção do prédio do contingente policial militar (31/10/1986);
Inauguração do centro de estudos (17/08/1994);
Reforma e construção de apartamentos semi-privativos, sala de curativos e
sala de aerosolterapia (04/12/1995);

Na data de 17 de agosto de 1992, aconteceu o retorno da direção do hospital à


administração militar. A partir daí, o HPM foi reestruturado e voltou a ser uma
unidade de saúde exemplo de organização e de atendimento ao público.

Atualmente, o Hospital da Polícia Militar alia o atendimento hospitalar com o


ambulatorial, este em uma moderna Policlínica, onde são realizadas consultas
com hora marcada em diversas especialidades. É um hospital de pequeno
porte que atende policiais militares e conveniados do Ipesaude e que conta
com 42 leitos de clínica médico-cirúrgico, sendo dois apartamentos e oito
enfermarias, além de 12 leitos de pediatria, Centro Cirúrgico com duas salas de
recuperação pós anestésica (SRPA). O HPM conta com modernos aparelhos de
raio X digital, ultrassonografia, endoscopia respiratória, teste ergométrico e
exames biomédicos diversos, dispondo ainda de dois consultórios com
especialidade clínica odontológica e cirúrgica bucomaxila-facial.

O HPM está localizado na avenida Minas Gerais s/n, no bairro Dezoito do Forte,
em Aracaju e conta com as seguintes especialidades: Cirurgião, Clínica Médica,
Ginecologia, Pediatria, Cardiologia, Otorrinolaringologia, Ortopedia, Angiologia,
Oftalmologia e Odontologia.

Hospital da Polícia Militar do Estado de Sergipe - HPM

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III EDADINU O CORPO MUSICAL DA PMSE

Desde a criação da Força Policial de Sergipe em 1835, as referencias existentes


a música limitam-se às indicações dos “soldados cornetas” cuja função era e
continua sendo a de executar os toques para hasteamento e arreamento da
Bandeira, entrada e saída do Comandante Geral, início e termino de expediente,
entre tantos outros.

A primeira referência sobre a Banda de Música está na lei nº 125 de 13 de


março de 1844, que na formação das Companhias, entre os Soldados, estavam
os músicos. Fundada nesta data, a Banda de Música da Policia Militar
completou 177 anos como a mais antiga Banda Militar do Estado de Sergipe.

Nas cidades do interior que são desprovidas de conservatórios ou escolas de


música, a Banda de Musica da PMSE consegue influenciar as bandas marciais
e liras que funcionam como centros formadoresde músicos, sendo ainda
responsáveis pela formação da maioria dos músicos das Bandas Militares e
Orquestra Sinfônica do Estado. É também importante meio de estímulo de
composição e veiculação de obras de autores locais. Muitas dessas obras são
dedicadas a pessoas da comunidade, parentes e amigos, ou relacionados a
eventos ou fatos importantes, contribuindo assim na preservação e
reconstrução da história das comunidades.

O reconhecimento público ou particular encontra-se registrado em troféus,


diplomas, placas e reportagens diversas que fazem parte do acervo da Banda.
Deve-se destacar a gravação em fita cassete - no dia 11 de maio de 1986 - de
uma apresentação dentro do programa radiofônico “Hoje é dia de Retreta”,
apresentado por Jairo Alves de Almeida, nas manhãs de domingo, na Rádio
Cultura de Sergipe. O evento comemorava o 9º Aniversário de Fundação do
Clube dos Oficiais da Polícia Militar do Estado de Sergipe, quando foram
executados os Dobrados: “A Subvenção” de José Machado, “Escravo” de
Heráclito Guerreiro e “Saudades de Minha Terra” de autor desconhecido.

Em 23 de dezembro de 1990, no Comando do Sr. Cel. Joseluci Ramos Prudente,


a Banda de Música, gravou seu primeiro e único LP. O repertório era composto
de Dobrados de autores sergipanos e músicas populares.

Em 2011, a Banda de Música recebeu da Sociedade Filarmônica de Sergipe


(SOFISE) um DVD gravado em uma apresentação intitulada “Concerto da
Independência”.

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III EDADINU
Com o Decreto 30.910, datado de 24 de novembro de 2017, a Banda de
Música da PMSE é reconhecida como Patrimônio Histórico, Artístico e
Cultural de natureza Imaterial do Estado de Sergipe.

Através da lei nº 8.384 de 04 de abril de 2018 é criado o Corpo Musical da


PMSE com o objetivo de promover a cultura musical em suas várias formas
de conhecimento, compreendedo:

I - Banda Sinfônica;
II- Big Band;
III- Quarteto de Clarinetas;
IV- Quarteto de Saxofones;
V- Quinteto de Metais;
VI- Banda de Cornetas.

O Decreto nº 40.027, de 02 de maio de 2018 promove a estruturação do Corpo


Musical da PMSE, que recebe o nome de Corpo Musical da Polícia Militar do
Estado de Sergipe "Capitão José Machado dos Santos".

O Corpo Musical segue a seu modo, mantendo o lema da Corporação da qual


é a alma sonora, preservando a ordem pública através da arte e protegendo as
riquezas do nosso Estado com suas apresentações.

Atualmente, o Corpo Musical é composto por um efetivo de 48 (quarenta e


oito) integrantes ativos, os quais são Comandados pelo Maestro 1º Ten
QOMPM/MÚS Carlos José Batista Santos. Além de participar de cerimônias
militares, civis, formaturas, guarda de honra e visitas oficiais; o Corpo Musical
também desenvolve trabalhos sócio educativos com jovens de comunidades
carentes.

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III EDADINU O DOBRADO "OS QUATRO TENENTES"

Um dos mais conhecidos e executados dobrados militares do Brasil, o dobrado


“Os Quatro Tenentes" é de autoria do Capitão da Polícia Militar de Sergipe José
Machado dos Santos. Nascido em Lagarto/SE no dia 11 de maio de 1912, filho
de João José dos Santos e Joana Maria da Pureza. Fez os estudos primários
no Grupo Escolar Sylvio Romero e era aprendiz de música do velho mestre José
Rosa, integrante da Banda de Música Lyra Popular do Lagarto/SE, tocando
Bombardino, que era o seu instrumento predileto.
Alistou-se às fileiras da Corporação
sergipana como Soldado-Aprendiz
de música em maio de 1926, aos 14
anos, tornando-se um exímio
musicista. Pelos seus méritos
obteve sucessivamente as
classificações de música de 3ª, 2ª e
1ª classe, sendo posteriormente
promovido a Sargento
Contramestre cinco anos depois em
1931, período em que se tornou
Mestre de Música do Colégio
Salesiano, no Oratório Dom Bosco.
Em 28 de fevereiro de 1935, através
do Decreto do Interventor Augusto
Maynard Gomes, foi promovido ao
Posto de 2º Tenente-Regente da
Banda de Música da PMSE.
Partitura do dobrado "Os Quatro Tenentes"

A promoção foi intensamente comemorada com mais três colegas: José dos
Santos Graça (Companhia de metralhadora), José Batista dos Anjos (2ª
Companhia), José de Oliveira Freire (Esquadrão de Cavalaria), portanto, quatro
Josés e quatro Tenentes. O fruto desta comemoração foi a composição deste
dobrado que é tocado por diversas Bandas de Música e grupos musicais por
todo Brasil, sendo reconhecido inclusive internacionalmente.

Interessante observar que na segunda parte deste dobrado é possível perceber


as referências comemorativas, já que são executados os toques de "Oficiais",
"Banda de Música”, "2ª Companhia" e "Cavalaria". todos constantes no
Manual de Toques do Exército Brasileiro.

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III EDADINU Anos mais tarde o dobrado “Os quatro Tenentes” recebeu uma adaptação com
letra intitulada “Audaz Comunicante” passandoa ser utilizada como a canção
da arma de comunicações do Exército Brasileiro.

O CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO - CEI

O Centro de Ensino e Instrução da Polícia Militar do Estado de Sergipe (CEI), foi


criado por meio da Portaria Normativa nº 002/2020. Subordinado a 3ª Seção do
Estado Maior Geral. É responsável pelo Centro de Formação e Aperfeiçoamento
de Oficiais (CFAO) e pelo Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças
(CFAP). tem como missão coordenar a formação, habilitação, aperfeiçoamento
e especialização de Praças e Oficiais no âmbito da PMSE.

Centro de Ensino e Instrução - CEI

O Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP) foi fundado por


intermédio da lei estadual nº 2.234 de 10 de novembro de 1979, publicada no
Diário Oficial do Estado de Sergipe nº 18.537, de 11 de dezembro de 1979,
presente no artigo 21 a sua missão. O governador do Estado à época de sua
fundação era o senhor Augusto do Prado Franco, tendo como secretário de
Segurança Pública o Dr. Antônio Souza Ramos e como comandante geral da
PMSE o Coronel João de Albuquerque Feijó.

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III EDADINU Suas instalações funcionavam juntamente com o 1º Batalhão, localizado à rua
Argentina , s/nº, bairro América, nesta capital, embora no período de 1994 a
1995, a unidade militar tenha funcionado na rua 08, quadra 20, nº 519, distrito
industrial da cidade de Nossa Senhora do Socorro, onde hoje funciona o 5º
Batalhão de Polícia Comunitária (5º BPCom). Atualmente funciona no mesmo
endereço de sua fundação, oferecendo diversos cursos de formação e
aperfeiçoamento aos Policiais Militares, estando subordinado diretamente a 3ª
seção do EMG.

CANÇÃO DO CFAP

Somos do CFAP da PM de Sergipe


Temos por lema trabalhar e estudar

Enobrecendo nossa terra Nossa gente


Caminhando para frente para a meta alcançar

Enobrecendo nossa terra Nossa gente


Caminhando para frente para a meta alcançar

Avante companheiros sempre ombro a ombro


Avante companheiros sempre lado a lado
Tendo por lema estudar
Servir ao próximo, ao próximo
E a Sergipe sempre honrar

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III EDADINU

O MUSEU DA PMSE

Criado em 1969, inicialmente funcionando no Quartel do Comando da Polícia


Militar – Rua itabaiana, 336, centro, Aracaju. Em 2012 foi transferido para a rua
Ivo do Prado São Cristóvão/SE. Museu de temática militar com o acervo
composto principalmente por armas, equipamentos, fardamentos e
documentos. O museu possui dois programas sociais que são: Produção do
Conhecimento no Museu, Biblioteca com documentos militares, sala de
projeção e sala de exposição para artistas plásticos visando a valorização do
artista sergipano.

O MPMSE tem por missão principal preservar e divulgar a memória, a história e


a cultura material da Polícia Militar de Sergipe esta última representada pelo
seu acervo histórico e de suas co-irmãs e outras, com as quais tenha realizado
intercâmbio cultural. E por objetivo de trabalho no campo social promover e
realizar, através de programas, atividades lúdico-educacionais com a
participação das unidades de ensino da rede pública Estadual, Municipal e
particular. Esses programas de integração com a comunidade estudantil visam:
o resgate e divulgação da história da Polícia Militar de Sergipe, mostrar o papel
da instituição policial militar na sociedade sergipana e enaltecer os valores
éticos, morais e cívicos defendidos pela Corporação. Incentivar e divulgar as
atividades do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência
(PROERD) e outras atividades ou programas cívico-sociais vinculados à
atividade fim da Polícia Militar.

O MPMSE tem, ainda, por missão promover acesso às fontes e aos recursos
disponíveis necessários às atividades de pesquisas em suas dependências,
apoiando o trabalho de profissionais e estudantes das diversas áreas da
ciência, no sentido de incentivar o desenvolvimento da investigação e da
produção do conhecimento científico em Sergipe.

Acervo

Armamentos: Acervo composto por armas brancas e de fogo do século XIX e


XX, usadas na Corporação.

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III EDADINU
Fardamentos: Uniformes históricos e contemporâneos adotados na
Instituição nos séculos XIX, XX e XXI.
Equipamentos: Diversos materiais, tais como: Equipamentos de
comunicação, de transporte, de carga e de campanha, compõe esta
temática.
Documentos: O arquivo de documentos do museu é composto por: Leis,
decretos, boletins regimentais e internas, além de fotografias e croquis.

Acervo - Museu da PMSE

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III EDADINU
UNIDADES ESPECIALIZADAS DA PMSE

BATALHÃO DE POLÍCIA DE GUARDA

O Batalhão de Polícia de Guarda tem suas raízes históricas fixadas na


fundação da Companhia de Guardas, criada em 1937, através do Decreto-Lei nº
26 de 31 de dezembro daquele ano, tendo a maioria do efetivo inicial formado
por policiais militares provenientes da Companhia de Metralhadoras, extinta
com fixação do efetivo para o ano de 1938, conforme preconizava o Decreto-Lei
acima citado.

A Companhia de Guarda ficou constituída inicialmente por três pelotões, cada


um deles com três grupos de combate e uma seção extra com o efetivo de 144
policiais militares.

A Companhia de Guarda foi inicialmente empregada para a vigilância dos


prédios de diversas instituições do Estado, tais como: o Palácio do Governo, as
Secretarias de Estado e a Casa de Detenção de Aracaju. O efetivo da
Companhia de Guarda correspondia na época da sua criação à
aproximadamente 1/5 do efetivo total da Polícia Militar de Sergipe.

O Batalhão de Polícia de Guarda da PMSE – BPGd – foi criado por força da Lei
nº 3.511, de 17 de agosto de 1994 (Quadro de Organizações – QO), organizado
pela Lei nº 3.669, de 27 de novembro de 1995 (Lei de Organização Básica –
LOB), sendo ativado no comando do coronel PM Pedro Paulo da Silva, com
sede provisória no Quartel do Comando Geral, situado na Rua Itabaiana n°336,
Bairro Centro, Aracaju/SE, conforme o publicado no Boletim Geral Ostensivo –
BGO, nº 146, de 09 de agosto de 1995.

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III EDADINU BATALHÃO DE POLÍCIA DE CHOQUE - BPCHOQUE

A história do Batalhão de Polícia de Choque se inicia com a


criação do pelotão de Polícia de Choque em 20 de dezembro
de 1979, através da Lei n.º 2234, de 10 de novembro,
idealizado no Comando Geral do Cel EB Antônio Bendock,
tendo como primeiro comandante o então 2º Ten PM Hélio
Silva, com a missão precípua de realizar o Controle de
Distúrbios Civis e o policiamento em eventos especiais.

A estrutura inicial do Pelotão de Choque contava com o efetivo de 60 policiais


militares, sendo: um Oficial, dois Sargentos, seis Cabos e 51 Soldados. A
primeira sede foi em uma das salas do Quartel do Comando Geral da PMSE,
onde funciona atualmente o Comando de Policiamento Militar da Capital. O
suporte de transporte era efetivado com uma Viatura Tipo Veraneio e um
caminhão de transporte de tropa, conhecido por “Espinha de Peixe”. O serviço
era desempenhado por três guarnições policiais militares (GP’s ou Grupos de
Prontidão), cumprindo a escala de serviço de 24 horas por 48 de folga, sendo:
um GP de Serviço; um GP de Reserva e um GP de Folga. Fato curioso diz
respeito ao primeiro uniforme camuflado da tropa, pois em razão das
dificuldades logísticas encontradas à época, o Sargento PM Edmur fez uma
improvisação e efetivou a camuflagem do uniforme através da pistola de
pintura automotiva no Centro de Manutenção da PMSE.

Nos idos de 1984, a sede do Pelotão de Choque foi transferida para as


dependências do Quartel do 1º Batalhão de Polícia Militar, na Rua Argentina,
Bairro América, onde atualmente funciona o Centro de Formação e
Aperfeiçoamento de Praças – CFAP, sendo comandado pelo então 2º Tenente
PM Carivaldo dos Santos.

Em maio de 1990, o Pelotão de Choque foi transformado em Companhia de


Polícia de Choque, sendo sediado nas instalações do Parque de Exposições
João Cleophas, permanecendo até 1996, quando foi transferido para o Distrito
Industrial de Nossa Senhora do Socorro, no Conjunto Marcos Freire, onde
atualmente é a sede do 5º Batalhão de Polícia Comunitária, sob o comando do
Capitão PM Julisvaldo Silva Sento Sé, permanecendo até maio de 1999, quando
mais uma vez retornou para as instalações do Centro de Formação e
Aperfeiçoamento de Praças.

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III EDADINU Em 2004, iniciou o processo de transformação para a estrutura de Batalhão de


Choque, sendo que em outubro de 2007, no Comando Geral do Cel PM José
Péricles Menezes, tendo como Comandante do Batalhão de Choque o Major
PM Carlos Rolemberg, a sede foi transferida para o atual prédio na Rua Castro
Alves, no Bairro Ponto Novo.

A Portaria nº 0531, de 02 de Dezembro de 2008, exarada através do Comando


Geral da PMSE, o Cel PM Alberto Magno dos Santos Silvestre, criou o Batalhão
de Polícia de Choque, sendo que o Decreto Estadual nº 27.938 de 13 de Julho
de 2011 fez a homologação da mesma com a seguinte estrutura: A 1ª
Companhia de Polícia de Choque responsável pelo Controle de Distúrbios de
Civis; A 2ª Companhia de Polícia responsável pelo Policiamento Tático
Motorizado (Força Tática); a 3ª Companhia de Polícia de Choque responsável
pelo policiamento de operações com cães (canil) e a 4ª Companhia de
Operações Especiais.

BATALHÃO DE POLÍCIA RODOVIÁRIA ESTADUAL - BPRV

A Companhia de Polícia Rodoviária (CPRv) foi criada em 08


denovembro de 1982, em virtude da grande necessidade de
haver policiamento ostensivo e fiscalização de trânsito nas
rodovias estaduais de Sergipe, como também de realizar
atendimento a acidentes, além de apoiar, de um modo geral,
àqueles que necessitassem da intervenção policial.

Realizar o policiamento ostensivo e fiscalização de trânsito nas rodovias


estaduais de Sergipe. Devido às peculiaridades inerentes ao policiamento
rodoviário, foi criado o Centro de Operações de Trânsito – COT, onde é
otimizado o planejamento das operações cotidianas e extraordinárias, bem
como a elaboração de instruções necessárias ao bom desempenho dos
policiais em suas funções, por intermédio das diversas fontes de informações,
tais como dados estatísticos fornecidos pelo Serviço de Atendimento ao
Cidadão, relatórios elaborados pelos comandantes das operações, informações
colhidas através dos solicitantes de policiamento para os diversos tipos de
evento. O COT também é responsável pelaelaboração e análise da confecção
de formulários de uso diários ara o desenvolvimento do serviço prestado pela
CPRv.

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III EDADINU O setor de Triagem, que tinha como função conferir os autos encaminhados
para serem cadastrados no DER/SE, bem como confeccionar as Certidões de
Ocorrências relativas aos acidentes de trânsito ocorridos nas rodovias
estaduais, foi transformado no Setor de Atendimento ao Cidadão – SAC, onde
além das atribuições pertinentes à extinta Triagem, é dedicada toda informação
ao cidadão, no que diz respeito à ocorrência de trânsito, como também onde é
confeccionada a estatística relativa a acidentes e autuações
com o intuito de prestar informações aos diversos órgãos relacionados ao
trânsito e ao Comando Geral da PMSE.

A companhia foi elevada a condição de Batalhão de PolíciaRodoviária Estadual


(BPRv) no dia 30 de março de 2016, sob ocomando do Major Fábio Machado.
Atualmente, o BPRv conta com162 policiais militares, distribuídos em várias
partes do Estado,notadamente nos seis Postos de Fiscalização Rodoviária em
váriasrodovias estaduais: SE 270 (PRv 01: Rodovia Governador
LourivalBaptista, Povoado Colônia 13, Lagarto; PRv 02: Rodovia José deMatos
Carvalho, Simão Dias ; PRv 04: Povoado Abaís, Estância e SE100/368 (PRv 06 :
Linha Verde, Indiaroba).

Conforme publicação no Boletim Geral Ostensivo nº 061 de 06 deabril de 2016:


Considerando a necessidade de padronizar e ampliar a execução
dopoliciamento ostensivo e a fi scalização do trânsito rodoviário emtodo o
Estado, a cargo da Polícia Militar do Estado de Sergipe,visando o cumprimento
das normas de trânsito e a segurança dosusuários, de acordo com o Código de
Trânsito Brasileiro elegislação correlata, bem como, com as diretrizes
emanadas peloComando-Geral da Corporação.

COMPANHIA DE POLICIAMENTO DE TRÂNSITO - CPTRAN

No princípio, no transcorrer dos anos 80, foi criado o Pelotão


de Policiamento de Trânsito, vinculado ao Departamento
Estadual de Trânsito (Detran), órgão executivo do Estado de
Sergipe. O mesmo tinha como objetivo, orientar o usuário das
vias urbanas e proporcionar a fluidez do trânsito na capital
sergipana. Também deveria garantir a segurança do cidadão
contra qualquer ato criminoso, todas características
mantidas até os dias atuais.

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III EDADINU Devido ao grande crescimento que Aracaju obteve e em virtude da grande
demanda dos serviços nesta área, no ano de 1982, o então Pelotão de Trânsito
foi transformado em Companhia de Polícia de Trânsito. A partir daí, a CPTran
passou a fazer parte do organograma do Detran, mediante convênio com o
departamento.

A Companhia de Polícia de Trânsito é uma subunidade especializada no


policiamento de trânsito do Estado de Sergipe, subordinada ao Comando do
Policiamento da Capital (CPMC), da Polícia Militar.

A CPTran atua sistematicamente na fiscalização, orientação e controle de


tráfego em todo Estado de Sergipe, autuando as infrações de trânsito de
competência do Estado (documentação doveículo e condutor, equipamentos
obrigatórios), sendo que nos municípios que possuem convênio com o Detran,
a CPTran autua todas as infrações previstas no CTB.

A Companhia de Trânsito dá apoio às operações em conjunto comos órgãos


executivos de trânsito como Detran, DER (Departamento Estadual de Estradas
e Rodagens) e SMTT ( Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito)
das cidades de Aracaju, N. S. do Socorro e São Cristóvão, além do apoio às
demais unidades daprópria Polícia Militar e às polícias Civil e Rodoviária
Federal.

BATALHÃO DE POLÍCIA DE RÁDIO PATRULHA - BPRP

O Batalhão de Polícia de Radiopatrulha (BPRp) da Polícia


Militar de Sergipe é um dos mais antigos batalhões
independentes da corporação, surgindo na década de 80,
mais precisamente com a publicação do Decreto 6.877 de 6
de março de 1985, que tratava da ativação do Comando do
Policiamento Militar da Capital (CPMC) e incluía o BPRp entre
os seus batalhões operacionais.

Em junho de 1994, o Batalhão foi novamente inaugurado, e voltou às ruas da


capital, desta vez mais estruturado, com o intuito de prestar o serviço de
policiamento motorizado de radiopatrulha da Grande Aracaju. No início, o
Batalhão contava com um efetivo de 150 homens, sendo 120 no policiamento
ostensivo e o restante dos policiais divididos no serviço de guarda das
instalações e administração da sede.

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III EDADINU
O Batalhão se dividia em seis setores de serviço, ou seja, áreas limítrofes dos
bairros da Grande Aracaju para assim realizarem um atendimento mais eficaz
das ocorrências passadas pelo antigo Centro de Operações Policiais Militares
(Copom).

Atualmente, o BPRp atua com delimitação de área com o intuito de direcionar o


serviço para o atendimento de ocorrências em áreas específicas, evitando
longos deslocamentos, e gerando agilidade no tempo de resposta. Os dados
estatísticos levantados pelo setor administrativo através do serviço de
inteligência (criado para identificar o modo de atuar dos infratores e os locais
de maior incidência dos atos delitivos) proporcionam um trabalho mais
profissional por parte dos policiais militares.

Além disso, os radiopatrulheiros contam diuturnamente com o apoio de outras


companhias comunitárias e operacionais na prevenção e combate ao crime.

ESQUADRÃO DE POLÍCIA MONTADA - EPMON

A Cavalaria da PMSE foi implantada em 1988 pelo então


Comandante geral, coronel Joseluci Ramos Prudente, com a
denominação de Pelotão de Cavalaria. Oficialmente a Polícia
Montada da PMSE foi criada por força da lei nº 2.953 de 27
de dezembro de 1990, publicada no Diário Oficial do Estado
nº 21.236 de 28 de dezembro de 1990. A lei foi transcrita no
Boletim Interno da PMSE, nº 005 de 08 de janeiro de 1991,
com denominação de Pelotão de Polícia Montada.

A ativação do Pelotão de Polícia Montada da PMSE deu-se no Boletim Interno


nº 111 de 21 de junho de 1991, ficando subordinado ao Comando do
Policiamento Militar da Capital (CPMC), com sede provisória nas instalações da
Sociedade Hípica de Sergipe no Parque da Cidade “Governador José
Rollemberg Leite”.

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COMANDO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS - COE


III EDADINU

Criado no BGO nº 045, de 12 de março de 1996, assinado


pelo então comandante geral da PMSE, coronel Pedro Paulo
da Silva, e tendo como seu 1º comandante o capitão PM
Mauricio da Cunha Iunes, o Comando de Operações Especiais
(COE) é uma subunidade da Polícia Militar, subordinada ao
Comandante Geral.

O Comando de Operações Especiais tem como missão principal aexclusividade


no atendimento de ocorrências de alta complexidade, com ou sem reféns, em
todo o território sergipano.

Os homens do Comando de Operações Especiais são especialistas em: tiro de


precisão, ocorrências com artefatos explosivos, agentes químicos, operações e
resgate em altura, operações aquáticas, segurança de autoridades, operações
em estabelecimento prisional com ou sem reféns, invasões táticas, contra
guerrilha urbana e rural, controle de distúrbios civis, operações em ambiente de
caatinga, ações anti-seqüestro, gerenciamento de crises e negociação de
reféns, retomada de pontos sensíveis, operações de bloqueio e interceptação
de marginais de alta periculosidade, patrulhamento de alto risco, dentre outras.

Além destas atividades o Comando de Operações Especiais é referencial no


Estado de Sergipe, contribuindo na formação e treinamento de integrantes de
diversas instituições ligadas à segurança pública, tais como: Ministério Público
Estadual, Defensoria Pública, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia
Civil, Agentes Prisionais e Guarda Municipal.

PELOTÃO DE POLÍCIA AMBIENTAL - PPAMB

O Pelotão de Polícia Ambiental foi criado em 23 de


março de 1996, fundamentado na Lei nº 3.511 de 17 de
agosto de 1994, combinada com a Lei nº 3.696 de 15 de
março de 1996. A criação do PPAmb suscitou de uma
ideia conjunta entre os então secretário de Estado do
Meio Ambiente, José Araújo Filho, e o comandante geral
da Polícia Militar de Sergipe, coronel PM Pedro Paulo da
Silva, com o aval do também então governador Albano
Pimentel do Prado Franco.

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III EDADINU O Pelotão foi ativado em 05 de agosto de 1996 com a devida publicação em
Boletim Interno nº 141 de 05 de agosto de 1996. No entanto, sua inauguração
deu-se oficialmente em 26 de junho de 1997.

O Pelotão de Polícia Ambiental objetiva a proteção e preservação do meio


ambiente e recursos naturais existentes no Estado de Sergipe, apoiando e
auxiliando os órgãos ambientais competentes como Ibama, Adema e
organizações-não-governamentais.

A fim de assegurar a preservação ambiental, o PPAmb atua na fiscalização das


áreas preservadas, coibindo de maneira repressiva e inibidora as ações
delituosas e depredadoras do meio ambiente, tais como desmates de
manguezais, caça e pesca ilegais, em especial as espécies nativas e/ou
ameaçadas de extinção, poluição ambiental, entre outras situações. O Pelotão
de Polícia Ambiental se presta também como um veículo conscientizador da
população, sobre a necessidade de preservação dos ecossistemas do nosso
Estado, para a melhoria da qualidade de vida.

BATALHÃO ESPECIAL DE SEGURANÇA


PATRIMONIAL - BESP

A unidade foi criada, de acordo com o Decreto 22.381 de 20 deoutubro de 2003,


convocando policiais militares da reserva remunerada da Polícia Militar para o
serviço ativo, de acordo com oartigo 6º da Lei estadual 2066, de 23 de
dezembro de 1976. Areferida convocação foi publicada no Boletim Geral
Ostensivo nº 95,de 2 de junho de 2004.

O projeto já existe com bastante sucesso em outros Estados doBrasil. O


objetivo inicial da criação do BESP foi ocupar com ospoliciais militares
aposentados o serviço administrativo e de guardados quartéis, além de prédios
do patrimônio público e daadministração estadual, liberando assim policiais
mais jovens parao policiamento ostensivo nas ruas do Estado. A idéia nasceu
daAssociação dos Militares da Reserva da Polícia Militar (Amires), que serviu
de núcleo para a ativação do Batalhão.

Em 2004, com a ampliação do efetivo, os policiais militares doBESP passaram


a ser empregados também no serviço de guarda deunidades prisionais e
prédios públicos do Estado, como repartições públicas e autarquias, entre
outros.
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III EDADINU COMPANHIA INDEPENDENTE DE OPERAÇÕES


POLICIAIS EM ÁREA DE CAATINGA - CIOPAC

A Companhia Independente de Operações Policiais em Área de


Caatinga (CIOPAC), Unidade Especializada da PMSE, foi criada
através da Portaria nº 231/2008-GCG em 16 de maio de 2008,
sofrendo mudança em sua nomenclatura, por meio da Portaria
Administrativa nº 007/2017-GCG em 28 de fevereiro de 2017,
considerando as especificidades e peculiaridades desenvolvidas
pela Companhia de Operações Policiais em Área de Caatinga da
Polícia Militar do Estado de Sergipe, objetivando atender aos reclamos da
população sertaneja, que necessita de atendimento eficiente e eficaz por parte
dos organismos da segurança pública.

Devido a área de atuação dessa Subunidade, que compreende todo o território


do Estado de Sergipe, a anterior nomenclatura Companhia Especializada em
Operações Policiais em Área de Caatinga (CEOPAC) da PMSE, torna-se
Companhia Independente de Operações Policiais em Área de Caatinga
(CIOPAC).

Com o objetivo de combater os ilícitos penais que assolavam a população


residente no sertão sergipano, a CIOPAC está subordinada diretamente ao
Comando de Policiamento Militar do Interior (CPMI). A função de Comandante
da Companhia Independente de Operações Policiais em área de caatinga
(CIOPAC), é privativa de Oficial pertencente aos quadros da Polícia Militar do
Estado de Sergipe.

Inicialmente a companhia fora criada com um efetivo policial composto por 20


policiais militares, após os mesmos terem concluído o Curso de Operações
Policiais em Área de Caatinga (COPAC). Na ocasião, contava com três viaturas
tipo caminhonete, a fim de cumprir sua missão constitucional.

Ao longo dos anos, outros cursos foram realizados e o efetivo foi crescendo,
pois a demanda territorial é grande e necessitava de ações mais eficazes no
combate ao crime.

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III EDADINU GRUPO DE AÇÕES TÁTICAS DO INTERIOR - GATI

O Grupamento Tático Aéreo de Sergipe foi criado através da


portaria nº 67/2009, de 19 de maio de 2009. O GTA compõe a
estrutura organizacional da SSP, subordinando-se
diretamente ao Secretário de Segurança Pública. A Unidade
integra policiais: militares, civis e bombeiros militares.

No dia 08 de junho de 2009, foi inaugurado o Hangar “Maj PM Álvaro Jorge de


Carvalho”, localizado à Avenida Maranhão, 2126 – Bairro Santos Dumont, anexo
ao Aeroclube de Sergipe, sede do GTA, onde são desenvolvidas as atividades
operacionais e administrativas.

Atualmente o GTA conta com um efetivo de policiais militares nas funções de


piloto de helicóptero, tripulante operacional, mecânico de aeronave e apoio solo,
e com o emprego de duas aeronaves. São elas:

– Um Helicóptero, de codinome Falcão 01, é um AS 350BA, Esquilo, capacidade


para seis passageiros, autonomia de 03h 30min, fabricado pela helibrás,
subsidiária da Eurocopter Company, locado à empresa Blue Air Táxi Aéreo, após
licitação pública;

– Um Avião, de codinome Falcão 02, é um EMB-810D, Sêneca III, capacidade


para seis passageiros, autonomia de 04h 30 min, fabricado pela Piper, montado
pela EMBRAER, doado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª. Região, como
depositário fiel.

Com a fundação do GTA foi implantado um novo sistema de prevenção e


repressão à criminalidade em todo o Estado, utilizando o helicóptero em apoio
às viaturas operacionais no Policiamento Ostensivo, Defesa Civil, Resgate e
Salvamento no Mar, Combate a incêndios florestais e urbanos, Resgate e
transporte aeromédicos, transporte de órgãos vitais para transplantes, Apoio à
fiscalização ambiental, Transporte de autoridades, Controle e fiscalização de
trânsito urbano e rodoviário, repressão ao narcotráfico, erradicação de
plantações de maconha, repressão ao roubo e furto de veículos e cargas,
repressão a assalto a estabelecimentos bancários, repressão aos crimes de
extorsão mediante seqüestro, além de outros, permitindo um elevado grau de
eficiência na administração dos recursos materiais e humanos de policiamento
graças a sua versatilidade e mobilidade.

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III EDADINU GRUPO DE AÇÕES TÁTICAS DO INTERIOR - GATI

O Grupo de Ações Táticas do Interior (GATI), criado em 05 de


junho de 2009, está subordinado diretamente ao Comando de
Policiamento Militar do Interior (CPMI). A função de Comandante
do Grupo de Ações Táticas do Interior (GATI) é privativa de Oficial
da Polícia Militar do Estado de Sergipe.

O Grupo, com autonomia própria, é responsável pelo planejamento, comando,


coordenação, fiscalização, manutenção, controle e execução das operações e
missões a serem desenvolvidas pela Policia Militar do estado de Sergipe, em
todo o interior do Estado, onde seja necessário o emprego de tropa
especializada, preparada para o pronto atendimento a ocorrências de alto risco
(crimes violentos, roubos a bancos, busca de armas e drogas, prisão de
indivíduos procurados pela justiça e apreensão de veículos roubados).

GRUPAMENTO ESPECIAL TÁTICO DE MOTOS - GETAM

O Grupamento Especial Tático de Motos (GETAM) foi criado no


ano de 2009, mais precisamente no dia 05 de junho, com a
finalidade de combater, sobretudo, os assaltos realizados por
motociclistas na Grande Aracaju. O GETAM foi idealizado pelo
comandante da Companhia de Policiamento de Trânsito
(CPTRAN), na época comandada pelo Capitão PM Gilmar.

Era evidente na época a necessidade de criação de uma unidade tática


especializada nos crimes praticados por motociclistas e para dar uma resposta
rápida quando os crimes ocorressem, mesmo dentro desse trânsito cada vez
mais caótico nas grandes cidades.

O grupamento é subordinado operacionalmente ao Comando de Policiamento


Militar da Capital (CPMC) e possui convênio de gestão com o Departamento de
Trânsito de Sergipe (Detran), viabilizando seu funcionamento pleno e dando
garantia à execução de sua missão.

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III EDADINU
BATALHÃO DE POLICIAMENTO TURÍSTICO - BPTUR

O Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur) foi instituído no


âmbito da Polícia Militar do Estado de Sergipe pela Portaria
Normativa nº 038, de 30 de junho de 2016. Então, considerando a
expansão do turismo sergipano demonstrado pelo aumento do
fluxo e da disponibilidade de leitos na rede de hotelaria, pelo
crescimento do fluxo rodoviário e aeroportuário, bem como pelo
surgimento de novos empreendimentos e atrativos turísticos
com ampla promoção midiática a nível regional e nacional.
Considerando a necessidade técnico-operacional de readequação e ampliação
estrutural das Unidades de Polícia Militar com atuação na área em referência,
tendo em vista o crescimento populacional, e consequentemente, o aumento da
demanda operacional, contabilizados pela variação estatística dos Relatórios
Operacionais, no âmbito do Comando do Policiamento Militar da Capital
(CPMC), implicando no necessário desmembramento da estrutura do 1º e 8º
Batalhões de Polícia de Militar, com o objetivo de reduzir os índices de
criminalidade, sobretudo os crimes violentos letais intencionais (CVLI) e os
crimes violentos contra o patrimônio (CVP).
Por isso, a criação do Batalhão de Policiamento Turístico – BPTur, no âmbito da
Polícia Militar do Estado de Sergipe, tem a finalidadede realizar policiamento
ostensivo em sua área de atuação, bem como, prestar serviço especializado de
policiamento turístico, garantindo uma maior segurança para os turistas e toda
acomunidade, com vistas a reduzir os índices de criminalidade, assegurando o
desenvolvimento pleno do Turismo neste Estado.

COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLICIAMENTO


COM CÃES - CIPCÃES

A Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães)


é constituída por meio da Portaria Normativa nº 039, de 30 de
junho de 2016, em virtude da necessidade de ampliar as ações de
polícia ostensiva com emprego de cães para atender os anseios
da população sergipana, igualmente crescente. Até então, as
ações de policiamento com cães eram de competência da 3ª
Companhia do Batalhão de Polícia de Choque (Canil/BPChq),
formalizada por meio do Decreto Estadual nº 27.938 de 13 de
julho de 2013.

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III EDADINU Considerando a necessidade técnico-operacional de readequação e ampliação


estrutural das Unidades de Polícia Militar, tendo em vista o crescimento
populacional e, consequentemente, o aumento da demanda operacional, foi
necessário o desmembramento do Canil do BPChoque e sua elevação à
condição de Companhia Independente, com vistas a atuar mais efetivamente
para reduzir os índices de criminalidade, sobretudo o tráfico de drogas, os
crimes violentos letais intencionais e os crimes violentos contra o patrimônio.

A Companhia Independente de Policiamento com Cães (CIPCães), com sede no


município de Aracaju, fica instituída como órgão de execução da Polícia Militar
do Estado de Sergipe, subordinada operacional e administrativamente ao
Comando de Policiamento Militar da Capital (CPMC), passando a fazer parte de
sua estrutura organizacional.

AS CONDECORAÇÕES DA PMSE

A) MEDALHA ALFERES TIRADENTES

A Medalha Alferes Tiradentes foi instituída na Polícia Militar do Estado de


Sergipe pelo Decreto nº 22.757, de 07 de abril de 2004 e visa distinguir e
galardoar militares, civis e instituições que tenham relevantes serviços
prestados à Corporação.

Medalha Tiradentes

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III EDADINU B) MEDALHA DO MÉRITO POLICIAL MILITAR

A Medalha do Mérito Policial Militar foi instituída na Polícia Militar do Estado de


Sergipe pelo Decreto nº 10.632, de 28 de julho de 1989 que visa a tornar notável
e premiar militares, civis ou Instituições que tenham assinalados serviços
prestados à Corporação, patenteando o reconhecimento de bons serviços.

Medalha do Mérito Policial Militar

C) MEDALHA DE 10, 20 E 30 ANOS

Foram instituídas na Polícia Militar do Estado de Sergipe, pelo Decreto


Governamental nº 10.632, de 28 de julho de 1989, com o intuito de patentear o
reconhecimento de bons serviços militares, prestados à Corporação por
Oficiais e Praças em serviços ativo.

Medalha de 10 anos de Serviço Medalha de 30 anos de Serviço

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P a r t i c i p a ç ã o e m C o n f l i t o s N a c i o n a i s e

I n t e r n a c i o n a i s

VI EDADINU
GUERRA DO PARAGUAI

A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na


América do Sul. Foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta por
Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra estendeu-se de dezembro de 1864 a março
de 1870. É também chamada Guerra da Tríplice Aliança (Guerra de la Triple
Alianza), na Argentina e Uruguai, e de Guerra Grande, no Paraguai.

Guerra do Paraguai - Batalha de Campo Grande (simulação)

O efetivo da Força Pública da Província de Sergipe, foi mobilizado para o


conflito. A Resolução nº 727, de 06 de maio de 1865, autorizou o Governo da
Província a organizar um Corpo de Polícia Provisório enquanto os integrantes
da Força se encontrassem empenhados na defesa da pátria. O Corpo de
Polícia Provisório foi extinto pela Lei nº 783, de 03 de dezembro de 1867.

Integrando o 19º Corpo de Voluntários da Pátria, a Força Policial da Província


de Sergipe participou das batalhas de Tuiuti (24.05.1866), do combate de
Punta Naro (16.07.1866) e Isla Carapa (18.07.1866). No 50º Corpo de
Voluntários, tomou parte nos seguintes combates: Isla Taje (19.03.1867),
Humaitá (16.07.1868), Itororó (05.12.1868), e Avaí (11.12.1868), e finalmente,
foi uma das primeiras Unidades do Brasil a entrar em Assunção no dia 05 de
janeiro de 1869.

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CAMPANHA DE CANUDOS

Guerra de Canudos ou
Campanha de Canudos foi o
confronto entre o Exército
Brasileiro e os integrantes de
um movimento popular de
Campanha de Canudos
fundo sócio-religioso liderado
por Antônio Conselheiro, Durou de 1896 a 1897, na então comunidade de
Canudos, no interior do estado da Bahia, no nordeste do Brasil. A região,
historicamente caracterizada por latifúndios improdutivos, secas cíclicas e
desemprego crônico, passava por uma grave crise econômica e social.
Milhares de sertanejos e ex-escravos partiram para Canudos, cidadela liderada
pelo peregrino Antônio Conselheiro, unidos na crença numa salvação milagrosa
que pouparia os humildes habitantes do sertão dos flagelos do clima e da
exclusão econômica e social.

Os grandes fazendeiros da região, unindo-se à Igreja, iniciaram um forte grupo


de pressão junto à República recém-instaurada, pedindo que fossem tomadas
providências contra Antônio Conselheiro e seus seguidores. Criaram-se
rumores de que Canudos se armava para atacar cidades vizinhas e partir em
direção à capital para depor o governo republicano e reinstalar a Monarquia.

Apesar de não haver nenhuma prova para estes rumores, o Exército foi
mandado para Canudos. Três expedições militares contra Canudos saíram
derrotadas, o que apavorou a opinião pública, que acabou exigindo a destruição
do arraial, dando legitimidade ao massacre de até vinte mil sertanejos. Além
disso, estima-se que cinco mil militares tenham morrido. A guerra terminou
com a destruição total de Canudos, a degola de muitos prisioneiros de guerra, e
o incêndio de todas as casas do arraial.

No ano de 1897, a Polícia Militar de Sergipe participa do conflito interno


integrando um contingente do 26º Batalhão de Infantaria do Exército.

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REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932

A Revolução Constitucionalista de 1932, foi o movimento armado ocorrido no


Estado de São Paulo, Brasil, entre os meses de julho e outubro de 1932, que
tinha por objetivo a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a
promulgação de uma nova constituição para o Brasil.

Foi uma resposta paulista à Revolução de 1930, a qual acabou com a


autonomia de que os estados gozavam durante a vigência da Constituição de
1891. A Revolução de 1930 impediu a posse do ex-presidente (atualmente
denomina-se governador) do estado de São Paulo, Júlio Prestes, na presidência
da República e derrubou do poder o presidente da república Washington Luís
colocando fim à República Velha, invalidando a Constituição de 1891 e
instaurando o Governo Provisório, chefiado pelo candidato derrotado das
eleições de 1930, Getúlio Vargas.

Atualmente, o dia 9 de julho, que marca o início da Revolução de 1932, é a data


cívica mais importante do Estado de São Paulo e feriado estadual. Os paulistas
consideram a Revolução de 1932 como sendo o maior movimento cívico de
sua história.

Foi a primeira grande revolta contra o governo de Getúlio Vargas e o último


grande conflito armado ocorrido no Brasil. No total, foram 87 dias de combates
(de 9 de julho a 4 de outubro de 1932 - sendo os últimos dois dias depois da
rendição paulista), com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas,
não oficiais, reportem até 2200 mortos, sendo que numerosas cidades do
interior do estado de São Paulo sofreram danos devido aos combates.

São Paulo, depois da revolução de 32, voltou a ser governado por paulistas, e,
dois anos depois, uma nova constituição foi promulgada, a Constituição de
1934.

No comando do Tenente Coronel Theodoreto Camargo Nascimento, a Polícia


Militar de Sergipe participa do conflito enviando para o teatro de operações em
São Paulo 592 policiais militares, entre oficiais e praças. Nos combates foram
mortos, entre outros, os Sargentos José Alves Feitosa e Pedro José dos
Santos, ambos promovidos “post-mortem” ao posto de 2º Tenente.

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NO COMBATE AO CANGAÇO

No que se refere ao banditismo no interior do Estado de Sergipe, o cangaço se


destaca como um dos mais alarmantes, assolando não só o Estado de Sergipe,
mas, também, os estados de Pernambuco, Bahia, Alagoas, Paraíba, Ceará e Rio
Grande do Norte. No período de 1925 a 1938 os bandos organizados
aterrorizavam a população interiorana. Inúmeros são os registros de
verdadeiros combates travados entre as unidades volantes da PMSE e grupos
de cangaceiros, que encontramos nos Boletins Regimentais da época.

Cangaceiros da década de 1930 - Bando de Lampião

O primeiro bando de cangaceiros que se tem conhecimento foi o de Jesuíno


Alves de Melo Calado, "Jesuíno Brilhante", que agiu por volta de 1870, embora
alguns historiadores atribuam a Lucas Evangelista o feito de ser o primeiro a
agregar um grupo característico de cangaço, nos arredores de Feira de Santana
(em 1828), sendo ele preso junto com a sua quadrilha em 28 de Janeiro de
1848 por provocar durante vinte anos assaltos contra a população de Feira. O
último grupo cangaceiro famoso porém foi o de "Corisco" (Cristino Gomes da
Silva Cleto), que foi morto em 25 de maio de 1940.

O Cangaço pode ser dividido em três subgrupos: os que prestavam serviços


caracterizados para os latifundiários; os "satisfatórios", expressão de poder dos
grandes fazendeiros; e os cangaceiros dependentes, com características de
banditismo.

Os cangaceiros conheciam bem a Caatinga, e por isso, era tão fácil fugir das
autoridades. Estavam sempre preparados para enfrentar todo o tipo de
situação. Conheciam as plantas medicinais, as fontes de água, locais com
alimento, rotas de fuga e lugares de difícil acesso.

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O cangaceiro mais famoso foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, que


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também denominado o "Senhor do Sertão" e "O Rei do Cangaço". Atuou durante
as décadas de 20 e 30 em praticamente todos os Estados do Nordeste.

Por parte das autoridades, Lampião simbolizava a brutalidade, o mal, uma


doença que precisava ser cortada. Para uma parte da população do sertão, ele
encarnou valores como a bravura, o heroísmo e o senso da honra (semelhante
ao que acontecia com o mexicano Pancho Villa).

O cangaço teve o seu fim a partir da decisão do então Presidente da República,


Getúlio Vargas, de eliminar todo e qualquer foco de desordem sobre o território
nacional. O regime denominado Estado Novo incluiu Lampião e seus
cangaceiros na categoria de extremistas. A sentença passou a ser matar todos
os cangaceiros que não se rendessem.

No dia 28 de julho de 1938, na localidade de Angicos, pertencente a cidade de


Poço Redondo, no Estado de Sergipe, Lampião finalmente foi apanhado em
uma emboscada das autoridades, onde foi morto junto com sua mulher, Maria
Bonita, e mais nove cangaceiros.

Os cangaceiros foram degolados e suas cabeças colocadas em aguardente e


cal, para conservá-las. Foram expostas por todo o Nordeste e por onde eram
levadas atraiam multidões.

Este acontecimento veio a marcar o final do cangaço, pois, a partir da


repercussão da morte de Virgulino, os chefes dos outros bandos existentes no
Nordeste vieram a se entregar às autoridades policiais para não serem mortos.

NA 2ª GUERRA MUNDIAL

A Segunda Guerra Mundial foi um conflito militar global que durou de 1939 a
1945, envolvendo a maioria das nações do mundo — incluindo todas as
grandes potências — organizadas em duas alianças militares opostas: os
Aliados e o Eixo. Foi a guerra mais abrangente da história, com mais de 100
milhões de militares mobilizados. Em estado de "guerra total", os principais
envolvidos dedicaram toda sua capacidade econômica, industrial e científica a
serviço dos esforços de guerra, deixando de lado a distinção entre recursos
civis e militares. Marcado por um número significante de ataques contra civis,
incluindo o Holocausto e a única vez em que armas nucleares foram utilizadas
em combate, foi o conflito mais letal da história da humanidade, resultando
entre 50 a mais de 70 milhões de mortes.

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No grande conflito mundial, a Polícia Militar de Sergipe efetuou, dentro de sua


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atividade fim, patrulhamentos na orla marítima, mantendo-se alerta em razão


da atividade sinistra dos submarinos alemães na região costeira do Estado
(torpedeamento de navios mercantes brasileiros).

No Estado Sergipe, a ideia de um ataque vindo diretamente dos nazistas


durante a Segunda Guerra Mundial era completamente infundada, digna de
algumas risadas pelos cidadãos locais que veriam a afirmação como uma
possível brincadeira, a guerra para os sergipanos estava muito distante dali, o
mais próximo que chegariam dela seria no cinema ou em algumas colunas nos
jornais avisando sobre o desenvolvimento do conflito na Europa, todavia, tudo
muda com a chegada do submarino alemão U-507, encarregado de torpedear
navios na costa brasileira, o U-507, capitaneado pelo jovem, porém experiente,
Harro Schacht, que chega objetivo, preciso e destruidor no litoral de Sergipe.

Entre 1939 à metade de 1942, apesar das dificuldades, a sociedade sergipana


viveu com tranquilidade em relação a guerra, sem medo de bombardeios ou
torpedeamentos, e, por mais que houvesse escassez de alimentos, limitação de
combustível e uma crise comercial, era algo que a população poderia suportar
adaptando-se gradualmente sem de fato imergir na luta, mas isto foi apenas
até agosto de 1942, quando foi constatado ataques diretos por parte dos
nazistas e muitas mortes de sergipanos em alto mar.

Era 15 de agosto de 1942, sábado à noite, às 19h10min, o navio Baependy


navegava pelo litoral sergipano com 306 tripulantes. Enquanto o Baependy
trafegava pela costa sergipana foi surpreendido com violentos torpedeamentos
do submarino alemão U-507v que rapidamente colocou abaixo toda a
embarcação. Dos 306 à bordo do Baependy apenas 36 sobreviveram ao ataque.
Na mesma noite durante a madrugada, o navio Araraquara recebeu um
chamado de ajuda forjado pelos alemães, vindo do Baependy, atraindo-os para
outro ataque que novamente destrói outro navio brasileiro deixando 131 mortos
e 11 sobreviventes, porém os ataques não pararam por aí, apenas algumas
horas depois, já na madrugada de 16 de agosto de 1942, o navio Aníbal
Benévolo é torpedeado e de sua tripulação, à qual o seu capitão afirmou após o
ataque, ser composta por 160 passageiros 64 tripulantes, apenas ele – O
capitão Henrique Silveira – e mais outros três membros da tripulação
conseguiram sobreviver agarrando-se a uma baleeiravii, com o Aníbal Benévolo
finalizando o ataque nas costas sergipanas e seguindo para o litoral da Bahia.

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Ao amanhecer do dia começa o pânico dos moradores locais que ao ir à praia


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notam centenas de corpos na areia da praia e não fazem a mínima ideia do que
acabou de acontecer, onde hoje em Aracaju estão a praia da Atalaia, praia dos
Náufragos e rodovia dos náufragos, jazia uma imensidão de corpos e
desespero. Rapidamente os moradores entraram em contato com a polícia
local, o corpo de bombeiros e o exército, levando a descoberta de que o Brasil
tivera sido vítima de um ataque direto da Alemanha vindo do mar.

Baependy, navio brasileiro torpedeado pelos nazistas na costa


sergipana em 15 de agosto de 1942

Manchetes de jornais brasileiro após ataques aos navios


brasileiros pelos alemães em 1942

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Cemitério dos Náufragos - Aracaju

Neste momento histórico a cidade de Aracaju passa por mudanças em sua


rotina diária, dá-se conta do aumento na segurança que o estado determina na
cidade, a polícia no dia 19 de agosto de 1942 publicou a mensagem sobre a
necessidade da implantação de medidas de segurança visando manter a ordem
na capital e a segurança dos cidadãos no caso de alguma futura crise a
segurança local. seguindo esta turbulência, a situação do Brasil com a
Alemanha ficou irremediável, deixando claro, como na mentalidade brasileira,
os cidadãos sentem-se na obrigação de entrar na guerra não por sua vontade,
mas devido à pirataria nazista que torpedeou os navio na costa brasileira.

OPERAÇÃO DE PAZ DA ONU EM MOÇAMBIQUE

A Polícia Militar de Sergipe encaminha para o território africano três oficiais que
participaram das operações de paz promovidas pelas Nações Unidas no
período de janeiro a dezembro de 1994.

OPERAÇÃO DE PAZ DA ONU NO TIMOR-LESTE

A Missão das Nações Unidas em Timor-Leste ou UNAMET (sigla derivada do


inglês United Nations Mission in East Timor) foi uma missão de paz criada pelo
Conselho de Segurança das Nações Unidas em 11 de Junho de 1999, por meio
da resolução 1246, para condução da realização de uma consulta popular por
meio da qual os leste-timorenses decidiriam o futuro do território ante duas
alternativas: autonomia especial, integrado à República Indonésia; ou
separação total desse país, com caminho livre rumo à independência.

A Polícia Militar de Sergipe encaminha para o território da Indonésia um oficial


que integra a equipe de paz das Nações Unidas no período de julho de 2003 a
julho de 2004.

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