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CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - 2021

Armamento, Munição e Tiro


INSTRUTOR: MAJ CLARCKSON
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - 2021

"Se houver necessidade de realizar


alguma tarefa perigosa, a melhor
maneira de cumpri-la é adestrar,
adestrar e adestrar, de modo que em
meio à emoção do momento, a tarefa
seja realizada automaticamente”.
OBJETIVO

• Entender a dinâmica de um confronto armado na


vida real.

• Convencer o policial de que seu trabalho é


REALMENTE PERIGOSO e doutriná-lo a
reconhecer e proceder corretamente diante de uma
situação de risco.
Quem é o próximo?

Nesse momento, em algum lugar, alguém pode estar se


preparando para matá-lo. TREINE VOCÊ TAMBÉM.
A CONSTRUÇÃO DO ENGANO

• Há tempos a mídia mostra uma dinâmica de


confrontos armados QUE POUCO TEM A VER
COM A REALIDADE, o que faz com que
inconscientemente tenhamos um entendimento
errado sobre combates com armas de fogo.
• Os dados a seguir são do FBI acerca do programa
Law Enforcement Officers Killed and Assaulted
(LEOKA) entre os anos de 2015 - 2016, vejamos:
• 84% dos tiros disparados na TV ou no cinema erram
seus alvos.
A CONSTRUÇÃO DO ENGANO

• Apenas 8% causam ferimentos ou morte, (e nestes


casos, o efeito de projéteis de armas de fogo no
corpo humano são totalmente distorcidos)

• Outros 8% são aqueles que mesmo atingindo o alvo


não causam danos eficientes.
A REALIDADE

• Um fato que foi observado: A FALTA DE


TREINAMENTO E ADESTRAMENTO
CONSTANTE do policial, e o pior, UM
TREINAMENTO EQUIVOCADO.

• Nas academias de polícia, estudos mostram que 70%


dos alunos nunca tiveram qualquer contato anterior
com armas de fogo e mesmo depois de formados não
tiveram ADESTRAMENTO SUFICIENTE para
utilizarem adequadamente suas armas em situações
reais.
A REALIDADE
• 40% dos policiais MORTOS em serviço não
tiveram treinamento ou prática de tiro durante três
anos após terem efetuado o último disparo em
treinamento.

• Muitos dos que tombaram em serviço eram


excelentes ATIRADORES DE ESTANDE.

• Diferente da prática no estande, na vida real o SEU


ALVO SE MOVE E ATIRA DE VOLTA EM
VOCÊ.
A REALIDADE

• Em 60% dos casos de morte de policiais, estes se


encontravam tão despreparados para a situação que
os matou que nem sacaram suas armas.

• Dos que morreram, somente 27% atirou de volta.

• E apenas 13% CONSEGUIU ATINGIR OU


INCAPACITAR SEU AGRESSOR.
A REALIDADE

• E ainda 70% dos policiais atingidos que


responderam ao fogo não conseguiu neutralizar seu
alvo.

• Cerca de 20% dos casos, OS POLICIAIS FORAM


MORTOS COM SUAS PRÓPRIAS ARMAS,
tomadas de suas mãos ou dos coldres.
A REALIDADE

• Estudos mostram que há 40% de chance do bandido


atingir o policial. Nesses casos o BANDIDO
ATIROU PRIMEIRO, o que quer dizer que há
motivações suficientes para que o bandido atire.

• Em 60% dos casos onde morreram policiais, os


criminosos envolvidos eram profissionais e já
tinham passagens anteriores pela polícia.
A DESVANTAGEM

• Suas viaturas são ostensivas

• Seus uniformes denunciam sua presença

• Os agressores não tem que justificar seus atos


IMPORTANTE

• Questões morais, psicológicas e religiosas devem ser


resolvidas ANTES do confronto.

• Pode ser que a qualquer hora, em qualquer lugar e


sem aviso prévio, você tenha que atirar em alguém
para assegurar sua própria vida ou de outros.

• No trabalho policial NÃO HÁ GARANTIAS. A


próxima missão poderá ser mais uma missão de
rotina ou pode ser aquela em que você será testado
sobre tudo o que aprendeu.
O DESCUIDO

• Um policial bem adestrado precisará de, no mínimo,


1 a 1,2 segundos para sacar e atirar, enquanto o
agressor apenas de milésimos de segundos para
atirar se já estiver com arma em punho (lembrando
que em muitos casos dificilmente o policial estará
com sua arma em ECD).
O DESCUIDO

• UM DADO IMPORTANTE: mais de 70% dos


confrontos armados fatais para policiais ocorrem
durante missões aparentemente rotineiras.

• Um em cada dez policiais mortos estava de folga e


isto quer dizer que uma vez que você é policial você
se torna um alvo durante as 24 horas do dia.
CONDICIONAMENTO MENTAL

• A sobrevivência está relacionada diretamente ao


ESTADO DE ALERTA.

• Relaxado, Atento, Alerta, Alarme, Pânico.

• O preparo mental consiste em visualizar e ensaiar


mentalmente suas ações de modo a planejar reações
em função das ações dos criminosos.
FATORES DA SOBREVIVÊNCIA
(Sistema de Defesa)

Preparo Físico

Tática Condicionamento
Técnica Mental
SÍNDROME DE
“SUPER HOMEM”
• O fato de executar missões sem qualquer
anormalidade por muitos anos, faz com que alguns
policiais incorporem uma ideia de que são
indestrutíveis, inatingíveis e o pior, passa a não
considerar ser ferido ou morto em confrontos.

• Essa atitude faz com que ele coloque em risco não


só a sua vida, mas também a de seus
companheiros.

Os maiores inimigos do policial são:


A rotina e o excesso de confiança.
TENHA SEMPRE EM MENTE

• A sobrevivência começa muito antes do momento


em que se precisa atirar. Se esperarmos demais,
sobreviver será apenas questão de SORTE.
O que é e
qual é a
origem das
armas de
fogo?
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Qual é a origem das armas de fogo?

1. A DESCOBERTA DA PÓLVORA (FOGO GREGO)


1.1 O fogo grego
Muitos séculos antes da descoberta da
pólvora, uma composição conhecida como "fogo grego"
foi largamente usada na guerra contra os MOSLEMS;
esta substância, entretanto, não foi usada para
arremesso de projéteis como o faz a pólvora.
O fogo grego, no uso e no efeito, era
provavelmente o precursor do atual lança-chamas.
Fósforo, gordura de animais, óleos, resinas, estes eram
talvez os seus componentes mais eficientes contra alvos
de fácil combustão, como os navios de madeira da época.
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1.2 A Pólvora

Com o aparecimento da pólvora na Europa Ocidental, nos


fins do século Xlll, o desenvolvimento das armas leves teve
notável incremento.
Muitas histórias têm sido divulgadas sobre a descoberta
da pólvora; na sua maioria, são lendárias e não têm
procedência baseada em fatos. Berthold Schwartz, monge
alemão, e Roger Bacon, monge inglês, são ambos tidos
como os descobridores da pólvora.
Afirma-se também que a pólvora já era conhecida muito
antes do século XIII pelos chineses, que já naquela época a
usavam em fogos de artifício, similares aos empregados hoje
nas festas juninas. Afirma-se também que os árabes, com os
seus conhecimentos avançados de química, aquela época, já
deveriam ter obtido com absoluta originalidade.
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ARMAS DE FOGO

As primeiras delas, ainda improvisadas, provavelmente


surgiram na China logo após a invenção da pólvora, no
século IX. Em tubos de bambu, essa mistura de salitre,
enxofre e carvão vegetal que explode em contato com o fogo
era usada para atirar pedras. Os árabes aperfeiçoaram o
invento no século XIII, quando os canhões passaram a ser
feitos de madeira e reforçados com cintas de ferro. Mas a
contribuição decisiva veio no século XIV, quando surgiram os
primeiros canhões de bronze, mais seguros.
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Evolução

SÉCULO XIII

Os primeiros canhões eram dispositivos rudimentares,


feitos de madeira e reforçados com cintas de ferro. Um
século depois, apareceram os modelos de metal fundido,
mais seguros, que mudaram a história das guerras
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SÉCULO XVI

A primeira arma de fogo portátil, o mosquete, era muito


pesada (10 quilos) e difícil de recarregar: o soldado precisava
introduzir o pavio e a bala pela boca do cano. Como a
operação demorava alguns minutos, depois do primeiro tiro
era muito mais fácil usar a espada. Mas a pistola não
demorou a ser inventada, a partir de um mosquete reduzido.
Ela passou, então, a ser usada nas guerras, como arma
reserva, o último recurso de defesa em situações de
emergência
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SÉCULO XVII

O fuzil de pederneira aposentou definitivamente o mosquete,


pois tinha alcance muito maior e pontaria bem mais precisa.
Com ele, um soldado bem treinado conseguia atirar duas ou
três vezes por minuto - mas ainda precisava carregar
pólvora e balas em um saquinho
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SÉCULO XVIII

O fuzil de retrocarga tornou o recarregamento muito mais


rápido e seguro: pela culatra (a traseira da arma), colocava-
se um cartucho que já unia bala e pólvora num único
dispositivo. Assim, passou a ser possível disparar até sete
tiros por minuto
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SÉCULO XIX

O revólver, patenteado em 1835 pelo americano Samuel


Colt, introduziu o tambor giratório, capaz de disparar vários
tiros apenas pressionando o gatilho seguidamente. Os
calibres .38 e .45 foram adotados pelos exércitos no começo
do século XX - mas, uma década depois já eram
substituídos pelas pistolas automáticas
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SÉCULO XIX

A metralhadora, inventada pelo inglês Hiram Maxim em


1884, trouxe outra grande vantagem: a saraivada rápida e
automática enquanto o gatilho permanecer pressionado. Da
Primeira Guerra Mundial em diante foi adotada por todos os
exércitos
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SÉCULO XX

O fuzil de assalto, hoje, é a arma de infantaria mais usada


pelos exércitos. Os mais comuns são o Colt M 16
(americano) e o Kalashnikov AK 47 (russo): há quase 50
milhões deles no mundo.

DUVIDAS????
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PBUFAF

Você
conhece?
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Um documento de importância ímpar é o


que traz os Princípios Básicos sobre a Utilização
da Força e de Armas de Fogo pelos funcionários
responsáveis pela aplicação da lei (PBUFAF),
notadamente os policiais, adotado no Oitavo
Congresso das Nações Unidas para a Prevenção
do Crime e o Tratamento dos Delinquentes
realizado em Havana, Cuba, de 27 de Agosto a 7
de Setembro de 1990.
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Disposições Gerais

• 1. Os Governos e os organismos de aplicação


da lei devem adotar e aplicar regras sobre a
utilização da força e de armas de fogo contra
as pessoas, por parte dos funcionários
responsáveis pela aplicação da lei;
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Disposições Gerais

2. Os Governos e os organismos de aplicação da


lei devem desenvolver um leque de meios tão
amplo quanto possível e habilitar os
funcionários responsáveis pela aplicação da lei
com diversos tipos de armas e de munições, que
permitam uma utilização diferenciada da força e
das armas de fogo;
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Disposições Gerais

3. O desenvolvimento e utilização de armas


neutralizadoras não letais deve ser objeto de
uma avaliação cuidadosa, a fim de reduzir ao
mínimo os riscos com relação a terceiros, e a
utilização dessas armas deverá ser submetida a
um controlo estrito;
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Disposições Gerais

4. Os funcionários responsáveis pela aplicação


da lei, no exercício das suas funções, devem, na
medida do possível, recorrer a meios não
violentos antes de utilizarem a força ou armas
de fogo. Só poderão recorrer à força ou a armas
de fogo se outros meios se mostrarem ineficazes
ou não permitirem alcançar o resultado
desejado;
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Disposições Gerais
5. Sempre que o uso legítimo da força ou de
armas de fogo seja indispensável, os
funcionários responsáveis pela aplicação da lei
devem:

a) Utilizá-las com moderação e a sua ação deve ser


proporcional à gravidade da infração e ao objetivo
legítimo a alcançar;
b) Esforçar-se por reduzirem ao mínimo os danos e
lesões e respeitarem e preservarem a vida humana;
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Disposições Gerais

c) Assegurar a prestação de assistência e socorro


médicos às pessoas feridas ou afetadas, tão
rapidamente quanto possível;

d) Assegurar a comunicação da ocorrência à família ou


pessoas próximas da pessoa ferida ou afetada, tão
rapidamente quanto possível.
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Disposições Gerais

6. Sempre que da utilização da força ou de armas de fogo


pelos funcionários responsáveis pela aplicação da lei
resultem lesões ou a morte, os responsáveis farão um
relatório da ocorrência aos seus superiores, de acordo com
o princípio 22;

7. Os Governos devem garantir que a utilização arbitrária


ou abusiva da força ou de armas de fogo pelos
funcionários responsáveis pela aplicação da lei seja punida
como infração penal, nos termos da legislação nacional;
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Disposições Gerais

8. Nenhuma circunstância excepcional, tal como a


instabilidade política interna ou o estado de
emergência, pode ser invocada para justificar uma
derrogação dos presentes Princípios Básicos;
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Disposições Especiais

9. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei não


devem fazer uso de armas de fogo contra pessoas, salvo em
caso de legítima defesa, defesa de terceiros contra perigo
iminente de morte ou lesão grave, para prevenir um crime
particularmente grave que ameace vidas humanas, para
proceder à detenção de pessoa que represente essa ameaça
e que resista à autoridade, ou impedir a sua fuga, e somente
quando medidas menos extremas se mostrem insuficientes
para alcançarem aqueles objetivos. Em qualquer caso, só
devem recorrer intencionalmente à utilização letal de armas de
fogo quando isso seja estritamente indispensável para
proteger vidas humanas;
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Disposições Especiais

10. Nas circunstâncias referidas no princípio 9, os


funcionários responsáveis pela aplicação da lei devem
identificar-se como tal e fazer uma advertência clara da
sua intenção de utilizarem armas de fogo, deixando um
prazo suficiente para que o aviso possa ser respeitado,
exceto se esse modo de proceder colocar indevidamente
em risco a segurança daqueles responsáveis, implicar um
perigo de morte ou lesão grave para outras pessoas ou
se se mostrar manifestamente inadequado ou inútil, tendo
em conta as circunstâncias do caso;
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Disposições Especiais

11. As normas e regulamentações relativas à


utilização de armas de fogo pelos funcionários
responsáveis pela aplicação da lei devem incluir
diretrizes que:

a) Especifiquem as circunstâncias nas quais os


funcionários responsáveis pela aplicação da lei sejam
autorizados a transportar armas de fogo e
prescrevam os tipos de armas de fogo e munições
autorizados;
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Disposições Especiais

b) Garantam que as armas de fogo sejam utilizadas


apenas nas circunstâncias adequadas e de modo a
reduzir ao mínimo o risco de danos inúteis;
c) Proíbam a utilização de armas de fogo e de munições
que provoquem lesões desnecessárias ou representem
um risco injustificado;
d) Regulamentem o controle, armazenamento e
distribuição de armas de fogo e prevejam nomeadamente
procedimentos de acordo com os quais os funcionários
responsáveis pela aplicação da lei devam prestar contas
de todas as armas e munições que lhes sejam
distribuídas;
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Disposições Especiais

e) Prevejam as advertências a efetuar, sendo caso


disso, se houver utilização de armas de fogo;

f) Prevejam um sistema de relatórios de ocorrência,


sempre que os funcionários responsáveis pela
aplicação da lei utilizem armas de fogo no exercício
das suas funções.
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Manutenção da ordem em caso de reuniões
ilegais

12. Dado que a todos é garantido o direito de


participação em reuniões lícitas e pacíficas, de
acordo com os princípios enunciados na Declaração
Universal dos Direitos do Homem e no Pacto
Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, os
Governos e os serviços e funcionários responsáveis
pela aplicação da lei devem reconhecer que a força e
as armas de fogo só podem ser utilizadas de acordo
com os princípios 13 e 14;
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Manutenção da ordem em caso de reuniões
ilegais

13. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei


devem esforçar-se por dispersar as reuniões ilegais mas
não violentas sem recurso à força e, quando isso não for
possível, limitar a utilização da força ao estritamente
necessária;
14. Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei só
podem utilizar armas de fogo para dispersarem reuniões
violentas se não for possível recorrer a meios menos
perigosos, e somente nos limites do estritamente
necessário. Os funcionários responsáveis pela aplicação da
lei não devem utilizar armas de fogo nesses casos, salvo
nas condições estipuladas no princípio 9.
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Manutenção da ordem entre pessoas detidas ou
presas

15. Os funcionários responsáveis pela aplicação da


lei não devem utilizar a força na relação com pessoas
detidas ou presas, exceto se isso for indispensável
para a manutenção da segurança e da ordem nos
estabelecimentos penitenciários, ou quando a
segurança das pessoas esteja ameaçada;
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Manutenção da ordem entre pessoas detidas ou
presas

16. Os funcionários responsáveis pela aplicação da


lei não devem utilizar armas de fogo na relação com
pessoas detidas ou presas, exceto em caso de
legítima defesa ou para defesa de terceiros contra
perigo iminente de morte ou lesão grave, ou quando
essa utilização for indispensável para impedir a
evasão de pessoa detida ou presa representando o
risco referido no princípio 9;
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Manutenção da ordem entre pessoas detidas ou


presas

17. Os princípios precedentes entendem-se sem


prejuízo dos direitos, deveres e responsabilidades
dos funcionários dos estabelecimentos
penitenciários, tal como são enunciados nas Regras
Mínimas para o Tratamento de Presos, em particular
as regras 33, 34 e 54;
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Habilitações, formação e aconselhamento

18. Os Governos e os organismos de aplicação da lei


devem garantir que todos os funcionários
responsáveis pela aplicação da lei sejam
selecionados de acordo com procedimentos
adequados, possuam as qualidades morais e
aptidões psicológicas e físicas exigidas para o bom
desempenho das suas funções e recebam uma
formação profissional contínua e completa. Deve ser
submetida a reapreciação periódica a sua
capacidade para continuarem a desempenhar essas
funções;
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Habilitações, formação e aconselhamento

19. Os Governos e os organismos de aplicação da lei


devem garantir que todos os funcionários
responsáveis pela aplicação da lei recebam formação
e sejam submetidos a testes de acordo com normas
de avaliação adequadas sobre a utilização da força.
Os funcionários responsáveis pela aplicação da lei
que devam transportar armas de fogo devem ser
apenas autorizados a fazê-lo após recebimento de
formação especial para a sua utilização;
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Habilitações, formação e aconselhamento

20. Na formação dos funcionários responsáveis pela aplicação


da lei, os Governos e os organismos de aplicação da lei
devem conceder uma atenção particular às questões de ética
policial e de direitos do homem, em particular no âmbito da
investigação, aos meios de evitar a utilização da força ou de
armas de fogo, incluindo a resolução pacífica de conflitos, ao
conhecimento do comportamento de multidões e aos métodos
de persuasão, de negociação e mediação, bem como aos
meios técnicos, tendo em vista limitar a utilização da força ou
de armas de fogo. Os organismos de aplicação da lei
deveriam rever o seu programa de formação e procedimentos
operacionais, em função de incidentes concretos;
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Habilitações, formação e aconselhamento

21. Os Governos e os organismos de aplicação da lei


devem garantir aconselhamento psicológico aos
funcionários responsáveis pela aplicação da lei
envolvidos em situações em que sejam utilizadas a
força e armas de fogo.
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Procedimentos de comunicação hierárquica e de


inquérito

22. Os Governos e os organismos de aplicação da lei devem


estabelecer procedimentos adequados de comunicação hierárquica
e de inquérito para os incidentes referidos nos princípios 6 e 11.
Para os incidentes que sejam objeto de relatório por força dos
presentes Princípios, os Governos e os organismos de aplicação da
lei devem garantir a possibilidade de um efetivo procedimento de
controle e que autoridades independentes (administrativas ou do
Ministério Público), possam exercer a sua jurisdição nas condições
adequadas. Em caso de morte, lesão grave, ou outra consequência
grave, deve ser enviado de imediato um relatório detalhado às
autoridades competentes encarregadas do inquérito administrativo
ou do controle judiciário;
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Procedimentos de comunicação hierárquica e de


inquérito

23. As pessoas contra as quais sejam utilizadas a força ou


armas de fogo ou os seus representantes autorizados devem
ter acesso a um processo independente, em particular um
processo judicial. Em caso de morte dessas pessoas, a
presente disposição aplica-se às pessoas a seu cargo;
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Procedimentos de comunicação hierárquica e de


inquérito

24. Os Governos e organismos de aplicação da lei


devem garantir que os funcionários superiores sejam
responsabilizados se, sabendo ou devendo saber
que os funcionários sob as suas ordens utilizam ou
utilizaram ilicitamente a força ou armas de fogo, não
tomaram as medidas ao seu alcance para impedirem,
fazerem cessar ou comunicarem este abuso;
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Procedimentos de comunicação hierárquica e de


inquérito

25. Os Governos e organismos responsáveis pela


aplicação da lei devem garantir que nenhuma sanção
penal ou disciplinar seja tomada contra funcionários
responsáveis pela aplicação da lei que, de acordo
como o Código de Conduta para os Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei e com os
presentes Princípios Básicos, recusem cumprir uma
ordem de utilização da força ou armas de fogo ou
denunciem essa utilização por outros funcionários;
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Procedimentos de comunicação hierárquica e de


inquérito

26. A obediência a ordens superiores não pode ser


invocada como meio de defesa se os responsáveis
pela aplicação da lei sabiam que a ordem de
utilização da força ou de armas de fogo de que
resultaram a morte ou lesões graves era
manifestamente ilegal e se tinham uma possibilidade
razoável de recusar cumpri-la. Em qualquer caso,
também existe responsabilidade da parte do superior
que proferiu a ordem ilegal.
OBRIGADO!
MAJOR CLARCKSON HORA BRITO
CHEFE DO CEAC
Clarckson.brito@pm.se.gov.br
(79) 99949-3445

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