Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ENQUADRAMENTO DO PROJETO 9
Artigo 18 – Renúncia fiscal total 9
Artigo 26 – Renúncia fiscal parcial 9
Patrocínio e doação 10
Áreas culturais com 100% de isenção fiscal (art. 18) 10
Áreas culturais com 30% a 80% de isenção fiscal (art. 26) 11
EXECUÇÃO DO PROJETO 23
Alterações no projeto 23
Remanejamentos orçamentários 23
Pedido de complementação e redução do valor do projeto 24
Pedidos de prorrogação – captação e execução 24
Avaliação dos fornecedores 24
Formalização de contratos 24
Notas fiscais 25
Forma de pagamento 25
Aplicação das logomarcas 25
Acessibilidade e democratização de acesso 25
Comprovações de realização do projeto 25
O QUE É LEI
Através dela foi criado o PRONAC, que
ROUANET? significa “Programa Nacional de Apoio à
Cultura”. O artigo segundo da lei ensina
que o PRONAC será implementado atra-
QUEM PODE
Pessoas Jurídicas (que pode ser obtido no
APRESENTAR UM site da Receita Federal) e também do seu
PROJETO? ato constitutivo (contrato social, estatuto,
etc). Todos os documentos devem dispor
sobre a finalidade cultural da entidade de
forma expressa.
1. A Administração Indireta é o conjunto de entidades com personalidade jurídica que são vinculados a um órgão da Administra-
ção Direta, e prestam serviço público ou de interesse público. São eles: Autarquia, Empresa Pública, Sociedade de economia mista,
Fundação Pública.
CARTILHA LEI ROUANET 7
Atualmente, existe um número limite que Os valores dos projetos estão limita-
um proponente pode ter de processos ati- dos em percentuais calculados sobre o
vos no Salic (sobre o assunto, recomenda- total autorizado para a renúncia fiscal
se a leitura dos arts. 18 e 19 da IN 01/13). naquele ano, o que é feito pela Lei de
Diretrizes Orçamentárias – LDO.
Pessoas físicas e Micro Empreendedores
Individuais (MEI) podem ser proponen- Proponentes pessoas físicas e pessoas
tes de apenas 2 (dois) projetos ativos. As jurídicas enquadradas como Micro Em-
demais pessoas jurídicas podem ter até 5 preendedores Individuais podem apre-
(cinco) projetos. sentar projetos que não excedam 0,05%
da LDO, e demais proponentes pessoas
Entretanto, existe uma exceção. Caso o jurídicas limitam-se a 3% [2].
proponente, em seu histórico de projetos,
tiver liberação da movimentação dos re- Para 2016, por exemplo, a Lei de Dire-
cursos captados em pelo menos 33% dos trizes Orçamentárias autorizou o valor da
projetos admitidos nos últimos três exercí- renúncia fiscal em até R$1.321.865.847.
cios fiscais esse limite aumenta. Lembran- Nesse caso, proponentes pessoas físi-
do que liberação de conta significa que foi cas podem apresentar projetos de apro-
captado mais de 20% do valor aprovado, ximados R$660 mil reais, enquanto as
porque quando o proponente capta menos pessoas jurídicas possuem um limite de
do que 20% (salvo em projetos classifica- em média R$39 milhões.
dos como “Plano Anual de Atividades”), a
conta não é liberada. Esse cálculo é um exemplo que traz
valores aproximados, e deverá ser feito
Nesse caso, os limites dobram. Propo- anualmente conforme o valor aprova-
nentes pessoas físicas e pessoas jurídicas do na Lei de Diretrizes Orçamentárias
constituídas na condição de Micro Empre- da União.
endedor Individual (MEI) podem ter até 4
(quatro) projetos. As demais pessoas jurídi- Os limites acima mencionados pode-
cas até 10 (dez). rão ser ampliados:
Além disso, existem mais duas exceções: π estando o acréscimo limitado ao va-
π Os limites não se aplicarão nos casos lor dos recursos efetivamente captados
de cooperativas que possuam no mínimo pelo proponente em projetos de res-
vinte pessoas físicas cooperadas e dois tauração de Patrimônio Cultural ativos
anos de atividades; no exercício anterior;
π O MinC autorizará a admissão de pro-
postas acima dos limites estabelecidos nes- π por autorização do Ministério da
te artigo, nos casos de proposta contempla- Cultura, em casos de restauração ou
da em seleção pública de incentivador ou recuperação de bens de valor cultural
com comprovadas garantias de patrocínio. reconhecido pelo Ministro da Cultura.
2. O percentual diz respeito ao orçamento da proposta ou o somatório dos orçamentos dos projetos ativos no Salic.
CARTILHA LEI ROUANET 9
O enquadramento de um projeto
não é feito pelo proponente, mas
pelo Ministério da Cultura. Po-
rém, cabe ao proponente trabalhar com o
objetivo de que o seu projeto seja enqua-
da modalidade (patrocínio ou doação), e do incen-
tivador (pessoa física ou jurídica) os percentuais
podem variar entre 30% e 80%
3. Considera-se patrimônio cultural imaterial: saberes, celebrações, formas de expressão e lugares que grupos sociais reconhecem como referências
culturais organizadoras de sua identidade, por transmissão de tradições entre gerações (conceito extraído do art. 3º, XX da Instrução Normativa 01 do
MinC).
CARTILHA LEI ROUANET 11
4. Salvo no recebimento até 10% do produto cultural resultante do projeto. Exceção também nos casos do art. 24 da Lei Rouanet.
5. O art. 27 do Decreto 71.733/1973 permite a compra de passagens de primeira classe para Presidente e Vice-Presidente da República e passagens da
classe executiva para os Ministros de Estado, os ocupantes de cargos de Natureza Especial, os Comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica
e o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Ressalva também para os artigos 3º-B e 10 do Decreto 5.992/2006 que faz menção
à “servidor ou colaborador eventual que acompanhar servidor com deficiência em deslocamento a serviço”.
14 WWW.CONSULTORIASQUADRA.COM.BR
revistas, veiculações em rádios, distribui- sarquivamento (art. 108, §5º). Aqui, nos
ção de folders, cartazes, site, etc. parece que uma carta de intenção de in-
centivo seria imprescindível.
Mas atenção, pois os custos de divulgação
do projeto não poderão ultrapassar 20% do
seu valor total (art. 23 da IN 01/13). CADASTRAMENTO DO PROJETO
Atualmente, o Salic permite que, durante O proponente deve estar atento aos pra-
a execução do projeto, o proponente anexe zos de cadastramento. O sistema Salic fica
as marcas, para que sejam deferidas pelo fechado entre 01 de dezembro a 31 de ja-
Ministério antes de serem divulgadas. Esse neiro. No entanto, nos dias que antecedem
sistema é muito eficiente, pois diminuiu o fechamento, o sistema pode apresentar
drasticamente as chances do proponente defeitos, e por isso recomendamos que os
ter problemas com a inclusão de logomar- projetos sejam cadastrados com alguns
cas na prestação de contas. dias de antecedência.
a regra é que o proponente deve acessar o O terceiro e último filtro ocorre quan-
software para ter conhecimento do anda- do o projeto é pautado para reunião da
mento do seu projeto, por isso o projeto Comissão Nacional de Cultura (CNIC),
deve ser acompanhado diariamente no Sis- composta por representantes dos gru-
tema Salic. pos artísticos, empresariado, sociedade
civil e Estado. A comissão encontra-se
O Ministério poderá fazer solicitações uma vez por mês, revezando-se entre a
dentro do projeto, que são chamadas de Capital Federal e as regiões brasileiras.
diligências. As diligências devem ser res-
pondidas sempre dentro dos prazos, do Cabe a Comissão, além de assessorar a
contrário o projeto é indeferido. estrutura do Ministério da Cultura, va-
lidar ou não o parecer técnico emitido.
O projeto cultural passa por três grandes Após a reunião, a decisão é disponibili-
filtros. Primeiramente, ele é apresentado zada no software Salic.
com a denominação “proposta cultural”.
Essa proposta recebe um número e pas-
sa por uma primeira avaliação, que é uma
análise técnica e documental feita dentro
do próprio Ministério. Após essa avaliação,
ela recebe um número de Pronac (Progra-
ma Nacional de Incentivo à Cultura), que
irá identificá-lo daqui em diante, e passa
a ser chamado de projeto cultural (e não
mais proposta).
Nesse caso, é necessário entrar no Salic e Caso você entre com um pedido de re-
desistir do recurso. Na barra da lateral es- consideração ou recurso no seu projeto, é
importante que você faça a leitura do Ca-
pítulo VI, tenha conhecimento do restan-
te da Instrução Normativa, e esteja muito
bem embasado nas suas argumentações.
Também é necessário que o proponente as-
sine esse pedido ou recurso.
18 WWW.CONSULTORIASQUADRA.COM.BR
QUANDO A VERBA
Cultura”. Haverá uma portaria com a fi-
PODE SER CAPTADA? nalidade de aprovar projetos, que diaria-
mente são publicados.
6. Por exemplo, verificar se ele investe no em municípios do interior ou em grandes centros, próximo da sua sede ou em unidades
de negócios.
22 WWW.CONSULTORIASQUADRA.COM.BR
centivador em potencial que o seu pro- rio da Cultura, e a terceira via fica com
jeto é diferente. Exalte os diferenciais, o proponente.
os pontos de inovação. Conquiste o
seu incentivador. O recibo é o documento que será apre-
π Demonstre os resultados que se- sentado para a contabilidade do patroci-
rão alcançados: pode ser através de nador para ser utilizado na comprovação
números, mas é necessário que você da dedução fiscal.
mostre ao incentivador que o seu pro-
jeto terá um alcance significativo para Depois da emissão do recibo de mece-
a comunidade onde a sua empresa nato, esse é o momento em que a verba
está inserida. captada pode ser depositada na conta
π Agradeça mesmo que receba um bancária do projeto, o que será feito pelo
não: muitos proponentes, quando re- próprio patrocinador. A verba deve ser
cebem um não, ficam indignados com depositada em uma conta bancária que
o incentivador e sequer agradecem. É consta no Salic, chamada de conta bancá-
importante lembrar que ninguém tem a ria bloqueada.
obrigação de incentivar um projeto. Seja
gentil e agradeça. Quem sabe amanhã Os recursos deverão ser depositados na
essa “porta” pode se abrir para você? conta bloqueada (o MinC também chama
de conta captação) por meio de depósito
Além disso, você pode acessar o link da identificado, com a informação obrigató-
Associação Brasileira de Captadores de ria do CPF ou do CNPJ dos depositantes,
Recursos (http://captacao.org) e fazer a lei- ou, alternativamente, por Transferência
tura dos artigos sobre o tema. Eletrônica Disponível –TED, ou Docu-
mento de Operação de Crédito –DOC,
desde que, da mesma forma, os deposi-
RECIBO DE MECENATO tantes sejam identificados (§1º, art. 53 da
IN 01/13).
O próximo passo para a captação é o
preenchimento do recibo de mecenato. O Atenção: Não podem ser depositados na
recibo de mecenato deve ser feito em três conta recursos oriundos de outras fontes
vias. A primeira ficará com o patrocina- não relacionadas ao mecanismo do incen-
dor, a segunda será enviada ao Ministé- tivo fiscal (art. 52, §1° IN 01/13).
CARTILHA LEI ROUANET 23
EXECUÇÃO DO REMANEJAMENTOS
ORÇAMENTÁRIOS
PROJETO
Serão permitidos remanejamentos em
alguns itens do orçamento, no limite de
ALTERAÇÕES NO PROJETO
Lembramos que o pagamento da guia é O art. 75, §2º da IN fala dos documen-
o último ato a ser praticado no seu proje- tos que devem ser enviados ao Ministério
to, e deve ser feito somente depois de to- da Cultura. No entanto, é necessário que
dos os cheques terem sido compensados, o Proponente tenha toda a documenta-
a verba já estar devidamente desaplicada, ção organizada, como por exemplo: con-
e o valor restante na conta efetivamente tratos firmados com fornecedores, no-
não for mais utilizado. tas fiscais originais, cópia dos cheques
frente e verso, extratos bancários, com-
Depois de pagar a guia (com cheque provações de que o produto cultural foi
próprio do projeto), você deve obter um realizado e distribuído, fotografias, rela-
novo extrato bancário, certificando-se de tórios, vídeos, etc.
que a conta realmente foi zerada.
No mês de março de 2016 o Ministério
Recomendamos juntar na prestação de da Cultura disponibilizou aos proponen-
contas a GRU; a cópia do cheque que foi tes um documento denominado “Carti-
utilizado para pagamento desta (frente e lha do Proponente – Formulários Pres-
verso); e o comprovante de pagamento da tação de Contas Incentivo 2016”. Essa
guia. No caso da prestação de contas ser cartilha traz orientações, especialmente
enviada pelo Salic, você pode incluir es- quanto ao preenchimento de relatórios
ses documentos no campo “Documentos finais de prestação de contas. Estes re-
comprobatórios do projeto”. latórios encontram-se anexados ao final
deste documento.
D
1º BNDES R$56.031.970,46
esde 1993, a Lei Rouanet mobi- 2º Banco do Brasil S.A R$31.941.114,28
lizou mais de 16 bilhões de reais 3º Bradesco Vida e Previdência S/A R$26.614.500,00
em todo o Brasil. Em 2014, os 4º Banco Itaucard S.A. R$25.427.877,15
valores ultrapassaram pouco mais de 1 bi- 5º Cielo S.A. R$22.100.683,34
lhão e 300 milhões de reais. Nesse mesmo 6º Cia. Bras. de Metalurgia e Mineração R$17.377.881,12
ano, o maior incentivador do Brasil foi o
Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-
nômico e Social – BNDES, investindo INVESTIMENTOS DE 2015 POR
R$54.720.597,91, seguido da Vale S/A e do REGIÃO
Banco do Brasil S.A.
No ano de 2015, a Rouanet movimentou
mais de 1 bilhão de reais em todas as regi-
DADOS GERAIS DE 2015 ões do Brasil. Abaixo, segue investimentos
separados por região.
Em 2015 o maior incentivador continua
sendo o BNDES, que até a presente data
investiu mais de R$36milhões. Neste ano,
a ENGIE Tractebel Energia aparece no NORTE
0,7%
15º lugar nacional, com investimento de 7,7Mi
R$5.424.736,10. NORDESTE
4,6%
54,5Mi
Sobre os investidores, durante todo o Enfim, para o ano de 2016 a Lei de Dire-
ano aproximadas 9.241 pessoas físicas in- trizes Orçamentárias prevê um teto apro-
centivaram projetos, junto com 3.343 pes- vado para a utilização de incentivos fiscais
soas jurídicas. (teto da renúncia fiscal do Governo para a
Cultura), de R$1.321.865,847.
30 WWW.CONSULTORIASQUADRA.COM.BR
não existe um prazo final para este bene- O projeto, apresentado em 02 de dezem-
fício fiscal. Diferente, por exemplo, da Lei bro de 2009, ainda depende de aprovação
12.761/2012, que criou o Vale Cultura com no Senado Federal, e as estimativas é que,
validade para a possibilidade de dedução se aprovada, a nova lei irá vigorar, com
do imposto de renda em benefício da aqui- muito otimismo, a partir de 2017.
sição do vale.
Em paralelo, em março de 2016 o Mi-
Entretanto, tramita um projeto de lei (nº nistério da Cultura apresentou uma nova
6.722/2010) que visa substituir a Lei Rou- proposta de alteração para o texto do
anet, e instituir o PROCULTURA – Pro- Procultura, apresentada ao Senador Ro-
grama Nacional de Fomento e Incentivo à berto Rocha, do PSB do Maranhão. O
Cultura. Ministério acredita que os ajustes con-
ferem maior clareza e segurança jurídica
O PROCULTURA traz algumas novida- ao projeto.
des, sendo a principal promessa o fim da
segregação na renúncia fiscal. Atualmente, A proposta do Ministério traz, entre di-
dois percentuais de renúncia fiscal são atri- versas sugestões, uma de grande impacto
buídos aos projetos, 30% e 100%. No caso para o incentivo, qual seja, a possibilidade
da música, por exemplo, a música popular de pessoas jurídicas tributadas no lucro
tem renúncia de 30%, enquanto a música real cuja receita bruta seja de até trezentos
instrumental leva 100% de isenção fiscal. milhões de reais deduzirem até 6% do im-
posto de renda devido em cada período de
A Nova Lei traz percentuais diferencia- apuração em favor do mecanismo do mece-
dos, de 40%, 60% e 80%, baseados numa nato. Nesse caso, as pessoas jurídicas cujo
espécie de sistema de pontuação, onde faturamento ultrapassam os 300 milhões
quanto mais democratização a cultura e re- manteriam a dedução fiscal de até 4%.
CARTILHA LEI ROUANET 31
ANOTAÇÕES
32 WWW.CAPACITAR.VC