Você está na página 1de 7

Universidade Federal do Cariri - UFCA

Centro de Ciências e Tecnologia - CCT


Curso de Engenharia Civil

Memorial descritivo e de cálculo para projeto de


instalações de drenagem de águas pluviais

Marlon Anderson Leandro de Lima Filho


Nicholas Pereira Charapa Alves
Pedro Henrique Castro do Nascimento
Renan Lemos Antonio

Orientador: Profª. Mª. Ana Verônica Gonçalves Borges

Juazeiro do Norte - CE, Brasil


Abril de 2021
Sumário

1 Considerações gerais 3

2 Características do projeto 3

3 Dimensionamento 3
3.1 Calhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
3.2 Condutores verticais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3.3 Condutores horizontais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

4 Referências 6
Lista de Figuras

1 Ábaco para dimensionamento de condutores verticais . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Lista de Tabelas

1 Áreas de contribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Dimensionamento das calhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3 Dimensionamento dos condutores verticais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
4 Dimensionamento dos condutores horizontais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
5 Capacidade de condutores horizontais de seção circular (vazões em L∕min) . . . . . 6
Considerações gerais 3

1 Considerações gerais

Este memorial apresenta as características técnicas consideradas para o projeto de instala-


ções de drenagem de águas pluviais para uma residência unifamiliar localizada na Rua Tenente
Raimundo Rocha, Bairro Lagoa Seca, em Juazeiro do Norte – CE. Estão descritos os cálculos ne-
cessários ao dimensionamento, as áreas de telhados, o tipo de calha e o tipo de conduto escolhido.
Foram consultadas as normas:

• ABNT NBR 10844/1989: Instalações prediais de águas pluviais;


• ABNT NBR 10843/1988: Tubos de PVC rígido para instalações prediais de águas pluviais.

2 Características do projeto

O conjunto de telhados, todos dotados de inclinação de 25%, possui área total de 127,59 m2
e será drenado por 8 (oito) calhas, que redirecionarão as águas pluviais a 4 (quatro) condutores ver-
ticais e 6 (seis) condutores verticais. Também serão instaladas 4 (quatro) caixas de areia e 4 (quatro)
caixas de inspeção.
O material escolhido tanto para as calhas quanto para os condutores (verticais e horizontais)
será o PVC rígido, devido à sua ampla comercialização e uso na construção civil. As calhas possuirão
saídas em arestas vivas e seção transversal retangular e as caixas de areia receberão grelhas. Não
serão instalados tubos de drenagem ao redor da construção, de modo que apenas as áreas de telhado
serão computadas para as áreas de contribuição.

3 Dimensionamento

3.1 Calhas

No dimensionamento das calhas, é necessário calcular as áreas de contribuição e, em se-


guida, determinar as vazões transportadas. Para isso, o telhado foi dividido em oito áreas, conforme
a representação em planta, e as respectivas áreas de contribuição foram calculadas pela fórmula

𝑖
𝐴cont. = 𝐴 (1 + ),
200

sendo 𝐴 a área (m2 ) e 𝑖 a inclinação do telhado (%). Com esta fórmula, foram encontradas as áreas
de contribuição presentes na Tabela 1.
Em seguida, é possível encontrar a vazão transportada pela através da fórmula

𝐼𝐴cont.
𝑄= ,
60
3.1 Calhas 4

onde 𝑄 é a vazão (L∕min), 𝐼 é a intensidade pluviométrica (mm∕h) e 𝐴cont. é a área de contribuição


(m2 ). A escolha das dimensões da calha é feita com o auxílio da fórmula de Manning-Strickler:

𝑆 2∕3 1∕2
𝑄=𝐾 𝑅 𝑖 ,
𝑛 ℎ

onde 𝐾 = 60 000 é uma constante, 𝑆 é a área da seção molhada (m2 ), 𝑛 é o coeficiente de rugosidade
(adimensional, varia de acordo com o material), 𝑅ℎ é o raio hidráulico (m) e 𝑖 é a inclinação da calha
(m∕m).
Para uma seção retangular com altura d’água 𝑦 e base 𝐵, a fórmula de Manning-Strickler
pode ser rearranjada na forma
3
𝑦 5 𝐵5 𝑛𝑄
=( ) = 𝐶.
(𝐵 + 2𝑦)2 𝐾𝑖 1∕2
Daí, obtém-se 𝑦 5 𝐵5 − 4𝐶𝑦 2 − 4𝐶𝐵𝑦 − 𝐶𝐵2 = 0. As soluções para este problema podem ser encon-
tradas fixando-se os valores de 𝐵 e 𝑖 e definindo-se a função 𝑓(𝑦) = 𝑦 5 𝐵5 − 4𝐶𝑦 2 − 4𝐶𝐵𝑦 − 𝐶𝐵2
para aplicação do método de Newton:
𝑓(𝑦𝑗 )
𝑦𝑗+1 = 𝑦𝑗 − .
𝑓 ′ (𝑦𝑗 )

Adotando-se a base 𝐵 = 0,15 m e a inclinação 𝑖 = 0,5%, foi possível encontrar os valores de altura
d’água 𝑦 presentes na Tabela 2.
Também foi adotada a condição de que a calha não deve operar com altura d’água superior
à metade de sua altura total, isto é,
𝐻
𝑦≤ .
2
Deste modo, a Tabela 2 apresenta as alturas mínimas necessárias para atender esta condição.
Após a realização dos cálculos e verificações, decidiu-se que todas as calhas apresentarão
seções retangulares de base 𝐵 = 15 cm e altura 𝐻 = 10 cm.

Tabela 1: Áreas de contribuição

Área de
Área Área plana (𝐦𝟐 ) Inclinação (%)
contribuição (𝐦𝟐 )

A1 9,46 25 10,64
A2 19,56 25 22,01
A3 19,56 25 22,01
A4 12,78 25 14,38
A5 11,88 25 13,37
A6 8,56 25 9,63
A7 15,21 25 17,11
A8 30,57 25 34,40
3.2 Condutores verticais 5

Tabela 2: Dimensionamento das calhas

Calha Área associada 𝑸 (𝐋∕𝐦𝐢𝐧) 𝒚 (𝐜𝐦) Altura mínima (𝐜𝐦)


1 A1 21,45 0,92 1,84
2 A2 44,39 1,45 2,90
3 A3 44,39 1,45 2,90
4 A4 29,00 1,11 2,22
5 A5 26,96 1,06 2,12
6 A6 19,41 0,86 1,72
7 A7 34,51 1,24 2,48
8 A8 69,36 1,94 3,88

3.2 Condutores verticais

O dimensionamento dos condutores verticais é efetuado por meio de ábacos (Figura 1) pro-
vidos pela NBR 10844. Conhecendo-se a vazão de projeto 𝑄, o comprimento 𝐿 dos condutores e a
altura 𝐻 da lâmina de água na calha, encontra-se o diâmetro 𝐷 do condutor. Os resultados estão
dispostos na Tabela 3.

Tabela 3: Dimensionamento dos condutores verticais

Condutor vertical 𝑳 (𝐦) 𝑸 (𝐋∕𝐦𝐢𝐧) 𝒚 (𝐦𝐦) 𝑫 (𝐦𝐦)


1 6,10 65,84 14,5 75
2 6,10 73,39 14,5 75
3 6,10 46,37 10,6 75
4 6,10 103,87 19,4 75

Figura 1: Ábaco para dimensionamento de condutores verticais

Fonte: NBR 10844/1989.


3.3 Condutores horizontais 6

3.3 Condutores horizontais

O processo de dimensionamento destas instalações é concluído com o dimensionamento dos


condutores horizontais, feito por meio da Tabela 5, presente na NBR 10844/1989. Conhecendo-se
a inclinação do condutor e seu coeficiente de rugosidade 𝑛 (dependente do material), busca-se o
diâmetro que comporte a vazão recebida dos condutores verticais. Os resultados deste dimensiona-
mento encontram-se na Tabela 4.

Tabela 4: Dimensionamento dos condutores horizontais

Condutor horizontal Inclinação(%) 𝑸 (𝐋∕𝐦𝐢𝐧) 𝒏 𝑫 (𝐦𝐦)

1 1 73,39 0,011 75
2 1 119,76 0,011 75
3 1 119,76 0,011 75
4 1 119,76 0,011 75
5 1 65,84 0,011 75
6 2 169,71 0,011 75

Tabela 5: Capacidade de condutores horizontais de seção circular (vazões em L∕min)

4 Referências

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10844: Instalações prediais de


águas pluviais. Rio de Janeiro, 1989.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10843: Tubos de PVC rígido para
instalações prediais de águas pluviais Rio de Janeiro, 1988.

Você também pode gostar