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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

ENGENHARIA CIVIL

JAQUELINE OLIVEIRA DA SILVA

THIAGO MILITÃO

DIMENSIONAMENTO DAS INSTALAÇÕES DE DRENAGEM DE ÁGUAS


PLUVIAIS DE UM SOBRADO

Feira de Santana

2020
JAQUELINE OLIVEIRA DA SILVA

THIAGO MILITÃO

DIMENSIONAMENTO DAS INSTALAÇÕES DE DRENAGEM DE ÁGUAS


PLUVIAIS DE UM SOBRADO

Trabalho desenvolvido na Universidade Estadual de


Feira de Santana como forma de avaliação da disciplina
TEC 166 - Instalações Hidráulicas e Sanitárias Prediais,
solicitado pela professora Camila Leal.

Feira de Santana

2020
1. REFERENCIAL TÉCNICO

 NBR 10844/89 – Instalações Prediais de Águas Pluviais.

2. DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS DO


SOBRADO

A água coletada dos telhados deverá ser captada por calhas e em seguida transferida para os
condutores verticais, onde finalmente será transferida para os condutores horizontais que
conduzirão as águas pluviais até a sarjeta. O material escolhido para todos os elementos do
sistema de drenagem pluvial foi o PVC rígido, incluindo as caixas de areias citadas abaixo.

2.1 CARACTERÍSTICAS DO TELHADO

A cobertura do sobrado consiste num telhado de duas águas e há platibanda com altura
uniforme em todo perímetro acima do segundo pavimento. Na área gourmet a cobertura
consiste num telhado de uma água.

2.2 CALHAS

Há duas calhas no sobrado, uma à direita e outra à esquerda do telhado que coletarão a água
da chuva que escoará sobre ele. Na área gourmet há outra localizada no lado livre de parede.
Optou-se pelo formato semicircular.

É fundamental na execução se atentar para a inclinação adotada no projeto para garantir o


escoamento por gravidade. Se no projeto de paisagismo da edificação houver previsão de
árvores altas, cujas flores e folhas possam ocasionar entupimento dos condutores é
recomendável a instalação de telas no bocal das calhas, o que também facilita a limpeza e
manutenção.

2.3 CONDUTORES VERTICAIS

Os condutores verticais captarão a água das calhas e deverão ser colocados em cada
extremidade do fundo do sobrado. Na área gourmet deverá ter um condutor vertical instalado
à esquerda da cobertura.
Para o traçado dos condutores verticais foi levado em consideração o item abaixo da NBR
10844:

5.6.1 Os condutores verticais devem ser projetados, sempre que possível, em uma só
prumada. Quando houver necessidade de desvio, devem ser usadas curvas de 90° de raio
longo ou curvas de 45° e devem ser previstas peças de inspeção.

2.4 CONDUTORES HORIZONTAIS

Os condutores horizontais deverão captar a água dos condutores verticais e conduzi-la a


sarjeta da rede pública, tendo para isso uma inclinação apropriada para permitir o escoamento
por gravidade. No traçado desse componente cabe destacar os seguintes itens da NBR 10844:

5.7.4 Nas tubulações enterradas, devem ser previstas caixas de areia sempre que houver
conexões com outra tubulação, mudança de declividade, mudança de direção e ainda a cada
trecho de 20m nos percursos retilíneos.

5.7.5 A ligação entre os condutores verticais e horizontais é sempre feita por curva de raio
longo, com inspeção ou caixa de areia, estando o condutor horizontal aparente ou enterrado.

2.5 CAIXAS DE AREIA

O item 3.4 da NBR 10844 define caixas de areia como caixa utilizada nos condutores
horizontais destinados a recolher detritos por deposição. No projeto serão adotadas caixas de
areia de 100 mm de diâmetro com grelha.

3. MANUTENÇÃO

O sistema de drenagem de águas pluviais requer a realização de manutenções periódicas para


que todas as suas funções continuem sendo desempenhadas de maneira adequada.

As calhas devem estar sempre livres e desobstruídas. A falta de limpeza pode causar
entupimentos dos condutores reduzindo a capacidade de vazão ou até mesmo impedindo o
escoamento, o que diminui também a vida útil desses elementos devido a sobrecarga gerada.
É aconselhável uma periodicidade de limpeza e manutenção de seis meses a um ano.
Para a manutenção das caixas de areia de PVC rígido é recomendável seguir as orientações do
fabricante. É importante não utilizar objetos cortantes na limpeza das caixas para não perfurá-
las, também deve-se efetuar a limpeza quando necessário, para que o volume de acumulação
de sedimentos, não obstrua a rede de drenagem, essa necessidade de limpeza é ainda maior
considerando que trata-se de elementos grelhados em que folhas e areia podem entrar e se
acumular com facilidade.

4. DIMENSIONAMENTO DAS CALHAS

4.1 FATORES METEOROLÓGICOS


Os itens da NBR 10844 tomados como base para a determinação da intensidade pluviométrica
foram:
5.1.1 A determinação da intensidade pluviométrica “I”, para fins de projeto, deve ser feita a
partir da fixação de valores adequados para a duração de precipitação e o período de retorno.
5.1.4 Para construção de até 100 2 de área de projeção horizontal, salvo casos especiais, pode-
se adotar: I = 150 mm/h.

4.2 ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO


Como não foi prevista platibanda no projeto arquitetônico, no cálculo da área de contribuição
deve ser considerado apenas os incrementos devido à inclinação da cobertura. Para o cálculo
dessa área foi usada a fórmula para superfícies inclinadas, apresentada na figura 2 da NBR
10844 anexada ao final deste arquivo.
Desta forma, a calha 1, à esquerda da cobertura do sobrado sofrerá influência da área A1 e a
calha 2, à direita, sofrerá influência das áreas A2 e A3. A Tabela 1 abaixo mostra os valores
calculados para a área de contribuição.

Tabela 1: Área de contribuição do sobrado.


ÁREA DE
ÁREA a b h
CONTRIBUIÇÃO
A1 2,43 9 0,24 22,92
A2 2,43 6,4 0,24 16,30
A3 1,51 2,6 0,15 4,11
Fonte: O autor.
A área de contribuição da cobertura da área gourmet foi determinada conforme a tabela 2 a
seguir.

Tabela 2: Á rede contribuição da área gourmet.


ÁREA DE
a b h
CONTRIBUIÇÃO
1,9 7,7 0,19 15,36
Fonte: O autor.

4.3 VAZÃO DE PROJETO


A vazão de projeto deve ser calculada pela fórmula:

Onde:

Q: Vazão de projeto (L/min);

I: intensidade pluviométrica (mm/h);

A: área de contribuição (m²).

Com a intensidade pluviométrica e áreas de contribuição já conhecidas, pode-se determinar a


vazão de projeto para as calhas:

Sobrado
Vazão de projeto para a calha 1:

min

Vazão de projeto para a calha 2:

A soma de A2 com A3 fornece 20,41 m2


min

Área Gourmet
Vazão de projeto para a calha 3:

4.4 DIÂMETRO
Pode-se determinar a capacidade de calhas plásticas semicirculares a partir da tabela 3 da
NBR 10844. O valor do diâmetro escolhido para as calhas será aquele que permitir uma vazão
maior ou igual à vazão de protejo, para uma dada declividade.
Logo, o diâmetro de 100 mm e inclinação de 0,5% atende as vazões calculadas para todas as
calhas.

5. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES VERTICAIS

O item 5.6.4 da norma diz que o dimensionamento dos condutores verticais deve ser feito a
partir dos seguintes dados:

Q = Vazão de projeto, em L/min;

H = altura da lâmina de água na calha, em mm;

L = comprimento do condutor vertical, em m;

A Tabela 3 reúne as vazões de projeto para cada condutor. A altura da lâmina de água
máxima nas calhas é de 37,5 mm e o comprimento do condutor vertical 6 m.

Tabela 3: Vazão de projeto dos condutores verticais.


CONDUTOR VERTICAL VAZÃO L/min
1 57,30
2 51,03
3 38,40
Fonte: O autor.
De posse dessas informações e considerando que as calhas terão saídas com funil, consulta-se
o ábaco apresentado na figura 3 da NBR 10844, situação (b), para determinar o diâmetro dos
condutores verticais. Neste ábaco pode-se perceber que, como as vazões calculadas
anteriormente são relativamente baixas, o diâmetro mínimo de 70 mm recomendado pela
norma já suficiente para atender as vazões previstas, no entanto, será adotado o diâmetro
comercial de 75 mm para todos os condutores verticais do projeto.

6. DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES HORIZONTAIS

Para o dimensionamento desses condutores deve ser utilizada a tabela 4 da NBR 10844.
Sabendo que para materiais plásticos n=0,011, que a inclinação adotada no projeto será de 1%
e que as vazões de projeto são as da Tabela 4, tem-se que o diâmetro admissível pelos
condutores 1 e 2 é o de 75 mm e apesar do condutor horizontal 3 admitir um diâmetro de 50
mm, também será adotado 75 mm para este condutor.

Tabela 4: Vazão de projeto dos condutores horizontais.


CONDUTOR HORIZONTAL VAZÃO L/min
1 57,30
2 51,03
3 38,40
Fonte: O autor.

O condutor horizontal que levará o somatório de todas as vazões até a rede pública coletora de
águas pluviais, denominado condutor horizontal 4, deverá ser dimensionado para suportar
uma vazão de 146,73 L/min. Logo o diâmetro adotado para uma inclinação de 1% será 100
mm.
Anexo A – Figuras e tabelas da NBR 10844/87.
REFERÊNCIAS

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10844 – Instalações prediais de


águas pluviais. Rio de Janeiro, 1989.

Manutenção e limpeza de calhas são fundamentais para evitar obstruções. AEC Web.
Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/revista/materias/manutencao-e-limpeza-de-
calhas-sao-fundamentais-para-evitar-obstrucoes/18279> Acessado em 27/10/2020.

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