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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

SABRINA JOVEDI DA SILVA

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA SUBSTITUIÇÃO DO


AÇO POR BAMBU EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO NA
CONSTRUÇÃO DE CASAS POPULARES NA REGIÃO DO ARAGUAIA

Barra do Garças
2019
SABRINA JOVEDI DA SILVA

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA SUBSTITUIÇÃO DO


AÇO POR BAMBU EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO NA
CONSTRUÇÃO DE CASAS POPULARES NA REGIÃO DO ARAGUAIA

Trabalho de conclusão de Curso


apresentado ao curso de Engenharia
Civil, da Universidade Federal de
Mato Grosso, Campus Universitário
do Araguaia, como parte das
exigências para obtenção do grau de
bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Prof.° Esp. Jéssica Nathália Florêncio


Zampieri

Barra do Garças
2019
“Pelo carinho, afeto, dedicação e cuidado que meus pais me deram
durante todo o meu caminho, dedico este trabalho a eles. Gratidão eterna. ”
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, que em sua infinita sabedoria colocou


força em meu coração para vencer mais esta etapa de minha vida, sem dúvida,
a fé n’Ele me ajudou a lutar até o fim. À minha família, pela capacidade de
acreditar e investir em mim, quando por vezes, nem eu mesma imaginava
conseguir continuar.
Mãe, seus cuidados e dedicação foi que deram, em inúmeros momentos,
a esperança para seguir. Pai, sua presença constante sempre me transmitiu
segurança e a certeza de que eu não estava sozinha nessa caminhada. Aos dois
maiores incentivadores das realizações dos meus sonhos, muito obrigada.
Agradeço também aos meus amigos, em especial Lessa Crisóstomo e
Luís Carlos Magalhães, pelos inúmeros conselhos, palavras de apoio,
cumplicidade, toda a motivação e pela compreensão nos diversos momentos de
ausência. As risadas que vocês compartilharam comigo nesta etapa tão cheia
de desafios fizeram toda a diferença. Este trabalho também é de vocês!
Por fim, sou grata a todos os professores que contribuíram com a minha
trajetória acadêmica, em especial a Jéssica Zampieri, que durante toda a
graduação e também em minha orientação, não mediu esforços para ensinar, se
mostrou paciente diante as falhas, sempre com muita humildade, se propondo a
repassar o máximo que conseguiu de seus conhecimentos. Profissionais como
ela merecem todo o sucesso, tanto pessoal quanto profissionalmente, pois
desejar que o outro também obtenha excelência mostra o molde de seu caráter.
"A menos que modifiquemos à nossa maneira de pensar, não seremos
capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos
acostumamos a ver o mundo."
Albert Einstein
RESUMO

A construção civil atual brasileira é hegemonicamente trabalhada em


construções que usam como principal quesito estrutural o concreto armado.
Levando em consideração que para a obtenção do aço o meio ambiente sofre
severos prejuízos, logo se faz necessária a busca por novas alternativas e
métodos que visem minimizar tais impactos. Desta forma, o sistema construtivo
executado a partir da substituição do aço por bambu, não somente minimiza a
degradação ambiental, como tem potencial para ser economicamente mais
vantajoso. Nessa vertente, o presente trabalho vem com o objetivo de, através
da revisão bibliográfica, definir os usos do aço na construção civil e examinar os
impactos por ele causados, apontar como a substituição do aço por bambu pode
estar relacionada à sustentabilidade, relatar as características construtivas do
bambu e como o material é empregado no Brasil e ao final, identificar os custos
relativos tanto ao aço quanto ao bambu para a construção de uma casa popular
e compará-los. A comparação de custos com a intenção de verificar a viabilidade
econômica da substituição de aço por bambu nas armações na cidade de Barra
do Garças, MT, foi realizada através da composição do orçamento do sistema
atual feito em aço através da tabela SINAPI Mato Grosso – maio de 2019 e de
dados fornecidos por empresas especializadas em fornecimento de bambu para
construção civil, utilizando de base a mesma residência padrão. Conclui-se que
a substituição apresenta de imediato cerca de 29,06% de redução de custos
diante o sistema tradicional, tornando-se viável pela economia gerada, além dos
inúmeros benefícios ambientais alcançados. Dessa forma, a alteração proposta
se mostrou prometedora como alternativa sustentável e atrativa
economicamente.

Palavras-chave: concreto armado, aço, bambu, sustentabilidade,


análise de custos.
ABSTRACT

The current Brazilian civil construction is hegemonically worked on


constructions that use as main structural item the reinforced concrete. Taking into
account that the environment is harmed by the obtaining steel, it is necessary to
search for new alternatives and methods to minimize such impacts. In this way,
the constructive system executed from the replacement of steel by bamboo, not
only minimizes the environmental degradation, but also has the potential to be
economically more advantageous. In this section, the objective of this paper is to
review the uses of steel in civil construction and to examine the impacts caused
by it, to point out how the substitution of steel by bamboo can be related to
sustainability, report the characteristics constructive of bamboo and how the
material is used in Brazil and in the end, identify the costs related to both steel
and bamboo for the construction of a popular house and to compare them. The
comparison of costs with the intention of verifying the economic viability of the
replacement of bamboo steel in the frameworks in the city of Barra do Garças,
MT, was carried out through the composition of the budget of the current system
made in steel through the SINAPI table Mato Grosso - May of 2019 and data
provided by companies specializing in the supply of bamboo for construction,
using the same standard residence basis. It is concluded that the substitution
immediately presents about 29.06% of cost reduction with the traditional system,
becoming viable by the generated economy, besides the numerous
environmental benefits achieved. Thus, the proposed change was promising as
a sustainable and economically attractive alternative.

Keywords: reinforced concrete, steel, bamboo, sustainability, cost


analysis.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estrutura em concreto armado ......................................................... 18


Figura 2: Mineradora da VALE em Carajás ..................................................... 26
Figura 3: Emissões de gases de efeito estufa do setor de ferro e aço no estado
de Minas Gerais ............................................................................................... 28
Figura 4: Farta oferta de bambu no país ......................................................... 29
Figura 5: Recepção Hotel do Frade ................................................................ 30
Figura 6: Restaurante Hotel do Frade ............................................................. 30
Figura 7: Casa no condomínio Hotel do Frade ................................................ 31
Figura 8: Substituição de aço por bambu em estruturas de concreto armado. 32
Figura 9: Desenvolvimeto metodológico ......................................................... 40
Figura 10: Projeto arquitetônico – planta baixa ............................................... 42
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Comparativo de gasto energético ................................................... 19


Gráfico 2: Comparação de custos para sapatas e vigas baldrame ................. 46
Gráfico 3: Comparação de custos para pilares ............................................... 46
Gráfico 4: Comparação de custos para vigas de respaldo .............................. 47
Gráfico 5: Comparação de custos ................................................................... 48
Gráfico 6: Comparação de custos total incluindo o frete ................................. 49
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo ............. 21


Tabela 2: Limites da composição granulométrica do agregado graúdo ........... 21
Tabela 3: Modelo de tabelas dos apêndices A, B e C ..................................... 43
Tabela 4: Modelo de tabelas dos apêndices D, E e F ...................................... 44
Tabela 5: Modelo de tabelas dos apêndices G, H e I ...................................... 45
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................. 15
2. OBJETIVOS ................................................................................. 16

2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................... 16

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO .......................................................... 16

3. JUSTIFICATIVA ........................................................................... 16
4. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................... 19

4.1 CONCRETO ARMADO ............................................................. 19

4.1.1 Caracterização e conceituação ................................................. 20


4.1.2 Dosagem do concreto ................................................................ 21
4.1.2.1 Agregados .................................................................................... 22
4.1.2.2 Aglomerantes................................................................................ 24
4.1.2.3 Água de amassamento ................................................................. 24
4.1.3 Dimensionamento estrutural segundo NBR 6118:2014 .......... 25
4.1.4 Utilização do aço ........................................................................ 26
4.1.4.1 Usos no Brasil e impactos por ele causados ................................ 27
4.2 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................... 29

4.3 USOS DO BAMBU NO BRASIL ................................................ 30

4.4 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO


BAMBU NO CONCRETO ARMADO ................................................................ 33

4.5 DIMENSIONAMENTO DO BAMBU PARA SUBSTITUIÇÃO DE


ARMADURA NAS ESTRUTURAS ................................................................... 34

4.6 ORÇAMENTO .............................................................................. 38

4.6.1 Tipos de orçamento.................................................................... 38


4.6.2 Custos diretos e indiretos ......................................................... 39
4.6.3 Composição de custos .............................................................. 39
4.6.4 Tabela SINAPI ............................................................................. 40
5. METODOLOGIA........................................................................... 40

5.1 DEFINIÇÃO DA EDIFICAÇÃO .................................................. 43

5.2 MÉTODOS DE LEVANTAMENTO E COMPARAÇÃO DE DADOS


45
6. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................... 47
7. CONCLUSÃO............................................................................... 52
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................ 54
APÊNDICE A ....................................................................................... 58
APÊNDICE B ....................................................................................... 58
APÊNDICE C ....................................................................................... 58
APÊNDICE D ....................................................................................... 58
APÊNDICE E ....................................................................................... 59
APÊNDICE F ....................................................................................... 59
APÊNDICE G ...................................................................................... 59
APÊNDICE H ....................................................................................... 59
APÊNDICE I ........................................................................................ 60
ANEXO 1 ............................................................................................. 61
ANEXO 2 ............................................................................................. 63
ANEXO 3 ............................................................................................. 65
ANEXO 4 ............................................................................................. 66
ANEXO 5 ............................................................................................. 67
ANEXO 6 ............................................................................................. 68
ANEXO 7 ............................................................................................. 70
15

1. INTRODUÇÃO

A utilização de novos métodos construtivos, mesmo que nos dias de hoje


esteja mais difundida, ainda caminha a passos lentos no ramo da construção
civil. O grande desafio atual se baseia na inserção de materiais que sejam, ao
mesmo tempo, eficientes, sustentáveis e que apresentem um baixo custo.
Introduzir o bambu ao meio construtivo comtempla de forma genuína a
vertente sustentável, uma vez que por ser uma fonte renovável, se torna muito
interessante aos quesitos construtivos, além de, ainda como vegetação, produzir
oxigênio e captar gás carbônico em seu processo de renovação, exercendo,
felizmente, papel contrário a inúmeras indústrias e usinas. Sua eficiência, em
alguns casos, se assemelha a do aço usado na fabricação do usual e quase
hegemônico concreto armado, principalmente em solicitações estruturais de
pequeno porte e, estando ciente disto, resta que se saiba a respeito do último
ponto desejável e também foco desta pesquisa: custos.
Tendo as questões ambientais sanadas e admitindo que uma
substituição de material, neste caso, aço por bambu, em casas populares, cuja
solicitação estrutural é menor quando comparada a grandes edifícios, seja
possível, é interessante que se entenda quais os custos esta troca retornaria e
também se eles se mostrariam viáveis.
Este trabalho, portanto, orientar-se-á no sentido de analisar a viabilidade
econômica desta substituição, de forma a consolidar um caráter financeiro
acessível, implementando um material que amenize os atuais e previna os
futuros problemas gerados pela grande massa construtiva, fazendo assim,
ligação direta com o que a engenharia representa: findar dificuldades com
qualidade, baseado nos menores gastos possíveis.
Partindo de uma problemática onde se possa realizar a substituição em
concreto armado, de aço por bambu, mantendo a eficiência estrutural e atingindo
um baixo custo para casas populares, como hipótese, o bambu se mostra uma
alternativa viável, além de ser uma fonte renovável colaboradora da
sustentabilidade.
Para que essa viabilidade seja analisada então, se faz necessário um
estudo mais concreto, que aborde e defina os usos do aço na construção civil,
16

examinando os impactos por ele causados e apontando de maneira mais


detalhada como a substituição do aço por bambu pode estar relacionada à
sustentabilidade. Relatar as características construtivas do material, discorrendo
sobre como ele é ou pode vir a ser empregado no Brasil e identificar os custos
relativos tanto ao aço quanto ao bambu na construção de uma casa popular para
posteriormente compará-los.

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a viabilidade econômica da substituição do aço por bambu em


estruturas de concreto armado para a construção de casas populares na cidade
de Barra do Garças-MT.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

 Definir os usos do aço na construção civil e examinar os impactos por ele


causados;
 Apontar como a substituição do aço por bambu pode estar relacionada à
sustentabilidade;
 Relatar as características construtivas do bambu e como o material é
empregado no Brasil;
 Identificar os custos relativos tanto ao aço quanto ao bambu para a
construção de uma casa popular e compará-los.

3. JUSTIFICATIVA

Na construção civil, o aço pode ser encontrado de inúmeras maneiras,


as indústrias siderúrgicas oferecem tubos, cabos, chapas finas e grossas, entre
outros. É fato que o uso do aço modificou os projetos de engenharia,
possibilitando construções cada vez maiores, devido, principalmente, a sua
17

interação com o concreto. Pelo IV Congresso Brasileiro de Educação (2006),


realizado em Goiânia, o concreto armado é um material estrutural absolutamente
hegemônico nas construções brasileiras, sendo elas formais ou informais. Neste
conceito, é válido ressaltar que mesmo que os grandes centros cresçam e se
modernizem, os problemas sociais habitacionais são agravados em mesma
proporção.
A sustentabilidade começou a ser debatida na década de 80, quando o
Relatório de Brundtland (1987) apresentou sua definição geral sendo: “suprir as
necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras
em suprirem as suas”. Tendo em vista que o ramo da construção civil é um dos
maiores poluentes e geradores de resíduos atuais, de acordo com Sjöström
(1999), mesmo que os números mudem nos diferentes países é fato que a
construção civil carrega 40% da energia e dos recursos naturais, então, mesmo
que o termo esteja mais popularizado, ainda se vive uma grande
insustentabilidade.
A construção civil é reconhecida como uma das mais importantes
atividades para o desenvolvimento econômico e social, mas, por outro lado,
apresenta-se como grande geradora de impactos ambientais, quer pelo
consumo de recursos naturais, quer pela modificação da paisagem ou pela
geração de resíduos. O setor tem o desafio de conciliar uma atividade produtiva
dessa magnitude com condições que conduzam a um desenvolvimento
sustentável consciente e menos agressivo ao meio ambiente (PINTO, 2005,
apud KARPINSK et al., 2009).
Ainda conforme apresenta Pinto (2005), citado por Karpinsk et al. (2009)
estudos realizados no estado de São Paulo, nos municípios de São Paulo,
Guarulhos, Diadema, Campinas, Piracicaba, São José dos Campos, Ribeirão
Preto, Jundiaí, São José do Rio Preto e Santo André, computaram números da
participação de resíduos da construção civil em relação à massa total dos
resíduos sólidos urbanos. O autor observou que estes têm uma participação
importante no conjunto dos resíduos produzidos, a qual em todas as cidades foi
superior a 50%.
Neste trabalho, a emissão de gás carbônico na atmosfera afeta
diretamente a problemática em questão. Levando em consideração que as
indústrias siderúrgicas, de onde o aço é proveniente, segundo Silva et al. (2003),
18

colaboram com cerca de 40% da emissão de CO2 no mundo é impossível


continuar aceitando um sistema construtivo que mata aos poucos sua própria
fonte de matéria-prima, a natureza.
Negar o fato de que novos métodos precisam ser adotados não
condizem com a realidade que precisa ser vivida. Se faz necessário então, a
implementação de um material que além de amenizar os atuais problemas
causados em massa pela construção, consiga também consolidar um caráter
financeiro acessível, fazendo jus ao conceito de engenharia: solucionar
problemas com os menores gastos.
Estudos demonstram que o bambu pode estar substituindo o uso do aço
que é utilizado no concreto armado, diminuindo a demanda do mesmo. Essa
moderação influencia nos processos de obtenção, que se utiliza, em sua grande
parte, de recursos naturais não-renováveis como o minério de ferro, bem como
o consumo de energia de natureza fóssil (carvão), tendo como consequência a
diminuição da emissão de dióxido de carbono, agente causador do efeito estufa
(GHAVAMI & MARINHO, 2004).
O bambu – material sem muito valor econômico, social ou cultural em
nossa sociedade – é em outros países motivo de orgulho e pesquisas por seu
potencial em diversas e comprovadas áreas de atuação. Material como o bambu
não é poluente, não requer grande consumo de energia e oxigênio em seu
processo de preparo; sua fonte é renovável e de baixo custo (RIPPER, 1994
apud MARÇAL, 2008).
Por ser uma planta de crescimento rápido, o bambu pode ser cortado já
aos três anos de idade, enquanto que normalmente o eucalipto, uma madeira
amplamente utilizada em reflorestamentos por seu rápido crescimento, demora
de seis a dez anos para atingir seu ponto de colheita, Após os dez anos de idade
a touceira de bambu pode produzir mensalmente vinte varas de dezoito metros
ou mais de comprimento, e por mais 40 anos, enquanto espécies arbóreas
demoram até 60 anos para atingir essa altura e precisam ser replantadas após
seu corte (SANT’ANA E VAZ FILHO, 2013).
Logo a substituição se torna relevante tanto no âmbito sustentável,
desde a plantação, com a captura do CO2 e liberação de O2, até a economia
pois conforme Sartori (2004, apud Rohr, 2015), a aplicação do bambu em
paredes, pilares e vigas apresenta uma redução de 40% do custo da obra,
19

comparando com a mesma feita em alvenaria convencional e ainda, lembrando


de toda a energia demandada para fabricação do aço, Ghavami (1992) citado
por Silva e Barbalho (2018), efetuou um estudo a fim de comparar os gastos
energéticos em Mega Joule (MJ) para a produção de 1m³ de tensão do bambu
com as matérias-primas mais utilizadas na engenharia civil, comprovando a
eficiência energética ao se trabalhar com essa planta como material construtivo,
tendo a análise dos resultados ilustrados no gráfico 1.

Gráfico 1: Comparativo de gasto energético

Fonte: (SILVA; BARBALHO, 2018)

Sendo de conhecimento geral que as estatísticas sempre se fazem


conseguem se mostrar mais realistas do que inúmeros textos que buscam
explanar determinadas questões, assim como possuem a capacidade de chamar
mais a atenção, após a análise do gráfico fica claro que a necessidade de novos
meios é real e imediata.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 CONCRETO ARMADO

De acordo com Carvalho e Figueiredo Filho (2017) o concreto é


resultado da composição de água, agregados e cimento, no entanto, para fins
estruturais, o concreto sozinho não apresenta satisfatória resistência, pois,
mesmo que resista à compressão, sua resistência à tração se apresenta irrisória
se comparada a anteriormente citada.
20

Como solução, os mesmos autores explicam que “para aumentar a


resistência é importante associar o concreto a um material que tenha boa
resistência à tração e seja mais deformável, sendo mais comum o uso do aço. ”
(CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO, 2017)

4.1.1 Caracterização e conceituação

Anteriormente apresentou-se uma definição simplória do que seria, em


âmbito geral, o concreto armado, no entanto, Bastos (2006) apresenta uma
concepção detalhada de seu funcionamento dizendo:

O conceito de concreto armado envolve ainda o fenômeno


da aderência, que é essencial e deve obrigatoriamente existir
entre o concreto e a armadura, pois não basta apenas juntar os
dois materiais para se ter o concreto armado. Para a existência
do concreto armado é imprescindível que haja real solidariedade
entre ambos o concreto e o aço, e que o trabalho seja realizado
de forma conjunta.

Este autor explica também que a armadura utilizada na composição do


concreto armado é conhecida como armadura passiva, significando que as
tensões e deformações são provenientes somente dos carregamentos aplicados
à peça que está sendo solicitada, de forma mais clara, tal armadura não é
utilizada para produzir esforços de proteção, isto é, que não seja previamente
alongada, como é possível observar na Figura 1.

Figura 1: Estrutura em concreto armado

Fonte: Mapa da Obra (2018)


21

Entendido isto, ainda é salientado que armaduras não precisam ser


necessariamente produzidas em aço, uma vez que cumpram as funções e
condições estruturais, podem ser substituídas por outro tipo de material como
fibra de carbono ou o bambu, centro deste estudo. (BASTOS, 2006)

4.1.2 Dosagem do concreto

Custódio (2015) diz que o estudo de dosagem é o procedimento utilizado


para obtenção da mistura mais econômica que atenda às condições de serviço,
com os materiais disponíveis. Pode ser realizada por métodos empíricos, quando
não são executados procedimentos experimentais, como por exemplo, ter como
base os anos de profissão do construtor ou utilizar tabelas e algumas fórmulas.
Rocha e Xavier (2000) afirmam que este procedimento é recomendado para
obras de pequeno volume. A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS – ABNT NBR 6118/2014 deixa estabelecido as seguintes condições:
quantidade mínima de cimento/m³ de concreto de 330 Kg; proporcionamento
(agregado miúdo/volume total de agregado de 30 a 50%) para trabalhabilidade
adequada; quantidade mínima de água para trabalhabilidade adequada.
Pode ser dada também de forma experimental, onde ensaios de
caracterização de materiais são realizados em laboratório. Mesmo existindo
inúmeros modos para que a teoria do método experimental seja colocada em
prática, quase todos baseiam-se em duas leis fundamentais: Lei de Abrams: “A
resistência do concreto é proporcional ao fator água/cimento”; e Lei de Lyse: “A
quantidade de água a ser empregada em um concreto confeccionado com um
determinado grupo de materiais (mesmo cimento, agregados graúdo e miúdo)
para que se obtenha uma dada trabalhabilidade, independente do traço deste
concreto. ” (ROCHA; XAVIER, 2000).
Já cientes da importância de características como trabalhabilidade,
assim como resistência, a linha seguida por Neville (2016) defende que a
dosagem requer tanto o conhecimento das propriedades do concreto e dos
dados experimentais quanto a experiência prática. O autor ainda afirma que
fatores como o manuseio, transporte, demora no lançamento e pequenas
variações das condições climáticas também podem acabar influenciando nas
propriedades do concreto. Para ele, uma das propriedades mais importantes é a
22

resistência, junto à durabilidade, fatores que são influenciados diretamente pela


relação água/cimento, sendo de fundamental importância a correta dosagem.
Em 2011 no Brasil, de acordo com Tutikian e Helene (2011), eram
produzidos cerca de 20 milhões de m3 de concreto/ano, uma economia de 5kg
de cimento por m3, proporcionada por uma dosagem bem estudada e
desenvolvida, poderia acarretar uma redução da emissão de 100.000t de dióxido
de carbono (CO2) à atmosfera, bem como uma redução de agregados por
aumento de resistência mecânica do concreto poderia representar milhares de
toneladas de economia em recursos naturais.
Pensando na atualidade, os números que já eram interessantes se
tornam ainda mais, uma vez que, a produção cresce em demasia, as vantagens
econômicas e ambientais acompanham a mesma linha de crescimento.
Vale ainda salientar que uma dosagem não deve necessariamente
seguir um procedimento específico, desde que os objetivos finais sejam
alcançados conservando da melhor maneira possível as propriedades
estruturais do material.

4.1.2.1 Agregados

Sendo uma das partes constituintes do concreto, a ASSOCIAÇÃO


BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 7211/2005 define que os
agregados são compostos por grãos de minerais duros, compactos, limpos,
duráveis e que não tenham quantidade significativa de material natural que
possa influenciar/afetar a hidratação do cimento, durabilidade, proteção contra a
corrosão em armaduras e até os aspectos estéticos do concreto. Essa mesma
norma apresenta as dimensões das peneiras pelas quais os grãos são
classificados.
Rocha e Xavier (2000) explicam que estes podem ser classificados
segundo a sua origem, subdividindo-se em naturais, onde já se encontram na
natureza de forma particulada, como por exemplo areis e cascalho ou artificiais,
onde sua composição particulada será obtida através da ação humana.
Assim como citado anteriormente, a seleção também é feita pelo
tamanho dos grãos, separados em miúdos e graúdos e classificados através das
tabelas 1 e 2.
23

Tabela 1: Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR


7211/2005
Tabela 2: Limites da composição granulométrica do agregado graúdo

Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR


7211/2005

Sendo miúdos os que passam na peneira 4,8mm e ficam retidos na


0,075mm e graúdos os que são retidos na peneira 4,8mm e passam pela peneira
24

de 152mm. Vale ressaltar que quando o material apresentar mais que 15% e
menos que 85% passantes ou retidos na pereira 4,8mm, considera-se o
agregado como uma mescla entre miúdos e graúdos.
E ainda, segundo os mesmos autores, classificam-se segundo sua
massa específica aparente, sendo leves, normais ou pesados, quando
possuírem menos que 2000Kg/m³, estar entre 2000 e 3000 Kg/m³ ou possuir
massa maior que 3000Kg/m³, respectivamente.
Inicialmente, os agregados eram envolvidos ao cimento e a água única
e exclusivamente para que este tomasse forma sem que isso dependesse
somente do cimento, barateando os custos. Hoje já se sabe parâmetros de
influência benéfica diretamente na resistência e também que seu tamanho,
forma e densidade podem definir características desejadas no resultado final,
impondo ainda mais sua importância na composição.

4.1.2.2 Aglomerantes

Rocha e Xavier (2000) interpretam aglomerantes como sendo produtos


empregados na construção civil para fixar materiais ente si. Comumente são
pulverulentos e quando misturados à agua formam suspensões coloidais,
endurecendo por simples secagem e/ou em consequência de reações químicas,
aderindo à superfície com as quais foram postos em contato, sendo o segundo
caso mais interessante para a construção pois atinge altas resistências físico-
mecânicas e assim se mantém estáveis. Atualmente as matérias-primas usadas
para este fim são: argila, gipsita, calcário dolomito, cinzas volantes e escória de
alto forno, pois são abundantes na natureza e apresentam grande
aproveitamento econômico.

4.1.2.3 Água de amassamento

Segundo a revista Téchne (2003) como o concreto endurece por


hidratação, a água, junto ao aglomerante, é primordial. Tendo as águas potáveis
como adequadas para concreto e sabendo de um abastecimento acessível nos
locais onde há o consumo deste material, normalmente, a água não causa
preocupações.
25

No entanto, a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS –


ABNT NBR 15900-1/2009 apresenta inúmeras possibilidades de uso de água
para amassamento desde que esteja em conformidade com exigências pré-
estabelecidas ou ensaios apresentados na própria norma, como por exemplo
água recuperada de processos de preparação do concreto, água de fontes
subterrâneas, água natural de superfície, água de captação pluvial e água
residual industrial, água de reuso proveniente de estação de tratamento de
esgoto, água salobra (desde que não seja em concretos armados ou
protendidos, por questões corrosivas). Já a água de esgoto e proveniente de
esgoto tratado não é adequada para uso em concretos.
Lembrando que a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS – ABNT NBR 12655/2015 impõe que a água destinada ao
amassamento do concreto deve ser armazenada em caixas estanques e
tampadas, de modo a evitar a contaminação por substâncias estranhas.

4.1.3 Dimensionamento estrutural segundo NBR 6118:2014

O projeto estrutural de edifícios de concreto armado compõe-se das


seguintes etapas: concepção, análise, síntese e otimização. (CUNHA e SOUZA,
1994) e (FUSCO, 1976)
As etapas apresentadas são inter-relacionadas e consecutivas. A cada
ciclo de projeto, composto pelas etapas anteriormente indicadas, o projeto
estrutural sofrerá revisões e alterações conceituais de modo a reduzir os custos
sem comprometer o desempenho estrutural.
As estruturas de concreto devem atender aos requisitos mínimos de
qualidade classificados em capacidade resistente, desemprenho em serviço e
durabilidade, durante sua construção e serviço, e aos requisitos adicionais
estabelecidos em conjunto entre o autor do projeto estrutural e do contratante.
(ABNT, 2014)
O dimensionamento consiste em impedir a falha da estrutura, ou de
determinadas partes da mesma. Por falha não se entende somente o perigo de
ruptura, que ameaça a vida dos ocupantes, mas também as situações em que a
edificação não apresenta um perfeito estado para utilização, devido a
26

deformações excessivas, fissuras inaceitáveis e etc. (CARVALHO;


FIGUEIREDO FILHO, 2017)
Os mesmos autores ainda salientam que os métodos de cálculos das
estruturas de concreto armado podem ser classificados, basicamente, em dois
grupos: os métodos clássicos, e os métodos de cálculo na ruptura. O primeiro
consiste na determinação das solicitações de momento fletor, esforço normal e
cortante, calcula-se então as tensões correspondentes a estes e, supondo um
comportamento elástico dos materiais, as tensões máximas são condicionadas
a uma fração da resistência dos mesmos, obtendo as tensões admissíveis,
garantindo desta forma, a segurança da estrutura.
Já o segundo, garante a segurança fazendo com que as solicitações de
cálculo sejam menores que as solicitações últimas, sendo estas as que levariam
a estrutura a atingir o estado limite último ou à ruptura, de fato.

4.1.4 Utilização do aço

Como já explanado anteriormente qual o fim da aplicação de barras de


aço em estruturas de concreto armado, é interessante saber qual a proporção
de sua utilização, qual a escala, em âmbito nacional, de giro desde material.
O Instituto Aço Brasil (2019), compilou as informações referentes ao mês
de março/2019 e chegou à conclusão de que a produção brasileira de aço bruto
foi de 2,8 milhões de toneladas, sendo 1,8 milhão de toneladas em consumo
aparente e 1,2 milhão de toneladas para exportação.
É válido ressaltar que na construção civil, embora o aço em si tenha boa
reciclabilidade, seu processo é feito somente em escala industrial, resultando
num inevitável consumo de energia e impacto no meio ambiente, sem contar
com o transporte e lugar para armazenamento. (CORRÊA, 2009)
O aço para ser obtido, consome grandes quantidades energia fóssil, com
emissão de gases que contribuem para o efeito estufa. É um material cuja
fabricação depende das jazidas de minério de ferro, as quais se constituem em
fontes não renováveis de matéria prima. Sua reciclagem também consome
grande quantidade de energia, encarecendo de forma substancial o produto final.
Sua substituição em diversas situações pode ser considerada uma alternativa
27

viável para a minimização dos impactos ambientais, com vantagens econômicas


e sociais. (SILVA, 2007)
Analisando as informações e conflitando aos números apresentados,
que de fato estão acontecendo na atualidade, é possível que se firme ainda mais
o pensamento pela busca de novos métodos construtivos.

4.1.4.1 Usos no Brasil e impactos por ele causados

De acordo com a Revista Arquitetura e Aço (2015), a construção civil é


o setor que mais consome produtos siderúrgicos no Brasil, tendo em 2015
respondido por 37% do total do consumo aparente de aço. Embora de uma forma
geral já se tenha grande representatividade no consumo e nos impactos, no ano
de 2014, quando o país se encontrava como sede da Copa do Mundo, obras de
estádios, aeroportos, edifícios corporativos e hotéis chamaram ainda mais
atenção, atestando a contribuição do aço para obras rápidas, eficientes em
âmbito estrutural e bonitas. No entanto, o material não deixa de um ponto de
alerta no quesito ambiental. O aço para construção civil pode ser disponibilizado
de diversas maneiras pelas indústrias siderúrgicas e entre as formas mais
comuns estão as chapas finas, as chapas grossas, os perfis laminados, os tubos,
cabos e as barras (vergalhões) de aço (REDAÇÃO INDðSTRIA HOJE, 2014).
Segundo Bastos (2019), os vergalhões de aço utilizados em estruturas
de Concreto Armado no Brasil são estabelecidos pela NBR 7480 e classificados
como barras ou fios, tendo diâmetro nominal 5 mm ou superior e diâmetro
nominal 10 mm ou inferior, respectivamente.
Sobre sua composição, o aço é um material constituído de ferro com
adição de até 2 % de carbono e o autor ainda explicita que para o concreto
armado a fabricação se dá com teores de carbono entre 0,4 e 0,6.
Ainda segundo o autor, a superfície dos vergalhões pode conter nervuras
(saliências ou mossas), entalhes, ou ser lisa, características essas que dizem
respeito a aderência entre o concreto e o aço. Geralmente essas barras são
fornecidas no comércio em segmentos retos com comprimento de 12 m, com
tolerância de até 9%. Também são fornecidas em rolos, quando utilizadas em
grandes quantidades, embora não para todos os diâmetros, apresentando
28

marcas de laminação em relevo, identificando o produtor, a categoria do aço e o


diâmetro nominal.
O autor apresenta que de forma comercial, podemos encontrar arames
juntamente a telas soldadas, que são muito úteis gerando economia de tempo e
mão de obra, constituindo soluções práticas para armações. Todas as
tipologias podem se dar de diferentes formas nas construções, em
coberturas, fachadas, parte estrutural e decoração, no entanto, para que
se chegue ao ponto de utilização, o meio ambiente não se apresenta como
uma vertente privilegiada.
Em todo o mundo, a mineração e o processamento de minerais
desempenham um importante papel na determinação de problemas do meio
ambiente como o desmatamento, a erosão do solo e a poluição do ar e da água.
Globalmente, o setor minerário é um dos maiores usuários de energia,
contribuindo assim para a poluição do ar e o aquecimento global (YOUNG apud
SCHNEIDER, 2003).
Segundo Gasques et al. (2014) a exploração de minérios pode chegar a
até 50m de profundidade. Para tal, há a remoção de toda a vegetação nativa da
área, árvores são cortadas e toda a camada superficial do solo é destruída,
acabando com as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, tornando-
o estéril, como mostra a figura 2.

Figura 2: Mineradora da VALE em Carajás

Fonte: Vale (2016).


29

Ressalta-se então que, se faz necessário compreender a dimensão que


os impactos do setor da construção civil causam ao meio ambiente, enfatizando
a necessidade de pesquisas e estudos que privilegiem novas vertentes, tanto no
pensar, quanto no agir.

4.2 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Para Karpinsk et al. (2009) as empresas que fornecem insumos para a


construção civil vêm consumindo gradativamente recursos naturais do planeta.
Com o desenvolvimento tecnológico das indústrias e o aumento da população
nos centros urbanos, ocorreu, paralelamente, um aumento crescente da
quantidade e diversidade de poluentes ambientais e, consequentemente, um
comprometimento contínuo da qualidade de vida dos seres vivos no meio
ambiente.
As edificações representam um dos maiores agentes de degradação
ambiental, tanto pelo seu consumo energético, quanto pela contribuição para a
poluição atmosférica, ruído, utilização dos recursos naturais entre outros. Neste
sentido, há um crescente interesse na redução dos impactos ambientais,
associados ao setor da construção civil, seja na fase de produção de materiais
e componentes de edificações, seja na construção, no uso e na demolição da
mesma. (FERREIRA et al., 2008)
O Conselho Internacional para a Pesquisa e Inovação em Construção
(CIB) define a construção sustentável como “o processo holístico para
restabelecer e manter a harmonia entre os ambientes natural e construído e criar
estabelecimentos que confirmem a dignidade humana e estimulem a igualdade
econômica” (CIB, 2002, p.8, apud CORRÊA, 2009). O autor ainda acredita que
o primeiro passo para a sustentabilidade na construção é o compromisso das
empresas da cadeia produtiva a criarem as bases para o desenvolvimento de
projetos efetivamente sustentáveis, apresentando então três pré-condições
fundamentais para a construção dessa base: um projeto de qualidade, sem
informalidade e uma busca constante por inovação.
Mesmo que o conceito de sustentabilidade tenha sido amplamente
discutido ao longo das últimas quatro décadas, é possível, ainda hoje, encontrar
no meio urbano situações notadamente não sustentáveis como: edificações sem
30

conforto térmico/acústico necessitando de elevado consumo de energia elétrica,


a degradação de grandes áreas ambientais, como os lixões, lançamentos de
gases poluentes direto na atmosfera, como indústrias siderúrgicas, destinação
de esgotos domésticos e industriais em cursos d’água que atravessam a cidade,
para citar apenas alguns destes problemas. A Figura 3 apresenta uma situação
em particular desta realidade.

Figura 3: Emissões de gases de efeito estufa do setor de ferro e aço


no estado de Minas Gerais.

Fonte: ONU Brasil (2016)

Percebe-se, portanto, que os processos de engenharia de obras para se


alcançar a sustentabilidade não devem ser isolados. Estes devem envolver
vários setores da sociedade, promovendo ações de educação ambiental,
permitindo que todos os envolvidos tenham conhecimento da importância e
abrangência de suas ações na busca pela sustentabilidade como um todo
(CORRÊA, 2009).

4.3 USOS DO BAMBU NO BRASIL

No Brasil a cultura do bambu como material de construção é vagamente


difundida, como afirma a Revista Especialize On-line IPOG – Goiânia (2014),
não sendo possível encontrar, como na Colômbia por exemplo, o material
disponível para a venda, igual a tantos outros. Infelizmente, o que mais se
comenta a respeito é que o material possui enorme vulnerabilidade e, caso não
seja tratado adequadamente contra insetos e demais pragas seu desempenho
não será satisfatório, no entanto, assim como a madeira, lojas especificas
oferecem o produto já pronto para seu emprego.
31

Outro ponto de grande desvalorização do material, ainda apresentado


pela revista, é a vasta escala de moitas e touceiras encontradas nas
propriedades rurais, partindo do princípio de que quanto maior abundância de
um determinado material, menor é o interesse pela aquisição de outro exemplar.
No entanto, essa fartura deveria ser justamente um dos principais pontos
norteadores para a utilização do bambu no país, Morado (1994) relaciona a
viabilidade econômica favorável do material propriamente ao seu fácil acesso e
sua velocidade de renovação, como mostrado na Figura 4.

Figura 4: Farta oferta de bambu no país

Fonte: Globo Rural (2018)

Contudo, em se tratando de questões econômicas, conforme Pimentel


(1997) o bambu é reputado pela sociedade, que o taxa de material de categoria
inferior, embasado na teoria econômica de que o valor depende da utilidade, no
entanto, caso este princípio fosse seguido de forma genuína, o material poderia
ser favoravelmente empregue, pois, possui inúmeras utilidades mantendo seu
alto padrão de qualidade. Ainda de acordo com Pimentel (1997), é evidente o
potencial que o material possui, que, indo além do âmbito sustentável, pode
reduzir significativamente os custos de uma construção e induzir a geração de
novos empregos.
Como referência construtiva, Marquez (2008) apresenta a obra do Hotel
do Frade em Angra dos Reis, fundamentada na junção do arquiteto colombiano
Simóm Vélez e a empresa Bambu-Jungle, que consiste em uma recepção, como
apresentado na figura 5.
32

Figura 5: Recepção Hotel do Frade

Fonte: (MARQUEZ, 2008)

Em seguida é possível se analisar o restaurante da mesma obra que


também se fundamente em estruturas advindas do bambu, visto na figura 6.

Figura 6: Restaurante Hotel do Frade

Fonte: (MARQUEZ, 2008)

E por último a casa no condomínio Hotel do Frade, apresentada na figura


7, podendo ressaltar que, mesmo que já sejam feitas estruturas imponentes
como esta utilizando o bambu como material, seu potencial construtivo em
armações ainda caminha a passos lentos.
33

Figura 7: Casa no condomínio Hotel do Frade

Fonte: (MARQUEZ, 2008)

Sabe-se que a informação é a principal ferramenta para que se consiga


a mudança de rotina e hábitos. Sendo assim, trabalhos focados nesse tema se
tornam então cada vez mais necessários, uma vez que através do conhecimento
faz-se possível trabalhar no combate as falácias e alavancar o uso do material.

4.4 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS DA UTILIZAÇÃO DO


BAMBU NO CONCRETO ARMADO

Segundo Ghavami (1989, apud Marçal, 2008) as características


mecânicas do bambu são influenciáveis principalmente pelos seguintes fatores:
espécie, idade, tipo de solo, condições climáticas, época da colheita, teor de
umidade das amostras, localização destas com respeito ao comprimento do
colmo, presença ou ausência de nós nas amostras testadas e o tipo de teste
realizado.
O ótimo desempenho estrutural dos bambus quanto à compressão,
torção, flexão e, sobretudo quanto à tração é conferido pela sua volumetria
tubular e pelos arranjos longitudinais de suas fibras que formam feixes de micro
tubos. Tal qual Marçal (2008) a resistência à tração do bambu é elevada e, em
algumas espécies, pode atingir até 370 Mpa, tornando atrativo seu uso como um
substituto para o aço, principalmente quando considerada a razão entre sua
resistência à tração e sua massa específica. O autor diz ainda que em geral, a
resistência à tração do bambu, com ou sem nó, situa-se entre 40 MPa e 215
MPa, e o seu módulo de elasticidade varia entre 5,5 GPa e 18 GPa. Rohr et al.
34

(2015) afirma ainda que, apesar das varas serem estreitas, o material não é
frágil.
Trata-se de um material leve e flexível e, por ter uma elevada relação
peso/resistência, tem sido muito utilizado para a substituição da madeira e do
aço na construção civil. (ROHR et al., 2015), sendo o segundo caso
exemplificado pela Figura 8 onde a) representa a execução de uma estrutura
com bambu substituindo o aço e b) uma estrutura com armadura em aço.

Figura 8: Substituição de aço por bambu em estruturas de concreto


armado.
(a) (b)

Fonte: The Constructor (2017)

A planta exige vários cuidados para que se possa usá-la efetivamente.


Desde o corte, é importante saber o momento e o modo correto de cortar. Quanto
à cura, vários processos de tratamento de secagem são usados, aumentando a
vida útil do bambu em até 25 anos, reduzindo rachaduras e fendas de dilatação
e compressão.
Existem também tratamentos e métodos que previnem o ataque de
fungos e insetos, aumentando a durabilidade, bem como eficiência e proteção
contra umidade. Além disso, é importante tratá-la com biocidas, pois, “o amido
do bambu reage com o cimento, que não endurece”, aponta Morena (2007, apud
Rohr et al., 2015).

4.5 DIMENSIONAMENTO DO BAMBU PARA SUBSTITUIÇÃO DE


ARMADURA NAS ESTRUTURAS
35

Para que o estudo ocorra de forma mais clara, se faz interessante uma
representação de como dimensionar a área útil de bambu, baseado nos
dimensionamentos para área útil de aço. Dito isto, é possível se basear na
bibliografia de Oliveira e Vito (2012), que desenvolveram uma pesquisa onde
foram confeccionadas seis vigas de concreto, sendo três vigas armadas com aço
e três vigas armadas com bambu.
A dimensão adotada foi de 12 cm de largura, 40 cm de altura e 300 cm
de comprimento, tendo como resistência característica a compressão do
concreto utilizado 25 MPa e para as amaduras de aço CA-50. Primeiramente,
foram realizados dimensionamentos para que as vigas de concreto atuassem no
limite do domínio 2/3, sendo os coeficientes de segurança desconsiderados, de
modo que os resultados obtidos no experimento pudessem ser comparados de
forma clara. De posse da área de aço, se obtêm então a área de bambu
equivalente, podendo assim ser feito um comparativo de deslocamento com as
vigas de concreto armadas com aço e as construídas com bambu. O primeiro
passo foi encontrar o momento máximo de cálculo através da Equação 1.
Considerando os dados:
d’ = 4cm
d = 36cm
limite 2/3 x = 0,259 * d
x = 0,259 * 36
x = 9,324cm

Md = 0,68 * fcd * bw * x * (d – 0,4x) (Equação 1)

Onde:

Md = Momento fletor solicitante de cálculo;


Mk = Momento fletor de serviço;
Fcd = Resistência de cálculo do concreto a compressão;
Bw = Largura da seção transversal;
X = Altura da linha neutra, distancia da borda mais comprimida do
concreto até o ponto que têm deformação e tensão nula;
36

D = Altura útil, distância entre o centro de gravidade da armadura


longitudinal tracionada até a fibra mais comprimida do concreto.
Substituindo todos os valores, de acordo com as dimensões e
parâmetros apresentados, juntamente com as considerações feitas pela NBR
6118:2014, pôde-se obter:

Md = 488438,56 kgf * cm e Mk = 31,32 Kn * m


Onde:
Mk= Momento fletor de serviço;
Sendo:
P = carga atuante;
a = distância dos terços do vão;
q = carga distribuída, referente ao peso próprio;
l = comprimento da viga (vão teórico), temos:

𝑞∗ 𝑙²
Mk = P * a + (Equação 2)
8

Novamente, com valores devidamente substituídos, é possível que se


encontre o valor da carga atuante, obtendo:
P = 31,09 KN
Finalmente, para obtenção da área de aço, temos fundamento na
equação 3, mostrada a seguir:

𝑀𝑘
As = (𝑑−0,4𝑥)∗𝑓𝑦𝑘 (Equação 3)

Onde:
As = área de aço;
Mk = momento fletor de serviço;
d = altura útil, distância entre o centro de gravidade da armadura
longitudinal tracionada até a fibra mais comprimida do concreto;
x = altura da linha neutra, distancia da borda mais comprimida do
concreto até o ponto que têm deformação e tensão nula;
fyk = resistência característica de escoamento do aço à tração;
37

Visto isso, o valor final para área de aço é:

As = 1,94 cm² com valor adotado de As = 2,00 cm²

Assim sendo, foram utilizados nas três vigas de concreto armadas com
aço, dois ϕ 10.0 mm e dois ϕ 5.0 mm, somando a área total de 2,00 cm² e na
parte superior como porta estribos dois ϕ 5.0 mm e os estribos utilizados foram
de ϕ 5.0 mm, distribuídos uniformemente a cada 20 cm.
Para encontrar a resistência a tração do bambu foram efetuados ensaios
em sete amostras, conforme os resultados obtidos, a tensão média a tração foi
de 192,2 MPa, de posse deste resultado fazer a equivalência de área de aço
com o bambu se tornou possível, como demonstrado a seguir:
𝐹
αaço = 𝐴
𝑘𝑔𝑓 𝐹
5000𝑐𝑚² = 2,00 𝑐𝑚²

F = 10000 kgf
𝐹
αbambu = 𝐴
𝑘𝑔𝑓 10000
1922 =
𝑐𝑚² 𝐴

A = 5,20 cm² (Área equivalente em bambu)

No entanto, o autor salienta que pelo fato de o bambu possuir a


resistência a tração comprovada e analisando que ao trabalharmos com aço um
coeficiente de segurança sempre é imposto ao cálculo, de forma a majorar a
realidade, agarra-se a este ponto para impor que, caso se trate de uma
edificação térrea popular, única e exclusivamente nestes casos, as barras de aço
podem ser substituídas imediatamente por varas de bambu, desde que
apresentem o mesmo diâmetro, guardando assim um novo dimensionamento
para outras situações. Como este é modelo ao qual o trabalho se baseia,
seguiremos adotando estes parâmetros.
Quanto ao método executivo, segue-se o mesmo padrão que já se é
utilizado para as estruturas em concreto armado realizadas atualmente. São
feitas formas que são posteriormente escoradas e logo após o dimensionamento
38

são executadas as peças, de forma que se posicione a armadura mediante o


imposto em projeto prévio.
É válido ressaltar que alguns autores afirmar que antes da montagem da
armadura em bambu é interessante que sejam feitas ranhuras na peça como
forma de facilitar a penetração da água com particular de cimento Portland para
posterior hidratação e consequentemente, endurecimento, no entanto, o bambu
possui características higroscópicas, fazendo com que essa água seja absorvida
sem a necessidade de intervenções, garantindo assim o funcionamento
hegemônico entre bambu e concreto, respondendo as solicitações da mesma
forma que ocorre no concreto armado com aço.

4.6 ORÇAMENTO

Para Tisaka (2006) saber qual a remuneração que um serviço de


engenharia exige não se limita apenas a parâmetros técnicos, pois também
necessita de conhecimentos legislativos, de mercado, materiais e de mão-de-
obra, no sentido mais amplo possível. Além de que, um orçamento deve ser
transparente e verdadeiro para com os serviços prestados junto à obra de acordo
com o projeto básico e complementares.

4.6.1 Tipos de orçamento

Segundo Mattos (2006) é possível se identificar três classificações


quanto aos tipos de orçamentos, cada uma sendo diferenciada de acordo com
seu grau de detalhamento. Primeiro pode-se falar sobre a estimativa de custos,
onde são feitos comparativos com projetos da mesma linha. O norteador mais
utilizado nesta tipologia é o Custo Unitário Básico (CUB), que valoriza o m²
baseado em diferentes padrões de construção. Lembrando que, justamente por
ser uma estimativa de custos, sua abordagem é bem superficial em quesito de
detalhamentos.
Em seguida, apresenta-se o orçamento preliminar, onde são levantados
quantitativos e alguns serviços já são tributados, geralmente as empresas já
possuem seus próprios tarifários de acordo com os valores pertinentes a região
39

em que trabalham, bem como ao modelo de serviço que executam. Este tipo
consegue ser mais detalhado que o anterior, no entanto, ainda pode possuir uma
margem de erro grande quanto a realidade pois como já foi dito, é dotado de
individualidades.
Por fim, o orçamento analítico, que se tratando de precisão, é o mais
indicado. Aqui, se encontram levantamento de custos diretos, indiretos,
composição dos custos e preço dos insumos, possibilitando assim um valor bem
próximo ao efetivo.

4.6.2 Custos diretos e indiretos

Para Dias (2010) o custo direto é a soma dos itens que podem ser
facilmente medidos: mão-de-obra, processo esse que, para Mattos (2006),
influencia em todos os processos da execução, já sendo quantificado com
impostos, encargos sociais, transporte, EPI’s e benefícios. Junto a isso incluem-
se também equipamentos, materiais e transporte, sendo o cálculo do custo direto
realizado posteriormente as composições analíticas necessárias derivadas dos
projetos.
Já os custos indiretos, segundo Cordeiro (2007), cobrem um somatório
do conjunto de despesas que não podem ser diretamente atribuídos à execução
de um serviço específico, variando em função do local e tipo da obra, dos
impostos e também de exigências do contrato, por exemplo.
Dias (2010) elenca alguns destes fatores, como por exemplo,
administração no local da obra, despesas financeiras, tributos como ISS
(Imposto Sobre Serviço), COFINS (Contribuição Financeira e Social), PIS
(Programa De Integração Social), IRPJ (Imposto De Renda Sobre Pessoa
Jurídica), entre outros.

4.6.3 Composição de custos

Segundo Mattos (2006) citado por Santos (2018), a composição


orçamentária é o processo de determinação dos custos para a execução de um
serviço. O insumo é cada parte que forma a composição, onde são listadas três
40

categorias principais: a execução do serviço, materiais e equipamentos. Cada


item do insumo é colocado na composição com suas respectivas quantidades e
seus custos unitários.
Para Mattos (2006) e Oliveira (2017), os valores dos insumos devem
preferencialmente ser retirados de pesquisas de mercado, sendo feitas
comparações entre empresas com relação ao preço, qualidade e confiabilidade.
Também é possível se utilizar outros modelos de referência de empresas ou
órgãos especializados como as Tabelas de Composições de Preços para
Orçamentos -TCPO, da Editora PINI, e a tabela do Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), que será melhor
descrita mais adiante (apud Santos, 2018).

4.6.4 Tabela SINAPI

A Caixa Econômica Federal (2019), apresenta que o SINAPI é indicado


como fonte oficial de referência dos preços de insumos e de custos de
composições de serviços pelo Decreto 7983/2013 (critérios para orçamento de
referência) e pela Lei 13.303/2016 (Lei das Estatais). Sabe-se também que o
SINAPI não é uma tabela que vincula a adoção de seus valores no
desenvolvimento ou análise de orçamento de obras públicas. É um conjunto de
referências, devidamente caracterizadas em documentação técnica, com
divulgação pública, que possibilita ao usuário realizar o uso consciente e
adequado de suas informações.
Santos (2018) explica que a tabela SINAPI é referência quando se fala
de elaboração de orçamentos analíticos, uma vez que é realizada mensalmente
uma pesquisa, em 27 localidades, de preços, tratamento de dados e formação
de índices em conjunto com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), com o intuito de que a tabela me mantenha a par com os preços do
mercado, tornando-a uma das tabelas mais utilizadas pelos profissionais da
construção civil.

5. METODOLOGIA
41

A elaboração da pesquisa para o desenvolvimento deste trabalho funda-


se no caráter descritivo de forma a atingir os objetivos de explicação do uso de
aço no Brasil, bem como os impactos ambientais por ele causados, atual
exploração do bambu também no Brasil, acompanhado de suas vantagens
construtivas e econômicas, tal qual explanar como a substituição do aço por
bambu pode agregar ao meio sustentável.
Apoia-se também no caráter exploratório, buscando comparativos
financeiros entre aço e bambu, de forma inovadora, uma vez que, como o bambu
possui finalidades estruturais para a construção civil pouco difundidas, seu
alcance econômico, bem como os estudos para a viabilidade de sua
implementação ainda não foram muito explorados, sendo que assim, investigar
esta vertente e apresentar tais dados neste estudo se torna útil e de grande valor
para que possíveis trabalhos futuros possam associar a teoria estudada com a
prática exercida na profissão.
Toda a parte de definição, tanto de aço, quanto de bambu, será feita
através de revisão bibliográfica de livros, artigos e revistas disponíveis no meio
físico e eletrônico. O estudo das propriedades estruturais de ambos em interação
com o concreto também será por revisão bibliográfica, baseada em obras
publicadas por terceiros.
Quanto a análise da viabilidade, o levantamento de custos de aço será
feito com base na tabela SINAPI Mato Grosso Desonerada Sintética. Já para o
bambu, tal levantamento será buscado em uma empresa própria de
fornecimento do material, já tratado e em condições de uso na construção civil.
A análise será apresentada de maneira quali-quantitativa, com coleta de
dados e resultados financeiros numéricos, mas também com observação das
causas destes resultados.
Para que estes procedimentos fossem expressados com maior clareza,
a figura 1 apresenta um fluxograma elaborado com fim de orientação, norteando
assim o desenvolvimento do presente trabalho.
42

Figura 9: Desenvolvimento metodológico

ETAPA 1:
Levantamento
bibliográfico e
revisão
bibliográfica;

ETAPA 2:
Elaboração de
orçamentos;

Etapa 3:
Construção da
comparação
econômica dos
métodos;

Fonte: Do autor (2019).

A fim de explanar o processo, explica-se de forma mais incisiva a


primeira etapa como sendo a que se encontra apoiada em estudos e pesquisas
em diversas fontes como monografias, dissertações de mestrado, livros, sites e
normas técnicas, de forma a levantar, descrever e detalhar os objetivos
apresentados anteriormente. Fazendo assim uma revisão das obras de inúmeros
autores que já se mostraram condizentes ao estudo, com o intuito de embasar
uma nova vertente, os parâmetros econômicos.
Depois de estudada a bibliografia, passou-se à etapa 2 onde de fato são
verificados os custos reais da quantidade de aço que seria utilizada na
construção de uma casa popular, em se tratando da aplicação no concreto
armado, bem como sua equivalência em bambu, margeando valores pela
SINAPI Mato Grosso, referente ao mês de maio de 2019 e em Wenceslau Braz
– PR junto a empresa Bambushow, especializada no tratamento de bambus
para construção civil, desde os usados para acabamento até para os com
funções estruturais.
Tendo acesso aos dados das etapas anteriores se torna possível o
desenvolvimento da etapa 3, finalmente comparando em âmbito financeiro a
utilização de ambos os materiais nos dois diferentes métodos, elencando valores
que precedem um percentual final de resultado obtido na comparação.
43

5.1 DEFINIÇÃO DA EDIFICAÇÃO

A obra em estudo foi executada na cidade de Pontal do Araguaia – MT.


A área do terreno é de 410m², onde 54,55m² foram construídos, tendo área
remanescente de 355,45m². Foi construído para fins de residência familiar pelo
programa de financiamento Minha casa minha vida da concessionária Caixa
Econômica Federal, com sala de TV de área 17,64m² destinada ao
entretenimento e descanso, uma cozinha de área 7,25m² para preparo de
refeições, um quarto com área 7,41m² destinado ao repouso, um banheiro social
de área 3,38m² para uso higiênico, uma área de serviço de 4,68m² para lazer e
lavagem de roupas e um corredor de 1,73m² voltado à ligação e circulação entre
ambientes. A seguir, na figura 10, é possível que se veja a planta baixa da
edificação, com as características descritas.
44

Figura 10: Projeto arquitetônico – planta baixa

A. SERVIÇO
A: 4,68m²

QUARTO
COZINHA
A: 15,16m²
A: 7,25m²

BANHEIRO
A: 3,38m²

SALA
A: 17,64m²

Fonte: Escala Engenharia e Arquitetura (2018).

Na supra estrutura, os pilares e vigas são em concreto armado, conforme


projeto, tendo o fck mínimo de 25 Mpa. As fundações foram executadas nas
dimensões indicadas em projeto de fundações, com fck mínimo de 25 Mpa.
Foram empregados aço CA 50 e CA 60 conforme indicado no projeto estrutural.
As demais especificações do projeto podem ser analisadas de acordo com o
anexo 6.
As formas executadas com chapa compensada para pilares e vigas em
concreto, adaptaram-se perfeitamente às dimensões das peças da estrutura
projetada, sendo que as espessuras das chapas compensadas devem ser
suficientes para suportarem as tensões provocadas pelo peso do concreto e
45

armações; a armadura, definida no projeto estrutural, foi montada no canteiro de


obra, na quantidade e posições indicadas em projeto, amarradas com arame
recozido. Logo após o lançamento, o concreto foi adensado por vibrações
mecânicas. A cura e a desforma foram executadas dentro das normas técnicas.
O projeto arquitetônico e as plantas de formas utilizados na análise
estarão disponíveis no Anexo 1 e 2 deste trabalho, para que se tenha uma noção
mais detalhada da edificação em questão.

5.2 MÉTODOS DE LEVANTAMENTO E COMPARAÇÃO DE DADOS

Inicialmente, como método de levantamento, foram consultados dados


da tabela SINAPI Mato Grosso Desonerada Sintética, referente ao mês de maio
do ano de 2019, a fim de que fosse orçado todo o aço necessário para as
armações da edificação em questão. No anexo 2 é possível que se saiba sobre
a parte estrutural da edificação, bem como no anexo 3 todos os resumos das
áreas de aço, fornecidas pela engenheira responsável pelo projeto. Foram
utilizados aços do tipo CA – 50 e CA – 60 nas variações de diâmetro entre 5, 6.3,
8, 10 e 12.5, todos em milímetros, distribuídos em sapatas, vigas baldrame,
pilares e vigas de respaldo, conforme os anexos citados.
Primeiro, como apresentado no apêndice A, foi montada uma tabela
elencando a quantidade de quilogramas correspondente a cada bitola
categorizado em sapatas e vigas baldrame, posteriormente, o mesmo foi feito
para pilares e vigas de respaldo, como visto nos apêndices B e C,
respectivamente, como exemplificado abaixo.

Tabela 3: Modelo de tabelas dos apêndices A, B e C.

RESUMO DO AÇO
CATEGORIA X
CA-50 CA-60
DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg) DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg)
- - - -
Fonte: A autora (2019).

Em seguida, de posse dos valores obtidos na SINAPI, lembrando que o


valor é dado a cada quilograma onde em sua composição é dada por arame
46

recozido, espaçadores, corte e dobra proveniente da tipologia de aço


empregada, armado e ajudante de armador, ambos já acrescidos de seus
encargos complementares, que se encontrara melhor exemplificado no anexo 4,
foi possível o desenvolvimento das tabelas que se encontram nos apêndices D,
E e F, onde o custo de cada quilograma foi multiplicado pela quantidade total
apresentada anteriormente, de sapatas e vigas baldrame, pilares e vigas de
respaldo, nesta sequência.
Tabela 4: Modelo de tabelas dos apêndices D, E e F.
RESUMO DO AÇO
CATEGORIA X
CA-50 CA-60
DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg) CUSTO (Kg) TOTAL DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg) CUSTO (Kg) TOTAL
0 0 R$ - R$ - 0 0 R$ - R$ -

Fonte: A autora (2019).

Tendo finalizado a parte em aço, restava que se soubesse o valor


correspondente para o bambu, ponto de maior foco da pesquisa. É interessante
que se ressalte alguns pontos que a empresa Bambu Show, a qual, em tese
seria a fornecedora do produto, colocou. Mesmo tendo inúmeros tipos
disponíveis da planta, por ser uma espécie natural, é impossível que se escolha
a espécie e só depois o seu diâmetro, logo, a espécie com a qual pode-se
trabalhar refere-se a cana da índia tratada, ou cientificamente, phillostachys
aurea, que oferece troncos de 5 até 17 milímetros. Quanto às vendas desta
espécie, são feitas em pacotes fechados constituídos de 30 metros lineares do
diâmetro escolhido, pesando cerca de 3 quilogramas cada pacote.
O fornecedor ainda salienta que o bambu é tratado por cozimento em
imersão na Estação de Tratamento Bambu Show Brasil e recebe também uma
camada de biocida, o que minimiza o efeito de apodrecimento por fungos,
bactérias e brocas e como aponta Morena (2007, apud Rohr et al., 2015), a
preocupação com a aplicação de biocida, impede que o cimento não endureça
mediante o amido presente na espécie vegetal, no entanto, dependendo da
utilização se recomenda aplicação de selador à base de resina nitrocelulose,
comumente conhecidos como seladores de madeira. Tudo o que foi explanado
se encontra de forma melhor detalhada no anexo 6, ao final deste trabalho.
Tendo ciência destas informações e voltando ao anexo 3, onde antes o
que interessava era a quantidade de quilogramas utilizada, agora a base de
47

informação é o comprimento total necessário em cada caso, que em seguida


será multiplicado pelo valor do bambu, lembrando que o valor já é dado para 30
metros, correspondente aos 3 quilogramas explicados mais acima, acrescidos
do valor dos espaçadores junto a mão de obra, como mostra o anexo 5. Os
resultados deste procedimento se encontram nos apêndices G, H e I, com os
correspondentes para sapatas e vigas baldrame, pilares e vigas de respaldo.

Tabela 5: Modelo de tabelas dos apêndices G, H e I.


RESUMO DO BAMBU
CATEGORIA X
CA-50 CA-60
DIÂMETRO (mm)COMPRIMENTO (m)CUSTO (30m) TOTAL DIÂMETRO (mm) COMPRIMENTO (m) CUSTO (30m) TOTAL
0 0 R$ - R$ - 0 0 R$ - R$ -

Fonte: A autora (2019).

Quanto aos custos referentes as formas e ao concreto, estes não entram


na cotação pois permanecem inalterados em ambos os métodos construtivos,
não acarretando diferenças entre a comparação de preços.

6. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Após toda a revisão bibliográfica, e estando agora com a certeza de que


o trabalho tem embasamento de toda a parte estrutural, fica então pôr fim a
necessidade de se realizar o que era proposto desde o início, identificar os
custos relativos a cada caso para que fosse assim possível compará-los e poder
ter parâmetros de resultados reais, economicamente falando.
Como já explanado na metodologia, o levantamento foi realizado e agora
se faz possível a comparação, inicialmente, é importante que se saiba que as
divisões passaram por uma subcategorização de forma que, além de que se
possa discorrer sobre valores referenciais, também se tenha um resultado mais
detalhado sobre onde cada valor se encontra sendo empregado, podendo assim,
ter exatamente como discutir de forma pontual onde a obra consegue ser mais
vantajosa financeiramente com a substituição.
No gráfico 2 se encontram dados a respeitos da parte de fundação,
sendo orçadas as sapatas e vigas baldrames, como se pode ver em seguida:
48

Gráfico 2: Comparação de custos para sapatas e vigas baldrame

SAPATAS E VIGAS
BALDRAME
SAPATAS E VIGAS BALDRAME

R$3.000,00 R$2.516,18

R$2.000,00

R$826,58
R$1.000,00

R$-
AÇO BAMBU

Fonte: Autor (2019)


Para a edificação anteriormente especificada, toda a armação em aço,
orçada através da SINAPI Mato Grosso – maio 2019 obteve-se um valor total de
R$2516,18, contra R$826,58 em bambu, orçado a partir dos parâmetros já
citados na metodologia, o que já representa cerca de 67% de redução no custo
desta etapa.
Bem como no gráfico explicado anteriormente, o gráfico 3 apresenta o
mesmo tipo de comparativo, contudo, agora para os pilares da edificação.

Gráfico 3: Comparação de custos para pilares

PILARES
PILARES

R$1.500,00 R$1.336,82

R$1.000,00

R$500,00 R$388,40

R$-
AÇO BAMBU

Fonte: Autor (2019)


49

A armação neste momento totalizou R$ 1336,82, por outro lado, caso o


bambu tivesse sido empregado, o valor ficaria em R$ 388,40, o que para esta
etapa representa aproximadamente 71% de redução de custos.
Por último, mas não menos importante, o gráfico 4 apresenta as vigas
de respaldo. Primeiramente, o aço utilizado em toda essa parte da edificação
finalizou em R$1693,27, enquanto as armações em bambu ficariam em
R$598,65, compondo assim uma redução de aproximadamente 64,6% nos
custos.

Gráfico 4: Comparação de custos para vigas de respaldo

VIGAS DE RESPALDO
VIGAS DE RESPALDO

R$2.000,00 R$1.693,27
R$1.500,00
R$1.000,00 R$598,65
R$500,00
R$-
AÇO BAMBU

Fonte: Autor (2019)

De uma forma geral, o resultado se mostrou extremamente satisfatório,


pois se tratando de todas as armações, o aço chegaria ao montante de
R$5546,27, contra os valores para o bambu, cotado em R$1813,63, o que resulta
cerca de 67% na redução do valor do custo total, porcentagem interessantíssima
financeiramente e que fica ainda mais valorizada por ser uma abordagem com
um apelo social gigantesco. É possível que se veja o comparativo com mais
clareza no gráfico 5.
50

Gráfico 5: Comparação de custos

COMPARATIVO TOTAL

AÇO; R$5.546,27
R$6.000,00
BAMBU;
R$4.000,00 R$1.813,63
R$2.000,00
COMPARATIVO TOTAL
R$0,00
AÇO BAMBU

COMPARATIVO TOTAL

Fonte: Autor (2019)

Como dito por Sartori (2004) apud Rohr (2015), a aplicação do bambu
em paredes, pilares e vigas apresenta uma redução de até 40% do custo da
obra, no entanto, com a pesquisa detalhada, o retorno financeiro foi muito mais
atraente. Porém, por estar sendo orçado no município de Barra do Garças - MT
e a empresa fornecedora do material se encontrar no estado do Paraná, um valor
importante a se considerar seria o transporte.
Segundo a Agência Nacional de Transporte Terrestre – ANTT (2019),
em sua tabela de piso mínimo, que leva em consideração o tipo de carga, veículo
utilizado e quilometragem a ser percorrida é possível que se tenha um valor
muito próximo ao real, logo, considerando que se trata de uma carga geral,
caminhão tipo truck dois eixos e um trecho de 1177Km a ser percorrido, o valor
tarifado apenas para o transporte ficou em R$2201,01, acarretando uma
diferença considerável nos valores finais, como mostra o gráfico 6.
51

Gráfico 6: Comparação de custos total incluindo o frete

COMPARATIVO TOTAL COM FRETE

AÇO; R$5.546,27 BAMBU;


R$6.000,00 R$3.934,64
R$4.000,00
R$2.000,00
COMPARATIVO TOTAL
R$0,00
AÇO BAMBU

COMPARATIVO TOTAL

Fonte: Autor (2019)

Em análise, mesmo após acréscimos de frete, o bambu ainda assim


seria vantajoso, ofertando uma redução na faixa de 29,06%, contudo, sabendo
o potencial que o material possui de economia, individualmente falando,
vertentes como o frete só reforçam ainda mais a necessidade de pesquisas como
esta, pois, uma vez que o conhecimento seja difundido, mais empresas se
interessaram em trabalhar com este material, se espalhando assim por todo o
país, onde, dessa forma, o trabalho com esse tipo de inovação se tornaria muito
mais acessível em qualquer lugar, deixando para trás valores exorbitantes como
o cotado para esta pesquisa.
Quanto a seladora de madeira, que pode trazer ainda mais segurança
para o material, mesmo que este já seja tratado, não aparece nas tabelas por
possuir um valor irrisório, não alterando o resultado final positivo.
Na pesquisa, pode-se evidenciar que a construção civil é o setor que
mais consome produtos siderúrgicos no Brasil, ficando claro ainda que o aço
para ser obtido, consome grandes quantidades energia fóssil, com emissão de
gases que acabam por contribuir para o efeito estufa, junto a uma fabricação que
depende das jazidas de minério de ferro, as quais se constituem em fontes não
renováveis de matéria prima, acabando com as propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo, tornando-o estéril.
52

Sua reciclagem também consome grande quantidade de energia, o que


encarece de forma substancial o produto final. Logo, mesmo que haja uma certa
facilidade para a construção com este material, seja em coberturas, fachadas,
parte estrutural ou decoração e que também se tenha pontos positivos em
quesitos como beleza e agilidade, o meio ambiente não é fator privilegiado desta
equação, assim como as questões econômicas também não são.
Sabendo que para a obtenção do aço acontecem lançamentos de gases
poluentes direto na atmosfera, provenientes das indústrias siderúrgicas, a
inovação entra justamente no ponto em que o bambu é um material com ótimo
desempenho estrutural, tanto quanto à compressão, torção, flexão, como
também e sobretudo, quanto à tração, que são conferidos por sua volumetria
tubular e pelos arranjos longitudinais de suas fibras, que formam feixes de micro
tubos.
Trata-se de um material leve e flexível e, por ter uma elevada relação
peso/resistência, tem sido muito utilizado para a substituição da madeira e do
aço na construção civil. Material como o bambu não é poluente, não requer
grande consumo de energia e oxigênio em seu processo de preparo; sua fonte
é renovável e de baixo custo, o que torna a substituição muito interessante.

7. CONCLUSÃO

O setor da construção civil é de longe um dos que mais causam impactos


no meio ambiente para que possa se desenvolver, felizmente a situação não é
imutável, dessa forma, as questões socioambientais se apresentam cada vez
mais imponentes em busca do seu espaço, fazendo com que empresas e
profissionais busquem cada vez mais novos materiais e métodos para
construções eficientes e sustentáveis.
A substituição do aço por bambu nas estruturas de concreto armado para
a construção de casas populares se mostrou prometedora como alternativa
sustentável, por partir de uma fonte renovável, de rápido crescimento, leve,
quase nada dispendiosa de energia em sua produção, pouco onerosa até que
se chegue em ponto de utilização e extremamente resistente, além de ser
financeiramente muito vantajosa depois da obra finalizada.
53

Ainda assim, as barreiras culturais sabotam esse tipo de sistema


construtivo, pois a sociedade ainda enxerga o material como extremamente
frágil, impedido que o material conquiste visibilidade no país. Justamente por
culturas desse tipo que essa pesquisa se torna ainda mais relevante, pois a
informação é o único método para que consigamos fazer algo diferente do que
já se encontra enraizado na sociedade.
Essa pesquisa teve o fim de evidenciar o uso do bambu como uma
solução possível não somente de forma estrutural, mas também sustentável e
economicamente rentável, comparando seus custos com o do aço. A análise dos
resultados mostrou que é possível que se construa de forma sustentável, com
redução imediata de aproximadamente 29,06% do custo base referente ao
método utilizado atualmente, gerando frustação pelo fato de o único motivo de o
sistema ainda não ser implantado serem as barreiras e falta de informações
sociais.
Desta forma, empresas, profissionais e também os consumidores devem
se atentar para que não sigam encabrestados por costumes sociais, deixando
que sua maneira de pensar e agir se molde apenas no que já existe, pois sempre
foi feito assim. É hora de colocar os procedimentos e sistemas tradicionais de
lado e a partir de uma nova necessidade desenvolver alternativas sustentáveis,
estimulando o crescimento dos fornecedores do material juntamente a sua ampla
utilização, visando retornos sociais e econômicos imediatos.
Ainda que a área não seja muito difundida, existem vastas possibilidades
para que a pesquisa seja complementada e dessa forma ganhe uma
repercussão maior. Uma vez que se sabe que é possível que o material seja
utilizado, estruturalmente, e agora confirmando que também é viável
financeiramente, seria interessante que se soubesse até qual ponto isso seria
válido, pois, até aqui, podemos afirmar resultados referentes a edificações
populares, menos solicitadas estruturalmente.
Como sugestão de trabalhos futuros, ensaios de resistência para
edificações multipavimentos seriam extremamente bem-vindos, juntamente a
uma pesquisa que abordasse até qual ponto esse método continuaria sendo
viável financeiramente, complementando assim os dados obtidos neste trabalho.
54

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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pisos mínimo (válida a partir de 20/07/2019). 2019. Disponível em: <
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60

APÊNDICE A: Resumo do aço para sapatas e vigas baldrame

RESUMO DO AÇO
SAPATAS E VIGAS BALDRAME
CA-50 CA-60
DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg) DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg)
6,3 53,7 5 49,6
8 73,2
10 74,5
12,5 6

APÊNDICE B: Resumo do aço para pilares

RESUMO DO AÇO
PILARES
CA-50 CA-60
DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg) DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg)
10 116,8 5 33,1

APÊNDICE C: Resumo do aço para vigas de respaldo

RESUMO DO AÇO
VIGAS DE RESPALDO
CA-50 CA-60
DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg) DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg)
8 104,2 5 50,8
10 6,8

APÊNDICE D: Resumo de custo do aço para sapatas e vigas baldrame


RESUMO DO AÇO
SAPATAS E VIGAS BALDRAME
CA-50 CA-60
DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg) CUSTO (Kg) TOTAL DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg) CUSTO (Kg) TOTAL
6,3 53,7 R$ 10,29 R$ 552,57 5 49,6 R$ 11,80 R$ 585,28
8 73,2 R$ 9,95 R$ 728,34
10 74,5 R$ 8,14 R$ 606,43
12,5 6 R$ 7,26 R$ 43,56

CUSTO TOTAL R$ 2.516,18


61

APÊNDICE E: Resumo de custo do aço para pilares


RESUMO DO AÇO
PILARES
CA-50 CA-60
DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg) CUSTO (Kg) TOTAL DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg) CUSTO (Kg) TOTAL
10 116,8 R$ 8,09 R$ 944,91 5 33,1 R$ 11,84 R$ 391,90

CUSTO TOTAL R$ 1.336,82

APÊNDICE F: Resumo de custo do aço para vigas de respaldo


RESUMO DO AÇO
VIGAS DE RESPALDO
CA-50 CA-60
DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg) CUSTO (Kg) TOTAL DIÂMETRO (mm) PESO + 10% (Kg) CUSTO (Kg) TOTAL
8 104,2 R$ 9,95 R$ 1.036,79 5 50,8 R$ 11,84 R$ 601,47
10 6,8 R$ 8,09 R$ 55,01

CUSTO TOTAL R$ 1.693,27

APÊNDICE G: Resumo de custo do bambu para sapatas e vigas


baldrame
RESUMO DO BAMBU
SAPATAS E VIGAS BALDRAMES
CA-50 CA-60
DIÂMETRO (mm)COMPRIMENTO (m)CUSTO (30m) TOTAL DIÂMETRO (mm) COMPRIMENTO (m) CUSTO (30m) TOTAL
6,3 199,4 R$ 31,72 R$ 210,83 5 293 R$ 35,80 R$ 349,65
8 168,7 R$ 28,87 R$ 162,35
10 109,8 R$ 27,04 R$ 98,97
12,5 5,6 R$ 25,66 R$ 4,79

CUSTO TOTAL R$ 826,58

APÊNDICE H: Resumo de custo do bambu para pilares


RESUMO DO BAMBU
PILARES
CA-50 CA-60
DIÂMETRO (mm)COMPRIMENTO (m)CUSTO (30m) TOTAL DIÂMETRO (mm) COMPRIMENTO (m) CUSTO (30m) TOTAL
10 172,3 R$ 26,98 R$ 154,96 5 195,3 R$ 35,86 R$ 233,45

CUSTO TOTAL R$ 388,40


62

APÊNDICE I: Resumo de custo do bambu para vigas de respaldo


RESUMO DO BAMBU
VIGAS DE RESPALDO
CA-50 CA-60
DIÂMETRO (mm)COMPRIMENTO (m)CUSTO (30m) TOTAL DIÂMETRO (mm) COMPRIMENTO (m) CUSTO (30m) TOTAL
8 240,1 R$ 28,93 R$ 231,54 5 299,6 R$ 35,86 R$ 358,12
10 10 R$ 26,98 R$ 8,99

CUSTO TOTAL R$ 598,65


63

ANEXO 1: Projeto arquitetônico da edificação popular

01
B
782.5
302.5 15 435 15

15
J 01
A. SERVIÇO
A: 4,68m²
155
15

348.5

378.5
523.5
QUARTO
COZINHA
A: 15,16m²
A: 7,25m²
P 01

15
P 01 BANHEIRO
01 A: 3,38m² 01

130
J 02

145
A A
950.5

15
765.5

134 15 260 15
409

SALA
A: 17,64m²
427

P 01
15

15 302.5 15
332.5
01
B
64

460 Corte AA – Escala 1:50

COZINHA BANHEIRO
+0,10 +0,05

Corte BB – Escala 1:50

A. SERVIÇO COZINHA
+0,05 +0,10 SALA +0,10
65

ANEXO 2: Projeto estrutural da edificação

782.3
15 302.4 15 425 25

P1 P2 P3
15x25 V115x30 15x25 V2 15x30 15x25

15

15
25

V11
140
V9

435

V3 15x30

V14 15x30
15

338.6
328.6

348.6
V9 15x30

V1115x30
183.6

P4 P5 P6
15x25 15x25
V4 V4 15x30 15x25

15
25

25
V13 15x30
436.2 15x30 15 260 15

120
V12130

P8 15
V8 15x30

26.2
P7
950.4

950.4
V5
15x25 V5 15x30 15x25
41.2
243

15

25
765.4

P9
15x25
25

V10 15x30

401.8
V7 15x30
278.8

288.8

P10 P11
15x25 V6 15x30 15x25
15
25

25

15 302.4 15 10 383.8 15
741.2

Forma do pavimento Baldrame


escala 1:50

Legenda dos pilares


Pilar que morre

Pilar que passa

Pilar que nasce

Pilar com mudança de seção


66

782.3
15 302.4 15 425 25

P1 P2 P3
15x25 V115x25 15x25 V2 15x25 15x25

15

15
25

V11

V13
140
435

V3 15x25

V16 15x25
15

338.6
328.6

348.6
V1115x25

V13 15x25
193.6

P4 P5 P6
15x25 15x25 15x25
V4 15x25 V5 V5 15x25
15
25

25
V15 15x25
436.2 15 260 15

15x25

120
V14130
P7
V10 15x25

26.2 15
950.4

950.4
41.2
15x25 V6 V6 15x25
243

253

15

25
P8
15x25
V12

P9
15x25 V7 15x25
15
25

401.8
V9 15x25

V12 15x25
278.8

288.8

P10 P11
15x25 15x25
V8 15x25
15
25

25

15 302.4 15 10 383.8 15
741.2

Forma do pavimento Térreo


escala 1:50

Legenda dos pilares


Pilar que morre

Pilar que passa

Pilar que nasce

Pilar com mudança de seção


67

ANEXO 3: Resumos de aço da edificação

RESUMO DO AÇO
SAPATAS RESUMO DO AÇO
VIGAS BALDRAME
AÇO DIAM C.TOTAL PESO + 10%
(mm) (m) (kg) AÇO DIAM C.TOTAL PESO + 10%
CA50 6.3 199.4 53.7 (mm) (m) (kg)
10.0 64.9 44 CA50 8.0 168.7 73.2
12.5 5.6 6 10.0 44.9 30.5
CA60 5.0 54 9.1 CA60 5.0 239 40.5
PESO TOTAL PESO TOTAL
(kg) (kg)

CA50 103.6 CA50 103.7


CA60 9.1 CA60 40.5

Volume de concreto (C-25) = 1.80 m³ Volume de concreto (C-35) = 2.19 m³


Área de forma = 15.04 m² Área de forma = 36.53 m²

RESUMO DO AÇO RESUMO DO AÇO


PILARES VIGAS DE RESPALDO

AÇO DIAM C.TOTAL PESO + 10% AÇO DIAM C.TOTAL PESO + 10%
(mm) (m) (kg) (mm) (m) (kg)
CA50 10.0 172.3 116.8 CA50 8.0 240.1 104.2
CA60 5.0 195.3 33.1 10.0 10 6.8
CA60 5.0 299.6 50.8
PESO TOTAL PESO TOTAL
(kg) (kg)
CA50 116.8 CA50 111
CA60 33.1 CA60 50.8

Volume de concreto (C-25) = 1.24 m³ Volume de concreto (C-35) = 2.08 m³


Área de forma = 26.40 m² Área de forma = 35.98 m²
TABELA SINAPI
SAPATAS E VIGAS BALDRAME
CÓDIGO DESCRIÇÃO PREÇO/KG
96543 ARMAÇÃO DE BLOCO, VIGA BALDRAME E SAPATA UTILIZANDO AÇO CA-60 DE 5 MM - MONTAGEM. AF_06/2017 R$ 11,80
96544 ARMAÇÃO DE BLOCO, VIGA BALDRAME OU SAPATA UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - MONTAGEM. AF_06/2017 R$ 10,29
96545 ARMAÇÃO DE BLOCO, VIGA BALDRAME OU SAPATA UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 8 MM - MONTAGEM. AF_06/2017 R$ 9,95
96546 ARMAÇÃO DE BLOCO, VIGA BALDRAME OU SAPATA UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 10 MM - MONTAGEM. AF_06/2017 R$ 8,14
96547 ARMAÇÃO DE BLOCO, VIGA BALDRAME OU SAPATA UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - MONTAGEM. AF_06/2017 R$ 7,26

PILARES E VIGAS DE RESPALDO

CÓDIGO DESCRIÇÃO PREÇO/KG


ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO
92775 EM UMA EDIFICAÇÃO TÉRREA OU SOBRADO UTILIZANDO AÇO CA-60 DE 5,0 MM - R$ 11,84
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO
92776 EM UMA EDIFICAÇÃO TÉRREA OU SOBRADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 6,3 MM - R$ 10,33
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO
92777 EM UMA EDIFICAÇÃO TÉRREA OU SOBRADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 8,0 MM - R$ 9,95
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO
92778 EM UMA EDIFICAÇÃO TÉRREA OU SOBRADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 10 MM - R$ 8,09
ARMAÇÃO DE PILAR OU VIGA DE UMA ESTRUTURA CONVENCIONAL DE CONCRETO ARMADO
92779 EM UMA EDIFICAÇÃO TÉRREA OU SOBRADO UTILIZANDO AÇO CA-50 DE 12,5 MM - R$ 7,16

Nota: Todos os item já são compostos por: arame recozido 18 BWG; espaçador/distanciador circular com entrada lateral, em plástico, para
ANEXO 4: Composição de custos para o aço através da tabela SINAPI

vergalhão; corte e dobra de aço utilizado em estruturas diversas, exceto lajes; armador e ajudante de armador, já com os encargos
complementares.
68
69

ANEXO 5: Composição de custos para o bambu por parte do fornecedor


Bambu Show associado a tabela SINAPI

TABELA DE COMPOSIÇÃO DE CUSTOS PARA O BAMBU


SAPATAS E VIGAS BALDRAME
DIÂMETRO (mm) COMPOSIÇÃO PREÇO/3KG

Bambu espécie cana da índia tratada - cor natural R$ 22,00


Espaçador/distanciador circular com entrada lateral, R$ 0,87
5,0 Mão de obra R$ 12,93
TOTAL R$ 35,80
Bambu espécie cana da índia tratada - cor natural R$ 22,00
Espaçador/distanciador circular com entrada lateral, R$ 0,51
6,3 Mão de obra R$ 9,21
TOTAL R$ 31,72
Bambu espécie cana da índia tratada - cor natural R$ 22,00
Espaçador/distanciador circular com entrada lateral, R$ 0,30
8,0 Mão de obra R$ 6,57
TOTAL R$ 28,87
Bambu espécie cana da índia tratada - cor natural R$ 22,00
Espaçador/distanciador circular com entrada lateral, R$ 0,18
10,0 Mão de obra R$ 4,86
TOTAL R$ 27,04
Bambu espécie cana da índia tratada - cor natural R$ 22,00
Espaçador/distanciador circular com entrada lateral, R$ 0,12
12,5 Mão de obra R$ 3,54
TOTAL R$ 25,66
PILARES E VIGAS DE RESPALDO
Bambu espécie cana da índia tratada - cor natural R$ 22,00
Espaçador/distanciador circular com entrada lateral, R$ 0,51
5,0 Mão de obra R$ 13,35
TOTAL R$ 35,86
Bambu espécie cana da índia tratada - cor natural R$ 22,00
Espaçador/distanciador circular com entrada lateral, R$ 0,42
6,3 Mão de obra R$ 9,45
TOTAL R$ 31,87
Bambu espécie cana da índia tratada - cor natural R$ 22,00
Espaçador/distanciador circular com entrada lateral, R$ 0,33
8,0 Mão de obra R$ 6,60
TOTAL R$ 28,93
Bambu espécie cana da índia tratada - cor natural R$ 22,00
Espaçador/distanciador circular com entrada lateral, R$ 0,24
10,0 Mão de obra R$ 4,74
TOTAL R$ 26,98
Bambu espécie cana da índia tratada - cor natural R$ 22,00
Espaçador/distanciador circular com entrada lateral, R$ 0,15
12,5 Mão de obra R$ 3,33
TOTAL R$ 25,48
Nota: Tanto para espaçadores quanto para mão de obra, os valores foram retirados
da tabela de composições analíticas SINAPI
e possuem os mesmos códigos e tarifários referente aos aços de mesmo diâmetro.
70

ANEXO 6: Tarifário da empresa Bambu Show

TABELA PROFISSIONAIS - 2019

CANA DA ÍNDIA TRATADA - COR NATURAL


Phillostachys aurea
Peso/dúzia Comprimento
Número Diâmetro ( cm) R$ / Dúzia
(Kilos) varas ( m )
1* 0,5 a 1,7 3 1,0 a 2,7 22
2L** 3a6 22 2,8 a 3,0 29
2 1,5 a 2,4 6,79 2,8 a 3,0 33,5
3 2,5 a 3,4 7,43 2,8 a 3,0 38
4 3,5 a 4,4 16,15 2,8 a 3,0 42
5 4,5 a 5,4 23,09 2,8 a 3,0 49

6 acima de 5,5 29,72 2,8 a 3,0 61

35F 2,0 A 3,5 9 3,5 51


35G 3,6 a 5,5 24 3,5 67

Obs.: * Pacote com 30m lineares / ** Produto 2ª. Linha- sem padrão de cor, pecas
tortas, maior conicidade
CANA DA ÍNDIA TRATADA - COR FLAMBADA
 Acréscimo de R$ 11,00/dz. no valor da nº 2/3 e 14,00/dz no valor final da nº
/4/5/6.
 Acréscimo de R$ 14,00/dz. no valor da nº 35F e 16,00/dz no valor final da 35G.

ESPECIFICAÇÕES DO PRODUTO
 Nosso bambu é tratado com biocida e por: cozimento em imersão
(Philostachys) e Octoborato (dendrocalamus), na Estação de Tratamento
Bambu Show Brasil, o que minimiza o efeito de apodrecimento por fungos,
bactérias e brocas.

 Recomendamos aplicação de selador à base de resina nitrocelulose, resina


de poliuretano, stain impregnante, verniz marítimo ou resina acrílica
dependendo da sua utilização.

 Fazer a manutenção semestral com os produtos citados caso sua


utilização seja externa.

 Tabela profissionais - pedido mínimo 10 dúzias (podendo ser der diferentes


diâmetros, desde que dúzia completa).
71

 Valores para preço à vista.

 Por se tratar de produto natural, cada peça é exclusiva, tendo variações de


cor, formatos, pequenas curvaturas.

 Frete por conta do comprador

 Prazo de envio – a combinar

 Envio de mercadoria com comprovação de pagamento.

BAMBU SHOW BRASIL LTDA – ME


Fábrica – R. Nakamura, 123 – Bairro Olho d’água.
Wenceslau Braz - PR
Blog : www.bambushow.blogspot.com
e-mail : bambushow@hotmail.com
Contato : Carlos ( 43) 9 9637-5353 ( tim ) / ou (43) 3528-4284
Razão Social – Bambu Show Brasil Ltda. ME
CNPJ : 27.399.701/00001-00
I.E. : 90.747.080-61
72

ANEXO 7: Memorial descritivo da edificação

MEMORIAL DESCRITIVO

Endereço: Avenida Esmeralda de Souza Lopes (Antiga Avenida C),


Lote 19, QD 50, Loteamento Pontal do Araguaia - MT, CEP 78698000
Proprietário Legal: Thiago Assis da Silva
Autor do Projeto: Jéssica Fratari Queiroz Sanchez CAU –BR /
A126498-2
Objetivo Social: Residência

1.0 ESPECIFICAÇÕES DA OBRA:

A obra será executada na Avenida C, lote 19, quadra 50, loteamento


Pontal do Araguaia, na cidade de Pontal do Araguaia – MT, proprietário Thiago
Assis da Silva. A área do terreno é de 410m², destes 54,55 m² serão construídos
e sobrando uma área remanescente de 355,45m². Será construído uma
residência familiar.

1.1 DESCRIÇÃO DOS AMBIENTES:

- SALA DE TV
Área: 15,88m²
Função: destinado ao entretenimento e descanso
Piso: Cerâmica
Paredes: pintura látex PVA
Forro: gesso
Janelas: duas janelas de vidro blindex basculantes
Portas: uma porta de correr vidro blindex e outra de Madeira de abrir.

- COZINHA
Área: 7,25m²
Função: destinado ao preparo de refeições.
Piso: Cerâmica
Paredes: pintura látex PVA
Forro: gesso

- CORREDOR
Área: 1,73m²
Função: destinado à ligação e circulação entre ambientes
Piso: Cerâmica
Paredes: pintura látex PVA
73

Forro: gesso

- QUARTO
Área: 15,16m²
Função: destinado ao repouso
Piso: Cerâmica
Paredes: pintura látex PVA
Forro: gesso
Janelas: uma janela de correr de vidro blindex
Portas: uma porta de madeira de abrir

- BANHEIRO SOCIAL
Área: 3,38m²
Função: uso higiênico
Piso: Cerâmica
Paredes: Cerâmica
Forro: gesso
Janelas: uma janela de vidro blindex basculante
Portas: uma porta de madeira de abrir

- AREA DE SERVIÇO
Área: 4,68m²
Função: destinado ao lazer e lavagem de roupas
Piso: Cerâmica
Paredes: pintura acrílica.

2.0 SERVIÇOS PRELIMINARES, GERAIS E INFRAESTRUTURA:

Será realizada a limpeza do terreno, implantação do canteiro de obras


dimensionado de acordo com o porte e necessidades da obra com as respectivas
ligações provisórias.
A locação da obra deverá ser executada conforme projeto aprovado,
utilizando instrumentos e métodos adequados.
A demarcação será feita pelo método de gabarito. O gabarito será executado
em madeira, envolvendo todo o perímetro da obra. As tábuas que compõem
esses quadros precisam ser niveladas, alinhadas, aprumadas, bem como
fixadas em barrotes (3’’x3’’) e travadas para resistirem à tensão dos fios de
demarcação sem oscilar ou deslocar da posição correta.

3.0 SUPRA ESTRUTURA

Os pilares, vigas e lajes serão em concreto armado, conforme projeto, tendo


o fck mínimo de 25 MPa .
Serão executadas fundações conforme projeto, nas dimensões indicadas em
projeto de fundações, com fck mínimo de 25 MPa. Deverá ser empregado aço
CA 50 e CA 60 conforme indicado no projeto estrutural.
74

As formas executadas com chapa compensada para pilares, vigas e lajes em


concreto, devem adaptar-se perfeitamente às dimensões das peças da estrutura
projetada. As espessuras das chapas compensadas devem ser suficientes para
suportarem as tensões provocadas pelo peso do concreto e armações; a
armadura, definida no projeto estrutural, será montada no canteiro de obra, na
quantidade e posições indicadas no projeto, amarradas com arame recozido.
Logo após o lançamento, o concreto deverá ser adensado por vibrações
mecânicas. A cura e a desforma serão executadas dentro das normas técnicas.
Observação: Todas as medidas de cotas deverão ser conferidas no local.

4.0 PAREDES

Todas as paredes serão em alvenaria cerâmica empregando tijolos de 6


furos e assentados com argamassa de cimento no traço 1:3. As primeiras fiadas
de todas as paredes serão assentados com argamassa e impermeabilizante
para evitar umidade por capilaridade.
As alvenarias deverão ser executadas com obediência a planicidade,
prumo e alinhamento.

5.0 ESQUADRIAS, VIDROS

Será instalada na entrada da sala de tv uma porta de madeira de abrir 80x210


e na entrada da cozinha uma porta de vidro temperado (blindex) com dimensão
150x210cm, sendo uma folha folha fixa, no banheiro social a porta será de
madeira com batente de madeira com dimensão 80x210cm assim como na porta
do quarto. Será instalada no banheiro uma janela de vidro do tipo basculante
60x60, na sala duas janelas basculantes 60x160, e no quarto 150x100.

6.0 LAJE, FORRO, COBERTURA.

A residência não será de laje.


O forro da casa será de gesso, ficando com o pé direito de 3,00.
A cobertura será de platibanda com telha de fibrocimento. As calhas e rufos
em chapas metálicas zincadas.

7.0 REVESTIMENTO ACABAMENTOS E PINTURA

PISO: Todas as dependências serão revestidas com cerâmica e


rodapé de cerâmica.
75

PAREDES: As paredes internas serão revestidas com chapisco


médio/reboco tipo paulista, aprumada, traço cimento e areia 1:4 e
impermeabilizadas até altura mínima de 90 cm, emassada com massa fina
PVA, lixada e pintura com 2 demãos de tinta látex PVA branco gelo acetinado
para paredes internas e tinta acrílica para paredes externas, do rodapé ao
teto.

TETOS: Todos os tetos serão revestidos em forro de gesso e pintura


latéx PVA, em duas demãos.

8.0 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E SANITÁRIAS

A execução dos serviços deverá atender às prescrições contidas nas


normas da ABNT, as especificações e projeto especifico, além das
recomendações e prescrições dos fabricantes para os diversos materiais.
Na execução dos serviços serão utilizados materiais que ofereçam
garantia de bom funcionamento além de mão de obra capacitada.
Os tubos e conexões serão em PVC soldável linha predial.
O abastecimento de água será feito através de rede pública, através de
ligações comercial ligada ao reservatório (1000 litros).
Colunas, canalizações primárias, secundárias e tubo coletor predial, serão
executados em PVC para esgoto da marca TIGRE ou similar, de acordo com
diâmetros indicados no projeto.
Ralos simples e sifonados serão em PVC, com grelha metálica da marca
TIGRE ou similar.
As caixas de inspeção serão em alvenaria revestida nas dimensões
indicadas no projeto hidro sanitário.
A rede de distribuição da unidade deverá ser executada conforme projeto
hidráulico e sanitário específico.

9.0 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS:

A execução dos serviços deverá atender às prescrições contidas nas


normas da ABNT, as especificações e projeto especifico, além das
recomendações e prescrições dos fabricantes para os diversos materiais.
Tomadas, interruptores e pontos de luz: Serão embutidos e instalados
conforme posição e quantidades previstas no projeto elétrico.

TUDO CONFORME PROJETOS ANEXOS.

Pontal do Araguaia – MT, 21 de Junho de 2018.


76

Responsável Técnico: Proprietário:

Jéssica Fratari Queiroz Sanchez Thiago Assis da Silva


Arquiteta e Urbanista Proprietário

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