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DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL
CAIO OLIVEIRA
JULIANA PORTO
VANESSA CARNEIRO
FEIRA DE SANTANA
2021
CAIO OLIVEIRA JORGE
JULIANA PORTO
VANESSA LIMA CARNEIRO
FEIRA DE SANTANA - BA
2021
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Sumário
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 4
2. ASPECTOS HIDROLÓGICOS.................................................................... 7
3. MICRODRENAGEM ................................................................................. 14
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 23
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1. INTRODUÇÃO
A drenagem tem como principal objetivo guiar a água precipitada da área para um
local apropriado, evitando enchentes, empoçamentos na via, além de danos aos moradores.
Para um projeto de drenagem eficaz é necessário um estudo prévio do local da
implementação, da população atendida, da topografia e tipologia do solo, e do atual sistema
de drenagem público no local. É importante que o projeto siga as diretrizes mínimas de
ocupação do solo para garantir a manutenção do ciclo hidrológico no local por meio da
drenagem em áreas permeáveis para o lençol freático.
No processo de planejamento da rede de drenagem é necessário um estudo de
entorno para verificar as peculiaridades da região, verificar por exemplo, a presença de
nascentes, de rios, riachos, lagoas e também é importante identificar se há áreas propensas
a deslizamentos de terra em períodos chuvosos.
O estudo deve ser ainda mais abrangente com a identificação de critérios relevantes
para um projeto mais sustentável, é o caso da conscientização ambiental da população e a
gestão de seus resíduos sólidos que se não houver um planejamento pode causar obstrução
da rede de drenagem. A SUDERHSA (2002, p. 23) ressalta que “o ideal para uma rede de
drenagem urbana é sempre atuar de modo preventivo pois há vantagens de custo, técnicas e
de melhoria do meio ambiente urbano. ”
Uma rede de drenagem é geralmente dividida em microdrenagem e
macrodrenagem, onde cada autor pode ter um entendimento sobre as suas classificações. No
presente memorial descritivo, será abordado um dimensionamento de uma microdrenagem,
que segundo TUCCI (2005):
A microdrenagem é definida pelo sistema de
condutos pluviais ou canais em um
loteamento ou de rede primária urbana. Este
tipo de sistema de drenagem é projetado para
atender a drenagem de precipitações com
risco moderado. A macrodrenagem envolve
os sistemas coletores de diferentes sistemas
de microdrenagem. Quando é mencionado o
sistema de macrodrenagem, as áreas
envolvidas são de pelo menos 2 km² ou 200
ha (p.15).
O presente memorial descritivo tem por objetivo dimensionar uma rede de drenagem
em um condomínio localizado em Salvador - BA, para isso são necessários os seguintes
projetos, documentações e normas:
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● Projeto arquitetônico e suas especificações, disponibilizado pela empresa
construtora;
● Projeto de terraplenagem; disponibilizado pela empresa construtora;
● Projeto topográfico; disponibilizado pela empresa construtora;
● Planta de locação; disponibilizado pela empresa construtora;
● Lei n° 3.377/1984 - Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo no
Município da Cidade do Salvador e outras providências.;
● NBR 16085 - Poços de visita e poços de inspeção para sistemas enterrados -
Requisitos e método de ensaio;
● NBR 15645 - Execução de esgoto e drenagem pluvial com tubos de concreto;
● NBR 8890 - Tubo de concreto de seção circular para água pluvial e esgoto
sanitário;
● NBR 12266 - Projeto e execução de valas para assentamento de tubulação
de água esgoto ou drenagem urbana - Procedimento;
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Figura 1 - Planta de Implantação
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2. ASPECTOS HIDROLÓGICOS
Os estudos hidrológicos foram elaborados com a finalidade de fornecer todos os
elementos necessários ao dimensionamento dos dispositivos de drenagem para um bom
escoamento superficial de precipitação da área em questão. Tal estudo consiste na
determinação da chuva crítica do município de Salvador-BA e consequentes vazões
superficiais necessárias ao projeto.
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Fonte: SOUSA (2016)
Tp=ΔS/v (1)
Onde:
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Δs = distância percorrida;
v = velocidade de escoamento.
Somando o tempo de entrada com o tempo de percurso obtém-se o tempo de duração
da chuva, ou seja, o tempo de concentração da bacia (Tc).
Tc = Te + Tp (2)
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Tabela 3 - Coeficiente de deflúvio superficial (c)
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Figura 3- Distribuição dos nós com as respectivas ruas e curva de níveis
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Figura 4 - Distribuição das áreas
Percebe-se que o escoamento tende a se concentrar nos pontos 06 e 03, que são os
pontos mais baixos do terreno, logo nestes pontos será necessário a drenagem pluvial por
meio de bocas de lobo, ligadas às galerias dimensionadas para criar um percurso de saída
para a água, que foi projetado para ser no nó 08 escolhido devido a característica
arquitetônica.
Tabela 4 - Resumo das áreas de contribuição em m²
Q = C. I. A (3)
Onde:
Q = pico de vazão em m³/s;
C = coeficiente de deflúvio superficial;
I = intensidade da chuva em m/s
A = área drenada em m²;
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3. MICRODRENAGEM
3.1. SARJETAS
A sarjeta está situada entre a via e o meio fio, ela tem função de concentrar a água e
escoá-la para os elementos de coleta. A seção transversal das ruas deve possuir inclinação
necessária para que a área precipitada seja escoada para estas.
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Figura 6 - Declividade transversal da sarjeta
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Tabela 5 - Fatores de redução de escoamento das sarjetas
Q0 = 0,375*Y0^(8/3)*(Z/n)*√I (7)
As bocas coletoras podem ser classificadas em três grupos principais: bocas ou ralos
de guias, ralos de sarjetas (grelhas) e ralos combinados. Cada tipo inclui variações quanto a
depressões (rebaixamento) em relação ao nível da superfície normal do perímetro e ao
número (simples ou múltipla), ver figura 8 abaixo.
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Figura 7 - Tipos de BL
Como citado, o projeto prevê pontos de galeria nos ‘nós cegos’, que são os nós onde
a topografia não permite o escoamento natural para outro trecho. Como determinado, os
pontos cegos são os pontos 8, 6 e 2. Desta forma, as bocas de lobo (BL) serão locadas em
tais pontos permitindo o escoamento para as galerias. No ponto 03, por melhor distribuição
escoamento serão também haverá bocas previstas. No projeto em questão, as bocas coletoras
foram localizadas de acordo com a figura abaixo (8) e serão do tipo boca-de-lobo de guia.
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Figura 8- Distribuição das bocas de lobo
Q=Qa6+Qa7=X
Onde Q é a vazão total que chega na boca de lobo.
3.3. GALERIAS
As galerias obedecem a critérios de projeto no seu dimensionamento que
condicionam uma operação adequada que evitará futuros problemas. Ele é realizado com
base nas equações hidráulicas de movimento uniforme, como a de Manning, Chezy, entre
outras. O cálculo depende do coeficiente de rugosidade e do tipo de galeria adotada.
As sarjetas deste projeto serão todas em concreto pré-moldado com diâmetros que
variam de 200mm a 500mm ao longo dos trechos.
Segundo o SMDU (2012) há alguns critérios básicos, quanto ao projeto das
galerias, são eles:
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● As galerias pluviais são projetadas para funcionarem a seção plena com vazão de
projeto. A velocidade máxima admissível determina-se em função do material a ser
empregado na rede. Para tubo de concreto a velocidade máxima admissível é de 5,0
m/s e a velocidade mínima 0,60 m/s;
● O recobrimento mínimo da rede deve ser de 1,0 m, quando forem empregadas
tubulações sem estruturas especiais. Quando, por condições topográficas, forem
utilizados recobrimentos menores, as canalizações deverão ser projetadas do ponto
de vista estrutural;
● Nas mudanças de diâmetro os tubos deverão ser alinhados pela geratriz superior.
Terão 5 PV’s de acesso localizados nas ruas B (01 unidade), C (02 unidades) e E
(02 unidades).
Trecho 1
Para a determinação do diâmetro mínimo do trecho temos:
D = 1,55*(n*Q/√I)^(⅜) (14)
Onde i é a inclinação e n é o fator de rugosidade adotado.
Será adotado uma inclinação neste trecho de 1% (0,01m/m) e n=0,015 (tabela 2.2).
Figura 9 - Exemplo de Galeria
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3.4. POÇOS DE VISITA
O poço de visita tem a função primordial de permitir o acesso às canalizações para
limpeza e inspeção, de modo que se possam mantê-las em bom estado de funcionamento.
Sua locação é sugerida nos pontos de mudanças de direção, cruzamento de ruas (reunião de
vários coletores), mudanças de declividade e mudança de diâmetro. O espaçamento
recomendado para os poços de visita é de 50 m (casos excepcionais devem ser submetidos
à avaliação do DOP/DEP).
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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16085: Poços de visita e
poços de inspeção para sistemas enterrados - requisitos e métodos de ensaio. Rio de
Janeiro, 2020.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8890: Tubo de concreto
de seção circular para água pluvial e esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 2007.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15645: Execução de
esgoto e drenagem pluvial com tubos de concreto. Rio de Janeiro, 2008.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12266: Projeto e
execução de valas para assentamento de tubulação de água, esgoto ou drenagem
urbana. Rio de Janeiro, 1992.
BONNECARRERE, J. Microdrenagem. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo:
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental, 2017.
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