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1. Introdução
O ponto de operação, também conhecido como ponto de funcionamento, é a
interseção gráfica entre a curva característica de um sistema e de uma bomba em um
gráfico de head ou altura manométrica pela vazão. Esse ponto representa na prática uma
vazão estimada de trabalho da bomba, sendo obtido o valor de funcionamento ideal
relativo ao desempenho médio da bomba combinado ao sistema de operação e as suas
características. (WHITE, 2018)
A relação observada acima tem a ver com o fato da altura de carga (head) não ser
constante e de variar com a vazão que atravessa a bomba. Como a altura manométrica
varia para compensar a perda de carga da tubulação, uma tubulação com aumento da
perda de carga vai demandar um head maior com um consequente acréscimo da vazão.
(FOX et al., 2018)
A perda de carga citada ocorre dentro da tubulação especialmente quando a
rugosidade é alta, devido ao material utilizado nessas tubulações e ao tempo total de uso
da estrutura, assim como em acessórios que também possuem perdas de carga. Quanto
maior a perda, maior a energia demandada da bomba para o fluido transportado. Para um
procedimento experimental como o presente, espera-se através da análise comparativa
entre as vazões no ponto de operação e na prática relativa ao Tubo de Venturi obter-se
valores sem grandes variações, de modo que possíveis desvios relativos possam ser
enquadrados dentro de escalas baixas e justificáveis dentro dentre erros ocasionais em
práticas laboratoriais. (FOX et al., 2018)
2. Objetivos
Obter a curva característica do sistema e realizar a sua plotagem em um gráfico com
a curva característica da bomba. A partir da interseção entre as curvas, coletar a vazão no
ponto de operação e comparar com o maior valor da vazão da Prática 5 relativa ao Tubo
de Venturi.
3. Metodologia
Inicialmente, foram realizadas algumas considerações acerca do balanço de energia
(Equação 1). Por exemplo, pode-se assumir que a velocidade em A (Figura 1) é pratica-
mente zero.
𝑉2𝐵 − 𝑉2𝐴 𝑃𝐵 − 𝑃𝐴 ℎ𝐿𝑇 (1)
+ (𝑍𝐵 − 𝑍𝐴 ) + + −𝐻=0
2𝑔 𝜌𝑔 𝑔
Como também que as pressões nos pontos A e B são equivalentes à pressão at-
mosférica, já que são “tubos” que estão abertos. Dessa forma, pode-se simplificar a Equa-
ção 1, chegando à Equação 2:
𝑉𝐵2 ℎ𝐿𝑇 (2)
𝐻= + (𝑍𝐵 − 𝑍𝐴 ) +
2𝑔 𝑔
Assim, a perda de carga pode ser calculada somando-se as perdas de carga distri-
buídas, relacionada ao escoamento nos trechos retilíneos da tubulação, e as perdas de
carga localizadas, referentes aos acessórios conectados ao sistema. De tal forma que as
perdas distribuídas podem ser calculadas através da Equação 3:
𝐿 𝑉2 (3)
ℎ𝑑 = 𝑓
𝐷 2
A qual necessita do fator de atrito f que pode ser encontrado através da equação de Miller
(Equação 4):
𝜖 5,74 −2 (4)
𝑓 = 0,25 [log ( + 0,9 )]
3,7𝐷 𝑅𝑒
Já as perdas localizadas apresentam diversas formas de serem calculadas, mas
nesse experimento foi adotado o conceito de comprimento equivalente (valor de compri-
mento da tubulação reta que causaria uma perda de carga igual à causada pelo acessório).
Assim, as perdas localizadas podem ser obtidas através da Equação 5.
𝐿𝑒 𝑉 2 (5)
ℎ𝑙 = 𝑓
𝐷 2
Os valores de comprimento equivalente e a quantidade de cada acessório utilizado
nessa prática estão expostos na TABELA 1:
TABELA 1 – ACESSÓRIOS
𝐿𝑒 Quantidade
Acessório
𝐷 PVC aço
Junção 16 3 2
Cotovelo 90º 30 8 -
T de saída lateral 60 1 1
T de entrada lateral 80 - 1
Bocal de entrada 15 1 -
𝐷 2 (6)
𝐴 = 𝜋( ) ,
2
𝑄 (7)
𝑣=
𝐴
𝑣𝐷 (8)
𝑅𝑒 =
ν
4. Resultados
Para determinação do ponto de operação inicialmente é necessário a curva
característica da bomba analisada na prática 3, disposta no Gráfico 1.
Aço PVC
𝑄(𝐿⁄𝑚𝑖𝑛 ) 𝑣(𝑚⁄𝑠) 𝐻𝑇 (𝑚)
𝑓 ℎ𝐷 (𝑚) ℎ𝐿 (𝑚) 𝑓 ℎ𝐷 (𝑚) ℎ𝐿 (𝑚)
𝑄(𝐿⁄𝑚𝑖𝑛) 𝐻(m)
40,0 0,819
60,0 1,164
80,0 1,622
100,0 2,191
120,0 2,867
140,0 3,649
160,0 4,537
180,0 5,528
200,0 6,623
220,0 7,821
240,0 9,120
260,0 10,520
𝑄(𝐿⁄𝑚𝑖𝑛) 𝐻(m)
48,81 0,819
95,38 1,164
110,13 1,622
127,45 2,191
146,43 2,867
163,22 3,649
172,25 4,537
186,73 5,528
18,000
15,000
12,000
H (m)
9,000
6,000
3,000
0,000
0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00 300,00
Q (L/min)
Curva da Bomba Curva do Sistema
18,000
15,000
12,000
H (m)
9,000
6,000
3,000
0,000
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0
Q (L/min)
Curva do Sistema Curva da bomba ajustada
Pela sobreposição das duas curvas podemos verificar que o ponto de operação é
de aproximadamente é 210 L/min, que corresponde a um head de 6,6 m.
Medição 𝑄(𝐿⁄𝑚𝑖𝑛 )
1 190,9
2 153,8
3 107,4
Portanto podemos ponderar que o desvio relativo, entre o valor teórico e o real,
pode ser em virtude do estado de conservação dos tubos utilizados na pratica
experimental.
Outro fator que contribui para o desvaio da vazão é a consideração das condições
de operação de 25 ºC, visto que a temperatura afeta diretamente as propriedades do fluído
utilizado nesta prática. Por último, podemos citar a necessidade de extrapolar a curva da
bomba, o que pode ter contribuído para o desvio encontrado para a vazão de operação em
relação a vazão do tubo de Venturi.
5. Conclusões
Primeiramente podemos concluir que o objetivo principal desta prática foi alcançado
ao determinarmos o ponto de operação, pela interseção da curva da bomba com a curva
do sistema. Em paralelo temos a divergência entre o valor obtido de 210 L/min com o da
prática anterior de 190,9 L/min decorrentes sobretudo do estado de conservação do
sistema avaliado, das condições experimentais e da insuficiência de dados da curva da
bomba.
6. Referências Bibliográficas
WHITE, Frank. M. Mecânica dos Fluidos. Grupo A, 2018. 9788580556070. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556070/. Acesso em: 07 dez. 2021.
W., F.R.; T., M.A.; J., P.P.; W., M.J. Introdução à Mecânica dos Fluidos, 9ª edição. [Digite o Local da
Editora]: Grupo GEN, 2018. 9788521635000. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521635000/. Acesso em: 07 Dec 2021
PERRY, R. H.; GREEN, D. W. Perry's Chemical Engineers' Handbook. 8ª ed. New York: McGraw-
Hill, 2007.