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TRANSFERÊNCIA DE CALOR II

Dimensionamento de um trocador de calor do tipo casco e tubo

Alunos:
Felipe Catai de Campos. RA: 2109204
Vinicius Almeida Felipe RA: 1981714
Thiago Fernando Kawakami RA: 2084678
João Guilherme Barreto de Almeida RA: 1833995
SÍMBOLOS

𝐴1 Área projetada do arranjo tubular, 𝑚2


𝐴𝑖 Área de transferência de calor baseado nos diâmetros internos
dos tubos, 𝑚2
𝐴𝑜 Área de transferência de calor baseado nos diâmetros externos
dos tubos, 𝑚2
𝐴𝑜,𝑐 Área de transferência de calor baseado nos diâmetros externos
dos tubos sem incrustação, 𝑚2
𝐴𝑜,𝑓 Área de transferência de calor baseado nos diâmetros externos
dos tubos com incrustação, 𝑚2
𝐴𝑠 Área de fluxo livre no banco de tubos, 𝑚2
𝐴𝑡,𝑝 Área do escoamento nos tubos, 𝑚2
𝐵 Espaçamento entre as chicanas, 𝑚
𝐶 Espaços entre os tubos adjacente, 𝑚
𝑐𝑝 Calor específico a pressão constante, 𝐽/(𝑘𝑔. 𝐾)
𝐶𝐿 Constante de arranjo dos tubos
𝐶𝑇𝑃 Constante relativa à contagem dos tubos
𝑑𝑖 Diâmetro interno, 𝑚
𝑑𝑜 Diâmetro externo, 𝑚
𝐷𝑒 Diâmetro equivalente, 𝑚
𝐷𝑠 Diâmetro do casco, 𝑚
𝑓 Fator de atrito
𝐹 Fator de correção de temperatura, obtido por meio dos gráficos da
Fig. 1 a 3
𝐺𝑠 Fluxo mássico, 𝑘𝑔/(𝑚2 . 𝑠)
ℎ𝑖 Coeficiente de transferência de calor por convecção interno,
𝑊/(𝑚2 . 𝐾)
ℎ𝑜 Coeficiente de transferência de calor por convecção externo,
𝑊/(𝑚2 . 𝐾)
𝑘 Condutividade térmica do fluido, 𝑊/(𝑚. 𝐾)
𝑘𝑤 Condutividade térmica, 𝑊/(𝑚. 𝐾)
𝐿 Comprimento do banco de tubos, 𝑚
𝑚̇ Vazão mássica, 𝑘𝑔/𝑠
𝑚̇ 𝑡 Vazão mássica nos tubos, 𝑘𝑔/𝑠
𝑁𝑏 Número de chicanas
𝑁𝑝 Número de passes no tubo
𝑁𝑡 Número de tubos
𝑁𝑢𝑑 Número de Nusselt em relação ao diâmetro
𝜌 Densidade, 𝑘𝑔/𝑚3
𝑃𝑇 Distancia de centro a centro entre os tubos, 𝑚
𝑃𝑟 Número de Prandtl
∆𝑝𝑟 Variação da perda de carga devido a curvatura dos tubos, 𝑘𝑃𝑎
∆𝑝𝑠 Variação da perda de carga para o escoamento no casco, 𝑘𝑃𝑎
∆𝑝𝑡 Variação da perda de carga nos tubos, 𝑘𝑃𝑎
∆𝑝𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 Variação da perda de carga total nos tubos, 𝑘𝑃𝑎
𝑄 Carga térmica do trocador de calor, 𝑘𝑊
𝑟𝑖 Raio interno, 𝑚
𝑟𝑜 Raio externo, 𝑚
𝑅𝑒𝑑,𝑡 Número de Reynolds nos tubos
𝑅𝑒𝑠 Número de Reynolds na superfície
𝑅𝑓,𝑖 Resistência a incrustação interna, (𝑚2 . 𝐾)/𝑊
𝑅𝑓,𝑜 Resistência a incrustação externo, (𝑚2 . 𝐾)/𝑊
𝑇𝑐 Temperatura do fluido frio, ℃
𝑇𝑓 Temperatura de filme, ℃
𝑇ℎ Temperatura do fluido quente, ℃
𝑇𝑤 Temperatura na superfície do tubo, 𝐾
∆𝑇𝑚𝑙 Diferença de temperatura entre as correntes quente e frias em cada
extremidade do trocador, 𝐾
𝜇𝑤 Viscosidade na superfície do tubo, 𝑘𝑔/(𝑚. 𝑠)
𝑢𝑚 Velocidade média do escoamento nos tubos, 𝑚2 /𝑠
𝑢𝑠 Velocidade média do escoamento na superfície, 𝑚2 /𝑠
𝑈𝑜,𝑐 Coeficiente global de transferência de calor sem incrustação,
𝑊/(𝑚2 . 𝐾)
𝑈𝑜,𝑓 Coeficiente global externo incrustado, 𝑊/(𝑚2 . 𝐾)
Dados

Figura 1 – Temperaturas
Fonte: Dados de entrada (professor).

1. Dimensionamento básico de um trocador de calor do tipo casco e tubo

1.1 Estimativa inicial das dimensões do trocador de calor

Carga térmica do trocador de calor é calculado através da expressão 1.

𝑄 = (𝑚̇𝑐𝑝 )𝑐 (𝑇𝑐,2 − 𝑇𝑐,1 ) = (𝑚̇𝑐𝑝 )ℎ (𝑇ℎ,1 − 𝑇ℎ,2 ) (1)

Para esse cálculo será utilizado a temperatura fria como referência, e para
calcular o (𝑐𝑝 )𝑐 utilizaremos a tabela A.6 do Incropera (2002) no capitulo 3 de

anexo dado pela figura 11, na temperatura de filme.

𝑇𝑐,1 + 𝑇𝑐,2 293,15 + 313,15


(𝑇𝑓 )𝑐 = = = 303,15 𝐾
2 2

𝑇ℎ,1 + 𝑇ℎ,2 343,15 + 318,15


(𝑇𝑓 )ℎ = = = 330,65 𝐾
2 2

Logo os dados para (𝑇𝑓 )𝑐 e (𝑇𝑓 )ℎ são inseridas na Tabela 1.

Temperatura de filme (K) (𝑇𝑓 )𝑐 = 303,15 (𝑇𝑓 )ℎ = 330,15

𝑐𝑝 (𝑘𝐽/𝐾𝑔𝐾) 4,17837 4,184


Tabela 1
Fonte: Autoria

Retornando a equação 1, consegue-se calcular a carga térmica do


trocador de calor.
30.1000 𝑘𝑔 𝑘𝐽
𝑄=( ) 4,17837 (313,15 − 293,15)𝐾
3600 𝑠 𝐾𝑔𝐾

𝑄 = 696,4 𝑘𝑊

Área do trocador de calor é dada pela equação 2,

𝑄 𝑄 (2)
𝐴𝑜 = =
𝑈𝑜 ∆𝑇𝑚 𝑈𝑜 𝐹∆𝑇𝑚𝑙

Logo será calculado a área de transferência de calor baseado nos


diâmetros externos e internos do tubo a partir da equação 2. Para o cálculo de
∆𝑇𝑚𝑙 é utilizado a equação 3.

(𝑇ℎ,1 − 𝑇𝑐,2 ) − (𝑇ℎ,2 − 𝑇𝑐,1 )


∆𝑇𝑚𝑙 = (3)
𝑇 −𝑇
𝑙𝑛 (𝑇ℎ,1 − 𝑇𝑐,2 )
ℎ,2 𝑐,1

Substituindo as temperaturas na equação 3, temos,

(70 − 40) − (45 − 20)


∆𝑇𝑚𝑙 = → ∆𝑇𝑚𝑙 = 27,424074 𝐾
70 − 40
𝑙𝑛 ( )
45 − 20

Utilizando a figura 2 para calcular o fator de correção para temperatura,


considerando um passo no casco e dois no tubo,

𝑇𝑐,2 − 𝑇𝑐,1 40 − 20
𝑃= = = 0,4
𝑇ℎ,1 − 𝑇𝑐,1 70 − 20

𝑇ℎ,1 − 𝑇ℎ,2 70 − 45
𝑅= = = 1,25
𝑇𝑐,2 − 𝑇𝑐,1 40 − 20

𝐹 = 0,88
Figura 2 – Fator de correção.
Fonte: Roteiro dimensionamento (professor) – Adaptado.

Levando em consideração os fatores de incrustação interno e externo


aos tubos, tem-se a equação 4.

𝑟
1 𝐴𝑜 1 ln ( 𝑟𝑜 ) 1
𝑖 (4)
= ( + 𝑅𝑓,𝑖 ) + 𝐴𝑜 ( ) + 𝑅𝑓,𝑜 +
𝑈𝑜,𝑓 𝐴𝑖 ℎ𝑖 2𝜋𝑘𝑤 𝐿 ℎ𝑜

Mas para isso, tem-se que encontrar o valor de 𝑈𝑜,𝑓 , ou seja, coeficiente
global com incrustação como foi orientado, assim para calcular, vamos admitir
que,
(5)
𝐴𝑜 = 2𝜋𝑟𝑜 𝐿
(6)
𝐴𝑖 = 2𝜋𝑟𝑖 𝐿

Após isso será escolhido valores para h dentro do limite dado pela tabela
8.4 do kakac (2002) ilustrado na figura 5. Para os valores de r utilizar valores
básicos tipo ¾” ou 1”, sempre procurar achar um com maior BWG (Birmingham
Wire Gauge), pois quanto maior o BWG, menor a espessura do tubo e maior a
área de troca de calor, utilizando a tabela 8.1 do kakac (2002) ilustrado pela
figura 4.
Logo, os valores para resistência a incrustação dados pela tabela 5.11
do Kakac, ilustrado na figura 3, onde foi escolhido o maior valor de um
determinado fluido.

Figura 3 – Resistencia a incrustação


Fonte: Roteiro dimensionamento (professor) - Adaptado

𝑚2 𝐾
𝑅𝑓,𝑖 = 0,000088
𝑊

𝑚2 𝐾
𝑅𝑓,𝑜 = 0,000176
𝑊

Valores para os raios, utilizou-se de um tubo externo de ¾” com maior


BWG, segundo a tabela 8.1 do kakac (2002), ilustrado na figura 4. Assim,

3"
𝑑𝑜 = = 19,05𝑚𝑚 = 19,05.10−3 𝑚
4

3"
𝑑𝑖 = − 2.0,035.25,4 = 17,272𝑚𝑚 = 17,272.10−3 𝑚
4

𝑟𝑜 = 9,525.10−3 𝑚
𝑟𝑖 = 8,636.10−3 𝑚

Figura 4 – Diâmetros para dimensionamento do trocador de calor.


Fonte: Roteiro dimensionamento (professor) – Adaptado.

Para estimativa coeficiente de transferência de calor h, a partir da tabela


8.4 do kakac (2002), ilustrado na figura 5.

7000𝑊
ℎ𝑖 =
𝑚2 𝐾

6000𝑊
ℎ𝑜 =
𝑚2 𝐾
Figura 5 – Coeficiente de transferência de calor por convecção
Fonte: Roteiro dimensionamento (professor) - Adaptado

Substituindo as equações 5 e 6 na equação 4, temos,

𝑟
1 2𝜋𝑟𝑜 𝐿 1 ln ( 𝑟𝑜 ) 1
𝑖 (7)
= ( + 𝑅𝑓,𝑖 ) + 2𝜋𝑟𝑜 𝐿 ( ) + 𝑅𝑓,𝑜 +
𝑈𝑜,𝑓 2𝜋𝑟𝑖 𝐿 ℎ𝑖 2𝜋𝑘𝑤 𝐿 ℎ𝑜

Simplificando,

𝑟
1 𝑟𝑜 1 ln ( 𝑟𝑜 ) 1
= ( + 𝑅𝑓,𝑖 ) + 𝑟𝑜 ( 𝑖
) + 𝑅𝑓,𝑜 + (8)
𝑈𝑜,𝑓 𝑟𝑖 ℎ𝑖 𝑘𝑤 ℎ𝑜

Substituindo os valores escolhidos na equação 8,

1 9,525.10−3 𝑚 1 𝑚2 𝐾
= ( + 0,000088 )
𝑈𝑜,𝑓 8,636.10−3 𝑚 7000𝑊 𝑊
𝑚2 𝐾
9,525.10−3 𝑚
ln ( ) 𝑚2 𝐾
−3 8,636.10−3 . 10−3 𝑚
+ 9,525.10 𝑚 ( ) + 0,000176
60𝑊 𝑊
𝑚𝐾
1
+
6000𝑊
𝑚2 𝐾
1 𝑚2 𝐾
= 2,5462.10−4 + 1,5554.10−5 + 1,760000.10−4 + 1,666667.10−4
𝑈𝑜,𝑓 𝑊

𝑊
𝑈𝑜,𝑓 = 1631,7435
𝑚2 𝐾

Retornado a equação 2 e substituindo os valores encontrados para


encontrar o valor da área incrustada.

696,4.1000𝑊
𝐴𝑜,𝑓 = = 17,68 𝑚2
𝑊
1631,7435 [ 2 ] . 0,88.27,424074𝐾
𝑚 𝐾

Calculando agora sem a incrustação, temos a equação 9,

𝑟
1 𝐴𝑜 1 ln ( 𝑟𝑜 ) 1
𝑖 (9)
= ( ) + 𝐴𝑜 ( )+
𝑈𝑜,𝑐 𝐴𝑖 ℎ𝑖 2𝜋𝑘𝑤 𝐿 ℎ𝑜

Substituindo as equações 5 e 6 na equação 9,

𝑟
1 2𝜋𝑟𝑜 𝐿 1 ln ( 𝑟𝑜 ) 1
𝑖
= ( ) + 2𝜋𝑟𝑜 𝐿 ( )+ (10)
𝑈𝑜,𝑐 2𝜋𝑟𝑖 𝐿 ℎ𝑖 2𝜋𝑘𝑤 𝐿 ℎ𝑜

Simplificando,

𝑟
1 𝑟𝑜 1 ln ( 𝑟𝑜 ) 1
𝑖
= ( ) + 𝑟𝑜 ( )+ (11)
𝑈𝑜,𝑐 𝑟𝑖 ℎ𝑖 𝑘𝑤 ℎ𝑜

Substituindo os valores escolhidos na equação 11,

9,525.10−3 𝑚
1 9,525.10 𝑚 −3
1 ln ( ) 1
8,636.10−3 𝑚
= ( ) + 9,525.10−3 𝑚 ( )+
−3
𝑈𝑜,𝑐 8,636.10 𝑚 7000𝑊 60𝑊 6000𝑊
𝑚2 𝐾 𝑚𝐾 𝑚2 𝐾

1 𝑚2 𝐾
= 1,575630.10−4 + 1,5554.10−5 + 1,666667.10−4
𝑈𝑜,𝑐 𝑊

𝑊
𝑈𝑜,𝑐 = 2943,046
𝑚2 𝐾

Retornado a equação 2 e substituindo os valores encontrados para


encontrar o valor da área incrustada.
696,4.1000𝑊
𝐴𝑜,𝑐 = = 8,628[𝑚2 ]
𝑊
2943,046 [ 2 ] . 27,424074𝐾
𝑚 𝐾

Deve-se converter a área calculada na equação 2 em dimensões


razoáveis para trocador de calor. O objetivo é encontrar o número correto de
tubos de diâmetro externo 𝑑𝑜 e o diâmetro 𝐷𝑠 do casco para acomodar o número
de tubos 𝑁𝑡 , para um dado comprimento L.
(12)
𝐴𝑜 = 𝜋𝑑𝑜 𝑁𝑡 𝐿

Número de tubos 𝑁𝑡 pode ser estimado como uma função do diâmetro


do casco, dividindo a área da seção do casco pela área projetada do arranjo
tubular 𝐴1 , conforme a Fig.7.

𝜋𝐷𝑠2 (13)
𝑁𝑡 = (𝐶𝑇𝑃)
4𝐴1

O termo CTP é uma constante relativa à contagem dos tubos, que leva
em consideração os espaços entre a circunferência do casco e a circunferência
que forma o arranjo dos tubos. Para um dado arranjo tubular, os seguintes
valores são sugeridos.

Um passe de tubos: 𝐶𝑇𝑃 = 0,93;

Dois passes nos tubos: 𝐶𝑇𝑃 = 0,90;

Três passes nos tubos: 𝐶𝑇𝑃 = 0,85.


(14)
𝐴1 = (𝐶𝐿)𝑃𝑇2

Onde CL é a constante de arranjo dos tubos, os quais podem ser


observados na Fig.8, dada por,

𝐶𝐿 = 1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 900 𝑒 450

𝐶𝐿 = 0,87 𝑝𝑎𝑟𝑎 300 𝑒 600

O arranjo deve ser estimado levando-se em consideração aqueles


ilustrados na Fig.8. A equação pode ser escrita como,

𝐶𝑇𝑃 𝐷𝑠2 (15)


𝑁𝑡 = 0,785 ( )
𝐶𝐿 (𝑃𝑅)2 𝑑𝑜2
Retornando a equação 12,

𝐴𝑜 = 𝜋𝑑𝑜 𝑁𝑡 𝐿

O termo 𝑃𝑅 é a razão 𝑃𝑇 /𝑑𝑜 , e 𝑃𝑇 é a distancia de centro a centro entre


os tubos, conforme as Fig. 8 e Fig. 7. O valor de 𝑃𝑇 pode ser estimado utilizando
se 𝑑𝑜 e a tabela 8.3 de kakaç (2002). Substituindo 𝑁𝑡 da equação 12 na equação
15.

1 (16)
𝐶𝐿 𝐴𝑜,𝑓 (𝑃𝑅)2 𝑑𝑜 2
𝐷𝑠 = 0,637√ [ ]
𝐶𝑇𝑃 𝐿

Para isso será estimado os valores para 𝑃𝑇 = 1" = 25,4𝑚𝑚 e 𝐿 = 2 𝑚.


Assim calcularemos o diâmetro do casco.

𝑃𝑇 25,4
𝑃𝑅 = = = 1,333
𝑑𝑜 19,05

1
1 17,68. (1,333)2 . 19,05.10−3 2
𝐷𝑠 = 0,637√ [ ] = 0,3674 𝑚
0,9 2

A partir do diâmetro do casco retornamos à equação 15, para calcular o


número de tubos.

0,90 0,36742 𝑚2
𝑁𝑡 = 0,785 ( ) = 147,8 𝑡𝑢𝑏𝑜𝑠
1 (1,333)2 (19,05.10−3 𝑚)2

2. SELEÇÃO DO TROCADOR DE CALOR

Para selecionar o trocar de calor correto é preciso ter os seguintes


𝐴
parâmetros do tipo casco e tubo: 𝐷𝑠 , 𝑁𝑡 , 𝐴 𝑜,𝑓 , 𝑑𝑜 , 𝑑𝑖 , arranho tubular, números de
𝑜,𝑐

passes e carga térmica. A distancia da chicanas que é mostrado na Fig. 9 como


B é calculado através de 0,6. 𝐷𝑠 . Deve-se utilizar uma chicana fracionaria com
25% de corte, conforme o item a) da Fig. 9.

Utilizar a Tabela 8.3 de Kakaç para selecionar o trocador de calor. Após


selecionado, deve-se ter em mãos 𝑑𝑜 , 𝑑𝑖 , 𝐷𝑠 , 𝑃𝑡 , layout, 𝐿, B, número de passes
nos tubos 𝑁𝑝 .
Encontrou-se o valor de 147,8 tubos para o trocador de calor, com isso
a partir da figura 6 é selecionado a quantidade de números de tubos superiores
à encontrada anteriormente. Logo, foi selecionado 166 tubos com o diâmetro de
1
casco de 17” 4 = 0,43815 𝑚.

Figura 6 – Arranjo quadrado com dois passes para encontrar o número de tubos e
diâmetro do casco.
Fonte: Roteiro dimensionamento (professor) - Adaptado

2.1 COEFICIENTE DE TRANSFERENCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO


PARA O ESCOAMENTO NO CASCO 𝒉𝒐

O coeficiente convectivo ℎ𝑜 pode ser calculado através da correlação


McAdams,

1
ℎ𝑜 𝐷𝑒 𝐷𝑒 𝐺𝑠 0,55 𝑐𝑝 𝜇 3 𝜇𝑏 0,14
= 0,36 ( ) ( ) ( ) (17)
𝑘 𝜇 𝑘 𝜇𝑤

𝐺𝑠 𝐷𝑒
Para 2 𝑥 103 < 𝑅𝑒𝑠 = < 1 𝑥 106
𝜇

𝑘𝑔
𝐷𝑒 é o diâmetro equivalente e 𝐺𝑠 = 𝜌𝑢𝑠 é o fluxo mássico [𝑠𝑚2 ] para o

escoamento no casco. As propriedades devem ser obtidas na temperatura


média. O valor da viscosidade na superfície do tubo, 𝜇𝑤 , deve ser obtido
utilizando-se a temperatura na superfície do tubo, 𝑇𝑤 , dada por,

1 𝑇𝑐,1 + 𝑇𝑐,2 𝑇ℎ,1 + 𝑇ℎ,2


𝑇𝑤 = ( + ) (18)
2 2 2

1 293,15 + 313,15 343,15 + 318,15


𝑇𝑤 = ( + ) = 316,9 𝐾
2 2 2

A partir da tabela A.6 do Incropera, ilustrado na figura 11, temos que,

𝑁𝑠
𝜇𝑤 = 610,48.10−6
𝑚2
A partir da tabela A.6 do Incropera, ilustrado na figura 11, é possível
calcular as propriedades da temperatura de filme externa ao tubo, relacionado
ao diâmetro externo.

293,15 + 313,15
𝑇𝑓 = = 303,15
2

Temperatura de filme (K) (𝑇𝑓 )𝑜 = 303,15

𝑐𝑝 (𝑘𝐽/𝐾𝑔𝐾) 4,17837
𝜇(𝑁. 𝑠/𝑚2 ) 800,82.10−6
𝐾𝑓 (𝑊/𝑚𝐾) 617,41.10−3
Pr 5,4331
Tabela 2: Temperatura de filme para 303,15 K.
Fonte: Autoria.

O diâmetro equivalente 𝐷𝑒 é dado por

4 𝑥 Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝐷𝑒 = (19)
𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑚𝑜𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜

A figura (no anexo) ilustra os arranjos quadrado e triangular, nas quais a


equação 19 deve ser utilizada. Para arranjo quadrangular temos

4(𝑃𝑇2 − 𝜋𝑑𝑜2 /4)


𝐷𝑒 = (20)
𝜋𝑑𝑜

2
−3 2 19,05.10−3
25,4.10 − 𝜋.
𝐷𝑒 = 4 ( 4 ) = 0,02407 𝑚
𝜋. 19,05.10−3

Para arranjo triangular, não será utilizado, mas é dado pela equação 21.

𝑃2 √3 𝜋𝑑 2
4 ( 𝑇4 − 8 𝑜 ) (21)
𝐷𝑒 =
𝜋𝑑𝑜 /2

𝑑𝑜 é o diâmetro externo do tubo. Para o cálculo do fluxo mássico 𝐺𝑠 , é


necessário estimar a área de fluxo livre normal à direção do escoamento, 𝐴𝑠 . Tal
área pode ser aproximada pela área livre do fluxo que cruza a coluna de tubos
na linha de centro do casco. As variáveis que afetam a velocidade do
escoamento são o diâmetro do casco 𝐷𝑠 , os espaços entre os tubos adjacente
𝐶, a distrancia entre os tubos 𝑃𝑇 e a distância entre as chicanas 𝐵. A espessura
da área de escoamento entre os tubos na região central do casco é (𝐷𝑠 /𝑃𝑇 )𝐶 e
comprimento é dado pelo espaçamento entre as chicanas, B, conforme a Figura
em anexo. Portanto a área de fluxo livre no banco de tubos, 𝐴𝑠 , é dada por

𝐷𝑠 𝐶𝐵 0,43815 𝑚. (25,4.10−3 − 19,05.10−3 ). (0,6.0,3048𝑚)


𝐴𝑠 = = = 0,0288 𝑚2 (22)
𝑃𝑇 25,4.10−3 𝑚

Então o fluxo mássico 𝐺𝑠 é dado por

30.1000
𝑚̇ ( ) 𝑘𝑔 (23)
𝐺𝑠 = = 3600 = 289,4 2
𝐴𝑠 0,0288 𝑚 𝑠

Da equação 17, temos que

1
ℎ𝑜 𝐷𝑒 𝐷𝑒 𝐺𝑠 0,55 𝑐𝑝 𝜇 3 𝜇𝑏 0,14
= 0,36 ( ) ( ) ( )
𝑘 𝜇 𝑘 𝜇𝑤

1
0,14
ℎ𝑜 . 0,02407 0,02407.289,4 0,55 4178,37. 800,82.10−6 3 800,82.10−6
= 0,36 ( ) ( ) ( )
617,41.10−3 800,82.10−6 617,41.10−3 610,48.10−6

𝑊
ℎ𝑜 = 2473
𝑚2 𝐾

𝐺𝑠 𝐷𝑒
2 𝑥 103 < 𝑅𝑒𝑠 = < 1 𝑥 106
𝜇

𝑅𝑒𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑎 𝑑𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑎𝑟â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 (8698,40).

2.2 COEFICIENTE DE TRANSFERENCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO


PARA O ESCOAMENTO NOS TUBOS 𝒉𝒊

A área do escoamento nos tubos, 𝐴𝑡,𝑝 deve levar em conta o numero de


passes nos tubos 𝑁𝑝 , então temos

𝜋𝑑𝑖2 𝑁𝑡 (24)
𝐴𝑡,𝑝 = .
4 𝑁𝑝

𝜋. (17,272.10−3 )2 166
𝐴𝑡,𝑝 = . = 0,01945 𝑚2
4 2

Após o cálculo da área é possível se obter a velocidade média do


escoamento nos tubos, 𝑢𝑚 , utilizando a vazão nos tubos 𝑚̇𝑡 .

(25)
24.1000
𝑚̇𝑡 ( 3600 ) 𝑚
𝑢𝑚 = = = 0,3438
𝜌𝑡 𝐴𝑡,𝑝 997.0,01945 𝑠

A partir da tabela A.6 também calcular as propriedades da temperatura


de filme interna ao tubo, relacionado ao diâmetro interno.

343,15 + 318,15
𝑇𝑓 = = 330,65𝐾
2

Temperatura de filme (K) (𝑇𝑓 )𝑖 = 330,65

𝑐𝑝 (𝑘𝐽/𝐾𝑔𝐾) 4,184
𝜇(𝑁. 𝑠/𝑚2 ) 489.10−6
𝐾𝑓 (𝑊/𝑚𝐾) 650.10−3
Pr 3,15
Tabela 3: Temperatura de filme para 330,65 K
Fonte: Autoria

O número de Reynolds deve ser calculado em seguida

𝜌𝑡 𝑢𝑚 𝑑𝑖 997.0,634.17,272.10−3 (26)
𝑅𝑒𝑑,𝑡 = = = 12107
𝜇 489.10−6

Em seguida deve-se calcular o coeficiente convectivo nos tubos, ℎ𝑖 ,


utilizando-a correlação de Gnielinski, disponível em Kakaç (2002) ou em
incropera (2002). Nos cálculos, deve-se considerar tubo liso, conforme a
equação 27.

𝑓
( ) (𝑅𝑒𝑑 − 1000)𝑃𝑟
8
𝑁𝑢𝑑 = (27)
𝑓 1/2
1 + 12,7 (8) (Pr 2/3 − 1)

A partir do EES encontra-se que o fator de atrito é 0,2064

0,2064
( (12107 − 1000)3,15
𝑁𝑢𝑑 = 8 ) = 270
1
0,2064 2 2
1 + 12,7 ( 8 ) (3,153 − 1)

𝑁𝑢𝑑 . 𝑘𝑓 270. 650.10−3 𝑊


ℎ𝑖 = = −3
= 10160 2
𝑑𝑖 17,272.10 𝑚 𝐾
2.3 VERIFICAÇÃO DO COMPRIMENTO DO TROCADOR DE CALOR

Deve se recalcular 𝑈𝑜,𝑓 utilizando na equação 8, os parâmetros do


trocador de calor selecionado e os valores atualizados de ℎ𝑖 e ℎ𝑜 . Em seguida
deve-se calcular 𝐴𝑜,𝑓 utilizando a equação 2. O comprimento L do trocador de
calor é calculado por meio da equação 12.

𝑟
1 𝑟𝑜 1 ln ( 𝑟𝑜 ) 1
𝑖
= ( + 𝑅𝑓,𝑖 ) + 𝑟𝑜 ( ) + 𝑅𝑓,𝑜 +
𝑈𝑜,𝑓 𝑟𝑖 ℎ𝑖 𝑘𝑤 ℎ𝑜

9,525.10−3
1 9,525.10−3 1 ln ( ) 1
−3 8,636.10−3
= −3
( + 0,000088) + 9,525.10 ( ) + 0,000176 +
𝑈𝑜,𝑓 8,636.10 10160 60 2473

𝑊
𝑈𝑜,𝑓 = 1632
𝑚2 𝐾

Calculando a área a partir da equação 2

𝑄 696,4.1000
𝐴𝑜,𝑓 = = = 17,68 𝑚2
𝑈𝑜 𝐹∆𝑇𝑚𝑙 1632.0,88.27,42

Encontrando o valor de L a partir da equação 12

𝐴𝑜,𝑓 = 𝜋𝑑𝑜 𝑁𝑡 𝐿

17,68 = 𝜋. 19,05.10−3 . 166. 𝐿

𝐿 = 2,328 𝑚

2.4 PERDA DE CARGA PARA O ESCOAMENTO NO CASCO

A perda de carga é dependente do número de tubos e do número de


espaços entre as chicanas. A perda de carga pode ser calculada utilizando a
expressão

𝑓𝐺𝑠2 (𝑁𝑏 + 1)𝐷𝑠 (28)


∆𝑝𝑠 =
2𝜌𝐷𝑒 𝜙𝑠

Onde
𝜇𝑏 0,14 𝐿
𝜙𝑠 = ( ) , 𝑁𝑏 = − 1 (𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑐ℎ𝑖𝑛𝑐𝑎𝑛𝑎𝑠)
𝜇𝑤 𝐵

0,14
800,82.10−6
𝜙𝑠 = ( ) = 1,038725
610,48.10−6

2,328𝑚
𝑁𝑏 = − 1 = 7,856
0,6.0,43815𝑚

(𝑁𝑏 + 1) Numero de vezes que o fluido cruza a matriz de tubos.

O fator de atrito 𝑓 pode se calculado usando-se a expressão

𝑓 = exp[0,567 − 0,19 ln(𝑅𝑒𝑠 )] = 0,2837


(29)
𝐺𝑠 𝐷𝑒
𝑝𝑎𝑟𝑎 400 < 𝑅𝑒𝑠 = < 1 𝑥 106
𝜇

∆𝑝𝑠 = 1,849 𝑘𝑃𝑎

2.5 PERDAS DE CARGA TOTAL NOS TUBOS

A perda de carga nos tubos pode ser calculada utilizando-se o número


de passes nos tubos, 𝑁𝑝 , o comprimento, L, do trocador de calor

𝐿𝑁𝑝 𝑢𝑚2 𝐿𝑁𝑝 𝐺𝑡2


∆𝑝𝑡 = 4𝑓 𝜌 𝑜𝑢 ∆𝑝𝑡 = 4𝑓 (30) e (31)
𝑑𝑖 2 𝑑𝑖 2𝜌

2,328.2 0,34382
∆𝑝𝑡 = 4.0,2064. 997 = 11,267 𝑘𝑃𝑎
17,27.10−3 2

A perda de carga devido a curvatura dos tubos é dada por

2
𝜌𝑢𝑚
∆𝑝𝑟 = 4𝑁𝑝 (32)
2

997. 0,34382
∆𝑝𝑟 = 4.2 = 0,4714 𝑘𝑃𝑎
2

A perda de carga total nos tubos é dada por

∆𝑝𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∆𝑝𝑡 + ∆𝑝𝑟 (33)

∆𝑝𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 11,267 𝑘𝑃𝑎 + 0,4714 𝑘𝑃𝑎 = 11,7384 𝑘𝑃𝑎


2.6 VERIFICAÇÃO DA SELEÇÃO DO TROCADOR DE CALOR

Deve-se verificar se o trocador de calor está dentro dos limites


especificados de perda de carga, comprimento e diâmetro. Em caso negativo,
deve-se selecionar outro arranjo de tubos utilizando-se a tabela 8.3 de Kakaç
(2002).

Como observado os dados do trocador estão dentro do limite, pois o


comprimento máximo dos tubos é de 3,00m e foi conseguido um comprimento
de 2,328. E também a perda de carga máxima nos tubos era de 50kPa e chegou-
se a 11,7384 kPa.

3. ANEXOS

Figura 7: Área do leiaute dos arranjos tubulares.


Fonte: Roteiro dimensionamento (professor).
Figura 8: Arranjos tubulares.
Fonte: Roteiro dimensionamento (professor).

Figura 9: Ilustração da área de fluxo livre.


Fonte: Roteiro dimensionamento (professor).
Figura 10: Tipos de chicanas.
Fonte: Roteiro dimensionamento (professor).

Figura 11: Propriedades termofísicas da água saturada.


Fonte: Roteiro dimensionamento (professor).
4. REFERÊNCIAS

[1] Incropera, F. P., & DeWitt, D. P. (2002). Fundamentals of heat and mass
transfer. New York: J. Wiley.

[2] Kakac, S. and Liu, H. (2002) Heat Exchanger Selection Rating and Thermal
Design. 2nd Edition, CRC Press, Boca Raton.

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