Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA AEROESPACIAL

CAMILA GONÇALVES

TERMODINÂMICA E GASES IDEAIS:


EXPERIMENTO 5

SANTA MARIA
2023
CAMILA GONÇALVES (202210169)
camila.goncalves@acad.ufsm.br

TERMODINÂMICA E GASES IDEAIS:


EXPERIMENTO 5

Experimento realizado no dia 16 de janeiro


de 2023, em conjunto com os demais
estudantes presentes em aula.

Relatório apresentado como parte da


avaliação da Disciplina de Física Geral e
Experimental II (FSC1025) do curso de
Engenharia Aeroespacial, turma 11.

Prof. Dr. Aguinaldo Severino.

SANTA MARIA
2023
RESUMO

Realização de processo termodinâmico adiabático em gás ideal para a determinação das


constantes de Boltzmann e Universal dos Gases Ideais.

SUMÁRIO

Introdução ................................................................................................................................... 4
Descrição Experimental .............................................................................................................. 5
Equipamentos.......................................................................................................................... 5
Procedimentos ......................................................................................................................... 6
Resultados e Discussões ............................................................................................................. 6
Considerações Finais .................................................................................................................. 8
Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO

A termodinâmica trata das relações entre todas as formas de energia de todos os tipos
de sistemas em escala macroscópica. Os processos termodinâmicos são aqueles que alteram as
variáveis de estado termodinâmicas: pressão, volume e temperatura. Há, ainda, casos especiais
em que uma das variáveis se mantém constante ao longo de todo o processo, como ocorre no
fenômeno abordado neste experimento, em que o processo é adiabático, pois a temperatura se
mantém constante.

No caso dos gases ideais, as variáveis termodinâmicas podem ser relacionadas pela
Equação Geral de Estados dos Gases Ideais de Clampeyron:

𝑝𝑉 = 𝑛𝑅𝑇

𝑝: pressão (Pa)
𝑉: volume (m³)
𝑛: quantidade de matéria (mol)
𝐽
𝑅: constante universal dos gases ideais ( )
𝑚𝑜𝑙.𝐾

T: temperatura (K)

Utilizando os dados (já conhecidos) relativos a um mol (𝑛 = 1 𝑚𝑜𝑙) de gás a CNTP,


pela Equação Geral dos Gases Ideais de Clampeyron, torna-se possível determinar a constante
universal dos gases ideais:

Tabela 1: Dados relativos a 1 mol de gás à Condições Normais de Temperatura de Pressão

Pressão [𝑃0 (𝑃𝑎)] Volume [𝑉0 (𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟) (𝑚3 )] Temperatura [𝑇0 (𝐾)]
101325 0,022414 273,15
Fonte: Elaborado pela autora (2023)

𝑃0 𝑉0 (𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟) 101325 Pa . 0,022414 𝑚3 𝐽


𝑅= = = 8,3145 𝑚𝑜𝑙.𝐾
𝑇0 273,15 K

Além da constante universal 𝑅, é válido mencionar a constante de Avogrado, 𝑁𝐴 =


6,02 . 1023 𝑚𝑜𝑙 −1, que determina a quantidade de matéria equivalente a 1 mol, e a, partir destas
𝑅 𝐽
duas, a constante de Boltzmann, 𝐾𝐵 = 𝑁 = 1,38 . 10−23 𝐾.
𝐴

4
DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL

EQUIPAMENTOS

Neste experimento, utilizou-se um termo circulador, conectado a um termostato, que


mantém a água a 40°C, que, por sua vez, percorre a camada externa de um tubo fixo de vidro
contendo gás, de modo a manter constante a sua temperatura. O tubo está conectado
inferiormente a um outro tubo deslizante contendo mercúrio, de modo que o seu deslocamento
permite alterar a coluna de gás e de mercúrio. Na parte posterior, há um papel milimetrado,
onde serão realizadas marcações.

Figura 1: Aparato Experimental

Fonte: Capturado pela autora (2023)

Aferiu-se, ainda, a temperatura ambiente e do gás, além da pressão ambiente, que


foram registradas abaixo:

Temperatura ambiente na data do experimento (K) 300,15


Pressão ambiente na data do experimento (Pa) 1,01525.105
Temperatura do gás na data do experimento (K) 314,15

5
PROCEDIMENTOS

Cada estudante e o professor realizou dois deslocamentos do tubo e marcou com uma
caneta a altura da coluna de gás (L) e de Hg (H) no papel milimetrado. A pressão será dada por
𝑝 = 𝑝𝑎𝑡𝑚 + 𝜌𝑔𝐻 e o volume por 𝑉 = 1,01 . 10−6 + 1,02 . 10−4 . 𝐿, onde o primeiro valor
corresponde ao volume do segmento superior do tubo que contém o gás e o segundo à seção
reta do tubo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

As medidas das colunas de mercúrio e do gás coletadas durante o experimento foram


registradas na Tabela 2 e, a partir deles, utilizando-se as equações apresentadas na Introdução,
calculou-se a pressão e o volume do gás em cada uma das situações. Acrescentou-se ainda, uma
última coluna apresentando o produto entre a pressão e o volume calculados, que será útil para
a discussão do experimento, visto que no caso do processo isotérmico, deve valer que 𝑝𝑖 𝑉𝑖 =
𝑛𝑅𝑇 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒.

Tabela 2: Dados experimentais e cálculos relativos aos processos termodinâmicos isotérmicos

Dados experimentais Cálculos


Coluna de Hg Coluna de gás Pressão do gás Volume do gás
[𝐻(𝑚)] [𝐿(𝑚)] [𝑝(𝑃𝑎)] [𝑉(𝑚3 )] [𝑝𝑉(𝐽)]
-0,228 0,292 71159,49 3,08E-05 2,19
-0,185 0,270 76886,32 2,86E-05 2,20
-0,151 0,252 81414,51 2,67E-05 2,17
-0,127 0,242 84610,88 2,57E-05 2,17
-0,103 0,229 87807,25 2,44E-05 2,14
-0,065 0,220 92868,16 2,35E-05 2,18
-0,057 0,182 93933,62 1,96E-05 1,84
-0,038 0,207 96464,08 2,21E-05 2,13
0,000 0,197 101525,00 2,11E-05 2,14
0,034 0,186 106053,19 2,00E-05 2,12
0,098 0,175 114576,84 1,89E-05 2,16
0,109 0,170 116041,85 1,84E-05 2,13
0,140 0,165 120170,49 1,78E-05 2,14
0,173 0,162 124565,50 1,75E-05 2,18
0,212 0,156 129759,60 1,69E-05 2,20

6
Incerteza Incerteza Incerteza Incerteza Incerteza
[±𝜎𝐻 (𝑚)] [±𝜎𝐿 (𝑚)] [±𝜎𝑝 (𝑃𝑎)] [±𝜎𝑉 (𝑚3 )] [±𝜎𝑝𝑉 (𝐽)]
0,0473 0,0117 6301,6815 1,1897E-06 0,0191
Fonte: Elaborado pela autora (2023)

Utilizando-se a temperatura medida (constante durante todo o experimento) e a pressão


e volume calculados, pela Equação Geral dos Gases Ideais apresentada, é possível calcular o
número de mol de gás, relacionando essas variáveis à constante universal R determinada na
Introdução. Tomou-se os valores correspondentes a 𝐻 = 0,000 𝑚, que equivale às condições
em que a pressão do gás é igual à ambiente e, por isso, produzirá menores desvios.

Tabela 3: Variáveis de estado do gás utilizado

Temperatura Quantidade de
Pressão [𝑃𝑔á𝑠 (𝑃𝑎)] Volume [𝑉𝑔á𝑠 (𝑚3 )]
[𝑇𝑔á𝑠 (𝐾)] matéria [n𝑔á𝑠 (mol)]
101525,00 2,11E-05 314,15 8,20 E-04
Fonte: Elaborado pela autora (2023)

𝑝𝑉 101525,00 Pa . 2,11 . 10−5 𝑚3


𝑛= = = 8,20 . 10−4 𝑚𝑜𝑙
𝑅𝑇 8,3145 𝐽𝑚𝑜𝑙 −1 𝐾 −1 . 314,50 K

𝑁 = 𝑛. 𝑁𝐴 = 8,20 . 10−4 𝑚𝑜𝑙 . 6,022 . 1023 𝑚𝑜𝑙 −1 = 4,94 . 1020

Como outra forma de análise, tomou-se a relação linear entre 𝑉 e 𝑝−1 , 𝑉 = (𝑛𝑅𝑇)𝑝−1,
para plotar os dados no gráfico, assim, obtendo a constante universal ajustada e, a partir dela, a
constante de Boltzmann.

V x pˉ¹
3,5E-05
V = 2,1393pˉ¹
3,0E-05

2,5E-05
V (m³)

2,0E-05

1,5E-05

1,0E-05

5,0E-06

0,0E+00
0,0E+00 2,0E-06 4,0E-06 6,0E-06 8,0E-06 1,0E-05 1,2E-05 1,4E-05 1,6E-05
pˉ¹ (Paˉ¹)

7
𝑝𝑉 = 2,1393 = 𝑛𝑅𝑇

2,1393 𝐽 𝐽
𝑅= −4
= 7,64 𝑚𝑜𝑙.𝐾
8,20 . 10 𝑚𝑜𝑙 . 341,15 𝐾

𝑅 7,64 𝐽𝑚𝑜𝑙 −1 𝐾 −1 𝐽
𝐾𝐵 = = 23 −1
= 1,27 . 10−23 𝐾
𝑁𝐴 6,022 . 10 𝑚𝑜𝑙

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os valores encontrados para as constantes foram próximos dos valores conhecidos.


Além disso, partir da última coluna da Tabela 2, nota-se que o produto entre pressão e volume
se manteve satisfatoriamente próximo de constante (±𝜎𝑝𝑉 = 0,0191J) ao longo de todo o
processo, como deve ocorrer à temperatura constante, demonstrando que o experimento é de
boa precisão e que a utilização da equação dos gases ideais é possível nesse caso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física - Vol. 2 -


Mecânica, 10ª edição. Grupo GEN, 2016.

Você também pode gostar