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CENTRO UNIVERSITÁRIO FEI

EXPERIMENTO 5
REGIME TRANSIENTE

Disciplina:
Laboratório de Engenharia Química II (QCP-080)

Grupo:

Bárbara Batista Beltran R.A: 11.120.253-7

Beatriz Darcie R.A.: 11.120.126-5

Jéssica Sylvestre Nacarelli R.A.: 11.120.028-3

Jhonny de Sousa R.A.: 11.120.184-4

Gabriel Matias Moser R.A.: 11.120.112-5

Ricardo Goulart R.A.: 11.120.095-2

Sabrina Matos R.A.: 11.120.137-2

Turma 753- diurno


São Bernardo do Campo
2023

Transferência de Calor em Regime Transiente

Objetivos
• Estudo de transferência de calor em regime transiente envolvendo um sólido degeometria
simples e um fluido.
• Determinar o coeficiente convectivo de transferência de calor (h) de um banho
termostático que aquece um corpo sólido.
• Determinar o coeficiente condutivo de transferência de calor (k) de uma ligametálica.

Introdução
Quando um sólido a uma dada temperatura é subitamente imerso num líquido a uma
temperatura diferente, ocorre transferência de calor em regime transiente e quando o sólido é
suficientemente pequeno e possui elevada condutividade térmica, pode-se assumir que não há
variação espacial de temperatura. Entretanto, é mais comum encontrar situações em que a
temperatura do sólido varia tanto com o tempo como coma posição. Para avaliar se essa variação
é importante ou não, deve-se calcular o número de Biot. No experimento em questão, serão
analisados esses problemas de transferência de calor em regime transiente para corpos com formas
geométricas diferentes (esfera, cilindro e placa).

Descrição do Equipamento
Nesse experimento tem-se um banho termostatizado de água com capacidade de 30 L e
numa temperatura ajustada entre 75ºC e 85ºC. A agitação do banho é promovida por uma bomba
que também tem como finalidade variar o coeficiente de transferência de calor convectivo (h).
Nesse banho faz-se a imersão de uma esfera de 45 mm de diâmetro, inicialmente em
temperatura ambiente. As temperaturas no centro e na borda da esfera podem ser acompanhadas
no tempo por meio de dois termopares do tipo K.
Os corpos sólidos de diferentes geometrias estão disponíveis em uma liga de latão/bronze
( = 3,70.10-5 m²/s) e em aço inox (obter as propriedades na literatura).
Figura 1 – Exemplo dos equipamentos utilizados no experimento

Fonte: Fornecido pelo Professor

Procedimento Experimental
• Ajustar a temperatura do banho;
• Ajustar a vazão da bomba de circulação;
• Escolher o corpo sólido a ser analisado.
• Imergir rapidamente o corpo sólido de inox e registrar a variação de temperaturano
centro da esfera em função do tempo.
• Determinar o valor do coeficiente convectivo h do banho.
• Imergir rapidamente o corpo sólido de bronze/latão e registrar a variação de
temperatura no centro da esfera em função do tempo bronze/latão.
OBS.: Para cada material deve-se realizar 2 ensaios para a determinação do erro experimental.

Dados Experimentais

Por meio do experimento, foi possível coletar os dados abaixo referente ao experimento feito
com um Cilindro de Bronze e o experimento feito com Cilindro de Aço utilizando o banho
termostatizado.
Tabelas 1 e 2 – Dados Experimentais do Cilindro de Bronze e Aço Inox

Cilindro Bronze (B) Cilindro Aço Inox (A)


Tempo (s) T1 (°C) T3 (°C) Tempo (s) T1 (°C) T3 (°C)
0,0 82,3 26,3 0,0 81,9 54,9
5,0 82,4 34,3 5,0 82,0 68,0
10,0 82,2 46,1 10,0 82,0 72,4
15,0 82,2 55,1 15,0 82,0 75,0
20,0 82,3 74,4 20,0 81,9 77,2
25,0 82,3 74,1 25,0 81,8 78,2
30,0 82,2 75,8 30,0 81,9 78,7
35,0 82,2 76,0 35,0 81,9 79,3
40,0 82,2 79,2 40,0 81,8 79,6
45,0 82,2 79,9 45,0 81,8 79,6
50,0 82,3 80,3 50,0 81,8 79,9

Fonte: Dados coletados ao longo do experimento

Método Analítico

Para esse método, foram adotados as seguintes hipóteses:

• Temperatura do Banho aproximadamente 82 °C (𝑇∞).


• Transferência de Calor Unidirecional.
• Cilindro de Aço Inox (A):

Tabela 3 – Cálculos para o Cilindro de Aço Inox

Cilindro Aço (A)


T − T∞
Tempo (s) T∞ (°C) T (°C) T∞ (K) T (K) ln⁡ (T0 − T∞)
0,0 81,9 54,9 354,9 327,9 0,000
5,0 82,0 68,0 355,0 341,0 -0,660
10,0 82,0 72,4 355,0 345,4 -1,038
15,0 82,0 75,0 355,0 348,0 -1,354
20,0 81,9 77,2 354,9 350,2 -1,748
25,0 81,8 78,2 354,8 351,2 -2,011
30,0 81,9 78,7 354,9 351,7 -2,133
35,0 81,9 79,3 354,9 352,3 -2,340
40,0 81,8 79,6 354,8 352,6 -2,504
45,0 81,8 79,6 354,8 352,6 -2,504
50,0 81,8 79,9 354,8 352,9 -2,650

Fonte: Dados coletados ao longo do experimento


Considerando que a Temperatura inicial foi fixada em 54,9°C:
• T0 = 54,9°C = 327,9 K

𝑇 − 𝑇∞ ℎ⁡. 𝐴 ℎ⁡. 𝑟0⁡ .⁡⁡𝛼 ℎ⁡. 𝛼


𝑙𝑛 ( )=− ⁡. 𝑡 = − 2 ⁡. 𝑡 = − ⁡. 𝑡 = 𝐵𝑖⁡. 𝐹𝑜
𝑇0 − 𝑇∞ 𝑐𝑝⁡. 𝑉 𝑘⁡. 𝑟0⁡ ⁡ 𝑘⁡. 𝑟0⁡ ⁡

Para o Cilindro de Aço Inox, foi possível obter o gráfico abaixo:

Gráfico 1 – Linearização para o Cilindro de Aço Inox

Cilindro de Aço Inox (A)


0,000
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
-0,500

-1,000
ln((T−T∞)/(T0−T∞))

-1,500

-2,000

-2,500
y = -0,0498x - 0,4775
-3,000 R² = 0,9191

-3,500
T (s)

Fonte: Excel de autoria própria

E para calcular o coeficiente convectivo foram realizados os seguintes cálculos:

ℎ⁡. 𝛼 0,0498⁡. 𝑘. 𝑟0⁡ ⁡⁡ 0,0498⁡. 14,9.⁡⁡1,05⁡. 10−3 ⁡


−0,0498 = − ∴ℎ= ∴ ⁡ℎ = ⁡
𝑘⁡. 𝑟0⁡ ⁡ 𝛼 3,95⁡. 10−6

𝑾
𝒉 = 𝟏𝟗𝟕, 𝟐𝟒
𝒎𝟐 . 𝑲
• Cilindro de Bronze (B):

Tabela 4 – Cálculos para o Cilindro de Bronze

Cilindro Bronze (B)


T − T∞
Tempo (s) T∞ (°C) T (°C) T∞ (K) T (K) ln⁡ (T0 − T∞)
0,0 82,0 26,3 355,0 299,3 0,000
5,0 82,4 34,3 355,4 307,3 -0,154
10,0 82,2 46,1 355,2 319,1 -0,437
15,0 82,2 55,1 355,2 328,1 -0,724
20,0 82,3 74,4 355,3 347,4 -1,958
25,0 82,3 74,1 355,3 347,1 -1,921
30,0 82,2 75,8 355,2 348,8 -2,167
35,0 82,2 76,0 355,2 349,0 -2,199
40,0 82,2 79,2 355,2 352,2 -2,925
45,0 82,2 79,9 355,2 352,9 -3,191
50,0 82,3 80,3 355,3 353,3 -3,332
Fonte: Dados coletados ao longo do experimento
Considerando que a Temperatura inicial foi fixada em 26,3 °C:
T0 = 26,3°C = 299,3 K

𝑇 − 𝑇∞ ℎ⁡. 𝐴 ℎ⁡. 𝑟0⁡ .⁡⁡𝛼 ℎ⁡. 𝛼


𝑙𝑛 ( )=− ⁡. 𝑡 = − 2 ⁡. 𝑡 = − ⁡. 𝑡 = 𝐵𝑖⁡. 𝐹𝑜
𝑇0 − 𝑇∞ 𝑐𝑝⁡. 𝑉 𝑘⁡. 𝑟0⁡ ⁡ 𝑘⁡. 𝑟0⁡ ⁡

Para o Cilindro de Bronze, foi possível obter o gráfico abaixo:

Grafico 2 – Linearização para o Cilindro de Bronze


Cilindro de Bronze (B)
0,500
0,000
ln((T−T∞)/(T0−T∞))

-0,500 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0


-1,000
-1,500
-2,000
-2,500
-3,000 y = -0,0717x + 0,0642
-3,500 R² = 0,9557
-4,000
t (s)

Fonte: Excel de autoria própria


E para calcular o coeficiente condutivo foram realizados os seguintes cálculos:

ℎ⁡. 𝛼 ℎ⁡. 𝛼 197,2⁡. 3,75⁡.10−5 ⁡


−0,0717 = − ∴𝑘= ∴ ⁡𝑘 = ⁡
𝑘⁡. 𝑟0⁡ ⁡ 0,0717.⁡⁡𝑟0⁡ 0,0717⁡.⁡⁡1,05.10−3

𝑾
𝒌 = 𝟗𝟖, 𝟐𝟒
𝒎. 𝑲

Método Gráfico

• Cilindro de Aço Inox

Dentre os dados experimentais obtidos, foi escolhido um instante (t = 25 s) para realizar a análise
de acordo com o Método Gráfico.

𝜃(0, 𝑡) 𝑇(0, 𝑡) − 𝑇∞ 351,2 − 354,8


= = = 0,134
𝜃𝑖 𝑇0 − 𝑇∞ 327,9 − 354,8

𝛼⁡. 𝑡 3,96⁡. 10−6 . 25


𝐹𝑜 = 2 = = 89,79
𝑟 0,001052

Com esses dados, é possível utilizar o gráfico abaixo para determinar o valor de 𝐵𝑖 −1:

𝐵𝑖 −1 = 85⁡ ∴ 𝐵𝑖 = 0,0118
Grafico 3 – Temperaturas transitórias e fluxo de calor adimensionais para um cilindro longo

0,134 85

89,79

Fonte: Dado fornecido pelo Professor

E para calcular o coeficiente convectivo foram realizados os seguintes cálculos:

𝐵𝑖⁡. 𝑘 0,0105⁡.⁡⁡15,1
ℎ= =
𝑟 0,00105

𝑾
𝒉 = 𝟏𝟔𝟗, 𝟐
𝒎𝟐 . 𝑲

Para o Cilindro de Bronze, também utilizamos o mesmo Método Gráfico, considerando que
nesse caso já foi determinado o coeficiente convectivo. Além disso, foi escolhido um tempo de 5s
para adequação ao gráfico, o que pode ter gerado um erro experimental.
𝜃(0, 𝑡) 𝑇(0, 𝑡) − 𝑇∞ 347,1 − 355,3
= = = 0,146
𝜃𝑖 𝑇0 − 𝑇∞ 299,3 − 355,3

𝛼⁡. 𝑡 3,75⁡. 10−5 . 5


𝐹𝑜 = 2 = = 170,07
𝑟 0,001052

Com esses dados, é possível utilizar o gráfico abaixo para determinar o valor de 𝐵𝑖 −1:

𝐵𝑖 −1 = 120⁡ ∴ 𝐵𝑖 = 0,00833

Grafico 4 – Temperaturas transitórias e fluxo de calor adimensionais para um cilindro longo

0,146
120

170

Fonte: Dado fornecido pelo Professor

E para calcular o coeficiente condutivo foram realizados os seguintes cálculos:

𝐵𝑖⁡. 𝑘 ℎ.⁡⁡𝑟 169,2⁡.⁡⁡0,00105


ℎ= ⁡∴ 𝑘 = ∴𝑘=
𝑟 𝐵𝑖 0,00833

𝑾
𝒌 = ⁡𝟐𝟏, 𝟑𝟐
𝒎. 𝑲
Comparação ente os Resultados do Método Analítico e Gráfico:
𝑊
• Método Analítico: ℎ = 197,24⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡⁡𝑒⁡⁡⁡⁡𝑘 = 98,24 𝑚.𝐾

𝑊 𝑊
• Método Gráfico ℎ = 169,2 𝑚2 .𝐾 ⁡⁡⁡⁡𝑒⁡⁡⁡⁡𝑘 = 21,32 𝑚.𝐾

Diferença Percentual:
• Coeficiente convectivo
ℎ 197,24
[( ℎ𝑎𝑛𝑎𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑜 ) − 1] × 100 = [( 169,2 ) − 1] × 100 = 16,57%
𝑔𝑟á𝑓𝑖𝑐𝑜

• Coeficiente condutivo

𝑘 98,24
[( 𝑘𝑎𝑛𝑎𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑜 ) − 1] × 100 = [(21,32) − 1] × 100 = 360,79%
𝑔𝑟á𝑓𝑖𝑐𝑜

Conclusão:

Ao longo do experimento foram realizadas as medições referentes as variações de temperatura


e consequentemente foi analisada as trocas térmicas nos dois cilindros de materiais distintos analisados
(bronze e aço inox). No dia também foi realizado o experimento com as placas planas, entretanto, o
sistema não estava funcionando e não foi possível coletar os dados.
Com base nos cálculos supracitados foi possível observar que os resultados encontrados pelo
método analítico e gráfico foram relativamente próximos quando olhamos para o coeficiente
convectivo, no entanto, o primeiro método demonstra ser mais confiável, pois no segundo método há
muitas imprecisões que induzem a erros na visualização do gráfico.
Além disso, a diferença percentual dos coeficientes condutivos encontrados pelos dois métodos
é expressiva. Tal fato se da principalmente pela adoção de tempos distintos durante os cálculos, pois
devido ao range do gráfico não foi possível utilizar os 25 segundos no método gráfico, de modo que
fosse necessário a adoção de um tempo de apenas 5 segundos. Assim, novamente o método gráfico se
mostrou problemático, devido a suas limitações e imprecisões.

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