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Princípios e Métodos de Química

2020/2021

Propriedades coligativas das Soluções


-Trabalho laboratorial nº1-

Elementos do grupo:
Rafaela Sousa nº49559
Inês Neves nº49537

Curso: Biotecnologia, 1º ano, 1º semestre


Data: 15/11/2020
Horário: Turma D, 3ªfeira (5h-8h)

Docente: Paulo Mendes


Índice

1 - Resumo: ....................................................................................................................... 3
2 - Palavra-chave: ............................................................................................................. 3
3 - Introdução teórica: ...................................................................................................... 3
4 - Procedimento Experimental........................................................................................ 4
4.1 Reagentes/Solventes Utilizados: ............................................................................ 4
4.2 Crioscopia................................................................................................................ 4
4.3 Ebulioscopia ............................................................................................................ 4
4.4 Equipamento experimental .................................................................................... 5
5 - Resultados e Discussão:............................................................................................... 5
5.1 – Crioscopia ............................................................................................................. 5
4.2 – Ebulioscopia: ........................................................................................................ 7
5 - Conclusão .................................................................................................................... 8
6.1 - Fotografias ..................................................................................................... 11
1 - Resumo:
Na atividade laboratorial em questão foi analisada a depressão crioscópica de soluções
aquosas de ureia e cloreto de potássio registando sequencialmente todas as temperaturas até
obter a temperatura de fusão, utilizando esta na determinação do fator de Van´t Hoff do
cloreto de potássio e consequentemente o fator de dissociação. Obteve-se, portanto, um fator
de Van´t Hoff igual a 2 e um grau de dissociação de 2.

Foi analisado também o efeito ebulioscópico numa solução de etanol e etanol + ureia,
registando novamente todas as temperaturas registadas pelo termómetro até obter a
temperatura constante de ebulição.

Através do volume certo de etanol e da densidade da solução calculou se a massa molar da


ureia, sendo esta igual a 87,25 g/mol, com um erro experimental de Er= 45%.

2 - Palavra-chave:
-Propriedades físicas das soluções;

-Ebulioscopia;

-Crioscopia;

-Propriedades coligativas

3 - Introdução teórica:
Propriedades coligativas das soluções são propriedades físicas que dependem única e
exclusivamente do número de partículas (moléculas ou iões) de soluto dissolvidas numa dada
massa de solvente e não da natureza das partículas.

São exemplo destas propriedades o aumento da temperatura de ebulição (elevação


ebulioscópica) e a diminuição da temperatura de fusão (depressão crioscópica), utilizadas na
atividade laboratorial em questão.

O efeito ebulioscópico é o aumento do ponto de ebulição de um líquido quando adicionamos


um soluto não volátil a ele. A fórmula usada para o cálculo é:
ΔTe = Te2 - Te, em que:
Te = temperatura de ebulição da solução Te2 = temperatura de ebulição do solvente puro

O efeito crioscópico é a diminuição do ponto de congelamento de um líquido quando um


soluto não volátil é adicionado a ele. A fórmula que permite calcular essa propriedade é a
seguinte: Δt = T* - T, onde: T* = temperatura de congelamento da solução antes de acrescentar o
soluto. T = temperatura de congelamento da solução depois que acrescentar o soluto.
4 - Procedimento Experimental
4.1 Reagentes/Solventes Utilizados:
Reagente Marca Grau de pureza
Ureia (𝐶𝐻4 𝑁2 𝑂) José Manuel Gomes Santos 100%
Cloreto de Potássio (KCl) Himedia 99%
Etanol

4.2 Crioscopia

-Primeiramente preparámos uma mistura frigorífica (gelo triturado, água e sal) num recipiente
de esferovite;

- Após isso, agitámos a mistura até verificar que esta se encontrava a uma temperatura entre
os -10ºC e os -6ºC, mantendo-a nesse intervalo de temperatura;

- Na balança digital pesamos 0,603g de ureia e 0,720g de cloreto de potássio, adicionando a


cada soluto 20g de água destilada;

- Num tubo de ensaio medimos 5 𝑐𝑚3 de água destilada registando a temperatura inicial

- Introduziu-se o tubo de ensaio com água destilada dentro da mistura frigorífica e anotou-se a
temperatura de 20 em 20 segundos;

- Procedemos da mesma forma para as restantes soluções;

- Finalizamos a experiência quando se obteve 5 leituras de temperatura constante em cada


uma das soluções;

4.3 Ebulioscopia
- Inicialmente medimos com uma pipeta volumétrica 25𝑐𝑚3 de etanol;

- Colocou-se o etanol, medido rigorosamente, num tubo de vidro e adicionou-se a este 3


pedaço de porcelana porosa;

- Tapámos o tubo de vidro com uma rolha com dois orifícios (um para o termómetro e outro
para o tubo de vidro oco);

- Colocámos o conjunto num copo, de 250 𝑐𝑚3 , com água de tal modo que esta ocupasse um
nível superior ao do etanol, deixando o tubo de ensaio entre 2-3cm do fundo do copo;

- Dentro da água colocámos um termómetro, e um magnete;

- Aquecemos o conjunto de modo a que a água atingisse 84ºC;

- Após o surgimento de bolhas gasosas no interior do tubo, registámos os valores indicado pelo
termómetro que mergulhava no etanol, de minuto em minuto. Finalizamos quando obtivemos
5 leituras de temperatura do etanol constante;

- Pesámos 1,745g de ureia e dissolvemos em 25 𝑐𝑚3 de etanol. Adicionámos á solução 3


pedaços de porcelana porosa;
- Procedemos como anteriormente;

4.4 Equipamento experimental


Equipamento Marca Modelo
Balança Mettler toledo PB 303
Placa de aquecimento J.P Selecta Agimatic-N
Termómetro Digital Multi-Thermometer
Balança Mettler toledo PM 400

5 - Resultados e Discussão:

5.1 – Crioscopia
Neste procedimento estudou-se a temperatura de congelação de 3 soluções sendo
elas a da água, do KCl e da Ureia. Na solução da Ureia foi pesado 0,603g de Soluto e
20.08g de solvente (água) e na solução de KCl foram pesados 0,72g de Cloreto de
Potássio e 20.09g de solvente (água). Seguidamente, estão representadas as tabelas
com os valores da experiência desde o seu momento inicial até que foi possível ter 5
leituras com pouca diferença (±0,2) a cerca do seu valor de congelação.

Tempo (s) Temperatura Tempo (s) Temperatura


(°C) (°C)
0 22,4 0 21,8
20 8,5 20 5,7
40 1,7 40 1,3
60 -0,3 60 -1,4
80 -0,3 80 -1,3
100 -0,3 100 -1,4
120 -0,3 120 -1,5
140 -0,3 140 -1,5
Tabela 1 – Temperatura da água de 20 Tabela 2 – Temperatura da Ureia de 20
em 20 segundos em 20 segundos

Tempo (s) Temperatura


Agora abaixo irei demonstrar os gráficos com as
(°C)
curvas de arrefecimento referentes a cada tabela 0 22,0
e os seus valores acima demonstrados. 20 5,5
40 3,2
Observando os gráficos é possível inferir que a
60 -0,7
cada solução em que é adicionado um solvente, a 80 -2,8
um soluto, a sua temperatura diminui. 100 -4,1
120 -2,6
140 -2,6
160 -2,6
180 -2,6
200 -2,7
Tabela 3 – Temperatura do KCl de 20 em
20 segundos
Ainda é possível dizer que a temperatura de congelação do KCl é maior que a da ureia,
sendo a ureia um composto orgânico e o KCl um composto iónico.

Gráfico da curva de arrefecimento da água Gráfico da curva de arrefecimento da ureia (aq)

Analisando detalhadamente o gráfico da


solução aquosa de KCl, é possível
calcular o fator de Van’t Hoff a partir da
seguinte fórmula:
𝑛 (𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙)
𝑖= (1)
𝑛(𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙)
𝑚 0,72
Sendo o 𝑛𝐾𝐶𝑙 = 𝑀 = 74,55 = 9,65 × 10−3

A partir da equação química:


𝐾𝐶𝑙 (𝑎𝑞) → 𝐾 + (𝑎𝑞) + 𝐶𝑙 − (𝑎𝑞)
Gráfico da curva de arrefecimento do KCl (aq) Podemos definir que o fator de Van’t Hoff é:

9,65 × 10−3 + 9,65 × 10−3


𝑖= = 2.
9,65 × 10−3
Podemos ainda assim determinar o fator de dissociação (α) que é dado pela expressão:
𝐾+ +𝐶𝑙−
𝛼= = 2, portanto conclui-se assim que o Cloreto de Potássio (KCl) se dissociou
𝐾𝐶𝑙
por completo já que o fator de dissociação é maior que 1.
4.2 – Ebulioscopia:
Através dos dados foi permitido entender que tanto para o etanol como para a ureia, a
temperatura atingiu um valor constante. Depois da média ser calculada estes valores foram
respetivamente de 77,76 e 78,88 °C
Tempo (s) Temperatura Tempo (s) Temperatura
(°C) (°C)
20 66,1 20 70,6
40 70 40 72,6
60 73,9 60 74,4
80 76,9 80 77,9
100 77,7 100 78,8
120 77,7 120 78,9
140 77,8 140 78,9
160 77,8 160 78,9
180 77,8 180 78,9
Tabela 4- Temperatura do etanol de 20 em 20 segundos Tabela 5 - Temperatura da ureia de 20 em 20 segundos

Curva de aquecimento da solução etanol Curva de aquecimento da solução etanol e ureia

Massa da Ureia T. ebulição do etanol T. ebulição do etanol e


ureia
1,745g 77,76 78,88

Comparando o valor de temperatura experimental com o que está tabelado (78,37°C) (2)
podemos verificar que o experimental está ligeiramente acima, isto pode ter acontecido
devido a pequena diferença de começar a contar a temperatura depois da porcelana ter
começado a soltar bolhas. Nesta experiência utilizou-se porcelana porosa para conseguir
observar melhor quando estava a começar o ponto de ebulição devido a esta soltar bolhas.
Sem a porcelana não seria possível identificar de que solução veriam as bolhas gasosas e assim
qual é que estava a começar a entrar em ebulição. Foi ainda utilizado um tubo de vidro oco, na
experiência, o que tem a capacidade de igualar a pressão interior do tubo com a pressão
atmosférica.
𝐾𝑒 do etanol = 1,07 (3)

Com estes dados é possível determinar a variação da ebulioscopia, Δ𝑇𝑒𝑏 = 𝑇𝑒𝑏 (𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜) −
𝑇𝑒𝑏 (𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒) ⇔ Δ𝑇𝑒𝑏 = 78,88 − 77,76 ⇔ Δ𝑇𝑒𝑏 = 1,12
Sabendo este valor podemos aplicar a seguinte fórmula e desta forma ficar a saber a molalidade.

ΔT 𝑒𝑏 = K 𝑒 × molaridade × i
i=1
ΔT 𝑒𝑏 1,12
Então, 𝑚 = 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = K𝑒
= 1,07
= 1,05𝑔

𝜌𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 = 789 𝑘𝑔/𝑚3 (3) = 0,789 g/𝑐𝑚3

𝑉𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙= 25 𝑐𝑚3
Com a densidade do etanol e o seu volume descobrimos a massa de solvente:
𝑚
ρ= ⇔ m = 25 × 0,789 ⇔ m = 19,73 g = 0,01973 kg
𝑣

Através da fórmula da molalidade descobrimos o número de moles de ureia:


𝑛
𝑚𝑜𝑙𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = ⇔ n = 1,05 × 0,01973 ⇔ 0,02 mol ureia
𝑚𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒
Sabendo a quantidade de ureia e a massa usada neste trabalho prático obtemos a massa molar
da ureia através da fórmula seguinte:
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 1,745
𝑛= ⇔ Massa molar = ⇔ 87,25
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 0,02

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑎 𝑢𝑟𝑒𝑖𝑎 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑎 𝑢𝑟𝑒𝑖𝑎 = 60,06 g/mol (4)


𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜−𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎𝑑𝑜 87,25−60,06
𝐸𝑟𝑟𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎𝑑𝑜
× 100 = 60,06
× 100 = 45.3 %

5 - Conclusão
Concluída a experiência, foi possível observar o aumento do ponto de ebulição de um líquido
quando a este é adicionado um soluto não volátil (ebulioscopia) e ainda a diminuição do ponto
de congelamento pela adição de um soluto não volátil (crioscopia).
Na crioscopia

Na ebulioscopia verificou-se que o valor da massa molar obtido (87,25g/mol) é superior ao


esperado (60,06g/mol), apresentando um erro significativo de 45%, tendo por base erros de
método utilizados para a realização experimental, tais como a imprecisão na pesagem da ureia
e a inexatidão nas leituras das temperaturas de ebulição das soluções de etanol e etanol +
ureia, fazendo com que a variação de temperatura de ebulição do etanol, por exemplo, seja
igual a 77,76 °C apresentando um erro de 0,44% .
6 – Anexos
1) https://brasilescola.uol.com.br/quimica/fator-vant-hoff.htm

2) http://wiki.scienceamusante.net/index.php?title=%C3%89thanol
3)https://pt.wikipedia.org/wiki/Constante_ebuliosc%C3%B3pica

4)https://www.carlroth.com/medias/SDB-X999-PT-
PT.pdf?context=bWFzdGVyfHNlY3VyaXR5RGF0YXNoZWV0c3wyMzg0NjZ8YXBwbGljYXRpb2
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6.1 - Fotografias

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