Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia Química
Grupo 2
Estudo experimental da Solubilidade.
Francisca Iara A. Francoa,⁎ , Raquel S. Medeirosa,
a
Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal
I N F O R M A Ç Õ ES RESUMO
⁎
Autor correspondente (Francisca Iara A. Franco). E-mail: iaraaraujof20@gmail.com .
1. Introdução
A solubilidade é definida pela quantidade máxima de soluto que pode se dissolver em uma certa quantidade de
solvente ou quantidade de solução a uma temperatura ou pressão especificada (no caso de solutos gasosos). A temperatura
tem grande influência na solubilidade que pode ser explicado com base no Princípio de Le Chatelier.
O Princípio de Le Chatelier afirma que se um estresse (por exemplo, calor, pressão, concentração de um reagente)
for aplicado a um equilíbrio, o sistema se ajustará, se possível, para minimizar o efeito do estresse. Esse princípio é valioso
para prever o quanto um sistema responderá a uma mudança nas condições externas. Considere o caso em que o processo
de solubilidade é endotérmico (adição de calor). Um aumento na temperatura coloca uma pressão sobre a condição de
equilíbrio e faz com que ela se desloque no sentido da reação endotérmica. O estresse é aliviado porque o processo de
dissolução consome parte do calor. Portanto, a solubilidade aumenta com o aumento da temperatura. Se o processo for
exotérmico (calor liberado), um aumento de temperatura diminuirá a solubilidade deslocando o equilíbrio para o sentido
exotérmico da reação.
O processo de solubilidade pode ser compreendido por duas etapas: dissolução e diluição. Quando um soluto é
misturado com um líquido, ele desaparece completamente, o que denominamos de dissolução. Enquanto a diluição induz
uma mudança na concentração de um corpo sólido ou líquido pela adição de um solvente. Sua realização é feita
experimentalmente por um reator com agitador magnético que possui diversas aplicações na indústria.
Nas operações farmacêuticas, a dissolução busca disponibilizar ao organismo, no menor tempo possível, os princípios
ativos de produtos e medicamentos. Na indústria alimentícia, a dissolução de sal ou açúcar nos produtos acabados é
realizada de acordo com o gosto do consumidor e requer uma homogeneização perfeita. Na perfumaria, a dissolução do
perfume de uma planta em um solvente (que é então evaporado) é um processo amplamente utilizado.
O objetivo deste trabalho é analisar o comportamento da solubilidade do cloreto de potássio (KCl) em diferentes
temperaturas.
2. Metodologia
Para a realização do experimento foi necessário a preparação de 3 amostras de 8,0 gramas cada, com a mistura de 35%
de KCl, o equivalente a 2,8 gramas, e 65% de água destilada, que é 5,2 gramas. Todas as medidas foram pesadas na
balança analítica e as misturas feitas em béqueres.
Os equipamentos utilizados na etapa de obtenção das curvas de temperatura são todos automatizados e consiste
fundamentalmente em um agitador magnético, reator de mistura, bureta automática dosimat 725, banho termostático,
controle de fluxo de adição de solvente e mangueiras alimentadoras.
Esta etapa do procedimento iniciou-se inserindo cerca de 5 mL de água destilada no reator para que fosse possível
haver o favorecimento da área de troca térmica banho-mistura. Em seguida, uma das amostras preparadas na etapa anterior
foi transferida para uma célula junto com um peixinho (agitador magnético), onde esta foi alocada no reator.
Posteriormente, o banho termostático foi ligado e ajustado sua temperatura para 25°C, a bureta automática foi acertada
para condições de 0,8 mL/min e por fim o tubo de alimentação da bureta foi inserido na célula com a mistura de KCl e
água.
Após verificar toda a aparelhagem, os valores de temperatura começaram a ser anotados de 10 em 10 segundos até
completar 430 segundos de análise. Todo esse esquema foi feito também para a análise do banho termostático estando em
30°C e 35°C.
Os dados obtidos no procedimento experimental foram todos registrados e alocados na tabela 1 abaixo para em seguida
ser feita toda a discussão sobre as determinações.
3. Resultados e Discussão
Para a temperatura de 30°C, as equações encontradas no gráfico foram y1= -0,0075 x + 29,289 para dissolução e y2=
0,0049 x + 27,564 para diluição. O tempo de dissolução calculado a partir destas equações foi de 139,113 segundos, que
é igual a 2,318 min.
Na temperatura de 35°C, as equações identificadas foram y1= -0,0126 x + 34,474 para dissolução e y2= 0,00520 x +
32,572 para diluição. Tendo o valor do tempo igual a 106,85 segundos, sendo 1,78 min.
Gráfico 3. Dissolução-diluição de KCl a 35°C.
3.2 Solubilidade
Com os valores de tempo obtidos na etapa anterior, foi possível determinar os valores de solubilidade do KCl para as
três temperaturas analisadas. Conhecendo a vazão de água adicionada pela bureta automática e utilizando a equação da
vazão volumétrica V= v*t, conseguimos o valor do volume que, sendo multiplicado pela densidade como 0,997 g/cm³,
determinamos a quantidade de água que foi adicionada à mistura na célula. Assim, somou-se os valores iniciais de água
com os que foram adicionados, resultando na massa total utilizada. Para o ensaio de 25°C a massa total de água foi
equivalente a 6,977 g, no de 30° C foi de 7,048 e no de 35°C, 6,62.
A partir de proporções foi calculado o coeficiente de solubilidade para cada ensaio, dados em gramas de soluto por
100 gramas de água. Os valores encontrados foram, 25°C: 40,13 g/100g de água; 30°C: 39,72 g/100g de água e 35°C:
42,3 g/100 de água.
O valor de solubilidade dos sais em água varia com o aumento ou redução da temperatura. Então, em geral, dissolve-
se mais em temperaturas maiores, mesmo havendo sais que se comportam de maneira inversa. O cloreto de potássio é
um sal que tem seu coeficiente de solubilidade proporcional à temperatura, ou seja, é um caso endotérmico na qual o
aumento da temperatura favorece a solução.
Em nosso experimento o ensaio de 25°C e 35°C, foram coerentes pois a solubilidade aumentou de acordo com o
aumento da temperatura, mas o comportamento da curva do ensaio de 30°C não foi o esperado, visto que ele deveria ter
dado um valor mais alto do que a solubilidade a 25°C.
Referências