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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES

QUÍMICA INDUSTRIAL

CAROLINA PIEPER UHLIG

JÚLIA ALVARENGA VIEIRA CORREIA

PEDRO AFONSO DE ALMEIDA

WALTER IGOR GOMES DA CRUZ

Prática n° 4:

CRIOSCOPIA

Disciplina: Físico-Química Experimental

Professor: Vitor Cezar Broetto Pegoretti

VILA VELHA

SETEMBRO 2022
CAROLINA PIEPER UHLIG

JÚLIA ALVARENGA VIEIRA CORREIA

PEDRO AFONSO DE ALMEIDA

WALTER IGOR GOMES DA CRUZ

CRIOSCOPIA

Relatório do Curso de Graduação em Química Industrial


apresentado ao Instituto Federal do Espírito Santo - Ifes,
como parte das exigências da Disciplina Físico-Química
Experimental sob orientação do Professor Vitor Cezar
Broetto Pegoretti.

VILA VELHA

SETEMBRO 2022
1. OBJETIVOS

Determinar o abaixamento relativo da temperatura de congelamento de soluções de


sacarose. Determinar a constante crioscópica da água.

2. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O experimento foi realizado com a água (solvente puro) e três soluções de sacarose,
cuja massa molar é de 342,3 g/mol. Uma vez que a molalidade é o número de mols
do soluto sobre a massa do solvente em kg, pode-se utilizar a seguinte fórmula para
o cálculo da molalidade:

1000 × 𝑚𝑠𝑎𝑐𝑎𝑟𝑜𝑠𝑒
𝑤= 𝑀𝑀𝑠𝑎𝑐𝑎𝑟𝑜𝑠𝑒 × 𝑉á𝑔𝑢𝑎 × ρá𝑔𝑢𝑎

Por exemplo, para a solução 1 foram pesados 2,0277 g de sacarose e medidos 25,0
mL de água destilada. A densidade da água a 24°C (temperatura do local) é de
0,997296 g/mL, segundo Baccan (1979). Portanto a molalidade da solução 1 é:

1000 × 2,0277
𝑤= 342,3 × 25,0 × 0,997296
= 0, 2375 𝑚𝑜𝑙/𝑘𝑔

As molalidades das demais soluções foram calculadas da mesma maneira e


apresentadas na tabela 1 a seguir:

Tabela 1 - Molalidades das soluções de água-sacarose

Solução Massa de sacarose (g) Molalidade (mol/ kg)

Água destilada - -

1 2,0277 0,2375

2 4,0017 0,4687

3 6,0006 0,7028
Fonte: Própria (2022).

O abaixamento da temperatura de congelamento, também chamado de abaixamento


crioscópico é uma função da molalidade da solução e da constante crioscópica do
solvente, conforme a fórmula:

∆𝑇𝑓 = 𝐾𝑐𝑤
Onde ΔTf é o abaixamento crioscópico, w é a molalidade e Kc é a constante
crioscópica. A constante crioscópica da água, segundo Atkins (2017), é 1,86 K kg
mol-1. Por exemplo, para a solução 1, o abaixamento crioscópico teórico é:

∆𝑇𝑓.𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = 1, 86 . 0, 2375 = 0, 442 𝐾

Os abaixamentos crioscópicos teóricos das demais soluções foram calculados da


mesma maneira e dispostos na tabela 2.

Os abaixamentos crioscópicos experimentais foram obtidos a partir da diferença


entre a temperatura de congelamento do solvente puro e a temperatura de
congelamento da solução, conforme a fórmula:

∆𝑇𝑓.𝑒𝑥𝑝 = 𝑇á𝑔𝑢𝑎 − 𝑇𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

As temperaturas de congelamento das soluções, e os abaixamentos crioscópicos


experimentais estão apresentados na tabela 2 a seguir:

Tabela 2 - Temperaturas de congelamento e abaixamentos crioscópicos

Solução Molalidade Tcongelamento ΔTf ΔTf teórico Erro


(mol/ kg) (°C) experimental (K) percentual
(K)

Água - +0,2 - - -
destilada

1 0,2375 0,0 0,2 0,442 54,8%

2 0,4687 -0,8 1,0 0,872 -14,7%

3 0,7028 -1,8 2,0 1,307 -53,0%


Fonte: Própria (2022).

É possível notar que o abaixamento crioscópico experimental para a solução 1 foi


menor que o teórico, ao contrário do que ocorreu com as soluções 2 e 3, em que o
abaixamento experimental foi maior que o teórico. Foram calculados os erros
percentuais para cada solução, conforme a fórmula a seguir:

∆𝑇𝑓.𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜− ∆𝑇𝑓.𝑒𝑥𝑝
𝐸= ∆𝑇𝑓.𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
𝑋 100%

Os erros estão dispostos também na tabela 2, e por serem muito grandes, não é
possível considerar o experimento de forma quantitativa, somente qualitativa.

A partir dos abaixamentos crioscópicos medidos e das molalidades das soluções, é


possível também obter uma constante crioscópica experimental do solvente. Usando
novamente a equação:

∆𝑇𝑓
∆𝑇𝑓 = 𝐾𝑐𝑤 ⇒ 𝐾𝑐 = 𝑤

Assim a constante crioscópica da água foi calculada usando cada uma das
soluções:

Tabela 3 - Constantes crioscópicas experimentais da água

Solução Molalidad Kc Erro


e (mol/ experimental percentual
kg) (K.kg/ mol)

1 0,2375 0,84 54,8%

2 0,4687 2,13 -14,5%

3 0,7028 2,85 -53,2%

Média - 1,94 -4,3%


Fonte: Própria (2022).

Foi calculado também o erro percentual da constante crioscópica obtida para cada
solução pela fórmula:

𝐾𝑐.𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜− 𝐾𝑐.𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙
𝐸= 𝐾𝑐.𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
𝑋 100%

Os erros foram calculados e também dispostos na tabela 3. É possível observar que


a constante crioscópica experimental para as soluções individualmente se desviaram
muito do valor teórico. O valor da média, no entanto, se aproximou bastante do valor
teórico. Isso leva à suposição de que a realização do experimento em replicatas
poderia diminuir a porcentagem de erro e obter valores experimentais mais próximos
do informado pela literatura, mesmo sem o uso de aparelhagens precisas.

Dois pontos interessantes a se discutir são o uso da molalidade ao invés da


molaridade, e a independência do soluto utilizado. Geralmente nos laboratórios a
medida de concentração de soluções mais utilizada é a molaridade. No entanto, no
estudo da crioscopia é utilizada a molalidade. Isso se dá pois a molalidade de uma
solução não varia com a temperatura, uma vez que a massa de solvente não se
altera. Já a molaridade pode variar, conforme a variação de volume do solvente.

Outro fator interessante é que o abaixamento crioscópico é determinado somente


pela constante crioscópica do solvente e pela molalidade da solução,
independentemente de qual soluto é utilizado. Isso ocorre porque as propriedades
coligativas não dependem do tamanho nem da massa molar do soluto, e sim
somente do número de moléculas presentes. Segundo Chang (2008), no estudo da
elevação da temperatura de ebulição, o soluto utilizado deve ser não volátil, para
que a concentração deste seja constante durante a ebulição da solução. Para o
estudo da crioscopia, no entanto, basta que o soluto não evapore em temperaturas
próximas do congelamento do solvente, podendo ser volátil. Por exemplo, o etanol,
que é considerado um soluto volátil, pode ser utilizado para abaixar a temperatura
de congelamento da água.

Uma das principais fontes de erro foi a imprecisão na medida do ponto de


congelamento das soluções. O grupo não sabia ao certo se o ponto seria na
formação do primeiro cristal, ou na formação de uma camada na parede do tubo de
ensaio, ou na estabilização da temperatura no termômetro. Dessa forma, com uma
definição do ponto, através de um teste, antes da realização do experimento em si,
poderiam obter-se resultados mais precisos. Além disso, foram utilizadas
aparelhagens de um laboratório de ensino, que não levam a uma precisão
quantitativa.

3. CONCLUSÃO

Como propriedade coligativa que estuda o abaixamento do ponto de fusão de um


solvente por adição de um soluto não volátil, como no caso a sacarose. Finalizamos
a prática com a média de erros de aproximadamente -4,3% porém os valores
experimentais divergem dos teóricos, com isso, não é possível considerar o
experimento de forma quantitativa, somente qualitativa.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATKINS, Peter; PAULA, Julio de. Físico-Química - Vol. 1. Rio de Janeiro: LTC, 10ª
ed., 2017.
BACCAN, N., et al. Química Analítica Quantitativa Elementar. São Paulo: Edgard
Blücher; Campinas: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 2ª ed., 1979.
CHANG, R. Físico-química: para as ciências químicas e biológicas. São Paulo:
McGraw-Hill, 3ª ed., 2008.

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