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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia Química

Revista Descomplicando a Termodinâmica

Grupo 2
Estudo experimental da Calorimetria.
Francisca Iara A. Franco a,⁎, Raquel S. Medeirosa,
a
Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal

I N F O R M A Ç Õ ES RESUMO

Palavras-chave: Calor é a quantidade de energia que flui espontaneamente de um corpo para outro devido
Calorímetro de à sua diferença de temperatura. Duas de suas propriedades são de grande importância para
bomba, capacidade o entendimento deste trabalho, conhecidas como capacidade calorífica e calor específico
calorífica, calor, calor
sensível. O estudo dessas propriedades e seus efeitos é realizada pela calorimetria, com a
específico, valor
utilização de um calorímetro. Com o objetivo de terminar o valor energético de uma
energético.
amostra de biscoito e outra de querosene, foi utilizado o calorímetro de bomba, ou bomba
calorimétrica. O calorímetro passou pelo processo de calibração para se obter a constante
calorimétrica (K) do aparelho. Em seguida, o mesmo procedimento foi realizado para as
análises das amostras de biscoito e querosene. Como resultado do experimento, foi obtido
um valor para a constante K igual à 0,7345, abaixo de 1, que é o considerado ideal. Assim
calculou-se o valor energético da amostra de biscoito, 4798,04 cal/g, e da amostra de
querosene, 11653,9 cal/g ou 11,653 Kcal/Kg, sendo assim o objetivo do trabalho foi
atingido.

Autor correspondente (Francisca Iara A. Franco). E-mail: iaraaraujof20@gmail.com .

1. Introdução

Como bem se sabe, calor é a quantidade de energia que flui espontaneamente de um corpo para outro devido à sua
diferença de temperatura. Algumas propriedades do calor são bastante importantes para o entendimento deste trabalho,
como é o caso da capacidade térmica e calor específico sensível.
Diferentes substâncias são afetadas em diferentes magnitudes pela adição de calor. Quando uma determinada
quantidade de calor é adicionada a diferentes substâncias, suas temperaturas aumentam em quantidades diferentes. Esta
constante de proporcionalidade entre o calor Q que o objeto absorve ou perde e a mudança de temperatura resultante T do
objeto é conhecida como capacidade calorífica C de um objeto. Enquanto que um corpo constituído pelo mesmo material,
sua capacidade térmica é diretamente proporcional à massa e a razão entre eles é constante, denominada como calor
específico sensível.
O ato ou ciência de medir as mudanças nas variáveis de estado de um corpo para calcular a transferência de calor
associada a mudanças de seus estados, como mudanças físicas ou transições de fase sob condições específicas, é conhecido
como calorimetria. A calorimetria é realizada com a ajuda de um calorímetro.
O calorímetro usado para determinar com precisão a mudança de energia durante uma reação é conhecido como
calorímetro de bomba, ou bomba calorimétrica. Este é um instrumento de laboratório usado para medir a quantidade de
calor de combustão de uma amostra ou potência de calor quando ocorre combustão em excesso de oxigênio. Um
calorímetro de bomba inclui uma câmara de reação onde a reação (geralmente uma reação de combustão) ocorre. A câmara
de reação é um recipiente forte que pode suportar a pressão intensa de gases aquecidos com explosão. A câmara é
normalmente preenchida principalmente com gás oxigênio e combustível. Um circuito elétrico é conectado à câmara para
acender eletricamente o conteúdo, a fim de realizar um estudo do calor liberado na combustão. A câmara de reação é
cercada por uma camisa de água com um termômetro inserido. O calor liberado da câmara aquece a jaqueta cheia de água,
permitindo que se determine a quantidade de energia liberada pela reação.
Figura 1. Esquema de calorímetro de bomba.

O calorímetro de bomba tem grande aplicação na área de geração de energia (na medição do poder calorífico de
combustíveis sólidos e líquidos) e também na área alimentícia, onde é empregado para medição do valor energético de
alimentos.
Diante dos conceitos abordados, este trabalho tem como objetivo realizar o estudo experimental da calorimetria
através do cálculo do valor energético das amostras de biscoito e querosene.

2. Metodologia

2.1 Procedimento Experimental

Este experimento consistiu inicialmente com a etapa de calibração, necessária para se calcular a constante calorimétrica
(K) do calorímetro. Pesa-se uma pastilha de ácido benzóico em um cadinho metálico e um fio de níquel-cromo de
aproximadamente 10 cm. Após esta etapa o fio foi alocado nos orifícios do eletrodo, analisando bem que este toque
somente na amostra e não no cadinho. Em seguida foi inserido cerca de 1 mL de água destilada dentro da célula de
explosão, seguido de seu fechamento e pressurização com 30 atm de oxigênio utilizando o cilindro, onde se caracteriza
como a parte mais sensível do experimento onde se exige bastante cuidado, e deve ser este valor para garantir que o
processo de combustão ocorra completamente ou o máximo possível, e adicionados exatamente 2 litros de água dentro do
balde do calorímetro na qual a bomba foi mergulhada. Posteriormente, foram inseridos os fios de ignição, a bomba foi
fechada e a liga foi inserida no sistema de polias, assim esperou-se a estabilização da temperatura na qual o valor foi
anotado desta quando estava constante. E por fim foi dado ignição, observando-se o aumento da temperatura e anotação
deste quando o valor ficou constante.
A bomba foi desmontada no processo contrário ao da montagem, onde a válvula foi aberta de alívio obrigatoriamente
na capela, seguida da pesagem dos pedaços de fio-fusível remanescentes. O mesmo procedimento foi realizado para as
análises das amostras de biscoito e querosene.

2.2 Procedimento Pós-Experimental

Os dados obtidos no procedimento experimental foram todos alocados na tabela 1.

Tabela 1. Dados experimentais para os três ensaios.

A partir destes dados foi possível calcular a constante calorimétrica (K) pelo teste com ácido benzóico, onde
utilizamos as equações Q= m*c*ΔT e K= Q água/Q combustão. Para isso foi necessário calcular o calor de combustão
tanto da substância utilizada para a calibração como do de combustão do fio de níquel-cobre. Os valores de massa de água
foram encontrados pela notação 2000*0,997= 1994 gramas e os calores de combustão da amostra e do fio foram
encontrados utilizando as massas pesadas e o calor necessário para queimar uma caloria por grama da substância.
3. Resultados e Discussão

Para um calorímetro ser considerado ideal a constante calorimétrica precisa ser igual a 1, ou seja, o calor de combustão
deve ser igual ao da água. No caso do experimento, foi calculado a constante para um sistema real e seu valor foi de
0,7345, este valor foi encontrado a partir do processo de calibração.
Com o valor da constante calorimétrica tornou-se possível calcular o valor energético da amostra de biscoito,
onde o calor de combustão foi de 1936,01 cal e massa após a queima de 0,4035 g, determinou-se um valor energético de
4798,04 cal/g. E para o querosene calculamos o que é chamado de poder calorífico, onde calor de combustão da amostra
de 4486,78 cal e massa após a queima de 0,385 g, calculou-se este poder que resultou em 11653,9 cal/g ou 11,653 Kcal/Kg.
Calculando o erro de determinação do querosene baseado no seu valor teórico, foi de 13,9%.

4. Conclusões

A calorimetria é usada em várias áreas do cotidiano, como por exemplo nas indústrias farmacêuticas onde é
geralmente empregada para determinar quando um soluto, normalmente sólido, se dissolve em um excesso de solvente.
Este método de análise é muito utilizado também no setor alimentício para determinar a quantidade de calorias por grama
de um alimento, que foi justamente o que fizemos no trabalho com a amostra de biscoito.
Para o querosene foi determinado o poder calorífico, onde alcançamos um valor significativo quando comparado ao
seu valor teórico, apresentando um erro de 13,9%.

Referências

1. BEJAN, Adrian. Thermodynamics of heating. 3. SMITH, J.M.; VAN NESS, H.C; ABBOTT, M.M.
THE ROYAL SOCIETY. Introdução à Termodinâmica da Engenharia
https://doi.org/10.1098/rspa.2018.0820. Acesso Química. 7 Ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2007.
em: 20/07/22. 4. Figura 1. Disponível em:
2. NUCLEAR POWER. Heat in Thermodynamics. https://www.passeidireto.com/arquivo/53202321/e
https://www.nuclear-power.com/nuclear- xp-6-calorimetria-determinacao-da-variacao-de-
engineering/thermodynamics/laws-of- entalpia-de-combustao-de-solidos
thermodynamics/first-law-of-
thermodynamics/heat-in-thermodynamics/.
Acesso em: 20/07/22.

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