Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Universidade Pedagógica
Faculdade de Ciências Naturais e Matemática
Departamento de Física
Direitos de autor (copyright)
Este módulo não pode ser reproduzido para fins comerciais. Caso haja necessidade de reprodução
deverá ser mantida a referência à Universidade Pedagógica e aos seus Autores.
Universidade Pedagógica
Rua Comandante Augusto Cardoso, no 135
Telefone: 21-320860/2
Telefone: 21 – 306720
Índice
MANUAL DE FÍSICA ESTATÍSTICA 1
Visão geral 1
Bem-vindo ao Módulo de Física Estatística ..................................................................... 1
Objectivos do curso .......................................................................................................... 3
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 3
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 4
Ícones de actividade .......................................................................................................... 5
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 6
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 6
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)................................................................................. 7
Avaliação .......................................................................................................................... 7
Unidade 1 10
Descrição Estatística dos Sistemas de Partículas ............................................................ 10
Introdução .............................................................................................................. 10
Lição nº 1 12
Teoria de Probabilidade .................................................................................................. 12
Introdução .............................................................................................................. 12
Sumário ........................................................................................................................... 18
Exercícios........................................................................................................................ 18
Lição nº 2 20
Métodos de descrição dos corpos macroscópicos........................................................... 20
Introdução .............................................................................................................. 20
Sumário ........................................................................................................................... 25
Exercícios nº 1 ................................................................................................................ 25
Lição nº 3 29
Conjunto Canónico e Grand Canónico ........................................................................... 29
Introdução .............................................................................................................. 29
Sumário ........................................................................................................................... 42
Exercícios........................................................................................................................ 43
Lição nº 4 47
Potenciais Termodinâmicos ............................................................................................ 47
Introdução .............................................................................................................. 47
ii
Sumário ........................................................................................................................... 58
Exercícios........................................................................................................................ 59
Unidade 2 68
Medições Macroscópicas ................................................................................................ 68
Introdução .............................................................................................................. 68
Lição nº 1 71
Temperatura Absoluta: Lei Zero da Termodinâmica ..................................................... 71
Introdução .............................................................................................................. 71
Sumário ........................................................................................................................... 74
Exercícios........................................................................................................................ 75
Lição n° 2 76
Trabalho e Energia Interna: 1ª Lei da Termodinâmica ................................................... 76
Introdução .............................................................................................................. 76
Sumário ........................................................................................................................... 84
Exercícios........................................................................................................................ 85
Auto-avalia .................................................................................................................... 85
Lição n° 3 87
Capacidade Calorífica e Calor Específico ...................................................................... 87
Introdução .............................................................................................................. 87
Sumário ........................................................................................................................... 93
Exercícios........................................................................................................................ 93
Lição n° 4 96
2ª Lei da Termodinâmica e suas aplicações.................................................................... 96
Introdução .............................................................................................................. 96
Sumário ......................................................................................................................... 108
Exercícios...................................................................................................................... 108
Lição n° 5 113
3ª Lei da Termodinâmica .............................................................................................. 113
Introdução ............................................................................................................ 113
iii
PARTE II 123
Unidade 3 124
Termodinâmica Estatística ............................................................................................ 124
Introdução ............................................................................................................ 124
Lição n° 2 137
Determinismo e Probabilidade...................................................................................... 137
Introdução ............................................................................................................ 137
Sumário ......................................................................................................................... 141
Exercícios...................................................................................................................... 142
Lição n° 3 145
TEORIA CLÁSSICA E QUÂNTICA DA CAPACIDADE TÉRMICA DOS CORPOS
SÓLIDOS...................................................................................................................... 145
Introdução ............................................................................................................ 145
Sumário ......................................................................................................................... 151
Exercícios...................................................................................................................... 151
Lição n° 5 163
Estatística de Maxwell - Boltzmann ............................................................................. 163
Introdução ............................................................................................................ 163
iv
Lição n° 6 195
Estatística de Bose - Einstein ........................................................................................ 195
Introdução ............................................................................................................ 195
Sumário ......................................................................................................................... 202
Exercícios...................................................................................................................... 202
Lição n° 7 210
Estatística de Fermi–Dirac ............................................................................................ 210
Introdução ............................................................................................................ 210
Sumário ......................................................................................................................... 220
Exercícios...................................................................................................................... 222
1
Visão geral
Bem-vindo ao Módulo de Física
Estatística
Teoria de Probabilidade;
Métodos de descrição dos corpos macroscópicos;
Conjuntos Canónicos e grand Canónico;
Potenciais Termodinâmicos.
2. Medições Macroscópicas
3ª Lei da Termodinâmica.
Determinismo e Probabilidade;
Objectivos do curso
Quando terminar o estudo deste módulo, o caro estudante será capaz de:
Páginas introdutórias
Um índice completo.
Outros recursos
Comentários e sugestões
Esta é o espaço reservado para si, caro estudante, para nos dar sugestões e
fazer comentários sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os
seus comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este
curso / módulo.
5
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Habilidades de estudo
A Física, como uma disciplina que descreve os fenómenos e
processos na natureza, foi bem sucedida no desenvolvimento de
modelos teóricos que descrevem os processos e fenómenos que vão
desde as partículas subatómicas até os corpos celestes em galáxias.
A Física Estatística dá uma compreensão racional à
Termodinâmica em termos de partículas microscópicas e suas
interacções. Permite o cálculo das propriedades macroscópicas a
partir das considerações microscópicas. Além disso, as ferramentas
e métodos desenvolvidos em Física Estatística são usados
extensivamente em áreas de investigação de fronteira para
compreender os sistemas não-lineares.
O caro estudante irá nota, pois, que material apresentado
neste módulo é altamente sequencial. Assim, você precisa
acompanhar as actividades na ordem em que estão apresentadas no
módulo. Se você não entender alguma coisa relacionada com as
matérias obrigatórias deverá fazer anotações no seu bloco e
consultor o tutor do módulo, utilizando as vias disponíveis no
programa de Ensino à Distância.
Nos últimos anos, diversas pesquisas têm mostrado que os
estudantes que fazem melhor a física (e outras disciplinas) são
aqueles que se envolvem activamente no processo de
aprendizagem. Com efeito, você deve desenvolver também, entre
outras capacidades, a auto-independência, a iniciativa, a
responsabilidade, a persistência, um estudo autónomo e o trabalho
em equipa.
Precisa de apoio?
Durante qualquer processo de aprendizagem, as dúvidas e problemas são
comuns ao longo de qualquer estudo. Em caso de dúvida numa matéria
7
Avaliação
Ao longo deste módulo, serão realizados dois testes. No 1º teste você será
avaliado nas seguintes unidades: Revisão dos conceitos fundamentais da
Termodinâmica Clássica, Funções Termodinâmicas, Relações de
Maxwell e Fundamentos de Probabilidade e Estatística; o 2º contemplará
as seguintes unidades: Macroestados e Configurações, Distribuição de
Maxwell-Boltzmann, Estatística de Maxwell-Boltzmann, Estatística de
Bose – Einstein e a Estatística de Fermi – Dirac.
PARTE I:
TERMODINÂMICA
CLÁSSICA
10
Unidade 1
Descrição Estatística dos
Sistemas de Partículas
Introdução
Nesta unidade, você vai debruçar-se sobre a descrição estatística dos
sistemas de partículas. A Descrição de um sistema de partículas é um
esforço que a teoria aplica a um grande número de partículas. Aqui, é
nosso interesse estudar as propriedades dos sistemas macroscópicos com
enfoque para as funções termodinâmicas que queremos compreender ou
deduzir. Entre outros elementos, usaremos os potenciais termodinâmicos
para esta descrição.
Lição nº 1
Teoria de Probabilidade
Introdução
Bem-vindo a esta lição. Nesta lição, o caro estudante vai aprender as
noções básicas da Teoria de Probabilidade. Trata-se de noções você vai
precisar ainda neste módulo, uma vez que ele se baseia nas teorias da
Probabilidade e Estatística.
Assim, ao completar esta lição, você será capaz de:
Nesta lição, a nova terminologia com que você vai lidar é: Probabilidade
Terminologia
P(A) =
13
1. 0 ;
2. P(S) = 1;
3. Se os acontecimentos A e B são mutuamente excludentes, então
P(A U B) = P(A) + P(B);
Pi =
(1.1)
(1.2)
(1.3)
14
=
(1.4)
x =
(1.5)
15
= i=
= =
Então, o desvio médio será:
- = ≈ 1,7
.
16
= e =
Com N 2.
Sabendo que: e
= P =
= P =
= P =
ii)
ii)
18
Sumário
Sumarizando, podemos destacar que, nesta lição, você aprendeu
conteúdos sobre as noções básicas da Teoria da Probabilidade, já que
o formalismo matemático deste módulo está assente na Teoria de
Probabilidade e Estatística. Assim, começamos por definir o conceito
de probabilidade, onde determinamos a probabilidade de ocorrência de
um dado evento. Mais adiante, usamos o conceito de “Probabilidade”
para descrição estatística dos sistemas de partículas, no fim da lição
determinamos o valor médio de um dado evento e o respectivo desvio
médio quadrático.
Exercícios
Depois da matéria dada sobre as noções básicas da Teoria da
Probabilidade, você terá a seguir, a oportunidade de consolidar os
seus conhecimentos, através dos exercícios que se seguem:
Auto-avaliação 1. Defina o conceito de Probabilidade?
Resposta:
Probabilidade é a ocorrência de um evento A, ou seja, P(A) é
definido como sendo, a razão entre os casos favoráveis e os casos
possíveis, ou seja:
P(A) =
Pi =
Resposta:
Associado à expressão Pi =
=
Donde, o desvio médio quadrático se deduz como sendo:
x =
4. Anuncie os “Axiomas sobre a Probabilidade”
Resposta:
a) 0 ;
b) P(S) = 1;
c) Se os acontecimentos A e B são mutuamente excludentes, então
P(A U B) = P(A) + P(B);
Resposta:
Os números de erros que ficaram por detectar serão somente os
erros do leitor A mais somente os erros do leitor B, ou seja, os
erros de A diferentes de B e erros de B diferentes de A. Então,
teremos A\B=100 erros e B\A=50 erros, Logo
Cerros por detectar =A\B+B\A=(100+50) erros =150 erros
Ficam 150 erros de impressão por detectar
20
Lição nº 2
Métodos de descrição dos corpos
macroscópicos
Introdução
Na lição anterior, aprendemos sobre as noções básicas da Teoria de
Probabilidade. Depois de você ter adquirido estas noções básicas, vamos
agora dar um passo adiante, introduzindo um novo conteúdo temático a
que chamaremos de “Métodos de descrição dos corpos macroscópicos”.
Assim sendo, podemos afirmar que, a descrição de um sistema dos corpos
macroscópicos é um esforço que a teoria aplica a um grande número de
partículas. Assumindo que conhecemos a equação do movimento de
partículas, o estado do sistema pode ser totalmente especificado, uma vez
que a partícula é simultaneamente medida na posição q e no momento p.
Em princípio, se conhecemos q e p, então podemos calcular o estado do
sistema em todos os momentos posteriores, usando a equação do
movimento.
Terminologia
O que pensa sobre a forma de como é feita a descrição de um corpo
macroscópico? E que grandezas estão envolvidas nesta descrição? Que
métodos são usados nesta descrição. Nesta lição, vamos responder a estas
e outras questões.
21
1, 2,…, s,
= p,
Exemplo!
Gás que está contido numa garrafa, líquido numa garrafa, gás na
lâmpada, propriedades magnéticas dos corpos sólidos, comprimidos
térmicos de corpos sólidos, condutibilidade térmica dos diferentes corpos,
etc.
Lembrete!
Qualquer corpo ou sistema macroscópico tem fronteiras bem definidas.
Tais fronteiras separam o nosso campo de estudo da vizinhança ou meio
ambiente.
Método Dinâmico:
do 2º género.
Tendo em conta que n = 2,7.109.3 = 1020, então teremos 1020
Equações para resolver, o que seria uma empreitada difícil
mesmo para um sistema mais simples (gás ideal num cm3).
Assim, torna-se impossível usar o método dinâmico para a
descrição das partículas, isto porque tal é inútil sob o ponto de
23
Método Estatístico:
Uma partícula de massa m está livre para se mover numa dimensão. Seja
Exemplo
q a sua posição coordenada e p o seu impulso. Suponha que esta partícula
está confinada numa caixa, de modo a ser localizada entre q1(x) = 0 e
q2(x) = L, e suponha também que a sua energia é conhecida e está no
intervalo entre E e E + dE. Desenhe o espaço de fase clássico desta
partícula, indicando as
1. regiões deste espaço, que são acessíveis à ela. (Veja a figura 2.1)
24
P+ dp
0 L X
Figura 2.1: Uma partícula livre de massa m e que se move na dimensão x e o momento p no intervalo entre x = 0 e x = L e
com a energia entre E e E + dE.
E =
P(n) exp
Dica
Onde:
N = 400, = 251, p= ,q=
100 ,
Solução: P(251,400)
P(251,400)
Sumário
Nesta lição, aprendemos os métodos de descrição dos corpos
macroscópicos. Nesse contexto, começamos por definir os conceitos de
coordenadas e impulso generalizado; o conceito de corpo macroscópico e
falamos também sobre as propriedades que obedece ao comportamento
destas partículas.
Em relação aos métodos de descrição dos corpos macroscópicos, vimos
que estes são três, designadamente, o dinâmico, o termodinâmico e o
estatístico. Para a descrição dinâmica dos corpos macroscópicos
recorremos à Equação de Lagrange. Foi por isso que começamos por
definir os conceitos de coordenada e impulso generalizado.
Exercícios nº 1
Realize os seguintes exercícios para você aferir o nível de percepção da
matéria dada.
1. Defina os seguintes conceitos:
Auto-avaliação
a) Coordenadas generalizadas?
Resposta:
Entende-se por “coordenada generalizada”, simbolizada pela
letra q aos parâmetros independentes entre si que fixam, de
maneira unívoca, a posição de um sistema mecânico no
espaço e cujo número é igual ao número dos seus graus de
liberdade.
26
b) Velocidades generalizadas?
Resposta:
As velocidades generalizadas de um sistema são as derivadas da 1ª ordem
em função do tempo das coordenadas generalizadas, ou seja: 1, 2,…, s,
c) Impulso generalizado?
Resposta:
Impulso ou quantidade de movimento generalizado é definido como sendo
L = L(qs ,t)
Deste modo:
L = L(q,
De seguida, determinemos o seu diferencial:
dL = dq + pd
dL = dq + d(p - = d(p - L) - dp - dq
Assim,
dH(p,q) = dp + dp
Donde,
H=p -L=T+U
H(p,q) = T(p) + U(q)
=
A velocidade é igual ao impulso dividido pela massa. Por outro
lado:
28
= =-
=- + =0
= - + =0
29
Lição nº 3
Conjunto Canónico e Grand Canónico
Introdução
Na lição anterior, o caro estudante teve a oportunidade de aprender os
“Métodos de descrição dos corpos macroscópicos. Na presente lição,
vamo-nos debruçar sobre “O conjunto canónico”. “O conjunto
canónico” é uma forma de expor problemas em física estatística
que consiste em, num dado sistema microscópico, fixar o seu
número de partículas, o respectivo volume e temperatura.
(3.1)
(E, x) =
(3.2)
Eis o esquema:
Energia Er EB = E - Er
Assim:
Er « E
(3.3)
Pr =
(3.4)
Er + … (3.5)
Pr(T,x) =
(3.7)
de:
=1 (3.8)
Donde se tem:
Z(T,x) =
(3.9)
Descrição de uma partícula que está isolada Descrição da partícula num banho
dos sistemas vizinhos como por exemplo térmico, por exemplo, uma molécula de
numa caixa vazia termicamente isolada. ar escolhida aleatoriamente numa sala de
Sendo Er os valores próprios de energia, aula, sendo T a temperatura da sala. A
teremos: distribuição (r) de probabilidade de
energia do estado r da partícula é uma
função determinada pelo factor de
( ) = Boltzmann e é dada por: (r)
(3.11)
Com « . Para a largura relativa da
distribuição () tem-se: O valor médio = e a largura
desta distribuição são da ordem de
≈0 (3.12)
grandeza de kBT com: ≈ 1
Conclusão: no conjunto microcanónico a (3.13)
energia está distribuída de modo muito
Conclusão: no conjunto canónico a
localizado em torno do valor médio = distribuição é não localizada e são
consideradas todas as posições e possíveis
e são permitidas todas as possíveis valores de quantidade de movimento.
localizações e direcções da quantidade de
movimento.
Para uma só partícula, ambos os conjuntos descrevem situações bem distintas como
mostram as equações (3.12) e (3.13). Isto é válido para um sistema com poucos graus
de liberdade.
= ≈0 (3.16)
Pr =
(3.15)
Er, Nr EB = E - Er , NB = N - Nr
Figura 3.2. O sistema fechado é constituído por um pequeno subsistema, à esquerda, e por um
sistema macroscópico B, à direita.
Pr = = C (E - Er , N - Nr)
(3.16)
+…
(3.17)
37
Com:
= e -
(3.18)
(3.20)
Y(T, V, ) =
(3.21)
N(T, V, ) = = (T, V, )
(3.22)
= , =
E = m =
P(r,p)
3
Por outro lado, a probabilidade P(p)d p de uma molécula ter um
momento no intervalo entre p e p + dp é dada por:
P (p) p = = C p
Expressão em que p = mv e p = m v
Então, a distribuição canónica será dada por:
p =C
40
Xr =−
A expressão anterior é o valor médio da força generalizada e que
podemos escrevê-la da seguinte forma:
Do que resulta:
dW dx
dW dv
donde:
dln z
Donde:
dlnz = βdW − dβ
dlnZ = βdW − d( β )+ βd
dS = portanto,
S ≡ k(ln Z + β )
TS ≡ kT ln Z +
F= − TS = -kT ln Z
Z(T,x) =
Se um sistema pode ser tratado na aproximação clássica, então a sua
energia é dada por:
(
E = E q1,...qn, p1,..pn ) que depende de algumas coordenadas e
momentos generalizados da função f.
Deste modo, função de partição no espaço de fase é dada por:
Z = ∫…∫
42
Caro estudante, como tem sido, depois dos exemplos propomos uma
actividade para a consolidação. Com efeito, agora você vai ter a
oportunidade de realizar as actividades abaixo, que lhe vão permitir uma
melhor apreensão do que estudou nesta lição:
Actividade
é dado por: = =
= e = , obtêm-se = a partir da
equação = =
=-
Sumário
Sumarizando, nesta lição, abordamos as distribuições canónica e grand
canónica. No primeiro caso, para além de determinarmos a respectiva
Probabilidade e a Energia Termodinâmica (Média), discutimos as
principais diferenças entre o conjunto canónico e o conjunto
microcanónico. No segundo caso, discutimos os conceitos sobre a
distribuição de probabilidade e a determinação da Energia
Termodinâmica (Média). Por fim, estabelecemos as principais diferenças
entre a Distribuição Canónica e a Grand Canónica.
43
Exercícios nº 1
Depois dos conteúdos teóricos que você adquiriu nesta
lição, realize os seguintes exercícios:
1. Defina o conceito de Função de partição micro canónica?
Auto-avaliação
Solução:
Pr = 1 determina a função de partição micro canónica
, que é expressa por:
(E, x) =
Er + …. = lnB(E) - Er + …
Z(T,x) =
Solução:
A tabela abaixo estabelece as semelhanças entre o conjunto
canónico e micro canónico
Descrição de uma partícula que está isolada dos sistemas Descrição da partícula num banho
vizinhos como, por exemplo, numa caixa vazia térmico, por exemplo, uma
termicamente isolada. Sendo Er os valores próprios de molécula de ar escolhida
energia, teremos: aleatoriamente numa sala de aula,
sendo T a temperatura da sala. A
distribuição (r) de probabilidade
( ) = de energia do estado r da partícula
é uma função determinada pelo
factor de Boltzmann e é dada por:
Com « . Para a largura relativa da distribuição ()
tem-se: (r) (3.11)
≈0 (3.12)
O valor médio = e a
largura desta distribuição são da
ordem de grandeza de kBT com:
Conclusão: no conjunto microcanónico a energia está
distribuída de modo muito localizado em torno do valor
≈1 (3.13)
médio = e são permitidas todas as possíveis
localizações e direcções da quantidade de movimento. Conclusão: no conjunto canónico a
distribuição é não localizada e são
consideradas todas as posições e
possíveis valores de quantidade de
movimento.
para uma só partícula, ambos os conjuntos descrevem situações bem distintas como
mostram as equações (3.12) e (3.13). Isto é válido para um sistema com poucos graus de
liberdade.
Descrição de um sistema com N partículas, que está isolado dos Descrição de um sistema
sistemas vizinhos. Assim, para uma dada energia E, tem-se: de N partículas numa
caixa que se encontra num
banho térmico, como, por
W( )= exemplo, uma caixa cheia
de gás na sala de aula. A
distribuição de
45
probabilidade para o
E a largura relativa da distribuição é dada por: ≈ 0 estado r de energia Er
resulta da expressão (3.8)
(3.14) e é dada por:
Conclusão: no conjunto microcanónico as N partículas podem
possuir todas as possíveis posições e valores da quantidade de W( ) =
movimento compatíveis, com a condição de a Energia Total ser
fixa.
=
(3.15)
Enquanto na expressão
(3.11), (r) é uma
distribuição não
localizada, a distribuição
W(Er) é extremamente
localizada, sendo que:
= ≈0
(3.16)
Conclusão: os factores de
Boltzmann na expressão
(2.15) descrevem as
grandes flutuações de
energia de cada partícula.
As flutuações de energia
total em torno do valor
médio são, no entanto,
muito pequenas. A energia
E é definida de modo
muito localizado, embora
apenas seja fixa a
temperatura T.
Pr =
Solução: =
b) A energia média;
Solução: N
Sugestão: Comece por onsiderar que:
c) A capacidade calorífica;
Solução: CV R
d) A entropia.
Solução: S
(
Sugestão: Considere que: S ≡ k ln Z + β ), onde:
Lição nº 4
Potenciais Termodinâmicos
Introdução
Depois de, na lição anterior, o caro estudante ter estudado os conjuntos
(Canónico e Grand Canónico), na presente lição terá a oportunidade de
aprender os Potenciais Termodinâmicos a eles associados.
Você sabe, certamente, que, num sistema mecânico, a variação de energia
potencial define o trabalho realizado por este sistema.
Esta consideração vai levar em conta as seguintes condições:
1. W = -
2. Equilíbrio: que anuncia que, num campo potencial, quando temos
um equilíbrio estável, a energia potencial é mínima.
Na física, em geral, as grandezas cuja variação no processo determina o
trabalho do mesmo chamam-se Potenciais.
Símbolo Designação
E Energia Interna
F Energia Livre
G Potencial de Gibbs
H Entalpia
Por sua vez, o quadro seguinte estabelece uma função entre os Potenciais
Termodinâmicos e os respectivos parâmetros:
V T
F
E G
H
S P
Saiba que:
TdS = đQ e PdV = đW
Introduzindo as derivadas parciais na equação (4.1), obtemos:
= dS+ (4.2)
T= (4.3)
P=- (4.4)
(4.5)
dF = – PdV – SdT
(4.7)
dF(V,T) = dV+
(4.8)
P= e S=
(4.9)
dG = VdP - SdT
(4.12)
V= e S=
(4.13)
dH = VdP + TdS
(4.16)
52
V= e T=
(4.17)
» +
« 0,
isto para processos reversíveis. Para os processos irreversíveis, teremos que:
dE ‹ 0 ⇒ ‹ 0 ⇒ E2 - E1 ‹ 0 ⇒ E2 ‹ E1
Conclusão: O processo isocórico – isoentrópico ocorre espontaneamente com
a diminuição do potencial “Energia Interna” E, que no estado de equilíbrio
possui o valor mínimo.
» +
= 0 e daí obtemos:
⇒ « 0
⇒ « 0
Conclusão: O isocórico – isotérmico ocorre espontaneamente com a
diminuição do potencial “Energia Livre” F, que no estado de equilíbrio possui
o valor mínimo.
» +
» +
⇒ « 0
⇒ « 0
Conclusão: O isotérmico – isobárico ocorre espontaneamente com a
diminuição do “Potencial de Gibbs” G, que no estado de equilíbrio possui o
valor mínimo. O processo isotérmico – isobárico é o mais usado na natureza
porque a maioria dos processos na natureza ocorre à Pressão e Temperatura
constantes.
» +
⇒ + « 0
⇒ « 0
54
⇒ « 0
Conclusão: O isobárico – isoentrópico ocorre espontaneamente com a
diminuição do potencial “Entalpia” H, que no estado de equilíbrio possui o
valor mínimo.
Exemplo Solução:
Usando a dependência da Energia Interna da Entropia e do Volume:
E = E (S,V)
Diferenciando a função acima, teremos:
dE = dS + dV
A partir da equação fundamental da termodinâmica:
dE = TdS − PdV
De seguida, comparando as duas equações podemos obter:
T=
P=-
Usando o diferencial de segunda ordem e tendo em conta que dE é um
diferencial perfeito, E deve ser independente da ordem de diferenciação.
Assim, teremos:
=-
⇒ -
dE = TdS − PdV
( ) + VdP
⇒ dE = TdS − d PV
55
( )
⇒ d E + PV = TdS + VdP
( )
H = H S, P
⇒ dH = TdS + VdP
Diferenciando a função:
dH dS +
A partir da equação termodinâmica:
T =
⇒ =
56
Solução:
A função termodinâmica independente é dada por:
dE = TdS – PdV
( )
⇒ dE = d TS − SdT − PdV
⇒ d(E − TS )=−SdT − PdV
Helmholtz, teremos:
(
F = F T ,V )
⇒ dF =−SdT − PdV
( )
Diferenciando a função F = F T ,V , teremos:
dF dV
A partir da equação termodinâmica:
dF =−SdT − PdV
S −
P −
=
57
⇒ =
Exemplo
Solução:
A função termodinâmica independente é dada por:
dE = TdS − pdV
( ) (
⇒ dE = d TS − SdT −d pV + VdP )
( )
⇒ d E − TS + PV = −SdT + VdP
( )
válida a relação: G = G T,P
⇒ dG =−SdT + VdP
( )
Diferenciando a função G = G T,P , teremos:
dG dP
S=-
V=
=
58
Solução:
Sumário
Nesta lição, abordámos os Potenciais Termodinâmicos. Aqui, abordámos
como variam estes potenciais em função dos parâmetros independentes,
como sejam, a Temperatura T, o Volume V, a Pressão P e a Entropia S.
A partir das funções de estado, que são os potenciais termodinâmicos e
com ajuda das relações termodinâmicas fundamentais, derivamos as
Relações de Maxwell. Por fim, analisamos como é que, a partir da
desigualdade fundamental da termodinâmica, se manifestam os diferentes
isoprocessos.
59
Exercícios nº 1
Depois de ter estudado a matéria sobre os “potenciais
termodinâmicos”, que constitui a última lição desta
unidade, você terá agora a ocasião de aferir sobre o nível
Auto-avaliação de percepção da matéria estudada. Para tal, tente efectuar
os seguintes exercícios:
1. Que entende por potencial termodinâmico?
Solução: Potenciais termodinâmicos são grandezas cuja
variação no processo, determina o trabalho do mesmo.
2. Prove que a energia interna do gás ideal é, somente, função
da sua temperatura.
Solução:
dE =
(1)
(2)
(3)
dS =
(4)
S
3. a) Usando a equação CV T . e a equação de Maxwell
T V
T p V p
prove que CV T . .
V S S V T S T V
Solução:
S
cV T T
V S S p S p V p
cV T T T . . T .
T p T V p T V p V T V T S T V
V S S V
mas,
62
(2)
Fazendo,
Do que resulta:
⇒ « 0⇒ « 0
Conclusão: O isocórico – isotérmico ocorre espontaneamente com a
diminuição do potencial “Energia Livre” F, que no estado de equilíbrio
possui o valor mínimo.
+ ⇒ « 0⇒ « 0
Conclusão: O isotérmico – isobárico ocorre espontaneamente com a
diminuição do “Potencial de Gibbs” G, que no estado de equilíbrio possui
o valor mínimo. O processo isotérmico – isobárico é o mais usado na
natureza porque a maioria dos processos na natureza ocorrem a Pressão e
Temperatura constantes.
0⇒ « 0
Conclusão: O isobárico – isoentrópico ocorre espontaneamente com a
diminuição do potencial “Entalpia” H, que no estado de equilíbrio possui
o valor mínimo.
Solução:
Solução:
b) Se kT 3.
V a , V a , mostre que a equação de
4 pV TV
3
estado é p 4 .V a A.T onde A é uma constante.
Solução:
………….
67
Unidade 2
Medições Macroscópicas
Introdução
Lição nº 1
Temperatura Absoluta: Lei
Zero da Termodinâmica
Introdução
Esta lição é que abre a unidade sobre as medições macroscópicas.
Nela você aprenderá sobre o conceito de Temperatura Absoluta. A
temperatura absoluta é o valor de temperatura medido em uma
escala que começa em zero absoluto. É um dos principais
parâmetros utilizados na Termodinâmica e mecânica estatística e
este conceito está relacionado com a Lei Zero da Termodinâmica.
Terminologia
Você vem falando de Temperatura ao longo do seu percurso estudantil.
Qual é a importância da Temperatura no seu quotidiano. E na
Termodinâmica, que papel este conceito desempenha?
A partir do que você aprendeu nos anos anteriores (1º Ano), lembra-se
que:
= =
Expressão em que C, indica a temperatura em graus Celsius,
R em graus Reumer e F em graus Fahrenheit.
Conclusão:
a, podemos escrever:
V =Na KT. Uma vez que R = Na K, entao: V = ,o
que já responde a alíneas b) desta actividade!
T1 = K
Tome Nota!
Sumário
Exercícios nº 1
Agora você está em condições de aferir o seu nível de entendimento da
lição dada, resolvendo os exercícios que se seguem:
1. Defina o conceito de Temperatura?
Auto-avaliação
Solução: A temperatura de um sistema é uma medida do
movimento aleatório das moléculas do sistema. Este movimento
aleatório, velocidade de translação de cada molécula, está
associado à energia cinética molecular
2. Defina o conceito de Temperatura Absoluta?
Solução: É o valor de temperatura medido em uma escala que
começa em zero absoluto e é um parâmetro de temperatura, que é
completamente independente da natureza do termômetro especial
utilizado para realizar a medição de temperatura
3. Em que unidade se mede a Temperatura Absoluta?
= =
Expressão em que C, indica a temperatura em graus Celsius,
R em graus Reumer e F em graus Fahrenheit.
6. Anuncie a Lei Zero da Termodinâmica?
Solução:
Se os corpos macroscópicos A e B estão em equilíbrio térmico com um
terceiro corpo C, então, os corpos A e B, estão em equilíbrio térmico
entre si. Nestas condições, o corpo C chama-se “Termómetro”.
76
Lição n° 2
Trabalho e Energia Interna: 1ª
Lei da Termodinâmica
Introdução
(2.1)
Considere o gás contido num cilindro com êmbolo, como mostra a figura
2.1. Retirando um dos pequenos pesos localizado sobre o êmbolo o que
vai provocar um movimento do êmbolo par cima (a distância percorrida
pelo êmbolo é dL), este processo pode ser considerado quase – estático.
Exemplo Nestas condições, nós podemos calcular o trabalho W, realizado pelo
sistema, durante este processo. A força total exercida sobre o êmbolo é
PA, onde P é a Pressão e A é a área do êmbolo. Assim, o trabalho δW
será dado por:
δW = PAdL
(2.2)
dL
Figura 2.1. Exemplo de trabalho efectuado pelo movimento da fronteira do sistema num processo
quase – estático
δW = PdV
(2.3)
1W2 = =
(2.4)
dV
b a V
2 1
Figura 2.2. Uso do diagrama pressão – volume para mostrar o trabalho realizado por um
sistema num processo quase – estático (trabalho devido ao movimento da fronteira).
80
Universo
Sistema
Vizinhança
Depois desta breve revisão dos conceitos – chave, podemos afirmar que:
Este facto permitiu concluir que deveria existir uma função conservativa
(função de coordenadas térmicas) que caracteriza o estado do sistema e
cuja variação seja igual a Q – W. Esta função foi nomeada de energia
interna, E.
Assim, pode-se escrever:
E = Q – W
(2.5)
dE = đQ – đW
(2.6)
= P(V 2 - V1),
Onde V 1 e V 2 são os volumes inicial e final do gás.
Utilizando a equação do estado do gás perfeito:
PV = RT
83
R e R ,
Donde teremos que:
3,32J
2. Prove que a energia interna do gás ideal é, somente, função da
sua temperatura.
(1)
(2)
Igualando a equação (1) com a equação (2), teremos
Solução:
De acordo com a 1ª lei da termodinâmica:
Q = U +
Sumário
Os corpos macroscópicos têm energia interna igual à soma das energias
cinéticas individuais do movimento caótico de todas as moléculas do
corpo e das energias potenciais de interacção entre as moléculas. A
energia interna é uma função unívoca dos parâmetros termodinâmicos – a
temperatura e o volume. No caso do gás monoatómico perfeito a energia
interna depende exclusivamente da temperatura:
85
U = RT
De acordo com a 1ª lei da termodinâmica, a variação da energia interna
do sistema durante a sua transição dum estado para outro é igual à soma
dos trabalhos realizados pelas forças externas e da quantidade de calor
cedida:
U = W + Q
Em termodinâmica, o trabalho realizado em relação ao sistema é dado
por:
W = -pV,
sendo p a pressão e V a variação do volume. O próprio sistema realiza,
neste caso, o trabalho igual a W’ = - V. No processo de
aquecimento e arrefecimento, a quantidade de calor é Q = mcT, sendo
c, o calor específico e T, a variação da temperatura.
O trabalho e a quantidade de calor são características dos processos em
que há variação de energia. No caso do processo isocórico (volume
constante), o trabalho é igual a zero e U = Q; no caso do processo
isotérmico (T = constante), a energia interna do gás perfeito não varia e Q
= W’; no caso do processo isobárico (p = constante), o calor cedido ao
sistema é gasto na variação da energia interna do sistema e na realização
de trabalho: Q = U + W’; no caso do processo adiabático (num sistema
com isolamento térmico), Q = 0 e U = W; no caso de haver troca de
calor num sistema isolado, sem que seja realizado trabalho, é válida a
equação do balanço térmico:
Q1 + Q2 + Q3 +…= 0,
Sendo Q1, Q2 e Q3 as quantidades de calor recebidas ou transmitidas
pelos corpos.
Exercícios nº 1
Realize os seguintes exercícios para aferir o seu nível de
percepção da lição dada:
1. Quais as grandezas físicas de que depende a energia interna?
Auto-avaliação
U = U2 - U1 = R
= PV
U ≈ 4.106
Lição n° 3
Capacidade Calorífica e Calor
Específico
Introdução
.
Quando transferimos energia sob a forma de calor para um sistema, há
uma mudança do seu estado que se pode traduzir por um aumento de
temperatura. Para quantidades infinitesimais, teremos:
dQ dT
ou
dQ = CdT,
onde C é a capacidade calorífica. Sabendo C, podemos calcular a energia
fornecida como calor, controlando o aumento de temperatura que essa
transferência provoca.
A capacidade calorífica depende das condições. Para um sistema a
volume constante e que não possa efectuar qualquer tipo de trabalho, a
88
CV = =
(3.1)
CV = RT
Se o sistema estiver sujeito a pressão constante (por exemplo, exposto à
atmosfera), a quantidade de calor necessária para provocar a mesma
alteração de temperatura dT será CPdT. Neste caso, o volume pode variar.
Assim, uma parte de energia fornecida como calor pode ser devolvida às
vizinhanças do sistema como trabalho; nem todo calor é utilizado para
aumentar a temperatura do sistema.
Tal como CV, também CP está relacionado com uma função
termodinâmica: a entalpia, definida como sendo H = U + PV. Como U,
P e V são funções de estado, H também é uma função do estado. Para
uma variação infinitesimal da temperatura, teremos:
dH = dU + d(PV) = dU + VdP + PdV
= dQ + dWexp + W’ + VdP + PdV
Havendo só trabalho de expansão/compressão, teremos:
dQ = dQ + VdP
A expressão constante,
CP = =
(3.2)
= QP
Que é o caso de uma reacção que tenha lugar num recipiente aberto para
a atomostera (a pressão constante). Do mesmo modo, se CP for constante
num dado intervalo de temperaturas, teremos:
H = CPT (dP = 0)
Como H = QP, então:
QP = CPT
As capacidades caloríficas dependem da temperatura; só podemos admití-
las que são constantes se o intervalo de temperaturas for pequeno. A
dependência de CP com a temperatura é normalmente representada por
uma equação do tipo:
CP = a + bT + + d
= =
(3.3)
fundamental da termodinâmica.
8a
b) Tc
27nRb
Solução:
c)
Solução:
92
x y z
3. Usando a equação . . 1 prove que
y z z x x y
T V
CV .
kT T S
Solução:
93
Sumário
Nesta lição, abordámos o conceito de Capacidade Calorífica e do Calor
Específico. A seguir, deduzimos as expressões algébricas para a
Capacidade Calorífica a volume constante e para a Capacidade Calorífica
a pressão constante bem assim a expressão para o calor específico. No
fim, usamos estas expressões para a resolução de problemas práticos.
Exercícios nº 1
1. Um mole de um gás ideal é expandido a partir do volume Vo
para o volume V1 por um processo descrito pela equação
Auto-avaliação p . Mostre que o trabalho realizado pelo gás durante este
V2
V1 Vo
processo é W . e o calor extraído do gás é dado por
VoV1
C 1 1
Q . V 1.
R Vo V
Solução:
Sabe-se que
=
, o calor
extraído do gás é o simétrico do que foi obtido
L 1 1
p T
nRT dp p.L dp pL dp L dT dp L dT p
VG
p
dT nRT 2
dT R.T 2
.
p R T2
p p R T T 2 ln po R To T
o o
L 1 1
p po . exp
R To T
96
Lição n° 4
2ª Lei da Termodinâmica e
suas aplicações
Introdução
Depois de, nas lições anteriores, falarmos sobre a “Lei Zero” e sobre a “1ª
Lei da Termodinâmica”, vamos nesta lição introduzir um novo conceito
que é a “2ª Lei da Termodinâmica e suas aplicações”. Enquanto a 1ª Lei
da Termodinâmica estabelece que, para um sistema que efectua um ciclo,
a integral cíclica do calor é igual à integral cíclica do trabalho, porém, a
mesma já não impõe nenhuma restrição quanto às direcções dos fluxos de
calor e trabalho, isto é, um ciclo no qual uma determinada quantidade de
calor é cedida pelo sistema e uma outra quantidade equivalente de
trabalho é recebida pelo mesmo, satisfaz a 1ª lei, da mesma maneira que
um ciclo onde estas transferências se dão em sentidos opostos.
Experimentalmente, sabe-se que, se um dado ciclo não viola a 1ª Lei, não
está assegurado que este ciclo possa realmente ocorrer. Este tipo de
evidência experimental levou à formulação da 2ª Lei da Termodinâmica.
Assim, um ciclo somente ocorrerá, se tanto a primeira como a segunda lei
da termodinâmica forem satisfeitas. Num sentido amplo, a 2ª lei envolve
o facto de que processos ocorrem num dado sentido e não no oposto.
Uma chávena de chá por exemplo, quando quente, esfria em virtude da
transferência de calor para o meio, porém, calor não será transferido do
meio mais frio para a chávena de chá mais quente; outro exemplo se
refere ao consumo da gasolina: consome-se gasolina quando um carro
sobe uma montanha, mas o nível de combustível do tanque do tanque de
gasolina pode ser restabelecido ao nível original na descida da montanha.
Ao completar esta lição, você será capaz de:
Entropia
A
B
Enunciado de Clausius
dS dQ
Variação de entropia =
S =
dS =
(4.1)
TH
QH
W = -( QC + QH)
QC
TC
4.2. A 2ª Lei exige que para converter o calor QH (retirado da fonte quente à temperatura TH)
no trabalho W, é necessário transferir o calor QC para uma fonte fria (à temperatura TC)
(4.2)
Que é uma quantidade positiva, pois TH > TC. Uma vez que a fonte fria
recebe calor, a sua entropia aumenta; a fonte quente cede calor e por isso
a sua entropia aumenta.
U = 0 = Q + W = QC + QH + W
W = - (QC + QH)
SC SQ
101
= -
(
102
P A QH
B TH
D C
TC
QC
0 V
4.3. Ciclo de Carnot para um gás perfeito . Todos os passos são reversíveis e
desenvolvem-se entre as isotérmicas TC e TH e as adiabáticas AD e BC.
dU = 0 dW = - dQH
W = - QH = -nRTHln
Q = 0
W = - QC = -nRTCln
Q = 0
O trabalho total será a soma dos trabalhos efectuados em cada passo, isto
é:
103
W = -nRTHln - nRTCln
=
e
Onde, =
O que resulta:
W = -nR(TH - TC) ln
= = = 1 -
S = = +
= nRTH ln + nRTC ln = nR ln 1 = 0
P
2 1
T
V
Figura 4.4. A expansão adiabática irreversível de i para f gera entropia.
= 0 = + + +
= +
= - - = nR ln > 0
= + 0
(4.4)
=
(4.5)
105
kJK -1
-1
-
Q(1) = = 8340 J
Q(2) = x( - 273,15)
Q(3) = x(323,15 - )
b) A variação da entropia
Resolução:
S S(1) S(2)S(3)
S(1) fusS
-1
Mas,
S = n
Assim,
108
S = 5,25 JK-1
Sumário
Nesta lição, falámos sobre a 2ª Lei da Termodinâmica. Aqui, anunciámos esta lei em duas
formulações: a de Kelvin – Planck e a de Clausius. Depois introduzimos o conceito de
Entropia, deduzimos a sua expressão algébrica. Com base nesta expressão, resolvemos os
problemas termodinâmicos a ela inerentes. Também abordámos o conceito de eficiência ou
rendimento térmico bem como o Ciclo de Carnot para um gás ideal.
Exercícios nº 1
1. Formule a 2ª Lei da Termodinâmica (enunciado de Kelvin –
Planck e de Clausius).
Solução:
Auto-avaliação
Enunciado de Kelvin – Planck: Não é possível haver um
processo em que o único resultado seja a absorção de calor de
um reservatório e a sua conversão completa em trabalho.
Solução:
Enunciado de Clausius: É impossível construir um dispositivo
que opere, segundo um ciclo, e que não produza outros efeitos,
além da transferência de calor de um corpo frio para um corpo
quente.
= 1 -
Solução:
Uma vez que:
= = = 1 -
= 1 -
g
H2O
ni R nR n.V
N ni N i . Como tal,
Vi Vi
Vi
i 1 i 1
N
nRVi
N
Vi
S n.R x . ln x onde
N
S N ln i 1
V i i
i 1
i 1
Vi i
i 1
V
xi N i
Vi
i 1
7.
Escrevendo a equação da energia para o fluído na forma
1 p
ds .dE .dV e considerando S como função de E e V,
T T
S
2
calcule de duas formas diferentes para mostrar que
EV
T T p
p. T . .
V E E V E V
Solução:
Assim,
p
nRT dp p.L dp pL dp L dT dp
VG
p
dT nRT 2
dT R.T 2
.
p R T2
po
p
L 1 1
p po . exp
R To T
113
Lição n° 5
3ª Lei da Termodinâmica
Introdução
Nesta lição, você vai estudar a 3ª Lei da Termodinâmica. Usaremos,
depois, duas “técnicas”distintas” para o cálculo da entropia: a primeira
será a técnica da termodinâmica macroscópica (já vista na lição anterior);
a segunda será com o recurso à Termodinâmica Estatística, a partir do
conhecimento das funções de partição (entropia espectroscópica)
também já vistas em unidades anteriores.
Ou ainda:
E, finalmente:
Demonstração:
c = = =
(5.1)
= 0
A segunda é usando a Termodinâmica Estatística. Assim sendo, vamos
considerar este conceito, baseando-nos na ideia da Estatística Quântica.
Para tal, vamos considerar um sistema macroscópico que contém N
moléculas que tem uma determinada energia N. Usando a estatística
quântica, podemos dizer que existe um grande número de maneiras
distintas de destribuir as moléculas entre os níveis energéticos (estados
energéticos) uma vez que tal destribuição deve obedecer apenas às duas
equações restritivas:
116
Ej nj
---------------------------------------------------------
E2 n2
E1 n1
E0 n0
(5.2)
Sesp = KlnW
(5.3)
117
Resolução:
4 .
2
0 .......
1 = = = 8
Ou
4
2 ..
0 ......
2 = = = 28
lnW =
W =
W = 10
118
Scal = + + + + +
+ + +
= = = 1,34 JK-1mol-1
+ + 27,04 + + 0,71
= 170,48 JK-1mol-1
Sumário
Nesta lição, falámos sobre a 3ª Lei da Termodinâmica. A partir desta lei, aprofundámos os
conhecimentos sobre o conceito de entropia, tendo deduzido a sua expressão algébrica.
Esta dedução foi feita de duas maneiras. Primeiro, através da Termodinâmica
Macroscópica, onde obtivemos a entropia calorimétrica. Em segundo, através da
Termodinâmica Estatística. Por fim, aplicámos as duas expressões para a resolução de
problemas concretos na Termodinâmica.
Exercícios nº 1
Ou ainda:
A entropia do sistema a temperatura de zero absoluto independe
das coordenadas termodinâmicas;
E, finalmente:
Não é possível atingir a temperatura de zero absoluto com auxílio
de números finitos de ciclos de Carnot (quando tal ciclo trabalha
no sentido inverso), isto é, como refrigerador.
2. Para um fluído, prove que:
a)
E H
T
S V S p
Solução:
S V
b)
p H T
Solução:
dH V
dH TdS Vdp TdS dH Vdp dS dp
T T
S 1
H T
p
S V
p T
H
121
p 1
c)
E T V V T E
Solução:
S 1 2S 1
dE p E V T VE V T E
TdS dE pdV dS dV
T T S p S p
2
V
V E T EV E T V
S S
Assim dS dH e comparando as duas expressões
H p p H
conclui-se que:
S 1 S V
e . Da igualdade das 2as derivadas mistas
H p T p H T
conclui-se que:
=T - V
122
PARTE II
FÍSICA ESTATÍSTICA
124
Unidade 3
Termodinâmica Estatística
Introdução
Lição n°1
Ideias fundamentais da teoria
cinético – molecular:
Introdução
A. Conceito de Temperatua
Comecemos pelo conceito de temperatura (). Sob o ponto de vista
microscópico, a temperatura é a energia cinética média de todas as
partículas constituintes. Deste modo, podemos escrever que:
=
=
129
B. Teorema de Equipartição
Este teorema foi proposto pelos cientísticas Clausius (1857) e Maxwell
(1860).
Enunciado do teorma:
Aplicações:
Para um mole de gás monoatómico, a energia total pode ser calculada
como sendo:
KT = KT
E = RT
Onde NA é o número de partículas por mole e 3 é o número de graus de
liberdade.
Tendo em conta o valor dessa energia, podemos calcular as características
termodinâmicas desse sistema. Por exemplo, para o cálculo de Cv temos:
= = R
Para um gás biatómico, temos 2 graus de liberdade. Assim, teremos:
E = RT
Cv = R
Mas, para temperaturas bastante altas, é preciso considerar também o
movimento interno (oscilatório das partículas). Neste caso, para
partículas biatómicas, tendo em conta mais um grau de liberdade, que se
considere só para temperaturas altas, (> 1000º C), teremos:
E = 3 RT + 2 RT + RT
Na igualdade acima, a primeira parcela refere-se ao movimento de
translação, com 3 graus de liberdade; a segunda parcela, refere-se ao
movimento de rotação, com 2 graus de liberdade; e, o último, ao
movimento oscilatório, com 1 grau de liberdade. Assim, a energia total
será dada como sendo:
E = RT
131
PA =
F = 105Nm-2x1,6m2
F = 16000N = 16T
Exemplo:
Examinemos um sistema composto pela figura abaixo:
dz
A = 1 cm2
Figura 1.1: Sistema composto de uma força que actua sobre partículas
Seja F a força que actua sobre as partículas. Assim, será válida a relação:
dF = FndzA,
A expressão para dP será dada por:
dP = = Fndz
Mas, a força de gravidade que actua sobre uma partícula define-se como
gradiente com sinal negativo, ou seja:
F = -
-ndU = KTdn
Daqui, segue que;
=-
Donde,
Lnn = - + constante
Ou, calculando o antilogaritmo, teremos:
n=C
Esta constante pode ser calculada tendo em conta que na altura z=0, n =
n0 (condição de contorno) e tendo em conta ainda que U=mgz, então para
z=0 que corresponde U = 0, teremos:
n = n0
Tendo em conta ainda que P = nKT, com KT = constante, a última
expressão pode ser escrita da seguinte forma:
P = P0
(1.1)
0 z
Figura 1.2: Gráfico que ilustra a variação da pressão com a altura
133
(1.2)
= m = T, = k = T
E a média da energia total para cada oscilador harmónico
unidimensional é dada por:
= + = T = T
Este resultado será usado, quando se tratar de modelos atómicos
do sólido, considerando-o como um sistema de vibração do
oscilador harmónico.
134
Solução:
c) A difusão na posição.
Solução:
135
Sumário
Nesta lição, falamos sobre três questões principais. Primeiro definimos o conceito de
Temperatura, relacionando-a com a energia cinética de todas as partículas que a
constituem. Em seguida, enunciamos o teorema de equipartição e usamos o mesmo para o
caso concreto do cálculo da energia total para um mole de gás monoatómico. Por fim,
abordámos a Distribuição de Boltzmann e a Fórmula Barométrica. Aqui deduzimos a
expressão para a Distribuição de Maxwell – Boltzmann, através da Fórmula Barométrica.
Exercícios nº 1
1. Defina o conceito de Temperatura sob o ponto de vista
microscópico.
Solução: Sob o ponto de vista microscópico, a temperatura é a energia
Auto-avaliação cinética média de todas as partículas constituintes. Deste modo, podemos
escrever que:
=
=
2. Qual é o enunciado da hipótese ergódica?
Solução: Eis o enunciado da hipótese ergódica:
“O valor médio calculado para diferentes partículas num determinado
instante é igual ao valor médio calculado para uma partícula”.
3. Enuncie o Teorema de Equipartição.
Solução: Eis o enunciado do Teorema de Equipartição:
136
dP = = Fndz
Mas, a força de gravidade que actua sobre uma partícula define-se como
gradiente com sinal negativo, ou seja:
F = -
=-
Donde
Lnn = - + constante
Ou, calculando o antilogaritmo, teremos:
n=C
Esta constante pode ser calculada tendo em conta que na altura z=0, n =
n0 (condição de contorno) e tendo em conta ainda que U=mgz, então para
z=0 que corresponde U = 0, teremos:
n = n0
Tendo em conta ainda que P = nKT, com KT = constante, a última
expressão pode ser escrita da seguinte forma:
P = P0
137
Lição n° 2
Determinismo e Probabilidade
Introdução
Nesta lição, você vai aprender noções sobre o determinismo e
probabilidade. Nas lições anteriores estudámos que o estado do sistema
que se caracteriza num dado instante de tempo pelas coordenadas e
impulsos que o constituem, chama-se microestado. Também aprendemos
que para um gás monoatómico, o número de coordenadas e impulsos
generalizados é 6N. Uma vez que estamos a introduzir a componente
inerente à Termodinâmica Estatística, torna-se pertinente reter que devido
às influências externas, mesmo que sejam infinitamente pequenas, o
micorestado do sistema varia de maneira irreversível e por isso ele
adquire uma certa indeterminação que não pode ser descrita de maneira
unívoca, ou seja, com o aparelho matemático elaborado na Mecânica
Clássica. Na Mecânica Clássica usamos o tratamento unívoco. Porém,
este tratamento pressupõe a existência de uma função. Na
Termodinâmica Estatística, não é permitida a maneira unívoca. Por isso,
vamos recorrer a um outro aparelho – o aparelho aleatório ou da teoria da
probabilidade, isto é, a teoria estatística ou de probabilidade que substitui
a teoria das funções.
Na Termodinâmica Estatística, devido ao seu carácter probabilístico,
utilizam-se conceitos sobre a teoria do “Determinismo e Probabilidade”.
Como exemplo que justifica o recurso a esta teoria, pode ser tomado o
caso de um sistema cujo número de moléculas num dado instante é de
1020cm-3 que actua por conta de uma excitação externa e que provoca a
variação em coordenadas e impulsos generalizados de uma maneira
infinitamente pequena (pi,qi10-100, num dado instante t=10-6s),
ocorrendo uma perca completa de informação sobre o microestado do
sistema, isto é:
qi.q-1; pip-1=1
Entretanto, sabe-se que na Mecânica Quântica, o microestado do sistema
caracteriza-se pela função de onda . Para qualquer estado do sistema i,
existe uma função i que o caracteriza e que corresponde um
determinado nível energético Ei. Em outras palavras, pode-se afirmar que
pequenas excitações do sistema podem provocar grandes perturbações no
mesmo. Tais excitações são aleatórias (ocorrem sem obedecr a nenhuma
lei: são absolutamente casuais) e provocam variações perpétuas do
microestado. Quando temos esta variação, já não podemos aplicar
equações da Mecânica Clássica. Partindo da insuficiência de
conhecimento completos do estado do sistema, cientístas como Clausius e
Boltzmann propuseram a introdução da descrição probabilística ou
estatítica. Esta descrição é a mais geral do que a unívoca.
138
Determinismo Quântico
Qualquer teoria física deve ser capaz de predizer alguns resultados
práticos (reais) e, nesse sentido, ser determinista. Através de experiências
de Young foi-se levado a considerar como elementos de previsões a
função de onda associada ao sistema microscópico. Naquela experiência,
embora os impactos dos electrões no écran não pareçam obedecer
individualmente qualquer lei, o “aspecto onda” permite estabelecer uma
lei colectiva que nos é dada por intermédio da função de onda , ou
melhor, pelo quadrado do seu módulo; ou seja, ||2 que indica a
probabilidade dos impactos do electrão no écran.
A Mecânica Quântica, embora não permita prever de uma forma unívoca
os resultados de experiências sobre uma determinada partícula
individualmente, permite porém determinar para cada tipo de experiência,
uma lista de resultados possíveis e as respectivas probabilidades. Os
valores referidos “Probabilidades”, determinam-se de forma unívoca e,
nesse sentido, a Mecânica Quântica é DETERMINISTA como a antiga
Mecânica Clássica.
=
(2.1)
dp =
(2.2)
Expressão em que dt é o tempo quando quando a grandeza F observa-se
no intervalo Fi Fi + dF e T é o tempo total de observação.
A seguir, introduzimos a grandeza “densidade de probabilidade” para o
caso da variação contínua. Assim, teremos:
(F) =
Onde
dp = (F)dF
E
(2.3)
(2.4)
E o valor médio,
ii)
141
ii)
Sumário
Nesta lição, falamos sobre determinismo e probabilidade. Em relação ao determinismo
quântico, fez-se uma elaboração teórica acerca de factos em que se labora tal conceito na
Mecânica Quântica. Quanto à probabilidade, esta surge para dar resposta ao aparelho
matemático da Termodinâmica Estatística, já que os resultados desta, diferentemente dos
da Mecânica Clássica que são deterministas, estes são probabilísticos.
142
Exercícios nº 1
dp =
Solução: Seja N o número de medições da grandeza F e Ni o número de
medições quando F = Fi. Então teremos:
dp =
Expressão em que dt é o tempo quando a grandeza F observa-se no
intervalo Fi Fi + dF e T, é o tempo total da observação.
Solução:
Para o caso da variação contínua teremos:
(F) =
Onde
dp = (F)dF
E
E o valor médio
Solução:
Dados: v1 2,00 m / s n1 1 , v2 3,00 m / s n2 2 ,
v3 5,00 m / s n3 3 ,
144
v4 7,00 m / s n4 4 , v5 9,00 m / s n5 3 e
v6 12,0 m / s n6 2
6
n v
i 1
i i
102
v 6
m / s 6,8 m / s
n
15
i
i 1
Solução:
vmq v 2 onde
6
n v
2
ni
15 15
i 1
Solução:
Velocidade mais provável ( vmp ) é a velocidade com maior
probabilidade de ocorrência. Neste caso é a velocidade que
corresponde ao maior número de partículas ou com maior
frequência. Portanto, vmp v4 7 m / s cuja frequência é n4 4 ;
4
onde p4
15
145
Lição n° 3
TEORIA CLÁSSICA E
QUÂNTICA DA
CAPACIDADE TÉRMICA
DOS CORPOS SÓLIDOS
Introdução
Durante o século passado, foram feitas medições de capacidades térmicas
dos diferenes corpos sólidos (cv cp) e foi determinado
experimentalmente que a capacidade térmica molar à temperatura do
meio ambiente é aproximadamente igual para a maioria dos corpos
sólidos. Tal experiência foi detrminada em 1819 pelos cientistas Pierre
Dulong e Alexis Petit que descobriram que o calor específico molar dos
sólidos cristalinos tinha um valor constante aproximado de 6 cal.mol-1.ºC-
1
, o que ficou conhecido como Lei de Dulong – Petit. Esta lei
inicialmente foi enunciada assim: “atómos de todos os corpos simples
têm exactamente e mesma capacidade para calor.” Esta experiência,
para pequenas variações do meio ambiente, não depende da temperatura.
= = 3NK
= 3R
(3.3)
= ħ (3.4)
E a distância entre os níveis energéticos a partir do nível zero, isto é, para
n = 0, para o nível básico, é dada por:
= ħ
147
E = 3N
= K lnZ
Onde
Seja x =
Então a expressão anterior pode ser reescrita de seguinte modo:
Então
ln =
=
148
(3.5)
E=3N 3N
(3.6)
= = 3N
(3.7)
=
Análise física:
Uma vez que
= 3NK
1
Daqui conclui-se que:
ex 1
Análise:
= 3NK
Ou seja,
= 3R
(3.7)
= 3R = 38,31 = 24,9
= 0,392 = 0,392
0,386
1,021 .
151
Sumário
Nesta lição, falamos sobre a teoria clássica e quântica da capacidade térmica dos corpos
sólidos. Primeiro começamos por determinar analiticamente a expressão clássica da
capacidade térmica dos corpos sólidos. Em seguida, determinamos a capacidade térmica
dos corpos sólidos para a teoria quântica. Por fim, mostramos como é que se comporta a
capacidade térmica dos corpos sólidos, para o caso de temperaturas altas e depois para
temperaturas baixas.
Exercícios nº 1
1. Encontre analiticamente a expressão clássica da capacidade
térmica dos corpos sólidos.
Solução:
Auto-avaliação
De acordo com a teoria de equipartição, para cada grau de liberdade ou
para cada oscilador linear, a energia média atribuída é:
E = KT
Então, a energia interna total do sistema será:
E = 3NKT
E a capacidade térmica será:
= = 3NK
= 3R
2. Deduza a expressão quântica da capacidade térmica dos corpos
sólidos.
Solução:
Primeiro vamos considerar a teoria de Einstein. Einstein propõe usar as
ideias de Planck para a capacidade térmica. Sabe-se que a energia de um
oscilador quântico em média é dada por:
= ħ
152
= ħ
Einstein propõe considerar além do oscilador clássico um oscilador
quântico. Ele desenvolveu esta teoria em 1907. Deste modo, a energia
interna total será dada por:
E = 3N
= K lnZ
Onde
Seja x =
Então a expressão anterior pode ser reescrita de seguinte modo:
Então,
ln =
=
153
E=3N 3N
= = 3N
= 3NK
1
Daqui conclui-se que:
ex 1
Análise:
= 3NK
Ou seja,
= 3R
Lição n°4
TEORIA QUÂNTICA DE
DEBYE
Introdução
Para contornar as dificuldades encontradas por Einstein no cáculo
experimental da capacidade térmica, Debye considerou o oscilador
quântico (corpo sólido) como um meio elástico finito onde qualquer
excitação do mesmo provoca o aparecimento dum conjunto de ondas
estacionárias dentro deste corpo. Porém, excitação significa transferência
de energia, implicando com isso que maior excitação corresponde maior
capacidade térmica. Usando esta lógica, ele primeiro calculou o número
de ondas estacionárias que contém este corpo sólido tendo em conta que
cada onda estacionária pode ser atribuída uma determinada energia que
pode ser calculada pela fórmula de Planck, considerando a frequência
correspondente.
dW = (4.2)
dW = (4.3)
= 4 dP (4.4)
Passando de sistemas de coordenadas cartesianas para esféricas,
recebemos:
dW =
P= dP = d
= =
Então, para g = 3, temos:
dW = d
E= dW = d (4.5)
x =
Tendo em conta que a frequência só pode tomar valores máximos,
teremos:
Então:
=
Deste modo, a energia interna toma a seguinte forma:
(4.6)
Mas,
dx =
(4.7)
158
= 3R
Para T = 60K, Cv = 8,7JK-1mol-1, teremos que,
= = 0,94
= 56,4K
E, por isso,
Então,
= = 0,63 JK-1mol-1
= = 9,36
= 0,00754
Cv = 0,19 JK-1mol-1
Para a função de Debye:
= = 12,60
= 0,03824
Cv = 0,95 JK-1mol-1
Comentário: O valor mais correcto é Cv = 0,95 JK-1mol-1. Nota-se a
grande discrepância do resultado obtido em a), pois foi determinado a
partir de um único valor experimental (a 60K); deste valor obtivemos E
muito diferente do valor tabelado, o que justifica o valor tão elevado,
calculado para para Cv a 25K. A lei cúbica de Debye é aproximadamente
válida até cerca de T = D/12; neste caso até cerca de 26K.
Sumário
Nesta lição, começámos por derivar a temperatura de Debye, com o objectivo de termos
uma referência teórica comparativa com a temperatura de Einstein vista na lição anterior.
Com base nesta derivação, determinámos a capacidade térmica relacionada à teoria
quântica de Debye. Terminámos a lição com a análise física que ajuda a compreender o
comportamento da capacidade térmica dos corpos sólidos quando a temperatura T 0.
160
Exercícios nº 1
x =
=
Deste modo, a energia interna toma a seguinte forma:
Mas,
dx =
=
161
Para a forma :
A 19,5K, Cp = 5,966 JK-1mol-1;
163
Lição n° 5
Estatística de Maxwell -
Boltzmann
Introdução
A explicação satisfatória da termodinâmica, em termos dos limites das
suas propriedades atómicas, foi dada na segunda metade dos anos 1800
por três físicos: James Clerk Maxwell, Ludwig Boltzmann e Josiah
Willard Gibbs. Maxwell, professor de Cambridge, ficou extremamente
impressionado com o trabalho de Rudolf Clausius na sua explicação
sobre a aparente contradição entre a alta velocidade das moléculas de gás
à temperatura ambiente (cerca de 400 ms-1) e a taxa de difusão lenta do
gás. Clausius tinha explicado este enigma pelo raciocínio de que as
moléculas de gás não se distribuirem em todas as direcções unicamente
com alta velocidade, mas que existe uma distribuição bem definida de
velocidades moleculares do gás que depende da sua temperatura. Além
disso, as moléculas de gás colidem e daí seguem caminhos longos em
ziguezague de um lugar para outro. Partindo dessa idéia, Maxwell foi
capaz de derivar a forma funcional da distribuição de velocidade de
equilíbrio, que é o número de moléculas de gás por unidade de volume no
intervalo de velocidades entre v e v + dv, numa dada temperatura.
Aplicando a teoria estatística para esta distribuição, Maxwell foi capaz de
calcular a dependência da temperatura com grandezas tais como a
velocidade média molecular, a velocidade mais provável e a dispersão, ou
seja, por extensão, a distribuição de velocidades.
Em 1872, Boltzmann, um professor austríaco da Universidade de Viena,
profundamente impressionado com as idéias de Darwin sobre evolução,
deu um passo mais adiante a partir do trabalho Maxwell. Ele não apenas
queria estabelecer as propriedades de equilíbrio ou de distribuição mais
provável mas também pretendia descrever a evolução em função do
tempo de um gás em direcção à distribuição maxwelliana. Com o uso de
uma função de distribuição de dependência tempo – velocidade e sua
equação cinética, Boltzmann foi capaz de mostrar que um sistema de
partículas que começa com uma distribuição de velocidade não
Maxwellian, progressivamente pode aproximar-se e eventualmente
atingir uma distribuição maxwelliana de velocidades. Boltzmann, um
acérrimo defensor da realidade das moléculas, foi sujeito a ataques
pessoais dos críticos que rejeitaram a teoria molecular da matéria no final
do século XIX. Deprimido com a falta de aceitação universal destas
teorias, cometeu suicídio em 1908.
A distribuição de Maxwell Boltzmann para um sistema de partículas tem
as seguintes premissas básicas:
As partículas são idênticas em termos de propriedades
físicas, mas distinguíveis em termos de posição, caminho
ou trajetória. Isto é equivalente à afirmação segundo a
164
(5.3)
(5.4)
= 0
(5.5)
(5.6)
Das expressões (5.1) e (5.2), nota-se que ni e N estão ligados entre si.
Esta ligação é expressa na seguinte relação:
W = (5.7)
Vamos
= 0 (5.12)
= lnN ln
167
= ln +
ln (5.13)
ou seja,
ln
ln = , donde:
=
(5.14)
(5.15)
(5.16)
A =
= (5.17),
onde KT é a temperatura em unidades energéticas. A fórmula (5.15) para
a probabilidade, pode ser reescrita da seguinte maneira:
= A
(5.18)
(5.19)
dn = A dV (5.20)
169
dn = A dvxdvydvz,
que é a distribuição de Maxwell para velocidades e
dn = A dxdydz,
= =A
Uma vez que
Teremos:
A = ,
Onde
170
=
Calculemos agora a energia interna do sistema, recordando que ela é a
energia média calculada para todas as partículas:
(5.21)
= =
(5.23)
Substituindo esta expressão parapx em
Encontramos:
(5.24)
Como nos referimos atrás, a incerteza em relação à posição da partícula,
x, deve ser muito menor do que a distância média, d, entre as partículas
se elas devem ser distinguíveis e as distribuições de MB é válida.
Substituindo
d= e
(5.25)
8E .
.
6E . .
.
4E
.
2E .
. . .
0E . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
(120) (60) (15) (120) (60)
8E
6E
. .
4E . . . .
.
2E . . .
. . . . .
0E . . . . . . . . . . . . . . .
(180) (30) (60) (90) (180)
8E
6E
4E . .
. . . . .
2E . . . .
. . . . . . . . .
0E . . . . . . . . . .
FD FD FD
(120) (6) (15) (60) (15)
8E
6E
4E
. .
2E . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . .
0E . . . .
(a)
8E
. . . . . .
6E
4E
2E
0E
. . . . . . . . . .
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
(b)
Figura 5.1: (a) Vinte configurações de seis partículas indistinguíveis cuja energia total é 8E; (b)
= = 60,
= + +…
(5.25’)
= = = 0,385
As probabilidades de encontrar uma partícula com energia 1E até 8E são
as seguintes:
p(1E) = 0,256
p(2E) = 0,167
p(3E) = 0,0978
p(4E) = 0,0543
p(5E) = 0,0272
p(6E) = 0,0117
p(7E) = 0,00388
p(8E) = 0,000777
0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0 2E 4E 6E 8E E
Figura 5.2: Função de distribuição para uma assembleia de seis partículas distinguíveis cuja energia total é 8E
Estes resultados, que são mostrados na figura na figura 5.2, ilustram que
este simples sistema tem um decrescimento exponencial entre a
probabilidade e a energia.
176
= =
= = = 4,54x
= = = 5,38x 0
177
Roração 4,50x10 23
Vibração 2,73x10 19
Electrónica 0
= eV
E a degeneração é dada por gn = 2n2
Assim, temos:
Estado básico E1 = -13,6eV g1 = 2
1º Estado excitado E2 = -3,6eV g2 = 8
2º Estado excitado E3 = -1,51eV g3 = 18
Usando a equação (5.15) obtemos:
4e-395 0
A relação n3/n1 será ainda menor. Portanto, essencialmente, todos os
átomos estão abaixo de 300 K.
b) Encontre as populações do 1º e 2º estados excitados em relação ao
estado fundamental do hidrogénio aquecido a 20.000 K em uma estrela.
Solução: Quando um gás está a temperaturas muito altas (como uma
chama, descarga elétrica, ou em uma estrela), números detectáveis de
átomos estão em estados excitados. Neste caso, T = 20.000 K, K BT =
1,72 eV, e nós teremos:
=
178
=4 = 0,01702
= 9 =0,0807
3. a) A estatística de Maxwell – Boltzmann será válida para o gás
de hidrogénio nas condições normais de temperatura e pressão?
Solução: Nas condições normais de 273 K e 1 atm, 1 mol de H2 de gás
(6,02x1023 moléculas), ocupado a volume de 22,4x10-3m3 e tendo em
conta que mH2 = 3,34x10-27kg e KBT = 3,77x10-21J, encontramos:
= 8,83x10-8
Ora, este valor é muito menor do que 1, e a partir da condição dada pela
equação (5.25), podemos concluir que o hidrogénio é um gás levíssimo,
e pode ser descrito pela estatística de Maxwell – Boltzmann
b) A estatística de Maxwell – Boltzmann será válida para
electrões de condução de um átomo de prata à temperatura
de 300 K?
Solução: Prata possui a densidade de 10,5gcm-3 e o peso
molar de 107,9g. A densidade de prata é encontrada fazendo:
= 5,86x1022elctrões.cm-3
= 5,86x1028electrões.cm-3
Note que a densidade para electrões livres de prata é cerca de 2000 vezes
maior do que a densidade das moléculas de gás de hidrogénio nas
condições normais de temperatura e pressão que é:
= = 2180
Sumário
Nesta lição, falámos sobre a distribuição Maxwell – Boltzmann. Começámos a lição com a
dedução da expressão para o cálculo do número de distribuições de partículas pelo nível
energético. A seguir, deduzimos a expressão para a distribuição de Maxwell – Boltzmann,
que é também conhecida por distribuição microcanónica. Depois disso, derivamos a
distribuição de Maxwell (distribuição para velocidades) e a de Boltzmann (distribuição de
coordenadas). Por fim, estudámos em que condição é válida a distribuição de MB.
Exercícios nº 1
1. Deduza a expressão para o cálculo do número de
distribuições de partículas pelo nível energético na
estatística de MB.
Auto-avaliação Solução:
Consideremos um sistema de N partículas cuja energia do mesmo é
E. Admitamos que as partículas são individualizadas, ou seja, que
as mesmas podem ser distingíveis por diferentes níveis energéticos.
Em geral, a distribuição destas partículas pode ser apresentada de
modo a obedecer a seguinte condição:
= 0
Vamos determinar o logarítmo natural desta distribuição:
Das expressões (5.1) e (5.2), nota-se que ni e N estão ligados entre si.
Esta ligação é expressa na seguinte relação:
W = (5.7)
Vamos
= 0 (5.12)
= lnN ln
Assim, podemos escrever:
= ln +
ln (5.13)
ou seja,
ln
ln = , donde:
(5.14)
(5.15)
182
(5.19)
dn = A dV (5.20)
que é a expressão clássica que indica o número de partículas que ficam no
espaço de fase de coordenadas.
Tendo em conta que coordenadas e velocidades são grandezas
independentes, a expressão clássica de Maxwell – Boltzmann pode ser
reescrita separadamente, uma vez para coordenadas e outra vez para
velocidades. Tal expressão tem a seguinte forma:
dn = A dvxdvydvz,
que é a distribuição de Maxwell para velocidades e:
dn = A dxdydz,
que é a distribuição de Boltzmann para coordenadas.
4. Considere seis partículas distinguíveis e dois níveis
energéticos, dos quais um é duplamente degenerescente e o
outro com degenerescência cinco.
a) Qual é o número de macro estados do sistema?
183
Solução:
Dados: N 6 , j 2 , g1 2 , g 2 5
Representemos os macrostados na forma de tabela abaxo: no total
são 7 (sete) macrostados:
nj 1 2
3 4 5 6 7
n1 6 5 4 3 2 1 0
n2 0 1 2 3 4 5 6
b) Para cada macro estado, determine o número de micro estados.
Solução:
Se o j-ésimo nível energético tem degenerescência g j , então o nº
n
de modos diferentes é igual a g j j .
Solução:
Dados: Equações de ligação: n
j
j N 4 , n j j E
j
n
j
j N 4 e n j
j j 3 Os macrostados são:
nj 0 2 3
1 3 0 0 1
2 2 1 1 0
3 1 3 0 0
b) E 4.
Solução:
n
j
j 4 e n
j
j j 4.
nj 0 2 3
1 1 2 1 0
2 0 4 0 0
3 2 1 0 1
4 2 0 2 0
Solução:
185
Dados: Resolução:
gi
i exp i g 1 . exp 1 g 2 . exp 2
kT kT kT
g 1 . exp 1
8.4 6.110 21
N1 kT 3 2 1 3
. exp . exp
N2
2 5 kT 5 23
1.38 10 300
g 2 . exp
kT
N1
0.6 exp 0.555555 1.045
N2
N1
T 3000 K 0.6 exp 0.0555555 0.63
N2
Solução:
a) Resolução:
Dados:
N partículas
localizadas
g i . exp i
Ni kT i
3 Níveis não , para níveis degenerados g i 1 . Assim, Z exp
degenerados N i k .T
o o
i g i exp kT i
186
1 0.5kT
Z exp i exp 0 exp 0.5 exp 0.6 1
1 1
2,16
2 0.6kT i k.T exp 0.5 exp 0.6
ln Z 1 o kTo 1 kT1 2 kT2
.e .e 2 .e
T i kT 2 kT 2 kT
i exp kT
ln Z
T
1 1
2 . . 0 e 0 0.5kT.e 0.5 0.6kT.e 0.6
kT Z
1 1 0.5 0.6 1 1 0.5 0.6 1 0.5 0.6
. . 0.5 0.6 E NkT 2 . . . 0.5 0.6 NkT. .
T Z e e T Z e e 2.16 e 0.5 e 0.6
E 0.2928.NkT 0.30.NkT
ln Z 0.30
S Nk ln Z NkT Nk . ln Z NkT. Nk ln 2.16 0.30 Nk
T V , N T
S 0.770.Nk 0.30.Nk 1.06.Nk
Solução:
A distribuição de MB é válida quando a distância média entre as
partículas, d, é maior quando comparada com a incerteza quântica x na
187
podemos escrever: =
=
Pelo Princípio de Incerteza de Heinsemberg, podemos escrever:
Uma vez que,
Solução:
Dados de partida:
T = 273K
188
n = 1mol
V = 22,4ℓ.10-3m3
NA = 6,02.
= 3,34.
T = 3,77.
Então:
=
8,83.
O resultado permite-nos afirmar que a distribuição de Maxwell –
Boltzmann é válida para o hidrogénio gasoso nas condições
normais de temperatura e pressão.
Solução:
Dados de partida:
T = 300K
= 10,5
107,9
= 5,86. = 5,86.
= 5,86.
Supondo tratar-se de um electrão livre por átomo, a sua
densidade para electrões livres de prata pode ser obtida de
seguinte modo:
= 5,86. = 5,86.
= 5,86.
=5,86. .
4,64
189
Solução:
x xo 2
x
1
. exp
2 2. 2
dx
= dx
Solução:
3
m 2 2 m.v 2
N v 4N . .v . exp
2k B .T 2.k B .T
= dv = dv
=
190
=2
Solução:
= 4 N
=4
=4
Solução:
=0 2v +
2v =0
2v =0
=0
=
191
=
Note que : x 3 . exp a.x 2 .dx
1
x
4
. exp a.x 2 .dx
3
0 2.a 2 0 8a 2 a
Solução:
Dados: T = 273K
=2 = = = =
= , = , =
= , = , =
Solução:
Sabe-se que a função é escrita na forma:
Z= ,
Z=
Expressão em que E =
onde a soma se entende por todos os cálculos relevantes do
espaço de fase molecular. Como h3 é o volume do tal cálculo, se
este for considerado tão pequeno quanto queiramos, então
podemos escrever:
dxdydzdpxdpydpz
onde a integração se realiza numa região definida no espaço de
fase. A integração em função das coordenadas cartezianas (x,y,z)
produz o factor V. Nestas condições, podemos escrever:
dvxdvydvz =
Onde
Z=
Por outro lado,
lnV – 3lnh +
kT
Por outro lado,
193
= kT =
p=
14. Linhas de emissão do Hidrogénio estrelar.
a) Determine a população do 1º e 2º estado excitados relativo ao
estado fundamental para o Hidrogénio atómico a 300 K,
supondo que este obedece à estatística de Maxwell -
Boltzmann.
Solução:
Para o gás a pressão ordinária, os átomos mantém os níveis quânticos
diferentes dos átomos isolados. Os níveis energéticos discretos para o
Sabe-se que N = =
= = =4
= 4. 0
= = =9
= 9. 0
Solução:
T = 20.000k kBT = 1,73 eV
= = =4 =4
= 0,0107
= = =9
= 9. 0,0807
Solução:
= e =
= = = = 0,75
= = = = 0,75
Lição n° 6
Estatística de Bose - Einstein
Introdução
……………………..….
Ei corresponda a i partículas
Tendo em conta o número arbitrário de microestados, tal número será o
produto de todos os números de arranjos possíveis por todos os estados
energéticos possíveis e será calculado de seguinte forma:
197
……………………..….
ni no estado energético Ei
Para o cálculo dos extremos desta distribuição, que corresponde ao estado
de entropia relativa ao estado mais provável, vamos usar a função de
distribuição a partir da qual podemos achar tal entropia. Tal cálculo será
feito de seguinte modo:
=
(6.5)
=2
=
que representa o número de fotões possíveis no intervalo de frequências
+ d, ou a degenerescência do estado do sistema pelas
frequências.
dE = ħdn = (6.6)
dE =
(6.7)
= = = =
= = =
=
Mais uma vez usando a idéia de que a probabilidade de encontrar uma
partícula com uma dada energia, p(E) é simplesmente o número médio de
partículas, dividido pelo número total de partículas, encontramos:
= 0,408
0,40
0,35
0,30
0,25
0,20
0,15
0,10
0,05
0 2E 4E 6E 8E E
Figura 6.1: Função de distribuição para uma assembleia de seis partículas indistinguíveis cuja energia total é 8E (bosões)
Por conseguinte,
= 5,47x1011 fotões.cm-3
202
Da mesma forma:
Sumário
Nesta lição, começamos por deduzir a expressão para o cálculo do número de distribuições
para a Estatística de Bose–Einstein (BE). A seguir, deduzimos a expressão para a sua
distribuição. Por fim, demos exemplo de aplicação desta distribuição para um caso
concreto.
Exercícios nº 1
1. Deduza a expressão para o cálculo do número
de distribuições de partículas pelo nível
energético para a distribuição de Bose
Auto-avaliação Einstein.
Solução:
Consideremos um gás quântico com N partículas. Vamos supor que
num nível energético arbitrário Ei, tenha degenerescência da ordem
gi e vamos supor ainda que neste nível ficam ni partículas.
Determinemos o número de arranjos distintos que satisfazem esta
distribuição. Seja C1, C2, …, Cg o número de células que ficam
num dado nível energético correspondente e que em tais níveis,
ficam ni partículas. Indiquemos estas partículas por a1, a2, …, an.
Então, podemos esquematicamente, como foi proposto por Marx
Born, distribuir estas partículas de maneira arbitrária por estas
células, de seguinte modo:
……………………..….
Ei corresponda à i partículas
Tendo em conta o número arbitrário de microestados, tal número será o
produto de todos os números de arranjos possíveis por todos os estados
energéticos possíveis e será calculado de seguinte forma:
=
(6.5)
205
Solução:
n(E)dE = g(E)BE(x)dE, mas:
BE = n(E) dE =
g(E) e g(E)
Para bosões:
= 1
n(E)dE = dE
Solução:
= = dE
Seja Z dZ = E = Z
dE = dZ
= dE
= dZ
= dZ
= dZ
Ou,
206
= dZ
= dZ
= dZ
=
Solução:
= dZ = =
= 5,47.
= = 5,47.
Solução:
Sabe-se que um sólido à temperatura T pode ser visto como
um sistema de osciladores harmónicos com níveis de
energia discretos separados por uma distância energética
cujo valor é ħω. Por outro lado, sabe-se que os osciladores
podem absorver energia térmica somente à temperaturas
207
= 1,70. Hz
O espaçamento entre os níveis energéticos é:
ħω = 6,58.10-16.1,70.1014 = 0,112 eV
Solução:
A energia média do escilador é dada por:
= = = 0,00140eV
= = = 0,0813eV
= 0,01 e =
À temperatura T = 300k muitos dos átomos de Carbono
estão congelados no estado fundamental do escilador e o
calor específico tende a zero, isto é, (c 0). Mas à
temperatura T = 1500k já existe energia suficiente para
excitar os átomos para o 1º estado excitado.
Solução:
3R , para T 0 c 3R
Solução:
TEPb = 100k; TEAl = 300k; TEseicon = 500k;
= = =
= =
Seja Z = dZ = dE = TdZ
209
= =
= = T
= T
= T = 8,62. .6000
= 139,94 Ev 1,40Ev
210
Lição n° 7
Estatística de Fermi–Dirac
Introdução
A estatística quântica de Fermi–Dirac aplica-se às partículas com spin
semi–inteiro que se descreve pela função de onda anti–simétrica. Na
estatística de Fermi–Dirac, a partícula típica é o electrão e descreve-se
pelo princípio de estabilidade das partículas e da existência de estados
quânticos discretos. Além disso, para esta estatística, é válido o princípio
de exclusão de Pauli.
Aqui, o estado de um sistema é determinado se for conhecido o número
de partículas num determinado estado quântico, não havendo restrição no
número de partículas em qualquer estado.
Ao completar esta lição, você será capaz de:
Ei; gi = 5, para ni = 2
Exemplo 1 -------------------------------------------------------------------------
-
E2; g2 = 3, para n2 = 1
E1; g1 = 5, para ni = 3
=
(7.1.)
Para o nosso exemplo, teremos:
= = =6
(7.2)
ln
ln
=
=
=
(7.3)
=-
E já vimos anteriormente que
=
Assim, podemos escrever:
=- + =
Deste modo, a expressão para a distribuição de Fermi–Dirac pode ser
reescrita de seguinte modo:
= =
(7.4)
Análise física:
1) Analisemos esta distribuição para temperaturas baixas, isto é,
para T 0. Vamos fazer isso para dois casos distintos:
(i) 1
(E) =
(7.5)
=
(7.6)
Onde VF é a velocidade de Fermi.
(E) (E)
1,0 T = 0K 1,0 T 0K
0,5
0 EF E 0 EF E
Figura 7.1: Comparação da função de distribuição de Fermi – Dirac, (a) a temperatura de zero absoluto e (b) a temperatura finita
g(k)dk
(7.7)
Para aplicar esta expressão aos electrões em metais, nós devemos
multiplicá-la por um factor de 2 ao valor para os dois estados permitidos
de spin de um electrão com um determinado impulso ou energia. Assim,
obtemos:
g(k)dk
215
(7.8)
Para obter g(E) a partir de g(k), vamos assumir a não relatividade dos
electrões livres. Assim, teremos:
E =
(7.9)
ou,
(7.10)
e,
= dE
(7.11)
Substituindo a equação (7.10) na equação (7.8) obtemos:
= dE
onde
(7.12)
A expressão é que D indica a densidade dos estados para electrões de
condução. Assim, a expressão para o número de electrões por unidade de
volume com energia situada no intervalo entre E e E + dE é dada por:
n(E)dE =
(7.13)
n(E)
kBT
T = 0K
T = 300K
0 1 2 3 E(eV)
Figura 7.2: O número de electrões por unidade de volume com energia entre E e E + dE, notando que n(E) = g(E)FD(E)
216
(7.14)
(7.15)
Substituindo o valor d e D da equação (7.12) na equação (7.15), obtemos
a energia de Fermi a 0 K, EF(0) que é dada por:
(7.16)
Tabela 7.1. Valores calculados de diversos parâmetros para metais com base na teoria de electrões
Velocidade de
Concentração Energia de Temperatura de
Metal de electrões Fermi [eV] Fermi [ ] Fermi [K]
Li 4,70x1028 4,72 1,29x1026 5,48x104
Na 2,65x1028 3,23 1,07x1026 3,75x104
K 1,40x1028 2,12 0,86x1026 2,46x104
Cu 8,49x1028 7,05 1,57x1026 8,12x104
Ag 5,85x1028 5,48 1,39x1026 6,36x104
28 26
Au 5,90x10 5,53 1,39x10 6,41x104
=
217
(7.17)
Se electrões de condução se comportarem de forma clássica, então
teremos:
U = = R
Assim, a capacidade térmica de electrões por mole pode ser apresentada
de seguinte modo:
= = R
=
= = = =
U = =
= 3R
3R = 0,018R
Exemplo 2
0,30
0,20
0,10
0 2E 4E 6E 8E E
Figura 7.3: Função de distribuição para uma assembleia de seis partículas indistinguíveis cuja energia total é 8E (fermiões)
= = = = =
= = = 0
Finalmente, determinemos as probabilidades de encontrar os fermiões nas
mesmas condições. Estas probabilidades são dadas por:
= 5,90
= 5,90
= 8,85
= 5,53 eV
b) Calcule a sua velocidade de Fermi à temperatura de 0 K.
Solução: Uma vez que
= 1,39x
c) Calcule a sua temperatura de Fermi a 0 K.
Solução: A temperatura de Fermi é dada por:
= =
= 64.000 K
Assim, um gás de partículas clássicas teria que ser aquecido a uma
temperatura em torno de 64.000 K com uma energia média por partícula
igual a energia de Fermi em 0 K!
220
Sumário
Física Estatística lida com a distribuição de uma quantidade fixa de
energia entre um número de partículas que sejam idênticas e
indistinguíveis de qualquer maneira (partículas quânticas), ou partículas
idênticas distinguíveis no limite clássico de pacotes de onda de partículas
estreitas e partículas de baixa densidade. Na maioria dos casos, não é
relevante fazer o estudo das energias de todas as partículas num
determinado instante, mas sim na média temporal do número de
partículas num determinado nível de energia. O número médio de
partículas num determinado nível de energia é de especial interesse em
espectroscopia, porque a intensidade de radiação emitida ou absorvida é
proporcional ao número de partículas num estado específico de energia.
Para um sistema descrito por uma distribuição contínua dos níveis de
energia, o número de partículas por unidade de volume com energia entre
E e E + dE, é dada por:
n(E)dE = g(E)dE
(7.18)
Onde g(E) é a densidade dos estados ou o número de estados energéticos
por unidade de volume no intervalo entre E e E + dE, e (E) é a
probabilidade de uma partícula com energia E, neste intervalo. A função
(E) é a função de distribuição. São usadas distintas distribuições
dependendo de as partículas serem distinguíveis e de haver uma restrição
no número de partículas num dado estado energético.
Distribuição de Maxwell – Boltzmann (distribuição clássica):
as partículas são distinguíveis e não existe limite no número de
partículas num determinado estado de energia. Para esta
distribuição é válida a relação:
MB(E) = A
(7.19)
Distribuição de Bose – Einstein (distribuição quântica): as
partículas são indistinguíveis e não limitadas e o número de
partículas num determinado estado de energia é dado por:
BE(E) =
(7.20)
Distribuição de Fermi – Dirac (distribuição quântica): as
partículas são indistinguíveis e em cada estado quântico pode
ficar não mais do que uma partícula. O número de partículas
num determinado estado de energia é dado por:
FD(E) =
(7.21)
1
(7.22)
g(E) =
(7.23)
n(E)dE =
(7.24)
g(E) =
(7.25)
n(E)dE =
(7.26)
222
EF(0) =
Exercícios nº 1
1. Discuta as suposições básicas das distribuições de
Maxwell-Boltzmann, Fermi-Dirac e de Bose-Einstein.
Como é que elas diferem e quais são as suas
Auto-avaliação semelhanças?
Solução:
Solução:
nj = = = 5 + 4 +
4 + 3 + 4 + 3 + 2 + 4 + 3 +
3 + 2 + 1 + 3 + 2 + 2 + 1 + 0
+ 2 + 1 + 0 = = 2,45
223
= = 0,05; = = 0,05
= 2 + 2 + 2 = 2; = 1,67; =1 + 0 + 2 =1
= = 1; = = 0,33; = = = =0
EF(0) = ?
Sabe-se que a energia EF é dada pela expressão:
EF(0) =
EF(0) = = 5,53eV
(E)
T = 0K
1,0
EF E
EF = = = 1,39
EF =
0,64153. k = 64153k
EF = , pede-se
225
A temperatura T = 0k;
1,0 T 0K
0,5
0 EF E
2kB
Em geral, EF também depende da temperatura T, mas esta
dependência é fraca e pode-se dizer que EF(T) EF(0), até à
temperatura de vários milhares de Kelvin.
EF EF(0) = =
=
1,80.
2,7 = 6,0.
3
FD = FD =
= = =
6,9375eV