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e
Física Molecular
Ensino à distância
Universidade Pedagógica
Rua Comandante Augusto Cardoso nº 135
Direitos de autor
Este módulo não pode ser reproduzido para fins comerciais. Caso haja necessidade de
reprodução deverá ser mantida a referência à Universidade Pedagógica e aos seus Autores
Universidade Pedagógica
Departamento de Física
Av. de Moçambique, Maputo Nr.62
Caixa Posta 4040
Moçambique
Agradecimentos
Ao Magnífico Reitor, Directores de Faculdade e Chefes de Departamento pelo apoio prestado em todo
o processo.
Ficha Técnica
Índice
Visão geral 1
Bem-vindo ao Módulo de Física Molecular e Termodinâmica. ....................................... 1
Objectivos do curso .......................................................................................................... 2
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 2
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 3
Ícones de actividade.......................................................................................................... 4
Acerca dos ícones .......................................................................................... 4
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 5
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 6
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)................................................................................. 6
Avaliação .......................................................................................................................... 7
Unidade 1 9
Resumo Histórico e Introdução a conceitos básicos......................................................... 9
Introdução................................................................................................................ 9
Lição nº1 11
Desenvolvimento histórico e objecto de estudo da Termódinâmica .............................. 11
Introdução.............................................................................................................. 11
Lição nº 2 23
Conceitos Básicos da Termodinâmica e Grandezas físicas ............................................ 23
Introdução.............................................................................................................. 23
Lição nº 3 30
Temperatura e sua medição ............................................................................................ 30
Introdução.............................................................................................................. 30
Feedback ......................................................................................................................... 31
Feedback ......................................................................................................................... 39
Lição nº 4 41
Efeitos térmicos sobre corpos sólidos, líquidos e gases. ................................................ 41
Introdução.............................................................................................................. 41
Sumário........................................................................................................................... 54
Exercícios........................................................................................................................ 57
Feedback ......................................................................................................................... 58
Unidade 2 59
Gases Perfeitos................................................................................................................ 59
Introdução.............................................................................................................. 59
ii Índice
Lição nº 5 61
Modelo gás ideal. Lei de Gay-Lussac e Boile-Mariotte ................................................. 61
Introdução.............................................................................................................. 61
Modelo gás ideal ou gás perfeito ................................................................. 62
Feedback ......................................................................................................................... 66
Lição nº6 66
Gases perfeitos (continução). Equação de estado do gás ideal....................................... 66
Introdução.............................................................................................................. 66
Feedback ......................................................................................................................... 70
Lição nº 7 71
Isoprocessos .................................................................................................................... 71
Introdução.............................................................................................................. 71
Sumário........................................................................................................................... 75
Exercícios........................................................................................................................ 76
Feedback ......................................................................................................................... 77
Unidade 3 78
o
Calorimetria e 1 Princípio Termodinâmico................................................................... 78
Introdução.............................................................................................................. 78
Lição nº 8 81
Quantidade de calor e Calor específico .......................................................................... 81
Introdução.............................................................................................................. 81
Feedback ......................................................................................................................... 87
Lição nº 9 88
Capacidade calorífica ou Capacidade térmica de um corpo. .......................................... 88
Introdução.............................................................................................................. 88
Feedback ......................................................................................................................... 92
Lição nº 10 93
1º Princípio Termodinâmico. Trabalho e Calor como formas de troca de energia......... 93
Introdução.............................................................................................................. 93
Feedback ......................................................................................................................... 99
Lição nº 11 100
Trabalho nos Isoprocessos ............................................................................................ 100
Introdução............................................................................................................ 100
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica iii
Lição nº 13 108
Calor específico (cv) a volume e (cp) a pressão constantes. Equação de Mayer.......... 108
Introdução............................................................................................................ 108
Feedback ....................................................................................................................... 111
Lição nº 15 119
Formas de Transmição de Calor ................................................................................... 119
Introdução............................................................................................................ 119
Sumário......................................................................................................................... 124
Exercícios...................................................................................................................... 127
Feedback ....................................................................................................................... 128
Unidade 4 129
Teoria Cinético-molecular ............................................................................................ 129
Introdução............................................................................................................ 129
Lição nº 16 131
Definição microscópica do modelo gás ideal ............................................................... 131
Introdução............................................................................................................ 131
Lição nº 18 143
Relação entre a temparatura e a teoria cinético molecular ........................................... 143
Introdução............................................................................................................ 143
iv Índice
Exercícios...................................................................................................................... 145
Feedback ....................................................................................................................... 145
Lição nº 19 146
Distribuição de Maxwell das velocidades moleculares ................................................ 146
Introdução............................................................................................................ 146
Unidade 5 155
Segunda Lei da Termodinâmica ................................................................................... 155
Introdução............................................................................................................ 155
Lição nº 22 164
Máquina e ciclo de Carnot ............................................................................................ 164
Introdução............................................................................................................ 164
Exercícios...................................................................................................................... 170
Feedback ....................................................................................................................... 170
Lição nº 23 171
Processos reversíveis e irreversíveis. 2ª Lei da Termodinâmica .................................. 171
Introdução............................................................................................................ 171
Lição nº 25 186
Entropia e Desordem. 3º Princípio da Termodinâmica ................................................ 186
Introdução............................................................................................................ 186
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica v
Sumário......................................................................................................................... 190
Unidade 6 193
Gases Reais e Mudanças de fase................................................................................... 193
Introdução............................................................................................................ 193
Lição nº 26 195
Gases reais e suas características .................................................................................. 195
Introdução............................................................................................................ 195
Feedback ....................................................................................................................... 198
Lição nº 27 201
Liquefacção dos gases. Efeito de Joule - Thomson ...................................................... 201
Introdução............................................................................................................ 201
Lição nº 28 206
Mudanças de Fase. Diagrama de Fase .......................................................................... 206
Introdução............................................................................................................ 206
Sumário......................................................................................................................... 208
Exercícios...................................................................................................................... 209
Feedback ....................................................................................................................... 209
Bibliografia ................................................................................................................... 210
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 1
Visão geral
Objectivos do curso
Quando terminar o estudo deste módulo você será capaz de:
Páginas introdutórias
Um índice completo.
Conteúdo do módulo
Outros recursos
Comentários e sugestões
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Avaliação /
Actividade Auto-avaliação Teste Exemplo /
Estudo de caso
(fortitude /
preparação) Terminologia
Leitura Dica
Reflexão
Habilidades de estudo
Caro estudante!
Procure um lugar tranquilo, na sua casa, numa sala de uma escola perto
da sua casa, ou outro lugar que disponha de espaço e iluminação
apropriados.
Por fim, tente resolver todos os exemplos outra vez de forma a assimilar
devidamente as lições. Passe para os exercícios quando tiver a certeza de
que entendeu o conteúdo e os procedimentos para a sua resolução.
6
Precisa de apoio?
Dúvidas e problemas são comuns ao longo de qualquer estudo. Em caso
de dúvida numa matéria tente consultar a bibliografia sugerida no fim de
cada lição e disponíveis no centro de recurso mais próximos. Se tiver
dúvidas na resolução de algum exercício, procure estudar os exemplos
semelhantes apresentados no módulo. Se a dúvida persistir, consulte a
orientação que aperece no fim dos exercícios. Se a dúvida persistir, veja a
resolução do exercício.
Sempre que julgar pertinente, pode consultar o tutor que está à sua
disposição no centro de recursos mais próximo.
Avaliação
O Módulo de Física Molecular e Termodinámica terá dois testes e um
exame final que deverá ser feito no Centro de Recursos mais próximo, ou
em local a ser indicado pela administração do curso. O calendário das
avaliações será também apresentado oportunamente.
Unidade 1
Introdução
Caro estudante, esta Unidade destina-se a fazer uma introdução ao estudo
da Termodinâmica, começando por lhe apresentar um resumo histórico
do desenvovimento desta área do saber como uma ciência. Você poderá
ler assim sobre os cientistas que contribuiram para esse desenvolvimento.
Mais adiante, o módulo apresenta-lhe definições de vários conceitos
básicos cuja aprendizagem é um importante requisito para a compreensão
dos assuntos a serem abordados neste módulo. A unidade é constituída
por 4 lições nas quais são abordados de forma resumida os seguintes
assuntos: História da Termódinâmica, conceitos básicos: sistema
termodinâmico, grandezas termodinâmicas, temperatura e calor,
equilíbrio térmico, a lei zero da Termodinâmica, medição da temperatura,
tipos de termómetros e escalas termométricas, efeitos térmicos sobre
corpos sólidos, líquidos e gases( dilatação e mudanças de fase).
Lição nº1
Desenvolvimento histórico e
objecto de estudo da
Termódinâmica
Introdução
Caro estudante, nesta primeira lição, você vai poder resumidamente
inteirar-se sobre os feitos históricos que contribuíram grandemente para o
desenvolvimento da Termodinâmica como ciência física. Para além da
descrição dos factos desde a 1ª Lei até a 3ª Lei da Termodinâmica a,
presente lição| faz referência aos vários cientistas, que com as suas
descobertas experimentais e teóricas foram uma referência para o
desenvolvimento desta ciência.
Você poderá precisar cerca de 4 horas de estudo desta 1ª Lição. Isso não
significa que deve estudar continuamente durante as 4 Horas. Poderá
fazer um intervalo sempre que se sentir fatigado.
Nessa sua obra Carnot escreveu a seguinte frase: “Ninguém ignora que o
calor pode ser a causa do movimento. Que ele possui até uma grande
potência motriz: as máquinas a vapor, hoje tão espalhadas, são uma prova
eloquente para quem tiver olhos para ver.”
Ele obteve para J um valor em torno de 3,56 J cal -1. Se ele tivesse usado
os dados experimentais actuais teria chegado ao valor conhecido
actualmente 4,184 J cal -1.
Experiência de Joule
Num recipiente bem isolado colocou uma certa quantidade de água a 14,5
ºC. Um conjunto de pás no interior desse recipiente, ligadas a um sistema
de pesos, permitia realizar trabalho sobre a água. A água aquecia à
medida que as pás iam rodando e, portanto, o trabalho mecânico era
equivalente ao calor. Medindo o trabalho fornecido à água e a
temperatura final, calculou o equivalente mecânico do calor.
ΔU = W + Q
A lei de Hess diz que “Quando, numa reacção química, os reagentes são
18
A entropia do Universo
Rudolf Clausius foi quem, a partir das ideias de Carnot, clarificou muitos
dos conceitos da 2ª Lei da Termodinâmica dando-lhe a forma actual.
“Um recipiente que possui uma parede no meio com uma janela que
poderá ser manipulada por um porteiro (denominado Demónio de
Maxwell por William Thomson), contém um gás a uma determinada
temperatura. Através dessa janela, o
porteiro deixaria passar partículas que
tivessem velocidade alta e impediria a
passagem das partículas que tivessem
velocidade baixa, já que, segundo a
sua distribuição de velocidades, num
gás em equilíbrio, as partículas
distribuem-se com as mais variadas
velocidades.”
Fig. 3:O Demónio de
Maxwell
Assim, depois de um certo tempo, um
lado do recipiente estaria mais quente que o outro, mostrando, assim, que
o fluxo de calor poderia ocorrer em dois sentidos, e não em apenas um,
conforme indicava a 2ª Lei da Termodinâmica.
S = K × ln W
Lição nº 2
Conceitos Básicos da
Termodinâmica e Grandezas
físicas
Introdução
Caro estudante, nesta segunda lição, você vai rever e aprofundar
conceitos e terminologias básicos que lhe ajudarão a entender os
conteúdos subsequentes da Termodinâmica. Você poderá consultar outra
literatura para aprofundar alguns aspectos.
Tempo de estudo
• O que é temperatura?
Dicas:
Para responder a primeira pergunta pense nas condições para que haja
transferência de calor entre o nosso corpo e o ambiente.
Apoio
1. Note que nem sempre a fonte de calor tem que ser uma fogueira.
Lição nº 3
Introdução
Como continuação do tema anterior, esta lição destina-se ao estudo dos
métodos de medição da temperatura e escalas termométricas. Você
deverá se familiarizar com pelo menos 3 escalas termométricas
diferentes, conhecer a relação entre elas, assim como fazer a converções
de uma escala para outra.
Tempo de estudo
Você, sem dúvida, já presenciou situações em que uma mãe aflita pelo
facto de seu filho estar doente, lhe coloca a mão na testa para verificar se
este está ou não quente (com febre). Em alguns casos ela chega a concluir
que o filho “tem ou não tem temperaturatura”. E no caso afirmativo ela
corre preocupada com o seu filho para a unidade sanitária mais próxima.
Experiência 1
Actividade
Prepare três tinas com água, uma mais quente, outra morna e outra
fria.Mergulhe a mão esquerda na águra fria e a direita na água
quente. Mantenha as suas mãos alguns minutos nas tinas. Depois
mergulhe as duas mãos em simultâneo na tina de água morna. O que
você sente? A que conclusão é que chega? Descreva os resultados da
sua experiência.
Feedback
Provavelmente, você irá concluir da sua experiência que o sentido do
tacto não constitui o método mais adequado para a medição da
32
• Medição da temperatura
A medição da temperatura
baseia-se num princípio
denominado “Lei Zero da
Termodiâmica”
dilatação entre materiais como latão, ferro, cobre, etc. Para isso,
constroem-se lâminas bimetálicas de forma espiral que se curvam
conforme aumenta ou diminue a temperatura. Nesse movimento, a
lâmina arrasta, em sua extremidade, um ponteiro que percorre uma
escala graduada e regista a variação de temperatura.
Você sabe que se quiser medir a largura de uma mesa, por exemplo, vai
ter que decidir qual das escalas vai usar. Talvez use o metro, talvez o
centímetro. Pois bem, quando você precisar de medir a temperatura
também terá que escolher uma escala.
• Escala Kelvin
Você deve saber que temperatura é uma grandeza que mede o nível
de agitação das moléculas de um corpo. Quanto maior a agitação
maior a temperatura, e quanto menor a agitação, menor a
temperatura.
• Escala Fahrenheit
• Escala Celsius
A escala Celsius foi criada por Anders Celsius, um astrônomo
sueco, em 1742. Ele escolheu como pontos fixos, os pontos de
fusão do gelo (quando o gelo se torna água) e de ebulição da água
(quando a água ferve). Ele colocou um termômetro dentro de uma
mistura de água e gelo, em equilíbrio térmico, e na posição onde o
mercúrio estabilizou marcou o ponto zero. Depois colocou o
termômetro na água em ebulição e onde o mercúrio estabilizou
marcou o ponto 100. Estava criada a escala Celsius. Sua vantagem
era que ela poderia ser reproduzida em qualquer canto do planeta,
afinal, ao nível do mar, a água sempre se transforma em gelo e
ferve no mesmo ponto e, consequentemente, na mesma
temperatura.
Existe uma equação que pode ser usada para fazer estas
conversões. Com base nela você pode transformar ºF em ºC, K
em ºC e ºF em K, e vice-versa.
tC t f − 32 T − 273
= =
5 9 5
Ou seja
5
tC = (t F − 32) e T = tC + 273,15K
9
1. Convirta 59º F em oC!
t C t f − 32 (t f − 32).5
= ; tC = ;
5 9 9
Exemplo
(59 − 32) ⋅ 5 27 ⋅ 5 135
tc = = = = 15 0 C
9 9 9
Feedback
Resultados
1. t f = 50º F
2. T = 283,15K
3. t C = 10º C
4. Veja a escala de conversão na página 26, (fig. 6)
Procedimentos:
Tente fazer:
Lição nº 4
Introdução
Caro estudante nesta lição você vai estudar fenómenos térmicos que
resultam da variação (aumento ou diminuição) da temperatura de um
corpo. São, por exemplo, a dilatação térmica e as mudanças de fase.
Muitas vezes,
porém, a dilatação
térmica dos corpos
pode causar danos.
É o que ocorre,
por exemplo,
quando os trilhos
de uma linha férria
ficam deformados
após uma grande
Fig.7: Efeitos da dilatação sobre os trilhos de uma
linha férria.
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 43
Nas linhas mais modernas, assim como nos trilhos dos metrôs das
grandes cidades, já não se usam intervalos de litação, pois novas técnicas
de engenharia permitem impedir que os efeitos dessa dilatação se
manifestem. Uma delas é a fixação rígida dos trilhos no solo, utilizando-
se dormentes de concreto.
OBS.:
Existem alguns materiais que em condições especiais fazem o contrário,
ou seja, quando esquentam contraem e quando esfriam dilatam. É o caso
da água quando está na pressão atmosférica e entre 0ºC e 4ºC. Para uma
dada massa de água, a 4ºC ela apresenta um volume mínimo. Lembrando
que a densidade é dada pela relação entre a massa e seu volume (d= m/v),
concluímos que a 4ºC a água apresenta densidade máxima. Mas estes
casos são excepções e, embora tenham também sua importância, não
serão estudados aqui neste capítulo.
É sobejamente por você bem conhecido que os objectos que nos cercam,
assim como nós mesmos, somos formados por pequenas partículas
conhecidas como moléculas ou átomos. Quando aquecemos algum
objecto ou alguma substância estamos aumentando a agitação de suas
moléculas, e isso faz com que elas se afastem umas das outras,
aumentando logicamente o espaço entre elas. Para uma molécula é mais
fácil, quando esta está vibrando com mais intensidade, afastar-se das suas
vizinhas do que aproximar-se delas. Isso acontece por causa da maneira
como as forças moleculares agem no interior da matéria. Então,"... se o
espaço entre elas aumenta, o volume final do corpo acaba aumentando
também"
• Dilatação linear
Dos três factores citados, pode-se chegar a uma relação matemática que
mostra como determinar a variação de comprimento sofrida devido a
variações de temperatura.
Δ L = L0 ⋅ α ⋅ Δ t
então L − L0 = L0 ⋅ α ⋅ Δt ;
L = L0 + L0 ⋅ α ⋅ Δt ou L = L0 (1 + α ⋅ Δt )
ΔL
α =
L0 ⋅ Δ t
Unidades
Substância Coeficiente de
dilatação linear
10-5/oC
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 47
Aço 1,1
Alumínio 2,4
Bronze 1,8
Chumbo 2,9
Concreto 0,7-1,2
Cobre 1,7
Ferro 1,2
Latão 2,0
Ouro 1,4
Prata 1,9
Vidro comum 0,9
Vidro pirex 0,3
L = L0 (1 + α ⋅ Δt ) ; L = L0 [1 + α (t − t 0 )];
[ (
L = 6m 1 + 17 ⋅10 −6 0C −1 50 0 C − 10 0 C ; )]
[ ]
L = 6m 1 + 17 ⋅ 10 −6 0 C −1 ⋅ 40 0 C ;
[ ]
L = 6m 1 + 17 ⋅ 10 −6 0 C −1 ⋅ 40 0 C ;
• Dilatação superficial e
volumétrica
ΔS = S0 ⋅ β ⋅ Δt
Note que β = 2α
ΔV = V - V0, e Δt = t - t0,
Assim V − V0 = V0 ⋅ γ ⋅ Δt ; ΔV = V0 ⋅ γ ⋅ Δt
V = V0 ⋅ (1 + γ ⋅ Δt ) .Considerando γ = 3α então:
V = V0 ⋅ (1 + 3α ⋅ Δt )
[ (
V = 600cm 3 ⋅ 1 + 3 ⋅ 27.10 −6 0C −1⋅ 250 C − 150 C )]
[
V = 600cm 3 ⋅ 81.10 −6 0C −1⋅10 0 C ; ] V = 600,486cm 3 ⋅
Coeficiente de
Substância
dilatação volumétrica
10-5/oC
Alcool 100
Gases 3,66
Gasolina 11
Mercúrio 18,2
Mudanças de estado
Gasoso: Não possui forma nem volume definido, e assim a sua forma
depende do recipiente em que se encontra. O grau de agitação das
moléculas nesse estado é grande e assim elas tendem a se separar.
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 53
Por vezes, para além da dilatação, quando uma substância recebe ou cede
calor e a sua temperatura aumenta ou diminui, pode sofrer uma mudança
de estado. É o que acontece, por exemplo, quando uma pedra de gelo
(sólido) é abandonada sobre a mesa, depois de algum tempo ele se
apresenta em forma de água (líquido), ou quando uma gota de álcool é
exposta ao ambiente e depois de algum tempo se evapora.
Tente fazer:
Dica:
Sumário
Assunto Definições e Equações importantes
Massa atômica
É a massa de um átomo expressa em
relação a 1/12 da massa do átomo de
carbono 12.
Massa específica/
ρ = m/V (kg/m3).
densidade
Massa molecular
É a soma das massas atômicas de todos os
átomos da molécula.
Massa molar m
μ= (kg/kmol) ou (g/mol),
n
Volume específico
v = V/m (m3/kg).
Volume molar V
vμ = (m3/kmol) ou (dm3/mol)
μ
Escalas termométricas 5
tC = (t F − 32)
Celcius, Kelvin e Farenheit 9
Dilatação linear ΔL = L0 ⋅ α ⋅ Δt
56
Coeficiente de dilatação ΔL
α=
linear L0 ⋅ Δt
Dilatação supericial ΔS = S 0 ⋅ β ⋅ Δt
Dilatação volumátrica ΔV = V0 ⋅ γ ⋅ Δt
Relação entre os β = 2α
coeficientes de dilatação
linear, superficial e γ = 3α
volumétrico
Exercícios
Tente responder:
Auto-avaliação
aquecidos?
Tente resolver:
(E) 17x10-6 mm
(A) 1,1 (B) 2,2 (C) 4,4 (D) 6,6 (E) 8,8
58
A) 15 B) 30 C) 60 D) 50 E) 300
5.A distância entre dois postes de uma rede de eletricidade formada por
fios de alumínio é de 30 m. Sendo o coeficiente de dilatação linear do
alumínio de 25 . 10-6 ºC-1, a variação no comprimento desses fios, entre
um dia frio de 0 ºC e um dia quente de 36 ºC, é de
A) 10 mm B) 15 mm C) 17 mm
D) 23 mm E) 27 mm
Feedback
Procure confirmar sempre com cáclculos as respostas consideradas certas.
Unidade 2
Gases Perfeitos
Introdução
Caro estudante depois da Unidade 1, introdutória ao estudo da
Termodinâmica, você vai estudar o comportamento dos gases quando
submetidos a temperaturas altas e pressões não muito baixas. Na unidade
2, constituída por 3 lições você vai discutir as leis que regulam o
comportamento macroscópico dos gases, denominados gases ideais,
nomeadamente as leis de Gay-Lussac e Boyle-Mariotte. Constituem
conteúdos fulcrais desta Unidade a equação de estudo de estado do gás
ideal e os isoprocessos.
Tempo de estudo .
Lição nº 5
Introdução
Caro estudante a 5ª Lição destina-se ao estudo de transformações
termodinâmicas que podem ocorrer num gás, como passo inicial para
explicação do comportamento dos gases quando submetidos à variação da
pressão e temperatura.
Você vai precisar 2 horas de estudo para esta lição incluíndo a resolução
de tarefas e realização de experiências aqui recomendadas.
.
Tempo de estudo
Terminologia
62
A experiência mostra que outros gases (ou misturas como o ar), para
densidades muito baixas, pressões menores que 300 MPa e temperaturas
usuais, oferecem também uma razoável aproximação e
independentemente da sua composição química apresentam uma certa
relação para com as variáveis termodinâmicas Temperatura, Volume e
Pressão.
Isto sugere a criação do conceito modelo gás ideal, um gás que teria o
mesmo comportamento sob quaisquer condições.
• Lei de Gay-Lussac
Isto significa que se à uma dada temperatura t0, o volume do gás for V0,
alterando-se a temperatura à pressão constante, para t, o volume toma um
novo valor Vt que será dado pela expressão:
Vt = V0 (1 + γt )
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 63
V1 V
= 2 = const
T1 T2
Procedimento experimental:
Isto é p1V1 = p 2V2 = const - Esta equação toma o nome Lei de Boyle
– Mariotte (1627-1691)
Procedimento experimental:
pV
= const (para uma dada massa degás fixa)
T
Resolução:
Resolução:
V1 V2 V1 V2
De acordo com o enunciado T2 = 2T1 . Então = ; = ;
T1 T2 T1 2T1
V2
= 2 ou V2 = 2V1 . O factor de variação do volume é 2.
V1
Tente fazer:
Feedback
T2
p2 = 2 = 60atm
T1
Lição nº6
Introdução
Caro estudante a sexta lição dá continuidade ao estudo do comportamento
dos gases reais. Aqui você vai deduzir a partir das leis estudadas na aula
anterior a equação que caracteriza o estado dos gases ideais.
Tempo de estudo
Terminologia
pV
Assim sendo, a constante ∝ m.
T
pV pV
∝n ou = nR
T T
pV = nRT ,
mT
pV = R ,
μ
m
tomando em conta que n = , donde μ é a massa molar.
μ
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 69
Resolução:
p = 19atm
variação do volume é 2.
Feedback
1: 900K 2: 1024 3: 25g
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 71
Lição nº 7
Isoprocessos
Introdução
Nesta lição, dedicar-nos-emos ao estudo das transformações
termodinâmicas que podem ocorrer com os gases ideais, nomeadamente
os processos isobárico, isotérmico e isovolumétrico. Você vai poder
relacionar estas transformações com as leis de Boyle-Maiotte, Gay-
Lussac e Charles estudadas nas aulas anteriores.
Tempo de estudo
Terminologia
72
V1 V 2
= ...... Lei de Gay – Lussac
T1 T2
V
= Cons tan te
T
Exemplo Resolução: O volume pode ser calculado a partir da equação dos gases:
nRT
V =
pV = nRT onde p .
pV 1atm ⋅ 55l
a) pV = nRT ; T = = = 295 K
nR 2,27 mol ⋅ 0,0821l / atm ⋅ k
p1 p 2
= - Esta equação é denominada Lei
T1 T2
de Charles (1746-1823)
p
= Cons tan te
T
p1 V2
= ou p1V1 = p2V2 ...... Lei de Boyl e Mariotte.
p2 V1
p ⋅ V = Cons tan te
Sumário
Assunto Observações e Equações importantes
Exercícios
Tente resolver:
i. Identifique as
transformações AB, BC
e CA
ii. Qual é a temperatura do gás nos pontos B e C?
iii. Calcule o trabalho realizado em cada transformação.
iv. Traduza o mesmo processo para um gráfico P(T). Indique
claramente os pontos A, B e C e o sentido das
transformações.
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 77
Feedback
Resultados:
1. V2= 500cm3
.
78
Unidade 3
Calorimetria e 1o Princípio
Termodinâmico
Introdução
Na unidade 3 vais discutir uma das importantes leis da Termodinâmica e
da Natureza. Esta unidade é constituída por 8 lições que se distribuem
pelos seguintes temas: Quantidade de calor, calor especifico, capacitância
calorífica de um corpo; calor de fusão e de vaporização, primeiro
Princípio Termodinâmico e sua aplicação nos isoprocessos, intercâmbio
térmico, trabalho e calor como formas de troca de energia, transmissão do
calor, formulação do 1º Princípio Termodinâmico, aplicações, cálculo do
Trabalho nos isoprocessos.
Tempo de estudo
de um corpo;
exemplos;
Lição nº 8
Introdução
Caro estudante, nesta lição vamos discutir transformações energéticas que
ocorrem quando dois ou mais corpos com diferenças de temperetura estão
em contacto entre si e aprofundar os conceitos de calor específico e
capacidade calorífica. Vamos de igual modo aprender e exercitar o
cálculo da quantidade de calor.
Tempo de estudo
Terminologia
A grandeza física que serve para medir e para comparar esta propriedade
dos materiais é denominada calor específico.
Podemos notar que o calor específico da água é quase 10 vezes maior que
o calor específico do ferro. Isso significa que se tivermos a mesma
quantidade de ferro e de água, à mesma temperatura, eu precisaria de uma
quantidade de calor 10 vezes maior para a água para causar uma mesma
mudança de temperatura causada no ferro por outra quantidade de calor.
dQ = mcdt ,
onde c é o calor específico à temperatura t.
t2
Q = ∫ mcdt ; Q = mcΔt
t1
onde
Resolução:
Exemplo
Seja: m1 = m2 e c1 = c 2
mc(t1 + t 2 ) t1 + t 2
tf = ; tf = Esta expressão toma o nome de
2mc 2
Equação de Richmann.
m1c1t1 + m 2 c 2 t 2 = m1c1t f + m 2 c 2 t f ;
m1c1 (t1 − t f ) = m2 c 2 (t f − t 2 ) ;
m1c1 (t1 − t f ) + m2 c 2 (t f − t 2 ) = 0
Q1 + (− Q2 ) = 0; Q1 = Q2 ; ; ∑Q i =0
Qced = Qrec
86
mCu cCu Δt = mv cv Δt + ma c a Δt
Sendo Δt = t f − t i então:
(
Q = 500 g ⋅ 1cal / g ⋅ o C 15 o C − 80 o C ; )
Q = 500 g ⋅ 1cal / g ⋅ C (− 65 C ) ;
o o
Q = −32500 cal
Tente Resolver:
4. Sua mãe aquece 1200g de água numa panela de alumínio que pesa
800g. Qual é a quantidade de calor necessária para aquecê-los de
180C para 900C?
Feedback
1. Q= 1,5. 106cal
2. Q= 2,22 Kcal?
3. Q=116,430 Kcal
4. Q= 98,784 Kcal
88
Lição nº 9
Capacidade calorífica ou
Capacidade térmica de um corpo.
Introdução
Caro estudante, na presente lição você vai aprender o significado, assim
como a determinar as grandezas capacidade térmica e calor específico.
Você poderá também realizar pequenas experiências para determinar
experimentalmente o calor específico de uma substãncia.
Tempo de estudo
Terminologia
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 89
ΔQ
C= ... Capacidade térmica
Δt
ΔQ C
Sendo c = então conclui-se que: C = mc ou seja c =
mΔt m
Unidades:
Resolução
Matemáticamente: Qf = Lf ⋅ m
Substância Lf Lv À uma
pressão
Água 333.5 KJ/Kg 2.26 MJ/Kg p = 1 atm
Tente Resolver:
Feedback
1. Tf= 30ºC
2. c= 0,75 cal/gºC.
3. Teq.= 26ºC
4. Teq.= 29,5ºC
5. Tal= 23,1ºC
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 93
Lição nº 10
1º Princípio Termodinâmico.
Trabalho e Calor como formas de
troca de energia
Introdução
Caro estudante, esta é uma lição introdutória ao estudo do 1º Princípio
Termodinâmico em que se estabelece a ligação entre os conceitos
trabalho, calor e energia. Com base nos conhecimentos que você já possui
sobre o trabalho na Mecânica, vai deduzir a expressão para o cálculo do
trabalho na Termodinâmica.
Tempo de estudo
Portanto, um sistema que possui uma energia elevada pode executar uma
grande quantidade de trabalho sobre a sua vizinhança.
Nós vimos que o calor é a energia que verte dos objectos quentes para os
objectos frios (ou entre um sistema e a sua vizinhança) devido a uma
diferença de temperatura. O sentido em que se dá a transferência de
energia é sempre do sistema que está a temperatura mais alta para o
sistema que está a menos temperatura.
v
Matematicamente o trabalho infinitesimal de uma força F que provoca
v
um deslocamento também infinitesimal dS obtém-se pelo produto
v v
escalar dos dois vectores é dW = F ⋅ dS .
dW = F ⋅ dS = p ⋅ A ⋅ dS = p ⋅ dV
.
Fig. 19: O gás exerce sobre
O trabalho total do gás será: o émbulo uma dada pressão
deslocando uma distância ds
V2
W = ∫ p.dV
V1
V2
W = ∫ p.dV = Área
V1
b) O sistema é levado de i
até B a volume constante e
depois até f a pressão
constante.
Fig. 21: O processo pode ser
c) O sistema é levado levado do estado inicial ao estado
final através de diferentes
directamente de i até f a caminhos.
temperatura constante.
Calcule o trabalho por mole realizado por um gás ideal que se expande
isotermicamente à Temperatura T constante, do volume V1 até V2.
Resolução:
Exemplo
RT
T= constante; p =
V
V2 V2 V
RT 2
1 V2
W= ∫ pdV =
V1
∫V V dV = RT ∫V V dV = RT ln V1
1 1
Tente Resolver:
b) o calor fornecido
Feedback
Resultado
W= 3,14.104 J
Q= 3,4.104 J
100
Lição nº 11
Introdução
Nesta lição você vai aplicar os conhecimentos adquiridos na lição
anterior sobre trabalho e snergia na Termodinâmica, no cálculo do
trabalho nos diferentes casos de transformação quase-estática. Você
encontra no conjunto de exercícios de aplicação várias tarefas que lhe
permitem treinar o cálculo do trabalho.
Tempo de estudo
Terminologia
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 101
V2
W = ∫ p ⋅ dV ,
V1
V2
W = p ∫ dV = p ⋅ ΔV
V1
Três litros de um gás ideal, sob pressão de duas atmosferas são aquecidos
de modo que se expandem a pressão constante até atingir o volume de 5
litros. Qual é o trabalho realizado pelo gás?
Exemplo
Resolução: Tratando-se de uma transformação isobárica (p= const.), o
trabalho realizado é calculado pela expressão W = p ⋅ ΔV .
Então W = p ⋅ ΔV = 2 ⋅ 101,3 × 10 3 N / m 2 (5 × 10 −3 m 3 − 3 × 10 −3 m 3 ) ,
W = 405,2 J
Vf
W = ∫ pdV ... onde p nao é constante.
V i
Vf nRT Vf 1
W =∫ ⋅ dV ; W = nRT ∫ ⋅ dV ;
Vi V Vi V
Vf
W = nRT (ln V f − ln Vi ) = nRT ⋅ ln(V f − Vi ) = nRT ln
Vi
Vf
W = nRT ln ... Trabalho de um gás numa expansão
Vi
isotérmica.
0,2m 3
W = 1mol ⋅ 8,31J / mol ⋅ K ⋅ 290 K ⋅ ln ;
1m 3
W = 2409,9 J ⋅ ln 0,2
Conclusões:
Tente Resolver:
3. Uma amostra de gás se expande de 1,0 a 4,0 m3, enquanto a sua pessão
diminui de 40 para 10 Pa. Quanto trabalho é realizado pelo gás, de acordo
com cada um dos três processos mostrados no gráfico p-V a baixo?
Feedback
1. Q= 8,6 cal.
2. W= -7,0 kJ
Lição nº12
Formulação do 1o Princípio
Termodinâmico
Introdução
Caro estudante, o tema desta lição constitui uma das temáticas mais
importantes no estudo da Termodinâmica. Falar do 1º Princípio
Termodinâmico é falar da lei de conservação da energia, num sentido
mais amplo. Você vai poder se familiarizar com algumas formulações
históricas do 1º Princípio.
Tempo de estudo
Terminologia
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 105
dU = dQ − dW
106
Donde
• dU é a variação infinitesimal da energia interna;
• dQ é quantidade infinitesimal/ elementar de calor e
• dW é trabalho infinitesimal/ elementar do gás.
dQ = dU + dW na forma diferencial e
Q = ΔU + W na forma geral.
Aplicações em Isoprocessos
dQ ≠ 0 e dW ≠ 0
dU = dQ − dW ⇒ dQ = dU + dW = dU + pdV
dV = 0 ⇒ dW = 0
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 107
dU = dQ − dW ; dU = dQ
dU = 0 ; dW ≠ 0
dU = dQ − dW = 0 ; dQ = dW
Tente Resolver:
Feedback
1. W= 4.102 J
Lição nº 13
Introdução
Depois de termos definido o conceito “calor específico” nas lições
anteriores, vamos nesta lição falar de calor específico a volume e
pressão constante. Para esta lição você poderá precisar de uma hora
de estudo.
Tempo de estudo
1 ⎡ dQ ⎤ 1 ⎡ dU ⎤
Então cV = = ⎢
m ⎣ dT ⎦ V m ⎣ dT ⎥⎦ V
⎢ ⎥ … calor especifico à
volume constante.
CV
Considerando que cV = …onde CV é a capacidade calorífica à
m
V = const, teremos para a
⎡ dU ⎤
capacidade calorífica CV = ⎢ ⎥ .
⎣ dT ⎦ V
1 ⎡ dQ ⎤ 1 ⎡ dU ⎛ dW ⎞ ⎤
Então c p = = ⎢ +⎜ ⎟ ⎥ .
m ⎢⎣ dT ⎥⎦ p m ⎢⎣ dT ⎝ dT ⎠ p ⎥⎦
dU
Como CV = , substituindo na expressão anterior, teremos
dT
1⎡ ⎛ dW ⎞ ⎤
c p = ⎢CV + ⎜ ⎟ ⎥ .
m ⎢⎣ ⎝ dT ⎠ p ⎥⎦
Cp ⎛ dW ⎞
Por sua vez cp = , então C p = CV + ⎜ ⎟ capacidade
m ⎝ dT ⎠ p
calorífica à p = const.
⎡
Assim, C p = ⎢CV +
mR * dT ⎤
dT ⎦
(
⎥ ; C p = CV + mR
*
)
⎣
Tente Resolver:
Feedback
Reultados:
Lição nº14
Introdução
Caro estudante, nesta lição você vai se debruçar com mais uma
transformação quase-estática em que todos os parâmetros (p,V e T)
variam em simultâneo. Você vai deparar nesta lição com dedução de
fórmulas como, por exemplo, da relação entre os calores específicos a
volume e a pressão constantes, das equações de Poisson e da constante
adiabática. Isso poderá exigir por si uma atenção particular no estudo
desses assuntos.
Tempo de estudo
Terminologia
Como o gás está isolado da sua vizinhança de modo que não haja troca de
calor com esta, o trabalho realizado é igual a diminuição da energia
interna do gás e a temperatura do sistema diminui.
Isto é, dU + pdV = 0 .
114
1 ⎡ dU ⎤
Considerando que cV = , dU pode ser substituído pela
m ⎢⎣ dT ⎥⎦ V
C p dV dp
Dividindo cada termo por CV ⋅ pV obtemos + = 0 ou
CV V p
dV dp Cp
γ + = 0 , onde γ = ... é constante adiabática para os
V p CV
gases num intervalo de temperaturas elevadas.
dV dp
Integrando a expressão: ∫ γ + = 0,
V p
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 115
const −γ
Sendo pV = const , então p =
γ
γ ou p = const.V
V
V2 V2
pdV , W = const .∫ V dV ;
−γ
Assim W = ∫
V1 V 1
nR(T1 − T2 )
Então W= ... Trabalho numa expansão
γ −1
adiabática.
116
p1 = 1atm
V1 = 2l
Dados:
T1 = 293K
γ = 1,4
Resolução:
γ
γ γ ⎛V ⎞
a) p1V1 = p 2V2 ; p 2 = p1 ⎜⎜ 1 ⎟⎟ ;
⎝ V2 ⎠
1, 4 1.4
⎛ 2l ⎞ ⎛1⎞
p 2 = 2atm.⎜ ⎟ = 2atm.⎜ ⎟ ; p 2 = 0.758atm
⎝ 4l ⎠ ⎝2⎠
γ −1 1.4 −1
⎛ ⎞ ⎛1⎞
b) T1V1
γ −1
= T2V2γ −1 ; T2 = T1 ⎜⎜ V1 ⎟⎟ = 293K ⎜ ⎟ ;
⎝ V2 ⎠ ⎝2⎠
0.4
⎛1⎞
T2 = 293K ⎜ ⎟ = 222 K = −51º C
⎝2⎠
Noção de Entalpia
temos dU = dQ − d ( pV ) ou dQ = dU + d ( pV ) .
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 117
H = U + pV chama-se entalpia.
dH = d (U + pdV ) ;
dH = dQ + Vdp .
118
Resultados:
1.
2.
a) Não sai calor nenhum do gás, já que a definição de processo
adiabático é sem trocas de calor.
b) ΔU = −720 J
ΔU = ncv ΔT
c) A temperatura diminui pois
Lição nº 15
Introdução
Caro estudante, esta lição destina-se a revisão de conceitos que lhe são já
familiares. Trata-se das três formas de transmissão de calor,
nomeadamente a condução, a convecção e a radiação. Você terá
oportunudade de realizar experiências simples que permitem demosntrar
estas formas de propagação do calor.
Tempo de estudo
Terminologia
120
Você já viu que para ocorrer a troca de calor (energia) entre dois corpos é
necessário que exista uma diferença de temperatura entre eles. Corpos
com a mesma temperatura não trocam calor(energia) entre si.
• Um corpo irá perder energia para o outro até que ambos fiquem
na mesma temperatura (equilíbrio térmico).
Quando uma molécula começa a vibrar com mais intensidade, ela pode
"passar" parte desta vibração para as moléculas que estão à sua volta.
Digamos que ela transfere parte da sua energia diretamente para as
moléculas vizinhas. Logicamente, fica mais fácil este fenômeno
acontecer quando as moléculas estão próximas umas das outras (como no
caso dos sólidos). Veja que aqui uma molécula conduziu a energia para
a outra sem que nenhuma delas mudasse de lugar dentro do corpo. Na
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 121
Tente Fazer:
Actividade tal forma que o um pedaço de ferro ou arame grosso passe pelo furo
(Veja a figura ao lado). Pingue algumas gotas de vela sobre o fio,
com espaçamentos aproximadamente iguais e espere alguns
segundos para que a parafina (vela) endureça sobre a superfície do
fio. Acenda a vela e aqueça a extremidade do arame. Descreva o
que você observa depois de alguns instantes. Tente explicar o
fenómeno.
Tente Fazer:
Sumário
Assunto Observações e Equações importantes
Q = mcΔt
Qced = Qrec
ΔQ
C= ; C = mc
Δt
Qf = Lf ⋅ m
Qv = Lv ⋅ m
Trabalho de um gás V2
W = ∫ p.dV
V1
No processo isobárico: W = p ⋅ ΔV ;
No processo isotérmico:
Vf
W = nRT ln ;
Vi
No processo adiabáico:
Q = ΔU + W . Na forma diferencial:
dQ = dU + dW
Capacidade calorífica a ⎡ dQ ⎤ ⎡ dU ⎤
volume constante CV = ⎢ ⎥ ou CV = ⎢ ⎥
⎣ dT ⎦ V ⎣ dT ⎦ V
Capacidade calorífica a ⎡ dQ ⎤ ⎡ dU ⎤
pressão constante C p = ⎢ ⎥ ou C p = ⎢ ⎥
⎣ dT ⎦ p ⎣ dT ⎦ p
Relação entre Cv e Cp (
C p = CV + mR * )
Equação de Mayer
c p − cV = R *
126
Cp
onde γ = é a constante adiabática.
CV
H = U + pV ou dH = dQ + Vdp
Exercícios
Feedback
1. C= 80 cal/ºC
2. Q= -29 kcal
3. Q= 3,1 kcal
5. m= 537 g.
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 129
Unidade 4
Teoria Cinético-molecular
Introdução
Caro estudante, nas duas unidades anteriores nós analizamos fenómenos,
grandezas e leis que regulam o comportamento de um gás, tomando-o
como um sistema macroscópico. Definimos o modeo gás ideal partindo
de resultados experimentais, ou seja medindo directamente as grandezas
paramétricas pressão, temperatura e volume. Nesta unidade, vamos falar
e definir o modelo gás ideal do ponto de vista microscópico e relacionar a
temperatura e pressão com o comportamento do elevado número de
partículas (moléculas ou átomos) que constituem uma amostra de gás.
Tempo de estudo
Lição nº 16
Definição microscópica do
modelo gás ideal
Introdução
Caro estudante, nesta lição você vai conhecer os principais fazedores da
teoria cinético molecular assim como vamos definir o modelo gás ideal
do ponto de vista microscópico, ou seja, partindo das caraterísticas
internas das partículas (átomos ou moléculas) que constituem um sistema
gasoso.
Tempo de estudo
Terminologia
132
Este fato deu origem ao conceito de pressão que antes não era usado, e
Boyle ilustrou de forma qualitativa a existência da relação entre a pressão
e o volume de ar (o termo gás não era usado na época) contido num
recipiente como sendo inversamente proporcional.
Outra contribuição de Boyle para o estudo dos gases, que passaram a ser
chamados de fluidos elásticos, foi a constatação de que a viscosidade de
um gás não depende de sua densidade, ao contrário do que acontece com
os líquidos. Tal constatação foi esquecida por muito tempo, até que
Clausius conseguiu obter uma explicação teórica para ela.
Contudo, logo após Boyle ter publicado suas pesquisas, Isaac Newton
usou a relação entre pressão e volume para obter uma hipótese sobre as
forças interatómicas.
Contrário à hipótese de que os átomos são como molas ligadas entre si,
Daniel Bernoulli propôs uma teoria para explicar a pressão que um gás
exerce no interior do recipiente. Esta teoria baseia-se na comparação dos
átomos com esferas rígidas (bolas de bilhar) que se chocam
continuamente por estarem em movimento, sendo que a sucessão de
choques contra as paredes de um recipiente é que produz a pressão.
Clausius refutou estas ideias demonstrando que, por causa dos constantes
choques entre elas, as moléculas não percorriam grandes distâncias, mas
sim pequenos trechos entre os choques ao que ele denominou de
caminho livre médio.
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 135
Forças de atracção r ≈ ro ,
Isto acontece apenas quando as moléculas estão muito próximas umas das
outras de modo que estas forças actuem apenas sob pequenas distâncias.
ro = 3,5 ⋅ 10 −10 m
Lição nº17
Tempo de estudo
1 2
A energia cinética de translação da molécula será: E c = mv
2
m 2
Assim: Ec = ⋅ v mq é energia cinética média,
2
N
1
onde
2
v mq =
N
∑v
i =1
2
i é designada velocidade média quadrática
+ mv x .
l
Seja τ= o tempo necessário para a molécula atravessar o cubo de
vx
A1 até A2 .
2l
Seja 2τ = t então escrevemos t = . Após o tempo t a molécula volta
vx
a colidir com A1 .
1 vx
O número de colisões por unidade de tempo será f = =
t 2l
vx v x2
⋅ 2mv x =
2l 2l
mv x2
Δp
= F , portanto =F.
Δt l
n
m∑ v x2i
Ft = i =1
F F
Por definição a pressão P = =
A l2
n
m∑ v x2i
Ft
Substituindo a força total teremos p = = i =1
ou
l2 l 3
p=
m 2
l 3
(v x1 + v x22 + v x23 + ... + v x2n )
Seja N o número total de partículas no recipiente e n o número total de
partículas por unidade de volume.
N N N
Então n = = 3 donde l 3 =
V l n
(v 2
x1 + v x22 + v x23 + ... + v x2n ) ∑v 2
xi
p = m⋅n ou p = m⋅n i =1
ou
N N
N N
Sendo n = 3
, m ⋅ 3 = ρ ...densidade pois m ⋅ N ...é a massa total.
l l
Então: p = ρ ⋅ v x2 i
1 2
v y2 e vz2 são os mesmos e são exactamente: v x = v y = v z =
2 2 2
v
3
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 141
1
Então, para qualquer direcção p= ρ ⋅ v 2 ... Equação geral da
3
teoria cinético – molecular dos gases que exprime a pressão através da
velocidade das moléculas.
3p
v 2 = v mq , donde v mq = v =
2 2
...velocidade média
ρ
quadrática.
Tente Resolver:
3RT
Demonstre que v mq = e determine a v mq das moléculas de
μ
Actividade
oxigénio gasoso, à uma temperatura T = 300k e massa molar
32 ⋅ 10 −3 kg / mol .
Feedback
v mq = 483,56m / s
142
Exercícios
Feedback
1. v = 1838m / s
2. v mq = 1904m / s
3. v mq = 0,49km / s
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 143
Lição nº 18
Introdução
Como você já terá percebido das lições anteriores, os parâmetros
termodinâmicos podem ser definidos do ponto de vista microscópico a
partir do movimento cinético das partículas do sistema. A presente lição
tem como objectovo a demosntração da ligação existente entre a
temperatura de um gás ideal e a teoria cinética molecular dos gases.
Tempo de estudo
Terminologia
144
1 1
p ⋅V = ρV ⋅ v 2 ou p ⋅ V = m ⋅ v 2 , pois m = ρ ⋅ V
3 3
1
Então p ⋅ V = nμ ⋅ v 2 ou multiplicando e dividindo o 2º membro por
3
2 obtemos
2⎛1 2⎞ 1 1
p ⋅V = ⎜ nμ ⋅ v ⎟ ; nμ ⋅ v 2 = m ⋅ v 2 = E c que é
3⎝2 ⎠ 2 2
Energia cinética média.
3 1
Simplificando o número de moles resulta RT = μ ⋅ v 2 .
2 2
3 R 1 μ R
T= ⋅ v2 Daqui obtém se = k ...constante
2 NA 2 NA NA
μ
de Boltzman k = 1,38 ⋅ 10 −23 J / k e = mi ...massa de uma mole
NA
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 145
3 1 1 mi 2
Então kT = mi ⋅ v 2 onde T= ⋅ v ... Temperatura,
2 2 3 k
definição microscópica.
3
Daqui pode-se ainda concluir que kT = E c ... Energia cinética
2
média de translação das moléculas nas 3 direcções x, y e z.
1
Para uma única direcção tem-se kT = Ec .
2
2 Ec
Exprimindo em ordem a T teremos T= ...Temperatura
3 k
Exercícios
Feedback
1. Feedback: 6,06×10-20 m/s.
2. Feedback: 6,105×10-21 J
3. Feedback: 2,09×10-21 J
146
Lição nº 19
Introdução
Caro estudante, nesta lição deverá aprender que a distribuição das
velocidades moleculares é uma função que depende apenas da
temperatura.
Tempo de estudo
Terminologia
Maxwell.
dN 2π ⋅ N 1 −E
= E 2 ⋅ e kT ...número de moléculas por
dE (π ⋅ kT ) 2
3
unidade de energia.
1 2
Exprimindo em função da velocidade, considerando que E = mv e
2
dE dN dN dE dN
que = mv teremos = ⋅ = mv
dV dV dE dv dE
1 2
Substituindo a expressão E = mv na da lei de distribuição de energias
2
148
3
dN ⎛ m ⎞ 2 2 − mv 2 2 kT
= 4πN ⎜ ⎟ v ⋅e ou
dv ⎝ 2 ⋅ π ⋅ kT ⎠
3
⎛ m ⎞ 2 2 − mv 2 2 kT
N (v ) = 4πN ⎜ ⎟ v ⋅e
⎝ 2 ⋅ π ⋅ kT ⎠
vp .
Porque a velocidade mais pequena tem que ser igual a zero, a média da
b) a v mq ;
c) a vp .
Resolução:
i =10
∑v i
a) v = i =1
= 3,1m / s
10
3KT 125
b) v mq = = (v 2 ) med . = = 3,54m / s
m 10
c) v p = 3m / s
Lição nº20
Introdução
Caro estudante, nesta lição vai aprender a determinar a energia interna de
um gás ideal como uma função da temperatura, assim a relacionar a
energia cinética das moléculas com os respectivos graus de liberdade.
Você precisará de despender pelo menos 1:30 horas no estudo desta lição
incluindo a resolução de exercícios aqui sugeridos.
Tempo de estudo
Terminologia
3 1 3
Deduzimos que Ec = kT ; mv 2 = kT
2 2 2
1 1 1 1
mv x2 = mv y2 = mv z2 = kT
2 2 2 2
Se então a energia interna U corresponde inteiramente a E c , obtém-se
3 3 R
U = Eo = kT . Sendo k = R ; então U = T ; mas
2 NA 2 NA
N N
NA = , n=
n NA
3
ou ainda U = nRT neste caso N = 1
2
U = f (T )
3
A expressão U= nRT para a energia interna satisfaz apenas
2
moléculas monoatómicas pois, a E c destas é simplesmente energia de
translação.
5
Para gases com moléculas biatómicas U = nRT
2
152
Uma molécula biatómica para além da translação nos 3 eixos, ainda pode
realizar 3 rotações em torno destes. Pelo facto de num dos eixos a E cR ser
tão pequena que pode ser menosprezada, uma molécula biatómica possui
apenas 5 graus de liberdade.
Sumário
Assunto Observações e Equações importantes
duração desprezível.
São as forças intermoleculares e de
Forças internas
natureza electromagnética que actuam
quando as moléculas estão muito
próximas umas das outras.
3p
v mq = v 2 =
ρ
Constante de Bolzmann R
= k ... k = 1,38 ⋅ 10 −23 J / k
NA
monoatómica: U = 3 2 ⋅ nRT
Unidade 5
Introdução
Caro estudante esta unidade destina-se especialmente ao estudo da 2ª lei
da Termodinâmica. Como já referimos numa das unidades anteriores, esta
lei foi a primeira a ser descoberta, pois ela está directamente ligada com o
fenómeno que impulcionou o desenvolvimento da Termodinâmica como
ciência, a criação de uma máquina térmica com uma eficiência tal, que
transfome todo o calor absorvido de fonte quente em trabalho mecânico.
Por isso, antes dos enunciados da 2ª lei termodinâmica o caro estudante
deverá discutir as características e o funcionamento das máquinas
témicas, tendo como referência a máquina cíclica de Carnot. Mais adiante
estabelece-se a relação entre a 2ª lei termodinâmica e a Entropia e esta
por sua vez com o conceito de desordem. Ainda nesta unidade você vai
poder perceber o sentido do enunciado da 3ª lei da Termodinâmica.
Tempo de estudo
de Carnot;
Lição nº21
Máquinas térmicas
Introdução
Nesta lição vamos aprender o que é uma máquina térmica e como uma
máquina térmica funciona. A partir do calor absorvido e do calor
rejeitado pela máquina vamos calcular o rendimento e o coeficiente de
eficiência.
Tempo de estudo
Terminologia
158
pudesse converter todo o calor que pudesse retirar de uma fonte quente
em trabalho útil ou projectar um refrigerador que simplesmente
transmitisse calor de um corpo frio para um corpo quente, sem exigir
trabalho externo. Essas seriam máquinas térmicas e refrigeradores ideais.
Wt = Q1 − Q2
Q2
e por fim: n = 1− …rendimento de uma máquina térmica.
Q1
Q2 Q
ou COE = = 1− 2
Q2 − Q1 Q1
Exercícios
Feedback
1. Feedback: 160K
3. Feedback: 60%
164
Lição nº 22
Introdução
Nesta lição você vai estudar a máquina térmica e a máquina frigorífica
ideal de Sadi Carnot que operando em ciclo atingiria o máximo
rendimento possível. Você vair calcular o rendimento de uma máquina
térmica e o coeficiente de eficiênciade da máquina frigorífica, os calores
recebido e cedido e os trabalhos realizados em cada processo.
Tempo de estudo
Terminologia
A máquina reversível é uma máquina ideal, pois ela opera com o maior
rendimento possível.
Condições de reversibilidade:
• No processo, não há trabalho de forças de atrito, de forças
viscosas ou de outras forças dissipativas que produzem calor;
• A condução térmica só ocorre isotermicamente;
• O processo deve ser quase estático, de modo que o sistema está
sempre num estado de equilíbrio, ou muito próximo deste;
Qualquer processo que viole uma das condições acima mencionadas é
irreversível.
O trabalho líquido realizado pelo sistema durante o ciclo é dado pela área
fechada por ABCD e é igual a W = Q1 − Q2 donde Q1 é o calor
absorvido do reservatório quente e Q2 o calor cedido pelo gás ao
reservatório frio.
2 2 2
nRT1 dV
Q1 = W = ∫ pdV = ∫ dV = nRT1 ∫ =
1 1
V 1
V
V2
Q1 = nRT1 ln … calor absorvido.
V1
V3
Q2 = nRT2 ln … calor rejeitado
V4
V2 V
Assim ln = ln 3 .
V1 V4
Q2 T2
Simplificando os factores logarítmicos ficamos com =
Q1 T1
T2
E o rendimento de Carnot η c será dado por: η c = 1 −
T1
Q1 = W + Q2
Q2
O coeficiente de eficiência COE =
W
Q2
Rescrevendo W = Q1 − Q2 , obtém-se COE =
Q1 − Q2
Q2 T2
Com base na relação =
Q1 T1
T2
T1 T2 T
Conclui-se: COE = = = 2 ,
T
1− 2 T1 − T2 ΔT
T1
V2
Para os processos isotérmicos é valido: W12 = nRT1 ln e
V1
V4
W34 = nRT2 ln
V3
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 169
V2 V3 V
Considerando que = então W34 = − nRT2 ln 2
V1 V4 V1
Exemplos
nR(T1 − T2 )
Para os processos adiabáticos é válido: W23 = e
γ −1
nR(T2 − T1 )
W41 =
γ −1
V2 V
Assim W = nRT1 ln − nRT2 ln 2 ou
V1 V1
V2
W = nR(T1 − T2 ) ln ...Trabalho total do gás realizado durante o ciclo
V1
de Carnot.
Resolução:
Exercícios
Feedback
1. T1= 466,7 K e T2= 326,7 K
4. Tf= 120ºC
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 171
Lição nº 23
Processos reversíveis e
irreversíveis. 2ª Lei da
Termodinâmica
Introdução
A segunda lei da Termodinãmica apresenta várias formulações que
constituiem objecto de estudo nesta lição. Você deverá saber interpretá-
las e relacioná-las as características das máquinas térmicas. Para melhor
entender a essência de processos reverssíveis e irreverssíveis
recomendam-se leituras adiccionais de outras literaturas. Para concluir
esta lição você precisará de 1 h e 30 minutos de estudo.
Tempo de estudo
Terminologia
172
Processos práticos como estes não são ideais e, portanto, sempre têm
algum grau de irreversibilidade. Em geral, a irreversibilidade é atribuída
a:
• forças de atrito (sólidos e fluidos);
• transferências de calor com diferença finita de temperatura;
174
Enunciado de Clausius.
Deste enunciado, pode-se estabelecer a impossibilidade de "refrigerador
ideal". Assim, todo aparato refrigerador, para retirar calor de um
ambiente, produzirá mais calor externamente.
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 175
Em outras palavras:
“É impossível a construção de um dispositivo que, por si só, isto é, sem
intervenção do meio exterior, consiga transformar integralmente em
trabalho o calor absorvido de uma fonte a uma dada temperatura
uniforme.”
Enunciado de Kelvin-Planck.
Deste enunciado, tem-se como consequência a impossibilidade do "motor
ideal". Toda a máquina produzirá energia a ser utilizada com desperdício
de parte desta em calor a ser perdido.
“Para transformar calor em energia cinética, utiliza-se uma máquina
térmica, porém esta não é 100% eficiente na conversão.”
Alguns autores chamam tal
enunciado como "postulado"
de Kelvin e assim o
descrevem: Nenhum processo é
possível, onde o único
resultado é a absorção de
calor de um reservatório e sua
conversão completa em
trabalho.
Destas definições pode-se
associar também o enunciado
de Carnot: Para que uma
máquina térmica realize Fig 36: Máquina térmica ideal, em
trabalho são necessárias duas todo o calor absorvido é em 100%
fontes térmicas de diferentes transformado em trabalho mecânico
temperaturas.
176
Lição nº24
Introdução
termodinâmico.
Tempo de estudo
Terminologia
dQ
dS = ... Variação da entropia, onde: dS é a variação infinitesimal
T
da entropia de um corpo,
dQ é a quantidade infinitesimal de calor trocado com o corpo num
processo reversível e
T a temperatura absoluta do corpo.
Qi
Então será válido escrever: ∑T =0
i
178
dQ
podemos escrever: ∫ T =0
dQ
ΔS = ∫ dS = ∫ = 0 ... Variação da entropia num processo reversível.
T
2
dQ
ΔS = S 2 − S 1 = ∫
1
T
A variação de entropia ΔS é a
mesma tanto se o sistema execute
o processo reversível (a) ou (b),
porque em ambos os casos os
estados inicial e final coincidem.
dQ
Da equação dS = , pode-se escrever dQ = T ⋅ dS , ou
T
2
Q = ∫ T ⋅ dS , onde Q é o
1
Representemos uma
transformação reversível
Fig. 38: Relação entre a temperatura
através de uma linha num e a variação da entropia de um
sistema numa transformação
diagrama em que as reversível
ordenadas correspondem à
Temperatura T e as abcissas à entropia S.
TdS será a área de uma faixa de largura dS, pelo que Q é igual à área sob
a curva que vai de S1 até S2.
2
Q = ∫ T ⋅ dS = Aint
1
nRT
dU = CV dT e p=
V
dV
Então: dQ = CV dT + nRT .
V
dQ dT dV
Vamos dividir os dois membros por T: = CV + nR ou
T T V
dQ dT dV
dS = = CV + nR .
T T V
T2 V
ou ΔS = CV ⋅ ln + nR ⋅ ln 2 ... Variação da entropia de gás ideal
T1 V1
numa transformação em que o sistema passa do estado inicial V1 e T1 para
o estado final V2 e T2.
→ ΔS na expansão isotérmica de um gás ideal
dQ V
Então: ΔS = ∫ T
=nR ⋅ ln 2
V1
2 V2 dV V
Q = W = ∫ pdV = nRT ∫ = nRT ⋅ ln 2
1 V1 V V1
V2
ΔS gás = nR ⋅ ln , o que coincide com ΔS numa expansão isotérmica.
V1
V2
ΔSU = nR ⋅ ln Uma vez que V2 > V1 .
V1
2 T2 dT T
ΔS = C p ∫ pdV = nRT ∫ = C p ⋅ ln 2
1 T1 T T1
Exemplos:
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 183
Qi
A grandeza ∑T só será zero se o processo puder ser considerado
i
totalmente reversível.
Qi
Quando o processo ou parte deste é irreversível ∑Ti
é sempre maior
i
que zero.
Qi
Assim ∑Ti
> 0 ou ΔS = ∑ ΔS i ≥ 0 , onde ΔSi é a variação de
i
i
entropia de cada componente do processo.
Q1 Q2
ΔS ciclo = + = 0,
T1 T2
Q1 Q2
ΔS AB = e ΔS CD =
T1 T2
W = Q = Arectângulo = (T1 − T2 ) ⋅ ( S 2 − S1 )
W (T1 − T2 ) ⋅ ( S 2 − S1 )
Dividindo: = , teremos
Q1 T1 ⋅ ( S 2 − S1 )
W (T1 − T2 )
= = η ... Rendimento de uma máquina térmica.
Q1 T1
Exercícios
1. Determine o aumento da entropia S de 1 mole de gás ideal
monoatómico no processo reversível do do aquecimento
isobárico do gás desde 0 0 C até 273 0 C.
Auto-avaliação 2. Determine a variação ΔS da entropia na expansão isotérmica de
oxigénio de massa m = 10 g desde volume V1 = 25 litros até
V2 = 100 litros.
3. Determine a variação ΔS da entropia quando 6g de hidrogénio
que ocupa um volume de 20 litros à pressão de
1,5.10 5 Pa passam a ocupar o volume de 60 litros à pressão de
1.10 5 Pa.
4. 6,6g de oxigénio expandem-se por via isobárica até duplicar o
seu volume. Determine a variação da entropia nesta expansão.
5. 10g de oxigénio é aquecido desde t1 = 20 0 C até
t 2 = 150 C. determinar a variação da entropia se o aquecimento
0
é : a) isocórico; b) isobárico.
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 185
Feedback
1.ΔS= 8,64 J/K
Lição nº 25
Introdução
A lição número 25 destina-se ao estudo da relação entre a grandeza
entropia e o conceito de desordem como forma de sua manifestação. Para
facilitar a compreensão o fenómeno de desordem é analisado nesta lição
através de exemplos ilustrativos.
Tempo de estudo
Objectivos
Terminologia
Exemplo:
S = k log W ,
onde a constante de proporcionalidade k é denominada constante de
Boltzmann.
3º Princípio Termodinâmico
Sumário
Resumo da Unidade
W Q
n= = 1− 2
Q1 Q1
Coeficiente de Q2
COE =
Eficiência de um Wt
refrigerador
dQ
dS =
T
Unidade 6
Introdução
As características dos gases ideais que estudamos nas unidades anteriores
correspondem ao comportamentos da maioria dos gases existentes na
natureza quando submetidos a altas temperaturas e baixas pressões. O
estudo das características dos gases reais nas condições normais de
temperatura e pressão constitui o objectivo desta última unidade do
presente módulo. Nesta unidade você vai especialmente conhecer a
equação de estado dos gases reais, assim como debruçar-se sobre os
processos de mudanças de fase.
Esta unidade comporta apenas 3 lições. O seu estudo deverá durar cerca
de 10 horas.
Tempo de estudo
gás real ou modelo do gás de Van der Waals, equação de estado do gases
reais, constantes de Van der Waals, isotermas, ponto crítico, ponto tríplo,
pressão crítica, temperatura crítica, volume crítico, liquefacção dos gases,
efeito Joule-Thomson, coeficiente de Joule-Thomson, Carl von Linden,
temperatura de inversão, entalpia, variação da entalpia, estado sólido,
Terminologia
estado líquido e estado gasoso, mudanças de fase, curva de
evaporação,curva de sublimação, curva de solidificação,.
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 195
Lição nº 26
Introdução
Sabemos que a temperaturas elevadas e a baixas pressões podemos tomar
qualquer gás como um gás ideal. O gás ideal é apenas um modelo do gás
real nessas condições. Nesta lição pretende analisar o comportamento dos
gases nas condições normais de pressão e temperatura.
Tempo de estudo
gás real ou modelo do gás de Van der Waals, equação de estado do gases
reais, constantes de Van der Waals, isotermas, ponto crítico, ponto tríplo,
pressão crítica, temperatura crítica, volume crítico,
Terminologia
⎛ ⎞
⎜p+ a ⎟ ⋅ (V − b ) = RT ,
⎜ Vμ
2 ⎟ μ
⎝ ⎠
⎛ an 2 ⎞
onde Vμ é o volume molar, ou ⎜⎜ p + ⎟ ⋅ (V − nb ) = nRT ,
⎝ V 2 ⎟⎠
A equação de estado para o gás real, equação de Van der Waals descreve
o comportamento de muitos gases reais sobre um grande intervalo de
temperatura, de maneira mais exacta que a equação de estado dos gases
ideais.
Unidades de b: [b]
(cm ) 3 2
mol
⎛ an 2 ⎞
O termo ⎜⎜ p + 2 ⎟⎟ surge por se ter em consideração as forças
⎝ V ⎠
intermoleculares de atracção que reduzem a pressão do gás sobre as
paredes do recipiente.
Unidade de a: [a]= 1
(cm ) 3 2
⋅ atm
mol 2
nRT an 2 an 2 nRT
p= − 2 ; p+ = ou
(V − nb ) V V 2
(V − nb )
⎛ an 2 ⎞
⎜⎜ p + 2 ⎟⎟ ⋅ (V − nb ) = nRT ... equação de estado do gás real.
⎝ V ⎠
198
Feedback
a) V= 3,09.10-2 m3
b) T= 373,6 K
Para Ti>Tcr as isotermas de Van der Waals aproximam-se cada vez mais
às isotermas do gás ideal. Por isso todo o gás real à temperaturas
superiores à sua temperatura crítica, pode ser descrito por aproximação
através da equação de estado do gás ideal.
Conclusão: Para cada gás existe uma temperatura crítica Tcr acima da
qual mesmo que as pressões sejam tão elevadas, a liquefacção
(condensação) do gás é impossível.
Os valores críticos de cada gás real podem ser determinados com ajuda
das constantes a e b do gás.
8a a 1
Tcr = ; p cr = ; Vcr = 3nb ; ρ cr =
27 Rb 27b 2 3b
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 201
Lição nº 27
Introdução
Esta lição aborda o processo de liquefacção dos gases com base na
experiência de Joule-Thomposon e do dispositivo de Carl von Linden.
Tempo de estudo
Terminologia
No recipiente A foi
introduzido ar seco,
enquanto que no recipiente
B foi criado um vácuo. Os
dois recipientes foram
introduzidos num banho.
Abrindo a válvula V o ar se
expandia livremente de A
para B e se esperava até
que se estabelecesse um
equilíbrio entre os dois.
Com ajuda de um
termómetro media-se a
temperatura da água antes e Fig.46: Experiência de Joule-Thomson para
depois da expansão do gás. a liquefacção dos gases
Enquanto que na experiência de Joule fora usada uma válvula para deixar
o ar passar para o recipiente B, nas novas experiências fora usada uma
parede porosa a separar os dois recipientes, com o objectivo de reduzir o
fluxo do ar do recipiente A com alta pressão para o C de baixa pressão.
W = p1V1 − p 2V2 .
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 203
U 2 + p 2V2 = U 1 + p1V1
⎛ ∂T ⎞
μ = ⎜⎜ ⎟⎟
⎝ ∂p ⎠ H
Funcionamento do dispositivo:
• O compressor C
comprime o ar ao
longo do primeiro
tubo até cerca de
50~200atm.
• Ao atingir o
estrangulamento D o
ar se expande
passando para o
balão.
• O ar já esfriado em
cerca de 20-40ºC
volta a ser aspirado
pelo compressor
através do canal 2.
• No seu caminho
para o compressor
este ar arrefecido
Fig.47: Liquidificador de Carl von
por sua vez arrefece Linde
o ar comprimido no
canal 1.
Termodinâmica e Física Molecular: 2a Lei da Termodinâmica 205
Lição nº 28
Introdução
A lição 28 é a última deste módulo. Nela você vai rever e aprofundar o
que sem duvida já sabe das classes anteriores sobre os estados físicos da
matéria. É do seu conhecimento que as substâncias podem se apresentar
em três estados diferentes dependendo da temperatura e pressão a que se
encontrem submetidas.
Tempo de estudo
Ponto tríplo, fase de estado, estado sólido, estado líquido e estado gasoso,
mudanças de fase, curva de evaporação,curva de sublimação, curva de
solidificação,.
Terminologia
Falar de fase de estado é mesmo que falar de estado físico da matéria.
Sumário
Assunto Definições e Equações importantes
⎛ an 2 ⎞
⎜⎜ p + 2 ⎟⎟ ⋅ (V − nb ) = nRT
⎝ V ⎠
Exercícios
Feedback
⎛ V2 − nb ⎞ ⎛V ⎞
1. W = nRT ln⎜⎜ ⎟⎟ − an 2 ln⎜⎜ 2 ⎟⎟
⎝ V1 − nb ⎠ ⎝ V1 ⎠
⎛P ⎞
2. ΔS = C v ln an 2 ln⎜⎜ ⎟⎟
⎝ P0 ⎠
3 ⎡P ⎛1 1 ⎞ 2 ⎛ 1 1 ⎞⎤
4. ΔU = ⎢ (V2 − V1 ) + an⎜⎜ − ⎟⎟ + an b⎜⎜ 2 − 2 ⎟⎟⎥
2 R ⎢⎣ n ⎝ V1 V2 ⎠ ⎝ V2 V1 ⎠⎥⎦
210
Bibliografia