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Clássica
Ensino à Distância
Universidade Pedagógica
Rua Comandante Augusto Cardoso nº135
Direitos de autor (copyright)
Este módulo não pode ser reproduzido para fins comerciais. Caso haja necessidade de reprodução,
deverá ser mantida a referência à Universidade Pedagógica e aos seus Autores.
Universidade Pedagógica
Rua Comandante Augusto Cardoso, nº 135
Telefone: 21-320860/2
Telefone: 21 – 306720
Fax: +258 21-322113
Agradecimentos
À COMMONWEALTH of LEARNING (COL) pela disponibilização do Template usado na produção
dos Módulos.
Ao Instituto Nacional de Educação a Distância (INED) pela orientação e apoio prestados.
Ao Magnífico Reitor, Directores de Faculdade e Chefes de Departamento pelo apoio prestado em todo o
processo.
Ficha Técnica
Autor: Jonatane Macie
Índice
Visão geral 1
Bem-vindo ao Módulo de Electrodinâmica Clássica ................................................... 1
Objectivos do curso .......................................................................................................... 1
Objectivos.... ........................................................................................ 1
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 2
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 2
Ícones de actividade .......................................................................................................... 4
Acerca dos ícones .......................................................................................... 4
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 5
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 6
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)................................................................................. 6
Avaliação .......................................................................................................................... 7
Unidade 1 9
Aparato Matemático (Análise Vectorial) ......................................................................... 9
Introdução ................................................................................................................ 9
Lição nº1 10
1.1. Campos Escalares. O Gradiente de um Campo Escalar em diferentes coordenadas e
suas Propriedades ............................................................................................................ 10
Introdução .............................................................................................................. 10
Sumário ........................................................................................................................... 18
Lição nº2 22
1.2. Campos vectoriais. Fluxo de um campo vectorial. Teorema de Ostroradsky Gauss22
Introdução .............................................................................................................. 22
Sumário ........................................................................................................................... 29
Lição nº3 33
1.3. Circulação e Rotacional de um campo vectorial. .................................................... 33
Teorema de Stokes e Teorema de Green ........................................................................ 33
Introdução .............................................................................................................. 33
Sumário ........................................................................................................................... 43
Lição nº4 46
1.4. Operações diferenciais de 2ª ordem ......................................................................... 46
Introdução .............................................................................................................. 46
ii Índice
Sumário ........................................................................................................................... 53
Lição nº5 57
1.5. Função de Dirac e suas propriedades....................................................................... 57
Aplicação da função Delta ............................................................................................. 57
Introdução .............................................................................................................. 57
Sumário ........................................................................................................................... 62
Lição nº 6 64
Revisão da Unidade 1 ..................................................................................................... 64
Introdução .............................................................................................................. 64
Unidade 2 69
Electrostática ................................................................................................................... 69
Introdução .............................................................................................................. 69
Lição nº1 70
2.1. Carga eléctrica e suas propriedades. Lei de Coulomb ............................................. 70
Introdução .............................................................................................................. 70
Sumário ........................................................................................................................... 74
Exercícios........................................................................................................................ 75
Lição nº2 77
2.2. Vectores do campo Electrostático no Vácuo ........................................................... 77
Introdução .............................................................................................................. 77
Sumário ........................................................................................................................... 81
Exercícios........................................................................................................................ 82
Lição nº3 84
2.3. Equações principais de Electrostática. Potencial electrostático.............................. 84
Introdução .............................................................................................................. 84
Sumário ........................................................................................................................... 86
Exercícios........................................................................................................................ 88
Lição nº4 90
2.4. Lei de Gauss e Simetria ........................................................................................... 90
Introdução .............................................................................................................. 90
Sumário ........................................................................................................................... 93
Lição nº5 97
2.5. Electrostática e condições de Fronteira ................................................................... 97
Introdução .............................................................................................................. 97
Ensino à Distância iii
Unidade 3 114
Movimento de cargas num campo eléctrico. Correntes estacionárias e Magnetostática114
Introdução ............................................................................................................ 114
Unidade 4 146
Conceitos e Equações Fundamentais de Electrodinâmica ............................................ 146
Introdução ............................................................................................................ 146
Visão geral
Bem-vindo ao Módulo de Electrodinâmica Clássica
Objectivos do curso
Quando terminar o estudo do Módulo de Electrodinâmica Clássica,
você será capaz de:
Ícones de actividade
Ao longo deste manual, irá encontrar uma série de ícones nas margens
das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do
processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de
texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Os ícones incluídos neste manual são... (ícones a ser enviados - para efeitos
de testagem deste modelo, reproduziram-se os ícones adrinka, mas foi-lhes
dada uma sombra amarela para os distinguir dos originais).
(excelência/
autenticidade)
Actividade Auto-avaliação Avaliação / Exemplo /
Teste Estudo de caso
(fortitude /
Leitura preparação) Terminologia Dica
Reflexão
Habilidades de estudo
Caro estudante!
Para frequentar com sucesso este módulo, terá que buscar através de uma
leitura cuidadosa das fontes de consulta a maior parte da informação ligada
ao assunto abordado. Para o efeito, no fim de cada unidade, apresenta-se
uma sugestão de livros para leitura complementar;
Antes de resolver qualquer tarefa ou problema, o estudante deve certificar-se
de ter compreendido a questão colocada;
É importante questionar se as informações colhidas na literatura são
relevantes para a abordagem do assunto ou resolução de problemas;
Sempre que possível, deve fazer uma sistematização das ideias apresentadas
no texto.
Desejamos - lhe muitos sucessos!
Precisa de apoio?
Dúvidas e problemas são comuns ao longo de qualquer estudo. Em caso de
dúvida numa matéria, tente consultar os manuais sugeridos no fim da lição e
disponíveis nos Centros de Ensino à Distância (CEAD) mais próximos. Se
tiver dúvidas na resolução de algum exercício, procure estudar os exemplos
semelhantes apresentados no manual. Se a dúvida persistir, consulte a
orientação que aparece no fim dos exercícios. Se a dúvida persistir, veja a
resolução do exercício.
Sempre que julgar pertinente, pode consultar o tutor que está à sua
disposição no CEAD mais próximo.
Não se esqueça de consultar também colegas da escola que tenham
compreendido ou feito a cadeira de Electrodinâmica Clássica, vizinhos e até
estudantes de universidades que vivam na sua zona e tenham ou estejam a
fazer cadeiras relacionadas com Electrodinâmica Clássica.
Avaliação
O Módulo de Electrodinâmica Clássica terá dois testes e um exame final
que deverá ser feito no Centro de Recursos mais próximo, ou em local a ser
indicado pela administração do curso. O calendário das avaliações será
também apresentado oportunamente.
Unidade 1
Aparato Matemático (Análise Vectorial)
Introdução
Para poder seguir este módulo sem maiores dificuldades, espera-se que
você tenha uma preparação adequada em Matemática para além de bases
em Física. Isso implica bom conhecimento de cálculo avançado, um
conhecimento básico de equações diferenciais e álgebra. Um
conhecimento rudimentar de números complexos, de matrizes e de séries
de Fourier.
Dedicaremos um pouco de tempo à Análise Vectorial que está
relacionada, de várias maneiras, com o material desenvolvido neste
módulo.
Esta unidade é composta por cinco temas:
O primeiro tema é sobre Campos escalares. O gradiente de um campo escalar
em diferentes coordenadas e suas propriedades;
O segundo tema é sobre campos vectoriais. Fluxo de um campo vectorial.
Teorema de Ostrogradsky Gauss;
O terceiro tema é sobre Circulação e Rotacional de um campo vectorial.
Teorema de Stokes e de Green.,
O quarto tema é sobre, Operações diferenciais de 2ª ordem. Operador de
Laplace.O potencial vector;
O quinto tem é sobre Função de Dirac e sua aplicação.
Tempo de estudo da
Unidade: 14:00 Horas
Esta Unidade tem cinco lições, estando previsto para cada uma delas um
tempo de estudo de 2 horas e a lição número 6 tem 4 horas é de revisão de
toda a unidade. Este número de horas é um indicativo para você para ter um
apoio para gerir melhor o seu tempo; e é considerado suficiente para você
conseguir atingir os objectivos definidos no início de cada lição. Todavia,
pode ser que você leve menos tempo numa lição e mais tempo noutra, não há
nenhum problema, desde que consiga apreender.
Lição nº1
1.1. Campos Escalares. O Gradiente de um Campo Escalar em diferentes
coordenadas e suas Propriedades
Introdução
O estudo de Gradiente de um campo escalar e tem muita importância para o
curso de Física que você vai frequentar. O tema constitui uma ferramenta
matemática para o estudo de várias áreas da ciência e da tecnologia.
Tempo de estudo da lição: 02:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
Nesta lição, você deverá prestar muita atenção nos seguintes termos e
conceitos:
• Campo; campo escalar;
Terminologia
• Linhas de níveis; superfícies de níveis;
• Derivada direccional;
Gradiente de um campo escalar
Ensino à Distância 11
Fig.1.1
Suponhamos
que num
sistema cartesiano de coordenadas o campo se dê pela função
f (M ) = f ( x, y, z ) a qual é derivável em M 0 ( x0 , y 0 , z 0 ) , então a
derivada numa direcção dada l para uma função u=f(x,y,z) é:
∂u ∂u ∂u ∂u
/ Mo = / Mo cos α + / Mo cos β + / Mo cos γ
∂l ∂x ∂y ∂z
(1)
onde α , β , γ são os ângulos entre a direcção l e os eixos
correspondentes das coordenadas e os cosenos directores
cos α , cos β , cos γ do vector l =a 1 i + a 2 j + a 3 k encontram-
a1 a a3
se pelas fórmulas: cos α = , cos β = 2 e cos γ =
l l l
l = a 1 + a 2 2 + a3 2
2
Ensino à Distância 13
∂u ∂u ∂u
= z2 = 4, = 2z = 4, = (2 xz + 2 y ) = 4,
∂x M 0 M0 ∂y M 0 M0 ∂z M 0 M0
dá-nos, finalmente:
∂u ∂u
= = 4.(− 1) + 4.0 + 4.0 = −4
∂l M 0 ∂τ M 0
∂u ∂u ∂u
= cos α + senα , (2)
∂l M 0 ∂x M 0 ∂y M 0
onde α é o ângulo formado por l e o eixo ox.
∂u ∂u ∂u
Obs. As próprias derivadas parciais , , serão as derivadas
∂x ∂y ∂z
direccionais de u segundo a direcção dos eixos coordenados ox, oy,
oz, respectivamente.
A fórmula (1) da derivada direccional é válida mesmo se M
tender para M 0 segundo uma trajectória curvilínea, se esta última
admitir uma tangente paralela a l no ponto M 0 .
∂z ∂z ∂z ∂u
Solução: = 4x; ( ) p = 4; = −6 y; ( ) p = 0
∂x ∂x ∂y ∂y
1 3
cos α = cos120 o = − ; senα = sen120 o = Assim,
2 2
∂z ∂z ∂z
= cos α + senα = −2 como se trata de um campo plano e a
∂l ∂x ∂y
função z(x,y) é diferenciável.
1.1.4.Gradiente de um campo escalar
Para descrevermos este operador, importa primeiro falar do
operador nabla.
Operador Nabla
→
O operador nabla ∇ , assim definido, revelou-se um
“prestidigitador” de grandes recursos, capaz de transformar um escalar
num vector, um vector num escalar, ou noutro vector.
Este operador não tem significado físico nem geométrico. Por ser
operador, pode-se, à esquerda, aplicá-lo a uma função à direita. Ex.
f∇; v.∇ e vx∇ .
Se uma grandeza escalar V varia no espaço, constituindo o que se
chama, de forma expressiva, um campo escalar, isto é, se
V = V ( x, y, z ), (onde essa função V deve ser uma função contínua de
ponto e apresentar uma variação elementar dV) é possível conceber um
vector derivando desse campo escalar, cujas componentes são
respectivamente, as derivadas parciais de V:
∂V
componente segundo x
∂x
∂V
componente segundo y
∂y
∂V
componente segundo z
∂z
xi + yj i+ j y x
gradu = = , gradv = 1 + i + 1+ j
M0 x2 + y2 M 0 2 M 0 x y
1 ∂V 1 ∂V 1 ∂V
grad V = e1 + e2 + e3 sendo
H 1 ∂q1 H 2 ∂q 2 H 3 ∂q3 ,
H 1 , H 2 e H 3 coeficientes métricos (ou seja, coeficientes de Lamé).
2 2 2
∂x ∂y ∂z
H i = + + , i = 1,2,3.
∂qi ∂q i ∂q i
Seja V = V (ρ , ϕ , z ) ,
∂V 1 ∂V ∂V
gradV = eρ + eϕ + ez
∂ρ ρ ∂ϕ ∂z
seja V = V (r ,θ , ϕ )
∂V 1 ∂V 1 ∂V
gradV = er + eθ + eϕ
∂r r ∂θ rsenθ ∂ϕ
Ensino à Distância 17
2 2 2
∂V ∂V ∂V ∂V
max = gradu = + +
∂l ∂x ∂y ∂z
(3)
(o gradiente é invariante com respeito ao sistema de coordenadas).
O gradiente segundo a (3) indica a direcção na qual a taxa de
variação do campo é maior no ponto dado.
Ilustração
Geométrica
seja gradf = gradV
Fig.1.2
→ → →
i. ∇ (φ ± ϕ ) = ∇ φ ± ∇ ϕ
→ → →
ii . ∇ (φϕ ) = ϕ ∇ φ + φ ∇ ϕ
Sumário
• Campo é a grandeza que quantifica as acções à distância. O
campo pode ser escalar ou vectorial. Quando o campo assume
uma forma vectorial, tem associado linhas de campo.
• Denomina-se campo escalar a lei de correspondência que associa
a cada ponto do espaço, ou de uma parte do espaço, uma
grandeza escalar. O campo de temperaturas, o campo
electrostático, fornecem um exemplo de campo escalar.
• Denomina-se superfície de nível de um campo escalar o lugar
geométrico dos pontos aos quais a função escalar do campo
associa um certo valor constante. A equação de superfície de
nível será, pois, f ( x, y , z ) = C , onde C = constante.
• Um campo escalar chama-se plano se o campo de duas
dimensões induzido por este campo sobre cada plano, paralelo a
um plano dado, é o mesmo. Se identificarmos um destes planos
com o plano coordenado xoy, a função do campo tomará a forma
u = f ( x, y ), isto é, será independente da coordenada z.
• Os campos planos caracterizam-se pelas linhas de nível.
Denomina-se linha de nível o lugar geométrico dos pontos aos
quais a função escalar associa um certo valor constante.
∆u
• Se existir para ∆l → 0 o limite da razão , este limite
∆l
denomina-se derivada direccional de u = f (M ) em M 0 na
∂u
direcção de l e designa-se , isto é, por definição
∂l
∂u ∆u f (M ) − f (M 0 )
= lim = lim quando ∆l → 0, M 0 M l.
∂l ∆l ∆l
• Se uma grandeza escalar V varia no espaço, constituindo o que se
chama, de forma expressiva, um campo escalar, isto é, se
V = V ( x, y, z ), (onde essa função V deve ser uma função
contínua de ponto e apresentar uma variação elementar dV) é
possível conceber um vector derivando desse campo escalar e
Ensino à Distância 19
r' − r
gradf = 3
r − r'
Ensino à Distância 21
Chave de Correcção .
1.
∂u
=−
(
cos r , ∧ l ∂u
;
)
= 0 se r ⊥ l
∂l r2 ∂l
2. 3 na direcção do vector a = −i − 2 j + 2k
6
3.
12 .
3
4. (os valores do campo crescem na direcção considerada pois
17
∂u
>0)
∂l M 0
∂u 3
5. : =
∂l 2 5
xi + yj + zk
6.
x2 + y2 + z2
r' − r
7. gradf = 3
r − r'
Lição nº2
1.2. Campos vectoriais. Fluxo de um campo vectorial.
Teorema de Ostroradsky Gauss
Introdução
O estudo desta lição tem importância para todos os temas das unidades que se
seguem. Deste modo, é necessário que você domine estas operações para não ter
dificuldades em resolver quaisquer exercícios e problemas que envolvam este
conhecimento.
Tempo de estudo da lição: 02:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
• Definir um campo vectorial;
• Explicar o conceito de fluxo de um campo vectorial;
• Enunciar o conceito de Divergência de campos vectoriais;
• Indicar o operador divergência em diferentes coordenadas;
Objectivos • Enunciar as propriedades de Divergência e o seu significado
físico;
• Explicar o fluxo de um campo vectorial através de uma
superfície fechada;
• Calcular divergência de um campo vectorial.
Nesta lição, você deverá prestar muita atenção aos seguintes termos e
conceitos :
• Campo vectorial, linhas de campo, campo solenoidal
Terminologia
• Fluxo de um campo vectorial
• Divergência de um campo vectorial
Fig.1.3
1.2.1.Fluxo de um Campo
1.2.2.
Fluxo do vector A através duma superfície S colocada em
várias posições em relação às linhas de força
n
S
A
Fig.1.4
Definição: Fluxo de Campo através de um segmento de superfície limitado por
um contorno (fechado) é uma grandeza que mede o
impacto do feixe de linhas de força que atravessa esse
segmento de superfície, na respectiva secção recta,
definida pela projecção da superfície sobre a secção
recta mais próxima e representa-se naturalmente por
Φ = ∫ A.n dS
s
Por definição: Φ = ∫∫ Fd s
s
dv dv
mas m = ρ .V ⇒ F = ρV a = ρV ⇔ Φ = ∫∫ ρV d s
dt s
dt
O fluxo mostra a rapidez da variação da velocidade da partícula elementar que
vai sair no orifício considerado.
1.2.4. Propriedades do Fluxo de um Campo Vectorial
Ensino à Distância 25
s+ s−
constantes.
( )
m
Φ = ∑ ∫∫ a, n o ds
k =1 s k
1.2.5. Divergência
→ → → ∫ vds
div ⋅ v = ∇⋅ v = lim s
v→0 V
∂X ∂Y ∂Z
ou div.v = ∇.v = (∇, v ) = + +
∂x ∂y ∂z
sendo X,Y e Z componentes de v.
A integral da divergência de um vector, estendida ao volume é igual ao
fluxo que, de fora para dentro, atravessa a superfície regular que limita o volume.
Obs. A Divergência transforma campos vectoriais em campos escalares;
isto é, aplica-se a um campo vectorial e dá como resultado um escalar.
A divergência de um campo qualquer “a” em M é a densidade
volumétrica do fluxo de “a” neste ponto. Nos pontos onde está satisfeita esta
condição, div(a)>0 o campo “a” é criado, ao passo que nos pontos onde
div(a)<0 este, é aniquilado.
N.B. Se o campo é ao mesmo tempo pontecial e solenoidal então,
div.(gradu)=0 e a função de pontencial u é harmónica; isto é, satisfaz a
equação de Laplace, ∆ = ∇ 2 = 0
Resumindo:
Fig.1.8
1.2.6. Algumas propriedades do operador de divergência
Seja v = v(q1 , q 2 , q 3 )
→ 1 ∂ (v1 H 2 H 3 ) ∂ (v 2 H 1 H 3 ) ∂ (v3 H 1 H 2 )
div v = + + .
H 1H 2 H 3 ∂q1 ∂q 2 ∂q 3
Seja v = v (ρ , ϕ , z )
→ 1 ∂ 1 ∂vϕ ∂v z
div v = ( ρ .v ρ ) + +
ρ ∂ρ ρ ∂ϕ ∂z
Seja v = v (r , θ , ϕ )
1 ∂ 2 ∂ ∂vϕ
( )
→ 1
div v = r .v r + (senθ .vθ ) + 1
r ∂r
2
rsenθ ∂θ rsenθ ∂ϕ
1.2.8. Fluxo de um Campo Vectorial através de uma superfície fechada. O
Teorema de Gauss-Ostrogradsky
Teorema: O fluxo total de um campo vectorial através de uma superfície fechada
s é: Φ = ∫∫ Fd s = ∫∫∫ div F dV
s V
Fig. 1.9
Demonstração:
Seja Φ a superfície em causa. Vamos dividir a superfície em 2 partes:
Ensino à Distância 29
Φ =Φ 1 +Φ 2 = ∫∫ F d s + ∫∫ F d s .
s1 s2
Φ =Φ 1 +Φ 2 +Φ 3 +Φ 4 = ∫∫ F d s + ∫∫ F d s + ∫∫ F d s + ∫∫ F d s
s1 s2 s3 s4
∫∫ Fd s
Mas o divergente por definição é: div F = lim , ∆V → 0 ,
∆V
⇒ ∆VdivF = lim ∫∫ Fds ⇔ ∫∫∫ div F dV = lim ∫∫ F d s = Φ
s v s
c.q.d.
Sumário
• Se a cada ponto M do espaço ou de uma região do espaço associarmos
um vector a = a (M ), então diremos que está definido um campo
vectorial.
• Fluxo de Campo através de um segmento de superfície limitado por um
contorno (fechado) é uma grandeza que mede o impacto do feixe de
linhas de força que atravessa esse segmento de superfície, na respectiva
secção recta, definida pela projecção da superfície sobre a secção recta
mais próxima e representa-se naturalmente por,
• Fluxo de Campo através duma superfície que limita um volume, é a
diferença entre o número de linhas de campo que entra e o número de
linhas de campo que saem dessa superfície, de acordo com a orientação
que as definem, sendo a normal à superfície sempre dirigida para o
exterior.
• Campo solenoidal é um campo com linhas de força fechadas. O campo
solenoidal conserva o fluxo.
a) O fluxo muda de sinal ao mudar a orientação da superfície;
b) O fluxo é linear com respeito à adição de campos (sobreposição de campos);
b) O fluxo é aditivo se a superfície s compor-se de um nº finito de pontos s1, s2,
…,sm, cada uma das quais é lisa, então o fluxo do campo ‘a’ (M) através de s será
a soma dos fluxos do vector a (M) através das superfícies s1,s2,…, sm:
• Seja v = X i + Y j + Z k , uma função vectorial contínua e com derivadas
contínuas pelo menos até à primeira ordem. Por definição:
→ → → ∫ vds
div ⋅ v = ∇⋅ v = lim s
v→0 V
∂X ∂Y ∂Z
ou div.v = ∇.v = (∇, v ) = + +
∂x ∂y ∂z
sendo X,Y e Z componentes de v.
• A Divergência transforma campos vectoriais em campos escalares; isto
é, aplica-se a um campo vectorial e dá como resultado um escalar.
• A divergência de um campo qualquer ´´a´´ em M é a densidade
volumétrica do fluxo de ´´a´´ neste ponto. Nos pontos onde está satisfeita
esta condição, div(a)>0 o campo ´´a´´ é criado, ao passo que nos pontos
onde div(a)<0 este, é ´´aniquilado.
• Se o campo é ao mesmo tempo pontecial e solenoidal então,
div.(gradu)=0 e a função de pontencial u é harmónica; isto é, satisfaz a
equação de Laplace, ∆ = ∇ 2 = 0
r
1. Sabendo que φ , ϕ e f representam escalares, funções de ponto, u , v e F
b) ∇(φϕ ) d) div ( f ∇ f )
x 2 + y 2 + z 2 = R 2 , Z=0 (Z > 0) .
q ro
E= .
4πε o r 2
Calcule divE.
( ) ( ) (
a) a = x z 2 − y 2 i + y x 2 − z 2 j + z y 2 − x 2 k )
( ) (
b) a = y 2 i − x 2 + y 3 j + z 3 y 2 + 1 k )
Chave de Correcção
r
1.a) ∇(φ + ϕ ) = ∇φ + ∇ϕ
r r r
b) ∇ • (φϕ ) = ϕ ∇φ + φ ∇ϕ
r r
c) ∇ • (φ u ) = u ∇φ + φ ∇ • u
r r r
(
d) div f ∇f = ∇f ) ( ) 2
+ f .∇ 2 f
4π r 5
2.
5
1 4
4. πR
2
5. divE=0 (r ≠ 0) .
6. .a) É solenoidal
b) Não é solenoidal
Ensino à Distância 33
Lição nº3
1.3. Circulação e Rotacional de um campo vectorial.
Introdução
Nesta lição você irá aprender a determinar a Circulação e o Rotacional de um campo
vectorial. Deste modo, é necessário que você domine estas operações para não ter
dificuldades em resolver quaisquer exercícios e problemas que envolvam este
conhecimento como por exemplo, problemas de cálculo de trabalho de um campo de
força ao longo de um determinado segmento.
Tempo de estudo da lição: 02:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
∫ (λa + µa
L
1 2 , dr ) = λ ∫ (a 1 , dr ) + µ ∫ ( a 2 , dr )
L L
onde λ e µ são constantes
numéricas.
b) A circulação é aditiva com respeito à concentração de circuitos:
∫ (a, dr ) = − ∫ (a, dr ) ,
BA AB
onde A e B são respectivamente, a Origem e a
Extremidade de L.
1.3.3. Cálculo da Circulação ao longo de uma trajectória fechada
(r , dr ) = d r
(r , dr ) = 1 d (r , r ) = 1 d ( r 2 ) = 1 • 2 r d r = r d r , donde .
2 2 2 r
(2)
rB
Assim, pelo facto de a circulação ao longo de um circuito fechado não ser nula,
resulta que a integral dependa do caminho de integração.
1.3.4. Rotacional
i..... j....k
∂ ∂ ∂ ∂Z ∂Y ∂X ∂Z ∂Y ∂X
Rot v = [∇, ∇ v ] = ∇x v = ∇ ∧ v = = − i + − j + − k
∂x ∂y ∂z ∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
X Y Z
Seja X,Y e Z componentes de campo vectorial v e, v = X i + Y j + Z k
O rotacional transforma campos vectoriais em campos vectoriais.
(
Exemplo1. Encontrar o rotacional do vector a = ( x + z )i + ( y + z ) j + x 2 + z k )
i j k
∂ ∂ ∂
Solução: rota= .
∂x ∂y ∂z
x + z y + z x2 + z
i j k
2 2I 2I
H = 2 0 0 I = − 2 yi + 2 xj onde ρ 2 = x 2 + y 2 . Daqui,
ρ ρ ρ
x y z
em virtude de
( x 2 + y 2 ≠ 0)
i..... j....k
∂ ∂ ∂ ∂Z ∂Y ∂X ∂Z ∂Y ∂X
Rot v = [∇, ∇ v ] = ∇x v = ∇ ∧ v = = − i + − j + − k
∂x ∂y ∂z ∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
X Y Z
i j k
A ∂ ∂ ∂ ∂ 2I x ∂ 2I y
rot H = = 2 + 2 k =
∂x ∂y ∂z ∂x x + y 2 ∂y x + y
2
2I y 2I x
− 2 0
x + y x + y2
2 2
S x 2 + y 2 − 2x 2 x 2 + y 2 − 2 y 2
= 2I + k = 0
(
A x2 + y2 2 ) x 2
+ y (
2 2
)
Ensino à Distância 37
Assim, obtemos que rot H = 0 por toda a parte, com excepção dos
pontos de oz onde as fórmulas perdem sentido ao se anularem os denominadores.
O campo do vector H é, por conseguinte, irrotacional em todos os pontos do
espaço com excepção dos situados sobre o eixo oz.
O campo vectorial v(x,y,z) para o qual rotv = 0 , diz-se irrotacional. E todo o
campo irrotacional é potencial e o inverso, sendo igualmente verdadeiro.
Rot(gradu)=0 ou seja ∇x∇V = (∇x∇ )V = 0
i j k
∂ ∂ ∂
rot a = = 0.
∂x ∂y ∂z
1 2 2
xy 2 z x 2 yz x y
2
1 2 2
∫ (a, dr ) = ∫ xy z dx + x 2 yz +
2
Logo, a integral x y dz não depende da
L L
2
forma da trajectória L.
Em particular, no caso de campo plano a(M ) = P(x, y )i + Q( x, y ) j
(1)
ter-se-á
i j k
∂ ∂ ∂ ∂Q ∂P
rota (M ) = = − k
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y
P Q 0
Daqui resulta que para o campo plano (1), a condição rot a(M ) = 0 em
∂P ∂Q
coordenadas cartesianas será = .
∂y ∂x
Deste modo, obtivemos que a condição necessária e suficiente para que a integral
∫ P(x, y )dx + Q(x, y )dy , onde P(x, y )
L
e Q( x, y ) são definidas num domínio
→ ∂v ∂v y → ∂v x ∂v z → ∂v y ∂v x →
rot v = z − i+ − j+ − k
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
→ 1 ∂v z ∂ (ρ vϕ ) ∂v ∂v 1 ∂ (ρ vϕ ) ∂v ρ
rot v = − e ρ + ρ − z eϕ + − e z
ρ ∂ϕ ∂z ∂z ∂ρ ρ ∂ρ ∂ϕ
∂ 1 ∂vr 1 ∂ (r vϕ )
(senθ . vϕ ) − ∂vθ 1 ∂ ∂v
→ 1
rot v = er + − eθ + (r vθ ) − r eϕ
rsen θ ∂θ ∂ϕ rsen θ ∂ϕ r ∂r r ∂r ∂θ
Fig.1.10
→
→ → → → → → → r r → → → → → →
i. ∇ ∧ u ± v = ∇ ∧ u ± ∇ ∧ v iii . ∇ ⋅ (u ∧ v ) = v ⋅ ∇ ∧ u − u ∇ ∧ v
→
→ → → → →
ii . ∇ ∧ φ u = u ∧ ∇ φ + φ ∇ ∧ u
∫ Fd l = ∫∫ rot Fd s
l s
rot F = rot H
(veja figura)
Fig.1.11:
Demonstração
∫∫ Fd s
divF = lim s
, ∆V → 0
∆V
ij k
∂ ∂ ∂
rot a = = (2 x − 1)k.
∂x ∂y ∂z
y x2 − z
Donde segundo o Teorema de Stokes,
2π 2
ρ
∫∫ (rot a, n )dσ =∫∫∑ (2 x − 1)dσ = ∫ dϕ ∫ (2 ρ cos ϕ − 1)ρ dρ = −2π 2
2
2
C= 0
= −4π
0
∑ 0 0
Ensino à Distância 41
∫ (a, dr ) =∫ a
L L
r dr + r aθ dθ + r aϕ sen θ dϕ a circulação procurada é
L L
qx qy qz
Em nosso caso, P( x, y, z ) =
3
, Q(x, y , z ) = 3 , R( x, y, z ) = 3 , visto
r r r
∂ 1 1 ∂r x ∂ 1 y ∂ 1 z
que =− 2 = − 3 , e que =− 3, =− 3 (
∂x r r ∂x r ∂y r r ∂z r r
obtém-se de modo semelhante), resulta que a função
q q
ϕ ( x, y , z ) = − =− será o potencial escalar do campo E:
r x + y2 + z2
2
q
grad − = E .
r
Neste exemplo, a origem das coordenadas, onde está concentrada a carga q, será
um ponto de singularidade do campo E.
Da fórmula ∫ (a, dr ) = ϕ (M ) − ϕ (M ) ,
M1
2 1 resulta
M2
5 5
∫ (a, dr ) = ϕ (2,−1,0) − ϕ (− 1,0,3) = 2 − 5 = − 2 .
M1
Sumário
- A Circulação de um campo vectorial ao longo de um circuito fechado,
∫
por definição é Γ = F d l ;
l
∫ F d l = ∫∫ rot F d s
l s
de integração: ∫ (a, dr ) = ϕ (M ) − ϕ (M ) .
M1
2 1
1. demonstre que:
xi + yj + zk yi − xj + zk
b) a = c) a =
1+ x + y + z
2 2 2 x2 + y2 + z2
Chave de Correcção
1. a) E = −∇u b) rot E = 0 c) E é conservativo ∫ Edl = 0
4
2. ( − );
3R 2
3. ( 33/2);
4. ( 0 );
14 2
6. a) − ; b) ;
15 3
7.
3 3
(3
π ab + a b ; )
4
Lição nº4
1.4. Operações diferenciais de 2ª ordem.
Operador de Laplace. O potencial vector
Introdução
As operações diferenciais que você vai estudar desempenham um papel muito
importante na física- matemática. O Laplaciano é um operador de uso corrente
em electricidade, e relativa à função potencial no espaço livre (sem densidade).
Para completar o estudo desta lição você necessitará de cerca de três
horas
Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
- Operadores diferenciais;
- Operadores de segunda ordem;
- Operador de Laplace;
Terminologia
- O potencial vector;
- Campos vectoriais e campos escalares.
(∇, ∇ u ) = ∂
i+
∂ ∂
j + k,
∂u
i+
∂u
j+
∂u ∂ ∂u ∂ ∂u ∂ ∂u
k = + +
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z ∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z
∂ 2 u ∂ 2u ∂ 2u
= + + = ∆ u.
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
∂2 ∂2 ∂2
∆ = ∇ • ∇ = (∇, ∇ ) = ∇ 2 = + +
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
Este operador desempenha um papel muito importante na Física matemática.
k
Exemplo 1.O campo escalar u = , k=const, r = x 2 + y 2 + z 2 fornece um
r
exemplo importante de campo harmónico. A função u é o potencial do campo
gravitacional devido a uma massa pontual situada na origem das coordenadas.
k
Comprovar que a função u = é harmónica por toda a parte com excepção da
r
origem das coordenadas, onde não está definida.
Solução: Assim temos
r 1 1 ∇r 3 1 0
( 3
)
1 0 0 3
(
1 3 2
∇ , = ∇ , r + (∇, r ) = − 2 , r + = − 2 r , r + = − r , r + = − + = )
r r r r r r r r r r r r
∇, ∇ = k ∇, ∇ = k ∇, − 2 ∇r = − k ∇, 2 r = − k ∇ 2 , r − k 2 (∇, r ) = − k − 3 ∇r , r −
k 1 1 1 0 1 0 1 0 2 0
r r r r r r r
− 2 (∇, r 0 ) = 3 (r 0 , r 0 ) − 2 (∇, r 0 ) = 3 − 2 ⋅ = 0
k 2k k 2k k 2
r r r r r r
Em coordenadas cartesianas
∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
∆u = ∇ • ∇u = (∇, ∇u ) = ∇ 2 u = + + , u = u ( x, y , z )
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
Em coordenadas curvilíneas ortogonais arbitrárias
1 ∂ H 2 H 3 ∂u ∂ H 1 H 3 ∂u ∂ H 1 H 2 ∂u
∇ 2u = + +
H1H 2 H 3 ∂q1 H 1 ∂q1 ∂q 2 H 2 ∂q 2 ∂q3 H 3 ∂q3
Em coordenadas Cilíndricas
1 ∂ ∂u 1 ∂ 2 u ∂ 2 u
∆u = ρ + + , u = u (ρ , ϕ , z )
ρ ∂ρ ∂ρ ρ 2 ∂ϕ 2 ∂z 2
u = u ( x, y , z )
Em coordenadas Esféricas
1 ∂ 2 ∂u 1 ∂ ∂u 1 ∂ 2u
∆u = r + sen θ +
r 2 ∂r ∂r r 2 sen θ ∂θ ∂θ r sen θ ∂ϕ
2 2 2
1.4.2. O Laplaciano
De uso corrente em electricidade e relativo à função potencial no espaço livre
(sem densidade):
∂ 2V ∂ 2V ∂ 2V
∇ 2V = + + = 0 equação de Laplace.
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
Exemplo 1. Encontrar todas as soluções da equação de Laplace ∆u = 0 que
dependem somente da distância r (da origem ao ponto genérico).
Solução: devido à simetria esférica das soluções procuradas (a sua
independência de θ e ϕ ), a equação de Laplace em coordenadas esféricas
reduz-se a:
1 ∂ 2 ∂u
∆u = r =0 (u = u (r ))
r 2 ∂r ∂r
Ensino à Distância 49
∂u C
Daqui, r 2 = C1 , donde u = 1 + C 2 onde C1e C 2 são constantes
∂r r
quaisquer.
Exemplo 2. Sejam AA1 e BB1 duas placas paralelas e infinitas acumuladas com
carga de sinais inversos cujos potenciais são v1 e v 2 . A fim de fixar as ideias,
suponhamos v1 > v 2 . Determinar o campo E no espaço compreendido entre as
placas (veja a figura 1.14)
Fig. 1.14
Solução: Escolhamos um
sistema de coordenadas
identificando o plano yoz
com a placa AA1
positivamente carregada e dirigindo o eixo ox no sentido dos potenciais
decrescentes. Procuremos o potencial escalar do campo como solução de equação
de Poisson. Levando em consideração que as placas são infinitas, concluímos
que as superfícies equipotenciais serão constituídas pelos planos paralelos às
placas donde resulta que a função procurada v depende somente da variável x.
∂ 2v
Assim, a equação reduz-se a =0
∂x 2
Visto que o espaço compreendido entre as placas está isento de cargas,
integrando a equação anterior, encontramos:
v = C1 x _ C 2 (C1 e C 2 são cons tan tes arbitrárias ) .
Escolhamos constantes C1 e C 2 de modo que a solução anterior satisfaça as
condições de fronteira v = v1 para x=0 e v = v 2 para x=d, onde d é a distância
entre as placas. Assim, obtemos C 2 = v1 , v2 = C1 d + C 2 donde
v 2 − v1
C 2 = v1 , C1 = . Substituindo estes valores em v = C1 x _ C 2 ,
d
v − v1 v −v
encontramos, v = 2 x + v1 = v1 − 1 2 x
d d
O vector E determina-se pela fórmula E = − grad v :
v1 − v 2
E= i
d
Assim, o campo homogéneo é dirigido no sentido de ox. O módulo de E num
ponto qualquer é:
v1 − v 2
E = , ou seja, é igual à queda do potencial por unidade de distância
d
medida na direcção perpendicular às placas.
Esta equação é particular da de Poisson, aplicável a um volume de densidade
ρ.
∇ 2V = −4πρ .
Consideremos ainda a operação de segunda ordem rot rot a = [∇, [∇, a ]] . Se
na conhecida identidade para o produto triplo vectorial
[A, [B, C ]] = B ( A, C ) − ( A, B )C escrevermos ∇ no lugar de A e B e a em
vez de C, obteremos [∇, [∇, a ]] = ∇ (∇, a ) − (∇, ∇ ) a = ∇ (∇, a ) − ∇ 2 a , isto
é,
rot rot a = grad div a − ∆ a ,
onde ∆a = ∆P.i + ∆Q. j + ∆R.k
R1 ( x, y, z ) = − ∫ Q( x, y, z )dx + C1 ( y, z ),
Q1 ( x, y, z ) = ∫ R(x, y, z )dx + C 2 ( y, z ),
Q1 ( x, y , z ) = ∫ 2 xdx = x 2
1
[( ) ( ) ( )]
b(M ) = ∫ − 2 xy + z 2 i + 2 x 2 − 2 yz j + 2 y 2 + xz k t 2 dt = −
1
3
( 2
) ( 1
)
2 xy + z 2 i + x 2 + yz j + 2 y 2 + xz k
3 3
( )
0
i j k
[a(M '), r (M )] = 2ty − tz [( ) ( ) (
2tx = − 2 xy + z 2 i + 2 x 2 − 2 yz j + 2 y 2 + xz k t )]
x y z
Na fórmula (8), obtemos
O resultado é verificável por cálculo directo.
Observação: os cálculos dos exemplos 2 e 3 para o mesmo campo solenoidal
a = 2 yi − zj + 2 xk conduziram à determinação de dois campos diferentes
b1 e b2 :
(
b1 (M ) = x 2 j + xz + y 2 k , )
b2 (M ) = −
1
3
( ) 2
( 1
)
2 xy + z 2 i + x 2 − yz j + 2 y 2 + xz .
3 3
( )
O campo a = 2 yi − zj + 2 xk deriva de cada um destes. Se subtrairmos um
desses campos do outro, obteremos o gradiente de certo campo escalar f (M ).
Este gradiente desempenha o papel de constante arbitrária que desaparece ao
tomarmos o rotacional. Encontremos o campo escalar do qual deriva o gradiente
em apreço. Temos:
Ensino à Distância 53
grad f (M ) = b1 (M ) − b 2 (M ) =
1
3
(2 xy + z 2 )i + (x 2 + 2 yz ) j + (2 xz + y 2 )k .
1
3
1
3
A fim de encontrar a função f (M ). , voltemos à fórmula
x y z
ϕ ( x, y, z ) = ∫ P( x, y 0 , z 0 )dx + ∫ Q( x, y, z 0 )dy + ∫ R( x, y, z )dz , onde, como
x0 y0 z0
H (M ) =
[ev, r ] , (9),
4π r 3
onde r é a distância entre a carga e e o ponto M. Visto que H é solenoidal, isto é,
divH = 0, H deriva de um potencial vector b, ou seja, H = rot b . Assim,
levando em conta a expressão (9), temos rot b =
[ev, r ] = e [v, r ]
4πr 3
4π r 3 .
Transformemos do seguinte modo o produto vectorial à direita:
∂a ∂a ∂a 1 ev
rota = i, + j, + k , , obteremos rotb = rot , donde
∂x ∂y ∂z 4π r
1 ev
b= •
4π r
Sumário
As operações diferenciais de segunda ordem obtêm-se mediante aplicação
repetida do operador ∇ .
a) o campo escalar
(∇, ∇u ) = div grad u = ∆ u ou,
b) o campo vectorial
[∇, ∇u ] = rot grad u. mas rot grad u = 0
(∇, ∇ u ) = ∂
i+
∂ ∂
j + k,
∂u
i+
∂u
j+
∂u ∂ ∂u ∂ ∂u ∂ ∂u
k = + +
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z ∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z
∂ 2 u ∂ 2 u ∂ 2u
= + + = ∆u .
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
∂2 ∂2 ∂2
∆ = ∇ • ∇ = (∇, ∇ ) = ∇ 2 = + +
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
O Laplaciano
De uso corrente em electricidade e relativo à função potencial no espaço livre
(sem densidade):
∂ 2V ∂ 2V ∂ 2V
∇ 2V = + + = 0 equação de Laplace.
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
Esta equação é particular da de Poisson, aplicável a um volume de densidade
ρ.
∇ 2V = −4πρ .
Consideremos ainda a operação de segunda ordem rot rot a = [∇, [∇, a ]] . Se
na conhecida identidade para o produto triplo vectorial
[A, [B, C ]] = B ( A, C ) − ( A, B )C escrevemos ∇ no lugar de A e B e a em
vez de C, obteremos [∇, [∇, a ]] = ∇ (∇, a ) − (∇, ∇ ) a = ∇ (∇, a ) − ∇ 2 a , isto
é,
rot rot a = grad div a − ∆ a ,
onde ∆a = ∆P.i + ∆Q. j + ∆R.k
Ensino à Distância 55
a) ∇ ∧ φ u ( ) ( )
b) ∇ • u ∧ v (
c) div f ∇ f ) d) div rot u
(
e) a = 3 y 2 i − 3 x 2 j − y 2 + 2 x k)
x2
f ) a = ye i + 2 yzj − 2 xyze( x2
)
+ z2 k
1
6. Encontre, mediante a fórmula b(M ) = ∫ [a, (M '), r (M )]t dt ,
0
os
2
2.
x + y2 + z2
2
3. (falta solução)
4. (falta solução)
5. a) b = xj + ( y − x )k (
b) b = y 2 − 2 xz k ) ( )
c) b = e x − xe y j
(
d) b = 3 x 2 j + 2 y 3 − 6 xz k ) ( ) (
e) b = − x x + y 2 j + x 3 + y 3 k )
( 2
)
f) b = − xz 2 + yze x j − 2 xyzk
1
6. a) b = (− zj + yk ) b) b = −8 yzi + xzj + 7 xyk
2
c) b = 2 xy 2 zi − 3x 2 yzj + x 2 y 2 k
7. (falta solução)
Ensino à Distância 57
Lição nº5
1.5. Função de Dirac e suas propriedades.
Introdução
É importante você saber explicar a essência da função Delta de Dirac e enunciar
as propriedades desta. Veja que esta função tem maior importância na
electrodinâmica, sobretudo no capítulo de electrostática.
Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
Terminologia
1
0 , se x − x0 > 2m
δ m (x − x0 ) = onde m é um escalar positivo com
1, se x − x < 1
0
2m
−1
dimensão m . A figura abaixo ilustra esta função.
Considere agora uma região qualquer R sobre o eixo X. Se R conter o
1 1
intervalo x0 − < x < x0 + , então a integral de δ m ( x − x0 ) sobre esta
2m 2m
região será
sempre igual
à unidade.
Caso
contrário será
nula. Isto é:
Fig. 1.15
1
0, se x − x0 > ∉R
∫R δ m (x − x0 )dx =
2m
1, 1
se x − x 0 < ∈R
2m
0, se x0 ∉ R, para x0 fora de R
∫ δ (x − x ) dx = 1,
R
m 0
se x 0 ∈ R, para x 0 dentro de R
Figura:1.16
As propriedades desta distribuição que nos interessam são dadas a seguir: esta
distribuição é simétrica em relação ao seu ponto singular e o seu produto por uma
função finita, será sempre igual a zero, excepto para o ponto singular, o que
mostra a equação.
δ (x − x0 ) = δ (x0 − x )
Ensino à Distância 59
f ( x )δ (x − x0 ) = f ( x0 )δ ( x − x 0 )
0, se x0 ∉ R
∫ f (x )δ (x − x ) dx = f (x ),
R
0
0 se x0 ∈ R
De forma sucinta, essa última equação estabelece que a integral do produto de
uma função pela delta de Dirac é igual ao valor da função no ponto que anula o
argumento da delta.
Para duas e três dimensões, análises similares podem ser feitas. Em duas e três
dimensões, a delta de Dirac é definida como:
δ (r − r0 ) = δ ( x − x0 )δ ( y − y 0 ) → em 2 D
δ (r − r0 ) = δ ( x − x0 )δ ( y − y 0 )δ (z − z 0 ) → em 3D
As propriedades da delta em 2D e 3D são similares àquelas em 1D.
1 2 1
δ (r − r0 ) = − ∇ .
4π r − r0
N.B. Devido às operações formais usadas no cálculo com a função Delta, é
conveniente estender à mesma os conceitos de série de Fourier, transformadas de
Laplace e representações integrais.
Considere o pulso φ n ( x ) mostrado na figura abaixo. Os seus coeficientes de
Fourier são bn =0 (a função é par), a 0 = 1
L , a n = ( 1 nπ a )sen(nπ a L ) (n ≥ 1) . A
série de Fourier será portanto
1 ∞
1 nπ a nπ a
φa (x ) = +∑ sen cos
2 L n =1 nπ a L L
Figura: 1.17
1 1 ∞ nπ x
δ (x ) = + ∑ cos
2 L L n=1 L
Observe que esta série é divergente, porque, sendo convergente, então δ ( x )
seria uma função usual, o que, como sabemos, não é o caso.
Mesmo com este inconveniente, não deveríamos concluir que a série é
completamente inútil. Por exemplo, multipliquemo-la por uma função “bem
comportada” f (x ) e integremo-la termo a termo de x = − L a x = + L :
+L +L
1 ∞
1 nπ x a0 ∞
( ) ∑ ( ) + ∑ a n , onde a n (n = 1, 2, 3,......)
2 L −∫L ∫
f x dx + f x cos dx =
n =1 L − L L 2 n =1
são os coeficientes de Fourier de f (x ) . Se f (x ) for representada por uma série
de Fourier
a0 ∞ nπ x nπx
f (x ) = + ∑ a n cos + bn sen
2 n=1 L L
então, sendo f ( x ) contínua em x=0, segue-se que a série divergente
1 1 ∞ nπ x
δ (x ) = + ∑ cos possui a propriedade de filtragem e pode ser
2 L L n=1 L
considerada como uma representante da função delta.
1.5.3. Exemplos de aplicação da função delta.
a) representação da densidade de carga ρ (r ) no caso de uma carga pontual q
situada no ponto P(r0 ) : ρ (r ) = q δ (r − r0 ).
b) representação da densidade cúbica de carga ρ (r ) em caso de uma superfície
S carregada com uma densidade ξ (q1 , q 2 ) :
ρ (r ) = ξ (q1 , q 2 )δ (ν − ν ')
( q1 , q 2 são as coordenadas em S; ν é a coordenada ortogonal a S que toma o
valor ν ' em S).
Figura: 1.18
j (r ) = η (q1 , q 2 )δ (ν − ν ')
Figura: 1.19
Ensino à Distância 61
Figura:1.20
Sumário
A função de Dirac pode ser definida como:
δ ( x − x0 ) ≡ lim δ m ( x − x0 ), para m → ∞
Com esta definição, verifica-se que δ ( x − x 0 ) = 0 se x ≠ x 0 , e
0, se x0 ∉ R, para x0 fora de R
∫ δ (x − x ) dx = 1,
R
m 0
se x 0 ∈ R, para x 0 dentro de R
a b
1 2 1
δ (r − r0 ) = − ∇ .
4π r − r0
Exemplos de aplicação da função delta.
a) representação da densidade de carga ρ (r ) no caso de uma carga pontual q
situada no ponto P(r0 ) : ρ (r ) = q δ (r − r0 ).
b) representação da densidade cúbica de carga ρ (r ) em caso de uma superfície
S carregada com uma densidade ξ (q1 , q 2 ) :
ρ (r ) = ξ (q1 , q 2 )δ (ν − ν ')
( q1 , q 2 são as coordenadas em S; ν é a coordenada ortogonal a S que toma o
valor ν ' em S).
c) representação da densidade da corrente j (r ) no caso de uma corrente
superficial distribuída por S com uma densidade η (q1 , q 2 ) :
Ensino à Distância 63
j (r ) = η (q1 , q 2 )δ (ν − ν ')
d) representação da densidade da corrente j (r ) no caso da corrente I que passa
pela linha L
j (r ) = τ 0 Iδ (r − r0 ) ,
Sendo a função delta bidimensional; em correspondência com isto, os pontos
M (r ) e P(r0 ) (o último encontra-se na linha L) a integral quebra-se em
qualquer superfície cruzada pela corrente; o versor τ 0 mostra a direcção da
corrente.
x
1. Mostre que lim
n → −∞ ∫ φ (ξ )dξ = S (x )
−∞
n para as funções
Exercícios n 1
φn =
π 1+ n2 x2
2. Usando a sequência de pulsos ( como no N.B.), ache o
desenvolvimento de Fourier de δ ( x − ξ ) no intervalo (-L, +L).
Chave de Correcção
x x
1. lim
n → −∞ ∫ φ n (ξ )dξ = 0; S (0) = 0 ⇒ lim ∫ φ n (ξ )dξ = S (x ) , (x=0)
−∞
n → −∞
−∞
2 ∞ nπ ξ nπx
2. δ ( x − ξ ) = ∑ sen sen (0 < ξ < L )
L n =1 L L
Lição nº 6
Revisão da Unidade 1
Introdução
Chegados ao fim da Unidade 1, é momento de você rever tudo quanto aprendeu
sobre o aparato Matemático que servirá de base para compreender as matérias
que se seguem.
Tempo de estudo da
lição: 06:00 Horas
O campo pode ser escalar ou vectorial. Quando o campo assume forma vectorial,
tem associado linhas de campo.
O campo de temperaturas, o campo electrostático, fornecem um exemplo de
campo escalar.
Denomina-se campo escalar a lei de correspondência que associa a cada ponto
do espaço, ou de uma parte do espaço, uma grandeza escalar.
Um campo escalar descreve-se mediante uma função escalar do
ponto M, u = f (M ) . Se introduzirmos um sistema cartesiano de
coordenadas x, y, z teremos u = f (x, y, z ).
Denomina-se superfície de nível de um campo escalar o lugar geométrico
dos pontos aos quais a função escalar do campo associa um certo valor
constante. A equação de superfície de nível será, pois, f ( x, y , z ) = C , onde
C =constante.
• O gradiente de V(gradV) é um vector que dá como resultado a máxima
variação da função e a direcção em que esta máxima variação ocorre.
∂V → ∂V → ∂V →
grad V = i+ j+ k em coordenadas cartesianas.
∂x ∂y ∂z
• O gradiente transforma campos escalares em campos vectoriais,
Ensino à Distância 65
∂u ∂u ∂u
v=i + j +k
∂x ∂y ∂z
Divergência de um campo vectorial
∫
Por definição: Γ = F d l
l
Rotacional
i..... j....k
∂ ∂ ∂ ∂Z ∂Y ∂X ∂Z ∂Y ∂X
Rot v = [∇, ∇ v ] = ∇x v = ∇ ∧ v = = − i + − j + − k
∂x ∂y ∂z ∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
X Y Z
Denomina-se potencial vector do campo vectorial a = a(M ) , o vector
b(M ) = P1 ( x, y, z )i + Q1 ( x, y, z ) j + R1 ( x, y, z )k que satisfaz a condição
rotb(M ) = a(M )
(∇, ∇ u ) = ∂
i+
∂ ∂
j + k,
∂u
i+
∂u
j+
∂u ∂ ∂u ∂ ∂u ∂ ∂u
k = + +
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z ∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z
∂ 2 u ∂ 2 u ∂ 2u
= + + = ∆u.
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
a x,y e z até a segunda ordem inclusive.
∂2 ∂2 ∂2
∆ = ∇ • ∇ = (∇, ∇ ) = ∇ 2 = + +
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
Este operador desempenha um papel muito importante na Física matemática.
O Laplaciano
De uso corrente em electricidade e relativo à função potencial no espaço livre
(sem densidade):
∂ 2V ∂ 2V ∂ 2V
∇ 2V = + + = 0 equação de Laplace.
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
Esta equação é particular da de Poisson, aplicável a um volume de densidade
ρ.
∇ 2V = −4πρ .
Função Delta de Dirac
Esta função embora possa parecer um pouco estranha, ela é muito útil em
electrodinâmica. Considere a função abaixo:
1
0 , se x − x0 > 2m
δ m (x − x0 ) = onde m é um escalar positivo
1, se x − x < 1
0
2m
com dimensão m −1 .
Representação da função delta δ (r − r0 ) :
1 2 1
δ (r − r0 ) = − ∇ .
4π r − r0
Ensino à Distância 67
[ (
a = i 1 + x 2 + y 2 + jy xy + ln x + 1 + x 2 + y 2 )]
7. Mostre que o potencial escalar u ( x, y, z ) de um campo conservativo a satisfaz a
equação de Poisson.
∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
∆u ≡ + + = ρ (x, y, z ), onde ρ (x, y, z ) é a divergência do campo a.
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
1
8. Encontre, mediante a fórmula b(M ) = ∫ [a, (M '), r (M )]t dt ,
0
os potenciais
− yi + xj 2
a ) a = 2 cos xz. j b) a = , x + y 2 > 0.
x +y
2 2
x
9. Mostre lim
n →−∞ ∫ φ (ξ )dξ = S (x )
−∞
n para as funções
n 2 2
φn = e −n x
π
Chave de Correcção
1. Na direcção de oy
2. 3a 3
3. π 2 (R 2 − R1 ) (R 2 + R 1 )
2
4. É solenoidal
5. (− π ) .
πR 4
6.
4
7. Falta solução
1 1
8. a) b = senxz.i − senxz.k
x z
xi + yj
b) b = z−k
x2 + y2
9. Falta solução
Ensino à Distância 69
Unidade 2
Electrostática
Introdução
Na unidade de Electrostática, você vai tratar do conceito de carga eléctrica,
tipos de interacções entre as cargas eléctricas e vai perceber que a exposição dos
fenómenos electrostáticos baseia-se frequentemente na lei de Coulomb.
Partiremos do sistema de equações de Maxwell visto na cadeira de Electricidade
e Magnetismo, que nos levará às equações de Electrostática na qualidade de uma
das suas formas particulares. Podemos considerar a electrostática como um
“parágrafo preparatório” da teoria de electromagnetismo que ao estudar permite
assimilar as operações de análise vectorial e as noções mais simples.
Posteriormente, desse material encontrará uma aplicação ao enunciar conceitos
mais complicados. E, finalmente, em electrostática procuramos a fonte de certas
noções que se aplicam extensamente na técnica (potencial, capacidade, etc.).
Tempo de estudo da
Unidade: 10:00 Horas
Esta Unidade tem 5 lições, estando previsto para cada uma delas um tempo de
estudo de 2 horas. Este número de horas é um indicativo para lhe ajudar a gerir
melhor o seu tempo e é considerado suficiente para você conseguir atingir os
objectivos definidos no início de cada lição.
Lição nº1
2.1. Carga eléctrica e suas propriedades. Lei de Coulomb
Introdução
Os conceitos de carga e corrente eléctrica serão introduzidos na base de
teoremas e axiomas simples. Também será abordada a lei de conservação da
carga eléctrica.
Embora você esteja familiarizado com os aspectos quantitativos dos
principais fenómenos nos quais as cargas eléctricas se mantém estacionárias,
importa deduzir neste capítulo certas informações relativas às cargas eléctricas e
às interacções entre elas.
()
F r =
1
4πε 0
.
q 0 .q .
r2
.r (1)
1 Nm 2 9 Nm
2
= 8,988 . 10 ≈ 9 . 10
9
(3)
4πε 0 C2 C2
γ m 0 .m .
Fg = − . .r (4)
4π r 2
A força eléctrica (coulombiana ) pode ser atractiva ou repulsiva. O meio em que
as partículas se encontram não influencia a intensidade da força gravítica, o que
já não acontece com a força eléctrica.
Ensino à Distância 73
Agora generalizando (1) para n+1 cargas no vácuo, a força numa carga i-ésima
devido à presença das demais será:
n
1 q 0 .q
Fi = .∑ .r . ii (5)
4πε 0 i =1 rii
2
Fig.2.1
1 q 0 .dQ .
dF = . .r (6)
4πε 0 r2
q0 .dQ .
F =
4πε 0 ∫ r2
.r (7)
q0 ρ .dV
F =
4πε 0 ∫ r 2
.r . (10)
1 q i .q i .
F ii = . .r ii
4πεε 0 rii
2 (11)
Sumário
A medida quantitativa das interacções eléctricas, é a carga eléctrica.
As observações experimentais permitem classificar as interacções
eléctricas subdividindo-as em dois grupos: Interacção atractiva e interacção
repulsiva.
Visto esse facto experimental podemos concluir segundo Bejamin
Francklin que existem dois tipos de carga eléctrica, nomeadamente as cargas
positivas e cargas negativas.
Dois objectos electrizados com cargas eléctricas do mesmo sinal repelem-se,
enquanto que dois objectos electrizados com cargas eléctricas de sinais contrários
se atraem.
A carga eléctrica não se apresenta em qualquer quantidade, mas apenas como
múltiplos inteiros de uma quantidade mínima. A esta quantidade mais pequena
possível chama-se carga elementar indivisível e representa-se por e ,
( )
e = 1.602 .10 −19 C e qualquer carga eléctrica q observada pode-se exprimir por
q=n.e, sendo n um número inteiro, positivo ou negativo.
Generalizando para n+1 cargas no vácuo, a força numa carga i-ésima devido a
presença das demais será:
n
1 q 0 .q
Fi = .∑ .r . ii (*)
4πε 0 i =1 rii
2
Exercícios
1 q1 q 2
4. a) F =
4πε 0 r 2
b) I- Para duas cargas de sinais contrários:
2 2 r r
F= F +F
1 2
− 2 F 1 F 2 cos( F , F )
1 2
q0 r λ.dr
4πε 0 r∫0 r 2
c) F = , onde λ , é a densidade linear da carga.
r
5.a) F = ( xˆ + 3 yˆ ).135
10
a) m= 4,36 10 kg
r 3 3
6. FRn = 0,1 − xˆ. + yˆ
2 2
FR p1 = xˆ .0,1 ; FR p 2 = 0,1 xˆ . 1 − yˆ . 3
2 2
Q
7. q = −
2 2
Ensino à Distância 77
Lição nº2
2.2. Vectores do campo Electrostático no Vácuo
Introdução
Nesta lição, você vai tratar do conceito de campo eléctrico e poderá perceber por que
razão há repulsão ou atracção entre cargas eléctricas.
Para completar o estudo desta lição você necessitará de cerca de três horas
Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas
- Campo eléctrico;
- Intensidade do campo eléctrico;
- Deslocamento eléctrico;
Terminologia
( )
E r , t :=
( )
F r, t (12)
q0
( )
Em que F r , t é a força que no ponto P actua sobre a carga de prova q 0 . Então
terá de ser pontual para não modificar o campo em estudo.
Fig:2.2
( )
O vector E r , t possui as seguintes características:
1. mesma direcção que a força eléctrica;
2. mesmo sentido da força eléctrica se q 0 > 0 ; e sentido contrário da força
eléctrica se q 0 < 0 ;
F el
3. intensidade, E = , isto é, a intensidade de E é numericamente
q0
igual à intensidade da força eléctrica por unidade de carga colocada na
região.
Fig: 2.3
Se a carga-teste for colocada numa região onde já existem outras cargas, a força
em q 0 será a soma vectorial das forças que cada uma das cargas q1 ; q 2 ; q 3
exerce.
Ensino à Distância 79
Fig: 2.4
1 q .q . q .q q .q
F0 = . 02 1 .e01 + 02 2 .e 02 + 02 3 .e 03
4πε 0 r 01 r 02 r 03
1 q 0 q1 q q q q 1 n
q 0 .q i .
F0 =
4πε 0 r 01
.e 01 + 0 2 .e 02 + ... + 0 n .e 0 n = ∑ .e 0 i
4πε 0
2
r 02 r 0n i =1 r0 i
(13)
F0 1 q q q
= . 2 1 .e01 + 2 2 .e02 + ... + 2 n .e0 n
.
q0 4πε 0 r 01 r 02 r 0n
Generalizando, tem-se :
n
1 qi
E=
4πε 0
∑r
i =1
2
.e . 0 i (14)
0i
1 dq
dE = . .e
4πε 0 r2
Para todo corpo, tem-se:
1 dq .
E =
4πε 0 ∫ r2
.e (15)
( )
E r , t := lim
( )
F r, t
qo → 0 q0
→
b) Deslocamento eléctrico D
Paralelamente ao vector campo eléctrico, a descrição do campo eléctrico é
também feita através do vector deslocamento de campo que para o vácuo é
r r q r
definido da seguinte forma: E (r , t ) = r0
4π .ε 0 r 2
→ q →o
D (r , t ) = .r (16)
4π r 2
O módulo é igual ao quociente da carga q que se encontra no centro de uma
esfera de raio r , com uma área 4π r 2 .
→ →
Os campos D e E representam dois procedimentos diferentes para a medição
→
da grandeza campo eléctrico. O vector D caracteriza o campo eléctrico através
→
da fonte do campo eléctrico enquanto que E caracteriza o campo eléctrico
através da força que é exercida sobre a carga q .
Sumário
O campo definindo para cada ponto P, o vector campo eléctrico E , pelo
quociente:
( )
E r , t :=
( )
F r, t (12)
q0
( )
Em que F r , t é a força que no ponto P actua sobre a carga de prova q 0 . Então,
terá de ser pontual para não modificar o campo em estudo.
O vector E r , t( )
possui as seguintes
características:
4. mesma direcção que a força eléctrica;
5. mesmo sentido, o da força eléctrica se q 0 > 0 ; sentido contrário da força
eléctrica se q 0 < 0 ;
F el
6. intensidade, E = , isto é, a intensidade de E é numericamente
q0
igual à intensidade da força eléctrica por unidade de carga colocada na
região.
Generalizando, tem-se :
n
1 qi
E=
4πε 0
∑r
i =1
2
.e . 0 i
0i
Exercícios
Chave de Soluções
r 1 2
qi
1. E =
4πε 0
∑r
i =1
2
r0;
r 1 λdl
2. E =
4πε 0 ∫ r2
r x
3. Devido a um disco circular ou espira circular: E = 2πkσ 1 −
x2 + R2
kQx
Devido a um anel circular: E =
(x + a 2 )2
3
2
1 ρ .r 1
4. E = e D= ρ .r
3 ε0 3
Lição nº3
2.3. Equações principais de Electrostática. Potencial electrostático
Introdução
Você acaba de estudar o campo eléctrico criado por uma carga num certo ponto.
Esse conhecimento é muito importante para a partir dele chegarmos com muita
facilidade à noção de potencial através de certas relações que envolvem um
processo de integração.
Para completar o estudo desta lição você necessitará de cerca de três horas.
Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
Potencial electrostático
Terminologia
D = εE (3)
Escrevendo na forma integral temos:
∫ Edl = 0
L
(4)
∫ Dds = q
s
(5)
O aspecto geral desta equação de Poisson para uma região não limitada pode ser
escrita segundo a lei de Coulomb:
1 ρ (r ')
ϕ (r ) =
4πε ∫ r − r '
dv ' (9)
V
Fig:2.6
Resolução: destacamos dentro do corpo um elemento infinitesimal de volume
dV de vector de posição r ' .
Uma vez que destacamos o elemento infinitesimal este pode ser tratado como
carga pontual de valor dq.
O potencial do campo dϕ excitado por essa carga pontual escreve-se pela
fórmula:
dq
dϕ = (a)
R
()
dq = ρ r ' .dV (b)
r
R
r
r
r
r' o
R = r − r' (c)
ϕ=∫
()
ρ r ' .dV
V r − r'
Sumário
O campo electromagnético excitado pela carga em repouso chama-se campo
electrostático.
Os métodos de electrostática baseiam-se na lei de Coulomb, teorema de Gauss e
no princípio de sobreposição.
Ensino à Distância 87
D = εE (3)
Escrevendo na forma integral temos:
∫ Edl = 0
L
(4)
∫ Dds = q
s
(5)
Chave de Soluções
1. na forma integral: ∫ Eds = q
s
e na forma diferencial: divE = ρ ;
2. E = −∇ϕ
3. a) 1j
σ z z r
4. E ( z ) = − − k
2ε 0 z R + z2
2
r2
5. Qρ = −q + q exp(− αr )α 2 + αr + 1
2
Q r Qx
6. ϕ = ; E = xˆ
(
4π ε 0 x 2 + R 2 ) 1
2
(
4π ε 0 x 2 + R 2 )
3
2
7. (falta a solução)
Lição nº4
2.4. Lei de Gauss e Simetria
Introdução
Nesta lição, você vai tratar da lei de distribuições de cargas eléctricas. A partir
daqui, vai perceber em detalhe como resolver um problema de electrostática que
envolve uma distribuição linear ou superficial, ou volumétrica de cargas partindo
da lei de Gauss.
Q
,..se..q ∈ s ⇒ r < R
Generalizando: ∫∫ Ed s = ε 0
s 0,...se..q ∉ s ⇒ r > R
2.4.2. Lei de Gauss para uma linha infinita com uma distribuição linear de carga (λ )
Consideremos como linha infinita dois pontos P1 e P2 figura abaixo. Podemos dizer
imediatamente que, uma vez que P1 e P2 se encontram na mesma situação relativa
face à distribuição de carga, o campo deve ter o mesmo valor em ambos os pontos. O
Ensino à Distância 91
mesmo acontecerá para qualquer ponto situado na circunferência dum círculo centrado
na linha de carga e passando pelos pontos P1 e P2. O ponto P3 encontrar-se-á na
mesma situação se o fio de carga for infinito (no caso do fio ter comprimento finito, só
os pontos muito perto do fio satisfazem a situação ideal do fio infinito).
Se considerarmos uma superfície cilíndrica, o campo terá o mesmo valor em todos os
pontos dessa superfície, mas poderá ter valores diferentes nas bases.
λh λh λ
Pelo Gauss, ∫∫ Ed s = ε
s 0
⇒ 2πRhE =
ε0
⇒E=
2πRε 0
, (14)
dq
Note que λ = ⇒ q = λh e h=l
dh
2.4.3. .Lei de Gauss para um plano infinito com densidade superficial de carga ( σ )
Consideremos o plano infinito e uma carga distribuída uniformemente sobre todo o
plano com densidade superficial. Vamos supor que o campo eléctrico no caso de não
haver uma outra distribuição de cargas no espaço, é perpendicular ao plano e tem o
mesmo valor para todos os pontos que estão à mesma distância do plano.
Além disso, é óbvio que o campo em dois pontos à mesma distância do plano,
mas em lados opostos é o mesmo, menos o sentido:
Fig:2.12
∆s1 = ∆s 2 = ∆s
Somamos o fluxo através das duas faces
σ .∆s
Pela lei de Gauss, ∫∫ Ed s =
s
ε0
(12)
σ .∆s σ
2 E∆ s = ⇒E= n (13)
ε0 2ε 0
Concluímos que o campo eléctrico criado por um plano infinito é uniforme e, portanto,
independente da distância ao plano. No caso dum plano finito, o resultado da equação
anterior será aplicável aos pontos cuja distância à placa é muito menor do que qualquer
dimensão lateral da placa.
O argumento baseado na simetria é o seguinte: todos os pontos que estão à mesma
distância do plano infinito têm uma distribuição de carga absolutamente idêntica e é
lógico que os pontos tenham o mesmo valor do campo. Também é natural que o campo
eléctrico seja igual nos dois lados. Os argumentos anteriores não excluem a hipótese de
o campo vir a fazer um ângulo com a normal ao plano. Mas qualquer valor não nulo do
ângulo, não é coerente com a simetria do plano, porque a única direcção preferencial
ao plano é a da sua normal. Os argumentos expostos acima pressupõem que não existe
nenhuma outra distribuição de cargas no espaço, além da do plano.
ρ
N.B. por Maxwell, temos divE = ⇒ ε 0 div E = ρ
ε0
4πR 3 ρ
; r>R
3ε 0
pelo Gauss: ∫∫ Ed s =
4π r ρ ;
3
r<R
3ε 0
Aplicando lei de Gauss, conclui-se que o campo fora da esfera é o mesmo que
existiria caso a carga estivesse toda concentrada no centro da esfera.
Consideremos agora o caso em que a carga se encontra distribuída numa
superfície esférica. O campo exterior vai ter novamente simetria esférica e
repete-se o resultado anterior. Não há razão para que a simetria esférica não
exista também dentro da esfera. Mas aqui não existem cargas e teremos campo
eléctrico nulo, consequentemente, a região interior da superfície esférica é uma
região de potencial constante.
Para compreender melhor o papel da simetria, analisemos o caso da figura abaixo
onde a simetria esférica não existe. A carga total é nula mas o campo no exterior
não é zero. Tal facto mostra que nesta situação, a lei de Gauss, ou pelo menos
uma aplicação <<cega>> dessa lei não nos possibilita, por si só, o cálculo do
campo. É necessário ter alguma informação adicional sobre as características
desse mesmo campo.
Fig: 2.13
Recorde que:
dq 4
ρ= ⇒ q = ρV = πR 3 ρ
dV 3
Comparando os dois membros :
4πR 3 ρ ρR 3
1º) 4πr 2 E = ⇒E=
3ε 0 3ε 0 r 2
4π r 3 ρ ρ .r
2º) 4πr E = ⇒E=
2
3ε 0 3ε 0
Sumário
A lei de Gauss diz que: o fluxo eléctrico através duma superfície S fechada é
Q
proporcional à carga nela inserida sobre ε 0 , isto é, ∫∫ Ed s = ε
s 0
Q
,..se..q ∈ s ⇒ r < R
Generalizando, ∫∫ Ed s = ε 0
s 0,...se..q ∉ s ⇒ r > R
para uma linha infinita com uma distribuição linear de carga (λ )
Consideremos a linha infinita.
Por questões de simetria, o campo tem que ser radial, pelo que a contribuição das
r r
bases para o fluxo é nula ( E ⊥ n ) . Assim, há fluxo apenas através da superfície
cilíndrica, sendo este igual a E vezes a área dessa superfície.
Consideremos o plano infinito e uma carga distribuída uniformemente sobre todo
o plano com densidade superficial.
Concluímos que o campo eléctrico criado por um plano infinito é uniforme e,
portanto, independente da distância ao plano. No caso dum plano finito, o
σ
resultado da equação E = n será aplicável aos pontos cuja distância à placa
2ε 0
é muito menor do que qualquer dimensão lateral da placa.
Ensino à Distância 95
r Q
E = Rˆ r>R
4π ε 0r 2
b)
Qr2
= Rˆ r<R
4π ε 0 R 4
Q
φ= r>R
4π ε 0 r
c) r r
r Q Q r3
= φ ( R ) − ∫ E . dr = − r<R
R
3π ε 0 R 12 π ε 0 R 4
r
Q 1
E (r ) = + ∫ ρ (r ).4 π r
2
dr
4π ε 0 r 2 4π ε 0 r 2 a
3. r
Q 1
r 2 E (r ) = + ∫ ρ (r ).4 π r
2
dr
4π ε 0 4π ε 0 a
Lição nº5
2.5. Electrostática e condições de Fronteira
Introdução
Nesta lição, você vai tratar de problemas de Electrostática. Vai poder ver que o
conhecimento do potencial como função das coordenadas do espaço, permite-nos
determinar facilmente o campo eléctrico E. Vai estudar alguns teoremas e
condições fronteira que determinam a solução correcta entre várias soluções
possíveis uma delas que corresponde a condições dadas e impostas pela situação
física particular.
Para completar o estudo desta lição você necessitará de cerca de três
Horas.
Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
φ (r ) = 0 ⇐ ∀r ∈ s1 ∨ r ∈ s 2 para Dirichlet
∇φ (r ) = 0 ⇐ ∀r ∈ s1 ∨ r ∈ s 2 para Neuman
Em ambos os casos:
∫∫ φ (r )∇φ (r ).d s = ∫∫∫ ∇ • (φ (r )∇φ (r ))dV = ∫∫∫[φ∇∇φ + ∇φ∇φ ]dV = ∫∫∫[φ∇ φ + (∇φ ) ]dV = 0
2 2
s V V
φ (r ) = u1 (r ) − u 2 (r ) = const c.q.d.
Ensino à Distância 99
1. Cartesianas:
∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
∆u = + +
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
2. Esféricas:
1 ∂ 2 ∂u 1 ∂ ∂u 1 ∂ 2u
∆u = r + senθ +
r 2 ∂r ∂r r 2 senθ ∂θ ∂θ r 2 sen 2θ ∂ϕ 2
3.Cilindricas:
1 ∂ ∂u 1 ∂ 2 u ∂ 2 u
∆u = r + +
r ∂r ∂r r 2 ∂ϕ 2 ∂z 2
N.B. Para problemas unidimensionais e se houver na superfície uma distribuição
de cargas, o problema resume-se à condição de Poisson:
∂ 2u ρ (x )
Em coordenadas cartesianos : ∆u = =− e a solução será linear,
∂x 2
ε0
u ( x ) = Ax + B + u 0
1 ∂ 2 ∂u ρ (r )
Em coordenadas esféricas: ∆u = r =− e a solução será,
r ∂r ∂r
2
ε0
A
u (x ) = + B + u 0 (r )
r
1 ∂ ∂u
Em coordenadas Cilíndricas: ∆u = r e a
r ∂r ∂r
solução será, u (x ) = A ln r + B + u 0 (r )
Observe alguns exemplos:
1º) Solução em regiões sem carga: Equação de
Laplace
Exemplo1: consideremos um condensador das
placas paralelas
Fig: 2.14
Logo de início, verificamos que para achar o campo eléctrico ou o
potencial no espaço compreendido entre as placas, isto é, para
determinar ψ ( x ) , será necessário ter conhecimento dos potenciais nas
superfícies; neste caso, os planos x=0 e x=d, que encerram este espaço.
Note-se que parte desta superfície, a parte que une os dois planos, está no
infinito.
O potencial ψ ( x ) não varia na direcção do Y nem de Z e assim
d 2ψ ( x )
podemos escrever: =0
dx 2
dψ
A primeira integração da equação anterior dá = c1 , e a outra
dx
integração a seguir dá ψ ( x ) = c1 x + c2 .
As condições fronteiras são ψ (0) = 0 e ψ (d ) = V ; portanto,
0 = c1 .0 + c 2 ⇒ c 2 = 0
V
V = c1 .d + c 2 ⇒ c1 =
d
E, finalmente, obtemos a solução:
V
ψ (x ) = x
d
r
O campo eléctrico E ( x ) determina-se efectuando sobre ψ ( x ) a
dψ (x )
operação grad (que neste caso é simplesmente − ) vindo, pois:
dx
r V
E (x ) = − xˆ .
d
Exemplo 2: Consideremos um condensador Cilíndrico.
A fim de
determinar o
potencial no
espaço entre
os dois
condutores
será útil
começar com
a equação de
Laplace em
coordenadas cilíndricas,
Fig: 2.15
Ensino à Distância 101
V1 = c1 ln r1 + c 2
V2 = c1 ln r2 + c 2
Substituindo os valores c1 e c 2 deduzidos das equações anteriores
obtemos:
V1 − V2 V ln r1 − V1 ln r2
ψ (ρ ) = ln ρ + 2 , ( r1 ≤ ρ ≤ r2 )
ln r1 − ln r2 ln r1 − ln r2
1
ψ (ρ = r2 ) = [(V1 − V2 ) ln r2 + V2 ln r1 − V1 ln r2 ]
ln r1 − ln r2
1
= [V2 (ln r1 − ln r2 )]
ln r1 − ln r2
= V2
Quanto à região de interesse R entre os dois cilindros, ela é englobada
por S. Esta consiste em superfícies cilíndricas de raio r1 e r2 e uma
outra parte que liga estas no infinito.
r r
O campo eléctrico é calculado utilizando a expressão ∇ ψ = − E ; mas
agora em coordenadas cilíndricas. A única componente não nula do
campo eléctrico é E ρ .
V1 − V2 1
Eρ = .
(ln r1 − ln r2 ) ρ
Exemplo 3: Vejamos um outro exemplo em que é útil utilizar as
coordenadas cilíndricas. Considere-se a situação esquematizada na figura
seguinte.
Fig: 2.16. Dois planos carregados fazendo um ângulo α entre si
1 ∂ 2ψ
= 0,
ρ 2 ∂φ 2
Efectuando integrações obtém-se a solução
ψ = c1φ + c2
Para facilitar as contas podemos tomar φ1 = 0 e obtém-se a seguinte
expressão para o potencial:
V2 − V1
ψ1 = φ + V1
α
2º Campos em Regiões com Carga: Equação de Poisson
Exemplo 4: consideramos nesta sessão dois exemplos que ilustram o
modo de proceder para obter a solução quando numa sub-região existe
uma densidade de carga. O símbolo ρ indica a densidade volúmica de
carga.
Ensino à Distância 103
Fig: 2.17
d 2ψ a
Região I: =0 x<− ,
dx 2 2
d 2ψ ρ a a
Região II: =− − <x < ,
dx 2
ε0 2 2
d 2ψ a
Região III: : =0 x>
dx 2 2
As soluções nas respectivas regiões são:
Região I: ψ = A1 x + B1 ,
1 ρ 2
Região: ψ = − x + A2 x + B 2
2 ε0
Região III: ψ = A3 x + B 3 .
As seis constantes podem ser determinadas utilizando as condições de
fronteira. Podemos começar escolhendo a referência do potencial no
ponto x = 0, isto é, ψ (0) = 0 e assim B2=0 . as condições
dψ a a
ψ e sua derivada nos pontos da fronteira x = − e + são:
dx 2 2
a 1 ρ a 2 a
ψ : A1 − + B1 = − − + A2 −
2 2 ε0 2 2
dψ 1 ρ a
: A1 = − . 2. − + A2
dx 2 ε0 2
2
a 1 ρ a a
ψ : A3 + + B3 = − + + A2 +
2 2 ε0 2 2
dψ 1 ρ a
: A3 = − .2 + + A2
dx 2 ε0 2
A solução final do problema é a seguinte:
ρ a a a
ψ = x+ x<− ,
ε0 2 4 2
1 ρ 2 a a
ψ =− x − <x<
2 ε0 2 2
ρ a a a
ψ = − x + x>
ε0 2 4 2
Exemplo 5: um cilindro infinito carregado uniformemente
1 d ∂ψ ρ
Região I: ρ = − 0<ρ <a
ρ dρ ∂ρ ε0
1 d dψ
Região II: ρ = 0
ρ dρ dρ
Soluções:
1 ρq 2
Região I: ψ = − ρ + A1 ln ρ + B1 ;
4 ε0
Região II: ψ = A2 ln ρ + B 2 ,
1 ρq 2
ψ (ρ ) = ρ , 0<ρ <a
4 ε0
1 ρq 2 a 1 ρq 2
ψ (ρ ) = a ln − a , ρ >a
2 ε0 ρ 4 ε0
Neste exemplo, podíamos ter utilizado a lei de Gauss para determinar o campo E.
Todavia, se a região I de carga fosse englobada por uma superfície condutora,
não poderíamos fazê-lo para a região II, porque a densidade de carga na
superfície condutora é desconhecida, sendo apenas conhecido o seu potencial.
Sumário
Existem dois tipos de problemas de Electrostática:
1. Conhecendo o potencial da região fronteiriça e pretendendo calcular o
potencial em qualquer ponto no interior da região (R), a este problema
matemático chama-se Dirichlet
2. Conhecendo a derivada do potencial na região fronteiriça na direcção da
normal e pretendendo calcular o potencial em qualquer ponto no interior da
região (R), a este problema matemático denominam-se Neuman
Teoremas fundamentais sobre as soluções das equações de Laplace:
Teorema de linearidade das soluções de Laplace:
Se u1 , u 2 ,..., u n são soluções da equação de Laplace e c1 , c 2 ,..., c n , certas
constantes arbitrárias, a sua combinação linear u = c1u1 + c 2 u 2 + ... + c n u n será
também solução da equação de Laplace.
Teorema de unicidade das soluções da equação de Laplace:
“a função potencial numa região R (sem cargas) que satisfaz condições dadas de
fronteira é única, isto é :
Se u1 e u 2 são soluções da equação de Laplace e satisfazem a mesma condição
de Dirichlet, então u1 = u 2 .
2. Duas placas
condutoras infinitas
estão separadas por
uma distância d. O
potencial
electrostático numa
delas é ϕ 0 e noutra
ϕ 0 + ∆ϕ .
Calcule o potencial
e o campo eléctrico
entre estas placas.
Chave de Soluções
r3 r 4
1. a) Q = 4πρ0 − ;
3 4a
b) Intensidade do campo eléctrico:
ρ0 r r 2
E (r ) = − note que ∇ u = − E
ε 0 3 4a
c) Para que o campo seja máximo é condição necessária e suficiente que
∂E (r )
=0
∂r
dE ρ 0 1 r 2a
= − =0⇒r =
dr ε 0 3 2 a 3
2. Trata-se de um problema de fronteira de Diriclet. E como não há distribuição
∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
de cargas, escrevemos a equação de Laplace : = 0 , = 0 e = 0,
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
e desta feita só nos restam as condições de fronteira.
A solução para a equação Laplace em coordenadas cartesianas é :
∆ϕ ∆ϕ
u(x ) = x + ϕ0 ; E (x ) = i
d d
∆ϕ ρ 0 d ρ x2
3. ϕ ( x ) = + x − 0 ;
d 2ε 0 2ε 0
∆ϕ ρ 0 d ρ 0 x
E ( x ) = −∇ϕ ⇒ E ( x ) = + − .i
d 2ε 0 ε 0
cr
4. ϕ (r ) = −
2ε 0
Lição nº 6
Revisão da Unidade
Introdução
Chegamos ao fim da Unidade 2. Agora você vai fazer a revisão de toda a matéria
sobre a Electrostática.
Tempo de estudo da
lição: 04:00 Horas
n
1 q 0 .q
Fi = .∑ .r . ii (1)
4πε 0 i =1 rii
2
1 q 0 .dQ .
dF = . .r (2)
4πε 0 r2
q0 .dQ .
F =
4πε 0 ∫ r2
.r (3)
q0 ρ .dV
F =
4πε 0 ∫ r 2
.r . (4)
( )
O vector E r , t possui as seguintes características:
1. mesma direcção que a força eléctrica;
2. o mesmo sentido da força eléctrica, se q 0 > 0 ; o sentido contrário da
força eléctrica se q 0 < 0 ;
F el
3. intensidade, E = , isto é, a intensidade de E é numericamente
q0
igual à intensidade da força eléctrica por unidade de carga colocada na
região.
n
1 qi
E=
4πε 0
∑ri =1
2
.e . 0 i (5)
0i
1 dq
dE = . .e (6)
4πε 0 r2
1 dq
E =
4πε 0 ∫r 2
.e . (7)
D = εE (III)
Escrevendo na forma integral temos:
∫ Edl = 0
L
(IV)
∫ Dds = q
s
(V)
Para aquela região em que não haja carga (ρ = 0 ) , a (8) converte-se na equação
de Laplace: ∇ 2ϕ = 0 (10)
A lei de gauss diz que: o fluxo eléctrico através duma superfície S fechada é
Q
proporcional à carga nela inserida sobre ε 0 , isto é: ∫∫ Ed s = ε
s 0
Q
,..se..q ∈ s ⇒ r < R
Generalizando: ∫∫ Ed s = ε 0
s 0,...se..q ∉ s ⇒ r > R
Na electrostática existem dois tipos de problemas: o problema de Dirichlet e o
problema de Neumann.
O primeiro, consiste em determinar o potencial eléctrico em qualquer ponto do
interior da região R conhecendo o potencial na superfície desta região (Dirichlet)
e o segundo, consiste em determinar o potencial eléctrico em qualquer ponto do
Ensino à Distância 111
−
x
ρ .e a , x>0
ρ (x ) = 0
0; x<0
Ensino à Distância 113
Chave de Correcções
Q
1. q=−
2 2
1 ρ .r 1
2. E = e D= ρ .r
3 ε0 3
3. (Falta solução)
10
4. Q = × 10 −5 C
9π
5. (Falta solução)
Unidade 3
Movimento de cargas num campo
eléctrico. Correntes estacionárias
e Magnetostática
Introdução
Na unidade anterior estudou os campos criados por uma distribuição de cargas
em repouso. Agora vai estudar o comportamento das cargas em movimento
dentro do campo eléctrico e o campo criado por cargas em movimento. É nesta
unidade onde você vai poder perceber e explicar que novos fenómenos físicos
surgirão no caso de ‘permitirmos’ que as cargas se desloquem livremente e
como descrevê-los quantitativamente, por exemplo, o princípio de conservação
de carga.
Tempo de estudo da
Unidade:06:00 Horas
Esta Unidade tem 3 lições, estando previsto para cada uma delas um tempo de
estudo de 2 horas. Este número de horas é considerado suficiente para você
conseguir atingir os objectivos definidos no início de cada lição.
Ensino à Distância 115
Lição nº1
3.1. Movimento de cargas num campo eléctrico.
Correntes estacionárias
Introdução
Esta é a primeira lição deste capítulo e você vai estudar o movimento das cargas
num campo eléctrico. Aqui vai deduzir o princípio de conservação de carga
eléctrica e a famosa equação de continuidade.
Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
Terminologia
Sempre que as cargas eléctricas realizam um movimento ordenado diz-se que flui
uma corrente eléctrica. Este fenómeno é descrito quantitativamente através das
grandezas físicas designadas intensidade da corrente I e densidade da corrente
eléctrica j .
( )
dQ = ρ µ , t .dV = ρ .ds ⊥ dl . Esta é positiva e move-se com a velocidade v . O
sentido de j é:
dQ
j =
ds ⊥ . dt
dQ = ρ .dV = ρ .ds ⊥ dl
dl
Mas =v
dt
ρ . ds . dl
j = ⊥
= ρ .v
ds ⊥ . dt
⇒ j = ρ .v
dI := j . ds
dQ
dI = j . ds . cos α = jds ⊥ =
dt
Para α = π ⇒ I = 0;
2
π
para 0<α < ⇒ I é positivo
2
π
e para <α ≤π ⇒ I é negativo
2
I = ∫ j . ds
Se recorrermos ao teorema de Gauss que permite transformar a integral de
superfície de um campo vectorial numa integral de volume, podemos escrever:
r r r r
∫ J .ds = ∫ ∇.J dV
r r ∂ρ
E, finalmente, ∇.J = −
∂t
Ensino à Distância 117
∆Q ∆Q ∆Q
ρ= , σ= e λ=
∆V ∆S ∆L
Q (t + dt ) = ∫ ρ (t + dt ).dV (5)
V
∂ρ
dQ t = ∫ .dV .dt (9)
V ∂t
Em relação ao sistema isolado, é válida a lei de conservação de carga. Neste
contexto, caso apareça uma carga positiva dentro deste domínio, deve surgir a
mesma carga negativa. Consequentemente, o único processo que permite
influenciar sobre a carga total é o fluxo de carga através da superfície S.
No entanto, uma carga em movimento é correspondente à corrente eléctrica, daí
que o acréscimo da relação (9) é relacionado com a corrente eléctrica que
atravessa a superfície S.
Designaremos por dQ f a contribuição do fluxo de carga para carga total.
dQ f = − ∫ jn.ds dt (13)
s
A componente normal de densidade de corrente admite ser expressa em termos
de produto escalar dos vectores j e n .
Ensino à Distância 119
dQ f = − ∫ j.nds dt (16)
s
Entretanto, para o sistema isolado mantém-se válida a lei de conservação de
carga. Escrevemos essa lei sob forma: dQ t = dQ f (17) Equação de balanço
∫
Segundo Gauss: j.n.ds =
s
∫∫∫ div j.dV
V
, (19)
∂ρ
∫ ∂t
V
+ div j .dV = 0
(20)
∂ρ
Daqui resulta que: + div j = 0 (21) Equação de continuidade
∂t
Repare que a lei de conservação de carga possui a forma de equação de
continuidade.
e j = v.ρ = v. f
∂f ∂f ∂f
e mais a, div j = .v x + .v y + v z = vgradf
∂x ∂y ∂z
∂ρ
Assim, + div j = −vgradf + vgradf = 0
∂t
Concluímos que obedece à lei de conservação de carga (equação de
continuidade).
Sumário
Corrente eléctrica e densidade de corrente.
Sempre que as cargas eléctricas realizam um movimento ordenado, diz-se que
flui uma corrente eléctrica. Este fenómeno é descrito quantitativamente através
das grandezas físicas designadas intensidade da corrente I e densidade da
corrente eléctrica j .
I = ∫ j . ds
Se recorrermos ao teorema de Gauss, que permite transformar a integral de
superfície de um campo vectorial numa integral de volume, podemos escrever:
r r r r r r ∂ρ
∫ J .d s = ∫ ∇. J dV e, finalmente, ∇.J = −
∂t
, que é a maneira de dizer
matematicamente que a carga se conserva.
Conservação da Carga Eléctrica
Generalizando os dados experimentais, chegamos à lei de conservação de carga
segundo a qual a carga eléctrica num sistema isolado não é criada nem destruída.
Portanto, nos processos de electrização (magnética, contacto, influência) a carga
Ensino à Distância 121
Q (t + dt ) = ∫ ρ (t + dt ).dV
V
Chave de Correcções
10
1.a) Q = I (t ) dt = 603,3C ;
∫ b) i=120,7ª
5
eV σ ω R2
2. a) I = b) I = (entendendo por corrente
2π R 2
total a carga que na unidade de tempo atravessa um raio do disco).
I ρωR 2 ρωR 2
3. Obs. j = mas I = ⇒ j=
s 2 2.s
Ensino à Distância 123
Lição nº2
.2. Magnetostática
Introdução
Estudou na Electrostática as características da força que exerce entre as cargas
cujas posições, são fixas. Viu, então, que a força F que actua sobre uma carga q
no ponto r é qE(r), onde E(r) é o campo eléctrico estático nesse ponto criado por
todas as outras cargas. Coloca-se agora o problema de saber o que acontece às
leis da força e ao conceito do campo, se “deixarmos” as cargas moverem-se.
Tempo de estudo da
lição: 02:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
- Magnetostática
- Campo Magnético;
- Força de Lorentz;
Terminologia
3.2.1.Campo originado por cargas em movimento. Força de
Lorentz e campo magnético. Lei de Biot-Savart e suas
aplicações
No sistema de referência em relação ao qual a carga está em repouso, o campo
eléctrico originado por ela é, evidentemente,
r q
E= rˆ.
4πε 0 r 2
O campo eléctrico produzido por uma carga em movimento é radial, mas o seu
valor é diferente em diferentes direcções. Imagine a seguinte experiência: uma
carga Q movendo-se com uma velocidade constante v ao longo do eixo dos xx
passa pela origem no instante t=0.
Para determinar o campo eléctrico da carga Q, colocamos várias cargas de prova
em pontos duma superfície esférica de raio r e medimos as forças sobre elas no
instante t=0. Procedendo assim para superfícies de diferentes raios, verifica-se
que o campo tem a forma evidenciada na figura seguinte e é dado pela equação
Q 1− β 2
E′ =
(
4πε 0 r 2 1 − β 2 sen 2θ )
3
2
onde β = v
c , c ré a velocidade de propagação da luz no vácuo, e θ o ângulo
que o raio-vector r faz com a direcção de deslocamento da carga.
E=
Q
(1 − β )
2
e E⊥ =
Q 1
4πε 0 r 2
4πε 0 r 2
(1 − β )
2
Este não é, contudo, o campo eléctrico criado por uma corrente, que discutiremos
posteriormente.
3.2.2. Força de Lorentz e campo magnético
Uma das primeiras tentativas para a elaboração de uma teoria interpretativa
clássica capaz de explicar as interacções dos campos electromagnéticos com a
matéria, data de 1895. A sua aparição deve-se ao físico Holandês Hendrik
Antoon Lorentz, que combina o electromagnetismo e a Mecânica clássica com
um modelo atomístico da matéria, o chamado modelo de Drude- Lorentz, e
desenvolve inicialmente uma electrodinâmica clássica do tipo Newtoniana.
De acordo com essa teoria, uma partícula de massa m e carga q, movendo-se com
velocidade v numa região na qual o campo electromagnético é caracterizado
r r r
pelos vectores E e B , sofre a acção da chamada força de Lorentz F . ( )
r r r r r r r
( )
F = q E + q v × B = q E + v × B . Tal equação da partícula é dada por
r
r r r
dP d r
= (mv ) = q E + v × B
dt dt
( )
É importante enfatizar que ao escrever esta equação, Lorentz admitiu a validade
da equação dinâmica de Newton e das transformações de Galileu entre
referenciais inerciais. Só que para estes resultados a sua explicação encontra
dificuldades no Século XX devido ao fenómeno fotoeléctrico que consiste na
emissão de electrões por um metal no qual incide radiação electromagnética e
outros fenómenos envolvendo os processos de emissão e absorção da luz que não
admite uma explicação ondulatória.
Resumindo, cargas estacionárias originam apenas um campo, o campo eléctrico,
enquanto que cargas em movimento originam um campo eléctrico e um campo
magnético. Uma vez que cargas em movimento uniforme constituem uma
corrente, comecemos por estudar o campo magnético criado por correntes.
3.2.3. Lei de Biot-Savart e suas aplicações
O campo magnético produzido por uma corrente estacionária I, é dado pela lei de
Biot-Savart (figura a baixo):
r µ I dl × rˆ 1 I dl × rˆ
dB = 0 =
4π r 2
4πε 0 c 2
r2
Figura: 3.3 Campo magnético criado por um elemento de corrente
Com ajuda da equação anterior, determinamos o campo B nalguns casos simples
e de interesse prático. Vamos usar um processo semelhante ao que nos permitiu
calcular o campo eléctrico de distribuições contínuas de carga. Aí somamos as
contribuições de cargas elementares, enquanto que aqui somamos as
contribuições dos elementos de corrente (elementos de linha percorridos por uma
determinada corrente, I).
3.2.4. Campo magnético produzido por uma corrente num condutor
rectilíneo infinito
Figura: 3.4
campo
magnético
criado por uma corrente rectilínea e infinita.
O campo magnético produzido por um elemento de corrente I dz no ponto. P é :
r
dB = − xˆ
1 (Idz ) senθ = − xˆ
1
Idz
sen 2θ
2 senθ
4πε 0 c 2 r
2
4πε 0 c 2 r
se(π − θ )
r 1
E uma vez que = tg (π − θ ) = −tgθ ⇒ dz = r cos ec 2θ dθ = r dθ
z sen 2θ ,
obtemos sucessivamente,
r I senθ
dB = − dθ xˆ,
4πε 0 c r 2
r −I π senθ dθ
xˆ ,
4πε 0 c 2 ∫0
B=
r
r − 1 2I
B= xˆ.
4πε 0 c 2 r
Ensino à Distância 127
1 µ0
A constante na equação anterior escreve-se também como
4πε 0 c 2
4π
sendo µ 0 a permeabilidade do vazio. O valor dessa constante é exactamente
10 −7 (unidades S.I.). Estando a corrente expressa em Amperes, a unidade do
campo magnético B é Tesla; isto é, uma corrente de um Ampere passando
através de um fio rectilíneo infinito origina um campo magnético de
1 × 10 −7 Tesla à distância de 2 metros.
A partir da equação anterior de B, é lícito fazer as seguintes observações acerca
de B:
1) O campo vectorial B em qualquer ponto P está contido no plano normal à
corrente que passa por P.
2) Em qualquer ponto, o campo B é perpendicular ao raio-vector.
De 1) e 2) conclui-se que as linhas do campo são circulares como se mostra na
figura seguinte.
3) O valor numérico do campo depende da distância r do ponto P à corrente.
−3
r µ I A R2 2
ou ainda, B = − yˆ 0 2 3 1 + 2
4π r r
O produto (corrente)x(área) é chamado momento dipolar magnético do anel de
corrente e é representado por Pm . Para distâncias muito grandes, quando
comparadas com o raio do anel, o campo é dado aproximadamente por
r µ 2P
B = − yˆ 0 3m
4π r
Para a região próxima do anel, devemos usar a expressão exacta. Em particular,
no centro tem-se:
r µ 2π I
B = − yˆ 0
(r =0 ) 4π R
Sumário
No sistema de referência em relação ao qual a carga está em repouso, o campo
r q
eléctrico originado por ela é, evidentemente, E = rˆ.
4πε 0 r 2
O campo eléctrico produzido por uma carga em movimento é radial, mas o seu
valor é diferente em diferentes direcções.
Para determinar o campo eléctrico da carga Q, colocamos várias cargas de prova
em pontos duma superfície esférica de raio r e medimos as forças sobre elas no
Q 1− β 2
instante t=0 e obtemos E ′ =
4πε 0 r 2 (1 − β 2 sen 2θ )3 2
De acordo com essa teoria, uma partícula de massa m e carga q, movendo-se com
velocidade v em uma região na qual o campo electromagnético é caracterizado
r r r
pelos vectores E e B sofre a acção da chamada força de Lorentz F :
r r
( )
r r r r r
( )
F = q E + q v × B = q E + v × B . Tal equação da partícula é dada por
Ensino à Distância 129
r
r r r
dP d r
(
= (mv ) = q E + v × B
dt dt
)
Resumindo, cargas estacionárias originam apenas um campo, o campo eléctrico,
enquanto que cargas em movimento originam um campo eléctrico e um campo
magnético. O campo magnético produzido por uma corrente estacionária I, é
dado pela lei de Biot-Savart.
r µ I dl × rˆ 1 I dl × rˆ
dB = 0 =
4π r 2
4πε 0 c 2
r2
O campo magnético produzido por um elemento de corrente I dz no ponto P é :
r I senθ
dB = − dθ xˆ,
4πε 0 c2
r
r −I π senθ dθ
xˆ ,
4πε 0 c 2 ∫0
B=
r
r − 1 2I
B= xˆ.
4πε 0 c 2 r
1 µ0
A constante na equação anterior escreve-se também como
4πε 0 c 2
4π
sendo µ 0 a permeabilidade do vazio. O valor dessa constante é exactamente
10 −7 (unidades S.I.). Estando a corrente expressa em Amperes, a unidade do
campo magnético B é Tesla; isto é, uma corrente de um Ampere passando
através de um fio rectilíneo infinito origina um campo magnético de
1 × 10 −7 Tesla à distância de 2 metros.
A partir da equação anterior de B, é lícito fazer as seguintes observações acerca
de B:
1) O campo vectorial B em qualquer ponto P está contido no plano normal à
corrente que passa por P.
2) Em qualquer ponto, o campo B é perpendicular ao raio-vector.
De 1) e 2) conclui-se que as linhas do campo são circulares.
3) O valor numérico do campo depende da distância r do ponto P à corrente.
O campo magnético duma corrente num anel circular é
r µ I dl
dB = − 0
4 π (R + r 2 )
2
Para distâncias muito grandes, quando comparadas com o raio do anel, o campo
é dado aproximadamente por
r µ 2P
B = − yˆ 0 3m
4π r
Para a região próxima do anel, devemos usar a expressão exacta. Em particular,
no centro tem-se:
r µ 2π I
B = − yˆ 0
(r =0 ) 4π R
Exercícios
Magnetostática
1. Numa certa região do espaço coexistem um campo eléctrico
r
Exercícios
( )
E = xˆ 3 + yˆ 5 − zˆ 2 10 4 Vm −1 e um campo magnético, no plano
YOZ, desconhecido. Uma partícula de carga Q = 10 −10 C sofre,
r
( )
no instante em que possui a velocidade v = xˆ.10 3 m s −1 , uma
r
( )
forca F = xˆ 3 + yˆ 2 10 −6 N .
Determine o vector campo magnético.
2. Um fio comprido, conduzindo uma corrente I=0,1A, é colocado
perpendicularmente ao campo magnético terrestre
( )
B ≈ 5 × 10 −5 T .
Determine os pontos onde o campo total é nulo.
3. a) Um fio infinito tem um troço semicircular de raio R como se
mostra na figura A. Este fio é percorrido por uma corrente I.
Determine o campo magnético no centro da curvatura do troço.
b) Um par de fios infinitos transporta correntes iguais, figura B.
Qual é o campo magnético no centro?
Chave de Correcções
r r r r r
(
1. F = q E + v × B ; ) B = yˆ 20 + zˆ 30
µ0 I
2. B = = 5 × 10 −5 ; r = 0,4mm
2π r
µ0 I µ0 I
3. a) B = b) B =
4R 2R
4. Considere o disco como um conjunto de anéis justapostos: a corrente num anel
r µ 2π I
B = − yˆ 0
de raio r será λ v = (σ r )ω.r . Utilize a equação (r =0 ) 4π R e faça a
r µ
B = 0 σωa
soma dos campos criados por todos os anéis. 2
Lição nº3
3.3. EQUAÇÕES PRINCIPAIS DA
MAGNETOSTÁTICA. POTENCIAL
VECTOR
Introdução
Nesta lição que você vai iniciar, interessa conhecer as equações principais de
Magnetostática e do potencial Magnetostática, na sua forma diferencial e
integral; conhecer as propriedades principais do potencial magnetostático assim
como a equação da intensidade do campo magnético.
Tempo de estudo da
lição: 02:00horas
- Potencial-vector;
- Fluxo magnético;
- Intensidade do campo magnético
Terminologia
B = µ .H . (3)
Estas equações de magnetostática são análogas às equações de
electrostática (1),(2),(3) a sua substancial diferença consiste em o
segundo membro de (2) ser igual a zero, enquanto que na equação de
electrostática vemos a densidade de carga. Na natureza não há cargas
magnéticas livres.
Representando as equações anteriores na forma integral temos:
∫ Hdl = 0 ;
L
(4)
∫ Bds = 0 ;
s
(5)
rotH = j , (1)
divB = 0, (2)
B = µH (3)
E as correlações integrais correspondentes:
∫ Hdl = I
L
(4)
∫ Bds = 0
s
(5)
ϕ −ϕ
m m
1 2
= ∫ Hdl,
M1
(6)
.
Aplicando o caminho de integração de AmB, escrevemos:
Ensino à Distância 135
∆ϕ
m
AmB
=
(
∫ Hdl
AmB )
(7)
∫ Hdl = ( ∫ Hdl
AmBnA )
+ ∫ Hdl = ∫ Hdl − ∫ Hdl
AmB BnA AmB AnB .
∆ϕ = ∆ϕ
m m
AnB
=
(
∫ Hdl
)
AnB
AmB
−I (8)
ϕ −ϕ
m m
Este resultado significa que a diferença de potencial é
1 2
avaliada numa magnitude I a circular a corrente uma só vez.
∇ 2 A = − µ . j (20)
Sua solução para uma região infinita para a corrente limitada no espaço é:
µ j (r ')
A(r ) = ∫ r − r ' dv' (21)
4π V
Φ = ∫ Adl (22)
L
O fluxo magnético que transcorre por certa superfície S está aqui representado
em forma da circulação do potencial vectorial A pelo circuito L.
Sumário
EQUAÇÕES PRINCIPAIS DA MAGNETOSTÁTICA
O sistema de equações que num espaço sem correntes caracterizam
um campo magnético invariável com respeito ao tempo escreve-se:
rotH = 0; (1); divB = 0 (2); B = µ .H (3)
Na natureza não há cargas magnéticas livres.
Representando as equações anteriores na forma integral temos:
∫ Hdl = 0 ;
L
(4); ∫ Bds = 0 ;
s
(5)
∫ Hdl = I
L
(4); ∫ Bds = 0
s
(5)
O fluxo magnético que transcorre por uma certa superfície S está aqui
representado em forma da circulação do potencial vectorial A pelo circuito L.
Ensino à Distância 139
Exercícios
Chave de Correcções
1. Por simetria, o campo B em todo o espaço é do mesmo tipo que
do fio infinito. Num ponto à distância (r < a) do eixo do
condutor B é calculado da seguinte maneira: a circulação de B
ao longo da circunferência de raio r corresponde apenas à
corrente que passa através do circulo de área π r 2 .
Portanto,
I I µ I
B(r ) = µ 0 πr 2 . = 0 2 .r
π a 2 π r 2π a
2
Tempo de estudo da
lição: 04:00 Horas
dI
a componente normal do vector densidade de corrente: jn = (5)
ds
A componente normal de densidade de corrente admite ser expressa em termos
j • n = j.n cos( j ∧ n)
Entretanto, para o sistema isolado mantém-se válida a lei de conservação de
carga. Escrevemos essa lei sob forma: dQ t = dQ f (6) Equação de balanço.
∂ρ
Daqui resulta que: + div j = 0 (21) Equação de continuidade
∂t
dI
Atendendo à definição de que j.n = então: j.n = ρ .v n ⇒ j. = ρ .v .
ds
Para determinar o campo eléctrico da carga Q, colocamos várias cargas de prova
em pontos duma superfície esférica de raio r e medimos as forças sobre elas no
instante t=0. Procedendo assim para superfícies de diferentes raios, chega-se à
seguinte equação:
Q 1− β 2
E′ = ,
4πε 0 r 2 (1 − β 2 sen 2θ )3 2
onde β = v
c , cr é a velocidade de propagação da luz no vácuo, e θ é ângulo
que o raio-vector r faz com a direcção de deslocamento de carga.
As expressões do campo na direcção do movimento e numa direcção transversal
são:
E=
Q
(1 − β )
2
e E⊥ =
Q 1
4πε 0 r 2
4πε 0 r 2
(1 − β ) 2
Este não é, contudo, o campo eléctrico criado por uma corrente que discutiremos
posteriormente.
A região na qual o campo electromagnético é caracterizado pelos vectores
r r r
E e B sofre a acção da chamada força de Lorentz F ( )
r r r r r r r
( )
F = q E + q v × B = q E + v × B . Tal equação da partícula é dada por
r
r r r
dP d r
= (mv ) = q E + v × B
dt dt
( )
.
É importante enfatizar que ao escrever essa equação, Lorentz admitiu a validade
da equação dinâmica de Newton e das transformações de Galileu entre
referenciais inerciais.
O campo magnético produzido por uma corrente estacionária I, é dado pela lei de
Biot-Savart :
r µ I dl × rˆ 1 I dl × rˆ
dB = 0 =
4π r 2
4πε 0 c 2
r2
O campo magnético produzido por um elemento de corrente I dz no ponto P é :
r
dB = − xˆ
1 (Idz ) senθ = − xˆ
1
Idz
sen 2θ
2 senθ
4πε 0 c 2 r
2
4πε 0 c 2 r
se(π − θ )
r 1
E uma vez que = tg (π − θ ) = −tgθ ⇒ dz = r cos ec 2θ dθ = r dθ
z sen 2θ
obtemos sucessivamente,
r I senθ
dB = − dθ xˆ ,
4πε 0 c r 2
r −I π senθ dθ
xˆ,
4πε 0 c 2 ∫0
B=
r
r − 1 2I
B= xˆ.
4πε 0 c 2 r
1 µ0
A constante na equação anterior escreve-se também como
4πε 0 c 2
4π
sendo µ 0 a permeabilidade do vazio.
1) O campo vectorial B em qualquer ponto P está contido no plano normal da
corrente que passa por P.
2) Em qualquer ponto, o campo B é perpendicular ao raio-vector.
De 1) e 2) conclui-se que as linhas do campo são circulares.
O produto (corrente) x (área) é chamado momento dipolar magnético do anel de
corrente e é representado por Pm . Para distâncias muito grandes, quando
comparadas com o raio do anel, o campo é dado aproximadamente por
r µ 2P
B = − yˆ 0 3m
4π r
Para a região próxima do anel, devemos usar a expressão exacta. Em particular,
no centro tem-se:
r µ 2π I
B = − yˆ 0
(r =0 ) 4π R
Comecemos por escrever o sistema de equações que num espaço sem correntes
caracterizam um campo magnético invariável com respeito ao tempo:
rotH = 0; (1’)
divB = 0 ; (2’)
B = µ .H . (3’)
Estas equações de magnetostática são análogas às equações de electrostática e a
sua diferença substancial consiste em o segundo membro de (2’) ser igual a zero,
Ensino à Distância 143
∫ Hdl = 0 ;
L
(4’)
∫ Bds = 0 ;
s
(5’)
B = µH (3)
e as correlações integrais correspondentes:
∫ Hdl = I
L
(4)
∫ Bds = 0
s
(5)
∇ 2 H = − rotj
Esta é a já conhecida equação vectorial de Poisson e podemos imediatamente
escrever a sua solução para uma região infinita de uma distribuição limitada da
1 rotj (r ')
corrente no espaço: H (r ) = ∫ dv'
4π V
r − r'
Φ = ∫ Adl
L
O fluxo magnético que transcorre por certa superfície S está aqui representado
em forma da circulação do potencial vectorial A pelo circuito L.
Exercícios de revisão da Unidade 3
r
8. Calcule a circulação do vector B num contorno circular fechado atravessado
por uma corrente contínua num fio condutor.
Ensino à Distância 145
Chave de Correcções
I ρω R 2 ρω R 2
1. Obs. j = mas I = ⇒ j=
S 2 2 .S
µ0 ⋅ I l + a
4. B = 2πl ln a
µ 0 I ⋅ senθ
5. B = ⋅ ⋅ 2πr
4π r2
µ0 ⋅ n ⋅ I
6. B =
l
µ0 ⋅ l b
7. L = ⋅ ln
2π a
r r r r
8. ∫ B ⋅ dl = µ0 ⋅ I ∫ B ⋅ dl = ∑ µ 0 ⋅ I lei de circulação de Ampere
r
∫∫ rotB ⋅ ds = ∫∫ µ 0 ⋅ j ds
r r
⇒ rot E = µ 0 ⋅ j lei de Ampere na forma diferencial
Unidade 4
Conceitos e Equações
Fundamentais de Electrodinâmica
Introdução
Esta unidade comporta os seguintes conteúdos: carga e corrente eléctrica,
campo electromagnético, equações fundamentais da electrodinâmica e teorema
de Poyting. Estes temas farão uma abordagem de partes essenciais que foram
discutidas em anos anteriores no curso de Física.
Concepções tais como: idealização dos objectos (campo electromagnético uma
função contínua) definição de grandezas físicas (por exemplo: carga eléctrica,
intensidade da corrente eléctrica, campos verticais do campo electromagnético)
formulação de teoremas empíricos serão abordados sob ponto de vista de
unidade, tal como aconteceu na Mecânica. Serão seleccionados resultados que
constituem a base para uma abordagem teórica sólida. São, por exemplo: as
equações de Maxwell e de materiais, as equações de movimento (movimento
newtoniano) que descrevem o movimento das cargas eléctricas num campo
electromagnético.
Tempo de estudo da
Unidade: 08:00 Horas
Esta Unidade tem 4 lições, estando previsto para cada uma delas um tempo de
estudo de 2 horas. Este número de horas é um indicativo para lhe ajudar a gerir
melhor o seu tempo. O tempo é considerado suficiente para você conseguir
atingir os objectivos definidos no início de cada lição.
Ensino à Distância 147
Lição nº1
4.1. Campo electromagnético. Concepção e
fundamentação da teoria do campo Electromagnético
Introdução
Nesta lição você vai estudar o Campo Electromagnético, que associa os
conhecimentos adquiridos em Electrostática e Magnetostática. Você vai
aprofundar ainda os conteúdos aprendidos na cadeira de Electricidade e
Magnetismo sobre as leis de Biot-Savart-Laplace, lei de corrente total, a lei de
Ampére, a lei de Indução electromagnética e sobre o sistema das equações de
Maxwell que constituem as equações fundamentais da Electrodinâmica.
Tempo de estudo da
Lição : 02:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
- Campo Electromagnético
Terminologia
( )
D = D E = ε .E ( )
B = B H = µ .H
J = J (E ) = σ E + j ex
Considerando o campo electromagnético em vácuo, aplicando o sistema
Gaussiano, teremos:
r r r r
E=D e H =B
4.1.2.Concepção do Campo e Fundamentação da Teoria do Campo
Electromagnético
Sabe-se que as cargas eléctricas quer estáticas, quer em movimento manifestam a
sua propriedade básica e capacidade de interagir. Entretanto, essa interacção não
só se reduz à interacção eléctrica uma vez que conforme as experiências de
Ampére e Biot-Savart-Laplace, as cargas em movimento interagem por via da
chamada interacção magnética. Esta é peculiar para, por exemplo, Ferro,
Cobalto, e outras substâncias ferromagnéticas.
É por isso que distinguimos as interacções eléctricas e magnéticas.
Para explicar as regularidades das interacções, achamos, segundo, Faraday que
existe o campo responsável por transferência de interacção de um campo para o
outro.
Na altura, a concepção do campo, foi introduzida com o objectivo de descrever
quantitativamente as interacções electromagnéticas. Entretanto, chegou-se à
conclusão de que o campo electromagnético é um agente material que efectua
interacção electromagnética entre as cargas eléctricas.
Quanto às regularidades quantitativas da teoria do campo e as suas
fundamentações, em primeiro lugar, destacamos as experiências de Coulomb. E
segundo esses dados experimentais, a força de interacção eléctrica entre duas
1 q 1 .q 2
cargas eléctricas vem sendo dada pela fórmula: F = .r (1)
4 πε 0 r3
∫ E.n.ds = 4π ∫ ρ.dV
s V
(4)
Ensino à Distância 149
[
d F = I dl × B ] (5)
Segundo (5), indução magnética é a força magnética que actua sobre uma
corrente unitária elementar.
Quanto à indução do campo magnético, sob forma analítica, esta admite ser
expressa só para o elemento de corrente.
4π
onde é constante de proporcionalidade e j a densidade de corrente.
C
É de realçar que nesta experiência, S é superficiada com contorno l e além disso
essa lei de Ampére corresponde ao campo magnético que não depende do tempo.
Entretanto, o campo magnético eléctrico pode ser variável em função do tempo e,
caso se considere o campo eléctrico variável, a expressão (7) vai contradizer a lei
de conservação de carga.
É por isso que Maxwell elaborou a hipótese de corrente de deslocamento.
Segundo Maxwell, o campo eléctrico variável no tempo cria a acção magnética
(campo magnético), equivalente ao campo magnético excitado pela corrente
habitual.
1 ∂E
jd = (8)
C ∂t
O campo electrostático é criado por uma corrente nula.
Levando em consideração a hipótese de Maxwell, transformamos a lei de
4π
j + 1 ∂ E n.ds
∫
Ampére para o seu resultado final: Bd l =
C ∫s 4π ∂t (9)
L
Repare que a fundamentação experimental da equação (9) reside em:
Lei experimental de Ampére;
Experiências de Oerested;
Biot-Savart-Laplace e,
Experiências de Rowland (essa é a experiência que demonstrou a acção
magnética do campo eléctrico variável).
É de realçar que a fundamentação experimental de acção magnética do campo
eléctrico variável, reside na existência das ondas electromagnéticas.
Mais uma relação resulta das experiências clássicas de Faraday que se referiu ao
fenómeno de Indução electromagnética.
Segundo dados experimentais, o campo magnético variável cria no espaço um
campo eléctrico (solenoidal, circular ou axial).
A lei de indução electromagnética escrevemos sob a sua forma integral:
1 ∂B
∫ Ed l = − C ∫ ∂t .n.ds
L S
(10)
N.B. As equações (4), (9), (10) e (11) são básicas de Electrodinâmica do campo
electromagnético no vácuo.
∫ E.n.ds = 4π ∫ ρdV
s V
(12) - lei de Gauss
1 ∂B
ε i = ∫ Ed l = −
C ∫S ∂t
.n.ds (14) - lei de Faraday
L
4π
j + 1 ∂ E .nds (15) - lei de Ampére
∫ Bd l = C ∫ 4π ∂t
L
Destacamos a equação (12) e transformemos o primeiro membro segundo o
teorema de Gauus:
div E = 4πρ
(18)
∫ Bd l = ∫ rot B.nds
S
(19)
4π 1 ∂E
∫S
n rot B −
C
j − ds = 0
C ∂t
(20)
Dado que se trata de um contorno arbitrário, a condição (20) será satisfeita caso
for igual a zero a função integrante:
4π 1 ∂E (21)
rot B = j+
C C ∂t
div B = 0
(22)
Quanto à equação (14), esta admite ser transformada por analogia da equação
(15) como também por analogia de
1 ∂B
rot E = − (23)
C ∂t
Sumário
No caso de a descrição do campo electromagnético envolver meios materiais,
será necessário escolher as seguintes equações matemáticas:
( )
D = D E = ε .E ( )
B = B H = µ .H
J = J (E ) = σ E + j ex
Considerando o campo electromagnético em vácuo, aplicando o sistema
Gaussiano teremos:
r r r r
E=D e H =B
Teorema de Gauss, isto é, o fluxo de intensidade do campo através de uma
superfície fechada é proporcional à carga eléctrica limitada por essa superfície.
∫ E.n.ds = 4π ∫ ρ.dV
s V
(4)
[
d F = I dl × B ] (5)
1 ∂E
jd = (8)
C ∂t
O campo electrostático é criado por uma corrente nula.
Levando em consideração a hipótese de Maxwell, transformamos a lei de
4π
j + 1 ∂ E n.ds
Ampére para o seu resultado final: Bd l = ∫ C ∫s 4π ∂t (9)
L
A lei de indução electromagnética escrevemos sob a sua forma integral:
1 ∂B
∫ Ed l = − C ∫ ∂t .n.ds
L S
(10)
Segundo dados experimentais, não existem cargas magnéticas, por isso, para o
fluxo magnético escrevemos: ∫ B.n.ds = 0
s
(11).
N.B. As equações (4), (9), (10) e (11) são básicas da Electrodinâmica do campo
electromagnético no vácuo.
As equações da Electrodinâmica constituem o sistema completo de Equações
de Maxwell. Ao caracterizar um campo em certos pontos do espaço, temos:
∫ E.n.ds = 4π ∫ ρdV
s V
- lei de Gauss
1 ∂B
ε i = ∫ Ed l = −
C ∫S ∂t
.n.ds - lei de Faraday
L
4π
j + 1 ∂ E .nds
∫ Bd l = C ∫ 4π ∂t - lei de Ampére
L
Ensino à Distância 155
Exercícios
r
1 ∂B
a) div B = 0 b) rot E = −
Auto-avaliação C ∂t
Chave de Correcções
1. (Trata-se de uma demonstração, a solução está no próprio exercício);
∂Φ e
2. A corrente de deslocamento I d é dada pela equação I d = ε 0 ;
∂t
onde Φ e é o fluxo do campo eléctrico.
Introdução
Nesta lição você vai estudar os Potenciais electrodinâmicos, sua calibração e sua
invariância em relação à transformação de calibração. Antes de mais, terá de ver
o suplemento matemático para tornar perceptível a matéria que vai estudar.
Tempo de estudo da
lição: 02:00Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
- Potenciais electrodinâmicos;
- Calibração dos potenciais;
- Invariância dos potenciais electromagnéticos
Terminologia
Suplemento matemático
Para simplificar a descrição das equações, aplica-se a chamada regra de
somatório de Enstein. Segundo esta regra, entende-se por somatório, aos índices
repetidos, por ex.:
a ii ⇒ ∑a
i
ii = a 11 + a 22 + a 33
a i j •a jk ⇒ ∑ a ij .a jk =a i1 a 1k + a i 2 a 2 k + a i 3 a 3k
j
Ensino à Distância 157
a i b i ⇒ ∑ a i b i = a 1 b1 + a 2 b 2 + a 3 b 3 = a.b
i
e) e123 = 1
Verifica-se que todos os elementos com índices iguais são iguais a zero.
Para tal, aplicamos d)supondo que dois índices, pelo menos, são iguais.
i=j f) e iik = −e iik
2e iik = 0 ⇒ e iik = 0
Repare-se que só são diferentes de zero os elementos correspondentes aos
valores diferentes dos índices ijk.
O tensor unitário completamente anti-simétrico satisfaz a regra contracção de
que: eijk e kmn = δ im δ jn − δ in δ jm
r r r
e1 e2 e3
[a × b ] = a1 a2 a3
= a 2 b3 − a 3 b 2 (2”)
b1 b2 b3
(rot A) = [∇r × A] = e
r r ∂
i i ijk Ak (27)
∂x j
∂H i ∂ ∂A ∂ 2 Ak 1 ∂ 2 Ak ∂ 2 Ak
= eijk k = eijk = eijk + eijk (28)
∂xi ∂xi ∂x j ∂xi ∂x j 2 ∂xi ∂x j ∂xi ∂x j
Quanto à derivada mista, esta obedece ao teorema de reciprocidade segundo o
qual tem lugar a identidade:
Ensino à Distância 159
∂ 2 Ak ∂ 2 Ak
= (29)
∂xi ∂x j ∂x j ∂xi
Atendendo a expressão (29), transformamos (28) sob a forma:
∂H i 1 ∂ 2 Ak ∂ 2 Ak
=
= eijk + eijk
∂xi 2 ∂xi ∂x j ∂x j ∂xi
1 ∂A 2 k ∂ 2 Ak 1
= (eijk + e jik ) ∂ Ak (30)
2
eijk + e jik
2 ∂xi ∂x j ∂xi ∂x j 2
∂xi ∂x j
[ar br ] = e
i ijk a j bk
) ([ [ ] ])
r r r r (38)
(rot rot A i = ∇ × ∇ × A i
r
(rot rot A) = e i ijk
∂
∂x j
e kmn
∂
∂x m
An (40)
∂ 2 Ai ∂ 2 A ∂ 2 Ai ∂ 2 Ai
= 2i + + = ∇ 2 Ai (44)
∂x j ∂x j ∂x 1 ∂x 22
∂x32
(rot A) = [∇r × A] = e
r r ∂
i i ijk Ak
∂x j
r r
r r 1 ∂A' r 1 ∂ r 1 ∂A 1 ∂ r
E ' = −∇ϕ '− = −∇ϕ + ∇f − − ∇f
c ∂t c ∂t c ∂t c ∂t
r
r 1 ∂A'
E ' = − gradϕ '−
c ∂t
Levando em conta a definição dos potenciais electrodinâmicos, tiramos a
r r
conclusão de que: E ' = E
Exercícios
Chave de soluções
r r r
e1 e2 e3
1.
[a × b ] = a1 a2 a3
= a1b2 − a 2 b1
b1 b2 b3
∂a k
2. rot a = eijk ei
∂x j
3. Definir primeiro o tensor ê e em seguida aplicar a propriedade dada.
Lição nº3
4.3. DENSIDADE DE ENERGIA DO CAMPO
MAGNÉTICO E DENSIDADE DO FLUXO DE ENERGIA
(Vector de Poynting)
Introdução
Nesta lição, você vai deduzir a densidade de energia do campo B e o vector de
Poynting, usando equações diferenciais de Maxwell. Vai também descrever o
significado físico do vector de Poynting e poderá ainda nesta lição perceber as
razões para a variação da energia do campo electromagnético.
Tempo de estudo da
Lição : 02:00 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
- Vector de Poynting;
- Densidade de energia do campo electromagnético
Terminologia
1 ∂B
rot E = − (60)
C ∂t
div B = 0 (61)
Ensino à Distância 167
4π 1 ∂E
rot B = j+ (62)
C C ∂t
div E = 4πρ (63)
Rescrevemos a equação (60) sob a forma homogénea e na equação (62)
localizaremos a densidade da corrente j, donde obteremos:
1 ∂B
0 = rot E + (64)
C ∂t
C 1 ∂E
j= rot B − (65).
4π 4π ∂t
CB
Multiplicando a equação (64) por ; a equação (65) por E e subtraindo do
4π
primeiro resultado o segundo, obteremos:
− jE =
C
4π
(
Brot E − Erot B +
1 ∂ E
E
4π ∂t
)
+B
∂ B
∂t
(66)
E 2 + B2
w= (67) Energia do volume unitário(densidade de energia)
8π
Derivando (67) em relação ao tempo obteremos:
∂w 1 ∂E ∂B
= E +B (68)
∂t 4π ∂t ∂t
(rot E ) =e
i ijk .
∂Ek
∂x j
(70)
(rot B) = e
i ijk
∂Bk
∂x j
(71)
(rot B )k = e kji . .
∂B i
∂xj
(72)
C ∂E ∂B ∂ C
= .e jki k Bi + Ek i = e jki .Ek Bi
4π ∂
j
x ∂x j
∂x j 4π
(73)
Repare que o último membro da expressão (73) contém a i-ésima componente
do vector S definido de modo:
(74)
S=
C
4π
E×B[ ]
O vector S definido pela expressão (74) chama-se vector de Poynting
(densidade do fluxo de energia).
Atendendo a definição do vector de Poynting rescrevemos a expressão (73) sob
forma:
C
4π
(
Brot E − Erot B = )
∂S j ∂S1 ∂S 2 ∂S 3
∂x j
= + +
∂x1 ∂x 2 ∂x3
= div S (75)
Vistas as relações (68) e (75), a relação (64) vem sendo transformada para a
forma:
∂w
+ div S = − j.E (76)
∂t
∂w
lim ∫ dV + ∫ div S dV = − lim ∫ j EdV (77)
V ∂t V V
Repare que o aditivo destacado admite ser transformado pelo teorema de Gauss.
Visto este teorema teremos: para V → ∞
E = ∫ w.dV
Da expressão (84), tiramos logo a conclusão de que a função w definida pela
expressão (67) é a densidade volumétrica de energia (energia de volume unitário
do campo electromagnético).
Atendendo ao significado físico do segundo membro da expressão (80) e vista a
relação entre o trabalho e a energia cinética, escrevemos:
dEc
dt V∫
= j.E.dV (85)
Dado que E+Ec=w é a energia total do sistema, escrevemos (88) sob a sua forma
final:
dw
= − ∫ S .n.ds (89)
dt s
(90) dw
= − ∫ S .n.ds
dt s
∂w
+ div S = − j . E
(91) ∂t
Sumário
E 2 + B2
A densidade de energia do campo electromagnético é: w =
8π
O vector S é definido pela expressão (71) e chama-se vector de Poynting
(densidade do fluxo de energia).
S=
C
4π
[
E×B ]
Vistas as relações (68) e (75), a relação (64) vem sendo transformada para a
fórmula:
∂w
+ div S = − j.E
∂t
∫
Teremos: para V → ∞ , lim div S .dV = 0
V
A força eléctrica que actua sobre uma carga unitária é dada pela equação:
f = ρ .E
E = ∫ w.dV
V
Dado que E+Ec=w é a energia total do sistema, escrevemos (88) sob a sua forma
final:
dw
= − ∫ S .n.ds (89)
dt s
Quanto à forma diferencial do teorema de Poynting, essa vem sendo dada pela
equação (76):
∂w
+ div S = − j . E
∂t
Exercícios
Chave de Correcções
1. A dedução do vector de Poyting está feita no apontamento deste
livro;
2. As razões de variação da energia do campo electromagnético são:
a) O fluxo do vector de Poynting;
b) O trabalho executado sobre as cargas eléctricas.
Introdução
Nesta lição você vai estudar a lei de conservação de impulso do campo
electromagnético e o impulso das cargas submetidas à acção do campo
electromagnético. Vai ver também a dedução da força específica. Poderá estudar
novas grandezas como a densidade do Impulso do campo electromagnético e o
tensor Maxwelliano das tensões.
Tempo de estudo da
lição: 02:00Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
Terminologia
1 r
ρ= divE (92)
4π
r
1r 1 r 1 ∂E
j= rotH − (93)
c 4π 4π c ∂t
Multiplicamos a primeira equação pelo vector E, enquanto que a segunda,
multiplicamos por H. Somando as equações que obteremos, resulta:
r
1 ∂E r
r 1 r r
[
ρ .E + j × H =
c
1 r
4π
]r 1 r
E.divE −
4π
r
H × rotH − [
× H (94)
4π c ∂t
]
Repare-se que o segundo membro não é simétrico em relação aos vectores do
campo. Para simetrizá-lo aplicaremos mais duas equações de Maxwell, a
r r r
r H E r 1 ∂H
saber: div H = 0 • (92) × − × rotE +
= 0 (93)
4π 4π c ∂t
r
H
À equação (95) multiplicamos por , enquanto que na lei de Faraday (96)
4πr
E
multiplicamos da a da esquerda por − .
4π
Ao somarmos as equações já transformadas (95) e (96) com a equação (94),
obteremos a forma simetrizada desta equação, isto é:
ρE+
r
c
[
1 r r
j×H =
1 r
4π
] r r r
[
E divE + HdivH −
1 r
4π
r r
] {[
r
E × rotE + H × rotH − ] [ ]}
r r
1 ∂E r r ∂H
− × H + E × (94)
4π ∂t ∂t
Para interpretar esta equação, é preciso estabelecer o significado físico do
r r
primeiro membro. Para tal, podemos substituir a expressão j = ρ .v e resulta;
r
ρE + [
1 r r r
] 1 r r
[
r 1 r r
]
j × H = ρ .E + ρ . v × H = ρ E + v × H (98) [ ]
c c c
Como se sabe, o primeiro aditivo é a força eléctrica, o segundo a força magnética
que actua sobre a carga unitária. Feita esta observação, concluímos que a
expressão (98) não é mais que a força electromagnética que actua sobre o volume
unitário.
Designaremos essa força por
r r 1 r r
f = ρE+ j×H
c
[ ] (99) (força específica)
Repare-se que os dois termos destacados na equação (97) admitem ser reduzidos
para uma derivada em relação ao tempo. Por isso, é conveniente introduzir o
r
vector g definido pela expressão:
r
g=
1 r r
4π c
E×H [ ] (100) ( densidade do impulso do campo electromagnético)
Dos aditivos restantes que apresentam uma grandeza vectorial, destacamos uma
só, por exemplo, a i-ésima componente que diz respeito ao campo eléctrico, e
escrevemos:
∂E j
)
r
Ti =
1
4π
Ei (
− eijk E j rotE k (101)
∂x j
Quanto a k componente de (rotE), esta também admite ser expressa em termos do
tensor ê , atendendo à definição:
r ∂E n
r r r
[ ]
rot E = ∇ × E e obtemos: rotE ( )k = e kmn
∂x m
(102)
1 ∂E j ∂E n
Ti E = Ei − eijk ekmn E j (103)
4π ∂x j ∂x m
Repare-se que aqui temos a contracção do tensor ê por índice k. Como se sabe,
essa contracção reduz-se à forma:
eijk e kmn = δ im δ jn − δ in δ jm (104)
1 ∂E j ∂E n ∂E n
Ti E = Ei + δ inδ jm E j − δ imδ jn E j =
4π ∂x j ∂x m ∂x m
1 ∂E j ∂E ∂E j
Ei + Ej i − Ej (102)
4π ∂x j ∂x j ∂xi
1442443
∂E j ∂E1 ∂E ∂E 1 ∂
Ej
∂xi ∂xi
+ E 2 2 + E3 3 =
= E1
∂xi ∂xi 2 ∂xi
(E12 + E 22 + E32 ) =
∂ E 2
∂ E 2
= . = .δ ij (103)
∂xi 2 ∂x j 2
Observe-se que os dois aditivos que destacámos na fórmula (105) correspondem
à derivada do produto. O terceiro aditivo admite ser especificado de acordo com
a expressão (108).
∂ 1 E2
Ti E = Ei .E j − δ ij (107)
∂x j 4π 2
Quanto ao campo magnético, este propõe a mesma estrutura:
∂ 1 H2
Ti H = H i .H j − δ ij (108)
∂x j 4π 2
Definimos o tensor de Maxwell T̂ pela expressão:
Ensino à Distância 177
1 E2 + H 2
Tij = Ei .E j + H i H j − δ ij (109)
4π 2
Atendendo à definição do tensor Maxwelliano das tensões (109), da soma das
expressões (107) e (108), reduz-se a fórmula:
∂Tij r v
Ti E + Ti H = (110) T = ∇Tˆ (111)
∂x j
Conjugamos (99), (100), (101) e (97) e resulta:
r r r
ˆ ∂g
f = ∇ •T − (112)
∂t
Integrando a expressão (112), por espaço inteiro, obtemos:
r ∂ r r
∫
V
fdV = − ∫ gdV + ∫ ∇.TˆdV
∂t V V
(113)
r ∂ r r
∫ fdV = − ∂t ∫ gdV + ∫ Tˆ nds
V V s
(115)
Dado que integramos por espaço inteiro, o ponto arbitrário de superfície S fica no
infinito. O campo electromagnético não existe no infinito e atendendo à definição
do tensor T, concluímos que o tensor T̂ ao infinito no ponto de S é igual a zero:
r
Tˆ
S
= 0 (116) ∫ Tˆ nds = 0 (117)
r ∂ r
∫ fdV + ∂t ∫ gdV = 0
V V
(118)
123
( ) r
Tˆ n i = Tij n j
Dado que cada um dos aditivos da expressão (115) possui o significado de força,
chegámos à conclusão de que Tij é i-ésima componente de força que actua
sobre área unitária, sendo aplicada ao longo do eixo j. Além disso, segundo (115)
podemos considerar o tensor de Maxwell como densidade de fluxo do impulso
do campo electromagnético.
Sumário
A densidade da carga eléctrica obtém-se pela fórmula:
1 r
ρ= divE (92)
4π
r
A força específica é dada por: f = ρ E +
r 1 r r
c
j×H[ ] (99)
(100)
1 E2 + H 2
Tij = Ei .E j + H i H j − δ ij (109)
4π 2
Atendendo à definição do tensor Maxwelliano das tensões (109), da soma das
expressões (107) e (108), reduz-se a fórmula:
∂Tij r v
Ti E + Ti H = (110) T = ∇Tˆ (111)
∂x j
Conjugamos (99), (100), (101) e (97) e resulta:
Ensino à Distância 179
r r r
∂g
f = ∇ • Tˆ − (112)
∂t
Integrando a expressão (112), por espaço inteiro, obtemos:
r ∂ r r
∫ fdV = − ∂t ∫ gdV + ∫ ∇.TˆdV
V V V
(110)
r
Tˆ
S
= 0 (116) ∫ Tˆ nds = 0 (117)
r ∂ r
∫
V
fdV + ∫ gdV = 0
∂t V
(118)
123
(Tˆ nr ) = T n
i ij j
dado que cada um dos aditivos da expressão (115) possui o significado de força.
Exercícios
3. g=
4πc
[
1 r r
]
E × H densidade do impulso do campo electromagnético.
Lição nº 5
Revisão da Unidade 4
Introdução
Chegamos ao fim da Unidade 4. Faça a revisão de toda a matéria sobre as
equações do campo electromagnético.
Tempo de estudo da
lição: 10:00 Horas
∫ E.n.ds = 4π ∫ ρ.dV
s V
(4)
[
d F = I dl × B ] (5)
De acordo com as experiências de Biot-Savart-Laplace, teremos:
dB =
[
I dl × r ] (6)
r3
Generalizando (6), chegamos à lei de corrente Total ou teorema sobre
circulação do campo magnético.
4π
Segundo este teorema, escrevemos: ∫ B.d l =
L
C ∫ j.n.ds
s
(7)
4π
onde é constante de proporcionalidade e j densidade de corrente.
C
Definimos a densidade de corrente de deslocamento j de acordo com a hipótese
de Maxwell:
1 ∂E
jd = (8)
C ∂t
O campo electrostático é criado por uma corrente nula.
4π 1 ∂ E
Ampére para o seu resultado final: Bd l = ∫ C ∫ j + 4π
∂t
n.ds (9)
L s
A lei de indução electromagnética escrevemos sob a sua forma integral:
1 ∂B
∫ Ed l = − C ∫ ∂t .n.ds
L S
(10)
Segundo dados experimentais, não existem cargas magnéticas, por isso, para o
fluxo magnético escrevemos: ∫ B.n.ds = 0
s
(11).
N.B. As equações (4), (9), (10) e (11) são básicas de Electrodinâmica do campo
electromagnético no vácuo.
4.1.3. Sistema de Equações de Maxwell. Manancial (fontes) de Campo.
As equações de Electrodinâmica constituem o sistema completo de Equações de
Maxwell. Ao caracterizar um campo em certos pontos do espaço, temos:
∫ E.n.ds = 4π ∫ ρdV
s V
(12) - lei de Gauss
1 ∂B
ε i = ∫ Ed l = −
C ∫S ∂t
.n.ds (14) - lei de Faraday
L
4π
j + 1 ∂ E .nds (15) - lei de Ampére
∫ Bd l = C ∫ 4π ∂t
L
Destacamos a equação (12) e transformemos o primeiro membro segundo o
teorema de Gauus:
r 1 ∂ϕ
div A + =0 (49)
c ∂t
Verifica-se que as equações de Maxwell permitem abordar as regularidades
relacionadas com processos energéticos. Para tal, escrevemos as equações de
Maxwell-Lorentz sob forma:
1 ∂B
rot E = − (60)
C ∂t
div B = 0 (61)
4π 1 ∂E
rot B = j+ (62)
C C ∂t
div E = 4πρ (63)
Rescrevemos a equação (60) sob a forma homogénea e na equação (62)
localizaremos a densidade de corrente j, então obtemos:
1 ∂B
0 = rot E + (64)
C ∂t
C 1 ∂E
j= rot B − (65).
4π 4π ∂t
E 2 + B2
w= (67) Energia do volume unitário (densidade de energia)
8π
O vector S definido pela expressão (74) chama-se vector de Poynting
(densidade do fluxo de energia).
S=
C
4π
[E×B ] (74)
Teorema de Poynting
Considerando um sistema finito e isolado, podemos escrever a equação (89) .
Segundo esta equação, a energia total do sistema isolado varia segundo:
(90)
dw
= − ∫ S .n.ds
dt s
r
r dK
Escrevemos segundo a lei da Mecânica: ∫ fdV = (119)
V
dt
K é impulso das partículas
r r
G = ∫ gdV (120)
V
r r
A conclusão fundamental é de que: K + G = const . (119 ) (lei de
conservação de impulso sob forma integral)
G - impulso do campo electromagnético
Chave de Correcções
1. A resposta de 1, é dada no próprio problema.
2. rot grad f = 0 .
3. O tensor maxwelliano é considerado como densidade de fluxo do impulso
do campo electromagnético.
Unidade nº5
Ondas Electromagnéticas
Introdução
Nesta Unidade, você vai estudar as Ondas electromagnéticas e, uma mais vez, vai
consolidar o conhecimento adquirido nos níveis básico e secundário. Vai tratar
de assuntos tais como: concepção de onda electromagnética, equação
ondulatória para as ondas electromagnéticas, Onda plana, Onda plana
Monocromática (senoidal), Polarização das ondas electromagnéticas,
Decomposição de um campo electrostático, Difracção, Zona de ondas, Fórmula
de Kirchhoff, Difracção de Fresnel e Difracção de Fraunhoffer.
Tempo de estudo da
Unidade: 10:00 Horas
Esta Unidade tem 6 lições, estando previstas: 1 lição com o tempo de estudo de
1:00 hora; 2 lições de 1h30min. e 3 lições de 2:00h. Este número de horas é um
indicativo para lhe ajudar a gerir melhor o seu tempo e é considerado suficiente
para você conseguir atingir os objectivos definidos no início de cada lição.
Ensino à Distância 187
Lição nº1
5.1.Concepção de Onda
Electromagnética
Introdução
Esta é a primeira lição da unidade 5. Por isso, é importante que você tenha a
concepção de Onda electromagnética. É necessário conhecer as propriedades
deste campo e deve conhecer também a equação ondulatória para as ondas
electromagnéticas.
Tempo de estudo da
Lição : 01:30 Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
- Campo electromagnético
- Intensidade do campo eléctrico e magnético.
Terminologia
5.1.1. Propriedades:
1) Este campo varia em função do tempo. Suponhamos, por exemplo,
∂H
que, H = const , isto é, = 0 (5)
∂t
Conjugamos (5) com as equações de Maxwell para E, obteremos:
∂E
Por analogia, sendo = 0 concluímos que H=0. Essa conclusão
∂t
∂E
contradiz ao facto de que ≠ 0 (o campo eléctrico varia com o
∂t
tempo).
E≠ f r() (8)
Ensino à Distância 189
∂H
Ao conjugar (8) com (1), logo resulta = 0 (9)
∂t
É óbvio que a suposição (8) contradiz a primeira propriedade deste
campo, segundo a qual o campo varia com o tempo. É por isso que a
suposição (8), assim como o seu homólogo H ≠ f r são falsas.()
Consequentemente, a solução d as equações (1)-(4) não só dependem do
tempo, mas também variam no espaço.
1 ∂A
Nestas condições, E = − , H = rotA . (10)
c ∂t
Substituindo estas expressões em (3) teremos:
1 ∂2 A
rotrotA = − ∆A + graddivA = − (11)
c 2 ∂t 2
Em particular, pode-se escolher o potencial da onda electromagnética de forma
que
divA = 0 (12)
A equação (11) toma agora a forma:
1 ∂2 A
∆A − = 0 (13)
c 2 ∂t 2
Esta é a equação que determina o potencial das ondas electromagnéticas. Ela
denomina-se equação D´Alembert (ou equação de Onda).
Às vezes a equação de Onda escreve-se sob a forma
∂2 1 ∂2
A=0 onde =− = ∆ − e é chamada
∂xi ∂x i c 2 ∂t 2
operador D´Alembert
Repare que esta é equação diferencial em derivadas de 2ª ordem. Por
isso, precisamos de transformar as equações de Maxwell para a
forma correspondente ao sistema de propagação das ondas.
Considerando um caso geral, achamos que a substância seja
isotrópica, homogénea e não manifesta dispersão. Olhando para
além das condições substanciais da lei de Ohm, obtemos:
D = ε .E e B = µ .H (14)
j =σE (15)
Atendendo às condições (14) e (15) e dado que se trata do campo
electromagnético na ausência de cargas, ρ = 0 , escrevemos o
sistema das equações de Maxwell como se segue:
µ ∂H
rot E = − (16)
c ∂t
div H = 0 (17)
4π ε ∂E
rot H = σE+ (18)
c c ∂t
div E = 0 (19)
Aplicando para (16) o operador rot enquanto que derivamos (18) em
relação ao tempo e assim teremos:
µ ∂
rotrot E = − rot H (20)
c ∂t
∂ 4π ∂ E ε ∂ 2 E
rot H = σ + (21)
∂t c ∂t c ∂t 2
Como se sabe, há identidade
rotrot E = graddiv E − ∇ 2 E
Segundo a equação de Maxwell (19) decorre:
4πµσ ∂ E εµ ∂ 2 E
− ∇2 E = − − (23)
c 2 ∂t c 2 ∂t 2
Daqui temos:
εµ ∂ 2 E 4πµσ ∂ E
∇2 E − = (24)
c 2
∂t 2
c 2 ∂t
Ensino à Distância 191
εµ ∂ 2 H 4πµσ ∂ H
∇2 H − = (25)
c 2
∂t 2
c 2 ∂t
Repare-se que as equações (12) e (25) possuem de facto a estrutura
de equação ondulatória.
No entanto, os segundos membros contêm as derivadas de 1ª ordem.
Essas formas só não se anulam para a substância condutora.
É de sublinhar que esses termos permitem interpretar os dois efeitos
fundamentais da substância:
1) Efeito pelicular (onda electromagnética revela a penetração finita
para dentro da substância condutora)
2) Absorção das ondas electromagnéticas
εµ ∂ 2 E
∇2 E − = 0 (26)
c 2 ∂t 2
εµ ∂ 2 H
∇2 H − = 0 (27)
c 2 ∂t 2
Substituindo os parâmetros substanciais do vácuo, nomeadamente:
ε = 1,..µ = 1 chegaremos às equações ondulatórias que se referem à propagação
de Onda no vácuo.
São de sublinhar as seguintes observações:
c
1) A velocidade de propagação da Onda é dada por v = (28)
εµ
Atendendo à definição (28), escrevemos equações diferenciais de
onda sob a forma
1 ∂ 2 E 4πµσ ∂ E
∇2 E − = e
v 2 ∂t 2 c 2 ∂t
1 ∂ 2 H 4πµσ ∂ H
∇2 H − 2 =
v ∂t 2 c 2 ∂t
2) Precisamos de acrescentar as condições de fronteira, assim como as
condições iniciais para que seja possível resolver as equações
ondulatórias.
Sabe-se que a descrição mais conveniente do campo admite ser dada em termos
de potenciais electrodinâmicos. Por sua vez, estes resultam das equações de
D´Alembert.
Limitamo-nos a considerar o caso mais prático que se refere à baixa
condutibilidade ou substância dieléctrica.
εµ ∂ 2 A 1 ∂2 E
∇2 A − =0 ou seja ∇2 E − =0 e
c 2 ∂t 2 v 2 ∂t 2
1 ∂2 H
∇2 H − 2 =0
v ∂t 2
εµ ∂ 2 ϕ
∇ 2ϕ − =0
c 2 ∂t 2
Sumário
Onda electromagnética é todo o campo que aparece longe de cargas e longe de
correntes. Uma conclusão fundamental das equações de Maxwell diz respeito à
existência do campo electromagnético mesmo que estivessem ausentes as fontes
do campo, tais como: cargas livres e corrente de condução.
As equações de Maxwell-Lorentz admitem ser reduzidas para as formas:
1 ∂H
rotE = − , (1)
c ∂t
divH = 0 (2)
1 ∂E
rotH = , (3)
c ∂t
divE = 0 (4)
∂H
Portanto ≠ 0 (o campo magnético varia com o tempo).
∂t
A segunda propriedade é de que este campo electromagnético varia em função
das coordenadas.
E≠ f r () (8)
A terceira propriedade decorre das equações (1) e (3). Segundo estas a fonte do
campo eléctrico circular é campo magnético variável, ao passo que o campo
eléctrico variável é responsável pela geração do campo magnético, segundo a
equação (3).
A equação (11) toma agora a forma:
Ensino à Distância 193
1 ∂2 A
∆A − = 0 (13)
c 2 ∂t 2
Esta é a equação que determina o potencial das ondas electromagnéticas. Ela
denomina-se equação D´Alembert (ou equação de Onda).
Às vezes, a equação de onda escreve-se sob a forma:
∂2 1 ∂2
A=0 onde = = ∆ − e é chamada
∂xi ∂x i c 2 ∂t 2
operador D´Alembert
Deduzindo a equação correspondente à intensidade do campo magnético,
obtemos assim:
εµ ∂ 2 H 4πµσ ∂ H
∇2 H − = (25)
c 2
∂t 2
c 2 ∂t
As equações ondulatórias respeitantes às substâncias dieléctricas, são:
εµ ∂ 2 E
∇2 E − = 0 (26)
c 2 ∂t 2
εµ ∂ 2 H
∇2 H − = 0 (27)
c 2 ∂t 2
As equações diferenciais de onda, apresentam-se sob as formas
1 ∂ 2 E 4πµσ ∂ E
∇2 E − = e
v 2 ∂t 2 c 2 ∂t
1 ∂ 2 H 4πµσ ∂ H
∇2 H − 2 =
v ∂t 2 c 2 ∂t
Precisamos de acrescentar as condições de fronteira, assim como as condições
iniciais para que seja possível resolver as equações ondulatórias.
Exercícios
Chave de Correcções
1 . A resposta está no próprio exercício
2. idem
1 ∂2H
∆A + =0 (13)
c 2 ∂t 2
Às vezes, a equação de onda escreve-se sob a forma:
∂2 1 ∂2
□A=0, onde □ = − =∆+ 2 2 é chamada operador
∂xi ∂x i c ∂t
D´Alembert
8.
− 1
B z = [− kE 0 (kx − ωt )] = B 0 sen (kx − ωt ) sendo B0 = kE 0 / ω = E 0 / c
ω
r r r r r r
sen2 (kx − ωt ) + E 0 cos2 (kx − ωt )
2 2 2 2
E • B, E × B = E0 B0iˆ, E • E = E +E =E
y z 0
2
= E 0
r
b) B • B = B y + Bz = B0 cos 2 (kx − ωt ) + B0 sen 2 (kx − ωt ) = B0
2 2 2 2 2
Ensino à Distância 197
Lição nº2
5.3. ONDA PLANA
Introdução
Nesta lição, você vai fazer o estudo da onda plana e suas características; vai fazer
a dedução da forma geral da onda plana, partindo das equações ondulatórias
vistas na lição anterior.
Tempo de estudo da
lição: 02:00Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
- Onda plana;
- Superfície fásica;
- Velocidade fásica;
Terminologia
- Onda progressiva e onda transversal
Um exemplo prático das ondas electromagnéticas diz respeito a tal chamada onda
plana.
Onda plana é onda para a qual todas as grandezas características (componentes
dos vectores do campo, potenciais de densidade de energia, etc.) dependem de
uma só coordenada, por exemplo, X.
Vista essa definição e aplicando as equações ondulatórias precisamos deduzir a
forma geral de onda plana assim como as suas propriedades básicas. Para tal,
escrevemos as equações ondulatórias, considerando uma substância dieléctrica:
1 ∂2 A
∇2 A − = 0 (29)
v 2 ∂t 2
1 ∂ 2ϕ
∇ 2ϕ − = 0 (30)
v 2 ∂t 2
Sabe-se que os potenciais obedecem a certas condições de calibração. Além
disso, o campo é invariante perante a transformação de calibração.
Vista essa propriedade do campo, a calibração será ϕ = 0 (31)
Levando em conta a fórmula (31) concluímos que duas calibrações, de Lorentz e
de Landal conduzem ao mesmo resultado:
div A = 0 (32)
Quanto aos vectores do campo, escrevemos sob a forma:
1 ∂A
E=− (33)
c ∂t
1
H= rot A (34)
µ
Visto que se trata de onda plana, a condição de calibração reduz-se à fórmula:
∂Ax
= 0 (35)
∂x
Conjugamos a expressão (35) com a equação ondulatória que diz respeito à
componente Ax .
∂ 2 Ax ∂ 2 Ax
Dado que se anulam as derivadas , , de equação (29) resulta:
∂y 2 ∂z 2
∂ 2 Ax 1 ∂ 2 Ax 1 ∂ 2 Ax
− = 0 ⇒ = 0 (36)
∂x 2 v 2 ∂t 2 v 2 ∂t 2
Daí decorrem duas soluções fundamentais:
∂Ax
a) = const (37) b) Ax = 0 (38) apenas para o caso de onda plana.
∂t
Vista a relação (37) e conjugando-a com a (33), obtemos:
1 ∂Ax
Ex = − = const (39)
c ∂t
É de sublinhar que esta solução não faz sentido no que diz respeito à onda
electromagnética, uma vez que os vectores do campo nesta onda variam em
função das coordenadas. Consequentemente só a solução (38) pode corresponder
à onda electromagnética plana, daí obtemos as relações que se referem a essa
onda.
Ax = 0 e E x = 0 (40)
Quanto às componentes Ay e Az de equação ondulatória (29) decorrem duas
equações:
Ensino à Distância 199
∂ 2 Ay 1 ∂ Ay
2
− = 0 (41)
∂x 2 v 2 ∂t 2
∂ 2 Az 1 ∂ 2 Az
− 2 = 0 (42)
∂x 2 v ∂t 2
Repare-se que essas duas equações possuem a mesma estrutura, portanto é
suficiente considerar uma só equação, por exemplo, a (41).
∂ ∂ 1 (43)
Lˆ ± = ± .
∂x ∂t v
Atendendo às definições (43), reduzimos a equação (41) para a forma:
1) L̂ + Lˆ − A y = 0 (44)
2) Exemplo: Deduzir a solução geral de equação diferencial L̂ +
Lˆ − f = 0 (1’)
a. Introduzimos novas variáveis ξ e η definidas segundo as
relações :
x x
ξ =t− η =t+ (2’)
v v
∂ ∂ ∂ξ ∂ ∂η
= . + . (3’)
∂x ∂ξ ∂x ∂η ∂x
∂ ∂ξ ∂ ∂η ∂
= + (4’)
∂t ∂t ∂ξ ∂t ∂η
∂ξ 1 ∂ξ
=− , =1
∂x v ∂t
∂η 1 ∂η
= , =1 (5’)
∂x v ∂t
∂ 1 ∂ 1 ∂
=− + (6’)
∂x v ∂ξ v ∂η
∂ ∂ ∂
= + (7’)
∂t ∂ξ ∂η
1 ∂ ∂ 1 ∂ ∂
Lˆ ± = − + ± + (8’)
v ∂ξ ∂η v ∂ξ ∂η
1 ∂ 1 ∂ 1 ∂ 1 ∂ 2 ∂
Lˆ + = − + + + =
v ∂ξ v ∂η v ∂ξ v ∂η v ∂η
1 ∂ 1 ∂ 1 ∂ 1 ∂ 2 ∂
Lˆ − = − + − − =−
v ∂ξ v ∂η v ∂ξ v ∂η v ∂ξ
2 ∂
Lˆ + = (9’) 2 ∂ (10’)
v ∂η Lˆ − = −
v ∂ξ
Substituindo as equações (9’) e (10’) em (1’) e simplificando um
factor constante, teremos:
∂2 f ∂ ∂f
= 0 (11’), ou seja =0
∂η ∂ξ ∂η ∂ξ
Integrando (11’) em relação a η , teremos,
∂f
= ϕ (ξ ) (12’)
∂ξ
df = ϕ (ξ )dξ
Integrando a expressão (12’), obtemos:
x x
Az = Az t − + Az t + (46)
v v
É de salientar que os aditivos destas fórmulas são funções arbitrárias
e em geral diferentes.
É por isso que a quantidade das soluções é infinita. Para encontrar
uma solução, é preciso especificar as condições iniciais. Ao
satisfazê-las teremos uma única solução de equação de onda.
Ensino à Distância 201
1 ∂A y 1 ∂A y ∂ξ
Ey = − =− . (57)
c ∂t c ∂ξ ∂t
1 ∂Az 1 ∂Az ∂ξ
Ez = − =− . (58)
c ∂t c ∂ξ ∂t
∂ξ Derivando (49) obteremos:
=1
∂t
1 ∂Ay 1 ∂Az
Logo E x = 0 , E y = − e Ez = − (59)
c ∂t c ∂t
Quanto à intensidade do campo magnético, este decorre da equação
(34).
Rescrevemo-la sob a forma explicita:
ex e y ez
∂ ∂ ∂ ∂A ∂Ay ∂A ∂A
H = µ −1 rot A = µ −1 = µ −1 z − e x + µ −1 0 − z e y + µ −1 y − 0 e z
∂x ∂y ∂z ∂y ∂z ∂x ∂x
0 Ay Az
(60)
1 ∂Az 1 ∂Az ∂ξ
De (60) decorre: H x = 0 , H y = − =− ,
µ ∂x µ ∂ξ ∂x
1 ∂A y 1 ∂A y ∂ξ
Hz = = (61)
µ ∂x µ ∂ξ ∂x
∂ξ 1
Segundo (49) =− (62)
∂x v
Atendendo (3’), escrevemos as componentes do campo magnético sob a forma:
1 ∂Az 1 ∂Ay
Hx = 0, Hy = , Hz = − (63)
vµ ∂ξ vµ ∂ξ
Ensino à Distância 203
[ ]
H = α .E + β . n × E (69)
ex e y ez
[ ]
Dado que n × E = 1 0..0 = 0.e x + (− 1)e y .E z + e z .E y
0 Ey Ez
H y = α .E y − β .E z (70)
H zy = α .E z − β .E yz (71)
Substituindo (67) e (68), obtemos:
c
− E z = α .E y − β .E z (72)
vµ
c
E y = α .E z + β .E y (73)
vµ
Daqui temos:
c
α .E y − ( β . − ) E z = 0 (74)
vµ
c
(β . − ) E y + α .E z − = 0
vµ
Dado que se trata do sistema das equações lineares homogéneas, igualamos a
zero o seu determinante para que o sistema tenha soluções diferentes de zero. Por
isso, teremos:
c
α − β −
vµ
2
c
Det ≡ α + β −
2
= 0 (75),
c vµ
β− α
vµ
de (75) resulta:
α = 0
c (76)
β = vµ
Conjugando (76) com (69) obteremos daqui:
H=
c
vµ
n× E[ ] (77)
c
No entanto, a velocidade fásica é: v = (78)
εµ
H=
ε
µ
[ ]
.n× E (79)
εE 2
we = (81)
8π
µH 2
wm = (82)
8π
Ensino à Distância 205
H2 =
ε 2 2
µ
(2 ε
E n sen n, E = E 2
µ
) (83)
Vista a expressão (83) e conjugando-a com (82) para a densidade de energia para
o campo magnético temos:
1 ε εE 2
wm = .µ . E 2 = (84)
8π µ 8π
Comparando (84) com (81), obteremos como resultado que we = wm (85)
Segundo essa definição, numa onda electromagnética plana, a densidade de
energia do campo eléctrico é igual à densidade de energia do campo magnético.
Para aplicações, a densidade total de energia pode-se deduzir pelas formas:
εE 2 µH 2 µH ε ε .µ
w= = = .E = .E.H (86)
4π 4π 4π µ 4π
A última propriedade, referimos ao vector de Poynting, ou seja, vector
responsável pela densidade do fluxo de energia; segundo a sua definição seria:
S=
c
4π
[
E×H ] (87)
S=
c
4π
ε
µ
[ [ ]
. E × n× E (88)
[ [ ] ( ) ( )
. A × B × C = B AC − C A B
Transformamos (88) para a forma:
S=
c
4π µ
[
ε 2
( )]
. E n − E nE (89)
Visto que o segundo aditivo se anula, uma vez que se trata de onda transversal,
de (89), obtemos:
c ε 2 v εµ ε 2 vεE 2
S= .E .n = . .E .n = .n = vwn (90)
4π µ 4π µ 4π
∂ 2 Ax ∂ 2 Ax
Dado que se anulam as derivadas , , da equação (29) resulta:
∂y 2 ∂z 2
∂ 2 Ax 1 ∂ 2 Ax 1 ∂ 2 Ax
− = 0 ⇒ =0
∂x 2 v 2 ∂t 2 v 2 ∂t 2
Definição: Todos os pontos do espaço correspondentes à mesma fase de onda
criam a tal chamada superfície fásica ou superfície de fase constante.
Suponhamos que essa fase seja igual a ξ 0 . Substituindo ξ por ξ 0 em (49),
teremos:
x
t − = ξ0 .Isto implica que x = v.(t − ξ 0 )
v
H=
ε
µ
[ ]
.n× E (79)
εE 2
we =
8π
µH 2
wm =
8π
Para aplicações, a densidade total de energia, pode ser expressa pelas formas:
Ensino à Distância 207
εE 2 µH 2 µH ε ε .µ
w= = = .E = .E.H
4π 4π 4π µ 4π
A última propriedade, referimos ao vector de Poynting ou seja, vector
responsável pela densidade do fluxo de energia; segundo a sua definição seria:
S=
c
4π
[
E×H ]
Excluímos H sob a fórmula (79)
S=
c
4π
ε
µ
[ [ ]
. E × n× E
Exercícios
Exercícios x
3. Demonstre que a função arbitrária de estrutura f = f t ± , éa
c
∂2 f 1 ∂2 f
solução da equação ondulatória − =0
∂x 2 v 2 ∂t 2
[ ]
4. Considerando a decomposição: E = a.H + b. n × H e achando que
se trata de onda plana, determine os coeficientes a, b e expresse o vector
E em termos de H.
Chave de Correcções
1. Onda plana é onda para a qual todas as grandezas características
(componentes dos vectores do campo, os potenciais de densidade de energia,
etc.) dependem de uma só coordenada, por exemplo, X.
∂ 2 Ax 1 ∂ 2 Ax
Equação de onda plana: − 2 =0
∂x 2 v ∂t 2
2.Todos os pontos do espaço correspondentes à mesma fase de onda, criam a
tal chamada superfície fásica ou superfície de fase constante. A superfície
fásica é um plano perpendicular ao eixo X.
1. A solução está no próprio exercício;
2. Use a decomposição do vector H (veja a transformação feita da equação
69 a 79).
Lição nº3
5.4. Onda Plana Monocromática (senoidal).
Polarização das Ondas Electromagnéticas
Introdução
Nesta lição você vai estudar a onda plana monocromática. Você vai perceber que
uma onda monocromática representa um caso particular muito importante de
ondas electromagnéticas. Também poderá aprender nesta lição, a polarização das
ondas electromagnéticas.
Tempo de estudo da
lição: 02:00Horas
- Onda monocromática;
- Vector de onda e número de onda;
- Vector de Poynting;
Terminologia
- Densidade de energia;
- Polarização das ondas electromagnéticas.
εµ ∂ 2 E εµ ∂ 2 H
∇2 E − =0 (92) ∇2 H − = 0 (93)
c 2 ∂t 2 c 2 ∂t 2
( ) ()
E r , t = E r .e − iωt (96 ) e ( ) ()
H r , t = H r .e − iωt (97 )
Sublinhe-se que há lugar para oscilações temporais do campo com uma só
frequência ω . É por isso que as ondas que variam durante o tempo segundo as
relações (96) e (97), denominam-se ondas monocromáticas.
Substituindo as fórmulas supostas de solução (96) e (97) em equações (92) e
(93), obteremos as equações correspondentes à variação espacial de onda
monocromática.
Derivando em relação ao tempo, obteremos o factor − ω 2 . e simplificando além
disso a função eiωt , chegamos às equações:
()
∇2 E r + ω 2
εµ
c 2
()
E r = 0 (98) ()
∇2 H r + ω 2
εµ
c2
()
H r =0 (99)
Segundo a classificação geral, as equações (98) e (99) chamam-se Equações de
Helmholtz.
Consequentemente, a onda monocromática varia no espaço conforme as
equações de Helmholtz.
Para resolver essas equações é preciso especificar as condições de fronteira.
Ao satisfazer estas condições, obteremos as condições de propagação das ondas
monocromáticas dessas frequências ω , aplicando essas equações para um
sistema isotrópico, homogéneo e não limitado.
Visto que os vectores do campo não tendem para o infinito, procuraremos as
soluções das equações de Helmholtz dadas pelas formas:
()
E r = E 0 .e −i k r (100 ) e ()
H r = H 0 .e − i k r (101)
É de realçar que estas expressões E 0 e H 0 são amplitudes, em geral,
complexas.
2π
Atendendo à expressão que diz respeito à frequência ω : ω = de (105),
T
2π
obteremos K = (106 )
Tv
2π No entanto, o produto T .v = λ não é mais que o
K= (107 )
λ espaço percorrido durante um período, isto é, é o
comprimento de onda.
Consequentemente, o número de onda K, é inversamente proporcional ao
comprimento de onda λ .
Conjugamos (100) e (101) com (96) e (97) e, por este meio obteremos, as
chamadas equações de onda monocromática:
( )
E r , t = E 0 .e i (k .r −ω t ). (108)
H (r , t ) = H .e (
0
)
i k .r −ω t .
(109)
Do mesmo modo, para a onda plana, podemos definir fase de onda como
argumento de funções trigonométricas. Portanto, para a fase da onda
monocromática escrevemos:
k.r − ω t = φ (110)
Da equação (110), resulta que temos uma superfície fásica dada sob a forma
linear em função das coordenadas.
É de sublinhar que os coeficientes são componentes do vector paralelo ao vector
normal, consequentemente, a onda monocromática (108) e (109) é plana e o
vector K é normal à superfície de fase constante (110). Consequentemente, o
sentido do vector de onda determina o sentido de propagação de onda plana
monocromática.
Quanto às expressões (108) e (109) é preciso fazer uma observação.
Para lidar com essas grandezas é preciso destacar as partes reais d (108) e (109).
( ) [
E r , t = Re E .e i (ωt − k .r ) ]
( ) [ ]
0
H r , t = Re H 0 .e i (ωt −k .r )
(b 1
2
) 2
− b2 + 2ib1 .b2 .e − 2 iα = E 0 .e − 2 iα
2
(114 )
b 2 − b 2 = E 2
(115)
1 2 0
2ib .b = 0
1 2 (116)
( ) ( ) ( ) π
E r r , t = Re E r , t = b1 cos ωt − k .r − α + b2 cos ωt − k .r − α +
2
(118 )
Daí concluímos que uma onda electromagnética monocromática e plana, admite
ser reduzida para duas ondas monocromáticas planas da mesma frequência.
No entanto, as oscilações relacionadas com algumas destas, são perpendiculares
às que se referem a outra.
É de sublinhar que esta decomposição mantém-se estável durante o tempo.
Suponhamos que se realizam as condições sob as quais b2 = 0 , a equação (118)
reduz-se a fórmula:
b2 = 0; ( ) (
E r r ,t = b1 cos ω .t − k .r − α ) (119 )
Fig.5.1
Sumário
As ondas em que o campo é uma simples função periódica do tempo representam
um caso particular muito importante de ondas electromagnéticas denominadas
monocromáticas. Todas as grandezas (potenciais, componentes do campo)
numa onda monocromática dependem do tempo, mediante um factor da forma
cos(ω t + α ) , onde ω é a frequência cíclica (ou simplesmente frequência ou
pulsação) da onda.
Assim como a onda arbitrária, onda monocromática obedece às equações de onda
que escrevemos sob as formas:
εµ ∂ 2 E εµ ∂ 2 H
∇2 E − =0 (92) ∇2 H − = 0 (93)
c 2 ∂t 2 c 2 ∂t 2
( ) ()
E r , t = E r .e − iωt (96 ) e ( ) ()
H r , t = H r .e − iωt (97 )
Segundo a classificação geral, as equações (98) e (99) chamam-se Equações de
Helmholtz.
()
∇2 E r + ω 2
εµ
c2
()
E r = 0 (98) ()
∇2 H r + ω 2
εµ
c2
()
H r =0 (99)
Consequentemente, a onda monocromática varia no espaço conforme as
equações de Helmholtz.
As equações de onda monocromática são dadas pelas seguintes expressões:
( )
E r , t = E 0 .e i (k .r −ω t ). (108)
H (r , t ) = H .e (
0
)
i k .r −ω t .
(109)
A propriedade de que existem sentidos seleccionados no plano perpendicular ao
sentido de propagação de onda chama-se polarização da onda.
Ensino à Distância 215
Exercícios
Chave de Correcções
1. As ondas em que o campo é uma simples função periódica do tempo
representam um caso particular muito importante de ondas electromagnéticas
denominadas monocromáticas. Todas as grandezas (potenciais, componentes do
campo) numa onda monocromática dependem do tempo mediante um factor da
forma cos(ω t + α ) , onde ω é a frequência cíclica (ou simplesmente frequência
ou pulsação) da onda.
As equações de onda monocromática são dadas pelas seguintes expressões:
( )
E r , t = E 0 .e i (k .r −ω t ).
H (r , t ) = H .e (
0
)
i k .r −ω t .
Introdução
Nesta lição, você vai estudar o fenómeno de difracção das ondas
electromagnéticas (difracção de Fresnel e Fraunhoffer). Vai ver os postulados do
princípio de Huygens-Fresnell e vai deduzir também a fórmula de Kirchhoff que
permite calcular a amplitude que faz efeito no ponto de observação para a onda
plana.
Tempo de estudo de
lição: 02:00Hora
- difracção;
- Zona de difracção
Terminologia
Entretanto, dada a quantidade enorme das versões dos écrans assim como das
suas posições, é óbvio que este caminho, por mais simples que seja não conduz
ao resultado, devido às dificuldades matemáticas.
É por isso que se pretende elaborar um método aproximado de tratar o fenómeno
de difracção.
1º postulado Huygens diz: todos os pontos atingidos pela onda admitem ser
considerados como fontes da onda secundária gerada pela onda incidente (ou
inicial). Este postulado, entretanto, só permite tratar de questões de forma
instantânea de superfície fásica e não diz respeito ao efeito que faz no ponto de
observação. Para prever essa acção, aplica-se mais um postulado (Fresnel).
2º postulado: ondas secundárias são coerentes e o efeito que essas criam no
ponto de observação reduz-se à interferência (somatório) das ondas secundárias
coerentes.
Fig.5.2
e iKR .
dU p ∝ e iKR (128 )
O elemento dA é infinitesimal e, dessa forma, a amplitude de onda secundária
vem sendo inversamente proporcional à distância percorrida, consequentemente:
dU s
dU p ∝ (129) .
R
U iKR
U p = a∫ e dAn (132 ) ⇒ Fórmula de Kirschhoff
A
R
2. A constante “a” não depende das particularidades do sistema que faz o efeito
de difracção. Por isso, é suficiente calcular esse coeficiente para um caso
concreto.
Exemplo:
Resolução:
Dados:
u ( x ) = A0 .e ikx
P = (L,0,0)
Segundo uma das observações, na qualidade de
____________
up −?
superfície A, é conveniente escolher a superfície fásica, isto é, o plano que
atravessa o ponto X=0.
e ikR
u p = a∫ .u.dAn mas dAn = ρdρ .dβ ; u = u(x ) = A0 e
A
R x=0
R = L2 + ρ 2
∞ L2 + ρ 2 2π ∞ L2 + ρ 2
e ik .ρdρ e ik .ρdρ
Assim: u p = a. A0 ∫ ∫ dβ = 2πaA ∫
0 fazendo
0 L +ρ
2 2
0 0 L + ρ2
2
e (ik − x )ξ ∞
∞
e ikL − xL 2πa 2πaiA0 e ikL
u p = 2πaA0 . lim ∫ e ikξ − xξ dξ = 2πaA0 lim = 2πaA0 lim − = − A0 e ikL =
L
ik − x L ik − x ik k
2πaiA0 e ikL
up = .
k
u p = u(x ) = Ao .e ikL
x=L
2πaiA0 e ikL
Segundo o método de Kirchhoff: u p = e igualando as duas últimas
k
k
expressões, para o coeficiente ´´a´´, teremos: a = e, conjugando esta com a
2πi
k e ikR
2π .i ∫A R
primeira, obteremos a fórmula mais prática de Kirchhoff: u p = .u.dAn
Figura5.3:
5.7.Difracção de Fresnel
Em geral, a imagem de difracção depende de vários factores, tais como, forma
geométrica dos obstáculos e das aberturas, posições espaciais dos écrans, é por
isso que não existem relações mais gerais que formula Kirchhoff.
Entretanto, podemos classificar os fenómenos de disfarçam destacando dois
tipos básicos de difracção:
Ensino à Distância 221
Difracção de Fresnel
Difracção de Fraunhofer
Sob certas condições no ponto de observação, terá lugar a sobreposição ou
somatório dos raios convergentes. Neste caso, a difracção observada chama-se
difracção de Fresnel.
Dado que os raios convergentes correspondem à onda esférica, a difracção de
Fresnel é difracção de ondas esféricas.
Visto que se trata de raios convergentes, a imagem de difracção fica em distância
finita de écrans.
Sob outras condições, terá lugar o somatório dos raios paralelos. A este tio de
difracção, chama-se difracção de Fraunhofer.
Visto que a superfície fásica para os raios paralelos, é um plano (transversal aos
raios), a difracção se diz difracção de Fraunhofer, ou seja, difracção de ondas
planas.
Observando a imagem de difracção de Fraunhofer, fica ao infinito, por isso, para
observar essa difracção é preciso focalizar as ondas secundárias por via de lentes,
antenas, etc..
Como exemplo de difracção de Fresnel, consideraremos a difracção feita pela
abertura circular de raio R=a. Este exemplo é importante para aplicações ópticas
para os objectivos da radiolocalização.
Fig.5.4
Segundo o método de Kirchhoff, a acção resultante que se observa no ponto P é
k e ikR
2π .i ∫A R
dada pela expressão: u p = u.dAn (133)
u = u(x ) (135)
A x=0
u ( x ) = A0 .e ikx (136)
u = A0 (137) ,
A
dA (0, ρ cos β , ρ .senβ ) (138)
y = r cos α ; α = 0 e z = 0
P ( L, r , 0 ) (139) ⇒
z = rsenα ; α = 0; e y = r
{
⇒ R = L2 + (r − ρ . cos β ) + ρ 2 sen 2 β
2
}1 / 2 {
= L2 − 2 rρ cos β + r 2 + ρ 2 }1 / 2
1 1
≈
R L
Suplemento matemático:
A função de Bessel de ordem zero é definida pela sua representação integral:
2π
1
J 0 (z ) = ∫e
−iz cos β
dβ (S1)
2π 0
A função de ordem arbitrária n podemos também definir pela sua expansão por
J n (z ) = ∑
(
∞
− 1) z
m n+ 2m
2 2n + 1 1
J n (z ) ≈ cos z − π + 0. 3 / 2 (S4) Z >> 1
π .z 4 z
Atendendo à fórmula (S1), reduzimos a expressão (144) para a fórmula:
r2 ikρ 2
kA ik L + 2 L R krρ
u p = 0 .e .∫ ρ .e 2 L Y0 .dρ (145)
i.L 0 L
Consideraremos um caso especial e mais simples que se refere ao ponto de
observação pertencente ao eixo x: r =0 (146) P ∈ OX
Substituindo (146) em (145) e vista a expansão (134) de que J 0 (0 ) = 1 ,
ikρ . z
kA0 ikL R
up = .e ∫ ρ.e 2 L dρ (147)
i.L 0
2 4
1z 1z
∗ J 0 ( z ) ≈ 1 − . + + .....
1 2 42
para integrar (147), reescrevemo-la de modo seguinte:
up = .e ∫ e dρ 2 1
(148). Recorde que ∫ e αx dx = e αx . Assim,
2.i.L 0 α
integrando, teremos:
2 A0 ikL 1 2 L
ikρ 2 iKR 2
kA0 ikL 2 L R
up = .e .e 2L
= e . e − 1 (149)
2.i.L ik 0 2i i
ikR
2
R2
2 A0 ik L + 4 L kR 2
up = .e .sen (151)
i 4L
Para interpretar esse resultado, aproveitamos o facto de que a intensidade é
proporcional ao quadrado do módulo de amplitude.
Atendendo a essa observação, para a intensidade no ponto de observação P,
obtém-se:
2 kR 2
I p = γ .u p = γ .4 A0 sen 2
2
4L
Visto que A0 é a amplitude de onda incidente, teremos a relação: γ . A0 = I 0
2
kR 2
Portanto, finalizamos escrevendo: I p = 4 I 0 sen 2 (152)
4L
kR 2
Repare-se que este resultado contém um factor oscilante, a saber: sen 2 ,é
4L
por isso que I p varia ao longo do eixo X percorrendo os seus valores máximos e
mínimos.
A consideração das observações de I p revela os desvios em relação à
propagação rectilínea ou seja, a difracção.
As condições para observar máximos e mínimos resultam dos problemas a
seguir:
Exemplo: estabelecer as condições para observar os máximos de difracção de
Fresnel em pontos do eixo X.
Para observar os máximos:
kR 2
sen 2 =1 (1)
4L
= 4I 0
max
Ip (2)
L0 kR 2
Lm = (5), L0 = (6)
2m + 1 2π
Note-se que essa coordenada (L) diminui com o aumento de m, portanto o
número m não pode tender ao infinito, partindo do princípio de que a partir de
um certo valor de m o ponto de observação deixa de pertencer à zona de onda e,
logo, deixa de ser válida a lei de Kirchhoff.
Fig. 5.5
Ensino à Distância 225
Repare-se que a onda incidente focaliza-se atravessando essa abertura. É por isso
que o fenómeno usa-se para concentrar as ondas electromagnéticas.
Os dispositivos correspondentes chamam-se lâmina zonal e Lâmina de Segre.
Há dispositivos correspondentes para as ondas luminosas infra-vermelhas,
microondas, assim por diante.
∗ para r ≠ 0 , a imagem de difracção consiste dos anéis concêntricos.
Para calcular o raio do anel é preciso considerar a expressão S2.
Sumário
Com o aumento de comprimento de onda, observam-se os desvios de propagação
rectilínea ou perturbações das leis da óptica geométrica.
Todos os fenómenos relacionados com esses desvios que acompanham a
propagação num sistema heterogéneo correspondem ao efeito chamado
difracção.
A teoria aproximada baseia-se no princípio de Huygens-Fresnell. Este consiste
de dois postulados:
O 1º postulado Huygens diz: todos os pontos atingidos pela onda admitem ser
considerados como fontes da onda secundária gerada pela onda incidente (ou
inicial). Este postulado, entretanto, só permite tratar questões de forma
instantânea de superfície fásica e não diz respeito ao efeito que faz no ponto de
observação. Para prever essa acção aplica-se mais um postulado (Fresnel).
U iKR
U p = a∫ e dAn (132 ) ⇒ Fórmula de Kirschhoff
A
R
Exercícios
Chave de Correcções
1. Para observar os mínimos:
kR 2
sen 2 = 0 (1) Ip
min
=0 (2)
4L
kR 2
A solução da equação (1), é: = mπ (3) m=0,1,2,3,........
4L
Da expressão (3), obteremos X coordenadas dos pontos em que se observa o
mínimo da difracção:
kR 2 L0 kR 2
L= (4) Lm = (5), L0 = (6)
4mπ m 4π
R8
2 A ik L + 4 L kR 8
2. u p = 0 .e .sen
i 4L
Lição nº5
5.8.Difracção de Fraunhofer
Introdução
Nesta lição, você vai estudar a difracção de Fraunhofer e deduzir a equação da
intensidade do campo electromagnético nos pontos arbitrários do espaço na
difracção de Fraunhofer.
Tempo de estudo de
lição: 01:30Hora
Ao completar esta lição, você será capaz de:
Fig.5.6
Dado que o ponto P pertence à zona de ondas, a acção resultante vem sendo
determinada pela fórmula de Kirchhoff.
Ensino à Distância 229
k e ikR
2π .i ∫A R
up = u.dAn (153)
1/ 2
r 2 2 R r
R= [R + r
2
0
2
− 2 R0 r ]
1/ 2
= R0 1 + 2 − 02 (156)
R0 R0
Dado que se considera a difracção de Fraunhofer, os vectores R 0 e R são quase
paralelos, por isso R0 >> r (157).
Vista a condição (157), podemos considerar a expansão da fórmula (156),
incluindo só os termos lineares,
r2 R0 r R
R ≈ R0 1 + − ≈ R0 − 0 r (158)
2
R0 R0
2 2
R0
r2 R0
2
→0 e =1
2 R0 R0
R0
n= (159)
R0
Este vector determina o sentido de propagação das ondas desviadas para o ponto
P.
Vista a definição (159), acabamos por escrever:
R ≈ R0 − n r (160)
1
Substituindo R na fórmula (153), é preciso tomar em conta que é uma função
R
gradual, por isso, podemos aproveitar a expressão:
1 1
≈ (161)
R R0
Além disso, introduzimos o vector de onda K definindo-o da seguinte maneira:
k = Kn (162)
Atendendo a (161) e (162) e vistas as expressões (154) e (160), transformemos a
integral de Kirchhoff (153) para a forma:
k
up = e ikRo ∫ e −i k r o u.dydz (163)
2π .i.R0 A
u.......r ∈ A
()
ur = (164)
0.......r ∉ A
Vista a definição (164) podemos alargar a integração para o plano inteiro yoz,
resultando assim: u p =
k
2π .i.R0
()
e ikRo ∫ e − i k r o u r .dydz (165)
A
..........
144 ..........
244 .......
3
()
Localizaremos a transformação de Fourier u k . Para isso, multiplicaremos
(166) pela função e − i k ' r e integramos pelo plano yoz:
∫ u (r ).e ()
dk y dk z ∫ e i (k − k ' )r u k dydz
1
∫
−i k 'r
dydz = (167)
2π
( ) dydz = (2π )2 δ (k − k ')
∫e
− k −k ' r
(168)
()
u k' =
1
2π ∫
()
u r .e −i k ' r dydz (170)
up =
k ikR0
iR 0
e .u k () (171)
()
Quanto ao significado de u k , é conveniente calcular a intensidade total de
onda incidente. Sabe-se que esta é proporcional ao quadrado do módulo de
amplitude.
Normalizamos a amplitude de modo a que esse coeficiente seja igual a 1,
consequentemente a intensidade de onda será:
()
I = ∫ u r dydz
2
(172)
()
u r excluímos segundo a fórmula (166), por isso, teremos:
I=
1
(2π )2 ∫
() ( )
u k .∗ u k ' dk y dk z dk ' y dk ' z .e i (k − k ' )dydz (173)
..........
142........43
() ( ) (
∗
)
I = ∫ u k .u k ' .δ k − k ' dk y dk z dk ' y dk ' z (174)
2
I = ∫ u (k ) .dk y dk z (175)
() 2
dI = u k dk y dk z (176)
.........
123
Sumário
Suponhamos que a onda plana se propaga ao longo do eixo X e sofre difracção
de Fraunhofer atravessando uma abertura no écran plano coincidente YoZ.
Dado que o ponto P pertence à zona de ondas, a acção resultante vem sendo
determinada pela fórmula de Kirchhoff.
k e ikR
2π .i ∫A R
up = u.dAn
()
Quanto ao significado de u k é conveniente calcular a intensidade total de onda
incidente. Sabe-se esta é proporcional ao quadrado do módulo de amplitude.
Normalizamos a amplitude de modo que esse coeficiente seja igual a 1,
consequentemente, a intensidade de onda será:
() 2
I = ∫ u r dydz
dI = u (k ) dk dk
2
y z (176)
.........
123
Exercícios
b) Estabeleça as equações
correspondentes aos mínimos e
máximos.
Chave de Soluções
ak
1.a) Para a condição dos mínimos : senθy = πm m = (± 1; ± 2 ) Ip = 0 min . ou seja :
2
bk
senθz = πn n = (± 1; ± 2 ) Ip = 0 min .
2
Lição nº 6
Revisão da Unidade 5
Introdução
Chegamos ao fim da Unidade 5. Agora você vai fazer revisão de toda a matéria
sobre as equações do campo electromagnético.
Tempo de estudo da
lição: 10:00 Horas
µ ∂H
rot E = − (16)
c ∂t
div H = 0 (17)
4π ε ∂E
rot H = σE+ (18)
c c ∂t
div E = 0 (19)
As equações ondulatórias respectivas às substâncias dieléctricas:
εµ ∂ 2 E
∇2 E − = 0 (26)
c 2 ∂t 2
εµ ∂ 2 H
∇2 H − = 0 (27)
c 2 ∂t 2
As equações ondulatórias respectivas aos potenciais electromagnéticos:
εµ ∂2 A 1 ∂2 E
∇2 A − =0 ou seja ∇2 E − =0 e
c2 ∂t 2 v 2 ∂t 2
1 ∂2 H
∇2 H − 2 =0
v ∂t 2
εµ ∂ 2 ϕ
∇2ϕ − =0
c 2 ∂t 2
Onda plana é onda para a qual todas as grandezas características (componentes
dos vectores do campo, os potenciais densidade de energia, etc.) dependem de
uma só coordenada, por exemplo, X.
Considerando equações ondulatórias para uma substância dieléctrica:
1 ∂2 A
∇2 A − = 0 (29)
v 2 ∂t 2
1 ∂ 2ϕ
∇ 2ϕ − = 0 (30)
v 2 ∂t 2
A densidade de energia do campo electromagnético é:
w ≡ we + wm (80)
εE 2
we = (81)
8π
µH 2
wm = (82)
8π
S = v.w.n , (91) v - velocidade fásica.
As ondas em que o campo é uma simples função periódica do tempo representam
um caso particular muito importante de ondas electromagnéticas denominadas
monocromáticas.
Assim como a onda arbitrária, a onda monocromática obedece às equações de
onda que escrevemos sob as formas:
εµ ∂ 2 E εµ ∂ 2 H
∇ E−
2
=0 (92) ∇ H− 2
= 0 (93)
c 2 ∂t 2 c 2 ∂t 2
( ) ()
E r , t = E r .e − iωt (96 ) e ( ) ()
H r , t = H r .e − iωt (97 )
As equações de onda monocromática na forma exponencial:
( )
E r , t = E 0 .e i (k .r −ω t ). (108)
H (r , t ) = H .e (
0
)
i k .r −ω t .
(109)
Atendendo ao enunciado de Fresnel para a acção resultante, obteremos:
U iKR
U p = a∫ e dAn (132 ) ⇒ Fórmula de Kirschhoff
A
R
r r
∂2E 1 ∂2E
1. Mostre por substituição directa que a equação = é
∂x 2 c 2 ∂t 2
satisfeita pela função de onda
Auto-avaliação E y = E 0 sen (kx − ω t ) = E 0 senk ( x − ct ) onde c = ω / k .
Chave de Correcções
1. Trata-se de uma demonstração. A resposta está no próprio exercício.
2. Use a decomposição do vector H (veja a transformação feita de equação 69 a
79).
3. Quanto às expressões (108) e (109) é preciso fazer uma observação.
Unidade nº6
Balanço Energético
Introdução
Nesta unidade você vai tratar de assuntos relacionados com o balanço energético.
Você poderá fazer a dedução da equação de balanço da energia do campo
electromagnético de uma superfície S de volume V. Vai falar também de balanço
local de energia e interpretar o vector de Poynting. Poderá estudar ainda o
sentido do vector de Poynting, o cálculo de energia magnética e eléctrica em
sistemas energicamente isolados e, ainda mais, o fluxo de energia num condutor
com corrente contínua.
Tempo de estudo da
Unidade: 03:30 Horas
Esta Unidade tem 2 lições, estando prevista uma lição de 1:30 horas e a outra de
2:00 horas. O número de horas estimado é considerado suficiente para você
conseguir atingir os objectivos definidos no início de cada lição.
Lição nº1
6.1. Dedução da Equação de Balanço de Energia
Introdução
Nesta lição, você vai aprender a deduzir a equação do balanço de energia
partindo das equações de Maxwell, estudar o fluxo do vector de Poynting e o
balanço de energia de um sistema isolado assim como o sentido do vector de
Poynting.
Tempo de estudo da
Lição: 02:00 Horas
- Fluxo de energia;
- Vector de Poynting
Terminologia
→ →
→ ∂D → → ∂B
rot H = + j (1) rot E = − (2)
∂t ∂t
→ →
Multipliquemos (1) por E e (2) por H :
Ensino à Distância 241
→ →
→ →∂D →→
→ → → ∂B→
E rot H = E + jE (3) H rot E = − H (4)
∂t ∂t
→ →
→ ∂D → ∂B
→ → →→
Div E , H = − E −H − j E (5)
∂t ∂t
→→
P= ∫ j E dV
V
(7 )
→
Se em j = 0 não se produz nenhuma classe de transformação de energia, logo,
P = 0.
→ → → →
∂D ∂B
P = −∫ E +H dV
V
∂t ∂t
Fig. 6.1
→ → → →
∂D ∂B ∂W
∫V E ∂t + H ∂t dV = ∂t (10)
∫ πds +
S
dW
dt +P=0 (11) ⇒ Equação de Balanço Energético.
→ →
π = E , H (12 )
∫
A existência do fluxo de vector de Poynting πds ≠ 0 (13)
S
indica, pelo que já vimos, a divergência entre a região que se comunica com o
espaço que circunda a região energeticamente isolada, a própria integral, bem
como os demais termos da equação (11) têm a mesma dimensão que a potência,
caracteriza o intercâmbio de energia entre a região V e o meio exterior.
Ensino à Distância 243
Se, em caso particular, o fluxo de vector de Poynting for positivo, a soma dos
dW
outros termos da equação (11) é negativa πdS > 0 ; ∫ dt
+P<0 (14)
dW
• O decrescimento da reserva de energia ( < 0 ) e os processos de
dt
regeneração ( P < 0 ) no interior de V condicionam a passagem de
energia pela superfície de separação S ao meio exterior, tendo em conta
que, em virtude da equação (11) o fluxo vector de Poynting é igual à
energia que sai de V por unidade de tempo.
• A mais simples variante é aquela quando a reserva da energia no interior
dW
de V queda constante ( = 0 ), enquanto que não há absorção
dt
(Pd = 0 ) ; ao mesmo tempo em virtude de (11) temos:
∫ πds = − P
ex
(P ex
< 0) ou seja o fluxo vector de Poynting só se cria
S
dW
∫ πdS < 0 ; dt
+P>0 (15)
dW
O crescimento da reserva da energia ( > 0 ) e os processos de absorção
dt
(P > 0) no interior de V estão relacionadas com a afluência de energia exterior
pela superfície S enquanto que o fluxo vector de Poynting, em virtude da
equação (11), tenderá a uma magnitude igual à energia que flui por unidade de
tempo.
Fig.6.2
→→
P= jE (16)
Ensino à Distância 245
→ →
π = E , H (17 )
→ → →2 →→
E → ∂D → ∂E ∂ ε E ∂ E D
∂t = E ε ∂t = ∂t 2 = ∂t 2
(18)
→ → → → →2 → →
∂ B ∂ H ∂ µ H ∂ H B
H =Hµ = =
∂t ∂t ∂t 2 ∂t 2
1 →2 →2 1 →→ →→
ϖ = ε E + µ H = E D+ H B
(19)
2 2
Teremos:
∂ω
divπ + +P=0 (20 )
∂t
→
mesma correlação igual que a corrente de condução I = ∫ jdS
S
e a densidade de
→
corrente j . Se P for igual a zero, a equação (20) transforma-se :
∂ω
divπ = − (22 ) (P=0)
∂t
π = ωv (23)
Sendo v a velocidade de movimento de energia do campo electromagnético.
Sumário
∫ πds +
S
dW
dt +P=0 (11) ⇒ Equação de Balanço Energético.
Ensino à Distância 247
→ →
π = E , H (12 )
∫
A existência do fluxo de vector de Poynting πds ≠ 0 (13)
S
Indica, pelo que já foi visto, a divergência entre a região que se comunica com o
espaço que circunda da região energeticamente isolada; a própria integral como
os demais termos da equação (11) têm a mesma dimensão que a potência,
caracteriza o intercâmbio de energia entre a região V e o meio exterior.
Assim, a magnitude absoluta de vector de Poynting através da superfície S
acotada a examinar, é sempre igual à energia que por ele transcorre numa ou
noutra direcção por unidade de tempo. Essa magnitude, com dimensões de
potência, tem sido chamada fluxo de energia . Este é positivo se a energia sai
para o meio exterior e, negativo, se penetra a região que se considera.
Fig.6.2
O fluxo de energia
expressa-se pelo fluxo
do vector. Quando o
fluxo do vector é positivo, as suas linhas (predominantes ou totalmente) saem
para o exterior e quando é negativo entra para o interior. Desse modo, as linhas
salientes do vector de Poynting π mostram a emissão de energia, enquanto que
as entrantes, a sua absorção. Isto explica-se nas figuras anteriores.
Qual é o sentido do vector Poynting?
Para responder partimos da suposição de que o fluxo π por qualquer superfície S
(e não só por uma superfície cerrada) expressa o fluxo de energia que passa por
esta superfície e é igual à energia por unidade de tempo. Neste caso, é evidente
que π é a densidade do fluxo de energia:
∆W
π = lim π0 (21)
∆S → 0 ∆S
Exercícios
1.Com base nas equações de Maxwell, deduza a equação de balanço
energético (considere o interior de uma região de volume V e superfície
S que tenha uma cobertura impermeável S´ do campo electromagnético,
Exercícios veja a figura) e dê a sua interpretação física.
Obs: [E, H ] = Π ← Vector de Poynting
2. Segundo o teorema de Poynting, há duas razões para a variação de
energia do campo electromagnético. Indique-as.
Chave de Correcções
∫
1. πds +
S
dW
dt +P=0 (11) ⇒ Equação de Balanço Energético.
→ →
π = E , H (12 )
∫
A existência do fluxo de vector de Poynting πds ≠ 0
S
Indica, pelo que já foi visto a divergência entre a região que se comunica com o
espaço que circunda da região energeticamente isolada; a própria integral como
os demais termos da equação (11) têm a mesma dimensão que a potência,
caracteriza o intercâmbio de energia entre a região V e o meio exterior.
Lição nº2
6.4. Aplicação dos Resultados Obtidos
Introdução
Nesta lição você vai estudar o cálculo de energia eléctrica e magnética em
sistemas energicamente isolados, além disso, vai estudar o fluxo de energia num
condutor com corrente contínua.
Tempo de estudo da
Lição: 01:30 Horas
Terminologia
dW
+ αW = 0 ( 25)
dt
P(t )
A sua solução é W(t ) = W( 0 ) exp (− αt ) = W(0 ) exp −
(26 ) e
W ( t )
nos mostra que a reserva da energia é uma função exponencial do tempo que
decresce (ou cresce) em dependência do sentido de transformação da energia.
1 →2 →2
dV = cons tan te; (α = 0) (27)
2 V∫
W(t ) = ε E + µ H
ε
tempo. E = A( x, y, z )Sen(ωt ) e H= B( x, y, z )Cos(ωt ) .
µ
I
H = α0
2πr
Fig. 6.3
µH µI 2
constante e calculemos a densidade da energia magnética: ω m = =
2 8π 2 r 2
(28). Como vemos, esta é a função de coordenada radial.
2πR2
µI 2 drdα µI 2 h R2
W M
= 2 h∫ ∫ = ln (29)
8π R 0 r 1
4π R1
R2
µI dr µIh R2
Φ = ∫ Bds = h∫ = ln (30)
S 2π R r
2
2π 1
R1
ΦI LI 2
Podemos escrever W M = = (32)
2 2
O coeficiente L denomina-se indutância e o exemplo a considerar mostra que a
energia magnética, relacionada com a corrente contínua, pode-se expressar pela
indutância e a corrente segundo a fórmula (32).
1 1
We =
2V∫ εE 2 dV = εE 2 Sd (33) dirigindo a “atenção” entre as placas de
2
CU 2
condensador U = EL e escrevemos: We = (34) , sendo
2
εS
C= (35) a
d
capacidade do
condensador.
Fig:6.4
I
H = α0 , procuremos as intensidades dos campos eléctricos e magnéticos
2πr
em qualquer ponto da superfície do condutor (r=R):
Ensino à Distância 253
j I
E= = Z0 ,
σ πR 2σ
I
H = α0 (36)
2πr
a) b)
Fig:6.5
I
igual a j = .
πR 2
Convencionando o produto vectorial de E e H, procuramos o vector de Poynting
I2
num ponto arbitrário da superfície do condutor: π = [E , H ] = −r0
2π 2 R 3σ
(37)
I2 l
∫ πds =
s 2π R σ
2 3
.2πRl = I 2
πR 2σ
= I 2R (38)
absorve-se.
Sumário
Suponhamos que a permeabilidade magnética possa considerar-se magnitude
µH µI 2
constante e a densidade da energia magnética: ω m = = (28).
2 8π 2 r 2
Como vemos, esta é a função de coordenada radial.
2πR2
µI 2 drdα µI 2 h R2
W M
= 2 h∫ ∫ = ln (29)
8π R 0 r 1
4π R1
ΦI LI 2
Podemos escrever W M = = (32)
2 2
A energia eléctrica:
1 1
We =
2V∫ εE 2 dV = εE 2 Sd (33) dirigindo a “atenção” entre as placas de
2
CU 2
condensador U = EL e escrevemos: We = (34) , sendo
2
εS
C= (35) a capacidade do condensador.
d
I2 l
∫ πds =
s 2π R σ
2 3
.2πRl = I 2
πR σ
2
= I 2R
Exercícios
Chave de Correcções
1 1
1. A energia eléctrica: W e =
2V∫ εE 2 dV = εE 2 Sd
2
dirigindo a “atenção”
CU 2
entre as placas de condensador U = EL e escrevemos: W e = , sendo
2
εS
C= a capacidade do condensador.
d
j I I
2. E = = Z0 , H = α0
σ πR 2σ 2πr
3. Convencionando o produto vectorial de E e H, procuramos o vector de
Poynting num ponto arbitrário da superfície do condutor:
I2
π = [E , H ] = −r0
2π 2 R 3σ
I2 l
∫s πds = 2π 2 R 3σ .2πRl = I πR 2σ = I R
2 2
absorve-se.
I
igual a j = .
πR 2
Ensino à Distância 257
Unidade nº7
Campo Electromagnético em Substância.
Permissividades e Susceptibilidades
Introdução
Nesta unidade, você vai estudar o campo electromagnético em substância.
Permissividades e susceptibilidades e de novo vai falar da concepção do campo
electromagnético médio, mas agora em substância. Vai estudar ainda as
equações microscópicas do sistema de Maxwell-Lorentz no vácuo, a carga livre
e a carga ligada. Estudará também a densidade média da corrente, corrente de
condução e voltará ainda a falar da lei de conservação das cargas livres, da
polarização da substância; vector de polarização, densidade de carga induzida,
sua susceptibilidade, corrente de polarização. Abordará ainda a magnetização e
sua intensidade, corrente de magnetização. Vai estudar também o sistema
completo das equações do campo electromagnético substância, potência do
campo electromagnético em substância, condições de fronteira para os vectores
do campo para potenciais electromagnéticos, energia e densidade do fluxo de
energia do campo electromagnético em substância.
Tempo de estudo da
Unidade: 10:00Horas
Esta Unidade tem 5 lições, estando previsto para cada uma delas um tempo de
estudo de 2horas. Este número de horas é um indicativo para lhe ajudar a gerir
melhor o seu tempo e é considerado suficiente para você conseguir atingir os
objectivos definidos no início de cada lição.
Lição nº1
7.1.Campo Electromagnético em Substância.
Permissividades e Susceptibilidades
Introdução
Nesta lição você vai estudar o campo eléctrico em substância. Na permissividade
e susceptibilidade, vai falar da concepção do campo electromagnético médio em
substância, estudar as equações microscópicas do sistema de Maxwell-Lorentz
no vácuo, cargas livres e ligadas, densidade média de corrente assim como
correntes de condução. Trata-se de um aprofundamento da matéria vista na
unidade anterior.
Tempo de estudo da
Lição: 02:00Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
- Permissividade
- Cargas ligadas
- Susceptibilidade
Terminologia
Sabe-se que cada carga eléctrica cria um campo electromagnético. É por isso que
→ →
os parâmetros do campo ( E e H ) tornam-se dependentes dos estados
mecânicos dos constituintes.
electromagnético varia o seu valor 10−15 vezes por segundo. Quanto à escala
espacial, o mesmo electrão cria no centro do átomo o campo electromagnético de
Destacamos um segmento
infinitesimal
(x − h, x + h) de
Este comprimento vem sendo muitas vezes menor que a escala quer
espacial, quer temporal das variações típicas do campo electromagnético
macroscópico.
No entanto, este segmento tem que, muitas vezes, ultrapassar a escala típica das
variações do campo microscópico, por exemplo: 2h , muitas vezes, ultrapassa a
∂f ∂ f
Demonstrar a identidade: = (1)
∂x ∂x
x+h
∂f 1
f (ξ )dξ (2)
2h x∫− h
=
∂x
∂f 1 1
f (ξ ) / x − h = { f ( x + h) − f ( x − h)} (3)
x+h
=
∂x 2h 2h
Ensino à Distância 261
→
→ 4π → 1∂e → ∂ρ m →
rot h = γm + (9 ) div e = 4πρ m (10) + div γ m = o (11)
c c ∂t ∂t
dF
F ( x ) = ∫ f (ξ )dξ ; = f ( x)
dx
∂f 1
= { f ( x + h) − f ( x − h)} (5)
∂x 2h
∂f ∂
= f (6)
∂x ∂x
→
→ 1 ∂h →
rot e = − (7) div h = 0 (8)
c ∂t
rescrever essas equações sob a forma dos valores médios, visto que cada uma das
equações é composta das derivadas.
→
∂ h →
1
rot e = − (12) ; div h = 0 (13) ;
c ∂t
→
∂ e
→ 4π → 1 →
rot h = γm + (14) ; div e = 4π ρ m (15)
c c ∂t
∂ ρm →
+ div γ m = 0 (16)
∂t
→
→ 1 ∂H →
rot E = − (19) div B = 0 (20)
c ∂t
→
→ 4π → 1 ∂E →
rot B = γm + (21) div E = 4π ρ m (22)
c c ∂t
É de salientar que o sistema das equações (19 e (22), sendo resolvido, vai dar os
→ →
vectores do campo E, B em funções das coordenadas e do tempo. E por este
meio permitirá a informação completa em relação ao campo electromagnético em
substância.
Entretanto, as equações (21) e (22) assim como a equação (16) contêm os valores
médios de densidade de corrente assim como de densidade de carga. A
propriedade fundamental do campo electromagnético é uma acção sobre as
partículas carregadas. Esta acção modifica o movimento das cargas eléctricas.
Ensino à Distância 263
→ → →
É por isso que γ m e ρm dependem dos vectores do campo E, B . Neste
contexto, o sistema das equações de (19) à (22) não é completo nem fechado.
→
Para fechar esse sistema de equações é preciso expressar γ m bem como ρ m
→ →
em função dos vectores do campo E e B .
Sabe-se que condutor é uma substância que deixa passar corrente eléctrica.
É obvio que carga ligada é típica para dieléctricos enquanto que carga livre é
mais apropriada para os condutores.
No entanto, os condutores também podem possuir a carga ligada, por exemplo,
iões de rede cristalina.
É importante notar que a carga livre pode, às vezes, ser fornecida para um
dieléctrico. Entretanto, essa carga não pode realizar deslocamento macroscópico.
ρm = ρ + ρi
É por isso que faz com que seja preferível o outro método mais geral. Este
método baseia-se em propriedades gerais de densidade de corrente eléctrica
assim como dos vectores do campo electromagnético. Limitamo-nos a considerar
uma substância homogénea e isotrópica.
→ →
→ → ∂E ∂B
E e B , suas derivadas temporais: , e suas derivadas
∂t ∂t
→ → → →
espaciais: rot E, rot B, div E, div B .
Sabe-se que todos os vectores podem pertencer aos dois grupos: vectores polares
e vectores axiais.
Os 1os variam o seu sinal devido à inversão, enquanto que o vector axial, sendo
submetido a inversão, mantém o seu sinal. Do ponto de vista de classificação dos
→ →
vectores densidade de corrente γ ,vector do campo eléctrico E ,pertencem ao
Ensino à Distância 265
→
grupo dos vectores polares, ao passo que indução magnética B e um vector
→
axial, dado que γ é vector polar, este não pode depender na 1ª aproximação dos
vectores axiais.
→ → →
Visto que div E e div B são vectores escalares e dado que os vectores B ,
→
∂B →
e rot E são vectores axiais, chegamos à conclusão de que a densidade
∂t
→
∂E →
média de corrente só pode depender de 3 vectores, a saber: E , ,
∂t
→
rot B pois, só estes são vectores polares.
→
→ → ∂E
→ →
γm = f (E , , rot B ) (23)
∂t
→
→
→
∂E →
γm = a E+ x + αc.rot B (25)
∂t
→
c velocidade da luz no vácuo.
→ →
γ = σ . E (26)
Note-se que σ é um parâmetro de substância chamado condutibilidade eléctrica.
a ≡ δ (27)
→
→
∂E →
γm =γ+x + αc.rot B (28)
∂t
Sob estas condições, a quantidade de carga livre permanece constante. É por isso
que se mantém válida a lei de conservação relativa à carga livre.
∂ρ →
+ div γ = 0 (29)
∂t
Sumário
O campo electromagnético criado pelos seus constituintes é variável no tempo e
no espaço.
Numa substância, só faz sentido o campo electromagnético médio no tempo e no
espaço.
Ensino à Distância 267
∂f ∂
= f (6)
∂x ∂x
→
→ 1 ∂h →
rot e = − (7) div h = 0 (8)
c ∂t
→
→ 4π → 1∂e → ∂ρ m →
rot h = γm + (9) div e = 4πρ m (10) + div γ m = o (11)
c c ∂t ∂t
→
→ 1 ∂H →
rot E = − (19) div B = 0 (20)
c ∂t
→
→ 4π → 1 ∂E →
rot B = γm + ( 21) div E = 4π ρ m (22)
c c ∂t
No entanto, condutores também podem possuir a carga ligada, por exemplo, iões
de rede cristalina.
→
→ → → ∂E →
γm = f (E , , rot B )
∂t
→ →
γ = σ .E
Ensino à Distância 269
Exercícios
→ →
2. Designaremos por c e h as intensidades do campo eléctrico e
→
magnético microscópicos, enquanto que por γ m e ρ m os valores
∂f ∂ f
1. = (1)
∂x ∂x
→
→ 4π → 1∂e → ∂ρ m →
rot h = γm + (9 ) div e = 4πρ m (10) + div γ m = o (11)
c c ∂t ∂t
→
→ 1 ∂h →
2. rot e = − (7) div h = 0 (8)
c ∂t
Ensino à Distância 271
Lição nº2
Polarização de Substância. Vector de
Polarização (Intensidade de Polarização)
Introdução
Nesta lição você vai estudar a polarização de substância e a intensidade de
polarização. Vai igualmente estudar a relação entre o momento dipolar e o
vector de polarização.
Tempo de estudo da
lição: 02:00Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
- Momento dipolar;
- Intensidade de polarização
Terminologia
Sabe-se que, os centros de carga negativa e carga positiva para uma molécula não
polar ficam no mesmo ponto. Consequentemente, o momento dipolar de
molécula é igual a zero, caso for ausente o campo eléctrico.
Fig.7.1
Fig.7.2
pe = Q + .l (30)
Visto que uma molécula possui o momento dipolar, chegamos à conclusão que a
substância como tal, vai adquirir o momento dipolar como soma dos momentos
de todas as moléculas.
Fig. 7.3
→ →
d = ∫ ρ i r dv (31)
v
→
→ ∆d
p= (32)
∆V
→
Quanto ao momento dipolar da amostra d admite ser expresso de modo:
→ →
d = ∫ p dv (33)
v
→ → → → →
para tal, consideremos o vector a definido pela expressão: a = ( p .∇) r (34)
→ →
Atendendo à definição do operador ∇ e achando que os outros sejam iguais a e k
obteremos:
→
∂ →
a = pi .xk e k (35)
∂xi
→ → → → → → → →
xk e k = x1 e 1 + x2 e 2 + x3 e 3 = x i + y j + z k = r
∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂
pi = p1 + p2 + p3 + pi = px + py + pz =
∂xi ∂x1 ∂x 2 ∂x3 ∂xi ∂x x ∂x y ∂x z
→→
∂
pi = p∇
∂xi
→
Dado que os vectores unitários e k são constantes, transformamos (35) para a
forma:
→
∂xk →
a = pi . e k (36)
∂xi
∂xk
≡ δik (37)
∂xi
∂x2
k = 2, i = 1 = 0;
∂x1
∂x2
k = 2, i = 2 =1
∂x2
→ → → →
a = piδ ik e k = pi e i = p (38)
→
∂xk →
p = pi . e k (39)
∂xi
Integramos (39) por volume V ' . Este volume V ' contém a amostra do volume
V como o mostra a figura:
Fig.7.4
Ensino à Distância 275
→
∂x k →
∫ p dv ' =
V' V'
∫ pi ∂xi
e k dv ' (40)
∂xk → ∂x → →
∂pi →
∫ pi
V'
∂xi
e k dv' = ∫ pi k edxi .dA = ∫ pi
V'
∂xi A'
A' xk e k dA'i − ∫ xk
V'
∂xi
edv' (41)
Dado que todos os pontos de superfície A' (que limitam o volume V ' ) ficam fora
da amostra, o vector de polarização em todos os pontos desta superfície é igual a
zero. Por isso, obteremos:
pi A' = 0 (42)
→
∂pi ∂p1 ∂p2 ∂p3
= + + = div p (43)
∂xi ∂x1 ∂x2 ∂x3
→ →
x k e k = r (44)
→ →
→
→
∫V
r ρ i + div p dv = 0 (46)
→ →
ρ i + div P = 0 (47 ) ⇒ ρ i = −div P (48)
donde resulta que a carga volumétrica induzida ao intervalo do corpo, só pode
existir para a polarização não uniforme.
A expressão (48) permite calcular a carga induzida total, para tal integraremos
(48) por volume V ′ anteriormente especificado, obteremos:
∫ ρ i dV ′ = ∫ − div P dV ′ (49 )
V′ V′
∫ ρ dV ′ = − ∫ P dA′
i n (50)
V′ A′
Pn A′ =0 (51) ∫ ρ dV ′ = 0
i (52 )
V′
Qi ≡ ∫ ρ i dV = 0 (53)
V
∫ ρ dV = ∫ σ dA (55)
i
A
i
∫ σ dA = ∫ P dA (56)
A
i
A
n
Ensino à Distância 277
Sumário
Repara-se que molécula de um dieléctrico, sendo submetida à acção dum campo
E, vai possuir o momento eléctrico dipolar:
pe = Q + .l (30)
→ →
d = ∫ ρ i r dv (31)
v
→
→ ∆d
p= (32)
∆V
→
Quanto ao momento dipolar da amostra d admite ser expresso de modo:
→ →
d = ∫ p dv (33)
v
Exercícios
Chave de Soluções
1. O fenómeno de polarização de substância possui duas regularidades básicas:
→
→
∫V
r ρ i + div p dv = 0 (46)
→ →
ρ i + div P = 0 (47) ⇒ ρ i = −div P (48)
Donde resulta que a carga induzida volumétrica ao intervalo do corpo só pode
existir para a polarização não uniforme.
Ensino à Distância 279
∫
3. Qi ≡ ρ i dV = 0 (53)
V
σ i = Pn (57 )
Lição nº3
7.1.6. Densidade de Carga Induzida.
Susceptibilidade da Carga Induzida.
Corrente de Polarização
Introdução
Nesta lição você irá estudar a densidade de carga induzida, susceptibilidade da
carga induzida e corrente de polarização. Você vai falar da magnetização e sua
susceptibilidade assim como da corrente de magnetização.
Tempo de estudo da
Lição: 02:00Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
- Susceptibilidade
- Densidade média de corrente;
- Corrente de indução;
Terminologia
- Intensidade de polarização;
- Momento magnético
Ensino à Distância 281
→
→ → ∂E →
< j m >= j + X + αCrot B (58)
∂t
→
→ →∂E →
< jm>− j = X + αCrot B (59)
∂t
→ →
∂ →
→
div < j m > − j = X div E + αCdiv rot B (60 )
∂t
Visto que tem lugar a lei de conservação da carga, a lei de conservação da carga
livre mantêm-se válidas as equações de continuidade.
→ ∂<ρ> → ∂ρ
div < j m > = − div j = − (61)
∂t ∂t
→
Dado que a div rot B = 0 e atendendo às equações de continuidade,
∂
{< ρ > − ρ } = X ∂ div E
→
− (62 )
∂t ∂t
→
− ρ i = Xdiv E + const . (65)
→
E=0 ρi = 0 const . = 0 (66 )
→
Daí, ρ i = − Xdiv E (67)
Repara-se que o campo externo é a única fonte de polarização. Além disso, não
aparece a carga eléctrica induzida caso for uniforme o campo externo.
→
ρ i = −div P (68)
Conjugamos (67) e (68) obtendo
→ →
div P = Xdiv E (69)
Integrando (69) chegamos à expressão:
→ →
P=XE (70)
Expressão básica de física do campo electromagnético e intensidade de
polarização substanciais.
E = 1U C .G.S . P E =1 =X (71)
→
Donde a susceptibilidade eléctrica é igual à intensidade de polarização P
→
pelo campo eléctrico E de intensidade unitária.
→ →
→ ∂E ∂P
jP= X = (72)
∂t ∂t
Ensino à Distância 283
Fig.7.5
→ →
B=0 ∑P
m
m =0
Fig.7.6
Aplicando o campo magnético externo, todos os átomos passam a ser sujeitos à
acção de torque de força de Ampére. É por isso que os momentos magnéticos
ficam-se alinhados ao longo do campo magnético externo, podendo ser
esquematizado da seguinte maneira:
→ →
B≠0 , ∑P
m
m ≠0
Fig.7.7
Vista essa acção orientadora, a substância adquire o momento magnético
composto dos momentos atómicos. O surgimento do momento magnético sob
acção do campo externo chama-se magnetização de substância.
→ 1 → →
(75 )
2C ∫
m= r × j dV
perpendicular ao plano deste contorno linear. Daí que a função integral é vector
alinhado ao longo do vector normal
Fig.7.8
1
df = r ⋅ jsenαdV (76)
2C
dV = dl ⋅ S (77)
Conjugamos (77) em (76)
1 rdlsen α
df = jS (78)
2C 2
É fácil ver que o factor destacado na fórmula (78) corresponde à área do sector
tracejado na figura, isto é:
1
rdlsenα = dA (79 )
2
j⋅S = I (80)
Substituindo (79) e (80) teremos:
1
df = IdA ( 81)
C
1 → → →
Dado que podemos tratar a corrente arbitrária como combinação das correntes
lineares, concluímos que este resultado se mantém inválido para a distribuição
arbitrária de corrente.
→
→ →∂P →
< j m >= j + + αCrot B (84)
∂t
→
Introduzimos um vector M segundo a definição:
→ →
M =α B (85)
Dando conta da expressão (85) rescrevemos (84) sob a forma:
→
→ → →∂P →
< j m > − j = j+ + Crot M (86)
∂t
→
→ ∂P →
ji = + Crot M (87)
∂t
→
r
Para tal, multiplicamos a expressão (87) da esquerda pelo factor X e
2C
integramos pelo volume de substância V ′
Ensino à Distância 287
→
1 → 1 → ∂ P 1 → →
(88)
2C V∫′ ∫ ∫
r× ji dV = r × dV + r × rot M dV
2C V ′ ∂t 2 V′
1 → →
1 →
→
∫ r × rot M dV = ∫ l X rot M l i dV (89)
2 V ′ ijk j
2 V′ k
1 → →
1 → 1 ∂X j
∫ r × rot M dV = ∫ l ijk l k ln X j M n A′ l i dA′ − ∫ l ijk l k ln M n dV ′ (90)
2 V′ 2 A′ 2 V′ ∂X l
∂M n ∂X j dX l dA
∫Xj
V′
∂X l
dX l dA = ∫ X j M n dA − ∫ M n
A′ V′
∂X l dV ′
∂M ∂Y
∫ Y ∂X dX = YM − ∫ M ∂X dX
Repare-se que a i-ésima componente do vector M é igual a zero em todos os
pontos de superfície, pois estes pontos ficam fora de substância.
Mn A′ =0 (91)
É por isso que o termo extra integral do 1º aditivo é zero.
l ijk l k ln = δ il δ jn − δ in δ jl (92 )
∂X j
= δ jl (93)
∂X l Conjugando (92), (93) e (90), e resulta:
r × rot M dV = − ∫ (δ il δ jn δ jl − δ in δ jl δ jl )M n l i dV ′
1 → →
1 →
∫ (94)
2 V′ 2 V′
1 → →
1 → 1 →
(95)
2 V∫′ 2 V∫′ 2 V∫′
r × rot M dV = − δ ij M j l i dV ′ + M i l i δ jj dV
′
δ jj = δ 11 + δ 22 + δ 33 = 1 + 1 + 1 = 3
→ →
Atendendo que M i l i = M e vista a soma δ jj = 3 acabamos por representar
1 → →
1 → 1 → →
(96)
2 V∫′ 2 V∫′ 2 V∫′ ∫ dV ′
r × rot M dV = − M dV ′ + ⋅ 3 M dV ′ = M
V′
→ →
Destacamos de (89) o 1º aditivo, visto que: P = ρ i r obteremos:
→
1 → ∂ P 1 ∂ → →
∫ r × dV = ∫ r × ρ r dV = 0 (97 )
2C ∂t
i
2C ∂t
→ ^ →
ser r , ρ i r = 0
→ →
m = ∫ M dV ′ (98)
V′
→ →
Integrando m obteremos M
→
Daí que o vector M definido pela expressão (85) é momento magnético do
volume unitário chamado vector de magnetização ou intensidade de
magnetização.
→ →
É por isso lógico que a grandeza j M = Crot M (99) se chame corrente de
magnetização.
Ensino à Distância 289
Sumário
→
A densidade média de corrente < j m > ,densidade média de corrente
microscópica, é:
→
→ → ∂E →
< j m >= j + X + αCrot B (58)
∂t
→ →
P=XE (70)
Daí resulta a conclusão fundamental de que a “intensidade de polarização é
proporcional à intensidade do campo eléctrico dentro de substância ou em
substância”.
E = 1U C .G.S . P E =1 =X (71)
→
Daí que susceptibilidade eléctrica é igual à intensidade de polarização P
→
pelo campo eléctrico E de intensidade unitária.
→
A densidade de corrente de polarização j P , é assim definida ]:
→ →
→ ∂E ∂P
jP= X = (72)
∂t ∂t
→ 1 →
O momento magnético de partícula é definido por: Pm = IA n (73)
C
Atendendo à definição do momento magnético de um contorno linear e plano a
→ 1 →
saber: m = IA n (74 )
C
O momento magnético admite ser expresso de modo:
→ 1 → →
(75 )
2C ∫
m= r × j dV
Exercícios
Chave de Correcções
1. Expressão básica de física do campo electromagnético e a intensidade de
polarização substancial.
→ →
P=XE (70)
Atendendo à expressão (70), podemos introduzir a chamada densidade de
→
corrente de polarização j P , definindo a sua densidade como:
→ →
→ ∂E ∂P
jP= X = (72)
∂t ∂t
Lição nº4
7.1.8. Sistema Completo das Equações
do Campo Electromagnético em
Substância
Introdução
Nesta lição você vai estudar o sistema completo das equações do campo
electromagnético em substância. Vai ainda falar da densidade média da corrente,
da potência do campo electromagnético em substância, vai poder deduzir uma
vez mais as equações diferenciais relativas aos potenciais electromagnéticos.
Tempo de duração
Da lição: 02:00Horas
- Densidade de magnetização;
- Potencial escalar e potencial vector;
- Permeabilidade magnética;
Terminologia
- Permissividade eléctrica;
- Anisotrópica
Dado que foram especificadas a densidade de carga, assim como a densidade
média de corrente, podemos substituir as expressões correspondentes nas
equações do campo electromagnético. Partindo da equação correspondente à lei
coulombiana obteremos:
→
div E = 4π < ρm > (100)
Quanto à densidade média de carga < ρm > , atendendo à classificação das
→
ρ i = −div P (102)
Conjugamos (101) e (102) e o resultado que se obtém substituímos na equação
(100)
→ →
div E = 4πρ − 4πdiv P (103)
Repara-se que agrupando os dois aditivos proporcionais à divergência chegamos
→
é possível introduzir o vector de deslocamento D definindo-o de modo:
→ → →
D = E + 4π P (104)
Vista a definição (104) ,obteremos:
→
div D = 4πρ (105)
→
Segundo a equação (105), o deslocamento eléctrico D é um vector auxiliar que
só se determina pela distribuição de carga livre. Caso for conhecida essa
distribuição partindo da equação (105), podemos, pelo menos, encontrar este
deslocamento eléctrico.
→
Dado que o vector do campo E é um grandeza fundamental que determina as
acções do campo, precisamos de relacionar o deslocamento eléctrico e a
intensidade do campo, aplicando para tal a relação linear anteriormente
estabelecida, isto é:
Ensino à Distância 293
→ →
P=χE (106)
É de sublinhar que a expressão linear (106), ao contrário a fórmula (104) é uma
relação aproximada no sentido de que só se mantém válida para o campo
electromagnético relativamente fraco.
→ →
D = [1 + 4πX ] E (107)
É óbvio que podemos definir a permeabilidade eléctrica ε segundo a
expressão:
ε = 1 + 4πX (108)
Vista (108) resulta:
→ →
D=ε E (109) relação substancial
Quanto à modificação do campo magnético, decorre da equação da lei de
Ampere e Biot – Savart e Laplace, ou seja
→
4π →
→ 1 ∂E
rot B = < jm>+ (110)
C C ∂t
→
→ ∂P → →
< j m >= j + + Crot M (111)
∂t
→ →
4π → 1 ∂ → →
rot B − 4π M = j+ E + 4π P (112 )
C C ∂ t
→ → →
H = B− 4π M (113)
Vista a definição (113), transformaremos (112) para a forma:
→
→ 4π → 1 ∂ D
rot H = j+ (114)
C C ∂t
Segundo a definição:
→ →
M =α B (115)
Combinamos (115) e (114) e da equação que daqui decorre localizamos a
→
indução magnética B e obtém-se:
→ 1 →
B= H (116 )
1 − 4πα
1
µ= (117 )
1 − 4πα
→ →
B=µH (118)
As relações (100) e (114) juntamente com outras equações, permitem escrever o
sistema completo das equações do campo magnético em substância chamado
sistema de equações de Maxwell
Ensino à Distância 295
→
→ 1 ∂B
rot E = − (I )
C ∂t
→
div B = 0 (II )
→
→ 4π → 1 ∂ D
rot H = j+ (III )
C C ∂t
→
div D = 4πρ (IV )
Para as suas aplicações é preciso acrescentar para as equações do sistema de
Maxwell as relações substanciais, isto é,
→ → → →
D=ε E (V ) B=µH (VI )
→ → ∂ρ →
j =σ E (VII ) + div j = 0 (VIII )
∂t
t
→ → → →
Dα r , t = ∫ dV ′ ∫ ε αβ r , r ′; t , t ′ E β r ′, t ′ dt ′ (109')
−∞
t
→ → → →
Bα r , t = ∫ dV ′ ∫ µαβ r , r ′; t , t ′ H β r ′, t ′ dt ′ (118')
−∞
7.1.9. POTÊNCIAS DO CAMPO ELECTROMAGNÉTICO EM SUBSTÂNCIA
É preciso notar que esta definição não contradiz, pelo contrario, obedece às
equações de Maxwell. Em primeiro lugar, consideremos a equação
correspondente ao teorema de Gauss.
r
div B = 0 (120 )
Esse resultado fica de acordo com a equação de Maxwell (120) e é valida visto
r
[ ]
r r
que o produto escalar de dois vectores ∇ e ∇ xA é igual a zero, uma vez que
estes criam um angulo de 90º.
r 1 ∂ r
rotE = − rotA (122)
c ∂t
r
r 1 ∂A
rot E + =0 (124)
c ∂t
r 1 r
H= B (127)
µ
r 1 r
H = rotA (128)
µ
r 4πρ
divE = (134 )
ε
Substituímos nesta expressão a equação (126) dado que de
div grad ϕ = ∇ 2 ϕ resulta:
1 ∂ r 4πρ
∇ 2ϕ + divA = − (135)
c ∂t ε
O sistema das equações (132) e (135) admite ser transformado para uma forma
mais simples, caso aplicarmos as condições de calibração:
r εµ ∂ϕ
divA + =0 (136)
c ∂t
εµ ∂ 2ϕ 4πρ
∇ 2ϕ − =− (138)
c ∂t
2 2
ε
Comparando essas equações com aquelas que se referem ao campo em vácuo,
concluímos que essas possuem a mesma estrutura analítica (matemática).
c
v= (139 )
εµ
r
Referimo-nos à calibração Coulombiana, resultando daí div A = 0 (140 )
Partindo desta calibração, as equações (132) e (135) passam para a forma:
Ensino à Distância 299
r
r 1 ∂2 A 4πµ r εµ r ∂ϕ
∇ A− 2 2 = −
2
j+ ∇ (141)
v ∂t c c ∂t
4π
∇ 2ϕ = − ρ (142)
ε
Sumário
A densidade de carga induzida vem sendo relacionada como intensidade de
polarização, isto é:
→
ρ i = −div P = (102)
→
O vector de deslocamento D definimo-lo segundo:
→ → →
D = E + 4π P (104)
Podemos definir a permeabilidade eléctrica ε segundo a expressão:
ε = 1 + 4πX (108)
Vista a equação (108) resulta:
→ →
D=ε E (109) relação substancial
Escrevendo explicitamente a densidade média de corrente eléctrica, temos:
→
→ ∂P → →
< j m >= j + + Crot M (111)
∂t
→ → →
H = B− 4π M (113)
→
A definição de densidade de magnetização M .
Segundo a definição:
→ →
M =α B (115)
Definimos permeabilidade magnética µ segundo a expressão:
1
µ= (117 )
1 − 4πα
r
O potencial vector A definimos pela expressão:
r r
[ ]
r r
B = rot A ≡ ∇ xA (119 )
r
Repare-se que aplicado o rotacional para este potencial A , logo resulta a
r
indução do campo magnético B .
Exercícios
Chave de correcções
1. As relações (100) e (114) juntamente com outras equações permitem escrever
o sistema completo das equações do campo magnético em substância chamado
sistema de equações de Maxwell
→
→1 ∂B
rot E = − (I )
C ∂t
→
div B = 0 (II )
→
4π → 1 ∂ D
→
rot H = j+ (III )
C C ∂t
→
div D = 4πρ (IV )
Para as aplicações, é preciso acrescentar para as equações do sistema de Maxwell
as relações substanciais, isto é,
→ → → →
D=ε E (V ) B=µH (VI )
→ → ∂ρ →
j =σ E (VII ) + div j = 0 (VIII )
∂t
3.
r
r 1 ∂2 A 4πµ r εµ r ∂ϕ
∇ A− 2 2 = −
2
j+ ∇ (141)
v ∂t c c ∂t
4π
∇ 2ϕ = − ρ (142)
ε
Lição nº5
7.1.9. Condições de fronteira para os vectores do
campo.
Introdução
Nesta lição você vai estudar as condições de fronteira para vectores do campo;
vai estudar ainda a energia e a densidade de fluxo de energia do campo
electromagnético em substância.
Tempo de estudo da
Lição: 02:00Horas
Ao completar esta lição, você será capaz de:
Fig.7.9
r
Sabe-se que o vector de deslocamento D obedece à equação do campo que
rr
admite ser dada sob a forma: ∫ ndA = 4πq
D (127)
Escolhemos uma superfície cilíndrica de modo que as bases do cilindro fiquem
em lados diferentes de fronteira. Achamos que a altura deste cilindro é uma
grandeza infinitesimal que tende para zero. A área de secção recta ou de base A
esta é uma grandeza pequena e, por isso, em todos os pontos das bases, o
deslocamento possui o mesmo valor.
r r r∧r
D2 n2 = D2 n cos n2 , D2 = D2 n (129)
r r
D1 n1 = − D1n (130)
Conjugando (129), (130) e (128) tem-se:
rr r r rr
∫ DndA = ∫ D 2n dA + ∫ D1n dA + ∫ DndA (131)
As Ai Al
q = δ .A (133)
Essa expressão resulta da ideia segundo a qual ao limite que tende a zero, a
superfície cilíndrica só vai abordar a carga armazenada pela secção A da
fronteira.
rr
∫ BndA = 0 (135)
rr r r rr rr
∫ Bn dA = ∫ B n dA + ∫2B n2dA + ∫ ndA = B
B 1 1 2n A − B1n A + 0 (136 )
As Ai Al
/ − B1n A
B2 n A / =0 (137 )
B2 n = B1n (138)
Segundo (138), a componente normal de indução magnética, atravessando a
fronteira permanece contínua.
Fig.7.10
r
r r 4π r 1 ∂D r
∫c Hdl = ∫A c j + c ∂t ndA (139 )
r r l r r r r 0 r r r r
∫ dl = ∫ H 2 dl ∫ Hdl + ∫ H 1dl ∫ Hdl
H (140 )
c 0 (bc ) l da
r r
(
É de sublinhar que H 2 cos dl, ∧ H 2 ≡ H 2τ , onde ) H 2τ é componente tangencial
do vector H2 .
Por analogia desta expressão, escrevemos:
r r
(
r r r
)
H 1 dl = H 1 cos dl, ∧ H 1 dl = H 1τ dl (142)
4π I 4π
H 2τ − H 1τ = = Is (146)
c l c
I
Dado que é densidade linear de corrente I s , resulta a expressão (146), então
l
podemos escrever as condições de fronteira relativa à componente tangencial
da intensidade do campo magnético:
4π
H 2τ − H 1τ Is (147 )
c
(E 2τ l − E1τ l )l = 0 (150 )
De (150) decorre a condição de fronteira que atribuímos a componente
tangencial do vector do campo eléctrico e tem-se:
E 2τ l = E1τ l (151)
7.1.10. Energia e densidade de fluxo de energias do campo electromagnético em
substância
εE 2 + µH 2
ω= (157 )
8π
r r r r ∂H k ∂E k ∂H k ∂E ∂H k ∂E k
Erot H − Hrot E = eijk − eijk = − e jik Ei + e jik H i k = − e jik Ei
∂x
+ Hk (162 )
∂x j ∂x j ∂x j ∂x j j ∂x j
eijk = −eijk
∂ω
∂t
rr c
= − jE −
4π
r r
div ExH [ ] r
S=
c r r
4π
ExH [ ] (165)
rr r
= − j E − divS (164)
rr
Dado que j E é potencial especifico, concluímos que a grandeza ω definida
pela expressão (157) não é mais que a densidade de energia do campo
r
electromagnético em substância, enquanto que o vector S dado pela expressão
(165) corresponde à densidade do fluxo de energia.
Visto esse significado físico dos termos desta equação, podemos interpretá-lo
como a lei de conservação e de transformação de energia.
Ensino à Distância 309
Sumário
r
Sabe-se que o vector de deslocamento D obedece à equação do campo que
rr
admite ser dada sob a forma: ∫ DndA = 4πq (127)
A condição de fronteira correspondente ao vector de deslocamento eléctrico a
r r
saber: D 2 n − D1n = 4πδ (134 ) → para substâncias heterogéneas.
Note-se que a componente normal do deslocamento eléctrico só é contínua caso
for igual a zero a densidade da carga livre acumulada pela fronteira. Caso esta
carga for diferente de zero, a componente normal sofre rotura proporcional à
densidade superficial da carga livre.
4π
H 2τ − H 1τ Is (147 )
c
E 2τ l = E1τ l (151)
A expressão (156) pode ser simplificada introduzindo a grandeza ω definida
pela expressão:
εE 2 + µH 2
ω= (157 )
8π
Atendendo a essa definição, acabamos escrevendo:
r r
1 r ∂D r ∂B ∂ω
E
∂t + H ∂t = ∂t (158)
4π
∂ω
∂t
rr c
= − jE −
4π
[
r r
div ExH ] r
S= [
c r r
4π
ExH ] (165)
rr r
= − j E − divS (164)
rr
Dado que jE é potencial especifico, concluímos que a grandeza ω definida
pela expressão (157) não é mais que a densidade de energia do campo
r
electromagnético em substância, enquanto que o vector S dado pela expressão
(165) corresponde à densidade do fluxo de energia.
Visto esse significado físico dos termos desta equação, podemos interpretá-lo
como a lei de conservação e de transformação de energia.
Exercícios
8. Bibliografia
1. A. Sommerfeld ‘Electrodynamics. 1952’
2.Boas, Mary . Mathematical methods in the Physical science- New York- 1983