Você está na página 1de 6

A MATEMÁTICA NA CONSTRUÇÃO DE IMÓVEIS SUSTENTÁVEIS

Categoria: Ensino Fundamental Final


Modalidade: Matemática Aplicada e/ou Inter-relações com Outras Disciplinas

ROSA, Isabella Portes da; ANJOS, Camille Aggio Ramos dos;


CAMPREGHER, Luis Carlos; FERNANDES, Jailson Henrique

Instituições participantes: Colégio Salesiano Dom Bosco – Rio do Sul/SC.

INTRODUÇÃO

Quando a palavra sustentabilidade aparece em conversas cotidianas a definição mais


senso comum está relacionada à emissão de gases. Essa é uma verdade parcial, porque além
das emissões que poluem a atmosfera, concebe-se sustentabilidade como o cuidado, a defesa,
a sustentação de práticas que garantam que sejam supridas as necessidades da atual e futura
gerações.
O marco zero desse projeto está em matemática quando se levantou questionamentos
sobre quais seriam os itens indispensáveis para uma casa ser considera sustentável. As
hipóteses levantadas pelos alunos, a partir da pergunta do professor, foram o alicerce para a
definição do plano que se construiria para a execução da atividade.
O conceito de sustentabilidade ainda não está totalmente desenvolvido entre alunos de
13 a 14 anos, de 8º ano, e, para conseguir enraizar esse conhecimento em 52 alunos, divididos
em duas turmas, dessa faixa etária, uniram forças Matemática, Ciências, Física, Língua
Portuguesa e Língua Inglesa. Para que o entendimento desses conceitos fosse pleno, optou-se
por um projeto desenvolvido durante todo o ano letivo tentando resolver a questão: como
transformar uma casa em um ambiente mais sustentável?
Construir, além de uma maquete residencial sustentável, a consciência na utilização
dos recursos não-renováveis e renováveis dentro do ambiente escolar e fora dele. A
descoberta da energia elétrica, por exemplo, trouxe inúmeros benefícios aos seres humanos.
Muitos aparelhos e equipamentos foram desenvolvidos e têm sido usados pela humanidade.
Hoje em dia, não se consegue imaginar como seria a vida sem eletricidade, mas quais as
opções que existem para uma vida mais eco-friendly?
CAMINHOS METODOLÓGICOS, RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para trabalhar conceitos teóricos com crianças é preciso transformar o processo em


algo palpável e por isso a Matemática é protagonista na produção desses novos experimentos
que resultam em aprendizagem prática. A maquete, além de ser visual para os alunos, pode
fazer o processo de trazer para dentro do projeto situações que são vividas no dia a dia. Bem
como, depois de aplicados os processos de compreensão, o repasse do que foi estudado na
maquete ser visualizado como possível o mundo real.
Mas quanto custa adaptar um projeto de uma residência, de quatro pessoas, para um
projeto eco-friendly? As pesquisas feitas pelos estudantes levaram em conta que os dois
projetos possuem materiais com função semelhante. Além de lembrarem que o projeto de uma
casa sustentável permeia conceitos como uma relação saudável com o meio ambiente e
garantir o bem-estar de seus moradores.
Este projeto está sendo realizado em parceira com as disciplinas de física, química,
inglês e matemática. Inicialmente a sala foi dividida em grupos de 4 alunos e cada grupo
providenciou um caderno para servir de diário de bordo do projeto. Neste diário de bordo está
sendo registrado todos os procedimentos, pesquisas, palestras e informações pertinentes ao
projeto. Este registro, no diário de bordo, será realizado em inglês.
Na primeira etapa do projeto, o professor de matemática lançou duas perguntas:
 O que é sustentabilidade?
 O que é necessário para que uma casa seja considerada sustentável?
Encontrou-se algumas coisas em sites nacionais, mas foi necessário bastante busca,
pois não há muito material sobre casas sustentáveis.
Sustentabilidade, em resumo, é a busca pelo equilíbrio entre o suprimento das
necessidades humanas e a preservação dos recursos naturais, não comprometendo as próximas
gerações. Desta forma, uma casa sustentável, são construções que não causam impactos tão
devastadores ao meio ambiente. E como isto acontece? Reduzindo, ou substituindo o uso de
determinados materiais por outros que sejam menos agressivos, assim como substituir energia
elétrica, por energia solar (quando possível).
Para que uma casa seja sustentável, em geral, opta-se por utilizar tijolos ecológicos,
telhado verde, as cores das paredes mais claras, um número maior de janelas (para melhor
aproveitar a luz solar), reutilização de água da chuva (cisternas), Aquecimento de água com
energia solar, placas fotovoltaicas, entre outros matérias sustentáveis.
Após a resposta e registros destas informações no diário de bordo, os grupos deram o
primeiro passo para a construção de um imóvel sustentável. Assim, o professor instruiu os
alunos a criarem uma conta no site Flooplanner (site gratuito para elaboração de plantas de
imóveis) e então os grupos começaram uma discussão, para decidir o tamanho do imóvel que
irão construir, o número de cômodos, mobília, jardim, enfim, um imóvel completo.
Terminado esta construção, procedeu-se com uma revisão sobre unidades de medida de
comprimento e área. Nesta etapa, cada grupo recebeu um pedaço de barbante e foram
instruídos, pelo professor a realizar a medição da sala de aula, de uma quadra de esportes e do
campo de futebol da escola, usando como unidade de medida o barbante. Voltando para a
sala, os educandos tiveram que calcular o perímetro e a área dos respectivos espaços, ainda
utilizando o barbante como unidade de medida. Após a conclusão destas medidas, realizamos
a conversão para metros (no caso da área, para m²). Aqui percebemos que quando
convertemos unidades de medidas de área, usamos múltiplos de 100 e não de 10 como nas
unidades de comprimento.
Em física/química foi realizado um estudo sobre tipos de energia, entre elas a solar,
que é uma das utilizadas nas casas sustentáveis, então para conhecer um pouco mais sobre ela,
se buscou a visita de um engenheiro elétrico que trabalha com energia solar. Ele conversou
com a turma sobre o que é energia, falou sobre cargas, voltagem e por fim falou sobre a
energia solar. As placas para captação de energia solar são feitas de Silício, material que é
semicondutor. Utiliza-se material semicondutor, pois eles podem conduzir ou não elétrons.
No caso do silício, quando as particular de luz solar, conhecidas como fótons, atingem os
átomos deste material, provocam o deslocamento de elétrons, gerando uma corrente elétrica.
Segundo o engenheiro, o importante é ter luz solar, quanto maior a luz solar, maior a
produção de energia, inclusive em um dia frio, mas com bastante incidência de luz solar a
produção de energia é maior do que um dia muito quente com a mesma incidência de luz
solar.
Uma curiosidade interessante é que no inverno também há produção de energia, claro
que bem menor, mas há. Esta energia gerada pode ser armazenada de duas formas, primeiro
tendo um conjunto de baterias que armazena esta energia, mas para imóveis residenciais não é
muito viável e a outra maneira é ter uma parceria com a empresa que fornece energia elétrica,
em nosso estado é a CELESC, neste caso há um relógio, que verifica a quantia de energia
elétrica que entra em sua residência (no caso a energia fornecida pela empresa) e a quantia
que sai da sua casa (energia das placas fotovoltaicas), assim se sua residência produz mais do
que consome de energia, oque “sobra” é armazenada pela empresa e quando as placas não
produzem o suficiente, você recebe esta energia para uso, sem custo, porém se sobrar energia
solar sua, a empresa não para por esta energia. O engenheiro nos informou que depois de
certo tempo, as placas fotovoltaicas reduzem a capacidade de converter energia solar em
elétrica. A duração média de uma placa é em torno de 30 anos, após este período as placas são
recicladas, reutilizando-se todo o material para a construção de novas placas.
O projeto ainda está em construção, até o momento temos as plantas construídas no
software, o próximo passo será desenhar a planta baixa da casa em papel milimetrado,
utilizando escala e para isso foi realizado um estudo sobre razão, proporção e regra de três.
Como o tamanho e formato dos imóveis são diferentes, então cada grupo irá decidir a escala
que será utilizada.
Assim que estiver pronto o desenho, a próxima proposta é representar em tamanho
real, no campo da escola, a planta do imóvel, para conseguirmos visualizar o tamanho do
imóvel e analisar de é o que realmente se deseja, além de permitir que possa ter uma noção de
espaço. Também pretende-se receber a visita de um engenheiro civil, para conversar com a
turma sobre construções e também para ver o projeto, realizar ponderações a cerca deles,
sugestões e por fim valida-los.
No decorrer do projeto será realizado um estudo do cálculo de área de figuras planas,
tendo em vista que nem todas as casas possui formato retangular, faz-se necessário
compreender como obter a área de outros polígonos. Compreendido isto, os alunos farão o
cálculo da área do imóvel e de cada um dos seus cômodos.
Em um momento seguinte, será construído uma maquete, em escala, utilizando
materiais sustentáveis, aqui será um grande desafio. Está maquete além de contar com a parte
estrutural, terá também a instalação elétrica, visando aplicar as habilidades desenvolvidas a
cerca de energia, assunto abordado nas aulas de física/química.
Assim que a construção da maquete estiver terminada, segue para o estudo de custos
para construção de uma casa sustentável. Pretende-se fazer um levantamento dos materiais
necessários para a construção de uma casa sustentável e para a construção de uma casa
comum para ser possível fazer um comparativo de custos e obter respostas para perguntas do
tipo:
 Casa sustentável vale a pena?
 A longo prazo ela se paga?
 O custo dela é muito mais alto que uma casa “normal”?
Ao final de todo o projeto, pretende-se que cada grupo escreva um documento em
forma de relato de experiência, visando compreender a estrutura de textos deste tipo, desde
sua estruturação, fundamentação e conclusão. iremos desenvolver propagandas que estimulem
pessoas a comprar este tipo de imóvel, ou seja, trabalharemos o marketing do nosso produto.

CONCLUSÕES

Tendo em vista que as Ciências da Natureza se encarregam de compreender o mundo


natural por meio da observação, da investigação e da resolução de problemas, o projeto
interdisciplinar que esta sendo desenvolvido aproxima a prática científica de outros saberes,
como forma de construir uma visão mais complexa sobre o mundo e sobre as relações que o
ser humano estabelece com o ambiente e a sociedade na qual se encontra inserido.
Pretendemos analisar se a construção residencial sustentável é totalmente viável
quando se pensa a longo prazo, será que se está inserido no conceito que sobressai aos custos
de implantação? O tempo de retorno e a escolha dos equipamentos são variantes que não
podem ser dispensadas em análise aprofundada. Então, elevado investimento inicial, ausência
de produção de energia durante a noite e a baixa eficiência do sistema de transformação de
energia solar em elétrica podem ser os três principais empecilhos para a implantação.
Levando em consideração que este é um projeto em processo, ainda é cedo para
determinarmos conclusões relevantes que nos tragam respostas sobre nossas dúvidas e
hipóteses iniciais.

REFERÊNCIAS

ELBONI, Edval. Vale a pena colocar energia solar na sua casa? Tilt Uol. São
Paulo. Inovação, 2022. Disponível em: <https://www.uol.com.br/tilt/faq/energia-
solar-como-funciona-instalacao-custo-e-mais.htm?cmpid=copiaecola>. Acesso
em: 14 jun. 2022.

CRUZ, Talita. Casa sustentável: veja que materiais usar. Viva Decora. São
Paulo. Arquitetura, 2021. Disponível em:
<https://www.uol.com.br/tilt/faq/energia-solar-como-funciona-instalacao-custo-e-
mais.htm?cmpid=copiaecola>. Acesso em: 14 jun. 2022.
FARAGO, Jorge Luiz. Matemática – coleção Rotas, 8º ano. Brasília, edutora
EDEBE, 2020.

Você também pode gostar