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Universidade Pedagógica
Departamento de Química
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Universidade Pedagógica
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Índice
Visão geral 1
Bem-vindo ao Módulo de Química Geral......................................................................... 1
Objectivos do Módulo ...................................................................................................... 1
Quem deve estudar este Módulo ....................................................................................... 2
Como está estruturado este Módulo.................................................................................. 2
Ícones de actividade .......................................................................................................... 3
Acerca dos ícones .......................................................................................... 3
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 4
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 5
Auto-avaliação .................................................................................................................. 5
Avaliação .......................................................................................................................... 5
Tempo de estudo e outras actividades .............................................................................. 5
Unidade 1 7
Teoria Atómica e Estrutura da Matéria............................................................................. 7
Introdução ................................................................................................................ 7
Lição no 1 8
História da teoria atómica ................................................................................................. 8
Introdução ................................................................................................................ 8
Teoria atómica clássica .................................................................................. 8
Teoria atómica moderna ................................................................................ 9
A constituição do átomo .............................................................................. 12
A=P+Z 14
Números Quânticos...................................................................................... 15
Regras de Hund (ou princípio de máxima multiplicidade) .......................... 16
Princípio de exclusão de Pauli ..................................................................... 16
Regra de energia mínima ............................................................................. 16
Auto-avaliação ................................................................................................................ 18
Lição no 2 19
Sistema periódico dos elementos .................................................................................... 19
Introdução .............................................................................................................. 19
História da tabela periódica ......................................................................... 19
Auto-avaliação ................................................................................................................ 26
Lição no 3 27
Propriedades do Sistema Periódico dos Elementos ........................................................ 27
Introdução .............................................................................................................. 27
Variação das propriedades periódicas.......................................................... 28
ii Índice
Auto-avaliação ................................................................................................................ 32
Lição no 4 33
Ligação química. Ligação Iónica. Ligação Metálica. ..................................................... 33
Introdução .............................................................................................................. 33
O que é uma Ligação química? .................................................................... 34
Parâmetros que caracterizam a ligação química (distância, ângulo, energia
de ligação) .................................................................................................... 34
Tipos de ligação química ............................................................................. 34
Ligação iónica .............................................................................................. 36
Ligação metálica .......................................................................................... 38
Auto-avaliação ................................................................................................................ 40
Lição no 5 41
Ligação covalente. Teorias Sobre Ligação Química. ..................................................... 41
Introdução .............................................................................................................. 41
Parâmetros que caracterizam a ligação química .......................................... 41
Electronegatividade dos átomos .................................................................. 42
Ligação Covalente ou Atómica.................................................................... 42
Polaridade das moléculas Covalentes .......................................................... 44
Teorias sobre ligação química ..................................................................... 46
a) Teoria de Ligação de valência (TEV) ...................................................... 46
b) Hibridização............................................................................................. 47
c) Teoria das Orbitais Moleculares (OM) .................................................... 47
Que propriedades apresentam as substâncias com ligação covalente? ........ 48
Auto-avaliação ................................................................................................................ 49
Resumo ........................................................................................................................... 50
Bibliografia ..................................................................................................................... 51
Respostas dos exercícios ................................................................................................. 51
Unidade 2 53
Termodinâmica (Termoquímica) .................................................................................... 53
Introdução .............................................................................................................. 53
Lição no 1 55
Conceito de Sistema........................................................................................................ 55
Introdução .............................................................................................................. 55
O que é um Sistema?.................................................................................... 55
O Estado de um sistema ............................................................................... 57
Equação de estado ........................................................................................ 57
Auto-avaliação ................................................................................................................ 58
Lição no 2 59
Energia, Trabalho e Calor ............................................................................................... 59
Introdução .............................................................................................................. 59
Quais as diferenças entre energia, trabalho e calor? .................................... 59
Química Geral Curso de Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Biologia iii
Auto-avaliação ................................................................................................................ 65
Lição no 3 66
Termodinâmica. Introdução às Funções e Variáveis de Estado ..................................... 66
Introdução ....................................................................................................................... 66
Auto-avaliação ................................................................................................................ 69
Lição no 4 70
Funções e Variáveis de Estado. Entalpia, Entropia e Energia de Gibbs. Lei de Hess. ... 70
Introdução ....................................................................................................................... 70
Entalpia (H).................................................................................................. 70
Auto-avaliação ................................................................................................................ 79
Lição no 5 80
TIPOS DE RECÇÕES TERMOQUÍMICAS ................................................................. 80
Introdução ....................................................................................................................... 80
Auto-avaliação ................................................................................................................ 84
Resumo ........................................................................................................................... 85
Bibliografia ..................................................................................................................... 86
Respostas dos exercícios ................................................................................................. 86
Unidade 3 88
Cinética e Equilíbrio Químico ........................................................................................ 88
Introdução .............................................................................................................. 88
Lição no 1 89
Cinética Química. Conceito de Velocidade de uma Reacção Química .......................... 89
Introdução .............................................................................................................. 89
A cinética química ....................................................................................... 89
O Conceito de velocidade da reacção .......................................................... 90
Auto-avaliação ................................................................................................................ 97
Lição no 2 98
Factores Que Influenciam a Velocidade das Reacções Químicas .................................. 98
Auto-avaliação .............................................................................................................. 104
Lição no 3 105
Reacções Reversíveis. Equilíbrio Químico .................................................................. 105
Introdução ............................................................................................................ 105
Noções de equilíbrio químico. Sistema fechado e aberto. .................................. 106
Tipos de sistemas ....................................................................................... 106
Reacção irreversível – é o tipo de reacção química que ocorre num único
sentido. Os reagentes transformam-se totalmente em produtos................. 107
Deslocamento de equilíbrio químico e o princípio de Le Chatellier ......... 110
iv Índice
Unidade 4 115
Soluções ........................................................................................................................ 115
Introdução ............................................................................................................ 115
Lição no 1 116
Soluções. Classificação e Características ..................................................................... 116
Introdução ............................................................................................................ 116
Soluções ..................................................................................................... 116
Auto-avaliação .............................................................................................................. 121
Lição no 2 122
Solubilidade e Medidas de Concentração de Soluções ................................................. 122
Introdução ............................................................................................................ 122
Solubilidade ............................................................................................... 122
Auto-avaliação .............................................................................................................. 127
Lição no 3 128
Propriedades coligativas de soluções ............................................................................ 128
Introdução ............................................................................................................ 128
Propriedades coligativas de soluções ......................................................... 128
Auto-avaliação .............................................................................................................. 131
Resumo ......................................................................................................................... 132
Bibliografia ................................................................................................................... 133
Respostas dos exercícios ............................................................................................... 133
Unidade 5 134
Água. Reacções em Soluções ....................................................................................... 134
Introdução ............................................................................................................ 134
Lição no 1 136
Reacções de Precipitação e Produtos de Solubilidade ....................................... 136
Introdução ............................................................................................................ 136
Auto-avaliação .............................................................................................................. 143
Lição no 2 144
Teoria protolítica dos ácidos e bases. Hidrólise de iões e pH, pOH, pKW, pKa e pKb. 144
Introdução ............................................................................................................ 144
Química Geral Curso de Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Biologia v
Lição no 3 153
Reacções de Oxidação-redução Bases da Electroquímica ............................................ 153
Introdução ............................................................................................................ 153
Reacções de oxidação-redução .................................................................. 154
Bases da electroquímica............................................................................. 154
Auto-avaliação .............................................................................................................. 159
Resumo ......................................................................................................................... 160
Bibliografia ................................................................................................................... 161
Respostas dos exercícios ............................................................................................... 161
Bibliografia Geral ......................................................................................................... 163
Química Geral Curso de Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Biologia 1
Visão geral
Objectivos do Módulo
Os objectivos gerais do curso de Licenciatura em Ensino de Química são
a formação de quadros de nível superior com conhecimentos científicos
adequados e domínio das técnicas especiais de pensamento e trabalhos
nas áreas de Química e Ciências Pedagógicas.
quotidiano;
Páginas introdutórias
Um índice completo.
Conteúdo módulo
Outros recursos
Comentários e sugestões
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
(excelência/
autenticidade)
(fortitude /
Leitura preparação) Terminologia Dica
Resumo
Habilidades de estudo
Este Módulo foi concebido tendo em consideração que você vai estudar
sozinho. É por isso que no fim de cada unidade/lição apresentamos
actividades que o auxiliarão a verificar tudo o que nela aprendeu.
Precisa de apoio?
Se tiver dificuldades, tem o Centro de Recursos à sua espera, perto do
local da sua residência. Não hesite em recorrer a esse centro, pois ele foi
criado para si. Lá encontrará literatura e outros materiais de consulta.
Também poderá consultar ao seu tutor, usando vários meios que serão
definidos no início do curso.
Auto-avaliação
Ao longo de cada Unidade você terá que resolver uma série de exercícios,
que o ajudarão a consolidar a matéria dada.
Avaliação
Nesta disciplina você vai realizar 2 testes: O primeiro teste terá lugar
depois de completar a unidade 3. O Segundo teste terá lugar depois de
completar a última unidade.
Unidade 1
Introdução
Bem-vindo a esta unidade didáctica. Nela você complementará as noções
que teve no Módulo de Química Básica sobre a teoria atómica, a estrutura
electrónica dos átomos e a classificação Periódica dos elementos.
Lição no 1
Introdução
Desde os tempos mais remotos os Homens tem se dedicado ao estudo de
fenómenos naturais e procurando explicar a sua essência e constituição da
matéria envolvida. Na antiguidade uma questão, que preocupou a
humanidade era se a matéria seria divisível ou não.
O Átomo de Dalton
A constituição do átomo
As partículas elementares do átomo
elementares, pois são as cargas mais pequenas que são conhecidas até
hoje.
Por sua vez, o neutrão não possui carga, ele é neutro, é uma partícula
neutra.
Número de protões = P
Número de neutrões = Z
Orbital atómica
Números Quânticos
Subnível: s, p, d, f
ℓ=n-1
Valor de ℓ: 0 1 2 3
Observe que:
Sub n° orbitais /
Valores de ℓ Valores de m
nível orientações
0 S 0 1
1 P -1, 0, +1 3
2 D -2,-1,0,+1,+2 5
-3,-2,-
3 F 7
1,0,+1,+2,+3
5s: n = 5; l = 0 (n+l) = 5
4p: n = 4 ; l = 1 (n+l) = 5
3d: n = 3; l = 2 (n+l) = 5
Exemplo Note que na primeira situação a ordenação será: 3d, 4p, 5s
6s: n = 6; l = 0 (n+l) = 6
4f: n = 4,; l = 3 (n+l) = 7
5s: n = 5; ℓ = 0 (ℓ + n) = 5
3d: n = 3; ℓ = 2 (ℓ + n) = 5
Assim, você pode notar que pela disposição dos subníveis no diagrama
energético de Linus Pauling a sequência de preenchimento dos subniveis
em função da energia será:
1s-2s-2p-3s-3p-4s-3d-4p-5s-4d-5p-6s-4f-5d-6p-7s-5f-6d
18 Lição no 1
Auto-avaliação
1. Quais foram as limitações do modelo atómico de Rutherfor?
Lição no 2
Introdução
Desde os tempos mais remotos, que o homem procurou organizar tudo
quanto havia ao seu redor, animais, plantas, substâncias, etc.
A construção do SPE
Apesar do sistema proposto por Mendeleev ser bom, ele continha ainda
certas lacunas. Por exemplo, se a ordenação fosse feita segundo a ordem
crescente das massas atómicas, então os elementos dos pares Co e Ti; Te
e I deveriam estar trocados. Porém, as suas propriedades químicas
colocam-nos no devido local onde se encontram na tabela periódica.
Isto quer dizer que a massa atómica não pode ser um princípio de ordem
por excelência.
v = a(Z - b)
Lei de Moseley
Formas do SPE
• Elementos – s
Química Geral Curso de Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Biologia 23
• Elementos – p
• Elementos - d
• Elementos – f.
Auto-avaliação
1. Representa a estrutura electrónica do Cloro e indica a posição da
Tabela Periódica?
Lição no 3
Propriedades do Sistema
Periódico dos Elementos
Introdução
Nesta lição iremos destacar as propriedades dos elementos na tabela
periódica, tendo em conta que estas propriedades são funções periódicas
dos seus números atómicos. Portanto, o estudo será feito com o auxílio da
lei periódica e é possível organizar e sistematizar a química dos
elementos.
Auto-avaliação
1. Represente a estrutura electrónica do Enxofre e indique a posição da
Tabela Periódica?
Lição no 4
Introdução
Os átomos de quase todos os elementos têm a possibilidade de se unirem
entre si ou com átomos de outros elementos formando um sistema
poliatómico estável, uma molécula, um ião molecular, um cristal, etc.
Nesta lição você irá aprender como são formadas as substâncias iónicas e
as metálicas, e porque os átomos formam tais ligações.
Ligações iónicas;
Ligações metálicas;
Ligação iónica
NaCl
Mg2F
38 Lição no 4
Exemplo:
Ligação metálica
Nos retículos cristalinos dos metais, cada átomo está circundado por um
conjunto de tantos outros átomos, isto é, apresentam elevado número de
coordenação. Como o conjunto é formado por átomos do mesmo
elemento, as atracções são iguais em todas as direcções.
Ligas Metálicas
São materiais com propriedades metálicas que contém dois ou mais
elementos, sendo que pelo menos um deles é metal. As ligas possuem
propriedades diferentes dos elementos que as originam. Algumas dessas
propriedades são a diminuição ou aumento do ponto de fusão, aumento
da dureza, aumento da resistência mecânica, entre outros.
Auto-avaliação
1. O que é uma liga metálica? Que propriedade dos metais permite a
formação de ligas?
Lição no 5
Introdução
Nesta lição a questão principal é saber como é que as moléculas são
formadas.
Uma molécula será somente formada se esta for mais estável e tiver
menor energia do que os átomos individuais que a formam.
H (2,1)
Assim como a teoria atómica, a ideia sobre as ligações químicas deve ser
apresentada sob o ponto de vista dum modelo, isto é, como representação
funcional de algumas características da realidade objectiva. Portanto, a
partir dos conhecimentos trazidos pelo desenvolvimento do modelo
atómico de Bohr (mecânica quântica) e modelo ondulatório do átomo que
tem como base a teoria da mecânica quântica, chega-se ao actual
Química Geral Curso de Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Biologia 43
Exemplo1: H2 H● + * H H ●* H
● *
Exemplo2: O2 O● + * O O ● * O
● *
H (2,1)
Li Be (1,5) B (2,0) C (2,5) N (3,07) O (3,5) F (4,0)
(0,98)
Na Mg Al (1,6) Si (1,8) P (2,2) S (2,6) Cl (3,0)
(0,93) (1,2)
K Ca Ga (1,8) Ge (1,8) As (2,1) Se (2,5) Br (2,8)
(0,91) (1,04)
Rb Sr In (1,55) Sn (1,8) Sb (1,8) Te (2,1) I (2,6)
(0,89) (0,99)
1D = 3,33 x 10-30 C x m
Uma molécula é tanto mais polar, quanto maior for a deslocação do par
de electrões comum na direcção de um dos átomos, isto é, quanto mais
altas forem as cargas efectivas dos átomos e quanto maior for o
comprimento do dipólo l. Por isso, numa série de moléculas de
construção semelhante o momento dipolar aumenta à medida que
aumenta a diferença de electronegatividade dos átomos que as formam
como pode ser visto na série dos halogenetos do hidrogénio:
HF HCl HBr HI
1,92 D 1,06 D 0,79 D 0,38 D
Para que uma teoria seja considerada teoria sobre ligação química deve
satisfazer a uma série de requisitos, que a seguir se mencionam:
Estes factos não podem ser explicados pela teoria da ligação covalente de
Lewis.
Uma ligação química covalente é tanto mais estável, quanto maior for
o grau de sobreposição das nuvens electrónicas que interactuam;
Para a representação dos esquemas de valência podem ser usadas as
orbitais de valência que interagem ou então as estruturas de Lewis;
O número de pares electrónicos comuns que ligam o átomo de um
elemento com os outros átomos é a covalência desse átomo.
δ+ µ δ- δ+ δ-
H Cl Ex: H Br
Exemplo
b) Hibridização
Auto-avaliação
1. Para a descrição da ligação covalente e da estrutura das moléculas
podem usar-se a teoria dos gases nobres, teoria das ligações de
valência e a teoria das orbitais moleculares.
Exercícios
a) Descreva a molécula do oxigénio (faça a estrutura) à luz da teoria
dos gases nobres.
Resumo
Nesta unidade esperamos que você tenha aprendido mais sobre a
estrutura da matéria.
Bibliografia
BARROS, J. Manual de Química Geral. Maputo, Universidade
Pedagógica, 2004.
Carvalho, G.C. Química moderna 2o vol.. SP – Brasil. Livraria
Nobel, 1976.
Leitura
CHANG, Raymond. Química Geral – Conceitos essenciais. 4ª Edição.
São Paulo, Editora Mc Graw-Hill, 2007.
Glinka, N. Problemas e exercícios de Química Geral. Moscovo,
editora Mir, 1987.
Mahan, B.H. Química um curso universitário. 4a edição, SP – Brasil,
Editora Edgard Büchler Ltda. 1998.
6s: n = 6; ℓ = 0 (ℓ + n) = 6
5p: n = 5; ℓ = 1 (ℓ + n) = 6
4d: n = 4; ℓ = 2 (ℓ + n) = 6
4. R: Não se pode saber o local e a velocidade do electrão porque,
segundo o princípio de Heisemberg, é impossível saber exactamente
onde um electrão se localiza num determinado tempo.
Lição 2
b) Grupo: II e Período: 4º
52 Lição no 5
Lição 3
Lição 4
3. R: :Cl:
|
:
|
:Cl:
:
Lição 5
1. R: a) |O=O|
Unidade 2
Termodinâmica (Termoquímica)
Introdução
Bem-vindo a esta unidade didáctica. Nela você terá as noções básicas
sobre a Termoquímica, relacionada a um sistema, estados e as funções de
estado, através do estudo da espontaneidade de um processo químico, da
entropia e da energia (entalpia) livre, influência da temperatura sobre a
entalpia, entropia e energia livre.
Lição no 1
Conceito de Sistema
Introdução
Certamente que você já ouviu falar de alguns mitos sobre o fogo. Quais
são os mitos que você conhece sobre o fogo?
O que é um Sistema?
Sistema químico pode ser definido como uma amostra qualquer de uma
ou mais substâncias químicas que se encontram delimitadas por fronteiras
56 Lição no 1
Há troca de energia e de Há troca de energia, mas não Não há troca, nem de energia,
substâncias com o meio há troca de substâncias com o nem de substâncias com o
meio meio
Química Geral Curso de Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Biologia 57
O Estado de um sistema
Equação de estado
pV = nRT onde;
p – Pressão V – Volume,
n – Número de moléculas, T – Temperatura do gás.
R – Constante geral dos gases (R=8,314 J/mol.K ou 0,082 atm/mol.K).
Para isso, o professor tutor irá coordenar essa actividade. Você precisa de
Tome Nota! fazer um resumo de cerca de uma página, sobre “os sistemas,
classificação e propriedades”. A actividade deve ser realizada aos pares
(dois estudantes). Para tal, escolha um membro do seu grupo de estudo
para realizar a actividade.
Auto-avaliação
1. Defina um sistema químico.
Exercícios 2. Qual a quantidade de calor ganho ou recebido por 300g de Água cuja
temperatura se elevou de 20oC para 28oC?
Lição no 2
Introdução
Como é que você define os conceitos de Energia, Calor e Trabalho?
O conceito de energia
Energia nuclear
Energia química
Energia luminosa
Energia radiante.
Trabalho
Wm = Fds
Wv = pAds Wv = pdv
SISTEMA
Trabalho de Expansão
62 Lição no 2
Este conceito provém da física que diz que o trabalho para deslocar um
corpo na distância ds na direcção de uma força F que se opõe ao
deslocamento é negativo. É claro que na expansão o volume final do
sistema é maior que o inicial e a variação de volume é positiva. Porém, o
trabalho realizado pelo sistema leva sinal negativo.
SISTEMA
Trabalho de Compressão
Vfin
W = -p ∫
Vini
dV = -p(Vf - VI) = -p∆V
Vfin
W = -p ∫ Vini
dV = -p(Vf - VI) = p∆V
Vfin
Wrev = -nRT ∫Vini
dV / V = -nRTln(Vf/VI)
Esta equação também mostra que para uma dada variação de volume o
trabalho executado é tanto maior quanto maior for a temperatura.
Auto-avaliação
1. Defina os conceitos de Energia, Trabalho e Calor.
J
( C Água = 4,185 ), se a temperatura aumenta em 25oC.
g ⋅o C
Lição no 3
Termodinâmica. Introdução às
Funções e Variáveis de Estado
Introdução
O estado termodinâmico dos sistemas é definido por funções de estado.
As funções de estado mais comuns são: a energia, o trabalho e o calor.
Nesta lição você vai aprender como fazer a interpretação da primeira Lei
da Termodinâmica, relacionando-a com as Funções de estado, no sentido
de poder determinar quantitativamente cada uma dessas funções numa
reacção química.
Quando num processo qualquer o sistema passa do estado inicial (1) para
o estado final (2) e realiza trabalho W, absorvendo calor Q do meio
exterior, a sua energia interna reduzir-se-á em W e aumentará em Q.
Disso resulta a seguinte variação:
Como: U1 - W + Q = U2 e ∆U = U2 - U1
Teremos:
∆U = Q - W
(Primeira Lei da Termodinâmica)
∆U = Ufinal - Uinicial
∆U = Q + W
Q = ∆U - W
Esta lei resume a equivalência entre trabalho e calor. De acordo com ela,
a alteração da energia interna não depende do percurso seguido pelo
processo, mas determina-se apenas pelos estados inicial e final. Porém, a
quantidade de energia que se destina à realização de trabalho W e a que
será convertida em calor Q, depende do percurso que o processo seguir,
isto é, a relação entre trabalho e calor pode ser diferente. Nomeadamente,
se durante o processo não se realiza qualquer trabalho, incluindo o
trabalho de expansão contra o exterior, isto é, se o volume do sistema não
se altera, então ter-se-á:
∆U = Qv
∆U = Qv = nCv ∆T
Onde Cv é o calor molar da substância; n o número de moles das
substâncias; ∆T a diferença entre as temperaturas final e inicial.
Auto-avaliação
1. “Calor de reacção de neutralização (exotérmica)”.
→ NaCl( aq ) + H 2 O( l ) é de 57 ,3 KJ mol , a 25 o C .
HCl( aq ) + NaOH ( aq )
Exercícios
a) O que significa esta afirmação?
1 1
a) 2
→ NO( g ) ; ∆ R H o = 90 KJ mol de NO
N 2 ( g ) + 2 O2 ( g )
→ 2CO( g ) ; ∆R H o = −222 KJ
b) 2C( s ) + O2 ( g )
c) 2C 4 H 10 ( s ) + 13
2
→ 4CO2 ( g ) ; ∆R H o = −2869 KJ mol
O2 ( g )
Lição no 4
Funções e Variáveis de Estado. Entalpia,
Entropia e Energia de Gibbs. Lei de Hess.
Introdução
O estado de um sistema é determinado pela sua composição e pelas
condições em que este sistema se encontra.
Entalpia (H)
A entalpia - exprime o calor trocado à pressão constante e é determinada
pela relação: H = U + PV
∆H = ∆U + P ∆V Ou ∆U = ∆H - P ∆V
Química Geral Curso de Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Biologia 71
∆H = Qp = nCp ∆T
Processos espontâneos:
Quando abrimos um frasco de perfume, este difunde-se livremente no
espaço.
Exemplo Quando dois corpos (um quente e outro frio) entram em contacto, o
calor é transferido do mais quente para o mais frio.
A reacção entre o zinco e o ácido clorídrico para formar cloreto de
zinco e hidrogénio é espontânea.
A corrosão do ferro com a formação de ferrugem.
Probabilidade e desordem
∆S = Qreversível/ T
Sempre que tivermos a condição: ∆RG < 0, então a reacção pode decorrer
espontaneamente.
Para tal as condições termodinâmicas devem ser tais que permitam que
∆RG possa ser negativo. Assim podemos com base na tabela a seguir
verificar se a reacção pode ou não ocorrer:
∆H (H2(g)) = 0; ∆H (O2(g )) = 0;
∆H (Mg(s)) = 0; ∆H (Hg(l)) = 0;
∆H (Br2(l)) = 0
78 Lição no 4
Ela diz-nos que: “se uma reacção química poder ser expressa pela soma
algébrica de vários processos (reacções) então a entalpia total da
reacção será a soma algébrica das entalpias dessas reacções parciais,
tendo sempre em conta que a entalpia de cada reacção individual é igual
à diferença entre o somatório das entalpias dos produtos pelo somatório
das entalpias dos reagentes”:
LEI de HESS
∆RH = Σ ∆FHProdutos - = Σ ∆FHReagentes
Auto-avaliação
1. Uma amostra de 0,100mols de Propano foi colocada numa bomba
calorimétrica com excesso de O2 e inflamada, segundo a equação:
C3H8(g) + 5 O2(g) 3 CO2(g) + 4 H2O(l). A temperatura inicial
Exercícios o
do calorímetro era de 25 C e sua capacidade calorífica era 97 kJ/o C. A
reacção aumentou a temperatura para 27,282 oC.
a) Quantos joules foram liberados pela queima do propano?
b) Qual a variação de energia interna, em kJ/mol, para o C3H8?
Lição no 5
TIPOS DE RECÇÕES TERMOQUÍMICAS
Introdução
Uma reacção química é uma transformação da matéria na qual ocorrem
mudanças qualitativas na composição química de uma ou mais
substâncias reagentes, resultando num ou mais produtos.
Nesta lição você irá estudar algumas reacções que ocorrem somente sob
determinadas circunstâncias, como por exemplo, as que ocorrem somente
com o fornecimento ou não de calor.
∆RH = ∑H Pr od − ∑H Re ag :
Em sua casa, você usa com frequência carvão ou gás de cozinha para
cozinhar, assar, fritar, grelhar, etc. Isso só é acontece porque o carvão ou
o gás arde libertando grandes quantidades de energia que servem para
confeccionar os alimentos.
Ca
A + B Hca
Hi Ha
A + B
∆H<0 Hi
C + D ∆H<0
Hf
Hf C + D
Caminho da reacção
Caminho da reacção
Química Geral Curso de Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Biologia 83
Entalpia Entalpia
(H) (H)
Ca
C + D Hca
Hf Ha
C + D
Hf
∆H>0
A + B ∆H>0
Hi
Hi A + B
Caminho da reacção
Caminho da reacção
Entalpia Entalpia
(H) (H)
A + B C + D Ca
Hi = Hf Hca
∆H=0
Ha
A + B C + D
Hi =
H ∆H=0
Caminho da reacção
Caminho da reacção
Auto-avaliação
1. Sabendo que HL (N≡N) = 946,0 KJ.mol-1, HL (H−H) = 436,0
KJ.mol-1, HL (N−H) = 391,0 KJ.mol-1, calcular a entalpia da
Resumo
Nesta unidade tratamos, num conjunto de cinco lições, de conteúdos
relacionados com a termodinâmica química (termoquímica, ramo da
química que se dedica ao estudo da relação entre o calor e a reacção
química,) onde esperamos que você tenha aprendido mais sobre esses
Resumo conteúdos.
Na primeira lição, introduz-se o conceito generalizado de sistema e,
particularmente, de sistema químico, suas diversas formas de
caracterização e as transformações experimentadas por um sistema a
diferentes temperaturas (transformações endotérmica, exotérmica e
atértmica). Também aborda as trocas de energia e de trabalho (aumento
ou diminuição do volume) a parir das quais podemos definir se a reacção
é ou não espontânea e o estado de um sistema.
A segunda lição, aborda com particularidade os conceitos de energia,
calor e trabalho, suas diferenças e as transformações energéticas que
podem ocorrer numa reacção. Nela trata-se com particularidade a Lei da
conservação de energia, transformações energéticas com carácter
mecânico e a energia que flúi espontaneamente dum sistema (processos
endotérmico e exotérmico).
Bibliografia
BARROS, J. Manual de Química Geral. Universidade Pedagógica.
Maputo, 2004.
2. R: Q = 2400 cal
3. R: Q = é 3264,0 KJ/mol.
Química Geral Curso de Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Biologia 87
Lição 2
2. R: Q = 20730 J ou Q = 2,07.104 J
3. R: Q = 67500 cal.
Lição 3
forma de calor.
Lição 4
2. R: Q = 1.897 kJ/mol
Lição 5
Unidade 3
Introdução
Bem-vindo a esta unidade didáctica. Nela você terá as noções básicas
sobre a cinética e equilíbrio químico, que têm como princípio básico
relacionar a velocidade das reacções químicas e a tendência destas se
formarem, tendo em conta vários factores e a partir disto prever as
aplicações da cinética e do equilíbrio químico.
Lição no 1
Introdução
Nesta lição você irá recapitular os conhecimentos sobre a cinética e as
fases que caracterizaram a evolução desta parte da Química como ciência,
bem como as leis e as respectivas expressões que caracterizam a
velocidade do decurso de um processo químico.
A cinética química
Certamente você já viu em muitas situações o apodrecimento de comida.
Ela ocorre com muita rapidez quando a calor é intenso e quando não se
encontra no frio.
Note que quando você risca um palito de fósforo na sua caixa, ocorre
uma reacção química rápida e violenta enquanto que a oxidação das
grades de casa (Ferro) leva um certo tempo, sendo por isso mais lenta.
VR = ∆C/∆t
Química Geral Curso de Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Biologia 91
VR = ∆C/∆t
Já que uma curva contém várias tangentes e cada tangente diz respeito a
uma determinada velocidade, o coeficiente diferencial total dá-nos uma
velocidade média.
-dCA/dt = KCA
-dCA/dt = K
(1) A B
(2) X Y
Vm = -∆[A]/∆t = + ∆[B]/∆t
2X Y
Neste caso temos: quando X varia duas vezes, Y varia somente uma, isto
é, o valor da variação de Y é metade do valor da variação de X.
∆[Y]=-∆[X]/2
Vinst=(-1/2)d[X]/dt = d[Y]/dt
2M + N 3P
e:
V = K[A]a[B]b…
(-1/2)d[A]/dt = K[A]2[B]
Resposta:
Vm = (-1/2)(-0,51/300) = (1/4) 0,102/300 = 0,025/300 = 8,3.10-5 mol.l-1.s-1
Auto-avaliação
1. O gás hidrogénio é usado como combustível em naves espaciais, e o
processo pode ser traduzido pela seguinte equação química:
2H2(g) + O2(g) 2H 2O(g)
Exercícios a) Escreva a expressão da velocidade média desta reacção em função
das variações de [H2], [O2], e [H2O] com tempo.
2. Como é que se altera a velocidade da reacção 2NO + O2 NO2.
a) Se reduzirmos o volume do recipiente em duas vezes?
b) Se aumentarmos o volume onde se realiza a reacção em duas vezes?
98 Lição no 2
Lição no 2
1. Influência da concentração
A lei da acção das massas pode ser enunciada de seguinte modo: A uma
temperatura constante, a velocidade de uma reacção química é
directamente proporcional ao produto das concentrações dos reagentes
que participam na lei da velocidade.
Vt + 10/ Vt = Kt + 10/ Kt = Y
Onde:
Equação de Arrhenius
K = KMax x e-Ea/RT
Onde se:
K = constante de velocidade
Ea = Energia de activação
Auto-avaliação
1. Com base na teoria das colisões, assinale com “X” a afirmação
verdadeira:
a) ( ) A maior frequência das colisões resulta em menor velocidade da
Exercícios reacção.
b) ( ) Diminuindo-se o volume ocupado por uma mistura gasosa,
diminui-se a velocidade da reacção.
c) ( ) A velocidade da reacção é independente da frequência das
colisões.
d) ( ) A velocidade da reacção é directamente proporcional ao número
de colisões por segundo.
e) ( ) O aumento de concentração dos reagentes resulta em diminuição
da velocidade da reacção.
Lição no 3
Introdução
Nesta lição você irá analisar o comportamento das reacções químicas
num sistema. Teoricamente, toda a reacção química ocorre nos dois
sentidos, isto é, os reagentes transformando-se em produtos e os produtos
transformando-se de volta em reagentes. Contudo, certas reacções, como
a de combustão, virtualmente cem porcento dos reagentes são convertidos
em produtos, e não se observa ocorrer o contrário (ou pelo menos não em
escala mensurável). Contudo, também existem reacções nas quais logo
que uma certa quantidade de produto(s) é formada, este(s) torna(m) a dar
origem ao(s) reagente (s). O conceito de equilíbrio químico praticamente
restringe-se a este último tipo de reacções.
Tipos de sistemas
Exemplos: Na + O2 Na2O
∆
CaCO3 CaO + CO2
Reacção directa
EQUILÍBRIO QUÍMICO
V directa = V inversa
∆C Reagentes (equil) = 0; dC Reagentes (equil) = 0
∆C Produtos (equil) = 0; dC Produtos (equil) = 0
Ou seja:
K1[A] x[B] = K2 [C] x [D]
A última expressão permite-nos relacionar a velocidade directa e a
inversa:
K1/K2 = [C]equil.[D]equil/ [A]equil. [B]equil = Kequilibrio.
Kequil. >1
Auto-avaliação
1. Quando é que um sistema químico atinge o estado de equilíbrio?
Resumo
Nesta unidade tratamos, em três lições, de conteúdos relacionados com a
cinética química e equilíbrio químico e esperamos que você tenha
aprendido bastante sobre o assunto.
Resumo
Na primeira lição, introduzimos a cinética química como a parte da
química que se dedica ao estudo da velocidade, dos factores que a
influenciam e etapas de uma reacção química. Introduzimos também o
conceito de velocidade da reacção (genericamente definida como a
variação da concentração dos reagentes ou produtos por unidade de
tempo) e constante de velocidade ou velocidade específica. Para além
disso, discutimos e determinamos a velocidade média, a constante de
velocidade, a ordem de reacção e a velocidade específica de uma reacção
química.
Bibliografia
BARROS, J. Manual de Química Geral. Maputo, Universidade
Pedagógica. 2004.
CARVALHO, G.C. Química Moderna. 2o vol. SP – Brasil,
Distribuição da Livraria Nobel, 1976.
Leitura
GLINKA, N. Problemas e exercícios de Química Geral. Moscovo,
Editora Mir 1987.
GLINKA, N. Química Geral 1 e 2. Mir Moscovo, Editora. 1988.
MAHAN, B.H. Química- um Curso Universitário. 4a edição, SP – Brasil,
Editora Edgard Büchler Ltda., 1998.
2. R: a) Aumenta 8 vezes.
Lição 2
b) K’=1,2.1010 K
Lição 3
Unidade 4
Soluções
Introdução
Lição no 1
Soluções. Classificação e
Características
Introdução
Nesta lição olharemos para as soluções como um fenómeno que ocorre
frequentemente em nossas actividades diárias,como por exemplo, quando
preparamos um chá ou um sumo de laranja, etc.
Soluções
Soluções gasosas
Há muitas soluções gasosas que são usadas por seres humanos para o
controlo das proporções dos componentes. Por exemplo, a proporção de
gás anestésico é finamente ajustada, tendo em conta as necessidades do
paciente e o período do procedimento cirúrgico. A relação entre os
componentes de uma mistura de gases industriais, como CO:H2 (mistura
de combustível de CO e H2), N2:H2 na produção de amoníaco, são
controlados para aperfeiçoar o rendimento do produto nas várias
condições de temperatura e pressão.
Nas distintas soluções gasosas, cada gás somente tem uma solubilidade
limitada num determinado líquido. Gases que são apolares, como N2, ou
semelhantes a este, como NO, têm baixos pontos de ebulição porque as
suas atracções inter- moleculares são fracas. Igualmente, eles não são
muito solúveis em água porque as forças soluto-solvente são fracas.
Uma vez libertados dos cristais, os iões são completamente rodeados por
moléculas de água.
Calor da solução
Auto-avaliação
1. O calor de solução para AlCl3 é de –321 Kj.mol-1. Calcule o calor total
liberado na dissolução de 10.0 g de AlCl3 em 1.00 L de água.
Lição no 2
Solubilidade e Medidas de
Concentração de Soluções
Introdução
Cada soluto é caracterizado por se dissolver num determinado solvente e
cada um a uma proporção. Para prepar as soluções diárias, como o sumo
de laranja, temos que ter em conta as quantidades das substâncias que
formarão a solução.
Nesta lição, você irá analisar o processo de solubilidade para a partir dele
compreender outros conteúdos relacionados com a identificação das
diferentes medidas de concentração de soluções.
Solubilidade
Sgas = KH x Pgas
Unidades de concentração
= Msoluto x 100%
Msolução
126 Lição no 2
XA = moles de A
Soma do nr. de mole de todos os componentes
A fracção molar não tem nenhuma unidade, pois ela é a razão entre duas
quantidades semelhantes.
Molaridade (M)
Molalidade (m)
Auto-avaliação
1. A pressão parcial de etano na superfície de uma solução saturada que
contém 6.56 x 10-2 g de etano é de 100.1kPa. Qual será a sua pressão parcial
quando a solução saturada tiver 5.0 x 10-2 g de etano?
Exercícios
2. Uma solução é composta por três substâncias diferentes: 20 g de etanol,
29 g de água e 1 g de cloreto de sódio. Qual é o percentual em massa do
álcool?
Lição no 3
Propriedades coligativas de
soluções
Introdução
Nesta lição você aprenderá as propriedades coligativas das soluções,
tendo em conta as propriedades características das soluções.
• A pressão de vapor;
• O ponto de ebulição;
• O ponto de congelação;
• A pressão osmótica.
∆p = p0 - p1 = p0n2/(n1+n2) =p0N2
I = 1+ α(k - 1) ou α = I - 1/k - 1
Química Geral Curso de Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Biologia 131
Auto-avaliação
1. Qual seria o ponto de congelamento e ponto de ebulição de uma
solução contendo 6.50g de etilenoglicol (C2H6O2), um composto
comumente usado como um anticongelante em automóveis, em
Exercícios 200,0g de água?
Resumo
Nsta unidade, subdividida em três lições de conteúdos relacionados com
as soluções e os conceitos básicos a ela ligados, esperamos que você
tenha aprendido bastante, considerando a sua importância para as nossas
Resumo actividades diárias.
Bibliografia
CARVALHO, G.C. Química Moderna. 2o vol. São Paulo, Distribuição da
Livraria Nobel, 1976.
Resultados
Lição 2
1. R: (PC2H6)2 = 76.3 kPa
2. R: 40% por peso do álcool.
3. R: XA = 0.353
4. R: XA = 0.077
5. R: M = 4.0 M
Lição 3
1. R: ∆Tcr = - 0,968 oC e ∆Teb = 100,267 oC
2. R: ∆psolução = 46,1KPa
Se CaCl2 não fosse um eletrolítico ∆psolução = 47,3 KPa
134 Unidade 5
Unidade 5
Introdução
Bem-vindo a esta unidade didáctica. Nela você irá obter noções básicas
sobre a água e soluções, bem como as reacções químicas em soluções.
Em Química a água serve, entre vrias coisas, como meio para o decurso
de muitas reacções. A água, sendo uma substância química muito
abundante na natureza, serve em muitos casos como solvente para iões e
moléculas.
Eletrólitos
Fortes Fracos
(sais, ácidos e (ácidos e bases fracas)
bases fortes) α ≈ 1, α >1, dissociam-se
dissociam-se parcialmente. São
completamente. mais estáveis (gases,
São por isso, complexos,
instáveis. precipitados).
Lição no 1
Reacções de Precipitação e
Produtos de Solubilidade
Introdução
As reacções em solução aquosa podem ser de simples troca (ou
deslocamento) ou de dupla troca. Nas reacções de dupla troca encontram-
se as reacções de neutralização, de precipitação, e de complexação.
Kps= [Al3+]eq2.[SO42-]eq3
Q= [Ag+]2.[ SO42-]
Para isso é preciso conhecer os valores das concentrações dos iões Ag+ e
SO42-. Estes valores calculam-se tendo em conta os valores das
concentrações iniciais:
O número de moles de Ag+ presente nos 200ml (0,2 dm3) iniciais
é de 0,10 mol/dm3 * 0,2 dm3 = 0,02 mol Ag+.
Como o volume final é 500ml (200ml + 300 ml) ao juntar as duas
soluções, a concentração de iões Ag+ na solução final será de 0,02
mol Ag+ / 0,5 dm3 = 0,04 mol/dm3.
Resolução.
Sabendo que a massa molar do CaF2 é 78 g/mol, determina-se a
solubilidade molar do composto:
n = m/M. Assim,
• A temperatura;
• O efeito do ião comum;
• O pH da solução;
• Os equilíbrios de complexação.
Auto-avaliação
1. O Kps do AgCl a 25oC é 1,0x10-10. Calcule as concentrações de Ag+ e
Cl- em solução saturada de AgCl e a solubilidade molar do AgCl.
Lição no 2
Introdução
No seu dia-a-dia é comum você usar o sumo de limão ou vinagre para
temperar alimentos; hidróxido de sódio ou leite de magnésio como
medicamento. Em muitas situações, perguntamo-nos quais as
propriedades de cada uma dessas substâncias químicas que ingerimos
com frequência. Ou ainda, qual o carácter ácido-básico de cada uma
dessas substâncias.
Para você responder a estas e outras questões, temos que começar por
entender a teoria protolítica dos ácidos e bases como ponto de partida
para a compreensão do comportamento dessas substâncias químicas em
solução aquosa.
Assim, nesta lição, irá estudar como determinar o grau de hidrólise das
substâncias ácidas, básicas ou neutras, como também aprenderá a
determinar os potenciais hidrogeniónico e hidroxiliónico.
Uma base como substância que em solução aquosa origina iões hidroxilo
(OH-).
Exemplos:
HCN H+ (aq) + CN-(aq) e NaOH Na+(aq) + OH-(aq)
Definição de Bronsted-Lowry para ácidos e bases. Ião hidrônio
Quando o ácido HCl reage, forma a base Cl-. Estas duas substâncias estão
relacionadas entre si pela perda ou pela aquisição de um simples protão, e
constituem um par ácido-base conjugado. A H2O é a base conjugada do
H3O+ e H3O+ é o ácido conjugado do H2O
Em que: ácido (x) e base (y), representa um par conjugado e ácido (y) e
base (y) representam outro par conjugado.
146 Lição no 2
Hidrólise de iões
Hidrólise de aniões
Veja a dedução:
Química Geral Curso de Licenciatura em Ensino de Química com Habilitação em Ensino de Biologia 147
Hidrólise de catiões:
α=
n º de moles ionizadas / V
=
H+ [ ] [ ]
⇒ H + =α .M
n º de molies dissolvido s / V M
Ka =
[H ]. [A ] = α . M . α . M
+ −
⇒ Ka =
α2 .M
[HA] M (1 −α ) (1 − α )
α2.M
Para monobásico: K b =
(1 − α )
Relação entre Ka e Kb
[H3O+]x[A-] [HB]x[OH-]
Ka = ; Kb =
[HA] [B-]
Ka x Kb = Kw 10-14 = Ka x Kb à 25oC
pH e pOH de soluções
1
potencial = log ; e assim, temos:
concentração
Logo: pH = log
[ ]
1
H+
⇒ pH = − log H + [ ]
Se a concentração considerada for de iões OH-, o potencial se denominará
potencial hidroxiliónico, que é representado por pOH.
K = [H3O+] . [OH-]/[H2O]2
Por aquilo que dissemos até aqui, podemos concluir que, a 25 ºC:
[H ] > 10 − 7
+
+ −5
[ ]
−
Consideremos por exemplo : H = 10 e OH = 10
−9
[ ]
[OH ] −
< 10 − 7
Então:
[H ] = 10
+ −5
[ ]
⇒ pH = − log H + ⇒ pH = − log 10 −5 ⇒ pH = 5
[OH ] = 10
− −9
[ ]
⇒ pOH = − log OH − ⇒ pOH = − log10 −9 ⇒ pOH = 9
[H ] < 10
+ −7
+ −8
[ ]
−
Consideremos por exemplo : H = 10 e OH = 10
−6
[ ]
[OH ] −
> 10 − 7
Então:
[H ] = 10
+ −8
⇒ pH = − log H[ ]⇒
+
pH = − log 10 − 8 ⇒ pH = 8
[OH ] = 10
− −6
⇒ pOH = − log OH [ −
]⇒ pOH = − log 10 − 6 ⇒ pOH = 6
10-14 = Ka x Kb à 25oC
Logaritimando;
à 25oC
pKa + pKb = pKw pKa + pKb = 14
152 Lição no 2
Auto-avaliação
1. Prepara-se uma solução de nitrito de potássio (KNO2), a 20oC. Calcular
a constante de hidrólise, sabendo que nessa temperatura a constante de
ionização do ácido nitroso é 4,0x10-4.
Exercícios
2. Dissolve-se cloreto de amónio (NH4Cl) em água, a 20oC. Sabendo que
nessa temperatura a constante de ionização do hidróxido de amónio é
2,0x10-5, calcule a constante de hidrólise.
Lição no 3
Reacções de Oxidação-redução
Bases da Electroquímica
Introdução
Os processos redox formam uma classe muito importante de reacções
químicas. Elas ocorrem entre muitos compostos inorgânicos e orgânicos e
são extremamente importantes nos sistemas bioquímicos, de onde
provêem o mecanismo para a transferência de energia nos organismos
vivos.
Reacções de oxidação-redução
Redução
0 +2 +1 0
Bases da electroquímica
∆G = -n · F · ∆E;
U = Uº – 0 ,059/n · log Q
Ou seja:
R·T [Oxid]
U = Uº + · Ln
z·F [Red]
T – Temperatura absoluta;
Por outro lado, os aniões não oxigenados, como por exemplo, Cl-, Br-, S2-,
etc., sofrem descarga, ficando inalterados os iões OH-.
1ª lei da Faraday. Esta diz que, “ a massa (m) da substancia que reage ou
que se forma num eléctrodo é directamente proporcional à quantidade de
carga que atravessa o circuito”.
m=K·i·t
K – constante de proporcionalidade;
i – intensidade da corrente;
2ª Lei de Faraday. Esta diz que “ a massa (m) da substância que reage
ou que se forma num eléctrodo é directamente proporcional ao
equivalente-grama da substância”.
m=K·E
Auto-avaliação
1. Assinale com “X” a alternativa correcta. Uma reacção redox é aquela
que;
a) Ocorre com transferência de protões.
Exercícios b) Ocorre com transferência de energia.
c) Transferência de electrões.
d) Transferência de massa.
b) Al( s ) + NaOH( aq ) + 3H 2 O( l )
→ Na[ Al( OH )4 ]( aq ) + 32 H 2 ↑
c) Al( s ) + 3 NaOH ( aq )
→ Al( OH )3 ( aq ) + 3 Na( s ) + 32 H 2 ↑
d) 2 Al( s ) + 6 NaOH ( aq )
→ 2 Al( OH )3 ( aq ) + 6 Na( s ) + 3 H 2 ↑
Resumo
Esta unidade, que é igual às duas anteriores, está subdividida em três
lições de conteúdos, relacionados com o tema Água e Reacções em
Soluções Aquosa, e esperamos que você tenha aprendido bastante,
Resumo relacionado a sua importância com as nossas actividades diárias.
Bibliografia
FELTRE, Ricardo. Físico – Química. Vol. 2. 3ª Edição. Editora Moderna.
S. Paulo, 1991.
2. R: [Cl-] = 2x10-9M;
Lição 2
1. R: Kh = 2,5x10-11.
2. R: Kh = 5x10-10.
162 Lição no 3
3. R: Kh = 1,25x10-5.
Lição 3
1. R: A alternativa correcta é c)
2. R: A alternativa correcta é a)
3. a) Fe/FeSO4 // Cu/CuSO4
fem = + 0,78v
c)
Bibliografia Geral
BARROS, J. Manual de Química Geral. Maputo, Universidade
Pedagógica, 2004.
FARIA, Ana Maria & RIBEIRO, Maria Irene. Manual de Química 11º
ano. 16ª Edição, Lisboa, Didáctica Editora, 1994.