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12ªCLASSE

Disciplina de Física

Módulo 3 – Mecânica dos


Fluídos, Termodinâmica e
Oscilações Mecânicas
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Ficha técnica

Título: Módulo de Física. 12ªclasse

Autor: Adriano Nhamussua

Coordenação: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Desenhador instrucional: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Revisão do módulo: Dinelsa Machaieie

Editor: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Ilustrações: Adriano Nhamussua

Arranjo gráfico: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Paginação: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Capa: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
ii Índice

Índice
Apresentação do Módulo 1

Guia de Aprendizagem 4

Lição 1 7
Vazão volúmica ou caudal ................................................................................................ 7
Introdução ............................................................................................................... 7
Objectivos específicos ............................................................................................. 7
Resumo da Lição .................................................................................................... 10
Leituras Complementares ..................................................................................... 11
Auto Avaliação ....................................................................................................... 11
Actividades Complementares ............................................................................... 11

Lição 2 12
Princípio de Continuidade .............................................................................................. 12
Introdução ............................................................................................................. 12
Objectivos específicos ........................................................................................... 13
Resumo da Lição .................................................................................................... 15
Leituras Complementares ..................................................................................... 15
Auto Avaliação ....................................................................................................... 15
Actividades Complementares ............................................................................... 16

Lição 3 17
Princípio de Bernoulli ...................................................................................................... 17
Introdução ............................................................................................................. 17
Objectivos específicos ........................................................................................... 17
Resumo da Lição .................................................................................................... 19
Leituras Complementares ..................................................................................... 20
Auto Avaliação ....................................................................................................... 20
Actividades Complementares ............................................................................... 21

Lição 4 22
Equação de Estado do Gás Perfeito ou Ideal .................................................................. 22
Introdução ............................................................................................................. 22
Objectivos específicos ........................................................................................... 22
Resumo da Lição .................................................................................................... 24
Leituras Complementares ..................................................................................... 24
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Auto Avaliação ....................................................................................................... 25


Actividades Complementares ............................................................................... 25

Lição 5 26
Processo isotérmico ........................................................................................................ 26
Introdução ............................................................................................................. 26
Objectivos específicos ........................................................................................... 26
Resumo da Lição .................................................................................................... 28
Leituras Complementares ..................................................................................... 28
Auto Avaliação ....................................................................................................... 29
Actividades Complementares ............................................................................... 29

Lição 6 31
Processo isobárico .......................................................................................................... 31
Introdução ............................................................................................................. 31
Objectivos específicos ........................................................................................... 31
Resumo da Lição .................................................................................................... 32
Leituras Complementares ..................................................................................... 33
Auto Avaliação ....................................................................................................... 33
Actividades Complementares ............................................................................... 34

Lição 7 35
Processo isovolumétrico ou isocórico ............................................................................ 35
Introdução ............................................................................................................. 35
Objectivos específicos ........................................................................................... 35
Resumo da Lição .................................................................................................... 37
Leituras Complementares ..................................................................................... 37
Auto Avaliação ....................................................................................................... 37
Actividades Complementares ............................................................................... 38

Lição 8 39
Trabalho termodinâmico ................................................................................................ 39
Introdução ............................................................................................................. 39
Objectivos específicos ........................................................................................... 40
Resumo da Lição .................................................................................................... 42
Leituras Complementares ..................................................................................... 42
Auto Avaliação ....................................................................................................... 42
Actividades Complementares ............................................................................... 43

Lição 9 44
Primeira lei da Termodinâmica e os isoprocessos .......................................................... 44
Introdução ............................................................................................................. 44
iv Índice

Objectivos específicos ........................................................................................... 44


Resumo da Lição .................................................................................................... 46
Leituras Complementares ..................................................................................... 46
Auto Avaliação ....................................................................................................... 47
Actividades Complementares ............................................................................... 47

Lição 10 49
Características das oscilações mecânicas ....................................................................... 49
Introdução ............................................................................................................. 49
Objectivos específicos ........................................................................................... 49
Resumo da Lição .................................................................................................... 52
Leituras Complementares ..................................................................................... 52
Auto Avaliação ....................................................................................................... 53
Actividades Complementares ............................................................................... 53

Lição 11 54
Equação e gráfico da elongação em função do tempo .................................................. 54
Introdução ............................................................................................................. 54
Objectivos específicos ........................................................................................... 54
Resumo da Lição .................................................................................................... 56
Leituras Complementares ..................................................................................... 56
Auto Avaliação ....................................................................................................... 57
Actividades Complementares ............................................................................... 57

Lição 12 58
Equação e gráfico da velocidade em função do tempo ................................................. 58
Introdução ............................................................................................................. 58
Objectivos específicos ........................................................................................... 59
Resumo da Lição .................................................................................................... 60
Leituras Complementares ..................................................................................... 61
Auto Avaliação ....................................................................................................... 61
Actividades Complementares ............................................................................... 62

Lição 13 63
Equação e gráfico da aceleração em função do tempo ................................................. 63
Introdução ............................................................................................................. 63
Objectivos específicos ........................................................................................... 64
Resumo da Lição .................................................................................................... 65
Leituras Complementares ..................................................................................... 65
Auto Avaliação ....................................................................................................... 66
Actividades Complementares ............................................................................... 66
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Lição 14 68
Equações de Thompson .................................................................................................. 68
Introdução ............................................................................................................. 68
Objectivos específicos ........................................................................................... 68
Resumo da Lição .................................................................................................... 70
Leituras Complementares ..................................................................................... 71
Auto Avaliação ....................................................................................................... 71
Actividades Complementares ............................................................................... 72
Glossário ......................................................................................................................... 73
Bibliografia ...................................................................................................................... 74
Feedback e avaliação do módulo.................................................................................... 75
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Apresentação do Módulo
Estimado(a) aluno(a)

Este módulo da disciplina de Física foi especialmente preparado para si. Os conteúdos
programáticos nele contido fazem parte do programa vigente da 12ª classe do ensino
público. Por forma a disponibilizar-lhe uma auto-aprendizagem mediante a sua
disponibilidade, a Escola Secundária de Ensino Aberto e à Distância, ministra o programa
na modalidade de Ensino à Distância (EaD).

A sequência do módulo orienta-se por notas introdutórias em cada conteúdo da lição,


apresentação dos objectivos de aprendizagem, a menção de leituras complementares, a
inclusão de actividades práticas e de auto avaliação para medir o seu nível de progresso.
No final do módulo é apresentado o guião de correcção das actividades propostas e a
bibliografia usada para a elaboração do módulo. Um inquérito por questionário que o
aluno deverá responder para avaliar o presente módulo e expressar seus sentimentos
acerca da aprendizagem e da organização do EaD, também é apresentado no final.

Ao longo do seu estudo irá encontrar ícones com diferentes significados. A sua introdução
tem por objectivo servir de chamamento de atenção ao tipo de actividade que se realiza
em cada momento da lição.

Os ícones são apresentados abaixo.

1
Vazão volúmica ou caudal

Leitura

Escuta

Resumo

Leitura complementar

Auto-avaliação

Actividades
complementares

Actividade de grupo

Glossário

Avaliação do módulo

2
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

De um modo geral, é esta a proposta apresentada para este módulo. A expectativa é que
você seja um verdadeiro centro do processo de aprendizagem e que contribua numa
efectiva produção do conhecimento, por forma a ser um interlocutor válido no complexo
e longo processo de produção do conhecimento, sua aprendizagem e disseminação, de
modo a ser capaz de lidar com os diversos problemas enfrentados na vida.

O grupo de professores responsável pela produção deste material sente-se honrado em


providenciá-lo para si, e guarda muita expectativa em torno da sua utilidade prática
durante o seu processo de aprendizagem. Por isso, espera-se que este módulo seja um
autêntico instrumento interlocutor e que inspire a busca de soluções para os diversos
problemas por si encarados na vida académica e social.

Utilize também este material para servir de base para a sua interacção síncrona (que se
realizará ao mesmo tempo que outro) e assíncrona (que não se realiza ao mesmo tempo
que outro) com outros alunos e tutores, de modo a gerar situações de maior abertura ao
debate e discussão em prol da aprendizagem pretendida. Leia-o sempre, discuta todas as
questões que lhe parecerem interessantes, levante questões, aprofunde
permanentemente a sua reflexão, encoraje todos os colegas do grupo a fazerem o
mesmo.

Boas vindas e votos de bom trabalho!

O grupo de tutores

3
Vazão volúmica ou caudal

Guia de Aprendizagem
Tempo necessário para completar o módulo

30 horas

Recursos recomendados

A aprendizagem no presente módulo irá se apoiar nos seguintes recursos didácticos:

• João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman Moçambique. Maputo


• Maciel, M., Arieiro, M, M. & Gradim, M. (2003). Exercícios de Física – 11º Ano. 1ª Edição, Porto
Editora. Porto
• Silva, D. M. (2002). 11º Ano/Ensino secundário. 1ª Edição, Lisboa Editora. Lisboa
• Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto Editores. Maputo
• Tabelas de Matemática, Física e Química

Dicas de aprendizagem

• Use os recursos recomendados para obter mais informação nas diferentes lições deste módulo;

• Resolva todos os exercícios e actividades propostas;

Objectivos

Caro aluno! Este módulo irá providenciar conhecimentos básicos necessários sobre a
hidrodinâmica, gases e termodinâmica, e oscilações mecânicas. No que tange à
hidrodinâmica, o objectivo é que você aplique a definição da vazão volúmica, os Princípios
de Continuidade e de Bernoulli na resolução de exercícios concretos. Em relação aos gases
e termodinâmica, o objectivo é que explique o conceito de Gás perfeito ou Ideal com base
nos parâmetros de estado e aplique a equação dos gases ideais e os isoprocessos na
resolução de exercícios concretos; e ainda aplicar a Primeira Lei da Termodinâmica na
interpretação dos isoprocessos. No que diz respeito às oscilações e ondas o objectivo é
caracterizar as oscilações mecânicas e deduzir as equações da velocidade e da aceleração

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Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

em função do tempo com base no cálculo diferencial; interpretar e construir gráficos da


elongação, da velocidade e da aceleração em função do tempo para o movimento
oscilatório e aplicar as equações de Thompson na resolução de exercícios concretos.

Resultados de aprendizagem

Em relação à hidrodinâmica, espera-se que você possa estar em condições de aplicar os


conceitos de vazão volúmica para explicar a escolha de tubagem adequada para a
distribuição de água para habitação ou outros sistemas hidráulicos e que possa descrever
as aplicações tecnológicas dos princípios de Continuidade e de Bernoulli. No que tange
aos gases e termodinâmica você deverá usar o conceito de gás perfeito para interpretar
fenómenos físicos do dia-a-dia; descrever os isoprocessos que ocorrem no dia-a-dia; e
usar o conceito de trabalho termodinâmico e a primeira lei da termodinâmica para
explicar processos tecnológicos. Finalmente, nas oscilações mecânicas espera-se que você
identifique as características das oscilações mecânicas e identifique as suas aplicações nos
mais diferentes contextos, como na explicação do fenómeno de ressonância na
electrotecnia (funcionamento de aparelhos de rádio e televisores), e na construção de
edifícios; construir e interpretar gráficos dum movimento oscilatório e aplicar a equação
de Thompson na determinação da aceleração de gravidade.

Pré-requisitos

Para ter sucesso neste módulo você precisa ter conhecimentos básicos sobre os fluidos e suas
características quanto ao movimento. No caso específico dos gases, há que ter em conta os
parâmetros principais (pressão, volume e temperatura) que governam seu comportamento e o
trabalho realizado pelos mesmos.

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Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Lição 1

Vazão volúmica ou caudal

Introdução
A medição da vazão dos fluidos sempre esteve presente em nosso dia a dia. Em 1502
Leonardo da Vinci observou que a quantidade de água por unidade de tempo que
escoava em um rio era a mesma em qualquer parte, independentemente da largura,
profundidade, inclinação e outros.

Nesta lição, vamos estudar a vazão volúmica no escoamento de um líquido ou gás.

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:


✓ Aplicar a definição da vazão volúmica na resolução de exercícios concretos

Antes de iniciar o estudo da vazão volúmica, importa referir que na 9ª classe estudamos
a hidrostática que é a mecânica dos fluidos em repouso. Assim, relembremos algumas
grandezas que são muito importantes para o nosso estudo.

Fluido – É o nome genérico que se dá a líquidos e gases e este caracteriza-se quase que
sempre por partículas fracamente ligadas. São exemplos de fluidos a água, o ar, o
sangue, etc.

Densidade – É a massa por unidade de volume. Pode-se dizer também que a densidade
mede a concentração da massa em um determinado volume. É dada pela seguinte
expressão:

m
=
V

7
8 Vazão volúmica ou caudal

Unidades no S.I.

   = kg m3  m = kg V  = m3
Pressão – É a força por unidade de superfície. É dada pela seguinte expressão:

F
P=
A

Relacionando-a com a expressão do cálculo da densidade, podemos chegar a fórmula da


pressão de um líquido, como mostra a dedução abaixo.

F m  g  V  g   A  h  g
P= = = =
A A A A
Pl =  g  h

Unidades no S.I.

F = N  P  = Pa ( pascal )  A = m2 1Pa = 1 N
m2

Hidrodinâmica

A hidrodinâmica estuda as leis que regulam o movimento mecânico dos fluidos. A


grandeza física que caracteriza o escoamento de um fluido é a vazão volúmica ou caudal.

Vazão volúmica ou caudal (Q)

Na mecânica dos fluidos, a vazão volúmica ou caudal define-se como a relação entre
volume escodado e o tempo gasto para escoar esse volume. Ela pode ser determinada a
partir do escoamento de um fluido através de determinada secção transversal de uma
conduta livre (canal, rio ou tubo aberto) ou de uma conduta fechada (tubo com pressão
positiva ou negativa).

Fig. 3.1. Escoamento da água numa


torneira aberta.
(https://www.bing.com/images/search?q
=imagem+de+torneira+jorando+agua)

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Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

A expressão para o cálculo da vazão volúmica é:

V
Q=
t

Onde:

Q – Vazão Volúmica

V – Volume

t - Intervalo de tempo em que se escoa o fluido

Unidades no S.I.

Q  = m s
3

 t  = s
V  = m3

Consideremos um fluido que escoa num tubo cilíndrico.

Fig. 3.2. Fluido escoando num tubo


cilíndrico.

A
x

Se o fluido escoar em regime permanente ( v = const. ), percorrerá o comprimento X do

tubo num intervalo de tempo t , ou seja:

x = v . t

V
Sendo V = A . x e Q= , assim obteremos a expressão para o cálculo da vazão
t
volúmica que relaciona a área de secção transversal e a velocidade:

9
10 Vazão volúmica ou caudal

V A. v. t
Q= = 
t t Q = Av

Para melhor compreensão da lição, propomos-lhe o seguinte exercício:

1. Calcular o diâmetro de uma tubulação, sendo que pela mesma escoa água a uma
velocidade de 6 m/s. A tubulação está conectada a um tanque com volume de 12000
litros e leva 1 hora, 5 minutos e 49 segundos para enche-lo totalmente.
Resolução

Dados
1h = 3600s e 5min = 300s
t = 3600 + 300 + 49 = 3949s
v = 6m / s
V = 12000 L = 12 m3
 = 3,14

F /R
V 12 3
Q= = = 0,00304 m
t 3949 s

Q = A.v
 d2
Q= v
4
4 Q 4  0,00304
d= = = 0,0254 m
 v 3,14  6

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

▪ Fluido é o nome genérico que se da a líquidos e gases


▪ Vazão volúmica é o volume de fluido que escoa pela secção transversal de um
tubo durante um intervalo de tempo e é dada pela expressão Q = V ou
t

Q = Av

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Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo
▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto
Editores. Maputo
▪ http://www.engbrasil.eng.br/pp/mf/aula8.pdf

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

1. Qual a vazão de água (em litros por segundo) circulando através de um tubo de 32
mm de diâmetro, considerando a velocidade da água como sendo 4 m/s?
A. 1,6
B. 3,2
C. 6,4
D. 12,8

2. Qual a velocidade da água que escoa em um tubo de 25 mm de diâmetro se a vazão


é de 2 litros/s?
A. 4,08 m/s
B. 2,4 m/s
C. 1,16 m/s
D. 0.8 m/s

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

11
12 Princípio de Continuidade

1. Uma mangueira é conectada em um tanque com capacidade de 10000 litros. O


tempo gasto para encher totalmente o tanque é de 500 minutos. Calcule a vazão
volúmica máxima da mangueira.

2. Calcular a vazão volúmica de um fluido que escoa por um tubo com velocidade média
de 1,4 m/s, sabendo que o diâmetro da secção transversal do tubo é igual a 5 cm.

Lição 2

Princípio de Continuidade

Introdução
Caro aluno, recordamos-lhe que fluidos são substâncias que podem escoar e fazem parte
desse grupo os líquidos e os gases. Para o estudo do princípio de continuidade
consideremos um fluido ideal e em regime permanente.

Nesta lição, vamos estudar o princípio de continuidade de um fluido ideal.

12
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:

✓ Explicar o conceito de fluido ideal


✓ Aplicar o princípio de continuidade na resolução de exercícios concretos

Durante o escoamento de um fluido existem forças de atrito entre o líquido e as paredes


do vaso em que se escoa. Essas forças caracterizam a grandeza física designada
viscosidade.

Viscosidade – É o atrito entre o fluido e as paredes do recipiente que o escoa. Por isso,
quanto maior é a viscosidade do líquido, maior é a força de atrito entre este e as paredes
do recipiente.

Ex: A água é menos pegajosa que o xarope, isto é, a água é menos viscosa que o
xarope.

Para a dedução da equação de continuidade, iniciaremos com o conceito de fluido ideal.

Fluido ideal – é um fluido cujo volume é incompressível e não viscoso (não tem força
de atrito interno). Refira-se que na prática o fluido ideal não existe, é apenas um modelo
teórico.

Equação de continuidade

Considere a figura que segue:

v2 Fig. 3.3. Tubo de água composto por


A1 A2
v1 duas secções transversais distintas A1 e A2.

Na fig. 3.3, devemos compreender que a quantidade de água que entra no tubo com v1,
deve ser a mesma que sai com v2 (quando consideramos o fluido incompressível), ou
seja, o fluxo do líquido dever ser constante. Assim, a equação de continuidade estabelece
que, no caso de escoamento de um fluído ideal, em regime permanente, o caudal
permanece constante.

13
14 Princípio de Continuidade

Q = const.
Q1 = Q2

Desta forma, a equação de continuidade terá a seguinte expressão:

v1  A1 = v2  A2

Com base na equação acima pode-se concluir que a velocidade de escoamento é


inversamente proporcional à secção transversal do tubo que escoa o líquido. Isto significa
que, quanto maior é a área de secção transversal do tubo, menor é a velocidade de
escoamento, e vice-versa.

O princípio de continuidade tem várias aplicações práticas, por exemplo, nos sistemas de
regadio, na conduta de soro, na transfusão de sangue, na distribuição de água para
habitação e em outras.

Fig. 3.4. Sistema de regadio.


(https://www.bing.com/images/sear
ch?q=sistema+de+regadio&FORM=
HDRSC2).

Da fig. 3.4, é possível notar que do orifício onde sai a água, a secção transversal é menor
em relação à secção do tubo central. Isto faz com o jacto de água seja maior e assim
poderá alcançar maiores distâncias.

Para consolidação do que aprendeu nesta lição, propomos-lhe o seguinte exercício:

1. A água escoa-se a uma velocidade de 10 m/s num tubo de 40 cm2 de secção


transversal. Devido a um estreitamento do tubo, a velocidade da água passa a ser de
20 m/s. Qual, em m2, a área da parte estreita?
Resolução

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Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Dados
v1 = 10m / s F/R
A1 = 40cm2 = 0,004m2 v1  A1 = v2  A2
v2 = 20m / s v A 10  0,004
A2 = 1 1 = = 0,002m2
A2 = ? v2 20

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

▪ Viscosidade é o atrito entre o fluido e as paredes do recipiente que o escoa


▪ Fluido ideal é um fluído cujo volume é incompressível e não viscoso
▪ A equação de continuidade estabelece que, no caso de escoamento de um fluido
ideal, em regime permanente, o caudal permanece constante e é dada pela
expressão: v1  A1 = v2  A2

▪ A velocidade de escoamento é inversamente proporcional à secção transversal do


tubo que escoa o líquido

Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo
▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto
Editores. Maputo

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

15
16 Princípio de Continuidade

1. A velocidade da água num tubo de 6 cm de diâmetro é de 2 m/s. Determine a


velocidade que ela adquire ao circular por um tubo de 1,5 cm de raio.
A. 2 m/s
B. 4 m/s
C. 6 m/s
D. 8 m/s

2. Uma conduta da água afunila-se de um raio de 12,5 mm para 9 mm. Se a velocidade


da água na parte larga é de 1,8 m/s, qual é a velocidade da água na parte mais
estreita da conduta?
A. 2,24 m/s
B. 3,47 m/s
C. 8 m/s
D. 9,8 m/s

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

1. Uma piscina cujas dimensões são 18 m, 10m e 2m, está vazia. O tempo necessário
para enche-la é de 10 h, através de uma conduta de secção A=25 cm2. A velocidade
da água, ao sair da conduta, terá módulo igual a:

A. 1 m/s
B. 2 m/s
C. 3 m/s
D. 4 m/s
E. 5 m/s

2. A figura representa um tubo de diâmetro variável, onde flui água de forma contínua.
A parte do tubo onde a água tem maior velocidade é…
A. 1
B. 2
C. 3
D. 4
1 2 3 4

16
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Lição 3

Princípio de Bernoulli

Introdução
Em 1738, o matemático suíço Daniel Bernoulli obteve, para o escoamento ideal, uma
equação que traduz o princípio fundamental da hidrodinâmica, representando a lei de
conservação da energia mecânica. Este princípio chama-se princípio de Bernoulli.

Nesta lição, abordaremos o princípio de Bernoulli que descreve o comportamento de um


fluido movendo-se ao longo de um tubo.

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:


✓ Aplicar o princípio de Bernoulli na resolução de exercícios concretos

Consideremos um fluido ideal que escoa num tubo cilíndrico onde A 1 é menor do que A2 e
encontram-se a diferentes alturas.

A2
v2

Δx
h2

A1
v1
h1
17
18 Princípio de Bernoulli

Fig. 3.5. Escoamento de um fluido


num tubo cilíndrico.

A partir da fig. 3.5, considerando que:

m
=  m =  .V
V

Então,

1 1 Ec 1
Ec = . m . v 2  Ec = .  .V . v 2  = .  . v2
2 2 V 2

Ep
E p = m . g. h  E p =  .V . g. h  =  . g. h
V

F V W
Sendo V = A . x e P= , então W = F . x  W = P . A.  =P
A A V

O princípio de Bernoulli é uma consequência directa da lei de conservação de energia.


Ele estabelece que, para um fluido ideal, a soma do trabalho específico, da energia
cinética e da energia potencial específica é constante.

Assim,

W Ec E p 1
+ + = P + .  . v 2 +  . g . h = const.
V V V 2

1 1
P1 + .  . v12 +  . g . h1 = P2 + .  . v22 +  . g . h2
2 2

Assim, podemos concluir que:

▪ A velocidade de um fluido é inversamente proporcional à sua pressão;

▪ Nos pontos de maior área de secção transversal, a velocidade de escoamento é


menor e a pressão é maior;

18
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

▪ Nos pontos de menor área de secção transversal, a velocidade de escoamento é


maior e a pressão é menor.

Para melhor compreensão, propomos-lhe o seguinte exercício:

1. Considere o tubo contendo água e ar. Se um menino soprar ar com velocidade de 8


m/s num dos ramos do tubo, qual será a diferença entre os níveis de água no tubo?

( ar = 1,2  10 −3 Kg / m3 e  = 0,24 103Kg /m3 )


agua

ar

har
hagua
vagua=0

Resolução

Considerando vagua=0 e desprezível o produto ar ghar , temos o seguinte:

1 1
Patm + .  ar . var2 + ar . g . har = Patm + .  agua . vagua
2
+ agua . g . hagua
2 2
1
.  ar . var2 =  agua . g . hagua
2
1 1
.  ar . var2 .1, 2 10−3 .82
2 2 0, 0384
hagua = = = = 1, 6 10−5 m
agua . g 0, 24 10 10
3
2400

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

19
20 Princípio de Bernoulli

▪ O princípio de Bernoulli estabelece que, para um fluido ideal, a soma do trabalho


específico, da energia cinética e da energia potencial específica é constante.
▪ A velocidade de um fluido é inversamente proporcional à sua pressão;

▪ Nos pontos de maior área de secção transversal, a velocidade de escoamento é


menor e a pressão é maior;

▪ Nos pontos de menor área de secção transversal, a velocidade de escoamento é


maior e a pressão é menor.

Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo
▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto
Editores. Maputo

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

1. Sabe-se que a área de secção de um tubo horizontal (h1=h2) é reduzida para um


terço do seu valor inicial. Tendo em conta que este transporta água do mar (

 = 1,013  103 Kg m3 ) com a velocidade de 0,9 m/s na parte mais larga onde a
4 2
pressão tem o valor de P = 7,5  10 N m , a pressão na parte mais estreita é:
A. 7,17.104 Pa
B. 1,44.10-5 Pa
C. 9,4.104 Pa
D. 4,6.10-5 Pa

20
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

2. A figura representa um tanque contendo água. No ponto A o tanque tem um orifício


de 8 mm de diâmetro.
a) Com que velocidade é que a água escoa pelo furo?
b) Calcule a vazão da água pelo orifício.

Água 2m

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

1. A figura representa um tubo de Venture com diâmetros de 18 cm e 6 cm em A e B,


respectivamente. A densidade do mercúrio é de 13600 kg/m3. Calcule:

a) A diferença de pressão entre os pontos A e B.

b) A velocidade do fluido em A e em B, sabendo que a sua densidade é de 1,04.103


kg/m3.

21
22 Equação de Estado do Gás Perfeito ou Ideal

Lição 4

Equação de Estado do Gás


Perfeito ou Ideal

Introdução
Os gases são constituídos por pequeníssimas partículas (moléculas, átomos ou iões) que
se movem de forma caótica (movimento browniano) e que se caracterizam por
apresentar forma e volume variáveis.

Nesta lição, vamos aplicar a equação de Clapeyron que é também conhecida como
equação dos gases perfeitos na resolução de exercícios.

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:

✓ Explicar o conceito de gás perfeito ou ideal com base nos parâmetros de estado
✓ Aplicar a equação de estado do gás perfeito ou ideal na resolução de exercícios
concretos

Gases

Os gases têm forma e volume variáveis. Isto acontece porque a distância entre as
partículas que os constituem é muito grande e a força de atracção entre elas (força de
coesão) é praticamente nula.

22
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Gás ideal – é aquele, cujas partículas estão muito separadas umas das outras de tal
forma que se despreza a força de atracção entre elas e que as colisões destas partículas
são completamente elásticas.

Para que um gás possa ser considerado ideal, deve-se encontrar muito acima do seu
ponto de ebulição.

Parâmetros de estado de um gás – são grandezas físicas que caracterizam o estado


de um gás. Os parâmetros de estado são: o volume, a temperatura e a pressão. Estes,
estão relacionados entre si numa única equação chamada equação de estado de um gás
perfeito ou ideal.

A equação de estado de um gás perfeito ou ideal estabelece que a pressão exercida por
um gás é directamente proporcional a sua temperatura e inversamente proporcional ao
seu volume. Isto significa que, se por exemplo, aumentarmos a temperatura de um gás,
a sua pressão aumenta. Porém, se aumentarmos o volume ocupado por um gás a sua
pressão diminui. Assim, a equação de estado de um gás perfeito ou ideal tem a seguinte
formula:

P  V = n R  T

m
Sendo n = , assim teremos:
M

m
PV = R  T
M

Onde:
Unidade no S .I .
P – Pressão  P  = Pascal ( Pa )
V – Volume V  = m3
T – Temperatura T  = Kelvin ( K )
n – Número de moles do gás  n  = mol
R – Constante universal dos gases
 m  = kg
 M  = kg
m – Massa do gás
J
R = 8, 31
M – Massa molar do gás mol . K

23
24 Equação de Estado do Gás Perfeito ou Ideal

Para melhor compreensão do que foi abordado, propomos-lhe o seguinte exercício:

1. Qual é a temperatura de um gás se 2 moles deste ocupam um volume de 20 litros à


pressão de 1,4 atmosfera (atm)?
Dados
T =?
n = 2mol F /R
P  V = n R  T
V = 20L = 0,02m3
P  V 1,42  105  0,02
P = 1,4atm = 1,42  105Pa T= = = 170,9 K
n R 2  8,31
1atm = 1,013  105 Pa

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

▪ Os gases têm forma e volume variáveis


▪ Os parâmetros de estado de um gás ideal são: o volume, a temperatura e a
pressão
▪ A equação de estado de um gás ideal é P  V = n R  T

Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo

24
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto


Editores. Maputo

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

1. Quando as partículas de um gás se encontram muito distantes umas das outras, o gás
passa a comportar-se como um gás:
A. Ideal, pois as interacções intermoleculares tornam-se quase nulas
B. Real, pois as interacções intermoleculares tornam-se quase nulas
C. Ideal, pois as interacções intermoleculares intensificam-se
D. Real, pois as interacções intermoleculares enfraquecem-se

2. A temperatura de um gás, se 1 mol deste ocupa um volume de 7 litros à pressão de 5


atmosferas, é de :
A. 4,21 K
B. 0,004 K
C. 4,26.105 K
D. 426,6 K

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

1. Determine o volume de uma mol de um gás ideal, que se encontra nas condições
normais de temperatura e pressão, ou seja, à temperatura de 273 K e à pressão de 1
atm (atmosfera). (Considere: 1 atm = 1.105 Pa)

2. Determine o número de moles de um gás que ocupa um volume de 90 litros. Este


gás está a uma pressão de 2 atm e a uma temperatura de 100 K.

25
26 Processo isotérmico

Lição 5

Processo isotérmico

Introdução
No processo isotérmico estuda-se a relação entre a pressão e o volume de um gás sem
que haja mudança da temperatura e esta relação foi definida pelo cientista R. Boyle e
físico E. Mariotte.

Nesta lição, vamos aplicar a equação de estado do gás ideal para o estudo do processo
isotérmico.

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:

✓ Aplicar a equação do processo isotérmico na resolução de exercícios concretos


✓ Interpretar os gráficos do processo isotérmico

Isoprocesso – É uma transformação gasosa que decorre com um dos parâmetros de


estado constante (o volume, a temperatura ou a pressão) e o número de moles do gás,
também constante.

Processo Isotérmico - É um processo que decorre com a temperatura constante (T =


const.).

Para iniciarmos o estudo do processo isotérmico, partimos da seguinte questão:

26
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

O que acontece com o volume de um gás quando se aumenta a pressão, mantendo a


temperatura constante?

Para responder esta questão, vamos recorrer a uma experiência prática onde um
pequeno balão, cheio de ar, é introduzido numa seringa média. Fechando o êmbolo da
seringa e com o dedo a impedir a saída do ar pelo orifício, podemos verificar que, o
aumento da pressão exercida pelo êmbolo, leva a redução do volume do ar contido no
balão e a redução da pressão do êmbolo, leva a um aumento do volume do ar contido no
balão. (Acesse o link da experiência prática que se encontra nas leituras complementares
da lição).

Assim, com base na equação de estado do gás ideal e considerando a temperatura


constante, podemos concluir que durante uma transformação isotérmica a pressão é
inversamente proporcional ao seu volume. Esta conclusão é também conhecida como lei
de Boyle – Mariotte e é dada pela seguinte relação.

P1 V2
P  V = const. =
P2 V1

Onde:

P1 e V1 – pressão e volume no estado inicial do gás

P2 e V2 – pressão e volume no estado final do gás

O processo isotérmico pode ser representado por diferentes gráficos como o da pressão
em função do volume, também chamado diagrama PV, o da pressão em função da
temperatura, chamado diagrama PT ou ainda da temperatura em função de volume,
chamado diagrama TV, como mostram as figuras que seguem, respectivamente.

P P
T3 T2 T1 T

T1

T2
T1
T2 T3
T3

T1  T2  T3 V T V
Fig 3.6. Diagrama PV Fig 3.7. Diagrama PT Fig 3.8. Diagrama TV

27
28 Processo isotérmico

Para compreender melhor a lição, propomos-lhe o seguinte exercício:

1. Uma amostra de gás de 400 cm3, à pressão de 1 atmosfera (1atm=1.105 Pa) ,


encontra-se encerrada num sistema termodinâmico isotérmico. Qua será o seu
volume se a sua pressão for elevada para 2 atm?

Resolução

Dados
v1 = 400cm3 = 4  10 −4 m3 F/R
P1 V2
P1 = 1 atm = 1  105 Pa =
P2 V1
P2 = 2  105 Pa
P  V 1  105  4  10−4
V2 = ? V2 = 1 1 = = 2  10−4 m3
P2 2  10 5

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

▪ Um processo que decorre com a temperatura constante é designado isotérmico


▪ No processo isotérmico, a pressão é inversamente proporcional ao seu volume

▪ No processo isotérmico usamos a expressão: P1 = V2


P2 V1

Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo

28
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto


Editores. Maputo
▪ Experiência prática:
https://www.google.co.mz/search?ei=c7jZWqXXM6eOgAb0rJ9A&q=processo
+isotermico+experiencias+simples&oq=processo+isotermico+experiencias+sim
ples&gs_l=psy-ab.3..33i21k1.11214.18440.0.21738.20.19.0.0.0.0.546.2689.3-
2j3j1.6.0....0...1.1.64.psy-ab..14.5.2142...0i22i30k1j33i160k1.0.BEr_fB6xoPI

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

1. Um isoprocesso que tem lugar a temperatura constante:


A. Chama-se processo isométrico
B. Sofre variação da sua pressão e da sua temperatura sendo estas grandezas
directamente proporcionais
C. Sofre variações da sua pressão e do seu volume sendo estas grandezas
directamente proporcionais
D. Nenhuma das opções está correcta

2. Um gás sofre a transformação indicada no diagrama PV. Sendo a temperatura do gás


em A igual a 27oC,

P (Pa)
A
a) Classifique a transformação AB
b) Calcule a temperatura em B
c) Construa o diagrama PT correspondentes
B

0.02 0.03 V (m3)

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

29
30 Processo isotérmico

1. Uma certa massa de gás de hidrogénio (H2) ocupa um volume de 0,76 litros, sob
pressão de 125 mm Hg, em uma dada temperatura. Qual é o volume ocupado pela
mesma massa de H2, na mesma temperatura, sob pressão de 0,1 atm? (760 mm Hg
= 105Pa)

A. 0,125 L
B. 1,25 L
C. 95 L
D. 125 L
E. 950 L

2. Certa quantidade de um gás ocupa um volume de 120 l em pressão de 700 mmHg e


temperatura de 20o C. Qual será a pressão do gás se o volume for apenas de 30 l,
mantendo-se a temperatura constante?

A. 2800 mmHg
B. 3200 mmHg
C. 1400 mmHg
D. 1800 mmHg
E. 2000 mmHg

30
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Lição 6

Processo isobárico

Introdução
No processo isobárico estuda-se a relação entre a temperatura e o volume de um gás
sem que haja mudança da pressão e esta relação foi definida pelo físico L. Gay-Lussac.

Nesta lição, vamos aplicar a equação de estado do gás ideal para o estudo do processo
isobárico.

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:

✓ Aplicar a equação do processo isobárico a resolução de exercícios concretos


✓ Interpretar os gráficos do processo isobárico

O processo isobárico é um processo que decorre com a pressão constante (P = const.).

Para a verificação experimental, usamos uma garrafa plástica onde enchemo-la de água
fervida. Fechamos a tampa e deixamos em repouso durante 20 segundos. Passado esse
tempo, retiramos a água e voltamos a fechá-la. Em seguida passamos a garrafa em água
fria, onde notaremos que o seu volume e temperatura diminuem. Assim, podemos
observar que com a variação da temperatura e volume, a pressão no interior da garrafa
mantem-se inalterável.

Assim, com base na equação de estado do gás ideal e considerando a pressão constante,
podemos concluir que durante a transformação isobárica o volume é directamente
proporcional à sua temperatura. Esta conclusão é também conhecida como 1ª lei de
Charles e Gay – Lussac e é dada pela seguinte relação.

V1 T1
=
V2 T2

31
32 Processo isobárico

Onde:

V1 e T1 – Volume e temperatura no estado inicial do gás

V2 e T2 – Volume e temperatura no estado final do gás

O processo isobárico também pode ser representado pelos seguintes diagramas:

V
P T
P3 P2 P1
P3

P2
P3

P1 P2

P1

P3  P2  P1 T V P

Fig 3.9 Diagrama VT Fig 3.10 Diagrama PV Fig 3.11 Diagrama TP

Para melhor compreensão, propomos-lhe o seguinte exercício:

1. Uma amostra de gás de 400 cm3, à temperatura de 10º C, encontra-se encerrada


num sistema termodinâmico isobárico. Qua será o seu volume se a sua temperatura
for elevada para 40º C?
Resolução

Dados
v1 = 400cm3 = 4  10 −4 m3 F/R
V1 T1
T1 = 10o C = 283 K =
V2 T2
T2 = 40o C = 313 K
V T 4  10−4  313
V2 = ? V2 = 1 2 = = 4,42  10−4 m3
T1 283

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

▪ Um processo que decorre com a pressão constante é designado isobárico


▪ No processo isobárico, o volume é directamente proporcional a temperatura

▪ No processo isobárico usamos a expressão: V1 = T1


V2 T2

32
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo
▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto
Editores. Maputo

Experiência prática

▪ https://www.youtube.com/watch?v=bDrTGAUYuHk

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

1. No processo isobárico:
A. O volume permanece inalterável enquanto a temperatura e a pressão variam
B. O diagrama do volume em função da temperatura (VxT) é uma linha recta
paralela ao eixo da temperatura
C. O volume e a temperatura são inversamente proporcionais
D. A pressão não varia

2. Um gás sofre as transformações indicadas no diagrama PV. A transformação de A para


B, decorre a temperatura constante, e a temperatura do gás em A é de 27oC.

P (Pa)

a) Classifique cada transformação A


b) Calcule a temperatura em B e C

33
B
C

3
34 Processo isobárico

c) Construa o diagrama TV correspondente

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

1. Considerando que à pressão constante, o volume ocupado por um gás ideal é de 3


litros e a temperatura varia de 400 K para 800 K, qual é o volume final que esse gás
ocupa no frasco?

2. Seja um mol de um gás ideal a uma temperatura de 400 K e à pressão atmosférica


Po. Esse gás passa por uma expansão isobárica até duplicar o seu volume. Em
seguida, esse gás passa por uma compressão isotérmica até voltar ao seu volume
original. Qual a pressão no final dos dois processos?

A. 0,5 Po
B. 1,0 Po
C. 2,0 Po
D. 5,0 Po
E. 10,0 Po

34
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Lição 7

Processo isovolumétrico ou
isocórico

Introdução
No processo isovolumétrico estuda-se a relação entre a pressão e a temperatura de um
gás sem que haja mudança do volume e esta relação foi definida por Jacques Charles.

Nesta lição, vamos aplicar a equação de estado do gás ideal para um processo
isovolumétrico.

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:

✓ Aplicar a equação do processo isovolumétrico a resolução de exercícios concretos


✓ Interpretar os gráficos do processo isovolumétrico

O processo isovolumétrico é aquele que decorre com o volume constante (V = const.).

Os cientistas franceses, Jacques Alexandre César Charles e Joseph Louis Gay-Lussac,


estudaram como diversos gases se comportam quando a pressão e a temperatura
variam. Chegaram a conclusão de que se aumentarmos a temperatura, a pressão dentro
do recipiente que contém o gás irá aumentar e vice-versa.

Um exemplo prático é o que acontece nos pneus dos carros, motas, camiões, etc. Com o
aumento da sua temperatura, a pressão dentro dos pneus aumenta. Por isso, é
necessário calibrar constantemente os pneus, ou seja, regular os níveis de pressão
provocada pelos gases que os enchem. Isso garante o seu melhor desempenho e
também a segurança dos passageiros.

Com base na equação de estado do gás ideal e considerando o volume constante,


podemos concluir que durante a transformação isovolumétrica a pressão é directamente

35
36 Processo isovolumétrico ou isocórico

proporcional à sua temperatura. Esta conclusão é também conhecida como 2ª lei de


Charles e Guy-Lussac, e é dada pela seguinte relação:

P1 T1
=
P2 T2

Onde:

P1 e T1 – Pressão e temperatura no estado inicial do gás

P2 e V2 – Pressão e temperatura no estado final do gás

O processo isovolumétrico também pode ser representado pelos seguintes diagramas:

P P
V3 V2 V1 T
V3 V2 V1
V3

V2

V1

V1  V2  V3 T V V
Fig. 3.12 Diagrama PT Fig. 3.13 Diagrama PV Fig. 3.14 Diagrama TV

Para compreender melhor a lição, propomos-lhe o seguinte exercício:

1. Uma amostra de gás a pressão de 1 atm (1 atm = 1.10 5 Pa), mantida a uma
temperatura de 27º C, encontra-se encerrada num sistema termodinâmico
isovolumétrico. Qua será a sua temperatura se a pressão for elevada para 2 atm?
Resolução

Dados
P1 = 1atm = 1  105Pa F/R
P1 T1
T1 = 27o C = 300 K =
P2 T2
P2 = 2  105Pa
P  T 2  105  300
T2 = ? T2 = 2 1 = = 600 K
P1 1  105

36
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

▪ Um processo que decorre com o volume constante é designado isovolumétrico


▪ No processo isovolumétrico, a pressão é directamente proporcional a
temperatura

▪ No processo isovolumétrico usamos a expressão: P1 = T1


P2 T2

Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo
▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto
Editores. Maputo

Eperiência prática

▪ https://www.youtube.com/watch?v=Nj-K0O4mWng

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

1. Num ________________ a pressão e a temperatura são directamente proporcionais


sendo o volume constante.
A. Processo isotérmico
B. Processo adiabático
C. Processo isocórico
D. Processo isobárico

37
38 Processo isovolumétrico ou isocórico

2. Um gás sofre as transformações indicadas no diagrama PV. A transformação de A


para B, decorre a temperatura constante, e a temperatura do gás em A é de 27oC.

P (Pa)

a) Classifique cada transformação A

b) Construa os diagramas PT e TV correspondentes

C B

0.02 0.03 V (m3)

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

1. Um recipiente fechado de volume “V” contém uma certa massa gasosa a uma
temperatura de 27º C, exercendo uma pressa de 760 mmHg. Após o aquecimento,
verificou-se que o novo valor da pressão era de 2 atm. Supondo desprezível a
variação de volume, a nova temperatura, em ºC, do sistema será: (Considere 1 atm
= 760 mmHg = 1.105 pa)

A. 600
B. 540
C. 327
D. 272
E. 160

2. Uma determinada massa fixa de gás contido em um balão encontra-se inicialmente


em condições normais de temperatura e pressão (CNTP).

Em uma transformação isovolumétrica, sabendo-se que a pressão máxima interna


permitida pelo balão é de 3,0 atm, se duplicarmos o valor da temperatura absoluta
inicial, a pressão final do gás e o efeito sobre o balão serão:

A. 2 atm e o balão não estoira


B. 2 atm e o balão estoira
C. 3 atm e o balão estoira

38
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

D. 1,5 atm e o balão não estoira


E. 1,0 atm e o balão não estoira

Lição 8

Trabalho termodinâmico

Introdução
Uma importante lei baseada na teoria termodinâmica é a lei de conservação de energia
que diz “a energia de um sistema não pode ser criada e nem destruída, mas sim
transformada”.

Na termodinâmica, a lei de conservação de energia é conhecida como 1ª lei da


termodinâmica.

Nesta lição, estudaremos a 1ª lei da termodinâmica de um gás que sofre vários


processos de transformação.

39
40 Trabalho termodinâmico

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:

✓ Calcular o trabalho termodinâmico de um gás nos diferentes isoprocessos

A termodinâmica é o capítulo da física que se ocupa dos fenómenos térmicos. Durante os


fenómenos térmicos, a temperatura é a grandeza mais importante e esta mede o estado
de aquecimento ou arrefecimento de um corpo.

Os gases podem se expandir ou contrair através de um aumento ou diminuição da


temperatura e esta expansão ou compressão do gás também pode ser realizada através
de acção de uma força externa, realizando trabalho.

Consideremos um recipiente com gás, que possui um pistão na parte superior, sobre o
qual actua uma força, sendo =0o (mesmo sentido de aplicação da força e do
deslocamento do pistão).

Pistão

W = F  x  cos 
W = P  A ( h2 − h1 )
W = P ( Ah2 − Ah1 )

h2 W = P (V2 − V1 )

h1 W = P  V

Fig. 3.15. Expansão de um gás num cilindro

40

Área = Trabalho (W)


Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Onde:

W – Trabalho termodinâmico

P – Pressão

V – Variação do volume

Fig. 3.16. Gráfico P(V)

Tendo em conta que o gás pode sofrer expansão ou compressão (fig 3.15), da equação
do trabalho termodinâmico pode-se afirmar que:

▪ O trabalho de expansão é positivo, pois a variação do volume é positiva. Este


trabalho é realizado pelo gás sobre o meio exterior;

▪ O trabalho de compressão é negativo, pois a variação do volume é negativa. Este


trabalho é realizado pelo meio exterior sobre o gás.

1ª lei da termodinâmica

A 1ª lei da termodinâmica estabelece que a quantidade de calor fornecida a um gás


provoca a uma parte o aumento da energia interna do gás e a outra parte pode ser
usada na realização de trabalho pelo sistema sobre o exterior.

Por isso, esta lei é expressa pela equação:

Q = U + W

Q – Quantidade de calor fornecida (J)

U – Variação da energia interna (J)

W – Trabalho realizado (J)

Para melhor compreensão, propomos-lhe o seguinte exercício:

41
42 Trabalho termodinâmico

1. Determine a variação da energia interna para um sistema termodinâmico absorvendo


200 J e que realize o trabalho de 50 J.
F/R
Dados
Q = U + W
Q = 200 J
U = Q − W
W = 50 J
U = 200 − 50
U = ?
U = 150 J

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

▪ A termodinâmica é o capítulo da física que se ocupa dos fenómenos térmicos


▪ A 1ª lei da termodinâmica estabelece que uma parte da quantidade de calor
fornecida a um gás provoca o aumento da energia interna do gás e a outra parte
pode ser usada na realização de trabalho pelo sistema sobre o exterior

Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo
▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto
Editores. Maputo

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

1. Qual será a variação da energia interna de um sistema termodinâmico que absorve


120 cal quando sobre ele é realizado um trabalho de -350 J. (1 cal=4,2 J)

42
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

A. 154 J
B. -154 J
C. 854 J
D. 350 J

2. A variação da energia interna de um sistema termodinâmico que absorve 120 cal


quando realiza trabalho de 350 cal é de:
A. 470 J
B. -230 J
C. 270 J
D. 1974

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

1. São colocados 12 moles de um gás em um recipiente com êmbolo que mantém a


pressão igual a da atmosfera, inicialmente ocupando 2 m3. Ao empurrar-se o
êmbolo, o volume ocupado passa a ser de 1 m3. Considerando a pressão atmosférica
igual a 100000 N/m2, qual é o trabalho realizado sobre o gás?

2. O gráfico abaixo ilustra uma transformação de 100 moles do gás ideal monoatómico
que recebeu do meio exterior uma quantidade de calor de 1800000 J. Determine:

a) O trabalho realizado pelo gás.

b) A variação da energia interna do gás.

P (N/m2)

5 B
6.10

A
3.105

3
1 2 V (m )

43
44 Primeira lei da Termodinâmica e os isoprocessos

Lição 9

Primeira lei da Termodinâmica e


os isoprocessos

Introdução
Na lição anterior, aprendemos que a 1ª lei da termodinâmica estabelece que uma parte
da quantidade de calor fornecida a um gás provoca o aumento da energia interna do gás
e a outra parte pode ser usada na realização de trabalho pelo sistema sobre o exterior.

Nesta lição, vamos estudar a relação entre a 1ª lei da Termodinâmica com os


isoprocessos.

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:

✓ Aplicar a Primeira Lei da Termodinâmica aos isoprocessos

1ª Lei da termodinâmica e os isoprocessos

➢ No processo isotérmico, a temperatura é constante, por isso, a variação da


temperatura é nula e consequentemente a variação da energia interna também é
nula.

T = const.  T = 0  U = 0  Q = W

44
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

➢ No processo isobárico, a pressão é constante, por isso, o trabalho realizado pelo


gás a e variação da energia interna não são nulos. Isto significa que o calor
fornecido foi usado no aumento da energia interna do gás.

P = const.  W  0 Q = U + W

➢ No processo isovolumétrico, o volume é constante, por isso, a variação do


volume é nula e o trabalho realizado pelo gás torna-se nulo. Isto significa que o
calor fornecido foi usado totalmente no aumento da energia interna do gás.

V = const.  V = 0  W = 0  Q = U

➢ O processo adiabático é uma transformação gasosa que decorre sem troca de


calor com o meio circundante, ou seja, em que a quantidade de calor permanece
constante (Q = const).

P
Curva Adiabática

Curvas Isotérmicas

Fig. 3.17. Processo adiabático no Gráfico P(V).

➢ No processo adiabático, a quantidade de calor é constante, por isso, a variação


da quantidade de calor é nula.

Q = const.  Q = 0  W = − U

Para melhor compreensão, propomos-lhe o exercício a seguir:

1. Determina a variação da energia interna de um sistema termodinâmico de onde se


extraem -300 J num processo isocórico.
A. 0
B. -300 J
C. 300 J
D. Nenhuma das alternativas anteriores

45
46 Primeira lei da Termodinâmica e os isoprocessos

Resolução

F /R
Dados
Q = U
U = 300 J
U = −300 J

Resposta: B

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

▪ No processo isotérmico a variação da energia interna também é nula


▪ No processo isobárico o trabalho realizado pelo gás a e variação da energia
interna não são nulos
▪ No processo isovolumétrico a variação do volume é nula e por isso o trabalho
realizado pelo gás torna-se nulo.

Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo
▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto
Editores. Maputo

46
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

1. A variação da energia interna de um sistema termodinâmico donde se extraem 420


cal num processo isovolumétrico é de;
A. 420 J
B. 100 J
C. -1764 J
D. 0 J

2. Seja dada a figura.

P (Pa)

A B
30

20 60 V (m3)

No processo indicado na Figura, o gás recebeu 1800 J de energia do ambiente.


Determine a variação da energia interna.

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

1. Um sistema termodinâmico realiza um trabalho de 40 kcal quando recebe 30 kcal de


calor do ambiente. Nesse processo, a variação da energia interna desse sistema é
de:

A. – 10 kcal

47
48 Primeira lei da Termodinâmica e os isoprocessos

B. 0
C. 10 kcal
D. 20 kcal
E. 35 kcal

2. Assinale com “V” as afirmações verdadeiras e com “F”, as falsas.


Sobre um gás confinado em condições ideais podemos afirmar que:
A. Numa compressão isotérmica o gás cede calor para o ambiente.
B. Aquecendo o gás a volume constante, sua energia interna permanece
constante.
C. Numa expansão adiabática, a temperatura do gás diminui.
D. Numa expansão isobárica, a temperatura do gás diminui.
E. Quando o gás sofre transformações num ciclo, o trabalho resultante é nulo.

48
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Lição 10

Características das oscilações


mecânicas

Introdução
No nosso dia-a-dia verificamos movimentos de vai e vêm como por exemplo de um
pêndulo, baloiço, etc. Estes movimentos acontecem com regularidade na natureza, sendo
um movimento efectuado em dois sentidos opostos. Este tipo de movimentos denomina-
se oscilações mecânicas ou movimentos oscilatórios.

Na presente lição, vamos caracterizar as oscilações mecânicas focando no movimento


harmónico simples.

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:

✓ Caracterizar as oscilações mecânicas.

Oscilações

Entende-se por oscilações, os processos (movimentos ou variações de estado) que


sucedem repetidamente com o tempo e com uma periodicidade mais ou menos regular.
São exemplos de oscilações, os movimentos efectuados pelo pêndulo gravítico simples,
pêndulo de mola, e outros.

ym

0
-Xn 0 Xn
-ym
Fig. 3.18 Pêndulo gravítico
Fig. 3.19 Pêndulo de mola

49
50 Características das oscilações mecânicas

As oscilações denominam-se mecânicas quando são caracterizadas por modificações de


grandezas mecânicas. Exemplo: o deslocamento, a velocidade, a aceleração, etc.

As oscilações denominam-se periódicas se cada um dos valores da grandeza que se


modifica, se repete em intervalos de tempo iguais. No caso contrário denominam-se
aperiódicas.

As oscilações mecânicas podem ser livres ou forçadas.

Oscilações livres – são oscilações naturais ou próprias que se desenvolvem sem


intervenção de forças externas, de intensidade ou sentido variáveis, aplicadas ao sistema
oscilatório sendo originadas por uma alteração inicial do seu estado de equilíbrio estável.

As oscilações que os corpos efectuam sob acção de forças externas aplicadas ao sistema
oscilatório, que variam periodicamente de intensidade, são designadas forçadas. Ex: as
oscilações de uma agulha de máquina de coser, pistão no cilindro do motor, etc.

Características de uma oscilação mecânica

Tomando em consideração os pêndulos representados nas figuras 3.18 e 3.19,


poderemos caracterizar as oscilações mecânicas da seguinte forma:

a) Elongação (Y)
A elongação de um ponto oscilatório num dado instante, é abcissa ou ordenada do
ponto móvel em relação a sua posição de equilíbrio estável e representa-se pelas
letras (y) ou (x).

Unidades: S.I. y=m; C.G.S. y=cm

b) Amplitude (ym, Xn ou A)
É o desvio máximo do oscilador em relação a sua posição de equilíbrio estável, ou
seja, é o valor da elongação máxima.

Unidades: S.I. ym=m; C.G.S. ym=cm

c) Período (T)

É o tempo que o oscilador (sistema que apresenta movimento harmónico de


oscilação) gasta para efectuar uma oscilação completa.

50
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

t
T=
n

Onde: t – intervalo de tempo para um oscilador efectuar n oscilações completas.

n – Número de oscilações completas

Unidades: S.I. T=s;

d) Frequência ( f )

É a grandeza física que caracteriza o número de oscilações completas efectuadas


por unidade de tempo, ou seja, o inverso do período.

n ou 1
f= f=
t T

1
Unidades: S.I.  f = = Hertz ( Hz) ;
s

e) Frequência cíclica ou angular ()

É uma grandeza física  que permanece igual em valor numérico ao número de


oscilações completas efectuadas em 2 unidades de tempo, isto é,

2 ou
 = 2  f
  = rad
;
= s
T

Nota: (Dentro do argumento seno ou cosseno, o =180º. Ex:

   180  2
sen   = sen   = sen 45 =
0

4  4  2

51
52 Características das oscilações mecânicas

Para consolidação do que aprendeu nesta lição, propomos-lhe o seguinte exercício:

1. Um movimento de vai e vêm efectuado por um determinado corpo é


necessariamente:
A. Uma oscilação
B. Um movimento uniforme
C. Um movimento circular uniforme
D. Nenhuma das opções está correcta

Resposta correcta: A

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

▪ Oscilações são movimentos que sucedem repetidamente com o tempo e com


uma periodicidade mais ou menos regular
▪ As oscilações são mecânicas quando são caracterizadas por modificações de
grandezas mecânicas e estas podem ser livres ou forçadas
▪ São características de uma oscilação a elongação, amplitude, período, frequência
e frequência cíclica ou angular

Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo
▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto
Editores. Maputo

52
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

1. A trajectória percorrida por um oscilador mecânico durante o seu vai e vêm:


A. É sempre uma linha recta
B. É sempre uma linha parabólica
C. É uma linha recta vertical
D. Nenhuma das opções está correcta

2. O período das oscilações de um oscilador mecânico:


A. É o número de oscilações realizadas na unidade de tempo
B. Corresponde a uma oscilação realizada na unidade de tempo
C. É o tempo necessário para se efectuar uma oscilação
D. Depende da amplitude

3. Um pêndulo demora 0,5 segundos para retornar a sua posição inicial após passar
por todos os pontos de oscilação, qual a sua frequência?

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

1. Cada ponto da trajectória atingido pelo oscilador durante o seu movimento


oscilatório chama-se:
A. Amplitude
B. Amplitude máxima
C. Elongação
D. Elongação máxima

2. A terra demora 1 ano para completar uma volta ao redor do sol. Este é chamado
movimento periódico e 1 ano é o período do movimento. Qual é a frequência do
movimento da terra em torno do sol? (Considere 1 ano = 365 dias)

53
54 Equação e gráfico da elongação em função do tempo

Lição 11

Equação e gráfico da elongação


em função do tempo

Introdução
Na lição anterior referimo-nos a elongação como sendo a abcissa ou ordenada do ponto
móvel em relação a sua posição de equilíbrio estável.

Nesta lição vamos identificar as componentes que caracterizam a equação da elongação


e interpretar o seu gráfico em função do tempo.

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:

✓ Deduzir a equação da elongação em função do tempo


✓ Interpretar o gráfico da elongação em função do tempo

Equação e gráfico da elongação em função do tempo

Se um oscilador efectuar um movimento mecânico em torno da sua posição de equilíbrio,


a variação da sua elongação em função do tempo é dada pela seguinte expressão:

Y ( t ) = ym  sen(t + o )

onde:

Y – Elongação

ym – Amplitude

 - Frequência cíclica

t – Tempo

54
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

0 – Fase inicial.

A expressão (t + 0)= chama-se fase das oscilações. A fase determina não só o valor
da coordenada como também as características específicas do sistema oscilatório. A fase
das oscilações é expressa em radianos (rad). Sublinha-se que a fase inicial 0 é o valor
da fase no instante t igual a zero (t=0).

O gráfico da elongação em função do tempo é dado da seguinte forma:

ym

t
- ym

Fig. 3.20. Gráfico da elongação em função do tempo Y(t).


O movimento harmónico simples acima está descrito em termos da função seno, no
entanto, também pode ser descrito pela função cosseno. A única alteração estaria numa

diferença de na fase inicial. Como a função seno ou cosseno varia de -1 a +1, o
2
deslocamento da partícula varia entre –ym e ym. O deslocamento máximo ou a
elongação máxima, ym, em relação à posição de equilíbrio, é a amplitude do movimento
harmónico simples. As funções seno e cosseno repetem-se cada vez que o ângulo

aumenta 2 , dai a periodicidade do movimento com o período igual a 2 . A



frequência, f , é igual ao número de oscilações completas, por unidade de tempo, e

2
relaciona-se com a frequência angular, , pela equação,  = = 2f .
T

Para melhor compreensão, propomos-lhe o seguinte exercício:

 
1. Um oscilador efectua as suas oscilações segundo a equação Y(t) = 0,6sen( t + )
4 10
em unidades do sistema internacional. Indique:
a) A amplitude
b) O período
c) Fase inicial

55
56 Equação e gráfico da elongação em função do tempo

Resolução

a) ym = 0,6 m

b) Para extrairmos o valor do T, precisamos igualar a expressão t a  t .


4
2
Sendo  = , assim obteremos:
T


t = t
4
2 
t= t
T 4
2t  4
T= =8 s
t


c) o =
10

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

▪ A equação da elongação em função do tempo é dada pela seguinte expressão:


Y ( t ) = ym  sen(t + o ) .
▪ O movimento harmónico simples pode ser descrito também pela função cosseno.

Neste caso, a única alteração estaria numa diferença de na fase inicial.
2
▪ As funções seno e cosseno da elongação repetem-se cada vez que o ângulo

aumenta 2 , dai a periodicidade do movimento com o período igual a 2 .


Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo

56
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto


Editores. Maputo

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

1. Considere o gráfico da elongação em função do tempo.

Y (m)

10

12
t (s)
-10

Com base no gráfico, indique;

a) Amplitude
b) Período
c) Frequência cíclica
d) Equação Y(t)

2. Um oscilador elástico tem uma amplitude do movimento de 2 mm, pulsação de 2, e


não existe fase inicial. Quando t=10 s, qual é a elongação do movimento?

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

1. Dada a função horária da elongação:

57
58 Equação e gráfico da velocidade em função do tempo

 
Y = 3  sen  5 t +  S.I.
 4

a) Qual é a amplitude máxima do movimento?


b) A pulsação do movimento?
c) Qual é o período do movimento?

2. Um móvel executa um movimento harmónico simples de equação:

 
x = 8  cos   t  S.I.
8 
Após 2,0 s, a elongação do movimento é:
A. Zero
B. 2,0 m
C. 3,5 m
D. 5,7 m
E. 8 m

Lição 12

Equação e gráfico da velocidade


em função do tempo

Introdução
A equação da velocidade em função do tempo descreve como a velocidade de um
oscilador varia em função do tempo.

58
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Nesta lição vamos identificar as componentes que caracterizam a equação da velocidade


de um oscilador e interpretar o seu gráfico em função do tempo.

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:

✓ Deduzir a equação da velocidade em função do tempo com base no cálculo


diferencial
✓ Interpretar o gráfico da velocidade em função do tempo

Equação e gráfico da velocidade em função do tempo

A equação da velocidade em função do tempo descreve como a velocidade varia em


função do tempo. Podemos escrever a expressão da velocidade de um oscilador em
função do tempo derivando a expressão da elongação em função do tempo.

Do cálculo da derivada de uma função sabe-se que:

x' =1; c' = 0 (c = const ); (sen x)' = cos x; (cos x)' = − sen x

Assim, apliquemos o cálculo da derivada da função y(t) para encontrar a expressão da


velocidade v(t):

dy(t ) d  ym sen (t +  0 )


v(t ) =  v(t ) = = ym cos(t +  0 ) (t +  0 )'
dt dt
v(t ) = ym cos(t +  0 ) (  1 + 0) = ym  cos (t +  0 )

Assim, escrevemos a expressão da velocidade de um oscilador pela equação:

V ( t ) = ym  cos(t + o )

Da análise da equação, verificamos que o valor máximo é atingido quando o cosseno


assume valor igual a unidade. Isto acontece para t + 0 = 0. Nestas condições, v(t) =
ym. Sublinha-se, então, que o produto ym.= vmax (velocidade máxima do oscilador).
Assim, a expressão da velocidade de um oscilador pode ser descrita da seguinte maneira:

59
60 Equação e gráfico da velocidade em função do tempo

V ( t ) = Vmax  cos(t + o )

O gráfico da velocidade em função do tempo é dado da seguinte forma:

vm

t
- vm

Fig. 3.21. Gráfico da velocidade em função do tempo v(t).

Para melhor compreensão, propomos-lhe o seguinte exercício:

 
1. Um oscilador efectua as suas oscilações segundo a equação Y(t) = 0,6sen( t + )
4 10
em unidades do sistema internacional.
a) Calcule a velocidade máxima
b) Escreva a equação da velocidade em função do tempo

Resolução

Vmax = ym 
a)  0,6
Vmax = 0,6  =
4 4

0,6  
b) V(t) = cos( t + )
4 4 10

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

60
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

▪ A equação da velocidade em função do tempo é obtida a partir da derivada da


equação da elongação em função do tempo
▪ A equação da velocidade é dada pela expressão: V ( t ) = Vmax  cos(t + o )

Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo
▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto
Editores. Maputo

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

1. Considere o seguinte gráfico. Indique/calcule:


V (m/s)

3 6 9
t (s)

a) Velocidade máxima
b) O período
c) Frequência cíclica

61
62 Equação e gráfico da velocidade em função do tempo

d) V(t)

2. Um oscilador efectua as suas oscilações segundo a equação


  
Y(t) = 0,7  sen   t +  S.I. .
 4 12 

Escreva a equação da velocidade correspondente.

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

1. A distância entre dois pontos extremos atingidos por um oscilador mecânico é de 40


cm. Sabendo que, para percorrer essa distância, o oscilador gasta 1 segundo e tendo
em conta que a fase inicial é /2, a equação da velocidade em função do tempo
será:

A. v(t) =   cos    t +  
5 2 2

2  
B. v(t) =  cos   t + 
5  2

  
C. v(t) =  cos   t + 
5  2

D. v(t) =   cos   t +  
2  2

2. Um oscilador efectua um movimento harmónico simples, descrito pela seguinte

equação: v(t) =   cos    t  , no S.I.


10 2 

A amplitude do movimento é de:

62
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

A. 5 m

B. 2 m

C. ½ m

D. 1/5 m

E. 0

Lição 13

Equação e gráfico da aceleração


em função do tempo

Introdução
A equação da aceleração em função do tempo descreve a variação da aceleração do
oscilador em função do tempo.

Nesta lição vamos identificar as componentes que caracterizam a equação da aceleração


de um oscilador e interpretar o seu gráfico em função do tempo.

63
64 Equação e gráfico da aceleração em função do tempo

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:

✓ Deduzir a equação da aceleração em função do tempo com base no cálculo


diferencial
✓ Interpretar o gráfico da aceleração em função do tempo

A equação de aceleração em função do tempo descreve a variação de aceleração do


oscilador ao longo do tempo. À semelhança do procedimento para encontrar a equação
da velocidade em função de tempo, vamos derivar a equação da velocidade:

dv(t ) d  ym  cos(t +  0 )
a(t ) =  a(t ) = = − ym  sen (t +  0 ) (t +  0 )'
dt dt
a(t ) = − ym sen (t +  0 ) (  1 + 0 ) = − ym  2 sen (t +  0 )

Assim, escrevemos a expressão de aceleração de um oscilador pela equação:

a ( t ) = −ym 2  sen(t + o )

Sendo y(t) = ym sen(t+0), temos que a(t) = -2y, o que indica que a aceleração é
sempre proporcional e de sentido oposto do deslocamento.

Tendo em conta que a aceleração máxima de um movimento harmónico simples é dada


pela amplitude (ym) pelo o produto ym2 = amax (aceleração máxima). Assim, a
expressão de aceleração de um oscilador pode ser descrita da seguinte maneira:

a ( t ) = −amax  sen(t + o )

O gráfico de aceleração em função do tempo tem a seguinte forma:

am

t
- am

64
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Fig. 3.22. Gráfico da aceleração em função do tempo a(t)

Para melhor compreensão da lição, propomos-lhe o seguinte exercício:

 
1. Um oscilador efectua as suas oscilações segundo a equação Y(t) = 0,6sen( t + )
4 10
em unidades do sistema internacional.
a) Calcule a aceleração máxima.
b) Escreva a equação da aceleração em função do tempo.

Resolução

amax = ym 2
a) 2 0,62

amax = 0,6    =
4 16

0,62  
b) a(t) = − sen( t + )
16 4 10

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

▪ A equação da aceleração em função do tempo é obtida a partir da derivada da


equação da velocidade em função do tempo
▪ A equação da aceleração pode ser dada pela expressão: a ( t ) = −amax  sen(t + o )

Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

65
66 Equação e gráfico da aceleração em função do tempo

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo
▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto
Editores. Maputo

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

1. Considere o seguinte gráfico. Indique:

V (m/s)

3 6 9
t (s)

a) Aceleração máxima
b) O período
c) Frequência cíclica
d) a(t)

2. Um oscilador efectua as suas oscilações segundo a equação


  
Y(t) = 3  sen   t +  S.I. .
 4 12 

Escreva a equação da aceleração correspondente.

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

66
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

1. Um corpo oscila segundo a equação Y(t) = 6  sen  3 t +   S.I.


 3

a) A equação da velocidade é:

A. v(t) = 18 cos  3 t +  


 3

 
B. v(t) = 18 sen  3 t + 
 3

 
C. v(t) = 6  cos  3 t + 
 3

D. v(t) = 6  sen  3 t +  


 3

b) A equação da aceleração é:

A. a(t) = −54 2  sen  6 t +  


 6

B. a(t) = −54 2  cos  6 t +  


 6

C. a(t) = −54 2  sen  3 t +  


 3

D. a(t) = −54 2  cos  3 t +  


 3

67
68 Equações de Thompson

Lição 14

Equações de Thompson

Introdução
No movimento ondulatório vimos que o período é o menor tempo necessário para que
um corpo (partícula) complete uma volta. No movimento harmónico simples realizado por
uma mola, o período não depende da amplitude, ou seja, pode-se dizer que depende
apenas da massa da partícula e da constante elástica da mola.

Na presente lição vamos abordar as equações para o cálculo do período dos principais
osciladores mecânicos, nomeadamente o pêndulo simples gravítico e o pêndulo de mola,
usando as equações de Thompson.

Objectivos específicos

No fim desta lição você deverá ser capaz de:

✓ Aplicar as equações de Thompson na resolução de exercícios concretos

Cálculo do período de oscilação dos principais osciladores mecânicos,


nomeadamente o pêndulo elástico, usando as equações de Thompson.

O pêndulo gravítico simples é constituído por uma


pequena partícula de massa m suspensa por um fio

68

A B C
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

inextensível de comprimento l e de massa desprezível


preso noutra extremidade (ver a figura).

Para efectuar uma oscilação completa, o oscilador


deverá, por exemplo, sair de A, passar por B e atingir C,
passar novamente por B e retornar ao ponto A. Repare-
se que, para sair de A e retornar a esse ponto, o
oscilador percorre quatro estágios, a saber:

AB → BC → CB → BA

O tempo para percorrer um dos estágios é o mesmo. Assim, podemos escrever o período

de uma oscilação completa de modo: T = 4 t AB .

Experimentalmente, é possível mostrar que o período das oscilações de um pêndulo


gravítico simples não varia com a amplitude do movimento nem com a massa do
pêndulo. A equação de Thompson para o período das oscilações de um pêndulo gravítico
simples está expressa na forma:

l
T = 2
g

Onde:

T – Período

l – Comprimento do pêndulo

g – Aceleração de gravidade (g = 9,81 m/s2).

Repare-se que, da equação de Thompson para o período das oscilações de um pêndulo


gravítico simples, a frequência cíclica toma a forma:

=
g 2
dado que =
l T

O pêndulo elástico é constituído por uma pequena partícula de massa m ligada a uma
mola elástica de constante elástica K, sendo a mola presa noutra extremidade. Por
analogia com análise feita para o pêndulo simples, escrevemos, com base na figura

abaixo, a expressão de cálculo do período de modo: T = 4 t AB .

69
70 Equações de Thompson

A equação de Thompson para o período das oscilações de uma mola elástica está
expressa na forma:

m
T = 2
K A

C
Onde:
Fig. 3.24 Pêndulo de mola

T – Período

m – Massa do corpo suspenso;

K- Constante elástica da mola

Para compreender melhor o que foi abordado na presente lição, propomos-lhe o seguinte
exercício:

1. Um corpo de massa 80 g suspenso numa mola elástica oscila com uma frequência
de 4 Hz. Qual é constante elástica da mola?

F /R
m
T = 2
K
Dados
1 m2
( )2 = (2
m = 80g = 8  10−2 Kg
)
f K
f = 4Hz 1 m
= 4 2 
K =? f2 K
k = 4 2  m  f2 = 4  (3,14)2  8  10 −2  42
K = 40,48 N / m

Resumo da Lição
Nesta lição vimos que:

▪ A equação de Thompson para o período das oscilações de um pêndulo gravítico

simples é dada pela seguinte expressão: T = 2 l


g

70
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

▪ A equação de Thompson para o período das oscilações de uma mola elástica é

dada pela seguinte expressão: T = 2 m


K

Leituras Complementares
A leitura dos textos que se seguem é importante para consolidar e complementar a
compreensão dos conteúdos, daí que sejam recomendados.

▪ João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman


Moçambique. Maputo.
▪ Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto
Editores. Maputo.

Auto Avaliação
Para que possa avaliar o seu progresso propomos-lhe nesta lição as actividades que se
seguem.

1. Um pêndulo simples gravítico de 20 cm de comprimento está em movimento. O


intervalo de tempo em que passa pelo seu ponto de equilíbrio é:
(se g=9,81 m/s2)
A. 10 s
B. 8,97 s
C. 0,89 s
D. 0,22 s

2. Um corpo de massa 10 g suspenso numa mola elástica oscila com frequência de 5 Hz.
A constante elástica da mola é:
A. 9,86 N/m
B. 3,94.103 N/m
C. 0,39 N/m
D. 1,57 N/m

71
72 Equações de Thompson

Actividades Complementares
As actividades que se seguem são para complementar o seu estudo e aprofundar este
conteúdo. Resolva-as e verifique se estão certas com ajuda da chave de correcção que
aparece no fim deste módulo ou com a ajuda dos seus colegas.

1. Determine o período de oscilação de um pêndulo simples que possui comprimento


de 1 m, oscilando em um local onde a aceleração de gravidade corresponde a 16
m/s2. (Considere =3).

A. 1,0
B. 1,2
C. 1,5
D. 2,0
E. 2,5

2. Um corpo de massa 50 kg oscila, acoplado a uma mola, em torno da posição de


equilíbrio em movimento harmónico simples. Sabendo que seu período de oscilação
é de 3 segundos, o valor da constante elástica é: (Considere =3)

A. 100 N/m
B. 150 N/m
C. 200 N/m
D. 300 N/m
E. 500 N/m

72
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Glossário
Pressão atmosférica – pressão que o ar exerce sobre todos os corpos que nele contém

Temperatura – grandeza de estado de um sistema.

73
74 Bibliografia

Bibliografia

João, E. (2010). Pré-universitário – Física 12. 1ª Edição, Longman Moçambique. Maputo

Maciel, M., Arieiro, M, M. & Gradim, M. (2003). Exercícios de Física – 11º Ano. 1ª Edição,
Porto Editora. Porto

Silva, D. M. (2002). 11º Ano/Ensino secundário. 1ª Edição, Lisboa Editora. Lisboa

Vilanculos, A & Cossa, R. (2017). F12. Física 12 Classe. 3ª Edição, Texto Editores. Maputo

74
Módulo 3 – Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e Oscilações Mecânicas

Feedback e avaliação do módulo


Caro aluno! Depois de concluir o módulo “Mecânica dos Fluídos, Termodinâmica e
Oscilações Mecânicas”, indique o seu grau de satisfação em relação aos elementos que lhe
são apresentados, marcando com “X”.

1. Aspectos gerais

Grau de satisfação
N Ord Elementos
TS S I NS TnS
1. Organização
do módulo
2. Tempo de
duração
3. Clareza dos
conteúdos
apresentados
4. Número dos
exercícios
propostos
5. Relevância
dos
exercícios
propostos
6. Interacção
entre o aluno
e o tutor e
entre colegas

Legenda: TS – Totalmente Satisfeito

S – Satisfeito

I – Indiferente

NS – Não satisfeito

TNS – Totalmente não Satisfeito

2. Aspectos específicos

75
76 Feedback e avaliação do módulo

I. Em que lição/lições teve mais dificuldades? Proponha uma metodologia de


melhor abordagem.

II. Os exercícios respondem aos objectivos previamente apresentados?

III. As explicações presentes nas lições são relevantes para a compreensão?


Sustente a sua posição.

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