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Manual de Fundamentos de

Matemática

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino á Distância
FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA i

Direitos de autor

Todos os direitos dos autores deste módulo estão reservados. A reprodução, a locação, a
fotocópia e venda deste manual, sem autorização prévia da UCM-CED, são passíveis a
procedimentos judiciais.

Elaboração: Horácio Manuel Vunga

Revisão Científica: Domingos Neto

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino à Distância
825018440
23311718
Moçambique

Fax: 23326406
E-mail: eddistsofala@ucm.ac.mz
i Índi

Agradecimentos
Agradecimentos

Agradeço a colaboração dos seguintes indivíduos e/ou pessoa colectiva na revisão/elaboração


deste manual:

Por ter financiado a revisão deste Módulo Ao Centro de Ensino à Distância da UCM.

Por ter me confiado na elaboração e revisão A Coordenação do curso na pessoa de


deste módulo Fernando Alfredo Muchanga.
FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA iii

Índice

Visão geral 1
Bem-vindo a Fundamentos de Matemática.........................................................................1
Objectivos do curso.............................................................................................................1
Quem deveria estudar este módulo......................................................................................2
Como está estruturado este módulo....................................................................................2
Habilidades de estudo..........................................................................................................3
Precisa de apoio?.................................................................................................................3

Unidade 01 5
Introdução - Teoria de Conjuntos........................................................................................5
Introdução..................................................................................................................5

Unidade 02 38
Elementos de Teoria da Dedução......................................................................................38
Introdução................................................................................................................38

Unidade 03 45
Lógica Proposicional.........................................................................................................46
Introdução................................................................................................................46

Unidade 04 59
Tautologias e contradições................................................................................................59
Introdução................................................................................................................59

Unidade 05 79
Lógica com quantificadores..............................................................................................79
Introdução................................................................................................................79

Exercícios – lógica 85

Unidade 06 94
Relações e Aplicações.......................................................................................................94
Introdução................................................................................................................94

Exercícios – Relação e Funções 106


i Índi

Unidade 07 112
Equações Lineares...........................................................................................................112
Introdução..............................................................................................................112

Unidade 08 134
Funções Lineares.............................................................................................................134
Introdução..............................................................................................................134

Exercícios 146

Unidade 09 147
Equações Quadráticas......................................................................................................147
Introdução..............................................................................................................147

9.1. Equação quadrática 147


Inrodução.........................................................................................................................150
Exercicios........................................................................................................................151

Unidade 10 179
Função Quadrática..........................................................................................................179
Introdução..............................................................................................................179

10.1. Função Quadrática 180

Unidade 11 193
Equação exponencial.......................................................................................................193
Introdução..............................................................................................................193

Unidade 12 211
Inequações Exponenciais.................................................................................................211
Introdução..............................................................................................................211

Unidade 13 217
Função exponencial.........................................................................................................217
Introdução..............................................................................................................218
13.1. Função exponencial 218
FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA v

Unidade 14 234
Equações Logaritmicas....................................................................................................234
Introdução..............................................................................................................234

Unidade 15 246
Funções Logaritmicas......................................................................................................246
Introdução..............................................................................................................246

15.1. FUNÇÃO LOGARÍTMICA· 247

15.2. Gráficos da função logarítmica..................................................................................230

Unidade 16 252
Funções explícitas e implícitas........................................................................................252
Introdução..............................................................................................................252

Funções implícitas e explícitas 253

Unidade 17 255
Trigonometria..................................................................................................................255
Introdução..............................................................................................................255

17.1. Trigonometria 256


17.2. Sobre a trigonometria.............................................................................................256

Unidade 12 295
Equações Trigonometricas..............................................................................................295
Introdução..............................................................................................................295

Unidade 18 301
Funções Trigonometricas................................................................................................301
Introdução..............................................................................................................301
Bibliografia.....................................................................................................................310
FUNDAMENTOS DE 1

Visão geral

Bem-vindo a Fundamentos de
Matemática

Neste módulo procura-se em primeiro lugar familiarizar os estudantes apresentando tarefas


e suas respectivas resoluções que na sua maioria serão acompanhadas pelas respectivas
descrições o que facilitará ao estudante perceber como é que se chegou a uma determinada
solução.

Objectivos do curso
Quando terminar o estudo de Fundamentos de Matemática será capaz de:

 Ter noções básicas da Teoria de Conjunto;

 Operar com os conjuntos;

 Usar a teoria de conjunto na resolução de problemas;


Objectivos
 Aplicar a resolução de equações exponenciais e Logaritmicas na
vida;

 Resolver problemas envolvendo a Tigonometria;


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Quem deveria estudar este


módulo
Este Módulo foi concebido para todos aqueles que no 1º Ano da
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBUIQUE - CENTRO DE
ENSINO À DISTÂNCIA.

Como está estruturado este


módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos por UCM - CED
encontram-se estruturados da seguinte maneira:

Páginas

introdutórias Um

índice completo.

Uma visão geral detalhada do módulo, resumindo os aspectos-


chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção
antes de começar o seu estudo.

Conteúdo do módulo

O módulo está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá


uma introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade
incluindo actividades de aprendizagem.

Outros recursos

Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma


lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos que
inclui livros, artigos ou sites na internet podem serem encontrados
FUNDAMENTOS DE 3

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação

Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final das


unidades. Sempre que necessário, inclui-se na apresentação dos
conteúdos algumas actividades auxiliares que irão lhe ajudar a
perceber a exposição dos restantes conteúdos.

Comentários e sugestões

Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer


comentários sobre a estrutura e o conteúdo do módulo. Os seus
comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este
módulo.

Habilidades de estudo
Para suceder-se bem neste módulo precisará de um pouco mais da sua
dedicação e concentração. A maior dica para alcançar o sucesso é não
ignorar os textos que são apresentados como descrição para obter as
figuras assim como, tentar sempre que resolver uma tarefa apresentar a
descrição de todo o processo. Não ignore as actividades auxiliares pois
as restantes actividades podem depender delas!

Precisa de apoio?
Em caso de dúvidas ou mesmo dificuldades na percepção dos conteúdos
ou resolução das tarefas procure contactar o seu professor/tutor da
cadeira ou ainda a coordenação do curso acessando a plataforma da
UCM-CED Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática.
FUNDAMENTOS DE 5

Unidade 01

Introdução - Teoria de Conjuntos

No fim desta unidade deves ser capaz de:

 Definir conjuntos por compreensão e por extenção;


Objectivos
 Operar com os conjuntos;

 Verificar a relação entre conjuntos;

 Resolver problemas aplicando Teoria de Conjuntos;

Introdução

1.1 Teoria de Conjuntos

Um conjunto designa-se geralmente por uma letra maiúscula, reservando-se as letras


minúsculas para os seus elementos. A expressão simbólica: x ∈ A. significa que “ x é
elemento de A ”. A negação de x ∈A representa-se simbolicamente por: x ∉ 𝐴.

E lê-se “ x não pertence a A ” (ou “ x não é elemento de A ”).


6 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Um conjunto pode ser escrito em extensão (quando o número dos seus elementos for finito
e suficientemente pequeno) enumerando explicitamente todos os seus elementos colocados
entre chavetas e separados por vírgulas ou em compreensão, enunciando uma propriedade
caracterizadora dos seus elementos (isto é, uma propriedade que só os seus elementos
possuam).

Exemplo 1

(1) Conjunto das vogais descrito em extensão, V= {a, e, i, o, u}

(2) Conjunto dos números naturais pares descrito em compreensão

Ρ = {p ∈IN: p = 2q para algum q ∈IN}

1.2. Conjunto universal e conjunto vazio

Pareceria razoável que intuitivamente se considerasse como conjunto qualquer colecção de


objectos (reais ou imaginários). No entanto, tal atitude conduz a situações paradoxais.

Se se adoptar a concepção intuitiva de conjunto então pode dizer-se que alguns conjuntos
são membros de si próprios enquanto outros não o são. Um conjunto de elefantes, por
exemplo, não é um elefante e, portanto, não é um elemento de si próprio; no entanto, o
conjunto de todas as ideias abstractas é, ele próprio, uma ideia abstracta, pelo que pertence
a si próprio. As propriedades “ser membro de si próprio” e “não ser membro de si próprio”
parecem ser propriedades perfeitamente adequadas para definir conjuntos. Mas, como se
verá estas propriedades conduzem à criação de um paradoxo.

Suponha-se que se define o conjunto A como sendo o conjunto de todos os conjuntos que
não são membros de si próprio, isto é,

A = {Χ : Χ∈Χ}.
FUNDAMENTOS DE 7

Coloca-se a questão de saber se A é ou não elemento de si próprio. Se A não for elemento


de si próprio, A ∉ A , então satisfaz a propriedade definidora de A e, portanto, A∈ A ; se A
pertence a si próprio, A∈A então não satisfaz a propriedade definidora de A e, portanto, A∉
A. De cada uma das possíveis hipóteses pode deduzir-se a sua negação, o que constitui um
paradoxo.

Para eliminar possibilidades deste tipo supor-se-á, de ora em diante, que os conjuntos
considerados são todos constituídos por elementos de um conjunto U suficientemente
grande, chamado conjunto universal ou universo do discurso.

Em Matemática há conjuntos que constituem muito frequentemente os universos do


discurso. Alguns exemplos, dos mais importantes, são:

ℝ = {x: x é um número real} número

= {x: x é um número racional}

ℤ = {x: x é um número inteiro}

ℕ = {0, 1, 2, 3…}

Os símbolos ou { } usam-se para denotar o conjunto vazio (conjunto sem elementos)

que pode ser escrito em compreensão por {x : x ≠ x}, = {x : x ≠ x} .

1.3. Conjuntos finitos e conjuntos infinitos


8 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Um conjunto diz-se finito se for possível contar os seus elementos, ou seja, se for o
conjunto vazio ou se for possível estabelecer uma correspondência bijectiva entre os seus
elementos e os elementos de um conjunto da forma {1, 2, 3, …, n} para algum n ∈ℕ.

Dir-se-á infinito caso contrário. O conjunto dos números inteiros positivos inferiores a 100
é um conjunto finito enquanto o conjunto de todos os números inteiros positivos é um
conjunto infinito.

Se A for um conjunto finito, designar-se-á por cardinalidade de A o número dos seus


elementos, o qual se representa por card (A) ou #A. Um conjunto com cardinalidade igual
a 1 diz-se singular.

Quando um conjunto é infinito, é impossível defini-lo em extensão; logo, se um conjunto


puder ser definido em extensão, então certamente será um conjunto finito.

Por vezes para definir certos conjuntos infinitos usa-se uma notação parecida com a
definição de um conjunto em extensão: é o caso de

= {0,1, 2, 3, …}

Refira-se que as reticências representam a quase totalidade dos elementos de qualquer


que seja o número de elementos que apareçam no início.

1.4. Igualdade de conjuntos

Dois conjuntos são iguais se e só se tiverem os mesmos elementos.

Se um conjunto A for igual a um conjunto B escreve-se A = B. Para verificar se dois


conjuntos são iguais basta verificar se todo o elemento de A é elemento de B e se todo o
elemento de B é elemento de A. Se todo o elemento de A for também elemento de B
(independentemente do facto de todo o elemento de B poder ser ou não elemento de A) dir-
FUNDAMENTOS DE 9

se-á que o conjunto A está contido no conjunto B, o que se conjuntos A e B forem iguais
então ter-se-á A ⊆ B e, simultaneamente B⊆ A; reciprocamente, se A ⊆ B e B ⊆ A se
verificarem simultaneamente então tem-se A = B.

Se A ⊆ B e A ≠ B dir-se-á que A é um subconjunto próprio ou uma parte própria de B e


escreve-se A ⊂ B. De acordo com estas definições resulta que quaisquer que sejam os
conjuntos A e B

⊆A, A ⊆A, A = B se e só se [A ⊆B e B ⊆A]

Exemplo: a, b,, b, b, a,.a.a a, b são conjuntos iguais.

Considere-se a prova de, por exemplo, ∅ ⊆ A qualquer que seja o conjunto A. A única
forma de mostrar que esta inclusão é falsa é verificar que ∅ possui um elemento que não
pertence a A; ora como ∅ não possui elementos então esta relação verifica-se sempre.

1.5. Operações com conjuntos

Sendo A e B dois conjuntos, denota-se por A∪B a união (ou reunião) de A com B, que é o
conjunto cujos elementos são os elementos de A e os elementos de B. Mais geralmente, se
A1, A2, …, An forem conjuntos então a sua união
𝑛

∪ 𝐴i = 𝐴1 𝖴 𝐴2 𝖴 … 𝖴 𝐴𝑛
i=1

= {x: x∈𝐴i para algum i = 1 , 2,….,n }

é o conjunto constituído pelos elementos que pertencem pelo menos a um dos conjuntos
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

A1, i =1, 2, …, n.
 A𝖴 B

 Exemplo1: A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}; Logo: A𝖴 B = {1, 2, 3, 4}.

 Exemplo2: B = {a, b, c, d, e} e C = {n, o, p, q} Logo: C𝖴 B = {a, b, c, d, e, n, o, p, q}.

A intersecção de dois conjuntos A e B, denota-se por A∩ B, é o conjunto cujos elementos


pertencem simultaneamente a A e B. Analogamente, se A1, A2, …, An forem conjuntos
então

= {x: x∈𝐴i para algum i = 1 , 2,….,n }


 A∩B
FUNDAMENTOS DE 1

 Exemplo1: Exemplo1: A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4}; Logo: A  B = {2, 3}.

 Exemplo2: B = {a, b, c, d, e} e C = {n, o, p, q} Logo: B  C = { }/ ∅.

Dois conjuntos A e B dizem-se disjuntos se e só se A∩ B = ∅ , isto é, se não possuírem


elementos comuns.

Dados conjuntos Ai , i ∈I , dizemos que eles são disjuntos dois a dois se quaisquer i, j ∈I ,

com i ≠ j , se tem Ai ∩ Aj =

Exemplo:

A diferença de A e B é o conjunto A \ B definido por

A \ B = {x : x∈ A e x B}
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

 A-B

Exemplo1: A = {1,2,3} e B = {2,3,4} ; Logo: A-B ou A\B = {1},

Exemplo2: E = {a, b, c, d, e} e F = {a, b,} ; Logo: E-F ou E\F = {1},

ou seja, é o conjunto constituído pelos elementos de A que não pertencem a B . Se, em

particular, se fizer A = U , o universo do discurso, então o conjunto U \ B = {x : x B} dá-


se o nome de conjunto complementar de B e denota-se por 𝐴̅ ou Bc.
 𝐴̅
FUNDAMENTOS DE 1

Diferença Simétrica

Chama-se diferença simétrica dos conjuntos A e B ao conjunto que é a soma das


diferenças: A\B e B\A e designa-se por A Δ B.

Desse modo temos: A Δ B  ( A \ B)  (B \ A).

Na operação de diferença de conjuntos têm lugar as seguintes propriedades:

1)
A \ (B  C)  ( A \ C)  ( A \ C) 
2) A \ (B  LeisdeMORGAN

3) A  B  A \ B  {}
4)( A \ B)  B  A 
B 5)( A \ B)  B  {};

Neste caso A e B são conjuntos disjuntos.

1) A  A  U
2) A  A  {}
3)A  A
4) A \ B  A  B
5)U  {}
6){}  U

1.6. Propriedade das operações sobre conjuntos

Reunião
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

1) A  B  B  A
2) A  (B  C)  ( A  B)  C
3) A  (B  C)  A  B  A  C

Intersecção

1) A  B  B  A.
2) A  (B  C)  ( A  B)
3)( A  B)  C  A  C  B  C

1.7. Conjunto das partes de um conjunto

Podem construir-se conjuntos cujos elementos são eles próprios, no todo ou em parte,

conjuntos. Assim, por exemplo, a letra x , o conjunto {a, b} , o conjunto { } e o número 4


podem constituir um novo conjunto que é o seguinte

{x, {a, b},{ }, 4}.

Dado um conjunto arbitrário, é possível construir novos conjuntos cujos elementos são
partes do conjunto inicial. Em particular, sendo A um conjunto qualquer, denota-se por P
(A) o conjunto constituído por todos os subconjuntos (próprios ou impróprios) de A, isto é,

P (A) = {Χ : Χ ⊆A}.

Se A é finito tem-se Card (P (A)) = 2card (A).

O produto cartesiano de A por B, designa-se por A× B e é dado por

A× B = {(a, b) : a ∈A∧b ∈B} .


FUNDAMENTOS DE 1

Analogamente, podemos considerar o produto cartesiano de n conjuntos:

A1× A2 ×…× An= {(a1,a2 ,…,an ) : a1∈A1∧a2 ∈A2 ∧…∧an ∈An}

Por definição, An = A× A×…× A.

Se A1, A2 ,…, An são conjuntos finitos, então

Card (A1× A2 ×…× An ) = cardA1×cardA2 ×…× cardAn .

Exemplo:

Se A = {a, b, c} então P (A) = { ,{a},{b},{c},{a, b},{a, c},{b, c},{a, b, c}} é o conjunto


das partes de A , com cardinalidade igual a 8.

Teorema (Propriedade Distributiva)

Sendo A, B, C três conjuntos arbitrários, ter-se-á:

a) A∩ (B∪C)

b) A∪(B∩C)

1.8. O silogismo e os diagramas de Euler - Venn

as premissas que constituem os silogismos, podem ser de quatro tipos:

(A) Universais afirmativas,

(E) universais negativas,


1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

(I) particulares afirmativas e

(O) particulares negativas.

Veja o desenvolvimento seguinte, no quadro seguinte:

Tipo Universal / Esquema de Exemplo de


Particular Premissa Premissa
A Universal Todos os S são P Todos os homens
afirmativa são mortais
E Universal negativa Nenhum(a) S é P Nenhuma galinha
tem dentes
I Particular Algum S é P Alguns alunos
afirmativa passam de classe
O Particular negativa Algum S não é P Alguns alunos não
passam de classe

Para representar estas proposições em diagramas, é necessário traduzi-las a linguagem de


lógica de conjuntos, assim:

(A) Universal afirmativa, "Todos os são " , quer dizer que o conjunto dos
que não está incluso em é um conjunto vazio. Nos diagramas, o conjunto vazio
FUNDAMENTOS DE 1

simboliza-se por uma


coloração rosada. Observa o diagrama a baixo:

(E) Universal negativa, "Nenhum é ", quer dizer que o conjunto constituído pelos
elementos comuns de e , o produto lógico entre ambos é um conjunto vazio, que se
simboliza por uma coloração rosada:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

(I) Particular positiva, "Algum “ é ", quer dizer que o conjunto formado pelos
elementos comuns a e a não é vazio, seu produto lógico não é um conjunto vazio. Ao
conjunto não vazio se simboliza por uma cruz cor de rosa, como se mostra a baixo:

(O) Particular negativa, "Algum não é ", afirma que o conjunto dos que não
pertencem a não é um conjunto vazio; portanto também se simboliza com uma cruz cor-de-
rosa, como se mostra abaixo:

Preste atenção ao seguinte raciocínio:

 Todos os felinos são animais predadores


FUNDAMENTOS DE 1

 Os leões são animais predadores


 Logo: os leões são felinos

Considere as seguintes simbolizações:

felinos.

=
animais.

=
leões.

Facilmente se comprova sua validade devido a transitividade da inclusão.

As leis lógicas aplicam-se melhor quando as premissas são mais complexas:


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

1. Nenguém entende a explicação da matéria, se ao mesmo tempo brinca.

2. Quem não usa um fato é sócio de um clube de basquetebol.

3. Quem tem um Mp3, não corta cabelo.

4. Ninguém que seja membro de um clube de basquetebol, lé novelas.

5. Todo aquele que gosta de sorriso, corta cabelo.

6. Todos os que não sabem tocar viola, têm Mp3.

Vejamos se se pode chegar a alguma conclusão, desta forma?


Antes vamos simbolizar cada premissa acima, assim:

= Os que entendem a explicação da matéria.

= Os que brincam

= Os que têm fato.

= Os sócios de um clube de basquetebol.

= Os que gostam de sorriso.

= Os que têm Mp3.

= Os que cortam cabelo.


FUNDAMENTOS DE 2

Agora vamos expressar as premissas utilizando a inclusão para poder aplicar a lei da
transitividade:

Fazendo uma armação por ordem, obtemos.


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Logo a conclusão será: os Os que gostam de sorriso têm fato.

Para terminar a discussão sobre Lógica e Teoria de Conjuntos, veja a seguir um texto de
Bertrand Russel sobre a compressão e a extensão dos conjuntos. Alerta-se que o texto é um
tanto ou quanto difícil, mas interessante:

“Explicar claramente o que se entende por “conjunto”, ou destinguir esta noção de todas as
outras com as quais esteja relacionada, é um dos problemas duplamente mais importantes e
difíceis da Filosofia matemática.

Para além de que “conjunto” é um conceito muito fundamental, são necessários um cuidado
e diligência máximos…

Tornou-se consuetudinário, em todos os trabalhos de Lógica, distinguir dois pontos


básicos, o de extensão e o de compressão. Regra geral os filósofos consideram o último
(compressão) como dotado de maior importância. No entanto a Matemática trabalha mais
com o primeiro (extensão).
FUNDAMENTOS DE 2

Foi assim que M. Couturat*, no seu admirável trabalho sobre Leibniz, disse rotundamente
que “a Lógica simbólica só pode se construir assándo-se na extensão e se só existissem
estes dois pontos de vista, sua afirmação estaria justificada”.

Mas na realidade, existem posições intermédias entre a compressão e a extensão puras. É


nelas onde a Lógica simbólica tem suas bases. É essencial que os conjuntos a que nos
referimos estejam formados por termos, e não sejam predicados ou conceitos, pois um
conjunto pode ser definido quando são dados só seus termos…

Está claro que não podemos tentar uma definição de conjuntos por compressão como a de
conjunto dos predicados que se unem aos termos em questão e a nenhum outro, porque tal
conduzir -no ia um círculo vicioso.

Ao que tudo indica, definição de conjunto por extensão é, até certo ponto, inevitável. Por
outra lado, considerar uma extensão pura, o conjunto fica definido por uma enumeração
dos termos, método este que nos não permitiria trabalhar, como na Lógica simbólica,
quando os conjuntos forem infinitos.

Teorema (Leis de Morgan)

Sendo A e B dois conjuntos arbitrários, ter-se-á:

a) (̅A̅ ∩̅ ̅𝐵̅ )̅ = 𝐴̅∪𝐵̅

b) ̅(̅A̅ ̅𝖴̅ 𝐵̅ ̅)̅ = 𝐴̅ ∩ 𝐵̅


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

1.9. APLICAÇÃO DA TEORIA DE CONJUNTOS

Exemplo:

Numa certa cidade são consumida dois produtos, S e P, sendo S um tipo de sabonete e P
um tipo de perfume.

Feita uma pesquisa de mercado sobre o consumo desses produtos, foram levantados os
seguintes dados:

Produtos P S PeS nenhum dos dois

Nº de cons. 180 210 50 40

- Quantas pessoas foram consultadas?

Resolução:

Apresentando no diagrama de Venn, temos:

Dados:
FUNDAMENTOS DE 2

#S = 210

#P = 180

# S # P  50

# Nenhum dos dois = 40

Para determinar o número de pessoas que foram consultadas temos que:

1º Determinar: os consomem apenas S e os que consomem apenas P, e no final adicionar.

Assim:

x# S # P # S  x  50  210  x  210  50  x  160

y# S # P # P  y  50  180  y  180  50  y  130

Logo:
y  x# S # P# nenhum  U  130 169  50  40  U  389  U

Resposta: Foram consultadas 389 pessoas.

Exercícios

1. Mostra que se A for um subconjunto do conjunto vazio então A = ∅ .

2. Dado um conjunto arbitrário A,

a) Será A elemento do conjunto {A}?

b) Será {A} elemento do conjunto {A}?

c) Será {A} um subconjunto de {A}


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

3. Seja A = {1, 2 ,{3}}. Quais das afirmações seguintes são verdadeiras?

a) 1∈A;

b) {1}∈A;

c) {1}⊆ A;

d) 3∈A;

e) {3}∈A;

f) {3}⊆A;

g) {{3}}⊆A ;

h) ∈A;

i) ⊆A;

4. Descreva em compreensão os conjuntos seguintes:

A = {5,10,15,20, …}

B = {7,17,27,37, …}

C = {300,301,302, …, 399, 400}

D = {1,4,9,16,25,36,49, …}

E = {1, 1 , 1 , 1 , 1
,…}
2 4 8 16

5. Indique quais dos conjuntos que se seguem são iguais:

A = {−1,1,2}
FUNDAMENTOS DE 2

B = {−1, 2,1}

C = {0,1,2}0

D = {2,1,−1,−2}

E = {x: x2 = 4 ou x2 =1}

6. Determine em extensão os seguintes conjuntos:

A = {x2 − x: x ∈{0,1,2,3}}

B = {(-1 )n: n ∈IN0 }

C {x ∈IN0 : x2 + 22 =13x}

D = {x ∈IN0 : (x +1)(x + 2) <11}

7. Diga quais dos seguintes conjuntos que se seguem são finitos e quais são infinitos:

a) O conjunto das linhas do plano que são paralelas ao eixo dos xx' .

b) O conjunto das letras do alfabeto.

c) O conjunto dos múltiplos de 5.

d) O conjunto dos animais existentes na Terra.

e) O conjunto das raízes da equação x38 + 42x23 −17x18 − 2x5 +19 = 0 .

f) O conjunto das circunferências centradas na origem.

8. Determine quais dos conjuntos seguintes são iguais:


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

A = {− n +1: n ∈Z}

B = {2m+ 2: m ∈Z}

C=Z

D = {−2 p + 2: p ∈Z}

E = {5q: q ∈Z}

F = {2r: r ∈Z}

G = {5-S+1 : s ∈Z}

9. Qual é a cardinalidade dos seguintes conjuntos:

{1,2, }, {1, {1, }}, { }, {1}, {{1}}

10. Determine a cardinalidade do conjunto

p
S= : p, q  IN  p, q  10

11. Seja U = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,9} o conjunto universal. Dados os conjuntos A = {1,3,5,7},

B = {2,3,4,5,6} e C = {0,2,4,6,8}, defina em extensão os conjuntos

A∩B, A∪B, B ∪C , A∩ (B∪C ), (A∩B) ∪(A∩C)

(A∩B)∪C, A ∪ , A ∩C, A .
FUNDAMENTOS DE 2

12. Sejam A, B, C três conjuntos quaisquer contidos no universo U. Verifique as seguintes


igualdades:

a) A∪ A =U

b) A∩ A =

c) A∩B ⊆A

d) A∪B ⊇A

e) A = A

f) A \ B = A∩ B .

13. Em que circunstâncias são verdadeiras as igualdades que se seguem:

A∪B =

A∩B A∩ B

= A A∩B =

(A∪B)∩ B = A

(A∩ B )∪B = A∪B

14. O facto de ser A∪B = D implica que seja D \ B = A? Se não, o que pode concluir-se do
facto de ser A∪B = D e D \ B = A?

15. Sejam A e B dois subconjuntos do universo U = {1,2,3,4,5,6} tais que


3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

A∪B = {1,2,3,4}, A∩B = {3}, A \ B = {1,2}

Determine A, B e B \ A.

16. Verifique, justificando, se as afirmações seguintes são verdadeiras ou falsas.

a) Se A ⊆C e B ⊆C então A∪B ⊆C.

b) Se C ⊆A e C ⊆B então C ⊆A∩B.

c) Se A ⊆B e B ⊆C então A ⊆C.

d) Se A  B e B ⊆C então A  C.

e) Se A∩C = B∩C então A = B.

17. Determinar o conjunto das partes do conjunto

I. A = {1}

II. B = {1,2}

III.C = {1,2,3}

18. Sendo M = {1,2,3,4} determinar {x ∈M: x }. Quantos elementos terão o conjunto


das partes de M?

19. Descrever os elementos do conjunto P (P (P ( ))) onde P ( ) designa o conjunto das

partes do conjunto vazio .


FUNDAMENTOS DE 3

20. Seja:
A B  2,4,6,8e C  3,4,5,6
1,2,3,4
A 
B A
Achar:
 C
B 
B
A  (B  C)

21. Sejam: U  1,2,3,4...,9 ; A  1,2,3,4; B  2,4,6,8; A  3,4,5,6

Achar.

a. A

b. B

c. A  C

d. A  B

e. B \ C

22. No diagrama de Venn abaixo, sombreie:

a) A A c) B \ d) A  B
B A
b)
3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

23. Hachure o que se pede em cada caso:

a) A  B

b) A  B  C

24. Sejam os conjuntos A = {a, {b}} e B = {a, b, {a, b}}. Determine:

a) A∩ B
FUNDAMENTOS DE 3

b) A∪B

c) P (A) (conjunto das partes de A)

d) B∩P (A)

25. Determinar o conjunto das partes do conjunto das partes do conjunto {a}.

26. Dados dois conjuntos A e B. Verifique que:

a) (A∩B)∪(A∩ B ) = A

b) ( A \ B) = A ∪B

27. Usando um diagrama de Venn apropriado verifique:

a) A demonstração do teorema da propriedade distributiva;

b) A demonstração do teorema das Leis de Morgan.

28. Sendo P, Q, R três conjuntos, indicar quais das afirmações que se seguem são
verdadeiras.

a) Se P é um elemento de Q e Q é um subconjunto de R, então P é um elemento de R.

b) Se P é um elemento de Q e Q é um subconjunto de R, então P é também um subconjunto


de R.

c) Se P é um subconjunto de Q e Q é um elemento de R, então P é um elemento de R.


3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

d) Se P é um subconjunto de Q e Q é um elemento de R, então P é um subconjunto de R.

29. Sendo P, Q, R três conjuntos, provar:

a) (P \Q) | R = P \ (Q∪R)

b) ( P \Q) | R = (P \ R) \Q

c) (P \Q)| R = (P \ R)\ (Q \ R)

30. Chama-se diferença simétrica de dois conjuntos A e B ao conjunto constituído pelos


elementos que pertencem a A ou a B, mas não a ambos simultaneamente.

a) Denotando por A  B a diferença simétrica de A e B, mostrar que

A  B = (A \ B)∪(B \ A) = (A∪B) \ (A∩B).

b) Representar num diagrama de Venn a diferença simétrica de dois conjuntos A e B


quaisquer.

c) Se a diferença simétrica entre dois conjuntos quaisquer A e B for igual ao conjunto A que
poderá dizer a respeito de A e B?

d) Verifique se as igualdades seguintes são verdadeiras ou falsas.

I. A  A = A

II. A  (A  A) = A

31. Numa prova constituída de dois problemas, 300 alunos acertaram somente um dos
problemas, 260 acertaram o segundo, 100 alunos acertaram os dois e 210 erraram o
primeiro. Quantos alunos fizeram a prova?
FUNDAMENTOS DE 3

32. Uma cidade de 10.000habitantes possui dois clubes de futebol: A e B. Numa pesquisa
feita com a população, constatou-se que 1.200 pessoas não apreciam nenhum dos clubes,
1.300 pessoas apreciam os dois clubes e4.500 pessoas apreciam o clube A. Quantas pessoas
apreciam:
a) Apenas o clube A ?

b) Apenas o clube B ?

c) O clube B ?

33. Um grupo de alunos de uma escola deveria visitar o museu de ciências e o museu de
história da cidade. Quarenta e oito alunos foram visitar pelo menos um desses museus. 20%
dos que foram ao de ciência visitaram o de historia e 25% dos que foram ao de historia
visitaram também o de ciência. Calcule o número de alunos que visitaram os dois museus.

34. Uma editora estuda a possibilidade de relançar as publicações Helena, Iracema e A


Moreninha. Para isso, efectuou uma pesquisa de mercado e concluiu que, em cada
1000pessoas consultadas, 600 leram A Moreninha400 leram Helena300 leram Iracema200
leram A Moreninha e Helena150 leram A Moreninha e Iracema100 leram Iracema e Helena
20 leram as três obras. Calcule:
a) O numero de pessoas que leu apenas umas das três obras.
b) O número de pessoas que não leu nenhuma das três obras.
c) O numero de pessoas que leu duas ou mais obras.
3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

35. Uma pequena cidade do interior possuía dois candidatos a prefeito: Ricardinho,
concorrendo pelo PD (partido da direita) e André, concorrendo pelo PE (partido de
esquerda). Foi feita uma pesquisa, uma semana antes da eleição, com 500 eleitores, que
deveriam indicar em uma cédula em quem votariam. Os pesquisadores poderiam votar nos
dois candidatos se assim desejassem, em apenas um deles ou então votar em branco. Não
era permitido anular o voto. Os resultados foram os seguintes: 200 eleitores votaram em
branco· 320 eleitores não votaram no PD· 330 eleitores não votaram no PEO numero de
pesquisadores que votou em ambos os candidatos é:
a) 25
b) 35
c) 50
d) 350

36. Na tentativa de elevar os índices de audiência de seus programas, uma emissora de


rádio decidiu realizar uma pesquisa para conhecer a preferência musical dos moradores de
diferentes bairros de Belém. “PAGODE”, “AXÉ” e “BREGA”foram as opções musicais
mais citadas pelos 1.000 entrevistados, conforme indicam os dados tabelados a seguir: Sem
esquecer a existência daqueles que manifestaram outras opções musicais, quantos são os
que não preferem nem “BREGA” nem “AXÉ”?
a) 75
b) 130
c) 260
d) 265
e) 345
FUNDAMENTOS DE 3

37. Numa escola de 630 alunos, 350 deles estudam Português, 210 estudam Espanhol e 90
estudam as duas matérias (Português e Espanhol). Pergunta – se:
a) Quantos alunos estudam apenas Português.
b) Quantos alunos estudam apenas Espanhol.
c) Quantos alunos estudam Português ou Espanhol.
d) Quantos alunos não estudam nenhuma das matérias.

38. Um grupo de alunos de uma escola deveria visitar o museu de ciências e o museu de
história da cidade. 48 Alunos foram visitar pelo menos um destes museus. 20% dos que
foram ao de ciência visitaram o de história. E 25% dos que foram ao de história visitaram
também o de ciência. Calcule o número de alunos que visitaram os dois museus.

39. Numa escola secundária, no agrupamento quatro da 10ª classe, os alunos estudam
Inglês, Francês, e Alemão.
Constatou-se que numa das turmas todos alunos estudam pelo menos uma destas línguas, 5
estudam as três línguas, 10 estudam Inglês e Alemão, 11 estudam Inglês e Francês e 9
estudam Francês.
Sabendo que 20 alunos estudam Inglês, 16 estudam Alemão e 21 estudam francês,
determine quantos alunos tem a turma.
3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Unidade 02

Elementos de Teoria da Dedução

Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer os elementos de Teoria
da Dedução.Conjectura e demonstração e Principios de não contradição
e principio do terceiro excluido.

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Conhecer os elementos da teoria de Dedução;

Objectivos Aplicar os conectivos para apresentar as

proposicões;

Aplicar os principio de não contradição e o principio do terceiro excluido;

Demonstrar conjecturas;

2.1. Elementos de Teoria da Dedução

Geralmente a matemática divide-se em partes chamadas teorias matemáticas. O


desenvolvimento de uma qualquer teoria é constituído por três etapas fundamentais:
FUNDAMENTOS DE 3

(1) a construção dos objectos matemáticos da teoria;

(2) a formação de relações entre estes objectos;

(3) a pesquisa das relações que são verdadeiras, ou seja, a demonstração de teoremas.

Objectos matemáticos são, por exemplo, os números, as funções ou as figuras geométricas;


a Teoria dos Números, a Análise Matemática e a Geometria são, respectivamente, as teorias
matemáticas que os estudam. Os objectos matemáticos (provavelmente) não existem na
natureza; são apenas modelos abstractos de objectos reais mais ou menos complicados. As
relações entre os objectos matemáticos são afirmações (ou proposições ou sentenças),
verdadeiras ou falsas, que podem enunciar se a seu respeito e que, de algum modo,
correspondem a propriedades hipotéticas dos objectos reais que eles modelam.

Para provar os seus resultados a matemática usa um determinado processo de raciocínio


que se baseia na Lógica (bivalente) que adopta como regras fundamentais de pensamento
os dois princípios seguintes:

Princípio da não contradição: Uma proposição não pode ser


verdadeira e falsa (ao mesmo tempo).

Princípio do terceiro excluído: Uma proposição ou é verdadeira ou


é falsa (isto é, verifica-se sempre um destes casos e nunca um terceiro).

A matemática, como qualquer outra ciência, utiliza a sua linguagem própria constituída por
termos – palavras ou símbolos – e proposições que são combinações de termos de acordo
com determinadas regras. Numa teoria matemática qualquer podem distinguir - se dois
tipos de termos:
4 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

(1) Termos lógicos, que não são específicos daquela teoria e fazem parte da
linguagem matemática geral, e

(2) Termos específicos da teoria que se está a considerar.

Termos lógicos como, por exemplo, “variável”, “relação”, etc. são comuns a todas as
teorias matemáticas. Pelo contrário, “ponto”, “recta” e “ângulo” são termos específicos da
geometria, enquanto que “número”, “<”, “adição” são termos específicos da teoria dos
números, etc.

O papel principal da lógica em matemática é o de comunicar as ideias de forma precisa


evitando erros de raciocínio.

2.2. Conjectura e demonstração

Chama-se demonstração formal a uma sequência finita p1, p2 ,…, pn de proposições cada
uma das quais ou é um axioma (proposição cuja veracidade se admite à priori) ou resulta
de proposições anteriores por regras de inferência (que são formas muito simples e
frequentes de argumentação válida, tradicionalmente designadas por silogismos). Cada uma
das proposições pj, 1≤ j ≤ n é designada por passo da demonstração. Neste sentido,
teorema será o último passo de uma dada demonstração, isto é, demonstrar um teorema
consiste na realização de uma demonstração cujo último passo é o teorema em questão.

Fora da Lógica raramente se fazem demonstrações formais rigorosas: o que em geral se faz
é estabelecer os passos fundamentais da demonstração suprimindo todos os detalhes
lógicos que, muitas vezes, não ajudam a esclarecer a verdadeira natureza da proposição sob
FUNDAMENTOS DE 4

análise. Estes procedimentos designar-se-ão simplesmente por demonstrações (ou


demonstrações matemáticas) por contraposição a demonstrações formais.

Exemplo

Na tabela que se segue, para cada número natural n de 2 a 10, calculou-se o número

2n −1 obtendo-se os seguintes resultados:

n é primo? 2n – 1 é primo?

2 Sim 3 Sim

3 Sim 7 Sim

4 Não 15 Não

5 Sim 31 Sim

6 Não 63 Não

7 Sim 127 Sim

8 Não 255 Não

9 Não 511 Não

10 Não 1023 Não

Observando cuidadosamente a tabela parece verificar-se o seguinte: sempre que n é um


número primo, o número 2n −1 também é primo! Será verdade?
4 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Em matemática dá-se o nome de conjectura a este tipo de afirmações cujo valor lógico de
verdade ou falsidade necessita de ser provado. Assim, esta tabela suscita as duas conjecturas
seguintes:

Conjectura I

Dado um número inteiro n superior a 1, se n for primo então o número 2n −1 é primo.

Conjectura II

Dado um número inteiro n superior a 1, se n não for primo o número 2n −1 também não é
primo.

Destas duas conjecturas a primeira pode refutar-se imediatamente: para tal é suficiente
continuar a desenvolver a tabela para valores de n superiores a 10. Assim, para n =11 vem

211 −1= 2047 = 23×89

o que mostra que a conjectura é falsa: 11 é um número superior a 1 e é primo, mas 2 11 −1 é


um número composto. O número 11, neste caso, constitui o que se designa geralmente por
contra-exemplo para a conjectura: um simples contra-exemplo é suficiente para mostrar
que a conjectura é falsa. Mas há mais contra-exemplos: 23 e 29, por exemplo, são outros
contra-exemplos.

Considere-se agora a segunda conjectura: estendendo a tabela a outros números inteiros não
primos superiores a 10 não se encontra nenhum contra-exemplo. Isto, contudo, não nos
permite concluir que a conjectura é verdadeira pois por muito que se prolongue a tabela
nunca será possível experimentar todos os números compostos possíveis: eles são em
número infinito! Poderá haver contra-exemplos que sejam tão grandes que nem com os
FUNDAMENTOS DE 4

actuais meios computacionais seja possível testá-los. Para demonstrar ou refutar a


conjectura é necessário adoptar então outros métodos.

A conjectura II é, de facto, verdadeira.

Demonstração

Visto que n não é primo então existem inteiros positivos a e b maiores que 1 tais que

a < n e b < n e n = ab . Sendo x = 2b −1 e y = 1+ 2b +22b + 2(a+1)b, então

xy = (2b-1).(1+2b+22b+…+2(a-1)b)

=2b(1+2b+33b+…+2ab)-(1+2b+22b+…+2(a-1)b)

=(2b+22b+33b+…+2ab)-(1+2b+22b+…+2(a-1)b)

=2ab-1

=2n - 1

Visto que b <n pode concluir-se que x = 2b −1 <2n −1; por outro lado, como b> 1 então

x = 2n −1> 21 −1=1 donde se segue que y < xy = 2n −1. Então 2n −1 pode decompor-se
num produto de dois números inteiros positivos x e y maiores que 1 e menores que 2n −1
o que prova que 2n −1 não é primo.
4 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Uma vez que se provou que a conjectura II é verdadeira, esta passou a adquirir o estatuto de
teorema, podendo então escrever-se:

Teorema

Dado um número inteiro n superior a 1, se n não for primo então o número 2n −1 também
não é primo
FUNDAMENTOS DE 4

Unidade 03
4 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Lógica Proposicional

Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas da
Lógica Proposicional.Cocnectivos logicos.

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Distinguir as bases da geometria projectiva

Objectivos A partir da noção euclidiana perceber o problema da geometria


projectiva.

Aplicar os cocnectivos Lógicos.

Determinar o antecedente e consequente de uma proposição.

Analisar a validade de argumentos;

3.1. Conectivos lógicos

Conectivos lógicos são palavras usadas para conectar as proposições formando novas
sentenças.
Os principais conectivos lógicos são:
FUNDAMENTOS DE 4

Lógica Proposicional

Tal como referido no ponto anterior, a demonstração de conjecturas é essencial em


matemática. A Lógica estuda os métodos de raciocínio, especialmente os que podem
expressar-se sob a forma de argumentos. Um argumento consiste numa série (finita) de
proposições declarativas, chamadas premissas, a partir das quais se infere uma outra
proposição, a conclusão. Há vários tipos de argumentos: os dois principais são os
argumentos indutivos e os argumentos dedutivos. O primeiro, usado no dia a dia pelas
ciências empíricas, parte de dados da experiência para concluir que uma dada proposição,
4 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

provavelmente, é verdadeira. Os dados da experiência tornam provável a veracidade da


conclusão, mas não a garantem em absoluto.

Um argumento dedutivo, pelo contrário, garante que se todas as premissas forem


verdadeiras a conclusão também o será. A argumentação dedutiva está na base das
demonstrações matemáticas.

Proposições ou sentenças são os elementos básicos da lógica que são afirmações precisas
(verdadeiras ou falsas, mas não ambas as coisas). Por exemplo, “2 é maior que 3” é uma
proposição cujo valor lógico é o de “falsidade” enquanto “todos os triângulos têm três
lados e três ângulos” é uma proposição cujo valor lógico é o de “verdade”. Por outro lado “
x <3 ” não é uma proposição (depende do valor que venha a ser atribuído à variável x).
Representar-se-ão por letras (geralmente minúsculas) as proposições genéricas (ou
variáveis proposicionais) e por 1 e 0 os valores lógicos de “verdade” e “falsidade”,
respectivamente.

Exemplo

As afirmações

1. A Lua é feita de queijo verde.

2. (eπ)2 = e 2π

3. 6 é um número primo.

4. o milionésimo dígito na dízima de 2 é 6.


FUNDAMENTOS DE 4

São exemplos de proposições. Por outro lado,

1. Será (eπ)2 = e 2π igual a e 2π ?

2. Se ao menos todos os dias pudessem ser como este!

3. Toda a gente é aardlingueede.

4. Esta proposição é falsa.

Claramente não são proposições.

Por vezes combinam-se várias proposições para obter proposições compostas: neste caso,
em geral, pretende-se obter os valores lógicos das proposições compostas em função dos
valores lógicos conhecidos das proposições mais simples que as compõem.

3.2. O conectivo e e a conjunção


O conectivo e e a conjunção de duas proposições p e q é outra proposição que tem como
valor lógico V se p e q forem verdadeiras, e F em outros casos. O símbolo p Λ q (p e q)
representa a conjunção, com a seguinte tabela-verdade:

Exemplo
5 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

p = 2 é par
q = o céu é rosa

p Λ q = 2 é par e o céu é rosa

p=9<6
q = 3 é par

p Λ q: 9 < 6 e 3 é par

p = O número 17 é primo
q = Brasília é a capital do Brasil

p Λ q = O número 17 é primo e Brasília é a capital do Brasil

O conectivo não e a negação·


O conectivo não e a negação de uma proposição p é outra proposição que tem como valor
lógico V se p for falsa e F se p é verdadeira. O símbolo ~p (não p) representa a negação de p
FUNDAMENTOS DE 5

com a seguinte tabela-verdade:

Exemplo:

p = 7 é ímpar
~p = 7 não é ímpar

q = 24 é múltiplo de 5
~q = 24 não é múltiplo de 5

O conectivo ou e a disjunção.
O conectivo ou e a disjunção de duas proposições p e q é outra proposição que tem como
valor lógico V se alguma das proposições for verdadeira e F se as duas forem falsas. O
símbolo p ∨ q (p ou q) representa a disjunção, com a seguinte tabela-verdade:
5 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Exemplo:

p = 2 é par
q = o céu é rosa
p ν q = 2 é par ou o céu é rosa

p=9<6
q = 3 é par
p ν q: = 9 < 6 ou 3 é par

p = O número 17 é primo
q = Brasília é a capital do Brasil
p ν q = O número 17 é primo ou Brasília é a capital do Brasil
FUNDAMENTOS DE 5

p = O número 9 é par
q = O dobro de 50 é 100
p ν q: O número 9 é par ou o dobro de 50 é 100

Ou

Uma conectiva lógica que modifica o valor de uma dada proposição “ p ” é a sua negação
“não p ”, denotada geralmente por “~p ”, que é uma proposição falsa quando “ p ” é
verdadeira e verdadeira quando “ p ” é falsa. Isto pode expressar-se à custa da chamada
tabela de verdade da negação:
P ~p

1 0

0 1

Existem várias formas pelas quais se podem combinar duas proposições. Em particular, as
conectivas “e” e “ou”, conjunção e disjunção, denotadas geralmente por “ ∧ ” e “ ∨ ”,
respectivamente, são definidas pelas seguintes tabelas de verdade:

P Q p∧q p∨q

1 1 1 1
5 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

0 0 0 1

0 1 0 1

1 0 0 0

A conjunção de duas proposições é verdadeira quando e só quando duas proposições forem


simultaneamente verdadeiras; a disjunção é verdadeira desde que pelo menos uma das
proposições seja verdadeira.

Equivalência lógica

A conectiva “ ⇒ ” que se lê “se..., então ...”, designa-se por “implicação”, obedece à


seguinte tabela de verdade:

Quando temos a implicação p ⇒q dizemos que p é o antecedente e q o consequente.

p Q p⇒q

0 1 1

1 0 0

0 1 1

1 0 1

2.3. O conectivo se e somente se e a bicondicional


FUNDAMENTOS DE 5

A bicondicional p se e somente se q é outra proposição que tem como valor lógico V se p e


q forem ambas verdadeiras ou ambas falsas, e F nos outros casos.

O símbolo representa a bicondicional, com a seguinte tabela-verdade:

Exemplo

p = 24 é múltiplo de 3
q = 6 é ímpar
= 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar.

p = 25 é quadrado perfeito
q=8>3
= 25 é quadrado perfeito se, e somente se, 8 > 3
5 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

p = 27 é par
q = 6 é primo
= 27 é par se, e somente se, 6 é primo

Considere-se, por fim, a conectiva lógica “ p se e só se q ”, por vezes abreviada para “ p sse q ”,
e geralmente denotada por “ p ⇔q ”. A sua tabela de verdade é dada por

Exemplo·
A tabela da bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) será:

Portanto, p → q é equivalente a ~q → ~p, pois estas proposições possuem a mesma tabela-


verdade ou a bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) é uma tautologia.

Veja a representação:
FUNDAMENTOS DE 5

(p → q) ⇔ (~q →
~p) Implicação
lógica.

Definição

A proposição P implica a proposição Q, quando a condicional P → Q for uma tautologia.

O símbolo P⇒Q (P implica Q) representa a implicação lógica.

Diferenciação dos símbolos → e ⇒

O símbolo → representa uma operação matemática entre as proposições P e Q que tem


como resultado a proposição P → Q, com valor lógico V ou F.

O símbolo ⇒ representa a não ocorrência de VF na tabela-verdade de P → Q, ou ainda


que o valor lógico da condicional P → Q será sempre V, ou então que P → Q é uma
tautologia.

Exemplo

A tabela-verdade da condicional (p Λ q) → (p ↔ q) será:


5 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Portanto, (p Λ q) → (p ↔ q) é uma tautologia, por isso (p Λ q) ⇒ (p ↔q)

A proposição “ p ⇔q ” é verdadeira quando “ p ” e “ q ” são ambas verdadeiras ou ambas


falsas e falsa quando “ p ” e “ q ” têm valores lógicos distintos. É fácil verificar que “ p ⇔
q ” têm o mesmo significado lógico que a proposição “ (p⇒q) ∧(q⇒p) ”. Para confirmar
basta escrever a tabela de verdade para esta proposição e verificar que é idêntica.

p Q p⇒q q⇒q (p⇒q)∧(q⇒p


)
1 1 1 1 1

1 0 0 1 0

0 1 1 0 0

0 0 0 1 1

Na prática usa-se frequentemente esta relação: para mostrar que uma proposição da forma “
p ⇔ q ” é verdadeira decompõe-se essa proposição nas duas partes “ p ⇒ q ” e “ q ⇒ p ” e
mostra-se separadamente que cada uma delas é verdadeiro.
FUNDAMENTOS DE 5

Unidade 04

Tautologias e contradições

Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções de Tautolias e
Contradições.Regras de inferência. A mais usada, conhecida por modus
ponens.Elementos extremais de um conjunto ordenado.

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Difinir Tautologia e

Objectivos Contradição; Completar tabelas

de verdade;

Simplificar as proposições aplicando Tautologias.

Traduzir afirmaçãoes atraves de uma proposição lógica;

4.1. Tautologias e contradições


6 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Chama-se tautologia a uma proposição que é sempre verdadeiras quaisquer que sejam os
valores atribuídos às variáveis proposicionais que a compõem. Dito de outra forma, chama-
se tautologia a uma proposição cuja tabela de verdade possui apenas 1s na última coluna.

Exemplo

Exemplo de tautologia é a proposição p ∨(¬ p), o princípio do terceiro excluído,

p ¬p p∨(¬p)

1 0 1

0 1 1

Se p designar a proposição “5 é uma raiz primitiva de 17” então p ∨ (¬p) é sempre


verdadeira independentemente do significado (ou sentido) atribuído à expressão “raiz

primitiva de”.

Chama-se contradição à negação de uma tautologia: trata-se de uma proposição cuja tabela
de verdade apenas possui 0s na última coluna.

Nota

Não deve confundir-se contradição com proposição falsa, assim como não deve confundir-
se tautologia com proposição verdadeira. O facto de uma tautologia ser sempre verdadeira e
FUNDAMENTOS DE 6

uma contradição ser sempre falsa deve-se à sua forma lógica (sintaxe) e não ao significado
que se lhes pode atribuir (semântica).

A tabela de verdade

P Q p ∨q p⇒(p∨q) p⇒q ¬q p ∧(¬q) (p⇒q)𝖠 [p 𝖠(¬q)]

1 1 1 1 1 0 0 0

1 0 1 1 0 1 1 0

0 1 1 1 1 0 0 0

0 0 0 1 1 1 0 0

Mostra que p⇒(p∨q) é um tautologia, enquanto que (p⇒q) ∧[p∧(¬q)] é uma contradição.

1. p ∨¬p

2. ¬[ p ∧(¬p)]

3. p⇒p

4. a) p ⇔( p ∨p) idempotência

b) p ⇔( p ∧p) idempotência

5. ¬¬p ⇔p dupla negação

6. a) ( p ∨q)⇔(q ∨p) comutatividade


6 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

b) ( p ∧q)⇔(q ∧p) comutatividade

c) ( p ⇔q)⇔(q ⇔p) comutatividade

7. a) ( p ∨(q ∨r ))⇔(( p ∨q)∨r ) associatividade

b) ( p ∧(q ∧r ))⇔(( p ∧q) ∧ r ) associatividade

8. a) ( p ∧(q ∨r ))⇔(( p ∧q)∨( p ∧r )) distributividade

b) ( p ∨(q ∧r ))⇔(( p ∨q) ∧( p ∨r )) distributividade

9. a) ( p ∨0)⇔p identidade

b) ( p ∧0)⇔0 identidade

c) ( p ∨1)⇔1 identidade

d) ( p ∧1)⇔p identidade

10. a) ¬( p ∧q)⇔(¬p ∨¬q) leis de Morgan

b) ¬( p ∨q)⇔(¬p ∧¬q) leis de Morgan

11. a) ( p ⇔q)⇔[( p⇒q) ∧(q⇒p)] equivalência

b) ( p ⇔q)⇔[( p ∧q)∨(¬p ∧¬q)] equivalência

c) ( p ⇔q)⇔(¬p ⇔¬q) equivalência

12. a) ( p⇒q)⇔(¬p ∨q) implicação

b) ¬( p⇒q)⇔( p ∧¬q) implicação

13. ( p⇒q)⇔(¬q⇒¬p) contrarecíproca

14. ( p⇒q)⇔[( p ∧¬q)⇒0] redução ao absurdo

15. a) [( p⇒r ) ∧(q⇒r )] ⇔[( p ∨q)⇒r]

b) [( p⇒q) ∧( p⇒r )] ⇔[ p⇒(q ∧r )]


FUNDAMENTOS DE 6

16. [( p ∧q)⇒r ] ⇔[ p⇒(q⇒r )]

17. p⇒( p ∨q) adição

18. ( p ∧q)⇒p simplificação

19. [ p ∧( p⇒q)]⇒q modus ponens

20. [( p⇒q) ∧¬q]⇒¬p modus tollens

21. [( p⇒q) ∧(q⇒r )]⇒( p⇒r ) silogismo hipotético

22. [( p ∨q) ∧¬p]⇒q silogismo disjuntivo

23. ( p⇒0)⇒¬p absurdo

24. [( p⇒q) ∧(r ⇒s)]⇒[( p ∨r )⇒(q ∨s)]

25. ( p⇒q)⇒[( p ∨r )⇒(q ∨r )]

Na tabela acima apresentam-se alguns exemplos importantes de tautologias onde p, q, r, s


designam variáveis proposicionais (isto é, afirmações que ou são verdadeiras ou falsas, mas
não ambas as coisas) e 1 e 0 designam as proposições tautologia e contraditória,
respectivamente.

Definição

Duas proposições a e b dizem-se logicamente equivalentes se tiverem os mesmos

valores lógicos em todas as circunstâncias, ou seja, se a proposição a ⇔b for uma

tautologia.
6 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Dir-se-á que a proposição a implica logicamente a proposição b se a veracidade da


primeira arrastar necessariamente a veracidade da segunda, ou seja, se a proposição a⇒b
for uma tautologia.

4.2. Teoremas e demonstrações

Sejam p, q, r três proposições das quais se sabe seguramente que p e q são proposições
verdadeiras. Se for possível provar a implicação

( p ∧q)⇒r

é verdadeira (isto é, que a veracidade de p e de q resulta sempre a veracidade de r ), então


pode argumentar-se que r é necessariamente verdadeira. Se, numa contenda, as proposições
p e q forem aceites como verdadeiras por ambas as partes assim como a implicação
anterior, então a veracidade de r resulta logicamente de pressupostos. A uma tal proposição
(composta) dá-se o nome de argumento e constitui o método usado numa discussão para
convencer uma parte das razões que assistem à outra.

Chama-se argumento a uma sequência finita de proposições organizadas na forma


seguinte

( p1 ∧p2 ∧…∧pn )⇒q

Onde p1, p2 ,…, pn são designadas as premissas (ou hipóteses) e q a conclusão (ou tese).
Ao fazer a leitura desta implicação é costume inserir uma das loções “portanto”, “por
conseguinte”, “logo”, etc., lendo-se, por exemplo, “ p1, p2 ,…, pn portanto q ”. Para sugerir
esta leitura usa-se, frequentemente, a seguinte notação

P1

:
FUNDAMENTOS DE 6

Pn
ou p1,…, pn / q
q

Interessa distinguir entre argumentos correctos ou válidos e argumentos incorrectos ou


inválidos.

Definição

Um argumento p1,…, pn / q diz-se correcto ou válido se a conclusão for verdadeira sempre


que as premissas p1, p2 ,…, pn forem simultaneamente verdadeiras e diz-se incorrecto ou
inválido no caso contrário, isto é, se alguma situação permitir que as premissas sejam todas
verdadeiras

4.3. Construção de demonstrações elementares


A demonstração de teoremas é feita de muitas formas dependendo em geral do próprio
conteúdo do teorema. Os próprios teoremas são formulados de muitas maneiras distintas.
Uma das mais frequentes é a que envolve uma conclusão do tipo
p⇒q

Para demonstrar a veracidade desta implicação começa-se por supor que p é uma
proposição verdadeira para depois se concluir que então q também é verdadeira.
[Note-se que se p for falsa a implicação é sempre verdadeira quer q seja verdadeira quer
seja falsa.] Observe-se também que desta forma se prova a validade da implicação p⇒ q e
não a veracidade de q . Para provara a veracidade de q seria necessário para além de provar
a veracidade da implicação p⇒q que se afirmasse a veracidade de p : supor que p é
verdadeira não é a mesma coisa que afirmar que p é verdadeira.
6 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Exemplo

Suponha-se que a e b são números reais. Provar que se 0 < a < b então a2 < b2 .
Os dados do problema são as afirmações a ∈ IR e b ∈ IR e o objectivo é o de obter uma
conclusão da forma p⇒ q onde p é a afirmação 0 < a < b e q é a afirmação a2 < b2 .
Supor que p é uma proposição verdadeira é equivalente a juntar p aos dados do problema.
Assim, equivalentemente, pode ter-se

hipóteses tese
a ∈ IR, b ∈ IR a2 < b2

A técnica de demonstração, neste caso, obtém-se por comparação das duas desigualdades
a < b e a2 < b2 . Multiplicando a primeira desigualdade por a (que é um número real
positivo!) vem
a2 < ab

e multiplicando-a agora por b (que também é um número real positivo) vem


ab < b2

Desta forma, obtém-se que a2 <ab <b2 e, portanto, por transitividade, a2 < b2 como se
pretendia mostra.
Mais formalmente, poder-se-ia apresentar este exemplo da seguinte forma:

Teorema

Suponha-se que a e b são dois números reais. Se 0 < a < b então a2 < b2 .
FUNDAMENTOS DE 6

Demonstração

Suponha-se que 0 < a < b . Multiplicando a desigualdade a < b pelo número positivo a
conclui-se que a2 < ab e, de modo semelhante, multiplicando-a por b obtém-se ab < b2 e,
portanto, a2 < b2 como se pretendia mostrar. Consequentemente, se 0 < a < b então a2 < b2 .

Para provar uma implicação da forma p⇒ q , muitas vezes, é mais fácil supor ¬q e provar
então que se verifica ¬p obtendo-se assim ¬q⇒¬p , o que, como se sabe, equivale
logicamente a p⇒ q .

Exemplo
Suponha-se que a, b e c são três números reais e que a > b . Mostrar que se ac ≤ bc então
c≤0.
A demonstração neste caso tem o seguinte esquema:

hipóteses tese
a ∈ IR, b ∈ IR, c ∈ IR ac ≤ bc ⇒ c ≤ 0

A contra-recíproca da tese é a implicação


¬(c ≤ 0)⇒¬(ac ≤ bc)
Ou seja,
c > 0⇒ac > bc
e, portanto, pode realizar-se a demonstração de acordo com o seguinte esquema
6 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

hipóteses tese
a ∈ IR, b ∈ IR, c ∈ IR ac > bc
a>b
a<0

A tese resulta agora imediatamente de se multiplicar a desigualdade a > b por c > 0 . Mais
formalmente,

Teorema

Sejam a, b, c três números reais tais que a > b . Se ac ≤ bc então c ≤ 0 .

Demonstração
A prova será feita pela contra-recíproca. Suponha-se que c > 0 . Então, multiplicando
ambos os membros da desigualdade a > b por c obter-se-á ac > bc .
Consequentemente, ac ≤ bc⇒c ≤ 0 como se pretendia mostrar.

As regras que permitem passarem de hipóteses feitas e resultados já demonstrados a novas


proposições são conhecidas por regras de inferência. A mais usada, conhecida por modus
ponens, é a seguinte:
p ⇒q
p
q

Se a proposição p e a implicação p⇒ q forem verdadeiras, então q é necessariamente


verdadeira.
FUNDAMENTOS DE 6

A proposição q é logicamente implicada por p e p⇒ q o que se escreve p, p⇒ q £q

De um modo geral. p1, p2 ,…, pn £q é uma regra de inferência se e só se p1 𝖠 p2 𝖠…𝖠 pn


⇒ q for uma tautologia.

Outras regras de inferência,

p, p⇒q £q modus ponens


p⇒ q, q⇒ r £ p⇒ r
p⇒ q,¬q £¬p modus tollens
p£p∨q
p𝖠q £p
p, q £ p 𝖠
q

4.4. Prova formal de validade

Consiste em obter a conclusão, a partir das premissas utilizando as leis da lógica e os


raciocínios válidos anteriormente expostos. Veja o respectivo modus operandi a seguir.

Modus operandi:

Enumeras premissas, de igual modo a cada um dos passos que se vão dando, indicando a
direita - em linguagem natural - a lei lógica que se aplica, até obter a conclusão.

1. Achar as tabelas de cada uma das premissas e da conclusão.


2. No caso em que as premissas têm valor verdadeiro mas com conclusão falsa, a inferência
é invalida.
7 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

3. No caso em que as premissas e a conclusão têm valor verdadeiro, o raciocínio é válido.


Por exemplo:

1. ( primeira premissa )

2. ( segunda premissa )

(conclusão)

Na matriz ou quadro a baixo, está esquematizado o raciocínio imediatamente acima:

1 0 1

1 0 1

1 1 1

0 1 0

A coluna da esquerda ou primeira coluna expressa os valores da disjunção ; a coluna


do centro mostra os valores de não p ou , e a última coluna mostra os valores da
conclusão .

Do quadro acima vé-se que nenhum caso onde sendo verdadeiras ambas premissas, a
conclusão é falsa. Logo e racocínio é válido. Veja mais casos de racicínios.

Seja formulado o seguinte raciocínio:


FUNDAMENTOS DE 7

1. ( primera premissa )

2. ( segunda premissa )

(conclusão)

Este raciocínio está esquematizado neste quadro a baixo:

1 1 0 1 1 1 1

1 0 1 1 1 0 0

0 1 0 0 1 1 0

0 0 1 1 0 1 0

Na terceira linha (3ª fila horizontal com 0 ou 1) observa-se que, sendo verdadeiras as duas
premissas, a conclusão é falsa, logo o raciocínio é inválido. Esta é uma maneira de
comprovar a validade de muitos raciocínios.

Alguns raciocínios válidos são leis lógicas, tal como foi dito anteriormente, e podem ser
usados para calcular a validade de outros raciocínios.

Os mais usados são:

Modus ponendo ponens ou modus ponens


7 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Modus tollendo ponens

Modus tollendo tollens

Lei conjuntiva

Lei simplificativa

4.5. Silogismo condicional ou lei transitiva

,
FUNDAMENTOS DE 7

Silogismo condicional, é aquele em que a premissa maior (a que contém predicado) é


uma propósito condicional, enquanto que a premissa menor (a que contém sujeito) é
uma afirmação categórica.

Por exemplo:

 Premissa maior: Todo cidadão maior de idade, pode ir ao serviço militar


 Premissa menor: Salimo é maior de idade
 Conclusão: Salimo pode ir ao serviço militar

Em ambas operações mentais a conexão entre o antecedente e o consecuente deve ser


necesária.

Veja e estude a seguir mais leis lógicas.

Lei de transposição

Lei de traslação

Dilema constructivo

,
7 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Dilema destructivo

Para conhecer a validade ou invalidade de um raciocínio, existem mais dois procedimientos


e mais rápidos que o das tabelas de verdade: o chamado de prova formal de invalidade e
de prova formal de validade.

Exemplo 1

Achar a seguinte conclusão , a partir das premissas:

1.

2.

Solução:

3. ; Substituição do condicional em 1.

4. ; Lei de Morgan em 3.

5. ; Lei simplificativa em 4.

6. ; Substituição do condicional em 5.

Finalmente neste passo, obtemos a conclusão: , logo o raciocínio é válido.

Exemplo 2
FUNDAMENTOS DE 7

Demonstre a seguinte conclusão , a partir das premissas:

1.

2.

Solução:

3. ; Lei de Morgan em 1.

4. ; Substituir o condicional em 3.

5. ; Lei de transposição em 2.

6. ; Silogismo condicional ou lei de transitividade entre 4 e 5.

Assim no último passo, obtemos a conclusão: , logo o raciocínio é válido.

Exemplo 3

Passar para linguagem formal e demonstrar pelo método de validade formal o seguinte
raciocínio, formulados pelos irmãos Karamazov de Fedor Dostoievsky:

 Se Deus não existisse, tudo seria permitido


 Se Deus não existisse não haveria normas morais
 É desta forma que existem normas morais
 Logo: Deus existe.
7 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Em primeiro lugar deve-se transformar a linguagem natural em formal:

1. Se Deus não existisse, tudo seria permitido:

2. Se Deus não existisse, não haveria normas morais:

3. E existem normas morais:

Logo Deus existe:

1.

2.

3.

Solução:

Assim tentamos demonstrar a conclusão , a partir das três premissas:

4. Modus tollendo tollens entre a premissa 2 e 3.

Exemplo 4

Demonstrar a seguinte conclusão , a partir das premissas:


FUNDAMENTOS DE 7

1.

2.

Solução:

3. ; Substituição do condicional em 1.

4. Transposição em 2.

5. Lei de transitividade em 3 e 4.

Neste último passo, alcançamos a conclusão: , logo o raciocínio é válido.

Exemplo 5

Traduzirem linguagem formal e provar a validade do seguinte raciocínio:

 Não é verdade que estuda e trabalha.


 Se quer ter dinheiro então trabalha.
 Logo se estuda não consegue ter dinheiro.

Solução:
3. ; Lei de Morgan em 1.

4. ; Substitução do condicional em 3.

5. ; Transposição em 2.
7 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

6. ; Lei de transitividade entre 4 e 5.

Neste último passo, chegamos a conclusão: , logo o raciocínio é válido.

Exemplo 6

Traduzir a linguagem formal e provar a validade do seguinte raciocínio:

 Ou me trazes `a casa, ou não vou `a festa -


 Se não chove então vou `a festa -
 Logo, se não `a casa me trazes `a casa chove -

Solução:
3. ; Substitução do condicional em 1.

4. ; Lei de transposição em 2.

5. ; Lei transitiva em 3 e 4.

Neste último passo, chegamos a conclusão: , logo o raciocínio é válido.

Atenção a truque ou estratagema:

Quando nota que não pode chegar a conclusão de um raciocínio com as premissas dadas,
tem que resolver o exercício via redução ao absurdo. Esta forma chama-se forma directa.

No entanto o recurso a forma directa só é aconselhável quando se tem máxima certeza de


que a forma indirecta não leva `a conclusão. Para fazê-lo desta forma, tem que retirar a
negação da conclusão do raciocínio e utilizá-lo como mais uma premissa.
FUNDAMENTOS DE 7

NOTA: quando se está a resolver um exercício pelo método de redução ao absurdo, não
tem que necessariamente chegar a conclusão, mas sim chegar apenas a uma contradição
no exercício.

Unidade 05

Lógica com quantificadores

Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções da Logica
com quantificadores;Os quantificadores universais e existencial

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Escrever proposições reciprocas, inversas e contra-reciprocas de

Objectivos proposições;

Analisar a validade de argumentos.

5.1. Lógica com quantificadores

5.2. Variáveis e conjuntos


8 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

No desenvolvimento de qualquer teoria matemática aparecem muitas vezes afirmações


sobre objectos genéricos da teoria que são representados por letras designadas por
variáveis.
Se representarmos por x um número inteiro positivo genérico, pode ser necessário analisar
(sob o ponto de vista lógico) afirmações do tipo “ x é um número primo”. Esta afirmação
não é uma proposição, o seu valor lógico tanto pode ser o de verdade como o de falsidade.
Uma afirmação deste tipo denota-se por “ p (x) ” para mostrar que “ p ” depende da
variável x obtendo-se, assim, uma fórmula com uma variável livre. A afirmações (com
variáveis livres) associam-se os chamados conjuntos de verdade que são os conjuntos de
valores para os quais p (x) é verdadeira. Escreve-se

A = {x : p (x)}

e lê-se A é o conjunto cujos elementos satisfazem p (x) ou para os quais p (x) é verdadeira.

Conjuntos de verdade e conectivas lógicas

Suponha-se que A é um conjunto de verdade de uma fórmula p (x) e B é o conjunto de


verdade de uma fórmula q (x) . Então,

A  {x : px}0 {x  ∪ : p(x)}

B  {x : qx}0 {x  ∪ : q(x)}

O conjunto de verdade da fórmula p (x) 𝖠 q (x) é tal que

{x∈ U: p (x) 𝖠 q (x)} = {x∈U : x∈ A𝖠 x∈ B} = A∩ B


FUNDAMENTOS DE 8

De modo semelhante,

{x ∈ U: p (x)∨ q (x)} = {x∈U : x∈ A∨ x∈ B} = A𝖴 B

5.3. Os quantificadores universais e existencial

Uma fórmula p (x), contendo uma variável x, pode ser verdadeira para alguns valores de x
pertencentes ao universo do discurso e falsa para outros. Por vezes, pretende-se dizer que
uma dada fórmula p (x) se verifica para todos os elementos de x (do universo). Escreve-se
então
“para todo o x, p (x) ” ou “qualquer que seja x, p (x) ”

e representa-se simbolicamente por


∀x p (x)
O símbolo ∀ é designado por quantificador universal. A fórmula anterior é equivalente a
∀x[x∈U ⇒ p (x)]
A quantificação pode ser feita apenas sobre uma parte de 𝖴. Assim, se D designar um
subconjunto próprio de 𝖴 e p (x) for uma fórmula com uma variável cujo domínio é D ,

∀x ∈ D p (x) ou ∀x [x ∈ D⇒ p (x)]
afirma que p (x) se verifica para todo o x∈ D .
Se, por exemplo, D = {a1, a2,…, an} a fórmula anterior é (logicamente) equivalente à
conjunção p (a1) 𝖠 p (a2 ) 𝖠…𝖠 p (an ).

Exemplo
8 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Suponha que p (x) é a fórmula x2 +1> 0. Então, ∀x [ x ∈IR ⇒ p (x)] é uma proposição
verdadeira, enquanto que ∀x [x∈ ℂ ⇒ p (x)] é uma proposição falsa.

Escreve-se
∃x p (x)
Para significar que existe (no universo do discurso) pelo menos um elemento x para o qual
p (x) se verifica, o que pode ler-se da seguinte forma

“existe pelo menos um x tal que p (x) ”.

De outra forma, ∃x[x ∈U 𝖠 p (x)] onde, 𝖴 designa o universo do discurso. O símbolo ∃ é


chamado o quantificador existencial.

Se D for um subconjunto de 𝖴 e p (x) for uma fórmula com uma variável cujo domínio é D,
então ∃x p (x) ou ∃x [x∈ D 𝖠 p (x)] é uma fórmula com o quantificador existencial.
Se, por exemplo, D = {a1, a2 ,…, an} a fórmula anterior é (logicamente) equivalente à
disjunção p (a1)∨ p (a2 ) ∨…∨ p (an ) .

O valor lógico (de verdade ou falsidade) de uma proposição quantificada depende do


domínio considerado. As duas proposições

∀x [ x ∈ℚ ⇒x2 -2 = 0 ]
∃x [ x ∈ℚ 𝖠 x2 - 2 =

0 ] São falsas enquanto as duas seguintes


FUNDAMENTOS DE 8

∀x [ x ∈ℚ ⇒x2 -2 = 0 ]
∃x [ x ∈ℚ 𝖠 x2 - 2 = 0

] a primeira é falsa, mas a segunda é verdadeira.

Interessa também considerar quando o domínio da variável da fórmula p (x) é o conjunto


vazio. Que valor lógico terão as expressões da forma

∀x[ x ∈ ∅ ⇒ p (x)] e ∃x [x ∈ ∅ 𝖠 p (x)]

Visto que x ∈ ∅ é sempre falso, então a primeira expressão é uma proposição sempre
verdadeira. Quanto à segunda proposição ela tem a forma de uma conjunção de
proposições, das quais uma é sempre falsa, logo a proposição é sempre falsa.

Por vezes emprega-se o quantificador existencial numa situação simultânea de unicidade,


ou seja, quer-se afirmar não só que ∃x p (x) mas ainda que a fórmula p (x) se transforma
numa proposição verdadeira só para um elemento do domínio de quantificação. Neste caso
emprega-se a abreviatura
∃! x p (x)

Que significa “existe um e só um x tal que p (x) ”.

5.4. Quantificação múltipla

Uma fórmula matemática pode ter mais do que uma variável. Considere-se, por exemplo, a
afirmação
8 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

“para todo o número real x existe um número real y tal que x + y = 5 ”


simbolicamente, ∀x ∃y [x + y = 5] , que constitui uma proposição verdadeira (sendo
y = 5 − x para cada x ∈ IR ).
Se se trocarem os quantificadores obter-se-á
∃y ∀x [x + y = 5]

que significa
“existe um número real y tal que para todo o número real x se tem x + y = 5 ”.

Esta proposição é falsa, pois não existe nenhum número real y , sempre o mesmo, para o
qual todo o número real x satisfaz a equação dada.
Estes exemplos ilustram a não comutatividade de dois quantificadores universal, ∀ , e
existencial, ∃ .

Dois quantificadores da mesma espécie são sempre comutativos enquanto que dois
quantificadores de espécie diferente são geralmente não comutativos, isto é, a sua permuta
conduz a proposições de conteúdo distinto.

5.6. Negação de proposições quantificadas

Dadas as proposições com quantificadores ∀x[x∈U ⇒ p (x)] e ∃x[x∈U 𝖠 p (x)] pode


ser necessário analisar (logicamente) as proposições que são a negação destas, ou seja,

¬∀x[ x∈U ⇒ p (x)] equivale a ∃x [x ∈ U 𝖠¬p (x)]


e
¬∃x [x∈U 𝖠 p (x)] equivale a ∀x [x ∈ U ⇒¬p (x)]
FUNDAMENTOS DE 8

De um modo genérico, têm-se as equivalências,


¬ (∀x p(x))⇔ ∃ [¬ ]
¬( ∃x p(x)) ⇔∀ [¬ ]
Conhecidas por segundas leis de Morgan.

Exercícios – lógica

1. Diga, justificando, se as seguintes frases são ou não proposições (sentenças):


a) Se a terra for plana então 2+2=4.
b) Não é verdade que 3 seja número par ou que 7 seja primo.
c) Para algum n ∈ IN, 2n = n2.
d) Para todos os números reais x, y ∈ IR, x + y = y + x .
e) Ele é muito inteligente.
f) Ou sais tu ou saio eu.
g) x − y = y – x

2. Suponha-se que p, q, r representam as seguintes sentenças:


p ≡ “7 é um número inteiro par”
q ≡ “3+1=4”
r ≡ “24 é divisível por 8”

a) Escreva em linguagem simbólica:


8 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

i. 3 +1≠ 4 e 24 é divisível por 8


ii. Não é verdade que 7 seja ímpar ou 3+1=4
iii. Se 3+1= 4 então 24 não é divisível por 8

Construa as tabelas de verdade das proposições compostas obtidas.


b) Traduza por frases cada uma das sentenças:
i. p ∨ (¬q)
ii. ¬( p 𝖠 q)
iii. (¬r )∨ (¬q)

3. Construa as tabelas de verdade das seguintes fórmulas lógicas (proposições compostas


<9 e diga, justificando, quais delas correspondem a tautologias:

a) [( p⇒ q) 𝖠 p] ⇒ q
b) p ⇔(q⇒ r )
c) [ p 𝖠(¬p)]⇒q

4. O operador lógico conhecido por “ou exclusivo” pode ser representado por ∨ , tal que
p ∨ q é uma proposição verdadeira quando e só quando p e q tiverem valores lógicos
contrários.

a) Mostre que p ∨ q é equivalente a ¬( p ⇔ q) .


b) Construa as tabelas de verdade para p ∨ p,( p ∨ q)∨ r e ( p ∨ p) ∨ p .

5. Mostre que cada uma das proposições que se seguem


a) (¬p)∨ q
b) (¬q)⇒(¬p)
FUNDAMENTOS DE 8

c) ¬[ p 𝖠(¬q)]

é equivalente á implicação p⇒q .

6. Escreva as proposições recíprocas, inversas (contrárias) e as contra-recíprocas para cada


uma das seguintes proposições:
a) ( p 𝖠 q)⇒ r
b) p⇒(q⇒ p)
c) ( p ⇔ q)⇒( p⇒ q)
7. Traduza a afirmação “Sempre que chove existem nuvens no céu” através de uma
implicação lógica p⇒q e, e seguida, escreva as afirmações correspondentes à recíproca, à
contrária e à contra-recíproca dessa implicação, indicando o valor lógico de cada uma das
afirmações.

8. Escreva cada uma das frases seguintes na forma de implicação p⇒ q :


a) Se tocares nesse bola apanhas.
b) Toca nesse bolo e arrepender-te-ás.
c) Sai ou chamo a polícia.
d) Vou-me embora se não pararem de falar.

9. Determine o antecedente e o consequente de cada uma das seguintes proposições:


a) Plantas saudáveis crescem com água suficiente.
b) Um aumento significativo no poder dos computadores é uma condição necessária para
futuros avanços tecnológicos.
c) Erros serão introduzidos se efectuarmos uma modificação nesse programa.
d) Para poupar combustível é necessário instalar um bom isolamento térmico assim
8 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

como janelas duplas.

10. Usando tautologias apropriadas simplifique as proposições:


a) p ∨ [q 𝖠(¬p)]
b) ¬[(¬p) 𝖠 (¬q)]
c) ( p 𝖠 q) ∨ [ p 𝖠(¬q)]

11. Por vezes usa-se o símbolo ↓ para denotar a proposição composta por duas proposições
p e q que é verdadeira quando e só quando p e q são (simultaneamente) falsas e é falsa em
todos os outros casos. A proposição p ↓ q lê – se “nem p nem q ”.

a) Faça a tabela de verdade de p ↓ q.


b) Expresse p ↓ q em termos das conectivas 𝖠,∨ e ¬.
c) Determine as proposições apenas constituídas pela conectiva ↓ que sejam equivalentes a
¬p, p 𝖠 q e p ∨ q .

12. Expresse a proposição p ⇔ q usando apenas os símbolos 𝖠,∨ e ¬.

13. Mostre que ¬[ p⇒(q ∨ r )] implica logicamente ¬( p⇒ q) .

14. Supondo que p, q, r representam as seguintes sentenças:


p ≡ “ir ao Porto”
q ≡ “apanhar o comboio”
r ≡ “chover”

a) Traduza através de uma proposição lógica a seguinte afirmação “Não vou ao Porto se
não apanhar o comboio ou se chover”.
FUNDAMENTOS DE 8

b) Admitindo que r assume o valor lógico falso diga, justificando, qual o valor lógico da
proposição ( p 𝖠 q)⇒ [(¬q ∨ r )⇒¬p] .
c) Obtenha uma proposição logicamente equivalente à proposição da alínea anterior, mas
que contenha a penas os operadores de negação e disjunção.

15. Supondo que p, q r representam as seguintes sentenças


p ≡ “Tenho gripe”
q ≡ “Falto ao exame de Mat I”
r ≡ “Fico aprovado a Mat I”
a) Escreva em linguagem comum cada uma das seguintes proposições:
i. ¬q ⇔ r
ii. ( p 𝖠 q)∨ (¬q 𝖠 r )
iii. ( p⇒¬r )∨ (q⇒¬r )
b) Verifique, formalmente, que a proposição ( p⇒¬r )∨ (q⇒¬r ) é equivalente a
( p 𝖠 q)⇒¬r .

16. Encontre, justificando, proposições onde figurem apenas os operadores de


conjunção e negação que sejam equivalentes a
a) ( p ∨ ¬q)
b) ( p ∨ q) 𝖠¬p

17. Considere a proposição composta ¬( p ∨ ¬q)∨ (¬p 𝖠 q) .


a) Encontre uma proposição equivalente que use a implicação lógica.
b) Diga se a proposição corresponde a uma contradição ou a uma tautologia, ou nem a uma
coisa nem outra.
9 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

18. Sejam A, B, C, D quatro conjuntos e suponha-se que A \ B ⊆ C ∩ D e seja x ∈ A .


Mostrar que se x ∉ D então x ∈ B .

3
19. Suponha-se que x é um número real tal que x ≠ 0. Mostrar que se x  5 1 então

x 6 x
2

x≠8.

20. Sejam a, b, c, d números reais tais que 0 < a < b e d > 0 . Provar que se a c > b d então
c>d.

21. Analise a validade dos seguintes argumentos:


a) Bom tempo é necessário para se conseguir um bom jardim. Como o jardim está muito
bonito o tempo tem estado bom.
b) Se hoje o tempo estiver bom amanhã faremos um piquenique. Mas hoje o tempo não está
bom, logo, amanhã não faremos um piquenique.

22. Sendo p, q, r, s quatro proposições dadas, estabelecer a validade ou invalidade dos


seguintes argumentos:
a) (¬p)∨ q, p £q
b) p⇒ q, r ⇒(¬q) £ p⇒(¬r )
c) (¬p)∨ q,(¬r )⇒(¬q) £ p⇒(¬r )
d) q ∨ (¬p),¬q £ p
e) ¬p £ p⇒q
f) p ∨ q, q⇒(¬r ),(¬r )⇒(¬p) £¬( p 𝖠 q)
g) p⇒(¬p) £¬p
h) p⇒ q,(¬r )⇒(¬q), r ⇒(¬p) £¬p
FUNDAMENTOS DE 9

23. Supondo que t, c, d e f representam as seguintes sentenças:


t ≡ “ver televisão”
c ≡ “ir ao cinema”
d ≡ “ter dinheiro”
f ≡ “ir de férias”
Considere o seguinte argumento:
a1 . Ele vê televisão ou vai ao cinema;
a2. Se não tem dinheiro então não vai ao cinema;
a3. Uma condição suficiente para ir de férias é ter dinheiro;
a4. Ele não vê televisão;
a5. Logo, ele vai de férias!
a) Traduza através de proposições lógicas as afirmações anteriores.
b) Mostre se o argumento é valido.

24. Sendo P e Q os conjuntos de verdade de, respectivamente, p (x) e q (x) , determine os


conjuntos de verdade das fórmulas ¬p(x),¬q(x), p (x) 𝖠 (¬q(x)) , e interprete em termos de
conjuntos de verdade as fórmulas p (x)⇒ q (x) e p (x)⇔ q (x) .

25. Escreva as frases que se seguem usando notação lógica na qual x designa um gato e p(x)
significa “ x gosta de creme”.
a) Todos os gatos gostam de creme.
b) Nenhum gato gosta de creme.
c) Um gato gosta de creme.
d) Alguns gatos não gostam de creme.
9 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

26. Sendo A, B, C três conjuntos quaisquer, analise em termos lógicos, usando


quantificadores, a proposição “se A ⊆ B então A e C \ B são disjuntos”.

27. Escreva a proposição negação da proposição apresentada.

a) Algumas pessoas gostam de matemática.


b) Todas as pessoas gostam de gelado.
c) Algumas pessoas são altas e magras

28. Considere a proposição

Q : xIN  yIN tx  vx, y  px, y


1 1

tal que, t (x) ≡ ' x >1', v ( y, x) ≡ ' y = x +1', p(x, y) ≡ ' x divide y ' e o domínio de
quantificação é o conjunto dos naturais IN1.

a) Averigúe, justificando, o valor lógico da interpretação seguinte


[(t (1) 𝖠 v (2,1))⇒ ¬ p(1,2)].
b) Diga, justificando, qual o valor lógico de Q.

29. Traduza em linguagem simbólica as proposições que se seguem, indicando as escolhas


que são apropriadas para os domínios correspondentes.
a) x2 − 4 = 0 tem uma raiz positiva.
b) Toda a solução da equação x2 − 4 = 0 é positiva.
c) Nenhuma solução da equação x2 − 4 = 0 é positiva.
d) Todos os estudantes que entendem lógica gostam dela.
FUNDAMENTOS DE 9

30. Considere j (x) e t (x) os predicados “ x ouve o jogo de futebol” e “ x vai à aula de
Mat I”, respectivamente.

a) Usando lógica de predicados, exprima de forma conveniente as seguintes afirmações:


i. Nem todas vão à aula de Mat I.
ii. Nem todos os que ouvem o jogo faltam à aula.
iii. Todos os que faltam à aula ouvem o jogo.

b) Sendo J e T os conjuntos de verdade de j (x) e t (x), respectivamente, formule em termos


de conjuntos as três afirmações anteriores.

31. Sendo IN0 o domínio da quantificação, indique quais das proposições que se seguem
são verdadeiras e quais são falsas.
a) ∀x∃y (2x − y = 0)
b) ∃y∀x (2x − y = 0)
c) ∀x[[x <10⇒∀y [ y < x⇒ y < 9]]
d) ∃y∃z ( y + z =100)
e) ∀x∃y [ y > x 𝖠 ( y + x =100)]

32. Negue a proposição “toda a gente tem um parente de quem não gosta” usando a
simbologia lógica.
9 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Unidade 06

Relações e Aplicações

Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as Relações e
Aplicações. Produto cartesiano de conjuntos;Partições e relações de
equivalêcia;

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Definir :a relação de ordem

Objectivos total; a relação de ordem

restrita.

Determinar as classes de equivalência em um conjunto.

Mencionar as Propriedades da Relação Binária;

Escrever a composição de duas funções.

6.1. Relações e Aplicações


FUNDAMENTOS DE 9

6.2. Produto cartesiano de conjuntos


Os conjuntos {a, b}, {b, a} e {a, b, a} são iguais porque têm os mesmos elementos; a
ordem pela qual se escrevem os elementos é irrelevante, assim como não tem qualquer
significado que um elemento apareça escrito uma só vez ou várias vezes. Em determinadas
situações, é necessário distinguir conjuntos com os mesmos elementos colocados por
ordens diferentes ou conjuntos nos quais um mesmo elemento aparece mais que uma vez.

Definição
Sejam A e B dois conjuntos não vazios. Chama-se produto cartesiano de A por B, e
representa-se por A× B, ao conjunto de todos os pares ordenados (a, b) tais que a ∈ A e
b∈B, ou seja,

A× B = { (a, b) : a∈ A𝖠 b∈ B}.

No caso particular em que se tem A = B obtém-se o conjunto


A2 = {(a, a ') : a, a '∈ A}
Designado por quadrado cartesiano de A.
O conceito de produto cartesiano pode ser estendido a mais de dois conjuntos. Assim, o
produto cartesiano de n conjuntos A1, A2,…, An , denotado por A1× A2 ×…× An é definido
por
A1× A2 ×…× An = {(x1, x2 ,…, xn ) : x1∈ A1 𝖠 x2 ∈ A2 𝖠…𝖠 xn ∈ An }

Se, em particular, se tiver A1 = A2 =…= An = A obtém-se

A1 × A2 ×…× An = An ={( x1 … xn): xi ∈ Ai = … n)}


9 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

que é a potência cartesiana de ordem n do conjunto A .


Definição

Chama-se relação binária de A para B a todo o subconjunto não vazio ∡ do produto


cartesiano A× B. Se, em particular, for A = B então ∡ diz-se uma relação binária definida em
A.

Exemplo
Sejam dados os conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {r, s} . Então
R = {(1, r ), (2, s), (3, r )}
é uma relação de A para B .

Exemplo

Sejam A e B conjuntos de números reais. A relação ∡ (de igualdade) define-se da seguinte


forma
aRb se e só se a = b
para todo o a ∈ A e todo o b ∈ B .

Exemplo
Seja dado o conjunto A = {1, 2, 3, 4, 5} = B. Definindo a relação ∡ (menor que) em A:
aRb se e só se a < b
então R = {(1, 2), (1, 3), (1, 4), (1, 5), (2, 3), (2, 4), (2, 5), (3, 4), (3, 5), (4, 5)} .
Dada uma relação ∡ do conjunto A para o conjunto B chama-se domínio e
contradomínio de ∡, respectivamente, aos conjuntos assim definidos:

D(R)  x  A : y y  B  x, y R


FUNDAMENTOS DE 9

6.3. Partições e relações de equivalêcia

Seja A um conjunto não vazio. Chama-se partição de A a uma família PA de subconjuntos


não vazios de A tais que:

1. Cada elemento de A pertence a um e um só conjunto de PA.


2. Se A1 e A2 forem dois elementos distintos da partição PA então
A1∩ A1 = ∅ .
Os elementos de PA são designados por blocos ou células da partição

Exemplo
Seja dado o seguinte conjunto A = {a, b, c, d, e, f, g, h} e considerem-se os seguintes
subconjuntos de A:
A1 = {a, b, c, d}, A2 = {a, c, e, f, g, h}
A3 = {a, c, e, g}, A4 = {b, d}, A5 = {f, h}
Então {A1, A2} não é uma partição de A visto que A1∩ A2 ≠ ∅ ; {A1, A5} também não é
uma partição visto que e ∉ A1 e e ∉ Ae . A família PA = {A3 , A4 , A5} é uma partição de A .

Definição

Seja A um conjunto não vazio e ∡ uma relação binária definida em A. A relação R ⊆ A2 dir-
se-á uma relação de equivalência em A se satisfazer as seguintes propriedades:
a) Reflexividade: ∀a [a∈ A⇒ aRa]
b) Simetria: ∀a, b∈ A [aRb⇒bRa]
c) Transitividade: ∀a, b, c∈ A [[aRb 𝖠 bRc]⇒ aRc]
9 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Sendo A um conjunto e R ⊆ A2 uma relação de equivalência chama-se classe de


Equivalência que contém o elemento a ∈ A ao conjunto, denotado geralmente por [a],
definido por
[a] = {x ∈ A: (x, a)∈R}
onde o elemento a ∈ A diz-se representante da classe.

Teorema
Seja ∡ uma relação de equivalência definida num conjunto A. Então:
(1) Cada elemento de A pertence à sua classe de equivalência, isto é, a ∈[a], qualquer que
seja a ∈ A;
(2) A reunião de todas as classes de equivalência é o conjunto A, isto é, aA [a] = A;

(3) Dados dois elementos a, b ∈ A ter-se-á aRb quando e só quando a e b pertencerem à


mesma classe de equivalência, isto é,
∀ a, b ∈ A [ aRb ⇔[a] = [b]]
(4) As classes de equivalência de dois elementos a e b de A para as quais é falsa
a proposição aRb são disjuntas, isto é,
∀a, b ∈ A [¬(aRb)⇒[a]∩[b] = ∅]

Definição

Seja A um conjunto e ∡ uma relação de equivalência em A. Chama-se conjunto quociente de


A por ∡ , e denota-se por A/ R , ao conjunto de todas as classes de equivalência
determinadas em A por ∡ ,
A /R = {[a]: a ∈ A}
Teorema
FUNDAMENTOS DE 9

Seja || uma partição de um conjunto não vazio de A e ∡a relação definida em A por aRb ⇔
a e b pertencem ao mesmo bloco de P . Então ∡ é uma relação de equivalência.

Exemplo

Seja dado o conjunto A = {1, 2, 3, 4} e considere-se a partição P = {{1, 2, 3},{4}} .


Determinar a relação de equivalência determinada em A pela partição ||.
Visto que os blocos de || são {1, 2, 3} e {4}, então

R = {(1,1), (1, 2), (1, 3), (2,1), (2, 2), (2, 3), (3,1), (3, 2), (3, 3), (4, 4)}

É a relação de equivalência induzida em A pela partição ||.

6.4. Relações de ordem

Seja A um conjunto não vazio e R ⊆ A2 uma relação binária qualquer definida em A.


Para indicar que o par ordenado (a, b)∈ A2 pertence à relação ∡ escreve-se também
frequentemente aRb , ou seja,
a R b ⇔ (a, b)∈R
quaisquer que sejam a, b ∈ A .

Exemplo

Se A = {0,1, 2, 3, 4, 5} ⊂ IN e ∡ for a relação ≤ usual em IN , então


1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

≤ = {(0,0 ), (0,1 ), (0,2 ), (0,3 ), (0,4 ),(0,5 ), (1,1 ), (1,2 ), (1,3 ), (1,4 ), (1,5 )
( 2,2), (2,3 ), (2,4 ), (2,5 ), (3,3 ), (3,4 ), (3,5 ), (4,4 ), (4,5 ), (5,5 )}

e escreve-se a ≤ b ⇔(a, b) ∈ ≤ quaisquer que sejam a, b ∈ A .

Definição

Chama-se relação de ordem definida no conjunto A a uma relação binária R ⊆ A2 com as


seguintes propriedades:
(1) Reflexividade: ∀a [a∈ A⇒ aRa]
(2) Anti-simetria: ∀a, b∈ A [[aRb 𝖠 bRa]⇒ a = b]
(3) Transitividade: ∀a, b, c∈ A [[aRb 𝖠 bRc]⇒ aRc]
Se adicionalmente, ∡ satisfizer a proposição
(4) Dicotomia: ∀a, b [a, b∈ A⇒[aRb ∨ bRa]]

dir-se-á uma relação de ordem total. Se ∡ não for uma relação de ordem total também se
designa, por vezes, relação de ordem parcial.

Exemplo

 
1. Seja  a família de conjuntos. A relação em  definida por “ A é um subconjunto de B ”
é uma ordem parcial.
2. Seja A um subconjunto qualquer de números reais. A relação ≤ em A é uma relação de
ordem total – é a chamada ordem natural.
3. A relação ∡ definida em IN por “ xRy se e só se x é múltiplo de y ” é uma
relação de ordem parcial em IN .
FUNDAMENTOS DE
1

Definição
Seja ∡uma relação de ordem definida em A ; a relação R* ⊂ A2 definida por ∀a, b∈
A[aR*b⇔[aRb 𝖠 a ≠ b]]
diz-se uma relação de ordem estrita definida em A .

Definição

Chama-se conjunto ordenado a um par ordenado ( A,R) onde A é um conjunto não vazio e
∡uma relação de ordem (parcial ou total) em A .

Se, para a, b∈ A se tiver aRb dir-se-á que b domina a ou que a precede b .


Seja ∡ uma relação de ordem num conjunto A . Então a relação inversa ∡-1 , definida por
AR -1⇔bRa
quaisquer que sejam os elementos a, b ∈ A , é também uma relação de ordem.

6.5. Elementos extremais de um conjunto ordenado

Sendo ( A, ≤) um conjunto (total ou parcialmente) ordenado dá-se o nome de máximo


de A ao elemento de a ∈ A , se existir, tal que
∀x [x∈ A⇒ x ≤ a]
ou seja, a é o máximo de A se dominar todos os outros elementos de A .

Note-se que se a ordem ≤ não for total pode acontecer que não exista um elemento a∈ A
comparável com todos os elementos x ∈ A nos termos acima indicados: neste caso A não
possuirá máximo.
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Um elemento a∈ A diz-se maximal de ( A, ≤) se se verificar a condição

∀x∈ A[a ≤ x⇒ x = a]

ou equivalentemente,
¬∃x∈ A[a ≤ x 𝖠 x ≠ a] .

Isto é, a∈ A é um elemento maximal de ( A, ≤) se não existir nenhum outro elemento em


A que o domine estritamente.
Chama-se mínimo de A ao elemento b∈ A, se existir, que satisfaz a condição

∀x [x ∈ A⇒b ≤ x]

ou seja, b é o mínimo de A se preceder todos s outros elementos de A . Tal como no caso


anterior um conjunto ordenado pode não possuir mínimo.

Um elemento b∈ A diz-se minimal se verificar a condição

∀x∈ A[x ≤ b⇒ x = b]

ou equivalentemente,

¬∃x∈ A[x ≤ b⇒ x ≠ b] .

Isto é, b∈ A é um elemento minimal de ( A, ≤) se não existir nenhum outro elemento de


A que o preceda estritamente.
FUNDAMENTOS DE
1

Exemplo
O conjunto A = {x ∈ IR : 0 < x <1} não possui máximo nem mínimo nem possui elementos
maximais nem minimais.
Teorema
Seja A um conjunto ordenado pela relação de ordem (parcial ou total) ≤ . Se a∈ A é
máximo então a é um elemento maximal e é o único elemento maximal de A . Se b∈ A é
mínimo então b é um elemento minimal e é único elemento minimal de A .

Definição

Seja (A, ≤) um conjunto ordenado. Chama-se cadeia de A a um conjunto de A que é


totalmente ordenado por ≤ .

Definição

Seja A um conjunto totalmente ordenado pela relação ≤ . Dir-se-á que ≤ é uma boa ordem
ou que A é bem ordenado por ≤ se todo o subconjunto não vazio de A possuir mínimo.

Funções

Definições
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Seja f ⊂ A× B uma relação de A para B. Se, para todo o x ∈ A existir um e um só y ∈ B tal


que (x, y)∈ f dir-se-á que f é uma aplicação (ou função) de A em B ; para significar que f é
uma aplicação de A em B costuma escrever-se

f : A→ B

e, neste caso, escreve-se y = f (x) dizendo que y ∈ B é a imagem por f de x ∈ A .

Dada um aplicação f : A→ B, ao conjunto A também se dá o nome de domínio de f e


representa-se por D( f ) ≡ Df (ou, mais simplesmente, por D ).
O conjunto I ( f ) ≡ f ( A) = {y∈ B : [∃x [x∈ A𝖠 y = f (x)]]} designa-se por contradomínio da
aplicação f . Se f ( A) = B dir-se-á que f é uma aplicação sobrejectiva (ou aplicação sobre
B ) ; a aplicação f : A→ B diz-se injectiva (ou unívoca) se cada elemento de f ( A) for
imagem de um só elemento de A , isto é, f é injectiva se e só se

∀x, x ' [x, x '∈ A⇒ [x ≠ x '⇒ f (x) ≠ f (x ')]]

o que significa que elementos distintos de A têm necessariamente imagens por f diferentes
em f ( A) ⊂ B . Se a aplicação f : A→ B for simultaneamente injectiva e sobrejectiva diz-se
que f é uma aplicação bijectiva.

Duas aplicações f, g são iguais, escrevendo-se f = g, se e só se forem satisfeitas as duas


condições seguintes

(1) Df = Dg ≡ D;
(2) ∀x [x ∈ D⇒ f (x) = g (x) ]
FUNDAMENTOS DE
1

Sejam A, B, C três conjuntos não vazios e f : A→ B e g : B →C duas aplicações de A em B e


B em C , respectivamente. Chama-se aplicação composta de g com f à aplicação

gof : A→C

definida por gof (x) = g ( f (x))∈C .

Teorema

A composição de aplicações é associativa.


Definição

Dado um conjunto A chama-se aplicação identidade em A à aplicação idA : A→ A definida


por
idA (x) = x

qualquer que seja x ∈ A .

Teorema

Sendo f : A→ B uma aplicação arbitraria então idB of = f e foidA = f .


Seja a aplicação f : A→ B e E uma parte de A . Chama-se imagem de E por f e representa-se
por f (E) ao conjunto
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

f (E) = {y ∈ B : [∃x [x ∈ E 𝖠 y = f (x)]]} podendo também escrever-se


f (E) = { f (x)∈ B : x∈ E} .

Se F for uma parte de B , chama-se imagem recíproca ou inversa de F e representa - se


por
f -1 (F ) = {x∈ A: [∃y [ y∈ F 𝖠 y = f (x)]]}

podendo também escrever-se equivalentemente


f -1 (F ) = {x ∈ A: f (x)∈ F} .
Teorema
Se f : A→ B for uma aplicação bijectiva a correspondência recíproca, que a cada
y ∈ B associa f -1 ( y) , o único elemento do conjunto f -1 ({y}) , é uma aplicação
bijectiva e fof--1 =idB, f -1of = idA .

A aplicação f -1
: B → A é chamada aplicação inversa ou recíproca de f : A→ B .

Exercícios – Relação e Funções

1. Seja A = {1,2,3}. Para cada uma das relações ∡ indicadas a seguir, determine os
elementos de ∡ , o domínio e o contradomínio de ∡ e, finalmente, as propriedades
(de reflexividade, simetria, anti-simetria, transitividade e dicotomia) que possui ∡ :
FUNDAMENTOS DE
1
a) ∡ é a relação < em A .
b) ∡ é a relação ≥ em A .
c) ∡ é a relação ⊂ em P ( A) .

2. Considere o conjunto S = {a, b, c, d, e}.


a) Para a relação de equivalência R = {(a, a),(b, b),(c, c),(d, d ),(e, e),(a, c),(c, a)} ⊆ S2 ,
determine o conjunto [a] .
b) Indique os pares ordenados da relação de equivalência induzida em S pela partição
{{a, b, c},{d, e}}

3. Seja ∡ uma relação num conjunto não vazio A . Sendo x ∈ A define-se a classe ∡ de
x , denotada por [x]R , por [x]R = {y ∈ A: y R x}.
Sendo A = {1,2,3,4} e R = {(1,2),(1,3),(2,1),(1,1),(2,3),(4,2)} determinar [1]R , [2]R , [3]R
e [4]R .

4. Mostre que a relação ~ em Z definida por x ~ y sse x − y = 2k para algum k em Z


é uma relação de equivalência e determine [3 ]~ .
5. Seja ∡ uma relação de A para B e S uma relação de B para C. Então a relação composta
SoR é a relação constituída por todos os pares ordenados (a, c) tais que
(a, b)∈R e (b, c)∈S.

Sendo A = {p, q, r, s}, B = {a,b}, C = {1,2,3,4}, R = {( p, a),( p,b),(q,b),(r, a),(s, a)} e


S = {(a,1),(a,2),(b,4)} determine SoR.

6. Seja ∡ a relação no conjunto A = {1,2,3,4,5,6,7} definida por (a, b)∈R⇔(a − b) é


1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

divisível por 4. Determinar ∡ e R-1.

7. Seja ∡ a relação definida em 2 = {2,3,4,5,…} por (a, b)∈R⇔ a é divisor de b .


a) Estude ∡ quanto à reflexividade, simetria, anti-simetria e transitividade.
b) Determinar todos os elementos minimais e maximais do conjunto IN2 ordenado
pela relação ∡ .

8. Diga quais das relações que se seguem são equivalências e, nesses casos, indique o
correspondente conjunto quociente.
a) {(1, 1),(2,2),(3,3),(4,4),(1,3),(3,1)}
b) {(1, 2),(2,2),(3,3),(4,4)}
c) {(1,1),(2,2),(1,2),(2,1),(3,3),(4,4)}

9. Seja A = {1,2,3,4,5}×{1,2,3,4,5} , e seja ∡ definida em A por

(x1, y2)R(x1 , y2 )⇔ x1 + y1 = x2 + y2

a) Verifique que ∡ é uma relação de equivalência em A .


b) Determine as classes de equivalência [(1,3)], [(2,4)] e [(1,1)].
c) Determine a partição de A induzida por ∡ .

10. Considere a relação R ⊆ Z2 , tal que, ∀a, b∈ Z , aRb se (a − b) é um número inteiro não
negativo par.
a) Verifique que ∡ define uma relação de ordem em Z .
b) ∡ é uma relação de ordem total? Justifique.

11. Seja A = {1,2,3,4,5,6} e f : A→ A a função definida por


FUNDAMENTOS DE
1

f (x)  x1sex0
1sex6

a) Determinar f (3), f (6), fof (3) e f ( f (2)) .


b) Mostrar que f é injectiva.

12. Mostrar que a função f : IR →IR dada por f (x) = x3 é injectiva e sobrejectiva enquanto
que a função g : IR →IR dada por g (x) = x2 −1 não é injectiva nem sobrejectiva.

13. Sendo IR o conjunto dos números naturais e f : IN →IN a função definida por
f (n) = 2n + 5 , mostre que f é injectiva e determinar a função inversa. Será f sobrejectiva? E
a função inversa será sobrejectiva?

14. Seja Χ = {p, q, r}, Y = {a, b, c, d} e Ζ = {1,2,3,4} e sejam g : Χ →Y definida pelo


conjunto dos pares ordenados {( p, a),(q, b),(r, c)} e f :Y → Ζ definida pelo conjunto de
pares ordenados {(a,1),(b,1),(c,2),(d,3)} . Escreva a função composta fog sob a forma de
um conjunto de pares ordenados.

15. Se f (x) = ax + b e g (x) = cx + d e fog = gof , determine uma equação que relacione a
constantes a, b, c, d .
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

II –
FUNDAMENTOS DE
1

Álgebra e
Funções
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Unidade 07

Equações Lineares

Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas de
Equações Lineares.

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Definir uma equação Linear;

Objectivos Resolver uma equação

Linear;

Aplicar principios de equivalência na resolução de equacões Lineares;

EQUAÇÃO DO 1º GRAU

Equação  igualdade

As equações do primeiro grau são aquelas que podem ser representadas sob a forma ax+b=0,
em que a e b são constantes reais, com a diferente de 0, e x é a variável. A resolução desse
FUNDAMENTOS DE
1
tipo de equação é fundamentada nas propriedades da igualdade descritas a seguir.

Principios de equivalencia de equações

 Adicionando um mesmo número a ambos os membros de uma equação, ou


subtraindo um mesmo número de ambos os membros, a igualdade se mantém.

 Dividindo ou multiplicando ambos os membros de uma equação por um mesmo


número não-nulo, a igualdade se mantém.

Exemplo:

Vejamos alguns exemplos:

Seja a equação:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Seja a equação:

Seja a equação:

Membros de uma equação

Numa equação a expressão situada à esquerda da igualdade é chamada de 1º membro da


equação, e a expressão situada à direita da igualdade, de 2º membro da equação.

Exemplo: - 3x + 12 = 2x - 9

1º membro 2º membro

Cada uma das parcelas que compõem um membro de uma equação é chamada termo da
equação.

4x – 9 = 1 – 2x
FUNDAMENTOS DE
1

Termos: 4x, - 9, 1 e – 2x.

Variável (ou incógnita) de uma equação:

Os elementos desconhecidos de uma equação são chamados de variáveis ou incógnitas.

Exemplos:

A equação x + 5 = 18 tem uma incógnita: x

A equação x – 3 = y + 2 tem duas incógnitas: x e y

A equação a² – 3b + c = 0 tem três incógnitas: a, b e c

Cada um dos valores que, colocados no lugar da incógnita, transformam a equação em uma
sentença verdadeira é chamado de raiz da equação. Para verificarmos se um dado número é
ou não raiz de uma equação, basta substituirmos a incógnita por esse número e observarmos
se a sentença obtida é ou não verdadeira.

1º exemplo: verificar se três é raiz de 5x – 3 = 2x + 6


1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

2º exemplo: verificar se -2 é raiz de x² – 3x = x – 6

O princípio aditivo e o princípio multiplicativo servem para facilitar o entendimento da


solução de uma equação, mas para resolvê-la existe um método simples e prático que é o
seguinte:

Resolver a equação 5x – 8 = 12 + x

Colocamos no primeiro membro os termos que apresentam variável, e no segundo membro


os termos que não apresentam variável. Os termos que mudam de membro tem os sinais
trocados.

5x – 8 = 12 + x

5x – x = 12 + 8

Calculamos a somas algébricas de cada termo.

4.x = 20

Quando se passa de um membro para o outro usa-se a operação inversa, ou seja, o que está
multiplicando passa dividindo e o que está dividindo passa multiplicando. O que está
adicionando passa subtraindo e o que está subtraindo passa adicionando. O número 4 no
primeiro membro está multiplicando o x então ele passará dividindo no segundo membro.
FUNDAMENTOS DE
1

Exercícios resolvidos:

1) Resolver a equação:

2( x + 5 ) - 3( 5 – x ) = 5

Nesse tipo de equação, devemos inicialmente, retirar os parênteses, aplicando a propriedade


distributiva da multiplicação e a regra de eliminação de parênteses.

2) Resolução da equação:

Nessa equação, inicialmente reduzimos todas as frações ao mesmo denominador, e a seguir


cancelamos esses denominadores
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

m.m.c ( 3, 2, 6 ) = 6

3, 2, 6 2

3, 1, 3 3

1, 1, 1 2 . 3 = 6

4) Resolver a equação:

m.m.c ( 2, 3, 4 ) = 12

Efetuando as multiplicações:
FUNDAMENTOS DE
1

Multiplicando os dois membros da equação pelo


m.m.c dos denominadores, que é 12, vem:

Resolvendo a mesma equação pelo método da eliminação dos denominadores:


1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

5) Resolver a equação:

6) Resolver a equação:

m.m.c ( 2, 3, 4, 5, 7 ) = 420
FUNDAMENTOS DE
1

7) Quando o número x na equação ( k – 3 ).x + ( 2k – 5 ).4 + 4k = 0 vale 3, qual será o valor


de K?

( k – 3 ).3 + ( 2k – 5 ).4 + 4k = 0

3k – 9 + 8k – 20 + 4k = 0

3k + 8k + 4k = 9 + 20

15k = 29

8) De o conjunto solução das equações literais do primeiro grau ( em R )

a) ax + bx + c = 2a + 2b + c

ax + bx = 2a + 2b + c – c

x( a + b ) = 2a + 2b
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

se a ≠ -b e b ≠ -a

b) ( a + x )² = ( a + 3 + x )( a – 2 + x )

a² + 2ax + x² = a² – 2a + ax + 3a – 6 + 3x + ax – 2x + x²

2ax + x² – ax – 3x – ax + 2x – x² = - a² + a² – 2a + 3a – 6

x(2a – a – 3 – a + 2) = a – 6

x(-1) = a – 6

Equação sem solução

Às vezes, uma equação não tem solução para um certo universo de números. Nesse caso,
dizemos que ela é impossível ou que a solução é vazia.

Exemplo: resolver a equação.


FUNDAMENTOS DE
1

Não existe nenhum número que multiplicado por 0 que resulte em 2.

Equação com infinitas soluções

Há casos em que todos os números do universo considerado são raízes da equação. Dizemos
que ela tem infinitas soluções.

Exemplo: resolver a equação

Como qualquer número multiplicado por zero é igual a zero, a equação tem infinitas
soluções
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Exercícios de equações Lineares:

1. Resolve as seguintes equações:

a) 2x 123  9x  (12  x)

x  1 3x 15
b) 3 12  2
6x
c) 3x  8 
4
d) 24  (7x 1)  36  x

Unidade 08

Funções Lineares e Afins


FUNDAMENTOS DE
1

Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas da geometria projectiva
assim como o problema da geometria projectiva a partir da noção euclidiana.

No fim desta unidade deves ser capaz de:


Objectivos
Distinguir as bases da geometria projectiva

A partir da noção euclidiana perceber o problema da


geometria projectiva.

AFINS E FUNÇÕES LINEARES.

Função afim (afim, vem do latin, affinis , que significa conectado com) .
Uma função afim (vem da álgebra linear):
1. preserva a colinearidade ( alinhamento) entre pontos, isto é, três pontos que se
encontram em uma linha continuam a ser colineares após a transformação;
2. Preserva relações das distâncias ao longo de uma linha, isto é, para os pontos colineares
distintosp1,p2,p3, | |p2 −p1 | | / | |p3 −p2 | |.
Entendemos que f: R→R, ao preservar a colinearidade entre três pontos do eixo x ou do eixo
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

y, quaisquer, e os correspondentes do gráfico e preservar a mesma razão entre três pontos,


quaisquer, no eixo das abcissas ou ordenadas e a mesma razão entre os correspondentes no
gráfico, será definida como função afim.
Vamos ver a propriedade

1. DEFINIÇÃO

Chama-se função do 1.° grau toda função definida de IR  IR por f(x) = ax + b com
a, b  IR e a  0 .

Exemplos:

f(x) = 5x – 3, onde a = 5 e b = – 3 (função afim)

f(x) = 6x, onde a = 6 e b = 0 (função linear)

f(x) = x, onde a = 1 e b = 0 (função identidade)


FUNDAMENTOS DE
1

2. GRÁFICO DA FUNÇÃO DO 1.º GRAU·


O gráfico de uma função do 1.º grau é uma recta não - paralela nem ao eixo x nem ao eixo y.
Seu domínio é Df  IR e sua imagem é Im f  IR .

1.º exemplo: Construir o gráfico da função y = 3x + 1 (a = 3 > 0)

Resolução: Sabendo que o gráfico da função y = 2x + 3 é do 1.º grau, precisamos somente


conhecer dois de seus pontos para traçá-lo. Esses dois pontos podem ser obtidos atribuindo-
se dois valores arbitrários para x e determinando suas ../imagens (y).

Para x = 0  y = 3

Para x = – 2  y = -1

Para x = – 1  y = 1
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Conclusão:

Se a > 0, a função y = ax + b é crescente.

Se a < 0, a função y = ax + b é decrescente.

3. ZERO OU RAIZ DA FUNÇÃO DO 1.º GRAU

Chama-se zero ou raiz da função do 1.º grau f(x) = ax + b o valor de x para o qual f(x) = 0.
FUNDAMENTOS DE
1

Exemplo: Calcular o zero da função y = x - 2.

x-2=0  x=2

Observação: geometricamente, o zero da função do 1.º grau é a abscissa do ponto em que a


recta corta o eixo x. Então, no exemplo, temos:

Entendemos que f: R→R, ao preservar a colinearidade entre três pontos do eixo x ou do eixo
y, quaisquer, e os correspondentes do gráfico e preservar a mesma razão entre três pontos,
quaisquer, no eixo das abcissas ou ordenadas e a mesma razão entre os correspondentes no
gráfico, será definida como função afim.
Vamos ver a propriedade 1.
Veja a função definida por f: R→R tal que f(x) = 2x + 4:
Ao levarmos os três pontos ( -4,0), (-2,0) e (1,0) que estão sobre a reta x, portanto colineares,
aos pontos correspondentes sobre o gráfico y = 2x +4, (-4,-4), (-2,0) e (1,6), continuam
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

colineares, já que o gráfico y = 2x + 4 é uma recta..

Veja a função definida por f: R→R tal que f(x) = ax + b:

 Se a  0 a função é crescente em IR.

 Se a  0 a função é decrescente em IR.

Obs: Uma função diz-se crescente no conjunto A, contido no domínio, sse:

 x1 , x2  A : x1  x 2  f (x)  f (x)

Uma função diz-se decrescente no conjunto A, contido no domínio, sse

 x1 , x2  A : x1  x2  f (x)  f (x)

Vamos ver três pontos sobre o eixo x:·A (-2,0), B (0,0) e C (1,0).
Vejamos:
A distância entre A e B são2u e a distância entre B e C é1u.
A razão entre AB e BC é2.
Agora , na parábola a distância entre ( -5, 2) e (0,0) vale 29u.
A distância entre (0,0) e (1,2 ) vale 5u.
A razão entre as distâncias é 29/
5, que não é igual a 2.
FUNDAMENTOS DE
1
Logo a função f(x) = x2 + x não é afim.

Função linear é a função matemática que possui as seguintes propriedades:

Aditividade:
f(x+ x') = f(x) + f(x'); para todo x , x’ pertencentes ao Domínio da função.

Homogeneidade:
f(ax) = af(x); para todo x pertencente ao Domínio da função.
As funções lineares são funções cujo gráfico é uma recta e passam sempre pela origem
do sistema cartesiano.
Vejam:
1 ) f(x) = kx , para todo k pertencente ao Real.
a) f ( a + b) = f(a) + f(b).
k( a + b) = k a + k b.
b) f(a x) = a f(x).
kax = akx
Assim podemos ter f(x) = 2x; f(x) = 1x ; f(x) = 0 x.

Veja para f(x) = 2x.


Fazendo, como exemplo, a = 3 e b = -2 para uma verificação.
a) f( 3 + (-2)) = f(3) + f(-2)
f( 1 ) = 2.3 + 2 . (-2).
2 .1 = 6 + (-4).
b) f( 3x) = 3 f(x)
2 . 3x = 3 . 2x.
Então f(x) = 2x é uma função linear.
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

2) f(x) = 0x ou f(x) = 0.
Esta função representa o eixo x ( passa pela origem do sistema).
É uma função linear pois tem as propriedades acima satisfeitas.

Função constante

Uma função definida por f: R→R chama-se constante quando existe uma constante b R tal
que f(x) = b para todo x ∈ R. A lei que define uma função constante é:

O gráfico de uma função constante, é uma reta paralela ou coincidente ao eixo Ox q que
cruza o eixo Oy no ponto de ordenada b.
FUNDAMENTOS DE
1

Coeficientes numéricos

Cada coeficiente numérico de uma função caracteriza um elemento do gráfico dessa função.

• Coeficiente a: coeficiente angular de uma reta. A é igual à tangente do ângulo que a reta
faz com o eixo x.

Quando a > 0, a função é crescente.


Quando a < 0, a função é decrescente.
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• Coeficiente b: é a ordenada do ponto em que o gráfico de f cruza o eixo das ordenadas, ou


seja, b = f(0).

Unidade 08
Funções Lineares
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas de
Funções Lineares.

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Definir uma Função Linear;


FUNDAMENTOS DE
1
Objectivos Representar graficamente uma função linear;

8.1. Introdução às Funções

Uma função é uma aplicação entre conjuntos. As


funções descrevem fenómenos numéricos e podem
representar-se através de gráficos sobre eixos
cartesianos. O gráfico de uma função permite ver,
muito facilmente, toda a sua evolução. Porém, por
vezes, pode ser mais cómodo trabalhar com a equação
ou fórmula da função, já que com ela temos à nossa
disposição o conjunto de operações que devemos
aplicar à variável independente, normalmente
representada por x, para obter a variável dependente,
normalmente representada por y. Podemos imaginar
que uma função é uma máquina em que introduzimos
um número x do conjunto de partida, dela saindo o
número f(x).

Uma função é uma aplicação entre conjuntos numéricos. Para indicar que entre dois
conjuntos A e B há uma função utilizaremos a notação:

f:A B

Existem várias formas de expressar uma função:


1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

y=a

+x + b

f (x) = ax + b

entre outras.

Se f for uma função e f(x) = y, diremos que y é a imagem de x pela função e que x é o
original, anti-imagem ou objecto de y pela função.

Em toda a função entre dois conjuntos A B os elementos do conjunto A recebem o


nome de variável da função.

Exemplificando, tomemos a função:

f:N Z

f(x) = 5x + 2

f (2) = 5 * 2+2 = 12, 2 N

diremos que 12 é a imagem de 2, e que 2 é o objecto ou anti-imagem de 12.

8.2. Funções Reais de Variável Real

Uma função real de variável real é uma função em que tanto os elementos do conjunto
de partida ou conjunto dos objectos como os do conjunto de chegada ou conjunto imagem
são números reais, isto é, pertencem ao conjunto R, e representa-se por:

f:R R

As funções f(x) = x + 3, f(x) = x2 + 2x + 1, f(x) = 3x + 1/2, são exemplos de funções


reais de variável real. Se dermos a x um valor real, ao realizar as operações obteremos
sempre um número real f(x).
FUNDAMENTOS DE
1
Pode acontecer que nem todos os números reais tenham imagem pela função. O conjunto
formado pelos números reais que têm imagem chama-se domínio. Em geral, uma função
real de variável real tem a seguinte expressão:

f:A R

sendo A um subconjunto de R, que irá corresponder ao domínio da função.

8.3. Representação Gráfica de uma Função

Dado que o conjunto dos números reais se pode representar sobre uma recta, o método
de coordenadas cartesianas serve para representar funções.

Observemos os gráficos das figuras. Como podemos observar, a variável independente x


é representada sobre o eixo das abcissas e a variável dependente y sobre o eixo das
ordenadas.
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8.4. Operações com Funções

8.4. Produto de uma função por um número real

(kf )(x) = k * f(x)

O produto é uma nova função, de forma que a cada valor de x corresponde k vezes o
valor de f.

Exemplo:

f:R R

f(x) = 3x + 2

5f : R R

(5f)(x) = 5 * f(x) =

= 5 * (3x + 2) = 15x + 10

8.5. Soma de funções

Temos f(x) = 2x + 2 e g(x) = - x - 1. Se somarmos membro a membro obtemos:

f(x) + g(x) = (2x + 2) + (-x - 1) = 2x - x +2 -1 = x + 1

(f + g) (x) = x + 1
FUNDAMENTOS DE
1

Vamos verificar o que obtivemos:

f(1) = 2 * 1 + 2 = 4

g(1) = - (1) - 1 = -1 - 1 = -2

f(1) + g(1) = 4 + (-2) = 4 - 2 = 2

(f + g) (1) = (1) + 1 = 2

Então, em geral, podemos escrever:

(f + g) (x) = f(x) + g(x)

8.6. Produto de funções

Seguindo o mesmo procedimento que para a soma de funções, considerando f(x) = x e


g(x) = -x + 2, o produto das funções será:

(f * g) (x) = f(x) * g(x) = x*(-x + 2) = -x2 + 2x

(f * g) (x) = -x2 + 2x
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Verificamos
que:

f(1) = 1

g(1) = - (1) +
2 = -1 + 2 = 1

f(1) * g(1) =
1*1=1

(f * g) (1) = -
(1)2 + 2 * 1 =
-1 + 2 = 1

Vemos
que, de forma
análoga ao
que ocorre
com a soma
de duas
funções, para
cada objecto
x,
multiplicando
as respectivas
imagens de
f(x) e de g(x)
obtemos
exactamente
o mesmo
valor que
obtemos ao
calcular (f *
g) (x).

Em geral, escrevemos:

(f * g) (x) = f(x) * g(x)


FUNDAMENTOS DE
1

8.7. Composição de funções

A composição de uma função f com outra função g é uma nova função, representada por
g º f, definida por:

(g ° f) (x) = g [f(x)]

Primeiro determinamos f(x) e o resultado obtido é o objecto para a função


g. Exemplificando, seja f(x) = x + 1 e g(x) = x2 , temos

(g ° f) (x) = g [f(x)] =g [x + 1] = (x + 1)².

Mas atenção, é diferente se tivermos: (f ° g) (x) = f [g(x)] = f [x²] = x² + 1.

Inverso da função e função inversa

Quando temos uma função f, tal que para qualquer x do domínio verificamos que f(x)
0, podemos dizer que existe o inverso da função de f, e representamo-la por 1/f.
Podemos ver um exemplo representado na figura seguinte:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Se f for uma função injectiva, a função inversa de f é uma nova função, que se
representa por , em que os objectos são as imagens dadas por f.

Seja f a função definida por y = 3x - 5, a expressão que define determina-se


resolvendo a equação y = 3x - 5 em ordem a x:

y = 3x - 5 <=> 3x = y + 5 <=> x = (y + 5)/3

logo vem:

O domínio da função inversa é o contradomínio ou conjunto das imagens da função f. O


gráfico da função inversa é simétrico do gráfico de f em relação à bissectriz y = x.
FUNDAMENTOS DE
1

8.9. Função par e função ímpar

Damos o nome de função par à que é simétrica em relação ao eixo das ordenadas, ou
seja, que verifica:

f(-x) = f(x)

O gráfico de uma função par fica determinado se conhecermos a forma que assume para
os números positivos. Para visualizar este facto vejamos as seguintes figuras:

Damos o nome de função ímpar à função que é simétrica em relação à origem das coordenadas,
ou seja, quando se verifica que:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

f(-x) = - f(x)

O gráfico de uma função ímpar fica determinado se conhecermos a forma que assume
para valores positivos. Vejamos as figuras:

Exemplos:
1. Verifique a paridade das seguintes funções:

a) f (x)  x5

b) f (x)  x2  1

c) f (x)  x2  2x  1
Resolução:

a) f (x)  (x)5  x 5   f (x), temos


f (x)   f (x) ; então a função é impar.

b) f (x)  (x)2  1  x2  1  f (x), temos f ( x)  f (x) ; então a função é par.

c) f (x)  ( x)2  2(x)  1  x2  2x  1; temos


f (x)  f (x)   f (x); então a função não
é par nem ímpar.

8.10. Função linear e função afim

As funções da forma f(x) = kx são chamadas funções lineares ou função de


proporcionalidade, onde k é uma constante numérica e nos dá o declive da recta. O gráfico
deste tipo de funções é uma recta que passa pelo centro de coordenadas (0,0).
FUNDAMENTOS DE
1

As funções da forma f(x) = kx + p recebem o nome de funções afins. O seu gráfico é


uma recta que não passa pelo centro de coordenadas (0,0) e é paralela à correspondente
função linear g(x) = kx. p é a ordenada na origem ou ponto de intersecção da recta com o
eixo das ordenadas.

As funções lineares e afins são chamadas funções polinomiais do primeiro grau.


1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Exercícios

1. Determine as equações das seguintes rectas:

a) Que passa pelo ponto A (2, -3) e B (6, 5).


b) Que passa pelos pontos C (3, 0) e que tem coeficiente angular – 7.
c) Que passa pelos pontos D (2, -1) e que é paralela a recta b)
d) Que passa pelo ponto D e que é perpendicular a recta 3x  5 y 1  0.

e) Que passa pela origem e que é perpendicular a recta  2x  5 y 14  0.

f) Que passa pelos pontos de intersecção entre a recta e o eixo dos xx, e que é paralela
a recta 5x  2 y  8.
2. Construa a recta de inclinação a e que passa pelo ponto P nos seguintes casos:
1
a) a  ;
P(1,1) 2
1
b) a   1
3; ,1)
P( 3
4
c) a  ; P(4,1)
5
d) a  2; P(2,3)
- Explique o processo de construção desses gráficos?
- É possível obter o gráfico sem determinar a expressão analítica? Como?

3. Um carro movimenta-se segundo a lei s  40t  60, onde s é a sua posição ( em Km) no
instante t ( em horas)
a) faça o gráfico de s em função de t.
b) Determine a posição do carro no instante t  1,5h através da lei dada e, também, através do
gráfico.
c) Este carro movimenta-se com uma velocidade constante? Justifique a sua resposta.

4. Considere as seguintes funções:


FUNDAMENTOS DE
1
f (x)  3x  b g(x)  ax  3

e E determine:
a) O valor do parâmetro b para que f contenha o ponto (2, 1).
b) O valor do parâmetro a para que a função g admita zeros.
c) O valor do parâmetro b para que a função f seja positiva no intervalo 4,.
d) O valor do parâmetro a para que g seja crescente em IR.

Unidade 09
Equações Quadráticas
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas de
equações Quadraticas. Formula Resolvente;

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Distinguir uma equação Quadratica de uma função Linear;


Objectivos Resolver equações quadraticas;

9.1. Equação quadrática


1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

As soluções de uma equação quadrática correspondem às intersecções com o eixo x, das


abcissas (raízes) de uma função polinomial do segundo grau. (No caso da figura, as raízes
da função são x = -1 e x = 2).

Em matemática, uma equação quadrática ou equação do segundo grau é uma equação


polinomial de grau dois. A forma geral deste tipo de equação é:

ax2 + bx + c = 0

onde x é uma variável, e a, b e c são constantes, das quais a ≠ 0 (caso contrário, a equação
torna-se linear). As constantes a, b e c, são chamadas respectivamente de coeficiente
quadrático, coeficiente linear e coeficiente constante ou termo livre. A variável x representa
um valor a ser determinado, e também é chamada de incógnita. O termo "quadrático" vem
de quadratus, que em latim significa quadrado. Equações quadráticas podem ser resolvidas
através da fatoração, do completamento de quadrados, do uso de gráficos, da aplicação do
método de Newton ou do uso de uma fórmula (apresentada abaixo). Um uso frequente das
equações do segundo grau é no cálculo das trajectórias de projécteis em movimento.

A equação quadrática é, antes de tudo, um polinômio e que pertence ao segundo grau, isto
é, tem como termo de maior grau (valor do expoente mais alto) um termo de expoente 2. A
definição "a diferente de zero" é o que caracteriza a equação de segundo grau, visto que, a
incógnita x é directamente multiplicada pelo coeficiente a, levando-nos a crer que se a
fosse igual a zero, anularia-se o x² e assim, a equação passaria a ser linear, de primeiro
grau.

No século XII, o matemático Bhaskara Akaria se dispôs a resolver esta equação e


publicar ao mundo suas descobertas. O maior problema dos matemáticos que tentavam
achar valores para equação era o fato de haver um x de expoente 2 junto a um x de
expoente 1. Sabiamente, Bhaskara aplicou princípios básicos, porém inteligentes, para
FUNDAMENTOS DE
1
finalmente achar um valor definitivo de x. A partir da descoberta de sua fórmula, diversas
outras fórmulas se derivaram, como as fórmulas de Soma e Produto, Relações entre as
Raízes ou os valores dos Vértices de uma função quadrática.

Paralela à evolução dos estudos matemáticos da equação de segundo grau, cresceu também
sua representação gráfica a chamada função quadrática. Nela, foi possível nitidamente,
observar que há sempre um cume, valor máximo que a incógnita pode ter (chamada de
Vértice), assim como a direcção para a qual os valores crescem, etc. O conhecimento já
guardado das funções, quando aplicados na equação quadrática, facilitou demasiadamente
os estudos de matemáticos ao longo da história.

Uma equação do segundo grau cujos coeficientes sejam números reais ou complexos possui
duas soluções, chamadas de raízes da equação. As raízes são dadas pela seguinte fórmula:

sendo a, b e c os mesmos coeficientes da equação de segundo grau, e o símbolo ± indica


que uma das soluções é obtida através da soma e a outra por meio da diferença.

A fórmula acima é utilizada para determinar as raízes de uma equação quadrática, isto é, os
valores que x pode assumir. No Brasil, a fórmula é conhecida como Fórmula de Bhaskara,
mas em outros países é conhecida simplesmente como a fórmula geral para resolução da
equação polinomial do segundo grau, sem qualquer referência a Bhaskara, que foi um
matemático e astrônomo indiano do século XII, e autor do livro Lilavat. A descoberta da
fórmula costuma ser atribuída aos babilónios antigos, e sua formalização ao matemático
persa Al-Khwarizmi.
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

9.2. Demonstração

Por muitos tempos, muitos estudiosos tentaram achar uma solução para x dentro desta
equação, visto ter sido complicado, já que havia um termo ao quadrado e o mesmo de
primeiro grau, na mesma equação. Assim, a fórmula de Bhaskara utiliza um método
inteligente, unindo pura e simplesmente, uma factoração de um polinómio para conseguir
pôr apenas uma incógnita x no caso e assim, achar um valor definitivo:

Se a  0 então:

Logo, tem-se, por definição de módulo, que:

Se Se
FUNDAMENTOS DE
1

Portanto,

9.3. Discriminante

Na fórmula acima, a expressão que aparece sob a raiz quadrada é chamada de


discriminante da equação quadrática, e é comummente denotada pela letra grega delta
maiúsculo:

Δ = b2 − 4ac.

Dessa forma, pode-se reescrever a fórmula resumidamente como:


1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Uma equação quadrática com coeficientes reais tem duas raízes reais, ou então duas raízes
complexas. O discriminante da equação determina o número e a natureza das raízes. Há
apenas três possibilidades: (Lembrando que todo polinómio de grau n, tem n raízes; Como
uma equação do 2º grau é de grau 2, logo ela possui duas raízes.)

 Se Δ > 0, a equação tem duas raízes reais distintas.

o No caso de equações quadráticas com coeficientes inteiros, se o discriminante for


um quadrado perfeiro, então as raízes são números racionais, em outros casos eles
podem ser irracionais quadráticos.

 Se Δ = 0 , a equação tem duas raízes reais e iguais, ou popularmente "uma única raiz",
algumas vezes chamada de raiz dupla:

.
 Se Δ < 0, a equação não possui qualquer raiz real. Em vez disso, ela possui duas raízes
complexas distintas, que são conjugadas uma da outra:

onde i é a unidade imaginária.

Assim as raízes são distintas se e somente se o discriminante é não nulo, e são reais se e
somente se o discriminante é não - negativo.

Para a função quadrática:


f (x) = x2 − x − 2 = (x + 1)(x − 2) de uma variável real x, as abcissas dos pontos nos quais o
FUNDAMENTOS DE
1
gráfico intersecta o eixo horizontal, x = −1 e x = 2, são as soluções da equação quadrática:
x2 − x − 2 = 0.

As soluções da equação quadrática

são também as raízes da função quadrática:

uma vez que elas são os valores de x para os quais

Se a, b, e c são números reais e o domínio de f é o conjunto dos números reais, então as


raízes de f são exactamente as abcissas dos pontos nos quais o gráfico toca o eixo x.

Disto segue que, se o discriminante é positivo, o gráfico toca o eixo x em dois pontos, se
for zero o gráfico toca em apenas um ponto e se for negativo, o gráfico não encosta no eixo
x.

9.4. Forma factorada da equação quadrática

O termo

é um factor do polinómio
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

se e somente se r é uma raiz da equação quadrática

Segue da fórmula quadrática que

No caso especial em que a quadrática possui apenas uma raiz (b2 = 4ac, isto é,
discriminante nulo), o polinômio quadrático pode ser factorado como

9.5. Relações entre coeficientes e raízes

As fórmulas de Viète fornecem uma relação simples entre as raízes de um polinômio e seus
coeficientes. No caso do polinômio quadrático, elas tomam a seguinte forma

A partir de fórmula de Bhaskara, pode-se deduzir expressões bastante simples para a soma
e para o produto das raízes r1 e r2 da equação:

e
FUNDAMENTOS DE
1

Estas igualdades seguem directamente da relação:

que pode ser comparada termo a termo com:

Em alguns casos simples, o uso dessas propriedades permite que se deduza quais são as
raízes, pela simples inspecção visual e tentativa de composição de dois números que
satisfaçam as relações dadas para a soma e para o produto das raízes.

A primeira das duas fórmulas fornece também uma expressão conveniente ao traçar o
gráfico de uma função quadrática. Uma vez que o gráfico é simétrico com relação a uma
recta vertical passando pelo vértice da parábola, quando há duas raízes reais a abscissa do
vértice está localizada na média aritmética das duas raízes, isto é, seu valor é dado pela
expressão:

A outra coordenada pode ser obtida através da substituição do resultado anterior na


expressão quadrática, resultando em

Assim, o gráfico da função f(x) = ax2 + bx + c será sempre uma parábola com vértice em
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Em termos práticos, as fórmulas de Viète fornecem um método útil para a busca de raízes
de uma quadrática no caso em que uma raiz é bem menor do que a outra. Se |x 1| < |x 2|,
então x 1 + x 2 ≈ x 1, e tem-se a estimativa:

Da segunda fórmula de Viète resulta:

Estas fórmulas são mais fáceis de avaliar do que a fórmula de Bhaskara sob a condição de
que uma raiz é grande e uma pequena, porque a fórmula de resolução de equações
quadráticas avalia a raiz menor como a diferença entre dois números praticamente iguais
(no caso em que b é grande), o que causa erros de arredondamento em avaliações
numéricas. A figura ao lado mostra a diferença entre (i) um cálculo directo usando a
fórmula de Bhaskara (preciso quando as raízes têm valores próximos) e (ii) uma avaliação
baseada na aproximação das fórmulas de Viète dadas acima (precisa quando as raízes estão
bem separadas). Conforme o coeficiente linear b aumenta, inicialmente a fórmula
quadrática é precisa, e a a fórmula aproximada melhora sua precisão, levando a pequenas
diferenças entre os métodos ao aumentar b. No entanto, em algum ponto a fórmula de
Bhaskara começa a perder precisão devido aos erros de arredondamento, enquanto o
método aproximado continua a melhorar. Consequentemente a diferença entre os métodos
começa a aumentar ao paço que a fórmula de Bhaskara fica cada vez pior.
FUNDAMENTOS DE
1
Esta situação aparece com frequência em design de amplificadores, onde raízes são
desejáveis raízes bastante separadas para garantir uma operação estável.

9.6. Outras Relações entre as Raízes

Denotando-se as raízes de uma equação do segundo grau por r1 e r2, sua soma por S = r1 +

r2 e seu produto por , verificam-se as seguintes relações entre as raízes:

Expressão envolvendo as raízes Definição Relação com S e P

Soma do inverso das raízes

Soma dos quadrados das raízes S2 − 2P

Soma dos quadrados dos inversos das raízes

Soma dos cubos das raízes

Média aritmética das raízes

Média geométrica das raízes

Média harmônica das raízes


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9.7. Resolução das equações incompletas

c=0

É uma equação no formato ax2 + bx = 0. A solução é feita da seguinte forma:

Portanto, x = 0 ou . Nesse caso, uma das raízes será sempre


zero e a outra será real (se os coeficientes o forem).

b=0

É uma equação no formato ax2 + c = 0. A resolução é feita deste modo:

. Por isso, , ou a
equação não terá raízes reais. No caso de elas serem reais, as raízes serão simétricas.

Exemplo – 1

Resolver em R a equação x² - 4x = 0

Colocando o factor x em evidência, obtemos:

x(x – 4) = 0

Quando o produto de dois números reais é igual à zero, então pelo menos um dos factores é
igual a zero.

Portanto: x = 0 ou x–4=0
FUNDAMENTOS DE
1
x=4

Logo as raízes são 0 e 4.

Verificação:

Para x = 0, temos: 0² - 4.0 = 0 – 0 = 0 (V)

Para x = 4, temos: 4² - 4.4 = 16 – 16 = 0 (V)

Portanto a solução está correcta.

Exemplo - 2

Resolver em R a equação:

(2x + 5)² + 3x = 25

4x² + 20x + 25 +3x = 25

4x² + 23x = 0

x(4x + 23) = 0

x=0 ou 4x + 23 = 0

4x = -23

x = -23/4

Exemplo - 3

Resolver em R a equação:
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4/2x – 3x = 2 + 2/x, sendo x ≠ 0

Multiplicando os dois membros da equação por 2x, para eliminar os denominadores vem:

A partir do enunciado o número zero foi excluído da solução dessa equação (x ≠ 0), então:
x = -2/3 é solução única.
FUNDAMENTOS DE
1
Exemplo - 4

Resolver em R a equação:

Equações do tipo ax² + c = 0

Exemplo 5

Resolver em R a equação 2x² - 18 = 0

Adicionamos 18 aos dois membros da equação:

2x² - 18 + 18 = 0 + 18

2x² = 18
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Dividimos os dois membros da equação por 2

Então +3 e -3 são as raízes da equação.

Exemplo - 6

Resolver em R a equação:

2x² + 4 = 0

Equações do tipo ax² = 0

A equação do tipo ax² = 0 admite uma única solução: x = 0

Exemplo - 7
FUNDAMENTOS DE
1
Resolver em R a equação 2x² = 0

Exercícios:

Resolva as equações em R:
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A resolução de equações completas do 2º grau

Equações do tipo: ax² + bx + c = 0

Qualquer equação do 2º grau pode ser resolvida através da fórmula de Bháskara , o método
usado anteriormente serve para facilitar a resolução de equações incompletas em b e em c,
principalmente as incompletas em b que são muito mais fáceis de serem resolvidas daquela
forma, pois o uso da fórmula de Bháskara naquele caso tornaria a solução mais complicada.
FUNDAMENTOS DE
1

Exemplos

Resolver em R a equação 2x² - 10x + 12 = 0 :

Temos a = 2 , b = -10 e c = 12, então:


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Relações entre os coeficientes e as raízes

9.8. Relação de soma

Sendo x1 e x2 as raízes da equação do 2º grau, desejamos obter a relação de soma em


função dos coeficientes (a , b , c)

9.9. Relação de produto:

9.10. Factoração do trinômio do 2º grau


FUNDAMENTOS DE
1
Sendo r1 e r2 as raízes do trinómio do segundo grau ax² +bx + c , temos que:

ax² + bx + c = a(x-r1)(x-r2)

Fatorar o trinómio do 2º grau

5x² - 3x – 2

Inicialmente determinamos as raízes do trinómio. As raízes são os números que


atribuídos a variável x anulam o trinómio, isto é, 5x² - 3x – 2 = 0
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Resolver em R a equação:

Obtenha as equações do 2º grau conhecendo as raízes:

a) 2 e 3

(x – 2)(x – 3) = x² - 3x – 2x + 6 = x² - 5x + 6

x² - 5x + 6 = 0
FUNDAMENTOS DE
1
b)-1 e -2

(x + 1)(x + 2) = x² + 2x + x + 2 = x² + 3x + 2

x² + 3x + 2 = 0

Resolver em R a equação:

Condição de existência: x ≠ 0
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O m. m. c. dentre os denominadores 3² , 3x² e 3²x é o produto de todos os seus factores,


sendo que dentre factores repetidos é escolhido o de maior expoente, isto é:

mmc( 3²,3x²,3²x) = 3²x² = 9x²

Multiplicando ambos os membros da equação por esse mmc,temos:

Resolver em R a equação:
FUNDAMENTOS DE
1

Para o cálculo do m. m. c. dentre os denominadores, factoramos cada um deles, obtendo:

2, 2²(x – 1) e (x + 1)(x – 1). O m. m. c. é o produto de todos os factores desses polinómios,


sendo que dentre factores repetidos é escolhido o de maior expoente, isto é:

m. m. c. [2, 2²(x – 1), (x + 1)(x – 1)] = 2²(x + 1)(x – 1)


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Exercícios resolvidos:

Resolva em R as equações:
FUNDAMENTOS DE
1

A área de um rectângulo é igual a 440 m². Sabendo que a medida da base e a da


altura desse rectângulo são números pares e consecutivos, determine seus valores.

A = x(x + 2)

440 = x² + 2x

x² + 2x – 440 = 0
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Resolva em R as seguintes equações:


FUNDAMENTOS DE
1
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FUNDAMENTOS DE
1

EXERCICIOS:

1. Resolver as equações incompletas do segundo grau.

a) x2+ 6x = 0

b) 2x2 = 0
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c) 3x2+ 7 = 0

d) 2x2+ 5 = 0

e) 10 x2 = 0

f) 9 x2 - 18 = 0
g) x2 + 9 x + 8 = 0
h) 9 x2 - 24 x + 16 = 0
i) x2 - 2 x + 4 = 0
j) 3 x2 - 15 x + 12 = 0
k) 10 x2 + 72 x - 64 = 0

2. Resolva as equações:

a) x2+ 6 x + 9 = 0
b) 3 x2- x + 3 = 0
c) 2 x2- 2 x - 12 = 0
d) 3 x2- 10 x + 3 = 0

3. Resolver as equações do segundo grau fraccionárias:

x6
a)  7
x
(x  2) 2x
b) 
(x 1) (x  4)
(x  1)
3
c) x  1 
x2 x
FUNDAMENTOS DE
1
(x  2) (x  2)
d) 1
(x 1)  (x  2) 

Unidade 10

Função Quadrática
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas
de Funções quadraticas. Contrução do grafico de uma função;
quadráticas.
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Objectivos
No fim desta unidade deves ser capaz de:

Definir uma função quadratica;

Representar graficamente uma função quadratica;

Resolver problemas envolvendo funções quadraticas;

10.1. Função Quadrática

Definição
Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2º grau, qualquer função f de IR em
IR dada por uma lei da forma f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais e a 0.
Vejamos alguns exemplos de função quadráticas:

1. f(x) = 3x2 - 4x + 1, onde a = 3, b = - 4 e c = 1


2. f(x) = x2 -1, onde a = 1, b = 0 e c = -1
3. f(x) = 2x2 + 3x + 5, onde a = 2, b = 3 e c = 5
4. f(x) = - x2 + 8x, onde a = 1, b = 8 e c = 0
5. f(x) = -4x2, onde a = - 4, b = 0 e c = 0

10.2. Gráfico
O gráfico de uma função polinomial do 2º grau, y = ax2 + bx + c, com a 0, é uma
curva chamada parábola.
Exemplo:
FUNDAMENTOS DE
1
Vamos construir o gráfico da função y = x2 + x:
Primeiro atribuímos a x alguns valores, depois calculamos o valor correspondente de y e,
em seguida, ligamos os pontos assim obtidos.

X Y
-3 6
-2 2
-1 0

0 0
1 2
2 6

Observação:
Ao construir o gráfico de uma função quadrática y = ax2 + bx + c, notaremos sempre que:
 Se a> 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima;
 Se a <0, a parábola tem a concavidade voltada para baixo;

10.3. Zero e Equação do 2º Grau


Chama-se zeros ou raízes da função polinomial do 2º grau f (x) = ax2 + bx + c
,a 0, os números reais x tais que f(x) = 0.
Então as raízes da função f (x) = ax2 + bx + c são as soluções da equação do 2º grau ax2
+ bx + c = 0, as quais são dadas pela chamada fórmula de Bhaskara:
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Temos:

Observação
A quantidade de raízes reais de uma função quadrática depende do valor obtido para o

radicando , chamado discriminante, a saber:


 quando é positivo, há duas raízes reais e distintas;
 quando é zero, há só uma raiz real;
 quando é negativo, não há raiz real.

Da função ax2  bx  c  0
Se a  0
 Domínio: IR
 Contradomínio: c;

 Vértice em (0, c)
 Se c  0 , a função não tem zeros, sendo f (x)  0, xIR.

c
 Se c  0 ,a função anula-se para x   a .

 Crescente em 0,

 Decrescente em  ,0

Se a  0

 Domínio: IR
 Contradomínio: c;
FUNDAMENTOS DE
1

 Vértice em (0, c)
 Se c  0 , a função não tem zeros, sendo f (x)  0, xIR.

c
 Se c  0 ,a função anula-se para x   a .

 Crescente em  ,0

 Decrescente em 0,

Se a  0, b  0, c  0 , a função quadrática toma a forma:

b b2  4ac
f (x)  a(x  h)2  k , com h   e k
2a 4a
Com efeito:
 b c  2
b
 b  c  b 
f (x)  ax  bx  c  a x  x    a  x  x       
2 2 2

 a a  a  2a a  2a  
 
b 2
4ac  b2   b  b  4ac
2 2 
 a x  2a   4a2   a x  2a   4a
    

b
Fazendo  b2  4ac
2a  h e  k , temos:
 4a
f (x)  a(x  h)2 k...(1)

Usando a substituição:
 yk  y
xhx

A equação em (1) toma y  a(x) .2


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Esta equação representa uma parábola de vértice em


x  0  y  0, tendo por eixo de

simetria a recta
x  0,
 x b

Mas
x0
y0
  xh0

yk 0
 
yk
xh
 2a
 b 4ac
2

 k 4a
 x b
 2a
k  (Fazendo   b2  4ac)
Ou 4a

Portanto:
 Uma equação do tipo
y  ax2 bx  c, a  0, tem por imagem uma parábola de
b b2  4ac
vértice em(  , ) e é simétrica em relação à recta de equação
2a 4a
b
x .
2a
- Sejam   b2  4ac
e x1 e x2 são raízes da f : x  ax2 bx  c, (a  0),
função
 2 b c
f (x)  a  x  x  ...(1)
 a a
Então:  a(x  x )(x  x )  a[x2  (x  x )x  x x ]...(2)
1 2 1 2 1 2

A comparação de (1) e (2) permite escrever:

b c
x x  ;x x 
1 2 1 2
a a
FUNDAMENTOS DE
1

Designando por S a soma (x1  x2 ) por P o produto de x1  x2 , vem:

b c
S ;P
a a

Portanto, é possível relacionar a soma e o produto das raízes com os coeficientes dos
termos dos diferentes graus.
Inversamente, o conhecimento da soma e o produto das raízes de uma equação do 2º grau
permite escrever a equação: x2 Sx  P  0
Obs.: Qualquer equação do tipo a(x 2 Sx  P)  0, com a  0, também admite as mesmas
raízes.

- A discussão da equação do 2º grau pode fazer – se recorrendo aos valores de:


 (discri min ante :   b2  4ac)

 P ( produto: P  c )
a

b
 S ( soma: S   )
a

e do seguinte modo:
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P0 S  0  2 raízes positivas e distintas


(raízes do
0 Mesmo sinal S  0  2 raízes negativas e distintas
Raízes reais
E distintas P0 S  0  uma raiz nula e uma raiz positiva
(uma e uma só
Raiz nula) S  0  uma raiz nula e uma raiz negativa
P0 S  0  uma raiz nula e uma raiz positiva
(raízes reais sendo esta a de maior valor absoluto
iguais) S  0  raízes simétricas
S  0  uma raiz positiva e uma negativa

Sendo esta a de maior valor absoluto

0 P0 S  0  2 raízes iguais positiva


Raízes reais S  0  2 raízes iguais negativas
E iguais
P  0  2 raízes nulas

  0 - Não há raízes
FUNDAMENbT2OS4aDE
MATEMÁTICA
187 Obs.: P  0 então   0 , uma vez que   b2  4ac  a2    a2 (S 2  4P).
  a

Se P  0 , vem p  0, e portanto,   0 .

Exemplo1: É dada em IR, a função quadrática definida por:

f (x)  2x 2  7 x  4
Determine:
e) As coordenadas do vértice da parábola que representa a função;
f) O contradomínio;
g) Os pontos de intersecção com o eixo dos xx;
h) Os intervalos onde é positiva e o intervalo onde é negativa;
i) Os intervalo de números reais onde f é crescente;
j) O esboço do gráfico.

Resolução:

a) As coordenadas do vértice são:  b ,  
4
 2a 
a
b 7
Portanto:   7 
2a 2 4
2
 72  4  2  (4) 81
  
4a 42 8
 7 81
v   ,
  

 4 8

Exercícios:
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1) A representação cartesiana da função é a parábola abaixo. Tendo


em vista esse gráfico, podemos afirmar que:

(A) a<0, b<0 e c>0


(B) a>0, b>0 e c<0
(C) a>0, b>0 e c>0
(D) a<0, b>0 e c<0
(E) a<0, b>0 e c>0

2) Qual a função que representa o gráfico seguinte?

(A)
(B)
(C)
FUNDAMENTOS DE
1

(D)
(E)

3) O valor mínimo do polinômio , cujo gráfico é mostrado na figura, é:

(A)
(B)

(C)

(D)

(E)

4) As soluções reais da desigualdade são os números x, tais que

(A)
(B)
(C)
(D)
(E)

5) O movimento de um projéctil, lançado para cima verticalmente, é descrito pela equação


. Onde y é a altura, em metros, atingida pelo projétil x segundos após
o lançamento. A altura máxima atingida e o tempo que esse projétil permanece no ar
corresponde, respectivamente, a
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

(A) 6,25 m, 5 s
(B) 250 m, 0s
(C) 250 m, 5s
(D) 250 m, 200s
(E) 10.000 m , 5s

6) Considere a função , definida por , com e .


O gráfico de f

(A) não intercepta o eixo das abcissas.

(B) intercepta o eixo horizontal em dois pontos, de abcissas negativa e positiva


respectivamente.
(C) intercepta o eixo das abcissas em um único ponto.
(D) intercepta o eixo das abcissas em dois pontos, ambos positivos.
(E) intercepta o eixo das ordenadas em dois pontos.

7) A razão entre a soma e o produto das raízes da equação

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

8) A solução de é

(A) (0, 1)
(B) (-∞, 0)U(1, +∞)
(C) (-1, 1)
(D) (-∞, -1)U(1,+∞)
(E) R
FUNDAMENTOS DE
1

9) Para que a parábola da equação contenha os pontos (-2; 1) e (3; 1), os


valores de a e b são, respectivamente,

(A) e

(B) e

(C) e

(D) e

(E) e

10) O vértice da parábola que corresponde à função é

(A) (-2, -2)


(B) (-2, 0)
(C) (-2, 2)
(D) (2, -2)
(E) (2, 2)

11) A figura abaixo ilustra uma ponte suspensa por estruturas metálicas em forma de arco
de parábola.
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Os pontos A, B, C, D e E estão no mesmo nível da estrada e a distância entre quaisquer


dois consecutivos é 25m. Sabendo-se que os elementos de sustentação são todos
perpendiculares ao plano da estrada e que a altura do elemento central CG é 20m, a altura
de DH é:

(A) 17,5m
(B) 15,0m
(C) 12,5m
(D) 10,0m
(E) 7,5m
FUNDAMENTOS DE
1

Unidade 11

Equação exponencial
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas
de Equaçõe Exponenciais. Resolução de Equações Exponenciais.
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Objectivos

Vamos começar com um caso bem simples:

Por experiência própria sabemos que 8 é igual a 2 elevado a 3, então podemos escrever:
FUNDAMENTOS DE
1
Donde podemos concluir que o valor de x é 3, pois:

Caso você não se lembre, podemos identificar que 8 é igual a 23, o decompondo em
factores primos:

A técnica utilizada para solucionarmos esta equação foi escrever ambos os seus membros
na forma de potências de mesma base, no caso a base 2.

Já que as bases são iguais, no conjunto dos números reais as potências serão iguais se e
somente se os expoentes também o forem. Mas note que isto só é válido se a base for
positiva e diferente de 1. Estudamos sobre o porque desta condição no tópico sobre
funções exponenciais.

Agora vamos ao segundo exemplo que é ligeiramente diferente do primeiro:

Decompondo o número 243 em factores primos temos:

Então temos a seguinte equação com uma potência de 3 no denominador da fracção no


segundo membro:

Das propriedades da potenciação sabemos que é igual a , que nos leva ao seguinte:

A partir daqui podemos concluir o valor de x da mesma forma que concluímos no exemplo
anterior, pois chegamos nos dois membros a potências de mesma base e como a base é
maior que zero e diferente de um, podemos concluir que:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Vamos agora solucionar o terceiro exemplo, que como veremos, também é bastante
simples:

A decomposição do número 343 em fatores primos nos leva a 73:

O que nos leva a obter a equação:

É sabido que podemos multiplicar os expoentes da potência , o que resulta em ,


então a equação fica assim:

Novamente chegamos em uma situação onde os dois membros da equação são potências de
mesma base, portanto a resolveremos como nos casos anteriores, já que 7 é maior que 0 e
diferente de 1:

Chegamos então à seguinte equação do primeiro grau:

Resolvendo temos:

Vamos ver agora um caso um pouco mais complexo:

Neste caso de nada adiantará decompormos o número 82 em factores primos, pois os seus
factores 2 e 41 não nos ajudarão a chegar em uma potência de base 3 como nos termos do
FUNDAMENTOS DE
1
primeiro membro, além disto ainda temos uma operação de adição neste membro, que
ajuda a complicar um pouco mais a resolução da equação da maneira que vimos até aqui.

Em situações como esta precisamos recorrer a outros artifícios, levando-se em consideração


as propriedades da exponenciação.

Note que nesta equação temos dois termos com a incógnita no expoente. Nosso próximo
passo é escrever estes termos na forma de um produto no qual um dos factores seja uma
potência com o expoente x, esta potência deverá ser a mesma em ambos os termos.

Já estudamos que na multiplicação de potências de mesma base obtemos como resultado


uma potência desta base, cujo expoente é a soma dos expoentes das potências originais:

Então se invertermos este raciocínio podemos concluir que a potência pode ser escrita
como , pois ao somarmos x com 2 iremos obter o expoente x + 2:

Logo podemos reescrever a nossa equação como a seguir:

Em vez de trabalharmos com 3x, podemos trabalhar com y. Então a equação será:

Como chegamos a uma equação do primeiro grau, vamos obter o valor de y solucionando-
a:

Como y = 3x temos:
1 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Agora não tem mais segredo, já que a base é positiva e diferente de 1, basta procedermos
como nos casos anteriores:

Finalmente vamos ao último caso:

A técnica utilizada será semelhante a do exemplo anterior, só que ao invés de chegarmos a


uma equação afim, iremos obter uma equação quadrática:

Note que o primeiro termo pode ser escrito como , ou como nos convém, escrevê-
lo como .

Então a equação ficará assim:

Agora vamos ao artifício de substituir temporariamente 5x por y:

Já que temos uma equação do segundo grau, vamos obter as suas raízes. Para isto
podemos recorrer à fórmula geral de resolução, mas neste caso é mais conveniente
recorrermos às relações de Albert Girard.

Quais são os dois números reais que somados totalizam 6 e que multiplicados produzem 5?

Obviamente são os números 1 e 5. Estes números são as raízes desta equação.

Exemplos:

Esta é a nossa equação exponencial. Temos uma igualdade e veja que sua variável (X) está como
FUNDAMENTOS DE
1

Bom, o nosso objetivo é igualar as bases, vamos fatorar ambos os lados:


O lado esquerdo já estava fatorado. Agora temos os dois lados com a
mesma base. Chegamos ao objetivo. Agora devemos "CORTAR" as bases
de ambos os lados.
Pronto, com as bases "cortadas" mantemos os expoentes e calculamos uma
equação do primeiro grau.

x=2 Esta é a solução!!

Vejam agora um
O nosso objetivo é sempre o mesmo, igualar as exemplo um
bases. Vamos fatorar ambos os lados. pouquinho mais
Temos agora que utilizar as propriedade de difícil:
potenciação
Pronto, estamos com as bases iguais. Vamos
cortar e resolver a equação do primeiro grau
novamente.

2x-2=5 Aplicando as propriedades operatórias.


2x=5+2
2x=7
x=7/2 Esta é a solução
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Vamos aumentar mais uma vez o nível.

Novamente começamos fatorando.

Para igualar as bases, vamos aplicar as propriedades de


potenciação e radiciação.
Com as bases iguais vamos operar os expoentes

Esta é a nossa solução x=4

Mais um exemplo um pouco mais difícil.

Este exemplo é um pouco mais difícil pois tem um expoento no expoente. Note que teremos qu
Agora podemos cortar as bases. Sobram os expoentes.

Temos outra equação exponencial. Novamente vamos fatorar e igualar as bases.


Corta-se as bases.

x+1=2 Esta é a nossa solução, x=1


FUNDAMENTOS DE
2

x=2-1
x=1

Novamente vamos aumentar a dificuldade:

Como sempre, vamos fatorar.

Vamos aplicar as propriedades operatórias de potenciação para


multiplicação e divisão de mesma base.

Pronto, objetivo alcançado. Cortando...


8x-7=x-3
8x-x=7-3
7x=4
x=4/7 Esta é a solução

Agora com mais raízes.

Esta parece ser bem mais difícil, né?? Mas a dificuldade é a mesma, v
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

radiciação. Vamos primeiro trabalhar no 2


mais de dentro.
Agora é só fazer a multiplicação de potências
de mesma base.

Uma raiz já foi. Vamos fazer a mesma coisa


com as outras.

Mais uma vez para matar a última raiz.

Bases iguais, corta-las...

Agora é só operar e isolar "x".

Esta é a nossa solução.

Veja uma que precisa de Bhaskara para resolver:


FUNDAMENTOS DE
2

Precisamos igualar as bases mas nenhum dos lados da


igualdade pode ser factorado. Iremos usar uma
propriedade que aprendemos na lição passada:
qualquer número elevado na potência zero vale 1
(Xo=1). Então o lado direito da igualdade pode ser 3o.
Agora com as bases igualadas vamos corta-las.

Agora é uma equação do segundo grau. Aplicando


x2-x-6=0
Bhaskara achamos suas raízes.
Esta é a solução, "x" pode ser qualquer um destes
{-2 e 3}
valores.

Última agora

A única diferença deste exemplo é que antes de fatorar para tentar


3·2x+3=192 igualar as bases temos que "passar" o três que está multiplicando
para o lado direito dividindo.
2x+3=192/3 Efetuando o cálculo
2x+3=64 Agora sim!!! Fatoramos para igualar as bases.
x+3 6 Cortando...
2 =2
x+3=6
x=6-3
x=3 Esta é a nossa solução.

Faça agora alguns exercícios que utilizam este mesmo método para resolução. Após isso
veja mais exemplos resolvidos com outros métodos de resolução.

Para resolver esta questão temos que usar uma nova técnica. Esta técnica consiste em trocar
a variável (calma lá, vou explicar direirtinho).

Esta equação pode ser escrita da seguinte forma sem perder seu valor:
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

2·(2x)2-6·2x-8=0

Agora que entra a nova técnica. Vamos substituir o valor de "2x" pela variável "y" criada
por nós. Veja como fica:

2x = y

2y2 - 6y - 8 = 0

Veja que caímos em uma equação do segundo grau.

Calculando as raízes por Bhaskara achamos y=4 e y=-1.

Atenção: aqui temos um pega-ratão, tem que ficar esperto! Estes valores (4 e -1) não são
as respostas do problema, pois são os valores de "y", a variável que nós criamos.

O problema pede os valores de "x". Para acharmos os valores de "x" devemos calcular a
igualdade 2x=y com os valores de "y" que calculamos:

y = 2x y = 2x

4 = 2x -1 = 2x

22 = 2x Esta resposta não


existe, pois não há
x=2 nenhum expoente que
possamos elevar o 2 e
dê um resultado
negativo, no caso -1.

Portanto, a resposta é x=2

Tente resolver o próximo, depois veja a resolução abaixo (Gabarito


é letra "D").
FUNDAMENTOS DE
2

1) A soma das raízes da equação é

(A) 10
(B) 8
(C) 4
(D) 2
(E) 1

Primeiro vamos organizar a equação de modo que fique mais fácil fazer a troca de variável:

Agora está pronta para trocar. Vamos dizer que 4x=y , trocando:

Aí está a equação do segundo grau que devemos calcular, mas antes vamos arrumá-la: tirar
m.m.c. ...
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Aplicando Bhaskara achamos as raízes {2 e 8} , olha o pega ratão!!! Estes são os valores de
"y" , e o problema pede a soma dos valores de "x" , não vá marcar letra "A" . Para achar os
valores de "x" devemos substituir o "y" na equação 4x=y que criamos no início:

4x=y
4x=y
4x=2
4x=8
22x=2
4x=23
2x=1 2x 3
2 =2
2x=3
x=1/2
x=3/2

Estas são as duas respostas, como o problema pede a soma:

1/2 + 3/2 = 4/2 = 2

Resposta certa letra "D".

EXERCICIOS

01) O conjunto solução da equação é:

(A) {0; 1}
(B) {0; 1/2}
(C) {0; 3/2}
(D) {1/2; 1}
(E) {1/2; 3/2}

02) A soma das raízes da equação 4x+1-9·2x+2=0 é:

(A) -2
(B) -1
FUNDAMENTOS DE
2
(C) 0
(D) 1
(E) 2

03) O produto das raízes da equação é:

(A) 2
(B) 3
(C) 9
(D) 12
(E) 27

04) O conjunto solução da equação é:

(A) {9; 27}


(B) {3; 4}
(C) {2}
(D) {2; 3}
(E) {9}

05) Determinar os valores de x para os quais 2x=32

06) Determinar os valores de x para os quais 2x=1.

07) Resolver a equação 27x = 243.

08) Resolver a equação 625x = 25.

09) Determinar o valor de x para o qual (1/3)x=3.

10. Resolve as equações:


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

11. Determinar o valor de x para o qual (4/9)x=81/16.


13. Qual é o conjunto solução da equação exponencial
5x+2=125x?
14. Determinar o conjunto solução de 2x=5x.
15. Qual é o conjunto solução de 73x-9-49=0?
16. Determinar o conjunto solução da equação
4 +3(2 )=16.
x x+1

17. Determinar o conjunto solução da equação 22x-12(2x)=-


32.
18. Se R[3] é a raiz quadrada de 3, obter o conjunto solução
da equação (R[3])x+1=243.
19. Determinar o conjunto solução da equação 3x7x=(441)1/4.
20. Determinar o conjunto solução da equação 3x-34-x=24.
21. Determinar o conjunto solução do sistema com as duas
equações exponenciais:

22. Determine o conjunto3 solução


=81 e do
3x-ysistema
=1
x+y
de equações:

22x+y = 42x-y
e = 2-1/2

23. Resolver o sistema de equações:

8x/216y-1=15x/4-4y
e = 1/5

24. Qual é a solução da equação exponencial

5x+2 - 95x = 2x+9 + 1132x?

25. Resolver a equação exponencial

22x+1 - 2x+4 - 2x + 8 = 0

26. Se R[2] e R[3] representam, respectivamente, as raiz


quadradas de 2 e 3, resolver a equação exponencial

4 (R[3])x+1 = 9 (R[2])x+1
FUNDAMENTOS DE
2

1) Se 223x =256, então x pertence ao intervalo

(A) [0; 1)
(B) (0; 2)
(C) (1; 2)
(D) (1; 3)
(E) (2; 3)

2) (UNISINOS) Se , então x é:

(A) -1
(B) 2
(C) 4
(D) 6
(E) 8

4) Os valores de a e x para os quais a igualdade a(x-3)0=32 é verdadeira

(A) a=1 e x=9


(B) a=3 e x=5
(C) para todo valor de x ≠3 e a=9
(D) a=6 e x=5
(E) para qualquer valor de x≠3 e a=3

5) A soma dos valores das soluções da equação é:

(A) 1
(B) 2
(C) 3
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

(D) 36
(E) 42

6) O produto dos valores das soluções da equação 7x-1-50=-73-x é:

(A) 3
(B) 4
(C) 2401
(D) 350
(E) 1

7) Se 2x+2-x=10 então 4x+4-x vale

(A) 40
(B) 50
(C) 75
(D) 98
(E) 100

8) A solução da equação é:

(A) -5
(B) -4
(C) -3
(D) -2
(E) -1
FUNDAMENTOS DE
2

Unidade 12

Inequações Exponenciais
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções de
Inequações Exponenciais. Resolução de Inequações Exponenciais.

No fim desta unidade deves ser capaz de:


Objectivos
Definir Inequação Exponencial;

Resolver Inequação exponencial;

Resolver problemas envolvendo Inequações Exponenciais.

Antes de mais nada, vamos interpretar o nome "Inequações Exponenciais".

É uma inequação porque não é uma equação (hehehe, até parece brincadeira), ou seja, pois
na expressão não há uma IGUALDADE ou um sinal de igual (=).
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

É "Exponencial" pois em um dos termos da inequação há um expoente com uma incógnita,


ou também chamada, variável (normalmente é "x").

Veja uns exemplos de inequações exponenciais:

3x x 4x2 3x
2 >4 5 < 25

Note que nestas expressões não aparece o sinal de igualdade (=), e sim outros sinais. São
eles:

Símbolo Significado maior menor


> maior ou igual
< menor ou igual

Veja também, algumas frases matemática que utilizam estes simbolos:

Frase Como se lê V/F


2<3 Dois é menor que três. VERDADEIRO
Quarenta e três é maior que
quarenta. VERDADEIRO
43 >
Vinte e três é maior ou igual
23 ≥ 100 que cem. FALSO
Dois terços é menor ou igual a
quatro terços. VERDADEIRO

5≥5 Cinco maior ou igual a cinco. VERDADEIRO


OBS.: Na inequação acima, como o sinal significa "maior OU
igual" pode ser ou maior ou igual. FUNDAM NTOS DE MATEMÁTICA
2 exemplo é igual, por isso é verdadeiro.
No

Devemos lembrar que, em uma inequação, quando trocarmos o lado direito da desigualdade
pelo lado esquerdo da mesma, o sinal deve também inverter. Ou seja:

25 < 50 Agora vamos colocar o 25 para direita e o 50 para esquerda.


Note que o sinal teve que obrigatoriamente inverter. Esta regra também
50 > 25
vale para inequações exponenciais.
3x
2 ≤3
2x Ao inverter os lados:
32x ≥ 23x Devemos inverter o sinal de desigualdade, qualquer que seja ele.

A resolução de inequações exponenciais inicia com o mesmo objetivo de uma Equação


exponencial: IGUALAR AS BASES. Podemos dividir as inequações em dois tipos. O 1o
tipo que iremos ver, não tem diferença nenhuma no modo de resolver em relação as
equações. Veja um exemplo do 1o tipo resolvido abaixo:

Como em uma equação, vamos fatorar ambos os


2x < 83
lados:
2x < (23)3 Aplicando as propriedades de potenciação
2x < 29 Pronto, com as bases iguais podemos cortá-las e
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

trabalhar somente com os expoentes.


x<9 Gran finale!! Esta é a resposta

Se você estudou bem as equações, não terá dificuldades em inequações.

O 2o tipo tem uma pequena diferença, mas nada que dê para assustar. Faz de conta que
não sabemos que existe tal diferença e vamos resolver o problema abaixo:

Bom, como o objetivo é igualar as


bases, já conseguimos. O exercício nos
entregou quase pronto. Agora é só
cortar as bases e trabalhar com os
expoentes.
4x + 5 ≥ 2x + 3 Vamos resolver
Esta seria a resposta que nós
4x - 2x ≥ 3 - 5
acharíamos, se não soubéssemos o
2x ≥ -2
segundo tipo. Vamos verificar se dá
x ≥ -1
certo?
Se esta resposta for a certa, qualquer valor maior do que -1 (ou o
próprio -1) que substituirmos na inequação inicial deveremos achar
uma frase verdadeira. Vamos testar com o valor 0.

Note que não chegamos em uma

verdade pois não é maior nem

igual a .
FUNDAMENTOS DE
2
OBSERVAÇÃO Isto sempre irá acontecer quando
tivermos como base um número que seja
menor que 1 e maior que 0 (0<base<1). Repare que esta é a mesma restrição para se ter
uma função exponencial DECRESCENTE. Veja o gráfico abaixo de uma função
exponencial decrescente:

Note que se
aumentarmos o valor
de x, iremos diminuir o
valor de y (x2>x1 <=>
ax2<ax1). Isto nos indica
que quando
"cortarmos" as bases de
uma inequação com
0<base<1 devemos
inverter a desigualdade.

Veja o exemplo acima resolvido corretamente:

Já igualadas as bases, vamos cortá-


las. Mas com o cuidade de inverter a
desigualdade.
4x + 5 ≤ 2x + 3 Agora é só resolver.
4x - 2x ≤ 3 - 5
2x ≤ -2 Agora sim esta é a resposta certa!
x ≤ -1
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Sempre que tivermos uma


base menor que 1 e maior
que 0 (0<base<1) devemos
INVERTER o sinal da
desigualdade ao "cortar" as
bases da inequação.

Exercícios:

3) A solução da inequação 0,5(1-x) > 1 é o conjunto

(A) {x R | x > 1}
(B) {x R | x < 1}
(C) {x R | x > 0}
(D) {x R | x < 0}
(E) R

11. Determinar o conjunto solução para a desigualdade 5x>625.


12. Obter o conjunto solução para a desigualdade (1/3)x<81.
13. Determinar o conjunto solução para a desigualdade 25x-
7
>8.
14. Determinar as soluções para a desigualdade 91-x>243.
15. Determinar todas as soluções possíveis para a
desigualdade 5u(u-3)>1/25.
16. Determinar todas as soluções possíveis para a
desigualdade 22x-32x+1<-8.
17. Obter o conjunto solução para a desigualdade 2x+322-x-
12 <0.
FUNDAMENTOS DE
2

Unidade 13

Função exponencial
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas
de Funções exponenciais. Contrução grafica de uma função
Exponencial.

No fim desta unidade deves ser capaz de:


Objectivos
Definir uma função Linear;

Representar graficamente o grafico de uma função exponencial;

13.1. Função exponencial

Funções exponenciais são aquelas que crescem ou decrescem muito rapidamente.


Chama-se função exponencial a função ƒ:R→R+* tal que ƒ(x)= ax em que a € R, 0<a≠1.
O a é chamado de base e o x de expoente.

A função pode ser crescente ou decrescente a depender do valor da base. Se a base a for >
1, a função é crescente; Se a base a for um número real entre 1 e 0, (0<a< 1) a função é
decrescente.
FUNDAMENTOS DE
2

13.2. Propriedades da Função Exponencial

 Sendo a > 0 e a ≠ 1, tem-se que ax = at ↔ x = t;


 A função exponencial ƒ(x) =ax é crescente em todo seu domínio se, e somente se, a>1;
 A função exponencial ƒ(x) =ax é decrescente em todo seu domínio se, e somente se, 0<a<1;
 Toda função exponencial, isto é, ƒ(x) = ax com a € R * e a ≠ 1 é objectora;
+

Existem dois tipos de curvas para o gráfico de uma função exponencial: crescente e
decrescente.

Este é o gráfico de uma


função exponencial
decrescente.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Este é o gráfico de uma


função exponencial
crescente.

E como iremos saber quando uma função exponencial é crescente ou decrescente?

- Isso é fácil! Lembra da nomenclatura de uma potência?

Xn

Pois é, nas exponenciais não muda quase nada. Veja só:

f(x) =
ax y =
ax

A diferença é que antes o expoente era um número. Agora, o expoente será uma função de
x.

Os nome continuam os mesmos: "a" é a base e "x" é o expoente. São exemplos de funções
exponenciais:
FUNDAMENTOS DE
2
Note que a base de uma função exponencial pode ser qualquer número real, mas para os
estudos do vestibular iremos restringir o valor da base somente aos reais positivos. Veja
por quê:

Se tivéssemos esta função, por exemplo.


Aplicando as propriedades de potenciação
teríamos:

Esta seria a função. Uma raiz quadrada de


um número negativo não faz parte do
conjunto dos REAIS, portanto não é
pedido no vestiba.

- Tá, mas como se faz para distinguir funções crescentes ou decrescentes?

Ok, vamos traçar o gráfico das funções f(x)=2x e f(x)=(1/2)x , para isso vamos dar valore
para "x" e achar seu correspondente em "y":

y=2x f(x)=(1/2)x

X Y X y
-1 2 =1/2
-1
-2 (1/2)-2 =4
0 20=1 -1 (1/2)-1 =2
1 21=2 0 (1/2)0 =1
2 22=4 1 (1/2)1 =1/2
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Através destes gráficos tiramos a propriedade:

- Uma função exponencial será crescente se sua base for maior que 1 (a>1) ;
- Uma função exponencial será decrescente se sua base for menor que 1, mas sempre
positiva (0<a<1).

CURIOSIDADE
Qualquer gráfico de função exponencial do tipo f(x)=ax passa pelo ponto (0,1), pois qualquer número elevado na potência

a0=1

A função exponencial é uma das mais importantes funções da matemática. Descrita como
ex (onde e é a constante matemática neperiana, base do logarítmo neperiano), pode ser
FUNDAMENTOS DE
2
definida de duas maneiras equivalentes: a primeira, como uma série infinita; a segunda,
como limite de uma sequência:

A curva ex jamais toca o eixo x, embora apresente tendência a se aproximar deste.

Aqui, n! Corresponde ao factorial de n e x é qualquer número real ou complexo.

O valor de e1 é aproximadamente 2.718281828

Se x é real, então ex é sempre positivo e crescente. Consequentemente, sua função inversa,


o logaritmo neperiano, ln(x), é definida para qualquer valor positivo de x. Usando o
logarítmo neperiano, pode-se definir funções exponenciais mais genéricas, como abaixo:

x xlna
a =e

Para todo a > 0 e .


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

A função exponencial também gera funções trigonométricas (como pode ser visto na
equação de Euler para análises complexas), e as funções hiperbólicas. Então, tem-se que
qualquer função elementar, excepto as polinomiais é criada a partir da função exponencial.

As funções exponenciais "transitam entre a adição e a multiplicação" como é expressado


nas seguintes leis exponenciais:

a0 = 1

a1 = a

ax + y = axay

axbx = (ab)x

Estas são válidas para todos os números positivos reais a e b e todos os números reais x.
Expressões envolvendo fracções e raízes podem frequentemente serem simplificadas usando-
se a notação exponencial porque:

Exercícios:

i. Gráficos das funções f1(x)=3x, f2(x)=5x,


f3(x)=7x, f4(x)=1 e f5(x)=0, estão traçados
na figura abaixo.
FUNDAMENTOS DE
2

Quais dos gráficos não são funções exponenciais?

Notação: Na sequência, usaremos a raiz n-ésima de z, será denotada por z1/n.

ii. Construir em um mesmo plano cartesiano,


um gráfico com as seguintes funções:

g1(x) = 3-x, g 2(x)A


iii. = 5partir
-x
e g3dos
(x) =gráficos das funções f(x)=2x,
g(x)=2 +2 e h(x)=2-x, descreva o que ocorre
x

com g=g(x) e h=h(x) em relação a f=f(x).


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

iv. Observe o gráfico das funções f(x)=2x,


f1(x)=2x+1, f2(x)=2x+2 e f3(x)=2x+3. O que
ocorre com f1(x), f2(x), f3(x) em relação a
f(x)=2x?

v. Dado o gráfico da função exponencial


f(x)=9x. Pede-se os valores de f(1/2), f(2),
f(3), f(4), e o que ocorre com os valores de
y=f(x) quando x aumenta?
FUNDAMENTOS DE
2
vi. Considere a função exponencial f(x)=(1/4)x.
(a) Calcular os valores de f(1/2), f(2), f(3),
f(5) e; (b) Analisar o que ocorre com os
valores de y=f(x) quando x aumenta?

vii. Sejam as funções f(x)=2x e g(x)=(1/2)x


ilustradas abaixo.

Em cada caso, escolha uma das opções apresentadas.

(a) Se a variável x é positiva e assume valores crescentes muito grandes, a função f(x)=2x
admite valores: Muito próximos de zero ou Muito grandes.

(b) Se a variável x é negativa e assume valores absolutos crescentes muito grandes, a


função f(x)=2x admite valores: Muito próximos de zero ou Muito grandes.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

(c) Se a variável x é positiva e assume valores crescentes muito grandes, a função


g(x)=2x admite valores: Muito próximos de zero ou Muito grandes.

(d) Se a variável x é negativa e assume valores absolutos crescentes muito grandes, a


função g(x)=2-x admite valores: Muito próximos de zero ou Muito grandes.

Observação: O símbolo (infinito) não é um número real mas representa um valor


maior do que qualquer número real. Desse modo, quando dizemos que x se distancia da
origem por valores positivos muito grandes, podemos escrever que x tende a + .
Quando x se distancia da origem por valores negativos mas cujos módulos (valores
absolutos) são muito grandes, escrevemos que x tende a - . Algo semelhante ocorre
com valores muito próximos de zero, pois quando x é um número real muito pequeno,
porém diferente de zero, dizemos que x tende a zero. Este fato ocorre se x é um valor
positivo ou se é negativo.

viii. Construir os gráficos das funções


exponenciais:

f(x) = os
ix. Construir 7x, g(x) = 7-x
gráficos das funções
exponenciais:

x.f(x)
Em= 5relação
, g(x) =ao
(1,01) e h(x) = (3/4)
-x x x
crescimento de funções,
identifique cada função exponencial
apresentada abaixo como crescente ou
decrescente.

f1(x)=7x, f2(x)=7-x + 2, f3(x)=5-x, f4(x)=(1,01)x + 2


e
FUNDAMENTOS DE
2

xi. O gráfico que melhor representa a função


é:

(A) (B)

(C) (D)

(E)

PROBLEMAS

① Lei exponencial de declínio.

Alguns medicamentos, após entrarem no corpo humano, vão sendo eliminados


naturalmente de tal modo que a quantidade activa M, do fármaco no organismo, segue uma
lei exponencial de declínio da forma

M = M0 e-kt

em que k é uma constante positiva e t a variável tempo.

a) Qual é o significado de M0?


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

b) Se a quantidade activa de um remédio se reduz a metade ao fim de uma hora, a quanto


se reduzem 500 mg ao fim de 8 horas?

c) Qual é o valor de k para o remédio citado em b) ?

d) Outro remédio elimina-se segundo a lei M = M0e-0,25t. Qual é a «semivida» deste


remédio? (tempo que leva a reduzir-se a metade)

e) Prova que a «semivida» T se relaciona com k pela formula T = ln 2 / k.

② Juros Compostos

Deposita-se num banco um capital C,

a) à taxa anual de 16%. Exprime, em função de t, a quantia total Q acumulado em t anos,


com juro composto.

b) à taxa semestral de 8%, mostra que Q1, quantia total acumulada em t anos, é Q1 =
C 1,082t (juro composto).

c) Mostra que Q1 > Q, para o mesmo tempo t.

③ A fórmula da aprendizagem de símbolos

Um psicólogo desenvolveu uma fórmula que relaciona o número n de símbolos que


uma pessoa pode memorizar no tempo t , em minutos.

A fórmula é: f (t) = 30 . ( 1 - e -t/3 )

a) Calcule, de acordo com a função f e com aproximação às unidades, quantos símbolos


uma pessoa pode memorizar em 4 minutos.

b) Uma pessoa memorizou 26 símbolos.

Quanto tempo precisou, aproximadamente, para realizar tal tarefa?


FUNDAMENTOS DE
2

④ A pressão atmosférica

A pressão atmosférica, P , em polegadas de mercúrio ( 1 polegada = 25,4 mm ), é dada


por :

P (h) = 30 x 10-0,09h

onde h é a altura, em milhas ( 1 milha = 1609 metros ) , acima do nível do mar.

Calcule:

a) a pressão atmosférica 3 km acima do nível do mar;

b) com erro inferior a 0,1 milhas , determine a altura de uma montanha sabendo que no
cume a pressão atmosférica é de 505 mm de mercúrio.

⑤ Biologia : Crescimento de uma população

De um modo geral, a população, ou seja, o numero de bactérias, mosquitos, etc,


existentes num instante t é dado por uma lei exponencial do tipo

P= P0 e kt ,

onde k é uma constante positiva, chamada constante de proporcionalidade, e P0 é a


população inicial ( população no instante t = 0).

Suponhamos então uma situação concreta em que o número P de mosquitos é dado pela
expressão:

0,01t
P = P0 e ,

onde o tempo t é expresso em dias.


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Determine a população inicial P0, sabendo que depois de 30 dias a população é de 400
000 mosquitos.

⑥ O capital acumulado a prazo ao fim de n anos, quando capitalizado de forma continua ,


pode ser calculada através da função

C = C0 e tn ,

em que C0 representa a quantia depositada e t a taxa de juro anual ( na forma decimal).


Supondo C0 = 10 000 euros e t = 8%, determina :

a) a quantia acumulada ao fim de um, de dois e de oito anos e meio.

b) aproximadamente ao fim de quanto tempo duplica o capital?

⑦ A quantidade, em gramas, de substância radioactiva de uma amostra decresce segundo a


fórmula

0,0001t
Q(t) = Q0 e ,

em que t representa o número de anos. Ao fim de 5 000 anos restavam 3 gramas de


substância radioactiva na amostra. Quantas gramas existiam inicialmente?

⑧ Ruídos

Um som de nível A de decibéis está relacionado com a sua intensidade i pela equação

A = 10 log i ( com i > 0 )

Com i expressa em unidades adequadas.

a) Um som com 1 000 unidades de intensidade atinge quantos decibéis?

b) De um local próximo os níveis de ruído provocados por um camião e por um avião a


jacto são, respectivamente, 100 e 120 decibéis.
FUNDAMENTOS DE
2
Qual é a razão entre a intensidade de ruído provocado pelo avião a jacto e a do ruído
do camião?

c) Exprima i em função de A.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Unidade 14
Equações Logaritmicas
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas de
Equações Logaritmicas. Resolução de equações Logaritmicas.

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Definir uma equação Logarimica;


Objectivos Resolver uma equação
Logaritmica;

14.1. LOGARITMOS

INTRODUÇÃO

O conceito de logaritmo foi introduzido pelo matemático escocês John Napier (1550-1617)
e aperfeiçoado pelo inglês Henry Briggs (1561-1630). A descoberta dos logaritmos deveu-
se sobretudo à grande necessidade de simplificar os cálculos excessivamente trabalhosos
para a época, principalmente na área da astronomia, entre outras. Através dos logaritmos,
pode-se transformar as operações de multiplicação em soma, de divisão em subtracção,
entre outras transformações possíveis, facilitando sobremaneira os cálculos. Na verdade, a
idéia de logaritmo é muito simples, e pode-se dizer que o nome logaritmo é uma nova
denominação para expoente, conforme veremos a seguir.

Assim, por exemplo, como sabemos que 42 = 16 , onde 4 é a base, 2 o expoente e 16 a


potência, na linguagem dos logaritmos, diremos que 2 é o logaritmo de 16 na base 4.
Simples, não é?
Nestas condições, escrevemos simbolicamente: log416 = 2.
FUNDAMENTOS DE
2

Lembre-se que, algebricamente, o logaritmo é um expoente. Mais precisamente, se b > 0 e


b 1, então para valores positivos de x o logaritmo na base b de x é denotado por

e é definido como sendo aquele expoente ao qual b deve ser elevado para produzir x. Por
exemplo,

Outros exemplos:
152 = 225, logo: log15225 = 2
63 = 216, logo: log6216 = 3
54 = 625, logo: log5625 = 4
70 = 1, logo: log71 = 0

Historicamente, os primeiros logaritmos a serem estudados foram os de base 10 chamados


de logaritmos comuns. Para tais logaritmos, é usual suprimir referência explícita para a

base e escrever log x e não . Mais recentemente, os logaritmos de base dois


desempenharam importante papel em ciência computacional, uma vez que surgem
naturalmente em sistema numérico binário. Porém, os logaritmos mais largamente usados
nas aplicações são logaritmos naturais, os quais tem uma base natural denotada pela letra e
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

em homenagem ao matemático suíço Leonard Euler, que primeiro sugeriu sua aplicação
aos logaritmos no artigo não - publicado, escrito em 1728. Esta constante, cujo valor está
em seis casas decimais, é
e 2, 718282

14.2. Teoria dos Logaritmos

1. DEFINIÇÃO·
Sejam a e b números reais positivos diferentes de zero e b 1. Chama-se logaritmo de a na base
b o expoente x tal que bx =
a: logb a = x bx = az

Na sentença logb a = x temos:

a) a é o logaritmando;

b) b é a base do logaritmo;

c) x é o logaritmo de a na base b.

Exemplos:
FUNDAMENTOS DE
2

Observação 1: Quando a base não vier expressa, fica subentendido que esta vale 10.

Exemplos:

a) log 3 = log 10 3

b) log 20 = log10 20

14.3. Condições de existência

a) A base tem de ser um número real positivo e diferente de 1.

b) O logaritmando tem de ser um número real positivo.

14.4. PROPRIEDADES DOS LOGARITMOS·


a) O logaritmo de um número, na base de valor igual a ele mesmo, é sempre igual a 1.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

logb b = 1.

Exemplo:
log8 8 = 1.·
b) O logaritmo de 1 em qualquer base é sempre igual a 0.

logb 1 = 0

Exemplo:
log9 1 = 0·
c) Logaritmo de uma potência·
logb ay = y. logb a

Exemplo:
Log2 34 = 4. log2 3

d) O logaritmo de um número b, na base b, elevado a um expoente x é sempre igual a x.

logb bx = x

Exemplo:

Log3 37 = 7

e) Um número b, elevado ao logaritmo de a na base b, é sempre igual a a.

log a
b b =a
FUNDAMENTOS DE
2

Exemplo:

log 13
7 7 = 13

f) Logaritmo do produto:

logc (m . n) = logc m + logc n, sendo m > 0, n > 0 e b 1.

Exemplo:
log2 (4 . 3) = log2 4 + log2 3

f) Logaritmo do quociente:
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Nota: Chamamos de cologaritmo de um número positivo N numa base b, ao logaritmo do


inverso multiplicativo de N, também na base b. Ou seja:
cologbN = logb(1/N) = logb1 - logbN = 0 - logbN = - logbN.
Exemplo: colog10 = -log10 = -1.

14.5. Resolução de equações


Para resolver equações logarítmicas, devemos aplicar as propriedades e, em seguida,
verificar se os valores obtidos para a incógnita estão de acordo com as condições de
existência estabelecidas.·
Exemplo:
FUNDAMENTOS DE
2

Resolver a equação log2 x + log2 2x = 3.

Solução:

Condições de existência:

Aplicando a propriedade do logaritmo do produto, e a definição de logaritmo, temos:

log2 x + log2 2x = 3 →log2 (x . 2x) = 3 →

log2 2x2 = 3 →23 = 2x2 →8 = 2x2 → x2 = 4→ x = 2 ou x = -2

Comparando os valores obtidos com as condições de existência estabelecidas, verificamos


que – 2 é um valor impróprio.

Logo: S = {2}

Exercícios

PARTE - I

1. Se log4 a = x calcula, em função de x:

a) log4 4a ; b) log4 (a/2) ;


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

c) log4 a3 ; d) log4 8√a ;

e) log4 (1/a) ;

② Calcula, sem calculadora:

a) log0,1 10 ; b) log10 0,1 ;

c) log√2 4 ; d) log0,5 4 ;

e) log√2 4√2 ;

③ Simplifique as expressões:

a) elog x + e 3log x; b) e x log (log e);

c) e3 + log x - e3 - log x; d) log (e2 + x)x - log e(x^2)

④ Resolva as equações em x:

a) logx 100 = -2; b) log8 x = 3;

c) log2 3x = -1; d) 2x = 1/8;

e) 32x-1 = 1;

⑤ Seja g(x) = 3 + log(x + 1).

Determinar o domínio e o contradomínio de g e caracterize a


função inversa.
FUNDAMENTOS DE
2

⑦ Escreva a expressão seguinte sem usar o símbolo log:

exlog2 + elogx-2logy + 5^(-2log53) , (x > 0 , y > 0).

⑧ Determine o conjunto de solução, em lR de cada uma das


condições seguintes:

a) e 3+2logx = (3x -2) . e3

b) log (x - 2) > log (x - 3) - log 3

⑨ Das seguintes afirmações, diga, justificando, quais são falsas.

a) A função f(x) = (-3)x é uma função exponencial.

b) A função f(x) = x2 é uma função exponencial.

c) A função f(x) = 3x é uma função invertível.

d) Se 3x = - 1 / 27, então x = -3.

e) Se f(x) = ex , então f(0,5) = √e.

f) A função exponencial f(x) = ax , a > 0 e a ≠ 1 é uma


função decrescente.

g) Se f(x) = log2 (x) , então f-1(x) = 2x.

h) eln(x) = x.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

i) A função f(x) = 2x + 2-x é idêntica à função g(x) = 20.

⑪ Qual das seguintes afirmações é verdadeira?

a) log ( 9 + log ( 9 + log x )) - 1 = 0 <=> x = e .

b) log9 ( 3x + 8 ) = x + 1 é uma equação impossível.

c) logx 100 - logx 25 = 2 é uma equação indeterminada.

PARTE – II - Mostre a resolução dos exercícios:

01. O produto das soluções da equação (43 - x)2 - x = 1 é:

a) 0
b) 1
c) 4
d) 5
e) 6

02. Considere a sentença a2x + 3 > a8, na qual x é uma variável real e a é uma constante real
positiva. Essa sentença é verdadeira se, por exemplo:

a) x=3ea=1
b) x = -3 e a > 1
c) x=3ea<1
d) x = -2 e a < 1
e) x=2ea>1

03. As funções y = ax e y = bx com a > 0 e b > 0 e a b têm gráficos que se interceptam em:

a) nenhum ponto;
b) 2 pontos;
c) 4 pontos;
d) 1 ponto;
e) infinitos pontos.
FUNDAMENTOS DE
2

04. O gráfico da função real f(x) = x2 - 2:

a) intercepta o eixo dos x no ponto (1, 0);


b) intercepta o eixo dos x no ponto (0, 1);
c) intercepta o eixo dos x no ponto (2, 0);
d) intercepta o eixo dos x no ponto (0, -2);
e) não intercepta o eixo dos x.

05. A produção de uma indústria vem diminuindo ano a ano. Num certo ano, ela produziu mil
unidades de seu principal produto. A partir daí, a produção anual passou a seguir a lei y = 1000 .
(0,9)x. O número de unidades produzidas no segundo ano desse período recessivo foi de:

a) 900
b) 1000
c) 180
d) 810
e) 90

06. Supondo que exista, o logaritmo de a na base b é:

a) o número ao qual se eleva a para se obter b.


b) o número ao qual se eleva b para se obter a.
c) a potência de base b e expoente a.
d) a potência de base a e expoente b.
e) a potência de base 10 e expoente a.

07. Assinale a propriedade válida sempre:

a) log (a . b) = log a . log b


b) log (a + b) = log a + log b
c) log m . a = m . log a
d) log am = log m . a
e) log am = m . log a
(Supor válidas as condições de existências dos logaritmos)
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

08. Se log10123 = 2,09, o valor de log101,23 é: a)

0,0209
b) 0,09
c) 0,209
d) 1,09
e) 1,209

09. Os valores de x que satisfazem log x + log (x - 5) = log 36 são:

a) 9 e -4
b) 9e4
c) -4
d) 9
e) 5 e -4

Unidade 15

Funções Logaritmicas

Introdução

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Definir uma função Logaritmica;

Objectivos Representar graficamente uma função Logaritmica;


FUNDAMENTOS DE
2

15.1. FUNÇÃO LOGARÍTMICA·

É toda função f:
IR  IR que associa a cada x o logaritmo, na base
b, de x:

f(x) = logb x

Exemplos:

a) f(x) = log3 x

b) g(x) = log1/3 x

15.2. Gráficos da função logarítmica


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Observações:

a) O gráfico da função logarítmica passa sempre pelo ponto (1,0).

b) O gráfico nunca toca o eixo y e não ocupa pontos dos quadrantes II e III.

c) Quando a > 1, a função logarítmica é crescente (x1 > x2 loga x1 > loga x2).

d) Quando 0 < a <1, a função logarítmica é decrescente (x1 > x2 loga x1 < loga x2).

Vamos determinar a função inversa da função y = ax , onde 0 < a  1.


Permutando x por y, vem:
x = ay  y = logax

Portanto, a função logarítmica é então:


f: R+* → R ; y = logax , 0 < a  1.

Mostramos a seguir, os gráficos das funções exponencial ( y = ax ) e logarítmica


( y = logax ), para os casos a > 1 e 0 < a  1. Observe que, sendo as funções, inversas, os
FUNDAMENTOS DE
2
seus gráficos são curvas simétricas em relação à bissetriz do primeiro e terceiro quadrantes,
ou seja, simétricos em relação à reta y = x.

Da simples observação dos gráficos acima, podemos concluir que:

1 - para a > 1, as funções exponencial e logarítmica são CRESCENTES.


2 - para 0 < a  1, elas são DECRESCENTES.
3 - o domínio da função y = logax é o conjunto R+* .
4 - o conjunto imagem da função y = logax é o conjunto R dos números reais.
5 - o domínio da função y = ax é o conjunto R dos números reais.
6 - o conjunto imagem da função y = ax é o conjunto R+* .
7 - observe que o domínio da função exponencial é igual ao conjunto imagem da função
logarítmica e que o domínio da função logarítmica é igual ao conjunto imagem da função
exponencial. Isto ocorre porque as funções são inversas entre si.

Exercicios:
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

1. Represente graficamente as funções e faça o


estudo completo.
a. f (x)  log 2 (x  2)
b. f (x)  log 2 (x 1)
c. f (x)  log 1 (x 1)
3

d. f (x)  log 1 (x  3)
4

2. Determine o dominio de cada uma das


funções definidas por:

a) f (x)  log (x 2  7x  12)


2

b) f ( x)  log (x 2  5x  7)
3

d) f (x)  log2
x1
( x  1)

e) f (x)  log5 ( x2  9)

 x2  2x  5 
f) f (x)  log10  2 
2x  x  1
 
FUNDAMENTOS DE
2

2. Considere a função real de variável real


f (x)  3  log (x 2  1)
2

a) Calcule f(2) e f(3)

b) Determine o domínio e o contradomínio.

c) Indique os zeros de f.

d) Calcule os valores de x que tornam f(x)Z>3.

e) A aplicação é injectiva? Indique uma restrição


de f que seja injectiva e designe – a por g.

f) Escreva a expressão designatoria de g-1.


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Unidade 16
Funções explícitas e implícitas.
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções de funções
explicitas e implicitas.

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Distinguir as bases da geometria projectiva


Objectivos A partir da noção euclidiana perceber o problema da geometria
projectiva.

Sabias que:

Como um termo matemático, função foi introduzido por Gottfried Leibniz em 1694, para
designar qualquer das várias variáveis geométricas associadas com uma dada curva; tais
como a inclinação da curva ou um ponto específico da dita curva. Funções relacionadas às
curvas são actualmente chamadas funções diferenciáveis e são ainda o tipo de funções mais
encontrado por não - matemáticos. Para este tipo de funções, pode-se falar em limites e
derivadas; ambos sendo medida da mudança nos valores de saída associados à variação dos
valores de entrada, formando a base do cálculo infinitesimal.

A palavra função foi, posteriormente, usada por Euler em meados do século XVIII para
descrever uma expressão envolvendo vários argumentos. Com o tempo foi-se ampliando a
FUNDAMENTOS DE
2
definição de funções. Os matemáticos foram capazes de estudar "estranhos" objectos
matemáticos tais como funções que não são diferenciáveis em qualquer de seus pontos.
Tais funções, inicialmente tidas como puramente imaginárias e chamadas genericamente de

"monstros", foram já no final do século XX, identificadas como importantes para a


construção de modelos físicos de fenômenos tais como o movimento Browniano.

Durante o Século XIX, os matemáticos começaram a formalizar todos os diferentes ramos


da matemática. Weierstrass defendia que se construisse o cálculo infinitesimal sobre a
Aritmética ao invés de sobre a Geometria, o que favorecia a definição de Euler em relação
à de Leibniz. Mais para o final do século, os matemáticos começaram a tentar formalizar
toda a Matemática usando Teoria dos conjuntos, e eles conseguiram obter definições de
todos os objectos matemáticos em termos do conceito de conjunto. Foi Dirichlet quem
criou a definição "formal" de função moderna. Na definição de Dirichlet, uma função é um
caso especial de uma relação. Relação é um conjunto de pares ordenados, onde cada
elemento do par pertence a um dos conjuntos relacionados. Nas relações não existem
restrições quanto à lei de correspondência entre os elementos dos conjuntos, já para as
funções é costume introduzir restrições. Na maioria dos casos de interesse prático,
entretanto, as diferenças entre as definições moderna e de Euler são desprezáveis.

Funções implícitas e explícitas


O tipo de função mais comum é aquele onde o argumento e o valor
da função são ambos numéricos, o relacionamento entre os dois é
expresso por uma fórmula e o valor da função é obtido através da
substituição directa dos argumentos. Considere o exemplo:
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Que resulta em qualquer valor de x ao quadrado. Uma


generalização directa é permitir que funções dependam não só de
um único valor, mas de vários. Por exemplo:

recebe dois números x e y e resulta no produto deles, xy. De acordo


com o modo como uma função é especificada, ela pode ser
chamada de função explícita (exemplos acima) ou de função
implícita, como em:

que implicitamente especifica a função:


FUNDAMENTOS DE
2

Unidade 17
Trigonometria
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas da
trigonometria.

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Difinir a trigonometria;
Objectivos Definir as razões trigonometricas;
Resolver problemas envolvendo trigonometria.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

17.1. Trigonometria
Trigonometria (do grego trigōnon "triângulo" + metron "medida") é um ramo da
matemática que estuda as relações entre os comprimentos de 2 lados de um triângulo
rectângulo (triângulo onde um dos ângulos mede 90 graus), para diferentes valores de um
dos seus ângulos agudos. A abordagem da trigonometria penetra outros campos da
geometria, como o estudo de esferas usando a trigonometria esférica.

A trigonometria tem aplicações importantes em vários ramos, tanto como na matemática


pura, quanto na matemática aplicada e, consequentemente, nas ciências naturais. A
trigonometria é comummente ensinada no Ensino Médio.

17.2. Sobre a trigonometria


Dois triângulos são ditos semelhantes se um pode ser obtido pela expansão uniforme do
outro. Este é o caso se, e somente se, seus ângulos correspondentes são iguais. O fato
crucial sobre triângulos semelhantes é que os comprimentos de seus lados são
proporcionais. Isto é, se o maior lado de um triângulo é duas vezes o maior que o lado do
triângulo similar, então o menor lado será também duas vezes maior que o menor lado do
outro triângulo, e o comprimento do lado médio será duas vezes o valor do lado
correspondente do outro triângulo. Assim, a razão do maior lado e menor lado do primeiro
triângulo será a mesma razão do maior lado e o menor lado do outro triângulo.

Usando estes fatos, definem-se as funções trigonométricas, começando pelos triângulos


rectângulos (triângulos com um ângulo recto 90 graus ou π/2 radianos). O maior lado em
um triângulo qualquer é sempre o lado oposto ao maior ângulo e devido a soma dos
ângulos de um triângulo ser 180 graus ou π radianos, o maior ângulo em um triângulo
FUNDAMENTOS DE
2
rectângulo é o ângulo recto. O maior lado nesse triângulo, consequentemente, é o lado
oposto ao ângulo recto, chamado de hipotenusa e os demais lados são chamados de catetos.

Dois triângulos rectângulos que compartilham um segundo ângulo A são necessariamente


similares, e a proporção (ou razão) entre o comprimento do lado oposto a A e o
comprimento da hipotenusa será, portanto, a mesma nos dois triângulos. Este valor será um
número entre 0 e 1 que depende apenas de A.

17.3. Razões Trigonométricas

Considerando um triângulo rectângulo e fim ângulo fixando um ângulo agudo Â, temos:

1º - O seno de A: é a razão entre o comprimento do cateto oposto ao ângulo A em relação ao


comprimento da hipotenusa.
b
Sen 
a
b
Sen 
a

258 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM – CED

2º - O cosseno (ou co-seno) de A : é a razão entre comprimento do cateto adjacente ao ângulo A


em relação ao comprimento da hipotenusa.

Cos  c
a

3º - A tangente trigonométrica de A : é a razão entre comprimento do cateto oposto ao ângulo A


em relação ao comprimento do cateto adjacente.

tagÂ b
c

4º - A co-tangente de A : é a razão entre comprimento do cateto adjacente ao ângulo A em relação


ao comprimento do cateto oposto - é o inverso da tangente.

cot g  c
a

Exemplo: Dado o triângulo rectângulo em B.


FUNDAMENTOS DE
259

- Determine o seno de A, cosseno de A, tangente de A e co-tangente de A.

Resolução:

Sen  8cm 8cm 6cm


; cos  6cm tag  ; cot g 
;

10cm 10cm 6cm 8cm

17.4. Relações entre seno, cosseno, tangente e co-

tangente Relação fundamental

b c b c
Sen  ; Cos  ; tagÂ ; cot g 
então: a . sen  = b; a . cos  = c
a a c a

De acordo com o teorema de Pitágoras, temos b2 + c2 = a2. Então:

(a . sen Â)2 +(a . cos Â)2 = a2

a2 . sen2 Â + a2 . cos2 Â = a2

Portanto: vem
Sen2 Â +cos2 Â =
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

 Considerando a razão sen .


cos Â
b
 sen a b a b tg  = senÂ
     tg ; Isto é cos Â
cos  c a c c
a

 Considerando a razão
cos Â
sen .
c
cos  a c a c
      cot g ; Isto é
sen b a b b cotg  = cos Â
a senÂ

Dai verifica-se facilmente, que 1


cotg  =
tagÂ

Seno, cosseno, tangente e co-tangente de ângulo complementares

-
Sen  = cos C

-
Sen C = cos Â

- tg  = cotg C ou tg  =1
tgC
FUNDAMENTOS DE
261 tgC = cotg  = 1 tg  =1
tgC
- ou

17.5. RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS DOS ÂNGULOS DE 30º, 45º E 60º.


Podemos resumir os valores para o seno, co-seno e tangente dos ângulos de 30º, 45º e 60º
em uma única tabela. Tais valores serão usados frequentemente daqui em diante.

Aplicação
Um foguete é lançado a 200m/s, segundo um ângulo de inclinação de 60º (ver figura).
Determinar a altura do foguete após 4s, supondo a trajectória rectilínea e a velocidade
constante.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

ARCOS

Considere um arco orientado contido numa circunferência orientada. A medida algébrica


desse arco é a sua medida comum, afectada dos sinais + ou –, conforme o sentido do arco
seja respectivamente, concordante ou discordante com o sentido positivo da circunferência.
A medida algébrica de um arco orientado de origem A e extremidade P é denotada pelo

símbolo .
FUNDAMENTOS DE
2

17.5. Identidades Trigonométricas


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

As fórmulas acima são verdadeiras para arcos positivos, cujo a soma pertence ao primeiro
quadrante.

17.6. Fórmulas da Multiplicação

As relações entre os valores das funções trigonométricas de um mesmo arco são


denominadas relações trigonométricas.
FUNDAMENTOS DE
2

Observações:

a) cotg x = co-tangente de x

b) sec x = secante de x

c) cosec x = co-ssecante de x

17.7. Tabela de Relações Trigonométricas

01) sen2x + cos2x = 1 02) 1 + tg2x = sec2x


03) 1 + cotg2x = cosec2x 04) sen (-x) = -sen x
05) cos (-x) = cos x 06) tg (-x) = -tg x

07) 08)
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

09) 10)

12)
11)

13)
14)

15) 16)

18) sen 2x = 2 sen x.cos x


17)
19) cos 2x = cos2x - sen2x = 1 - 2 sen2x =
= 2 cos2x - 1 20)

21) 22)

23) 24)

25) 26)

27) 28)

29) 30)

31) 32)
33)
FUNDAMENTOS DE
2

17.8. Aplicação
Simplificar a expressão:

1 – sen x . cos x . tg

Aplicação

Calcular sen 75°.

Solução:
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Podemos observar que 75º = 30º + 45º; logo sen 75º = sen (30º + 45º). A partir da fórmula,
temos:

sen (30º + 45º) = sen 30º. cos 45º + sen 45º . cos 30º =

 a secante trigonométrica de A : é a proporção do comprimento da hipotenusa em relação ao


comprimento do cateto adjacente ao ângulo A - é o inverso do cosseno
 a co-secante de A : é a proporção do comprimento da hipotenusa em relação ao comprimento do
cateto oposto ao ângulo A - é o inverso do seno.

17.9. Círculo Trigonométrico


Círculo trigonométrico
FUNDAMENTOS DE
2

A Trigonometria (trigono: triângulo e metria: medidas) é o ramo da Matemática que estuda


a proporção, fixa, entre os comprimentos dos lados de um triângulo rectângulo, para os
diversos valores de um dos seus ângulos agudos. (Entre estes ângulos, os de 30º, 45º e 60º
são denominados ângulos notáveis.) As proporções entre os 3 lados dos triângulos
rectângulos são denominadas de seno, cosseno, tangente e cotangente, dependendo dos
lados considerados na proporção.

Já o Círculo Trigonométrico é um recurso criado para facilitar a visualização destas


proporções entre os lados dos triângulos rectângulos. Ele consiste em uma circunferência
orientada de raio unitário, centrada na origem dos 2 eixos de um plano cartesiano
ortogonal, ou seja, um plano definido por duas rectas perpendiculares entre si, ambas com o
valor 0 (zero) no ponto onde elas se cortam. Existem dois sentidos de marcação dos arcos
no ciclo: o sentido positivo, chamado de anti-horário, que se dá a partir da origem dos arcos
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

até o lado terminal do ângulo correspondente ao arco; e o sentido negativo, ou horário, que
se dá no sentido contrário ao anterior.

Seno
Dado um triângulo rectângulo, o seno de um dos seus 2 ângulos agudos é a proporção entre
o comprimento do cateto oposto a este ângulo e o comprimento da hipotenusa, calculada,
como toda proporção, pela divisão de um valor pelo outro, a referência da proporção.

No círculo trigonométrico, o seno de um ângulo qualquer pode ser visualizado na projecção


do seu raio (por definição igual a 1) sobre o eixo vertical.

Cosseno
Dado um triângulo rectângulo, o cosseno de um dos seus 2 ângulos agudos é a proporção
entre o comprimento do cateto adjacente a este ângulo e o comprimento da hipotenusa,
calculada, como toda proporção, pela divisão de um valor pelo outro, a referência da
proporção.

No círculo trigonométrico, o cosseno de um ângulo qualquer pode ser visualizado na


projecção do seu raio (por definição igual a 1) sobre o eixo horizontal.

Como o cosseno é esta projecção, e o raio do ciclo trigonométrico é igual a 1, segue que,

, ou seja, a imagem do cosseno é o intervalo fechado

[ − 1,1].
FUNDAMENTOS DE
2

Tangente

Dado um triângulo rectângulo, a tangente de um dos seus 2 ângulos agudos é a proporção


entre o comprimento do cateto oposto a este ângulo e o comprimento do cateto adjacente a
ele, calculada, como toda proporção, pela divisão de um valor pelo outro, a referência da
proporção.

No círculo trigonométrico, o valor da tangente de um ângulo qualquer pode ser visualizado


na recta vertical que tangencia este círculo no ponto em que ele corta o eixo horizontal do
lado direito. Nesta recta tangente ao círculo trigonométrico, o valor da tangente
trigonométrica de qualquer ângulo é representado pelo segmento que vai do ponto em que
ela corta o eixo horizontal até o ponto em que ela corta a recta que contém o raio do círculo
trigonométrico para o ângulo considerado. Para avaliar este valor, deve-se compará-lo com
o raio do círculo trigonométrico que, por definição, é igual a 1, de preferência quando este
raio se encontra sobre a parte superior do eixo ortogonal vertical. Observe que, enquanto o
seno e o cosseno são sempre menores do que o raio do círculo trigonométrico e, portanto,
menores do que 1, a tangente trigonométrica pode ser tanto menor quanto maior do que 1.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Algumas relações

O círculo unitário
FUNDAMENTOS DE
2

Estas são as mais importantes funções trigonométricas; outras funções podem ser definidas
tomando as razões dos outros lados de um triângulo rectângulo, mas podem ser expressas
em termos de seno e cosseno. São elas a tangente, secante, cotangente, e cossecante.

Até então, as funções trigonométricas têm sido definidas por ângulos entre 0 e 90 graus (0 e
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

π/2 radianos) apenas. Usando um círculo unitário, pode-se estendê-los para todos
argumentos positivos e negativos (veja função trigonométrica).

Relógio de sol

Uma vez que as funções seno e cosseno tenham sido tabuladas (ou computadas por uma
calculadora), pode-se responder virtualmente todas questões sobre triângulos arbitrários,
usando a lei dos senos e a lei dos cossenos. Estas leis podem ser usadas para calcular os
ângulos restantes e lados de qualquer triângulo bem como dois lados e um ângulo ou dois
ângulos e um lado ou três lados conhecidos.

Alguns matemáticos acreditam que a trigonometria foi originalmente inventada para


calcular relógios de sol, um tradicional exercício em antigos livros. Isto é também muito
importante para a agrimensura.

17.9. Teorema de Pitágoras


O teorema de Pitágoras estabelece que "A soma do quadrado das medidas dos catetos (lados
que formam o ângulo de 90°, neste caso a e b) é igual ao quadrado da medida da hipotenusa
FUNDAMENTOS DE
2
(lado oposto ao ângulo de 90°, ou c)". Assim: c ² = a ² + b ². Um corolário desse teorema é que
se os dois catetos forem de mesmo tamanho, a hipotenusa vale o produto do cateto pela raiz
quadrada de 2.

17.10. Aplicações
da trigonometria
Existem diversas aplicações da trigonometria e das funções trigonométricas. Por exemplo,
a técnica da triangulação é usada em astronomia para estimar a distância das estrelas
próximas; em geografia para estimar distâncias entre divisas e em sistemas de navegação
por satélite. As funções seno e cosseno são fundamentais para a teoria das funções
periódicas, as quais descrevem as ondas sonoras e luminosas.

Campos que fazem uso da trigonometria ou funções trigonométricas incluem astronomia


(especialmente para localização de posições aparentes de objectos celestes, em qual a
trigonometria esférica é essencial) e portanto navegação (nos oceanos, em aviões, e no
espaço), teoria musical, acústica, óptica, análise de mercado, eletrônica, teoria da
probabilidade, estatística, biologia, equipamentos médicos (por exemplo, Tomografia
Computadorizada e Ultrassom), farmácia, química, teoria dos números (e portanto
criptologia), sismologia, meteorologia, oceanografia, muitas das ciências físicas, solos
(inspeção e geodesia), arquitetura, fonética, economia, engenharia, gráficos
computadorizados, cartografia, cristalografia e desenvolvimento de jogos.
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17.11. Identidade
s
Trigonométricas
Algumas equações envolvendo funções trigonométricas são verdade para todos os ângulos
e são conhecidas como "identidades trigonométricas". Muitas expressam relações
geométricas importantes. Por exemplo, as identidades Pitagoreanas são uma expressão do
Teorema de Pitágoras. Aqui há algumas das identidades mais comumente utilizadas, assim
como as fórmulas mais importantes conectando ângulos e lados de um triângulo arbitrário.

Fórmula fundamental da trigonometria e seus corolários

Identidades de soma e subtração


FUNDAMENTOS DE
2

Fórmulas da duplicação do ângulo

Fórmulas da divisão do ângulo em dois

Note que significa que pode haver qualquer dos dois sinais, dependendo do valor de A /
2.
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Identidades triangulares

As identidades que se seguem referem-se a um triângulo com ângulos A, B e C e lados de


comprimentos a, b e c, como na figura ao lado. Repare que o lado oposto ao ângulo A é o
de comprimento a, o lado oposto ao ângulo B é o de comprimento b e o lado oposto ao
ângulo C é o de comprimento c.

Lei dos senos

A lei dos senos para um triângulo arbitrário diz:

ou equivalentemente:

Lei dos cossenos

A lei dos cossenos (também conhecida como fórmula dos cossenos) é uma extensão do
teorema de Pitágoras para triângulos arbitrários:
FUNDAMENTOS DE
2

ou equivalentemente:

o teorema de Pitágoras é um caso particular da Lei dos Cossenos, quando o cosseno de


90°é 0.

Lei das tangentes

A lei das tangentes:

Como saber o ângulo interno de um triângulo retângulo

Sendo:
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

em que:

 Sen(A) é comprimento do cateto oposto e


 Cos(A) A o comprimento do cateto adjacente.

A tangente inversa:

tan − 1
(A)

ou:

é o ângulo interno.

Tabela de Ângulos Especiais

Exercícios Resolvidos

xii. Para que serve a trigonometria? Por exemplo, a trigonometria serve para resolver o seguinte
problema: O teodolito, é um instrumento capaz de medir ângulos, muito usado por
agrimensores, engenheiros e topógrafos no cálculo de distâncias inacessíveis. Este
instrumento ótico mede ângulos horizontais e verticais com suas duas escalas circulares
graduadas em graus.
Para calcular a altura de um prédio, o topógrafo colocou seu teodolito na praça em frente. Ele
mediu a distância do prédio ao teodolito com uma trena e encontrou 27 m. Mirando o alto do
FUNDAMENTOS DE
2
prédio, ele verificou, na escala do teodolito, que o ângulo formado por essa linha visual com
a horizontal é de 58 graus. Se a luneta do teodolito está a 1,55 m do chão, qual é a altura do
prédio? (Considere os valores aproximados: sen 58o = 0,85 e cos 58o = 0,53)

Solução: A trigonometria (trigono=triângulo + metria=medida) é o ramo da matemática que trata


das relações entre os lados e ângulos de triângulos.

Na figura a seguir, AB = CD = 1,55 é a altura do instrumento e CE = x + 1,55 é a altura do


prédio.

xiii. No triângulo retângulo BDE formado, BE é a hipotenusa , DE = x é o cateto oposto ao


ângulo de 58 graus, BD = 27 é o cateto adjacente ao ângulo de 58 graus.
Trabalhando com as razões trigonométricas seno, coseno (ou cosseno) e tangente,
temos:
sen 58o = DE / BE ; cos 58o = BD / BE ; tg 58o = DE / BD = x / 27.
Como, tg 58o = sen 58o / cos 58o = 0,85 / 0,53 = 85 / 53 = 1,6 aproximadamente,
podemos ter a proporção: x / 27 = 0,85 / 0,53 = 1,6.
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Daí, vem que: x = 27 × 1,6 = 43,2. Logo a altura do prédio é : 43,2 + 1,55 = 44,75 m..

Uma torre vertical, construída sobre um plano horizontal tem 25 metros de altura. Um cabo de aço,
esticado, liga o topo da torre até o plano, formando com o mesmo, um ângulo de 60°. Qual é o
comprimento do cabo?

Solução: Temos um triângulo rectângulo de hipotenusa x e cateto de medida 25m oposto ao ângulo
de 60°.

Como o sen 60° = = 25 / x , segue que o comprimento (em metros) do cabo é


: x = 50/3 = 50(3)/3 .

Se considerarmos 3 = 1,7 , então x = 28,4m.

xiv. Um barco navega na direcção AB, próximo a um farol P, conforme a figura abaixo.

(Adaptado de
BONGIOVANNI, Vincenzo
et alli. Matemática e Vida.
São Paulo, editora Ática,
1990).

No ponto A, o navegador verifica que a recta AP, da embarcação ao farol, forma um ângulo
de 30 o com a direcção AB. Após a embarcação percorrer 1.000 m, no ponto B, o navegador
verifica que a recta BP, da embarcação ao farol, forma um ângulo de 60 o
com a mesma
FUNDAMENTOS DE
2
direcção AB. Seguindo sempre a direcção AB, a menor distância entre a embarcação e o
farol será equivalente,
(A) 500 (B) 5003 (C) 1.000 (D) 1.0003
em metros, a:

Solução: A menor distância do barco ao farol é o segmento de recta perpendicular a direcção


AB que forma os triângulos rectângulos de hipotenusa BP e AP. Seja y a distância do barco ao
farol e seja x a distância do barco ao ponto B.
A razão trigonométrica y / x é a tangente do ângulo de 60 o.
De modo análogo, a razão y / (1000 + x) é a tangente de 30 o.
Como a tg60 o = 3 e tg30 o = (3) / 3 , vem que, y = x3 .
Então, (3) / 3 = y / (1000 + x) = (x3) / (1000 + x).
"Multiplicando em cruz" e depois dividindo ambos os membros da equação pela 3, ficamos com
1000 + x = 3x.
Segue que , 1000 = 2x , logo x = 500.
Assim, y = 5003. A alternativa (B) é a correta.

Nota: Considerando 3 = 1,7, teremos para resultado y = 850 m.

xv. Os vértices do triângulo PRF da figura abaixo representam, respectivamente, uma


papelaria, uma relojoaria e uma farmácia, estando as distâncias representadas em metro:

A distância entre a papelaria e a farmácia, em km, é:


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

(A) 0,0007 (B) 0,007 (C) 0.07 (D) 0,7 (E) 7,0

Solução: Seja x a medida do segmento PF. Pela lei dos cossenos: x2 = 82 + 32 - 2(8)(3)cos 60o = 64
+ 9 - 48×½ = 73 - 24 = 49. Como a raiz quadrada de 49 é 7 , vem que, x = 7 m = 0,007 km. Logo,
(B) é a alternativa correta.

De outra maneira, poderíamos usar a condição de existência do triângulo (desigualdade


triangular): |8-3| < x < |8+3|. Segue que: 5m < x < 11m. Isto implica em: 0,005km < x <
0,011km. Logo, (B) é a opção correta.

xvi. Uma indústria que está se instalando às margens de uma rodovia precisa trazer energia
eléctrica para as suas dependências. O local mais próximo onde há rede eléctrica é um ponto
inacessível momentaneamente por meio terrestre; mas visível de onde se instalará a indústria.
A indústria contrata uma firma especializada para elaborar o projecto da linha de transmissão
de energia e essa firma, equipada com instrumentos, que possibilitam a medição de ângulos, e
com uma trena, efectua as medições constantes da figura abaixo, em que A é o ponto onde se
localizará a indústria e C é o ponto de ligação à rede elétrica já existente.

A distância em “linha recta” da indústria ao ponto de interligação à rede eléctrica é ?


FUNDAMENTOS DE
2
Solução: Construindo, no ABC, a altura CH, relativa ao lado AB, temos:

1000 = AH + BH = x cos 45o + y cos 60o = x2/2 + y/2

CH = h = y sen 60o = x sen 45o, o que implica em y = x2/3

então, 2000 = x2 + x2/3

Logo, o valor procurado, em metros, é x = (20003) / (2)(3 + 1) = (10006) / (3 + 1).


Se considerarmos 6 = 2,45 e 3 = 1,732 , teremos x = 896 m.

xvii. Sabe-se que  é a medida em graus de um dos ângulos internos de um triângulo


retângulo. Se sen  = k+1/2, cos  = k e a hipotenusa do triângulo mede 20 cm,
determine a sua área.

Solução: Sendo y o cateto oposto ao ângulo e x o cateto adjacente ao ângulo, temos que:
sen  = y /20 = k + 1/2 e cos  = x/20 = k
Então: y = 20k + 10 e x = 20k
Usando o Teorema de Pitágoras , ficamos com: sen2  + cos2  = 1 , ou seja, (k + 1/2)2 + k2 = 1
O que implica em: 8k2 + 4k - 3 = 0
Resolvendo esta equação encontramos:
k = -1/4 - (7)/4 (não serve)
ou
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

k = -1/4 + (7)/4
Logo: x = (-5 + 57) cm e y = (5 + 57) cm
Assim, a Área = xy/2 = 150/2 = 75 cm2.

xviii. Observe o circulo trigonométrico:

Calcule:

sen 150° = .....................

cos 225° = .....................

sen 1950° = ..........

Solução: A medida do raio do círculo trigonométrico é 1. Assim , as hipotenusas dos triângulos


rectângulos formados pelos ângulos na figura mede 1. Como resultado, temos que o seno do
ângulo fica no eixo vertical e o cosseno fica no eixo horizontal.

Como  radianos (3,14 radianos aproximadamente) = 180 graus, fazendo uma regra de
três, segue que:

sen 150° = sen (5/6) = 1/2

cos 225° = cos (5/4) = (-2) / 2

Como 1950° = 5×360° + 150°, descontando as voltas, temos:


FUNDAMENTOS DE
2

sen 1950° = sen 150° = sen (5/6) = 1/2.

Exercícios:

1. A amplitude de um dado ângulo é um


radiano. Em graus a amplitude desse
ângulo é:

A 180
B 360

2. Em que quadrante está o ângulo de

amplitude ?

A 1º quadrante
2º quadrante
B 3º quadrante
D 4º quadrante
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

3. Das seguintes opções indica a correcta:

No primeiro quadrante o seno é positivo e a


A tangente é negativa
No terceiro quadrante o cosseno é negativo e a
B tangente é positiva

C No quarto quadrante as razões trigonométricas


são todas negativas.
D Nos quadrantes ímpares o seno é negativo

4. Das seguintes opções indica a correcta:

No 1º quadrante o seno é crescente e o cosseno


A é decrescente.
A tangente é crescente no 2º quadrante e o seno
B é decrescente no 4º quadrante.

C No 3º quadrante a tangente é decrescente.


D Nenhuma das opções anteriores é correcta.

5. Sabendo que podemos


afirmar que:

A
FUNDAMENTOS DE
2

6. Qual das seguintes expressões é FALSA?

7. Indica o valor lógico de cada uma das


expressões

A
B
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

8. Para que valores de a equação

é impossível?
A
B
C
D

9. O gráfico da figura representa a função real de variável


real definida por:
FUNDAMENTOS DE
2

A
B
C
D

10. No seu domínio de validade, a expressão

é equivalente a:

C
D
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
FUNDAMENTOS DE
2
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –
FUNDAMENTOS DE
2

Unidade 12
Equações Trigonometricas.
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas de
equações trigonometricas. Resolução de equações Trigonometricas.

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Difinir equações trigonometricas;


Objectivos
Resolver equações

trigonometricas;

Equações Trigonométricas
INTRODUÇÃO
Quando encontramos função trigonométrica da incógnita
ou função trigonométrica de alguma função da incógnita em
pelo menos um dos membros de uma equação, dizemos que esta
equação é trigonométrica.
Exemplos:
2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

1) sen x + cos x = e sen 2x = cos2 x são equações


trigonométricas.

2) x + ( tg 30º) . x2 e x + sen 60º = não são equações


trigonométricas.
Dizemos que r é uma raiz ou solução da equação
trigonométrica f(x) = g(x) se r for elemento do domínio de f e g e
se f(r) = g(r) for verdade.

Na equação sen x - sen =0, por exemplo, os números

são algumas de suas raízes e os números não


o são.
O conjunto S de todas as raízes da equação é o seu conjunto
solução ou conjunto verdade.
Quase todas as equações trigonométricas, quando
convenientemente tratadas e transformadas, podem ser reduzidas a
pelo menos uma das três equações seguintes:

sen x = sen a cos x = cos a tg x = tg a


Estas são as equações trigonométricas elementares ou
equações trigonométricas fundamentais.

RESOLUÇÃO DA 1ª EQUAÇÃO FUNDAMENTAL


Ela baseia-se no fato de que, se dois arcos têm o mesmo seno,
então eles são côngruos ou suplementares.
FUNDAMENTOS DE
2

Logo, podemos escrever que:

sen x = sen a

O conjunto solução dessa equação será, portanto:

Logo, podemos escrever que:


2 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

cos x = cos ax =a +

O conjunto solução dessa equação será, portanto:

RESOLUÇÃO DA 3ª EQUAÇÃO FUNDAMENTAL


Ela baseia-se no fato de que, se dois arcos têm a mesma
tangente, então eles são côngruos ou têm suas extremidades
simétricas em relação ao centro do ciclo trigonométrico.

Logo, podemos escrever que:

O conjunto solução dessa equação será, portanto:


FUNDAMENTOS DE
2

EXERCÍCIOS:

EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS:

Dê o conjunto solução em 0 ≤ x < 2π:


SENO
9) sen x = - 1/2
10) sen x = 2
11) 2 sen2x + sen x = 1
12) 2 sen2x - sen x = 0

13) 2 sen2x = 3 sen x

14) 2 sen2x = sen x


15) sen2x = 1/2 . sen x
16) sen x = 1/2

17) sen x = 3/2


18) 2sen2x - 3sen x + 1 = 0
19) sen2x – 2 sen x + 1 = 0
20) 2 sen2x – 1 = 0
21) sen ( 3x -  / 6) = 0

COSSENO
22) cos2x - 2 cos x = 0
23) - 1/2 + cos2x = 0
24) 2 cos2x - cos x = 0
3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

25) 4 cos2x - 2 = 0
26) cos x = -1
27) cos2x = 1
28) 1 - 2cos x = 0
29) 2 cos2x + cos x - 1 = 0
30) 2 cos2x - cos x - 1 = 0
31) cos2x - 4 cos x + 3 = 0
TANGENTE
32) tg2x = 1
33) 3tg x + 33 = 0

34) tg2x + (1 - 3).tg x - 3 = 0 (1 - 3 = a, -3 = a – 1, y = -1 ou 3)


35) tg x + 1 / tg x = 2
36) tg x = 3/3
37) tg x = 3

38) tg x = -3/3
39) tg x = - 3
40) 4 tg2x -12 =
0
41) tg x = 3/3

42) tg2x + tg x = 0
43) 1 / tg x = - 3

44) tg2x - 3.tg x = 0

45) tg2x = tg x
FUNDAMENTOS DE
3

Unidade 18
Funções Trigonometricas.
Introdução
Nesta unidade terás a oportunidade de conhecer as noções básicas de
função trigonometricas. Representação gráficas de funções
trigonometricas.

No fim desta unidade deves ser capaz de:

Conceituar uma função trigonometrica;


Objectivos Representar graficamente as funções trigonometricas.

18.1. Funções Trigonométricas

Vamos estudar as funções trigonométricas seguintes:


3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

y = sen x

y = cos x

y = tg x

e também os inversos destas funções, ou seja:

y = 1/sen x = cosec x

y =1/ cos x = sec x

y = 1/tg x = cotg x

O ângulo x é a variável independente e o valor da função é a variável dependente. É


importante recordar que a medida dos ângulos pode expressar-se em graus ou em radianos.
Assim, vemos que:

0° 0 rad

360° 2 rad

Observemos agora as principais características das funções já mencionadas:

1. Função y = sen x:

a) A função seno é periódica, já que:

sen (x + 2 ) = sen x

em que o período da função é t = 2 ;

b) O domínio da função é todo o conjunto R, e o contradomínio da função é [-1,1];

c) O valor máximo da função é 1 em x = /2 e o valor mínimo da função é -1 em x =


3 /2;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;


FUNDAMENTOS DE
3
e) É uma função crescente no intervalo [0, /2] e [3 /2,2 ], e decrescente no
intervalo [ /2,3 /2];

f) A função é ímpar, já que:

sen (-x) = - sen x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

2. Função y = cos x:

a) A função co-seno é periódica, pois:

cos (x + 2 ) = cos x

e o período da função é T = 2 ;

b) O domínio é todo o conjunto dos números reais R, e o contradomínio da função é [-


1,1];
3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

c) O valor máximo da função é 1 em x = 0 ou x = 2 e o valor mínimo da função é -


1 em x = ;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente no intervalo [ ,2 ] e decrescente no intervalo [0, ];

f) A função é par, já que:

cos x = cos (-x)

e o gráfico é simétrico em relação ao eixo das ordenadas.

3. Função y = tg x:

a) A função tangente é periódica, já que:

tg (x + ) = tg x

em que o período da função é t = ;

b) O domínio da função é R/ { /2 - k ,k Z }, e o contradomínio da função é


todo o conjunto R;
FUNDAMENTOS DE
3
c) Esta função não tem extremos locais;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente em todos os pontos do domínio;

f) A função é ímpar, pois:

tg (-x) = - tg x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).


3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

4. Função y = cosec x:

a) A função co-secante é periódica, já que:

cosec (x + 2 ) = cosec x

em que o período da função é t = 2 ;

b) O domínio da função é R/ {0 + k ,k Z }, e o contradomínio da função é o


conjunto R/ [-1,1];

c) Esta função tem um máximo local em 3 /2 e um mínimo local em /2;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente onde a função sen x é decrescente e é decrescente onde a


função sen x é crescente;

f) A função é ímpar, pois:

cosec (-x) = - cosec x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).


FUNDAMENTOS DE
3

5. Função y = sec x:

a) A função secante é periódica, já que:

sec (x + 2 ) = sec x

em que o período da função é t = 2 ;

b) O domínio da função é o conjunto R/{ /2 - k ,k Z } , e o contradomínio da


função é R/ [-1,1];

c) A função tem um máximo local em x = e um mínimo local em x = 0;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente onde a função cos x é decrescente e é decrescente onde a


função cos x é crescente;

f) A função é par, pois:

sec x = sec (-x)

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).


3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

6. Função y = cotg x:

a) A função co-tangente é periódica, já que:

cotg (x + ) = cotg x

em que o período da função é t = ;

b) O domínio da função é R/ {k ,k Z}, e o contradomínio da função é todo o


conjunto R;

c) Esta função não tem quaisquer extremos;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função decrescente em todos os pontos do domínio;

e) A função é ímpar.

Exercícios:
FUNDAMENTOS DE
3
1. Represente os gráficos das seguintes funções:

a) f (x)  sen (4x 1) .


b) g (x)  cos (  x 1)
c) h (x)  cos ( 2  x 1)
d) m (x)  tg (5  x  4)
e) n(x)  sen (3 2  x  4)
f) f (x)  cos x .
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3 Manual de Fundamentos de Matemática – UCM –

Bibliografia
 MURAKAMI, Gelson Iezzi Carlos. "Fundamentos da Matemática Elementar -
Volume 1". 8ª Edição. São Paulo: Actual, 2004. ISBN 85-357-0455-8
 Refatti, Liliane Rose; Bisognin, Eleni.
 Christopher M. Linton (2004). From Eudoxus to Einstein: A History of Mathematical
Astronomy . Cambridge University Press.
 Weisstein, Eric W. "Trigonometric Addition Formulas". Wolfram
MathWorld.
 Christopher Mark Linton (2006) "The Trigonometric... and His Live.
 Ávila, Geraldo Severo de Souza. (2005). Análise matemática para
licenciatura. São
 Paulo. Edgard Blücher. ISBN 85-212-0371-3.
 Barboni, Ayrton; Paulette, Walter. (2007). Fundamentos de Matemática:
Cálculo e Análise. Editora LTC. ISBN 978-85-216-1546-0.
FUNDAMENTOS DE
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