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DELEGAÇÃO DE MANICA
CADEIRA DE ORIENTAÇÃO AO TRABALHO DE DIPLOMA

1. ESTRUTURA DO PROJECTO DE PESQUISA

 Capa
 Folha de rosto
 Índice
 Tema;
 Enquadramento e justificativa da escolha do tema;
 Problematização ou colocação do problema;
 Hipóteses (pelo menos 3);
 Objectivos do projecto (geral e específicos);
 Tipo de Estudo (pesquisa);
 Metodologias (métodos de estudo, técnicas, instrumentos de recolha de dados e
universo – população alvo);
 Resultados esperados;
 Referências Bibliográficas
 Cronograma de actividades;
 Orçamento;
 Apêndices (instrumentos de recolha de dados, como grelhas de observação, de
entrevista e/ou de inquéritos). `
 Referências bibliográficas.
NB.:
1. Cronograma de actividades, Orçamento e Apêndices constituem elementos pós-
textuais, por isso não devem ser numerados;
2. Um projecto não tem Introdução (considere todos os itens como subcapítulos da
introdução) e Conclusão.

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2. DESCRIÇÃO DOS ELEMENTOS DA ESTRUTURA DO PROJECTO DE PESQUISA

Tema
 É o assunto ou campo de estudo, ou seja, aquilo que se vai investigar;
 A selecção do facto ou do fenómeno, que vai ser investigado: o objecto ou problemática;
 Corresponde a uma dificuldade ainda sem solução, que é necessário determinar de modo
preciso, para tentar o seu exame subsequente, avaliação crítica e solução;
 Deve ser claro de modo que a partir dele se saiba o que se vai estudar e que enfoque se vai
dar ao problema de pesquisa.
 É uma proposição abrangente, já que a formulação do problema é mais específica; indica
exactamente o que se pretende resolver.
 Deve explicitar de modo claro, compreensível e operacional, a dificuldade com que nos
defrontamos e queremos resolver, limitando o campo e apresentando as suas
características.
 A explicitação pressupõe dispender algum tempo e alguma concentração na interpretação
e na selecção do tema sobre o qual se vai investigar.
 Envolve o trabalho prévio de análise e de descrição, exigindo que se relacione os
conceitos genéricos com matérias ou acontecimentos específicos (elaboração do mapa
intelectual).

Enquadramento e Justificativa da escolha do tema (porquê)

 Apresentar as instituições nas quais o tema pesquisado se enquadra; o âmbito da pesquisa,
disciplina curricular e linha da pesquisa na UP na qual a pesquisa se enquadra. Apresentar
as razões académicas (falta e informação ou discrepância na informação existente) para a
realização da pesquisa, bem como outras razões (institucionais – projectos financiados ou
linha de pesquisa; pertinência social do estudo do tema por ser um problema candente, ou
outros motivos).
 Declaração da vontade e necessidade de haver necessidades de mais pesquisa e suas
finalidades;
(Sem limitação de página, mas em geral não devia exceder uma página)

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Colocação do problema de pesquisa (Problematização)

 O que aconteceu concretamente? Quem gera o problema, ou quem está afectado? Onde e
quando? Efeitos/ avanços/implicações do problema)
 Explicar em que contexto surge o problema que identificou, em que escola, disciplina,
turma e classe;
 Indicar as motivações para apresentar tal problema;
 Relacionar o problema com as hipóteses (ou possíveis soluções).
Neste item, três aspectos devem ser apresentados:
i. Caracterização do problema: apresentação dos aspectos discrepantes, indicando o que
seria normal e o que se observa. Sempre que possível, citar fontes ou apresentar dados
para suportar a informação apresentada;
ii. Análise do problema: indicar o contexto nacional e local em que o problema ocorre:
magnitude, consequência e partes afectadas e interessadas no problema. Indicar estudos
feitos ou que soluções anteriores foram tentadas para o problema (se houver) e como o
trabalho pretende abordar à luz do que já foi feito;
iii. Formulação do problema: Identificar claramente o problema através duma pergunta
simples, directa e clara, indicar o que é que o trabalho pretende responder (pergunta de
partida).
(Não deve exceder 4 páginas)

Hipóteses (porquê aconteceu? São possíveis causas ou tentativas de solução do problema);

 É uma sentença afirmativa e mais específica para o problema;
 Formula a solução provisória para o problema (suposição);
 Formula-se na base de um enunciado geral, de relação entre premissas (factos e opiniões),
ou entre as variáveis (quando uma influencia a outra, o fenómeno evidencia-se);
 As hipóteses podem ser apresentadas em forma de frases declarativas, frases afirmativas
ou frases no condicional.

Objectivos do projecto (geral e específicos)

 Verbos sempre no infinitivo;

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 Relativamente ao objectivo geral, usar verbos que admitem interpretações amplas, que
expressam a intenção do investigador;
 Verbos que admitem poucas interpretações devem ser usados como específicos.
Exemplo de verbos mais indicados para os objectivos gerais: adquirir, desenvolver, saber,
aperfeiçoar, entender, apreciar, aprender, julgar, melhorar, etc.
Exemplo de verbos mais indicados para os objectivos específicos: aplicar, distinguir, numerar,
identificar, investigar, marcar, classificar, contextualizar, redigir, relacionar, exemplificar, listar,
traduzir, etc.
Atenção: evitar verbos vagos (por ex.: estudar, Compreender, conhecer)!

Tipo de estudo
• Indicar o tipo geral de abordagem do problema: Qualitativo, quantitativo ou ambas as
formas (Misto) - justificar porquê a sua pesquisa usará esta abordagem. De seguida
referenciar e justificar o sub-tipo de pesquisa (descritivo, experimental, quasi-
experimental);
• O tipo de pesquisa é que define os métodos e técnicas. Por exemplo, para uma pesquisa
quantitativa pode usar-se o inquérito ou questionário para a recolha de dados, na
qualitativa pode usar-se ficha de observação.

Metodologias (caminhos da investigação – inclui técnicas e instrumentos de recolha de dados e

amostra).
 É o momento em que o investigador especifica o método que irá adoptar para alcançar os
objectivos e as metas propostas. Pode, por isso, ser sinónimo de estratégias;
 Indicar a forma como o estudo pretende abordar o problema: quantitativa ou
qualitativamente ou ainda de forma mista.
 Para cada método escolhido caracterizar ou definir segundo a literatura e indicar o
propósito do seu uso no trabalho. Directamente relacionado com o método deve-se indicar
o (s) instrumento (s) para a recolha de dados, que também devem ser definidos e indicar o
propósito do seu uso.
 Instrumentos: Inquérito, questionário, guião de entrevista, ficha de observação, teste diagnóstico.

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 No teste diagnóstico, 1º Administra-se o questionário, e 2º Administra-se o questionário

de novo para apurar a veracidade dos factos;
 Quando uma técnica evolui muito, vira um método;
i. Métodos de abordagem (recolha de dados)1: dedutivo, indutivo e hipotético-dedutivo;
ii. Métodos de procedimento (Análise de dados)2: histórico, comparativo, monográfico ou
estudo de caso, estatístico ou tipológico, funcionalista, estruturalista ou etnográfico.
iii. Técnicas de recolha de dados3: observação directa intensiva e observação directa extensiva.
iv. Delimitação do universo (descrição da população) e tipo de amostra.
(Não ocupa mais de 2 páginas)

Fundamentação teórica/Revisão bibliográfica

Indicação do referencial teórico que será usado para a realização do estudo. Poderá conter
citações de obras consultadas ou uma simples referência ao tipo de literatura que será usada para
a elaboração dos fundamentos teóricos do trabalho de pesquisa propriamente dito. Sempre que
possível, referenciar os trabalhos de diploma já feitos e que se relacionam directa ou
indirectamente com o estudo do problema.
Respondendo ainda à questão como? Aparece aqui os elementos de fundamentação teórica da
pesquisa e, também a definição de conceitos empregados.
O estudante deverá mostrar a capacidade de: resumo, leitura crítica, citar textualmente e não
textualmente e apresentar opinião própria depois de uma citação. Deve ter uma estrutura lógica e
coerente, mostrando algum conhecimento ou relação do tema ao que se propõe estudar com a
literatura.
(deve ter no mínimo 2 páginas e no máximo 6)

Resultados esperados
Breve descrição antecipada dos principais resultados que se esperariam se a pesquisa fosse
conduzida até à apresentação do relatório final. Note que não se trata da implementação dos

1
J. Eduardo CARVALHO. Metodologia do trabalho científico. “saber fazer”da investigação para dissertações e
teses. 2ª edição. Maputo, Escolar editora, Maputo, 83-86pp.
2
LAKATOS & MARKONI. Metodologia do trabalho científico. 4ª edição, São Paulo. Editora atlas S.A, 1992. 106-
107 pp.
3
Idem.

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resultados da pesquisa, mas sim das principais conclusões esperadas no trabalho; forma de
antevisão das hipóteses e grau optimista de satisfação de objectivos do estudo.

Cronograma de actividades
Indicação na forma de tabela das principais etapas de realização do trabalho, período de
realização, tipo de actividade e pessoas envolvidas e responsável pela actividade. Deve incluir um
a relação de material e recursos necessários, bem como uma proposta de orçamento por cada fase
do trabalho.

Apêndices (instrumentos de recolha de dados, como grelhas de observação, de entrevista e/ou de

inquéritos).

Referências Bibliográficas – Devem seguir as normas estabelecidas pela UP

TEXTO DE APOIO
Monografia Científica
A monografia científica deve assumir, simultaneamente, um carácter monográfico e
científico, i.e., deve abordar um problema de pesquisa, devidamente, delimitado e desenvolvido
com atitude científica.
De acordo com Köche (1997: 21-39), apud Dias & Mário (2002), atitude científica quer
dizer “buscar princípios explicativos e visão unitária da realidade (dos fenómenos); identificar
uma dúvida; reconhecer a insuficiência das explicações existentes; construir uma resposta para
essa dúvida; provar com segurança e confiança que essa resposta à dúvida é a melhor
resposta”.
A monografia científica seguirá uma estrutura básica comum que será, logicamente,
adaptável ao nível académico, aos objectivos e aos propósitos da sua apresentação. Tal estrutura
básica deve ser definida num Regulamento específico sobre normas de publicação de trabalhos
científicos.
Aconselha-se que as monografias científicas produzidas pelos graduados pela UP devem
estar sempre de alguma forma relacionadas com problemas científicos das áreas de ensino de

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uma certa disciplina. Este pressuposto não anula a possibilidade de se elaboraram pesquisas
meramente teóricas e que não tenham aplicabilidade directa no ensino e aprendizagem de uma
certa disciplina, mas que contribuem significativamente para o desenvolvimento da ciência
“pura” ligada a uma certa disciplina.

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