Você está na página 1de 36

Apresentação

Curso superior de tecnologia em refrigeração,


ventilação e ar condicionado

Disciplina: Refrigeração I

Carga térmica – parte 2

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Plano de aula

Horário (estimado) Momento da aula (on-line)

19h00 Explicação e introdução de conceitos

20h00 Dúvidas e discussão

20h20 Desenvolvimento de atividades (alunos)

20h40 Intervalo (20min)

21h00 Resolução de atividades (professor)

21h30 Tarefas extra sala de aula

22h00 Discussões finais e finalização

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Carga térmica – Setor de refrigeração

A carga térmica pode ser definida como a contribuição de todos os fatores que podem
aquecer ou resfriar um ambiente. No caso do setor de refrigeração, esses fatores
promovem aquecimento dos ambientes (Câmaras frias, balcões e expositores refrigerados,
etc.)

O estudo de carga térmica é uma das principais atividades no desenvolvimento de um


projeto de refrigeração e refletem no dimensionamento de equipamentos que irão promover
a retirada de calor.

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Carga térmica
Principais fatores

Abaixo são listados os principais fatores que contribuem para a carga térmica.

 Transmissão por paredes, teto e piso;


 Produtos;
 Fontes internas (equipamentos, iluminação, pessoas, etc.);
 Infiltrações (placas de isolamento térmico, abertura de portas, etc.);
 Equipamentos de refrigeração em operação (motor do ventilador, degelo, reaquecimento
para controle de umidade)

O profissional de refrigeração deve tentar identificar todos os fatores possíveis que podem
contribuir para a carga térmica, ainda que o usuário desconheça seus impactos, uma vez
que o usuário não tem obrigação de conhecer tecnicamente sobre carga térmica.

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Carga térmica
Fator 1 - Calor transmitido por parede, tetos e piso

Q1: Calor de transmissão diário [kW/dia];


U: Coeficiente global de transferência [W/m2°C];
ΔT: Variação de temperatura [°C].

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Carga térmica
Fator 2 – Calor devido à infiltrações

Q2: Calor de infiltração diário [kW/dia];


Vi: Volume interno do ambiente [m3];
n: Número de trocas de ar por hora [1/hora/dia].
he, hi: entalpia externa e interna do ar [kJ/m3]

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Carga térmica
Fator 3 – Calor devido ao produto

Na análise de calor devido os produtos, é necessário avaliar a temperatura de


armazenamento, tipo de produto e embalagem.

Caso o produto tenha que ser armanzenado numa câmara de congelados, o calor devido
ao produto envolverá três etapas:

 Resfriamento até iniciar o congelamento;


 Congelamento;
 Resfriamento após término do congelamento.

Caso o produto seja orgânico e esteja em contato direto com o ar da câmara, há


dissipação de calor devido à taxa de respiração do produto.

Por fim, a embalagem que geralmente acompanha o produto no armazenamento também


deve ser considerada, podendo ser madeira, papelão, plástico, etc.

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Carga térmica
Fator 3 – Calor devido ao produto

Resfriamento até iniciar o congelamento

Fase de congelamento

Resfriamento após término do congelamento

Calor devido à respiração:

Calor devido à embalagem

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Carga térmica
Fator 4 – Calor devido à pessoas

Q4: Calor de às pessoas[kW/dia];


Np: Quantidade de pessoas[pessoa/dia];
qp: Dissipação térmica por pessoa [kW/dia.pessoa].
Tper: tempo de permanência [horas]
A dissipação por pessoa é considerada, geralmente, como carga de calor sensível,
desprezando a parcela de calor latente. A quantidade de calor dissipada por pessoa
depende da temperatura da câmara

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Carga térmica
Fator 5 – Calor devido à iluminação

Q5: Calor de à iluminação pessoas[kW/dia];


Pi: Dissipação total por m2 [kW/m2/dia];
A: Área [m2].

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Carga térmica
Fator 6 – Calor devido à equipamento

a) Equipamento com motor dentro do espaço refrigerado

b) Equipamento dentro e motor fora do espaço refrigerado

c) Equipamento fora e motor dentro do espaço refrigerado

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Dúvidas

Ficou com dúvida?? Se sim, fique à


vontade para perguntar!!

Lembre-se! Não existe pergunta boba!!

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


INTERVALO

20 MINUTOS PARA

Lembre-se! Não existe pergunta boba!!

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Atividade

Exemplo
Cálculo de carga térmica – câmara fria para maças
Determinar a carga térmica de uma câmara fria para maças localizada em São Paulo com as seguintes
características:

Tempertura do ar externo: TBS=33°C e UR=65%;


Temperatura interna da câmara: Ti=0°C e UR=85%;
Dimensões da câmara: 30mx15x5m;
Piso:
Piso sobre terra;
Duas camadas de 10cm de concreto (k=0,233 W/mK);
Paredes e teto expostos ao ambiente externo.
Uma camada de 15cm isolamento PUR (k=0,02 W/mK)
Uparedes = 0,341 W/m2°C;
Solo à 15°C
Uteto=0,244 W/m2°C;
Upiso=Calcular!
Iluminação: 5W /m2
Pessoas: 2 pessoas trabalhando 8horas por dia
Empilhadeira: motor de 10 CV operando 2horas por dia (rendimento 90%)

Finalidade:
Resfriamento de 60 toneladas por dia de maças em caixas de madeira de 3kg (55x33x33cm). Caixas
com capacidade de 21 kg de maças. Taxa de respiração de 1,07 kJ/kg.

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Resolução de Atividade

Exemplo
Cálculo de carga térmica – fator 1 - transmissão

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Resolução de Atividade

Exemplo
Cálculo de carga térmica – fator 1 - transmissão

( )

( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( )

( )

( ) ( ) ( ) ( )

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Resolução de Atividade

Exemplo
Cálculo de carga térmica – fator 2 - infiltração

Idem para a entalpia do ar interno

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Resolução de Atividade

Exemplo
Cálculo de carga térmica – fator 3 - Produto

kg/dia
kJ/kg°C
kJ/kg
kJ/kg°C

65,00 kW

7,22 kW 0,08

/24 = 0,74 kW 72,96 kW

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Resolução de Atividade

Exemplo
Cálculo de carga térmica – fator 4 - Pessoas

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Resolução de Atividade

Exemplo
Cálculo de carga térmica – fator 5 - Iluminação

Cálculo de carga térmica – fator 6 - Equipamentos

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Resolução de Atividade

Exemplo
Cálculo de carga térmica – Consolidado

0,68

Resultado em kW:

Resultado em TR:

Resultado em kcal/h:

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Dúvidas

Ficou com dúvida?? Se sim, fique à


vontade para perguntar!!

Lembre-se! Não existe pergunta boba!!

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Atividade

Exercício - Cálculo de carga térmica – câmara fria


Determinar a carga térmica de uma câmara fria para medicamentos localizada em São Paulo (altitude
803m) com as seguintes características.
CONDIÇÕES INTERNAS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
TBS (°C) 5 Comprimento (m) 3,2
U R (%) 85% Largura(m) 2,8
Altura(m) 2,9
CONDIÇÕES EXTERNAS U global-Paredes (W/m2 °C): 0,149
2
Temperatura externa (°C) 35 U global-Teto (W/m °C): 0,149
2
U midade relativ a externa (%) 50% U global-piso (W/m °C): 0,456
Temperatura do solo (°C) 24

MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS FONTES INTERNAS


Tipo de produto: medicam. Ocupação (pessoas): 1
Quantidade de entrada (kg/dia) 250 Período de ocupação (horas/dia) 8
Temperatura de entrada (°C) 30 Empillhadeira 0
Taxa de respiração (kJ/kg) 0 Potência de motor (CV) 0
Calor específico antes de congelar (kJ/kg°C) 0,21 Tempo de operação do motor (horas/dia) 0
Calor específico após congelar (kJ/kg°C) 0,45 Rendimento do motor (%) 90
Temperatura de congelamento (°C) -2 I luminação (W/m2 ) 15
Calor latente de solidificação (kJ/kg) NA Número de trocas por hora(1/hora) 1,50

EMBALAGEM CONDIÇÕES OPERACIONAIS


Calor específico (kJ/kg°C) 0,13 Disponibilidade dos compressores (horas) 20
Temperatura de entrada (°C) 30 Tipo de degelo: Natural
Quantidade de entrada (kg/dia) 17 Disponibilidade de degelo (horas) 4,00

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Atividade

Orientações para envio (postagem):

• Atividade individual;
• Colocar nome e data no cabeçalho;
• Fazer no caderno ou eletrônico;
• Ao postar, enviar um ou no máximo dois arquivos com a resolução;
• Enviar no campo de tarefas da sala de aula no Teams;
• Preparar atividade de modo organizado e que sejam visíveis no arquivo
enviado;
• Caso não seja possível a visualização, a atividade não será considerada.
• Caso as orientações sejam atendidas e o resultado estiver correto, esta
atividade irá contribuir com até 1,5 pontos na avaliação P2.
• Prazo de envio: até as 23:59 de 29/10/21

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Resolução de Atividade

Gabarito completo com a resolução da atividade – disponível no SIGA


DADOS DE ENTRADA

Altitude do local de instalação (m) 803

CONDIÇÕES INTERNAS CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS


Temperatura de armazenaento (°C) 5 Comprimento (m) 3,2
Umidade relativ a de armazenamento (%) 85% Largura(m) 2,8
Altura(m) 2,9
2
CONDIÇÕES EXTERNAS Uglobal-Paredes (W/m °C): 0,149
Temperatura externa (°C) 35 Uglobal-Teto (W/m2°C): 0,149
2
Umidade relativ a externa (%) 50% Uglobal-piso (W/m °C): 0,456
Temperatura do solo (°C) 24

MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS EMBALAGEM


Tipo de produto: medicam. Calor específico (kJ/kg°C) 0,13
Quantidade de entrada (kg/dia) 250 Temperatura de entrada (°C) 30
Temperatura de entrada (°C) 30 Quantidade de entrada (kg/dia) 17
Taxa de respiração (kJ/kg) 0
Calor específico antes de congelar (kJ/kg°C) 0,21 FONTES INTERNAS
Calor específico após congelar (kJ/kg°C) 0,12 Ocupação (pessoas): 1
Temperatura de congelamento (°C) -2 Período de ocupação (horas/dia) 8
Calor latente de solidificação (kJ/kg) 10 Empillhadeira 0
Potência de motor (CV ) 0
Tempo de operação do motor (horas/dia)0
Rendimento do motor (%) 90
2
Iluminação (W/m ) 15
Número de trocas por hora(1/hora) 1,50

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Resolução de Atividade

Gabarito completo com a resolução da atividade – disponível no SIGA

RESULTADOS

Face 1 Face 4
Comprimento (m) 3,20 Comprimento (m) 2,80
Altura (m) 2,90 Altura (m) 2,90
Área (m2): 9,28 Área (m2): 8,12
Uglobal (W/m2°C): 0,15 Uglobal (W/m2°C): 0,15
Q_f1 (W) 41,48 Q_f4 (W) 36,30

Face 2 Teto
Comprimento (m) 2,80 Comprimento (m) 3,20
Altura (m) 2,90 Largura (m) 2,80
Área (m2): 8,12 Área (m2): 8,96
Uglobal (W/m2°C): 0,15 Uglobal (W/m2°C): 0,15
Q_f2 (W) 36,30 Q_teto (W) 40,05

Face 3 Piso
Comprimento (m) 3,20 Comprimento (m) 3,20
Altura (m) 2,90 Altura (m) 2,80
Área (m2): 9,28 Área (m2): 8,96
Uglobal (W/m2°C): 0,15 Uglobal (W/m2°C): 0,46
Q_f3 (W) 41,48 Q_piso (W) 77,63

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Resolução de Atividade

Gabarito completo com a resolução da atividade – disponível no SIGA


AVALIAÇÃO DAS INFILTRAÇÕES DE AR EQUAÇÕES UTILIZADAS
Temperatura interna (°C) 5
Umidade relativ a interna (%) 85% 𝑄 = 𝑈. 𝐴. ∆𝑇 𝑄 = 𝑉 . 𝑛. (ℎ − ℎ )
Entalpia do ar interno (kJ/kg) 17,68
3
V olume específico ar interno (m /kg) 0,87 𝑄 = 𝑚 . 𝑐 . (𝑇 − 𝑇 )
Entalpia do ar interno (kJ/m 3) 20,32
𝑄 = 𝑚 . 𝑐 . (𝑇 − 𝑇 )
Temperatura externa (°C) 35
Umidade relativ a externa (%) 50%
Entalpia do ar externo (kJ/kg) 85,7 𝑄 = 𝑁 .𝑞 .𝑡 𝑞 = 272 − 6. 𝑡
3
V olume específico ar externo (m /kg) 0,99
Entalpia do ar externo (kJ/m 3) 86,57
𝑃. 𝑛
𝑄 = 𝑃.𝐴 𝑄 =
η
RESUMO CARGA TÉRMICA Comprimento
1.0 Q_condução(W) 273,24
2.0 Q_infiltração(W) 717,20 Face 1
3.1 Q_produto (W) 15,19
3.2 Q_embalagem (W) 0,64

Largura
3.3 Q_respiração produto (W) 0,00 Face 4 Face 2
4.0 Q_pessoas (W) 80,67
5.0 Q_iluminação (W) 134,40
6.0 Q_motores (W) 0,00 Face 3
Q_total (W) 1.221,33

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Resolução de Atividade

Gabarito completo com a resolução da atividade – disponível no SIGA

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Determinando um perfil de
carga térmica

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Variação de um parâmetro ao longo do tempo

X é a variável independente da função que irá


definir o valor da variável dependente Y

T é a temperatura que varia ao longo do dia, especificado pelo


horário (hora). Assim, para determinarmos a temperatura em um
horário h1 específico do dia, basta utilizarmos a função T(h1), que
nesse caso ficaria T(h1) = a.h1+b

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

De que maneira a temperatura externa influencia a carga térmica


de uma câmara fria?
R: Transmissão por paredes, tetos e piso, por exemplo!!

Outros parâmetros podem variar ao longo do dia, tais como:

 Movimentação de produtos;
 Número de trocas de ar por hora;
 Iluminação;
 Equipamentos;

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Explicação

Exemplo de variação de entrada de produtos ao longo do dia

Total de produtos que entra na câmara por dia: 420 kg

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Resolução de Atividade

Determinação do perfil de carga térmica

𝑄(ℎ) = 𝑄 (ℎ) 𝑄(ℎ) = 𝑄 (ℎ)

𝑄(ℎ) = 𝑄 (ℎ) + 𝑄 (ℎ) + 𝑄 (ℎ) + 𝑄 (ℎ) + 𝑄 (ℎ) + 𝑄 (ℎ)

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos


Finalização

Obrigado!

Até a proxima aula

Refrigeração I Prof. Me. Flávio Marinho Vasconcelos

Você também pode gostar