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Universidade Lúrio

Faculdade de Engenharia

Departamento de Engenharia Mecânica

Curso de Licenciatura em Engenharia Mecânica

3°nivel

Maquinas termicas

Dimensionamento da carga térmica de em uma isntalacao domestica e industrial

Discente: Docente:
Luis Roti Salvador Eng. Jasse Semente

Pemba, Junho de 2023


Universidade Lúrio

Faculdade de Engenharia

Departamento de Engenharia Mecânica

Curso de Licenciatura em Engenharia Mecânica

Dimensionamento da carga térmica de em uma isntalacao domestica e industrial

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue na disciplina de Máquinas
Térmicas do 3° nivel, 1° Semestre
orientada por Eng° Jasse Semente

Pemba, Junho de 2023


Resumo

Neste trabalho mostrou –se como deve ser feito o dimensionamento da carga térmica de
uma instalacao domestica de modo a manter o conforto térmico da mesma. A determinação desta
carga térmica, constituirá uma série de cálculos dos parâmetros fundamentais para a sua
determinação. O trabalho esta organizado em quatro capítulos, onde no primeiro capítulo far-se-á
uma breve introdução, no mesmo âmbito vai estabelecer-se os objectivos que pretende-se
alcançar, já no segundo capitulo dar-se-á alguns conceitos fundamentais, de modo a facilitar para
a percepção do conteúdo posterior, como é o caso de conceito de refrigeração e climatização. No
terceiro capitulo serão demonstrados os cálculos dos diversos parâmetros imperiosos para a
determinação da carga térmica de um determinado local , como por exemplo o calor gerado pelos
raios solares ao irradiarem sobre uma superfície vidrada, um outro parâmetro que será abordado
ao longo do trabalho é o calculo do calor devido aos ocupantes que encontram-se no local onde
pretende-se determinar a carga térmica. Por fim no quarto e o ultimo capitulo serão apresentadas
umas breves conclusões e as possíveis considerações, seguindo-se posteriormente com as
referencias que foram utilizadas para a realização do trabalho.

Palavras-Chave: Calor, Refrigeração, Climatização, Sensível, Latente e Carga térmica.

Abstract
This work will determine the thermal load of a room so as to maintain the thermal comfort
of the room. The determination of this thermal load will be a series of calculations of the
fundamental parameters for its determination. The work is organized in four chapters, where in
the first chapter a brief introduction will be made, in the same scope will establish the objectives
that are intended to be achieved, already in the second chapter will give some fundamental
concepts, of to facilitate the perception of the later content, as is the case of refrigeration and air
conditioning. In the third chapter, the calculations of the various imperative parameters for the
determination of the thermal load of a given location, such as the callus generated by the solar
rays when irradiating on a glazed surface, will be demonstrated. Calculation of the heat due to
the occupants that are in the place where it is intended to determine the thermal load. Finally in
the fourth and last chapter will be presented a brief conclusion and the possible considerations,
followed later with the references that were used to carry out the work.

Keywords: Heat, Cooling, Climate, Sensitive, Latent and Thermal.

Problematização
Quão imperioso é um equipamento de climatização (ar condicionado) para a garantia do conforto
térmico na cidade de pemba, visto que esta cidade normalmente apresenta temperaturas altas?

Justificativa

É comum na sociedade (em particular na cidade de Pemba) a montagem de ar condicionados sem


levar em conta diversos parâmetros que com certeza são imperiosos, pois estes parâmetros
contribuem com uma taxa de calor significativa. Contudo, sob ponto de vista da engenharia esses
parâmetros devem ser calculados de modo a seleccionar um equipamento que possa garantir um
bom conforto térmico, razão pela qual far-se-á uma análise profunda destes parâmetros.
Nomenclatura

: Temperatura externa em

: temperatura interna em

: Calor libertado pelo tecto em

: Área do tecto em

: Coeficiente global de transferência de calor do tecto em

: Comprimento do tecto em

: largura do tecto em

: Espessura do mosaico em

: Comprimento do chão em

: Largura do chão em

: Calor libertado pelo chão em

: Coeficiente global de transferência de calor do chão em

: Calor latente de infiltração do ar em

: Calor sensível de infiltração de ar em

: Comprimento da parede em

: Área da parede em

: Coeficiente global de transferência de calor da parede em

: Largura da parede em

: Calor libertado pela parede em

: Volume de infiltração de ar pela janela em


1

: Velocidade do vento em
: Humidade relativa do ar exterior em percentagem

: Humidade do ar no interior da sala em percentagem

: Fluxo de ventilação em

: Calor Sensível de ventilação em

: Calor Latente de ventilação em

: Calor Sensível dos ocupantes em

: Calor Latente dos ocupantes em

: Calor total dos ocupantes em

: Número dos ocupantes

: Índice de calor Sensível

: Índice de calor Latente

: Calor proporcionado pelos locais de iluminação em

: Potencia de iluminação em

: Calor sensível dos equipamentos em

: Potência total dos computadores em

: Potência do dispositivo de Wi-fi em

: Potência do acumulador de energia em

: Potência do projector em

: Carga térmica total do local em


CAPÍTULO I
1. Introdução
O emprego dos meios de refrigeração já era do conhecimento humano
mesmo na época das mais antigas civilizações. Pode-se citar a civilização
chinesa que, muitos séculos antes do nascimento de Cristo, usava o gelo natural
(colhido nas superfícies dos rios e lagos congelados e conservado com grandes
cuidados, em poços cobertos com palha e cavados na terra) com a finalidade de
conservar o chá que consumiam. As civilizações gregas e romanas que também
aproveitavam o gelo colhido no alto das montanhas, a custo do braço escravo,
para o preparo de bebidas e alimentos gelados.

Não havendo descanso na parte do homem, estes por sua vez, foi
estudando de modo a procurar melhores formas de conservar os seus alimentos
por meio da refrigeração até que chegou ao ponto de desenvolver métodos que
envolvessem cálculos de modo a proporcionar uma boa refrigeração. Um dos
métodos desenvolvido foi a determinação de carga térmica (quantidade de calor)
devido a vários factores patentes no local, como é o caso da infiltração de ar
através de fendas de portas ou janelas por exemplo. O cálculo desta carga
constituirá o foco deste trabalho, de modo a seleccionar um aparelho de ar
condicionado.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral:


 Dimensionar a carga térmica em uma instalacao domestica e industrial.

1.1.2. Objectivos Específicos:


 Estabelecer o conceito de refrigeração e climatização;

 Descrever os componentes fundamentais de um sistema de refrigeração;

 Estabelecer o princípio de funcionamento do sistema de refrigeração;

 Estabelecer o conceito de carga térmica e o objectivo de determinação da carga térmica;

 Estabelecer o conceito de calor Sensível e calor Latente;

 Fazer a descrição do local escolhido;

 Demostrar as equacoes para o cálculo das cargas térmicas parciais e total


respectivamente.
CAPÍTULO II
2. Fundamentação Teórica
2.1. Refrigeração e Climatização
2.1.1. Refrigeração
A refrigeração define-se como a transferência ou transmissão de calor de ambientes que
possuem baixas temperaturas para aqueles em que sua temperatura é elevada. É composta
basicamente de uma máquina e um fluído específico, chamados de refrigerador (equipamento
que realizará o processo termodinâmico e o refrigerante, fluente que trabalhará em função do
refrigerador (MILLER & MILLER, 2014).

2.1.2. Climatização
Trata do ar, ajustando a sua temperatura em valores geralmente acima de . Pode
controlar além da temperatura do ar no recinto, a pressão interna, a pureza do ar (filtragem), e sua
humidade relativa.

A climatização pode ser utilizada com finalidade de conforto ambiental (como o uso
residencial, escritórios, comércios, entre outras aplicações) ou industrial, para controlar variáveis
de processo (na industria de tecelagem e gráfica, controlando a temperatura e humidade) na
indústria electrónica, controlando temperatura, humidade, pureza do ar e pressão do recinto
(Silva, 2003).

2.1.2. Componentes Fundamentais de um Sistema de Refrigeração

 Compressor: sua principal função é succionar o fluido refrigerante a baixa pressão da


linha de sucção e comprime-lo em direcção ao condensador a alta pressão e alta
temperatura na fase gasosa (vapor super aquecido);

 Condensador: através do condensador e suas aletas, o fluido refrigerante proveniente do


compressor a alta temperatura, efectua a troca térmica com o ambiente externo, liberando
o calor absorvido no evaporador e no processo de compressão. Nesta fase, ocorre uma
transformação de vapor superaquecido para líquido sub resfriado a alta pressão;
 Filtro Secador: exerce duas funções importantes: A primeira é reter partículas sólidas
que em circulação no circuito, partículas estas que podem ocasionar obstrução ou danos à
partes mecânicas do compressor. A segunda é absorver totalmente a humidade residual
do circuito que porventura não tenha sido removida pelo processo de vácuo, evitando
danos ao sistema como: formação de ácidos, corrosão, aumento das pressões e obstrução
do tubo capilar por congelamento da humidade;

 Tubo Capilar: é um tubo de cobre com diâmetro reduzido que tem como função receber
o fluido refrigerante do condensador e promover a perda de carga do fluido refrigerante
separando os lados de alta e de baixa pressão;

 Evaporador: recebe o fluido refrigerante proveniente do tubo capilar, no estado líquido a


baixa pressão e baixa temperatura. Nesta condição, o fluido evapora absorvendo o calor
da superfície da tubulação do evaporador, ocorrendo a transformação de líquido sub
resfriado para vapor saturado a baixa pressão. Este efeito acarreta o abaixamento da
temperatura do ambiente interno do refrigerador.

2.1.3. Funcionamento de um Sistema de Refrigeração

O refrigerante deve ser fornecido a um evaporador ou serpentina no estado líquido porque


só a evaporação pode absorver grande quantidade de calor. O refrigerante na forma de vapor
deverá ser reduzido a líquido antes de ser utilizado de novo.

Assim deve-se condensar o vapor de refrigerante, transferindo-se para qualquer outro


meio (água ou ar) o calor Latente fornecido pelo vapor durante a condensação. No caso a água ou
ar devem estar a temperatura inferior à temperatura de condensação do refrigerante. Como as
temperaturas de condensação e vaporização são as mesmas e geralmente baixas, deve-se então
aumentar a sua pressão de modo tal que sua temperatura de condensação seja superior a
temperatura da água ou ar disponível. Para este fim há a necessidade de um compressor (Carlos,
2004).
Figura 2.1.4. Principio de funcionamento de sistema de refrigeração. Fonte (Carlos, 2004).

2.2. Calor
O calor, no dia a dia; muitas vezes é confundido com a temperatura alta de algum ambiente, sendo
dita de forma errônea, mas, em uma forma bem simples de definição desta energia térmica natural, é a
circulação (ou trânsito) produzida pela desigualdade das temperaturas de um corpo ou sistema.

Complementando a afirmação, Sonntag (2003) anuncia que a transferência de calor ocorre devido a
um sistema de temperatura alta aquecer o de temperatura baixa, ou seja, ceder calor para o sistema de
temperatura inferior. Para que isso ocorra de uma forma única e eficaz, as temperaturas jamais se
igualariam, mantendo assim uma diferença significativa.

Quando um corpo sofre o ganho ou a perda de calor, ocorre duas situações, ou há uma variação na
temperatura ou este sofrerá uma mudança em seu estado físico, ambos são chamados de calor sensível e
calor latente. Abaixo será mostrado os dois tipos e depois desta definição será mostrado as principais
formas de transmissão de calor .

2.2.1. Calor Sensível


Ocorre quando há um fornecimento de energia para um corpo, e este corpo (ou matéria) ao receber
transforma em aumento de sua temperatura. Nesse processo não há mudança de estado físico. Um exemplo
simples ocorre quando é aplicado aquecimento em uma barra de ferro. Esta barra ao receber esta energia,
aumenta a sua temperatura, sem entrar no estado líquido (FARIAS & BEZERRA, 2018). Abaixo a fórmula
define o calor sensível:

𝑄 = 𝑚𝑐∆Ɵ

Onde:

Q – Quantidade de calor (cal)

m – Massa (g)

c – calor específico (cal/ (g °C))

∆Ɵ – variação de temperatura (°C).

2.2.2. Calor Latente


Já o calor latente, ocorre ao inverso do anterior. Visto que é necessário ser aplicado uma certa
quantidade de energia em uma substância para que ocorra a mudança do estado físico, não alterando a sua
temperatura.

Carneiro (2015) exemplifica um exemplo, onde o gelo é retirado do local refrigerante e colocado
em temperatura ambiente. Aplicando uma determinada quantidade de energia (energia térmica., esse gelo
sai do estado sólido para o líquido através da fusão. A equação que define os parâmetros necessários é
demonstrada a seguir:

𝑄 = 𝑚𝐿

Onde:

Q – Quantidade de calor (cal)

m – Massa que sofre a mudança de estado físico (g)

L – Latência de estado físico


2.3. Transferência: Propagação de Calor
Na propagação ocorre o trânsito da energia em sua forma térmica na massa, onde esta quantidade é
transferida do meio quente ao mais frio. Três tipos especificam a propagação, estes são explicados através
de figuras idealizadas por My Brain (MY BRAIN, 2016):

2.3.1. Condução
A condução de calor (ou térmica) acontece quando há o encontro de átomos e moléculas (encontro
de dois corpos), ocorrendo assim um choque entre ambos, realizando assim uma “troca”. Esta troca
permite que átomos e moléculas em alta agitação (corpo de temperatura elevada) transformem-se junto aos
átomos de baixa agitação (temperatura baixa), tendo assim um equilíbrio térmico das matérias. Esta
transmissão acontece especialmente em sólidos.

Em um exemplo hipotético, é mostrado na figura 2.5 que, ao encostar uma barra metálica (com uma
temperatura inicial de 30 °C) na fogueira (temperatura de 150 °C) provocará uma agitação das moléculas e
de toda a vizinhança de átomos. Uma quantidade de energia será conduzida para a barra causando assim
aumento de temperatura, visto que ocorrerá um equilíbrio térmico a um certo ponto (MY BRAIN, 2016).

Figura 2.3.1. Condução Térmica (Adaptado de MYBRAIN, 2016)

2.3.2. Convecção
A convecção ocorre essencialmente em líquidos (ou fluidos, de forma física), onde essencialmente há
uma transmissão de calor através deste liquido em seu próprio movimento constante.

Quando uma panela com água (figura 2.3.2) é aquecida no fogo a uma determinada temperatura,
haverá alterações térmicas. Pequenos filetes de água começam a entrar em ebulição, fazendo com que
borbulhem, este fenômeno se chama corrente de convecção, visto que, quando os filetes vermelhos estão
aquecidos sobem para superfície, fazendo que os filetes azuis desçam até a base metálica da panela e assim
seguir a mesma trajetória (MY BRAIN, 2016).

Figura 2.3.2. Convecção Térmica (Adaptado de MYBRAIN, 2016)

2.3.3. Radiação
A radiação térmica (ou irradiação) tem com maior exemplo o sol (como está mostrado na figura
2.3.3), onde ondas de calor provenientes da estrela, propagam sobre determinadas regiões do planeta. Essas
ondas são eletromagnéticas. A irradiação necessariamente não precisa de matéria, tendo ar como uma
amostra. Outro ponto importante é a transferência por radiação mesmo no vácuo, sendo que o sol propaga a
sua intensidade por estes vazios (MY BRAIN, 2016).
Figura 2.3.3. Irradiação de calor (Adaptado de MYBRAIN, 2016).

2.4. Carga Térmica em Climatização


Segundo Creder (2004) para se saber as condições de conforto de um local utiliza-se dos
cálculos de carga térmica, que por definição é a quantidade de calor que deve ser retirada ou
fornecida a um local ou sistema. Para isso são levadas em consideração determinadas condições
térmicas como o ganho de calor por meio de revestimentos, pessoas, iluminação, equipamentos
internos e infiltrações que são os principais fatores para dimensionamento de um sistema de
refrigeração com ar condicionado.

Figura 2.4: Fatores que afetam a carga térmica (Adaptado de Stoecker, 1985).

Fonte: (Adaptado de Stoecker, 1985).


O objetivo principal de se realizar o cálculo de carga térmica é o de avaliar de forma adequada as
mudanças que ocorrem na temperatura de acordo com o ambiente em que vai ser utilizada. Deste
modo, pode-se realizar uma boa análise dos materiais e equipamentos que devem ser utilizados
de forma que o projeto atenda a todos os requisitos não só térmicos, mas também financeiros.

Para o desenvolvimento do trabalho de análise térmica de um setor industrial podem ser


utilizados os modelos disponíveis na norma ABNT NBR 16401-2 (2008) dos quais informam os
parâmetros que tratam sobre as condições de conforto com base em fatores que podem afetar o
conforto dos ocupantes de um local com grandes variações térmicas e principalmente a NBR
16655-3 (2019) que fornece a metodologia necessária para a obtenção dos valores de carga
térmica para o ambiente .O conhecimento da carga térmica é fundamental para:

 Dimensionar uma instalação (domestica ou industrial);

 Seleccionar equipamentos;

 Avaliar o funcionamento de equipamentos existentes ou a serem adquiridos;

 Avaliar as alterações necessárias ao sistema que beneficia ambientes, cuja finalidade


venha ser alterada.

O ganho de calor que é transmitido para o ambiente é devido aos seguintes factores (Oliveira,
1984):

 Radiação solar através de superfícies transparentes tais como vidros das janelas;

 Condução de calor através das paredes externas e telhados;

 Condução de calor através das paredes internas, divisórias, tetos e pisos;

 Calor gerado dentro do ambiente pelos ocupantes, luzes, equipamentos, desenvolvimento


de processos ou qualquer outra fonte geradora de calor;
 Calor proveniente da ventilação (ar exterior) e infiltração de ar exterior;

 Calor gerado por outras fontes.


Os tipos de ganho de calor são sensível e latente. A selecção correta do equipamento para
humidificação ou desumidificação e resfriamento é feita levando-se em consideração os valores
de calor sensível e latente.

O ganho de calor sensível é o ganho de calor de um determinado ambiente devido a


transmissão por radiação, condução ou convecção, ou devido ainda a estas formas
simultaneamente.

2.4.1. Carga térmica por aquecimento

A inserção de calor em zona habitáveis de regiões que possuem baixas temperaturas ou o intenso frio,
também é indispensável para comodidade e conforto térmico dos ocupantes. Para que isso seja necessário,
a carga térmica discrimina um levantamento, no qual a temperatura interna esteja superior termicamente à
temperatura de fora (externa).
O cálculo desta carga gira em torno de perdas de calor, isto é, é somada as perdas térmicas por
infiltração e por renovação de ar, basicamente. Regiões tropicais e subtropicais, esse tipo de projeto é
pouco utilizado, tendo mais destaque em regiões de clima temperado e frio, respectivamente. Neste caso
ainda, é recomendado sempre uma máquina de ciclo reversa (especialmente a ambientes com temperaturas
inferiores a 15° C).

2.4.2. Carga térmica por resfriamento


Enfatizando esta condição de carga térmica (já citada) é entendido que o objetivo é em apresentar
todas as cargas que afetam direta e indiretamente um local onde se deseja o dimensionamento de qualquer
aparelho que conforte termicamente.

Miller & Miller (2014) explica que há a necessidade da divisão de cargas ao longo do projeto.
Dividem-se em quatro elementos. Depois de analisadas as quantidades, são totalizadas a fim de estimar o
tempo do funcionamento e os critérios para serem usados no esboço do projeto. Os quatro elementos
dividem-se em cargas térmicas de renovação de ar e dos produtos que compõem, as variadas cargas
presentes e calor proveniente das paredes.

Para ampliar o contexto, a estimativa da carga térmica por resfriamento torna-se hermética pelo
simples fato de detalhar todos os tipos de cargas que são provenientes. Nas cargas externas, por exemplo,
há a necessidade de vista geográfica do local, exposição de radiação solar e posição do sol durante o dia
(especialmente em horários em que a temperatura é mais elevada).
Já nas cargas internas, as cargas de iluminação, de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos possuem
uma quantidade significativa de calor. As partições (paredes paralelas, paredes que separam cômodos)
presentes no recinto também têm a sua quantidade, juntamente com os ocupantes do espaço. Além destas,
muitas outras parcelas são acrescidas, mesmo que tenham valores mínimos.

2.5. Conforto Térmico


De acordo com PIZZETI (1970) apudi CARVALHO (2009), conforto térmico é
definido como condições ambientais de temperatura e umidade que proporcionam sensação
de bem-estar às pessoas que ali estão. Na figura 2.5 podem-se ver os fatores que
influenciam o conforto térmico humano.

Um local ambientado por uma climatização agradável onde a temperatura se adequa aos parâmetros
de satisfação é uma das definições que é aplicada para conforto térmico em um recinto. Estar em um
ambiente desses, propicia sempre um bem-estar, motivação e aumento de empenho para encarar o dia.

Há um mecanismo chamado “termorregulação” onde o corpo vai se adequando conforme a


temperatura do ambiente. No caso do ambiente confortável, esse mecanismo não é ativado pois o equilíbrio
térmico torna a temperatura de ambos neutras, mantendo o local agradável (Braz, 2005).

Vários fatores também podem afetar positivamente no conforto térmico do recinto. Umidade relativa,
temperatura do ar (bulbo seco), a velocidade do ar, irradiação térmica e até isolamento por meio de roupas
podem ser um acréscimo para manter o ambiente satisfatório.
Figura 2.5. Fatores que afetam o conforto térmico. Fonte (Wikpedia).

2.6. METODOLOGIA
Para a realização do trabalho recorreu - se a : consulta bibliográfica, notas das aulas durante o
curso.

2.7. Descrição do Local Escolhido

A primeira etapa para realizar o estudo é visitar a intalação onde o trabalho será realizado,
com objetivo de conhecer o local, as pessoas envolvidas. Conhecer as pessoas e estabelecer um
relacionamento agradável é fundamental para levantar as informações necessárias, tornando
possível, ao final do projeto, capacitar os colaboradores com eventuais melhorias e modificações
de procedimentos.

CAPITULO III
3. Determinação da carga térmica
Para o dimensionamento de uma carga termica (ar condicionado) em qualquer localidade pré-determinada,
é necessário a estimativa da carga térmica presente no ambiente para o conforto térmico. Cargas externas,
internas e outras cargas diversas, constarão nos cálculos.
3.1. Cargas externas
São cargas oriundas de fatores externos que estão presentes e influentes ao redor do ponto
examinado. Estas cargas compõe uma quantidade térmica de calor por serem absorvidas para o meio
interior.

3.1.1. Transferência de calor por superfícies opacas

Segundo Frota e Schiffer (2001) a condução é a troca de energia que ocorre da partícula mais
energética para uma menos energética quando ambas entram em contato e a intensidade dessa
troca depende de fatores como densidade do material e sua natureza química. Çengel & Ghajar
(2011), reafirmam experimentalmente que a quantidade de calor que flui através de um elemento
opaco depende do material da qual é constituída as janelas, parede e o telhado. A espessura do
elemento é bastante importante, quanto maior for o isolamento menor será a taxa de transferência
de calor (Figura 2).

Figura 3.1.1: Transmissão de calor por superfícies opacas

Fonte: Rodrigues (2010).

As estimativas em relação à transferência de calor passa por mudanças de condutibilidade de


acordo com todo o processo de construção dos pisos, paredes e lajes do ambiente. Os materiais
utilizados na construção são importantes, pois sabendo isso pode-se selecionar de maneira correta
a condutividade térmica de um material em específico e através disso e utilização do método
Cooling Load Temperature Diferences (CLTD) pode-se obter o resultados para os cálculos de
carga térmica para as superfícies. Com isso, a ABNT NBR 16655-3 (2019) mostra dados obtidos
dos materiais dos quais são mais utilizados na indústria como podem ser observados na tabela 1 e
2 logo abaixo ressaltando a importância de se saber as características físicas de cada elemento
utilizado na construção de um recinto.

Tabela 1. Coeficiente de transmissão de calor através de superfícies opacas (paredes, pisos lajes e
telhados)
Elemento – Cacaracterísticas Parede Laje externa Laje externa +
construtivo físicas externa + espessura isolamento
ar
Elemento Espessura Coeficiente de Resistividade Resistividade Resistividade
construtivo m condutibilidade K térmica térmica térmica
W/(m . ºC) (m² .ºC)/W (m² .ºC)/W (m² .ºC)/W
Filme de Ar Não 0 0,044 0,044 0,044
externo
Reboque + 0,025 0,73 0,034 0 0
pintura
Bloco de 0,200 1,04 0,192 0 0
concreto
Concreto 0,150 1,9 0 0,079 0,079
laje maciço
e
contrapiso
Drywall 0,070 0,46 0 0,152 0
Gesso
Vidro 0,006 0,76 0 0 0
Espaço de não 0 0 0,160 0
ar
Isolamento 0,025 0,032 0 0 0,78125
25 mm de lã
de vidro
Reboque + 0,025 0,73 0,034 0,034 0
pintura
Filme de ar Não 0 0,121 0,121 0
interno
Total 0 0 0,426 0,590 0,904

Fonte: NBR 16655-3 (2019).


Tabela 2. Coeficiente de transmissão de calor através de pisos, paredes internas e janelas

Elemento Piso/laje Parede interna Janela externa Janela externa cortina


construtivo interna simples
Resistividade Resistividade Resistividade Resistividade térmica
térmica térmica térmica (m² .ºC)/W
(m² .ºC)/W (m² .ºC)/W (m² .ºC)/W
Filme de Ar 0 0 0,044 0,044
externo
Concreto laje 0,079 0 0 0
maciço e
contrapiso
Drywall 0 0,152 0 0

Vidro 0 0 0,008 0,016


Espaço de ar 0 0 0 0,160
(vidro duplo)
Filme de ar 0,242 0,242 0,121 0,121
interno
Total 0,321 0,394 0,173 0,341

Fonte: NBR 16655-3 (2019).

Portanto, através da seleção dos coeficientes de condutibilidade adequados de um determinado


material pode-se encontrar a taxa de transferência de calor de um local. Este método de cálculo manual
leva em consideração o ganho de calor por condução através não só da insolação direta, como também,
através das superfícies translúcidas. É levado em consideração a resistência térmica do material,
transmissão do calor através dele, sua inércia térmica, o efeito do sol e a diferença da temperatura interna e
externa do local NBR ABNT (2019).

No cálculo das cargas de condução em paredes que recebem massa e outros isolantes e visando o
cálculo das acumulações térmicas, será utilizada a lei de resfriamento de Newton, no qual o fluxo de
energia térmica:
𝑞(𝑐𝑜𝑛𝑑) = 𝑈𝐴𝛥𝑡
Onde:

q (cond.) – fluxo do calor (W)

U – coeficiente global de transferência de calor (W/𝑚2K ou W/𝑚2°C)

A – área da superfície (𝑚2)

Δt – variação de temperatura entre os pontos (K ou °C)

A energia solar tem uma influência direta, pois a intensidade em que a temperatura se eleva ao meio
externo, acaba por interferindo ao meio interno, alterando assim a capacidade de conforto térmico da
instalacao. Será utilizado o coeficiente global de transferência de calor (U), pois vários pontos são obtidos
facilmente e demonstra as deslocações do calor por hora em cada 𝑚3 pertencente a superfície (CREDER,
2004).

3.1.2. Carga térmica por insolação

Segundo Ashrae (55-2017), a quantidade de isolamento térmico que uma pessoa pode sofrer tem um
impacto grande no conforto térmico. O isolamento é expresso de várias maneiras como, pelo local, em que
o ocupante se encontra e o material que o compõe a posição em que a radiação é mais constante no recito
e, além disso, suas vestimentas. Segundo Frota e Schiffer (2001) carga térmica por insolação é o ganho de
energia térmica provocado pela incidência de radiação solar direta sobre um ambiente podendo ser medida,
porém existe muita dificuldade na obtenção dos resultados devido levar em consideração movimentação do
sol coordenadas geográficas do local intensidade da radiação solar. Com isso, a radiação varia com a hora
do dia, o tempo, a cobertura de nuvens e a parte do céu onde é recebida. A radiação não pode, entretanto,
ser atribuída a uma direção específica, pois trata-se de várias radiações dispersas, inclinação dos raios do
sol em relação ao plano do equador, Creder (2004).
Figura 3.1.3a: Carga térmica por insolação.
Fonte: Adaptado ArchDaily (2008).
Portanto, vários outros fatores podem influenciar no ganho de calor como o tipo de construção, cor,
rugosidade e se superfície tem capacidades reflexivas. Além disso, as trocas de calor ocorrem com mais
frequência nas superfícies transparentes de um recinto como janelas, domus ou claraboias devido ao
material permitir maior transmissão devido a sua característica de ser um material translucido. Segundo
Creder (2004) a energia que atravessa as superfícies transparentes se dividem em três partes sendo elas a
que é absorvida pelo vidro, refletida ou transmitida através do vidro, a figura 4 mostra como a radiação
interage com o material.

Figura 3.1.3b: Transmissão de calor através de superfícies reflexivas


Fonte: Adaptado Unisul (2018).
É necessário levar em consideração alguns fatores importantes na obtenção do cálculo de carga térmica
como o Solar Heating Gain Factor (SHGF) fator esse que leva em consideração a potência que a insolação
pode ter considerando um determinado período do ano onde o índice de radiação é maior e a região em que
acontece. Além disso, também é importante se determinar o Cooling load fator (CLF) que é o fator de
resfriamento que também leva em consideração o local e além disso as direções nos pontos cardeais em
que se encontra e, também, fatores de sombreamento externos que possam gerar sombras no local NBR
ABNT (2019).

No primeiro ponto estará em análise as superfícies opacas, compostas por paredes, coberturas e/ou
vidros (especialmente de portas e janelas) que absorvem no impacto térmico, uma quantidade relevante
para o meio interno, ocasionando um aumento na temperatura, mesmo sendo uma taxa insignificativa.
Detalhadamente, a análise por este método, utilizando esta lei, explorará os pontos, por meio de
vistas (frontal e laterais), onde a luz solar é projetada. Buscando horários (dia, noite e especialmente em
dias que ocorrerão afazeres dentro do local) para assim aperfeiçoar na escolha do equipamento.

Q(𝑖𝑛𝑠) = 𝑈𝐴[(𝑡𝑒 − 𝑡𝑖) + ∆𝑡]

Onde:

Q – Cargas de insolação por superfícies opacas (W)

kcal 2
U – coeficiente global de transmissão de calor ( × m ×℃ )
h

A – área da superfície (𝑚2)

te – temperatura do exterior (°C)

ti – temperatura do interior (°C)


∆t – acréscimo ao diferencial de temperatura, obtida pela tabela 3.1.2
Tabela 3.1.3 – Acréscimo ao diferencial de temperatura (Adaptado de Creder, 2004)

Superfície Cor Cor Cor


Escura Média Clara

°C °C °C
Telhado 25 16,6 8,3
Parede L ou O 16,6 11,1 5,5
Parede N 8,3 5,5 2,7
Parede S 0 0 0

3.2. Cargas internas


Em tese, as acumulações de maior importância no projeto. Estas cargas possuem uma quantidade
grande de calor presente dentro do ambiente, sendo que possuem tanto calor sensível quanto latente.
Pessoas ocupantes do local, aparelhos, tanto eletrônicos, quanto eletrodomésticos, iluminação, a edificação
em si, entre outros, são as consequências de alterações na temperatura.

3.2.1. Pessoas – Carga humana

Creder (2004) diz que os ocupantes do ambiente também têm suas parcelas de calores transmitidos,
sendo assim mais uma parcela de carga térmica, visto que compõe calores, latente e sensível. Nesta
questão, a quantidade de pessoas componentes nesta área norteará o desenvolvimento do projeto, já que
influirão no conforto térmico, causando a elevação da temperatura no ambiente
Çengel & Ghajar (2011) diz que as pessoas podem perder radiação através do ambiente que os
envolve, como a temperatura das paredes, tetos e pisos. Isso acontece devido as superfícies está em maior
ou menor temperatura em relação aos ocupantes do recinto, devido a isso o corpo humano utiliza de
mecanismos de defesa tanto para a perca de calor excessiva, quanto para transferência de calor para o
mesmo.
Figura 3.2.1: Troca de calor por radiação através do ambiente
Fonte: Çengel & Ghajar (2011)
Segundo Creder (2004) se levar em consideração a temperatura normal de um corpo humano que
em média é 37,3ºC se a temperatura do recinto for maior que a do corpo o calor e transferido para o mesmo
provocando o suor e a transpiração, quando ocorre de o local ter uma temperatura menor em relação ao
corpo o calor do mesmo é transferido para o ambiente em que se encontra. Devido a isso, para ambientes
quentes dependendo da umidade relativa do ambiente o corpo libera agua pelas glândulas de suor e recorre
a refrigeração por evaporação, já em ambientes mais frios o organismo reduz a temperatura da pele
diminuindo a taxa de perda de calor da mesma mantendo a temperatura corporal interna estável Çengel &
Ghajar (2011).
Com isso, alguns fatores são importantes no cálculo da carga térmica do recinto como saber a
capacidade máxima do local visto que um local comportando mais pessoas do que a sua capacidade total
suporta pode gerar um grande desconforto térmico ABNT NBR 16401-2 (2008).

Carga Térmica Sensível – QTS

𝑄𝑇𝑆 = 𝐶𝑆 𝑥 𝑛º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠

Onde:

CS – Calor Sensível (em W)

Carga Térmica Latente – QTL


𝑄𝑇𝐿 = 𝐶𝐿 𝑥 𝑛º 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠

Onde:

CL – Calor Latente (em W)

Para a equação final é utilizada a soma da carga QTS com a QTL:

𝑄𝑝 = 𝑄𝑇𝑆 + 𝑄𝑇𝐿

3.2.2. Carga térmica por iluminação e equipamentos

As principais fontes de geração de calor em ambientes fechados são as luzes, os equipamentos de


operação interna e os ocupantes do local. Todos os equipamentos elétricos que atuam dentro do recinto
devem ser levados em consideração, pois eles também adicionam carga térmica ao recinto levando em
conta sempre se sua utilização é esporádica ou se está sempre funcionando (MATOS 2010). Com relação a
iluminação a escolha das lâmpadas é um fator importante tendo em vista que existe uma variedade de
modelos, as lâmpadas incandescentes foram as primeiras que usaram energia elétrica para funcionar
seguido das fluorescentes que que foram uma grande evolução em relação as incandescentes sendo cerca
de 75% mais econômicas, porém nos dias atuais a Light Emitting Diode (LED) tem se destacando devido a
sua grande variedade de potência, eficiência, custo benefício e vida útil (IEI, 2019). Na figura 6 pode-se
visualizar alguns dados em relação aos vários modelos de Lâmpadas presentes no mercado.

Figura 3.2.2a: Comparativo de eficiência das lâmpadas


Fonte: Adaptado RETECjr (2017)
Logo, as quantidades de calor gerado proveniente das lâmpadas depende da potência delas e do tipo
de conexão elétrica utilizada a energia dissipada deve der levada em consideração no cálculo de carga
térmica, pois a parcela de calor gerada pelas lâmpadas é absorvida pelas paredes, pisos e mobilhas do
recinto já equipamentos é necessário estima-los pela potência período ou frequência de utilização Stoecker
e Jones (1999).
Segundo Gomes (2019), o ganho de calor devido a iluminação do ambiente gerado por lâmpadas
fluorescentes gera cerca de 20% de ganho de calor adicionado ao ambiente gerado pelo reator contribuindo
bastante para o ganho de calor do recinto em que é utilizado dependendo da sua potencia e a quantidade da
mesma no local. Para Frota e Schiffer (2001) lâmpadas incandescentes convertem apenas 10% de sua
potência em luz sendo assim 90% da mesma se transforma em calor, já para as lâmpadas fluorescentes sua
conversão se dá por 25% em luz e todo o resto é dissipado por calor radiante e por condução, sendo sua
maior parcela referente a 50% do calor. Na figura 7 pode-se observar os tipos mais comuns.

Figura 7: Modelos mais comuns de lâmpadas

Figura 3.2.2b: Modelos mais comuns de lâmpadas


Fonte: Adaptado Empórioluz (2020)

Para calcular a iluminação utilizaremos a equação abaixo:

𝑄𝑖 = 𝑃𝑡 𝑥 0,86
Onde:

Qi – cargas de iluminação
Pt – Potência total dissipada da iluminação
0,86 – Conversão de W em kcal/h

A iluminação fluorescente necessita de um equipamento adicional para prover a tensão necessária à


partida e, após esta, a limitação de corrente. Esse equipamento é o reator, que adiciona cerca de 20% de
carga; quando na instalação só se dispõe de reatores duplos e de alto fator de potência, pode-se reduzir essa
carga adicional. Deve-se levar em conta, no cálculo da carga térmica, que nem sempre todas as lâmpadas
estão ligadas na hora que se tomou por base para o cálculo; geralmente na hora em que a carga térmica de
insolação é máxima muitas lâmpadas podem estar desligadas.

3.2.3. Cargas de infiltração

Em todos os tipos de construções existe a possibilidade de haver infiltração de ar devido ao recinto


não ser totalmente impermeável contra esse fator, tanto para entrada de ar quanto para a saída do mesmo. O
vento é considerado o principal motivo para fuga de ar criando uma zona de alta pressão nas áreas onde ele
entra criando zonas de alta pressão diferencial que causam infiltração a sua parcela de contribuição
depende da sua duração e velocidade Ferreira (2006), como pode-se ver na figura 8.

Figura 3.2.3a: Esquema de ação do vento em uma residência


Fonte: Ferreira (2006)
A NBR 16401-1 2008 define que infiltração é o fluxo de ar externo que entra em uma edificação
esse fato ocorre devido a pequenas aberturas entre as janelas e portas ou ate paredes e o teto do ambiente e
essa penetração permite a adição de carga térmica sensível ou latente. Costa e Fortunato (2007), reforçam a
ideia de que quando existe infiltrações de ar de fora diretamente no ambiente através das aberturas do local
como frestas, portas e janelas como já foi mencionado faz-se necessário calcular a quantidade de ar que
entrou nesse meio para se saber o ganho de calor que pode ser conhecido como carga específica do
ambiente (Figura 3.2.3b).

Figura 3.2.3b: Infiltração de ar pelas aberturas do recinto


Fonte: Quality (2022)
Creder (2004), diz que ainda que essa carga não possa ser estimada com precisão devido a variações
na construção do local existem dois métodos para se calculá-los e são eles: método da fresta e o método da
troca de ar. Deste modo, o método das frestas consiste em utilizar valores experimentais esses dados
tabelados são em função da quantidade de ar média que passa pelas aberturas, já o método da troca de ar
consiste pela troca de ar do recinto por hora nesse método deve ser considerado fatores como a área do
local e seu número de janelas.

Infiltração por frestas

As frestas agregadas aos elementos de vedação possuem uma parcela de cargas externas que
transpassam para dentro do ambiente. Para os cálculos das acumulações térmicas provenientes destas
aberturas usaremos:
 Em janelas:

𝑉𝑡𝑗 = 𝑉𝑓𝑗 𝑥 (𝑛 𝑥 𝑚𝑓𝑗)

Onde:

Vtj – vazão total de infiltração de frestas na janela (m 3 /h)


Vfj – vazão de infiltração (m 3 /h) (tabelada na norma ABNT NBR 6401:1980)
n – número de janelas
mfj – medidas de frestas (m)

 Em portas:

𝑉𝑡𝑝 = 𝑉𝑓𝑝 𝑥 (𝑛 𝑥 𝑚𝑓𝑝)

Onde:

Vtp – vazão total de infiltração de frestas na porta (m3 /h)


Vfp – vazão de infiltração de portas (m3 /h) (tabelada na norma ABNT NBR 6401:1980)
n – número de janelas
mfj – medidas de frestas (m)

𝑞𝑠𝑓(inf) = 𝑉𝑝𝑖 𝑥 0,29(𝑇2 − 𝑇1)

𝑞𝑙(inf) = 𝑉𝑝𝑖 𝑥 0,71 (𝑢𝑒2 − 𝑢𝑒1)

Onde temos:

T1 – temperatura estipulada interior

T2 – temperatura estipulada exterior

ue1 – umidade específica para temperatura estipulada interior


ue2 – umidade específica para temperatura estipulada exterior

Para condições de cálculos, são determinadas as umidades específicas para estipular de maneira
correta as cargas de infiltração e renovação. Creder (2004) afirma o fluxo da velocidade da região externa
influencia diretamente no recinto a ser climatizado, tornando assim vinculado aos processos de carga.

 Estipular a umidade específica em torno de temperaturas indicadas

1ª etapa - cálculo de pressão de saturação (para as temperaturas estipuladas):

7,5 T
( )
es=0,6108× 10 237,3+T

Onde:

es – Pressão de saturação de vapor;


T – Temperatura do ar em ºC.

 Estipular a umidade específica em torno de temperaturas indicadas

2ª etapa - cálculo da umidade específica (para as temperaturas estipuladas):

0,622× ea
ue 1=
Patm−(0,378 x ea)

Onde:

ue - Umidade específica;

ea - Pressão atual de vapor; (multiplicado pela umidade relativa estipulada)

Patm - Pressão atmosférica em kPa.


Aberturas de portas e janelas

Seguindo a NBR 6401, é examinado que a que a vazão de infiltração nas constantes aberturas de
portas e janelas:

𝑞𝑠𝑎(inf) = 𝑉𝑝𝑖 𝑥 0,29 (𝑇2 − 𝑇1)

𝑞𝑙𝑎(inf) = 𝑉𝑝𝑖 𝑥 0,71 (𝑢𝑒2 − 𝑢𝑒1)

Onde:

Vpi – vazão de infiltração

3.2.4. Cargas de renovação

Para Strobel (2013), as cargas de renovação para ambientes climatizados, ocasionam em


melhoramento significativo do calor proveniente, advinda de infiltrações e ventilação e remove aos poucos
ares poluentes (fumaças, poeiras, entre outros). Para isso é avaliado a vazão da renovação de ar:

Fp × np+ Fs × A
Vr=
1000

Onde:

Vr – Vazão de renovação (𝑚3/𝑠)

Fp – Fator de infiltração por pessoa (l/s . pessoas)


np – número de pessoas
Fs – Fator de infiltração por área (l/s.𝑚2)

A – área (𝑚2)

Logo após são mostradas as cargas térmicas sensível e latente de renovação:

𝑞𝑠𝑟 = 𝑉𝑟 𝑥 0,29(𝑇2 − 𝑇1)


𝑞𝑙𝑟 = 𝑉𝑟 𝑥 0,71 (𝑢𝑒2 − 𝑢𝑒1)

3.2.5. Carga devida ao ar externo de ventilação

A introdução de ar externo de ventilação nos ambientes é necessário para diluir os odores produzidos nos
mesmos. As fontes mais comuns de contaminação do ar ambiente são: os odores emitidos pelas pessoas,
fumaça de cigarros, os odores dos alimentos, etc.

O calor sensível devido ao ar externo é calculado usando a equação:

Qs= ρ l × Cp×Ve (Te−Ts)

Onde:

Qs - calor sensível devido ao ar externo (W).

ρL - densidade do ar ajustado para a altitude local

Cp - calor específico do ar seco, (kJ/kg°C)

Ve - vazão de ar externo (l/s)

Te - temperatura do ar externo ( °C)

Ts - temperatura interna da sala (°C)

O calor latente devido ao ar externo é calculado usando a equação:

Qs= ρl × Cp×Ve (We−Ws)


Onde:

Qs calor latente devido ao ar externo, W

ρL - densidade do ar ajustado para a altitude local

Cp - calor específico do ar seco, (kJ/kg°C)

We - umidade específica do ar externo, g/kg ar seco

Ws - umidade específica interna da sala, g/kg ar seco

3.3. Carga térmica de aquecimento

Para inverno, devem ser calculadas as cargas de calor sensível e latente serem compensadas pelo
aquecimento e umidificação do ar, estas cargas são constituídas pelas parcelas devidas a transmissão pelas
paredes, pisos, tetos, vidros, etc., ar externo e se houver também a infiltração. Antes de iniciar o cálculo da
carga térmica, deve ser feita uma completa inspeção nos dados físicos do ambiente a ser condicionado,
quanto mais precisa forem as informações, mais precisa será a estimativa de cálculo.

3.4. Seleção dos principais equipamentos

Depois de colhidos todos os dados possíveis, será possível a escolha dos equipamentos ideais para serem
instalados, visando o menor custo possível. Muitos fabricantes despontam no mercado de refrigeração, mas
baseando-se em padrões de ambientes amplos, buscam facilitar esta procura através de manuais, tendo
mais praticidade e flexibilidade.

Para selecionar os equipamentos ideais no recinto, há a necessidade de encontrar a capacidade


térmica que o sistema de ar condicionado poderá comportar. Alem disso por exempo uma residencia pode
ser de grandes dimensoes e por ser uma area com bastante movimento de moradores, o tipo de ar
condicionado é previamente escolhido. A categoria Split-teto em sua maioria é recomendável por sua
grande capacidade de circulação de ar, tendo uma vantagem maior em relação ao split tradicional.
A colocação adequada dos aparelhos no interior do ambiente também é determinante. Com a
finalidade de facilitar a escolha, foi selecionado alguns manuais regentes que guiam as posições ideais de
onde o fluxo de ar não fosse prejudicado e confortar termicamente o recinto e seus ocupantes.
Planta Baixa do local em estudo

Figura 3.4.Residencia domestica.Fonte (autor )


CAPÍTULO IV
4. Conclusão

Para instalar um aparelho de ar condicionado não basta só ir a loja e escolher o aparelho que
pretendemos, mas tem-se que levar em conta muitos parâmetros que influenciaram fortemente
para um bom funcionamento do aparelho, considerando estes parâmetros ter-se-á a oportunidade
de seleccionar um que funcione correctamente em um determinado ambiente, podendo desta
forma manter ou ainda prolongar o tempo de vida útil do equipamento.

Ao longo da pesquisa velicou-se que o ser humano assim como ar que circula dentro dos
nossos compartimentos contribuem com uma taxa de transferência de calor significativa, o aos
olhos de muitos no nosso quotidiano, é desprezível.

Recomenda-se aos estimados usuários para não simplesmente ir á loja e escolher um aparelho
de ar condicionado, más antes porém deve procurar por um especialista que ajudará na selecção
correcta do equipamento, garantindo um bom conforto térmico.
4.1. Referências Bibliográficas

[1]. Anderson, E. P., Palmquist, R. E. Manual de Geladeiras Residenciais, Comerciais e


Industriais. Editora Hemus;

[2]. Silva, J. G. Introdução à Tecnologia da Refrigeração e da Climatização. 1ª edição.


Editora Artliber, São Paulo, 2003;

[3]. Refrigeração e ar condicionado – Parte I. Prof. Dr. Marcelo José Pirani – UFBA;

[4]. Refrigeração e ar condicionado – Parte I e Parte II. Prof. Luiz Carlos Martinelli

Jr. – UNIJUÍ;

[5]. Carlos A. Lauand. Manual Prático de Geladeiras - Refrigeração Industrial e

Residencial. Editora Hemus, 2004;

[7]. Luiz Magno de Oliveira Mendes. Refrigeração e Ar Condicionado. Editora

Ediouro. Rio de Janeiro, 1984.


4.2. Anexos
4.2.1. Anexo A

Tabela 1: Contribuições da radiação solar simples através de vidro. Fonte: (Jó, 2018)

Tabela 1: Coeficiente de transmissão K. Tecto. Fonte: (Jó, 2018)

Tabela 4: Infiltrações pela janela método de abertura (verão). Fonte: (Jó, 2018)
Tabela 4.1: Infiltrações pela porta método de abertura (verão). Fonte: (Jó, 2018)

Tabela 2: Caudal do ar exterior para ventilação em locais climatizados. Fonte: (Jó, 2018)
Tabela 3: Ganho devido aos ocupantes. Fonte: (Jó, 2018)
Anexo B

Figura 4.2.2. Dados Meteorológicos da cidade de Pimba. Fonte (Instituto de Meteorologia de-Cabo
Delgado)

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