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fumaça em recintos fechados. Porém para atender uma determinada condição de conforto
ainda temos que resolver as questões referentes ao calor sensível e ao calor latente ambos
liberados pelos ocupantes do ambiente bem como o calor sensível gerado pelos
equipamentos instalados no local de trabalho, o calor transferido ao ambiente por condução
através das paredes, pisos e vidros, ou por irradiação solar etc.
Além disto observa-se na prática que na maioria dos projetos a carga térmica devido ao
calor sensível excede amplamente a carga devido ao calor latente de modo que
normalmente calcula-se a vazão de ar, para este caso, com base no calor sensível.
Desta forma não abordaremos neste tópico o cálculo da carga térmica devido ao calor
latente, mesmo porque o conforto térmico devido a atenuação deste fator dá-se através da
redução da umidade relativa do ar e/ou através da incidência de uma corrente de ar com
velocidade entre 1,0 m/s e 1,5 m/s sobre os ocupantes do ambiente (lembre-se que
velocidades excessivas causam desconforto).
Cst = n . Cs 4.1
onde:
Cst = calor sensível total (em Btu/h ou kcal/h);
n = número de pessoas no ambiente
Cs = calor sensível produzido por uma pessoa sob determinadas condições. Este valor
pode ser obtido através de tabelas específicas as quais fornecem o calor liberado por pessoa
(em Btu/h ou kcal/h), exemplo vide tabela 6.10. anexo;
É importante frisar, se o problema em questão não envolve outras cargas, ou seja o projeto
de ventilação geral diluidora será baseado apenas no calor sensível gerado pelos ocupantes
e na remoção de odores corporais e fumaça.
Adota-se como vazão de ar necessária o maior valor calculado, separadamente, através dos
processos de número de renovações por hora, de quantidade de ar por hora por pessoa
(vistos no exercício resolvido 4.2.) e na remoção de calor.
solução:
critério 1: renovação para diluir fumaças e odores
(com base no processo do número de renovações por pessoa)
1º passo: Utilizar tabela que forneça o número de renovações por hora em função do
ambiente (no nosso caso podemos utilizar as tabelas 6.2 ou 6.3 anexo).
Das tabelas adotaremos o menor valor 25 renovações/hora;
1º passo: Utilizar tabela que forneça a quantidade de ar por pessoa (no nosso caso
poderemos utilizar as tabelas 6.1., 6.4., ou 6.5.);
observações:
da tabela 6.1. encontramos , através de extrapolação, valor = 36 m3/h x pessoa;
da tabela 6.5. podemos determinar/adotar valor médio de 40 m3/h x pessoa (pois não
sabemos a taxa de fumantes e não fumantes);
da tabela 6.4. encontramos valores de 51 a 85 m3/h x pessoa, para salas de reuniões, neste
caso como não sabemos a taxa de fumantes podemos considerar a média entre os dois
valores 68 m3/h x pessoa;
Para efeito deste exercício adotaremos o maior valor dentre os 3 encontrados, mas na
prática deve-se levar em conta custo dos equipamentos, nível de ruído, resultados desejados
etc.
Em geral, neste tipo de ambiente, existe uma fuga de ar através de frestas, portas que abrem
para entrada e saída de pessoas.
Chamamos esta vazão de “vazão de fugas” (Qf) e se desejarmos mantermos uma certa
pressão positiva no ambiente, a vazão de ar do ventilador de exaustão deverá ser igual a
diferença entre a vazão de ar total necessária e vazão de fuga:
Para o nosso exercício adotaremos ½ do volume total do recinto por hora (existência de no
máximo 2 portas com dificuldade de serem mantidas fechadas). Sendo assim a vazão por
efeito de fuga pelas portas e frestas será:
Como necessitamos insuflar 22000 m3/h e estão escapando 440 m3/h o ventilador de
exaustão deverá ter vazão nominal igual a:
Desta forma garantiremos que a pressão de ar no ambiente será positiva evitando que o ar
exterior penetre pelas portas e frestas.
4.6.2. Calor Devido a Penetração do Exterior para o Recinto, por Condução em Razão da
Diferença de Temperaturas entre o Exterior e Interior do Ambiente
Esta carga térmica de calor sensível devido a penetração do calor pode ser calculada pela
equação abaixo:
onde:
Cp – calor sensível que penetra no ambiente por condução ( em Btu/h ou kcal/h);
K – coeficiente de transmissão de calor através de paredes, piso ou teto (em kcal/m2 x h x
ºC);
Este coeficiente é encontrado em tabelas específicas para condicionamento de ar;
S – área das paredes , piso ou teto (em m2);
Cp=A x S 4.4
onde:
Cp – calor sensível (em Btu/h)
A – coeficiente de transmissão (em Btu/hxft2)
S – área da superfície (em ft2)
A carga térmica devida à insolação, isto é, a incidência solar direta sobre paredes e
coberturas tem um efeito importante sobre o problema de isolamento térmico, podendo em
certos casos exigir mesmo a instalação de condicionador de ar.
Para cálculos de ventilação, assim como no item anterior podemos determinar a carga
térmica de modo aproximado através da equação 4.5..
Cp=B x S 4.5
sendo:
Cp= calor sensível devido à insolação (em Btu/h);
S= área da superfície exposta ao sol (em ft2);
B= fator de multiplicação devido à insolação direta. Este fator, pode encontrar em
tabelas específicas as quais forneçam o calor sensível por unidade de área devido a
incidência dos raios solares, levando-se em conta o tipo de material, a latitude local e a hora
de insolação durante o dia (em nosso caso utilizaremos a tabela 7.4. anexo a qual expressa o
fator B em Btu/hora x ft2);
Lembre-se que neste caso devemos converter o valor calculado em Watts para Btu/h ou
kcal/h.
Caso estes dados não estejam disponíveis em tabelas deveremos, para o cálculo da carga
térmica, lançar mão de outros recursos como, por exemplo, medir a corrente nominal de
operação de cada equipamento e calcular a potência consumida.
As desvantagens são:
- os gases, fumaças ou vapores que saem dos equipamentos onde são formados , antes
de atingirem o grau de diluição que lhes confira inocuidade, podem afetar em maior
ou menor grau os órgãos respiratórios, as mucosas, os olhos ou a pele daqueles que
trabalhem no local em função da proximidade com a fonte poluidora;
- Quando a quantidade de poluentes gerada é grande ou sua toxidade for elevada, não
é aconselhável e nem deve ser permitida a ventilação geral diluidora por obrigar a
quantidades muito grandes de ar a diluição. Além do custo, para este caso , não há
garantias de que a mesma anule a agressividade do agente poluidor se o operário
trabalha próximo à fonte poluidora;
Veremos, no próximo capítulo, que existe um sistema mais eficiente o qual capta os
contaminantes no local de sua formação não permitindo que os mesmos espalhem-se pelo
recinto.
Quando porém, o grau de toxidez do produto o permite, usa-se a instalação diluidora por
ser de menor custo. A preocupação no caso é normalmente apenas com a renovação de
contaminantes oriundos de processos ou operações físico-mecânicas ou químicas, em geral
solventes de pequena toxidade.
Vale frisar que neste caso a eliminação de odores corporais , fumaça de cigarros e calor
sensível devido ao metabolismo se operará concomitantemente, sem que haja a necessidade
de se somarem as vazões necessárias para atendimento dos vários casos isoladamente.
Como vimos no início deste capítulo além das tabelas de valor TLV, existem outras tabelas
que fornecem para grande variedade de substâncias e produtos os teores de concentração
aceitáveis no ambiente, de modo a não permitir que o ar se torne perigoso para os
ocupantes do recinto.
C= q/Q 4.6
sendo:
C = grau de concentração do poluente (em m3/m3);
q = vazão de poluente (em m3/h);
Q = vazão de ar admitido no ambiente (em m3/h);
sendo:
Q = vazão de ar puro (em m3/h);
q = vazão do poluente (em m3/h);
C = grau de concentração do poluente (em m3/m3);
K = fator de segurança (o qual varia de 3 a 10);
e em
Para a diluição de poluentes a vazão de ar passa a ser uma função da concentração desejada
(kd), vide equação 4.8..
Q=G.[(387/Pmol).(1000000/kd)] 4.8
onde:
Q = vazão de ar necessária (em cfm);
G = taxa de geração da substância que se quer diluir (lb/min);
387 = volume de 1 lb mol de qualquer gás a 70 ºF a 1 atm, volume molecular (cf/lb);
Pmol = peso molecular da substância que se quer diluir (lb);
kd = concentração permitida no ambiente,isto é, que não deve ser ultrapassada (em
ppm);
sendo:
Q = vazão de ar a ser insuflado (em m3/h);
K = fator de segurança (valor entre 3 e 10);
q = volume de vapor de solvente liberado (em m3/h);
m = massa de vapor de solvente liberado (em kg/h);
c = concentração admissível de poluente no ar (em partes por 10.000 partes =0,0001
m3/m3 ou em ppm);
p = pressão atmosférica local = 760 mmHg = 10330 mmCA ou 10220 kgf/m2;
Vm = volume molecular (em m3);
M = massa molecular = 28,95 kg;
T = temperatura absoluta =273º + t (em ºC);
r = constante universal dos gases perfeitos, igual a 29,27 kgf.m/kg.mol.ºK;
de acordo com postulados da física podemos escrever que:
p.Vm = M.r.T
Sendo:
R= M.r = 28,95 x 29,27 = 848 kgf.m/mol.ºK
Logo:
Vm=(848xT)/10330 4.11
sendo:
P = massa de poeira formada durante 1 hora (em mg/h);
C = concentração máxima admissível (em mg/m3), 1 kg/m3 = 1000000 mg/m3;
Q = vazão de ar a ser renovado (em m3/h);
Q= P/C
O tempo necessário para que a concentração inicial atinja o valor final é dado pela equação
4.14..
Chamemos de:
Os valores dos limites de tolerância (TLV) são sempre inferiores aos níveis inferiores de
explosividade (LEL).
A vazão de ar necessária para atender aos valores de LEL, fs, e B pode ser calculada
através da equação 4.15..
Dado:
peso molecular da acetona = 58,08 kg
760 mmHg = 10330 kgf/m2
adote K = 5
adote C = a média dos valores tabelados
resposta:
q = 0,162 m3/h
Sabendo a vazão na qual o poluente será evaporado ou lançado no ambiente podemos calcular a
vazão de ar necessária.
Q=(q/C) x K
da tabela 8.1 podemos concluir que C= 450 ppm = 450 exp-6 = 0,00045
Q= (0,162/ 0,00045) x 5
Q=1800 m3?h
ou seja necessitaremos de 1800 m3/h para que a concentração de poluente não ultrapasse os limites
de tolerância.