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Até o momento os métodos e equações vistos visam a eliminação de odores corporais e

fumaça em recintos fechados. Porém para atender uma determinada condição de conforto
ainda temos que resolver as questões referentes ao calor sensível e ao calor latente ambos
liberados pelos ocupantes do ambiente bem como o calor sensível gerado pelos
equipamentos instalados no local de trabalho, o calor transferido ao ambiente por condução
através das paredes, pisos e vidros, ou por irradiação solar etc.

A primeira providência a ser tomada em um projeto de ventilação diluidora é a


determinação da CARGA TÉRMICA (em outras palavras a quantidade de energia térmica
gerada no ambiente) proveniente das fontes de calor que mencionamos acima.
Com base na carga térmica calcula-se a vazão de ar necessária para reduzi-la
proporcionando um nível de conforto térmico razoável no interior do ambiente de trabalho.

4.6.1. Calor Sensível e Latente Produzidos pelo Metabolismo


Usando uma conceituação simplificada e parcial podemos caracterizar o metabolismo pelo
teor de produção de calor pelo corpo.
Para que haja equilíbrio térmico é necessário que o corpo perca calor na medida com o qual
o produz.

O cálculo da carga térmica devido ao metabolismo deve determinar, em separado, a


quantidade de calor sensível e a quantidade de calor latente.
Com base nestes valores podemos determinar a vazão de ar necessária para a retirada da
energia térmica do ambiente.
A determinação da vazão não é realizada a partir da soma dos dois valores calculados, pois
se adota para o cálculo da mesma o maior entre eles, uma vez que o calor sensível e o calor
latente são absorvidos simultaneamente.

Além disto observa-se na prática que na maioria dos projetos a carga térmica devido ao
calor sensível excede amplamente a carga devido ao calor latente de modo que
normalmente calcula-se a vazão de ar, para este caso, com base no calor sensível.

Desta forma não abordaremos neste tópico o cálculo da carga térmica devido ao calor
latente, mesmo porque o conforto térmico devido a atenuação deste fator dá-se através da
redução da umidade relativa do ar e/ou através da incidência de uma corrente de ar com
velocidade entre 1,0 m/s e 1,5 m/s sobre os ocupantes do ambiente (lembre-se que
velocidades excessivas causam desconforto).

O calor sensível é determinado pela equação 4.1.:

Cst = n . Cs 4.1
onde:
Cst = calor sensível total (em Btu/h ou kcal/h);
n = número de pessoas no ambiente
Cs = calor sensível produzido por uma pessoa sob determinadas condições. Este valor
pode ser obtido através de tabelas específicas as quais fornecem o calor liberado por pessoa
(em Btu/h ou kcal/h), exemplo vide tabela 6.10. anexo;

É importante frisar, se o problema em questão não envolve outras cargas, ou seja o projeto
de ventilação geral diluidora será baseado apenas no calor sensível gerado pelos ocupantes
e na remoção de odores corporais e fumaça.

Adota-se como vazão de ar necessária o maior valor calculado, separadamente, através dos
processos de número de renovações por hora, de quantidade de ar por hora por pessoa
(vistos no exercício resolvido 4.2.) e na remoção de calor.

Para o cálculo da vazão de ar em função da quantidade de calor a ser removido utiliza-se a


equação 3.4..

exercício resolvido 4.3.


Uma refinadora de petróleo possui uma sala de conferência onde são realizadas reuniões,
palestras e cursos.
A capacidade do ambiente é para 200 pessoas sentadas, considere a existência de fumantes.
As dimensões são 10 m x 22 m x 4 m.
Determine a vazão de ar necessário a ser insuflado e removido através do método descrito
no item 4.5..
O ar insuflado é admitido a 25 ºC e deverá ser exaurido no máximo a 28 ºC.

solução:
critério 1: renovação para diluir fumaças e odores
(com base no processo do número de renovações por pessoa)

1º passo: Utilizar tabela que forneça o número de renovações por hora em função do
ambiente (no nosso caso podemos utilizar as tabelas 6.2 ou 6.3 anexo).
Das tabelas adotaremos o menor valor 25 renovações/hora;

2º passo: Determinar o volume de ar do ambiente;


V = 22 x 10 x 4 volume = 880 m3
3º passo: Determinar a vazão de ar necessária;
Q = Volume x número de renovações
Q = 880 x 25 = 22000 m3/h ou 367 m3/min ou 12865 cfm

(cálculo com base no processo da quantidade de ar por pessoa)

1º passo: Utilizar tabela que forneça a quantidade de ar por pessoa (no nosso caso
poderemos utilizar as tabelas 6.1., 6.4., ou 6.5.);
observações:
da tabela 6.1. encontramos , através de extrapolação, valor = 36 m3/h x pessoa;
da tabela 6.5. podemos determinar/adotar valor médio de 40 m3/h x pessoa (pois não
sabemos a taxa de fumantes e não fumantes);
da tabela 6.4. encontramos valores de 51 a 85 m3/h x pessoa, para salas de reuniões, neste
caso como não sabemos a taxa de fumantes podemos considerar a média entre os dois
valores 68 m3/h x pessoa;

Para efeito deste exercício adotaremos o maior valor dentre os 3 encontrados, mas na
prática deve-se levar em conta custo dos equipamentos, nível de ruído, resultados desejados
etc.

2º passo: Determinar a vazão de ar;


Q = número de ocupantes x quant. de ar por pessoa
Q = 200 x 68 = 13600 m3/h ou 227 m3/min ou 7953 cfm

critério 2: remoção de calor sensível


1º passo: Utilizar tabela que forneça o calor sensível liberado por pessoa (no nosso caso
utilize a tabela 6.10. ou 7.2.);
Cs = 175 Btu/h x pessoa (da tabela 6.10.)

2º passo: Determinar a carga térmica (utilize a equação 4.1.);


Cst = n x Cs
Cst = 200 x 175
Cst = 35000 Btu/h

3º passo Determinar a vazão de ar (utilize a equação 3.4.);


Q = +  >&S N   7L –Te)]
Q = 35000 /[0,24 x 0,075 x 60 x (82,4 – 77)]
Q = 6001 cfm ou 171 m3/min ou 10262 m3/h

Considerando os dois critérios adotados observa-se que através do processo do número de


renovações por hora obtém-se a maior vazão de ar. Portanto adotaremos a mesma para
dimensionamento dos ventiladores.

Em geral, neste tipo de ambiente, existe uma fuga de ar através de frestas, portas que abrem
para entrada e saída de pessoas.
Chamamos esta vazão de “vazão de fugas” (Qf) e se desejarmos mantermos uma certa
pressão positiva no ambiente, a vazão de ar do ventilador de exaustão deverá ser igual a
diferença entre a vazão de ar total necessária e vazão de fuga:

Qexaut = Qtotal - Qf 4.2


A vazão de fuga é a vazão que se verifica naturalmente sem o emprego de exaustores com o
ar saindo por portas e frestas.
Na falta de dados mais precisos, admite-se que a troca natural horária, de acordo com o
exterior, seja de ½ a ¾ do volume do recinto.

Para o nosso exercício adotaremos ½ do volume total do recinto por hora (existência de no
máximo 2 portas com dificuldade de serem mantidas fechadas). Sendo assim a vazão por
efeito de fuga pelas portas e frestas será:

Qf = 0,5 trocas/hora x 880 m3,


Qf = 440 m3/h

Como necessitamos insuflar 22000 m3/h e estão escapando 440 m3/h o ventilador de
exaustão deverá ter vazão nominal igual a:

Qexaust = 22000 – 440 = 21560 m3/h

Desta forma garantiremos que a pressão de ar no ambiente será positiva evitando que o ar
exterior penetre pelas portas e frestas.

4.6.2. Calor Devido a Penetração do Exterior para o Recinto, por Condução em Razão da
Diferença de Temperaturas entre o Exterior e Interior do Ambiente
Esta carga térmica de calor sensível devido a penetração do calor pode ser calculada pela
equação abaixo:

Cp=k x S x ( Te-Ti) 4.3

onde:
Cp – calor sensível que penetra no ambiente por condução ( em Btu/h ou kcal/h);
K – coeficiente de transmissão de calor através de paredes, piso ou teto (em kcal/m2 x h x
ºC);
Este coeficiente é encontrado em tabelas específicas para condicionamento de ar;
S – área das paredes , piso ou teto (em m2);

Em projetos de ventilação geral diluidora apenas podemos determinar de um modo


aproximado o calor que penetra por condução multiplicando a área da superfície através da
qual passa o calor por um coeficiente (A) o qual pode ser encontrado em tabelas que
forneçam a quantidade de calor por unidade área em função do tipo da construção (no
nosso caso utilizaremos a tabela 7.2. anexo, a qual expressa o coeficiente em Btu/hora x
ft2).

Cp=A x S 4.4
onde:
Cp – calor sensível (em Btu/h)
A – coeficiente de transmissão (em Btu/hxft2)
S – área da superfície (em ft2)

4.6.3. Carga Térmica Devido a Insolação


Esta carga térmica é devida exclusivamente à radiação solar sobre a superfície exposta aos
raios solares. Deve-se verificar a direção para a qual acha-se voltada à parede ou janelas.

A carga térmica devida à insolação, isto é, a incidência solar direta sobre paredes e
coberturas tem um efeito importante sobre o problema de isolamento térmico, podendo em
certos casos exigir mesmo a instalação de condicionador de ar.

Para cálculos de ventilação, assim como no item anterior podemos determinar a carga
térmica de modo aproximado através da equação 4.5..

Cp=B x S 4.5

sendo:
Cp= calor sensível devido à insolação (em Btu/h);
S= área da superfície exposta ao sol (em ft2);
B= fator de multiplicação devido à insolação direta. Este fator, pode encontrar em
tabelas específicas as quais forneçam o calor sensível por unidade de área devido a
incidência dos raios solares, levando-se em conta o tipo de material, a latitude local e a hora
de insolação durante o dia (em nosso caso utilizaremos a tabela 7.4. anexo a qual expressa o
fator B em Btu/hora x ft2);

4.6.4. Carga Térmica Devida a Energia Dissipada pelos Aparelhos de Iluminação


A carga térmica é uma função da potência dissipada pelas lâmpadas e pelos reatores. Pode-
se calcular a potência dissipada por unidade de área (W/m2), em função do índice de
iluminação que deverá ser previsto para o mesmo e a natureza do trabalho a ser executado,
cujo grau de precisão influencia o nível de iluminação exigido.

Calcula-se, para ventilação, a carga térmica em função da iluminação multiplicando-se a


quantidade de lâmpadas instaladas no recinto pela potência nominal das mesmas, ou caso
seja fornecido de projeto, multiplicando-se a potência dissipada por unidade de área pela
área da superfície do piso do recinto.

Lembre-se que neste caso devemos converter o valor calculado em Watts para Btu/h ou
kcal/h.

4.6.5. Carga Térmica Devida ao Funcionamento de Motores Elétricos


A carga térmica em função do calor sensível dissipado por motores elétricos é calculada
somando-se as potências nominais dos motores.
Para um cálculo simplificado podemos fazer uso de tabelas que expressem a carga térmica
em função da potência do motor elétrico (no nosso caso utilizaremos a tabela 7.8. anexo).

4.6.6. Carga Térmica Devida a Equipamentos em Funcionamento no Recinto


Existe uma grande variedade de aparelhos e equipamentos cujo funcionamento acarreta
uma dissipação de calor para o ambiente.
Para o cálculo da carga térmica devemos recorrer a tabelas específicas que forneçam o calor
dissipado em função do equipamento ou em função da potência nominal do mesmo (apenas
como exemplo vide tabela 7.9. anexo).

Caso estes dados não estejam disponíveis em tabelas deveremos, para o cálculo da carga
térmica, lançar mão de outros recursos como, por exemplo, medir a corrente nominal de
operação de cada equipamento e calcular a potência consumida.

4.6.7. Carga Térmica Total


A carga térmica total é obtida somando-se as cargas, ou seja, os valores calculados nos
itens 4.6.1.,4.6.2.,4.6.3.,4.6.4.,4.6.5. e 4.6.6. .
Vale lembra que este método para determinação de carga térmica é um método
simplificado o qual é aplicado para casos onde se utiliza ventilação geral diluidora visando
uma condição razoável de conforto.

4.7. Ventilação Geral Diluidora Aplicada a Ambiente Industrial


Como vimos no início do capítulo 4, quando em decorrência de uma operação industrial, o
ar do recinto é afetado por contaminantes gerados de modo bastante uniforme, pode-se
reduzir o teor desses contaminantes, isto é, diluir o produto fazendo passar pelo recinto uma
corrente de ar com vazão adequada de maneira que à medida em que vai se formando o
mesmo dilui-se no ar e é por este conduzido para a atmosfera exterior.
Em certos casos processa-se um tratamento do ar poluído ou contaminado antes de se
proceder ao descarte na atmosfera.

As vantagens deste sistema de diluição geral são:


- não interferir com as operações e processos industriais;
- é eficiente quando as fontes poluidoras encontram-se dispersas pelo pavilhão
industrial;

As desvantagens são:
- os gases, fumaças ou vapores que saem dos equipamentos onde são formados , antes
de atingirem o grau de diluição que lhes confira inocuidade, podem afetar em maior
ou menor grau os órgãos respiratórios, as mucosas, os olhos ou a pele daqueles que
trabalhem no local em função da proximidade com a fonte poluidora;
- Quando a quantidade de poluentes gerada é grande ou sua toxidade for elevada, não
é aconselhável e nem deve ser permitida a ventilação geral diluidora por obrigar a
quantidades muito grandes de ar a diluição. Além do custo, para este caso , não há
garantias de que a mesma anule a agressividade do agente poluidor se o operário
trabalha próximo à fonte poluidora;
Veremos, no próximo capítulo, que existe um sistema mais eficiente o qual capta os
contaminantes no local de sua formação não permitindo que os mesmos espalhem-se pelo
recinto.

Quando porém, o grau de toxidez do produto o permite, usa-se a instalação diluidora por
ser de menor custo. A preocupação no caso é normalmente apenas com a renovação de
contaminantes oriundos de processos ou operações físico-mecânicas ou químicas, em geral
solventes de pequena toxidade.
Vale frisar que neste caso a eliminação de odores corporais , fumaça de cigarros e calor
sensível devido ao metabolismo se operará concomitantemente, sem que haja a necessidade
de se somarem as vazões necessárias para atendimento dos vários casos isoladamente.

Com a ventilação geral diluidora ,como vimos anteriormente, consegue-se:


- proteger a saúde do trabalhador pela redução da concentração de poluentes abaixo
do nível de tolerância (TLV);
- salvaguardar o trabalhador contra riscos de explosões e inflamações de certos
poluentes, baixando o nível de concentração dos mesmos;
- melhorar a eficiência e o conforto do trabalhador pelo controle da temperatura;
- proteger equipamentos e materiais contra efeitos corrosivos do ar carregado de
certos poluentes;

Como vimos no início deste capítulo além das tabelas de valor TLV, existem outras tabelas
que fornecem para grande variedade de substâncias e produtos os teores de concentração
aceitáveis no ambiente, de modo a não permitir que o ar se torne perigoso para os
ocupantes do recinto.

O grau de concentração de um poluente é calculado em função da vazão na qual o mesmo


se forma e na vazão de ar que entra no recinto, vide equação 4.6.

C= q/Q 4.6

sendo:
C = grau de concentração do poluente (em m3/m3);
q = vazão de poluente (em m3/h);
Q = vazão de ar admitido no ambiente (em m3/h);

A concentração, em geral, ao invés de ser expressa em m3/m3, é expressa em ppm , para


líquidos , e em g/m3 ou mg/m3, para poeiras e fumos.
Na prática não se consegue realizar uma diluição perfeita e uniforme do contaminante , de
modo que ao se calcular a vazão de ar puro (Q) a ser lançada no ambiente adota-se um fator
de segurança (K) variando de 3 a 10, conforme o menor ou maior grau de toxidez e a
eficiência desejada na remoção contaminante, vide equação 4.7.

Q=K x (q/C) 4.7

sendo:
Q = vazão de ar puro (em m3/h);
q = vazão do poluente (em m3/h);
C = grau de concentração do poluente (em m3/m3);
K = fator de segurança (o qual varia de 3 a 10);

Como vimos a concentração (C) é expressa em várias unidades, mas devemos na


equação4.7 exprimi-la em m3/m3 , uma vez que a vazão (Q) é dada em m3/h.

Notemos que 1 ppm (1 parte por milhão) = 0,000001 m3/m3;

Usa-se também exprimir a concentração em mppc,

1 mppc = 1 milhão de partículas por pé cúbico;

e em

g/m3 onde 1 parte de poluente por 10000 partes de ar = 0,0001 m3/m3.

4.7.1. Taxa de Ventilação


Vimos no exercício resolvido 4.1. que a taxa de ventilação é a razão entre o número de
trocas do volume total do ambiente por unidade de tempo, ou em outras palavras é o
número de vezes que ar do ambiente é trocado em função do tempo.
Com base no volume do ambiente e a taxa de ventilação determinamos a vazão de ar
necessária.

Para a diluição de poluentes a vazão de ar passa a ser uma função da concentração desejada
(kd), vide equação 4.8..

Q=G.[(387/Pmol).(1000000/kd)] 4.8

onde:
Q = vazão de ar necessária (em cfm);
G = taxa de geração da substância que se quer diluir (lb/min);
387 = volume de 1 lb mol de qualquer gás a 70 ºF a 1 atm, volume molecular (cf/lb);
Pmol = peso molecular da substância que se quer diluir (lb);
kd = concentração permitida no ambiente,isto é, que não deve ser ultrapassada (em
ppm);

O valor da concentração permitida (kd) é fornecido através de tabelas específicas as quais


vimos no início deste capítulo além destas podemos utilizar a tabela de valores VDC
(Ventilation Design Concentration), vide tabela 8.4 anexo.
Quando obtido através de tabelas TLV , o kd deve ser divido pelo fator de segurança K,
quando utiliza-se as tabelas VDC , o kd pode ser utilizado diretamente uma vez que os
valores VDC são baseados nos TLV divido pelo fator de segurança.

kd= TLV/K = VDC

Desta forma a equação 4.8 pode ser escrita conforme abaixo:

Q=G.[(387/Pmol).(1exp 6/TLV).K] 4.9

Q=G.[(387/Pmol).(1exp 6/VDC)] 4.10

4.7.2 Casos a Considerar


Temos dois casos a considerar na ventilação geral diluidora, sendo:a eliminação de vapores
e a eliminação de partículas sólidas (poeiras,fumos).

1º caso – eliminação de vapores:


Podemos utilizar as equações 4.8,4.9 e 4.10 em unidades inglesas ou as equações abaixo:

sendo:
Q = vazão de ar a ser insuflado (em m3/h);
K = fator de segurança (valor entre 3 e 10);
q = volume de vapor de solvente liberado (em m3/h);
m = massa de vapor de solvente liberado (em kg/h);
c = concentração admissível de poluente no ar (em partes por 10.000 partes =0,0001
m3/m3 ou em ppm);
p = pressão atmosférica local = 760 mmHg = 10330 mmCA ou 10220 kgf/m2;
Vm = volume molecular (em m3);
M = massa molecular = 28,95 kg;
T = temperatura absoluta =273º + t (em ºC);
r = constante universal dos gases perfeitos, igual a 29,27 kgf.m/kg.mol.ºK;
de acordo com postulados da física podemos escrever que:

p.Vm = M.r.T

O volume molecular será:


Vm =M.r.T/p = R.T/p

Sendo:
R= M.r = 28,95 x 29,27 = 848 kgf.m/mol.ºK

Logo:

Vm=(848xT)/10330 4.11

O volume total de solvente liberado por hora é dado por:

q=[m . (848/peso mol) . (273 + t)]/10330 4.12

O volume de ar a ser renovado pode ser calculado através da equação 4.7..

2º caso – eliminação de partículas sólidas

sendo:
P = massa de poeira formada durante 1 hora (em mg/h);
C = concentração máxima admissível (em mg/m3), 1 kg/m3 = 1000000 mg/m3;
Q = vazão de ar a ser renovado (em m3/h);

Q= P/C

Introduzindo o fator de segurança k temos:

Q=k.(100000 .P/C) 4.13

4.7.3. Tempo para o Estabelecimento de um Dado Grau de Concentração em um Recinto


sendo:

V = volume do recinto (em m3);


q = a vazão de contaminante no recinto (em m3/h);
Q = a vazão de ar insuflado no ambiente (em m3/h);
Co = a concentração inicial no instante em que se inicia o insuflamento de ar;
C = a concentração final , após o tempo t;

O tempo necessário para que a concentração inicial atinja o valor final é dado pela equação
4.14..

t=(V/Q).ln [q – (Q.Co)/q – (Q.C)] 4.14

Se no início do insuflamento do ar o ar no recinto fosse puro, teríamos Co=0 e a equação


4.14 poderia ser escrita conforme abaixo:

t=(V/Q).ln [q /q – (Q.C)] 4.14

Suponhamos que em um recinto exista uma certa concentração Co e que ao iniciar o


insuflamento de ar se suspenda a produção de poluente no local (q =0). Para que a
concentração Co se reduza ao valor C , a insuflação de um volume de ar (Q) deverá ser
feita durante o tempo (t) dado pela equação 4.15.

t=(V/Q) .ln( Co/C) 4.14

4.7.4. Ventilação Geral Diluidora para Evitar Fogo ou Explosão


Para certos produtos químicos, o risco de inflamação ou de explosão é uma consideração da
maior importância quando se realiza um estudo de ventilação por diluição.

O valor kd da concentração do produto no ambiente deverá ser inferior ao chamado “ limite


inferior de inflamabilidade ou explosividade”.

Chamemos de:

kd = o valor da concentração desejada;


LEL = o Limite Inferior de Explosividade , expresso em porcentagem ( kd deve ser
inferior ao LEL);
fs = fator de segurança que depende da porcentagem do LEL necessária para que
ocorram as condições de segurança. Verifica-se que na maioria dos fornos e secadores, a
concentração de vapores não costuma ser superior a 25% do LEL. Em fornos contínuos ,
bem ventilados, adota-se fs = 4, e em fornos intermitentes , fs varia de 10 a 12;
q = vazão de poluente a ser diluído;
B = constante que leva em conta o fato de que o LEL diminui quando a temperatura
aumenta. Sendo assim B = 1 para T< 250 ºF e B = 0,7 para T> 250 º F.

Os valores dos limites de tolerância (TLV) são sempre inferiores aos níveis inferiores de
explosividade (LEL).

A vazão de ar necessária para atender aos valores de LEL, fs, e B pode ser calculada
através da equação 4.15..

Q=q.[(387/Pmol).(100/LEL). (fs/B)] 4.15

exercício resolvido 4.4.


Uma indústria emprega acetona como solvente de resinas e preparo de vernizes. A
experiência indicou que, por vaporização, ocorre uma perda diária de 3 kg desse solvente,
durante uma jornada de 8 horas.
A temperatura média do ambiente é de 30 ºC e a pressão atmosférica local é igual a 750 mm de Hg.

Dado:
peso molecular da acetona = 58,08 kg
760 mmHg = 10330 kgf/m2
adote K = 5
adote C = a média dos valores tabelados
resposta:

q= m x R x T / peso mol. x pressão atm

760 mmHg = 10330 kgf/m2


759 mmHg = x

pressão = 10200 kgf/m2

massa de vapor de solvente liberado = 3 kg / 8 h =0,375 kg/h

temperatura em graus kelvin (transf. de Celsus para Kelvin) = 273 + 30 =303 ºK

q= (0,375 x 848 x 303) /( 58,08 x 10200 )

q = 0,162 m3/h
Sabendo a vazão na qual o poluente será evaporado ou lançado no ambiente podemos calcular a
vazão de ar necessária.
Q=(q/C) x K

da tabela 8.1 podemos concluir que C= 450 ppm = 450 exp-6 = 0,00045

Q= (0,162/ 0,00045) x 5

Q=1800 m3?h

ou seja necessitaremos de 1800 m3/h para que a concentração de poluente não ultrapasse os limites
de tolerância.

Talvez 2 ventiladores com vazão nominal de 1000 m3/h sejam suficientes.

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