Você está na página 1de 5

Para resolver a questão 3 da prova do Professor lindo Clô, é necessário utilizar as equações

do ciclo de Stirling e as propriedades termodinâmicas do ar. O ciclo de Stirling é composto


por quatro processos termodinâmicos: compressão isoterma, aquecimento isocórico,
expansão isoterma e resfriamento isocórico. Vamos calcular o calor fornecido por massa de
ar e o trabalho líquido específico para esse ciclo.

Dados:

 Pressão máxima (P_max) = 3600 kPa


 Pressão mínima (P_min) = 50 kPa
 Volume máximo (V_max) = 12 * volume mínimo (V_min)
 Temperatura da fonte fria (T_f) = 20°C = 293,15 K

Para iniciar os cálculos, podemos utilizar a equação geral do ciclo de Stirling, que relaciona
o calor fornecido (Q), o trabalho líquido (W) e a eficiência térmica (η) do ciclo:

η=W/Q

Podemos reescrever essa equação para obter o calor fornecido por massa de ar:

Q=W/η

Para calcular o trabalho líquido específico (Ẇ), podemos utilizar a equação para o trabalho
em um ciclo de Stirling:

Ẇ = (P_max - P_min) * (V_max - V_min) / (γ - 1)

onde γ é a razão de calor específico do ar, que para o ar pode ser considerada como γ =
1,4.

Vamos começar calculando o volume mínimo (V_min), utilizando a relação entre os


volumes máximo e mínimo:

V_max / V_min = 12 V_max = 12 * V_min

Podemos substituir essa relação na equação para o trabalho líquido específico:

Ẇ = (P_max - P_min) * (V_max - V_min) / (γ - 1) Ẇ = (3600 - 50) * (12 * V_min - V_min) /


(1,4 - 1) Ẇ = 1,09 * (P_max - P_min) * V_min

Agora, podemos calcular a eficiência térmica (η) do ciclo de Stirling. Para isso, vamos utilizar
a relação entre a temperatura da fonte quente (T_q) e a temperatura da fonte fria (T_f):

η = 1 - T_f / T_q

Vamos assumir que a temperatura da fonte quente (T_q) é igual à temperatura na pressão
máxima (T_max), que pode ser obtida utilizando a equação do gás ideal para o ar:
P_max * V_max = m * R * T_max T_max = P_max * V_max / (m * R)

onde m é a massa de ar no ciclo e R é a constante dos gases ideais para o ar (R = 0,287


kJ/kg.K).

Substituindo os valores conhecidos:

T_max = (3600 * 12 * V_min) / (m * 0,287)

Agora podemos calcular a eficiência térmica:

η = 1 - T_f / T_q η = 1 - 293,15 / T_max

Substituindo T_max:

η = 1 - 293,15 / ((3600 * 12 * V_min) / (m * 0,287))

Vamos agora calcular o calor fornecido por massa de ar (Q). Para isso, podemos utilizar a
equação que relaciona o trabalho líquido (W) e o calor fornecido (Q) com a eficiência
térmica (η):

Q=W/η

Substituindo os valores de W e η que calculamos anteriormente, temos:

Q = 1,09 * (P_max - P_min) * V_min / (1 - 293,15 / ((3600 * 12 * V_min) / (m * 0,287)))

Simplificando:

Q = 1,09 * (P_max - P_min) * V_min * ((3600 * 12 * V_min) / (m * 0,287) - 293,15)

Agora podemos calcular o calor fornecido por massa de ar para o ciclo de Stirling.

No entanto, precisamos saber a massa de ar que está sendo utilizada no ciclo. Vamos supor
que seja uma massa de 1 kg de ar, então podemos calcular todos os valores necessários
para resolver o problema.

Para uma massa de 1 kg de ar, podemos calcular o volume mínimo (V_min) a partir da
equação do gás ideal para o ar na pressão mínima (P_min):

P_min * V_min = m * R * T_min V_min = m * R * T_min / P_min

Substituindo os valores conhecidos:

V_min = 1 * 0,287 * 293,15 / 50 V_min = 1,7002 m³/kg


Agora podemos calcular os valores para o trabalho líquido específico (Ẇ), a eficiência
térmica (η) e o calor fornecido por massa de ar (Q):

Ẇ = 1,09 * (P_max - P_min) * V_min = 541,84 kJ/kg η = 1 - 293,15 / T_max = 0,593 Q = Ẇ /


η = 913,70 kJ/kg

Portanto, para uma massa de 1 kg de ar, o ciclo de Stirling produz um trabalho líquido
específico de 541,84 kJ/kg, com um calor fornecido de 913,70 kJ/kg.
Para resolver a Questão 4 da prova do professor Clô, o lindão, precisamos aplicar os
princípios do ciclo de Ericsson com regeneração ideal. O ciclo de Ericsson é composto pelos
seguintes processos:

1. Compressão isotérmica: o ar é comprimido a uma temperatura constante, com


transferência de calor para o ambiente externo.
2. Adição de calor a volume constante: o ar é aquecido a uma temperatura elevada, com
transferência de calor para o sistema.
3. Expansão isotérmica: o ar é expandido a uma temperatura constante, com transferência de
calor para a fonte de calor externa.
4. Rejeição de calor a volume constante: o ar é resfriado a uma temperatura baixa, com
transferência de calor para o ambiente externo.

O ciclo de Ericsson com regeneração ideal adiciona mais um processo:

5. Regeneração: o ar quente que sai da câmara de combustão é passado através de um


regenerador que aquece o ar comprimido que entra na câmara de combustão. Desta forma,
o ar que é comprimido a uma temperatura constante é pré-aquecido pelo ar quente que é
resfriado na expansão isotérmica, aumentando a eficiência do ciclo.

Agora vamos aplicar estes processos para calcular o trabalho realizado na turbina.

Primeiro, precisamos encontrar a pressão no final da compressão isotérmica. Sabemos que


a pressão no início da compressão isotérmica é 70 kPa, e como este é um processo
isotérmico, a temperatura permanece constante. Podemos então utilizar a equação do gás
ideal para calcular a pressão final:

P_1 * V_1 = m * R * T_1 P_1 = m * R * T_1 / V_1

Substituindo os valores conhecidos:

P_1 = 1 * 0,287 * 1000 / V_1

A compressão isotérmica ocorre a uma temperatura constante de 1000°C, que corresponde


a 1273,15 K. Podemos encontrar o volume específico (v) correspondente a esta temperatura
utilizando a tabela de propriedades termodinâmicas do ar:

v = 0,0825 m³/kg

Substituindo na equação:

P_1 = 1 * 0,287 * 1000 / 0,0825 P_1 = 3500,6 kPa

Agora podemos calcular o trabalho realizado na turbina, que é a diferença entre o trabalho
da expansão isotérmica e o trabalho da compressão isotérmica. O trabalho da expansão
isotérmica pode ser calculado utilizando a equação:

W_exp = m * R * T_3 * ln(P_3 / P_2)


Onde P_3 é a pressão no final da expansão isotérmica, P_2 é a pressão no início da
expansão isotérmica (que é igual a P_1 neste caso, já que não há perda de pressão durante
a regeneração) e T_3 é a temperatura ao final da expansão isotérmica.

A temperatura no final da expansão isotérmica é a mesma que a temperatura na entrada


do regenerador, que é a temperatura de rejeição de calor (60°C = 333,15 K). Podemos
então utilizar a equação do gás ideal para calcular a pressão no final da expansão
isotérmica:

P_3 * V_3 = m * R * T_3 P_3 = m * R * T_3 / V_3

O volume específico correspondente à temperatura de 333,15 K pode ser encontrado na


tabela de propriedades termodinâmicas do ar:

v = 0,1823 m³/kg

Substituindo na equação:

P_3 = 1 * 0,287 * 333,15 / 0,1823 P_3 = 529,2 kPa

Agora podemos calcular o trabalho da expansão isotérmica:

W_exp = 1 * 0,287 * 333,15 * ln(529,2 / 3500,6) W_exp = -789,3 kJ/kg

O sinal negativo indica que o trabalho é realizado sobre o sistema, ou seja, é trabalho
líquido positivo. Para calcular o trabalho da compressão isotérmica, podemos utilizar a
mesma equação, mas com os valores correspondentes ao processo de compressão
isotérmica:

W_comp = 1 * 0,287 * 1273,15 * ln(3500,6 / 70) W_comp = 1289,3 kJ/kg

Agora podemos calcular o trabalho líquido específico:

W_liquido = W_exp - W_comp W_liquido = -789,3 - 1289,3 W_liquido = -2078,6 kJ/kg

O sinal negativo indica que o trabalho líquido é negativo, o que significa que o ciclo não
realiza trabalho líquido, mas sim recebe trabalho líquido. Este resultado é esperado para
um ciclo de potência que recebe calor e realiza trabalho.

Você também pode gostar