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Atividade 01

Em uma fornalha de geração de gases quentes, com um combustível do tipo cavaco, com 50%
de umidade, e um PCI de 1825 kcal/kg. A fornalha tem uma pressão de trabalho próxima de 1
atm, volume de 15m3 e uma área de superfície de 19,3m2.

Esse combustível está gerando uma temperatura de gases 800º C;

Os gases H2O E CO2 tem uma emissividade de 0,42.

Iniciando pela radiação. Professor comentou da seguinte formula para a radiação, mas caso
tiver duvida, perguntar e confirmar:

Q = εσA(Tg^4 - Ts^4)

Considerar tg, temperatura dos gases, a 800º C, conforme a figura, já o ts, temperatura ainda
desconhecida, pode-se usar um método de solução de tentativa e erro, chutando uma
temperatura próxima de 800, como por exemplo, 750ºC.

No final do sistema resolvido, ve se as taxas de entrada e saída estão batendo, se não, mudar o
chute de ts e revisar o calculo do sistema;
Em seguida temos o seguinte sistema, olhando a figura 1 que demonstra o sistema:

Temos a chama do combustível a esquerda, e logo em seguida a direita, temos um isolamento


térmico: la de rocha, com os seguintes parâmetros: 2400 mm de altura e 2750 mm de
comprimento, com 100mm de espessura. Com condutividade térmica de 0,038 w/mk, e uma
emissividade de 0,9

Em seguida já encostado do isolamento, temos uma chapa metálica sae 1020, com a mesma
largura e comprimento, com espessura de 6,35mm. Condutividade térmica da chapa de 51,9
w/mk

Logo após a chapa, temos um espaço vazio, já com ar ambiente.

Entre o ponto t3 e t4, temos uma distância de 300mm

Considerar convecção natural;

E calcular o “h”, neste ponto.

No ponto t4, temos mais uma chapa metálica, com os mesmos parâmetros, sae 1020, e
condutividade, mas com espessura de 2mm.

No ponto t5, temos convecção natural novamente, considerar temperatura ambiente em


ambos casos de convecção, com 25º C

Dados Adicionais:

vazao do combustivel: 2533 kg/hora

vazão total dos ventiladores dentro da fornalha: 15000 m3/hora


1. Fonte de Calor

Como primeiro passo do estudo da transferência de calor pelas paredes da fornalha, calculou-
se o calor liberado pela queima do combustível, que se trata de cavaco de madeira, com 50%
de umidade.

Com uma vazão mássica de combustível de 2533 kg/h e um PCI do combustível definido em
1825 kcal/kg (ou 7635,8 kJ/kg) temos um calor total liberado dentro do equipamento igual a:

Q=mcomb ∙ PCI=5.372 , 6 kW

Por exemplo, se considerássemos inicialmente uma perda de calor pelas paredes da fornalha
igual a 1% (a confirmar), o calor transferido pelas superfícies será de:

Qtransf =1 % ∙ 5.372 , 6=53 , 7 kW

A fornalha opera com uma pressão de trabalho próxima de 1 atm, possui um volume útil de 15
m³ e uma área de superfície de 19,3 m². Como a área troca conhecida, é mais conveniente
trabalhar com o fluxo de calor:

q } rsub {transf} = {53,7 kW} over {19,3 m²} =2.783,7 W/m ¿

2. Análise do Sistema Térmico

A queima do combustível aquece os gases até uma temperatura de 800 °C. A figura a seguir
ilustra o perfil das camadas de isolamento que separam a câmara de combustão do ambiente
externo. Existe uma camada de isolante térmico (com 100 mm de espessura e condutividade
térmica k = 0,038 W/m.K), duas chapas metálicas (com espessuras de e condutividade térmica
k = 0,038 W/m.K) e um espaço intermediário preenchido com ar (com espessura de 300 mm).

A transferência de calor que acontece na configuração acima pode ser representada através do
conceito de resistências térmicas, como ilustrado na figura a seguir, onde as temperaturas
denominadas T1 a T5 são as temperaturas de interfaces entre os diferentes meios. Observa-se
que também existirá radiação no espaço interno, preenchido com ar, mas a magnitude do calor
trocado por radiação será insignificante se T3 for razoavelmente baixo (o que será verificado
posteriormente).
O circuito térmico representado acima pode ser simplificado a partir da associação em série
das resistências térmicas de condução e de convecção natural. Em uma primeira análise, os
coeficientes de convecção natural serão arbitrados, pois estes dependem das temperaturas
envolvidas, uma vez que são as diferenças de temperatura que promovem o diferencial de
densidades, gerando a movimentação natural do ar. Assim, os coeficientes de convecção
natural serão estimados em 10 W/m².K, que é um valor típico para esse gênero de
transferência de calor. Assim, é possível escrever a associação de resistências em série como:

R } rsub {SERIE} = {R k ,isol + R } rsub {k,chapa1} + {R cn ,interno + R } rsub {k,chapa2} + {R cn, externo

R } rsub {SERIE} = {{e} rsub {isol}} over {{k} rsub {isol}} + {{e} rsub {chapa1}} over {{k} rsub {chap
R } rsub {SERIE} = {0,1} over {0,038} + {0,00635} over {51,9} + {1} over {10} + {0,002} over {51,9} +
R } rsub {SERIE} =2,63158+0,00012+0,1+0,00004+0, ¿
R } rsub {SERIE} =2,83174 {m} ^ {2} .K/ ¿

O calor transferido através das resistências em série, pode ser descrito como:

T 1−T AMB
q = {∆T} over {{R ¿ SERIE ¿=
R } rsub {SERIE}} = {{T} rsub {1} - {T} rsub {AMB}} over {2,83174 ¿ ¿

De modo que é possível definir a temperatura T1 em função do fluxo de calor que é


transmitido através das paredes da fornalha:

T 1=T AMB + q ∙ {R ¿SERIE

T 1=25+2,83174 ∙ q

Esta relação será utilizada para testar a convergência do sistema.

3. Estimativa da Convecção Forçada

Nesta seção será feita uma estimativa da convecção forçada dentro da câmara da fornalha,
verificando se este é um mecanismo relevante de transferência de calor nas condições
operacionais.

São conhecidas as dimensões da fornalha (volume e altura) e também a vazão de gases


proporcionada através dos ventiladores dentro da fornalha (15.000 m³/h). Se considerássemos
toda essa vazão de gases acontecendo em sentido unidimensional, como ilustrado na figura a
seguir, teríamos a condição de velocidade máxima de escoamento e, consequentemente, o
coeficiente de convecção máximo. Portanto, será essa a condição a ser testada.
Modelando a fornalha como um duto, a área seccional pode ser calculada como:

V 15
AC = = =6 ,25 m ²
H 2,4
A velocidade do escoamento unidimensional é dada pela razão entre a vazão volumétrica e a
área seccional do escoamento, assim:

V̇ 15000/3600
U= = =0 ,67 m/ s
AC 6 , 25
O perímetro e o diâmetro hidráulico deste duto equivalente podem ser calculados:

P=2 ∙ 2 ,75+2 ∙ ( 6 , 25/2 ,75 )=10 , 05 m


4 ∙ A C 4 ∙6 ,25
D h= = =2, 49 m
P 10 , 05
Para calcular os parâmetros necessários para avaliar a convecção forçada, os gases de
combustão foram aproximados pelas propriedades do ar a 800 °C, disponíveis na Tabela A-15
(ÇENGEL; GHAJAR, 2012) conforme a seguir:

ρ=0,3289 kg /m³
c P=1.153 kJ /kg . K

k f =0,07037 W /m . K
−5
μ=4,362 ∙10 kg /m . s
Pr=0,7149
Com todos esses parâmetros definidos é possível calcular o número de Reynolds
correspondente:

ρU Dh
R eD=
μ
0,3289∙ 0 , 67 ∙ 2, 49
R eD= −5
=12.510
4,362∙ 10
Portanto, trata-se de um escoamento turbulento, como já se esperava. Nessas condições, a
convecção interna pode ser descrita pela correlação de Dittus-Boelter:
0 ,8 0 ,3
N u D=0,023 ∙ R e D ∙ Pr
0, 8 0 ,3
N u D=0,023 ∙ ( 12510 ) ∙ ( 0,7149 )

N u D=39 , 43

Através da definição do número de Nusselt, é possível estimar o coeficiente de convecção:

N uD ∙ kf
h=
D
39 , 49 ∙ 0,07037
h= =1 , 12W /m² K
2 , 49
O coeficiente de convecção encontrado tem uma magnitude muito pequena, de modo que é
possível descartar a convecção forçada como um mecanismo significativo de transferência de
calor. Esse resultado faz sentido, uma vez que a ventilação forçada dentro da câmara tem como
objetivo apenas promover uma adequada movimentação das moléculas de modo a garantir a
combustão completa do combustível.

Assim, desprezando o modo de transferência de calor por convecção dentro da câmara da


fornalha, o circuito térmico pode ser simplificado como:

4. Estimativa da Radiação

Os gases de combustão no interior da câmara da fornalha têm a composição apresentada na


tabela a seguir:

A radiação entre os gases (meio participante) e a superfície de isolamento pode ser modelada
através da equação 13.59 de Çengel e Ghajar (2012), que leva em consideração uma correção
pela radiação refletida pela superfície (eS = 0,9) e um fator de absortividade dos gases (ag).
A absortividade do vapor de água (H 2O) e do dióxido de carbono (CO 2) podem ser calculadas
utilizando as relações 13.55 e 13.56 de Çengel e Ghajar (2012):

Onde Cc e Cw são os fatores de correção para as emissividades do CO 2 e da água, mas que


possuem valor unitário uma vez que a pressão total do sistema é igual a 1 atm. Considerando
uma forma arbitrária com volume V e área superficial As, o comprimento do feixe é dado pela
equação a seguir, disponível na tabela 13.4 (ÇENGEL; GHAJAR, 2012).

V
L=3 , 6 ∙
AS

Substituindo com os dados de volume (15 m³) e área superficial (19,3 m²) da fornalha, temos:

V 15
L=3 , 6 ∙ =3 , 6 ∙ =2,798 m=9 , 18 ft
AS 19 , 3

Com a fornalha operando a p = 1 atm e de posse das composições dos gases de combustão, são
calculados os parâmetros que permitem encontrar os fatores de correção para as
emissividades:

pw ∙ L=2,247 ft . atm

pc ∙ L=0,977 ft . atm

Com esses fatores, consultando o diagrama da Figura 13.36 (ÇENGEL; GHAJAR, 2012),
encontramos as emissividades individuais dos gases e também a correção da emissividade, a
partir do diagrama da Figura 13.38 (ÇENGEL; GHAJAR, 2012):

ε w =0 , 30

ε c =0 , 08

∆ ε=0 , 05
Assim, é possível calcular a emissividade global dos gases de combustão:

ε g=ε w +ε c −∆ ε

ε g=0 ,30+ 0 ,08−0 , 05=0 ,33

Procedimento semelhante é adotado para o cálculo das absortividades e, nesse caso,


considera-se como estimativa inicial uma temperatura de superfície de 1000 K (727°C) nas
paredes da fornalha.
Ts 1000
pw L =2,247 =2,094 ft . atm
Tg 1073
Ts 1000
pc L =0,977 =0,910 ft . atm
Tg 1073
Com esses fatores, consultando o diagrama da Figura 13.36 (ÇENGEL; GHAJAR, 2012),
encontramos as emissividades individuais dos gases e também a correção da emissividade, a
partir do diagrama da Figura 13.38 (ÇENGEL; GHAJAR, 2012), parâmetros esses que são
utilizados para cálculo da absortividade:

ε w =0 , 30

ε c =0 , 15

∆ α=0 , 04
Calculam-se as absortividades do CO2 e do H2O:

( )
0 ,45

( )
0 , 45
T 1073
α w= g ∙ εw= ∙ 0 ,30=0 , 31
Ts 1000

( )
0 ,65

( )
0 , 65
T 1073
α c= g ∙ ε c= ∙ 0 ,15=0 , 16
Ts 1000

E a absortividade geral é:

α g =α w + α c −∆ α

α g =0 ,31+ 0 ,16−0 , 04=0 , 43

Calculando o valor do fluxo de calor, a partir da equação 13.59:

q } rsub {rad} = {{ε} rsub {s} +1} over {2} σ left ({ε} rsub {g} {T} rsub {g} rsup {4} - {α} rsub {g} {T}
q } rsub {rad} = {0,9+1} over {2} 5,67∙ {10} ^ {-8} left (0,33∙ {1073} ^ {4} -0,43∙ {T} rsub {1} rsup {4}

Pelo balanço de energia, o fluxo de calor transmitido por radiação deve ser igual ao fluxo de
calor transmitido pelas paredes da fornalha, assim:

0 , 9+1 T 1−T AMB


5 , 67 ∙10 ( 0 , 33∙ 1073 −0 , 43 ∙ T 1 )=
−8 4 4
2 2,83174
Com TAMB = 25°C (298K), a equação fica:

T −298
5,3865 ∙10
−8
( 0 , 33 ∙1073 4−0 , 43 ∙ T 14 )− 2,83174
1
=0

Cuja solução é encontrada com T1 = 1004,15 K (731,15°C), tratando-se de um desvio de menos


de 0,5% em relação ao valor inicialmente arbitrado para cálculo da transferência de calor por
radiação (1000 K), portanto admite-se que a solução é suficientemente adequada.
5. Definição do fluxo de calor e das temperaturas intermediárias

Para T1 = 1004,15 K (731,15°C), o fluxo de calor que é transferido da fornalha para o ambiente
externo é:

T 1−T AMB 1004 ,15−298


q = {∆T} over {{R ¿ SERIE ¿= = =249 , 37 W /m²
2,83174 2,83174

Esse fluxo de calor equivale a uma perda de calor através das paredes da fornalha de apenas
0,1% da energia liberada pela queima do combustível, o que se considera um resultado
adequado.

As temperaturas das interfaces (T1 a T5) podem ser facilmente calculadas utilizando o fluxo de
calor através da parede e as resistências térmicas individuais. Assim:

T 1=731 ,15 ° C

T 2=T 1 −q ∙ {R ¿k , isol=731 ,15−249 , 37 ∙2,63158

T 2=74 , 91 °C

T 3=T 2−q ∙ {R ¿k , chapa1=74 , 91−249 , 37 ∙ 0,00012

T 3=74 , 88 °C

T 4=T 3−q ∙ {R ¿ cn, ∫ ¿=74 , 88−249 ,37 ∙0 , 1 ¿

T 4=49 , 95 ° C

T 5=T 4−q ∙ {R ¿ k ,chapa 2=49 ,95−249 , 37 ∙0 ,00004

T 5=49 , 9 4 ° C

Observa-se que a temperatura superficial externa da fornalha é de 50°C e que a temperatura


de interface T3 é suficientemente baixa para tornar insignificantes as trocas de calor por
radiação no espaço interno.

Referências Bibliográficas:

ÇENGEL, Y.A.; GHAJAR, A.J. Transferência de calor e massa: uma abordagem prática. Porto
Alegre: AMGH, 2012.

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