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FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECȂNICA


CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECȂNICA

Disciplina de Transferência de Calor e de Massa

RESOLUÇÃO DO TPC 02

Discente: Docentes:
Vilanculos, Samuel Célia
Prof. Dr. Eng° Jorge Nhambiu

Dr. Eng° Paxis Roque

Eng.ª Isaura Tobele

Maputo, Março de 2023


Trabalho Para Casa 02 (II)

Oxigénio líquido que possui ponto de ebulição de 90 K e calor latente de vaporização de 214
kJ/kg, é armazenado num recipiente esférico cuja superfície externa possui o diâmetro de 500
mm e está a temperatura de -10 ºC. O recipiente é colocado num laboratório, cujo ar e paredes se
encontram a 25 ºC.
a) Se a emissividade da superfície for de 0,20 e o coeficiente de transferência de calor
associado à convecção natural da superfície exterior do recipiente de 10 W/m2K, qual é a
taxa em kg/s a que o vapor de oxigénio é retirado?
Para reduzir a perda de oxigénio por evaporação, uma camada de isolamento térmico deve ser
aplicada sobre a superfície externa do recipiente. Considere o uso de um isolamento na base de
uma manta isolante laminada, de folha de alumínio e vidro, com condutividade térmica e
emissividade da superfície iguais a k=0,00016 W/mK e ℇ=0,20 respectivamente.
b) Se o recipiente for coberto com uma camada de isolamento com 10 mm de espessura, qual
será a redução percentual na perda de oxigénio em relação ao recipiente sem isolamento; e
c) Calcule e plote a taxa de evaporação do oxigénio (kg/s) em função da espessura da camada de
isolamento térmico para 0 ≤ t ≤ 50 mm com passo de 10 mm.
Resolução
Assume-seː
1. A transferência de calor é constante já que as condições térmicas especificadas nas
fronteiras não se alteram com o tempo;
2. A transferência de calor é unidimensional uma vez que há simetria térmica em relação ao
eixo; e
3. As propriedades térmicas são constantes.

A representação esquemática das resistências térmicas é:

Rrad

Tabs Tamb

Rcon

I. A área externa do recipiente é:


A1 = π D 2
A1 = π (500 ×10−3 m)2
A1 = 0.785 m2
Analisando o nosso esquema, nota-se que a taxa de transferencia de calor, pode se determinar
pela expressão:
Q̇ = Q̇rad + Q̇conv (1)

Q̇ = ƐɞA1(T
4
amb −T
4
|¿|¿ ) + hA1(T ∞−¿ T amb) (1.1)

Como o pedido é a taxa do fluxo de massa em kg/s, temos a relação,


Q̇ = ṁ hfg
Onde: Q̇ – é a taxa total de transferência de calor;
ṁ – é a taxa do fluxo de massa; e
h fg– é a entalpia da mistura ou o calor latente de vaporização.

Dados:
Ɛ = 0.20
ɞ = 5.67×10−8W/m2K4

Tamb = T ∞ = 25℃ = 25 + 273k = 298K


Tabs = −¿ 10℃ = −¿ 10 + 273K = 263K
Entao da equação 1.1, podemos determinar,

Q̇ = 0.20×5.67 × 10−8 ×0.785 ( 298 4−263 4 ) +10 ×0.785(298−263)

Q̇ = 302.36 W
a) Como já temos a taxa de calor transferido, podemos calcular a taxa do fluxo de massa
segundo a expressão:

ṁ=
h fg
302.36 J / s
ṁ=
214000 J /kg
ṁ=0.0014 kg/ s
b) Para o caso, onde temos um isolamento, também teremos um novo esquema do problema,
para analisar as perdas de calor, se foram reduzidas ou não.

Rrad
500mm 10mm R1 R2

Assume-se:
1. A transferência de calor é constante já que as condições térmicas especificadas nas fronteiras
não se alteram com o tempo;
2. A transferência de calor é unidimensional uma vez que há simetria térmica em relação ao eixo;
3. A condutividade térmica é constante.

As áreas interna e da superficie do isolamento do recipiente são:


A0 = π D 2 = π ¿ = 0.785 m2

A1 = π D 2 = π × ¿m¿2 =0.8494 m2
O coeficiente de transferência de calor por radiação é dado por:

hrad = Ɛɞ(T 22+T ∞ 22 ¿ (T 2+T ∞ 2 ¿

Desconhecida a temperatura exterior da superfície do recipiente T2, portanto não podemos


calcular hrad. Por isso, temos de considerar o valor de T2 e verificar a precisão dessa suposição
mais tarde.
Nota-se que T2 deve estar entre -10 a 25℃ , tomando T2 = 22℃ = 295K, o coeficiente de
transferência de calor por radiação será:

hrad = Ɛɞ(T 22+T ∞ 22 ¿ (T 2+T ∞ 2 ¿

hrad = 0.20×5.67 × 10−8 ( 2952 +2982 ) ( 295+298 )

hrad = 1.18 W/m2K = 1.18 W/m2℃


hconv = 10 W/m2K = 10 W/m2℃
Então as resistências térmicas individuais tornam-se:
1 1
Rrad = = = 1℃ /W
A 1 × hrad 0.8494 ×1.18

1 1
Rconv = = =0.118℃ /W
A 1 × hconv 0.8494 ×10

1 1 1
= +
R Eq Rconv Rrad

REq = 0.11 ℃ /W
K = 0.00016 W/m℃
Rcond = Resfera = 76.5℃ /W
Rtotal = (0.118 + 76.5) = 76.62 ℃ /W
Então a taxa de transferência de calor é
T ∞ −T 2 (25−(−10 ) )℃
Q̇ = = = 0.457 W
R total 76.62℃ /W

Análise da precisão da escolha da temperature:


T 2 = T amb −Q̇ ( REq ) = 25 – 0.457×0.11 = 24.95℃

Portanto, não há necessidade de repetir os cálculos pois a temperatura escolhida é muito próxima
da temperatura externa.

302.36−0.457
A taxa de redução percentual do calor = ×100 % = 99.84%
302.36
c) Abaixo teremos a função e o gráfico das perdas relativamente a espessura do isolamento.
Sendo t a espessura do isolamento, então t = r1 – r2, logo
(T 2−T 1)×4 πr 1 r 2 k
Q=
t
(24.95−(−10 ) )× 4 π 0.25× 0.01 ×0.00016 7.027× 10− 4
Q= =
t t
0.00008

0.00007

0.00006
Taxa de Calor (W)

0.00005

0.00004

0.00003

0.00002

0.00001

0
0 10 20 30 40 50
Espessura (mm)

Conclusão :
Observando e analisando o gráfico, nota-se que na parte exterior do isolamento as perdas tendem
ao infinito, ou seja, as perdas são maiores, com isso percebe-se que quanto maior for a espessura
menor será a taxa de calor perdido, isso verifica-se a partir da espessura de 30mm e a partir desta
verifica-se que a taxa de calor perdido permanece constante, o que quer dizer que a partir dessa
espessura acrescentar mais uma vez a espessura seria apenas o gasto de material pois a taxa de
calor perdido tende a se manter constante.
Obs: Pode-se considerar a espessura de 30mm como sendo uma espessura critica de isolamento
devido ao comportamento verificado no gráfico e explicado acima.

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