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Fı́sica: Mecânica

TÓPICO 1: Cinemática unidimensional

objetivo desta aula é estudar o movimento

O unidimensional de pontos materiais por


meio de equações matemáticas. Pontos ma-
teriais são representações de objetos como partícu-
las e equações matemáticas são ferramentas que
esbelecem relações entre incógnitas. Na cinemá-
tica, as incógnitas associadas a um corpo são repre-
sentadas pela sua posição, velocidade, aceleração
Figura 1: Sentidos de movimento no eixo x (Halliday, Resnick
e tempo.
e Walker, 2013).

1 Posição e Deslocamento
Localizar um objeto significa determinar a sua po-
sição em relação a um ponto de referência, chamado
origem (ou ponto zero), de um eixo de referência,
como o eixo x da figura 1 (Halliday, Resnick e Walker,
2013). O sentido positivo do eixo é o sentido em que
os números que indicam a posição dos objetos aumen- Figura 2: Conversão de unidades para velocidade (Estevão,
tam de valor. O sentido oposto é o sentido negativo 2019).
(Halliday, Resnick e Walker, 2013). A mudança na
posição do corpo é representada pelo deslocamento
∆x: 2 Velocidade média e velocidade
∆x = x − x0 (1) escalar média
A velocidade média de um corpo é definida pela
em que x e x0 representam, respectivamente, as posi-
equação:
ções final e inicial do corpo. Por exemplo, se o corpo
∆x x − x0
está inicialmente em x0 = 5 m e se desloca para a posi- v= = (2)
∆t t − t0
ção x = 12 m, o deslocamento é ∆x = (12) − (5) = +7
m. O resultado positivo indica que o deslocamento em que ∆t é o intervalo de tempo que um corpo leva
é no sentido positivo. Se, em vez disso, o corpo se para realizar o deslocamento ∆x, t0 é o instante em
desloca para a posição x = 1 m, o deslocamento é que o corpo está localizado na posição x0 e t é o ins-
∆x = (1) − (5) = −4 m. O resultado negativo indica tante em que o corpo ocupa a posição x. No Sistema
que o deslocamento é no sentido negativo. Estes si- Internacional de unidades, a velocidade é dada em
nais são importantes para representar a propriedade metros por segundo (m/s). Para transformar m/s
vetorial do deslocamento. Lembre-se que um vetor para quilômetros por hora (km/h), basta multipli-
possui módulo, direção e sentido. O valor absoluto car o resultado por 3,6. Para transformar km/h
de ∆x representa o módulo do vetor deslocamento; para m/s, basta dividir o resultado por 3,6. Veja a
o eixo horizontal x a direção; e os sinais positivos ou figura 2.
negativos os sentidos (direita ou esquerda). Se o deslocamento de +7 m ocorreu, por exem-
TÓPICO 1: Cinemática unidimensional

FIQUE LIGADO

Preste muita atenção nas unidades de medida


do enunciado. Calcular a velocidade em m/s
exige que você transforme a distância percor-
rida em metros e o tempo decorrido em segun-
dos!
Figura 3: Definição de deslocamento ∆x e caminho total per-
corrido s. Figura elaborada com recursos da página
digital OpenGameArt 2019. Exercício 2

Considere a maratona do Exercício 1 e suponha


plo, em um intervalo de 10 s, a velocidade média é que a linha de chegada seja localizada no
v = 7/10 = 0,7 m/s no sentido positivo do eixo x. mesmo ponto da largada. Qual foi a velocidade
Se no mesmo intervalo o corpo percorreu −4 m, a ve- média do vencedor ao completar a maratona?
locidade média é v = −4/10 = −0,4 m/s no sentido
negativo do eixo x. Note, portanto, que a velocidde mé- RESOLUÇÃO: Como x0 = x, isto é, as posições
dia também é uma grandeza vetorial. Nestes exemplos, inicial e final coincidem, então ∆x = 0 na equa-
os resultados mostram que o corpo percorre, respecti- ção 2, e portanto v = 0 é a velocidade média
vamente, em média 0,7 ou 0,4 metros a cada segundo. do vencedor no percurso do início ao fim da
O cálculo da velocidade média também não informa maratona, caso esta inicie e termine no mesmo
a distância percorrida, pois ela considera apenas as local.
posições inicial e final do corpo, como mostra a figura
3. É como se o carro tivesse percorrido uma linha reta,
Problema 1
mesmo que o movimento não tenha sido retilíneo.
Isso é bem diferente da chamada velocidade escalar
(PUC) Uma família faz uma viagem de carro
média, ou rapidez média, que considera a distância
entre duas cidades distanciadas em 250 km. Os
total percorrida s ao invés do deslocamento ∆x:
primeiros 90 km levam uma hora e 30 minutos.
s Após esse primeiro trecho, a família para em
vs = (3)
∆t um posto por 30 minutos. No trecho restante,
em que ∆t é o intervalo de tempo que o corpo leva para percorre com velocidade escalar média de 80
percorrer o caminho s. A velocidade escalar média é km/h. Com base nos dados citados, qual é a
uma grandeza escalar, pois s é apenas uma medida de o valor da velocidade escalar média durante
comprimento, não representando um vetor. toda a viagem?
Note, observando a figura 3, que a velocidade média
e a velocidade escalar média fornecem diferentes infor- RESOLUÇÃO: a velocidade escalar média de
mações sobre o movimento do corpo. O termo “média” todo o trecho é calculada pela equação 3:
em ambas expressa o fato de que estas informações não
detalham completamente como o movimento se deu s 250
vs = = (4)
a todo instante, mas apenas descrevem sua média no ∆t t1 + t2 + t3
intervalo ∆t. Vamos aplicar essas ideias nos problemas
em que t1 é o intervalo para percorrer o pri-
1 e 2.
meiro trecho (1 hora e 30 minutos = 1,5 ho-
Exercício 1 ras), t2 é o intervalo de parada no posto (30
minutos = 0,5 hora) e t3 é o intervalo restante
A maratona é uma das provas mais famosas para completar os 160 km restantes (250 km -
do atletismo. Trata-se de uma corrida com 90 km). Este último intervalo é obtido também
distância total de 42,195 km, normalmente pela equação 3: t3 = (160 km)/(80 km/h) = 2
realizada em ruas e estradas. Na Alemanha, horas. Substituindo esse valor na equação 4,
ao vencer a Maratona de Berlim em 2018, o obtemos vs = 250/(1,5+0,5+2) = 62,5 km/h
queniano Eliud Kipchoge quebrou o recorde ou 17,4 m/s.
mundial completando o percurso no tempo de
duas horas, um minuto e 39 segundos. Qual foi Problema 2
sua velocidade escalar média?
(UDESC) Um carro fez o percurso de Floria-
RESOLUÇÃO: Com a equação 3, obtemos vs = nópolis a Itajaí com velocidade escalar média
42195/7299 = 5,78 m/s = 20,8 km/h, em que de 40 km/h e retornou, fazendo o percurso
7299 = (2×60×60)+(1×60)+39 é o intervalo de Itajaí a Florianópolis com uma velocidade
de tempo (02h01min39s) em segundos. escalar média de 60 km/h. Podemos afirmar

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que a velocidade escalar média no percurso


total (Florianópolis-Itajaí-Florianópolis) é igual
a:
(a) 48 km/h
(b) 50 km/h
(c) 24 km/h
(d) 90 km/h
(e) 45 km/h

RESOLUÇÃO: A velocidade escalar média é cal-


culada pela equação 3:
s 2x
vs = = (5)
∆t t1 + t2
em que x é a distância de Floripa até Itajaí (e Figura 4: Equação horária da posição no MRU (em azul) para
vice-versa), t1 o intervalo para viajar de Floripa deslocamentos no sentido (a) negativo e (b) positivo
até Itajaí e t2 o intervalo para viajar de Itajaí do eixo x da figura 1.
até Floripa. Perceba que essa equação está em
função de três incógnitas: x, t1 e t2 . Para encon-
4. Neste caso, a reta pode ser decrescente (coeficiente
trar a velocidade, vamos calcular os intervalos
angular negativo) ou crescente (coeficiente angular
t1 e t2 . No primeiro trecho, o carro percorre
positivo). Se a reta é decrescente (v < 0), significa
x em 40 km/h, assim, pela equação 3, temos
que o corpo se desloca no sentido negativo do eixo
t1 = x/40. No segundo trecho, o carro percorre
x (∆x < 0). Se a reta é crescente (v > 0), significa
o mesmo x em 60 km/k; portanto, t2 = x/60.
que o corpo se desloca no sentido positivo do eixo x
Substituindo esses dois resultados na equação
(∆x > 0).
5:
s 2x FIQUE LIGADO
vs = x x = 60x+40x
40 + 60 2400
  (6) O coeficiente angular da equação horária da
2x 120 240
= 5x = 2x = posição de um MRU representa a velocidade
120
 5x 5
 média do corpo.
que fornece vs = 48 km/h. Assim, a resposta
correta é o item (a). Para calcular o coeficiente angular, devemos identi-
ficar dois pontos da reta (P0 e P ) e aplicar a função
PERGUNTAS: Qual é a velocidade média tangente:
deste percurso? Por que é comum usar a velo- cateto oposto
tan θ = (8)
cidade escalar média em viagens terrestres? cateto adjacente
em que o cateto oposto e o cateto adjacente são os
segmentos dos triângulos retângulos apresentados na
figura 4. A função tangente é o coeficiente angular da
3 Movimento Retilı́neo Uniforme reta, assim, representa também a velocidade média do
corpo. Para a reta decrescente da figura 4(a),
O movimento retilíneo uniforme (também chamado
∆x −0, 5 − 0
de MRU) é o movimento em linha reta descrito por um tan θ = v = = = −1, 0 m/s (9)
corpo com velocidade constante. O MRU considera que ∆t 1, 5 − 1, 0
o corpo possui velocidade média v, que é a mesma em mostrando que o corpo se desloca para o sentido ne-
qualquer intervalo de tempo considerado. A equação gativo com velocidade média de 1,0 m/s. Para a reta
que descreve este movimento é chamada de equação crescente da figura 4(b),
horária da posição:
∆x 0, 5 − 0
x = x0 + vt tan θ = v = = = +1, 0 m/s (10)
(7) ∆t 1, 5 − 1, 0
em que x é posição final do corpo, x0 a posição mostrando que o corpo se desloca para o sentido po-
inicial e t o tempo necessário para este deslocamento sitivo com velocidade média de 1,0 m/s.
ocorrer. Ao compararmos esta equação com a função Estes valores de velocidade são constantes em todo
de primeiro grau,x(t) = At + B, concluímos que a o intervalo de tempo considerado (2,0 s). A figura 5
equação 7 representa uma reta, como mostra a figura mostra os gráficos da velocidade em função do tempo

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02. A velocidade do trem A, em relação ao


trem B, é de 108 km/h.
04. Não podemos calcular o comprimento da
ponte, pois não foi fornecido o tempo gasto
pelos trens para atravessá-la.
08. O comprimento da ponte é 200 m.
16. Os trens atravessam a ponte em 35 s.
32. A velocidade do trem B, em relação ao
trem A, é de 108 km/h.
64. O comprimento da ponte é 125 m e os
trens a atravessam em 15 s.

RESOLUÇÃO:

Figura 5: Velocidade em função do tempo (em azul) para des- 01. Falsa. O enunciado fala que os trens
locamentos no sentido (a) negativo e (b) positivo do completam a travessia ao mesmo tempo.
eixo x da figura 1. A área abaixo das retas repre-
senta o deslocamento do corpo. 02. Verdadeira. A velocidade de um corpo
A em relação a um corpo B, também em
movimento, é dada por vAB = vA − vB , em que
para os deslocamentos nos sentidos negativo e positivo vA é a velocidade do trem A em relação ao solo,
da figura 1. A área abaixo da linha azul (retângulo = vB a velocidade do trem B em relação ao solo
base × altura = ∆t × v) representa o deslocamento do e vAB a velocidade do trem A em relação ao B.
corpo, assim, ∆x = - 2,0 m para v = - 1,0 m/s e ∆x = Neste item, os trens possuem velocidades em
+ 2,0 m para v = + 1,0 m/s. Confira os problemas 3 e sentidos oposts, assim, vamos considerar que
4. o trem A possui velocidade média no sentido
positivo do eixo x (vA = +36 km/h = +10
m/s) e o trem B possui velocidade média no
FIQUE LIGADO
sentido negativo (vB = −72 km/h = −20 m/s),
A área abaixo de uma curva velocidade versus assim: vAB = vA − vB = +36 − (−72) = 108
tempo representa o deslocamento do corpo. km/h.

04. Falsa. Veja o item 08.


Problema 3
08. Verdadeira. Para calcular o comprimento
(UFSC) Um trem A de 150 m de comprimento, da ponte, usamos a equação 7. O enunciado
que deslocando-se do sul para o norte, começa diz que os dois trens cruzam a ponte no mesmo
a atravessar uma ponte férrea de pista dupla, intervalo. A análise deste item será feita com a
no mesmo instante em que um outro trem B, figura abaixo.
de 500 m de comprimento, que se desloca do
norte para o sul, inicia a travessia da ponte. O
maquinista do trem A observa que o mesmo se
desloca com velocidade constante de 36 km/h,
enquanto o maquinista do trem B verifica que
o seu trem está a uma velocidade constante
de 72 km/h, ambas as velocidades medidas
em relação ao solo. Um observador, situado
em uma das extremidades da ponte, observa
que os trens completam a travessia da ponte
ao mesmo tempo. Considerando que a dianteira do trem A está
na origem do eixo x (x0A = 0), ele atravessará
Assinale a(s) proposição(ões) correta(s): a ponte quando a dianteira estiver L + 150 da
origem (xA = L + 150), em que L é o compri-
01. Como o trem B tem o dobro da velocidade mento da ponte. O trem B está uma distância
do trem A, ele leva a metade do tempo para L da origem (x0B = L) e atravessará a ponte
atravessar a ponte independentemente do quanto a dianteira estiver −500 m da referência
comprimento dela.

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(xB = −500 m). Com essas informações, é pos- (b) o intervalo de tempo que ele descansou.
sível montar as equações horárias da posição:
(c) a velocidade média de natação entre 30 e
(L + 150) = 0 + 10t (11)
50 s.
−500 = L − 20t (12)
(d) a velocidade escalar média durante todo o
Isolando L nas equações 11 e 12: percurso representado no gráfico.
L = 10t − 150 (13) (e) o esboço do gráfico da velocidade em fun-
ção do tempo, no intervalo considerado. Faça
L = 20t − 500 (14)
esse esboço à mão livre, não se esquecendo de
e igualando-as, obtemos t = 35 s, que é o apresentar as escalas necessárias.
intervalo necessário para ambos cruzarem a
ponte. Substituindo este valor em qualquer RESOLUÇÃO:
uma das equações 13 e 14, obtemos L = 200 m.
(a) O gráfico mostra a equação horária da
16. Verdadeira. Respondido no item anterior. posição em três situações diferentes. Entre
0 e 20 s, o coeficiente angular é positivo,
32. Verdadeira. vBA = vB − vA = −72 − 36 = indicando que o nadador se desloca no sentido
−108 km/h. O sinal negativo indica apenas positivo do eixo x da origem até 50 m. Entre
o sentido de deslocamento do trem B. A 20 e 30 s, ele fica em repouso, pois a posição
intensidade da velocidade relativa é 108 km/h. não muda em função em tempo. Isso indica
que ele chegou no outro lado da piscina, pois
64. Falsa. Provamos que o intervalo é 35 s. entre 30 e 50 s, o sentido do deslocamento é
invertido (negativo). Assim, por análise do
Portanto, a soma dos itens corretos é 58. gráfico, concluímos que a piscina possui 50 m
de comprimento.
Nota: A figura utilizada na resolução deste pro-
blema foi elaborada com recursos das páginas (b) Respondido no item (a): 10 s. O coeficiente
digitais Free Vector 2019 e Vector Stock 2019. angular da reta neste intervalo é zero, pois
∆x = 0.

Problema 4 (c) A velocidade média do nadador é


v = ∆x/∆t = (0 − 50)/(50 − 30) = −2,5
(UDESC) A figura abaixo representa o gráfico m/s. Repare que este valor é o coeficiente
do desempenho de um velho nadador numa angular da reta neste intervalo de tempo.
piscina, entre dois instantes quaisquer de sua O coeficiente angular entre 0 e 20 s é +2,5 m/s.
natação diária. Desprezando-se os instantes
inicial e final de seu movimento, quando (d) A velocidade escalar média do nadador é
ocorrem variações de velocidade difíceis de vs = s/∆t = 100/50 = 2,0 m/s.
quantificar, pede-se:
(e) O gráfico (em azul) é apresentado abaixo.

(a) o comprimento aproximado da piscina, Note que ele permite determinar o desloca-
supondo que, na contagem inicial do tempo, o mento do nadador na ida e na volta a partir
nadador se encontrava na borda da piscina.

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do cálculo da área abaixo da curva. O desloca-


mento ∆x1 = (20)(2, 5) = 50 m (deslocamento
no sentido negativo) e ∆x2 = (20)(−2, 5) =
−50 m (deslocamento no sentido negativo, com
o nadador retornando ao ponto de partida).

4 Movimento Retilı́neo Uniforme-


mente Variado
Figura 6: Equação horária da posição para (a) a > 0 e (b)
O movimento retilíneo uniformemente variado (tam- a < 0 e equação horária da velocidade para (c)
bém chamado de MRUV) é o movimento descrito em a > 0 e (d) a < 0.
linha reta descrito por um corpo com aceleração cons-
tante. Neste caso existem quatro equações que descre-
vem o movimento; a equação horária da posição:
1
x = x0 + v0 t + at2 (15)
2
em que x é a posição final do corpo, x0 a sua posição
inicial, v0 a velocidade inicial, t o intervalo decorrido
durante o deslocamento e a a aceleração média (dada
em m/s2 ):
∆v v − v0
a= = (16)
∆t t − t0
com v representando a velocidade final do corpo. A
velocidade em função do tempo é descrita pela equação Figura 7: Gráfico da aceleração em função para (a) a < 0 e
(b) a > 0.
horária da velocidade:

v = v0 + at (17)
velocidade do corpo diminui quando ele se desloca
Essas três equações consideram o intervalo de tempo no sentido positivo do eixo x e aumenta (em módulo)
nos cálculos. Caso esta informação não esteja disponí- quando ele se desloca no sentido negativo do eixo. O
vel no enunciado do problema, é possível usar a equa- gráfico da aceleração é apresentado na figura 7. A área
ção de Torricelli: abaixo da curva representa a variação da velocidade
do corpo no intervalo de tempo considerado.
v 2 = v02 + 2a∆x (18)
FIQUE LIGADO
A equação 17 é uma função do primeiro grau, assim,
possui inclinação positiva ou negativa, conforme
O sinal da constante que multiplica o termo t2
mostram as figuras 6(c) e 6(d). A inclinação positiva
na equação 15 define o sinal da concavidade
diz que o corpo possui aceleração positiva. Se a
da parábola. Se a constante é positiva, a conca-
inclinação é negativa, indica que a aceleração também
vidade é positiva (para cima) e vice-versa.
é negativa e o cálculo do coeficiente angular da reta
fornece o valor desta aceleração. Lembre-se também
que a área abaixo desta reta (velocidade versus Exercício 3
tempo) representa o deslocamento do corpo. Os sinais
da aceleração são importantes para entendermos (UEL-PR) Um motorista está dirigindo um
o comportamento gráfico da equação horária da automóvel a uma velocidade de 54 km/h.
posição. Esta função (equação 15) representa uma Ao ver o sinal vermelho, pisa no freio. A
parábola, conforme mostram as figuras 6(a) e 6(b). aceleração máxima para que o automóvel não
Se a aceleração é positiva, a concavidade da função é derrape tem módulo igual 5 m/s2 . Qual é a
para cima (positiva) e se a aceleração é negativa, a menor distância que o automóvel irá percorrer,
concavidade é bara baixo (negativa). A aceleração sem derrapar e até parar, a partir do instante
positiva indica que a velocidade do corpo aumenta em que o motorista aciona o freio?
quando ele se desloca no sentido positivo do eixo x e
diminui (em módulo) quando ele se desloca no sentido a) 3,0 m
negativo do eixo. A aceleração negativa indica que a

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b) 10,8 m segundo trecho é dada pela equação 7:


c) 291,6 m
d) 22,5 m x = x0 + vt
e) 5,4 m
3000 = 220 + 55t (22)
RESOLUÇÃO: O enunciado informa a acelera- que fornece t = 50,5 s, totalizando 58,5 s para
ção de frenagem (que possui sentido oposto o percurso total. Portanto, o item correto é o
ao sentido de deslocamento, e.g., velocidade item (d).
positiva e aceleração negativa), a velocidade
inicial (54 km/h = 15 m/s) e a velocidade final
(repouso). Com esses dados, é possível encon-
trar a distância percorrida com a equação de
Torricelli:

v 2 = v02 + 2a∆x

(0)2 = (15)2 + 2(−5)∆x (19) Problema 6

que fornece ∆x = 22, 5 m. Assim, o item cor- (UDESC) A figura mostra o gráfico v × t para
reto é o item (d). o movimento de um corredor de maratona
durante um treinamento.
Problema 5
(a) Trace o correspondente gráfico a × t.
(UFBA) Um corpo que parte do repouso deve (b) Calcule a distância total percorrida pelo
percorrer uma distância de 3000 m. Os atleta.
primeiros 220 m ele os percorre em 8 s, sendo (c) Calcule a velocidade média do atleta.
que o movimento é uniformemente acelerado. (Sugestão Pré-UFSC) Considerando que o
O restante é percorrido a velocidade constante corredor parte da origem, faça o esboço do
igual à atingida quando ele alcançou aqueles gráfico x × t.
220 m. O tempo total aproximado para realizar
todo o percurso será de:

a) 20 s
b) 30 s
c) 50 s
d) 58 s

RESOLUÇÃO: No início o corpo percorre os 220


m em MRUV e o restante em MRU. Para calcu-
lar a intervalo decorrido no segundo trecho, é RESOLUÇÃO: (a) O gráfico da velocidade
necessário saber a velocidade do MRU. Com os possui quatro regiões distintas. A aceleração
dados do primeiro trecho, a velocidade final em cada trecho é dada por:
que o corpo atinge é dada pela equação horária
da velocidade: (i) entre 0 e 2 horas: a = ∆v/∆t = (10−0)/2 =
5 km/h2
v = v0 + at = 0 + a(8) (20)
(ii) entre 2 e 4 horas: a = ∆v/∆t =
em que a aceleração a é dada pela equação (10 − 10)/2 = 0
horária da posição:
1 (iii) entre 4 e 8 horas: a = ∆v/∆t =
x = x0 + v0 t + at2 (6 − 10)/4 = −1 km/h2
2
1
220 = 0 + 0(8) + a(8)2 (21) (iv) entre 8 e 10 horas: a = ∆v/∆t =
2 (6 − 6)/2 = 0
que fornece a = 6,875 m/s2 . Substituindo este
resultado na equação 20, obtemos v = 55 m/s. e o gráfico é, portanto, apresentado na figura
A partir dos 8,0 s, o corpo mantém esta velo- abaixo.
cidade constante, logo o tempo decorrido no

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(b) Para calcular a distância total percorrida,


basta calcular a área abaixo do gráfico da
velocidade em função do tempo:

10×2
(i) entre 0 e 2 horas: s1 = 2 = 10 km

(ii) entre 2 e 4 horas: s2 = 10 × 2 = 20 km


(10+6)×4
(iii) entre 4 e 8 horas: s3 = 2 = 32 km Problema 7

(iv) entre 8 e 10 horas: s4 = 6 × 2 = 12 km (UFSC) Dois ciclistas, A e B, disputam uma


corrida cuja distância total é de 1200 metros,
logo, s = s1 + s2 + s3 + s4 = 74 km. Como do ponto de partida até a faixa de chegada. O
não há inversão do sentido da velocidade, o ca- gráfico abaixo mostra a velocidade dos ciclistas
minho total percorrido é igual ao deslocamento. A e B em função do tempo.

(c) A velocidade média é v = ∆x/∆t = Observando o gráfico apresentado, assinale


74/(10 − 0) = 7,4 km/h. a(s) proposição(ões) CORRETA(S).

(Sugestão Pré-UFSC) Considerando as infor- 01. No sexagésimo segundo, o ciclista A está


mações: 150 metros à frente do ciclista B.

(i) entre 0 e 2 horas: parábola com concavidade 02. A aceleração do ciclista A, nos primeiros
para cima (positiva), saindo da origem até a quarenta e cinco segundos, é de 1 m/s2 .
distância de 10 km;
04. No centésimo trigésimo quinto segundo, o
(ii) entre 2 e 4 horas: reta com coeficiente ciclista B está 150 metros à frente do ciclista A.
angular positivo, saindo de 10 km e indo até
30 km; 08. O ciclista B nunca alcança o ciclista A.

(iii) entre 4 e 8 horas: parábola com concavi- 16. O ciclista A venceu a disputa porque
dade para baixo (negativa), partindo de 30 km percorreu os 1200 metros em 150 segundos, e
e indo até 62 km; o ciclista B gastou 165 segundos.

(iv) entre 8 e 10 horas: reta com coeficiente 32. No centésimo sexagésimo quinto segundo,
angular positivo, saindo de 62 km e indo até o ciclista B está a apenas 7,5 metros da faixa
74 km; de chegada, e o ciclista A encontra-se a 52,5
metros da faixa de chegada. Portanto, o ciclista
é possível construir o gráfico a seguir. B vence a corrida.

64. A corrida termina empatada, pois ambos


os ciclistas percorrem os 1200 metros em 165
segundos.

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32. Primeiramente, vamos verificar se as


afirmações sobre o instante 165 s estão
corretas. Seguindo o mesmo raciocínio do item
04 e utilizando seu resultado, temos que do
instante 0 s ao 165 s os ciclistas realizaram os
seguintes deslocamentos:
30×(5+14)
Ciclista A: ∆xA = 862, 5 + 2 = 1147, 5
m
30×(9+3
Ciclista B: ∆xB = 1012, 5 + 2 = 1192, 5
m

e portanto os ciclistas A e B estão de fato a


52, 5 m e 7, 5 m, respectivamente, da linha de
chegada no instante 165 s.
Para saber se o ciclista B ganha a corrida, de-
vemos calcular o tempo que ele e o ciclista A
levam para completar a corrida a partir do cen-
RESOLUÇÃO: tésimo sexagésimo quinto segundo. Como o
gráfico para o movimento do ciclista B indica
01. Verdadeira. A distância relativa entre os uma velocidade de 3 m/s no segundo 165, en-
ciclistas é dada pela diferença dos deslocamen- tão pela equação horária da posição temos:
tos. Para isso, calculamos a área abaixo da 1
curva velocidade versus tempo: x = x0 + v0 t + at2
2
Ciclista A: ∆xA = 45×15 + 15×(15+5) = 487,5 1
2 2 7, 5 = 0 + 3t + at2 (23)
m 2
Ciclista B: ∆xB = 45×9
2 + 15 × 9 = 337,5 m em que a aceleração do ciclista B entre 135
e 180 s é a = (0 − 9)/(180 − 135) = − 0,2
portanto, ∆xA − ∆xB = 150 m. No gráfico m/s2 . Substituindo esse resultado na equa-
do ciclista A foi realizada a soma da área de ção 23, obtemos a equação do segundo grau
um triângulo retângulo (entre 0 e 45 s) com −0,1t2 + 3t − 7,5 = 0 que, resolvida pela equa-
a área de um trapézio (entre 45 e 60 s). No ção de Bhaskara, fornece dois intantes t1 =
gráfico do ciclista B foi realizado a soma da 2,75 s e t2 = 27,25 s. O valor correto é t1 ,
área de um triângulo retângulo (entre 0 e 45 pois neste instante a velocidade do ciclista B
s) com a área de um retângulo (entre 45 e 60 s). seria vB = 3−(0,2)(2,75)= 2,45 m/s enquanto
para t2 seria −2,45 m/s, incompatível com o
02. Falsa. A aceleração do ciclista A é dada por gráfico do enunciado, pois não existe inversão
a = ∆v/∆t = (15−0)/(45−0) = 1/3 = 0,33 s. da velocidade neste problema. Ao realizarmos
a mesma análise para o ciclista A, temos:
04. Correta. Seguindo o mesmo procedimento
do primeiro item: 1
52, 5 = 0 + 14t + (−0, 933)t2
2
Ciclista A: ∆xA = 45×15
2 + 15×(15+5)
2 + 75 × 5 =
encontramos os instantes t1 = 4,39 s e t2 =
862,5 m
25,62 s. Ambos são maiores que o instante
45×9 t1 do ciclista B, logo, o ciclista B ganha a
Ciclista B: ∆xB = + 15 × 9 + 75 × 9 =
2 corrida.
1012,5 m
64. Falsa. Veja o item 32.
obtemos ∆xA − ∆xB = 150 m.
Portanto, a soma dos itens corretos é 37.
08. Falsa, como se infere do item 04. Veja
também o item 32.

16. Falsa. Veja o item 32.

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TÓPICO 1: Cinemática unidimensional

FIQUE LIGADO

Como a aceleração é negativa no lançamento


vertical e queda livre, a equação 24 representa
uma parábola com a concavidade para baixo e
a equação 25 uma reta com coeficiente angular
negativo.

Exercício 4

(UDESC) Após uma aula de física, um habitante


do planeta X aprendeu que, nas proximidades
da superfície de um astro qualquer, o movi-
mento de queda é uniformemente variado.
Chegando em casa, resolveu calcular o valor
da aceleração da gravidade local (g) e com
que velocidade (v) sua bola atingia o solo.
Após ter sido abandonada de uma altura de 36
m, verificou que a bola chegou ao chão após 6 s.

(a) Qual o valor de g?


Figura 8: Ilustração da queda livre e lançamento vertical (He- (b) Qual o valor de v?
lerbrock, 2019).
RESOLUÇÃO:
4.1 Queda livre e lançamento vertical (a) O enunciado diz que a bola foi abandonada
A queda livre e o lançamento vertical são dois dos de uma altura de 36 m, assim v0y = 0, y0 = 36
exemplos mais básicos de um MRUV. Ambos os ca- m e y = 0 (estamos considerando o solo como
sos que estudaremos representam o movimento verti- a origem do eixo y). Assim, o valor de g pode
cal para alturas muito menores que o raio do planeta. ser calculado pela equação 24:
Nesta condição, a aceleração gravitacional g é cons- 1
tante. Para a Terra, por exemplo, g = 9,81 m/s2 . Para y = y0 + v0y t − gt2
2
facilitar as contas, o valor utilizado é 9,8 m/s2 ou, in-
clusive, 10 m/s2 . A figura 8 apresenta as situações.
Como o movimento é vertical, o deslocamento ocorre 1
0 = 36 + 0(6) − g(6)2
na direção y. Se o deslocamento é positivo (∆y > 0), a 2
velocidade vertical é positiva (vy > 0) e o movimento é
que fornece g = 2 m/s2 . (b) A velocidade ins-
um lançamento vertical. Se o deslocamento é negativo
tantes antes de colidir com o solo é dada pela
(∆y < 0), a velocidade vertical é negativa (vy < 0) e o
equação 25:
movimento é uma queda livre. A aceleração gravitacio-
nal é negativa, na mesma direção e sentido negativo do v = v0y − gt
eixo y. Assim, as equações que descrevem o movimento
são todas as que já estudamos no MRUV (equações 15,
17 e 18): v = 0 − 2(6)

• Equação horária da posição: que fornece v = −12 m/s. O sinal negativo


indica que o corpo se deslocava no sentido ne-
1
y = y0 + v0y t − gt2 (24) gativo do eixo y.
2
• Equação horária da velocidade:
Problema 8
vy = v0y − gt (25) (UFSC) Uma pequena bola é lançada verti-
• Equação de Torricelli: calmente para cima, sob a ação somente da
força peso, em um local onde a aceleração da
vy2 = v0y
2
− 2g∆y (26) gravidade é igual a 10 m/s2 . O gráfico abaixo
representa a posição da bola em função do
em que g é o módulo da aceleração gravitacional local. tempo.

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TÓPICO 1: Cinemática unidimensional

(P = mg).

16. Correta. Respondido nos itens anteriores.

32. Incorreta. Respondida nos itens anteriores.


Em 4,0 s o corpo retorna para a origem.

64. Correta. Considerando que o corpo parte


da origem (y0 = 0), possui velocidade inicial
de 20 m/s e está sujeito a uma aceleração de
10 m/s2 no sentido negativo do eixo vertical,
temos:
1
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(s). y = y0 + v0y t − gt2
2

01. No instante 2,0 s a bola atingiu a altura


1
máxima e a aceleração atuante sobre ela é d = 0 + 20t − 10t2
nula. 2
02. No instante 2,0 s a velocidade da bola e a
força resultante sobre ela são nulas. d = 20t − 5t2
04. A velocidade inicial da bola é igual a 20
m/s. em que d é uma distância qualquer no gráfico
08. A força resultante e a aceleração perma- do enunciado.
nencem invariáveis durante todo o movimento.
16. No instante 2,0 s a velocidade da bola é Portanto, a soma dos itens corretos é 92.
nula, mas a aceleração e a força resultante que
atua sobre ela apresentam valores diferentes
de zero. Problema 9
32. A aceleração é variável e atinge o seu valor
máximo no instante t = 4,0 s.
(UFPel) Uma pedra é lançada verticalmente
64. O movimento pode ser descrito pela função
para cima, com velocidade de módulo igual a
d = 20t − 5t2 .
54 km/h, a partir de um ponto P , situado 20
m acima do solo.
RESOLUÇÃO:
Determine:
01. Incorreta. Em 2,0 s o corpo, realmente,
atinge a altura máxima; entretanto, a acelera-
(a) o tempo, após o lançamento, necessário
ção é constante em todo o intervalo e vale 10
para a pedra atingir a altura máxima;
m/s2 .
(b) o tempo, após o lançamento, necessário
para a pedra atingir o solo.
02. Incorreta. Em 2,0 s a velocidade do corpo
é nula, porém a força resultante é a força peso
(= mg).

04. Correta. Com a equação 25 é possível cal-


cular a velocidade inicial considerando que em
t = 2,0 s a velocidade é zero:
v = v0y − gt

0 = v0 − 10(2)
o que fornece v0 = +20 m/s. A velocidade
positiva indica um lançamento vertical, como
deveria ser. RESOLUÇÃO:

08. Correta. A aceleração gravitacional é (a) Considerando a velocidade inicial de 54


constante (a = g), assim como a força peso km/h (15 m/s) e a velocidade final nula no

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TÓPICO 1: Cinemática unidimensional

Halliday, D., R. Resnick e J. Walker (2013). Fundamen-


ponto mais alto, o tempo necessário é dado tos de Física 1 (Mecânica). Vol. 1. Rio de Janeiro:
pela equação 25: LTC.
Helerbrock, Rafael (2019). Lançamento Vertical. url:
v = v0y − gt https : / / brasilescola . uol . com . br /
fisica / lancamento - vertical . htm (acesso em
0 = 15 − 10t 19/11/2019).
OpenGameArt (2019). url: https://opengameart.
que fornece t = 1, 5 s. (b) Considerando a org / content / red - car - top - down (acesso em
origem no solo, temos y0 = 20 m e y = 0 na 08/01/2019).
equação 24: Vector Stock (2019). url: https://www.vectorstock.
com / royalty - free - vector / bridge - icon -
1 cartoon - style - vector - 25613253 (acesso em
y = y0 + v0y t − gt2
2 09/01/2019).

1
0 = 20 + 15t − 10t2 5 Lista de Problemas
2
t2 − 3t − 4 = 0 (27) Alguns dos exercícios apresentados na lista abaixo,
bem como algumas soluções apresentadas nos resol-
A equação 27 é uma equação de segundo grau;
vidos desta aula foram retirados de Chaban, Jerry e
portanto, deve ser resolvida pela equação de
Neto, 2005.
Bhaskara:
√ p
−b ± b2 − 4ac 3 ± (3)2 − 4(1)(−4) 1. (UDESC) Um motorista, dirigindo um veículo,
t= = percorre 90 km de uma estrada reta em três
2a 2(1)
etapas: na primeira, percorre 20 km a 40 km/h;
que fornece dois instantes t1 = 4 s e t2 = −1 s. na segunda, percorre 40 km a 80 km/h; os últimos
Neste caso, a única possibilidade é o instante quilômetros da viagem são percorridos a 30 km/h.
t1 . Logo, o corpo leva 4 s para atingir o solo
após o lançamento. (a) Determine o tempo gasto pelo motorista em
cada uma das etapas.
(b) Determine a velocidade média do veículo para
COLABORADORES DESTA AULA
todo o percurso.
• Texto: (c) Faça os gráficos velocidade versus tempo e
Diego Alexandre Duarte distância versus tempo.

• Diagramação: 2. (UDESC) Seguindo recomendação médica, tia


Diego Alexandre Duarte Paulina realiza sua caminhada diária, procurando
manter sua velocidade constante e o ritmo car-
• Revisão: díaco de 100 pulsações por minuto. Sabendo-se
Fátima Araújo Machado que ela percorre 1800 metros em 30 minutos,
Caroline Ruella Paiva Torres determine:

(a) a distância percorrida por tia Paulina entre


duas pulsações sucessivas de seu coração.
Referências Bibliográficas (b) o tempo gasto, em minutos, com seu retorno
ao ponto de partida, para fazer todo o percurso
Chaban, E., M. A. Jerry e Ananias M. Neto (2005). Re- com uma velocidade escala média de 72 metros
sumo e Exercícios de Física. Vol. Único. Florianópolis: por minuto.
JC Gráfica e Editora.
Estevão, Vanks (2019). Como transformar km/h em 3. (UFRJ) Um viajante cobriu a distância de 760
m/s. url: https://www.efeitojoule.com/2019/ km em 12 horas, sendo os primeiros 200 km
03/como-transformar-kmh-em-ms-quilometros. percorridos com certa velocidade escalar média
html (acesso em 11/11/2019). e os 560 km restantes com velocidade escalar
Free Vector (2019). url: https://www.freevector. média igual ao dobro da anterior. Os valores
com/ colorful - train - cartoon- vectors - 19803 da velocidade escalar média, em cada percurso,
(acesso em 09/01/2019). foram, em km/h, respectivamente:

(a) 35 e 70 (b) 45 e 90 (c) 40 e 80 (d) 50 e 100

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TÓPICO 1: Cinemática unidimensional

(e) 60 e 120

4. (UDESC) Um carro fez o percurso de Florianópolis


a Itajaí com velocidade escalar média de 40
km/h e retornou, fazendo o percurso de Itajaí
a Florianópolis com uma velocidade escalar
média de 60 km/h. Podemos afirmar que a
velocidade escalar média no percurso total
(Florianópolis-Itajaí-Florianópolis) é igual a:

(a) 48 km/h (b) 50 km/h (c) 24 km/h (d) 90


km/h (e) 45 km/h

5. (Mackenzie) Um automóvel que trafega ao longo


de uma rodovia passa pelo marco de estrada
115 km às 19h15min e pelo marco 263,5 km às
20h54 min. Qual é a velocidade escalar média do
automóvel neste intervalo de tempo?

6. (EsPCEx AMAN) Um automóvel percorre a (a) corpo 1 (b) corpo 4 (c) corpo 2 (d) corpo 3
metade de uma distância D com uma velocidade
média de 24 m/s e a outra metade com uma 9. (FUVEST) João está parado em um posto de
velocidade média de 8 m/s. Nesta situação, a gasolina quando vê o carro de seu amigo,
velocidade média do automóvel, ao percorrer passando por um ponto P, na estrada, a 60 km/h.
toda a distância é D, é de: Pretendendo alcançá-lo, João parte com seu carro
e passa pelo mesmo ponto P, depois de 4 minutos,
(a) 12 m/s (b) 14 m/s (c) 16 m/s (d) 18 m/s (e) já a 80 km/h. Considere que ambos dirigem
32 m/s com velocidades constantes. Medindo o tempo,
a partir de sua passagem pelo ponto P, João
7. (FUVEST) Após chover na cidade de São deverá alcançar seu amigo, aproximadamente em:
Paulo, as águas da chuva descerão o rio Tietê
até o rio Paraná, percorrendo cerca de 1000 (a) 4 minutos (b) 10 minutos (c) 12 minutos (d)
km. Sendo de 4 km/h a velocidade média 15 minutos (e) 20 minutos
das águas, o percurso mencionado será cum-
prido pelas águas da chuva em aproximadamente: 10. (ITA) Considere dois carros que estejam parti-
cipando de uma corrida. O carro A consegue
(a) 30 dias (b) 10 dias (c) 25 dias (d) 2 dias (e) 4 realizar cada volta em 80 s enquanto o carro B
dias é 5,0% mais lento. O carro A é forçado a uma
parada nos boxes ao completar a volta de número
8. (UFLA) Quatro corpos 1, 2, 3 e 4 movem-se em 06. Incluindo aceleração, desaceleração e reparos,
uma trajetória retilínea e o diagrama velocidade o carro A perde 135 s. Qual deve ser o número
versus tempo de cada um deles é mostrado mínimo de voltas completas da corrida para que
a seguir. Considerando que todos os corpos o carro A possa vencer?
partiram do mesmo ponto, é CORRETO afrmar
que o corpo que está mais próximo do ponto de (a) 28 (b) 27 (c) 33 (d) 34 (e) nenhuma das
partida no instante t = 10 s é o representado na alternativas anteriores
alternativa:
11. (ITA) A figura representa uma vista aérea de um
trecho retilíneo de ferrovia. Duas locomotivas a
vapor, A e B, deslocam-se em sentidos contrários
com velocidades constantes de 50,4 km/h e
72,0 km/h, respectivamente. Uma vez que AC
corresponde ao rastro de fumaça do trem A,
BC ao rastro de fumaça de B e que AC = BC,
determine a velocidade do vento. Despreze as
distâncias entre os trilhos A e B.

(a) 5,00 m/s (b) 4,00 m/s (c) 17,5 m/s (d) 18,0
m/s (e) 14,4 m/s

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TÓPICO 1: Cinemática unidimensional

14. (AFA) A maior aceleração (ou retardamento)


tolerada pelos passageiros de um trem urbano
é 1,5 m/s2 . A maior velocidade que pode ser
atingida pelo trem, que parte de uma estação em
direção à outra, distante 600 m da primeira, em
m/s, é:

(a) 42 (b) 30 (c) 68 (d) 54

15. (UNESP) A norma de segurança sugerida pela


concessionária de uma autoestrada recomenda
que os motoristas que nela trafegam mantenham
seus veículos separados por uma "distância"de 2,0
12. (ACAFE) Duas partículas, A e B, se encontram segundos.
no instante t = 0 na origem de um sistema de
coordenadas cartesiano (x,y) com velocidades (a) Qual é essa distância, expressa adequada-
de módulo vA = 1,0 m/s e vB = 1,5 m/s, mente em metros, para veículos que percorrem
respectivamente. A partícula A se desloca a estrada com a velocidade constante de 90 km/h?
sobre o eixo x com aceleração de 0,5 m/s2 e
a partícula B se desloca sobre o eixo y com (b) Suponha que, nessas condições, um motorista
velocidade constante. A distância, em metros, freie bruscamente seu veículo até parar, com
que separa as duas partículas no instante t = 4 s é: aceleração constante de módulo 5,0 m/s2 , e o
motorista de trás só reaja, freando seu veículo
(a) 6 (b) 2 (c) 14 (d) 10 (e) 20 depois de 0,50 s. Qual deve ser a aceleração
mínima do veículo de trás para não colidir com o
13. (UFSC-2004) Dois trens partem, em horários da frente?
diferentes, de duas cidades situadas nas extre-
midades de uma ferrovia, deslocando-se em 16. (PUC) A velocidade de um carro é, no instante
sentidos contrários. O trem Azul parte da cidade em que o motorista nota que o sinal fechou, 72
A com destino à cidade B, e o trem Prata da km/h. O tempo de reação do motorista é de 0,70
cidade B com destino à cidade A. O gráfico s (tempo de reação: tempo decorrido entre o
representa as posições dos dois trens em função instante em que o motorista vê o sinal fechar até
do horário, tendo como origem a cidade A (d = 0). aquele em que aplica os freios) e os freios aplicam
ao carro um retardamento uniforme de 5 m/s2 . A
distância percorrida pelo carro desde o instante
em que o motorista nota que o sinal fechou até
que o carro pare é de:

(a) 54 m (b) 20 m (c) 14 m (d) 10 m (e) 44 m

17. (UNICAMP) Billy sonha que embarcou em uma


nave espacial para viajar até o distante planeta
Gama, situado a 10,0 anos-luz da Terra. Metade
do percurso é percorrida com aceleração de
15 m/s2 , e o restante com desaceleração de
Considerando a situação descrita e as informa-
mesma magnitude. Desprezando a atração
ções do gráfico, assinale-a(s) proposição(ões)
gravitacional e os efeitos relativistas, estime
correta(s):
o tempo total em meses de ida e volta da via-
gem do sonho de Billy. Justifique detalhadamente.
01. O tempo de percurso do trem Prata é de 18
horas.
18. (UFSC) Um ratinho afasta-se de sua toca em
02. Os dois trens gastam o mesmo tempo no
busca de alimento, percorrendo uma trajetória
percurso: 12 horas.
retilínea. No instante t = 11 s, um gato pula
04. A velocidade média dos trens é de 60 km/h.
sobre o caminho do ratinho e ambos disparam
08. O trem Azul partiu às 4 horas da cidade A.
a correr: o ratinho retornando sobre a mesma
16. A distância entre as duas cidades é de 720
trajetória em busca da segurança da toca e o gato
km.
atrás do ratinho. O gráfico da figura representa
32. Os dois trens se encontram às 11 horas.
as posições do ratinho e do gato, em função do
tempo, considerando que no instante t = 0, o

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TÓPICO 1: Cinemática unidimensional

ratinho partiu da posição d = 0, isto é, da sua toca. altura de 1,8 m acima da superfície da água de
uma piscinae atinge o seu fundo 0,8 s após o
abandono. Sabe-se que abaixo da superfície a
esfera se move com a mesma velocidade com que
a atingiu. Abandonando-se a esfera do mesmo
lugar, com a píscina vazia, qual o tempo gasto
para atingir o fundo?

23. (UNESP) De um telhado caem gotas de chuva,


separadas por intervalos de tempo iguais entre si.
No momento em que a quinta gota se desprende,
a primeira toca o solo. Qual a distância que
separa as duas últimas gotas (quarta e quinta)
nesse instante, se a altura do telhado é de 20 m?
01. No instante t = 10 s o ratinho encontra-se a Adote g = 10 m/s2 e despreze a resistência do ar.
10 m da sua toca, isto é, do seu ponto de partida.
02. O ratinho desloca-se com velocidade cons- 24. (Mackenzie) Um corpo é abandonado de uma
tante entre os instantes t = 5,0 s e t = 7,0 s. aeronave supostamente estacioária e desloca-se
04. O movimento do ratinho foi sempre retilíneo em queda livre. Após 1,0 s, um sistema de
e uniforme, tanto na ida como na volta. pára-quedas é acionado e o corpo cai com
08. O gato encontrava-se a 5,0 metros do ratinho velocidade constante (na vertical), atingindo o
quando começou a perseguí-lo. solo 49,5 s após o sistema de pára-quedas ter
16. O ratinho parou duas vezes no seu trajeto de sido acionado. Adote g = 10 m/s2 . A altura da
ida e volta até a toca. aeronave no instante do abondono do corpo é:
32. O ratinho chega 1,0 segundo antes do gato
que, portanto, não consegue alcançá-lo. (a) 5,0 m (b) 10,0 m (c) 495 m (d) 500 m (e)
64. O gato percorre uma distância maior que a 505 m
do ratinho, em menor tempo, por isso alcança-o
antes que ele possa chegar à toca. 25. (PUC) Um corpo, partindo do repouso, percorre
em queda livre (sem resistência do ar) 3/4 da
19. (PUC) Ao iniciar a travessia de um túnel retilíneo altura total durante o último segundo de queda.
de 200 metros de comprimento, um automóvel Adote g = 10 m/s2 . O tempo total de queda (t) e
de dimensões desprezíveis movimenta-se com a altura total de queda (H) são dados por:
velocidade de 25 m/s. Durante a travessia,
desacelera uniformemente, saindo do túnel com (a) t = 3,0 s e H = 45 m.
velocidade de 5 m/s. O módulo de sua aceleração (b) t = 4,0 s e H = 80 m.
escalar, nesse percurso, foi de: (c) t = 2,0 s e H = 20 m.
(d) t = 2,0 s e H = 40 m.
(a) 0,5 m/s2 (b) 1,0 m/s2 (c) 1,5 m/s2 (d) 2,0 (e) t = 3,0 s e H = 60 m.
m/s2 (e) 2,5 m/s2
26. (Mackenzie) Um balão (aeróstato) sobe ver-
20. (PUC) Uma pedra, deixada cair de um edifício, ticalmente com velocidade constante de 10
leva 4,0 s para atingir o solo. Desprezando a m.s−1 . Ao atingir a altura de 40 m, seu piloto
resistência do ar e considerando g = 10 m/s2 , lança, horizontalmente, uma pedra com velo-
escolha a opção que indica a altura do edifício cidade de 30 m.s−1 . Adote g = 10 m.s−2 . A
em metros. distância da vertical que passa pelo ponto de lan-
çamento, ao ponto em que a pedra atinge o solo é:
(a) 20 (b) 40 (c) 80 (d) 120 (e) 160
(a) 40 m (b) 80 m (c) 120 m (d) 240 m (e) 360 m
21. (UERJ) Suponha que, durante o ultimo segundo
de queda, a pedra tenha percorrido uma distância 27. (UDESC) O gráfico representa a altura de um
de 45 m. Considerando g = 10 m/s2 e que a objeto lançado do solo, verticalmente para cima,
pedra partiu do repouso, pode-se concluir que ela no instante t = 0. Despreze a resistência do ar e
caiu de uma altura, em metros, igual a: considere a aceleração da gravidade igual a 10
m/s2 .
(a) 105 (b) 115 (c) 125 (d) 135

22. (UFPR) Num lugar onde g = 10 m/s2 , uma


pequena esfera de chumbo é abandonada de uma

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TÓPICO 1: Cinemática unidimensional

(a) Qual o módulo da velocidade de lançamento


do objeto?
(b) Qual o valor da altura máxima H atingida
pelo objeto.

28. (UEM) Do alto de um edifício, são lançadas, duas


bolas idênticas: uma verticalmente para cima e
outra verticalmente para baixo. Desprezando-se a
resistência do ar, é correto afirmar que as duas
bolas:
2. (a) 0,6 m. (b) 50 minutos.
01. Chegam juntas.
3. Item (c): 40 e 80 km/h.
02. Sofrem o mesmo deslocamento até o solo.
04. Têm a mesma velocidade, quando atingem o
4. Item (a): 48 km/h.
solo.
08. Têm a mesma aceleração, quando atingem o
5. 90 km/h ou 25 m/s.
solo.
16. Estão sujeitas à mesma força, durante o
6. Item (a): 12 m/s.
tempo em que estão no ar.
7. Item (b): 10 dias.
29. (UFPel) Uma pedra é lançada para cima, como
mostra a figura abaixo, e após 6 s retorna ao solo.
8. Item (d): corpo 3.
Desprezando a resistência do ar e considerando
g = 10 m/s2 , o gráfico que representa a posição
9. Item (c): 12 minutos.
da pedra em função do tempo é:
10. Item (c): 33 voltas.

11. Item (a): 5,00 m/s.

12. Item (d): 10 m.

13. Soma dos itens corretos: 62. Item 01: Incorreta.


Item 02: Correta. Item 04: Correta. Item 08:
Correta. Item 16: Correta. Item 32: Correta.

14. Item (b): 30 m/s.

15. (a) 50 m. (b) 3,125 m/s2 .

16. Item (a): 54 m.


6 Gabarito 17. 120 meses.
1. (a) etapa 1: 0,5 hora; etapa 2: 0,5 hora e etapa
18. Soma dos itens corretos: 56. Item 01: Incorreta.
3: 1 hora. (b) 45 km/h. (c):
Item 02: Incorreta. Item 04: Incorreta. Item 08:

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TÓPICO 1: Cinemática unidimensional

Correta. Item 16: Correta. Item 32: Correta. Item


64: Incorreta.

19. Item (c): 1,5 m/s2 .

20. Item (c): 80 m.

21. Item (c): 125 m.

22. 0,77 s.

23. 1,25 m.

24. Item (d): 500 m.

25. Item (d): t = 2,0 s e H = 40 m.

26. Item (c): 120 m.

27. (a) 60 m/s. (b) 180 m.

28. Soma dos itens corretos: 30. Item 01: Incorreto.


Item 02: Correto. Item 04: Correto. Item 08:
Correto. Item 16: Correto.

29. Item (d). Leia a caixa FIQUE LIGADO da seção


4.1.

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