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Unidade 1 – Cinemática em Uma Dimensão

Sumário:
- Sistemas de referência, especificação da posição, da trajectória de uma
partícula em diferentes referenciais.
- Deslocamento, velocidades média e instantânea, acelerações média e
Instantânea.
- Descrição do movimento em uma dimensão: movimentos rectilíneo
uniforme e uniformemente variado.

INTRODUÇÃO

O movimento está presente basicamente em todos os fenômenos naturais, e desde a antigui-


dade o homem busca uma descrição adequada para os diversos tipos de movimentos. Na Ci-
nemática, o objectivo é descrever como se processam os movimentos, isto é, estabelecer,
num dado referencial, as posições que os corpos ocupam ao longo do tempo e as respectivas
velocidades, independentemente das causas desses movimentos. Em outros termos, a Cine-
mática procura estabelecer as formas geométricas das trajectórias dos corpos no espaço, se
são rectas ou curvas, e os intervalos de tempo levados para percorrer todos os segmentos
dessas trajectórias. O conceito fundamental da Mecânica é o de movimento, ou seja, da mu-
dança de posição dos corpos ao longo do tempo.

Repouso e Movimento
Movimento - é a mudança de posição no decorrer do tempo em relação a um dado referen-
cial. Se a posição de um dado objecto não muda num certo referencial com o decorrer do
tempo, dizemos que ele está em repouso naquele referencial. Movimento e repouso são
noções relativas, isto é, dependem do referencial adotado, não são conceitos absolutos.

Classificação dos movimentos quanto ao número de dimensões.


Podemos classificar o movimento de acordo com o número de coordenadas no nas quais ele
é descrito.

a. Movimento Unidimensional - 1 coordenada.


b. Movimento Bidimensional - 2 coordenadas.
c. Movimento Tridimensional - 3 coordenadas.

Quando estudamos os problemas do movimento, temos sempre que definir um sistema de


referência ou referencial, para que não tenhamos dúvidas sobre a sua trajectória (medida
nesse referencial.). Para entender o conceito de referencial analisemos a situação abaixo.

Um homem e uma mulher estão sentados lado a lado dentro de um comboio que se
movimenta com uma certa velocidade. Podemos notar que em relação a pessoa que está ao
seu lado este homem se encontra parado, mas em relação a alguém que está do lado de fora
do comboio, ele se encontra em movimento e com uma velocidade que é igual a velocidade
do comboio. Já se nós tomássemos o referencial como sendo o Sol, este homem estaria
também em movimento e com uma velocidade que é igual a velocidade da Terra em torno do
Sol. Então podemos concluir que: O movimento de um objecto, visto por alguém
(Observador), depende do referencial no qual este alguém está posicionado.

Referencial – é qualquer corpo, em relação ao qual se verifica ou estuda a mudança de po-


sição de outro corpo. Ou seja, é um corpo (ou conjunto de corpos) em relação ao qual são de-
finidas as posições de outros corpos
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Figura 1 – Dois observadores (dois referenciais distintos) estudam o movimento de P no espaço.

Ponto Material: um corpo é chamado de ponto material quando as suas dimensões são des-
prezíveis, se comparadas com o percurso por ele executado.Ou seja, é todo corpo cujas di-
mensões não interferem no estudo de um determinado fenómeno. É também chamado de
partícula.

Corpo Extenso: é todo corpo cujas dimensões interferem no estudo de um determinado fenó-
meno.

Por exemplo, um automóvel no percurso de Malanje a Luanda é um ponto material, porém es-
te mesmo automóvel fazendo manobras numa garagem para ocupar um lugar , é considerado
corpo extenso, porque devemos levar em consideração todas as suas dimensões.

Trajectória: é o caminho determinado por uma sucessão de pontos, por onde o móvel passa
em relação a um certo referencial. A trajectória de um corpo pode ser rectilínea ou curvilínea.

Figura 2- trajectória curvilínea

De acordo com o tipo de trajectória, podemos classificar os movimentos em: Movimento


Retilíneo ou Movimento Curvilíneo.

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Instante e Intervalo de tempo (Δt).

Com relação a definição de Tempo devemos saber diferenciar o conceito e instante e inter-
valo de tempo. Instante é definido, por exemplo quando informamos a que horas um dado
evento ocorreu.

Intervalo de Tempo é definido como o tempo transcorrido entre dois eventos, sendo limitado
por dois instantes [ Instante Inicial (t1) e Instante Final (t2) ], podendo ser definido como.

t = t2 – t1

Posição Escalar

Espaço (posição escalar) é a medida algébrica desde a origem até o corpo estudado. A dis-
tância do corpo ( móvel) à origem (0), medida ao longo da trajectória, é precedida de um sinal
algébrico (+) ou (–) para indicar a região da trajectória: à direita ou à esquerda da origem,
conforme a orientação escolhida para essa trajectória. O espaço pode ser positivo, negativo
ou nulo. O espaço será nulo ( s = 0) quando o corpo estudado estiver na origem dos espaços.

Classificação do Movimento

Movimento progressivo

Movimento retrógrado

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Deslocamento e distância percorrida

O conceito de deslocamento decorre da definição de movimento. Já o conceito de distância


percorrida, decorre da definição de trajectória.

O deslocamento (escalar) de um corpo é uma grandeza, cujo módulo equivale ao compri-


mento do segmento de recta, compreendidos entre o ponto inicial e final do movimento. De
um modo prático, o deslocamento escalar de um móvel será a diferença entre o espaço de
chagada (final) e de partida (inicial).

Δs  s2 – s1

Onde s1 = espaço de partida e s2 = espaço de chegada

Assim, na trajectória esquematizada a seguir, vamos calcular o deslocamento escalar de um


móvel que vai de A até D, em etapas.

A até D: ΔsAD = sD – sA = 3 – (–4) = 7 m ; B até C: ΔsBC = sC – sB = 1 – (–2) = 3 m


D até B: ΔsDB = sB – sD = –2 – 3 = –5 m ; C até A: ΔsCA = sA – sC = –4 – 1 = –5 m
A até A: ΔsAA = sA – sA = –4 – (–4) = 0

Δs > 0: o móvel se desloca a favor da orientação da trajectória.


Δs < 0: o móvel se desloca no sentido contrário ao de orientação da trajectória.
Δs = 0: o móvel não se movimentou ou, se houve movimento, o espaço de chegada coincidiu
com o de partida.

A distância percorrida por um corpo durante um movimento: é a grandeza escalar que


corresponde ao comprimento do segmento que representa a trajectória descrita pelo corpo
neste movimento, em relação ao referencial adotado.Ou seja, a distância percorrida infor-
ma quanto a partícula efectivamente percorreu entre dois instantes, devendo ser calculada
em módulo.

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Considere SA = 0 km e SB =30 Km. Diferentemente do deslocamento, que bastaria saber a po-
sição final e subtrair da inicial, para definirmos a distância precisaremos levar em conta as tor-
tuosidades da trajectória. No caso, o valor da distância percorrida é 50 km, enquanto o deslo-
camento é apenas 30 km.

A variação da posição definida como sendo o deslocamento, só é numericamente igual à


distância percorrida quando o movimento é rectilíneo e não inverte o seu sentido.

Exemplo ( deslocamento versos distância)


Num dado referencial (eixo x), um carro se moveu em linha recta (figura abaixo a seguir) da
posição x1 = 10 m até a posição x3=40 m e, em marcha à ré, retornou até a posição x2=20 m.
O deslocamento do carro foi de x1 até x2.

No exemplo acima, o módulo do deslocamento é dado por:

x = x2 x1
x = 20,0 m 10,0 m
x = 10,0

No mesmo exemplo discutido acima, o carro percorreu 30 m para frente e 20 m para trás, de
modo que a distância percorrida pelo carro é 50 m. Ou seja:

D = | x3 – x1 | + | x2 – x3 |
D = | 40 – 10| + | 20 – 40|
D = 30 + 20
D = 50 cm

“Todo deslocamento é um espaço percorrido, mas nem todo espaço percorrido é um des-
locamento.”

Movimento Rectilíneo: Velocidade.

O movimento de um ponto material é rectilíneo quando a sua trajectória é uma recta.

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O conceito de velocidade exprime, de forma quantitativa, a rapidez do movimento de um cor-
po.

Suponhamos que no instante t o objecto está na posição P, com OP = x (fig. abaixo). Num
tempo posterior t′, está em P′, com OP′ = x′. Por conseguinte, o corpo experimentou um deslo-
camento PP′ = x′ - x durante o intervalo de tempo t′ - t. O deslocamento é positivo ou negati-
vo, conforme o sentido do movimento do corpo.

A velocidade média do corpo quando se move de P para P′ define-se pela relação.

Por conseguinte, a velocidade média durante um certo intervalo de tempo é igual à razão
entre espaço percorrido e esse intervalo de tempo.

Como exemplo, suponha um carro efectuando um deslocamento escalar de 36 km num inter-


valo de tempo de 0,50 h. A sua velocidade média neste percurso corresponde a:

Δx
Vmed =
Δt
36 km
Vmed= =72 km/h=20 m/s
0,5h
Exemplo 2
Calcule a velocidade média de um automóvel que se desloca em linha recta (isto é, em
movimento rectilíneo) cuja quilometragem e tempos são dados na tabela:

Tempo (h:min) 03:02 03:06 03:12 03:15 03:20 03:24


Deslocamento (km) 1582,6 1586,8 1593,4 1598,2 1606,4 1613,1

A velocidade média entre a primeira e a última observação é

Δx
Vmed =
Δt
(1613 ,1 km−1582 , 6 km)
Vmed=
(3 h 24 min−3 h 2 min )
30 ,5 km
Vmed= =1 ,38 km /min
22 min

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Observações Velocidade média (km.min-1)
1ª e 2ª 1,05
2ª e 3ª 1,1
3ª e 4ª 1,6
4ª e 5ª 1,64
5ª e 6ª 1,675

A velocidade escalar média ( Sméd ou ¿ v∨¿ ¿ ) é definida em termos da distância total


perco-rrida (o número de metros percorridos, por exemplo) por uma partícula durante um
intervalo de tempo Dt, independentemente da direcção e o sentido.

Dist â ncia total


S méd = t
Ou

Exemplo
uma pessoa percorre uma distância 90 km em 1h para chegar na casa de seu colega, na ca-
sa de seu colega ficou 2 h conversando depois voltou a percorrer 110 km em 1h até chegar
na escola. Qual é a velocidade média da pessoa?

Dados | v| = [ x 1 + x2 ] / [ t 1 + t2 ]
x1 = 90 Km | v| = [ 90 Km + 110 Km ] / [ 1h + 1h ]
t1 = 1 h | v| = [ 200 m ] / [ 2h ]
x2 = 110 Km | v| = 100 m / h
t2 = 1 h

Velocidade Instantânea

Para se determinar a velocidade instantânea num certo intervalo de tempo, quando um corpo
passa por um ponto, como P, deve-se tomar o menor intervalo de tempo Dt possível. Em lin-
guagem matemática, isto equivale a calcular o valor limite da fracção da equação (Vmed) quan-
do o denominador Dt tende para zero.

que é definição matemática da derivada temporal de x; isto é,

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Logo, a velocidade instantânea é igual à taxa de variação do deslocamento em relação ao
tempo. Ou seja, a velocidade instantânea v nos dá informação do que está ocorrendo com o
movimento em um determinado tempo.

Exemplo de aplicação 3 - Velocidade média versus Velocidade instantânea

Uma partícula se move ao longo do eixo xx, de maneira que sua posição em qualquer ins-
tante t é dada por x = 5t2 +1, onde x é expresso em metros e t em segundos.

a) Calcular sua velocidade média nos seguintes intervalos de tempo:

[2;3] s. [2;2,1] s. [2;2,01] s. [2 ;2,001] s. [2; 2,0001] s. [2 ;2,00001] s [2 ; 2,000001] s.

b) Calcula a velocidade no instante t =2 s. Comparar os resultados e verificar a relação


entre as duas velocidades.

t0 [s] X0=5t2+1 [m] t (s) X=5t2+1 [m] t = (t-t0) [s] x = x-x0 [m] Vm=x /t [m.s-1]
2 21 3 46 1 25 25
2 21 2,1 23,05 0,1 2,05 20,5
2 21 2,01 21,2005 0,01 0,2005 20,05
2 21 2,001 21,020005 0,001 0,020005 20,005
2 21 2,0001 21,00200005 0,0001 0,00200005 20,0005
2 21 2,00001 21,0002 0,00001 0,0002000005 20,00005
2 21 2,000001 21,00002 0,000001 0,00002 20

Como podemos ver nos resultados obtidos, quando Dt® 0, a velocidade média tende a 20
m.s-1, e podemos assim esperar que esta seja a velocidade instantânea em t = 2 s. De facto;
V = dx/dt ® v = d(5t2 + 1) = 10t. Quando t = 2 s, obtemos v = 20 m.s-1.

A velocidade também pode ser determinada facilmente a partir de um gráfico da posição


como função do tempo, ou seja, x = f(t).

Com referência à figura acima, a velocidade média entre t e t′ pode ser obtida medindo Dt =
AC e Dx = BC no triângulo ABC. Então

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Se desejamos medir a velocidade instantânea no instante t, temos de achar a inclinação da
tangente à curva em A, que é dada, por exemplo, DC/AC.

tgα = ∆x/∆t → V ≡ tg a

Se sabemos como varia a velocidade em função do tempo, podemos achar o deslocamento


x-x0 do corpo durante qualquer intervalo de tempo t – t0 pelo seguinte método:

Primeiro, dividimos o intervalo de tempo t – t0 em pequenos intervalos de tempo sucessivos


dt0, dt1, dt2 etc. Em seguida, calculamos a velocidade média v0, v1, v2 etc. Em cada pequeno
intervalo de tempo. De acordo com a equação v = dx/dt, os deslocamentos correspondentes
são v0dt0, v1dt1, v2dt2 etc. Então, o deslocamento total do corpo é a soma de todos os peque-
nos deslocamentos:

Deslocamento = x – x0 = v0dt0 + v1dt1 + v2dt2 + ... = S vi dti

Quando os dt são muito pequenos, a soma S vi dti é equivalente à operação matemática


conhecida por integração, denotada ò v dt. Assim, o deslocamento do corpo é dado por

Esta expressão matemática é útil sempre que seja possível calcular a integral; de outro mo-
do, deve utilizar-se um método gráfico.

Exemplo 4.
Um corpo se move ao longo de uma linha recta de acordo com a lei v=t3-4t2 +5 m/s. Se no
instante t0=2 s, está situado em x0=4 m da origem. Calcular a posição x do móvel em qualquer
instante.

Se nos referimos à figura abaixo, do exemplo a seguir, a soma S vi dti é igual à área debaixo
da curva, o que nos fornece uma forma geométrica simples para calcular o deslocamento
quando se conhece o gráfico da velocidade como função do tempo. Numa aproximação, po-
demos calcular a área de cada rectângulo da figura e depois somá-las.

Exemplo 5.
Deslocamento de um automóvel cuja velocidade, registada em tempos diferentes, é dada na
tabela:
Tempo (h:min) 09:06 09:10 09:13 09:18 09:20 09:24
Velocidade (km.h-1) 38 44 48 50 42 24

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Calcular a distância total percorrida entre a primeira observação e a última.

Deslocamento = x – x0 = v0dt0 + v1dt1 + v2dt2 + ... = S vi dti


d1 = (38 km.h-1) ´ (4 min) = (38 km/60 min) ´ (4 min) = 2,53 km
d2 = (44 km.h-1) ´ (3 min) = (44 km/60 min) ´ (3 min) = 2,2 km
d3 = (48 km.h-1) ´ (5 min) = (48 km/60 min) ´ (5 min) = 4 km
d4 = (50 km.h-1) ´ (2 min) = (50 km/60 min) ´ (2 min) = 1,67 km
d5 = (42 km.h-1) ´ (4 min) = (42 km/60 min) ´ (4 min) = 2,8 km
dt = d1 + d2 + d3 + d4 + d5 ® dt = (2,53 + 2,2 + 4 + 1,67 + 2,8) km = 13,2 km

Unidades de velocidade. No SI de unidades a velocidade é expressa em metros por segun-


do, ou m.s-1. A velocidade também pode ser expressa com qualquer outra combinação de uni-
dades de espaço e de tempo, como quilómetros por hora, metros por minuto etc.

Movimento rectilíneo: Aceleração.


Em geral, quando um corpo se move, sua velocidade não é sempre a mesma (observe o ve-
locímetro de um automóvel). Em alguns momentos a velocidade do corpo é maior que em ou-
tros. Para medir a variação da velocidade de um corpo, introduziu-se o conceito de acelera-
ção.

Observando a figura acima, suponhamos que no instante t se encontra um objecto em P com


velocidade v, e que no instante t´se encontra em P´com velocidade v´. A aceleração média
entre P e P´ calcula-se por meio da relação.

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Onde Dv = v´- v é a variação de velocidade e, Dt = t′ - t é o tempo decorrido. Deste modo: A
aceleração média durante um certo intervalo de tempo é dada pela razão entre a variação de
velocidade e esse intervalo de tempo.

Exemplo 6
Considerando os dados da tabela a seguir, calcule a aceleração média.

Tempo (h:min) 09:06 09:10 09:13 09:18 09:20 09:24


Velocidade (km.h-1) 38 44 48 50 42 24

A aceleração média durante o intervalo de tempo completo é

amed = Dv/Dt

amed = (24 km.h-1 – 38 km.h-1)/ (9 h 24 min – 9h 6 min) = 14 km.h-1/ 18 min

amed = - 0,78 km/h.min = - 0,78 km/(60 min).min = - 0,013 km.min-2

1º intervalo de tempo: amed = 0,025 km.min-2 ; 2º intervalo de tempo: amed = 0,022

km.min-2

3º intervalo de tempo: amed = 0,0067 km.min-2 ; 4º intervalo de tempo: amed = - 0,067

km.min-2

5º intervalo de tempo: amed = - 0,075 km.min-2

A aceleração instantânea é valor limite da aceleração média quando o intervalo de tempo, Dt,
se torna muito pequeno. Isto é

é a derivada de v em relação ao tempo t; isto é ;

Portanto, a aceleração instantânea é igual à taxa de variação da velocidade em relação ao


tempo. De dv = adt , vem que vdv = adx , logo:

Exemplo 7. Um automóvel é acelerado durante alguns segundos, de modo que a sua posição
ao longo da estrada como função do tempo é dado por x = 0,2t 3 + 0,5t2 + 0,5 onde x se en-
contra em metros e t em segundos. Determine:

a) A velocidade e a aceleração em todo tempo;

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b) A posição, a velocidade e a aceleração em t = 2 s e 3 s;
c) A velocidade e a aceleração médias entre t = 2 s e t = 3 s
Resolucão

dx d
v= v=
a) dt dt (0,2t3 + 0,5t2 + 0,5) = ( 0,6t2 + 1,0t ) m.s-1
dv d
a= a= (
dt dt 2 -2
0,6t + 1,0t ) = (1,2t + 1,0) m.s

b)
Para t = 2 s;

x = 0,2t3 + 0,5t2 + 0,5 = 0,2(2)3 + 0,5(2)2 + 0,5 = 1,6 + 2 + 0,5 = 4,1 m


v = ( 0,6t2 + 1,0t ) m.s-1 = [ 0,6(2)2 + 1,0(2)] = ( 2,4 + 2,0) = 4,4 m.s-1
a = (1,2t + 1,0) m.s -2 = [ 1,2(2) + 1,0 ] = 2,4 + 1,0 = 3,4 m.s -2

Para t = 3 s

x = 0,2t3 + 0,5t2 + 0,5 = 0,2(3)3 + 0,5(3)2 + 0,5 = 5,4 + 4,5 + 0,5 = 10,4 m
v = ( 0,6t2 + 1,0t ) m.s-1 = [ 0,6(3)2 + 1,0(3)] = ( 5,4 + 3,0) = 8,4 m.s-1
a = (1,2t + 1,0) m.s-2 = [ 1,2(3) + 1,0 ] = 3,6 + 1,0 = 4,6 m.s -2

c) Vmédia = Dx/Dt = (10,4 – 4,1) m/(3 – 2) s = 6,3/ 1,0 = 6,3 m.s-1

amed = Dv/Dt = (8,4 – 4,4) m.s-2 /(3 – 2) s = 4,0/1,0 = 4,0 m.s-2

A aceleração também pode ser calculada pela representação gráfica de v(t). Considerando a
figura abaixo, a aceleração média entre t e t´ é obtida medindo-se Dt = AC e Dv =BC, no triân-
gulo ABC, então

Se pretendemos medir a aceleração no instante t, temos de achar o declive da tangente à


curva em A dada, por exemplo, CD/AC.

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Conhecida a aceleração como funçao do tempo, podemos calcular a variação de velocidade
v – v0 em qualquer tempo. Figura abaixo.

Primeiramente, divide-se o intervalo de tempo t – t 0 em pequenos intervalos de tempo suce-


ssivos dt0, dt1, dt2 etc. Em seguida, calculamos a aceleração média a0, a1, a2 etc, em cada in-
tervalo. Com base na equação a = dv/dt, verificamos que as variações correspondentes de
velocidade são a0dt0, a1dt1, a2dt2 etc. Então, a variação total da velocidade é

Variação de velocidade = v – v0 = a0dt0 + a1dt1+ a2dt2 +¼ = S ai dti

Quando os intervalos de tempo dti são muito pequenos, a soma S ai dti equivale à integral òtt0
a dt. Por conseguinte, a variação de velocidade do corpo é

Esta expressão pode ser usada sempre que seja possível efectuar a integração. A observa-
ção do gráfico da aceleração como função do tempo da figura acima mostra que a variação
de velocidade entre t0 e t é igual à área debaixo da linha que representa a(t).

Exemplo 8.
A aceleração de um corpo que se move ao longo de uma linha recta é dada pela expressão.
a(t)=4-t2 m/s2. Sabendo que no instante t0 =3 s, a velocidade do móvel vale v0=2 m/s. Determi-
nar a expressão da velocidade do móvel em qualquer instante.

Alguns movimentos especiais

(I) Movimento rectilíneo e uniforme. Este movimento é produzido quando a soma das for-
ças que actuam sobre um corpo é igual a zero. Ou seja, este movimento caracteriza-se por: o
móvel percorrer distâncias iguais em intervalos de tempo iguais, ou seja o módulo da veloci-
dade é constante e diferente de zero. A aceleração do móvel é nula.
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Da equação x = x0 + òtt0 v dt, para v constante, temos

Expressão do movimento rectilíneo uniforme, a uma dimensão

As figuras (a) e (b) representam os gráficos de v e de x respectivamente em função de t para


o movimento rectilíneo e uniforme.

a) Gráfico da velocidade. b) Gráfico do deslocamento.

(II)Movimento rectilíneo uniformemente variado ( acelerado). Este movimento é produzido


quando a força que actua sobre um corpo é constante. Ou seja, é o movimento no qual
aceleração escalar a é constante e diferente de zero. Portanto, a velocidade escalar sofre
variações iguais em intervalos de tempos iguais. Este movimento pode ser acelerado ou
retardado.

Se a velocidade aumenta com o tempo em valor absoluto, como acontece quando se pre-
ssiona o acelerador de um automóvel, diz-se que o movimento é “ acelerado”;

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Se a velocidade decresce com o tempo em valor absoluto, diz-se que o movimento é “retar-
dado”, como quando se aplica os travões de um automóvel.

IMPORTANTE: só com a aceleração não consigo dizer se o movimento é acelerado ou retar-


dado, preciso de saber o sentido do vector velocidade também! Contudo, se souber se a ve-
locidade diminui ou aumenta com o passar do tempo, posso classifica-la como acelerada ou
retardada, respectivamente. Portanto, da equação v = v0 + òtt0 adt, temos:

Expressão do movimento rectilíneo uniformemente acelerado, a uma dimensão

As figuras abaixo, representam os gráficos da velocidade e do deslocamento no movimento


uniformemente acelerado.

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a) Gráfico da velocidade. b) Gráfico do deslocamento.
Exemplo 9.
Um comboio move-se ao longo de uma secção recta de via com velocidade de 180 km.h -1.
Adesacelaração de freamento (travagem) é de 2 m.s -2. Supondo-se que desacelaração per-
manece constante, a que distância da estação deverá o maquinísta frear (travar) para que o
comboio pare na estação? Quanto tempo o comboio demorará para parar?

Dados
v0 = 180 km/h = 50 m/s v2 = v02 + 2a(x-x0) v  v0 + at
a = 2 m/s 0 = (50 m.s ) + 2´ (- 2 m.s ) ´ Dx
-1 2 -2
0 = 50 m.s-1 + (-2 m.s-2).t
v0 - 2500 m2.s-2 = (- 4 m.s-2 ) ´ Dx t = 25 s.
x =  Dx = (- 2500 m2.s-2 ) / ( - 4 m.s-2 )
t=? x = 625 m

Na tabela abaixo, encontram-se as derivadas mais usuais.

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MOVIMENTOS VERTICAIS NO VÁCUO

Introdução

O estudo dos movimentos verticais já era de grande importância para alguns cientistas con-
ceituados da antiguidade, este era o caso de Galileu Galilei que fez um estudo minucioso da
queda livre. Embora o movimento seja vertical ele ficará sujeito a leis de um movimento que já
estudamos anteriormente (MRUV). Um facto muito importante é que estaremos desprezando
a resistência do ar, já que todas as observações serão feitas para movimentos no vácuo.

Quando um corpo cai sob acçaõ da gravidade por uma distância relativamente curta de al-
guns metros, o movimento é uniformemente acelerado. Esta aceleração é igual para todos
os corpos, denotada por g e designada aceleração da gravidade. Se o movimento for para
cima, a aceleração é a mesma (isto é, para baixo), mas o movimento é retardado, sempre
que podemos desprezar os efeitos devidos à resistência do ar.

Estudo dos sinais da aceleração da gravidade


O sinal da aceleração da gravidade é adotado a partir do início do movimento. Caso o início
seja de cima para baixo teremos g positivo (pois o corpo estará descendo auxiliado pela gravi-
dade). Caso o início seja de baixo para cima, teremos g negativo (pois o corpo estará sendo
lançado contra a gravidade).

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Queda Livre
A queda livre é o movimento resultante unicamente da aceleração provocada pela gravidade.
Um objecto em queda livre está sujeito apenas uma força: o seu peso.

Caractrísticas:
 A velocidade inicial do corpo é nula.
 movimento no sentido de cima para baixo.
 O módulo da velocidade escalar do corpo aumenta: o movimento é acelerado.
 A aceleração de gravidade é positiva (g = 9,8 m/s2).

As equações que regem o movimento de um corpo em queda livre.

v = g (t  t0) ;
1
y = 2 g(t  t0)2
v2 = 2g(y  y0)

Lançamento Vertical

No lançamento vertical poderemos ter movimentos em ambos os sentidos, ou seja, de cima


para baixo ou de baixo para cima.

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O Movimento Uniformemente Variado (MUV) de um corpo lançado verticalmente para cima
tem algumas características :
 A velocidade do corpo no ponto mais alto da trajectória é zero, instantaneamente;
 O tempo gasto na subida é igual ao tempo gasto na descida, desde que saia de um
ponto e retorne ao mesmo ponto;
 A velocidade, em um dado ponto da trajectória, tem os mesmos valores, em módulo,
na subida e na descida.
 A aceleração de gravidade é negativa (g =  9,8 m/s2).

Lançamento vertical para baixo Lançamento vertical para cima

As equações que regem o movimento de um corpo no lançamento vertical de baixo para cima
e de cima para baixo.

Lançamento vertical de baixo para cima Lançamento vertical de cima para baixo

v = v0  g(t  t0) v = v0 + g(t  t0)

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y = y0 + v0 (t  t0)  2 g(t  t0)2 y = y0 + v0 (t  t0) + 2 g(t  t0)2

v2 = v02  2g(y  y0) v2 = v02 + 2g(y  y0)

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Portanto, quando se estuda o movimento vertical de um corpo, é importante determinar prime-
iro a direcção positiva. A decisão depende da situação específica

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